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O IMPACTO DA INSALUBRIDADE SOBRE A PRODUTIVIDADE DE
COLABORADORES NA ATIVIDADE DE INSPEÇÃO DE CONCRETOS
ARRUDA, María Teresa;1
CAVALCANTI, Matheus;2
DANTAS, Paulo Antonio;3
SANTIAGO, Hendrio Hennrique4
ALMEIDA,Diogo André5
LÉLLIS, Jimmy de Almeida6
RESUMO
As empresas atuantes na área de análise da qualidade einspeção de concreto têm papel essencial na regulamentação ecertificação de projetos e utilização do material inerente aosetor da construção civil. É visível que a insalubridade e ascondições de trabalho estão diretamente relacionadas aosníveis de produtividade das organizações que trabalham nainspeção. Com isso, o artigo tem o objetivo de responder comoa insalubridade influencia na produtividade de empresas dosegmento de inspeção de qualidade de concretos no município deJoão Pessoa. Neste artigo utiliza-se uma abordagem quali-quantitativo, com a análise dos dados coletados através daobservação e do questionário, aplicado a seis colaboradores,no qual dois coordenadores e quatro funcionários, comperguntas fechadas, utilizando para tanto a escala de likert.A análise do conteúdo aponta que a empresa estudada tem grande1 Graduanda do curso de Bacharelado em Administração do IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.2 Graduando do curso de Bacharelado em Administração do IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.3 Graduando do curso de Bacharelado em Administração do IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.4 Graduando do curso de Bacharelado em Administração do IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.5 Graduando do curso de Bacharelado em Administração do IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.6 Professor Dr. Orientador do IFPB – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.
2
preocupação relacionada à insalubridade e que os colaboradorestêm a consciência dos aspectos prejudiciais à exposição dosfenômenos nocivos a saúde. A investigação vem a contribuir, apartir dessa reflexão, sobre a questão da insalubridade sobrea produtividade, para pesquisas futuras relacionadas àinspeção de qualidade de concretos.
Palavras chave: Insalubridade. Produtividade. Inspeção de concretos.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................3
2 INSALUBRIDADE....................................................52.1 Nr-15..........................................................7
3 PRODUTIVIDADE....................................................94 INSALUBRIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL...............................10
5 INSALUBRIDADE E PRODUTIVIDADE NO LABEME.........................115.1 Quanto ao ruído...............................................12
5.2 Quanto ao calor...............................................126 METODOLOGIA.....................................................13
7 ANÁLISE DOS DADOS...............................................138 CONCLUSÃO.......................................................19
REFERÊNCIAS.......................................................21
3
1. INTRODUÇÃOA Revolução Industrial foi um marco na sociedade, o avanço
da tecnologia que ocorreu no século XVIII deu origem a uma
nova configuração nas relações de trabalho. Seu impacto é
perceptível ainda nos dias de hoje, porém, vale ressaltar que
muitas das conquistas alcançadas pelos trabalhadores daquela
época serviram de base para a configuração das leis
trabalhistas atuais. Juntamente com os ganhos e avanços para a
sociedade durante a atividade industrial na época de
Revolução, surgiram problemas relacionados às condições de
trabalho. Não havia a preocupação com as condições de
trabalho, em especial da insalubridade dos operários das
4
fábricas, e esse fator sempre permeou muitas discussões dentro
do ambiente fabril. O termo insalubridade começou a ser usado
na atualidade para identificar as más condições de trabalho
que podem ser diferentes das existentes no início da
Revolução, mas não deixam de ser possivelmente prejudiciais ao
trabalhador.
Segundo Saliba e Corrêa (2011), o termo insalubre,
originário do latim, significa aquilo que causa doença, e
insalubridade é a qualidade de insalubre. No Brasil,
considera-se trabalho insalubre, de acordo com a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) através do art. 189, a atividade
que expõe o trabalhador a condições prejudiciais à saúde em
índices acima dos considerados tolerantes, em razão da
natureza e intensidade do agente de insalubridade e do tempo
de exposição exigido pela atividade. Ou seja, aquele
trabalhador que executa uma atividade que possui algum fator
prejudicial à saúde e está exposto a ela com uma intensidade e
tempo acima do tolerável, possui um trabalho considerado
insalubre.
As condições e índices de tolerância à exposição de
agentes insalubres são regulamentados pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE). O MTE instituiu 36 normas
regulamentadoras (NR) e 14 anexos, onde a NR-15 trata das
atividades e operações insalubres.
As empresas de todo o país estão sujeitas as normas
regulamentadoras da NR-15, em se tratando de insalubridade, e
as demais normas regulamentadoras das condições de trabalho
5
instituídas pelo MTE. Não é diferente nas empresas paraibanas,
onde a fiscalização das condições de trabalho também estão
sujeitas às normas do MTE.
No ambiente da construção civil os direitos do empregado,
os deveres do empregador e as normas de saúde e segurança do
trabalho são encontrados numa cartilha construída pelo
Ministério Público do Trabalho, através da Procuradoria
Regional do Trabalho da 1ª Região.
A inspeção de qualidade em concretos é uma atividade de
grande importância para a sociedade, principalmente no que diz
respeito à segurança que essa inspeção trará as obras da
construção civil. Tal atividade possui agentes de
insalubridade devido aos aspectos que são inerentes à
atividade, como a exposição do trabalhador à poeira do cimento
e às condições térmicas existentes na execução da atividade.
A produtividade no ambiente da construção civil é algo
que está associado ao trabalho desde seu início. Com a chegada
da era industrial e com os estudos relacionados a essa
temática, a produtividade neste segmento se tornou uma
variável ainda mais importante para a administração e passou a
ganhar atenção especial dos gestores.
A inspeção de concreto no Brasil começou a se modernizar a
partir dos anos 50 com os grandes investimentos tecnológicos e
científicos que ocorreram no país naquela época. Nesse período
da história, o controle de qualidade do concreto era feito de
forma descontinuada, muitas vezes somente após erros serem
detectados em alguma estrutura. Em 1957, a Petrobras iniciou a
6
construção da sua maior refinaria e beneficiou-se da
tecnologia de inspeção científica do concreto utilizado na
obra, sendo um marco histórico na vistoria de estruturas no
Brasil. Na década de 1970 foi criado o Inmetro (Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), com o
objetivo de fortalecer as empresas nacionais, buscando
aumentar a sua produtividade por meio da adoção de mecanismos
destinados à melhoria da qualidade. Esse instituto passou a
credenciar empresas de inspeção de concreto do país, dando
mais credibilidade aos serviços prestados. Os ambientes onde
acontecem os testes de inspeção muitas vezes são considerados
insalubres, boa parte disso se deve a alguns materiais que
necessitam estar submetidos a condições ambientais reais para
serem verificados de forma eficiente.
No contexto de atividades insalubres é visível que a
insalubridade e as condições de trabalho estão diretamente
relacionadas aos níveis de produtividade da organização. E não
é diferente quando se trata do ramo de inspeção de qualidade
de concretos, onde muitas vezes os colaboradores são
submetidos a situações laborais desfavoráveis, prejudicando
assim sua capacidade produtiva. Partindo da hipótese que
trabalhos considerados insalubres proporcionam maior
dificuldade em sua execução e que essa dificuldade atrapalha a
atividade, este presente estudo tem o intuito de responder o
seguinte questionamento: Como a insalubridade influencia na produtividade
de empresas do segmento de inspeção de qualidade em concretos no município de
João Pessoa?
7
Portanto, neste cenário, tem-se o objetivo de analisar o
impacto da insalubridade na produtividade de empresas de
inspeção de concretos no município de João Pessoa, através de
um estudo de caso.
Essa pesquisa tem grande relevância para os pesquisadores,
pois vai ajudá-los a aprofundar seus conhecimentos sobre a
insalubridade e produtividade, ajudando-os a aprender mais
sobre esses assuntos em uma atuação prática. Para a academia,
essa pesquisa é importante, pois vai verticalizar estudos
sobre insalubridade e produtividade, aumentando a literatura
sobre esses assuntos, aglutinando o trinômio
produtividade/construção civil/qualidade aplicada a inspeção
do concreto. Para a empresa essa pesquisa explicita a
influência que a insalubridade tem nas atividades de inspeção
de concreto. Para a sociedade tal pesquisa propiciará a
disseminação de conhecimentos sobre os aspectos de
insalubridade aplicados à inspeção de qualidade em concretos.
2. INSALUBRIDADE
Muito se fala no mundo do trabalho sobre a insalubridade, na
maioria das vezes referindo-se ao acréscimo salarial existente
em casos de atividade insalubre. Compreender o que vem a ser
insalubridade, como se caracteriza e quais são os seus agentes
é de fundamental importância para as organizações, pois
somente a partir do conhecimento sobre o tema se é possível
desenvolver ações para neutralizar a insalubridade e proteger
o colaborador.
8
De acordo com Saliba e Corrêa (2011), insalubre é o termo
que se dá a um agente que possa trazer doença ao indivíduo, no
ambiente do trabalho a insalubridade se caracteriza por uma
atividade que exponha o trabalhador a agentes nocivos à sua
saúde. O grau de insalubridade da atividade será definido de
acordo com a intensidade da exposição e o período de tempo em
que o trabalhador está exposto ao agente insalubre.
No Brasil, o aspecto da insalubridade no ambiente de
trabalho é uma preocupação que está presente tanto no ambiente
empresarial quanto nos órgãos do poder público. A Constituição
Federal dispõe sobre a atividade insalubre no artigo 7º,
inciso XXIII: “Adicional de remuneração para as atividades
penosas, insalubres ou perigosas na forma da lei.” Nesse
artigo, a Constituição fala sobre um adicional de remuneração
que será pago ao trabalhador que execute uma atividade
insalubre reconhecida na forma da Lei.
Existem parâmetros que definem as atividades consideradas
insalubres, levando em consideração a intensidade e período de
tempo da exposição do trabalhador ao agente insalubre. Segundo
Saliba e Corrêa (2011), existem três classificações para os
agentes agressivos que podem levar o trabalhador a adquirir
doenças do trabalho.
São eles:
Agentes físicos – ruído, calor, radiações, frio,
vibrações e umidade;
Agentes químicos – poeira, gases e vapores, névoas e
fumos;
9
Agentes biológicos – micro-organismos, vírus e
bactérias.
Nesse contexto, o presente estudo será focado nos agentes
físicos, mais precisamente em ruído e calor.
A partir desses fatores é que os índices de tolerância aos
agentes insalubres foram desenvolvidos. De acordo com Saliba e
Corrêa (2011), esses fatores representam um valor numérico
limite, sendo esse índice um número abaixo do qual o
trabalhador poderá operar sem ocorrer o risco de contrair uma
doença laboral.
O grau de insalubridade é definido pela norma
regulamentadora NR-15, o quadro abaixo apresenta a relação
entre os níveis de tolerância aos agentes insalubres e o
percentual de insalubridade existente sobre eles.
Quadro 1 – Definição de grau de insalubridade
ATIVIDADES OU OPERAÇÕES QUE EXPONHAMO TRABALHADOR A...
PERCENTUAL
1 – Níveis de ruído contínuo ouintermitente superiores aos limitesde tolerância fixados no Quadroconstante no Anexo 1 e no item 6 domesmo anexo.
20%
2 – Níveis de ruído de impactosuperiores aos limites de tolerânciafixados nos itens 2 e 3 do Anexo 2.
20%
3 – Exposição ao calor com valoresde IBUTG superiores aos limites detolerância fixados nos Quadros 1 e2.
20%
4 – (Revogado pela Portaria MTE nº 3.751, de23 de novembro de 1990) 5 – Níveis de radiações ionizantescom radioatividade superior aoslimites fixados neste Anexo.
40%
6 – Ar comprimido. 40%
10
7 – Radiações não-ionizantesconsideradas insalubres emdecorrência de inspeção realizada nolocal de trabalho.
20%
8 – Vibrações acima dos limitesestabelecidos pelas ISO 2631 e 5439ou suas substitutas.
20%
9 – Frio considerado insalubre emdecorrência de inspeção realizada nolocal de trabalho.
20%
10 – Umidade considerada insalubreem decorrência de inspeção realizadano local de trabalho.
20%
Fonte. SALIBA E CORRÊA (2011, pág. 18)
2.1 Nr-15
A regulamentação jurídica sobre os aspectos da
insalubridade foi construída pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (TEM), que instituiu a NR-15 como norma
regulamentadora da insalubridade, através da Portaria nº
3.214/1978. Sendo uma atividade caracterizada como insalubre
apenas se o agente causador da insalubridade estiver
caracterizado pela NR-15.
Qualquer interessado poderá ter acesso às normas
existentes na NR-15, que pode ser encontrada no portal do TEM.
Neste subtópico serão apresentadas as diretrizes gerais da
norma regulamentadora, com um foco especial nos agentes
insalubres que se enquadram na realidade da empresa de
inspeção de qualidade em concretos estudada.
De acordo com o texto da NR-15, são consideradas
insalubres as atividades que se desenvolvem acima dos limites
de tolerância estabelecidos em certas atividades estabelecidas
11
pela norma e através de laudo comprovado por meio de inspeção
no local de trabalho.
A respeito da delimitação dos limites de tolerância, o
item 15.1.5 da NR-15 estabelece que: “entende-se por “Limite
de Tolerância”, para os fins desta Norma, a concentração ou
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o
tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do
trabalhador, durante a sua vida laboral.”.
A NR-15 possui anexos que delimitam os índice de
tolerância para cada agente causador de insalubridade. Como
dito anteriormente, os agentes causadores de insalubridade
podem ser de origem física, química ou biológica, existindo
vários itens dentro de cada grupo. Para cada item a Norma
apresenta um anexo delimitando os índices de tolerância e o
tempo permitido de exposição do agente ao trabalhador.
Para os fins deste estudo existem dois aspectos que
condizem com a realidade da empresa de inspeção de qualidade
de concretos abordada, que são o calor e o ruído presentes no
ambiente de trabalho. Os quadros abaixo foram retirados dos
Anexos da NR-15 e correspondem aos agentes causadores de
insalubridade: ruído e calor.
Quadro 2 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou
intermitente
NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL8586878889
8 horas7 horas6 horas5 horas
4 horas e 30 minutos
12
9091929394959698100102104105106108110112114115
4 horas3 horas e 30 minutos
3 horas2 horas e 40 minutos2 horas e 15 minutos
2 horas1 hora e 45 minutos1 hora e 15 minutos
1 hora45 minutos35 minutos30 minutos25 minutos20 minutos15 minutos10 minutos8 minutos7 minutos
Fonte. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-15 – Atividades e operações
insalubres. Anexo 1. Brasil: D.O.U. 08/06/1978. (atualizado em 01.02.2011)
O Anexo nº 1 da NR-15 apresenta os níveis de ruído em
decibéis, o Item 2 do Anexo define que “os níveis de ruído
contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB)
com instrumento de nível de pressão sonora operando no
circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta
(SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador.” Definidos os níveis de ruído, a coluna da
direita delimita o tempo limite de exposição do trabalhador a
cada nível de ruído. Dados de formas decrescente o Anexo
apresenta o tempo que o trabalhador pode ficar exposto ao
nível de ruído sem proteção auricular.
Quadro 3 – Limites de tolerância para exposição ao calor
REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COMDESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE
TRABALHO (por hora)
TIPO DE ATIVIDADE
LEVE MODERADA PESADATrabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
13
45 minutos trabalho / 15 minutosdescanso 30,1 a 30,5 26,8 a
28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho / 30 minutosdescanso 30,7 a 31,4 28,1 a
29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho / 45 minutosdescanso 31,5 a 32,2 29,5 a
31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho sem aadoção de medidas adequadas de
controle
acima de32,2
acima de31,1
acima de30,0
Fonte. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-15 – Atividades e operações
insalubres. Quadro nº 1 do Anexo 3. Brasil: D.O.U. 08/06/1978. (atualizado
em 01.02.2011)
A NR-15 determina que os instrumentos utilizados para a
medição da temperatura são: o termômetro de bulbo úmido
natural, termômetro de globo e o termômetro de mercúrio comum,
e a exposição ao calor deve ser avaliada segundo o “Índice de
Bulbo Úmido Termômetro de Globo” – IBUTG. Os cálculos desse
índice levam em conta se o ambiente é interno ou externo sem
carga solar e os ambientes externos com carga solar. O Quadro
apresenta os tempos limites de trabalho e descanso em relação
aos índices de exposição ao calor, considerando as
classificações de atividades entre leve, moderada e pesada.
3 PRODUTIVIDADE
A produtividade é um conceito muito utilizado atualmente.
Porém, essa palavra ganha conceitos diferentes dependo da área
onde ela esta sendo empregada. Para contadores, economistas,
políticos e engenheiros a produtividade pode representar
diferentes coisas. Para administração não é diferente, esse
termo pode ser usado para traduzir diferentes situações. Na
área administrativa, a produtividade pode estar ligada ao
número de peças produzidas em um determinado período de tempo
14
com uma pré-estabelecida quantidade de capital, pode ser uma
produtividade parcial ou total, pode estar ligada ao número de
vendas ou ainda pode ser determinada pela eficiência de um
serviço.
“A produtividade é a capacidade de produzir ou o estado em
que se dá a produção” (CONTADOR, 2010). A partir do conceito
dado percebemos que essa palavra está ligada diretamente ao
resultado alcançado pela organização. Por exemplo, segundo
Contador (2010, pag.107), “a produtividade da empresa é
relação entre o faturamento e os custos respectivos.” A
produtividade é um fator que consegue alavancar qualquer
empresa, pois esse conceito está diretamente ligado ao
controle e otimização dos custos. Não por acaso é muito comum
que organizações tenham um setor específico para lidar com
variáveis que venham atrapalhar a produtividade naquela
empresa.
Além de combater variáveis que atrapalham a produtividade,
existe um preocupação em aumentar cada vez mais a
produtividade. Independente de como a produtividade possa ser
medida, o grande objetivo das organizações é sempre aumenta-lá
para atingir números de produção cada vez melhores. Segundo
Contador (2010, pag.108), “[...] o aumento da produtividade é
alcançado por meio de técnicas de estudo de métodos de
trabalho, que conseguem fazer com que o operário produza mais
eficientemente, fatigando-se menos”. Essas técnicas são
bastante variadas, já que na maioria das vezes o tipo de
negócio ou atividade é que vai dizer quais os métodos que
serão utilizados para o crescimento da produtividade.
15
Outro fator que está intimamente ligado à produtividade é a
qualidade. Não adianta os funcionários produzirem de forma
mais eficiente se o produto ou serviço tem uma baixa
qualidade. O baixo nível de qualidade, seja na operação ou no
produto em si, vai gerar trabalhos e retrabalhos indesejados
para consertar os erros existentes. A qualidade está
fortemente ligada à produtividade, pois de acordo com Contador
(2010, pag. 111) a produtividade “aumenta à medida que aumenta
a qualidade, já que com isso há menos retrabalho, ou seja, não
há tanto desperdício”.
A produtividade é uma variável muito importante na produção,
pois ela ajuda a empresa a alcançar o sucesso organizacional a
partir da redução dos custos, aumento no número de peças
produzidas ou de serviços realizados, e aumento na qualidade
dos produtos e serviços realizados. Além disso, a
produtividade ainda aumenta a competitividade de qualquer
organização. “Operar em alta produtividade é condição para a
empresa obter vantagens competitivas em prazo de entrega, em
variedade de modelos, em novos modelos e etc”. (CONTADOR,
2010).
4 INSALUBRIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A construção civil é uma atividade que faz parte da
história da humanidade, desde a antiguidade o ser humano
constrói suas próprias residências ou locais de comércio. Essa
atividade evoluiu através dos tempos e hoje estamos no mais
avançado estágio de evolução dessa prática, pelo menos no que
é condizente com tecnologias e maneiras de execução. Porém,
16
mesmo sendo uma atividade indispensável para a raça humana, a
construção civil sempre apresentou aspectos de dificuldade em
suas operações, e estas condições levaram a construção civil a
ser vista com uma operação insalubre.
A construção civil envolve uma série de atividades, que
podem ou não expor o empregado a condições insalubres, e
promover o uso de equipamentos de proteção individual que
eliminem ou reduzam a insalubridade dentro dos limites de
tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Nas operações de obras de alvenaria nem sempre são
desempenhadas atividades de risco a saúde. Entretanto, na
maioria das vezes, é quase inevitável a eliminação de ameaças
à saúde dos funcionários (pedreiros, ajudantes etc). Dentro da
construção civil poderemos perceber vários riscos no que diz
respeito a insalubridade. O ruído, que com a utilização de
protetor auricular pode ser amenizado, se dá através de
equipamentos com alto índice de barulho como o exemplo da
serra circular ou a betoneira que são utilizados pelos
profissionais da área para a execução de suas atividades.
Outro fator nocivo a saúde, e pouco abordado pelos técnicos, é
a poeira sílica. É um tipo de substância que vem do cimento,
da varredura a seco, das atividades de serrar e cortar,
movimentar materiais e cargas, perfurar, talhar, através do
jato abrasivo de concreto ou até mesmo da areia (NETO L L.,
1995). É algo inerente à atividade do pedreiro, e pode ser
amenizado com o uso do EPI respiratório, como a máscara.
A conscientização no uso dos equipamentos por parte dos
profissionais da área da construção civil, pode eliminar ou
17
amenizar os danos motivados a constante exposição à condições
insalubres de trabalho. Porém protetores como a máscara, são
pouco utilizados. Normalmente vemos a utilização de botas,
luvas, capacetes, protetores auriculares, botinas e macacões.
Com isso, fica evidente a que é praticamente improvável
que o trabalhador da área de obras de alvenaria, esteja
completamente protegido de situações que venham a causar danos
a sua vitalidade. Isso é um assunto que deve ser discutido
constantemente, devido a sua importância.
5 INSALUBRIDADE E PRODUTIVIDADE NO LABEMEBusca-se neste presente trabalho mostrar como os aspectos
insalubres podem atrapalhar a produtividade de um Laboratório
de Ensaio de Materiais e Estruturas. Esta empresa tem como
principal atividade a inspeção de qualidade em concretos. Tal
tarefa é considerada bastante dura e possui muitas
características de insalubridade.
Nesse sentido, a insalubridade no LABEME foi abordada
dentro de duas principais perspectivas:
o Quanto ao ruído;
o Quanto ao calor.
5.1 Quanto ao ruídoApós a fase de dosagem, onde a quantidade de cada
material a ser usado na mistura para a fabricação do concreto
é definida, serão feitos os testes no produto. E para os tais,
é necessário fabricar alguns corpos de prova com as
18
especificações que foram previamente descritas. Essa
fabricação é feita pelos colaboradores no próprio laboratório,
e durante esse processo as máquinas misturadeiras emitem um
ruído alto e contínuo.
Os pontos 5 e 7 do Anexo 1 referentes a ruído contínuo ou
intermitente da Norma Regulamentadora-15, definem que: não é
permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 decibéis
para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos; e,
as atividades ou operações que exponham os trabalhadores a
níveis de ruído contínuo ou intermitente, superiores a 115
decibéis, sem proteção adequada, oferecerão risco grave e
iminente.
Segundo Saliba e Corrêa (2011), pode-se controlar o ruído
de três formas: na fonte, na trajetória e no homem. No
contexto do LABEME, uma das saídas é o uso de protetores
auriculares para diminuir a intensidade do ruído percebido
pelos colaboradores. Porém, não há a utilização de protetores
auriculares no LABEME, o que, em longo prazo, pode vir a
prejudicar a saúde do colaborador que opera as misturadeiras.
Também não há uma fiscalização por parte dos gestores do
LABEME quanto a essa ausência de proteção especificamente.
5.2 Quanto ao calorAs únicas áreas do LABEME que possuem condicionadores de
ar são os escritórios para recebimento de pedidos e elaboração
de laudos. Sendo assim, todos os outros setores do laboratório
estão sob temperatura ambiente, muitas vezes desagradável,
19
podendo influenciar negativamente na realização do trabalho e
se tornando mais um fator de insalubridade.
De acordo com Saliba e Corrêa (2011), a insalubridade por
calor só poderá ser eliminada mediante ações aplicadas no
ambiente laboral ou reduzindo o tempo de permanência dos
colaboradores no ambiente. De acordo com a Norma
Regulamentadora–15, as atividades exercidas no LABEME durante
o processo de teste de qualidade são classificadas como leves.
E para essa classificação, o limite de temperatura definido é
de até 30°C. Os colaboradores do LABEME são treinados de
maneira a usarem os equipamentos de proteção individual, mas
segundo Saliba (2011, pág. 63), “a neutralização por meio de
EPI’s não ocorre, pois não é possível determinar se estes
reduzem a intensidade do calor a níveis abaixo dos limites de
tolerância conforme prevê o artigo 191 da Consolidação das
Leis do Trabalho”.
Uma solução viável e de fácil instalação no LABEME seria a
instalação de exaustores para auxiliar a circulação de ar
nesse ambiente laboral de forma a diminuir ou eliminar o
desconforto térmico sentido pelos colaboradores.
6 METODOLOGIA
O processo de levantamento de informações pelo qual passou o
estudo de caso que originou o presente artigo e os demais
pontos levantados posteriormente é definido como a metodologia
a ser adotada neste estudo. Com base nos parâmetros
encontrados na literatura, nossa metodologia de pesquisa é,
quanto à sua natureza, uma pesquisa aplicada, que parte das
20
características levantadas na empresa estudada e procura
soluções para os problemas nela encontrados.
O presente estudo quanto à forma de abordagem é quali-
quantitativo. Quanto aos objetivos configura-se como uma
pesquisa descritiva e exploratória. Quanto aos procedimentos
técnicos, é uma pesquisa bibliográfica, de campo e estudo de
caso. O levantamento dos dados foi realizado através de
pesquisa bibliográfica e do estudo de caso realizado numa
empresa de inspeção de qualidade em concretos do estado da
Paraíba. Por ser resultado de um estudo de caso, a presente
pesquisa segue o método indutivo, baseado na observação dos
aspectos da organização para, a partir disto, responder a
questão problema levantada: Como a insalubridade influencia na
produtividade de empresas do segmento de inspeção de qualidade
em concretos no município de João Pessoa? As estratégias de
coleta de dados utilizadas foram partindo da amostra não
probabilística intencional, que é a empresa de inspeção de
qualidade em concretos, onde tiveram foco na visão dos
gestores e colaboradores. Os dados foram coletados através da
observação e do questionário com perguntas fechadas e de
aplicação, utilizando para tanto a escala de Likert.
7 ANÁLISE DOS DADOS
Para responder aos questionamentos levantados na
problemática do presente artigo fez-se uso do questionário,
instrumento de coleta de dados que permite ao pesquisador
obter as respostas que o auxiliaram a atingir seus objetivos
de pesquisa.
21
O questionário utilizado neste artigo foi baseado na
escala de Likert, que mede o grau de concordância do
entrevistado a cada afirmação. No questionário utilizado, cada
item Likert vem seguido das opções: discordo totalmente,
discordo, indiferente, concordo e concordo totalmente; dentre
estas opções o respondente irá marcar àquela que reflete a sua
opinião a cerca da afirmação. O questionário, disponível no
anexo 1, foi dividido em dois grupos de afirmativas, estas
afirmativas estão agrupadas de acordo com o agente causador de
insalubridade, foco do presente estudo, e contém itens de
percepção e ação quanto ao assunto, com o objetivo de
identificar o nível de concordância do respondente à cada
afirmação.
O questionário foi aplicado a seis funcionários do
laboratório de inspeção de qualidade em concretos, sendo
divididos em duas categorias: dois dos respondentes ocupam o
cargo de coordenadores do laboratório e os demais atuam na
atividade de inspeção propriamente dita. Ressaltando que
dentre os dois coordenadores, apenas um também atua na
atividade de inspeção de concretos, sendo o outro coordenador
o responsável administrativo pelo laboratório. Os respondentes
receberam instruções de marcar um dos itens que representa o
seu nível de concordância em relação a cada afirmação. Estes
itens foram divididos em dois grupos, referentes aos agentes
causadores de insalubridade calor e ruído, como estão
inseridos no ambiente da empresa e seus reflexos nos
trabalhadores. Os dados obtidos foram agrupados para
possibilitar uma visão comparativa entre a perspectiva dos
22
coordenadores e demais colaboradores. O resultado do
levantamento de dados pode ser compreendido a seguir.
Gráfico 1 – Grupo 1 - Calor - Percepção.
0% 0% 17%67%
17%0% 8% 8%50% 33%
Grupo 1 - Calor - Percepção
Gestores Colaboradores
Fonte: Pesquisa própria, 2013.
O gráfico apresenta a junção dos itens do primeiro grupo
de questões, referente ao agente causador de insalubridade
calor, sendo analisados sob o olhar de percepção dos
colaboradores e gestores. Foram três afirmativas relacionando
o calor e seus reflexos no ambiente de trabalho. A primeira
afirmativa dizia que: “O calor excessivo no ambiente de
trabalho influencia negativamente a realização das atividades,
pois causa desconforto e cansaço nos colaboradores.” A segunda
afirmativa dizia que: “Na atividade de testes de qualidade em
concretos o colaborador que permanece muito tempo exposto ao
sol, ou em ambientes quentes e sem ventilação, tende a sentir
maiores dificuldades na execução de suas funções”. Com o
intuito de identificar como o funcionário age na situação de
calor excessivo a terceira afirmação traz que: “Ao longo do
dia de trabalho na nossa empresa os colaboradores percebem
que, se permanecerem durante muito tempo num ambiente abafado
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(inspeção de concretos), surge a necessidade de parar de
produzir para se recuperar do cansaço”. De acordo com as
respostas obtidas e apresentadas no gráfico, percebe-se que os
colaboradores concordam em 84% com as afirmativas expostas no
questionário. Assim como os gestores, a equipe de
colaboradores também concorda em 84% com as afirmativas ditas
acima.
Através dos resultados ilustrados no gráfico do Grupo 1 –
Calor – Percepção, pode-se inferir que, em relação as
consequências da exposição do trabalhador ao calor excessivo,
há um nível de concordância comum entre coordenadores e
colaboradores. Sendo assim a percepção que a maioria dos
componentes da organização tem do reflexo negativo da
exposição ao calor está em conformidade com o que é dito na
teoria. Segundo Ruas (2001, p. 55), “a ISO 7730 (1994)
especifica que um ambiente é aceitável no que se refere ao
conforto térmico se a porcentagem de pessoas insatisfeitas
devido ao desconforto no corpo como um todo for menor que dez
por cento (PPD<10%)”. Como no presente estudo o número de
pessoas insatisfeitas com o calor é superior aos 10%
estabelecidos pela ISO 7730 (1994), e sendo o calor um dos
fatores para medir o conforto térmico percebemos a
insatisfação quanto a esse elemento de conforto no ambiente de
trabalho. Sabendo que a insalubridade se caracteriza pela
possibilidade do agente agressor causar algum tipo de
debilidade ao trabalhador, o questionário nos dá apenas a
percepção do trabalhador quanto ao agente, não sendo o mesmo
instrumento de medição do nível da insalubridade.
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Analisando a percepção dos respondentes pode-se observar a
realidade da organização no tocante à exposição ao calor
excessivo. A concordância da maioria com as afirmativas mostra
que o colaborador percebe a relação entre o desconforto
causado pelo calor e a produtividade da organização, já que
concordam com a necessidade de interromper as atividades para
a recuperação do trabalhador, a influência negativa do calor
nas realizações das atividades e a dificuldade de produzir em
tais condições.
Gráfico 2 – Grupo 1 - Calor - Ação.
50% 50%
0% 0% 0%0%25%
0%
75%
0%
Grupo 1 - Calor - AçãoGestores Colaboradores
Fonte: Pesquisa própria, 2013.
Para fechar o grupo de questões referentes ao agente
causador de insalubridade calor, foi exposta mais uma
afirmativa, agora com uma perspectiva voltada à ação. A
afirmativa quatro diz que: “Nessa empresa, especificamente,
para amenizar o desconforto causado pela alta temperatura, o
ambiente é aberto e proporciona uma boa circulação de ar”. De
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acordo com as respostas obtidas percebe-se que os gestores não
concordam com a afirmativa, ou seja, o nível de concordância é
de 0%. Já os colaboradores concordam em 75% com a afirmativa
quatro.
De acordo com as respostas obtidas no gráfico 2 percebe-se
uma discrepância entre as respostas dos gestores e
colaboradores. Tal fato pode ser explicado pelo não
entendimento da afirmativa por parte dos colaboradores, que
podem ter achado que a afirmativa fosse uma situação ideal
para o ambiente de trabalho, por isso selecionaram a
alternativa concordo. Porém, se analisarmos todo o grupo de
questões a cerca do calor, percebe-se que existe o incômodo
ocasionado por esse agente insalubre. A partir do exposto
podemos inferir que essa afirmativa, destoa das demais por uma
questão de interpretação dos respondentes, mesmo sabendo que o
ambiente em que se trabalha possui diversos fatores que
aumentam o calor, como o telhado feito de amianto, a grande
incidência de raios solares e a pouca circulação de ar no
posto de trabalho, visto que essas informações foram obtidas a
partir de um estudo de caso realizado no laboratório.
Gráfico 3 – Grupo 2 - Ruído - Percepção.
26
25%
0% 0%
50%
25%
0% 0% 0%
63%
27%
Grupo 2 - Ruído - Percepção
Gestores Colaboradores
Fonte: Pesquisa própria, 2013.
O gráfico acima apresenta a junção dos itens do primeiro
grupo de questões, referente ao agente causador de
insalubridade ruído, sendo analisados sob o olhar de percepção
dos colaboradores e gestores. Foram duas afirmativas
relacionando o ruído e seus reflexos no ambiente de trabalho.
A primeira afirmativa dizia que: “O ruído excessivo no
ambiente de trabalho gera desconforto nos colaboradores, sendo
a causa de incômodos fortes e atrapalhando a comunicação entre
os membros da empresa, podendo em alguns casos proporcionar
acidentes de trabalho”. E a segunda afirmativa dizia que:
“Para empresas de testes de qualidade em concretos existem
máquinas que emitem muito barulho quando ligadas, mas sua
utilização não pode ser evitada, pois são de extrema
importância para a produção. Desenvolver a rotina diária com
esse ruído é uma prática corriqueira que os colaboradores já
estão acostumados”. A partir das respostas obtidas para as
afirmativas anteriores, percebe-se que os gestores concordam
em 75% com as afirmativas relacionadas ao ruído. Enquanto que
os colaboradores concordam em 100% com o que é dito pelas
afirmativas.
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De acordo com os resultados obtidos no questionário, em
relação ao impacto do ruído existente no ambiente de trabalho
há um nível concordância que demonstra a percepção dos
respondentes quanto ao ruído, tanto dos colaboradores quanto
dos gestores. Sendo assim a atividade de inspeção de concreto
pode ser caracterizada, de acordo com a percepção dos
respondentes, como uma atividade onde o ruído excessivo é
existente. A NR-15 determina os níveis de tolerância para
exposição ao ruído intermite, sendo o Anexo nº 1 da NR-15 o
quadro que estabelece os períodos limites de exposição ao
ruído relacionando-os com os níveis de ruído, em decibéis.
Podemos inferir que pelo que está ilustrado no gráfico 3
que a percepção dos funcionários em relação ao ruído mostra a
insatisfação quanto ao impacto causado por esse agente no
ambiente de trabalho e como ele afeta negativamente a
produtividade, visto que a grande maioria dos respondentes
concordam que o ruído do maquinário utilizado nas atividades
de inspeção de qualidade em concretos atrapalha a comunicação
entre os funcionários e torna a realização das atividades mais
incômoda.
Gráfico 4 – Grupo 2 - Ruído - Ação.
28
50%0% 0%
50%0%0% 0% 0%
100%
0%
Grupo 2 - Ruído - AçãoGestores Colaboradores
Fonte: Pesquisa própria, 2013.
Para fechar o grupo de questões referentes à variável
insalubre ruído, foi exposta mais uma afirmativa, agora com
uma perspectiva voltada à ação. A afirmativa três dizia que:
“Na nossa empresa (inspeção de concretos), especificamente,
quando as máquinas que emitem muito ruído estão sendo
utilizadas, o colaborador que está a operá-la faz uso de
protetores auriculares para garantir a proteção de sua audição
e o conforto na execução das tarefas. Já aos colaboradores
indiretos (aqueles que não operam as máquinas, mas estão
perto) é opcional o uso dos mesmos”. A partir das respostas
obtidas tem-se que os gestores concordam em 50% com a
afirmativa. Já os colaboradores concordam em 100% com a
afirmativa apresentada anteriormente.
Segundo Rocha et. al. (2011) “Os Programas de Prevenção de
Perdas Auditivas (PPPA) constituem um conjunto de medidas
preventivas a serem desenvolvidas com o objetivo de evitar a
instalação ou a evolução da Perda Auditiva Induzida por Níveis
de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE).” O fato da afirmativa
referente a ação da empresa em relação as formas de
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neutralizar o ruído ter obtido um retorno positivo demonstra
que a organização se preocupa como o conforto de seus
trabalhadores e segue o que é estabelecido na teoria para
proteger o trabalhador dos riscos da exposição ao ruído.
A partir das respostas obtidas, podemos inferir que na
organização pesquisada existe uma grande preocupação em
relação ao ruído das máquinas e as doenças que podem ser
ocasionadas pelo agente, sendo assim, é por esse motivo que a
utilização dos EPIs é fundamental para atividade. Também
percebe-se que os colaboradores tem a consciência do quão
prejudicial pode ser a exposição ao ruído intermitente, e por
isso fazem uso dos equipamentos de proteção, seguindo o que
consta na teoria.
8 CONCLUSÃO
A análise da qualidade e inspeção do concreto é uma
atividade essencial para os projetos na área da construção
civil e tem grande relevância para a sociedade, pois
regulamenta e assegura a utilização do material inserido nesse
âmbito.
A partir desse estudo, deparamo-nos com uma produção de
laudos e relatórios mediana, já em vias de crescimento, uma
vez que com o aquecimento do mercado imobiliário no país, essa
demanda vem crescendo cada vez mais. Os meios para obtenção do
produto final e os métodos de trabalho utilizados pelos
colaboradores que atuam na área de construção civil vem sendo
estudados e o resultado desses estudos mostram aspectos do
ambiente de trabalho que são prejudiciais à saúde do
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trabalhador. Diante disso, alguns aspectos são tidos como de
grande importância, como a utilização de EPIs e o fornecimento
de condições ambientais favoráveis aos colaboradores.
No ambiente do laboratório de inspeção de qualidade em
concretos estudado, observamos que muitas questões merecem a
atenção dos gestores na busca de soluções para aprimorar a
execução de suas atividades, os resultados obtidos na coleta
de dados dessa pesquisa apresentam pontos relevantes ao
interesse da organização. Aspectos como o desconforto causado
pelo calor excessivo no ambiente, sua influência negativa na
execução das atividades, e consequentemente na produtividade
organizacional, devem ser observados pelos gestores. Outro
fator importante que também foi detectado é o ruído existente
no ambiente de trabalho, através da análise dos dados percebe-
se que o ruído é inerente a atividade da empresa e que já
existe uma política de neutralização desse agente insalubre,
através do estímulo e conscientização do uso dos protetores
auriculares.
Vale ressaltar a importância do comprometimento das
organizações com a proteção da saúde do trabalhador, uma vez
que ele é o principal recurso da empresa através do qual se
pode alcançar os objetivos por ela estabelecidos. Através
desse estudo fica claro que no ambiente de inspeção de
qualidade em concretos os agentes de insalubridade ruído e
calor são pontos chaves para o sucesso da organização, uma vez
que a presença destes agentes influencia diretamente na
produtividade.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm.
Acesso em: 26/07/2013.
CONTADOR, José Celso. Gestão de operações: a engenharia de
produção a serviço da modernização da empresa. 3ª Ed. – São
Paulo: Blucher, 2010.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-15 – Atividades e
operações insalubres. Brasil: D.O.U. 08/06/1978. (atualizado
em 01/02/2011).
NETO, Francisco Kulcsar et al. Sílica – Manual do
Trabalhador. Disponível em:
<http://www.braziliancenter.org/pt/images/resources/resources-
SILICA-_MANUAL_DO_TRABALHADOR.pdf>. Acesso em: 25/07/2013
ROCHA, Clayton Henrique et al . Verificação da efetividade
de uma ação educativa sobre proteção auditiva para
trabalhadores expostos a ruído. J. Soc. Bras. Fonoaudiol.,
São Paulo , v. 23, n. 1, Mar. 2011 . Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-
64912011000100010> Acessado em 22 de Agosto de 2013.
RUAS, A. C. Avaliação do conforto térmico. Contribuição à aplicação
prática das normas internacionais. 2001. 79 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Campinas, São
Paulo. 2001.
SALIBA, Tuffi Messias. Insalubridade e periculosidade:
aspectos técnicos e práticos. 10ª edição. São Paulo: LTr,
2011.