Sistemas de multi-agentes: aplicação ao processo de tomada de decisão na escolha de um destino...

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‘A JANGADA DE PEDRA’

– Geografias Ibero-Afro-Americanas

Atas do Colóquio Ibérico de Geografia

11 a 14 de Novembro

Departamento de Geografia, Universidade do Minho

Campus de Azurém

Guimarães, Portugal

Guimarães, 2014

‘A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

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‘A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

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TÍTULO: ‘A JANGADA DE PEDRA’ – Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do Colóquio

Ibérico de Geografia

COORDENADORES: António Vieira e Rui Pedro Julião

EDITORES: Associação Portuguesa de Geógrafos e Departamento de Geografia da

Universidade do Minho

ISBN: 978-972-99436-8-3 / 978-989-97394-6-8

ANO DE EDIÇÃO: 2014

GRAFISMO DA CAPA: Instituto Nacional de Estatísticas

COMPOSIÇÃO/EXECUÇÃO GRÁFICA: Flávio Nunes, Manuela Laranjeira, Maria José

Vieira, Ricardo Martins

INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS:

Departamento de Geografia da Universidade do Minho

Associação Portuguesa de Geógrafos

Associación de Geógrafos Españoles

Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território

‘A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

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COMISSÃO ORGANIZADORA:

Coordenadores: António Vieira (DGEO-UMinho)

Miguel Bandeira (DGEO-UMinho)

Membros: Ana Francisca Azevedo (DGEO-UMinho)

António Bento Gonçalves (DGEO-UMinho)

Flávio Nunes (DGEO-UMinho)

Francisco Costa (DGEO-UMinho)

João Sarmento (DGEO-UMinho)

Manuela Laranjeira (DGEO-UMinho)

Maria José Caldeira (DGEO-UMinho)

Paula Remoaldo (DGEO-UMinho)

Virgínia Teles (DGEO-UMinho)

Luis Moreira (DGEO-UMinho)

Vitor Ribeiro (DGEO-UMinho)

Rui Pedro Julião (APG)

Eduardo Gomes (APG)

Secretariado: Miguel Jorge (APG)

Clara Guedes (APG)

Isabel Salgado (DGEO-UMinho)

Carlos Eiras (DGEO-UMinho)

Ricardo Martins (DGEO-UMinho)

Sara Catarina Silva (DGEO-UMinho)

Ana Catarina Alves (GeoPlanUM)

GeoPlanUM

COMISSÃO CIENTÍFICA

Presidente: Paula Remoaldo (Universidade do Minho, Portugal)

Membros: Adriano Figueiró (Universidade Federal de Santa Maria, Brasil)

Ana Francisca Azevedo (Universidade do Minho, Portugal)

Ana Paula Santana (Universidade de Coimbra, Portugal)

António Bento Gonçalves (Universidade do Minho, Portugal)

António Campar de Almeida (Universidade de Coimbra, Portugal)

António Saraiva Lopes (Universidade de Lisboa, Portugal)

António Sampaio (Universidade Federal do Paraná, Brasil)

António Vieira (Universidade do Minho, Portugal)

Artemio Cerda (Universidad de Valencia, Espanha)

Carmen Delgado Viñas (Universidad de Cantabria, Espanha)

Diogo José Abreu (Universidade de Lisboa, Portugal)

Eduardo Brito-Henriques (Universidade de Lisboa, Portugal)

Eusébio Reis (Universidade de Lisboa, Portugal)

Fermina Rojo Pérez (Consejo Superior de Investigaciones Científicas de

España)

Felipe Fernández García (Universidade Autónoma de Madrid, España)

Flávio Nunes (Universidade do Minho, Portugal)

Francisco Costa (Universidade do Minho, Portugal)

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Herculano Cachinho (Universidade de Lisboa, Portugal)

Jacobo García-Álvarez (Universidad Carlos III de Madrid, Espanha)

João Ferrão (Universidade de Lisboa, Portugal)

João Sarmento (Universidade do Minho, Portugal)

Jordi Bayona Carrasco (Universidad de Barcelona, Espanha)

Jorge Malheiros (Universidade de Lisboa, Portugal)

José Alberto Rio Fernandes (Universidade do Porto, Portugal)

José António Tenedório (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)

José Borzacchiello da Silva (Universidade Federal do Ceará, Brasil)

José Ramiro Pimenta (Universidade do Porto, Portugal)

Juan Carlos García Palomares (Universidad Complutense de Madrid,

Espanha)

Juan F. Martínez-Murillo (Universidad de Málaga, Espanha)

Lorenzo López Trigal (Universidad de León, Espanha)

Luciano Lourenço (Universidade de Coimbra, Portugal)

Lúcio Cunha (Universidade de Coimbra, Portugal)

Luis Moreira (Universidade do Minho, Portugal)

Margarete Amorim (Universidade Estadual Paulista, Brasil)

Margarida Pereira (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)

Maria José Caldeira (Universidade do Minho, Portugal)

Maria José Roxo (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)

Maria Regina Salvador (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)

Mário Gonçalves Fernandes (Universidade do Porto, Portugal)

Manuela Laranjeira (Universidade do Minho, Portugal)

Miguel Bandeira (Universidade do Minho, Portugal)

Paloma Ibarra Benlloch (Universidad de Zaragoza, Espanha)

Pilar Paneque Salgado (Universidad Pablo Olavide, Espanha)

Rosa Cerarols Ramirez (Universidad Pompeu Fabra, Espanha)

Rui Pedro Julião (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)

Teresa Pinto Correia (Universidade de Évora, Portugal)

Valentin Cabero Dieguez (Universidad de Salamanca, Espanha)

Virgínia Teles (Universidade do Minho, Portugal)

Vítor Ribeiro (Universidade do Minho, Portugal)

Xosé Santos Solla (Universidad de Santiago, Espanha)

Xavier Úbeda (Universidad de Barcelona, Espanha)

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APOIOS:

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Sistemas de multi-agentes: aplicação ao processo de tomada de decisão na

escolha de um destino para férias

I. Boavida-Portugal(a), J. Rocha(b), C. Ferreira(c), E. Gomes(d)

(a) Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, [email protected] (b) Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, [email protected] (c) Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, [email protected] (d) Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, [email protected]

Resumo

A utilização de Sistemas de multi-agentes (SMA) em ciências sociais tem ganho importância devido

ao potencial que demonstram para modelação de fenómenos complexos. A Teoria da Complexidade

tem aplicação em vários campos científicos, nomeadamente em turismo os investigadores começam a

analisar o sistema enquanto complexo. Contudo, há pouca aplicação de SMA como ferramenta para

explorar e prever padrões em turismo. O objectivo do trabalho é desenvolver um SMA que contribua

para o conhecimento do processo de tomada decisão do turista na selecção de um destino de férias.

SMA permitem: (i) considerar fenómenos turísticos de natureza complexa, (ii) fornecer ferramentas

para explorar relações complexas entre componentes do sistema, (iii) retirar pistas sobre o

funcionamento do sistema e do processo de tomada de decisão do turista. A motivação individual e a

influência da rede social são discutidas quanto à importância que detêm no processo de tomada de

decisão de destino de férias pelos turistas.

Palavras chave/ Palabras clave: Sistemas de multi-agentes, Complexidade, Sistema turístico,

Comportamento do turista, Processo de tomada de decisão.

1. Introdução

Identificar os mecanismos subjacentes ao sistema turístico é um desafio fundamental com implicações na

gestão e planeamento turístico (Mill & Morrison, 2009). Recentemente, com a aplicação da Teoria da

Complexidade e do Caos, a compreensão do funcionamento do sistema turístico tomou uma perspectiva

bastante diferente. O reconhecimento de que o turismo é um fenómeno complexo começa a ser discutido

na literatura académica (Faulkner & Russell, 1997; Russell & Faulkner, 1999; Faulkner et al, 2001;.

Baggio, 2008; Baggio & Sainaghi, 2011). Complexidade e caos são conceitos reconhecíveis no sistema

turístico. Permitem uma abordagem não-linear, analisando o sistema enquanto uma soma de componentes

interligados e interdependentes, que se auto-organizam gerando propriedade emergentes que oscilam entre

a ordem e o caos. Durante a última década, a utilização de Sistemas de multi-agentes (SMA) teve um

aumento em aplicações à modelação de comportamento humano. Apesar do crescente interesse na teoria

da complexidade e do caos, existe pouca aplicação empírica sobre o assunto na investigação em turismo

(McKercher, 1999; Zahra & Ryan, 2007; Scott, Cooper, & Baggio, 2008; Johnson, 2010; McDonald,

‘A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

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2009). SMA permitem a representação do sistema numa perspectiva bottom-up, em que os componentes

são representados a um nível individual, como entidades designadas agentes. Os agentes são modelados de

acordo com um conjunto predeterminado de regras que descrevem os seus atributos e comportamentos-

chave. Ao modelar a nível individual, é possível incorporar a diversidade de comportamentos, atributos e

interações dentro do sistema através de uma abordagem bottom-up, o agente-a-agente e interação-a-

interação (Macal & North, 2010).

2. Definição dos agentes: Turistas e Destinos

O SMA desenvolvido pretende traduzir o processo de tomada de decisão do turista na selecção do destino

para férias. O sistema turístico é traduzido pelas relações entre os destinos e os turistas (oferta e procura),

bem como as relações que os turistas desenvolvem entre si. Assim sendo existem dois tipos de agentes no

modelo, cada um dotado de atributos diferentes: turistas e destinos. Os turistas (T) são agentes móveis

com um perfil criado com base no levantamento do perfil do turista pela Entidade Regional de Turismo do

Alentejo (ERTA, 2013). São considerados três tipos de perfil com base em dados do Turismo de Portugal,

são eles aspirantes a férias de: sol e mar; cultura e gastronomia; e golf. Os destinos (D) são agentes não-

móveis e constituem o ambiente para a simulação. Há 5 destinos diferentes no modelo desenvolvido

referente aos concelhos da NUT III Alentejo Litoral: Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines,

Odemira. Cada destino tem uma lista de atracção (AD), que define quais os recursos existentes no destino,

permitindo fazer um cruzamento com o perfil do turista para auferir se o destino possui as características

que o turista procura. Os destinos possuem uma capacidade de carga (cap_carga) que define o limite

máximo de turistas para cada destino (INE).

3. Processo de tomada de decisão na escolha de um destino para férias

O esquema conceptual do SMA desenvolvido é demonstrado na Figura 1. O processo de tomada de

decisão do turista na escolha de um destino turístico para férias depende de dois domínios principais: o

nível individual (I), e a influência social (SOC) a que o turista é sujeito. Os parâmetros do nível individual

comtemplam a características pessoais dos turistas e incluem a prioridade (P) para um destino, a

compatibilidade (C) entre a lista a motivação dos turistas (motT) e atractividade destino (AD), e a

satisfação individual (S) da última experiência do turista no destino.

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Figura 1 – Modelo conceptual do processo de tomada de decisão do turista

No modelo desenvolvido os turistas têm prioridades diferentes para cada destino. A prioridade classifica

os destinos de acordo com o desejo que os turistas têm de ir lá. No início da simulação o turista tem a

mesma prioridade para todos os destinos (igual a 0,2) sendo actualizada no final de cada ciclo.

Para confrontar a motivação dos turistas com a atractividade do destino o modelo incorpora um parâmetro

de compatibilidade (C), calculado no nível individual. Cada turista quer passar férias no destino que

melhor se adeqúe às suas motivações. Por exemplo, um turista em busca de actividades relacionadas com

sol e mar prefere um destino com essas características.

No início da simulação cada turista tem o mesmo grau de satisfação (S) para todos os destinos (igual a 1).

Quando um turista visita um destino o valor da satisfação é actualizado com base no número de turistas

que estão no destino ao mesmo tempo, designado como capacidade de carga. Este parâmetro é baseado na

suposição de que, se o destino está próximo do número máximo de turistas que normalmente recebe, é

provável que o turista tenha uma experiência insatisfatória.

A influência social é o segundo factor no SMA e foi incorporada a fim de testar a formação de redes que

resultam no da teoria do “mundo pequeno”. Os turistas são inseridos na sua rede social (e.g.

família/amigos) com quem compartilham experiências de férias anteriores, geralmente dando uma

pontuação global aos destinos (que se traduz no parâmetro satisfação individual).

A cada ciclo o modelo calcula uma pontuação final FD para cada destino: 𝐹𝐷 = 𝑆𝑂𝐶𝐷 ∙ 𝐼𝐷.

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4. Programação de Cenários e Simulações

Foram realizadas diferentes simulações a fim de explorar o processo de tomada de decisão do turista na

escolha de um destino para férias. O SMA foi programado para gerar dois cenários diferentes. O primeiro

cenário investiga o efeito que a percepção do turista pode ter na selecção de um destino. A partilha de

experiências anteriores no destino com os vizinhos ajuda na construção da percepção que o turista tem

sobre o destino aumentando a informação de que dispõe sobre o mesmo. Dessa forma, podemos comparar

o comportamento de turistas com diferentes níveis de informação.

O segundo cenário explora a influência que o nível individual tem nos padrões de escolha do destino. Para

tal testa em que medida a satisfação pessoal de férias anteriores e a prioridade para visitar um destino

afecta a distribuição dos turistas pelos destinos. Estes dois cenários são comparados a um cenário base

para avaliar os possíveis efeitos do aumento de informação e de mudanças ao nível individual. O cenário

base consiste na melhor escolha dos turistas tendo em conta a compatibilidade entre o seu perfil e o nível

de atractividade do destino para realizar determinadas actividades. A este parâmetro designa-se

compatibilidade (C).

Tabela I – Parâmetros dos cenários testados

PARÂMETROS CENÁRIOS

Cenário Simulação

Perfil turista (%) Influência

Social Ocupação Satisfação Prioridade Sol e

Mar

Cultura e

Gastronomia Golfe

Base BASE 50 20 30 off off off off

Percepção

do turista

SIM1 50 20 30 1 off off off

SIM2 50 20 30 0,5 off off off

Nível

Individual

SIM3 50 20 30 1 0,5 0,5 off

SIM4 50 20 30 1 0,5 0,5 1

5. Resultados

Cenário Percepção do turista – Assume-se que a informação dada pela rede social vai aumentar a

informação sobre um destino. A troca de conhecimento sobre experiências de férias anteriores leva a

escolhas mais informadas aumentando a possibilidade de o turista atingir maiores níveis de satisfação no

destino seleccionado. Na primeira simulação (Sim1) o turista possui o máximo de informação sobre os

destinos fornecida pela sua rede social. Grândola é o destino mais popular (94% turistas) pois é o destino

com maior capacidade de carga, parâmetro que definido como responsável pela satisfação do turista.

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Tabela II – Resultados dos cenários testados: distribuição dos turistas por destino

RESULTADOS - DISTRIBUIÇÃO TURISTAS (%)

CENÁRIOS Álcacer do Sal Grândola Santiago do Cacém Sines Odemira

BASE 0% 30% 0% 20% 50%

SIM1 1% 94% 2% 2% 1%

SIM2 3% 30% 0% 17% 50%

SIM3 8% 37% 6% 15% 34%

SIM4 14% 37% 17% 17% 15%

A segunda simulação (Sim2) testa uma situação em que o turista não dispõe de toda a informação sobre o

destino. O valor da influência social é 0,5. Esta simulação resulta em uma distribuição mais uniforme

através dos destinos. Ao comparar a Sim1 e a SIM2 com o cenário base, verificamos que Sim2 introduz

poucas alterações em relação ao cenário base, enquanto Sim1 produz resultados bastante diferentes. Isto

sugere que, com o aumento de informação os turistas escolhem destinos diferentes para passar férias.

Cenário Nível Individual - No segundo cenário os parâmetros da Sim2 foram mantidos e acrescentados

parâmetros de satisfação e prioridade. O objectivo é explorar a influência do nível individual na alteração

padrão de comportamento na escolha do destino.

A SIM3 testa o impacto da satisfação individual na selecção de um destino. Para a finalidade desta

experiência a satisfação dos turistas depende do espaço disponível no destino partindo da premissa de que

se há mais espaço a experiência será mais satisfatória. Se o valor do parâmetro capacidade de carga for 1

significa que há espaço suficiente para todos os turistas (100%), mas, se o valor é de 0,2, apenas 20% dos

turistas terão espaço e, portanto, uma experiência satisfatória. Na SIM3 foi introduzido também o

parâmetro de satisfação que permite ajustar a proporção do peso da satisfação da última experiência em

detrimento de outras anteriores. Se o valor é de 0,5 a satisfação da última e actual visita têm o mesmo

peso. Na SIM3 o valor para o peso de satisfação é de 0,5 e a cap_carga 0,5. Ao incorporar estes

parâmetros o turista tem que escolher destinos diferentes devido à capacidade de carga limitada e

necessidade de uma experiência satisfatória. Assim, verifica-se que o padrão de distribuição de turistas é

na SIM3 mais disperso pelos possíveis destinos do que nas simulações anteriores.

A SIM4 explora os possíveis resultados que o parâmetro de prioridade pode introduzir no SMA. A

prioridade para um destino é um parâmetro actualizado a cada ciclo, sendo que se o turista for para um

destino na primeira viagem na segunda a prioridade será conhecer um novo destino. A tendência nos

resultados da SIM4 seguem os da SIM3 mas os padrões são acentuadas, isto é, por exemplo os destinos

que experimentam uma diminuição no número de turistas em SIM3 têm uma queda mais acentuada SIM4.

Este facto é consequência da incorporação do parâmetro de prioridade que produz uma distribuição mais

uniforme pelos destinos de modo a que perda de turistas num destino é compensada pelo ganho noutro.

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6. Discussão e Considerações finais

O modelo desenvolvido é uma representação simplificada do processo de tomada de decisão do turista na

escolha de um destino para férias. Foram desenvolvidas várias simulações que apontam alguns aspectos

relevantes, como o aumento no nível de informação de que um turista dispõe faz com que tome decisões

mais informadas sendo mais propensos ter experiências satisfatórias. Os resultados obtidos fornecem

informações sobre as preferências individuais dos turistas, nomeadamente que a prioridade,

compatibilidade e nível de satisfação produz diferentes padrões de comportamento. O modelo mostra que

os turistas são movidos por factores intrínsecos, tais como motivação, prioridade, e satisfação. As

preferências individuais e a rede social estão interligadas na forma como influenciam a satisfação do

turista, que determina a escolha de destino. Assim, observamos no modelo o resultado de alterações em

parâmetros que geram diferentes padrões de distribuição pelos destinos. Estes padrões emergem de

interacções a nível local entre os turistas e rede social, turistas com os destinos, e processos de feedback

entre eles que também interferem no processo de tomada de decisão. Em estudos futuros o detalhe do

modelo conceptual será aprofundado nomeadamente no que se refere às preferências individuais e

motivação do turista, satisfação individual, e influência da rede social no processo de tomada de decisão.

7. Bibliografia

Baggio, R. (2008). Symptoms of complexity in a tourism system. Tourism Analysis, 13(1), 1–20.

Baggio, R., & Sainaghi, R. (2011). Complex and chaotic tourism systems: towards a quantitative approach. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 23(6), 840–861. doi:10.1108/09596111111153501

Faulkner, B., & Russell, R. (1997). Chaos and complexity in tourism: In search of a new perspective. Pacific Tourism Review, 1(2), 93–102.

Faulkner, B., Russell, R., Moscardo, G., & Laws, E. (2001). Turbulence, chaos and complexity in tourism systems: a research direction for the new millennium. Tourism in the Twenty-First Century: Reflections on Experience, 328–349.

Johnson, P. A., & Sieber, R. E. (2010). An individual-based approach to modeling tourism dynamics. Tourism Analysis, 15(5), 517–530.

Macal, C. M., & North, M. J. (2010). Tutorial on agent-based modelling and simulation. Journal of Simulation, 4(3), 151–162. doi:10.1057/jos.2010.3

McDonald, J. R. (2009). Complexity science: an alternative world view for understanding sustainable tourism development. Journal of Sustainable Tourism, 17(4), 455–471. doi:10.1080/09669580802495709

McKercher, B. (1999). A chaos approach to tourism. Tourism Management, 20(4), 425–434.

Mill, R. C., & Morrison, A. M. (2009). The tourism system. Kendall Hunt.

Russell, R., & Faulkner, B. (1999). Movers and shakers: chaos makers in tourism development. Tourism Management, 20, 411–423.

Scott, N., Cooper, C., & Baggio, R. (2008). Destination Networks. Annals of Tourism Research, 35(1), 169–188. doi:10.1016/j.annals.2007.07.004

Zahra, A., & Ryan, C. (2007). From chaos to cohesion—Complexity in tourism structures: An analysis of New Zealand’s regional tourism organizations. Tourism Management, 28(3), 854–862.

‘ A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

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Ulisses e Hércules: desafios contemporâneos das Metrópoles de Lisboa

e Barcelona ao nível do Desenvolvimento e da Competitividade

Territorial

Bruno Pereira Marques (a), Regina Salvador (b)

(a) e-GEO Centro de Estudos de Geografia e Plan. Regional/FCSH, U. Nova de Lisboa, pereira-

[email protected] (b) e-GEO Centro de Estudos de Geografia e Plan. Regional/FCSH, U. Nova de Lisboa,

[email protected]

Resumo

Lisboa (“Ulisses”) e Barcelona (“Hércules”) são duas cidades-metrópoles que, se por um

lado, não são diretamente comparáveis, por outro, partilham algumas características

comuns: têm uma dimensão demográfica semelhante; ambas são cidades marítimo-

portuárias e, tal como a esmagadora maioria das cidades a nível mundial, enfrentam

desafios crescentes ao nível do desenvolvimento e da competitividade territorial.

Neste sentido, o presente texto representa o resumo do projeto de tese de doutoramento

(em regime de cotutela internacional) em Geografia (U. Autónoma de Barcelona) e em

Estudos Urbanos (U. Nova de Lisboa e ISCTE) que nos propomos desenvolver nos

próximos anos.

Pelo que os principais objetivos deste trabalho passam por:

- Analisar e compreender as vantagens competitivas que os poderes políticos locais e

metropolitanos têm em relação ao Estado Central no que se refere à criação de condições

favoráveis à produtividade e competitividade das empresas;

- Analisar novas formas de participação política democrática, nomeadamente no que se

refere à governança territorial;

- Comparar dois modelos diferentes de organização metropolitana e debater a sua

aplicação à realidade portuguesa e, mais concretamente, de Lisboa;

- Refletir sobre o papel das políticas públicas e do planeamento estratégico territorial como

instrumentos de apoio do poder político local ou regional, capaz de fomentar o

desenvolvimento em diferentes contextos metropolitanos;

Palavras-chave: Áreas Metropolitanas, Barcelona, Competitividade, Desenvolvimento,

Lisboa

1. Apresentação do problema

Lisboa (“Ulisses”) e Barcelona (“Hércules”) (cf. Remesar, 2004) são duas cidades-metrópoles

que, se por um lado, não são diretamente comparáveis, por outro, partilham algumas

características comuns: têm uma dimensão demográfica semelhante; ambas são cidades

marítimo-portuárias; “partilham” os mesmos macroterritórios, nomeadamente ao nível da

Península Ibérica (mais numa perspetiva social, económica e, até, cultural, e menos numa

perspetiva político-administrativa) e da União Europeia; e, tal como a esmagadora maioria das

cidades a nível mundial, enfrentam desafios crescentes ao nível do desenvolvimento e da

competitividade territorial.

‘ A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

2742

Neste sentido, o presente texto representa o resumo do projeto de tese de doutoramento (em

regime de cotutela internacional) em Geografia (Universidade Autónoma de Barcelona) e em

Estudos Urbanos (Universidade Nova de Lisboa e Instituto Universitário de Lisboa) que nos

propomos desenvolver nos próximos anos.

2. Relevância do tema da tese e objetivos da investigação

Mais concretamente, o nosso objeto de estudo passará pela análise comparativa dos processos

de desenvolvimento local à escala metropolitana e o tema central do trabalho a empreender será

o das “cidades-região” (cf. Scott, 1998; Scott el al., 2002).

Pelo que os principais objetivos deste trabalho passam por:

- Analisar e compreender as vantagens competitivas que os poderes políticos locais e

metropolitanos têm em relação ao Estado Central no que se refere à criação de

condições favoráveis à produtividade e competitividade das empresas;

- Analisar novas formas de participação política democrática, nomeadamente no que se

refere à governança territorial, numa perspetiva abrangente de convergência entre os

interesses dos diferentes atores territoriais;

- Comparar dois modelos diferentes de organização metropolitana e debater a sua

aplicação à realidade portuguesa e, mais concretamente, de Lisboa;

- Refletir sobre o papel das políticas públicas e do planeamento estratégico territorial

como instrumentos de apoio do poder político local ou regional, capaz de fomentar o

desenvolvimento em diferentes;

- Enquadrar os objetivos anteriormente enunciados através de uma análise comparativa

entre a área metropolitana de Lisboa e área metropolitana de Barcelona.

3. Breve apresentação do estado dos conhecimentos

Os processos “tradicionais” de planeamento continuam a dominar as práticas e as ideias de

planear e promover as cidades. Mesmo ao nível do planeamento estratégico territorial, a tónica

tem sido frequentemente colocada na realização de grandes eventos culturais e desportivos e na

reabilitação urbanística de determinadas áreas das cidades. Neste sentido, a perspetiva que

procuremos empreender no presente trabalho assentará mais numa lógica de crescimento

económico local e procurará centrar-se-á mais na análise dos processos de planeamento

estratégico conducentes a iniciativas locais de desenvolvimento no âmbito da educação, da

formação profissional ou do apoio ao empreendedorismo, na senda do que Peter Karl Kresel

‘ A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

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designa como “planeamento estratégico económico” (cf. Kresel, 2007). Considerando então os

principais desafios que se apresentam a estas cidades-metrópoles, nomeadamente, a

globalização e as novas formas de organização produtiva – com a consequente reestruturação

territorial –, o desafio da sustentabilidade à escala urbana e o seu contributo para a

sustentabilidade global, o desafio da inclusão social e das novas formas de governança urbana e

territorial como contributos para uma democracia mais participada, procuraremos então analisar

a situação específica deste tipo de áreas urbano-metropolitanas no que diz respeito à promoção e

dinamização de iniciativas de desenvolvimento regional e local. De facto, algumas das teorias e

políticas do desenvolvimento regional e local mais recentes têm caminhado no sentido de

privilegiar o estudo e análise das ações onde as autarquias interagem e constituem parcerias com

os outros atores intervenientes no território (cf. Borja e Castells, 1997), levando alguns autores

(F. Ascher, D. Harvey, P. Le Galès, S. Frainsten, entre outros) a defender que estaríamos

perante uma “nova gestão do território” (cf. Salvador, 2006). Por outro lado, a hipótese de

partida passa ainda pela noção de que Barcelona tem tido, desde os finais dos anos 80, início

dos anos 90 do século passado, uma crescente projeção internacional, crescimento económico e

“recuperação urbana”, com um sucesso bastante assinalável e bem superior a Lisboa,

consubstanciando o que tem vindo a ser designado por “Modelo Barcelona”, malgrado a

constatação de algumas críticas mais recentes, nomeadamente face à “gentrificação” e

“turistificação” de algumas partes da cidade (cf. Busquets, 2000; Benach e Tello, 2004; Sabaté e

Tironi, 2008; Capel, 2009; entre outros).

4. Metodologias propostas

No âmbito das diferentes metodologias a utilizar, numa primeira fase, exploratória, pretendemos

utilizar o focus group. Sobre esta metodologia podemos dizer, de uma maneira muito

simplificada, que se trata de uma espécie de entrevista colectiva, em que um moderador ou

entrevistador vai lançando uma série de perguntas a um conjunto de pessoas pré-definidas,

auscultando as opiniões de todos e permitindo que se possa mesmo gerar um diálogo/discussão

entre os entrevistados, servindo o entrevistador, se necessário, de moderador. Esta metodologia

é especialmente útil para recolher uma série de opiniões, relativamente genéricas, de um grupo

relativamente homogéneo. Utilizado inicialmente em marketing com vista ao estudo do impacto

de produtos sobre diferentes públicos-alvo, pretendemos no âmbito da dissertação lançar dois

focus group, o primeiro sobre um conjunto de docentes/investigadores universitários em Lisboa

e o segundo em Barcelona. Pretendemos desta forma ter uma primeira opinião de um conjunto

avalizado de pessoas que conhecem os domínios temáticos e territoriais em análise sobre a

nossa dissertação, as hipóteses delineadas na mesma e as metodologias que nos propomos

empreender. Este primeiro exercício também poderá ser ainda extremamente importante no

‘ A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

2744

sentido de tentar encontrar adjuvantes para as fases posteriores do trabalho, nomeadamente para

a sua eventual participação no método Delphi, para a sensibilização dos actores políticos a

entrevistar, ou ainda na fase da recolha da informação documental, estatística e cartográfica.

Outra metodologia que propomos utilizar é então o método Delphi. O método Delphi foi

desenvolvido nos Estados Unidos, em 1952, por investigadores da Rand Corporation. Foi

inicialmente concebido para proporcionar um instrumento para fazer previsões sobre temas

internacionais e militares. Posteriormente passou a ser aplicado, com êxito, como procedimento

de prognóstico no campo empresarial, das novas tecnologias, nas ciências sociais, entre outros.

O objectivo do método é a obtenção de uma opinião colectiva qualificada sobre determinadas

questões, a partir de um grupo de pessoas seleccionadas. A técnica é definida como um método

de estruturação, de um processo de comunicação que permite a um grupo de indivíduos/peritos

tratar de problemas complexos. Neste método, define-se um conjunto (ou conjuntos) de

especialistas a inquirir. Os indivíduos a inquirir não deverão saber (pelo menos durante o

decorrer do método) quem são os outros inquiridos, nem saber quem deu determinada resposta.

A partir de uma pergunta ou perguntas iniciais, o investigador vai tratar e analisar as diferentes

respostas, dando conhecimento dessa análise aos inquiridos e questionando-os se essa análise os

faz reformular ou não a sua resposta inicial, em qualquer dos casos os inquiridos deverão

justificar a opção tomada. Além da ronda inicial, normalmente sugere-se que ocorram outras

duas. O número de consultas depende assim de factores tais como: recursos, tempo e

disponibilidade dos participantes. O número de componentes do painel não obedece a exigência

de limiares mínimos ou máximos, podendo ser um grupo mais pequeno ou mais numeroso, o

que depende do tipo de problema a ser investigado e da população e/ou amostra utilizáveis.

Com esta metodologia, procura-se evitar as respostas do “senso comum”, “politicamente

correctas” ou “superficiais”, insistindo que cada resposta, cada opção por parte do indagado seja

sempre justificada. Nesta fase inicial deixamos ainda em aberto, a hipótese de se realizarem dois

Delphi, um para cada território em análise, ou apenas um Delphi global e transversal a todas as

temáticas e territórios em estudo. Neste segundo caso, parece-nos pertinente que possam ser

auscultados investigadores internacionais e não apenas especialistas portugueses e catalães.

Uma terceira metodologia que tentaremos desenvolver passará pela realização de entrevistas

semi-directivas aos dirigentes políticos máximos das autoridades metropolitanas e dos

municípios (i.e. Presidentes de Câmara/Alcaldes) dos territórios em análise. Idealmente

consideramos pertinente que todos estes actores políticos sejam inquiridos. Contudo, face à

quantidade dos municípios em estudo, 54 (18 para a área metropolitana de Lisboa e 36 para a

área metropolitana de Barcelona), podemos considerar inquirir apenas uma amostra dos

mesmos. Deste modo, além dos presidentes das áreas metropolitanas e dos municípios de

Lisboa e Barcelona, poderia tentar-se estabelecer uma amostra estratificada por maioria

‘ A Jangada de Pedra’. Geografias Ibero-Afro-Americanas. Atas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia

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partidária no poder e por tipologia urbana predominante/posição no contexto metropolitano (i.e.

municípios suburbanos tendencialmente na primeira coroa metropolitana e municípios

periurbanos tendencialmente na segunda coroa metropolitana). Com esta metodologia

pretendemos conhecer a opinião e a avaliação que estes actores políticos fazem tanto da sua

acção e das suas políticas nos temas em estudo, bem como das desenvolvidas pelos outros

níveis territoriais e administrativos com que interagem.

Outra metodologia poderá passar pela realização de inquéritos online a difundir junto dos

membros de ordens profissionais, de associações técnicas e científicas e dos corpos técnicos das

autoridades metropolitanas e dos municípios em estudo. Ao contrário do Focus Group e do

Método Delphi que procura inquirir docentes e investigadores universitários e das entrevistas

semi-directivas que procura auscultar actores políticos, com o inquérito online vamos tentar

saber a opinião de “técnicos” de diferentes áreas científicas e com diferentes grau de interacção

e conhecimento das temáticas e os territórios em estudo. Julgamos que com estes inquéritos

online existe um potencial bastante elevado para a realização de análises multivariadas,

recorrendo a softwares de análise estatística, tais como o SPSS (Statistical Package for Social

Sciences).

A caracterização e análise de dinâmicas territoriais, passa muito pela análise estatística de dados

demográficos, sociais e económicos, recorrendo quer ao supracitado SPSS, quer à tradicional

“folha de cálculo”, como por exemplo o Excel. Para a análise de dinâmicas territoriais,

nomeadamente a evolução do uso e ocupação do solo ou a análise de condicionantes e propostas

de ordenamento/zonamento/desenho urbano, e para o tratamento cartográfico da informação

concorrem ainda muito os SIG (Sistemas de Informação Geográfica).

Por fim, a análise e avaliação das políticas públicas de planeamento territorial e de apoio à

actividade económica deverá ainda ser presidida pelos seguintes itens de análise:

relevância/pertinência; coerência; eficácia; eficiência; resultados e impactos esperados.

5. Resultados esperados

Após a conclusão desta Dissertação espera-se ter demonstrado a relevância do programa de

investigação delineado, a qual deve ser entendida em função do seu contributo para o avanço do

conhecimento nas áreas científicas abordadas (relevância cientifica), mas também de acordo

com os seus potenciais contributos sociais (relevância social). Relativamente à relevância

científica, esta decorre da concretização dos objectivos enunciados, contribuindo, na medida do

possível, para o avanço do conhecimento científico ao nível da Geografia (Humana,

especialmente Geografia Económica e Geografia Urbana), do Ordenamento do Território (com

ênfase no Planeamento Estratégico Territorial), da Economia (Economia Regional e Urbana e

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Desenvolvimento Regional e Local) e da Ciência Política (Organização Político-Administrativa

do Estado, Políticas Públicas e Ciência da Administração), numa perspectiva multidisciplinar e

convergente no âmbito dos Estudos Urbanos. Por sua vez em termos de relevância social, ao

formular uma interpretação dos processos de dinâmica territorial em curso, a investigação criará

também um quadro global de referência que poderá ajudar a fundamentar novas políticas

públicas e a concretizar acções nos domínios (temáticos e territoriais) em questão. Esta situação

é tanto mais importante, quando a discussão acerca das políticas de descentralização

administrativa, de regionalização e metropolitanas continua em aberto em Portugal, assim como

a necessidade de apoiar e incentivar o empreendedorismo e a dinamização das bases

económicas locais. É ainda um propósito de natureza epistemológica poder contribuir para o

desenvolvimento de futuras investigações sobre as problemáticas em análise.

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Instituições Organizadoras: