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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES STORI, Gianne Silva¹SEED FOLTRAN, Elenice Parise – Orientadora²UEPG Grupo de Trabalho – Comunicação e Tecnologia Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo A organização da Educação à Distância vem romper com uma prática desgastada e desarticulada de fazer educação escolar e se efetiva na história da educação brasileira, mostrando um novo cenário no contexto educacional. O presente artigo se constitui no resultado de estudos realizados durante o Programa de Desenvolvimento do Paraná (PDE), tendo como abordagem principal o estudo da modalidade de Educação a Distância e a formação do professor. Os objetivos deste trabalho foram: 1) apresentar as possibilidades de interação tecnológicas disponíveis nessa modalidade de ensino, 2) proporcionar um olhar diferenciado sobre o papel do professor frente à educação, procurando entender como acontece a construção do conhecimento na modalidade de Educação a ___________________________________________________________________________ _______________ 1. Mestre em Midias e Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina, Especialista em Supervisão e Orientação Educacional pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Licenciada em Pedgogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Pedagoga Rede Estadual Pública do Paraná, atuante na área da Equipe de Gestão Escolar no Colégio Estadual Professor Colares, em Ponta Grossa, Pedagoga da Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa – Escola Mul Guitil Federmann, concluinte do PDE 2010 – Área: Pedagogia. 2. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Especialista em Alfabetização pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Professora Assistente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Diretora Adjunta do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Orientadora PDE.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

STORI, Gianne Silva¹SEED

FOLTRAN, Elenice Parise – Orientadora²UEPG

Grupo de Trabalho – Comunicação e TecnologiaAgência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

A organização da Educação à Distância vem romper com umaprática desgastada e desarticulada de fazer educação escolar ese efetiva na história da educação brasileira, mostrando umnovo cenário no contexto educacional. O presente artigo seconstitui no resultado de estudos realizados durante oPrograma de Desenvolvimento do Paraná (PDE), tendo comoabordagem principal o estudo da modalidade de Educação aDistância e a formação do professor. Os objetivos destetrabalho foram: 1) apresentar as possibilidades de interaçãotecnológicas disponíveis nessa modalidade de ensino, 2)proporcionar um olhar diferenciado sobre o papel do professorfrente à educação, procurando entender como acontece aconstrução do conhecimento na modalidade de Educação a

__________________________________________________________________________________________1. Mestre em Midias e Conhecimento pela Universidade Federal de SantaCatarina, Especialista em Supervisão e Orientação Educacional pelaUniversidade Estadual de Ponta Grossa, Licenciada em Pedgogia pelaUniversidade Estadual de Ponta Grossa, Pedagoga Rede Estadual Pública doParaná, atuante na área da Equipe de Gestão Escolar no Colégio EstadualProfessor Colares, em Ponta Grossa, Pedagoga da Secretaria Municipal deEducação de Ponta Grossa – Escola Mul Guitil Federmann, concluinte do PDE2010 – Área: Pedagogia.2. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa,Especialista em Alfabetização pela Universidade Estadual de Ponta Grossa,Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa,Professora Assistente do Departamento de Educação da Universidade Estadualde Ponta Grossa. Diretora Adjunta do Setor de Ciências Humanas, Letras eArtes da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Orientadora PDE.

Distância e 3) entender qual a ação do professor-tutor nosambientes virtuais de aprendizagem. Nesse trabalho realizou-sereflexões sobre os pressupostos teóricos da EaD, Tutoriaonline e tutoria presencial, o aluno de EaD, Direitos Autoraispara a Internet, Ambientes de Aprendizagem, Blog e Moodle.Destacou-se a importância de trazer para o ambienteeducacional regular propostas que utilizem as tecnologias dainformação e comunicação como meio de interação tendo comobase a eficiência dessa prática, pautada na mediação nasleituras entre o consenso da comunidade educacional. Saviani(1985, p 77) valoriza e conceitua a educação como "umaatividade mediadora no seio da prática social global”. Nessaótica, há que se perceber que Saviani vislumbra no “professorum agente social ativo, comprometido politicamente com astransformações da sociedade”. Tais transformações necessitamde fundamentação teórica, argumentação, considerações quegarantam a transparência das ações, como dizia Paulo Freire,nada mais prático que uma boa teoria. Teorizar é iluminar aação, é decifrá-la, é aprender o movimento do real, portanto,algo por essência relacionado à prática.

Palavras chave: educação à distância, professor-tutor,processo educativo, o aluno de EaD, tecnologias educacionais.

Introdução

Pensar educação hoje, e o trabalho desenvolvido na

Educação à Distância significa redirecionar olhares para novas

possibilidades de ensinar e aprender, redefinindo papéis e

reorganizando a prática. Para tanto há necessidade de que os

envolvidos nesse processo sejam parceiros, protagonistas de

toda ação educacional, que percebam o processo educativo como

fonte infinita de conhecimentos e relações que se configuram

dia-a-dia no fazer pedagógico ressignificando o tempo escolar.

Conforme afirma Saviani (1994, p.24), “o trabalho

educativo é o ato de produzir, em cada indivíduo singular, a

humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo

conjunto dos homens”. Nesse entendimento, a categoria “tempo”

deve ser considerada com o fundamental nas rupturas

epistemológicas que se quer para o Ensino, pois ao

relacionarmos o tempo escolar às questões de humanização e de

alienação, estaremos construindo dialogicamente a direção de

uma prática educativa com maior qualidade e capaz de promover

a emancipação humana.

Assim, as problematizações relevantes desse estudo focam

questões da seguinte natureza: como organizar as atividades de

ensino aprendizagem na temporalidade da proposta educativa do

aluno de EaD, estruturando-as de forma a promover o desejo de

permanência do aluno no ambiente escolar? Quais as

contribuições que a proposta do Ensino à Distância traz para

uma melhor apropriação do conhecimento pelos alunos?

Contextualizando a Ead.

A educação em todas as modalidades deve contribuir para

tornar seus interlocutores autônomos em seu processo de

aquisição do conhecimento, portanto não podendo a Educação a

Distância estar desvinculada desse segmento permitindo hoje, a

educação se alicerçar em novas metodologias, concisas e

inovadoras, transformando efetivamente a proposta da concepção

de ensinar e aprender necessárias aos interlocutores da EaD. Educar é colaborar para que professores e alunos – nasescolas e organizações - transformem suas vidas emprocessos permanentes de aprendizagem. É ajudar osalunos na construção da sua identidade, do seu caminhopessoal e profissional - do seu projeto de vida, nodesenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e

comunicação que lhes permitam encontrar seus espaçospessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãosrealizados e produtivos. (MORAN, MASETTO, BEHRENS, p.232002).

O desenvolvimento da EaD, conta com muitas experiências de

formação inicial que se concretizam nos dias atuais, aliado

também ao desenvolvimento da formação continuada de

professores nessa modalidade de educação.

Diante da proposta educacional que se constitui a partir

da EaD, há necessidade de organizar idéias, criar processos

eficientes de planejamento, e profissionais dispostos a

reconstruir sua prática com olhos voltados a novas formas de

ensinar e aprender, e contar no meio educacional com as

tecnologias da informação e comunicação de forma crítica.

Compreender que os conteúdos estabelecidos pelas áreas do

conhecimento, assumam significados diferentes, que os erros

fazem parte de novas construções, da base de novos saberes,

que as rupturas nos auxiliam a direcionar um novo olhar para

velhas questões, e as contradições nos permitem construir a

internalização do conhecimento para torná-lo fonte de

promoção, pesquisa e desenvolvimento faz parte da cultura.

O conhecimento constitui-se de características dinâmicas,

inovadoras e não acontece linearmente, pois é produto do

conhecimento do mundo, estando a mercê de contribuições que se

constituíram em novas aprendizagens com uma forma peculiar de

se instaurar e organizar o meio a sua volta imersos nos

processos de evolução do mundo.

A organização do pensamento, aliado a experiências

palpáveis e observáveis estabelecem verdades suscetíveis a

mudanças, abrindo espaço para uma nova reorganização de idéias

onde se estabelece a possibilidade de reconhecer virtudes e

males do próprio conhecimento; pois nenhuma ação do pensamento

compactua com a neutralidade.

O conhecimento atual nasce de uma (re) descoberta deconceitos, ideias, valores e questionamentos quesofreram transformações profundas nas últimas décadas,aliadas às propostas tecnológicas, propondo novosesquemas mentais aliados a ferramentas até então nãopensadas pelo homem. Propondo a disseminação de uma novacultura [...] desfazer verdades, para descongelarentraves do processo de questionamento e inovação.(DEMO,1999, p. 18)

Percebe-se que o conhecimento é o ponto de partida para o

desencadeamento de toda nova postura e ação, para que não se

estabeleçam fins em si mesmo, mas sim uma postura crítica de

ver a realidade, pois o conhecimento é a própria inovação.

Para que ocorram transformações profundas na educação, as

tecnologias de informação e comunicação devem sair do papel de

simples material de apoio. É importante que estejam no centro

do processo educativo, como componentes essenciais e

estruturadores, como meio de interação, para ampliar e

aprofundar o seu uso, superando a corriqueira prática

instrumental que se faz delas (objetivos proposto pelo

Instituto Ayrton Senna – Brasil 2010).

Para acompanhar e compartilhar os avanços da sociedade da

informação há necessidade, entender que a educação conta com

instrumentos que colaboram para um aprendizado mais eficiente

e enriquecedor, que buscam a interação do indivíduo com a

aprendizagem, que as tecnologias da informação e da

comunicação e estão a serviço do fazer pedagógico.

Os ambientes de aprendizagem garantem formas inovadoras de

construir o conhecimento de acordo com a especificidade da

tarefa organizada pelo professor possibilitando assim uma nova

abordagem da educação realizada nos mais diversos espaços com

acesso a internet, indo mais além, na construção do trabalho

com a TV- pendrive, filmes e vídeos interativos com a

participação dos alunos, produções culturais e artísticas com

o apoio das diversas mídias. Pode-se constatar que as práticas

educativas através das mídias se bem escolhidas e planejadas

promovem a interação entre os indivíduos que através de

análise de conceitos fundamentais, aprofundam a compreensão, e

produzem novos conhecimentos diante de um clima de cooperação,

em rede.

A construção de espaços de aprendizagem em redes sociais,

contribuem para a pesquisa e aprimoramento da práxis. O

professor que busca novas formas de ensinar, alicerça sua

prática numa nova cultura e valoriza a apreensão de novos

conhecimentos redimensionando sua própria prática.

Quando se estuda a natureza da educação, embasados por

Saviani (1996, p. 145) sabemos que a educação é uma

característica do ser humano, portanto passa pela compreensão

da sua natureza, que é adaptada, modificada segundo suas

necessidades físicas e intelectuais, em consequência o saber

que interessa a educação é aquele que emerge do resultado da

aprendizagem ligado diretamente ao trabalho educativo.

Compreende-se então que o trabalho educativo parte de

competências do saber atitudinal – formados por processos

espontâneos e sistemáticos, do saber crítico-contextual –

tratando da compreensão do contexto e sua reflexão, dos

saberes específicos – ligados diretamente a sua área de

atuação, de saberes integrantes aos currículos escolares,

considerando seus elementos educativos, do saber pedagógico –

no qual se define a identidade do profissional da educação, o

saber didático-curricular – que considera a prática do ato de

ensinar, os procedimentos que envolvem sua dinâmica no espaço

e no tempo pedagógico.

Considerando a epistemologia da prática educativa, nesta

perspectiva ela assume um caráter mediador onde alunos e

professores participam igualmente da relação de saber da

prática social global.

O ponto de partida de ambos é a prática social.Entretanto, em relação a essa prática comum, o educador,de um lado, e o educando, de outro, se encontram emníveis diferentes de compreensão e, portanto de inserçãona prática social (SAVIANI, 1986, p.79-82)

A prática pedagógica em Educação a Distância não assume um

papel diferenciado, pois engloba em seu bojo diferentes formas

de relação com a educação, sendo diferente o espaço físico da

sala de aula, os muros que delimitam a escola, na relação com

o conhecimento, as formas de interação entre professores e

alunos, Moraes (1996, p. 68 apud OLIVEIRA), diz que:

É um novo modelo de escola que derruba suas paredes, quesalta além de seus muros, revelando um aprendizado semfronteiras, limites de idade, pré-requisitos

burocráticos, traduzindo uma nova relação de aberturacom a comunidade, e reconhecendo a existência de novosespaços de conhecimento. Uma escola sem paredes, uma“escola expandida”, que cria novos espaços deconvivência e aprendizagem.

A Educação a Distância surge com a necessidade de se

construir espaços e tempos diferentes de aprendizagem, pela

exigência da sociedade atual, trazendo mudanças no sistema de

ensino, na forma de ensinar, na abordagem didadico-

metodológica, nos meios e instrumentos disponíveis na

sociedade contemporânea. Essa modalidade de educação, sempre

esteve à mercê de muitos preconceitos, pois fazendo uso das

tecnologias educacionais acreditava-se que ela traria mudanças

na educação com o eficienticismo dos aparelhos e equipamentos,

supervalorizando os instrumentos com fins em si mesmos.

Oliveira (2000, p. 11) fala que para superar os diferentes

conceitos que acompanhavam as tecnologias educacionais,

caracterizada pela compreensão fragmentada da prática

pedagógica, e por um modelo adequado ao seu desenvolvimento,

passou-se a buscar uma nova conceituação de TE, tendo com

norteador filosófico uma escola melhor para as classes

trabalhadoras, vindo a contribuir com o processo de mudança da

escola brasileira, superando os modismos do senso comum e

sendo compreendida como fenômeno educativo, não na sua

superficialidade. Na década de 80 além das tecnologias

existentes, o computador passa a fazer parte desse ideário

educacional e políticas de informática educativa passam a ser

desenvolvidas no Brasil, sendo esse aspecto o salto

qualitativo para o desenvolvimento de políticas de educação à

distância.

Percebe-se aqui, estabelecido uma nova necessidade para a

EaD, que atenda as necessidades educativas, que viabilize a

inserção tecnológica e cultural e a mediação pedagógica, onde

o professor realmente desempenha seu papel fazendo a ponte

entre o aluno e a aprendizagem, o facilitador, o motivador

dessa aprendizagem.

Esse pensamento sintetiza a necessidade de visualizar

novas atitudes que se espera do professor e novos

comportamentos dos alunos e qual a forma mais adequada de

conceber as tecnologias nesse processo de aprendizagem que

busca a autoaprendizagem e alunos e professores parceiros na

construção do conhecimento. Para tanto, há que se conceber que

o professor que trabalha com a EaD, tem uma visão diferenciada

quando se refere a sua postura, aos encaminhamentos

metodológicos, a produção do material didático, ao trabalho em

equipe, pesquisas conjuntas, exigindo uma mudança de

comportamento, de mentalidade de valores e atitudes que

resultem na autonomia no exercício do trabalho docente.

Não se pode esquecer que as tecnologias somente terão

importância se forem adequadas para facilitar o alcance dos

objetivos da aprendizagem que se pretenda que alcance, as

técnicas não se justificam por si mesmas, por isso a ênfase no

trabalho do professor e estudos que organizem a formação

continuada, pois é o professor que ressignifica o conhecimento

da sala de aula e dá sentido a aprendizagem.

Existe a necessidade primeira de se pensar que os espaços

virtuais de aprendizagem estão postos para “educar para a

inovação” e não para propor a tecnologia apenas para inovar

velhos métodos. Desta forma, é preciso se pensar no papel do

aluno, do professor, da gestão desse conhecimento, do design

educacional e a gestão desses conhecimentos.

Deve fazer parte do compromisso educacional em EaD buscar

mecanismos de construir o conhecimento através de meios

interativos que preocupem-se com o ensinar e o aprender. Na

realidade, proporcionar formas de estudo, analisar ambientes

de aprendizagem digital, softwares, informações e

conhecimentos disponíveis na rede, torna as propostas em EaD

problematizadoras preocupadas em desenvolver a autonomia do

aluno e a busca do conhecimento que se apresenta em permanente

desenvolvimento.

Portanto o trabalho aqui proposto busca superar a lógica

da instrução programada, o trabalho individual, a distância da

comunicação estabelecendo uma interlocução com a prática

docente e, considerando essas questões há necessidade de

situar quem são os autores desse processo e como deve-se

perceber as novas reflexões para o aperfeiçoamento da prática

docente.

Os recursos de mídia e de internet devem propiciar a

leitura e interlocução entre os saberes oportunizando maior

interação entre as pessoas desse cenário que começa a ser

construído, se fazendo necessário consolidar as ideias

pedagógicas e sua realização, transformando a abstração em

ação, o design instrucional coloca a ideia em sua forma

concreta planejando virtualmente o que precisa acontecer entre

os agentes da aprendizagem, as formas de ensinar com as

condições que dispõe, estabelecendo a adequação de linguagens

que promova a educação permanente. Os recursos multimídia se

constituem como elemento básico nesse processo educativo que

se configura desde a sua concepção enquanto intenção de

estudo, precisa ser desenhada ao mesmo tempo em que se

determinam os objetivos para o desempenho eficiente das ações

que se propõe que o aprendiz desempenhe.

A cada proposta de estudo em EaD, há um projeto de

trabalho diferenciado para atender as suas especificidades e

com isso há atuações profissionais diferentes das conhecidas

na educação convencional. Temos aqui a presença da figura do

tutor e, a ele cabe a tarefa de esmiuçar o conhecimento

proposto, esclarecendo dúvidas, alinhavando saberes, com o

olhar voltado as questões que são próprias a EaD. O trabalho

da tutoria nasce a partir dessa nova necessidade, e precisa

ainda ser redimensionada, estudada e direcionada. Na

perspectiva Vygostskiniana o tutor age na zona de

desenvolvimento proximal, é um parceiro experiente, conhecedor

de seu trabalho enquanto mediador do processo de ensino e

aprendizagem, que procura envolver afetiva e intelectualmente

os aprendizes na descoberta do conhecimento sistematizado

minimizando as distâncias e tornando a educação coletiva,

compartilhada e articulada com o saber.

Na concepção de Leal (1998, p. 15) ainda preliminar por

não se ter uma experiência consolidada em EaD,

compreende que o papel do Tutor, enquanto categoriaacadêmica, baseada no compromisso com a formação dealunos que pensem e sejam capazes de discutir e elaborarconhecimento. [...]. Um tutor que compreenda o papel daUniversidade, num contexto a distância, como lócus dedebate, da criação, que se permita desconstruir ereconstruir significados na sua ação formativa e naconstrução do saber científico. Um tutor/educador capazde se indignar com a vulgaridade de propostasalienantes; capaz de elaborar um contradiscursoideológico que, sobretudo, seja aberto a mudanças, [...]com a formação de alunos críticos e sujeitos pensantes.

Dessa forma o tutor deve conhecer as técnicas específicas

da EaD, para atuar nessa modalidade de ensino, como também as

características desse aluno. O tutor é aquele que problematiza

a subjetividade dos fatos trazendo-os para reflexões práticas

e significativas que privilegiem a mediação pedagógica,

entendendo por mediação pedagógica, segundo Prado & Martins

(acesso em 10/05/2011)

a mediação pedagógica demanda do professor abertura paraaprender, flexibilidade e um postura reflexiva pararever constantemente a sua prática, bem como,criticidade e autonomia para relativizar suas intençõesem determinados momentos da interação. A mediação, sepauta na articulação dos princípios de ensino-aprendizagem e concretiza-se pelas constantes recriaçõesde estratégias durante a realização de um curso.

Nesse cenário o professor torna-se um pesquisador de sua

prática, reflete sobre ela e a reorganiza, pressupondo

mudanças no trabalho educativo, num papel de protagonista do

seu fazer docente, deixando de lado as abordagens da

racionalidade técnica e desvelando os saberes da racionalidade

crítica, permitindo assim construir a autonomia no processo de

educação, como forma de intervenção intencional no processo

educativo.

O professor tutor

O trabalho educacional tem sido constantemente ampliado

com o uso das tecnologias digitais, o limite do conhecimento é

a disponibilidade que cada pessoa tem para escolher sobre o

que deseja saber. O conhecimento propõe ao indivíduo novos

desafios para que possa superar as dificuldades; e o trabalho

de tutoria está em organizar, sistematizar, e estabelecer

significados entre o individuo e o conhecimento propondo um

intervalo de confiança e legitimidade entre esses dois pontos.

Neste contexto, cabe-se aqui adotar uma postura ética no

trabalho de tutoria capaz de permitir superar a distância para

alcançar a qualidade na abordagem dos conteúdos estudados

tornando os saberes mais próximos de seus interlocutores, em

como utilizá-los para realizar seus projetos pessoais e

profissionais. A ação tutorial não se baseia em propósitos

reducionistas, pois o limite do cyberespaço permite alcances

cada vez maiores e usuários com postura crítica.

O aluno que procura um curso em EaD busca dar sentido a

suas aprendizagens estabelecendo fronteiras com os valores

sociais, os quais se fazem presentes em sua caminhada, então

cabe ao tutor construir o compromisso de uma interface que

privilegie as relações interpessoais favorecendo os ambientes

internos e externos dessa modalidade de ensino.

Assim também o trabalho de tutoria deve buscar formar para

a responsabilidade social, para o avanço tecnológico, para a

convivência com a diversidade, a equidade, ao trabalho

coletivo e para as decisões coletivas estabelecendo um

consenso de responsabilidade no espaço de aprendizagem,

desempenhando seu papel profissional na sociedade, com

atitudes e valores éticos promovendo o sucesso dos seus

alunos.

O processo reflexivo deve se fazer presente na ação

tutorial, para que o tutor possa investigar sua prática,

estabelecendo um compasso entre as interações desafiadoras

responsáveis pela construção de estruturas do pensamento

aliadas as discussões e relações da vida prática adaptando os

indivíduos a formas diferenciadas de aprendizagem que

valorizam a capacidade de pensar, de descobrir, de

sistematizar, caracterizando um novo processo de apropriação

do conhecimento, de acordo com as necessidades que lhe são

inerentes.

Há portanto uma nova forma de pensar sobre o ensino e a

aprendizagem, pois propõe um clima de mudança que permita ser

o trabalho merecedor de atenção e respeito daqueles que estão

sob a tutela desse profissional, que se tornem coparticipantes

pelas relações que se estabelecem nesse ambiente que deve ser

altamente facilitador, emancipatório e solidário.

Pela própria caracterização da EaD, em que os alunos podem

organizar seu tempo e seu espaço de aprendizagem em seu

próprio ritmo, na relação de um para um, ou de um para muitos,

no espaço que julgar mais adequado, buscando sua interlocução

com o conhecimento, propõe-se um trabalho que permita a

liberdade, a cooperação e autonomia de assimilação de

conceitos que esse estudo seja o facilitador do interesse em

aprender.

Segundo Aretio (1996, p. 262) são características do

tutor, ter um profundo conhecimento em EaD e em sua área de

atuação; que as atribuições básicas profissionais que deve

desempenhar é muito similar em todos os sistemas de ensino

superior a distância que existem hoje, mas, estando ainda

indefinida sua identidade profissional dentro da carreira

docente. Defende que esse profissional é um agilizador que

influencia positivamente o processo de aprendizagem pois,

aproxima do aluno, que não tem a presença do professor para

orientá-lo em suas dificuldades, da compreensão do assunto a

ser estudado; dessa maneira o professor-tutor ajuda-o a

compreender os conteúdos que devem ser apreendidos por ele,

facilitando a compreensão da matéria; também assessora e

orienta sobre os recursos e estratégias de aprendizagens para

que tenha sucesso em seus estudos pondo o aluno em condições

de desenvolver suas capacidades de assimilação e

desenvolvimento do seu potencial.

Como competências específicas do professor-tutor definidas

pela UNED (Universidad Nacional de Educación a Distância –

Madrid) pode-se concluir que: o professor-tutor precisa dispor de conhecimentossuficientes das matérias que ministra, suasespecificidades no que se trata do domínio das técnicasapropriadas para o desenvolvimento das diversas formas eestilos de tutoria. O método tutorial se concebe em suasorigens como um sistema de educação individualizado emque se atende as características da personalidade doaluno dentro de um sistema de educação coletiva; oprofessor-tutor deverá esforçar-se em personalizar a eadmediante um apoio organizado e sistemático, quepossibilite o estímulo e orientação individual, afacilitação das situações de aprendizagem e a ajuda pararesolver as diferentes dificuldades apresentadas nosmateriais didáticos de apoio ao estudo independente;manter a motivação e fomentar a autoestima e suaspotencialidades. (ARETIO, 1996, p 264-266)

As competências comunicacionais se referem a situações

síncronas (acontecem em tempo real como nos chats,

videoconferências, webconferências e skipe, por exemplo) e

assíncronas (as discussões acadêmicas ocorrem em tempo

diferente, possibilitando aos interlocutores a reflexão sobre

os assuntos discutidos, como exemplos pode-se citar os

correios eletrônicos, fóruns, listas de discussão, entre

outros).

Competências profissionais, que são conquistadas através do

estudo, e ao desempenhar suas funções, aqui clareadas:

atuar como mediador, e conhecer a realidade dosestudantes sob sua orientação em todas as dimensões(pessoal, profissional, social, familiar, etc);expressar uma atitude de receptividade diante do aluno eassegurar um clima motivacional favorável aaprendizagem; oferecer possibilidades permanentes dediálogo, saber ouvir, ser empático e manter uma atitudede cooperação; introduzir estímulos e situações

instigantes para assegurar a atenção dos estudantes;usar exemplos ligados a situações reais de vida, paraque na aprendizagem intervenham aspectos pessoais eemocionais, de modo que ela não se restrinja apenas auma assimilação intelectual; considerar os conhecimentosteóricos e práticos que os alunos já possuem e aproximá-los de novos conhecimentos e informações de maneiraprogressiva e moderada; orientar os estudantes de modo aestimular a curiosidade pelo desconhecido e o interessepela pesquisa; oferecer oportunidades de participação,de reflexão e de tomada de decisões; propiciaratendimento individualizado e cooperativo, numaabordagem pedagógica que ponha à disposição do estudanteos recursos necessários para o alcance dos objetivos docurso. (MARINHO; RODRIGUES; SCHIMIDT, 2011 p. 39).

De acordo com as funções que o tutor deve desempenhar para

a Secretaria Estadual de Educação do Paraná segundo

Bortolozzo, Barros e Moura (2009):

se o tutor interage com os alunos, motiva, provêrecursos para auxiliar a aprendizagem, instiga para areflexão e a pesquisa, propõe atividades diversas queestimulem todos os processos cognitivos, articula teoriae prática, avalia a aprendizagem, então, ele exercefunção docente, ou seja, é professor. Por essa razão, aSEED optou pela terminologia professor-tutor.

As Diretrizes de EaD da SEED (Secretaria de Educação) do

Paraná:

a equipe de tutoria será responsável por mediar asdiscussões, orientar os cursistas, bem como contribuirpara o aprofundamento teórico, o encaminhamentometodológico e a avaliação das atividades. Tendo comoatribuições: articular com a coordenação de EaD asnecessidades de infraestrutura; esclarecer a respeito dadinâmica dos cursos; estabelecer colaborativamente adinâmica de trabalho entre a tutoria presencial e adistância; mediar, facilitar, orientar e buscarequilibrar os movimentos de aprendizagem oportunizadosnos diversos ambientes, tendo como referência o conteúdoespecífico do curso; encaminhar à Coordenação de EaD asdúvidas e situações que exijam alterações nodesenvolvimento dos cursos; monitorar e avaliar as

atividades propostas no curso; enviar à Coordenação deEaD os documentos e relatórios de caráter acadêmico eadministrativo decorrentes do processo de tutoria.

O respeito ao desenvolvimento do aluno, ajudando-o a

superar suas dificuldades, considerando-o em sua autonomia e

auxiliando-o em sua emancipação, manifesta um profundo

conhecimento do professor-tutor em sua ação pedagógica.

A ação tutorial em Educação a Distância se estabelece

conforme o design do curso que está sendo proposto, de acordo

com clientela a que se destina e pela intencionalidade de sua

ação. Segundo Mercado (1999, p 25) “é importante que os

futuros professores entendam que a inovação vem condicionada

ao enfoque metodológico que faz uso destes recursos

aproveitando suas novas possibilidades de trabalho”.

O aluno de EaD

As aprendizagens caracterizam uma nova etapa na vida dos

aprendizes, dando significado, sentido, estimulando a

capacidade de apropriação do conhecimento, propõe ao indivíduo

novas perspectivas no mercado de trabalho, portanto, o avanço

tecnológico acaba definindo o perfil dos profissionais

contemporâneos, onde se permita experiências diferenciadas

frente aos novos desafios que supram a necessidade dos

conhecimentos frente às inovações que acontecem dia a dia.

Na configuração desse novo paradigma requer perspicácia em

promover as aprendizagens que venham de encontro às ansiedades

dos alunos, mas é necessário saber e compreender para quem é

proposto a EaD, quem são os alunos que precisam trilhar esses

caminhos, propondo mais esse desafio ao professor-tutor no

intuito de conhecer sua clientela e estabelecer uma eficiente

comunicação síncrona assim como assíncrona.

O professor-tutor tem igual responsabilidade na formação

do aluno de EaD, juntamente com a instituição de ensino, com o

professor autor, coordenador de curso e com o próprio aluno.

Este, precisa ser pensando em duas dimensões distintas:

enquanto fazendo parte de um coletivo numa instituição de

ensino e como indivíduo participante de todo esse processo.

Num primeiro momento a EaD, veio para atender uma

clientela desprovida de condições econômicas e culturais, que

necessitava de formação para atender ao crescente mercado de

trabalho (cursos por correspondência), os avanços tecnológicos

sugeriram um contexto diferente para esse aluno que passou a

ser mais exigido e mais exigente porque está fazendo parte de

um mundo digital até então desconhecido para ele.

Diante dessa diversidade, o professor-tutor precisa

conhecer a realidade do seu aluno solicitando a ele um perfil

que dê “pistas” sobre sua pessoa, seus interesses, sua forma

de acesso a internet e conhecimentos básicos de informática,

quais concepções que tem sobre a educação em geral e a EaD,

qual o trabalho profissional que desempenha, sobre o que quer

e o que precisa aprender; nessa busca cabe também perguntas e

questionários que mostre seus estilos de aprendizagem para que

possa auxiliar o professor-tutor a esclarecer suas dúvidas e

fazer uma avaliação de seu desempenho menos subjetiva e mais

apoiada no seu próprio potencial.

Deve-se deixar claro para o aluno, qual o papel que a

tutoria desempenhará, e o da assistência técnica que o curso

oferece, para que sejam feitos as perguntas e solicitado

esclarecimentos aos profissionais responsáveis por cada setor

de organização do curso.

Cabe-se lembrar a concepção Antropologica de Paulo Freire

que diz que o homem é um ser curioso, um ser inacabado,

incompleto e inconcluso, portanto que precisa do outro, que é

um ser conectivo que compartilha com o outro e com o mundo “o

ser que está em constante evolução e em constante

transformação”. A curiosidade leva a leitura de mundo, este é

um princípio fundamental da teoria de conhecimento de Paulo

Freire, a segunda é a tematização que busca nos princípios

geradores dar sentido as palavras, a sua compreensão, ajuda a

descobrir significados, e a terceira é a problematização

momento culminante do método que traz a realidade para estudo

e intervenção, pensando sobre o que é possível fazer para

melhorar o positivo, que está ligado à teoria do conhecimento

e a antropologia. Compreender a proposta de educação de Paulo

Freire, significa humanizar, libertar de despertar o espírito

crítico, descobrir que aprender é possível ensinar.

Portanto há necessidade de trazer esses conhecimentos para

a EaD e enfatizar ao aluno, que um curso precisa de leituras

periódicas do material disponibilizado, e um programa de

estudos que devem ser cumpridos, e organizados pelo professor-

tutor que deve deixar claro que a disciplina é fundamental

para a apropriação dos conhecimentos que lhe serão propostos e

para a qualidade que o aluno busca em sua formação; e essa

qualidade está estreitamente relacionada com o seu papel ao

desenvolver os estudos.

O aluno online, por não ter “contato” com outros

parceiros, sente-se muito sozinho, por isso precisa

periodicamente da intervenção do professor-tutor para que não

desanime, para que faça parte de seu próprio processo de

formação e não se sinta abandonado, excluído, marginalizado. O

processo de interação precisa ser dinâmico, atuante, para que

as explicações da tutoria se consolidem, precisa desenvolver

uma comunicação eficiente com seus alunos, ajudando-os também

a organizar suas perguntas para que sejam bem esclarecidas.

Na busca de alternativas que auxiliem o aluno de EaD, o

professor-tutor precisa desenvolver uma relação interpessoal

positiva, convencendo o aluno que sua tarefa é de

descomplicar, desmistificar e propor possibilidades que deem

subsídios para que possa cumprir com êxito suas iniciativas e

experiências educacionais. A Universidade Estadual de Ponta

Grossa, tem por base o Curso de EaD que disponibiliza aos

alunos os princípios da interação, interatividade, cooperação

e autonomia.

Vivenciando uma prática em EaD.

Num estreitamento entre os estudos realizados e a prática

do professor procurou-se um fio condutor entre o fazer diário

da sala de aula associado à linguagem tecnológica, pois ao

conhecer algumas possibilidades oferecidas pelos meios

digitais, incorporadas ao fazer pedagógico, a busca pelo

conhecimento poderia se tornar um meio para desenvolver as

habilidades e competências necessárias tornando o conhecimento

interessante para o aluno e para o professor constituindo-se

em novas maneiras de ensinar e aprender, contribuindo dessa

forma para uma prática reflexiva. Percebe-se a importância do

professor reflexivo que construa aprendizagens no cotidiano do

fazer pedagógico pois, como afirma Perrenoud (2000, p 13):

“Todos nós refletimos na ação e sobre a ação, e nem por isso

nos tornamos profissionais reflexivos. É preciso estabelecer a

distinção entre a postura reflexiva do profissional e a

reflexão episódica de todos nós sobre o que fazemos.”A busca

de uma prática coerente com a teoria estabelece um canal de

comunicação proporcionando a eficácia do fazer didático; o

profissional reflexivo precisa a partir dessa premissa

reorganizar a ação como expressão de sua consciência

profissional.

A utilização dos meios digitais na educação possibilita

uma construção particular na relação do indivíduo com o

conhecimento, promove a autonomia e associação com outros

saberes que são próprios das experiências de cada um. Para

Mercado (p. 36, 1999) “a educação na maior parte das vezes não

estimula a capacidade da dúvida, da incerteza, a consciência

de que todo conhecimento é provisório, que está em contínuo

processo de criação e recriação”, portanto o compromisso está

em promover a construção do conhecimento, a discussão, a

argumentação em espaços educacionais que sejam apropriados ao

desenvolvimento desses fazeres, onde o aprender assume novos

significados que “passa a ser concebida como um processo de

apropriação individual” (MERCADO, 1999, p. 37).

O aspecto significativo dessa proposta está em aproximar

as tecnologias educacionais e a possibilidade de trazer para o

contexto da escola os saberes aqui estudados ampliando as

oportunidades dos professores e alunos em tornar a educação um

projeto de formação permanente, com o intuito de priorizar o

conhecimento. As reflexões encaminharam as ações a fim de

ultrapassar os conhecimentos cotidianos e reinventar uma forma

peculiar de propor as atividades escolares comuns as áreas de

ensino e/ou disciplinas curriculares, superando os entraves,

transformando as informações em conhecimento.

Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) tem o

compromisso de se tornarem cada vez mais interativas, de

facilitar a comunicação entre professores e alunos:

por ambientes podemos entender tudo aquilo que envolvepessoas, natureza ou coisas, objetos técnicos. Já ovirtual vem do latim medieval virtualis, derivado por suavez de virtus,força, potência. No senso-comum muitaspessoas utilizam a expressão virtual que designa algumacoisa que não existe [...] vem representando algo fora darealidade, o que se opõem ao real. Lévy (1996) em seulivro O que é o virtual? Nos esclarece que o virtual nãose opõe ao real e sim ao atual. Virtual é o que existe empotência e não em ato. Citando o exemplo da árvore e dasemente, Lévy explica que toda semente é potencialmenteuma árvore, ou seja, não existe em ato, mas existe em

potência. [...] o virtual faz parte do real, não seopondo a ele[...] (SANTOS, 2003, p. 2).

As plataformas virtuais de aprendizagem conferem

significados aos ambientes virtuais de aprendizagem. As

plataformas virtuais em software’s livres são: moodle, dekeos,

sakai, manhattan, bazaar, entre outras e as comerciais mais

conhecidas: teleduc, aulanet, ágora virtual, blackboard, etc.

Há muitas possibilidades de interação e diversas formas de

comunicação nesse ambiente.

Ao se pensar sobre a interação nos ambientes educacionais,

os blogs, embora inicialmente não tenham sido propostos para

isso, apresentam uma estrutura que pode ser considerada

pedagogicamente, pois permite um processo contínuo de

interação.

Estas ferramentas podem proporcionar situações dedebates escritos, discussão de ideias, complementação detemas e pesquisas sobre diferentes assuntoseducacionais, a partir dos textos lidos na partereferentes aos posts, ou até mesmo nos comentários. Alémdisto, o visitante do blog ao deixar um comentário, temseu e-mail ou seu site identificado, o que permite aoautor do weblog, comunicar-se com quem escreveu,propiciando assim, mais uma forma de interação. (FRANCO,2005).

Os weblogs, ou blogs, são um exemplo de comunicação

assíncrona, que seus usuários podem ter acesso pela internet,

suas ferramentas são de fácil utilização e suporta o código

HTML, hoje, é utilizado por uma gama muito grande de

profissionais de várias áreas, podendo ser classificados como

blogs pessoais, profissionais, ajudando a construir espaços de

interação.

Frente aos estudos realizados e como a proposta da

implementação do Progama de Desenvolvimento da Educação, os

professores do Colégio Estadual Professor Colares, construíram

seu Blog, observaram as possibilidades pedagógicas das listas

de discussão, da Wikipédia, fóruns virtuais e a plataforma

moodle.

Considerações Finais

Ao se analisar as situações de ensino e aprendizagem

pode-se perceber claramente que o papel dos atores desse

processo muito se assemelha a prática diária da aprendizagem

presencial, considerando o comprometimento, e postura diante

de ações inerentes ao ensino. A qualidade do trabalho

desenvolvido nessa modalidade de educação requer competência,

respeito e intencionalidade no fazer pedagógico para gerar

atitudes de consciência participativa no dia a dia.

Percebe-se, nesta proposta uma possibilidade de tornar o

aluno autônomo em seu processo de conhecimento, que contribua

para a universalização da qualidade de ensino minimizando as

desigualdades sociais.

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