Supremo Tribunal Federal - STF

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Ementa e Acórdão 20/09/2016 PRIMEIRA TURMA HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS RELATOR :MIN. MARCO AURÉLIO PACTE.(S) : GERLAN MACÁRIO CALHEIROS IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA FURTO – OBJETO PEQUENO VALOR – INSIGNIFICÂNCIA – DIMINUIÇÃO DA PENA. A teoria da insignificância não se coaduna com a previsão do § 2º do artigo 155 do Código Penal, a revelar que, sendo primário o réu e de pequeno valor a coisa furtada, o juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou somente aplicar multa. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em admitir a impetração, por empate, e, na sequência, indeferir a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida pelo Ministro Marco Aurélio, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 20 de setembro de 2016. MINISTRO MARCO AURÉLIO – PRESIDENTE E RELATOR Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 11718243. Supremo Tribunal Federal Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 12

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Ementa e Acórdão

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO

PACTE.(S) :GERLAN MACÁRIO CALHEIROS IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

FURTO – OBJETO PEQUENO VALOR – INSIGNIFICÂNCIA – DIMINUIÇÃO DA PENA. A teoria da insignificância não se coaduna com a previsão do § 2º do artigo 155 do Código Penal, a revelar que, sendo primário o réu e de pequeno valor a coisa furtada, o juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou somente aplicar multa.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em admitir a impetração, por empate, e, na sequência, indeferir a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida pelo Ministro Marco Aurélio, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas.

Brasília, 20 de setembro de 2016.

MINISTRO MARCO AURÉLIO – PRESIDENTE E RELATOR

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 11718243.

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Relatório

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO

PACTE.(S) :GERLAN MACÁRIO CALHEIROS IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Dra. Mariana Madera Nunes:

O paciente foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no artigo 155, § 4º, inciso IV (furto qualificado por concurso de agentes), do Código Penal. O Juízo da Terceira Vara Criminal da Comarca de Maceió/AL recebeu a denúncia em 1º de abril de 2014 (processo nº 0708488-78.2014.8.02.0001).

A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal estadual, pleiteando o trancamento da ação penal. Sustentou a atipicidade da conduta, ante o princípio da bagatela, em razão do valor do objeto subtraído – R$ 170,00. A Câmara Criminal, ao indeferir a ordem, consignou não terem sido demonstradas a atipicidade, a presença de causa extintiva da punibilidade ou a falta de indícios de autoria e materialidade delitivas a autorizar o acolhimento da pretensão deduzida, pois a observância do princípio deve também levar em conta outros fatores, além do valor do objeto.

A impetrante formalizou habeas no Superior Tribunal de Justiça. A Sexta Turma inadmitiu a ação, afirmando ser substitutiva do recurso ordinário. Assentou não vislumbrar manifesta ilegalidade. Salientou que o valor subtraído era

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20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO

PACTE.(S) :GERLAN MACÁRIO CALHEIROS IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Adoto, como relatório, as informações prestadas pela assessora Dra. Mariana Madera Nunes:

O paciente foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no artigo 155, § 4º, inciso IV (furto qualificado por concurso de agentes), do Código Penal. O Juízo da Terceira Vara Criminal da Comarca de Maceió/AL recebeu a denúncia em 1º de abril de 2014 (processo nº 0708488-78.2014.8.02.0001).

A defesa impetrou habeas corpus no Tribunal estadual, pleiteando o trancamento da ação penal. Sustentou a atipicidade da conduta, ante o princípio da bagatela, em razão do valor do objeto subtraído – R$ 170,00. A Câmara Criminal, ao indeferir a ordem, consignou não terem sido demonstradas a atipicidade, a presença de causa extintiva da punibilidade ou a falta de indícios de autoria e materialidade delitivas a autorizar o acolhimento da pretensão deduzida, pois a observância do princípio deve também levar em conta outros fatores, além do valor do objeto.

A impetrante formalizou habeas no Superior Tribunal de Justiça. A Sexta Turma inadmitiu a ação, afirmando ser substitutiva do recurso ordinário. Assentou não vislumbrar manifesta ilegalidade. Salientou que o valor subtraído era

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Relatório

HC 125721 / AL

equivalente a 25% do salário mínimo então vigente, o que revela mínima ofensividade.

A Defensoria Pública da União renova, nesta impetração, a tese de adequação do princípio da insignificância no caso concreto.

Requer, em âmbito liminar, o trancamento do processo-crime, até o julgamento definitivo deste habeas. No mérito, pretende a confirmação da providência.

Vossa Excelência, em 14 de fevereiro de 2015, deixou de acolher o pedido de medida de urgência.

A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas, porque substitutivo de recurso extraordinário.

Em consulta ao sítio do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, constatou-se estar o processo em fase de instrução, com designação de audiência para o dia 4 de setembro de 2017.

Lancei visto no processo em 6 de setembro de 2016, liberando-o para ser examinado na Turma a partir de 20 seguinte, isso objetivando a ciência da impetrante.

É o relatório.

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HC 125721 / AL

equivalente a 25% do salário mínimo então vigente, o que revela mínima ofensividade.

A Defensoria Pública da União renova, nesta impetração, a tese de adequação do princípio da insignificância no caso concreto.

Requer, em âmbito liminar, o trancamento do processo-crime, até o julgamento definitivo deste habeas. No mérito, pretende a confirmação da providência.

Vossa Excelência, em 14 de fevereiro de 2015, deixou de acolher o pedido de medida de urgência.

A Procuradoria-Geral da República opina pela inadmissão do habeas, porque substitutivo de recurso extraordinário.

Em consulta ao sítio do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, constatou-se estar o processo em fase de instrução, com designação de audiência para o dia 4 de setembro de 2017.

Lancei visto no processo em 6 de setembro de 2016, liberando-o para ser examinado na Turma a partir de 20 seguinte, isso objetivando a ciência da impetrante.

É o relatório.

2

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Voto - MIN. MARCO AURÉLIO

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

V O T O

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Inicialmente, observo que a circunstância de o ato que se rotula como ilegal ter sido formalizado em recurso ordinário constitucional não inviabiliza o exame da impetração. Em jogo está, na via indireta, a liberdade de ir e vir, não sofrendo o habeas corpus qualquer peia, muito menos resultante do eventual cabimento de recurso de natureza extraordinária, cuja via de tramitação é das mais estreitas. Admito o habeas.

Quanto ao tema de fundo, reporto-me ao que fiz ver ao deixar de implementar a medida acauteladora, em 14 de fevereiro de 2015:

2. Os reiterados pronunciamentos da Primeira Turma sobre o instituto da insignificância são no sentido do afastamento, observando-se o artigo 155, § 2º, do Código Penal, em que pese tratar-se de delito qualificado. Aliás, nesse último ponto, tenho compreensão diversa, assentada no fato de não coabitarem o mesmo teto os furtos privilegiado e qualificado.

Sendo primário o réu e de pequeno valor a coisa furtada, o juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou somente aplicar multa.

Indefiro a ordem.É como voto.

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Supremo Tribunal Federal

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

V O T O

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) – Inicialmente, observo que a circunstância de o ato que se rotula como ilegal ter sido formalizado em recurso ordinário constitucional não inviabiliza o exame da impetração. Em jogo está, na via indireta, a liberdade de ir e vir, não sofrendo o habeas corpus qualquer peia, muito menos resultante do eventual cabimento de recurso de natureza extraordinária, cuja via de tramitação é das mais estreitas. Admito o habeas.

Quanto ao tema de fundo, reporto-me ao que fiz ver ao deixar de implementar a medida acauteladora, em 14 de fevereiro de 2015:

2. Os reiterados pronunciamentos da Primeira Turma sobre o instituto da insignificância são no sentido do afastamento, observando-se o artigo 155, § 2º, do Código Penal, em que pese tratar-se de delito qualificado. Aliás, nesse último ponto, tenho compreensão diversa, assentada no fato de não coabitarem o mesmo teto os furtos privilegiado e qualificado.

Sendo primário o réu e de pequeno valor a coisa furtada, o juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou somente aplicar multa.

Indefiro a ordem.É como voto.

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Voto - MIN. EDSON FACHIN

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Acompanho Vossa Excelência na conclusão, fazendo a ressalva quanto ao não conhecimento, Senhor Presidente.

Supremo Tribunal Federal

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Supremo Tribunal Federal

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Acompanho Vossa Excelência na conclusão, fazendo a ressalva quanto ao não conhecimento, Senhor Presidente.

Supremo Tribunal Federal

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Voto s/ Preliminar

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO SOBRE PRELIMINAR

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Eu fico no não conhecimento, Presidente. Aqui é habeas substitutivo do recurso ordinário.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Fica no não conhecimento?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Aquela nova orientação que adotamos.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Vossa Excelência não admite? Porque o Ministro ressalvou...

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER – Eu fico no não conhecimento do habeas corpus.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Vossa Excelência entende que não pode ser admitido o habeas?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Naquele debate, há duas ou três sessões, quando a hipótese é de não conhecimento, admiti ressalvar quando o habeas se voltava contra decisões monocráticas. Aqui é um substitutivo do recurso ordinário constitucional. Não tenho ressalvado nessas hipóteses.

Supremo Tribunal Federal

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Supremo Tribunal Federal

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO SOBRE PRELIMINAR

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Eu fico no não conhecimento, Presidente. Aqui é habeas substitutivo do recurso ordinário.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Fica no não conhecimento?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Aquela nova orientação que adotamos.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Vossa Excelência não admite? Porque o Ministro ressalvou...

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER – Eu fico no não conhecimento do habeas corpus.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Vossa Excelência entende que não pode ser admitido o habeas?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Naquele debate, há duas ou três sessões, quando a hipótese é de não conhecimento, admiti ressalvar quando o habeas se voltava contra decisões monocráticas. Aqui é um substitutivo do recurso ordinário constitucional. Não tenho ressalvado nessas hipóteses.

Supremo Tribunal Federal

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Voto s/ Preliminar

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO S/ PRELIMINAR

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Com a ressalva do não conhecimento, eu indefiro também.

Agora, Senhor Presidente, o Plenário tinha se reunido para deliberar sobre esse tema. Nós concluímos esse julgamento?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Qual deles?O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Da insignificância.A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Concluímos. Foram três

habeas corpus sob a relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, em que se adotou a orientação que nós estamos seguindo na Turma. Na verdade, concluímos pela aplicação do princípio da insignificância, mas fazendo a análise do caso concreto e examinando as condições pessoais. Mesmo em hipóteses de reincidência, já deferimos a ordem. Examinamos caso a caso.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ressalvo o meu ponto de vista, mas vou acompanhar o Plenário, que decidiu pelo princípio da insignificância. Ressalvo meu ponto de vista, mas me curvo à decisão do Colegiado, e o Colegiado, se eu não me engano, nessas hipóteses, aplica o princípio da insignificância.

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - No caso concreto, eu não examinei; eu fiquei, por isso, no não conhecimento.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ele é reincidente. Então eu fico no não conhecimento também, acompanhando a Ministra Rosa.

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20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO S/ PRELIMINAR

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Com a ressalva do não conhecimento, eu indefiro também.

Agora, Senhor Presidente, o Plenário tinha se reunido para deliberar sobre esse tema. Nós concluímos esse julgamento?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Qual deles?O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Da insignificância.A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Concluímos. Foram três

habeas corpus sob a relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, em que se adotou a orientação que nós estamos seguindo na Turma. Na verdade, concluímos pela aplicação do princípio da insignificância, mas fazendo a análise do caso concreto e examinando as condições pessoais. Mesmo em hipóteses de reincidência, já deferimos a ordem. Examinamos caso a caso.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ressalvo o meu ponto de vista, mas vou acompanhar o Plenário, que decidiu pelo princípio da insignificância. Ressalvo meu ponto de vista, mas me curvo à decisão do Colegiado, e o Colegiado, se eu não me engano, nessas hipóteses, aplica o princípio da insignificância.

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - No caso concreto, eu não examinei; eu fiquei, por isso, no não conhecimento.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Ele é reincidente. Então eu fico no não conhecimento também, acompanhando a Ministra Rosa.

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Confirmação de Voto

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

CONFIRMAÇÃO DE VOTO

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Eu tenho entendido, Senhor Presidente, que, na hipótese em que se examina o princípio da insignificância, não há como, sem embargos da via eleita e seus eventuais limites, deixar de analisar os elementos que vêm carreados aos autos, até porque são elementos unilateralmente juntados, em face da própria natureza da impetração. É por isso que, nesses casos, tenho examinado o que vem fazendo a ressalva, em homenagem ao próprio habeas e também em homenagem ao fato de tratar-se da incidência, ou não, do princípio da insignificância. Por essas razões é que tenho feito exame.

Logo, com a vênia dos demais Colegas, mantenho a ressalva, mas acompanho a conclusão de Vossa Excelência.

Supremo Tribunal Federal

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Supremo Tribunal Federal

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

CONFIRMAÇÃO DE VOTO

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Eu tenho entendido, Senhor Presidente, que, na hipótese em que se examina o princípio da insignificância, não há como, sem embargos da via eleita e seus eventuais limites, deixar de analisar os elementos que vêm carreados aos autos, até porque são elementos unilateralmente juntados, em face da própria natureza da impetração. É por isso que, nesses casos, tenho examinado o que vem fazendo a ressalva, em homenagem ao próprio habeas e também em homenagem ao fato de tratar-se da incidência, ou não, do princípio da insignificância. Por essas razões é que tenho feito exame.

Logo, com a vênia dos demais Colegas, mantenho a ressalva, mas acompanho a conclusão de Vossa Excelência.

Supremo Tribunal Federal

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Voto - MIN. LUIZ FUX

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu concedo a ordem. Eu me curvo à posição do Plenário. Acho que nós ficamos vencidos.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – O Plenário chegou a concluir?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - É hipótese de reincidência. É que eu não examinei o caso.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Nós não fomos vencidos na preliminar, porque é empate.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – A preliminar fica vencida – e os Colegas pronunciam-se quanto ao mérito – pelo empate.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Parece-me tratar-se aqui, Ministro, de furto qualificado. Se não me falha a memória, a hipótese que foi apreciada no Plenário era de furto simples. Acho que até mesmo o Relator fez, de algum modo, essa distinção. Na hipótese que Vossa Excelência está trazendo agora a esta Turma, estamos diante de um furto qualificado.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Inciso IV do § 4º do artigo 155 do Código Penal – concurso de agentes. É reincidente.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu aplicaria o parágrafo do

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Supremo Tribunal Federal

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu concedo a ordem. Eu me curvo à posição do Plenário. Acho que nós ficamos vencidos.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – O Plenário chegou a concluir?

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - É hipótese de reincidência. É que eu não examinei o caso.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Nós não fomos vencidos na preliminar, porque é empate.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – A preliminar fica vencida – e os Colegas pronunciam-se quanto ao mérito – pelo empate.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Parece-me tratar-se aqui, Ministro, de furto qualificado. Se não me falha a memória, a hipótese que foi apreciada no Plenário era de furto simples. Acho que até mesmo o Relator fez, de algum modo, essa distinção. Na hipótese que Vossa Excelência está trazendo agora a esta Turma, estamos diante de um furto qualificado.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Inciso IV do § 4º do artigo 155 do Código Penal – concurso de agentes. É reincidente.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu aplicaria o parágrafo do

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Voto - MIN. LUIZ FUX

HC 125721 / AL

privilégio, mas...

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Crime no varejo!

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Então, eu acompanho Vossa Excelência. Vencidos na preliminar - isso é o que eu queria destacar -, tínhamos que votar no mérito.

2

Supremo Tribunal Federal

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HC 125721 / AL

privilégio, mas...

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (PRESIDENTE E RELATOR) – Crime no varejo!

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Então, eu acompanho Vossa Excelência. Vencidos na preliminar - isso é o que eu queria destacar -, tínhamos que votar no mérito.

2

Supremo Tribunal Federal

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12382980.

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Voto - MIN. ROSA WEBER

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Aqui, os antecedentes levam a que se indefira a ordem.

Então, no mérito, acompanho Vossa Excelência, Ministro Marco Aurélio.

Supremo Tribunal Federal

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Supremo Tribunal Federal

20/09/2016 PRIMEIRA TURMA

HABEAS CORPUS 125.721 ALAGOAS

VOTO

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER - Aqui, os antecedentes levam a que se indefira a ordem.

Então, no mérito, acompanho Vossa Excelência, Ministro Marco Aurélio.

Supremo Tribunal Federal

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12382981.

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Extrato de Ata - 20/09/2016

PRIMEIRA TURMAEXTRATO DE ATA

HABEAS CORPUS 125.721PROCED. : ALAGOASRELATOR : MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : GERLAN MACÁRIO CALHEIROSIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERALCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Decisão: Por empate na votação, a Turma admitiu a impetração. Votaram pela não admissão da ordem os Senhores Ministros Rosa Weber e Luiz Fux. Na sequência, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. 1ª Turma, 20.9.2016.

Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. Presentes à

Sessão os Senhores Ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin. Ausente o Senhor Ministro Luís Roberto Barroso em razão de participação no encontro de juízes de Supremas Cortes, denominado Global Constitutionalism Seminar, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Subprocurador-Geral da República, Dr. Odim Brandão Ferreira.

Carmen Lilian Oliveira de SouzaSecretária da Primeira Turma

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 11766916

Supremo Tribunal Federal

PRIMEIRA TURMAEXTRATO DE ATA

HABEAS CORPUS 125.721PROCED. : ALAGOASRELATOR : MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : GERLAN MACÁRIO CALHEIROSIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERALCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Decisão: Por empate na votação, a Turma admitiu a impetração. Votaram pela não admissão da ordem os Senhores Ministros Rosa Weber e Luiz Fux. Na sequência, por unanimidade, indeferiu a ordem, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. 1ª Turma, 20.9.2016.

Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. Presentes à

Sessão os Senhores Ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin. Ausente o Senhor Ministro Luís Roberto Barroso em razão de participação no encontro de juízes de Supremas Cortes, denominado Global Constitutionalism Seminar, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Subprocurador-Geral da República, Dr. Odim Brandão Ferreira.

Carmen Lilian Oliveira de SouzaSecretária da Primeira Turma

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 11766916

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