REVISTA TRIMESTRAL - Supremo Tribunal Federal

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REVISTA TRIMESTRAL DE JURISPRUDENCIA Organizada pela Divisa"o de Jurisprudencia Vol. 46 ( p.569-848 ) Dezembro 1968

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

REVISTA

TRIMESTRALDE

JURISPRUDENCIA

Organizada pela

Divisa"o de Jurisprudencia

Vol. 46 ( p.569-848 ) Dezembro 1968

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

MINISTROS

LUIZ GALLOTTI (22.9.49), PresidenteAntonio GONCALVES DE OLIVEIRA (15.2.60), Vice-

PresidenteAntonio Carlos LAFAYETTE DE ANDRADA (8.11.45)VICTOR NUNES Leal (7.12.60)HERMES LIMA (26.6.63)EVANDRO LINS E SILVA (4.9.63)ADALICIO Coelho NOGUEIRA (25.11.65)OSWALDO TRIGUEIRO de Albuquerque Mello (25.11.65)ALIOMAR de Andrade BALEEIRO (25.11.65)ELOY Jose DA ROCHA ( 15.9.66)DJACI Alves FALCAO (22.2.67)ADAUCTO Llicio CARDOSO (2.3.67)Raphael de BARROS MONTEIRO (7.7.67)THEMISTOCLES Brandao CAVALCANTI (18.10-67)Moacyr AMARAL SANTOS (18.10.67)Carlos THOMPSON FLORES (14.3.68)

COMISSAO DE REGIMENTO

Ministros LAFAYETTE DE ANDRADA, HERMES LIMAe EVANDRO LINS

COMISSAO DE JURISPRUDENCIA

Ministros GONCALVES DE OLIVEIRA, VICTOR NUNESe EVANDRO LINS

COMISSAO DE DOCUMENTAcAO

Ministros HERMES LIMA, ADALICIO NOGUEIRA eALIOMAR BALEEIRO

COMISSAO DE PROCEDIMENTO

Ministros OSWALDO TRIGUEIRO, ELOY DA ROCHAe THEMfSTOCLES CAVALCANTI

PROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA

DECIO Meirelles de MIRANDA

REVISTA TRIl4IESTRALDE JURISPRUDENCIA

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

EECURSO CRIMINAL N" 1.085 - MG(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira.

Recorrente : Clodsmith Riani. Recorrido: Superior Tribunal Militar.

Aplicagio ao caso do art. 33 do Dl. 314, de 13.3.67, malefavoraivel ao res . Retroatividade do Lei Penal, quando boneficia oacusado . Recurso ordindrio, a qua se deu provimento em parts.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos Batesautos, acordam os Ministros de Se-goods Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidade corn aeta de julgamentos a notes taquigrI-ficas, der provimento em parts sorecurso, a unanimidade de votos.

Brasilia, 18 do junho de 1968. -Evandro Lina a Silva, Presidents -Adalicio Nogueira, Relator.

RELAT6RI0

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira:Antes do mail , urge corrigir-se a

autuagio, neste feito . Nio so tra-ta do recurso extraordinerio, mas,elm, de recurso ordin6rio criminal,interposto pelo recorrente, nos termosdo art. 122, 0 1 .0, do Carta Federalde 1967, cujo julgamento a do com-petencia do Turma, de actrdo corno art. 6", II, letra b, de EmendaRegimental em vigor.

O recorrente foi denunciado , peran-te a Auditoria do 4.a Regiio Millar,canto incurso no sangao penal do ar-tigo 2 .°, alinea III, combinado corno art. 40 do L. 1.802, de 5.1.53.

O C. Conaelho Permanents deJustiga Militar, acolhendo, em parts,a den6ncia, condenou-o a pena dedezessete anos de reclusio, sendo dezanos, tom base no art. 2.°, al'mea IV,

quatro anos, Segundo o art. &0, am-boa do citada Lei de Seguranga etree ands, de acerdo corn o art. 134do C. Pen. Militar, observados osarts. 66 d6ste filtimo a 40 daquelalei (f. 402).

Irresignado, apelou o ore recorren-to pare o eg . Superior Tribunal Mi-liter qua, provendo, em parts, a suasiplica, desclassificou a delito, quathe foi imputado , condenando-o apane de sate anos de reclusio , obser-vada a regra do art . 66 a assim dis-criminada: - em face do art. 11,letra a, dois ands, do art. 12, urnano a do art. 13, quatro anos, dis-positivos asses, todos constantes docitada L . 1.802 (f. 487-488).

Embargada ease deciaeo pelo orerecorrente, foi eta mantida, per maio-ria do votos , por aquele douto Co-l6gio de Justiga, cujo v. ac6rdio, noqua the toca , maim remote:

"Acordarn os Ministros de"ste Su-perior Tribunal Militar por maioriade votos em desprazer as Embargosopostos per Clodsmidt Riani, contraes votos dos Ministros Dr . Walde-mar Torres de Costa a Dr. AlcidesVieira Carneiro qua reduziam a panepare 4 anos; os Ministros Dr. JoaoRomeiro Neto a Gen. Pery Bevila-qua qua mantinham a condenagio a2 anos e o Ministro Dr. OrlandoMoutinho Ribeiro do Costa quo tarn-

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b6m mantinha a condenaciio a 2 snote 4 mesas".

A d6ste ultimo julgado qua se in-terp5e o presents, recurso ordinario,em cujo erudito a been deduzido er-razoado, o ilustre patrono do recor-rente solicits a absolvicao- do aeu

- clients, on, pelo manna, a atenuacaodes penes, qua the foram aplicadas.

0 douto Procurador-Geral do Jus-tica Militar salientou, no seu parecerde f. 575-580, qua a nova Lei de Se-guranca Nacional (Dl. 314, de13.3.67) concentrou, no seu art. 33,tados as delitos qua haviam sido dis-seminados em dispositivos esparsos dolei anterior a qua haviam aido apon-tados coma violados polo recorrents.A ease nova tipo de delito, qua uni-ficou as varias infracoes autOnomasde lei anterior, a lei atual, mais be-nevolente, aplicou urns pens, unica:detenceo de um a tres ams. Fiel so.principio de retroatividade do lei pe-nal, quando mais favoravel so reu, ocitado Dr. Procurador opinou paledesclassificacao dos delitos pare o ca-pitulado no citado art. 33 do Esta-tuto de Seguranca vigente, devendo-sesplicer so recorrente a pena de deten-ceo de tree enos, tendo-so em vistao disposto no art. 43, III, do mesmoDecreto-lei.

Palmilhando a mesma "trade, a in-clita Procuradoria-Geral do Republica,assim so manifestou a f. 584-585:

"Trata-se do recurso ordinario, in-terposto per Clodsmidt Riani a basedo letre c, inciso II, do 0 1?, doart. 122 do C.F. por sae inconformarcorn o decidido polo V. julgado def. 546-549 do eg. Superior TribunalMilitar, par forca do qual vein a sercondenado a Pena de seta enos de re-clusao, por infrac6es dos arts. 11, lo-tra a, 12 a 13 do L. 1.802-53, c/c oart. 66 do C. Pen. Militar. Lemos,atentamente, como, de resto, sempreo fazemoe, no alentados autos do pre-sente ac-ao penal, composts de 12volumes.

Persegue o recorrente a sua absol-viceo, ou, em ultimo case, a minora-cao do pane concretizada, aplicando-se, a hip6tese dos autos, o concursoformal de delitos, so raves de con.cum material, reconhecido an decre-

to condenat6rio e a desclassificaciodos fatos delituosos previstos nos or-tigos 11, letra a, 12 a 13 do L. 1.802,prefalada, pare o art . 33 do DL 314,do 1967, caw irreconbecida a primai-ra argiiiFeo.

Nao he por qua enfastiar a Supre-me C6rte, ji qua perfilhamos, in in-tegrom, as hem elaboradas a judicio-sas razOes do douto Procurador Mi-liter Dr. Jacy Guimarees Pinheiro,raz6es quo so estendem de f. 575-580.

Se a lei penal retroage pars. bene-ficiar, como assentado em nosso Di-reito, neo lia como fugir it conclusaodo ilustradissimo Procurador suso re-ferido.

Destarte, opinamos Palo provimen-to em parts do recurso ordinario".

A o relaterio.

VOTO.

O Sr. Ministro Adalfcio Nogueira(Relator): - Nao ha duvida qua orecorrente, pales mltiplas atividades,quo exercitou , come leader sindicalde relevo, praticou atos inequivocos,tendentes a subverseo do ordem poli-tico-social do Pais.

Os autos volumosos , qua prelustra-mos, a foram atentemente examinadospor Was as autoridades qua neles sepronunciaram, demonstram, atraves dolarge c6pia de dodos a elementos, aassertive qua acabamos de formular.Nesta altura, ja no se fax mistermiudear pormenores elucidativos.

Por outro lado, a forcoso reconhe-cer qua a acusacao , no son fmpetoinicial, tingiu corn cores, por demaisseveres, a atuacao do paciente.

Impoe-se qua se the reserve cartemargem de tolerancia pare a sua de-fees.

Nao se the podem aplaudir as ati-vidades, qua miravam a demoliceo deardent pfiblica a des institui}6es, mattambem neo so the pode penetrar noammo, pare vascuthar -lhe a intimi-dode dos sentimentos.

De qualquer sorts, as 6rgiios mailaltos do Ministerio P6blico, nos duesinstencias mais elevadas de JusticaMilitar a do Justica Civil, opinarampor qua se aplique so recorrente odispositivo de nova lei do Seguranca

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National que, em substituigeo A ante-rior, enters , corn snais benevolAncia,o delito que Ale praticou a pare omesmo estabelece penalidade maislave.

A imperioso que, pare o casa, sereconhega a retroatividade do lei pe-nal.

Em face do exposto e , nos te"rmosdos pareceres invocados, damos pro-vimento, em parte, so recurso pare,fixando a pena-base em um ano, con-denar, contudo, o recorrente It penade um ano a dois meses do deten-gao, or vi do estatuido no art. 33 doDl. 314, de 13 .3.67, tendo em vistaa agravante contida no art . 43, in-ciao III, do mesmo Decreto-lai. viatoqua Ale, no sua posigio do leader sin-dical, dirigiu a atividade dos demaisagentes.

E assim decide, por tratar-se, norasa de um trabalbador, a respeito dequern constant nos autos etestados,qua ]he demonstram a corregiq nodesempenho des verias fungiies quaexerceu, alAm do depoimentoa de pes-soas do maior idoneidade , qua Theabonam a conduta.

Sam duvida , a sua atuagio nos is-too mencionados deste processo, re-sultant do pr6prio ambiente contur

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bado qua envolvia o Pais, no Apocaem qua os memos ocorreram.

De qualquer sorts, mesmo aplicadaa pena do tres anos de detengio, pre-conizada Palos eminentes Procurado-res do Justiga Militar a do Rep6bli-ca, ji o recorrente teria cumprido asua pens.

EXTRATO DA ATA

RC 1.085 - MG - Rel., Minis-tro Adalicio Nogueira . Recta . Clods-midt Riani (Adv. Hericlito Fontou-ra Sobral Pinto ). Recdo.: SuperiorTribunal Militar.

Decisio : Determinou-se a corregaodo autuagio a deu-se provimento sorecurso ordiniirio, em parte , pare re-duzir a pens imposts so recorrente aum ano a dois meses de reclusio, nottermoa do voto do Relator . Decisiouninime . Falou polo Recta. o Doc-tor Hericlito Fontoura Sobral Pinto.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentee as Senho-res Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso, Themistocles Caval-canti e o Dr . Oscar Correia Pina,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto . Ausente, justificadamente, oSr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Bras"lia, 18 de junho de 1968. -Guy Milton Zang, Secretirio.

CONFLITO DE JVRISDIVAO Ns 3.889 - GB(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Suscitante : Juiz de Direito de 25a Vera Criminal - GB. Suscitado: JutsAuditor do La Regiio Militar.

Conflito de Jurisdigao.Colisao de veiculos : leaf es corporais consegventes.Nao a bastante pars atribuir contpete"ncia a Justiga Militar

quo o veiculo seja official a militar sea motorista.Sc o fazia, particularmente, em atividade estranha a militar

a colidiu em automotor civil, por civil dirigido, a causando feri-mentos em passageiros civic - cabs a Justiga Civil processor ejulgar os infrafores - milder a civil - pale ooorr9ncia.

Aplicagao dos arts . 122 do C . F. a 6.P do C . Pen. Militar.Proced6ncia.

AC6RDAO

Vistas , relatados a discutidos Astes

autos, acordam os Ministros do Tar-

ceira Turma do Supremo Tribunal

Federal, no conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigrificas,por unanimidade do votos, julgar pro-cedente o conflito a competente ojuiz suscitante, determinando a remee-

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as do cbpias sos juizes em conflito(C. Pr. Pen ., art. 116, § 6?).

Brasilia, 30 de ag6sto de 1968. -Gongalves de Oliveira, Presidents -Carlos Thompson Flores, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Pales 12 .30 horas de 17.4.66, nocidade do Rio de Janeiro, ocorreu co-lisio entre os vefculos dirigidos res-pectivamente por LSzaro Telles Mar-tins, 1.0 Sargento do ExSrcito Nacio-nel a Josh Manoel de Carvelho Mes-quits , originando ferimentos nos pes-soes qua viajavam nos automotores.

Realizados os inqu6ritos parents aPolcia Civil a Militar, resultou ofe-recida a denuncia polo mesmo fatoparents a 25? Vara Criminal a Au-ditoria do 1? Regiio Militar. Dal opresente conflito. A requerimento doMinisterio P6blico foi ordenado aus-tarem o andemento des agbes pe-nais a prestarem informegbes. Rece-bidas , emitiu parecer o Dr. Procure-dor-Geral pale procedfincia do Justi-ce civil.

E o relat6rlo.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores(Relator): - Julgo procedente oconflito positivo de jurisdigio a com-petente o Dr. Juiz de Direito ausci-tante.

2. A cabencia do conflito 6 mani-fasts, eis qua polo mesmo fato so

dues Justigas, Civil a Militar, sousprotagonistas . E ambos os juizes tem-se por competentes.

3. Entanto , S manifests a compe-

tencia do Justiga Civil pare apreciara ocorrencia.

Now qua militar um dos denun-ciados e, dirigindo condugio oficial.fazia-o fora de zone militar a ematividade estranha so servigo, colidin-do com o sea veiculo urn outro par-ticular, dirigido por civil, a resultan-do feridos civic.

4. Se crime , pois, praticou o mill-tar, certo nio o 6 polo fato em si- militar, nos termos do art. 6.0 doC. Pen. Militar em conjugegio como art. 122 do C.F. vigente.

A competencia, destarte, 6 a deJustice Criminal comum, do Estado.

o man voto.

EXTRATO DA ATA

CJ 3.889 - GB - Rel., Minis-tro Thompson Flores. Suste . Juiz deDireito do 252 Vero Criminal -Guanabare . Susdo. Juis Auditor de1.° Regiio Militar.

Decisio : Decidiu-seclients . Uni rime.

polo Juiz Sus-

Presidencia do Sr. Ministro Gon-galves de Oliveira . Presentee a aessiono Srs. Mulattos Eloy do Roche,Amaral Santos, Thompson Flores e oDr. Oscar Correia Pine, Procurador-Geral do Republica , aubstituto . Licen-ciado o Sr . Ministro Hermes Lima.

Brasilia, 30 de ag6sto de 1968. -encontram denunciades perante as Jose Amaral, SecretIrio.

CONFLITO DE JURISDIcAO Nv 4.711 - PE(Pr)meira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Raphael de Barros Monteiro.

Suscitante : 3? Junta de Conciliagio a Julgamento do Recife . Suscitado:Juiz Federal de 2.e Vera do Estado de Pernambuco.

A esecugio dos deciages proferidas em causes trabalhistas con-tra a Uniao Federal so tempo em qua as mesmas competiarn SJustiga Federal, dove hoje caber a Justice do Trabalho de primal-to instancia, qua devere laser cumprir, no caso, o ac6rdSo do Tri-bunal Federal do Recursos qua, alias, transitou em julgado.

Conflito do Jurisdigio julgado procedente com o rawnhecimen-to de competerx'ia do Junta suscitante.

ACORDAO meira Turing do Supremo Tribunal

Viatos, relatados a discutidos Sstse Federal, sin confonnidade corn a etaautos, acordam os Ministros do Pri - de julgamentos a notes tequigrIficas,

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julgar procedente o conflito, com oreconhecirnento do competencia do3° Junta de Conciliagio a Julgamen-to do Recife, em decisao unanime.

Brasilia, 2 do setembro de 1968.- Victor Nunes Leal, Presidente -Raphael de Barros Monteiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Barton Monteiro:- Sr. Presidente:

Julgada procedente, pelo Juizo Pri-vativo dos Feitos do Fazenda Federaldo Recife , a reclamagio trabalhistapromovida por Jose Severino Camilocontra o Instituto Agron6mico do Nor-deste (f. 33), inconformada , recorreua Uniao Federal pare o eg . TribunalFederal de Recursos, qua negou pro-vimento an apelo (f. 46).

Baixando os autos a primeira ins-tincia a iniciada a execugao do jul-gado, a 6 de novembro do ano pr6-ximo findo declinou o Dr. Juiz Fe-deral do 2 .` Vera de sue competen-cia, a vista do disposto nos arts. 134a 119, I, do C. Federal.

Remetidos os autos a Justiga doTrabalho a distribuidos oa mesmos a3.a Junta de Conciliagio a Julgamen-to do Recife, suscitou seu Presidenteo presente conflito negativo de juris-digao, sob o fundamento principal dequa o ju :zo do execugio e 0 mesmodo agiq consoante o disposto no or-tigo 884, III , do C. Pr. Civil.

Oficiando a f. 79, assim se mani-festou o Dr . Decio Miranda, ilustreProcurador-Geral do Repiblica:

"As decisoes do Juiz dos Feitosdo Fazenda , f. 33, a do Tribunal Fe-deral de Recursos, f. 43, foram pro-feridas so tempo em qua as causestrabalhistas contra a Uni io eram pro-cessadas a julgadas fora do Justiga doTrabalho.

S6 mais tarde, no CJ 2.739, ac6r-dao de 11.3.65 , R.T.J. 32/517,deu-se pela inconstitucionalidade par-tial do art . 2.- do L . 1.890-53. Asdecisoes proferidas nestes autos, qua,de resto , transitaram em julgado, de-vem subaistir, como emanagio do ju-

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risdigao trabalhista especial quo sotempo se reconhecia so Julzo a CoTribunal qua as proferiram.

Mas a sua execugio deve caber,hoje, a Justiga do Trabalho de pri-meira instancia , a qual, parece-nos,fare cumprir o ac6rd9o do TribunalFederal de Recursos tondo em aten-gao o voto de f. 43, qua as limitou aconfirmar a decisio de f. 33, atri.butiva de was indenizacao trabalhis-to. No as devera guier exclusivamen-te pals ementa de f . 45 a 46. Esta,aludindo a invalidade do demissio,nio significa reintegragio do traba-lhador, senio quo imports no indeni-zagio trabalhiste . Demiasio invalids,all, esta por "demissio sem justecause".

Nio ha, pois , falar em "reintegra-gao", como se pediu it f . 48. Luci-damente, assim o considerou o despa-cho de f. 65.

0 qua acabamos de dizer, emboranos parega exato a adequado so es-clarecimento do cause, 6 indifereotepare a solugio do conflito de juris-digio. Quer se trate de indenizagac,como nos parece, quer se c-aide deraintegragao, o Juizo competente picaa execugao sera o trabalhista , on seja,e de 3° Junta de Conciliagio a Jul.gamento do Recife".

A o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Barros Monteiro(Relator): - Sr. Presidents:

Nada mais tenho a acrescentar soparecer qua acabo de her pare, jul-gando procedente o conflito , dar palscompetencia do Junta suscitante.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.711 -- PE - Rel ., Minis-tro Berms Monteiro. Susie . 3.a Jun.to de Conciliageo a Julgamento doRecife. Susdo . Juiz Federal de 2!Vera do Estado de Pernambuco.

Decisio : Julgada competente aJunta de Conciliagao a Julgarnento.unenimemente.

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Presidencia do Sr . Ministro Victor Oscar Correia Pins, Procurador-GeralNunes, no ausencia do Sr. Ministro de Republica, substituto.Lafayette de Andrade, Presidents.Presentes a sessio, os Srs. MinistrosOsvaldo Trigueiro, Djaci Falcio, Ra-

Brasilia, 2 do setembro do 1968.- Alberto Veronese Aguiar, Secre-

phael de Barros Monteiro e o Doutor tirio.

CONFLITO DE JCRISDIWXO N9 4 .759 - SC(Tribunal Pleno)

Relator : 0 Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Suscitante : Tribunal Federal de Recursos . Suscitado : Tribunal do Jus-tice do Estado de Santa Catarina.

Conflito negativo do jurisdigio. Acidente do trabalho. Ain-do quando ajuizado contra o I.N.P.S., a competdncia a do Jus-tics Estadual.

Inconstitucionalidade do art . 16 de L. 5.316, do 14.9.67(CJ 3.893 - GB).

Procedencia.

ACORDAO

Vistos , relatados a discutidos esterautos , acordana os Ministros do Su-premo Tribunal Federal , em aessiopleneria, na conformidade do are dojulgamento a des notes taquigrificas,por unanimidade do votos , julgar pro-cedente o conflito a competente aJusti£a Estedual.

Brasilia, 21 Be ag6sto de 1968. -Luis Gallotti, Presidente - CarlosThompson Flores, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Parents o Dr. Juiz de Direito doComarca de Orleies , Estado de SantaCatarina, promoveu Jose AmandioDias contra o entio I .A.P.E.T.C.

boje integrando o I.N.P.S.aSio de acidente do trabalho. Ven-cedor em primeira instencia , f. 28-30,agravou o Instituto . Do recurso, po.rem, no conheceu o eg. Tribunal deJustice, por one l .a Camera Civil, in-vocando para tanto a L . 5.316, de14.9.67, f . 47-48.

Remetidos os autos so eg. TribunalFederal de Recursos , julgou-se, porsue Colenda Primeire Turma, tam-bem incompetents, suscitando o pre-sents conflito , f. 60-63.

R o relatorio.

VOTO

0 St. Ministro Thompson Flores(Relator): - Julgo procedente oconflito a competente o eg. Tribu-

nal de Justice de Santa Catarina, sus-citado.

E o fago , invocando comp raz6esde decidir as qua constam do .CJ 3.893, apreciado pelo eg . Tribu-nal em sessio plenfiria, de 18.10.67,e j6 publicado (R.T.J. 44/360-369)e reiterados em casos outroa quo soseguiram.

Atraves desse julgado foi declare.do inconstitucional o art. 16 doL. 5.316, do 14. 9.67, qua originou opronunciamento do eg. Colegio Sus-citado.

$ o men voto.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.759 - SC - Rel., Minis-tro Thompson Flores . Suste . Tribu-nal Federal de Recursos . Susdo. Tri-bunal de Justifa do Estado de SantaCatarina.

Decisio: Decidiu-se pale competen-cia do Tribunal de Justice, unenime-mente.

Presidencia do Sr . Ministro LuisGallotti. Presentee i sessio as Se-ashores Ministros Thompson Flores,

R.T.J. 46 575

Amaral Santos , Themistocles Caval- Licenciados as Srs . Ministros La-canti, Banos Monteiro , Adaucto Car- fayette de Andrade a Hermes Lima.dose, Djaci Falcio, Eloy do Rocha,Aliomar Baleeiro, Oswaldo Trigueiro,Adalicio Nogueira , Evandro Lins, Vic-tor Nunes a Gonsalves do Oliveira.

Brasilia, 21 de ag&sto de 1968. -

Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-

retor-Geral.

i

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANQA NQ 14.086 - SP

(Tribunal Plano)

Relator : 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Recorrente: Casa Anglo Brasileira S.A. Modes, Confecciies a Bazar. Re-corrida: Fazenda do Estado.

Imp6sto de Vendas a ConsignacBes. Nas operacoes dos cfa-mados "credisrios" qua en item certificados Para compras a cre-dito, recebendo promissorias on fiances, a imposto de vendaa abran-ge o prow global, inclusive deep- a juros, solos, informacoesetc., ainda qua ocntratadoa e escriturados em seperado . Prece-denies: RMS 14.395, RE 58.945. Recurso desprovido.

ACORDA,O

Vistos, relatados e discutidas estesautos , acordam on Ministros do Su-premo Tribunal Federal, em SessioPlena, per unanimidade de votos, ne-gar provimento so recurso , na con-formidade do ate do julgamento a dosnotes taquigreficas anexas.

Brasilia , 16 do maio de 1968. -Luis Gallotti, Presidents - AmaralSantos, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -A recorrente, firma comercial estabe-lecida em Sio Paulo, elaborou umsistema do vendas a credito , median-to o qual o consumidor firmava comela, paralelamente a compra a ven-ds de mercadorias , um contrato do fi-nanciamento . For isse contrato, ocomprador, alem do preco do merca-doria pagava a recorrente on jurospelo financiamento, a parcels do im-p6sto do silo federal, e despesas cominfmmacbes a emolumentos.

A Fazenda do Estado exigiu, emnmarco de 1963, de recorrente o pa-gamento do Imp6sto de Vendas eConsignac6es s&bre o montante dosfinanciamentos feitos quando dos con-

tratos de compra a venda de merca-dories a prazo, firmados com seusclientes.

Contra ease ato do Diretor-Geraldo Departamento do Receita, do Se-cretaria do Fazenda do Estado deSao Paulo, rebelou-se a recorrente permeio de mandado de seguranca, ale-eando em sums:

1. Qua ease contrato de financia-mento min as vincula a qualquer ape.ratio de compra.

2. Qua a recorrente formulou con-sulta ao Gabinete Ticnico de EstudosTributarios a de Orientacio Fiscal doSecretaria do Fazenda , em qua aque-le orgao de entidade arrecadadom en-tendon nio incidir o IVC s6bre aqua-les acrescimos.

3. Qua o contrato firmado cram onfinanciados nio 6 compra a vendamercantil on civil, como a regulamen-tam on arts . 191 a as . do C. Cam.e 1.122 a as. do C. Civil.

4. Qua a atitude do Fazenda ofen-de asses dispositivos de Lei Federal,e ainda as disposig5es constantes dosCapitulos II a IV a art. 53 do C6d.de Impostos a Texas do Estado deSio Paulo.

A Fazenda do Estado em eves in-formacoes (f. 55-61 ) impugns a pre-tensio do impetrante, sustentando:

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1. Que no caso em loco o finan.ciamento 6 indissocievel do vendamercantil, verdadeiro contrato com-plexo.

2. Que, a been dizer, o financia-mento 6 acesa6rio a compra a vends.

3. Que o feto do o nao recolhi-mento do IVC pela impetrante ter

lido precedido de consults an 6rgaoespecializado do Fazenda nao vincula

"to.A sentenga de primeira instencia

denegou a aeguranga , acolhendo as

raz6es do Fazenda (f. 68-70).Em gnu de agravo , a decisao foi

mantida polo Primeira Camara Civildo Tribunal de Justiga de Sao Paulo.

Dessa deciseo a impetrante mani-festou recurso ordinario corn funda-mento no alines a, do art. 101, n. II,do C.F . de 1946.

A douta Procuradoria- Geral do Re-publica (f. 167-169 ) opine pelo des-provimento do recurso.

Por deliberag-ao do Turma em28.11 . 66, o processo foi remetido sojulgamento do Plenirio (f. 180v.).

13 o relat6rio.

ANTECIPAQAO ORAL AO VOTO

0 Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - Depois do ouvir o ilus-tre advogado , desejo , primeirarnente,justificar qua a dernora no julga-mento deste processo deveu-se a so-licitag'ao de um seu eminente colegaqua as dizia advogado do recorrente.Em segundo lugar, tenho qua aludirso fato de ter o ilustre advogado fei-to referencia a prevengao . Tratando-se de processor distintos , muito em-bore antra as mesmas panes, nao h5prevengao. S6 haveria se o objetoMass o mesmo, exigindo-se requeri-mento, denuncia do prevengao, doparts dos interessados . Uma vez quanao houve ease denuncia , nao so tra-tando de compet6ncia absolute, sou euo competente pare relater o feito.

VOTO

0 Sr. Ministro Amaral Santos(Relator): - No RMS 14.395, Re-lator o eminente Ministro AliomarBaleeiro, em caso absolutamente iden-

tico a entre as meamas part" -recm. "Case Anglo-Brasileira S. A.- Modes, Confecgoes, Bazar" 0 re-corrido o Estado de Silo Paulo -foi, por maioria de votos, proferidadecisio, em Tribunal Plano, cujaementa 6 a seguinte:

"Imp6sto de Vendas a Consigna-goes. 1. Nos operagoes dos charna-dos "credi6rios", qua emitern certi6-cados pare compras a cr6dito, rece-bendo promiss6rias on flanges, o Im-p6sto de Vendas abrange o prego glo-bal, inclusive despesas a juros, solos,informagoes, etc., ainda qua contrata-dos a escrituradas em separado".

A identidade dos cesos me permi-title, pare ni o tomar tempo dos enti-nentee Sn. Julgadores, apontandoease ec6rdio, resultedo de largos eprofundos debates, declarer qua en-dosso, como endossei, a teas no marma confide, dando por concluido orneu voto.

Tamb6m neste caso, exatanentecoven naquele, a recorrente, por umdos sous Departamentos, estabelececorn o clients urn contrato a quo de-nomina Contrato do cornpra de mer-cadoria a credito no sue loja (f. 26).0 cr6dito aberto so clients 6 cobertocorn promiss6rias avalizadas, on fian-go, podendo a Empr6se exigir qua ofiador tamb6m avalize as promisa6-rias (claus. 2.s a 8.a). "T6das asdespesas do contrato, selagern, etc.(e neste etc. estiio despesas corn in-formagoes, emolumentos, etc.) corre-rio por conta do financiado" (clans.10.4). Em troca do cr6dito eberto, aempresa fonece so financiado "certi-ficados de retiradas de mercadorias"no am pr6pria loja, "no valor totaldo cr6dito" (cleus. 4.4). Compre onno compre a mercadoris, a dividaas vence, no felts de pagamento deman on mais prestagoes (claus. 7.4).E mais: "Ern hip6tese alguma fome-cer6 a Finenciadore segunda via doscertificados de retirada de mercado-rias, mesmo qua as alegue perda onextravio" (cliusula 4.4, par6grafounico). Em suma, o financiado ternquo comprar, pagando o cr6dito, com-preendendo todas as despesas do con-

R.T.J. 46

trato, sob pens, de page-lo, ainda quanada compre.

Conclui o eminente Ministro Alio-mar Baleeiro no citado ac6rd9o: -"O arranjo a engenhoso , come tec-nice de vendas, dividindo a especia-lizando as fungoes dos auxiliares dofirma, coda um em coinage separada.Mae del a propiciar a Empresa umlucro extra, as custas do Fisco, vaienonne distancia em relagao so Di-reito Tributerio , pois colocaria o con-tribuinte morn positio privilegiadaem relageo nos concorrentes , qua naoorganizaram too boo aparelhagem devendee a credito . S6 a lei poderiacompadecer-se corn isso a ela nao afez".

A men ver, a assim tambem nodo douta Procuradoria -Geral do Re-p6blica, t6da razao tern a recorridaao sustentar qua o financiamento asprende de modo indissocievel , no for-ma, no conte(ido a quanto a finali-dade, so de vends mercantil , forman-do um a outro um enico contrato,complexo sent dGvida, was um unite,qua estabelece o prego global do ven-ds. Corn essa finalidade , estariamosem face de um contrato inominadocomplexo ( Cf. Messineo, vb. Con-tratto, em Enciclopedia Giuridica Ita-lians) .

2. No mesmo sentido o ac6rdaoproferido no RE 58 . 945, relatado poloeminente Ministro Hermes Lima, pu-blicado no R.T.J., 39/119.

3. Per essas raz6es, nego provi-mento so recurso.

EXPLICACAO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- Havia duvida a quanto a base decelculo do imp&sto recordo-me de quafui Relator do RMS 14 . 395, citadopolo eminente Relator.

A firma, qua era a mesmo, CasaAnglo-Brasileira S.A. - Modes, Con-fecgoes a Bazar, havia provocado so-lugao, mediante consults no 6rgaotecnico da Secretaria do Fazenda doEstado de Sao Paulo , a esta demo-too em responder, polo qua ela foioperando a seu mode, sent incluir noprego tributevel as despesas do cre-diario.

577

De sorts, quo nao cabe a afirmagiodo eminente advogado de ter havidofrauds . Frauds nao houve. Houveuma defeea l;cita do contribuinte.to procurou longer moo, no expres-sio americans, dum 1o:,p hole (alacuna do lei), para crier um expe-diente habilisaimo, - cobrar, a par-te, nas vendas a credito , juros a maindespesas inexistentes nas vendas evista.

Entao, creio - nao posse me re-corder de mem6ria - qua o Tribu-nal local mandou canceler a multa,incluindo , porem, no total tributivel,tides aquelas deepesas.

O Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - No case, nao houve mul-to. Exatamente per isso, evitei dofalar. Neste caso, tambem.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- A respeito de molts , he variesac6rd5os do Tribunal de Sao Paulo,confirmados polo Supremo Tribunal,admitindo quo o Poder Judicieriopolo, em termos , dentro de cartonlimites, canceler, multa fiscal.

O Sr. Ministro Amaral Santos(Relator): - Mae nests case naohe multa.

O Sr. Minietro Aliomar Baleeiro:- Como se trata do mandado de se-guranga , ago se splice aquela Sumulaqua impede qua n6s conhegamos dorecurs s6bre aplicageo de lei local.

O Sr. Ministro Amoral Santos(Relator): - Tonto a qua no ac6r-dio de V. Excia., no ementa, ha -via uma outra parts qua as referiaa multa. Deixei de citar a outra par.to, per inaplicevel a especie.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- Era a unica duvida qua estavaem men espirito.

VISTA

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Sr. Presidents, page vista dosautos.

EXTRATO DA ATA

RMS 14 . 086 - SP - Rel., Mi-nistro Amaral Santo. Recta. Casa

-

578 R .T.J. 46

Anglo-Brasileira S. A. - Modes,Confec46es a Bazar (Adv. Luiz Eduar-do de Caldas Brito ). Recda. Fazen-de do Estado (Adv. Ylves Jos6 doMiranda Guimaraes).

Deciseo : Pediu vista o MinistroAdaucto Cardoso, apbs as votos dosMiniatros Relator, Thompson Flores,Themiatocles Cavalcanti a BanosMonteiro negando provimento. Impe-dido o Sr. Ministro Oswaldo Triguei-ro. Felon, pela Recda ., o DoutorHellIdio Toledo Monteiro.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti. Licenciado , o Sr. MinistroEvandro Lins.

Brasilia, 15 de maio de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-retor-Geral.

VOTO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Sr. Presidente, atendo a jurispru-dencia dominante do Supremo Tribu-nal Federal a acompanho o voto doeminente Relator, negando provimen-to ao recurso, corn ressalva de meuponto de vista pessoal.

EXTRATO DA ATA

PUS 14. 086 - SP - Rel., Mi-nistro Amaral Santos . Recta. CasaAnglo-Brasileira S. A. - Modes,Confecf6es a Bazar (Adv. LuizEduardo de Caldas Brito). Recda.Fazenda do Estado (Adv. Ylves Jos€de Miranda Guimarees).

Decisao: Negou-se provimento, unA-nimemente . Impedido, o Sr. Minis-tro Osvaldo Trigueiro.

Presidencia do Sr. Ministro LuizGallotti. Presentee it sessao os Senho-res Ministros Thompson Flores, Ama-ral Santos, Themistocles Cavalcanti,Banos Monteiro , Adaucto Cardoso,Djaci Falceo , Eloy do Roche, AliomarBaleeiro, Osvaldo Trigueiro, Adal:cioNogueira, Herman Lima, Victor Nu-nes a Lafayette do Andrade. Ausen-tA, justificadamente , o Sr. MinistroEvandro Line.

Brasilia, 16 do maio do 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-retor-Geral.

EECUESO DE MANDADO DE SEGURAN49A Nt 14.972 - as

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Themistocles Cavalcanti.

Recorrentes : Sociedade Vinicola Rio Grandense Limitada a outros . Recor-rido: Estado do Rio Grande do Sul.

Intervengio no dondnio econdmico. FizacSo de pregos mini-

mos. Competencia dos Estedos . Nso provimento do recuuso.

AC6RDAO

Vistas, relatados e discutidos as

autos acima identificados , acordam os

Ministros do Supremo Tribunal Fe-

deral, em Segundo Turma, no confor-

midade do ate do julgamento a des

notes taquigr6ficas , por unanimidade

de votos, negar provimento ao re-

cum.

Brasilia, 18 de junho de 1968. -Evandro Lins a Silva, Presidents -Themistocles Cavalcanti, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Themistocles Ca-valcanti : - A Sociedade VinicolaRio-Grandense Limitada a mais do-zesseis firmas industriais do memogenaro requereram mandado de segu-ran4a contra o ato do Secratario doNeg6cios do Economia do Estado doRio Grande do Sul , em virtude dePortaria por Ale baixada , corn funda-

mento no L. est. 3 .775, do 4.7.59,qua fizou o preco unico a ser pagopale uva destinada a industrializacaona safra de 1964.

R.T.J. 46

Pretendeu ser, nio s6 lnconvenien-te a economia do Estado, como ofen-siva dos arts . 141, fl 1°, Z°, 14,145 a 146 do C.F. de 1946.Ainda mais qua falta aos Estados

competincia para fixer pregos, sendoessa faculdade sb tolerevel por leifederal especial.

O Tribunal do Estado denegou aseguran&a, com a seguinte ementa quaexprime, em resumo, o fundamento dodecisio:

"Intervengio no dominio econami,Co. FixaSio do prego minimo do uvadestinada a industrializaSio.

- Na competencia dos Estados-membros pare legislar, supletiva acomplementarmente, s6bre produgooseta a do intervir no dominio econ6-mico, inclusive mediante a fixagio deprogos minimos tendentes a intensifi-car a respective produgio. Interpre-taSao sistemitica dos arts . 146 a 6..0,combinado corn o art. 5 .0, inc. XV,letra c, do C. Federal . Constitucio-nalidade do porteria do Secretiriodoe Neg6cios do Economia do RioGrande do Sul que, com base em leiestadual, fixou o prego minimo douva destinada a industrializacio. As-pecto predominantemente r e g i onaldesse produto . Regime de interven-Sio vigorante ha mais de vinte anosa sombre do qua] se constituiu a sefirmou a industria dos vinhos gau-chos. Mandado de seguranga done-gado . Votos vencidos" (f. 159).

Participation d"ease julgamento osnossos eminentes colegas Eloy de Ro-cha a Thompson Flores. Houve al-guns votos vencidos por nio terem osEstados a compet&acia residual pareintervir no dominio econ6mico, sen-do qua a competencia complementaron supletiva so 6 tolerevel quandoexercida pale Uni io a legislaSao fun-damental.

Houve recurso ordinirio de deci-aio qua resume as sues alegag6es af. 177 com a seguinte indagacio:

"Rode o Estado-Membro, por di-reito proprio, intervir no dominio eco-n6mico, pare efeitos de fixaSio depreSos minimos compuls6rios, com acominagio de pens, de proibigio decomercio aos infratores"7

579

Consideram -se, por isso, inconstitu-cionais os arts . 1°, 3.0, 8.0 deL. eat. 3.775, de 6 . 7.59, qua au-toriza o Govern do Estado a fixeranualmente o preSo minimo de uvae impbe sangbes aos infratores.

Portanto , a Portaria fundada namelei quo a ela deu execuSio.

Cite alguns autores come Pont" deMiranda, Seabra Fagundes, Pinto An-tunes, Aliomar Baleeiro a o proprioRelator, em abono de sua tese.

Em relagio aos meus estudos , insis-to no citagio de opinio sujeita , alias,a controversia , de qua a lei comple-mentar pressupoe lei federal , nio po-dendo o Estado , originariamente, le-gislar s6bre as materias mencionadasno art . 6.° do Constituigio do 1946.

A douta Procuradoria -Geral do Re-pblica foi contra o provimento.

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Themistodes Ca-valcanti (Relator): - A questio setaevidentemente mal colocada em facedo legislagio existente naquela epoca,into 6, em 1964. E o qua me cumpreinicialmente explicar para justificar omen voto, de ac6rdo corn a opiniioacime mencionada, de que a compe-t6ncia complementar a supletiva atri-buida aos Estados pressupoe a exis-tencia de lei federal sabre a mate-ria, do contrario nio eerie comple-mentar, nem teria eficacia suplativa.Nio se pode considerar complementarou supletiva do nods.

Diverge Pont" de Miranda, quaentende ago poderem os Estadosaguardar a legislagio federal para re-solver os seas problemas e, assim,no silOncio do lei federal poderem osEstados suprir a asses defici&ncias.

No caso em apr6So 6 preciso consi-derer qua desde 1962, a Lei Delegadan° 4, de 26 de setembro, em seuart. 10 atribuiu competlncia aos Es-tados para cumprir a legislaSio fe-deral s6bre pregos a no seu regula-mento, D. 51.620, de 13 de dezem-bro, em seu art. 36, paregrafo uni-co, atribui aos Estados competenciaPara "exercer atividades de regula-Sao do abastecimento a contr6le dos

Sao R.T.J. 46

prefos de mercadorias a do servifosessenciais".

E o D. 51 .644-A, de 26 . 11.62, de-clara qua a do competencia dos Es-tados fixer prefos quando as tratarde mercadorias de produfio e con-sumo em seu Territorio.

Havia , pontanto, legislafao federalqua regulava a materia , permitindoaos Estados complements-la, comp,ainda, legislar supletivamente sabreela.

Isto quanto so art. 6 .° qua as re-face A produfeo a consumo e, por-tanto, especificamente, so problemsdo regulacso de pregos.

Dir-se-a, entretanto , qua a materiade fixagio de prefos envolve a inter-venfio no domino econ6mico qua socompreende par force do art. 146 doC.F., na compet@ncia do Uniao parlei especial.

A interpretafio desse dispositivoconstitucional sempre constitui pro-blame de solufeo dificil, quando en-carada em eau aspecto puramenteteorico. Entendeu-se, por exemplo,qua ease intervenfeo so se justifica-ria pare a monopolio, mas a verdadee qua a monopolio 6 uma des formasde intervenfeo.

Este pode ter caster puramentenormative , pode-se ""car atrav6s dopoder de polcia e, finalmente, doapropriaSAo polo Estado de determi-nada industries on atlvidade, ate o seumonopolio.

Na pritica a lei especial s6 6 exi-givel quando so trots do eatabelecerurn monopolio, porque as demais li-mitag5es a atividade economica esteoimplicitas no torte a nao decorrem dossous ternros expressos.

Quanto A legitimidade do fixa4iodos precos polo Estado silo ha comonega-la, diante do jurisprudencia, des-de o HC 30 . 355 de qua foi Relatoro saudoso Ministro Castro Nunes,fundado no principle do delegeafiolegislative (R. D. A. 21/134) -acordio de 21.7.48.

Da; per diante a legislafeo se mul-tiplicou , silo so atraves do L. 1.522,de 2.12 . 51, mas principalmente paleLei Delegada n° 4, de 27 . 8.62 e aLei Delegada n.0 5, do 26 . 9.62 e oD. 52.151, de 25.7.63, qua estabo-

lecau as bases pare comemio cornas Estados a firn de tornar exequivelo sistema de intervenfeo pare a exe-cuFeo dos pianos federais.

Corn isto tambem se ampliou aarea de cornpetencia para exercer easepoder de policia.

Nee obstante algumas opini6es emcontrerio so exercicio desse poderpelos Estados, come a do MinistroCarlos Medeiros Silva em parecerpublicado na R.F. 203/50. Existemoutran manifestaf6es em contrerio, jaagora, em trabalho de doutrina deJose Cretella Junior (Direito Admi-nistrativo, 4/323) a Oswaldo AranhaBandeira de Melo (0 Tabe/anientode Generos pales Municfpies -R.T. 127/23), fists sob o regime de1937.

0 qua me parece , entretanto, an.parade a um debate doutrinerio re-solvido pale Lei Delegada em vigorao ser proferido o ato impugnado.Par ela a Uniao atribuiu aos Estados,em relafeo aos sons produtos, umaparte de sue competencia.

A ConstituiFbo 6 um documentopolitico, um instrumento do progressoe de desenvolvimento.

Nee 6 possivel enquadrar t8da aestrutura federative em textos rigidosquo impefam son Estados exercer asatividedes proprias do Govern, naesfera econ8mica , no qua se refere, Aprodufeo do Estado.

Ease pratica , agora impugnada, jAera alias antiga , pois come so verifi-ca dos autos , desde 1955 o Estadofixava as prefos unicos do vinho.

Procuram as impetrantes demons-trar qua o ate impugnado trouxe ca-racteristicas novas de careter scone-mico na aplicafeo do Lei Estadual de1959, mas essas razoes transcendemdo aspecto de legalidade, pare pene-trarem no eras dos interesses econ8-micos qua nao chegarn so Porto doadmitir contr8le jurisdicional por atin-gir a essencia do direito de proprie-

dade.

Tenho a deciseo recorrida comeperfeito out sews fundamentos, poloqua nego provimento so recursO.

R.T.J. 46

EXTRATO DA ATA

RMS 14 . 792 - RS - Rel., Mi-nistro Theinistocles Cavalcanti. Reo-tea. Sociedade Vinicola Rio-Granden-se Limitada a outros ( Adv. Orlandode Cunha Carlos ). Recdo . Estadodo Rio Grande do Sul (Adv. JoseBanos Vasconcellos).

Decisao: Negou-se provimento, una-nimemente.

581

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Line a Silva. Presentee os Senho-res Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso, Themistocles Ca-valcanti e o Dr. Oscar Correia Pine,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto. Ausente, justificadamente, oSr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Brasilia , 18 do junto do 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

EMBARGOS NO MANDADO DE SEGUBANQA N9 15. 098 - SP(Tribunal Pleno)

Relator: 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Embargante : Esteve Irmeos S . A. - Comgrcio a Industria, Embargada:Fazenda do Eatado.

Impdsto de Vendaa a Consignacaes . Na vigencia do L. 4.299,de 1963, nio era admissival o pagamento privio do tributo, paletransferencia de um astabelecimento Para mitre do masma em-presa, em diferente Estado, ainda qua Para revenda pale me&'naempr6sa. Inadmiseivel a aplicagao retroativa do L. 4.784. Prece-dents: RMS 15.231. Embargw recebidw a provides.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos gatesautos , acordam os Ministros do Su-premo Tribunal Federal, em SessaoPleniria , por unanimidade de votos,conhecer a receber os embargos, noconformidade de ata do julgamento ades notes taquigrificas anexas.

Brasilia, 14 de junho de 1968. -Luiz Gallotti, Presidente - AmaralSantw, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -Em recurso ordinirlo em mandado deseguranga , a Segundo Tome decidiuqua com o advento de L. 4. 299, de1963, a legal a cobranga do Imp6stodo Vendas a Consignag6es polo Es-tado produtor , s6bre a remessa de al-godio a cafe beneficiados pare a fi-lial do estabelecimento remetente emoutro Estado . No caso, o impetranteadquiriu a produtores particles de al-godao em carogo a cafe em c6co, re-colhendo, noses operagaq o imp8sto

respectivo s6bre vendee a consigna-g6es.

A seguir, beneficiados aqugles pro-dutos agricolas, o impetrante, commatriz em Sin Paulo, procedia etransfergncia dos mesmos Para a suefilial no Guanabara, onde iria vendg-los.

Sendo-]he cobrado o IVC s6breease remessa, impetrou mandado doseguranga em margo de 1964, dene-gando-se-lhe a ordem, em primeira asegunda instgncia, a polo ac6rdao deeg. Segunda Turma, ore embargado.

Em grau de embargos, sustenta oimpetrante qua a decisao do Segun-do Turma contrariou decis6es do Tri-bunal Plano, no RMS 15.231 a ..14.794, de Primeira Turma, no RMS14.793 a de 3.4 Turma, n.° 14.957.

0 RMS 15.231, relatado Palo emi-nente Ministro Aliomar Baleeiro, re-cebeu a seguinte sensate : (f. 158):

"Imp6sto de vendee a consignagoesno viggncia do L. 4.299-1963, nao

582 R .T.J. 46

era admissivel o pagamento pr6viodo tributo, pals, transferencia duetastabelecimento pare outro do mesmaamprisa em diferente Estado, aindaqua pare revenda pela mesma em-prim. - A competincia pare legis-ler s6bre o com6rclo interestadual ede Uniio ( Constituigio , art. 5°, XV,b), a apenas suplementar on comple-mentor por parts dos Estados. - Ainadmissivel a aplicageo retroativa deL. 4.784-65, quando agrava o Snugdo contribuinte, pois a obrigageo fis-cal so regula pets lei vigente a 6pocado fato gerador - Interpretagio dosL. 4.299 a 4 . 784 - Seguranga con-cedida".

No RMS 14.974 decidiu o Tribu.nal Plano quanto a ezigencia do Fiscodo Rio Grande do Sul referents aImp6sto do Vendee a Consignag6ess6bre mercadoria remetida por nonefirma a sua filial em outro Estado.Resolveu qua "o Estado nio podsezigir o imp6sto referido porque, pals,lei, s6 6 tributavel a transferincia domercadoria do origem extrativa, pe•cuaria on agricola" ( f. 158; f8lhas159-235).

No memo sentido a restante juris-prudencia indicada.

A Fazenda do Estado , impugnandoos embargos ( f. 241-246 ), sustentaqua a L . 4.784, de 1965 , 6 meramen-to interpretative de L. 4.299, do1963, retroagindo , por 6sse fato, adata do lei interpretada . Discordsnoses peso do eminente MinistroAliomar Baleeiro, Relator de urn doeac6rdios apontados polo embargantecomo divergentes.

A Procuradoria-Geral dp Republica,opinando a f. 248-249 , 6 polo conhe-cimento a provimonto dos embargos,sustentando qua o ac6rdio do Tri-bunal Plano no RMS 15.231 conso-lidou a jurisprudincia do Tribunalno sentido de que, na vigAncia doL. 4.299, de 1963, "era defesa soEstado produtor tributar a transferen-cia de mercadoria remetida pare outroestabelecimento do mesma empr6sa,ainda qua pare revenda".

E o relatArio.

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - Acolho os embargos petsmanifesto divergencia entre o ac6r-deo recorrido a oa ac6rdeos aponta-dos como discrepantes, alias devida-mente comprovados nos autos.

E os recebo pore, cassando o ac6r-deo embargado, declarar , adotando aorientagio do Tribunal Plano, conti-da no ementa do ac6rdio no RMS15.231, publicado no D.J . de 4.5.66,relatado polo eminence Ministro Alio-mar Baleeiro, qua "o imp6sto de ven-das a consignag6es , no vigencia doL. 4.299, do 1963, nao era admiasi-vel o pagamento pr6vio do tributo,pale transferAncia de um estabeleci-mento pare outro do meanest empr8se,em diferente Estado, ainda quo Pararevenda pale mesma empr6sa. A com-petincia pare legislar s6bre o com6r-cio interestadual 6 do Uniio (C.F.,art. 5°, XV, b), a apenas suplemen-tar on complementar por parts dosEstados. E inadmissivel a aplicageoretroativa do L. 4.784, de 1965, quan-do agrava o Gnus do contribuinte, poisa obrigagio fiscal as regula pale leivigento a 6poca do fato gerador. In-terpretagio des L. 4 . 299 a 4.784".

E pare qua assim fique decidido aespicie, recebo as embargos a Theedou provimento.

EXTRATO DA ATA

ERMS 15 . 098 - SP - Rel., Mi-nistro Amaral Santos. Embte. Este•ve Irmios S . A. - Com6rcio a In-dstria (Adv. Pedro Gordilho) .Embda. Fazenda do Estado (Adv.Orlando Bulcio Vienna).

Deciseo: Conhecidoa a recebidos,uninimemente . Impedidos, os Senho-res Ministros Oswaldo Trigueiro eBarros Monteiro.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti. Presentee a sessio os Senho-res Ministros Thompson Flores, Ama-ral Santos, Themistocles Cavalcanti,Banos Monteiro, Adaucto Cardoso,Djaci Falco , Eloy do Roche, Osval-do Trigueiro , Adalicio Nogueira, Even-dro Lins, Hermes Lima, Victor Nu-nes a Gongalves de Oliveira . Augers-

R.T.J. 46 583

tee, justificadamente , os Sr. . Minis- Brasilia, 14 do junho de 1968. -tros Lafayette de Andrade a Aliomar Alvaro Ferreira don Santos. Vice-Di-Baleeiro . retor-Geral.

MANDADO DE SEGURANQA N" 17.953 - PE(Tribunal Pleno)

Relator pars o Ac6rdio: 0 Sr. Ministro Evandro Line a Silva.

Requerente : Instituto do Acucar a do Alcool. Requerido: Estado de Per-nambuco.

Competencia. Feito ontre Autarquia Federal a Estado, em quoa Uniao manifestou o mu interesse intervindo comp litisconsorte.Competencia origin6ria do Supremo Tribunal Federal pare dirimira contends. Mandado de seguranga conhecido a deferido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos noautos acima identificados, acordam asMinistros do Supremo Tribunal Fe-deral , em Sessio Plane , na confor-midade de ate do julgamento a desnotes taquignificas , por maioria devotos, conbecer do pedido e, por una-nimidade, dar-]he deferimento.

Brasilia, 6 de dezembro de 1967.- Lniz Gallotti, Presidente - Evan.dm Lim a Silva, Relator pare o ac6r-dio.

RELAT(5RIO

0 Sr. Ministro Themistocles Ca-valcanti: - 0 Instituto do Agicar edo Alcool, autarquia federal , depoiacom assistencia do Unlio, requer man-dodo de seguranga contra o Secreta-rio da Fazenda do Estado de Per-nambuco, alegando qua nos termosdo art . 24, 9 5..0, do Constituigio vi-gente, qua. ji f6ra anteriormente in-terpretado pelo Ato Complementarn.° 35, no a devido o Inp&sto deCirculagao de Mercadorias deetinadaseo exterior, nio podendo assim, in-cidir sbbre o ag6car exportado.

Requer originiriamente , core fun-damento no art. 114, I, d, qua d6competencia origineria a este eg. Su-premo Tribunal Federal nos causale conflitos antra a Uniio a as Esta-dos.

Pediu a medida liminar qua foiconcedida pelo seu ilustre antecessor,

Alegou o impetrante qua pedidosemelhante f6ra requerido no MS ..17.954, contra o Estado de Alagoas,e julgado em Sessao Plen6ria de 21de junho do corrente ano.

A autoridade defendeu-se. Alegoua incompetencia originiria, sendocompetente o Juiz Federal conformsdeciaao proferida no MS 11.378, doGuanabara , publicado na R.T.J.37/404 U. 22).

Alega mais qua a imunidade, tra-tando-so do imp6sto indiroto , pode co-brir quando muito a autarquia, masnio aqueles qua com ela negociam.Do contrfirio a imunidade aerie exten-sive aos particularee.

No merito, alega quo isengao sepods atingir os produtos industrializa-dos e o ag(rcar demerara no o e.

Ore, o impesto s6bre circulagio s6an atinge os produtos industrializa-dos quando destinados an exterior.

O aglicar demerara 6 consideradoproduto agricola, polo Minist6rio doAgriculture, porque 6 agucar de caneem bruto a nao em tabletes a refi-nado.

VOTO

O Sr. Ministro Themistoclea Ce-valcanti (Relator): - An aer julga-do o MS 17.954, cujoa autos exami-nei, foram levantadas duos prelimi-nares, uma de Competencia , outra peloeminente Ministro Aliomar Baleeiro,se o voc6bulo "individual" incluidono texto constitutional so sae referirso mandado de seguranga , min era res.

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tritivo em relog o as pessoas juridi-cas.

Decidiu este eg. Tribunal pale ne-gative a quero aqui acrescentar 0 menvoto iquela decisao, considerando a

acrescimo sup6rfluo , d a m o nstrandoapenes tuna posilio ortodoxa do au-tor do texto em relag go a naturezados direitos a serem protegidos, masnao as pessoas qua se poderiam bene-ficiar daquela garantia constitucional.O direito a individual porque repre-senta a violacio de uma situa$ao in-dividual protegida pals lei , mas niorestritiva do pessoa titular do direitoqua pode ser natural on juridica.

Quanto a questio do competencia,ouso divergir do decisio tomada na-quela assentada , corn o voto diver-gente do eminente Ministro Eloy doRoche.

A Constituirao distinguiu no compe-tancia origineria deste Supremo Tri-bunal as aches a conflitos , consideran-do-se sempre competente quando oIit`.gio a antra a Uniao a os Estados,nos casos de mandado de seguranraquando a competencia sempre se de-fine em rosin do autoridade contraao qual se pede a medida.

0 preceito constitucional a restri-tivo. Ora, a seguranca 6 pedida con-tra o Secreterio des Financas de urnEstado, autoridade estadual , qua, quan-do muito poderia ser equiparada aMinistro de Estado , a ainda assirnno admitiria a compet@ncia do Tri-bunal Federal de Recursos.

A competencia seria do Tribunalde Justice do Estado as a impetran-to nao fosse autarquia federal, cornassist@ncia do propria Uniao.

E invocam a famosa compatenciade"ste Tribunal Para construir o direi-to, suprindo as omissoes , ate do pro-pria Constituifio.

A construcao constitucional so sepode referir a casos omissos, nao sepode realizar contra legem, corn in-fracao do principio afirmado no textoconstitucional, an firmer a competen-cia origineria em materia de manda-do de seguranca em ratio do pessoaimpetrada , sempre autoridade federal,do mail alts categoria . Nao vejo comoconstruir obedecendo a eplicaSio dotexto a autoridade estadual.

Data venia - aerie construir tunanorma contra o principio do normaconstitucional . Nio as pode lever aconstruggo so ponto de atingir o tax.to, em am significasio expresso, quan-do fixa a competencia origineria doSupremo Tribunal Federal em mate-ria de mandado de seguranga, a pre-ciso procurer o texto omisso seguindoocorn a regra geral qua e a compe-tencia do Justi4a Federal , em primei-ra instincia , por se tratar de causefederal.

Corn lase, nao as atinge a letra doConstituicio , so limiter a competeu-cia origineria death Corte a se aplicaum principio geral de indiscutiveladequacao a hipotese.

Do meritis . Concedo a seguranfa.

O texto constitucional invocado eo do $ 5? do art. 24:

"Nao incidire sobre produtos indus-trialirados a outros qua a lei deter-mina, destinados so exterior".

As raz5es apresentadas Palo Estadovisando demonstrar qua o afocar de-memm ago a produto industrializedonio convencem , nem sequer a das-sifica$5o feita polo Ministerio doAgriculture come, "produto agricola".

Na realidade, o a$ucar 6 urn pro-duto industrializado - e a cane quasofre urn processo de transforma45oPara tomar as caracteristicas de urnproduto novo - o afAcar.

Ease processo 6 qua so define comaindustrializacio.

Trata-se, portanto, de urn produto

industrial izado destinado so exterior.

Sabre a"le nao pode recair o Impos-to s6bre Circula$ao de Mercadorias.

Corrado a seguranra pare eases pro-dutos quando as destinem so exte-rior.

EXPLICAQAO

E VOTO PRELIMINAR

0 Sr. Ministro Evandro Lins: -Sr. Presidents , ao qua me recordo, 0Tribunal construiu no sentido de com-petencia do Supremo Tribunal, Par-qua a Uniao manifestou tambem osou interisae no feito . Foi em con-sidera45o a ease intervenrio da Uniaoqua o Supremo entendeu qua o con-

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Him se do" entre ela pr6pria, Unieo,e o Estado , e, portanto , no forma doart. 114, n. I, letra d, 8 compet6n-cia seria origin6ria do Supremo Tri-bunal Federal.

Estou, de memdria, recordando As-am argumentos , no entanto...

0 Sr. Ministro Prado Kelly: - Aquestio qua se coloca hoje 6 inteira-mente diverse.

O Sr. Ministro Evandro Lins: -A questio 6 absolutamente id"entice.

O Sr. Ministro Prado Kelly: - Afundamentageo 6 diverse . Talvez anconcorde corn a concluaao, mas a fun-damentagao 6 diverse.

O Sr. Ministro Evandro Linn: -O eminente Ministro Eloy de Rochedivergiu, de vez anterior, so nao meengano, polo memo fundamento onsemelhante so agora adotado poloeminente Ministro Themistocles Ca-valcanti.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidents): - 0 Tribunal tern entendi-do assim: tratando-se de mandados deseguranga em qua estao em confli-to a Uniiio a um Estado, a compe-t6ncia origin6ria 6 do Supremo Tri-bunal. Como der a competencia parejulgar tais mandadoa do seguranga aoutra autoridade de qua nao o Su.premo Tribunal? Este 6 o problo-ma. 0 eminente Ministro Themisto-des Cavalcanti, entretanto , entendequa o caso nao 6 de competencia ori-giniria do Supremo.

O Sr. Ministro Evandro Ling: -Sr. Presidents, antecipando o menvote, mantenho 0 entendimento doSupremo Tribunal Federal no recursode mandado do seguranga anterior.Neese precedents, recordo-me, a me-t6ria foi discutida...

O Sr. Ministro Gongalves do Oli-veira: - Longamente...

O Sr. Ministro Evandro Lins: -..e o Tribunal chegou iquela con-

clusio . N io vejo razio , data veniado eminente Ministro ThernistoclesCavalcanti, pare modificar o entendi-mento do Supremo Tribunal.

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O Sr. Ministro Eloy do Roche:- V. Excia . permits? 0 men voteencontra, agora , o conforto do pro-nunciamento do eminente MinistroThemistocles Cavalcanti . A fundamen-tagao foi a memo . Se nao estouequivocado , foi advogado do imps.trante o ilustre Dr. Dicio Miranda.

O Sr. Procurador-Coral do Repd-blica ( D6cio Miranda): - Informo aV. Excia. qua era o Dr. Rui Nu-nes Pereira.

O Sr. Ministro Eloy da Roche: -Considerei qua a competencia do Su-promo Tribunal Federal pare conhe-car, origineriamente , do mandado doseguranga , as determine polo autori-dade impetrada, a coatora, art. 114,II, letra 1, do Constituigao. Se aUnieo for assistants, no mandado doseguranga, por outrem impetrado, des-locar-se-e a competincia pare a Jus-tice Federal . Mas, pare conbecer, ori-ginariamente, do mandado do segu-range, o qua imports, em princ!pio,6 a autoridade motors . Ora, naquo-le caso, como neste , a autoridade coa-tore era o Secretirio de Estado. Na.so proviu...

O Sr. Ministro Prado Kelly: -Eases sio as dificuldades . A compe-t6ncia do juiz federal nao est6 pro-vista pars, a hip6tese.

O Sr. Ministro Eloy da Roche: -A dificuldade 6 esta . Afirma-se quohi conflito entre a Unieo e o Eats-do, art . 114, I, letra d, do Consti-tuigio.

O Sr. Ministro Evendro Line: -IM, no realidade, urn conflim entraa Unieo e o Estado.

O Sr. Ministro Prado Kelly; -Ease 6 qua 6 o ponto.

O Sr. Ministro Eloy do Roche: -Veja V. Excia .: chegar-se-j a con-clusio de que, aempre qua houver,como aqui, litigio, s6bre tributagio,entre o Estado a autarquia federal,qua nao as confunde corn a Unieo, n

competencia sari do Supremo Triba-nal.

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueire:- Contra ato de prefeito?

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O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente): - Mas e a Uniao contraurn Estado.

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- Mas sera a Justiga Federal.

O Sr. Ministro May do Roche: -Nio 6 contra o Estado.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente): - Mas urn Juiz Federalvai dirimir um conflito entre a Uniaoe um Estado , quando s6 o SupremoTribunal tern tal competgncia?

O Sr. Ministro Prado Kelly: -Sr. Presidente , os argumentos desen-volvidos pelos eminentes MinistrosEloy Jose de Roche a Themistocles Ce-valcanti pattern de urns interprets-

Sao restritiva de competencia origina-ria do Supremo Tribunal Federal, notocante a mandado do seguranga.Mas, a men ver, a cliusula sobran-ceira, porque gendrica e a do letrad, inc. I, do art. 114, do C. F., Se-gundo a qual "compete so SupremoTribunal Federal processor a julgaroriginiriamente as causes" - a en-tre as causes se inclui o mandado deseguranga , pela conceituaggo qua epr6pria aquele writ - "e conflitos en-tre a Uniao a as Estados, on Terri-terios, ou entre una a outros". As-sim, em princfpio, se ha intergsaescolidentes entre a Uniao e o Estado-membro, ate o elemento bist6rico aju-daria a manter-se sees competgucia,deferida desde 1891 a C6rte Supre-me, pale sua fungao de irbitro desquest6es federais, irbitro entre aUniao a os Estados-membros , irbitroentre us Estados-membros, quandotgnr intergsses em confronto. A so-lugao de permitir a competgncia ape-nas em via recursal, como foi aflora-de, neo me parece procedente, por-que, so verificar o elenco des matg-rias des atribuig6es dos juizes federais,deparo qua houve previsao constitu-tional sea causes entre Estados estran-geiros, on organismos internacionaise pessoas domiciliadas e residentesno Brasil, mas neo se previu a hi-p6tese de um conflito de intergsseentre a Uniao e o Estado-membro.Nio se previu, porque previsto estavano regra do art. 114, inc. I, letra d,

de Constituigao. A competgncia, en-tao, nests caso, aerie do juiz do Es-tado de Pernambuco? 0 Tribunal deJustiga do Estado de Pernambuco ono juiz? O ato 6 do Governador?

O Sr. Ministro Themistocles Ca-valcanti ( Relator): - E do Secre-tfirio de Fazenda.

O Sr. Ministro Prado Kelly: -Parents essa autoridade judiciiria se-rvo presentes as pretens6es proces-

suais do Uniao, se exists uma cliusu-la amplissima, generica, a f6rga doqual dove ceder a enunciagao do com-petgncia originiria , no particular doemandados de seguranga?

Por gates motivos , Sr. Presidents,animei-me a fazer this considerac6es,no esperanga de cooperar corn urnsteas qua, a men ver, 6 trazida pelaprimeira ves a debate nests Tribunal.Devo diner qua neo estava presentsso anterior julgamento.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente): - Mae antes do caso refe.rido, tambem do Instituto do Acu-car a do Alcool, je houve outro casoem qua o Supremo Tribunal conbeceudo mandado de seguranga originitria-mente, porque envolvia conflito entrea Uniao a urn Estado.

O Sr. Ministro Aliomar Baloeiro:- Permita-me : 0 eminente Minis-tro Victor Nunes, ainda he pouco, melembrava o MS 16.416, de 31.8.66(R.T.J. 39/69), impetrado pelo Es-tado da Guanabara , pare constituigiodo uma sue emprisa chamada CETEL,qua tinha urn financiamento corn aCain Econ6mica, parece, a a Uniaopretendia exigir imp6sto de sglo s8-bra o contrato originirio . 0 mandadode seguranga foi requerido so juiz lo-cal, qua as julgou incompetents, e,afinal os autos vieram so SupremoTribunal, qua, no assentada, as de-clarou competente a concedeu o man-dodo de seguranga . Era um conflitoentre a Uniao a a autoridade federalfiscal de Selo.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pro-sidente): - Al, era entre o Estadodo Guanabara a a Uniao . 0 eminen-to Mulatto Victor Nunes tern emmina o ac6rdio?

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EXPLICAI,AO

0 Sr. Ministro Victor Nunes: -Queria pedir licenga so Tribunal parstrazer so debate algumas informa46es,pois parece qua andarnos um poucodesencpntados nests rnat6ria.

Neo participei do julgamento doRMS 17.954 (22.6.67). Participei,contudo, do julgamento do RMS16.416 (31.8.66 ), a qua se referiuo Sr. Ministro Aliomar Baleeiro. Anvoter naquela ocasiiio, nao me adver,ti de haver feito, em caso anterior, umlevantarnento de julgados, nos quailtinhamos concluidos em sentido discre-pante.

Pago licenfa pare ler parts do votoquo proferi no MS 11.378 ( 10.2.66)

"Em numerosos casos, o SupremoTribunal tern decidido qua, aendo in.teressada autarquia federal, ainda quoa outrfl parts aeje Estado , Municfpioon autarquia estadual on municipal, acompet6ncia , pare o reaaso, 6 doTribunal Federal de Recursoa. Die-cuti o assunto mail amplamente noCJ 2.980 (29.3.65 ), R.T.J. ...32/526, analisando precedentes nos.Ws. Vejarn-se, entre outros casoo:CJ 9.399, RMS 16.090, AC 9.6289.630, 9 .637, 9.641, 9.652, 9.654,9.656, 9 . 661, 9 .663. Em todos so-tee casos, e6 so discutiu a compe•t6ncia em gran do reaaeo, pressupos-ta urns deciseo do juiz do primeirainstencia.

No caso presence, arguments o emi-nente Relator que a autoridade apon-tada come, coatora tern f6ro especial,Palo direito do Estado, on seja, o Tri-bunal do Justiga. Dal concluir porfun competencia originIria , spent deser impetrante uma autarquia fe-deral, deizando sem solugao ezplici-ta o problems do recurso . Este, en-tretanto, niio poderia ser parn o Tri-bunal Federal de Recursos, porquaale neo tern jurisdigiio sabre os Tri-bunais de Justiga dos Estados. Fi-caria, assim , contrariada a nossaorientacao, nessa parts.

Por iaso, peth vista dos autos, porquo o mesmo problems j6 foi consf-derado polo Supremo Tribunal emuntrue coos.

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Em um d"ales (o primeiro, salvoengano ), o mandado de seguransafore requerido contra o Prefeito deManaus, a parents o Tribunal do Jus-tiFa, qua saris o competente de scar-do corn o direito estadual . Decidi-mos, por6m, qua era incompetentsPara julgar pedido formulado por au-,barquia federal , embora nab tenba-mos afirmado qual f6sse o juizo com-petente em primeira instsncia (RMS9.696, de 27. 5.63), Relator o emi-nente Ministro C6ndido Motta).

Maio tarde, foi 6sse problems re-eolvido no CJ 2.676, de 30.9.63,Relator o eminente Ministro LuisGallotti, D.J. de 12.12.63, p. 1.264.O mandado de seguranga f6re impe-)trado por autarquia previdenci4ria(IAPB) contra o Prefeito do Reci-fe. 0 Juiz de Fazenda declinou pamo Tribunal de Justice, quo era o f6roespecial do Prefeito, e o Tribunalauscitou conflito negativo. Amite.=00 a argumentagao do Procuradoria-Geral, quo combinou o art. 119 do LeiOrg6nica do Previdencia Social cowo art. 265, e, do Lei de OrganizaSeoJudicidria estadual, a afirmamos acompetjncia do Vera do Fazenda Na-cional.

Em outro ease, seguranga impetra-da por autarquia federal (I.A.A.)contra Secretario de Eatado de SinPaulo, recusamos nessa competanciaoriginiria , deizando em aberto qualMesa o juizo originIrio competente(MS 13 .203, do 21.9.64, Relator,vencido, o eminents Ministro VilasBoas).

Parece, pois, quo devemos decidiro presents caeo, de ac6rdo cram oprecedents IAPB vs. Prefeitura doRecife, h6 pouco indicado , mandandojulgar o mandado de aegurangs , origi-nariamente , pelo Juizo do FazendaNacional. Se a competincia pars orecurso, consoante noses jurispruden-cia interpretative de Constituirao Fe-deral, 6 do Tribunal Federal de Re-cursos, o julgamento do primeira ins--tiincia h6 de ser de um juiz jurisdi-cionado daquele Tribunal.

Nossa jurisprud6ncia constitucional6 parts do direito federal, a Este deveprovalecer, indiscutivelmente, sabre o

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direito estadual, quando esttabelefaf6ro especial pare julgar os atos decertas autoridades estaduais, ressalva.doe os crimes de responsabilidade, emqua o pr6prio direito federal oferece.olugio diverse , como temos decidido.

O entendimento ora proposto bar-moniza-se com o A.I.-2, por cujo or-tigo 6°, ficou alterado o art. 105 deC. F., atribuindo-se am Juizes Fe-deraia o julgamento , em primeira ins-tancia, des causes em qua for parts"entidade aut6rquica federal", ezce-to as de fal6ncia a acidentee do tra-balho '(§ 3.°, a). Enquanto neo fo-rm instalados os novos Juizes Fe-derais, sua competencia continua a sexexercida pelos juizes estadusis doFazenda Nacional".

A competencia seria, agora, do JuleFederal.

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Pre-sidente ): - Em nenhurn d"eases ca-sos, a Uniao interveio como litiscon-sorts. - Essa 6 a diferenca fundamen-tal. 0 Tribunal, no caso igual so pre-sente, s6 admitiu a competencia ori-giniria porque a Uniao interveio,como parts no cause.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Esea particularidade realmente neof6ra poste em relevo.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente ): - E fundamental, porquea intervengAo de Uniao 6 qua confi-gure o conflito entre a Uniao e o Es-tado.

O Sr. Ministro Eloy de Roche: -A Uniao neo interveio, mas sendo au-tarquia federal...

O Sr. Mirdstro Luiz Gallotti (Pre-sidente ): - A Uniao interveio, to-mou posigio no litfgio como litiscon-sorte. Uma coin a ser parts apenasa autarquia , a outra coisa 6 aer partsa prbpria Uniao.

O Sr. Ministro Themistocles Ca-valcanti : - A Uniao 6 sempre as-sietente.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-

sidente): - Nio. 0 Procurador doRepublica opine nos mandados do se-guranSa, mas, quendo a pr6pria Uniao

interv6m como litisconsorte , 6 dife-rents.

O Sr. Ministro Prado Kelly: -E caso do art . 119, § 2.°, de Cons-tituicao.

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Pre-sidente): - Penso qua a mat6ria estibent esclarecida.

VOTO PRELIMINAR

0 Sr. Ministro Djaci Falceo: -Data venia do Relator, tamb4m rejei-to a preliminar, uma vez qua, naesp6cie, a Uniao interveio como litis-consorte passive, restando, em conse-giiencia, aplicaSao do alines d, doincise I, do art. 114 do C. Federal.

VOTO PRELIMINAR

0 Sr. Ministro Eloy do Roche: -Sr. Presidents, acolho a preliminar,reforcada agora minba opiniio poloesclarecimento do eminente MinistroVictor Nunes. Nao he mais diferen-£a entre cause do Uniao on de enti-dads aut6rquica federal: deeds qua aautarquia seja parts, a competencia6 do justira federal . 0 principio sereforca, com o § 1.0 do art. 119 doC.F. de 1967, qua reproduziu, emparts, o art. 201 do C.F. de 1946.

VOTO PRELIMINAR

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- Corn a vane do eminent. Relator,voto pale competencia do Uniao, nostermos do men pronunciamento noRMS 16 . 416 do Guanabara.

VOTO PRELIMINAR

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Sr. Presidents, com base no observa-gao de V. Excia., parece quo posseconcluir pale competencia do Supre-mo Tribunal, am ofensa so entendi-mento expresso no RMS 11.378 do10.2.66, a qua hi pouco me referi.

Naquele a nos demais mans cong6-neres, era parts uma autarquia fe-deral, mas neo houve intervencao di-rate do Uniao no feito. Certamente,o patrim6nio des autarquias federal.e patrimonio federal, mas a lei no

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di, em todos os casos, o meamo trata-mento As autarquias e a Unieo pro-priamente dita . 0 proprio Tribunalfez essa distinceo impl`cita , naquelesprecedentes , so mandar julgar as cau-sea do autarquia federal contra Esta-do, em primeira instincia , polo juizsingular, a em segunda , polo Tribu-nal Federal do Recureos . Se em tailcasos, devessemos dar as autarquias omemo tratamento do Unieo , 0 litlgioseria entre a Unieo a um Estado, sen-do, enteo, do Supremo Tribunal acompetencia originaria.

O Sr. Ministro Eloy do Roche: -V. Excia . pods eaclarecer um ponto?Suponha V. Excia . qua o mandadoseja impetrado pale autarquia, Berna presence do Unieo, contra ato doSecretirio de Estado. Entende VoesaExcelencia qua seja competente 0Tribunal de Justica?

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Pre-siidente): - Nio. E competente ojuiz federal.

O Sr. Mini eke Victor Nunes: -Pelas decisues do Supremo Tribunal,qua mencionei ha pouco, a competen-cia sere do juiz federal, no caso fi-gurado Palo Sr. Ministro Eloy do Ro-che.

O Sr. Miniatro Eloy do Roche: -Entio aujeita-se o Secretario de Es-tado a jurisdiceo do juiz federal?

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Neo ha importencia . 0 quo atrai acause Para a competencia do juisfederal a a presence do interease fe-deral.

O Sr. Miniatro Eloy da Roche: -Exatamente . E o qua, Segundo me pa-race, ocorre tambem no caso. Quan-do a Uniao intervam , como assistant-to de autarquia , verifica -se a mamasituacao quo foi considerada nas alu-dides decis5es sabre a competencia dojuiz federal.

O St. Miniatro Victor Nunes: -Quando a Unieo intervam, hi uminteresse federal qualificado, qua ao do pr6pria Uniao, a qual, paleConstituiceo, litiga contra Estado emf6ro privativo, qua e 0 Supremo Tri-bunal.

589

O Sr. Ministro Eloy de Roche: -Parece-me qua a aituacao b a roes-ma. Nao faro distincao, Para a ques-tao de competencia , entre as causesde autarquia , corn assistencia de Uniao,on am ela.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Respeito a opiniao de V. Excia., masestou procurando justificar men voto.A presenca do Uniao no feito criauma aituacao especial , configurandoum interesse federal qualificado, cornrepercussao no competencia.

Assim, data venia do eminente Re-lator, acompanho os votos qua con-cluem pale competencia originiria doSupremo Tribunal.

VOTO PRELIMINAR

0 Sr. Miniatro Gonsalves do Oli,veira : - Tambam faro distincao en-tre assistencia ad juvardi a quando aUnieo, atrav6s do Procurador de Re-publica, tome Parts , assume posicaodo parts no processo.

Corn eats consideracao , peso vaneso Ministro Relator a aos quo o se-guiram Para acompanhar o voto doSr. Ministro Evandro Lino.

EXTRATO DA ATA

MS 17.953 - PE - Rel., Minis-tro Themistoclea Cavalcanti . Reqte.Instituto do Acucar a do Alcool (Adv.Ruy Nunes Pereira). Reqdo . Estadode Pernambuco . Conhecide a impe-tracio, por as julgar o Tribunal com-petent, origineriamente, contra os vo-tos dos Ministroa Relator, Eloy doRoche a Oswaldo Trigueiro, concedeu-se a seguranca, unenimemente. Votouo Presidente . Nio participou do jul-gemento o Sr. Ministro Amaral Santos,por nio ter aasistido so relatorio.Felon o Dr. Decio Miranda, Pro-curador-Geral do Republica polo re-querido.

Presidencia do Sr. Ministro LuisGallotti , Presentee , os Srs . MinistrosThemistoclea Cavalcanti , Raphael deBarros Monteiro , Djaci Falceo, Eloyde Roche, Aliomar Baleeiro, OswaldoTrigueiro , Prado Kelly, Evandro Lino,Hermes Lima, Victor Nunes a Gon-salves do Oliveira . Licenciado, o Se-nhor Ministro Lafayette de Andrada.

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Ausente , justificadamente, as Senho- Brasilia , 6 de dezembro de 1967.res Ministros Adalicio Nogueira e - Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Adaucto Cardoso . Diretor-Geral.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANQA NQ 18.076 - SP(Primeira Turn)

Relator: 0 Sr . Ministro Djaci Falcio.

Recorrentes : LO Paulo Wolff a outros. 2.0 Yvanoeh de Campos Rodri-

gues a outros . Recorrida: Uniio Federal.

Aproveitamento do funcionfirio pGblico . Inviabilidade do pretensao em face dos termos do L. 2 . 212, do 31.5.54.

AC6RDAo

Vistos, reletados a discutidos Catesautos, acordam as Ministros do Su-premo Tribunal Federal , em PrimeiraTurma , no conformidade do ata dojulgamento a dos notes taquigrificas,par unanimidade de votos, negar pro-vimento an recurso.

Brasilia , 2 de setembro do 1968. -Adoto o relatbrio lan9ado a f. 271-273,Falciio, Relator.

RELAT6RIo

0 Sr. Ministro Djaci Faldio: -Adoto o relat6rio langado e £ 271-273,verbis:

"Sr. Presidents, a sentenga agrava-do resume as faros, o pedido , as infor-ma48es de autoridede impetrada e oparecer do Dr. 5.0 Procurador daRepfiblica , nos seguintes termos:

Berbert , qualificado a f. 116, OrestesJupiagara Xavier, qualificado a f8-lha 127, Vitorino de Souza Amaro,qualificado a f. 134, Eloy Rosa doCosta, qualificado a f. 143 , ElpidioTavares de Silva Filho, qualificado af. 150, Hugo de Carlo Roche , queli-

ficado a f . 158, Jose Henrique doSilva Maia, qualificado a f. 173, Iva-cash de Campos Rodrigues , qualifica-do a f . 182, Moacyr Frogs, qualifica-do a f . 192, Gereldo Ornelas AcheCordeiro , qualificado a f. 202, Wal-demiro Francisco de Souza , qualifica-

do a f . 221, Alvaro do Padua Andra-de, qualificado a f. 226, impetrammandado de seguranga contra o Se-char Diretor do Divisio de Adminis-tra4io do Departanento Estadual doSegurenca Pablica, pare o fim do se-rem incluidos no carreira de Comissa-rio do Policia , do quadro daquele Do-partamento, nos termos dos arts. 3.0 e

4.° do L . 1.639, de 14 . 7.52, combi-Paulo Wolff, qualificado no inicial,

li H ili Pnados coin o art. 2 ° do L. 705, do

e os sconsortes ton alermo,t amalegando qua preenchem16 5.49 os

qualificado a f. 21, Arnaldo Barbosa,. ,

requisitos dos citados dispositivos.qualificado a f. 31, Marcelo Elias desNeves , qualificado a f. 37 , Flevio Prestando informag6es , sustenta aSampaio Filho, qualificado a f. 45, autoridade impetrada nio ter amparo aDarcy de Abreu Fava Saraiva, quali- pretensio dos impetrantes , em face desficado a f . 52-53 , Arnaud Leite, qua- leis citadas , acreacentando qua as im-lificado a f. 58, Milton Macedo, qua- petrantes sio todoa funcionarios do-

lificado a f. 75, Luis Casali , qualifica- quele Departamento , satisfazendo to-

do a f . 87, Eudo Ferreira Figner de dos as requisitos do lei, coin excerioLuna, qualificado a f. 75, Aluzio Pin- de Hugo do Carlos Roche. Pauloto dos Santos Reis, qualificado a f6- Wolff, Geraldo Omeles Ache Cordeiro,

Ilia 103 , Darcy Pereira Braga, quali- Moacyr Frogs, Hamilton Palermo eficado a f. 110, Helio do Nescimento Ianoeh de Campos Rodrigues , 03 qua-

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tro primeiros per nio constar no repar-tigio a ingresso dos mpsmos no ser-

vigo publico per mein de concurso onprove a as dois ultimos par nao per-

tencerem a carreira estritamente po-

licial.

Acrescenta qua a autoridade com-petente pare decidir o caso administra-tivamente 6 o Sr. Governador do Es-tado.

A ilustrada Procuradoria do Repsblica opinou polo indeferimento de se-guranga, salientando quo o impetranteEudo Ferreira Figner de Lune jii plei-teou antes a memo coisa em outroJuizo.

A sentenga agmveda despreza pre-liminar do incompetenc ia, levantadapela autoridade impetrada a paleUniio Federal , fundeda em qua niiotern razio a autoridade impetrada so"atribuir so Sr . Governador do Es-tado a competincia pare a pr4tica doato pretendido". Trata-se de apostilaem titulo de nomeagio, como vemocorrendo em casos enteriores , ate quopods ser praticado polo Diretor doDepartamento de Administmgio daSecretaria its Seguranga Publics (fo-Iha 248).

No merito a decisio agravada deferso pedido, solvents no qua tango soimpetrente Endo Ferreira Figner doLuna; esclarece, as; impetrantea devemser colocados no nivel de vencimentosn.0 17, correspondents it chase inicialdo carreire de Comisseria, a declare orecurso necessdrio.

A Uniio Federal, no satisfeita, in-terp6e agravo de petigio, insistindo aspreliminar qua arguira anteriormente,dando infese a alegagio its nao caberi Uniio suportar a onus resultants domedida, as cabivel, "per isso quo noas cuida de promogio , mas de names-Via nova , qua caracterizaria , sem du-vida, o ingresso dos requerentes emdetermineda carreira . Ineziste, pois,qualquer etc omissivo do autoridadefederal". No merito pleiteia reformado sentenga e a cassagio do ordem.

Os agravados oferecem contraminn-to, oat sustentagio i sentenga , qua pe-dem seja confirmada.

O juiz sustenta a sentenga a as au-tos sobem a sate instincia , onde rece-bem parecer do douto LO Subprocura-dor Geral do Republica, pela reformado decisio agravada."

Acrescento quo a deciseo de primel-ra instincia foi cassada par acordaodo Primeire Torino do Tribunal Fe-deral de Recursos, qua contem a emen-ta seguinte:

"Aproveitamento de servidores doDFSP no cargo de Comissdrio do Pe-licla. Requisitos para tanto ezigiveis.Inteligincia adequada ao disposto noart. 2.0 do L. 705 , de 16 . 5.49. Man-dodo de seguranga . Seu indeferimen-to" (f. 284).

Irresignados, as impetrantes interpuseram recurso ordinirio , atraves doqual pleiteiam seja restabelecida a de-cisiio proferida no juizo originiirio (f5-]has 286-289, a 305-308 ). Oferecidosas contra-rezoes de f . 311-313, subi-ram as autos a esta instincia, undorecebeu o seguinte pronunciamento daProcuradoria -Geral do Republica:

"Entendeu o v. ec6rdao recarrido,par sue ementa , in verbis:

"Aproveitamento do servidores doDFSP no cargo do C6missfirio do Po-licia. Requisites para tanto ezigiveis.Inteligincia adequada ao disposto noart. 2.° do L . 105, do 16 . 5.49. Men-dodo de seguranga . Seu indeferi-manto."

O art. 2 .0 de L. 705, do 1949,estabelece:

"Art. 2.0 Seri aproveitado are car-gos, nio iniciais , de Carreira de Co-misserio do Policie , independents dorealizagio do Curse , a qua so refereo art. 19, a ocupanto de cargo docarreira privative do DFSP, deedsqua tenha des: anon, no minima, itsservice policial , a haja ingressedo perme,o - de concurao , setisfeita a condi-gio essential de ser bacharel em Ur-reito."

Pbateriormente, a L. 1.639, quo re-estruturou a carreira de Comisaerio doPolicia , deu mains pare quo fossecumprido, integralmente, a ordenageo

592 R .T.J. 46

do dispositivo legal tranacrito, criandoon cargos necessirios so aproveitameu-to dos funcionirios ainda nao inclui-dos no referide carreira , por inexisten-cia do vagas ( cf. observacao do Ta-bela a qua se refere o art. 6."1.

Finaimente, a L. 2.212, restabeleceuo direito do lei primitive, contanto quaon interesssados o pleiteassem em 15dies.

Os mencionedos diplomas legais ti-verem, portanto, o cantor nitidamentetransitdrio . Se alguma duvide restassequanta a vigencia do lei originiria,eats estarie dissipada com o adventode do n° 2 . 212. Se o dispositivo quopossibility o eproveitamento These per-manente, nao haveria razio paresate ultima lei fixer um prazo do15 dies pare on interessados pleitee-rem sous direitos".

Como se vi , nao fazem ins on re-correntes , so invocado beneficio doL. 705, de 1949, eis qua nao atenta-ram pare o pram fatal consignado noL. 2.212, de 1954 . deixando do re-quere-lo, tempestivamente.

Por outro lado , corno ficou eaclarn-cido no processo , tambem nao main sspod, questioner a respeito do existen-cia de verge , requisito essencial a con-cesseo do aproveitamento em cause.

Into phsto, sons pelo nao provi-mento do recurso.

Brasilia , 1 de novembro do 1967.- Loin Gastao de Carvalho Cunha,

Assistants Juridico , Subscrevo: Oscar

Correa Pion, Procurador-Geral do Re-publica, substituto."

VOTO

0 Sr. Ministro Djaci Falcio (Relator): - Conforms estabeleceu aL. 2.212, de 31 . 5.54, em son art. 1.°:

"0 aproveitamento em cargos naoiniciais , do carreira de Comissirio dePolice do DFSP de qua trace o artigo2" do L . 705, de 16 de mein de 1959,havendo vega , deveri ser requirido onMinistro de Justica a Neghcios do In-terior pelo interessado qua preencheron requisitos do citado dispositivo den-tro do prazo improrrogivel de 15 dies,

a contar do publicacao do presentslei" f. 4).

Verifica-se of o cariter transit6riodo aproveitamento . Dal, ap6s an refe-rir as L. 705, do 16.5.49, a 1.639,do 14.7 . 52, concluir o parecer doProcuradorla do Repfiblica:

"Finalmente, a L. 2.212, restabele-ceu o direito do lei primitive , contantoquo os interessados o pleiteassem em15 dias.

Os mencionados diplomas legais ti.verem, portanto , o cantor nltidamen•to transitdrio . Se alguma dGvida rss•tease quanta a vigencia de lei origi-niria, ante estaria dissipada com o ad-vento do do n P 2.212. So o disposi-tivo quo possibility o aproveitamentofosse permanente, nao havens razaopare ante filtima lei fixer um prazo do15 dias pare on interessados pleitearemsous direitos".

Como se ve, nao fazem jus on re-correntes, so invocado beneficio doL. 705 , de 1949, eis quo nio atenta-ram pare o prexo fatal consignado noL. 2.212, de 1954, deixando do ra,quere-lo, tempestivamente."

De into , on recorrentes impetraramo mandado de seguransa em janeirode 1963 . Portanto, quando ji nao po-diem faze-lo, ante a expiraceo do pra-zo fixado no citada L. 2.212.

An demais, o aproveitamento de-poodle de existencia do verge,. o quonao esti comprovado no caso.

Ainda qua nao se ecolbesse gene an-tendimento , mas o de qua era viivelo aproveitamento daqueles qua preen-chessem on requisitos legais antes doL. 2.212 , de 1954, o pedido dos im-petrantes nao merece acolhide . Assim,com excecao de Hamilton Palermo,Darcy Abrou Saraiva. Vitorino doSouza a Alvaro de Pidua, on domainobtiveram o titulo do bacharel em di-reito ap6s a vigencia do referide lei.E, com releceo son scions, nomeados, ontres primeiros requoreram a segurancefora do prazo de 120 dies (art. 18 doL. 1.533 ); enquanto o (tltimo, naopreencheu o requisito - den ends doservico policial, eis qua foi admitidone policip em 1952 (f. 228).

R.T.J. 46

Ante o exposto, nego provimento sorecurso,

EXTRATO DA ATA

RMS 18.076 - GB - Rel., Mi4metro Djaci Falcio. 1.°a Rectes., Pau-lo Wolff a outros (Adv., Ivon F. Tor-res) . 1 °a Rectes., Yvanoeh do Cam-pos Rodrigues a outros (Adv., Rubinsde B. Brisolla). Recda., Uniio Fe-deral.

593

Decisio: Negado provimento, uni-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes, no ausincia do Sr. MinistroLafayette do Andrade, Presidents.Presentee A sessio, os Srs. MinistrosOawaldo Trigueiro , Djaci Falcio, Ra-phael de Barron Monteiro a o DoutorOscar Correia Pine , Procurador-Geraldo Republica, substituto.

Brasilia, 2 do setembro de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 42.053 - SP(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Agravante : Fazenda do Estado, Agravada : Cooperative Agricola de Cotie.

A E.C. 18, do 1965 (art. 7.°, n° II), tornou incabivel a inci-dencia do imp6sto astadual do a6lo, ad valorem adbre produtoexportado . Revogado o disposto na lei paulista 8.568, de 1964.Agravo desprovido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos 8stesautos, acordam os Ministros do Ter-ceira Turme do Supremo Tribunal Fe-deral, par unanimidade de votos. ne-gar provimento so agravo, no conformi-dade do are do julgamento a das no-tes taquigreficas anexas.

Brasilia, 22 de margo de 1968. -Gongalves do Oliveira, Presidente. -Amaral Santos, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Amaral Santo": -A Cooperative Agricola de Cotia im-petrou mandado de segurange contrao eto do Chafe do Segundo Mato Piscal de Santos , qua the exigiu o page-mento, s8bre o cafe destinado A expor-tacio, do imp8ato do silo estadual advalorem, al6m do imp8sto do vendase consignag6es , Alegou qua tat tribu-tag"a" , regulada pals L . est. 8.568,de 1964, tornou -se inconstitucionsl coma E.C. 18 , pois o s81o ad valoremphra expedi{o de "Goias de Despa-

cho do Mercadorias" a autintico im-pdsto do ezportagio (f. 13)

Transferindo pare a co npetinciatribut6ria do Uniio o Impesto de Ex-portagio, a E.C. 18, art. 7.°, obsta-ria a incidencia do silo esmdual advalorem s6bre identico fato gerador.

A Fazenda do Estado dafendeu aconetitucionalidade do tributo , salien-tando qua a6 6 inconstitucional a co-branga do imp6sto do silo a titulo deprocessamento des guies de expedigioquando as trata de remessa de mer-cadorias pare outroa Estados do terri-t6rio national , jamais quando sio ie-metidas pare o estrangeiro (f. 15).Em abono desaa tees, cite acbrdio doTribunal de Justiga de Sao Paulo noAg 149 . 941, e a Sd+rnula 107.

0 Juiz de Direito do Primeira VeraCivet de comama de Santos concedeua seguranga . Entendeu qua o Estado,como a L. est . 8.568, art . 4.°. pas-sou a cobrar , alem do imp8ato dei'rda. a consignag8es , um impesto itserportagio . dando-the contudo deno.

594 R.T.J. 46

minasho diverse de solo ad valorem(f. 31-32).

Dessa derisio interp6s a Fazendado Estado agravo de peticio pare eeg. Tribunal de Alcada paulista, quonegou provimento so recurso (f. 39).

Manifestou entio a Fazenda Esta-dual recurso extraordinerio , corn fun-domento nas Tetras a e d do permissixoconstituci, i.al. Considerou qua o ae6r-dio recorrido contrariou o art. 19,inc. VI, do C.F. de 1946, qua pro-ceituava cumpetir aos Estados rtcretar impostos s8bre "os atos reguladospor lei estadual, on dos servicos de suajustice a on neg6cios do sua economic"

Pete letre d indicou o ac6rdio do

Tribunal de Justica no agravo de pe-ticeo n.° 149.941.

O despacho qua indeferiu o proces-samento do recurso assim entendeu(f. 47-08):

"A E.C. 18 , do 1965, outorgou aUniio competencia exclusive porn acobranca do imp6sto do exportacio,de modo qua on Estados nio podemmain cobra-lo, nem indiretamente sobo titulo de imp6sto ad valorem s6breexpedicio de guias do exportsgio.

No he d6vida de quo aos Estadoscompetia cobrar imp6sto s6bre stos desua economia, coma 6 o caso do expe-dicio de guia pars exportacio; mas,se o Estado nio pods tributar a ox-portacio, por sem davida quo nio po-dere qualquer tributo pare a expedi-cio do referida guia, pois, caso pudes-so faze-lo, indiretamente estaria tribu-tando a exportscio com o exigir urntributo ad valorem s6bre o valor domercadoria exportada.

A legislacio estadrml invocada polerecorrente estfi superada pola referidaEmends Constitutional , de modo qua

a cobranca se apresenta com o car6-ter do inconstitucionalidade, como foidecidido em primeira o aegunda ins-tencia",

Concluindo , denegou a interposiciepale letra d, com o seguinte funds-mento ( f. 48):

"0 ac6rdio invocado pare confronto6 anterior a entrada sm vigor do regi-me tributerio instifirido polo E.C. 18e alem disso nio foi indicado o reper-t6rio do jurisprudencia qua o haja pu-blicado, como o exige a lei".

No presents agravo, a Fazenda Es-tedual sustenta nio se confundirem onfatos geradores dos impostos de ex-portapio e do solo estadual (f. 5) aprocure demonstrar quo o recurso ex-traordinario f6re interposto em obe-diencia estnita son ditames do L. 3.396,de 1958, art. 2.°.

As doutas Procuradorias do justicede Sio Paulo ( f. 52) a Procurado-ria-Goral do Republica (f. 57) opi.nam polo nio provimento do agravo.

A o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - A lei estadual paulistan.° 8.568, do 1964, art. 4.0, disp6e:

"Nas expedicGes de cafe cru pars oexterior , on pore outro Estado quandodestinado a exportagio, continuam onexpedidores Cu remetentes . obrigados aemissio do "Guia do Expedicio deMercadorias" a do "Guia de Despe-cho de Exportacio", conforms o caso,a no pagamento do imp6sto do soload valorem no forma prevista no Capitulo VI do Livro VI do C6digo deImp6stos a Texas, em conformidadecom a L . 3.672 , do 29 . 12.56, cal-culado a taxes do 2% (dois por canto).

Corn fundamento noses lei quer oFisco Estedual exigir dos exportadoresdo caf6 cru , pare o exterior, alem doenrissio dos referidas gains, qua sioprovidencia de fiscalizacio de expor-tacio, o pagamento 'do imp&sto do

solo ad valorem s6bre o produto expor-

tado, calculado no base do 2%.

Nenbum obsteculo hevia pare assn

cobranca ate o advento do E.C. 18,

de 1.12.65. Ego raze noII, §8 I° a 2":

art. 7.0,

"Art. 7.° Compete a Uniio:..................................

R.T.J. 46

II - o imp8sto stbre a exportagio,pars o estrangeiro , de produtos nacio-nais on nacionalizados.

§ 1.° 0 Poder Executivo pode, nascondig8es a limiter estabelecidos emlei, alterar as aliquotas on as basesde celculos dos impostor a qua se re-fare eats artigo , a fim de ajuste-losaos objetivos do politico cambial a decomercio exterior.

2.0 A receita liquids do imp8stoa quo is refers o n° II deste artigodestine-se it formagio de reserves mo-netirias, na forma da lei".

A mamma Emenda einda dispBe, noart. 26, S 3.0:

"8 3° Entrari em vigor a 1 dojaneiro do ano seguinte an do promul-gagio delta Emenda o disoosto noart. 7.°, n.° II, no sou 0 2 .0, 0 quantoao imp8sto do exportagio , a previstono sou 5 1°".

Nao obstante o quo me cont6m nameEmenda Constitucional, o Fisco Pau-lista continuou a exigir dos exporta-dores de cafe cru o chamado imp8stodo solo ad valorem, comp o fez coma ors agravada.

Contra ism ate, a agravada impe-trou seguranga , quo the foi concedidaem Primeira instencia, mist sentengafoi confirmada em segunda instancia,sob o fundamento de quo tat imp8stoconstitui sutintico impesfo do expor-tavio, pertinente a Uniio a nee maiscabivel no esferm de competencia tri-butaria estadual . Recorrendo a Fa.zenda do Estado, foi-the indeferido oapelo extraordinerio polo born funda-mentado despacho reproduzido no Re-lat6rio, a contra o qual equals inter-p6s o presents agravo.

2. Tambem entendemos, come odespacho recorrido , quo a E.C. 18,de 1965, reformulando o regime tri-buterio a transferido o imp8sto do ex-portagio pate a competTncia do Uniao(art. 7.°, n° U), tornou incabivel aincidencia do imp6sto estadual do aeload valorem sObre a produto exportado,

595

ate entao autorizedo pale L. est.8.568, de 1964.

Nao a qua a lei estadual , nesse pas-so, seja inconstitucional, mar aim qua,names peso, equals lei me tornou revo-gada polo Emenda Constitucional e,assim, se tomou inoperante.

E foi revogada porque o imp6stode exportagio , passando pare a com-petencia do Uniio, impede outro im-p8sto s8bre a exportageo cobrevel poloEstado, qua a tanto imports o do soload valorem a qua so refers a lei eata-dual . 0 fate tributevel, on fate ge.a-dor, e o mesma noun a noutro case- a exportagio.

Asaim, no versos em qua a deci.min impugneda do recurso extraordine-rio haja violado o art. 19, n° VI, doConstituigeo do 1946, a nio versosporque a exportegio, pale EmendaConstitucional, poison, com referenciaso imp8sto, a ser ate regulevel a regu-lade por lei federal - L. 5.072, de12.8.66 , a aquele dispositivo conati-tucional permitia a decretagio do im-postos estaduais sabre atom reguladoepor lei estadual.

3. Ainda aprovamos a recusa dorecurso ne letra d, peloa fundamentos

expostos no despacho recorrido.

Por eases raz8es , the nego provi-mento.

EXTRATO DA ATA

Ag 42. 053 - SP - Rel., Minis.tro Amaral Santos. Agte., Fazenda doEatado (Adv., E. G. C. Marcon-des). Agda ., Cooperative Agricola deCotia (Adv., Fausto von Atzinger).

Decisio: Negou-se provimento. Une-nime. 3? T., em 22.3.68.

Presidencia do Sr. Ministro Gon-galves do Oliveira . Presentee no Se-nhores Ministros Hermes Lime, Eloyde Roche, Amaral Santos, ThompsonFlores , e o Dr. Oscar Correa Pine,Procurador-Geral de Repbblica, subs-tituto. Alberto Veronese Aijuiar,Secreterio.

.596 R.T.J. 46

RECURSO DE HABEAS CORPUS N9 45.180 - SP(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Hermes Lima.

Recorrente : Joequim de Campos . Recorrido : Tribunal do Justisa.

Habeas corpus . Emissio do cheque am fundos . Cheque pagono curso do prooeeso . Ordem concedida.

AC6RDAO

Vistos a relatados Astes autos, acor-dam os Ministros do Supremo Tribu-nal Federal , em Terceira Torras, pottnaioria de votes, no conformidade daare do julgamento a dos notes taqui-:,grificas, conceder a ordem.

Brasilia, 16 de fevereiro do 1968.- Gonsalves de Oliveira, Presidents.- Hermes Lima, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Hermes Lima: -Sr. Presidents, Joaquim de Camposimpetra no Tribunal de Justiga doSio Paulo ordem de habeas corpus.em seu favor:

"1) 0 peciente foi condenado noProcesso 274-60 parents a MM. 8 .6Vara Criminal delta Capital, pot i.sentenca de 12.12 . 62 - como in-.curso no art . 171, § 2.°, n.° VI, doC. Pen. vigente - a tres anos a sailmesas de reclusio, mais multa deCr$ 5.000, sob imputacio de estelio-nato qua teria sido praticado medianteo cheque de Cr$ 9.700 ( isto e, ..NCr$ 9,70) a qua so refers a de-n6ncia.

2) Ora, 6 de ficil constatacio nosreferidos autos, como questi o do fato,,qua o referido cheque, longe de consti-tuir-so em qualquer ardil do estelio-.nato, foi dado em gerantia de paga-mento, disso lazendo f6 o recibo a 16-Me 93 do processo, qua acusa ter sidoa quantia correspondente so chequepage pot Joaquim de Campos, acen-tuando nos suas dues 6ltimas linhas qua(f. 93 " . o mesmo cheque foi dado•em garantia de pagamento...") .

3) A f. 97 v. dos autos, o sigma.tirio dessse recibo quo esti a f. 93declare, perante o MM. Magistrado(f. 97 v. "... quo, lendo o documen-to de f . 93, esclarece quo no verdadefoi ale declarante quem assinou o re-ferido documento ; qua esclarece qua orecibo pot Ale assinado a constants def. 93 6 a expressio do verdade; ...quo o reu, so procurer o declarante,em tres de julho, ji trazie urn reciborascunbado a onde nio constava a er-presseo "mercadoria vendida"; qua eatio, a declarants comuntcou-ae cornsell advogado a eats erpressio foi in-cluida no recibo feito pelo declarante,A 1. 93; .. . qua estando page a di-vide, o declarante nada mais tern a re-clamar de Joequim de Campos..."

4) 0 into de referir -se o chafe acompra de mui pequeno valor, a de terdado Joequim de Campos o seu c rre-to ender8go (como as deprsende dosdeclara45es do pr6prio queiroso A f6-lha 97 v. , esti a indicar a pouca pos-sibilidade de ester a corr6ncia reves-tida no especifico dolo de "induzir oumanter alguim em Arro, mediente ar-tificio, ardil, ou qualquer outro meiofraudulento", qua carecteriza o delitoprevisto no art. 171 do C6digo a sellsparigrafos . Entretanto ; a r. senten-4a a f . 100-103 do processo imp6s 9oacusado a pens de trios anos a eeis me-sas de rec/risio (mais a multa de ...Cr$ 5 . 000, qua quase igual so valordo cheque ). pens ease qua aupera ahabitualmente atribuide As tentativasde homicidio com leases corporals."

Pede a anulagio do sentenga e otrancamento do ag5o penal pot falta

do juste cause.

Acbrdio f. 13..

R.T.J. 46

Nos raz6es do recurso (f. 17) citeac6rdio deste Tribunal dos quais seinfers qua, nio sendo licito em ter-mo de habeas corpus, entrar o namede prove, 6 licito um confronto aindaqua superficial do denfmcia com osdepoimentos em qua so apeia pare quao poder de den(mcia nio degenere emabuso de poder on pare impedir quaerriinea graduagio do pens results deme aplicagio do lei, tar-se-ia essimquo considerar as seguintes pondera-46ea do eminente Ministro AliomarBaleeiro . "A Jurispprudencia do Su-premo Tribunal , he uns trinta anon,registry acordios fezendo equals dis-tingio, precise a autil , entre o con-creto de prove a sue apreciagio."

VOTO

0 Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - 0 cheque foi pogo no cutsodo processo e o enderego do emitentefoi dodo corretarnente . Nio he nocaso aparencia de ardil , quo, median-te vantagem ilicita em prejuizo alheio,indsuisse ou mantivesse alguem em

597

O pagamento do cheque, mesmo do-pois do denfincia, represents, inicial-mente um etc qua dove ear levadoem conta, pois a lei nio visa punirpolo prazer do punir. 0 cumprimentodo obrigagio a relevente pars a norma-lidade do comercio inicial e, no case,ease cumprimentq preencheu tel re-quisito.

Concedo a ordem nos termos do pe-dido.

VOTO

0 Sr. Ministro Eloy do Roche: -Data venia, nego provimento so recur-so, de ac6rdo com a orisntagio quaji tenho manifestado em casos iden-ticos.

EXTRATO DA ATA

RHC 45.180 - SP - Rel., Mi-nistro Hermes Lima . Recta., Joaquimdo Campos (em cause prepria).Recdo., Tribunal de Justice.

Decisio : Deu-se provimento contrao voto do Ministro Eloy de Roth.

srro mediante artificios , ardil ou qual- Presidencia do Sr . Ministro Con-quer outro meio fraudulento . Aqui 6 calves de Oliveira . Promotes os Se-lugar pore as invocar a S&mula 246: nhores Ministros Hermes Lime, Eloy

"Comprovado nio ter havido frau- de Roche a Amaral Santos.do, nio as configure o crime do emis- Brasilia , 16 de feverairo de 1968.sio de cheque am fundos ." - Jose Amaral, Secreterio.

HABEAS CORPUS Nv 45. 345 - SP(Segundo Purina)

Relator: 0 Sr. Ministro Themistocles Cavalcanti.

Paciente : Jose Catanente.

Concurso material do delito. Cumulagio do penes. Autono-mic des penes pars o cilculo do preacrigio. Prescrigio - pens emconcreto. Apelo do Ministdrio P6blico depois do prescrigao.

Ac6RDAO

Vistos, relatados a discutidos os au-to. acima identificados, accrdam osMinistros do Supremo Tribunal Fe-deral, em Segundo Turma, no confor-midade do site do julgamento a dosnotes taquigreficas , por unonimidade

de votos, conceder a ordain, pare de,

crater a prescrigio pela pane conrre-

tiaeda no sentenga.

Brasilia, 28 do maio do 1968. -

Evandro Line a Silva. Presidents. -

Themistocles Cavalcanti, Relator.

598

0 Sr.

R.T.J. 46

RELATORIO

Ministro Themiatocles Caval-

oanti: - 0 impetrante requer habeas

corpus originerio em favor de Jose

Catanante, praso e condenado Palo

Juiz de Direito da Comarca de Santa

Isabel, Estado do Sao Paulo, a cum-

prir a pane de dois anos a nova mesas,

soma das penes do um ano a seia (6)

meses, como incurso no art. 129, e 1 0,

inc. I. a urn (1) son a tre"s (3) me-

sea, no art. 329, 9 1.0, do C. Penal.

Pretends qua as dues penes devem

ser contades separadamente pore efeb

to do prescrigaq porquanto se trata

de penes aut6nomas.

Que a pane dove ser calculada de

acbrdo corn o disposto nos arts. 109

e 110, do C. Pen. a Sumula 146,

Pena em concreto.

Quo a demimcia foi recobida em

27.7.62 e a decisao final proferida em

8.5.67.

O juiz aplicou, a f. 14, as penes

dos arts. 129, 9 10, 0 329, 9 1.0, um

eno a seis meses a um ano a tras

meses e, a descontar no Cadela Pu-

blica local, a pen de dois once a nova

meses de reclusi o.

Pretends o paciente qua as pens

devout set contades separadas, por sr

rem aut8nomes.

Foi ale condenado polo crime de re-

sistancia qua superou no justos limi-

t" admitidos no lei a transfonnou-se

sell agresseo coal les6es corporals. Dad

a condenageo as dues penes , arts. 129

e 329, resistencia a lesao corporal.

0 Tribunal de Justiga, Palo oeu ilus-

tre Presidents, confirms a iniclal nasinformag6es de f. 31-33.

VOTO

0 Sr. Ministro Themistocles Caval-eanti (Relator): - Verifica-so, nocase, concurso material do delito eas dues penes as acumulam on so so-mam no direr do Magalhaes Noronha(Cdd. Penal, 5/360).

Embers condenado a cumprir asdues penes qua somam dois anos a novamesas, do ac6rdo corn a sentence, alasnio pardem a an autonomic a o prazodo prescrici o dove set contado sepa-radamente.

Sendo inferior a dois once, cads umadas penes , o prazo a de quatro anos,segundo o art . 109, V, do C. Pen. ea Sdmula 146.

Terse ocorrido a"sae prazo7

Denunciado em 27.7.62, foi con-denado em 8.5 .67, isto 6, cerca de4 anos a 10 mesas depois, tendo ha-vido apelacao do Ministerio Publicoem 17.8.67.

Apma-se, desta forma, quo so setinterposta a apelaciio do MinistgsdoPublico a Pena in concrete, depoisconfirmada pals superior instincia, jeestava prescrita . 0 sou prazo je es-tava decorrido - quatro anos - perserem as dues pens a cad6 uma,inferior a dois seas.

EXTRATO DA ATA

HC 45.345 - SP - Rel., Minis-tro Themistocles Covalcanti. Impte.,Ruben Ended Siriu. Pte., Jose Cats-nante.

Deciseo: Concedeu-se a ordeal, unA-nimemente, pam decretar a prescriceopals pens concretizada no sentenga.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentee it sesseono Srs. Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Baleeiro, Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o Dr. De-cio Miranda, Procurador-Goral doRepublica.

Brasilia, 28 do main de 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio.

R.T.J. 46

HABEAS CORPUS N9 45.433 - GB(Terceira Turma)

Relator: O Sr. Ministro Hermes Lime.

Paciente : Mercionilbo Tavares do Silva.

599

Emisaeo de cheque am fundos. Pagamento no carrot do pro-oesso . Ordain concedida.

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos os au-tos acima identificados , acordam osMinistros, em Terceira Turma, noconformidade de eta do julgamento edes notes taquigrificas, conceder aorder , uninimemente.

Brasilia , 10 do maio de 1968. -A. Gonyalves do Oliveira, Presidents.- Hermes Lima, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Hermes Lima: -

Sr. Presidents , trots-se de emissio docheque sem fundos pore pagemento do

mercadoria . 0 cheque foi pago em4.12.67, conforms diz o documento de

f. 8, antes do sentence , qua 4 de

20.2.68.

Rath transcrito nos autos urn ac6r-dio do eminent. Ministro Eloy doRoche, cuje ementa i a seguinte:

"Emisseo do cheque am fundos.Pagamento no correr do processo. Re-curso provido" (f. 2).

it o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - Sr. President., concedo aordain, no forme do jurisprudencia doTribunal, qua esti certificeda nos au-too atravis de polo menus tri<s habeascorpus, em qua o principlo do conces-sio polo fato de haver o pagamentoter-se verificado no carter do proces-so autorizou a concessso do order.

EXTRATO DA ATA

HC 45.433 - GB - Rel., Minis-tro Hermes Lime. Impte., Just Bo-nificio Diniz do Andrade . Pte., Mar-cionilho Tavares do Silva.

Decis"ao: Concedida a order. Deci-sao ungninte.

Presidiincia do Sr. Ministro Gon-calves de Oliveira . Promotes a sesseoos Srs . Ministros Hermes Lime, Ama-ral Santos, Thompson Flores e o Dou-tor Oscar Correia Pine, Procurador--Geral do Republica , substituto. Au-sente, justificadamente, o Sr. MinistroWay do Roche.

Brasilia, 10 de maio de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio deTortes.

HABEAS CORPUS N9 45 . 557 - GB(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Adaliclo Nogueira.

Impetrente a Peciente : Luis Carlos Figueiredo.

Delito do motim, previsto no art. 130, inac. I e II do C. Pen. Mi.

liter . Improced4ncia dam alegag5es do paciente, em petigio despida

de qualquer docunentagao . Habeas corpus denegado.

AC6RDAO gunda Turma do Supremo Tribunal

Vistos, relatados a discutidos gates Federal , em conformidede coin a ate

autos , acordem os Ministros do Se - de julgementos a notes taquigrificas,

600 R.T.J. 44

denegar o pedido, a unanimidede devotos.

Brasilia, 11 do junbo de 1968. -Evandro Lim a Silva, Presidents. -Adalicio Nogueira, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Adalfcio Nogueira:- 0 paciente, em cause pr6pria, emlongs peticio, desordenadamente for-roulade a desacompanhada de qualquerdocumentagio on do elementos elucida-tivos, impetrou a eats eg . Pret6riourns ordem de habeas corpus, atravtisdo qual pretends anular o v . ac6rdeoproferido polo C. Superior TribunalMilitar, qua o condenou a Pena dereclusio de cinco anos, pale pr6ticado crime previsto no art. 130, incisosI e II, do C. Pen. Militar (motim).

Solicitedas informag6es, o eminentePresidents daquele alto Colegio Judi-ciario, prestou-as, corn o officio da f6-iha 11, junto so quaff enviou a c6piado v. deciaio condenat6ria do mea-mo Tribunal (f. 12-24).

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Adalicio Noguezra(Relator): - 0 paciente foi condo.nado polo crime de motim, capituladono art. 130 do C. Pen. Militar, quarem:

"Reunirem-se militates on asseme.lhados em nfimero de quatro on mais:

I - agindo contra as ordens recebi-dos de seus superior", on negamio-sea cumpri-la;

II - recusando obediencia on su-perior quando estejam agindo sem or-der on praticando violencia.

O proceaso retrata as acontecimen-tos passados a bordo do contratorpe-deiro Paraiba, em qua verbs mari-nheiros, deizando o navio , pars itemsol:darimr-se corn as seus companbei-ros, no Sindicato dos Metal6rgicos. re-cusaram-se a returner aos sew postos,

nio obstante instantemente convocados,

incitando os seus colegas a indiscipline

a A revolts a desrespeitando os sew

superiores hiererquicos, inclusive o co-

mandante de unidame.

Tram-se de um delito coletivo, emqua nio se pods especificar a atuafiodo cads um, visto qua todos, uni-tariamente, participam do sua perpe-traFao.

Acresce qua o Conselho Permanentsde Justiga do 2.a Auditoria de Mari-nha absolveu a todos os implicados,memos o paciente a Osmar Barbosa,quo condenou a pena de urn ano dedetenceo, pondo, assim, em face a no-totiedade do comportamento crimino-so de ambos. Mas o eg. SuperiorTribunal Militar, negando provimen-to a apelagio dosses dois filtimos edando provimento, em parte, a ape-fagio do Promotoria, condenou a to-dos as acusados, como incursos nosangio penal do art. 130, incisesI e II, do C. Pen. Militar, a Pena mi-nima do referido artigo, qua a de cin-co anon de reclusio.

Como quer qua seja, nenhum subsi-dio trouxe aos autos, o paciente, domodo a possibilitar, de qualquer ma-neira , o stendimento do sua sAplica.

Denego a ordem.

EXTRATO DA ATA

HC 45.557 - GB - ReL, Minis-tro Adelicio Nogueira . Pte. a Impte.,Luis Carlos Figueiredo.

Decisio: Denegada a ordem, unini-memento.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dn,-Lins a Silva. Promotes a sessioas Srs. Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso, Themistocles Caval-canti e o Dr. Oscar Correia Pins. Pro-curador-Geral do Republica, substitute.Licenciado, o Sr. Ministro AliomarBaleeiro.

Brasilia , 11 de junho de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

R.T.J. 46 601

BECURSO DE HABEAS CORPUS N' 45.792 - OB(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Adalicio Nogueire.

Recorrente : Joao Jots Viegas. Recorrido : Superior Tribunal Militar.

Conselho Especial do Justiga do 2° Auditoria do Marinha.Nio ocorreram as nulidades apordadas no julgamento quo loi profe-rido. Recurso ordinario a qua se negou provimento.

ACORDAO

Vistos, relatados a diacutidos eats,autos, ecordam no Ministros do Segun-do Turma do Supremo Tribunal Fe-deral , em conformidade cow a eta dejulgamentos a notes taquigrefices, ne-gar provimento so recurso, a unanimi-dode de vows.

Brasilia, 27 de ag6sto do 1968. -Evandro do Line a Silva, Presidente- Adalfcio Nogueira, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Adalfoio Nogueira:

0 recorrente, condenado polo Con-

selho Especial de Justice de 2.a Au-ditorie de Marinha , a pena de tresanos do reclusio , como incurso kiasangio penal do art . 229, combinadocow o art. 33 do C . Pen. Militar(peculato), impetrou so eg. SuperiorTribunal Militar uma ordem de habeascorpus, alegando nulidades insaniveis,qua teriem viciado aquele julgamento,cow preterigio do disposto nos artigos228 a 233 do C6digo de Justiga Mi-liter.

Estribado nos informag6es qua theforam prestadas Palo Dr . Auditor, nooficio de f. 7-8, equals C. Corte deJustice indeferiu o pedido, nos ter-mos do v . ac6rdio recorrido , de f8-Ihas 10- 12, em cuja emente so exam:

Nulidade - Nao ha , quando o Con-selho, pars repouso dos julzes a despart" , suspends a sessio do julga-mento , polo tempo qua o Presidentsache conveniente a antes de iniciar-sea sessio secrets. Simples alegagoes,desacompanhadas de proves, nio po-dem per em divide a idoneidade dos

juizes, maxima quando ewes alegag6essio contraditadea pelos juizes. Naga.se a ordern por felts de fundamentolegal."

E para positivar qua Lab foramdescumpridos as preceitos apontados,acentuou o V. aresto:

"Quanto a suspenseo do julgamento,6 ela permitida polo C6digo de Jus-tica Militar, em son art. 233, para-grafo 6nico, in verbia:

"Para repouso dos juizes, parts, eadvogados, 6 permitido so Presidentedo Conselho suspender, polo tempoqua julgar conveniente a seesio, antesde se tornar secrets.

Complementando ease dispositivo, oart. 233 estabelece qua:

"os trabalhos do julgamento no ses-sio secrete nao poderio, sob pens denulidade, ser intatrompidos per us-nhum motivo estranho so processo,

salvo mol6stia s6bita de qualquer dosjuizes, hipbtese em qua ficar6 o julga-mento adiado,"

Nao tendo sido suspense a sassiosecrete, mas, ap6s o etcerramento dosdebates nao ocorreu coma supi s o im-petrante nenhuma irregularidade onnulidade.

Quarto a suposta quebra de sigilocow a presumida influ6ncia qua teriemeaercido s6bre as juizes telefonemas abilhetes qua teriem sido levados porum taifeiro, quando o Conselho estovaem sessio secrete, nao hi como aceitar-se a afirmagio em qua peso a palo-vra do impetrente, porque o doutorauditor a contraria frontalmente.

0 impetrante limitou-se a alegar asue alegagbo 6 contrariada polo audi-tor qua orientava o Conselho.

602 R .T.J. 40

Afirmagiies dessa natureza no es-condem, atraves do pedido do anula-geo do julgamento, o manifesto pro-p6sito do ver substituido , em outrojulgamento, todo o Conselho, que, porunanimidade , condenou o paciente.

E do realgar, ainda , que o pacientetao logo recebeu a voz do priseo, con-segiiente a condenagio, evadiu-se, comoinforms o auditor."

Dessa decisio, interp6s o paciente

Asia recurso ordinbno.

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Relator): - Nego provimento sorecurso. Nio ha nulidades invocadas.O Presidents do Conselho suspendeua sesseo, antes de converter-se am se-crete, polo tempo qua entendeu con-veniente , ism as 19 bores do die emquo Be iniciou o julgamento . Marcououtra pare o die seguinte, as 9 borese seta a qua foi a reunieo secrete, que

do pronunciamento nao so demonstrou,a qualquer luz a constitui mat6rie deprova, inaprecisvel em habeas corpus.

Acresce quo, Como ponderam as in-formag6es , a sentence sera ezaminada,oportunemente a coin major amplitude,pole instencia superior , em guru doapelrg5o ( f. 8).

EXTRATO DA ATA

RHC 45.792 - GB - Rei, Mi-nistro Adalicio Nogueira . Recta., JoaoJots Viegas. Recdo., Superior Tribu-nal Militar . Impte., Augusto Susse-kind do Morass Rego.

Deciseo: negou-se provimento, un5-nimemente.

Presldencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva. Presentes a sessious Sm . Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Baleeiro, Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti a o Dr. Os-car Correia Pins'. procurador-Geral doRepbblica, substituto.

nao se interrompeu ( i-rfcrmeg5es de Brasilia , 27 de ag6sto de 1968.f. 7). A alegada violagao do sigilo Guy Milton Lang, Secretirio.

RECUESO DE HABEAS CORPUS N9 45 .878 - GB(Primelra Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Raphael do Barme Montalto.

Recorrente : Jurandy Faustino Game . Recorrido : Tribunal de Justice.

Process., criminal . Denirncia que an preenche os requisitesdo art . 41 do C. Pr. Penal. Conatituindo o processo criminal umconstrangiarento pars o indiciado, pelos prejuizoe morals a incdmo-dos materials que the cause, nao pode a respective denuncia dose-tender 3 lei, sob pens do importer o sou recebimento em coagioilegal . Ordem deferids.

ACORDAO

Vistos, rolatados a discutidos satesautos, acordam os Ministros do Pri-melra Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidade corn a atedo julgamentos e notes taquigraficas,deferir a ordem, a unanimidade dovotos.

Brasilia , 19 de ag6sto de 1968. -

Victor Nunes Leal, Presidents. -

Raphael do Barros Montei% Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Barns Monteiro: -Sr. Presidents:

O advogado Dr. Orlando Scares im-petrou so eg. Tribunal de Justiga doGuanabare ordem do habeas corpusem favor do Jurandy Faustino Game,que, denunciado comp incurso naspence do art . 213 do C. Pen., est4coin prisio preventive contra o mesmodecretada polo MM. Juiz do Direttode Me Van Criminal daquele Estado.

R.T.J. 46 603

A principal elegagio do impetrantee a de nulidade de denOncia, as vi doart. 564 do C. Pr. Pen., vez quoa pegs acusat6ria nio satisfez os requi-sitos do art. 41 do citedo diplomalegal . Ademais, cingir-se-iam as pro-ves eristentes nos autos as declare-g6es de pseudo-ofendida, sent qualquezoutro elemento quo se harmonize corneases declareg6es, inteiramente contra-dit6rias, comp procure demonatrar.Nem haveria motivo pare a extrememedida do prisio preventive contraele decreteda , deeds quo nio se fur-tou o patients i ageo da Justiga e emedida contr '4ria so interesse death.

Palo ac6rdio do f. 29, foi a ordaindenegada, recorrendo o impetranto if. 31, inaistindo no alegagia de nulldada de den6ncia a fazendo, no male,remissio one fundamentos expostos noinitial.

Dou como feint o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Barron Monteiro( Relator): - Sr. Presidents:

A denuacia oferecida contra o pa.ciente, fotocopiada a f. 13, consignsapenas o seguinte, nos espagos embrenco:

"O denunciad., no quahdade do profprieterio do um armazem situado naEstrada Morro do At, admitiu, no mssdo janeiro do one em curse , como susempregada a menor Helena Rita Cor-rea e. desde entio , passou a assedie-laate qua, name manhi de um die nipdeterminado do mesmo mss, conseguiu,mediante violencia, mentor relag5essexuais, estuprando -a, conforms so vido laudo de f. 9".

"Estando assim incurso nee penes doart. 213 do C. Panel".

Main nio a preciso dizer-se, SenhosPresidents, quo, imputando an pacienteum crime do grave , punido corn apens de tree a oito anos do reclusio,nio preenche a den6ncia os requisitesdo art. 41 do C. Pr. Penal. Con-tando, apenas , ligeira refer3ncia anfate imputado so mesmo paciente, nia

content a exposigio do fato corn tildesas sues circunatenciea . E mais: parea classificagio do crime qua atribui aJurandy Faustino Game, limits-se auma breve mengio ii violincia do quotrata a lei.

E foi corn base nessa dendncia,prIticamento despida do todos os re-quisitos legais, qua so decretou a pri-sio preventive do paciente, em des-pacho, par igual, nio suficientemertefundamentado, medianto vaga referen-cia a indicios veementes de qua userso reu de processor de intimidagio dastestemunhas (f. 25).

0 processo criminal, bent aduz odouto impetrante , constitui um cons-trangimento pare o indiciado, pelosprejuiros morals a inc6modos materialsqua The cause. Nio pode a den6nciaem this condig5es, desatender i lei,sob pens de importer o sou recebi-mento em coarBo ilegal , comp tern an-tendido a jurisprudencia (R. T., ....257/302, 265/641 a 262/422).

Ante o erpoato, dou provimento sorecurso, a fim de anular o processoad initio, corn o oferecimento do novadenincia polo 6rgio do Ministerio P4•blico, cassada , em consegiencia, a pri-seo preventive decretada contra o pa-ciente.

R o men vote.

EXTRATO DA ATA

RHC 45. 878 - GB Rol., Mi-nistro Barros Monteiro, Recte. , Juran-dy Faustino Game. Recdo ., Tribunaldo Justige. Impte., Orlando Soares.

Decisio: Concedida a ordem, unS-nimemente.

Presidincia do Sr . Ministro VictorNunes, no eusencia justificada do So-nhor Ministro Lafayette de Andrada,Presidente. Pressures a sessio os So-nbores Ministros Oswaldo Trigueiro,Djaci Falcio, Raphael de Barros Mon-teiro e 0 Dr. Oscar Correia Pins, Pro-curador-Geral da Republica, substitute.

Brasilia , 19 de ag8sto do 1968. -Alberto Veronese Agaiar, - Secreterlo.

604 R.T.J. 46

BECURSO EXTRAORDINABIO Ne $2.461 - GB(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Djaci Falcio.

Recorrente: Estado do Guanabara . Recorrido : Clubs Naval.

A imunidade estabelecida no alines b, do inc . V, do art. 31,do Carta Politico de 1946, abrangs as instituiF6es de asaistJnciesocial, entidades quo colaboram corn a poder p,iblico em atividadesespeciticas; jamais a entidade quo se preocupa , apenas, corn inte-tosses particulares dos seas s6dos.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos istesautos, acordam os Ministros do Su-premo Tribunal Federal, em Primei-ra Turma, no conformidade de ata dojulgamento a des notes taquigrificas,par unanimidade de votos, prover oreturso.

Brasilia, 2 de setembro do 1968. -Victor Nunes Leal, Presidents. -Djaci Falcio, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Djaci Falcio: -O parecer do Procuradoria-Geral, quobarn esclarece a materia debatida, est4asssim langado:

"1. Trata-se de agio declaratoriaprcposta polo Clubs Naval, corn fun-damento no art. 31, V, b, do C.F., ano L. 3.193, de 4.7.57, a fins dequo sejam declerados isentos de im-postos estaduais os im6veis adquiridospor one Carteira Ifipoteciria Imobilii-ria, os quais sio financiados acs sewsassociados.

2. A egio foi julgada procedenteem ambas as instincias inferiores.

3. Recorreu , eztraordiniriarnonto, o

Estado do Guanabara , corn fundamento

no letra a do permissivo constitucio-

aal, sob alegagio de ofensa do art. 31,

V, b, do C.F. de 1946 a L. 3.193,

de 4.7.57.4. A imunidadede tributeria esta-

belecida no art. 31, V, b, de C.F.96 alcange os templos de qualquer

culto, bens a servigos de partidos po-liticos a instituig6es do educagio a

assistincia social.

5. Niio se estende a nosso ver da

associag6es de cariter particular como

e o Clubs Naval, limitado a determi-

nado numero de associados.

6. A assistincia qua presto, cornoacentua o Estado recorrente, nio tenso cariter do universalidade, pr6priades instituigiies de educagio a assis-tincia social referidas no precsitoconstitutional invocado.

7. Palo provimento, pois, do re-curso.

Brasilia, 21 de fevereiro do 1968.- Sebasttho Ribeiro Salomio, Pro-curador de Republica. Aprovedo: D6-cio Miranda, Procuredor-Geral do Re.publica."

VOTO

0 Sr. Ministro Djaci Falcio (Re-lator ): - As decis6es proferidas nainstincia ordiniria (ver f. 31 a 32,43 a 44 ) declararam a nio incidinciaem razio de imunidade, do impostorestaduais e6bre im6veis adquiridosPalos associados do Clubs Naval, rite-diante finenciamento do Cartel= Hi-poteciria a Imobili5ria da referidasocisdade.

Cuida-se, a men ver , do mtendimen-to qua imports em repudio so princi-pio estabelecido no art. 31, inc. V,letra b. da C.F. do 1946, assecut6-rie do imunidade do imp6sto nos "tem-ples de. qualquer culto, bens a servi-gos de partidos politicos, instituig6esde educagio a de assistincia social,desde qua as sues rendas sejam apli-cades integralmente no pals pans osrespectivos fins."B de se atentar Para qua a veda-

gio alcanga as instituigSes de educa-

R.T.J. 46

Sin a do assistancia social, a nio sbn-ples associas6n . 0 constituinte quisso referir a entidad" quo cooperamcom o Poder P6blico, em determina-des atividedes . Nio a entidad" queBe preocupam, exclusivamente, corn os1Merasses do sous s6cios. Ora, so oClubs Naval nio so enquadra deatrodo conceito do instituisbo de assistin•cia social , de qua 6 exemplo uma fun.dasio de caster filentrbpico, por certonio as pods valor do imunidads ditadano Carta Magna . Nio so ve provadaa pr"tasio de assistanria corn o car6-ter do universalidads.

Par ultimo , 6 do ponderer quo none cuida do isensio.

Ex positie, adoto o parecer do Pro-curadoria do Republica , pars prover orecurso, julgando improcedente a asiodeclarat6ria.

60S

EXTRATO DA ATA

RE 52 . 461 - GB - Rol., Minis-tro Djaci Falcio. Recto., Estado doGuanabara (Adv., Mirio do RocheParanhos ). Recdo., Clubs Naval (Ad-vogedo , Moak BenjS).

Decisio: Dado provimento , unfmi-mements.

Pr"idencia do Sr . Miniatro Victo,Nunes, na ausincia do Sr . MinistroLafayette do Andrade , Presidents. Pro-sent" a seasio, os Srs. Miniatros Os-Waldo Triguoiro , Djaci Falcio, Ra-phael de Barros Monteiro e o DoutorOscar Correia Pine, Procurador-Geral-do Republica, substituto.

Brasilia , 2 do setembro do 1968. -.Alberto Veronese Apuiar, Secretirio.

•RECURSO EXTRAORDINARIO N} 55.314 - SP

(Segundo, Turma)

Relator: 0 Sr. Miniatro Theniistocln Cavalcanti.

Recorrente : Banco Brasul do Sin Paulo S.A. Recarridos : Rubens do Si eBenevides s am mulher.

Solidariedade antra entitente a avajietas do note promissdria.Autonomia de obrigacio cambial . Como so canto a pr"orisio e aarts interrupgao . Nio provimento do recurso.

AC6RDAO

Vistas , relatados a discutidos no au-too acima identificados , acordim- osMinistros do Supremo Tribunal Fe-deral, em Segundo Tama, no confor-midede do ata do julgamento a desnotes taquigrifices , per unanimidadede votos, conbecer do recurso. tonsthe negar provimrnto.

Brasilia , 29 do main de 1968. -Evandro Lins a Silva, Presidents. -Themiatocl" Cavalcanti, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Themiatocles Caval-canti: - 0 Banco recorrente propelsasio executive contra Josh Mello, ami-tents, a Honorato Lupion Pereira e

Roberts do Si a Benevides , avelistasde urn titulo no valor do..........Cr$ 350 .000,00 , vencido a nio pago.

Verificado quo os rius se achavemem lugar incerto a nio sabido , foi feitaa citasio por edital.

Feita a penhorg em bens do ava-lista Rubens do $6 a Benevides, orerecorrido, Cato compereceu a alegounulidades.

0 juiz, i f. 114, reconheceu a nuli-dads do citasio inicial em relasio aorecorrido.

Decidindo o juiz , i f. 122, parts, dopremise do quo a nulidade de citasioinicial se reflets no contagem do pres-crisio a qua feita a interrupcio ap6so decurso do preen, nio baveria lugarpare a interrupsbo, declarou consume-de a prescrisio.

606 R .T.J. 40

Mae o recorrido 6 avalista e, porisso mesmo. solidariamente responsa-vel corn o emitente, pale divide.

A prescrigio so rage pelos princi-pios do direito comum, no silencio deL. 2.044, do 1908, contra a opiniio doPontes do Miranda , quo admits codaprescrigao pare cads obrigagao.

Teraina a sentenga , qua i bem fun-damentada, qua a prescrigio foi beeninterrompida , vilidamente , contra 0emitente a um dos avalistas a ipsofacto tambim contra o segundo ava-lista, am embargo do nulidade do ci-tagao.

Julgou a acao procedente.

0 Tribunal a f. 155, reformou a de-cisio, porque a prescrigio i indivi-dual, cone ou interrompe-se pare codeobrigagao cambial.

Deu por prescrita a agao cambialspares contra o recorrido.

Interpes o Banco recurso eatreordi-

nirio, corn fundamento not violagaodo letra do lei a d :vergencia de juris-prudencia.

Palo despacho de f. 178 , foi admi-tido o recurso no tetra d, citando ac6r-dio qua consider autenomas as obri-gagoes, mas vinculados os signatiriosdo declaragao , m,s ag6es cambiirias.

VOTO

0 Sr. Ministro Tbomistocles Caval-canti (Relator): - 0 quo so verifice

messes autos a quo promovida a

ages executive contra o emitente 0

as dois avalistas, so urn compareceu,foram os seus bens penhorados a defer,deu-se, tondo decorrida em aeu favora prescrigao.

Nao se contests , nom aerie possivela solidariedade do emitente a dos ava-listas nas obrigag6es cambbirias, matstambem a propria lei estabelece emrelagao a cada um dales situeg5es juri-dicas pr6prias, qua permitem conside-rar as rela4;6es juridicas, do emitentee dos avalistas, coma autenomis.

A pr6pria L. 2.044 fez disting6esqua permitem considerar autdnomas asobrigag5es.

A interrupgao do prescrigao em rela-gao aoa devedores solidirios a qua sorefere o art . 176, 9 1.°. do C. Civ.,nao tern aqui aplicagao, pois qua asituagiio do recorrido foi singular, coru-parecendo a so defendendo , anulandoinclusive a primeira citagao.

A sentenga Porte do principio doqua, interrompida a prescrigao contra

o emitente a um dos avalistas, poloprmcipio do solidanedade , estariatambim em relageo so outro avelis-ta qua comparecou, r, ore recorrido.

A aplicagao do principio do art. 176,6 1.0. quo favorece o devedor solidi-rio, aplicou-se so inverse, contra umdos devedores solidirios, quo acorreupare as defender.

Ora, o despacho do f. 114 , quo anu-lou a citagao por edital, i do 25.3.61.O titulo teve o seu vencimento pare10.3.54. 0 recorrido apes o sou cien-te no citagao initial em 16.12.59,portanto, decorrida a prescr :gdo (f6-Iha 54 v.).

Vilida a citagao edital feita contrao emitente e o outro avalista am5:6.55, estaria interrompida a pree-

crigao em relagao a alei.Conhego do recurso e lh3 nego pro

vimento. Tenho como bem caracteri-zada a autonomia do recorrido comoavalista , autonomia caracterizada Palosue posigio no processo em relagao itsue posigeo no obrigagao asaumide.

0 preprio despacho do juiz , anulan-

do a citagao-editai em relagao so re-corrido, o colocou em situegao singu-lar, porque permitiu qua contra aleso eagotasse a prescrigeo quo subsis-tiu am relagio aos demais.

£ talvez um case singular, was que,

come tal , dove ser epreciado, pare ajusta aplicagao do direito.

EXTRATO DA ATA

RE 55 . 304 - SP - Rol., Minis-tro Themistocles Cavalcanti . Recto.,Banco Brasul do Sio Paulo SociedadoAnenima (Adv., Nasser Bussamra).Recdos ., Rubens de Si Benevides a susmulher (Adv., em cause propria).

Decisio: Conhecido , mas aao pro•vido, unanirnemente.

R.T.J. 46

Presideencia do Sr. Ministro Even-dro Lima a Silva. Presentes a sessioas Srs. Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Baleeiro, Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o Dr. Oscar

607

Correia Pine, Procurador-Geral, subs-tituto.

Brasilia , 29 de maio do 1968. -Guy Milton Long, Secratirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N9 58.182 - MG(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Gonsalves de Oliveira.

Recorrente: Ubeldo de Oliveira Guimaries Sobrinho. Recorrida: Ambro-aims Souse Carvalho.

Citasio. A entrain do contra-16 ne o foi oferecida, new o offi-

cial des redo de sou proceder . Delete do citagio . Aplicasio doart. 169 do C. Pr. Civil.

AC6RDAO

Vistas, etc.,

Acorde a Terceira Turme do Supre-mo Tribunal Federal, per deciseo una-nime, neo conhecer do recurso, doac6rdo com as notes taquigrificas.

Coates not forma do lei.

Brasilia , 13 do setembro do 1968.- Gongalves do Oliveira, Presidents,e Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira : - 0 recurso extroordinirio foiarquivado corn Bete despacho:

"Asio ordiniria do lndenizacio porprejuizos resultantes do vends do ani-mais felts polo recorrente a recorrida.

O proceeso correu a revelia da pri-

meira instincie , julgada procedents aaseo.

Em apelesao , o proceeao foi anula-do a partir de citasi o, face a neo en-trega do contra-f6 i A.

Neo as, negou vigincia it lei federal,men hi conflito jurisprudencial.

De ac6rdo corn a Sfimula 400, ar-quive-se."

O agravo foi provido pan proces-samento a julgamento do extroordini-rio pela Toms . 0 veto quo entioproferi foi sate:

"Dou provimento so agravo, pareprocessamento do recurso extraordini-

no. Apontam-se acbrdios divergentese 6 melhor qua o reeurso eitraordini-

rio seja devidamente processado a jul-

gado, coma for do direito."

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Goncaives do Oil-veira (Presidents a Relator): - Co-nheso do recurso. Aponta-se realmen-to deciseo divergente o ac6rdio noApefasio n.° 5.905 , do Parani.Conhecendo do recurso , nego-]he

provintento . A entrega de contra-f6nio foi oferecida, neat o oficial desrazeo de seu proceder.

E o quo diz o ac6rdao:

"No caeo, a contra-f6 no foi, mes-mo, entregue a apelante , no obstantetenha lido aposto , por ela, o ciente eop6 do mandado . Mae, o oficial niocertificou haver entregue contra-f6 iapelante , mean deu as rezbes por quadeixou de cumprir eeea formalidedeessencial a validade do chamamento ajuizo do apelante.

0 defelto do citas-eo f, asssim, in-suprivel.

Diz o art . 169 do C , Pr. Civ. quaPare validade do citaseo dove o oft-del ler o mandado ao citando, a por-tar por fe, "so cortificar a realizasao

608 R .T.J. 4Q

do diligencia, se o citedo reeebeu onrecusou a contra-fe".

Deu-se aplicagio do art. 169 doC. Pr. Civil.

Trata-se, de resto, do pessoa humil-de, qua nio ficou been ciente do ci-tagio.

No conhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 58 . 182 - MG - Ret, Minis-tro Gongalves de Oliveira . Recta.,Ubaldo do Oliveira Guimaries Sobri-nho (Adv., Aristoteles Atheniense).

Reeds ., Ambrosina Souza do Carvalho(Adv., Jose Eugenio Vilela).

Decisio: Nio se conheceu. Une-nime.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-galves de Oliveira. Presentes i sessioas Srs . Ministros Hermes Lima, Eloydo Rocha, Amaral Santos , ThompsonFlores e o Dr. Oscar Correia Pine.Procurador-Geral de Republica, subs-titute.

Brasilia, 13 de setembro de 1968.- Jose Amaral Secreterio.

RECURSO EXTRAORDINARIO Ne 59 . 765 - RJ(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Hermes Lima.

Recorrente : Alfredo do Costa Filho ( Esp6lio). Recorrido : Antonio PereiraParedes.

Nasoente. Desvio do bjuea. Ineristencie do oervidio. Questtiiado fate. Rocurso no conhecido.

ACORDAO

Vistos a relatedoe Bates autos, aeondam no Ministros do Supremo Tri-bunal Federal , em Terceira Turma,por unanimidede de votos, no confor-midade do eta do julgamento a dosnotes taquigreficas , no conhecer dorecurso.

Brasilia, 7 do junho de 1968 -Goncalves de Oliveira, Presidents. -Hermes Lime, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Hermes Lame: - 0ac6rd9o de qua se recorre tern a se-

guinte ementa:

"O proprietirio do predio inferiornio adquire servidio dos agues nas-centes, nio captadas, do predio supe-rior.

Porque, se o proprieterio do ma-norial pode utilize-lo , ressalvado odirelto des sobras ao predio inferior,segue-se qua , enquanto nio delimitadoo direito des Aguas sobejas , por meio

do agio propria , a servidio s6 4 susce-

tivel de caracterizar-se depois do fize-gio dosses sobras.

Antes de isso ocorrer, nio he ser-vWio, mss Pretensio it servidio de,sobras.

Ease delimita4io no 6 possivel deaprego no juizo possessorio meximequando a egio nio a persegue, senioa utilizagio total des Aguas nascentesem predio alheio e a prove, por issomesmo, nio versou a circunstencia."

Deese modo nio as conheceram dosembargos . De conformidade corn avoto vencido no acbrdio do f., julga-ram a ageo improcedente.

0 espolio interpoa recurso extraordi-nirio pelas letras a e d. Palo letra a.a caracterizagio do recurso estA muitomal defendida . Formalmente neo citenenhum texto violado . Raciocina: "Alei nio exige agio previa pare a cons-tituigeo do servidio , exatamente socontrerio do acordio , portanto : "a ser-vidio so 6 suscetivel de caracterizar-sedepois do fixagio dessas sobras, con-forms as ve, 6 mais do qua umaperspective ou exegese . Alem do mais.rearma a questio an saber do tese quo

R.T.J. 46 1 609

deseja discutir" (art. 4.° do C. Pr.civil).

Quanto a letm d, apresenta viriosacbrdios parr mostrar qua a servidioestava constituida hA muito tempo.E quo nio so esige agio privia no quatoca as sobras, limitandobe o direitodo proprietirio do nascente a urn moreusuirio, so passe quo o ac6rdio 0coloca em posigio erclusiva do liber-dade total an chimer poder o pro-prietirio do pridio superior utilisert6da a Ague, do nascente.

Alega, ainda, quo, na conformidadedo ac6rdio, os proprietirios a mon-tante podem a qualquer memento sus-tar on alterar o regime esistente(juridica on naturalmente constituido)des Aguas com o desiderata de irrigara lavoura qua passou a manter aspropriedade . A jurisprudencia imp6opare isso was condigio. A qua tivesseprecedido aos ribeirinhos a jusante nasua utiliaagio , embora com desvio dosou primeiro curio.

O recurao foi impugnado (f. 176).O parecer do douta Procuradoria 6

polo nio conhecirnento, por se tratarde questio de fate.

it o realt6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - Nio conhego do recursoporque o ac6rdio die (f. 160):

"Mai, em face do prove realizada,inclusive pericial , ficou positivado quoas am verdade, houve a redugio dovolume do Ague, memos nio 6, todavia,qua a qua foi destraviada, consisto nodesvio do curio de ume nescente dopr6prio pridio do embargante, cujasAguas corriam naturalmente a afluiamno c6rrego que atravessa o im6vel aso dirige so pridio inferior, do em-bargado (om recorrido)."

"Tram-se, come se ve, do destraviodo manancial afluente, nio propria-mente do curio do c6rrego quo par.Poem ambers as propriedades."

"No nascente , am terms do embergents ( ore recorrente ), nio exists no-nhuma captagio . Nio hi , pois, falar-seem servidio."

O quo o recorrido f6s foi deeviaro curio do nascente cujas Aguas avo-lumavam as do cbrrego pam irrigarsues teras . Trata-se de Aguas do me-nancial aio captadas nas tetras deonde provem a qua desaguavam noc6rrego de serventia tambim do pri-dio inferior . A serventia des Aguasdo manancial nio captades nio carac-terimve a servidio a pro do pr6dioinferior . E assim concluindo, o acbr-deo so fundou ainda no art. 70 doC6digo do Aguas qua du:

"0 fluso natural, Para os pridiosinferiores de igua pertencento an donodo pridio superior, nio conatitui per sis6 servidio em favor dales."

O ac6rdio esclareceu ainda qua aservidio poderia reaulter des cobrase, porque nio positive a esistencia e aquantidade des sobras , nio as confi-gure o pretendiMo direito real. Maeo ac6rdio ressalvou so embargado, onrecorrente, a possibilidade do novaagio para demonstrar o sou direitoquanta is sobras . No verdado nio estidemonatrado nos autos qua o desviodes Aguas do manancnal tenha pro-judicado c6rrego comum so pridio, soponto de torne-lo in4til pare a serven-tia do pridio inferior . Eis porque oproblems des cobras foi corrotamentetratado polo ac6rdio recorrido.

EXTRATO DA ATA

RE 59 . 765 - RJ - Rel., MmistroHermes Ti,-. Recta. Alfredo do Cos-ta Filho (Esp6lio) (Adv. RomouRodrigues Silva). Recdo. AntonioPereira Paredes (Adv. Macirio Pican-

go)

Deciseo: Nio conhecido. Un&nime.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-calves de Oliveira . Presenter h ses-seo os Sri . Ministros Hermes Lime,Eby de Roche, Amaral Santos,Thompson Flores e o Dr, Oscar Cor-reia Pine, Procurador-Geral do Rep4-blica, substituto.

Brasilia, 7 do junho do 1968. -Joni Amaral, Secretirio.

610 R.T.J. 46

RECURSO EXTRAORDINARIO NQ 60.268 - GB(Terceira Turma)

Relator: O Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Recorrente : Francisco Amelia do Nesciumento . Recorridos : Esp6lio do JoseJustin do Nescimento a outros.

Cause do pedir: E inaiterivel epos a contsstegio, salvo consen-timonto do riu.

So a cause do pedir assentou no direito aucessorio, emergentede condigiio do cdnjuge mbrevivente, pro°esaualmente impossfveldecidir a relagio coal aasento no sociedade do fato.

Recurso nao conhecido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, ecordem os Ministros de Tanceira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade de ate dojulgamento a des notes taquigrdficas,por meioria do votos, nao conhecer dorecurso.

Brasilia, 15 do margo do 1968. -Gongelves do Oliveira, Presidents. -Caries Thompson Flores, Relator pareo ecbrdio.

RELATORIO

O Sr. Ministro Hermes Liras: - 0relat6rio e o seguinte: ( f. 56) :

"Francisco Amalie do Nescimentoprop5e a presents agio ordin6ria can.tra o esp6lio de Jose Justino do Nas-cimento, invocando a condigao do"espoea eclesiistica" do do cubs, du-rante trinta anon, em face do quacomprovem as certid5es do f. 4 e5 dos autos do inventfirio , trasladedase f. 30v ., pare requerer qua, afinal,The seje reconhecido, corn o julgamentoprocedente do agao, o direito de con-^correr a sucessio aborts, como {micaherdeira , je qua o inventariedo nodeixou descendentes new ascendents,."

0 juiz julgou improcednte a agiofundando-so na decisio de 2.a CamaraCivel do Tribunal que, por unanimi-dade de votos, no Ag 16.458 inter-posto pela ora recorrente contra a

investidura do 19 Inventariante Judi-cial na inventarianga dos bens deixa-dos per Jose Justin do Nescimentoreconheceu a impoesibilidade juridicado sue pretensao , pois ei as decidiuqua "o casamento religioso do agra-vante celebrado sumifriemente em2.2.30, pare validade civil nao obser-vou as comas do art. 4.° do I.. 1.110,do 23 . 5.50, e, pois no autoriza sueinvestidura comp inventarianto dosbens doixados por seu Endo compa-nheiro."

O ec6rdeo de f . 82 confirmou asentence dizendo:

"0 casamento religioso pare quaposse produzir efeitos civis tern quase subordinar he prescrig6es doL. 1.110, do 23 . 5.50, corn a prece-dencia do necessIria habilitagao, ins-crigao do ato no registro civil, onsera a previa habilitagao , mas corn aapresentagio de prove do ato religiosoe dos documentos exigidos pelo art. 180do C. Civ. pare qua "jam expedidosca editais e, afinal, ordenada pelo juizsue inscrigio (arts. 1.° a 6.0 do leicitada). Somente apes a inscrigao vi-ce, entio, o casamento religioso a pro-duzir efeitos juridicos (art. 7.°, leicitada).

No caso, nada disso as fez. Juntoua spelante apenas urns certidio do

vigerlo de Par6quia do Santa Rita noParaiba do Norte, dizendo que all ascasarem can 2 . 2.30, a ore epelante eJose Justin do Nascirnento.

R.T.J. 46

E evident, quo semelbente do-cumento neo supre as exigencies legaisPara o fire visedo Palo opelente, demode qua bern decidiu o juix on derPalo improced6ncia do eeao,"...

Move recurso extraordinirio Peleeletras a e d. Alege-se qua a deciseorecorrida violou o preceito contido noart, 208 do C. Civil.

O parecer de douta Procuradoria 6polo conhecimento a provimento dorecurso, a fire do qua a Inetincia aquo as pronuncie sbbro o m6rito dopedido, isto 6, s6bre a existencia, ouneo, de eociedade do fato, no casoconcreto.

O parecer do Procuredoria encontradivergencia entre as decia5es proferi-das a os ac6rd-sos do Supremo Tri-bunal nos RE 51.905, do Goiis, e40.263, do Sin Paulo, not quaffs sedecidiu "que o esttado prolongedo decaeedo, prestigiedo pole boa -f6, a Palocasamento, religioso, 6 do ser conside-redo como do direito".

E tambim qua "o casamento reli-giose, criando um Sterna moral ematerial de convivdncia , neo pode dei-lar de produzir efeitos". Entendeu,erode, o patter do douta Procuredo-ria, qua as decis6es do primeira esegunda instdncia so detiverem no exa-me do more questio prejudicial. Assi-aala quo o qua quis a autora, orerecorrente, so mover a aSio, muitoombora neo estivesse expresso no un-cial, foi assegurar-se ao direito a mea-gio, como membro de sociedade defato qua se formera entre ela e odo code,.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Hermes Lime: -Conheco do recurao a the dou provi-mento, nos t6rmos do parecer do douteProcuradoria , pare que a instincia aquo se pronuncie s6bre o m6rito dopedido, into 6, s6bre a existencia, ou

611

nio, do sociededo do fato no casoconcreto.

VOTO PRELINMAR

O Sr. Miniarro, Thompson Flores:- Sr. Presidents, data venia do emi-nent, Relator, nio dou provimento so

Entendo quo o pedido foi Cate -sociedade de fato. Como sdcia, alepods Proper agio a fewer prove do queos bens, realmeute, se conatitufram asombra dessa sociedade de fato.

Entretanto , o pedido foi ajuizado

como se ale f6me meeire, em virtude

de urn caeemento quo dies confessa-

ram. Disseram uma oxpressio quo vim

aprender aqua aeap8sa eclaidstica".

Como tel, ela nio tern nenhum diroito

i sucaesbo.

O Sr. Miniatro Gmnalves do Olivei-ra (Presidents ): - A cause petendinio foi sAbre as dues colee,?

O Sr. Miniatro Hermes Luse (Re-lator): "Pam conceder-se it supli-cant, o direito a eer a finica herdeira",dix a petiSio inicial. Man pare quoele, realmente, tenha Cese direito, 6neceesdrio, coins promises indispensi-vel, quo so consider, qua a sociedadeexistiu do feto , a isso o ac6rdio nioIts.

O Sr. Miniatro Thompson Flores: -Nio fecho a questio. Entendo que,em qualquer momento, a suplicantepods, propor uma outra demands e,nessa domande, demonstrer see di-r ito.

O Sr. Miniatro Gonsalves do Olt"ins (Presidents): - No case elapleiteou per ser herdetra.

O Sr. Mirdatro Thompson Flora: -Tenho quo o pedido 6 inalterivel, urnsvex quo houve contatageo . Cristali-xouae a relagio discutida. Foi dissoqua se defenderam, realments.

612 R .T.J. 48

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re.lator): Mas bavia uma premisesnecessiria - haver o casamento defato, corn efeitos juridicos.

O Sr. Ministro Thompson Flores:- V. Excia. reconhece qua ease M.memento nio tinhe efeitos civis, nioere daqueles casamentos religiosos quoobedeceram a prescriciio do lei.

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - No entro no merito. Seentresse. reconheceria an casamentoefeitos juridicos.

VOTO PRELIMINAR

O Sr. Ministro Amaral Santos: -TambAm data venia do eminente Re-lator a sera o desejo de sacrificer aspanes interessadas , acompanho o emi-nente Ministro Thompson Flores.

Entendo qua houve rnudanca decause petendi. Nio podamos adotaruma decisio , s6bre cause petendi, di-verse dequela qua foi formulade noinicial . Haveria ofense an art. 4.0 doC. Pr. Civil.

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Al 6 diferente.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Entio, V. Excia . aceitava a mesmacause petendi do inicial.

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - O casamento foi em 1930.Ni9 hA d6vida de qua ela viveu ca-sada corn ease senhor.

O Sr. Miniatro Thompson Flores:- Nesse Apoce, nio havia legislacioqua protegesse o casamento religioso.

O Sr. Ministro Hernias Lima (Re-

lator): - Para mim a questio a quo

havia o casamento religioso, corn union

normal a reconheco a essa uniio efei-

tos juridicos.

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Reconheco o grande prop6sito deV. Excia ., faxer justice . Mes, se do-cidinnos deesa maneire, do on nio co-nhecer do recurso on , em conhecendo,the negar provirnento, deixemos abertaa ports qua ale ter6 pare prover suecondicio de companheira a, por conse-guinte, de ter estabelecido corn Usesenhor time sociedede de fato, a qualconstruiu o patrimtnio de qua elaquer se prevalecer.

Assim, Sr . Presidente, data venia doSr. Ministro Relator, nio posso acom-panber S . Excia . Nio conheco dorecurso.

VOTO PRELIMINAR

O Sr. Miniatro Eloy do Roche: -

Gostaria do acompanhar o voto do

eminente Relator, qua visou a none

solucio de egiidade . Mae, corm a de-

vide venia de S. Excia ., nio encontro

fundamento legal pare o atendimento

de pretensio de autom, comp formu-

lade na peticio inicial . Nio se baseou

o pedido tie alegacao de sociedade de

fato, cm os efeitos reconhecidos pela

jurisprudencia,

EXTRATO DA ATA

RE 60 . 268 - GB - Rel., MinistroHermes Lime. Recta. Francisco AmA-lie do Nascimento (Adv. Helio deCervalho Teixeira). Recdos . Espbliode Jose Justin do Naecimento a ou-tros (Adv. Darcy Aurffio de Men-ses).

Decisio: Neo conhecido, contra ovoto do Relator.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-calves de Oliveira . Presentee no Se-stores Ministros Hermes Lions, Eloydo Roche, Amaral Santos a ThompsonFlores, a o Dr . Oscar Correa Pine,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto.

Brasilia, 15 de marco de 1968 .-Alberto Veronese Agular, SecretArio.

R.T.J. 46 613

RECUESO EXTRAORDINAEIO Nv 62. 304 - SP(Segunds Tutma)

Relator pare o ac6rdio: 0 Sr. Ministro Evandro Lint a Silva.

Recorrente: Prefeiture Municipal de Judiai. Recorridos: Waldemar Alves.0 outros.

Imp6sto de transmissio . Prase do coducidads pare a cobrangada diferenga do imposto. Deoorrido on, use do data do pagarrantodo tributo, nio pods a Fasemda ezpedir notifioagao pare recolhi-r onto do diferenga dovida Intarprotagio des loin do Mordaipro doJundiai, n.° 965, do 24.11.61 a 1.025, do 10.8.62, em coatbinagiocon, o rt. 40 do Cddigo do Impales o Tares do Sim Paolo.

Prooedentoa do Suprerno Tribunal Federal. Recuaso eetraor-dinbrio conhecido pas nio provido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos osautos acima identificados, ecordam osMinistros do, Supremo Tribunal Fe-deral. em Segundo Turma, on confor-midede de eta do julgamento a doenotes taquigr6ficaa , conbecer do ratorso por unanimidade a negar-lheprovimento por malorie de votos.

Brasilia, 18 de junho de 1968. -Evandro Line a Silva, Presidente eRelator Para o ac6rdio.

Ore, a Primeira Camara Civel doTribunal do justice decidiu quo aL. 965, quo estabelecia o preen, dodecade"ncia nao vige male.

Quo 6 ilegal a esigencia fiscal por-que a L. 965 nio esta revogada palesraz6es do direito erpostes nn, inicial.

O joie julgou improcedente o pedidoa f. 37, tondo o Tribunal it f. 71,concedido a segurange, do ec6rdo conno precedents'.

RELATORIO

O Sr. Ministro Themistocles Caval-cants: - Os recorridos requereremmandado do seguranga contra a Muni-ripalidade de Jundiai, alegando aeeguinte:

-- qua adquirirem um terrors, quapegou imp6sto do transmissio do pro-priedade;

- qua, decorridos mail de 3 enos,is .Prefeitura os intimou a recolher adiforenga do also, proveniente de re-viaio;

- quo & ilegal a eeigencie porque,tendo sido o imp&sto em questio trans-ferido so Municipio pale E.C. 5, ado-too a Mamicipio a legislagio estadualqua nio permitia a revisio do imp6stodepois do um ono (L. 965).

Interp6s a Prefaitura recurs eetra-nrdinnrio , corn fundamento nas letraaa, d, do dispositivo constitucional per-missive, citando como divergente oac6rdio mencionado It f. 27.

A douta Procuradoria-Oeral de Re-publica opinou polo provimento, doac6rdo com o ac6rdio divergente quarata.

VOTO

o Sr. Ministro Therrdstocles Cavel-ranti ( Relator): - 0 ec6rdao dodocome divergente 6 o seguinte:

' 1mp6sto de transmisseo do pro-prisdade imobilieria inter vivo'. Niodeceive o direito do fisco It sua co-branca. A L. 1.025, do 10.8.62,regulando inteiramente a materia, re-vogot; a L. 965, do 24.11.61. A re-vogegio ocorreu antes do decorrido o

614 R .T.J. 4Q

lapso its urn ano pare a cobranga doimpdsto . Recurso desprovido" (Re-corrente : Cicero Sempaio - Recorri.de: Prefeitura Municipal de Jundiai- Julg . 12.2.66 )." (f. 107).

Na verdade , o Municipio tinha ado-tado provisoriamente a legialagao esta-dual pare permitir a arrecadagao deum imp6sto n6vo , quo era estedual.

Mes, em 1962, votou a Municipali.dada uma lei nova qua regulouinteiramente a meteria.

Revogada ficou a lei estadual, quaera de emergencia.

Somente em 1965 o impetrante quer

se beneficiar dessa lei estedual do

1961.

Ela se achava evidentemente revo•

gads, porque outra lei veio regular

especificamente a mesma materia.

Conhego a dou provimento eo re,curso.

VISTA

Brasilia, 11 de junho de 1968. -Guy Milton Lang, Secret6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Evandro Ling (Presi-dente): - Os recorridos adquiriramum terreno a pagarem o imp6sto dotransmisseo . Decorridos mais de tresends, a Municipalidade de Jundiai in-timou-os a recolher a diferenga de sisa,proveniente de revisao . Os contribu-intes impetraram mandado de segu-range, denegado em primeira insta"ncia,mas concedido pelo Tribunal de Al-gods.

O recurso estraordinario do Muni-cipalidade argAi divergencie jurispru-dencial com decisio do 3.- Turing, doSupremo Tribunal Federal . 0 dissidioeats comprovado e, por isso , conhegodo recurso , tal como o fez o eminenterelator.

Quanto on, merito, porem, pego ve-nia pare menter as votos proferidosnos RMS 15.814 a 16 . 241, julgados

em 21.3.66 (R.T.J., 36/527) e

6.5.66.

Conhego do recurso , mas the nego

provimento.

O Sr. Ministro Evandro Ling (Pre.sidente): - Pego vista dos autos.

EXTRATO DA ATA

RE 62 .304 - SP - Rel., MinistreThemistocles Cavalcanti . Recta. Pro-feitura Municipal de Jundiai (Advo-gado Walter Campos). RecorridosWaldemar Alves a outro (Adv. Luizde Lima Araujo).

Decisao : Pediu vista o Presidents,ap6s o voto do Relator, qua conheciado recurso a the dave provimento.

Presidencia do Sr . Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentes a sessi o asSrs. Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso, Themistocles Cavel-canti e o Dr. Oscar Correia Ping,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto. Licenciado, o Sr. Ministro Alin-mar Baleeiro.

EXTRATO DA ATA

RE 62 . 304 - SP - Rel., MinistroThernistocles Cavalcanti. Recta, Pre•feitura Municipal de Jundiai (Advo-gado Walter Campos). RecorridosWaldemar Alves a outro ( Adv. Luizde Lime Araujo).

Decisao : Conhecido , unanimemente,

mas nao provido, contra o voto do

Relator.

Preside"ncia do Sr. Ministro Even-dro Ling a Silva. Presentes as Se-nhores Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso, Themistocles Caval-canti e o Dr . Osoar Correia Pina,Procurador-Geral do Republica, subs-titute. Ausente, justificadamente, oSr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Brasilia, 18 de junho de 1968. -Guy Milton Zang, Secretario.

R.T.J. 46 615

RECURSO EXTRAORDINARIO N" 62.575 - GB(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Evandro Lins e Silva.

Recorrente : Uniao Federal . Recorridos: Toffik Zarour a outro.

Gratificacao de risco . Situarao regufarmente conatituida quan-do do advento do L. 3.780-60. A L. 4.345, de 26.6.64, euprimiuessa vantagem, rose ate a data do sun vige"ncia vigoravam asgrafificacdes anteriores, concedidas na mntormidade da lei vigente.Dissidio .krrisprrrdencial nao oomprovado . Recan-so eztraordinerionao oonhecido.

AO6RDAO

Vistos, relatados a dfacutidos estesautos, acordam os Ministros da Se-gunda Purina do Supremo TribunalFederal , na conformidade do eta dojulgamento a des notes taquigrafices,por unanimidade de votos, neo conhe-cer do recurso.

Brasilia, 3 de ebril de 1968. -Evandro Lira e Silva, Presidente erelator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Evardro Lins (Pre-sidente ): - 0 Tribunal Federal deRecursos confirmou decisao do pri-meira instencia , que'concedeu segu-range aos recorridos pare o fire deser restabelecido a pagamento degratificegao de risco de vide a sa6dequa vinham percebendo , corn funda-mento no art . 145, inc. VI, doL. 1.711-52.

O ac6rdao traz eats ementa:

"Nao pode a Administrageo suspen-der favor baseado em lei ainda neorevogada" (f. 63).

A Unir o recorreu eztraordinaria-mente, corn fundamento nas tetras ae d, do permissivo constitutional,alegando violaceo do art. 78 doL. 3.780-60, a dos D. 50.337, de 14.3.61,e 50.347, de 16.3.61, qua revogaramdecretos anteriores regulamentedoresdo eludida gratificageo.

Ainda invocou a Uniao a L. 4.345,de 26 . 6.64, qua' revogou a gretificagifopale ezecuceo de trabalho de naturezaespecial mm risco de vide a saude,no art . 15, inc. III.

Para o dissidio jurisprudential a re-corrente traz a confronto ac6rdao doSupremo Tribunal Federal, proferidono RMS 11 . 073, no qual as decidiuqua "pare ser concedida (a gratificaceode risco a se6de ) precise haver disci-pline especial a processamento admi-nistrativo em qua Be examine cadscaso em particular".

O recurso foi indeferido Palo des-pacho de f . 70-71, tendo subido emvirtude de provimento dodo so Ag38.969 (autos em apenso).

O despacho do ilustre PresidenteGodoy Ilha saliente quo o qua as de-cidiu foi o restabelecimento do direitoa gratificagao concedida aos impetran-tes, no conformidade de lei entaovigente.

Tratava-se de situacao regularmenteconstituida quando do advento doL. 3.780-60, qua nio revogou nommandou anuler gratificag6es je conce-didas , tendo apenas determinado, emseu art . 78, qua as condigSes depagamento dessa gratificaceo f8ssemfizedas am lei, como o qua disp6s adfuturrme, sem prejudicar situag6es an-teriotes.

O recurso foi errazoado apenas polo

recorrente, tendo a douta Procuradorie-Geral do Republica opinado polo souprovimento.

A o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Evandro Line (Pre-sidents a Rotator) : - A gratificagaodo risco de vide requerida ap6s aL. 3.780 depende de condigoes a se.

616 } R .T.J. 46

rem fizadas em lei, como eats pres-crito em eau art. 78.

Foi assim que decidimos o MS16.140, as L- Turma, em 6.5.66(R.TJ. 37/560).

Eats caso, porem, a diferente, por-qua a gretificario foi concedida regu-larmente antes do advento de L. 3.780.

A hip6tese a identica, no easencial,so RE 59.523, julgado em 10 .10.66,pale l.a Turma, a do qual foi relatoro eminente Ministro Victor NunesLeal, qua cltou outro precedents, (RE59.310, julgado em 6.5.66).

Na verdede, o D. 50.337-61 foimodificado por dole outros, restabele-cendo as gratlficasoes de risco, quatinham sido suspensas.

Observe-se, finelmente, quo aL. 4.345, de 26.6.64, suprimiu defi-nitivamente o referido beneficio, masate a data de am vlgencia as gratifi-cac6es enteriores , regulannente conce-didas, vigoravam.

A decisio recorride, portanto, naocontrariou , no sue litemlidede, texto

de lei federal e , muito memos, negousue vigincia.

Quento so dissidio jurisprudential,nio 0 cuntprovou a recorrente, umavez que a deciseo trazida a confrontonao se assemelba so caso dos autos.

Nao conheco do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 62 . 575 - GB - Rel., MinistroEvandro Lins. Recta . Uniio FederalRecdos . Toff 1k Zarour a outro (Ad-vogedo Alberto Emilio Dumortout).

Decisao: Nao conhecido , uninime-mente . Ausente, ocasionalmente, oSr. Ministro Adaucto Cardoso.

Preside'ncia do Sr. Ministro Even-dro Line a Silva . Presentes oz Se-nhores Ministros Adelfcio Nogueira,Aliomar Baleeiro , Themiatocles Caval-cantl a o Dr . Oscar Correia Pine,Procurador- Geral do Rep6blica, subs-tituto . Ausente, ocasionalmente, oSr. Ministro Adaucto Cardoso.

Brasilia , 3 de abril de 1968. -Guy Milton Lang, Secretfirio.

RECURSO FXTEAOEDINAEIO N9 63.401 - SP

(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Djaci Falcao.

Recorrente : Mario Fernandes , Recorrida : Justice Publica.

Nao tern cabimento o recuso de embargo, infringentes e donulidade dos decisoes proferidas em revisio criminal, per nao sotratar ai do recurso, mas do acio sui generis.

An rev cabs reiterar a pedido do reviseq se taredado em novas

proves (paragrafo dSoo do art. 622 do C. Pr. Penal).

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos estesautos, acordam as Ministros do Su-premo Tribunal Federal, em PrimeiraTurma, no conformidede do eta dojulgamento a das notes taqufgraficas,por unanimidade de votos, negar pro-vimento so recurso.

Brasilia, 27 de maio de 1968. -A. C. Lafayette do Andrada, Presi-dente . - Djaci Falcio, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Djaci Falcao: -Irresignado corn decisio que nio co.nheceu do recurso de embargog infrin.gentes em revisio criminal, MarioFernandes manifestou recurso extra.ordinario, corn arrimo no art. 114, Ill,letras a e d, do Carta Federal, elegandodesprezo so art. 609 a seu paregrafounico, do C. Pr. Penal. Invoca cmnodiscrepante ac6rdio do Tribunal do

R.T.J. 46 617

Justica de Mines Gerais, estampadona R.F . 203/308.

0 recurso foi admitido a procassadoem termos (f. 35-36, 38-39).

A Procuradoria-Geral de Rep6bliaaemitiu o seguinte parecer:

"1. Ao parecer, acertado o arestorecorrido, qua, per isso meamo, deeme-race reforma.

2. A reviseo criminal - e a coosmania opinio doctornm -, embora pre,vista dentre ca recursos, 6 unu 29-80penal constitutive, no dicer do Fredarico Marques , funcionando como 0equivalents do acio rescis6ria civil.Este e o pensamento de Espinola Filho(Cdd. de Proc. Pen. Brae . Anot., 6/14).do Aristides Milton (A Contt. do Bra.sil, p. 481 ), de Coate a Silva (C6d.Penal Com, 2/426), de Pontes de Mi-randa ( Conrentsrios A Cont. do 1934,2/689 ); de Whitaker (J6ri, p. 239),de Galdino Siqueira ( Corso de Prcc.Crim., p . 370), antra outros.

3. Iona sorts , h6 de prevaleceraresto recorrido qua nio conheceu doeembargo. infringentes , sobretudo quan-do pondera qua nio permitindo, a lei,a reiterecio do pedido revisional nioarrimado on novas provas, nio poderiaadmitir a sue reiterefio , atrav6s doembargos infringentes.

4. Assim, polo no conhecimento onpolo improvimento do apelo .

Brasilia, 5 do abril de 1968. -Munillo Silva, Procurador do Rep6bli-ca. Aprovo : Dbcio Miranda , Procure-dor-Geral do Replblica." O f. 42-43).

VGTG

0 Sr. Minfstro Djaci Falcio (Re-lamr): - Conheco do recurs tondoon vista qua, enquento o acerdio re-corrido repeliu , per incabivel , embar-gos infringentes contra ac6rdio quadecide pedido do revis-ao, ac6rdio doTribunal do Justica de Mines Geraistrazido a confronto , inclinou-se pelasue admissibilidade , diode qua neeuninime a decisio.

Contudo, nio o provejo . 0 melhorentandimento eet6 corn a decisio are-code polo recorrente, quo nio admitsas embergos infringentes a do nulidade

previstos no paregrafo 6nico do ar-tigo 609 do C. Pr. Pen ., conside-rando qua o processo do revisio

criminal n-eo constitui recurso.

Na verdade, mais se aprozina doacio reacis6ria civil qua dos recursoaprocessuais propriamente ditos.

A sun admiasio torna-se vievel d-mente ap6a a extingao do relagio pro-cassual, quando houver passado emjulgado a sentence condenat6ria (ar-tigoe 621 a 625, $ 10, do C. Pr.Penal) .

Acio ad genesis, relative a processesfindos, come proclamava Costa a Silva(Codigo Penal, 2 /426). Outro nio 6o megisterio do Pontes de Miranda,pare quern:

"A revisio criminal a a9ao, a e re-medio juridico prooessual, a nio re-curso. Nio se confunde corn a revista;h£ agio do reu - ac o, no Brasil, dedireito constitucional , Para a rovisiodo prccesso findo. E hi o remedioproceasual especifico, a "acio" de re-visio criminal . Nio se trata, pois, desimples recurso. A agio resciseria con-tra sentences nio se eplica a decisoescriminals . Mae a revisio faz-lhe esvezes. J6 alhures dissemos nos (AAciio Reacieoria, 1.4 ad., 52, note): "Areviseo criminal 6 rem6dio juridicoprocessual do manna natureza , mrtatisnwtaadis, quo a e9io rescis6ria; toda-via, em sews prossupostos, pram econsequencias, a onconfundivel ccmease." (Comentlrios A Constituicio do1967, tome IV, p. 42).

Na mesma linha de pensamento 0Prof. Jose Frederico Marques, qua aconsiders "Agio Penal Constitutive denatureza complementar, destineda arescinidr sentenca condenat6ria emprocesso findo" (Elernentos de Di-reito Procemual Penal, 4/332).

Conquanto haja opiniio em contr6-rio, considerando a revisio come re-curso misto, a sal generic, representadaper afortunados juristas, comp porexemplo, Joao Barbalho (Contitai9ioFederal Brasileira, p. 348), CarlosMaximilian (Comenterioa a Conti-'tuicbo Brasileira, p. 606), Joao Men-des J6nior (Processo Penal Brasileiro,p. 503) a Edgar Magalhbees Noronha

618 R .T.J. 46t

(Corso do Direito Procesaual Penal,2.R edig5o , p. 509 ), filio-me a primeiracorrente, diante do conceito de re-curso em nossa sistemetica processual.

Dessarte, coma acao sui generic, des-tinada a corrigir deciseo criminalcondenat6ria , passada em julgado, oeau julgemento nao comports a opo-sicao de embargos infringentes , no for-ma prevista no paregrafo Unto, doart, 609, do lei adjetiva penal, quapressup6e o julgamento dos recursosem aentido estrito a dos epela46ez.

Versando a materia, Jos6 FredericaMarquez tats as seguintes conside-ra56es:

"Duvidas surgiram a respeito dosrecursos a casos cujo julgamento posseser embargado, quando nao unenimea decisao . Em face da redacao dadaso art. 609 do C. Pr. Pen., cabemas embargos infringentes contra as de-cis6es proferidas em apelacao ou emrecurso em sentido estrito. Neo saoWas admissiveis contra deciseo pro-ferida em caso do desaforamento, "quanao a recurso nem se equipara a re-curso". Tambe'm nao cabem embargos

infringentes, como o declarou o Su-premo Tribunal, no RE 26. 659, contraacbrdao proferido em Teviseo criminal,porque "to neo constitui recurso."(Elementos de Direito Proceasual Pe-

nal, 4/309).0 RE 25. 659, relator polo emi-

"Os embargos infringentes a de nulidade autorizados polo art. 609do C. Pr. Pen., modificado PaloL. 1.790-B, de 1952, neo sao cabiveisem ac6rdaos proferidos em processo derevisao criminal, qua neo a recurso,mas apenas nos feitos objeto do Cap.V, do Tit. III, do mesmo C6digo."

An reu cabs reitemt o pedido derevisao, se fundedo em novas proves(pardgrafo unico, do art. 622, doC. Pr. Penal). Inviavel, pois, asembargos infringentes a de nulidade,destinados a correcao de erro judicialem grau de recurso.

Ex posftis, nego provimento so ape-lo dermdeiro.

EXTRATO DA ATA

RE 63 . 401 - SP - Rel ., MinistroDjaci Falcao . Recta . Mario Fernan-des (Adv. M. F. Muzaiel ). Recor-ride Justice Publica.

Deciseo : Negado provimento, una-nimemante.

Presidencia do Sr . Ministro La-fayette de Andrade . Presentes a sesseoas Sri. Ministros Victor Nunes, Os-waldo Trigueiro, Djaci Falceo, Raphaelde Berms Monteiro e o Dr. OscarCorreia Pine, Procurador-Geral der Re-publica, substituto.

nente NTinistro Edgard Costa guardou Brasilia , 27 de maio de 1968. -

a seguinte ementa: Alberto Veronese Agufar, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO Na 63 . 804 - BA(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Gonsalves de Oliveira.

Recorrente : Prefeitura Municipal do Salvador . Recorride : Correa Ribeiro

Sociedade An6nima - Comdreio a Ind(stria.

Imposto de Inddstrias a Profissoes corn base no movirnento

econ6mico. Mao do set deduzidos as vaidres ja tomados em conside-

ragao no municipio onde as mercadorias sao produzidas a of cobrado

o mmessmo tribute.

AC6RDAO unenime, nao conhecer do recurso, do

Vistos, etc.

acerdo com as notes taquigreficas.Castes no forma do lei.

Brasilia, I.- de marco de 1968. -Acorda a Terceira Turma do Su- Gbncalvee do Oliveira, Presidents e

premo Tribunal Federal, por decisao Relator.

R.T.J. 46

RELATOR 10

O Sr. Ministro Gongalves do 01i-

veira : - Tmta-se do imp6sto de in-

dustrias a profiss6es , 0 ac6rdio

entendeu qua no cobranFa do tributo

no Capital , pelo movimento econ&mico

devem ser deduzidos os val6res ji le-

vados em conta no municipio produtor,

so tributar a agencia on filial do en-

tidade tributada.

O recurs foi admitido a devide-mente processado.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Gongalves do Otf-

vetra (Presidents a Relator): - A

doutrina do ac6rd9o tem seu epolo

no jurisprudencia do Supremo Tribunal

(Ag 27.773, D.J. 27.12.62; RE

49.151; RE 54.289; RMS 13.994,

sessao de 18.3.65; Resolusio n.° 83

do Senado Federal auspendendo a ali-

nee b do § 2° do art. 3° do L. 5.917,

619

do 26.12.61 do Municipio do Sao

Paulo).

Qualquer divergencia esti superada,

Palo qua nio conhego do recurs.

EXTRATO DA ATA

RE 63 . 804 - BA - Rel., Mlnistro

Gon$elves de Oliveira, Recta. Pro-

faitura Municipal do Salvador (Advo-

gado Djalma de Costa Pinto Dies).

Recife . Correa Ribeiro S.A. - Co-

mercio a Ind6atria ( Adv. Jose Augusto

Tourinho Dantaa).

Decisao: Nao conhecido . Deciaio

unAnime.

Prasidencia do Sr . Ministro Gon-

salves de Oliveira . Presentes as Se-

nhores Ministros Hiermes Lime a Eloy

do Roche e o Dr. Dicio Miranda,

Procurador-Gerel do Republica. -

Ausente, justificademente , o Senhor

Ministro Amaral Santos.

Brasilia, I P de marco de 1968. -

Josi Amaral, Secretirlo.

EECURSO EXTRAORDINARIO NQ 64.440 - RS

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Raphael de Berms Wonteiro.

Recorrente : Uniio Federal . Recorrido : Joaquim Farias Bodice.

Dbsapropriasio. Constitacionalidade do diploma legal quainstituiu a corresio monetiria. Os honoraries do assistants tecnicoe custas do ac'io, constituindo encargos processuais a visardo a buscado juste indonizayi , sou paganranto dove Hoar a cargo da ezpro-priante. Recuraos eztraordinirioe nio conhecidos.

AC6RDAO julgamento a notes taquigrificas, i

unanimidade, nio conhecer de embosVistos, reletados a discutidos estes os recursos.

autos, acordem as Ministros de Pri- Brasilia , 26 de ag6sto de 1968. -meira Tomas do Supremo Tribunal Victor Noose Leal, Presidents. -

Federal, no conformidede do eta do Raphael do Barros Monteiro, Relator.

620

RELATORIO

R.T.J. 40

O Sr. Ministro Barrow Monteiro: -

Sr. Presidente:

Trots, a esp6cie, de ac-ao intentada

pale Uniio Federal a fim de deaa-

propriar a eras do terras , inicialmente

descrita, pertencente a Joaquim Fa-

rias Badke a sue mulher , situada no

Municipio de Santa Maria, no Rio

Grande do Sul, a quo se destine a

construcio de nine uriiversidade.

Julgando procedente a acao, a sen-

tenca do f . 225-227, depois do fizar

o preco do indenizacio , condenou a

expropriante so pagamento do juros

compeneatbrios , a taxer legal , a pertir

de data do imisseo no posse a ate 0

efetivo pagamento , mais so pagamento

do verbs honoraria no base do 2,5%

s6bre a diferenca entre a oferta e a

condenacao. Outrossim, depois de or-

bitrar as salerios do perito a essis-

tentes t6cnicos , condenou a autore so

pagamento das custas integrals do

acio.

Dessa decisao recorrou o Dr. Juiz do

Direito or officio, apelando, tamb6m,

ambas as partes, sendo qua as tens

pleiteando a correcao moneteria.

0 eg. Tribunal Federal de Recursos,

polo ac6rdao do f. 279 , negou, por

votacio unenime, provimento aos re-

cursos do officio a so do Uniio Federal,

e, por maioria de votos, a epelayio

dos desapropriados , pois qua ficou

vencido o ilustre Ministro Mercio Ri-

beiro, qua provia, em parte, ease re-

curso, pare o efeito do conceder a

correcio moneteria.

Este a emento dequele r. julgado:

"Desepropriacio. Sendo juste a in-

denizacio fizada no sentence , merece

ester confirmacio . Os juros compen-

sat6rios sio calculados a taza de 6%

so ano, como expressa o C6digo Civil.

Os honorerios do advogado , perito a

assistants , quando arbitrados em justa

importencia na consideracao do ser-

vico prestado, Hero podem ser sumon-

tados. Correcio moneteria indevida no

caso. Confirmacio do sentence ape-

lads."

Contra ease decisio, manifestou a

Uniio Federal, desde logo, o recurso

extraordinerio do f. 285, em qua, fun-

dodo nos letras a e d do anterior

permissivo, insurge-se contra a aua

condenacao ao pagamento dos hono-

rerios de assistentes e a totalidade das

custas.

Opostos, pelos revs, embargos infrin-

gentes , objetivando o prevelecimento

do voto do Ministro Mercio Ribeiro,

impugnouos, longamente, a Uniio Fe-

deral, argiiindo:

a) inconstitucionelidade do L. 4.686,

de 21 . 6.65, porque , acarretando a sue

exeecucio aumento de despesas, a ini-

ciative respective , nos termos do

art. 4.° do A. I. 2, competia exclusi-

vamente ao Presidents do Rep6blica

e f6re tornado por deputado;

b) ainda inconstitucionalidade do

mesma lei, porque violadora do prin-

c1pio de isonomia consagrado no or-

tigo 141, § 1 .0, do Constituicio;

c) mesmo qua afastadas as incons-

titucionalidedes afirmadas , inaplicabi-

lidede de lei a periodos anteriores a

sue vig&ncia, frente a regra de

irretroatividade;

d) sdmente ser possivel a aplicaciode qualquer sorts, quando decorrido

R.T.J. 46

male do urn ano do data do sentence

passada env julgado, pole, at6 entio,

ni o haveri realmente avalia{ko, a aim

simples leudos infornsativos;

a) ocorrincia de correcio sabre cor-regio, porque as sentencas ji fixamvalores altissimos, tendo em conta oprocesso inflacionirio."

Foram ditos embargo. recebidospolo ac6rdeo de f. 325, qua consigna seguinte ementa:

"Corregio monetiria nos desapro-priagbes . Constitucionalidade do di-ploma legal qua a instituiu . Aplicagaodo L. 4 . 686, de 1965 , a avaliacbesrealizadas antes de one vigencia a emrelacao es quaffs nio haja sido profe-rida decisao final, no ofande o prin-cfpio constitucional do irretroatividadedas leis."

N6vo recurso extraordinirio fol in.terposto pela Uniio Federal , agora cornapoio no letra a do vigente permissivoconstitutional a insi stindo na alegagiode haver o ac6rdeo proferido em em-bargo s reconhecido validade a lei fe-deral irrogada de inconstitucional ede meculade pelos denials vicios, jiaches alinhados.

Admitidos ambos os apelos polodespacho de f. 340-342, do aminenteMinistro Oscar Saraiva, subiram os

autos, oficiando o Dr. Procurador-Ge-ral do Rep6blica , a f. 363, nos se-guintes t8rmos:

"1 - SalArios de Assistente Ticnito,custas proporcionais a corncio mone-tiria em desapropriacao.

2 - Palo conhecimento a pro-vimento do recurso, interposto af. 327-334 a arrazoado de f. 347-356.

Brasilia, 10 do junho do 1968. -D6cio Miranda."

Dou como faito o relat6rio.VOTO

0 Sr. Ministro Barron Monteiro (Re-later): - Sr. Presidents.

A questio relative it incon .titucio.nalidade do L. 4.686, do 21.6.65,quo, acrescentando mais urn parigrafo

621

ao art. 26 do Lei do Desapropriacoes,instituiu a corregao monetiria naa ex-propriag6ee, ji foi, polo tomes, sontree oportunidedes , apreciades poloPlenirio do Supremo Tribunal Federal,am se.seo do 18 do abril do correnteano, tides elas no sentido do one rejei-cao, beat comp daquelas outras rela-tives it retroatividade a julgamentoalim do pedido (RE 63 . 218, 63.318e 63.329, sendo relator doe doffs pri-meiros o Sr. Ministro Victor NunesLeal, a, do ultimo, o Sr. MinistroEvandro Lino).

Num doe casos acime, do quo foirelator o Sr . Ministro Victor NunesLeal, foi enfrentado o problems doshonoririos do perito a do aasistentetecnico, tondo S. Excia , votado coatapoio do Tribunal, quo so trata deencargos processuais , os quais, visandoa buses do juste indenizacao, devernficar a cargo do expropriente. 0 ones-ran se dove direr dos custas do agio.as quais, se f6seem parcialmente car-regadas ao expropriado, sofreria esteum desfelque, deixando do ear com-plete o juste a indenizagio, como pres-creve a Constituigio Federal.

Ants o exposto, no conbego do am-boa as recursos.

EXTRATO DA ATA

RE 64 .440 - RS - Rel., MinistroBarns Monteiro . Recta . Uniio Fe-deral. Recdo . Joaquim Farias Badke(Adv. Felipe Machado Carrion).

Decisio: Nao conheceram , de embosas recursos, unfinimenaente. Fallonpolo recdo . o Dr. Felipe MachadoCarrion . Pala Uaiao Federal usou depalavn o Dr. Oscar Correia Pine,Procurador-Oeral de Republica, subs-titute.

Presideacia do Sr . Ministro VictorNunes, no ausencia do Sr . MinistroLafayette de Andrade , Praidente.Presentee d sessao os Ste. MinistrosOswaldo Trigueiro , Djaci Falcio, Ra-phael do Berms Monteiro e o DoutorOscar Correia Pins, Procurador-Geraldo Republica , substituto.

Brasilia, 26 do ag6eto de 1968. -Alberto Veronese Apuiar, Secretirio.

622 R.T.J. 46

RECURSO EXTRAORDINARIO N' 65.075 - GB

(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Gon$elves de Oliveira.

Recorrente : Annita Cynamon Goldberg . Recorrido : Jose Godolfim BandeiraFilho.

Retomeda . Im6vel situado fora do dondcilio do locador. Provedo necessidade (SUmula 80). Presidente (RE 64.890).

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Terceira Turma do Su,promo Tribunal Federal, por decisaounanime, nao conhecer do recurso, de

ac6rdo com as notes taquigraficas.

Custas no forma do lei.

Brasilia , 16 de ag6sto de 1968. -

Gongalvea de Oliveira, Presidento e

Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Gor+9alves de Oli-veira : - A a4®o de despejo foi pro-posta visendo a retomada do imovelpare use proprio, localizado no Gua-nabara, alegando-se necessidade, porquemorando no Rio, precise instalar-seeventuolmente em sues estades no Riode Janeiro ( f. 7) a para "fugir aosrigores do inverno petropolitano potdemeis inclemente pare nine criangede tenra idede" ( f. 56).

A acao foi julgado improcedente(f. 101 ). 0 locador apelou, sendo arecurso desprovido, porque nao a ad-missive] a retomada de im6vel locadopare use eventual a temporfirio depessoa residente e domiciliada em ou-tro Estado do Federagio (f. 120).

Nao conformado, interp&s o pre-sents recurso er:traordinario, admitidopale alinea d, sendo impugnado.

E o relatorio.

VOTO

0 Sr. Ministro Gornalves de Oliveira(Presidente a Relator): - 0 reto.

mante nao fez prove do necessidade dopredio situedo fora do seu domicilio,segundo as ditames do Sumnla 80. Edomiciliado em Petropolis a pretendsretomar o imovel no Rio de Janeiropara estades eventuais a pure fugiraos rigores do Frio petropolitano.

Recentemente a Primeira Turma ne-gou provimento pedido an RE 64.890versendo hipotese semelbante , no qualo retomante, morador em Brasilia, altofuncionerio do Senado , is sempre aaervico do Cemam Alta ao Rio deJaneiro a reclamava o imovel pore aminstalacao eventual nessa cidade.

Tenho qua so treta de materia de

fato , a prove do necessidade , qua n5o

felts, polo qua no conhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 65 .075 - GB - Rel., Mfnistro

Gongalves de Oliveira . Recta . Annita

Cynamon Goldberg (Adv. SchebselEdelman ). Recdo. Jose GodolfimBandeira Filho (Adv. J. M. de Cas-tro Amujo Junior).

Decisao: Nao conhecido . Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Gonsal-ves de Oliveira . Presentee it sessao osSrs. Ministros Eloy do Roche , Amaral

Santos, Thompson Flores e o Dr. Os-car Correia Pine , Procurador-Geral do

Republica, substituto. Licenciado, cSr. Ministro Hermes Lima.

Brasilia , 16 de sg6sto de 1968Jose Amaral, Secreterio.

R.T.J. 46 623

AVAO RESCISORIA Nc 531 - ES

(Tribunal Pleno)

Relator: 0 Sr. Ministro Victor Nunes Leal.

Autora : Usina Paineiras S.A. Re : Fazenda P6blica Estadual.

Agio rescisdria . Incompetencia do S.D. F. A Sfimula 249

nao abrange or cases em que a apreciagAo do questio federal, no

recurso extraordinsrio, no tenha relagao corm a equacionada no

pedido resciadtio (AR 625, 1968; AR 371, 1964; AR 517, 1966).

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministroa do Su-premo Tribunal Federal, em sessaopleneria, no conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigreficas,por unanimidade de votos, no conhe-cer do pedido , remetendo-se os autosan Tribunal de Justiga.

Brasilia, 5 de setembro do 1968.- Luiz Gallotti, Pre,idente - Vic-tor Nunes Leal. Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Victor Nunes: --A Usina Paineiras S.A. prop6s estaa$io pare rescindir ac6rdaos do Tri-bunal do Esp`rito Santo , qua conclul-ram pela constitucionalidade do im-p6sto pare exploracao agricola a dotare de fomento do producio (L. est.15.854, do 25 .4.45, a 135, do ...30.11.48).

A a9io f6ra proposta pale pr6priacompanhia , pare qua o Estado se abs-tivesse de cobranca inconstitucional, edare lugar, sucessivamente, a dois re-cursos extraordinarios . Um dales f6raprovido pelo Supremo Tribunal, pareanular 0 ac&d "ao recorrido, proferidoem grau de embargos , porque naocable tal recurso contra deciseo doTribunal Plano, em argiiiggo de in-constitucionalidade (RE 23 .795, de10.5.54, f. 16-19). Do outro, o Tri-bunal nio conheceu , porque eram ca-biveis embargos infringentes do jul-gamento do apelagio ( portanto, doCamara, a nao do Plenario ), emborativesse ale concluido pale constitucio-nalidade (RE 30.527, de 19.4.56,f. 19 v.-22).

O Tribunal do Estado (f. 72) do-clarou-se incompetents , remetendo osautos a esta C6rte, porque, naquelesrecursos extraordinarios, o SupremoTribunal teria examinado t6da a me-teria", "em minudente analise". Fi-cou assim a ementa:

- Des que 0 aresto rescindendotenha sido examinado , em seu Anne-go, polo Supremo Tribunal Federal,para analisar as foram on nio vulne-rados dispositivos legais qua serviramde base ao recurso extraordinario e:e venham a invocar os mesmos dis-positivos pare rescindir aquele aresto,no mais tent competencia o Tribu-nal do Estado pore a rescis6ria".

O Estado, qua suscitara a prelimi-nor, alegou, no merito, tratar-se deinconstitucionalidade controvertida, oqua afastava a a9eo rescis6ria (RF.142/325, R.F. 139/234).

0 parecer a pale improcedencia doagio (f. 80).

E o relat6rio . Passo os autos erevisio do Sr. Ministro Hermes Lima.

VOTO

O Sr. Ministro Victor Nunes (Re-lator): - Como so viu do relat6rio,houve equ voco do Tribunal de Jus-tiga. Nos dois recursos extraordina-rios referidos , o Supremo Tribunal selimitou a apreciar o problema proces-sual do cabimento, on nao, de embar-gos infringentes . Considerou esse pro-blema, em cede caso, sob aspecto di-ferente, concluindo, em um dales, polonio cabimento dos embargos opostoscontra deciseo do Plenirio, e, no ou-tro, polo seu cabimento, je qua opos-tos contra deciseo de camara, em graude apelacao.

624 R.T.J. 46e

Nenhuma palavra exists, no funda-

mentacio on no parte decis6ria da-

queles acbrdios , sabre a constituciona-lidade dos tributos questionados, e so-mente sabre esta materia a que versao presents pedido reacis6rio . Alias,

no dois recursoa extraordinirios, comoconsta dos relat6rios do entio (f&lhas17v., 21v.), tinbam lido interpostoscom fundamento exclusivo em viola-sao do lei processual a dissidio de ju-risprudencia sabre tal matins.

O pedido rescis6rio nio atinge, demodo nenhum, aquelas decis6es doSupremo Tribunal , mas tio-sbmenteas do Tribunal do Estado.

Mau voto a pelo nao conhecimen-to, em ratio do incompetencia do Su-premo Tribunal. Assim je tem deci-dido o Supremo Tribunal: AR 625(8.2.68 ); AR 371 (3.9.64); AR517 (10.11.66), D.J. 27.10.67. Osautos devem set devolvidos so Tri-bunal de origem.

VOTO PRELIMINAR

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-visor): - Sr. Presidents , estou doac6rdo com o eminente Ministro Vic-tor Nunes , nio conhecendo do aFaq

remetendo oa autos on Tribunal deorigem.

EXTRATO DA ATA

AR 531 - ES - Rol., MinistroVictor Nunes . Rev., Ministro Her-mes Lime . Autora, Usina PaineirasSociedade An6nima (Adv. Jose San-tos Neves). Re, Fazenda Publics Es-tadual (Adv. Erildo Martins).

Decisao : Nao conhecida , remeten-do-se no autos an Tribunal do Jus-ti4a.

Decisao: Uninime.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti. Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Thompson Flores,Amaral Santos , Themistocles Caval-canti, Banos Monteiro , Adaucto Car-doso, Djaci Falcio , Eloy do Roche,Oswaldo Trigueiro , Adalicio Noguei-ra, Hermes Lima , Victor Nunes eGongalves do Oliveira . Ausentes, jus-tificadamente, os Senhares MinistrosEvandro Line a Aliomar Baleeiro. Li-cenciado , o Sr. Ministro Lafayette deAndrade.

Brasilia , 5 de setembro do 1968.Alvaro Ferreira doe Santos, Vice-

Diretor-Geral.

6

RECUESO CRIMINAL N" 1.082 - SP

(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Recorrente : Eder Simao Sader . Recorrido: Superior Tribunal Militar.

Lei do Seguranga National (L. 1.802/53) - I. Atlase apostilas em qua o professor particular exp3e a tecria marxistaem recinto fechado e a grupo restrito, aderindo i doutrina dalederivada , nio constitui o crime do art. 11, a, da L. 1. 802, en-quanto nio he propaganda pdblica de procesasoe violentoe parssubveraeo.

11. Citada lei, no art . 11, § 2.°, exclui a criminalidede doexposigio, critics on debate do quaisquer doutrinas.

AC6RDAO

Vistos a relatados estes autos deRecurso Criminal n ° 1.082, do Es-tado de Sao Paulo , em quo a recor-rente Eder Simao Seder a recorri-do Superior Tribunal Militar, decideo Supremo Tribunal Federal, por sua

Segundo Turma, dar provimento pareabsolver o recorrente, uninime, doac6rdo com as notes juntas.

Distrito Federal, 21 de main de

1968. - Evandro Line a Silva, Pre-

sidente - Aliomar Baleeiro, Relator.

R.T.J. 46

RELATORIO

0 Sr. MininNo Aliotnar Balesiro:1. 0 Recorrento, condenado pale

Justiga Militar a 1 ano do priseo, in-terpAs corn base no art. 122, $ L-,do C.F . de 1967 recurso ordinirio(f. 325).

2. Trots-se do um estudanto do so-ciologia , quo, aos 21 an 22 anos, mi-nistrou gratuitammente urn Corso deIntrodugio i Economia Politics onegrificos do certo sindicato paulista equo foe denunciado por "propagandado processor violentos pare subversiodo ordem politics a social vigante nopals", neo s6 em sales, mas tamb6mem apostilas mimeografadas, qua es-teo nos autos , do f. 39-56 . 0 inter-rogat6rio est6 i f. 103.

3. Pala r. sentenga de f. 241, oConselho Permanents de Justiga doEx6rcito absolveu o reu, it unanimi-dade, porque:

..neo encontra nos elementosprobat6rios trazidos para o bojo dosautos o indispensevel a respeito doculpabilidade do acusado e a sue par-ticipagio direta Cu indireta no pre-gagio subversive qua the 6 imputadapare qua atraves dessa prove possefirmar o reu convencimento a pro-nunciar um veredicto condenat6rso.As afirmativas ago seo suficientemen-to seguras a aim duvidosas pare soaquilatar de sua credibilidade , incri-minando o acusado pare o son enqua-dramento no Lei do Seguranga.

Assim, por falter de proves convin-centes e o mais qua dos autos cons-to, resolve , sera discrepincia de vo-tos, o Conselho Perrnanente do Justi-ga do Ex6rcito , julgar improcedentea den(ncia de f. 2-3, pare absolvero acusado Eder Simeo Seder".

4. Mas em apelageo, o eg. Supe-rior Tribunal Militar, tambbm mini-me, o condenou a 12 mesas, cornbase no art . 11, a, do L. 1.802-53,por "fazer piblicamente propagandade processor violentos pare a subver-seo do ordem politics a social" (Ac.f. 266).

5. 0 Recorrente op6s embargos aease v. deciseo , mas neo foram co-

625

nhecidos por ter sido ela unenime.(Ac. f. 294).

6. Veio, entio , o - reu corn o re-curso ordinirio do art 122, 9 1.01 doC.F. i f. 325 a arrazoado i f. 328,reiterando , em resumo due pr6prio,o seguinte:

"1! - As apostilas seo ap6crifes,am autenticidade nem autoria deter-minada.

2P - Min seo do Embargante, jaqua faiths rem sue autorizag"so onconhecimento;

3! - Ainda qua, ad argmnentan-dum, f&ssem de am autoria, neo haem son contexto as exigencias cumu-lativas do art. 11, letra a, do L. 1.802,de 1953, pare configurageo do deli-to, isto e:

a) propaganda publics;

b) de processor violentos;

c) para a subversio do ordem po-l:tica on social.

4.a - As autos foram ministradasem recinto privado , reservado aosqua se matricularam, a nio publicas.

5! - Neo houve pregagio de vio-lencia, nem pods aer partidirio doviolencia quem diz qua a revolugiose fax no vivencia quotidian e ac/arse operairia quer a paz, a tran-quilidaide, qua nonce the permitiramtat".

Tres, entretanto, um argurnenton6vo:

a) A L. 1.802-53 punia, no er-tigo 11, err a propaganda... (divul-gageo, difuseo, etc.), no art. 12, oincitan»nto... (instigagio, enraiveci-mento, etc.), qua seo coisas diferen-tes, hens juridicos diversamente pro-tegidos pela Lei do Seguranga Nacio-nal anterior, agora revogada (L. 1.802,do 1953, arts . 11 a 12).

b) o Dl. 314-67, de 15.3.67,nova Lei de Seguranga Nacional quopassou a vigorar apes a condenageodo recorrente, contempla spans o in-citamento, no sou art. 33, despresan-do a propaganda, on methor, conside-rou eats diretamente legada I liber-

626 R.T.J. 4(I'

dade de expresso do pensamento, dequa 6 tipica a pregaggo doutriniria,asaim coma a critics, especialmentenos limites do necesseria liberdadede catedra , qua ate as regimes dof6rga respeitam . Portanto , ainda quaa delito houvesse sido praticado (ar-tigo 11, letra a, do L. 1.802 -53), novigencia do lei anterior , a nova lei(Dl. 314-67) no mais tutela, "tipi-camente", a velha figure . Logo, con-figure-se a extingao do punibilidadedo art . 104, inc . III, do C. Pen. Mi-liter ( art. 108 , III, do C . Pen.), Paloprin<rpia universalmente respeitado daabolitio criminis".

7. 0 eminente Procurador-Geral daRepublica, a f. 336, entende qua orecurso nao pods ser conhecido, por-que interposto de embargos incabi-veis, pela unanimidade do deciseoembargada.

Entende qua o use do recurso inad-miss:vel nao suspende o prazo pareo recurso cabivel . E, quarto ao me-rito, opine contrariamente so provi-mento do recurso.

E o relat6rio.

ANTECIPACAO AO VOTO

0 Sr. Minislro Aliomar Baleeiro(Relator): - Sr. Presidents, devodizer qua, ontem, recebi , em men ga-binete, uma petigio de habeas corpusassinada pelo nobre advogado quaacabamos de ouvir , no brilhante de-fesa, em favor do recorrente.

E 6bvio qua S. Excia ., prevendoa objeg5o do eminente representantedo Procuradoria-Geral do Republica,vein em ajuda de seu clients , inter-pondo o remedio her6ico.

Parece incontestevel qua este pre-venta a jurisdigao , pelo fato de euser a Relator do recurso criminal, ra-zao pela qual a despachei , no invesde mender a peticao so eminente Pre-sidents desta Casa , para submeter ocaso a Turma . Pretendo faze-lo nofinal do julgamento , se, per acaso, r'iof6r conhecido o recurso . Eaton dan-do conhecimento disso aos eminen-tea Juizes.

Devo dizer qua nao acolho a ob-jegio do eminente Procurador-Geral

do Republica . Crain qua, em se tra-tando de um processo criminal, naopodemos lever do longe o rigor, so-bretudo depois do Constituicao de1967. Em materia civil, nao as per-mitiria nenhuma vacilacao nesse sen-tido.

Acredito qua o fato de ter malo-grado nun recurso o acusado, naothe fecha a ports do Tribunal, quan-do a Constituicao a abriu exatamen-to pare cases como estes , em que,excepcionalmente, um civil a conde-nado pela Justiga castrense , par umaexce9do inovadora em n o s s o Di-reito.

Conhego do recurso a The dou pro-vimento, pelos motivos qua passe aexpor, sumariamente.

VOTO

O Sr. Minislro Aliomar Baleeiro(Relator ): - I. Conheco do recur-so a dou-lhe provimento, pelos nioti-vos qua passo a expor sumariamente.

II. A prove testemunhevel nadaincrimina o reu, qua, segundo os de-poentes , deu as aulas. Estes eramobjeto de anotarc6es dos ouvintes,Para reprodu$ao, por ales , em mimeo-grafo . Nio se fez a prove de quetivesse havido revisio do professor.ft possivel a ate provavel, qua astivesse revisto ou resumido. Mas issonao as provou.

III. Todavia, admitindo-se par amora discussio aprovada a responsabili-dads do recorrente pelo texto do quejaz de f . 39-56, nao me convencide que neles as contenha "propagan-da de processes violentos pare subver-sio do ardent politica a social", Se-gundo a tipicidade do crime impu-tado.

Hi, nelas, noF6es elementares deEconomia, sob nitida a incontestevelorientag5o te6rica do Karl Marx: -a meamo metodo hist6rico; guerrascomo consegiiencia do capitalismo a doimperialismo no dispute dos merca-dos; troca do forca de trabalho pelosalerio com a apropriagio do mais-valia pelo patrio; as contradig6es in-ternas do capitalismo a sua autofagia;

R.T.J. 46

etc., etc . Quanto so Brasil, depois dodigresseo hist6rica, culpa a burguesia

pale infla$eo a afirma que s6 se re-solvers o problema do desenvoivi-mento com a substitui gio do lucro

individual pale produgio planejadacom o governo do classe interessadano mudanga do estruture por outrade economia dirigida a estatal.

Fels, a verdade, no "revoluggo bra-sileira" , ambiguamente, sem referir-se a processo violento , dizendo quaela se malograra so comandada pelaburguesia . Dai a conveniencia dequa o comando toque aos operariospare o parto do metifora celebre deMarx, qua cita dues on tres vezes.

IV. Faltam, pois, a incriminagiodois elementos integrantes a essen-cisis do crime do art . 11, a, doL. 1.802:

a) publicidade, porque os atos te-riam sido praticados em recinto fa-chado pare um grupo restrito;

b) a propaganda dos processes via-lentoe pare a subversio.0 acusado exp6s, sem divida, al-

guns pontos elementares do pensa-mento de Marx, aderiu a ales, massilenciou quanto a tecnica de vio-lencia, qua o pensador e, sobretudo,seus discipulos desenvolveram.

Nio se podera contester a tese dbdefesa, segundo a qual, nenhum on-sino aerie de Economia podera pres-cindir de anilise do teoria marxis-ta. Qualquer compendio de Hist6riades Doutrinas Econ6micas , a come-gar pelos js clessicos a insuspaitosGide a Rist, dedicam verias peginasa K. Marx. 0 canto do cisne dogrande economists austriaco Schum-peter foi o Capitalismo, Socialismo aDenocracia, quase todo Re voltado auma analise moderns a objetiva deK. Marx, inclusive do profeta a dohomem, formulando memo um prog-n6stico sombrio a pr6ximo, sem em-bargo de crtica so aspecto te6rico dopensamento econ6mico do famoso esabio autor de O Capital, obra cujocentensrio esti celebrado pale im-prensa de todo o mundo ocidentalagora mesmo , inclusive pelos maisinsuspeitos do Brasil, come 0 Glabe.

A bibliogrefie s6bre ease pensadorem todos us poises , mas sobretudo,

627

nas nag6es cultas a democriticas, vaia milhares de titulos a parece ques6 a excedida pale qua se refere soCristo.

Nos na 6es civilizadas a policia-des, no e' crime aer intelectualmentemarxista , discutir Man on encam-par o qua ale pensou a escreveu, tan-to no parts carte, quanto no panehoje reconhecida como err6nea, doponto do vista exclusivamente te6ri-co. Ale redigiu seus livros comunis-tas no Inglaterra , onde viveu 30 anos,ate morrer, sem qua a justice Cri-minal 16 , o incomodasse . No comecodo aeculo XIX, antes memo do ondaliberal de 1848 , publicaram-se obrasanarquistas, qua escandalizariam atea desenvolta juventude de hoje. Anar-quiatas, como o Principe Kropotkin,foram condenados neo pelo qua pen-saram on escreverarn com o Tito decatequese, mas pales atos terroristasem qua se envolveram.V. 0 reu scene, em sua defesa,

com a liberdade de catedra. Claro

qua esta neo se compadece core a

propaganda de processos violentos

de modificaFio des estruturas so-

clais.

you mais longe: - urn professorde estabelecimento oficial on equipa-rado , a men ver, neo tern a liberdadede afastar-se da posir,ao objetiva,neutra, ontol6gica , de o qua e e por-que e, pare enveredar pale posiFaocomprometida, engagee, axiol6gica de"o qua deve ear". Este pertence oneide6logos , are moralistas , aos politi-cos, one ministros religiosos, - neoso cientista objetivo on so profes-sor. Tal sejam os seus excessos a ex-tremos, podera ale responder, crimi-nalmente e, no melhor hip6tese, deve-re aer punido disciplinarmente pelafalta de etica na catedra.

Mas o reu neo estava nesse caso.Fez preleg6es nunr, sindicato como ex-positor livre do discipline universita-ria, a poderia , creio, aesurnir uma po-sigio doutrinsria comprometida sema objetividade te6rica. 0 seu case ecomparavel so do professor do semi-nerio cat6lico qua ensina a doutrinacriate sem deveree do objetividade eneutralidade . Poderia ensinar uma di-retriz marxista, - penso -, como 6

628 R .T.J. 46

licito escrever, imprimir a vender 0Capital, as Reflexions sun Is Violencede Sorel, a Technique du Coup d'Es--tat, de Malaparte, do lido no Brasilhi cerca de 35 a 40 anos idos a inG-meros outros livros vinculados a wonbase doutriniria a axiol6gica ligada acertos julgamentos de valor, - o qua6 boo, junto, moral, desejavel , segun-do as convigi ee pessoais do opinante,todos ales defensores de viole"ncia Comoproceaso de realizagio de sues idOias.

E fregiiente o emprago do palavra"Revolugio" Para exprimir, - naoo movimento armado a violento con-tra instituig6es - mss apenas as nu-dangas relativamente ripidas e pad-ficas das estruturas aociais, por ino-vag5es tecnol6gicas , in u d a n g a deideias, etc . Eaton consagradas as ex-press5es "Revolugio Comercial" parea transformagio de Europa no S6-culo XVI em virtude do Reformsreligiose , navegagbes maritimas, des-coberta do Am6rica , criagio do EstadoAbsoluto a dos ex6rcitos permanentes,etc., em substituigio - es estruturasfeudais . On de "Revolugio Industrial"pare a formagio de capitalismos nomeado do s6culo XVIII corn a m6-quina a vapor , o aurgimento do em-presirio, etc ., extinguindo a econo-mic artesanal a corporative . "Revo-lugio do nosso tempo" 6 titulo deobra prestigiada . "Revolugio munici-palista", - disse o Professor Orlan-do Carvalho das inovagoes financeirasdo Constituigio de 1946 em favor dasfinangas municipais . "Revolugio pelovoto" foi o slogan dum partido bra-sileiro democritico hi poucos anos.

VI. Nio localizei qualquer frasequa caracter izasse, nos apostilas, apropaganda de processes violentos.Hi memo posigao dubitativa nos va-ticinios do r6u.

0 procedimento do recorrente, ameu ver , nao excede do privil6gio doL. 1.802, no $ 2.° do art . 11: "Nioconstitui propaganda : ... c) a ex-poiigio, a critics on o debate dequaisquer doutrinas".

Note-se qua o legislador, qua naopode ignorer a diferenga entre aspalavras a os conceitos , escreveu "dou-trinas" a nio "teorias". Logo, admi-

tin a posigio axioligica, quo estariaexclulda as tivesse dito - "teorias".

0 caso dos autos nio 6 ma epis6-dio isolado , a pedir solugio de poli-cia a penitenciiria, mas urns cilu-Ia num tecido psicol6gico a sociol6-gico do milhSes dales, em todo 0mundo neste momenta como o no-too, ainda nests mss , o Time (ed. de3.5.68, p. 34-35):

"There are many reasons - econo-mic, social, educational - for thecurrent activism of students ... "So-me of its members (do none organiza-gio estudantil dos E .U.A.) quite open-ly, if naively, espouse Marxism astheir basic philosophy".

E, a meu ver, no apenas os as-tudantes, man parte considerivel dejuventude (inclusive sacerdotes , algunsnao do mogos ) esti contagiada des-so vendaval de inquietagio contempo-ranea a ser dissipado por mais ra-cional politics dos homens p6blicos,moralistas a lideres do comunidade, onmelhor do Etablishrnent, - a clas-as dirigente a bean.

VII. Entendo, pois, qua as aulase apostilas do recorrento nao caracte-rizam a tipicidade do crime do or-tigo 11, a, de L. 1.802 . Destarte,nio interessa , nests momento, a cir-cunst6ncia do nao ter o Dl. 314-67reproduzido a definigio daquele dis-positivo, porque a enunciou em ou-tran palavras , mas sempre exigindo,pare punigio , a publicidade e a pro-paganda de violencia cono main delute entre as classes (art. 33, IV;38 do Dl. 314).

VIII. Repetidas vexes , 0 SupremoTribunal Federal , polo Plano a porsues Turmas, tern decidido qua o fatode set marxista a manifestar pensa-mento on adesio ideol6gica so mar-xismo, nao 6 crime, enquanto, o agen-te, professor ou nio, se abst6m dopropaganda efetiva dos processos vio-lentos pore realizagoes de sues ideiason de atos efetivos de execugio de-finidos em lei.

Por ex ., HC 43 .994-Pe ., 8.3.67,Rel. Ministro Cendido Motto Filho,R.T.J., 42/451; HC 43. 796-GB, de21.6.67, Rel. Ministro A. Cardoso,R.T.J., 42/802; HC 42 . 846, de ..

R.T.J. 46 629

29.8.66, Rel. Ministro E. Lins,R.T.J. 40/17; HC 1.573, de10.8.66, Rel. Ministro E. Lins,R.T.J. 40/47; RCr. 1.073, Rel.Ministro Hahnemann, de 17.8.66,R.T.J., 38/286; ACr. 1.578, de ..23.3.66, Rel. Ministro C. Motta,R.T.J., 37/174; HC 1.584-GB, de3.3.66, Rel. Ministro V. Boas,R.T.J. 36/430 etc. etc. )

A distin$ao entre a adocao de id6iasmarxistas, indiferente an Direito Pe-nal, em contrasts com a propagan.da on o exercicio do violencia, on doatos definidoa em lei, a bem clarano HC 43.091, do 10.5.66, Rel.Ministro A. Nogueira, R.T.J., ...38/347, em qua a ordem foi dene-goda por configurar-se crime.

VOTO

0 Sr. Ministro Themistocles Ca-valcanti: - Sr. Presidente, o ilus-tre advogado fez referencia a umaordem de habeas corpus quo tenssido dads por este Tribunal pare se-rem admitidos os embargos. NessascircunstSncias, nada as pods opor soconhecimento dos embargos pela Tur-ma. De maneira quo conheco do re-curso.

Quanto so m6rito, parece-me qua,como acaba do ser dim polo eminen-te Relator, tern t6da a procedencia.

E evidente qua a simples exposi-9ao de doutrina, mesmo qua ease naoesteja de ac6rdo com a ordem socialvigente no Pais, neo imports em atode subversao. E possivel qua o recor-rente tenha as excedido mesmo, masnao a tal ponto de ter praticado cri-me capitulado no Lei de Seguranca.

Assim, acompanho o eminente Re-lator a dou provimento so recurso.

VOTO

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Tamb6m conhe4o do recurso a thedou provimento.

Como o eminente Relator, neo pos-so considerar a existencia de crimeno exposicao de pontos do vista dou-trinarios, or cathedra.

VOTOO Sr. Ministro Adalicio Nogueira:

- Tamb6m dou provimento so re-curso, porque nao vejo, no caso, con-figurado nenhum delito, senao, o exer-cicio do direito do opiniao , qua a li-vre no cAtedra . 0 qua o recorrentepraticou foi disseminar aquilo qua 6consagrado no doutrina impessoal, mi-nistrando ensinamentos aos sons ala-nos on aosseus ouvintes.

EXTRATO DA ATA

RCr 1. 082 - SP - Rel ., Mini%tro Aliomar Baleeiro . Recte. EderSimao Seder (Adv. A. Modesto doSilveira). Recdo . Superior TribunalMilitar.

Decisao: Deu-se provimento panabsolver o recorrente . Decisao unini-me. (Falou pelo recorrente o Doc-tor Marcos Heusi Netto).

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentee a sesseoos Sm . Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Baleeiro, Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o DoutorOscar Correia Pina, Procurador-Geraldo Republica , substituto.

Brasilia, 21 do main de 1968. -Guy Milton Lang, Secretario.

CONFLITO DE JURISD14rAO No 4.010 - GB

(Tribunal Pleno)

Relator: 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Suscitante: Tribunal Regional do Trabalho - l .a Regiao. Suscitado: Tri-bunal Federal de Recursos.

Reclamap o trabalhista contra autarquia previdenciaria. Com-pet6ncia da Justice do Trabalho. Conflito procedente.

AC6RDA0 plenaria, no conformidade do ata doVistos, relatadoe a discutidos Bates julgamento a des notes taquigrificas,

autos, acordam os Ministros do Su- por unanimidade de votos, julgar pro-premo Tribunal Federal, em sessao cedente o conflito.

630 R.T.J. 46

Brasilia, 22 de fevereiro de 1968.- Luis Gaflotti, Presidents - Os-waldo Trigueiro, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:0 Juiz do Terceira Vara do Fa-

zenda P6blica do Estado do Guano.here julgou procedente a reclamagiodo Jacy Ferreira do Silva contra oInstituto de Aposentadoria a Pensoesdos Bancirios, a qual foi ajuizada em1961 a originariamente distribu'da aQuarts junta de Conciilagao a Julga-mento ( f. 171).

Tenedo o I. A. P. B. recorrido parao Tribunal Federal de Recursos, deu-se este por incompetents , em face dodecisao do Supremo Tribunal Federalno CJ 2. 759, mandando os autos anTribunal Regional do Trabalho, quasuscitou conflito negativo de jurisdi-gao (f. 197).

O parecer do douta Procuradoria-Geral de Republica 6 o seguinte:

"Trata-se de conflito negative, re-lativamente a competencia recursalpare julgamento de agao trabalhista,julgada procedente por sentence de11.1.65, ut f. 171 -3, do Dr. Juiz deDireito do 3.0 Vara do Fazenda Pu-blica no Estado do Guanabara, pro-cesso no qual as reclamou contra oInstituto de Aposentadoria a Pens6esdos Bancirios ( IAPB ), autarquia fe-deral.

Opino pela procedencia do conflitoe pale competencia do ilustre Tribu-

nal suscitante, nos termos do Juris-prudencia do eg . Supremo TribunalFederal no exegese do an. 134 donova Constituigio do Brasil".

VOTO

0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:(Relator): - De ac6rdo corn o pa-recer, qua esti apoiado no jurispru-dencia do Supremo Tribunal , julgoprocedente o conflito a competente oTribunal do Trabalho do PrimeiraRegiao.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.010 - GB - Rel., MinistroOswaldo Trigueiro . Suste ., TribunalRegional do Trabalho - l .a Regiao.Susdo . Tribunal Federal do Recur.SOS.

Decis5o : Decidiu-se unanimementapela competencia do Tribunal Regio-nal do Trabalho de l° Regiao.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti . Presentee, os Srs. MinistrosMoacyr Amaral Santos, ThemistoclesCavalcanti , Raphael de Berms Mon-teiro, Adaucto Cardoso , Djaci Fal-cao, Eloy do Roche, Oswaldo Triguei-ro, Adalicio Nogueira , Evandro Lins,Hermes Lima, Victor Nunes a Gon-salves de Oliveira . Licenciado, o Se-nhor Ministro Lafayette de Andrade.Ausente, justificadamente , o Sr. Mi-nistro Aliomar Baleeiro.

Brasilia , 22 de fevereiro de 1968.- Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Diretor-Geral.

CONFLITO DE JURISDIQAO N4 4.188 - SE

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Eloy do Roche.

Suscitante: Auditoria do 6° Regiao Militar - Salvador - Bahia. Susci-

tado: Ju'zo de Direito do Comarca de Santa Luzia do Itanhi -Sergipe,

Nao se incluem na competencia do Justiga Militar, definida

no art . 122, § 1.0, do C.F., do 1967, o processo a julgamento dos

crimes contra a economia popular. - Competencia do Juatiga

Comum.

ACORDAO

Vistos, etc.Acordam as Ministros do Supremo

ma, par votagao unenime, julgar pro-

cedente o conflito a competente a

Tribunal Federal, em Terceira Tur- Justica Comum.

R.T.J. 46

Brasilia , 7 de junho de 1968. -Gongalves do Oliveira, Presidents, -Eloy do Roche, Relator.

RELATOR 10

O Sr. Ministro Eloy do Rocha: -Trata-se de conflito de jurisdifao en-tre o Dr. Juiz de Direito do Corner-ca de Santa Luzia do Itanhy, Estadode Sergipe, e o Dr. Juiz Auditor, daAuditoria do 6.a Regiio Militar, pereste suscitedo , pare processor a jul-gar Francisco de Assis Gois , indiciadocomp incurso em crime contra a eco-nomia popular, por fate ocorrido em18.12.66.

A dome Procuradoria-Geral do Re-publica opinou pale competencia daJustica Comum.

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Eloy do Roche(Relator): - Nio so incluem nocompetencia do Justiga Militar, de-

631

finds no art. 122, 9 1.0, do C.F. do1967, o processo a julgamento doscrimes contra a economic popular.

Julgo precedents o conflito a com-patents a Justice Comum.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.188 - SE - Rel., Minis-tro Eloy do Roche . Suste ., Audito•ria do 6•a Regi5o Militar -- Salva-dor - Bahia . Suede ., Juizo de Di-reito do Comarca de Santa Luzia doItanhy - Sergipe.

Deciseo : Procedente a competente0 Juiz do Direito. Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-salves de Oliveira . Presences a ses-sso no Srs . Ministros Hennes Lima,Eloy do Roche, Amaral Santos,Thompson Flores a o Dr . Oscar Cor-reia Pine, Procurador-Geral de Re-publica, substitute.

Brasilia , 7 de junho de 1968. -Jose Amaral, Secretario.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANQA Ns 16 . 724 - SP

(Terceha Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Gonsalves de Oliveira.

Recorrentes : Mario Ceregatti a sua mulher . Recorrida : Prefeitura Muni-cipal do Mogi-Mirim.

Concorrencia Publics . Tendo side lavrado o confrato do pro-measa do verda, niio podia tal inetrmrtento bilateral ter ado annla-do unilateralmente, per are administrative do Prefaito . Ressalva-se on Municiplo o direito de resciaao contratual no via ordinaria.

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Terceira Terms do Su-premo Tribunal Federal , per deciseounanime, der provimento em parts,de ac6rdo core as notes taquigr6ficas.

Custas no forma de lei.

Broglie , 19 de abril de 1968. -

Gonfalves de Oliveira, Presidents e

Relator.RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Gonsalves de Oli-veira : - Miro Ceregatti impetroumandado de seguransa contra o are

do Prefaito Municipal de Mogi-Mirimquo anulou, cinco ones, depois de rea-lizada, urea conconencia s6bre vendade imovel.

Fundou-se o Prefeito no Aire doedital quanto a area do terreno6.163,40m2 quando a area do im6-vel a de 61 . 634m2, alem de qua, en-tre a publicagio do edital e a aber-tura des propostas no teria decor.ride o prazo de 15 dies a qua as re-fire o Regulamento Geral de Conta-bilidade P6blica; faits de laudo deevaliagio a entree irregularidades.

0 qua assinalou o impetrante 6 quas6mente 5 anos apes a concorrencia,

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quando je ate teria decorrido o prazode prescricao , por erro, a qua se lem-brou a Prefeitura de tais nulidades.De outro lado , quanto a dimensao, tra-ta-se de erro aritmetico evidente,pois mencionou o edital as medidaslineares : 405m, 315m a 270m:

"Comeca no circa do PER, no mar-gem do asfalto a segue uma distan-cia de quatrocentos a cinco metros(405,00 metros) ate encontrar urnscerca de arame do campo do aviacao,dal vira pare a esquerda a segue palsmesma , numa distincia de 315,00 me-tros ( trezentos a quinze metros) ateencontrar um valo qua separa 0 ter-reno do Dr . Boaventura Gravina; daivine pare a esquerda a segue pelovalo numa distincia de 270,00m(duzentos a setenta metros ) ate en-contrar a cerca do PER, no margemdo asfalto Mogi-Mirim -Campinas; datvira pare a esquerda a segue For easecerca ate o ponto inicial , visto eavaliado per Cr$ 155.000,00 (centoe cinqiienta a cinco mil cruzeiros).

Como se ve, houve avaliacio.

O mandado foi indeferido, assina-lando o magistrado , em eua senten-ga: (le).

O acbrdao manteve a sentence:

"Nao foi observado o prazo dequinze dies , pelo menos , qua deve sercontado de publicacao do edital. Nofoi publicada , corn precisio, a areado im6vel qua devia ser vendido. Asentenca ester sdlidamente fundamen-tada a nao a atingida pales raz6es dominute dos Impetrantes . Oportunasas referencias so art . 16, § 1°, n. III,been come aos arts . 84 a 108 do LeiOrginica dos Municipios a aos arti-gos 745 a 756 do Regulamento parea execucao do C6digo de Contabilida-de Publica".

Dai o presente recurso, manifestan-do-se a Procuradoria -Geral polo des-provimento.

"1. Opinamos no sentido de quase negue provimento so presente te-curso, de acbrdo corn o pronunciamen-to do Procuradoria -Geral de Justicado Estado de Sao Paulo ( f. 114-116).

2. 0 acbrdao recorrido (f. 121-125),so contrario do qua austenta o recor-rents, colocou-se am harmonia com ajurisprudencia do Colendo SupremoTribunal Federal, compendiada noSumula 346:

"A Administmcao P(sblica pode de-clarar a nulidade dos seus pr6priosatos".

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Minis Ire Gonsalves de Oli-veira (Presidente a Relator): -Trata-se de concorrencia pare vendado terreno. Em virtude dela, foi ce-lebrado o contrato de compra a ven-ds alegando a parts quo ha quitaciode preco.

Quanto a metragam do terreno,alega o recorrente qua as dados doedital - esclareceu tratar-se de erroaritmetico a area indicada no edital.Mas a questio a sem duvida delica-do: poderia haver equivoco de tercei-ros interessados , menos esclarecidos.Dal a questio : poderia a concorrencia,no caso , ser anulada , per decisao ad-ministrativa?

Sibre o assunto , o Ministro PedroChaves emitiu parecer , a pedido dorecorrente, parecer qua assim con-clui:

"Palo exposto a resumin4o as con-sideracbes qua expendi , respondo aosquesitos quo me foram propostos.

0 Prefeito Municipal de Moji-Mi-rim nao podia anular per autoridadepr6pria, sem recorrer so Poder Judi-ciario, um contrato de compromissode compra a venda de um imbvel,cinco ones ap6s a sua celebracio.Tratando-se de urn compromisso docompra a venda , quitado, contrato dedireito privado , qua s6 pods ser con-siderado come contrato administrati-vo impr6prio, a acao pare anula-loprescreve em quatro anos , no formado art. 178, § 9.°, n.° V, do C. Civ.,e nos tennos do art . 766 do Reg. doC6digo de Contabilidade Publics. 0erro material referente a area doim6vel , constante do publicacio doedital de concorrencia , 6 erro grossei-

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ro, palpavel a evidente, passvel decorregao a qualquer tempo, nao im-plica no nulidade do edital, cuja pu-blicacao per outra forma permitidaon lei preencheu a am finalidade as-Pacifica.

E o meu parecer, qua submeto soexame dos doutos".

Eaton em qua o Prefeito, tondoaide lavrado o contrato de promessado venda , ja agora (f. 7), - con-trato feito em conseg06ncia do con-correncia, - no podia tal instrumen-to bilateral ter side anulado unila-teralmente , per ato administrative doProf eito.

No case, tendo side lavrado con-trato bilateral e o ato haver perdura-do per mais de 5 anos, sabido quaas acres de anulaeao decorrente deerro prescrevem em 4 anos, s6menteper acao ordin6ria , cone amplo de-bate a garantia de defesa , seria pos-sivel, em teas, tal anulagio.

A proposta do ore recorrente foia melhor proposta des qua foramapresentadas, foi de Cr$ 210.000,00quando a avaliagio do im6vel acusaa cifra de Cr$ 155 . 000,00.

Men voto Palo exposto 6 polo pro-vimento, em parte, do recurso, pareressalvar so Municipio de Mogi-Mi-rim o direito de aceo de rescisao novia ordin6ria , para decisao qua forde direito a de justiga.

ADITAMENTO AO VOTO

0 Sr. Ministro Conceives do Oli-veira ( Presidente a Relator): - Emrelagao a essa questeo do ato admi-nistrative , a Sumuia realmente dizqua as area administrativos podem seranulados . Mas a regra, em nosso di-reito, 6 a de qua no atos administra-tivos do qua resultam vantagem soparticular nao podem ser anulados, sal-vo quando eivados de nulidades , isto 6,quando violam expressamente a lei,quando he erro manifesto, on perimoralidade administrative.

No case , poder-seria alegar qua anulidade so d6 per arm manifesto,porque a metragem do terreno indi-cada 6 muito inferior . 0 tarred ti-

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nha 61 . 634 metres quadrados a pu-blicaram no edital quo media ....6.163,40 metros quadrados, corn aomisseo do algerismo um.

O advogado do Municpio, do tri-buna, diz qua pessoas ignomntes naopoderiam deduzir pale indicaFao dosmetragens de trezentos metros de umlado a duzentos do outro qua o tar-red teria seis on sessenta mil metrosquadrados . S6 peasoas qua tivessemcapacidade pare fazer contas 6 quapoderiam averiguar ease ponto: qua oterreno non tinha apenas eels mil me-tros.

A questeo 6 muito delicada, por-que, realmente, o edital deve ter in-dica4ao certa, dove ser claro a pre.ciao.

O Ministro Pedro Chaves, no pa-recer qua o advogado solicitou, comatamb6m o pr6prio advogado , reiteramas alegag5es do qua a ease 6poca j6estava incursa na prescrigio o direi-to do Porto de antler a contrato porerro, pois qua a prescriVio a de qua-tro anos.

O qua entendo a reepeito, a no mouveto chego a esta concluseq 6 quanao podia o prefeito, por ato unilate-ral, anular uma concorrencia, quandoja em virtude dela so havia colebra-do um contrato e j6 decorrera umprazo do cinco anos d8aso mannacontrato . Mas, ressalta, , expressamen-te, a via ordinhria pare ampla dis-cuaseo desse ponto . A questeo a con-tmvertida pare an anulada unilateral-mente, sem audiencia do parte con-tr6ria.

Asaim men veto a no sentido dodar provimento em parts so recurso,porque ressalvo expressamente o di-reito do agio do Prefeitura do plei-tear, num protease contradit6rio, anulidade dessa concorrencia , e, con-sequentemente, a nulidads do contra-to de aquisigeq Pam qua se decidaa controv6r3ia em Juizo come for dodireito a do justiga.

No case concrete, dove dizer quohouve proposta inferior i do racer.route s6bre We mesmo terreno, con-forms conata doe autos . 0 terreno foi

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avaliado em Cr$ 155. 000 antigos aadquirido por Cr$ 210.000. A ou-tra proposta qua foi apresentada 6superior a avaliafao , mas inferior aproposta do recorrente aceita.

De qualquer forma, entendo qua amateria 6 muito delicada e merece re-exame atento no Justica OrdinOria, asassim o entender a Prefeitura a pro-puser agAo.

Palo exposto dou provimento emparts on recurso.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Sr. Presidente , o mandado de se-guranca invests contra o procader doautoridade administrative municipal,qua per sue pr6pria initiative , pessoal-mente , houve por been rever o atedo Administrapio anterior e, conside-rando-o eivado de faltas, anulou-o.

Sucede qua 6sse ate, qua era a con-corr6ncia administrative , jfi bavia dodomargem, per via de conseg66ncia, auma promessa de compra a vends doim6vel qua the servira de objeto. Desorts qua a nulidade declarada perate unilateral do Prefeito importouem repercutir no ate subsequente, ocontrato de promessa de compra evenda.

Tenho qua tanto a Doutrina comoos julgados aceitarn qua a Adminis-trasio reveja seus pr6prios atos,anulando-os, negando-Ihes cumprimen-to quando eivados de forma tal qua,no realidade , formam atos jur`dicosHalos nos t6rmos do C6digo Civil.

Nio me parece qua seja a hip6tese,mixime , face a repercussio ji mani-festada.

Dou provimento so recurso, con-

vindo ressalvar a Administra $io a viajudicial pare postular a nulidade asassim o entender.

E o men vote.VOTO

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -Sr. Presidente, entendo qua essaconcorrOncia pare venda de um im6-vel corresponds a um ato complexo,em qua neo as pedant separar os ele-mentos qua o composm . Desde quado concorr6ncia as produziram todosas efeitos consistentes numa escritura

de compromisso de compra a venda,nio vejo como posse o pr6prio poderadministrativo anular o ato.

Como segundo ponto, encaro o vi-cio contido no ate administrative, sovicio exists . Trata-se de vicio quoimports em existAncia de nulidadeabsoluta on trata-se de vicio qua im-porte operas em anulabilidade? Naovejo nenhum texto de lei qua, demodo expresso , declare a subsistinciado concorr6ncia em rela4ao it Areadeclarada do im6vel . Nio me parecequa exists um elemento de naturazaformal necessario , qua neo tivesse sideobservado no concorr6ncia . Portanto,os vicios apontados nio sio de natu-reza absoluta . Nao important em nuli-dade absolute, mas sit em nulidaderelative, isto 6, os atos seo anulOveis.Ora, us atos seo anuleveis nos casesdo art . 147 do C. Civ. a aqui cornmais razio . 0 qua as alega 6 quahouve Ciro de declaragio do Area doim6vel . Ora, 6rro 6 motive qua deter-mina a anulabilidade do ato.

O Sr. Ministro Gongalves de Oli-veira ( Presidents a Relator); - PaloC6digo Civil, 6rro a qua so refers oC6digo A 6rro de consentimento.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -R 6rro em todo sentido, 6rro de fatetamb6m. Houve 6rro. Como iriamosagora declarer vicio insanavel a ale-g6vel a qualquer tempo o fato deste6rro?

O Sr. Ministro Eloy de Roche: -Mas alegou-se a nulidade tamb6ns, odefeito per falta do formalidade es-sencial.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Sim. Eu pergunto : Seria formalidadeessencial ? Qual a lei qua dispoequa, na venda do im6vel por concor-r6ncia, se deve der a area?

O Sr. Ministro Eloy do Roche: -Alega-se.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Mas qual a lei qua deteimina do es;s6ncia do ate? Se nio a do ess6nciado ate , o vicio neo importa em nuli-dade, mas apenas em anulabilidade.

O Sr. Ministro Conceives de Oli-veira (Presidente a Relator): - Niocontesto nem acolho expressamente6sse fundamento , porque, pare mim,

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esta questio s6 pods ser decidida comampla apreciasio pela Justice ordini-ria a nio quero qua ele fique pressa pronunciamentos , s6bre este ponto,do Supremo Tribunal Federal.

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -Nestas condisoes , Sr. Presidents, douprovimento an recurso em sua intei-reza, pare qua no se posse mais de-clarar nula a concorrencia , own, as-aim, consegiientemente , nula a escri-tura de compromisso , porque as tratade urn vicio qua apenas importava emanulabilidade do concorrencia a niono nulidade de mesma.

E o men voto.VOTO

0 Sr. Ministro Eloy da Rocha: -Sr. Presidents , a irrecusivel que aAdministmsio Publica pods declarera nulidade dos sous prcprios ems.Mas, o eminente Ministro AmaralSantos acentuou a particularidade, japonderada no vote de V. Excia., dequa as tram , no caso , de contratoqua, nio obstante precedido de con-corrincia plblica, as aperfeisoou coma celebrereo do compromisso de com-pro a vends. A concorrencia pods seranulada, on, ate, revogada. Nio haease poder , porem, relativamente socontrato em discussio . Nio as tratade contrato administrativo pr6priamen-to dito, contrato de direito phblico,senio de contrato , cujo objeto, a con-pro a venda de bete publico, 6 estra-nho it atividade administrative, a noqual a pessoa administrative se apre-sente no mearna posisio do pessoa

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privada com quern contrata. Deveconsiderar-se, no especie, a naturexa docontrato, em razio do sou objeto.

Se hi defeito qua, do ac6rdo como art. 145, on corn o art. 147 doC. Civ., determina a nulidade on aanulabilidade do contrato, a questios6 pods aer dirimida polo Poder Ju-diciirio, a nio polo Poder Adminis-trativo . Com esse entendimento, nioexamino as defeitoa do ato impugna-do pole Administrasio Publica a see 6case, exclusivamente , de anulabilida-de. Acompanho o voto do eminenteMinistro Relator, pare der provimen-to so recurso.

EXTRATO DA ATA

RMS 16 .724 - SP - Rel., Mi-nistro Gonsalves de Oliveira . Rectos.Mario Ceregatti a sua mulher (Adv.Theotonio Negrio). Reads. Prefei-tura Municipal de Mogi-Mirim (Adv.Dayraon Chiarelli).

Decisio: Deu-se provimento, emparts, sendo quo o Ministro AmaralSantos dava provimento em termosmais amplos. Falaram, pelos Rectes.,o Doutor Theotonio Negrio, 0 , . paleRecda ., o Dr. Dayrson Chiarelli.

Presidencia do Sr. Ministro Gon-calves de Oliveira . Presentee a sea-sio as Srs . Ministros Eloy do Rocha,Amaral Santos, Thompson Flores e oDr. Oscar Correia Pine , Procurador-Geral de Republica, substitute. Au-sente, justificadamente, o Sr. Minis-tro Hermes Lima.

Brasilia, 19 de abril de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

RECURSO DE MANDADO DE SEGVEANQA Nv 18.007 - SP

(Primeira Turms)

Relator: 0 Sr . Ministro Victor Nunes Leal.

Recorrente : Leovergilio Moreira . Recorrido : Secretirio de Estado dos No-g6cios do Educasio.

1) Concurso . Documento . Prato do juntada.2) Se o titulo (conclusio de curse) f6ra obtido ate 3112.65,

a prove documental do mearno podaria ser obtida, posteriormente,deeds, quo apresentada, como aconteceu, no prase dos inscrisoes.

3) Interpretaseo _ da L. eat . (SP) 3.824, do 6.2 . 57, art. 9?

ACORDAO moire Tunna do Supremo TribunalVistas, relatados a discutidos estes Federal , no conformidade do eta do

autos, acordam as Ministroa da Pri- julgamento a des notes taquigrificas,

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por unanimidade de votos , dar pro-vimento so recurso, em parts.

Brasilia , 12 de fevereiro de 1968.- Victor Nunes Leaf, Presidente eRelator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Victor Nunes (Pre-sidente): - 0 recorrente impugnou,em mandado de seguranga , os pontose, consegiientemente , a classificagio,que the foi dada em concurso paraDelegado de Ensino, em Sao Paulo.

Parecer contrfirio do Procuradoria-Geral do Republica ( f. 66).

VOTO

0 Sr. Ministro Victor Nunes (Pre-sidente a Relator): - 0 ac6rdio re-corrido tern um fundamento princi-pal, o de ter sido tardia a prove, peloimpetrante, do conclusiio do Corso dePedagogia , a ainda um fundamentocomplementar , Cu seja , qua a certifi-cado entao oferecido nao esclareciaem qua ano fora conclu sdo o curso.

O Tribunal de Justiga (f. 43 - Quanto so primeiro ponto, no meMS 160 . 062, de 7 . 3.67) indeferiu o parece adequada a interpretagio dopedido, unanimemente, parque naoelidida a informagio da autoridadeno sentido de que foi tardia a apre-sentagao , a autoridade administrative,dos documentos em quo baseia a onereclamagio de pontos mail altos. Taiselementos deveriam set apresentadosate 31 . 12.65, consoante a L. 3.824,de 6.2 .57, art. 3.°.

Transcrevo do ac6rdao este t6pico:

...o documento do f. 7 apenas de-clara qua o impetrante estava matri-culado no 4.0 ano do Faculdade doFilosofia, Ciencias a Letras de Mogides Crazes , durance o ano do 1965.E qua concluiu o curso , sem dizerquando. De qualquer maneira, o do-cumento a datado de 28 .1.66, forado prazo exigido polo referida Lei3.824 (ate 31 . 12.65 ). Conseguinte-mente, mesmo que tivesse apresentadotal certificado , o terse feito ser5dia-mente".

0 impetrante recurrent pare o Su-premo Tribunal (f. 48). Ten lo pro-vado, oportunamente, a conclusao docurso de Pedagogia em 1965, f6raabusivo o ato do Comisseo Julgadoraqua mandou substituir o certificadode f. 7 pelo respectivo diploma. Foi,assim, ilegalmente alterada sua clas-sificagao , mediante provimento de re-curso administrativo de outro candi-dato . A lei nao se referia a apresen-tageo de prove colhida ate 31 dodezembro , mas a "elementos obtidos"ate aquela data . Referia-se, pois, nofato gerador do direito . A compro-vaceo de tais "elementos" poderia serfelts, como o foi , ate 31 . 1.66, datado encerramento des inscrigoes.

lei, qua fazia depender a classifica-geo do "elementos obtidos ate 31 dodezembro do ano anterior " no des ins-crigoes . Tratando-se de titulo com-probat6rio de merecimento , nao po-deria o legislador ter-se referido, nes-sa passagem , a obtengio do prove ateaquela data , mas a obtengao do titulono seu sentido intrinseco . 0 legisla-dor quis premier quern houvesse obti-do tais on quaffs t tulos . nao quemtivesse Lido a cautela do so munir,antecipadamente, (da prove respecti-ve, pois 0 concurso nao visava a apu-ragao do sense de previdencia doscandidatos.

Se o titulo (conclusao do curso)f6ra obtido ate 31 . 12.65 , a provedocumental do memo poderia ser ob-tida, posteriormente , desde que apre-sentada, coma aconteceu, no prazodes intrigues.

Nio prevalece, pois, a principalrazio de decidir do acbrdao recorri-do. Rests o fundamento do deficien-cia do certificado de f. 7, o qual meparece irrelevante . Esae documentofora expedido em 28.1 . 66. Nele sedizia que, em 1965 , o candidate as-tava cursando 0 4.0 ano do Curso dePedagogic "durante o ano de 1965"e tambem qua o candidate concluirao curso , corn as notes que o documen-to especificava . Contra a eficecia dodocumento s6 seria oponivel a possi-bilidade de ter sido conclu sdo 0 cursoem exame suplementar , Cu de segun-da'epoca, posteriormente a 31 de de-zembro . Mas isso no era presumivel,nem assim entenderam as julgadoresno primeira classificagao , porque o

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certificado era, repito , de 28 de Ja-neiro. No recurso , foi suplementadaprove corn o atestado de f. 56, peloqual o torso foi efetivamente con-cluido em 1965 , mas sobre ease do-cumento no so manifestou o Tribu-nal de Justice.

Por Asks ultimo motivo, dou provi-mento apenas em pane an recurso,pare cassar o acordio recorrido e man-der proceder a n6vo julgamento, afas-tado 0 obsteculo de ter sido tardiaa prove do conclusio do Corso dePedagogia . 0 Tribunal a quo apre-ciari o valor dessa prove, quanto aclassificarao, e a matiria restantecomp for do direito.

VISTA

O Sr. Ministro Osvaldo Triguoi-ro: - Sr . Presidents , peto vista dosautos.

EXTRATO DA ATA

RMS 18 . 007 - SP - Relator Mi-nistro Victor Nunes . Recte. Leover-gilio Moreira (Adv. Luis Gonzagado Campos ). Recdo . Secretirio doEstado dos Neg6cios de EducaFAo(Adv. Junqueira do Freitas Ca-margo).

Decisao : Adiado , apps o voto doRelator pelo pedido de vista do Mi-nistro Oswaldo Trigveiro.

Presidencia do Sr . Ministro Vic-tor Nunes . Presentes as Srs . Minis--tros Oswaldo Trigueiro, Banos Mon-

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teiro e o Dr . Oscar Correia Pins, Pro-curador-Geral do Republica , substitu-to. Ausente, justificadamente, o Se-nhor Ministro Djaci Falcao. Licen-ciado , o Sr. Ministro Lafayette doAndrade.

Brasilia, 12 de dezembro de 1967.- Alberto Veronese Aguiar, Secrete-rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Osvaldo Triguci-ro: - Sr . Presidente, estou de intei-ro acurdo corn V. Excia., dando pro-vimento, etn parts, an recurso.

EXTRATO DA ATA

RMS 18 .007 - SP - Rel., Mi-nistro Victor Nunes. Recte . Leover-g'lio Moreira (Adv. Luiz Gonzaga deCampos ). Recdo. Secretirio de Es-tado dos Negocios de Educoc o (Ad-vogado, Junqueira de Freitas Ca-margo).

Decisao: Dado provimento em par-ts, unanimemente . Impedido o Ss-nhor Ministro Barron Monteiro.

Presidencia do Sr . Ministro Vic-tor Nunes . Presentes , os Srs. Minis-tros Oswaldo Trigueiro , Djaci Fai-cao e o Dr . Oscar Correia Pine, Pro-curador-Geral do Republica , substitu-to. Licenciado, o Sr. Ministro La-fayette de Andrade.

Brasilia , 12 de fevereiro de 1968.- Alberto Veronese Aguiar, Secreti-rio.

RECURSO DE MANDADO DE SEGUEANQA Nt 18.225 - GB

(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Eloy do Roche.

Recorrente : Gliucio Brant do Morals . Recorrido : Inatituto National dePrevidencia Social.

Mandado de Seguranga - Medico de instituiFio de previ-dencia social; acumulafao.

Direito de opyio, previsto no art . 53, pardgrafo unto, doL. 4.242, de 17.7.53, antes de instauragao de proceaso adminis-trativo, sem distinyao ontre as hip6teses de boa ou ma-f6 do fun-cionerio. - Ilegalidade de deadssio, quando nao assegurado dssediraito.

AC6RDAO Turma, por votacao unanime, darAeord,am etc. oa Ministros do Supre- provimento ao recurso, no conformi-cor

mo Tribunal Federal, on Terceira dada dos notes taquigrificas.

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Brasilia, 29 de marco de 1968. -Gonfalves do Oliveira, Presidents -Eloy do Roche, Relator.

RELAT6RIO

constava a relaS5o de medicos do Es-tado, em plant6es no Departamentode Pronto-Socorro a Medicina Legal,naquele dia . Dentre os facultativosem plantao, - o Doutor GlaucioBrant Moraes.

O Sr. Ministro Eloy do Rocha: -Glaucio Brant de Morals impetroumandado de seguran4a contra o Pre-sidente do junta Interventora no Con-selho Adminiatrativo do Instituto deAposentadoria a Pensoes dos Ferro-viarios a Empregados em ServicosPublicos, objetivando a anulaGao doato de sua demissao , datado de4.6.65, do cargo de medico , lotadono Delegacia Estadual de Minas Ge-rais. Fundou-se o ato nos arts. 188e 189, combinados com 0 arti-go 193 , paragrafo unico, do L. 1.711,de 28 .10.52, porque o impetranteexercia, tambem, a fung5o do medi-co, contratado, do Estado do MinasGerais . Alegou o impetrante qua odispositivo legal , qua serviu de ful-cro pare aua demissao, fora revoga-do, parcialmente polo art . 53, pere-grafo unico , do L. 4.242, de 17.7.63.

O impetrado, em suss informag oes,a f. 17-24, declare ter o impetranteagido de ma-fe, acumulando ilegal-mente . Acrescenta qua o preceito le-gal, por ale citado, opens criou tonsforma de fiscalizacao des acumula-Soes, nao revogando os dispositivosdo L. 1.711, de 1952. S6bre os fa-too, esclarece o impetrado:

"A origern do Inquerito.

0 impetrante - Doutor GlaucioBrant de Morass foi nomeado medi-co, padrao K, interino , do IAPFESP,pela portaria n.0 CAPFESP -3.483, de 24 . 3.60, com lotasao noDelegacia de Minas Gerais , em BeloHorizonte, tendo entrado no exerci-cio do cargo em 8 de abril daquelemesmo ano ( 1960).

Nessa situa4ao so encontrava, quan-do a Procuradoria Regional do ....IAPFESP, em Belo Horizonte, repre-aenta so Delegado, encaminhando aDiario Oficial Mineiro - Minas Ge-rais, de 3 de ag6sto de 1963, onde

Autuada a representacao , com pa.racer regional , veio 0 processo a eatsAdministra4ao Central pare autorizaro processo administrativo , o qua foifeito atraves do Portaria IAPFESPn.° 5.902, do 31.12.63.

O inquerito administrativo, regular-mente processado , opts coligir as pro-vas, ouvir o interessado, abrir-]he pra-zo pare defesa , tudo no forma a t6r-mos dos arts . 217 a seguintes deL. 1.711, de 28.10.52, apresentousou relat6rio foal a esta Adminiatra-cao Central.

Os fat" apurados.

Neese trabalho de inquerito, a Co-miasao, presidida por urn procurador,verificou qua o impetrante ja erafunciondrio do Estado do Minas Ge-rais, desde longa data, ou seja, a con-tar de 5 de maio do 1951 , tendo em1959, sido exonerado do carreira doEstatistico, pare ingressar no de me-dico do referido Estado.

Ainda mais, a par dos requisitosessenciais pare o provimento de car-go publico federal enumerados noart. 22 de L. 1.711, do 28 .10.52,a contar de 2.8.54 , por exig6ncia

do D. 35. 956, daquela data, exigo-se, tambem, declaracao expressa deacumula$eo de cargos.

De fato, estabelece o citado

D. 35.956, de 2.8.54 , qua regula-mentou os arts . 188 a 193 do Lei1.711-52, relacionados com a acumu-lagao, em aeus arts. 16 a 18 , verbis:

"Art. 16. 0 provimento em cargofederal de quem ja ocupe outro emqualquer des entidades , enumeradas noart. 2°, ou esteja no g6zo do epo-sentadoria ou disponibilidade, fleacondicionado a comunicacao dessefato, feita pr6viamente on no aft daposse.

R.T.J. 46 639

Art. 18. Aptis a publica£ao desteregulamento , a acumula£eo deveraaer declarada , de modo expresso, noato de provimento".

For isso mesmo, quando do provi-mento do impetrante no cargo de me-dico do IAPFESP, foi-lhe exigido,por escrito, declarasse se exercia onNo outro cargo p6blico, sue negati-va astuciosa ago se fez esperar, va-sada nos seguintes termos:

"Declaro, pare fins de posse, pe-rante a CAPFESP, qua no exer£ocargo pAblico de natureza federal, es-tadual , municipal a autarquica. BeloHorizonte, 7.4.60 - Gleucio Brentdo Morass".

O n6vo diploma legal, como seobserve dos seus termos. criou umapresun£ao absolute de boa-fe no quorespeita as acmnula£6es vedadas palelei, so determiner a realiza£ao doCanso peri6dico pare, a6 enteo, im-por so funcionerio, no prazo all as-sinado, do trinta dies , optar por urndales.

Ora, tal norms imports em verde-deiro perdao para as acumula£6es,ainda qua de ma-f6, formadas ante-riormente a realiza£ao do Canso fun-cional , sendo assim ilegal o ato dodemissao do requerente , corn invoca-£iio do disposto no L. 1. 711, de 1952,cujos arts . 192 a parAgrafos forammodificados.

Chamado a explicar-se, excusa-sed"ease procedimento, atraves do soudefensor, afirmando "desconhecimentudo lei", been como de sua exata po-si£ao funcional perante o Estado doMinas Gerais".

O Dr. Juiz de Direito do SegundoVera do Fazenda Publica, do Estadodo Guanabara , em senten£a de25.4.66, concedeu a seguran£a, de-terminando a reintegra£iio do impe-trante no cargo qua vinha exercendo.Entre os consideranda do senten£a, en-contra-so este, a prop6sito do art. 53,e parigrafo fmico, do L. 4.242:

.art. 53 . 0 Instituto Brasileirode Geografia a Estatistica realizar6Canso peri6dico dos servidores pbbli-cos do Uniao , a dos Autarquias a En-tidades paraestatais.

ParAgrafo fmico. Publicado o re-sultado do Canso , com no elementosprecisos de identifica£aq tempo deservi£o, cargo on fungi c, do servidor,vencimentos a vantagens on proventospercebidos, o servidor quo acumular,cargos, fun£6es on provimentoe comviolag5o dos preceitos legais tare 0prazo de 30 that pare manifestar op-Sao por urn dales, sob pone de ins-taura£ao de processo administrativopolo Departamento Administrativo doServi£o Pbblico".

Nao as trata coma pretends a ilus-tre autoridade impetrada de merodispositivo para facilitar o exerciciodo fiscaliza£iio do acumula£iio proibi-do, mas aim, de nova discipline desacumulag6es ate entiio existentes,criando-se a favor do funcionerio umanova oportunidade pare desacumularmediante op£ao por um dos cargos.

Nestas condi£6ss a considerando amais qua dos autos consta , concedo aseguran£a impetrada pare determinera reintegra£ao do impetranto no car-go qua vinha exercendo.

Castes or loge.

Recorm de Of=cio.

P.R.I.

Rio de Janeiro, 25 . 4.66. -Wellington Moreira Pimentel, Juiz doDireito".

Houve recurso de officio a agravode peti£eo voluntirio , f. 37-41, ten-do o agravado apresentado contra--raz6es a f . 44-49 . A Terceira Tur-ma, do eg . Tribunal Federal do Re-cursos, por unanimidade , cassou a se-guran£a, em ac6rdeo de 21 . 11.66,qua tem sate ementa: "Servidor P6-blico . Reintegra£ao - A mat6ria es-cape so ambito do mandado de se-guran£a, por envolver aprecia£iio dofaros a de provas, e6 deslindAveis pelavia ordineria".

640 R.T.J. 46

Glaucio Brant de Morais , incon-

formado, interp6s recurso ordinario

pare Oste Tribunal . Alegou qua o

siesta incidiu em equivoco, porquan-

to o ato impugnado feriu direito li-

quido a certo do recorrido , servindo

as fatos, enunciados no initial, so-

mente pare comprovar a leseo ocor-

rida; eegou, ainda, qua o acordao re-

corrido , prolatado em 21.11 . 66, neo

atentou pare a circunstencia de qua

a E.C. 20, de 25 . 5.66, admitiu, ex-

pressamente, a possibilidade de acumu-

lagao de dois cargos de medico, como,

atualmente, preceitua a Constituigao

de 1967, no art . 97, inc. IV. As

contra -razOes do recorrido estao a

f. 70-73 . A douta Procuradoria-Geral

de Republica opinou pelo neo provi-

mento do recurso.

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Eloy do Rocha

(Relator): - Impugna-se , no man-

dodo de seguranga , ato de demissa-o

praticado em 4.6.65 . Neo obstante o

precedents invocado polo impetrante

- R.T.J. 39/68-69 -, neo dou, pets

aplicageo, so caso, do E.C. 20, de

25.5.66 , qua alterou a redagao do

art. 185 de C.F. de 1946, on do

art. 97, inc. IV, do C.F. do 1967.

O art. 53 , paregrafo unco, do

L. 4.242, de 17 . 7.63, silencia s5-

bra a prove do boa-M, exigida n3

art. 193 do L. 1.711, para a opgao

por urn dos cargos . PrevO aquOle

dispositivo outro mein de verificageo

do acumulagao proibida a assegura o

direito de opgao, antes de instaura-

gao de processo administrativo, sera

fazer distingao entre as hip6teses do

boa on me-f6 do funcionario. Na es-

pecie. neo foi assegurado so impe-

trants o direito de opgao.

Dou provimento an recurso, parsrestabelecer, no conclusao , a senten-ge de primeira instencia.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Estou de acordo corn o eminenteRelator.

Havia uma duvida, a print pio, s6-bra o efeito do ma Cu boa-f6, por issoqua, quando prestou compromisso, srecorrente declarou qua neo tinhaacumulagao de especie alguma. Issoneo bastava, pare mim, pare provere ma-fa, porque Ole era contratadoe a acumulagao o Estado podia daruma exegese diferente.

Mas, independents dessa circuns-tancia, vein lei nova, qua the deuoutro ensejo, a no momento em quafoi exonerado essa lei ja vigia a en-tao assegurava a Ole 6sses trinta dies.

Por isso, na conformidade do votodo eminente Relator, tambem doltprovimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

RMS 18.225 - GB - Rel., Mi-nistro Eloy do Roche . Recta. Glau-cio Brant de Morals (Adv. CarlosOdorico Vieira Martins). Recdo.Instituto Nacional de Previdencia So-cial (Adv. Ernesto Marcelino Santon-ja Brea).

Decisao: Deu-se provimento. Deci-seo unenime . Falou pets Recta., oDr. Dario do Almeida Magalhaes.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-calves de Oliveira . Presentes, as Se-nhores Ministros Thompson Flores,Amaral Santos , Eloy de Roche a Her-mes Lima.

Brasilia , 29 de margo de 1968. .--Alberto Veronese Aguiar, Secretario.

R.T.J. 46 641

RECURSO DE MANDADO BE SEGURANQA N" 18.742 - GB

(Segunda Turma)

Relator pare o ec6rdao : 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Recorrente : S.A. Mineracao Trindade . Recorrida : Comissio de MarinhaMercante.

Tam de RenovaFao do Marinha Mercente . I - Apesar dodenominayao legal, 6 impdsto com aplicapio especial . II - Nessecaso, sua exigdncia one mineradores a exportadores de minerals 4ilegitima, A luz do § 1 .° do art . 1.0 do L . 4.425-64.

AC6RDAO

Vistos a relatados estes autos do Re-curso de Mandado do Seguranga n6-mero 18 . 742, do Estado do Guanaba-ra, em qua 6 recorrente S.A. Mine-ragio do Trindade a recorrida Comis-sio do Marinha Mercante , decide oSupremo Tribunal Federal , per suaSegundo Turma , der provimento, pormeioria de votos , de, acdrdo com asnotes juntas.

Distrito Federal , 4 de junho de1968 . - Evandro Line a Silva, Pre-sidents . - Aliomar Baleeiro, Relatorpare o ac6rd"ao.

RELATORIO

O Sr. Ministro Themistocles Caval-canti: - A recorrente requerou man-dodo de seguranga contra o Presiden-to do Comissio do Marinha Mercantealegando a ilegalidade do cobransa isto= de renova g5o de Marinha Mer-cante "nos embarques a transpartesmaritimos de min6rio de ferro, origi-n6rio de sues jazidas a mines pore ex.portagio". As guise de recolhimentoego do ano de 1965.

Pretends - LO, qua o regime doimpdsto (nico stbre minerals tome in-tributivel o mineral, salvo nos cowsestritos . legalmente resselvados;

20. qua nio as trata de, tam remu-rctat6,ia de servigo prestado direta.mente polo pods, p6ldico so miner,dor, men de tans a impdsto com des-lino especial;

&0, admente a taxa remunerat6riade servi&o pods ser acumulada como imp6sto fnico (L. 4.425, do8.10.64).

Informou a Comissio impetrada af. 37, dizendo:

1°) qua nio as trots de tributo masde adicional so frets;

2.°) qua a tam nao 6 receita doUniio mad o sou produto a depositadono Banco National do Desenvolvimen,to Econdmico , em nome, do proprieti-rio de embarcecio cujo servigo denlugar a arrecadaria a destinada anFundo de Marinhe Mercante;

3°) qua nio as trots de impdsto,porque, nao 6 recolhido come tel, macdepositado com aplicacio especifica;

4") qua o adicional s6bre o fretsas destine a amortizar a aquisigio donavio;

5.0) qua ease tam nao 6 incorpo-rada so orramento do Uniiio, runs doaplicareo dos fundos de Marinha Mer-cents.

O juiz concedeu o mendado per nio'considerar tributo, sentenga confirmadapolo Tribunal de Recursos , por easemesmo fundamento a f. 104.

Houve recurso a f. 106 , onde sorenovam as argumentos seguintes:

1) a taxa em questio 6 um tributo;

2) dentro do genera tributo, a de-nominade "to=" 6 um impdsto;

642 R.T.J. 46

3) mesmo canto tars nio incide noexportagio de minerio;

4) a jurisprudencia dests eg. Tri-bunal ampare a pretensio do recor-rents.

A douta Procumdoria-Geral mani-festou-se contra o provimento.

VOTO

0 Sr. Ministro Themistoc/es Caval-oanti ( Relator): - Em primeiro In-gar, a preciso afirmar qua do pesquisofeita nio encontrei nenhuma deciaioqua tivesse considerado do fronts oprobleme; este, portanto, a questio donatureza dessa denominada "taxes"ainda sujeita a controversies.

Mais vacilante einda e a jurispru-dencia do eg. Tribunal Federal doRecursos, cujas decisoea, em sna maio-ria, conceituam como taxes (f. 96 eseguintes).

Quanto As alegag6es, a preciso con-siderar desde logo aquela quo excluiqualquer outra tributagao, alim doimp6sto unites , por f6rga do L. 4.425,de 8.10.64.

An contrerio do qua as alega , o tax-to legal nio ampere essa pretensio.

O paregrafo 6nico do art. 1.0 dis-pie o seguinte:

"Corn excegio dos impostor de ren-ds, s8lo a taxas remunerat6rias de ser-vigo prestado polo Poder P6blico di-retamente so concessionerio de quotrata 8ste ertigo, o impesto nrnico ex-clui a incidOncia de qualquer outrotributo federal, estadual on municipalqua recaia s6bre os dep6sitos minerals,jazidas on minas, s6bre o produto emestedo bruto dale extraido Cu s6breas operag6es comerciais realizadas cornease produto in natara Cu beneficiadopor qualquer processo pare eliminagiodo impurezas, concentragio, uniformi-zagio, separagio, classificac5o, brique-tagern on aglomeragio".

Ora, a taxes de renovagio nio inci-do nem s6bre dep6sitos minerals, jazi-dos on minas, s6bre produto brutodeli extraido on s6bre operagOes co-mercieis realizadas corn 6sse produto.

Nio he, pois , como incluir a taxes em

questio qua incide s6bre os fretes dosnavios qua transportam Asses produtos.

Admitindo-se qua seja urn tribute,sere urn imp6sto Cu uma taxa?

Se atendermos as definig6es dosarts. 16 a 77 do C6digo TributerioNational , nio se podere ter a deno-minada "Tare de Renovagio" rigoro-samente nem como taxes nem imp6sto,porcine , se o fato gerador nio e o exer-cic:o do poder de policia , nem u utili-zagio efetiva on potential de urn ser-vico p6blico especifice a divisive], niodecorre tambem do uma situegio in-dependents de qualquer atividade es-total especifica.

O objetivo e a arrecadagio do re-cursos pare constituir urn Fundo des-tinado a beneficiar indiretarnento 0contribuinte , Palo melbaria dos meiosde transports de qua se utilize Paraos produtos de sues jazidas a mines.

O servigo prestado nio a pAblico,porque o transports a realizado emempresas piivadas , mesa os recursosarrecadados revertant em beneficiodosses pr6prios navios, do propriedadeprivada, atraves do agio do Comissiodo Marinha Mercante.

A jurisprudencia dominants conside-rs corno taxes (RE 61 . 095 - ac6rd5odo 10 . 4.67 - R . T.J. 61 / 174, RE5.239 - ac6rd5o de 11.3.66 - R.T.J.37/46, RE 50 . 732 - ac6rkio do30.11 . 66 - R.T . J. 43/82 ), qua fezreferencia aos seguintes ac6rd"aos:ERE 52 . 968, de 1 . 6.63 a 3.4.64,

RE 52 . 309, de 9 . 7.63, RE 53.111,de 18 . 7.63, RE 48 . 663 (embargos)de 26 . 8.63, RE 49.679, de 11.3.66,

RE 52 . 239, de 11 . 3.66 a RE 59.040,de 18.5.66.

Mais correto, entretanto , e a quali-ficagio dada Palo ac6rdio recorrido,qua consideraria a Tara de MarinhaMercante, nos mesmos termos de Taxesde Melhoramento dos Portos.

Trata-se, corn evidencia, de more im-posigio parafiscal , a assim excluidada categoria do imp6sto.

R.T.J. 46 643

Neo sera tbcnicamente ume tare, potfalter de inter6sae imediato do servicopublico no participa$ao do contribuinte,was 6 incontestavel quo ela visa amelhoria de um servi go town o donavegac6o comercial qua, se neo 6 pb-blico porque nio 6 estatal, objetivainter6sse publico do maior valia eco-n6mica.

A sua incidencia s6bre o frets, a suaarrecadaFi o polo Banco de Desenvol-vimento afastariam ease idbia, maa aa sue aplicagiio pale Comics-ao da Me-rinha Mercante daria um sentido p(t-blico a else contribui£ao.

Aproxima-se do tam, polo mansem alguna de sews elementos t6cnicos.

De qualquer forma, nio procedem asraz6es do recurs quo nio merece setprovido.

VISTA

O Sr. Ministro Aliomer Baleeiro:- Sr. Presidents, peso vista dos autos.

EXTRATO DA ATA

RMS 18.742 - GB - Rel., Mi-nistro Themistocles Cavalcanti. Recta.,S.A. Minerecao do Trindade (Adv.,Carlos Eduardo do Barroa Barrow).Recda., Comisseo de Marinha Mercan-to (Adv., Oswaldo Flavio Degrazia).

Decis6o: Ap6s o voto do Relator,negendo provimento so recurso, pediuvista o Ministro Aliomer Baleeiro(Falou polo recorrente o Dr. CarlosEduardo Boma Bmeto).

Preside"ncia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentee a sess6ono Sm. Ministros Adalicio Nogueirs,Aliomer Baleeiro, Adeucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o Dr. OscarCorreia Pine, Procurador-Geral doRepublica, substitute.

Brasilia, 21 de main de 1968.Guy Milton Lang, Secretario.

VOTO

O Sr. Ministro Aliomer Baleeiro:- De comSco, as dates pare fixagiodo Direito vigente a 6poca: o man-dodo de seguranga foi impetrado em

11.5.66, ja sob o regime do E.C.18-65 a do L. 4.425, de 8.10.64,quo disp6e:

"Art. I.- - Paragrafo 6nico. Cornexcelao dos impostos de rends, solo a

taxes remuneratbrias do service pres-tado diretemente an concessionario do

qua trata bate artigo, o imp6sto unicoexclui a incidencia de qualquer outio

tribum federal, estadual on municipalqua reoaia s6bre as dep6sitos mine-rais, jazidas on minas, s6bre o produtoem estado bruto dela extraido ou s6•

bra as operag5es comerciais realizadascom base produto" ................

2. Entende a recorrente qua the neopods set exigida a chamada Taxis deRenova&iio do Marinha Mercante, aqua se refers, o art. 8.° do L. 3.381,de 24.4.58, nos seguintes t6rmos:

"Em substitul4eo A taxis instituidapolo Dl. 3.100, de 7.3.41 (art. 8°),alterado polo Dl. 3.595, do 5.9.41, oarmador de qualquer embarcac"so quaopera em p&rto national cobras sob adesignageo de Taxis de RenovaS5o doMarinha Mercante uma tam adicionalso frets liquido devido, de ac6rdo como conhecimento do embarque e o ma-nifesto do navio, polo transports doqualquer cargo."

Entende assim, porque ester tam sedestine & aquisiceo de navios do Uniao,financiamento a empr6sas particulatesde navegacao, etc., sem qualquer bene-ficio dos contribuintes, isto 6, as ex.portadores a embarcedores de mine-rais do pals.

3. Coativa coma 6 a neo trazend,teneficlo a quern a page , a tam ent$oas caracteriza, diz a recorrente, comaimp6sto com aplica96o especial. Nessecaso, ester expressamente exclulda quan-do sae tratar de embarque de exporte-dores de minbrios, pot f6rga daquele§ 1.° do art. 1.0 de L. 4.425-64,qua regule o impdsto unico sabre mi-nereis.

4. O v. ac6rda"o do eg . TribunalFederal de Recursos, do qual foi Re-lator o eminente Ministro Rollemberg.

644 R.T.J. 46

A, f. 71 acolheu a tese do Comissiiodo Marinha Mercante ( f. 37, a pare-ceres caprichados do Procurador Don.for O. F. Degrazia , a f. 95 a 111),isto e, viu na taxes aludida non urn,tributo, mas simples adicional de fretssem cariiter fiscal.

5. Recorrendo a f. 106 , a empressinsists nesse carater tributario a na suninexigibilidade aos exportadores dominerals , porque nio 6 taxes remune-rat6ria admitida Palo L. 4.425.

Invoca diversos julgados do Supre-

mo Tribunal Federal em abono de sue

tese:

"Assim decidiram , verbi gratis, osv. arestos proferidos nos recursos ex-traordinarios : 49.484 (embargos), InD.J. do 24. 5.63, apenso , p. 336;52.968, in D .J. de 22. 8.63, open.so, p. 769 ; 53.111 , in D.J. de29.8.63, apenso , p. 798; 52 . 309, inD.J. do 5. 11.63 , apenso, p. 825;52.798, in D . J. de 5 . 11.63, epenso,p. 829 a 48 . 663, in D.J. do 17.10.63,epenso , p. 1.020.

No RE 52 . 978, acima mencionado,decidiu-se, verbis:

"A Taxes de Renovagio de MarinhaMercante, institu(da Palo L . 3.381,

de 1958 , incide seers a transports da

mercadoria, qua 6 o fato gerador dotributo".

Mais recentemente , no julgados pro-feridos nos RE 52 . 239 a 49 . 679, in

R.T.J., vol. 37, p. 46 a 474, respec-

tivamente, conceituaram, tamb6m, a

Taxes de qua se trata coma tributo.

Por firn, recentissimo caso, julgadoem 10 do abril bltimo, Palo eg. 1Toms dessa Corte, do qua foi Relatoro em.nente Ministro Oswaldo Triguei-ro, tratava de caso id6ntico so pre.sente : mandado de seguranga impetra-do por mineradora ( Ind(istria a Co-m6rcio de Min6rios S.A. - ICOMI)contra a Comissio do Marinhe Mer-cante, qua, como aqui , pretendis inci-disse a taxes discutida sabre as expor-tag6es de min6rios efetuadas potequela.

A eg. Primeira Turma no conbe.can do extraordinario do Comissio doMarinha Mercante, afirmando a emen-ta do v. aresto:

"Tara de Renovagio de MarinhaMercante. Nio a exigivel de empressmineradora, acime do limits provistono art. 68 do C6digo de Minas" (RE61.095, ac6rdio in D.J. do 26.5.67)".

6. 0 eminente Relator negou pro.vimento no recurso do empr6se, reco-nhecendo todavia quo "esta a ques-tio do natureza dessa denominada taxesainda sujeita a controv6rsia". Mais vs.cilante ainda 6 a jurisprudencia do eg.Tribunal Federal de Recursos cujaldecis6es, em sua maiorie, conceituamcoma tare (f. 96). "A jurisprudenciadominants considers come taxes", ecite varios ac6rd5os do Supremo Tri-bunal Federal.

Conclui entio:

"Trata-se, corn evidencia, do moreimposigio parafiscal , a assim excluidade categoria do imp6sto.

Nio sera tecnicamente urna taxes,por faits de interesse imediato do ser-vigo publico an participagio do con-tribuinte, mas 6 incontestivel qua elavisa a melhoria do our servigo comao de navegagio comercial qua, se nio

6 publico porque nio 6 estatal, obje-tiva interesse publico de major valiaecon6rnica.

A sua incidencia sabre o frets, asua arrecadegio polo Banco de Desen-volvimento afastariam essa ideia, masa sue aplicagio pale Comissio do Ma-rinha Mercante daria urn sentido p6-blico a essa contribuigio.

Aproxima-se do tare , polo memosem alguns do seus elementos t6cnicos."

7. Parece-me , tamb6m, qua a Tarade Renovagio de Marinha Mercantese classifica come uma des controver-tidas "contribuigies parafisceis'", doterminologia do Inventario Schuman ado Prof. E. Morselli.

A Constituigio do 1946 s6 men-cionou a de previdencia social no arti-

R.T.J. 46

go 157, XVI, reproduzido no art 158,XVI, da C.F. do 1967. hies asta,alim d"ease caw, previu dois outrosnos arts. 159, § 1", a 157, § M.

Pouco imports quo neo as batizassedo "parafiscais", denominacio quo pe-gou do galho na Franca, Espanha a noBrasil, mas quo encontra resistenciaalhures.

0 ilustre Prof. Giuliano Fonrouge,quo do barn conhece a tam comentedoo Direito Fiscal do Brasil, preterecham6-las clasaicamente do contribui-c6es especiais" (Acerce de la Ramadaparaliscalidad - an La Ley, do Bue-nos Aires, S. 4.5.67).

A tam do Marinha Mercanto po-deria enquadrar-se, talvez, no artigo157, § 9.°:

"Pam stand" 1 intervencio no do-minio econ6mico, de qua trata o pari-grafo anterior, poder6 a Uniao insti-tuir contribuicbes destinadas so custsiodos respectivos servicoa a encargos, naforma qua a lei estabelecer".

Mas neo vigorava ease dispositivo sotempo do impetracao a do fato gera-dor (1966). lie neo poderia ter con-validado a aplicacio de L. 3.381-58,quo 6 anterior a L. 4.425-64, ezclu.dents daquela tam em relacao eos ne-g6cios de minerals.

8. Neo 6 s6. Embarcando nos aguesdo Lamfenburger, nas de Merigot(Elements d'une theorie do Is Para-fiscalit6, Rev. Der. Fin. y Hacienda

Pohl., 1954, n.° 13, p. 7), Fonrouge(artigo citado scions ) a outros dentreos quais os brasileiros qua se ocupa-ram do controv6rsia (Ulh8a Canto, Ar-chivo Finanziario, 1956; 5/36), Buysde Banos, Enaaio s/Fatafiacalidade(1956) a Silvio Faris (Aapectos deParaliscalidade, Bahia, 1955), silocreio qua tenhe razio o eminente Pro-fessor Morselli quando sustenta quoas contribuic6es parafiscais assumempolo see conte1do 6tico, dissociado doprincipio do capacidade contributive,um can ter especifico, inconfundivelcam oa dos impostos a tams (Rev.Sc. of Leg. Fin., 1951, 43/340 a 767;

645

La Paratiscalitd, are Econ . & Finan-cas, XX , 1952, Lisboa , etc.).

A quase totalidads dos quo pensa-ram a escreveram s6bre o assunto re-conhece quo a parafiacalidade, nedatern do diverso de fiscalidade, ezc.toa delegacao ao brgao so qual serve dofinanciamento . Contribuicao parafiscalors 6 imp6sto , ora 6 tem . Se bene-ficie a quem page, on 81e a provoca,- f taza. So isso neo acontece -6 impdsto corn aplicacio especial adelegacio an drgio qua devere lateraxed aplicagio.

No caso dos autos, coative, amaproveitar a contribuito nem carac-tenzar exercicio regular do poder dopolicia , 6 impasto corn aplicacao as.pecial vedado pelo art. 1.0, § 1.0,de L. 4 . 425, de 1964.

Dou provimento, por isso , so recurso.

VOTO

O Sr. Ministro Adalicio Nogueita:- Tamb6m an, corn a venia do emi-nente Relator, estou corn o aminenreMinistro Aliomar Baleeiro.

E certo qua em teas o eminenteRelator tern t8da a razeo.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeirn:- Estemos de acbrdo em qua a pare.fiscal. Fri o problems do direito in-tertemporal, transitbrio. 0 fat* 6 an-terior a Constituicao do 1967.

O St. Ministro Adalicio Nogueira:- A nesse sentido qua estou omV. Ezcia. 0 caso se sujeita a lei do1964 a aAbre 81e silo tern aplicaraoa Constituiceo do 1967, quo a pos-terior.

De modo qua, em tese, o eminenteRelator desenvolveu , corn brilho invul-gar, am ponto de vista , mas na esp6-cie an peco venia a S. Excia. pareficar corn o eminente Ministm Alio-mar Baleeiro.

EXTRATO DA ATA

RMS 18 . 742 - OB - Rel., Mi-nistro Themistocles Cavalcanti. Recta,S.A. Mineracio da Trmdade (Adv.,

646 R .T.J. 46

Carlos Eduardo de Barron Barreto).Recda ., Comissio da Marinha Mercen-te (Adv., Osvaldo Flevio Degrazia).

Deciaao: Deu-se provimento , contrao vote do Relator.

Srs. Ministros Adalicio Nogueire, Alio.mar Baleeiro, Adaucto Cardoso, The-mistocles Cavelcanti e o Dr. OscarCorreia Pine , Procurador-Geral deRepAblica , substituto.

Presidencia do Sr . Ministro EvandroLins a Silva . Presentee a assign os

Brasilia, 4 de junho do 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio.

AGEAVO DE INSTEUMENTO Nv 42.592 - SP

(Primetra Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Agravante : Uniao Federal . Agraveda : Maria Winsche.

No a devido o imposto . do s9la em eontrato firmado cornaumrquia anteriormente a vigencia do E.C. 5, do 21.11.61(S6mula 303).

ACORDAO

Vistos, reletados a discutidos gatesautos , acordam os Ministros do Pri-moire Turma do Supremo TribunalFederal, na conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigraficas,por unanimidade de votos, negar pro-vimento so agravo

Brasilia , 16 Is ebril de 1968.Victor Nunes Leal, Presidents. - Os•waldo Trigueiro, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueito:

- Confirmando a sentenga qua con-

cedeu a segurance impetrada por Ma-

ria Winsche, o Tribunal Federal deRccursos decidiu qua o imp6sto do

sglo nio incide s6bre contrato cele.brado corn autarquia , antes do vig6ncia

do E.C . 5, de 21 .11.61 (f. 7)

No se conformando , a Uniio Fe-deral recorreu extraordinariamente, sla-gendo qua a S6imula aplicavel no case6 a de n° 336 , segundo a qual a imu-nidade de autarquia financiadora,quento so contrato de finenciamento,nio se estende a compra a vends entreparticulares , embora constant" os doisatos de um s6 instrumento (f. 7 v.).

O recurso foi inadmitido por despa-cho do teor seguinte:

"Trata-se de segurance concedida nosentido do isenr,ao do imposto do soloem contreto celebrado com autarquia,anteriormente 6 promulgagdo do B.C. 5,de 21.11.61, a mantida por acbrdiodeste Tribunal. Inconformada, recor-

reu extraordinariamente a Uniio Fe-deral com fundamento no art. 101, III,letrea a e d do Carta Magna . Ji neemais as discute a imunidade tributi-ria das autarquias nos contratos comalas celebrados anteriormente a vig6n-cia do E .C. 5, de 1961. Neese senti-do e a remenseda jurisprudencia doExcelso Pretoria , consubstanciada noSdrnula 303, com o seguinte enurcia,do: "Nio a devido o imposto federalde sAlo em contrato firmado corn au-tarquia, anteriormente A vig6ncia doE.C. 5, de 12.11.61. No houveofensa so preceito constitutional invo-cado pale recorrente e a Sirmula 336e inaplicevel so caso sub judice, poiatrate de hip6tese diverse . Por Assesfundamentos , sego seguimento so re-curse."

VOTO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro(Relator): - No eats em cause opagamento do imp6sto de transmissio,quo incide s6bre o contrato do comprae venda do propriedade im6vel. A se.

R.T.J. 46

gurange foi requerida contra a cobran-ga do imp6sto de selo, exigido b6brea contrato de financiamento firmadocorn entidade aut4rquica.

Assim sendo, aplica-ee a especie aS6mula 303, como gcertamente enten-deu o despecho agravado.

Nego provimento.

EXTRATO DA ATA

Ag 42. 592 - SP - Rel., Minia-tro Oawaldo Trigueiro. Agte, UniioFederal . Agda., Maria Winsche (Adv.,Jose Melo Gongalves).

647

Decisio: Negado provimento, uniini-

memento.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes . Presentes a sessio, os Senbo-res Ministros Raphael do Burros Mon-teiro, Djaci Falciq Oswaldo Triguei.ro e o Dr. Oscar Correia Pine, Pro-curador-Geral do Republica, substitu-to. Ausente, justificadamente, o Se-nhor Ministro Lafayette de Andrade.

Brasilia , 16 do abril de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secret4rio.

AGRAVO DE INSTBUMENTO NQ 43.483 - BA

(Primeira Turina)

Relator: 0 Sr . Ministro Djaci Falcio.

Agravante: Jose doe Santos . Agravada : Justice P4blica.

A intimageo do r€u operou-se corn plena observ4ncia do dis.posto no art . 414 do C. Pr. Penal . Por outro ]ado, Ruin o quin-qufdio legal earn interposigio do recurao estrito sense (art. 586 doC. Pr. Penal).

Confirmagiio do deapacho

AC6RDAO

Vistos, reletadoa a discutidoe 4stesautos, acordam no Minietroe do Su-premo Tribunal Federal, em PrimeireTurma, na conformidade de ate dojulgamento a des notes taquigrIficas,por unanimidade do votes, Heger pro-vimento so agravo.

Brasilia, 19 de agBsto de 1968.Victor Nunes Leal. Presidents.Djaci Pekin, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Djaci Falceo:0 recorrente Jose dos Santos, vulgo"Zeta" , pronunciado Como incurso noart. 121, § 2.°, inac. II a IV, a noart. 121, 9 2.°, low. II, III a IV,combinado corn o art . 12, inc . II, to.dos do C . Pen., interpos recurao emsentido estrito (art. 581, IV), quadeixou de set conhecido pale 2.a CA.more Criminal do Tribunal do Jus-tice do Bahia, por intempestivo (f8-Ihas 53 9 53 v.).

agravado.

Valou-se, entio, do apelo extreme,corn arrimo sea alines a e d, do inci-so III, do art. 114 do Carta Federal,indicando Como violado o art. 564,letras a e o, do C. Pr. Penal. Sus-tentou em ma petigio quo diante doren6ncia dos seus advogados, o prazopare a interposigio do recurso era doBe contar a partir de notificageo don6vo advogado, a nio do momento emquo foi pessoalmente intimado de sen-tence.

Para configurar dissenso do iulga-dos indica tres acbrdios (f . 53-55 v.).

Indeferido o processemento do re.curso, o ilustre Des. Presidente doTribunal de Justice pile em destaque:

"A simples leitura do certidio dof. 249 a des petigiies de f. 252 a 256mostra qua o memo foi intimado deren6ncie ao mandato Palos eeua ante.Hares advogados a 15.10.66, tendo,enteo, constituido n6vo defensor a 20d6sse m8s . Nio obstante isso, o men-cionado recurso e6 foi apresentado em

648 R .T.J. 46

juizo a 27, vale dizer, dois dias depoisdo escoamento do prazo, mas desa-compenhado des respectivaa razoes, quas6 se incorporaram so processo a 31daquele mss, on seja, onze dias depoisde ter o recorrente, a principalmente oseu ilustrado advogado , inteiro conhe-cimento des conclus6es do sentenca deprimeiro guru. Entendem tiles, porem,coin pretendida escora ne letra do arti-go 364, letras a a o do C. Pr, Pen., quaa intimaSio do sentence deveria setconsiderada como efetuada na data docarte de f. 256, o qua nio so poderiaadmitir, visto como, a vingar tal pontodo vista, ficaria sere sentido o disposi-tivo legal qua ezige seje a intimeciodo pronuncia, coin auspensio do cursodo processo, feita pessoalmente soacusado (art. 414 do C. Pr. Penal). 0mais qua se poderia adtuitir , corn rezo¢-vel liberalidade , satin qua dito prowso contasse do data em qua o recor-rente constituiu ntvo advogado, anobstante o qua, em sentido contrfrio,prove o art . 578 a seus par6grafos domesmo diploma processual. Mando,pois, sejam Estes autos, cumpridas asformelidades legais a esgotedo o prazolegal, devolvidos so juizo de origem"(f. 9-9 v.).

Atraves do presents egravo, o re•corrente insists no adequacio do apeloderradeiro ( f. 2-6). Mantido o des-pacho agravado , subirarn os autos aeats instencia , no qual pronunciou-sea Procuredoria do Republica polo seuimprovimento ( f. 66).

VOTO

0 Sr. Ministro Djaci Falcgo (Re-lator): - An qua as ve dos autos orecorrente foi intimado , pessoalmente,do sentenca de pronuncia de 14. 10.66.Houve , assim , observiincia do art. 414do C. Pr. Penal . Em virtude do re-nuncia dos seus advogados , a 20.10.66constituiu nova patrono qua, no entan-to, sbmente veio a recorrer do sentencano die 27. 10.66 . 0 recurso pode stirinterposto "pelo reu , seu procuradorCu seu defensor" (art. 577 do C. Pr.

Panel ). Ainda qua se computasse 0prezo a partir do die 20 de outubro,

estaria eacoado o giiinquidio legal (ar-tigo 586).

A decisie limitou-se a aferir o de-curso do prazo pare a interposicio dorecurso adequado ; nio comportanto,desse modo , o reezame em recurso ez-tmordinario.

E de se atentar ainda pare qua aalinea a, do inc. III, do art. 564, in-vocado pelo recorrente refere-se a nuli-dade por faith de den6ncia, queiaa,representacio , portaria on auto do pri•sio em flagrante . Quanto so repudioli disposicio do letre o do mesmo ar-tigo, referents a faith de intimacio dosentenca , a infrutifera a alegacio, desqua induvidosa a sue realizacio emcareter pessoal , como reconhece o pr6-prio agravante.

Finalmente, as ac6rdaos apontadoscomo divergent" prendem-se a hip6-teses qua so distinguem de decisiorecorrida , pelas sues peculiaridades.0 primeiro fala , genericamente, docomputecio de prezo pare recurso. 0segundo cogita do restabelecimento deprezo em face do falecimento do ad-vogado do reu; e o filtimo a notifica-cio so advogado pare efeito de recur-so, por neo ter sido encontrado 0reu (inc . III, do art. 392 , do C. Pr.Penal).

De todo descabido era o recurso ez-

traordin4rio . Nego provimento so

agravo.

EXTRATO DA ATA

Ag 43.483 - BA - Rel., Minis-tro Djaci Falcio . Agte., Jose dos San-tos (Adv., Renato Reis). Agile., Jus-tice Publics.

Decisio: Negado provimento , uneni-memento.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes , no ausencia justificada do Se-nhor Ministro Lafayette de Andrade,Presidents . Presentes a sessio as Se-nhores Ministros Oswaldo Trigueiro,Djaci Felcio , Raphael de Barros Mon-teiro e o Dr . Oscar Correia Pins, Pro-curador-Geral do Republica , substi-tuto.

Brasilia, 19 do agosto de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

R.T.J. 46 649

AGRAVO DE INSTRU1WENTO N* 43.742 - SP

(Prlmeira Turma)

Relator ; 0 Sr. Miniatro Osvaldo Trigueiro.

Agravante : S.A. Industrias Reunidas F. Metarazzo . Agravados : Ger6nimoFraason a Seguranga Industrial Cie. Nacional de Seguros.

Acidente do trabalho. Subsists a responsabilidade do empre-gador, se a companhia aeguradora nio satisfaz a reparagio. Recursoextraordinerio aeon cabimento . Agravo desprovido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos Fstesautos, acordam os Ministros de Pri-moire Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do eta dojulgamento a doe notes taquigrificas,por unanimidade de votos, negar pro-vimento so agravo.

Brasilia, 17 do junho do 1968. -Victor Nunes Leal. Presidents. - Os-waldo Trigueiro, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- Da dscisao proferida pelo Tribunaldo Algada, no agio em quo contendscom Ger6nimo Frasson, a S.A. In-duatrias Reunidas F. Motorazm inter-p6s recurso extraordinirio , qua nio foiadmitido (f. 56) por despacho dotoot seguinte:

"Trata-se do pedido do indenizagiopor acidente do trabalho, em qua foicondeneda a respective emprogedoraporque one companhia do seguroa en-trou em regime do liquidagio a se mr-nou insolvento.

Contra o acdrdio uninime da Prl-meira Cimara, quo confirmou a son-tongs do primeira instincia , a empre-godora interp6e , agora , este recuraoextraordinirio, com base no art. 114,n° III, lntra a, do Constituigio doRopiblica.

reaponsabilidade quando a transferspare a aeguradora ; e o segundo deter-mine qua o processo teri andamentocontra a aeguradora, quando o empre-gador, no ato de citag io, a denunciecomo entidade sub-rogada em was obri-gar•6es.

O recurao, inatruido com perecer doProf. Washington de Banos Montei-ro, nio foi impugnado. E a Procura-doriaGeral se manifestou pale denega-gao de aeguimento.

Realmente, data venia, a decisionester autos, do maneire alguma violoua lei federal, mar, sponge, the deu in-terpretagio basttante raroivel, qua, potism memo, afasta a possibilidade dorecurao extraordinirio (Sdmula 400do Jurisprudencia Predominante doSupremo Tribunal).

O espirito do Lei de Acidentes doTrabalho i o de qua o empregadordove manter efetivemente um contratode seguro, atraves do qual se garantaa indenizagio do operirio.

Asaim, deeds qua a entidade aegura-dora entra em regime de liquidagio ese torn insolvents, a garantia do pa-gamento desaparece a por via de con-sequincia o seguro perde a canterde efetividade.

E, portanto, 6 razoivel concluir-eequa, nessa contingencia, o feto juati-fica a devolugio do responaebilidade

Alega quo a decisio do Justice Bs- so empregador . moo eats nio providen-cle n6vo contrato de se uro com outratodual violou o art. 100 do DI. 0367

g

e o art . 10 do D. 18.809, do,.

1945:companhia solvents".

o primeiro dispositivo preceitua quo oempregador fica desonerado do ma

Dal o presents agravo, regularmen-to proceseado.

650 R.T.J. 46

VOTO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro(Relator): - 0 despacho agravadoampara -se na jurisprudencia do Supre-mo Tribunal (RE 20 . 552; RE 24.135;Ag 41.532).

Nego provimento.

EXTRATO DA ATA

Ag 34 .742 - SP - Rel., MinistroOswaldo Trigueiro . Agte., S.A. In-dustries Reunidas F. Matarazzo (Adv.,Antonio Alexandre Rueff ). Agdos., Ge-ronimo Frasson a Seguranca Indus-

trial Cie . Nacional de Seguros (Adv.,Armando de Oliveira Souza).

Decisio: Negado provimento, une-nimemente.

Presidencies do Sr . Ministro VictorNunes , no ausencia justificada do Se-nhor Ministro Lafayette do Andrade,Presidents . Presentes a sessio os Se-nhores Ministros Oswaldo Trigueiro,Djaci Falcio , Raphael de Barros Mon-teiro e o Dr . Oscar Correia Pins, Pro-curedor-Geral do Republica , substituto.

Brasilia, 17 de junho de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

HABEAS CORPUS NQ 44.639 (Ext.) - GB

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Eloy do Roche.

Paciente: Sergio Luiz Brandio.

Habeas corpus - Comercio clandestine ou facilita{n"o do usode entorpecente . 0 trazer consigo entorpecento, pare um pessoaldo portador, no constitui crime. Circunstancias quo fazem presu-miz' qua a cocaine neo se destinava so comercio clandestino ou efacilitapio de uso. Inezistdncia do justa cause pare a ado penal,

- Extensio do habeas corpus.

ACORDAO

Vistos, etc.

Acordam os Ministros do SupremoTribunal Federal , em Terceira Turma,per votagio uninime, deferir o pedidode extensio de habeas corpus, na con-formidade das notes taquigriificaa.

Brasilia, 17 de maio de 1968. -Gongalves de Oliveira, Presidente. -Eloy do Rocha, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Eloy do Roche: -Sr. Presidents, esta Turma , em 1.12.67,concedeu habeas corpus a EduardoQuintas Bohn a Antonio Carlos Dioni-sio Seidl , condenados, por sentenga doprimeira instoncia , no Estado do Gua-nabara, a um one do reclusio a multade NCr$ 2.000,00, comp incurs" noart. 281 do C. Penal.

Reconheceu a Turma , Segundo aementa do acord"ao:

"Comercio clandestino ou facilitaciode uso de entorpecente. - 0 trazerconsign entorpecente , pare uso pessoaldo portador , nio constitui crime. -Circunstincias qua fazem presumir quaa cocaine nio se destinava so comercio clandestino on a facilitalio de uso,- Inexistencia de juste cause pare nacio penal".

Agora , Sergio Luiz Brand"ao, co-rbuno mesmo processo , requer , por inter-medio do advogado Joao pelles, a ex-tensio do habeas corpus, pelos funda-mentos de decisio anterior.

.P o relatorio.

VOTO

0 Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - Sr. Presidents, defiro a pe-

R.T.J. 46 651

dido do extensio , porque, no verdads,a situagao do paciente 6 identica i dosco-r6us amparedos pale ordain de ha-beas corpus do 1.12.67.

EXTRATO DA ATA

HC 44 . 639 - GB - Rel., Minis.tro Eloy de Roche. Pte., Sergio LuisBrandio . Ipmte., Joao Pallas.

Decisio: Concedida a extensio. Una.nime.

Presidencia do Sr. Ministro Gon-

galves do Oliveira . Presences it sessio

os Srs . Ministros Hermes Lima, Eloy

do Roche, Amend Santos, Thompson

Florae e o Dr. Oscar Correia Plus,

Procurador-Geral de Rep6blica, subs-

tituto.

Brasilia, 17 do maio de 1968. -Guy Milton Lang, Secretbrio de Turma.

4

RECURSO DE HABEAS CORPUS NQ 45.867 - PR

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Falco.

Recorrente : Evelyn do Costa Clarke . Recomdo: Tribunal do Justiga.

Recurso do habeas corpus. A inaceitavel a coima do falls dojusta cause pare a agiao penal, do vex quo a denOncia destroys, doatodo circunstanciado, fato quo aptosenta tipicidade penal.

Valida foi a citagio edital, porquanto o denunciado nao seencontrava em lugar certo a conhocido.

0 decreto do custddia preventive eats euficientetnente funds-mentado . Cricunst6ncias novae podetiao permitir a must revogagao.

AC6RDAO

Vistos, reletados a discutidos ester

autos, acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, na conforrmidade da are dojulgamento a dam notes taquigrificas,por unanimidade do votos, negar pro•vimento no recurso.

Brasilia , 2 de setembro de 1968. -Victor Nunes Leal, Presidents. -Djaci Falco, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministtro Djaci Falco: -Evelyn do Costa Clarke , ingles, atual-mente residindo em Sao Paulo, impe-trou habeas corpus Parente o Tribu-nal de Justiga de Sao Paulo, expondoe requerendo em sintese:

Em virtude de representagao formu-lada polo Dr. Milton Guimaraes veioa ser denunciado, na Comerce do Londrina , como incurso no art. 171 doC. Pen ., sob a alegagio do quo orga-

nizara bolaas de estude, destinadas soaperfeigoamento do estudos do linguainglesa, locupletando-se, afinal, damcontribuigoes em dinheiro, am cum-prir as obrigag5es contratuais assumi-das corm oz candidates . Todavia, aseu ver, a denuincia the descreve, cormexatid io, fatos quo importem on caraoterizagio do estelionato , pois nao indi.ca fatos qua revelem comportamento ainduzir a algu6m em erro. Dai porquefalta juste cause Pam a agao penal.

Alarm disso , encontraodo-se na capi-tal de Sao Paulo, onde 6 professordo angles, nao so impunha o decretode one cust6dia preventive , nos tenmos do art. 313 do C. Pr . Penal. E,por 6ltimo , ergfra nulidade do processoquo tramita na Co .narca do Londrina,a partir do momento em qua foi ci-tado pot edital ; do vez qua, tondo an.derigo naquela cidade, nao houve qual-quer diligencia no sentido do efetuata sua citagio pare set interrogado eacompanhar a oum6rio, mediante man.dodo do juix competente.

652 R .T.J. 46

Espera quo seja concedido o habeascorpus, corn o trancamento do agaopenal por falter de juste cause, on,polo menus , sejarn anulados o do-creto de prisiu preventive e a instru-gio criminal a partir do owrtunidadedo interrogat6rio . 0 pedido vem ins-truido com os documentos de f, 2-77.

O pedido foi indeferido palo ac6r-dao de f . 84-87, no qual so le a so-guinte ementa:

"Estelioneto . Tipicidede do fatonarrado no den6ncia , explicitamente,caracterizador do ilicito penal. Pris$opreventive , suficientemente, fundamen•tada . Exame aprofundado de provasinadmissivel em habeas corpus. Ino-correncia do nulidade do citagao. Des.cabimento do pedido de trancamentodo agio penal" (f. 84).

Inconformado , o impetrante e pa-eiente, atraves do son advogado inter.p6s recurso ordinerio , insistindo na suspretensao , conforms as verifica de petigio de f. 95-107. 0 recurso foi ad-mitido a processedo regulermente.

VOTO

0 Sr. Ministry Djaci Falcao (Re-lator): - 0 primeiro fundamento -inepcia do dennuncia , 6 do todo impro-cedente . A pega acusat6ria initial deegad descreve, de modo circunstancie-do, fato qua eontem tipicidade penalEis o qua narra:

"0 indiciado Evelyn de Costa Clar-ke, no condigao de professor licenciadopolo Instituto de Idioms Yisigi, fun-dou a manteve durante aluuos anosnests cidade um curso destinedo noensino do lingua inglesa, conseguindo,atraves do esforgo lahorioso . eficaz aperseverante qua desenvolveu a prin.eipio, grengear ccnceito junto a inu-meras families , cujos filhos pgssarama frequenter as sues aulas . Aconteceque, tempos depois, o indiciado Gres.ceu em sues aspirag5es financeiras acomo pare satisfare -las nao bastasse asimples remunoragso do sues atividadesde professor , valeu-se, cram solercia, doprestigio qua angariara , passando aacener sos pail de seus alunos corn apossibilidade de custeerem Para sousfilhos , a por seu intermedio , b6isas do

estudos destinadas so aprimoramentode aprendizagern do lingua ingl9sa, emexcelentes colegios do cidade do Lon-dres, mediente previo dep6sito, em suasmans, em dinheiro descontado , dos ver•bas, Para esse fim, necessirias. Assimprocedeu o indiciado pare con o Dou,for Milton Guimaraes, medico, domi-ciliado nests cidade, com quern assu-miu o compromisso de proporcionar aseu filho, o jovem Walter Luis Guima-raes, uma pensao pare estudos do idio-ms ingles, durante as meses do janeiroa julho do corrente ano, no City of Col-lege , no cidade de Londres, compreen-dendo tddas as despesas relatives a elo-jamento, alimentagio , transports a men-salidades do curse . Recebeu o indiciado,pare esse fim, no die 29.3 .66 (Cf.doc. j . A f. 9), a importhncia denovecentos a quarenta dolares, on seja,mil a quinhentos cruzeiros novos, socimbio do epoca. Posteriormente, nodia 5 . 12.66 , recebsu mais trezentoscruzeiros novos (Cf. doc. j. A f. 10).Entretanto , como o indiclado , ap6s sorecebimento des mencionadas impor.tincias, viesse, com not6ria malicia,procrestinando as providencias qua de.veria encetar pare efetivagao dos sewcompromissos instado polo outra par,to, redigiu a subscreveu ale, no die17.12. 66, o instrumento contratual orsincluso a f. 7 e 8, onde as direitosa as obrigag5es reciprocas dos contra-tantes ficaram expressariente consigns.dos. Nan obstante o exposto , o indi-ciado , ji nas proximidades do epocaem qua deveria ter comego no cidadede Londres , a meoionada Wise doestudos, abandonou precipitadamente, ecorn escendalo (Cf. f. 11 e 13), o sondomicilio nests cidade, ausentando-se,sans cumprir o compromisso assumido,Para Luger desconbecido , revelando,d"esse modo, a intengao fraudulenta comquo vinha , desde o inicio , mantendoem erro a outra parts. Com esse pro.cedimento delituoso , quferiu o indicia-do o injusto proveito de mil a oito-centos cruzeiros novos .. ...........(NCr$ 1 .800,00)".

A denuncia 6 auficientemente clera.A one procedAncia on nao dependerido aferigio dos elementos probat6rios.

R.T.J. 46 653

Corn acirto concluiu o ac6rdio recor-rido, so repelir o trancamento do aciopenal.

Quanto a nulidade do processo, acenter do citacio par edital , tamb(ymnio procede . Em principio , a citaciopor edital se de quando o Oficial doJustiga ports por f6 quo o denunciadonit, foi encontrado (art. 361 doC. Pr. Penal). Entrementea, ease for-malidade era dispens6vel no caso, parser not6rio o desaparecimento do ecusa-do, sendo o fato objeto de coment6riosne imprensa local, como desteca o Re-presentante do Ministirio P6blico. sooferecer a den6ncia. E tanto isso eraveridico quo o recorrente ago indite olocal onde so encontrava residindo, naComarca de Londrina , so tempo amqua foi denunciado a citado por edi-ts]. Par outro lado, concomitantemen-to era processado pale pritica de le-s6es corporals de quo f6ra vitima aone esp6sa, no sendo encontrado emLondrina , segundo certidio do meiri-aho. Nio estava, pois, em lugar certoa conhecido . AliMs, desde qua a acusa-do aparece a cote defensor constituido,iri acompanhar o sumirio de culpa,devendo o juiz efetuar o sea interroga-t6rio.

Finalmente , no qua as relations ao

se verifica do despacho transcrito a f&lhas 22-23 v., no qual o juiz vi a pro-babilidade do acusado refugiar-se empals estrangeiro , fugindo so cumpri-mento de pena , so vier a ser condena-do. Ao juiz de instvcio cabs, comeprudente arbitno, apreciar a cenve-niincia do medida. Pods, inclusive, bvista de circunstincies novas, ravagerease medida exceptional . E o qua po•derv ocorrer em rela{io so recorrente.Em conclusio , nio vejo ilegalideds nodespacho atacado.

Par todo o sxposro, nego provimen-to so recurso.

EXTRATO DA ATA

RHC 45 . 867 - PR - Rel., Minis-tro Dieci Falcio Recta ., Evelyn doCosta Clarke. Recdo ., Tribunal de Jus-tica. Impte., Hugo Riboiro do Silva.

Decisio: Negado provimento, uni-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes , na ausem:is do Sr. MinistroLafayette de Andrade , Presidents. Pre-sentes a sessio, as Srs. Ministros Os-waldo Trigueiro, Djaci Falcio, Raphaelde Barros Monte,rn e o Dr. OscarCorreia Pine Procurador-Oeral de Re.publica, substitute.

decreto de cust6dia preventive esti au- Brasilia, 2 de setembro de 1968. -ficientemente, fundamentado, conforms, Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

RECVRSO DE HABEAS CORPUS Nt 45 .875 - DF

(Prlmeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Falcio.

Recorrente : Cristiano Jos6 Cola. Recorrido : Tribunal do Justif,a.

Habeas corpus. Nulidade procesaual . 0 direito de ester pre-sents A instrucio criminal, con bride an reu a am defensor, assentano principio do contraditdrio . Ao lade do debase tecnica, con!iadaa profissional habilitado, eziste a denominada autodefesa. atraveedo presenga do acusado aos area processuais.

In casu, a realizacio da audiencia de instrucio do procesaoitern a presence do acusado , qua via indeferido, em despacho lac6-nico, eeu pedido do adiamento, importou em pretericio do direito

de acompanhar aquele ato processual.

AC6RDAO Federal , no conformidede do eta doVistas, relatidos a discutidos fates julgamento a des notes taquigrificas,

autos . acordam as Ministros do Pri- por unanimidade do votes, conceder amoire Tunis do Supremo Tribunal ordem.

654 R.T.J. 46

Brasilia, 26 do agosto de 1968. -Victor Nunes Leaf, Presidents. -Djaci Falcao, Relator.

RELATORIO

O Sr. Miniatro Djara Falcoo: -

A deciaio recorrida a do teor seguinte:

"Nio vicia o processo o nio adia-

mento do audiencia requerido polo

reu.

Vistos, relatados a discutidos os au-tos de HC 23 . 274, em qua a impe-trante o Dr. Antonio Evaristo de Mo-rees Filho a paciente Cristiano JoseCola, acorda , unenimemente , a l.a C.Criminal do Tribunal de Justica daGuanabara , em denegar a order. Cusptea polo impetrante.

O fundamento do impetraciio e o doque a nulo o processo, a partir de ins-trugio criminal , eis qua o Dr. Juiz naoediou a audiencia em quo foi ouvidauma testemunha e a qua o reu a pa-ciente nao poderia comparecer, o quacompmvou com atestado medico.

A preaenga do reu nio seria neces-eeria. Niio traria units audiencia pre-juizo a defies, ji qua no processo aspartes se representam por sews pro-curadores . A tese do defesa e, emconsegiiencia , o tema do prove je soache no defesa previa elaborada, aliaspolo patrono.

Mastro quo so entendesse ser easeindeferimento uma nulidade , nio se-zia nulidade absolute . Deveria ser or-g0ida em alegagoes a tel nio ocorreu".

Irresignado, o impetrante interpos

recurso ordinerio , reportando-so a ini-

cial, onde aduziu os seguintes argu-

mentos:

"A presence do acusado aos atos doinstmgio , sobre um dever, cujo cum-primento implice no quebra de fianga(art. 327 do C . Pr. Pen .) a no revelia(art. 366 do C . Pr. Pen .), constituiparalefamente um direito, insito aoezercicio do ample defesa.

Para todos os atos instrutorios do

processo dove ser o ecusado citado onintimado, sendo vedado realize -los ser

tais formalidades do chemamento. 0C6digo impoe a necessidade de sitepresenge , so raves do qua as docidiuno despacho sub examen.

Como corolario deste principio, a leisempre ressalve a possibilidade de jua-tificagio da ausencia (arts. 366, 396,paragrafo unto ), qua implica , por viaconsegiiencia , no nao rerlizagao do ato.de consegiiencia , no nao realizagao doato.

Tanto assim , qua os prazos pare aconclusio do instrusio aio dilatados,sempre qua Bata "demore determinadapor doenga do reu" (art. 402 doC. Pr. Pen.).

Desta forma , a ausencia do reu aurn sto de instrucio , desde qua devi-damente justificada, como foi no hi-p6tese, implicit no transferencia do eto.

No sentido do reconhecimento donecessidade do preaenga do reu, tam-sopronunciado reiteradamente o Eg. Su-premo Tribunal Federal , enulendo pro-cessos de thus presos nao requisitadosPara a audiencia de testemunhas. Entreoutras , citem-se as seguintes ementas:

"Nulidade. Reu preso a no rsqui-sitado pare a instrugio (R.T.J., ....

39/643).

"A presenga do reu preso a inquiri-gio des testemunhes de acusagio 6 umaformalidade essential Para o direito dodefese. Ela nio acontecendo , acarretanulidade do processo" (R.T.J., ....

41/38).

0 principio e. pois , o do necessidade

do presence do acusado, tento qua so

estiver preso devera ser requisitado.

sob pane de nulidade.

Mrs o terra , a doutrina mostre-seigualmente pacifice. Em seus Comen-terios, Espanola Filho (vol. III, 6'ed., 1965 ) so cuidar do revelie acen-tua qua to sua ( do reu ) ausencia, asfor justificada , como no caso de esterpreso a nio ter sido apresentedo, deester doente a td-1o provado, nio auto-

riza o prosseguimento do cause, de-vendo repetir-se a citagio, a notifica-cio ou a requisicio" ( grifos nossos).

R.T.J. 46

Da meama forme Camara Leal, empassagens do sun obra sublinha quo "aneo comparecimento do reu , as far mo-tivedo por uma juste causa, a Ale aaleger e prover perante o juiz, gate,tornando-a em consideragao , designarindvo dia pare o inicio do instruseocriminal" ( in Comentarios, vol. II,p. 416), reiterando qua "as o estadodo doente neo permitir qua o mesmoassists a instrugeq segundo informs.ego do medico assistente , o juiz men-dari sustar a instrugao enquanto o seuestado assim permanecer, 0 96 desig-nari die a horn pore sus realizageo,must vex qua a saide do reu as tenherestabelecido ... 0 qua neo sera ad-missfvel a quo as testemunhas sejamouvidas na ausdncia do acusado, desdequo o meamo ago seje revel a seu com-parecimento se tonne impossivel porum motivo justificado" (grifo nosso)(f. 3-6).

Pede o acolhimento do recurso, afim de qua seja anulado o processo apartir do depoimento colhido sent apresenga do paciente . Vale acreacentarqua o jovem a ilustre advogado meencaminhou , he pouco, uma petlgeoem quo ezp5e a pede:

"Trata-se de recurso ordinirio emhabeas corpus, manifeatado contra de-ciseo do C. Tribunal de Juetiga doEstado da Guanabece.

Como, no entanto, poderiam surgirdivides sobre a tempestividade domeamo recureo , quer o peticionirio re-querer qua dale as conhega como ha-beas corpus originirio.

A jurisprudencia do eg . SupremoTribunal Federal tem-se orientado nosentido de conhecer originariementedos pedidos , desde qua sue instrugeoseja suficiente pace o deslinde decause.

Na hipbtese concrete , estio nos au-tos tSdas as pegaa necessaries , inclu-sive a petigeo inicial e o ac6rdio, noIntegra, do l,a Camara Criminal, quodenegou a ordem.

Por gate motivo, confia o suplicantoem qua V. Excia ., se entender ne-

655

cessirio, Baja por bent julgar comooriginirio o pedido de habeas corpus:no forme do entendimento desta eg.Supreme CSrte (f. 29)".

VOTO

O Sr. Ministrq Djaci Falceo (Re-lator): - 0 meu voto era pelo neoconhecimento do recurso, por intam-pestivo, des qua publicada a decisaoatacada a 12.6.68 (certidao de f. 19),a petigao do recurso esti datada a fatapresenteda a 24.6. 68 (f. 22 ). Ocor-re, no entanto qua em face do petigioformulada polo advogado do paciente,conhego originariamente do , habeascorpus, eis qua esteo presentee os ale-mentos necessarios A sue apreciagi o.

O reu, ora paciente , foi condenadoa pens do tree ( 3) ands do reclusiocomo incurso no art. 155, 5 4.°, inc. 1,do C. Pan., havendo transitado emjulgado a sontenga condenateria.

Segundo a sistemitica processual bra-sileira , a de acentuado relevo a pre-senga do acusado aoe atos da instrugeocriminal. Assim, de leitura do art. 327do C. Pr. Pen., verifica-se qua o nocomparecimento do reu afiangado, ainstrugio, salvo motivo justo (artigo341), imports no quebra de fianga; en-quanto no art. 366 do citedo diploma,vg-se cominada a sangio generica dorevelia , pare a eua imotivada ausen-cia eos atos processuais . Ademais, ademure na instrugeo determinada pordoenga do reu nio sane computada nosprazoa fizadoa pare a inquirigeo destestemunhas de ecusagio (art. 403).

0 direito de ester presents a ins.trugi o criminal , conferido so reu a soudefensor, assents no principio do con-tradit6rio. An lado do defesa tecaica,confiada a profissional habilitado, exis-ts a denominada autodefesa , decor-rents do pressure do acusado aos etosda instrugao, quando ]he a dodo contraditar a testemunho on arguir cir-cunstancias on defeitos, quo a tomemauspeite de parcialidade, on indigna dofe (art . 214 do C. Pr. Penal); hemassim, auzilier o am defeneor no opor-tunidade des reperguntas As teste-munhas.

656 R .T.J. 46

Impoe-se, portanto , o reconhecimen-to do direito de presenga do acusadoaos atom do instrugio a julgemento.In case, o acusado manifestou ezpres-samente a intengio de ester presentsa audiincia de inquirigio do testemu-nhas, met havendo impossibilidade docomparecer, em razao de legitimo im-pedimento - doenca comprovada, ae-quereu o adiamento do audiincia de-signada . 0 seu sumerio indeferimento,am fundementagio (f. 7 v.), impor-tou, a men ver, em preterigio de urndireito essencial assegumdo por lei soacusado, iato e, de acompanher atofundamental do instrugio . Presume-se.ai, prejuizo pore a defesa.

Ante o ezposto, a mm fundamentono art. 648, inc . VI, do C . Pr. Pen.,concedo o habeas corpus pare enularo proceaso a pertir do momento emqua so invalidou a instrugio , qua de.were ser renovada , com o paciente emliberdade.

EXTRATO DA ATA

RHC 45.875 - GB - Rel., Mi-nistro Djaci Falcio . Recta ., CristianoJose Cola . Recdo ., Tribunal do Jus-tiga. Impte., Antonio Evaristo do Mo.raes Filbo.

Decisio: Concedida a ordem, unini-

memento . (Falou pelo recorrento o

Dr. Carlos Lins a Silva).

Preside"ncia do Sr . Ministro VictorNunes, no eusincia do Sr . Ministro

Lafayette de Andrade , Presidents. Pre-aentes a sessio os Srs. Ministros Os-

waldo Trigueiro , Djaci Falcio . Raphael

de Barrow Monteiro e o Dr. OscarCorreia pine, Procurador-Gerel da Re-publica, substituto.

Brasilia , 26 de agosto de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

HABEAS CORPUS Nv 45 . 951 - CE

(Primefra Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Felcio.

Recorrente: Augusto de Souza Martins . Recorrido: Tribunal de Justiga.

Citagio edital em razao do comprovada ausAncia do denuncia-

do. A ontiasio de alizagao do edited, A porta do forum, nio al eta

a validade do citagaq publicada requlamrente pale imprensa. Houvo

nomeagio de defensor.

ACORDAO

Vistos, relatedos a discutidos istesautos acime identificados , acordam osMinistros do Supremo Tribunal Fe-deral, am primeira Turma , no confor-midade do ate do julgamento a dasnotes taquigrificas , por unanimidededo votos, negar provimento no recurso.

Brasilia, 19 de ag6sto de 1968. -Victor Nunes Leal, Presidents. -Djaci Falcio, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Djaci Falcio: -

Trata-se de recurso ordinerio interpos-

to contra ac6rd5o do teor seguinte:

"Inexistindo as nulidades processuaisargiides pare justificar a coagio ilegal,donega-se a ordem de habeas corpus,sob Asses fundamentos.

Vistos, relatedos a discutidos us pre-sentes autos de HC 3.404, de Forta-leza , em quo sio impetrantes 09 Dou-

R.T.J. 46 657

tores Antonio Ribeiro Dias a FranciscoIvan Barreira a paciente, Augusto deSouza Martins:

Acordam no componentes da Cama-ra Criminal do Tribunal do Justica,per maioria do votos , denegar o pa-dido, per considerer inexistentes asnulidade, quo justificariarn o constran-gimento ilegal contra o requerente.

Os impetrantes alegem qua o pa-ciente estarie a softer coacio ilegel,sanivel per habeas corpus, no formados arts . 150, § 20, do C . F., a 648,inc. VI , do C. Pr. Pen., respectiva-mente, eis qua o processo contra $leinstaurado por crime do bigamia epolo qual foi condenado sane visceral.manta nulo, por emissio de formali-dades legais impreteriveis , como fos-oem, a sue citacio per edital, sendo61e funcionfirio poblico , corn ender&gocerto, ter sido emitida a afisagio dimsedital no lugar apontado pela lei, felt:de abertura do praso previsto no artt-go 499 do C . Pr. Pen ., eusincia dodefensor corn a interferfincia do umquo nio Mrs nomeedo nem constituido.

1. Como primeiro argumento pansjustificar o seu pedido, alega o pa-ciente, como foi dito, a nulidade docitacio per edital , porquanto, mendsfunciongrio publico, lotado em reper.ticio federal , em Teresina , Capital doEstado do Piaui, teria qua ser citadoper interm6dio d: dita reparticio, noforma do lei, o quo nio foi fato.

Mas, tat forrnelidade, embora omiti.de, nio pods ensejar a medida plate:,do nests oportunidade , poi: quo , cor.s-tate-se dos autos do processo crimeem questio, quo o patients nio asencontrave realmente naquela cidad.,nio tendo sido encontrado em one re-sidencia , considerando-se foragido, como:testa o oficial do justice encarregedodo diligfincia . E qua, segundo me inferedaqueles autos , o paciente estaria son-do proceasado por co-autoria , em cri.me do homicidio , on existiria was re-presentacio nose sentido, devidamenteformalizada . Mesmo assim, a au: re-

partisio foi cientificada do processo,Segundo se v6 do officio de f. Seriesuma providencia in4til, protelatolria,em desacbrdo corn as normal processsuais vigentes, do celeridade do pro.cesso. Ademais , a citasio foi faits,mediante edital , citasio esta quo niopode ser considerada nula, pals feltsdo afixacio no cede do juizo, porquan-to, publicado o edital na imprensa,ra forma do lei, considera-se secm,dfi-ria equals formalidad..

Ease o entendimento do juriaprudea-cia, Como se pods equilatar do acor-dio do Supremo Tribunal Federal, dolaws do eminent. Nelson Hungria:

"Deade qua o edital do citasio 6publicado pale imprenee , no forma uslei, 6 formalidade secundfiria sue afixa-sio a ports on no fitrio de made do

Juizo" (Repert6rio do Jurisp. doCdd. do Proc. Penal, Darcy ArrudaMiranda, vol. VII, p. 380-381).

E, inclusive, interpretacio jurispru-

dencial desta CAmara, como so infers

do aeguinte ac6rdio, verbis:

"A publicasio 6, visivelmente obri.gatoria, desde qua exists jornal no Lu-gar. Se nio evstir, bastar6 a fizasiodo edital i ports do edificio ondefuncioner o Juizzo, formalidade inde-plin6vel ..." (ob. citada , p. 381).

Do memo teor sio as alegas5es res-

tentes, nio justificam as nulidade:

suscitadas . Do fato, o prezo previsto

no art. 499 do C. Pr. Pen. deflui

sem interrupsao, ap6s a inquiricio des

testemunhas, do audiSncia meama em

qua Mr ouvida a filtima testemunha

a quo dove ester presents o r6n ou seu

repretentante , portanto , nio daoenden-

to do expressa intimasio.

No quo concerne a substitaisio dodefensor dativo no face final do pro-cesso, nio pods igualmente conetituirnulidade, porque disto nio pale inferrir prejuizo pens a defesa do paciente.

658 R .T.J. 46

Com efeito , no atual sistema adote.do pela Procuradoria de AssistenciaJudicieria aos Necessitados, a repre-sentacio d "ease orgio de defesa 6 feitapor qualquer dos advogados do oficioqua servem juntos as Varas Crimmins,com o tecito assentimento dos juizesrespectivos . Constitui sem d ividanine grave irregularidade , porquanto, alei adjetiva penal reguladora do es-p6cie, no seu art. 263 , eetermina quao detensor dativo sere nomeado polojuiz, neo se cogitando, portanto, desaaforma do representagio . No ontanto,o qua constitui nulidade processual in-san6vel , 6 o processo sem defesq. Tor-nando-se o peciente revel, neo podereclamar a posteriori, em beneffciopr6prio, sob a sangio de nulidude, adoffciencia de uma defesa pala dualneo se interessou no tempo devido"(f. 33-35).

neo passe de irregularidade , born f6rgade afetar a volidade do citagio-edital,publicada pale imprensa. Dela neoadveio prejuizo para o denunciado, oretecorrente.

Quanto a ebertura de prazo pira orequerimento de diligencias (art. 499do C. Pr. Pen., flui em cart6rioindependentemente de intimagio despartes, salvo em relagio so Minist6rioPublico, segundo o disposto no artigo501 do lei adjetiva penal.

For fim, so r6u foi dodo defensordativo, segundo poe em destaque adecisio recorrida (f. 35).

Dessarte , n5o as ve comprovadonestes autos qualquer constrangimen-

to ilegal . For isso, nego provimentoeo recurso.

Em one petigio de recurso, o recurrente insists no ocorrencia do nulidededo processo , em face do irregular ci-tageo edital , por set funcionerio pu-blico corn enderego certo, falta deafixagao do edital no ports do Form,

aus6ncia do abertura de prazo paradiligencias ( art. 499 do C. Pr. Pen.),e ausencia de defensor dativo.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcio (Re-lator): - A decisio impugneda neomerece reparo . Conquanto f6sse o reu,ore recorrente , funcionerio publico fe-deral em Teresina , neo se encontravanaquela capital, conforms certidio passoda pelo meirinho incumbido de efe-tuer a one citaci o; qua esclaieceu, in-clusive, achar-se foragido em virtudedo outro processo crime, no qual 6apontado co-autor de homicid .o. Ads-mais, segundo o ac6rd9o atecado soehefe do sua repertigio foi dado cien-cia do egio penal (f. 34). Impunha-se, em resultado, a citagio -edital. Everdade qua neo houve afixacio doedital a Porte do edificio onde funcio-na o Juizo ( paregrafo unto do artigo465 do C. Pr. Penal ). Ease omissio

VOTO

O Sr. Ministro Victor Nunes (Pre-sidente): - Tamb6m acompanho oeminente Relator, embora com a res-salvo de n6vo exame, quando houvercportunidade, do problems do aftxa-geo do edital no sede do Juizo, tendoem vista , pelo moons, dois preceden-tes do Supreme Tribunal em outrosentido.

EXTRATO DA ATA

RHC 45.951 - CE - Rel., Mi-nistro Djaci Felceo . Recte., Augustodo Sousa Martins . Recdo., Tribunalde Justice . Impte., Antonio Dias.

Decisio: Negado provimento, uneni-memento.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes, no ausencia juatificadi di Se-nhor Ministro Lafayette do Andrade,Presidente . Presentes it sessio os Se-nboces Ministros Osvaldo Trig :retro,

Djaci Falceo, Raphael de Baros Mon-teiro e o Dr. Oscar Correia Pin, Pro-curador-Geral do Republica , substi-

tutu.

Brasilia, 19 de agosto le 1968. -,liberte Veronese Aguisr, Secxcario.

R.T.J. 46 659

RECUBSO EXTRAORDINARIO NV 58.535 - SP

(Tribunal Plano)

Relator: 0 Sr . Ministro Hermes Lima.

Embargante : Crioffe Borelli . Embargados : Abrasivos a Polidores SeracchiSociedede An6nima a outros.

Nulidade do patents do invengio 45.718 relative a "am pro-ceaso de preparagio de um produto empregado am cornposigoes pwaacabomento de artefeta ou outros artigos de metals ferrosus a nioferrosos, was Iigas a as composigiies assim obtidas". 0 acdrdioembargado Hilo content toss contreria b Sumula 282 a a questio dofalta do aroma tecnico do invensao Mrs prequestionada . Embargo,nio conhecidos.

AC6RDAO

Vistas a relatedos 2stes autos, acor-dam os Ministro, do Supremo Tri-bunal Federal , em sessio plena, porunanimidade do votos, na conformidadedo ate do julgamento a des notes ta-quigreficas, neo conhecer doe embargo,.

Brasilia, 22 de fevereiro de 1968.- Luis Gailotti, Presidente. - Her-mes Lime, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Hermes Lima: -O relat6rio e o seguinte:

O Sr. Ministro Evandro Lins: -O Dr. Juiz de Direito do Vera Na-cionel do Estado de Sao Paulo julgouprocedente agao de nulidede de pa-tents de invengio n.o 45. 718, relativea "um proceeso de preparagi o de urnproduto empregado em composig&esPara acabamento de artefato on outrosartigos de metals ferrosos a neo fer-rosos, sues liges a as composigoesass'm obtidas" ( f. 656 a 670).

Ease decisio foi reformade, pormalaria de votos , pale 1. Turme doTribunal Federal do Recurso, (f&-lhas 735-745).

Houve embargo,, e o Tribunal Fie-no menteve a decisgo embargada, pormaioria do votos, por acbrdao qua trazesta ementa:

"Patents do invengao . Nulidade.Novidade . S6 se pronuncia nulidadedo patents do invengio quando hi

concludente prove relativameite so vi-cio nela apontado

A questio do novidede de mains erelative . HA invengao petenteivel, nio-obstante a vulgarizagio dos moics, des.do que haja novidede no sua reunieo,Para um processo n6vo".

Inconformados, Abrasivos a Polido-res Seracchi S.A. a outros inter-puseram recurso extraordinerio, cocafundamento no art . 101, III, letre, a

a d do C . F., recurso qua foi admitido-pelo despacho de f. 847-848, a quaassim conclui:

"Admito o presents, recurso: trata-sede materia bastante controvertida a dealto relevancia ( resultado do julga-mento do Tribunal Plano, ap6a long"e minudentes votos: 4x3), fazendo-se-mister a subida dos autos , pare qua.o Excelso Pretbrio decide se o acbrdiorecorrido - so reconbecer a plane va.lidade da patents w O 45.718 - in.fringiu o disposto nos arts. 7.°, S?a 23 do Dl. 7.90345 a no art. 18,itens I e II, do D. 20.536-46".

As partes errezoaram, a deixo do-fezer time exposigio dos sous argu,mentor, porque as seus advogados so

encontram presentee a defenderio seas.pontos do vista coca o brilbo habitual,pare melhor esclarecimento do Tri-bunal.

A douta Procuradoria-Geral do Rao-publica opine polo nio conhecimento-on neo provimento do recurso, em-sucinto parecer (f. 885-886)."

B o relat6rio.

660 R.T.J. 46

ANTECIPAcAO AO VOTO

0 Sr. Minlatro Rvandro Lins (Re-lator): - Sr. Presidents , como vi-mos, nesta materia de patentee doinvencao, as advogedos so esmeramrealmente, a he uma equips magni.fire de advogados qua cuidam destaecauses a expoem, corn clereza a luci.dez, os problemas, do modo a fecilitara tarefa do juiz . 0 processo tem qua-tro volumes a eu os strudel de,tidamente, pare proferir este veto,resultado do conviccao qua me restou

deste estudo : (19 o veto)."

Neese voto o eminente Ministro re-lator afinna qua so conceder a patentsdo invencao o Departamento Nationalde Propriedede Industrial deixou deobserver, no sue letra a no sea espi-rito, o art. 23 do Dl. 7.903, do27.8.45, e o art . 18, ns . I e II, doD. 20.536 , do 20 . 1.46 (f, 893):

"No case, nao houve exams tecnlcofeito pelo proprio Departamento Na-cional do Produ4ao Industrial, qua selimitou a urn suscinto a inconvincenteparecer, qua nao so fundou em quars-quer elementos , por ocasieo do con-cesseo do patents.

Pecan que , nests ponto , harmonizam-as com a it as votos vencidos dosilustres ministros Oscar Saraive, Ama-rflio Benjemim a Armando Rollemberg.An conceder a patents de inven4ao, oDepartamento National de Propr:e-dade Industrial deixou de observer, noone letra a no seu espirito , o art. 23do Dl. 7. 903, de 27 . 8.45, e o or-

tigo 18, no. I e II, do D. 20.536, do20.1.46.

Mantendo a validade de patents,

obtida sent os requisitos legais, a de-cisao recorrida feriu as disposic6es

citades.

Nan estamos reexaminendo a proveo qua serfs defeeo no via extraordine--rie, mas aceitando as fetos, tal coma- resultaram dos debates no eg . Tribunalrecorrido.0 voto vencedor reconhece qua nao

he qualquer novidade no tratamentoinitial do produto primerio , com sue

tritura45o a calcine$ao, achando, po-

rem, que, posteriormente, "aubmetidoa a£ao de elementos qui nicos liquidos,qua modificam a natureza origineriado produto , convertendo-o am abra-sivo" (f. 781).

Entendo qua of houve violagio doart. 8.- do Dl . 7.903-45, porque naosae previlegieveia, de acordo com o§ 3.- d"ease artigo, "as invencoes quotiverem por objeto meterias a suubs-tancias obtidae por mains on processoquimicos."

Eraminendo , finalmente, o argumen-to do recorrido a ora embargente,segundo o qual a patents terie sidodeferida em outros palses , assinalou ovoto do relator, qua como mostra orecorrente, ela fore concedida sem exa-me previo, tendo-lhe sido negada noAlemanha, onde he a exigencia dfisseexams.

Os embargos seo de divergencia.

Arguments quo a amenta do ac6r-dao nao reflete o julgado, maa s6 avoto do relator, porque room o Mi-nistro Victor Nunes Leal, come oMinistro Cendido Mona Filho naoadosaram, pare conhecer a prover orecurso, o argumento do nulidade doexame previo do isenfao, mss sbmentea tese do quo saris nula a patents porvicio do exams tecnico feito no Do-partamento National do PropriedadeIndustrial . Alega quo o acordao con-trariou a Surnula 282, Segundo a quale inedmissivel o recurso extraordinarioquando ago ventilade no deciseo re-corridor a questao federal auscitada.Teria faltado o requisito do preques-tionamento, porque o ponto em quoso fundou o aresto embargedo orb foialudido a assim matron do passagerano voto do Ministro Oscar Saraiva,pois, man no initial, non no replica,nom nos contra-razoes do apelagao,nem nos embargos opostos no TribunalFederal de Recunsos , leventou-se o ar-gumento do nulidade do exams previo,o qua s6 veio acontecer no peticao dorecurso extreordinerio e em sua sus-tentacao . 0 argumento dos embargadossempre fore o do nulidade do patentspor suposta falta do novidade do in-vento, argumento ease ecolhido pale

R.T.J. 46

eentenga, a pales votes vencidos doTribunal Federal de Recursos. Terieassim feltado o requisite do preques-tionamento , qua teraa do am atendidopoles embargados na pr6pria inicialpare ftrar o contradit6rio, edmitido,quando muito, qua isso pudeese amfeito em qualquer des instimcies ordi-n6ries, mas nao em guru de recursoextraordin6rio . Assim, a ester Corte ee-tava defeso per falter de prequestiona-mento examiner o argumento denulidede de exame t6cnics.

Os embargos foram impugnados. Ar-gumenta qua o ac6rdao embargadoconsiderou pule a patents de invengaoconcedida so embargante, porque, al€mdo nulidade substanciel , pale aus6nciado requisite de novidade, havia a nu-lidade formal decorrente do concess-sodo patents seen o pr6vio exame t6cnicode invengao por parts do Deperta-mento Nacional do Propriedade Indus.trial , exame qua 6 once exig6nciaindeclin6vel do art . 23 do Dl, 7.903,de 1945.

A Sumula 282 nao as splice , porqueo ac6rdeo embargado n5o enunciou to.so contr4ria a ela e houve prequestio•namento do questao federal suscitade.Afirma qua nos autos as questionoureiterademente a felts do exame too.nice, como ae pode ver no contestagaodo egeo ordinaaria qua o embargantemoveu contra Seracchi S. A. no pe-ricia qua as produziu no curso do egeoordin4ria em qua o perito dine ex-pressamente:

"Cause-me esp6cie o laconismo e afalter de fundamentagao do "laudo t6onice do exeme do pedido do pa.tents"...

Mas, no ac6rdeo recorrido do Tri-bunal Federal de Recursos os doisMinistros qua main compulsaram esautos, o relator do apelagao e o relatordos embargos , os iluatres MinistrosAmarillo Benjamin a Oscar Saroiva,confirmaram a falter de exams t6mico(f. 913).

0 Ministro Amarillo Benjamin, re-lator, disse:

661

"A falter do registro anterior, no0850, nao devis beater so Depar-temento. Em precise macs detidoexame."

E o Ministro Oscar Saraiva, relatordos embargos, diese:

`Buscendo verificar oz t6rmos emqua ease concessao se fez e, especial-=auto, no do sue pegs principal, oneeja, o parecer t6cnico do DepartamentoNacional do Propriedade Industrial,encontrei o laudo correspondents, qua6 lec6nico _ e indigente do fundamen-tagao."

E acrescenta:

"0 perecer 6 quase qua um mars"nada contra."

Houve, essim, prequestionamento doquestio federal.

Finalmente, qua no embargos seriomde provimento impossivel porque asconhecidos leveriam g tentative do re-formar-se, no instancia dos mesmos,nao a solugio do m6rito, maa a meredecisio s8bre o cabimento do recursoextraordinirio e 6 do jurisprudenciadente C6rte qua a decisio preliminardo conhecimento do recurso extraordi-n6rio 6 definitive a insuscetivel doreexeme.

Ore, nos embargos mal conhecidoso qua se pods examiner 6 o m6rito desolugao dada de questeo federal, msso embargente nio tem. tons s6 palavrado critics so m6rito do provimentododo so ac6rdeo embargado, nem ma-nifesto o prop6sito de demonstrar quanao 6 nula a patents de invengaoconcedida seen exame t6cnico.

O embargente as fiza exclusivamenteno met6ria preliminar do nao-preques-tionamento, o quo condoziria spouseso nao cabimento do recurso extraor-din6rio; mas pare esea s6 finalidadesaris do todo impossivel o recebimentodos embargos.

E o relet6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Hermes Lime (Re-lator): - Nero conhego dos embargos,porque o ac6rdeo embargado nao con-

662 R .T.J. 46

tern tese contriria A Sumula 282 aporque a questao do falls de exam.t6mico do invengao fora prequestio-nods . 0 exame tecnico era indispen-sevel no forma do art. 23 do Dl. 7.903,de 1945 (C6digo do Propriedade In-dustrial) .

0 qua o ac6rd9o embargado afirmoue qua esse exame neo se fez a asembargantes neo demonstraram o con-trario,

EXTRATO DA ATA

ERE 58.535 - SP - Rel., MinistroHermes Lime. Embte. Gloffe Borelli(Adv. Carlos Eduardo de Berms Bar-veto ). Embdos. Abrasivos a PolidoresSeracchi S.A. G outros (Adv. DecioMir nda)

a

Pedro Gordilho, pelos embargados.Funcionou o Dr. Oscar Correia Pins,Procurador-Geral do Republica substi-tute, no impedimento do Procure-dor-Geral de Republica, Dr. DecioMiranda. Impedido, o Sr. MinistroOsweldo Trigueiro.

Presidencia do Sr. Ministro LuisGallotti Presentes, os Srs . MinistrosMoacyr Amaral Santos, ThemistoclesCavalcanti, Raphael do Berros Mon-teiro, Adaucto Cardoso, Djaci Falcio,Eloy do Roche, Adalicio Nogueire,Evandro Lins, Hermes Lima, VictorNunes e'Gongalves de Oliveira. Licen-ciado, o Sr. Ministro Lafayette doAndrade. Ausente, justificadamente, oSr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Brasilia, 22 de fevereiro de 1968.Deciseo: Nao conhecidos os ember- - Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-

gos, unanimemente . Felon o Doutor Diretor-Geral.

RECURSO EXTRAORDINARIO NQ 60.870 - P1

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Hermes Lime.

Recorrentes: Jose Ceze do Silva a sue mulher. Recorrida: Florencia Barbosado Silva.

O acdrdeo recorrido entendeu qua no procedia a aga"u resci-soria contra decisao proferida em interdito poasessorio, sob alegageodo quo se vulnerou express, disposigeo do lei em sat julgada aposse an favor do Parts, a quern evidentemente neo pertencia odominfo, ume vez quo, e'le tandem evidentemente no pertencia aparts adverse , sendo, pole, o conflito de natureza erclusivamentepossessoria. Nao se, feriu a parts final do art. 505 do C. Civ., urnsvez qua o recorrente, a quem neo portencia a donnnio , pretendia aposse do nma neaaa de terra qua, de fate, estava an maos de outranhd varios anon, mans, a pacificamento. Recurso conhecido mas des-provido.

AC6RDAO

Vistoa a relatedos estes autos, acor.dam as Ministros do Supremo TribunalFederal, em Terceira Tumia, por one-'nimidade de votos, no conformidade doeta do julgamento a des notes taqui-greficas , conhecer do recurso a negarprovimento.

Brasilia, ld de maio do 1968. -Gongalvee de Oliveira, Presidente. -Hermes Lima, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Hermes Lima: -O ac6rdio recorrido tern a seguinte

ementa:

"Nao procede agao rescis6rie, contradecisao proferide em interdito pos-sess6rio , sob alegagao de quo as vul-nerou expressa disposigao de lei emset julgeda a posse em favor de partee quern evidentemente no pertenciao domino, was vet qua We tambem

R.T.J. 46

evidentemente nao pertencia a paneadverse, sendo, pois, o conflito denatureza exclusivamente possess6ria."(f. 65).

Assim decidiu o ac6rdeo des ilustresCameras Reunidas do Tribunal de Jus-tiga no AR 87 de Comerca de Tere-aine quo julgaram improcedente.

Interp6s-se recurso extreordinariopoles letras a e d. Alega-se qua oac6rdgo recorrido feriu o art. 505,parts final, do C. Civ. qua diz:

"Nan so dove, entretanto , julgar aposse em favor daquele a quern evi-dentemente nao pertencer o domino."

O recurso foi impugnedo.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - Conhego do recurso masthe nego provimento.

O ac6rd io rescindendo que sets porcertidgo a f . 8 proclama qua a recor-ride evidentemente no pertence o do-mino dos 15 metros quadradoa dechin a6bre qua versa a lide, cuja posse€ disputade pelos litigantes a titulodo domino indireto qua ambos ale-gain ter s6bre esse nesga de terreno.Mas, entendem aplicsvel o ponto devista defendido por Azevedo Marques,"aim expresso:

"Em outros tarmos , a chamada ex-ce'eo de domino, que 6 a alegagao dedominio do alguem s6bre a coisa, naopods por si s6 impedir que o pos-suidor sale garentido provisdriamenteno sue posse, se ale tiver motivos le-gais qua justifiquem a sue posse, abs-tenga'o feita do domino."

B, continue o ac6rd5o, 6 que a ape-lanto tern motivos legais quo justificamsun posse, nine vex que, as 6 certoque aforou 17 metros de frente portrinta de fundos, vinha ocupando, apos-

663

eada manse a paclficamente, he verbs

anos, mais meio metro do frente, on

seja, 15 metros quadrados, dos quail

nao pods ser desepossada violenta-

mente vent mesmo pale Prefeitura, de

quern 6 ale enfiteuta , quanto mail

polo reu apelado, qua direito nenhum

pods invocer em relagao a else nesga

de terra . De maneira qua a posse do

eutora nao 6 somente a melhor, sues

exclusive dela, ulna vez qua a do rev

se traduz no violencia, quo a justiga

nao pods amparar . Treta-se, pois, de

assunto meramente possess6rio (f6-

lha 8).

Desse modo, nao se feriu a parts

final do art. 505, nine vez qua o

recorrente a quem nao pertencia o

domino pretendie unia posse de umanesge de terra, que, de fato, estava

em maos de outrem M verioa ands,

mansa a paclficamente,

EXTRATO DA ATA

RE 60.870 - PI - Rel., Ministro

Hermes Linia . Rectes . Jose Caze do

Silva a sue mulher (Adv. Manoel

Lopes Veloso). Reeds . Flore"ncia Bar-

lines de Silva (Adv. Raimondo Acilio

Portals Richard).

Decisio : Conhecido a desprovido.tfngnime.

Presidaiicie do Sr. Ministro Gongal-

ves do Oliveira. Presentee a sess"eo

os Sri. Ministros Hermes Lime, Eloy

do Roche, Amaral Santos, Thompson

Flores e o Dr. Oscar Correia Pine,

Procurador-Geral do Republica, subs-

tituto.

Brasilia, 10 de mein de 1968. -Guy Milton Lang, Secret4rio de Tur-

664 R.T.J. 46

EECDESO EXTRAORDINARIO N9 63 . 059 - GB

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Eloy do Roche.

Recorrente : Estado do Guanabara . Recorride : Knoll S .A. Produtos Qui-micos a Fermaceuticos.

Imp6sto do vendee a consigna£6ea - Nio 6 devido o imp6stodo vendee a conaignagaea s&bre a percale do impSato do consumoquo onera a primeira verda roalizada polo produtot. - Marano eprimeira venda ofetuada polo importador, quo se equipara ao pro-dutor, tern lido aplicado o principio enunciado na Sumula 125.

- Requso silo oonhecido.

AC6RDAO

Vistas, etc.

Acordam as Ministros do SupremoTribunal Federal, em Terceira Turma,por vota£ao uniinime, nao conbecer dorecurso, na conformidade des notes ta-quigraficas.

Brasilia, 3 de main do 1968.Gonsalves do Oliveira , Presidents,Eloy do Roche, Relator.

RELATORI0

O Sr. Ministro Eloy do Rohe: -Knoll S.A. Produtos Quimicos o Far-maceuticoa promoveu, em 13.7.60,agiu contra o Estado do Guanabare,visendo a declara£io de quo o imp6stodo vendas a consigna£ 6es inside, tirosb, s6bre o prego de vends , dale ex-cluidas despeses de carreto, embala-gem, seguro, dep6sito e imp6sto deconsumo, no obstanto a reda£io do§ 10, do art. 4 .0, de L. 687, de29.12.51, dada polo art. 18 do L. 899,de 28 .11.57. Citou decisio do Su-premo Tribunal Federal no RE 10.875,no D.J. do 18.5.51, p. 1.234, favo-revel A sue pretensio. 0 Estado doGuanabara contestou, sustentando alegalidade do impugnada cobrsn£a doimptsto de vendes e consigneg6es, con.forms a L. 899. Apresentou compcontr6rios a pretensio de Autora osac6rd"aos no RE 4.482 a RE 31.717.

0 Dr. Juiz do Direito da 4.2 Verado Fazenda PAblica, em eentenga do3.3.61, a f. 26-27, julgou improce-

dente a a£io. Apelou a suture af. 29-31, o Estado apresentou contra-raz6es a f . 33-35, e a Procum-doria-Geral do Justiga do Estadodo Guanabara exarou o paracer dof. 40-42. A Terceira Ciianare Civel doeg. Tribunal de Justi£a do Estado doGuenebara resolveu submeter o julga-mento so Tribunal Pleno. A Pro-curadoria-Geral opinou pale rejeigaode argiii£io de inconstitucionalidadodo tribute£ao. 0 Tribunal de Justiga,uniinimemente, rejeitou a argiii£io deinconstitucionalidade , afirmando, po-rem, qua houve erro de interpreta£iodo lei, pale autoridade fiscal, a quaa manifests ilegalidade de cobrangatern sido proclemada , em casos ani-logos, pelos Tribunais , inclusive poloSupremo Tribunal Federal.

A Terceira Camara Civel do Tri-bunal de Justi£a, em ac6rdio do10.10. 66, por unanimidade, deu pro-vimento, em parts, it apelagio, peraexcluir do prego, pars o cilculo doimp6sto de vendee a consigna£6es, 0imp6sto de consumo.0 Estado do Guanebara, inconfor-

mado, recorreu, extraordinariamente, a

f. 73-78, com fundamento naa letrasa e d do permissivo constitucional.

As razoes do recorrente estio a f6-]has 84-90 ; a recorrida ofereceucontra-razoes a f. 92 -94. A doutaProcuradoria-Geral do Republics opi-

nou polo nio conhecimento do recurso,

em face do S6mula 125.

E o relat6rio.

R.T.J. 46

VOTO

0 Sr. Miniatro Eloy do Roche (Re-lator): - Nio conbego do recurso,em atengio a jurisprude"ncia desteTribunal enunciada na Sutnula 125 0reiterade em julgados posteriores.Mesmo a primeira vends realizadapale importador, qua so equipara soprodutor , tem sido aplicada a Stimuli125, come no RE 60 . 645, de 26.9.66,do Primeira Turma, R.T.J. 39/672-674.

EXTRATO DA ATARE 63 . 059 - GB - Rel., Ministro

Eloy de Roche . Recte . Estado doGusnebam (Adv. A. Herman Braem).

665

Recda . Knoll S.A. Produtos Quimi-cos a Fannaciuticos (Adv. EnricoPaulo Vane).

Decisio: Nio conhecido . Unenime.

Presidancia do Sr . Ministro Gon-galves de Oliveira . Presentee a sessioos Srs . Ministros Hermes Lima, Eloydo Roche, Amaral Santos , ThompsonFlores e o hr. Oscar Correia Pine,Procuredor-Geral do Republica, subs-tituto.

Brasilia, 3 de maio do 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio de Tut-

0RECURSO EXTRAORDINARIO N' 63.226 - ItS

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Eloy do Roche.

Recorrente : Adil Martinez do Oliveira . Recorride : Justiga P6blica.

Sentenga do pronuncia - Alegageo, dependents do erame dasciramat8nciae, do incompatibilidade antra a qualificativa do motivefdtil e o estado de atnbriaguez do reu . - Questeo do fato, incabivelem reauao eztraordinerio.

Reaaeo neo conhocido.

ACORDAO

Vistas, etc.

Acordam as Ministros do SupremoTribunal Federal, em Terceira Turma,por votagio unenime, nio conhecer dorecurso, no conformidade das notes ta-

quigraficas.

Brasilia, 31 de maio de 1968. -Gongalves de Oliveira, Presidents. -Eloy de Roche, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Eloy do Rocha: -O Dr. Juiz de Direito do PrimeiraVara do Comerca de Bage, no RioGrande do Sul, pronunciou Adil Mar-tinez de Oliveira, come incurso noart. 121, § 2 ..0, inc. II, do C. Penal.A Primeira Camera Especial do Tri-bunal de Justiga , por unanimidade, ne-gou provimento so recurso estrito,confirmando , sem qulquer reparo, asentence do pronfmcia.

Adil Martinez de Oliveira. inconfor-medo, recorreu extraordinAriamente,com fundemento na letra d do per-missive constitucional, citando ec6rdiodivergente do eg. Tribunal do Justigade Santa Catarina (f. 14 a verso).0 recurso foi admitido polo despachode f. 15 a verso:

"Vistos, etc. - I - Adil Martinezde Oliveira este sendo processedo nacomarca de Bege, come incurso nassang6es do art. 121, § 2.01 II a IV,do C. Pen. Brasileiro.

Felts a instn,gio do processo, oMM. Dr. Juiz de Direito do 1. Vanedequele comarca pronunciou o acusado(f. 166). O reu no se confonnando,recorreu pare o eg. Tribunal de Jus-tiga, alegando qua raz6es nio existempare capitular come firtil a atividedeposte em pretica per Ale, pleiteandodesclassificagio, tendo son vista quodelitos cometidos em estado de em-briaguez no podem ser considerados

666 R.T.J. 46

coma de motivagao futil . Nao foi felizno segunda instancia , area vez quea colenda Camara Criminal Especialmanteve a pronuncia (f. 196). Pu-blicadas as conclus6es do venerandoaresto no Diario do Justiga de vintee quatro do margo ultimo, em tem-po habit o reu submeteu a des-pacho petigao de recurso extreordnirio,corn arrimo no letra d do art. 101,III, do C. Federal. - No houveimpugnagao . - II - Admito o ap6losupremo. - 1. A respeitavel sen-tenga de primeire instancia ensartou odelito perpetrado pelo reu no art. 121,§ 2.°, 11, do diploma substantive penal,on saja , homicidio qualificado por mo-tive futil . A referide decisao, cornojA se disse, foi confirmade , in torum,pale ilustre Camara Criminal Especial.Como se colhe do decis6rio a quo, amagistrado , de modo categ6rico a in-sofismavel , entendeu que 0 ecusado,par ocasiao dos fatos nerredos no de-nuncia , estava alcoolizado, consideran-do, entretanto, qua tat circunstanciano em habil a retirar o laivo do fu-tilidade do agao delituosa . Tat asset-tiva foi, induvidosemente , referendada

pela decis"ao de segundo gran.

Ore, a jurisprudancia a tat respeito

e divergente . 0 ac6rd"ao do eg. Tri-

bunal de Justiga de Santa Catarina

(Velentim Alves do Silva , Repert6rio

de Jurisprudencia, 2/714 ) 6 textual no

sentido de que a embrieguez incom-

plete deve excluir o motivo futil, par-

qua produz urn estado ate certo Ponta

anormal , que impede o delinquente a

controlar a regular as seus impulsos.

Basta isso pare salientar , de sobejo,

a diversidade do entendimento juris-

prudencial capes de legitimar o re-

medio exceptional . III - Vista as

partes , pare raz6es".

A douta Procuradoria-Geral do Re-publica opinou polo neo conhecimentodo recurso, e, se conhecido , pelo neoprovimento.

Y, o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - A verificagao , no caso, de

incompatibilidade entre a qua l ifica-

tiva do motivo futil e o estado do

embrieguez do r6u, dependere do axe-

me das circunstancies . Pelas certid6es

nos autos do recurso , spurn-se qua ha,

no sentenga do pronuncia , mere re-

ferancia de quo o reu se achava al-

coolizado ( f. 6). 0 ac6rdao recorrido

neo reconheceu a embrieguez mesmo

incomplete . Declarou quo a agao do

reu foi imotivada , grosseira a estupidee quo ao Juri , em sue soberania, com-

pete, core mais adequagaq julgar do

qualificadora (f, 7v.). 0 pr6prio reu,

em raz6es , afirma qua ingeriu quan-

tidade minima de Alcool a que, segundo

as testemunhas, ale neo demonstrava

achar-se tonto ( f. 10v .). Apresenta-

so, portanto, antes de tudo, questao de

fato, qua neo pods ser reexaminada em

recurso extraordinario.

De resto, o ec6rdaao recorrido, quamanteve o despacho de pronuncia, 6de 19 . 1.66. Atualmento a ran ja doveter sido submetido so Tribunal doJuri, cujo julgamentoi se sobrep6e Apronuncia.

Nao conhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 63 . 226 - RS - - Rel., MinistroEloy do Roche . Recte . Adil Martinezde Oliveira (Adv. Caetano Motole).Recda . Justiga Publica.

Decisao : Nao conhecido . Unanime.Impedido o Ministro Thompson Flo-res.

Preside"ncia do St. Ministro Gongal-ves de Oliveira . Presentes a sesseo asSrs. Ministros Hermes Lima, Eloy doRoche, Amaral Santos , Thompson Flo-res e o Dr . Oscar Correia Pins, Pro-curador-Geral do Republica, substituto.

Brasilia , 31 de maio de 1968. -Jos4 Amaral, Secretirio.

R.T.J. 46 667

RECURSO EXTRAORDINARIO Ns 63 . 584 - MO

(Prlmeira Turma)

Relator: 0 Sr. M'inistro Victor Nunes I eel.

Recorrente : Uniio Federal . Recorrido : Francisco Terra Nato.

1) Concarso formal. Falsidade absorvida no estelionato. Exarnedo jurispnafencia do STF.

2) Precedentis da LO Terms: RE 63.440 (6.5.68).

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos esteeautos, acordam os Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do are dojulgamento a des notes tequigrificas,por unanimidade de votos, conhecer dorecurso, mas negar-]be provimento.

Brasilia , 2 de setembro de 1968. -Victor Nunes Leaf, Presidents a re-lator.

RELATORIO

O Sr. Ministro victor Nunes (Pre-sidente): - 0 recorrido foi denmi-ciedo na Comarca de GovernedorValadares por virios crimes , em con-segtiencia do incendio quo irrompeu,em 1954, em dep6sito de EmpresaAlgodoeira Ltda., por Ale organizada.

Ease empresa f6ra incumbida do ad-quirir algodio pare a Comissio deFinanciamento do Produ4io . Recebiaas respectivas quanties do Banco doBrasil, mediante apresentagio dos re-cibos e romaneios , comprobat6rios descompras.

Apurou-se depois, segundo a denfm-cia, quo houve compras ficticias, deelevado valor, o qua terie induzido 0recorrido a provocar o inc5ndio, Paraocultar o crime qua se descobriria corea verificagio dos eatoques.

A denfmcia apontou cinco acusados,a todos as quais atribuiu os crimesdos arts . 171, § 3P, 298, 304, 333,paregrefo unto, 317 a 250. § 1P,n. 1 e 2, letras e e if. c/c os arts. 25e 51, $ 2 .°, do C. Penal.

0 Juiz do la Instincia , em sentengade 24. 1.66 (f . 253), absolvendo as

demais, condenou o recorrido polo prii-tica de dois crimes: estelionato (or-tigo 171, $ 3.°) a falsificacio dodocumentos ( art. 298). A some despenes alcancou 11 ants e 8 mesas dereclusio, mais a multa de Cr$ 18.000,00e a tare penitencierie de Cr $ 5.000,00(moods antiga).

0 Tribunal Federal de 12ecursos,Por sua 3a Turma (f. 305 - ACr1.214, 25 . 11.66 ), unanimemente. ne-gou provimento A apela9io do M.P.,e, por maioria, deu provimento, emparts, A apelegio do r€u , ore recor-rido, seguindo o Relator, MinistroEsdras Gueiros, vencidos as MinistrosCunha Mello a M4rcio Ribeiro. Foi,assim, reduzida a pone a quatro anoe,leis mesas a urn dia de reclusio. noconformidede dos arts . 51, § 2.°, e171, § 3P, do C Penal.

Considerou o Tribunal , nas palavrasdo relator ( f. 301 ), qua o comporta-mento delituoso do recorrido, sendo"continuado, apresenta-se, em t8das assuas manifestag6es, core a nitida figuredo estelionato qualificado polo fal-aamj." Foi, portanto, afastado o con-curso material, ficando a falsidedeabsorvida polo estelionato. A panebase, fixada em tree was a um die,foi eumentada , primeiro , de seis me-ses, depois , de mais doze, em obedi-€ncia acs arts . 51, § 2.0, a 171, § 3P,do C. Penal . Ficou mantida a sen-tenga quanto A multa, a tare a ascustas.

A Uniio Federal recorreu, extraordi-nariamente, pelas letras a e d (f. 307).0 ac6rd"ao ter-se-ia afastado do boadoutrina, so admitir o estelionato qua-lificado, contrariando, assim, o art. 51,

668 R .T.J. 46

§ 1 .01 2? parts, do C. Penal. Comosustentaram os votos vencidos, have-ria, no caso, concurso material.

Para comprovagao da divergencia, aUniao citou o ac6rdao do Supremo11ribunal no HC 29.103 (R.F.105/53 ), relator o Sr. Ministro Gou.left de Oliveira, do qual tronscreveu"to passagem : "Pmtica dois delitos,o de falsificagao e o de estelionato,quern preenche clandeatinemente co-nhecimento de carga, subtraida do es-tagao de origem , a dale se vale pareinduzir alguem em erro a dale obtervantagem ilicita".

Sendo caso de concurso material -diz a Uniao - a pena deveria setfixada em sale anos a quatro dies dereclusio, tondo em vista a reincidencia,a continuidede e a circunstancia doter sido o crime praticado contra enti-dede publica.

O recorrido ( f. 313) levantou apreliminar de intempestividade do re-curso, apresentado em 1.3.67, porquea conclusio do ac6rdao foi publicedano D.J. de 17.2.67.

O Presidents Godoy Ilha, do Tri-bunal Federal de Recursos, sustentouqua o ac6rdao den correta interprets-Sao so art , 51, § 1.0, do C. Pen., doac6rdo com a ligao dos doutores, in-clusive Nelson Hungria . Admitiu,todavia , o recurso pale divergencia ju-risprudencial (f. 316).

A Procuradorie-Geral do Republica(f. 330 ) reportou-se as raz6es doUniao Federal (f. 307-311), pare con.cluir Palo conhecimento a provimento

do recurso.Tendo em vista referenda contida

nos autos (f. 318 ), esclarego qua aSegundo Turma , relator o Sr. Minis-tro Adelicio Nogueira , negou o HC44.350 (17.8.67), no qual o ore re-corrido pleiteava o benef icio des pres-crigio.

Esclarego meis qua s6 he um recor.rido, Francisco Terre Neto , devendo.por isso, ser corrigida a autuagao.

VOTO

0 Sr. Ministro Victor Nunes (Pre-

sidente a relator): - Deixo de apre-

ciar a preliminar do intempestividadedo recurso, porque msu voto ifavorivel ao recorrido : conhego dorecurso, mas Para ]he negar provi.mento.

A caracterizagao do concurso mate-rial, em verbs casos, suscita contro-versie, mas o Supremo Tribunal vanesvezes o tern excluido , em beneficio doreu. Mobs de um us vez, per exemplo,considerou a emissao de cheque serafundo integrente do crime falimentar:HC 38 . 835 (15 . 12.61 ); considerouo estelionato absorvido polo crimede falencia fraudulenta : HC 40.532(2.9.64 ). Veja-se tembem o debatetrevado no HC 42. 194 (2 . 6.65),R.T.J. 33/804, em qua a orders fotconcedida por outro fundamento.

Situagio particular qua Dora Con-figura ease controversies a quando umdoe crimes a consideror e o do falsi-dade . JA decidimos, porem, qua ofalso ficou abaorvido not acusa4io docontmbando : RE 55 . 829 a 55.830(7.8.64).

Afirmou ainda esta Turma, presti-giando vote men, quo a falsidede fi-cou absorvide no estelionato: RE63.440 (6.5.68 ), ementa no D.J.28.6.68.

No Plenerio , relator o Sr . MinistroGongelves de Oliveira, concluimos quaa falsidade ideol6gica ficou absorvidano fraude de transferencia do telefone,qua nao estava definida como crime:RHC 39. 855 (10 .7.63, D.J. .3.10.63 /969). Tembenr julgou a antigaPrimeira Turme , relator o Sr. Mi-nistro Pedro Chaves ( RE 58.543(23.11 . 65), R.T.J. 35/435 ) qua o as-telionato foi absorvido polo crime dofalsidade.

Helen Fragoso , comentando esteultimo decisao (Jurispradencia Crird-nat, § 71 ), op6e-lhe reparos, combase am pronunciamento mais antigodo S.T . F., mae reconhece qua a me-lhor solugao tecnica leveria a injusticede some do dues penes graves. Perisso mesmo, ecrescenta , a comissao re-visory do Projeto Nelson Hungria pre-feriu optar polo concurso formal,fazendo prevalecer o crime de falsi-dade, corn aumento do pena . 0 ilustre

R.T.J. 46 669,

comentarieta jA notara , em sun Ligiieado Direito Penal (vol. 4), qua a ju-risprude"ncie , polo mesmo motivo, ten-die a integrar a falsidade documentalno crime contra a patrim6nio "quogeralmente the segue".

Em outro casa, onde se alegava quo

o falso fore absorvido polo estelioneto,o Tribunal negou o habeas corpus, mass6mente pole inidoneidade do meinprocessual : HC 44. 319 (5 .11.67),R.T.J. 43/605.

0 eminente relator, Ministro Cen-dido Motto Filho, depois de citar emfavor do paciente um ecordio do Tri-bunal do Paren4 , observou: "A verifi-cagio so houve on nio concurso paredirimir a contends doutrineria no casoem aprAgo dependeria, antes do mais,do name dos fetus, o qua eats excluldodo campo do habeas corps.".

No caso presents, o name doe fatos,polo qual se excluiu o concurso mate-rial, prevalecendo o estelionato quali-ficado, foi feito Palo Tribunal Federalde Recursos , na via propria, quo wea apelagio.

Nio vejo raz6es para mudar easeconclusio. Como observe Helena Pro-goso, a injustiga da some de doss pe-=a graves levou a comissio revisora

do projeto do C6digo Penal a optarpelo concurso formal, a nio polo ma-teriel . A preferincia da comissio foi.pelt prevalAncia de falso, absorvendoo eatelionato, enquanto qua, no casopresents, o falso a qua ficou absorvidono estelionato . Ease diferenga nioafeta a sooluFio dads, aqui, polo Tri-bunal Federal de Recursoa , porque aspenes dos arts , 171 a 298 sio iden-tices: um a cinco anos de reclusio.

Nego provimen to so recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 63 .584 - MG - Rel., Minis-tro Victor Nunes. Recta . Uniao Fe-deral. Recdo. Francisco Terre Neto-(Adv. Adib Elias Donato).

Decisao: Negado provimento, uni-nimemente.

Presidencia do Sr. Ministro VictorNunes, at eusgncia do Sr. MinistroLafayette de Andrade, Presidents.Presentee A seasio, as Srs. MinistrosOtwaldo Trigueiro , Djaci Falcio, Ra-phael de Berros Monteiro e o DoutorOscar Correia Pina, Procurador-Geraldo Republica , substituto.

Brasilia, 9 de fevereim de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretfrio.

RECURSO EXTRAORDINARIO Nv 63 . 746 - Sr

(Terceira Tmvra)

Relator: 0 Sr. Ministro Conceives do Oliveira.

Recorrentes : Ant6nio Fernando Barbosa a outros . Recorrida : Fnenda do,Estado.

Rvicgao. Ao inv4o do set o alienante o dnico a sec chamado Aautoria, todos os alienantes anteriorea o ago (C. Pr. Civ., art. 95,§ 9.°) a ad o ego pars tornatem-se resppona4veis, polo negdoio ilfcitorealizado . Na hipoteae, oEstado este em culpa manifests, poi., atago do usuoapiao proposte Palos vencedores do possessdria, reco-nheceu-hes ezpresaenaente o dominio. Apliaageo do art. 88 do,C. Pr. Civil.

ACORDAO

Vistos, etc.

Acorda a Terceira Turma do Su-

ungnime, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, de ac6rdo cone as notestaquigrificas.

premo Tribunal Federal, por decisio Custas no forma do lei.

670 R .T.J. 46

Brasilia, 14 de junho de 1968. -

Gongalves de Oliveira, Presidente e

Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira : - Ant6nio Marques a sue mu-]her venderam , em 29.2 .40, a Antoniodos Santos Barbosa, pai do ore recor-rente Antonio Fernando Barbose, umim ivel, corn a area de 1.273.946 m2,sito no Praia Grande, entiga comarcado Santos, im6vel e"sse que adquirirado Estado, em vista de pedido dejustificagio de posse, nos tirmos doart. 8° do D. 7.200, de 10.6.35.

Foi expedido polo Estado o respec-tivo titulo de dominio, em 14.6.37.

Em 1951, Domingos Join Moallipromoveu contra Antonio Santos Bar-boss tore agio do reintegrasio deposse, sob fundamento de ser o donodas terms.

Citado, Ant6nio dos Santos Barbosachemou a autoria a Ant6nio Marques,que a sou turno charnou a autoria aFazenda do Estado.

Vencido nessa possess6ria , AntonioSantos Barbosa prop6s egio de reivin-dicagao contra os mesmos Ant6nioMarques e a Fazende, tendo a agiosido julgada improcedente , reconhecldoo domino de Domingos Joio M'oalli.

Vern entio Ant6nio Fernando Bar-bose, no qualidede do herdeiro de An-tonio dos Santos Barbosa, corn apresente acio, em que pleiteia in-denizagao de Antonio Marques e aFazenda Estadual , aque'le pela venda anon domino , esta , por ter expedidotitulo de dominio de im6vel qua sabiapertencer a terceiro , ambos solidaria-mente rosponsaveis polo prejuizo, quesofrera.

A egao foi julgada procedente ape-

nas contra Antonio Marques, nao contra

a Fazenda do Estado , dando ensejo an

presente recurso extraordinario, admi-

tido e devidamente processado.

E o reletbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira ( Relator): - 0 adquirente no-tificara do litigio o alienante, Como 0exige o C6digo Civil, "pare poderexercitar o direito qua do evicgio theresulta" (art. 1.116).

Tais direitos sao os definidos noart. 1.109 do C. Civ.:

"Salvo estipulagao em contrario, tem.direito o evicto, al6m de restituigio in-tegral do prego, on des quenties, quapegou."

Ixva-se em Conte o valor de coisa"ao tempo em que se evenceu" (ar-gumento do C. Civ., art. 1.115).

O C6digo de Processo , arts. 95 eseguintes, estabelece Como se cham itautoria, Como se notifica do litigio, ossutures alienantes , em caso de demandscontra o adquirente, visando a tomadado im6vel vendido. Palo Cbdigo doProcesso Civil, todos os elientantes saochamados a autoria (art. 95, § 3°).

Foi o qua se deu as esp6cie.

Os Taus, no reivindicat6rie , a saber,o adquirente Antonio Santos Barbose,e Fazenda do Estado foram vencidosne possess6ria.

A possess6ria , Como acentua o ac6r-d9o recorrido , fundado em CarvelhoSantos, importando em perda da coisa,da ensejo a agao de evicgao (C. Civ.Int. XV, 380-381).

Na esp6cie , o reu vencido na posses-s6ria, ainda props acio reivindica-t6ria contra o autor vencedor, masnio teve sucesso . A Fazenda do Es-

tado tambem foi citada nesse reivindi-

cat6ria.

Surgiu, entao, a presents egao deevicgio, qua compreende indenizagio(C. Civ ., art. 1.109, n . II). S6-mente os vendedores Antonio SantosBarbosa, isto 6, os vendedores AntonioMarques e sue mulher foram condornados pela sentenga confirmade emsegundo grau.

A met ver, procede o recurso

extreordinario interposto contra €see

acbrdao.

R.T.J. 46

Palo C6digo do Processo todos asalienantes aio citados (art. 95, § 3°).Se o sao, como na esp6cie o foram,comp somente o primeiro adquirenteser o condenado?

NiO procede a argumentacio doac6rdao de qua Antonio Marques con-denado 6 qua voltara contra o Estado.A questio tamb6m interesse ao adqui-rente evicto.

A conclusio l6gica 6 quo todos de.vem ser solidariamente condenados acompor o prejuizo . E o Estado estiem culpa manifesto, na hip6tese, pois,no aFio de usucapiio proposta pelos

vencedores do possess6ria reconheceu-thes expressamente o domino. Naoobstante, expediu titulo de dominovulnerivel a favor de Antonio Marquesa sua mulher, qua registraram o sontitulo a venderam o im6vel a AntonioSantos Barbosa . A men ver, a culpado Estado 6 manifests . 0 ac6rd9odecidiu contra o preceito do art. 194do C.F. a 88 do C. Pr. Civ., dei-xando de aplic6-lo, negando-Ihe assimvigSncia.

O litiscons6rcio era admissivel, noesp6cie, pare a mesma finalidade: sero adquirente evicto ressarcido de per.dos a dos prejuizos, qua sofreu.

Antes do C6digo de Processo Civil,talvez tivesse razio o ec6rd9o. Mes,ap6s o C6digo de Processo, em facedos arts . 95, § 3°, a 88 , a solucaoparece-me dove ser favoravel ao recor-reute,

An inv6s de set o alienante o 6nicoa ser chamado a autoria , ja polo C6-digo de Processo , todos as alienantesanteriores o sao (art. 95, § 3.-) a s60 sao pare tornarem-se responsaveispolo neg6cio ilicito realizado.

Palo exposto , conhe9o do recursopare dar-the provimento.

VISTA

0 Sr. Ministro Thompson Flores: -Senhor Presidents, pe4o vista dos au-tos.

671

EXTRATO DA ATA

RE 63.746 - SP - Rel., MinistroGonsalves de Oliveira . Rectos.. An-tonio Fernando Barbosa a outroa (Ad-vogado Helena Frascino do Mingo).Recda. Fazenda do Estado (AdvogadoDomingos Marino).

Decisio : Depois do voto do Relatorconhecendo a dando provimento, pediuvista o Ministro Thompson Flores.Felaram, peloa Rectes . o Dr. MarcosHeusi e, pela Recda ., o Dr. HelfidioToledo Monteiro.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-calves de Oliveira . Presentes it aessaoos Srs . Ministros Hermes Lima, Eloydo Roche , Amaral Santos, ThompsonFlores e o Dr. Oscar Correia Pine,Procurador-Geral de Republica, subs-titute

Brasilia, 17 de main de 1968. -.Guy Milton Lang, Secrettirio de Tur-

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Senhor Presiidente.

Perrnito-me rememorar a rela9io dis-cutida no preambulo do voto proferidopor V. Excia . quo resume a esp6cie:

"Antonio Marques a am mulhervenderam, em 29.2 . 40, a Antonio dosSantos Barbosa , pai do ore recorrenteAntonio Fernando Barbosa, um im6vel,com a tires de 1.273.946 m2, sito naPraia Grande, antiga comarca de San-tos, im6vel ease qua adquirira doEstado , em vista de pedido de jus-tifica9ao de posse , nos termos do ar-tigo 8.0 do D . 7.200, de 10.6.35.

Foi expedido polo Estado o respec-tivo titulo de dominio, env 14-6-37.

Em 1951, Domingos Join Moallipromoveu contra Antonio Santos Bar-bosa uma agio de reintegracio doposse, sob fundemento do ser o donodos tetras.

Citado, Antonio dos Santos Barbosachamou a eutoria a Antonio Marques,qua a seu turno chamou a eutoria aFazenda do Estado.

672 R .T.J. 46

Vencido noses, possess6ria , AntonioSantos Barbosa propos agao de reivin-dicagao contra os meamos AntonioMarques • a Fazenda , tendo a agaosido julgada improcedente , reconhecidoo domino do Domingoa Joao Moalli.

Vern entio Antonio Fernando Bar-bose, no qualidede de herdeiro deAntonio dos Santos Barbosa, corn apresents agao, em qua pleiteia inde-nizagao de Antonio Marques e a Fa-zenda Eetaduel, aquele pale vends anon domino, esta, por ter expedido ti-tulo de domino de im6vel qua sablepertencer a terceiro , ambos solidaria-mente respons6veis pelo prejuizo, quasofrera.

A son foi julgeda procedente spanscontra Antonio Marques , nao contra aFazenda do Estado, dando ensejo sopresents recurso extraordinerio, admi-tido a devidenrente processado."

O autor, como herdeiro de seu paiqua perdere o domino a a posse doim6vel je referido, a qua vencido nereivindicat6ria tentade , a qual comono possess6ria, haviam sido chamados,tanto o imediato transmitente, como oEstado, quer agora ressarcir-se de seusprejuizos, atraves delta agao de inde-nizagio. E seu pedido funda-se, espe-cialmente, no texto constitucional de1946, art . 194, no qual conjuge dis-posigbea correlates , do Codigo Civil,arts. 15 a outros, a da Lei Processual,findando assim sua pretensao, f. 6:

"Assim sendo , em face do exposto,quer o Suplicante propor, contra osSuplicados , a presento Agio Ordineriaqua tern ampere a fundamento nos ar-tigos 1 . 107 do C . Civ. Brasileiro, 15do mesmo Codigo a 194 do C.F.,agao essa qua devera set julgada 'n-teiramente procedente condenando-seos thus so pagamento do importinciade Cr$ 400.000 . 000,00 ( quatrocentosmilhoes de cruzeiros ) resultants doprejuizo sofrido pelo suplicante, maisjuros, custas a honorarios , sujeitando-se no quo for atribuido judicialmente."

Vencido nos dues instincias ordi-n6rias porque a agao prosperou spoons

contra o imediato transmitente, or-tigo 101, do C. Pr. Civ., dando o

autor ora recorrente, como cerecedorde agio contra o Estado, quer agoraperseguir sue proposta initial, vendotambem no rol dos co-responseveis aFazenda do Estado . Dal seu extraor-dinerio no qua], alem de outros, de-secoma violado o art. 194 do EstatutoMaior.

2. Como V. Excia ., Senhor Presi-dents, conhego do recurso ; tenho comonegeda vigencia so art . 194 do Cons-tituigao, entio vigente, correspondentsso art . 105 do atual, barn Como 0art. 88 do C. Pr. Civil.

Realmente.

A agao, como se viu do petigio ini-tial, nao as limits a evicgao, a qual,por forga processual , art. 101, do res-pectivo Diploma, 6 direta no imediatotransmitente.

E dal nao se poderia fugir como oexpos Pontes de Miranda , so comentaro preceito , inobstante sue critics.

Tram-se aqui de demands main am-pla, de indenizagaq pale pretica deverdadeiro ilicito, eis qua o Estado,parts no agao de usucapiao qua o pos-suldor trintenerio the moveu, eindaassim, ap6s, expediu titulo aquele quoveio a trensferir o domino so pal doora recorrente.

Pam ale , pois, no estarie jungidoo recorrente a rigida imposigio doart. 101 do Estatuto Processual.

E porque etribuiu responsabilidadedo prejuizo sofrido a todos , a especi-almente, so causedor unico do dano,no poderia deixar de envolve-lo come,reu.

Negada ease faculdade qua tinha orecorrente , negou -se aplicagio as nor.moo antes epontadas.

Aceita a responsabilidade solideriados co-reus , inclusive o Estado de SinPaulo , corn as repercuss6es devides aserem examinedas no momento opor-tuno a pales instencias ordinerias.

E a meu voto,

EXTRATO DA ATA

RE 63 . 746 - SP - Rel., MinistroGongalves de Oliveira . Rectes. An-

R.T.J. 46

tAnio Fernando Berbosa a outros( Adv. Helena Frescino de Mingo).Recda . Fazende do Estado (AdvogadoDomingos Marino).

Decisio: Em continuegio, conhecidoe provido . Uninime.

Presidgncia do Sr. Mlnistro Gon.galves de Oliveira . Presentee A sessio

673

os Sri . Ministros Hermes Lime, Eloy

de Roche, Amaral Santos, Thompson

Flores e o Dr. Oscar Correia Pins,

Procurador-Geral de Republica, subs-

tituto.

Brasilia, 14 de junbo do 1968. -Jose Amaral, Secrotirio.

RECURSO EBTRAORDINARIO Nr 64 .491 - SP

(Segundo Turns)

Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Recorrente ; Uniio Federal. Recorrido: Nilo Andrade Amaral.

Recurso ertraordin4rio - Niio se oonhece quando a decisao niodenegou vigencfa do dispositivo federal indicado, mae o interpretourazoavelnnente. 0 dissidio jurieprudencial dove seer demonstrado naforms erigida polo Sumula 291.

ACORDAO

Vistos a relatados estes autos deRecurso Eztraordinirio n.° 64.491, doEstado de Sio Paulo, em qua a recor-rente a Uniio Federal a recorrido, NiloAndrade Amaral, decide o SupremoTribunal Federal, em Segunda Turma,nio conbecer do recurso, por maioriade votos, de acbrdo con as notesjuntas.

Distrito Federal, 21 do maio do1968 . - Ebandro Line a Silva, Pre-sidente . - Aliomar Baleeiro, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro: -1. 0 eg . Tribunal Federal de Re-cursos , reformando a r. sentenga dof. 21-23, concedeu segurenge so recor-rido, pare quo no c6lculo do imp6stode lucro imobili4rio de qua era de-vedor, fosse deduzido o valor des ben-feitories (f. 45). A ernenta denseac6rdio diz:

"Imp6sto s6bre lucro imobili6rio -Avaliegio judicial de Benfeitorias -0 art. 8.0 do L. 3 . 740 nio vedou socontribuinte o direito do recorrer soJudicierio , pare obter avaliegio debenfeitorias por ale realizadas".

2. Recorre ertraordiniriamente palesletras a a d a Uniao, a f. 47, afirmandoquo o v . ac6rdio recorrido negou vi-gencia so art. S.* de L. 3.480-58.Alen disso, teria divergido de julgadodelta Corte no RE 55.994.

3.0 recurso foi admitido (f. 53-4)e nests, instiincie obteve parecer fevo-revel do douta Procumdoria-Geral deRepublica ( f. 61).

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Alicmtar Baleeiro(Relator): - Nio conhego do recursopole letra a, porque nio bouve dene-gagao de vigencia , mss interpretaFiorazoAvel do dispositivo citedo e, ali6s,em harmonia mm ac6rdio desta 2?Terms.

Nio conbego pale letra d, porque odissidio nio foi estabelecido na formeimposts polo Regimento Interco ePalo Stannrla 291. -

VOTO

(Preliminar)

0 Sr. Ministro Themiatocles Cavei-canti: - Tenho dado votos, nestes ce-sos, de ec6rdo con o parecer do doutaProcuredorie-Geral do Republica. 0

674 R.T.J. 46

ultimo n6mero da Revista Trimestral

de Jurisprude"ncia, saido ontem, pu-blics urn acordao desta Torras, de quafuf relator , em qua demos provimentoon recurso da Unieo.

Pediria so eminente Relator qua in-formasse : Neo est6 publicada a ementado acordao?

0 Sr. Mini afro Aliomar Baleeiro(Relator): - Desde a reforms intro-duzida pelo Al. 2 e pale E.C. 16,o Supremo Tribunal passou a ser ex-tremamente severo quanto a admis-sibilidede do recurso extreordinario.

Von responder a pergunta de VossaExcia ., lendo o trecho mais importantedo recurso, a f. 47:

"Inconformeda , a Uniao Federal, comv. acordao proferido pela eg . 3 e Tur-ma, vem do mesmo recorrer ex-traordinariamente, corn fundamento noart. 114, III, letras a e d, do Cons-tituigio do Brasil.

2. Tendo sido publicado o v. ecbr-

dao de qua ore se recorre em 25.4.67(f. 46), 6 manifesto a tempestividadedo interposigao , p6sto qua realizadadentro do prazo de vinte dias.

3. 0 v. acordao negou vigencla,data venia, oo art . 8.° a sou paragrafoUnieo, em cujo preceito se estabelece,verbis:

"Para as efeitos do disposto no ar-tigo 92 do Regulamento aprovado poloD. 40.702, de 31.12.56, as autori-dades do imposto de rends a fecultadoarbitrar o custo das benfeitorias, res-salvados os casos de comprovageo, ateo limite de 10 vezes o correspondents'valor locativo anual a epoca da reali-zagao dessas benfeitorias".

"Paragrafo Unico. Quando o custodes benfeitorias avaliedo pela autori-dade fiscal nao atingir a 10 vezes ovalor locativo , 6 facultado an contri-buinte promover a respective avaliageojudicial sera efeito deste artigo" (gri-famos ) (L. 3.470-58).

4. Verifica-se do documento de f6-]has 5-6 dos autos que o laudo daavaliageo judicial foi posterior a vi-gencia do citedo diploma legal. Por-

tanto, so poderia ter validade, pareos efeitos previstos na lei se tivesseocorrido a hipotese prevista nos dispo-sitivos supratranscritos . 0 do quonenhum memento se cogitou.

5. 0 fato de contarern as avaliag5esjudiciais com a participagao do Minis-terio PUblico Federal nao alters aproblematica da lei . 0 processo deavaliageo, como tantos outros, sio dejurisdigao nao contenciosa a a juris-digao vales proletada nao tem a forgados decis5es judiciais, condenatorias,constitutivas, ordenatorias on manda-mentais.

6. Essas consideragoes de cunhotecnicamente juridico tire t6da a forgados julgodos qua so tern manifestadopale validade da avaliageo em qual-quer hip6tese.

7. A generalizegao da medide, cria-da no lei corn coniter facuitativo, erestritivamente condicionada , as apli-coda indistintamente , implica em negarvalidade aos seus mandamentos.

8. Nao as pods afirmar, como pre-tendem alguns , que a lei incorreria emtransgressao so princfpio constitutio-nal. Neo . Ele nao ' impede a modali-dade probatoria , apenas restringe-a,quando o contribuinte nao pode rea-lizar, atraves de documentos qua de-veria possuir, a comprovageo desdespesas feites corn as benfeitorias. ALei, portanto , nao foi drastice, admitiua comprovageo atraves de avaliageo,a principio sera restrig6es (L. 9.330),depois, disciplinando esta modalidadeprobatoria, face aos abusos e a impos-sibilidade efetiva de as defensores doErerio coibirern os excessos do libera-lidade dos laudos, feitos sob enco-menda a medicate inspiragao venal.

9. 0 dizer-se, - qual levianamentese propale - que sera absurda einjusta, a rejeigao do avaliageo, parconstituir-se num arbitrio, tal afirma-gao padece de inconsistencia juridica.

10. O mesmo diploma legal, quarestringiu a prova mediante avaliageojudicial a uma feculdade condicionada,usa do mesmo criterio noutros aspectos.

Par exemplo : quando permite o aba-

timento com os gastos de manutengao,

R.T.J. 46

subsistCncia dos dependentes femilia.res, determine um limits qua neo podsser ultrapassado , a despeito de qual-quer dispendio superior qua comprova-damente possam ser feitoe.

11. Esses fundamentos qua, em ver-dade, seo procedentes, autorizam 0apelo qua fazemos a Colenda SupremeInstancia pare reebrir o debate emt6rno do assunto , ja qua tem a soucredito um pronunciamento contrertoso v. ec6rdao recorrido no RE 55..994,pubticado no integre no DJ. de 23.7.64,p. 522 - apenso - n.° 135, conformesue ementa, verbis:

"Imp6sto s6bre lucro imobiliario -AveliaFeo do benfeitorias feitas noim6vel pare deduFao - do imp6stode rends - art . 8.0, paregrafo unto,do L. 3.470-58. Recurso conhecido eprovido".

12. Nem se digs , outrossim, qua setrata de urn pronunciamento isolado,pois a jurisprudencia do eg . Tribunala quo continue oscilante, prevalecendo,conforme 0 quorum, as vezes, o ponto-de-vista qua ore defendemos , encam-pedo polo douto antendimento dos ilus-tree Ministros Amarilio Benjamim eArmando Rolemberg.

13. Ocorrencia semelhente tambernso verifice nos decis6e6 de primeirainstencia , onde a discrepancia incluipronunciamentos favorfiveis como o dodouto Juiz Newton Hermann , conce-bido nos seguintes termos:

"Consoente disp6e o L. 3.471D, de28.11 . 58, so seu art . 8.°, paregrafo(into, so contribuinte s6 a dodo re-correr so Poder Judiciario se, feito oerbitramento no esfera administrative,sate fiver aquem de 10 vezes o valorlocativo do im6vel elienado. Antesdiaso falta-The legitimo interesse eco-n6mico on moral pare agir judicial-mente" (AMS 51.467).

14, Isto p6sto, a Uniao Federal pedee espera do eminente eutoridede deVossa Excelencie a admisio a subse-guente prosseguimento do recurso oreinterposto , cumprindo-se as determina-96es do L. 3.396, de 2. 6.58".

Apenas trouxe uma ementa suscinta,qua neon, no menoe , transcreve em quaconsists a dissidio.

675

A men ver, diante de dues correntesinterpretativas colidentea, temos de es-colher equals qua meis se aproximado sentido do Constituiceo atual a dolei federal . No parecer do douta Pro-curadoria neo se fez isso, apenea sotrouxe a ementa , sem demonstrar-se aidentidade Cu equivalencia de casos.Este assunto envolve sutilezas , matizes,qua requerem confronmS6es dos casos.Acho qua neo foi atendido o dispostono S6mula 291, qua estabelece:

"No recurso extreordinario pale Ta-tra d do art . 101, n . III, do C.F., aprove do dissidio jurisprudential far-se-a por certidao, Cu mediente indi-cacao do Diario do Justiga Cu derepert6rio de jurisprudencia autorizado,com a transcriSeo do trecho qua con-figure a divergAncia , mencionadas ascircunstencias qua identifiquem onassemelhem os casoa confrontados".

A Procuradoria-Geral do Republicacitou apenas o Diane do Justice emqua esta a ementa a qua neo publicouo texto do ac6rdio. Em 1966, o Dia-rio do Justila neo publics" mais ointeiro teor dos ac6rdsos . Je we aRevista Trimestral do Jurisprude"nciaqua o fazie.

Cumpro rigorosamente a SrrmuIa291, porque ale tern valor regimental.Nada mais fez do qua repetir o RegI-mento Interno, no mat6ria, a Caterepete a lei.

Se apreciarmos apenae a ementa,todos os recursos sereo recebidos.

O Sr. Minfstro Adalfcio Noguefra(Presidents): - He" casos am qua aementa diz tudo, mas nem sempre 6assim,

O Sr. Miniatro Aliomar Baleafra(Relator): - A douta Procuradoria-Geral do Republica been Babe quantoa tenho prestigiado, mas ela disp5e dorecursos de qua nao dispoe um mise-revel litigants do Acre on do Piaui.Este hospedada aqui dentro do Tri-bunal . A hors qua quiserem, sews no-bres Procuradores tern ecesso floeficherios do Tribunal pare obterem ac6pia quo desejarem . Sao recebidoscorn simpatia a neo pagarn nada perisso. Mae one pobres dos confine do

476 R .T.J. 46

interior, quo neo tam a mesma oportu-nidade, nos os tratamos corn todo arigor ... Estou cumprindo o RegimentoIntemo. A balanga da JustiFa e a mes-ma pare todos, igualmente, - o pobrediabo do Estedo remoto e a Unieo.

0 Sr. Miniatro Themistocles Caval-canti : - Data venia do eminente Re-lator, conhego do recurso pele letra d.A ementa trazida a coleSeo a mire nosatisfez.

canti, Adaucto Li cio Cardoso, AliomarBaleeiro e o Dr. Oscar Correia Pins,Procurador-Geral da Republica, subs-tituto . Ausente, justificademente, aSr. Ministro Evandro Line a Silva.

Brasilia, 14 de main de 1968. -Guy Milton Lang, Secretario.

VOTO

(Desempate)

VOTO

(Preliminar)

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso: -Sr. Presidente, data venia do emi-nente Relator, considero provada a

"divergencia jurisprudential a acom-penho o voto do eminente MiniatroThernistocles Cavalcanti, conhecendodo recurso.

VOTO

(Preliminar)

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira-(Presidente): - Acompanho o voto doerninente Relator.

Neo ester perfeitamente configureda-a divergencia jurisprudential de modoqua as cesos se possam individualizar,precisamente.

No conheco do recurso , fezendo a

ressalva de qua, es vezes as ementasago circunstanciedas a esclarecedoras,

mas, no presents caso, neo,

EXTRATO DA ATA

RE 64.491 - SP - Rel., MinistroAliomer Beleeiro . Recte . Unieo Fe-deral . Recdo, Nilo Andrade Amaral(Adv. Lupercio Marques de Assis).

Decisao: Os Ministros Relator aPresidente no conhecerem do recurso,contra os votos dos Ministros Themis-tocles Cevalcanti a Adaucto Cardoso,qua conheciam do mesmo . Hevendo- empete, aguarda-se a presenga do Pre-sidente Evandro Line pare dsempate.

Preside"ncia do Sr . Ministro AdalicioNogueira . Presentee a sesseo os Se-nhores Ministros Themistocles Cavel-

O Sr. Ministro Evandro Lino (Pre-sidente): - Fui chamado a desem-patar este julgamento.

Trots-se do impSsto s6bre lucroimobili6rio, com avaliegio judicial debenfeitorias.

O Sr. Ministro Aliomer Baleeironeo conheceu do recurso , porque n5ohouve denege $ao de vigencia, ones ainterpretagio razoevel do art. 80. daL. 3.740. Isto, pale letra a. Quartoa letra d, no conheceu "porque o dis-sidio niio foi estabelecido no formeimposts pelo Reg. S . T.F. a paleSG=la 291".

O Sr. Ministro Themistocles Caval-canti considerou provada a divergenciajurisprudential a mencionou um ec6r-deo desta Tome, proferido em outrorecurso eztmordinario, publicado no6ltimo n,mero de Revista Trimestralde Jurisprudencia, p. 130.

O Sr. Ministro Adaucto Cardosoacompanhou o voto do Sr. MinistroThemistocles Cavalcanti, e o SenhorMinistro Adalicio Nogueira ecompa-nhou o Sr . Ministro Relator.

Pe4o vane aos eminentes MinistrosThernistocles Cavalcanti a AdauctoCardoso pare ficar com os votos dosSrs. Ministros Aliomer Beleeiro a Ada.licio Nogueira, porque, a meu ver, adivergencia neo as comprovou on epo-oa devida . Quando interposto o recurso,a Subprocuradoria-Geral citou compac6rdao divergente um qua traz eatsementa:

"Imptsto s6bre lucro imobilierio -Avaliacao judicial de benfeitorias ;-O art. 8.° do L. 3.740 neo vedou so

R.T.J. 46 677

contribuinte o direito do recorret soJudiciirio, pare obter avaliagio debenfeitorias por ale realizadas . Recursoconhecido a provido."

Ora, essa ancients a por demais ]a-c6nica, no mentions , da forma al-guma, a condiSao estabelecida noL. 3.470, s6bre a evaliag5o adminis-trativa aquem de den vezes o valorlocativo do im6vel alienado . Nenhumaalusio fez a As" problema, qua niofoi focelizado.

Ainda hi um argumento a mais: noac6rdao citedo polo St . Ministro The-mistocles Cavalcenti, fui voto vencido.

Nio conhefo do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 64.491 - SP - Rel., MinistroAliomar Baleeiro . Recta . Uniao Fe.deral. Recdo . Nilo Andrade Amaral(Adv. Lupercio Marques de Assis).

Decisio : Niio conhecido, contra onvotos dos Ministros Themistocles Ca-valcenti a Adaucto Cardoso.

Presidencia do Sr . Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentes a sessaoos Srs . Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Beleeiro, Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcenti e o Dr. OscarCorreia Pins, Procurador-Gera] do Re-publica, substituto.

Brasilia, 21 de main de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

QUEIXA- CEIME NO 177 - GB(Tribunal Plano)

Relator : 0 Sr. Ministro Raphael do Barron Monteiro.

Querelante: Roberto de Oliveira Campos . Querelados : Hello Fernandes eoutro.

Crime do Imprensa. Queiza-Crime . Aplicayeo do art . 24, pa-ragrafo Gnico, do A.I.-2, combinado com o art. 117, n. I, doC. Penal . Prescrigio decretada.

ACGRDAO

Vinton, relatedos a discutidos Estesautos, acordam as Ministros do Su-premo Tribunal Federal , no SessaoPlane, no conformidade do ate dojulgamento e notes taquigrificas, eunanimidade , decretar prescrita a aggo.

Bras'lia , 14 de ag6sto de 1968. -Luiz Gallotti, Presidents - Raphaeldo Barron Monteiro, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Barron Monteiro:Sr. Presidents.

O Embaixador Roberto de OliveiraCampos , enta-o Ministro Extraordini-rio pare o Planejamento a Coordena-Sao Econ6mica , sentindo-se agravadoem sua home pessoal pela campanha

sistemitica de cal6nia , difamagio einjtria desencadeada polo jornal Tri-bune de Imprensa, no per odo de1.12.64 a 15 de outubro do ano se-guinte, contra a sua pessoa, e, emresguardo de respeitabilidade e dodec6ro do funggo pfblica qua exercia,representou , a respeito , so Excelen-tissimo Senhor Ministro do Justiga,pare on fins previstos no art. 29 deL. 2.083, de 12.11.53.

Encaminhada a representaceo soDr. Procurador-Geral do JustiSa doEstado do Guanabara a, designado poreste, o 29.0 Promotor P6blico parepromover a competente arcao penalcontra on responsiveis por aquelas pu-blicac6es, contra on jornalistas He1ioFernandes a Hedyl Rodrigues Vallefoi oferecida, so Juizo do 4.a VeraCriminal daquele Estado, a den6nciade f. 2, na qua] ano on mesmos con•siderados como incursos naa penes do

678 R.T.J. 46

art. 9.°, letras 1, g e h do citadaL. 2.083.

O Dr. Promotor de Justiga , naque-Ia pegs vestibular , depois de destacar,das publicag6es , os trechos atentat6-rios a honra do representante , do res-ponsabilidade de urn a do outro de-nunciado, assim encerra seu petit6rio:

"A campanha sistem6tica de calunia,difemagao a injuria em que os de-nunciados se empenhararn contra apessoa do ofendido, atingiu, de forarude , sua hone pessoal a a respeita-bilidade do Poder Publico, sob o pre-texto de exercerem o direito de cr:ti-ca, mas, no verdade , abusando do li-berdade de imprensa , procurando des-truir a reputagao de homem que, comsacrificio de sews legitimos interassese ate de sua trangiiilidade , as disp6sa servir so Pais numa horn difcil.

Nestas condig6es , estando os denun-ciados incursos nas penes do art. 9.0,letras f, g e h , do L. 2 . 083, de ..12.11 . 53, requer o abaixo -assinadoqua contra tiles as instants processo-cuime , com a citagao dos memos paratodos os taros do processo , sob penado revelia, prosseguindo -se no foralegal".

Recebida , pelo M . Juiz, a denun-cia a 28 . 2.66 (f . 23), foram citadosos denunciados , que ofereceram a de-fees previa de f. 19 . Alegaram tiles,em preliminares , a decadencia do di-teito do queixa , litispendencia comoutra ageo penal no 16.8 Vara Cri-minal, a configurar , em tese, uma in-fragao continuada a inobservancia deformalidade, por no se encontrar ainitial devidamente instruida. Do me-ritis, arguiram no deiunciados a ox-ceptio veritatis.

Em consequencia , declinou o Meri-tissimo Juiz de sua competancia, sen-do os autos remetidos so SupremoTribunal Federal por f6rga do despa-cho de 1. 30.

Distribuido o processo so eminenteMinistro Pedro Chaves , determinou

S. Excia . f6sse feita vista so Doutol

Procurador-Geral do Republica que,a f. 34, ratificou a denuncia a remquereu o prosseguimento do ageo.

Em consequancia , ordenou o Minis-tro Pedro Chaves designasse a Secre-taria dia a hora pare a inquiri, ao dastestemunhas arroladas pelos quere-lados, o qua foi feito a f. 35v., coma designagao do die 23.5.67.

Em virtude de licenga , pare trata-mento de saude , requerida por aqua-le ilustre Ministro, neo teve Lugar aaludida audiancia (f. 38). Com asua aposentadoria a minha nomeageo,tomei conhecimento do processo a 14de ag6sto do ano pr6ximo findo, pro-ferindo o despacho de 1. 40, marcan-do o dia 3 de outubro seguinte pare,a inquirigao das testemunhas.

No comparecendo estas no dia in-dicado , no obstante intimadas (f6-Iha 46 ), e, verificando a impossibi-lidade de serem as mesmas ouvidasem Braslia , deleguei competancia,para a tornado de sews depoimentosno Rio de Janeiro, so Dr. Juiz deDireito do 4.a Vara Criminal do Gua-nabara (f. 47).

Ouvidas as testemunhas , ap6s a di-latagao do prazo solicitada , para Isso,por aquele magistrado (f. 82-84),mandei f6ase cumprido o art. 110.Cap. III, do Reg . do S. T . Federal.

No tendo as partes requerido qual-quer diligencia (f. 86), ordenei f6s-se observado o disgosto no art. 111do memo Regimento, tendo apenas 0querelante oferecido as alegag6es dof. 88 a seguintes.

O Dr. Procurador-Geral do Repu-blica, oficiando a f. 99 -101, obser-va, em preliminar , neo se achar re-gularizada a habilitageo do ofendidacomo assistants do Ministerio Publico.

Ainde, preliminarmente, entende o

Dr. Procurador preopinante ester

prescrita a ageo, porque decorri-

dos, desde o recebimento do denuncia

ate a presents date, mais de dois

anus.

R.T.J. 46 679

Quanta so m e r i t o, manifesta-seS. Excia . no sentido do condenagiodos reus, desde qua nio ilidiu a pro-ve quo produziram a tipicidado dofato delituoso descrito no den(ncia.

Par qualquer Angola qua se apre-cie o processo, assim, a agio penalesta irremedievelmente prescrita e,pelo men vote, an assim a declare.

Dou coma feito a relatcrio.

VOTO

O Sr. Ministro Barros Monteiro:Sr. Presidents.

O paragrafo unico do art. 24 doA.I.-2, revogou, de expresso , a arti-go 52 a respective paragrafo (nice

de L. 2 . 083, de 12 . 11.53, com odispor:

"A prescrig io de agao panel relati-ve aos delitos constantes dessa leiocorrere dais anos ap6s a data de pu-blicagao incriminada , e a do conde-nagio, no dobro do prazo em quafor fixada".

Ora, no case dos autos, a (ltimades publicag5es incriminadas data de15.10.65 (f. 7), tendo as verifica-do, consegiientemente, a prescrigiode agio panel a 15 do referido masdo ano pr6ximo passado de 1967.

Ainda qua considers achar-se aprescrigio sujeita as causes de inter-rupgao do qua tram a art. 117 doC. Pen ., coma entende a DoutorProcurador de Republica corn spoioem Jose Frederica Marques, aindaai, interrompido a fluxo prescricionala 28.2 . 66, data do despacho de re-cebimento de den6ncia , a partir deentio no mais ocorreu nova causeinterruptive de prescrigio.

Alias , ainda qua coma tal as con-siderasse a despacho de f. 25, quaadmitiu a exceptio veritatis opostapelos acusados a ensejou , na formado art . 85 do Lei Penal , a aprecia-gao do processo polo Supremo Tri-bunal Federal, face a prerrogativa dofungio do ofendido , a outra conclu-sao nio as poderia chegar , desde quoe o aludido despacho de 30 de mergedo mesmo ano.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Sr. Presidents, estou de ac6rdocom o voto do Sr. Ministro Relator.Entendo qua o recebimento da de-nfincia interromps a prescrisio. SunExcelencia considerou ease ponto bi-sico, mas considerou outro posteriorainda, qual seja, aquele a qua S . Excia.as referiu . Par qualquer dosses as.pectos, estaria extinta a punibilidade.

EXTRATO DA ATA

QCr 177 - GB - Rel., MinistroBerms Monteiro . Qrlte. Roberto doOliveira Campos (Adv. Josh Frsderi-co Marques ). Qrldos . Helio Fernan-des a outro ( Adv. Evaristo de Mo-rass b51ho),

Deciaao : Deferido a adiamento, emqua concordaram as partes, dovendoas autos irem so Ministro Presidentspara designer n6vo die . Plenario, em19.6.68 . Impedido o Sr. MinistroHermes Lima.

Decisao : Julgada prescrita a agaopenal , uninimemente . Impedido oSr. Ministro Osvaldo Trigueiro.

Presidencia do Sr . Ministro LuisGallotti . Presentee i1 sessao as Se.chores Ministros Thompson Flores,Amaral Santos, Th¢mistocles Caval-canti, Barros Monteiro , Adaucto Car-doso, Djaci Falcio, Eloy do Roche,Aliomar Baleeiro , Oawaldo Trigueiro,Adalicio Nogueira, Victor Nunes eGongalves de Oliveira . Ausente, jus-tificedamente, o Sr. Ministro Even-dro Line. Licenciados as Sm. Minis.tros Lafayette de Andrade a HermesLima.

Brasilia, 14 de agosto de 1968. -Alvaro Ferreira doe Santos, Vice-Di-retor-Geral.

68b R.T.J. 46

AQAO RESCISORIA. N" 677 - BA

(Tribunal Pleno)

Relator : 0 Sr. Ministro Themistocles Cavalcanti.

Autores: Joaquim da Silva Pinheiro a outros . Rdu: Dilson Vasconcellos de

Aguiar.

Na rescisdria nao se discute a divergencia jurisprudential, mas

a violagao do letra do lei. Interpretagao do DI. 4.737, del

24.9.42. - Improceddncia do rescisdria.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos os au-tos acima identificados , acordam os

Ministros do Supremo Tribunal Fe-deral, em sesseo plen6ria , no confor-midade do ata do julgamento a desnotes taquigr6ficas , per maioria dovotes, julgar improcedente a agao.

Brasilia, 24 de main de 1968. --Luiz Gallotti, Presidente - Thomisto-

cles Cavalcanti, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministm Hahnemann Gui-maraes: - Joaquim do Silva Pinhei.to, Ant6nio do Silva Pinheiro, JosePinheiro de Silva, Maria Pinheiro doBarros a Walmir Pedrosa de Barrospropuseram agao , com fundamento noC. Pr. Civ;, art. 798, 1, c, Paraanular o acdrdao proferido nos autosdo RE 40. 817, em 29 . 10.59. Ale-garam os autores qua, no constanciade son casamento corn D. FranciscaFreire Pinheiro Vasconcellos, o Al-mirante Joaquim Jose Pinheiro Vas-concellos manteve relag6es com a vi6-va D. Joana Maria do Silva a delasresultaram os nascimentos dos autores.

O Almirante Pinheiro do Vascon-cellos morreu our 24.5 . 46. Na formado DI. 4. 737, de fevereiro de 1942,art. la, c. c. os arts . 1.572 a 1.577,eram os autores herdeiros legitimosdo Almirante Pinheiro de --Vasconcel-Ins. Intitulando -se herdeiro unto dosbens deixados per son avu , o reu abriuo i n v a n t 6 r i o em 20.8.46, ha-vendo a partilha sido julgada em26.3.47. Os autorea propuseram agaodo investigageo do paternidade a peti-gao de heranga contra o reu , havendosido a citaceo determinada em ...

26.5.51. A 2.a Camera C'vel doTribunal de Justiga negou provimentoe apelagao dos autores , entendendoqua estes nao tinham legitimag5o Paravindicar a heranga . A 1.8 Turma den-te Tribunal , so apreciar, em 29.10.59,o RE 40 . 817, dale conheceu, parenegar-Ihe provimento . Este deciseoharmoniza-se com numerosas outrasdo Supreme Tribunal Federal. Emgrau de embargos, no RE 41.488, oSupremo Tribunal Federal proclamouo direito it petigao do heranga deBernardo Martins Catarino em favordo filho adulterino Joaquim Cardosode Souza Martins , pois son pal fale-cer6 em 1944 . Nao mais se discute alegitimidade dos autores pare a agaode investigagao do paternidade. 0equivoco do deciseo baiana foi ima-giner qua o direito dos auroras a aceode investigageo resultara de L. 883,de 1949 , quando este direito lhes eraassegurado polo Dl . 4.737.

Em consegiiencia , o ac6rd5o rescin-dendo decidiu contra literal disposi-gao do Dl . 4.737, art. LO, do C. Civ.,arts. 1.603, 1 . 577 a 1.572.Em contestagao ( f. 82), o reu nega

qua a deciseo rescindenda ofendessedisposigeo literal de lei.

A aplicagao do Dl. 4. 737 aos ca-sos de falecimento dos Pais resulteado interpretagao extensive do juris-prudencia , o qua nao se confundecom literal disposigeo de lei. A agaode investigagao continua pendente.Se ate agora nao foi reconhecida ao9autorea a pretendida qualidade de fi-Ihos, no podem ter direito adquiridoa heranga.

As partes concordaram em desistirdo diligencia requerida (f. 97 a 98).

Decorreu o prazo legal Para aapresentagao de raz6es finis ( f. 103).

R.T.J. 46

A Procuradoria-Geral, em pareceraprovado pelo Sr. Ministro OswaldoTrigusiro , opinou pela improcedenciado pedido (f. 104).

VOTO

O Sr. Mini afro Themistocles Ca-valcanti (Relator): - 0 qua as ve-rifica no pedido e a divergincia nojurisprudencia a respeito do interpre-tagio do Dl. 4.737, de 24.9.42.

O acbrdio neo contrariou as dispo-aigbes literais do art. 1.0, do citadoDecreto-lei, nem dos arts. 1.572,1.577 a 1.603, do C. Civil.

Os autores insistem em discutir ainterpretagio do Decreto-lei citado,divergindo no maneira do compreen-der o texto. Mas outro e o objetivodo rescisbria qua visa disposigao ex-pressa de lei a nao lei controvertida.0 qua se discute no rescisbria e aviolagao do letra do lei.

A Sumula 343, ja adverts, a been,qua neo cabs a rescisbria quando sedestinar a interpretagio de lei de en-tendimento controvertido nos Tribu.nais.

Julgo improcedente a agio.

VOTO

0 Sr. Ministro Amaral Santos (Re-visor): - De acbrdo com o SenhorMinistro Relator.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Sr. Presidents.Ouvi com a maior atengiio a aua-

tentagao oral do douto patrono dosautores.

Como S. Excia . afirmou, a prove.vel qua o pedido nao tenha sido bemclam, procurando, entio, elucida-lo onesclarece-lo.

Quigb, neo se trate de mere eluci-dagao, mas de ampliagio.

Se assim ocorre , seria injuridicamen-te invievel, o teor de expressa dispo-aio rocesanal.

nltp

a,to, ao qua depreendi do votodo eminente Relator - b qua, em-bora a pretensio assents em qua ojulgado a rescindir fosse proferidocontra literal disposigao do lei, assim

681

neo sucedeu , man, apenas , em jurjs-prudencia intranquila.

Em face, pois, dessa afitmagao a doeminente revisor, sem raz6es parecontrariar, as acompanho.

VISTA

O Sr. Ministro Raphael de BarrosMonteiro: - Sr. Presidente, pegovista dos autos.

EXTRATO DA ATA

AR 677 - BA - Rel., MinistroThemistocles Cavalcanti . Rev., Mi-nistro Amaral Santos . Autores: Joe-quim do Silva Pinheiro a outros (Ad-vogado, Nelson de Souza Carneiro).R€u: Dilson Vasconcellos de Aguiar(Adv., Jorge Alberto Vinhaes),

Decisio : Pediu vista o MiniatroBarron Monteiro, apbs as votos dosMinistros Relator, Revisor a Thomp-son Flores pela improcedencia doagao . Felon o Doutor Nelson de Sou-za Carneiro , pelos Autores . Impedi-do, o Sr . Ministro Oswaldo Trigueiro.

Presidencia do Sr . Ministro LuisGallotti . Ausente, justificadamente, aSr. Ministro Hermes Lima.

Brasilia, 24 de abril de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-retor-Geral.

VOTO

(Pedido ,de Vista)

O Sr. Ministro Raphael de BarronMantel to: - Sr. Presidents.

A solugao a seer dada i cause exi-ge um perfeito deslinde dos fatos, quaforam assim expostoa pelo iluatra pa-trono na inicial a do tribuna:

O Almirante Joaquin Jose Pinhei-ro de Vasconcellos foi casado em pri-meiras nbpcias coca 1). FranciscaFreire Pinheiro de Vasconcellos, quofaleceu a 16 . 7.31 (f . 20), deixandodues filhas legitimas (Maria Lu:sa,falecida a 17.3.44, f. 24, a MariaIgnez, falecida a 25.6 .35, f. 23).Na constincia d"esse sea primeiro

casamento, manteve o Ahnirante Pi-nheiro de Vasconcelos relagdes inti-mas corn a vi6va Joana Maria de Sil-va, dales resultando as nascimentos

682 R.T.J. 46

de Jose Pinheiro do Silva, a17.1.1915 ( f. 16), Joaquim do SilvaPinheiro, a 13.3.1916 (f. 17), An-t6nio de Silva Pinheiro, a 7.12.1920(f. 18) a de Maria Silva Pinheiro,hoje Maria Pinheiro do Berms, a13.5.1917 ( f. 19). Sao Asses as au-tores no presents resciscria , usandotodos, como se ve, o snbrenome Pi-nheiro".

Mais tarde , aos 16 .7.31, falecendoD. Francisco ( f. - 20), contraiu ma-trirn8nio o Almirante Pinheiro doVasconcellos com D. Luella de Oli-veira Vasconcelos , corn quern neo tevefilhos a qua veio a falecer a 25.1.43(f. 21), je no vigencia , portanto, doDI. 4.737, do 24.2.42.

Conservou-se o Almirante no esta•do de vi6vo ate sue morte a ....24.5.46 ( f. 22).

Aberto seu inventerio a 20 de ag8s-to d-esse ano , foram as bens partilha-dos por sentence do 26 de margo doano seguinte (f. 50).

Segundo a inicial a de ac6rdo corna aplicagao correta do citado D1. 4.737,de 1942., poderia o Almirante, de25.1.43 (data em qua enviuvou), ate.24.5.46 (data de seu falecimento)reconhecer livremente as filhos adul-terinos, ou poderiam Astes intentar arespective ageo investigatoria. Nio 0tendo feito , foram Ales compelidos apromover dita ageo de investigagio,cumulada com a petigio de heranga,contra o Dr. Dilson Vasconcelos deAguilar, neto do Almirante a seu $ni-co herdeiro legitimo, qua foi manda-do citar a 26.5.51 (f. 30).

No despacho saneador, mandou oM. Juiz prosseguir no investigatoria,declarando as autores carecedores deageo de petigio de heranga (f. 36v.).

Para assim decidir, aceitou o Doc-tor Juiz de Direito a tese sustentadapar Alfredo Bernardes do Silva inR.D. 88/502, Segundo a qual o filhoreconhecido tare direito a futures au-cessbes leg'times ; ones, relativamentee agio de petigio de heranga pater-no, cumulada com a de reconhecimen•to, devere sar julgado carecedor, por-que o art . 363 do C. Civ. nio podeter aplicagao retroativa, isto A, cmofensa a direito adquirido dos her-deiros do pai, a qua so tempo do

abertura do aucessao arson as finicoshabilitados a dire heranga. 0 filhonatural, a esse tempo neo reconheci.do, espontfinea on volunteriamente,pelo sou pai, neo estava no classeon ordem de vocagao hereditaria, deacbrdo com a lei entao vigente, a peristo neo tinha a capacidade passivasucessaria.

Na especie, pois, neo tendo, comaneo tinham , as auroras capacidadePara suceder so suposto pai so tempodo aucessao , porque filhos aduiterinos,aos quais a lei, entao vigente, lhesnegava o reconhecimento, clam quodeviam set considerados parkas ilegi-times, de vez que carecedores do ageodo petigio de heranga, pale falta doratio agendi (f. 36v.).

Agravaram as autores , mas, sentexito, pois, entendeu a eg. Tribunalde Justiga do Bahia qua o recursoproprio era o de apelagao (f. 31 e38). Ao recurso extraordin&rio inter-posto dessa deciseo Palos autores deno Supremo Tribunal Federal provi-mento, a firn de determiner a CartsJudiciiria baiana qua conhecesse dorecurso como apelagao (f. 41). Emcumprimento a esse julgado , mantevea Segundo Camara Civel do mesmoTribunal a deciseo de primeira ins-tAncia, no Porte de qua houve recurso(f. 44v.).

Recorreram , outra vez , extraordlna-riamente , as auroras, mas, sou ap6lo,embora conhecido , neo foi providoPala Supreme Instancia , de acbrdocorn o seguinte voto vencedor do emi-nente Ministro Henrique D'Avila, cornfulcra no parecer do Procuradoria-Geral do Republica:

"A investigagao pode se exeuntsent o efeito de natureza patrimonial.O deferimento do heranga neo a co-rolerlo inseparavel do reconhecimentojudicial de paternidade ( ac. fb-lha 165 v.) canto a sessenta a cincoverso . Assim, foi confirmada deciseoper qua as recorrentes sio carecedo-res de ageo de pedir heranga. Paraassim decidir , a respeitAvel aresto re-corrido, corn base no argumentagiodo sentence de primeiro grau, enter.deu qua a capacidade sucessbria defe•ride pale lei nova nio poderia, re.

R.T.J. 46 683

tro-operantemente , atingir a situagiojuridica, definitivemente constituida,do herdeiro j6 no posse a domino deheranga; saris estabelecer a insegu-range nas rele96es juridicas do suces-sio a cause de morte. Apoiou-se, ovenerando acordio, invocando a sen-tenga de primeira instencia , no ligio.principalmente, de Gaston Jose (f6-lha 103 v .) cento a trfis verso. Emreal verdade, conforms consta dosautos, nio podiam os recorrentes, adata do abertura do sucessio, invest!-gar a paternidade . Por issa, aberta asucessio, correu a heranga o herdeiroleg:timo, a quern foi defends a au-cessio e, destarte, tranemitiram-se-Ihe a posse e o domino dos bens. Anadvento do L. 883 (oitocentos a oi-tenta a tres ), de 1949 (mil novecen-tos a quarenta a nova ), j6 o invente-rio e a partilha dos bens do do cujusestavam julgados . Antes do L. 883(oitocentos a oitenta a tres), de 1949(mil novecentoa a quarenta a nova),existia o fato de serem os recorren-tes filhos do Almirante Vasconcelos.Ate entio, esse fato nio poderia en-trar no mundo juridico, nio era sus-ceptivel de jurisdigio, ere taco puzo,bioldgico, ajuridico, incapaz de efici-cia )uridica preterita , p6sto existissefosse . Pala vigencia do lei nova, edeeds o dia do publicagiq passouaquele Into, entio ejurfdico, a ser In-rjdico: s6bre ale incida a lei nova.Mas no seus efeitos, que sio efeitosde Into jurjdico, no poderiam setretro-operentes, porque feriam direitoadquirido do herdeiro qua obteve aheranga a poder do regra juridica an-terior a L . 883 (oitocentos a oitentae tres), de 1949 (mil novecentoa equarenta a now ) . A juridicizagio doInto so poderia autorizar o efeitoex rame . Neste sentida, foi o pro-nunciamento do venerando aresto re-corrido. Isto p8sto, se de declaragiopositive a sentencial do existencia defiliagao nio nasceri relagio juridicacorn pretensio de direito material, ten'do de objeto heranga paterna, nioocorrera contrariedade a pretensiomaterial , do qua exsurja pretensio dedireito processual , a qua a agao judi-cial a exercicio . Assim, sio, devotes,no autores, ors recorrentes, carecedo-

ree de agao de pedir heranga. Deeseteor do decidir, nio se nos deparemal ferimento . on ferimento de levedo letra de lei federal , nom no recor-rentes demonstraram , pertinentemente,diseidio jurisprudencial . Diante do ex-posto, havemos que, preliminarmente,so nio conhega do extraordineri0; e,se conhecido, quo o Excelso SupremoTribunal Federal the negue provi-mento".

E, assim concluiu aquele eminenteMinistro o son voto:

"Conhego do recurso, porque eviden-ciado ficou o disc-dio jurisprudencial;mss the nego provimento, nos t6rmosdo parecer de douta Procuradoria-Geral do Republica . Quando do ad-vento do L. 883 (oitocentoa a oiten-te a tres), j6 so encontrava aborts asucessio, a deferidos as bane aos saesherdeiroa legitimoa".

Trancada , por ease forme , definiti-vamente, a agao de petigio do herao-go, qua se cumulate corn a de investi-gagio de paternidade, vieram os auto-ree Joaquim do Silva Pinheiro a on.two corn a presente rescieoria, visandoanular aquele julgado.

Suatentam no autores - e eats eo punctum pruners do controversia,que sendo files filhos reconheciveis,voluntSria on coercitivamente, deeds25.1.43, data em que enviuvou o Al-mirante pale segunda vez, eram seusherdeiros a data de morte de sou su-posto pal, ocorrida a 24.5 . 46. A quonascera eeu direito do Dl. 4.737, de24.9.42, que , entre nos, constituiu oprimeiro passo pare o reconhecimen-to do filho havido polo c6njuge foredo nuatrim6nio . Enganaram-se, pois, asdecisoes rescindendas so entenderemqua o direito dos autores a agao in-vestigat6ria nasceu do L. 883, do1949, a dal a violagio doe teams dqlei indicados no inicial de agio res-cis6ria (arts. 1 .603, do C. Civ., 1.0do DI. 4.737, 1.577 a 1. 572, tam-bem do C. Civil).

Nio as pode deixar do reconhecerqua equals page vestibular a o me-morial que me foi enviado a respeito,ap6s o inicio do presents, julgamento,

684 R.T.J. 46

constituem trabalhos de alto valorjutidico , qua justificam , plenamente,

o renome de qua goza seu ilustre subs-critor , coma jurists a advogado.

Mas, nao 6 possivel deixar de re-conhecer qua partiu ale de urns falsepremissa , equals de qua os autoreseram fillies reconhec veis desde ....25.1.43, data em qua, repita -se, en-viuvou o Almirante Pinheiro de Vhs-concellos, pela segunda vex, por f6r-ga do qua dispunha o citado Dl. 4.737,de 24.9.42.

E quo esse diploma legal s6men-to permitiu, segundo se ve" do seu ar-tigo 1P , o reconhecimento do filhohavido pelo c6njuge fora do matrim6-nio, epenas depois do desquite.

Como com acuidade observe oProf . Washington de Barros Montei-to, nao se referiu aquele Dl . 4.737,as demais causes de terminagao dosociedade conjugal, notadamente amorte de urn dos c6njuges, como 6 ocaso dos autos.

Per ease razao, conforms foi reite-radamente julgado pelos nossos tri-bunais , embers extinto o vinculo ma-trimonial, ex vi do art. 315 do leicivil , nao se admitia o reconhecimentode filho adulterino.

E prossegue o mesmo civilista:

"A L. 883, do 21. 10.49, conside-rada de ordem publics a de incidenciaimediata , procurando remediar a omis-aao, estatuiu no art. 1 .0, quo dissol-vida a sociedade conjugal sera per-mitido a qualquer dos c6njuges o re-conhecimento do filho havido fora domatrim6nio e, so filhe, a agao parequa so the declare a filiagao".

Como se percebe, a lei no distin-gue mais . Em qualquer case de dis-solugao do sociedade conjugal, querper desquite , quer por morte de umdos c6njuges , cabe o reconhecimentode filho havido extra matrimonium"(Curso de Direito Civil, 6° vol., 6°ad., p. 22).

Conclui-se do exposto qua, se nioeram os autores reconheciveis, comoso pretends , desde o dia em que oAlmirante tornou-se viuvo pale segun-

da vez, o qua somente as verificou como advento do L. 883, de 21.10.49,quando ja se encontreva aberta a su-cessao de seu suposto psi, bem dever qua fez o ac6rdio rescindendo exa-ta aplicagao do Direito, sem ofender,por qualquer forma, as dispositivos delei qua acima mencionei.

A agio 6, assim, improcedente, comobem conclufram os eminentes Minis-tros Relator, Revisor a ThompsonFlores.

VOTO

0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira.- Estou de ac6rdo com o veto doeminente Ministro Barros Monteire,

qua a claro . A lei s6 permitia o re-

conhecimento ap6s o desquite. Naohouve deaquite.

Palo moons , a materia 6 controver-

tida e, sendo controvertida , nao cabo

agao rescis6ria , de ac6rdo com as

n o r m a a processuais , qua regem a

mesma.

VOTO

0 Sr. Ministro Evandro Lins:0 qua me levava a reconhecer a pro-cedencia do rescis6ria era, exatamen-te, a interpretagao de qua o Dl. 4.737permitia a agao do investigagao depatemidade, cumulada com a de pe-tigio de heranga , desde qua houvessedissolugio do sociedade conjugal.

Se, pelo desquite, a lei permitiaease ageo, porque se tinha dodo adissolugao do sociedade conjugal, pormuito maior razao, pale morte, quatambem dissolvera a sociedade con-jugal.

Mas a interpretagao dessa lei, pelostribunais, era controvertida, cornoacentuou o eminente Ministro Adal:-cio Nogueira , a a controversia, quar-to a interpretagao , nao permits quese reconbega qua tenha havido ofen-so literal a disposigao de lei, nostermos do Sdrnula 342, do jurispru-dencia predominante do Supremo Tri-bunal Federal.

Assim sendo , tambem acompanhoa Turma, julgando improcedente aagio.

R.T.J. 46 685

VOTO

O Sr. Ministro Gongalves do Oli-veira : - Sr. Presidente, je voteialgumas vezes, polo manes , no men-thin do voto quo scabs de proferiro eminente Ministro Harms Montei-to, de ac6rdo, alias , com o voto doeminente Senhor Ministro Relator.

Mas, tenho meditado muito s6breesta quested e, nao obstante estarmosjulgando aSao rescis6ria , julgo-a pro-cedente, porque a L. 883, espressa-mente, admitiu o reconhecimento dofilho havido fore do matrim6nio, dis-solvida a sociedade conjugal , nao ad-mitindo-se distinFao , qua era objetode duvida , se tal era permitido ape-nas em caso de desquite, pois, emcaso de morte , cons mais forte razaotal era permitido . Era a Iegitima in-terpretaFao do Dl. 4.737.

Mas, sobrevem a L. 883 qua ga-rante so filho qua for reconhecidodireito a metade dos bens deizadospare o legitimo , como se ve de seuart. 2.°:

"0 filho raconhecido no forma destalei, para efeitos econ6micos , a meta-de da heranga qua vier a recober ofilho legitimo on legitimado".

A lei assegura , portanto, a esse fi-lho um direito sucess6rio . Ora, o C6-digo Civil diz quo os filhos, comodescendentes, seo os primeiros her-deiros dos pais . De sorte qua, no hl-p6tese, esta aSao foi proposta a jul-gada, e a L . 883 vein apenas reafir-mar um princpio qua, a men ver, es-tava implicito no lei anterior.

So o filho podia ser reconhecidoapes o desquite, per qua nao apes amorte de men pai, no viggncia de leianterior?

Ademais, Sr . Presidents, nao pos-so compreender de maneira nenhumaqua haja um filho qua nao tenha di-reito a heran ga. Nao ha no letbrasileira, nem poderia haver em no-nhuma legislafao , qualquer dispositt-vo estabelelendo qua not individuoqua, sendo filho reconhecido, mesmoper aSao pr6pria, nao tenha direito aparticipar do heranga do sews pais.

Entao, a filho , mas, nao herds? Qumlei diz essa barbaridade? E irmao,mas, s6 o legitimo herds? Qua irmaosere ease, Senhor Presidents? A nos-so sociedade pode acaso placitar ns-se entendimento? Se ha partilha, res,cinde-se a partilha, coma se faz,quando se trata de filho legitimo quareaparece . A partilha , de resto, nopods mar 6bice a esta conclusaq pois,ela, como o inventario, sao processesadministrativos . Se a um credor quosurge, ap6s o inventario, nao se refaza partilha? Entio pot qua nao refs.zer para qua o filho seja efetrvamen-to filho, qua o irmao seja igualmenteirmao?

Dia vire qua eats proposi4eo seravitoriosa ! Estamos em evolu$ao.

Ja votei no sentido dos votos quaacabam de enunciar os eminentes co-legas , mas estou convencido de quavotei em erro.

Julgo procedente a acao rescis6ria.

EXTRATO DA ATA

AR 677 - BA - Rel ., MinistroThemistocles Cavalcanti . Rev., Mi.nistro Amaral Santos . Autores: Joe-quint do Silva Pinheiro a outros (Au-vogado : Nelson de Souza Carneiro).Reu: Dilson Vasconcellos de Aguiar(Adv., Jorge Alberto Vinhaes).

Decisao : Julgou-se improcedente aacao , contra o veto do Ministro Gon-calves de Oliveira . Impedido, o Se.nhor Ministro Oswaldo Trigueiro.

Presidencia do Sr . Ministro LuisGallotti . Presentes a sessao os Se-nhores Ministros Thompson Flores,Amaral Santos , Themistocles Caval-canti, Barros Monteiro , Adaucto Car-doso, Djaci Falcao , Eloy do Rocha,Aliomar Baleeiro, Oswaldo Trigueiro,Adalicio Nogueira , Evandro Lins, Her-mes Lima, Victor Nunes a Gonsalvesdo Oliveira . Ausente, justificadamen-te, o Sr . Ministro Lafayette de An-drada.

Brasilia , 29 de main do 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Diretor-Geral.

686 R.T.J. 46

CONFLITO DE 2URISDIVAO No 4.685 - RS(Ttrceirs Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Suscitante : 2a Auditoria do Justiga Militar do Estado. Suscitado: Juizde Direito do 3.- Vara do Comarca de Santa Maria - RS.

Siunula 297. Permanece integro o sets enunciado, apds o ad-vento do Dl. 317.67 - HC 45.292.

"Oficiais a pragas das militias dos Estados no exercicio defunggo policial civil ngo ago considerados militates pare efeitospenis, sendo competente a Justica Cotnum pars julgar os crimescometidos por on contra ales". Conflito do jurisdiSgo procedente.

ACORDAO

Vinton, relatados a discutidos satesautos, acordarn os Ministros de Ter-ceira Turma do Supremo TribunalFederal , por unanimidade de votos,julgar procedente o conflito a compe-tente o Juizo do 3.a Vera de SantaMaria , no conformidade do eta dojulgamento a das notes taquigraficasanexas.

Brasilia, 14 de junho de 1968. -Goncalves de Oliveira, Presidents -Amaral Santos, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -Eliseu Correia dos Santos a outro, sol-dados do Brigade Militar do RioGrande do Sul, em Uruguaiana, foramdenunciados pelo seguinte fato: nodie 22.12.64, constituindo a escoltade nova detentos quo eram transpor-tados por via ferrea daquela cidadePara Porto Alegre, faciiltaram a fugade seis dales, incidindo no preceitodo art. 351 do C. Pen. Brasileiro.

A acao penal processava-se no Co-marca de Santa Maria, o forum de.licti. Sobrevindo o Dl. 317, de .17.3.67, o Juiz do 3.a Vara dessacomarca julgou-se incompetente Paraprocessor o feito, acolhendo parecerdo Ministerio P6blico qua se funds-mouton ncsarts. 2.°, 4.0 a 18, para-grafo 6nico, a 27, letra b, d"esse re-cente diploma legal, combinado como art. 6.°, inciso II, letra c, do C. Pen.Militar. 0 Dr. Juiz determinou aremessa dos autos no Juiz6 suscitado(f. 62)_

O Juiz-Auditor langou despacbo sus-citando o conflito, do qual extraioasters palavras (f. 65):

"Segundo a too discutida S6,nula297 do S.T.F. - on delitos cap!.tulados no art. 156 do C. Pen. Mi-liter - "fuga de preso" - ago dacompetencia de Justiga Civil. Ou, me-Ihor dizendo, eram eis qua, com oadvento do D. 317, de 13.3.67, no-vas interpretaSSes estao surgindo pro-crastinando aquela decisgo do ex.celsa Camara.

Nero as tern noticias reais, ate ornomento, qual o vigor exato do re-ferido decreto - definindo competen-cia.

No caso em foco - fato ocorridomuito antes do vigencia do novel de-creto - considerada qua seja a com-petencia do Justiga Militar do Estado,pare apreciar on processos qua digamrespeito a "fuga de preso" - a com-petencia inclui fatos ocorridos antesdo edigao do 317, on so as aplicarnaos posteriores?

Para qua se de lures a questao -subam on autos presentee a considers-,;go do S.T.F.".

A douta Procuradoria-Geral susten-ta qua o enunciado do Sfunula 297nao sofre, nom sofreu, ate agora omanor abalo, em qua peso o adventodo Dl. 317/67 (art. 18, paregrafo6nico). Entende qua o conflito devaser julgado procedenter decidindo-sepela competencia do Justiga Comum(f. 69).

E o relatorio.

R.T.J. 46 687

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - A questeo do subsistenciade Sumula 297 , ap6s a vigencia doDl. 317, do 17 . 3.67, qua detenni-nou o presente conflito, je foi exa-minada polo Tribunal Plano no jul•gamento do RHC 45 . 292, de SaoPaulo.

Naquele processo , do qual an mes-mo era Relator, fui voto vencido jun-tamente com o eminente MinistroEloy do Roche , pois considerava quaos soldados dos policies militates,corn o advento do Dl. 317, passavarna sujeitar-se so f6ro militar, memoquando praticassem delitos no exer-c.cio de fungao policial, ainda quocontra civis on em prejuizo do admi-nistrageo civil.

Nan pretendo agora reabrir a ques-too, pale proximidade a quase unani-midade de deliberagao deste Tribu-nal, em sentido contrerio so por mimaustentado . No posso deixar , contu-do, de aqui consignor as raz6es da-quela minha orientagao, dos quais ain-da estou plenamente convencido.

An proferir men voto no RHC45.292 , iniciei observando qua sofinnar a jurisprudencia consubstancia-do no S6mu/a 297, o Supremo Tribu-nal Federal declarou inconstitucionala parts final do art . 88, letra c, doC6digo do Justiga Militar, no redageoqua the deu a L. 4.162 , de 4.12.62.

Dizia eu:

"An qua an saiba , a inconstitucio-nalidade, ja declarada , do parts fi-nal do art. 88, letra 1, do C6digo doJustiga Militar, na redageo qua ]hedeu a L . 4.162, de 1962 , neo foi ain-do comunicada so Senado Federalpare suspender a execugao, em parts,dessa memo lei. Quer dizer qua alei ainda este em vigor no seu todo.

Na, desconhego ter sido aplicadavirias vezes a Surnula 297 (HC42.590, Rel . Ministro Victor NunesLeal, em R .T.J. 37/531; RE 58.768,Relator Ministro Prado Kelly, emR.T.J. 36/458). Mas neo conhegoquaiquer decisao quo enfrentasse o

terra do inconstitucionalidade onconstitucionalidede daquela lei, const-derando a existencia do DI . 317, do13.3.67, qua "reorganize as Policiese os Corpos de Bombeiros Militaresdos Estados , Territ6rios a DistritoFederal". A Sumula 6 anterior a es-ee decreto-lei.

E de observer-se qua tal decreto-lei, promulgouo o Sr. Presidents doRepeblica no use de sues atribuig6esconferidas Palo art. 30 do A.I.-2,combinsdo corn o art. 9.- do A.I.-4.Trata-se de decreto-lei s6bre mate-ria de seguranga national, exclufdo doapreciageo judicial por f6rga do arti-go 173 do C. Federal.

0 Decreto-lei di as Pol`cias Mili-tares as qualidades do "f6r9as auxilia-res, reserve do Exercito", conferindo-Ihes canter a estrutura nitidamentemiliteres . Seu cornando sere exercidopor oficial superior combatants, doservigo ativo do Exercito (art. 50),o qual sere considerado em fungeomilitar, "pare fins de satisfageo derequisitos legais exigidos pare promo-gao, como se estivesse no exerciciode cargo de Comandante de Corpode Trope do Exercito" (art. 5.°,§ 3°).

"0 recrutamento de pragas pareas Policies Militares obedeceri sovoluntariado, de ac6rdo com legisla-gao prbpria do code Unidade do Fe-derageo, respeitadas as prescrig5es deLei do Servigo Militar a seu regula-mento" (art. 10).

"A instmgao militar dos PoliciesMilitares sere orientada a fiscalizadapolo Ministerio de Guerra, atravesdo Inspetoria-Geral dos Pol !cias Mi-litares , no forme deste decreto-lei"(art. 12).

"As Policies Militares sereo regidaspor Regularnento Discipliner redigidoit semelhanga do Regulamento Dieci-pliner do Exercito a adaptado is con-dig6es especiais de cede Corporageo"(art. 17).

"Fica criada no Ministerio de Guer-ra a Inspetoria-Geral des Policies Mi-litares ( IGPM ) diretamente subordi-nada so Departamento Geral do Pes-soal (DGP)", (art. 20).

688 R.T.J. 46

"O cargo de Inspetor-Geral des Po-licias Militares sera exercido por umGeneral-de -Brigada" (art. 21).

Para been se aquilatar de qua as

Pol'cias Militares sso realmente mi-

litares e nada mais , baste examinesi

o art . 28 do Decreto-Iei que mostra

qua ate os Corpos de Bombeiros po-

derso ser qualificados do militares-

corpos de bombeiros com autorizagso

do Ministerio da Guerra on do Go-

verno do Republica . Isso esta a mos-

trar qua as Pol'cias Militares ja in-

dependem de autorizagao. Sao mili-

tates.

"Art. 28. Competiri ao Poder Exe-cutivo, mediante proposta do Ministe-rio do Guerra , declarer a condigao de"militar" e, assim, considers-los reser-vas do Exercito , aos Corpos de Bom-beiros dos Estados, Municipios, Terri-t6rios a Distrito Federal".

"Saliente-se qua as Policies Milita-tes sao instituidas pare a manuten-geo do ordem publica a seguranga in-terna dos Estados , nos Territ6rios eno Distrito Federal" (art. 2.0)".

"Quer isso a quer todo a decreto-lei dizer que as Policies Militares saoforgas militares a sews componentesexclusivamente militares, no exerciciode fungoes exclusivamente militares,jamais de fungoes civis . 0 decreto-lelnso Ihes des outra fungao.

A distingeo feita pals Sdmula, demilicianos no exercicio de fungso po-licial civil a do micilianos no exerci-cio de fungso policial militar, ao quame parece, nao tern mais cabimento.

Ora, entre as fungoes des PoliciesMilitares , nos termos do referidodecreto-lei , se acha a de executer po-liciamento ostensivo , fardado , planeja-do pelas autoridades policiais compe-tentes, a fim de assegurar o cumpri-mento de lei, a manutengao do ordempublica e o exercicio dos poderes cons.tituidos'' (art. 2.°, letra a).

E a principal fungso do corpo ml-litar.

Vale dizer qua "policiamento" parmilicianos do Pol'cia Militar 6 fungsomilitar.

Assim, o Dl. 317, do 1967, validaa L. 4.162, de 1962 , quo, dando nova

redagao a letra I do art. 88 do C6-digo de Justiga Militar, conferindof6ro miiltar pare processar a julgar oscrimes definidos em lei como milita-res, inclui entre os sujeitos a esseforo as militares ( ainda qua des For-(;as Policiais Militares) "quando emservigo on comissaq mesmo de na-fureza policiaf, ainda qua contra ci-vis on em prejuizo do administragaocivil".

Se naquela ocasiio tivessem prevalecido asses raz5es , a as qua as mes-mas acrescentou com 0 costumeirobrilhantismo o eminente MinistroEloy do Roche, nao teria duvidas emjulgar improcedente o presente confli-to, atribuindo a Justiga Militar doEstado do Rio Grande do Sul a conr-petencia pare processar a julgar assoldados do Brigade Militar , resp-n-saveis pela fuga de seis presos no Co-marca de Santa Maria.

Como naquele caso este eg. Tri-bunal entendeu qua permanece inte-gra a orientagio constants da Sdmula297, curvo-me a opiniso dominants,julgando procedente o presente con-flito, a considerando competente aJustiga Comum.

VOTO

0 Sr. Ministro Eloy da Roche: -Cam a mesma ressalva do eminenteRelator.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.685 - RS - Rel., MinistroAmaral Santos . Suste . Is Auditoriade Justiga Militar do Estado . Susdo.Juiz de Direito do 3.a Vara do Co-marca de Santa Maria - RS.

Decisio : Competente o Juizo da3a Vera de Santa Maria . Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-galves de Oliveira. Presentes a ses-sao as Srs . Ministros Hermes Lima.Eloy do Roche , A m a r a I Santos,Thompson Flores e o Dr . Oscar Cor-reia Pine , Procurador-Geral do Repu-blica, substituto.

Brasilia , 14 de junho de 1968. -Jose Amaral, Secretario.

R.T.J. 46 689

EMBARGOS NO RECURSO DE MANDADO DE SEGURANVA N4 11.188 - PE(Tribunal Pleno)

Relator : 0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira.

Embargantes : Julio Maria Baltar Bandeira a outro. Embargada : Prefei-

turn Municipal do Recife.

0 Estatuto dos Funcionarios P6blims de Pernambuco podia

adotar pare a promocso dos funcionarios publicos municipals do

Recife, o criterio quo melhor conviesse aos inter6sses do Adminis-

tra$ao . Nenhu:na ofense so art . 163 do Carta Estadual . Embargos

conhecidos a recebidos.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos ester

autos , acordam os Ministros do Su-promo Tribunal Federal, em sessioplenaria, em conformidade corn a aredo julgamentos a notes taquigraficas,conhecer dos embargos a receb6-los,a unanimidade de votes.

Brasilia , 29 de ag6sto de 1968. -Luiz Gallotti, Presidents -- Adalicio

Nogueira , Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira:- 0 v. ac6rd io de f. 89 decidiu aesp6cie nos t6 mos do ementa que,adiante, as transcreve:

"Funcionerio publico . NomeagAo poracesso . Promogio automatica. Di-reito a promocio.

A organizagio dos servigos publi-cos so baseia no principle do bierar-quia funcional a nao 6 dada so legis-lador ordinario , retirar des aatorida-

des superiores do Executivo, a deci-

aao final , quanto an provimento dos

cargos, pare transforms-las em me-ros executores autom6ticos do vonta-de de sews subordinados".

Esse julgado motivou os embargosqua as deduzem de f. 90-94, admitidose nao impugnados.

A douta Procuradoria-Geral do Re-pblica resumiu a mat6ria em debate,no sentido do conhecimento a recebi-mento dos ernbargos , reiterando , alias,o qua j6 dissera no seu parecer def. 74-76:

"Os embargantes , julgando-se prete-ridos no seu direito a nomeagio, poi

acesso , so cargo de assistente t6cnico

administrativo, nivel 14, de Prefeitu-ra Municipal do Recife , impetraramseguranFa . Denegada esta, recorreramordinariamente pare essa Supreme

C6rte, que manteve o v. ac6rdao re-

corrido.Doi o recurso de divergiincia, tra-.

zendo aos autos como precedante ju-dicial o MS 1.673 - Ceara - ten-do como Relator o Ministro Orozim-

bo Nonato a com a ementa seguinte:"Inexiste direito a promogao quan-

do nio ocorra lei quo obrigue a Ad-ministraSio a prover as vagas em de-terminado prazo" (R.F. ..........157/191/197).

Diz o v. a c 6 r d i o embargado,(ementa a f. 89):

Ementa - Funcionario publico. No-meagao per acesso . Promocao auto-matica . Direite a promoFio.

A organizagio dos servicos publicosse baseia no principio de hierarquiatuncional a nao 6 dada an legisladorordinario , retirar des autoridades su-periores do Executivo , a decisso fi-nal quanto so provimento dos cargos,pare transforms-las em meros executo-res automaticos de vontade de sewssubordinados.

Tendo em vista que:

a) o D. 4 . 389, de 12 . 8.61, quaregulamentou a L. 4.856/57, deter.minou, em seu art . 14, qua as pro-mog6es dos ora embargantes deveriamocerrer, "no ultimo die 6til do mss dosetembro de 1961";

b) a L. 7 . 430, invocada pars jus-tificar a ausencia de dims promoF6es6 de 7 . 11.61, posterior, portanto, a

690 R .T.J. 46

data prevista no citado art. 14 do

D. 4.389;c) comp pondera o embargante, 0

ilustre Ministro Relator, sustentan-do, com Mario Mazagaq qua "naofete direito de candidate a promoceoa demote no provimento , que, salvodisposicao especial de lei, pode setIndefinido", este, a contrerio senso,reconhecendo o direito dos ora embar-gantes, reportamo-nos ao parecer dof. 74-76, desta Procuradoria-Geral, eopinamos pelo conhecimento dos em-bargos a seu racebimento, nos ter-mos do aludido parecer".

E o relat6rio.

VOTO

U Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Relator): - Conheco dos embargos,dada a divergencia manifesto dov. aresto recorrido com o qua foi"invocado nos memos a trasladado nopromoceo do inclita Procuradoria-Ge-ral do Republica. E deles conhecen-do, recebo-os pare der provimento sorecurso extraordinerio.

Com efeito, os embargantes, assis-tentes administrativos, nivel 12, doPrefeitura do Recife, requereram man-dodo de seguranca com o fito do ob-terem promoceo por merecimento,pare o navel 14. Basearam 0 seu pe-dido nos leis municipals entro vi-gentes, duas des quaffs, as de n6me-ros 4.856, de 13.11.57, a 7.214, de11.7.61, estabeleceram qua a promo-ceo e o acesso dos funcionerios pas-saram a reger-se polo criterio de me-rectmento, qua nao aerie aquilatadoPalo arbitrio do Administracao, macpositivado em beneficio do funcione-rio, qua obtivesse 0 maior nitmero dopontos apurados polo Servigo de Pes-coal, observada, assim, rigorosamente,a ordem de classificaceo. no lists res-pective.

Destarte, as promoc6es se realize-riam, em 31 do marco do cede one,tendo-se em vista as vagas verifica-dos entre I.- de novembro a 31 dejaneiro; em 30 de junho, para as va-gas ocorridas entre 10 de fevereiroe 30 de merge; am 30 de setembro,para as vagas qua se dessem entre1" de abril a 31 de julho a, por fim,

em 31 de dezembro, para as vagasqua se efetuassem entre 1 .0 do ag6s-to a 31 de outubro . As promocoesso fariam, pois , em data carte a me-diante a apresentacao de listas unino-minais a nao triplices . S6 poderiamrecair am cads tuna des pessoas quof6ssem indicadas pare cads vaga.

O v. ac6rdio recorrido ( f. 34-37v.)recusou cos impetrantes, contra cincovotes vencidos , a medida almejada,sob o pretexto de qua as disposic6eslegais indicadas contrariavam o arti-go 163 de Constituicao de Pernam-buco , bem como o Estatuto dos Fun-cionarios Estaduais a Municipals.Mas, so nosso sentir, nao colhe o or-gumento. Reza aquele dispositivodo Carta Pernambucana:

"Lei especial organizare o Estatutodos Funcionarios Pitblicos Civic doEstado a dos Munic :pios do Pernarm-buco, respeitadas as garantias je esta-belecidas , observados os principles enormas do Tit. VIII do ConstituiceoFederal".

Onde a violacao ? Argiii-se , winds,qua o art . 45 do referido Estatuto(L. 1.691, de 16 . 10.53 ) estaboleceuo criterio des promoc6es por mereci-mento a antigilidade a quo as leisposteriores , acima mencionadas, con.tra o mesmo atentaram , modificandoaquele regime.

Nao precede o raciocinio , as leisposteriores em causa, seo ordinerias,come o e o Estatuto, participam donatureza deste, sao leis, complementa-res do memo e, assim, podiam alte-re-lo.

As promoc6es dos funcionerios te-riam qua ser feitas a epoca do suevigencia . A omissao do autoridadeadministrative, deixando de execute-las em data carts , come a lei theimpunha , feriu-lhes direito 1=quido acerto a, je, indubitevelmente , adqut-rido . E do nosso eminente colega,Ministro Themistocles Cavalcanti, aligao, baseada em Waline:

"..regula o regime de promoceoa lei em vigor ao tempo em qua ocor-teu a vaga . A lei nova pode, entre-tanto , modificar a situag o juridica"( Trot . de Dir . Administrative, vol.IV, p. 226).

R.T.J. 46 691

Hely Lopes Meireles, salientando aautonomia, corn quo as entidades este-tais disciplinam a organizagio do swsfuncionalismo, fez as seguintes ponde-rag6es:

"Cade entidade estatal 6 aut6nomapare organizer as seus servigos a com-por o seu pessoal . Atendidos as prin-cipios de Constituigio Federal a dosAtria Institucionais s6bre as funcio.narios publicos, a Uniio, as Estados-membros a as Municipios , podem sla-borer as seus estatutos , segundo assues conveniincias administratsvas eas forges do seu erario" (Dir. Admi-nistrativo Brasileiro, p. 347).

Alias, o criterio de promogio me-diante a apuracio de pontos favora-veis so funcionirio assenta em basesobjetivas, qua nio sio do despre-zar-so.

Themistocles Cavalcanti, tecendoconsideragoes derredor do assunto, fo-caliza-o, an colder do sistema do me-recimento, sublinhando-1he as aspectoerealmente positivos" (0 FuncionirioPirblico e o sent Regime Jurfdice,p. 252-255).

Assim, nio ha como estranhar-sequo a Prefeitura do Recife houvesse,durante certo tempo, adotado seme-Ihante orientagio , pare a promogio eo acesso dos was servidores.

Polo que, recebo as embargos, pare,refonnando o v. ac6rdeo embargado,dar provimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

EMS 11. 188 - PE - Rai., Mi-nistro Adalicio Nogueira . Embtes.Julio Maria Baltar Bandeira a ou-tro (Adv. Gustavo C. do BarrosBarreto). Embda . Prefeitura Muni-cipal do Recife (Adv. Manuel Arou-cho). (Dec. embda . 3? Torras,1.4.66).

Decisio: Conhecidos a recebidos asembargoa, uniniruemente . Impedido, aSr. Ministro Djaci Felcio.

Presid6ncia do Sr . Ministro LuisGallotti . Presentee i sessio as Se-nhores Ministros Thompson Flores,Amaral Santos, Themistocles Caval-canti, Barros Monteiro , Djaci Falcio,Eloy do Roche, Aliomar Baleeiro,Oswaldo Trigueiro , Adalicio Nogueira,Evandro Lins, Victor Nunes a Gon-calves de Oliveira . Ausente, justifi-cadamente, a Sr. Ministro AdauctoCardoso . Licenciados, as Srs. Minis-tros Hermes Lime a Lafayette do An-drade.

Brasilia, 29 de ag6sto de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-retor-Geral.

EECURSO DE \IANDADO DE SEGURANQA N9 17 .407 - OF(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Recorrente : 2elma Mendes Barbachan . Recorrida : Fundagio Brasil-Cen-tral.

O estegio probatdrio a vine qualiiicaggo do efetividade.Edicacia do art . 42 do L. 4.242/63, a partir do D. 54.224,

de 1964 . Recurso ordindrio desprovido.

ACORDAO

Vistas, relatados a discutidos istesautos, acordam as Ministros do Ter-ceira Tomas do Supremo TribunalFederal, par unanimidade do votos,negar provimento so recurso , no con-formidade de are do julgamento edos notes taquigreficas anezas.

Brasilia, 24 de maio de 1968. -Hermes Lima, Presidents - AmaralSantos, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -A recorrente impetrou mandado doseguranga contra ato do Interventor

692 R.T.J. 46

do Fundagao B r a a it -Central, queem 27.4. 64, a demitiu do cargo doAuxiliar Administrativo.

Alinhou coma raz6es do soudido:

P,

1.0, qua fora admitida par Porta-rie de 27 . 3.63, com exercicio a partir de 1.0 de margo do mesmo anos.

2°, qua, nao obstante a epoca asservidores do Fundagao Brasil -Centralas submetessem so regime do Con-solidagao des Leis do Trabalho, aL. 4.242, de 17. 7.63, passou a con-siderar as admitidos ate 31 de mar.go servidores publicos;

30, qua, incluindo-se nessa catego-ria, nao poderia ser exonerada empleno estegio probat6rio sera inquert-to on sem as formalidades legais doapuragao de sua capacidade ( Sumula21).

A impetrante juntou c6pia do Por-taria qua a exonerou , do qual se ve-rifica que no periodo de um ano as-t6ve per 353 dies ausente do servigo(f. 9).

A autoridade apontada como coaro-ra informou qua a impetrante naopodia ser beneficiada pela L. 4.242,de 1963, a qua a integragao dos em-pregados do Fundagao no servigo pu-blico sumente ocorreu cam a D. 54.224,de 1.9 .64. Como a L. 4.242 nonestabeleceu a regime a que passariama submeter-se, ate a advento doD. 54.224, que a especificou, per-maneceram sob as names des LeisTrabalhistas (f. 12-17).

A seguranga foi denegada em pn-meira instancia (f. 23-27). 0 Tri-bunal Federal de Recursos confiimouessa decisao , adotando estes funda-mentos:

10, qua s5mente a partir do posse,em 18.4 . 63, aperfeigoou-se o contra-to de trabalho do impetrfante, a Luea exclui do beneficio do art. 42 doL. 4.242;

2°, que, ainda qua devesse splicer-se so caso, a L. 4.242, de 1963, naoespecificou sob qua regime as fun-cionarios do Fundagao passariarn aconsiderar-se servidores publicos, poloqua era indispensavel o decreto regu-lamentador;

3°, qua a impetrante, em ultimocaso , deveria considerar-se servidoraa titulo preceria are, o estegio pro-batirio a man qualificagao do efe-tividade, nao a beneficiando a S6mu-la 21;

4.0. que, par fim , foi justificada aexoneragaq comp se verifica polo do-cumento de f. 9.

No presents recurso, a impetranteretorna as consideragbes anteriores ealude a solugeo diverse dada a casoanelogo pole Alta Administragao.A douta Procuradorie-Geral opina

polo desprovimento (f. 85).

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - A impetrante , par Porta-ria do Presidents do Fundagao Bra-sil-Central, datada de 27.3.63, foiadmitida no Quadro Tecnico Admt-nistrativo , carreira de Auxiliar Admi-nistrativo, pare servir nessa Fundageo,em Brasilia , a partir de 1P de mar-go daquele ano (doc . de f. 7). Dir-se-ia qua estava em servigo desde1° de margo . Mas nao: "apresentou-se so servigo" s6mente em 18 doabril (doc. de f. 46).

Como as servidores de Fundagao soregiam pole Consolidagao des Leisdo Trabalho, 6 a partir dessa dataqua podia a impetrante ser consido-rode em servigo efetivo ( Consolida-gao, art. 4.0). Alias, 6 essa a ligaode Russomano (Comentarios a Con-solidagao des Leis do Trabamo, 1°v., p. 61), de qua se quer aproveitara impetrante:

"Considera-se, pois, tempo de servi-go todo a periodo em qua a emprega-do permanece a disposigao do empre-gador".

Acresce qua entre 1.4.63 a ...31.3.64, portanto , durante um ano,nao compareceu so servigo 353 digs.

2. A L. 4.242, de 17.7.63, arti-go 42, dispels:

"Os empregados do Fundageo Bra-sil-Central , admitidos ate 31.3.63,passam a condigao de servidor p6bli-co, continuando a prestar servigos na-quele 6rgao, into tung6es ate aqui

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uercidas, at6 qua outras then sejamatribu'daa na Reforms Administrativeam eatudos".

Por Portaria de 27.4. 64, conside-rando as fatos acima aludidos, o In-terventor daquela Fundagio a demi-tiu do servigo (f. 9).

Quer a impetrante, alegando qua-lidade de servidora pfiblica em estfi.gio probat6rio, quo the terie dodoequals lei, reintegrar-se no cargo, pareieao valendo-se do S6mula 21:

"FuncionIrio em est.gio probat6rionio pods aer emnerado nom demitido.hem inquIrito on am as formalidadealegal, de apuragio de sus capaci-dade".

3. Nio nos parece, como bean de-cidiu o eg . Tribunal Federal de Re,cursos por unanimidade, seja acolhi-vel a pretensio do impetrante.

Seen embargo do disposto no art. 42,do L. 4.242, de 1963, a integragiono servigo pfiblico, dos servidorespale mama lei abrangidos, s6 so ve-rificou corn o D. 54.224, de 1.9.64,quo "disp6e s8bre o aproveitarnentodo peesoal do Fundagio Brasil-Cen.tral, cujo art. 2.- reza:

"0 aproveitamento do p a s a o a labrangido polo an. 42 do L. 4.242,de 17.7.63, sere faito em cargos pre-vistos no quadro a qua se refers aartigo anterior, no forma do relagiomorainal aneza prevalecendo seas efei•toe a partir do 18.7.63".

At6 entio continuavain as servido-rem sujeitos i mama discipline, per-cebendo a mamma remuneragio, atra.ves dos cofres de Fundagio Brasil.Central. Dizer-se, portanto, qua an-tes do vigencia do D. 54.224, de.1.9.64, j6 ae encontravam os servi-Aores do impetrada sujeitos a est6-gro probat6rio, ser6 agasalhar incon-;grv8ncias invenciveis.

A prop6sito, ponders o juriidico veto.do eminence Ministro Amarillo Ben-jamim, Relator do ac6rdio recorrido(f. 56):

"Por outro lado, nio podemos del.-tar de considerar quo a L. 4.242,art. 42, eat6 pdsaimamente redigida,Jugindo realmente i melbor compre-,enaio.

693

0 art. 42 manda quo os emproga,dos admitidos ate 31 de margo pas-am 6 condigio de servidor pfiblico.

Mae servidor pfiblico como? Servi-dor pfiblico estabilizado? Interino? Onservidor pfiblico no categoria de ez-traordin6rio on servidor especial?

A lei nio disse.

Do maneira qua a lei, por si s6,nio poderia aer ezecutada, am umesclarecimento qua comptetasse o seupensamento.

Tenho que, nesse hip6tese, o Do-creto, qua sobreveio, are indispens6-vel.

Independentemente disto, admitin-do quo a impetrante realmente es-tiveeee beneficiada pale L. 4.242,qu a impetrante houvesse alcangadoease direito, tio-s6 core a portaria deadmissio, ainda ,amen, a man ver, aimpetrante nio poderia nuns serconsiderada aervidor, efetiva . Ora, sonio podia ser considerada aervidor,efetiva, nomeada corn do pouco tem-po, am prove de habilitagio, semconcurso, am nods, poderia tar dis-peneada livremente , seen ezigencia doinquerito on de sentenga.

Todoa sabem qua o estlgio proba-t6rio a quo se refere o Estatuto 6uma qualificagao do efetividade. Niobavendo esta, nio h6 ast6gio proba-t6rio.

E isto qua est6 escrito entre osdoutoo e 6 proctamado pale jurispru-dencia dos Tribunals, inclusive denteC8rte".

Em verdade, so aer demitida muitoanteriormente so D. 54.224, de 1964,a impetrante nio tinha qualidade doservidora efetiva, nio podendo cogi-tar-se do eatlgio probat6rio.

Adicionem-se a isso as estranhas einjustificlvels circunstiincias, de sueadmisaio , a data em qua entrou emservigo e a faith so servigo de 353dies num ano a conclu,'mos, aindacom o eminente Relator do acbrdiorecorrido (f. 57):

"Ora, aervidor a titulo preclrio,como nio podia deizar de ser, a ser-vidora impetrante, e6 corn ease felts,daria o bastante pare justificar o atoquo a Fundagio praticou . Dir-so-I:

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Man into a urna alegafao . Muito bem.E urns alegafao qua a Fundafao usou,man s6 pods, set desfeita por proveem contrario, on no minima imports-ria no descabimento do mandado deseguranfa, qua nio comports examesem canon dessa natureza".

Per essas razbes, nego provimentoao recurso.

EXTRATO DA ATA

EMS 17.407 - DF - Rel., Mi.nistro Amaral Santos . Recte. ZelmaMandan Barbachan (Adv. Sergio Gon-aaga Dutra ). Recde. Fundafio Bra-sil-Central (Adv. A. C. SigmaringaSeizes).

Decisa"o: Negado provimento, una-nime. Ausente, ocasionalmente, o So-nhor Ministro Gonfalves de Oliveira.Presidiu so julgamento o Sr. Minis-tro Hermes Lime.

Presidencia do Sr . Ministro Her-mes Lima , no ausencia ocasional doSr. Ministro Gonfalves do Oliveira.Presentee i aessao on Srs. MinistrosEloy do Roche, A to a r a I Santos,Thompson Flores e o Dr. Oscar Cor-reia Pine , Procurador-Geral do Re-publica, substituto.

Brasilia, 24 de main de 1968. -Guy Milton Lang, Secretario deTurma.

MANDADO DE SEGURANQA N9 17.503 - GB

(4.'Abunal Pleno)

Relator : 0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro.

Requerente : Levy Penns Aario Reis. Requerido : Exmo. Sr . Presidentsdo Republica.

Militar. Promofao so p6sto de Almirantede-Esquadra. Esco-Iba late sem base em lists organizada na forma do lei. Inocor-rincia do proterifao, no new, quanto A primeira vaga, a inexistenciado segunda vaga, cujo preenchimento an pleiteia . Seguranfa indefo-ride.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos esterautos, acordam on Ministros do Su-

premo Tribunal Federal, am aessao

pleneria , na conformidade do ate dojulgamento a das notes taquigrbficas,

por unanimidade de votos, indeferir olitiscons6rcio a denegar a seguranfa.

Brasilia, 14 de ag6sto do 1968. -Lutz Ga(lotti, Presidente . - OswaldoTrigueiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:-- Levy Penna Aario, Vice-Almirantedo Marinha de Guerre, impetra segu-range contra ato do Sr. Presidente daRepublica qua indeferiu pedido depromofio a Almirante-de-Esquadra, doimpetrante Cu do qualquer dos outeos

dois ViceAlmirantes, integrantes delists opormnemente apresentada, noforma do lei.

Trats-se de ceso de evidente complexidade, qua a impetrafio historiapale forma seguinte (f. 2):

"o antigo Regulamento de Promo-f6es no Marinha de Guerra (D. 42.808,de 13.12.57), estabelecie , pare as pro-mofiies de almirantes , on seja de Ofi-ciais Generais, o criteria amplo do as-colha do Presidents de Republica,dentre todos on quo preenchiam as con-dif5es do promofio. Erse Regulamen-to foi revogado pele L. 4.822, do29.10. 65, regulamentada polo Decreto37.631-A, do 29.11 .65, sendo as co-missbes de promofbes regulamentadasPalo decreto aprovado sob o r.(rmero57.576, de 4 .1.66, e o Regulamento

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pare o Conseiho de Promogees de Ofi-ciais aprovedo polo D. 57.577, do4.1.66.

Pala legialagao atual a promogao aAlmirante, ato do Erano . Sr. Presi-dents de Republica, fica a escolhe on-joito aos names indicadoa ma Bata apre-aentada pela Comissio de Promog6escompetente . A referide lists deverkconter tree homes pare a vega qua Beabrir a mais urn pare cede vaga exce-dente, sendo qua, no caao em tale, essalists terie qua ser elaborada pela Prl-meira Comissio do Promog6es, cons-tituida ease por todos os Almirantes--de-Esquadra em comissio, designadospolo Exton. Sr. Ministro do Marinha.

Ease lei de promog6es ora em vigordetermine qua nao Berg possivel serpreterido o Almirante quo peia quartovex consecutive figurer em lists de es-colha, indicado per sane pares do p6stosuperior ; nem Bank %nais promovidoaquele quo por quatro vexes consecuti-vas no figurer not referida Lista doEscolba.

As restrig6es citades criaram assimurn dispositivo anklogo, ao do promo-,;go por antigiiidade, por quanto pre-viram came em qua a promogeo nodepends do escolha irrestrita do Pre.sidente do Republica, nom do am Mi-nistro de Marinha , aos quais caberkse conformarem corn o parecer dos Al-mirantes membroo do Comissio de Pro.mog6es a praticarem os atos legais quoefetivam a promogeo, tal como onecasoa de promog6es per antigaidade.

Ocorrendo , no mes do ag8sto docorrento ano, a transferencia pare areserve remunerada de tree Almirantes--de-Eaquadre, foi prevista a ocorren-cie de dues vegan no quadro densep6ato, e, em consegiienda , iniciada

polo Exxon . Sr. Ministro do Marinha oprocesso normal pare a Liste do Es-colha, no forma do legislagao vigente.

As promog6es porem nao foram fei-tes ate dues semanas apbs o primeiroato ministerial a, inesperadamente, Betornou publico quo o Govern baixaraato, - o qua extinguiu uma des va-gas a o qua suprimia a Lists de Es-colha jk elaborada pela Primeira Co.m!ss5o de Promog6es, - nesse no

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deixando claro qua Be supruniam Lis.tea de Escolbas futures on so tambkmBe considerava suprimida a Lista doEscolha jk apresentada.

Eases atom foram oa aeguintes:

a) apresentados os pedidos de trans-ferencie pare a reserve remunereda, nodie 1 do ag6sto ultimo, we do prever-so imediatamento qua haveria dues va-gas, porem s6mente no die 8 baixou oExmo. Sr. Miniatro do Marinha me-morando ao Presidents do Coaselho doPromog6es pare qua so fizesso a Listsdo Escolha necesaeria as promog6es,sates em numero de dues, e, portan-to, com 4 nomes;

b) a reuniao da Primeira Comissiode Promog6es s6 ocorrou no die 11,tudo lovando a crer do quo ease de.more f6ra necessiria pare a inclusuodo nome do Vice-Abniranto quoocupava o numero 6 de escala a quac6 no referido die 11 completara o in-tersticio do urn aao no p8sto, qua,pela lei, permitiria a sue inclusio noquadro do acesso; a assim a Comiaeeop6de considerar leis nomes pare sele-cionar quatro. Oa sole nomes pale or.dam foram oa seguintes : 1) Adalbertodo Barnes Nunes; 2) Levy PanneAareo Reis; 3) Ernesto de Mello Bap.tista; 4) Murillo Vasco do Valle Silva;5) Waldeck Lisboa Vamprk a 6) An-tonio Borges do Silveira Lobo,c) quo nao bouve promog6es, coma

era do esperar, uma vez apresentada n

Lists do Escolba a nom foram recebi-

des as comunicag6es habituais aceVice-Almirantes em cause, informando

qua haviam sido on nao incluidos nocitada lists;

d) no die 22 do agAsto por "Apravo" do Exxon . Sr. Presidents doRepublica, ap8sto an parecer do mes-ma data, do ConsultorGeral daRepublica, foi adoteda a was sugestioalvitrada polo Ermo. Sr. Ministrodo Marinha de, no teen do haver s6-mente dais Almirantesdo-Esquadra emcomissaq nab se reunir a Primeira Co-missio do Promog6es, suprimir-se aLista de Escolha a so laver a escolhafinal do Exmo . Sr. Presidents deRepublica a Lists de todos os Vice--Abnirantes em condig6es do promo-

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Sic; Bate n6vo criterio resultou de in,terpretagio de lei polo Consultor-Geraldo Republica;

e) no dia 23 seguinte, per decreto,o Governo resolveu desagregar o ALmirante.de-Esquadra Jose M o r e i r aMaie, Presidents do Tribunal Mari-timo, quo estava agregado por Do-creto de 8 . 7.64, tornendo esta ogregegio sem efeito; corn esse ato, pos-terior a ocorrencia dos vagas, ficou evi.denciado o prop6sito de extingAir umades vagas ji existentes;

t) no die 29 foi promovido a Almi.rante-de-Esquadre o entio Vice-Almi.rante Adalberto do Berms Nunes quaocupava o numero 1 de lists de anti-gilidade, em condigoes de promogio aqua ocupava o n6mero 1 do Lista doEscolhe elaborada pale Primeira Co.missio de Promogies no die 11;

g) qua nio foi feita nova promo'goo, evidenciando-se assim qua o Go-verno considerara spoons ulna vaseemstente, porem nio so tornando claroa supressio do Lists, do Escolha 14apresentada.

O ore impetrante recorreu no Exce-lentissimo Sr . Presidents, do Repu-blica, poles vias ordinerias , tendo smemo pedido sido indeferido em 25de outubro ultimo.

Concedida a autorizagio do Exce-lentissimo Sr. Ministro do Marinha,vein o impetrante corn o presents pe-dido do mandado de seguranga."

On fundamentos do pedido estio re-sumidos no parts final do impetragio,in verbis:

"Finalizando , dentro do lei vigente,

acirna citada , a partir de 9 do agtstocriou-se o direito a segunda dos "gasabortes a neo preenchida no prazocerto do lei de 30 dies . Este vegacompetia a urn dos tree Vice-Almiran-tea ii citados , constentes do Lista deEscolha, dos quaffs o main antigo e oimpetrante a quo existiu ate o dia23 de agbsto , segundo o criteria doExmo. Sr . Presidents, do Republica,qua a fez suprimir, on ate o die 8 dosetembro urns, vez qua ease supressiofare o direito liquido a certo do im-petrante a dos seas colegas je citados,

direito qua tern todos on tres de quoum delea aeja o eacolhido pare o p6stodo Almirente-de-Esgquadra.

0 direlto a promogio , segundo o Es-tatuto dos Militares , a um dos diref-tos dos militares. Depends de vegaaberta no quadro de p6sto superior ados cldusulas de acesso necessirias, co-dendo ser, segundo a lei de promog5es,por antiguidade, merecimento on as-colha. Segundo a referida lei de pro-mogiies, a promogio dove ser faits,logo apes a ocorrencia do vag6, obser.vadas as formelidades legais, rues niopodem exceder de 30 dies do ocorren-cia do vega. A desagregagio havida,data venia, posterior a ocorrencla dabvagas a a elaboragio de Lister do Es-colha, nio pods servir pare oxtingiiiruma vega, e, siru , deveria absorvervaga futura qua viesse a ocorrer, compe frequente nas escalas dos quadros deoficiais; no vega entio existents de-aerie ter ocorrido promogio, de umcome esccolhido no Lista do Escolba,pois quo o Governo nas poderia fariro direito adquirido do promogio deurn dos tres componentes do citadaLista.

Neste mandado fogs so impetrantea anelise do parts politics. escudmdo-se ale spans nas raz6as de direito: oimpetrante a sous dois companbeiros,no prazo dos 30 dias j6 estavam es-coihidoe, dependendo a promogio docriterio pessoal do Emm. Sr. Presi-dents do Republica . Era a e urn d'.rei-to liquido a carts de um dos trios aproruogio. 0 impetrante defends essedireito a espera qua o eg. SupremoTribunal Federal, pare a manutengiodo L. 4.822, considers liquido a costso direito ore pleiteado pare cassar oato do Exmo. Sr. Presidents de Repu-blica, determinando quo a p :romogioobedega eo criterio legal je escolhido,provomendo S. Excia. o Sr . Presi-dents do Republica um don tres avega existente do Almirante-de-Es-

quadra."

A f. 33, os Vice-Alruirantes Ernes-to do Mello Batista a Waldeck LisboaVampre requererem admissio cornsassistentes-litisconsortea do impetrante,

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'sole inicial perfilham , je qua a rela.4i o juridica e a memo a os memosos atos impugnados , per ilegais anuloa", esperando qua Thee seje resti-tuido "o direito i promogio qua Theefoi ilegal a inconstitucionalmente or-rebatada."

As informagoss do autoridade im-petrada vieram em parecer do Consul-tor Juridico do Ministerio do Mari.,!he (f. 62 ), quo assim as pronuncia•

•O Vico-Almirante Levy PennsAario Reis impetra mandado do aegu-ranga so Supremo Tribunal Federalpare caaser os atos do Esmo. Sr. Pre-sidents do Republica quo suprimiremtone dos vagas abertas em 1.8.66 aextinguiram a Lists de Eacolha.

Suatenta o impetrante qua, dentrodo 30 dies ap6s a abertura de vaga, oEmu. Sr . Presidents de Republicadeveria escolher urn doe tree (3) Vice--Almirantes mais antigos do quedropare preenchimento do aludida vaga,de forma qua os sons atos teriam vio-lado direito liquido a certo sou on doqualquer urn doe outros Vice-Almiran-tea qua pteenchiam todos as requisitespare promogio.

Trata-se, portanto, do man ado deseguranga requerido pare proteger di-reito do pr6prio impetrante ou de tercerro, pole as vegas estavam abertasa so impunham a escolha dentro doprase qua o Regulamento estabelece.

Argumenta o impetrante qua, abortsa vaga, existe a obrigagio do eser-cicio do faculdade de eacolha, polo Pre-sidente do Rep6blica a um doe OficiairGenerale qua figurern na Lists do Ee-colha, dentro dos 30 dies seguintes soevento, pois a lei manda quo as pro-mogoes so realizem nesse pram.

Dix ainda o impetrante qua:

"As promogoes porem nio foramfeitas ate dues semanes apes o primei-ro ato Ministerial e, inesperadamente,se tornou p4blico quo o Governo bai-s re- ate, - o qua exting0iu uma dosvages e o quo suprimia a Lists do Es-colha je elaborada Palo Primeira Co-missio de Promogoes nesse niodeizando claro qua se suprimiam Lis-too do Escoiha futures ou se tambem

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we considerava suprimida a Lista doEsco)ha je apresenteda".

E mais qua:"Foi preencnida moo vaga , do Vice-

-Almirante Adalberto do Barron Nunesa Almiranto-do-Esqusdra a consideradaertinta a outra wage, per anulagio de-agregasao do Almirante-de-Esquadra -Jose Mareira Mala a consequente reincluseo do citado Almiranto-de-Esoua-dra no n.° 1 do quadro respective".

O Govgmo, assim, deizou do promo-ver um dos Vice=Almirantes quo figu-rave no Lists do Escolba e, ainda, au-prlmin uma dos vagas, provendoa atra-ves do desagregagio do urn Almirante--do-Equadra qua as achava agregado.

Em seguida, o pr6prio impetranteref ore-so a eprovagio do Ezmo. So-

nhor Presidents de Rep6blica so pa-racer do Consultoria-Geral do RepGeblica.

O parecer citado polo impetrante,quo 6 de n .° 384-H, de 22 . 8.66, pu-blicado no D.O. do 23.8.66, foi, afe-tivements, o roteiro dos provid6nciasadministrativas do promogio decrete-do pare preenchimento do tuna dosVegas citadas polo impetrante.

A solugio sugeride polo pronuncia-mento do douta Consultoria-Gera; doRept blica foi a de qua as promogoesse realizassem , principalmente, Bernapoiar-so no Lister de Escolha organi-sada por urns Comissio quo nio esterve, no momento , corn a am compost-goo integralisada.

E a outra vage nio foi preenchide,mediante promogio , porque o ilustreAlmirante-de-Esquadra Jose MoreiraMaio, qua se encontrava no ezercictodo cargo do Presidents do TribunalMaritime, fore desegregodo, no ocasiio,desde qua so entendou qua a ma agre-gageo, decretada de 1964 , nio estariede ac6rdo corn a lei. Fundamentou-soa Administre{ao us circunsti)nc,a asfigurer a fungio do Presidents do Tri-bunal Maritimo, comp militer, no lots-gio aprovada polo Aviso n.° I.W.de 16. 7.58, de forma quo nio as con-figuraria a hipetese do agregacie."

A Procuradoria- Geral do Republicaoficiou a f. 41. alegando prelimi-narmento a intempestividade do litia-

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cons6rcio, e, no merito, dizendo o se-guinte:

"Nao ha come so configurar qualquerdireito do impetrante a reclamer pto-tegio judicial . Na verdade, pare des-linde do complexa questao proposta,nao carece vir a exams o combatidoparecer do Consultoria -Geral do Repfi-blica, porque dale nao decorreu qual-quer preterigio a direito, do impetran-te, quanto mais porque a promogiopare a (mica vaga existents recaiu s6-bre o primeiro indicado naquela Listsdo Escolha, as hem hejam concorridotodos os Vice-Almirantes em condigaodo acesso, come recomendera o pare-car. So outra promogio nao se deu,no foi por cause do combatido Para.car, mas pale inarredavel circunatinciede as vagas haverem sido reduzides auma 6nica, pale reinclusio do Almi-rante-de-Esquadra, Jose Moreira Mats,cuja agregagao fora anulada.

A especie sub judice, pois , resume-as em saber se a mere expectativa depromogaq em quo se encontravam 0impetrante a seus colegas , constituirisdireito subjetivo de tal porte, capazde elidir os efeitos normais daouelareinclusio , de qua resultou o preenchi-mento da disputeda vaga . Nao vemos,porem , como, diante dessa supervenien-te supressio do vaga , posse subsistirdireito algum dos candidatos a seuprovimento, principalmente quando talprovimento haveria do so der por meinde promogio pelo criterio de escolha,de natureza incompativel com o cars-ter do precisao a certeza pr6prio aosdireitos subjetivos.

Assim, parece qua a analisade caren-cia de vaga no Quadro afasta o postula-do direito do promogao, sobretudo perter decorrido de urn fato - a reinclusaodo can titular - consegiiente de umeta administrative revestido de abso-lute legelidade - a anulagio do agre-gagao - a contra o qual nia investso impetrante."

VOTO

0 Sr. Ministro Osvaldo Triguelro

(Relator): - Pales raz6es constantesdo douto parecer do Procuradorie-Gd-

ral da Rep6blica, indefiro , preliminar-

monte, o pedido do litiscons6rcio, for-

mulado a f. 33, pelos Almirantes Er-nesto de Mello Batista a Waldeck Lis-boa Vampr6.

Quento it impetragao do AlmiranteLevy Penns Aario Reis:

De ac6rdo com a Lei 4 . 822, de29.10. 65, as promog6es aos pastasdo Oficiais-Generais da Marinhe deGuerra obedeciam so criterio de esco-Iha, pelo Presidents da Rep6blica,com base em listas organizadas pelusComiss6es competentes.

Para apresentar as listas de promo-gao dos Vice-Almirantes ha urna Pri-meira Comissao (art. 7.0, a), consti-tuida por todos as Almirantes -de-Es-quadra qua estiverem exercendo comia-sbes regulamentares. As resolugiesde"sse 6rgio sbmento podiam ser ado-tadas quando aprovadas , pelo mans,por metade a mail urn de sous mem-bros ofetivos (D. 57.576, de 4.1.66.art. 11).

Tendo ocorrido qua, a bpoca despromog6es em cause, a Primeira Co-missao ficasse reduzida a dois mem-bros, a Consultoria-Geral de Republi-ca em parecer de 22 . 8.66 (D. do23.8.66, p . 9.666 ), prop6s quo as su-primisse a lists de escalha dads a im-possibilidade de seu proceasamento, afim de qua o Sr. Presidents, do Rep6.-blica promovesse livremente, pare avaga a preencher, dentre todos os Vice--Almirantes em condigSes do acesso.

Nao me parece aceitivel a solugioalvitrada pale douta Consultoria-Geral,e entio eprovada pelo Chafe do Po-der Executive . Desde qua a lei deter-minava f6sse feita a escolha em listsrestrita, organizada pale Primeira Co-missaao de Promog5es, a 6bvio qua oPresidents do Rep6blica nao podiasuspender a vig6ncia dessa norma, por-que ]he parecesse inexegiUvel. Nadajustifica interpretasse a impossibilida-do ocasional de reunir-se a Comissaode Promog6es, come autorizagao su•pletiva pare qua o Presidents do Rep6-blica exerga a atribuigao em cause comwas amplitude qua a lei expressamen-to ]he veda.

Ao Ministerio do Marinha incumbeexecutar a lei como nela so content.

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Cumpre-lhe, providenciar, Palos mainsadequados, no aentido do qua as Co-missi es de Promogoes possa.n aemprefuncionar cram o quorum minima per-mitido. Se, em determinada circuns-t6ncia, a Administragao olio fiver comoobviar impossibilidade ocorrente, a so-lugao dever6 seer procurada par vialegislative, a neo por interpretagao quoimports em suspensio de name legal,por forma qua a Cogstituigao agoprev6.

Embom assim entenda, nio vossoit 06 o reconhecimento do direito pos-tulado, Para conceder a segurenga pe-dida. E qua, a men ver, as etas prati-cados polo Sr. Presidents, do Rep6-blica, corn apoio no citado parecer, nioimportaram em lesa'o a direito liquidoe certo do impetrante, on dos qua,corn 61e, integraram a lists dos can-didatos a vaga preenchida.

O primeiro eta a ser apreciado 6o quo tornou Bern efeito a agregagaodo Almirante-de-Esquadra Josh Moroi,no Maio, quo exercia o cargo de Pre-aid ante do Tribunal Maritimo. Ensagregageo nio so fizera nos tarmos dolei, pm qua equals func-eo, do naturenmilitar, figure no lotagio aprovada poloAviso 1.680, do 1958. A anulacaodense ato, par forma qua a iurispru-de"ncia predominente tam coma legiti-me (SGmula 346), nio 6 atacada Paloimpetrante, coma been observant a Pro-curadoria-Geral, am sent parecer.

Desse eta resultou ficar apenae urnsvaga a - ser preenchida. Pam este foiprornovido o Vice-Almirante Adalbertode Barros Nunes, qua ocupava a pri-meiro lager dentre todos as quo setis-faziam as requisitos de promogio, sen-do igualmente a primeiro no lista W.claimants orgenizada pare ser apresen-tada so Sr. Presidents de Rep&blica.Essa promccio no 6 impugnada poloimpetrante, qua olio alega hover so-frido pretericao em razao desse ato.

Nestas condicoes, a qua efetivamen-to so pleiteia 6 a direito do promogioa vega inexistente, on seja a vaga quodeixou de existir par haver sido abet,to irregulannente. Para ante, nio meporece quo as demais integrantes dolists possam aleger diroito liquido a

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certo, a ser protegido per me:o de so-sarongs.

Da leitura do memorial , distribuidoPara Gate julgamento , vejo qua Astrazidos A nose consideregao fatos no-vos a novos argumentos , pare o efeitode demonstrar -se quo, posteriormenteao ato Impugnado no presents imps-tragio , foi alterada a legislegio perti-nence 8s promog5es dos Oficiais-Gena-rats de Marinha, do torte qua, pardose expedients, a impetrante veto aset proterido can vaga posteriormanfeverificada.

E possivel quo isso haja ororrido e

qua o impetrante tenha o direito deinvocar a protegio do Justice Para acorrogiio de eventual ilegalidado. MasAsses novas Was sao atranhos i pro-sente lids a teriarn ocorrido ap6s seaajuizamento, quo so deu em 15.12.66.

S6bre Asses novas fatoa a autoridadeimpetrada neo foi ouvide a, de reato,Mo h6 nos autos quaisquer elementosde prove por onde se posse sparer sea alegada alteragao legislative foi re-gular a se, em virtude dale , o impe-trante foi, aao spans injustamente,porky ilegalmente, preterido no forma-ciio do lista on no escolha presidential.Entendo, par isso, qua ease met6ria eo-monte poderia ser apreciada atmv6s deodequada postulagio.

Julgando, como me cumpre, apenase impugnegio felts so preenchimentodes vegas ocorridas em ag8sto do1966, olio vejo coma reconhecer a di-reito do impetrante, aem em relagao 3vaga preenchida pale promogio do Al,animate Adalberto de Banos Nunes,nem a vaga euprimida per fCrga dodesagregagio do Almirante Josh Mo-reira Maio.

Par todo a exposto, indefiro o pe-dido.

EXTRATO DA ATA

MS 17. 503 - GB - Rel., Minis-tro Osvaldo Trigusiro . Regte., LevyPenna Aario Reis (Adv., Paulo doFonseca Costa Couto). Regdo., Pro-sidente do Rep6blica.

Decisio: Indeferido a litiscons6rcioe denegeda a aeguranga , unlnimemente.

700 R .T.J. 46

Falaram, o Dr . Eduardo Correia, polorequerente a os litisconsortes, e o Don-tor Decio Miranda , Procurador-Ge-ral do Rep6blica , polo requerido.

Presidencia do Sr. Ministro LuixGallotti . Presentee a sessio as Senho-res Ministroa Thompson Flores, Ama-ral Santos , Themistotles Cavalcanti,Barros Montalto , Adaucto Cardoso,Djaci Falcio, Eloy do Roche, Aliomar

Baleeiro, Osvaldo Trigueiro, AdalicioNogueira, Victor Nunes a Gongalves doOliveira. Ausente, justifioadamente, oSr. Ministro Evandro Line. Licencia-dos, os Sm . Ministros Lafayette deAndrade a Hermes Lima.

Brasilia , 14 de ag6sto de 1968. -

Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-tor-Geral.

6EMBABGOS NO AGRAVO DE INSTRIJMENTO N' 31.489 - SP

-, ribunal Pleno)

Relator: 0 Sr. Ministro Gongalves do Oliveira.

Embargante : Alfredo Angelini . Embargado : Departamento do Estradas deRodagem.

Recurso extraordinario . Sua interposigio s6bre varias questoesfederais . Sua interposigio s6bre uma ad questio federal por variesfundamentos . 0 Presidents do Tribunal local pods apreciar a recur-so, nos varios pedidos ou questoes ou fundamentos, nio podendo,.porent, cindir o recurso. Admitido por urns questio quo soia, doveo recurso subir e o Supremo Tribunal, sem necessidade de agravo,manifestar-se-4 sSbre todos oa pedidos do reovrrente, nag variesquesto"as a sob quaisquer dos fundamentos , lettas a, b, c, on d dopermissivo constitucional, minds quo o Presidents do Tribunal localo tenha indeferido, em parte, on o tenha restringido a urns damalfneas . Embargos recebidos.

ACORDAO

Vistos, etc.

Acarda o Supremo Tribunal Federal,per maioria de votos, conhecer dos em-bargos a os receber, de ac8rdo corn asnotes taquigreficas.

Coates na forma dm lei.

Brasilia , 26 de outubro de 1967. -Luiz Gallotti, Presidente. - Gorgal-vea do Oliveira, Relator.

RELATORIO

O St. Ministro Gongalves de Oli-veira: - 0 despacho quo admitira orecurso extraordinario foi Asia , do lavrado ilustre Presidente Sylos Cintra:

"1. 0 D.E. R. intentou agio de-mapropriat6ria do faixas de terreno doVila Campestre, abrangidas pale via

Anchieta a pertencentes a Alfredo An-gelini.

2. 0 juiz determinou a indenizagiodo area ocupada , corn dedugio dos lei-tos de rues , quo par f6r9a do mt. 3.°do D. 58 nio pertenciarn ao rau, or-denando o pagamento dos juros a par-tir do pericia quo constatou a ocuprgio do terreno per panto do motor.

3. A sentenge foi confirmeda poloac6rdio de f. 152 do qual interpoe arau recurso extraordinario , alegando ainaplicabilidade so caso do art. 3."do D. 58, do modo qua neo podia serexcluida de indenizegio a area de 4.926m2 qua estava destinada a servir dowas no sou loteamento , mas quo niof6ra doada ao Municipio . A16m disco,no tocante a contagem dos juros coin.pensat6rios lawn disaidio de jurispru-dencia.

R.T.J. 46

4. Nio so verificou dissidio do ju-risprude"ncia a respeito de tees, do con-tagem dos juros . 0 juts nio divergiudos ac6rdaos apontados Como divergen-tes. On juros deviam ser contados apertir do ocupagio, man Como nio soepurara a data dense ocupagio, a con-tagem far-se-ia do sue verificacio Palopericia.

5. A questio do aplicagio it esp&lado art . 3.° do D . 58 esti a exigir,porim , o reexame de Supreme C6rteem face de argumentagio do recorren-te, qua nio sofrou contestagio.

6. Admito o recurm, qua sari proces-sado no forma do lei."

O agravo interposto pelo expropria-do nio teve provimento, do ac6rdocom a Sinnula 345 invocade polo emi-nente Relator Ministro Adalicio No-gueire.

Como via o Tribunal, dues an ques-toes suscitadas: a dos juros e a doocupagio des runs.

O Ministro Pedro Chaves votou noeentido de qua, tondo lido admitido orecurm extraordinirio pelo despachoagravado, seta Corte poderia rever tsdaa matdria objeto do recurso.

A decisiio denegat6ria de provimen-to so agrevo foi unbnime.

O vote do Relator:

"Nego provimento so agravo. 0v. despacho agravedo, no ponto emqua nio admitiu o recurs extraordini-rio, fb-le em conformidade com o quoexprime a Slanula 345:

"No chamada desapropriagio indi-rete, os juros compeneat6rios sio de-vidos a partir do pericia , desde quatenha atribuido valor atual so im6vel."

Na parts, por6m, em qua o despa-cho em mum admitiu o recurso extra-ordinirio , qua seja o mesmo protease,do pare oportuna apreciagio dbtte eg.Supremo Tribunal , consoante so ma-nifestou a douta Procuradoria-Geral deRep6blica , no eau aludido parecer."

Foram opoatos embargos declarat6-riss, qua foram desprovidos.

Dal os presents. embargos em quoa parts pretends revinio, no conta-gem de juros pare ear contado doade

701

a imiss"ao do posse albm do aplicagiodo L. 4 . 686, do 21.6.65, s6bre corre-gio monetiris.

O parerecer de Procuradoria -Geral 6bate:

"Os embargo. presentas niio ofere-cem bngulo n6vo it apreciag9o do con-trovirsia , conforms bem explicitam ascontra-ranees do embargado.

Reportamo-nos it fundamentagio ofe-recida polo Departamento de Estra-das do Rodagem, opinando contra urequerido polo embargante.

Palo rejeigio dos embargoa.

Brasilia, D.F., 26 de abril do 1967.- Olavo Drummond, Procurador doRep6blica . Aprovo: Oscar Cerra Pins,1.0 Subprocurador-Geral de Rep6blice."

A o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira (Relator): - 0 recurso extra-ordinirio foi admitido em parse. Te-mos julgedo quo, em tal caso, o r0-cum sari examinado , na integm, poloSupremo Tribunal. 0 Presidente doTribunal nio poderi , ao admire o re-cum, limiter o am name por "toAlta C6rte. Pods manifester-so s6b:eas questOes objeto do recurs, was, anmanda subir o recurso, fits integra ajurisdigio desta Alta C6rte, - o Su-promo Tribunal poderi examiner o ro-curm em todos on fundamentos •questOes.

Com earns considerag6es, conhegodos embargoo a on recebo, de aclydocorn a Simmfa 292 pare qua, no re-curso extraordinirio , qua foi admitido,seja t6da a mat6ria able Veranda epro-ciada a decidida como do direito.

ADITAMENTO AO VOTO

0 Sr. Ministre Gonsalves de Oli-veira ( Relator): - Entendi quo ha-via divergincia a qua devia receber onembargos porque, como ficou no ac6r-dio, parcceu-me quo nets questio as-tarie trancado so exams do Turma,quando houvesse de julgar o recursoextraordinirio.

702 R .T.J. 46

A parts interp6s recurso extraordi-nerio; o Presidents do Tribunal dejustice o admitiu em parts . N6s to-mos entendido aqui qua, admitido orecurso extraordinerio, toda questaoobjeto do recurso sere apreciada pelaTurma. Nio obstante a manifestasaoerr contrerio do Presidents do Trib•r-nal a quo . E o qua sate no Sumula292. 0 Presidents do Tribunal ordi-nerio nio deve cindir o recurso. Emverdade, a parts nio interpi a verbsrecursos extraordinerios , mas apenasi:m. Desta sorts pods a deve o Pre-sidente do Tribunal apreciar o pedidodo recurso extraordinerio , nos veriosfundamentos on pedidos , alas, se aps.nos um Was ]he parecer procedente,deve admitir o ape'lo extremo parsjulgamento por ests Alta Corte. 0 quoos Presidentes dos Tribunals a menver no podem a admitir o Gntco re-curso em parts.

Seja coma for, no case conrteto, aparts, per seguranca , no entendeuassim a agravou do decisio do Tri-bunal. 0 eminente Relator, no rala.negou provimento.

Rambo os embargos , para avatar de-video no apreciacio do recurso estra-ordinerio admitido , isto e, pare setapreciado sem quaisquer restrigbes onlimitacoes.

O St. Ministro Luis Gallorti (Pre-

sidente): - V. Excia . recebe, para

mandar subir o recmso, a desde logo

assents qua sere apreciade rem res-

trisoes.

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli-veira ( Relator): - Exatamente.

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:

- V. Excia . neo considem superflua

ease Segundo parts?

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli-veira (Relator): - Nio, porque real,mente je so questionou aqui sbbre aquesteo, no Turman.

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:--- Esse seganda par[c pode , inclusive,set acertada pela propria Tur-na.

O St. Ministro Gonssives do Oli-reita (Relator): - Sendo materia

controvertida, 6 molhor quo Pique es•clarecida a julgade.

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:Nio seria prudente qua, antes do fixa-cao do tese, as examinees o aso?Porque pods surgir a hip6tese...

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli.vein (Relator): - Mas a questao foijulgada Palo Turma no sentido do quoeste carte a decisio quanto aos jurore, per isso, negou-se provimento soagravo. Tenno qua tai decisi.t e6 de-veria set julgade no recurso extraordi-nerio. Recebi os embargos pare evitarduvidas no julgamento do recurso ox-traordinerio , qua subiu, embora poroutro fundamento, pare apreciacio doTurma.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Queria pedir um esclarecimento. NossaSumula 292 abriga o mesmo entendi-mento, quando as trata dos fundamen-tos do recurso extraordinerio. Recebi-do o recurso per um fundamento, qual-quer qua seje , a jurisdisio do Tribu-nal este aborts pars o exams de qual-quer outro fundemento alegado.

Mas tenons decis6es, inclusive doPlenerio, em qua as fez importantedistincio : quando o objeto do deciaiolrecorrida 6 partivel , compondo-se domateries independentes, autonomas, eo recurso extraordinerio 6 recebidaapenas em relasio a uma dessas par-tee, o recorrente eats no obrigasio dointerpor agravo quanto a materia res-Jtante . Nio hi limits pare o recebi-mento do recurso quanta aos funda-mentos, mas he limits quanta so obje-to. Sendo partivel o objeto, se a per-te neo agrava em relogio so indeferi-mento partial do recurso, deixa tran-sitar em julgado o despacho ma partedesfavorevel.

0 Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira ( Relator): - Entendo quo 0Presidents do Tribunal de Justi$a niopods trancar a jurisdisio do SupremoTribunal Federal.

0 Sr. Mirtistro Victor Nunes: -Minha observacio foi pare dizer quoa problema neo 6 tranqililo, pair he

R.T.J. 46

decisio do Plenirio em sentido con-tririo.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -V. Excia. sett querendo atribuir aAste agravo uma fungio de agravo noauto do processo , equilo qua ratio potfungao o agravo no auto do processo.

A interposigio do recurso estraordi.nirio t pare qui? Nio houve recursoparalelo do agravo . Entio , pare qua?Basttaria um simples protesto.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidents): - Esse agravo, a rigor, nerndeveria ear conhecido, pois nio houvedespacho denegatirio do recurso eztra-ordinirio.

O St. Ministro Victor Nunes: -Foi denegado o recurso em parts. Timewise d set denegado pot tal on qualfundamento ; outra a at denegado emparts, quanta so objeto, so Site t par-tivel.

O Sr. Miniatto Gongalves do Oil.veira (Relator): - Vemos discutir,*am violincia, matins doutriniria.

O St. Mini sire Victor Nunes: -Nunca hd violincia em nossos debates;

pods haver color, o qua t natural,legitimo.

O Sr. Ministro Gongalvea do Oli.veira ( Relator): - Vemos discutitfriamente, pare chegarmos a uma con-clusio carte.

O Sr. Ministro Victor Nunes: --Minba ponderegio inicial fol no sen-tido de quo a matiria comports de.bate. Nio 6 matdria tranquile, pot-quo hi decisio do Plenirio, mencio-nandoprecedentes, no sentido dos moueape rtes.

O Sr. Ministro Gongaives do ON.wire (Relator): - Vejamos: a partsvem a interpoe recurso estraordinirio.Vdrias questies ago suscitadas, duesquatro , cinco , e o Juiz Presidents doTribunal admite o recurso sibre umasquest6es on sibre outras. Pie tongneste caso, quo admitir o recurso ez-traordinirio , a frnico recurso estraordi-ndrio interposto . Se admits, nio podscindir a matiria , admitinda-o em certos

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pontos a negando-o em outros, porquesurgirio tantos agravos quentas foramas matirias quo ltd julgar. Mesmo pareconomia processual...

O Sr. Ministro Luis Gallon (Pre-sidents): - 0 Presidents do Tribu.nal a quo decide sibre so o recursodove subir, on ni(o. Qum vai julga-lod o Supremo Tribunal. Esto 6 qua dirtse o recurso interposto cabs on nio,em parts on in totum.

O Sr. Ministro Gonga/ves do Oli-veira ( Relator): - Entendi, comp oeminente Ministro Victor Nunes, easaim julguei numa cause do quo foiadvogado a eminente Professor Alfre-do Buseid, urn caso do parani. Mae.depois, aqui no Tribunal, toolbar escla-recido pelos colegas, cheguei so enten-dimento de quo aio d possivel o Pro-sidente do Tribunal de Justiga admitirrecurso eatraordintrio em parte, cin-dindoo . Se Ale assim nio o faz, oSupremo Tribunal Federal tern em quoAle admitiu o recurso extraordinirio,o mica recurso estraordindrio inter-posto e, antic, nio eatdo trencadas,isto 6, isentas do apreciagio aquelesquestoes , qua S. Era. teria trancadono despacho quo admitiu o recurso.

O certo t qua o recurso foi divididoe sari emminado, porque senio estariocindidos as julgamantos . Subiam vi.rips recunsos eztraordinirios a nioabmente um , isto 6, aquile qua a partsinterpis.

G St. Ministro Amaral Santos: -V. Excia. permits lima observagio?

Do meanie decisio nio cabs naildo qua urn recurso, desdo quo haja urnrecurso mais amplo, as demais estiocontidos impfcitamente no recurso.

O Sr. Ministro Eloy do Rodra:A objegio do eminente Ministro Vic-tor Nunes t relevante, porque nio hiconfundir entre fundaments a objetodo recurso. Pods existir diversidadetanto dos fundamentos, corno do obje-to. A distincio vale, em principio,pare qualquer recurso. Mae, relative-mente a Site agravo de instruments,penso qua nio. Acho qua tem ratio a

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eminente Ministro Relator, porque o

fim do egravo 6, exclusivemento, a su-

bida do recurso extraordinerio.

0 eminente Ministro Victor Nunesacentuou qua a Sumula 292 cogita, so-mente, de pluralidade do fundamentos.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -A Sumula levou em conta, precise-mente, essa distingao qua o Tribunaltern feito , e limitou-so a dispor aquesteo dos fundamentos . Neo disp6ssabre a outra materia - o objeto dorecurso - porque havia opinibes di-vergentes.

O Sr. Ministro Eloy do Roche: -A Sumula trata de fundamento mfsl-tiplo . No ca so, he pluralidade de ma-teria do recurso extraordinerio. Max,ainde assim , parece qua cabs a mesmoregra do Seemula, pale finalidads doagravo de instrumento, qua 6 a subidado recurso extraordinerio.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Polo principio de qua neo he mailde um recurso pare urns decisio.

O Sr. Ministro Flop da Roche:A parts interpos agravo , pars quatuba o processo , que je subiu em razeodo admisseo do recurso.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -A questeo 6 saber Be tembem sobs acontroversia no parts preclusa.

O Sr. Ministro Eloy do Roche: _.O despacho do Presidents do Tribu-nal de Justiga neo tern outro sentido

seneo mandar seguir o recurso extra-ordinerlo.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente): - 0 Presidents do Tribu-

nal a quo neo pods discriminar, res-

tringindo a apreciagao de um recurso

que so Supremo cabs julgar.

O Sr. Ministro Flop do Roche: -Deve atender-se a ponderageo do erni-nente Ministro Adaucto Cardoso. Corno recebimento dos embargos, neo sedetermine que a Turma conhega dorecurso, porque isto seria...

O Sr. Ministro Gongalves do Oli-

veira ( Relator): - Apreciar.

O Sr. Ministro Eloy A Roche: -... prejulgar a materia submetida 9Turma.

O Sr. Ministn Luis Gallotti (Pre-sidents): - Neo a prejulgar.

O Sr. Ministro Evandro Lies: -Neo a qua conhega ou deixe de co-nhecer . A pare qua julgue o recursono sue integralidade, pare conhecer oun-ao.

O Sr. Ministro Eloy de Roche: -Decide-se, nos embargos, apenes, quoo despacho do Presidents do Tribunalde Justice neo obsta a qua a Turmaconhega , integralmente , do recurso.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente): - Esse 6 o sentido do votodo eminente Relator.

O Sr. Ministro Gongalves do Oli-veira ( Relator): - E pare qua sejaepreciado por inteiro o recurso, Comodo direito.

O Sr. Ministro Amaral Santos:A regra 6 a do art . 809 do C. Civ.Pego licenga pare observer que a par-ts podere varier de recurso, neo po-dendo, todavia , user, so mesmo tempo,de mais de urn recurso.

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- Mas, ai , neo 6 so memo tempo.Recorre-se primeiro do deciseo do Tri-bunal e, em seguida, do despacho doPresidente do Tribunal . Sao dues do-cis6es diversas.

O Sr. Ministro 'Amaral Santos: -Dessa deciseo neo cabe rnais do umrecurso , a neo ser recurso de revista aextraordinerio , concornitantemente. Sal-vo essa hip6tese, neo 6 possivel maisde urn recurso.

O Sr. Ministro Gongalves do Oli-veira ( Relator): - Para econorniaprocessual , he de ser um processo s6.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -0 agravo neo 6 recurso contra o ac6r-dao. 0 ac6rdao a atacado no recursoextraordinerio . No agravo, ataca-se 0despacho do presidents do Tribunal.Cade urna dos decis5es 6 atacada polorecurso pr6prio.

R;T.J. 46

O Sr. Ministro Anmral Santos: -Pepo licenpa Pam observer que a de-cisio do Presidents, do Tribunal a quoniio diz respeito so conte6do daquiloquo vamos decidir . Apenas diz respei-to a admissibilidade , ou nio, do recur-so. 0 conte6do da decisio n6s 6 quoiremos aqui apreciar.

O Sr. Ministro Evandro Lins; -Mae, as 61e eliminou urns dessas par-t"...

O Sr. Ministro Auroral Santos: -Apesar disto, podemos considerar queo recurso subiu.

O Sr. Ministro Evandro Lino: -Ai 6 qua est6 o problems.

O Sr. Ministro Annual Santos: -A decisio do Presidents do Tribunala quo nio 6 preclusive.

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Nisto estamos todoa de ac6rdo.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -

Mandei buster as notes, pare indicarprecedentee do Tribunal, porque esta-mos revendo jurisprudencia. Iasa 6perfeitamente legitimo, roes devemosesclarecer que a jurisprude"ncia est6sendo reviata.

O Sr. Ministro Gongalves de Oli-velra ( Relator): - Houve recurso er-traordinirio em carte apio de despejono Turma, de qua taxis parts tamb6mo eminente Ministro Luis Gallotti, aquest consultei . Traxido o trio a jul-gamento, foi julgado no sua integrali-dade, embora o presidents do Tribunalde Justiga o indeferisso em parts.

Estes os motivos police quail rece-bo oa embargos . Esclarego. Entendoquo os President" dos Tribunais niopodem cindir os recursos, admitindoosem parts . Se o fax, a parts nio pre-visa agrevar pan qua am recurso sejaapreciado pale Turma ou Plenbrio nosua integralidade, sobre t6das as questoes debatidas.

ESCLARECIMENTO

0 Sr. Ministro Victor Nunes: -Sr. Presidents, a distinsio, quo o Tri-bunal tern feito, entre as vIrias partse

705

do recurso, cujo objeto eeja partivel,foi muito claramente enunciada no RE52.515 ( 13.8.63 ), D.J. 14. 11.63,p. 1.168, quo 6 exatamento urn dosjulgados quo fundamentam a Sfanula292. Naquele caso, cuidava-se precise.matte do hipbtese da Shrouds, haviamail de um fundamento, mas nio empartivel o objeto do recurso.

Sustentava o Prof . Buxaid quo, re•cabido o recurso per um doe tunda-mentos (por example , letra a ou d),nio poderia o Supremo Tribunal apre-ci6-lo polo outro fundamento, quo odeepscho houvesse rejeitado. 0 Tri.bunal decidiu em contr6rio; o namedo recurso eerie amplo, pois a restri-gio, qua vinbamos faxendo em julga-gamentos anteriores, so referia it par-tigio do objeto do eecurso, a nio dossews fundamontos.

Assist me ezpressei, na ocasho:

"Bern diferente 6 a hip6tese on queas considers, nio a fundamentafio, maso objeto do recurso , Lando em vista asua extensio, isto 6, quando o objetodo recurso 6 partivel e o Presidentsdo Tribunal de origem o ecolhe spouseem parts. Neste caso, o recorrente es-tava, a meu ver, its obrigepio de interpor agravo no parts em quo o recurso,no quo toca so seu objeto , nio foi ad-mitido (...) Relembro o voto no Ag27.500, julgado em 18 . 9.62".

Outros casts , no memo sentido, fo-ram tamb6m avocados , embon amcitagio dos nfimeros.

Como o C6digo de Processo admiteo recurso partial , temos, em primeirolugar, qua o recorrente pods partir o

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Mas, quando nio o declare, 6 total.

O Sr. Ministro Victor Nuns.: -..., e, quando nio o fez, entende-sequo interp6s o recurso sem reatripoes.Em Segundo lugar, o magistrado, quoadmite o recurso, pods restringir, ounio, o recebimento, quanto so objeto.Se o restringe quarto so objeto, orecorrente dove protester, porque, docontririo , ter-se-6 conformado corn arestrigio feita pelo Presidents. Eses

706 R.T.J. 46

protesto se fez pelo agravo de instru.mente.

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Restris"ao quanto so fundamento.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Agora, neo estA em discusseo o pro-blame dos fundamentps do recurso.Para isso, temps a Sumula 297, contraa qual wide tenho a objetar, a quano estamos discutindo . Estamos dis-cutindo a questeo do objeto; por exem-plo, condenacao no principal a em ho-norarios.

Em tal hipotese (caso tipico do

objeto partivel), o recurso pode ser

admitido apenas quanta aos honora-rios, porque haja , digamos , divergent

cia jurisprudential nessa Porte, marnao quanto a condenaseo principal.

Suponha-se qua, em relaseo so prin-

cipal , so se cuidasse de apraciaceo do

prove.

Sobs, entao, o recurso extmordinA.rio, com fundamento em divergenciaquanta a honorarios . Por quo havere-mos de discutir toda a materia rela-tive a condenasao no principal?

O Sr. Ministro Amaral Santos: -

Al, a diferente.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -•

For qua?

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Ai, neo examinaremos a prove; ape-nas, time questeo do direito.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Sim. Mas, as o Presidents admitiuo recurso quanto ace honorarios, poletese do alguns dos eminentes colegasqua a maioria parece agora ester acei-tando , em reviseo de nossa jurispru-dencia, a Turme deveria considerartoda a materia , neo so a questeo doehonorarios , a respeito dos qu3is he.via divergencia , mss, tambem , a partsdo recurso referents so objeto princi-pal do asao.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Desde qua as trata de materia do di-reito . Nao vamps indagar is prove,a nao ser qua, em certos casos, ate a

prove...

O Sr. Ministro Victor Nunes: -outro caso frequents de recurso partf-vol e o do pedido investigatorio a dopetiseo de heransa.

O Sr. Ministro Gonsalves do Oll-veira ( Relator): - Veja V. Excia.coma dificulta a julgamento do recur.so extraordinario : sao cinco questoes,digemos, qua a parts suscita no recur-so extraordinerio.

O Sr. Miniatro Victor Nunes: --Nao me refiro a questbes.

O Sr. Ministro Gonsalves do O1i,veira (Relator): - Digo questoes pa-trimoniais . A parts suscita cinco questtoes patrimoniais. Os juror esteo erra-doe, a asao deveria set julgada proce-dente. Admitindo qua assim neo fosse,eaten, em liquidasao de sentence issoceria possivel . Assim, o Presidents ad-mite o recurso somente par uma ques-teo. Entendo qua os autos sobem soSupremo Tribunal Federal e a Torrasapreciara o recurso extraordinario nointegra.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-

sidente): - Como foi interposto.

O Sr. Ministro Gonsalves de Oii.veira ( Relator): - Porque, do con-trario. havers cinco agravos. Supo-nhamos quo sejem quatro , on mesmodais on um . Vai diatribuir asses recur-"a Para mender qua suborn, a fim doser um on outro arquivado, on neo vaiset apreciado . Nesse caso , serh tonseconomia processual as autos subiremso Supremo Tribunal Federal. E oSupremo Tribunal entende qua o Pro-sidente do Tribunal de Justica neopode cercear sua ecao, dividindo n re,torso . On admite, on neo . 0 Supre-mo sere o arbitro do existencia dospressupostos do recurso extraordinario,

O Sr. Ministro Evandro Lins: -

Exato . AtravOs do Reg. S .T.F. po,

der-se-A determiner qua o agravo, neS-ses casos , subs, no pr6prio recurso ex,traordinario. 0 Relator julgare toda amateria, o agravo e o recurso extraor,dinario.

R.T.J. 46

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Mae temos de julger o agravo e o racurse eztraordinirio , snnulteneemente.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente): - O recurso extraordinfirionio vai aer decidido agora.

O Sr. Ministro Evandro Line: -No caso, h6 um recurso extraordinIrio.

O Sr. Ministro Luis Gallottl (Pre-sidente): - V. Excia. est6 sugerin,do um dispositivo regimental pare o

'. futuro, was estamos julgando o caso'^.., presents.

O Sr. Ministro Evandro Lines: -

Nio he objesio de quo aubiriam mui-

tos recurees . Poderiamos contornar a

situagio.

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli-veira ( Relator): - Nio pode o Pre-sidente do Tribunal , admitindo o rrcurso, carcear a agio do Supremo Tri.bunal Federal.

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre,sidente): - A atribuiFio do Presiden-to do Tribunal a quo 6 dar on negarseguimento so recurso estraordinfirio.

O Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira (Relator): - Man, so o juiz en-tender quo cabs apologia, apenas i&bra Este on aqu6le ponto, a parts, temqua agrevar7

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Pre-sidente): - 0 recurso estraordin6-rio nio tam efeito suspensivo ; man de-volutivo. nos limites do one interposigio, tem.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -O eminente Ministro Gonsalves deOliveira, anteriormente , prestigiava aopiniio dominants no Tribunal. Diziaale:

"De qualquer forma, come assina-lou, no oportunidade do julgamentoperante a Segundo Tomas, o eminenteMinistro Relator , apoiado tamb6m polovote do eminent. Ministro Victor Nu-nes, nio as confundem objet, o funds-mento do recurso . So as tratasse dohonor6rios de advogado , di?amos, socram, on nio, devidos, us renovat6rie,

707

e o Presidents do Tribunal, nessaquestio , houvesse denegado o recurso,of seriam dois objetos e o recurso seriadeferido span' em parts. Cabana,entio, a parts qua no vie seu recursoadmitido , s6bre uma questio relevant.,interpor agravo pare o Supremo Tri-bunal . E, no Supremo Tribunal, nopoderia a Turma, em face do despe.cho do Presidente do Tribunal de Jus-tice, trancando o conhecimento do re-curse estraordin4rio, sbbre determinadoobjeto , conhecer do recurso, nasaparts."

O St. Ministro Gonsalves do Oli-veira ( Relator): - Em outro tempo,entendi asaim. Declarei assim, numcaso defendido pelo Professor Busaid,catedritico do Processo Civil . Perecequa foi no RE 52 . 515 embargos,

O Sr. Ministro Victor Nunes: •-E a base case qua me refire.

O Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira ( Relator): - .. . mas, depcis,na Turma, mother eaclarecido polosmews colegas , choguei a conclusio doqua o Presidents do Tribunal do Jus-tige nio pods trancar a agio do Su•premo Tribunal Federal, se 6:o admiteo recurs, extraordinfirio em q'udquerponto on sob quslquer fundarre::tc.

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Queria ouvir do n6vo o vote doeminente Relator.

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli-veira (Relator): - (f.6 o vote),

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Entio, todos oe objetivos a fnnda-menton.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcso: ^.Sr. Presidents, mmb6m estou do in-teiro ac6rdo cote o eminente Relator alembro qua no qualidade de relatorde um agravo de instrumento, no Pri.meira Turma, tive ensejo de esposar omesmo entendimento . Nio asteve pre,'ante a decisio o eminence MinistroVictor Nunes.

Naquela oportunidade, ressaltei quoa competincia do juizo a quo tinge-se

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as condigbes de admissibilidade do jul-gamento do recurso; constituindo o soudespacho um exams preliminar a pro-vis6rio, corn o objetivo do evitar 0processamento de recurso que, no ver-dada, seja inadmissivel . Se a parteinterpoe o recurso extraordinirio noone inteireza, neo 6 dodo ao Presidentsdo Tribunal cindir a sue integral apre-ciageo . 0 limite do extenseo do re-curso . a man ver, compete a partequa manifesto am interposigio. Desdequa admitido o apelo extrerno sob urnsargiligio , cabs ao juizo ad quern exa-miner o recurso no sue integralidade,no sua inteireza ; mes no em relacioaquela parts qua neo mereceu admis-sio no despacho qua ordenou o souprocessamento.

Por isto, estou de inteiro ac6rdo coino eminente Relator.

VOTO

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Sr. Presidente, pogo venia an eminen-to Ministro Relator pare manter a ju-risprudencia do Tribunal, mencionadanos embargoa on RE 52.515 (29.11.63),embom all se tratasse do outro aspec.to. Reconhego, entretanto , que o Pon-to de vista do eminente Relator podsset now solugeo mais pritica, compd:sse o eminente Ministro OsvaldoTrigueiro.

O Sr. Ministro Gongalves do Oli-veira (Relator): - Pot isso model deopiniio.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Acredito que a solugeo, quo o Tribu-nal esti agora adotando , em revisio desue jurisprudencia, posse ter o efeitodo simplificar o trabalho dos advoga-dos. Talvez sobrecarregus o SupremoTribunal.. .

0 Sr. Ministro Evandro Ling: -V. Excia . permite qua an adwe nineconsiderageo? E qua o recurso extra-ordinirio h6 de set limitado. Hi umetendencia contra a qual devernos re-sistir : a transfonni-lo em recurso deapelagio . E 6 preciso que coda parte,no recurso, compreenda que se tratade apilo realmente restrito. Hoje, pare

qua haja o recurso do letra a, 6 precj-

so qua se tenha negedo vigincia a lei.

E o dissidio jurisprudencial dove setcomprovedo . Ora, imagine-se se o Tri.bunal, numa Porte , decidiu materia defato, totalmente materia do prove. 0

interessado fica coin o direito de verreexaminada t6da ease situacio stra-

ves do recurso extraordinirio...

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso: -Em questio do direito, no corn apossibilidade...

0 Sr. Ministro Evandro line: -. e neo de simples agravo. A Turns

iria julger o recurso, mission no panedenegada?

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso: -A Turma pode examiner on neo.

0 Sr. Ministro Evandro Lint: -Teri de examiner a materia objeto dorecurso, corn a interpretagio quo ago-ra esti sendo dada.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -O eminente Ministro Evandro Linstocou , muito oportunamente, no aspento qua an is aborder.

Presenternente , quando o Presidentedo Tribunal do Justiga, quo vai inde-ferir um recurso em parts , fundamen-ts esse indeferimento , aponta preceden•tea judiciais , esclarece porque a deci-sio ficou adstrite a questio de prove,etc. Ease fundamentagio do despacho,exigida pot lei, quantas vezes neo sim-plificou o trabalho do Supremo Tri-

bunal, sobretudo corn o critirio, potexemplo, do nosso colega MinistroBarros Monteirol

0 Sr. Ministro Luis Gellotti (Pre-sidente): - E simplificard.

0 Sr. Ministro Victor Nunes: -Daqui pot diante , se o cabimento emparte acarretar o exams, pain Supre-mo Tribunal, do t6da a matdria dorecurso, provavelmente os presidentesdos outros tribunals so despreocupariode demonstrar o descabimento na outraparts. Transferireo todo esse oncargono Supremo Tribunal.

0 Sr. Ministro Evandro Line: -Mas assim tambim file provocari

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muitos agravos de sua docisgo. Sankmelhor qua We aprecie totalmente,mas, em todo case, espere a decisaodo Supremo.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Mas, quando o seu despacho suscita aagravo, ale traz, como subsidio so Su-premo Tribunal , as raziies do indeferi-mento do recurso . Isto simplifica anosso trabaiho . Mae nenhum presiden.is de tribunal , se souber qua o recur-so vai aet esaminado aqui no suetotelidade ( por set cabivel, per exam-ple, quanto aos honorerioe de advo-gado ), perdere tempo em apreciar n

materia restante, pars d izer quo emrelaggo a ela aerie incabivel.

O Sr. Ministro Gonsalves de Oliveira (Relator): - S6 nio trance 0recurso . Pie ire diner : nio admito 0

recurso quanto a esta parts.

O Sr. Ministro Victor Nunas: -A provevel qua digs a6mente isso:"He divergencia quanto a honorerios;portanto , admito o recurso."A Este o men receio . Se houver

urns nuga de divergencia , o prolator

do despacho de recebimento poder6

limiter-se a ela, mandando subir o re-

curso , sem exams do materia restante.

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Pre-sidente): - E sere inegevel o direitoso recurso.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Direito incdntestevel.

O Sr. Ministro Evandm Lins: -Pela L. 3.396, o presidente do tribu-nal local deve justificar a admissioon indeferimento do recurso . Se o Su-premo Tribunal entende qua, havewdo uma pequena parts admitindo arecurso, t6de a materia deve set exa-minada, nio havers maie necessidededo porder tempo corn outros aspectosmais complexos de interposisio do re.curso.

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli.veira ( Relator): - Ile dire. asaim:Quanto a esta quest o, nio me parecefundamenteda ; quanto a essa segunda,tamb6m nio; quanto a terceira, tam-b6m nio. Mas quanto a essa outra,

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parece-me fundamentada , e o recursorotlmente 6 admissive].

O Sr. Ministro Evandro Lins: --Este decisao vai contribuir ainda mainpare o congeationamento do Supremo.0 objetivo do constituinte do 67 foijuatamente o oposto . Este decisao vqifacilitar em demasia a subida do remcurse extraordin6rio pare o SupremoTribunal. Estamos alteraado a noesaprepria jurisprudencia.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -A jurieprudencia integra o direito po-sitivo do Pals . Estaremos, hoje, alte-rando ease direito positive.

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Pre,sidente ): - A atribuifio do Presi-dente do Tribunal a quo a der on ne-gar seguimento so recurso , a fundamen-tar, seja uma coisa, seja a outra. Setum auxiliar do Supremo no julgamentodo recurso , podere se-lo ou nio, into 6facultativo . Tanto a facultativo, quosio raros as President" qua desempa.nham ease fungio.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Mas, se a recurso f6r partivel quantoso objeto, coma temos julgado at6hoje, file necesseriamente motivare 0indeferimento parcial. E, assim, cola-bora efetivamente corn o Supremo Tri-bunal.

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli.veira ( Relator): - Num agravo emqua o recurso extraordinerie vai subir?

O Sr. Ministro Evandro Lins: -0 Reg. S.T.F. je preve do possibi-lidade de contradiseo de decisoes. 0agravo deve set distribuido i meamaTurma. E o Presidente tern adotadoo sistema de distribuir so mesmo Re-lator . Em habeas corpus, tern lidoassim. Dispomos do sistema do con-tr6le dentro do Regirnento do Tribu-nal pare evitar deciabes contradit6rias.

O Sr. Ministro Gonsalves do Oli-veira (Relator): 0 recurso extraordi-nerio nio podere set julgado enquantonio for julgado o agravo. He urns

serie de inconvenientes.

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Pre-sidente): - Os advogados male can.

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telosos , temendo qua o ponto de vista quer parts qua same, admite no todo edos eminentes Ministros Evandro Lins tens de monster o recurso pare c Su-e Victor Nunes posse prevalecer, inter- premo Tribunal Federal.p6em sempre agravo.

0 Sr. Ministro Gongalves do Oli.veira (Relator): - E impedem o jul-gemento dos recursos extraordinirios.

O Sr. Ministro Evandro Lins:Sendo indeferido o recurso extraordi.n6rio, o qua cebe dasse indeferimentono e o pr6prio recurso extraordinfirio,mas o agravo.

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Pre-sidente): - No caso, nao foi indefe-rido.

VOTO

0 Sr. Ministro Amaral Santos• -^Estou cons o Sr. Ministro Relator. En-tendo qua no cabe so Presidente do

EXTRATO DA ATA

EAg 31. 489 - SP - Rel., Minis-tro Gongalves de Oliveira . Embte., Al-fredo Angelini (Adv., L6cio Salomo-ne). Embdo., Departamento do Estra-dos de Rodagem (Adv., Jose Ebram).Conhecidos a recebidos os embargos,contra os votes dos Ministros VictorNunes a Evandro Lins . Impedido, oSr. Ministro ' Osvaldo Trigueiro.

Presidencia do Sr . Ministo LuizGallotti . Presentes os Sm. MinistrosAmaral Santos , Themistocles Cavalcan.ti, Adaucto Cardoso, Djaci Falcao, Eloydo Roche , Aliomar Baleeiro, AdelicioNogueira , Evandro Lins, Hermes Lima,

t l d Oli iVi Nor unes, Gonga ves e ve ra ecTribunal a quo receber, em parte, oo recurso extreordinfirio ; somente o li -

Lafayette de Andrade . Ausente, jus-

tigante 6 qua poderi interpor recurso tdicadamente , o Sr. Ministro Prado

de parte do decisao . 0 Presidents re- Kelly.cebe on nao recebe, admite Cu no o Brasilia , 26 de outubro de 1967. -recurso , mas nao poderfi admiti-lo em Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-parte . Ursa vez qua admite por qual- tor -Geral.

i

HABEAS CORPUS N9 44 . 636 - DF(Tribunal Plano)

Relator : 0 Sr. Ministro Adelicio Nogueira.

Paciente: He1io Fernandes.

A de conhecer-se a julgar-se prejudicado o pedido initial dohabeas corpus em quo so aponta como coator o Tribunal Federalde Recursos, visto qua o paciente jai se encontra em liberdade. Ede nao conhecer-se do writ preventive, dentro no nresmo formulado,em continuagao, dada a incompetdncia manifests do Supremo Tri-bunal Federal, no forma do art. 117, 1, letra c, do C.F. do 1967.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministros do Su-premo Tribunal Federal , em sessio ple-nfiria„ em conformidade cons a eta dejulgamentos a notes mquigrificas, co-nhecer-se a julgar-se prejudicado o pe.dido initial a nio conhecer-se do writpreventivo, por incompetencia do Su-

premo Tribunal Federal, a unanimidadede votes.

Brasilia, 4 de outubro do 1967. -Luiz Gallotti, Presidents . - Adalicio

Nogueira , Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Adelicio Nogueira:- Who Fernandes , por seus advoga.

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dos, impetrou a gste Excelso Pretdrio,uma ordem de habeas corpus, adotan-do, como fundamentos do pedido, asmemos, corn que instruira a sue im-petraFaq sob n0 1. 726, dirigida aoeg. Tribunal Federal de Recursos aqua the foi denegada, por maioria dovotos.

Alega qua esta sofrendo constrangi,mento ilegal, porque submetiao, potetc do Sr. Ministro do Jusuga, do 20de juiho do ano corrente , fundado noart. 16, IV, c do A.I. 2, a domiciliodeterminado, do comego no TerritbrioFederal de Fernando de Noronna e,depois , em Pirassununga , no Estadode Sin Paulo.

0 ato ministerial em questeo lotconfirmedo , cow as modifica46es quao restringiram , per senten4a prolatadaPalo Dr . Juiz Federal do l .a Vara doEstado do Guanabara.

Increpe de ilegal a me-lide, qua aalcanfou, sob a argumentasao de quoo aludido Ato Institutional deixou dovigorer, a partir do advento do Cons-titu :g o Federal de 1967.

Par petigAo de f. 9 destes autos, asimpetrantes solicitaram quo fosse dis.pensado pedido do informa4gea, potentenderem suficientemente instruido 0requerimento do habeas corpus, o quaindeferi , etravgs do despacho de f. 10e v., sob a pretexto de que, sendo au-toridade mature a eg. Tribunal Fe-deral de Recursos , urgia qua o Supre-mo Tribunal Federal the conhecesse oteor dos votoa a as raz6es do decisaqpare berg aprecier a espgcie em debate.

Vieram as informag6es, isto e, a In-tegra dos pronunciamentoe pelos emi-nentes Ministros dequela Corte, acom-panhados do officio do f. 13 do seueminente Presidente, Ministro OscarSerarva.

Em data de 18 do torrents , recebldo Elmo . Sr. Ministro do Justiga aoficio, qua determinei se juotasse agates autos , onde se encontra, e L 93e em qua me a comuniceda a cessagicdo canfinamento, quo se aplicou aupaciente , do seguinte teor: (Lg).

Levado o faito a eg. Segunda Tur-me, deliberou sate, sob proposta mi-

711

nha, f6sse a meamo apreciado peloC. Tribunal Plano (f. 93 v.).

A o relat6rio.

ADITAMENTO AO RELAT6RIO

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira( Relator): - Ja so encontrava Iowa-do o relat6rio , que acaba de ser lido,quando as ilustros impetrantes, am pe-tiSao posterio qua recebi a despachel,me requereram as convertessa o pmsente pedido em ordem preventive. Re-veste-se d"ease novo caster o pedidode 1. 95-104 (Ld).

VOTO

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Relator): - Em face des informa-foes do Exnto . Sr. Ministro do Jus-tiga de que, desde o die 18 do setem.bra pr6ximo passado, cessou o confi-namento, a qua estave submetido opaciente, o que, alias, a de conheci-mento geral , julgo prejudicado a pe.dido initial do habeas corpus.

Afigura-se-me, nesta altars, inexe-giiivel a conversao do mesmo em ha-beas corpus preventivo . A impetragaoprimitive visou, como esta no initial,a f. 2, "a concessao do ordam pareo efeito de devolver on paciente o gozopiano de am liberdade de locomo4aqcerceada pals ilegal medida do domi-cilio determinado..."

Mas eats ja cessou , donde a conse-giiencia inevitevel de encontrar-ae pre-judicado o pedido , nos te"rmos inequi-vocos do art . 659 do C . Pr. Pen.,quo diz:

"Se o juiz on o tribunal verificarquo ja cessou a violgncia on roagaoilegal , julgara prejudicedo a pedido".A o qua so pratica , diuturnamente,neate Tribunal , quer nas Turmas, querno Plena.

A, pois, de todo, impertinente a in-voceFao do art. 135 do Reg. S.T.F.,verbis:

"a soltura, pendente a processo dohabeas corpus, nio prejudice o julga-mento do ilegalidade de prisio a con-segiiente responsabilidade."

712 R .T.J. 46

Mss neo se verificou, no especie,soltura, pendente o processo de habeascorpus, je findo no eg. Tribunal Fe-deral de Recursos, qua o denegara. Aliberdade do patients decorrou de sehaver ultimado o prazo do confinamen.to, qua the fom imposto. Aquele dis-positivo, o qua tern em mira e a pro-mogao do responsabilidade do autori,dada coatora quando, concedida a or,dent a verificado qua a mesma egiude ma-f6 a com evidence abuso de po-der, so determine a apurageo daquelaresponsabilidade. E o qua se declare,categoricemente, no art. 653 a seuparagrafo unico do C. Pr. Penal:

"Ordenada a soltura do paciente emvirtude do habeas corpus, sera con-denada nas custas a autoridade que,por ma-f6 on evidente abuse de po-der, Liver determinauo a coacao.

Neste case, sera remetida an Minis-terio Pftblico copia des pages necessa-ries Para ser promovida a responsabi-lidade do autoridade."

Nao foi o que ocorreu, in trio, por-que o Tribunal Federal de Recursosneo concedeu o writ e, portanto, neodeterminou se investigasse a response-bilidade de quern quer que seja. 0essunto encerrou-se nequela instancia,porque o quo se pretends, agora, enote inovagao do pedido, 6 uma sivplica nova, embora enxertada no an-terior, mas death inteiramente desvin-culada, do cunho nitidamente, preven-tivo, como dito a redito na respectivaimpetragao, para a qual se impoe oconcurso de novos pressupostos, isto 6,neo so a especificagsn dire no receiode constrangimento future, mas, o quimais importa. a designagao do autori-dede coatora, a fist de que se estabe-lega a compet6ncia do 6rg9o jurisdi-cional, qua cal apreciar a petitorio.

Todavia, expressamente, o manifesto.ram os doutos impetrantes, quandoefirmaram quo a alegadt ameaga docoagao emana do Sr. Ministro do Jus-tiga.

Mas, nests hipotese, a competenciad@ste pedido preventivo desloca-se Parao eg. Tribunal Federal de Recursos,ex vi dos termos peremptorios do or-

tigo 117 , I, letra c, do Carte Federalde 1967:

"Compete aos Tribunais Federais deRecursos:

I - processor a julgar ongmariamente:

c) os habeas corpus, quango a au-toridade coatora for Ministro de Es-tado , on responsavel pale diregao geraldo policia federal, on juiz federal."

Ora, o art. 125 do nosso Regimen-to Intern reza qua o Tribunal de-clarer- se-a, preliminarmente , incompe.tents, se, originanamente, o for.

Destarte , resume o men pronuncia-mento: conhego do pedido initial dehabeas corpus, em qua se apontoucomo coator o eg. Tribunal Federalde Recursos , para julga -lo prejudicadovisto ja haver cessado o confinementsimposto an paciente . Nao conliego dosegundo, isto e, do writ preventive.agora impetrado , por evidente incom-pete"ncia de"ste Excelso P:etdrio.

VOTO

O Sr. Ministro Barros Monteiro:- Sr. Presidente.

Em petigao dirigida em dias do se-mane passada an eminente MinistroAdalicio Nogueira , Relator do HC44.636, em qua a peciente o jorna-lists Helio Fernandes , esclarecem sousdoutos advogados impetrantes que ces-sou, a 18 de setembro ultimo , o confinamento imposto a seu constituinteper S . Excia . a Sr. Ministro doJ'ustiga.

Non obstante , insistem em obter doPlenario desta Supreme Curte urn pro-nunciemento acerca do vigencia doA.I. 2, diploma cam apoio no qualfoi imposta aquela medida , isso como objetivo de colocar o paciente asalvo des ameagas de constrangimentoque perduram , ameaga de cocgao a te-mor presentes no caso , a justificar aconcessao do urn habeas corpus pre-ventivo.

Tenho pare mim. entretento, que opedido de habeas corpus, originaria-mente dirigido a um dos Joins Feyderais do Estado do Guanabara, cuje

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deciseo denegat6ria do ordern foi man-tida , por maioria do votos, pelo egTribunal Federal de Recursos, a agorase encontra , atraves de pedido origi-n6rio, nesta Alta Corte, adra -se pre,judicado , diante do preceito impera.tivo do art 659 do C. Pr. Pen.,verbis:

"Se o juiz Cu tribunal veriticar quaja cessou a violencia on coagio ilegal,julgara prejudicado o pedido."

Nio se digs qua, remetido o pedidode habeas corpus so conhecimento doeg. Tribunal Plano, poder-se.ia entreeno indagagio da ilegalidede do cons,trang:mento a consegiiente reaponsabi-lidade do autoridade coatora, nos ter-moo do art . 135 do Regimento In.tarn.

An meu ver, Sr. Preaidente, essedispositivo nio tem . nern CdOpter aeplicagio qua se the quer dar.

Como quer qua seja, na"o 6 possivel,no meu entendimento , apreciar-se opedido sob o n6vo fundamento agorainvocado Palos nobrea patronos do pa.ciente , de qua persistent as ameagasa este, proclamando a autoridade coa-tore sou intuito de voltar a restringita liherd=de do jo•nali.ta quando ojulgav necesserio.

Sobre essa alegagio, neo foi ouvidaa autoridade coatora, come o exige oart. 662 do C. Pr. Penal.

Em some, Sr . Presidents, so o fun-

damento initial do pedido foi a ale-

gagio de ilegalidade do domicilio coa•

to imposto so Sr . Hello Fernandes

polo Ministro do Justica a as j6 cessou

o constrangimento resultants daquela

medida quando o ptocesso veio a per

apreciado per ease Corte , neo pode,

data venia, o eg. Supremo Tribunal

Federal deixar de ju'.gar prejudicado

o pedido sem entrar no indagageo do

v:;;€ncia, on nio; do A.I. 2, a fin de

odor so paciente o pretendido ha,beas corpus preventivo.

0 n6vo pedido, referents a easehabeas corpus preventivo s6 podereser dirigido so eg . Tribunal Federalde Recursos , conforms as achy con•signedo no art. 117, II, b, Ida LeiMagna.

713

Preliminarmente, pois, com o SenhorMinistro Relator, julgo prejudicado apedido initial, neo conhecendo da im-petragio preventive.

VOTO

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso.- Sr. Presidents, o eminente Advo•gado citou do tribune um case dohabeas corpus, pretendendo fazer com•paragio com o qua ore vein a esteSupreme Corte. Mas, aquilo qua sonote no padreo qua o ilustre causidicotrouxe a confronto a qua ae trots doum recurso . Recurso ordinbrio de ha-beas corpus . E o meamo case qua eatsocorrendo . A t6das as loses, sere urndesprop6sito conceder habeas corpuspreventive contra ate de uma altoCorte de Justiga, o Tribunal Federalde Recursos , p6sto na condigio decoator. Sam duvida elguma , os proble•mas suscitados nessa impetragio, a quotiveram evidencie do colorosa no sus-tentagio oral, sio de site importencia.Ninguem, entretanto, podere pensarqua esta Suprema Corte se esquiva socumprimento dos sous deveres no me-canismo institutional, cedendo Aquilaqua 6 imperioso , a tecnica irrecus&velda cognigio qua nos faz considerar,como o eminente Relator , prejudicadoo pedido.

R certo, porem, qua fate no sign.fica um pronunciamento definitivo,nem um non possumus irremadievel.

Outras oportunidades havers emqua o Supremo Tribunal podere exa-miner essa materia, de culminante im-portancia para o Pais, a podere cum,prir o seu dever de Corte Constitu.cional.

Acompanho o eminente Sr. Minis,tro Relator.

VOTO

0 Sr. Mirdstro Djaci Falceo: -Sr. Presidents, Srs. Ministros . Cuida•as, na hip6tese , como bent ressalvou 6eminente Sr . Ministro Relator, de umhabeas corpus liberat6rio, a, se je noaexiste a coacao ilegal , o confinamentoimp5e-se, em resultado, nos t6rmos doart. 659 do Diploma Processual Pe-nal, julga-lo prejudicado.

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Tenho , tambem , de acurdo corn Sue

Excelgncia , como inviavel a transfor-magio do liberatbrio em preventivo.Aos impetrantes - ou, melhor dizen-

do, so patients - no aproveita anorma inserida no art . 135 do nossoRegimento , eis qua min este em causaa apuragio do responsabilidade do au-toridede a quern se impute o ato coo-tivo . A autoridade, no hip6tese, e oeg. Tribunal Federal de Recursos, evale ponderer qua tambem se torninfrutifera esta modificagio pretendi-da pelos impetrentes , a vista de quaela assents , inclusive , em fato n6vo,consoante se vg do petigao encaminha-

da so Relator , ends se diz:... a e Sr . Ministro de Justiga,

am declarag6es a imprensa , enfatizouqua tornaria a langar mio das medi-das de seguranga previstas no itemIV, do art. 16, do A . I. 2, sempre quoentendesse necesserio."

Portanto, ai este uma inovagio dopedido.

Se, porventura . pairs ameega do

coagio ilegal , rests aos impetrantes apropositure de n6vo pedido perante oorgao judicante competente, qua me

parses , induvidosamente, o eg. Tribu-

nal Federal de Recursos , vez qua partsa arguida ameaga de coagio do Se-nsor Ministro do Justice.

Ante asses considerag6es resumldas,

no vejo, a como, tambem nio o viu

o eminente Ministro Relator - ourro

caminho senio julgar prejudicada o pe.

dido , em obedigncia , mesmo, a gsse

preceito do Diploma Processuel citado,

Estou de ac6rdu con o Sr. Minis-

tro Relator.VOTO

0 Sr. Ministro Eloy do Rocha:.-Sr. Presidents , tambem julgo prejudi-cedo , de ac6rdo corn o art . 659, doC. Pr. Pen., o pedido de habeas cor-pus, formulado contra a decisio do eg.Tribunal Federal de Recursos.

Ja se demonstro" qua nio tern apll-

cagao, aqui , a regra do art. 135 do

Reg. S . T.F., qu i disp6e qua a sol-

tura do paciente, pendente o processo

de habeas corpus, nao prejudica o jul-gamento do ilegalidade do prisio a

consequente responsabilidade . A decl-sio s6bre o pedido de habeas corpus

nio obstara a qua se spurs a ilegali-dads de prisio a, consegiientemente, aresponsabilidade do autoridade coa-tore.

Pode ser referido outro preceito re-gimental, o art . 132, so estabelecerqua "sempre quo o Tribunal reconhe-cer quo houve, do parte the quern auto-rizou a constrangirrento , abuso de au-toridede on violagio flagrante do lei,mandare dar vista dos autos so Pro-curador-Geral , pare qua gate, per si onpelos procuradores regionals , oferega adenuncia , quando lhes competir, onrepresents a quern de direito pars sotornar efetiva a responsabilidade".Clare esta qua o pressuposto do arti,go 132 a qua o Tribunal tenha apre-ciado a impetrageo a rsconhecido acoagio ilegal . Nio caberia an Tribu-nal, so julgar prejudicado o pedido,examinar a proclamar a ilegalidade,pare efeito do responsabilidade.

No tenbo d ivida de quo a pedidose prejudicou , corn a cessagio do fatoapontado como coagio ilegal.

0 segundo ponto, qua pode ofere-ser maior debate, como acontece, dizcorn a conversio do pedido em habeascorpus preventive . Os eminentes Mi-nistros , desde o Sr . Ministro Relator,acentuaram circunst6ncia relevante: 6qua se trots , no especie , de impetra,gio do habeas corpus contra ato doeg. Tribunal Federal de Recursos. Aconversio importare em pressuporameaga de coagio de parte do autori-dada administrativa e, sucessivamente,do Tribunal Federal de Recursos. Soconhecesse de reclamagio contra amea-.,a do autoridado administrative, aqu6-le Tribunal decidiria, novamente, paledenegagio do mandarin . 0 eminenteMinistro Adaucto Cardoso assinalouaspecto qua merece ser coniderado: 6estranho qua se posse impetrar habeascorpus preventive contra eventual do-cisio de um Tribunal , no exercicio desua competgncia originaria . Nio quernnegar , de modo absoluto, a oossibili-dads de habeas corpus, nestes tgrmos,Mes. h6 do ser hipotese extremamenterara . Acresce , no caso concrete, qua,

R.T.J. 46

tendo participado do julgamento onzedos tress membros do Tribunal Fe-deral de Recursos, a deciseo se cons-tituiu pale maioria de sells votos con-tra cinco.

Julgo prejudicado o pedido inicial-mente formulado a nao admito quase faga , agora, a converseo em habeascorpus preventivo, contra ameaga docoagao do parts do autoridede admi-nistrativa a de eventual decisao doTribunal Federal de Recursos.

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Relator): - A autoridade apontada,expressamente , como coatore, 6 o Se-nhor Ministro de Justiga. Dal a in-competencia.

O Sr. Msnistro Eloy do Roche: -Compreendo - e o advogsdo susten-tou, brilhantemente, a impetragao -qua se procure conjugar corm ameagado coagao do autoridade administra-tive cow a do eg . Tribunal Federalde Recursos . Mes, nao me pare:e pos-slvel a converseo , qua importaria emhabeas corpus preventivo , tamb6m,contra eventual decisio do Tribunalcompetente, originariamente, pare co-nbecer do novo pedido, aceso ofere-cido.

VOTO

O St. Ministro Evandro Lins: -O Supremo Tribunal Federal julga ca-sos concretos . Nao 6 ergio de consul-ts, neo podendo os sous membros, nemsequer o seu Presidents, dar pareceres,o quo eerie incompativel corm a fungaojudici6ria.

Observe Robert G. Mc Closkey, emseu iivro, hole clessico, sobre a CorteSupreme dos Estados Unidos, qua socritics o Tribunal por encontrar "ra-zoes tecnicas - exageradamente sutispare os profanos - qua ]he pemitemdeixar em suspenso a solugao de pro-blemas constitucionais importantes"(La Coot Supreme des Etats-Unis,trd. francesa , 1965, p. 37).

No caso, a questao neo 6 exagerada-mente sutil . A lei 6 expressa: "Se ajuiz on o tribunal verificar qua j6 ces-

715

sou a violancie, on coagao ilegal, jul.gars prejudicado o pedido (art. 659do C. Pr. Penal).

Como o demonstrou o Dr. Procure-dor-Geral do Repfiblica , nao 6 aplice-vel a hip6tese o art . 135 do Reg,S.T.F. Nao 6 possivel, a eats altura,transformer o pedido em habeas cot'pus preventivo . A autoridade coatorapassarie a ser outra, originariamentesubordinada ao Tribunal Federal doRecursos.

De quelquer forma, se seta ultimorazio for sutil pare es leigos, vale acitagao de Closkey. 0 mirito do ques-tao neo pods ser agora decidido.

Acompanho a conclusao do eminenteRelator.

VOTO

0 Sr. Ministro Victor Nunes: -,Devo dar um esclarecimento no Trl-bunal sobre o precedents de qua fuiRelator , lembrado polo ilustre advoga-do: RHC 43. 520 (5 .9.66), R.T.J.39/315.

H6 alguma semelhanga , mas naoidentidade , entre os dois casos. Naque.le, havia none ordem judicial doapreensao de menores, quo n5o f6rarevogada . A ac5o Panel, instauradapor desobedi6ncia , ficara frustrada,porque nao as ceracterizou devidamen-to o fato de desobedi6ncia. Mas, aordem judicial subsistiu . 0 Official doJustiga, portador do mandado doapreensao , poderia - e deveria - aqualquer momento , voltar a can damie des criencas pare a apreenaao. Seease ordem fosse ilegal, como se argu-mentava (porque expedida polo juiz,depois de interposto recurso), a re-cusa so seu cumprimento poderia isen-ter a mie do acusagao de desobediin-cia. Era , portanto, essencial, qua soapreciasse a legalidade do ordem, comofare pedido polo impetrante . No casodo agora , o quo as recalls, 6 urea novaordem do Sr. Ministro do Justice.

For isso, nao conhego do aditamen-to qua fizeram os ilustres impetrantesso presents pedido de habeas corpus.

716 R .T.J. 46

Se houver justo retain de coaqAo, quaimponha o urgente pronunciamentod6ste Tribunal, poderemos conhecer,originariamente , de pedido preventivo,nos termos do art . 114, letra h, daC. Federal. Mas nao me parece quaseja o caso . 0 assunto a da maimrelevancia , come ponderou o SenhoiMinistro Adaucto Cardoso, mas naotem a urgencia a qua se refere a Cons.tituigao.

Quanto so pedido initial, ja obser.varam as Srs . Ministros qua eta ficouprejudicado . Tambem vote em tel sen.tide.

VOTO

0 Sr. Ministro Gongalves de Oli.veira: - Sr. Presidente , tambem estou de acordo com o eminente Sr. Mi-nistro Relator , a uma das razoes fun-damentais a qua o Tribunal tern aindaense"jo, em outro processe , de decidirs6bre essa materia constitutional, damais alts relevancia.

EXTRATO DA ATA

HC 44.636 - DF - Rel., Minis-tin Adelicio Nogueira . Imptes., An-tonio Evaristo de Morees a outros.Pte., He1io Fernandes. Julgou-se pre-judicado o pedido initial a nao se co-nheceu do segundo pedido, unaznime-mente . Falou pelo paciente o DoutorEvaristo de Morais Filho a pelo Mi-nisterio P6blico o Professor HaroldoValladao.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti. Presentes as Srs . MinistrosRaphael de Barros Monteiro , AdauctoCardoso, Djaci Falcaq Eloy da Ro.cha, Aliomar Beleeiro, Prado Kelly,Adalicio Nogueira , Evandro L ins, Vic-tor Nunes , Gongalves de Oliveira eLafayette de Andrada. Licenciados, asSrs. Ministros Oswaldo Trigueiro aHermes Lima.

Brasilia, 4 de outubro de 1967. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-tor-Geral.

ltE,CURSO DE IIABEAS CORPUS N" 45.459 - SP

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Hermes Lima.

Recorrente Dermival Ferreira . Recorrido : Tribunal de Algede.

Habeas corpus. Sursis . Prorrogagao. 0 prazo da prorrogagao do

sursis vai ate o transito em julgado da segunda sentenga condena-

tdria. 0 julgamento de primeira lnstancia nao d definitivo. Ordem

concedida.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos as

autos ecime identificados acordam asMinistros, em Terceira Turma, ne con-formidade da eta do julgamento a desnotas taquigreficas , conceder a ordem,unanimemente.

Brasilia , 10 de main de 1968. -Gongalves do Oliveira, Presidents. -Hermes Lima, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Miniatro Hermes Lima: -

Senhor Presidents , o paciente foi con-

denado a pens de 4 meses de detengao

come incurso no art . 180 do C. Pen.,mas obteve sursis por dois amos. Pos-teriormente , foi condenedo a pena dedois anos a um mas de reclusao comeincurso no art. 155, 9 4.-, inc. IV, doC. Pan., Sande expedido mandado depriseo . Diante dessa segunda sentengacondenatdria, interpds o recurso doapelagao, pedindo a aplicagao do ar-tigo 59, 9 2°, do C. Penal. Nao foiatendido a alege qua sofre constrangi-mento ilegal , porque diz qua tem di-reito a prorrogagao dos efeitos doaurais, ate a transito em julgado dasentenge. Pedlu, per isso, qua fosse

R.T.J. 46

recolhido o mandado de priseo contraale expedido.

O ac6rdao nega essa tese, d zendo:

"0 disposto no art. 59, § 2 °, doC. Pen ., a no art . 696, par6grafounico, do C . Pr. Pen ., em qua seapoia o paciente, assegura a prorro-gacao do eursis s6mente durante ocurso do segundo processo, durente otempo em qua o beneficierio estesendo processado por outra crime oncontravencao, flies cases a prorrogacaodesde qua sobrevenha o julgamentodefinitivo do Segundo processo, palecondenacao."

0 quo o ac6rdao dix a qua o pact-ante foi julgado e, portanto, nao sopoderia prorrogar o sursis. Contra easeLess do ac6rdao , levanta-se o paciente,dizendo qua o art. 59 do C. Pen.,as refers, expressamente a julgamentodefinitivo a qua julgamento do pri-meire instancia nao a definitive.

R o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Hermes lima (Re-lator): - Como acabei de acentuer,o pedido a pare qua seje prorrogadoo prezo de suspensao do pens, reco-lhido o mandedo de priseo expedido,ate o transito em julgado do segundasentenca condenat6ria , recebida a ape-lacao tempestivemente interposts.

717-

0 recurso do f. 17 arguments, quaa expressao "julgamento definitivo" do§ 2.0 , do art. 59, do C. Pan., doveser entendida como sentence com tran-sito em julgado.

Men voto 6 concedendo a ordem,porque o prazo de prorrogacao do sur-sis vai ate o transito em julgado dosegunda sentence condenat6ria. 0 C6-digo fala em decisao irrecorrivel, eno $ 2.°, do art. 59, fate em julga-mento definitivo . Ore, julgamento de,primeira instencia nao pode ser consi-derado come tel.

Concedo a ordem.

EXTRATO DA ATA

RHC 45.459 - SP - Rel., MinistraHermes Lima . Impte . Ayrton JubinCarneiro . Recta . Dermival Ferreira.Recdo , Tribunal de Alcada.

Decisao: Concedida a ordem. Una-nime.

Presidencia do Sr . Ministro Gon.calves de Oliveira . Presentee a sessaous Sm . Ministroa Hermes Lima,Amaral Santos, Thompson Flores e oDr. Oscar Correia Pine, Procurador-Geral da Republica , substituto. Au-sente, justificadamente, o Sr. MinistryEloy do Roche.

Brasilia , 10 de meio de 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio do Tur-

RECURSO DE HABEAS CORPUS N" 45.873 - PB(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Recorrente :, Manuel Casado do Oliveira Nobre . Recorrido: Tribunal deJustice.

Recwso de habeas corpus.Nao constitui ameage de constrangimento, reparavel polo habeas

corpus, o mero deapacho do juis qua ordena a extracao de papasqua, no sea en tender, oomprovam infrasao penal.

Rccurso nib provide.

ACORDAo

Vistos, relatados a discutidos esterautos, acordam os Ministros do Ter.ceira Turma do Supremo Tribunal

Federal , no conformidade de ate do-

julgamento a das notes taquigreficas,

por unenimidade de votos, neger pro-

vimento so recurso.

718 R.T.J. 46

Brasilia, 23 de agosto de 1968. -

Gongalves de Oliveira, Presidents. -

Carlos Thompson Flores, Relator.

RELAT6RIO

do locomogaq por ilegalidede on abusodo poder.

Carta tem-se admitido qua o rece-

bimento do denfincia, por vezes, auto-

riza o use do writ.

O Sr. Ministro Thompson Flores: --

O paciente, magistredo eposentado,

constituido procuredor por Djair Ja-

cinto de Morris no processo crime a

quo responde to comarca de "Tape.

roa", procedendo a exams dos autos

verificou qua o termo de compromisso

do defensor detivo nao esteva assi-

nado pelo juiz . For isso , a no presenge

de outros, pare qua no viesse o ma-

gistrado a assina-lo, "passou nine vela

de cera de carnefibe no superficie do

papel". Entendendo qua praticare etc

o crime a qua se refere o art. 356 do

C. Pen., ordenou o magistrado qua

fossem extraides copies des pegas indi-

cades, remetendo-as so Ministerio Ph-

blico.

2. Contra esse procedimento foi im-

petrado habeas corpus em prol do

patients.

Desetendou-o o eg . Tribunal do Jus-

tige , per sue Camera Criminal em

acordeo unanime de 11 de junho fil-

timo (f . 53-54).

Del o presente recurso.

R o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores

(Relator): - Nego provimento so

recurso.

Para que pudesse vinger o writ, era

mister estivesse o recorrente ameagado

on sofrendo coegao em sue liberdade

Mes a simples circunstancia de he.ver o magistrado, no forma do art. 40do C. Pr. Pen., ordenado a remessade pages no Ministerio Pfiblico, nao e

bastante, neat so menos Para aceitarameaga de ilegal constrangimento afe-tando a liberdade do locomogao.

2. P, que, em recobendo ditas pages,comportamento vario pods tomar oagents do Ministerio Pfiblico, a antesqua a denhncia seja recebida a prema-ture falar de Iundado reoeio que jus-tifique o pedido.

3. Correto, pois, o julgado qua

afestou a ameaga cepaz de set repa-

rada Palo garantia constitucional, me-

recendo assim confirmado.

A o men voto.

EXTRATO DA ATA

RRC 45 .873 - PB - Rel., Mi-

nistro Thompson Flores . Recta . Manuel

Casedo de Oliveira Nobre . Recorrido

Tribunal de Justiga . Imptes. Eve-

rardo do Cunha Luna a outros.

Decisao. Negou-se provimento. Una-

nime.

Presidencia do Sr. Ministro Gon-

galves de Oliveira . Presentes a sessao

os Srs. Ministros Eloy do Roche, Ama-

ral Santos, Thompson Flores e o

Dr. Oscar Correia Pins, Procumdor-

Geral do Republica, substitute . Licen-

ciado, o Sr. Ministro Hermes Lima.

Brasilia, 23 de egosto de 1968. -

Guy Milton Lang, pelo Secreterio de

Turma.

R.T.J. 46 719

EECUESO DE HABEAS CORPUS NQ 45.888 - ES(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Evendro Lins a Silva.

Recorrente: Eloy do Cunha Ferreira. Recorrido : Tribunal do Justiga.

Habeas corpus - Felts do junta cause. A prdpria dencrigio dosentence ezclui qualquer artiffcio pare a locupietagio ilcita. Ine-sistdn is do tine do estelionato. Transagio de natureza civil. Re-curso de habeas corpus provide.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos os au-tos acima identificados acordam oaMinistros, em Segundo Turme, naconformidade do ate do julgamento edas notes taquigrificas , por unenimi-dads do votos, der provimento aorecurso.

Brasilia, 20 doEvandro Lies eRelator.

alegegio do liberar o veiculo do pe-nhor, ter obtido trinta rases do pre-judicado, assenhoriando -se dos animals.Oferecida a 22, a pega inicial foirecebida em 23.3 . 66. Sua base foi oIP 20-66. Interrogado, confirmou oreu ter, corn a vitima, negociado acamionete, nio a tendo liberedo dopenhor, porque o prejudicado nade The

ag6sto de 1968 . - deu em pagemento ; mail tarde rece-Silva, Presidents e • beu do vitima trinta reses , ficando

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Rvandro Lins: -Tracy do Silva Ferreira requereu he.bees corpus em favor do seu marido,Eloy do Cunha Ferreira, qua so en-contra condenedo a 1 ano a doffs mesesdo reclusio por crime do estelionatopelo Juiz de Direito de Comarca deArmin Grande, alegando falte de justecause pare o procedimento penal.

A petigio a longa a suatenta qua ofato nao constitui crime per ausinciade dole criminal.

Pare melbor compreensrio do pro.blema passo a trenscrever a sentengacondenst6ria:

"Contra Eloy do Cunha Ferreira,bmailairo, branco, casado, criador, aI-fabetizado , corn 43 anos do idade, filhode Alcides Paula Ferreira a PalmiraCunha Ferreira, residente no tercelrosubdistrito deste municipio, o Minis-terio Pfrblico ofereceu denAncia, dan-do-o comp incurso nas seng6es doart. 171, Caput, a art. 171, § 2.°, n.° IT,cc. art. 12, II, do C. Pen., per tero denunciedo , em meados do 1964vendido a Jayme Martins de Oliveira(vitima ) urns canuonete penhoreda soBanco do Brasil; e, mais, tarde, sob a

corn eases animals, mesmo quando oneg6cio foi deafeito , eis qua serviriempare cobertura de ovaries pale use docamionete (f. 26). Foram ouvidas astestemunhas erroledas pales part" eteve o acusedo defesa efetiva no su-merio. Em raz6es finals, o M. Pfr-blico pediu condenegeo. A defesapostula absolvigio, per entender nioconfiguredas as infrag6es descritas noinicial . E o relat6rio.

Passo a decidir.

1. Impute-se so reu tentative eestelionato consumado . 0 acusado, Ii-samente eonfesaou ter vendido a ca-mionete ao prejudicado, quando eveiculo ainda estava penhorado noBanco do Brasil (f. 26). 0 valordesta confissio, atestam-no as declare-s es identicas do reu prestadas em feespolicial ( f. 14), des declarag6es dovitima (f. 8 e 48 ) a testemunhas(f. 37, 50v. e 57). A ignorencia dovitima s6bre o onus do penhor, quagravave o veiculo, este indiscutivel,mane provado, comp se ve nos depoi-mentos de Ari (f. 11 a 37), Manoel(f. 57) a Ant6nio ( f. 10, 57 e 88).Sabendo do circunsthncia do penhore,a vftima quis desfazer o neg6cio. E foinests oportunidade qua o reu conven-

720 R.T, J. 46

can a vitima a entregar-Ihe trinta ye-ses, Para liberar a camionete penhorada(Antonio, f. 88). Nao o fez, entre-tento . Valeu-se do circunstAncia Parainduzir no prejudicado a entregar-Iheas trinta rases, dales se assenhoreando(f. 26), sob a elegagao de qua ficavacorn as animais , pare pagamento deavarias na camionete, ja entao devol-vida pelo prejudicado , par heveremdesfeito o neg6cio. No interrogat6rio, oreu procurou eximir-se do dolo, quocaracterizaria a figure delituose do or-tigo 171, a 2.0, II, do C. Pen., ale-genda ter a intenggo de liberar o vei-culo penhorado, quando a reu Ihe dessea pagamento.

2. Core efeito, a elieneFao fradu.learn (art. 171, § 2.°, II) no as ce-recteriza, porque nao as pode admitirqua a venda se tenha efetivado. 'gotendo o prejudicado pago on reu 0preco do camionete , e devolvido soacusado o veiculo, nao se pods admitirtenhe havido vends, efetiva . Houve,isto sim, um acordo de vontade, comvicio de consentimento , qua, a final,nao an consumou , porque a coise ven-dida veto, novemente pera a posse dorev, qua nunca perdeu o dominio doveiculo, eis qua a vende era impossivel.Alen disso, nao se pode aceiter quanao era intencao do acusado , liberar oveiculo penhorado, pois nade recebeuem pagamento do prejudicado . QuendoCate quis desfazer o neg6cio, urn anodepois e com o veiculo ja bastanteusado , foi qua o reu , fez-lhe a propostade eceitar trinta yeses , Para fins de Ii-beraSao do penhor . Man nests fase, jeestava o reu com intenfao, a inegavel,de locupletar-se ilicitamente, pois re.cebeu as rases e a carnionete (quaafinal liberou do penhor), ficendo comas animals a titulo de ressarcimentopelo uso qua o prejudicado fizera doveiculo . Par isso, ago se pods admitircomo configurados as elementos dosdelitos do art. 171, § 2.°, II, do C. Pe-nal. 0 dolo nao ficou cleremente elu.cidedo, on seja, ago he elementos,fdoneos Para ceracterizar a me-f6 doacusado.

3. Entretanto, a figure delituosa doart. 171 orput do C. Pen . aperece

core clareze nos autos . Verificandoqua a vitima queria desfazer o neg6cio,par ester a camionete penhorade, apro-veitou-se o reu dessa circunst4ncia, in-duzindo-e no enrage de trinta rases,Para liberar a penhor. Conseguidos asanimais, reu a vitima desfizeram oneg6cio .. E a intencao dolosa, de lo-cupieta5ao ilicita par parts do reu,surge, quando a vitima, depois de des-feito a neg6cio, nao teve sews animalsdevolvidos ... 0 reu recusou-se a an.tregar as rases, sob a alegecao quaelas as destineriam a cobrir as ave-rias do camionete . No caso, nao cabediscussao civel s6bre ressarcimento dedanos on desgaste polo uso . Importsqua o reu, iludindo a boa-f6 do vitime,obteve dela trinto yeses , sob false pro-messa de qua usaria as animais Paraliberar o veiculo penhorado. Maistarde, disp6s dos enimais como seusvendendo-os (f. 88 verso , Fermino),apossou-se do carnionete , liberando-ado penhor ( f. 83). Em soma, o reu,do inicio esteve enleando a vitima

corn neg6cios aparentes , Para, ofinel,tirar-Ihe o veiculo a ficar de dono detrinte rases do prejudicado . Configu-rou-se, portanto, a delito do art. 171caput do C . Penal . Foi idoneo oerdil empregedo pelo reu, qua as lo-cupletou de forma ilicita , quando avitima, espontaneamente , the entregouas trinta yeses.

Par todo o exposto, pelo mail.quo dos autos consta a principios dedireitos aplicaveis a especie,

Julgo improcedente a denAneia,quanta it imputagAo qua as fez soacusado, de ter violedo a disposto noart. 171, 2 .°, II, cc. art. 12 , II, doC. Penal.

Par outro ledo, julgo procedente adenuncia de f. 2, pera o fim de can-donor Eloy Cunha Ferreira, qualificadode inicio, rues penes do art . 171 caputdo C. Penal . Considerando quo asentecedentes ago bons , a personalidadee normal, a dolo nao foi intenso, quacommas foram as motivos , qua as cir-cunstencias ago desfavorecem a acusa.do a as consegiiencies resultaram emefetivo prejuizo pare a vitima , resolvo

R.T.J. 46

fixer a Pena base em um ( 1) eno edois (2 ) mesas de reclusaq Pena quatorn definitive , per inexistirem egra-vantes on etenuentes a causes doeumento on diminuigao.

Pica ainda o reu condenado a Penade multa no valor de NCr$ 3,60 (treecruzeiros novas a sessenta centavos).Condeno ainda o reu eo pagementodes custas processuais a de taxa peni-tencieria no valor de NCr$ 0,50 (cimg1ienta centavos de cruzeiros novos).Seje langado o name do reu no Roldos Culpados . Seja expedido contraale o competente mandado de prisao.A pens privative de liberdade cor-poral sera cumpride no cadeia destacidade . Publicada em maos do SenhorEscrivao, registre -se a intimem-se."

Houve recurso ordinerio dessa de.cisao , tendo o Dr . Procuredor-Geraldo Escudo opinado polo seu nao pro-vimento,

E o relet6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Evandro Liner (Re-lator): - Nao he necessidade dedescer a exams de prove Para veri-ficar , a primeira vista , qua a pr6priasentenga exclui a possibilidade de aster figuredo , na especie, o crime deestelionato.

Veja-se qua ester afirmado as de-cisao:

"Conseguidos as animals, reu a vi-tirae desfizeram o neg6cio. E a in-tengio dolosa , do locupletagao ilicitopor parts do reu, surge quendo avitima, depois de desfeito 0 neg6cio,nao teve sous animals devolvidos. 0reu recursu-se a entregar as reses, soba alegagao de qua else se destinariame cobrir as averias da camionete".

Ai este qua as reses vieram as maosdo paciente sera qualquer artificio onmanobra fraudulenta. Elas j6 se on-contravem em poder do acusedo quan-do o neg6cio do compra do autom6velse desfez.

O suposto lesado ficou de posse doautom6vel do paciente durante mais

721

de um eno sera the ter pago um ceitil.As reses representavem parts do paga-mento . Desfeita a operagao , nao aeriecurial qua nenhuma compensagao sedesse no vendedor pelo use quo o com-prador fez do carro durante ease longoperiodo.

Pare qua haja o estelionato, a pre-ciao qua o agents as locuplete dejactura alheia on, coma diz Hungria:

"A locupletagao dove ser ilicito, isto€, nao oorresponder, objetivamente esubjetivemente a qualquer direito. Seo agents tinha direito a vantagem ourazoavelmente as julgava corn tal di-reito o crime a reconhecer nao serfso estelionato, mas o exercicio arbitr6riodes pr6prias razoes ( Comentarios aoCddigo Penal, vol. VH, p. 205).

No caso dos autos, pale descrigaoda sentenga , neat isso ocorreu.

Poderia ter havido urn ilicito civil,jamais um ilicito penal. 0 rigor daPena criminal s6 se reserve aos fatosmeis graves em qua h6 um interessegeral on , coma acentue M'anzini:

.. as verdadeiras a pr6prias sen-goes penais, por isao qua as mais ener-gicas a aflitivas, aqueles casos qua, naopinido contemporanea , representam ameis grave lesao on a macs perigosaemeaga a ordem p6blica tutelada polodireito; enquanto sang6es mais bmn-des (nulidade, repristinagao, reasarci-mento, etc .) atingem os fetus qua,embora contr6rios so direito, nao soconsideram todevia tao nocivos aos in-teresses sociais coma as primeiros. E,assim, o direito penal , em cotejo cornoutros setores juridicos a sob o pontode vista moral se apresenta coma 0minima da quantidade etica indispen-aevel a suficiente no sentido de men.ter as condigues necess6rias a umadeterminade organizegao social."

E preciso distinguir a frauds penalda frauds civil . Nelson Hungrier obser-va qua o criteria do jurisprudencia,nesse materia , a incensurevel , no tria-gem quo tam feito do frauds autenticae nso exorbitante de 6rbite civil, por-que os juizes sabern qua a pane "6f6rga de reserve na ordem juridica, e

722 R.T.J. 46

a consci6ncia Ihes dita que nem t6da equalquer fraude, mesmo excedente delicentia decipiendi justifies on reclamaurns, reforceda sancao penal . S6menteIntegra um crime a fraude qua revestecunho de especial melignidade. Frau-de punivel a s6 a velhacaria chapada,o refinado embuste, a patifaria ge.mina: a fraude perigosa , enfim" (obracitada, p. 177).

Pare que haja estelionato, repetimos,6 indispensivel a consciencia do ilici-tude do locupletacfio.

No caso, de ac6rdo com a descricaodo sentenca , o paciente obteve as ra-ses quando o autom6vel ainde se en-contrava em poder do suposto lesedoe com o objetivo de Inventor o penhorno Banco do Brasil . 0 carro perma-neceu em poder do comprador, vindoa desfazer-se o neg6cio posteriormente.

Nessa ocasigo 6 qua o recorrente

se recusou a devolver as rases, que

constituiam parte do pagamento do

transacao realizeda.

0 fato, em si mesmo, nao tern 0ports de uma infracao penal, nao ex-travasando as limites do Direito Civil,so o comprador entendesse ter sofridoalguma lesao em seu patrim6nio.

As sancoes penais no sio pans.c6ias pare resolver problemas do na-

tureza do qua esti descrito nestesautos, nem podern servir do ameace decredores s6fregos, que se querem valerdo sua intimacao pars, cobranca desues divides.

Dou provimento on recurso pens

conceder a ordem, per falta de justa

cause.

EXTRATO DA ATA

RHC 45. 888 - RS - Rol., Mi-nistro Evandro Lins. Recta . Eloy doCunha Ferreira . Recdo. Tribunal deJustice . Impte. Irecy do Silva Fer-reira.

Decisio: Deu-se provimento paraconceder a ordem, per falter de justacause pars o processo. Decisao uni-nime.

Presidencia do Sr . Ministro EvandroLins a Silva . Presentes A sessao co,Srs. Ministros Adalicio Nogueira, Alio-mar Baleeiro, Adaucto Cardoso, The-mistocles Cavalcanti e a Dr. OscarCorreia Pine, Procurador-Geral deRepublica, substituto.

Brasilia , 20 de egdsto de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

RECURSO I'XTRAORDINARIO N' 59.160 - RS(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Luiz Gallotti.

Recorrente : Uniao Federal. Recorrido : Hugo Fernandes Chames.

Apreensao do veiculo, em que a lei nao foi obedecida.

Recurso extraordinario nao conhecido, per incabivel.

AC6RDAO

Vistas a relatados Estes autos deRecurso Extraordinirio n.0 59.160, doRio Grande do Sul, em que 6 recor-rente a Union Federal a recorridoHugo Fernandes Chances , decide o Su-premo Tribunal Federal, em 3 ° Turma,nio conhecer do recurso , unanime-mente, de ac6rdo corn as notas juntas.

Brasilia, 19 de ag6sto de 1966. -Luis Gallotti, Presidente a Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Luiz Gallotti: -Esta a sentenca do ilustre Juiz Came-

rino T. de Oliveira (f. 28-31):

"1. Hugo Fernandes Charms, co-merciante, residente em Corumbi, Es-

tado do Mato Grosso , amparado noart. 1 .0 e inc . II do art. 7.° doL. 1.533, de 31 .12.51, impetra men-dodo de seguranca contra o ato dorepresentante legal do Alfandega do

R.T.J. 46 723

Porto Alegre efetuando a apreensio doum automovel de sue propriedadecomo contrebando, qua repute abusivos ilegal, pelos motivos qua aduz: Elegitimo proprieterio do um automovelmarce Ford, modelo 1954, motor n6-mero U4-166.607, com 130 H.P., 8cilindros, de c6r azul, em duas tonali-dades , de place 8-86, de Corumbi,onde adquiriu a onde foi emplacedo epogo a Prefeitura Municipal dequelacidade o respectivo imp6sto de licence.Em 30 de julho do ano findo, inicioucom o mencionado corm , uma viagernde turismo, de 3 mesas, par algunspoises sul-americanos, inclusive paleBolivia a Argentina, viagem feita me-diante previe licenga do Alfandega deCorumbi. Finds a excursio , regressouao Brasil, por e"ste Estado, a quandoji as vinha aproximando do cidede deVacaria, a tarde do die 31 de outubro,foi surpreendido po>• agentes do Al-fandega local , as quais o fizerarn parere the pediram documentos relativosso veiculo, no qua foram prontamenteatendidos polo postulante, qua Ihes en-tregou documentos qua instruem opresents pedido, inclusive alguns on.gineis, tondo os ditos agentes as con-sideredos insuficientea , no mais asdevolvendo so postulants e, em se-guide , apreenderam, como contrabando,o carro, qua foi trazido por ales, jun-temente com o impetrente , a Alfin-dege desta Capital, onde ficou detido,de nada valendo sous protestos contratemenha arbitreriedade a violencia,face a prove do procedencia do veiculo.Tres dies ap6s, isto e, em 3 de no-vembro, foi lavrado auto de infrasio eapreensio, firmedo police apreensores,a revelia do postulants , que nio osubscreveu , nern foi convidedo a subs-creve-lo, tendo sido, depois, o im-petrante conduzido preso so Rio doJaneiro, onde passado quais urn mss,foi posto em liberdade, enquento aqui,Haase interim, era instaurado, contraele, pale mesma Alfindege, urn pro-cesso de contrabando, de n^ 20046,com base no art. 630 a respectivosparegrefoe de Nova Consolidafio desLois des Alfindeges , combinado com oart. 59 a sew paregrafos do D. 12.328,de 27.12.1916. Como decorre do ox-

posto, diz o impetrante, tel apreensionao pods vingar, porque o aludido autode infreg5o a apreenseo 6 sem valia,por ter sido levrado corn inobservanciado normas do citada Consolidacao es-senciais a sue validade , eis qua, con-wants a mesma Consolida4io, os autossaran levrados no nromento do apre.enaio, as a mesme for em flagrante,nelea constando nio so a prescriFeo,digo, nio s6 a descri9io pormenorizadado fata, como, tambem, a assinaturados apreensores a dos proprieterios docoisa apreendida , o qua no foi feitono caso , pois, alem de haver sido Ia-vrado o dito auto tree dies apes a

apreensio do automovel, nio foi subs-crito polo impetrante , nem contta tereste se recusado de assini-lo. A pro-terigio dessas formalidades torn aque-la page processual nula, segundoabundante a pacifica jurisprudencia arespeito, inclusive do proprio ConselhoSuperior de Contribuintes. Assim, sen-do nulo o mencionado auto de infra4aoe epreensio, nulo 6, tambem, o res-pectivo processo de contrabando s,.consequentemente, ilegal a manuten-qao do automovel apreendido. Alemdiato, ilegal, ainda , 6 a apreensio emreferenda, por haver sido efetuade forede chamada "zone fiscal", a qualabrenge, segundo prescreve o art. 1o-do L. 1.884, de 10.6. 53, uma feixaso longo de toda a fronteire corn asRepublican do Uruguai, de Argentinae do Peraguai, a com um fundo de 50quil6metros pare o lado do Brasil,sendo que, posteriormente, foi clamor.cede a linha de fundo dessa faixa solongo de fronteira polo D. 35.731, do25.6.54, mencionendo os municipioade"ste Estado qua se acham compre-endidos dentro do referide zone, par-tial ou totalmente, antra as quais neose ache incluido o rnunicipio de Va-caria . Assim, echando-se excluido da'zone fiscal , o municiplo em que o voi.culo foi apreendido , ilegal foi a sueapreensio, conforme reiterada jurispru-deencie do Tribunal Federal de Re-cursos (Ac. de 16.6.53, R.F. 154;idem do 18.8.53, R.F. 154/193; idem,do 30.10.53, R.F. 155/198) a doSupremo Tribunal Federal (R.F.159/111 a 165/279). A certo que, do

724 R.T.J. 46

conformidade com o disposto no § 1.0.do art. 631 do Nova Consolidagao desLeis das Alfandegas , a permitida aapreensso fore do zone fiscal, rues, amtal hip6tese, a necesserio que haja fla-grancie do contrabando, on prove quao evidencie, o qua nao ocorre, noespecie, eis qua o carro je vinha tra.fegendo iivremente dentro do pals,onde foi registrado, emplacedo a pagoo imp6sto de licenga a Prefeitura Mu-nicipal competente, nao se podendo,assim, falar em flagrAncia do contra-bando de urn carro que, ha mais de4 meses estava sendo usado polo souproprieterio . Consequentemente , carac-terizada a ilegalidade do apreenssopelos motivos aduzidos, tern pleno ca-bimento, no especie , o pedido do se-guranga, remedio judicial id6neo areparagao do lesao sofrida pein impe-trante por parte do inspetoria doAlfandege de P6rto Alegre, qua e aeutoridade responsevel pela lesao cau-ssda.

culo, sendo epensedo aos autos do

mandado de seguranga.

Isto p6sto:

2. A teor do art. 633 a seus para-grafos do Nova Consolidagao des Wedes Alfandegas, efetueda a apreenssodos objetos tidos como contrabando,dove ser lavrado, a seguir, o compe-tente termo de apreensso, sendo nomesmo, on em ato sucessivo, interro-gados os condutores des mercadoriase quaisquer pessoas detidas em virtudedo apreensso, lavrando-se auto de tudo,qua sere assinado poles interrogados emais pessoas presentes , com a inquiri-gao, no mesmo eto, das testemunhespresenciais a as informantes, com assis-tencia dos cordutores das mercadoriase pessoas que estiverern derides amvirtude do apreensso, as quais poderao,pare esclarecimento , fazer quaisquerobserveg6es eos sews depoimentos, ourepergunte-Las.

Instruiu o pedido com a procuragao

de f. 8 e documentos de f. 9-13.

O Sr. Inspetor do Alfandega prestouas informag6es a qua elude o oficio def, 19, em qua se limits a comunicar aremessa do processo de contrabandon.o 200 -56, relacionado com a apreen-sso do autom6vel do impetrante.

Dando-se por impedido o DoutorProcurador do Republica ( f. 20), ofe-receu o seu substituto, Dr. Jose deCosta Cabral, o perecer de f. 22-25,arguindo a preliminer de ser inade-quada, no caso , a segurange , por de.pander o alegedo polo impetrante deproves eliunde, quo dependem de di-ligencias pare apurar do procedenciado autom6vel, a se sao on nao falsos

os documentos oferecidos . No meritosustenta qua a incensuravel o ato doeutoridade alfandegaria apreendido oautom6vel como contrabando , urna vezqua nao apresentou o impetrante osdocumentos do entrada regular do mes-mo no territ6rio national.

Foi requisitado o processo adminis-trativo referente a apreensso do vei-

Na especie verifica-se qua a epre-ensao do autom6vel foi efetuada nodie 31 .10.56 (Processo administrativoem epenso, f . 1) e o respectivo autos6 foi lavrado tres dies ep6s , dole naoconstando a assinature do condutor doautom6vel, ors impetrante , ou o motivopor qua deixou de assine-lo. Nem hou-ve inquirigao de possiveis testemunhespresenciais ou informantes, com res-guardo so direito asseguredo soinfretor de reperguntA-las. Tudo pro-cessou-se A sus revelia.

As irregularidades a omiss6es apon-tadas maculam a dire pega de nulidadeinsanavel, conforms tern sido procle-mado no pr6pria esfera administrative,

corno se ve dos julgados mencionadospolo impetrante. E a nulidade do autode apreensso, peca essential do pro-cesso, acarreta a nulidade do respectivoprocesso edministrativo.

Mesmo que inexistisse ease nulidade,nao poderia prevalecer o auto do in-fragao.

Baseia-se o dito auto no art, 630a sews paragrafos do referida Conso-

R.T.J. 46

lidacao des Leis doe Alfindegas, sereindicar em qual des hip6tesm previewsno § 3.0 do memo artigo se enquadraa espgcie.

Verifica-se, porgm, polo exame dodispositivo citado, quo a hip6teee ejus-tgvel g a do inc. 30, quo considersa apreonsio em flagrante do mercedo-rise, ggneros a objetoe efetuada dentrodo "zone fiscal".

On, o autom6vel conduzido pololmpetrente foi apreendido no muni-•cipio do Vacarie , situado fora de "zonefiscal" definida a delimitada polo or-tigo 1? do L. 1.884, do 10.6.53,qua abrange unto faixo de, digo, onLongo de t6da a fronteira corn as Re-p6blicas do Uruguai, do Argentina a doParaguai, a core um fundo de 50 qui-16metros pare o lado do Brasil.

Consequentemente foi ilegal easeapreenaao, conforms a reiterada juris-prudencia do eg. Tribunal de Recursoae do Excelso Supremo Tribunal Fe-deral citada polo impetrante ( item 11do inicial).

Como born acentuou o ilustre pa-trono do impetrante, nio cabs invocaro dispoeto no § 1.0 do art. 631 demesma Consolidecio , quo permits aapreensio mesmo fora de zone fiscal,porque a excecio ae estabelecida 96ocorre quando as mercadorias foremachadas em dep6sitos , aiituagio em quanio se encontrava o veiculo spreen-dido, eis qua o mesmo jg hg male dequatro mesas estava sendo undo poloimpetrante, tendo lido emplacado emCorumbg em men nome, donde aeiramediante prgvia licence dos pr6priasautoridades do Alfindega dequela ci-dade do longinquo Estado do MatoGrosso.

A16m disso , trazia consign documen-tos id6neos comproventes de one pro-priedade e6bre o referido autom6vel(f. 9, 10 a 11).

Assim, flegrante a ilegalidede do ato,indiscutivel a certo o direito do pos-tulente d seguranga.

3. Face so exposto, concedo a segu-ranga, nos tirmos do pedido , pages as

custas pole Uniio Federal.

725

Recorro do officio pare o all. Tri-bunal Federal do Recursos".

A sentence tai confirmada.

Recurso extraordinIrio do Uniio,quo foi indeferido , mss subiu, porefeito do deciseo proferida no agravoem sperm.

Disse an, entio , como relator (f. 18do apenso):

"0 seen merece melhor exame, corea vinda dos autos.

Assim, dou provimento so agravo,pare qua o recurso suba."

A Procuradoria-Geral opine polo co-nhecimento a provimento do recurso.

E o reletbrio.

VOTO(Preliminar)

O Sr. Minietro Luis Gallotti (Pre-sidente a Relator): - 0 exams dosautos convene de quo, no espgcie, orecurso extraordingrio nio cabs.

Mostrou o juiz quo a lei nee fore

obedecida na apreensio do veiculo,tendo havido nulidede insengvel.

E, no plenIrio do Tribunal de Re-cursos, a decisio confirmat6ria do sen-tence foi uninime, core apoio, inclusivefundamentado (f. 57), de Juezes dosmail rigorosos em metgria do contra-bando.

Nio conheco do recurso.

DECISAO

Como consta do ate, a decisio foia seguinte : Nio conhecido. UrAnime.

Presidencia do Enno. Sr. MinietroLuiz Gallotti, Relator. Tomararnparts no julgemento os Exmos. So-nhores Ministros Prado Kelly, HermesLima, Gonsalves de Oliveira a LuizGallotti.

Brasilia , 19 de ag6ato do 1966. -Jose Amoral, Secretfirio de Turma.

726 R.T.J. 46

RECERSO EXTRAORDINARIO NQ 60.412 - SP(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Mnnistro Hermes Lima.

Recorrente : Unieo Federal . Recorrido : Antonio Pedro Monteiro de Silva.

Imp6sto do Ronda . 0 art. 183 do D. 36.773-55 foi ignorado

polo acdrdio. A dfvida 6 do imp6sto do rends lansado sera revisao.

0 recorrido nio contestou. Nio pagou, sendo deacontado em fdlha

pare satisfazer o d6bito. Recurso eonhecido a provido.

ACORDAO

Vistos a relatedos estes autos, acor-dam os Mlnistros do Supremo Tri-bunal Federal, em Terceira Turma, porunanimidade de votos, on conformidadeda eta do julgamento a des notes ta-quigreficas , conhecer a prover orecurso.

Brasilia, 17 de junho de 1968. -Gonralves de Oliveira, Presidents. -Hermes Lima, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Hermes Lima: -0 recorrido, promotor p6blico, impe-trou mendado de seguransa contra atodo Coletor iEstadual do Imp6sto deRends, em Rio Claro, insurgindo-secontra a sue cobransa.

O juiz concedeu o pedido, o Tri-bunal Federal de Recursos decidiuconforme a seguinte ementa:

"Impdsto de rends. Descontos emvencimentos . Se o funcionario as acheem debito, a solucao certe e a cobransajudicial."

An voter, o eminente MinistroAmarillo Benjamin , Relator, disse oseguinto:

(L6 f. 29).

O recurso a pale letra a. Alega-seviolasio do art. 183 do D . 36.773-55,cujo texto estabelece:

"No ceso de nao serem satisfeitos,nos prazos legais, oa debitos dos ser-vidores p6blicos federais, estaduais emunicipais, dos militares em gerel edos funcionarios do entidades autfir-quicas, paraestetais a de economiamists , as Delegacies Regionais a Sec-

cionais do ImpBsto de Renda fargo asdevidas comunicas6es As repartig5espagadoras competentes , pare averbasioem f6lha de pugamento a deconto noforma do disposto no § 10 do art. 85."

0 qua ale quer 6 pager o imp6stodescontando em f6lha, no forma deeseDecreto.

Negado o seguimento do eatreordi-nerio, a Unieo agravou, e o agravo foiprovido por maioria. Quando do jul-gamento desse agravo, o eminemeMinistro Gonsalves de Oliveira dineo seguinte:

"Sr. Presidente, no trio concrete, oqua ocorreu foi o seguinte: o DelegadoSectional do Impisto do Renda emRio Claro determinou an Coletor Es-tadual de Limeira, qua descontasse dosvencimentos do recorrente determinadesome por eta devida so Imp6sto deRends, na fora do art. 183, combi-nado com o art. 85, do Regulanrentoentao em vigor . 0 ore agravedo, quoem servidor, impetrou mandado do se-guranca, qua foi deferido polo Juiz dePrimeira InstAncia, com recurso penso Tribunal Federal de Recuraos, quomanteve a deciseo do juiz.

A Unieo ago se conforou a interp8srecurso eatraordinerio , qua nao foi ad-mitido , A Unieo thou , entgo, agravo,qua o eminente relator, Sr . MinistroVilas Boas , apresentou it mesa a deuvoto no sentido de negar-se provimentoso recurso, voto gate qua foi apoiadopolo eminente Sr. Ministro EvandroLins a Silva , tendo votado em diver-gencia os eminentes Srs. MinistrosHermes Lime a Pedro Chaves."

Desempatando, concluiu S. Excia.:

R.T.J. 46

"Verifico qua o ilustre Juiz do Pri-meire Instfincia , so conceder a sage-range, so reports a um ac6rdio doTribunal Federal de Recursos, publi-cado no R.T. 226/552, proferido noMS 2.002, ac6rdio de qua foi relatoro entio Ministro do Tribunal Federaldo Recursoa em substituigio, Dr. JoioJose de Queiroz. 0 eminente relatordo entio, Ministro Jeao Jose de Quei-roz, invoca o principio do igualdade dotodos parents a lei a qua nio poderie,portento , urn funcionfirio p6blico ficarare desigualdade do situagio com ozdemais contribuintes, quo tern o direitodo vir A Justice contester, opor o quolhes caiba nos executives fiscais com-petentes; enquanto qua, pare os fun-cionArios, a questio 6 resolvida spanscom o desconto em f6lha de page-mento.

A questio imports urns interpre-tagio: o art. 183 do Regulamento doImptsto de Rends, talvez na melhorinterpretagio, tem. em vista situageoem qua o debito seja indiscutivel, late6, quando o servidor eprosenta a suedeclaragio de imp6sto de renda a de-pole nio page.

Neste caso, perece qua o descontoem felhe, dd acerdo core o Regula•mental do Imp&sto do Rends, elegitimo.

Agora, quando hi alteragio do quen-funn apresentedo polo contribuinte eEste fica em divergencia core o Im-p6sto de Rends, of, parece qua edmentepor meio de executivo fiscal Be poderlresolver, o d6bito fiscal a nio pelomew desconto em fB a."

3'J o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Hermes Lime (Re,lator): - Sr. Presidente, conhego dorecurso a ]he don provimento , porqueo art. 183 foi ignorado polo ac6rdio.A divide a de imp8sto do renda lan-gado earn revis io. A Uniio tern raziio.No caeo, nio havia revisio do imp6stodo rends . Ale foi langado. Davispager . Rio contestou o quo devia pa-ger, nio pagou a foi, ent o, descontadoem f6lha pare pager eeee imp6em.

727

Adoto, portanto, a distingio qua oeminente Ministro Gongalves do Oli.veira fez, qando Be tretou do subidado recurso extreordinirio , qual Baja:quando Be cogita de imp6sto do rendalangado sera revisi o a sem contestagio,aplica-se 0 art. 183 do Decreto, querdizer, o desconto do funcionfirio podsser feito em f6lha do pagamento, soAle flea 0 efetuou; quando as tratar,porem, de imp8sto de renda lengado econtestado , nio Be splice o referidoartigo, porque o funcionfirio, comoqualquer contribuinte, terfi direito aimpugner judicialmente , a validade doquo estfi sendo cobrado . No now, fleaas verificou isso. 0 imp6sto de rendafoi langedo Bern revisio e nio pago.Enteo, o funcionfirio teve de ear des-contado em f61ha.

Conhego do recurso a the dou pro-vineento.

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Estou do ac6rdo corn o brilhante votodo Sr . Ministro Relator.

Em todo caw, uma d6vida me ficou:Be o Estado pods cobrar daquele quonio page, descontar are f6lha, por quanio desconta de todos as funcionfirios?

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-later): - 0 desconto , a!, parec,a tonsforma compuleirie de obrigar o page-mento do quern 6 funcionfirio.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Mas, as o funcionfirio estfi sujeito adesconto , polo nio pagamento, emmuito maim rezofivel qua o Estado,pare a generalidede dos funcion6rios,descontesse diretamente.

Acompanho o vote do eminente Re-lator, mss suscito eats d6vida.

EXTRATO DA ATA

RE 60 .412 - SP - Rel., MinistroHermes Lima. Recta . Uniio Federal.Recdo . Ant8nio Pedro Montalto doSilva (Adv. Elias Pio Monteiro doSilva J6nior).

Declsi o: Conhecido a provido. Uni-nime.

728 R .T.J. 46

Presidencia do Sr . Ministro Gon- Procurador-Geral do Republica, subs-£alves de Oliveira . Presentee it sesseo tituto.os Srs . Ministros Hermes Lime, Eloyde Roche , Amoral Santos , Thompson Brasilia , 17 de junho de 1968. -

Flores e o Dr . Oscar Correia Pine, Jose Amaral, Secretdrio.

RECURSO LXTRAORDINAR1O No 60.720 - ES(5'ilmeira Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Raphael do Barros Monteiro.

Recorrente : Usilia Machado Rodrigues . Recorrido : Francisco NominatoFritz.

Alimentos provisional, no curso do acr o reparatdria do danoem oonsegiiencia de horreicidie. Inadmiseibilidade . Interpretagio ra-zoavel da lei. Aplica£io da Sumule 400. Recurso extraordinsrio nioconhecido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos Estesautos, acordam os Ministros de Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do ate dojulgemento a notes taquigreficas, itunanimidade , neo conhecer do recurso.

Brasilia, 2 de setembro do 1968.- Victor Nunes Leal, Presidents. -Raphael de Berms Monteiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Barros Monteiro: -Sr. Presidents.

Usilia Machado Rodrigues , a recor-reute, teve o seu marido assassinadopor seu patrao a compadre , o recorridoFrancisco Nominato Fritz . Paralele-mente a a£eo criminal, ajuizou eta a£aocivel de repara£$o contra o causedordo deno, no qual pleiteou o sequestrodos bans deste a alimentos provisionais.

No despacho saneador , negou o juiztais alimentos , pelo qua, inconformade,interp6s ale agravo do instrumento, noqual negou provimento a SegundaTorras do eg . Tribunal de Justice doEstado do Espirito Santo.

Ainda irresignada, manifestou UsiliaMachado Rodrigues o recurso extra-ordiniirio de f. 18 em que, corn essentono letra a do anterior permissive,alega haver o ac6rdiio contrariado' oart. 1 .540 do C. Civil.

Admitido o epelo pelo despacho def. 25, subiram as autos, tendo a doutaProcuradoria-Geral do Republica opi-nado a f . 28, nos seguintes termos:

"0 respeitevel aresto de f. 16 con-cluiu n9o ser cabivel a confesseo dealimentos provisionais, na forma do quadisp6e o art . 1.540 do Lei Civil e1.537, inc . II, do mesmo diploma.

In case, a decisi o neo merece re-paros . Tram-se de viuva qua solicitso agasaiho do lei quando dispbs s6brea indeniza£ao em caso de homicidio.Ora, a pretensi o do alimentos provi-sionais derive do fato de qua a apu-ra£so do crime ainda se processa,recomendando -se, per isso , a penssoprovishria . Com a devida v6nia, to-davie, no caso a realmente incabivelo petitum, pois neo se podere fazerincidir s6bre urn individuo ainda neodeclarado culpado as penalidades quaa lei reservou aos homicides confesseson reconhecidas por decisio judicifuia.Nio he qua falar em obrige£ao a pres-tar alimentos provisionais de quern seache sub judice.

Palo n5 o provimento."

E o relet6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Barros Mont eke(Relator): - Sr. Presidents.

O men veto, todavia , neo conhecedo recurso extreordinerio.

R.T.J. 46

Realmente, entendendo incabiveisalimentos provisionais no curso doaped reparat6ria do done, em couse-giiencia de homicidio, deu o acord"aorecorrido interpreta4ao qua ]he pareceurazoivel a acertada eos arts . 1.537,

11, a 1 .540 do C. Civ., o qua, conso-ante a Sdmnda 400, desautoriza a in-terposipao do apelo derradeiro.

Anote-se, mm o parecer de ilustradaProcuradoria-Geral do Republica, naoset possivel fazer incidir alimentosprovisionais s6bre quern ainda nao foideclarado culpado. Allis, quando a leios admits, aos mesmos se refere deexpresso, como no caso do art. 224do C. Civil.

Nao conhego , como ji adiantei, dorecurso.

729

EXTRATO DA ATA

RE 60 .720 - ES - Rel., MinistroBarron Monteiro . Recta . Usilia Ma-chado Rodrigues . Recdo . FranciscoNominato Fritz.

Decisio: Nao conheceram , uninime-mente.

Presid"encia do Sr . Ministro VictorNunes, no ausincia do Sr . MinistroLafayette de Andrade , Presidents.Presentes a sessaq os Srs. MinistrosOswaldo Trigueiro , Djaci Falcao, Ra-phael de Berms Monteiro , e 0 DoutorOscar Correia Pina, Procurador-Gemlda Republica, substituto.

Brasilia , 2 de setembro de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

RECURSO EXTBAORDINAEIO N9 61.976 - PR

(Segundo Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso.

Recorrente : flyno Fontanelli . Recorrido : Emir Roque Doria.

Extingao de punibilidado . A pererrrppia, coma pens qua seimp8e a desidia do querelante, deve set relevada se a aprte Wecones negligente tam justificative Para errs orrtiasio. Recurso pro-vido pare anular o processo a partf do despacho quo decretou aPere-Ppio.

ACORDAO remppao da apaq pale paralisapao doprocesso por mais de 30 dies.

Vistos, etc.

Acorda a Segundo Turma do Su-premo Tribunal Federal conhecer dorecurso a The dar provimento, unini-memento, de ac6rdo corn as notestaquigrdficas.

Coates na forme do lei.

Brasilia, 29 de main de 1968. -Evandro Lins a Silva, Presidente. -Adaacto Cardoso, Relator.

RELATORIO

O Sr. Miniatro Adaucto Cardoso: -Apeo penal privada. Crime contra ahonro (art. 138 do C. Penal). 0 que-relado pediu qua se decretasse a pe-

O juiz deixou de despachar o reque-rido . Transposto o incidents a de-signada nova audiOncia , insistiu oquerelado na peremppao. Ai o juizdeclarou sua ocorrencia , fundedo expli-citamente no art . 61, parigrafo finico,do C. Pr. Panel (f. 46-47).

Houve apelagio do querehmte, quao Tribunal julgou comp recurso emsentido estrito, pare aegar-lhe provi-mento ( f. 75 a verso ). Dai gaterecurso extraordinirio, fundado na te-tra a, qua hoje consiste na rare hip6tesede negative de vig2ncia do lei. Adouta Procuradoria -Geral opina poloconhecimento a provimento.

A o relatorio.

730

VOTO

R.T.J. 46

O Sr. Ministro Asiaucto Cardoso(Relator): - E perempt6ria a dispo-sigio do parigrafo finico do art. 61do C. Pr. Pen ., quo o ac6rd-ao recor-

rido desconheceu , a t6da evidencia.No caso de requerimento pare as re-conhecer extinta a punibilidade, pro-venha file do Ministirio Pfiblico, doquerelante on do reu: "0 juiz mandariautui-lo em epartado, ouviri a partscontriria e, se julgar conveniente, con-ceders o prazo de 5 dies pare a prove,proferindo a decisio dentro de 5 diason reservendo -se pare apreciar a ma-tbria no sentenga final".

Dues bip6teses rdtidamente diversi-ficadas prove a lei pare 0 tratamentoprocessual do extinFio do punibilidade.Numa procede o juts ex officio, spontepropria, do certo a irrecusivel Theparece no processo o feto extintivo.Na outra, despacha reconhecendo afato por provocagio de parts. Desdequo o juts forme conviogio a dispensea prove, o quo ocorre e o Caput doart. 61 . No caso de"ate recurso, o jurznio procedeu , porem, ex officio. Dei-aou expresso qua declarava a peremp-g9o, porque o querelante a argilia (f.).Mae, nio atendeu a lei, qua the de-terminave , nessa hip6tese, abrir ocontradit6rio abbre o incidents, ouvindoa parts, em autos apartedos, a ense-jando-1he prove , as necessiria.

A perempgio, como cause extintivede punibilidede, Como pens quo asimp6e A desidis do querelante, dove serrelevada so a parts tida Como negli-gente tam justificative pare sue omis-aio. No caso , dove o juiz cumprir aclara disopsircio do lei, cuja vigfinciae irrecusivel, antes de decidir s6bre aeitinfio do punibilidede.

Conhefo do recurso a ]he dou pro-

vimento pare anular o processo a partir

do despacho de f. 46-47.

VISTA

EXTRATO DA ATA

RE 61.976 - PR - Rel., Ministro

Adaucto Lficio Cardoso. Recta. Hyno

Fontenelli (Adv. Jose Torquato Fi-

lho). Recdo. Emir Roque D6ria

(Adv. Jiomar Jose Turim).

Decisio: Pediu vista o Presidents,

ap6a o voto do Relator, quo eonhecie

do recurso pare The der provimento.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-

dro Lins a Silva. Presentes A sessio

os Srs. Ministros Adalicio Nogueira,

Aliomar Baleeiro, Adaucto Cardoso,

Themistocles Cavalcanti e a Dr. Decio

Miranda, Procurador-Geral de Repft-

blice.

Brasilia, 28 do maio de 1968. -

Guy Milton Lang Secretirio.

VOTO

O Sr. Ministro Evandro Line (Pre-

sidente): - Estou de ac6rdo corn o

eminente Relator, tambem conhe4o do

recurso a the dendo provimento.

EXTRATO DA ATA

RE 61.976 - PR - Rel., MinistroAdaucto Lficio Cardoso. Recta. HynoFontanelli (Adv. Jose Torquato Fi-Iho). Recdo. Emir Roque D6ria(Adv. Jiomar Jose Turim).

Decisio: Conhecido a provido, une-

nimemente.

Presidencies do Sr . Ministro Evan-dro Una a Silva. Presentee A sessioos Srs. Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Balesiro, Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o DoutorOscar Correia Pine, Procurador-Geraldo Repfiblica, substituto.

O Sr. Ministro Evandro Lino (Pre- Brasilia, 29 de male do 1968. -

sidente): - Peso vista dos autos . Guy Milton Lang, Secretirio.

R.T.J. 46 731

RECURSO EXTRAORDINABIO No 82.080 - GB(TErcelra Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Carlos Thompson Flores.

Recorrente : Estado de Guanabara . Recorrido : Hugo Dunshee do Abranches.

Recurso eztraordinfrio. Interpretageo doe arts. 17 a 18 doDl. 9.626, do 22.846 (Disp& mo"bre o impdeto do tranamisoia dopropriedade inter vivos no Distrito Federal).

Conosito do lei federal . Nio a bastante a sue origem . R misterPare que seja considerada, nos fire do rectaso eztrsordindrfo, suenaturesa, sou conteudo, refliaem a compet ncia privative a eesencialdo Untio, nio aquela subsidieria, a glal 6 obrigada a utilizer-se naausencia do Poderes looms.

Ezegese doer arts. 101, 111, a e d do C. Federal. - Aplicacbo do

S6mula 280.Recurso nio conhecido.

AC6RDAO

Vistas, relatadoe a idacutidos eatenautos, acordam os Ministros de Ter-ceira Turma do Supremo TribunalFederal, na conformidade do ate dojulgamento a dam notes taquigreficas,por unanimidade do "too, silo conhecerdo rectum.

Brasilia, 30 do eg6sto de 1968. -Gonpalves do Oliveira, Presidents. -Carlos Thompson Flores Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Thompson Flores: -Contra o recorrido moveu o recorrenteerecutivo fiscal corn o prop6eito do mefazer cobrar do importlncia doNCr$ 41,68, (querenta a hum cruzei-rom novos a seesenta a olio contavoa),diferenga do imp6sto do transmissiopor haver decorrido mils de um anodo data dos conhecimentos ate a doescritura definitive. Citado, sujeitou-eea penhora, oferecendo embargo., afir-mando ter pago todos os tributos de-vidos em consonencia corn a lei entboem vigor - Dl. 9.626, do 1946,arts. 18 a 19.

Apreciando a defeea , desprezou oDr. Juiz do Direito os embargos (f&Ihas 73-75 ). Agrevou a prejudicado.E teve ezito , eis qua a eg. 2.a CamaraCivil do Tribunal de Algada provouo recurso dando pale improcedencia docobranca, f. 127L130.

2. Recorreu eztraordinlriamente oEstado. O recurso admitido coat. coinrasoes dam parts.. 0 parecer do Pro-curadorie-Geral d. Rep6blica, f. 154,b polo No conhecimento: e, acasoconhecido, Palo No provimento.

E o relat6rio.

VOTO

0 St. Ministro Thompson Plores(Relator) : - Funde o Estado do Gas.umbers , vencido, sue iaconformaciof ltima nos permiasivoe dam letras a aof do art. 101, III, do C. Federal.

Aponte como violado o art. 19, IN,de Constituisio citade , a, em abonodo dissidio , invoca julgados.

2, 0 aresto impugnado vem assimementado, f. 127:

"Ezecutivo fiscal: art. 17 doDl. 9.626, do 22 . 8.46. Diferenra doimplsto do tranamisseo de propriededeimobilieria inter Woos decorrente doreavaliagao , em virtude de ter isdo arespective escritura lavr.da depois deum ano do data do conhecimento.Improcedencia do cobransa ficel, urnsveer qua foi 0 impasto pago no prazodo ctado dispositivo."

Quendo nio bastesse same leitura, ocotejo de seua temos cos o teor dojulgado convenes qua cuidou lie dointerprotasbo do Diploma referido, oD1. 9.626, do 22 . 8.46, e, especial.mente, de sews arts . 17 a 18.

732 R .T.J. 46

E, em assim procedendo , jamais vio-lou o art. 19, III, do C . F., cujaobediincia , em qualquer momento, foiposta em duvida, recebendo antes, atra-ves de sua fundamenta£ao, cabalatenfio.

3. Trata-se, pois , em verdade, dosimples exegese de lei local , insusce-tivel de reapreciagio etrav6s do recursoextremo, como deflui do pr6prio texto

quo subsidiariamente 6 levado a fazer,

pale aus6ncia do 6rgios locais, care-condo servir-se dos mesmos dos quaisse utilize a Uniio.

4. Por ease razio mesma , imprea-taveis se tornam os julgados trezidos,com o fito de comprovar o dissidio, sbapreciavel se a lei fore federal nost6rmos do C . F., art. 101, III, d.

5. Em conclusio, ausentes os pres-constitucional, art. 101, 111, a, a cuja supostos do extraordinario, dale niointelig6ncia fixada na S6mola 280, conheco. E em case analogo, assimsiesta qualquer imprecisio. decidtu a eg. Segundo Turma, RE

Dir-se-a qua a lei nio 6 local. Poram origem naq eis qua promanou doPresidente do Republica , com os po-deres de legislador federal (C. F.1937, art. 180, a 131 . 96, de 22 .12.37,art. 31).

Nio a bastante, por6m. E misterqua aua netureza seja de direito fe-deral capax de gerar quando desobede,tide a questio federal qua, originandoo recurso extraordinirio, justifica noregime federativo o pronunciamento doExcels. Corte . E a lido de PedroLease, acolhida por Pedro Batista Mar-tins a remernorada per Josh Afonso doSilva ( Do Recurso Extraordindrio noDir. Proc. Bras., 1963, p . 174-175).

Sio as leis cuja natureza a conteudos6 a Uniio pode fazer emenar corn opoder qua a pr6pria Constituisao theatribui, art , 5.0, XV. E nio aquelas

62.298.

E o men vote.

EXTRATO DA ATA

RE 62 . 080 - GB - Rel ., MinistroThompson Flares . Recto . Estado doGuanabara (Adv. Josh Walter de Mi-randa ). Recdo . Hugo Dunshee deAbranches ( Adv. em cause pr6pria).

Decisio: Min conhecido , Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Gonfal-ves de Oliveira. Presentes A sessao asSrs. Ministros Eloy do Roche, Ama-ral Santos, Thompson Flores a o Doc-tor Oscar Correia Pina, Procurador-Geral do Rep6blica , substituto. Li-cenciado , o Sr. Milnistro Hermes Lime.

Brasilia, 30 de ag6sto de 1968. -Jos6 Amaral, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N° 62.416 - PI(Stgunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Evandro Lins a Silva.

Recorrente : Paulo Edison Conrado . Recorrido : Estado do Piaui.

Julgamento . Veto mtddio. Mandate do seguransa concedido por

cinco "too contra urn quanto A atualizageo do parts fixa do urn

funcionario da Fazenda Estedual. Empate no vota{ao quarto a

parte varievel, seas qua o presidente houvesse proferido veto de

desernpate. 0 vote quo negou a medida in totem soma-se aos votesquo a negaram em part.. Competente para o julgamento do resci-

adria 6 o tribunal local, pois o Supremo Tribunal Federal declarou

inexistir questiio federal no recsaso extraordinario anterior. Ademais,

a questio versada no rescia6ria nio fora suscitada no recurso extra-

ordfnririo. Apelo conhecido, em parts, mas rtio provido.

ACORDAO Ministros , em Segundo Turma, no con-

Vistos, relatados a discutidos os au- formidade do eta de julgamento a dos

tos acima identificados acordam no notes taquigr6fices , por unanimidade

R.T.J. 46

do votos, conhecer do epelo, em pane,negando-lhe provimento.

Brasilia, 27 de agoeto de 1968. -Evandro Line a Silva, Presidents eRelator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Event Lino: - 0parecer do douta Procuradoria-Geraldo Republica, da lavra do ilustre Doc-tor Decio Miranda, resume a eaclarece0 Mao:

"0 acbrdio recorrido julgou proce-dente agao rescisoria , parr anular oacbrdio rescindendo, quo proclamaravencedora won teas sobre a qual ocor-rem empate entre os julgadores.

Men o ec6rd io rescindendo fore, on.teriormente, objeto de recurso extraor-dindrio no Supremo Tribunal Federal,qua deele nio conheceu, por versessobre aplicagio de lei estadual, f8-Ihas 76-80 do RE 56.237 apensedo.

O recorrente, vencido na rescis6ria,recorre extreordineriamente, suaten-tando nula a decisio. A sou ver, sariscompetente Para a rescis6ria o Su.premo Tribunal Federal, a nio 0Tribunal de Justiga, consoante a S6.mule 249, qua declare:

"E competente o Supremo TribunalFederal Para a agio rescisoria, quando,embore nio tando conhecido do recursoextraordinOric, on havendo negado pro.vimento an agravo, fiver apreciado aquestiio federal".

Ora, o Supremo Tribunal, no RE56.237, deixou de conhecer do recursopor no haver questio federal a re,solver.

Logo, estava livre o Tribunal deJustice pain julgar a rescis6ria. Eestava livre por dois motivoe: pri-meiro, porque o Supremo declarou ine-xistir questio federal no recursoextraordinerio proposto; segundo, pow.quo a questio veranda na reecis6rianio fore suscitada no recurso extra-ordinirio.

Names condigiea nio merece conhe-cimento o recurso.

E no ataque qua fez so m€rito doac6rdio recorrido, nio tern razio orecorrents . 0 caw nio era propria-mente de empate , men do decisio polo

733

voto m6dio. Tres juices concediam aseguranga in toiwn; dois, a conheciarnem paste, urn, negave in totem 0 re.sultado, qua devera ter sido procla.mado, em o de concessio em parts,Para quo aproveitassem so recorrentes6mente oa aumentoa de parts fixa. Aesse resultado , embora por outro cami-nho do raciocinio, chegou o ecbrdaorecorrido, qua eats certo.

Se conhecido o recurso, provido niomin. 11

Dou Por feito o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Evandro Line (Re-lator): - Como as ve dos autos emapenso, a decisio anterior do SupremoTribunal Federal nio conhecau do re-curso extraordinirio porquo a materieficare circunscrita so campo de legis.lagio estadual . Nio foi aprgciada aquestio federal, reconhecndo-se a suainexistencia.

Alem disso , a questio suscitada noagio rescis6ria nio foi objeto do jul.

gamento no recurso extraordinerioanterior, pois ]he foi inteiramente es-tranba.

Assim sendo , quanto a primeirapane do recurso, dale nio conhego.

No qua tots so outro especto doapelo, o recorrente cite decisio diver-gente, em quo so considerou nao poderacostar-se no voto qua julgou improce-dente, in totrms, o pedido aos do quao julgaram procedente, nern Para con.siderar-se liquido todo o pedido nomPara considerar iliquido uma parte domesnso.Conhego, pois, do recurso, nesse

ponto, polo dissidio jurisprudential.Entendo, contudo , julgando a cause,quo a decisio recorrida nao merecereforms. Sete Desembargadores com-punhem o Tribunal Pleno quando dojulgamento do seguranga, qua pleiteavaa atualizagio dos proventos, nio 86

quanto it parts fire mas tambemquanto i parts varilvel dos venci.mentos dos fiacais em atividado . Danesseta juizes, cinco concederam a segu.range quanto a parts Lisa a urn anegou. Portanto, quanta a esse pontoa seguranga estate concedida.

734 ! f R . T.J. 46

Quanto a parts varievel, tres inde-feriram o pedido a tres o concederam.

Parece-me claro qua o voto diver-gente, qua negou a seguranga in totum-nio podia deixer de ser somado onedots outros na parts em qua estestambem indeferism o pedido . Assim,quarto a parts varievel, houve empatede tres votos, e o presidents nio pro.ferlu o voto de desempate . Nio houve,pois, decisio quanto a ease ponto.

Alege o recorrente, atraves as bri-lhentes razoes do seu ilustre patron,qua a decisdo recorrida 6 por demaisinlusta, a quo a seguranga fore reque.ride em relagio as dues partes dosvencimentos , devendd compreender-sequa o pedido de equiparagio visavaaos proventos no sua integralidade.

Nio exccluo ease hip6tese, mss acerto a quo o Tribunal nio concedeu

Por asses motivos, conhego dorecurso em parts, mss ]he nego provi-monte.

EXTRATO DA ATA

RE 62.416 - PI - Rel., MinistroEvendro Linn . Recta. Paulo EdisonConrado (Adv. Pedro do Costa Car-valho ). Recdo . Estado do Piaui (Ad-vogado Raimundo Wall Farrar).

Decisio: Conhecido em parts, mssnio provido . Decisio uninime.

Prosidencie do Sr. Ministro Evan•dro Lins a Silva . Presentes a assignos Srs . Ministros Adalicio Nogusira,Alionrer Baleeiro, Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o Dr. OscarCorreia Pins, Procurador-Geral doRepublica, substituto.

a seguranga quanto a parts varievel Brasilia, 27 de agosto do 1968.

de remuneragio . Guy Milton Lang, SecretArio.

6

RECVRSO EXTEAOBDINABIO Ns 63 . 626 - GB

(Scgunda Turns)

Relator : 0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso.

Recorrente : Jose Wilmer Pontes do Cunha ; Recorrido : Antonio Carlos doAguiar Teixeira.

Retomnda - Apficagio do SGmula 80 - Dove ser feita se-

gundo as peculiaridades de cads coin a tendo em atengio a prosungiodo sineeridade qua milita em favor do retomante. Recurao deepro-vido.

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Segundo Turma do Su,promo Tribunal Federal , por decisiounanime, conhecer do recurso a thenegar provimento , de ac8rdo con asnotes tequigrdficas.

Custas no forma do lei.

Brasilia, 2 de abril de 1968. -Evardro Line a Silva, Presidente.. -Adaucto Cardoso, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso: -Decidiu o acordao recorrido (fo-Ihas 57-57v.):

"Ernenta - Setisfeitos no pressu-postos legais, confirms-se a sentengaquo concedeu a retornada pare usepr6prio.

O simples fato do residir o autor emoutro Estedo no afesta, por si s6, apresungio do sinceridade."

Vistas a reletedos as presentee autosdo AC 5.873, apelante Jose WilmerPont" do Cunha, apelado AntonioCarlos de Aguiar Teizeire, acordam osJuizzes do 2? Camara Civel do Tri-bunal de Algada, unenimemente, emnegar provimento so recurso.

Trata-se do retomada pare use pr6-prio. Dix o apelante qua o apelado

R.T.J. 46

reside no Estado do Paran4 e, por lsse,deveria prover a necessidade do pedidodo canformidade coon a S6nxrle 80do eg . Supremo Tribunal Federal.Mae a circunstincia de residir o re.tomante em outro Estado nio podsopener, por a s6, como excludente dosinceridade do pedido, neon a lei easimo proclama . A regra e a presuncao dosinceridade , qua, em cads caso, podsser ilidida . A sentenga apeleda abor.dou ease aspecto , poia pods muito barno retomante deaejar desocupar o seaim6vel pare depois tramferir a aua

residencia . Trata-se de retomente aeongrandee recursos, nao poderia ser obri-gado a instalar-se em hotel on pensao,nests Estado, pare sfi entio propor aretomada . A Sdrmrla 80 do eg. Su-premo Tribunal dove eer entendida emtermos relatives , apreciando-se cadacase de conformidade coon as mass pr6.pries peculiaridades" .

Del o recurso extreordinbrio dof. 59-61, interposto pale letra d dopermissive constitucional , alegando 0recorrente divergencia coon a Sdmula80 do Supremo Tribunal Federal.

E o relat6rio.

735

VOTO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso(Relator): - Realmente a deciaao

recorride aprecioii a mat6ria segundopeculiaridades do facto qua nets ocor-reu a julgou satisfatbria a prove feltspolo pretendente i retomada pare ueopr6prio.

Em face do expoeto, conhego dorecurso, mas ]he nego provimento.

EXTRATO DA ATA

RE 63. 626 - GB - Rel., MinistroAdaucto Ludo Cardoso. Recta. JoseWilmer Pontes de Cunha (AdvogodoMircio Berbosa Cordeiro). RecorridoAntonio Carlos de Aguiar Teixeira(Adv. Gianluca Roberto G. Tacoli).

Decisio: Conhecido, mas nao pro-vido, un&nimemente.

Presidencia do Sr. Ministro EvendroLiras a Silva . Presentes as SenhoresMinistros Adaliclo Nogueire, AliomarBaleeiro, Adaucto Cardoso , Tbemis-tocies Cavalcanti e o Dr. OscarCorrals Pine, Procurador-Geral do Re-publica, substituto.

Brasilia, 2 do abril de 1968. -Guy Milton Lang, Secret4rlo.

a

CONFLITO DE .ICRISMAO Nv 4.721 - ES

(Prlmeira Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Raphael de Banos Monteiro.

Suscitante : 20 Auditoria de Justice Militar - RS. Suscitado : Juiz deDireito do Cachoeira do Sul - RS.

Crime praticado per praga do militia do Estado no exerciciodo fungio policial civil. Aplicagia do S6mula 297, mesmo ap6so advento do D1. 317, do 13.3.67. Contlito de Jurisdigia julga-do precedents, coon o reoonhecimento do competencia do JustigaConger.

AC6RDAO

Vistas, relatados a disccutidos estessome, acordam as Ministros do Pri-moire Terms do Supremo TribunalFederal, em conformidade coon a atade julgamentos a notes taquigr6ficas,julgar precedente o conflito a com-petente a Justiga Comum , em deci-sio unanime.

Brasilia, 26 de ag6sto de 1968. -Victor Nunes Leal, Pres'.dente -

Raphael de Banos Monteiro, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Barros Monteiro:Sr. Presidents:

Oscar Flores Nogueira , integrantedo Brigade Militar do Rio Grandedo Sul , quando se achava em servigo,escoltando o presidi&rio Heitor Viei-ra de Souza , deixou-o s61to no via

publica, o qua ensejou a sua fuga.Denunciado parents a Justiga Co-

mum, 0 Dr. Juiz de Direito de Ca-choefra do Sul, naquele Estado, polo

736 R.T.J. 46

crime do art . 156 do C. Pen., sus-citou o Dr. Ant6nio Frederico Knoll,Auditor do 2.- Auditoria do Justi£aMilitar do mesmo Estado , o presentsconflito positivo de jurisdi£ao, adu-zindo, em sua peti$ao de f. 2, quahoje, face so preceito do art. 18 doDl. 317, de 13 . 3.67, qua reorganizouas Policies Militares dos Estados, es-capa aquele processo a 6rbita do Jus-tiSa comum, competindo sua aprecia-fao a julgamento a Justiga Militar.Arguments , ainda, o ilustre auscitan-te com o dispoato no art . 73, inci-so IV, do C . Pr. Pen. , segundo aqual, no concurso entre a jurisdigaocomum e a especial , prevaleceri esta.

Este o parecer do ilustrada Pro-curadoria-Geral do Republica, a f. 6:

"0 crime teria sido praticado porsoldado do Brigade Militar do Estadodo Rio Grande do Sul , quando emservigo de natureza policial civil.

E o caso epico do contido na S6-mule 297 , pelo qua temos proceder oconflito negativo, cabendo, mesmo, aJusti&a Comum juigar a ecao penal".

E o relat6rio.VOTO

0 Sr. Ministro Barros Monteiro(Relator): - Sr. Presidents:

O caso 6, efetivamente, de splice-g5o de Sunda 297, noontide, alias,.ap6s o advento do invocado Dl. 317,de 13.3.67, polo eg. Plenaria destaC6rte, em sessao de 20 de marpo docorrente ano (RHC 45.592, de SP).

Ante o exposto, julgo procedente oconflito a competente o M. Juizsuscitado.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.721 - RS - Rel., Minis-tro Banos Monteiro. Suste. 2 a Au-ditoria do Justica Militar - RS.Susdo. Juiz de Direito de Cachoei-ra do Sul - RS.

Decisao: Julgada competente aJustiSa estadual comum, unanime-mente.. Presidencia do Sr. Ministro Vic-tor Nunes, no ausincia do Sr. Mi-nistro Lafayette de Andrade, Presi-dente. Presentes it sessao as Senho-res Ministros Oswaldo Trigueiro, Dja-ci Falceo, Raphael de Banos Montei-ro e o Dr. Oscar Correia Pine, Pro-curador-Geral do Republica, substi-tuto.

Brasilia , 26 de agosto de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretario.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANQA N^ 16.588 - SP

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Victor Nunes Leal.

Recorrente : Companhie Geral de Motores do Brasil ( General Motors doBrasil S . A.). Recorrida : Prefeitura Municipal de Sao Jose dos Cam-pos.

1) Impdsto territorial rural . Sao Jose dos Campos.2) Aumento resultants de novos critdrios de incidencia, as-

tabelecidos pals L. Man. 1.031, de 27. 1.64, anterior a E.C.7/64, qua dispenson, naquele exercicio, a exige"ncia da previa au-torizagio orgamentaria (art. 141, § 34, do C.F. do 1946).

3) 0 aumento nio podia scr exigido, em 1964, consoante aSumula 67 e o criterio adotado polo Plenario, sdbre a E .C. 7/64,

no caso de Campines (RMS 15.471) .4) Provimento do recurso, pare se laser a cobranpa pale lei

anterior (L. man. 975/63).

AC6RDAO Federal, no conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigrificas,

Vistos, relatados a discutidos Estes por unanimidade de votos, dar provi-autos, acordam os Ministros do Pri• mento so recurso, pare restaurar amaim Turma do Supremo Tribunal sentenga de primeira instencia.

R.T.J. 46 739

4. Inconformada corn ac6rdio dof. 212-15 , quo denegou a seguranga,lnterp6e a Recorrente o presents Re-curso Ordinirlo U. 217-27).

5. Neste instancia, a douts Pro-curadoria-Geral do Republica opinePalo neo provimento do recurso (f6-the 262).

A o relatbrlo.

VOTO

0 Sr. Ministro Alioaar Baleelro(Relator): - I. Neo vejo , nestesautos, direito liquido a certo, suscep-tivel do amparo polo Mandarin deSeguranga . Na legislagiio paulista, ochamado "permissionirio" neo as equl-para so "concessionirio" corn privi-16gio exclusivo.

Reporto-me 3 ligio de ThemistoclesCavalcanti, s6bre o assunto.

II. Por outro lado, evidentementeGovernador a Secretirio do Estado,as mais alias autoridades, podiamavocar o trio, so roves do o delega-rem a urns autarquia, qua lbes i

Por outro lado, a consulta A permis-sioniria so reveste de cariter facul-tativo a niio vincula aquelas, aurorida-des a pronunclamento contrarto.

III. Nego provimento so recursopelos, fundamentos do v. Ao6rd io def. 212 a parecer de Procuradoria-Geral do Republica , A f. 262.

EXTRATO DA ATA

RMS 17 . 137 - SP - Relator,Ministro Aliomar Baleeiro. Recte.Viageo Susano Ltda . (Adv., Fran-cisco A. Fragata ). Recdos. Gover-nador do Estado a Secretirio do Es-tado dos Neg6cioa dos Transportes deSao Paulo (Adv., Domiraide de LucaBarongeno).

Deciseo: Negou-se provimento, uni-aimemente.

Presidancia do Sr . Ministro Even-dro Lim a Silva. Presentee & sewageos Senhorea Ministr^+ Adallcio No-gueire, Aliomar Baleeiro, AdauctoCardoso, Themiatocles Cavalcanti e oDr. Oscar Correia Pinc, Procurador-Geral de Republica, substituto.

subordinada . 0 diretor death 6 agen- Brasilia, 27 do ag8sto de 1968. -to de confianga dame autoridades . Guy Milton Lang, Secreturio.

EECDRSO DE MANDADO DE SEGURANVA No 17.190 - PI

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Evandro Lins a Silva.

Recorrente : Maria do Patrocinio Costa . Recorrido: Governador do Estado.

(SUmule 15) : Dentin do prazo de validade do concurso, ocandidato aprovado font direito A noaxagm, quando o cargo forpreenchido sera observancia do classificagio". Recurso do mandado

do eegurange provido.

AC6RDAO

Vistas, relatadoe a discutidos noautos acima identificados acordam osMinistros , em Segunda Toms, noooanformidade do are do julgamento ados notes taquigrificas, por unanimi-dads de votos, dar provimento so re-cursc.

Brasilia, 27 de ag6sto do 1968. -Evatdro Line a Silva, Presidents eRelator.

RELAT6RIO

0 Sr. Minietro Evandro Liar: -O parecer do douta Procuradoria-Ge-ral do Republica resume a esclareceo caso:

"D. Maria do Patrocinio Costa nn-petrou mandado de seguranga contraato do Senhor Governador do Eatadodo Piaui, quo nomeara Para 0 cargodo Tabeliiio PUblico, do Cart6rio do2? Officio, do Comarca do Esperanti-

740 R.T.J. 46

no, outro candidate, embora a impe-trante tivesse obtido melhor note deaprovagio no concurso peblico a quaambos so submeteram.

O eg. Tribunal do Justiga do Es-tado do Piaui em sessao pleneria, permalaria de votos, denegou a segu-range , acentuando qua a Lei de Or-ganizaSao Judicieria do Estado deixa-ra so auto de autoridade nomeante opoder de escolher dentre os c lassifi-cados out concurso.

Procede, ii t6da evidencia , o recu.-so interposto . 0 aresta recorrido, de-cidindo como decidiu, violou direitoliquido a certo its era recorrente. Es-tabelece a Constituigao do Estado doPiaui no seu art . 145, inciso V: "asnomeac6es a admiss6es pare cargos Cufung6es do provimento mediante con-curso on prove de habilitacao saranfeitas no classe initial do carreiraon de aerie funcional, a, em todosas cases, obedecer®o a rigorosa or-dam dos candidates aprovad-s". Foroutro lade, o aresto recorrido diver-ge do jurisprudencia do Colendo Su-premo Tribunal Federal , compendia-de no Sumula 15.

Nao be, pois, como se contrapora Constituig5o Estadual dispositivosdo Lei do Organizaceo Judicieria.

Por ter havido vulneracao a di-reito liquido a certo do impatrante,decorrente de preceito constitutional,somas pelo provimento do recurso".

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Evandro Linz(Relator): - A documentaggo juntacorn a initial demonstra qua a recor-rento foi classificada em 9.0 lugar, en-quanto a funcioneria nomeada foi clas-zificada em 14.0 lugar, no mesmo con-

curso.

O Decreto de nomeacao do reco.-rente chegou a ser dactilografado, naDivisao do Possoal do Departamentodo Administragio Geral , a encami-

nhado so Palecio do Gov6rno. 0 Go-vernador, entretanto , so inves de

obedecer a ordem do concurso, comodetermine a ConstituiFao Estadual,nomeou candidate de sue prefer6ncia.Pretendendo justificar o seu ato, in-vocou o art . 240 do Lei do Organi-zagao Judicieria do Estado onde sediz:

"Os Tabeliaes a Escrivaes seraonomeados a titulo vital'cio , pelo Go-vernador, dentre cidadaos aprovadosem concurso prestado parents o Tri-bunal de Justice".

O Tribunal de Justiga aceitou wasjustificap5o , mas nao o podia fazer,

como acentua o parecer de doutaProcuradoria-Geral.

Consigna a Stimula 15 de jurispru-de"ncia predominante do Supremo Tri-bunal Federal:

"Dentro do prazo de validade doconcurso , o candidato aprovado terndireito a nomeacao, quando o cargofor preenchido sem observencia doclassificaceo".

A recorrente tern direito liquido ecerto a ncmeagao.

Dou provimento so recurso, pare

conceder a seguranca.

EXTRATO DA ATA

RMS 17 . 190 - PI - Rel., Mi-nistro Evandro Lins. Recta. Mariado Patrocinio Costa (Adv., Ant6nioNonato do Cunha). Recdo . Governa-dor do Estado ( Adv., Manfredi Men-des do Cerqueira).

Decisao: Deu-se provimento para

conceder a seguranfa, unenimemente.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentee a sessaono Senhores Ministros Adal cio No-gueira, Aliomar, Baleeiro, AdauctoCardoso, Thonistrcles Cavalcanti e oDr. Oscar Correia Pine, Procurador-Geral do Republica , substituto.

Brasilia, 27 de ag6sto de 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio.

R.T.J. 46 741

BECURSO DR MANDADO DE SEGURANQA Ns 17 .477 - SP

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Recorrentes: Maria do RosIrio Ega Maspes a outros .. Recorrido; Ezcelen-tissimo Senhor Governador do Estado.

Protessores do ensino aecurderio estadual, de Espanhol eLatin,, postos em disponibilidade remunerada con, o advento deLei do Diretrizes a Bases.

Decreto qua reincluiu aquelas disciplines no curriculo conic"preticas educativas".

Aproveitamento em cargos de natureza a vencimentos compa-Ovels con, as qua ocupavam (C. F. de 1946, art. 189, paragratodnico).

Recurso desprovido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidoe esterautos, acordam os Ministros do Ter-ceira Turma do Supremo TribunalFederal, por unanimidade de votos,negar provimento so recurso , no con-formidade do ata do julgamento edas notes taquigreficas anesas.

Brasilia, 31 de main de 1968. -Gongalves de Oliveira, PresidentsAmaral Santos, Relator.

RELAT6RIO0 Sr. Ministro Amaral Santos:

Os impetrantes ago profess6res con-

cursados do Espanhol , do ensino me-dio oficial do Estado do Sao Paulo.Corn o advento do Lei de Diretrizese Bases de Educagio , retirada easecadeira do curriculo , foram postos emdisponibilidade remunerada.

Rebelaram-se por mandado de se-guranga contra o D. 45.907, de12.1.66, do Sr . Governador do Es-tado, qua determinou (f. 31):

"Art. 1.o Nos estabelecimentos deensino onde houver professor efetivoon estevel das disciplinas de latim,Espanhol, Filosofia on Grego, ago alasreincluidas no respectivo curriculoComo preticas educativas".

Entendendo qua preticas educati-vas nao incluem Espanhol , mae, se-guindo orientageo do Conselho Fe-deral do Educageq a Educageo Ci-vice, Artistica, Domestics , etc., con-

sideram violado o son direito A vi-taliciedade no cargo so qual ascen-deram For concurso.

Em sues informagoes (f . 60-63), aautoridade agravada nao viu violagioa direito dos impetrantes, qua, polodecreto aludido , foram convocadospare roger a discipline pore a qualestavam habilitados. Esclareceu quaqualquer discipline , no entender doGoverno, poderia set incluida entreas preticas educativas , a qua o atogovernmental vista a reconduzir oEspanhol, o Latim, o Grego e a Filo-sofia ao curricula, do Curso Secundi-rio, sem prejuizo das disciplines obri-gat6rias on optativas.

A Quarts Camara Civil do Tribu-nal de Justice denegou o writ (f6-Ihas 77-80 ). Entendeu qua o etc im-pugnado acompanhou o c iterio esta-belecido polo Conselho Estadual doEducagaq qua, por Circular de 12.5.65,considerou a enumerageo das preticaseducativas meramente eaemplificativa.

E concluiu (f. 80):

"Por conseguinte, nao infringiu oDecreto Estadual em cause qualquertezto legal a nem violou direito 1quido a certo dos impetrantes de per-manecerem em disponibilidade remu-nerada. Os funcionirios publicos emdisponibilidade remunerada podem emqualquer tempo so aproveitados polopoder pAblico a qua so acham presospor relageo de emprego , deeds qua

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seja em cargo igual on equivalents.Os impetrantes foram aproveitados nosSeas pr6prios cargos a nos estabele-cimentos de ensino onde lecionavamcom a reinclusao do disciplina docargo de qua sao titulares no curri-culo escolar desses estabelecimentoscomo praticas educativas , ante a adap-tegio metodol6gica de transmissaodesses conhecimentos em carater maisoperational qua te6rico".

Contra esse ac6rdao, interpuseramos impetrantes o presente recurso

(f. 83-84 ) que recebeu parecer des-

favoravel da Procuradoria do Justigade Sao Paulo (f. 90), a do Procura-

doria-Geral do Republica ( f. 99).

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - Os impetrantes , profess6-res por concurso do ensino secunda-rio oficial do Estado de Sao Paulo,todos de Espanhol , salvo um dales,qua 6 professor de Latim ( f. 13 a 37),com o advento do Lei de Diretrizese Bases, que retirou essas disciplinesdo curricula , foram postos em dis-ponibilidade remunerada.

For D. est. 45 . 907, de 12.1.66,foram aquelas disciplines "reincluidas"no respectivo curricula no categoriade "praticas educativas". E o qua dis-pas o referido decreto, art. 1.0 (f6-Iha 31):

"Art. I.- Nos estabelecimentos deensino onde houver professor efetivoon estavel das disciplines de Latim,Espanhol , Filosofia on Grego, saoelas reincluidas no respectivo curriculocomo praticas educativas".

Por forga de reinclusao do discipli-no no curricula , as impetrantes foramconvocados "so trabalho docente", con-forme disposigao do paregrafo imicodo art . 2°, do mesmo decreto, quereza:

"Paragrafo anion . A partir do pri-meiro die util de fevereiro, sera con-vocado an trabalho docente a so debanca examinadora o professor de dis-cipline reincluida".

Nao vejo em que foi ferido o di-reito dos impetrantes. Preceituava aConstituigao de 1946 , art. 189, para-grafo unico:

"Extinguindo-se o cargo, o funcio-nario estavel ficara em disponibilida-de remunerada ate o seu obrigat6rioaproveitamento em outro cargo de na-tureza a vencimentos compativeis como qua ocupava".

O aproveitamento dos impetrantesse deu com os vencimentos qua per-cebiam , tanto qua contra isso nadareclamam.

Seu aproveitamento ter-se-ia dodoem cargo de natureza incompativelcorn o qua ocupavarn ? Demonstra oac6rdao qua nao. E o demonstra comargumentos irrespondiveis ( f. 79):

"No use das suas atribuigoes, o Con-selho Estadual de Educagao, tendoem vista o disposto no Lei Federal deDiretrizes e Bases, baixou a Resolu-gao n .° 7, de 23 . 12.63 , aprovada peloSecretario de Educagao pelo Ato nu-mero 6 , de 24 . 1.64. Entao, disp6sno art . 4.°. "Art . 4.° Sao consi-deradas praticas educativas do Siste-me Estadual de Ensino : EducagaoFisica , Educagao Moral a C:vita, Edu-cagao Religiose ; e, mediante a indis-pensevel adaptagao metodol6gica, qual-quer das disciplines relacionadas noart. 3 ..0, e nao incluidas pelo estabe-lecimento pare os efeitos dos arts. 2.0on 3°. Entre essas disciplinas rela-cionadas no art . 3.- referido se achamas linguas modernas on classicas.Portanto , praticas educativas por esseResolugao sao, nao s6 a educagao V-slca, moral, civics a religiose, comodisciplines escolares, entre as quaisas de lingoes, desde que adaptadasmetodologicamente o seu ensino, demodo a objetivar a formagao de ha-

bitos, como seja , no caso das linguae,a pratica de expressar -se no I:ngua es-trangeira , em lugar de transmissao de

conhecimentos sistematizados s6breela, tendo em vista a gramatica e atradugao a versao . Completando estetexto supratranscrito , discs, ainda,

no art . 12: Sao consideradas praticaseducativas do curso colegial , secunda-rio: Educagao Fisica ; Educagao Mo-ral a Civics; Educagao Religlosa;Educagao Artistica; Educagao Domes-tica; Arras Femininas ; Praticas doLaborat6rio ; e, mediante a indispen-savel adaptagao metodologica, qual-

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quer discipline espec 'fica dos curses

colegiais tecnicos on de formagio de

profess6res primerios . E entre as dis-ciplines do curse colegial de forma-Sao de profess6res primerios se encon-tram as linguas modernas . Portanto,

com base nessa Resolugio foi baixa-

do o D. est. 45.907-66, qua incluia lingua espanhola entre as preticas

educativas.

Poder-se-i argumentar que o Con-selho Estadual de EducaSao incluiuentre preticas educativas o que niocogitara o Conselho Federal de Edu-cagao, quo deve servir de norte a file.Por6m, no Officio -Circular n .0 973, de12.5.65, se 1e, no art . 40: "Alemdo Educagao Fisica , qua a obrigat6-ria, poderio ser consideradas preticaseducativas , EducaSio Civics, EducagioReligiose , Educagio Dom6stica, ArtesFemininas a Artes Industrials (Ind.1/62 - Doc . 1) - Paregrafo 6ni-co. "A enumeragao des preticas edu-cativas 6 exemplificativa , podendo osestabelecimentos adotarem outras, aseu criterio (P. 212 /63 - Doc.17/18 )". Pois hem , o Conselho Es-tadual fixou 0 criteria de forma am-ple. Incluiu como preticas educati-vas, entre outras mat6rias , as lingoes,desde qua, adaptado metodologicamen-

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to o seu ensino , em careter pretico,come hebito do estudante em ex-presser nessas linguas, ministradas aosalunos a t tulo de conhecimentos ge-rais".

0 aproveitamento dos impetrantesfoi perfeitamente regular, am divi-de alguma.

Per tais raz6es , nego provimentoso recurso , confirmando o ac6rdiorecorrido per seus fundamentos.

EX'TRATO DA ATA

RMS 17 . 477 - SP - Rel., Mi-nistro Amaral Santos . Rectes. Ma-ria do Rosario Ego Maspes a outros(Adv., Sagi Neaime). Recdo. Ex-celentissimo Senhor Governador doEstado.

Decisio: Negou-se provimento. Una-nime.

Presidencia do Sr. Ministro Gon-galves de Oliveira . Presentes a ses-sio os Srs . Ministros Hermes Lima,Eloy do Roche , A m a r a I Santos,Thompson Flores e o Dr. Oscar Cor-reia Pins , Procurador-Geral do Re-publica, substitute.

Brasilia, 31 de main de 1968. -

Jose Amaral, Secretario.

EECUESO DE MANDADO DE SEGURAN49A N9 17.949 - ES

(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Evandro Lins a Silva.

Recorrentes: Brasil Holanda de Industria S.A. a Serraria Mucuri BrasilHolanda Sociedade An6nima. Recorrido: Estado do Espirito Santo.

Imp6sto de Vendas a Consignag6es . Estimativas do prego domercadcria Para efeito on cobranca do tribute , distinguindoantra produtor, o comercio e a vends Para Lora do Estado. Dis-crirninagio vedada pela ConstituiSao . Recursu de mandado doseguranga provide.

ACORDAO

Vistas, relatados a discutidos os au-tos acima identificados , acordam osMiniatros do Supremo Tribunal Fe-deral, em Segundo Turma , no confor-midade do ate do julgamento, a das

notes taquigreficas , per unanimidadede votes, dar provimento so recurso.

Brasilia, 27 de ag6sto de 1968. -

Evandro Lips a Silva , Presidents e

Relator.

744 R .T.J. 46

RELATORIO

O Sr. Ministro Evandro Lists: -As recorrentes impetraram mandarinde seguranga contra ato do Gover-nador do Estado do Espirito Santo,alegando qua extra 'am madeiras doterrit6rio daquele Estado, para se-rem industrializadas em estabelecimen-tos qua possuem em Minas Gerais.Como produteres de madeira page-vam o Imp6sto de Verdes a Consig-nag6es nessa qualidade , no base deCr$ 15.000 (antigos ) por metroc6bico.

Posteriormente, foram advertidas dequa, a partir de 17 . 3.66, neo maisserlam consideradas como produtorasdo madeira , devendo pager o tributono base de Cr$ 83 . 000 (antigos) pormetro c6bico , sob a alegagio de quaa madeira se destinava para fora doEstado.

O mandado de seguranga visava,portanto , i supresseo do tratamentodesigual contra a cobranga do Im-p6sto de Verdes a Consignag6es, qual-quer qua fosse o destino do mercado-ria, uma vez qua a discriminageo dotaxagio se chocava com o art. 19,§ 5.0, do C . F., bern como corn aE.C. 18 . Concluiam o pedido plei-teando a direitq do recolher o tri-bute como estava sendo feito ante.riormente , isto e, como se produtorasf6ssem.

O Tribunal de Justiga do EspiritoSanto negou a mandado , par maioriade votos, e o ac6rdio qua assim de-cidiu , traz esta ementa:

"Denega-se o mandado . Neo ha,de parts das postulantes , direito li-quido a certo ao qua pleiteiam.

7 princ `pio assents no doutrina eno jurisprudencia qua se neo devedecretar incanstitucionalidade de al-guma norms legal (in casts, asses dis-cutivel) - se se puder decidir a cau-se, sent se chegar a ease judiciurnextremo . A inaplicabilidade de lei,assim julgada pelo Judiciario, a prin-cipio do rare excegeo . Basta qua asatente no art. 200 de Carta Majordo pals.

So se puder decidir a especie semapreciageo do inconstitucionalidade, ounao do texto legal, deve-se faze-lo.

Demais, o remedio invecado jA nosera capaz de produzir efeito, face

an n6vo D. 2.001, de 8 . 7.66, paradesfazer situagio ja superada.

O mandado operaria no vazio, fora

uma superfluidade , eis qua qualquer

reparagio do dano nao poderi ser

solvida por esse mein.Pods, ate, sem erro de tecnica pro-

cessual, ser julgado prejudicado o pe-dido" (f. 114).

Houve recurso ordinirio dessa de-ciseo, e a douta Procuradoria-Geraldo Republica opine pelo seu neo pro-vimento.

it o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Evandro Line (Re-lator): - Nio tendo divida emacompanhar as votos vencidos cons-tantes do decisio recorrida.

Como se ve do pauta oficial cons-tants de f. 66, o Estado do EspritoSanto estabelecia tres estimativas doprego do madeira para o efeito docobranga do Imp6sto de Vendee aConsignagi es , isto e , s6bre a Vendado produtor, do comercio a pare foredo Estado.

Al esta a discriminag o, vedada paleConstituigio . A pauta oficial cria umprego ficticio , mais elevado, pare avenda do madeira para fora do Es-tado, a fim de cobrar o Imp6sto doVendas a Consignag6es s6bre esseprego mais elevado.

A distingio a feita em razeo dodestino de mercadoria.

A defesa do Estado a de todo im-procedente quando alega qua a aliquo-to do imposto a sempre a mesma- 7.716% - variando apenas o va-lor tributario . A verdade 6 qua, pareo efeito do cobranga do imposto, aEstado eleva o prego on a al=quotapara qua a discriminageo se verifi-que. Nio hA uniformidade de trata-mento para a imposigio do tributo, aisso a qua a preibido pela Constitui-gao.

A decisio recorrida , tendo em vistaa nova legislageo do Estado , enten-deu qua o pedido estava prejudicado,

pais visava a desfazer situagio juri-

dice ja superada.

R.T.J. 46

Nao vejo como acolher esse funda-mento . 0 mandado de seguranca foirequerido contra a ilegalidade do co-branga feita as recorrentes . Ease aree, evidentemente , ilegal a viola o di-reito das impetrantes.

0 mandado de seguranga a cabi-vel Para saner a ilegalidade de queforam vitimas.

Em vArios cases semelhantes, domesmo Estado do Espirito Santo, emque se cobrava um adicional de 5%s8bre o cafe ( expurgo ), quando easeexpurgo se destinasse a ser aplicadoem cotas de outros Estados do Fe-deragao , o Supremo Tribunal Federalconfirmou as decis6es concessivas deseguranga do Tribunal de Justiga doEstado, dai resultando a Stanula 124.

Palos motives expostos, dou pro-vimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

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RMS 17 . 949 - ES - Rel., Mi-nistro Evandro Ling . Rectes ., BrasilHolanda de Industria S.A. a Serra-ria Mucuri Brasil Holanda S.A. (Ad-vogado, Jurandyr Ribeiro de Olivei-ra). Recdo. , Estado do Espirito San-to (Adv., Jose Benjamim Costa).

Decisao : Deu-se provimento , unani-memente. Falou pelas Rectes. oDoutor Aguiar Dias.

Presidencia do Sr . Ministro Even-dro Lins a Silva. Presentes a sessaoas Senhores Ministros Adalicio No-gueira, Aliomar Baleeiro, Adaucto Car-doso, Themistocles Cavalcanti e o

Dr. Oscar Correia Pina, Procurador-Geral do Republica, substitute.

Brasilia , 27 de ag6sto de 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURAN4A N9 18.295 - GB

(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira.

Recorrente : Leon Reisman . Recorrido : Estado de Guanabara.

Demissao de funcionario, par fdrga do disposto no A.1-1 deabril de 1964 . Inobservencia de formalidades extrinsecas Pala Co-missao do Investigapao . Cerceamento de defesa . Recurso ordina-rio, a qua se den provimento.

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos estesautos, acordam as Ministros da Se-gunda Turma do Supremo Tribunal

Federal, em conformidade com a atade julgamentos a notes taquigraficas,der provimento so recurso, a unani-midade de votes.

Bras= lia, 26 de merge de 1968. -Evandro Ling, Presidents - AdalicioNogueira, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira:- Leon Roisman , que exercia as fun-g5es de Delegado de Felicia no Es-tado do Guanabara , foi demitido doservigo p6blico, per ato do entao Go-vemador do mesmo Estado, coma in-

curso no art. 7.°, § 1.01 do A-L 1, de9.4.64.

Inconformado, impetrou mandado deseguranga so eg. Tribunal local, ale,gando, em sumula, inexistencia nostermos do art. 7 .0, § 1..0, daquele Ato,do investigacao sumaria, qua o mesmoestabelece. Instaurara-se, em 1963,contra o impetrante, um inquerito ad-ministrativo, que se finders, com pa-receres de comissao destinada a reali-zi-lo a do Secretaria de Administra-cso, opinando Palo seu arquivamen-to. A Comissao Estadual de Inves-

tigag6es, todavia, a avocou a escuda-da no mesmo, sera que aliciasse quais-quer outros elementos probat6rios,propds a demissao do referido impe-trante, que se efetivou.

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Essa Comissao nao the possibilitaraa defesa indispensavel, apes a leitu-ra de um suposto relat6rio, que f6ralido a mesma Comissao a cujo con-teudo ale totalmente desconhece, por-que nao consta dos autos da Investi-gagio, nao the sendo, assim, poss-velrevidar ao que, em tal relat6rio, asconsigns.

O eg. Tribunal de Justiga da Goa-ushers, em ac6rdao sucinto de f. 33e v., denegou a seguranga, cferecen-do, como fundamento da decisao eatsunico trecho qua as transcreve:

"Em primeiro lugar, descabe aapreciagio, pelo Poder Judiciario, doato demiss6rio do requerente, nos ter-mos do art. 7.0 do diploma revolucio-nirio. Mesmo, par liberalidade exa-gerada, conhecida a presents medida,quanta an merito, evidentemente naopods prosperar. Instalou-se uma co-missio para investigar o qua se in-crepara so requerente, nao perdendoo Estado a sua autonomia para apli-car as devidas sangees. Inexiste, por-tanto, direito liquido a certo do im-petrante on abuso on violagao da nor-me legal , pelo Govemo da Guana-bere a quern apresentara defesa es-crita" .

Tal decisio motivou a presents re-curso ordin6rio pare esta Excelsa C6r-te, havendo a douta Procuradoria-Ge-ral da Republica opinado a f. 72-73,pelo seu desprovimento.

It o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Relator): - Os autos dao noticiade qua em 1.12.62, foram presos emflagrante delito no Clubs Social deJacarepagua, sob o pretexto de quapraticavam jogos proibidos, o deteti-ve Salvador Silveira Machado e ou-tros.

Denunciados os reus, o Dr. Juiz deDireito da 19.0 Vara Criminal doGuanabara os absolveu , sob a alega-gao de que nao se positivara a ca-racterizagao da contravengao em can-as e, an qua parecia , os acusados jo-gavam "buraco", que a tolerado (f6-Iha 10v.). Acresga -se que o recorren-

to nao f6ra inclu =do, de qualquermodo, naquele processo , mesmo por-

que, na ocasiao em qua ocorreu 0fato incriminado , as encontrava afas-tado das fungoes de Delegado, comose ve da certidao de f. 9.

Todavia , em 22.2 . 63, a entio Go-vemador do Estado determinou seprocedesse a inquerito administrativoem t6rno do mesmo fato , em que, s6ent o, so envolveu o recorrente. Masa Comissao respective concluiu peloseu arquivamento, dada que nada seapurou a respeito da materia emquestao a absolvidos ji haviam sidopals justiga criminal as apontados noreferido processo . No mesmo sentido pronunciou -se o Secretario da Ad-ministragao. Nao obstante, enviado 0inquerito so Governador do Estado,este , je vigente o A.I.-1 , resolveu on-vie-lo a Comissao de Investigagio,que se criou e qua, nele baseando-se,concluiu pale, demissio do recorrente,qua as decretou ( f. 12).

0 impetrante argui cerceamente dedefesa no seio da Comissao de In-vestigagiq onde , ap6s a leitura de umrelat6rio secreto , de que nao teve co-nhecimento e qua nao consta dos au-tos, se aparelhou a pena mIxima, quese The aplicou , cam preterigao da ob-servencia das formalidades extrinsecasestabelecidas no $ 4f.° do art. 7.° do

Leio pare a eg. Turma as conclu-sbes do Comissao de Investigagao,qua se encontram a f. 22 -23: (Id).

0 D. est . 384, de 22 . 4.64, quaregulamentou o art . 7.0 do Ato Ins-titucional a criou a mencionada Co-missao, reza , no seu art. 4.0:

"Realizada a investigagao, o res-pectivo encarregado apresentara rela-

t6rio sumario do apurado a apresenta-do o relat6rio , os acusados terao 0prazo de 3 dies pare apresentar defe-sa a documentos".

Dos conclus6es da Investigagao Su-m6ria, acima lidas , verifica-se qua naose observou o estatuido naquele dis-positivo regulamentar. Delos nao cons-ta que haja sido lido qualquer rela-t6rio a Comissao , que deste houvesseconhecimento o recorrente a se the

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assinasse o prazo de tres dial, pars,apes aquela leitura , oferecer defesa,consistente , precisamente , em refuteras acusag6es contidas no mesmo rela-t6rio. Este no consta dos autos.

O que parece darn a que a Inves-tigagAo sumaria cifrou -se em ressus-citer o inquerito administrativo, cujoarquivamento foi, reiteradamente, so-licitado.

O atual Governador da Guanabara,colimando que se reparassem as pos-siveis injustigas cometidas neste epi-s6dio, dirigju consideragbes, a respei-to do mesmo, ao Senhor Ministro daJustiga, de que destaco as seguintesexpress6es : (f. 68, 16).

Em hip6teses id"entices, gate eg. Su-premo Tribunal Federal ja tem deci•dido, no sentido de que o C . Tribu-nal local reaprecie a materia em de-bate.

Assim no RMS 16. 111, Mines Ge.rais, de qua foi Relator o eminenteMinistro Lafayette de Andrade, amcujo ac6rdio se apontam autros prece-dentes (R.T.J. 40/295-296 ); a maisrecentemente os ac6rdios proferidosnos RMS 15 . 335, 15 . 834, 16.111,16.565 a 17 . 051, gate filtimo julgadopale Segunda Turma , em 20.9.67.

Isso, porem, sucede, quando osTribunals de Justice arguem a suaincompet6ncia, decorrente da vedagaocontida no § 4.° do Ato Institucio-nal em aprego.

Mas, em outras especies semelhar,-tes, ji se tem aflorado o exame dopr6prio m6rito do pedido, na aprecia-gio da aplicagao do A.I.-1, por partedos Governadores dos Estados. Talse deu no julgamento do RMS 15.59Q,do Piaui, de que foi Relator o emi-nente Ministro Evandro Lins, emcujo veto vencedor, S. Excia. assimse exprimiu:

"Nos RMS 16 .400, 16.527, 16.565,15.834 a 16.813, tive oportunidadede mostrar qua os Atos dos Governa-dores dos Estados, baseados no art 7.0do A.I.-1, nao estio imunes de apre-ciagio pelo Poder Judiciario, especial-mente quanta as formalidades extrin-secas, inclusive e, principalmente,

747

quanto so exercicio do direito de defe-se. 0 A.I. 2 s6 excluiu da apreciagioda Justiga os atos praticados peloComando Supremo da Revolugio apelo Presidente da Republica, nopiano federal a os Atos das Assem-bl6ias Legislativas a das Camaras deVereadores, quanto A cassagio dosmandates, nos pianos estadual a municipal".

Adicionaria que a Carta Federal de1967, no seu art . 173, as. I a II, ra-tificou o expresso no A.I.-2.

No recurso qua estamos decidindo,o Tribunal de Justiga da Guanabarano se limitou a declarer a sua in-competencia para examiner a impe-tragao e embora se referisse , muito deleve, no descabimento da me aprecia-gao, entrou, em verdade , no seu m6-rito e a indeferiu , nio obstante to-lofeito, num simples "considerando" deextremo laconismo, como acima vi-mos. De sorte que, nao he que reen-viar-]he gate processo, pare a sua rea-preciagao, se nao qua abordar de logo,a materia ventilada no mesmo recurso.

Cinjo-me, contudo , a encarar, incase, o aspecto da inobservincia desformalidades extrinsecas , Ao meu ver,segundo as prernissas que, anterior-mente, fixei, nao houve , em rigor, in-vestigagio sumaria a muito memos de-fesa , em face de um suposto relat6-rio, que teria sido lido A Comissiode Investigagao a do qual nao ha no-t'cia , quer no processo de investiga-gaq quer em qualquer ponto dos au-tos. E indisfargivel o cerceamentode defesa sofrido pain recorrente.

Don provimento ao recurso, pareconceder o mandado de seguranga, nostirmos em qua foi formulado.

EXTRATO DA ATA

RMS 18 .295 - GB - Rel., Mi-nistro Adalicio Nogueira . Recte. LeonRoisman (Adv., Jefferson de Aguiar).Recdo. Estado da Guanabara (Adv.,Mandel Niederauer Tavares Caval-canti).

Decisio : Deu-se provimento, uni-nimemente . Falou pelo Recorrente oDr. Jefferson de Aguiar.

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Presidencia do Sr. Ministro Evan- car Correia Pina, Procurador-Geral dedro Line a Silva. Presentes as Se- Republice, substitute.chores Ministros Adalicio Nogueira,Aliemar Baleeiro, Adaucto Cardoso, Brasilia 26 de margo de 1968. -Themistocles Cavalcanti e o Dr. Os- Guy Milton Lang, Secretarlo.

MANDADO DE SEGURANQA N" 18. 555 - DF

(Tribunal Pleno)

Relator : 0 Sr. Ministro Themistocles Cavalcanti.

Requerente: Anor Butler Maciel . Requerido : Exmo. Sr . Presidents doRepublica.

Ato do Ministro de Estado praticado por delegaga-o. Art. 83,paragrafo unto, do Constituigao, a art . 11 do L. 200, de 1967.Transferencia do competencia, em razao do autoridade qua pra-nces a fungao delegada . Mandado de seguranga . Competenciado Tribunal Federal do Recursos.

AC6RDAo

Vistos, relatados a discutidos asautos acima identificados , acordam asMinistros do Supremo Tribunal Fe-deral, em Sesseo Pleniria, no confor-midade do ate do julgamento a desnotes taquigraficas , por unanimidadede votos , no conhecer do pedido, re-metendose os autos ao Tribunal Fe-deral de Recursos.

Brasilia, 14 de junho do 1968. -Luis Gallotti, Presidents - Themis-tocles Cavalcanti, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Themistocles Ca-valcanti : - 0 Dr. Anor Butler Ma-ciel, por contar mais do 30 anos doservigo publico, requereu aposentado-rie, com fundamento nos arts. 108,§ 1.0, a 139, paragrafo unico, deConstituigeo do Brasil, combinadoscom o art . 17, paragrafo 6nico, doL. 4.069, de 11 . 6.62, tendo sido de-ferido o pedido , consoante Portaria

n.0 273-B, de 8 de setembro desteano, publicada no D.O. de 12 domesmo mss.

Pretende , agora , obter mediantemandado de seguranga impetrado aoSupremo Tribunal Federal , a retifica-gao do ato de aposentadoria , pare quavela se declare qua the assists o di-reito a vantagem prevista no art. 184,

itens I ou II, de L. 1.711, de ..28.10.52, e a diaria incorporada aseu vencimento , pertinente as seuexercicio em Brasilia.

Alega o impetrante, em seu prof,qua a omissao dessas vantagens, noPortaria qua o aposentou , constituiilegalidade e the fare direito liquidoe carte, porque:

a) as condig6es do aposentadoriavoluntaria, mencionadas no art. 176da L. 1.711, de 28.10.52, foram al-teradas pale Constituigao do Brasil,e qua a expressao aposentadoria vo-luntaria 6 equivalents a aposentado-ria com mais de 35 anos,

b) era ocupante de cargo equipara-do put lei ao de Subprocurador-Geraldo Rep6blica, de modo qua deveriater sido aposentado cam as proven.tos correspondentes ao cargo imedia-

tamente superior, qua 6 o de Pro-curador-Geral do Republica, ou como provento de seu cargo aumentedo devinte per canto;

c) havendo a Constituigio do Bra-sil alterado o art . 176, item II, doL. 1.711, de 28 . 10.52 , essa altera-gao, forgosamente , se reflete no or-tigo 184 do mesmo diploma legal, quase deve adapter imediatamente a LeiMaior, independentemente de modi-ficagiio por lei ordinaria;

R.T.J. 46 749

d) the assiste o direito A dieria de

Bras ilia incorporada , prevista na Lei

4.019 , de 20 . 12.61, qua vem sendoconcedida polo eg . Supremo Tribu-nal Federal a seus funcionarios eecolhida pelo Colendo Tribunal de

Contas;e) tendo sido o ato de aposentado-

ria assinado por Ministro de Estado,por delegagio do Excelentissimo Se-nhor Presidents da Republica, deveser este considerado como autoridadecoatora, sendo competente pare co-nhecer do pedido o Excelso Pretorio,tanto mais quanto a denegagio dadiaria de Brasilia incorporada decor-re de haver Sun Excelencia aprovadoparecer do eminence Dr . Consultor.Geral da Republica , tornando, des-tarte, obrigatoria essa orientagio paraa Administragio PAblica.

Solicitadas informag6es foram pres-tadas A f . 13, em qua as contestso direito aos 20% , por nio ter o im-petrante 35 anos de servigo e o Es-tatuto dos Funcionarios P(blicos emsen art . 176, II, so faculta aos quativerem atingido aquele tempo deservico.

Qua as diarias de Brasilia nio agodevidas por forge da E . C. 3, art. 6.0,paragrafo (nico.

Qua o ato a do Ministro da Jus-tiga qua exerceu fungio delegada, masqua e o autor do ato.

VOTO

0 Sr. Ministro Themistocles Ca-valcanti (Relator): - 0 impetrantenio instruiu devidamente o processo,nio juntou sequer o ato de aposenta-doria cujos termos foram impugnados.Examineio pessoalmente . Alem domais, as informac6es nio contestam osfaros, mas apenas o direito.

A primeira questio a set examine-da 6 a da competencia . E ela a se-guinte:

No exercicio da fungio delegada,quem a exerce o faz em nome pro-prio on em nome da autoridade quadelega.

No ato da delegagio o poder dele-gante transfers tambem pare o seudelegado a jurisdigio propria paraconhecer do seu ato on a conserve.

Em outras palavras : o ato a dequem pratica on continua vinculadoa autoridade qua delega.

Embora seja pratica antiga em nos-so sistema administrativo , a delegacioBe tern limitado A pratica de etas dorotina, como o despacho de expedien-ts, mas nao tern abrangido a trans-ferencia de competencia pare a pra-tica de atos administrativos.

Fri talvez a L. 200, de reformsadministrativa , em 1967, qua pnmei-ro tratou do assunto em seus arti-gas 11 a 12 , sendo qua gate ultimodisp5e expressamente:

"E facultado so Presidents da Re-publica , aos Ministros de Estado eem geral As autoridades da Adminis-tragio Federal , delegar competenciapara a pratica de atos administrati-vos, conforms as dispuser em regula-mento.

Paragrafo (nico . 0 ato de delega-gio indicara com precisao a autori-dade delegante, a autoridade delega-da a as atribuigoes objeto da delega-gio" .

E obvio qua a (mica divida quapoderia haver quanto A delegagio 6 apossibilidade de admiti -la quando acompetencia 6 privativa da autorida-de qua delega , ore dai, havendo auto-

rizagio leglslativa , embora generica,a delegagio sera legitima a extrema-mente (til para a Administragio.

Transferida a competencia , nenhumareserva a feita A autoridade delegan-

te, ficando o delegado responsAvelpela solugio administrativa , e a apli-cagio da lei.

Nom teria sentido , transferir a fun-gio a reserver -se a responsabilidadepolo ato.

Em boa doutrina 6 a solugio. Lau-badere (Traits de Contentieux Ad-

ministratil, II, p. 572 ) distingue adelegagiio de assinatura , da delegagiode fungoes.

Na primeira , a autoridade delegan-te apenas autoriza o delegado a assi-nar o seu expedients . Nesse caso, aleconserva a sue autoridade , a continuaa orientar os trabalhos a sou cargo.

750 R .T.J. 46

Apenas distribui com a autoridadedelegada o pesado encargo de assinaro expedients.

Na delegag5o de fung6es 6 diferen-te, porque os fundamentos do ato, asraziies de decidir pertencem a auto-ridede delegada.

E preciso, entretanto, qua ale serevista de algumas exigencias qua serefiram:

LO - ao ato qua autoriza a dele-gaSao;

2P - an prcprio ato de delegaEso;3.0 - a maneira pale qual a exer-

cida a funcao delegada.

A inobservancia de qualquer dasexigencias legais pods acarretar anulidade do ate.

Nao temos ainda jurisprudencia sa-bre a materia a convem firma-la,acompanhando outros poises qua jadesenvolvern o seu processo de des-centralizageo administrative.

E 6bvio que a autorizagao pare adelegagao deve ser regulada por leia a pr6pria Constituig5o a recomen-da a ainda aqui de forma deficienteao determiner em seu art . 83, para-grafo 6nico, depois de discriminar acompetencia do Presidents de Repu-blica:

"A lei poderi autorizar o Presi-dents do Rep6blica a delegar aos Mi-nistros de Estado, em certos casos, asatribuig6es mencionadas nos itens VI,XVI a XX".

Essea itens se referem:

VI - so provimento dos cargosp6blicos federais, no forma destaConstituigao a das leis;

XVI - antorizar brasileiros a acei-tar pensao, emprego on comisseo dogoverno estrangeiro;

XX - conceder indulto a comutarpenes etc.".

Ora, est6 contida no provimentodos cargos p6blicos, a concesseo deaposentadoria e, em obediencia a6sse preceito constitutional a ao or-tigo 12 do L. 230, que o Presidentedo Republica baixou o D. 60.740,de 23.5.67, de delegagao ao Minis-terio do Justi4a, mencionando o casoexpresso de conceder aposentadoria.

Nessa conformidade foi baixada aportaria concedendo ao impetrante asua aposentadoria , de ac6rdo a nos li-mites dos leis ali mencionadas.

Perfeito ficou o ate de delegaSeoque passou a ser de inteira response-bilidade do outer do ato, nao poden.do o Presidente do Republica respon-der pelos erros, on ilegalidades de umato qua n5o praticou.

Defendeu-se, a verdade, no direitoadministrative italiano doutrina diver-se - Cammec , Santi Romano, mas adoutrina moderna adaptou-se a no-vas condig6es impostas polo proces-so do descentralizaFao administrative.

Pretende, entretanto, o impetrante,qua, tendo se fundado a deciseo emdscisao proferida polo Presidents doRepublica em Parecer do Consultor-Geral do Republica, no parts relativeas diaries de Brasilia , a competenciae desta eg . Corte.

Tenho, entretanto, este eg. Tribu-nal por incompetente , sendo compe-tents o ilustre Tribunal Federal deRecursos.

0 ato 6 do Ministro do Justiga, dosua autoria a de sua responsabilidade,como devere sempre ser o de quemexerce a funFao legalmente delegada,pouco importando que se tenha fun-dodo tambem em parecer do Consul-tor-Geral do Rep6blica, aprovado poloPresidents do Rep6blica, porque adecisao nao se refers so impetrante,mas a ato normativo qua obriga, demodo geral , as autoridades federais.

Nao conheso por incompetencia des-to eg . Tribunal, remetendo-se aque-le Tribunal.

EXTRATO DA ATA

MS 18 .555 - DF - Rel., Minis-tro Themistocles Cavalcanti. Regte.,Anor Butler Maciel (Adv. em causepr6pria ). Reqdo., Exmo. Sr. Pre-sidente do Republica.

Deciseo : Nao se conheceu do pedi-do, rernetendo-se os autos an Tribu-nal Federal de Recursos. Deciseounanime . Impedidos, os Srs. Minis-tros Thompson Flores a Eloy de Ro-cha.

R.T.J. 46

Presidencia do Sr. Ministro LuisGallotti. Presentee a sessao os Se-nhores Ministros Thompson Flores,Amaral Santos, Themistocles Caval-canti , Barros Montalto, Adaucto Car-doso, Djaci Falcaq Eloy do Roche,Osvaldo Trigueiro, Adalicio Noguei-ra, Evandro Lins, Hermes Lima, Vic-

751

tor Nunes a Gongalves de Oliveira.Ausentes , justificadamente , os Senho-res Ministros Lafayette de Andrade eAliomar Baleeiro.

Brasilia, 14 de junho de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-retor-Geral.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANQA N' 18.627 - SP

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Recorrentes: Construtora Guaianazes S.A. e outras. Recorrida: Fazendado Estado.

Empreiteiros de Obras a Construg6es.

I - A lei paulista n.0 9.546, do 23.11.66, qua estendeu aempreiteiros de obras o imp6sto de vendas, ad a aplicavel ao valordos materiais efetivamente empregados depors do data de sua pa-blicagao (S6mula 334).

II - Desde qua o fato gerador a definido em leis, eats a6atingira As situ:ises ocorridas depois de sua publicagao.

III - 0 art. 25 do E.G. 18/66, qua revogou o § 34 do arti-go 141 do C.F. de 1946, entrou em vigor no data de sua publi-cagao.

AC6RDAO

Vistos a relatados estes autos deRecurso de Mendado de Segurangan.° 18.627, do Estado do Seo Paulo,em qua sao recorrentes ConstrutoraGuaianazes S.A. a outras a recorri-da Fazenda do Estado , decide o Su-premo Tribunal Federal , par sua Se-gunda Turma , dar provimento, emparte, unenime , de acirdo com as no-tas juntas.

Distrito Federal, 27 de ag6stu de

1968. - Evandro Line a Silva, Pre-sidente - Aliomar Baleeiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.- 1. 0 Recurso visa A reforms dov. ac6rdao de f. 129 , qua confiunoua sentenga de f. 89-92, denegatbriade seguranga impetrada pelos Recor-rentes - firmas empreiteiras de obras-, pare qua ficassem isentas de qual-quer exigencia fiscal on pagamentode impostos paulistas de transagoes e

de vendas. Alegam as Recorrentesqua embora esta Corte tenha declare-do nula a suspensao do Resolugaon.° 32, do Senado, a fiscalizageoestadual continue a exigir dos em-presas de construgeo civil o imp6stos6bre transagoes, jA agcra como im-p6sto de vendas, com base no Lei deSao Paulo n° 9.546, art. 24, eD. 47.302. Lembro qua o SupremoTribunal Federal deu coma irrevogA-vel a Resolugao n.° 32 pale de n.0 93,ambers do Senado. A primeira sus-pendeu a execugao do lei paulista s6-bra imp6sto de transagoes.

2. Nos informag6es de f. 75-8, ale-go a autoridade impetrada qua o im-p6sto de vendas e consignagues sobreo fornecimento de materials por em-presas construtoras a devido de ac6r-

do com a Siunula 334.

3. A dome Procuradoria-Geral doRepublica, a f. 150-1, opine polo neoprovimento do recurso.

E o relat6rio.

752 R . T.J. 46

VOTO

0 St. Ministro Aliomar Baleelro(Relator): - I. 0 Estado de SaoPaulo , ha varios anos , neo cobravades firmas empreiteiras de constru-goes a obras o imposto de vendas econsigpagoes porque o substituiu perurn imposto de transagoes , qua recafasobre o total do cada operagao , isto e,tanto s6bre o valor dos materiaisquanto o do moo-de -obra a servigos.Esse imposto de transagoes , decreta-do pelo art. 1.°, b, do Livro II dqC6digo do Impostos a Texas de SaoPaulo, foi declarado inconstitucionalpelo Supremo, motivo pelo qual oSenado suspendeu a execugao daque.le dispositivo por mein do Resolugaon.0 32. Mais tarde, a mesma CasaLegislative houve por bern do cassarease Resolugao pela de n° 93.

Mas o Supremo Tribunal Federal,decidindo urn mandado do segurangae uma Representagao dos empreitei-ros, entendeu qua a Resolugao n"do Senado neo tinha eficaciaanular a suspensao ordenada pelan ° 32. Este era irreversivel.

2. Diante disso. o Estado dePaulo promulgou a L. 9.546, de23.11.66, cujo art. 24 diz:

"N

Constituigao de 1946 , qua exige aprevia autorizagao orgamentaria, con-forms Sumula 67.

4. A douta sentenga de f. 89, doJuiz Ivanhoe Bittencourt Netto , adota-da pelo v . Acordao de f. 129, con-siderou velida a cobranga , porque oimposto de vendas ja existia generica-mente em Sao Paulo com autorizagaoorgamentaria previa pare code exer-cicio, inclusive o de 1966 . E recafasobre o valor dos materiais empre-gados pelos empreiteiros, de acordocom a Simula 334. Alem disso, -continua o Dr. ,Juiz - a E.C. 18,de 1965 , limitara a previa autorizagaoorgamentaria aos impostos sobre opatrim6nio e a rends , alterado assimo art. 141, § 34, do C .F. de 1946.

A decisao resultara do verificagaodo acerto dessas teses do honrado eilustre Juiz de Sao Paulo.

5. A incidencia do imposto de ven-das sobre as empreiteiros comegou

93 somente no data em qua entrou emdo vigor o art . 24 do L. est. 9 .546, dode 23.11. 66. Estavam dale excluldo

pelo Codigo de Impostos a Texas, qua]hes exigia so o de transagoes.

Sao Nan dependia de previa autorizagao... orgamentaria , porque o art. 25 de

os casos de fornecimento de ma-terial nor empreiteiros Cu construto-rea sera devido o imposto sabre ven-das a consignagoes sobre o total dooperagao".

E pars cobrar ease imp6sto de van-dos correspondente so exercicio de1956 tomou medidas drasticas contraos empreiteiros , impedindo qua osMunicipios ]hes pagassern prestagoesvencidas de empreitadas on dessem"habits-se" a edificios prontos, etc.sem a quitagao estadual.

3. Contra eases medidas e contraa exigencia do imposto de vendas no-4uele ano, pediram os Recorrentes aseguranga , alegando qua se tratava dodisfarce do imposto inconstitucionalde transagoes . E, se fosse realmenteo imposto de vendas , nao pcderia ser

E.C. 18, de 1965, revogou o § 34do art . 141 do Constituigao. Essoart. 25 entrou em vigor na data dopublicagao daquela Emenda de ....1.12.65.

Nesse ponto, pois, a corrals a r. sen-tenga . Mas o imposto de vendas doL. est . 9.546 so as podera exigirsobre as fatos geradores posterioresa sua publicagao, isto a, sabre o va-lor dos materiais aplicados depoisdessa data ( Strnula 334).

Por uma ficgeo jur:dica ja consa-grade no Direito Brasileiro, de 35anos , desde o tempo do imposto fe-deral de vendas mercantis , entende-soqua he venda de materials polo em-preiteiro, quando este as fornece esplice no obra.

Ore, o imposto de vendas tinhacomo fato gerador o negocio do vendaon consignagao . Na empreitada, por

cobrado depois de iniciado o exerci- efeito daquela ficgeo, a vendacio de 1966 , ja quo decretado so em suposta comp tendo ocorrido nonovembro desse ano . Haveria viola- mento do aplicageo dos materialsgao do regra do art . 141, § 34, do obra.

eramo-

no

R.T.J. 46 753

A obriga$ao tributeria nasce como fato gerador definido em lei, comoestatui o C6digo Tributi rio Nationale sempre se entendeu . Logo, naopride Sao Paulo tributar as fatos an-teriores a L. 9.546/66 qua as decla-rou tributeveis.

Nao pode Sao Paulo exigir imp6s-to de vendas alem do valor real Cu le-galmente presumido dos materials. E,nos autos, (f. 115 a seg .), provaramos Recorrentes que o Estado Ines exi-ge o imp8sto aludido s6bre o valorglobal do empreitada , so invas do li-mit6-lo a parcels dos materials, comoquer a Sumula 334.

6. Em consequancia , dou provi-mento so recurso, pare que a tribute.Sao dos Recorrentes por Sao Paulo selimits no imp6sto de vendas sabreo valor real on legaimente presumidodos materials efetivamente emprega-dos em cads obra, a partir, do diado publicacao do L. 9 .546-66, at631.12.66, ficando sem efeito as me-didas indiretas de coagAo, como sus-pensao de habite-se a de pagamentodes obras, etc., ja qua o nosso Di-

reito nao acolheu o solve et repete,como tem lido decidido recente aiterativamente , pelo Piano , o Supre-mo Tribunal Federal (RE 60.664 e63.047, Rel. em. Ministro Goncal.ves, Pleno , 14.2.68 , RE 64.054/68,2.a Tunna; RE 63.026 , Plano, do4.4.68, etc.).

EXTRATO DA ATA

RMS 18 .627 - SP - Rel., Mi.nistro Aliomar Baleeiro . Rectes.,Construtora Guaianezes a outras (Ad-vogado , Benedito Pereira P6rto). Re-corrida, Fazenda do Estado (Adv.,Salornio Ferreira de Menezes Junicr).

Decisao : Deu-se provimento, emparts, unanirnemente.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva. Presentes a ses-sao os Srs . Ministros Adalicio No-gueira, Aliomar Baleeiro, AdauctoCardoso, Themistocles Cavalcanti e oDr. Oscar Correia Pine, Procurador-Geral do Republica, substituto.

Brasilia, 27 de agiisto de 1968. -

Guy Milton Lang, Secretario.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANQA N9 18. 688 - aP

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Disci Falcio.

Recorrente : Ettore Virginio Carazza . Recorrido: Juiz de Direito do10.a Vara Civel da Capital.

Da decisao interlocutdria que, retormando despacho anterior,inadmite o recurso de apelagio, cabs agravo do instrumento (arti-go 842, IX, do C. Civil).

Inid6neo 6, em resultado , o vao do rnandado de seguranga(inc. II, do art. 5.°, do L. 1.533).

AC6RDAO

Vistas, relatados a discuti4oa astes

autos, acordam os Ministros do Pri-meira Turman do Supreme, TribunalFederal , no conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigraVcas,por unanimidede de votos , agar pro-vimento ao recurso.

Brasilia , 2 de setembro de 1968. -Victor Nunes Leal, Presidente. -Djaci Falcao, Relator.

RELAT6RIO

1) S:. Ministro Djaci Ft:cio: --Fela 5.0 Camara Civil do Tribanal deJustiga de Sao Paulo foi proferida adecisao seguinte:

°Acordam, em Quinta Camara Civildo Tribunal de Justiga , por votagaounanime , can conhecer do pedido, pa-gas as custas coffin do direito.

1. Julgada procedente aceo comina-t6ria que a City of Sao Paulo Impro-

754 R.T.J. 46

vementa and Freehold Land CompanyLimited propos contra Ettore VirginiaCarazzo , o reu apelou, sendo o recursorecebido em ambos or efeitos.

Suscitou a autora, nor contra -razbes,a preliminar de ser incabivel o apelo,porque o valor atribuido a causa erade duzentos cruzeiros novos, inferiora dues vows o salario-mtinimo vigenteno Capital, so tempo da sentenga.

O magistrado acolheu tal prelimi•net e denegou o seguimento a apelagao,sem tomes- conhecimento do recursoComo embargos infringentes , poste quatens side ale apresentado fora do pra-zo d"eases embargos.

Entende o impetrante qua, recebidaa apelagao , tinna ale direito liquido ecerto de v6 -la processor , nao sendomail possivel so magistrado reconside-rar o despacho qut a recebera . Dai, rimpetragao do seguranga,

2. 0 megistrado justificou a legiti-midede do ate, invocando a licao deOliveira e Cruz, de qua a licito "profe-rir despachos ordenat6rioc , Como Pozexemplo revogar o despacho do rece-bimento ou denegagiao do reurso, naohavendo, no case, inovasao, pois noe modificada a relageo juridica deba-tide no cause".

3. A Procuradoria -Geral do Justigoopinou pela concessao do seguranga.

4. 0 pedido nao pode lograr conhe-cimento.

A L. 1.533 dispos, expressamente,em sou art . $ °, II, quo se nao daremandado do seguranga se se, trater dedespacho ou deciseo judicial, "quandohaja recurso previsto nes leis pmces-suais ou possa ser modificado por viade correigao".

Ore, no caso , a expresso o C. Pr. Civ.,em seu art. 842, IX, sobre caber agra-vo do instrumento das decisoes "quedenegarem a apelagao". Logo , quando

o magistrado , depois de receber o re-curso, houve Por hem denege -lo, taldecisao era agravevel . E 0 tome epacifico sob o aspecto jurisprudential:"Cabe agravo de instrumento , fundado

no art . 842, IX , do C. Pr. Cie., dodespacho quo reforms a anterior de

recebimento do apelageo" (Ag 54.520,Relator Des . Barros Monteiro, inR.T. 193/906). Nem o impetrante,alias , afasta esse entendimento. Logo,se havia _ recurso previsto em lei pro-cessual , contra o despacho quo dene-gou a apelogao, o mandado a inca-bivel.

5. A isto op6e o impetrante quao agravo de instrumento nao tem efei-to suspensivo . Mas a lei nao exclui owrit se couber , contra a decisao judi-cial, recurso com efeito suspensivo. SeCabe recurso , nao Cabe o mendado,ainda qua aquele nao tenha efeito sus-pensivo . Alias, efeito suspensivo naoo tenor a correigao partial, expressa-mente indicada Como impeditive, secabivel , de impetragao de seguranga.E no caso, outrossim , sequer se pediue se concedeu medida liminar, suspen-siva de eventual execugao.

6. Tambem alega , o impetrante, quareu edvogado se ausentou do comexcae qua, so retomar depois do passadosmais de cinco dies do intimagao dodespacho, nao podia socorrerse doagravo do instrumento.

Mas nom per isso passa a ser ca-bivel o mandado de seguranga. So oprocurador entendia qua, recebida aapelagao, houve surprAse corn a refor-mat do despacho qua a recebeu, vis-to como viajara certo de quo o re-curso seria processado ; o que deveriaera ter reclamado qua o prazo pare oagravo de instrumento se contasse dodata em quo, regressando de viagem,soube do denegagao do apelo . Tinha oprocurador, portanto, de interpor o re-curso especifico , adequado , fundendo-se em qua as circunstencias do casocomo agora pretends , o tornavam tem-pestivo.

Se o nao fez , nom por isso o recur-se adequado , previsto em lei proces-sual, pode ser substituido polo man-dodo de seguranga.

NAo a possivel, assim, sem claraofensa so disposto no art . 5.01 11, doL. 1.533 , em caso de evidente cabs-mento de agravo de instrumento, ad-mitir seja Ale substituido polo presentswrit pars obter a reforms do despachoque, acertada ou desacertadamente, de-negou a apelagao.

R.T.J. 46 755

For ewes motives , neo se conheredo presente mandado.

Sao Paulo, 27 do outubro de 1967.

.- Martins Ferreira , Presidente. -

Rodrigues de Alckmin, Relator" (f6-

]has 96-98).

Em tempo habil, Ettore Virginio

Carazza interp6s recurso ordinerio, sus-

tantando a propriedade do mandado de

seguranga , para casser o despacho que

veio a indeferir o recurso de apelageo

depois de mandado processar ( folhas

101-107). A procuradoria do Justicedo Estado opinou pelo acolhimento do

recurso (f. 110-111).

A procuradoria do Republica emi-tiu parecer pelo improvimento (fa,]he 119).

VOTO

0 Sr. Ministro Djaci Falceo (Re-lator ): - Atravds de mandado de, se-guranga , o recorrente insurge-se con-tra despacho que, em reconsideragao,negou seguimento a apelageo, funda-do em que o valor do cause era infe-tior a duas vezes o salario-minimo vi-

gento no Capital de Sao Paulo; dei-zando de conhecer do recurso comoembargos infringentes , per ser intem-pestivo.

Parece-me acertada a deciseo orsrecorrida , que deixou de conhecer dowrit, a considerageo de qua do despa-rho qua reformou o anterior , de rece-

pimento do apelageo, cabs o agravo d.instrumento , nos termos do art. 842,inc. IX, do C. Pr. Civil.

E como tal neo propicia o use doroandado de seguranga.0 despacho amcado pelo mandado

de seguranga importou, evidentemente,

em denegageo do apelageo.

A materia dale decorrente, inclusive

se so juiz era dodo reformer o des-pacho qua ordenou o proceseemento do

apelageo , ha de ser apreciada no re-

curso processual adequado, isto e, agra-

vo de instrumento.

For isso. a em face de regra doart. 5.°, inc. II, de L. 1. 533, a inido-neo o remddio processual invocado.Nego provimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

RMS 18 . 688 - SP - Rel., Minis-tro Djaci Falceo. Recte., Ettore Vir-ginio Carazza (Adv., Paulo de SouzaCarrecedo). R'ecdo., Juiz de Direitodo 10.a Vera Civil do Capital.

Deciseo: Negado provimento, uneni-memente.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes, no ausancia do Sr. MinistroLafayette de Andrade, Presidents. pre-sentes a sesseq os Srs. Ministros Os-waldo Trigueiro, Djaci Falceo, Ra-phael de Barros Monteiro e o Dr. Os-car Correia Pine , Procurador-Geral doRep6blico, substituto.

Brasilia , 2 de setembro de 1968.Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANVA N° 18.830 - OF

(Prlmeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Raphael de Barros Monteiro.

Recorrente : Industrias Reunidas Paulo Simoni S.A. Recorrido : Departa-mento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal.

Concorrdncia p6blica . Edital qua conteria cleusula discrimi-nat6ria, a boneficiar reduzido nurnero de firmas . DGvidas acdreade materia de fa to, a envolver, ainda, discussdo em torn de ques-toes tdcnicas . Mandado de seguranga indeferido . Recurso ordintiriodesprovido.

ACORDAO julgamentos a notes taquigrdficas, negarVistas , relatados a discutidos estes provimento ao recurso , unanintimente.

autos, acordam os Ministros da Pri- Brasilia, 16 de setembro de 1968. --meire Turma do Supremo Tribunal Fe. Victor Nunes Leal, Presidents. - Ra-deral , em conformidade com a eta de phael do Barros Monteiro, Relator.

756 R.T.J. 46

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Banos Monteiro: -

Sr. Presidents:

O Departamento de Estradas do Ro-dagem do Distrito Federal, por editaldo 25 . 11.66 , colocou em concorrenciapublica a "execugao dos servigos dorecomposigio de implantegio basica(corpo estradal ) do pavimentagaoaafaltica a sinalizagio, entry os qui-16metros 14 , no Distrito Federal, a o80, no Estado de Goias, do BR-060,Rodovia Brasilia -Anipolis.

Exigia aquele edital , dos participen-tea, a comprovagao de "possuir vibro•acabedora provide de controle eletro-nico de abaixamento a levantamentodo place vibrat6ria".

Considerando tal exigencia restritivae discriminat6ria, nonce solicitada an-teriormente polo DER -DF, por se tra-tar de equipamento do procedencia as.trangeira , nao encontrado , de imediatono territorio national , e, somente pos-suido por pequeno numero de firmas,qua seriam , por essa forma , diretamentebeneficiadas com a inclusio daquelerequisito inusitado , impetrou a ore re-corrente , Industrias Reunidas PauloSimoni S.A., so Juizo de Direito doFazenda Publica do DF, o pressntemandado de seguranga , visando a anu-lagio do edital de concorrencia de quaso trata.

Processado o pedido, a sentenga dof. 24-26 indeferiu o writ, pelos seguin-tes fundamentos:

"Impugns a impetrante clausula ouoondigio de inscrigao em concorren-

cia publica , sob o fundamento de qua

a exigencia a restritiva on discrimi-natoria.

A increpagio, todavie, nio foi pro-vade a as informagues exibem a certi-

dao (f . 17) de qua seis (6) licitan-

tes preencheram as condigoes do edi-

tal de concorrencia, o qua poe em des--cr6dito a insinuagio de initial de quo"spends duas firmas possuem tal page".O mandado de saguranga 6 exigentede prove preconstituida e a initial,quase singela , langou-se a aventura on

,so capricho , a base de meras alegagoes,

quo as informagoes a os documentosdo f. 17-18 barn rechagarn.

Nit, ficou patenteado o victo doato edministrativo impugnado , quo foiexpedido no conformidade dos pod"areadiscricionarios assinados no CSdrgo deContabilidade Publica (art. 745, Te-tra d), a lei elguma autoriza o parti-cular a ditar so Estado as conveni6n-cias on exigencies pare a execugao doobra publica.

Por essas razoes, nego a segurangaa condeno a impetranto nas custos."

E foi ease, decisio mantida polo eg.Tribunal de Justiga do Dist.,to Fe-deral, em ac6rd io assim ementado:

"Nao as conforma com a finelidededo mandado de seguranga , pretenderreconhecimento de direito fundedo emalegagoes eminentemente tecnicas, sus-cetiveis do divergencias.

A exigencia, no edital do concorren-cia publics , de instrumentos necessi-rios so aperfeigoamento do servigo aser prestado , nao constitui clausula oncondigao discriminatoria, mixime, comono caso, tondo em vista o valor e adestinegao do obra a ser executada."

Ainda insatisfeita, interpos a venci-da o recurso ordinario de f. 92. quateve processamento regular, opinando,a final , a douta Procuradoria-Gera] doRepublica polo sou nao provimento.

Don como feito o relatorio.

VOTO

0 Sr. Mini afro Banos Monteiro(Relator): - Sr. Presidents:

Conforms se viu de exposigio feita,sobre existirem s6rias duvidas emt6mo dos fatos em qua se funds a

impetragio , a verdade a qua envolvemthis fatos discussio on torso de ques-toes tecnicas, insusaetiveis de apre-

ciagio no ambito restrito do rem6diojudicial escolhido pela recorrente.

Tonto baste pare qua se imponhaa conclusao acerca do inexistencia de

direito liquido a certo do impetrante,

a ser protegido polo mandado de segurange.

Nego provimento so recurso.

R.T.J. 46 757

EXTRATO DA ATA

RMS 18.830 - DF - Rel., Mi-

nlstra Barros Monteiro . Recte, Indus-

tries Reunidas Paulo Simoni S.A.(Adv., Jose Teixeira Ribeiro). Recdo.,Departamento de Estradas de Rode-gem do Distrito Federal.

Decisao : Negado provimento , unani-memento.

Presidencia do Sr. Ministro VictorNunes, no ausancia do Sr . MinistroLafayette de Andrade , Presidents. Pre-sentes a sessao as Srs . Ministros Os-waldo Trigueiro , Djaci Falceo , Raphaelde Burros Monteiro e o Dr. OscarCorreia Pine , Procurador-Geral doRepublica, substituto.

Brasilia, 16 de setembro de 1968.- Alberto Veronese Aguiar, Secret6rio.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANGA N" 18.936 - GB(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Evandro Line a Silva.

Recorrente: Cis. Siderurgica Nacional. Recorride: Uniio Federal.

Imp6sto unico. A L. 2.975, do 27.11. 56, nio revogou aisengiio concedida a Cia. Siderurgica Nacional polo Dl. 4.363,do 6.6.42. Recurso de mandado de seguranga provido.

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos as au-tos acima identificados, acordam os Mi-nistros, em Segundo Turma, no con-formidade do ate do julgamentos a desnotes taquigrbficas, por unanimidade

de votos, der provimento an recurso.

Brasilia, 27 de ag6sto de 1968. -Evandro Line a Silva, Presidents e

Relator.RELATORIO

O Sr. Ministro Evandro Lins: -

Decidiu a 3.2 Turma do Tribunal Fe-dei al de Recursos, no conformidade

desks ementa:

"Inportageo de 6leo combustive) -Cie. Siderurgica Nacional - Exigan-

cia do imp6sto Gnico previsto no Lei2.975, de 27. 11.56 - A isengao doimpetrante a lirnitade so imp6sto deimportagao a taxes aduaneiras , exclui-do o imp6sto unico, ex vi do disposto

no art. 19, in fine, do citada L. 2.975 -Jurisprudencia no Tribunal Federal doRecursos s6bre materia - Denegegaoconfirmada."

Dessa decisao recorreu a Cia. Side-

rurgica Nacional , invocando preceden-

tes do Supremo Tribunal Federal, no

sentido do qua a L. 2.975, de 27. 11.56,

coo revogou a isengeo qua the foi con-

cedida polo D1. 4.363, do 6.6.42.

E a relat6rio.

VOTO

0 Sr. Mimstro Evandro Lins (Re-lator ): - A Jurisprudencia do Supre-mo Tribunal b'ederal ampere a pretensao do recorrente.

Na sessao do 20 . 9.67, o Pleneriojulgou, em grau de embargos, o RMS15.979 , entendendo qua o art. 19 deL. 2.975, de 27. 11.56 , excluiu asiseng6es gerais de tributos em relagaoan imp6sto unico.

No eutanto, a isengeo concedida aCia. Siderurgica Nacional polo art. 1°.do Dl. 4.363, de 6 .6.42, neo a wasisengao geral , mss tuna isengao espe•cial, abrangedora de todos as tributos.

Por ocasiao do julgamento dossesembargos tive oportunidade de sitaroutros precedentes do Supremo Tri-bunal Federal , no mesmo sentido: Ag

31.284; de 8.5 .64; RE 55. 208, de

17.10.66 (R.T.J. 39/28); RE 57.323,

(D.J. 7.6. 67); a Ag 39 . 856 (D.J.

6.3.67).Do ac6rdo com asses precedentes,

dou provimento so recurso.

758 R .T.J. 46

EXTRATO DA ATA Presidencia do Sr . Ministro Evan-dro Line a Silva . Presentes A sessso

RMS 18 .936 - GB - Rel.. Mi- as Srs . Ministros Adalicio Nogueira,nistro Evandro Lins. Recta., Cie. Si- Aliomar Baleeiro, Adaucto Cardoso,derurgica National (Adv., Ivon Faig Themistocles Cavalcanti e o Dr. OscarTorres). Recda., Unieo Federal. Correia Pine, Procuredor-Geral do

Deciseo: Deu-se provimento, unani-

memento.

Republica, substituto.

Brasilia, 27 de ag6sto de 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio.

AGRAVO DE INSTRUMENTO N9 39.301 - CE(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Themistocles Covalcanti.

Agravante : Joaquim Monteiro Lima. Agravados : Pelagio Rodrigues de Oli-veira a outros.

Valor do cause. Memento em qua se estabelece pare efeitodo lei aplicdvel. Fizagrio legal. Neo provimento.

ACORDAO

Vistas, relatados a discutidos os au-tos acima identificados, acordam osMinistros do Supremo Tribunal Fe-deral , em Segundo Tome, na confor-midade de ate do julgamento a dasnotes taquigrhficas , por unanimidadedo votos , negar provimento so agrevo.

Brasilia, 3 de abril de 1968. -Evandro Lins e Silva, Presidents. -Themistocles Cavalcanti, Relator.

RELAT(5RIO

0 Sr. Ministro Themistocles Caval-canti: - A questeo foi suscitada norecurso extraordin$rio porque o ac6r-dao recorrido neo admitiu a apelagaop3rque no vig6ncia do propositura doacao a lei neo admitia apelagao nascauses inferiores a Cr$ 2 . 000,00 an-tigos.

Palo principio do art . 151 do C. Pr.Civ. neo influirao no compet6ncia dojuizo as transformagoes poateriores A-propositura do agao a relatives ao do-micilio, A cidadania des partes, soobjeto do cause a o seu valor.

Acontece qua por ocaasiao do senten-ga o valor do locagao do im6vel eraa de um aluguel anual de Cr $ 192.020,devendo caber apelagao do sentengaqua ju alcangara valor superior A alga-da do juiz.

Entendeu o ac6rdao recorrido qua

o valor do cause passou a set do .

Cr$ 54. 000, rends anual do imbvel enfio do todos os im6veis.

Perece qua a L. 4.290 quo alterouo art . 839 do C. Pr. Civ. fixou aalgada pare dues vezes o saliirio-mini-mo do capital o qua vale dizer, duesvezes Cr$ 39.200, into e. ..........Cr$ 78. 400,00.

NAo 6 possivel tamb6m atender atodos as reajustamentos ocorridos nocurso do demanda.

Per estas raz5es foi negado o recur-so extraordinerio.

VOTO

0 Sr. Ministro Themistocles Caval-canti ( Relator): - Confesso qua aprincipio me inclinei polo provimentodo recurso polo fundamento do vig6n-cia do lei, mas pelos argumentos con-tidos no despacho agravado , qua en-care a mat6ria corn liberalidade, nego-Ihe provimento.

Efetivamente, a preciso fixar um mo-mento pare estabelecer a compet6nciado juizo e o cabimento on neo de ape-lagao.

A lei fixou 6sse momenta, no quafoi atendido polo ec6rdao recorrido.

Nego provimento.

R.T.J. 46 759

EXTRATO DA ATA

Ag 39.301 - CE - Rel., Minis-tro Themistocles Cavalcanti . Agte.,Joaquim Montalto Lima (Adv., Ge-raldo Lemos ). Agdos., Pelagio Rodri-gues de Oliveira a outros (Adv., Lou.to Maciel Severiano).

Presidencia do Sr . Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentes os Senho-res Ministros Adalicio Nogueira, Alio-mar Baleeiro , Themistocles Cavalcantie o Dr . Oscar Correia Pina, Procura-dorGeral do Rep6blica, substituto. Au-sente, ocasionalmente, o Sr. MinistroAdaucto Cardoso.

Decisao: Negou-se, provimento, una-nimemente . Ausente, ocasionalmente, oSr. Ministro Adaucto Cardoso.

Brasilia , 3 de abril de 1968. -Guy Milton Lang, Secretario.

AGRAVO DE INSTRUMENTO N9 41.652 - GB(Terceira Turin)

Relator : 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Agravante: S.A. Jornal do Brasil . Agravados : Alfredo Sitti a outro.

A admiasibilidade dos recuraoa rage-se pela lei vigente a datado sentenga . Agravo desprovido.

ACORDAO acima dos dois sal4rios-minimos de

Vistos, relatedos a discutidos estesautos, ecordam cs Ministros de Ter-aeire Turma do Supremo Tribunal Fe-deral , pot meioria de votos, negar pro-vimento so agravo, no conformidadedo ata do julgamento a des notes to.quigr6ficas anexas.

Brasilia, 24 de maio do 1968. -•Hermes Lima, Presidents . - Amaral

Santos, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Em agravo do instrumento do despa-cho qua neo recebeu apelageo, assimdecidiu a Primeira Camara Civil doTribunal de Algada (f. 14 v.):

"A admissibilidade dos recursos re-ge-se pale lei vigente a data do senten-ga. 0 cabimento on neo dos ember-goo previstos no art. 839 do C. Pr.Civ., corn a nova redagao qua The deua L. 4.290, de 5.12.63, ha de serapreciado levando-se em conta o valordo salario-minimo em vigor no die do

sentenga, a neo o prevalecente no datade initial".

Houve voto vencido, qua entendeu

qua trstando-se de locagao regida pale

L. 4.494, os reejustamentos de alu-gueis por esta previstos elevaram arenda anual do im6vol pare muito

apoca de sentenga.

Em recurso extraordin6rio, o agra-vante viu ofendido pale deciseo im-pugnada o art. 151 do C. Pr. Civ., a141, § 3.°, do C.F. do 1946, indicandoainda diverg8ncia com julgado do Pre,t6rio Excelso no Ag 29.158.

0 despacho indeferit6rio (f. 6 v.),considerou qua o ec6rd5o recorrido in-

terpretou a lei, no a violou.

No presents agravo, o recorrente

limits-se a reexpor as raz6es do apeloextremo (f. 2-4).

It o relatbrio.

VOTO

0 Sr. Ministro Amaral Santos(Relator ): - Nego provimento soegravo . Incensuravel o ac6rdeo im-pugnado quo so limitou a splicer oart. 839 do C. Pr. Civ., decidindoqua, do sentence do primeira instan-cia proferida em cause de valor infe-rior a dois salarios-minimos, o recursocabivel 6 o de embargos infringentos.

Assim decidindo, o ec6rdao impug-nado neo violou o art . 151 do C6digo,

qua as refere a met6ria de competen-cia. E a questao em exame, como foijulgada , neo envolve problems de com-petencia, mas de cabimento de recur-so, do todo diverse. Nao merece re-pow, portento, o ac6rdeo qua, aplican.

760 R .T.J. 46

do a lei vigente so tempo do sentenga,

denegou seguimento a apelagio-.

Nio se configurou, tampouco, o dis-sidio jurisprudencial , pois a decisioapontada come divergente limitou-se asplicer o art . 151 do C. Pr. Civ.,qua, a nosso ver, nio tern pertinenciaa especae dos autos.

Quanto a elevagio do renda anuaido im6vel no curso do processo , enters.demos que , ap6s a propositura do de-mands, nao pole rnais influir no valordo cause , que, nao tendo side impugns.do, permanece sendo o do initial, paretodos os efeitos.

Por asses razbes , nego provimentoso agravo.

EXTRATO DA ATA

Ag 41 .652 - GB - Rel., Minis-tro Amaral Santos . Agte., S.A. Jor-

nal do Brasil (Adv., Celso Bruno)

Agdos., Alfredo Sitti a outro (Adv.,

Joaceny de Assumpgio).

Decisio : Negado provimento , vend.do o Sr . Ministro Eloy do Roche. Au-sente, ocasionalmente , o Sr. MinistroGongalves do Oliveira, presidiu so jul-gamento o Sr . Ministro Hermes Lima.

Preside"ncia do Sr . Ministro HermesLime, not ausencia ocasional do Se-ntioi Ministro Gongalves do Oliveira.Pressures it sessio os Srs. MinistrosEloy do Rocha, Amaral Santos, Thomp-son Flores e o Dr . Oscar Correia Pina,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto.

Brasilia , 24 de main do 1968. - GuyMilton Lang, Secretario de Turma.

AGRAVO DE INSTRUMENTO N" 41.791 - MG(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Eloy do Rocha.

Agravante : Fazenda Publica Estadual . Agravado : Raimundo do AlmeidaAmaral.

Honorarioa de advogado. - Aplicagio do principio do sucum-bencia do art . 64 do C. Pr. Civ., cekn a redaga'o do L. 4.632,.de 18. 5.65, a executive fiscal.

ACORDAo

Vistas, etc.;

Acordam os Ministros do SupremoTribunal Federal, em Terceira Tur-ma, por votagio uninime , negar pro-vimento so agravo, no. conformidadedes notes taquigrificas.

Brasilia , 31 de main do 1968. -Gongalves de Oliveira, Presidente. -Eloy do Roche, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Eloy do Roche: -O Sr. Desembargador Presidente doeg. Tribunal do Justiga do Estado doMinas Gerais negou seguimento so re-curso extraordinerio interposto paleFazenda P(iblica Estadual, pelo des-pacho de f. 21 v.- 22:

"Conforme je tive oportunidade dodespachar em hip6tese identica: a)no AC 27. 091, partes , Fazende Publi-ca Estadual - General Eletric S.A.,despacho publicado no D.J. de 9.5.67e b) no AC 27. 403, partes FazendaPublica Estadual - Incorporagues SAMote Ltda ., despacho de 5.6 .67, pu-blicados no D.J. de 7. 6.67 (f. 2)inadmito o recurso extraordinario, coreos rnesmos fundamentos - inconformi-dads core a condenagio do Estado anpagamento de honorerios de advoga-dos imposta pelo principio de sucum-bencia, ante a modificagio do redagaodo art . 64 do C. Pr. Civil.

O art. 76 do Dl. 960, fez admitira aplicagio subsid :aria do lei adjetiva.

Os pr6prios recursos de embargosdeclarat6rios a infringentes , inadmissi-veis pale iegislegio especial - Dl. 960,

R.T.J. 46 761

foram usados pela recorrente a recusa-

dos pelos ac6rd"aos de f . a f. a esse

fundamento a tambem porque recurso

e materia de direito estrito.O C6digo de Processo Civil a ina-

plicivel naquilo em qua haja nameespecial escrita a estrita , a no qua naoas choque , nao contravenha as princi.pios gerais do processo , as suas dispo-aig6es sao admissiveis.

Como observe a bem a impugnagio,edmitir a condenagio em honorarioss6 a parte executada , a uma unilatera-

lidade , qua nio condiz corn as prin-cipios constitucionais de igueldade detratamento.

Pales considerag6es expostas e ante-cedentes , inadmito o apelo extreme".

Inconformada, a recorrente agravoude instrumento . 0 agrevado, Raimun-

do de Almeida Amaral , apresentou con-traminuta a f . 24. A douta Procure-

doria-Geral do R'epfblica opinou poloprovimento do agravo.

it o relat6rio.0 Sr. Ministro E/oy do Roche (Re-

lator): -- A sentence de primeira ins-

tencia , qua a ac6rdao confirmou, a defevereiro de 1966, vigente a L. 4.632,

de 18 . 5.65. A decisio recorrida, soaplicar so caso, qua a de executivofiscal promovido em 1964, o principiode sucumbencia do art . 64 do C. Pr.

Civ., com a redagao do L. 4 . 632, e,assim, condoner a Fazende Publica sopagamento de honorarios advocaticios,deu a lei interpretagio qua as hermo-niza com julgados do Supremo Tribu-nal - RE 62 . 253, de 22.5.67, doPrimeira Toccoa - R.T.J. ........42/405 -406; Ag 40 . 339, de 30.5.67,do Segundo Turma - R.T.J. .42/176-177; RE 61 . 967, do 29 .11.67,do Segundo Turma - R.T.J. ...,44/214-215.

Nego provimento so egravo.

EXTRATO DA ATA

Ag 41. 791 - MG - Rel., Minis-tro Eloy da Roche . Agte., FazendaP6blica Estadual (Adv., Nally de Mo-rais Silva ). Agdo., Raimundo de Al-meida Amaral ( Adv., Evendro Elias deMates) .

Decisio: Negou -se provimento. Una-nime.

Presidencia do Sr . Ministro Gongal-ves de Oliveira . Presentee a sessio asSrs. Ministros Hermes Lima , Eloy doRoche, Amaral Santos , Thompson Flo-res a o Dr. Oscar Correia Pine, Pro-curador-Geral do Republica , substituto.

Brasilia, 31 de maio de 1968. -Jose Amaral Secretirio.

AGRAVO DE INSTRUMENTO N9 43.661 - Rd

(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Djaci Falcio.

Agravante : Uniio Federal . Agravados : Comissio de Marinha Mercante e

Companhia Comercio a Navegagio.

Imp6sto do conscvno . A interpretacao do qua o impdsto de

consumo, per ser tribute indireto, incidente sobre o consumidor,

nao 6 exigivel s6bre a encomenda do novice feita par uma enter-

quia federal a empr6sa privada, na-o propicia o recur so extraordi-

nario corn arrimo no alines a, do permisso constitutional.

ACORDAO

Vistos, relatedos a discutidos gates

autos , acordam as Ministros do Su-

premo Tribunal Federal, em Primei-

ra Turrna , no conformidade do ata do

julgamento a des notes taquigreficas,

per unanimidede do votos, negar pro.

vimento so agravo.

Brasilia , 26 do ag6sto de 1968. •-Victor Nunes Leaf, Presidents. -Dlaoi Falcao, Relator.

762 R .T.J. 46

RELATORIO

O Sr. Ministro Djaci Falcio: -Adoto comp relat6rio o despacho quaindefiriu o processemento do apeloextremo , in verbis:

"Trata-se de recursos interpostos dosentenga denegatbria de mandado deseguranga impetradp pela Comisseo deMarinha Mercante , pare o fire de soeximir do pagamento do imposto deconsumo s6bre navios encomendadoapela impetrante aos estaleiros de litis-consorts, Companhia Comercio a Nave.gagao.

Este Tribunal deu provimento aosegravos pare conceder a seguranga, nostermos do acdrdio lavredo corn a se-guinte ementa:

"Imp6sto de consumo. Sua inciden-cia.

Sendo o imp6sto de consunvo tributeindireto , incide s6bre o consumidor."

Dessa decisio, recorreu extraordini.riamente a Uniao Federal, corn assen-to no letra a do preceito constitucio.nel, indicando como vulneradas as nonmas do D . 45.422-59, alines XVI,inc. VII do Tabela A e os arts. 148e 7.0 do memo diploma legal , recursoimpugnado corn a invocagio do Si?.mule 73; do jurisprudencia do ExcelsoPret6rio.

O aresto qua se impugna nao incideno censura legal, como a de meridiansevidencia.

O imposto de consumo a tributo in-direto, qua recai s6bre o consumidor,o seu contribuinte de fato, pelo fen6.meno do repercussio , enquanto o pro.dutor e o contribuinte do direito, merointermediario entre o fisco e o consu-midor, o sujeito passivo do obrigagaotributaria s6bre o qual recai a imposi-gao fiscal , qua se incorpora so pregodo produto.

A Comissao de Marinha Mercante,criada polo Dl. 3.100-41, a urn eer-vigo pfiblico descentralizado mantido

por receita proveniente de contribui-g6es parafiscais, de subveng6es doUniao. Como tal, goza de imunidadetributaria, de qua s6 non fruem as

servigos publicos concedidos (C.F.,art. 31, inc. V). Se he imunidadetributaria do comprador, o impostonon pods recair s6bre a operagio docompra a venda e, coma j6 assinalouem julgado do eg . Tribunal ad querno eminente Ministro Luiz Gallotti, oimposto do consumo entre nos nio seassemelha so imposto de fabricagao,cobrado alhures, como no Italia, comoimposto de fabricagao.

E, ainda, de salientar -se qua os no-vios foram construidos pelos armado-res por conta do ComissTio de Mari.nba Mercante a em regime do adminis-tragao, como expressamente declaradono initial, sem a contestagao do auto-ridade impetrada . Nego seguimento on,recurso . Publique-se. Brasilia, 21 dooutubro de 1966 . - Ministro GodoyIlha, Presidents".

Com o presents agravo a Uniao in-

siste no propriedade do recurso (f6.Ihas 1-3). Formado o instsumento, su-biram os autos a eats , inatincia. AProcuradoria do Repfiblica opinou pelaacolhida do recurso (f. 23).

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcio Me-lator): - A decisao recorrida extra-ordiniriamente deferiu seguranga im-petrada pelo Comisseo de MarinhaMercante, 6rgeo auterquico corn o obje-tivo de se eximir do pagamento do ire,p6sto de consumo s6bre navios por etaencomendedos , em regime de adminis-tragao, a Companhia Comercio a Na-vegagio. Entendeu o ac6rd5o malsi-nado qua sendo o imposto de consumotributo indireto, a incidir s6bre o con-sumidor, no caso a Comissao de Ma-

rinha Mercante, 6rgio descentralizadade administragao federal , no fundo acobranga do tributo recairia s6bre ispr6pria Uniao, corn violagao de imuni.dade prevista no art . 31, inc. V, doCarta Politica de 1946.

Enquanto isso, a recorrente so estrl-ba no alinea a do permissivo constitu.cional, indicando vulneragao de alinesXVI, inc. 7, do Tabela A. e o art. 148

R.T.J. 46

do D. 45.422, de 12.2.59. Estes dis-posig6es apenas especificam os produ.too sujeitos so impbsto, a escriturageoe o seu recolhimento.

Poder-se-i dizer que o contribulntade direito 6 o produtor a niio o com-prador, do quem o contribuinte podscobrar o valor do impbsto; estabelecen-do-se a relageo tributiria entre a en-tidade tributante e o contribuinte dodireito . Todavia, na especie o recursositua-se nos estreitos limites do alinesa, de modo qua a interpretagao espo,sada no acbrdao n5o pods ser taxadade negagio de vigancia a lei federal.

Inviivel, assim, o apelo derradeiro,nego provimento so agravo de intro.mento.

EXTRATO DA ATA

763

Ag 43. 661 - RJ - Rel., Minis,tro Djaci Falco . Agte., Unieo Fe,derel . Agdas ., Comiss o do MarinheMercante a Cie . Comercio a Navega-gao (Adv., Paulo Ma's).

Decisio: Negado provimento, unini-memente.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes , no ausencia do Sr . MinistroLafayette do Andrade , Presidente. Pre.sentes it sessio os Srs . Ministros Os-waldb Trigueiro, Djaci Falcio, Ra-phael de Barros Monteiro e o DoutorOscar Correia Pine, Procurador-Geraldo Republica , substituto.

Brasilia , 26 do ag6sto de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

HABEAS CORPUS NQ 45.267 - SP

(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Themistocles Cavalcanti.

Paciente : Maria Benedita Penezzi.

Para quo se verifiquo a eatelionato 6 indispensivet a frauds

Para obter vantagem ilicita , induzindo terceiro em erro . Nao estan-

do feita essa prove, nio se caracteriza o crime. A licitude do pro-

cedinrento do patients decorre, no caso, do prdpria narrative veros-

aimfl dos fatos . $ admissivel quo tenha exigido dinheiro part pa-

gamento de honorarios on seu advogado, quo declare to-lo recebido.

Concessao de habeas corpus.

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos as au-tos acima identificados, acordam osMinistros do Supremo Tribunal Fe-deral, em Segundo Turma, no confor-midade de ata do julgamento a desnotes taquigrificas, por unanimidade

do votos, conceder a ordem.

Brasilia , 14 de mein de 1968. -Adalfcio Nogueira, Presidents. -Themistocles Cavalcanti, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Then,istocles Caval.canti: - 0 presents habeas corpus

i requerido em favor de Maria Bene-

dita Penezzi, condenada pela justiga

paulista as penes do art. 171 do

C. Pen., a um ano do reclusio com

sursis . Foi denegada a revisao do pro.

cesso, posteriormente, por maioria do

votos.

O impetrante considers o processoessencialmente politico , vitima a pa-

ciente do politics de seu adversfirio,

ex-Governador Ademar do Barros, quose aproveitando do Revolugeo de 31de margo, teria encontrado oportuni-

dads Para afasti-la do vida p6blica•Preconceitos racistas teriam sido tam-bim utilizados.

764 R . T.J. 46

Apresenta , coma prova dessa alega-cao, carte do Prefeito Municipal dasua cidade, Piracicaba.

Os fatos narrados no iniciel sao osseguintes:

No dia 15 . 4.64, a paciente teveuma desinteligencia com can vendedordo mercado municipal , Mason Saito, aproposito do gualidade de tomates, quaacabou avocando contra a paciente asmaiores injurias.

Humilhada, mas revoitada, a pa.ciente procurou not advogado , Doutoi

Mario Gastao Correa do Silva a comfle foi a Delegacia apresentar queixetendo tudo relatado so Delegado, quaaction necessario ouvir Masazo, quaconfirmou os fares.

Neste ocasiao teve o Delegado do

se retirar , o qua levou a paciento do

volts a sirs case , onde encontrou o pal

de Masazo qua pedia a paciente qua

sustasse a sue queixa.A paciente concordou , mas condi-

cionou a indenizafao dos honorarios doadvogado , qua ja havia tornado as pri-meiras providencias , trabalho qua esti-mou em NCr$ 50 00.

Voltando a Delegacia , os interessa-dos confirmaram perante o Delegadoo combinado , o qua efetivamente foirealizado , com o pagamento dos hone.rarios do edvogado.

Instigado pelos adversarioa politicosdo paciente, segundo elega, dias depoisconvenceu Lauro de Saito a voltar adelegacia a apresentar queixe contra apaciente per extorsao.

Aberto inquerito , foi o mesmo reme•t'do a Juizo a condenada a pacientepor estelionato , nas dues instancias.

0 presents habeas corpus a reque-rido por felta de justa cause pare aprocedimento criminal, per nao so tatcaracterizado a figure criminal do es-telionato.

Na denfincia o fato a relatado poroutra forma ( f. 23), nao so mencio•nendo a destinacao do dinheiro so pa-gamento do advogodo, dizendo qua aquantia em apre"co fore exigida "sobpena de processo a expulsao de Saitoe t6da a sua familia por serem estran-geiros."

Qua, em consegiiencle , concordouSaito em satisfazer a "indevida vents.gem economica , qua essim procodeu,utilizando as prerrogativas do verea-dora.

A foam de constrangimento parsobter vantagem ilicita, a qua teria qua-lificado o delito de extorsao.

O juiz desclassificou o crime parsestelionato , por nao ter o consentimen-to do vitima lido "iniciado por cosgio,mas por erro". Quo ato falso era aameaga de expulsao.

No processo de revisao qua more.can parecer favoravel do Procurador-

-Gerol da Justiga , o acordeo so apoiapara indeferi-la, nas seguintes razoes:

0 filho do Lauro Saito se achavapreso, o momento era de incerteza, ainfluencia pessoal do paciente trouxe-ra a vitima a consciencia do quasomente a indenizaggo pecuniaria re-solveria a situagao , qua foi pars obteta liberdade do filho qua terie concor,dado no desembolso do dinheiro, quaas despesas alegedas pals pacientearson ficticias , terminando o acordaocom o seguinte topico:

"Certo qua a requerente, provocan.do on prevalecendo-se do arbitraria do.tengao do filho do vitima, criou arti-ficialmente no espirito desta a neces-sidade de submeter-se it sua exigen.cia de dinheiro , como mein do livrar-se daquele a do futuros dissabores,evidencia -se qua viciosa foi a anuen-cia a estipula$ao, quad artificioso opretexto invocado pare a exigencia. Acondenacao repousa em justa cause emerece subsistir".

Os dots longos votos vencidos defe-riam a revisio , porque o acordao con.denatorio desprezou t6da prove favo,ravel a paciente, arrimando-se em umdepoimento a ela contrario . Desprezouas proprios depoimentos de Saito, pale filho, do delegado , do advogado arecibo deste ultimo.

Os votos vencidos foram em numerode tres no revisao criminal.

R.T.J. 46

VOTO

O Sr. Ministro Themistocles Cava.canti ( Relator): - 0 Dr. Procuradoido Justi4a do Estado do Sao Paulo,so der o seu parecer a f. 53 sabre opedido de revisao criminal, pareceralias favoravel , considers , desde logo,qua toda a questao foi desvirtueda, por-que nao se procurou saber a razao palequal podia a paciente a importanciade NCr$ 50,00 on comerciante Para aretirada de queixa . Se em proveitopr6prio, on Para pagamento de hono-rarios do edvogado . Ora, dos autosresulta, qua foi dste o objetivo.

Por outro lado, a alegarao de quaa paciente ameagara Saito a sua fomi-lia de expulsao on de ser colocedo emuma ilha , nao merece ser levada aserio, por maior qua fosse a prestfgiodo paciente . Prestigio , alias, nao de.monstrado durante todo o processo.

Alem do mais, se o constrangimentodo pai de Saito est6 ligado a prisaodo seu filho, nao haveria como deixaxde incluir o delegado tamb6m no con.cluio criminoso.

O crime de estelionato tern caraateristicas proprias:

1.0, a obtencao de vantagem pare sion pare outrem;

2.°, qua essas vantagens sejarn ili-cites;

3.°, induzindo algu6m em erro, me-diante artificio , ardil on quelquer ou-tro mein fraudulento.

Ora, tudo lave a crer qua o dinheirose destinasse so advogado , qua decla.to t6-lo recebido. Nao se tram , assim,de vantagem ilicita, faltando, per estaforma, um dos elementos essenciais socrime de estelionato.

Por outro lado, a erro em qua teriasido induzido a vitima, nao se ceracte-riza coma tol , pois nunca poderia terlevado a serio a falada ameaFa deexpulsao . Nao se tratarfa assim, dodrro, mas de terror, de medo polo quapudesse ocorrer.

O erro diz corn a finalidade do ne-gdcio, com os objetivos do transa4ao

qua se deveriam apresentar com carac-

765

teristicas outras qua nao aqueles apre-sentadas a vitima do estelionato.

Nao se pode considerar erro, amea-gas impossiveis de se realizar , porqueo qua visa aqui nao a induzir terceiroem erro, mss uma forme de constran-gimento.

Nelson Hungria examine o velho de-bate sabre a equiparaggo de simplosmentira do ardil Para carecterizar oestelionato. E responds negativamen-te, embora reconhe ga valida a mentiraverbal (Comenterios an Cddigo penal,11/203).

O qua cansidera essencial 6 "induzire manter o erro", considerado comee "falsa Cu nenhume representasao derealidade concrete, funcionando comovicio do consentimento do vitima.

O erro precise set causado a per-sistir pare evitar qua a vitima tomeconscibncia do realidade.

Dificilmente poder -se-ia equiparar aerro a irnputa $bo do constrangimentofeito pale paciente.

O estelionato 6 essencialmente umcrime contra o patrim6nio e o dolo es-pecifico 6 a vontade consciente dolocupletamento , isto 6, do obtengao devantagem Para si Cu pare outrem, porme:o de frauds , a condicao necess6ria,no opiniao de Magalhies Noronha(HC 43.046, R.T.J. 36/443).

Estou longs de compreender, em-bora uma sentenga a dois acdrdaos,corn votos vencidos, tivessem abonadoa doutrina , estou lunge de compreen-der a configuragao no case, do crimede estelionato.

E isso porque nao creio caracteriza-do a frauds , on mesmo o induz:men-to a erro , coma mein Para o locuple.tamento indevido , coma tamb6m eprincipalmente, a existencia desae lo-cupletamento , de momento qua a ob-tengdo do dinheiro visou o pagamentode honorarios profissionais.

Fri no exam observa4ao do parecerdo M.P . a abstenfao dessa circuns-tancia quo levou ao qua poderiamosconsiderar o equivoco do condene£ao.

766 R .T.J. 46

E extraordinario qua um fato do EXTRATO DA ATAto pouco relavo a as ocorrencias do

ponces horns , tivesse produzido um tal

desencadeamento do repressao judicial.

Foi fairs, data venia, uma justice

implacevel baseada , no entender dos

votos vencidos , em unia interpretecao

partial do prova judicial.

No vejo juste cause Para a con-denacao, porque nao reconheco nocase a existencia de elementos neces-serios Para caracterizar o delito, Comoa inducao em erro, a fraude a princi-palmente a prove do locupletamentoilicito.

HC 45.267 - SP - Rel., Minis-tro Themistocles Cavalcanti . Impte.,Alberto Brandin Muylaert . Pte., Ma.ria Benedita Penezzi.

Decisao: Concedida a ordem de ha-beas corpus, a unanimidadsy (Felonpale patients o Dr. Alberto BrendanMuylaert) .

Preside"ncia do Sr . Ministro Mali-cio Nogueira . Presentee a sessao onSrs. Ministros Themistocles Cavelcan-ti, Adaucto Lucie Cardoso , AliomerBaleeiro e o Dr. Oscar Correia Pine,Procurador-Geral do Rep(blica, subs-titute . Ausentes, justificadamente, oSr. Ministro Evandro Line a Silva.

Brasilia , 14 de maio de 1968. -Concedo o habeas corpus. Guy Milton Lang, Secreterio.

HABEAS CORPUS No 45 . 478 - SP

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Aliomer Baleeiro.

Paciente : Francisco Aluisio do Silva Marinho.

Idade - Na ddvida quarto a idade de manor acusedb, devejaceitar-se o laudo medico qua, alien. 4 o main favorevel no reu.

ACORDAO

Vistoi a ralatados estes autos deHabeas Corpus n.° 45.478, do EstadoSao Paulo, em quo a impetrante Mar-condos de Godoy Andrade a pacienteFrancisco Aluisio do Silva Marinho,decide o Supremo Tribunal Federal,por one Segundo Turma, conceder aordem , de ac6rdo corn as notes juntas.

Distrito Federal , 14 do maio do1968 . - Adalicio Nogueira, Presiders.te. - Aliomer Baleeiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Aliomer Baleeiro:-.- Francisco Marinho foi denunciadoper crime de roubo a declarou quariche , no momento em qua era proces-sado no pelicia, main do 18 anon aqua nascera em Caucaie , no Ceara.Quando foi interrogado em Juizo, de-clarou qua tinha 18 ands, naquele mo.mento , a exibiu fotocbpia de uma cer-

tidao de idade correspondents a urnregistro lavredo em 1966 , depois decomecado o inquerito policial.

0 juiz deu-the curador, consideran-

do-o manor, a na sentence nab reco-

nheceu essa menoridade.

Acontece qua as fez urn exame me-dico, por isso mesmo qua o registrocivil f6ra aberto, a mandado do juiz,posteriormente ac, processo na poli-cies. 0 exams medico, depois dos pea,quisas radiol6gicas a domain qua sofazem em tal caso, Como exame 6sseo,concluiu qua no epoca do crime o pa-ciente deveria ter 17 coos.

Tratava-se de manor , corn uma fichede antecedentes been carregada, qua.tro ou cinco processes, todos pelo men.mo crime . Man a primerio jurldica.mente . Nao foi condenado , nao tevenenhuma sentence passada em julgadoate agora.

E o relat6rio.

R.T.J. 46 767

VOTO

O Sr. Ministro Aliomar Baleetro(Relator): - 0 paciente confessoue ha prove de qua efetuou o crime.Roubo sem violAncia . Entrava Palotelhado, atraves de um buraco. Di.zem, ate, qua tinha urn outro meninopara ajuda-lo.

O Tribunal considerou qua nao fa-zia convicgao a prove do idade lavra-da posteriormente so crime, no pressu+posto de qua ale a fraudulenta, adre,dements feita para ease fim.

O Defensor Pablico, do Estado deSao Paulo (alias, a atuagao dale noprocesso a zelosissima ), requereu ha-beas corpus a invocou um precedentsdo Supremo Tribunal, no HC 43.577,do qual apresentou fotoc6pia a de quefoi relator o eminente Ministro La-fayette de Andrade, caso igual a estee concedido , unanimemente , pale Pri,meira Turma.

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- A pericia medica , no caso, a ofi-cial a a concluseo a categ6riea de quao paciente era manor?

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Relator): - Sim. Tratava-se de ummanor qua, nao tendo sido registradoem tempo algum , fez registro poste-riormente so crime , como aqui.

O eminente Ministro Lafayette deuo seguinte voto naquele caso:"Sam duvida as informag5es qua

ecabo de let so Tribunal sao longasa deixam as juizes conhecedores dos

fatos ocorridos no processo . 0 habeas

corpus impetrado no Tribunal de Jus-

tiga do Guanabara foi denegado a no

ac6,rdao se d:sse: "a menoridade in-

vocada pelo reu deve "tar plenamenteprovada, a nao softer a manor contes-

tageo, sobretudo quando a mesma esta

no limite do maioridade a deixa du-

vida a respeito. No caso de duvida,

in dubio pro societates, pois esta deveser protegida , face so 6nus do sueprove de maioridede".

E inverteu a velha regra juridica.Continuou o Ministro Lafayette ds

Andrade:

"Tenho votos a repetidos no senti•do de qua in dubio o habeas corpusdeve ser deferido".

E e o meu pensamento tambem.

"E no hip6tese isso se justifica; omanor sofrera as consegiiencias de seacomportamento atendidas as prescri-1;6es de lei . Concedo a ordem pareset o paciente encaminhado so Juizode Menores".

Sr. Presidents , tenho dues posig6esdiante de mini a confesso minha per-plexidade . Tratando-se de manor de21 anos, mesmo quo We tivesse 18anos, primario, juridicamente falandopouco importando as faganhas qua to.rho cometido . Acho qua se the deviadar uma chance, no pior hip6tesa, pormein do sursis, porque, embore, sotrate de crime punido corn pens dereclusao , crime excluido do art. 157

do C. Pen., qua abre uma excegeo,no art . 30, § 3.0. Isto e , quando aautor do deliquencia tern mans de 21anon, mesmo quo seja crime punidocom reclusao, pode-se der o sursis.

Isso ago passou despercebido a etas.geo dos eminentes juizes do Tribunal

de Algada de Suo Paulo . Porem eiesconsideraram qua a personalidade dodeliquente, no caso , nao fazie crer quase regenerasse.

No tempo - e remotissimo - deminha juventude , quando fiz algumaadvocacia criminal , do qual me afasteiam boa hors , lembro-me de algunsconceitos de Concepci6n Arenal, noEspenha , qua dizia qua nao ba crimi-nosos incorrigiveis, mss s6 criminososincorrigiveis . Os congressos penitencie-rigs assim pensam . Por mais pessimis-tas qua sejamos - e se trata de urnmogo quo teria 1S anos - quando oleudo medico di 17, deve-se-lhe daturns chance.

Par outro lado, qual 6 a melhor su-lugao : considers-lo meior, dada a du-biedade do prove, a conceder-lhs

sursis, abandonando a teoria do emi-nente Ministro Lafayette de Andrade,qua in dubio se concede o habeas cor-pus, ou consider£-lo manor a entrega-lo no Juiz de Menores, quo tomera

768 R .T.J. 46

as medidas a tentara , num Estado r1co,Como a Sao Paulo , sua readaptacao so-cial, num daqueles institutos qua aqueleEstado possui? Estou no divide.

Acho qua mender esse rapaz pare apenitenciaria sera a coisa mais loucado mundo. Tornar-se-a urn bandidocompleto, de arma no mao . Vao man-da-lo pare nine escola de crimes emqua ha as maiores bandidos.

Entendo qua , no interesse do socie.dade, devemos optar por nine des duessolug5es : no duvida , nao sendo vali•damente registrado , o exams medicoprevalece , a ale sofrera o tratamentocorrecional qua o Ju 'z de Menores Iliaaplicara ou , entao, concede-se o sursiapare ver se ale pr6prio medita sabreone sorte. to ja esta identificado nopolicia . Nao ha perigo de desaparecerOn We delingiiire on nao delingiiira.

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Presidente): - Mas ja foi conde,nado?

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Relator): - A doffs enos de reclu•sao. Cabe o sursis, par set menor.

Son propenso a f6rmula do Minis.tro Lafayette de Andrade , memo par-

qua seria acorde cam a jurisprudencia- considerar, na duvida, qua deve pre-valecer a exeme medico. A felts deoutros elementos de conviccao, con-ceder o habeas corpus a remeter a pa-ciente unicamente pare qua ale sejaencaminhado so Ju:z de Menores, pareas providencies, no forma do lei. Eo men voto.

EXTRATO DA ATA

HC 45.478 - SP - Rel., Minis.tro Aliomar Baleeiro. Impte., Mar•condes de Godoy Andrade. Pte., Fran-cisco Aluisio do Silva Marinho.

Decisao: Concedeu-se a ordem, nostermos do voto do Relator, a unani-midade.

Presidencia do Sr. Ministro Ads.licio Nogueira. Presentes a sessao asSrs. Ministros Themistacles Cavalcan.ti, Adaucto Lucia Cardoso, AliomarBaleeiro e a Dr. Oscar Correia Pins,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto. Ausente, justificadamente, o Se-nhor Ministro Evandro Lins e Silva.

Brasilia, 14 de main de 1968. -Guy Milton Lang, Secretario.

HABEAS CORPUS N" 45.744 - RJ

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira.

Paciente: Roberto Games Pedrazzi.

Processo surnario, nos tSrmos do L. 4.611, do 2.4.65. Simplesirregularidades no aria aplicayao nao induzem nulidades . Observan-cias, in casu, do art . 563 do C. Pr. Penal. - Habeas cdrpuydenegadn.

ACORDAO 0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira:

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam as Ministros do Se-

gundo Turma do Supremo Tribunal

Federal, em conformidade cam a atedo julgamentos a notes taquigrafices,

denegar o pedido, a unanhnidade de

votos.

Brasilia, 20 de agasto do 1968.Evandro Line a Silva, Presidents. -Adalicio Nogueira, Relator

- As inforrnegSes de f. 32-33 p6em-nos a par des causes determinantes do

presents pedido de habeas corpus:

"0 paciente, processedo juntamentecam Silvio Arthur de Moore Perez,Como incursos nos sang5es do art. 129,§ 6.0, do C. Pen., em razao do coli-sao de veiculos , cam vitimas , ocorri.do no die 6 . 2.67, no confluencia desRues Tiradentes a Visconde do Mo-

R.T.J. 46 769

raes, nests cidade , foi condenado peloac6rdao do 3.a Camara deste Tribunal.qua, nessa parts, confirmou a sentengade la instencia , a quatro meses dedetencio:

2) impetra a ordem, alegando nuli-dedes, quo seriam , em sintese:

a) inepcia da portaria quo, a seuver, teria dado inicio a agio penal;

b) audiencia de testemunhas emnumero superior so legalmente penni-t,do;

c) inocorrencie do contraditbrio nafese policial , ou, melhor, do assistenciade advogado na tornado de depoimen-tos naquela face;

d) descabimento do den6ncia nocaso, tendo em vista o ritual proces-sual estabelecido ; nulidades quo n5oteriem lido oportunamente sanadas,com cerceamento do defesa.

Palo qua se verifica do processo. 0paciente, qua teve a assisti-lo os mes-mos cultos advogados ora impetrantes,nas oportunidades prbprias (defeseprevta a rez6es orals em audienciade julgamento ) nenhuma nulidade pro-cessual arguiu , nem qualquer reclama.gin fez no tocante a urn queixevel Mr.Memento de defesa, materia quo sbveio a susciter nas razoes do one ape-lagao.

0 ac6rdio do 3.- Camara teve emconsideracio Case faro, jft qua as nuli-dades devem ser arguidas em momen-tos determinados , sob pena do tornarprecluse a indagagao de sua eventualocorrencia anterior (art. 572, em con-jugagao com o art. 571 do C. Pr.Penal) .

Atendeu, tamb6m, o julgado o divposto nos arts . 563 a 566 do sobreditodiploma processual , neo acolhendo or.gu:gio do nulidade quo nenhum pre-juizo teria causado a acusagao ou itdefesa , nem influido na opuragao doverdade substantial on no decisao decausa.

Alem do mail , a sem embargo do in-tempestivemente suscitedas, ago semostravam ocorrentes as supostas no.lidades.

De fato, ainda qua a portaria deautoridade policial fosse, de algum

modo, omissa , o qua equivale a dizetneo tivesse as condigoes reclamadas

pars funcionar como pega inicial deagao penal, a falha foi sobejamento su-pride com o oferecimento da denuncia,neo excluida pole L. 4.611, do 2.4.65,como decorre de seu art. 1.0, § 1.°.Acresce considerar qua o rito sumarioe estabelecido em beneficio de timeacusagao mais pronta a de curso malecelere. 0 oferecimento do denuncia,seguido de uma tramitagao judicialregular, em neda prejudice , antes fa.vorece a defesa.

Nao foram ouvidaa senio must dos"testemunhas" arroladas no denunciaa qua os impetrantes aludem, pois asdemais °testemunhas" eram, em ver-dade, vitimas no processo, coma tor-ts dos respectivos termos a da expowsigao de page initial.

A defesa fez ouvir dues testemunhasspans.

A testemunha 6nica ouvida no in-querito, Dario Evertoa de Alme da, foireinquirida polo defensor do paciente,presents, so ato (f. 9). Observe-soqua a prove foi repetida em juizo consassistencia dos advogados do pacienta(f. 63-68)."

A o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Adaliicio Nogueira

(Relator): - Nao existern no pro.ceaso nulidades com a virtude de in,valide-lo.

Simples irregularidades neo podemter esse alcance.

Inepta nio e a portaria, mediante aqual foi o memo instaurado. 0 seuconteudo exp6e o necessirio.

A reiterageo do fato atraves dedenuncia do 6rgio do Ministeria Pu-blico, fortalecendo a portaria, nio in.due qualquer nulidede, nem o art. 1do L. 4.611, de 2.4.65 o proibe orpressamente, visto qua o fito daquelapega inicial 6, em abono do natureza

sumeria do procedimento, evitar do-longes.

Inocorreu cerceamento de defesa,porque esta s6 so fez necessiria, norase policial, quando he flagrante de-lito, o que, no especie, neo aconte.ceu. A o qua estA fixado no art. 1 .0,§ 3.°, daquela lei, been como no art. 532do C. Pr. Penal.

770 R .T.J. 46

A indicagao de um maximo de tres qua ja se fez, sem nenhuma razaotestemunhas, a serem ouvidas no feito, plausivel pare isso?e outra exigencia imposts polo rito an. Indefiro a impetragao.mario do mesmo , cuja postergageo nao]he acarreta a sangao de nulidade. EXTRATO DA ATA

HC 45.744 - RJ - Rel., Minis-In case, arroladas quatro, do acusa- tro Adalicio Nogueira . Pte., Roberto

giio, s6mente urna, numeraria , foi on- Gomes Pedrazzi. Imptes., Carlos Au-vida. gusto Lopes Filho a outro.

Afinal, he qua proclamer-se qua, corn Decisao : Denegada a ordem, unani-

as inobservencias inculcadaspole pa- memento.

ciente, nenhum prejuizo se verificou, Presidencia do Sr . Ministro Evan-quer para a acusagao, quer pare a de- dro Line a Silva . Presentes a aesseofesa (art. 563 do C. Pr. penal). no Sm. Ministros Adalicio Nogueira,Como falar-se em nulidade? Aliomar Baleeiro, Adaucto Cardoso,

Acresce qua o peciente, desfrutando, Themistocles Cavalcanti e o Dr. Os-

alias, do beneficio do sursis, ja es4 car Correia Pine, Procuredor-Geral do

corn a penalidade qua The foi impos- Repablica, substitute.

to, prestos a cumprir-se. Qua vanta- Brasilia, 20 de ag6sto do 1968. -gem ha em refazer-se, infstilmente, o Guy Milton Lang, Secretario.

4EMBARGOS NO RECURSO EXTRAORDINARIO N° 56.803 - GB

(Tribunal PIeno)

Relator : 0 Sr. Ministro Raphael de Barros Monteiro.

Embargante: Ad4lia Ribeiro dos Santos . Embargade: Maria ArnazoninaMoreira Brand5o.

Locagao intuitu familiae . Quando ocorre, a desautorizar o to-conhecimento de cessio ou transfere"ra:ia do contrato locative. Ezis-tencia, quando snuito, do emprestimo do locagao, continuando alocadora responsdvel pelos respectivos eneargos a ocupado a apar-tamento pe/os demais patentee qua sempre le residiram, o qua naoe vedado pela lei c pelo contrato . Embargos conhecidos a rajeitados.

ACORDAOVistos, relatados a discutidos gates

autos, acordam os Ministros do Su.promo Tribunal Federal, em sessao ple-naria a no conformidade core a ate dojulgamentos a notes taquigraficas, co.nhecer dos embargos a rejeita-los, aunanimidade de votes.

Brasilia, 14 de junho do 1968. -Luis Gallotti. Presidents . - Raphaelde Barros Monteiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Barros Monteiro: -Treta-se de agao de despejo intents-do pale embargante Adelia Ribeirodos Santos contra Maria AmezoninaMoreira Brand"ao, sob o fundamento de

qua esta , core infrageo do lei a docontrato, deixando o predio locado

pare local desconhecido, ceden on

transferiu o im6vel a terceiros.

Citada a re no pr6prio predio obje-to do locagao (f. 15), alegou ela,am defesa , qua as pessoas apontadascomp cessionarias do predio sec, t6dassuas irmas a uma tie , qua sempre vi-veram core a contestants desde o ini.6o do contrato locative. E tern. esteSupremo Tribunal Federal julgedo qua,sendo a locagao um contrato intuitufamiliae, n5o be transferencia de usedo predio alugado quando o locatariodeixa o predio entregue a pessoa dofamilia, qua core We reside (RE40.810; A.J. 113/536).

R.T.J. 46

Rejeitada a demands pale sentengade f. 52 , em sentido contrario volt, ajulgar a Skims, Camara Civil do eg.Tribunal de Justiga de Guanabare, emac6rdeo assim ementado:

"Da-se provimento so recurso, umavez qua a locataria , so casar, abando-nara o imi vel , ficando, ai, as seusirmaos."

Manifestado recurso extraordinerio aadmitido aste , foi o mesmo providopale eg . Segundo Turma, sendo Re-lator o eminente Ministro Lafayettede Andrade , sendo o seguinte o votoqua entec proferiu:

"Conhego do recurso polo fundamen-to invocado . He div^rgncia de jui-gados.

A sentence de primeira instanciamostra qua o extraordinario a proce-dente, pois qua o im6vel foi alugadopare residancia familiar, intuitu fa-miliae . Por issc notou o juiz:

"O contrato elude a cessao , transfe.rencia on locagaq a neda diaw foi fei-to pals re . Agindo em name dos de-mais parentes pr6ximos, firmou em seasome o contrato , corn a destinageo ex-presaa de qua seria pars sue residen-cia familiar , a qua most:a qua preva-leceu o intuitu familiae, a qua ease e odestino qua as tern reservado so apar-tamento ha nova anos . Saindo a 16,permaneceu a responsabilidade dalecomp locataria , ocupado o sportsmen.to pelos demaia parentes qua semprele residiram , a, nesses casos, neo h5margem pare despejo, conforms , alias,ja se tern decidido, no conformidadedos ec6rdaos citados a f. 17."

Don provirnento so recurso , aceitan-do a inclinageo de decisles deste Su-premo em hip6teses semelhantes."

For sua vez irresignado, op6s a lo-cadora os embargos de nulidade a in-fringentes do julgado de f. 96. nosquais procure demonstrar a inexisten-cia de divergencia reconhecida poloec6rdio embargado, qua, par issc, te-ria descido so exame dos proves pro-

duzidas nos autos.Admitidos pare discussio , neo foram

os embargos impugnados.

it o relatbrio.

771

VOTO

0 Sr. Ministro Barros Monteiro(Relator): - Sr. Presidents; Senhu-res Ministros.

An met, ver, neo a exato tenha aeg. Segundo Turma, comp pretends aembargante, descido a condigeo de ins-tancia revisora de proves , reapreciandonovamente a tea facti.

Como se viu do voto do ilustre Mi-nistro Lafayette de Andrade , limitou-ae S. Excia . a coafrontegeo dos jul.gados, pare concluir, corn as julgadosdesta Supreme C&rte, mencionados nocontestagao, qua, tendo sido o im6velalugado pare residencia familiar, intui-tu familiae, podia a re , como decidiua sentenga , transforir sue residenciapare outra localidade , permanecendo aresponsabilidade dela comp locataria eocupado o apartamento pelos demaisparentes qua sempre le residiram.Acrescente-se, ademais, qua, quandomuito, poderia tratar-se of de empres-tlmo do iocagao, neo vedada no con-trato de f. 7.

Dir-se-i qua, Segundo alguns auto-res, coma Pontes de Miranda a Oswel-do Opitz, a proibigeo de sublocar im-ports no de comodar.

Como doutrina Luis Antonio do An-drade, hoje ilustre Desembargador doTribunal de Justiga do Guanabare,

"Ante os tarmos do art. 1.201 doC. Civ., qua, nitidamente distingueas dues hip6teses , entendendo autori-zadoa tanto o emprestimo , quanto asublocagao, sempre quo neo proibidos,impoe-se, a nosso ver, a resposta ne-gativa, pois o entendimento contrarioimportaria em anular a distinguo, quao art . 1.201 fee , entre sublocagao acomodato."

E, prossegue o festejado jurista:

"Dir-se-6 qua, vedada a sublocagao,encontraria o locatirio no emprestimoum meio de burlar a clausula proibi-tiva.

0 argumento neo convene, poisnada impedirie qua o locador, preca-vendo-se, estendesse a restrigao tam-bem so comodato.

Ainda aqui do invocar-se a regra -inclusio unius, exclusio alterius" (Lo-oagio a Despejo, p. 158).

772 R . T.J. 46

Ante o exposto , conhe9o dos ember-gos, mas os rejeito.

EXTRATO DA ATA

ERE 56 . 803 - GB - Rel ., Minis-tro Barros Monteiro . Embte., AdeliaRibeiro dos Santos ( Adv., Luiz Gastiode Carvalho Cunha ). Embda., MariaAmazonina Moreira Brandin (A4v.,Otoniel Cabral).

Decisio : Pediu vista o MinistroHermes Lima , ap6s o vote do Relatorconhecendo dos embargos mas rejei-tando-os.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti . Ausente, justificadamente, osSra. Ministros Aliomar Baleeiro a Os-waldo ' Trigueiro.

Brasilia, 23 de main de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-tor-Geral.

VOTO

0 Sr. Ministro Hermes Lima: -Sr. Presidente, estou de ac6rdo corn oeminente Relator, corn os t8rmos deseu vote.

EXTRATO DA ATA

ERE 56.803 - GB - Rel., Mi-nistro Barron Monteiro. Embte., Ad&lia Ribeiro dos Santos (Adv., LutzGastio de Carvalho Cunha). Embda.,Maria Amazonina Moreira Brandin(Adv., Otoniel Cabral).

Decisio: Conhecidos a rejeitados,uninimemente.

Prosidencia do Sr . Ministro LuizGallotti . Presentee a sessio os Senho•res Ministros Thompson Flores, Ama-ral Santos , Themistocles Cavolcanti,Berms Monteiro, Adaucto Cardoso,Djaci Falcio , Eloy do Roche, OswaldoTrigueiro , Adalicio Nogueira, EvandroLins, Hermes Lima, Victor Nunes eGonsalves do Oliveira. Ausentes, jus-tificadamente, as Sra. Ministros La-fayette de Andrade a Aliomar Ba-ieeiro.

Brasilia, 14 de junho de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-tor-Geral.

RECUR.SO EXTRAORDINARIO N" 61.123 - PR(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Adalicio Nogueira.

Recorrentes : Adolfo Roth a sue mulher . Recorridos : Andre Roth a outros.

Nulidade de escritura de doaFao, decorrente do procura{aooutorgada Par pessoa tida por analfabeta a quo, depois, comprovou-se saber ler a escrever. Ause"ri:ia do consentimento pare o ate.Nulidade d6ste por fors do disposto no art. 145, inc. IV, doC. Civil. Reourso extraordinerio, do quo niio se tomou conheci-mento.

ACbRDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros do Se-gundo Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidade core a aredo julgamento e notes taquigrificas,nio se conhecer do recurso, a unani-midede de votes.

Brasilia, 3 de setembro do 1968. -Evendro Line a Silva, Presidents. -Adalicio Nogueira, Relator.

RELATOR 10

0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira:-O parecer de f. 249-250 do douta

Procuradoria-Geral do Republics re-sume, core precisio, a controversia:

"Adolfo Roth a sue mulher , incon-formados corn o ac6rdao proletado pateeg. 2P Camara Civel do Tribunal doJustiga do Estedo do Parana , recorremextraordinariamente , core fulcro naselineas a e of do permissivo constitu-cionel, sustentando que o aludido ares-to teria violedo os arts. 551 a 132 doC. Civ. a dissentido , ainda, de jul-gndos de outros Tribunals , porque teriaocorrido a prescrigio , aquisitiva, e anulidade parcial de um ato no po-deria prejudicar a parts velide.

R.T.J. 46 773

Sam raxio os recorrentes . Para sesaber as terra ocorrido, on nio, a invo-cada prescri4io aquisitive , necessirioseria o reexame dos elementos probe-t6rios contidos nos autos . Ademais,tram-se de materia nao ventilada nodecisio recorrida . Quanto it 2.a part,do recurso, ainda sem razio os recor-rentes, pois o actirdio recorrido deuadequeda interpretario so dispositivode lei havido como vulnerado , qua es-tabelece qua ; 6 nulo o eto juridico,quando for pretends alguma soleni-dade qua a lei considers essencial parea sus realidade . Resultou comprovado.nos autos , a aus6ncia do consentimentoexpresso pare o ato , polo qua nulls, eraa procum4io lavrada pare o fim deprocedida a escriture de doatio.

Nio resultou demonstrado , por outrolado, o alegado dissidio jurispruden-cial, no conformidede do disposto noenunciedo do Sdmula 291.

Somos, essim , Palo nio conhecimentodo recurso e, caso contrario, pelo seunio provimento."

R o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Relator): - Nio ha como se posseconhecer do recurso extraordinario sobqualquer des dues Tetras , a e d, docasuistica constitucionel.

O v. ec6rdio recorrido cingiu-se, aconfirmando o decisorio do primetrograu, anular urns escritura de doa$iolavreda em beneficio dos recorrentes,mediente procura4io passada em no-tes, pelos outorgantes , marido a mu-lher, octogenarios , eats 6ltima em

estado senil e o primeiro apontadocomo analfabeto, quando so verificou,depois, saber let a escrever.

.0 defeito visceral proclamado pelosjulgados, escudados em farts prove, as-sentou no art. 145, inc. IV, do C. Civ.,segundo o qual, a nulo o ato juridtco,quando for preterida elguma solenidedequa a lei considers essencial para asue; validade. Ease o (tnico dispositivoquo se adequou, exetamente, a solugaodo mat6rie. Os demeis sio impresta-veis a sua pretendida aplicaCiio. Mademais as prequestionou no citado arestoimpugnado, inclusive e. usucapiio, se-r6diamente elegado a cujos elementosconatitutivos estao muito longe de con-vergir pare a am ocorrincia.

No qua toca so dissidio pretortano,nenhum julgado divergente foi trazidoa bails.

EXTRATO DA ATA

RE 61 . 125 - PR - Rel ., MinrstroAdalicio Nogueira . Rectes . AdolfoRoth a sue mulher (Adv. J. BerrosFilho). Recdos . Andre Roth a outros( Adv. Antonio Alves do Prado Filho).

Decisao: Nio conhecido , uninime-mente.

Presidencia do Sr . Ministro Even-dro Lins a Silve . Presentes a sessioos Srs . Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso , Themistocles Caval-canti e o Dr . Oscar Correia Pine,Procurador-Gerel de Republica, subs-titute. Ausente, justificadamente, oSr. Ministro Aliotnar Baleeiro.

Brpsilla, 3 de setembro de 1968. -Guy Milton Lang, Secretario.

RECURJO EXTRAORDINARIO No 61.637 - SP(Segundo Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Themistocles Cavalcanti.

Recorrente : Supermercados Peg-Pag S . A. Recorrida : S.A. Lev-Peg Su-permercedos.

Amplitude do recurso judicial . Aplicayio do Lei de PropriedadeIndustrial contra o registro . Necessidade de apreciagio judicial.Devolu5io a insta"ncia pars qua aprecie o marito.

AC6RDAO Ministros do Supremo Tribunal Fe-

Vistos, relatados a discutidos os deral, em Segundo Toms, no confor-autos acima identificedos , ecordem os midade do ate do julgamento a des

774 R.T.J. 46

notes taquigreficas , por unanimidadede votes, conhecer do recurso a the derprovimento.

Brasilia, 11 de junho de 1968. -Evandro Liras a Silva, Presidents. -Thenustocles Cavelcanti, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Thernistocles Cevat-canti: - Os Supermercedos Peg-PegSociedade An6nima propuseram urnsacio cominatoria contra a S .A. Lev-Peg Supermercados a mudar o seunotes comercial, fundados no art. 3.0do Dl. 2.627, de 26.9.4U.

Julgeda em parts procedente a achoem primeira instencia , o ac6rdio def. 313, julgou a autora carecedora doacio, porque, s6 depois de decididaa controversia no via administrativepods user de via judicial , se a decisioadministrative the f6r contraria.

A autora , dessa decisio interp5e re-curso extraordinerio , fundada no letraa, do art . 101, de Constituicio Federal,porque, aubordinando a ecio judiciala solucio administrative violou o at-tigo 141, § 4°, de C.F. do 1946, msstembem deixou de splicer o preceitodo art . 157 do Dl. 2.627, de 1940.

0 recurso foi admitido a f. 328-329

VOTO

O Sr. Miniatro Themiatoclee Cavel-canti ( Relator): - Conhecd do re-curs porque so invocq come feridopreceito constitucional qua permits,seen reserves , o recurs judicial contratdda violacio do direito.

Entende a recorrente qua no e oato administrativo , on melhor, a do-cisio administrative a ser proferidapeio 6rgio competente de propriedadeindustrial quo dove resolver a contro-versia, mas qua o see direito podsmerecer, desde logo, o exams judicial,pole aplicacio do direito vigente.

Entendeu o ec6rdao quo a aciocabivel e a de Lei do PopriedadeIndustrial contra o registro feito adml-nistrativamente a nio a de Lei doSociedades por Aches, art. 3.°.

A questio qua deveria ter o Tri-bunal decidido, 6 se a acio utilizadapelo eutor era prdpria a adequada, mas

uao me pareceu qua decidiu acertada.mente, tirando-lhe a oportunidade parediscutir o sou direito pela vie eleita.

Se ale tinha urea acio direta, quadispensava a espera de nine decisioadministrative, nio havia come negarp direito a essa opcio.

Tenho como pr6pria qualquer umades aches, a nio vejo come impor aprevia decisio administrative quandoo direito do autora poderia set opra-ciado diretamente, com fundemento noLei de Sociedades por Aches, men-cionada expressamente no inicial.

Conheco a dou provimento pare quao Tribunal de Justice julgue o meritodo acio tal como foi proposta.

VISTA

0 Sr. Ministro Evandro Line (Pre-sidente): - Peco vista dos autos.

EXTRATO DA ATA

RE 61.637 - SP - Rel., MiniatroThemiatocles Cavelcanti . Rectos. Su-permercedos Peg Peg S .A. (Ad-vogado Jose Buono do Aguiar).Recda . S. A. Lev;Pag Supermercedos(Adv. Plinio de Assis).

Decisio: Pediu vista o Presidents,ap6s o veto do Relator , quo conheciedo recurs a The dave provimento.

Presidencia do Sr . Ministro Even-din Line a Silva . Presentes a aessioos Sm . Ministros Adalicio Nogueira,Aliomer Baleeiro, Adaucto Cardoso,Thernistocles Cavelcanti a o DoutorOscar Correia Pina, Procurador-Geraldo Rep6blica , substitute.

Brasilia, 29 do main de 1968. --Guy Milton Lang, Secreterio.

VOTO

0 Sr. Miniatro Evandro Line (Pre-sidents ): - Do ac3rdo com o relator.

EXTRATO DA ATA

RE 61 .637 - SP - Rel., MinistroThemistocles Cavalcanti . Rectos. Su-permercados Peg Peg S .A. (AdvogadoJose Buono de Aguiar). Recda. So-ciedede An6nima Lev-Peg Supermer-cados ( Adv. Plinio do Assis).

R.T.J. 46

Decisio: Conhecido a provide, urti-nimemente.

Preiidencia do Sr . Ministro Even-dro Line a Silva. Presentee h sessioas Sn. Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso, Themistocles Caval-

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canti e a Dr. Oscar Correa Pine,Procurador-Geral do Republics, subs-tituto . Licenciado , q Sr. MinistroAliomar Baleeiro.

Brasilia , 11 do junho do 1968. -Guy Milton Lang, Secret6rio.

RECURSO EBTRAORDINARIO Nt 63.668 - SP(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Hermes Lima,

Recorrente : Amin Buainain . Recorrido : CAEC - Cie. Agricola a Coloni-zadora Madi S.A.

Nio se negou vig6ncia ao art. 765 do C. Civ. sob a alegacaodo qua o ao6rd9o niio podia batizar do emprestimo o quo teriaaido cesaio. 0 dispositivo protbe no pactos oomiaadrios , a, no caao.o art. 765 de m odo algum se aplicaria, poi! nio estava ern causenenhum direito real de garanhla . 0 recorrente reconheoeu taxati-vamente quo sou negdcio niio era, nem nuns tinhn aido fiducierio.Al6m disso, falls prequeationnnento d questio do neg6cio fidu-cidrio quo nos autos s,6 aparece no interposigao do bxtraordindrio.O acdrdio nio estabeleceu no prova dos autos ne Mans conee-giiencia atravva do quad se pudeese vialumbrar'md careoterizagiodo negdcio juridico. Em face da prova, decidiu quo se tratava daemprestim a a nio de oessio.

AC6RDAO

Vistas a relatados eater autos, acor-dam as Ministros do Supremo Tribu-na1 Federal, em Terceira Turma, parunanimidade de votos , no conformidadedo are do julgamento a des notestaquigrMficas , nio conhecer do recurs.

Brasilia , 31 de main de 1968. -Gongadves de Oliveira , Presidente. -Herons Lime, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Hermes Lima: -O recurs subiu par provimento doagravo pare melbor exame.

O relet6rio esti no ac6rdio de f6-Iha 402 . Tamb6m A f. 12 do agravo.

A petigio de recurso eztraordin6riodo f. 413 nio indica as letras do per-missivo constitutional em quo so ap6ia.Nan aponta a lei a quo se teria negadovig6ncia.

Sao fundamento 6 qua o ec6rdionio podia batirar do empr6stimo aqua terie sido cessio . Assize, carac-terizado real o neg6cio juridico, 6sse

fato justificaria a recurso eztraordi-n6rio, pals a m6 apreciagio de provepods ferir o came do questio.

Como precedente judicial, cite a,ac6rdio no RE 51 . 994, do qua foilrelator o eminente Ministro MottoFilho.

Houve impugnagio . 0 recurso es-teria mal fundamentado , pois de susleitura nio so concluiu em quo tetrado permissivo constitucional se fun-damenta . E quanta it diverg6ncia nioexistirie , porque no ac6rdio citadodecidiu-se quo, em neg6cio declarada-mente fiducidrio , nio h6 panto comis-s6rio Palo fato de convencionar odevedor corn o am credor dar-Ihe empagamento a coisa objeto de gerantia,se nio houver a resgate do divide noprazo avengado.

Por6m, no cast, doe autos , nuns sotratou de neg6cio fiduciIrio , conforms,o pr6prio recorrerte sempre afirmou(f. 332).

E o relet6rio.

776

VOTO

R.T.J. 46

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - Nio conhego do recurso.

Apesar de nio haver indicagao eapressa, o recurso parses fundamentar-seno letra a pele violagio do art. 765do C. Civil. Mae por at improcede

porque nada no acordao negou viginciam ease dispositivo de nossa lei civil,qua proibe as pactos comissorios. No"so, o ertigo de modo algum se apli-caria, pois nio estava em cause nenhumdireito real de garantia . Todavia,como ja se decidiu, as o credor munidode garantia hipotecirie, no pods ficarcorn o imovel as a divide nio for pageno vencimento , por qua tal coisa eeriepermitida ao credor rem essa garantia?

Ore, o recorrente nos contra -raz6esde apelagio (f. 332 ) reconheceu taxa-tivemente qua seu neg6gio nao are,nem nunca tinha sido fiducierio a re-petiu : "No caso dos presentes autos,nio se delineou qualquer neg6cio fidu-cierio!'

Mas no recurso extraordinerio pas-sou a alegar a existencia do negociofiducierio . A divergencia jurispruden-cial qua aponta baseia -se no RE 51.994qua foi relator o eminento MinistroMatte Filho a no qual se julgou tra-tar-se de simulagio inocente , alem dose acharem em cause meros direitoscontratuais.

Antes de tudo, falter prequestiona-mento a questio do negocia fiducierioqua nos autos so eparece no interpo-sigio do extraordinerio.

Alem disto, o acordao reconheceu

simulagio cum objetivo fraudulento.

Veja-se o qua disse:

"No exams do simulagao de um ne-gocio, cumpre indager, primeiro, docausa simulanii. Se ale existe, comobjetivo fraudulento, aborts eats a ve-rede pare a verificagio de so trateron nao de um neg6cio ilusorio a en-cobrir o ajuste real. E one verificagiofar-se-e par indicios a presungies, urnsvex qua a prove do simulagao pode ser

indireta a conjectural , conforms a ec-pressio de Espinola.

Na especie, bavia um motivo a de-terminer a simulagio denunciada, qualseja a de obter uma garantia obliqueso emprestimo qua a autos afinnahaver obtido do reu.

Mas, as Cr$ 10.000,00, a qua serefere a escritura do f. foram objetodo m6tuo ou representavam , mesmo,o prego do cessio de meteda dos di-reitoa do compromisso de compm evenda do Fazenda Santa Filomena?

A prove quo as autos fomecem con-duz a convicgio do qua a autora, pre-mida par apertures financeiras, tevede recorrer a emprestimos , varios, so-correndo-se, inclusive, do mu . MansurAbumaner foi consultado par AlbertoMad, d iretor do autos , sobre a pos-sibilidade de concessao de urn empres-timo (f. 750 dos autos de apologia135.742 ), qua foi obtido, depois deAmin, mediante a garantia do mencio-nada cessio . Abdalla Mucdeci serviude intermedierio no obtengio de em-prestimos pare Alberto Mpdi a aludiu,em seu depoimento ( f. 748, dos autosje referidos ), so qua obteve de AminBuainain , com a intervengio , tambem,de Moyses Jailed.

Procurou Moyses explicar , so depornos autos do agio conexa , intentadapolo rev contra a eutora a outros, quaa Fazenda Santa Filomena fora ofe-recida em sociedade a Amin e , encerre-gado por este , examinara o imovel pareopinar s6bre a vantagem do negocia.

Traido, porem, pelo sou subconsi-ente, nio escondeu qua fizere isso pareaconselhar Amin a dar on nio o em-prestimo quo the solicitara AlbertoMadi . Results barn claro do sou de-poimento ( f. 738 dos autos ji men-cionados ) qua a cessio feita noescritura de f. escondia o propositode garantir a solugio do divide, tantoqua, so mencionar o valor do imovel(200 milh6es de cruzeiros em 1955)felon quo an veneer-se 0 zrazo dodinheiro de Amin (sic) a vends deure pequeno campo dAsse imovel dariapare pager tudo . Para robusteter a

R.T.J. 46

convencimento de qua inexistiu, noceso, realmente qualquer transapeoimobiliiria , hi o fato de Amin jamaister tornado posse de metade do fa-sonde , cujos direitos de compra evenda teria adquirido . Afirmou ale( f. 753 ) que s6mente um ono depoisfoi visits-la a aeonselhado per Moys€sJelled a entrar na sue posse, res-pondeu : "Nio, Moysis , equals 6 boagente a else veo me pagar."

Examinou essim o acbrd "ao a provedos autos, sem extrair dessa prove ne-nhuma consegn ncia atrav6s do qual Bepudesse vislumbrar mi caracterizafaodo neg6cio juridico.

Verificou, portanto, qua se tratavade empristimo a niio de cessio a de-cidiu que a queatio Be resolvesse Bobo impirio dos normas que regem aesp6cie.

VOTO

(Preliminar)

O Sr. Ministro Thompson Flores: -Nao conheco do recurso.

Com vista A letra a, neo a possivelcogitar tenha side violado o art. 765do C. Civ., como barn moatrou oeminente Relator.

O dissidio que justificasse o acolhi-mento do solo extremo neo ficoucomprovado . 0 julgado , do qual foirelator o eminente Ministro CindidoMatte , nio se presto a dale extrair aconclusao qua the emprestou o interes-sado . Nio atendida , assim, a exigenciado Sdmula 291.

Acompanho o voto do eminenteRelator.

VOTO PRELIMINAR

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -Sr. Presidente, temb6m neo tomo co-nhecimento do recurso , neo s6 pelosargumentos dos ilustres Ministros quame precederam , coma ainda porqueentendo qua o pedido neo preenche osrequisitoa necessirios pare que sejaaqui apreciados como recurso extraor-dinirio.

777

Core efeito , pelo permissive do letma, neo hi dfrvide que neo poderiemosconheci-lo, uma vex qua neo foi ex-pressamente declarado . Com referinciaeo permissivo do letra d, nio possocompreender qua Be qualm wtejar notacbrdio que falava em neg6cio fidu-ciirio, quendo os pr6prios recorrentesnegavam, no processo , a existinciadAsse neg6cio fiduciirio . Stria inacre-ditivel que aquiles quo negessem aexiste"ncia do neg6cio fiduciirio vies-sem aleger, agora , em sou beneficio,um ac6rdio qua configurava a exis-tincia do neg6cio fiduciirio.

Por isso, neo conheco do recurso, de

ac6rdo corn o eminente Relator.

VOTO

(Preliminar)

0 Sr. Ministro Eloy do Roche: -Sr. Presidente , tamb6m neo conhe£odo recurso . 0 acbrdeo recorrido neoimportou em negeceo do vigencia delei federal. For outro lado, a certoqua neo Be demonstrou a apontada di-vergincia entre o ac6rdao recorrido ao padrio . 0 recorrente pretends areexame do prove , o qua, fora doduvida, neo cabe no recurso extraor-dinirio.

EXTRATO DA ATA

RE 63 . 668 - SP - Rel ., MinistroHermes Lima . Recta . Amin Buainain(Adv. Joao de Vasconcellos ). Recor-ride CAEC - Cie. Agricola e Colo-nizadora Medi S .A. (Adv. LuizTeixeira de Carvalho).

Deciseo: Neo as conheceu . Decisaeuninime . (Falaram polo Recte. oDr. Jose Guilherme Villela a pelaRecda. o Dr. Carlos Eduardo de Bar-ros Barrett.

Presidincia do Sr. Ministro Gon-calves de Oliveira . Presentes a seaseoas Srs . Ministros Hermes Lima, Eloydo Roche, Amaral Santos, ThompsonFlores a o Dr . Oscar Correia Pine,Procurador-Geral da Republica , subs-titute.

Brasilia, 31 de mein do 1968. -Jos6 Amaral, Secretirio.

778 R.T.J. 46

RECURSO EXTRAORDINARIO NQ 64.123 - ES(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorrente : Otoli Ponta . Recorrido : Filogonio Kersting.

Corretagem civil. Salvo oonvenrao, a ooadssio do corretor edevida polo comitente. Reatrso provide.

AC6RDAO

Vistas, reletados a discutidos Batesautos, acordam on Ministros do Pri-meira Turme do Supremo TribunalFederal, na conformidade do are dojulgamento a des notes taquigraficas,por unanimidede de votos, conhecerdo recurso a the dar provimento.

Brasilia , 10 do junho de 1968. -A. C. Lafayette de Andrada, Presi-dente . - Osvaldo Trigueiro, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- 0 Juiz de Direito de Rio Pardo,Estedo do Rio Grande do Sul, julgouprocedente acio ordiniria proposta porFilogonio Kersting contra Otoli Ponta,pare cobranca de comissio devida peleintermediacio desempenhade no com-pre a venda de propriedade imovel,condenando o reu a pager 87.560 cru-zeiroe antigos , mais os juros do lei eon honorarics do advogedo (f. 67-76).

A Terceira Camara Civel do Tri-bunal de Justica , por meioria de votos,reformou a sentenca , julgando a acaoimprocadente ( f. 110).

Opostos embargoa infringentes (fo-Iha 123 ), foram regularmente proces-sados e, efinal, recebidos polo SegundoGrupo de Cameras Civeis, at acordiode f. 142 , qua consigns esta ementa:

"Corretor. Aproximagio dos part"e efetivacao do neg6cio . Prove dosservicos. Direito A comissio."

Nio se conformando corn o julgado,a parts vencida recorreu extraordinA-riamente, corn epoio no alinea d dopermissivo constitucional , alegando dis-crepAncie do ac6rdao recorrido corndecisbes dos Tribunals de justice deSio Paulo a de Minas Gerais ( f. 146).

O recurso foi admitido polo despa-cho do f. 153, assim fundamentado:

"Aceitando a tese de quo a inter-mediacio do negbcios a prestecio doservi&os qua deve, sempre, aer remu-nereda, por nio se presumir a gratui-dade, a qua essa retribuicio, salvoestipulecio em contrerio, deve setsuportada pales partes qua se servirarndos trabalhos do corretor, o venerandoacordao recorrido , embore ao lado doboa doutrina, dissentiu do julgedos deoutros tribunais. Assim, a 8 .a CAmareCivel do Tribunal do Justica do Sic

Paulo (Contrato de Mediacaq Antonio

Carvalho Neto, p. 319), j6 deixoudecidido quo a percentagem devida socorretor deve ser page polo deman-dante do servico do mediador a niopale outra parts . De sue vez, o co-lendo Tribunal de Justice de Mines

Gerais (Repertdrio de Jurisprudencia

do Cddigo Civil, Obrigacoes, 3/112),estatuiu qua a comissio devida so cor-retor, pela realizacio do negocio, deveser exigida , salvo oonvencio em con-

trArio, do parts quo o contratou.

Node mais 6 necessario pare deixarressumade a divergencia legitimedorado recurso constitucional."

VOTO

0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro(Relator): - A decisio de primeiminstincia reconheceu no corretor dotransecio imobilierie o direito de re-ceber comissio do comprador, emborej6 a houvesse recebido do vendedot,corn quern contmtara a mediacio(f. 10).

Em sentido contrerio julgou a Tet-ceira CAmem Civel, per enteader quoa comissio 6 devida somente polocomitente, eduzindo:

R.T.J. 46

"SEeteia-so a senten£a recorrida naconsiderecao de qua, aceita a mediaggoe obtido 0 6sito com a reelizagio donegbcio intermediedo, cria-se desdelogo Para as parts. intermediaries aobriga£io do pager on corretor co-missgo polo sou trabalho, am as leverem Conte do quern partiu a iniciativajunto so corretor . Ambas ago obri-gades Para com gate, por eplicagioanalbgica do art. 64, in fine, do C. Co-mercial.

Nio merece acolhimento esse dou•trina.

Embore certo qua os lineamentosessenciais do contrato do mediacgoaomente no direito comercial so an.contrern fixados a inezistindo no direi.to civil normes expresses quo regulema corretagem civil, eplic4veis devergoser a esta as disposig6es de lei comer-cial qua nao contrariem os principiosdo hermeneutica . Ora, a disposiggo doart. 64 do C. Corn., qua manda re-partir entre as pertes o onus docomissio do corretagem, trata dos cor-rotores comerciais, 6 urns disposiciaespecial somente aplic4vel eos mesmos;nao pode ser estendide analogicamentee corretagem civil , pbsto qua, criendouma obrigacao , 6 de direito estrito.

An comitente 6 qua cabs, portanto,o pagamento do remunere&go do cor.rotor, mss nio aquele qua nao conven-cionou com o mesmo, qua epenasaceitou a proposta levada polo corretor,mas niao the encomendou servlgos."

0 voto vencido (f. 119) - quaconsiderou o art. 64 do C . Corn. apli.c6vel a intermediaSio civil - vein.final a prevalecer, acolhido Como foipolo ac6rdao de f . 142, quo recebeuembargos infringentes.

Penso .star a rozao com o ac6rdaoqua den provimento a apelacgo a re-formou a sentenga . Nan vejo Comotornar-se extensivo a media4ao civilo preceito do art . 64 do C. Corn.,qua diz respeito ace corretores qua,como agentes euxiliares do comircio,estejam Para ease efeito devidementemetriculados (arts. 35 a 38).

Nos transagoes de natureza civil, ocostume predominant. 6 no sentidode clue, salvo estipulag"ao em contrfirio,a comissio corr* por conte do comi-tents.

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A opiniao de Antonio Carvalho Neto6 no sentido do qua "a responsabilidadedry comissio 6 pure a simples do co-mitente, s6 as bipartindo entre aspart", on passando a terceiro, em facede conveng5o expresso" ( Contrato doMediagio, p. 171).

Em abono dessa tese, invoca ease on.tor virios precedentes ju_risprudenciais.O Tribunal de JuatiSa de Sin Pauloentende qua a comissio 6 page Palovendedor (R.T., 66/534). Quando amediador consegue aproximar as per-tes, tam direito a remuneraSgo qua,entretanto , dove ser emgida de quernthe encomendou o trabalho (R. T.98/190 ). Em outras decis6es , afirmouo principio do qua a comissio dointermediirio on corretor constituiobrigaFio de quern o incumbe do cor-retagem (R.T., 68/250). Para tornaro cornprador responsfivel polo page-mento do corretagem , aerie necessfirioqua ale houvesse assumido essa obri-garao (R.T. 175/246).

Ness. conformidade e a prase se-guide nas transaS6es civis, espe.cialmente no Campo dos neg6ciosimobili6rios. Nan as convencionandodiversamente, prevalece o entendi-mento de quo o corretor, a quern ovendedor incumbiu do procurer com-predor, nenhum direito tam de exigirdeste Lltimo a remunerecao do sousservigos . Nao me parece razo6vel, nemfundedo em direito, impor -se, an com-prador de urn imbvel , o onus de pagera comissio a corretor com quem nadacontratou , a qua sumente Preston osservigos qua the foram solicitedos polovendedor. Dizer-se qua o compredortamb6m se beneficia de mediacao, niosendo justo qua se locuplete do tra-balho do mediador , nio me pareceargumento v4lido Para modificar a con-ceitueFao dos fatos a alterar-lhes asconseque"ncias de diroito . 0 comprador,qua adquire um imbvel polo preco pe-dido, nao compreende por qua doveremunerer servigo do qua njo tevenecessidade a quo ngo ajustou.

Quando, pare neg6cio doses naturezaale precise de intermedi4rio, rocorrea outro profiasionel, a nao so do ven-dedor, nio sendo de admitir-se, noseship6tese, qua dove pager aos dois.

780 R .T.J. 46

No case dos autos , come $e ve dodocumento de f. 10, o recorrido foiautorizado a promover a mediacao ape-ma pale vendedor, a quem preatouservigos quo foram pages , no formacontratada . Nao se justiflea, assim,qua o comprador responds , no todoou em parte, por obrigacio qua nioassumiu.

Ante o exposto , conheso do recursopolo dissidio jurisprudential , a the douprovimento.

EXTRATO DA ATA

RE 64 . 123 - RS - Rol., MinistroOswaldo Trigueiro . Recta . Otoli Pan-

to (Adv. Joao Carlos Silveiro). Re-corrido Filog6nio Kersting (AdvogadoArlindo J. Dreher).

Decisio: Conheceram a deram pto-vimento, uninimemente.

Presidencia do Sr . Ministro La-fayette de Andrada . Presentee a ses-sio os Srs. Ministroa Victor Nunes,Oswaldo Trigueiro, Djaci Falcao,Raphael de Barros Monteiro e o Doc-tor Oscar Correia Pine , Procurador-Geral do Republica , substituto.

Brasilia, 10 de junho de 1968. -Alberto Veronese Agular, Secreffirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N4 64.180 - SP(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recurrent" : Orlando de Costa Meira a outros . Recorride : Fazenda do

Estado.

Funcionerio estadual . Presrriga-o de agio relative, a vencf-

mentoe a vantagens . fnvalidade do rendncia a prescri£ao jaconsumada, por felts do autoriza;rw legal . Recurso eztraordirtsrio

nio conhecido.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos ester

autos, acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade de, ate dojulgamento a des notes taquigr4ficas,por unanimidede de votos, nio co-nhecer do recurso.

Brasilia , 11 de junho de 1968. -Victor Nunes Leal, Presidente. - Os-waldo Trigueiro, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro:- Orlando do Costa Moira a outros,funcionerios aposentados do antiga Re.cebedoria de Rendas de Sio Paulo,ejuizaram acio ordineria contra a Fa-zenda Estadual , objetivando o rece-bimento de vantagens previstos naL. 2.351, de 1928, e 2 . 844, de 1937.

Em primeira instincia a ecao foijulgada prescrita (f. 99), por sentence

cue n Prirneira Carvers do Tribunal

do Justiga oonfirmou pelo ac6rdio dof. 132, essim fundamentado:

"Ocorreu a prescricio argiiida. 0despacho do Exmo. Sr. Secretirio doFazenda, proferido no processo admi-nistrativo n.° 25.655 em nome do Cel-so Maria de Mello Pupo a outros edatado de 17.12. 51, nio pode setconsiderado ato valido de renuncia aprescrigio ji consumada em favor doEstado . A renAncia a ato de dispo-sigio . Somente o titular desae direitoe qua pods renuncie-lo ou quern tenhapodeeres especiais a expressos pare fe-ze-lo. 0 Poder Publico pode renunciardireito pr6prio, toes ease ato do libe-kalidade nio pode ser praticadodiscricionariamente . Depends de leiautorizadora . Segundo doutrina HelyLopes Meirelles , a renuncia tern ca-rater abdicativo a em se tratando doato de renlncia por parts do Admi-nistra4io depende sempre do leiautorizadora , porque imports no des-poi-mento de bens o', direitos quo

R.T.J. 46

extravasam doe poderes comuns doadministrador publico (Dir. Adm.Bras., p . 197). No presents csso, odespacho normativo a qua se reportamas autores foi proferido por quem nioestava devidamente autorizado a pra-tica-lo. Nio houve autorizagio, nemo Governador posteriormente referen-dou a resolu4io administrative de seuauxiliar de renunciar prescri5io ja con-sumade em favor do Fazenda Estaduale ainda mais estender a liberalidadee todos ca servidores qua as encon-tressem nos mesmas condi46es dos fun-cionarios suplicantes . De ac6rdo corno nose Stoma constitutional, e oGovernador quern represents o Estado,sendo auxiliado Palos SecretIrios deEstado . S6mente aquele, devidamenteautorizedo , poderia dispor de direitode prescrigio consumado em favor doEstedo , nio sendo admissivel qua aren6ncia em exams qua importava emsacrificio pars o Tesouro f6sae pro-tirade sera autorizacio legislative adetermina46o governmental. Dal aacerto do sentence apelada qua fivementida per sews pr6prios funda-mentos.

Os autores , inconformados , recorre-rem extraordinariamente ( f. 135),cam apoio nos alineas a e d do per-missivo constitutional, elegando qua oac6rdao negou vigencia an D. fe-deral 20 . 910, de 1932 , a nos arts. 161,172, V, a 170, I, do C . Civ., a discre-pou de dois julgedos do Supremo Tri-bunal (RE 15 . 496 a 24 . 033, este6ltimo certificado a f. 148).

O recurso foi admitido per despachodo teor seguinte:

"Trata-se de agio ordineria movidapor Orlando do Costa Meire a outros,funcionarios do antiga Recebedorie deRendas de Capital, a fim de compelira Fazenda do Eatado a raver as pro-ventos de sues respectivas aposen-tadorias , no qua conceme a Portevariavel.

A sentenga de primeira instincie(f. 99 risque 102), acolhendo a pre-liminar erguida pela Fazenda reconhe-ceu a prescriFio invocada e; emconsegiiencia , julgou os autores care-cedores de aSao, impondo -Ihes a con-denacao nas custas a honorerios.

781

Irresignados apelaram os autores,sendo vencido tambem nests instincia,pois o ac6rdio de f. 132-133 mentevea deciseo inferior sustentando qua odespacho do Sr . Secret6rio do Fazenda,em outro protease administrative, neepods ser havido Como ato vilido derenfmcia a preecri46o je consumadaem favor do Estado . Sustentou a Pri-meira Camara Civil do Tribunal deJustiga, sera discrepincie de votos, quosendo a ren6ncia ato de disposigio,s6mente o titular desse direito podsrenunci6-lo ou quem tenha poderesexpressos pare faze-lo. Assim sendo, nohip6tese, s6 o Governador do Estado,devidamente eutorizado , come repre-sentante legal de 'lllridade Federative,poderia dispor do direito de prescri46o,"nio sendo admissivel qua a renfinciaem name qua importava em sacrificiopars o Tesouro f6sse praticada Samautorizagio legislative a determine46ogovenmental."

Inconformados recorrem as vencidosextraordinariemente, corn fundamentonas letras a e d do permissive cons-titucional.

Dade a relevancia do questio ju-ridica suscitada , qua tern inclusivemerecido opini6es divergentes nesteTribunal, o racurso deve set deferido,pelo mans nesta face , sera embargodes considera96es expendides no im-pugneccio de f . 174-176, a fim de quasejam apreciedas pals mais alto C6rtede Justica do Pais."

VOTO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro(Relator): - Nio se discute nos autosnegetiva de vigencia de qualquer pre-ceito de lei federal , a nem mesmocontrariedade literal aos invocados ar-tigos do C6digo Civil, porque a hip6-tese nio a de suspensio on interrup46ode prescrigio em curso, a sim de di-vide s6bre a eficecia de ato qua im-porte em renhncia aos efeitos deprescri46o ji consumada.

O dissidio do ac6rdiio com outrosjulgedos do mesmo Tribunal de Jus-tiga nio autoriza a recurso extraordi-nario ( Sumula 369).

782 R .T.J. 46

Tambem nio me parece qua estejacarecterizado discrepincia com o ac6r-dio do Supremo Tribunal no RE24.033, qua apreciou caso de reco-nhecimento de direito por eta expressode Administracio, antes de consumar-se o prazo prescricionel.

No caso dos autos o direito dosrecorrentes jamais foi reconbecido epereceu pale prescricio . A controversiadiz respeito a validade do ato doSecreterio de Estedo (f. 152.), noapoiado em lei autorizadora, stern apro-vedo polo Governador do iEstedo.

Palo exposto, nio conherco do re-curso.

EXTRATO DA ATA

RE 64 . 180 - SP - Rel ., MinistroOsvaldo Trigueiro . Rectos . Orlando

da Costa Moire a outroe (Adv. AltairBueno), Recde. Fazenda do Estedo(Adv. Paulo Barbosa de CamposNeto) .

Decisio: Nio conheceram, uninime-mente.

Preside"ncia do Sr . Ministro VictorNunes, na ausencia justificeda do Se-nhor Ministro Lafayette de Andrade,Presidente . Presentee a sessio as Se-chores Ministros Oaweldo Trigueiro,Djaci Falcio , Raphael de BermsMonteiro e o Dr . Oscar Correia Pine,Procurador-Geral da Republica, subs-tituto.

Brasilia, 11 do junho de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretario.

EECURSO EXTRAORDINARIO N° 64.276 - SP(Prinielra Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorrente : Gjorgje Srdic . Recorrida : Ana Maria Benavente Calabuig.

A,raq do rer ogio de guards dos filhos qua foram confiados eaaie, em virtude do desquite por mutuo oonsentimento . Pedidojulgado improoedente am razio dos fatos a do prove. Recur-extraordinerio nio conhecido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos esterautos, ecordam os Ministros do Pri-meira Turme do Supremo TribunalFederal, na conformidade da ate dojulgamento a das notes taquigrefiuas,por unanimidade de votos, nio co-nhecer do recurso.

Brasilia, 11 de junho de 1968. -Victor Nunes Leal, Presidents. - Os-waldo Trigueiro, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- 0 Juiz de Direito da Segunda Verade Familia de Sin Paulo julgou fin-procedente agAo ajuizade por GjorgjeSrdic, contra Ana Maria Benavente Ca-labuig, a fim de qua as removesse aguards dos filhos do casel, a esta con-

fiade por ac&rdo quando do desquiteamigevel dos litigantes (f. 47).

A sentenga assim apreciou a especie:

"As criancas foram confiadas a mane,por sentenga proferide em agio dodesquito por mAtuo consentimento, emfevereiro de 1963 . E o pai pretende,agora, retire-los dessa guards , pale cir-cunatsncia de viver a mee com outrohomem, em concubinato.

Else fato, entretanto, "nio autoriza,por si s6, a modificaSio da guarda defilhos a ela confiados " (R.T. 292/251,citando ec6rdao publicado na R.T.252/187).

V,&-se, assim , qua a norma consa-grade na decisio indicada polo autornao a absolute.

Pode o juiz, atendendo as circuns-tincies qua o caso apresenta a nos

R.T.J. 46 783

interesses dos menores , encontrar outrasituacao em proveito destee.

Desta forma, segundo a prove dosautos, o quo as ertrai e a circunstenciedo autor ter demonstrado desinteressepelos filhos, no periodo contemporaneoso desquite, entregando a guards dalesa mae pals, livre disposicao dos bensdo casal ( f. 11-verso, 38).

Ainda, revels a prova ter sido 0eutor insensivel a sorts dos filhos, noperiodo posterior so desquite, bastandoconsiderar qua o bern-estar doles 96neo foi comprometido porque a maesoube, por esforco peesoal, duranteeases anos, levanti-los fisicamente (fo-lhes 38 a 42)."

Em grau do apelacao, a depois dehaver convertido o julgamento an di-ligencia pare quo as procedesse a sin-dicancia de careter poico-social (f. 93),a Quarto Camera Civil do Tribunalde Justica, confirmou a decisao deprimeira instencia , ut acordao de f&-lba 108.

A fundamentacao do acord`ao e aseguinte:

"A ditigencia ordenada polo vene-rando acordao de f. 93 veto esclarecercompletamente a controversia dos au-tos, demonstrando qua os menoresDuzanka a Rodovan vivern em ambi-onte moralizedo a de bons costumes,onde recebem excelente educacao eapoio moral a material.

E certo quo a apelada este vivendoem concubinato corn Jose Cintra Be-naton epos o sou desquite corn o ape-lante.

Mae o concubinato do mulher des-quitado, so por si, nao baste parsautorizar a remocao do guards de fi-Ihos menores qua the foi confiada noprocesso de desquite amigavel. Tontomais qua o concubinato , a despeito deconstituir urns situacao ilegal, pods sorevestir de aparencia de legitimidadee moralidade, polo menoe sob o primasocial atual.

E ease situecao qua ocorre corn aapelada, onde o seu novo lar epresentacondicoes favor6veis pare a boa edu-cecao de seus fithoSS menores . Estes,dio-se born corn os filhos do compe-nheiro do re, sobretudo com uma mo-cinhe de 17 anos de idade - Jocelyn- em cujo quarto morarn juntos, sem

qualquer problema decorrente do dife-renge do idade.

Inexiste, pois, polo mono por ore,qualquer conveniencia eat se atterar aguarda dos filhos menores do ex-casal,pois nod Be depara por ore o perigode convivencia de urna marine de 10ands com o filho mais velho do com-panheiro do apelada , ora corn 20 Boosde idade . Trata-se do urn, moco dis-tinto, quo a eatudante de escola supe-rior a Babe respeitar os filhos docompanheira etual de sou psi.

Demois, nenhume vantagem do or-ders moral on material haveria nomudanca do guards, tal como pleiteieo epelante , pois os menores dispoernde um lar born organizado , ernboranao legalmente constituido, onde des-frutam de companhia a do amparo itsmae a dos constant" visions do pai,de quem neo se apartaram de todo.

A a concluseo a quo chegou, coremuita lucidez, a Assistants Social quopesquisou os lares dos partes.

Nem diversamente opinou a Pro-curadoria do Justice nas dues opor-tunidades em qua so manifeatou

favoravelmente A decisao judicial, quomaraca assim subsistir integralmente,polo menos ate qua outros motivos

graves supervenient" justifiquem aelteracao do guards."

Nao Be confromando corn o julgedo,o autor recorreu extraordinariamente,com apoio na letra d do permissivoconstitutional, apontando dissidio corndecisao do Tribunal de Justica do Gua-nabare (RS. 191/148) a, particular-mente, com o acordao do SupremoTribunal no RMS 7.136 (R.T. J„

11/84).

0 recurso foi admitido polo despachode f. 122, in verbis:

"Trots-se de acao ordineria visandoa remocao a guards de filhos menoresde easel desquitedo por mfituo consen-timento. For ocasiao do dissolucao dosociedade conjugal os filhos foram en-tregues a guards do mae face eclausula IV do peticeo de desquite.Posteriormente, sabedor o c6njuge va-rao qua a re pessou a viver em pfiblicoconcubinato corn Jose Cintra Benaton,propos a presents ecao pare retireros menores de sue companhia.

784 R .T.J. 46

A Quarts Camaro Civil do Tribunalde Justice, a unanimidade, negou prn-vimento a epelacio do autor, rnantendoa decisio inferior , sustentando o jul-gado qua "o concubinato do mulbordesquitada , s6 por s6, nao baste pareautorizar a remocio do guarda de fi-iboa menores qua the foi confiada noprocesso do desquite amigevel. Tantomais qua o concubinato , a despeito deconstituir uma situagao ilegal, podese revestir de aparancia de legitimi-dede a moralidade, polo mends sob oprisms social atual".

Inconformado manifests o vencidoo presente recurso extraordinerio parao eg. Supremo Tribunal Federal, cornfundamento no letra d do art. 114, III,de Constituigio do Brasil, sustentandoquo o acdrdao impugnado , assim deci-dido, divergiu do jurisprudencia deoutros tribunais , inclusive de Corte Su-prema, conforme arestos epontadoscomo paradigms.

O recurso foi impugnado, mani-festando-se polo sou indeferimento arecorrida , A Procuradoria-Geral doJustice opine polo seu proeessamentoper ester comprovada a divergenciajurisprudential.

O recurso merece deferimento, poismanifesto e o dissidio do jurispru-dencia . 0 aresto recorrido afirmoutese contrerie it orientacio do PretorioExcelso, como bean demonstra o recor-rente, trezendo a colagio o julgadoinserto in R.T.J. 11/84. Nequela opor-tunidade proclamou a mais alts Cortede Justice do Pais qua "se a pobremie, per venture vitima do desajustematrimonial , buscou a felicidade pormetodo proibido (ligacio com outrohomem a posterior consorcio no Bo-livia), voluntiriamente alienou o pri-vilegio de ter os filhos no suscompanhia".

Ante o exposto , demonstrado o so.ports constitutional de sue admissibl-lidade, defiro a peticio de f. 111 urque113 e, com fundamento no letra d dopermissivo constitutional , mando seprocesse o epalo como de direito."

O parecer da Procumdoria-Geral doJustice do Eatado (f. 119) 6 contrerioso provimento do recurso.

VOTO0 Sr. Ministro Oastafdo Trigueiro

(Relator): - Conforms estabeleceo C. Civ. ( art. 325 ), no caso dodissolugio do sociedade conjugal pordesquite amigevel, observer-se-a o quaos conjuges acorderam sobre a guardsdos filhos . ILavendo motives graves,diz o art . 327, podera a juiz, a barndos filhos, regular por maneira diversea aituegio dales pare corn os pais.

Na hipotese dos autos, a Palo quaso resolveu no desquite, os filhos fi-caram sob a guarda do mie . Essa ci-tuagio, sem dArvida, pods ser alteradapolo juiz, se ocorrer motivo grave, quajustifique a medida . Ora, a ocorrenciadessa motivagio 6 meteria de fate, quaescape ao controls de legalidade atri-buido pals Constituigao a instenciaextraordineria.

Nio me parece caracterizedo o dis-sidio com o indicado acordio do Su-premo Tribunal , proferido em recursoordinario em mandarin de, seguranga,no qual se cassou acordio do QuartsCamara Civil do Tribunal do SioPaulo. restabelecendo-se despacho doJuiz do Vera de Familie . 0 recorrentetranscreve lance do veto do relator,Ministro Vitae Boas, mss naquele case,o voto qua prevaleceu foi o do Mi-nistro Roche Lagoa (R.T.J. 11/89),nestes tirmos:

"Sr. Presidente, data venia dos emi-nentes Srs . Ministros qua as pronun-ciaram, apenes dou provimento sorecurso pars anular o pronunciamentodo 4.a Camara , integrante do Tribunalde Justiga de Sio Paulo, qua eprecioua meteria em mandado de seguranga,e resteurar o despacho do Juiz de Fe-milia. Fico at . As medidas do Juizode Orfaos sao medidas provisionais,sad medidas provisorias . R meteria dejurisdigio graciosa, nao fez coisa jul-gada . A qualquer memento podem sermodificadas as decis5es ; os interessa-dos qua se dirijam ao juiz a pleiteiemas medidas qua reputarem necesseriason convenientes."

No caso dos autos , o juiz julgouem face do prove , dando so caso so-lugao qua nao so pods ter como lite-ralmente contreria ace preceitos doCodigo Civil , tanto qua o recurso nioencontrou amparo no aline a.

R.T.J. 46

A decisio de primeiro gmu foi con-firmada, uninimemente , pale instinciesuperior, epos diligincia do comple-mentacio de prove, a comm a reiteradaconcordancia do Ministgrio P6blico.

Palo exposto , nio conhego do re-

curso.

ZXTRATO DA ATA

RE 64 . 276 - SP - Rel., MinistroOswaldo Trigueiro . Recta . GiorgioSrdic ( Adv. Washington de BanosMonteiro ). Recda . Ana Maria Bena-vente Calabuig (Adv. Adrian Piresdo Andrade).

785

Decisio: Nio oonheceram, unanime-mente.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes, no ausincia justificada do Se-nhor Ministro Lafayette de Andrade,Presidente , Presentee a setsio os Se-nhores Ministros Oswaldo Trigueiro,Djaci Falcio, Raphael de Banos Mon-teiro e o Dr . Oscar Correia Pina,Procurador-Gera] de Republica, subs-tituto.

Brasilia, 11 de junho do 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretfirio.

BECUESO EXTRAOBDINARIO N9

(Primetra Turma)

64.361 - GB

Relator; 0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro.

Recorrente: Judka Leib Wurman. Recorrido: Gawryel Grynberg.

Locapeo. Retornada pare non de descendents solteiro, comppermitido pals L. 4.494 (art. 11, III). Recurso provido.

ACORDAO

Viatos , relatados a discutidos gatesautos, scordam os Ministros de Pri-meire Turma do Supremo TribunalFederal , no conformidade de ate dojulgamento a des notes taquigrificas,por unenimidade de votos, conhecerdo recurso a the der provimento.

Brasilia , 18 de junho de 1968. -Victor Nunes Leal, Presidents. - Os-waldo Trigneiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro:- Judka Leib Wurman prop6s acinde deapejo contra Gawryel Grinberg,no qua] pediu o im6vel locado pareuse de filho solteiro, de ac6rdo como art. 11, III, do L. 4.494, de25.11.64.

No despacho saneador do f. 45, ejuiz julgou o autor carecedor de acio,por entender qua a lei s6mente admrtea retomada em favor de descendentssolteiro qua vai contrair matrim6nio.

A decisio de primeiro grau foi con-firmada pele Terceira Camara Civel doTribunal de Algada do Guanabara, ofac6rdeo de f, 67, cuja ementa diz:

"Retomada . 0 ascendents nio temdireito absoluto de pedir pridio alu-

gado pare descendents."Nio se conformando , o locador re-

correu extraordinariamente, com arrimonas alineas a e d do permissivo cons-titucional, alegando ofensa eo citadopreceitd de L. 4 .494, a dissidio comjulgedos dos Tribunals de Justice deGuanabara a do Estdo do Rio de Ja-neiro, cujas ementes estao transcritasa f. 11.

0 recurso foi admitido pelo de,-pacho de f . 84, in verhis:

"Admito o recurso extraordinirio def. 69.

E manifesta a dissonincia entre oac6rdio de f. 67 a aquiles trazidosit colacio, alim do negar aplicecio atexto espresso do lei federal , ainde quaa pretexto de evitar a derrocada doprotecao do locaterio, entendimentolouvavel do eg. Camara , mas em liti-gio com a letra do lei, pelo qua cumpresubmeter o recurao ao Pret6rio Ex-celso."

VOTO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro(Relator): - A L. 1.300, em seu

786 R.T.J. 46

art. 15, XII, admitia a retomada doim6vel dedo em locasao, se o locadoro pedia Pam residAncia de ascendenteon descendents, viuvo on casado, quonao fosse proprieterio de predio resi-denial na mesma localidede.A L. 4.494, de 25.11. 64, qua ex,

pressamente revogou a L. 1.300 (or-tigo 42), manda conceder o despejose a proprieterio pedir o predio pareresidencia de ascendente ou descen.dente qua nio disposer de predioresidential pr6prio (art. 11, III).

R, assiny de primeira evidencia quaa nova lei disp6s diferentemente, anpermitir a retomada pare use de des-cendente , sera meis a restricao do sereste viuvo on casado.

Neese sentido e o entendimento desdecis6es citadas polo recorrente, asqueis caracterizam plenamente o die-s(dio jurisprudential.

Palo exposto, conheco do recurso a]he dou provimento, pare qua o Nit

da cause conheFa do pedido, do me-ritie, e o julgoe comp for de direito.

EXTRATO DA ATA

RE 64.361 - GB - Rel., MinistroOswaldo Trigueiro. Recte. Judka LejbWurman (Adv. Salomio Velmovitsky).Recdo . Gawryel Grynber (Adv. Eli-doro Snares de Oliveira).

Decisao: Dodo provimento, unani-memento.

Presid6ncia do Sr . Ministro VictorNunes, na eusencia justificada do Se-nhor Ministro Lafayette de Andrade,Presidente . Promotes a sessio osSrs. Ministros Oswaldo Trigueiro,Djaci Felcio, Raphael de Berms Mon-teiro e o Dr. Oscar Correia Pine, Pro-cumdor-Geral da Republica , substituto.

Brasilia 18 do junho de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secretario.

RECUESO EXTRAORDINAEIO NQ 64.607 - ES

(Prlmeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorrente : R6mulo de Oliveira Leite. Recorridos: Evandro Alves Balbino

e one mother.

Asio do nunciacio de obra nova . Legitimidade do owpante

do predio ameayado, quo o adminiatra ens name doe filhos, a

quern anterforn,onte ox doom. Rewrso provide.

AC6RDAO

Vistos, relatedos a discutidos Astee

autos, acordam as Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, na conformidade de eta dojulgamento a dos notes taquigreficas,per unanimidade de votos, conhecerdo recurso a ]he der provimento.

Brasilia, 18 de junho de 1968.-.Victor Nunes Leal, Presidents. - Os-waldo Triguairo, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- 0 Juiz da Primeira Vara de Co-marca de Vitoria julgou R6mulo deOliveira Leite carecedor de acio do

nunciarao de obre nova , proposta con-tra Evandro Alves Balbino, por non serAle proprietirio do predio prejudicado(f. 89).

Essa decisio foi confirmada palePrimeira Turme do Tribunal de Jus-ti9a do Espirito Santo, at ec6rdio def. 110, assim fundamentado:

"0 agravante prop6s a agio invo-cando sue qualidade do senhor epossuidor do predio vizinho i obranova.

Provado qua no ere senhor , porqueo im6vel 6 de propriedade do seusdoss filhos, je maiores, reconbeceu easecircunstincia , mss alegou qua a lei naos6 permite a e9io so Senhor como soPossuidor.

R.T.J. 46

Reelmente, disp6e o art. 384 doC. Pr. Civ., quo "a agio de nunciagiode obra nova compete a quem pre-tends impedir qua o predio de suepropriedade on posse seja prejudicadoem sua natureze , substincia , eervid6esou fins por obra nova em predio vi-zinho".

De fato, fete a lei em predio desua propriedade on posse.

No caso, como se viu, o agravantenio tern propriedade.

Tere posse , n acepgao legal?

Considers-se posauidor, segundo aart. 485 do C . Civ., todo aquele quatern de feto o ezercicio pleno, on nio,de algum dos poderes inerentes sodominio on propriedade.

Teri de fato o agravente o ezerciciodos poderes inerentes so domino oupropriedade s6bre o predio de seasfilhos?

Nio hi prove disco.

Ao contririo, tudo demonstre quaconserve a posse em nome dos pro-prietirios . R ex vi do art. 487 doC. Civ., equele qua conserve a pcsseem nome de outrem nio a possuidor.

Ore, as compete a agio a quempretende impedir qua o predio de onepropriedade on posse seja prejudicado,e se, no caso sub judice, o agraventenio a senhor nem possuidor do im6velqua pretende defender , clam esti quonio tern qualidede legal pan faze-lo.

Alege, por fim, o agrevante qua agiupare aelvaguarder os direitos do sousfilhos qua estavam ausentes a quaisao torn legitimo son interesse parepropor a agio,

Puro engano.

Sue atitude, inegavelmente, a nobre.

Mss, pare zeler polo interesse deanus filhos , devia avisar-Ihes do ocor-rencia pare qua ales, como parte legi-time, egiseem, a nio agir em namede"les, gem o necesserio mandeto."

Nio so conformando, o autor recot-reu eztraordiniriamente (f. 114), cornapoio nas alines a e d do permissivoconstitucionel , alegendo ofense ace ar-tigos 485 a 487 do C. Civ. a dissidiacorn ec6rdios discrepant", qua trans-crave.

787

O recurso nio foi admitido (f. 122),porem subiu em virtude do provimentodada pare melhor name, ao Ag41.101, em apenso.

VOTO

O Sr. Miniatro Oswaldo Trigueiro(Relator): - 0 im6vel em quest"aofoi construido pelo autor, qua dale fezdoagio a dois filhos, quendo aindamenores. Alem de edministrar eeaeim6vel, no qual continue a residir. orecorrente tern poderes de urn doscondorninos pare vends-lo on hipote-ce-lo (f . 80 a 81).

Assim sendo, nio he como recusar-se so recorrente a qualidade de pos-suidor ou, pelo mans, de administredorde predio pertencente a filhos eusentes,por cujos direitos the cabs velar.

Segundo o art. 384 do C. Civ., aagio do nunciagio do obra nova com-pete a quern tenha a propriedade ona posse do im6vel.

Os julgados trezidoe a confrontoabonem a tese de qua o ezercicio daagao em cause cabe a todo possuidorde boa-fe (Tribunal de Justiga de SioPaulo: AC 15.442, R.T. 69/531; ac6r-dio de 5" Cimare Civil, in R.T.185/335).

Na AC 50.711 (R.T. 192/641), de.cidiu ainda o Tribunal do Sio Pauloqua a agio de nunciagio de obra novaserve tambem pare consorvagio dedireito a pods set intentada polosadministredores.

Nesse sentido invocam-ee ainda oensinamento de Carvalho Santos (Cd-digo Civil Interpretado, VIII, 134) ade Holy Lopes Meireles , qua em souDireito do Conetruir ( 1961, p. 404)diz:

"Corn a amplitude qua o C6digo deProcesso Civil a concebeu , a agio denunciagio de obre nova pode set usadatento polo proprietirio ezclusivo, comoPalo cond6mino, on por qualquerocupante legitimo do pr6dio lesedo onameegedo pales obres do vizinho, con-tra o particular on o Poder P6blico."

Palo ezposto, conhego do recursopolo dissidio de jurisprude"ncia, a thedou provimento, a fim de quo, afas-tade a ilegitimidede do actor, seje acause julgada como de direito.

788 R .T.J. 46

EXTRATO DA ATA

RE 64 . 607 - ES - Rel., Ministro

Osvaldo Trigueiro . Recta . R6mulo de

Oliveira Leite (Adv. Guilherme J.

Monteiro do Si ). Recdos . Evandro

Alves Belbino a sua mulher (Advo-

gado Ant6nio Fragoso do Araujo).

Decisio: Dodo provimento , unani-memento.

Presidencia do Sr . Ministro VictorNunes, na ausencia justificada do Se-nhor Ministro Lafayette de Andrade,Presidente . Presentes a sessio on Se-nhorea Ministros Oswaldo Trigueiro,Djeci Falcio, Raphael de BarronMonteiro e o Dr . Oscar Correia Pina,Procurador-Geral da Rep6blica, subs-tituto.

Brasilia, 18 de junho de 1968. -Mberto Veronese Aguiar, Secret,irio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N9 65.842 - RE(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Gongalves de Oliveira.

Recorrente : Luiz Rafael Pobleti Morales . Recorrido : Ant6nio Pedro deAguiar, inventariante do Esp6lio de Thereza Marchese de Aguier.

Analste"ncfs Judiciaria. 0 bane!iciario tern o benetfcio deisenSio ample ea tern em qualquer agio . Mesmo nag de despejopara purgagio do mora . Disposigio do art. 3.° do L. 1.060, de1950.

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Terceira Turme do Su-premo Tribunal Federal, por decisiouninime, conhecer do recurso a der-lheprovimento , de ac6rdo com as notestaquigraficas.

Coates no forma da lei.

Brasilia, 20 de setembro de 1968. -GonSalves de Oliveira, Presidents eRelator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro GonQalves de Ob-veira : - Trata-se, no presente recurscextraordinirio de decidir-se na egio dodespejo por falta de pagamento itsalugu6is, pode-se dispenser o r6u, noseu pedido de purge da more, doscustas a dos honoririos.

A prop6sito, acentua o despacho quadeferiu o recurso extraordin4rio emi-nente Desembargador Baltazar GameBarbosa , DD. Presidents, do Tribunalde Justiga:

"A incontestivel a divergencia dointerpretagio entre o Tribunal Federale o Esteduel . Enquento aquile afir-

mou: "Nio ofende tese legal , mas, socontrerio, di-Ihe a devida interpre-tag5o , ,a decisao que, em purgacio domore, on e4ao de despejo por falterde pagamento. dispense its custes ehonoririos o reu beneficierio de justigagratuity", decidiu o outro: "O bene-ficio do assistencia judicieria n5opods desonerer o inquilino de satisfazert6das as obriga£6es pecunifirias qua ooneram , pare qua emends a more emque inocorreu".0 ac6rdio divergente do Tribunal

Federal de Recusros ache-se publicade

no R.F. 185/167.

A o relat6rio.

VOTU

0 Sr. Ministro Gongalves de Oli-veira ( Presidents a Relator): -Tenho qua a melhor orientagio juris-pmdencial ester com o ac6rdio diver-gente, no interpretacio its L. 1.060,do 5.2 . 50, embora as opini6es emcontrerio citades polo douto Juiz deI .a instincia, no sentenga confirmada:Luiz Ant6nio de Andrade a J. J.Marques Filho , Locacao Predial Ur-bana, 2.a ad . 1956 , II, n. 406, p. 580;

R.T.J. 46

Pontes de Miranda , Tratado do DireitoPredial, 1952 , IV, § 41, n. 12, p. 122;Espindola Filho a ac6rdios publicadosno R.F. 128/527 a R.T. 180/233 e181/889.

Em sentido contririo, R.F. 114/447,RJ. 10/92; R.F. 185/157.

0 art . &0 do L. 1.060, de 1950,disp6e:

"A assistincia judiciaria compreendeas seguintes isengoes:

I - des taxes judiciaries a dossolos;

II - dos emolumentos a custas de-vidas aos juizes, orgios do Minist6rioP6blico a serventu4rios do Justiga;

III - des despesas corn as publi-cag6es indispensiveis no jornal encer-regado do divulgagao dos atos oficiais;

IV - des indenizagoes devidas eatesternunhas que, quando empregedos,receberio do empregador salario inte-gral, como as em servigo estivesse,resselvado o direito regressive contra opoder publico federal, no Distrito Fe-deral a nos Territ6rios on contra opoder p6blico estadual, nos Estados;

V - dos honoririos de advogedoe peritos'.

789

O beneficierio tern o beneficio deisengao ample e a tern em qualqueragao, mesmo nas de despejo , pois quanso exists , em tais leis s6bre sublo-cagoes, dispositivo legal em contrario.Somente se houvesse, poder-se-ia con-cluir pale nio isengao.

Conhego do recurso a doudhe pro-vimento.

EXTRATO DA ATA

RE 65.342. - RS - Rel., MinistroGongalves de Oliveira . Recte. LutzRafael Pobleti Morales (Adv. Alcidesde Mendonga Lime). Recdo. AntonioPedro Marchese de Aguiar, inventeri-ante do iEspolio de Theresa Marchesede Aguiar (Adv. Manoel Cypriano doMorass).

Decisio : Conhecido a provido. Uni-slime . Impedido o Sr. MinistroThompson Flores.

Presidencia do Sr , Ministro Gon-galves de Oliveira . Presentee a sesseoos Srs . Ministros Hermes Lima, Ama-ral Santos, Thompson Flores a oDr. Oscar Correia Pina , Procurador-Geml do Rep6blica , subatituto. Au-sente, justificadamente, o Sr. MinistroEloy do Roche.

A meu ver, no cabe distingio entre Brasilia , 20 de setembro de 1968. -agoes de despejo a outras . Jose Amaral, Secretario.

CONFLITO DE JURISDIQAO Ns 4.345 - DF(Segunds Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Aliomar Baleeiro.

Suscitante : Juiz de Direito de 2.2 Vara Criminal do Distrito Federal.Suscitada : Auditoria de 4.' Regiio Militar.

Conflito de Jurisdigio - Cabe a Justiga comum dos Estados,- e nio a Militar, o processo a juigamento dos crimes contra aEconomia Popular (C.F. do 1967, art. 122 a @!3).

ACORDAo

Vistos a relatados istes autos de

Confito de Jurisdigio n° 4.345, do

Distrito Federal , em que 4 Suscitan-

te D Juiz do Direito do 2? Vera Cri-

minal do Distrito Federal a Susci-

tada Auditoria do 4° Regiio Militar,

decide o Supremo Tribunal Federal,

per sua Segundo Turma, julgar pro-cedente o conflito a competente aJuiz do Direito de 2.8 Vara Crimi-nal do Distrito Federal, uninime, doac6rdo corn as notes juntas.

Distrito Federal , 4 de junho do1968 . - Evandro Line a Silva, Pre-sidente - Aliornar Balseiro, Rela-tor.

790 R .T.J. 46

RELAT6RIO

0 Sr. Mini afro Aliomar Baleeiro:- 1. Trata-se de conflito de juris-digio negativo porque o Juiz de Di-reito remeteu o processo a Justigacastrense , qua dale declinou , porqueo fato depois do Constituigao de 1967e estranho a sua competencia espe-cifica.

2. A Procuradoria-Geral do Repu-blica opinou no sentido da proceden-cia do conflito negativo, dando com-petencia a Justiga comum no julga-mento das ag6es penis ( f. 26).

A o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Relator): - Julgo prooedente oconflita negativo, nos termoa do Pro-curadoria-Geral da Republica, paradeclarer a competencia do Dr. Juiz

do Direito do 2a Vara Criminal doDistrito Federal (Brasilia).

EXTRATO DA ATA

CJ 4.345 - DF - Ral., Minis-tro Aliomar Baleeiro . Suste. Juiz deDireito do 2.- Vara Criminal do Dis-trito Federal . Susda . Auditoria da4.a Regiao Militar.

Decisao: Julgou-se procedente aconflito a competente o Juiz de Di-reito da Is Vara Criminal do Dis-trito Federal . Decisio unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentee a ses-sao os Srs . Ministros Adalicio No-gueira, Aliomar Baleeiro, AdauctoCardoso, Themistocles Cavalcanti e aDr. Oscar Correia Pins, Procurador-Geral da Republica , substituto.

Brasilia , 4 de junho de 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio.

CONFLITO DE JURISD1QAO Nt 4.616 - GB(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Evandro Lins a Silva.

Suscitante : Juiz da 2a Vera de Justiga Federal . Suscitada : 18a Junta deConciliegio a Julgamento.

Competencies . Funcionario auterquico do Lloyd Brasileiro de-volvido eo Ministerio dos Transportes. Relagio do emprego dia-eiplinada pole L . 1.711/52. Ccnflito do jurisdigio julgado pro-cedente pare declarer a competencia da justiga Federal.

AC6RDAG

Vistas , relatados a discutidos oeautos acima identificados acordam osMinistros , em Segunda Turms, naconfonmidade do ate de , julgamento adas notes taquigrOficas , por unanimi-dade de votos, julgar procedente oconflito declarando a competencia deJustiga Federal.

Braslia, 27 de agosto do 1968.- Evandro Lins a Silva, Presidents

e Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Evandro Lins: -A 18.a junta de Conciliagio a Jul-gamento deu-se por incompetents Pam

julgar reclamagio formulada por em-pregado do Lloyd Brasileiro , por sero reclamante servidor autarquico es-tevel, regido polo Estatuto dos Fun-cionarios Civis do Uniiio.

Por sua vex, o Dr. Juiz do 2.8Vara Federal de Guanbara , enten-deu qua a competencia b determinesde pelo pedido , tal coma formuladoe, no caso, o reclamante pretends fa-zer valer direitos decorrentes do Con-solidagao dos Leis do Trabalho, dam-do-se, tambem , por incompetente asuscitando o presents conflito negati-vo de jurisdigeo.

Postericrmente a esse despacho, ointeressado formulou a petigifo de f6-]has 59-61, ratificando a sue inicial,

R.T.J. 46 791

pare qua o litigio fosse julgado pelaJustiga Federal.

O ilustre Dr. D6cio Miranda, Pro-curador-Geral de Republica, opmounestes termos:

"0 qua determine a subsungao deurns cause a jurisdigao especial tra-balhista e, nao operas quo ale as ori-gins do relagao de emprego, mas tam-bem, e sobretudo, qua essa relagao deemprego esteja regulada pela chama-de legislagao social , isto e, C.L.T.e demais normal do especie (C.F.,art. 134; C.L.T., art. 643). Naoimports a qualidade dos passom3 nouna forma on conteudo do petigao.

Assim sendo, a cram a devida ve-nia, razio nao assists so MM. JuizFederal suscitante do conflito, desdequa nao se pee em devida quo o pos.talents 6 funcionirio autirquico, ccmrelagao de emprego disciplinada paleL. 1.711-52 ( Estatuto dos Funcio-nirios), como se ve a f. 10 a 28.Allis, ji depois do suscitado o con-flito o interessado vein com a peti-gao de f. 59, solicitando a conver-sao do reclamagao em ageo ordini-ria.

O parecer, portanto, 6 pela solu-gao do conflito a favor do compe-tencia do MM. Juiz Federal susci-tante".

It o relatcrio.

VOTO

O St. Ministro Evarrlro Line (Re-lator): .- 0 postulants 6 funclonirio

autirquico e, como so ve do documen-to de f. 15, foi devolvido poloLloyd Brasileiro ao Ministerio dosTransportes.

Trata-se de funcionirio e a sue re-lagao de emprego a estatutiria a dis-ciplinada pela L. 1.711-52.

No caso, ni o hi relagio de empre-go regulada pale Consolidagao desLeis do Trabalho.

Akan disco, o pr6prio postulanterequereu a conversio de reclamagaoem agio ordiniria. Nos term" doparecer do douta Procuradoria-Geraldo Republica, julgo procedente o con-flito e competente o Dr. Juiz do 2'Vara do Justice Federal do Guana-bare.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.616 - GB - Rel., Minis-tro Evandro Lins. Suste. Juiz do 2'Vara do Justice Federal. Sunda. 18'Junta do Conciliagao a Julgamento.

Decisao: Julgou-se procedente oconflito e competent. o Juiz do 2Vara do Justiga Federal. Decisiounenime.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva . Presentes a sessioas Senhores Ministros Adalicio No-guelra, Aliomar Baleeiro, AdauctoCardoso, Themistocles Cavalcanti • oDr. Oscar Correia Pine, Procurador-Geral do Republica, substitute.

Brasilia, 27 do ag6sto de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

CONFLITO DE JDEISDIQAO NI 4.683 - $S(Segundo Tunas)

Relator: 0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso.Suscitante : 2.e Auditoria do Justice Militar do Estado do Rio Grande do

Sul. Suscitado: Juiz do Direito do 3' Vera do Comarca do SantaMaria - RS.

Conflito do Jurisdigeo. Aplicagio do Sfimula 297, subsistent.ap69 o advento do DI. 317/67. Compstdncia do Justice connan.

ACORDAG unenime , julgar procedente o confli-to e competent. o Juiz do Diroito do

Vistos, etc. 3s Van do Comarca de Santa Ma-ria, do ac6rdo com as rotas taqui-

Acorda a Segundo Turns do Su- grifica .

promo Tribunal Federal, per deciseo Custas nor forma do lei.

M R.T.J. 46

Brasilia, 11 de junho de 1968. -Evandro Linn a Silva, Presidente -Adaucto Cardoso, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Assim opinou a Procuradoria-Geral,pale competencia do Justica comum(f. 62):

"1. Imputa-se cometimento do de-lito previsto no art. 351 do C. Pen.a soldados do Brigade Militar do Es-tado do Rio Grande do Sul e, pareprocessar a julgar a asio penal hou-we a negative do Justisa comum, sen-do, por isso mesmo, as autos remeti-dos pare a Justisa Militar estadual,qua suscitou o presents conflito ne-gativo.

2. 0 verbete n .0 297 do Sumulanio sofre, nem sofreu , ate agora, omanor abalo , em qua peso o adventodo DI. 317/67 (art. 18, paregrafobnico).

3. Destarte , temos procesar o con-flito, qua devere say solucionado, aonosso pensar, pela competencia doJustisa comum".

VOTO

0 Sr. Ministrtro Adaucto Cardoso(Relator): - Don pale procedenciado conflito a pela competencia doJulzo do Direito do 3.a Vara de San-ta Maria.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.683 - RS - Rel ., Minis-tro Adaucto Lfscio Cardoso. Suste. 2?Auditoria do Juatica Militar do Es-tado do Rio Grande do Sul. Susdo.Juiz de Direito do 3.a Vara da Co-marca de Santa Maria - RS.

Decisio : Julgado procedente o con-flito a competente o Juts de Direitodo 3a Vara do Comarca do SantaMaria . Decisao unenime.

Presidencia do Sr . Ministro Even-dro Line a Silva . Presentes i sessioas Srs . Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso , Themistocles Ca-valcanti e o Dr. Oscar Correia Pins,Procurador-Geral da Republica, subs-tituto. Licenciado, o Sr. MinistroAliomar Baleeiro.

Brasilia, 11 de junho de 1968. -Guy Milton Lang, Secreterio.

CONFLITO DE JURISDIVAO N' 4.709 - GB(Tribunal Plano)

Relator: 0 Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Susdtante: Tribunal Regional do Trabalho da La Regiio - Guanabara.Suscitado: Juiz do 4.a Vara Federal - Segiio do Estado do Guanabara.

Conflito Negativo do Jurisdisio. Reclamasio Trabalhista.Ferias em d6bro . Empregado do Rede Ferroviaria S.A. Compe-tencia do Justisa do Trabaho.

Mao estando o reclamante sob regime juridico dos extranume-rarios do Uniao, a solugao de - sua pretensso 6 do sot solvida nostersnos do (..F., art. 134, como o era antes, pele Justice do Tra-balho.

Improcedencia.

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos esterautos, acordam os Ministros do Su-premo Tribunal Federal, em sessiopleniria, no conformidade da ate dojulgamento a des notes taquigrificas,

por unanimidade de votos , julgar im-procedente o conflito a competente 0Tribunal Regional do Trabalho.

Brasilia , 4 de setembro de 1968.- Gonsalves de Oliveira, Presidents- Carlos Thompson Flores, Relator.

R.T.J. 46

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Parents a 4.8 Junta de Concilia-Sio a Julgamento apresentou Sebas-tiio Alves Neves , edmitido em16.1.54, reclamat6ria trabalhista vi-sando o pagamento de ferias em d6-bro.

Vencedor, ainda em gmu do em-bargos, resultou que , por via de re-curso de revista , houve por bean oeg. Tribunal Superior do Trabalhoreconhecer a incompetSncia dessaJustiSa, fazendo remoter os autos itFederal . Embargou o empregado 6sseveredito . Sean resultado , por6m, inad-mitidos quo foram por despacho doRelator, mantido polo Tribunal. Usoudo extraordin6rio . Nao recebido, ori-ginou agravo porn Este Supremo Tri-bunal Federal , o qual, distribuindo Aeg. Segundo Turma, julgou-o preju-dicado em face do E.C . n.° 16, ecorn a seguinte ementa:

"Agravo. Mat&ria trabalhista.

"Julgado prejudicado em face doE.C. 16".

Baixados os autos a submetidos aconsideragio do Juiz do 4? Vara Fe-deral, nio aceitou a compet6ncia, en-viando-os ao Tribunal Regional doTrabalho quo suscitou o presents con-flito . 0 parecer de Procuradoria-Ge-ral do Republica sustenta a inexisten-cia do conflito , devendo as autos re-tornar a 4.a Vera do JustiSa Federal.

E 0 relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores(Relator): - Com a vinia do doutaProcuradoria que nega o conflito, te-nhoo ccmo existente , segundo o re-iat6rio.

Realmente.

Enquanto o Tribunal Regional doTrabalho tern como competente aJustice Federal pare dirimir o liti-gio, repele esta, polo MM . Dr. Juizdo 4.a Vara, a compet6ncia em ques-tiio.

Satisfeitos , pois, os pressupostos aqua se refere o C. Pr. Civ., arti-go 802, II.

793

Destarte, conhego do conflito ne-gativo de juriedigio.

2. E fagoo pars julg6-lo improce-dente, reconbecendo a compet6nciado Justiga do Trabalho pare apreciare resolver a relagio discutida.

Para der-se por incompatente, fun-dou-se a JustiSa em questio que,embora suplicasse o reclamante, f6riasem dobro, direito emergente do Con-solidegio des Leis do Trabalho, amat6ria mereceria apreciagio de par-to do JustiSa Federal, face o statusdo reclamante, servidor do R6de, equi-parado aos extranumeririos do Uniio,sujeito, como extranumerfirio, a regi-me estatutIrio que Use 6 peculiar.

3. Correta estaria a afirmagio, sevigente estivesse o D. fed. 50.739,de 7.6.61 que, atrav6s de seu art. 3.0atribuiu o regime juridico dos extra-numer6rios do Uniio aos empregadosdo R6de, admitidos como o f6ra oreclamante, 16.1.54.

Sucedeu, por6m, que dito decretofoi expressamente revogado, em seu

art. 3°, polo D. 51.598, de 22.11.61.If. Em this condiS3es, ..be it Jus-

tiga do Trabalho a solugio do litigio,face sus compet8ncia, nos tgrmos doConstituigao vigente, art. 134, a docondigio juridica do reclamante. Nee-se rumo se orientou a eg. Segundo,Turma, so julgar o RE 48.766, novigincia do Constituigio de 1946, ten-do em aprho, por6m, a mesma legis-lagio ordiniria.

E o men voto.

EXTRATO DA ATA

CJ 4.709 - GB - Rel., Minis-tro Thompson Flores. Suste . Tribu-nal Regional do Trabalho do La Re-giio - GB. Susdo . Juiz do 4.0 VeraFederal - Segio do Estedo do Gua-nabara.

Decisio: Competente o TribunalRegional do Trabalho . Un6nime.

Presidencia do Sr . Ministro Gon.Salves de Oliveira, Vice-Presidente, noaus6ncia justificada do Sr. MinistroLuis Gallotti, Presidente . Presentee itsessio os Sn. Ministros ThompsonFlorae, Amaral Santos, Themistocles

794 R .T.J. 46

Cavalcanti, Berms Monteiro, Adaucto leeiro. Licenciado o Sr. Ministro La-Cardoso, Djaci Falcao, Eloy de Ro- fayette de Andrade.the, Oswaldo Trigueiro, Adalicio No-

Brasilia, 4 do setembro de 1968. -gueira, Evandro Lins, Hermes Limae Victor Nunes . Ausente, justificada- Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-

mente, o Sr . Ministro Aliomar Be- retor-Geral.

RECU_6SO DE MANDADO DE SEGURANQA NQ 16.321 - DF

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Luis Gallotti.

Recorrentes : Sindicato doe Oficiais Barbeiros , Cabeleireiros a Similares deSin Paulo a outro. Recorrida : Uniifo Federal.

Prazo.Mandado de seguranga.Em cases do prescrig5o on decadencia, havendo ddvida seria,

inclina-se o Tribunal pale rejeigiio do preliminar de intempestividada a consegiiente ezame do m rito.

Recurso provide, pare quo o Tribunal a quo julgue de meritiso psdido.

AC6RDAO

Vistos a relatados astes autos doRecurso de Mandado de Segurangan.° 16.321, do Distrito Federal, emqua ago reca .-rentes o Sindicato dosOficiais Barbeiros, Cabeleireiros a Si-milares da Sao Paulo a outro e e re-corrido a Uniao Federal , decide o Su-premo Tribunal Federal , em 3.8 Tur-me, dar p:ovimento so recurso, une-nimemente, de ac6rdo com as notesjuntas.

Distrito Federal, 17 de main de1966 . - Luis Gallotti, Presidents eRelator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Luiz Gallotti: -No Tribunal do Recursos, assim re-latou o ilustre Ministro Amar :lia Ben-jamin (f. 47-48):

"0 Sindicato de Oficiais Barbeires,Cabeleireiros a Sfmilares de Sic, Pau-lo impetrou o presents mandado deseguranga contra o Sr . Ministro doTrabalho a Previdencia Social.

O requerimento deu entrada no Se-cretaria desta Carte a 13.1.64.

A ilegitimidade argiiida contra oSr. Ministro do Trabalho consiste emqua a referida autoridade permitiu acriagio de categoria profissional, em-pregados em institutos de beleza e ca-beleleiros de senhoras , dissociada do

categoria econamica, sallies de bar-beiro a cabelereiros, institutos de be-laze a similares ) a tamb6m de cate-goria profissional do oficiais -barbeiros,cabeleireiros a similares.

O ato do Sr . Ministro do Traba-lho, impugnado pale impetragaq foidodo a publicidade no D.O . a 9.7.63.Houve recurso . Esse recurso, entre-tanto, foi desprezado . Logo a seguir,o Ministro do Trabalho deferiu o re-conhecimento , como entidades sindi-cais, dos empregados aut6nomos nasassociag6es profissionais dos emprega-dos eat Institutos de Beleza a Cabe-leireiros de Senhoras, havendo o res-pectivo ato sido publicado no D.O.de 13 . 9.63. Por fire , a initial res-salta a Portaria de 12 . 11.63 qua el-terou a am denominagao entiga, querprofissional , quer dos entidades cor-respondentes, pare oticiais-barbeiros 0sallies do barbeiro, respectivaments.

O ate qua levou a efeito ease com-plementagiio foi publicado no D.O.de 27 . 11.63 . 0 impetrante tome,come ponto de partida, pare conta-gem do prazo de decadencia do man-dodo de seguranga , a Portaria publi-cada a 27 . 11.63, era mencionada.

Tomei as informag6es do lei, quase vam a f . 41 dos presentes autos,subscritas pelo titular do Minist6riodo Trabalho . Finalmenta, ouvi 0

R.T.J. 46

Dr. Subprocurador-Geral de Repu-blica qua, de mesma forms qua oSr. Ministro do Trabalho , argui, pre-liminarmente, a decadencia do man-dado de seguranga por inteira fluen-cia do prazo legal.

De meritis, sustenta a Procurado-ria, nos mesmas Aguas do autoridadecoatora, a improcedencia do pedido".

E tambem impetrante o Sindicatodos Oficiais Barbeiros, Cabeleileirosa Similares do Estado de Guanabara.

Julgou S . Excia . intempestiva aimpetracio ( f. 48-50):

"Srs . Ministros, em respoata anofficio qua dirigi ao Sr . Ministro doTrabaiho, S. Excia . enderegou a esteTribunal as seguintes informa56es:(16).

Feita a leitura deaths informa9iies,o primeiro pronunciamento quo o Tri-bunal deverA ernitir sera s6bre a pre-liminar argiiida.

Diz o Sr . Ministro do Trabalho,corn referendum do Subprocuradoria-Geral do Republica , quo o pedido eintempestivo , contando-se o prazo domandado de 9.7.63, quando o ate decria4io des novas cartegorias foi pu-blicado . Realmente, assin deveriaser. Acontece, porenr, quo houve re-curso previsto not lei especifice, quaas love no devido apr6go , de ac6rdocorn as reiteradas decis6es, nio s6de"ste Tribunal, como do SupremoTribunal Federal . Se ha pedido dereconsiderag5o , o prazo nio se inter-rompe . 0 recurso, poram, tern Arsepoder, porque 5 medida prevista nalei. De sorts quo o prazo dever-se-iacontar, portanto, a partir do despa-cho on do decisio qua negou provi-mento on indeferiu o recurso de quao impetrante langou mio no via ad-ministrative.

Nio encontrei prove do data cor-respondents a eats decisio . Nio obs-mnte, ha nos autos, spresentado pelopruprio impetrante, docmnento quase refers, a am subsegiiente so indo-ferimento do recurso , pelo qual o Mi-nistro do Trabalho , a 13.9 .63, crioua entidade sindical correspondents, eantiga associa4io dos intereseados emsalves de beleza a cabeleiros de se-nhoms . Sate ato, foi publicado a

795

13.9.63 . Acho qua as pods contar oprazo pare o mandado do seguranFaa partir de 13.9.63, na ausencia deprove do die do indeferimento, domesmo, sendo certo, come e, qua oindeferimento antecedeu a ease ate,qua elevou a entiga associagio a enti-dads sindical . Contado o prazo a par-tir de 13 de setembro, torna-se claroqua a 13 do janeiro os 120 dins, aqua se refere a lei do mandado doseguranca, estavem perfeitamente cor-ridor. Basta lembrar-se qua os mesesdo outubro a dezembro sio meses de31 dies. A impetragio, pois, so der=trade nests juizo, fe-lo no prazo de122 dias, fora , portanto, do tempoqua a lei determine . S certo qua oimpetrante, repelindo, por antecipaFio,a increpagio de intempestividade,abroquelou-se i data de 27 .11.63, doPortaria em qua foram olteradas asantigas denomina46es de categoria eco-n6mica, a dos profissionais , pare se-I6es de barbeiro a oficiais do barbeiro.

Todavia, o impetrante nio tam ra-tio. Erse Portaria apenas deu com-plementasio so ato basico qua cons-tituiu 0 motive do mandado de se-guranca . Pouco imports discutir-se alegitimidade do Portaria. 0 qua omandado de seguranfa enfrenta e oato qua instituiu a categoria econ6-mica de empregados do especie. Dee-se modo nio acolho a escusa do im-petrante . So se tratasse de um atonormativo, do regra qua dependeasedo execucio , muito barn. Estamoshabituados, n6a todos, a tratar demandado de seguranga , no eel era tri-butane, " por exemplo: nio se contao prazo de lei, qua criou o tributoa sim do ate qua di execugio a leitributaria . No case, porem, de ma-teria diferente, o ate pr6priamenteexecutivo , o ate de comando, o atequo efetiva a suposta lesio do direi-to do impetrante e o ate qua esta-beleceu a categoria . Eis porque aco-lho a preliminar, nio tornando conhe-cimento do mandado, por intempes-tivo.

E o men voto, Sr . Presidents".

A decisio foi uninime.

Recurso do impetrante.

796 R .T.J. 46

A Procuradoria-Geral opine polonio provimento.

A o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Luiz Gallotti (Re-lator): - A seguranga foi requerida,

are 13 . 1.64, contra a Portaria de12.11 . 63, publicada no D.O. de 27do mesmo mss (f. 24).

Dix a Portaria:

"O Ministro de Estado dos Ne-g6cios do Trabalho a Previdencia So-cial, no use de was atribuig5es le-gais, a em complementagio do des-pacho proferido a f. 25 do processon.0 MTPS, 181 . 758-63 , resolve:

N.0 537 . Alterar so quadro do ati.vidades a profiss6es a qua se refereo art. 577, do C.L.T., introduzin-do as seguintes modificagSes:

a) a categoria econ6mica "saloesde barbeiro a cabeleireiro , institutorde beleza a similares", prevista no 5°grupo do piano do Confederagio Na-cional do Comercio, passe a denomi-nar-se "saloes de barbeiro";

b) a categoria profissional "oficiaisbarbeiros, cabeleireiros a similares",prevista no 5° grupo do piano daConfederagio Nacional dos Trabalha-dores no Comercio , passe a denomi-nar-se "oficiais de barbeiros".

E ergumenta a recorrente ( folhas55-56):

"A declaragio constante do V. Acer-dao recorrido de se contar o pramdo data do reconhecimento do "Sin-dicato dos Empregados em Institutosdo Belem a Cabeleirejros de Senho-raa de Sio Paulo", efetuado em17.8.63 , a publicado no D.O. do13 de setembro do mesmo ano , e, datavenia, inteiramenm improcedente.

Antes de tudo, porque o ato oriun-do do despacho ministerial do 12.11.63(D.O. de 20 . 11.63 ), coarplemen-tando o despacho anterior (como vileexpressamente declara o Sr. Minis-tro do Trabalho), a quo ofendeu odireito doe Recorrentes , fragmentan-do a categoria profisisonal que re-presentam , conforrne demonstrado noexposigio do rnerito . 0 ato ministe-

rial estava polo metade, completando-ee coin a referida Portaria Ministe-rial de 12 de novembro, expedida, en-tretanto, corn abuso do poder a mmautorizagio legal . Os Recorrentes pe-diram o writ pare acobertarem-se corna protegio judicial contra os efeitosilegais de mesma P o r t a r i a . 0reconhecimento do Sindicato dos Em-pregados em Institutor de Belem eCabeleireiros de Senhoras do SaoPaulo nio foi objeto do pedido, mes-mo porque a dualidade sindical daidecorrente (qua a questio do meri-to), nao afetaria o 2.0 Recorrente, oSindicato dos Oficiais Barbeiros eCabeleireiros , sediado no Estado doGuanabera, atingindo siimente a on-tidade sindical de Sin Paulo. De-mais, nenhum dos Recorrentes foinotificado desse reconhecimento, dequa 96mente tomaram conhecimentoare virtude do Portaria Ministerial de12.11 . 63, complementado o despachoanterior, qua e o ato administrativelesivo aos seas direitos, come expu-seram longamente no inicial".

Assim, a impetragio nio saris in-tempestiva.

He, polo menos, divida eerie dequa o fosse.

E, em cases de prescrigio on de-cadencia, havendo duvida soda, anme tonho inclinado, core apoio doTribunal, pale rejeigio de preliminara consegiiente exame do merito.

Assim, sera embargo de reconhecerquanto ago respeitiiveis os fundamen-tos do ac6rdi o recorrido , dou provi-mento so recurso, pare qua o Colon-do Tribunal a quo julgue do mantiso pedido.

DECISAO

Como consta de am, a decisio foia seguinte : Deu-se provimento, uni-nimemente.

Presidencia do Exmo. Sr. Minis-tro Luiz Gallotti, Relator. Tomaramparts no julgamento os Exmos. Se-nhores Ministros Carlos Medeiros,Prado Kelly, Hermes Lime , Gongalvesdo Oliveira a We Gallotti.

Brasilia, 17 de male de 1966. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-retor-Geral.

R.T.J. 46 797

RECURSO DE 11MANDADO DE SEGURANVA N* 16.353 - MG(Terceira Turma)

Relator pare o ac6rdao : 0 Sr. Ministro Prado Kelly.

Recorrente : Arthur Lundgren Tecidos S . A. Recorrida : Fazenda do Es-tado.

Imp6sto de verdas a consignac6ea . Diferenca tributbria pageso Estado de origem do produto. Interpretaggo do D1. fed. 915,do 1938 (art. 2.°, 9 LO).

- Ineplicabilidade a tai, operagiea do "tare de recuperagioeconSrmca", criada pale lei mineira 1.858, de 1958 (art. 63, 1).

- Ilegitimidade do cobranga, quando nio inside em materiatributavel polo Estado.

- Inteligencia do verbdte 306 da S6mula.

ACORDAO

Vistos a relatados gates autos dorecurso ordingrio son mendado de se-guranga, em qua 6 recorrente ArthurLundgren Tecidos S.A. e 6 recor-rida % Fazenda do Estado de MinasGerais, decide a 3.a Turma do Su-premo Tribunal Federal, por maioriado votos, dar provimento on recur-so, de ac6rdo corn as notes juntas.

Distrito Federal, 6 de main do1966. - Luis Gallotti, Presidents- Prado Kelly, Relator pare o ac6r-di o.

RELATORIO

O Sr. Ministro Hermes Lima: -O impetrante alega ser indevida aexigencia ou ameaga de cobranga dato= de Recuperaci o Econ6mica, vis-to neo passer a tare de disfargadoimp6sto de vendee a consignegoes quaja teria pago so Estado do Sao Pau-lo, quando do remessa des mercado-rias all fabricadas para as sues fi-liais em Minas Gerais.

O ac6rdio negou a seguranga por-que a bra neo este sendo emgidapale transferencia de mencadorias,mss sim pelas vendas realizadas pe-las filiais do impetrantes no Estado.E qua nesse caso a to= seria am-parade pale lei, segundo a qual inci-do o tributo s6bre t6das as trams-goes realizadas por pessoas fisicas ejuridicas no Territ6rio mineiro.

O parecer de douta Procuradoria6 polo provimento do recurso.

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Hermes Lima (Re-lator): - Nego provimento so re-curso . A Sranula 306 disp6e:

"As taxes de recuperagio econ6mi-ca a de assistencia hospitalar de Mi-nas Gerais seo regitimas , quando in-cidem s6bre materia tributivel poloEstado".

Ora, no caso , a taxa em questeonio race! s6bre transferencia de mer-cadorias, roes s6bre transag6es reali-zadas pales filiais do impetrante noEstado de Minas.

PEDIDO DE VISTA

0 Sr. Ministro Prado Kelly: -Sr. Presidents, corn a devida veniado eminente Relator, pogo vista dosautos.

DECISAO

Como consta do ate, a deciseo fora seguinte : Depois do voto do Re-lator, negando provimento, pediu vis-ta o Sr . Ministro Prado Kelly.

Presidencia do Exmo . Sr. Minis-tro Gongalves de Oliveira . Relator,o Karoo . Sr. Ministro Hermes Lima.Licenciedo, o Ermo . Sr. MinistroLuiz Gallotti . Ausente, justificada-mente, o Exmo . Sr. Ministro CarlosMedeiros.

Brasilia, 22 de abril de 1966. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Di-retor-Geral. _

798 R.T.J. 46

VOTO

(PEDIDO DE VISTA)

0 Sr. Ministro Prado Kelly: -A mat6ria dos autos 6 regida peloDI. fed. 915, de 1938. Nos tennosdo seu art . 2.0 , § 1.01 a recorrenterecolheu aos cofres do Estado doSao Paulo o impAsto de vendas econsignag5es devido pela transfer6n-cia a suas filiais em Minas de arte-fatos de tecidos a confecg5es , por elafabricados naquele primeiro Estado.

No sistema do referida lei (cit.art. 2.°, § 1.°) 6 devida so Estadode origem diferenca tributSria s6breo excesso de prego no venda on con-signagio, em confronto com o pregoatribuido no ato do transferhncia.Nio as contestou nos autos a va-

lidade desses preceitos.Discutiu-so apenas a aplicabilida-

de a this operaF6es do chamada "tarede recuperacio econ6mica" (L. 1.858,de 1958, art. 63, I), cuja aliquotsde 2% incide "nas transag6es reall-zadas em Minas Gerais on nos con-tratos de execu$io no Estado".

Esforga-se o Fisco em demonstrarquo, "destinada so custeio de proje-tos, obras a servi4os planejados pareo fomento de produgio" (cit. art(-go 63, cant), as trata de taxa, "parsue razio social de ser" ( f. 26), con-soante a define o § 2P do art. 1.0do consolidasio aprovada pelo ....Dl. 2.416, de 1940, a as conceituam,em geral , os autores quo seguiram ateoria de Adolf Wagnetr em seu Tra-tado do Ci6ncia des Finangas (cit.de f. 27-28).

Por6m so esmera a recorrente nadefesa de tese qua -d6 a taxa, por su-ports, uma contraprestasio de servi-so p6blico especifico a direto (Pu-gliese, T. Cavalcanti, C. Maximilia-no, Rubem Games do Souza, etc.,cits. a f . 57 a a.) a vislumbra im-p6sto disfarsado no "tare de recupe-rasio econAmica".

Arrima-se particularmente no ju-risprudencia desta Carte qua nio 96reconheceu a validade do DI. 915comp proclamou a inconstitucionali-dade do Lei mineira n . 1.858 quan-do incidents em mercadoria fabrica-da em Estado so qual se Baja pago

imp6sto de vendas a consigna$Ses(ac. do Tribunal Plano de 26.6.63,no recurso em MS 10.891, relatadopolo eminente Ministro HahnemannGuimaries D.J. do 5.9.63, p. 807;ac. do memo Tribunal do 31.5.63,no RE 50.129, relatado pelo emi-nente Ministro Gonsalves do Oliveira

D.J. de 19.9.63, p. 899; cite.e f. 61).

E invoca a pertin6ncia, ocntteriosense, do enunciado do Snmula 306:

"As taxes de recuperagio econ6mi-ca a de assistAncia hospitalar de Mi-nas Gerais sio legitimas, quando in-cidem s6bre mat6ria tributfivel do Es-tado".

A semelhante interpretasao deuapoio a douta Procuradoria-Geral daRep6blica.

Tamb6m 6 esta a minha cunclusio,eateiada no jurisprudencia a no me-lhor doutrina.

Data venia do eminente Relator,dou provimento ao recurso pare con-ceder a seguranga impetrada.

VOTO

O Sr. Ministro Gonsalves de Oli-veira: - Sr. Presidents, an estava,ocasionalmente, no Presidencia doTurma, no aus6ncia de V. Excia.,quando sate questio foi discutida, 9&bra a qual pedi a atensio do eminen-to Ministro Prado Kelly, qua trouxe,agora, voto abalizado s6bre a ques-teo.

A divergAncia qua o eminente Mi-nistro Hermes Lima tam, a respeitodo aplicasio do Sdmula 306, 6 quaa Soule diz, efetivamente:

"As taxes de recuperasio econ6mi-ca a de assistencia bospitalar de Mi-nas Gerais ago legitimas, quando in-cidem s6bre mat6ria tributevel PaloEstado".

Se f6sse uma operasio do vendado urn im6vel, per exempla a tamvaleria comp urn acr6scimo do im-p6sto de transmissio, do compet6nciado Estado. A tale aerie, ay legitima.No imp6sto de vendas a consignas6es,memo quando cobrado no pr6prio

R.T.J. 46 799

Estado de Minas Gerais , tambem.elegitima.

Mas, no caso concreto, como assi-nalou o eminente Ministro PradoKelly, a mercadoria je pagava, deac6rdo com o D. 915, no Estado deorigem, o imposto de vendas a con-signag5es . 0 Estado de Minas Geraisnio podia cobrar o imp6sto de vendase consignag6es e, ipso facto, nio podecobrar a taxa qua funciona comoacrescimo desse imp6sto.

Por estas raxiies, pego venia soesninento Ministro Relator pare di- Brasilia, 6 devergir do seu voto a acompanhar o Alvaro Ferreirado eminente Ministro Prado Kelly. Diretor-Geral.

DECISAO

Como contra de are, a decisao foia seguinte : Provido, contra o voto doMinistro Relator.

Preside"ncia do Exmo. Sr. Minis-tro Luis Gallotti. Relator, o Exce-lentissimo Senhor Ministro HermesLima. Tomaram parts no julgamen-to os Exmos. Sm. Ministros CarlosMedeiros, Prado Kelly, Hermes Zima,Gongalves de Oliveira a Luix Gal-lotti.

main de 1966. -dos Santos, Vice-

RECURSO DE MANDADO DE SEGURANQA N9 16 .851 - SP(Segunda Turma)

Relator; 0 Sr . Ministm Adalicio Nogueira.

Recorrentes: Fasko S.A. Exportagao a Importagio a Grauer Agricola eComercial S.A. Recorrida : Uniio Federal.

A taxes do previderrcia social a devida pelo exportador, aindaquando astipulada a cleusula FOB. Recurso, a quo so negou pro-vimento.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos estesautos, acordam us Ministros do Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidade com a atade julgamentos a notes taquigreficas,negar provimento so recurso, por une-nimidade de votos.

Brasilia, 17 de setembro do 1968.- Evandro Lines a Silva, Presidente- Adalicio Nogueira, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira:- 0 parecer de f. 59-60 do doutaProcuradoria-Geral do Repfsblica re-sume bem a controversia:

"Firma exportadora , sob o funda-mento do ter vendido suas mercado-rias com a cleusula "FOB on FAS",pretends par via do mandadq de se-guranga, eximir-se do pagamento doTara de Previdencia Social qua, Se-gundo alega, a devida pelo response-

vel pelo pagamento do frete, nocaso o importador.

O Tribunal Federal de Recursosdecidiu, verbis:

"Exportagio sob cleusula FOB -Impostos, Tares , contribuig6es, langa-dos pelo Poder Publico, sao cobradospelos agentes do Govemo a pagos noterrit6rio nacional, nao pelos prepos-tos dos Armadores nos portos de des-tinagio . Nos vendas sob cleusulafranco-board, se o comprador alieni-gena nio este em pessoa on por pre-r sto, no embarque, o vendedor quao substitua, qua pague os tributos ebusque ressarcir-se adiante, pens defrustrar-se o neg6cio".

Irrepreenaivel o v. acordio recor-rido quo tem. a prestigia-lo a juris-prudencia do Supremo Tribunal Fe-deral, qua assim se manifestou nojulgamento do RE 56 . 194, verbis:

"Tars de previdencia social. 0mandado de seguranga impetrado perfirmas quo exportam contra compa.

800 R.T.J. 46

nhias quo transportam madeiras oata-

va mal dirigido porque, no caso, aautoridade coatora seria o Departa-mentu National de Previdencia So-cial. A tam de previdencia calcula-da s6bre o prego do transporte naoacresce ao frets, porque Sste a sim-ples base de celculo. Portanto, naoha motivo legal polo qual nao doveser page pelo vendedcr do madeiraexportada. As companhias exportado.ras nao pagam o frets, porque a ven-da 6 FOB, mess pagam a tam cal-culada s6bre o valor do frets. Re-curso conhecido a provide, pare cas-set a seguranca".

Diante do exposto, opinamos polonao conhecimento do recurso".

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira(Relator): - Nego provimento aorecurso. Ao v. ac6rdao, citado aci-me, pale inclita Procuradoria-Geraldo Republica, proferido no julgamen-to do RE 56.194, acrea£o o prolata-do no decisao do RMS 15.548, dequa foi Relator o eminente Ministro

Luis Gallotti a qua faz remissio aoprimeiro. Na sua ementa, declare-se:

"Tara de previdencia social. Naoso exime do aeu recolhimento o ex-portador, por ter sido estipulada aclausula FOB" (R.T.J. 35/454-455).

EXTRATO DA ATA

RMS 16.851 - SP - Rel., Mi-nistro Adal(cio Nogueira. Rectes.Fasko S.A. Exportagio a Impcrtacaoe Grauer Agricola a Comercial S.A.(Adv. Egon Felix Gottschalk). Re-corrida: Uniao Federal.

Decisao: Negou-se provimento, uni-nimemente.

Presidencia do Sr. Ministro Even-dro Lins a Silva. Presentes 1 ses-sao os Senhores Ministros AdalicioNogueim, Aliomar Baleeiro, Themis-tocles Cavalcanti e o Dr. Oscar Cor-reia Pine, Procurador-Geral da Re-publica, substituto. Licenciado, o Se-nhor Ministro Adaucto Licio Car-doso.

Brasilia , 17 de maio de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

RECURSO DE MANDADO DE SEGURAN49A N9 16. 886 - GB(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Prado Kelly.

Recorrentes: Milton Ramos a outros . Recorrida: Uniao Federal.

O art. 40 do L. 4.069, do 1962, nao podia atingir a situagiojuridica dos impetrantes, conatituida na vigerrcia dos arts. 17 a20 do DI. 4.014, do 1942, mediante homologafin de proven ve-lidas polo praso de doia ante . 0 direito adquirido, assim forrnedo,condicionou-se apenas a autorirayio do Inspetor do Alfa"rdega, qua,na espdcio, expadiu atom formais, em proenchimento do condigiopreestabelecida.

- Tais atom eram insuocetiveis de revisiio administrative, porinccorrencia do ilegalidade.

ACORDAO midade, dar provimento so rectum,

Vistos a relatados Sates autos de de ac6rdo coin as notes juntas.recurao ordinfirio em mandado do se-guranca, no qual ago recorrentes Mil- Distrito Federal, 21 de outubro deton Ramos a outros e e rernrrida a 1966

. - Luis Gallotti, PresidentsUniao Federal , decide a 3.2 Turma doSupremo Tribunal Federal, a unani- - Prado Kelly, Relator.

R.T.J. 46

RELATORIO

0 Sr. Mini afro Prado Kelly: -O objeto do writ vem assim expostoem sentenga do f. 38:

"Alegam no impetrantes qua naforma do Dl. 4.014, de 1942, foramindicados , por despachantes aduanei-ros, pare exercerem o cargo de seusajudantes, habilitados qua estavampelos titulos de autorizagio indispen-siveis, expedidos em 2.8.62, 20 . 10.61,11.6.62 a 27 . 10.61, respectivamente.

Em consegiiencia, prosseguem osimpetrantes, o Sr. Inspetor do Alfin-dega fez expedir as Potteries de no-meagao dos impetrantes , porem, oServigo do Pessoal do Ministerio doFazanda, invocando o disposto no ar-tigo 40 do L. 4.u69, de 1962 , enten-deu set ilegal a nomeagio, sendo afi-nal praticado o ato impugnado quoanulou as nomea46es".

0 Juiz do 2.a Veto do Fazendadeferiu a seguranga por estee moti-vos:

"Inteira razio assists aos impe-trantes.

Como as verifica do exams dosautos, as indicagoes feitas pelos des-pachantes ocorreram antes do vigen-cia do L. 4.069, de 1962, vale di-zer, sob a egide do D1. 4.014, de1942.

E evidente, pois, quo a restrigioimposta polo art. 40 do mentions-do L. 4.069, de 1962 , nio podia sertrazida a colagio pare impedir, pareobstar a nomeagio dos impetrantes.

Na especie, nio he como deixar dereconhecer o direito dos impetrantes,sendo de se aplicar so caso, anica-mente, a ultima parts do mentions-do art . 43, isto e, a determinagioali contida, no sentido de serem gra-dualmente extintas as vagas qua ocor-rerem nas repartig6as onde haja ex-cesso do n6mero estabelecido naque-le dispositivo legal".

Me a 2 .a Turma do Tribunal doRecursos cassou o mandamus, em accr-dao qua consigna a seguinte ementa:

80t

"Ajudantes do deepachantes adua-neiros - Nomeagoes defaces paleL. 4.069, do 1962, art. 40 - Le-galidade do ato corn quo a pr6priaautoridade responsevel, pouco depois,advertida a prop6sito, tornouas denenhum efeito".

Foi voto vencedor o do Sr. Mi-nistro Cunha Mello:

"Dispunha a L. 4.069, do 1962, noart. 40, qua o n6mero do ajudantesde despachantes aduaneiros nas Alfan-degas ssria correspondente so dobrodo do despachantes em atividade,isso no maximo , sendo extintas, gra-dualmente, as vagas verificadas a atequa obtido esse limits . Nan obstante,em Lugar do extingio, foram feitasnovas nomeagoes ... 0 Servigo dePessoal do Ministerio do Fazendaporem deu polo desvio de normalida-de a restituiu os procesaos para re-exams a observincia do art. 40, 0qua so poderia conduzir a um cami-nho: - urn sem efeito nas designa-goes irregulares , excedentes . As por-tarios de nomeagio portavam dataposterior a lei, hao anterior (videf. 32). A investidura nao dependerado concurso , nao conferia efetivagio.Os atos do referencia podiam ser re-vistos. Irregulares qua haviarn sido,podiam ser cancelados".

Em recurso ordinirio , argumentamos impetrantes:

"I - as ajudantes de despachan-tes nao sin absolutamente funcione-rice pfiblicos - art. 11 do Dl. 4.014,de 1942;

II - pare serem ajudantes dedespachantes , sio os interessados sub-metidos a was. prove do habilitagao,sob o controls direto dos Inspetoresdes Alfendegas respectivas;

III - habilitados qua sejam noprove, qua nao deiza do ser um con-curso, recebem do Inspetor do Alfin-dega o respectivo t:tulo de autoriza-gio do exercicio do fungio , a sumen-to depois de concursados , aprovado oconcurso a recebido o titulo de auto-rizagio qua tem forge, por assim di-zer, de nomsagio , a qua estio obri-gados a exercerem as suas fungSes,

802 R.T.J. 46

dentro do prazo de doze meses, juntoa urn despachante, sob pane de ca-ducar o direito so exercicio do fun-

Sao;

IV - as recorrentes foram con-

cursados a receberam as titulos deautorizag5o muito antes de entrar emvigor a L. 4.069/62;

V - requereram antes do fruiro prazo fatal de doze meses Paraexercerem as func6es junto aos res-pectivos despachantes , a tambem an-tes de entrar em vigor a L. 4.069/62.

VI - e, se as Potteries dandoexercicio dos recorrentes junto acedespachantes, foram emitidas poste-riormente a entrar em vigor a lei emcause , foi unica a exclusivamento paledernora burocretica , a am motor"consegUiincias, porque o exercicio dofuncao era um direito liquido a certoaos ja concursados a habilitados, in-clusive polo titulo do autorizagio doqua arm portadores".

A doua Procuradoria-Geral do Re-p6blica exarou parecer it f. 76:

"1. 0 V. ac6rdio de f. 54 jul-gou legitimo a ato do Administrasaoqua desfizera a designagio dos recor-rentes pare as fun96es do Ajudantede Despachante Aduaneiro, sob o fun-damento de quo this designag6es seprocessaram an arrepio da L. 4.069,de 1962, art. 40.

2. Entendemos inexistir, no esp6-cie, direito liquido a certo a prote-get. Se as Portarias de nomeageodatam de 6poca posterior d L. 4.069,e evidente quo infringirarn o seu or-tigo 40, cujo caster cogente niopode ser p6sm em duvida. Nulascanto sin this Potteries, por contra-virem norms legal expressa, nio po-deriam dar nascimento a rolafio ju-ridica, de qua resultasse obriga9ioPara a Administracio P4blica.

3. Somos, assim, polo nio provi-mento do recurso".

L o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Prado Kelly (Re-lator); - 0 Dl. 4.014, do 13.1.42,regulou o exercicio des atividades:

a) de despachantes aduaneiros;

b) do sous ajudantes.

Para os primeiros , exigiu "autori-zacao ... por portaria expedida polodo Republica" (art. 10).

Para as segundos, exigiu "autori-

zagao ..., por portaria expedida poloInspetor do Alfandega" (art. 17).

Em relagao a uns e a outros, au-bordinou a autorizagio administrativea "proves do habilita4ao" (art. 10e § usque 16 , com as alteraS6es doDl. 5.969, de 1943, do L. 1.783, de1952, e do L. 1.496, de 1951; e, deoutra parts, arts. 17 a 20 do cit.D1. 5.969).

56 dessa tiltima categoria -"ajudantes" - trata a presente im-

petragao.

O texto legal quo a disciplinava 6assim redigido:

"Art. 17 . A autorizacao do aju-

dante far-e-6 por portaria expedida

polo Inspotor de Alfendega, a re-querimento do interessado mediante

prove do habilitagio.

§ 1.0 A prova de habilita9ao ver-sarb s6bre as seguintes matfirias: par-tugues, aritmfitica corn aplicacio tocom6rcio a noS6es de contabilidade.

4 2.e (revogado : DI. 5.989/43)

Art. 18. Nos reparticoes aduanel-ras servo feitas, na segio competen-te, todas as anota95es a assentamen-toe referent" a vide funcional dodespachante a do ajudante.

Art. 19. Sao requisitos essencialsPara a inscrifao a asses proves:

a) ser cidadio brasileiro , maior do21 anon;

b) ter f6lha corrida;

c) nao set negociante falido, em-bora reabilitado;

R,T.J. 46

d) apresentar atestado de idonei-dads moral, firmado. por dues pessoasreconhecidamente idoneas; e

e) ester quites corn o servico mi-liter.

Art. 20. A prove estabelecida noart. 17, § 1.°, sera valida pelo pro-go de dois enos a contar do data dodespacho qua a houver aprovado".,

No vigencia de tais norms,, os im-petrantes tiveram homologado o re-sultado des proves de habilitacao poredital n .° 755 (do Inspetor do Al-findega) publicado no D.O. (PartsI), de 25 .8.61 (f. 68 dos autos).

A validade dessas proves as extin-guiria, por force de lei (art. 20,cit.), doffs snow mail tarde, on Massa 25.8.63.

"0 direito adquirido ", assim forms.do, condicionou-se apenes no "ato deautorizacio do Inspetor".

Ora, no periodo do "validade" -acima assinalado , sobreveio a L. 4.069,do 11. 6.62, qua precreveu no art. 40:

"0 nfimero de ajudantes de des-pachantes aduaneiros nas Alfandegase Mesas de Ronda sera, no m4ximo,correspondents so d6bro do do des-pachantes em atividade, sendo gra-dualmente extintas, ate qua as atin-ja tal limits, as Vegas quanap reparticiies onde haja ezcesso donfimero on estabelecido".

Tal preceito nio podia atingir asituacio juridica , je constituida, dosimpetrantes ( Introd. so C6d. Civ.,art. 6.°, $ 2 .0, cram a rodacao deL. 3.238, de 1957).

Aquela situacao, respeitou-a a au-toridade compotente, expedindo osatos formaiq quo preenchiam a "con-dicao preestabelecida".

0 pr6prio Inspetor assim esclarecenos informacaos de f. 32:

"(...) No verdade, pelas Ports-rias n . 714, 716, 717 a 753, as Weprimeiras, de 2.8.62, e a filtima, de22 seguinte, a Inspetoria houve potbeen. der exerc icio aos impetrantes nofuncio de ajudante de despachante

803

aduaneiro , por entender qua, haven-do ales apresentado os pedidos an-tes de vigencia do L. 4. 069, de11.6.62, publicada no D.O. de 15seguinte, n5o ,aria obrivat6ria a ob-servincia do sou art. 40".

E complementa a sua atestacao:

"(...) 4. Encaminhadas as c6piasdos atos so Servico do Pessoal doFazenda, pars as anotas6es qua sefaziam mister, considerou aquele 6r-gao quo a autorizaseo neles contidacontrariava o disposto no art . 40 aci-me transcrito, motivo por quo osrestituiu para reexame.

5. Nio restou , pois , a esta Ins-petoria outra alternative senao de-clare-Ica de nenhurn efeito, vistocomo se impunha der cumprimentoa decisao do autoridade competente,sabido quo nesta Alfandega o nume-ro do ajudantes a superior so d6-bro do do despachantes aduaneirosem atividade".

Nio so deparava, em consegile"ncia,ato administrativo suscetivel do re-visio, je qua, no especie, inexistira"ilegalidade"; e 96 togas hip6teseteria aplicacao o ensino jurispruden-cial, consignado no Sdmula 346:

"A Administracio Pfiblica pods do-clarar a nulidade dos sous pr6priosatos".

Don provimento so recurso, panrestabelecer, em ague efeitos, a son-tenca de f. 38.

DECISAO

Como consta do eta, a deciseo foia seguinte : Douse provimento. Uni-nime.

Presidencies do Exmo . Sr. Minis-tro Luix Gallotti . Relator, o Exce-lentissimo Sr. Ministro Prado Kelly.Tomaram parts no julgamento asExmos. Srs . Ministros Eloy de Ro-cha, Prado Kelly, Gongalves do Oli-vein a Luiz Gallotti . Licenciado, aExmo . Sr. Ministro Hermes Lima.

Brasilia, 21 de outubro do 1966.- Jose Amaral, Secretirio.

804 R.T.J. 46

MANDADO DE SEGDRANQA Nt 18.733 PR(Segulida Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Evandro Lins a Silva.

Recorrente: Guilherme Braga de Abreu Pires. Recorrido: Governador doEstado.

Sumula 430.

"Pedido do reconsideragio no via administrativa nao inter-rompe o prazo pare o mandado do segurarnga". Recurso de man-dodo de seguranga nio provide.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutides osautos acima identificados, acordamos Ministros do Supremo TribunalFederal , em Segundo Turma, no con-formidade do are do julgamento edes notes taquigreficas , por unanimi-dade do votos, negar provimento norec uso.

Brasilia, 27 de agosto de 1968. -Evandro Lins a Silva, Presidents eRelator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Evandro Lins: --A controversia esti resumida no acor-dao recorrido, nestes termos:

"A seguranga a requerida contra odespacho do Sr . Governador do Es-tado qua indeferiu pedido de retifi-cagio do decreto de aposentadoria doimpetrante.

Tal decreto foi publicado ( pet. in.)no D.O. de 21 . 10.65 e o pedido deretificagio a reconsideragao ( f. 6-8),qua motivou o despacho impugnado,foi apresentado em 30.11.66, por-tanto, depois de decorrido mais deurn ano do ato lesivo do direito dorequerente.

Assim, quando apresentou a sua so-licitagao pretendendo a retificagao,o qua equivale a pedido de reconsi-deragao, ja havia terminado, ha mui-to, o prazo pare impetragao do man-dodo do seguranga.

Se o pedido do reconsideragao naoterm efeito de interromper o prazoporn o mandado de seguranga ( Stanu-Ia 430 ), nao o pod ere ter, a obvio,para restaurar o termo ja findo.

Compreenda-se de forma diferentee jamais extinguiria o direito de re-querer mandado do seguranga a qua-

daria como letra morta o disposto noart. 18 do L. 1.533, do 31.12.51"(f. 39 a 40).As razoes do recurso alegam quo

o pedido de retificagao nio se con-funde com o pedido de reconsidera-gao, porque se trata do patitio aim-ples a nao de recurso administrativotipico, este, sim, sujeito a prazo epreclusio.

Argumentam as razSes:

"Em sums: o recorrente pleiteoue obteve sue aposentadoria nos ter-mos pedidos. Surgindo orientagio ju-risprudencial, pediu, a mais, depoisdo aposentado, a inclusio de parcelsque nao solicitara, a do indeferimen-to desta ultima pretensaq indepen-dents de anterior a qua nao constituirecurso em relagao a ale, a qua se te-ria de contar o prazo pars a impe-tragao do mandado de seguranga"(f. 45).

0 recurso foi contra-arrazoado paleConsultoria-Geral do Estado, a a dou-ta Procuradoria-Geral do Repi'rblioaopine polo sou nao provimento.

VOTO

0 Sr. Ministro Evandro Lins (Re-lator): - 0 proprio recorrente, nopetigao enderegada ao Govemadortem qua pleiteou a retificagao do de-creto do sua aposentadorie , concluipleiteando "reconsiderageo do ato quao aposentou" (f. 7, in fine).

Fosse pedido de reconsideragao onde retificagao, em ambos os casos, asdo decreto de aposentadoria decor-ria o direito do impetrante , cable-the requerer mandado do segurangado data em qua ease direito fore atin-gido . Em ultima anilise, o qua e

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recorrente pretends a qua a sua apo-sentadoria seja decretada com inclu-sio, nos proventos , de 25 % sobre osvencimentos percebidos no atividade.Essa vantagem foi-]he negada no de-creto de aposentacao primitivo. Dadata de sue publicnio , portanto, equa comegou a fluir o prazo pare orequerimento do mandado de segu-ranca, a fim de reclamar ease direito.

Nego provimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

RMS 18 .733 - PR - Rel., Mi.Aistro Evandro Lins. Recta . Guilher-

805

me Braga de Abreu Pires (Adv. Mo-niz de Aragfio ). Recdo . Governadordo Estedo (Adv. Dario Mgrchesini).

Decisi o : Negou-se provimento, une-nimemente.

Presidencia do Sr. Ministro Even-dro Lins a Silva . Presentee a ses-sio os Srs . Ministma Adalicio No-gueira, Aliomar Baleeiro, AdauctoCardoso, Themistocles Cavalcanti a oDr. Oscar Correia Pine, Procurador-Geral do Republica, substitute.

Brasilia, 27 de ag6sto de 1968. -Guy Milton Long, Secretirio.

AGRAVO DE INSTRUMENTO NQ 41.073 - GB(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Adaucto Cardoso.

Agravante : Linificio Leslie S . A. Agrevada : Superintendencia de Urbani-zaFeo a Saneamento - SURSAN.

Direito Tributario. - Texas. - Services aujeitos a taxaSio.- Incluindo a Constituipio, antra os bens do patrim6nio dos Esta-dos, os ties a lagos em terra nos do seu domino, legftimo sera con-aiderar a descarga de residuos industriais, realizada neles on atra-ves dales, cono service tribotavet da redo do eMotos estadual.

Como todos as bens pablicos de use comum do povo, enume-rados no art . 66, I, do C. Civ., os rios a lagos, a plataforma svb-marina a o mar sob a jurisdisdo territorial do Uniio (C.F., ertigos4.°, 11, a 5.0) ago areas suscetfveis do utilizasio particular, a qualo poder p6blico competente pole regulamentar a taxer, na forma dalei.

ACORDAO

Vistos, etc.

Acorda a Segundo Turma do Supre-mo Tribunal Federal , por decisi o una-nime, negar provimento so agravo, doacArdo com as notes taquigraficas.

Coates no forma do lei.

Brasilia, 5 de marco de 1968. -Evandro Lim a Silva, Presidents. -Adaucto Cardoso, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Adauoto Cardoso:- 0 ac6rdiio de qua se quis recorreratraordinsriamente mnfirmou,. pellosseus fundamentos , a sentence seguinte:

"Vistos, etc . Linificio Lillie Socie•dada An6nima prop5e a presents araoordinaria de anula gio de debito fiscalcontra a Superintende"ncia de Urbani-za4io a Saneamento - SURSAN -expondo , em sfntese, o seguinte: 1) aautora mantem instalaF6es fabris emzone qua nao a servida pales cedes dedistribuiseo de ague a esgoto; 2) naoobstante a sera apoio legal a re fezextrair as guise dequeles tributos, rela-tivos aos exercicios de mil novecentose sessenta a tree a mil novecentos esessenta a quatro, contrariando o quadisp5e a respeito o D. 270-63, com oart. 22; 3 ) as taxes cobradas polo Es-tado devern corresponder a servicos.Nio os havendo, nao he lugar pars co-

806 R .T.J. 46

branga . A pr6pria SURSAN reconhe-ce esse . fato, tanto qua nio cobra atare referents a ague. Sob o disfarce,pois, de tare, 0 Estado cobra not ver-dadeiro imp6sto . A inicial foi instruf-de coat as documentos de f. 5-13. Are contestou a agio - f. 19 -20, escla-recendo quo o servigo p4blico do esgo-tamento a prestado atrav6s do rede deesg6to a dog meios naturals dispostospelo Estado . Afirma que, existind(oeases, an seria legico quo o Estadoinvertesse dinheiro desnecesseriamente,devendo aplicA-lo em outros objetivos.No caso especifico, os despejos indus-triais do autora ago langados no rioAnil, de propriedade do Estado, obri-gando o Estado a dispendio com alimpeza do rio pare evitar a poluigiodes Aguas a one recuperagio . Replicait f. 23 . Saneador , irrecorrido, a f6-Iba 27. Foram trasladadas pages doprocesso administrativo (f. 47-49).

A audiencia do instrugio a julga-mento processou-se no conformidade dacbpia do termo de f. 54-54 v ., levan-tando o Dr . Procurador do SURSANa preliminar do inexistencia do de$-sito previo exigido pelo D . 42-37 eDI. 3.336-41 . Tudo visto a examine-do: Procede a preliminar invocadapela re. A autora , a fiat do propor apresents agio, em face do qua pres-crevem os Dl. 42, de 6 . 12.37, a 3.336,de 10 . 6.41, deveria procede-la do de-p6sito do quantia litigiosa na reparti-gio arrecadadora . Hoje, am face docorregio moneteria , a medida aeriepraticamente desnecesseria . Todavia, opreceito legal ester de pe a ago efeti-vamente derrogado , embora, no preti-ca, seja quase certo o dep6sito pareprevenir as inexorAveis consegiienciasdo corregio do moeda . Ainda queassim nio se entendesse , a agio niovingaria no merito . As raz6es do on.tore, para. nio pager a tare em tell,contrariam, flagrantemente , as disposi-g6es legais a respeito . Tudo advemde um equivoco inicial do autora quoentende ester o pogamento condicio-nado as cedes esgotadas . 0 legislador,

entretanto, nos arts. 91 a 96 do Lei

899-57, fez uma distingio que inte•ressa a especie . Assim , o art. 96 re-

fare-se As ind» strias qua fazem o des,pejo de rede publica do Departamentode Esgotos Saniterlos. Node de mailreconhecer quo o deepejo efetuado norio Anil, pr6prio do Estedo (art. 35do C.F .), as realize nas condigoesaludidas . As Pages de processo admi-nistrativo, trasladadas a pedido depr6pria autora , demonstram o trabalhoqua vem dando o langamento do des-pejos do f6brica. Se a taxa a note con-traprestagio de servigo , Aste existe. Alimpeza peri6dica do rio, pare evitar apoluigio e o tratamento posterior pare0 aproveitamento do igua, numa cids-de cerente do precioso liquido, seriesuficiente pare justificar o tribute. In-justificevel seria qua a autora langas-se o deepejo num beat do Estado ecausando prejuizos a terceiroe aem,correspondentemente , pager poles secvigos quo ocasiona . Ante o exposto,julgo a agio improcedente, condenan-do a autora nas custas do processo eem honorerios advocaticios qua fixoem vinte per canto (vinte per cento)do valor de cause . P.R.I. Rio deJaneiro, 14 . 3.66. - josh Joaquimde Forrseoa Passoa, Juiz de Direito dofiesta Vara da Fazenda PAblica doEstado do Guanabara."

Indeferido o recurso extraordinariocom fundamento nos letras a e d dopermissive constitucional.

A Procuredoria-Geral, louvando-se noparecer do Procuradoria estadual (f6-lha s/n), opine polo ago provimentodo agravu.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso

(Relator): - 0 recurso 6 inadmissi-vel pele letra a, era qua nio se tnvocaa negative de vigencia do lei federal,mas a bip6tese , extinta em 24. 1.67,de son ma aplicagio . E os acbrdiostrazidos canto suporte de interposigiopele letra d nio sio adequados, potsEgo assentou o julgado , contra Ales, quo

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pudesse o fisco cobrar tare remune-rat6ria sem a prestagio do servtsu. 0quo este dito no decisio de 1.e grau aconfirntado pelo ac6rdio g qua, incluin-do a Constituifeo, entre os bens dopetrim6nio dos Estades, os rios a ]e-gos em terrenos do seu dominio, legi-timo sera considerar a descarga de re-siduoe industriais , realizada atravasdales, como servigo tributavel do rudedo esgotos estadual.

Estrades, rues e precas, os riose lagos, a plataforma submarine e opr6prio mar, no jurisdigiio territorialde Uniio (C.F., arts. 4.°, II, a 5",C. Civ., art. 66 ) sio bean pAblicossuscetiveis de utilizacio privada quapode set sujeita a regulamentarao eretribuigio, no forma de lei (C. Civ.,art. 68) .

Nego provimento so

807

EXTRATO DA ATA

Ag 41 .073 - GB - Rel., Minis-tro Adaucto Cardoso. Agte ., LinificioLeslie S .A. (Adv., Carlos DuarteGasper ). Agde., Superintendencia deUrbanizacio e Saneamento -SURSAN (Adv., Miguel LanzellottiBaldez).

Decisio : Negou-se provimento, una-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Evan-dro Line e Silva . Presentee os Se-chores Ministros Aliomar Baleeiro,Adaucto Cardoso , Themistocles Caval-canti e o Dr . Oscar Correia Pins, Pro-curador-Geral de Republica , substitu-to. Licenciado , o Sr. Ministro Adali-cio Nogueira.

Brasilia , 5 de marco do 1968. -agravo . Guy Milton Lang, Secret&rio.

HABEAS CORPUS N4 42.722 - MG(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Gonralvee de Oliveira.

Peciente : Joao Paixio de Pinho.

Homicfdio. Desclassificagio pare crime de rim . Recurso pro-vido polo Tribunal local, a fins de set feito n6vo prooeoso. Habeascorpus concedido pare trancamento do agio penal.

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Terceira Turma do Supre-mo Tribunal Federal , por decis5o une-nime , conceder o pedido, de ac6rdocons as notes taquigraficas.

Coates na forme do lei.

Brasilia, 18 de margo de 1966. -Luis Gallotti , Presidents . - Goncal-yes de Oliveira , Relator.

RELATOR TO

0 Sr. Ministro Con calves de 011-veira : - Sr. Presidents, o advogadoJair Leonardo Lopes impetra so Su-premo Tribunal Federal uma ordemde habeas corpus em favor de Join

Peixeo do Pinho qua se ache , segundoo impetrante, no iminancia do sofrercoagio ilegal na sue liberdade do lo-como£ao, em virtude do decisio, quarepute ilegal , do eg. Tribunal de Jus-tica de Minas Gerais.

Alega o impetrente quo, em 30 . 11.57,o 6.° Promotor de Justice de BeloHorizonte ofereceu den6ncia contravarios acusados , entre ales a paciente.Era acusedo do crime previsto no or-tigo 137 , paregrefo fsnico, do C. Penal.

0 douto juiz, quando julgou a a$sapenal, entendeu de impronunciar os {acusados a desclassificar o delito pareo previsto no art . 137, parfigrafo 6ni-co, do C . Pen. - rise . Essa deciseotransitou em julgado , mas houve re-curso de um dos acusados Para o Tri-

808 R .T.J. 46

bunal de Justiga . Este Tribunal man-

don renovar a agio penal contra todos

os acusados, inclusive o paciente.

Quando o juiz impronunciou assesacusados , declarou qua o crime erade rise, e o Promotor ofereceu de-n6cia pot crime de rixa , sendo conde-nados por crime de rixa . Houve sur-sia qua foi cumprido.

Os autos foram so Tribunal de Jus-tiga pare julger apelag5o do reu quaMao as conformare corn a senten$a. 0Tribunal mandou abrir novemente pro-cesso por crime de homicidio contraas acusados, inclusive o paciente. 0Promotor ofereceu den6ncia. E con-tra esae procedimento qua reclama 0impetrante a favor do paciente, ci-tando decisio deste Tribunal em seufavor:

"Habeas corpus concedido para quoseja cassada a sentence condenat6riae p6sto em liberdade o paciente. 0processo f6ra mandado desarquivarpelo Procurador-Geral sera novas pro-vas. A den6ncia neo acrescentara qual-quer testemunha elem des pessoasouvidas no inquerito arquivado. Nes-se caso, os autos nio poderiam set do-sarquivedos ; em consegiiencia, a de-n6ncia nio poderia set oferecida enula as tonne , d"esae modo , a sentenga

qua a julgou procedente" (A. un. dosMinistros do Supremo , em sessio ple-n6ria, de qua foi Relator o eminenteMinistro Hermes Lime , em 1.4.64,

publicada no Revista Brasileira do Cri-minologia a Direito Penal, n.° 8, Ja-neiro-Marco 1965 , p. 173)."

A lei penal admits em caso de im-pron6ncia qua se faga n6vo processocriminal as houver nova prove. Dix 0art. 409 , parigrafo 6nico, do C. Pr.Penal:

"Enquento nio extinta a punibilida-

de, poder6 , em qualquer tempo, ser

instaurado processo contra o reu, se

houver novas proves."

Sao as exigencias dos doutrinadores

Espinola Filho a Bento de Faris, in-

vocados pelo impetrante , conjugadascom o C. Pr. Panel.

O impetrante se funds em dois moti-vos. 0 primeiro , quo houve a impro-n6ncia, de qua nio recorreu o Min;s-terio P6blico; apenas um acusado 0fez, e o juiz mandou abrir um proces-so por crime de morte, novemente. 0Segundo argumento a qua nenhuma ou-tra prove aparecera no processo. Brantas mottoes proves existentes no pro-cesso corn as quais o Promotor ini-ciou novamente a elio penal.

Solicitei informaf6es e o douto jutzde Comarca de Belo Horizonte , o ilus-tre Dr . Felix Geraldo de Moors eSilva , um magistrado , um dos gran-des juizes do Estado de Mines Gerais,disse o seguinte:

.. cumpre-me informer-Ihe o se-guinte:

I - 30.11 . 57: - denunciado comoincurso no art. 137 a seu paregrafo6nico, do C. Pen ., sendo a den6nciarecebida em 30 . 11.57; no mesma de-n6ncia, foram incluidos Wilson Rama-Iho a Augusto Alves do Lime ( art. 137e seu paregrafo 6nico , do C. Pen.) aBenedito de Oliveira (art. 137 a seuparegrafo 6nico a arts . 121 a 121 com-binado corn o art. 12 , n.0 II, doC. Penal);

II - 11 . 5.60: - o entao Juiz deDireito do 4.a Vera Criminal julgouprocedente , em parts , a den6ncia pare,"excluindo do page de f. 2 (denhmcia), Augusto Alves de Lime, potabsolute felts de proves, impronun-ciar, como impronuncio , as demais de-nunciados , Benedito de Oliveira, JoaoPaixio de Pinho a Wilson Ramalbo,como autores dos crimes do hornici-dio a tentative de homicidio ( artigos121 e 121 combinado con o art. 12,nP II , do C. Pen .), por evidente aconflito de prove de eutoria dos cita-dos incisos penis , como se demons-trou" ( f. 239 v.) declerando-os "comoincursos no sanSao do art . 137, parb-

grafo 6nico , do referido C. Pen."(f. 239 v.);

R.T.J. 46

III - 17. 5.60: - transitou em jul-

gado o despacho supra -referido;

IV - 27 .6.60: - foram oe reusJoao Paixio de Pinho, Wilson Rame-lho a Benedito de Oliveira condone.dos, polo mesmo magistrado, como in-cursos no art. 137, paregrafo unico,do C. Pen., a pena de seis (6) me.ses de detencao code, taxa penitencie-r:a de Cr$ 2,0 a custas , sendo, entre'Canto , concedido aos memos o bane'f:cio do suspensio condicional do paneaursis polo prazo de dais anos;

V - 1.7.60: - os reus Beneditode Oliveira a Joio Paixio de Pinhoaceitaram as condig6ea impostas parso sursis, constantes de sentenga men-cionada no item anterior;

VI - 1.7. 60: - o reu Wilson Ra-malho prestou fiance a apelou pore aeg. Tribunal de Justiga de MinasGerais;

VII - 8. 7.60: - a sentence rnen-cionada no itm IV passou livrernenteem julgado, corn relagio aos thus JoaoPaixao de Pinho. Benedito de Oliveira

e o Ministerio Publico;

VIII - julgando a apelagio interposta polo reu Wilson Ramalho, o eg.Tribunal de justice de Mines Gerais,em 14.11.60, deu-lhe provimento,ebsolvendo-o, e, so final do acordio,conclui:

"Se no as positivou a gravidadedes les6es feitas no apelante , por feltsdo exame complementar , o homicidiodo sou imago nio pode ficar Impune,so por ter o representante do Minis-terio Pfiblico deixado passer em bran-co a primeira sentenca . E, coma fezsentir o Dr . Subprocurador , sentencede impronuncia nio constitui wisejulgada, razio pals qual tare o Minis-tOrio Publico qua renovar a acio, comaimperativo de Justiga" ( f. 282).

IX - em 29. 3.65, o Dr. 13" Pro.

motor de Justica, tendo per base

809

traslado do processo supra-referido,epresentou denfmcia contra Beneditode Oliveira a Joio Paix"ao de Pinho,dando -os como incureos , 0 primeiro,nos arts . 121 a 121 combinedo comao art. 12, nP 11, do C. Pen., a. oultimo, como incurso nos arts. 121 a121 combinado coma o art. 12, n.° 11,e 25, ambos do C. Penal;

X - a denuncia referida no item

anterior foi recebida em 10.6.65,

achando-se o processo em face do ins-

trugio."

E o relet6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Goncalves do Ol1-viera ( Relator): - Sr. Presidents, ojuiz, quando julgou , a 11.5 . 60, a agiopenal, por crime de homicidio, assizeconclulur

"Ora, a rixa verificou-se, coma abso-lute carters , quando do sucedido noBico des Fl6res. All a qua ficou ca-racterizada a rim, nos precisos termosde doutrina a do jurisprudencia 6.Ora, nio so tondo limitado , juridica-mente, a autoria dos crimes verifica-dos nester autos, ficam os denunciadossujeito a sancio do art. 137, parigrafounico, do C. Pen., como de direito,excluido, no caso sub judice, Augusta

Alves de Lima, qua nio teve atuacaoalguma no periodo cruciante a defini-tivo do rise . Diante do qua ficou ex-posto a tomando no devida considers-59o tudo quanta eats plasmado nosautos, julgo, em parts, procedente adenuncia de f. 2, pars, excluindo dopega de f . 2, Augusta Alves de Lima,por absolute falter de proves , impro-nunciar, como impronuncio os demaisdenunciados Benedito do Oliveira, JoioPaixio de Pinho a Wilson Ramalho,como autores dos crimes de homicidioa tentative de homicidio (arts. 121 e121 combinado corn o art. 12, n.° II,do C. Pen .), por evidente o conflitodo prova do autoria dos citados inci-sos penis, como as demonstrou. De-

810 R.T.J. 46

elaro, per outro lado, os denunciadoscitados, come incomes no sangio doart. 137, paregrefo finico, do referidoC. Penal. Decorrido o prazo legal,sem recurso , cumpra-se o art. 410. doC. Pr. Penal."

Entio o Promoter ofereceu a den6n-cia, per crime previsto no art. 137,paregrafo 6nico, do C. Pan., a 09 acttsa-dos, dentre as quais o paciente, foramcondenados.

O juiz deu sursis a ales o cumpri-ram. Um desses acusados recorreu

Para o Tribunal de Justice . 0 Minis-t6rio Publico se conformou core a sen-tenca . 0 Tribunal de Justiga mandou,entro, fez" n6vo processo , per crimede homicidio , inclusive contra o pe-ciente.

Ora, Sr . Presidente, nao me pare-ce fosse possivel , ji qua Palo meamoprocesso crime, pelo mesmo fate, fo-ram no acusados condenados a cum-pride a pens.

Nao be novas proves, a s6 core no-vas proves saris possivel , so nao hou-vesse o processo pelo crime de riza,sujeltar o paciente a agio penal.

Com essas considerac6es, parece-mequa o habeas corpus deve ser conce-dido, Para trancamento do acio penal.

Nesse sentido e o men veto.

VOTO

O Sr. Ministro Prado Kelly: -Sr. Presidente, estou de ac6rdo corno erninente Relator, ainda per estacircunstincia : h4 dues sentences irre-corridas em relaggo so paciente. Naprimeire, o juiz aplicou o art. 408 doC. Pr. Pen, qua diz:

"Se o juiz so convencer do ezist8n-cia do crime a de indicios de qua 0reu seja o seu autor , pronuncia-lo-idendo as motives do sea convencl-mento."

Ele nao as convenceu dessa autoriae impronunciou , entre outros, o pa-ciente . Dessa decisio nao recorreu oMinisterio Publico.

O ilustre advogado interpreta o fatecome desclassificacio , porque no mes-me sentence ale usou do faculdade doart. 410, qua diz:

"Quando o juiz se convencer, arediscordancia core a denfincia an quei-xa, do ezistencia do crime diverse dosreferidos no art. 74 , g 1 .0, a nio foro competente pare julge-lo, remetere oprocesso eo juiz qua o seje . Em qual-quer case ser4 reaberto eo acusadoprazo Para defesa a indicacio de tee-temunhas, prosseguindo-se, depois deencerrada a inquiri45o, de ac6rdo coreo art . 499 a seguintes. Nio se admi-tira, entretanto , quo sejam arroladostestemunhas ja anteriormente ouvidas.

Paregrafo unico. Tendo o proceasode ser remetido a outro Juizo, a dis-posiSio deste passara o reu, as estiverprgso."

Tembem nio heave recurso do Mi-nisterio Ptablico . Houve recurso de urninteressado . Reebrir a agio penal, coreos meamos elementos defronta obsti-culo juridico irremovivel.

Eaton, portanto, de ac6rdo core oeminente Relator.

DECISAO

Como consta do ate, a decisio foia seguinte : Concedido. Uninime.

Presidencia do Exrno . Sr. MinistroLuiz Gallotti . Relator, o Ex<no. Se-nhor Ministro Gongalves de Oliveira.Tomaram parte no julgamento as Ex-celentissimos Srs. Ministros Carlos Me-deiros , Prado Kelly, Hermes Lima,GonFalves de Oliveira a Luis Gallotti.

Brasilia, 18 de merge de 1966. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-tor-Geral.

R.T.J. 46

AGRAVO DE INSTEVMENTO Na 43 . 010 (Ag . Rg.) - MG(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Adalicio Nogueira.

Agravante: Waldo Luiz Pinto.

Agravo regimental, a quo se negou provimento.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos estes

autos, acordam os Ministroa do Se-gundo Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidede com a are,de julgamentos a notes taquigraficas,negar provimento so agravo regimen-tal, a unanimidade de votos.

Brasilia, 27 de ag6sto de 1968. -Evandro Lins a Silva , Presidents. -Adalfcio Nogueira, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Adelicio Nogueira:- Proferi o seguinte despacho, a fa-Iha 52 a v .: (Le").

Deste, agravou-se regimentalmente(f. 54-62).

Mentive-o, 6 f. 64.

Nao me convenceram do qualquerdesac6rto as raz6es desenvolvidas poloagravante . Sou douto patrono chega amencionar pronunciamentos mews a doeminente Ministro Aliomast Baleeiro,notadamento no caso Leopoldo Heitor,no sentido de qua, aqui, se cuida deadequa4eo perfeita do direito cos fatose nao de simples aprecia9eo de prove.Mas, a especie variants nao tom qual-quer similitude com as invocadas.

Trata-se, not especie, de uma acaode indenizaceo proposta polo agravantecontra a agravada , em razao dos danosocasionados an veiculo pertencente anprimeiro, qua estava guardado no p6s•to do segunda e, por culpa death. 0agravante aponta como violados os ar-tigos 159 a 1.266 do C . Civil. Mas,a r. setenga e o v. ac6rdeo, qua amanteve , afastam, estribados on provedos autos, quer a ideia de culpa, quera de dep6sito.

811

A Iuz dos mesmas , asseveram a ezie-tencia do fortuito . 0 carro, qua se an-contrive no patio do p6sto, f6ra abal-roado por outro, pertencente a tercel-ro, quo , trafegando pole Av. Amazo-nas, se desgovernou , gerando o sinistro.Aceitendo, plenamente , a hipbtese dofortuito , diz o aresto impugnado:

"Soria dep6sito propriamente dito sese tratasse de garagem apropriada parsa guards de veiculoe. No coso dosautos, o qua ocorre e a pormissfio Parao estacionamento do carros no patioaberto dos postos, spans pare o par-noite, o quo o afasta dos caracterfati-cas pr6prias do contrato de dep6sito,porque as garantias oferecidas seo res-tritas a vigilincia durante a unite,polo guards notumo do p8sto, contrafurto a danos ocasionados por pessoasinescrupulosas" (f. 16 v.).

E srsais adiantes

"Por fim, o evento de qua so queixao autor , pare o p6sto foi, nao rectaduvide, urn aut6ntico cow fortuito. 0veiculo de No Paulo teve a barra dodirepao completamente s6lta, indoabalroar o carro do autor . Nao estavano previsao do reu o evento, nem,tampouco, pare 61e concorreu por im-prudencia , impericia on negligencia"(f. 17).

Por sua vez , o douto despacho agra-vado , so indeferir o seguimento doap6lo extreme, afirma qua "o decisb-rio recorrido nao negou vig6ncia onaplicagio so art . 159 do C. Civ.,mas spans considerou -o indevido aocaso sub examine, por inocorr6ncia deculpa por parts da rocorride , assim nosujeita , portanto , a indenizacio, face aqua, afinal , se trata de caso fortuito".Por outro lado, considerou "frente aprove produzida , qua a especie em

812 R .T.J. 46

aprego nio retrata contrato de dep6-sito, mas simples guards de coisa"(f. 24).

Destarte, se nao se configuram odep6sito e a culpa, como diner-se quahouve vulneragio dos arts. 159 a1.266 do C. Civ., de todo inaplice-veis so caso . Nio hi, pois, como au-poe o ilustre patron do agravante,sintonizagio dos fatos a do direito.

Outrossim, nio colhe o apilo sob oaspecto do letra d do norms constitu-tional, porque o 6nico julgado spouts-do pelo agravante figure unm situagioem qua o dep6sito, embora sem atoescrito, ficou patenteado, o qua inoasu, de modo nenhum, se verifica.

E o relet6rio.

VOTO

vimento so agravo, pare manter o des-pacho agravado.

EXTRATO DA ATA

Ag 43. 010 (AgRg) - MG -Rel., Ministro Adalicio Nogueire . Age.,Waldo Luiz Pinto (Adv., Carlos Odo-rico Vieira Martins).

Decisio: Negou-se provimento, uni-nimemente.

Presidencia do Sr. Ministro Even-dro Line a Silva . Presentes a sessioos Srs . Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Baleeiro , Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o Dr. OscarCorreia Pine , Procurador-Geral doRepublica, substitute.

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira Brasilia, 27 de ag6sto de 1968.

(Relator): - Diante disso, nego pro- Guy Milton Lang, Secreterio.

HABEAS CORPUS N9 45.169 - SP

(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Amaral Santos.

Patients: Severino Luis do Mello Filho.

Trdfice do maconha. A mere alegagio do Lao material au

exclui a justa cause para o processo, quando afastada pelas cir-

cunstancias.A suficientemente conclusive o exams quimico toxicoldgico,

procedido por peritos especializados, qua revels resultados posi-

tivos pare maconha.A imposigio de pane de mu/ta Palo delito anterior nso afasta

a presungrio de periculosidade do reincidente em crime doloso, qua

dove submeter-se a medida do seguranca . Habeas corpus denegado.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estes

autos, acordam os Ministros do Ter-ceira Turma do Supremo Tribunal Fe-deral, por unanimidade de votos, de-negar a ordem, no conformidade doata do julgamento a des notes taqui-

graficas.

Brasilia , 15 de margo de 1968. -

Gongalves de Oliveira, Presidents. -

Amaral Santos, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Amaral Santos: -0 advogado Mario Seed impetra or-dem de habeas corpus em favor doSeverino Luiz de Mello Filho, qua seencontra praso a recolhido no Can deDetengio de Sio Paulo, por f6rga decondenegao qua The foi imposts peloJuiz de Direito do 5? Vote Criminaldo Capital, confirmada em agio revi-

sional, a pena de 1 ano e 6 cones de

reclusio, mais medida do seguranga,como incurso no art. 281 do C. Penal.

R.T.J. 46

Alega qua o processo 6 nulo: a) porfalts de juste cause; b) por v(cio dolaudo toxicologico; c ) porque a medi-da de seguranca detentiva "foi aplica-da de forma diversa de interpretacaodo nosso direito substantial".

Du, ainda, qua, tendo requerido re-visao criminal , esta the foi indeferidaPalo Tribunal de Justice.

Juntou varies certid6es do processo.

As informacues do autoridade coato-re, o Tribunal do justice de Sao Pau-lo, sic, as seguintes (f. 26):

"0 paciente esta condenado , em vir-tude de sentence , de 15.6.64, corntrensito em julgado eat primeira ins-tancia, a cumprir , pelo delito do artigo281 do C. Pen., a pens de 1 ano a6 mesas de reclusao, com multa doNCr$ 2,00, mais medida de segurancapor 2 anos . Tentou reviseq mas viu-aindeferida . A ineriminacao do acusado,examinades as proves , neo resultariacontraria a evidencia . Nem melhoriaalguma se permitia no resultado. Eraaquele reincidente gen6rico, reaponsli-vel, antes , por crime de furto, quandoganhou simples multa, pens mitigadaface a lei (C. Pen., art. 155, § 2.0).Dessa moneira , new. cancelade podiater a medida de segumnce , nao esca-pando a reincidencia , verificada em17.8.60".

A o relat6rio,

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos (Re-lator): - A alegade falta de justacause consistiria no ignorancia , aduri-da pelo paciente, de quo, transportavsmaconhe . Mas as circunstancias nonabonam a alegeceo de ignorancia.Nesse sentido , precise a a sentenca deprimeira instfincia (f. 17):

"Diz a defesa (e isso 6 realmente oqua consta do interroget6rio judicial)qua o reu ignorava qua o pacote Cuembrulho qua levava, continha tal en-

813

torpecente . Contudo, nenhuma prove,apresentou nesse sentido , tendo mes-mo desistido de tomar os depoimentosdas testemunhas qua havia errolado nodefesa previs . E, coma a bear de ver,tendo sido apanhado quando transportava o entorpecente, tal prove de boa--fe de sua parts deveria ter sido feitode maneira hem conclusive , neo has-tando a samples alegaceo . Por outrolado, em seu interrogat6rio policial vreu faltou Para com a verdade, quandodisse qua havia sido processado a ab-solvido a6mente pale contravenciio dovadiagem . Sim, pois tamb6m o foi,sendo condenedo pot sentence quatransitou em julgado no die 17.8.60,por tentative do furto".

Igualmente Clare, no tocante, o ac6r-

dio em revisao criminal (f. 19):

"0 peticionario foi processado a con-

denado Como infrator do art. 281 do

C. Pen., impondo -se-Ihe 1 ano e 6

mesas de medida de seguranca deten-

tiva, em face de reincidencia gen6rica.

Neo apelou a veio agora com astopedido de revisao , pleiteando a absol-vicao.

A condenaceo deve ser mantida.

A Policia foi informada de qua umindividuo vendia maconha no PracaOlavo Bilac.

Pare le se dirigiram os investigado-res, qua viram o indiciado receber umparole de urn terceiro, qua as afastou,num automovel.

Detido em flagrante, o peticion6riodeclarou qua Sergio de tel the entrega-va meconha , costumeiramente, parequa aste, por sua ver, a entregasse a

cutters, mediante o pagamento deCr$ 2.000.

Em Jufzo, o reu afirmou desconhe-cer o conte6do do pecote corn 6leapreendido a destinado a terceiros, di-zendo qua Sergio de tal trazia o pe-

814 R .T.J. 46

cote, no carro de aluguel do decla-rants.

A atitude suspsita do pedcion4rio.naquela Pmga , nio imprime verosiimilhanga a sua versio de inocincia.

Sin mais plausiveis , em face descircunstincias , as declarag6es qua pres-tou no flagrente, onde admitiu quacostumava receber maconha de Sergiode tal."

Em sums, o fato de qua o peciente6 acusado, constitui crime a os eleman-tos do processo nao permitem exoner6-lo do responsabilidaae de transportermais de seicentos gramas do maco-nha. Improcede o fundament, don° I do art. 648 do C. Pr. Penal.

Improcede tamb6m o fundamento dequa o exams toxicol6gico 6 nulo. Samembargo de ser algo sint6tico, ditoexams, procedido por peritos eapecia-lizados, 6 suficientemente conclusivo,Como so v6 (f. 15):

"Exame qufmico toxicoldgico: - Asanilises quimicas , microquimicas a bo-tanicas efetuadas no material em aprA-So revelaram resultadoa positivos pareCannabis sativa L, tembgm conhecida

por maconha".

Iguolmente improcedente o terceirofundamento . Queixa -se o impetrantede qua ]he foi imposts medida de se-guranga consistente no sua intemagiopelo prazo de dois anos , em col5niaagricola ou instituto de trebalho, doreeducagio on do ensino profissional,e se queixa porque, embora anterior-mente condenado por tentative de furto, ai ]he foi imposts simplesmentepens de multa a nao privagio do liber-dade . Melhor nem mais juridica ree-posts se d6 a essa alegagao do qua acontida nas informag6es do Tribunalde Justiga (f. 26):

"Era aquAle reincidente gen6rico,respons4vel, antes, por crime do furto,quando ganhou simples multe, pensmit:gada face a lei (C. pen., artigo

155, § 2P). Dessa maneira , nem can-celada podia ter a medida de segu-

range, niio eacapando a reincidencia,verificada am 17 . 8.60".

Por asses raz6ea, denego o pedido

do habeas corpus.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Estou do acbrdo . 0 eminent, Re-lator examinou todos os aspectos invo-cados no pedido . 0 douto advogadotamb6m se desvelou. Mas nio encon-trou esteio em lei pare as rashes trazi-des por Ale.

Somos Juizes . Aplicamos a lei. Easeaspecto social a um terceiro aspecto,

qua nio est6 so alcence do habeascorpus.

No recurso de revisio, examinadasas proves, nude foi dito em favor dele.S6 rests cumprir a sanS"eo.

Quanto a alegagio do peciente doquo The foi imposts medida do segu-ranga, a verdade 6 qua , enbora con-denado , anteriormenta, por tentativede furto , ai the foi imposts , simples-mente, pens de multa, a Ale nio sebeneficia, por ser reincidente . E rein-c!dente gen6rico.

Nego a ordem.

EXTRATO DA ATA

HC 45.169 - SP - Rel., Minis-tro Amaral Santos . Impte., M6rioSeed . Pte., Seveino Luiz de MelloFilho.

Decisio: Denegada a ordem. Uni-nime.

Presidencia do Sr. Ministro Gon-Selves de Oliveira. Presentee os Se-nhores Miniatros Hermes Lima, Eloydo Roche, Amaral Santos a ThompsonFlores, a o Dr. Oscar Correa Pine,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto.

Brasilia, 15 de margo de 1968. -Alberto Veronese Aguiar, Secret6rio.

R.T.J. 46

HABEAS CORPUS N4 45.312 - GB(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso.

Paciente: Manoel Antonio Jacinto.

815

Habeas corpus . Reformatio in pejus . Condenageo inferior anminimo do pone . A anulagio do sentence no julgamento do ape-lacio do rev pare qua o juiz corrigisse o e"rro, equivale a tuna re-formatio in pejus, mormente quando raw houve apelasio do Minis-terio Publico . Ordem concedida pare anular o acdrdio proferidoas apelacio.

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Segunda Turma do Supre-mo Tribunal Federal deferir o pedido,em parts, pare anular o acord"ao pro-ferido na apelacio, uninimimente, doacordo corn as notes taquigrificas.

Custas no forma do lei.

Brasilia , 11 de junho de 1968. -Evandro Lino a Silva, Presidents. -Adaucto Cardoso, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Adauoto Cardoso:0 advogado Jose Bonificio Diniz doAndrade impetra habeas corpus emfavor de Manoel Antonio Jacinto pro-cessado a condenado no Juizo de 16.aVera Criminal coma incurso nos pe-nas do art. 279 do C. Penal.

justamente o perito que procedeu soexame, quando do apreensio. Tonto a1. quanto a 2.0 instencia, so aprecia-rem a prova no seu conjunto, despre-zaram ease defesa.

Ocorre porlim que, condenado a 3meses do prisio, tempo inferior so mi-nimo do pens que 6 1 ano, o eg. Tri-bunal de Justica, julgando a apelaciodo r6u, anulou a sentence de 1" graupare qua o juiz corrigisse o erro. Niohouve pordm apelacao do M.P., sen-do portanto inaceitevel a decisio quaequivale a uma reformatio in pains.Day porque defiro em parts o habeascorpus pare anular o acordio proferidono apelecio.

EXTRATO DA ATA

HC 45 . 312 - GB - Rel ., Minis-tro Adaucto Cardoso . Impte., JoseBonificio Diniz de Andrade. Pte.,Manoel Antonio Jacinto. ,

Pedidas informacoes vieram as def. 12-15 (far).

E o relatorio.

VOTO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso(Relator): - Alega onnpetrante quaa mercadoria apreendide na geladeirado son bar estava em tal gran deputrefecio qua ningu6m se abalancariaa consumi-le , ainda qua cordimentadae preparada . Ease alegacio tern oapoio de nine testemunha de defesa,

Decisio: Deferido o pedido, em par-te, pare anular o acordao proferido noepelacio . Decisio uninime.

Presidencia do Sr. Ministro Evan-dro Lins a Silva. Presentee a sessioas Sri . Ministros Adalicio Nogueira,Adaucto Cardoso, Themistocles Caval-canti e o Dr. Oscar Correia Pine, Pro-curador-Geral do Republica, substituto.Licenciado, o Sr. Ministro AliomarBaleeiro.

Brasilia, 11 do junho de 1968. -Guy Milton Lang, Secrettirio.

816 R.T.J. 46

HABEAS CORPUS N4 45.400 - RJ(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso.

Paciente : Alcebiades Rufino.

Juri. Neo constitui ofense a sua soberania a deciseo da supe-rior instencia quo, anulando seu veredicto pot insuficiencia do ques-tionerio, determine ndvo julgamento corn a rigorosa observanci:sdas formalidades legais . - Ordem indeferida.

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Segunda Turma do Supre-mo Tribunal Federal indeferir a or-dem, unanimemente, de ac6rdo corn asnotes taquigreficas.

Coates na forma de lei.

Brasilia, 14 de main de 1968. -Adalfcio Nogueira, Presidents, -Adaucto Cardoso, Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Waldemiro day Silveira Sobrinhoimpetra habeas corpus em favor deAlcebiades Rufino, preso no cedeia deParati , sob a acusegeo de homicidioqualificedo, embora absolvido peloJuri. Teria apelado a Promotoria Pu.-blica da decisao do tribunal popular,corn fundamento na letra d do incisoIII do art . 593 do C. Pr. Penal. Eo eg. Tribunal de Justiga terie pro-vido o recurso , mandando o pacientea n6vo Juri.

A f. 11-12 se encontram as infor,mag6es do ilustre presidente do Tri-bunal fluminense , nos termos seguin-tea:

"0 paciente , processado pelo homi-cidio qualificado do cidadeo MelvinReis, submetido a Juri, rejeitada acoagao irresistivel invocada pale defe-sa, foi condenado como incurso na san-gio do art . 121 do C. Pen., a noveanos de recluseo . Inconformadas, ape-laram as pertes ; o M.P., fundado nasTetras a, a e d, do permissive proces-sual, a o sentenciado , na Tetra a. A

eg. 3.a Camara deste Col. Tribunaldeu provimento a ambos as opelos,anulando o julgamento do ore pa-c:ente , por defeito de questionario, notocante it coageo irresistivel.

3. 0 impetrante procure reabrir adebate em t6rno da inconstitucionali-dede das decisbes da superior instenciaanulat6rias dos veredictos , per supostaofense a soberania do tribunal popu-lar, embora equivocadamente reconhega,so cabo de sue petigao , posse a 2.ainstencia decretar a nulidade , a tenhaisso sucedido ne hip6tese , em virtudede apelo do pr6prio paciente.

4. A respeito da argiligae, cumprespecies recorder qua a L . 263, de 1948,modificou o C6digo de Processo Penal,s6bre a materia , justamente pare her-moniza-lo corn a Constituigao de 1946,qua, como a atual , declerou a sobera-nia do Juri, tendo sido os dispositivosdaquela lei, invariavelmente, conside-rados constitucionais pelos julgadosdessa Alta Corte.

5. Eis, Exmo. Sr. Ministro, o quas6bre o pedido em aprego tenho aesclarecer.

6. Ao presents , pare o mais deta-lhado exame do caso, junto c6pias dorelat6rio , a do v . ac6rdeo impugnado".

E de f . 16-18 o ac6rdeo proferidopor equals colenda Corte na apelagaodo paciente:

"Acdrdeo Ementa : Coageo irresis-tivel. Questionerio deficiente. Nuli-dada do julgamento . Vistos , relatadose discutidos eaten autos do Feito Cri-me n? 11 .512, de Parati , em qua seoapelantes a reciprocemente apeledos,

R.T.J. 46

Alcebiades Rufino a Justiga Poblica.Acordam, earn divergencia , os Desem-bargadores componentes do CamaraCriminal do Tribunal de Justiga doEstado do Rio de Janeiro, prover aambos as apelos , pare anular o julga-mento impugnado, a fim de ser repe-tido com a rigorosa observincia desformalidades legeis. E assim decidem,a urna pale inexistencia nos autos do.questionerio formulado , e a outre, por-que em debate a coagio irresistivel,as perguntas neo podiem ser as qua.constam do termo de votarao, silentsa respeito do especie de coagio, esobre a pessoa do coator . A coagioirresistivel , segundo antiga a invarie-vel jurisprudencia, 6 a uniforme opi-niio dos mestres , 6 a qua provem deoutrem , aniquilando a vontade do agen-ts, pare obrigi-lo a fazer, on a deixarde fazer o qua nio desejava , aquiloqua livremente nio feria . Consegiiente.mente, i ocorrencia de coagio irresis-tivel, 6 indispensivel o concurso detr6s pessoas : coator, coagido a vitime,sendo unicamente responsive ], de ac6r-

•do com a tetra expressa do lei, aquelequa constrange alguem a praticar ocrime , revelando a simples leitura doart. 18 do estatuto penal, a necessi-dade do concurso de terceira pessoa,pare caracterizar -se a figure juddicaem aprego , come, sucedia no dominioda lei penal anterior , em cuja aprecia-.gio, a antiga Corte de Apelagio doex-Distrito Federal , salientava: "0constrangimento fisico , on moral 6 oqua decorre de eto do homem, ter-ceira pessoa , qua constrange o acusa-do a delingiiir pale forma alegada,desde qua o dito constrangimento asrevista dos circunstfincias previstas noart. 27, § 5.°, do C. Penal" (Dic. Ju-risprudencia , de Vicente Piragibe, vol.2.01 p. 183 , ns. 2.833 a 2 . 834, idem,Galdino Siqueira, Dir. Penal Brasilei-ro, parte geral, p. 406 , n.° 1). A con-clusao id"entice tem chegado "to eg.Camara como sucedeu nos feitos cri-mes ns. 2 . 036, de Niteroi , 2.323, dePetropolis, 2.665 , de Niteroi, 2.728,de Niteroi, 4.259, de Duque de Ca-aias, 4 . 871, de Vassouras , 6.901, deB. J. Itabepoana , a 7.326, do Resen-

817

de, proclamando o eminent* Desem-bargador Ferreira Pinto , art relator ode n.° 4 . 871, qua "os doutrinadorese a jurisprudencia tornaram bem tran-quilo so ocorrer a hipotese do coagaoirresistivel , com o concurso de tree in-dividuos : o coator, aquele qua compelselguem a laser on deimr de fazer al-guma coisa: o coacto, o qua contrasue vontade a sob a irresistibilidadede coagao comete o crime , e, final-mente, a vit me, estando de todo rele-gade a opiniio dos qua su stentam po-d" ease forga irresistivel ser provenien-te de outros fenomenos sociais, taiscome as imposig6es de normal de videem sociedade, on psiquicas , comp aspaixoes a emog5es oriundas do viriascauses, inclusive do procedimento in-correto do propria vitima" (Ac. de7.10.57, in Bol. Judiciario, fasc. 237,p. 406-410). Assim , pare ser conve-nientemente apreciada a decidida polotribunal popular, a coagio irresistiveldeve ser decomposta , a fim de qua codaurn de sous elementos integrantes sejaindagado separadamente, pare a veri-ficagio , primeiro , do influencia de ter-ceira pessoe , sem cujo concurso a ex-cludente em aprego o inadmissivel;depois, s6bre a coagio a sua especie,as fisica , on moral; e, finalmente,

quanto i irresistibilidade . Os quesitospreconizados pale jurisprudencia destaeg. Camera, apbs a afirmagio do fatoprincipal , sio do teor seguinte: 0 reupraticou o fate impelido per outrern?O rev, assim ogiu sob coagio moral( on fisica, se for o case, dessa pessoa).Essa coagio era irresistivel? (Ac. nofeito crime n.0 2.782, de Niteroi, inBol. Judicierio, fasc. 231, de abril--junho de 1956, p. 284-286. No casevertente a insuficiencia proveio doproprio questionerio , ocarretando aabsolute ineficicia do julgamento. Ni-teroi , 22.8.66".

E a relatorio.

VOTO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso(Relator): - Indefiro o pedido, cornos fundamentos do acordio citado.

818 R.T.J. 46

EXTRATO DA ATA

HC 45.400 - RJ - Rel., Minis-tro Adaucto Lucio Cardoso . Impte.,Vlademiro do Silveira Sobrinho. Pte.,Alcebiades Rufino.

Decisao : Indeferiu-se a ordem, a

unanimidade.

Srs. Ministros Themistocles Cavalcan-

ti, Adaucto Lficio Cardoso , Aliomar

Baleeiro e o Dr. Oscar Correia Pina,

Procurador-Geral do Repfublica, subs-

tituto . Ausente, justificadamente, o

Sr. Ministro Evandro Line a Silva.

Presidencia do Sr . Ministro Adali- Brasilia , 14 de maio de 1968.

cio, Nogueira. Presentes a sessao as Guy Milton Lang, Secreterio.

RECURSO DE HABEAS CORPUS N9 45.640 - GB(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso.

Recorrentes : Ant6nio Carlos Daltro Coelho a outros . Recorrido : SuperiorTribunal Militar.

Seguranca Nacional . L. 1.802, do 1953. Crime praticado em1963. Por Mtge do § 1° do art. 8.° do A.I. 2, a competenciapare o processo, iniciado peranto o Juiso comum, passou pare aJustica Militar. Confirmaca"o do preceito polo art. 44 do DI. 314,de 13.3.67.

Recvrso a qua se negou provimento.

AC6RDAO

Vistos, etc.

Acorda a Segundo Torino do Supre-mo Tribunal Federal negar provimen-to no recurso, unanimemente, do ac6r-do corn as notes taquigreficas.

Custas no forma do lei.

Brasilia , 4 de junho de 1968. -Evandro Lins & Silva, Presidente. -Adaucto Cardoso, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso:- Os impetrantes estao sendo proces-sados Parente a Auditoria do 6.4 Re-giao Militar como incursos no art. 21do L. 1.802-53. Pass sobre ales aacusacao de terem perturbado comarruacas a depredac6es uma reuniaodo Camaro de Vereadores de Feira deSant'Ana. Argilindo a incompetenciado Juatica Militar, impetraram habeascorpus so colendo Superior TribunalMilitar qua o indeferiu ofirmando(f. 30):

"Competencia - Tem-na a JusticeMilitar pare processor a julgar todosos delitos entao definidos no L. 1.802,dentre os qusis se inclui o prevlstono art. 21, hoje reproduzido no art. 35do DI. 314, de 13 . 3.67. Indefere-seo pedido renovado, sera argumentos onelementos qua justifiquem a modifica-cao des conclus6es do aclirdao ante-rior",

Dal o recurso so Supremo TribunalFederal.

>g o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Adaucto Cardoso(Relator ): - 0 crime teria sido pro-ticado no dia 29 . 11.63 (denfincia def. 16). Por force do g 1.0 do art. 8.-do A.I . 2, a competencia pate o pro-ceaso , iniciado perante o Juizo co-mum, passou pare a Justica Militar.E o preceito teve confirmacio no ar-tigo 44 do Dl . 314, de 13.3.67.

Nego provimento no recurso.

R.T.J. 46 819

EXTRATO DA ATA

RHC 45.640 - GB - Rel., Mi-nistro Adaucto L4cio Cardoso. Rectes.,Ant6nio Carlos Daltro Coelho a outroe.Recdo ., Superior Tribunal Militar.Impte., Dem6sthenes Alvaro de Brito.

Decisao: Negou-se provimentq une-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Even-dro Line a Silva. Presentee a sessaoos Srs . Ministros Adalicio Nogueira,Aliomar Baleeiro , Adaucto Cardoso,Themistocles Cavalcanti e o Dr. Os-car Correia Pine , Procurador-Geral doRepublica, substituto.

Brasilia, 4 de junho de 1968. -Guy Milton Lang, Secretirio.

aHABEAS CORPUS Nt 45 . 923 - GB

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Recorrente : Joao Carlos Neves. Reconido: Tribunal de Justice.

Flagrante preparado pale Policia - Para aplicaceo de Su-

mula 145, a preciso distinguir do crime putativo, qua nio se con-

smna pelo flagrante preparado, o caso de crime continuada, on jA

consomado, em qua a diligencia policial visa sd a prova de delito

preexistente a integrado em todos os no elementoo objet Woe esubjetivos.

ACORDAO

Vistos a relatados estes autos de Ha-

beas Corpus n.° 45.923, do Estado deGuanabara , em quo 6 reconido JoeoCarlos Neves a reconido o Tribunaldo Justice , decide o Supremo TribunalFederal, por sue Segundo Turma, unA-nime, negar provimento ao recurso,de ac8rdo com as notes juntas.

Distrito Federal , 20 de ag8sto de

1968 . - Evandro Linn a Silva, Presi-

dento . - Aliomar Baleeiro , Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- 1. 0 habeas corpus foi impetrado

em favor do paciente , denunciado pelo

crime do art . 158, combinedo corn o

art. 51 , § 2.°, do C . Penal (extor-

sao).

Alega qua o paciente esti sofrendo

coacao ilegal , por mero crime putativo,

pois o flagrante teria sido provocadopelos Agentes do Policia de ac6rdo

com o poi de vitima. Este, um menor

de 17 anon, coagido a der co acusado,

cede mea, a prestacao do colegio, a

fim do qua neo comunicasse a Poli-cia a ao pai o nam6ro a as intimidadescom outra manor, de qua o pacientese dixia irmao. Argfii, tamb(m, quahouve excesso do pro= a qua neo teveadvogado no flagrante.

2. Recorre do v. ac6rd"eo de f. 22,que denegou o pedido a alega ausenciade juste cause, nulidade do flagrante,ilegalidade de prisao de ac6rdo centos itens III , c, a IV do art.564 doC. Pr. Pen., etc.

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Relator ): - I. Comunicado pelo paido menor a Policia a extorsiio, repe-tide periodicamente cede fine de mes,levando a vitima a neo pager , nem fre-

quenmr o colegio , porque dave as men-salidades ao acusado , a autoridadeanotou as c6dulas, pelos n6meros eseries, surpreendendo-o so recebe-las.Preso em flegrante, foram encontmdosem seu poder exateatente NCr$ 28,00,formados por aquelas cedulas anotades.

S20 R.T.J. 46

II - Entendo que, no caso, nao hou-ve provocacio do delito, mas diligin-cia pare prove de crime continuadono momento de sua reiteracio.

III - A Sdnada 145 du: "Nio hicrime, quando a preparacao do flagran-te pela Policia torna impossivel a sunconsuma4io ." Penso qua nao se epli-ca so caso dos autos, tipico de crimeje caracterizado , velho a continuado.Assim votei, vencido , em casos de fle-grante de concussio ou de corrupciopassive consumades pale proposta doagente it vitima.

IV - Nego provimento no recursapelos fundamentos do douto voto doilustre Des . Roberto Medeiros, Rela-tor do v. ac6rdio recorrido, unenime,a f. 22, nos seguintes t6rmos:

diverse , a diverse a solupio, gwandohe iniciativa do agents provocador.Se a imputacao a on nab verdadeira,eats 6 outra questao, a ser dirimidaas senten&a, ja proferida ou em viesde o ser, consoante a informecao def. 18-20. Relativamente a demora noandamento do instrucio, trata-se dometiria superada, pois, por ocasiiodo oficio do Dr. Juiz, estava a acaopenal no fase des alegacoes finals."

EXTRATO DA ATA

R'HC 45.923 - GB - Rel., Mi-nistro Aliomar Baleeiro . Recta., JoinCarlos Neves. Recdo., Tribunal deJustice. Impte., Julio Cesar Martins.

Decisio: Negou-se provimento, uns-nimemente.

residencia do Sr Ministro Evan-P ."Asaim decidem, quanto so primal-

ro fundamento, porque nao hi crime Srs

. Lins a Silva. llcio tea ados

irsessio,a, o

putativo quando a autoridade policial, marMBaleeiro,

iniatro, Adaut CaCardoso,

Alio-putativo

avisada , comparece no lo- mar c ess Cavslcanti

canti o e C o ardoso, OscarDr. acal convencionado a surpreende

o Correie -Geral de

agents no momento em que pratica a Correia Pina, Procuredor

extorsio, coma ocorreu no espicie, so- Republica, substituto.

,gundo se relate as denuncia a no auto Brasilia, 20 do ag6sto de 1968. --do prisao em flagrante . A hip6tese a Guy Milton Lang, Secretirio.

RECIIRSO DE HABEAS CORPUS NQ 46.114 - SP(Terceira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Recorrente : Albercy Cordeiro Pessoa . Recorrido : Tribunal de Justica.

Recurso de habeas corpus.

Prontincia . Desclassificagio de homioidio pare rixa . Deman-dando o exams do proves, a pretensio invidvel atraves do writ.

Recurso nao provido.

AC6RDAO

Vistoa, relatados a discutidos estesautos, acordam on Ministros do Ter-'ceira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigrifices,-por unanimidade de votos, ringer pro.vimento an recurso.

Brasilia , 13 de setembro de 1968.Gongalves do Oliveira. Presidents.

- Carlos Thompson Flores , Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:A espicie eats liniments relateda

a f. 18 no aresto recorrido.

"1. 0 paciente do presents pedidode habeas corpus foi denunciado, emconcurso corn um aeu irmao , per eo--autoria em delito do homicidio, re-gularmente processado , pronunciado nostirmos do denuncia. Cora o presentspedido de habeas corpus sustenta quo

R.T.J. 46

houve erro no classifica$o do delito,pois o que houve foi uma rim, coredois grupos em Into, usando cadeiras.0 juiz informa qua a senten &a de pro-n6ncia teve apoio are. testemunha pre-sencial , qua apontou o paciente Comoprovocador a enter do agressio quacausou a morte de vitima, enquanto 0irmio dale impedia, coin o empregode uma face , qua outras pessoas inter-ferissem no briga entre o mesmo a avitima, sendo que do sentence de pro-nuncia ainda nio foi intimado o pa•ciente . Foram requisitados os autos deafio penal, pare melhor exams docase. E o relet6rio.

2. Apreciando-a, houve por bem aeg. Secio Criminal, are ac6rd5o una-nime de 23 its julho ultimo, denegar ohabeas corpus.

Fe-lo porque, embora tendo os au-tos do aceo penal pare melhor name,ajuizou do inviabilidade do desciassi-ficaFao do homicidio pare rise, salvose respreciadas t&das as proves, o quadescabe atraves desta via.

Dal o presente recurso em o qualinsists o recorrente em a desclassifica-rao. Respondent o Ministerio P6blico

E o relat6rlo.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores(Relator:) - Nego provimento sorecurso.

821

E assim o faro, porque corretoa ju-ridicamente os argumentos quo emba-saram 'o julgado em questio a cujosfundamentos adoto.

2. Acresce que o recorrente, qua niofoi ainda intimado do sentenrca contraa qual as insurge, o quo the ensejarenovar a pretensio atraves do recur-so ordinfirio pr6prio, quando a mate-rio podere ser examinada a, se poce-dentes as raziies ora deduzidas, acolhidaa desclassificaggo.

E o men veto.

EXTRATO DA ATA

RHC 46. 114 - SP - Rel., Minis-tro Thompson Flores . Recta., AlbercyCordeiro Pessoe. Recdo ., Tribunal doJustice. Impte., Sebaati-ao Marcondesdo Silva.

Decisao: Negou-se provimento. Una-nime.

Presidencia do Sr. Ministro Gonsal-ves de Oliveira. Presentee b sessio asSrs. Ministros Hermes Lima, Eloy doRoche, Amaral Santos , Thompson Flo-res e o Dr. Oscar Correia Pine, Pro-curador-Geral do Republica, substi-tuto.

Brasilia, 13 de setembro de 1968.- Jose Amaral, Secretirio.

EMRARGOS NO RECURSO EXTRAORDINARIO N" 58.714 - R7(Tribunal Pleno)

Relator pare o ac6rdio: 0 Sr . Ministro Amaral Santos.

Embargante : Leopoldo Heitor de Andrade Mendes . Embargada : JustigaP6blica.

1) Latrocfnio. Confronto cam homicidio, em concurso corn crimepatrimonial.

2) Rectnso estraordinario. De aoerda-o que, em grau de apelacaqden deterrniraaila qualificayio juridica a fates delituosos, nie cabsrecwso extraordinerio a fim de atribuir aos memios fates wire con-figuragio, quando essa operacso l6gica, pales pecoliaridades do dsso,edge minuciosa perquirigao do prove doe autos.

3) Embargos conhecidos a recebidos.

ACORDAO premo Tribunal Federal em sessio

Vistos, relatados a discutidos gates plena , por maioria de votes, conhecer

autos , acordam os Ministros do Su- a receber as embargos , no conformi-

822 R.T.J. 46

dada da ata do julgamento a des notestaquigraficas onexas.

Brasilia, 6 de junho de 1968. -Luis, Gallotti, Presidente. - AmoralSantos, Relator pare o ac6rdao.

RELATORIO

O Sr. Ministro Elay do Rocha: -0 Dr. Juiz de Direito do Comarca ,isRio Clara, no Estado do Rio de Ja-neiro, em sentenga transcrita a f6-lhas 22-26 v ., condenou LeopoldoHeitor de Andrade Mendes comp in-curso nos arts. 157, § 3.°, 211, 298e 304 do C. Penal . Mas a TerceiraCamaro do Tribunal de Justiga, permaioria do votes, deu provimento, emparte, a apelagao do reu, pare desclas-sificar o crime de latrocinio parehomicidio qualificado , em concursomaterial corn epropriegao indebita, de-vendo o juiz apreciar , ao ensejo doprondncie, as demais crimes mencio-nades no den6ncia - f. 26 v.-35 v.

O Ministerio P6blico interp6s re-curso extraordinirio , com base no or-tigo 101, III , letres a e d, do C.F.de 1946. Indicou come contrariado eart. 157, § 3°, do C. Pen. a comedecis6es divergent" - f. 4 - aspublicadas no R.F. 118/270-272 a noR.T. 178/624-636. 0 Des. Presidentsdo Tribunal de Justice admitiu o re-curso, com fundamento no letra a, sentnenhuma referencia a letra d.

A Segundo Turma do Supremo Tri-bunal, em ac6rd5o de 16.8.66, permaiorie do votes, conheceu do recursoe the deu provimento , pars restabe-lecer a classificagao de latrocinio, con-forme a sentenga de primeire instancia.0 ac6rdo tem este ementa:

"Larrocfnio - Desde qua a expo-sigao do pr6pria decisso recorridacaracteriza o homicidio praticado corno objetivo de aproprier-se dos bens dovitima, a de dar-se provimento so re-curse extraordinario, no qual o Minis-terio P6blico vise a exate classificagaodo crime."Leopoldo Heitor de Andrade Men-

des ofereceu embargos de declarageo

e, des dies depois , embargos de diver-

gencia (f. 134 a 140), julgados

improcedentes as primeiros, em ac6r-deo de 7.3.67, o embargante ratificouas segundos.

Dois saos as fundamentos centrsisdos embargos de divergencia: a) acassagao, pale Turma, do ac6rd5o doTribunal de Justigs, deu-se polo e-exams de materia de feto. Contrapds-se, por isso, o ac6rdio embargado noenunciado no Stimula 279; b) a ju-risprudencia do Supremo TribunalFederal, em conformidede com a dou-trina, s6 ve a existencia de latrocinio,quando o roubo as apresenta Comocrime-fim, vale dizer, quando ocorreapossamento com violencia. 0 latro-cinio corresponde so homicidio, compmeio pars chegar-se an fim colimado,quo 6 o roubo - R.T. 210/250; R.T.J.,

7/696-697 a 2/430-432 (f. 151).Per ultimo, o embargante sustenta

que, as as entender qua sao incabiveisas embargos, o recurso he de ser co-nhecido como habeas corpus.

Ao faler s6bre as embargos, a dentsProcuradoria-Geral do Republica opi-nou polo nao conhecimento, on polerejeigao do recurso - f. 183-188.

0 embargante elaborou a distribuiuaos Srs. Ministros memorial, em quodesenvolve a fundamentagao de suepretensao.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Eloy da Rocha (Re-lator): - Enquanto a Terceira CA-mare do Tribunal de Justiga do Estadodo Rio de Janeiro, so prover, emparte, a opelagao dos r€us, desclnssi-ficou o crime de latrocinio, pare homi-cidio qualificado, em concurso materialcom epropriagao indebita , a SegundoTurma do Tribunal, conhecendo edando provimento so recurso extreor-dinario do Ministerio P6blico, restabe-leceu a classificagaa do sentence doprimeira instAncia.

Os embargos infringentes fundarem-se em dois pontos : primeiro, o ac6r-dao embargado fez o reexame ismateria de prove; segundo , a concei-tuagao de latrocinio, dads pelo ac6rdaoembargado , distancia-se do doutrina,como de julgados deste Tribunal.

R.T.J. 46

O embargante ap6ia-se, principal-mente, em determinado trecho doac6rdio do Tribunal de Justiga (f8-Ihas 32v.-33);

"de conseguinte, mac, ha provecabal do qua o cadaver do malogradaDana tenha side despojado de j6iason outros val6res. Acontece, porem,no case em tela , urn fato grendementesignificative , cepaz de operar profundaalterac"ao no enquadramento juridicodo fato : 6 que, so deixar o Rio, natarde de 29 . 6.61, Dana confiou aLeopoldo Heitor a guards des suescoisas a o zelo pelo andamento dapintura do seu apartamento . Fri alema desventurada Dana, pois solicitou aLeopoldo Heitor qua se mudesse pareo apartamento, ate qua so verificasseo seu regresso , conforme informa a taociteda testemunha Maria Elise , trans.mitindo-lhe, precariamente, a posse doseus bens a tendo Leopoldo Heitoras coisas em seu poder , per vontademanifests de Dana, passou a vende-los, configurando -se, assim, a perfeitaapropriacao ind6bita."...

Nesse trecho, declare, em sintese, oTribunal de JustiSa: 1.0) nao h6 provacabal de qua o cadaver de vitimatenha sido despojado de j6ias on ou-tros val6res; 2.0) o r6u, tendo em seupoder, per vontade do vitima, bensdeste, passou a vende-log, configuran-

do-se, assim , apropriacao indtbita (a

nao furto).Note-se qua o mesmo ac6rd9o, antes

do chegar a ease conclusao, referira(f. 27):

"A testemunha Maria Elisa Fa-

brine Tuccimei em seus depoimentos

prestados , quer na Policia (f. 27-32),

quer em Juizo (f. 400-402), relates

qua a vitima seguiu pare Sao Paula

no dia 29 .6.61, de autom6vel a an

companhia do Leopoldo Hefter, con-

victa de qua iria obter o emprego per

este prometido no firma Olivetti, 0,

em seguida , iria pare a Italia, onde

passaria tre"s meses a corn o seu euxflio

(f. 28), preparou as males corn a

preocupacao do distribuir as roupas

nag mesmas, de ac6rdo corn as es-

tag6es climatericas de Italia . Informs,dial testemunha qua grande ere a f6

823

em qua Dena tinha ao advogado Leo-poldo Heitor, tendo-]he declarado "qua,se demorasse muito viajando, gostariaqua Leopoldo Hefter ocupasse o seuapartamento para turner conta domesmo (f. 407-v.)"...

E em outro passe (f. 31):

."Dana deixou o Rio de Janeiroso cair do dia 29 .6.61, com destinea Sao Paulo, em companhia doLeopoldo Heitor a Helio Vinagre, se-gmido a prove coligida , a levou, Se-gundo a testemunha Maria Elisa, naos6 sue coupe em malas berry ordenadas(f. 28), come todos os seus val6res,dizendo para a testemunha qua ispasser tres meses no Italia . Relatedita testemunha (f. 400-v.) qua Danalevava no dedo um anal, qua depoisa depoente feu nos jornais qua tinhasido encontrado esse anal no dedo doacusada, esp6sa de Leopoldo Heitor enessa ocasiao da saida do Dana pela6ltima vez, ela levava brincos, tipoargola, de ouro , com pingente, rel6giopulseira, de ouro. Esclarece qua co.nheda as j6ias de Dana a pelo quose lembra , am uma frasqueira estavemas mesmas, tendo Dana levado todosos seus val "ores"...

Alas, depois, o ac6rd9o aceita o de-poimento de Maria Elise, somente emparts (f. 32-v.):

"Duvida inexiste, de qua umanel qua pertencera a vitima foi en-contrado em poder de Vera Regina, aconcubine de Leopoldo Heitor a paledefesa deste trazida so processo, soba afirma£so de qua, he muito tempo,o recebera do vitima comp presente.Apesar do nao convencer tal explica-gao, contudo, mac, he prove alguma Isqua o anal estivesse em poder de Dameno noite dos fates, pois a pr6priaMaria Elise Fabrino Tuccimei, tes-temunha importantissima, alegou qua,estando a vitima em traje esportivo,possivelmente, esterie usando a ditoand, per ser uma j6ia alegre , come seve do seu depoimento do f. 400 aseguintes ... Do conseguinte, nao heprove cabal de qua o cadaver de ma-lograda Dana tenha sido despojado dej6ias on outros val6res"...

824 R .T.J. 46

O ac6rdao havia proclarnado (fo-Ihas 31v.-32):

... "A verdade a qua depois dosfatos narrados no Policia polo pr6prioLeopoldo Heitor, do depoimento deFrancisco de Silva de haver ouvido aestampido de arms de Pogo em localdistante da fazenda , por tras de urnmato, segundo the pareceu , em virtudedo "eco" (f. 103-105), do depoimentode Waldir (f. 153-154) do conversaqua tivera com Regina, do laudo leconstatagao de violagao de catacombsno interior do Igreja Sao Joaquim daGrama (f. 750-753), ilustrado com asfotografias de f. 754-760, do rosultadonegetivo do laudo do exams, do auto:m6vel de Leopoldo Heitor de f6lhas560-562 a, finalmente, depois de epu-rado no sindicancia policial, levada aefeito no propriedade de LeopoldoHeitor, conforms, processo em apenso- duvida nao padece de qua Danade Teffe foi morta no noite do 29.6.61e as seas matadores foram LeopoldoHeitor a Hello Soarer Vinagre. Averdade a quo{ o apelante LeopoldoHeitor fantasiou a viagem do vitimaA Europa , comunicando esse aconte•cimento a varies pessoas , quendo aPolicia, atraves do documento de f6-lha 820, em fotoc6pia, esclarece qua avitima nao se eusentou do Pais - denvaries versoes no ferimento recebidono coxa direita a fantasiou , outra vex,o desaperecimento do infeliz Danacom o fito de longer confusao no pro-cesso a escaper a agao do Justice"...

Sao, portanto , felon certos Para aac6rdao: o homicidio do vitima, pra-ticado polo reu a por outro no die29.6.61; a explicagao fantasiosa daviagem do vitima a Europa e a co-municagao, polo reu, a varies pessoas.Erse explicagao repetiu-se posterior-mente so homicidio.

Foram mencionadas , polo ac6rdao,circunstAncias em qua o reu se apo-derou dos bens do vitima (f. 32):

"Decorridos poucos dies do mar,to de Dana , Leopoldo Heitor, munidodes procuragoes recebides , deu inicioa segunda parts do piano criminoso,iniciando "com a venda des pratariase objetos outros qua guarneciam o

apartamento do vitima, no lPraia deBotafogo " a, logo depois , passou aocupar o dito apartamento com sunconcubine Vera. Cam a decorrer dotempo, Leopoldo Heitor passou a ven-der os im6veis, dilapidendo, assim, apatrirn6nio do vitima . Como se vs,, haurn encadeamento de indicios veemen-tes contra on apelados . On elos indi.ciarios ligados uns son outros formemum todo. Em auma, as proves indi-ciarias, testemunhais , periciais , as con.tradigoes existentes nos interrogat6riosde Leopoldo Heitor, a confissao deFrancisco da Silva e o desapareci-mento deste, levam o julgador a acei.tar, em parts , on fates narrados nodenuncia"...

O ac6rdao considerou on atos subse,giientes eo homicidio, decorridos pots.cos dies deste . Pare o ac6rd5q a"segunda parte do Plana criminoso"do reu foi iniciada com a venda despretarias a de outros objetos, quaguarneciam o apartamento do vitima,seguindo -se, logo depois , a ocupagaodeste apartamento e, main tarde, avenda dos im6veis. Nao se depara, ai,puro releto, mar aceitagao de, prove.

Corn asses elementos , a SegundaTurma do Supremo Tribunal, pelosvotos, dos eminentes Ministros AliomarBaleeiro, Adalicio Nogueira a PedroChaves , vencido o eminente MinistroVitas Boas , decidiu qua a exposigao daac6rd5o recorrido caracteriza o ho-middie, praticado com o objetivo doapropriagao dos bens do vitima.

O voto do eminente Ministro Alio,mar Baleeiro ponderou qua o analencontrado em poder de Vera Reginafora roubado (f. 123). Man, baseou-so, einda, em outros felon:

... "Tambem, do qua V . Excia.lea, entendi qua o ac6rdao diz - naoe qualquer testemunha quern o fax -e ac6rd5o diz: cometido o crime, opaciente passou a serie de execugaodos outros furtos pare aproveitar arosultado do homicidio . Vendeu osim6veis de vitima, apossou-se des suespratarias a de tudo. Neo estava aindano posse . In entrar na posse se a vi-time deseparecesse . HA ate qualquer

R.T.J. 46

aluaio a frauds no escritura on coisasemelhante. H6 not delito de falsi.ficagao ideol6gica ou material parschegar so firs do crime"...

0 eminente Ministro Adelicio No.-gueira, qua pedira vista, acompanhouo voto do eminente Ministro AliomatSaleeiro, com gates fundamentos:

... "Leopoldo Heitor concebeu, lon•gamente, o piano sinistro de apossar-so de todos as bens do am infartunadavitima. Era seu advogado. Envolveu-a name atmosfera de sedugio a decarinho, de modo a captar-lhe, comainteiramente the captou, a confianga.Langan mao do todoa as ardis a naorecuou dos meios mail hediondos, parscolimar o firs almejado. J6 a vinha,lentamente, despojendo, mas ere no..ceasario empolger tudo, investir-se noapropriagao de tudo quanta estava nodomino do vitima. E come faze-lo,definitivemente, sem 6bices, Stan em-beragos, sem tor qua prestar quaisquezcontes a inditosa proprieteria? Eli.minando-a. E as recorridos nao tro-pideram em faze-lo. Mataram-na,ocultaram-Ihe o cadaver a LeopoldoHeitor jamais p6de esclarecer on ex-plicar o seu destine. Enleados an teiades mais flagrantes contradlg6es, ten-tou, era no Policia, ore em Juizo, atra-v6s dos vers6es mais incriveis, trazetuma solugio pare o caso. Man estaativeram o condao de desvendsr, codavez main, a realidade. Desaparecida,par tal forma, Dana do Teffe, foientio, qua o recorrido, livre a sempeias, continuou a realizar a, final-mente, consumou as propsitos pre.dat6rios.

Corn qua finalidade, pois, a asses-sinou?

Evidentemente, pars esbulh6-la, to-talmente, do seu patrim6nio. Ap6s asue morte, instalou-se, com a sue con,cubing, no apartamento de vitima, canBotafogo a entrou do vender j6ias,m6veis a pratarias veliosas, A mesmapertencentes, transportondo parts dosmesmos Para a sue residencia, em Bra-silia e, afinal, atraves do falsificagiode documentoa, alienou aquele im6vele so apoderou dos seus dep6sitos ban-c6ries.

825

Qual, pois, o designio inoculteveldesse assassinio ? Indiscutivelmente, oroubo. Ressalta, iniludivel, do com.plexo des ocorrencias, a pritica dacrime previsto no art. 157, § 3.0. doC. Penal.

L do todo oportuna a indagagio doeminente Desembargador Souto Mayor,no seu brilhanto vote vencido:

"Se Dana de Teffe nao foi etimi-nada pare quo Leopoldo Heitor soapoderesse , comp se apoderou, de to-dos as seus bens, pera qua, entao, aporque ale a teria eliminedo?" (f6-lha 34).

Diz muito bem Mugalhies Noronha,comentando o art. 157, 0 3.°, doC. Pen. a comp qua fixando o casevertente:

... a morte pode ocorrer tantopara se preticar a subtragio, comp nopratici-la, ou coma ocorrer depois,agindo o delinquents pare assegurar adetengao do coisa, Cu pare garantir aimpunidade" (Crimes contra o Perri.mdnio, em Cdd. Penal Bras. Comen,tado, vol . 5°, l .a Porte, n. 44, p. 187).

Diante disso, comp ecomodar-se easecons6rcio hibrido entre o homicidioqualificado e a apropriegio indebita?A qua vem, no case, ease combinagioextravagente, qua afronta a prove dosautos?

Eis porque se justifice a legitima,no especie, a admissio do recursoextraordinerio . Nio se trate, simples-mente, de fates, mas de edequagio dosfetos no direito . 0 v, ac6rdao rotor-rido deslocou-os do area do art 157,9 3.0, do C. Pen., em qua ales exata-mente, as enquadravem , pare tuna6rbita estranha . Move, assim , erro in,disfargavel de direito , no deixar-se doaplicar a name pr6pria, recorrendo-sea outra, em flagrante atentado a 16-gica juridice e A 16gica comum. Comoacentuou o saudoso Ministro FiladelfoAzevedo, relator do RE 6.889,

"a questao do fato est6 fora do al-cance do recurso extraordinario, mansus qualificagao jurfdica em contreriaA lei ou a precedentes justifica o co-nhecimento de tel recurso" a salientou

826 R.T.J. 46

o provecto Ministro Nelson Hungriano RE 24.339,

"na 6rbita do recurso extraordinarianao cabe reapreciagao de proves emtorn de fates, mas nao the a estranhaa qualificagao juridica dos fates dadoscome provados (f. 75)"...

Na votagao de embargos de decla,ragao, qua foram rejeitados , o eminenteMinistro Aliomer Baleeiro , apes trans.crever t6picos do ec6rd5o do Tribunalde Justiga , asseverou ( f. 167):

.. "o v. scerdao encontrou posseposterior a nao anterior so homicidio.Alias, essa decisao pecou per ter reconhecido. na parts expositiva, fatesde posse dos bens da vitime, antes etambem depois do essassinio , mas con.cluir per uma classificagao criminal s6baseada nos primeiros , corn manifestosecrificio do l6gica judiciaria. Falhade Direito a no de interpretageo dosfates."...

Em outro luger (f. 169):

"Al estao as apossamentos pos-tertores so homicidio , na pr6pria expo.sig"ao do v. ec6rd9o, essim comp averificagao per ale feita de qua umdos objetivos do homicidio foi o "fimde assegurar a impunidade do crimeou a detengao da colas pars si on pareteroeiro", tal comp esta definido no§ 1.0 do art. 157 do C. Penal."...

0 ec6rdao embargado nao procedeua simples reexeme da prove. Deuao fate a classificagao juridica quajulgou acertada . Neo negou, per outrolade, a tese, defendida polo ember.gene, de qua o homicidio dove setcrime-meio pars a subtregao da coise.Ac contrario, afirmou, expressamente,que Asse foi o objetivo do homicidio.Aplicou a conceituagao de letrocinio,do art . 157, § 3.°, do C. Penal.

Ter-se-A configurado, no caso, avista dos fates admitidos polo Tribunalde Justiga, o latrocinio, combinado 0art. 157, caput, corn o § 3..0. Disp6ao art . 157 sabre a primeira modali-dade de roubo:

"Subtrair coisa m6vel alheia, paresi ou para outrem, mediante graveemeaga ou violencia a passes, ou de

pois de have-la, per qualquer meio,reduzido a impossibilidade de rests,tencia".

O reu praticou a subtragao, depotsdo homicidio, isto e, depois de haver,per Aste mein, reduzido a vitime aimpossibilidade de resistencia. Naconformidade do ec6rd6o do Tribunalde Justiga, o reu, de posse des coisasque guarneciam o epertamento, come-tide o homicidio , passou a vender aprateria a outros objetos e, sucessiva-mente, ocupou o apartamento, alienouos im6veis, dilapidando o patrim6nioda vitima. Deu inicio a asses atus,decorridos poucos dies da morte daVitime.

O ac6rdao, no apelagao, tendo comecertos o homicidio da vitima, per Leo,poldo Hatter a polo co-reu , a epro-priagao, pelo primeiro, dos bens da

vitime , ap6s a morte deste, quendo, demode algum, ale podia ter posse juste,julgou qua havia concerto material dedois crimes : homicidio qualificado aepropriagao ind6bita.

O embargante insiste em qua se pa.derie ter caracterizado a apropriageo

indebita, a no o furto ou a subtragaoOra, o crime do art . 168 do C. Pen.- "eproprier-se de coisa alheia m6vel,de qua tern a posse Cu a detengao"- sbmente se concretiza quendo querntern posse juste Cu a detengao a aconverts em domino. Na epropriagaoindebits, a agents tern posse juste, que

o C6digo Civil define no art. 489,e nao posse violente, clandestine, onprecaria . 0 dole, na apropriageo in-

d&bita, dove sat subsegiiente a posseon detengao. No case, a posse doreu, que, ao manes, corn relagao apretaria , m6veis, apeltamento, s6 asefetivou depois da matte da vitime,obedeceu a um plane criminoso, Se-

gundo o ec6rd6o do Tribunal de Jus-tiga. Apura-se, desse ec6rdao, qua oreu, ap6s ter fantasiado a viagem davitima a Europa , cometeu a homicidioe, decorridos poucos dies , deu inicioa "segunda parte do plane criminoso",exerceu a posse dos bens a dales pas-sou a dispor . A disposigao dos bens,no segunda face do plane criminoso,no poderia configurer apropriageo in-

R.T.J. 46

d6bita . E irrelevente qua o reu tivesse

recebido mandato de vitima, quo ces-sou com a morte desta. 0 dale daposse, por si so, efastava a epropriagao

indebita.

Quem mate pars se epossar...

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Mas isso a acordao nao afirma.

O Sr. Ministro Soy do Roche (Re-lator): - 0 acordao afirma qua asfates foram sucessivos . 0 reu epos.sou-se dos bens , depois do homicidio.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Diz que se apossou depois do morte,mas nao efirma, em momento algum,qua matou pare se apossar.

O Sr. Ministro May do Roche (Re-

lator): - 0 ec6rd5o menciona osfates em sucessio , inclusive as do

"segunda parte do piano criminoso"qua as iniciou decorridos poucos dialdo morte do vitima.

O Sr. Ministro Victor Nunes:Pode ter errado no qualificegao dosegundo delito, qua seria eventual-mente furto, a nao epropriagao indebite . Mas a afirmagao de quo aassassinate se destinou so apossamentoilicito dos bens 6 quo parece naoconstar do acordao . H6 nele uma im-propriedade de linguagem , quando fateem "piano criminoso". Poderiam serdots pianos . 0 acordao anulou a son-tenga, precisamente , porque no houvelatrocinio, nao houve homicidio pareo apossamento . Como poderia a acor-do ter dito, simultaneamente , as duescoises : que a bomicidio no foi co-metido pars o apossamento dos bense, a seguir, qua a homicidio foi come-tido com essa finalidade?

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re,later): - Corrigindo o acordao, aSegundo Turme , sem reexaminar aprove, julgou qua as fatos admitidospolo Tribunal de Justiga so poderiamlever a clasisficagao de latrocinio.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Perdoe-me a interrupgao . Fui Relatorde um habeas corpus nesse caso. Lientao a sentence a consultei veriasoutras pages dos autos . Neste case

827

de Leopoldo Heitor, n5o tames sequera certeza de que Dana de Teffe fatassassineda.

O acordao afirmou isso, mas quernatentar bem pare as dernais elementosdos autos nao ter6 tanta certeza. Eladesapareceu . H6 indicios veementes dequa tenha sido assassinada . E hi tam-bem indicios qua apontam pare Leo.poldo Heitor. Mas, se pode haverduvida razoevel a respeito do pr6priohomicfdio, comp vamos concluir quoo embargante cometeu esse homicidiacom a intengao de praticar um roubo?

O Sr. Ministro Eloy de Roche (Re,later): - Nao penetrei no exame doselementos probatorios , qua est$o nosoito volumes epensos. 0 acordao doTribunal de Justiga proclamou: "dsvide nao padece de qua Dana doTeffe foi morta no noite de 29.6.01e as sous matadores foram LeopoldoHeitor a Helio Soares Vinagre". Essae fato qua o recurso extraordinarionio podia reexaminar.

O Sr. Ministro Victor Nunes: - 0mesmo acordao qua diz isso afirmaperempt6riamente que a assassinatenao visava an roubo. On aceitamoso acordao no conjunto ( a termos daaceit6-lo), inclusive no parts quo negetenha side o homicfdio simples mainpare o apossamento dos bens , on entaoanulamos o acordao. Aceit6-lo s6 nu-me parte nao 6 rezoivel.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re.lator): - 0 qua o acordao afirma,terminantemente, 6 qua houve apro-priegio indibita, a nao furto, apes ahomicidio . Os fetos aparecem, noacordao, relacionados diretamente. Pri-meiro, a fato de quo Leopoldo Hottere a co-reu metaram a vitima no die29.6.61 . Em seguide, diz o acordao:

"A verdede 6 qua o apelante Leo-poldo Heitor fantasiou a viagern dovitima a Europa , comunicando esseacontecimento a verias pessoas, quan-do a Policia, atraves do documentodo f. 820, em fotoc6pia , esclarece quaa vitima nao se ausentou do pals; denverias vers6es so ferimento recebidoan coxa direita e fantasiou , par suavez, o desaparecimento do infeliz Dane

828 R .T.J. 46

com o fito de langar confusio no pro-

cesso a escaper a acao do Justice."...

Cometido o homicidio , o rev ocupouo epartamento a explicou qua vendiaos bens, pare mender dinheiro pareDana de Teff6 , qua estaris na Checo-eslovequia . Ja antes do homicidio,fantesiare a viagem do vitime.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Entio o acordao 6 contraditorio.

O Sr. Ministro Eloy do Rocha (Re,lator): - 0 erro do acordao a dodireito . d acordao ofirma qua Leo.poldo Heitor , juntamente com outro,metou a vitima ; a qua o mesmo rAufantasiou a viagem de Dana do TeffeA Europa . Depois, o ecordao declare,Como li:

"Decorridos poucos dias do martsde Dana, Leopoldo Heitor, munidodes procuracoes recebidas , deu inicioa segunda parts, do piano criminoso,iniciendo "cram a vende des pratariase objetos outros qua guerneciam aapertamento de vitima, no Praia deBotafogo" e, logo depois , passou aocupar o dito apertamento com sueconcubine Vere."...

O Sr. Ministro Victon Nines: --Qual o trecho em qua nega ter hevidolatrocinio?

O Sr. Ministro Eloy da Roche (Re-lator): - Depois de declarer qua naoexists, prove de qua o cadaver do vi-time fora despojado de j6ias a outrosvalores, a qua, decorridos poucos diesdo morte de Dana de Teffe o reu soapropriou , indebitamente , de bens,cuja posse eta ]he transmitira preca-riemente, o acordao anelisa as con.Milos de furto a apropriagao indebita,pare concluir qua, so inve9 de subtre-gao, houve apropriagio indebita e ahipotese dos autos deve ser examinadacomo de homicidio qualificado a epro-priagio indebita , em concurso material,e nao de latrocinio ( f. 32v.-33v.).

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Ent"ao o acordao 6 contraditorio.

O Sr. Ministro Eloy do Rocha (Relator): - Nio me parece,

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira;- 0 acordao aplicou mat o direitaacs fatos.

O Sr. Ministro Eloy da Rocha (Relater): - A Segundo Turma nao re-visou o acordao recorrido , no tocanteaos fatos por ale reconhecidos, seniarelativemente a definigio juridicadesses fatos.

O recurso extraordinirio do Minm-terio Publico, interposto com apoionos letras a e d, foi deferido, peltSr. Des . Presidents, do Tribunal leJustice, por encontrar cebida no letraa. Mas a petigao de recurso extraor-dinerio alegou qua o acordao doTribunal de Justiga, ao julger caracte,rizado, no caso, homicidio qualificadoem concurso material com apropriacaoindebita , a nao latrocinio, em face doart. 121, § 2.°, inc . V, do C. Pen.,qua prove aquele crime , se o homi-cidio 6 cometido, "para assegurar aexecugao, a ocultagao, a impunidedeCu vantegem de outro crime", discre-pou de decis6es dos Tribunals de Jostica do Sao Paulo a de Minas Gerais(f. 4-7).

Os embergos de dtvergencta , qua in.vocam a Sdmola 279, so poderiam setconhecidos , se o acordao embargedotivesso feito simples reexame do prove,

e nao se tivesso fundado nos fatosadmitidos pelo Tribunal de Justice,pare Ihes der a definigio juridica ado.quada.

Por outro lado, indica o embargantedecisoes concernentes ao conceito dolatrocinio. Mas this decisoes nao foramcontrariadas pelo acordao embergedo,qua nao negou haja latrocinio , quandoo homicidio se apresenta como crime.meio, sendo crime-fim a subtracio dacoisa Se a conceituageo de latrocinio,do acordao embargado , nao 6 a me-Ihor, eia nao podera , contudo , dar en•sejo a embargos , sera a demonstrageodo divergencia com outre Turma, oncom o Plano.

Por ultimo, o embargante requerqua, se nao conhecidos on so rejeitadosas embargos de divergencia, qua asconhega de sue pretensio como dehabeas corpus. Mas o embargante nao

R.T.J. 46 829,

alega qualquer dos fundamentos enu-merados no art. 648 do C. Pr. Penal.Indefiro, tamb6nr, ease pretensao doembargante.

Nao conhego dos embargos de di.vergencia a indefiro o pedido doconversao out habeas corpus.

VOTO PRELIMINAR

0 Sr. Ministro Thompson Flores: -Senhor Presidents . Com religioseatengaq comp o diria o eminente Mi-nistro Aliomar Baleeiro, ouvi o rela,t6rio a brilhante veto do eminenteMinistro Relator, a as palavras doilustre edvogado da tribune.

A esp6cie, no men entender, est6devidamente esclarecide pars set apre.dada users fase de embargos , simples-mente de divergencia.

Quero adiantar, deeds je, qua estoudo inteiro ec&rdo com o substanciosovote do eminente Relator . S. E'xcia.examinou, cumpridamente, todos oselementos do relagao discutida, e, nomen entender, concluiu irrespondivel.mente.

Poderia limitar-me, afirmando o meninteiro apoio a t6das as consideragoesqua acabaram de ser faiths , Quero,entanto, sublinhar aspectos pare mimsubstenciais.

Repilo qua a eg. Turma tenha pro-cedido ao reexame des proves parsprover, come proven o recurso.

Tenho qua fez ele, opens, corretaedequagao juridica so fato aceito poloaresto recorrido.

E meis me possui dessa verdade soouvir a leitura dos votos proferidos aoenseju do julgamento a dos embargosde declaragao interpostos depois.

Ern verdede . 0 Tribunal local ad-mitiu a matte de Dana a aceitou f6sseo embargante o sou autor . Ap6s, re,conheceu quo o crime defluiu do s..nistro piano do r6u ; a pare tenthexaminou a prove indicidria qua s6breale pesave , aceitando qua o urdira emdues etapas, ones, sern perder de vista,o fim 6nico , o apossamento dos bansde Dana . Na primeire , a morte, nosegunda, a apropriagao.

Com this efirmagoes, assim peremp-t6ries, a apurando a eg. Turma quo.nao autorizaram a conclusao do tipi.cidade criminal qua externou, - cor-rigiu-a . E a men sentir, ago eranecessario dize-lo, ones, corn integralcorregao juridice.

Efetivamente . Tenho tambem quoo art . 157 do C. Pen. comporta asubtragao concomitants com a violen-cia, on ap6s o seu exercfcio : roubarmatendo , on, matando pare roubar, nostermos de sue conjugagao com o § 3.0.

Os embargos ore am exams sao dedivergencia a partern do pressupostode haver o aresto embargado procedidoso reexame da prove.

Ease f aita inocorreu . Para certifi-car-me dessa verdede, pus t6de aminha atengao nos votos interprofe-ridos

Nao so fazia mister o reexameda prove, comp confessou o eminantoRelator destes embargos , nao o feztamb6m . 0 problems foi do moreadequag"ao da lei so fato eceito asinstancia ordin6ria.

Concluo, assim , pot absolutamentesera prfstirno os arestos trazidos acotejo, nos termos da S6mula 290, portotalmente estranha a tese do arestoembergado.

Dales, pots, nao conhego.

Quanto eo habeas corpus, sou al-cance poderia , quando muito , atingir oac6rdao do Tribunal, viciedo palecontradigao...

Os informes trazidos polo eminenteMinistro Victor Nunes , conquanto ra-zo6veis, no me permitem, entanto,afirmar a falta qua justificaria a de-cretagao do nulidade.

0 Sr. Ministro Victor Nunes: -V. Excia. me permitirie um escia-recimento ? Pedi os autos so SenhorMinistro Eloy do Roche a vi, no ac6r-d5o, um trecho qua S . Excia. ja haviareferido , mas no qual nao me tinhafixado devidamente . O trecho 6 este:

"Acontece, por6m, no case em tela,not fato grandemente significativo, ca-par de operar profunde alteragao no

830 R .T.J. 46

enquadramento juridico do fato: E queeo deixar o Rio, no terde do 29.6.61,Dana confiou a Leopoldo Heitor aguards dos sues coisas e o zelo poloandamento do pintura do seu aparte-mento. Foi alem a desventurada Dane,pois solicitou a Leopoldo Heitor quase mudasse pare o apartamento etaque se verificasse a seu regresso, con-forms informa a too citada testemunhaMaria Elise, transmitindo-lhe, preca-riamente, a posse de sous bens a tendoLeopoldo Heitor as coisas em son po-der, per vontade manifests de Dana,passou a vends-los, configurendo-se,assim , a perfeita apropriagao indebita."

Aqui, so lado do qualificagao juri-dico, ha a afirmagao de um fato, peloacordao: a vitime entregou as bensno acusado.

A entender-se do modo contrario,isto e, qua o ac6rd5o nao afirmou *aison quais fates , mas apenes deu cartsqualificagao juridico sea fates, a con-tradigao do ac6rdao seria de tal modebradante, qua seria case de o anular-mos, pare as proferir outro julgamentopelo Tribunal de Justiga. A decisaocontraditoria anula-se, nao se reforms

0 Sr. Ministro Eloy do Roche (Re.lator): - V. Excia . permits? Paraesciarecer a afirmagao do ec6rd5o dequa, so deixar o Rio, no terde dl29.6.61, a vitime transmitira, preca-riamente a posse de sous bens ao reue de qua, assim, quendo Cste passoua vends-los, se configurou apropriagaoindebita, li dois outros trechos doac6rd9o, nos quais Cate referiu o de-poimento do testemunha Maria Elise.Consta num dales ( f. 27) qua easetestemunha informou qua grande area f4 qua a vitima tinha no advogadoLeopoldo Heitor, a quern declarou qua"se demorasse muito tempo viajando,gostaria qua Leopoldo Heitor ocupasseo seu apartamento, pare tomar centsdo mesmo". Esse foi , pare o ac6rdao,o "faro grendemente significativo, co.pas de operar profunda alteragao noenquadramento juridico do fatoo. 0aludido fato relacionou-se com a via-gem, que, segundo o ac6rdao, are fan-tasiosa (f. 31v.).

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Mas, nao estou examinando a prove;estou examinando a efirmagao quo 0acordao fez s6bre esse fate.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - 0 acordao do Tribunal doJustiga baseia-se no decleregao do vi-time, antes de viajar, de qua, se aledemorasse muito tempo , o reu poderiaocupar o apartamento. Mas, enquantoatribui so fate o significado qua VossaExcia. scabs de mencionar, a mesmoacordao efirma: "decorridos poucosdies da marts de Dana, Leopoldo Hei-tor, munido dos procurag oes recebides.deu inicio a segunda parts do planecriminoso, iniciando "com a venda despretaries a objetos outros qua guarne-ciam o apartamento de vitime, noPraia de Botafogo" e, logo depois,passou a ocupar o dito epartamentocom sua concubine Vera".

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Entao, a contraditorio : diz uma coisenuma parts a coisa diferente no ou-tre. Se afirma qua a vitima entregouos bens a Leopoldo Heitor e , an mesmotempo, qua este se apossou , crimino-samente, dos bens, o ec6rdao a con-tradit6rio.

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro:- Nao esta afirmado qua houve aapossamento dos bens,

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - A efirmagao do ec6rd5os6bre a posse precaria dos bens, pervontade do vitima, veio do depoimentade Maria Elise.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -

lit entramos no interpretagao . Nao es-

tou interpretando o depoimento do

Maria Elise . Eaton examinando 0

ponto em qua o ac6rdio afirmou qua

ocorreram tais Cu quais fates qua ex-

cluem o latrocinio . 0 ac6rdao afirmouurn fato - a entrega dos bens -, fateque cerncterizeria , em are sucessivo, a

apropriagao indebita.

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro:Corn a recomendagao de qua to-

masse cuidado com a pintura a setfeita no epartamento . Isso nao im-ports no entrega do todos as bens.

R.T.J. 46 831

O Sr. Ministro Victor Nunes: •-Quendo o procurador se eproprie dosbens do mandante , quo se acham amsou poder, comets apropriacao ind&bite.

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira:

- Seria se, na segunda fase, nso con-tinuasse o paciente a se apropriar dos

bens apes a morte do vitima.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Tmpressionam-me fetos como as dequa dao noticia estes autos, a respeitodos quais nio houve prove inconcussa.Li varies paces desse processo crimi-nal, quando relatei aqui um habeascorpus impetrado can favor do ember-genre.

A prove quanto as acusac6es essen-ciais a tulle indiciaria a resulta, emgrande parte, de depoimentos preca-rios , contradit6rios , incompletos, detestemunhas nem sempre idoneas, co.sue atingle incapaz , on semi-incapaz,qua foi mandado pare Brasilia, on essoVinagre, de reputacao duvidosa, quofigurou no processo do Sacopi innposicao suspeita . Do conjunto de tailproves podemos extreir a certeza dolatrocinio?

O Sr. Ministro Eloy do Roche(Relator): - Sera de examinar-se,apenas, se o acordio embargado, norecurso extraordinario, poderia ter docidido, como decidiu , s6bre a classificacao do crime.

O Sr. Ministro Victor Noose: --Nao seria, entio, mais adequado dizerqua o ecordao foi contradit6rio? E acase nee seria de anulacao pare soproferir outro julgamento? A pane im.poste no sentence a de quartos anos?

O Sr. Ministro Evandro Lins: -It de 49 ends.

O Sr. Ministro Victor Nunes:lime sentence de 49 anos . Uma listsvariade de crimes. Que crime, para asentence, nio teria cometido LeopoldoHeitor?

O Sr. Ministro May do Roche (Re.lator): - Rate parts do sentence niotransitou out julgado,

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro: -V. Excia. poderia let a denuncia?

O Sr. Ministro O.swaldo Trigueiro:.- Isto foi objeto de julgamento.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro: -Houve falsificecao de documentos ver.dedeiros, adulterados criminosamente.para permitir a execucso final do cri-me per virios fates. Sin crimescomplexes , diversos enquedramentos.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -L mais dificil ease demonstracso dolatrocinio , porque entre o assassinatee o apossamento dos bens, pare ligaros dais fates, foi necessario introduziroutra crime, o de falsificacao.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - Diante do decis"ao embar-gada, a questio de Dena nio doveimpressionar , no memento.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Impressiona muito : mandou restabe.lever a sentenca de primeira instsncia.O Supremo Tribunal Federal, pordecisso do Plenirio, mandaria reste-belecer a sentence do primeira ins.tincia, encerrando a case.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - Nio me parece qua sejaessim . 0 ac6rd5o embargado, come severifica do veto do eminente MinistroAliomar Beleeiro , qua foi vencedor,deu provimento so recurso extraordi-nirio, pare qua ficasse restabelecida aclassificacao do latrocinio , confonne asentence . Nan se pronunciou s6bre asdemais quest6es do apelacao. Man-tide, agora, a decisso de Turma, amen ver, as autos voltarao an Tri-bunal de Justice, pare qua completeo julgamento do apelacao . 0 Tribunalde Justica limitou-se a desclassificaro crime de latrocinio . Restabelecida,pole Segundo Turma , a classificacaode latrocinio , do sentence do primeirainstincia , rests o julgamento, poloTribunal de Justice, do apelacao.

O Sr. Ministro Thompson Flores: --Vou terminar o meu veto.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -

V. Excia. quoits desculper a in-

terrupcao. Quando relatei o citado

832 R .T.J. 46

habeas corpus, asses coisas me impres.sionaram muito . Aquele alture, naohavia rem6dio a dar, em habeas carpus. Soria de todo prematuro.

0 St. Ministro Thompson Flores:- Agradego as esclarecimentos presta-dos por V. Excia. Sao, realmente,preciosos, mas, no embito dos ember-gos, ja havia firmado minhas con-clusoes. Nio tenho por quo elter6-las.

Para habeas corpus, nao percebt acontradigao topaz de invalidar o jul-gado do Tribunal do Justice. Entendo,Como o Sr. Ministro Victor Nunes,qua pode ter ocorrido uma aerie dofaltas . Aceito quo nao prima pole cla-reza a venerando aresto do Tribunalde Justiga. Mas pare teis situagoesexistem meios v6rios no Codigo deProcesso : revisao, possibilidede da re.novagao , em habeas corpus, core ra-zoes a elementos mais positivos.

Nao vejo como so posse convertereste eg . Tribunal em instancla derevisao. Para o acordaq se contradi-t6rio foi, cable embargos de decla-ragao ; a mantido qua seja o julgedoembergado , outras oportunidedes cur-girao so embergante.

Em conclusaq no conhego dos em-bargos , pela ausancia do divergancia,negendo , outross im, o habeas Corpussuplicado.

E o men voto.

VISTA

O Sr. Ministro Amoral Santo,: -Sr. Presidente, pego vista dos autos.

EXTRATO DA ATA

ERE 58 .714 - RJ - Rel., Mi-nistro Eloy do Roche . Embte. Leo.poldo Heitor de Andrade Mendes(Adv. Antonio Carlos SigmaringaSeizes ). Embda . Justiga Publica.

Decisao: Pediu vista o MinistroAmoral Santos, epos as votos dos M'i-nistros Relator e Thompson Flores naoconhecendo dos embargos a indefe-rindo o pedido de habeas Corpus. Fa.Ion pelo Embte. o Dr. Antonio CarlosSigmaringa Seizes).

Presidencia do Sr . Ministro LuisGallotti.

Brasilia, 22 de meio de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-tor-Geral.

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Pego licenga aos doutissimos senhoresMinistros Eloy do Roche , Relator, eThompson Flores pare nao acompa-nhar os seus votos, qua rejeitam asembargos.

O acord io do Terceira Camara Cri-minal de Justice do Estedo do Rio doJaneiro traz a seguinte ementa (MIlia 26):

"Latrocinio, ocultagao de cadaver,falsificagio de documentos a sou use.Sentenga reformada por nao configu-rado o delito principal previsto no(I 3.0 do art. 157 do C. Penal . Concursomaterial de homicidio qualificado cornapropriagao indebita . Aditamento dodenuncia (par6grafo uaico do or-tigo 384 do C. Pr. Pen.) pela exis-tancie de nova definigao juridic, quaimp6o pens mais grave . Os demaisdelitos apontados no denuncia serfsapreciados polo Dr . Juiz a quo, anensejo de pronuncia".

Assim, ease decisao deu aos fatosnova definigao juridica qua comportaaplicando de pena mats grave do quoaquela contra a quel haviarn apeladoas r6us . For isso mesmo , aplicando oart. 384 paragrafo imico, do C. Pr.lpen., determinou quo o Minist6rioPublico aditasse a denuncia.

Vencidos foram as apelantes, nao aMinist&rio Publico,

"Assim como pare propor a ageo econdigao quo o autor tenha inter6ssede agir, tamb6m pare recorrer serfcondigao qua tenha interesso de re,corner . 0 qua justifica o recurso 6 aprejuizo, on graveme, qua a parte so-freu corn a sentence . Assim, o pre-juizo results do sucumb6ncia. Potsucumbente , o vencido, e, pois, pro-judicado , se considers, a parte a querna sentence nao atribuiu o efeito pr6-tico a que visava. - "Se, no prejuizo,

R.T.J. 46

nascido do sucumbencia , este o inte-resse de recorrer, segue-se que, legiti.mado pens recorrer e a parts vencida"(Nossas Primeiras Linhas, 2.a ad., 3.0vol., n. 697; Cf. Frederica Marques,Elementos do Direito Processual Penal,4.° vol., p. 188; Magalhees Noronha,Curso do Direito Processual Penal, 2.-ad., p. 460).

Frederica Marques ensina (ob. elugar citedo):

"Pressuposto fundamental do todorecurso e a sucumbencia . Nero se ad,mitire recurso , diz o art . 577, para-grafo unto , do C. Pr. Pea. - "doparts qua nao tiver interesse no refor-ma on modificagao do decisao". Ecomo - no dizer de Marco TullioZanzucchi - "o interesse de recorrernasce do sucumbencia", dai se seguequa sem a sucumbencia nao ha into,resse de recorrer , polo qua sere inad-missivel o recurso".

De tal modo, o Minist6rio PGblicunao estava legitimado , por falter dointeresse juridico, pare interpor recursoextraordinerio daquele decisao.

O ergumento de qua se valeu paredemonstrar seu interesse, qual o doque a decisao "deslocava a compe-tencia do juiz singular a atribuindo-aa jurisdigao mais favorevel , a do tri-bunal popular" (f. 23), repugna odireito, quo no distribui as compe-t6ncias por criterio destinado a favo.racer as criminosos , sendo por critericsde qua melhor so exerpa a fung"aojurisdicional . De mais, nao se podsconsiderar interesse juridico, pars, fun.damentagao de recursos , a elegageo deWin on doutrina qua desprestigie ins-tituigao constitutional, qual o Tribunaldo Jun.

Aponte o embargante decisao prof..ride em gran de embargos, no RE10.951, publicado no DJ. 3.11.51,p. 3.892 , no qual (f. 154):

"o eminente Ministro Luiz Gal-lotti manifestos a sue concordenciacam o relator, o insigne Ministro Hah-nemann Guimeraes, corn as seguintespalavras:

"Sr. Presidents, recebo os ember.gas. Entendo qua as embargos podem

833

abranger tudo o qua foi objeto do de-cisao embargada e, assim, admito que,por meio doles, se posse aprecier tatn-bem a cabimento do recurso extraordi-nerio".

E o Ministro relator assentou, parsua vez:

"Julgo quo nao havia fundamentopare o recurso extraordindrio".

A toss sustentada noose decisao au-fraga o melhor direito. Adoto-a.

Pox outro lado, no caso dos autos,nao vejo como enfrentar-se o problemsdo qualificagao dos fatos, sem a examsder prova dos mesmos.

E que, sendo a fato principal pro-vado por indicics a circunstencias, pro-va esso, no especie do delito, donatureza a provocar sempre novasindagag6es, conduz o interprete, no-cessariamente , a perquirir outras provese a examine-las, fugindo do contextodo decisao recorrida . De fatos incertos,aos quais se atribui urns configuragaojuridica , nao as pode em asi consciencraconcluir por outra configuragao semo exome a a epreciegao da prova. Aisso, parece-me, foi leveda a eg. Tur-me a prover o recurso extraordinerio.E como nesse recurso nao se apreciamproves, mas apenas se enfrenta a ques-tao de direito, recebo as embargos,para cassar o ac6rd9o embargado.

ADITAMENTO AO VOTO

0 Sr. Ministro Eloy de Rocha (Re-lator): - Sr. Presidents , quero ma-nifestar-me s6bre o aspecto focado,agora, polo eminente Ministro AmaralSantos, e a qua an neo tinhe feitoreferencia no men voto . S. Earls.examinou, em primeiro lager, o in-teresse do Ministerio Pfiblico em re.correr extraordineriamente.

Em grau do apelagao, interposta pordois reus, o Tribunal de Justiga des-classificou a infragao, de latrocinio,para homicidio qualificado, em con-curso material corn apropriagao inde-bits . Corn a desclassificageo , determinouque o juiz procedesse de ac8rdo corno art. 384 , paregrafo unto, do C. Pr.Pen. a, no oportunidade do pronuncia, -

834 R .T.J. 46

julgesse os outros delitos . Anulou, con-segiientemente, a sentenga condena-

toria. Core esse acordao, nao soconformou o Ministerio Publico e, norecurso extraordinario, atecou a des.classificagao de latrocinio, que, assim,deslocou a competencia do juiz Para

o Tribunal do Juri, mais fevoravel.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Ease foi o fundamento do recurso, quome parece imoral a injuridico.

O Sr. Ministro Eloy da Roche (Re.lator): - Como titular do iniciativado agao penal, o Ministerio Publicoimpugnou, no recurso extraordinario,a desclassificacao de latrocinio, alu-dindo, de passegem, so deslocamentodo cornpetencia:

"Dita deciseo nao foi unanime,porem, deu provimento, no merito, aapelagao dos reus, unicos recorrentes,Para reformer a sentenga condenatoriade primeira instancia , desclessificandoo delito de latrocinio, polo qual e alemde outros tinham e"les side condenados,Para os de homicidio qualificado a

epropriagao indebita, deslocando, assim,a competencia do juiz singular a atri-buindo-a a jurisdigao mais favoravel,a do tribunal popular, conforms eoapelo.

Portanto, nao a embergavel poloreus-apelantes a v, deciseo recorrida,tornando-se deciseo de ultima instan-cia on definitive, impugnavel per meinde recurso extraordinario, pale partsqua tern indiscutivel interesse na re-forma on modificagao dela, into e, aparts prejudicado on sucumbente, ouseja, o Ministerio Publico, comp ti-tular da agio penal".

A petigao, a seguir, fundamenta a

recurso, desenvoivendo a conceituageo

do latrocinio.

0 eminente Ministro Amaral San,tos entende que Be Ministerio Publicofaltava interesse pare o recurso extra-ordinario . Data venia, no me pareceassim . Quando exeminei, comp Re,later, os embargos de divergencia, naodel atengeo a ease ponto , antes dorude, porque nao me ocorreu duvidade qua o Ministerio Publico - titular

do iniciativa do agao penal - quaofereceu a denuncia a acusou do cri-

me de latrocinio as thus (f. 21v.),tivesse interesse em sustentar essa

acusagao . Ease interesse cresceu, quan•do a sentenga de primeira instenciajulgou procedente a denuncia a con.denou as reus . Tendo bavido apelagecdos reus, o Tribunal de justiga Bunion

a condenag io, an desclessificar o crimede latrocinios pare homicidio qualifi-

code, em recourse material com apro-

priagao indebita.

O Sr. Ministro Amaral Santos: --Mas ale nao a sucumbente, no su-curable, pois o acordao ]he atribuiudelitos cujas penes somam a muitomais do qua a pens polo crime dolatrocinio.

O Sr. Ministro Eloy da Roche (Re-lator): - Foi sucumbente, em parts,relativamente a classificagao do crime,tanto qua o Tribunal de Justice deuprovimento partial a apelagao dosreus. 0 C. Pr. Pen., no art. 577,estabelece:

"0 recurso podera ser interpostopolo Ministerio Publico, Cu polo que•relante, on polo reu , seu procurador onseu defensor".

E, no paragrafo (juice:

"Neo Be admitira, entretento, re-curse do parte qua nao liver interesseno reforms Cu modificagao do de:cisao".

Penso qua o Ministerio Publico ti-nha interesse em qua fosse mantida aclassificagao do crime, formulade nodenuncia , mormente quando essa acusa-geo ja fora acolhida na sentence deprimeira instencia . 0 Ministerio Pu-blico pretendeu sustentar qua o crimefoi de latrocinio . Esse interesse doMinisterio Publico prende-se a titula-ridede do agao penal.

Alem disso, aerie necessario, Para oconhecimento dos embargos, que Beapontasse acordao divergente s6bre aquestao do interesse, na hip6teae, doMinisterio Publico. Neo descobri -o Sr. Ministro Amaral Santos poderiaesclarecer - quol o ac6rd io padreo.

R.T.J. 46

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Exatamente per isso, concluiu comoutro argumento.

O Sr. Ministro Eloy do Rocha (Re-lator): - 0 primeiro fundamento dovote do eminente Ministro AmaralSantos d.o do ausencia do interesse doMinisterio Publico para recorrer dodesclassificagio do crime.

O Sr. Ministro Amaral Santos:Eu me louvei no acordao relatado Paloeminente Ministro Hahnemann Gui-maraes, em qua se decidiu qua, emembergos, pode -se reexaminar o cabi-mento do recurso.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-later): - Este julgado neo veleriapars, a questio qua neo foi apreciadano acordao embargedo.

O Sr. Ministro Amaral Santos: •-Foi, implicitamente.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - Do qualquer sorte, onde 0acordao divergente , de outra Turmaou do Pleno, em qua se digs qua oMinisterio Publico neo tem interesseem recorrer do decisao de desclessifi-cagao de crime?

O eminente Ministro Amaral Santosjulga, em segundo lugar, qua a Turma,Para prover o recurso extraordinirioe reformer o acordao do Tribunal deJustice, examinou a prova e, assim,dissentiu do jurisprudencie Pacificaenunciada no Sunrula 279.

O acordao do Tribunal de Justiga- cuja fundomenmgao so em partsfoi transcrita no memorial distribuido- insere, quanto nos fates , entre ou•tras , estas efirmagoes fndamentais:1°) neo padece duvida de quo osreus mataram Dana de Teffe; 2.°) de-corridos poucos dias do morte de Danade Teffe, o embergante , na execugaode segunda parts do Plano criminoso,passou a dispor dos bens do vitima.Sobre o apossemento dos bens do vi-tima, o acordao declara inexistir provecabal de qua o cadaver ds vitimatenha sido despojado de joias on on-tros valores . Quer dizer , nao he provedo subtragio, no momento precise dohomicidio. Referentemente aos fatos

835

posteriores , reconhece o acordao quo,pratieado o homicidio, o reu, embar-gante, passou a vender pmtariese outros objetos qua guarneciam oapartamento do vitima , ocupou easeapartamento, juntamente com VeraRegina, e, com o tempo , alienou osimoveis . Mas, eases atos, Para o acor-dao, constituirem apropria^ao indebita,e neo subtragio.

0 acordao considers qua, per neoprovado qua, no ocasiao do homicidio,a vitima fora despojada de joias aoutros valores , neo se caracterizou olatrocinio.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Nao so isso . Tambem isso.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - 0 acordao afirma qua, soprovado o apossamento des joias eoutros valores, no memento do morte,estaria configuredo o latrocinio. Aproposito do ponderagio de V. Excia.,you ler, de novo, o acordao, qua, emparts, je li, no comego do men vote,no sessao de 22 de main.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -

Nao estou contestando esta perte. Es.ton, apenas , dizendo quo o acordao

disse mais•

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - Veja V. Excia...

... "Diz a denfmcia qua os ape-lantes apps matarem a desditosa Danaso apoderaram de dinheiro a joias quae mesme trazia consigo . Provado so-bejamente tat alegado , bastaria parequa a denuncia estivesse correta, beencomp a sentenga recorride . Todavia,tel circunstancia neo encontra emparono prove qua emerge dos autos, dadsa ausencia de testemunhes presenciaisdo delito . Duvida inexiste de qua umanal qua pertencere a vitima foi on-contrado em poder de Vera Regina, aconcubine de Leopoldo Heitor a peladefesa deste trazide eo processo, soba afirmagao de qua, he muito tempo,o recebera de vitima como presente.Apesar de neo convener tel expli.cagao, contudo, nan he prove algumade qua o anal eativesse em poder deDana no nits dos fatos, pois a pro-pria Maria Elise Febrino Tuccimei„

S36 R.T.J. 46

testemunha importantissima , elegouque, estando a vitima em traje espor-tivo, possivelmente , estarie usando odito enel, por ser ume joie alegre,-como se vii do son depoimento de1. 400 a seguintes . De conseguinte,nao ha prove cabal de qua o cadaverdo melograda Dana tenhe sido des-pojado de joias on outros valores.Acontoce, potion , no ceso em tele, umfato grandemente significativo, capezde operar profunda alteracao no en-quadramento juridico do fato: E qua

.ao deixar o Rio, no terde do 29.6.61,Dana confiou a Leopoldo Heitor aguarda dos sues coisas..."

O Sr. Ministro Victor Nunes: - Alesta o fete.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - ".e o zelo pelo anda-mento do picture do seu epartamento.Foi alem a desventurada Dane, poissolicitou a Leopoldo Heitor qua somudesse pare o apartamento ate quose verificasse o son regresso,..."

O r6u nao se mudou pare o aparta-mento, antes do desaparecimento devitima.

O Sr. Ministro Victor Nunes: -Mas, este a outro problema . 0 acor•deo nao considerou , opens, a apro•priagso dos joias . Considerou , tembem,esse outro fate qua V . Excia. acabade mencionar.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-letor): - Continua o acordio:

... conforme informs a to cicadatestemunhe Maria Elise , transmitindo-Ihe, precariamente, a posse de seushens a tendo Leopoldo Heitor as col-ses em seu poder, per vontade manf-festa de Dane, passou a vende-los,configurando -se, assim , a perfeite apro.priagao indebita '. .. (f. 32v.-33).

Antes disso, o ecordao havia decla-rado:

"Decorridos poucos dies do mor-te de Dana , Leopoldo Heitor, munido

-des procuragoes recebidas , deu inicioa segunda parte do plan criminoso,iniciando "com a venda dos prebariase objetos outros qua guarneciam o-apartamento do vitima , no Praia do

Botafogo" e, logo depois , passou aocupar o dito apartamento com sueconcubine Vera. Com o decorrer dotempo, Leopoldo Heitor pasou a ven-der us imoveis , dilapidando , assim, opatrimonio do vitima."...

O Tribunal do Justica julgou quo,per inexistir prove de o cadaver devitima ter sido despojado des joias eoutros valores , nao se comprovou aclassificagio de latrocfnio, do denanciaa do sentence . Julgou, per outro lado,qua os fatoa posteriores on homicidioconstituirem apropriagao indebita, emconcurso material com homicidio qua-lificado.

O acordao do Segundo -Turma, ascontrario, decidiu qua oa fates poate-riores, mediente as quais o reu disposdos bens, no execugao de segundaparte do piano criminoso , a quo soreferiu o Tribunal de Justice, servirampare caracterizar o latrocinio.

O Sr. Ministro Aliomar Baleairo: -O apartamento foi liquidado , esvezia-ram do tudo.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-

lator): - 0 apartamento nao foraocupedo, pelo reu, antes do morte devitima, segundo o acordao do Tribunalde Justiga.

O Sr. Ministro Evandro Line:V. Excia . me permite intervir? Ondeesta o letrocinio no feto de ocupar oapartamento depois do morte? Sincrimes conexos : furto a homicidio onopropriegio indebita a homicidio.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - Nio. Min ha apropriacioindebita, quando o dolo entecede aposse dos bens.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro: -Ate pare encobrir o crime, o latrocinio.E expresso no Codigo.

O Sr. Ministtro Eloy do Roche (Re-lator): - No epropriagio indebite,opera-se conversio do tftulo . 0 titulardo posse, qua a juste, torn--se dono.

O Sr. Ministro Evandro Lins:Mas quo ligagio tem esse questao como crime de letrocinio, que a homicidio

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cometido contra a pessoa, no momentado subtragio do coisa?

O Sr. Mini afro Eloy do Rocha(Relator): - Dos fatos praticados,sucessivemente, dentro do piano cri-minoso , segundo o ac6rdio do Tri-bunal de Justiga , tiro-se o nexo causalO epossamento dos bens , epos o ho•micidio, foi a parte final do planecriminoso, o objetivo do homicidio, enao caracterizou simples apropriagioindebita.

O Sr. Ministro Evandro Lins: -A tese do ac6rdio embargado, qua edo nosso eminente colega MinistroAliomar Baleeiro, sustenta qua o ho.micidio cometido pare ocultar o crimede epropriegio indebita Cu de furto,o crime contra o patrim6nio do vitima,constitula latrocinio.

Com a devida venia, estou em totaldesac6rdo corn a tese qua foi, equi,implicitemente sustentada par V. Ex-celencia, no seu voto primitivo, so quame recordo, procurando desligar oS 1°, do art . 157, do § 3°, quandoales estau interligados , unidos, fazendoparte de won so estruture.

O Sr. Ministro Eloy da Rocha (Re-lator): - Embora no preliminar doconhecimento dos embargos, mani-festei o entendimento de qua, no case,a vista dos fatos admitidos polo Tri.bunal de Justiga, se configurou o to.trocinio, do art . 157, Caput, combinadocom o $ 3°. Nao considerei a outremodalidede, prevista no art. 157,§ 1.°, combinado com o mesmo § 3..0.

O Sr. Ministro Evandro Lira:

Procurarei explicar, quando tiver opor•tunidade de voter . Pogo desculpas a

V. Excia . por to-lo interrompido.

O Sr. Ministro Eloy do Rocha(Relator): - V. Excia ., com a suaintervengio , possibilitou motor escla-recimento de questio.

O Sr. Ministro Evandro Lina: -Eu me felicito por ter cooperado comV. Excia.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Ro.tator): - V. Excia . suscitou a ques-tio: onde a relegio entre o bomicidio

e a apossamento dos bens? A relagio

direta a reconbecida , explicitamente,

no acordio, quando declare:

... "Decorridos poucos dies asmorte de Dana, Leopoldo Heitor, mu-nido des procurag6es recebidas, deuinicio a segunda parts do piano cri-minoso, iniciando "com a venda despratarias a objetos outros qua guarne-ciam o apartamento de vitima, as,Praia de Botafogo" e, logo depois,passou a ocupar o dim apartamentocom sua concubina Vern . Coto o de-comer do tempo, Leopoldo Heitor pes-sou a vender as imoveis , dilapidanao,assim, o patrimonio do vitima."..,

0 ac6rdio afirmara, antes, quo aembargante havia fantasiado a viagemde vitima it Europa , comunicando aacontecimento it varias pessoas.

Nio salon julgando, Como no Turma,o recurso extraordinario . No confrontoentre a decisio do Tribunal de Justicee a do Segundo Turma do SupremeTribunal Federal, imp6e-se limitageoqua vem de natureza do recurso extra-ordinario a dos embargos de divergen-cia. Nao posso concluir qua a SegundoTurma tenha divergido , na interpro•tagio do direito federal, de julgadode outra Turma , on do Tribunal Pleno,pare cassar o ac6rdio embargado erestaurar o do Tribunal de Justiga.Como disse, no primeiro voto, se aconceituegio do latrocinrq do acordioembargado, nao fosse a meihor, elanao poderia , em todo o caso , dar lugara embargos , sem a demonstragio dodivergencia.

Acentuo qua, com o n&o conheci-mento dos embargos , por no exietha divergencia , permanecera o ac6rdiodo Segundo Turma, quo restabeleceua clessificagio do sentenga de primeirainstancia , mas nao a condenegao. Res-tar, ainda, a apreciagao , pelo Tri-bunal de Justige , des demais questoeedo apelagao.

Nis conhego dos embargos, qunpolo primeiro fundemento , agora ven,tilado polo Sr. Ministro Amaral San.tos, quer polo segundo, qua eu ja havieexaminado no sessio em que se iniciouo julgamento.

gag R .T.J. 46

ANTECIPACAO AO VOTO

0 Sr. Ministro Evandro Lins: -.Sr. Presidente, enquento o Sr. Mi.nistro Amaral Santos proferia o seuvote, tomei alguns apontamentos. Co-nheci o embargante quando Qe ere umjovem advogado , iniciando uma carreirafuturosa . Lamento que ease mb£o bri-Ihante a promissor tenha resvelado polodespenhadeiro do crime, a que o seunome seja hoje um simbolo de delin-gi1ente perigoso, corn uma fblha doantecedentes pontilhada de gravissimoscrimes , segundo as acusa£bes que ihasio feites.

Redigi algumas linhas r6pides, Parasubmete-las so exame dos eminentesColegas , depois de ter ouvido com amotor aten £ao, e corn certa tendenciapara acompanha-lo, dada a personali-dads do reu , o veto do eminente Re-lator destes embargos , Ministro Eloyde Roche . Nio me foi possivel , entre-tanto, cheger a mesma conclusio deS. Excia ., a you dizer as razoes palesqueis estou de acbrdo com o voto doSr. Ministro Amaral Santos.

VOTO

O Sr. Ministro Evandro Lins: - 0latrocinio a crime complexo, porqueconstituido de elementos qua, pot si sos,constituem crimes . A unidade que oforma results de uma e£ao simultaneado agente contra o sujeito passivo.

Pode-se dizer , em sintese , qua exprimea tetra e o espirito de lei , qua cometsletrocinio quern meta roubando on ton.be matando.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re,lator): - Quem meta Para furtar, onfurta e, por isso, meta.

O Sr. Ministro Evandro Lim: -Eaton emitindo uma senten£a, umasintese, qua exprime o conceito real doletrocinio : - quern meta roubando,on quern rouba matando,

O Sr. Ministro Victor Nunes: -E a simulbaneidade.

O Sr. Ministro Evandro Line: -Para fixer a simulteneidade des agbes.Pode ser qua an esteja erredo, mssJ o entendimento qua tenho do crimede letrocinio.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:Mas nao ha crime, se mate alguemPara ocultar outro crime, no caso oderoubo? 0 Codigo a expresso.

O Sr. Ministro Evandro Lins: --V. Excia. vai ver, no desenvolvi.mento des considera£bes qua estou

fazendo, porque nao concordo com easetese.

Se o agente comete outros crimes,Para se apoderar de bens do vitima,em ocasibes diversas on distanciadasdo homicidio, o qua as identifica a umconcurso de infre £bes, com o crime domortd agravado pelo qualificativo doart. 121, g 2.°, n. V, do C. Pen.,isto e, "para assegurar a execu£ao, aoculta£ao , a impunidade on vantagemde outro crime".

O Sr. Ministro Eloy de Roche (Re.lator): - V. Excia. esta lendo textssobre qualificativa de homicidio quanao as splice so latrocinio , pois estee figure criminal autbnoma.

O Sr. Ministro Evandro Lins: -Exatamente porque nao a latrocinio.

Aplica -se so homicidio cometido Paraassegurar a vantagem de outros cri-mes.

Ease qualificativa explica exata-mente que ha um concurso de in.fra£bes. Se V. Excia. tiver pacienciade me ouvir, no resto do men racio-cinio, acredito que posse vir a con.corder comigo . Na assentada anterior,um ilustre professor de Diretio Penal,qua assistia so julgamento observouqua o ac6rdao do Tribunal de Justicedo Estado do Rio a urn modelo paraser citado em aula de Direito Penalsobre a defini£ao de concurso, de ho.micidio, de crime contra o petrimbnioa de crime de latrocinio . 0 acordioe perfeito.

0 Sr. Ministro Gon£aIves de Oli.veira : - Violencia a furto.

0 Sr. Ministro Evandro Lins: --Violencia praticada posteriormente pa.ra a oculta£ao, Para assegurar avantagem de outro crime.

A lei, no configure£ao do letrocinio,estabelece a contemporaneidade entreo homicidio e a subtra£ao do coisa.A violencia ha de ser cometida junta-mente com o ato do espolia£ao. Ad-

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mite-se uma excegao: - e a qua estercontida no $ 1.0 do art. 157 do C. Pe-nal, qua tambgm considers como crimede roubo a violgncie empregade logodepois de subtraida a coin.

Ai ester a condiggo temporal entreo homicidio e a aubtragao para tipi-ficar o latrocinio.

A expreasgo logo depois significa emseguida, eto continuo , imedietamente.It o caso frequents de assassinate dovitima qua persegue o ladrao a tentsrecuperar a posse do coisa subtraida.

A lei considers qua ainda o crimee de latrocinio quando praticedo "logoem seguida" a subtraggo.

Pode-se dizer qua h4 um requisitede imediatidade entre a subtragao e chomicidio.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - Cuida-se ai , de violgnciacometide logo depois do subtragao docoisa - $ 10, do art . 157 - enquantoqua, no case , a violencia foi anteriora subtraggo - art. 157, caput.

O Sr. Ministro Evandro Lino:V. Excia . espere qua you chegar 14.

Este pode ser praticado antes, du-rante a ap6s o apoderamento, do coinMas os atos sgo sucessivos , temporal-mente conjugados , cronologicamentepr6ximos.

1!` o quo o Ministro Nelson Hungriamostra no parecer qua recebi junta.mente core o memorial do advogado.A citagao de Manzini a esclarecedorae convincente:

"0 requisite do sucessividade ime-diets ( irrmeediatezza ) imports qua an.tre a momento em qua se verifica asubtragao e o emprego do viol6ncianao intercede tempo suficiente a inter,rupcao do nexo do contextualidade doagao complexa ; isto g, a violincia doveser exercide no flagrgncia on quase-flegrgncia do form" (Trat. Dir. Ps.Hale, vol. IX, parte 1 °, p. 333).

Figuremos um exemplo pare mostrarqua a acao complexa , no crime dolatrocinlo, s6 pode ester dentro de urnmesmo -contexto . Imagine-se qua oladrao, apes a eubtraggo do coin,consiga sair des vistas do sujeito paa-sivo, a qua gate venha a encontr4-lomuito depois . Suponha-se qua, nesse

839

encontro, o ladrao venha a mater avitima do subtragao. Segundo a lei,nao se configure , no exemplo, o crimede latrocinio . Havers um concurso deinfragaes - homicidio a forte.

Da mesma sorte, sucede quando 0crime contra o patrom6nio a cometidomuito antes do crime de morte.

Nessas situeg6es, o homicidio a qua,lificado no forma do art . 121, § 2.`,n. V, do C. Penal . A motivaggo podsser o crime de forte, mas nao h4unidade de ag$o caracterizadora dolatrocinio, qua tern tipicidede pr6pria,pois as crimes-membros do quo ascomp6e deverao ester, comp assinelaManzini, dentro do mesmo nexo docontextualidade.

No case dos autos, o ac6rdao doTribunal de Justica parece-me incen-sur4vel, uma vez qua, examinando aprove dos autos, entendeu nao existirqualquer prove on prova cabal de quativesse ocorrido subtraggo de coin nomomento cm qua se deu o homicidio.

As considerag6es s6bre a prove, onmelhor, o relato s6bre o qua disseramas testemunhas , nao constituem o fun-demento do dacisao . Este resultou doconclusao do inexistgncia cabal doprova de subtregao.

Essa matdrla de prove nao podiaser reexaminada no recurso extraordi-n4rio.

O Sr. Ministro Amaral Santos: -V. Excia . me permite one esclareci.mento?

Nao h4 prova do morte. Nero h4corpo de delito, direto Cu indireto.

O Sr. Ministro Aliornar Raleeiro:Mas o ac6rd5o conclui polo homicidio,vinculando-o so roubo.

O Sr. Ministro Evandro Line: -.As considerac6es qua informaram avote brilhante do eminente MinistroEloy do Roche ago consideragBes s6brea mat6rie constants dos autos, a an4-lise dos depoimentos, mas as conside-ragoes sabre a prova, o - relato s6bre oqua disseram as testemunhas (li oecbrdao todo , hoje pole monha), naoconstituem fundamento do decisao;gste resultou do conclusaao do fnexie.tgncia cabal do prova de subtragao.

843 R .T.J. 46

Esse a qua e o fundamento do deciseodo Tribunal do Justica . Ease materiado prova nao podia aer reexaminadano recurso extraordinario . Se o ac6r.dao recorrido julgou bem, se exists onnao existe a prova do furto, tal me.teria nao pods ser reexaminada e, Si,esta o choque do deciseo embergadacom a Sumula 279. Dal a divergenciajurisprudenciel a ensejar on embargose a permitir o seu conbecimento.

A qualificacao juridica do fato feitapolo Tribunal de Justice esti amparadapale lei positive.

A emenda do ac6rdio embergado,quo the resume on fundamentos, estiassim redigida:

"Latrocfnio - Desde qua a expos i-cao do pr6prie deciseo recorrida ca-racterize o homicidio preticado coreo objetivo de apropriar-se dos bens dovitima, a de der-se provimento sorecurso extraordinario , no qual o Mi-nisterio Ptiblico visa it exata classifi-cecao do crime".

Essa manta a do autorie do nossoeminente colega, Ministro Aliomar Ba-leeiro . Com o britho habitual, S. Ex-celencia sustentou , muito galhardamen-te, a sua posicao , por ocesiao do jul-gamento dos embargos de declaracio.Mas, core a devida venia, nao estouconvencido do qua se cuide de latro-cinio . Acho quo a qualificacao jurfdicafeita polo Tribunal de justice , em facede conclusio de inexistencia do subtra-cao contemporenea do homicidio, equa este mais do ac6rdo com a nosesjurisprudencia.

Nio me parece qua at esteja con-figurado o crime de latrocinio, talcorno o prove o C6digo.

Heleno Fragoso fez critics severe noC6digo porque este nao distingue antrao homicidio doloso e o homicidioculposo , para configurar o latrocinio.E sugars qua o juiz, atendendo a gre-vidade do pens, corrija a disposi$godo lei , aplicando-a de ec6rdo com oelemento subjetivo corn qua tiver agi,do o ladrio . Na opiniao desse joveamprofessor, melhor sera sacrificar a tac.nice a agir com egiiidade , nos hip6-teses em qua o crime de lesio corporalon de homicidio f6r culposo on pr&terintencionol.

Sam embargo des criticas qua sofazem aos dispositivos qua punem aroubo, sobretudo no qua diz respeitoso latrocinio , tenho pars mim qua, nahip6tese , melhor foi a clessificacao le-gal feita pelo ac6rdio recorrido, doTribunal de Justica do Estado do Riode Janeiro.

Nio houve convergencia de ag5es,segundo o entendimento do Tribunallocal. O qua este considerou foi quaa espoliacao e o homicidio as deram emocasi6es diferentes.

Este com t6das as letras no ac6rdio,

Dal o concurso material de infra-g5es, em crimes conexos, nos termosdo art . 76, II, do C. Pr. Penal.

Finalmente, he none situegiio, quatenho como invencivel, pare caracterizato latrocinio, no especie . A sentencado 1.0 instencia, anulada pelo Tri,burial de Justice , condenou o embepgents a um total de 49 anos, 4 mesese 15 dies de reclusio, pelos crimes delatrocinio, ocultacio de cadaver , falsi-dade documental e use de documento(also.

A inclusio, no acao complexe atri.buida so embargante, de crime dofalsidade, exclui o latrocinio . Para estecrime, a indispensevel a violgncia, Palomanna no modelidade imputada anembargante.

A falsidade , Para o epossamento dosbens, envolve fraude, a nao violencia.O qua, no realidade , se atribui no em-bargente e o use de none serie de erdiso manobras , pare se apoderar dos banedo vitime.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Re-lator): - E, Para o mesmo lion, mailo homicidio.

O Sr. Ministro Evandro Lins: - V.Excie. diz muito bem . Somendo-soa isso o homicidio.

A conclusio l6gica a qua nao sopodia cogiter de latrocinio . Nada maiscontrario no conceito do crime delatrocinio do qua mistura-lo on con-jugA-lo corn a frauds do agente:

Dir-se-a qua se considerou a falst,dodo como crime conexo . Man este,segundo a acusacio , fatale parts do tra.ma engendrada pelo embargante pare

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despojar a site vitima dos bens de quaVow a se aproprlar.

Nao este em discussio , nests assen-tada, o problems do corpo de delito.Por isso, reservo -me pare examine-looportunamente.

Quero recorder so Tribunal it HC40.540, requerido polo mesmo embar.gene a qua foi julgado polo TribunalPleno em 15.5.64.

O qua decidiu o Tribunal, not opor-tunidade, polo mops com o men vote,foi isso:

"Conheci o paciente iniciando umapromissora carreira de advogado• Ta-lentoso, assistento da cadeira de Di.reito Penal, no Faculdade National deDireito, realmente 6 doloroso qua es-teja respondendo a proceaso por dograve acusagio, como ease de qua eobjeto it pedido de habeas corpus.

Estou, Sr . Presidents, com o emi•nente Relator, no sentido de quo de.vemos aguardar o julgamento doTribunal de Justiga do Estado do Rio,qua ire, certamente , sopesar as ale-gag6es feitas polo ilustre advogadoimpetrante, no sua petigio do habeascorpus a no sustentagio oral."

0 Supremo Tribunal Federal reco.mendou no Tribunal de Justiga quajulgaase it proceaso , quo examinasse asproves, dentro do sua competencia ju.risdicional E foi o qua it Tribunal fez:examinou as proves a qualificou-as iu-ridicamente, a meu ver, de modo cor.tot,,.

"134 sem divide, argumentos quaimpressionism . Trata-se de infreg$oqua deixa vestigio, de infrageo tipicadequelas em qua se exige o exams docorpo de delito . 0 natural, it normal,no crime de homicidio, a qua so exa-mine it cadaver e a cause del morte,late argumento , realmente, 6 impres-sionante . Nao conhego on elementosdos autos , pare saber me foi suficiente-mente suprido pelos domain elementoaquo a prove posse confer no b6jo doproceaso" (HC 40.540).

0 Tribunal do Estado do Rio, st4certo ponto , admitiu qua o income docorpo de delito se tivesse feito indireto.metals . Nao sei se into 6 exato.

841

O Sr. Ministro Amaral Santos: -Parece-me qua nio. Parece-me qua oTribunal niio concluiu palm oxistenciade corpo de delito, nom direto, nomindireto.

O Sr. Ministro Evandro Linn: - SaV. Excia. no permits, it ac6rdio, emcarte parte, diz o seguinte:

"Duvida neo padece de qua Dana doTeff6 foi marts no nits de 29.6.61 eon seus matadores foram Leopoldo Hei.tor a Helio Scares Vinegre . A verdedae quo it apelante Leopoldo Heitor fan.tasiou a viagem do vitima..." (f6,lha 168 dos autos).

So padece, on neo, eats duvida, eproblems a set oxaminado on outreoportunidade.

O eminenta Ministro Victor Nunesinterfere em sports:

"A sentence incorpora h one fuada,mentagio t6das as alegegoes do Mi.nist6rio P6blico, quo see eatendem potmail do 50 p4ginas" -(HC 40.540).

E an respondi:

"Como V; Excia. ponders , a inopor-tuna, agora, a aprociagio des alega96esdo paciente, antes do pronunciamentodo Tribunal de Justiga, qua vai teroportunidade de examiner a cotejar to-des as proves, a, assim, verificar a pro-cedencia , on nio, do sentenga a do quofoi por ela aceito.

Outro argumento de relevo e o rislativo a procurafao. Niio conhege apetigio, a nio ser um memorial breve,qua me foi entregue pela parts, msspor at me perece qua ease procurageo,passada palm vitima so paciente, 6posterior so homicldio" (HC 40.540) .

Sr. Presidents, parece-me qua a di,vergencia, come je assinelei, 4 patents.A decisio recorrida fundou -se no provedos autos a niio era possivel, a menver, com a devida victim, atrav6s derecurso extraordin4rio, modifici-la.

Compreendo perfeitamette on altospropOsitos dos eminentes autores dosvotes vencedorea no Turma, qua vi.earam a defesa do eociedade contra umdelig0ente "astute a afortunado", quaj4 algumas vezes conseguiu escapar desmalbas do Justiga. Mae, no caao, pane

842 R .T.J. 45

que, apesar do repugnancia qua a per.sonalidede do embargante posse causer,nio a possivel deixar de slender so souapelo . Nos nio o esbamos absolvendo,mas mandando que seja submetido ajulgamento polo Juizo competente, nioso polo homicidio, mas per tadas asdemais infragiies qua The sio impu-tadas, que sio o crime de furto on Asapropriagio indebita , conforms a Jus.tiga entender, em face da prove dosautos; o crime de falsidade; o crimede use de documentos falsos; o crimede ocultagio de cadaver, etc. Iii ve,ties infragoes pales quail o embargantevai ser julgado.

Core a devida venia, pedindo des.culpas so Tribunal per ter tornado pertoo longo tempo sue atengio, conhegodos embargos e os recebo , acompa-nlrando o veto do eminente MinistroAmaral Santos.

VOTO

O Sr. Miniatro 7-1,eneotocles Cava/-canti: - Sr. Presidents, acompanho aeminente Ministro Amaral Santos, corea devide venia do eminente Relator,polo seguinte fundamento: porque aeg. Segundo Terms, so conhecer dorecurso, reexaminou a prove, pare darnova qualificagio so delito, dandle nofeto nova qualificagio, diferente da doacordio recorrido.

Acompanho, tarnb6m no marito; avote do eminente Ministro AmaralSantos.

VOTO

O Sr. Ministro Adaucto Cardoso: --Sr. Presidents, recebo os embargospela divergencia core a SGmula 279,Parece-me, polo qua colhi dos debatese dos memoriais, qua o acordio embar-gado penetrou profundamente no me.teria de fate, no propiisito de epreciara qualificagio juridica de prove, aconcluiu polo latrocinio, a mais grovefigure do Codigo Penal, num case emqua ha mais conjectures do que faroson, polo mends, mais recioctnios doqua evidencias . Per into, consideromais prudente admitir, come o acor.dad do Tribunal de Justige, antes asfigures certas da apropriagio ind€bita,do homicidio qualificado, do falsidads

e outras do qua equals qua me parece,urea leboriosa construgao, que e o N.trocinio.

Conhego dos embargos a os recebo.

VOTO

0 Sr. Ministro Djaci Fa/cio:Sr. Presidents, tambem pego venia aseminente Relator pare acompanhar oveto do Sr. Ministro Amaral Santos,todavia polo segundo fundamento,Quanto so qua se prende so interessedo Ministerio Publico pare recorrer,no ha indicagio de acordio diver.gente . Entretanto, nao vejo, no casedo acordio embargado , urea nova cles.sificagio no into delituoso constants doacordio do Tribunal de Justice do Es-tado do Rio de Janeiro , mas um an.tentico reexame do materia de fate,papa concluir, comp concluiu, paleexistencia do latroctnio . Per isso, amen ver , decidindo comp fez o acord"aoembargado, destoou do alcance do re.curso extraordinario , consubstanciadoinclusive no Sdmula 279 , qua nio per.mite reexame do materia de feto.

Recebo os embargos.

VOTO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- Sr. Presidents, an estave no pro.posito de votar mencionando apenasqual o Ministro qua an acompanhava,mss a maneira pela qual os votes ternside pronunciados me obrige a dar ureapequena explicagio a alto Corte.

Per temperamento , per concepgio,que tome a veleidade de chamar filo-sofica da pena a do Direito Penal, niosou dos homens muito punitivos. 0resto do cristianismo qua ficou emmim me leva mais a benignidede, aindulgencia, a compreensio.

Quentin esto processo foi levado aSegundo Terms , lutei violentamentecomigo mesmo pore excluir do meuespirito qualquer residue de impreasioqua tivesse ficado dos jomeis lidosquatro, cinco , sets ands antes do julga-mento, a qua incriminavam o ember.gente . Ouvi o debate entre o SenhotMinistro Vilas Boas e o Sr. MinistroPedro Chaves . A minha convicgio foi

R.T.J. 46 843

profunda de qua havia latrocinio con,figumdo.

Nesse intervalo , perece quo o SenborMinistro Adalicio Nogueira pediu vistados autos a requisigao do processoorigin4rio.

Recebi uma carte do embargante,entao recorrido , em qua expbe d sonponto de vista . Pam mim, o reu 6sagrado no seu direito de defese, assesgurada pale Constituigao a pela pr6priacondigao etica do convivio social. Lia carte a pedi so eminente MinistroAdalicio Nogueira qua me confiesse osautos, qua foram deixados em meu ga-binete. Passei a manha tbda lendo-os.Ainda um apelo recebi do irmao doecusado, jornalista decants, a digno,Para qua lease os autos daste caso.

Apesar disso , Sr. Presidents, a mi-nha convicgao foi profunda . Mao quetoaumenter mais mine cargo a quem jaester too ecusado a too degradado, mas,em vinte anos de advocacia a emmuitos anos de jornalismo e, agora,

como juiz, nao me lembro do ter vistooutro caso de reu, qua nao a apenes"astuto a efortunado ", na frase deFerrieni, ainde ha pouco recordadapolo Sr . Ministro Evandro Lins, masde crueldede, de frieze , de capacidadede premeditagao a frio, de tudo quantopods ferir a sensibilidede humane.

Aceitei, polo mans estave no mi-nha consciencip de qua aceitei os fatoscomp o ac6rdao os exp6s . 0 ec6rdaoe tango a dig qua Leopoldo Heitotde Andrade Mend" a Who SnaresVinagre mataram tel mulher , apropria.mm-se de sous bens , adulteroram do,cumentos , venderam sou apartementodepois de o ocuparem, apossaram-se detudo, ate as 6ltimes cadeiras , cocoa darasa foram trazidos Para Brasilia etudo o mais liquidaram , inclusive j6iasqua estavam no posse der vitima a quoapareceram em fotografias Bela rea-perecerem em fotografias do senhoraqua vivia em cesamento morganeticacom o ecusado . Fri nestes tattoos, Se-nhor Presidente, qua no men espiritose formou a convictao de qua o cri-me de morte foi praticado Para consu-mar-se a apropriatao de chaves , crises,objetos, a Para a ocultagao do roubo,o quo 6 previsto no art. 157, § 3 .0, doC. Pen., a despeito do brithante tese

em contr4rio he pouco exposta poloSr. Ministro Evandro Lins.

Pare mim, o ac6rdao comoteu o quaas cheme de vicio l6gico , no enquadra,mento des proves dentro do Direito.Varies vexes ease materia tam lidodiscutida aqui . H% Prieto ands de ju-risprudencia, polo mans, equals die-tingao sutil qua exists antra penatmro Supremo Tribunal nos proves,quando a questao deveria restringir-sean problems do interpretagao do Di-reito federal , a naquele valorageo desproves . Por mais qua o v. ac6rdAo doT. J. do Rio fizesse a valoragao desproves , a certo qua , num sistema legalem qua se exige a fundamentagao 16-gica do sentenge, ocorre um dos maisgraves vicios quendo tal sentenga nao6 racional . Se, entao, uma sentengediz: - fulano sacou do um rev6lver,metou elguem , depois se apossou disso,depois fez aquilo, - descreve enfimnot crime de latrocinio , reporta-se Aprove documental do existencia do la-trocinio e, depois, conclui qua nonhavia latrocinio , mas, quo houve, numdie, um homicidio, em seguida, noutrotempo uma apropriagao de coisas, de-pois , outro crime , a outro etc., easeac6rdao pace par vicio l6gico.

Ease mode de encarar o problemsexists nao s6 Para os tribunals doAmerica, como , tambem , Para as Urtesde Cassagao , nos poises do Europa. 1.4Como ca , como n6s, os juizes do Cas-sagao estao adstritos a julgar sbmentea questao de direito , earn pmetragiono meteria de prove . L4, tambam, ereanulam ac6rdaos quando no apreciagaodes proves se evidencia um vicio 16•gico.

Sr. Presidente, non quero slongata materia , bestente conhecida de todosn6s. Pensei, refleti muito, a com easeminha tendencia do 6dio a qualquerforma de sadismo judiciario, SenhotPresidents , sinto non poder set indul-gente nests caso . A minha maneira dejulgar corresponds a um imperative dominha consciencia.

Por estas raz6es, nao me perece quoexists provada divergencia entre oac6rd5o embargado e a Stamina qua seindite a nao conhego de tail embargos.Se os conhecesse, os rejeitaria.

844 R.T.J. 46

VOTO

O Sr. Ministro Adalicio Nogueira:- Sr. Presidents , nada quero ecrns-centor is palavras oportunas , eloqilen.tee a ate comovidas , pronunciadas pewmeu eminente colege a amigo MinistroAliomar Baleeiro, qua foi o Relatorpare o acordio do extraordinerio in-terposto no ocasiao e a quern acorn.panhei, depois de ter pedido vista dosautos, escrevendo um voto qua as en-contra nos autos . Eaton de planac6rdo corn o qua S . Excia. diz.Quern, apenas , pare fixar o Mail PGntOdo vista, no qua diz respeito 1 carac-terizagdo do crime de latroctnio, let'o seguinte trecho do meu voto:

"Diz muito bern Magalhaes Noronha,comentando o art. 157, § 3..0, do C. Pe-nal a como qua fixando o caso vertente:

... a morte pods ocorrer tantopare se praticar a subtraggo , colon aopratici-la , on como ocorrer depois,agindo o delingiiente pare assegurare detengeo do coisa, on pare garantira impunidade" (Crimes contra o Pa.trim.nio, em Cdd. Penal BrasileiroComentado) ."

Nao conhego, portanto, dos ember.Los, ese dales conhecesse, os rejeitaria

VOTO

0 Sr. Ministro Victor Nunes:Pego vine so eminente Relator pareecompanhar os votos qua recebetamno embargos , a comegar polo do Se.nhor Ministro Amaral Santos. JA no

assentada anterior, tive ocasiao de fa.zer observagio no mesmo sentido c,agora, polo debate qua acabamos deouvir, minha convicgao so robusteceu.A figure delituosa qua as pode impuwrso embergante e o concurso de crimes,entre os quais o homicidio , como seve do art. 121, § 2 .°, n.° V, doC. Penal , a neo latrocinio . Veja-se oart. 157, § 3°, in fine, do mama Ce.digo.

EXTRATO DA ATA

ERE 58 .714 - RJ - Rel., Mi-nistro Eloy do Rocha , Eante. LeopoldoHeitor de Andrade Mantles ( AdvogadoAnt6nio Carlos Sigmeringa Seixaas).Embda . Justiga P6blica.

Decisio: Conhecidos a recebidos osembargos, contra os votos dos Minis.tros Relator, Thompson Flores, Alio.mar Beleeiro , Osvaldo Trigueiro eAdalicio Nogueira . Ficou prejudicadoo pedido de habeas corpus.

Presidencia do Sr . Ministro LuisGallotti. Presentes a sessio as Se,nhores Ministros Thompson Flores,Amoral Santos , Thernistocles Caval-canti, Adaucto Cardoso , Djaci Falceo,Eloy do Roche , Aliomar Baleeiro, Os-waldo Trigueiro , Adalicio Nogueirs,Evendro Lins , Hermes Lima , VictorNunes, Gongalves de Oliveira a La-fayette de Andrade. Ausente, justifi-cadamente , o Sr. Ministro BarrosMonteiro.

Brasilia, 6 de junho de 1968. -Alvaro Ferreira dos Santo,, Vice-Dire-tor-Geral.

RECURSO EXTRAORDINARIO NQ 61.754 - SP(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Recorrente: Companbia National de Seguros Ipirange . Recorridos: Jose

Francisco Natelino a seu filho.

Rec(aso extraordinario.Agio do acidente do trabalho. Molestia profissional: tuberoulose

putmonr. Indanizageo. Memento em qua sa torn devido; Efeitoa.

Direito suceas6rio.Recurso extraordinerio trio oonhecido.

ACORDAO ceira Torras do Supremo Tribunal Fe-

Vistos, relatados a discutidos Estes deral, no confovnidade do ate do

autos, acordam os Ministros de Ter- julgernento a des notes taquigreficas,

R.T.J. 46 845

por unanimidede do votos, nao on-

nhecer do recurso.

Brasilia, 13 do setembro de 1968.- Gongalves do Oliveira, Presidents.- Carlos Thompson Flores, Relator.

RELATORIO

O Sr. Minis(ro Thompson Flores: -Contra a recorrente maven Ester Fer-

nandes Francisco a95o de acidento pornreceber a indenizagao pale incapaci-

dads total a permanents , pale molestla

qua contraiu quando no exercicio doatividade propria de Cerfimica Artis-

tice do Costa , cujos riscos no trabalho

estio resguardados pale seguradom am

mengio.Tendo falecido a autora, em conse-

giiencia do molestia quo a acometera,nove mesas a mein apos o ajuizamentodo causa , prosseguiu eta coca seu ma-rido a filho , resultando parcialmenteexitosos em primeire instancia. Hbuverecurso do ambas as partes. A eg.4.a Cimam Civil do Tribunal de Al-gads, por maioria do votos, proveu,apenes, o recurso dos demandantes.

2. Irresignada , extraordinariamente,recorreu a seguradora. 0 apelo edmi-tido , f. 97-99, teve regular processa.mente . Parecer do Procuradoria -Geral,

nests Instancia , pelo no conheci.mento ; ecaso conhecido, polo improvi-mento.

A o relatorio.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Floroa(Relator): - Funda a recorrente oneirresigna45o ultima em o permissivodo art. 101 , III, a, de C . F. do 1946,entao em vigor, atribuindo an julgadorecorrido ter violado o art. 21, I, a,do Lei de Acidentes , quando, nio sen-do invelido o marido de acidentada,contemploua coca metade do indeni-za9io tariferia.

2. Certo, tanto a sentence como aareato quo, neste passo , a manteve,atribuiram on marido, posto quo noinvelido a no 6nico filho manor doeasel , a indenizagao qua, se viva f6ssea infortunade , the satin adjudicada.

Fizeram-no valendo-se, nesse panes,do direito aueessdrio.

E assim procederam, porque a a9aohavie sido proposta pale propria aci-dentada, je incapeciteda total a per-manentemente do molestia profissionalquo a acometera , apurada atraves depericie, realizada virios meses antes doseu falecimento, muito embore o obitoocorresse ainda nao sentenciede a causea qual prosseguira coca as recorridos.

3. No reconhe9o qua em so assimorientado haja o julgado impugnedoviolentado o art. 21, I, a, do DiplomaInfortunistico, on, nos termos de Cons-titui9io vigente, art. 114, III, a, Thenegado vige"ncia.

Antes, relacionando as ocorrenclasqua a processo encerra, admitiram quoo direito rti indenizagao supliceda palepr6pria infortunada , vitlme de moles-tie profissional qua a incepacitou to-tal a definitivemente , apurada empericia a coca laudo apresentado aotempo em qua vivia, emergia deedsantic, embore reconhecido posterior-mente . no sentenga. E entregue, epos,sua morte, coca cujos suceasores pros-segue a a9ao, no merecia reduzidaantes, integral como receberia a inca-pacitada , cabin distribuido como foi.

4. Julgedo quo assim so orientou,qua se escuda em disposig6es de pro-pria lei qua aplicou, art . 66, b e c,tendo por si, arrimo em decis5es ou-tres, inclusive desta Corte (D.J.

9.11.44, p. 5.245, RE 6 .307, julgadoem 1.9.44, Relator o Ministro Bentodo Faris) nao mereceria a conceitua-gao qua ]he emprestou a recorrente.

Quando muito ratio a lei atribuidointerpretagao razoevel pare gerar suaaceita9ao posts via extreme (Sdmula400).

5. Em conclusio , no conhego do

recurso.

E o men voto.EXTRATO DA ATA

RE 61 .754 - SP - Rel., MinistroThompson Flores . Recta . CompenhiaNational de Seguros Ipiranga (Advo-gado Armando Patricio de Oliveira).Recdos . Jose Francisco Natalino a seufilha ( Adv . Antonio Carlos de AbreuHildebrand).

846 R .T.J. 46

Deciseo: Nino se conhecen. Una- Flores a o Dr. Oscar Correia Pins,

nime. Procurador-Geral de Republica, subs-Presidencie do Sr. Ministro Gon- tituto.

calves de Oliveira. Presentee a sessioos Srs . Ministros Hermes Lima, Eloy Brasilia, 13 de setembro de 1968.da Roche, Amaral Santos, Thompson - Jose Amaral, Secretaria.

RECURSO EXTRAORDINARIO NV 62 .300 - GB(Terceira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Carlos Thompson Flores.

Recorrente: Estado da Guanabara. Recorrido: Hugo Dunshee de Abranches.

Recurso extraordinario. Executive Fiscal. A decisio objeto doap6lo extreme he do ser de riltime instaincia. Se dos embargos dedeclarasio nao se servfu o reoorrente, atao. ndo a tees de direitofederal qua ore suscita, arrebatada floors a via extreme.

Aplicacio do art. 101, III, da CP., a Sumula 282 a 356.Recurso nio eonhecido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estosautos , acordam os Ministros da Ter-ceira Turme do Supremo TribunalFederal, as conformidade de are dojulgamento a das notes taquigrafices,por unanimidede de votos, nio co-abater do recurso.

Brasilia , 13 de setembro de 1968.- Gonsalves de Oliveira , Presidents.- Carlos Thompson Flores, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:Contra o recorrido moveu o recor-rente executive fiscal corn o prop6sitode cobrar-Ihe a impottancia deCr$ 41 . 683,00 (quarente a um mil,seiscentos a oitenta a tres cruzeirosvelhos ), fruto de revalidacao, ere quopassada a escritura fore de prazo. Ditoexecutivo tomou o n ° 112 . 777 a a aleepensedos foram os de numeros134.421, 134 . 423 a 134 . 424, versandoimportancies certas a por cause analoga.

Citado , nio tendo pago, sujeitou-se apenhora o executado, oferecendo em-bergoa.

Apreciando-os , acolheu-os o DoutorJuiz de Direito, f. 109-113 . Por viade recurso , manteve a eg. 3P CamaroCivil do Tribunal de Alcade, a decisiorecorrida , f. 169.

2. Extraordinariamente , recorre aexegiiente vencido . 0 recurso tern re-zoes de ambas as partes . 0 parecerda Procuradoria-Gerel da Republicae polo provimento.

A o relat6rlo.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores(Relator): - Assents o recorrente suapretensio ultirna em o art . 101, III,a, da C . F., a d4 wane violado aart. 4° do C. Pr. Civ., eis qua ojulgamento foi extra padre.

2. Fundou-se a cobrance , a qua sereferem as executivos mencionados, asinvocada transgressio de parts do exe-cutedo do disposto no art. 17 doDl. 9.626, de 22.8.46. E porqueassim teria ocorrido a as escritures detransmissio realizadas, a qua proce-didas as reavaliac6es dos im6veis, epu-rou-se a diferenca.

Examinando os embargos atravesdos quais o executado contests a pro-tensao do Fisco , melhor dilucidando oocorrido, - corn base na prove, in-clusive nos procedimentos edministra-tivos apensos, decidiu o magistrado,atraves da longa sentence de f. 109e sags ., qua em ultima enalise, o quovisava o exegvente, era reapreciar avalor dos im6veis, corn as acessoesrealizadas e a costa exclusive do ad-

R.T.J. 46 847

quirente, o qua inaceitou , invocandojulgados a verbete do Sdmula.0 veredito de segundo grau ora im-

pugnado manteve a sentenga, setsentrar no apreciagao do tese do julga-

mento extra petite.

3. Ainda qua as pudesse admitir afalter contra a qual as rebels o recor-rents, a qua nao se oferece corn a cla-reze precise face a maneira pale qualsituaram as instancias ordinaries, arelagao quo entenderam objeto dodiscussao, - a quo a inobscurecivel aganha aqui relevo especial , a qua naoexauriu o exequente a respective ius-tancia, opondo, comd ]he cumpria, asembargos de declaragao , nos termos doart. 862 do C. Pr. Civil.

Dale valeu-se o exegiiente em outroensejo a proveitosamente, f. 158-159.

Impedia reitera-los so advento dojulgado qua ora impugns , eis qua soferia ale mantido silents ante a defesaqua arguira - transgressio do art. 4.0do C. Pr. Civil.

A omissio poderia ter prevenido ouse deste extraordinario.

com equele qualificativo a quo serefers o art . 101, III, do C.F. - (d.time instencia , arrebatando a posni-bilidade de seu conhecimento , atrevesdeath via extreme (Sdmulas 282 a356).

4. Em conclusio, ran conhego dorecurso.

E o men voto.

. EX RATO DA ATA

RE 62 . 300 - GB - Rel ., MinistroThompson Flores . Recta . Estado deGuanabara ( Adv. Jose Walter do Mi-randa ). Recdo . Hugo Dunshee deAbranches (Adv. em cause pr6pria).

Decisao : Nero conhecido . Unenime.

Presidencia do Sr . Ministro Gon-galves de Oliveira. Presentee A sessaoas Ste. Ministros Hermes Lime, Eloydo Roche, Amaral Santos , ThompsonFlores e a Dr. Oscar Correia Pina,Procurador-Geral de Rep1blica, subs-tituto.

Sam ease prequestionamento, certo Brasilia, 13 de setembro de 1968.o julgado em comenterio nao as tornou - Jose Amaral, Secretirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO Ns 64. 938 - SP(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Rerorrente: Uniao Federal. Recorrido: Geraldo Pereira de Costs.

Imunidade de autarquia - 1. Nos oontratos celebradoe entreelas a particulares , antes do vige'ncia da E.C. 5 nao a decide aelo fe-deral, mss ago exigiveis as tributos polo negdcio de venda daquelesparticulares uns com outros (S(imula 336 a 308).

11. No caw doe autos, nao cabs Selo pelo tinanciamento dadspar autarquia estadual, a a transmissao do propriedade de imdvelnao a tributevel pale Uniao.

AGORDAo

Vistas a relatedos estes autos deRecurso Extraordinario n.0 64 . 938, doEstado de Sao Paulo, em quo erecorrente a Uniao Federal , decide oSupremo Tribunal Federal, por sueSegundo Turma , ran conhecer do re-curso , unanime, de ac6rdo com as no-tes juntas.

Distrito Federal , 17 de setembrode 1968 . - Et+andro Line a Silva,Presidents . - Aliomar Baleeiro, Re-lator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro: --Trata-se de mandado do segurangacontra ato do Diretor do RecebedoriaFederal em Sao Paulo, baseado no

848 R .T.J. 46

art. 15 , § 5°, do C . F. de 1946 eD. 6.016-43, objetivando a isengio dopagamento do imp6sto de s6lo, nosinstrumentos em qua a autarquia enapresenta como financiedore apenas.

Concedida a liminar a requisitadasas informag6es , sustentou a autoridadeimpetrada a legalidade de seu ato comapoio na Circular DRI n . 82-55 (f6-Me 8 ). Foi concedida a seguranca(f. 12-13).

Inconformada com a r . senten9a doJuizo, agravou a Uniio Federal, domesma (f . 15), sendo por6m seu re-curso rejeitado unanimemente nostermos da ementa it f. 27, qua re-produz a Sdrnrla 336.

Recorre extraordinariamente a Uni`aoa f. 29-30, coca base nas alineas ae d do C . F., dendo como ofendido 0art. 15 , VI, § 5..0, da C . F. do 1946a art . 2.°, § 3°, do Dl . 4.655-42, ainvocando ainda a Sdmu/a 336 destaC6rte.

A douta Procuradoria-Geral do Re.publics opine no sentido do conheci-mento a provimento do recurso, doac6rdo com dita SAmula ( f. 39-40).

E o relat6do.

VOTO

0 Sr. Mirdstro Aliomar Bateeiro(Relator): - A seguranga foi pedidaa concedida , porque a autoridade fis-cal, entendendo qua nio se estendiaas auterquias a imunidade fiscal desPessoas de Direito PAblico Interco qusas criaram . exigsu s6lo s6bre contratodo compra-e-venda com financiamentodo Instituto de Previdencia fundadopolo Estado de Sic, Paulo.

Ora, a Stimula 336 declare imuneo financiamento, enfim o neg6cio entre.o particular a a autarquia , mas res-salve o imp6sto de transmissao entreesse particular a outro particular quothe venda o im6vel.

S6bre a compra-e-venda do im6vel,o tributo devido e o imp6sto intervivos do Estado.

Nao conhego do recurso , porque nohouve denega$io de vigincia do dispo-sitivos federais , nem se provou o dis-sidio na forms da Sumula 291. 0 casoe diverso do de SGmula 336.

Se conhecido , nego provimento poloexposto no item I, supra . 0 caso edo S4nmrla 303.

Adoto os fundamentos de IAcidasentenga do Juiz Hely Lopes Meirellesa f. 12.

EXTRATO DA ATA

RE 64.938 - SP - Rel., MinistroAliomar Baleeiro . Recta. Uniio Fe-deral . Recdo . Geraldo Pereira daCosta (Adv. Ant6nio Jose do Costa).

Decisio: Nio conhecido, uninime-mente.

Presidencia do Sr . Ministro Even-dro Lins a Silva . Presentes a sessaoos Srs . Ministros Adalicio Nogueire,Aliomar Baleeiro, Themistocles Caval-canti e o Dr . Oscar Correia Pine, Pro-curador-Geral do Republica , substituto.Licenciado, o Sr. Ministro AdauctoLAcio Cardoso.

Brasilia , 17 de setembro de 1968.- Guy Milton Lang, Secretario.

INDICE ALFABETICO

A

Pn Abo"rto consensual . Agentes ( agio simultanee ). HC 45.398RTJ 46/227

Ct Ab-rogagao (...) Constitui{so Estadual . Rp 753 RTJ 46/441

PrCv Agao do desapropriagao. Corregao monetfiria . Processo penden-te (recurso ordinario ). RE 63 .318 RTJ 46/205

PrCv Agao de desapropriagao . Corregao monetaria . Processo pendente( 2e instAncia ). RE 61.946 RTJ 46/58

PrCv Agao do desapropriagao . Encargos do expropriante . RE 64.440RTJ 46/619

PrCv Agao do despejo . Assistencia judicieria . Purgagio de more.Isengio do locatario . RE 65 .342 RTJ 46/788

PrCv Agao de despejo. Notificagio ( aproveitada de a4ao anterior).RE 64 .206 RTJ 46/341

PrCv Argo de desquite . Guarda de filhos . Modificagao da decisao.RE 64.276 RTJ 46/782

PrCv Agao de inde.Jzagao. Ato ilicito. Alimentos provisionais. RE60.720 RTJ 46/728

PrCv Agao judicial. Lesao de direito individual . Exclusividade deHome comercial . RE 61 .637 RTJ 46/773

PrCv Agao de nunciagao de obra nova . Legitimidade do ocupante dopredio ameagado . RE 64.607 RTJ 46/786

Cv Agao pauliana. "Consilium fraudis". RE 61.635 RTJ 46/329

PrPn Agao penal . Indivisibilidade . Obrigatoriedade . HC 45.214 RTJ46/387

PrPn Agao penal privada . Perempgao. Culpa do querelante. RE61.976 RTJ 46/729

PrCv Agao possessdria . Excegao de domino. RE 60 .870 RTJ 46/662

PrCv Agin Possess6ria ( ...) Execugao . RE 60 .658 RTJ 46/49

PrCv Agao renovatoria . Decadencia . Citagao inicial . RE 39.868RTJ 46/549

PrSTF Agao rescis6ria. Competencia . AR 531 RTJ 46/ 623, RE 62.416RTJ 46/732

PrCv Agao rescisdria . Dissidio jurisprudencial . AR 677 RTJ 46/680

850 Aga-Alt - R.T.J. - 1NDICE ALFABETICO

PrSTF Aga"o rescisdria. Julgado do STF. Desergao dos embargos. AR625 RTJ 46/523

PrCv Agao revisional de aluguel (...) Despacho saneador. RE 63.427RTJ 46/337

PrCv Acidente do trabalho (...) Competdncia. CJ 4.759 RTJ46/574

TrAc Acidente do trabalho. Inadimplencia da seguradora. Respon-sabilidade do empregador. Ag 43.742 RTJ 46/649

TrAc Acidente do trabalho. Molestia profissional. Indenizagao aossucessores do acidentado. RE 61.754 RTJ 46/844

Cv Acidente do trabalho (...) Resprnsabilidade civil. RE 65.175RTJ 46/423

TrAc Acidente do trabalho. Seguro. Concessionaria de servigo publi-co. RE 61.877 RTJ 46/54

Cv Acidente de transports (...) Responsabilidade civil. RE 63.461RTJ 46/67, RE 64.362 RTJ 46/420

PrSTF Ac6rdao plenerio (...) Embargos de divergdncia. "Exequa-tur" 1.328 RTJ 46/138

Adm Acumulagao de cargos. Medico. Direito de opgeo. RMS 18.225RTJ 46/637

Ct Adaptagao a Ccnstituigao Federal de 67 (...) ConstituigoesEstaduais. Rp 753 RTJ 46/441

Cv Adulterina (...) Filiageo. AR 677 RTJ 46/680

PrPn Advogado ad hoc (...) Defonsor dativo. HC 45.515 RTJ46/200

TrPrv Aeronauts. Seguro especial. Empresa estrangeira . RE 64.682RTJ 46/347

PrPn Afixagao do edital no Forum. Citagso-edital. HC 45.951 RTJ46/656

Pn Agentes (...) Abdrto consensual. HC 45.398 RTJ 46/227

PrCv Agravo de instrugao. Apelagao ( recusa ). RMS 18.688 RTJ46/753

PrSTF Agravo de instrumento (...) Reclamaga-o. Rd 666 RTJ 46/351

Cv Aguas (...) Servidao. RE 59.765 RTJ 46/608

Adm Ajudantes de despachantes aduaneiros (...) Funcionalismo.RMS 16.886 RTJ 46/800

PrCv Algada. Valor da cause (momento da propositura da agao).Ag 39.301 RTJ 46/758

PrCv Alienantes anteriores (...) Chamamento A autoria . RE 63.746

RTJ 46/669

Cv Alimentos (...) Desquite. RE 42.216 RTJ 46/91

PrCv Alimentos provisionais (...) Agao de indenizagao. RE 60.720RTJ 46/728

Adm Almirante (...) Militar. MS 17.503 RTJ 46/694

PrCv Alteragao (...) Pedido. RE 60.268 RTJ 46/610

R.T.J. - INDICE AISASEtico - Alt-Art 851

Adm Alteragao unilateral do contrato . Concessao de Servigo ptiblico.MS 17.957 RTJ 46/144

Cv Aluguel (...) Locagao . RE 59 .551 RTJ 46/250

Adm Anistia (...) Funcionalismo . RMS 15 .345 RTJ 46/76

Ct Anistia fiscal . Iniciativa do Poder Executivo . Rp 753 RTJ46/441

Adm Anulagao (...) Concorrencia p6blica. RMS 16.724 RTJ 46/631

PrCv Anulagao (...) Execugao. RE 60.658 RTJ 46149

Cv Anulagao (...) Testamento. RE 63.055 RTJ 46/410

PrCv Apelagao (...) Agravo de instrugio. RMS 18.688 RTJ 46/753

PrPn Apelagao. Pluralidade de reus . Intimagio da sentenga (retar-damento). Autos originais (requisigao). HC 44.676 RTJ46/95

PrPn Apelagao. "Reformatio in pejus". HC 45.312 RTJ 46/815

TrPrv Aposentadoria. Ferrovierio. Funcionario aposentado pelo AtoInstitutional . RMS 18.794 RTJ 4'6/384

Adm Aposentadoria. Reestruturagao posterior . Proventos. RMS18.831 RTJ 46/300

TrPrv Aposentadoria. Revisio . L. 3.780/60. Sumula 217 ( reexame).RMS 18.138 RTJ 46/160

Adm Aposentadoria. Servigo de guerre . L. 3.906/61. MS 17.269.RTJ 46/85

Adm Aposentadoria. Servigo de guerra ( simples woperagao com asF6rgas Armadas). L. 3.906/61. RMS 18.471 RTJ 46/217

Pn Aposigao do r6tulo falso. Invdlucro falso. HC 44.807 RTJ46/23

Adm Apreensio (...) Importagio. RE 59.160 RTJ 46/722

PrPn Apropriagao indebita (...) Competcmcia. CJ 4.383 RTJ46/74

Pn Apropriagao indebita (...) Latrooinio. ERE 58.714 RTJ46/821

Ct Aprovagao do Camara de Vereadores (...) Tribunal do Contasmunicipal. Rp 753 RTJ 46/441

Adm Aproveitamento (...) Funcionalismo. RMS 18.076 RTJ 46/590

Adm Aproveitamento (...) Magisterio. RMS 17.477 RTJ 46/741

Adm Area superior a necessidade . Desspropriagao. Ag 42.240 RTJ46/550

Ct Argiiigio de inconstitucionalidade. Constituigao Carioca de 67.Rp 748 RTJ 46/424

Ct Argiiig6es do inconstitucionalidade. Constituigio Paulista de

67. Rp 753 RTJ 46/441

Trbt Arrematagao (...) Jmpdsto de transmissao "inter vivos". RE49.259 RTJ 46/233

Pa Artif=cio. Estelionato . RHC 45.888 RTJ 46/719

852 Asp -Aut - a.T.iJ. - INDICE ALFAB*TICO

Ct Aspectos constitucionais (...) Tributa4ao . RMS 16 . 588 RTJ46/736, RMS 17.94'9 RTJ 46/743, RMS 18 . 414 RTJ 46/547,RE 49 . 259 RTJ 46 /233, ERE 49 . 501 RTJ 46 /400, RE 61.451RTJ 46/252, RE 61.844 RTJ 46/113, RE 63 . 131 RTJ 46/125

PrCv Assisttncia judiciaria (...) Apeo de despejo . RE 65 .342 RTJ46/786

PrPn Assistente do Ministerio Publico. Recurso. Prazo. RE 64.480RTJ 46/346

Tin Atividade pessoal do participants (...) Crime politico. HC45.231 RTJ 46/98

Adm Ato administrativo. Revogesao. Direito adquirido. RMS 16.886RTJ 46/800

Ctl Ato de Govemador (...) Ato Institutional. RMS 17.868 RTJ46/381

PrCv Ato ilicito (...) Alaao de indenizagao. RE 60.720 RTJ 46/728

CL Ato Institutional. Ato de Govemador. Comissao estadual doinvestiga56es. Controle jurisdicional (formalidades extrinsecas).RMS 17.868 RTJ 46/381

Adm Ato Institutional (...) Demissao. RMS 18.295 RTJ 46/745

Ct, Ato Institutional. Puni9ao de funcion6rios. Revisao. Compe-tencia legislative do Unieo. Rp 753 RTJ 46/441

Ct Ato Institutional no 2 (...) Direitos Politicos. Ip 2, Ap 158

RTJ 46/516

Adm Ato Institutional 2/65 (...) Magistrado. MS 18.973 RTJ46/179

Adm Ato de juiz. Responsabilidade civil do Estado. RE 63.746

RTJ 46/669

PrSTF Ato de Ministro de Estado (...) Competdncia. HC 44.636

RTJ 46/710

PrCv Ato praticado por delegacao (...) Competencia. MS 18.555

RTJ 46/748

Ct Atos Institucionais. Decretos- leis (constitucionalidade). MS

17.957 RTJ 46/144Cm At's em nome pessoal (...) Sociedade comercial. RE 64.653

RTJ 46/136

fill Atos subvr, sivos (...) Iei penal mais benigna. RCr 1.085

RTJ 46/569

Pn P"4 as de doutrina mandate (...) Crime Politico. RCr 1.082

RTJ 46/624

Adm Ausencia de culpa do concessionerio (...) Concessao do servi-

co publico. MS 18.028 RTJ 46/2

PrPn Ausencia do reu a audiencia. Cerceamento de defesa. RHC45.875 RTJ 46/653

Trbt Autarquia (...) Imp6sto do solo. Ag 42.591 RTJ 46/303, Ag42.592 RTJ 46/646

R.T.J. - Norm ArFAidnoo - Aut-Cas 853

PrSTF Autarquia federal vs . Estado (...) Compete>ncia originAria.MS 17 . 953 RTJ 46/583

Adm Autom6vel (...) Importagio . RE 59 . 160 RTJ 46/722

Trbt Autom6vel arrematado em leilio (...) Impo"sto de consume.Ag 40 . 907 RTJ 46/20

Ct Autonomia (...) Municipio . ERMS 11 . 188 RTJ 46/689

Ct Autonomia (...) Pcder Judicieirio . Rp 725 RTJ 46/352

Adm Autorizagio federal (...) Pcder de policia. RE 56.921 RTJ46/239

Trbt Autorizayao orgamentiria . E.C. 7/64 . Taxa estadual (ante-riora E.C. 7 /64). RE 61 . 844 RTJ 46/113

Trbt Autorizagio orgamentaria (...) Impdsto predial . ERE 49.501RTJ 46/400

Trbt Autorizagio orgamentaria (...) Imp6sto territorial rural.RMS 16 . 588 RTJ 46/736

Ct Autorizagio orgamentaria (...) Tributagio . RMS 16 . 588 RTJ46/736, ERE 49.501 RTJ 46/400 , RE 61 . 844 RTJ 46/113

PrPn Autos originais (...) Apelagio . HC 44 . 676 RTJ 46/95

Trbt Avaliagio judicial (...) Imp6sto de lucre imobilieirio. RE64.491 RTJ 46/673

B

Adm Bagagem (...) Importagio. RE 61.013 RTJ 46/111

Trbt Base de calculo (...) Imp6sto de vendas a consignag6ee. RMS14.086 RTJ 46/575

Pn Base de calculo (...) Prescrigao . BC 45 .345 RTJ 46/597

PrCv Benef:cio patrimonial . Valor da cause . RE 58 .627 RTJ 46/403

Trbt Benfeitorias (...) Impo"sto de lucre imobiliArio. RE 64.491RTJ 46/673

Adm Bores p6blicos . Margens de rio. Exploragio de argils. RE58.643 RTJ 46/40

Adm Bens p6blicos . Terrenos de marinha . MS .17.957 RTJ 46/144

Adm Beni publicos . Usucapiio . RE 62 .414 RTJ 46/117

C

PrSTP Cabimento (...) Broberg" do divergencia. "Exequatur" 1.328RTJ 46/138

Adm Candidato de concurso anterior (...) Concur". RMS 18.631RTJ 46/89

Int Casanrento. Lugar da celebragio Regime de bens. Casamen-to religioso (rito "melkita"). D. 3.084/ 1898 . RE 63.055

RTJ 46/410

854 Cas -Cla - R.T .J. - fNDICR ALBABETlco

Cv Cagamento . Prove da celebragao. Registro civil. AR 314 RTJ46/281

Int Casamento religioso (...) Cagamento . RE 63 .055 RTJ 46/410

Cv Cassagio do beneficio (...) Reajustamento pecuirio. RE59.985 RTJ 46/45

Cv Caso fortuito (.. .) Responsabilidade civil . Ag 43. 010 (Ag.Rg). RTJ 46/811

PrPn Caso Helio Fernandes (...) Habeas Corpus . HC 44.636 RTJ46/710

PrPn Cerceamento de defesa . Ausencia do reu a audiencia. RHC45.875 RTJ 46/653

Adm Cerceamento de defesa (...) Demissio . RMS 18 .295 RTJ46/745

PrPn Cessagio da coegio . Habeas corpus . HC 44.636 RTJ 46/710

Cv Cesseo on emprestimo (...) Locaga"o . ERE 56 .803 RTJ46/770

Cv Cessio de promessa de venda (.. ,) Negdcio fiducidrio. RE63.668 RTJ 46/775

PrCv Chamamento a autoria . Evicgao Alienantes anteriores RE63.746 RTJ 46/669

Pn Cheque sera fundos . Crime material . Garantia de divide. HC45.221 RTJ 46/314

Pn Cheque sem fundos . Pagamento . RHC 44.852 RTJ 46/553

Pn Cheque sera furdos. Pagamento (depois da denuncia). RHCQ5.180 RTJ 46/596, HC 45.433 RTJ 46/599

PrCv Citagio. Entrega da contra-M . RE 58 .182 RTJ 46/607

PrPn Citagao-edital . Afixagio do edital no Forum . HC 45.951 RTJ46/656

PrPn Citagio-edital. Domicilio ignorado. RHC 45.867 RTJ 46/651

PrCv Citagio inicial (...) Agiio renovatdria. RE 39.868 RTJ46/549

PrPn Classificagao do crime. Desclassificagao. Corrupgio de menc-res a rapto consensual . HC 45.587 RTJ 46/104

Adm Clausula discriminat6ria (, ..) Concorrdnciq p6blica. RMS18.830 RTJ 46/755

Trbt Clausula FOB (...) Taxis de Previdencia Social. RMS 16.851RTJ 46/799

PrCv Clausula de guards do filho (...) Desquite. RE 61.887 RTJ46/257

Adm Clausula impl`cita (...) Concessio de servigo publico. MS18.028 RTJ 46/2

Adm "Cliusula rebus sic stantibus" (...) Empreitada. RE 64.152RTJ 46/131

Cv Clausula resolut6ria expressa (...) Promessa do compra e

venda. RE 62 .649 RTJ 46/565, RE 63 .909 RTJ 4'6/567

RT.J• - INDICE ALFABiTICO - Co-a-Corn 855

Pn Co-autoria (...) Descaminho. HC 44.704 RTJ 46/304

Trbt Cobranga de diferenga (...) Impo"sto de transmissio "inter vi.vas". RE 62.304 RTJ 46/613

PrPn Cuisa julgada (...) Juri. HC 45.398 RTJ 46/227

PrCv Coisa julgada (...) Mandado do segurenca. 'RE 61.452 RTJ46/255

Cv Comissio do corretor. Corretagem; RE 64.123 RTJ 46/778.

Ct Comissio estadual de investigageo (...) Ato Institutional.RMS 17.868 RTJ 46/381

Adm Comisserio de Policia (...) Funcionalismo. RMS 18.076 RTJ46/590

PrSTF Compet&ncia. Acio rescisbria. AR 531 RTJ 46/623

PrSTF Cornpetdncia. Agio rescis6ria. Recurso extraordinerio nio co-nhecido. RE 62.416 RTJ 46/732

PrCv Competdncia. Acidente do trabalho. Justica comum. CJ 4.759RTJ 46/574

PrPn Competencia. Apropriagio indebita. Luger da consumacio.CJ 4.383 RTJ 46/74

PrPn Competdncia. Crime comum. Prefeito Municipal. RE 62:387RTJ 46/115

PrPn Competdncia. Crimes contra Banco do Brasil S.A. (delegadoda Uniio). Justica Federal . HC 45.372 RTJ 46/26

PrPn Competdncia. Crime contra a economia popular. Justica co-mum. CJ 4.188 RTJ 46/630, CJ 4.345 RTJ 46/789

PrPn Orrnpetdncia. Crime politico. Justica Militar. RHC 45.640RTJ 46/818

PrPn Competimcia. Crime de trifico de entorpecentes. Justice Es-tadual. CJ 4.378 RTJ 46/542

PrCv Competdncia. Empresa p6blica. Intervencio do Uniio. CJ3.582 RTJ 46/73

Adm Competdntia. Estado. Intervencio no dominio econdmico (pre-Ct cos m.nimos). RMS 14.972 RTJ 46/578

PrTr Competdncia. Execuc"ao trabalhista. Interdsse. de Uniio. Jus-tica do Trabalho. CJ 4.711 RTJ 46/572

PrSTF Competdncia. "Habeas corpus". Urgencia (ferias do Tribunalcompetente). HC 45.003 RTJ 46/223

PrSTF Competdncia. "Habeas corpus" preventivo. Ato de Ministrode Estado. HC 44.636 RTJ 46/710

PrPn Compet&rcia. Infracies nao conexas. Desmembramento dosprocessos. CJ 4.591 RTJ 46/286

PrPn Competdncia. Justica comurn. Crime ccmetido per militar. CJ3.889 RTJ 46/571

PrPn Competdncia. Justice comum. Oficiais a pragas das PoliciesMilitates . Dl. 317/67. Siunula 297 (reexame). CJ 4.685RTJ 46/686

856 Com-Con - R.T .J. - INDICE ALFABETICO

PrPn Competencia . Justiga comum. Praga de Policia Militar (fun-gao policial civil ). Dl. 317/67. CJ 4.721 RTJ 46/735

PrCv Competencia . Justice gomum . RFFSA. ERE 51 .666 RTJ46/236

PrCv Competencia . Justice comum . Sociedede de economia mists.CJ 4.700 RTJ 4'6/75

PrCv Competencia. justice Federal . Funcionfirio auterquico (regi-me estatutario ). CJ 4.616 RTJ 46/790

PrCv Competencia . Justice do Trabelho. Empregado da RFFSA.CJ 4.709 RTJ 46/792

Ct Competencia (...) Lei 5.316/67. CJ 4.759 RTJ 46/574

PrCv Competencia . Mandado de seguranga . Ato praticado por dele-gagio . MS 18 .555 RTJ 46/748

PrPn Competencia . Militar em fungao policial . Sumula 297. Dl.317/67. CJ 4.683 RTJ 46/791

PrSTF Competencia. Prerrogativa de fungao . Direitos politicos (sus-pensao ). IP 2, AP 158 RTJ 46/516

PrTr Competencia. Reclamagao . Pessoal de obras de Prefeitura. Jus-tiga do Trabalho. CJ 3.968 RTJ 46/38D

PrTr Competencia. Reclamagao contra autarquia . Justiga do Traba-Iho. CJ 4.010 RTJ 46/629

PrPn Competencia . Sindicato (v:tima do crime ). Justiga estadual.CJ 4.677 RTJ 46/141

PCPA Competencia . Sociedade de economia mists . Justice estadual.CJ 4.668 RTJ 46/139

PrPn Compel&ncia . Tribunal de Justiga . Secretarios de Estado (GB).Rp 748 RTJ 46/424

Adm Competencia federal (...) Desapropriagio. RMS 14.656 RTJCt 46/287

Ct Competencia legislative da Uniao (...) Ato Institucional. Rp753 RTJ 46/441

PrSTF Competencia originaria . Autarquia federal vs . Estado . Inter-vengao litisconsorcial do Uniao. MS 17.953 RTJ 46/583

Ct Competencia par prerrogativa de fungao (...) Direitos poli-ticos. IP 2 , AP 158 RTJ 46/516

Cv Compra a venda . Inexecuceo Perdas a danos . RE 60.286RTJ 46/105

Trbt Compra a venda de im6vel (...) Impdsto do selo. RE 61.451RTJ 46/252

Adm Concessio do servigo p6blico. Alteregao unilateral do contrato.MS 17.957 RTJ 46/144

Adm Concessio de servigo publico. Resciseo unilateral . Cliusulaimplicita. Perdas a danos . Ausencia de culpa do concessionario.MS 18 .028 RTJ 46/2

TrAc Concessionerie de servigo pablico (...) Acidente do trabalho.RE 61 .877 RTJ 46/54

R.T.J. - fNDICB ALFAntnCO - Con-Con 857

Mon Concorrencia p6blica . Clausula discriminat6ria . RMS 18.830RTJ 46/755

Adm Concorrencia publics . Contrato. Anulagao . RMS 16 .724 RTJ46/631

Adm Concurso . Direito a nomeagao . RMS 17 . 190 RTJ 46/739

Adm Concurs ( ...) Funcionalismo . Rp 753 RTJ 46/441, RMS18.007 RTJ 46/635

Ct Concurso (...) Poder Judicierio . MS 18 .973 RTJ 46/179

Pn Concurso de crimes (...) PrescrigAy . HC 45.345 RTJ 46/597

Pn Concurso formal . Falsidade a estelionato (sbsorgao). RE63.584 RTJ 46/667

Adm Concurso ( impugnagao). Candidate de concurso anterior. Le-gitimidade de parte . RMS 18 .631 RTJ 46/89

Pn Concurs material a crime complexo (...) Latrocinio. ERE58.714 RTJ 46/821

PrPn Confissao . Incindibilidade . RE 63 .781 RTJ 46/273

PrSTF Conflito no tempo (...) Recurso estraordinario . RE 49.031RTJ 46/33

PrPn Conselho Especial de Justiga (...) Justiga Militar. RHC45.792 RTJ 46/601

Cv "Consilium fraudis". Agao pauliana . RE 61 . 635 RTJ 46/329

Ct Constitucionalidade (...) arregao moneteria . RE 63.318RTJ 46/205

Ct Constituigao Carioca de 67. Argitig6es de inconatitucionalida-de. Rp 748 RTJ 46/424

Ct Gonstituigao Estadual . Ab-rogagao . Subsisteneia come lei or-dineria . Inconstitucionalidade . Rp 753 RTJ 46/441

Ct Constituigoes Estaduais . Adeptagao a Constituigao Federal de67. Processo especial de revisao . Rp 753 RTJ 46/441

Ct Constituigao Paulista de 67. Arguigoes de inconstitucionalidade.Rp 753 RTJ 46/441

PrPn Constrangimento ilegal (...) Habeas corpus . RHC 45.873RTJ 46/717

Adm Contrato (...) Concorrencia publlca. RMS 16.724 RTJ 46/631

Adm Contrato administrative, . Promessa de contrato . Rescisao uni-lateral . RMS 16 .724 RTJ 46/631

Trbt Contrato com autarquia . Imunidade tributaria . RE 64 .938 RTJ46/847

Trbt Contrato de empreitada . Imp6sto de verdas e consignagoas.RMS 18 .411 RTJ 46/175

Ttbt Contrato de financiamento rural . Imp6sto do aelo . RE 60.844RTJ 46/50

Trbt Contribuinte de fato imune (...) impo"sto de consume. RMS19.000 RTJ 46/18

858 Con-Cri - R .T.J. - INDICE ALFAEETICO

Trbt Contribuinte funcionerio publico (...) Impdsto de renda. RE60.412 RTJ 46/726

Ct Controls jurisdicional (...) Ato Institutional . RMS 17.868RTJ 46/381

Adm Convenio cultural (...) Ensino superior. RMS 18 .492 RTJ46/218

PrCv Conversao (...) Recurso. RE 46 .767 RTJ 46/230, RE 62.751RTJ 46/336

Trbt Cooperatives . Imp6sto de vendas a consignacdes . RE 63.131RTJ 46/125

PrCv Correcio moneteria (...) Ado de desapropriapio . RE 61.946RTJ 46/58, RE 63 .318 RTJ 46/205

Adm Correcao moneteria (._..) Desapropria&io. RE 61 .946 RTJ46/58, RE 63.318 RTJ 46/205, RE 64 . 440 RTJ 46/619

Ct Correfio moneteria . L. 4.686/65. Constitucionalidede. RE63.318 RTJ 46/205

Cv Corretagem . Comissao do corretor . RE 64 .123 RTJ 46/778

PrPn Corrupcio de menores a rapto consensual (...) ClassiiicaSio

do crime . HC 45.587 RTJ 46/104

PrPn Crime cometido por militar (...) Competdncia . CJ 3.889RTJ 46/571

PrPn Crime cemum (...) Competdncia . RE 62 .387 RTJ 46/115

Pn Crime continuado (...) Crime putativo . HC 45 .923 RTJ46/819

PrPn Crime contra a economia popular (...) Competdncia . CJ 4.345RTJ 46/789

PrPn Crime falimentar (...) Prisio prsventiva . RHC 45. 561 RTJ46/30

Pn Crime de imprecise . Prescrifio . Cr 177 RTJ 46/677, RE62.122 RTJ 46/562

Pn Crime material (...) Cheque sem fundos . HC 45.221 RTJ

46/314

PrPn Crime politico (...) Competdncia. RHC 45.640 RTJ 46/818

PrPn Crime politico . Inqudrite policial-militar . HC 45.231 RTJ46/98

Pn Crime politico . Participagio em organiza5ao subversive. Ati-vidade pessoal do participants . HC 45.231 RTJ 46/98

Pn Crime poffitico . Propaganda subversive . Aulas de doutrina mar-xista (exposigio critics). RCr 1 . 082 RTJ 46/624

Pn Crime putativo . Flagrante preparado Palo Policia . Crime con-tinuado . HC 45.923 RTJ 46/819

PrPn Crime de trafico de entorpecentes (...) Competdncia. CJ4.378 RTJ 46/542

PrPn Crimes contra o Banco do Brasil S . A. (...) Competdncia.HC 45.372 RTJ 46/26

R.T.J. - INDICR ALPAaETICO - Cri-Dep 859

PrPn Crimea contra a economia popular (...) Competencia. CJ4.188 RTJ 46/630

Adm Criterio estatuterio (...) Funcionalisrso . ERMS 11.188 RTJ46/689

PrPn Culpa do querelante (...) Agio penal privada. RE 61.976RTJ 46/729

PrPn Curador. Reu manor. Inquerito policial . RE 61.487 RTJ46/62

D

Trbt Data da avaliagio (...) Imp6sto de tranamisseo "cause mor-tis". RE 62 . 146 RTJ 46/61

PrCv Decadencia (...) Agiio rerovatdria . RE 39 . 868 RTJ 46/549

Trbt Decadencia (...) Imp6sto do transmisseo "inter vivos". RE62.304 RTJ 46/613

PrCv Decisiio denegat6ria (...) Mandado do seguranga . RE 61.452

RTJ 46/255

PrSTF Decisio em mandado de seguranga (...) Recurs extraordine-

rio. RE 62 . 838 RTJ 46/120

Int Decreto 3.084/1898 (...) Caaamento . RE 63 . 055 RTJ 46/410

Adm Decreto Legislativo 18/61 (...) Funcionalismo. RMS 15.345RTJ 46/76

Cv Decreto-lei 4/66 (...) Locagio . RE 64.920 RTJ 46/349

PrCv Decreto-lei 128/67 (...) Mandado do seguranga . MS 17.957RTJ 46/144

Adm Decreto-lei 200/67 (...) Sociedade de economic mista. ERE51.666 RTJ 46/236

Pn Decreto-lei 314/67 (...) Lai penal mais benign . RCr 1.085RTJ 46/569

PrPn Decreto-lei 317/67 (...) Competencia . CJ 4.683 RTJ 46/791,CJ 4.685 RTJ 46/686, CJ 4 . 721 RTJ 46/735

Ct Decretos-leis (...) Ate Institucionais . MS 17 . 957 RTJ 46/144

Trbt Dedugao de operag6es em outros municipios ( ...) Impdstode industries a profiss6es . RE 63 . 804 RTJ 46/618

PrPn Defensor dativo . Advogado "ad hoc" . Impedimento do defensordativo . HC 45 . 515 RTJ 46/200

PrPn Defesa (...) Processo sumario . HC 45 .144 RTJ 46/768

Adm Demissio . Ato Institutional . Cerceamento de defesa. RMS18.295 RTJ 46/745

PrPn Denuncia . Fato tipico . RHC 45 . 867 RTJ 46/651

PrPn Denuncia . Indivisibilidade da agio . HC 45 . 214 RTJ 46/387

PrPn Denincia . Inepcia . RHC 45 . 878 RTJ 46/602

Cv Depositfirio (...) Responaabilidade civil. Ag 43 . 010 (Ag.Rg).RTJ 46/811

360 Des-Des - R.T.J. - INDICE AIFABITICO

Adm Desapropriageo. Area superior a necessidade . Ag 42.240 RTJ46/550

Adrn Desapropriagao . Corregao moneteria . L. 4.686 /65. RE 61.946RTJ 46/58, RE 63 . 318 RTJ 46/205 RE 64.440 RTJ 46/619

Adm Desapropriagiio. Interesse social . Competencia federal. RMSCt 14 . 656 RTJ 46/287

Pn Descaminho . Co-autoria . Extingao da punibilidade . HC 44.704RTJ 46/304

PrPn Desclassificagao (...) Classificagao do crime . HC 45.587 RTJ46/104

Pn Desclassificagao do crime (...) Entorpecentes . HC 45.041RTJ 46/197

PrPn Desclassificageo do crime (...) Habeas corpus . RHC 46.114RTJ 46/820

PrPu Desclassificagao do crime (...) Prondncia . HC 42 . 722 RTJ46/807

Trbt Desconto em fblha de pagamento (...) Imposto de rends. RE60.412 RTJ 46/726

PrSTF Descumprimento de acbrdao . Rec/amaggo . Rcl 734 RTJ 46/71

PrSTF Desergao (...) Recurso em mandado de seguranga. RMS18.617 (Ag.Rg ) RTJ 46/177

PrSTF Desergao dos embargos (...) Agin rescisdria . AR 625 RTJ

46/523

PrPn Desmembramento dos processos (...) Competencia . CJ 4.591

RTJ 46/286

PrSTF Despacho de admissao restrito (...) Recurso extraordinario.

EAg 31 . 489 RTJ 46/700

PrCv Despacho saneador . Questao de merito. Agao revisional de alu-guel ( cabimento ). RE 63 . 427 RTJ 46/337

Ct Despesa pGblica (...) Poder Executivo . Rp 743 RTJ 46/525

Ct Despesa pGblica . Vinculagao de receita . Rp 748 RTJ 46/424

Cv Desquite . Alimentos . Obrigagao do marido . RE 42 .216 RTJ4'6/91

PrCv Desquite . Clausula de guarda do filho. Revisao judicial. RE61.887 RTJ 46/257

Cv Desquite . Guards de filhos . Faculdade do juiz . Ag 42.271RTJ 46/386

Cv Desquite . Guarda de filho menor . Direito de visits . RE 64.295RTJ 46/342

Cv Desquite . Guards de filho menor . Petrio poder . RE 61.887RTJ 46/257

PrCv Desquite amigsvel. Ratificagao . Retratagio unilateral. RE61.363 RTJ 46/407

Cv Desvelorizagao monetiria (...) Reaponsabilidade civil. RE62.218 RTJ 46/564

RT.J. - fNDICB AiFAHETICO - Dia-Dom 861

Adm Diarias de Brasilia (...) Funcionalismo . MS 18 .455 RTJ46/87, MS 18 .581 RTJ 46/219

Pn Difamagio . Isen4eo de pena . Ofensa em juizo . RE 60 .490 RTJ46/47

Adm Direito adquirido (...) Ato administrativo . RMS 16 .886 RTJ46/800

Adm Direito adquirido (...) Funcionalismo. RMS 16 .886 RTJ46/800

PrC4 Direito individual (...) Mandado de seguranpa . MS 17.953RTJ 46/583

PrCv Direito Lquido a certo (...) Mandado de seguranga . MS 16.772RTJ 46/212, RE 63.900 RTJ 46/278

Adm Direito a nomeasao . Conarrsu . RMS 17 .190 RTJ 46/739

Adm Direito de op4ao (...) Acurnula4eo do cargos. RMS 18.225RTJ 46/637

Cv Direito de visits (...) Desquite. RE 64.295 RTJ 46/342

Cv Direito de voto (...) Sociedade &sportive. RE 63.279 RTJ46/267

PrSTF Direitos politicos (...) Competencia. IP 2, AP 158 RTJ 46/516

Ct Direitos politicos ( suspensao). Ato Institucional nP 2. Com-petencia por prerrogativa de funsao (cessaciio). IP 2, AP 158RTJ 46/516

Trbt Discrimina4io pelo destino. Imp6sto de vendee a consignagbes.RMS 17.949 RTJ 46/743

PrCv Dissidio jurisprudencial. Aped rescisdria. AR 677 RTJ 46/680

Ct Distrito Federal. Lei tributeria local (natureza). RE 62.080RTJ 46/731

PrSTF Divergencia jurisprudencial (...) Recurso eztraordinerio. RE64.491 RTJ 46/673

PrSTF Divergencia na mesma Turma. Embargos de divergencia. ERE51. 993 RTJ 46/37

Cv Doa4go. Nulidade. Representacao irregular do doador. RE61.125 RTJ 46/772

Adm Documento (...) Funcionalisrno. RMS 18.007 RTJ 46/635

PrPn Documento (...) Nulidade. HC 44.153 RTJ 46/92

Put Doio (...) Furto. RE 63.781 RTJ 46/273

Cv Dolo on culpa do empregador (...) Responsabilidade civil.RE 65.175 RTJ 46/423

PrPn Domic:lio forSado (...) Habeas corpus. HC 44.636 RTJ46/710

PrPn Domicilio ignorado. Cita4ao-edital. RHC 45.867 RTJ 46/651

862 Efe-Enc - R.T.J. - fNDICE AI-2AEirnco

E

PrCv Efeitos de infringentes . Embargos de declaragio. RE 62.829

RTJ 46/203

PrCv Efeitos quanto a terceiros (...) Santenga homologatdria. RE63.648 RTJ 46/210

PrCv Embargos de declarsgio. Efeitos de infringentes . RE 62.829

RTJ 46/203

PrSTF Embargos de diverg6ncia . Ac6rd5o plenirio ( agravo regimen-tal). Cabimento. "Exequatur" 1.328 RTJ 46/138

PrSTF Embargos de divergdncia . Divergencia no mesma Turma. ERE51.993 RTJ 46/37

PrSTF Embargos infringentes . E.C. 16/65. Supressao. ERE 51.993RTJ 46/37

PrPn Embargos infringentes (...) Revisio criminal . RE 63 .401 RTJ46/616

PrPn Embargos infringentes . Voto divergente (reconsideragio). RE63.781 RTJ 46/273

PrCv Embargos de terceiro (...) Executivo fiscal. RE 62.835 RTJ46/262

Trbt Emenda Constitucional 5/61 (...) Impdsto do solo. Ag 42.591RTJ 46/303, RE 61.844 RTJ 46/113, Ag 42.592 RTJ 46/646

PrSTF Emenda Constitucional 16/65 (...) Embargos infringentes.ERE 51.993 RTJ 46/37

Trbt Emenda Constitucional 18/65 (...) Impdsto de exportagio.Ag 42.053 RTJ 46/593

Pn Empregado do Banco do Brasil S .A. (...) Funcionario publi-co. HC 45.372 RTJ 46/26

PrCv Empregado do RFFSA (...) Competencia. CJ 4.709 RTJ46/792

Adm Empreitada. Obra p6blica. "Cliusula rebus sic stantibus". RE64.152 RTJ 46/131

Tibt Empreitada de materiais (...) Imp6sto de vendas a consigna-g6es . RMS 18 .627 RTJ 46/751

PrCv Empresa de capitalizagio sob intervengio (...) Mandado deseguranga . MS 16 .772 RTJ 46/212

TrPrv Empresa estrangeira (...) Aeronauts . RE 64 .682 RTJ 46/347

Trbt Emprisas de mineragio (...) Impdsto de vendas a consigns-

goes . RE 62 .782 RTJ 46/201

Trbt Empresa de mineragio . Tara de Renovagio do Marinha Mer-

cante . RMS 18 .742 RTJ 46/641

PrCv Empresa pfiblica (...) Competdncia . CJ 3.582 RTJ 46/73

Cv Emprestimo (...) Negdcio fiduciario . RE 63 .668 RTJ 46/775

PrCv Encargos do expropriante . Agio de desapropriagio . RE 64.440RTJ 46/619

R.T.J. - INDICE ALFABETIOO - Enq-Exc 863

Adm Enquadramento (...) Funcionaliamo . RMS 17 .407 RTJ46/691

Adm Ensino superior . Prove de habilitagio ( dispense ). Conveniocultural ( Brasil-Argentina ). RMS 18 .492 RTJ 46/218

PrCv Entidade estudantil (...) Legitimidade de parte . MS 17.741RTJ 46/142

PrPn Entorpecente . Exams de corpo de delito . RHC 45.619 RTJ46/32

Pn Entorpecentes . Incentivo so uso . Desclassificagao do crime.HC 45.041 RTJ 46/197

Trbt Entrada irregular no pa (s (...) Imp6sto do consumo. Ag40.907 RTJ 46/20

PrCv Entrega do contra-M . Citagio. RE 58 .182 RTJ 46/607

Ct Equiparagao a magistrature (...) Ministerio Publico. Rp 753RTJ 46/441

Ct Equiparagio a magistrature (...) Tribunal de Con tar - SP.Rp 753 RTJ 46/441

Cv Erro (...) Pagamento indevido . RE 37.081 RTJ 46/301

PrCv Erro (.. -) Recurso . RE 62 .751 RTJ 46/336

Cv Erro de direito (...) Testamento . RE 63 .055 RTJ 46/410

PrCv Erro eacusivel (...) Recurso . RE 46 .767 RTJ 46/230

Trbt Erro provocado pelo Fisco . Muffs fiscal . RE 62 .782 RTJ46/201

Adm Estado (...) Competencia . RMS 14 .972 RTJ 46/578Ct

Adm Estigio probat6rio (...) Funcionalismo . RMS 17.407 RTJ46/691

Pn Estelionato . Artificio . RHC 45.888 RTJ 46/719

Pn Eatelionato . Fronde. HC 45.267 RTJ 46/763

PrCv Evicgao (...) Chamamento a autoria . RE 63 .746 RTJ 46/669

PrPn Exams de corpo de delito . Entorpecente . RHC 45.619 RTJ46/32

PrPn Exams do corpo de delito . Furto mediante escalade. Supri-mento. HC 45.160 RTJ 46/97

PrSTF Exams pr6vio des proves (...) Recurso extraordindrio. ERE58.714 RTJ 46/821

PrPn Exams de prove . Habeas corpus . RHC 45.888 RTJ 46/719,RHC 46.114 RTJ 46/820

Int Exams tecnico . Patents, de invengio . ERE 58 .535 RTJ 46/659

PrCv Excegao de dominio . Agio possessdria . RE 60 . 870 RTJ 46/662

PrCv Excesso. Execusio . Ag 42 .372 RTJ 46/21

PrCv Exclusividade do name comercial (...) Agao judicial. RE61.637 RTJ 46/773

864 Exc-Fia - RT.J. - frmxce AxsABkTrco

Adm Exclusividade do permissionerio (...) Permissio. RMS 17.137RTJ 46/738

PrCv Execugao. Agao possess6ria . Anulagao. Restituigeo so estadoanterior . RE 60.658 RTJ 46/49

PrCv Execugio. Excesso . Ag 42.372 RTJ 46/21

PrCv Execugio. Recurso (ambito). RE 63.406 RTJ 46/209

PrTr Execursao trabalhista (...) Competencia. CJ 4.711 RTJ46/572

PrCv Execntivo fiscal . Embargos de terceiro ( prazo ). RE 62.835RTJ 46/262

Adm Explorageo de argila (...) Bens publicos . RE 58 .643 RTJ46/40

Trbt Exploragao de pedreira (...) Impo"sto de industrias e profis-soes . RMS 18.567 RTJ 46/16

Trbt Exportagao (...) Taxa de Previdencia Social . RMS 16.851

RTJ 46/799

Int Expulsao (...) Extradigio. Extr 281 RTJ 46/521

PrPn Extenseo . Habeas corpus . HC 44.639 RTJ 46/650

Pn Extingao da punibilidade (...) Descaminho. HC 44.704 RTJ46/304

Int Extradigio. Expulseo. Pena em torso no Brasil . Medida de se-

guranga . Extr 281 RTJ 46/521

Trbt Extrato de malte pare ulsque (...) Impdsto de importagio.

RMS 18.445 RTJ 46/215

F

Cv Feculdade do juiz (...) Desquite . Ag 42.271 RTJ 46/386

Pn Facultatividade . Sursis . RE 61 .487 RTJ 46/62

Cm Faldncia . Pedido de restituigio . Restituigio em dinheiro. Ag41.285 RTJ 46/190

Pn Falsidade a estelionato (...) Concurso formal. RE 63.584RTJ 46/667

Adm Falter discipliner comum (...) Funcionalismo . RMS 15.345RTJ 46/76

PrPn Fase policial (...) Processo sumario . HC 45.744 RTJ 46/768

PrPn Fato tipico . Denuncia . RHC 45.867 RTJ 46/651

PrCv Fazenda P6blica (...) Honorarios do advogado . Ag 41.791RTJ 46/760

Cv Fazenda Publica (...) Prescrigio. RE 58 .953 RTJ 46/44, RE60.338 RTJ 46/107, RE 63.173 RTJ 46/64, RE 64.180 RTJ46/780

TrPrv Ferrovi6rio (...) Aposentadoria . RMS 18 .794 RTJ 46/384

Cv Fianga . Locagio. Responsabilidade do fiador (entrega des cha-ves). RE 47.912 RTJ 46/319

R.T.J. - fNDrcE Axnz* roo - Fil-Fun 865

Cv Filiagio . Adulterina . Reconhecimento posterior a morte do pai.AR 677 RTJ 46/680

Trbt Financiamento por autarquia . Imp6e6to do eJIo . RE 64.938RTJ 46/847

Pn Flagrante preparado pals Policia (...) Crime putativo. HC45.923 RTJ 46/819

Pn Fraude . Estelionato . HC 45 . 267 RTJ 46/763

Adm Funcionalierno . Ajudantes de despachantes aduaneiros. Lei4.069/62. Direito adquirido . RMS 16 . 886 RTJ 46/830

Adm Funcionaliarno . Anistia . D. Leg . 18/61. Felts discipliner co-mum. RMS 15 . 345 RTJ 46/76

Adm Funcionalismo . Aposentadoria Ver Bete verbete.

Adm Funcionalismo . Aproveitamento . Comisserio de Pol -cia. Lei2.212/54. RMS 18 . 076 RTJ 46/590

Adm Funcionalismo . Aposentadoria . Ver este verbete.

Adm Funcionalismo , Concurso . Documento ( prazo de juntada). RMS18.007 RTJ 46/635

Adm Funcionalismo . Concurso. Nomeagio ( obrigiatoriedade). Rp753 RTJ 46/441

Adm Funcionalismo . Demissio . Ver este verbete.

Adm Funcionalismo . Diaries de Brasilia . L. 4.345/64. MS 18.455RTJ 46/87

Adm Funcionalismo . Diaries de Brasilia . Ministerio Pablico Fe-deral . MS 18 . 581 RTJ 46/219

Adm Funcionalismo . Enquadramento . Fundagio Brasil-Central. Lei4.242/63. RMS 17 . 407 RTJ 46/691

Mm Funcionalismo . Estagio probat6rio (qualificagao de efetivida-de). RMS 17 . 407 RTJ 46/691

Ct Funcionalismo (...) Municipio . ERMS 11 . 188 RTJ 46/689

Adm Funcionalismo . Promogio . Criterio estatutario . ERMS 11.188RTJ 46/689

Adm Funcionalisrm . Readaptagio ( expectativa ). Situageo funcio-nal. RMS 17 . 007 RTJ 46/80

Adm Funcionalismo. Readmissio . Concurso . Rp 753 RTJ 46/441

Adm Funcionalismo . Tempo do servigo . Mandato eletivo ( contagemem dobro). RE 61 . 361 RTJ 46/405

Adm Funcionaliamo . Vantagem . Ver Date verbete.

Adm Funcionalismo . Vencimento . Ver este verbete.

TrPrv Funcionario aposentado polo Ato Institucional (...) Aposenta-doria . RMS 18 . 794 RTJ 46/384

PrCv Funcionario autarquico (...) Compet6ncie . CJ 4.616 RTJ46/790

Pa Funcionario pdblico (efeitos penis). Empregado do Banco doBrasil S . A. HC 45 . 372 RTJ 46/26

866 Fun-Hon - RT. S. - INDICE ALFABtnCO

Adm Fundagao Brasil-Central (...) Funcionalisrno . RMS 17.407RTJ 46/691

PrPn Fundamentagao. Prisao preventiva . HC 44.704 RTJ 46/304,RHC 45.867 RTJ 46/651

PrPn Fundamentagao contraditbria . Sentence . RHC 44.785 RTJ46/192

PrPn Fundamentacao do despacho (...) Prisso preventive. RHC45.561 RTJ 46/30

Pn Furto. Dole (presunci(o). RE 63 .781 RTJ 46/273

PrPn Furto mediante escalada (...) Exame do corpo de delito. HC45.160 RTJ 46/97

G

Pn Garantia de d:vida (...) Cheque sem fundos. HC 45.221 RTJ46/314

Cv Gratificagao mensal (...) Prescricao . RE 58 .953 RTJ 46/44

Adm Gratificagiio de risco (...) Ventagem . RE 62 .575 RTJ46/615

PrCv Guards de lithos (...) Aceo de desquite . RE 64.276 RTJ46/782

Cv Guarda de filhos (...) Desquite . Ag 42.271 RTJ 46/386

Cv Guarda de filho manor (...) Desquite . RE 61 .887 RTJ

46/257, RE 64.295 RTJ 46/342

H

PrPn Habeas corpus. Cessagao da coaceo . HC 44.636 RTJ 46/710

PrSTF "Habeas corpus" (...) Competencia . HC 45.003 RTJ 46/223

PrPn Habeas corpus . Const-angimento ilegal . Remessa de pecas doautos no Juizo Criminal. RHC 45.873 RTJ 46/717

PrPn Habeas corpus . Desclassificagao do crime . Exame de prove.RHC 46.114 RTJ 46/820

PrPn Habeas corpus . Domicilio forgado . Case Hello Fernandes. HC44.636 RTJ 46/710

PrPn Habeas corpus . Exame de prove . RHC 45.888 RTJ 46/719

PrPn Habeas corpus . Extensio . HC 44.639 RTJ 46/650

PrPn Habeas corpus . Pedido deficiente . RHC 44.194 RTJ 46/221

PrSTF "Habeas corpus" preventive (...) Competencia. HC 44.636RTJ 46/710

Pa Homicidio qualificado (...) Latrocinio . ERE 58 .714 RTJ46/821

PrCv Honorarios de edvogado . Fazenda P6blica . L. 4.632/65. Ag41.791 RTJ 46/760

RT.J. - INDICa AISAH§TICO - Hon-Imp 867

PrCv Honorerios de advogado . Reconvengao inadmissivel . Simula472 (exame ). RE 61 .136 RTJ 46/322

Trbt Horerio noturno (...) This de Divers5es Pdblicas. RE 60.718RTJ 46/561

I

PrCv Identidade fisica (...) Juit. RE 64 .476 RTJ 46/422

Ct Igualdade de vantagens na reserva (...) Militar . Rp 743 RTJ46/525

PrPn Ilegitimidade do co-reu. Recurso . RE 63 .781 RTJ 46/273

Cv Iltcito do pecuarista (...) Reajustamento pecuerio . RE 59.985RTJ 46/45

Cv Im6vel fore do domicilio (...) Locaxao . RE 65 .075 RTJ

46/622

PrPn Impedimento do defensor dativo (...) Defensor dativo. HC45.515 RTJ 46/200

Adm Importagiio . Autom6vel. Apreensao . RE 59 .160 RTJ 46/722

Adm Importagao . Bagagem . L. 2.145/53. RE 61 .013 RTJ 46/111

Adm Importagao . Licenga previa (momento da exigencia). RMS18.585 RTJ 46/298

Trbt Imp6sto de consumo . Autom6vel arrematado em leilao. En-trada irregular no pals . Ag 40 .907 RTJ 46/20

Trbt Imp6sto de consumo . Contribuinte de fato imune (Prefeitura).Repercussio fiscal . RMS 19 .000 RTJ 46/18

Trbt Imp6sto de consumo (...) Imposto de verdas a consignagaes.RE 63 .059 RTJ 46/664

Trbt Imposto de consurno . Imunidade tributeria de autarquia. Ag43.661 RTJ 46/761

Trbt Imposto de consurno . Industria automobilistica . RMS 18.585RTJ 46/298

Trbt Imp6sto de exportagao . Imp6sto do Selo (estadual ). E.C. 18/65.Ag 42 .053 RTJ 46/593

Trbt Imp6sto de exportagao (...) Imposto de vendas a consignagoes.RMS 18 .414 RTJ 46/547

Ct Imp6sto de exportegio (...) Tributagao . RMS 18 .414 RTJ46/547

Trbt Imposto do importagao . Extrato de mite Para uisque . Tarifa.RMS 18 .445 RTJ 46/215

Trbt Imp6sto de industries a profiss6es . Imp6sto tinico s6bre mine-rais .i^. Exploragao de pedreira . RMS 18 .567 RTJ 46/16

Trbt Imposto de industries a profissSes . Movimento econ6mico (custode produgao). RMS 18 .517 RTJ 46/13

Trbt Imposto de irdustrras a profiss5es Movimento econ6mico. De-dugao de operagiiee em outros m :micip'os. RE 63 .804 RTJ46/618

868 Imp-Imp - R.T .J. - fNDICR ALFAB*rICO

Trbt Impdsto de industries a profissdes . Movimento econ6mico. Mer-cadorias transferidas pare filial . RMS 17 .134 RTJ 46/293

Trbt Impdsto de lucto imobiliario . Benfeitories . AvaliaFio judicial.RE 64 .491 RTJ 46/673

Trbt Imp6sto predial. Autorizacio or9amentaria . Revisio do valor

locativo ( majoragio). ERE 49.501 RTJ 46/400

Trbt Impdsto de renda. Contribuinte funcionirio p(blico. Descontoem folha de pagemento . RE 60 .412 RTJ 46/726

Trbt Impdsto do s6/o. Autarquia. E.C. 5/61. Ag 42.591 RTJ46/303, Ag 42. 592 RTJ 46/646

Trbt Impdsto do se"lo . Compra a venda de imdvel . Imunidade cons-titucional do negdcio . RE 61 . 451 RTJ 46/252

Trbt Impdsto do selo . Contrato de financiamento rural. RE 60.844RTJ 46/50

Trbt Impdsto do silo. Financiamento por autarquia . RE 64.938RTJ 46/847

Trbt Imp6sto do s6lo (...) Impdsto de exportagio . Ag 42.053 RTJ46/593

Ct Imp6sto do selo (...) Tributecao. RE 61 .451 RTJ 46/252

Trbt Impdsto territorial rural . L. mun . 1.031/64 - Sio Jos& dosCampos . Autoriza95o or9amentiria. RMS 16 .588 RTJ 46/736

Trbt Impdsto de transmissio "cause mortis". Lugar da liquide5io outransfer@ncia dos val6res sue herdeiros . RE 53 .812 RTJ 46/555

Trbt Impdsto de transmissao "cause mortis". Valor dos bens. Datade avaliecio . Lei da abertura da sucessio . RE 62 .146 RTJ46/61

Trbt Impdsto de transmissao "inter vivos". Arremataggo. Obriga$iofiscal exclusive do arrematante . RE 49 .259 RTJ 46/233

Trbt Impdsto de transmissio "inter vivos l . Cobranca de diferenga.Decadencia . RE 62 .304 RTJ 46/613

Ct Imp6sto de tmnsmissio inter vivos (...) Tributacio. RE 49.259RTJ 46/233

Trbt Imp6sto unico (...) Impdsto de vendee a consigna56es. RE62.782 RTJ 46/201

Trbt Impdsto unico. Isen9io da Cie. Siderurgica Nacional . L. 2.975/56.RMS 18 .936 RTJ 46/757

Trbt Imp6sto unico s6bre minerais (...) Impdsto do indr strias eprofissdes . RMS 18 .567 RTJ 46/16

Trbt Impdsto de venders a consignagdes . Contrato de empreitada. RMS18.411 RTJ 46/175

Trbt Impdsto de vendas a consignac6es . Cooperatives . RE 63.131RTJ 46/125

Trbt Impdsto de vendee a consignagoes. Discrimina9io polo destino.RMS 17 .949 RTJ 46/743

RTJ. - INDI a ALFA9$T[CO - Imp-Ind 869

Trbt ImpSsto do vondas a consignayoes . Empreitada do materials.L. est. 9.546/66-SP . RMS 18 . 627 RTJ 46/751

Trbt Zmpdato do pandas a consigns coos . Imposto do consumo (par-cola incorporada ao pre go). RE 63 . 059 RTJ 46/664

Trbt Impost* do voodoo a consignsgoes . Imposto do ezportasio. Re-

gime anterior a E.C. 18 /65. RMS 18.414 RTJ 46/547

Trbt Imposto do vend" a consignafoes. Imposto 6nico . Emprisas dominera;io . RE 62 . 782 RTJ 46/201

Trbt Imp6sfo de verdas a cons!gnagoos . Tranaferencia pare filiaLL. 4.299/63. Pagamento antecipado do tributo. EMS 15.098RTJ 46/581

Trbt Imp.sto do vendee a consigna{Oos. Transferincia do marcado-rias. Luger do produsio . RE 55.888 RTJ 46/402

Trbt Imposto de vendee a consignagoes . Venda a credito . Base docilculo (c6mputo des despesas totals do camprador). RMS14.086 RTJ 46/575

Trbt Impcsto do vendas a consignayoes . Venda do veiculos usados.RE 64 . 619 RTJ 46/70

PrCv Impugnacio de nomeacio sem concurso (...) Mandado do se-guranga . MS 18 . 973 RTJ 46/179

Trbt Imunidade constitucional do neg6cio (...) Zmp6sto do 891o.RE 61 . 451 RTJ 46/252

Trbt Imunidade fiscal . Instituifoes de assistencia social . RE 52.461RTJ 46/604

Trbt Imunidade tributiria. Contrato com autarquie . RE 64 . 938 RTJ46/847

Trbt Imunidade tributiria do autarquia . Irnp6sto do consuzoo. Ag43.661 RTJ 46/761

TrAc Inadimplinc .° a de soguradora (...) Acidento do trabalho. Ag43.742 RTJ 46/649

PrCv Incapacidade do parts (...) Nulidade . RE 63 . 621 RTJ 46/68Pn Incentive ao use (...) Entorpecentes. HC 45 . 041 RTJ 46/197

PrPn Incindibilidede . Con!issio . RE 63.781 RTJ 46/273

Ct Inconstitucionalidade (...) Coostituigio Estadual. Rp 752 RTJ46/441

Ct Inconstitucionalidade (...) Lei 5.316/67. CJ 4.759 RTJ 46/574

Ct Inconstitucionalidade (...) Militar . Rp 743 RTJ 46/525

Ct Inconstitucionalidade (...) Constitui{io Estadual. Rp 753 RTJ46/441

Ct Inconstituc&onalidade (...) Socirdade do economic mists.Rp 748 RTJ 46/424

Cv /ncorporarao do apartamentos . Novagio . Mara do promitents--comprador . RE 62 . 722 RTJ 46/331

Cv IndenizaSio (...) Responsabilidade civil . RE 62.218 RTJ46/564

870 Ind-Int - R.T.J. - f cz AI.FABETICO

TrAc Indenzagio eos sucessores do acidentado (...) Acidente dotrabalho . RE 61 . 754 RTJ 46/844

PrPn Indicios suficientes . Prontincia . HC 45 . 002 RTJ 46/309

PrPn Indivisibilidade (...) Agin penal . HC 45.214 RTJ 46/387

PrPn Indivisibilidade da a4io. Dentincia . HC 45.214 RTJ 46/387

Trbt Industries automobilistica . Impcsto de consumo . RMS 18.585RTJ 46/298

PrPn Inepcie . Deniincia . RHC 45. 878 RTJ 46/602Cv Inexecugao (...) Compra e vends . RE 60 . 286 RTJ 46/105

PrPn Infra96es no conexas (...) Competencia . CJ 4.591 RTJ 46/286

Ct Inicietiva na cria4io de cargos . Tribunal de Algada-SP. Rp 753RTJ 46/441

Ct Iniciativa legislativa (...) Poder Executivo . Rp 743 RTJ46/525

Ct Inicietiva do Poder Executivo . Anistia fiscal . RP 753 RTJ46/441

PrPn Inquerito policial (...) Curador . RE 61.487 RTJ 46/62

PrPn Inquerito policial. Vela:. RHC 44.194 RTJ 46/221

PrPn Inquerito policial militar. Crime politico . HC 45 .231 RTJ 46/98

Trbt Instituig6es de assistencia social . Imunidade fiscal . RE 52.461RTJ 46/604

PrSTF Integridade do competencia (...) Reclamagio . Rcl 666 RTJ46/351

Trbt Interdicao do ptofissio . Sangio fiscal. RE 63 . 04'3 RTJ 46/265

Adm Interesse social (...) Desapropriagio . RMS 14 . 656 RTJCt 46/287

PrTr Interesse da Vniio (...) Competencia . CJ 4.711 RTJ 46/572

Cv Interpelasio (...) Promessa de compra a venda. RE 63.309RTJ 46/271

Cv Interpela9io desnecessfiria (...) Promeasa de compra a venda.RE 62 . 649 RTJ 46/565

PrST? Interpreta4io de clausula contratual . Recurao extraordirrbriaRE 64 . 079 RTJ 46/130

PrSTF Interpretacio razofivel . Reourso extraordinlrio. RE 61.877RTJ 46/54

Pn Interrupgio (...) Prescrigio . RE 62 . 122 RTJ 46/562,Cv RE 63.173 RTJ 46/64

Cv Interrupgio (...) Prescripio quingiienal . RE 62 . 063 RTJ46/259

PrPn Interruppao da sessio de julgamento (...) Justiga Militar.RHC 45.792 RTJ 46/601

Adm Intervengio no domino econ6mico (...) Compet6ncia. RMSCt 14.972 RTJ 46/578

E.T.T. fNDICE ALFABETICO - Int-Jur 871

PrSTF Intervengio litisconsorcial do Uniao (...) Competencia origi-neria . MS 17 .953 RTJ 46/583

PrCv Intervenrao do Uniio (...) Competencia . CJ 3.582 RTJ 46/73

PrCv Intimapio . Omissso do norne do urns porte. Nulidade. RE 63.566RTJ 46/489

PrPn Intimeggo do ezped`.fao (...) Precatdria . RHC 45.761 RTJ46/554

PrPn Intimacao pessoal (...) Sentenca condenatdria . HC 45.291RTJ 46/102

PrPn Intimacao ao reu . Prondncia. Ag 43.483 RTJ 46/647

PrPn Intimagio do sentenga (...) Apelavio . HC 44.676 RTJ 46/95

Cv "Intuitu familiae" (...) Locafao . ERE 56 .803 RTJ 46/770

Pn Invdlucro false . Aposigio de r6tulo falso . HC 44.807 RTJ 46/23

TrPrv Irma solteira on vi6va (...) Pensao. RE 61 .022 RTJ 46/112

PrSTF Irrecorribilidade (...) Recurso eztraordinirio. RE 62.838RTJ 46/120

Trbt Isencao do Cie. Sider(rgica National (...) Impdsto unto.RMS 18 .936 RTJ 46/757

Trbt Isen£ao de imp6sto do vendee a consignagaes (...) Tars do.Recupera{ao Econdmim-MG. RMS 16.353 RTJ 46/797

PrCv Isenfao do Iocetiirio (...) Agio de despejo . RE 65 .342 RTj46/788

Pn Isencao do pena (...) Difamagao . RE 60 .490 RTJ 46/47

Adm Isonomia . Vencimento . MS 14 .754 RTJ 46/290

J

PrCv Juiz. Identidade fisica. Promorao a desembargador . RE 64-476RTJ 46/422

Adm No Federal (...) Magistrado . MS 18 .973 RTJ 46/179

PrCv Juiz Federal Substituto (....) Mandado do seguranga . MS 18.973RTJ 46/179

PrSTF Julgado do STF (...) Apio rescisdria. AR 625 RTJ 46/523

PrPn Julgamento . Nulidade . Voto duplo de juiz ( dois substitutos).HC 45.728 RTJ 46/316

PrSTF Julgamento (...) Recurso eztraordin4rio . EAg 31.489 RTJ46/700

PrCv Julgamento. Tribunal. Voto med:'o. RE 62.416 RTJ 46/732

PrPn Julgamento do co-reu (...) Jdri. HC 45.398 RTJ 46/227

PrPn Jeri. Julgamento do co-reu. Coisa julgade. HC 45.398 RTJ46/227

PrEn Jari. Quesitos (deficiencia). HC 45.400 RTJ 46/816

872 jur-Lei - aT.J. - fNDICE AZFAB*nCG

PrPn Jail . Quesitos . Legftima defesa putative . HC 45.711 RTJ46/397

PrPn Justiga comum (...) Competencia. Cl 3.889 RTJ 46/571,PrCv CJ 4.188 RTJ 46/630, CJ 4 .345 RTJ 46/789, CJ 4. 685 RTJ

46/686, Cl 4.700 RTJ 46/75, Cl 4.721 RTJ 46/735, CJ 4.759RTJ 46/574, ERE 51 . 666 RTJ 46/236

PrPn Justice Estadual (...) Competencia . CJ 4.378 RTJ 46/542,CJ 4.668 RTJ 46/139, Cl 4.677 RTJ 46/141

PrCv Justice Federal (...) Competenoia . CJ 4.616 RTJ 46/790,PrPn HC 45. 372 RTJ 46/26

Ct Justine Federal (...) Poder Judicierio . MS 18 .973 RTJ 46/179

PrPn Justiga Militar (...) Competencia . RHC 45 . 640 RTJ 46/818

PrPn Justice Militar . Conselho Especial de Justice. Interrupcio dosessio de julgamento . RHC 45.792 RTJ 46/601

PrTr Justiga do Trabalho (...) Competencia , CJ 3.968 RTJ 46/380,CJ 4.010 RTJ 46/629, Cl 4.711 RTJ 46/572, CJ 4.709 RTJ46/792

L

Pn Latrocinio (conceituagio). Homicidio qualificado . Apropriagio

indebita . Concurso material e crime complezo (distincio). ERE58.714 RTJ 46/821

PrPn Laudo medico (...) Menoridede . HC 45 . 478 RTJ 46/766

PrPn Laudo toxicoldgico. Trefico de entorpecentes . HC 45.169 RTJ

46/812

PrPn Legitima defesa putative (...) J,6ri . HC 45.711 RTJ 46/397

PrCv Legitimidade do ocupante do predio ameagado. Apia de nun.

ciagio de obra nova . RE 64 . 607 RTJ 46/786

Adm Legitimidade de parte (...) Concurso . RMS 18 . 631 RTJ 46/89

PrCv Legitimidade do paste . Entidade estudantil. Representacio.L. 4.464/64. MS 17.741 RTJ 46/142

PrCv Legitimidade de paste (...) Mandado de seguranga. MS 18.973

RTJ 46/179

Pn Lei 1.521 /51 (...) Usura . RHC 45 . 920 RTJ 46/318

Adm Lei 2 . 145/53 (...) Importagio . RE 61 . 013 RTJ 46/111

Adm Lei 2 . 212/54 (...) Funcionalismo. RMS 18.076 RTJ 46/590

Trbt Lei 2 . 975/56 (...) Imp6ato 6nico. RMS 18 . 936 RTJ 46/757

TrPrv Lei 3 . 780/60 (...) Aposentadoria . RMS 18.138 RTJ 46/160

Adm Lei 3 . 906/61 (...) Aposontadoria . MS 17.269 RTJ 46/85,RMS 18 . 471 RTJ 46/217

Adm Lei 4.069 /62 (...) Funcionalismo . RMS 16 . 886 RTJ 46/800

Adm Lei 4.242 /63 (...) Funcionalismo . RMS 17 . 407 RTJ 46/691

RT.j. -- Itmice ALFAM nw - Lei-Lic - $73

Trbt Lei 4.299/63 ( ...) Impdsto do vendas a conaignagies. EMS15.098 RTJ 46/581

At Lei 4.345/64 (...) Funcionaliamo . MS 18 .455 RTJ 46/87

Adm Lei 4.345/64 (...) Vantagem . RE 62 .575 RTJ 46/615

PrCv Lei 4.464 /64 (...) Legltimidade do parts . MS 17.741 RTJ46/142

PrCv Lei 4.632/65 (...) Honorerios do advogado . Ag 41.791 RTJ46/760

Ct Lei 4.686/65 (...) Corregio monettria . RE 63.318 RTJ46/205

Ada. Lei 4.686/65 (...) Desapropriagio . RE 61 .946 RTJ 46/58,RE 663.318 RTJ 46/205, RE 64.440 RTJ 46/619

Adm Lei 5.010/66 (...) Magistrado . MS 18 .973 RTJ 46/179

PrSTF Lei 5.010-66 (...) Recurso em mandado de seguranca. RMS18.617 (Ag.Rg) RTJ 46/177

Ct Lei 5.316/67. Ccmpetencia ( acidente do trabalho). Inconsti-tucionalidade . CJ 4.759 RTJ 46/574

Trbt Lei da abertura de sucessio (...) Impo"ato de tranamissio "cau-as mortis" . RE 62 .146 RTJ 46/61

PrCv Lei aplicevel. Recurso . Ag 41.652 RTJ 46/759

Adm Lei estadual 1.068/52-PR (...) Magistrado . RMS 16.994RTJ 46/1

Ct Lei estadual 4.079/66-MG (...) Militar . Rp 743 RTJ 46/525

Trbt Lei estadual 9.546/66-SP (...) Impdsto de vendas e consig-nagdes. RMS 18 .627 RTJ 46/751

PrSTF Lei local (...) Recurso extraordin6rio. RE 49.031 RTJ 46/533,RE 62.080 RTJ 46/731

Trbt Lei municipal 1.031/64-Sao Jose dos Campos (...) Impdstoterritorial rural. RMS 16.588 RTJ 46/736

Pn Lei penal mais benign. Retroatividade DI. 314/67. Atos sub-versivos . RCr 1.085 RTJ 46/569

PrCv Lei em tese (...) Mandado de seguranga . MS 17.957 RTJ46/144

PrSTF Lei tributaries (...) Recurso extraordinario . RE 62 .080 RTJ46/731

Ct Lei tributaria local (...) Distrito Federal . RE 62 .080 RTJ46/731

PrCv Lesao de direito individual (...) Agao judicial . RE 61.637RTJ 46/773

PrSTF Letra a ( ...) Recurso extraordinerio . RE 59 . 985 RTJ 46/45,RE 62.063 RTJ 46/259

PrSTF Letra c. Recutso eztraordinirio . RE 62 . 387 RTJ 46/115

Adm Licence pr€via (...) Importacio . RMS 18 . 585 RTJ 46/298

874 Lis-Man - R.T.J. - INDrcrt ALFABinoo

Adm Line de oficiais (...) Milfter. MS 17.503 RTJ 46/694

PrCv Livre convencimcnto do juiz. Perria. RE 57.725 RTJ 46/242

Cv Locaga"o. Aluguel. Majoragio proibida. RE 59.551 RTJ 46/250

Cv Locagio (...) Fiange . RE 47.912 RTJ 46/319

Cv Locagio. "Intuitu famiiiae". Cessio ou emprbstimo. ERE 56.803RTJ 46/770

Cv Locagio . Obrigagoes do lie dot . Restituigio do imbvel. ERE63.058 RTJ 46/122

Cv Locagio. Reajustamento do aluguel. DI. 4/66. RE 64.920RTJ 46/349

Cv Locagio. Retomada. Im6ve1 fore do domicilio . Necessidade.RE 65 .075 RTJ 46/622

Cv Locagao. Retomada . Uso de descandente solteiro. RE 64.361RTJ 46/785

Cv Locagio. Retomada . Use pr6prio. Predio fore do domicilio.

RE 63 .626 RTJ 46/734

Cv Locagio do D. 24. 150. Nio renovagio . Retomada . RE 63.336RTJ 46/207

Adm Loteria esportiva (...) Poder de policia . RE 56.921 RTJ46/239

Int Lugar do celebragio (...) Casemento . RE 63.055 RTJ 46/410

PrPn Lugar de consumegio (...) Competdncia. CJ 4.383 RTJ 46/74

Trbt Luger de liquidagio ou transferincia dos val6res aos herdeiros.

Imp6sto de transmisaio "cause mortis" . RE 53.812 RTJ 46/555

Trbt Lugar do produgio (...) Imp6sto do vendas a consignagoes.RE 55.888 RTJ 46/402

Adm Magistrio . Professor em disponibilidade . Aproveitamento.RMS 17 . 477 RTJ 46/741

Adm Magistrado . Juiz Federal . Nomeagio livre . A.I. 2/65.L. 5.010/66. MS 18 . 973 RTJ 46/179

Adm Magistrado. Proventos do aposentadoria (revisio ). L. est . 1.068,

de 1952 (PR). RMS 16 . 994 RTJ 46/1

Cv Majoragio proibida (...) Locagio. RE 59 . 551 RTJ 46/250

PrCv Mandado de segurenga (...) Competencia . MS 18 .555 RTJ46/748

PrCv Mandado de seguranga . Decisio denegatoria . Coisa julgada.9/rmula 394 ( reezame). RE 61 . 452 RTJ 46/255

PrCv Mandado do segurange . Direito individual (pessoa judidica).MS 17 . 953 RTJ 46/583

PrCv Mandado do seguranga . Direito liquido a certo. Empresa do ca-pitalizagao sob intervengio . MS 16.772 RTJ 46/212

R.T.J. - frmrca ALPAaktxco - Man-Mod 875

Mandado do aeguranga. Diretto liquido a certo. Tarifa adua-neire. RE 63.900 RTJ 46/278

Mandado do sagmanse. Legitimidade de parte. Jule FederalSubstituto. Impugnagio do nomeagio sent concurso . MS 18.973RTJ 46/179

PrCv Mandado do aeguranga . Lei em tees . DI. 128/67. MS 17.957RTJ 46/1

PrCv Mandado do aeguranga . Materia do fato compleza . RMS 18.830RTJ 46/755

PrCv Mandado de aoguranca . Pre= (dGvida ). RMS 16 .321 RTJ46/794

PrCv Mandado ds soguranga . Prazo. Pedido de reconsideragio. MS18.733 RTJ 46/804, RE 61 .943 RTJ 46/56

PrCv Mandado do aeguranga. Readaptagio. Situagio funcional com-

plexa . ERE 58 .924 RTJ 46/248

Ct Mandato eletivo (...) Funcionaliamo. RE 61.361 RTJ 46/405

Adm Mandato eletivo (...) Servigo Publico. RE 61.361 RTJ46/405

Adm Margens de rio (...) Bens publicoa . RE 58 .643 RTJ 46/40

PrCv Materia do fato compleza (...) Mandado do seguranga. RMS18.830 RTJ 46/755

PrSTF Materia trabalbista (...) Recurso extraordinirio. RE 62.838

RTJ 46/120

Adm Medico (...) Acumulageo do cargos . RMS 18.225 RTJ 46/637

Int Medida de seguranga (...) Eztradigeo . Eztr 281 RTJ 46/521

Pn Medida de seguranga (...) Trbfico do entorpecentes. HC 45.169

RTJ 46/812

PrPn Menoridade. Prove (duvida). Laudo medico. HC 45.478 RTJ46/766

Trbt Mercadorias transferidas pare filial (...) Impdsto de industriale p=fiss5es . RMS 17.134 RTJ 46/293

Ct Mflftar. Policia Milimr. Igualdade de vantagens no reserve.L. eat. 4.079/66-MG . Inconstitucionalidade . Rp 743 RTJ46/525

Adm Militar. Promogio. Almirante . Liata de oficiais . MS 17.503RTJ 46/694

PrPn Militar em fungio policial (...) Competencia . CJ 4.683 RTJ46/791

PrCv Miniaterio P6blico (...) Nulidade . RE 63 .621 RTJ 46/68

Ct Miniaterio P61, ico. Vencimento . Equiparagio it magistrature( constitucionalidade). Rp 753 RTJ 46/441

Adm Miniaterio P6blico Federal (...) Func£onalismu . MS 18.581RTJ 46/219

PrCv Modificagio do decisio (...) Agin do deaquite . RE 64.276sRTJ 46/782

876 Mol-NuI - @.T.J. - fNp1CE A1FABfrnco

TrAc Molestia pro fissional (...) Acidente do trabalbo . RE 61.754RTJ 46/844

Cv More (...) Prajunasa do oompra a venda . RE 62.649 RTJ46/565, RE 63.309 RTJ 46 /271, RE 63.309 RTJ 46/567

Cv Mora do promitente-comprador (...) Incorporagio do aparta-mentos. RE 62 . 722 RTJ 46/331

Pn Motim . Participagio individual dos agentes. HC 45.557 RTJ46/599

Trbt Movimento econ6mico (...) Imp6sto do Ind6strias a profis-siies . RMS 17 . 134 RTJ 46/293, RMS 18 . 517 RTJ 46/13,RE 63 . 804 RTJ 46/618

Trbt Multa fiscal . Erro provocado pelo Fisco . RE 62 . 782 RTJ46/201

Ct Municipio. Funcionalismo . Autonornie . ERMS 11 . 188 RTJ46/689

NCv Nio renovagio (...) Locagio do D. 24.150. RE 63.336 RTJ

46/207

Cv Necessidade (...) Locagio . RE 65 .075 RTJ 46/622

PrSTF Negagio de vigencia (...) Recurso eztraordinario. RE 59.985RTJ 46/45

PrSTF Negagio de vig6ncia da lei (...) Recurso eztraordinirio.RE 62.063 RTJ 46/259

Cv Negdao fiduciatrio . Cesseo de promessa de venda . Emprestimo.RE 63.668 RTJ 46/775

Adm NomeaFio (...) Funcionalismo . Rp 753 RTJ 46/441

Ct Nomeagio de concursado (...) Poder Executivo . Rp 753 RTJ46/441

Adm Nomeagao livre (...) Magistrado . MS 18 .973 RTJ 46/179

Ct Nomeagao pelo Prefeito (...) Tribunal do Contas municipal.Rp 753 RTJ 46/441

Ct Nomeagao de servidores da Secretaria (...) Poder Judici$rio.Rp 725 RTJ 46/352

Cm Nota promiasdria . Solidariedade antra os co-obrigados. Pres-crigeo interrompida (efeitos quento an avalista). RE 55.304RTJ 46/605

PrCv Notificagio (...) Agio de despejo. RE 64 .206 RTJ 46/341

Cv Notificagao nccessiria (...) FYomessa de compra a vends.RE 63 .909 RTJ 46/567

Cv Novagao (...) Incorporagio de apartamentos . RE 62 .722 RTJ46/331

Cv Nulidade (...) Doagio. RE 61 .125 RTJ 46/772

PrPn Nulidade. Documento (juntada tardia ). Prejuizo . HC 44.153RTJ 46/92

a.T,]. - kmns AIFABtrJCO - Nul-Pen 877

PrCv Nulidade . Incapacidade da pane . Ministbrio Publico. RE 63.621RTJ 46/68

PrCv Nulidade (...) Intimagao . RE 63.566 RTJ 46/489

PrPn Nulidade (...) Julgamento . HC 45 . 728 RTJ 46/316

PrPn Nulidade relative (...) Precatdria . RHC 45 . 761 RTJ 46/554

O

Adm Obra publica (...) Empreitada. RE 64.152 RTJ 46/131

Trbt Obriga4io fiscal exclusive do arremetante (...) Imp6sto detransmisseo "inter vivos". RE 49 .259 RTJ 46/233

Cv Obrigafio do marido (...) Desquite. RE 42.216 RTJ 46/91

Cv Obrigapoes do fiador (...) Locaceo. ERE 63 .058 RTJ 46/122

PrPn Obrigatoriedade (...) Acid penal. HC 45.214 RTJ 46/387

PrSTF Ofenea a colas julgada (...) Recurso extraordinario . RE 62.838RTJ 46/120

Pn Ofensa em juizo (...) Difamagio. RE 60.490 RTJ 46/47

PrPn Oficiais a preras das Policies Militates (...) Competencia.CJ 4.685 RTJ 46/686

Ct Oficializagio (...) Serventias vitalicias. Rp 753 RTJ 4'6/441

PrCv Omissio do some de meet parts (...) Intimap o. RE 63.566RTJ 46/489

P

Pn Pagamento . Cheque seem fundos . RHC 44 . 852 RTJ 46/553,RHC 45.180 RTJ 46/596, HC 45. 433 RTJ 46/599

Trbt Pagamento antecipado do tributo (...) Imp6ato do vendee aconsignafoes . EMS 15 . 098 RTJ 46/581

Cv Pagamento indevido , Erro. Repetigio . RE 37 . 081 RTJ 46/301

Pn Participagio individual dos agentes . Motion . HC 45.557 RTJ46/599

Pn Participagio em organizario subversive (...) Crime politico.HC 45. 231 RTJ 46/98

Ind Patente de invengiio . Ezame teadco . ERE 58 . 535 RTJ 46/659

Cv Pitrio poder (...) Desquite . RE 61 . 887 RTJ 46/257

PrCv Pedido. Altera£io (posterior a contestasio ). RE 60 .268 RTJ46/610

PrPn Pedido deficiente . Habeas corpus . RHC 44.194 RTJ 46/221

PrCv Pedido de reccnsidera4ao (...) Mandado do seguranga. MS18.733 RTJ 46/804, RE 61 .943 RTJ 46/56

Cm Pedido de restituisio (...) Faldncia . Ag 41.285 RTJ 46/190

Int Pena em curso no Brasil (...) Eztradigio. Extr 281 RTJ46/521

878 Pen-Pre - LTJ. - frmictl ArrAaf-nco

TrPrv Penaio . Inni solteira ou vi6va ( equiperagio). RE 61.022RTJ 46/112

Pn Psquena quantidade . Tritice do entorpecentes . HC 44.639RTJ 46/650

Cv Ponies a danos (...) Compra a vends . RE 60.286 RTJ 46/105

Adm Perdas a dens (...) Concessio de service pIblico . MS 18.028RTJ 46/2

PrPn Peremp{io (...) Afao penal privada . RE 61 . 976 RTJ 46/729

PrCv Pericis . Livre convencimento do juiz . RE 57.725 RTJ 46/242

Adm Perrniseao . Transports intermunicipal . Exclusividade do per-missionerio . RMS 17.137 RTJ 46/738

PrTr Pessoal de obras de Prefeitum (...) Competenia . CJ 3.968RTJ 46/380

PrPn Pluralidade de reus (...) Apelagio. HC 44 . 676 RTJ 46/95

Ct Poder Executive (estaduel). Iniciativa legislative . Despesa piu-blica ( aumento ). Rp 743 RTJ 46/525

Ct Poder Executivo . Nomeagio de concursado (obrigatoriedade). Rp753 RTJ 46/441

Ct Poder Judicierio. Justice Federal . Concurso. MS 18.973 RTJ46/179

Ct Poder Judicierio . Tribunal Militar estadual . Autonomia. No-meagio de servidores da Secremria . Rp 725 RTJ 46/352

Adm Poder do policia. Policia estedual . Loteria esportiva ( ilicitude).Autorizagio federal . RE 56 . 921 RTJ 46/239

Adm Policia estadual (...) Poder do Policia . RE 56 . 921 RTJ 46/239

Ct Policia Militar (...) Militar. Rp 743 RTJ 46/525

PrPn Portaria . Prooesso sun,hnio. HC 45 . 744 RTJ 46/768

PrPn Praga de Policia Militar (...) Competinda. CJ 4.721 RTJ46/735

PrPn Prazo (...) Assistente do Ministerio Publics. RE 64 . 480 RTJ

46/346

PrCv Prazo (...) Mandado do eeguranga. RMS 16 . 321 RTJ 46/794,MS 18 . 733 RTJ 46/804, RE 61 . 943 RTJ 46/56

PrCv Prazo (...) Recurso. RE 46 . 767 RTJ 46/230

Ct Prazo certo (...) Serventias vitalicias. Rp 753 RTJ 46/441

Cv Prazo pale metede (...) Prescrigao giiinquenal . RE 62.063RTJ 46/259

PrPn Precatdria . Intimagio da expedigio . Nulidade relative. RHC45.761 RTJ 46/554

Cv Predio fore do domicilio (...) Locagio. RE 63 .626 RTJ 46/734

PrPn Prefeito Municipal (...) Competencia. RE 62 .387 RTJ 46/115

PrPn Prejuizo (...) Nulidade. HC 44.153 RTJ 46/92

R.T.J. - No= AL PASfTICO - Pre-Pro 879

PrSTF Preparo (...) Rec use em manddo do segruange . RMS 18.617

(Ag.Rg). RTJ 46/177

PrSTF Prequestionemento. Recur" extraordinhio. Ag 42.271 RTJ46/386, RE 57 .725 RTJ 46/242, ERE 58 .535 RTJ 46/659, RE58.643 RTJ 46/40, RE 62.300 RTJ 46/846

PrSTF Prerrogativa de fungio (...) Compet6ncia . IP 2, AP 158 RTJ46/516

pn Prescrisio. Concurso do crimes . Base do cilculo. HC 45.345RTJ 46/597

Pn Prescrigio. Crime de imprensa . QCr 177 RTJ 46/677

Fn Prescrigio. Crime do impronsa. Interrupgio . Recebimento doqueixe . RE 62.122 RTJ 46/562

Cv Preocrigio. Fazenda Publica. Gratifioagio mensal (direito estatu-tirio inatingido ). RE 58 .953 RTJ 46/44

Cv Preacvigio. Fazenda Publica. Interrupgio . RE 63 .173 RTJ

46/64

Cv Preacrigio. Fazenda Publics . Prestag6es peri6dicas . RE 60.338

RTJ 46/107

Cv Prescrigao. Fazenda Publics . Renuncia i prescrigio ii consu-made . RE 64.180 RTJ 46/780

Cm Prescrigao interrompide (...) Note promissnria . RE 55.304RTJ 46/605

Cv Proscrigio quinquienai. Interrupgio. Pram pals metade. RE

62.063 RTJ 46/259

Cv Prestag6ee peribdicas (...) Faaende Publics. RE 60.338 RTJ

46/1071

Pn Principio do continuidade des leis (.. ) Usura. RHC 45.920

RTJ 46/318

Cv Principio do isonomia (...) Sociddo. RE 63.279 RTJ 46/267

Ct PPrincipio do legalidade (...) Tributagio. RE 63 .131 RTJ46/125

PrPn Prisio preventive. Crime falimentar . Fundamentagio do des-pacho. RHC 45.561 RTJ 46/30

PrPn Prisio preventive. Fundamentegio. HC 44.704 RTJ 46/304,RHC 45.867 RTJ 46/651

Ct Processo especial de revisio (...) Corntituigoes Eateduais. Rp753 RTJ 46/441

PrCv Processo pendente (...) Agio de deaapropriagio. RE 61.946RTJ 46/58, RE 63.318 RTJ 46/205

PrPn Processo sum6rio. Fase policial . Defesa. BIC 45.744 RTJ 46/768

PrPn Processo swnArio. Portaria ( requisitos ). HC 45.744 RTJ 46/768

Adm Professor em disponibilidede (...) Magisterio . RMS 17.477RTJ 46/741

Cv Promesea de oompra a vela. Cliusula resolut6ria expressa. Mo.ra. Interpelagio demecesseria . RE 62 .649 RTJ 46/565

880 Pro-Que - R.T.J. - 1NDICE AIFABkTICO

Cv Pronen, do compra a venda. Cliusula resolut6ria expressa. To-lerencia do credor . More . Notificagao necesseria . RE 63.909RTJ 46/567

Cv Prone,,., do oomp`a a venda . More . Interpelagio . RE 63.309RTJ 46/271

Adm Promessa de contrato (...) Contrato administrativo. RMS16.724 RTJ 46/631

Adm Promogio (...) Funcionaliamo. ERMS 11 .188 RTJ 46/689

Adm Promogio (...) Militar. MS 17.503 RTJ 46/694

PrCv Promogao a desembergador ( ...) Juiz. RE 64 .476 RTJ 46/422

PrPr Pron6ncia . Desclassificagao do crime. "Reformatio in pejus".HC 42.722 RTJ 46/807

PrPn Pronuncia. Indicios suficientes . HC 45.002 RTJ 46/309

PrPn Prondncia . Intimagio so rev . Ag 43.483 RTJ 46/647

PrPn Pronuncia . Qualificativas ( incompatibilidede ). RE 63.226 RTJ46/665

Pn Propaganda subversive (...) Crime politico. RCr 1.082 RTJ46/624

PrPn Prorrogagao do prazo . Sursis. RHC 45.549 RTJ 46/716

PrPn Prova (...) Menoridado. HC 45.478 RTJ 46/766

Cv Prove da celebragio (...) Casamento. AR 314 RTJ 46/281

Adm Prove de habilitagio (...) Ensino superior. RMS 18 .492 RTJ

46/218

Adm Proventos (...) Aposentadoria. RMS 18 . 831 RTJ 46/300

Adm Proventos do oposentadoria (...) Megistrado . RMS 16.994RTJ 46/1

Ct Punigao de funcionarios (...) Ato Institutional. Rp 753 RTJ

46/441

PrCv Purgagao da more (...) Agio de despejo . RE 65 .342 RTJ46/788

Q

PrSTF Qualificagao juridica dos fatos (...) Recurso ertraordinario.ERE 58 .714 RTJ 46/281

PrPn Qualificativas (...) Pronuncia . RE 63 .226 RTJ 46/665

PrPn Quesitos (...) Juri. MC 45.400 RTJ 46/816, HC 45.711 RTJ46/397

PrSTF Questio de feto . Recurso ertraordinsrio . RE 63 . 226 RTJ 46/665,RE 63.668 RTJ 46/775, RE 63.781 RTJ 46/273

PrCv Questio de merito (...) Despacho saneador. RE 63 .427 RTJ46/337

R.T.J. - jliDiCR ALFAB*TICO - Rat-Rec 881

R

PrCv Ratificagao (...) Desquite amig.vel. RE 61.363 RTJ 46/407

Adm Readaptacao (...) Funcionalismo. RMS 17.007 RTJ 46/80

PrCv ReadaptaF5o (...) Mandado de aeguranga. SIRE 58.924 RTJ

46/248

Adm Readmissao (...) Funcionalismo. Rp 753 RTJ 46/441

Cv Reajustamento do aluguel (...) Locagio RE 64.920 RTJ46/349

Cv Reajustamentd pecuario. Ilicito do pecuarista. Cassagio do be-neficio. RE 59.985 RTJ 46/45

Pn Recebimento de queixa (...) Prescrigi o. RE 62.122 RTJ 46/562

Adm aRecisio unilateral (...) Conoesseo de servico publico. MS

18.028 RTJ 46/2

PrTr Reclamacao (...) Competencia. CJ 3.968 RTJ 46/380

PrSTI Reclarnagio. Descumprimento de ac6rdaao. Rcl 734 RTJ 46/71

PrSTF Reclaaaaiao. Integridade de competencia. Agravo de instru-mento (demora no remessa). Rcl 666 RTJ 46/351

PrTr Reclamagao contra autarquia (...) Competencia. CJ 4.G10 RTJ46/629

Cv Reconhecimento posterior a morte do psi (...) Filiacio. AR6717 RTJ 46/680

PrCv ReconvenSao inadmissivel (...) Honorerios de advogado. RE61.136 RTJ 46/322

PrPn Recurso (...) Assistente do Ministerio Publico. RE 64.480RTJ 46/346

PrCv Recurso. Erro. Conversao. RE 62.751 RTJ 46/336

PrCv Recurso. Erro escusivel. Conversao. Prazo. RE 46.767 RTJ46/230

PrCv Recurso (...) Ezecuyeo. RE 63.406 RTJ 46/209

PrPn Recurso. Ilegitimidede do co-reu. RE 63.781 RTJ 46/273

PrCv Recurso. Lei aplicevel. Ag 41.652 RTJ 46/759

PrSTF Recurso eztraordinario. Despecho de admissio restrito. Julga-mento (ambito). EAg 31.489 RTJ 46/700

PrSTF Recurso estraordinerio. Diverggncia jurisprudential (compro-vecao). RE 64.491 RTJ 46/673

PrSTF Recurse eztraordinerio. Interpreta4ao do cliusula contmtual. RE64.079 RTJ 46/130

PrSTF Recurso eztraordinerio. InterpretaSao raaolvel. RE 61.877 RTJ46/54

PrSTF Recurso eatraordinerio. Lei local. Conflito no tempo. RE 49.031RTJ 46/33

PrSTF Recurso estraordiruirio. Lei local. Lei tributeria (Distrito Fe-deral). RE 62.080 RTJ 46/731

882 Rec-Rep - R.T.J. - fND1C6 ALFAB$TICO

PrSTF

PrSTF

PrSTF

Recurso extraordinario. Letra a . Negagao de vigencia . RE 59.985

RTJ 46/45

Reourso extraordinirio . Letra a. Negagao do vigencia do lei. RE62.063 RTJ 46/259

Recurso extraordinirio . Latta C . RE 62 .387 RTJ 46/115

PrSTF Recurso extraordinirio . Materia trabalhista . Irrecorribilidede.Decisio em mandado de seguranga . Ofensa a coisa julgada. RE62.838 RTJ 46/120

PrSTF Recurso extraordinario . Prequestionamento . Ag 42.271 RTJ46/386, RE 57.725 RTJ 46/242, ERE 58.535 RTJ 46/659,RE 58.643 RTJ 46/40, RE 62 .300 RTJ 46/846

PrSTF Recwso extraordinario. Qualificagao juridica dos fates. flameprevio des proves ( inadmissibilidade ). ERE 58 .714 RTJ

46/821

PrSTF Recurso extraordinirio . Questio de fato . RE 63.226 RTJ 46/665,RE 63.668 RTJ 46/775, RE 63.781 RTJ 46//283

PrSTF Recurso extraordinerio nio conhecido (...) Competencia. RE62.416 RTJ 46/732

PrSTF Recurso em mandado de seguranga . Desergio . Prepero ( falta).

L. 5.010/66. RMS 18 .617 (Ag.Rg). RTJ 46/177

PrCv Rede Ferroviaria Federal S . A. (...) Competdncia . ERE 51.666

RTJ 46/236

Adm Ride Ferrovieria Federal S.A . (...) Sociedede de eoonomia

mista . ERE 51.666 RTJ 46/236

Adm Redugio. Vencimento. MS 14.754 RTJ 46/290

PrPn "Reformatio in pejus". Apeiagio. HC 45.312 RTJ 46/815

PrPn "Reformatio in pejus" (...) Pronuncia. HC 42.722 RTJ 46/807

Trbt Regime anterior a E.C. 18/65 ( ...) Impdsto de vendee e

conuigns9SOa RMS 18 .414 RTJ 46/547

Int Regime de bens (...) Casamento. RE 63.055 RTJ 46/410

Cv Registro civil (...) Casamento. AR 314 RTJ 46/281

Pn Reincide" ncia generics (...) Trifico de entorpecentes. HC 45.169

RTJ 46/812

PrPn Remessa de pages de autos an Jufzo Criminal (...) Habeascorpus. RHC 45.873 RTJ 46/717

Cv Renfincia it prescrigio ji consumeda (...) Prescrigio. RE 64.180

RTJ 46/780

TTbt Repercussio fiscal (...) Impdsto de consume. RMS 19.000

RTJ 46/18

Cv Repetigio (...) Pagarnento indevido. RE 37.081 RTJ 46/301

PrCv Representagao (...) Legitimidade de parts. MS 17.741 RTJ

46/142

Cv Representagio irregular do doadet (...) Doagio. RE 61.125RTJ 46/772

R.T.J. - ftmtcs ALRAB rlep - Rep-Rev 883

Ct Representagio do oposigio parlamentar (...) Sociedade doeconomist nuata . Rp 7148 RTJ 46/424

Adm Resciaao unilateral (...) Contrato adminiatrativo . RMS 16.724RTJ 46/631

Cv Responsabilidede civil. Acidente do trabalho. Dolo ou culpa doempregador . RE 65.175 RTJ 46/423

Cv Responsabilidade civil. Acidente do transports. Salirio atuali-zado. RE 64.362 RTJ 46/420

Cv Responsabilidade civil. Acidente de transporte. Vicio do veiculo.RE 63.461 RTJ 46/67

Cv Responsabilidade civil. Depositerio . Caso fortuito. Ag 43.010( Ag.Rg ). RTJ 46/811

Cv Responsabilidade civil. Indenizagio . Desvalorizagao moneteria.RE 62.218 RTJ 46/564

Cv Responsabilidade civil. Sentenge criminal ( efeitos ). RE 58.841RTJ 46/42

Adm Responsabilidade civil do Estado. Ato do juiz . RE 63.746 RTJ46/669

TrAc Responsabilidade do empregedor (...) Acidente do trabalho.Ag 43.742 RTJ 46/649

Cv Responsabilidade do fiador (...) Flange. RE 47.912 RTJ46/319

Cm Responsabilidade dos s6cios (...) Sociedade comarcial. RE64.653 RTJ 46/136

Cm Restituigio em dinheiro (...) Falencia.Ag 41.285 RTJ 46/190

PrCv Restituicio so Etado anterior (...) Ezecugio. RE 60.658 RTJ46/49

Cv Reatituigio do im6vel (...) Locagio. ERE 63 .058 RTJ 46/122

Adm Restruturagio posterior (...) Aposentadoria . RMS 18.831 RTJ46/300

Cv Retomada (...) Locag6o. RE 63 .626 RTJ 46/734, RE 64.361RTJ 46/785, RE 65.075 RTJ 46/622.

Cv Retomada (.... ) Locageo do D. 24.150. RE 63 .336 RTJ 46/207

PrCv Retratagio unilateral (...) Deequite amigavel. RE 61.363RTJ 46/407

Pn Retroatividade (...) Lei penal rnsis benign. RCr 1.085 RTJ46/569

PrPn R6u manor (...) Curador. RE 61.487 RTJ 46/62

PrPn Reu preso (...) Sentenga condenatdria . HC 45.291 RTJ 46/102

TrPrv Revisio (...) Aposentadoria . RMS 18 .138 RTJ 46/160

Ct Revisao (..,) Ato Institutional . Rp 753 RTJ 46/441

PrPn Revisio criminal. Embargos infringentes (nio cabimento). RE63.401 RTJ 46/616

PrCv Revisio judicial (...) Desguite. RE 61.887 RTJ 46/257

884 Rev-Soc - RT.J. - fNmce ALBAa§TIco

Trbt Revisio do valor locative (...) Imp6sto predial . ERE 49.501RTJ 46/400

Adm Revogagao (...) Ato administrativo . RMS 16 . 886 RTJ 46/800

S

Cv Salerio atualizado (...) Responsabilidade civil. RE 64.362RTJ 46/420 -

Trbt Sangao fiscal. Interdigao do profissao. RE 63.043 RTJ 46/265

PrPn Secretarios de Estado (...) Competencia. Rp 748 RTJ 46/424

TrAc Seguro (...) Acidente do trabalho. RE 61.877 RTJ 46/54

TrPrv Seguro especial ( ...) Aeromauta. RE 64.682 RTJ 46/347

PrPU Santenga. Fundamentagao contrcdit6ria. RHC 44.785 RTJ46/192

PrPn Sentenga condenatdria. Reu preso. Intimagao pessoal. HC 45.291RTJ 46/102

Cv Sentenga criminal (...) Responsabilidade civil. RE 58.841 RTJ46/42

PrCv Sentenga homologatorls. Transagao. Efeitos quanto a terceiros.RE 63.648 RTJ 46/210

Ct Sorventias vitalicias. Oficializagao. Prazo certo. Inconstituciona-lidade. Rp 763 RTJ 46/441

Trbt Servigo especial do vigilancia (...) Tara do Divers6es Publicas.R•E 60.718 RTJ 46/561

Adm Servigo de guerra (...) Aposentadoria. MS 17.269 RTJ 46/85,RMS 18.471 RTJ 46/217

Ct Servigo publico. Mandato eletivo. Tempo em d6bro (constitu-cionalidade do lei). RE 61.361 RTJ 46/405

Cv Servidao. Aguas (fluxo ratural). RE 59.765 RTJ 46/608

PrPn Sindicato (...) Competencia. CJ 4.677 RTJ 46/141

Adm Sftuagao funcional (...) Funcionalismo. RMS 17.007 RTJ46/80

PrCv Situageo funcional complexa (...) Mandado do seguranga. ERE58.924 RTJ 46/248

Cv Sociedade. Sdcfos, Principio do isonomia. RE 63.279 RTJ46/267

Cm Sociedade cornercial. Responsobilidade dos s6cios. Atos em nomepessoal. RE 64.653 RTJ 46/136

PrPn Sociedade de economic mista (...) Competencia, CJ 4.668PrCv RTJ 46/139, CJ 4.700 RTJ 46/75

Adm Sociedade de economic mists. Dl. 200/67. RFFSA. ERE 51.666RTJ 46/236

Ct Sociedade do economia mists . Repreeentagao da oposigao parla-mentar. Inconstitucicmalidade. Rp 748 RTJ 46/424

R.T.J. - INDICE ALFABETICO - Soc-Tem 885

Cv Sociedade esportiva . Socio . Direito de voto. RE 63 .279 RTJ

46/267

Cv Socio (...) Sociedade esportiva . RE 63 .279 RTJ 46/267

Cv Sodas (...) Sociedade . RE 63 .279 RTJ 46/267'

Cm Solidariedade entre os co-obrigedos (...) Note promissoria.

RE 55 .304 RTJ 46/605

Ct Subaistencia como lei ordinuria (...) Conatituipao Estadual. Rp753 RTJ 46/441

TrPrv Sumula 217 (...) Aposentadoria . RMS 18 . 138 RTJ 46/160

PrPn Sumula 297 (...) Compete"ncia . CJ 4.683 RTJ 46/791, CJ4.685 RTJ 46/686

Trbt Sumula 306 (...) Tare de Recuperagao Economics (MG).RMS 16 .353 RTJ 46/797

PrCv Swmulal 394 (...) Mandado de seguranga . RE 61 .452 RTJ46/255

PrCv Sunvda 472 (...) Howrerios de advogado . RE 61 .136 RTJ

46/322

PrSTF Supressao (...) Emaargos infringentes . ERE 51 .993 RTJ 46/37

Adm Supresaao (...) Vantagem . RE 62 .575 RTJ 46/615

PrPn Suprimento (...) Exame de corpo de delito. HC 45.160 RTJ46/97

Pn Surma Facultatividade . RE 61 .487 RTJ 46/62.

PrPn Sureis. Prorrogagio do prazo. RHC 45.459 RTJ 46/716

T

Trbt Tarifa (...) Imp6sto de importaSao . RMS 18 .445 RTJ 46/215

PrCv Tarifa aduaneira (...) Mandado de seguranga . RE 63 .900 RTJ46/278

Trbt Taxa. Uso do bens pOblicos ( rios a logos ). Ag 41.073 RTJ46/805

Trbt Tara de Diversoes Publican. Horario noturno . Servigo especialde vigilancia . RE 60 .718 RTJ 46/561

Trbt Taxa estadual (...) Autorizapiro orFamentaria . RE 61.844RTJ 46/113

Trbt Tara de Previdenoia Social. Exportagio . Clausula FOB. RMS16.851 RTJ 46/799

Trbt Tara de Roouperacrao Eoon6ndca ( MG). Isengio de impostode vendas a consignagoes. Sunnla 306 (exame). RMS 16.353RTJ 46/797

Trbt Tare de Renovapao do Marinha Mercante. Empresa do mine-ragao. RMS 18 .742 RTJ 46/641

Ct Tempo em do"bro (...) Serviro publico. RE 61 .361 RTJ 46/405

Adm Tempo de servigo (...) Funcionalismo. RE 61 .361 RTJ 46/405

886 Ter-Uso - R.T.J. - frrorcp ALBAB$nCo

Adm Terrenos de marinhe. Bens publices . MS 17.957 RTJ 46/144

Cv Testarnento. Anulacao. Erro de direito . RE 63 .055 RTj 46/410

Cv Tolerancia do credor (...) Promessa de compra a venda. RE

63.909 RTJ 46/567

PrPn Trafico de entorpecentes (...) Lando toxicoldgico . HC 45.169RTJ 46/812

Pn Trafico de entorpecentes . Medida de segurange . Reincidencia

generica . HC 45.169 RTJ 46/812

Pn Trafico de entorpeoentes . Pequena quantidade . HC 44.639 RTJ

46/650

PrCv Transagao (...) Sentenga homologatdria . RE 63 .648 RTJ 46/210

Trbt Transferencia pare filial (...) Irnpo"sto do vendas a consignag6es.

EMS 15.098 RTJ 46/581

Trbt Transferencia de mercadorias (...) Imp6sto de vendas a consig-

nag6es. RE 55 .888 RTJ 46/402

Adm Transporte intermunicipal (...) Permissao. RMS 17.137 RTJ

46/738

PrCv Tribunal (...) Julgamento. RE 62 .416 RTJ 46/732

Ct Tribunal de Algada ( SP). Iniciativa no criagao de cargos. Rp

753 RTJ 46/441

Ct Tribunal de Contas (SP). Vencimento. Equiparagao a magis-

trature ( constitucionalidade). Rp 753 RTJ 46/441

Ct Tribunal do Contas municipal. Nomeagao polo Prefeito. Apro-

vagao da Camara de Vereadores . Rp 753 RTJ 46/441

PrPn Tribunal de Justiga (...) Competencia . Rp 748 RTJ 46/424

Ct Tribunal Militar estadual (...) Poder Judiciario. Rp 725 RTJ

46/352

Ct Tributagao. Aspectos constitucionais . RMS 17.949 RTJ 46/743

Ct Tributagao. Aspectos constitucionais . Autorizagao orgamentiria.

RMS 16.588 RTJ 46/736, ERE 49.501 RTJ 46/400, RE 61.844

RTJ 46/113

Ct Tributagao. Aspectos constitucionais . Principio da legalidade.

RE 63.131 RJT 46/125

Ct Tributegao. Imp6sto de exportagao . Aspectos constitucionais.

RMS 18.414 RTJ 46/547

Ct Tributagao. Imp6sto do solo . Aspectos constitucionais . RE 61.451

RTJ 46/252

Ct Tributagao. Imp6sto de transmissao "inter vivos". Aspectos cons-

titucionais. RE 49.259 RTJ 46/233

uPrSTF Urgencia (...) Competencia . HC 45 . 003 RTJ 46/223

Trbt Uso de bens p6blicos (...) Taxa . Ag 41 . 073 RTJ 46/805

R.T.J. - INDICE ALFADETICO - Uso-Vot 887

Cv Uso de descendents solteiro (...) Locagio . RE 64 .361 RTJ46/785

Pn Uso do documento false ( caracterivagao ). RHC 44.785 RTJ46/192

Cv Uso pr6prio (...) Laaagio. RE 63 .626 RTJ 46/734

Adm Usucapieo. Bens publieos. RE 62 .414 RTJ 46/117

Pn Usura. Principio de continuidade das leis . L. 1.521/51 (vi-gencia ). RHC 45. 920 RTJ 46/318

V

PrPn Valor. Inquerito policial. RHIC 44.194 RTJ 46/221

Trbt Valor dos bens (...) Irnp6sto de transmissio "cause mortia".RE 62.146 RTJ 46/61

PrCv Valor da cause, (...) Algada. Ag 39.301 RTJ 46/758

PrCv Valor do causa . Senefici6 patrimonial . RE 58 .627 RTJ 46/403

Adm Vantagem. Grutificagao de risco . Supressao . L. 4.345/64. RE62.575 RTJ 46/615

Adm Vencimento. Isonomia . MS 14.754 RTJ 46/290

Ct Vencimento (...) Ministerio Publico. Rp 753 RTJ 46/441

Adm Vencimento. Redugao . MS 14.754 RTJ 46/290

Ct Vencimento (...) Tribunal do Contas (SP). Rp 753 RTJ

46/441

Trbt Venda a cr6dito (...) Imp6sto de vendee a oonaignagaes. RMS

14.086 RTJ 46/575

Trbt Venda de veiculos uaados . Impdsto do vendas a eonsignag6es.RE 64.619 RTJ 46/70

Cv Vicio do veiculo (...) Responsabilidade civil . RE 63 .461 RTJ46/67

Ct Vinculagao de receita . Despesa p6blica. Rp 748 RTJ 46/424

PrPn Veto divergente (...) Embargos infringentes. RE 63 .781 RTJ

46/273

PrPn Veto duplo de juiz (...) Julgamento. HC 45.728 RTJ 46/316

PrCv Veto medio (...) Julgamento . RE 62 .416 RTJ 46/732

INDICE NUMERICO

(DO VOLUME)

Vol./Yag.

2 (IP) ............. 46/490

158 (AP ) ............ 46/516

177 (QCr ) ........... 46/577

281 (Extr) ........... 46/521

314 (AR ) ............ 46/281

531 (AR ) ............ 46/623

625 (AR ) ............ 46/523

666 (Rcl) ............ 46/351

677 (AR ) ............ 46/680

725 (Rp ) ............ 46/352

734 (Rcl ) ............ 46/71

743 (Rp ) ............ 46/525

748 (Rp) ............ 46/424

753 (Rp) ............ 46/441

1.082 (RCr) ........... 46/624

1.085 (RCr) ........... 46/569

1.328 ("Exequatur") .... 46/138

3.582 (CJ) ............ 46/73

3.889 ( CJ) ............ 46/571

3.968 ( CJ) ............ 46/380

4.010 ( CJ) ............ 46/629

4.188 ( CJ) ............ 46/630

4.345 ( CJ) ............ 46/789

4.378 ( CJ) ............ 46/542

4.383 (CJ) ............ 46/74

4.591 ( CJ) ............ 46/286

4.616 ( CJ) ............ 46/790

4.668

4.683

4.677

4.685

4.700

4.709

4.711

4.721

4.759

11.188

14.086

14.656

14.754

14.972

15.098

15.345

16.321

16.353

16.588

16.724

16.772

16.851

16.886

16.994

17.007

17.134

17.137

Vol./Pag.

(CJ) ............ 46/139

(CJ) ............ 46/791

(CJ) ............ 46/141

(CJ) ............ 46/686

(CJ) ............ 46/75

(CJ) ............ 46/792

(CJ) ............ 46/572

(CJ) ............ 46/735

(CJ) ............ 46/574

(ERMS) ......... 46/589

(RMS) .......... 46/575

(RMS) .......... 46/287

(MS) ........... 46/290

(RMS) .......... 46/578

(EMS) .......... 46/581

(RMS) .......... 46/76

(RMS) .......... 46/794

(RMS ........... 46/797

(RMS) .......... 46/736

(RMS) .......... 46/631

(MS) ............ 46/212

(RMS) .......... 46/799

(RMS) .......... 46/800

(RMS) .......... 46/1

(RMS) .......... 46/80

(RMS) .......... 46/293

(RMS) .......... 46/738

INDICR NDMERICO

Vol./Pig.

17.190 (RMS) .......... 46/739

17.269 (MS) ............ 46/85

17.407 ( RMS) .......... 46/691

17.477 (RMS) .......... 46/741

17.503 (MS) ............ 46/694

17.741 (MS) ............ 46/142

17.868 ( RMS) .......... 46,/381

17.949 (RMS) .......... 46/743

17.953 (MS) ........... 46/583

17.957 (MS) ............ 46/144

18.007 (RMS) .......... 46/635

18.028 (MS) ........... 45/2

18.076 (RMS) .......... 46/590

18.138 ( RMS) .......... 46/160

18.225 (RMS) .......... 46/537

18.295 (RMS) .......... 46/745

18.411 (RMS) .......... 46/175

18.414 (RMS) .......... 46/547

18.445 (RMS) .......... 46/215

18.455 (MS) ............ 46/87

18.471 (RMS) .......... 46/217

18.492 (RMS) .......... 46/218

18.517 (RMS) .......... 46/13

18.555 (MS) ........... 46/748

18.567 (RMS) .......... 46/16

18.581 (MS) ........... 46/219

18.585 (RMS) .......... 46/298

18.617 (RMS-Ag.Ag) .... 46/177

18.627 (RMS) .......... 46/751

18.631 (RMS) .......... 46/89

18.688 (RMS) .......... 46/753

18.733 (MS) ........... 46/804

18.742 (RMS) .......... 46/641

18.794 (RMS) .......... 46/384

18.830 (RMS) .......... 46/755

18.831 (RMS) .......... 46/300

889

Vol./Pig.

18.936 (RMS) .......... 46/757

18.973 ( MS) ........... 46/179

19.000 (RMS) .......... 46/18

31.489 (EAg) ........... 46/700

37.081 ( RE) ............ 46/301

39.301 (Ag) ............ 46/758

39.868 ( RE) ............ 46,/549

40.907 ( Ag) ............ 46/20

41.073 ( Ag) ............ 46/805

41.285 (Ag) ............ 46/190

41.652 (Ag) ............ 461759

41.791 (Ag) ............ 46/760

42.053 (Ag) ............ 46/593

42.216 (RE) ............ 46/91

42.240 (Ag) ............ 46/550

42.271 (Ag) ............ 46/386

42.372 ( Ag) ............ 46/21

42.591 (Ag) ............ 46/303

42.592 (Ag) ............ 46/646

42.722 (HC) ............ 46/807

43.010 (Ag.Rg) ......... 46/811

43.483 ( Ag) ............ 46/647

43.661 (Ag) ............ 46/761

43.742 ( Ag) ............ 46/649

44.153 (HC) ........... 46/92

44.194 (RHC) .......... 46/221

44.636 (HC) ............ 46/710

44.639 (HC) ............ 46/650

44.676 (HC) ........... 46/95

44.704 (HC) ............ 46/304

44.785 (RHC) ......... 46/192

44.807 (HC) ........... 46/23

44.852 (RI-11C ) ......... 46,553

45.002 (HC) ........... 46/309

45.003 (HC) ........... 46/223

45.041 (HC) ........... 46/197

890

45.160

45.169

45.180

45.214

45.221

45.231

45.267

45.291

45.312

45.345

45.372

45.398

45.406

45.433

45.459

45.478

45.515

45.557

45.561

45.587

45.619

45.640

45.711

45.728

45.744

45.761

45.792.

45.867

45.873

45.875

45.8:18

45.888

45.920

45.923

45.951

46.114

46.767

1NDICE NUMkRIOO

Vol./Pag.

(HC) ........... 46/97

(HC) ........... 46/812

(RHC) .......... 46/596

(HC) ........... 46/387

(HC) ........... 46/314

(HC) ........... 46/98

(HC) ........... 46/763

(HC) ........... 46/102

(HC) ........... 46/815

(HC) ........... 46/597

(HC) ........... 46/25

(EEC) ........... 46/227

(HC) ........... 4E/816

(HC) ........... 46/599

(RH,C) .......... 46/716

(HC) ........... 46/766

(HC) ........... 46/200

(HC) ........... 46/599

(REIC) .......... 46/30

(HC) ........... 46/104

(RHC) ......... 46/32

(RHC) ......... 46/818

(EEC) ........... 46/397

(HC) ........... 46/316

(HC) ........... 46/7E8

(RHC) .......... 46/554

(RHC) ......... 46/601

(RI-IC) .......... 46/651

(RHC) ......... 46/717

(RHC) .......... 46/653

(RI-IC) .......... 46/602

(RHC) .......... 46/719

(RHC) .......... 46/318

(HC) ........... 46/819

(HC) ........... 46/656

(RHC) ......... 46/820

(RE) ........... 46/230

Vol.!P6g.

47.912 (RE.) ........... 46/319

49.031 (RE) ........... 45/33

49.259 (RE) ........... 46/233

49.501 (ERE.) .......... 46/400

51.666 (ERE) .......... 46/236

51.993 (ERE) .......... 46/37

52.461 (RE) ........... 46/604

53.812 (RE.) ........... 46/555

55.304 (RE) ........... 46/605

55.888 (RE) ........... 46/402

56.803 (ERE.) .......... 46/770

56.921 (RE) ........... 46/239

57.725 (RE) ........... 46/242

58.182 (RE) ........... 46/607

58.535 (ERE) .......... 46/659

58.627 (RE) ........... 46/403

58.643 (RE) ........... 46/40

58.714 (ERE) .......... 46/821

58.841 (RE) ........... 46/42

58.924 (ERE) .......... 46/248

58.953 (RE) ........... 46/44

59.160 (RE) ........... 46/722

59.551 (RE) ........... 46/250

59.765 (RE) ........... 46/608

59.985 (RE) ........... 46/45

60.268 (RE) ........... 46/610

60.286 (RE) ........... 46/105

60.338 (RE) ........... 46/107

60.412 (RE) ........... 46/726

60.490 (RE) ........... 46/47

60.658 (RE) ........... 46/49

60.718 (RE) ........... 46/561

60.720 (RE) ........... 46/723

60.844 (RE) ........... 46/50

60.870 (RE) ........... 46/662

61.G13 (RE) ........... 46/111

61.022 (RE) ........... 46/112

61.125 ( RE) ...........

61.136 ( RE) ...........

61.361 ( RE) ...........

61.363 (RE) ...........

61.451 ( RE) ...........

61.452 ( RE) ...........

61.487 ( RE) ...........

61.635 (RE) ...........

61.637 (RE) .........

61.754 (RE) ...........

61.844 (RE) ...........

61.877 ( RE) ...........

61.887 ( RE) ...........

61.943 (RE) ..........

61.946 ( RE) ...........

61.976 (RE) ..........

62.063 (RE) ...........

62.080 ( RE) ...........

62.122 (RE) ...........

62.146 (RE) ...........

62.218 (RE) ...........

62.300 ( RE) ...........

62.304 ( RE) ...........

62.387 (RE) ..........

62.414 (RE) ...........

62.416 ( RE) ...........

62.575 ( RE) ...........

62.649 ( RE) ...........

62.722 ( RE) ...........

62.751 ( RE) ...........

62.782 ( RE) ...........

62.829 ( RE) ...........

62.835 ( RE) ...........

62.838 ( RE) ...........

63.043 ( RE) ...........

63.055 (RE) ...........

63.058 ( ERE) ..........

63.059 (RE) ...........

63.131 ( RE) ...........

63.173 ( RE) ...........

63.226 ( RE) ...........

fNDICE NUMtRICO

Vol./Pag.

46/772

46/322

46/405

46/407

45/252

46/255

46/62

46/329

46/773

46/844

46/113

46/54

46/257

46/56

46/58

46/729

46/259

46/731

45/562

46/61

46/564

46/846

46/613

46/115

46/117

46/732

46/615

46/565

45/331

46/336

46/201

46/203

46/262

46/120

46/265

46/410

46/122

46/664

46/125

45/64

46/665

63.279

63.309

63.318

63.336

63.401

63.406

63.427

63.461

63.566

63.584

63.621

63.626

63.648

63.668

63.746

63.781

63.804

63.900

63.909

64.079

64.123

64.152

64.180

64.206

64.276

64.295

64.361

64.362

64.440

64.476

64.480

64.491

64.607

64.619

64.653

64.682

64.920

64.938

65.075

65.175

65.342

891

Vol./Pag.

(RE) ........... 46/267

(RE) ........... 46/271

(RE) ........... 46/25

(RE) ........... 46/207

( RE) ........... 46/616

(RE) ........... 46/209

(RE) ........... 46/337

(RE) ........... 46/67

(RE) ........... 46/489

(RE) ........... 46/657

(RE) ........... 46/68

(RE) ........... 46/734

(RE) ........... 46/210

(RE) ........... 46/775

(RE) ........... 46/669

(RE) ........... 46/273

(RE) ........... 45/613

(RE) ........... 46/278

(RE) ........... 46/557

(RE) ........... 46/130

(RE) ........... 46/778

(RE) ........... 46/131

(RE) ........... 46/780

(RE) ........... 46/341

(RE) ........... 46/782

(RE) ........... 46/342

(RE) ........... 46/785

(RE) ........... 16/420

(RE) ........... 46/619

(RE) ........... 46/422

(RE) ........... 46/346

(RE) ........... 46/673

(RE) ........... 46/786

(RE) ........... 46/73

(RE) ........... 46/136

(RE) ........... 46/347

(RE) ........... 461349

(RE) ........... 46/847

(RE) ........... 46/622

(RE) ........... 46/423

(RE) ........... 46/788