tafoflora neógena de depósitos provavelmente correlatos à ...

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i CENTRO PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO CURSO DE MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL TAFOFLORA NEÓGENA DE DEPÓSITOS PROVAVELMENTE CORRELATOS À FORMAÇÃO RIO CLARO, OCORRENTE NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA, SP MARIA APARECIDA DOS SANTOS Orientadora: Profa. Dra. Mary E. C. Bernardes-de-Oliveira Guarulhos 2007

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CENTRO PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

CURSO DE MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL

TAFOFLORA NEÓGENA DE DEPÓSITOS PROVAVELMENTE CORRELATOS À FORMAÇÃO RIO CLARO, OCORRENTE NO

MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA, SP

MARIA APARECIDA DOS SANTOS

Orientadora: Profa. Dra. Mary E. C. Bernardes-de-Oliveira

Guarulhos 2007

ii

MARIA APARECIDA DOS SANTOS

TAFOFLORA NEÓGENA DE DEPÓSITOS PROVAVELMENTE CORRELATOS À FORMAÇÃO RIO CLARO, OCORRENTE NO

MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA, SP

Documento apresentado à Universidade Guarulhos, como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Análise Geoambiental.

Orientadora: Profa. Dra. Mary E. C. Bernardes-de-Oliveira

Guarulhos

2007

iii

Ficha Catalográfica

Dos-Santos, Maria Aparecida

Tafoflora neógena de depósitos provavelmente correlatos à Formação Rio Claro, ocorrente no Município de Jaguariúna, SP

Maria Aparecida dos Santos – Guarulhos, SP. 178 p.

Mestrado em Análise Geoambiental, CEPPE – Universidade

Guarulhos, 2007.

Neogene taphoflora of sediments probably correlate to

Rio Claro Formation, occurring in the Jaguariúna

Municipality, SP

1.Tafoflora 2.Paleobotânica neógena 3.Formação Rio

Claro 4.Município de Jaguariúna, SP, Brasil

iii

A Comissão Julgadora dos Trabalhos de Defesa de Dissertação de MESTRADO,

intitulada “Tafoflora Neógena de Depósitos Provavelmente Correlatos à

Formação Rio Claro, Ocorrente no Município de Jaguariúna, SP”, em sessão

realizada em 30 de março de 2007, considerou a candidata

Maria Aparecida dos Santos aprovada com louvor.

A Banca Examinadora foi composta pelos seguintes pesquisadores:

Profa. Dra. Mary Elizabeth Cerruti Bernardes-de-Oliveira Orientadora

Prof. Dr. Fernando Cilento Fittipaldi Instituto Geológico

Profa. Dra. Maria Judite Garcia Universidade Guarulhos

Guarulhos 2007

iv

DEDICATÓRIA:

Primeiramente, dedico as primícias do meu trabalho ao Senhor Nosso Deus e Criador, pela oportunidade que me deu de analisar algumas das obras de Suas Mãos, na Criação desse grande Jardim do Éden, chamado Terra, preparando-o

primorosamente para ser o berço da Humanidade.

À minha querida mãe e aos meus filhos amados, que sempre me apoiaram com todo carinho, nas horas felizes e difíceis da vida.

v

AGRADECIMENTOS

À querida orientadora Professora Dra. Mary E. C. Bernardes-de-Oliveira,

que durante todo o tempo, pacientemente ensinou-me os pré-requisitos para a

realização deste trabalho de paleobotânica, minha sincera gratidão pela orientação

e conhecimento que levarei para sempre.

À Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas do Estado de São

Paulo, que através do Programa de Bolsa Mestrado, amparado no Decreto no

48.298, de 03/12/2003 e na Resolução SE 131, de 04/12/2003 e Resolução SE

105, de 01/12/2004, possibilitou financeiramente o desenvolvimento desse trabalho.

Ao Curso de Mestrado em Análise Geoambiental, do Centro de Pós

Graduação, Pesquisa e Extensão (CEPPE) da Universidade Guarulhos que,

através de seus docentes, criou condições para o desenvolvimento do

conhecimento científico da candidata.

Ao Laboratório de Geociências, que através da Profa Dra. Maria Judite

Garcia, demais professores e técnicos, deu condições físicas para preparação

mecânica, química e estudo das amostras analisadas em suas dependências e

com seu instrumental (incluindo foto-estereomicroscópio, câmara clara, micro-

computadores, biblioteca e reagentes).

Ao Instituto Horto Florestal do Estado de São Paulo pela doação do

material recente de seu herbário, para ser clarificado e utilizado na comparação

com o material fossilífero encontrado em Jaguariúna.

Ao Laboratório de Paleobotânica e Palinologia do GSA, Instituto de

Geociências da USP, pela permissão de utilização de equipamentos e biblioteca

durante a realização desse estudo.

Aos docentes, Drs. Antonio Roberto Saad, Maria Judite Garcia e Carlos

Alberto Bistrichi, pela concessão para estudo da primeira coleta de material do

afloramento de Jaguariúna, por eles descoberto.

Ao Prof. Dr. Mário Sérgio Melo, pelo incentivo e doação de material

bibliográfico a fim de que fosse possível o aproveitamento de seus dados

geológicos da área, durante a interpretação dos nossos.

Aos docentes, Drs. Maria Judite Garcia e Kenitiro Suguio, pelas

preciosas sugestões e correções feitas ao texto do Exame de Qualificação, aqui

incorporadas.

vi

Às queridas Profas. Dra. Berta Lange de Morretes e Amélia Vera

Guimarães que desde a minha graduação e pós-graduação não permitiram que

meu sonho morresse, incentivando-me mesmo após tantos anos de afastamento.

Aos meus filhos, Aleksander, Rodrigo, Filipe e minha nora Evanieli, que

além do incentivo estiveram presentes nos momentos críticos do trabalho,

colocando-se a disposição para que o mesmo se concretizasse. Ao primeiro ainda,

pela edição e arte final, de mapas, textos, figuras, estampas e fotografias, durante

todo o desenvolvimento dessa pesquisa.

Às amigas, Bióloga Maria Cristina de Castro-Fernandes, pelas sugestões

nas elaborações de mapas e painéis e Geóloga Paula Sucerquia, pelo auxílio em

trabalho de campo.

Aos funcionários do Laboratório de Geociências da UnG, Andréa Barbieri

Rezende, Carla Fernanda F. Dias e Fábio Casado, que auxiliaram na preparação

do material fossilífero e em outras atividades de laboratório.

Aos Biólogos Fabíola F. Braz e Juarez Ronaldo de Souza, pelo esforço

na obtenção junto aos herbários e pelo auxílio na clarificação dos espécimes

foliares atuais utilizados na comparação.

A todos os colegas do Mestrado em Análise Geoambiental 2005/2006,

pelos bons momentos que compartilhamos.

vii

“Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores.

Há os que lutam muitos anos e são muitos bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”.

(Bertold Brecht)

viii

RESUMO

A tafoflora de Jaguariúna é proveniente de sedimentos cenozóicos provavelmente

correlatos ou inclusos na Formação Rio Claro, aflorantes na margem esquerda do km

136,5 da rodovia SP-340 (sentido Campinas – Mogi Mirim). Está preservada como

impressões e contra-impressões foliares, recobertas por pátina esbranquiçada, em

matriz de argilito variegado amarelo-alaranjado a róseo, maciço, ocorrente em dois

níveis do afloramento: na base e a 2,44 m acima. A coleção fitofossilífera conta com

mais de 600 espécimes foliares, cuja preservação, raramente permite observar mais

que o contorno foliar, a veia primária, uma difusa venação secundária e raríssima,

terciária. Desses, foram triados 312 espécimes, relativamente melhor preservados,

dentre os quais puderam ser reconhecidas as seguintes formas taxonômicas:

Filicophyta - Dryopteridaceae (Elaphoglossum sp); Magnoliideae – Laurales -

Lauraceae (Ocotea cf. O. puchelliformis); Monocotyledoneae - Poales - Typhaceae

(Typha cf. T. tremembensis e Typha fittipaldii sp. n.); Eudicotiledoneae -

Caryophyllales- Amaranthaceae (Alternanthera sp.); Malpighiales - Clusiaceae

(Garcinia sp), esta última identificada e descrita pela primeira vez no registro

fossilífero do Brasil; Fabales - Fabaceae (Leguminosites sp.) e Gentianales -

Apocynaceae (Aspidosperma duartei sp. n.). Dentre os demais espécimes dessa

população, foi possível reconhecer, por análise morfográfica, 02 morfogêneros foliares

(Monocotylophyllum e Dicotylophyllum) em 13 formas distintas. A grande diversidade

de formas e o predomínio de margem lisa e de ápice convexo de ângulo agudo são

evidências de adaptações a um clima mais quente (cerca de 5ºC mais elevado na

TMA) e úmido que o atual, de média altitude e baixa latitude. O predomínio de áreas

foliares pequenas (nanófilos e micrófilos) é indicativo de provável seleção de tamanho,

na deposição em planície de inundação. Uma idade neógena tem sido tentativamente

sugerida para os depósitos da Formação Rio Claro, com base em sua posição

estratigráfica e formas de relevo. O clima mais quente e úmido que o atual, sugerido

pelas feições morfológicas adaptativas dessa tafoflora, por sua diversidade e por sua

matriz caulínica, leva a interpretar esses sedimentos como de possível idade miocena,

visto que, o clima global tem-se tornado cada vez mais frio e seco a partir do Plioceno,

culminando com a glaciação pleistocena.

Palavras - Chave: Tafoflora, Paleobotânica neógena, Formação Rio Claro, Município

de Jaguariúna (SP), Brasil.

ix

ABSTRACT

The Jaguariúna taphoflora occurs in Cenozoic sediment probably correlated or

included in the Rio Claro Formation, outcropping at the left margin of the km 136,5 of

the highway SP-340 (from Campinas to Mogi Mirim direction). This taphoflora is

preserved as foliar impressions (parts and counterparts) covered by whitish film, on a

massive variegated yellow-orange claystone occurring in two beds of the outcrops; the

first one on the base and the other 2, 44 meters above. The phytofossiliferous

collection consists of more than 600 foliar specimens, whose preservation allows rarely

to observe more than the foliar shape, the primary vein, a diffuse secondary venation

and a very unclear tertiary venation. About 312 better preserved specimens were

selected for taxonomic analysis. Among them it was possible to recognize the following

forms: Filicophyta - Dryopteridaceae (Elaphoglossum sp); Magnoliideae – Laurales -

Lauraceae (Ocotea cf. O. puchelliformis); Monocotyledoneae – Poales - Typhaceae

(Typha cf. T. tremembensis and Typha fittipaldii sp. n.); Eudicotiledoneae -

Caryophyllales- Amaranthaceae (Alternanthera sp.); Malpighiales - Clusiaceae

(Garcinia sp), this last identified for the first time in the fossiliferous register of Brazil;

Fabales - Fabaceae (Leguminosites sp.) and Gentianales - Apocynaceae

(Aspidosperma duartei sp. n.). As results of the morphographic analysis among the

others specimens of this population of 312 specimens, it was possible to recognize 02

foliar morpho-genera (Monocotylophyllum and Dicotylophyllum) in 13 distinct forms.

The great diversity of forms, the predominance (85%) of entire margin leaves and of

acute convex apex are evidences of adaptations to warmer (ca. 5º C higher in the

MAT) and wetter climate than nowadays, of low altitudes and latitudes. The

predominance of small foliar areas (nanophylls and microphylls) is indicative of

probable selection of size during deposition, in area of flooding plain. The Rio Claro

Formation sediments have a Neogene age tentatively inferred based in its

stratigraphical position and landscapes forms. The warmer and wetter than the modern

climate, suggested by the adaptative morphological features of this taphoflora, by its

diversity and kaolinic matrix of its sediments, is putatively indicative of a Miocene age,

because the global climate became colder and drier since the Pliocene, culminating

with the Pleistocene glaciation.

Key-words: taphoflora, Neogene Paleobotany, Rio Claro Formation, Jaguariúna

Municipality (SP), Brazil.

x

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA...................................................................................................... iv

AGRADECIMENTOS............................................................................................. v

EPÍGRAFE............................................................................................................. vii

RESUMO E PALAVRAS-CHAVE.......................................................................... viii

ABSTRACT AND KEY-WORDS............................................................................ ix

ÍNDICE ANALÍTICO............................................................................................... xi

ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................ xiii

ÍNDICE DE FIGURAS............................................................................................ xiv

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO............................................................................. 01

CAPÍTULO 2 – CONTEXTO MUNDIAL GEO-HISTÓRICO E PALEOFLORÍS-

TICO DO NEÓGENO.................................................................

07

CAPÍTULO 3 – FLORAS NEOTROPICAIS NEÓGENAS DA AMÉRICA DO

SUL...........................................................................................

19

CAPÍTULO 4 – ÁREA DE PROCEDÊNCIA DOS FÓSSEIS: ASPECTOS

GEOGRÁFICOS, GEOLÓGICOS E PALEONTOLÓGICOS...

48

CAPÍTULO 5 – MATERIAL E MÉTODOS............................................................. 58

CAPÍTULO 6 – DADOS TAXONÔMICOS DA TAFOFLORA DE JAGUARIÚNA.. 64

CAPÍTULO 7 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS............................... 109

CAPÍTULO 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................... 122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 125

ESTAMPAS........................................................................................................... 149

xi

ÍNDICE ANALÍTICO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO............................................................................... 01

1.1 - Apresentação......................................................................................... 01

1.2 - Objetivos e Justificativas........................................................................ 03

CAPÍTULO 2 – CONTEXTO MUNDIAL GEO-HISTÓRICO E PALEOFLORÍSTI-

CO DO NEÓGENO.......................................................................

07

2.1 - Período Neógeno-Conceito..................................................................... 07

2.2 - Aspectos Gerais da Geologia Neógena.................................................. 08

2.3 - Aspectos Gerais da Biologia Neógena................................................... 09

2.3.1 - Aspectos Fitogeográficos do Neógeno........................................... 11

2.3.1.1 – Reino Holoártico.................................................................... 12

2.3.1.1.a – Área Boreal......................................................................... 14

2.3.1.1.b – Área Tetiana....................................................................... 14

2.3.1.2 – Reino Tropical....................................................................... 15

2.3.1.2.a – Área Neotropical................................................................. 15

2.3.1.2.b – Área Paleotropical Africana................................................ 16

2.3.1.2.c – Área Paleotropical Indo-Malaia........................................... 17

2.3.1.3 – Reino Notal............................................................................ 17

2.3.1.4 – Reino Australiano.................................................................. 18

CAPÍTULO 3 – FLORAS NEOTROPICAIS NEÓGENAS DA AMÉRICA DO

SUL...........................................................................................

19

3.1 – Aspectos Gerais.................................................................................... 19

3.2 – Floras Miocenas de Clima Tropical e Subtropical................................. 29

3.3 – Floras Miocenas de Clima Subtropical Temperado Quente (com

regiões áridas no Plioceno)................................................................

34

3.4 – Floras Miocenas de Clima Temperado Frio em Áreas Meridionais a

mais de 50º de Latitude Sul..................................................................

37

3.5 – Floras Pliocenas da América do Sul .................................................... 38

xii

3.5.1 – Floras Pliocenas Tropicais úmidas............................................ 38

3.5.2 – Floras Pliocenas Subtropicais áridas....................................... 46

CAPÍTULO 4 – ÁREA DE PROCEDÊNCIA DOS FÓSSEIS: ASPECTOS GEO-

GRÁFICOS, GEOLÓGICOS E PALEONTOLÓGICOS.................

48

4.1 – Aspectos Geográficos........................................................................... 49

4.2 – Aspectos Geológicos............................................................................ 50

4.3 – Aspectos Paleontológicos..................................................................... 55

4.3.1 – Registros Paleozoológicos Cenozóicos da Depressão

Periférica...............................................................................

55

4.3.2 – Registros Paleobotânicos dos Depósitos Cenozóicos da

Depressão Periférica...............................................................

55

CAPÍTULO 5 – MATERIAL E MÉTODOS.............................................................. 58

5.1 – Material Estudado................................................................................. 58

5.2 – Métodos de Estudo .............................................................................. 59

5.2.1 – Métodos de Campo.................................................................... 59

5.2.2 – Métodos de Laboratório............................................................. 61

CAPÍTULO 6 – DADOS TAXONÔMICOS DA TAFOFLORA DE JAGUARIÚNA... 64

6.1 – Lista Taxonômica da tafoflora de Jaguariúna........................................ 66

6.2 – Descrição e Identificação dos Fitofósseis........................................... 66

CAPÍTULO 7 – ANÁLISE DE DADOS.................................................................. 109

7.1 – Exame bibliográfico e levantamento da literatura paleobotânica ......... 109

7.2 – Área florística Neotropical .................................................................... 109

7.3 – Tafofloras neógenas das coberturas cenozóicas paulistas................... 109

7.4 – Análise do ponto de vista litológico....................................................... 110

7.5 – Análise morfográfica.............................................................................. 111

7.6 – Identificação Taxonômica...................................................................... 113

xiii

7.6.1. – A grande diversidade de formas................................................ 113

7.6.2. – Aspectos ecológicos, climáticos e de distribuição geográfica e

estratigráfica..............................................................................

114

7.7 – Aspectos Tafonômicos.......................................................................... 119

CAPÍTULO 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................... 122

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 125

LEGENDAS E ESTAMPAS................................................................................... 149

ÍNDICE DE TABELAS 1.1 – Ocorrência de tafofloras cenozóicas no Estado de São Paulo........................ 04

2.1 – Escala cronoestratigráfica Internacional para os últimos 23,8 Ma., extraída

de Gradstein et al. 2004, com modificações de Gibbard et al. 2005...............

07

2.2 – Tabela cronoestratigráfica conforme Gibbard et al. 2005, com dados

percentuais de espécies modernas de Seyfert & Sirkin,1973.......................

10

3.1 – Ocorrência cronológica e geográfica de gêneros de megarrestos vegetais

em sedimentos neógenos sul-americanos.....................................................

20

xiv

ÍNDICE DE FIGURAS

2.1 – Reconstituição Paleogeográfica do Neógeno (Mioceno Médio 14 Ma.).

Extraído de http://www.scotese.com/earth.htm.............................................

08

2.2 – Zoneamento Paleoflorístico do Eomioceno. Modificado de Akhmetyev

(1984, apud Akhmetiev, 1987)......................................................................

12

2.3 – Mapa Paleogeográfico do Neomioceno, extraído com modificações de

Willis & McElwain, 2002.................................................................................

13

3.1 – Distribuição das floras da América do Sul durante o Neógeno. Mapa

extraído com modificações de Menendez (1971 : 365).................................

19

3.2 – Distribuição geográfica de floras miocenas da América do Sul....................... 31

3.3 – Distribuição geográfica das floras pliocenas da América do Sul..................... 40

4.1 – Localização do Município de Jaguariúna com as principais vias de acesso.

Modificado da Prefeitura de Jaguariúna (2006)...............................................

48

4.2 – Mapa hidrográfico da região de Jaguariúna (SP). Extraído de

http://www.jaguariuna.cnpm.embrapa.br (2007).........................................

49

4.3 – Mapa de feições tectônicas e estratigráficas do Estado de São Paulo.

Modificado de Carneiro & Ponçano, 1981......................................................

50

4.4 – Mapa geológico do município de Jaguariúna. Modificado de Brollo, 1996...... 51

4.5 – Unidade litoestratigráficas neocenozóicas da Depressão Periférica e áreas

adjacentes dos mapas da CPRM. Mapa extraído com modificações de

Cavalcante et al. 1979....................................................................................

52

4.6 – Áreas de ocorrências da Formação Rio Claro e/ou Depósitos Correlatos na

Depressão Periférica. Extraído com modificações de Melo et al. 1997..........

53

4.7 – Distribuição de litofácies da Formação Rio Claro ao longo da borda leste da

bacia do Paraná, na Área de Jaguariúna (SP). Extraído com modificações

de Melo et al. 1997..........................................................................................

54

5.1 – Seção colunar composta do afloramento fossilífero de Jaguariúna na

margem esquerda da Rodovia SP-340 (sentido Campinas – Mogi-Mirim)

km 136,5........................................................................................................

60

6.1 – Tabela da APG II, 2003 – Inter-relações das ordens e algumas famílias das

angiospermas colocando em evidência o posicionamento taxonômico e

filogenético dos grupos vegetais encontrados na tafoflora de Jaguariúna......

65

xv

6.2 – Distribuição mundial do gênero Elaphoglossum J. Sm. (1841). Extraído com

modificações de http://www.nybg.org/bsci/res/moran/elaphoglossum_

distribution.htm................................................................................................

69

6.3 – Distribuição de Elaphoglossum na América. Extraído com modificações de

(Tryon & Tryon, 1982 - Figura 96.4 : 621).......................................................

69

6.4 – Distribuição mundial de Lauraceae. Extraído de http://www.mobot.org/

mobot/research/APweb/orders/lauralesweb.htm………………………………

72

6.5. – Distribuição geográfica mundial de Typhaceae. Extraído de http://www.

mobot.org/mobot/research/APweb/orders/poalesweb.htm…………………...

76

6.6 – Distribuição geográfica mundial de Clusiaceae. Extraído de http://www.

mobot.org/mobot/research/APweb/orders/malpighialesweb.htm……………. 86

6.7 – Distribuição geográfica mundial de Faboideae. Extraído de http://www.

mobot.org/mobot/research/apweb/orders/fabalesweb.htm…………………... 89

6.8. – Distribuição geográfica mundial de Apocinaceae. Extraído de http://www.

mobot.org/MOBOT/research/APweb/orders/gentianalesweb.htm…………...

94

7.1 – Famílias em comum entre as tafofloras neógenas paulistas mais estudadas. 110

7.2 – Dados ecológicos e geográficos das espécies atuais afins e estratigráficos

das espécies ocorrentes na tafoflora de Jaguariúna ......................................

115

8.1 – Reconstituição Paleoflorísticas......................................................................... 123

8.2 – Distribuição estratigráfica sul-americana dos gêneros encontrados na

tafoflora de Jaguariúna..................................................................................

124

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

1

TAFOFLORA NEÓGENA DE DEPÓSITOS PROVAVELMENTE CORRELATOS À

FORMAÇÃO RIO CLARO, OCORRENTE NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA, SP.

Maria Aparecida dos Santos

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Apresentação

Apesar da existência de diversos trabalhos sobre a paleobotânica

brasileira, executados ao longo do século XX e início do XXI, pouco se conhece

ainda sobre a paleoflora neógena do país, devido à distribuição esparsa de seu

registro, à má preservação na maioria dos casos e ao pequeno número de

especialistas envolvidos nessa área.

Assim sendo, a contribuição brasileira para a compreensão da

paleofitogeografia cenozóica mundial, no que se refere à flora da região tropical,

tem sido pequena, considerando que são poucos ainda os depósitos conhecidos

dessa natureza que contém fósseis vegetais, conforme Duarte & Martins (1983).

Entretanto, do que se pode inferir das floras fósseis neógenas da zona tropical

sul-americana, não há grandes variações em relação a atual nesta zona,

sugerindo ter havido um ambiente semelhante, às vezes, mais úmidos e com

leves variações climáticas.

No Brasil, há uma tafoflora miocena amplamente estudada no Estado

do Pará (Município de Capanema - Formação Pirabas), por Duarte (in Rossetti &

Góes, 2004). Outro breve registro tafoflorístico mioceno foi feito por Dutra et al.

(2001), também para o Estado do Pará (Ilha de Outeiro – Formação Barreiras).

Quanto ao Plioceno, há somente registros fitofossilíferos pontuais: no Acre

(municípios de Cruzeiro do Sul, Sena Madureira e Rio Branco); no Amazonas

(municípios de Canutama, Lábrea, São Paulo de Olivença); em Sergipe

(Município de Aracaju - Formação Barreiras); na Bahia (municípios de Pedrão,

Alagoinhas e Maraú), conforme Duarte & Japiassú (1971). Entretanto, no

Maranhão (Município de Nova Iorque - camadas Nova Iorque) há uma tafoflora

estudada mais detalhadamente, por Cristalli (1997) e Cristalli & Bernardes-de-

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

2

Oliveira (1998), cuja idade pliocena foi inferida através de palinomorfos por Lima

(1991) e Dino et al. (2006).

No Pleistoceno brasileiro, há estudos tafoflorísticos mais detalhados,

realizados para o Ceará (Município de Russas) por Duarte (1959) e Duarte &

Nogueira (1980); registros para o Rio Grande do Norte (Município de Apodi),

realizados por Duarte & Silva Santos (1960) e Duarte & Japiassú (1971), bem

como, estudos para o Estado da Paraíba (Município de Umbuzeiro), realizados

por Duarte & Vasconcelos (1980), e para a Bahia (Município de Morro do

Chapéu), por Duarte & Nogueira (1985).

No Estado de São Paulo, há vários registros de macrofitofósseis

cenozóicos nos municípios de: Iguape (Formação Ilha Comprida, Grupo Mar

Pequeno, Província Costeira) registrado por Mezzalira (1989) e Iguape

(Formação Pariquera-Açu, Grupo Mar Pequeno, Província Costeira) registrado

por Marcelo (1981); Caçapava (linhito de Caçapava- bacia de Bonfim, Província

do Planalto Atlântico), registrado por Loefgren (in Paes Leme, 1918); Guararema

(Formação Tremembé, bacia do Paraíba, Província do Planalto Atlântico), feito

por Maniero (1951); Taubaté (Formação Pindamonhangaba, bacia do Paraíba,

Província do Planalto Atlântico) realizados por Fittipaldi & Simões (1990) e Leite at

al. (1996); Tremembé (Formação Tremembé, bacia do Paraíba, Província do

Planalto Atlântico), realizados por Duarte & Mandarim-de-Lacerda (1987, 1989 a,

1989 b, 1992) e Mandarim-de-Lacerda et al. (1996) e Bernardes-de-Oliveira et al.

(2001, 2002 a e b); São José dos Campos (Formação Caçapava/

Pindamonhangaba, bacia do Paraíba, Província do Planalto Atlântico), realizado

por Mezzalira, 1964; Bom Jesus dos Perdões (Formação Pindamonhangaba/

Itaquaquecetuba/ depósitos interioranos correlatos, Província do Planalto

Atlântico), registrado por Almeida (1952); Atibaia (Formação Pindamonhangaba/

Itaquaquecetuba/ depósitos interioranos correlatos, Província do Planalto

Atlântico), registrado por Penalva (1971); Piracaia (Formação Pindamonhangaba/

Itaquaquecetuba/ depósitos interioranos correlatos, Província do Planalto

Atlântico), registrado por Mezzalira (1948) e Almeida (1952); Bom Jesus dos

Perdões (Formação Pindamonhangaba/ Itaquaquecetuba/ depósitos interioranos

correlatos, Província do Planalto Atlântico), registrado por Almeida (1952); São

Paulo (Formação Itaquaquecetuba, bacia de São Paulo, Província do Planalto

Atlântico), realizados por Suguio (1971) e por Suguio & Mussa (1978);

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

3

Itaquaquecetuba (Formação Itaquaquecetuba, bacia de São Paulo, Província do

Planalto Atlântico) por Fittipaldi et al. (1989), Fittipaldi & Simões (1989); Santa

Isabel (Formação Itaquaquecetuba, bacia de São Paulo, Província do Planalto

Atlântico), registrado por Almeida et al. (1984); Vargem Grande do Sul (Formação

Pirassununga “Fácies Vargem Grande do Sul” / Formação Rio Claro, Depressão

Periférica) relacionados por Mezzalira (1964, 1966 e 1989) e descritos por Duarte

& Rezende-Martins (1983 e 1985); Rio Claro (Formação Rio Claro, Depressão

Periférica), relatado por Bjornberg et al. (1964) e Zaine et al. (1995); São Pedro

(Formação Rio Claro, Depressão Periférica), relatado por Bjornberg et al. (1964);

Jaguariúna e Paulínia (depósitos correlatos/ Formação Rio Claro, Depressão

Periférica) registrado por Fernandes et al. (1994); Botucatu (Depósitos

Interioranos/ argilas amarelas esbranquiçadas- Província Cuestas Basálticas)

registrado por Mezzalira (1964); São Carlos (argilas escuras- Província Cuestas

Basálticas), registrado por Mezzalira (1964). Dentre essas ocorrências,

correspondem a depósitos considerados neógenos aqueles das formações: Rio

Claro (incluindo Formação Pirassununga), Pindamonhangaba e Pariquera-Açu

(Melo et al. 1997) e parte superior Itaquaquecetuba (Santos et al. 2006).

A paleoflora cenozóica paulista, ainda que abundante e apresentando

várias ocorrências, permanece, como as demais, relativamente desconhecida do

ponto de vista taxonômico. Mais detalhes podem ser vistos na Tabela 1.1.

Uma síntese do conhecimento atual da composição das tafofloras

neógenas brasileiras encontra-se na Tabela 3.1.

1.2 – Objetivos e Justificativas

O presente trabalho constitui uma análise paleobotânica da assembléia

fitofossilífera neógena encontrada no Município de Jaguariúna (SP), do ponto de

vista morfográfico, taxonômico e de interpretações paleoambiental, tafonômica,

paleoclimática e paleofitogeográfica.

Contribui-se, assim, para o conhecimento e a identificação taxonômica

das floras paulistas pretéritas e, através das informações paleoecológicas,

paleoclimáticas e paleogeográficas que foram dela extraídas, espera-se contribuir

para estudos geológicos e geomorfológicos mais abrangentes dessa área e

intervalo de tempo.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Tabela 1.1 – Ocorrências de Tafofloras Cenozóicas no Estado de São Paulo

MACROFITOFÓSSIL LOCALIDADE GEOGRÁFICA

LOCALIDADE ESTRATIGRÁFICA AUTOR IDADE

Restos de vegetais indeterminados Município de Iguape (Bairro Paraíso Mirim)

Fm. Pariquera Açu Grupo Mar Pequeno (Província Costeira)

Marcelo, 1981 Plioceno / Pleistoceno

Restos de vegetais indeterminados Município de Iguape Fm. Ilha Comprida

Grupo Mar Pequeno (Província Costeira)

Mezzalira, 1989 Pleistoceno

Rutales, Ebenales e Podocarpus Caçapava Linhito da Fm. Caçapava bacia de Bonfim

Loefgren, 1918 in Paes Leme

(Oligoceno Superior por palinologia, Lima et al.

(1985)

Restos de monocotiledôneas Km 318, Rodovia Dutra, Município São José dos

Campos Fm. Caçapava, bacia do Paraíba Mezzalira, 1964 (1961-

1962) Oligoceno Superior

Restos de Angiospermas e possíveis sementes Km 106,4, Rodovia Dutra Município Taubaté

Fm. Caçapava, bacia do Paraíba Vilcalvi, 1982 Oligoceno Superior

Folhas e troncos de vegetais (indeterminados) Cidade Universitária (margem do rio Pinheiros)

Fm. Itaquaquecetuba bacia São Paulo

Tolentino, 1965 Eoceno Superior

Melastomaceae -Miconia sp Elaeocarpaceae - Sloanea sp Leguminosae -Myrocarpus sp

Centrolobium sp Piptadenia sp

Cidade Universitária (margem do rio Pinheiros)

Fm. Itaquaquecetuba bacia São Paulo

Suguio, 1971 Pleistoceno ou mais antigo

Sapindaceae - Matayboxylon tietense Suguio & Mussa, 1978 Vochysiaceae- Qualeoxylon itaquaquecetubense Suguio & Mussa, 1978

Fabaceae - Myrocarpoxylon sanpaulense Suguio & Mussa, 1978 Mimosoideae - Piptanioxylon chimeloi Suguio & Mussa 1978

Anacardiaceae - Astronioxylon manieiri Suguio & Mussa 1978

Itaquaquecetuba (margem do rio Tietê)

Fm. Itaquaquecetuba bacia São Paulo Suguio & Mussa, 1978

Pleistoceno Superior (Suguio & Mussa, 1978)

ou Eoceno Superior (Mezzalira, 1989)

Aquifoliaceae - Aquifoliphyllum ilicioides Fittipaldi et al. 1989 Flacourtiaceae - Casearia serrata Fittipaldi et al. 1989

Myrtaceae - Myrcia cf. rostrataformis Hollick e Berry, 1924 Psidium paulense Fittipaldi et al. 1989

Rhamnaceae - Rhamniphyllum caseariformis Fittipaldi et al. 1989 Sapindaceae - Serjania lancifolia Fittipaldi et al. 1989

Serjania itaquaquecetubensis Fittipaldi et al. 1989 Rutaceae -Zanthoxyllum glanduliferum Fittipaldi et al. 1989

Tiliaceae - Luehea divaricatiformis Fittipaldi et al. 1989 Araceae - Monstera marginata Fittipaldi et al. 1989

Caesalpinoideae - Schizolobium inaequilaterum Fittipaldi et al. 1989 Malpighiaceae - Byrsonima bullata Fittipaldi et al. 1982

Sementes e Frutos

Porto de Areia, Itaquareia, Município Itaquaquecetuba

Fm. Itaquaquecetuba bacia de São Paulo

Fittipaldi et al. 1989 Oligoceno

Bryophyta Hepaticopsida Porto de Areia, Itaquareia, Município Itaquaquecetuba

Fm. Itaquaquecetuba bacia de São Paulo

Fittipaldi, 1993 Oligoceno

Madeira silicificada (indeterminada)

planície aluvionar da margem direita do rio

Parateí, Município de Santa Isabel

Fm. Itaquaquecetuba bacia São Paulo

Almeida et al. 1984 Eoceno Superior

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Tabela 1.1 – Ocorrências de Tafofloras Cenozóicas no Estado de São Paulo

MACROFITOFÓSSIL LOCALIDADE GEOGRÁFICA

LOCALIDADE ESTRATIGRÁFICA

AUTOR IDADE

Restos vegetais (folhas, troncos de madeira) Guararema, Município de Guararema

Fm. Tremembé bacia do Paraíba Maniero, 1951 Eoceno Superior /

Oligoceno

Restos de folhas e troncos Fazenda Santa Fé, Município Tremembé.

Fm. Tremembé bacia do Paraíba Campos et al. 1979 Eoceno / Oligoceno

Tiliaceae - Luehea nervaperta Duarte & Martins, 1989 Phytolaccacae - Seguieria alvarengae Duarte & Martins, 1989

Caesalpinoideae - Cassia sp Copaifera flexuosa Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1989b

Faboideae - Machaerium acinaciformium Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1989b

Rosales – Leguminosae - Leguminosites sp

Fazenda Santa Fé, Bairro do Padre Eterno, Município

de Tremembé.

Fm. Tremembé bacia do Paraíba

Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1989b

Oligoceno / Mioceno

Celastraceae- Plenckia prima Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1992 Loganiaceae- Strychnos fossilium Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1992 Typhaceae- Typha tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1992

Fazenda Santa Fé, Bairro do Padre Eterno, Município

de Tremembé.

Fm. Tremembé bacia do Paraíba

Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1992

Oligoceno / Mioceno

Schizaeaceae Salviniaceae

Phytolaccaceae – aff. Seguieria alvarengae Duarte & Martins, 1989. Malvales

Caesalpinaceae – aff. Copaiffera Fabaceae – aff. Machaerium; aff. Aeschynomene

Myrtaceae Celastraceae – aff. Plenckia

Poaceae / Gramineae Typhaceae –Typha tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda,

1992

Rodovia Quiririm – Campos do Jordão Km 11, Município

de Tremembé.

Fm. Tremembé bacia do Paraíba

Bernardes-de-Oliveira et al. 2002a

Eoceno / Oligoceno

Vegetais indeterminados – Melastomatáceas e Gramíneas Km 1,6 da rodovia Quiririm

– Campos de Jordão, Município de Taubaté

Fm. Pindamonhangaba bacia do Paraíba Fittipaldi & Simões, 1990 Plioceno / Pleistoceno

Magnoliophyta Liliopsida Filicophyta Lomariopsis

Km 1,6 da rodovia Quiririm – Campos de Jordão, Município de Taubaté

Fm. Pindamonhangaba bacia do Paraíba

Leite et al. 1996 Plioceno / Pleistoceno

Restos ou impressões de folhas

Km 498, 501, 502,5, 512 da rodovia Fernão Dias,

Município de Atibaia e Bragança Paulista

Fm. Pindamonhangaba ou Itaquaquecetuba Penalva, 1971 Eoceno / Oligoceno

Restos vegetais indeterminados (folhas) A 2 km, de Piracaia, Município de Piracaia

Fm. Pindamonhangaba ou Itaquaquecetuba Mezzalira, 1948 Eoceno Superior /

Oligoceno

Vegetais fósseis e indeterminados Km 27,6, Estr. Velha SP-RJ, Município São Paulo

Fm. Itaquaquecetuba / bacia de São Paulo Mezzalira, 1950 Eoceno Superior /

Oligoceno

Vegetais fósseis (folhas, sementes e restos carbonizados) Município de Bom Jesus dos Perdões

Fm. Pindamonhangaba ou Itaquaquecetuba / bacia de São

Paulo Almeida, 1952 Eoceno Superior /

Oligoceno

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Tabela 1.1 – Ocorrências de Tafofloras Cenozóicas no Estado de São Paulo

MACROFITOFÓSSIL LOCALIDADE GEOGRÁFICA

LOCALIDADE ESTRATIGRÁFICA

AUTOR IDADE

Magnoliopsidas Filicopsidas

Vila Nova, Jardim Bandeirantes, Município de

Rio Claro

Fm. Rio Claro Província Depressão Periférica

bacia do Paraná Zaine et al. 1995 Mioceno / Pleistoceno

Helobiae

Município de Rio Claro (Km 177, de Via Washington

Luis, Km 3,2 de Rio Claro - Ipeúna; Km 1 a NE de

Ajapi) Município de São Pedro (3km de São Pedro

p/ Rio Claro)

Fm. Rio Claro

Província Depressão Periférica

bacia do Paraná

Bjornberg et al. 1964 Plioceno / Pleistoceno

Melastomataceae - Tibouchina izildaisabelae Mezzalira, 1964 Annonaceae

Ebenales Rutales

Sítio Cachoeira, 4 Km ao Sul de Vargem Grande do Sul, Município de Vargem

Grande.

Depósitos Interioranos Correlatos

Fm. Pirassununga (Fácies Vargem Grande do Sul) /

Fm. Rio Claro bacia do Paraná

Mezzalira, 1964 Cenozóico

Caesalpinoideae - Cassia parkerii Duarte & Martins, 1983 Cassia eliptica Duarte & Martins, 1983

Cassia parabicapsularis Duarte & Martins, 1983 Faboideae - Machaerium nervosum Duarte & Martins, 1983

Platypodium potosianum Engelhardt, 1894 Camptosema cordatum Duarte & Martins, 1983

Camptosema primum Duarte & Martins, 1983 Meliaceae - Cedrela arcuata Duarte & Martins, 1983

Sapindaceae - Serjania mezzalirae Duarte & Martins, 1983 Sapindus ferreirae Duarte, 1972

Sítio Cachoeira, 4 Km ao Sul de Vargem Grande do Sul, Município de Vargem

Grande.

Depósitos Interioranos Correlatos

Fm. Pirassununga

(Fácies Vargem Grande do Sul) / Fm. Rio Claro

bacia do Paraná

Duarte & Martins, 1983 Terciário (Mezzalira, 1989)

Celastraceae - Maytenus fragilis, Duarte & Martins, 1985 Myrtaceae - Eugenia vargensis, Duarte & Martins, 1985

Eugenia punctata Duarte & Martins, 1985 Psidium adornatum Duarte & Martins, 1985

Myrciae - Myrcia diafana Duarte & Martins, 1985 Calyptrantes argilosa Duarte & Martins, 1985

Gomidezia costata Duarte & Martins, 1985 Symplocaceae - Symplocos dealbata, Duarte & Martins, 1985 Melastomataceae - Tibouchina izildaisabelae Mezzalira, 1964

Sítio Cachoeira, 4 Km ao Sul de Vargem Grande do Sul, Município de Vargem

Grande.

Depósitos Interioranos Correlatos

Fm. Pirassununga

(Fácies Vargem Grande do Sul) / Fm. Rio Claro

bacia do Paraná

Duarte & Martins, 1985 Holoceno

Pteridófitas Annonaceae

Frutos e Sementes

Cabeceiras do córrego do Melo, Fazenda Varginha, Município de São Carlos

Argilas Escuras - Depósitos Interiores Províncias de Cuestas

Basálticas bacia do Paraná Mezzalira, 1964 Pleistoceno

Restos de monocotiledôneas Km 251,4, Rodovia SP –

Botucatu (SP-280) Município de Botucatu

Depósitos Interiores Províncias de Cuestas Basálticas

bacia do Paraná Mezzalira, 1964 Pleistoceno

Cyperaceae / Typhaceae Jaguariúna e Paulínia

Depósitos Interioranos Correlatos / Fm. Rio Claro

Província Depressão Periférica bacia do Paraná

Fernandes et al. 1994 Cenozóico

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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CAPÍTULO 2 – CONTEXTO MUNDIAL GEO-HISTÓRICO E PALEOFLORÍSTICO DO NEÓGENO

2.1 - Período Neógeno-Conceito

A tafoflora de Jaguariúna, cujo estudo é aqui apresentado, deve ter vivido

num contexto global de intenso tectonismo, mudanças climáticas com resfriamento e

aridização graduais e contínuos, separação de continentes, etc. típicos do Período

Neógeno. Para um melhor entendimento desse contexto passa-se aqui a considerar

os principais eventos geo-históricos e paleoflorísticos mundiais coetâneos.

Recentemente, o Período ou Sistema Neógeno teve seu intervalo

estendido para englobar as Épocas ou Séries: Mioceno, Plioceno, Pleistoceno e

Holoceno, compreendendo um intervalo de tempo que vai desde 23,8 Ma. atrás até

os dias atuais, conforme “A Geological Time Scale”, de Gradstein et al. 2004,

aprovada pela International Commission on Stratigraphy da IUGS. Contudo, Gibbard

et al. (2005) propõem uma nova tabela de correlação cronoestratigráfica global para

os últimos 2,7 Ma. Nessa tabela, restabelece o Período/ Sistema Quaternário para

os últimos 1,81 Ma., restringindo o Período/ Sistema Neógeno apenas às épocas ou

séries Mioceno e Plioceno, como está sendo considerado no desenvolvimento desse

trabalho. (Tabela 2.1).

Tabela 2.1 - Escala Cronoestratigráfica Internacional para os últimos 23,8 Ma., extraída de Gradstein, et al. 2004 e com modificações de Gibbard et al. 2005.

2.2 - Aspectos Gerais da Geologia Neógena

PERÍODO / SISTEMA ÉPOCA / SÉRIE IDADE ABSOLUTA

Holoceno 0,01 Ma. até hoje Quaternário

Pleistoceno 1,81 a 0,01 Ma.

Plioceno 5,32 a 1,81 Ma. Néogeno

Mioceno 23,8 a 5,32 Ma.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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O Neógeno (Mioceno e Plioceno) caracterizou-se por muitas extinções

florísticas e faunísticas, por grandes transformações paleogeográficas,

paleoclimáticas e paleoecológicas, com agravamento do resfriamento progressivo

global iniciado no Oligoceno, resultantes de atividades orogenéticas e do movimento

translatitudinal dos continentes nórdicos e antártico, em direção às regiões polares

norte e sul respectivamente.

Conforme Teixeira et al. (2000) e Salgado-Labouriau (2004), esses

eventos podem ser assim resumidos:

• os continentes estavam em migração, e embora tivessem atingido

praticamente suas posições atuais, essa relativa similaridade esconde

mudanças importantes. (Figura 2.1);

Figura 2.1 - Reconstituição Paleogeográfica do Neógeno (Mioceno Médio 14 Ma.),

Extraído de http://www.scotese.com/earth.htm

• os oceanos Atlântico e Índico estavam ainda se expandindo, enquanto

o Oceano Pacífico prosseguia na redução de sua área;

• durante o início do Neógeno, a placa africana, em colisão contínua

com a Eurásia, provocava a elevação dos Cáucasos e a redução do mar

Cáspio.

• durante o Mioceno Médio, houve acúmulo de uma capa de gelo na

América do Norte e Groenlândia, falhamentos de direção norte-sul,

distensões leste-oeste e vulcanismos associados com o soerguimento das

montanhas Rochosas, Sierras Nevadas e Madres;

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

9

• durante o Mioceno, a união da Eurásia com a África e a Índia provocou

também a formação de grandes desertos. Floras e faunas típicas de

climas mais secos migraram em ambos os sentidos (do norte para o sul e

do sul para o norte) sobre o continente africano, havendo grandes

extinções dos organismos adaptados ao clima tropical úmido (outrora

reinante ali) causadas pela instalação de um clima árido;

• houve também formação da cordilheira dos Andes (pela colisão da

placa tectônica de Nazca com a sul-americana e sua subducção

continuada, com dobramentos durante o Neomioceno, seguidos de

erosão no Eoplioceno e novo soerguimento orogenético no Neoplioceno,

que é o responsável pela elevação atual dos Andes) e dos Himalaias

(estes gerados pela colisão das placas da Índia e da Eurásia);

• vários movimentos orogênicos entre as Américas do Norte e do Sul,

seguidos de intenso vulcanismo e formação de ilhas em arco, na América

Central, iniciaram-se no Mioceno Médio e culminaram, no Plioceno, com o

soerguimento do istmo do Panamá, criando uma barreira para os

organismos marinhos entre o mar do Caribe e o Oceano Pacífico e, ao

mesmo tempo, uma possibilidade de migrações na direção Norte-Sul,

para faunas e floras terrestres norte-americanas e sul-americanas;

• durante o Plioceno, a placa australiana, finalmente, entrou em contato

com a asiática, dando origem a várias ilhas como a de Nova Guiné,

Taiwan, as da Indonésia, as Filipinas e crescimento e rotação do Japão;

• ainda, durante o Plioceno, a plataforma continental do Alasca uniu-se à

da Sibéria, vindo a constituir uma ponte de terra em vários momentos,

durante as glaciações quaternárias, possibilitando migrações entre as

duas áreas da Beríngia.

2.3 - Aspectos Gerais da Biologia Neógena

O Neógeno, do ponto de vista paleontológico, revela que os reinos

vegetal e animal constituíam-se das mesmas famílias e gêneros atuais. Aliás, a

subdivisão do antigo Terciário (Paleógeno mais Neógeno), conforme Seyfert & Sirkin

(1973), está baseada em percentagens de espécies atuais, contidas em suas

camadas. Por exemplo, o Neógeno, segundo essa subdivisão, inicia-se com 20% e

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

10

encerra-se com 90% de ocorrências formas atuais (Seyfert & Sirkin, 1973 e Salgado-

Labouriau, 2004). (Tabela 2.2).

Período/ Sistema Época/ Série Porcentagem de spp. modernas

Holoceno 100% Quaternário

Pleistoceno 90 a 100%

Plioceno 50 a 90% Neógeno

Mioceno 20 a 40%

Oligoceno 10 a 15%

Eoceno 1 a 5% Paleógeno

Paleoceno 0%

Tabela 2.2. – Tabela cronoestratigráfica conforme Gibbard et al. 2005, com dados percentuais de espécies modernas de Seyfert & Sirkin, 1973.

Os ecossistemas mundiais que, durante cerca de 200 milhões de anos,

mantiveram-se sob climas estáveis, sofreram a deterioração climática que se iniciou

no final do Mesozóico. Entretanto, comparativamente aos padrões atuais, durante o

Paleógeno, o clima mundial ainda era muito quente e úmido, desprovido de fortes

regionalismos ou provincialismos e sem mudanças sazonais distintas, possibilitando

a existência de florestas densas e extensas.

O período Neógeno caracterizou-se por climas mais secos e mais frios,

que culminaram com as glaciações pleistocenas.

No Mioceno, maior resfriamento da Antártica afetou o clima mundial e,

conseqüentemente, o padrão de vegetação mudou, criando campos abertos, com

muitas espécies de gramíneas que colonizaram planícies abertas, em vários

continentes, dando origem a ecossistemas ricos em mamíferos, inclusive primatas.

As mudanças climáticas e geográficas neógenas permitiram intercâmbios

faunísticos e florísticos entre os continentes, que foram realizados em forma de

pulsos migratórios, durante momentos de rompimento de barreiras, segundo Cowen

(2005). No final do Mioceno, a fauna mundial foi essencialmente modernizada.

O continente Afro-arábico migrou para o Norte, até colidir com a Eurásia,

formando um cinturão irregular de montanhas desde o Irã até a Turquia. A colisão

interrompeu a circulação oceânica tropical e causou mudanças climáticas. A

temperatura tornou-se mais baixa, no Leste Africano, e quase todos os continentes

nórdicos experimentaram uma drástica mudança na fauna e na flora. Florestas

tornaram-se mais abertas com expansão das savanas e ocorreu intensa migração

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

11

de animais entre a Africarabia e a Eurásia, exacerbadas por perturbações

ecológicas. Nesse processo, os hominóides africanos invadem planícies e bosques

da Eurásia.

A partir do Plioceno, dois eventos vão determinar a história da vida: a)

uma série de glaciações, que afligiu o planeta nos últimos milhões de anos e b) o

domínio dos hominídeos, que afetaram grandemente a fauna e flora da Terra,

conforme Cowen (2005).

2.3.1 – Aspectos Fitogeográficos do Neógeno

As grandes transformações geológicas e climáticas da era Cenozóica

mudaram as circulações oceânica e atmosférica e influíram na evolução da

cobertura vegetal da Terra, conforme Akhmetyev (in Meyen,1987). Ainda segundo

esse autor, a característica mais marcante das paleofloras cenozóicas é a

predominância das angiospermas em todos os fitocoria, isto é, associações

florísticas territoriais de diferentes categorias: reino, área, província, distrito e região.

Takhtajan (1978, apud Meyen,1987) reconheceu seis reinos florísticos

modernos: Holoártico, Paleotropical, Neotropical, do Cabo, Australiano e Antártico.

Entretanto, para o Neógeno Inicial (Eomioceno), foram reconhecidos apenas quatro

reinos florísticos por Akhmetyev (1984, apud Akhmetyev, 1987), subdivididos em

algumas áreas e províncias florísticas (Figura 2.2), a saber:

1. Reino Holoártico – com as áreas ou províncias Boreal e Tetiana.

2. Reino Tropical – com as áreas Neotropical, Paleotropical, Africana,

Paleotropical Indo-malaia e província do Cabo.

3. Reino Notal – com a área meridional da América do Sul e a Antártica.

4. Reino Australiano.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Legenda:

Figura 2.2. - Zoneamento paleoflorístico do Eomioceno. Modificado de Akhmetyev (1984, apud Akhmetyev, 1987).

Willis & McElwain (2002) sugeriram, com base em dados de Wolfe (1985)

e Janis (1993), cerca de 10 biomas para o Neomioceno (11,2 – 5,3 Ma.) numa

reconstituição paleogeográfica aqui reproduzida na Figura 2.3.

2.3.1.1 – Reino Holoártico

No hemisfério norte, desde o início do Cenozóico, ocorreram diferenciações

climática e florística, em zonas temperadas e subtropicais, surgindo uma área Boreal

e uma Tetiana. Durante o Neógeno, essas áreas foram ainda mais subdivididas

floristicamente.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Figura 2.3. – Mapa Paleofitogeográfico do Neomioceno, extraído com modificações de Willis & McElwain (2002).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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2.3.1.1a – Área Boreal

A área Boreal, durante o Eomioceno (23,8 -16,4 Ma.), estendeu-se

através de todo cinturão ártico até o limite sul com a área Tetiana. Seus limites na

América do Norte estão, aproximadamente, nas atuais fronteiras entre Canadá e

os EUA. Essa área envolveu biomas temperados frios, estepes e árticos (Figura

2.3). As áreas subtropicais foram substituídas por províncias temperadas devido

ao resfriamento global. A flora temperada composta de latifoliadas e decíduas tais

como Osmunda, Ginkgo, Alnus, Betula, Fagus, Castanea, Magnolia, Ulmus,

Platanus, Vitis, Tília, etc migraram para o sul, enquanto, ao norte foram

substituídas pela flora de coníferas (taiga), resistente ao frio e composta de tipos

arborescentes com folhas pequenas e perenes de várias herbáceas como: Picea,

Pinus, Laryx, Abies, Tsuga, Quercus, Populus, Salix, Betula, etc.

No decorrer do Mesomioceno (16,4 – 11,2 Ma.), o clima tornou-se mais

severo, aumentando a extensão e diferenciação da área boreal, com o

aparecimento da tundra na região norte e a conseqüente migração de taiga, em

direção ao sul.

Durante o Neomioceno (11,2 – 5,32 Ma.), apareceram estepes ou

pradarias no centro da Eurásia e da América do Norte, devido à aridez

continental, relacionada ao resfriamento e os movimentos orogenéticos dos

Himalaias e das Rochosas. Conseqüentemente, se desenvolveram as gramíneas

(plantas de fotossíntese tipo C4) e asteráceas (plantas de fotossíntese

intermediária C3–C4 e C4), conforme Willis & McElwain (2002).

2.3.1.1b – Área Tetiana

Durante o Mioceno, um cinturão de flora subtropical (de inverno úmido),

estendia-se por toda costa norte do mar de Tethys, incluindo o sul dos EUA e

Eurásia (sul da Europa, norte da África, Oriente Próximo, Cazaquistão, Ásia

Central, China e Japão) (Figuras 2.2 e 2.3). Constituía a Área Tetiana que hoje se

restringe à região mediterrânea. Durante o Neógeno, com o soerguimento dos

Alpes, esta vegetação sofreu uma forte diferenciação, com marcante adaptação a

habitats secos, tornando- se representada por Lauráceas e Fagáceas.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

15

2.3.1.2 – Reino Tropical

No decorrer do Neógeno, o Reino Tropical, conforme Willis & McElwain

(2002), já apresentava três vastas áreas florísticas, a saber: Neotropical (norte–

centro da América do Sul), Paleotropical Africana (África central), Paleotropical Indo-

Maláia (sul da Ásia e extremidade norte da Austrália) e a subárea do Cabo. (Figuras

2.2 e 2.3).

Trata-se de extensa faixa de biomas de florestas tropicais chuvosas,

pluriestratificadas e biomas subtropicais de verões chuvosos. (Akhmetyev in

Akhmetyev,1987 e Willis & McElwain, 2002).

Embora, esse Reino tenha sofrido redução de área devido à atividade

antropogênica, é, aproximadamente, a mesma faixa desde 10 milhões de anos atrás.

A vegetação dominante foi extremamente diversificada, com abundantes árvores de

angiospermas sempre verdes, palmeiras, lianas, epífitas e algumas coníferas como

Araucariáceas e Podocarpáceas. Houve uma modernização da composição

florística, com o surgimento de, praticamente, todas as famílias tropicais atuais,

durante o Mioceno, segundo Willis & McElwain (2002).

2.3.1.2.a – Área Neotropical

Apesar das mudanças climáticas registradas durante o Cenozóico, a área

Neotropical, formada no início do Paleógeno, não modificou-se muito em sua

composição florística, entretanto ocorreram deslocamentos de seus limites para o

norte e para o sul. No início do Mioceno, a área Neotropical estendia-se através da

América do Sul até quase a Patagônia, mas no Mesomioceno, sofreu regressão até

as latitudes limítrofes atuais (Akhmetyev,1987 e Willis & McElwain, 2002).

A diferenciação vegetacional na América do Sul, durante o Mioceno, foi

conseqüência da formação montanhosa dos Andes com constituição das primeiras

savanas nas áreas de sombras de chuvas das florestas tropicais. Posteriormente,

houve a substituição das savanas por estepes e vegetação de deserto, no Peru e na

Patagônia. No planalto Boliviano, a 4000 m de altura, há registros de uma rica flora

tropical úmida miocena (tafofloras de Potosí e Pislipampa, com elementos como:

Annona, Cassia, Euphorbia, Inga, Jacaranda, Heliconia, etc).

Pode-se inferir daí, que a cordilheira dos Andes teria se elevado de, pelo

menos, 2000 m nos últimos 7 milhões de anos (Willis & McElwain, 2002).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

16

Durante o Plioceno, com a elevação das montanhas e o estabelecimento

do istmo do Panamá, elementos florísticos provenientes da América do Norte

migraram para a Colômbia e Venezuela como, por exemplo, Alnus, Quercus,

Myricáceas e Rosáceas. Só no final do Plioceno, com maior diferenciação florística,

a área Neotropical subiu à categoria de reino (Meyen, 1987). Os registros

fitofossilíferos dessa área estão relacionados no Capítulo 3.

2.3.1.2.b – Área Paleotropical Africana

A evolução florística e os limites da flora tropical cenozóica, na África, são

difíceis de serem delineados, devido à ausência de fitofósseis. Entretanto, sabe-se

que no norte da África, ainda no início do Oligoceno, as florestas tropicais foram

substituídas por bosques abertos tipo savana, com Fabaceae, Annonaceae,

Euphorbiaceae, etc., numa faixa que se estende desde o Senegal e Mauritânia, no

oeste, até o Grande Chifre Africano, no leste (Figuras 2.2 e 2.3).

Durante o Mioceno, na área Tetiana do extremo norte da África, a savana

foi substituída por florestas de Lauraceae, Fabaceae e Palmae, além de outras

plantas arborescentes adaptadas ao clima mediterrâneo, que é sazonal quente.

Diferentemente das florestas da área mediterrânea européia, na área mediterrânea

africana não havia coníferas, nem faias (Willis & McElwain, 2002).

No final do Plioceno, com a aridização crescente, novas formas xerófitas e

halófitas começam a invadir essa área, colonizando, principalmente, paisagens

áridas e semi-áridas. Entre essas formas citam-se: Artemisia, Ephedra e

Tamaricaceae, que, por competição, acabaram extinguindo ou deslocando as

espécies endêmicas.

Durante o Mioceno, na faixa central da África, a floresta tropical foi

substituída por floras esclerófilas provenientes da área do Cabo. No final do

Plioceno, a paisagem desértica instalou-se nessa área originando os desertos da

Namíbia e Kalahari. Por essa época, conforme Willis & McElwain (2002), ocorreu o

isolamento das floras do Cabo e malgaxe, observável nas Figuras. 2.2 e 2.3.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

17

2.3.1.2.c – Área Paleotropical Indo-Malaia

Conforme, Akhmetyev (1987) e Willis & McElwain (2002), durante todo o

Cenozóico, a Península Indiana, a Indochina e a Malásia constituíram a área Indo-

Malaia do grande Reino Paleotropical que permaneceu coberta por floras tropicais

úmidas até o fim do Neógeno (Figuras 2.2 e 2.3).

Foi nessa área que a moderna flora Paleotropical formou-se e depois

migrou para leste até o Japão. Ainda no Paleógeno, surgiram importantes famílias

de angiospermas, tais como, Palmae, com cerca de 30 gêneros (Cocos, Nypa, etc).

No Oligoceno, quase todas as famílias tropicais do Velho Mundo

(Clusiaceae, Tiliaceae, Anarcadiaceae, Fabaceae, Euphorbiaceae, Nymphaeaceae,

Rhizophoraceae, Myrtaceae, etc) estavam representadas ali.

A mais importante família tropical do Velho Mundo é a Dipterocarpaceae.

O centro de origem foi provavelmente a Malásia, donde se espalharam para leste

(Filipinas) e oeste (Índia e Birmânia), chegando ali, no começo do Mioceno. A

migração das dipteridáceas e das fabáceas para oeste a partir da Malásia, segundo

Lakhanpal (1970), ocorreu por duas rotas: a primeira seria pela costa do Oceano

Índico até o leste da Índia e a segunda passando pelo norte da Península Indiana,

seguindo através da Arábia até a África.

Na área do Himalaia, durante o final do Eoceno, havia uma floresta

subtropical e temperada que substituiu uma anterior tropical. O soerguimento ativo,

que ocorreu entre o Mioceno médio e início do Pleistoceno, resultou em

diferenciação de vegetação associada com zonalidade de altitude: as coníferas

(Pinaceae) vão desempenhar importante papel nas coberturas de montanhas.

Dada a pobreza de dados paleobotânicos no Sudeste Asiático (Indochina

e Malásia) não é possível delinear a diferenciação do subreino Indo-Malaio moderno.

2.3.1.3 – Reino Notal

No início do Cenozóico, o Reino Notal estendia-se, no Hemisfério Sul,

pelo Continente Antártico, Austrália, Nova Zelândia, e parte meridional da América

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

18

do Sul. O limite setentrional do Reino Notal, conforme Akhmetyev (1987), fazia-se

nas fronteiras das zonas subtropical e temperada do sul (Figura 2.2).

A distribuição de bosques de decíduas latifoliadas mudou bastante no

final do Mioceno, segundo Willis & McElwain (2002). Com o resfriamento, essas

florestas de zonas temperadas, que se encontravam a 45o de latitude sul durante o

Oligoceno, subiram até 35o S nas planícies e até 20o S nas áreas montanhosas, no

Neomioceno. Por outro lado, a extensão dessas florestas em direção ao pólo sul vai

ser restringida de 80o S para menos de 70o S.

A vegetação do Reino Notal, que foi homogênea durante o Paleógeno,

era composta de coníferas como Agathis, Podocarpus, Nothofagus, Myrtaceae e

Winteraceae e semelhante à atual da Nova Zelândia.

No final do Mioceno, a área antártica foi desflorestada e recoberta por

uma vegetação de tundra.

2.3.1.4 – Reino Australiano

A separação entre a Austrália e os continentes gondvânicos e, sua

migração para latitudes mais baixas a partir do final do Paleógeno, vai contribuir para

a formação de uma área vegetacional independente do Reino Notal: o Reino

Australiano, com a perda dos principais componentes da floresta de zona temperada

Notal (Figuras 2.2 e 2.3).

Durante todo o Neógeno, houve um aumento da diferenciação florística

australiana, decorrente de maior diferenciação climática (Akhmetyev, 1987).

A conexão entre a Nova Zelândia e a América do Sul se faziam através da

Antártica Ocidental até o início do Oligoceno, quando se estabeleceu o rompimento

da ligação pelo estreito de Drake. No Neógeno, toda ligação cessa com a instalação

da calota glacial sobre a Antártica.

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CAPÍTULO 3 – FLORAS NEOTROPICAIS NEÓGENAS DA AMÉRICA DO SUL

3.1 – Aspectos Gerais

O registro paleobotânico neógeno, conhecido até o momento, na América

do Sul, conforme Menéndez (1971), leva a identificar três áreas florísticas: a) A

primeira, de clima quente tropical a subtropical, que se estendeu desde as porções

mais setentrionais do continente até, aproximadamente, 40º - 45º de latitude sul,

durante o Mioceno, e que, com o resfriamento climático, retraiu-se até,

aproximadamente, 25º de latitude sul, durante o Plioceno; b) A segunda, de clima

temperado quente com regiões áridas a semi-áridas (decorrentes da elevação

andina), surgiu durante o Plioceno, desde aproximadamente 25º de latitude sul até,

mais ou menos, 50º de latitude sul (essas duas áreas eram inclusas na Neotropical);

c) A terceira, incluída dentro do Reino Notal, era de clima temperado frio,

estendendo-se desde 50º de latitude sul até o extremo sul do continente (Figura 3.1).

Figura 3.1. - Distribuição das floras da América do Sul durante o Neógeno. Mapa extraído com modificações, de Menéndez (1971:365).

Na área florística de clima tropical a subtropical da América do Sul,

durante todo o Paleógeno e Neógeno, não houve grande variação em relação à flora

atual, sugerindo apenas ter existido aí um clima mais quente e úmido com leves

variações.

Nessa área florística sul-americana, além das tafofloras brasileiras já

citadas na introdução, outras tafofloras neógenas podem ser ainda citadas, cuja

composição em nível de família e gênero pode ser vista com mais detalhes na

Tabela 3.1 e cuja descrição, encontra-se mais adiante, neste capítulo.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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3.2 – Floras Miocenas de Clima Tropical e Subtropical

As floras miocenas de Betijoque, La Salvadora e Mesa Pablo, da região

de Trujillo, na Venezuela (Berry, 1936b), têm em sua composição florística: Entada,

Ficus, Simarouba, Heliconia, Coussapoa, Annona, etc., que atestam seu caráter

tropical (Figura 3.2 : M.1 e Tabela 3.1).

A flora miocena de Forest Clay, Trinidad, tem gêneros que representam

uma zona tropical costeira com: Rhizophora, Mimosites, Bignonia, Palmocarpon,

Conocarpus, Ficus, Clusia, etc., (Berry, 1937b). Outra flora de Trinidad,

possivelmente, mio-pliocena, conforme Berry (1937c), apresenta gêneros que,

atualmente, são comuns nas regiões costeiras como: Pithecolobium, Mimosites,

Cassia, Trichilia, Calophyllum, etc. (Figura 3.2 : M.2 e Tabela 3.1).

A flora miocena de Santa Ana, Colômbia (Engelhardt, 1895 apud

Menéndez, 1971 e Berry, 1936a), possui representantes de uma flora tropical úmida

como a da Amazônia atual, com: Acrodiclidium, Bambusium, Buettneria,

Condaminea, Ficus, Goeppertia, Gouinia, Ilex, Moquilea, Palmacites, Salvinia,

Styrax, Tecoma, etc. (Figura 3.2: M.3 e Tabela 3.1).

Há também gêneros de zona tropical úmida no Vale do rio Magdalena, em

Santander, Colômbia, segundo Berry, (1936a), com: Dioscorea, Palmophyllum,

Ficus, Coussapoa, Annona, Buettneria, Tapiria, Couroupita, etc. Pons (1969)

registrou na Colômbia o gênero Goupioxylon cuja família (Goupiaceae) é endêmica

da América tropical (Figura 3.2: M.4). Conforme Menendez (1971), há ainda registros

na Colômbia de tafofloras terciárias onde aparecem Anacardium, Musa, Sacoglottis,

Theobroma, Gouiania, Simarouba, etc.

Pons (1980) apresentou, para os jazigos de Halo Grande, Penagos,

Lumbi, Honda-Mariquita, da Colômbia, uma lista de espécies muito extensa de

monocotiledôneas, dicotiledôneas e “incertae sedis”, a saber:

Araceae – Stenospermatium columbiense Engelhardt; Poaceae –

Bambusium stubeli Engelhardt; Rhizoma graminie Engelhardt; Heliconiaceae –

Heliconiophyllum falanense Pons; Aquifoliaceae – Ilex arcinervis Engelhardt;

Bignoniaceae – Tecoma grandidentata Engelhardt; Clusiaceae – Colophyllites

mesaensis Pons; Lauraceae – Acrodiclidium chartaceum Engelhardt; Goeppertia

subherbacea Engelhardt; Laurophyllum rigidum Engelhardt; Nectandra areolata

Engelhardt; Nectandra curvatifolia Engelhardt; Nectandra reissi Engelhardt; Persea

cariacea Engelhardt; Persea elliptica Engelhardt; Persea elongata Engelhardt;

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Persea macrophylloides Engelhardt; Meliaceae – Moschoxylon tenuinerve

Engelhardt; Mimosaceae – Inga reissi Engelhardt; Pithecolobium tenuifolium

Engelhardt; Moraceae – Ficus laqueata Engelhardt; Myrtaceae – Jambosa

lanceolata Engelhardt; Rhamnaceae – Gouania membranaceae Engelhardt; Gouania

firma Engelhardt; Rosaceae – Maquillea stuebeli Engelhardt; Rubiaceae –

Bothriospora vitti Engelhardt; Rutaceae – Condaminea grandifolia Engelhardt;

Sapotaceae – Chrysophyllum rufoides Engelhardt; Sterculiaceae – Buettneria

cinnamomifolia Engelhardt; Styracaceae – Styrax lanceolata Engelhardt;

Trigoniaceae – Trigonia varians Engelhardt; Verbenaceae – Citharexylon retiforme

Engelhardt; Vochysiaceae – Vochysia retusifolia Engelhardt; Espécies Incertea

Sedis: Phyllites abutoides Engelhardt; Phyllites strychnoides Engelhardt; Phyllites

vochysioides Engelhardt.

Essas tafofloras, ocorrentes na Formação Mesa indicam florestas de

diferentes altitudes, porém, todas relacionadas a um clima tropical úmido. (Figura 3.2

: M.5 e Tabela 3.1).

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MIOCENO

Figura 3.2 – Distribuição geográfica de floras miocenas da América do Sul

M.1 – Trujillo (com floras Betijoque, La Salvadora e Mesa Pablo) – Venezuela – Berry (1936b). M.2 – Trinidad, Trinidad Tobago – Berry (1925c). M.3 – Santa Ana, Colômbia– Engelhardt (1895, in Menéndez,1971); Berry (1936a); M.4 – Santander, Colômbia – Berry (1936a); Pons (1969). M.5 – Mariquita, Halo-Grande, Honda, Penagos, Colômbia Pons, (1980). M.6 – Loja, Equador – Berry (1929, 1945a). M.7 – Zorritos, Peru – Berry (1919). M.8 – Potosi, Bolívia – Berry (1922 a,b). M.9 – Cochabamba, Bolívia – Berry (1922b). M.10 – Barrancas de Carmen Silva, Terra do Fogo, Argentina – Dusén (1907) e Boureau & Salard (1960).

M.14 – El Morterito, Catamarca, Argentina – Anzótegui et al. 2006 (no prelo). M.15 – Palo Pintado, Salta, Argentina – Anzótegui & Cuadrado (1996). M.16 – Capanema, Pará, Brasil – Duarte (1972), Duarte in Rosseti & Góes (2004). M.17 – Outeiro, Pará, Brasil – Dutra et al. (2001). M.18 – Itaquaquecetuba, São Paulo, Brasil – Santos (2006a,b) e Fittipaldi (1990). M.19 – Jaguariúna, São Paulo, Brasil – Dos-Santos et al. (2006). M.20 – Centinela, Formação Navidad, Chile – Hinojosa (2003). M.21 – Provincia de Entre-Rios - Fm. Paraná, Argentina – Anzótegui (2004).

M.11 – Punta Arenas, Terra do Fogo, Argentina – Dusén (1907) e Salard (1961). M.12 – Aluminé, Neuquén, Argentina – Menéndez (1961). M.13 – San José, Tucumán, Argentina – Anzótegui & Herbst (2004); Anzótegui (2004).

M.22 – Prov. Catamarca e Tucumán, Formação Chiquimil, Argentina – Anzótegui, (2004).

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A rica tafoflora miocena ocorrente na bacia de Loja, Equador (Berry, 1929)

encontra-se representada pelas pteridófitas Goniopteris e Elaphoglossum, pelas

monocotiledôneas Poaceae e Cyperaceae e por 26 famílias em 17 ordens de

dicotidelodôneas. Possuem aspectos florísticos de clima tropical úmido das terras

baixas do Alto Amazonas, com gêneros tais como: Artanthe, Banisteria, Bombax,

Caesalpinia, Cassia, Coussapoa, Eugenia, Inga, Manihot, Serjania, Tapiria, etc.

Nenhum dos gêneros da tafoflora encontra-se hoje representado na região de Loja.

Foi considerada, por aquele autor, de idade pliocena por apresentar Goniopteris

cochabambensis tão abundante aí quanto na tafoflora do leste da Bolívia. A idade

pliocena foi, também, inferida por sua grande semelhança com a flora amazônica

atual, embora Menéndez (1971) a inclua entre as tafofloras miocenas. (Figura 2.2 :

M.6).

Em 1945a, Berry estudou várias localidades do sul do Equador, onde

registrou 81 espécies em 66 gêneros, 43 famílias e 28 ordens, sendo destas 64

espécies de dicotiledôneas lenhosas. Em certas localidades, os fetos de Goniopteris

são muito mais abundantes que qualquer outro elemento. O gênero Coussapoa

(Urticaceae) corresponde ao mais abundante entre as eudicotiledôneas. Seguem-se

como elementos mais comuns os que pertencem as Piperaceae, Myristicaceae,

Malpighiaceae, Tiliaceae e Styracaceae. As monocotiledôneas são esparsamente

representadas; ocorrem fragmentos de gramíneas e palmas. Estas floras

apresentam afinidades com a flora amazônica atual além de possuir elementos das

Antilhas e Caribe. Foram consideradas como submetidas a clima tropical úmido de

caráter neotropical e que não poderiam ocorrer sob condições topográficas atuais.

(Figura 3.2 : M.6).

No Brasil, apenas uma tafoflora miocena foi, até o momento, registrada

com certo detalhe e em excelente grau de preservação. Trata-se de tafoflora da

localidade Caieira, no município de Capanema, PA, pertencente à Formação

Pirabas, estudada por Duarte (1972) e Duarte (in Rossetti & Góes, 2004). É uma das

mais ricas tafofloras neógenas sul-americanas com 20 espécies novas pertencentes

a 19 gêneros dentro das seguintes famílias de angiospermas: Nyctaginaceae,

Lauraceae, Dilleniaceae, Theaceae, Caryocaraceae, Chrysobalanaceae,

Euphorbiaceae, Rutaceae, Meliaceae, Sapindaceae, Tiliaceae, Myrtaceae,

Melastomataceae, Rhizophoraceae, Ebenaceae, Rubiaceae, Rapataceae. Ocorre

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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em calcário creme dolomicrítico, depositado em ambiente litorâneo de águas rasas e

calmas, talvez plataforma restrita ou laguna. (Figura 3.2: M.16).

Há um outro registro brasileiro de flora miocena, na Ilha de Outeiro, NE do

Estado do Pará (Figura 3.2: M.17), composto por fósseis procedentes da Formação

Barreiras. Macro e microfósseis de Bombacaceae, relacionadas com áreas tropicais

úmidas em ambiente higrófilo, isto é, de inundação periódica e com solos arenosos,

tipo mangue, durante época de mar alto, foram ai identificados por Dutra et al.

(2001).

A Formação Itaquaquecetuba apresenta uma tafoflora (Figura 3.2: M.18)

que foi considerada de provável idade oligocena por Fittipaldi (1990). Foi datada,

através de palinomorfos, como de idade neo-eocena/ oligocena em seus estratos

inferiores e, em sua porção mediana para superior, como miocena (Santos et al.

2006a,b).

A macroflora da Formação Itaquaquecetuba foi, inicialmente, estudada

por Suguio (1971), na forma de lenhos fósseis, na área do rio Pinheiros, São Paulo

(SP), identificando três gêneros de Leguminosae (Myrocarpus sp, Piptadaenia sp e

Centrolobium sp), um de Melastomataceae (Miconia sp) e um de Elaeocarpaceae

(Sloanea sp) e por Suguio & Mussa (1978), nos antigos aluviões do rio Tietê,

Itaquaquecetuba (SP), com identificação de Astronioxylon mainieri Suguio & Mussa,

Piptadaenioxylon chimeloi Suguio & Mussa, Myrocarpoxylon sanpaulensis Suguio &

Mussa, Matayboxylon tietensis Suguio & Mussa, Qualeoxylon itaquaquecetubense

Suguio & Mussa. Esses autores interpretaram esta associação como típica de clima

tropical úmido e atribuiram-lhe idade neopleistocena.

A macroflora da Formação Itaquaquecetuba, do ponto de vista de

impressões foliares foi estudada por Fittipaldi et al. (1989) que propuseram dois

novos gêneros de angiospermas: Rhamniphyllum e Aquifoliphyllum. Os autores

propuseram ainda 11 novas espécies: Rhamniphyllum caseariformis; Aquifoliphyllum

ilicioides; Monstera marginata; Casearia serrata; Schizolobium inaequilaterum;

Byrsonima bullata; Psidium paulense; Zanthoxylum glanduliferum; Serjania lancifolia;

S. itaquaquecetubensis e Luehea divaricatiformis. Além destas, foi verificada a

presença de Myrcia cf. rostrataformis. Foram descritas, também, de maneira sucinta,

prováveis sementes e frutos.

Em 1990, Fittipaldi, dando continuidade ao estudo dessa macroflora,

apresentou outros de seus componentes: Ocotea pulchelliformis, Piptadenia tertiaria,

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Cassia rosleri, Sophora giuliettiiae, Machaerium piranii, Bertolonia coimbrae,

Tocoyena riccominii e Echinodorus rossiae, uma de pteridófita (Lidsaea pradoi) e

uma de briófita (Isotachis simonesi). (Tabela 3.1).

Neste trabalho, Fittipaldi concluiu que essa tafoflora da bacia de São

Paulo é sugestiva de mata tropical úmida com base em suas afinidades botânicas

com formas atuais.

A tafoflora de Jaguariúna é constituída de: Filicophyta - Dryopteridaceae

(Elaphoglossum sp); Magnoliideae – Laurales - Lauraceae (Ocotea cf. O.

puchelliformis); Monocotyledoneae - Poales - Typhaceae (Typha cf. T. tremembensis

e Typha fittipaldii sp. n.); Eudicotiledoneae - Caryophyllales- Amaranthaceae

(Alternanthera sp.); Malpighiales - Clusiaceae (Garcinia sp), Fabales - Fabaceae

(Leguminosites sp.) e Gentianales - Apocynaceae (Aspidosperma duartei sp. n.).

Dentre os demais espécimes dessa população, foi possível reconhecer, por análise

morfográfica, 13 formas distintas de folhas, sendo 02 Monocotylophyllum spp. e 11

Dicotylophyllum spp.

3.3 – Floras Miocenas de Clima Subtropical Temperado Quente (com regiões áridas

no Plioceno).

A segunda área florística da América do Sul é de clima subtropical

temperado quente, com regiões áridas a semi-áridas (de aproximadamente 25º a

50º de latitude Sul) e encontra-se compreendida na “Paleoflora Subtropical

Neógena” de Hinojosa (2005), e faz parte ainda do Reino Neotropical (Anzótegui

et al. 2006, no prelo), ver Figura 3.1.

Durante o Plioceno, com a intensificação dos movimentos orogênicos

neógenos andinos e/ou devido a correntes marinhas aridizantes, as áreas

peruanas e bolivianas elevadas atrás dos Andes e as áreas costeiras peruanas

sofreram uma desertificação, modificando o clima tropical úmido ali reinante,

durante o Mioceno. Conseqüentemente, desapareceram as floras paleógenas a

miocenas de climas mais quentes e úmidos, com sobrevivência daquelas

instaladas do lado ocidental da cordilheira e dos vales transversais, beneficiados

pelos ventos úmidos vindos do Pacífico. Nestas floras pliocenas, citadas mais

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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adiante, acabaram por se misturarem gêneros de zona temperada com outros de

clima quente.

Dentre as floras miocenas que atestam, para a região, clima tropical

úmido, anterior a elevação da cordilheira andina, citam-se:

Zorritos, no Peru – composta por Annona, Bambusium, Banisteria,

Ficus, Persea, Trigonia, Styrax, Tapirira, etc. segundo Berry (1919). (Figura 3.2 :

M.7 e Tabela 3.1).

Potosi, na Bolívia – atualmente a 4000 m de altitude, entretanto, exibe

uma tafoflora miocena, segundo Berry (1922 a,b), com plantas de altitudes mais

baixas, tais como: Acacia, Acrostichum, Amicia, Apocynophyllum, Bauhinia,

Platypodium, Podocarpus, Pithecolobium, Perlieria, Ruprechtia, Weinmania, etc.

(Figura 3.2: M.8 e Tabela 3.1).

Pislipampa, Cochabamba, na Bolívia – Atualmente também no altiplano

boliviano, contudo, com elementos tafoflorísticos miocenos ou pliocenos

semelhantes à atual área tropical úmida boliviana (Yunga), tais como: Cassia,

Coussapoa, Gleichenia, Heliconia, Myrcia, Pithecolobium, Sacoglottis, Iriartites,

Sideroxylum, etc., conforme Berry (1922b). (Figura 3.2 : M.9 e Tabela 3.1).

Durante o Neógeno da Argentina, conforme Menéndez (1964 e 1971),

é possível distinguir dois tipos principais de vegetação: uma setentrional de clima

subtropical e outra meridional de clima temperado a muito frio, cujas distribuições

geográficas, em espaço e tempo foram condicionadas por variações climáticas

que decorreram de modificações de relevo, da extensão e distribuição relativa de

mar e terra, resultantes dos movimentos orogênicos em suas distintas fases.

(Figura 3.1).

Na área setentrional argentina, são conhecidos registros tafoflorísticos

em: Formação San José, de idade Mesomioceno, em rio Seco ( Departamento de

Santa Maria, Província de Catamarca) estudado por Anzótegui & Herbst (2004)

(Figura 3.2 : M.13); Formação Chiquimil, de idade Neomioceno, em Tiopunco

(vale de Santa Maria, Província de Tucumán), em Lomas Amarillas, rio Vallecito e

km. 6 da rodovia 17 (localidades do vale de Santa Maria, Província de

Catamarca), em Los Nacimientos de Abajo (vertente oriental da Serra de Hualfin,

Província de Catamarca) e em Puerta de Corral Quemado( sul do vale de Villavil,

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Província de Catamarca) tafofloras estudadas por Anzótegui (2004) (Figura 3.2 :

M.22); Formação Palo Pintado, de idade Neomioceno, em Angastaco (no vale do

rio Calchaquie, Província de Salta) tafofloras estudadas por Anzótegui &

Cuadrado (1996) (Figura 3.2 : M.15); Formação El Morterito, de idade

Neomioceno, no vale del Cajón (Província de Catamarca) descrito por Anzótegui

et al. (2006 no prelo) (Figura 3.2 : M.14). Essas tafofloras dos Vales Calchaquíes

estão compreendidas na “Paleoflora Subtropical Neógena”.

Nessas tafofloras, segundo a síntese de Anzótegui (2006), foi possível

determinar 58 espécies de folhas, frutos e caules, achados como impressões. Os

táxons fósseis são de Eumicota, Sphenophyta, Pteridophyta, Magnoliophyta. Suas

famílias mais diversificadas são Cyperaceae e Anacardiaceae.

Neste conjunto, encontram-se espécies e gêneros que constituem

novidade na paleoflora argentina, auxiliando a caracterização das formações

estudadas em outras regiões de países limítrofes.

As tafofloras das formações San José e El Morterito atestam uma

grande diversidade de espécies de Fabaceae, Mimosaceae, Myrtaceae e

Moraceae (Ficus tressensis) que teriam existido, na região, principalmente no

Neógeno. Sugerem o predomínio de ambientes abertos e secos com vegetação

xerófila e outros, de ambientes mais úmidos estacionalmente secos, com bosques

riparianos, característicos de clima quente.

Na Formação Chiquimil (Mioceno Superior) há uma seqüência em que

se alternam, ambientes de planície de inundação, com canais fluviais e com lagos

temporários. Nos ambientes lacustres, que são de baixa energia, desenvolveram-

se vegetais que integraram associações distintas: no interior dos corpos

aquáticos, Nymphaeaceae (Nymphaea sp); em áreas palustres inundáveis,

Cyperaceae (Cyperocarpus e Scirpitis sp 1 e S. sp 2); integrando bosques

marginais, Thelypteridaceae (Thelypteris aff. achalensis); no extrato herbáceo e

no arbóreo, Anacardiaceae (Schinus aff. S. terebinthifolia).

As inferências ambientais e climáticas foram obtidas considerando a

distribuição e freqüência dos táxons fósseis na Formação Chiquimil, por

comparação com os hábitos e habitats das espécies atuais afins, além de outros

dados de análises sedimentológica, de paleossolos e de fauna de moluscos.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

37

Concluiu-se, então, que a vegetação se desenvolveu em clima subtropical úmido

(Anzótegui, 2004). (Figura 3 : M.22 e Tabela 3.1).

Na Província de Entre-Rios, em afloramentos da Formação Paraná

(Mioceno Médio a Superior), a presença de troncos fósseis foi registrada por

Bravard (1858) e Frenguelli (1920). Estão presentes ali a Família Anacardiaceae,

com a espécie Astronioxylon portmannii e a Família Fabaceae, com a espécie

Anadernantheroxylon villaurquecense. São formas encontradas, atualmente, em

ecossistema subtropical úmido com elevada biodiversidade, como as áreas de

piemonte das Serras Sub-Andinas do Sudoeste Boliviano e Noroeste Argentino e

do Chaco Paraguaio. (Figura 3 : M21 e Tabela 3.1).

3.4 – Floras Miocenas de Clima Temperado Frio em Áreas Meridionais a mais de 50º

de Latitude Sul

Na porção mais meridional da América do Sul e na Nova Zelândia (Figura

2.2), durante o Neógeno, segundo Skottsberg (1960 apud Menéndez 1971), está

registrada a maior parte das famílias e gêneros da flora Subantártica-Austral. Dentre

elas, citam-se 49 famílias e 85 gêneros. Dessas famílias, duas eram endêmicas à

flora Subantártica (temperada fria a subtropical) e as demais, provenientes da área

Antártica (austral fria). (Figura 3.1).

Dentre as tafofloras argentinas meridionais, subantárticas, do Mioceno,

cita-se a da Formação Palaoco, do Arroio Puipucón, a oeste de Aluminé, na

Província de Neuquén, onde ocorrem fósseis de Alsophilocaulis, um representante

da Família Cyatheaceae (Menéndez, 1961), atualmente restrita às zonas tropicais

úmidas. (Figura 3.2 : M.12).

A distribuição atual, mais ou menos equilibrada de floras subantárticas-

austrais (entre América do Sul, Austrália e Nova Zelândia), sugere um centro de

origem comum que poderia ser o Continente Antártico ou uma dispersão através da

Antártica, desde a Nova Zelândia rumo à América do Sul ou vice-versa (Menéndez,

1971). Essa hipótese busca confirmações na Paleobotânica, por exemplo: os

registros paleobotânicos dos Podocarpus indicam a possibilidade de sua origem

estar na Austrália, Nova Zelândia ou Ásia Oriental, onde ocorrem sete das oito

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

38

secções das Podocarpáceas e os fósseis mais antigos, do início do Mesozóico; da

sua rota de migração ser através da Antártica, cujo registro fóssil ocorre desde o

Jurássico Médio e da sua chegada na América do Sul (segundo documentário

fossilífero, desde o Cretáceo), conforme dados de Florin (1963) e Bucholz & Gray

(1948 e 1951).

A tafoflora de Cerro Centinela (Formação Navidad), na costa do Chile

Central, apresenta fitofósseis bem preservados em arenitos, provenientes de

diferentes paleocomunidades depositadas em mistura tafonômica, datada como

eomiocena por Tanai (1986) e Hinojosa (2003), com base em estudos de

foraminíferos. Trata-se de uma flora subtropical entre cujos gêneros foram

identificados: Amomyrtus, Austrocedrus, Nothofagus, Caryocar, Schinus, Schinopsis,

Acacia, Heterophyllum, Nectandra, Miconia, Xylopia, Trichilia, etc. A grande

diversidade de angiospermas herbáceas é mais coerente com uma paisagem

heterogênea. (Figura 3.2 : M.20 e Tabela 3.1).

Restos de flora de clima temperado frio (Antártica / austral fria) sem

qualquer elemento característico de floras mais quentes procedem de várias

localidades da Terra do Fogo (sul do Chile e Argentina), tais como: Rio Condor,

Barrancas de Carmem Silva, Punta Arenas, Rio das Minas, etc. Essa flora é

representada por: Saxegothopsis, Fagus, Nothofagus, Hydrangeiphyllum,

Myrtiphyllum, etc, segundo Dusén (1907), além de apresentar troncos de Fagoxylon

e Nothofagoxylon descritos por Boureau & Salard (1960) e Salard (1961). (Figura 3.2

: M.10,11).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

39

3.5 – Floras Pliocenas da América do Sul

3.5.1 – Floras Pliocenas Tropicais úmidas

O caráter e distribuição latitudinal das floras pliocenas da América do Sul

são, em geral, muito semelhantes àqueles atuais enquanto as diferenças, que

algumas floras apresentam, são devidas, na maioria dos casos, a modificações

ambientais, conseqüentes de movimentos orogênicos (Menéndez, 1971). (Figura

3.1).

Entre as floras pliocenas da América Tropical encontram-se as tafofloras

de Anzoategui, na Venezuela (Berry, 1939a,b); Mud Plant, em Trinidad e Tobago

(Berry, 1937a); Vale do Guasca, na Cordilheira Oriental da Colômbia (Wijninga &

Kuhry, 1993); Loreto, no Peru (Berry, 1925a; Menéndez, 1971) e, no Brasil citam-se

entre outras: em Cruzeiro do Sul / Alto Juruá, AC, na bacia do Acre (Duarte, 1970);

em Nova Iorque, MA, na bacia do Parnaíba (Cristalli, 1997 e Cristalli & Bernardes-

de-Oliveira, 1998); em Ouriçanguinhas / Alagoinhas, BA (Hollick & Berry, 1924 apud

Duarte & Japiassú, 1971); na Formação Pindamonhangaba, na bacia do Paraíba,

SP (Fittipaldi & Simões, 1990 e Leite et al. 1986);

As floras do Estado de Anzoategui, Venezuela, são constituídas por

gêneros que, atualmente, são comuns a floras tropicais do norte da América do Sul,

especialmente no delta do Orinoco, como: Annona, Inga, Cassia, Cedrela, Maytenus,

Theobroma, Rheedia, Hernandia, Nectandra, Eugenia, Styrax, Chrysophyllum, etc.,

não apresentando elementos litorâneos. Registram a presença de 16 famílias e

pertencem à mesma subprovíncia florística de Trinidad (Berry, 1937a,c). (Figura 3.3 :

P.1 e Tabela 3.1).

Entre as tafofloras de Trinidad, a de Mud Plant, de provável idade

pliocena (Berry, 1937a), apresenta gêneros que, atualmente, são comuns na zona

costeira da região tais como: Pithecolobium, Mimosites, Cassia, Trichilia,

Calophyllum, etc. (Figura 3.3 : P.2 e Tabela 3.1).

No Vale de Guasca, na Cordilheira Oriental da Colômbia, há uma tafoflora

datada palinologicamente como pliocena, dominada por folhas micrófilas de margem

inteira. Dentre elas ocorrem: Cecropiaceae (Urticaceae), Podocarpaceae,

Lauraceae, Moraceae, e Rutaceae. É considerada como representante de uma

floresta tropical seca. (Wijninga & Kuhry, 1993). (Figura 3.3 : P.3 e Tabela 3.1).

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PLIOCENO

Figura 3.3 - Distribuição geográfica das floras pliocenas da América do Sul

P.1 – Anzoategui, Venezuela – Berry (1939 a,b). P.2 – Mud Plant, Trinidad , Trinidad Tobago – Berry (1937 a,b). P.3 – Vale do Guasca, Colômbia – Wijninga & Kuhry (1993). P.4 – Loreto, Peru – Berry (1925 a,b) e Menéndez (1971). P.5 – Tiopunco, Vale de Sta. Maria, Tucumán, Argentina – Menéndez (1962, 1971). P.6 – Cruzeiro do Sul, Acre, Brasil – Duarte (1970) e D&J (1971). P.7 – Sena Madureira, Acre, Brasil – Duarte & Japiassú (1971). P.8 – Rio Branco, Acre, Brasil – Duarte & Japiassú (1971). P.9 – Canutama, Amazonas, Brasil – Duarte & Japiassú (1971). P.10 – Lábrea, Amazonas, Brasil – Duarte & Japiassú (1971). P.11 – São Paulo de Olivença, Amazonas, Brasil – D. & J (1971). P.12 – Nova Iorque, Maranhão, Brasil – Cristalli (1997) Crist. & Bernardes-de-Oliveira (1998), Anzotegui & Crist. (2000).

P.13 – Alagoinhas, Bahia, Brasil – Hollick & Berry (1924). P.14 – Maraú, Bahia, Brasil – Berry (1935). P.15 – Aracaju, Sergipe, Brasil – Mussa (1958). P.16 – Pedrão, Bahia, Brasil – Berry (1935). P.17 – Rio Claro, São Paulo, Brasil – Bjornberg et al. (1964 a,b), Bjornberg & Landim (1966), Zaine (1994) e Zaine et al. (1995). P.18 – Vargem Grande do Sul, São Paulo, Brasil – Mezzalira (1964,1966) e Duarte & Martins (1983 , 1985). P.19 – Pindamonhangaba, São Paulo, Brasil – Fittipaldi & Simões (1990) e Mandarim-de-Lacerda et al. (1994). P.20 – Catalão, Goiás, Brasil- Cardoso & Iannuzzi (2006). P.21 – Jancocata, Bolívia (Berry 1922 b,c). P.22 – Fm. Ituzaingó, Prov. Corrientes, Argentina (Anzotegui, 1978).

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A tafoflora pliocena do Rio Aguaytía, Loreto, Peru, indica um clima

similar ao atual, porém mais úmido, com os seguintes elementos: Bignonia,

Cassia, Momisia, Tetracera, Guazuma, Pithecolobium, etc. (Berry, 1925a). São 10

gêneros em 8 famílias. A representatividade de árvores e lianas indicaria a

presença de flora sujeita a clima tropical úmido. (Figura 3.3 : P.4 e Tabela 3.1).

A tafoflora de Jancocata, Bolívia, foi datada como plio-pleistocena por

sua associação com uma fauna de vertebrados. São apenas 9 gêneros, em 7

famílias e 5 ordens. Estaria sujeita a um clima mais úmido que o atual, pela

abundância de elementos herbáceos. Registram-se: Polypodiaceae

(Pteridophyta), Poaceae, Betulaceae, Rosaceae, Mimosaceae, Caesalpinaceae e

Melastomataceae (Berry, 1922b). (Figura 3.3 : P.21 e Tabela 3.1).

As ocorrências de tafofloras pliocenas brasileiras situam-se todas na

faixa tropical havendo, contudo, indicações de maior sazonalidade entre aquelas

tafofloras situadas na região sudeste do País.

Dentre essas tafofloras, citam-se as de Cruzeiro do Sul, Sena

Madureira e Rio Branco, no Acre, que ocorrem nas coberturas cenozóicas da

bacia paleozóica do Acre. Apenas a tafoflora de Cruzeiro do Sul (Vale do Alto

Juruá) apresenta identificação realizada por Berry (1935) e Maury (1937) e

revista por Duarte (1970) (Figura 3.3 : P.6, P.7), onde são listadas as seguintes

formas:

Coussapoa sp; Persea amoneana Berry, 1937 (=P. euzebioi Maury,

1937); Mespilodaphne acrensis Berry, 1937 (=M. wanderleyi Maury, 1937);

Sparattanthelium pliocenicum Berry, 1937, Cassia aguaytiensis Berry, 1925;

Machaerium premuticum Berry, 1937 (=M. acreanum Maury, 1937); Sapium

pliocenicum Berry, 1937; Vochysia acuminatofolia Hollick & Berry, 1924;

Endlicheria rhamnoides Engelhardt, 1895; Bignotites maurupe Berry, 1937

(=Banisteria demourai Maury, 1937). São folhas de textura coriácea. Todos os

gêneros preservados são encontrados atualmente na região, de modo que se

infere uma típica vegetação amazônica para a associação (Cristalli, 1997). (Figura

3.3 : P.6-P.8 e P.12).

No mesmo município, em Cachoeira do Gastão, ocorrem:

Zollermoxylon santosi Mussa, 1959; Z. sommeri Mussa, 1959, Z. tinocoi Mussa,

1959; Leajthioxylon milanezii Mussa, 1959; Sapindoxylon lamegoi Mussa, 1959.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

42

As demais ocorrências acreanas não apresentam composição identificada.

(Figura 3.3 : P.6).

Nas coberturas cenozóicas da bacia paleozóica do Amazonas, há

tafofloras pliocenas citadas em Canutama, Lábrea, São Paulo de Olivença, entre

outras. Nenhuma dessas tafofloras foi identificada quanto aos seus componentes,

registrando-se apenas madeiras petrificadas e folhas carbonizadas (Duarte &

Japiassú,1971). (Figura 3.3: P.9-P.11).

Nas coberturas cenozóicas da bacia paleozóica do Parnaíba, há

ocorrência de tafoflora de idade pliocena, no município de Nova Iorque,

Maranhão, datada com base em palinologia por Lima (1991) e por Dino et al.

(2006). Seus macrofósseis estudados por Cristalli (1997), Cristalli & Bernardes-

de-Oliveira (1998) e Anzótegui & Cristalli (2000) registram a presença de

Lauraceae, Malvaceae, Ebenaceae, Fabales, Meliaceae, Smilacaceae, além de

16 parataxa de Magnoliídeas e Eudicotiledôneas não identificados. Foi inferido

clima tropical mais úmido que o atual na região, podendo representar domínio da

Floresta Atlântica. (Figura 3.3 : P.12 e Tabela 3.1).

Na bacia do Paraná, há coberturas cenozóicas identificadas como

Formação Rio Claro, Formação Pirassununga (Fácies Vargem Grande do Sul),

Formação Santa Rita do Passa Quatro e depósitos correlatos, ocorrendo na

Depressão Periférica. Segundo Melo et al. (1997), essas unidades descontínuas

de Depressão Periférica poderiam ser identificadas como Formação Rio Claro,

com base nas semelhanças granulométricas, minerológicas, faciológicas e

geomorfológicas. Tafofloras neógenas vêm sendo registradas nessas formações

com possível idade mio-pliocena.

Na Formação Rio Claro e na área de Rio Claro (SP) foram

identificadas: Monocotiledôneas (Mezzalira, 1961, 1962); Nymphaeaceae e

Potamogetonaceae (Bjornberg et al. 1964 a,b, 1966); oogônios de carófitas,

angiospermas e pteridófitas (Zaine, 1994 e Zaine et al. 1995); Magnoliopsida /

Typhaceae (Fittipaldi, in Melo, et al. 1997). (Figura 3.3 : P.17).

Na Formação Pirassununga (Fácies Vargem Grande do Sul) foram

identificadas por Mezzalira (1964, 1966) e Duarte & Martins (1983, 1985) as

seguintes formas:

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Fabales: Cassia parkerii Duarte & Martins, 1983; C. eliptica Duarte &

Martins, 1983; C. parabicapsularis Duarte & Martins, 1983; Machaerium nervosum

Duarte & Martins, 1983; Platypodium potosianum Engelhardt, 1895; Camptosema

cordatum Duarte & Martins, 1983; C. primum Duarte & Martins, 1983; Sapindales:

Cedrela arcuata Duarte & Martins, 1983; Serjania mezzalirae Duarte & Martins,

1983; Sapindus ferreirae Duarte, 1972; Celastrales: Maytenus fragilis Duarte &

Martins, 1985; Myrtales: Eugenia vargensis Duarte & Martins, 1985; E. punctata

Duarte & Martins, 1985; Psidium adornatum Duarte & Martins, 1985; Myrcia

diafana Duarte & Martins, 1985; Calypthrantes argilosa Duarte & Martins, 1985;

Gomidesia costata Duarte & Martins, 1985; Tibouchina izildaisabelae Mezzalira,

1964; Gentianales: Symplocos dealbata Duarte & Martins, 1985; Anonaceae e

Ebenales, conforme Duarte & Martins (1985). (Figura 3.3 : P.18 e Tabela 3.1).

A tafoflora de Vargem Grande do Sul, com base em caracteres como:

árvore de porte ereto até 20 m de altura, escassez de lianas, textura coriácea de

suas folhas, maior percentagem de folhas compostas típicas da região tropical,

maior percentual de micrófilas; predominância de margem inteira e venação

broquidódroma diagnosticam um paleoclima tropical mais seco. (Figura 3.3: P.18).

Dentre as tafofloras consideradas pliocenas por Duarte & Japiassú

(1971), incluídas nas bacias tipo “rift” interioranas estão as da Bahia: Pedrão

(Figura 3.3 : P.16), Alagoinhas (ou Ouriçanguinhas) (Figura 3.3 : P.13) e Maraú

(Figura 3.3 : P.14), bem como a da Formação Pindamonhangaba de São Paulo.

(Figura 3.3: P.19).

No município de Pedrão, Bahia (Figura 3.3: P.16), há registro apenas

de: Coccoloba preuvifera Berry, 1935. Entretanto, nesse Estado, há duas

tafofloras pliocenas que merecem menção especial por serem mais bem

conhecidas: Alagoinhas (Hollick & Berry, 1924) e Maraú (Berry, 1935).

No município de Alagoinhas ou Ouriçanguinhas, BA, Hollick & Berry

(1924), identificaram as seguintes formas: Caenomyces braziliensis Hollick &

Berry, 1924; Hemitelia branneri Hollick & Berry, 1924; Ficus aramaryensis Hollick

& Berry, 1924; F. mamilliferafolia Hollick & Berry, 1924; Pisonia branneri Hollick &

Berry, 1924; Rollinia tertiaria Hollick & Berry, 1924; Chrysobalanus precuspidatus

Hollick & Berry, 1924; Leptolobium eonitens Hollick & Berry, 1924; Leguminosites

bahiensis; L. braziliensis Hollick & Berry, 1924; L. hymenaeoides Hollick & Berry,

1924; L. macharioides Hollick & Berry, 1924; Guaiacum pliocenicum Hollick &

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Berry, 1924; Fagara dentafolia Hollick & Berry, 1924; F. formosa Hollick & Berry,

1924; Erythrochiton bahiense Hollick & Berry, 1924; Philocarpus prepinnatifolius

Hollick & Berry, 1924; Trichilia branneri Hollick & Berry, 1924; Spodias mirifica

Hollick & Berry, 1924; Ilex bahiana Hollick & Berry, 1924; Maytenus dasycladoides

Hollick & Berry, 1924; Gyminda latifolioides Hollick & Berry, 1924; Sapindus

presaponaria Hollick & Berry, 1924; Bombax aramariensis Hollick & Berry, 1924;

Canella winterianafolia Hollick & Berry, 1924; Rheedia pliocenica Hollick & Berry,

1924; Cinnamomum incertum Hollick & Berry, 1924; Couroupita ovata Hollick &

Berry, 1924; Myrcia rostrataformis Hollick & Berry, 1924; Miconia ettingshauseni

Hollick & Berry, 1924; M. pre-albicans Hollick & Berry, 1924; Huberia preovalifolia

Hollick & Berry, 1924; Myrsine ciliatofolia Hollick & Berry, 1924; Bumelia

cuneatoides Hollick & Berry, 1924; Styrax preferrugineum Hollick & Berry, 1924;

Plumeria rubraformis Hollick & Berry, 1924; Autholithes bahiana Hollick & Berry,

1924; Carpolithes bahiensis Hollick & Berry, 1924; C. badieroides Hollick & Berry,

1924. (Figura 3.3: P13).

O trabalho de Hollick & Berry (1924) é considerado o primeiro trabalho

com tratamento sistemático aperfeiçoado sobre o cenozóico brasileiro, segundo

Dolianiti (1948). Além de identificar um fungo e um feto também reconheceram 56

espécies de dicotiledôneas em 43 gêneros, 28 famílias e 13 ordens.

Embora as Lauráceas sejam abundantes nas tafofloras paleógenas dos

trópicos sul-americanos, em Ouriçanguinhas (BA), é pequena sua representação,

com apenas um espécime, embora Bonneti (1905 apud Hollick & Berry, 1924),

tivesse descrito Persea e Ocotea Segundo esses autores, essa tafoflora não

apresenta elementos africanos nem mesmo entre os numerosos tipos costeiros

que possui . (Figura 3.3 : P.13).

De acordo com esses pesquisadores, essa tafoflora indica clima

tropical, mesmo possuindo gêneros que ultrapassam os limites ao norte da

Flórida. Prevalecem os tipos costeiros, e características como porcentagem de

margens inteiras, tamanho foliar e tipo coriáceo indicam clima úmido, mas com

vegetais, evitando transpiração excessiva. Não há elementos de caatinga

(Cristalli, 1997).

No Município de Maraú (BA) (Figura 3.3 : P.14), ocorrem: Heliconia

bahiana Berry, 1935; Coccoloba tertiaria Hollick & Berry, 1924; Kielmeyera

tertiaria Hollick & Berry, 1924; Chrysobalanus preicaco Hollick & Berry, 1924; Inga

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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myrianthafolia Hollick & Berry, 1924; Cassia marahiana Hollick & Berry, 1924;

Dalbergia ettingshauseni Hollick & Berry, 1924; Humiria bahiensis Selling, 1945;

Citrophyllum bahiensis Hollick & Berry, 1924; Simarouba whitei Hollick & Berry,

1924; Vochysia acuminatefolia Hollick & Berry, 1924; Anacardites braziliensis

Hollick & Berry, 1924; Dodonaea vera Hollick & Berry, 1924; Psidium

cuneatifolium Hollick & Berry, 1924; Calypthranthes marahiensis Hollick & Berry,

1924; Bumelia marahiana Hollick & Berry, 1924; Antholithes kielmeyerana Hollick

& Berry, 1924; Phyllites bahiana Hollick & Berry, 1924; P. marahiensis Hollick &

Berry, 1924.

A abundante flora pliocena da Bahia, Brasil, indica um clima

possivelmente mais úmido que o atual pela presença dos seguintes componentes:

Anacardites, Bombax, Bumelia, Canella, Cassia, Citrophyllum, Coccoloba,

Dalbergia, Fagara, Ficus, Guaiacum, Heliconia, Hemitelia, Ilex, Inga,

Leguminosites, Maytenus, Myrcia, Pisonia, Plumeria, Rheedia, Sapindus, Styrax,

etc (Hollick & Berry, 1924b).

Em análise morfoclimática, essas tafofloras foram identificadas por

Cristalli (1997) como pertencentes à zona sub-úmida sujeita a clima mais úmido

que o atual. (Figura 3.3 : P.12).

A tafoflora da Formação Pindamonhangaba, localizada na bacia do

Paraíba, está também incluída entre as ocorrências pliocenas das bacias

interioranas brasileiras do tipo “rift”. Sua composição foi identificada por Fittipaldi

& Simões (1990), como folhas de melastomatáceas e gramíneas ou

monocotiledôneas afins depositadas em ambiente brejoso ou alagadiço, sob

condições climáticas úmidas. Mandarim-de-Lacerda et al. (1994) identificaram

para a mesma ocorrência a presença de eudicotiledôneas e monocotiledôneas do

tipo Typhaceae (?) além de filicopsidas do tipo Lomariopsis, corroborando a

interpretação de clima tropical úmido e relacionada à Mata Atlântica. (Figura 3.3 :

P.19 e Tabela 3.1). O clima tropical úmido indicado na Bahia e na Formação

Pindamonhangaba parece sugerir uma idade mais antiga para essas ocorrências

do que o Plioceno.

Quanto às tafofloras pliocenas das coberturas cenozóicas de bacias

marginais há apenas duas a serem citadas:

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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A da Formação Barreiras, em Aracajú (SE), onde foi registrada a

ocorrência de Terminalioxylon erichsenii Mussa, 1958 e a da Formação

Pariquera-Açu (SP), conferida apenas por seu conteúdo palinológico composto de

esporos de pteridófitas tipo Polypodiaceae, Cyathea, Dicksonia e de licófitas e

grão de pólen gimnospérmicos tipo Podocarpaceae e angiospérmicos tipo

Gramineae, Euphorbiaceae, Loranthaceae, Sapindaceae, Rubiaceae,

Ranunculaceae e Betulaceae (Mezzalira, 1959, 1962, 1989). (Figura 3.3 : P.15).

Estudos em desenvolvimento por Cardoso & Iannuzzi (2006) têm

possibilitado detectar, em depósitos lacustres de idade plio–pleistocena, em

Catalão (GO), a presença de filicíneas terrestres tipo Pteridium e Blechnum e

aquáticas, indicadoras de umidade local e evidências de paleoqueimadas, bem

como a presença de macrorrestos de Bixaceae, Lauraceae, Myrtaceae,

Cecropiaceae, Clusiaceae, Tiliaceae e Myrsinaceae, relacionadas a possível mata

galeria de “paleocerrado” ao redor do “paleolago”. (Figura 3.3 : P.20).

Na tentativa de estabelecer uma reconstrução paleofitogeográfica

durante o Plioceno, Cristalli (1997) observou que a floresta amazônica se

estenderia até o litoral do Equador e do Peru e notou também, que grande parte

do Brasil apresentaria clima mais úmido que o atual, o que contraria um pouco as

expectativas para essa época.

3.5.2 – Floras Pliocenas Subtropicais Áridas

As floras argentinas pliocenas são pouco conhecidas provavelmente

devido ao clima árido reinante, na época, principalmente na Patagônia extra-

andina decorrente da orogenia andina, impedindo os ventos do Pacífico de

chegarem ao continente. Um tronco de leguminosa (Acacioxylon), encontrado em

Tiopunco, no vale de Santa Maria, ao noroeste de Tucumán (Menéndez, 1962),

do Plioceno, determinou que as condições foram um pouco diferentes das atuais

na área que inclui, atualmente pequenos bosques com leguminosas do tipo

Acacia. Com base nessa forma fóssil, infere-se que havia maiores diferenças

estacionais (Menéndez, 1971) (Figura 3.3 : P.5).

O trabalho realizado por Anzótegui (1978) sobre cutículas do Neógeno

da Província de Corrientes, Argentina, selecionou, dentre os 15 tipos mais

abundantes, aqueles que puderam ser classificados em nível de gênero. As

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

47

cutículas foram encontradas, na parte superior dos sedimentos da Formação

Ituzaingó (Plioceno) com cerca de 50 cm de espessura. A descrição sistemática

possibilitou a identificação de inúmeras famílias e espécies. Dentre elas têm-se:

Sapotaceae (Pouteria sp 1 e Pouteria sp 2); Lauraceae (Nectandra sp 1 e

Nectandra sp 2, Ocotea sp); Meliaceae (Trichilia aff. T. catigua, Tipo 6, Guarea

aff. G. speciflora, Tipo 7); Myrtaceae (Eugenia aff. E. burkartiana, Tipo 8) e as

restantes incluídas como Incertae sedis (Tipos 9-15). (Figura 3.3 : P.22).

A presença de troncos fósseis em diferentes níveis da Formação

Paraná (Mioceno Médio-Tardio) e Ituzaingó (Plio-Pleistoceno) é conhecida pelos

trabalhos de Bravard (1858) e Frenguelli (1920). Estudos sistemáticos realizados

com a flora sul-americana apresentaram exemplares lenhosos silicificados, sendo

possível reconhecer ritidoma, xilema secundário, raras vezes xilema primário e

medula.

Em resumo, nos registros fossilíferos de diversas localidades sul-

americanas, durante todo o intervalo Paleógeno-Neógeno, prevaleceram floras de

caráter tropical, possivelmente mais úmidas.

A tafoflora de Jaguariúna, considerada como neógena, estaria

compreendida na área florística de clima quente tropical a subtropical sul-

americana, cuja extensão foi desde as regiões mais setentrionais do continente

até, aproximadamente, 40°- 45° de latitude sul, durante o Mioceno, e que, mesmo

com o resfriamento climático plioceno restringindo sua extensão a

aproximadamente 25° de latitude sul, permaneceu incluída nessa área florística.

Após sua análise taxonômica, comparações com as demais tafofloras sul-

americanas serão feitas.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

48

CAPÍTULO 4 – ÁREA DE PROCEDÊNCIA DOS FÓSSEIS: ASPECTOS GEOGRÁ-

FICOS, GEOLÓGICOS E PALEONTOLÓGICOS

A tafoflora encontra-se em depósitos cenozóicos, que ocorrem no

Município de Jaguariúna na área centro-oriental do Estado de São Paulo, Brasil.

É proveniente de um afloramento localizado à margem esquerda (sentido

Campinas - Mogi-Mirim) da rodovia Adhemar de Barros (SP-340), no km 136,5,

próximo ao trevo do Hotel Fazenda Duas Marias. Encontra-se, mais precisamente,

na latitude de 22º42’ S e longitude 46º58’ W, numa altitude de 584m. (Figura 4.1).

Figura 4.1 – Localização do Município de Jaguariúna, com as principais vias de acesso. Fonte: Modificado da Prefeitura Municipal de Jaguariúna, 2006.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

49

4.1 – Aspectos Geográficos

O Município de Jaguariúna ocupa uma área de 149 km2 e limita-se ao N

com o Município de Sto. Antonio de Posse e Holambra; ao S, com Campinas; a E,

com Pedreira e a W, com Paulínia. Apresenta um clima tropical de altitude,

mesotérmico, com verões quentes, segundo Köppen (1900). A estação seca (com

26% de precipitação média anual = 200 a 300mm) ocorre, aproximadamente,

durante o inverno, de maio a setembro, enquanto a estação chuvosa (com 74% da

precipitação anual = 900 a 1000mm) ocorre de outubro a abril. A temperatura

regional é de 4º C a 32º C, com média anual em torno de 18º C a 20º C. A área foi

recoberta, num passado recente, por uma floresta semidecídua de mata latifoliada

tropical, com mata ciliar ao longo dos rios, que foi grandemente devastada pela

agricultura cafeeira, restando dela apenas raros remanescentes pontuados.

(EMBRAPA, 2007).

Os rios que percorrem o Município (Atibaia, Jaguari, Camanducaia e seus

afluentes) são tributários da bacia hidrográfica do rio Piracicaba que, por sua vez,

deságua no rio Tietê. A diferença de relevo, entre o Planalto Atlântico e a Depressão

Periférica, como será visto mais adiante, leva os rios a formarem cachoeiras e

corredeiras. (Figura 4.2).

Figura 4.2. Mapa hidrográfico da Região de Jaguariúna (SP). Extraído de http://www.jaguariuna.cnpm.embrapa.br (2007).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

50

4.2 – Aspectos Geológicos

Depósitos cenozóicos de maior ou menor extensão, ocorrentes principalmente

na área centro-oriental do Estado de São Paulo, resultam de tectônica de

basculamentos; soerguimentos; abatimentos de blocos de falha e desenvolvimento

de bacias tafrogênicas (Carneiro & Ponçano 1981 e Hasui et. al. 1982). Esses

sedimentos cenozóicos são, em geral, continentais e as idades são quase sempre

inferidas. São coberturas isoladas, areno-argilosas, castanhas a ocre, com poucas

estruturas sedimentares.

Figura 4.3. – Mapa de feições tectônicas e estratigráficas do Estado de São Paulo. Modificado de Carneiro & Ponçano (1981).

Constituem-se desde pequenas manchas isoladas até formações mais

extensas, na forma de depósitos aluviais, terraços, depósitos coluviais, que foram

sedimentados em várzeas e planícies de inundação relacionadas às drenagens

atuais. Estendem-se, principalmente, pela Depressão Periférica. Algumas manchas

mais extensas são denominadas informal e localmente: Formação Rio Claro

(Mioceno-Pleistoceno) Zaine et al. (1995), Formação Pirassununga (Oligoceno-

Mioceno) com a Fácies Vargem Grande do Sul, de Freitas et. al. (1990) e Formação

Santa Rita do Passa Quatro (Eoceno?) Massoli (1981). (Figura 4.3). Melo (1995) e

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

51

Melo et al. (1997) englobaram todas essas formações sob a designação de

Formação Rio Claro.

De acordo com o mapa geológico do Município de Jaguariúna (SP),

elaborado por Brollo (1996), os sedimentos cenozóicos estendem-se pela área

central e recobrem diretamente as rochas permo-carboníferas do Subgrupo Itararé

ou injeções de diabásio juro-cretáceas da bacia do Paraná. Na área leste, aqueles

sedimentos assentam-se diretamente sobre rochas do Proterozóico Superior. (Figura

4.4).

Ainda, segundo Brollo (1996), em Jaguariúna, os morretes alongados,

paralelos, de topos arredondados, perfis convexos, além de colinas e relevo pouco

movimentado estão relacionados a várias rochas pertencentes a suítes graníticas do

Proterozóico Superior, chamadas de granitóides de Jaguariúna com duas litologias

mapeáveis: biotita-granito porfirítico de distribuição mais ampla e anfibólio granitóide,

de distribuição mais restrita.

Figura 4.4. – Mapa Geológico do Município de Jaguariúna, modificado de Brollo (1996).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

52

Figura 4.5. – Unidades litoestratigráficas neocenozóicas da Depressão Periférica e áreas adjacentes dos mapas da CPRM.

Mapa extraído com modificações de Cavalcante et al. (1979).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

53

As unidades sedimentares são de diferentes idades: arenitos de

granulação variada passando a folhelhos, do Permo-Carbonífero (Subgrupo Itararé-

Grupo Tubarão) e arenitos, siltitos e lamitos amarelo-alaranjados ou variegados,

geralmente maciços ou com estratificações cruzadas e friáveis das Coberturas

Cenozóicas, correlatas à/ ou da própria Formação Rio Claro conforme Melo (1995) e

Melo et al. (1997).

Os depósitos da Formação Rio Claro sensu stricto ocorrem na área

aplainada (platô) nas proximidades da cidade de Rio Claro, onde atingem a

espessura máxima de 20 a 40 m.

De forma mais descontínua, nas proximidades da borda leste da

Depressão Periférica, junto ao Planalto Atlântico, as unidades correlatas, com

aproximadamente 10 metros de espessura, designadas formações Pirassununga,

Santa Rita do Passa Quatro e outras coberturas foram identificadas como Formação

Rio Claro por Melo (1995) e Melo et al. (1997). Esses autores basearam-se para

isso, em semelhanças granulométricas, mineralógicas, faciológicas e

geomorfológicas. (Figura 4.5).

Figura 4.6. - Áreas de ocorrência da Formação Rio Claro e/ou depósitos correlatos na Depressão Periférica.

Fonte: Extraído com modificações de Melo et al. (1997).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

54

Melo et al. (1997), conforme Figura 4.5, reconheceram, na área, manchas

da Formação Rio Claro, na forma de depósitos de sistema fluvial meandrante sob

ação de clima úmido, agrupadas em quatro litofácies principais:

Trcl = predominância de lamitos de origem gravitacional, formados em

áreas de relevo acidentado nas cercanias do Planalto Atlântico; Trcc =

predominância de cascalhos e areia de depósitos associados a canais (fundo de

canal, barras de pontal) de sistema fluvial meandrante; Trcm = argila laminada com

impressões de folhas e caules em planícies de inundação; Trca = areias de

rompimento de diques marginais. A área de ocorrência dos fitofósseis estudados em

Jaguariúna (SP), estaria na fácies Trcm, da Formação Rio Claro, de acordo com

Melo et al. (1997). (Figura 4.6).

Figura 4.7 – Distribuição de Litofáceis da Formação Rio Claro ao longo da borda leste da bacia do Paraná, na área de

Jaguariúna (SP). Extraído com modificações de Melo et al. (1997).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

55

4.3 – Aspectos Paleontológicos

Até o momento, os sedimentos neopaleozóicos do Subgrupo Itararé

apresentam-se afossilíferos, na área de Jaguariúna. Por outro lado, o Cenozóico da

Depressão Periférica apresenta um conteúdo fossilífero, registrado por alguns

autores como se segue:

4.3.1 – Registros Paleozoológicos Cenozóicos da Depressão Periférica

No Cenozóico da Depressão Periférica, os animais estão, pobremente,

representados por apenas alguns fósseis do Filo Arthropoda.

Esses foram registrados, inicialmente, na Formação Pirassununga, no

Município de Vargem Grande do Sul, por Duarte & Martins (1985) como Asa de

Inseto. Posteriormente, Martins-Neto (1989) identificou essas formas de homópteros

cercopóides como Parafitopteryx duarteae Martins-Neto, 1989.

Na Formação Rio Claro, Fernandes & Mello (1996) registraram, em

afloramento na rodovia Paulínia – Cosmópolis, margem direita do rio Atibaia, um

icnofóssil de artrópode na forma de uma provável pista de crustáceo anostráceo, que

é típico de água doce.

4.3.2 – Registros Paleobotânicos dos Depósitos Cenozóicos da Depressão Periférica

Como já mencionado no Capítulo 1, a paleoflora cenozóica do Estado de São

Paulo permanece relativamente desconhecida do ponto de vista taxonômico, ainda

que apresente registro abundante com várias ocorrências fitofossilíferas indicadas

por Mezzalira (1966, 1989 e 2000), observáveis na Tabela 1.1.

Na Depressão Periférica, a Formação Pirassununga (ou a Formação Rio

Claro, conforme Melo, 1995 e Melo et al. 1997), destaca-se como a mais

fitofossilífera (Fig. 4.5). Na Fácies Vargem Grande do Sul – foram identificadas

algumas formas por Mezzalira (1961/62, in 1964) que, depois, foram

complementadas com a identificação de outras por Duarte & Martins (1983, 1985)

chegando-se à seguinte composição paleoflorística:

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

56

Eudicotiledôneas

Caesalpinoidea

Cassia parkerii Duarte & Martins, 1983.

Cassia elliptica Duarte & Martins, 1983.

Cassia parabicapsularis Duarte & Martins, 1983.

Fab

ales

Faboidea

Machaerium nervosum Duarte & Martins, 1983.

Platipodium potosianum Engelhardt, 1894.

Camptosema cordatum Duarte & Martins, 1983.

Camptosema primum Duarte & Martins, 1983.

Rutales Cedrela arcuata Duarte & Martins, 1983.

Serjania mezzalirae Duarte & Martins, 1983.

Sapindales Sapindus ferrerae Duarte, 1972.

Celastrales Maytenus fragilis Duarte & Martins, 1985.

Myrtales

Eugenia vargensis Duarte & Martins, 1985.

Eugenia punctata Duarte & Martins, 1985.

Psidium adornatum Duarte & Martins, 1985.

Myrcia diafana Duarte & Martins, 1985.

Caliptrantes argilosa Duarte & Martins, 1985.

Gomidezia costata Duarte & Martins, 1985.

Tibouchina izildaisabelae Mezzalira, 1964

Gentianales Symplocus dealbata Duarte & Martins, 1985.

Magnoliales Annonaceae – Mezzalira, 1964 e 1966.

Ebenales Mezzalira, 1964 e 1966.

Na Formação Rio Claro, Mezzalira (1961/1962) referiu-se a prováveis

restos de Monocotiledôneas. Bjornberg et al. (1964b) identificaram “nos sedimentos

modernos” do platô de Rio Claro, as famílias Nymphaeaceae, Potamogetonaceae ou

Alismataceae (Helobiae), semelhantes a formas aquáticas viventes e prováveis

cápsulas de Bryales.

Zaine (1994) e Zaine et al. (1995) registraram, na área do platô de Rio

Claro, vegetais fósseis indeterminados, alguns semelhantes aos descritos por

Bjornberg et. al. (1964b), ainda oogônios de carófitas e impressões atribuídas a

angiospermas e filicopsidas.

Fittipaldi (in Melo et. al. 1997) identificou na Formação Rio Claro

Magnoliopsidas e prováveis fragmentos de Liliopsidas do tipo Typhaceae.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

57

O conteúdo paleontológico dos depósitos atribuídos à Formação Rio

Claro ainda não permitiu avançar muito em relação a interpretações geocronológicas

e paleoambientais.

A tafoflora de Jaguariúna é composta basicamente por restos de vegetais,

com destaque para inúmeras folhas, com preservação precária devido ao ambiente

em que foi depositado (provavelmente oxidante) ou ao intemperismo químico

posterior com intensa lixiviação. É possível observar também uns raros espécimes

diminutos de moluscos gastrópodes, preservados em associação nesses

sedimentos.

A importância do estudo dos fitofósseis está nas possíveis inferências

paleoclimáticas a partir das feições morfológicas de suas formas foliares, ditadas

pelo clima reinante na época de vida e por características tafonômicas das plantas.

Esse conteúdo fitofossilífero foi noticiado pela primeira vez, por Fernandes

et al. (1994) para a região de Paulínia e Jaguariúna (SP), como de variável grau de

fragmentação e dimensões centimétricas, ocorrente em siltitos amarelo-ocre,

laminados, contidos nas fácies lamitos (siltitos, arenitos muito finos e argilitos), com

espessuras de 10 a 15m.

Esses fitofósseis foram, tentativamente, atribuídos à Família Cyperaceae

ou Typhaceae, ambas viventes, no geral, em ambientes paludosos ou lacustres.

Conforme esses autores, os fragmentos vegetais teriam sido depositados

em meandros abandonados sob águas calmas, por ocasião de transbordamentos

durante inundações.

Dos-Santos et al. (2006), em avaliação preliminar, da tafoflora cenozóica

do Município de Jaguariúna (SP), registraram a ocorrência de 16 morfotipos distintos

de folhas. Cerca de 96% dessa tafoflora seriam representados por eudicotiledôneas

e 4% por monocotiledôneas e/ou coníferas. Utilizaram a grande diversidade de

formas, com predomínio de margem lisa e de ápice convexo de ângulo agudo, como

evidências de adaptação ao clima quente e úmido, de altitude e latitude baixas. Com

base no predomínio de áreas foliares pequenas, propuseram provável deposição

seletiva em área de inundação. Considerando a provável idade neógena atribuída à

Formação Rio Claro e o provável clima mais quente e úmido que o atual, indicado

pela tafoflora; sugeriram como idade mais provável a miocena, pois na época

pliocena, o clima global teria sido mais frio e seco.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

58

CAPÍTULO 5 – MATERIAL E MÉTODOS

5.1.Material Estudado

O material tafoflorístico aqui estudado é proveniente de afloramento de

camadas sedimentares que apresentam alternância de argilitos, arenitos finos e

grossos intercalados por crostas limoníticas, conforme pode ser observado na seção

colunar e fotos ali obtidas. (Figura 5.1, Estampa I - Figuras 1, 2, 3, 4, 5, e 6).

A coleta foi realizada a partir de dois níveis fossilíferos, indicados na

seção colunar, que apresentaram diferente composição e tipo de preservação. O

inferior contém material mais abundante e diversificado, na forma de impressões

foliares e caulinares, recobertas por pátina esbranquiçada de caulinita, quase sem

detalhes morfo-anatômicos, em matriz de argilito variegado amarelo – alaranjado a

róseo, com laminação incipiente, localizado próximo à base do afloramento, com

0,72m de espessura. Muitas vezes, a abundância e a distribuição caótica dos

fósseis, desse nível, dificultaram o estudo dos espécimes, que se apresentavam

superpostos tornando impossível a sua separação. O superior apresenta impressões

e compressões foliares e caulinares (quase sempre folhas de monocotiledôneas e

caules de esfenófitas) desprovidas de pátina, em matriz de argilito amarelo com

plaquetas de argila branca disseminadas, também de laminação incipiente.

Quanto aos aspectos tafonômicos, as observações durante a coleta

mostraram que a assembléia tafoflorística é constituída de folhas inteiras e

fragmentadas. Entretanto, mesmo fragmentadas, algumas impressões foliares

preservam feições morfológicas, como margem, forma da base e/ou ápice, embora

quase sempre a venação é incipiente.

É importante ressaltar que alguns espécimes fragmentaram-se durante o

transporte até o sítio de deposição (causas bioestratinômicas), enquanto outros, por

serem extremamente frágeis na matriz intemperizada, fragmentaram-se durante a

coleta e transporte do campo para o laboratório.

Algumas folhas apresentam cicatrizes e/ou manchas, de possíveis

ataques por insetos (Estampa VIII Figuras 8, 9 e 10).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

59

5.2 - Métodos de Estudo

Os métodos foram subdivididos em métodos de campo e laboratório, por

questão de clareza do texto.

5.2.1 - Métodos de Campo

Os métodos de campo consistiram em localização exata do afloramento;

levantamento da seção colunar e coleta de amostras da tafoflora.

Com equipamento de localização por Sistema de Posicionamento Global

(GPS) de marca Germin Etrex-Vista foram obtidas, no local do jazigo fossilífero, as

coordenadas 22º 39’ 38” de latitude sul e 47º 00’de longitude oeste e altitude de

584 m.

No local, foi levantada uma seção colunar (Figura 5.1) tomando como

base o nível mais inferior do afloramento próximo a uma boca de lobo da estrada.

A partir da base, foi detectada uma camada de argilito variegado amarelo-

ocre-rosado, com plaquetas de argila branca, ligeiramente arenoso, afossilífero com

delgada crosta limonítica no seu interior. A espessura da camada é de 0,32m. Sobre

essa camada, numa espessura de 0,72m, há uma camada de argilito variegado

amarelo-alaranjado claro, com laminação incipiente e fossilífero. Apresenta falha de

direção N 15º W com mergulho de 20º no sentido NE. Esta camada é capeada por

uma crosta limonítica de 0,05m de espessura. Sobrepõe-se a ela uma camada de

arenito grosso, arcosiano, incipientemente, estratificado na horizontal, de 1,35m de

espessura. Este arenito está sotoposto a um argilito amarelo, com plaquetas de

argila branca, mais ou menos laminado fossilífero, com 1m de espessura. Sobre o

argilito, repousa uma camada de arenito grosso mal selecionado, amarelo-

acastanhado, com estratificação cruzada, de 1 m de espessura. Capeia esse arenito

uma nova crosta limonítica, com espessura de 0,04 m. Sobrepõe-se 1,25 m de

argilito variegado vermelho esbranquiçado, afossilífero, capeado por outra crosta

limonítica de 0,06 m de espessura. Sobre essa crosta assenta-se um espesso solo

arenoso de 3,50 m de espessura.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

60

← Solo arenoso (3,50 m de espessura).

← Crosta limonítica (de 0,06 m de espessura).

← Argilto avermelhado, variegado, afossilífero (de 1,25 m de espessura).

← Crosta limonítica (de 0,04 m de espessura).

← Arenito grosso, mal selecionado, amarelo-acastanhado, com estratificação

cruzada. (1,0 m de espessura).

← Argilito amarelo com plaquetas de argila branca, mais ou menos laminado e

fossilífero com Typha e Equisetites (?). (1,00 m de espessura).

← Arenito grosso, arcosiano, incipientemente, estratificado na horizontal (1,35 m

de espessura).

← Crosta limonítica (0,05 m de espessura).

← Argilito, amarelo claro, laminado, com laminação incipiente e fossilífero (0,72 m

de espessura).

← Falha de direção N 15° W, com mergulho de 20° no sentido NE.

← Argilito amarelo-ocre, variegado com plaquetas de argila branca, ligeiramente

arenoso, afossilífero, com nível mais férrico no seu interior (0,32 m de espessura).

Figura 5.1. – Seção colunar composta do afloramento fossilífero de Jaguariúna, na margem esquerda da Rodovia SP-340 (Sentido Campinas–Mogi-Mirim) no km 136,5.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

61

A coleta de material foi feita em diversas viagens, tomando-se o cuidado

de medir a direção preferencial do alongamento dos fósseis na camada, obtendo-se

uma ligeira predominância entre N 28ºW e N 30ºW. O material, devidamente

embalado, foi transportado para preparação e estudo em laboratório.

5.2.2- Métodos de Laboratório

Esses métodos consistiram em: preparação das amostras para estudo;

pesquisa bibliográfica de características diagnósticas de espécies fósseis já

descritas para o cenozóico brasileiro; preparação de espécimes de formas atuais

para comparação, pelo método de clarificação; documentação gráfica, por fotos e

desenhos; análise morfo-anatômica do material fossilífero sob estereomicroscópio

(mensuração e descrição); identificação taxonômica e integração dos dados.

Após secagem das amostras vindas do campo, passou-se à preparação

mecânica, numeração e catalogação.

a) Preparação mecânica do material – Com auxílio de ferramentas como

martelos, talhadeiras, marteletes, serrinhas e instrumentos odontológicos de

corte e pontiagudos, a matriz fossilífera foi desbastada, descobrindo e

livrando os fósseis de coberturas parciais de sedimentos, seguindo a

metodologia descrita por Fairon-Demaret et al. (1999), chamada dégagement.

A seguir, os fósseis foram numerados, provisoriamente, até o término do

estudo, quando receberão numeração definitiva, para publicação e inclusão

na Coleção Científica do Laboratório de Geociências da UnG.

b) Pesquisa bibliográfica - Intensa pesquisa da literatura botânica e

paleobotânica, em biblioteca e Internet, foi realizada durante todo estudo até

a sua conclusão; visando conhecer a geologia da área e a paleobotânica

neógena do Estado de São Paulo, do Brasil, Sul-americana e em seu

contexto mundial, bem como, o habitat e hábito de formas atuais afins. Foram

realizados levantamento e confecção de fichas dos caracteres diagnósticos

das espécies de fitofósseis cenozóicos, já descritos no Brasil, visando

comparações com o material estudado.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

62

c) Clarificação de formas foliares atuais para comparação - O material foliar foi

clarificado pelo método de Foster, conforme descrito por Dutra & Stranz

(2002).

d) Documentação gráfica - a documentação gráfica dos espécimes estudados foi

realizada por fotos e desenhos em câmara clara. Os espécimes foram

fotografados diversas vezes na tentativa de aprimoramento técnico, tendo em

vista a obtenção de melhores fotos. Constatou-se que a melhor técnica é a de

iluminação natural para os espécimes foliares de maior área, enquanto os

espécimes menores requerem iluminação artificial dirigida, sob

fotoestereomicroscópio. Para as fotomacrografias, foi utilizada a câmera

fotográfica digital Sony Cyber-Shot 5.1 Megapixels, enquanto as

fotomicrografias foram obtidas através do fotoesteromicroscópio Zeiss modelo

Stemi CV6 acoplado de câmera fotográfica Canon PowerShot G6 7.1

Megapixels, ambos do Laboratório de Palinologia e Paleobotânica da UnG.

Os fitofósseis foram analisados com iluminação por fibra óptica (oblíqua ou

rasante) no mesmo esteromicroscópio Zeiss, acoplado de câmara clara, sob a

qual, as feições morfológicas foram desenhadas, visando o detalhamento dos

padrões de venação de ordens superiores à secundária e outros pormenores

morfológicos.

e) análise da arquitetura foliar do material sob estereomicroscópio (mensuração

e descrição) - os espécimes tiveram sua arquitetura foliar analisada segundo

o manual de Wing et al.1999; suas dimensões lineares e angulares foram

obtidas com o paquímetro digital Mitutoyo e com transferidor sobre o próprio

fóssil ou sobre seu desenho em escala, obtido na câmara clara. As áreas da

superfície foliar foram calculadas conforme métodos matemáticos de Wing et

al. 1999 e classificadas segundo as categorias estabelecidas por Webb, 1955.

f) identificação taxonômica – as identificações de angiospermas foram feitas

com base na chave de arquitetura foliar de Hickey (1973), Hickey & Wolfe

(1975) e Hickey (1979), chegando-se até ordem ou família; na comparação

com táxons menores atuais seguiu-se Cronquist (1988), Judd et al. (2002),

Lorenzi (1992, 1998 e 2000), Souza & Lorenzi (2005), publicações atuais e

pesquisa de imagens na Internet, além de comparações com material de

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

63

herbário clarificado. Quanto à comparação com material fóssil, foram

utilizadas fichas das espécies fósseis levantadas da literatura paleobotânica

e outras publicações.

g) Levantamento e integração de dados - Após a análise morfológica e

conseqüente identificação dos fitofósseis foram realizados levantamentos de

dados paleoecológicos, paleofitogeográficos, filogenéticos, etc. Mapas de

distribuição geográfica e geológica de floras miocenas e pliocenas sul-

americanas e, além disso, de composição e distribuição estratigráfica dessas

floras foram confeccionados para permitir a integração e interpretação dos

dados obtidos.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

64

CAPÍTULO 6 – DADOS TAXONÔMICOS DA TAFOFLORA DE JAGUARIÚNA

Toda classificação de organismos vivos, conforme Taylor & Taylor (1993),

apesar do árduo e longo estudo e refinamentos continuados, representa ainda um

esquema altamente subjetivo. A maioria das classificações está baseada sobre o

mesmo tipo de evidência: feições compartilhadas, que permitem reconhecer

gêneros, famílias e outras categorias superiores em esquema de classificação. O

esquema classificatório filogenético ou cladística tem o intuito de produzir uma

classificação com base em caracteres derivados compartilhados (sinapomorfias) que

verdadeiramente reflitam a evolução de grupos particulares de organismos. Os

sistemas de classificação fenéticos utilizam todas as similaridades de caracteres

primitivos ou derivados como critérios na classificação dos organismos.

Os paleobotânicos têm, segundo os referidos autores, utilizado um

sistema de designação artificial, visto que, em quase todos os casos, as plantas por

eles estudadas estão representadas no documentário fóssil por órgãos

desarticulados. Disto resulta o estabelecimento de um sistema especial de

nomenclatura para se tratar de partes de vegetais fósseis. Como em outras áreas da

botânica, as plantas fósseis são designadas de acordo com um conjunto especial de

regras incluídas no Código Internacional de Nomenclatura Botânica. Entretanto, em

Paleobotânica, cada órgão desarticulado recebe uma nomenclatura binomial (nomes

genérico e específico). Nesse caso, surgem os morfogêneros ou gêneros-forma.

Quando se torna conhecida uma conexão entre um órgão vegetativo e um

reprodutivo, permitindo o reconhecimento de famílias naturais, um organogênero ou

gênero-orgão é criado. Como a maioria das plantas é constituída de muitos órgãos,

para referir-se à planta completa (quando a planta total é reconstituída) torna-se

necessário um sistema complexo de nomenclatura, seguindo-se dois padrões

possíveis: por um lado o organismo todo pode receber um novo nome ou o

organismo completo recebe o nome genérico do órgão que foi designado primeiro.

Na classificação taxonômica dos macrofitofósseis, conforme ressaltou

Mussa (in Carvalho, 2004), os paleobotânicos adotam a sistemática vegetal que

melhor se ajuste à incorporação harmoniosa dos grupos fósseis, muitos dos quais

totalmente extintos.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

65

A tafoflora de Jaguariúna foi analisada, taxonomicamente, segundo seu

documentário de macrofósseis foliares, que é o mais abundante e diversificado.

Na listagem e descrição dos elementos componentes dessa tafoflora, de

afinidades bem estabelecidas com formas atuais, foram seguidas as classificações

propostas por Tryon & Tryon (1982) para filicófitas e pelo APG II (2003) para as

angiospermas, neste caso complementadas em gêneros e espécies por Cronquist

(1988). Para os espécimes muito mal preservados, identificáveis taxonomicamente,

apenas por sua afinidade com folhas de monocotiledôneas propôs-se a designação

morfogenérica Monocotylophyllum Reide et Chandler, 1926. Para aqueles

identificáveis somente por sua afinidade com folhas de dicotiledôneas, designou-se

pelo morfo-gênero Dicotylophyllum Saporta (1894), seguindo Guleria et al. (2005).

Figura 6.1 – Tabela do APG II (2003) - Inter-relações das ordens e algumas famílias das angiospermas colocando em evidência o posicionamento taxonômico e filogenético dos grupos vegetais encontrados na tafoflora de Jaguariúna.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

66

6.1 – Lista Taxonômica da tafoflora de Jaguariúna

A seguir, são descritos, pela primeira vez, elementos componentes da

tafoflora, ainda que apenas, preliminarmente, estudada, devido à sua má

preservação, à grande abundância de fósseis coletados e à premência do tempo

para finalização desse estudo. Contudo, esses dados já permitem algumas

inferências paleobotânicas, paleoecológicas e paleoclimáticas, como poderá ser

visto nos próximos capítulos.

Compõem a tafoflora de Jaguariúna os seguintes elementos: Elaphoglossum sp;

Ocotea cf. O. pulchelliformis Fittipaldi, 1990; Typha cf. T. tremembensis Duarte &

Mandarim-de-Lacerda, 1992; Typha fittipaldii sp.n.; Monocotylophyllum sp. 1;

Monocotylophyllum sp. 2; Alternanthera sp; Garcinia sp.; Leguminosites sp.;

Aspidosperma duartei sp. n.; Dicotylophyllum sp. 1; Dicotylophyllum sp. 2;

Dicotylophyllum sp. 3; Dicotylophyllum sp. 4; Dicotylophyllum sp. 5; Dicotylophyllum

sp.6; Dicotylophyllum sp. 7; Dicotylophyllum sp. 8; Dicotylophyllum sp. 9;

Dicotylophyllum sp. 10; Dicotylophyllum sp. 11.

6.2 – Descrição e Identificação dos Fitofósseis

Reino Plantae

Divisão Filicophyta Tryon & Tryon, 1982

Classe Filicopsida

Ordem Filicales Dumortier, 1829

Família Dryopteridaceae Herter, 1949

Tribo Bolbitideae Pichi–Sermolli, 1969

Gênero Elaphoglossum J. Sm., 1841

Elaphoglossum J. Sm., 1841 – segundo Tryon & Tryon (1982), é uma

filicófita terrestre, rupestre ou epífita, de caule muito curto ou longamente rastejante

ou grimpante, muito delgado ou ligeiramente espesso, incluindo as bases de

pecíolos persistentes, portando escamas e raízes mais ou menos fibrosas. Suas

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

67

folhas são comumente dimórficas (as férteis diferindo das estéreis em tamanho,

forma e comprimento); podem ter de 2 cm a 2 m de comprimento, nascidas em tufos

ou amplamente espaçadas, lâminas simples usualmente inteiras. Suas margens são

inteiras ou largamente crenadas ou profundamente serradas-crenadas ou ainda

lobadas, dissecadas flabeliformes, ou pinatissectas. Desarticulam-se próximo à base

do pecíolo, em muitas espécies. Possuem textura glabra ou escamosa, raros

tricomas glandulíferos; veias livres ou pouco conectadas na margem ou, raramente,

anastomosadas. Os esporângios são densos sobre a superfície abaxial e portam

esporos mais ou menos elipsoidais, monoletes, com laesura igual à metade do

comprimento do esporo. Os esporos apresentam dobras semelhantes a aletas, com

superfície equinada a reticulada.

O gênero é pantropical a temperado austral, com cerca de 500 espécies,

das quais 350 ocorrem na América.

Elaphoglossum sp

Estampa II, Figura 1 e 2 e Figura de texto 6.1 e 6.2.

Espécimes estudados: JN 01 a, b; JN 57 a,b; JN 87.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento.

Descrição: Uma impressão isolada mais duas impressões e respectivas contra-

impressões foliares de frondes estéreis, simples, de limbo inteiro. O espécime JN 01

a,b possui pecíolo longo preservado, que mede 11 mm de comprimento por 1,6 mm

de largura. As lâminas foliares medem de 50 mm a 85,5 mm de comprimento por 15

a 24,4 mm de largura, tratando-se de formas micrófilas, elípticas, assimétricas, com

ápice reto de ângulo agudo (55º), e base decorrente de ângulo agudo (40º), de

margem lisa. Textura com raros tricomas. A veia primária é crassa, adelgaçando-se

para o ápice. Veias secundárias emergem da primária em ângulo agudo (28º a 80º),

de curso paralelo, com dicotomias e poucas anastomoses, terminando livres na

margem.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

68

Comparação: A forma de fronde simples de limbo inteiro, seu longo e delicado

pecíolo e mesmo a venação secundária dicotômica, de curso paralelo, são

sugestivas para o Gênero Elaphoglossum J. Sm, 1841, comparando-se à espécie

Elaphoglossum aubertii (Desv.) Moore (in Tryon & Tryon, 1982 : 623, Figura 96.11);

pela presença de raras anastomoses, aproxima-se um pouco de E. crinitum (L.)

Christ (in Tryon & Tryon, 1982: 623. Figura 96.13) e pelo longo pecíolo e pilosidade,

mormente sobre a veia primária, assemelha-se a Elaphoglossum petiolatum (Sw.)

Urban, conforme é observável no site Field Museum Chicago – Neotropical

Herbarium Specimens para comparação um espécime de E. antisana pode ser visto

na Estampa II Figura 3. Dada à falta de boa preservação e ao ângulo de emergência

um pouco mais agudo torna-se prudente manter o espécime identificado apenas

como Elaphoglossum sp.

Ecologia: Elaphoglossum J. Sm. (1841) é, primariamente, um gênero de epífita,

crescendo principalmente sobre troncos de árvores, próximo ao chão até 2m de

altura, em lugares úmidos, conforme Tryon & Tryon (1982). As espécies de

Elaphoglossum caracterizam-se por preferirem ambientes no interior da mata,

podendo ser de habitat terrícola ou corticícola, com representantes hemicriptófitos.

Elaphoglossum petiolatum (Sn.) Urban, E. aubertii (Desv.) Moore e E. crinitum (L.)

Christ são representantes de florestas serranas, nos brejos de altitude acima de 600

metros conforme Moran (1995, in Santiago et. al., 2004). Esses autores registram

espécies de Elaphoglossum J. Sm. (1841), nos brejos de altitude da flora de

Pernambuco, no Brasil. Quando em altitudes superiores a 1500m, fazem parte das

pteridófitas epífitas das florestas nebulosas, principalmente, da Mata Atlântica do

Sudeste do Brasil, conforme Figueiredo & Salino (2006).

Distribuição Geográfica: Elaphoglossum é um gênero de distribuição geográfica

pantropical e temperado do sul, com 600 espécies, sendo 450 encontradas na

América Neotropical (Bell, 1950). Ocorre na área tropical e temperada da África, sul

da Índia, Ceilão e Malásia, nos Himalaias, sul da China, Japão, Nova Guiné, Nova

Caledônia, nordeste da Austrália, nas Ilhas Havaianas e na Ilha de Páscoa. (Figura

6.2). Na América do Norte, ocorre desde o norte do México, descendo pela América

Central e Antilhas até o sul da América do Sul (Chile e Patagônia). (Figura 6.3).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Figura 6.2 – Distribuição mundial do gênero Elaphoglossum J. Sm. (1841). Extraído com modificações de http://www.nybg.org/bsci/res/moran/elaphoglossum_distribution.htm

Figura 6.3 - Distribuição de Elaphoglossum na América. Extraído com modificações de (Tryon & Tryon, 1982 - Figura 96.4 : 621)

Distribuição Estratigráfica: O gênero Elaphoglossum foi detectado no Mioceno de

Loja, no Equador, com três espécies, por Berry (1929), (Tabela 3.1, M-6) e, agora

em Jaguariúna (possivelmente Mioceno). É interessante notar que outra

Dryopteridaceae ou Lomariopsidaceae (Lomariopsis sp) foi encontrada na Formação

Pindamonhangaba (Tabela 3.1, P-19), por Mandarim-de-Lacerda et al. (1994).

Divisão Angiospermophyta

Magnoliidae APG II, 2003

Ordem Laurales Perleb 1826

Família Lauraceae Jussieu 1789

Gênero Ocotea Aublet, 1775

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Gênero de plantas da Familia Lauraceae, que inclui mais de 200 espécies

de árvores e arbustos, distribuídos principalmente pelas regiões tropicais e

subtropicais. São plantas que produzem óleos essenciais. Dentre elas citam-se: O.

cymbarum, O. caudata, etc. Muitas são importantes na produção de madeira como

Ocotea porosa (imbuia), Ocotea odorifera (sassafrás), Ocotea puberula (Rich) Nees

(canela-guaica, canela parda) e Ocotea pulchella (Nees et Mart. ex Nees) Nees

(canela-lageana, canela-preta, canela-do-brejo), segundo Souza & Lorenzi (2005).

Árvores de 10 a 30 m de altura, com copa globosa e densa, quase sempre

perenifólias, com folhagem de coloração verde-clara à verde-escura. O tronco é

tortuoso ou ereto, de diâmetro grande (75 cm a 250 cm), casca externa rugosa com

fendas e lenticelas. As folhas são simples, alternas, glabras, cartáceas a coriáceas,

têm forma elíptico-lanceolada, obovada ou oblonga, base e ápice agudos. Medem

de 6 a 15 cm de comprimento por 0,8 a 6,0 cm de largura, numa proporção largura

por comprimento mais comum de 1:3. Pecíolo, geralmente, longo. Apresentam flores

hermafroditas e frutos carnosos do tipo drupa.

Ocotea cf. O. pulchelliformis Fittipaldi, 1990

Estampa II, Figura 4 e 5 e Figura de texto 6.3

Espécimes estudados: JN 216; JN 231 A; JN 231 B; JN 263 A, JN 270 B.

Procedência: nível fossilífero inferior do afloramento.

Descrição: Impressões de folha simples, com regiões basal, mediana ou apical

preservadas. O pecíolo, quando preservado, é marginal e mede 5 mm de

comprimento e 2 mm de largura. Contorno elíptico a oblongo, de base ligeiramente

assimétrica. Ápice não preservado. A porção laminar preservada mede 55 mm de

comprimento por 20 mm de largura (proporção igual a 1: 2,75), atingindo uma área

superior a 733mm2, sugerindo tratar-se de micrófila. A base é convexa de ângulo

agudo (68º). A margem é inteira. A veia primária é de padrão pinado, reta, de calibre

moderado, afilando para o ápice. As veias secundárias seriam de categoria

eucamptódroma no primeiro par basal e de categoria broquidódroma fraca, nos

pares seguintes. Um par de veias basais apresenta ângulo de 30º-35º e são

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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levemente acrodrômicas. Os pares superiores emergem a um ângulo de 40º-45º e

são subopostas. As veias secundárias são moderadas e arqueadas desde sua

emergência, convergindo para o ápice próximo à margem, quando se unem às

imediatamente superiores em uma série de pequenos arcos. São desprovida de veia

intramarginal. Veia intercostal ao acaso. Veias terciárias percorrentes opostas

dispostas em ângulos ortogonais e as quaternárias são percorrentes alternas,

formando aréolas em reticulado ortogonal com quatro ou cinco lados. Algumas

estruturas circulares de tamanho reduzido são, às vezes, visualizadas sobre o limbo

(JN 216).

Comparação: Conforme Hickey & Wolfe (1975), o padrão broquidódromo fraco (com

veias secundárias unindo-se as suprajacentes, numa série de pequenos arcos), com

o primeiro par de secundárias originando-se a um ângulo menor que os superiores,

com venação terciária tipo reticulado, levam à comparação com a Ordem Laurales

da Família Lauraceae. Dentre as formas neógenas encontradas fósseis no Brasil, há

os gêneros: Cinnamomum, Endlicheria, Persea, Ocotea e Mespilodaphne. Dentre

essas formas a que mais se aproxima dos espécimes estudados é a Ocotea Aublet,

principalmente aquela encontrada por Fittipaldi (1990; Estampa 1, Figura 1 e 3):

Ocotea pulchelliformis Fittipaldi, 1990, na Formação Itaquaquecetuba. Apenas não

foi possível observar, devido à má preservação, vênulas de 5ª (quinta) ordem

simples ou ramificadas. As formas analisadas são algo maiores, com uma proporção

comprimento por largura um pouco maior. Devido à falta de informações ou às

pequenas discrepâncias, optou-se por designar os espécimes analisados, como

Ocotea cf. Ocotea pulchelliformis Fittipaldi, 1990. Um exemplar da forma atual pode

ser observado para comparação na Estampa II, Figura 6.

Ecologia: O. pulchella (Nees et Mart Ex Nees) é planta semi-decídua, heliófita,

higrófita, típica da Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), ocorrendo no

interior de mata sombria e úmida, mas pode também aparecer nos campos de

altitude da Serra da Mantiqueira e é comum na Mata Atlântica de onde se originou,

conforme Rizzini (1997). Pode aparecer ainda na restinga e nos cerrados de São

Paulo, embora seja mais freqüente nas submatas de pinhais, segundo Lorenzi

(2002a : 146).

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Distribuição geográfica: Ocotea é gênero típico do Reino Neotropical. Possui

ampla distribuição geográfica desde o sul da Flórida, pela América Central, até o

Uruguai, com mais de 200 espécies. No Brasil, é comum do Estado de Minas Gerais

até o Rio Grande do Sul. Algumas espécies são nativas da África e Madagascar.

Figura 6.4 mostra a distribuição mundial de lauráceas entre as quais está Ocotea.

Figura 6.4 - Distribuição mundial de Lauraceae. Extraído de http://www.mobot.org/mobot/research/APweb/orders/lauralesweb.htm

Distribuição estratigráfica: A Família Lauraceae teria surgido na América do Sul,

segundo Raven & Axelrod (1974). Isto teria acontecido durante o Cenomaniano,

quando as Magnoliídeas se dispersaram, conforme Anderson & Van Wyk (1999). Na

América do Sul, as Lauraceae se distribuíam, como atesta o documentário fóssil

paleógeno, desde a Venezuela até a Patagônia (Franco-Delgado & Bernardes-de-

Oliveira, 2004). Ocotea é uma laurácea cujos registros paleógenos aparecem

apenas no Brasil, na Formação Tremembé, da bacia do Paraíba. No Neógeno,

deixou registro também na Formação Ituzaingó, Plioceno da Província de Corrientes,

na Argentina (Anzotegui, 1978), conforme Tabela 3.1: P22 e Figura 3.3: P22, e na

Formação Itaquaquecetuba (Oligoceno-Mioceno) da bacia de São Paulo (Fittipaldi,

1990) e agora em Jaguariúna (Tabela 3.1: M18 e M19).

Monocotyledoneae APG II, 2003

Subclasse Commelinideae APG II, 2003

Ordem Poales Small, 1903

Família Typhaceae Jussieu, 1789

Gênero Typha Linnaeus, 1753

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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As tifáceas são incluídas nas Commelinidae devido a sua redução floral

associada com polinização anemófila, seus estômatos paracíticos, com presença de

vasos lenhosos em todos os órgãos vegetativos, sem endosperma portador de

amido entre outras características, conforme Cronquist (1988). Pertencem à Ordem

Poales Small 1903, conforme APG II (2003). São ervas paludosas, com uma porção

rizomatosa e outra ereta, portando folhas simples, alternas, dísticas, paralelinérveas,

com inflorescências espiciformes, cilíndricas e densas, aveludadas, de cor ferrugem

e terminais. São plantas monóicas, apresentando flores masculinas, sem gineceu,

no ápice da inflorescência e femininas sem estames, na base e de polinização

anemófila. Frutos tipo folículo, minúsculos e secos. Família monotípica, isto é, com

apenas o gênero Typha e cerca de uma dúzia de espécies. Esse gênero trata-se de

erva vulgarmente conhecida como taboa. Perene com ou sem tufo basal de folhas,

rizomatosa, higrófila e helófita. Folhas emergentes alternadas, dísticas de seção

triangular ou plana, coriáceas, sésseis invaginantes e simples. Lâminas inteiras,

lineares, longas, de venação paralelódroma, sem vênulas transversais, com

meristema basal persistente. Planta com ou sem corpos silicosos em sua epiderme.

Estômatos paracíticos e células - guardiãs não típicas de gramíneas (Joly,1983 e

Watson & Dallwitz, 1992, 2006).

Typha cf. T. tremembensis Duarte & Mandarim de Lacerda, 1992

Estampa III, Figura 1, 2, 3, 4 e 6; Figura de texto: 6.4 e 6.6;

Espécimes estudados: JN 243 A/B; JN 300; JN 309; JN 316; JN 319; JN 341 B/C;

JN 350; JN 371b A; JN 371b E; JN 388; JN 392; JN 393 A/D; JN 412; JN 443; JN

447; JN 448; JN 449; JN 544 A; JN 554 D; JN 600; JN 602 A; JN 604 A/D; JN 605 A;

JN 606 A/B/C; JN 607; JN 608; JN 609.

Procedência: A amostra JN 243 A/B procede do nível fossilífero inferior e as

demais, do nível superior do afloramento.

Descrição: Impressões de fragmentos de folhas lineares longas, sem ápices ou

bases preservados, com margens inteiras e paralelas, de venação paralelódroma,

todas as veias de, aproximadamente, igual calibre e desprovidas de vênulas

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transversais. A porção preservada mede 20-70 mm de comprimento, por 8-15 mm

de largura máxima. A densidade de venação é da ordem de 4 veias / 1 mm no centro

e 6 veias / 1 mm na margem, portanto com densidade ligeiramente maior próximo à

margem e mais eqüidistantes, de calibre semelhante e densidade menor próximo ao

centro. Provável paleotextura membranácea e possível mesófilo mais espesso no

centro da lâmina do que nas margens.

Comparação: Os fósseis em questão diferenciam-se de Cyperaceae, que são

formas mais comuns em clima temperado úmido, segundo Bremer (2002), pela

ausência de vênulas transversais. Isto torna essa forma mais identificável com as

Typhaceae. Dentre as formas atuais encontradas no Brasil (Typha domingensis

Persoon, T. latifolia L. e T. subulata Crespo & Peres-Moreau), é mais semelhante à

Typha domingensis (Estampa III, Figura 5) por suas folhas lineares, estreitas e

paralelinérveas. Assemelha-se a Typha tremembensis Duarte & Mandarim-de-

Lacerda (1992, p. 38-39, Estampa II, Figuras 7 e 9) na forma linear, com margens

inteiras e paralelas, na venação paralelódroma, na paleotextura membranácea e no

mesófilo mais delgado nas regiões submarginais e mais espesso no centro da

lâmina; vide Estampa III Figura 1, 2 e 6. Entretanto, como se tratam de apenas

fragmentos da porção mediana, não foi possível constatar as trabéculas transversais

ao eixo longitudinal da folha, correspondentes a impressões diafragmáticas do

aerênquima, mais nítidas na bainha foliar, conforme observação das autoras Duarte

& Mandarim-de-Lacerda (1992). Considerando tratar-se de um caráter diagnóstico

importante a ser confirmado, prefere-se aqui a identificação Typha cf. T.

tremembensis Duarte & Mandarim de Lacerda.

Typha fittipaldii sp. n.

Estampa III Figura 7,8 e 9 e Figura de texto 6.5

Holótipo: JN 400

Parátipos: JN 309 a A,B; JN 309 b A,B; JN 393 A, C; JN 393 H; JN 602 B, C.

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Procedência: espécime JN 554 D é proveniente do nível fossilífero inferior do

afloramento, enquanto os demais são provenientes do nível superior.

Nível estratigráfico: depósitos de cobertura neógenos, correlatos à Formação Rio

Claro.

Espécimes estudados: JN 309 a, A, B ; JN 309 b A, B; JN 316 A, B; JN 393 A, C;

JN 400; JN 436; JN 554 D; JN 602 B, C;

Diagnose específica: “Impressões foliares de forma simples, lineares, estreitas, de

margens inteiras e paralelas, de venação paralelódroma, densa, muito fina, de

calibre igual, sem vênulas transversais, de paleotextura coriácea a papirácea e de

mesófilo aparentemente homogêneo na área central e nas marginais”.

Specific Diagnosis: “Impressions of simple, linear, narrow leaf, entire and parallel

margins, parallelodromous, dense, very fine venation; all veins of equal caliber;

without transversal venelets; coriaceous to papiraceous paleotextura and mesophyll

apparently homogeneous in the central area as in marginal areas”.

Derivatio nominis: epíteto específico fittipaldii trata-se de um tributo ao Dr.

Fernando Cilento Fittipaldi, importante paleobotânico do cenozóico paulista.

Descrição: Impressões de fragmentos de folhas simples, lineares, estreitas, de

margens inteiras e paralelas, sem ápices e sem bases preservados, medindo de 1,5

mm até 6 mm de largura por 7,5 mm até 42 mm de comprimento incompleto. A

venação é paralelódroma, muito fina, de densidade variável de espécime para

espécime, entre 6-12 veias / mm, igual por toda lâmina, com veias de idêntico

calibre, desprovidas de vênulas transversais; de paleotextura quase sempre

membranácea, mas podendo ser mais papirácea ou coriácea e de espessura foliar

semelhante nas margens e na porção mediana.

Comparação: Por sua forma, densidade de venação e largura muito estreita, esses

espécimes assemelham-se à espécie atual Typha angustifolia Linnaeus, contudo a

ausência de epiderme preservada e de outros caracteres impede uma identificação

mais acurada com essa espécie, (Estampa III, Figura 10). Distingue-se de T.

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tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda por sua densidade de venação,

menores dimensões e por ausência de mesófilo mais delgado nas regiões

submarginais e mais espesso no centro da lâmina; caracteres diagnósticos dessa

espécie. Como se tratam de apenas fragmentos da porção mediana, não foi possível

constatar as trabéculas transversais ao eixo longitudinal da folha, correspondentes a

impressões diafragmáticas do aerênquima mais comuns próximo à bainha nessa

espécie. Por suas características bem marcantes, impossibilidade de comparações

mais acuradas com formas atuais e por sua relativa abundância na associação

fossilífera, justifica-se a proposição de uma nova espécie: Typha fittipaldii sp. n.

Ecologia: As tifáceas são plantas aquáticas higrófilas e helófitas, com folhas

emergentes da água, que habitam preferencialmente solos pantanosos e à margem

de corpos de águas lênticas. Comumente constituem associações muito densas e

extensas (hábito gregário). São herbáceas, perenes, com folhas agrupadas ou não,

proximalmente, sésseis, coriáceas e rizomatosas.

Distribuição Geográfica: As tifáceas são plantas quase cosmopolitas, que se

distribuem nas regiões temperadas e tropicais de ambos os hemisférios (Joly, 1983;

Souza & Lorenzi, 2005; Watson & Dallwitz, 1992 / 2006), com uma ou duas espécies

nativas para o Brasil, conforme Souza & Lorenzi (2005). Figura 6.5.

Figura 6.5- Distribuição geográfica mundial de Typhaceae. Extraído de http://www.mobot.org/mobot/research/APweb/orders/poalesweb.htm

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Figura de texto 6.1 Figura de texto 6.2 Figura de texto 6.3 Ocotea cf. Elaphoglossum sp Elaphoglossum sp O. pulchelliformis Fittipaldi, 1990

Figura de texto: 6.4 Figura de texto 6.5 Figura de texto: 6.6 Typha cf. T. tremembensis Typha fittipaldii sp.nov. Typha cf. T. tremembensis

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No Estado de São Paulo, são espécies espontâneas: T. latifolia Linnaeus

e T. domingensis Persoon.

A maioria das famílias de Poales recua seus registros até o final do

Cretáceo (65 Ma.). Análises de vicariância e dispersão indicam que as Poales

originaram-se na América do Sul, sendo que o clado ciperóide originou-se no

Gondwana Ocidental (América do Sul e África) enquanto o clado graminóide no

Gondwana Oriental (Austrália). A conexão transantártica entre a América do Sul e

Austrália e sua quebra há cerca de 35 Ma, provavelmente, influenciou a evolução

das Poales e do clado graminóide em particular, conduzindo à vicariância entre os

continentes. Entretanto, a separação da África das outras áreas do Gondwana é

anterior a esse evento, pois se completou a cerca de 105 Ma., não tendo influído na

distribuição das Poales. As tifáceas, conforme Bremer (2002), separaram-se das

Sparganiaceae ao redor de 90 Ma, conquistando o Hemisfério Norte, América do

Sul, África e Austrália.

Distribuição Estratigráfica: O provável mais antigo registro fóssil da Ordem Poales

parece ser um grão de pólen semelhante ao das Typhaceae ou Sparganiaceae do

Campaniano (83-74 Ma.) da Espanha, conforme Médus (1987). Há também

fitofósseis foliares atribuídos a Typha L. nas formações Magothy e Raritan do

Cenomaniano (99-93 Ma.) dos EUA, conforme Hollick 1906, apud Duarte &

Mandarim-de-Lacerda, 1992. Alguns autores (por ex. Mai,1987; Herendeen & Crane,

1995) consideraram certos frutos do Neocretáceo final (Maastrichtiano= 70Ma.) da

Europa Central atribuíveis a tifáceas. Segundo Duarte & Mandarim-de-Lacerda

(1992), são registrados fósseis de Typha lesquereuxi Cockerell semelhante à Typha

latifolia L. atual, desde o Oligoceno até o Plioceno, em ampla distribuição geográfica,

nos EUA.

As Typhaceae possuem registros seguros, para a América do Sul, na

forma de grãos de pólen e megafósseis a partir do Oligoceno da bacia do Paraíba

(Lima et al. 1985 e Duarte & Mandarim-de-Lacerda, 1992). Na Formação Tremembé

(Fazenda Santa Fé e Quiririm), há uma espécie fóssil: Typha tremembensis Duarte &

Mandarim de Lacerda, de possível idade oligocena (34-23Ma.), conforme Duarte &

Mandarim-de-Lacerda (1992).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

79

Fernandes et al. (1994) registraram a ocorrência de prováveis fósseis de

Typhaceae ou Cyperacea, em afloramentos de lamitos da região de Jaguariúna e

Paulínia (SP). Portanto, esse registro atual se configura como o segundo para a

área.

Monocotyledoneae APG II, 2003

Gênero Monocotylophyllum Reid & Chandler, 1926

Muitas formas devido à má preservação não permitem, por suas

características morfo-diagnósticas, uma identificação mais acurada que, por

exemplo, a simples atribuição a monocotiledôneas. Pole (1993), ao estudar a flora

fóssil eomiocena do Grupo Manuheritia da Nova Zelândia, utilizou para as formas

não identificáveis de folhas e estruturas reprodutivas o termo Parataxon com uma

complexa combinação de sigla e numeração. Esse expediente artificial também foi

utilizado por Cristalli (1997). Todavia, já em 1894, Saporta erigiu a designação

genérica Dycotylophyllum Saporta, para as formas foliares fósseis com identificação

taxonômica possível até o nível das Dycotyledonae. Considerando, tratar-se de uma

classificação que se aproxima mais da natural, alvo visado pela Paleobotânica, com

prioridade nomenclatural em relação àquela de Pole (1993) e com utilização na

atualidade (Guleria et al. 2005), nesse trabalho não só optou-se por utilizar

Dicotylophyllum Saporta como também utilizou-se a designação Monocotylophyllum

Reid & Chandler, 1926 para acomodar as formas foliares fósseis com feições

taxonômicas similares às de monocotiledôneas, como o fez também Pons (1988).

Monocotylophyllum sp. 1

Estampa IV, Figura 1 e Figura de texto 6.7

Espécimes estudados: JN 145 a e b.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

80

Descrição: Impressão e contra-impressão de micrófila (medindo 25,2mm de largura

por 37,2 mm de comprimento, em proporção 1 : 1,5), elíptica- arredondada, com

ápice convexo de ângulo obtuso (100º), base arredondada de ângulo obtuso (100º),

ligeiramente assimétrica, de margem lisa, veia primária bem marcada, afilando-se

para o ápice, com veias secundárias pinado- curvinérveas, convergindo para o

ápice, tipo eucamptódroma/ acródroma, dispostas em cinco pares subopostos a

opostos e emergindo a ângulos agudos de 30º até 80º, suavemente decrescente

para o ápice, encurvando-se em seguida, algumas veias terciárias são ligeiramente

visualizadas como percorrentes opostas, sinuosas, de ângulo variável, em relação à

veia primária, desde agudo amplo até obtuso pequeno, crescendo para a base.

Comparação: Essa forma é, preliminarmente, identificada como monocotiledônea

devido à sua venação eucamptódroma/ acródroma/ paralelódroma, diferente

daquela das Eudicotiledôneas da Ordem Ranunculales (Menispermaceae - Curarea

crassa Barneby, Souza & Lorenzi, 2005, p.205), tipicamente craspedódroma,

terminando em dentes ou palminervada. Da Ordem Myrtales (Melastomastaceae)

diferencia-se devido a venação secundária típica acródroma basal ou suprabasal

com apenas um ou dois pares de veias secundárias, nesse grupo vegetal. Também

por sua forma foliar elíptica larga quase circular, venação paralelódroma e venação

terciária perpendicular à primária, essa forma assemelha-se às Alismatales das

famílias: Araceae, Hydrocharitaceae, Alismataceae e às Liliales da família

Smilacaceae. Das Araceae, distingue-se pela base mais arredondada e pela

venação com tendência mais acródroma que eucamptódroma ou palminérvea.

Dentre as Hydrocharitaceae, assemelha-se mais a Limnobium laevigatum (Willd.)

Heine (Souza & Lorenzi, 2005, p.101), por sua forma e venação curvinérvea, da qual

se distingue entretanto por não ser palminervada. Também é semelhante às

Limnocharitaceae (Hydrocleys parviflora Seub e Limnocaris flava (L.) Buchenau, in

Souza & Lorenzi, 2005, p. 103), embora suas veias acródromas não emirjam da

base, mas sejam pinadas. Com a Ordem Liliales (Smilacaceae, gênero Smilax), há

uma semelhança quanto à forma elíptica de base arredondada e pela venação

acródroma, diferindo, entretanto, por se tratarem de veias curvinérveas partindo da

base (Souza & Lorenzi, 2005, p.140). Diante da dificuldade em colocar essa forma

em uma ordem ou família, mas considerando sua grande semelhança com a

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

81

arquitetura foliar das monocotiledôneas, considera-se aqui como Monocotylophyllum

sp.1

Monocotylophyllum sp. 2

Estampa IV, Figura 2 e Figura de texto 6.8

Espécimes estudados: JN 31E; JN 50; JN 61 C, E, F; JN 64; JN 79 a,b; JN 103 a,b;

JN 105; JN 109; JN 110 aA; JN 144 aB,bB; JN 273E; JN 284 C; JN 538 A; JN 601 A.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões e contra-impressões de micrófila (medindo de 2,7 mm a 9

mm de largura e até 80 mm de comprimento), lineares, de margens inteiras e

paralelas, com ápice reto de ângulo agudo, base cuneada de ângulo agudo, sem

pecíolo, simétrica, venação paralelinérvea crassa, com 03 a 08 veias crassas de

cada lado da veia mediana, convergindo no ápice e na base; veia mediana de

calibre maior, proeminente na superfície abaxial, afilando-se para o ápice. Ausência

ou não preservação de vênulas transversais.

Comparação: Preliminarmente identificada como Monocotiledoneae, apresenta

alguma semelhança entre as Alismatales (Hydracharitaceae, Potamogetonaceae),

Asparagales (Orchidaceae), Poales (Poaceae) que apresentam folhas

paralelinérveas com veia mediana proeminente. Dada a impossibilidade de

identificação até mesmo em nível de ordem, designa-se aqui essas folhas como

Monocotylophyllum sp. 2.

Eudicotyledoneae APG II, 2003

Eudicotyledoneae Centrais APG II, 2003

Ordem Caryophyllales Perleb, 1826

Família Amaranthaceae Jussieu, 1789

Gênero Alternanthera Forsskal, 1762

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

82

A Familia Amaranthaceae Jussieu caracteriza-se por constituintes herbáceos,

lianas, ou arbustos e subarbustos, monóicos ou dióicos com caules, às vezes,

articulados e suculentos, frequentemente, com nós inflados. Inflorescências

terminais e axilares com flores pequenas bissexuais ou raramente unissexuadas,

com um a três carpelos e um a dois óvulos basais. Os frutos são usualmente

aquênios, utrículos ou cápsulas circunsésseis, normalmente associadas com

periantos ou brácteas persistentes carnosos ou secos. As folhas são simples, de

disposição espiralada ou oposta cruzada ou alternada, sem estípulas, suculentas ou

reduzidas em alguns taxa (xerofíticos ou halofíticos). Margem inteira ou ondulada, às

vezes, serreada ou lobada, com venação pinada, veias secundárias irregularmente

broquidódromas, de terceira e quarta ordens mais pobremente desenvolvidas ao

acaso e não transversais, mas suas veias freqüentemente são pouco nítidas devido

ao aspecto suculento das folhas. São plantas cosmopolitas e características

especialmente de áreas perturbadas, áridas ou salinas. (Hickey & Wolfe 1975; Judd

et. al. 2002 e Simpson 2006).

Dentre as amarantáceas, o Gênero Alternanthera Forsskal, 1762, possui

cerca de 80 espécies herbáceas. São, principalmente, plantas estoloníferas,

rastejantes com caules flexíveis. As folhas são simples, decussadas ou verticiladas.

Alternanthera sp

Estampa IV, Figura 03 e Figura de texto 6.9

Espécime estudado: JN 285 A

Procedência: Nível inferior do afloramento fossilífero.

Descrição: Impressão completa de folha simples, elíptica, de pecíolo espesso (2,00

mm de comprimento por 1,5 mm de largura), apresentando comprimento de 19,6

mm por 13 mm de largura (proporção laminar de 1:1,5), perfazendo uma área de 251

mm2, classificando-se como micrófila. Sua base é cuneada à ligeiramente

decorrente, assimétrica, com ângulo de 78º e seu ápice é convexo-arredondado de

ângulo obtuso. A margem é inteira ou lisa, e a folha provavelmente suculenta, mal-

preservada, com venação pouco visível. A veia primária é pinada, crassa e afilada

para o ápice. As veias secundárias são broquidódromas e emergem da primária a

um ângulo de 30º.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

83

Comparação: A folha apresenta-se semelhante à das Caryophyllales da Família

Amaranthaceae tendo em vista as seguintes características: textura provavelmente

carnosa, de margem inteira, padrão pinado, com veias secundárias irregularmente

broquidódromas. O par basal de secundárias desenvolve lobos incipientes,

sugerindo tratar-se de três veias primárias, tipo acródroma imperfeita suprabasal de

Hickey & Wolfe (1975). Considerando seu tamanho reduzido, seu contorno oblongo-

elíptico, obovado ou espatulado, de base atenuada, a venação secundária

broquidódroma disposta em quatro ou cinco pares de veias subopostas, tem-se que

sua maior afinidade é com o gênero Alternanthera (Kissmann & Groth, 1992; Souza

& Lorenzi, 2005 : 221). Por suas dimensões aproxima-se mais de Alternanthera

pungens Kunth. (Estampa IV, Figura 4 e 5), mas por suas características de venação

e forma é muito semelhante Telanthera philoxeroides (Mart.) Moq. [= A.

philoxeroides (Mart.) Griseb], diferindo somente quanto ao caráter serreado x liso da

margem. Por este fato, preferiu-se designá-la Alternathera sp., conforme Figura de

texto 6.10.

Ecologia: As amarantáceas são mais comuns em ambientes abertos, havendo

ainda forma de interior de floresta. Há outras de cerrados e de restinga. Alguns

gêneros como Alternanthera têm hábito ruderal, contudo, a maioria das espécies

desse gênero está relacionada com ambientes úmidos como, por exemplo: A.

brasiliana (L.) O. Kuntze, planta perene, pouco exigente quanto ao tipo de solo, que

se desenvolve mais em solos ricos e úmidos. Tende a ter maior crescimento em

clareiras de matas. A. philoxeroides (Mart.) Griseb. é planta perene, anfíbia, isto é,

pode ocorrer tanto na terra como na água. Em locais menos úmidos, tende à

apresentar um porte mais ereto e a se apoiar em obstáculos próximos. Em áreas

úmidas, torna-se decumbente ou prostrada e, em áreas inundadas, caracteriza-se

como aquática emersa enraizada (helófita). Infesta várzeas úmidas e áreas alagadas

e partindo das margens, pode desprender-se e flutuar, formando um agrupamento

espalhado e denso, alcançando até 15 m de diâmetro, suportando ficar submersa

por diversos dias. É considerada uma erva daninha, sufocando alagados, lagos, rios,

canais e tanques de irrigação. (Jain, 1975; Kissmann & Groth, 1997, 1999;

Gunasekera & Bonila, 2001).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

84

Distribuição Geográfica: A Família Amaranthaceae é de distribuição cosmopolita,

excetuando-se as regiões muito frias do Hemisfério Norte. Dos 170 gêneros

existentes, 20 são nativos do Brasil. Entre essas formas podem ser citadas:

Alternanthera philoxeroides (Mart.) Griseb.,1879, que é planta nativa da América do

Sul, podendo ser encontrada desde o oeste dos Estados Unidos até a Argentina;

ocorre também na África, na Índia, no sudeste da Ásia e na Austrália. A. brasiliana

(L.) O. Kuntze originária do Brasil ocorre em toda a faixa litorânea e certas regiões

da Amazônia.

Distribuição Estratigráfica: Há fósseis duvidosamente identificados como

Amaranthaceae no Santoniano / Campaniano (cerca de 85 Ma.) por Magallón et al.

1999, mas estudos moleculares estimam a idade do clado em somente 28 a 40 Ma.

(Neoeoceno a Oligoceno), conforme Wikström et al. 2001, o que caracteriza uma

discrepância muito grande. Trata-se do primeiro registro para a família em território

sul-americano.

Rosideae APG II, 2003

Superordem Eurosideae I APG II, 2003

Ordem Malpighiales Mart. 1835

Família Clusiaceae Lindley 1836

Gênero Garcinia Linnaeus 1753

As Malpighiales constituem um grupo morfologicamente heterogêneo,

mas podem ter muitos estigmas secos, um exotegmen fibroso e nós trilacunares.

Várias famílias são, predominantemente, tricarpeladas. Contêm cerca de 35 famílias

e 13.100 espécies. A Família Clusiaceae está entre as maiores e junto com as

Podostemaceae têm pigmentos xânticos e células ou tecidos secretores. As

Clusiáceas são árvores, arbustos, lianas ou ervas. Têm folhas usualmente opostas

ou verticiladas, sem estípulas, simples, inteiras, com venação pinada,

frequentemente com pontos ou canais pelúcidos ou escuros, com exudação de

resinas claras, pretas ou coloridas; flores bi ou unissexuadas, estilete usualmente

não dividido e o número de estigmas igual ou menor que o dos carpelos. Frutos em

cápsula, infrutescência ou drupa. As Clusiáceas são consideradas como

monofiléticas na base de sinapomorfias anatômicas e químicas. O nome tradicional

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

85

para a Família, isto é, Guttiferae, significa portador de goma e refere-se às resinas

claras e coloridas características do grupo. Três subfamílias são reconhecidas com

base em análise cladística de morfologia: Kielmeyeroideae; Clusioideae e

Hypericoideae. A subfamília Clusioideae (por exemplo, Garcinia e Clusia) são

plantas lenhosas com canais secretores e têm usualmente estiletes conatos e curtos

e um embrião normalmente com hipocótilo muito grande. Clusia é distinguida por

possuir hábito de variação muito ampla: algumas espécies são epífitas

estrangulantes e outras têm várias raízes adventícias que suportam os caules. As

Clusiáceas possuem flores vistosas que são polinizadas por abelhas e vespas e

espécies com frutos carnosos, como Garcinia, são usualmente dispersos por aves

ou mamíferos. (Judd et al. 2002).

Garcinia sp

Estampa IV; Figura 6, 7 e 8; Figura de texto 6.11

Espécimes estudados: JN 203 A e JN 240 a,b.

Descrição: Impressões de folhas simples, com pecíolo marginal, parcialmente,

preservado medindo: 3 mm de comprimento por 1,6 mm de largura, no espécime JN

203 A. Nesse espécime, a porção mediano-basal preservada mede 73,8 mm de

comprimento por 39,6 mm de largura máxima inferida, o que lhe confere área

laminar superior a 1900 mm2 (tipo micrófila), apresenta base de forma arredondada

ligeiramente assimétrica. Ângulo basal de 76º. O espécime JN 240 a,b apresenta

porção mediano-apical, de ápice arredondado, com ângulo apical da ordem de 83º,

com contorno mais obovado, medindo 35 mm de comprimento preservado por 24

mm de largura máxima. Ambos apresentam margem inteira ou lisa e venação de

padrão pinado, com veia primária bem marcada. Venação secundária

broquidódroma, tendendo a formar uma veia intramarginal. São uniformes o

espaçamento de veias secundárias e ângulo de divergência (ao redor de 55º a 68º).

Intersecundárias ausentes. Venação terciária percorrente oposta, de curso sinuoso,

de ângulo obtuso (167º a 168º).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

86

Comparação: Pelo fato de ser folha simples, de margem inteira, com venação

pinada, veias secundárias fortemente broquidódromas e proximamente espaçadas,

veias terciárias obliquamente percorrentes; assemelha-se a folha de Caraipa

punctatula Ducke da Família Clusiaceae (Hickey & Wolfe, 1975, Figura 14c) do

grupo Ochnaceo, Ordem Malpighiales (APG II, 2003). Apresenta maior semelhança

com a folha de Rheedia sculpta Duarte e Vasconcelos (1980, Estampa 3, Figura 1-

3), encontrada no Quaternário de Umbuzeiro (PB), quanto às mesmas feições acima

citadas e ainda por formar uma veia intramarginal devido ao fortalecimento e

retificação da porção externa do arco. Difere, contudo, no tamanho foliar e no ângulo

de divergência das veias secundárias um pouco menores. Considerando que o

gênero Rheedia Linnaeus foi colocado na sinonímia do Gênero Garcinia Linnaeus a

identificação das formas, ora estudadas, é feita dentro desse último gênero.

Ecologia: O gênero Garcinia L. é típico da Amazônia e Mata Atlântica. Vive

principalmente na Floresta Ombrófila densa. Pode ocorrer ainda na Caatinga e na

mata de terra firme (Berg, 1979 e Kearns, 1998). Agrupa árvores de porte elevado

de 15 a 45 m de altura, com tronco de 60 a 180 cm de diâmetro, perenifólias,

heliófitas e seletivamente higrófitas. São características de vegetação aberta de

transição e indiferentes às condições físicas do solo, porém, exigentes quanto à

umidade do subsolo. Podem viver desde o nível do mar até 1500 m de altitude.

Distribuição Geográfica: A Família Clusiaceae é quase inteiramente neotropical

com poucos representantes na China e na África. No Brasil, apresenta 19 gêneros e

150 espécies, com ampla distribuição em vários Estados. O gênero Garcinia L.

aparece na área neotropical e no Brasil, em todos os Estados à exceção de Piauí,

Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Figura 6.6.

Figura 6.6 - Distribuição geográfica mundial de Clusiaceae.

Extraído de http://www.mobot.org/mobot/research/APweb/orders/malpighialesweb.htm

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Distribuição Estratigráfica: Essa família foi encontrada na forma dos gêneros

Clusia, Calophyllum e Rheedia, no Mioceno de Trinidad, por Berry (1925a), Tabela

3.1- M2; na forma de Calophyllilites, na Colômbia, por Pons (1980), Tabela 3.1- M5;

do gênero Rheedia L., 1753, no Mioceno, na Colômbia, em Santander, por Berry

(1936a) e Pons (1969), Tabela 3.1- M4; no Mioceno de Centinela, no Chile

(Hinojosa, 2003) Tabela 3.1- M20; no Plioceno de Trinidad, com o gênero

Calophyllum, por Berry (1937a,c), Tabela 3.1-P2; no Plioceno de Anzoategui, na

Venezuela, na forma de Rheedia L., por Berry (1939a,b) Tabela 3.1- P1; ainda no

Plioceno de Maraú e Pedrão (BA), na forma de Kielmeyera por Berry (1935) Tabela

3.1- P14 e P16; na forma de Rheedia L. , em Alagoinhas, Maraú e Pedrão (BA) por

Berry (1935) Tabela 3.1-P13, P14 e P16; como gênero Clusia L.1753 no Quaternário

de Umbuzeiro (PB), de Russas (CE) e de Morro do Chapéu (BA). (Duarte e

Vasconcelos, 1980). Agora é registrada como Garcinia sp., na tafoflora de

Jaguariúna (SP).

Rosideae APG II, 2003

Superordem Eurosideae I APG II, 2003

Ordem Fabales Bromhead 1838

Leguminosae Incertae sedis

Gênero Leguminosites Bowerbank, 1840

O Gênero Leguminosites Bowerbank foi erigido para identificar formas de

folíolos e sementes de prováveis Fabaceae ou Leguminosaceae de classificação

incerta, sendo utilizado por vários autores como Berry (1925). Krassilov (1979 apud

Meyen, 1987) propôs a utilização do termo Legumifolia com a mesma finalidade, na

designação de folíolos, enquanto Birkenmajer & Zastawniak (1986 apud Truswell,

1990) utilizaram somente Leguminosae. Considerando que Leguminosites

Bowerbank, 1840 já é uma designação genérica consagrada e com prioridade sobre

as demais, dá-se aqui preferência a esse termo.

Leguminosites sp.

Estampa IV, Figura 10 e 11; Figura de texto 6.12

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

88

Espécimes estudados: JN 06; JN 59; JN 96; JN 181B/E; JN 202; JN 205 B; JN 210;

JN 212; JN 225 A; JN 226; JN 230 A; JN 241aA; JN 271; JN 276; JN 289 A;

JN 292 A.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de folhas nanófilas ou folíolos (medem 12-23 mm de

comprimento por 6-9 mm de largura máxima), elípticas, com ápice retuso de ângulo

agudo amplo (75º), de base decorrente, assimétrica, de ângulo agudo (53º); pecíolo

curto inflado (1,16 mm); margem lisa e venação primária pinada, ligeiramente curva

e afilada para o ápice, veias secundárias broquidódromas festonadas, com ângulo

de emergência constante de 40º; venação terciária reticulada de ângulo ortogonal.

Pontos superficiais talvez correspondendo a pêlos ou glândulas.

Comparação: Pelo fato de serem possíveis folíolos, de margem inteira, ápice

retuso, venação pinada, veias secundárias broquidódromas e com pontos

superficiais (Hickey & Wolfe,1975), poderiam ser identificadas como Fabales /

Fabaceae = Leguminosae Incertae sedis. Dada a ausência de maiores detalhes

para reconhecimento de sua subfamília e taxa inferiores, utiliza-se em sua

designação apenas o morfogênero Leguminosites sp.

Distribuição geográfica: As leguminosas distribuem-se amplamente por todo o

mundo, desde as florestas tropicais pluviais até os desertos frios e secos. A maior

diversidade em formas de crescimento e composição sistemática são encontradas

no Planalto Central do Brasil, México, África Ocidental, Madagascar e região Sino-

Himalaia. A área do Mediterrâneo, a província do Cabo na África e a Austrália

também apresentam alta diversidade de espécies, embora dentro de poucos

gêneros. (MARCHIORI, 1997), Figura 6.7.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

89

Figura 6.7. - Distribuição geográfica mundial de Faboideae. Extraído de http://www.mobot.org/mobot/research/apweb/orders/fabalesweb.htm

Ecologia: Aproximadamente cosmopolitas, as leguminosas ocorrem em uma

ampla variedade de habitats. Aquelas de hábito arbóreo e lianas concentram-se

nas florestas tropicais pluviais da Amazônia e Nova Guiné. Geralmente são plantas

adaptadas à polinização entomófila (Judd et al. 2002 e Marchiori 1997).

Distribuição Estratigráfica: As três subfamílias das fabáceas, muito bem

diferenciadas, já estão documentadas desde o Neopaleoceno ao Eo-eoceno,

conforme registraram Truswell (1990) e Stewart & Rothwell (1993), indicando uma

separação anterior, há cerca de 65 Ma. O registro mais antigo de Fabales no Brasil

seria o de Acrocarpus santosi Magalhães (= Celtis santosi (Magalhães) Sommer,

1954), do Paleoceno da bacia de Itaboraí, no Rio de Janeiro. Registros de

Leguminosites Bowerbank foram feitos por Berry (1938) para o Paleoceno Superior

de Rio Pichileufú, da Argentina; por Duarte & Mandarim-de-Lacerda (1989), para o

Oligoceno da Formação Tremembé, na forma de fruto; por Berry (1925 b) para o

Mioceno da Patagônia; por Berry (1925 a) e Berry (1937 a,c), para o Mioceno e

Plioceno de Trinidad-Tobago; por Berry (1919), para o Mioceno do Peru; por Berry

(1922) para o Plioceno da Bolívia; por Hollick & Berry (1924) para o Plioceno da

Bahia (Maraú e Alagoinhas), na forma de folhas ou sementes. Nenhuma das

espécies erigidas para folhas é semelhante à forma aqui descrita.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

90

Figura de texto: 6.7 Figura de texto: 6.10 Monocotyledophyllum sp. 1 Alternanthera philoxeroides Figura de texto: 6.9 Alternanthera sp

Figura de texto: 6.11 Garcinia sp

Figura de texto: 6.8 Figura de texto: 6.12 Monocotyledophyllum sp. 2 Leguminosites sp.

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91

Asteridae APG II, 2003

Superordem Euasterideae I APG II, 2003

Ordem Gentianales Lindley, 1833

Família Apocynaceae Jussieu, 1789

Gênero Aspidosperma Mart & Zucc, 1824

As Gentianales, sensu APG II (2003), contêm cinco famílias dentre as

quais está a Família Apocynaceae. Esta está entre as dez maiores famílias de

angiospermas, com, aproximadamente, 411 gêneros e 4650 espécies. No Brasil,

ocorrem cerca de 380 espécies, distribuídas por 41 gêneros, habitando diversas

formações vegetais. A Família Apocynaceae é constituída de lianas, árvores,

arbustos e ervas. Caracteriza-se pela presença de látex, rico em glicosídeos e

alcalóides. Alguns de seus representantes portam caules suculentos. As folhas são,

geralmente, opostas, menos frequentemente, alternas (Aspidosperma) ou

verticiladas (Allamanda), simples e de margens inteiras, quase sempre sem

estípulas, exceto nas espécies de Odontadenia. Sua inflorescência pode ser cimosa

ou racemosa, às vezes, reduzidas a flores solitárias que são vistosas, bissexuadas,

pentâmeras, com gineceu bicarpelar ou dialicarpelar, possuindo glândulas

nectaríferas ao seu redor. Possui estiletes unidos no ápice, formando uma cabeça

ampliada e por frutos do tipo folículo, seco ou raramente carnoso, usualmente

bifoliculares, com sementes, geralmente, comosas, aladas ou envoltas por arilo

carnoso (Judd et al. 2002; Souza & Lorenzi, 2005; Simpson 2006).

Aspidosperma duartei sp.nov.

Estampa V, Figura 1 e 2 e Figura de texto 6.13, 6.14, 6.15 e 6.16

Holótipo: JN 621 a,b.

Parátipos: JN 19 C; JN 62; JN 224 a,b.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento.

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Nível estratigráfico: depósitos de cobertura neógenos, correlatos à Formação Rio

Claro.

Espécimes estudados: JN 19 C; JN 62 D; JN 224 a,b; JN 621 a, b.

Diagnose específica: “Impressões de folhas simples, oblongas ou elípticas,

assimétricas, de ápice aproximadamente reto a convexo, base cuneada a convexa.

A margem é inteira e ligeiramente ondulada. Venação primária pinada de calibre

forte, que afila para o ápice. Veias secundárias broquidódromas, com ângulo de

emergência agudo amplo e de curso aproximadamente reto, encurvam-se em loop

de ângulo quase ortogonal, próximo à margem, tendendo a formar veia intra-

marginal. Formam pares de veias opostas a subopostas. Veias terciárias de

tendência paralela às secundárias e ramificações exmediais”.

Specific diagnosis: “Impressions of oblong or elliptic, asymmetrical, simple leaves,

straight to convex apex, cuneate to convex base, entire to slightly undulate margin.

Pinnate primary venation of strong caliber, that tapers upwards. Brochidodromous

secondary venation, with wide acute emergent angle, of straight course, end in a vein

closely paralleling the leaf margin. They form opposing to subopposing veins pairs.

Tertiary veins exmedially ramified”.

Derivatio nominis: epíteto específico duartei trata-se de uma homenagem à Dra.

Lélia Duarte, importante paleobotânica estudiosa do Cenozóico Brasileiro.

Descrição: Impressões de folhas simples, oblongas ou elípticas, assimétricas, de

ápice aproximadamente reto a convexo, com ângulo apical de 60º, base cuneada a

convexa, venação primária pinada de calibre forte, que afila para o ápice. Pecíolo

não preservado. A margem é inteira a ligeiramente ondulada. As veias secundárias

broquidódromas, com ângulo de divergência entre 60º e 65º, de curso

aproximadamente reto, próximo à margem, encurvam-se em loop de ângulo reto,

tendendo a formar veia intramarginal. Veias terciárias de tendência paralela às

secundárias e ramificações exmediais. Apresentam vez ou outra, uma veia

dicotomizante. O ângulo basal é de 58º a 70º. Sua lâmina foliar mede 40 a 60 mm de

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

93

comprimento incompleto e 20 a 25 mm de largura máxima, conferindo área maior

que 800 mm2 (tipo micrófila).

Comparação e Discussão: Conforme Hickey & Wolfe (1975), folhas simples, com

características tais como: margem inteira, venação pinada, veias secundárias de

configuração broquidódroma, constituindo veias intramarginais, com venação

intercostal, que tende a ser orientada paralelamente à secundária e admedialmente,

caracterizam as folhas de asterídeas do tipo dileniídeo. Dentro desse grupo estão

colocadas as ordens: Gentianales, Polemoniales, Rubiales, Campanulales e

Asterales. A venação terciária, caracterizada por uma tendência a ser orientada

paralelamente à secundária, eliminaria duas ordens: Campanulales e Asterales. As

Rubiales e Polemoniales, por outro lado, têm veias terciárias nitidamente orientadas

paralelamente. As impressões foliares estudadas foram identificadas como

Gentianales, visto apresentarem apenas uma fraca tendência das terciárias para o

paralelismo com as secundárias. Dentre as Gentianales, seu padrão de venação

aproxima-se daquele da Figura 19 de Hickey & Wolfe (1975: 582) referente a uma

Apocynaceae da espécie Chilocarpus decipiens ou a Leuconotis eugeniafolia

(Figura 29.10 de Wing et al. 1999). Dentre as Apocynaceae, há gêneros que se

aproximam mais dessas características gerais, pela forma oblonga assimétrica,

ângulo de divergência ao redor de 60º a 65º, veia primária de calibre forte e por suas

veias secundárias retas a suavemente curvas. A venação terciária paralela à

secundária assemelha-se à de Aspidosperma cylindrocarpon Müll – Arg. (chamado

popularmente peroba - poca, peroba – de -minas ou peroba-rosa), conforme pode

ser visto em Lorenzi (2002:37) e na Estampa V, Figura 3. Também, por sua

morfologia foliar assemelha-se a A. cuspa (Kunth) S. F. Blake vista em Lorenzi

(1998:20). Por tratar-se de impressões de folha, relativamente abundantes e

com venação bem característica, distintas de outras espécies de Aspidosperma e

considerando ser temerário atribuir a órgãos foliares destacados qualquer

nome de espécie atual, prefere-se aqui designar uma nova espécie: Aspidosperma

duartei sp n.

Ecologia: Aspidosperma cylindrocarpon Müll – Arg. Trata-se de árvore de grande

porte (8 a 16 m), com tronco de 40 – 70 cm de diâmetro, com folhas simples,

glabras, de 6 – 12 cm de comprimento por 2 – 6 cm de largura. Ocorre em florestas

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latifoliadas semi-deciduais, da bacia do Paraná, nos Estados de Mato Grosso, Goiás,

Minas Gerais e é abundante em São Paulo. (Silva & Soares, 2002). Por outro lado,

A. polyneurum Müll-Arg. trata-se de árvore caducifólia, que atinge entre 20 a 30 m de

altura. É nativa de floresta clímax, embora seja também encontrada nas formações

vegetais abertas. É chamada de peroba-rosa, peroba-açú, peroba-de-são-paulo,

peroba-paulista, peroba-vermelha, peroba-verdadeira. É planta decídua, heliófita,

característica de floresta semi-decídua de bacia do Paraná, situada sobre solos bem

drenados e de média a baixa fertilidade. Ocorre tanto no interior da floresta primária

densa, como em formações abertas e secundárias. A. cuspa (Kunth) S. F. Blake já é

árvore de pequeno porte (4–7 metros) e tronco tortuoso. Folhas membranáceas (4–6

cm de comprimento por 1–2 cm de largura). É semi-decídua, heliófita, de terrenos

bem abertos e de formações abertas, em terrenos de origem basáltica.

Distribuição Geográfica: Aspidosperma é hoje gênero nativo da América Tropical,

com a maior espécie A. cuspa (Kunth) S. F. Blake ocorrendo desde o Haiti até o

Paraguai. No Brasil, ocorre nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, em

matas secas, cerrados e caatingas. A. polyneurum, espécie cujo bioma original é a

Mata Atlântica, ocorre nas florestas latifoliadas semi-decíduas e pluviais atlântica,

desde a Bahia até o Paraná. Figura 6.8.

Figura 6.8. - Distribuição geográfica mundial de Apocinaceae.

Extraído de http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/orders/gentianalesweb.htm

Distribuição Estratigráfica: O gênero Aspidosperma e seus afins ocorrem no

Eoceno Inferior (Superior) – Green River Formation, SW Wyoming (Krusse, 1954).

Há outras ocorrências de Eoceno Inferior na Flora Wilcox (Berry, 1916, 1930), no

Eoceno Médio na Flora Claiborne (Berry, 1910, 1924), no Eoceno do Rio Pichileufú,

Província de Rio Negro, Argentina, Berry (1938).

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Eudicotyledoneae APG II, 2003

Gênero Dicotylophyllum Saporta, 1894

Esse gênero teve sua diagnose estabelecida nos seguintes termos: “Folia

dicotylearum primordialium, quoad genus proprium ordinemve affinitate adhuc

incerta” por Saporta (1894).

Alguns fósseis foliares apresentam certos caracteres típicos de

dicotiledôneas, entretanto por sua natureza fragmentar e má preservação, tornam

difícil a comparação com folhas de qualquer táxon dicotiledôneo vivente. Nesse

caso, empregou-se a designação morfo-genérica Dicotylophyllum proposta por

Saporta (1894), erigida com essa finalidade e também utilizada por Guleria &

Mehrotra (1999), Mehrotra & Mandaokar (2000) e Guleria et al. (2005), com várias

designações específicas erigidas.

Dicotylophyllum sp. 1

Estampa V, Figura 4 e 5 e Figura texto 6.17, 6.18 e 6.19

Espécimes estudados: JN 05 b A; JN 17; JN 18 A/C; JN 19 A; JN 21 A/B; JN 26;

JN 34; JN 41 A; JN 47; JN 61; JN 86; JN 110 b; JN 144 b A; JN 183 D; JN 188; JN

189 a/E; JN 195 A; JN 196; JN 197; JN 203 B; JN 204; JN 205; JN 206; JN 211 C/D;

JN 230 B; JN 231 A/B/C; JN 234 A; JN 241 b A; JN 241 a/D/G; JN 244 B; JN 250;

JN 258; JN 259 bA; JN 259 A; JN 263 D/A; JN 264 A/B; JN 264; JN 269; JN 270 a;

JN 270 C/D/E/F; JN 271G; JN 273; JN 273 C/F; JN 274; JN 285 B/C; JN 297A/B/D;

JN 298 A/B/C.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de micrófilas, elípticas a oblongas, com ápice côncavo –

convexo, de ângulo agudo (60º), base decorrente a cuneada, de ângulo agudo (50º),

com pecíolo inflado, medindo 1,6 mm de comprimento. São fortemente assimétricas

(encurvadas), às vezes, simétrica, de margem lisa e veia primária do tipo pinada,

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crassa, afilando-se para o ápice. A venação secundária não está bem definida.

Contudo, emerge a um ângulo agudo variável de 30º a 45º e sugere ter curso mais

ou menos reto até a margem. Veias terciárias e as de ordens superiores não foram

preservadas. Medem de 40 mm a 50 mm de comprimento por 15 mm a 20 mm de

largura máxima.

Comparação: Seu contorno lembra o das Myrtales, contudo nenhuma comparação

mais acurada pode ser feita. Comparando com as espécies do morfogênero

Dicotylophyllum Saporta, estabelecidas por Saporta (1894) e com aquelas de Guleria

et al. (2005), a nenhuma é comparável. Uma nova espécie dentro desse gênero -

forma será criada se, com novas coletas, ainda não for possível identificação mais

precisa do que como folha de dicotiledônea.

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Figura de texto: 6.13 Figura de texto: 6.14 Figura de texto: 6.17 Aspidosperma duartei sp. nov. Aspidosperma duartei sp. nov. Dicotylophyllum sp.1

Figura de texto: 6.15 Figura de texto: 6.16 Figura de texto: 6.18 Aspidosperma duartei sp. nov. Aspidosperma duartei sp. nov. Dicotylophyllum sp.1

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Dicotylophyllum sp. 2

Estampa V, Figura 6 e 7 e Figura de texto 6.20 e 6.21

Espécimes estudados: JN 02 a; JN 05 b B; JN 10 I; JN 12; JN 13; JN 69; JN 106;

JN 142; JN 143 B; JN 144 a; JN 152 A; JN 183 A/B/C; JN 184; JN 187; JN 189

a/A/B; JN 190; JN 199; JN 207; JN 217; JN 251; JN 263 C; JN 266 a/b; JN 270A;

JN 275; JN 277.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de folhas nanófilas (medindo 15-26 mm de comprimento por

6,5-12 mm de largura máxima), de contorno obovado a elíptico, assimétricas, com

ápice convexo de ângulo agudo (58º - 88º) e base cuneada a convexa de ângulo

agudo (42º - 65º), com pecíolo pulvinado (medindo 1-3 mm de comprimento), margem

lisa e veia primária pinada, sinuosa e bem marcada, veias secundárias pouco

nítidas, mas de ângulo de emergência de 50º - 57º e de curso aparentemente reto.

Comparação: São formas foliares que por seu tamanho, contorno assimétrico e tipo

de pecíolo poderiam ter afinidades com Leguminosae. Entretanto, a impossibilidade

de verificar sua venação secundária e de ordens mais altas, leva a classificá-las

apenas como Dicotylophyllum sp. 2.

Dicotylophyllum sp. 3

Estampa VI, Figura 1 e 2 e Figura de texto 6.22

Espécimes estudados: JN 48; JN 61 A; JN 63 B; JN 110 aB; JN 138 B; JN 195 B;

JN 208; JN 241b/B; JN 244 E; JN 246 A; JN 259 aB; JN 259 bB; JN 261; JN 263 A;

JN 264 a; JN 279 A; JN 296 B/D; JN 297C/H.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

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Descrição: Impressões de folhas nanófilas ou folíolos (medindo 27,8 mm de

comprimento por 6,2 mm de largura, numa proporção de 4,5:1), oblongas, com ápice

reto de ângulo agudo (40º), base cuneada a decorrente assimétrica, de ângulo

agudo (43º), apeciolada (?), margem lisa, veia primária pinada e crassa, veias

secundárias pouco nítidas, com ângulo de emergência agudo de, aproximadamente,

30º .

Comparação: Essa forma parece ser um folíolo ou folha de dicotiledônea e é aqui

designada Dicotylophyllum sp 3.

Dicotylophyllum sp 4

Estampa VI, Figura 3, 4 e 5 e Figura de texto 6.23 e 6.24

Espécimes estudados: JN 24 a; JN 26 a; JN 26 b C; JN 114; JN 136; JN 200.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de folhas micrófilas (medem 26 mm de comprimento por 11

mm a 15 mm de largura), obovadas, com ápice retuso de ângulo agudo amplo a

ligeiramente obtuso (85º a 103º), base cuneada a ligeiramente decorrente, de ângulo

agudo (50º a 58º), com pecíolo longo (5,5mm de comprimento por 0,7 mm de

largura); folha ligeiramente assimétrica, de margem lisa e veia primária pinada reta e

afilada para o ápice.

Comparação: A escassez de caracteres morfográficos não permite comparações

maiores, contudo a forma geral das folhas possibilita identificá-las como

dicotiledôneas, daí serem designadas como Dicotylophyllum sp 4.

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Figura de texto: 6.19 Figura de texto: 6.20 Figura de texto: 6.21 Dicotylophyllum 1 sp Dicotylophyllum 2 sp Dicotylophyllum 2 sp

Figura de texto: 6.22 Dicotylophyllum 3 sp

Figura de texto: 6.24 Dicotylophyllum 4 sp

Figura de texto: 6.23 Dicotylophyllum 4 sp Figura de texto: 6.25 Dicotylophyllum 5 sp.

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Dicotylophyllum sp 5

Estampa: VI, Figura 6 e 7 e Figura de texto 6.25 e 6.26

Espécimes estudados: JN 07; JN 18 b; JN 20; JN 24 A; JN 31 C; JN 38; JN 41B;

JN 42 a; JN 75; JN 143 A; JN, 149 a B; JN 185A/B; JN 213; JN 215; JN 242; JN

251B; JN 273 G; JN 284 a A; JN 296C.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de folhas nanófilas (medindo 17-23 mm de comprimento por

8,5-13 mm de largura máxima), de contorno elíptico, assimétricas, com ápice

convexo ou ligeiramente reto, de ângulo agudo (64º-90º) e base cuneada, de ângulo

agudo (60º - 90º), com pecíolo cilíndrico, inflado na base (medindo 0,8-2 mm de

comprimento e 0,4-1 mm de diâmetro) e margem lisa. A veia primária é pinada,

sinuosa e bem marcada, veias secundárias pouco nítidas, mas de ângulo de

emergência de 40º -55º.

Comparação: Essa forma sugere tratar-se de folíolos ou folhas de dicotiledônea,

mas a falta de nitidez de caracteres diagnósticos não permite comparações maiores.

Entretanto, a forma geral das folhas possibilita identificá-las como dicotiledôneas, daí

serem designadas como Dicotylophyllum sp 5.

Dicotylophyllum sp 6

Estampa VI, Figura 8 e 9; Figura de texto 6.27

Espécimes estudados: JN 31 D; JN 59 A/B; JN 111; JN 149 C; JN 181 F; JN 234 B;

JN 248 A; JN 255; JN 259 aC; JN 271 C/F; JN 273 B; JN 283; JN 292 C; JN 297 G;

JN 303; JN 465.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

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102

Descrição: Impressões de folhas notófilas (medem 75 mm de comprimento por 45

mm de largura, perfazendo área foliar de 2250 mm2), ovadas, com ápice reto de

ângulo agudo amplo (ao redor de 80º), base convexa de ângulo obtuso (ao redor de

95º), simétrica, pecíolo não preservado, de margem crenada e veia primária pinada

crassa, levemente sinuosa e afilada para o ápice. Venação secundária

craspedódroma de calibre grande, emergindo da primária a um ângulo de 40º e

bifurcam-se, às vezes, próximo à margem para terminar nas pequenas ondulações

denteadas.

Comparação: Os espécimes estudados apresentam margem crenada, cujas

ondulações se assemelham aos dentes clorantóides ou urticóides. Apresentam

também venação primária de padrão pinado, venação secundária craspedódroma,

isto é, características que segundo Hickey & Wolfe (1975), comparam-se com as das

Chloranthaceae, Ranunculales e Betulales. Considerando que são formas bem

distintas e que não há possibilidade de identificação mais precisa por falta de

maiores detalhes diagnósticos, designam-se esses espécimes como

Dicotylophyllum sp 6.

Dicotylophyllum sp 7

Estampa VII, Figura 1 e 2 e Figura de texto 6.28

Espécimes estudados: JN 35A; JN 53a; JN 99; JN 137; JN 151; JN 256; JN 261 C;

JN 268 a, b; JN 271 B; JN 273; JN 279 C; JN 295 B.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado

Descrição: Impressões de folhas micrófilas (medem ao redor de 640mm² de área,

48 mm de comprimento por 20 mm de largura máxima), de contorno oblongo,

simétrica, com ápice convexo de ângulo agudo (73º) e base convexa de ângulo

agudo (87º), pecíolo não preservado, margem lisa e veia primária actinódroma

suprabasal, bem marcada, veias secundárias pouco nítidas, craspedódromas, com

ângulo de emergência de 30º - 40º.

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103

Comparação: A venação primária actinódroma e secundária craspedódroma

aparecem em malváceas (Malvales- eurosídeas II) como Lueheopsis; em

bignoniáceas (Lamiales- euasterídeas I), como Fridericia ou Distictella; em

verbenáceas (Lamiales- euasterídeas I como Bouchea; em asteráceas (Asterales-

euasterídeas II), como Tilesia ou Wedelia. A falta de caracteres diagnósticos de

ordem mais alta, não permite identificá-las melhor que como Dicotylophyllum sp 7.

Dicotylophyllum sp 8

Estampa VII, Figura 3 e 4 e Figura de texto 6.29

Espécimes: JN 08 b, JN 47; JN 114; JN 133 a; JN 136; JN 205 E; JN 240; JN 241 B;

JN 261 A; JN 267; JN 273 D1; JN 284 bB; JN 284 aA; JN 284 bA; JN 297 E.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de folhas micrófilas (medem ao redor de 528 mm² de área,

36 mm de comprimento por 22 mm de largura máxima), elípticas, com ápice convexo

de ângulo agudo amplo (85º) e base convexa de ângulo obtuso (100º), fortemente

assimétricas, pecíolo não preservado, de margem lisa e veia primária pinada,

suavemente curva, bem marcada; veias secundárias broquidódromas, de curso reto,

emergindo da primária a 70º e terminando em veia, aproximadamente, paralela à

margem foliar.

Comparação: Por se tratarem de folhas simples, de margem inteira, venação

primária pinada, veias secundárias broquidódromas, tendendo a formar uma veia

intramarginal, assemelham-se à Ordem Gentianales (Euasterideas I), contudo a

impossibilidade de observar sua venação de ordem superior, leva à classificação

delas como Dicotylophyllum sp 8.

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Dicotylophyllum sp 9

Estampa VII, Figura 5 e Estampa VIII, Figura 1 e 2; Figura de texto 6.30 e 6.31

Espécimes estudados: JN 106; JN 149 a D1; JN 149 a D2; JN 233; JN 284 a B;

JN 523 b.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de folhas micrófilas (medem ao redor de 660-1000 mm² de

área, 45-60 mm de comprimento por 20-25 mm de largura máxima), elíptica -

falcadas, com ápice convexo de ângulo agudo amplo (73º-90º) e base convexa de

ângulo agudo (35º-50º), fortemente assimétricas, sem pecíolo preservado, de

margem serrada, com dentes de primeira ordem, em número de 3 / cm, de

espaçamento irregular, retos a convexos do lado apical e côncavo do lado basal,

sinus angular, de ápice simples, de veia primária pinada, crassa e suavemente

curva, bem marcada; veias secundárias possivelmente semicraspedódromas, de

curso côncavo e sinuoso, emergindo da primária a ângulo de 30º a 60º.

Comparação: Por se tratar de folha simples, margem denteada, venação pinada,

veias secundárias provavelmente semicraspedódromas, com dentes possivelmente

Theoides, a identificação mais provável seja com a Subclasse Dilleniidae das

Alianças Theaceae ou Ochnaceae, conforme Hickey & Wolfe (1975). Entretanto, a

ausência de venação terciária e de ordens superiores impedem uma confirmação

dessa identificação, tornando mais aconselhável sua designação como

Dicotylophyllum sp. 9.

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Figura de texto: 6.26 Figura de texto: 6.27 Dicotylophyllum sp. 5 Dicotylophyllum sp. 6

Figura de texto: 6.28 Dicotylophyllum sp. 7

Figura de texto: 6.29 Figura de texto: 6.30 Figura de texto: 6.31 Dicotylophyllum sp. 8 Dicotylophyllum sp. 9 Dicotylophyllum sp. 9

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Dicotylophyllum sp 10

Estampa VIII, Figura 3 e 4 e Figura de texto 6.32 e 6.33

Espécimes estudados: JN 25 a C; JN 25 b C; JN 53 b A; JN 123; JN 138 a, b; JN

146 a; JN 227; JN 241 a C, H.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

Descrição: Impressões de folhas micrófilas (medem ao redor de 270 mm² de área,

30 mm de comprimento por 14 mm de largura máxima), elípticas, com ápice convexo

de ângulo reto (90º) e base convexa de ângulo agudo amplo (80º), fortemente

assimétricas, pecíolo não preservado, de margem ligeiramente crenada, com

pequenos dentes esparsos (1/cm). A veia primária é pinada, crassa, afilada e

suavemente curvada na região apical; veias secundárias broquidódromas, de curso

reto, emergindo da primária a 50º e terminando em loop, aproximadamente, paralelo

à margem foliar e textura coriácea.

Comparação: Por se tratarem de folhas simples, de margem inteira, venação

primária pinada, veias secundárias broquidódromas, tendendo a formar loops e

margem crenada, assemelham-se a muitas formas distintas, tais como certas

Magnoliales, Laurales, Hamamelidales, etc. Contudo, a impossibilidade de observar

sua venação de ordem superior leva à classificação delas como Dicotylophyllum sp

10.

Dicotylophyllum sp 11

Estampa VIII, Figura 5, 6 e 7 e Figura de texto 6.34 e 6.35

Espécimes estudados: JN 19 B; JN 62 C; JN 89 a B; JN 115 a A; JN 152 a,b.;

JN 232 a, b; JN 233 A; JN 471 a.

Procedência: Nível fossilífero inferior do afloramento estudado.

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Descrição: Impressões de folhas micrófilas (medem ao redor de 382 mm ² - 915

mm² de área, 35 mm-45 mm de comprimento por 16,5 mm-30,5 mm de largura

máxima), elíptica, com ápice acuminado de ângulo agudo amplo (70º-90º) e base

côncavo-convexa, decorrente ou cuneada, fortemente assimétrica, de ângulo agudo

amplo (70º-80º), sem pecíolo preservado, de margem crenada passando a serrada,

com dentes de primeira e segunda ordens, em número de 0,5-1 / cm, de

espaçamento irregular, convexos os lados apical e basal, sinus angular, de ápice

simples, de veia primária pinada, crassa e suavemente curva, bem marcada; veias

secundárias craspedódromas, de curso ligeiramente côncavo, emergindo da primária

a 40º - 50º.

Comparação: Pelo fato de apresentar venação primária pinada, secundária

craspedódroma, dentes clorantóides, aproxima-se das Ranunculales, do grupo das

Ranunculaceae, contudo diferem por não serem tão lobadas. Por outro lado, têm

certa semelhança com Asterideae, do Gênero Sphagneticola trilobata (L.) Pruski,

segundo Souza & Lorenzi (2005: 596). Entretanto, a falta de maiores detalhes leva a

classificar essa forma como Dicotylophyllum sp. 11.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

108

Figura de texto: 6.32 Dicotylophyllum sp. 10 Figura de texto: 6.33 Dicotylophyllum sp. 10 Figura de texto: 6.34 Dicotylophyllum sp. 11 Figura de texto: 6.35 Dicotylophyllum sp. 11

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

109

CAPÍTULO 7 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

7.1 – Após intenso exame bibliográfico e levantamento de dados da

literatura paleobotânica, expostos nos capítulos 1 a 3 dessa dissertação, percebe-se

que a paleoflora cenozóica paulista, como as demais paleofloras brasileiras

coetâneas, permanece relativamente desconhecida, devido às mesmas causas que

afetam às demais, isto é: distribuição esparsa de seu documentário fitofossilífero,

sua má preservação na maioria dos casos e à falta de especialistas envolvidos no

assunto.

Dessa forma, este estudo adquire uma importância especial porque faz

uma análise de dados paleobotânicos da assembléia fitofossilífera neógena (ainda

inédita) encontrada no Município de Jaguariúna (SP), dos pontos de vista

morfográfico, taxonômico, tafonômico, paleoambiental, paleoecológico e

paleoclimático.

7.2 – Ainda considerando os dados bibliográficos, depreende-se que,

durante o Neógeno, a área florística Neotropical, onde essa flora viveu, não sofreu

tanto em sua composição florística; mas sim, nos deslocamentos de seus limites nas

direções norte e sul.

É interessante ressaltar que, durante o Eo-mesomioceno (23,8-11,2 Ma.),

a área florística Neotropical estendia-se pela América do Sul até quase a Patagônia

e as Serras do Mar e da Mantiqueira, provavelmente, não seriam tão elevadas, pois

o seu soerguimento, relacionado às reativações tectônicas, foi mais acentuado a

partir de Neomioceno (10 Ma) até o Plioceno, conforme Hackspacher et al. (2003,

apud Zalán, in Mantesso Neto et al., 2004). Assim, talvez houvesse um maior

adentrar, no continente, da umidade proveniente do Oceano Atlântico. Houve, após

esse tempo, um encolhimento gradativo da área Neotropical em direção as latitudes

limítrofes atuais (Akhmetyev, 1987 e Willis & McElwain, 2002), relacionada ao

resfriamento progressivo do clima global e à orogenia andina pliocena.

7.3 – Dentre as tafofloras neógenas das coberturas cenozóicas paulistas

mais estudadas, podem ser consideradas como mais semelhantes em sua

composição e idade, as tafofloras de: Formação Pirassununga (Fácies Vargem

Grande do Sul), Formação Rio Claro, Formação Itaquaquecetuba e Formação

Pindamonhangaba. Entretanto, essa semelhança ainda se refere a presença de

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

110

poucas famílias compartilhadas, como pode ser visto no quadro da Figura 7.1,

devido ao desconhecimento taxonômico e à má preservação dos fitofósseis

constituintes.

Táxons em comum

Lauraceae Typhaceae Melastomaceae Myrtaceae Fabaceae Sapindaceae Lomariopsidaceae

Fm. Itaqua-

quecetuba

(M.18)

Ocotea Myrcia;

Psidium Cassia Serjania

Depósitos

correlatos de

Jaguariúna/

Fm. Rio Cla-

ro (M.19)

Ocotea Typha Legumino-

sites Elaphoglossum

Fm. Pirassu-

nunga / Fm.

Rio Claro

(Fác. Vargem

Gde. Do Sul)

(P.18)

Tibouchina Myrcia;

Psidium Cassia Serjania

Fm. Rio

Claro (P.17) Typha

Fm. Pinda-

monhagaba.

(P.19)

Typhaceae

(?) Melastomataceae Lomariopsis

Figura 7.1 - Famílias em comum entre as tafofloras neógenas paulistas mais estudadas

7.4 – Analisando do ponto de vista litológico, a tafoflora de Jaguariúna,

ocorrente na área centro-oriental do Estado de São Paulo, na borda leste da

Depressão Periférica, próxima do Planalto Atlântico, está preservada em sedimentos

neocenozóicos do tipo argila laminada, amarelo-alaranjados, variegados,

esbranquiçados, ricos em caulim, estratificados ou maciços intercalados com

arenitos finos de estratificação cruzada.

Esses sedimentos foram correlacionados à fácies de argila laminada com

impressões de folhas e caules, em planície de inundação (Trcm) da Formação Rio

Claro, provavelmente num contexto de sistema fluvial meandrante, por Melo et al.

(1997). Anteriormente, Fernandes et al. (1994) referiram-se a essa argila laminada

da região de Paulínia - Jaguariúna como sedimentos correlatos à Formação Rio

Claro. Aliás, pode-se observar o mesmo ponto de vista já apresentado por

Cavalcante et al. (1979), no mapa da Figura 4.5.

O mineral argiloso que compõe a rocha matriz é, principalmente, caulim,

que se apresenta, aparentemente, como resultante de forte intemperismo químico na

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

111

área fonte. Entretanto, uma resposta definitiva sobre esse assunto será dada pela

Profa. Dra. Lucy Gomes Sant’Anna, que está providenciando a análise em MEV e de

Raio X, desse material. Se confirmada essa origem química na fonte, evidenciaria

um clima tropical muito úmido para a região.

O fato de não haver matéria orgânica preservada leva a supor que toda

matéria vegetal, após soterramento, foi lixiviada, ficando apenas uma pátina

esbranquiçada de caulim sobre a impressão do fóssil, constituindo um contra-molde.

7.5 – Do ponto de vista de análise morfográfica, a assembléia fossilífera

conta com mais de 600 espécimes foliares, cuja preservação, na forma de

impressão recoberta por pátina esbranquiçada (de caulim) não permite observar, na

maioria dos casos, além do contorno foliar, da veia primária e de rara e difusa

venação secundária. A partir de uma triagem preliminar, percebeu-se que dos 600

espécimes examinados, somente 160 (26,7%) apresentavam-se inteiros e passíveis

de análise morfográfica mais acurada (Figura de texto 7.2), cujos resultados são: a

maioria das formas foliares geralmente micrófilos (57% com área entre 240-1500

mm2), com relativa abundância de nanófilos (39% com área entre 67-216 mm2),

raríssimos notófilos (2% com área ao redor de 2.450 mm2) e leptófilos (2% com área

entre 10-15 mm2), Figura de texto 7.3; quanto à morfologia oscila entre obovada

(44%) e elíptica (41%), havendo menor quantidade de oblonga (10%) e ovada (5%),

Figura de texto 7.4. Os ápices são geralmente convexos de ângulo agudo /

acuminado (70%), havendo alguns retos (10%) e retusos (15%) ou arredondados

(5%), Figura de texto 7.5; as bases são cuneadas ou decorrentes (64%), havendo

algumas convexas (32%) ou raras arredondadas (4,2%), Figura de texto 7.6. Quanto

à simetria, a maioria é assimétrica (61,7%), Figura de texto 7.7. A margem foliar

mais freqüente é a lisa (85%), sendo raras as crenadas e serradas (15%), Figura de

texto 7.8. Entre as veias primárias, predomina a do tipo pinado (80%), havendo

acrodrômicas supra-basais (5%), actinodrômicas (5%) e paralelinérveas (10%),

Figura de texto 7.9. Foi possível, considerando esses caracteres, reconhecer,

inicialmente, 16 morfotipos distintos de folhas. Desses, 96% seriam angiospermas

eudicotiledôneas e 4% monocotiledôneas e pteridófitas, Figura de texto 7.10.

A pequena quantidade de formas inteiras está, em parte relacionada a

problemas de coleta, de preparação e de preservação durante armazenamento,

entretanto, há casos associados a distância maior de transporte desde a planta mãe

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

112

até o ambiente de deposição ou resultados de predação por animais ou fungos,

anterior à deposição.

O predomínio de formas foliares micrófilas e nanófilas pode estar

associado, conforme Wolfe & Upchurch (1987), a condições de umidade e ou

temperatura relativamente mais baixa ou altitudes elevadas. Contudo, a presença de

formas notófilas, nem sempre detectados pelo auto índice de fragmentação também

podem indicar disponibilidade de água, mesmo que seja a profundidades maiores,

no caso de plantas xeromórficas, ou seja, com raízes profundas. Além disso, há

possibilidade de interpretar como uma deposição preferencial ou seletiva de formas

foliares menores em alguns locais, ou ainda devido ao predomínio de formas

taxonomicamente associados a folhas compostas, como é o caso das leguminosas,

presentes nessa flora e nem sempre associados a climas mais secos, mas sim a

uma grande umidade.

Green (2006 : Figura 5) demonstrou, graficamente através de programa

de análise multivariada folha / clima haver uma relação direta entre forma elíptica

e/ou obovada com a margem inteira, bem como tamanhos micrófilos (ZMi3) a

notófilos (ZMe1). Por sua vez, a margem inteira ou lisa na percentagem de 85%,

segundo Green (2006 : Figura 1) corresponde a uma temperatura média anual

(MAT) de 25ºC, sugerindo que a flora de Jaguariúna estaria submetida, em sua

época, a uma temperatura média anual 5ºC superior à atual (20ºC).

A alta percentagem de ápices convexos agudos ou acuminados, que

somados aos retos atingem 80% da população foliar, é fortemente sugestiva de

plantas de estratos inferiores de florestas úmidas, conforme Wolfe & Upchurch

(1987) e Fittipaldi (1990). Por outro lado, a pequena percentagem de formas de

ápice arredondado como a Garcinia sp poderiam estar relacionadas a estratos de

cobertura (dossel), onde a umidade é menor. Os 15% de ápices emarginados, em

geral, estariam associados a folíolos de leguminosas, encontráveis em climas

úmidos e subúmidos, conforme aqueles autores.

As predominantes bases cuneadas decorrentes e convexas, segundo

Green (2006: Figura 5), possuem correlação fortemente positiva com margem inteira

o que corroboraria a associação à temperaturas elevadas.

As folhas coriáceas e/ou provavelmente carnosas, de formas tais como:

Alternanthera e Typha, estariam relacionadas a comunidades higrófitas enquanto, as

folhas coriáceas de Garcinia poderiam estar relacionadas à presença no dossel. O

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

113

caráter venação está mais relacionado ao tipo taxonômico não sendo considerado

aqui.

7.6 - No final do trabalho de identificação taxonômica, chegou-se, a 08

espécies e 13 morfogêneros num total de 21 formas.

7.6.1. - A grande diversidade de formas obtidas (21 tipos distintos ou

mais, em 312 exemplares identificados, na proporção 1 tipo para cada 15

exemplares), ao lado do já enfatizado, predomínio de margem lisa e de ápice

convexo de ângulo agudo ou acuminado também constitui evidência de adaptações

a clima quente, úmido, de baixas a médias altitude e latitude.

Figura de texto: 7.2. - Percentagem dos Figura de texto: 7.3. - Distribuição em percentagem fitofósseis de Jaguariúna fragmentados das áreas foliares em relação a inteiros

}}

Figura de texto: 7.4. - Distribuição em Figura de texto: 7.5. - Percentagem de tipos de percentagem das formas foliares ápices foliares encontrados na assembléia fossilífera

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

114

Figura de texto: 7.6. - Percentagem dos tipos Figura de texto:7.7. - Percentagem da de base da tafoflora estudada simetria foliar dos fitofósseis

Figura de texto 7.8. - Percentagem dos tipos de margem foliar dos fitofósseis

Figura de texto 7.9. - Distribuição percentual Figura de texto 7.10 - Percentagem dos tipos de venações primárias nos fitofósseis da composição taxonômica da tafoflora

7.6.2. – Associando a taxonomia das formas atuais afins aos aspectos

ecológicos (hábito e habitat), climáticos e de distribuição geográfica e estratigráfica,

chega-se ao quadro da Figura 7.2.

A taxonomia das espécies afins àquelas da assembléia fitofossilífera de

Jaguariúna, associada às suas exigências edáficas e luminosas, longevidade foliar e

porte de vegetal, sintetizadas nos quadros abaixo, ajudam a compor a paisagem e

as associações vegetais reinantes na época de vida da tafoflora de Jaguariúna.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

115

Espécie Hábito Habitat Distribuição Geográfica Distribuição Estratigráfica

Elaphoglossum spp

Predominantemente, epífita com algumas espécies

rupestres e outras terrestres, Tryon & Tryon,

1982.

As epífitas ocorrem sobre troncos de árvores, próximas ao

chão ou ramos próximos à canópia. Muitas espécies

crescem em lugares úmidos. Às vezes, em fendas de rochas e mais raramente sobre solos encharcados, Tryon & Tryon,

1982.

Gênero de florestas de montanha, úmidas e nebulosas, comum entre 1000-3000m de altitude. Ocorre na

região tropical e temperada da América do Sul e da África, Sudeste Asiático e desde os

Himalaias até o norte do Japão, Tryon & Tryon, 1982.

Mioceno, Loja, Equador, Berry, 1929.

Ocotea pulchella e O. cf. O. pulchelliformis

Árvores de 20 a 30 m de altura. Troncos tortuosos,

de 80 cm de diâmetro. Heliófitas e higrófilas.

Folhas simples cartáceas ou coriáceas.

Florestas ombrófilas do Sul, Mata Atlântica, Mata dos Pinhais e campos de altitude da Serra da

Mantiqueira.

No Brasil, o gênero distribui-se por Goiás e Espírito Santo até o Rio

Grande do Sul.

Oligoceno – Mioceno, Formação Itaquaquecetuba – Bacia SP,

Fittipaldi, 1990.

Typha spp. e T. cf. T. tremembensis e T. fittipaldii sp. n.

Erva aquática, perene, rizomatosa, hidrófita. Folhas

longas, paralelódromas, sésseis invaginantes.

Paludosas. Polinização anemofílica, folhas com ou sem

corpos silicosos nas bordas. Plantas monóicas, Cronquist,

1988.

Cosmopolita de regiões temperadas e tropicais.

Typha tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda. Oligoc. da Fm.

Tremembé. Typha, nas Formações Rio Claro e Pindamonhangaba

(Plioc.?) Fittipaldii & Simões, 1994, Mandarim-de-Lacerda et al. 1994.

Alternathera philoxeroide e Alternanthera sp.

Erva aquática, hidrófita ou higrófita, estolonífera

rastejante, ruderal, nociva sufocante de alagados.

Comuns no Cerrado e Restinga. Nativa da América do Sul,

cosmopolita, exceto Hemisfério Norte – frio.

Registro mais antigo da família, no Santoniano-Campaniano. Mangallón

et al. 1999.

Rheedia gardineriana Plack & Triana e/ou Garcinia spp.

Árvores de 15- 45 m de altura. Perenifólias,

Heliófitas, com troncos entre 60 e 180 cm de

diâmetro.

Desde o nível do mar até 1500m de altitude. Ombrófila densa, na

Mata Atlântica.

Gênero neotropical, ocorre por todo Brasil exceto nos estados de PI,

TO, GO, RS e MS.

Mioc. e Plioc. de Trinidad e Mioc. do Chile, Quatern. de Umbuzeiro, PB; Berry (1925, 1937a,c), Russas, CE;

Morro do Chapéu, BA, Duarte & Nogueira, 1973 e Plioc. de Pedrão e Maraú, BA. Duarte e Japiassú, 1971.

Aspidosperma cylindrocarpon Müller-Arg, A. cuspa (Kunth) S.F. Bleke e Aspidosperma

duartei sp. n.

Árvore de 8- 16m de altura e tronco de 40- 70 cm de diâmetro. Caducifólia a semidecídua, heliófita,

latifoliada.

Aspidosperma ocorre no interior de floresta densa e em florestas riparianas, distante da área de

inundação.

Gênero neotropical, ocorre no Brasil, no NE, SE e Centro-Oeste.

Paleoc. e Eoc. Do Rio Pichileufú, Argentina; Eoc. Inf. Na Flora de

Wilcox; Eoc. Méd. Fm. Claiborne; Eoc. Da Fm. Green River; Berry (1910,

1916, 1924, 1930; 1938).

Fabáceas e Leguminosites sp.

As fabáceas são de hábito arbóreo, arbustivo,

herbáceo ou lianas. Folhas simples ou compostas, em

geral, caducifólias.

As fabáceas são de variados habitats.

Cosmopolitas de áreas tropicais e subtropicais, temperadas quentes e

frias.

Paleoceno de Itaboraí, RJ. Mioc. de Trinidad, Peru e Patagônia.

Plioc. da Bolívia e de Maraú, BA. Duarte & Japiassú, 1971.

Figura 7.2 - Dados ecológicos e geográficos das espécies atuais afins e estratigráficos das espécies ocorrentes na tafoflora de Jaguariúna (SP).

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

116

EXIGÊNCIAS EDÁFICAS

Quanto às exigências edáficas das espécies atuais de afinidades mais

próximas, tem-se que são, predominantemente, higrófitas dispondo contudo, de

representantes xerofíticos ou mesofíticos e encontrados em mata aberta ou em terra

firme dos cerrados, caatingas e florestas pluviais.

EXIGÊNCIAS DE LUZ

Quanto à luminosidade, a maioria das formas atuais de afinidades

botânicas mais próximas apresenta predileção por ambiente com elevada taxa de

luz. Entretanto, há outras, como demonstra a tabela, que só exigem luminosidade

suficiente para realizar suas funções fotossintetizantes, como é o caso do

Elaphoglossum sp. e da Aspidosperma cuspa ou A. cylindrocarpon.

Gêneros Higrófita Xerófita Mesófita

Elaphoglossum sp.

Ocotea pulchella

Typha spp.

Alternanthera pungens

Garcinia brasiliana

Aspidosperma cuspa/ A. cylindrocarpon

Leguminosites / Fabaceae

Gêneros Heliófitas Ciófitas

Elaphoglossum sp.

Ocotea pulchella

Typha spp.

Alternanthera pungens

Garcinia brasiliana

Aspidosperma cuspa / A. cylindrocarpon

Leguminosites / Fabaceae

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

117

LONGEVIDADE FOLIAR

Quanto à longevidade foliar, as Poales e Malpighiales (Typha e Garcinia

brasiliana) são perenifólias, as Laurales (Ocotea pulchella) e as Gentianales

(Aspidosperma) são semidecíduas, enquanto as Leguminosites são, em geral,

decíduas.

PORTE DOS VEGETAIS

Pelo porte das espécies atuais afins, as espécies fósseis estudadas

sugerem terem constituído pelo menos quatro associações vegetacionais distintas:

1) aquáticas – A Alternanthera pode ter comportamento hidrofítico

enquanto a Typha é higrófita. Ambas constituiriam as zonas ribeirinhas e habitariam

corpos aquosos.

Gêneros Decídua ou

Caducifólia Perenifólia Semidecídua

Elaphoglossum sp.

Ocotea pulchella

Typha spp.

Alternanthera pungens

Garcinia brasiliana

Aspidosperma cuspa/ A. cylindrocarpon

Leguminosites / Fabaceae

Nanofanerógama Microfanerógrama Mesofanerógama Gêneros

0,25 a 5m 6 a 12 m 13 a 20 m 21 a 45 m

Elaphoglossum sp.

Ocotea pulchella

Typha spp.

Alternanthera pungens

Garcinia brasiliana

Aspidosperma cuspa /

A. cylindrocarpon

Leguminosites / Fabaceae

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

118

2) árvores microfanerógamas – Alguns representantes como as

Leguminosites teriam de 6-12 m e constituiriam o primeiro estrato vegetal,

entretanto, por serem heliófitas, habitam campos abertos. As Aspidosperma seriam

representantes de 8-10 m do primeiro estrato. A idéia de comporem um primeiro

estrato é corroborada por seu comportamento ciofítico, vivendo à sombra de outras

plantas mais altas.

3) árvores mesofanerógamas – A Ocotea apresentaria de 20–30 m de

altura e a Garcinia de 15–45 m. Ambas constituiriam o segundo estrato vegetacional

de heliófitas. A associação de Aspidosperma, Ocotea e Garcinia é sugestiva de uma

Floresta Ombrófila Densa.

4) Epífitas – Elaphoglossum – Apareceria sobre troncos, próximo ao chão

ou na canópia em lugares úmidos. São ciófitas e habitam o interior da Floresta

Ombrófila Densa.

Algumas formas tais como Ocotea pulchella exigem ao redor de 600 m de

altitude, em Floresta Ombrófila Mista ou Ombrófila Densa, típica do Reino

Neotropical, ocorrendo no interior da mata sombria e úmida.

Typha subulata, Typha domingensis e Elaphoglossum exigem solos

encharcados e as Alternanthera, provavelmente, vivessem à margem e dentro de

corpos aquosos, tornando-os anóxicos.

As leguminosas poderiam ter vivido em áreas um pouco mais secas e

mais distantes do ambiente deposicional, embora constituindo ainda parte das matas

ciliares.

Garcinia, apesar de poder ocorrer na Caatinga e na Mata de terra firme, é

típica da Floresta Amazônica e Mata Atlântica, sendo árvore de porte elevado (15-

25 m de altura), perenifólia e heliófita. Talvez constituíssem o dossel junto às Ocotea

com 20-30 m de altura.

A concentração maior e quase exclusiva de Typha sp no nível

fitofossilífero superior sugere que essas plantas típicas de borda, em solos

encharcados de corpos aquosos, habitavam, abundantemente, a área ribeirinha

próxima à de deposição, excluindo possivelmente outras formas vegetais riparianas.

Esses sedimentos parecem estar relacionados a depósitos de ambiente

de planície de inundação, dentro de um contexto de depósito fluvial meandrante, de

baixos gradientes e áreas alagadas sob clima muito quente e úmido, com forte

intemperismo químico (Dos-Santos et al. 2006).

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119

7.7 - Aspectos Tafonômicos

A Tafonomia (taphos=sepultamento; nomos=leis), conforme a concepção de

Mendes (1988), “é o ramo da paleontologia que se devota, primariamente ao estudo

das condições e processos que propiciam a preservação de restos de organismos

pré-históricos ou de vestígios deixados por esses organismos”.

Essa designação foi proposta por Efremov (1940 apud Mendes, 1988) que a

definiu como: “the laws that drive death”.

Diferentemente de Martins-Neto & Gallego (2006) que envolvem tafonomia

com biocenose, tanatocenose e orictocenose, termos esses relativos a associações

de vida e morte dos organismos, Mendes (1988) a relacionou apenas com a fase de

post mortem até o sepultamento. Considerou a tafonomia como ciência que estuda a

preservação de cada resto orgânico dividindo em duas fases: a primeira fase

(designada bioestratinomia), que vai desde a morte do indivíduo até seu

sepultamento em sedimentos, envolvendo transporte e soterramento e a segunda

fase (denominada fossildiagênese), que se inicia após o soterramento, abrangendo

todos os eventos pós-deposicionais ligados à preservação de restos orgânicos ou de

seus vestígios. Os processos relacionados à bioestratinomia (sensu Mendes, 1988),

como bem caracterizaram Martins-Neto & Gallego (2006), envolvem fatores físicos e

químicos que podem ser assim listados: distância de transporte; tempo de flutuação,

taxa de decomposição, taxa de mineralização e taxa de sedimentação.

No caso dos fitofósseis da tafoflora ou orictocenose fitofossilífera de

Jaguariúna, a distância de transporte foi variável mas, em geral, não muito longa, em

se tratando em sua grande maioria de folhas. Spicer (1981) tem afirmado que as

floras, em geral, não suportam transporte até o sítio de deposição muito maior que

100 m a partir de sua planta-mãe, por problema de decomposição orgânica rápida.

As folhas, após se destacarem da planta-mãe, flutuam no agente

transportador por uns dois ou três dias, envolvidas numa gelatina de decomposição,

indo logo a seguir ao fundo.

Sabe-se que, de acordo com sua taxonomia, as plantas da flora de

Jaguariúna envolviam associações mais aquáticas ou que viviam próximas à água

em áreas paludosas ou de inundação, como Alternathera sp e tifáceas; algumas

teriam vivido na planície de inundação anual como Aspidosperma e Leguminosas,

enquanto outras viveriam em florestas úmidas densas e de terra firme como as

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

120

atuais Ocotea pulchella, Garcinia spp, incluindo ainda Aspidosperma spp e

Fabáceas. Ai, proliferariam também aquelas epífitas como Elaphoglossum que

ocorrem sobre troncos de árvore vivos ou em decomposição ou próximos ao chão,

dentro da mata densa, sombreada e úmida. Assim, as primeiras formas

(Alternanthera e Tifáceas) quase não sofreram transporte para o interior do corpo

aquoso no qual foram sedimentadas, enquanto formas tais, como Ocotea, Garcinia,

Aspidosperma, Fabáceas (Leguminosites) e Elaphoglossum teriam sofrido um

transporte um pouco mais longo, contudo não muito superior a uns 100 m do

ambiente de deposição. O tempo de flutuação das formas não deve ter sido grande,

já que as folhas quase sempre se depositam na borda de corpos d´água, conforme

Duparque (1933, in Emberger, 1968). As formas que percorreram maior distância até

a deposição são as que aparecem mais fragmentadas (Garcinia e Ocotea) e/ou

foram encontradas desarticuladas, principalmente, em se tratando de folíolos de

leguminosas.

Quanto à taxa de sedimentação, deveria ser muito lenta a julgar pela litologia,

(extremamente) fina e resultante de intemperismo químico intenso (caulim). A taxa

de decomposição deveria ser rápida, devido ao ambiente raso e oxidante, todavia, a

argila muito plástica, que envolvia as folhas, deveria moldá-las com rapidez. O

micro-ambiente um tanto ácido em torno da folha em decomposição (com

desprendimento de CH4 e H2S) talvez impedisse a precipitação do hidróxido de ferro,

dissolvido na água, ao redor do próprio fóssil mantendo a argila na forma de pátina

branca envolvendo-o. Outra hipótese para explicar a pátina esbranquiçada sobre as

impressões foliares seria que os órgãos foliares, principalmente os espessos, uma

vez soterrados, seriam moldados, isto é, teriam sua superfície impressa nos

sedimentos argilosos plásticos. Depois, sua matéria orgânica seria lixiviada por água

vadosa. O espaço vazio, correspondente ao ocupado anteriormente pela folha, seria

então preenchido por uma solução argilosa esbranquiçada que constituiria uma

espécie de contra-molde do órgão foliar.

A moldagem não teria sido mais detalhada devido, às vezes, à granulação um

pouco mais grossa dos sedimentos micáceos ou ao tempo curto de decomposição

da folha e em alguns casos à textura mais coriácea de alguns órgãos foliares, que

ocultaria sua venação. Uma lixiviação intensa, em áreas de planície de inundação,

ter-se-ia seguido. Por outro lado, o intenso intemperismo químico atual tem

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

121

acelerado e sido responsável pela destruição ou colaborado para a má preservação

dos fósseis.

A disposição caótica dos fósseis superpostos no nível inferior é evidência

de ambiente de deposição calmo, sem correnteza e com menor aporte de

sedimentos para o seu interior.

A direção de alongamento dos fósseis é tendenciosa, embora não

completamente definida, para N 28ºW e N 30ºW o que sugeriria uma possível fonte

a SE.

A preservação pobre, desprovida de detalhes de venação, poderia estar

relacionada também a uma lixiviação intensa inclusive na época de deposição.

O material do nível fossilífero inferior, rico em forma foliares menores

(micrófilas e nanófilas representando mais de 80%) poderia ser indicador de seleção

deposicional em área de planície de inundação, ou sugerir uma certa concentração

de Leguminosas (semidecídua), riparianas.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

122

CAPÍTULO 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tafoflora de Jaguariúna encontra-se em afloramento de sedimentos

cenozóicos, ocorrentes na área centro-oriental do Estado de São Paulo, sobre a

Depressão Periférica, nas proximidades de seu limite com o Planalto Atlântico, a

cerca de 100 m da margem esquerda da Rodovia SP 340, Km 136,5. A rocha matriz

corresponde a argilito amarelo claro, variegado, de laminação incipiente e fossilífero

que ocorre em dois níveis do afloramento, com aproximadamente 1 m de espessura

cada um. Esses sedimentos têm sido provavelmente considerados, estratigráfica-

mente, como correlatos à Formação Rio Claro ou mesmo pertencentes a ela.

Essa tafoflora apresenta em sua composição os seguintes elementos:

Elaphoglossum sp, Ocotea cf. O. puchelliformis Fittipaldi, Typha cf. T. tremembensis

Duarte e Mandarim-de-Lacerda, T. fittipaldii sp. n., Alternanthera sp, Garcinia sp.,

Aspidosperma duartei sp. n., Leguminosites sp, Monocotylophyllum sp1, M. sp2,

Dicotylophyllum sp.1, a D. sp.11. Foi possível registrar, no documentário fossilífero,

pela primeira vez em solo brasileiro, os gêneros: Elaphoglossum, Alternanthera e

Aspidosperma. Duas espécies novas foram identificadas.

Trata-se de flora relativamente bem diversificada, sendo possível detectar

cerca de 21 formas diferentes em 312 espécimes, selecionados por seu melhor

estado de preservação. Essa diversificação relativamente alta é típica de vegetação

de clima tropical úmido.

São plantas que, por sua taxonomia, indicam afinidades botânicas com

formas predominantemente higrofíticas, heliófitas (poucas esciófitas), perenifólias em

sua maioria, constituindo pelo menos três associações vegetacionais distintas: uma

que habitava corpos aquosos e solos úmidos encharcados, outra ripariana, de

terrenos inundáveis anualmente e ainda outra de bosque de terra firme. Esse

bosque, por sua vez, apresenta pelo menos 3 estratos: os de nanofanerógamas

(herbáceas e arbustos de até 5 m de altura), como Leguminosites e Elaphoglossum

(este a fixar-se em solos úmidos ou troncos caídos ou ainda como epífitas sobre

troncos de árvores), um estrato de microfanerógamas (árvores de 6 a 20 m) tipo

Leguminosites e Aspidosperma e um de mesofanerógamas (de 21 a 45 m) como

Ocotea e Garcinia a constituir a canópia. Figura 8.1.

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Figura 8.1. – Reconstituição Paleoflorística

A análise morfográfica também sugere uma predominância de formas

típicas de clima tropical úmido. Entre estas, há folhas de margem lisa e de ápice

convexo de ângulo agudo, que são evidências de adaptações a esse tipo de clima,

de baixa altitude (mais ou menos 600 metros) e de baixa latitude, corroborando

assim os dados fornecidos pela geologia. Também o flagrante predomínio da

margem lisa (85%), indica temperatura superior a 25ºC pelo programa de análise

multivariável folha / clima de Green (2006). O predomínio de áreas foliares pequenas

(nanófilos e micrófilos) indica provável deposição seletiva de tamanho, em planície

de inundação com um possível domínio de leguminosas.

Logo, por todas essas evidências e outras ainda relacionadas à ecologia de

formas botânicas atuais afins, a área deveria estar coberta por uma Floresta

Ombrófila Densa de altitude entre 600 e 1000 m, portanto, uma vegetação de clima

mais úmido e mais quente do que o atual.

A comparação com outras tafofloras neógenas conhecidas sugere pequenas

semelhanças (Figura 7.1) porque, à exceção da tafoflora de Vargem Grande do Sul,

todas são pouco conhecidas e mal preservadas.

Embora os macrofósseis vegetais não sejam bons indicadores cronológicos,

de uma maneira geral, ao observar-se à distribuição estratigráfica sul-americana dos

gêneros estudados, verifica-se que, possivelmente estariam sugerindo uma idade

neógena. Figura 8.2

LEGENDA

El.=Elaphoglossum Oc.=Ocotea Ty.=Typha Ga.=Garcinia Al.=Alternanthera As.=Aspidosperma Le.=Leguminosites

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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El. Oc. Ty. Ga. Al. As. Le.

Holoceno Pleistoceno

Plioceno Mioceno

Oligoceno Eoceno

Paleoceno Cretáceo

Figura 8.2 – Distribuição estratigráfica sul-americana dos gêneros encontrados na tafoflora de Jaguariúna

Tendo em vista a idade neógena sugerida aqui pela distribuição

estratigráfica dos gêneros componentes da tafoflora e o clima mais quente e úmido

evidenciado por ela e pela própria litologia, haveria uma maior indicação para a

idade miocena, visto que o Plioceno é caracterizado por um clima global mais frio e

seco rumo à glaciação pleistocena.

LEGENDA

El. = Elaphoglossum

Oc. = Ocotea

Ty. = Typha

Ga. = Garcinia

Al. = Alternanthera

As. = Aspidosperma

Le. = Leguminosites

Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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Dissertação de Mestrado – CEPPE / UnG ____________ Dos-Santos (2007)

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ESTAMPA I

Figura 1 – Alça de acesso ao Hotel Fazenda Duas Marias (amarelo), no km 136,5 da

Rodovia (SP-340) Adhemar de Barros, com indicação do sentido

Campinas (vermelho) e do sentido Mogi-Mirim (azul), vista a partir do

afloramento fitofossilífero de Jaguariúna.

Figura 2 – Vista do afloramento à direita e da alça de retorno, sentido Campinas, à

esquerda. Nível inferior (azul) e Nível Superior (verde).

Figura 3 – Afloramento exibindo dois níveis fossilíferos: inferior (azul) e superior

(vermelho). Indicação de duas crostas limoníticas (verde).

Figura 4 – Foto mostrando detalhe do nível fossilífero superior e um nível de crosta

limonítica (verde).

Figura 5 – Foto apresentando detalhe do nível fitofossilífero inferior (vermelho),

próximo à boca lobo (verde).

Figura 6 – Foto de alguns fósseis “in situ” pouco antes da coleta no nível inferior do

afloramento.

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ESTAMPA II

Figura 1 – Elaphoglossum sp. Fronde estéril, simples, de limbo inteiro, pecíolo longo,

base e ápice agudos. Espécime JN 01 a.

Figura 2 – Elaphoglossum antisanae, utilizado para comparação com

Elaphoglossum sp. Fonte: http://132.236.163.181/users/robbin/4_22_04

/upload24/Elaphoglossum_antisanae.jpg

Figura 3 – Elaphoglossum sp. Folha completa, assimétrica, com pecíolo

parcialmente preservado. Espécime JN 57 a.

Figura 4 – Ocotea cf. O. pulchelliformis Fittipaldi. Fitofóssil de Ocotea sem ápice

preservado. Espécime JN 216.

Figura 5 – Ocotea cf. O. pulchelliformis Fittipaldi. Folha de Ocotea sem ápice

preservado. Espécime JN 263 A.

Figura 6 – Ocotea cf. O. pulchella Nees et Mart. ex Nees, utilizada para comparação

com os espécimes fossilíferos estudados.

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ESTAMPA III

Figura 1 – Typha cf. T. tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda. Fragmento

mediano de folha, com venação paralelódroma. Espécime JN 243 A. Figura 2 – Typha cf. T. tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda. Detalhe da

venação, exibindo venação mais esparsa e maior espessura laminar na

área mediana do que próximo à margem. Espécime JN 243 A.

Figura 3 – Typha cf. T. tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda. Fragmento

próximo à base, com venação paralelódroma. Espécime JN 243 B.

Figura 4 – Typha cf. T. tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda. Fragmento

mediano de folha, com venação paralela e desprovida de vênulas

transversais. Espécime JN 602 A.

Figura 5 – Typha domingensis (Pers.) Kunth Foto e desenho exibindo folha e

inflorescência feminina e masculina e lâminas foliares paralelódromas.

Figura 6 – Typha cf. T. tremembensis Duarte & Mandarim-de-Lacerda. Fragmento

laminar mediano. Espécime JN 544 A.

Figura 7 – Typha fittipaldii sp. n. Fragmento mediano exibindo lâmina linear estreita,

com margens paralelas, de venação fina e densa, sem vênulas

transversais. Espécime JN 400.

Figura 8 – Typha fittipaldii sp. n. Fragmento mediano exibindo lâmina linear tendendo

a papirácea. Espécime JN 309 B.

Figura 9 – Typha fittipaldii sp. n. Fragmento laminar, mediano esgarçado. Espécime

JN 273 A.

Figura 10 – Typha angustifolia L. Forma vivente com folhas lineares estreitas e

frutificações estreitas e alongadas.

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ESTAMPA IV

Figura 1 – Monocotylophyllum sp. 1 gen. n. Folha elíptica, arredondada, com veias

pinada – curvinérveas. Espécime JN 145 a.

Figura 2 – Monocotylophyllum sp. 2 gen. n. Folha linear, paralelinérveas, crassa,

base cuneada. Espécime JN 79 a.

Figura 3 – Alternanthera sp. aff. Alternanthera pungens Kunth, com venação pinada,

veias secundárias pouco nítidas irregularmente broquidódromas.

Espécime JN 285 A.

Figura 4 – Alternanthera pungens Kunth. Espécime foliar utilizado para comparação.

Figura 5 – Alternanthera pungens Kunth. Espécime utilizado para comparação.

Figura 6 – Garcinia sp. Fragmento foliar com porção apical, parcialmente

preservado. Espécime JN 240 a.

Figura 7 – Garcinia sp. Contra-impressão de fragmento foliar com porção apical,

parcialmente preservado. Espécime JN 240 b.

Figura 8 – Garcinia sp. Fragmento foliar com base preservada. Espécime JN 203.

Figura 9 – Rheedia Gardneriana sp. Planch & Triana. Espécime atual utilizado para

comparação.

Figura 10 – Leguminosites sp. aff. Leguminosites Bowerbank. Espécime JN 06 a.

Figura 11 – Leguminosites sp. Detalhe da porção mediana, com venação. Espécime

JN 06 a.

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ESTAMPA V

Figura 1 – Aspidosperma duartei sp. n. Fragmento da porção mediana foliar.

Espécime JN 621 a.

Figura 2 – Aspidosperma duartei sp. n. Fragmento da porção mediana foliar.

Espécime JN 621 b.

Figura 3 – Aspidosperma cyllindrocarpon Müll-Arg. Espécime de herbário utilizado

para comparação. Fonte: http://www.duke.edu/web/ctc/staff/index.htm

Figura 4 – Dicotylophyllum sp 1. Folha elíptica, com base e ápice preservados e

lâmina foliar incompleta. Espécime JN 274.

Figura 5 – Dicotylophyllum sp 1. Folha assimétrica, com pecíolo, base e ápice

preservados. Espécime JN 144 b A.

Figura 6 – Dicotylophyllum sp 2. Folha com ápice parcialmente preservado.

Espécime JN 199.

Figura 7 – Dicotylophyllum sp 2. Folha completa, com pátina esbranquiçada e

venações pouco nítidas. Espécime JN 05 b B.

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ESTAMPA VI

Figura 1 – Dicotylophyllum sp 3. Impressão de folha nanófila ou folíolo, com venação

primária crassa. Espécime JN 241 b.

Figura 2 – Dicotylophyllum sp 3. Folha / folíolo parcialmente preservado, sem ápice,

com veia primária pinada e crassa. Espécime JN 264 a.

Figura 3 – Dicotylophyllum sp 4. Folha micrófila de ápice retuso e pecíolo longo.

Espécime JN 24 a.

Figura 4 – Dicotylophyllum sp 4. Folha micrófila assimétrica, de ápice retuso e

pecíolo longo. Espécime JN 26 b C.

Figura 5 – Dicotylophyllum sp 4. Folha obovada de base cuneada, ligeiramente

decorrente, de pecíolo longo. Espécime JN 26 a.

Figura 6 – Dicotylophyllum sp 5. Folha nanófila, assimétrica. Espécime JN 143 B.

Figura 7 – Dicotylophyllum sp 5. Folha nanófila, assimétrica, com pátina esbranqui-

çada. Espécime JN 31 C.

Figura 8 – Dicotylophyllum sp 6. Folha notófila, ovada, de venação craspedódroma.

Espécime JN 273 B.

Figura 9 – Dicotylophyllum sp 6. Folha notófila, ovada, de venação craspedódroma,

com margem crenada. Espécime JN 31 D.

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ESTAMPA VII

Figura 1 – Dicotylophyllum sp 7. Folha micrófila, oblonga, simétrica, veia primária

actinódroma suprabasal e secundárias caspedódromas. Espécime

JN 151 A.

Figura 2 – Dicotylophyllum sp 7. Folha oblonga com ápice não preservado, veia

primária actinódroma suprabasal e secundárias caspedódromas, pouco

nítidas. Espécime JN 216.

Figura 3 – Dicotylophyllum sp 8. Folha simples de venação pinada, veias

secundárias pouco visíveis, base e pecíolo não preservados. Espécime

JN 149 b A.

Figura 4 – Dicotylophyllum sp 8. Folha micrófila, elíptica, veia primária pinada

levemente curva, secundárias broquidódromas de curso reto paralela à

margem. Espécime JN 08 b.

Figura 5 – Dicotylophyllum sp 9. Folha micrófila, elíptica, base e pecíolo não

preservados, veia primária crassa e secundárias semi-caspedódromas.

JN 523.

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ESTAMPA VIII

Figura 1 – Dicotylophyllum sp 9. Folha micrófila, assimétrica, sem pecíolo

preservado, veia primária pinada crassa, margem serreada. Espécime

JN 149 D1.

Figura 2 – Dicotylophyllum sp 9. Folha micrófila, assimétrica, sem pecíolo

preservado, veia primária pinada crassa, margem serreada. Espécime

JN 149 D2.

Figura 3 – Dicotylophyllum sp 10. Folha simples, micrófila, elíptica, veia primária

pinada crassa, de margem ligeiramente crenada. Espécime JN 25 a C.

Figura 4 – Dicotylophyllum sp 10. Folha simples, micrófila, elíptica, veia primária

pinada crassa, de margem ligeiramente crenada. Espécime JN 25 b C.

Figura 5 – Dicotylophyllum sp 11. Folha micrófila, de margem crenada, serrada com

dentes de primeira e segunda ordem e veia primária pinada. JN 152 a.

Figura 6 – Dicotylophyllum sp 11. Folha micrófila, de margem crenada, serrada com

dentes de primeira e segunda ordem e veia primária pinada, sem base e

pecíolo preservados. Espécime JN 152 b.

Figura 7 – Dicotylophyllum sp 11. Folha micrófila, elíptica, base com pecíolo

preservado, veia primária crassa e secundárias caspedódromas.

Espécime JN 19 b.

Figura 8 – Fragmento foliar com detalhe de ataque por inseto. Espécime JN 278 a.

Figura 9 – Contra-impressão de fragmento foliar com detalhe de ataque por inseto.

Espécime JN 278 b.

Figura 10 – Dicotylophyllum sp 1. Folha micrófila, elíptica, base com pecíolo

preservado, veia primária crassa e secundárias caspedódromas,

apresentando provavelmente, manchas de ataque por insetos. JN 19 A.

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