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SESSÃO POSTER XXVI Congresso Brasileiro de Nefrologia 5 a 09 de setembro de 2012, São Paulo – SP

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SeSSão PoSterXXVI Congresso Brasileiro de Nefrologia5 a 09 de setembro de 2012, São Paulo – SP

J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-294

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Insuficiência renal crônica, restrição de sono e sildenafil: consequências renais, cardíacas e sexuais em um modelo animalCamila Hirotsu, Tathiana Aparecida Alvarenga, Sergio Tufik, Monica Levy AndersenNIFESP, UNIFESP, UNIFESP, UNIFESP

Introdução: A insuficiência renal crônica (IRC) é uma doença que vem crescendo paralelamente ao aumento na incidência de hipertensão arterial sistêmica, e apre-senta-se frequentemente acompanhada de alta prevalência de disfunção sexual e distúrbios de sono, fatores que contribuem com a piora da qualidade de vida. Embora a falta de sono seja um fator inerente na vida de indivíduos com IRC, seus efeitos na evolução da doença são desconhecidos. Somado a isso, pouco se sabe sobre os possíveis efeitos renoprotetores e cardiovasculares do sildenafil na IRC. Objetivos: Avaliar os efeitos do tratamento crônico de sildenafil em ratos com insuficiência renal crônica submetidos à restrição de sono com relação aos parâmetros de: evolução corporal, função renal e sistema cardivascular; perfil metabólico, inflamatório e hormonal; comportamento sexual e sobrevida; morfologia testicular e renal. Resultados: Foram utilizados 140 ratos e 60 ratas Wistar Hannover com 3 meses de idade. Os Resultados mostram que o sildenafil foi eficaz em reduzir a perda da função renal, o desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica, a perda de peso excessiva, a hipoglicemia, o déficit de ferro circulante, a dislipidemia, a diminuição de testosterona e LH e o aumento de citocinas pró-inflamatórias (IL-1α, TNFα e IL-17), embora diante da restrição de sono esses efeitos tenham sido atenuados ou abolidos. Com relação ao comportamento sexual, os dados revelam que houve melhora na função sexual nos grupos com IRC tratados com sildenafil, independente da condição de sono. Somado a isso, a restrição de sono trouxe benefícios para o compor-tamento sexual dos animais, provavelmente devido ao aumento de progesterona e FSH. Porém, ressalta-se que animais restritos de sono apresentaram alterações na morfologia testicular com redução do epitélio germinativo e atrofia tubular. A sobrevida também foi significativamente aumentada pelo tratamento, reduzindo em 73% o risco de mortalidade. Conclusão: O tratamento crônico e precoce com sildenafil apresenta um possível papel como adjuvante na terapêutica das principais comorbidades relacionadas à progressão da IRC. Todavia, sua efetividade depende de uma maior atenção ao estilo de vida e à qualidade de sono.

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Análise das alterações cardiovasculares decorrentes de calcificação vascular, a partir de métodos não invasivos, em uma população de pacientes com doença renal crônica nos estágios IV e VMagalhães TC, Vieira LM, Marques LPHospital Universitário Gafree e Guinle (HUGG) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Hospital Universitário Gafree e Guinle (HUGG) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Hospital Universitário Gafree e Guinle (HUGG) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro.

Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC).Dentre as alterações cardiovasculares,destaca-se o processo de calcificação vascular ou valvar.Devemos investigar e tratar fatores de risco tradicionais e não tradicionais para DCV nos pacientes com DRC.Objetivo:Pesquisar calcificações valvares e vasculares através de métodos não invasivos como a ecocardiografia transtorácica (ecoTT) e a ra-diografia simples (rx) de pelve e mãos na incidência ântero-posterior (AP) e tentar correlacioná-los com fatores de risco tradicionais e não tradicionais.Casuística e Métodos:Temos um estudo prospectivo de coorte, realizado entre janeiro de 2010 e fevereiro de 2011 no ambulatório de DRC,estágios IV e V em tratamento con-servador do HUGG.A amostra foi composta por 33 pacientes,com idade > 18 anos.A taxa de filtração glomerular foi estimada pela fórmula do M.D.R.D.;Foram realizados eco TT e rx de pelve e das mãos,calculadas as pressões de pulso (pp),índices de massa corporal (IMC),dosagem de cálcio (Ca),fósforo (P),produto Ca x P,hematócrito e hemoglobina.Resultados:Dos 33 pacientes que participaram do estudo,42,4% eram do sexo feminino e 57,6% do sexo masculino.A média de idade foi de 66,61 ± 13,65 anos.Dentre as mulheres,14,3% eram diabéticas e 78,6% hipertensas.Entre os homens,84,2% eram hipertensos,e 26,3% eram diabéticos.A cre-atinina média foi de 2,94 ± 0,83 mg/dl e a taxa de filtração glomerular média estimada pelo MDRD foi=21,67 ± 5,23 ml/min.O IMC médio foi de 24,82 ± 4,54.A média das pp foi de 60,61 ± 18,02.O exame de eco TT demonstrou hipertrofia de ventrículo esquerdo em 45,5% dos pacientes,disfunção diastólica em 27,3%,dis-função sistólica em 15,2%,calcificações em valvas:Tricúspide=18,2%,Mitral=93,4% e Aórtica (Ao)=90,1%.Houve uma correlação positiva entre número de calcifica-ções valvares e idade.A análise dos rx em AP de mãos e pelve demonstraram calcificações vasculares em 6,06% exames.Conclusões:O eco TT mostrou ser um método eficaz para visualização de calcificações valvares;as valvas mais acometidas foram Mitral e Ao.O rx de mãos e pelve não são bons métodos diagnósticos para detectar precocemente calcificações vasculares.75% dos pacientes obtiveram valores de (pp) acima do esperado em medidas ambulatoriais.O desequilíbrio do Ca e P atua na formação das calcificações metastática;O P parece ter um papel mais importante no controle do produto Ca x P, do que o cálcio.

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Perfil de Sensibilidade aos Antimicrobianos dos Agentes Causadores de Peritonites em Pacientes Submetidos a Diálise PeritonealOsório DA, Marian M, Bruno RMSanta Casa de Porto Alegre, Santa Casa de Porto Alegre, UFCSPA - Santa Casa de Porto Alegre

Introdução: Peritonite permanece sendo a principal complicação na Diálise Peritoneal. A identificação do agente causal é de fundamental importância na evolução clínica e no tratamento das peritonites. Conhecer o perfil de sensibilidade dessas infecções permite estabelecer a abordagem inicial mais apropriada, minimizando custos e reduzindo morbidade. Segundo as recomendações da International Society for Peritoneal Dialysis (ISPD) preconiza-se o uso empírico de uma cefalosporina ou vancomicina para cobrir gram-positivos e de uma cefalosporina de terceira geração ou aminoglicosídeo para cobertura de gram-negativos. Porém a escolha do antibiótico em cada centro deve basear-se no perfil etiológico e de sensibilidade bacteriana in vitro local. Objetivos: Este estudo tem como Objetivo geral conhecer o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos dos agentes causadores de peritonites, em pacientes submetidos à diálise peritoneal no Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Porto Alegre (SCPA). Os Objetivos específicos são conhecer a prevalência dos agentes etiológicos causadores de peritonite, avaliar a adequação do protocolo da ISPD para tratamento das peritonites em nosso meio e descrever os desfechos das peritonites no período estudado. Casuística e Métodos: Foram incluídos os pacien-tes em programa de diálise peritoneal na SCPA no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2011. O delineamento foi uma coorte retrospectiva. Resultados: Foram avaliados 136 pacientes. No período houve 84 episódios de peritonites em 52 pacientes. Entre as culturas positivas 8,3% apresentaram crescimento de mais de um germe, 65,4% gram +, 28,5% gram –, 14,2% resultaram em culturas negativas. A maioria das peritonites foi causada por gram-positivos, sendo 36,9% por Staphylo-coccus coagulase negativa e 10,7% por Staphylococcus aureus. As peritonites em 33,3% foram por gram-negativos sendo 7,1% por Escherichia coli e 5,9% por Aci-netobacter. A sensibilidade foi de 100% dos Gram-positivos à vancomicina. Mais de 90% dos Gram-negativos foram sensíveis à gentamicina. Peritonite foi causa de troca de método em 23,8% dos casos e óbito em 2,3% nos 3 anos de avaliação retrospectiva. Conclusão: NÃO há necessidade de se alterar o protocolo utilizado, pois em mais de 90% dos casos a cobertura foi adequada.

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Obstrução do Catéter de Tenckhoff por Áscaris LumbricóidesCimino, Leonardo, Valdeci, Nadiane, Maria Lúcia Martins, Ramalho MarciaHospital Philadelfia, Hospital Philadelfia, Hospital Philadelfia, Hospital Philadelfia, Hospital Philadelfia

Paciente renal crônico, diabético obeso, indicado  CAPD com boa aceitação. Devidamente treinado implantamos catéter de tenchoff. Ao passar o período de break-in, inicia diálise domiciliar e no decorrer das trocas retorna á unidade com suspeita de oclusão do catéter por fibrina. Havia no lúmen do Catéter de Tenckhoff Parasita Ascaris Lumbricoides. Foi retirado o parasita e análise laboratorial confirmou ser Áscaris. Paciente tratado com mebendazol e outros antiparasitários, realizados exa-mes complementares para afastar perfuração intestinal, todos negativos. Mantiveram frequentes oclusões do catéter por áscaris de pequeno tamanho,porém facilmente liberados do catéter e permitiam a continuidade do método ,porém causando desconforto ao cuidador e paciente. A causa da presença do parasita na cavidade peri-tonial não foi elucidada e ainda requer estudos paciente após tais intercorrências optou não permanecer em CAPD.

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Estudo comparativo entre crianças e adultos com lesão renal aguda associada à Leishmaniose Visceral (Calazar)Geraldo Bezerra da Silva Junior, Natália de Albuquerque Rocha, Michelle JC Oliveira, Luiz FLG Franco, Graziela BR Aguiar, Rodrigo S Pimentel, Camilla Neves Jacinto, Ana Patrícia Freitas Vieira, Elizabeth De Francesco DaherUniversidade de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: A leishmaniose visceral (calazar) é uma doença parasitária endêmica em países tropicais. Alguns estudos mostram diferenças no padrão da doença em crianças e adultos. Objetivos: Investigar as diferenças clínicas e laboratoriais entre crianças e adultos com calazar e lesão renal aguda (LRA). Casuística e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com pacientes internados com diagnóstico confirmado de calazar em um hospital terciário de Fortaleza, Ceará, no período de dezembro de 2003 a dezembro de 2010. Foi realizada comparação entre crianças (<14 anos) e adultos. LRA foi definida de acordo com os critérios RIFLE e pRI-FLE. Resultados: Foram incluídos 432 pacientes, sendo 146 (33,7%) crianças, com média de idade de 4,8±3,8 anos, e 286 (66,3%) adultos, com média de idade de 37±15 anos. Os adultos apresentaram maior incidência de icterícia (18,5 vs. 4,7%, p=0,0001), maior tempo entre o início dos sintomas e a admissão hospi-talar (88±10 vs. 37±3 dias, p=0,0001), maiores níveis de creatinina na admissão (1,1±1,0 vs. 0,5±0,2mg/dL, p=0,0001), hemoglobina (8,2±1,7 vs. 7,0±1,7g/dL, p=0,0001) e ALT (90±12 vs. 58±6, p=0,004). As crianças apresentaram maiores níveis de leucócitos (3420±1715 vs. 2500±1878/mm3, p=0,0001) e maior incidência de esplenomegalia (94 vs. 86%, p=0,009). LRA foi mais frequente entre as crianças (45,8 vs. 32,5%, p=0,008). De acordo com o critério pRIFLE, as crianças estavam em “Risk” (67%), “Injury” (31%) e “Failure” (2%), enquanto os adultos, pela classificação RIFLE, estavam em “Risk” (17%), “Injury” (44%) e “Failure” (36%), p<0,0001. A mortalidade foi maior entre os adultos (11,5 vs. 2,7%, p=0,001). Conclusões: As manifestações clínicas foram mais graves nos adul-tos, evidenciado pela maior frequência de algumas complicações, como dano hepático e maior mortalidade, entretanto, nas crianças, a LRA se apresentou de forma mais prevalente e menos grave.  Essa diferença no curso clínico do calazar entre crianças e adultos. pode ser  explicada pela resposta imunológica de cada grupo. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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P-516

Avaliação da função tubular em pacientes com Leishmaniose Visceral (Calazar) antes do tratamento específico com antimoniais pentavalentesMichelle JC Oliveira, Marília Pereira Alves, Aline Menezes Sampaio, Bárbara L Montenegro, Geraldo Bezerra da Silva Junior, Gdayllon Cavalcante Meneses, Alice MC Martins, Camilla Neves Jacinto, Ana Patrícia Freitas Vieira, Elizabeth De Francesco DaherUniversidade de Fortaleza Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: O acometimento renal na leishmaniose visceral (calazar) tem sido raramente descrito. A principal alteração inclui o acometimento tubular. Não se sabe ao certo a influência das drogas utilizadas no tratamento específico desta parasitose sobre a função renal. Objetivos: Investigar a função tubular em pacientes com calazar antes do tratamento específico com antimoniais pentavalentes. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo prospectivo com 13 pacientes internados com diagnóstico confirmado de calazar em hospitais terciários de Fortaleza, Ceará. Foram realizados teste de concentração urinária após período de 12h de privação hídrica e teste de acidificação urinária com administração de cloreto de cálcio (CaCl2). Foram calculadas a taxa de filtração glomerular (TFG), fração de excreção de sódio (FENa) e po-tássio (FEK) e o clearance de água livre (CH2O). Os Resultados foram comparados com um grupo de 15 voluntários sadios (grupo controle). Resultados: A média de idade dos pacientes com calazar foi de 40,8±19 anos, sendo 92% do sexo masculino. Os pacientes e controles apresentaram níveis semelhantes de creatinina (0,9±0,1 vs. 0,8±0,1mg/dL, p=0,99). Os níveis de microalbuminúria foram maiores nos pacientes com calazar (17,3±25,7 vs. 6,5±6mg/24h, p=0,0001). A TFG foi menor nos pacientes com calazar (80,8±24,8 vs. 102±17mL/min/1,73m2, p=0,01). Déficit de acidificação urinária foi encontrado em 7 pacientes com calazar (53,8%), que apre-sentaram pH urinário >5,5 após administração de CaCl2. A osmolalidade urinária foi menor nos pacientes com calazar (483±91 vs. 818±202mOsm/kg, p=0,0001, após privação hídrica de 12h. Déficit de concentração urinária foi observado em 10 pacientes (76,9%), que apresentaram uma relação entre osmolalidade urinária e plasmática <2,8 após o teste. A FENa foi maior entre os pacientes com calazar (0,1±0,05 vs. 0,04±0,02%, p=0,0002), bem como a FEK (1,22±0,75 vs. 0,49±0,28%, p=0,001). O TTKG foi semelhante nos dois grupos (4,98±4,3 vs. 2,7±1,5, p=0,06), assim como o CH2O (-0,89±0,56 vs. -1,1±0,3, p=0,21). Conclusões: O calazar está associado com alterações tubulares. Déficit de concentração e acidificação urinárias foram encontrados em um número significativo de pacientes (>50%). A avalia-ção da função renal deve ser realizada cuidadosamente em todos os pacientes com calazar, para a detecção precoce de alterações e a instituição do tratamento adequado. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Lesão renal aguda por picadas de cobrasPolianna Lemos Moura Moreira Albuquerque,Juliana B. Lima,Caroline B. Lima,Camilla Neves Jacinto,Ana Patrícia Freitas Vieira,Maria do Socorro B. Veras,Geraldo Bezerra da Silva Junior,Elizabeth De Francesco DaherInstituto Dr. José Frota Universidade Federal do Ceará, Hospital Geral Waldemar de Alcântara Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Instituto Dr. José Frota Universidade de Fortaleza Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: Os acidentes por picadas de cobras representam um importante problema de saúde pública no Brasil. A lesão renal aguda (LRA) é uma complicação fre-quente desses acidentes. Objetivos: Investigar a ocorrência de LRA em pacientes vítimas de picadas de cobras. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com pacientes vítimas de picadas de cobras atendidos em um centro de referência de Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2010. Foram comparados os pacientes com e sem LRA. Resultados: Foram incluídos 233 pacientes, sendo a maioria do sexo masculino e procedente de zona rural (85,4%). LRA foi observada em 10,3% dos casos. O principal gênero de cobra envolvido nos acidentes foi Bothrops sp (62%). A média de idade dos pacientes com LRA foi maior que naqueles sem LRA (42±20 vs. 33±21 anos, p=0,04). O tempo entre o acidente e o atendimento medico também foi maior no grupo com LRA (23±24 vs. 14±17h, p=0,02), assim como o tempo entre o acidente e a administração de soro antiofídico (24±24 vs. 13±15h, p=0,001) e o tempo de internação (14±12,5 vs. 3,3±2,2 dias, p=0,0001). Os níveis séricos de sódio foram maiores no grupo com LRA (134±6,9 vs. 139±4.8mEq/L, p=0,0001). A LRA foi predominantemente oli-gúrica (54,2%), com média de creatinina de 3,3±3mg/dL. Hemodiálise foi necessária em 29,1% dos casos, e recuperação completa da função renal foi observada em 50% dos casos. Não houve nenhum óbito entre os casos estudados. Os fatores associados ao desenvolvimento de LRA na análise multivariada foram o tempo entre o acidente e a administração do soro, a dose do soro antiofídico e o tempo de internação. Conclusões: A LRA é uma importante complicação dos acidentes por picadas de cobras, sendo caracterizada por um curso severo, em que metade dos casos não recuperou a função renal no momento da alta hospitalar. O atraso na administração do soro antiofídico é um dos principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento da LRA, devendo-se adotar medidas para o pronto atendimento destes pacientes.

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Lesão renal aguda em pacientes com dengueCamilla Neves Jacinto, Geraldo Bezerra da Silva Junior, Paulo Caminha Carvalho Junior, Moisés F. Cruz Neto, Ana Patrícia Freitas Vieira, Lorena VM Martiniano, Elizabeth De Francesco DaherUniversidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: O dengue é uma infecção viral transmitida por mosquitos que atinge níveis epidêmicos em certas épocas do ano no Brasil. Lesão renal aguda (LRA) tem sido descrita como uma complicação não muito frequente nesta doença. Objetivos: Investigar a ocorrência de LRA em pacientes com dengue. Casuísti-ca e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo incluindo pacientes internados com diagnóstico confirmado de dengue em um hospital terciário de Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de fevereiro de 2001 a agosto de 2008. LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE. Resultados: Foram incluídos 155 pacien-tes, com media de idade de 33±16 anos, sendo 65% do sexo masculino. Os principais sinais e sintomas observados na admissão foram febre (93%), cefaleia (84,5%), mialgia (82%), astenia (60,6%), anorexia (50,3%), rash (55,5%), dor abdominal (50,3%), vômitos (49,7%), dor retro-orbital (37,4%), fraqueza (34,8%), diarreia (33,5%) e artralgias (29%). Os seguintes fenômenos hemorrágicos foram observados: gengivorragia (18,7%), petéquias (27%) e hematúria (8,4%). A prova do laço foi positiva em 16 casos (10,3%). Os sinais de gravidade encontrados foram desidratação (23,2%) e hipotensão (14,8%). Os principais exames laboratoriais na admissão mostraram: Hb=13,8±1,8g/dL, Ht 38,8±6,1%, leucócitos 4204±2696/mm3, plaquetas 74531±54399/mm3, ureia 25±26mg/dL, creatinina=0,8±0,4mg/dL. Os níveis máximos de ureia e creatinina durante a internação foram de, respectivamente, 27±29mg/dL e 0,8±0,5mg/dL. LRA foi ob-servada em 10 casos (6,4%), sendo 6 na classe “Risk” (60%) e 4 na classe “Injury” (40%). Entre os pacientes com LRA, 6 (60%) já apresentavam LRA na admis-são. Oligúria foi encontrada em 7 casos (4,5%). Recuperação completa da função renal foi observada em quase todos os casos (apenas 1 paciente não apresentava ainda disfunção renal no momento da alta hospitalar). Óbito ocorreu em 5 casos (3,2%), sendo 3 destes com LRA (a mortalidade associada à LRA foi, portan-to, de 30%). Conclusões: A LRA é uma complicação importante do dengue, sendo as causas prováveis os fenômenos hemorrágicos, levando à LRA pré-renal. A LRA associada ao dengue mostrou um curso leve (maioria dos casos sendo da classe “Risk”), com recuperação completa da função renal na alta hospitalar. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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O “Cross-talk” rim-pulmão na leptospirose grave (Síndrome de Weil): coorte de 45 pacientes em Fortaleza, Ceará, BrasilElizabeth De Francesco Daher, Pedro Lucas R. Costa,Eduardo NS Pereira, Renata DP Santos, Krasnalhia Lívia S Abreu, Geraldo Bezerra da Silva Junior, Ana Patrícia Freitas Vieira, Camilla Neves Jacinto, Elizabeth De Francesco DaherUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: A leptospirose é a zoonose mais importante no mundo todo. A forma grave (Síndrome de Weil) é caracterizada por lesão renal aguda (LRA), ic-terícia e hemorragia pulmonar, com alta taxa de mortalidade. Objetivos: Investigar as interações entre disfunção renal e pulmonar em pacientes com LRA as-sociada à leptospirose. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo em pacientes com diagnóstico confirmado de leptospirose grave internados na unidade de terapia intensiva de um hospital terciário de Fortaleza, Ceará, Brasil. LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE, sendo comparados os pa-cientes com as classes “Risk”/“Injury” (RIFLE-R/I) e “Failure” (RIFLE-F). A gravidade foi avaliada pelos escores APACHE II e SOFA. Foi feita uma compara-ção entre os pacientes sobreviventes e os que foram a óbito. Resultados: Foram incluídos 45 pacientes, com média de idade de 42±15 anos, sendo 82% do sexo masculino. Os pacientes na classe RIFLE-F apresentaram maior média de idade que os pacientes na classes RIFLE-R/I (43±15 vs. 32±13 anos, p=0,02). A mé-dia do escore APACHE II na admissão foi de 20,1±8, e do SOFA 14,8±4,8. De acordo com o critério RIFLE, os pacientes estavam nas classes “Risk” (12%), “Injury” (20%) and “Failure” (68%). Hemodiálise foi instituída em 33 casos (73,3%). O escore APACHE II foi maior no grupo com RIFLE-F (22±6,2 vs. 14±8, p=0,001), bem como o escore SOFA (16±4,2 vs. 11±3,9, p=0,0005). Ventilação mecânica foi necessária para 30 pacientes (66%), sendo mais frequente nos pacientes com RIFLE-F (77,4% vs. 42,8%, p=0,03). A razão entre a pressão arterial de oxigênio (PaO2)/fração inspirada de oxigênio (FiO2) na admissão foi semelhante nos dois grupos (160±100mmHg vs. 183±87mmHg, p=0,46). A comparação entre os pacientes com e sem diálise mostrou uma maior frequ-ência de ventilação mecânica nos pacientes que dialisaram (81% vs. 25%, p=0,0008), mas a PaO2/FiO2 foi semelhante (156±97 vs. 196±88mmHg, p=0,21. Óbito ocorreu em 20 casos (44,4%). A mortalidade foi maior nos pacientes com RIFLE-F (58% vs. 14,2%, p=0,0001) e naqueles que necessitaram de diálise (57% vs. 8,3%, p=0,005). Conclusões: A LRA na leptospirose está associada com importantes alterações pulmonares, como evidenciado pela maior necessidade de ventilação mecânica e maior mortalidade entre os pacientes com LRA grave (RIFLE-F). O critério RIFLE é um bom preditor de gravidade nestes pacientes. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Depressão entre pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiáliseGeraldo Bezerra da Silva Junior, Eveline Cavalcante da Silva, Mikaelly M Lima, João Moisés Landim Santana, Ana Paula Assis Buosi, Francisco Emmanuel C Monteiro, Elizabeth De Francesco DaherUniversidade de Fortaleza Universidade Federal do Ceará, Centro de Nefrologia de Caucaia, Centro de Nefrologia de Caucaia, Centro de Nefrologia de Caucaia, Universidade de Fortaleza Universidade Estadual do Ceará, Centro de Nefrologia de Caucaia, Universidade Federal do Ceará

Introdução: A depressão é o distúrbio psiquiátrico mais frequente em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise. O tratamento dialítico é con-siderado como a experiência mais difícil enfrentada na vida por 50% dos pacientes em estudos prévios. Objetivos: Investigar a ocorrência de depressão entre pacientes com IRC em hemodiálise. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo prospectivo em dois centros de diálise da região metropolitana de Fortaleza, Ceará, Brasil. A ocorrência de depressão foi investigada por meio da aplicação do questionário de Beck para depressão (BDI-II). Resultados: Foram entrevistados ao todo 148 pacien-tes, com média de idade de 46±13 anos, sendo 54% do sexo masculino. A média de tempo em diálise foi de 5,3±5,2 anos. Depressão foi encontrada em 101 casos (68,2%), sendo classificada como leve em 50 casos (49,5%), moderada em 42 (41,5%) e severa em 9 (9%). Apenas 23 pacientes (15,5%) tinha disgnóstico prévio de depressão. Acompanhamento com psicólogo estava sendo feito por apenas 48 pacientes (32,4%). A comparação entre os pacientes com e sem depressão evidenciou idade semelhante (45,2±14 anos vs. 48,2±12,9 anos, p=0,21), sexo (masculino: 53,4% vs. 55,3%, p=0,86) e tempo em diálise (5,5±5.2 vs. 4,9±5,1 anos, p=0,51). Os pacientes com depressão apresentaram maior frequência de uso de antidepressivos (20,7% vs. 4,2%, p=0,01) e benzodiazepínicos (33,6% vs. 8,5%, p=0,001). Me-lhora dos sintomas com o tratamento específico foi relatado por 40 pacientes, entre os 46 que estava fazendo uso destas medicações (86,9%). Conclusões: A depressão é uma doença frequente e ainda pouco diagnosticada em pacientes com IRC em hemodiálise. O acompanhamento especializado com psicólogo também é pouco frequente, assim como o tratamento medicamentoso específico. A investigação de depressão deve fazer parte da rotina do acompanhamento de pacientes em diálise.

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Os sentimentos referidos pelo familiar do indivíduo portador de doença renal crônica em hemodiáliseSHEUNEMANN Rejane Silva, SILVA Maria Aretusa Maciel, ARAUJO Elizete SampaioCentro Universitário São Camilo, Centro Universitário São Camilo, Centro Universitário São Camilo (Graduação em Enfermagem)– Centro Universitário São Camilo São Paulo 2012

A Doença Renal Crônica (DRC) e o tratamento hemodialítico promovem alterações no doente e em sua família. Esta pesquisa tem como Objetivo tanto identi-ficar as possíveis adaptações psicossociais dos familiares de pacientes com DRC frente ao tratamento hemodialítico, quanto comparar as modificações dos senti-mentos destes familiares com o passar dos anos. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário São Camilo e recebeu parecer favorável através do Ofício 127/2011. O presente estudo é de natureza descritiva, exploratória e de abordagem qualitativa, desenvolvida em uma clínica satélite, localizada na cidade de São Paulo, SP. O método é análise de conteúdo apoiado em Bardin que após entrevistar 29 familiares, surgiram as seguintes ca-tegorias: sentimentos, fragilidade humana e estilo de vida. Segundo relatos dos entrevistados, os sentimentos foram de medo, de tristeza e de dificuldade em li-dar com a nova realidade. A fragilidade humana foi identificada em depoimentos de inconformação e de resignação.  As mudanças decorrentes do tratamento restringem o estilo de vida dos familiares no âmbito da alimentação, lazer e trabalho. Mesmo com o passar dos anos os familiares sentem dificuldade de adapta-ção às novas mudanças impostas pelo tratamento, justificando a importância de focar o cuidado psicossocial não apenas no doente, mas também nos familiares. Palavras-chave: Falência renal crônica. Diálise renal. Família

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Cálculo de Kt/V em hemodiálise: comparação entre fórmulasDaiana Saute Kochhann, Ana Elizabeth Figueiredo, Guilherme BreitsameterClinirim – Clínica de Doenças Renais de Porto Alegre, Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia - FAENFI- PUC - RS, Hospital de Clinicas de Porto Alegre

Introdução: A qualidade da diálise oferecida aos pacientes em diálise pode ser mensurada pelo Kt/V, o qual pode ser calculado de diversas maneiras. Objetivo: Compa-rar os Resultados de Kt/V obtidos por meio das fórmulas de Lowrie (L) e de Daugirdas (D) com os Resultados mensurados pelo monitor de clearence on-line – Online Clearence Monitor (OCM). Método: Estudo observacional transversal com 59 pacientes em hemodiálise (HD). Os dados foram coletados na mesma sessão de diálise: (ureia pré-diálise e pós-diálise) e o resultado de Kt/V foi obtido pelo OCM da máquina Fresenius 4008S (Fresenius Medical Care AG, Bad Homburg, Alemanha). Resultado: Foram analisadas 95 sessões, em que prevaleceu o sexo masculino, 56% (33), com idade média de 57 + 14 anos. A hipertensão arterial com 42% (25), diabetes com 12% (7) e glomerulonefrite com 8% (5) foram as causas mais frequentes da doença renal crônica (DRC). O Kt/V médio obtido pela fórmula de L, de D e pelo OCM foi de 1,31; 1,41 e 1,32, respectivamente. A comparação entre as fórmulas de L e D mostra que há diferença estatística p = 0,008 com a correlação de Pearson de 0,950. Entre D e OCM a diferença também é significativa: p = 0,011 e r = 0,346, provavelmente devido a perda convectiva, avaliada pela equação de D e não observadas por OCM e L. A comparação entre L e OCM não foi significativa p = 0,999 e r = 0,577. Conclusão: Os dados sugerem que o OCM pode ser utilizado como um norteador para ajuste da dose de diálise em tempo real.

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Stress oxidativo em crianças com cistinose nefropáticaLuciana Pache de Faria Guimarães, Maria Helena Vaisbich, Antonio Carlos Seguro, Maria Heloisa Mazzola ShimizuHCFMUSP, HCFMUSP, HCFMUSP, HCFMUSP

Objetivo: Avaliar o stress oxidativo em pacientes com Cistinose Nefropática e a sua interferência sobre a função renal através do uso de uma droga antioxidante, N--acetil-cisteína (NAC) já que nesta doença ocorre deficiência de glutatione no citosol das células.  Material e Métodos: Estudo longitudinal em pacientes com Cisti-nose Nefropática com DRC classes I a IV seguidos na Unidade de Nefrologia – ICr-HCFMUSP. Foram incluídos pacientes em uso regular da medicação, inclusive da cisteamine (droga depletora de cistina intralisossomal) e que mostraram aderência ao tratamento. Nos primeiros 6 meses de tratamento os pacientes não receberam NAC ou o fizeram em dose baixa (dose média de 16,3 mg/Kg/dia). Este Perídodo foi caracterizado como Período 1 e composto pelos tempos T0, T1 e T2 ( 3 dosa-gens das variáveis no Tempo zero quando nenhum paciente usava NAC, Tempo 1 com 6 pacientes recebendo NAC em dose mais baixa e Tempo 2 com 12 pacientes recebendo NAC na dose baixa). Como não foram observadas mudanças nas variáveis nos tempos T0 a T2 houve mudança de protocolo. Nos últimos três meses do estudo todos os pacientes incluídos receberam NAC na dose média de 20,4mg/Kg/dia(este tempo foi chamado de T3). Nestes pacientes foram avaliadas as seguintes variáveis: creatinina e uréia séricas, clearance de creatinina estimado pela estatura, cistatina C, dosagem plasmática de TBARS (substâncias ácido-tiobarbitúricas rea-tivas; picomol de malondiladeído/mg de proteína). Resultados: Foram selecionados 23 pacientes (16 do sexo masculino) que preencheram os critérios de inclusão. A idade na avaliação foi de X±DP= 8,0±3,6 anos. Foram encontrados os seguintes Resultados: no Período 1 houve uma diferença significativa entre os tempos no valor do TBARS sérico (p=0,012) e comparando cada um dos tempos, observamos uma diferença significativa entre os tempos T0 e T2, e T1 e T2, com valores significa-tivamente maiores em T2 (p<0,05). Em relação à função renal, houve uma diferença significativa da creatinina sérica entre os tempos (p=0,02), e entre os tempos T0 e T2 (p=0,0003) e T1 e T2 (p=0,0014); uma diferença significativa no clearance de creatinina entre os tempos (p=0,009), e entre os tempos T0 e T2 (p=0,03). Não houve uma diferença significativa nos valores da cistatina C, porém com tendência de aumento no T2. No período 2, comparando o TBARS sérico entre os tempos T2 e T3, houve uma diferença estatisticamente significativa (p<0,0001) com valores em T3 menores que em T2. Em relação à função renal, houve uma diferença estatisticamente significativa nos valores da creatinina (p<0,0001), clearance de creatinina (p=0,006) e cistatina C (p=0,006) entre os tempos T2 e T3, com valores mais baixos da creatinina e cistatina C no T3 e um aumento do clearance de creatinina no T3. Conclusões: Pacientes com Cistinose apresentam aumento do stress oxidativo (TBARS plasmático) quando comparados a controles normais. Durante o período de nove meses, foi utilizada a NAC e quando usada na dose mínima, não houve uma melhora da função renal, porém, na dose máxima,houve redução do stress oxidativo e melhora significativa da função renal. Este conhecimento é útil no tratamento destes doentes, já que o aumento de stress oxidativo está envolvido na progressão dessa doença.

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Avaliação da atenção primária para a prevenção de insuficiência renal crônica na estratégia saúde da família no municipio de Ji Parana/ROStein AT, Millan WCUniversidade Luterana do Brasil - Rio Grande do Sul, Centro Universitário Luterano de Ji Paraná - Rondônia

A Doença Renal Crônica (DRC) pode levar a inúmeras modalidades de manejo desde tratamento conservador até o transplante renal, tornando-se um problema de saúde pública mundial devido ao longo tempo de tratamento associado ao elevado custo. A Atenção Primária a Saúde (APS) através da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem realizado ações para prevenção para DRC, com atuações diretas para promoção à saúde através da identificação e rastreamento do grupo de risco, possi-bilitando garantir acesso integral aos serviços de saúde. O Objetivo deste estudo foi avaliar e descrever as ações de saúde desenvolvidas na ESF no atendimento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) com Insuficiência Renal Crônica (IRC) em Ji Paraná/RO. Estudo descritivo composto por duas etapas: a primeira etapa consistiu em entrevistas com enfermeiros da Estratégia Saúde da Família; na segunda etapa participaram os usuários em tratamento de hemodiálise. As variáveis uti-lizadas foram divididas conforme os atributos essenciais e derivados da APS, do instrumento validado PCATool, e conhecimentos dos profissionais sobre SUS e IRC. Na primeira etapa, foram entrevistados 7 enfermeiros e na segunda etapa, foram entrevistados 36 usuários. A idade média de pessoas em Estágio Final de Doença Renal (EFDR) foi de 50 anos, com Desvio Padrão de 19,68. O sexo masculino predominou com uma frequência de 57,1%. Dos fatores de risco instalados antes do EFDR, 77,1% apresentavam Hipertensão Arterial, seguido de 14,3% de Diabetes Mellitus, e 8,6% de ambas as doenças. Os escores dos atributos da APS, atribuídos pelos usuários foram: escore essencial 4,87 e escore geral 4,64. Os escores pelos enfermeiros: escore essencial de 6,84 e escore geral de 9,40. Em relação ao conheci-mento sobre o SUS, os profissionais apresentaram uma média de acerto de 70%. e média de acertos de 56% sobre DRC. A avaliação continuada da ESF e usuários do SUS são fundamentais para a integralidade dos serviços, avaliando o acesso e intervindo nos fatores de risco. Os usuários têm demonstrado baixo escore de satisfação, resultado que não difere de outros estudos.Conclui-se que necessário conhecer as características clínicas, a política pública e os fatores de comorbidades para DRC, com atributos de avaliação da APS a serem melhorados por intermédio de intersetorialidade, integralidade, continuidade de serviço e participação da comunidade para detecção precoce de agravos renais.

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Hemotivação: um momento de valorização da vidaNascimento MB, Carvalho DMAHospital Infantil Maria Lucinda, Hospital Infantil Maria Lucinda

Introdução: A idéia da criação do Projeto Hemotivação surge da constatação inquietante da realidade vivida pelos pacientes renais crônicos durante o tratamento de hemodiálise. A insuficiência renal crônica (IRC) é um desafio que impõe ao paciente mudanças de hábitos, ocasionando um grande impacto em seu cotidiano, sendo necessário a adaptação de novas rotinas na vida diária. Diante dessa situação conflituosa, é de suma importância considerar não apenas a patologia do paciente, mas todo seu contexto biopsicossocial.  Durante a atuação da equipe multiprofissional percebeu-se as dificuldades vivenciadas pelos pacientes que, devido à doença, per-manecem quatro horas seguidas, três vezes por semana, em dias alternados, ligados a uma máquina. Em alguns casos ocorrem intercorrências, provocando, portanto, ociosidade, fadiga, irritabilidade, angústias, ansiedade, tristeza, stress e solidão. Diante disso, almeja-se despertar nos pacientes uma nova visão quanto ao tratamento, oportunizando vivências que promovam, sobretudo a sua autoestima, a melhoria do humor, a valorização da vida, que embora o tratamento seja doloroso, ele pode ser vivido e encarado não como um peso, mas sim, como uma ação de vida. Objetivos: Objetivo Geral: Otimizar o tempo dos pacientes com IRC, despertando-os para uma nova visão quanto ao tratamento, oportunizando vivências que promovam, sobretudo a sua autoestima, a melhoria do humor, a valorização da vida. Ob-jetivo Específico: Promover atividades lúdicas, recreativas, terapêuticas, informativas e culturais que promovam o desenvolvimento integral do sujeito; causuística e métodos: O projeto foi pensado no mês de setembro do ano de 2011, sendo realizado um levantamento bibliográfico e leituras acerca da IRC, como também para estudo mais apurado da proposta a ser construída. Feito isso, o projeto foi construído e apresentado às Coordenações administrativa e financeira, aos responsáveis técnicos do setor e à equipe multiprofissional do mesmo. Ainda nesse mês, deu-se início a realização de parcerias com outros profissionais do próprio hospital e/ou instituições que colaborassem na qualidade da execução das atividades. O projeto foi analisado e aprovado por todos, e sua execução foi iniciada na primeira semana de outubro, dando continuidade nos outros meses. As atividades acontecem nos três turnos e de acordo com a disponibilidade dos envolvidos, entre elas: “cinema da hemodiálise”, onde os pacientes tiveram a oportunidade de assistir filme de comédia; Trabalho com papéis (origami), incentivando e estimulando a criatividade dos pacientes individualmente; Apresentação do grupo de dança Crescer na Dança, do Centro Social Dom João Costa (Alto José do Pinho); Grupo Musical infantil Músicos do Futuro, do Centro Social Dom João Costa (Alto José do Pinho); Bingo com distribuição de brindes para os ganhadores; Dinâmica “um dia daqueles” com a Psicóloga do setor objetivando o relato de experiências; Amigo secreto natalino; Palestras educativas: Violência contra a Mulher e Transplante Renal; Comemora-ção de datas festivas, como: Natal, Páscoa, Dia das Mães, São João, Dia dos Pais, dentre outros. Resultados e Conclusões: A pesquisa atingiu seu Objetivo, trazendo atividades lúdicas, recreativas, terapêuticas, informativas e culturais para os pacientes e funcionários da hemodiálise com o intuito de otimizar o tempo no processo dialítico. Porém, vale salientar que muitos foram os desafios enfrentados para que tais atividades fossem executadas, principalmente, a ausência de recursos materiais e financeiros para custear a pesquisa.Vale salientar que tal pesquisa facilitou a interação entre os pacientes, e os mesmos com os funcionários, como também trouxe momentos de alegria, união, conforto e integração. Por isso, deu-se continuidade no ano de 2012 visando novas parcerias e disposição para o trabalho proposto.

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P-613

Comportamento sexual de pacientes masculinos em tratamento hemodialítico na clínica de doenças renais de BrasíliaEveraldo S Roberto, Natalia CV Melo, Evandro R Silva-FilhoClínica de Doença Renais de Brasília, Clínica de Doença Renais de Brasília, Clínica de Doença Renais de Brasília

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) pode ser definida como a perda gradual e irreversível da função renal. Em sua fase mais avançada, os rins não conse-guem mais manter a homeostase do paciente, o que leva a várias complicações e finalmente a morte, se não tratada. Em razão da DRC, os indivíduos em hemodiálise geralmente são sexualmente menos ativos do que as pessoas saudáveis. A atividade sexual requer um nível de disposição muitas vezes ausente no doente renal crôni-co.  Objetivo: Verificar o comportamento sexual de pacientes masculinos com idade entre 21 e 73 anos, que fazem tratamento hemodialítico na Clínica de Doenças Renais de Brasília (CDRB). Causuísticas e Métodos: Participaram do estudo 60 pacientes masculinos, com idade média de 42,9±13,7anos. Os pacientes foram convidados a participar das entrevistas e a utilização dos dados obtidos foi autorizada por todos os participantes, através da assinatura de termo de consentimento fornecido e explicado. Os pacientes responderam ao Índice Internacional de Função Erétil (IIFE), questionário que  visa não só a identificação, mas também a estra-tificação da disfunção erétil. Resultados: Dentre os entrevistados 6,7% (4/60) responderam que não tem nenhum tipo de atividade sexual. Dos sexualmente ativos, 44,6% (25/56) referiram ter ereção e ejaculação na maioria ou em quase todas as relações sexuais. Apenas 37,5% dos pacientes (21/56) apresentam satisfação e 38,3% (23/56) apresentam desejo na maioria ou em quase todas as relações sexuais. Quanto ao grau de satisfação sexual geral, 53,6% (30/56) dos casos apresentam satisfação baixa a moderada e 46,4% (26/56) apresentam satisfação alta ou muito alta. Conclusão: A disfunção erétil é um problema freqüente nos pacientes masculinos em hemodiálise, o que acarreta redução do desejo e da satisfação sexual e pode impactar negativamente na qualidade de vida dos mesmos. Por isso, é importante que a disfunção erétil não seja negligenciada e que seja dado apoio multidisciplinar adequado, de modo a minimizar os efeitos deletérios da disfunção erétil na qualidade de vida dessa população.

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Mieloma Múltiplo e IRA (Insuficiência Renal Aguda)- Um relato de casoAndrade IGN, Silva FMM, Carvalho FBO, Queiroz AFM, Dias KBUniversidade Católica de Brasília Distrito Federal, Universidade Católica de Brasília Distrito Federal, Universidade Católica de Brasília Distrito Federal, Universidade Católica de Brasília Distrito Federal, Hospital das Forças Armadas-HFA Universidade Católica de Brasília Distrito Federal

Introdução: O mieloma múltiplo é um distúrbio de proliferação dos plasmócitos, comum em pacientes acima de 60 anos. Tende a se manifestar com dor óssea, dis-função renal e suscetibilidade a infecções bacterianas. Objetivo: Relatar o caso de um paciente com IRA por MM (Mieloma Múltiplo) de apresentação obscura. Caso: Paciente internado na Neurocirurgia por dor lombar e torácica evolui com febre após 10 dias de internação sendo transferido para Clínica Médica. É diagnosticado com pielonefrite por E. coli sensível a carbapenêmicos. Após quatro dias de antibioticoterapia, evolui com quadro de IRA dialítica. Após 10 dias de terapia antimi-crobiana, houve regressão do quadro de pielonefrite com urocultura negativa, porem após três semanas ainda persistia com dor lombar e a IRA, sendo iniciada a investigação para doenças sistêmicas. Foi solicitado: eletroforese de proteínas, radiografia de inventário ósseo e mielograma, e também indicada biopsia renal. Discus-são: O MM é uma neoplasia monoclonal que ocorre devido à proliferação de plasmócitos, progenitoras de linfócitos B. Suas manifestações principais são: dor óssea, suscetibilidade a infecções e disfunção renal que pode evoluir para IRA. Para seu diagnóstico é necessário a dosagem de proteínas M no soro, presença de plasmocitose medular no mielograma e comprometimento dos órgãos afetados. A apresentação inicial do paciente levou a ser aventada à hipótese de IRA por processo inflamatório da pielonefrite e nefrotoxicidade dos carbapenêmicos. Mas após o termino dos antibióticos e controle da infecção o paciente permanecia em IRA sendo iniciada a investigação de outras doenças. Relacionando idade, dor lombar persistente, infecção do trato urinário com IRA prolongada pensou-se no diagnostico de MM. Resul-tados e Conclusão: Eletroforese de proteínas: Albumina 3,1g/dL(55,0%), α-1 0.5g/dL(9,7%), α-2 1,0 g/dL(17,6%), β-1 0,4 g/dL(6,3%), β-2 0,2g/dL(4,2%), γ 0,4 g/dL(7,2%). Radiografia de inventário ósseo: presença de lesões difusas osteolíticas, de tamanho uniforme, sem bordas escleróticas. Mielograma: aumento discreto da celularidade global para a idade, série linfomonoplasmocitária com plasmócitos de 26%. Não é realizada biópsia renal, pois a família nega o procedimento Foi então confirmado o diagnóstico de MM secretor de IgG/Kappa. Estadiamento Durie-Salmon IIB, IIS alto. Paciente fez quimioterapia, apresentando melhora progressiva da função renal saindo da hemodiálise e foi indicado transplante de células tronco autólogo.

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Pacientes com les têm alta perda de acesso vascular para hemodiáliseVieira Jr JM, Oliveira CS, Fonseca TR, Genovez L, Albuquerque EMN, Klumb EM, Ribeiro FMUERJ-RJ, UERJ-RJ, UERJ-RJ, UERJ-RJ, UERJ-RJ, UERJ-RJ, UERJ-RJ

Introdução: A perda do acesso vascular é uma das complicações mais comuns durante a terapia renal substitutiva (TRS). Os pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) em TRS por glomerulonefrite em estágio terminal podem ter como agravante a alta prevalência de anticorpos antifosfolipídeos. Este estudo visa detectar a fre-quência da perda das fístulas arteriovenosas (FAV) e avaliar possíveis fatores associados. Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes em TRS há pelo menos seis meses por nefrite lúpica terminal, entre fevereiro de 1992 e dezembro de 2011. Todos os casos preenchiam os critérios de LES pelo ACR e estavam em acompanhamento no ambulatório de lúpus da Disciplina de Reumatologia da UERJ. Na análise das FAV, definiu-se como perda primária a sua oclusão antes do primeiro uso, e como secundária, a oclusão ocorrida durante seu uso regular. Média ± DP foram usados na análise descritiva; o teste T foi usado para inves-tigar diferenças entre os grupos.Resultados: Cinquenta e um pacientes (48 mulheres e 3 homens) encontravam-se em TRS, sendo 48 em hemodiálise e 3 em diálise peritoneal. As idades médias atual e no diagnóstico de LES foram 42 ± 11 e 25 ± 10 anos, respectivamente. O SLICC médio foi 5 ± 3 e, 10 pacientes apresentaram infecção por HCV. O tempo médio de acompanhamento foi  de 91 ± 52 meses, com perda de seguimento em 3 pacientes e 8 óbitos. O total de FAV confeccionadas foi 109 (103 enxertos autólogos e 6 sintéticos, média 2 ± 2). Houve 20 pacientes com perda de acesso (41,7%): 36 primárias (33% das FAV) e 21 secundárias (19%). Três pacientes (6,3%) tinham SAF. Na comparação entre os grupos com e sem perda da FAV, não houve diferenças quanto à presença de diabetes mellitus (P=0,323), dislipidemia (P=0,743) e hiperparatireoidismo grave (P=0,141) e hipertensão arterial sistêmica foi mais comum no grupo sem perda da FAV (P=0,007). Conclusão: Pacientes com LES em TRS têm alta prevalência de perda de acesso vascular independentemente da associação com SAF ou de fatores de risco tradicionais para doença cardiovascular. É possível que além dos fatores clássicos para a perda de FAV (uso precoce, hipotensão, presença de cateter venoso profundo), o estado inflamatório da parede vascular contribua para a má evolução das FAVs nesses pacientes.

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Injúria Renal Aguda (IRA) é um problema após implante de válvula Aorta Percutânea (IVAP)? Experiência em 47 casos consecutivosVieira Jr JM, Sá AK, Hansen MH, Gutierrez FLB, Nacul FE, Fernandes MAO, de Matos NDFG, Fagundes FES, Carvalho LAFHospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ, Hospital Prócardíaco-RJ

Introdução: Atualmente o IVAP é uma opção para pacientes com estenose aórtica e alto risco cirúrgico. Os candidatos geralmente são idosos, nefropatas crônicos e possuem comorbidades. Ainda não conhecemos a segurança deste procedimento com relação à função renal. Método: Analisamos retrospectivamente 47 pacientes submetidos à IVAP nos últimos 30 meses, em um único centro, com relação a dados demográficos, clínicos e fatores de risco para IRA precoce (<48h), definida pelos critérios de RIFLE (creat e diurese) ou AKIN. Tentamos correlacionar variáveis como massa de VE, gradiente médio V-Ao, FE basal, clearance basal de Creat, evolução com BAVT, Euroescore, volume de contraste, idade, uso concomitante de IECA/BRA, com o desenvolvimento de IRA e os desfechos tempo de internação hospitalar e mortalidade. Resultados:Os pacientes (22M/25F) tinham idade média de 82,5±8,0, EUROESCORE 23±21; FE basal 55,7±15,2; Clear Cr basal 53±19; 40% com DM. Embora a maioria (58%) tenha recebido hidratação venosa (Ringer  ou Bicarbonato de sódio) pré-procedimento, 22/47 (46,8%) desenvolveram IRA precoce, 15/22 com elevação da Cr e apenas 7/22 com critério limitado à queda da diurese. O estágio da IRA foi frequentemente leve (63% R-RIFLE ou 73% AKIN 1), enquanto apenas 10% dos pacientes com IRA tiveram a classificação mais elevada de IRA (F-RIFLE ou AKIN 3). Não houve diferença entre os pacientes com IRA e os demais com relação à idade, DM, IECA/BRA, hidratação, volume de contraste, EUROESCORE, FE basal, gradiente médio VE-Ao, ou Cl Cr basal. Entretanto, dentre os pacientes com IRA, houve número maior de pacientes com Cl Cr< 30 ml/min basal (5/22 vs. 1/25, p=0,08) e pacientes que evoluíram com BAV total e necessidade de MP definitivo pós-IVAP (12/22 vs. 4/25, p=0,01). IRA não determinou maior tempo de internação hospitalar (mediana de 7 dias nos dois grupos), embora 6/22 IRA vs. 1/25 CONT tenham necessitado de VM≥ 24h. A necessidade de diálise ocorreu em apenas 3/22 dos pacientes. Três pacientes evoluíram para o óbito, todos no grupo IRA (p=0,09), 2 deles em diálise. Conclusão: A incidência de IRA após IVAP é elevada (cerca de metade dos pacientes) e a presença de insufi-ciência renal crônica basal e BAVT pós-IVAT parecem favorecer o aparecimento de IRA. Embora seja um grupo pequeno, este estudo sugere que a IRA precoce, leve e reversível pós-IVAP não aumenta tempo de hospitalização, enquanto as formas dialíticas, embora raras, podem determinar aumento da morbi-mortalidade.

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O estudo do comportamento dos níveis séricos de Fas solúvel, eritropoietina, citocinas inflamatórias e da anemia no paciente criticamente enfermo com insuficiência renal agudaKorkes IL, Góes MA, Santos OFP, Quinto M, Batista MC, Iizuka IJ, Durão MS, Monte JC, Pereira VG, Cendoroglo MUniversidade federal de São Paulo, Universidade federal de São Paulo, Universidade federal de São Paulo - Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: A anemia é um problema que normalmente complica o curso dos pacientes gravemente enfermos (PGE), principalmente daqueles com insuficiência renal aguda (IRA). Os níveis séricos do Fas solúvel (sFas) estão associados com anemia e baixa resposta à eritropoietina (Epo) no paciente com doença renal crônica (DRC). Assim, é possível que na IRA o acúmulo de sFas no sangue possa estar também associado à anemia. Objetivos: Investigar a relação entre os níveis séricos de sFas, Epo, citocinas inflamatórias e de Hb em PGE com IRA. Casuística e Métodos: Estudamos PGE com IRA e indicação de hemodiafiltração venovenosa contínua (CVVHDF) (n=39), PGE sem IRA (n=17), pacientes com DRC (n=20) e voluntários saudáveis (n=18). O perfil de ferro (saturação de transferrina, ferro sérico e ferritina), as concentrações do hematócrito e de Hb, e os níveis séricos de sFas, Epo, TNF-a, IL-6 e IL-10 foram analisados entre os grupos. Também investigamos a correlação entre essas variáveis dentro do grupo de PGE com IRA antes e após 24 horas de CVVHDF. Resultados e conclusões: Observamos que as concentrações de Hb foram menores no grupo IRA (p<0,001) e que os pacientes desse grupo apresentaram os níveis séricos de ferritina, IL-6, creatinina e TNF-a maiores do que os do grupo sem IRA e controle (p<0,001). Os níveis séricos de sFas foram maiores nos grupos IRA eDRC do que nos outros grupos (p<0,001). Os grupos IRA e sem IRA apresentaram níveis séricos de Epo mais elevados do que o grupo controle (p<0,001). No grupo IRA, após 24 horas de CVVHDF, observamos que as concentrações de Hb, Ht, Creatinina, ureia e TNF-a diminuíram, enquanto os níveis séricos de Epo, sFas e IL-6 aumentaram. A concentração de Hb apresentou correlação nega-tiva com os níveis séricos de sFas (r=-0,34; p= 0,01), TNF-alfa (r= -0,28; p=0,04) e de IL-6 (r= -0,43; p=0,001). Os níveis séricos de sFas tiveram correlação positiva com os níveis séricos de IL-6 (r= 0,59; p<0,001). Na análise multivariada, os níveis séricos de sFas (p=0,02) foram os únicos que apresentaram correlação negativa independente com a concentração de Hb no grupo IRA . Estes achados sugerem um possível papel do sFas na anemia da IRA, havendo uma incapacidade de resposta adequada à Epo. Porém, ainda são necessários mais estudos para esclarecer se o sFas participa ativamente da fisiopatologia da anemia, sendo um fator causal,  ou se ele é apenas um marcador secundário dessa patologia nos PGE com IRA.

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Prevalência de disfunção sexual entre mulheres com doença renal crônica em hemodiáliseSantos PR, Capote JRFG, Cavalcanti JU, Vieira CB, Rocha ARM, Apolônio NAM, Oliveira EBUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: Os efeitos da hemodiálise sobre a sexualidade masculina são bem estudados no que se refere à disfunção erétil. No entanto, a sexualidade entre mulheres mantidas em hemodiálise é bem menos compreendida. Objetivos: Estimar a prevalência de disfunção sexual entre mulheres com doença renal crônica em esquema regular de hemodiálise. Casuística e Métodos: Foram incluídas mulheres com doença renal crônica submetidas à hemodiálise durante o mês de junho de 2011 na ci-dade de Sobral, única cidade da região norte do Ceará que oferece terapia dialítica. Os critérios de inclusão foram: idade entre 18 e 55 anos, estar em hemodiálise por pelo menos três meses e apresentar vida sexual ativa. De um total de 79 mulheres, foram incluídas 58. Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais. A classe social das pacientes foi avaliada pelos critérios utilizados pela Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado. A versão brasileira do instrumento Índice de Função Sexual Feminina (IFSF) foi aplicado entre as participantes para avaliação da função sexual. O IFSF gera pontuação mínima de 2 e máxima de 36. Mulheres com pontuação inferior a 26 foram classificadas como apresentando disfunção sexual. Resultados: A idade média das participantes foi de 38,9 ± 10,8 anos. Vinte e sete (46,6%) pertenciam às classes sociais B e C e 31 (53,4%) às classes D e E. A mediana de tempo em diálise foi de 36 meses. As principais etiologias da doença renal crônica foram glomerulonefrite (56,9%) e hipertensão (20,7%), seguidas de diabetes (8,6%), lupus (3,5%), uropatia obstrutiva (3,5%) e outras (6,8%). As médias de hemoglobina, albumina e Kt/V foram, respectivamente, 9,5 ± 2,0 g/dl, 3,8 ± 0,3 g/dl e 1,9 ± 0,3. Quarenta e seis (79,3%) mulheres foram classificadas como apresentando disfunção sexual. Conclusões: A alta prevalência de disfunção sexual indica a necessidade no contexto do tratamento dialítico de se encontrar abordagens direcionadas para melhora da função sexual feminina. Existe a possibilidade de que o não-controle ideal da anemia tenha colaborado para a alta prevalên-cia de disfunção sexual encontrada em nosso estudo.

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Perfil dos pacientes com doença renal crônica que iniciam hemodiálise na região norte do estado do CearáSantos PR, Ivo Antônio Mendes de Menezes, Mairla Maracaba Moreira, Estevam Nelson Moura de Oliveira, Sankia Maria Lopes Aragão, Fernando Lopes Ponte Neto, Cecília Costa Arcanjo, Antônio Robson Gomes Ximenes, Janaína Teixeira Pereira Carneiro Tapeti, Hyngridd Soares Mendes, Luise Vasconcelos Vieira, Rita de Cássia Parente Prado, Marcela Lopes Lima, Wirvig Dionnas Cassemiro AdeodatoUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Fedeal do Ceará, Universidade Fedeal do Ceará, Universidade Fedeal do Ceará, Universidade Fedeal do Ceará, Universidade Fedeal do Ceará, Universidade Fedeal do Ceará, Universidade Fedeal do Ceará

Introdução: O rastreamento da doença renal crônica deve ser realizado na atenção primária à saúde, principalmente entre diabéticos e hipertensos. Sendo assim, o perfil dos pacientes com doença renal crônica que incidem em diálise é capaz de refletir a qualidade da atenção primária em determinada região. Objetivos: Descrever o perfil dos pacientes com doença renal crônica que iniciam hemodiálise de manutenção na única cidade da região norte do Ceará que oferece suporte dialítico. Ca-suística e Métodos: Foram entrevistados todos os pacientes com doença renal crônica que se encontravam em hemodiálise durante o mês de abril de 2012 na cidade de Sobral, única cidade da região norte do Ceará que oferece terapia dialítica. Foram incluídos 179 pacientes que responderam a um formulário com perguntas sobre: conhecimento de ser portador de doença renal crônica ao iniciar diálise, realização de consulta com nefrologista antes de iniciar diálise, tipo de acesso utilizado ao iniciar hemodiálise e se iniciou diálise de modo emergencial. Resultados: A amostra foi formada por 112 (62,6%) homens e 67 (37,4%) mulheres com idade média de 48 (16-85) anos. As principais etiologias da doença renal crônica foram: glomerulonefrite (39,1%), hipertensão (30,1%), diabetes (14,5%), doença renal policís-tica (5,0%), uropatia obstrutiva (4,5%), outros (4,0%) e indeterminada (2,8%). Apenas 67 (37,4%) sabiam que eram portadores de doença renal crônica quando iniciaram diálise. Oitenta e oito (49,2%) tiveram pelo menos uma consulta com nefrologista antes de iniciar diálise. Cento e trinta e um pacientes (73,2%) iniciaram diálise através de acesso temporário (cateter) e apenas 48 (26,8%) através de fístula arteriovenosa. Sessenta e nove (38,5%) tiveram diagnóstico de doença renal crôni-ca estabelecido durante atendimento de emergência decorrente de sintomas urêmicos. Conclusões: A pequena prevalência de diabéticos, o grande desconhecimento sobre a condição de ser portador de doença renal crônica e a maioria que inicia hemodiálise através de acesso provisório, demonstram necessidade de rastreamento da doença renal crônica no âmbito da atenção primária à saúde na região estudada.

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Relato de caso – glomerulopatia proliferativa difusa com necessidade de hemofiltracao para controle de anasarcaIve Rocha Baia Antunes, Adriana Magalhaes Borel, Ariel Augusto de Britto Rosa, Heloisa Reniers Vianna, Patricia Lima Vasconcelos, Euripedes Augusto dos Santos Neto, Jair Domiciano Junior, Osvaldo Fernandes de Oliviera Neto, Marcus Faria LasmarHospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose

B.R.M.O. , 22 anos. Solteiro, procedente de Contagem – MG, trabalha na construção civil. Deu entrada no HUSJ no dia 02/09/11, encaminhado da UPA de Conta-gem, onde estava desde 28/08/11, em anasarca, lombalgia, tosse produtiva com secreção clara e congestão nasal, estando afebril. Hábito urinário preservado. Historia patológica pregressa não constando alergias, uso de medicamentos de rotina, cirurgias ou internações prévias. Exames físico em anasarca, sem demais alterações signi-ficativas, excetuando hipertensão(150/100mmHg). Exames laboratoriais constando roteinúria/24 h de 6 gramas, Cr 2,8,  Albumina: 2,1 CT: 283 LDL: 218 HDL: 36 Hb: 10,2 G. Visto quadro clinico do paciente foi optado por restrição hídrica e sódica, com prescrição de Furosemida 20 mg IV de 12/12horas  e Anlodipina 10 mg. Evoluiu com melhora progressiva do edema e controle dos níveis pressóricos, sendo diurético modificado para via oral. Recebeu alta da Clínica Médica em 16/09 com retorno marcado para o Ambulatório de Nefrologia do HUSJ, tendo peso da alta 80,3 kg. Paciente foi internado novamente no dia 21/9, novamente em ana-sarca, hipertenso(160/110mmHg) e aumento de 1,7kg. Optado por iniciar 60 mg por dia previamente a biopsia renal. Realizada biópsia renal em 26/09/12: apenas fragmento muscular, sendo o novo material constando  Glomerulopatia Proliferativa Difusa. Realizado ajuste da dose de diuréticos e anti-hipertensivos, manutenção da Prednisona e início de estatina. Progressivamente houve melhora da função renal, do edema e dos níveis pressóricos, estando apto a alta hospitalar com encami-nhamento para seguimento nefrológico em Contagem. Em novembro/2011 e março/2012, paciente foi reinternado com quadro semelhante às primeiras internações, apresentando anasarca, hipertensão arterial, piora da função renal, sendo feito otimização do tratamento e em condições de controle ambulatorial. Contudo, em 22/03/12, encaminhado da UPA de Contagem, com quadro de anasarca, tosse produtiva com secreção clara e febre, e aumento de 19,3kg(peso 99kg). Admitido em 22/03/12, encaminhado da UPA de Contagem, com quadro de anasarca, tosse produtiva com secreção clara e febre. Foi otimizado tratamento com diuréticos em altas doses e adicionado  levofloxacino para tratamento do quadro pulmonar., contudo paciente mantendo anasarca, congestão pulmonar e dispnéia. Com isso, foi optado por inicio de Ultrafiltração no dia 28/03/12, em dias intercalados. Houve perda progressiva de peso (99 kg para 75 kg) e controle pressórico, contudo necessitando de ultrafiltracao semanal. Atualmente, em uso ainda de AAS e Dipiridamol mantendo função renal estável com creatinina em torno de 2mg/dl, contudo realizando hemofiltração semanal para controle de anasarca recorrente.

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Relato de Caso - doença de lesões mínimas resistente a corticosteroidesAdriana Magalhaes Borel, Ive Rocha Baia Antunes, Osvaldo Fernandes de Oliviera Neto, Jair Domiciano Junior, Euripedes Augusto dos Santos Neto, Patricia Lima Vasconcelos, Heloisa Reniers Vianna, Ariel Augusto De Britto Rosa, Marcus Faria LasmarHospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose Hospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose

APC,masculino, 13 anos , portador de Anemia Falciforme em sua forma homozigótica, procurou atendimento no Hospital Balbina em Teófilo Otoni em Outubro de 2011 devido a lombalgia associado a edema de MMII. Foi internado, evoluindo com anasarca e ascite; após 8 dias  foi transferido para Hospital Santa Rosália, onde fi-cou por mais 2 meses. Mãe relata que na internação a criança recebeu três concentrados de hemácias e usava furosemida em doses elevada. Foi submetido a paracentese de alívio no dia 24/12/11, recebendo alta com furosemida 40mg as 08 e 16h, Losartam 50mg 12/12h e Prednisona 60mg ao dia. Retornou em ambulatório 30 dias após com recidiva do edema. O  peso na consulta foi de  52Kg , sendo seu peso habitual de 39Kg. Posteriormente transferido para HUSJ no dia 02/01/12 em anasarca, com ascite volumosa, sem descompensacao hemodinâmica.  Exames físicos do paciente constando mucosas hipocoradas, anasarca e hipotensão (PA 90/60), demais critérios sem alterações. Frente ao quadro acima,  progressivamente foi reduzida dose de prednisona, iniciado Ramipril 2,5mg 12/12h, Sinvastatina 20mg,  Liquemine 0,25mg 8/8h,  Aldactone 25mg ao dia, hidroclorotiazida 25 mg ao dia, furosemida 40mg Ev 8/8h a programação de biópsia renal. Após Introdução de tratamento adequado com  Ciclosporina 50mg 12/12h ( 2mg/Kg) houve perda de peso progressiva,  recuperando seu peso habitual de  36, 3kg , diurese satisfatória e melhora da anasarca.EXAMES: -  Radiografia de tórax(2/01/12)à  Derrame pleural bilateral moderado, sem sinais de doença parenquimatosa. - Ultrassonografia de abdome total(2/1/12) à Visualizou rins eutópicos, de dimensões aumentadas( RD 13,4cm RE 12,8cm) , formas anatômicas, contornos regulares e boa mobilidade. Parênquima periférico com espessura normal e ecogenicidade aumentada,mantendo diferenciação anatômica ecográfica entre cortical e medular. Ausência de dilatação ureteropielocalicinal bilateral.Ascite acentuada. Derrame pleural bilateral. Espessamento da parede da vesícula biliar. Conclusão Perante o quadro clinicio associado ao resultado da biopsia renal, concluímos que a patologia presente era doença de lesões mínimas resistente a corticosteróides.  E a nefropatia mais comum em crianças, sendo caraterizada por síndrome nefrotica associada a hematuria, hipertensão e perda da função renal, não havendo consumo de complemento ou alterações de anticorpos. A analise histopa-tológica normalmente mostra na  microscopia óptica glomérulos e interstício normais, sem depósitos de imunoglobulinas na imunofluorescencia. Na M.E. observam--se fusão e retração dos processos podocitários. O índice de remissões espontâneas  são freqüentes em crianças, sendo a resposta dramática aos corticóides. Tal nefropatia e uma complicação comum da doença falciforme, tendo sua fisiopatologia não tão bem compreendida, mas envolve alterações estruturais, glomerulares e funcionais. O caso relatado apresentou melhora clinica importante assim como da função renal após terapêutica com ciclosporina, estando em acompanhamento ambulatorial em Hospital Universitário São Jose.

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P-700

Paralisia Hipocalêmica Periódica TireotóxicaVanessa Carolina de Barros Silva, Gustavo Navarro Betônico, Luiz Carlos Nogueira Falcão, Taliane Jardim Lima, Luciana Kelly de Camargos Batista, Igor Costa AlmeidaUNOESTE, UNOESTE, UNOESTE, UNOESTE, UNOESTE, UNOESTE

Introdução: O hipertireoidismo pode se caracterizar como uma emergência médica caracterizada por um quadro de tireotoxicose responsável ataques agudos de fraqueza muscular, hipocalemia e ocasionalmente arritmias cardíacas, que desaparece com o tratamento do hipertireoidismo. Objetivos deste trabalho é atentar para a importân-cia do diagnóstico de paralisia periódica hipocalemica tireotoxica (PPHT), bem como o correto manejo desta urgência. Relato Caso:Paciente sexo masculino, 44 anos, admitido na sala de emergência com história de dispnéia súbita e progressiva, associado à paresia de membros superiores e inferiores, sem demais queixas. Ao exame fí-sico encontrava-se desidratado, afebril, taquidispnéico com murmúrio vesicular diminuído em ambos os hemitórax, taquicárdico, além de tetraparesia sem alterações de sensibilidade e bócio difuso á palpação da tireóde. Paciente evoluiu com quadro de insuficiência respiratória aguda, necessitando de ventilação mecânica e transferência para UTI. Os exames laboratoriais evidenciaram potássio sérico 1,8mEq/L, TSH 0,0023μUI/mL e  T4livre 3,47 ng/dL. Ultrassom de tireóide com bócio difuso.Após a correção da hipocalemia, uso de beta-bloqueador início de terapia para hipertireoidismo o paciente evoluiu com melhora clínica.Discussão:Paralisia Hipocalêmica Periódica Tireotóxica é resultado de um defeito genético que ocorre simultaneamente com o hipertireoidismo, acomete principalmente indivíduos do sexo masculino, principalmente em populações asiáticas. O quadro clínico caracteriza-se em paralisia flácida, sendo a musculatura proximal mais afetada do que a distal. Os pares crania-nos e sensibilidade térmica tátil e dolorosa não são acometidos. As funções esfincterianas encontra-se preservada, assim como atividade cognitiva. Arritmias cardíacas e até parada cardiorrespiratória podem acontecer. A avaliação laboratorial revela TSH diminuído, T4 livre elevado e hipocalemia. A hipocalêmia é a principal responsável pelo quadro de paralisia, decorrente do influxo de íons para dentro do compartimento intracelular e não por uma perda renal. Na tireotoxicose ocorre um aumento da atividade e na quantidadede bombas Na+K+ATPase. O tratamento se faz com a correção do hipertireoidismo, reposição de potássio e uso de β bloqueadores. Conclusão: Concluimos que apesar da gravidade das manifestações clínicas, um diagnóstico precoce proporciona um tratamento adequado e com evolução benigna.

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P-652

Acidose Lática associada ao uso MetforminaVanessa Carolina de Barros Silva, Gustavo Navarro Betônico, Luiz Carlos Nogueira Falcao, Rodrigo Veloni da Silva Bastos, Luciana Kelly de Camargo Bastita, Igor Costa Almeida, Juliana Veloni da Silva BastosUNOESTE, UNOESTE, UNOESTE, UNOESTE, UNOESTE, UNOESTE, UNOESTE

Introdução: A metformina é uma droga usada no tratamento do diabetes tipo 2, que diminui a resistência periférica á insulina através da inibição da neoglicogênese hepática.  A acidose lática, uma complicacão, ocorre principalmente em pacientes que possuem queda da taxa de filtracão glomerular associados a fatores que preju-dicam a perfusão tecidual e predispoem a producão de ácido lático.Relato do Caso: Paciente masculino, 46 anos, branco, admitido com quadro de hipoglicemia e rebaixamento do nível de consciência há um dia. Previamente diabético tipo 2, tabagista há 40 anos, etilista há 20 anos, pancreatite alcoólica há 5 anos, com interna-ção recente em Instituição psiquiátrica. Em uso carbamazepina 400mg ao dia, diazepam 10mg ao dia, metformina 2550mg ao dia e glibenclamida 20mg ao dia. . Ao exame físico de entrada encontrava-se consciente, orientado, Glasgow 14, taquipneico, hipotenso, com pupilas midriáticas não fotorreagentes; sem demais alterações. Após algumas horas da admissão evoluiu com piora do nível neurológico necessitando de intubação orotraqueal e suporte de terapia intensiva. Exames laboratoriais, apresentava insuficiência renal (creatinina de 6,36mg/dl e uréia de 157mg/dl) e acidose metabólica grave (pH = 6,53; PaCO2 = 15,6mmHg; HCO3 = 1,3mmol/l; lactato = 18mmol/l). Realizado reposições de bicarbonato de sódio e sessões de hemodiálise, sem melhora do quadro clinico ou laboratorial. Permaneceu na UTI com instabilidade hemodinâmica não responsiva a droga vasoativa (noradrenalina 1,5mcg/kg/min), evoluindo para óbito após 48h de internação hospitalar. Discussão: A acidose lática é uma complicacão  associada ao uso da metformina. Esta droga atua diretamente nos hepatócitos afetando a ativação da via glicolítica, o bloqueio da neoglicogênese  e prejudicando depuração de lactato hepático, elevando os níves de ácido lático sérico. O diagnóstico da acidose lática associada a metformina é baseado no uso prévio da metformina associada a acidose lática na ausência de outra causa. O tratamento baseia-se na suspensão da droga associada a e correcão da acidose, muitas vezes necessitando de terapia renal substituiva. Conclusão:Podemos evitar a acidose latica ocasionada pela metormina com a interrupcão da droga em situações que elevem os níveis de lactato no sangue.

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P-201

Influência de fatores sistêmicos e de composição corporal no pH urinário e na urina de 24 horas em indivíduos com e sem nefrolitíaseCarvalho M, Castro MA, Riella MC, Redana MNC, Miura LY, Gemmi F, Portiolli RBFundação Pró-Renal PUCPR, Fundação Pró-Renal Fundação Pró-Renal PUCPR, PUCPR, PUCPR

Resumo: Introdução: A nefrolitíase é uma das afecções mais comuns do trato urinário, inclusive com aumento da incidência nos últimos anos¹.Condições associadas à resistência insulínica, como obesidade, síndrome metabólica, hipertensão arterial e diabetes mellitus são associadas a maior prevalência de cálculos renais². Objeti-vo: Investigar a influência de fatores sistêmicos e de composição corporal no pH urinário e na urina de 24 horas em indivíduos com e sem nefrolitíase.  Casuística e Métodos: Foram estudados 10 pacientes com nefrolitíase (LIT) e 16 indivíduos controles (C). Foram obtidos dados clínicos e realizada avaliação nutricional, dietética e antropométrica. Foram coletadas amostras de sangue para avaliação de perfil lipídico, função renal  e resistência à insulina. Foi coletada também urina de 24 horas para medida do pH urinário e de fatores de risco relacionados à nefrolitíase. A composição corporal foi determinada por bioimpedância elétrica (BIA).Resultados: A pressão arterial sistólica e diastólica dos LIT foi maior que a dos C (134,2±18,1 vs. 118,8±13,4 e 87,8±9,2 vs. 75,5±12,2 mmHg, p<0,029 e 0,035, respectivamente). Da mesma forma, a glicemia e o colesterol total do grupo LIT apresentaram valores superiores ao do grupo C (p<0,003 para ambas variáveis). A BIA demonstrou maior quantidade de gordura corporal no grupo LIT quando comparado aos C (27,8±9,6 vs. 19,7±6,9 kg, p<0,004). Houve associação entre quantidade e percentual de gordura corporal e pH urinário no grupo LIT (r= -0,75, p<0,021 e r= -0,83, p<0,005).Conclusão: A associação entre hipertensão, dislipidemia e maior quantidade de gordura corporal pode levar a maior incidência de nefrolitíase. A associação no grupo LIT entre gordura corporal e menor pH urinário pode predispor a preci-pitação de ácido úrico. Estes Resultados sugerem a necessidade de estudos para examinar os efeitos do tratamento da obesidade abdominal central nestes pacientes.

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P-271

Estudo da dinâmica do casal durante o tratamento do conjugue com Insuficiência Renal CrônicaCláudia Cássia de Oliveira, Denise Gimenez Ramos(orientadora)Unilavras PUC - SP

Resumo: OLIVEIRA, C.C. Estudo da dinâmica do casal durante o tratamento do conjugue com Insuficiência Renal Crônica. 2008. 86p (Mestrado – Psicologia Clinica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Orientador: Profª Dr. Denise Gimenez Ramos: Palavras-Chaves: Psicologia; Insuficiência Renal Crônica; Conjugalidade, Hemodiálise; Doença Crônica. Resumo: OLIVEIRA, C.C. Estudo da dinâmica do casal durante o tratamento do conjugue com Insufici-ência Renal Crônica. 2008. 86p (Mestrado – Psicologia Clinica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Orientador: Profª Dr. Denise Gimenez Ramos: Palavras-Chaves: Psicologia; Insuficiência Renal Crônica; Conjugalidade, Hemodiálise; Doença Crônica. O Objetivo desse estudo é observar as concepções, atitudes e comportamentos de casais frente à doença renal crônica, quando um dos conjugues é submetido a tratamento hemodialítico; Identificar algumas variáveis psicossociais influentes nessa experiência; Investigar o conhecimento que o casal tem sobre a doença e o tratamento; Observar as estratégias adotadas pelo casal na presença da IRC; Observar se há uma diferença de gênero tanto quanto ao portador, quanto ao seu cônjuge. Trata-se de pesquisa de campo, com abordagem qualita-tiva que utiliza o método empírico de análise de conteúdos. A população é composta por 06 casais, sendo 03 homens e 03 mulheres portadores de IRC entre 30 e 60 anos, e seus conjugues, com variáveis de tempo de tratamento entre 03 e 05 anos, do Centro de Terapia Renal Substitutiva da Santa Casa de Misericórdia de Lavras, que se submetem três dias por semana a sessões de hemodiálise durante três ou quatro horas. Foi aplicada uma entrevista semi estruturada com o casal separadamente. A análise dos Resultados permite observar que o quadro de IRC evolui de acordo com o estabilizar ou agravar da doença, existindo momentos em que os pacientes e seus conjugues sentem grande estresse, pois a vida em diálise é difícil e restrita. Tanto os pacientes como seus conjugues vivenciam a IRC como forma de ruptura de sua rotina diária, com intercorrências clínicas as mais diversas, somando a isso o impacto do diagnóstico que os leva muitas vezes ao medo e desespero. O pensamento se volta para o ‘depender da máquina para sobreviver’. É preciso adaptar-se a esse mundo e se inteirar a respeito do processo que envolve o ‘estar’ em hemodiálise. Isto implica em dizer que a adaptação e o ajuste dependem da capacidade do paciente em lidar com as dificuldades e restrições que são inerentes ao tratamento. Por outro lado, a participação de seus conjugues e a influencia dos mesmos no tratamento da IRC desempenham uma grande fonte de solidariedade entre eles, pois juntos vivenciam constantes mudanças, principalmente na estrutura social e conjugal com implicações profundas.

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P-520

Baixos níveis séricos de creatinina predizem mortalidade em pacientes críticos com lesão renal agudaSouza SP, Matos RS, Barros LL, Rocha PNUniversidade Federal da Bahia Hospital Geral Roberto Santos, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal da Bahia Hospital Geral Roberto Santos

Introdução: A Lesão Renal Aguda (LRA) é síndrome frequente em pacientes críticos, sendo a sepse a sua etiologia mais comum. Embora diversos fatores de risco para mortalidade tenham sido descritos, poucos estudos têm analisado o valor prognóstico da creatinina sérica nesta população.  Objetivos: Avaliar o papel da creatinina sérica como preditor de mortalidade em população de pacientes sépticos com LRA. Casuística e Métodos: Estudo prospectivo unicêntrico de pacientes adultos inter-nados em UTI, com LRA diagnosticada pelo critério de AKIN. Foram realizadas análises de regressão logística univariada como ferramenta exploratória para seleção de variáveis incluídas em modelo multivariado para identificação de preditores independentes de mortalidade. Consideraram-se estatisticamente significantes valores de p < 0.05. Resultados: Cento e quatorze pacientes com idade média de 56 anos foram acompanhados. A maioria teve etiologia séptica da LRA (84%), necessitou de ventilação mecânica (88%) ou drogas vasoativas (86%). Na avaliação nefrológica inicial, 69% foram classificados como AKIN 3 e 62% apresentavam oligúria. Diálise foi realizada em 66%, e a mortalidade geral foi de 70%. A creatinina mediana nos não sobreviventes e sobreviventes foi 2,75mg/dl (1,81 – 3,69) e 3,95mg/dl (2,63 – 5,28), respectivamente (p=0.004). Na análise multivariada para mortalidade, permaneceram como preditores independentes os níveis séricos de creatini-na (OR 0,70; IC 95% 0,55 a 0,89; p = 0,017), bicarbonato (OR 0,78; IC 95% 0,75 a 0,99; p = 0.078), lactato (OR 2,12; IC 95% 1,49 a 3,0; p < 0.000) e uso de noradrenalina (OR 4,71; IC 95% 1,73 a 13,33; p = 0.042). Conclusões: Em pacientes sépticos com LRA, a creatinina sérica esteve inversa e independentemente associada com mortalidade. Esta associação pode sugerir desnutrição, sobrecarga hídrica com hemodiluição da creatinina sérica ou menor produção de creatinina na sepse.  Tal achado pode explicar a baixa acurácia de escores gerais de gravidade na população de pacientes críticos com LRA, além de ressaltar a necessidade de novos biomarcadores para o diagnóstico da LRA.

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P-257

Depressão, estresse e estratégias de “Coping” entre pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiáliseMariana Vasconcelos Frota, Luma Burgos Castelo Branco, Sofia Teixeira Gomes, Manoela Bezerra Paz de Aguiar, João Moises Landim Santana, Elizabeth De Francesco Daher, Geraldo Bezerra da Silva JuniorUniversidade de Fortaleza, Universidade de Fortaleza, Universidade de Fortaleza, Universidade de Fortaleza, Centro de Nefrologia de Caucaia, Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza Universidade Federal do Ceará

Introdução: A insuficiência renal crônica (IRC) é um problema de Saúde Pública que vem atingindo níveis epidêmicos nos últimos anos. A necessidade de tratamento dialítico é associada a importante impacto psicológico, sendo a depressão a doença psiquiátrica mais comumente observada nestes pacientes. Objetivos: Investigar a ocorrência de depressão e sintomas de estresse, além de avaliar a qualidade de vida e as estratégias de “coping” entre pacientes com IRC em hemodiálise. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo prospectivo em um centro de hemodiálise na cidade de Caucaia, Ceará, Brasil, sendo investigada a ocorrência de depressão por meio do uso do questionário de Beck versão II (BDI-II). A depressão foi classificada em leve (escore 10-18), moderada (escore 19-29) e severa (escore >30). Os pacientes com depressão foram comparados àqueles sem depressão. A pesquisa de sintomas de estresse foi feita pelo inventário Lista de Sintomas de Estresse (LSE), e as estra-tégias de “coping” pela escala de Jalowiec (JCS). A análise estatística foi feita pelo programa Epi-Info, versão 6.04b. Resultados:Foram entrevistados 40 pacientes, com média de idade de 50,4±15,4 anos, sendo 50% do gênero masculino. A média do escore de Beck na amostra geral foi de 13,6. Depressão foi encontrada em 23 pacientes (56%), sendo leve em 9 casos (22,5%), moderada em 10 (25%) e severa em 5 (12,5%). Sintomas de estresse foram encontrados em 40 pacientes (100%), sendo a média do escore de 47,4. Todas as estratégias de “coping” foram encontradas, sendo que 40% tem a estratégia sustentativo. Conclusões: A depressão é uma condição frequente entre pacientes em hemodiálise, tendo sido encontrada em mais da metade dos entrevistados e sendo severa em uma parcela importante de casos. Sintomas de estresse foram encontrados em todos os pacientes, evidenciando o impacto que o tratamento dialítico tem na vida destes indivíduos. Foi observada pre-dominância da estratégia de “coping” do tipo sustentativo, no qual o indivíduo usa sistemas de suporte pessoal, profissional ou espiritual para enfrentar o estressor. Apoio: Fundação Edson Queiroz (Programa de Iniciação Científica – PROBIC).

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Fatores relacionados à infecção do trato urinário (ITU) em transplantados renaisMarcus Faria Lasmar, Euler Pace LasmarFCMMG, FCMMG, Serviço de Transplante Renal do Hospital Universitário São José Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (Belo Horizonte -MG)

Introdução: Os pacientes transplantados renais são uma população de maior risco para a ocorrência de infecção do trato urinário (ITU), que geralmente é atribuído a complicações associadas à anastomose ureteral, ao uso de sonda vesical no pós-operatório e ao emprego de imunossupressores. Objetivo: Avaliar possíveis fatores relacionados à ocorrência de ITU nos pacientes submetidos a transplante renal na Unidade de Transplante Renal do Hospital Universitário São José em Belo Hori-zonte (MG). Procuramos avaliar ainda o impacto da ITU como causa de re-internações durante o período analisado. Material e métodos: Trata-se de uma coorte não concorrente de pacientes portadores de doença renal crônica terminal (DRCT), submetidos a um transplante renal “de novo” ou retransplante com doador vivo (DV) ou doador falecido (DF) em um único centro transplantador. Os prontuários de 118 pacientes transplantados entre 18/11/2008 e 30/04/2011 no serviço foram ana-lisados. Dados clínicos como idade à época do transplante, sexo do receptor, tipo de transplante (DV ou DF), causa da DRCT, presença de diabetes, uso de cateter duplo J, tipo de anastomose ureteral (Lich-Gregoire ou Politano-Leadbutter), necessidade de reabordagem cirúrgica, complicações urológicas, dias com sondagem vesical de demora, dias de permanência no CTI, dias de internação, tipo de imunossupressão inicial, uso de indução (basiliximab ou timoglobulina), tratamento de rejeição celular aguda (RCA), número de ciclos de metilprednisolona para tratamento de RCA, uso de timoglobulina para tratamento de RCA, diagnóstico de diabe-tes pós-transplante e o surgimento de ITU foram coletados. A ITU foi definida como a presença de bacteriúria associada à piúria ou urocultura (UC) positiva com crescimento de mais de 105 UFC/ml. Quando a UC era positiva foi registrado qual o patógeno identificado. Resultados: A maioria dos pacientes analisados era do sexo masculino (64,4%), recebeu transplante de DV (74,6%), teve como causa determinada de DRCT uma glomerulonefrite (16,2%), não era diabético (89,0%), não fez uso de duplo J (80,8%), utilizou-se na anastomose uretero-vesical técnica à Lich-Gregoire (81,0%), não foi reoperado (75,7%), não apresentou complicações urológicas (78,0%), não apresentaram RCA (65,3%) e utilizaram o esquema tacrolimo, micofenolato sódico e prednisona como imunosupressão inicial (78%). A média de idade foi de 42,44 ± 11,58 anos, com tempo médio de permanência no CTI de 2,46 ± 0,95 dias e com sonda urinária de 7,06 ± 3,53 dias. Os fatores asso-ciados à ITU de maneira estatisticamente significativa foram o sexo feminino (OR, 5.1; 95% IC, 2.0 a 3.8) e a presença de complicações urológicas (OR, 12.1; 95% IC, 4.1 a 41). O patógeno mais comum foi a E.coli (39%) e o número de re-internações foi significativamente maior no grupo que teve ITU (p= 0,02). Conclusões: Nesta população, a ITU esteve associada de maneira significativa a presença de complicações urológicas no pós-operatório de transplante renal e se o receptor era do sexo feminino. Constatou-se ainda que a ITU foi uma importante causa de re-internações.

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P-796

Câncer de pele em transplantado renalMarcus Faria Lasmar, Euler Pace LasmarFCMMG, FCMMG

Introdução: O câncer (Ca) é uma complicação tardia e de alta incidência nos pacientes submetidos à transplante (Tx) renal, sendo as neoplasias malignas de pele as mais freqüentes. O Tx renal é o tratamento de eleição para DRC estádio final, por melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida do enxerto e dos pacientes. Objetivo: Relatar o caso de um paciente submetido à Tx renal com carcinoma basocelular (CBC) difuso, recidivante e com deformidades nas mãos. Relato de caso: Homem, 46 anos, leucodérmico, submetido à Tx renal em 1986, doador falecido, em uso de Azatioprina (AZA) e Prednisona (PRED), sendo posteriormente feito a conversão de AZA para Micofenolato Mofetil (MMF), devido à Nefropatia Crônica do Enxerto (NCE). Apresentou quadro de CBC difuso - face, mãos e região torácica - diagnosticado em 2000. Foram, então, realizadas a amputação de 1º e 2º quirodáctilos direitos e porção distal da mão direita e do 5º quirodáctilo esquer-do, com cura do Ca. Evoluiu com perda do enxerto, em janeiro/2010, sendo submetido à retransplante em julho/2010, doador vivo relacionado (irmã), em uso de Tacrolimo (TAC), MMF e Prednisona. Convertido de MMF para Everolimo (EVE), devido à intolerância gástrica e como tratamento preventivo de recidiva. Em de-zembro/2010, houve o aparecimento de lesão na pele do dorso da mão esquerda, ulcerada com bordas elevadas e com cerca de4 cmde diâmetro. Atualmente, aguarda procedimento cirúrgico para excisão dessa lesão e encontra-se em uso de CSA, EVE e PRED. Discussão: As lesões malignas de pele e lábio correspondem a 40-53% dos Ca em transplantados, sendo as mais comuns: o carcinoma de células escamosas (CCE), o CBC, o melanoma, o de células de Merkel e o Sarcoma de Kaposi. Sua incidência varia conforme a exposição solar e o tempo pós-transplante. Dentre os fatores de risco relacionados estão os IMS, a radiação ultravioleta e a infecção por HPV. O CBC é mais frequente na população geral, sendo o CCE o mais incidente nos pts transplantados renais. A incidência é 250 vezes maior para CCE, e 10 vezes maior para CBC, em comparação à população geral. O Ca de pele em transplantado têm um comportamento mais agressivo, e os pacientes estão mais predispostos à recorrência e metástases. Além disso, diferentes tipos de lesões malignas podem coexistir. No CBC, as metástases raramente ocorrem, porém tal neoplasia é local-mente invasiva, agressiva e destrutiva tanto à pele como aos tecidos adjacentes, incluindo osso, podendo levar a deformidades e disfunções, como descrito nesse caso. Além disso, pacientes com história de CBC têm risco aumentado de lesões subseqüentes, sendo que 40% podem desenvolver nova lesão em 5 anos. O diagnóstico é clínico e histopatológico e o tratamento envolve a modificação dos IMS, a ressecção de lesões e quimioterapia. Conclusão: Devido ao alto risco de desenvolver Ca de pele, existe a necessidade de desenvolver programas efetivos de prevenção, detecção precoce e intervenção terapêutica em pacientes transplantados. A conversão da imunossupressão para o uso de inibidores de m-Tor (mammalian target of rapamycin) tem sido indicada nas lesões iniciais com Resultados satisfatórios.

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P-677

Escola Franco-Brasileira de NefrologiaOliveira RB, Cruz J, Drüeke TB, Massy ZAHospital das Clínicas Universidade de São Paulo São Paulo

Introdução: A recente história da medicina Franco-Brasileira nos remete as primeiras décadas do século XIX. Em relação a Nefrologia, os primeiros laços foram esta-belecidos no começo dos anos 50 do século XX. Passados mais de 60 anos, a escola Franco-Brasileira de Nefrologia criou uma nova geração de discípulos, formados no Brasil pelos nefrologistas que estudaram na França. Objetivos: A proposta deste artigo é descrever as sucessivas trocas de conhecimento entre médicos franceses e brasileiros, principalmente no campo da nefrologia. Casuística e Métodos: Através de pesquisa na plataforma Lattes (www.cnpq.br), aplicando-se os filtros “area de atuaçao, ciências da saúde, medicina, clínica médica, nefrologia” encontrou-se 367 nomes de profissionais. Dentre estes nomes, procurou-se em seus respetivos currículos, aqueles que referiram ter estudado na França. A partir dos nomes destes profissionais, foi enviado um questionário individual (por e-mail, carta ou tele-fone) com as seguintes perguntas: período de estágio na França, serviço, mentor, universidade brasileira de reinserção, área principal de atuação, número de publi-cações e orientações de tese após o retorno ao Brasil, e relação de outros profissionais que haviam estudado na França (em período anterior, posterior, ou simultâneo ao do pesquisador em questão). A partir dessas informações, obteve-se novos nomes de profissionais que estudaram na França. O número de publicações científicas em periódicos indexados de cada profissional foi confirmado na base de dados PUBMED (www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed); em caso de divergência de informação, prevaleceu a fornecida pelo profissional. Resultados: Nos últimos 60 anos, a produção científica da escola Franco-Brasileira de nefrologia totalizou 1.028 artigos científicos publicados em periódicos de nefrologia, 230 orientações concluídas de teses de mestrado, doutorado e pós-doutorado, a partir de 30 nefrologistas que es-tudaram na França neste período. As informações obtidas pelo questionário enviados aos nefrologistas, são descritas nominalmente em uma tabela. Adicionalmente, foram encontrados 32 proffisionais não-nefrologistas (cirurgiões urologistas, gastroenterologistas, imunologistas, biólogos e farmacêuticos) que estudaram na França em areas correlatas a nefrologia, como transplante renal, neste período. Conclusões: Nosso trabalho mostra um segmento da história de amizade e cooperação médica e científica entre a França e o Brasil, consagrado a nefrologia, ao longo dos últimos 60 anos. Esperamos que dentro dos próximos anos esta cooperação torne-se mais intensa e frutuosa.

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P-214

Registro brasileiro de biopsias osseas (ReBrabO): desenho, elementos de dados e metodologia. Em nome do Comitê de Distúrbios Mineral e Ósseo na Doença Renal Crônica da Sociedade Brasileira da NefrologiaNeves CL, Gueiros JEB, Custodio MR, Barreto FC, Oliveira RB, Jorgetti V, Carvalho AB, Moyses RMA, Canziani ME, Sampaio EA, Karohl CHospital Ana Nery Salvador, Universidade Federal de Pernambuco Recife, Hospital das Clínicas Universidade de São Paulo São Paulo, Universidade Nove de Julho São Paulo e Fundação Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clínicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clínicas Universidade de São Paulo São Paulo, Universidade Federal de São Paulo São Paulo, Hospital das Clínicas Universidade de São Paulo São Paulo, Universidade Federal de São Paulo São Paulo, Universidade Federal Fluminense Niterói, Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Os distúrbios mineral e ósseo (DMO) são encontrados com frequência em pacientes com doença renal crônica (DRC) e são causa de morbidade e morta-lidade significativas. Apesar do advento de novos marcadores séricos de remodelação óssea, a biópsia óssea ainda é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de os-teodistrofia renal (OR). São escassos na literatura estudos que avaliam a prevalência dos tipos de alterações histológicas ósseas, impacto das opções de tratamento, suas repercussões em desfechos, como fraturas, hospitalização, doença cardiovascular, e mortalidade. Em nosso meio, um único estudo epidemiológico avaliou o padrão de distribuição do tipo de OR em 2.340 biópsias ósseas de pacientes com DRC estágio 5D (93,1% em hemodiálise), realizadas de 1985 a 2001. O estudo de aspectos epidemiológicos dos DMO-DRC pode ser facilitado pela criação de registros. O Registro Brasileiro de Biópsias Ósseas (ReBrabO) será um banco de dados nacional, coordenado pelo Comitê de Distúrbio Mineral e Ósseo na DRC da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Objetivos: Criar um banco de dados contendo informações nacionais relativas à análise de tecido ósseo obtido através de biópsia óssea em pacientes com DMO-DRC; obter dados relativos às características demográficas, clínicas e laboratoriais; identificar as associações entre os DMO-DRC e desfechos clínicos, incluindo mortalidade, fraturas, hospitalizações e qualidade de vida dos pacientes. Casuística e Métodos: O ReBrabO será uma base de dados eletrônica, envolvendo informações obtidas através de análise histomorfométrica de tecido ósseo e dados demográficos, clínicos e laboratoriais de pacientes com DMO-DRC. A coleta de dados se dará através de instrumentos de coleta de dados eletrônicos específicos, em três campos principais: “Censo Demográfico/Clínico”, “Censo laboratorial” e “Dados da análise do tecido ósseo”. A base de dados permitirá pesquisa de registros através de filtros avançados de busca. Este projeto será constituído por duas fasses: registro retrospectivo, provenientes de informações obtidas de janeiro/1986 a agosto de  2012; registro prospectivo, com informações apartir de setembro de 2012. Resultados: A análise do banco de dados e os Resultados são esperados no primeiro semestre de 2013. Conclusões: Existe a necessidade de estudos que avaliem a prevalência, associações entre variáveis sócio-demográficas, clínicas, laboratorias, padrões de OR, e suas relações com desfechos clínicos no campo dos DMO-DRC. O ReBrabO será um dos maiores banco de dados do mundo, envolvendo biópsias ósseas de pacientes com DRC, e servirá como plataforma de pesquisa nessa área.

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P-477

Quantificando o Erro para o Método Auscultatório e Oscilométrico ao se Determinar a Pressão Arterial em Indivíduos Obesos com Aparelhos com Bolsa de Borracha PadrãoMarcela Fiori Gomes da Costa, Felipe Caravatto Baras, Cibele Isaac Saad Rodrigues, Ronaldo D’Ávila, Ricardo Augusto de Miranda Cadaval, Enio Marcio Maia Guerra, Fernando Antonio de AlmeidaFaculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP Sorocaba-SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP Sorocaba-SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP Sorocaba-SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP Sorocaba-SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP Sorocaba-SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP Sorocaba-SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP Sorocaba-SP

Introdução: O principal erro relacionado à medida da pressão arterial (PA) em indivíduos obesos é utilização da bolsa de borracha (BB) padrão (12X23cm), inde-pendente da circunferência do braço (CB). De acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão VI (DBH-VI), em indivíduos com CB>34cm devemos utilizar a BB grande (16X32cm). O uso da BB padrão pode superestimar a PA, levando a diagnóstico e tratamento inadequados da hipertensão arterial (HA), incluindo o uso de anti-hipertensivos, submetendo o paciente, desnecessariamente, a possíveis efeitos colaterais. A maioria dos locais de atendimento aos indivíduos com HA não dispõe de BB de diferentes tamanhos, mesmo sabendo que mais de 40% dos clientes são obesos. Objetivo: Este estudo procurou quantificar o erro ao se determinar a PA com esfigmomanômetros com BB padrão em indivíduos com CB>34 cm. Métodos: A determinação da PA foi feita de acordo com as recomendações da DBH-VI no braço não dominante em 124 indivíduos (72 mulheres=58%; média idade=44,9anos; média CB=36,0cm, média IMC=32,4Kg/m2). O tamanho da amostra foi determinado para que se pudesse identificar a diferença de 10mmHg na PA sistólica (PAS) ou 5mmHg na PA diastólica (PAD) com erro alfa=5% e erro beta=20%. A PA foi determinada simultaneamente por dois esfigmomanômetros (conectados em “Y”) pelo método auscultatório (aparelho de coluna de mercúrio) e oscilométrico (aparelho validado OMRON 705IT). Resultados: A média das diferenças entre os valores determinados com BB padrão e BB grande foram, para o método ausculta-tório, PAS + 7,4mmHg (+39 a -14mmHg, diferenças máxima e mínima) e PAD +3,7mmHg (+26 a -9mmHg); para o método oscilométrico, PAS +7,3mmHg (+46 a -15mmHg) e PAD +1,4mmHg (+22 a -18mmHg), todos significantes (PAS p<0,0001; PAD p<0,02). A frequência na amostra de indivíduos com HA ou PA não controlada (>140/90mmHg) quando se determina a PA pelo método auscultatório com BB padrão foi 52,4% e com BB grande 37,9%; pelo método oscilométrico BB padrão 45,2% e BB grande 33,1%. Conclusões: O uso da BB padrão para determinar a PA em indivíduos obesos com CB>34cm induz a erro importante dos valores pressóricos pelos dois métodos avaliados. Este erro superestima o diagnóstico de HA e conduz a tratamentos desnecessários. Os profissionais de saúde precisam dar mais atenção a este detalhe ao determinar a PA em indivíduos obesos e devem exigir dos gestores a disponibilidade de BB de diferentes tamanhos em seus locais de trabalho. PIBIC-PUC/SP-CNPq.

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P-356

Avaliação in vitro da atividade de metabólitos fúngicos frente à Klebsiella Pneumoniae ATCC 27736Turani SAD, Silva PV, Silva IR, Pinto MEA, Araújo SG, Coelho FV, Morais MI, Lima LARS, Silva SL, Rezende RR, Magalhães JT, Ferreira JMS, Soares ACUniversidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais

Introdução: Bactérias Gram-negativas tornaram-se, nos últimos anos, patógenos de real importância em pacientes imunossuprimidos e, sobretudo, em hospitalizados. Dentre elas, a Klebsiella pneumoniae apresenta-se como uma das mais importantes causadoras de pneumonia hospitalar com uma alta taxa de mortalidade (Dire-trizes, 2007) e importante agente causador de infecções urinárias (Dias Neto, 2003). No atual contexto de resistência a maioria dos antibióticos disponíveis, a busca por substâncias com atividade antimicrobiana se faz necessária como alternativa à terapêutica convencional. Objetivos: Avaliar a atividade antibacteriana in vitro de oito espécies fúngicas (CFAM 01, CFAM 02, CFAM 03, CFAM 04, CFAM 05, CFAM 06, CFAM 07 e CFAM 08), a partir de 10 linhagens de espécies diferentes dos gêneros Aspergillus e Penicilium, a partir de fungos isolados do solo da Amazônia. Casuística e Métodos: Para avaliação da atividade antimicrobiana dos extratos foram utilizados o método qualitativo de difusão em ágar e o método quantitativo de microdiluição em caldo. Os metabólicos fúngicos, crescidos em 3 meios diferen-tes (Czapeck, Malte e Sabouraud), foram diluídos em DMSO 20% e utilizados a partir da concentração de 100mg/mL nos testes de difusão em ágar e 2mg/mL nos testes de microdiluição em caldo. Como controle positivo utilizou-se a Estreptomicina (10mg/mL) e como controle negativo, DMSO 20%. Os experimentos foram realizados em triplicata para confirmação dos dados e os Resultados foram expressos a partir da média dos Resultados obtidos. Resultados: Nos testes para avaliação qualitativa, os extratos das espécies de fungo CFAM3 (Sabouraud), CFAM4 (Czapeck), CFAM7 (Sabouraud) e CFAM 08 (Malte), em 100mg/ml, apresentaram halo de inibição medindo 10,3, 10,2, 9,0 e 12,0 mm, respectivamente. Todos os metabólitos fúngicos foram eficazes na inibição da K. pneumoniae pelo método quantitativo – MIC, sendo os melhores Resultados encontrados para CFAM6 (Czapeck) e CFAM 5(Czapeck) com 97, 7% e 96,2% de inibição, respectivamente. A Estreptomicina apresentou halo de inibição de 18 mm e o DMSO 20% não inibiu o crescimento bacteriano. Conclusão:Os Resultados encontrados são bastante promissores, já que todos os extratos foram capazes de inibir o crescimento bacteriano em algum nível, ressaltando o fato de que o extrato de CFAM 6 (Czapeck) inibiu quase a totalidade do crescimento, sendo, por isso, apontado como um extrato com alto potencial antimicrobiano.

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P-547

Furosemida está associada com lesão renal aguda em pacientes criticamente enfermosLevi TM, Cunha GT, Patriota GSQA, Almeida DN, Cruz CMSUniversidade Estadual de Santa Cruz Ilhéus, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Salvador, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Salvador, Hospital Calixto Midlej Filho Itabuna, Hospital Santo Antônio Salvador

Introdução: Lesão Renal Aguda (LRA) é comum em pacientes criticamente enfermos. Diuréticos são usados sem evidência científica que demonstre efeito benéfico na função renal. Objetivos: Determinar a incidência de LRA em uma unidade de terapia intensiva (UTI) e verificar se existe associação entre uso de furosemida e desenvolvimento de lesão renal aguda. Casuística e Métodos: Trata-se de uma coorte hospitalar na qual 344 pacientes foram consecutivamente incluídos de janeiro de 2010 a janeiro de 2011. 132 pacientes permaneceram para análise (75 mulheres; 57 homens) com uma média de idade de 64 anos. A maioria das exclusões foi relacionada à alta da UTI nas primeiras 24 horas. Dados sociodemograficos, clínicos e laboratoriais foram coletados até o desenvolvimento de LRA, alta médica ou óbito. Resultados e Conclusões: A incidência de LRA foi de 55%; IC a 95% (46-64). Os preditores de LRA encontrados na análise univariada foram: choque séptico, OR=3.12; IC a 95% (1.36-7.14), uso de furosemida, OR=3.27; IC a 95% (1.57-6.80) e idade, OR=1.02; IC a 95% (1.00-1.04). Quando analisado o subgrupo de pacientes com choque séptico o odds ratio de uso de furosemida foi de: 5.5, IC a 95% (1.16-26.02) para desenvolvimento de LRA. Idade, uso de furosemida e choque séptico foram preditores de LRA em pacientes criticamente enfermos. Uso de furosemida no subgrupo de pacientes com sepse/choque séptico aumentou a chance de desenvolvimento de LRA quando comparada à amostra total.

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P-324

Prevalência de Disfunção Renal em uma coorte de pacientes com HIV/AIDS no Rio de JaneiroPatricia Santiago, Cynthia Cunha, Ruth Friedman, Sandra Wagner, Valdilea Veloso, Beatriz Grinsztejn, José SuassunaFiocruz, Fiocruz, Fiocruz, Fiocruz, Fiocruz, Fiocruz, HUPE

O uso disseminado da terapia antirretroviral de alta potência (Highly Active Antiretroviral Therapy - HAART) modificou a história natural da infecção pelo HIV, transformando uma doença aguda e letal em uma condição médica crônica. Do mesmo modo mudou a doença renal associada ao HIV. Nós investigamos a prevalência de disfunção renal e seus fatores de risco associados em uma grande coorte atual de pessoas vivendo com HIV em um pais que dispõe de acesso universal gratuito a HAART. Foi realizado um estudo retrospectivo transversal de 2354 pacientes acompanhados ambulatorialmente durante o ano calendário de 2008. Dis-função renal foi definida como TFGe (CKD-EPI) ≤ 60 ml/min. Também foram avaliados fatores demográficos, clínicos e laboratoriais. A maioria da coorte era de homens (64%), brancos (67%) e jovens (80% tinha menos de 50 anos de idade). A mediana da contagem de CD4 atual era 460 cels/mm³ e a mediana do nadir de CD4 era 189 cels/mm³. Quarenta e dois por cento dos pacientes tiveram diagnóstico de AIDS (CDC-1993) e 81% tinham nadir de CD4 abaixo de 350 cels/mm³. No entanto, à epoca da dosagem de creatinina, 70% tinha carga viral lindetectavel e 68% apresentava contagem de CD4+ ≥ 350 cels/mm³. A comorbidade mais co-mum era a Hipertensao arterial sistemica (26%), seguida de diabetes melito(9%). Hepatite B foi diagnosticada em 3% e Hepatite C em 6% dos indivíduos. Apenas 17% dos pacientes nao apresentava indicação de iniciar HAART, permacendo virgem de tratamento. Cinquenta e dois por cento dos pacientes  tinha sido exposto a atazanavir ou lopinavir e 33% ainda usava uma destas duas drogas. Indinavir foi usado previamente por 15% da coorte, e 41% usou tenofovir, dos quais 92% per-manecia em uso. A mediana da TFGe foi 111,4 ml/min e apenas 3,8% dos pacientes apresentou TFGe ≤ 60 ml/min. Sete pacientes (0,4%) evoluíram até o estagio V de DRC. Fatores de risco associados à disfunção renal foram idade ≥ 50 anos, CD4+ ≤ 350 cels/mm3, diabetes, hipertensão, uso passado de tenofovir , uso passado de indinavir, e uso atual de atazanavir or lopinavir. Nós avaliamos uma coorte de pessoas com doença pela infecção pelo HIV bastante avançada, exposta a potentes drogas antirretrovirais. Idade, comorbidades degenerativas e severidade da infecção pelo HIV (contagem de CD4+ baixa) impactaram negativamente a saúde renal. Nossos dados parecem confirmar que tenofovir, atazanavir e lopinavir são potencialemnte nefrotóxicos. No entanto o resultado final parece ser favorável ao seu uso, já que, ao contrário de estudos anteriores com pacientes não tratados ou tratados com esquemas menos potentes, a prevalência de disfuncão renal e de doença renal avançada foi notavelmente baixa.

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P-515

Anúria como manifestação inicial de leptospirose: relato de casoUsón PLSJ, Person NC, Pereira VGM, Serpa-Neto A, Balogh RJ, Manetta JA, Cardoso SO, Espósito DC, Pasqualucci MO, Júnior EBS, Damasceno MCTFaculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo, Faculdade de Medicina do ABC São Paulo

Introdução:A leptospirose é uma zoonose causada por espiroquetas do gênero leptospira, na qual cerca de 90% dos pacientes apresenta sintomatologia branda e o restante pode evoluir com forma grave da doença, apresentando plaquetopenia e lesão renal aguda (LRA). O diagnóstico é realizado com história clínica e epidemio-lógica, e confirmado com sorologias. Este caso objetiva mostrar manifestação inicial atípica de leptospirose, ressaltando a importância do diagnóstico e tratamento precoce, visando à diminuição de mortalidade associada à LRA. Relato do caso: Masculino, 56 anos, natural e procedente de São Paulo, relatava quadro de dor em membros inferiores há 3 dias acompanhado de febre diária e ausência de diurese a mais de 10 horas. Referia contato com enchente há 13 dias. Na admissão, encon-trava-se em regular estado geral, lúcido, anictérico e febril. Exames: Uréia 102 mg/dl, Creatinina 2.8mg/dl, K 3.0 mEq/L, plaquetas 89 mil, CPK 256 UI/ml . Após expansão volêmica , apresentava PA = 70 x 50 mmHg, sendo encaminhado a UTI com diagnóstico de choque séptico. Introduzido antibióticoterapia empírica para leptospirose e realizada sondagem vesical, com débito de 50 ml de urina. Evoluiu com piora progressiva de função renal, hipokalemia, hipocalcemia e hipomagnesemia persistentes. Iniciada terapia de substituição renal e, no quarto dia de internação, iniciou melhora progressiva da função renal e diurese espontânea, sendo mantido tratamento conservador. No quinto dia, evolui com icterícia e, no sétimo, normalização dos níveis de uréia e creatinina e quadro de poliúria. O teste imunoenzimático (ELISA – IgM) para leptospirose foi reagente. Discussão: A LRA desencadeada pela leptospirose apresenta gênese multifatorial, incluindo toxicidade direta do agente ao túbulo renal, resposta imuno-mediada induzida por toxinas, hipovolemia, hiperbilirrubinemia e rabdomiólise. A forma mais comum de lesão renal é não-oligúrica com hipocalemia, sendo a forma oligo-anúrica associada a pior prognóstico. No paciente relatado, a espoliação eletrolítica ocorreu durante todo o percurso da doença, porém, a LRA foi oligo-anúrica. Esta manifestação atípica poderia ser decorrente de lesão agressiva aos túbulos renais com desenvolvimento de NTA, formação de plugs celulares e obstrução tubular. Conclusão: Este caso relata uma forma grave de leptospirose em que a antibioticoterapia e diálise precoce possibilitaram melhora substancial do paciente, confirmando os dados atuais da literatura.

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P-564

N-acetilcisteína em Alta Dose na Prevenção de Lesão Renal Aguda em Pacientes com Doença Renal Crônica Submetidos à Cirurgia Eletiva de Revascularização MiocárdicaSantos ES, de Lima JJG, Gowdak LHW, Gaiotto FA, Boro LP, Costa-Hong VA, César LAM, Hajjar LA, Arantes RL, Shimizu MHM, Bortolotto LAInstituto do Coração, Instituto do Coração, Instituto do Coração, Instituto do Coração, Instituto do Coração, Instituto do Coração, Instituto do Coração, Instituto do Coração, Instituto do Coração, LIM-12 FMUSP, Instituto do Coração

Fundamento: A N-acetilcisteína (NAC) tem sido usada na prevenção de disfunção renal em modelos experimentais e na nefropatia por meio de contraste, no entanto os Resultados são divergentes. A dose mais adequada e a via de administração ideal da NAC necessárias para proteção renal é desconhecida. Objetivo: Avaliar o efei-to da dose máxima de NAC na prevenção de disfunção renal em pacientes de alto risco com doença renal crônica (DRC) [TFG< 60 - > 15 ml/min. pelo MDRD], submetidos à cirurgia eletiva de revascularização miocárdica (RM). Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, duplo cego, e controlado por placebo, unicêntrico com 50 pacientes submetidos à RM aleatorizados para receber, por via endovenosa, solução fisiológica (n= 26) ou NAC 150 mg/Kg (ataque) seguida por 50 mg/kg durante o procedimento cirúrgico (n= 24). Desfecho primário: lesão renal aguda (LRA) definida pelo critério AKIN nas primeiras 72 h de pós-operatório. Desfechos secundários: níveis séricos de NGAL (marcador de lesão tubular), necessidade de diálise e mortalidade nos primeiros 30 dias. Resultados: A dose máxima de NAC foi bem tolerada. A média de idade geral foi de 64±9 anos, 80% brancos, 74% homens, 56% diabéticos, 90% com comorbidades cardiovasculares, FE= 54%±13%, TFG= 45±11 ml/min, Euroscore= 5,4±3,1. A mortalidade nos primeiros 30 dias foi 11% (controles) e 8% (NAC), p=0,77 e nenhum paciente necessitou diálise. As variáveis idade, sexo, raça, DM, DLP, tabagismo, comorbidades, TFG e Euroscore, número de enxertos, CEC, transfusão de sangue, drogas vasoativas, balanço hídrico e diurese durante e após a cirurgia não diferiram entre os grupos. LRA definida pelo critério AKIN (estágios 1,2 ou 3) foi observada em 64% dos controles e em 27% do grupo NAC (P= 0.02) e o não uso de NAC foi o único preditor independente de DRA (RR= 4.86, p=0.03). Os níveis séricos do NGAL foram maiores no grupo controle (992±476 versus 750±339 ng/ml, p= 0.04). A NAC correlacionou-se inversamente com os níveis de NGAL (p= 0.04). Conclusão: A dose máxima de NAC reduz a prevalência de disfunção renal em pacientes de alto risco, portadores de DRC, submetidos RM eletiva.

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P-8

Alterações ecocardiográficas preditoras de mortalidade em pacientes hemodialisadosFreitas IFS, Câmara GN, Ikegami MCS, Coutinho IRO, Lemos MM, Lemos VMFac Med Campos-RJ, Fac Med Campos-RJ, Fac Med Campos-RJ, Pró-Rim-RJ, Pró-Rim e Fac Med Campos-RJ, Pró-Rim e Fac Med Campos-RJ

Introdução: Alterações ecocardiográficas têm sido associadas com o aumento do risco cardiovascular e óbito nos pacientes com doença renal crônica (DRC) em he-modiálise. As alterações mais encontradas são hipertrofia de ventrículo esquerdo, disfunção sistólica ou diastólica de ventrículo esquerdo e aumento do diâmetro ou volume do átrio esquerdo. Objetivo: Avaliar a possível associação entre as alterações ecocardiográficas e o risco cardiovascular e óbito de pacientes em programa de hemodiálise. Casuística e Métodos:  Foram incluídos 141 pacientes em hemodiálise regular, há pelo menos três meses, com idade acima de 18 anos. Realizado eco-cardiograma uni e bidimensional com Doppler, após sessão de hemodiálise. A média de idade foi 53,1±13,6 anos, sendo 90 (63,8%) do sexo masculino, a maioria 86 (61%) não brancos. A mediana do tempo em hemodiálise foi de 41,9 (3,2-226,3) meses. Foram excluídos aqueles com tempo de hemodiálise inferior a três meses, insuficiência cardíaca descompensada ou que estivessem internados por complicações cardiovasculares ou infecciosas. Análise estatística realizada com o software SPSS 11.0.  Resultados: As etiologias de DRC mais frequentes foram hipertensão (56,7%) e diabetes (24,1%). A média do índice de massa corpóreo foi 24,2±4,6 Kg/m². A média do percentual de redução de uréia (PRU) foi 65,9±8,9 %. O tempo em HD foi menor nos pacientes que foram a óbito, comparado aos que sobreviveram [24,7(3,2-204,8) vs 42,7 (11,8-226,3) meses; p= 0,036] e tenderam a ser mais velhos aqueles que foram a óbito, 58,1±14,0 vs 52,3±13,5 anos; p=0,07. As altera-ções ecocardiográficas observadas foram disfunção diastólica (78%), hipertrofia ventricular esquerda concêntrica (42,6%), hipertrofia ventricular esquerda excêntrica (36,2%). A fração de ejeção foi menor naqueles que foram a óbito comparado aos que sobreviveram (61,5 vs 66,6%; p=0,037). O diâmetro do átrio esquerdo foi maior naqueles que foram a óbito (4,16±0,71 vs 3,82±0,70cm; p=0,041).  Conclusões: Houve associação entre mortalidade em diálise e maior diâmetro de átrio esquerdo, menor fração de ejeção, menor tempo em hemodiálise e tendência a serem mais velhos.

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P-720

Uso de Enalapril em Pacientes com Síndrome de AlportMaria Helena Vaisbich, Helen Takagi, Silvia Titan, Denise Malheiros, Benita Schvartsman

Introdução: Síndrome de Alport leva a Doença Renal Crônica terminal (DRCT). Estudos experimentais têm mostrado que o bloqueio do sistema renina-angioten-sina-aldosterona (SRAA) pode reduzir a proteinúria e preservar a função renal. Em humanos não existe consenso sobre o tratamento. Métodos: Estudo retrospectivo em pacientes com Síndrome de Alport tratados com enalapril analisando a evolução da proteinúria e da função renal, assim como variáveis predictivas de progressão para DRCT. Neste estudo o desfecho foi definido como clearance de creatinina < 60 ml/min/1.73m2. Resultados: Foram analisados os dados de 17pacientes tratados com enalapril durante pelo menos 2 anos, seguimento de 54.1 ± 25.6 meses. Achados interessantes: alta taxa de hiperfiltração na apresentação (64.7 %), nenhuma resposta em termos de redução da proteinúria durante 2 anos e tendência a redução no clearance de creatinina. Grau de perda de função renal, nível de proteinuria e presença de hipertensão arterial na apresentação foram fatores significativamente relacionados a pior prognóstico. Conclusões: A dose de enalapril alcançada foi sufi-ciente para controle da pressão arterial nos pacientes hipertensos; entretanto, não foi efetiva para reduzir a proteinúria nesta série de casos. A diminuição do clearance de creatinina pode ser decorrente da evolução da doença ou pelo uso do enalapril. Este ponto necessita de maior esclarecimento, assim como o achado de hiperfil-tração. Limitações do estudo: Não-controlado, retrospectivo e com pequeno número de casos. Estudos maiores e controlados são necessários para avaliar diferentes estratégias de bloqueio do SRAA nestes pacientes, observando a proteinúria e a evolução da função renal.

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P-303

PAFR contribui para progressão da doença renal crônica via transição epitélio-mesenquimalCorrea-Costa M, Andrade-Oliveira V, Origassa C, Silva RC, Rodas A, Braga TT, Castoldi A, Rios FJ, Jancar S, Camara NOUSP, USP, UNIFESP, UNIFESP, USP, USP, USP, USP, USP, USP/UNIFESP

Introdução e Objetivos: O fator ativador de plaquetas (PAF) é um mediador lipídico com importante efeito pró-inflamatório, sendo sintetizado por diversos tipos celulares, como leucócitos, células endoteliais e células renais. Sua ação ocorre via ligação a seu receptor (PAFR), gerando assim uma reposta intracelular que promove uma manutenção da inflamação, além de ativar sinais pró-apoptóticos e pró-fibróticos. Assim, a sinalização via PAFR poderia contribuir para a progressão da doença renal crônica (DRC). O Objetivo desse trabalho foi verificar o papel do PAFR em um modelo experimental de DRC. Metodologia: Camundongos wild type (WT) e nocautes para PAFR (PAFRKO) foram submetidos à cirurgia de obstrução unilateral do ureter (UUO), e durante o sacrifício amostras de urina e tecido renal foram coletados. Ainda, foi realizada cultura de células tubulares renais obtidas dos grupos acima descritos, sendo que as células foram tratadas com TGF-β e/ou PAF. Nos ensaios in vivo e in vitro, animais e células sem cirurgia ou tratamento foram utilizados como controle. Resultados: Inicialmente, observamos que há um aumento significativo da expressão de PAFR nos animais WT após a cirurgia de UUO. Quando comparados os grupos WT e PAFRKO, verificamos que o último possui menor disfunção renal, avaliada por proteinúria e albuminúria. Além disso, os rins dos animais PAFRKO, em relação aos WT, possuem menor área de fibrose e menor ex-pressão das moléculas colágeno 1, LOX-1 e TGF-β. Ainda, o grupo nocaute expressa significativamente maiores níveis de mRNA da molécula anti-fibrótica BMP-7. Observamos também que o grupo PAFRKO possui menor expressão de marcadores inflamatórios e maior expressão da citocina imunorreguladora IL-10. Além disso, os animais nocautes exibiram menor marcação para apoptose e a análise protéica das amostras sugere que nos grupo PAFRKO há menor sinalização via STAT-3 e atenuação do processo de estresse do retículo endoplasmático. Já as análises in vitro indicaram que, nas células WT, os tratamentos com TGF-β e/ou PAF diminuem a viablidade celular e favorecem o processo de transição epitélio-memsenquimal (TEM). Já nas células derivadas de animais PAFRKO, a morte celular estava reduzida e as células mantiveram o fenótipo epitelial, mesmo com os diferentes tratamentos. Conclusão: A sinalização via PAFR contribui para um ambiente pró-inflamatório no modelo de nefropatia obstrutiva, favorecendo o processo fibrótico e consequente TEM. Apoio: FAPESP/CNPq/INCT.

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P-858

Quantificação gênica pré-transplante renal predição da rejeição agudaSahd R, Joelsons G, Haim T, Goncalves LF, Manfro RCUFRGS, UFRGS, UFRGS, UFRGS, UFRGS

Introdução. A rejeição aguda (RA) permanece entre as principais causas de perda de enxertos renais. A disponibilidade de biomarcadores prognósticos de RA no período pré-transplante poderia ser útil na individualização do tratamento levando à adequação dos regimes de imussupressão para condições de maior efetividade e menor toxicidade. Objetivos: Avaliar se as quantificações das expressões dos mRNAs dos genes FOXP3, TIM3, Perforina, CXCL-10 , Granulosina e CXCL9 em células mononucleares do sangue periférico de pacientes em pré-operatório imediato de transplante renal podem: (a) ser preditoras da rejeição aguda pós-transplante renal; (b) be correlacionar com a função do enxerto renal; (c) apresentar correlação com a ocorrência infecções após o transplante renal. Casuística e Métodos: Foram coletadas amostras pré-transplante de 51 pacientesque receberam enxertos renais entre 2008 a 2009. Realizou-se a mensuração da expressão do mRNA dos genes TIM3, FOXP3, Perforina, CXCL-9, CXCL-10 e Granulisina, em células mononucleares do sangue periférico através da técnica de PCR em tempo real. Os Resulta-dos da expressão gênica foram correlacionados com a ocorrência de RA, presença de infecções virais e bacterianas em até 1 ano e com a função do enxerto renal aos 1, 6 e 12 meses pós-transplante. Resultados e Conclusões. Os Resultados das análises dos genes TIM3, FOXP3, Perforina e CXCL-9, não apresentaram diferença com significância estatística entre os grupos que apresentaram ou não episódios de rejeição aguda. A expressão gênica de CXCL-10 e Granulisina foi significativamente menor no grupo que apresentou rejeição aguda (P<0,05) (Fig.1). Não houve diferença significativa na expressão gênica de pacientes que desenvolveram infecção viral ou bacteriana no pós-transplante renal. O mesmo resultado foi encontrado na avaliação da função renal do enxerto. A análise da expressão dos genes avaliados neste estudo no momento prévio ao transplante renal não foi preditor da ocorrência de rejeição aguda, infecções virais ou bacterianas ou da função do enxerto até um ano pós-transplante. Acredita-se que a avaliação da expressão de outros genes, bem como novas plataformas moleculares possam evidenciar genes ou conjuntos de genes com maior relevância biológica neste contexto. Alternativamente polimorfismos genéticos e não a expressão do gene pode vir a ser o caminho a ser testado para a consolidação de biomarcadores prognósticos em transplante renal. Níveis de mRNA em sangue periférico. (A) CXCL-10, (B) Granulisina

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P-766

Perfil clínico nutricional de pacientes portadores de diabetes mellitus em hemodiálise no município de Caratinga-MGSantos AP, Sallén DBCLIRENAL, CLIRENAL

Atualmente, diabetes mellitus (DM) representa a principal causa mundial de doença renal crônica. No Brasil, aproximadamente 25% dos pacientes em diálise são diabéticos. O presente estudo objetiva avaliar pacientes portadores de diabetes mellitus em hemodiálise, quanto ao estado nutricional e valores bioquími-cos. Foram selecionados 61 pacientes portadores de diabetes mellitus tipo I e II em hemodiálise, para fins de estudo no mês de Setembro de 2010. Foi realizada avaliação do estado nutricional através do IMC, considerando peso seco e altura². A SGA foi executada através de questionários próprios para doença renal em terapia renal substitutiva. Os exames bioquímicos referentes às concentrações de potássio, fósforo, cálcio e albumina foram analisados, de acordo com os níveis de adequação proposto por K/DOQI, 2010. Nota-se que os pacientes apresentam-se em estado de eutrofia segundo IMC sendo este um marcador mais espe-cífico, embora não podendo ser considerado único. Quanto a SGA, a maior porcentagem dos pacientes encontra-se desnutridos leves apontando este marca-dor maior sensibilidade em detectar desnutrição. Em relação aos exames bioquímicos deve-se enfocar constantemente a educação nutricional voltada para me-lhor adesão dietoterápica para buscar os valores limítrofes para potássio, fósforo, cálcio e albumina, embora não observou-se casos de hipercalemia neste estudo. Palavras chave: Diabetes Mellitus, IRC, Hemodiálise, avaliação nutricional, exames bioquímicos.

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P-782

Verificação da aceitabilidade dos cardápios enriquecidos com proteína texturizada de soja por pacientes portadores de IRC em HD no município de caratinga – MGSantos AP, Farias Eclirenal, clirenal

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma patologia extremamente frequente entre os adultos, embora seja subdiagnosticada e, assim, não tratada, e constitui hoje um importante problema médico e de saúde pública. A hemodiálise (HD) é uma terapia dialítica que se associam as complicações agudas e crônicas. Por ser um evento ca-tabólico, é comum paciente em terapia hemodialítica apresentar desnutrição. A soja com suas características químicas e nutricionais se qualificam como um alimento funcional: além da qualidade de sua proteína, estudos mostram que a soja pode ser utilizada de forma preventiva e terapêutica. Este trabalho tem como Objetivo verificar a aceitabilidade das preparações enriquecidas com proteína texturizada de soja em uma unidade de hemodiálise do município de Caratinga onde participaram do estudo 89 pacientes. Para a verificação dos níveis de aceitabilidade foi usado um questionário com gravuras que passa a entender que, rostos felizes (ótimo), rostos indiferentes (bom) e rostos tristes (ruim). Resultado: Durante as quatro semanas do mês de março de 2009, houve uma aceitação positiva em todas as preparações. Conclusão: Contudo observa-se com este estudo que a aceitabilidade de preparações enriquecidas com proteína texturizada de soja é vista como ótima por 68,80% da população. Palavras chave: Insuficiência Renal Crônica, Proteína Texturizada de Soja, Hemodiálise.

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P-606

Avaliação da educação continuada no controle dos níveis séricos de fósforo e potássio de pacientes submetidos à terapia renal substitutiva em uma clínica do município de Caratinga Minas GeraisSantos AP, Cunha G, Oliveira LR, Andrade APACLIRENAL, CLIRENAL, CLIRENAL, CLIRENAL

Estudos mostram que a qualidade de vida dos pacientes portadores de Doença Renal Crônica (DCR) pode ser melhorada com o comprometimento dos cuidadores, dos profissionais de saúde envolvidos com os mesmos, e a aplicação de políticas de saúde, para que tenham a possibilidade de desenvolver capacidade e habilidade de escolhas próprias. Por isso programas que tenham a finalidade de conscientizar os pacientes da situação em que se encontram, e transformá-las, na medida que necessário, tem sido estimulados pela Sociedade Brasileira de Nefrologia e demais entidades. O presente trabalho teve como Objetivo avaliar a eficácia da educação continuada em pacientes portadores de DRC de uma clínica de hemodiálise na cidade de Caratinga, Minas Gerais. Foi feito um trabalho de educação nutricional, para conscientizar os pacientes participantes sobre a importância de se controlar a ingestão de alimentos ricos em potássio e fósforo. Os pacientes foram acompa-nhados por um período de quatro meses. Para análise, foram utilizados os Resultados mensais dos exames bioquímicos de fósforo e potássio. A média e o desvio padrão (DP) geral do fósforo sérico foi de 5,75 ±1,72, e para potássio foi 5,30 ±0,996. Em ambos os casos os valores não representaram significância estatística, porém o aumento do percentual de indivíduos com níveis séricos adequados para fósforo e potássio se mostrou satisfatório ao ponto de vista prático da rotina de diálise. A educação nutricional continuada mostrou-se um meio eficiente no controle dos níveis séricos de fósforo e potássio de pacientes portadores de DRC. Palavras Chave: Educação nutricional . Hemodiálise. Fósforo. Potássio.

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P-90

Impacto da ventilação não invasiva em pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiáliseRoxo RS, Xavier VB, Miorin LA, Magalhães AO, Santos Alves VL, Sens YASFaculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Introdução: Pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiálise apresentam alterações cardíacas, respiratórias e músculo-esqueléticas, com impacto nega-tivo na função respiratória. Objetivo: Analisar o impacto de um protocolo de utilização da ventilação não invasiva (CPAP) na função respiratória de pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. Método: Foram estudados prospectivamente 40 pacientes com idade acima de 18 anos, de ambos os sexos, randomizados em dois grupos: controle e CPAP com avaliação e reavaliação da prova de função pulmonar, pressões respiratórias máximas, pico de fluxo e teste da caminhada dos seis minutos antes e após um período de dois meses. O protocolo de ventilação não invasiva (CPAP) consistiu da aplicação por 30 minutos, com PEEP de cinco cmH2O, FiO2: 33% e fluxo de 15 L/min, três vezes por semana, durante as sessões de hemodiálise. Resultados: o grupo CPAP apresentou melhora na capacidade vital forçada, volume expiratório forçado no primeiro segundo, pico de fluxo expiratório, pressão inspiratória, pico de fluxo e diminuição da pressão arterial sistólica, frequência cardíaca, frequência respiratória, escala de Borg e aumento na distância percorrida no teste da caminhada dos seis minutos, comparado com o grupo controle. Con-clusão: Concluímos que o protocolo de ventilação não invasiva (CPAP) apresentou impacto positivo na função respiratória dos pacientes em hemodiálise, cursando com melhor desempenho físico.

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P-91

Impacto de um protocolo de estimulação elétrica neuromuscular na função pulmonar e capacidade funcional em pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiáliseXavier VB, Roxo RS, Miorin LA, Magalhães AO, Santos Alves VL, Sens YASFaculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,,,,,Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Introdução: A literatura mostra que pacientes submetidos à hemodiálise apresentam descondicionamento físico e baixa tolerância ao exercício; além disso, podem cursar com disfunções respiratórias. Objetivo: avaliar os efeitos da estimulação elétrica neuromuscular na função pulmonar e capacidade funcional de pacientes sub-metidos à hemodiálise. Método: Foram estudados prospectivamente 40 pacientes randomizados em dois grupos (controle n= 20 e tratamento n= 20) com diagnóstico de doença renal crônica e submetidos à hemodiálise, de ambos os sexos, com idade maior ou igual a 18 anos. Os pacientes dos dois grupos de estudo foram avaliados quanto à prova de função pulmonar, pressões respiratórias máximas, teste de uma repetição máxima e teste da caminhada de seis minutos, antes e após o período de estudo. O grupo tratamento realizou eletroestimulação no músculo quadríceps femoral bilateralmente por 30 minutos durante a hemodiálise, três vezes por semana por dois meses. Resultados: O grupo tratamento apresentou no final do período de estudo, aumento da pressão inspiratória máxima (PIMax) (p = 0,02) e pressão expiratória máxima (PEMax) (p <0,001), aumento da força muscular no teste de uma repetição máxima (p <0,001), diminuição da pressão arterial sistólica e da fre-quência respiratória (p <0,001), e aumento da distância percorrida no teste da caminhada dos seis minutos (p = 0,03) comparado com o grupo controle. Conclusão: Concluímos que a estimulação elétrica neuromuscular teve impacto positivo sobre a função pulmonar e na capacidade funcional produzindo melhor desempenho físico nestes pacientes.

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A dor e sua interferência nas atividades da vida diária dos pacientes renais crônicos submetidos ao tratamento hemodialíticoSantos AOR, Silva SB, Lorena YG, Déster ERCHospital das Clínicas Samuel Libânio, Universidade do Vale do Sapucaí Minas Gerais, Hospital das Clínicas Samuel Libânio, Universidade do Vale do Sapucaí Minas Gerais, Hospital das Clínicas Samuel Libânio, Universidade do Vale do Sapucaí Minas Gerais, Hospital das Clínicas Samuel Libânio Minas Gerais

Resumo: Introdução O sedentarismo e a diminuição da capacidade funcional do paciente renal crônico são favorecidos principalmente pelo cotidiano monótono e restrito do tratamento hemodialítico. Por influencia da rotina deste tratamento, o paciente permanece sentado durante quatro horas e, muitas vezes buscando uma posição mais cômoda, mantendo-se em uma postura errada, podendo ocorrer alterações musculoesqueléticas e posturais capazes de causar dor e até lesões que apre-sentam considerável redução da capacidade funcional em relação a indivíduos saudáveis do mesmo sexo e idade. Quando avaliada a qualidade de vida, a dor é um fator preponderante em sua diminuição, devido a sua interferência direta na capacidade funcional e na capacidade de interação social do indivíduo em questão se caracterizando um problema de saúde pública. Sendo a dor em renais crônicos um assunto pouco explorado na literatura, Objetivou-se estudar a avaliação da dor crônica e a interferência desta dor nas atividades de vida diária destes pacientes. Casuística e Métodos: Realizou-se um estudo com 102 pacientes renais crônicos de ambos os gêneros e maiores de 18 anos, submetidos ao tratamento hemodialítico do STRS-HCSL em Pouso Alegre/MG. A dor foi avaliada pelo Inventário de Dor de Wisconsin, e as atividades da vida diária foram avaliadas através de dois instrumentos: Índice de Barthel e a Escala de Lawton. Para a análise dos dados foi utilizado o programa estatístico SPSS, versão 11.0. Os dados foram descritos através de média, desvio padrão, frequência, porcentagem e correlação de Pearson. Resultados e Discussão: Entre os 102 pacientes estudados, foram encontrados 60 homens e 42 mulheres com idade variante de 18 a 84 anos. As mulheres em hemodiálise apre-sentam menor qualidade de vida tanto no aspecto físico quanto emocional. Para interferências nos aspectos sociais, emocionais e outros, não foi detectada diferença entre as idades sendo que a população mais idosa obteve pontuações mais elevadas que a faixa mais jovem nas dimensões de capacidade funcional, dor, estado geral de saúde, aspectos sociais, emocionais e saúde mental. Conclusão: A dor não apresentou interferência significativa nas atividades de vida diárias dos pacientes em trata-mento dialítico, principalmente nos pacientes há mais tempo em tratamento. A população feminina apresentou-se mais propensa à dor, porém menos influenciadas nas atividades cotidianas e laborais.

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P-433

Nefropatia por IgA: validação da Classificação Histológica de Oxford em biópsias renais de Minas GeraisNeves PDMM, Machado JR, Reis MAUniversidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Introdução: A Nefropatia por IgA (NIgA) é a glomerulopatia primária mais comum do mundo. Recentemente, foi proposta uma nova classificação histológica para a NIgA: a Classificação de Oxford. Objetivos: caracterizar clínico-epidemiologicamente os pacientes do Serviço de Nefropatologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) com diagnóstico de NIgA e realizar a correlação clínico-morfológica desses pacientes. Casuística e Métodos: Foram analisadas biópsias renais do Serviço de Nefropatologia da UFTM, no período de 1996-2010, com diagnóstico de NIgA. Foram avaliados: gênero, idade, presença de hematúria; padrões/intensidade das lesões; deposições de IgA, IgG, IgM, Kappa, Lambda, C3, C1q e fibrinogênio. Histologicamente as biópsias foram caracte-rizadas conforme a Classificação de Oxford, sendo realizada também a correlação clínico-morfológica. Valores estatisticamente significativos para p<0,05. Resul-tados: Das 164 biópsias avaliadas houve predomínio do gênero masculino (53,7%) e de adultos (93,3%). Caracterizando os pacientes conforme a classificação de Oxford, obtivemos predominância M0 (82,3%), S1 (53,1%), E0 (65,2%) e T0 (70,1%). À correção clínico-morfológica, observamos maior proteinúria M1 em relação a M0 (p<0,008), menor taxa de filtração glomerular estimada (p<0,001) e maior freqüência de hipertensão (p<0,001) comparando-se T0,T1 e T2. À Imunofluorescência, predominância de IgA (100% dos casos), com co-deposição de C3 (99,37% dos casos), kappa (96,25%), lambda (91,25%) e IgM (76,92%). Foi observada correlação entre a intensidade de deposição de IgA com C3, kappa, lambda. Conclusões: No presente estudo a NIgA foi predominante em homens, mais comuns os padrões M0, S1, E0 e T0, maior proteinúria com aumento da hipercelularidade mesangial, além de maior prevalência de hipertensão/pior função renal conforme a gravidade das repercussões túbulo-intersticiais.

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P-567

Oligúria é um preditor precoce de maior mortalidade em pacientes adultos admitidos a uma unidade de terapia intensiva geralPereira VGM, Serpa-Neto A, Balogh RJ, Esposito DC, Cardoso SO, Pasqualucci MOP, Manetta JA,Uson, PL, Namura JJB, Damasceno MCTFaculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC

Objetivo: Determinar o quanto a diurese no primeiro dia de pacientes admitidos a uma Unidade de Terapia Intensiva geral está relacionado com mortalidade. De-senho: Avaliação retrospectiva. Pacientes: Oitenta e cinco pacientes adultos clínicos ou cirúrgicos. Método: Baseado na relação diurese em 24 horas determinamos o quanto um quartil esta associado com mortalidade durante a internação na UTI. Resultados: Na avaliação inicial os pacientes apresentavam uma diurese em 24 horas média de 1010,85 ± 833,94. Em um modelo tendo como covariáveis a idade e APACHE II (Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II) uma diurese mais baixa em 24 horas correlacionou-se significativamente com uma maior mortalidade (p = 0,028). Pacientes com diurese reduzida e creatinina normal pela referência laboratorial apresentaram mortalidade superior àqueles com maior débito urinário (p = 0,043). Conclusão: Um débito urinário mais baixo nas primeiras 24 horas de pacientes admitidos a UTI está associado com um aumento da taxa de mortalidade.

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P-622

Estudo comparativo dos níveis de stress entre pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise e outras três populaçõesClaudia Leonardi, Paula Freire, Claudio Melaragno, Paulo Luconi, Fernando AlmeidaUNIFESP, UNIFESP, UNIFESP, UNIFESP

O diagnóstico de uma doença crônica pode trazer aos pacientes alterações no humor, entre elas, stress. Objetivos: Comparar os índices de stress nos pacientes sub-metidos à hemodiálise em uma unidade intra-hospitalar de tratamento dialítico, com outros três grupos distintos (pacientes com disfunção miccional, cuidadores de pacientes e sujeitos sem patologia). Material e Métodos: Aplicação do Inventário de Sintomas de Stress Lipp (ISSL) para caracterização dos sintomas. É uma escala de auto-preenchimento, apresenta três tipos de respostas: presença ou não de stress, a fase do mesmo e tipo de sintomatologia. Esta escala é utilizada como triagem para estes sintomas. Para facilitar a interpretação, as pontuações das fases obtidas são categorizadas em fase de: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão. Quanto aos sintomas, possibilidade de três grupos: psíquicos, físicos e ambos. Apesar da escala ser de auto-preenchimento, a psicóloga permaneceu ao lado de cada paciente durante sua aplicação, assinalando as alternativas escolhidas pelo paciente. Resultados: Foram avaliados 280 sujeitos, destes 80 eram pacientes nefrológicos (DRC) que preencheram a escala, sendo 85% do sexo feminino, 64% são casados, idade média de 55 anos, 66% não trabalham. 32 (38,6%) pacientes apresentaram sintomas de stress, com predomínio na fase de resistência 24 (75,0%). Quanto ao tipo de sintomas, 22 (68,7) dos pacientes apresentaram sintomas psíquicos. Conclusão: en-quanto 73 (74,5%) dos pacientes da urologia apresentaram presença de stress, o grupo de DRC apresentou 38,6%. A literatura mostra que os pacientes com sintoma-tologia apresentam predominância da fase de resistência de stress. Observamos o mesmo resultado na nossa pesquisa. Estes pacientes são acompanhados pelo serviço de psicologia da Clínica. Conforme necessidade e interesse há possibilidade de encaminhamento para avaliação psiquiátrica e acompanhamento psicológico externo.

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Relato de Caso: nefrectomia por Pielonefrite Xantogranulomatosa diminui progressão da DRCÁlvaro Luis Steiner Fernandes de Sousa, Rodrigo Alves Sarlo, Gerardo Del Castillo, Paula Parada do Valle, Renata Lopes Saraiva, Tamara da Silva Cunha, Fernando M Belles de Moraes, Carlos Perez GomesHospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho UFRJ Rio de Janeiro

Introdução: A Pielonefrite Xantogranulomatosa (PNX), diagnosticada pela primeira vez em 1916 por Schlazenhaufer, é uma causa rara de pielonefrite crônica (PNC) com diagnóstico geralmente realizado apenas por estudo anatomopatológico. Caracteriza-se por destruição supurativa do parênquima renal, associada a granulomas, abcessos e células com inclusões lipídicas, levando a um processo inflamatório crônico com prejuízo para função renal. Objetivo: Descrever o caso de uma paciente com doença renal crônica (DRC) estágio 4 por PNC com infecção urinária (ITU) de repetição associada a nefrolitíase bilateral e exclusão funcional do rim esquer-do. Casuística e Métodos: Paciente feminina, 37 anos, com síndrome demencial congênita idiopática, hipertensa e diabética, foi encaminhada ao ambulatório de Nefrologia para investigação de ITU de repetição por E. coli, nefrolitíase e piora progressiva da função renal. Laboratório da admissão: Cr 3.8mg/dl (TFG 19ml/min/1,73m2), K 5,3mEq/l, Hb 8,2g/dl, Ht 27,4%, 11.700 leucócitos, EAS com leucocitúria, hematúria e proteinuria <1g/24h. TC de abdômen/pelve com rins de dimensões reduzidas, apresentando dois volumosos cálculos coraliformes com hidronefrose acentuada e afilamento cortical bilateral. Cintilografia renal dinâmica com excreção de DTPA ausente no rim esquerdo e reduzida no rim direito. Resultados: Paciente foi submetida à pielolitotomia direita com instalação de cateter duplo J e nefrectomia esquerda pelo Serviço de Urologia. O diagnóstico de PNX foi estabelecido pela anatomia patológica evidenciando rim multicavitado, cavidades de parede amarelo-ouro preenchidas por material cremoso, além da presença de exsudato leucocitario e cristais de colesterol revestidos por macrófagos xantomizados à histologia. Após três meses de pós-operatório a paciente evoluiu com melhora significativa da função renal, Cr 2,1mg/dl (TFG 28ml/min/1,73m2) e diminuição dos parâmetros inflamatórios. Conclusão: A PNX continua sendo uma causa de PNC de difícil suspeita sendo na maioria das vezes diagnosticada apenas pela anatomia patológica. A nefrectomia do rim afetado atenua a condição inflamatória/infecciosa crônica e sistêmica da PNX, podendo contribuir assim para diminuir o ritmo de progressão da DRC nestes pacientes.

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P-717

Ultrafiltração na insuficiência cardíaca descompensadaMituiassu AM, Carminatti M, Miranda LH, Falani KS, Rudolph MCP, Diniz AAR, Paula AC,Silva KS, Santana FS, Mesquita TGMM, Elias LBB, Biato MACCentro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro

Introdução: A ultrafiltração é um método efetivo para retirada de fluidos em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada. Possíveis vantagens sobre o trata-mento conservador seriam a remoção de uma quantidade definida de volume e a diminuição da atividade neuro-hormonal, sem interferência no perfil eletrolítico e na função renal. Objetivo: Relato de caso do emprego da ultrafiltração no manuseio da insuficiência cardíaca descompensada não responsiva à terapia diurética. Materiais e Métodos: GST, 61 anos, preto, natural de Valença, portador de insuficiência cardíaca NYHA III secundária à hipertensão arterial em tratamento irregular. Internado no Serviço de Clinica Médica do HELGJ com quadro de dispneia progressiva até em repouso, ortopnéia e dispneia paroxística noturna. No momento da internação encontrava-se em anasarca, com perfil hemodinâmico quente/úmido, PA-160/120mmHg. Peso-160 Kg. Submetido à terapia convencional com vasodilatador e altas doses de diurético. Iniciada ultrafiltração diária no 3º dia de internação devido a não resposta clínica à terapia convencional. Resultados: Após início da ultrafiltração houve perda progressiva do peso e aumento significativo do débito urinário diário, com perda aproximada de 2.6 Kg/dia, sem apresentar variação na função renal (Creatinina=1,3mg/dl). Após 15 dias recebe alta hospitalar para tratamento ambulatorial. Conclusão: A utilização da ultrafiltração no manuseio da insuficiência car-díaca mostrou-se uma ferramenta útil, segura e bem tolerada.

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P-388

Alterações histopatológicas encontradas em biópsias renais de pacientes da região sul fluminenseCarminatti M, Mituiassu AM, Gomes PN, Azevedo SLAA, Nahas R, Oliveira MAPR, Kano PL, Tatagiba MS, Teixeira AP, Miranda LH,Falani KS, Rudolph MCP, Diniz AAR, Paula AC, Silva KS, Elias LBB, Araújo MAF, Trindade JA, Biato MACCentro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro; Universidade Severino Sombra (USS), Vassouras – RJ, Rio de Janeiro,Universidade Severino Sombra (USS), Vassouras – RJ, Rio de Janeiro,Universidade Severino Sombra (USS), Vassouras – RJ, Rio de Janeiro,Universidade Severino Sombra (USS), Vassouras – RJ, Rio de Janeiro,Universidade Severino Sombra (USS), Vassouras – RJ, Rio de Janeiro,Universidade Severino Sombra (USS), Vassouras – RJ, Rio de Janeiro,Clínica de Doenças Renais (CDR), Barra do Piraí-RJ, Rio de Janeiro,Clínica de Doenças Renais (CDR), Barra do Piraí-RJ, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro,Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença, Rio de Janeiro

Introdução. A biópsia renal é uma ferramenta de determinação diagnóstica e prognóstica fundamental na prática diária da nefrologia clínica, orientando a conduta terapêutica. Objetivo. Analisar os dados de biópsias renais realizadas em 3 serviços de nefrologia da região sul fluminense, nos últimos 3 anos. Materiais e métodos. Estudo transversal, em que avaliamos as biópsias renais realizadas em 53 pacientes, entre julho de 2009 e maio de 2012. Foram considerados para análise a idade e o gênero dos pacientes, as indicações clínicas de biópsia renal e os laudos histopatológicos encontrados. Resultados. Nossa amostra foi composta, em sua maioria, por indivíduos do sexo masculino (56,6%), com média de idade de 40,2 anos, variando de 15 a 83 anos. A presença de proteinúria / síndrome nefrótica foi a principal indicação de biópsia renal, perfazendo 63,1% dos casos. Os diagnósticos histopatológicos encontrados nas biópsias renais foram: GESF idiopática (34%), nefrite lú-pica (18,9%), nefroesclerose hipertensiva (11,3%), nefropatia membranosa (11,3%), doença renal diabética (7,5%), glomerulonefrite membranoproliferativa (7,5%), doença de Berger (3,8%), doença de lesões mínimas (3,8%), e poliangeíte microscópica (3,8%). A prevalência das diversas classes de nefrite lúpica foi a seguinte: proliferativa difusa (4 casos), proliferativa focal (3 casos), mesangial (2 casos) e membranosa (1 caso). Conclusão. Em nossa casuística, a forma mais prevalente de glomerulonefrite foi a glomerulosclerose segmentar e focal idiopática, seguida de nefrite lúpica, e, em menor escala, de nefropatia membranosa. A principal indicação de biópsia renal foi a presença de proteinúria / síndrome nefrótica.

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P-112

Morbi-mortalidade cardiovascular em diálise peritoneal: um estudo prospectivoThiagoverissimo Rodrigues, Miguel Moises Neto, Osvaldo Merege Vieira Neto, Tulio Coelho Carvalho, Nathalia Pereira Paschoalin, Ruy Cesar Santos SalomãoSENERP, SENERP / USP -RP, SENERP/ USP-RP, SENERP, SENERP, SENERP

Introdução: Segundo relatos da literatura, pacientes com IRC em Diálise Peritoneal têm elevados índices de morbidade e mortalidade cardiovasculares. Objetivo: Ve-rificar as causas de morbidade e mortalidade cardiovasculares entre pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP). Pacientes e Métodos: Estudo prospectivo no qual foram avaliados os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) neste serviço, no período de Julho de 2001 a junho de 2011, totalizando 120 meses de observação. Registradas todas as in-ternações, suas causas e a evolução dos pacientes. Resultados Nos 120 meses de observação foram admitidos 275 pacientes, sendo que 192 (69,81%) necessitaram de internação devido a problemas cardiovasculares. Dentre estes pacientes, 61,1% eram submetidos a CAPD e 38,9% a APD com a idade média foi de 63 anos, variando de 21-94 anos; 50% dos pacientes eram do sexo masculino e 89,6% eram brancos. Praticamente metade (55,8%) dos pacientes que internaram por problemas cardio-vasculares eram diabéticos. O tempo em diálise variou de 1 a 114 meses, com média de 19,1 meses de tratamento. Foram computadas 805 internações no período, sendo 192 (23,9%) por causas cardiovasculares e dentre elas, as principais foram: Infarto Agudo do Miocardio (28,3%), Insuficiência Cardíaca Congestiva (26%), edema agudo de pulmão (13%), Acidente Vascular Cerebral (8,4%), e outras causas (24,3%). Dos 275 pacientes avaliados no período, 144 evoluíram a óbito, sendo 22,3% por eventos cardiovasculares, 9,7% por Acidente Vascular Cerebral, 2,7% devido a neoplasias, 2,1% por outras causas; 20,8% dos pacientes foram a óbito por morte súbita no domicílio, o que também é sugestivo de problemas cardiovasculares. Dos 144 pacientes que foram a óbito no período, 48,6% eram diabéticos. Conclusões: Nessa casuística, foi evidenciado um alto índice de internação e mortalidade devido a problemas cardiovasculares entre os pacientes portadores de IRC em DP, dados estes que estão em concordância com a literatura. Em torno de 50% dos pacientes internados e que foram a óbito devido a etiologia cardiovascular eram portadores de DM.

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Motivos de saída de programa dos pacientes submetidos à diálise peritonealThiago Verissimo Rodrigues, Miguel Moyses Neto, Osvaldo Merege Vieira Neto, Tulio Coelho Carvalho, Natalia Pereira Paschoalin, Ruy Cesar Santos Salomão SkhaierSENERP, SENERP / USP-RP, SENERP/USP-RP, SENERP, SENERP, SENERP

Introdução: Pacientes em diálise peritoneal (DP) podem apresentar saída do programa por diversas razões, especialmente morbidade cardiovascular e óbitos, além das peritonites. Objetivo: Verificar os motivos de saída de programa mais freqüentes de pacientes portadores de IRC submetidos à diálise peritoneal. Pacientes e Métodos: Foram avaliados, prospectivamente, todos os pacientes que iniciaram tratamento em CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua) e APD (Diálise Peritoneal Automatizada) no período de julho de 2001 a junho de 2011, totalizando 120 meses de observação em tratamento. Foram registradas a modalidade dialítica, ida-de, sexo, raça, data de entrada e saída de programa e motivo de saída. Resultados: No período estudado, foram admitidos no Serviço 275 pacientes, sendo que 168 (61,09%) foram submetidos a CAPD e 107 (38,9%) a APD. A idade média foi de 53 anos, variando de 1 a 94 anos. O sexo masculino e a raça branca predominaram em 50,54% (139 pacientes) e 85,8% (236 pacientes), respectivamente. A etiologia da Insuficiência Renal Crônica (IRC) mais prevalente foi a nefropatia diabética em 117 pacientes (42,54%), seguida por nefropatia de etiologia desconhecida em 63 pacientes (22,9%), nefropatia hipertensiva em 38 pacientes (13,8%) e outras causas em 57 pacientes (20,76%). Saíram de consulta programada 154 pacientes (56,0%), destes pacientes que saíram de programa, 121 (64,7%) foram a óbito, sendo que 58 (48%) por causa cardiovascular (a causa principal foi morte súbita no domicílio em 26 pacientes – 44,8%), 42 (34,7%) por sepse (a causa principal de sepsis foi Pneumonia em 16 pacientes – 38,1%) e 21 (17,3%) por outras causas. Quarenta e nove por cento (59%) dos pacientes que foram a óbito eram diabéticos. Quarenta e quatro pacientes (23,5%) foram transferidos para HD, sendo que 27 (61,4%) mudaram de tratamento após peritonite, 5 (11,5%) após detecção de fístula pleuro peritoneal/peritônio escrotal, 4 (9,0%) por falta de aderência ao tratamento, 3 (6,8%) por opção própria, 4 (9,0%) após perda da dialisância do peritônio e 1 (2,3%) por cateter não funcionante. Quinze pacientes (8,0%) foram transplantados, 4 (2,1%) foram transferidos de centro de diálise e 3 (1,7%) apresentaram recuperação da função renal. A idade média dos pacientes que foram a óbito foi de 68,7 anos, dos que saíram por outras causas foi 52,2 e a dos que permaneceram em tratamento foi de 61,8 anos. Os pacientes que permaneceram em tratamento internaram menos (p<0,0001) em relação aos pacientes que foram a óbito e aos que saíram por outras causas. Conclusão: O óbito foi a causa principal de saída de programa de diálise peritoneal seguida pela perda de acesso por peritonite. Praticamente metade dos pacientes que foram a óbito nesse estudo eram diabéticos. Pacientes que saíram de programa internaram mais.

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P-453

Relato de caso: nefropatia por IGMCarvalho TC, Paschoalin NP, Rodrigues TV, Moysés Neto M, Vieira Neto OM, Barros Silva GESENERP, SENERP, SENERP, SENERP, SENERP, Hospital das Clínicas -USP RIBEIRÃO PRETO

Introdução: A nefropatia por IgM é uma glomerulonefrite mesangioproliferativa difusa primária, com presença de depósito predominante de IgM no mesângio, ge-ralmente apresentando baixa resposta terapêutica a agentes imunossupressores. Objetivo: Relato de caso de paciente com nefropatia por IgM.Casuística e Métodos, Resultados:Paciente MAM, 28 a, Branco, com edema há 25 dias de MMIIs, progressivo com ganho ponderal nesse período de 7 kg. Nega historia anterior de infecção do trato respiratório. Nega vômitos ou diarreia.Nega Diabetes, tabagismo ou etilismo e uso de drogas.Nega história familiar de nefropatia. Ao exame físico: anasarca, FC=88/min, PA=100/70, afebril, orientado, respiração normal. Abdome sem alterações. Exames laboratoriais iniciais mostraram: urina tipo I com 25 leucócitos e 28 hemácias por campo e proteinuria +++/4, proteinuria 24 horas=1,5 g/dl, Hb=15,5 g/dL, Ht=45%, GB=6440, ureia=35 mg/dL, creat=0,6 mg/dL, albumina=1,4 g/dL, urocultura negativa, colesterol total=392 mg/dL. Complemento sérico normal (C3 e C4), ANCA negativo, FAN: não reagente. Sorologia para hepatites e HIV não reagentes. Biopsia renal mostrou a microscopia óptica: 8 glomérulos em condições de estudo que evidenciaram aumento de espaço de Bowman, túbulos e Inters-tício: nos padrões de normalidade e vasos sanguíneos com discretíssimos focos de fibrose intersticial. Na microscopia de imunofluorescência haviam 9 glomérulos em condições de estudo. Soro Anti-IgA: positivo + em cilindros ; soro Anti-IgM: Positivo ++/+++ mesangial, global e difuso; soro Anti-IgG Idem IgM, porém mais fraco +; soro anti-C3 negativo; soros anti-fibrinogênio; anti-lambda ; anti-kappa negativos; soro anti-C1q idem IgM, porém mais fraco +. Foi iniciado tratamento com prednisona 1mg/kg associado a sinvastatina, enalapril e furosemide. Após 4 semanas de tratamento a proteinuria de 24 horas caiu para 164 mg, albumina=2,8 mg/dL mostrando remissão total do quadro, com perda de 6 kg no período. Paciente mantendo remissão total durante 6 meses de acompanhamento.Conclusão: Apesar da maioria dos trabalhos na literatura mostrarem baixa resposta a agentes imunossupressores com tendência a corticoresistência, esse paciente apresentou boa resposta terapêutica inicial a prednisona no período estudado.

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P-111

Morbidade e mortalidade em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC), em programa de diálise peritonealRodrigues TV, Moyses MN, Vieira OM, Carvalho TC, Paschoalim NP, Maria E, Zanardo SSENERP, SENERP/ USP-RP, SENERP/ USP-RP, SENERP, ENERP, SENERP/ USP-RP, SENERP

Introdução: Pacientes em diálise peritoneal (DP), podem apresentar segundo relatos da literatura, elevados índices de morbidade e mortalidade, especialmente in-fecções e cardiovasculares alem do alto índice de mortalidade. Objetivo: Verificar as causas de morbidade e mortalidade mais freqüentes em pacientes submetidos a Diálise Peritoneal. Pacientes e Métodos: Foram avaliados todos os pacientes que iniciaram tratamento em CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua) e APD (Diálise Peritonial Automatizada) no período de julho de 2001 a junho de 2011, totalizando 120 meses de observação. Foram registradas todas as internações, suas causas e a evolução dos pacientes. Todas as peritonites são internadas rotineiramente nesse Serviço. Resultados: Nos 120 meses de observação, foram admitidos no Serviço 275 pacientes. A etiologia da Insuficiência Renal Crônica (IRC) mais prevalente foi a nefropatia diabética em 42,54% dos pacientes, seguida por nefropatia de etiologia desconhecida em 22,9% dos pacientes, nefropatia hipertensiva em 13,8% e outras causas em 20,76% dos pacientes. Desse total, 61,1% foram submetidos a CAPD e 38,9% a APD; a idade média foi de 62.3 anos, variando de 1-94 anos; 50,54% dos pacientes eram do sexo masculino e 47,27% eram brancos. O tempo em diálise variou de 1 a 114 meses, com média de 24,5 meses de tratamento. Foram computadas 805 internações em 220 pacientes cuja prevalência variou entre 1 a 22 internações. As principais causas de internação foram infecciosas (38,38%) e cardiovasculares (23,85%). Dos pacientes internados por problemas infecciosos, 42,30% foram internados por peritonite, 34,6% por pneumonia, 11,53% por infecções urinarias e 22,98% por outras causas. Das causas cérebro e cardiovasculares, 28,30% foram internados por infarto agudo do miocárdio , 26,0% por ICC, 26% por acidente vascular cerebral, 13% por edema agudo de pulmão e 6,7% por outras causas.. Do total dos pacientes avaliados no período, 52,5% foram a óbito, 17,8 mudaram de tratamento, 6,0% transplantaram, 1,8% foram transferidos de serviço e 1,8% apresentou recuperação da função renal e 20,1% persistem ativos no serviço. Dos 144 pacientes que foram a óbito, 36,2% foram por sepse, 22,2% por causa cardiovascular, 20,9% por morte súbita no domicílio e 20,7% por outras causas. Conclusões: A maior causa de morbidade e mortalidade dos pacientes foi a de eventos infecciosos, seguidos das causas cardiovasculares no período estudado. Se excluirmos as peritonites a maior causa de morbidade exigindo internação foram o infarto agudo do miocárdio e a insuficiência cardíaca congestiva, respectivamentes.

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P-602

Atenção farmacêutica a hipertensos, diabéticos e renais crônicos no centro hiperdia, Juiz de Fora/MGMarquito AB, Costa DMN, Paula RBCentro Hiperdia / Niepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Centro Hiperdia / Niepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Centro Hiperdia / Niepen / Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução. A Atenção Farmacêutica (AF) constitui uma prática na qual o profissional farmacêutico desenvolve atividades específicas no âmbito da atenção à saúde, interagindo diretamente com o paciente, com o Objetivo de oferecer uma farmacoterapia mais racional. Indivíduos com hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM) e doença renal crônica (DRC) utilizam polifarmácia visando retardar a progressão da doença e consequentemente necessitam orientação farmacote-rápica. Objetivo. Implantar a AF no CENTRO HIPERDIA/ NIEPEN da Universidade Federal de Juiz de Fora. Material e Métodos. O atendimento farmacêutico contemplou pacientes que utilizavam diariamente sete ou mais medicamentos. Também foram incluídos usuários que apresentavam dificuldade de adesão ao trata-mento; necessidade de orientação quanto à farmacoterapia ou que fizeram a solicitação de atendimento. Utilizou-se modelo de AF (Método Dáder) com adaptações metodológicas e de operacionalização em sistema informatizado interno. Esse modelo pressupõe a análise do histórico da terapia medicamentosa, bem como de rea-ções adversas e/ou alérgicas para posterior intervenção. Resultados. Foram avaliados os dados de 511 usuários com média de idade de 62 anos, 63% do sexo feminino, 288 (56,4%) indivíduos diabéticos, 68 (13,3%) renais crônicos e 155 (30,3%) hipertensos. Ao atendimento 168 (48%) relataram não utilizar recurso para organizar a medicação e 141 (39%) dependiam de alguém para lembrá-lo de tomar a medicação diariamente, sendo 95% dessa ajuda vinda de familiar, 4% de cuidador e 1% de vizinho. Quanto à automedicação, 102 (28%) relataram utilizar analgésicos (paracetamol, dipirona), antiinflamatórios (diclofenaco, ibuprofeno), antigripais, cal-mantes, óleo de peixe e chás caseiros. Do total avaliado, 75 indivíduos relataram reação adversa, a maioria (54%) por uso de IECA (tosse), seguida de prurido e edema por utilização de sulfa (7%), diclofenaco (5%), dipirona (4%), amoxicilina (3%), benzilpenicilina (3%). Conclusão. Os dados permitiram ao farmacêutico elaborar plano de cuidado e conduta, com orientações direcionadas tanto ao paciente quanto à equipe de saúde.

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Injúria renal aguda no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Relato de casoAlmeida R, Camassola B, Bauer BM, Neutzling CB, Santos FAI, Coelho AOUniversidade Federal de Pelotas Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Pelotas Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Pelotas Rio Grande do Sul, Santa Casa de Misericórdia de Pelotas Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Pelotas Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Pelotas Rio Grande do Sul

Introdução: A obesidade é uma das principais epidemias do novo milênio. O paciente bariátrico pode desenvolver uma série de complicações no pós-operatório. A rabdomiólise e a injúria renal aguda são complicações de grande risco. Objetivo: Apresentar um caso de injúria renal aguda por rabdomiólise após cirurgia bariátrica. Relato de Caso: Paciente, feminina, 35 anos, branca, casada, professora, natural e procedente de Rio Grande – RS. Paciente relata que desde a adolescência tinha o diagnóstico de obesidade. Procurou equipe de Cirurgia do Aparelho Digestivo da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas – RS. O procedimento fora realizado no dia 16 de abril de 2012. Nessa data a paciente apresentava-se com IMC de 56,48. A cirurgia fora realizada por videolaparoscopia e a técnica escolhida fora derivação gástrica com reconstrução em Y de Roux. No trans-operatório ocorreu hemorragia com instabilidade hemodinâmica transitória de aproximadamente 30 minutos, necessitando conversão para laparotomia. A ressucitação volêmica com solução salina 0,9% obteve êxito, com a paciente mantendo-se estável hemodinamicamente no restante do trans-operatório. O tempo cirúrgico foi de 3 horas e 30 minutos. No pós operatório (PO) a paciente foi encaminhada a Unidade de Terapia Intensiva e no 2º PO evoluiu para falência renal com creatinina de 6,66 mg/dL, anúria e uma creatinoquinase (CK) de 62.353 UI por litro. Nesse momento, foi indicado início de terapia renal substitutiva. Paciente foi submetida a 7 sessões de hemodiálise intermitente e evoluiu com recuperação gradativa da função renal. Conclusão: Na cirurgia bariátrica, a rabdomiólise ocorre devido à compressão tissular exercida pela força gravitacional. Os possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de rabdomiólise no pós-operatório da cirurgia bariátrica são o tempo cirúrgico prolongado, acima de 4 horas de duração, e o excesso de peso (IMC > 50 Kg/m2) o que exacerba a compressão tissular. Os distúrbios clínicos iniciais da rabdomiólise podem ser súbitos e o diagnóstico precoce requer grande atenção. A mais temida complicação da rabdomiólise é a lesão renal aguda, isso reforça a necessidade de atenção para medidas que possam prevenir ou realizar o diagnóstico precoce dessa complicação na cirurgia bariátrica. Nos pacientes obesos, Bostanjian e colpreconizam aferição dos níveis de CPK rotineiramente, começando no período pós-operatório imediato diariamente, até que os valores mostrem tendência à normalidade.

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Círculo de cultura: aplicabilidade em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialíticoPaulo Henrique Alexandre de Paula (Paula PHA), Francisca Elisângela Teixeira Lima (Lima FET), Islene Victor Barbosa (Barbosa IV), Rita Mônica Borges Studart (Studart RMB), Míria Conceição Lavinas Santos (Santos MCL), Paulo Roberto Santos (Santos PR)Santa Casa de Misericórdia de Sobral- CE, Universidade Federal do Ceará/Fortaleza-CE, Universidade de Fortaleza/Fortaleza-CE, Universidade de Fortaleza/Fortaleza-CE, Universidade Federal do Ceará/Fortaleza-CE, Universidade Federal do Ceará/Sobral-Ce

A insuficiência renal crônica (IRC) se configura como um grande problema de saúde pública. A doença e o tratamento trazem diferentes repercussões para a vida da pessoa, necessitando entender o contexto cultural do indivíduo. O estudo teve como Objetivo conhecer a percepção dos pacientes com IRC acerca da doença e do tratamento a partir do círculo de cultura que é um método proposto por Paulo Freire, caracterizado pela figura do animador de debates que coordena um grupo, no qual todos apren-dem e ensinam uns aos outros a partir das vivências individuais. Trata-se de um estudo descritivo, de natureza qualitativa, realizado em uma unidade de hemodiálise na cidade de Sobral-Ceará. Participaram 11 pacientes com IRC em tratamento hemodialítico. A coleta de dados foi realizada nos meses de janeiro e fevereiro de 2012, por meio da observação participante, e os dados foram registrados no diário de campo. Para a análise dos dados, utilizamos os pressupostos da análise temática preconizada por Paulo Freire. Ao analisar as falas do universo temático, surgiram três temas geradores: insuficiência renal crônica e hemodiálise; a importância da família para o tra-tamento e cuidados com a fístula arteriovenosa. As principais percepções dos pacientes foram: hemodiálise é adesão ao tratamento, é a dependência em relação à máquina e ao capilar. O tratamento é tido como uma obrigatoriedade para garantir sua sobrevivência, resultando sentimentos de negação, raiva, barganha, depressão e aceitação diante da terapêutica estabelecida. Destacaram a importância da família para o enfrentamento da doença, bem como da equipe multiprofissional. Afirmaram ser a fístula algo de extrema necessidade e que precisa de cuidados para o seu funcionamento. No geral, há distintas concepções sobre a doença e o tratamento, sendo necessário que mais pesquisas sejam realizadas nessa perspectiva para estar compreendendo o contexto do paciente, atuando nas suas reais necessidades, garantindo um cuidado holístico. Palavras chave: Cultura; Insuficiência Renal Crônica; Diálise Renal.

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Lesões Histológicas Renais em pacientes com Diabetes Mellitus e correlações clinicasLoyana Teresa Teófilo Lima Silva, Camila Hitomi Nihei, Raquel Maria Maia,Elerson Carlos Costalonga, Michell Alves Oliveira, Caroline Puliti Hermida Reigada, Denise Maria Avancini Costa Malheiros, Lectícia Barbosa Jorge, Cristiane Bitencourt Dias, Rui Toledo Barros, Viktoria WoronikHospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo

Objetivos: A indicação de biópsia renal em pacientes com diabetes mellitus e doença renal é controversa na literatura. O Objetivo deste estudo é avaliar nefropatia dia-bética (ND) e nefropatia não diabética (NND) em pacientes com diabetes mellitus submetidos à biópsia renal e correlacionar a histopatologia com achados clínicos e laboratoriais. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo através da revisão de dados clínicos e histopatológicos de 77 pacientes diabéticos submetidos à biópsia renal no nosso centro de 1999-2010. Dados clínicos e laboratoriais foram colhidos no momento da relização da biópsia renal e ao final do seguimento. O ritmo de filtração glomerular (RFG) foi estimado usando a equação modificada MDRD simplificada. Resultados: Dos 77 pacientes estudados, 36 foram diagnosticados com ND (47%), 37 com NND (48%), enquanto 4 apresentavam ND e NND concomitantes (5%). A NND mais comum foi a nefropatia membranosa (16%), seguida da nefropatia por IgA (14%), glomeruloesclerose segmentar e focal (11%), glomerulonefrite crescêntica (11%) e outros (48%). As características clínicas estão resumidas na tabela I. O grupo ND apresentou mais pacientes com hipertensão e síndrome nefrótica, níveis mais elevados de hemoglobina glicada, bem como uma tendência para menor RFG inicial. Ao final do seguimento, no grupo ND, houve uma tendência a um menor RFG (16,1 ± 12,9 vs 28, 3 ± 37,4 p = 0,08) e mais pacientes chegaram a um RFG <60mlmin (100% vs 78 %, p = 0,005). Conclusões: A freqüência de NND é muito alta nesta população selecionada. Não houve forte preditor para diferenciar ND de NND pelos dados clínicos ou bioquímicos. Nosso estudo demonstrou que a biópsia renal é necessária em casos selecionados e que os pacientes com ND mostram uma tendência para um menor RFG no final do seguimento.

Tabela IDados Clínicos Grupo ND Grupo NND p valuen=73 n=36 n=37  Idade (anos) 55,8 + 13 62,2 + 15,4 NSMasculino 21 (58%) 21 (57%) NSRFGe inicial (ml/min) 34,3 + 23,2 45,9 + 33,6 0,09Proteinúria (g/dia)  4,9 + 3 4,6 + 3,9 NSHematúria 19 (53%) 18 (50%) NSHipertensão 34 (94%) 26 (70%) 0,001Hemoglobina glicosilada (%) 9,6 + 3,1 7,6 + 1,6 0,001Síndrome nefrótica 23 (64%) 14 (38%) 0,035Seguimento (meses) 27,6 + 27,7 47,5 + 42,9 0,03RFGe: Ritmo de filtracao glomerular estimadoResultados sao mostrados em media ± DP ou n(%)

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Nefrologia intervencionista: A confecção do acesso vascular (fístula arteriovenosa) para hemodiálise pelo nefrologista: experiência no serviço de terapia renal substitutiva do município de Jacobina, interior da BahiaFlávio Menezes de Paula, Monique Coutinho da Menezes de Paula, Indalécio Magalhães, Levi Bahia, José Carolino Divino, Sérgio FF SantosClínica de Hemodiálise Lauro de Freitas ltda, Clínica de Hemodiálise Lauro de Freitas ltda, Clínica de Hemodiálise Lauro de Freitas ltda, Clínica de Hemodiálise Lauro de Freitas ltda, Diaverum,Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Introdução: A confecção de fistulas arteriovenosas para hemodiálise (FAVs) na clínica Lauro de Freitas, em Jacobina, a 330 km de Salvador, dependia do deslocamento de um cirurgião vascular da capital, o que acarretava um tempo de permanência de cateter temporário alto, além de um custo adicional do deslocamento do cirurgião. Após participação em 160 acessos em 3 anos (240 horas de treinamento) o nefrologista assumiu a responsabilidade pela realização das FAVs, o que é permitido pela legislação brasileira. Objetivo: Análise descritiva das confecções de FAVs realizadas por nefrologista, em Jacobina (BA), no período de 15/10/2009 a 28/04/2012. Metodologia: Os procedimentos foram executados pelo mesmo nefrologista, auxiliado por enfermeiro graduado ou técnico de enfermagem, no centro cirúrgico do Hospital Municipal Antonio Teixeira Sobrinho. As anestesias locais eram feitas pelo nefrologista, sendo outros procedimentos anestésicos realizados por anestesista. A presença de frêmito era avaliada pelo exame clínico. Resultados: Foram realizados 173 acessos distribuídos da seguinte forma: Fístula rádio-cefálica (FAVRC) = 77(44,50%), fístula bráquio-cefálica (FAVBC) = 62(35,83%), fístula bráquio-basílica com transposição da veia basílica (FAVBB) = 31(17,92%), fístula ulnar-basílica (FAVUB) =02 (1,16%) e fístula rádio-basílica com transposição da veia basílica no antebraço (FAVRB) = 01 (0,58%). Tivemos 170 (98,26%) acessos com frêmito presente no pós-operatório imediato e 03(1,73%) acessos sem frêmito, considerados como falha primária. Após 30 dias, 161(93,06%) acessos apresentavam frêmito e 12(6,94%) não apresentaram frêmito. Considerando apenas as FAVs realizadas nos 40 pacientes ainda em tratamento conservador, tivemos 26(65,00%) FAVRC, 14(35,00%) FAVBC, com sucesso de maturação em 30 dias em 39(97,50%) acessos. Conclusão: Os acessos vasculares realizados por nefrologista apresentaram um bom índice de sucesso, diminuindo o tempo de permanência do acesso vascular provisório. Um bom número de FAVs puderam ser feitas em pacientes em tratamento conservador, fato antes praticamente inexistente. O treinamento do nefrologista poderia ser iniciado já na residência, permitindo que os novos especialistas dominem a técnica antes restrita aos cirurgiões.

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Caracterização e etiologia da insuficiência renal crônica dos pacientes adultos em programa de hemodiálise do serviço de terapia renal substitutiva do instituto de medicina integral professor fernando figueira – IMIPSantos KB, Moura MJLInstituto De Medicina Integral Professor Fernando Figueira – Imip, Instituto De Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP

A doença renal é considerada um grande problema de saúde pública, porque causas elevadas taxas de morbidade e mortalidade e, além disso, tem impacto negativo sobre a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). A QVRS é a percepção da pessoa de sua saúde por meio de uma avaliação subjetiva de seus sintomas, satisfação e adesão ao tratamento. O presente trabalho teve por Objetivo caracterizar os pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em programa de hemodiálise; verificar as causas de IRC; identificar as doenças associadas a IRC; o tempo de tratamento e o acesso atual destes pacientes. Trata-se de um estudo descritivo epidemiológico, realizado em uma Unidade de Nefrologia e foram incluídos todos os pacientes com IRC cadastrados no programa de hemodiálise. Tendo como resultado,dos 106 pacientes cadastrados na unidade em estudo, observou 75,58% com idade superior a 40 anos e 54,71% do sexo masculino. Quanto à doença de base, 36,79% dos pacientes apresentavam Nefroesclerose Hipertensiva e 13,20% Diabetes Mellitus (DM), seguido da Glomerulonefrite com 10,37%. Quanto às doenças associadas, 50,94% dos pacientes possuíam Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), 1,88% não possuíam comorbidades, 39,62% HAS e DM. Quanto ao tipo de acesso vascu-lar 79,24% possuíam fístula arteriovenosa. Sendo assim conclui-se que os Resultados permitem um melhor planejamento frente às necessidades reais dos pacientes. Palavras-chave: Insuficiência renal, crônica/etiologia; insuficiência renal crônica/enfermagem; Hemodiálise.

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Avaliação de Parâmetros Clínicos e Laboratoriais de Crianças e Adolescentes em HemodiáliseFreitas JS, Naghettini AV, Costa PSSHospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Hospital das Clínicas da Universisdade Federal de Goiás, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás

Introdução: A incidência de insuficiência renal crônica (IRC) terminal em crianças e adolescentes no Brasil é de 6,5 por milhão de população geral. O censo brasileiro de diálise de 2010 estimou que havia 92.091 brasileiros em diálise crônica naquele ano. Deste total, 1,6% tinham idade igual ou menor que 18 anos (1473 pacientes). Do total, tem-se 90,6% em hemodiálise (1334 crianças e adolescentes).Objetivo: Avaliar os indicadores de qualidade determinantes de adequacão da hemodiálise em crianças e adolescentes submetidos ao tratamento hemodialítico.Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo. Após aprovação ética, procedeu-se a análise das fichas de evolução médica mensal dos pacientes, em busca de dados demográficos, etiologia da IRC,Resultados de exames laboratoriais e acesso ao transplante renal. Crité-rios de inclusão: menores de 18 anos de idade, que tivessem IRC, tendo recebido hemodiálise no serviço entre 01-01-2009 e 31-12-10.Resultados: Identificados 31 pacientes alvos do estudo. Conseguiu-se resgatar os dados de 29 (72,4% do sexo masculino). Foram analisadas 358 fichas de evolução médica mensais destes 29 pa-cientes referentes a um período de 24 meses (média de 12,34 fichas mensais por paciente (± 7,82 fichas). A idade média no mês em que foi incluído no estudo foi de 123,86 meses (±34,61 meses). O peso seco médio foi de 23,65Kg (±7,49Kg). Com relação à etiologia da IRC 27,58% eram devidos exclusivamente a malformações do trato genito-urinário (MTGU); 13,8% pela associação de MTGU e bexiga neurogênica (BN); 10,34% exclusivamente por BN; 10,34% por glomeruloesclerose segmentar e focal; 17,24% com etiologia indeterminada e 20,7% por outras causas. Todos tinham sorologias negativas para HbsAg, Anti-HCV e Anti-HIV 1 e 2. Dos 29 pacientes, 10 foram transplantados no biênio do estudo (34,5%). Com relação aos principais dados laboratoriais as médias e desvios padrões foram respecti-vamente: creatinina 6,16mg/dL (±2,12); cálcio 8,9mg/dL (±0,82); fósforo 5,35mg/dL (±1,5); potássio 4,79mEq/L (±0,89); hemoglobina 9,19g/dL (±1,84); ferritina 708,86ng/mL (±459,40); índice de saturação de transferrina(IST) 35,59% (±19,35); paratormônio 521,25pg/mL (±494,67); albumina 3,92g/dL (±0,53), colesterol total 156,26mg/dL (±40,90); Kt/V equilibrado 1,92 (±0,43).Conclusões: As médias dos valores mensais apontaram controle inadequado da anemia e hiperparatiroi-dismo secundário, com valores adequados de eletrólitos, ferritina, IST, albumina, colesterol e Kt/V equilibrado.

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Resveratrol inibe o aumento da concentração de cálcio intracelular e da ativação do sistema renina angiotensina e endotelina induzida pelo ácido úrico solúvel em célula mesangial humana imortalizadaGuilherme Albertoni, Jose Augusto Barreto, Fernanda Teixeira Borges, Nestor SchorUNIFESP e COLSAN, COLSAN, UNIFESP, UNIFESP

Introdução: Hiperuricemia está associada com o aumento do risco de doenças renais. Resveratrol (RESV) é um flavonóide com potente atividade antioxidante, apre-sentando efeitos cardioprotetores. Objetivo: O Objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do RESV em células mesangiais humanas imortalizadas (CMHIs) estimu-ladas pelo Acido Úrico solúvel (AUs). Métodos: CMHIs foram pré incubadas com RESV (50 µM) e estimuladas com AUs (10mg/dL) por 6 e 12h. A expressão do RNAm do Angiotensinogênio (AGT) e Pre-pro endotelina (ppET-1) foram avaliadas por PCR. A síntese protéica de Angiotensina II (AII) e endotelina -1 (ET-1) foi determinada pela técnica de ELISA. Adicionalmente, os níveis da [Ca++]i foram quantificados por fluorescência pela técnica de citometria de fluxo, e os Resultados reportados por intensidade de fluorescência (IF). Resultados: AU aumentou significativamente a expressão e a síntese protéica de AII após 6 e 12h comparado ao grupo controle (CTL) tabela. Quando as CMHIs foram pré incubadas com RESV, foi observada a diminuição significativa da expressão e da síntese protéica de AII em ambos os tempos analisados comparado ao grupo AU (tabela). A incubação das CMHIs com AU aumentou significativamente a expressão e a síntese protéica de ET-1 após 6 e 12h comparado ao grupo CTL (tabela). Quando as CMHIs foram pré incubadas com RESV, foi observada a diminuição significativa da expressão e da síntese protéica de ET-1 após 6 e 12h comparado ao grupo AU (tabela). AU aumentou a [Ca++]i em 44% (8.14 ± 0.20 IF) em comparação à fluorescência celular basal (5.65 ± 0.15 IF). A pré incubação com RESV inibiu significativamente o aumento da [Ca++]i induzida pelo AU (6.24 ± 0.01 FI). Conclusões: Estes achados sugerem que o RESV pode minimizar os efeitos causados pelo AU no SRA e endotelina, bem como o aumento da [Ca++]i em CMHIs, sugerindo pelo menos em parte, que o RESV pode prevenir os efeitos causados pelo AUs em CMHIs.Grupos                

 CTL6h

AU (10mg/dL)6h

RESV (50uM)6h

RESV + AU6h

CTL12h

AU (10mg/dL)12h

RESV (50uM)12h

RESV + AU12h

RNAm ppET-1 1.02±0.10 1.52±0.23# 0.69±0.03 0.77±0.18## 1.02±0.10 2.32±0.18# 0.55±0.27 0.41±0.06##ET-1 (pg/mL) 29.68±0.35 32.69±0.22# 29.18 ± 0.31 27.78±1.38** 29.68±0.35 37.29±1.23# 31.42±0.15 29.92±1.02**RNAm AGT 1.24±0.18 12.40±0.92* 2.98±0.77 3.03±1.08** 1.24±0.18 22.04±0.79* 1.70±0.42 5.36±1.06**AII (ng/mL) 0.05±0.01 0.07±0.01# 0.06±0.005 0.05±0.01## 0.05±0.01 0.10±0.01# 0.05±0.01 0.04±0.003##(*)p<0.001 vs CTL (**)p<0.001 vs AU (#)p<0.05 vs CTL (##)p<0.05 vs AU          

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P-344

A deficiência de vitamina D é um potencial fator de risco para progressão da doença renal crônica após a injúria renal aguda por isquemia/reperfusãoGonçalves JG, de Bragança AC, Canale D, Shimizu MHM, Andrade L, Seguro AC, Moyses RMA, Volpini RAFaculdade de Medicina da USP - FMUSP, Faculdade de Medicina da USP - FMUSP, Faculdade de Medicina da USP - FMUSP, Faculdade de Medicina da USP - FMUSP, Faculdade de Medicina da USP - FMUSP, Faculdade de Medicina da USP - FMUSP, Faculdade de Medicina da USP - FMUSP, Faculdade de Medicina da USP - FMUSP

Introdução: A deficiência de vitamina D (dVD) é altamente prevalente nos pacientes portadores de doença renal crônica (DRC). A injúria renal aguda (IRA) secun-dária a isquemia/reperfusão (ISQ) é considerada fator de risco para progressão da doença renal crônica. Estudos têm demonstrado que a dVD está relacionada com o desenvolvimento de síndrome metabólica; níveis alterados de colesterol e triglicerídeos e resistência à insulina. Existem evidências de associação entre DRC, síndrome metabólica e expressão reduzida da proteína klotho como um marcador precoce da doença renal crônica estágio 1. Objetivos: Nossa hipótese é de que a síndrome metabólica induzida pela dVD possa ser uma via de progressão entre IRA e DRC. Métodos: Durante 90 dias, ratos Wistar receberam dieta padrão: grupo controle (C) e grupo ISQ, n=8 cada ;ou dieta depletada de vitamina D (dVD e dVD+ISQ, n=8 cada). No dia 28, os grupos ISQ e dVD+ISQ foram submetidos ao clampe-amento de ambas artérias renais por 45 minutos. Ao final dos 90 dias, foram mensurados clearance de inulina, proteinúria, glicosuria, níveis séricos de vitamina D, triglicerídeos e colesterol total. A fibrose renal foi avaliada pela estimativa da área intersticial relativa (AIR) e foi realizado Western blot para klotho no tecido renal. Os dados foram expressos como média±EPM. Resultados: Os parâmetros funcionais, bioquímicos, histomorfométricos e de expressão protéica estão descritos na tabela 1. Conclusão: O aumento da fibrose renal e da proteinúria nos ratos dVD+ ISQ sugerem progressão da injúria renal. As alterações no metabolismo lipídico e na glicosúria observadas principalmente nos ratos dos grupos dVD podem explicar a injúria após lesão renal isquêmica e progressão para DRC. A menor expressão de klotho pode ser considerada um marcador de cronificação. Os mecanismos pelos quais a síndrome metabólica induzida pela dVD contribui para a progressão da doença renal merecem estudos posteriores. Suporte financeiro: FAPESP, processo 10/52294-0.

Variável C dVD ISQ dVD+ISQCin (ml/min/100g) 0,64±0,03 0,56±0,04 0,58±0,04 0,59±0,0325(OH)D (ng/ml) 15,4±1,0 < 1,5* 15,0±0,6 < 1,5*Proteinúria (mg/dia) 23,5±2,0 22,8±2,6 26,1±2,4 33,2±1,0 a,b,cGlicosúria (mg/dl) 10,5±1,1 17,6±1,2 a 12,4±0,7 b 21,6±2,1 a,cColesterol total (mg/dl) 41,0±4,7 66,7±4,6 a 60,0±3,4 a 61,7±4,5 aTriglicerídeos (mg/dl) 10,0±2,8 171,5±32,6 a 47,5±7,4 b 87,2±18,1 a,bAIR (%) 7,3±0,5 17,2±0,8 a 24,4±2,9 a,b 34,9±0,55 a,b,cKlotho¶ (%) 98,7±0,7 47,5±6,0 d 53,3±7,6 d 46,7±2,5 d* Indetectável, ¶ expressão protéica, a p<0,05 vs. C, b p< 0,005 vs. dVD, c p<0,005 vs. ISQ, d p<0,001 vs. C.

Tabela 1

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P-509

A deficiência de vitamina D agrava a nefrotoxicidade e os efeitos sistêmicos do TenofovirDaniele Canale, Ana Carolina de Bragança, Janaina Garcia Gonçalves, Maria Heloisa Massola Shimizu, Rildo Aparecido Volpini, Lucia Andrade, Antonio Carlos SeguroHospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo

Introdução e Objetivos: A deficiência de vitamina D (dVD) é prevalente em indivíduos infectados com o HIV. A dVD aumenta o estresse oxidativo e induz a disfun-ção endotelial. O Tenofovir disoproxil fumarato (TDF), droga largamente empregada nesses indivíduos, está associado com a toxicidade mitocondrial. O Objetivo do estudo foi verificar os efeitos da dVD na nefrotoxicidade induzida pelo TDF. Metodologia: Ratos Wistar machos receberam a dieta padrão ou depletada de 25-hidro-xivitamina D [25(OH)D] durante 60 dias. Trinta dias após o início dos tratamentos, dois grupos de animais receberam o TDF na dose de 50mg/kg de dieta. Quatro grupos foram estudados (n=8 cada): controle (C), dVD, TDF e dVD+TDF. Foi determinado o clearance de inulina (Cin), a pressão arterial média (PAM), o fluxo sanguíneo renal e a resistência vascular renal (RVR). Os níveis séricos de 25(OH)D, fosfato (P), colesterol e glutationa (GSH) foram avaliados, bem como as concen-trações urinárias de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e fósforo (UVP). No tecido renal, foram determinadas  as expressões protéicas da óxido nítri-co endotelial sintase (eNOS) e do cotransportador sódio/fosfato subtipo IIa (NaPi). Os Resultados são expressos como média±EPM. Resultados: Os níveis de 25(OH)D não foram alterados pelo TDF e diminuídos para <1,5 ng/mL nos grupos dVD. O TDF diminuiu a Cin e aumentou a PAM, o RVR, a fosfatúria, o colesterol e o estresse oxidativo ( aumento do TBARS e diminuição da GSH). Comparado com o grupo TDF, os ratos dVD+TDF apresentaram agravamento de todas as alterações. A expressão protéica de eNOS foi reduzida apenas no grupo dVD (aproximadamente 40%). A expressão protéica de NaPi foi diminuída nos ratos TDF (50%), dVD (53%) e dVD+TDF (78%). Conclusão: A dVD agrava os efeitos renovasculares e a nefrotoxidade do TDF devido, pelo menos em parte, ao aumento do estresse oxidativo. É importante monitorar os níveis de vitamina D em pacientes infectados com o HIV tratados com TDF.FAPESP, CNPq.

Variável C dVD TDF dVD+TDFCIn (mL/min/100g) 0,88±0,04 0,61±0,06ª 0,63±0,04ª 0,45±0,04abcPAM (mmHg) 117±3 127±4 134±2a 148±5abcRVR (mmHg/mL/min) 20±0,4 21±0,8 24±0,5ab 27±1abcP (mg/dL) 9,4±0,4 5,0±0,1a 6,5±0,4ab 6,3±0,4abUVP (mg/dia) 15±1 17±1 19±1a 22±1abcColesterol (mg/dL) 39±1 53±4a 54±3a 80±7abcTBARS (nmol/dia) 70±11 124±6a 108±11a 164±9abcGSH (mmol/mL) 2,76±0,04 2,02±0,04a 2,26±0,22a 1,45±0,11abca p<0,05 vs. C, b p<0,05 vs. dVD e c p<0,05 vs. TDF

 

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P-350

Aquaporin 2 expression increased by MDMA (Ecstasy) in experimental lithium diabetes insipidusAna Carolina de Bragança, Regina Lúcia Moreau, Antonio C Seguro, Mari9a Heloisa M Shimizu, Antonio J MagaldiLaboratório de Investigação Médica (LIM12) Hospital das Clínicas da Faculdade de Medcina USP,Instituto de Ciências Farmacêuticas e Toxicologia USP, Laboratório de Investigação Médica (LIM12) Hospital das Clínicas da Faculdade de Medcina USP, Laboratório de Investigação Médica (LIM12) Hospital das Clínicas da Faculdade de Medcina USP, Laboratório de Investigação Médica (LIM12) Hospital das Clínicas da Faculdade de Medcina USP

Background- 3,4-Methylenedioxymethamphetamine (MDMA or Ecstasy-Ec) is an amphetamine derivative used popularly as a recreational drug of abuse mainly among young people, due its psychotropic properties. However, Ec also produces tachycardia, hyperthermia, high blood pressure, strong sudoresis, intense thirst, multisystemic toxicity, oxidative stress and also an inappropriate antidiuretic hormone secretion. The intense thirst, together with the vasopressin effect, induces a high ingestion of free water, leading to acute hyponatremia, which frequently causes frequent death. Taking into consideration that the known diuretic hydro-chlorothiazide, together with substances used in neurotherapy, like carbamazepine and fluoxetine, are able to increase the Aquaporin 2 (AQP2) water channel “per se” in the inner medullary collecting duct (IMCD), this work was carried out to investigate a possible effect of the Ec on the water transporter in the rat IMCD. Methods- Group 1 – AQP2 expression - rats were maintained on lithium (Li) diet to block the Vp action and then in association with Ec. AQP2 expression was determined by Western Blot techniques and measured by densitometric analysis. Group 2- Oxidative Stress (OS)- OS study in rats injected with Ec, by determining the thiobarbituric acid reactive substances (T BARS) in the urine. Results- Group 1 - The AQP2 expression analyzed by optical densitometry of the Western Blot bands revealed that Ec was able to increase the water transporter expression decreased by Li therapy(absence of Vp action): control- 100.00±5.084, Li- 68.28±23.96, Li+Ec- 122.1±9.679 % p<0.05(n=12) . Group 2- Oxidative Stress - In 4 rats injected i.p. with 10mg/kg during four days, the OS in urine showed an increased from control- 18.0±2 to Ec- 59.5±4.4 nmoles/24hs p<0.02. Conclusion-These results showed that the AQP2 abundance was decreased in the presence of lithium. The increase of the TBARS showed that there was Ec-mediated oxidative stress. The increase of the water transporter expression in the IMCD of about 40% sho-wed, for the first time, that there was another mechanism contributing to the rapid hyponatremia that occurs in the Ec intoxication. These results showed that the two effects can contribute, at least in part, to this rapid hyponatremia which in turn can lead to a lethal outcome, if not treated correctly and as soon as possible. HCFMUSP, FMUSP,FFM, FAPESP, CNPq, ICFTUSP.

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P-170

Alterações histopatológicas encontradas em biópsias ósseas de pacientes em um centro de nefrologia da Região Sul FluminenseMituiassu AM, Carminatti M, Falani KS, Diniz AAR, Rudolph MCP, Paula AC, Silva KS, Lima LS, Mesquita TGMM, Santana FS, Elias LBB, Santos DS, Biato MACCentro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Valença/RJ Rio de Janeiro, Centro Integrado de Nefrologia e Diálise (CINED), Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi (HELGJ), Faculdade de Medicina de Valença/RJ Rio de Janeiro

Introdução: A biópsia ósseacom dupla marcação pela tetraciclina seguida da análise histomorfométrica é o padrão-ouro no diagnóstico do tipo histológico do distúr-bio mineral ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC). Objetivo: Analisar os Resultados de biópsias ósseas realizadas em pacientes de um centro de nefrologia e diálise da cidade de Valença-RJ, nos últimos 3 anos. Materiais e Métodos: Estudo transversal, em que analisamos as biópsias ósseas realizadas em 15 pacientes, entre novembro de 2008 e dezembro de 2011. Foram considerados para análise a idade, o gênero, o tempo e o tipo de terapia renal substitutiva (TRS), a etiologia da DRC e os laudos histopatológicos dos pacientes. Resultados: A amostra analisada foi composta, em sua maioria, por indivíduos do sexo feminino (60%), com média de idade de 54,4 anos, variando de 36 a 71 anos. Todos os pacientes encontram-se em TRS, em hemodiálise (80%) e diálise peritoneal (20%). As etiologias da DRC nos pa-cientes da amostra foram: HAS (66,66%), glomerulonefrite (13,33%), pielonefrite crônica (6,66%), nefropatia obstrutiva (6,66%), doença renal policística (6,66%). Em média o tempo de TRS foi de 118 meses, variando de 36 a 216 meses. Os diagnósticos histopatológicos encontrados nas biópsias ósseas foram: osteíte fibrosa (60%), doença mista (40%). Além disso, 73,3% apresentaram depósito de alumínio, 53,3% depósito de ferro e 26,6% osteoporose. Os valores da concentração de alumínio na água do dialisato encontravam-se em níveis adequados (<0,001mg/L). Nenhum paciente utilizou quelantes de fósforo com alumínio. A sensibilidade e especificidade da dosagem do alumínio sérico para diagnóstico de intoxicação por alumínio foram, respectivamente, 72,7% e 80%. Conclusão: Os principais padrões histológicos em nossa casuística foram osteíte fibrosa e doença mista. A intoxicação por alumínio foi muito prevalente na população estudada, apesar do tratamento de água ser por osmose reversa e não ter sido empregado quelante a base de alumínio.

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P-818

Estudo de adesão ao tratamento imunossupressor em pacientes transplantados renaisLuiz Felipe Santos Gonçalves, Marise Márcia These Brahm, Débora Mello, Stefania Cioato, Roberto Ceratti ManfroHospital de Clínicas de Porto ALegre, UFRGS

Introdução: A não adesão aos imunossupressores no transplante renal é frequente e implica em maior risco de disfunção e perda do enxerto. Objetivo: Avaliar a pre-valência e fatores de risco da não adesão ao tratamento imunossupressor em pacientes transplantados renais. Metodologia: Estudo transversal realizado em pacientes adultos com pelo menos um ano de transplante. A não adesão foi aferida utilizando um método de autorrelato (Instrumento de Aderência a Terapia Imunossupres-sora - ITAS), verificação de retirada de medicações imunossupressoras por busca de dados mensais de dispensação na Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado durante 12 meses e uma combinação destes dois métodos. Verificou-se associação de não adesão com variáveis sócio demográficas e clínicas. Foram realizadas análises estatísticas com Qui-Quadrado, Testes t, Mann-Whitney e modelo linear generalizado por distribuição Normal e Poisson. Realizado análise multivariada para cálculo da razão de prevalência (RP) incluindo variáveis com p≤0,15 na análise univariada. Considerou-se significativo valores de p<0,05. Resultados: Estudou-se 288 pa-cientes com prevalência de não adesão de 61.8% no autorrelato; 58.7% na dispensação; e 37,4% na adesão combinada. Foram encontradas associações significativas entre não adesão e pacientes não brancos, mais jovens, em atividade laboral e em uso do imunossupressor tacrolimus. Na análise multivariada a RP para não adesão mostrou-se significativa em paciente não branco (RP=1,39) e idade mais jovem (RP=0,985). Conclusão: Encontramos alta prevalência de não adesão com risco maior em pacientes mais jovens e de etnia não branca.

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P-835

Infecção do trato urinario em transplantados renaisPaschoalin NP, Carvalho TC, Rodrigues TV, Moyses Neto M, Nardim ME, Saber LT, Vieira-Neto OM, Conrado LSENERP, SENERP, SENERP, SENERP, SENERP, Santa Casa - Ribeirão Preto, SENERP, SENERP

Introdução: Infecção do Trato Urinário (ITU) é a infecção bacteriana mais comum que ocorre no transplante (Tx) renal, particularmente nos primeiros meses pós transplante. Apresenta-se como uma importante causa de morbidade e falência do enxerto, tendo uma prevalência de 6 a 86%. O Objetivo é avaliar a prevalência de ITU em pacientes transplantados em um hospital beneficente. Materiais e Metodos: Foram avaliados, de maneira retrospectiva, todos os casos de ITU nos pacientes transplantados entre junho de 2010 até março de 2012 (21 meses), através de seus respectivos prontuários. O protocolo de rotina consistia em administração de cefalexina enquanto permanência da sonda vesical de demora e após sua retirada, iniciava-se bactrim, se houvesse implantação de duplo J, que permanecia até 48hs pós retirada. Consideraram-se com ITU somente os pacientes que apresentavam urina rotina com leucocitúria (leucócitos > 10 por campo) + urocultura positiva. Na revisão dos prontuários foram analisados: número total de pacientes que apresentaram ITU, número de episódios de ITU, época do aparecimento da infecção em re-lação ao transplante, presença ou ausência de Duplo J no transplante e identificação dos agentes etiológicos, com seguimento de 3 meses pós Tx. Resultados: Durante o período de estudo foram transplantados 25 pacientes, sendo 15 doador falecido e 10 doador vivo. Desses, dezenove (76%) pacientes implantaram Duplo J durante o procedimento cirúrgico e 16 (84%) pacientes apresentaram ITU (no mínimo 2 episódios e no máximo 5). O tempo médio da persistência do duplo J foi de 60 dias. Dos 6 pacientes (24%) que não realizaram o implante de Duplo J, três (50%) não tiveram nenhum episodio de ITU e os outros três apresentaram 3 episódios. O tempo médio de aparecimento das ITU nos pacientes com duplo J foi de 15 dias e nos pacientes sem duplo J de 25 dias. De um total de 33 episódios de ITU nos 19 pacientes os agentes mais frequentes foram Klebsiella pneumoniae (36,8%) e E. Coli (21%). Nos outros casos a maioria foi de Gram negativos: Pseudomonas sp, Serratia sp, Acinectobacter sp e também Gram-positivos como Enterococcus sp. Os antibióticos mais usados foram as quinolonas seguido dos imipenêmicos. Con-clusão: Pode-se constatar que a ITUé uma infecção muito comum em transplantados renais, e sua incidência aumenta com a presença de Duplo J. Sendo assim, é de extrema importância os cuidados com a inserção, tempo de permanência e profilaxia durante a permanência do duplo J.

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P-789

Avaliação da capacidade de concentração urinária em pacientes transplantados renais em uso de sirolimusPedro Barcelos Banhara, Maurilo Leite Jr, Renato Torres Gonçalves, Carlos Perez GomesHospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro

Introdução: O uso de imunossupressores no transplante renal, especialmente com inibidores de calcineurina, está relacionado a distúrbios da função tubular. Estudos clínicos de disfunção tubular em pacientes que usam sirolimus (inibidor da mTOR) são raros, embora lesão direta em células epiteliais já tenha sido demonstrada em modelos experimentais. Lesões tubulares subclínicas, como alteração da concentração urinária, poderiam indicar uma forma inicial de disfunção do enxerto nesta população. Objetivo: Avaliar a capacidade de concentração urinária em pacientes transplantados renais em uso de sirolimus e com função glomerular preservada. Pacientes e métodos: Foram estudados trinta pacientes (46% homens) transplantados há 63,6±28,8 meses, com idade 48±12 anos, IMC 25,8±4,5Kg/m2 e TFG 93,6±19,2ml/min/1,73m2. O protocolo de estudo de concentração urinária consistiu em jejum absoluto por 12 horas para coleta de amostras de urina e soro. As osmolalidades efetivas séricas (OSMs) e urinárias (OSMu) e as densidades urinárias (DU) foram medidas respectivamente por Osmômetro Model 3320 e por fitas re-agentes Uriquest. Os parâmetros fisiológicos foram calculados pelas formulas: Clearance osmolal (COSM) = (OSMu x V) / OSMs e Clearance de água livre (CH20l) = V – COSM. Diabetes Insipidus Nefrogênico (DIN) parcial foi diagnosticado quando OSMu<650mOsm/KgH2O, correspondente a menos 2 desvios-padrões (dp) da média das OSMu dos controles internos. Resultados expressos em media±dp ou mediana (mín;máx), com análise estatística através de correlação e regressão linear. Resultados: Do grupo total (n=30), as médias de OSMu, DU e OSMs foram 564±132mOsm/KgH2O, 1,010 ±0,006, 285±16mOsm/KgH2O, respectiva-mente. A prevalência de diminuição capacidade de concentração urinária (DIN parcial) foi de 70%. A DU pós-restrição hídrica de 12h teve boa correlação com a OSMu (r=0,58, p<0,001), derivando a seguinte equação de regressão linear: OSMu = -12.459,4+(12.793xDU). Não houve correlação significativa entre CH20l e DU (p=0,21). Conclusões: A prevalência de disfunção tubular com diminuição da capacidade de concentração urinaria foi elevada nesta população, apesar de função glomerular preservada. Em virtude da boa correlação com OSMu, a avaliação da concentração urinária pela densidade em fita reagente pode ser uma forma simples e de baixo custo para identificação precoce de possível disfunção tubular em pacientes transplantados renais em uso de sirolimus.

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P-707

Relato de caso: plasmocitoma extramedular com envolvimento renalPaschoalin NP, Carvalho TC, Rodrigues TV, Moyses-Neto M, Vieira Neto OM, Correia MM, Cunha CD, Bettencourt BNSENERP, SENERP, SENERP, SENERP, SENERP, Santa Casa- Ribeirão Preto, Santa Casa - Ribeirão Preto, Santa Casa - Ribeirão Preto

Introdução: Plasmocitoma extramedular (P.E.) é um tumor de plasmócitos raro que surge fora da medula óssea. É caracterizada histopatologicamente por infiltrado de células plasmáticas produtoras de imunoglobulina monoclonal. Descrevemos um caso de P.E. em região torácica provocando compressão medular com repercussões neurológicas e renais. Paciente: 71 a, F, hipertensa com queixas de Infeccão do Trato Urinário há 7 dias, insuficiência renal e anemia. Apresentava também perda súbita da força motora em membros inferiores (MMII) associada a dor lombar e anúria. Exame físico: PA 130 X 80mmHg, FC 86 bpm, descorada e desidratada. Exames laboratoriais: Hb 6,0 g/dL, leucócitos 9500; Na 132 mmol/L; creatinina 4,7 mg/dL, uréia 114 mg/dL; potássio, cálcio ionizado e magnésio plasmáticos normais; pro-vas de função hepática, eletroforese de proteínas sérica e urinária normais; urina rotina: intensa bacteriúria com cultura positiva para E. Coli; raios X de crânio e ossos longos normais. Exame neurológico: orientada em tempo e espaço. Função de pares cranianos preservada. Sem sinais de irritação meníngea (Rigidez de nuca, Sinal de Kernig ou Brudzinski). Força muscular com grau V nos membros superiores (MMSS) e grau zero MMII. Coordenação motora preservada em MMSS e ausente em MMII. Nível sensitivo aproximado em D6, reflexos preservados em MMSS e arreflexia em MMII. À inspeção de coluna dorsal apresentava aumento do espaço inter-espinhoso em nível D6-D7. Exame radiológico: lesão expansiva com margens regulares e limites definidos paravertebral à esquerda a altura de D6-D7, com comprometimento de arcos costais à esquerda, extensão anterior até aorta, além de fratura patológica de D7 com invasão do canal medular. A paciente foi submetida à descompressão do canal vertebral através de laminectomia de D7 associada a exérese parcial de lesão tumoral nesse mesmo nível, além de artrodese instrumental de D5 à D9. O estudo anatomopatológico evidenciou processo neoplásico, constituído por células plasmocitárias conferindo aspectos sugestivos de Plasmocitoma/Mieloma Múltiplo. No pós-operatório, a paciente evoluiu sem recuperação dos déficits neurológicos e renais, necessitando de hemodiálise. Após 1 mês do diagnósti-co com complicações infecciosas, faleceu devido a broncopneumonia.Conclusão: O plasmocitoma extramedular é uma patologia rara, porém o diagnóstico precoce destas lesões é de extrema importância, visando evitar déficits neurológicos irreversíveis, insuficiência renal e óbito.

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P-537

Estudo da participação dos fenômenos de Necroptose e Apoptose em modelo de lesão renal aguda in vitroTristão VR, Monte JCMUniversidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo

Diferentes tipos de morte celular estão, frequentemente, associados à lesão renal tóxica e isquêmica: apoptose (processo regulado e dependente de caspases) e necrose (processo não regulado). No entanto, recentemente, um novo tipo de morte celular não apoptótica foi identificado. Necroptose refere-se a uma morte programada independente de caspase com características de necrose. O presente trabalho estudou o efeito do bloqueio da morte celular apoptótica e não-apoptótica em modelo de lesão renal aguda in vitro. Células de túbulo proximal humano (células HK-2) foram utilizadas para verificar o grau de proteção conferido pelo uso de inibidores de apoptose (z-VAD) e necroptose (necrostatina-1 – Nec-1) em modelo de lesão renal aguda por cisplatina. As células HK-2 foram cultivadas e propagadas utilizan-do meio nutriente específico e incubadas em estufa úmida à 37ºC com 5% de CO2, em placas de seis poços. Após atingirem 80% de confluência, as células foram incubadas com cisplatina e/ou inibidores e foram analisadas por citometria de fluxo com marcação para Anexina V/Iodeto de propídio. O tratamento com 100 µM de cisplatina foi eficaz em causar lesão renal após 18 horas, o tratamento com 50 µM de z-VAD bloqueou a apoptose após 18 horas e o pré-tratamento com 50 µM de Nec-1 foi eficaz em bloquear morte celular não-apoptótica após 6 horas. Os Resultados mostraram que a Nec-1 não apresentou efeito na morte apoptótica em células HK-2, representados pela porcentagem de células apoptóticas nos grupos: Nec-1+Cis 13,4±1,7% vs. Cis 14,6±1,4% (p>0,05). Mas, quando a apoptose foi bloqueada, o uso de Nec-1 reverteu completamente a viabilidade celular, representado pela porcentagem de células viáveis nos grupos: Nec-1+Cis+z-VAD 72,9±6,3% vs. Cis 35,5±2,2% (p<0,05), mostrando a eficácia da Nec-1 em inibir morte celular não apoptótica (necroptose). O uso dos inibidores, isoladamente, não apresentou proteção e a Nec-1 conferiu citoproteção somente quando a apoptose foi bloqueada. Nossos Resultados sugerem que o bloqueio de vias de morte não apoptótica possa oferecer uma estratégia adicional de citoproteção na injúria renal aguda.

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P-785

Acidose Tubular Renal distal (ATRd) em pacientes transplantados renais em uso de sirolimusCarlos Perez Gomes, Maurilo Leite Jr, Renato Torres Gonçalves, Pedro Túlio Rocha, Pedro Barcelos BanharaHospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro

Introdução: Diversos estudos demonstram associação entre uso de inibidores da calcineurina e disfunção tubular no transplante renal, sendo uma de suas manifesta-ções a acidose tubular renal distal ou tipo 1 (ATRd). Os efeitos tubulares dos inibidores da mTOR (sirolimus) na acidificação urinária ainda não foram avaliados em humanos. Objetivo: Diagnosticar ATRd em pacientes transplantados renais em uso de sirolimus e com taxa de filtração glomerular (TFG) preservada. Casuística e Métodos: 30 pacientes transplantados renais há 63,6±28,8 meses, com idade 48±12 anos e TFG>60ml/min/1,73m2 foram selecionados. ATRd foi diagnosticada através de teste de acidificação urinaria com restrição hídrica de 12 horas e administração oral de 40mg de furosemida e 0,1mg de fludrocortisona. Foram coletadas amostras de sangue arterial para gasometria e de urina para análise por fita reagente, gasometria, pHmetria por potenciometria (0h, 1h, 2h, 3h e 4h), medida do amônio urinário (NH4+) por espectrofotometria e acidez titulável (AT) por NaOH (0h e 4h, respectivamente). O diagnóstico de ATRd foi estabelecido se o pH urinário permaneceu acima de 5,3 em todas as medidas e não houve aumento da excreção urinária de NH4+ e de AT. Análise estatística foi realizada através de testes T não-pareado, Mann-Whitney, ANOVA, Friedman e correlação/regressão linear. Resultados: 5 pacientes apresentaram ATRd (pH 0h 6,15±0.40; pH 1h 6,08±0,29; pH 2h 5,97±0,38; pH 3h 5,91±0,32; pH 4h 6,03±0,28, p=0,172). Esses pacientes também não apresentaram aumento significativo da excreção urinária de NH4+ (34,5±22,0 μEq/min/1,73m2; 46,1±22,3 μEq/min/1,73m2, p=0,084) e de AT (16,8±8,6 μEq/min/1,73m2; 19,3±3,9 μEq/min/1,73m2, p=0,580). Já no grupo de pacientes sem ATR distal (n=25), houve queda do pH urinário (pH 0h 5,79±0,41; pH 1h 5,42±0,45; pH 2h 5,07±0,45; pH 3h 4,74±0,41; pH 4h 4,76±0,45; p<0,001) e aumento significativo da excreção urinária de NH4+ (31,3±17,3 μEq/min/1,73m2; 64,8±27,8 μEq/min/1,73m2, p<0,001) e de AT (17,3±8,2 μEq/min/1,73m2; 30,9±12,9 μEq/min/1,73m2; p<0,001). Houve boa correlação entre o pH da fita reagente e o pH basal por potenciometria (r=0,908, p<0,001), porém 6 pacientes com pH da fita reagente acima de 6,0 não apresentaram ATR distal após o teste de acidificação. Não houve diferença significativa do nível de bicarbona-to arterial entre os grupos com e sem ATRd (20,3±2,1 e 20,1±2,1mEq/l, respectivamente, p=0,85). Conclusões: Em nossos pacientes transplantados renais usando sirolimus e com TFG preservada a prevalência de ATRd foi de 16%, superior inclusive às prevalências encontradas em estudos com inibidores de calcineurina. Nem o pH da fita reagente nem o bicarbonato sérico discriminaram pacientes com ou sem ATRd, sendo portanto o teste de acidificação urinária fundamental para diag-nóstico de ATRd nesta população.

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P-393

Apresentação atípica da Nefropatia por IgA como Síndrome Nefrótica maciça: Relato de CasoNeves PDMM, Marques VP, Machado JR, Reis MAUniversidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Introdução: A Nefropatia por IgA (NIgA) é uma glomerulopatia primária cuja apresentação clínica pode ser extremamente ampla. Relatamos um caso de NIgA que se apresntou como síndrome nefrótica maciça. Relato de Caso: Paciente gênero masculino, 14 anos, previamente hígido, com queixa de edema de membros inferiores com progressão para anasarca há 3 semanas, associado a hipertensão, dispnéia e urina espumosa. Sem história familiar para doenças renais. História de furunculose há 4 semanas, tratada com penicilina benzatina. Exame físico: murmúrio vesicular diminuído bibasal, anasarca, PA: 110x90mmHg. Exame cardíaco normal. Exames Laboratorias: Hb: 14,8, Ur; 31, Cr: 0,8, Proteinas Totais: 4,9, Albumina: 2,4, Urina: LC= 15.000, Hc= 126.000, Proteínas: 100mg/dl. Optou-se pelo acompanha-mento ambulatorial semanal do paciente. Apesar do uso de diuréticos e IECA, o paciente mantinha quadro de edema de difícil controle. Exames após 2 semanas: Ur: 44,6, Cr: 0,86, colesterol total: 521,8, Triglicerídeos: 1113, Urina: Lc= 19.000, Hc= 128.000, Proteínas= 3+, Proteinúria de 24h= 9.740 mg. Encaminhado para internação hospitalar. VDRL, FAN, Anti-HCV, HBsAg: negativos. C3: 1,4, C4: 0,4. Ultrassonografia renal: rins de tamanho normal, contornos regulares, espessura cortical preservada com boa distinção cortiço-medular; ausência de dilatação do sistema pielocalicial. Diante do quadro de síndrome nefrótica franca, o paciente foi submetido à biópsia renal, que evidenciou: Microscopia de luz: um glomérulo com esclerose segmentar, nos demais glomérulos expansão mesangial discreta/modera-da. Discretos focos com fibrose intersticial. Imunofluorescência: IgA, IgM, C3, kappa e lambda positivos padrão mensagial. Microscopia eletrônica: depósitos eletro-densos amorfos no mesângio. Achados histológicos compatíveis com Nefropatia por IgA, Oxford M0, E0, S1, T0. Iniciado uso de corticóide, além das medicações próprias para síndrome nefrótica. Paciente mantém seguimento ambulatorial após dois anos do diagnóstico, apresentou resolução do edema, não necessita do uso de corticóide nem diurético, mantem função renal normal e proteinúria de 24h: 323mg. Conclusão: A NIgA também deve ser lembrada como etiologia nos quadros de síndrome nefrótica, mesmo sendo tal apresentação atípica. Ressalta-se que no presente caso a biópsia renal foi essencial para a elucidação etiológica da glomerulopatia.

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Obesidade abdominal em pacientes em hemodiálise: prevalência e fatores associadosFreitas ATVS, Vaz IMF, Ferraz SF, Campos MIVAM, Peixoto MRG, Fornés NSUniversidade Federal de Goiás, Universidade Federal de Goiás, Secretaria Estadual de Saúde, Goiás, Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal de Goiás

Introdução: Assim como na população em geral, o excesso de peso tem sido um distúrbio nutricional comum em indivíduos em hemodiálise (HD). Por sua vez, a obesidade abdominal mantém estreita associação com as complicações metabólicas e cardiovasculares independente do excesso de peso, com maior reflexo na mortali-dade que a gordura total. Objetivo: determinar a prevalência e os fatores associados à obesidade abdominal em pacientes em hemodiálise. Métodos: estudo transversal com 344 pacientes maiores de 18 anos. A obesidade abdominal foi definida pela circunferência da cintura ≥94 cm nos homens e ≥80 cm nas mulheres. As variáveis independentes envolveram aspectos socioeconômicos, demográficos, hábitos de vida, tempo em HD, consumo alimentar e índice de massa corporal (IMC). Utilizou--se pacote estatístico Stata, 8.0. Realizou-se teste t de Student ou Mann Whitney, qui-quadrado e regressão de Poisson múltipla, a partir de modelo hierárquico. Considerou-se um nível de significância <0,05. Resultados: grupo composto por maioria de homens (59,30%), idade média de 49,33 ± 13,76 anos. A prevalência de obesidade abdominal foi de 44,77% (n=154) sendo maior nas mulheres (55,71%) que nos homens (37,25%), p= 0,001. O resultado final da análise multivariada identificou quatro fatores independentemente associados à obesidade abdominal em homens: idade superior a 40 anos (RP= 1,22; IC= 1,09 – 1,37), classe econômica D/E (RP= 0,78; IC= 0,68 – 0,90), tempo em hemodiálise entre 24 – 59 meses (RP= 1,12; IC= 1,001 – 1,26) e IMC ≥ 25 kg/m² (RP= 1,52; IC= 1,40 – 1,65) e três fatores nas mulheres: idade superior a 40 anos (RP= 1,43; IC= 1,27 – 1,60), ingestão proteica inferior a 1,2 g/kg/dia (RP= 1,21; IC= 1,05 – 1,39) e IMC ≥ 25kg/m² (RP= 1,37; IC= 1,26 – 1,49). Conclusão: Observou-se alta prevalência de obesidade abdominal na população estudada. Fatores como a idade superior a 40 anos e excesso de peso avaliado pelo IMC foram determinantes da obesidade abdominal em homens e mulheres. Nos homens pertencer a classes econômicas mais baixas e tempo em tratamento de hemodiálise entre 2 e 5 anos e nas mulheres ingestão proteica inferior ao recomendado também associaram à obesidade abdominal.

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P-718

Urina que forma espuma no vaso sanitárioJenner Cruz, Fátima Costa Matias Pelarigo, Silvana Kesrouani, Rui Alberto GomesINMC, INMC, INMC, INMC

Introdução e Objetivos: Os alunos de graduação em Medicina aprendem que quando um paciente informa que sua urina espuma muito é porque ele tem muita pro-teinúria. Rins normais eliminam pequenas quantidades de proteína na urina, até 150mg/dia, sendo até 30mg/dia constituidas por albumina. Uma paciente diabética me procurou assustada porque sua urina fazia muita espuma no vaso sanitário. Constatamos que ela não tinha proteinúria, este fato motivou este estudo. Casuística e Métodos: Trinta pacientes com graus variáveis de proteinúria e dez voluntários normais, com proteinúria indosável, uma seringa de 60mL de volume e tiras diagnós-ticas para exame de urina, Labor Strips-URS-X-10, de origem chinesa, serviram de base para este experiência. Nessas tiras a proteinúria varia de: negativa (indosável), traços, + = 0,3g/L, ++ = 1g/L, +++ = 3g/L, ++++ = > 20g/L. Resultados: A descarga de um vaso sanitário, contendo apenas água limpa, através de uma possante válvula Hydra, produz muita espuma, mas de curta duração, durando no méximo 40 segundos. Quando um indivíduo, com proteinúria indosável, sem dificuldade à micção, com a bexiga cheia, urina de pé, com jato forte e contínuo, a água da privada se enche de espuma, mas de curta duração. Em menos de um minuto essa espuma se reduz para metade ou menos. Játo rápido e forte de água pura, feito através de seringa de 60mL de capacidade tem resultado semelhante. O mesmo ocorre com urina com proteinúria discreta, traços ou inferior a 300mg/L. Porém, jatos de urina com proteinúria de ++ a ++++ formam espuma de pequenas bolhas, estáveis por 5 até 50 minutos ou mais. Conclusão: Qualquer urina pode ficar espumosa ao cair num vaso sanitário, principalmente quando o jato urinário é forte, contínuo e de certa altura. Quando essa espuma é de curta duração não deve haver perda anormal de proteínas pela urina. Espumas estáveis, por mais de 5 minutos, sugerem fortemente a presença de proteinúria anormal, indicando necessidade de procurar um nefrologista e fazer exame de urina. Os médicos devem ter cuidado com a maneira de per-guntar a um paciente, com edema ou possível glomerulopatia, se sua urina faz espuma na privada.

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P-67

Escore de cinco ítens para prurido urêmicoLilian CA Rosinha, Carolina Steller Wagner, Mirella G Pascini, Thais H Proença, Maria Helena C Franco, Pedro Jabur, Luia A MiorinSanta Casa S Paulo, Santa Casa S Paulo, Santa Casa S Paulo, Santa Casa S Paulo, Santa Casa S Paulo, Santa Casa S Paulo, Santa Casa S Paulo

Introdução: O Prurido urêmico é importante causa de alteração da qualidade de vida do paciente renal crônico em programa de hemodiálise. Há muitos fatores envol-vidos, e mesmo pacientes bem dialisados acabam apresentando essa queixa que em geral tem sido mensurada em escala analógica de zero a dez. Objetivos: Estudar a prevalência de prurido urêmico e sua interferência na qualidade de vida de pacientes em programa de hemodiálise, comparando escala visual com escore envolvendo a qualidade de vida. Métodos: 61 pacientes renais crônicos (25 do sexo masculino) há pelo menos 12 meses em programa de hemodiálise, foram submetidos a questionário de cinco itens envolvendo limitações ao sono e atividades do dia a dia, comparativamente à escala analógica de 0 a 10, classicamente utilizada para quantificar essa queixa. Os grupos foram comparados com teste Mann Whitney e regressão linear. Resultados: 42 pacientes apresentaram queixa de prurido ( 68,3% ), sendo o local mais fre-quente nas costas (50%), cabeça, coxas e braços (26%), virilha, sola dos pés, tórax, abdomem, antebraços, e dorso dos pés (12%), nádegas e local de contato com roupas (4,8%), e dorso das mãos (2,3%). Os dois tipos de abordagem (escala analógica e questionário ), apresentaram uma correlação de 70 % (p<0,001). Pelo questionário pudemos inferir que 60 % dos pacientes com prurido apresentaram alteração do sono , 42% apresentaram interferência na atividade de laser e social, 32% na atividade doméstica e 25 % nos afazeres de escola. Os dois grupos de pacientes com (42) e sem prurido (19), não apresentaram diferenças entre KT/V, PTH e Produto CaxP. Conclusão: O escore de cinco itens apresenta boa correlação com a escala visual, e nos permite inferir sobre limitações induzidas pelo prurido no dia a dia dos pacien-tes, além de documentar a localização do mesmo, e portanto deve ser considerado melhor que a escala visual.

Variavel Com prurido Sem prurido pKT/V 1,18 1,08 0,197PTH 347 pg/mL 237 pg/mL 0,716Ca x P 40,1 mg2/ mL2 43 mg2/mL2 0,408Escore de 5 itens 12 5 *<0,001Valores em medianas, n= 61 pacientes, * r = 0,70 (regressão linear)

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P-146

Processo Regulatório dos procedimentos de hemodiálise em Belo Horizonte: Evolução do processo de trabalho na busca dos indicadores de qualidade na atenção ao paciente renal crônicoReis FCL, Dayrell M, Drummond MCF, Silva BMVC, Saraiva FComissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Belo Horizonte, Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Belo Horizonte, Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Belo Horizonte, Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Belo Horizonte, Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Belo Horizonte

Introdução: Belo Horizonte (BH) possui 12 serviços credenciados para realizar tratamentos dialíticos e 70% destes tratamentos são remunerados pelo SUS-BH. Em média são 2.200 usuários atendidos, 64% destes, residentes em BH. O controle, regulação e avaliação da qualidade da assistência prestada são de responsabilidade da Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes (CMNT) que utiliza como instrumento regulamentador a RDC 154 de 15/06/2004. Objetivo: Reorganização do processo de trabalho da CMNT devido à constatação de que os mecanismos tradicionais utilizados no monitoramento e avaliação da qualidade dos serviços de diálise eram insatisfatórios. Metodologia: Planejamento estratégico, realização de reuniões com participação de representantes da CMNT, prestadores de serviços e das asso-ciações dos usuários, identificação dos principais problemas na assistência ao portador de insuficiência renal crônica (IRC) com inclusão de outros setores da Secretaria Municipal de Saúde - SMSA (atenção primária, secundária, urgência e outros) na busca de intervenções conjuntas e ampliadas. Foram criados grupos de trabalho com tarefas definidas na elaboração das principais propostas. Resultados alcançados: Responsabilização de todos os níveis de atenção à saúde do município; integração entre os serviços de diálise na rede SUS-BH com os setores da gestão da SMSA-BH; elaboração de protocolos assistenciais para atendimentos às intercorrências clínicas dos pacientes com IRC; disponibilização dos contatos dos plantões médicos dos serviços de diálise; elaboração de instrumentos e indicadores de avaliação de desempenho; priorização nas vistorias conjuntas da Vigilância Sanitária e CMNT, da avaliação do processo de trabalho das equipes de diálise e da satisfação dos usuários; elaboração de uma cartilha para os usuários e criação do fórum permanente dos serviços de diálise e CMNT para troca de informações sobre experiências exitosas; integração entre a Gerência do SAMU, CMNT e serviços sociais das clínicas de diálise com vistas à regionalização dos serviços de diálise no município. Conclusões: A assistência aos pacientes com IRC continua centrada na atenção médica, muitas vezes insuficiente frente à complexidade desta condição. A integração entre os serviços, com a participação dos vários profissionais envolvidos amplia a compreensão dos problemas cotidianos vivenciados e aumenta as possibilidades na busca de soluções.

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P-558

Lesão renal aguda em pacientes com HIV: coorte de 77 pacientes em uma unidade de terapia intensiva em Fortaleza, Ceará, BrasilAna Patricia Freitas Vieira, Juliana Bonfim de Souza, Felipe dos Santos Falcão, Cristiane Rocha da Costa, Camila Neves Jacinto, Geraldo Bezerra Silva Junior, Elizabeth de Francesco DaherUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: A lesão renal aguda (LRA) é uma complicação relativamente comum e potencialmente fatal em pacientes com HIV. Objetivos: Investigar a prevalência de LRA e os fatores associados à mortalidade em pacientes com HIV internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Casuística e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo com pacientes admitidos na UTI do Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de 2004 a 2011. Foram avalia-das as principais doenças associadas, características clínicas e laboratoriais e a evolução. A LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE, e a gravidade de acordo como escore APACHE II. A análise estatística foi feita com o programa SPSS, versão 16.0, considerando como significativo p<0.05. Resultados: Foram incluídos 77 pacientes com diagnóstico de HIV, com média de idade de 41±10 anos, sendo 83% do sexo masculino. As principais doenças associadas foram: neurotoxoplasmose (10%), histoplasmose disseminada (5,3%), tuberculose (3,9%) e calazar (2,6%). Hemodiálise foi realizada em 21 pacientes (27,6%). O tempo entre o diagnóstico de LRA e a realização de diálise foi de 4,9±5,8 dias. Oligúria foi observada em 29 casos (40,8%), acidose em 46 (67,6%), hipotensão em 29 (40,3%), sepse em 44 (61,1%) e hipercalemia em 21 (16,9%). Os exames da admissão na UTI mostraram Cr 3,2±2,1mg/dL, Ur 96±47mg/dL, AST 308±697UI/L, ALT 148±296UI/L, Na 134±10mEq/L, K 4,3±1,0mEq/L, Ht 28±7,7%, Hb 9,4±2,6mg/dL, Leucócitos 10114±69029/mm3, Plaquetas 150000±117000/mm3, pH 7,27±0,15, HCO3 15±6,1mEq/L, PaCO2 35±15mmHg. Óbito ocorreu em 59 pacientes (77,6%), estando associado a níveis mais baixos da pressão arterial sistólica (123±29 vs. 104±19mmHg, p=0,004), pressão arterial diastólica (74±22 vs. 63±17, p=0,04), pH arterial (7,38±0,12 vs. 7,2±0,14, p=0.001) e valores elevados de APACHE II (38±18 vs. 61±19, p=0,005). Outros fatores de risco para óbito foram: o uso de ventilação mecânica (OR=8,2, IC 95%=6,7-48,3, p<0,0001), sepse (OR=6,6, IC 95%=1,85-24, p=0,003) e hipotensão (OR=6,2, IC 95%=1,3-30,3 p=0,018). Observou-se também maior frequencia de LRA nos pacientes que foram a óbito (56% “Failure”, 39% “Injury” e 5% “Risk”). Conclusões: A LRA é uma complicação frequente em pacientes com HIV, cursando com alta mortalidade. O tratamento dialí-tico foi instituído em poucos casos (27,6%) e iniciado tardiamente. Somado a isso, a presença de hipotensão, acidose e sepse contribuíram para um pior prognostico. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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P-228

Arritmia Ventricular na Doença Renal Crônica: Prevalência e Fatores AssociadosBonato FOB, Lemos MM, Cassiolato JL, Canziani MEFUNIFESP São Paulo, UNIFESP, São Paulo, Cardios São Paulo, UNIFESP São Paulo

Introdução: A mortalidade cardiovascular na Doença Renal Crônica (DRC) é sabidamente elevada, mesmo nos estágios iniciais da doença. Comparados à popula-ção geral, os pacientes com DRC apresentam maior freqüência de morte súbita. Uma das etiologias conhecidas de morte súbita é a arritmia ventricular complexa. Objetivos: O Objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de arritmias ventriculares (AV) e investigar os fatores associados com sua ocorrência em pacientes com DRC em tratamento conservador. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que avaliou 111 pacientes com DRC (57 ± 11,4 anos; 60% do sexo masculino; taxa de filtração glomerular estimada (TFGe): 34,7 ± 16,1 mL/min/1.73m²; 24% diabéticos). Os pacientes foram submetidos a exames laboratoriais, eletrocardiograma de 24horas, monitorização ambulatorial da pressão arterial, ecocardiograma, e tomografia computadorizada “multi-slice”. Resultados: Dezesseis por cento dos pacientes apresentaram AV. Hipertensão arterial não controlada foi encontrada em 21% e a ausência de descenso noturno da pressão arterial sistólica em 29% dos pacientes. Hipertrofia ventricular esquerda foi observada em 27%, insuficiência cardíaca em 20%, e calcificação coronariana em 47%, dos quais 46% tinham calcificação severa (escore de cálcio >400UA). Comparado aos pacientes sem AV, aqueles com AV eram mais idosos (p = 0,008) e tinham TFGe (p = 0,018) e hemoglobina (p = 0,007) mais elevados. Esses pacientes também apresentavam concentrações mais baixas de PTHi (p = 0,049) e de triglicérides (p = 0,003). O índice de massa ventricular esquerda (p = 0,001) e o escore de cálcio (p= 0,025) eram mais elevados, enquanto a fração de ejeção (p = 0,002) mais baixa. Na análise de regressão logística múl-tipla, a idade e a fração de ejeção foram independentemente associadas com a presença de AV. Conclusão: A AV é um problema prevalente em pacientes com DRC em tratamento conservador, especialmente naqueles com idade mais avançada. Os fatores associados com sua ocorrência foram relacionados principalmente com as alterações cardíacas estruturais, como hipertrofia ventricular esquerda, calcificação vascular e insuficiência cardíaca.

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P-415

Glomerulonefrite mesangiocapilar associada à Síndrome de POEMSEuler Pace Lasmar, Patrícia Vasconcelos Lima, Eduardo A. Bambirra, Marcus Faria LasmarHospital Universitário São José, Hospital Universitário São José, Hospital Universitário São José, Hospital Universitário São José

Introdução: A Síndrome de POEMS (polineuropatia, organomegalia, endocrinopatia, proteína monoclonal, alterações cutâneas) é definida pela presença de uma desordem monoclonal de plasmócitos, neuropatia periférica e manifestações paraneoplásicas, de causa desconhecida. Há uma produção aumentada de fatores pró--inflamatórios e outras citocinas. É comum a associação com mieloma osteoesclerótico e Doença de Castleman. O dano renal caracteriza-se por glomerulonefrite mesangiocapilar, que pode levar à insuficiência renal em 2-5 por cento (%) dos casos. Objetivo: relatar o caso de ECB, sexo feminino, 54 anos, cujo diagnóstico foi Síndrome de POEMS associada a doença de Castleman, cursando com glomerulonefrite. Material e Método: paciente hígida até 2004, quando notou flaci-dez em face e membros inferiores, edema leve de extremidades, Síndrome de Raynaud, dor abdominal e dormência na região de distribuição do nervo ulnar. Em 2007, evoluiu com fadiga e linfadenopatia cervical. Em 2008, foi hospitalizada em anasarca, sendo realizado exames. Em agosto do mesmo ano, queixava fadiga intensa e parestesia, hiperpigmentação da pele, hemangiomas e baqueteamento digital. Resultado: os exames realizados mostraram mielograma com medula óssea hipocelular e fibrose, linfonodo com alterações compatíveis com Doença de Castleman, pico de proteína monoclonal IgA lambda, plasmocitose policlonal de 10-15%, proteinúria de 1,0 grama em 24 horas. Biópsia renal mostrou depósitos granulares, difusos e globais, mesangiais e em paredes capilares (IgG e C3). Avaliação endocrinológica revelou hipotireoidismo, hipocortisolismo, hipogonadismo. Tratada com pulsoterapia de ciclofosfamida e auto-transplante com bom resultado. Conclusão: a Síndrome de POEMS-CASTLEMAN deve entrar no diagnóstico diferencial de diversas doenças multissistêmicas; Alterações renais podem ocorrer em uma pequena parcela desses pacientes.

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P-802

Conversão da Imunossupressão em Transplante RenalMarcus Faria Lasmar, Eduardo R. Silveira, Luiz Flávio C Giordano, Heloisa R VIanna, Euler Pace LasmarHospital Universitário São José/Mater Dei, Hospital Universitário São José/Mater Dei, Hospital Universitário São José/Mater Dei, Hospital Universitário São José/Mater Dei, Hospital Universitário São José/Mater Dei

Introdução: O resultado do transplante renal (Tx) melhorou consideravelmente com o aprimoramento da imunossupressão (IMS). Freqüentemente o esquema de IMS deve ser modificado devido ao efeito adverso das drogas e, atualmente, da nefropatia crônica do enxerto (NCE). Material e métodos: Foram estudados 34 pacien-tes (pts), 24 masculinos e 10 femininos, com idade média de 43 ± 13,3 anos, que tiveram a sua IMS modificada. Tx com doador vivo-relacionado em 23 pts , doador vivo não-relacionado em 2 pts e doador falecido em 9 pts. A IMS de base inicial foi ciclosporina (CSA) + azatioprina (AZA) e prednisona (PRED) em 27 pts, CSA + sirolimo (SRL) + PRED em 3 pts e tacrolimo (TAC) + AZA+PRED em 2 pts. As principais causas determinantes da conversão foram a nefropatia crônica do enxerto (15 pts) seguida pela nefrotoxidade por CSA (9pts), e a necessidade a suspensão da AZA, para o uso de alopurinol (4pts). Resultado: A conversão foi feita no período médio de ± 11,1 ± 6,0 anos pós Tx, com duração média de 35,7 ± 26,4 meses. A IMS após a conversão foi CSA + Micofenolato de Mofetila (MMF)+ PRED (17 pts), SRL + MMF + PRED (9 pts), MMF + PRED (3 pts), SRL + PRED (2 pts), CSA + SRL + PRED (1 pt), MMF + AZA + PRED (1 pt) e TAC + AZA + PRED (1pt). Na NCE houve redução da creatinina média de 2,7 mg/dl para 2.2 mg/dl, porém sem diferença estatística significante (P=0,22). Em todas as outras indicações houve melhora das causas determinantes da conversão. Os efeitos colaterais determinados pela conversão foram diarréia com uso do MMF (6pts) e acne com SRL (1pt). Conclusão: A conversão do IMS constitui um valioso recurso que deve ser utilizado no Tx renal em determinadas situações, podendo determinar melhora ou regressão de algumas complicações do Tx.

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P-41

Changes in circulating cardiovascular risk biomarkers during a single hemodialysis sessionAbdul Rashid Qureshi, Shirley Yumi Hayashi1, Marcelo Mazza do Nascimento, Tae Yamamoto, Jacek Waniewski, Björn Anderstam, Miguel C Riella, Bengt LindholmDivisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Institute of Biocybernetics and Biomedical Engineering, Warsaw, Poland.,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Centro de Ciências Médicas e Biológicas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curitiba, Brazil,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology

Background. The hemodialysis procedure may induce acute cardiovascular damage contributing to cardiovascular disease (CVD). Here we investigated the acute im-pact of hemodialysis on circulating CVD risk related biomarkers. Method. CVD risk markers (small solutes, middle molecular sized peptides, and proteins) related to inflammation, oxidative stress and vascular calcification were measured before and after a single session of hemodialysis in 45 clinically stable patients. Concentra-tions were corrected for ultrafiltration-induced hemoconcentration. Results. Among vascular calcification related biomarkers, osteoprotegerin and fetuin-A remained unchanged while fibroblast growth factor-23 (FGF23) decreased by -19%. Changes of FGF23 and changes of phosphate correlated (ρ=0.61, P<0.001). While C--reactive protein (CRP) did not change, interleukin-6 (IL-6) increased by 14 % and pentraxin 3 (PTX3) increased by 45 %. Conclusions.  In summary, during a sin-gle HD session with cellulosic membranes, the circulating levels of peptides and proteins associated with increased CVD risk increase markedly. But, after correction for hemoconcentration due to intradialytic ultrafiltration, the pattern of changes is more variable with most middle or large molecular weight molecules showing no change, or even a decrease (EN-RAGE -20%, TNF -26%, and FGF23 -19%). However, the concentrations of IL-6 (+14%) and especially PTX3 (+45%) increased markedly during HD while CRP did not change. These findings suggest that changes of IL-6 and especially of PTX3 (but not CRP), may be used to monitor the intradialytic inflammatory response during HD. The clinical implications, if any, of these changes are however unclear. Further studies are warranted to confirm and, if possible, explain the observed correlation between acute changes of FGF-23 and phosphate during HD.

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Effect of Circulating Soluble receptor for AGE (sRAGE) and the proinflammatory RAGE Ligand (EN-RAGE, S100A12) on mortality in CKD patients stages 3-5Marcelo Mazza do Nascimento,Tae Yamamoto,Shirley Yumi Hayashi1,Abdul Rashid Qureshi,Astrid Seeberger,Björn Anderstam,Miguel C Riella,Bengt LindholmDivisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology, Stockholm, Sweden,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Centro de Ciências Médicas e Biológicas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curitiba, Brazil,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology

Background: Activation of the receptor for AGE (sRAGE) is implicated in the development and progression of vascular complications and circulating concentrations of the RAGE ligand S100A12, also known as EN-RAGE (extracellular newly identified receptor for advanced glycation end products binding protein) might predict both all-cause and cardiovascular disease (CVD) mortality in end-stage renal disease (ESRD) patients. Methods: A total of 145 subjects (median age 61, 61% males; 36 hemodialysis (HD), 55 peritoneal dialysis (PD) and 54 CKD stages 3-5) were studied. All survivors completed 36 months of follow-up. Clinical characteristics were documented, and markers of mineral metabolism (including fibroblast growth factor-23; FGF-23), inflammation (high-sensitivity C-reactive protein; hsCRP, and interleukin-6; IL-6) were analysed as well as plasma concentrations of S100A12 and sRAGE . The myocardial systolic (PSV, peak systolic velocity) and diastolic (E’, early diastolic velocities) velocities were assessed by Tissue Doppler Image (TDI). Results: After 36-months follow-up, the survival rate by Kaplan–Meier analy-sis was significantly different according to S100A12 plasma levels (χ2 = 3.58; P <0.05) as well as sRAGE(χ2 = 5.95; P = 0.01) . Increased S100A12 were positively associated with IL-6 (r= 0.26, p<0.001), FGF-23 (r= 0.18, p<0.001), hsCRP (r= 0.25, p=0.02), TNFα (r=0.16;p=0.03) and OPG (r= 0.44, p<0.0001).On the other hand, sRAGE was negatively associate with E’(r=0, 22, p<0.01). Finally in Cox analysis, only sRAGE (HR=1.91((95% CI) 1.03-1.61) and IL-6 (HR= 1.59(95% CI 1.20-2.15) were independently associated with increased risk of death. Conclusion: Increased concentrations of sRAGE and S100A12 were associated with increased all-cause of mortality in CKD patients (stages 3-5) which might reflect the activation and production of RAGE in the context of accelerated vascular disease.

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Circulating S100A12 (EN-RAGE) levels predict cardiac dysfunction by Tissue Doppler Echocardiography in peritoneal dialysis patientsTae Yamamoto,Marcelo Mazza do Nascimento,Shirley Yumi Hayashi,Abdul Rashid Qureshi,Astrid Seeberger,Björn Anderstam,Miguel C Riella,Bengt LindholmDivisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology, Stockholm, Sweden,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology,Centro de Ciências Médicas e Biológicas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curitiba, Brazil,Divisions of Renal Medicine and Baxter Novum, Department of Clinical Science, Intervention and Technology

Background: Cardiovascular disease is common in patients (pts) on peritoneal dialysis (PD), and Tissue Doppler imaging (TDI) is a useful tool for assessing cardiac function. In PD pts, dialysis solutions may lead to formation of advanced glycation end-products (AGEs), which may result in cardiovascular toxicity. Therefore, we examined the possible link between circulating AGEs and cardiac function in PD pts. Methods: Plasma concentrations of soluble form of receptor for AGEs (sRA-GE), its ligand S100A12, and other biomarkers were measured in 51 pts undergoing PD. The myocardial systolic (PSV, peak systolic velocity) and diastolic (E′, early diastolic velocities) velocities were assessed by TDI. M-mode echocardiography was also performed. Pts were divided into two groups by E′ value. Results: Among 51 pts, 95% (n=48) had diastolic dysfunction (E′ <8.0 cm/s). The medium plasma levels of S100A12 and sRAGE were 64 ng/ml and 2594 pg/ml. S100A12 levels correlated with PSV and E′, both of which were negatively associated with troponin-1 and left ventricular mass index. High E′ group had lower S100A12 and higher sRAGE levels compared to low E′ group, while other inflammatory and oxidative stress markers such as CRP, IL-6, TNF and 8OHdG did not differ. Stepwise mul-tiple regression analysis identified S100A12 (β=-0.38, p=0.002) and age (β=-0.52, p<0.001) as independent determinants of E′ in a model (r2=0.40). Conclusions: Circulating S100A12 is an independent predictor for cardiac dysfunction in PD pts, suggesting an important role of AGEs.

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Expressão de mRNA para identificação de potenciais biomarcadores não-invasivos de rejeição aguda mediada por anticorpos de aloenxertos renaisTiago Dalpiaz,Aline de Lima Nogare,Patricia Rodrigues,Gabriel Joelsons,Roberto Ceratti Manfro,Luiz Felipe Santos GonçalvesHospital de Clínicas de Porto Alegre UFRGS

Introdução. A rejeição aguda mediada por anticorpos (RAMA) é caracterizada por ter um diagnóstico complexo e muitas vezes impreciso. Avaliações moleculares com o desenvolvimento de biomarcadores através de sangue periférico podem representar métodos promissores para a identificação precoce e não invasiva da RAMA. Objetivo. Avaliar a expressão de genes relacionados à rejeição mediada por anticorpos, no sangue de receptores renais. Materiais e Métodos. Estudo transversal com 43 pacientes transplantados renais, divididos nas seguintes categorias diagnósticas de acordo com a classificação Banff 07: (a) rejeição aguda mediada por anticorpos - RAMA (15 pacientes); (b) rejeição aguda celular - RAC (10 pacientes); (c) ausência de rejeição - SR (18 pacientes). O RNA foi extraído de leucócitos do sangue periférico e o RNA mensageiro (mRNA) das moléculas CD20, CD138, fator de von Willebrand (FvW) e FOXP-3 foi amplificado e quantificado pela técnica de PCR em tempo real. Curvas ROC foram obtidas para avaliar a sensibilidade (Se) e especificidade (Sp) da expressão gênica para o diagnóstico de RAMA. Valores de P<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados. Pacientes com RAMA apresentaram níveis mais elevados de transcritos de mRNA de CD20, FvW e FOXP3, em comparação com os pacientes do grupo SR (P <0,01). A expressão de transcritos de mRNA de FOXP-3 também foi significativamente maior em RAC, quando comparada ao grupo sem rejeição (P=0,02). Os níveis de expressão de mRNA de CD20, FvW e FOXP3 foram maiores na RAMA em relação ao grupo RAC, mas as diferenças não alcançaram significância estatística. Transcritos de mRNA de CD138 em sangue periférico apresentaram pouca expressão, e não demostraram diferenças entre as categorias diagnósticas. A avaliação através de curvas ROC apresentaram áreas sob a curva (ASC) de 0,95 para o gene CD20 (Se = 92% e Sp = 89%, P <0,001); 0,86 para o gene FvW (Se = 75%, Sp = 74%, P <0,001) e 0,86 para FOXP3 (Se = 83%, E = 81%, P <0,001). Conclusão. Os Resultados preliminares e a boa precisão demonstrada na avaliação pelas curvas ROC, sugerem que a avaliação de transcritos de mRNA no sangue periférico, principalmente de CD20, podem se tornar potenciais biomarcadores não invasivos para o diagnóstico de RAMA de aloenxertos renais.

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P-661

Avaliação da função tubular em pacientes com leishmaniose visceral (Calazar) antes do tratamento específico com antimoniais pentavalentesLeitão RC, Oliveira MJC, Alves MP, Falcão FS, Sampaio AM, Montenegro BL, Junior GBS, Meneses GC, Martins AMC, Jacinto CN, Vieira APF, Daher EFUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: O acometimento renal na leishmaniose visceral (calazar) tem sido raramente descrito. A principal alteração inclui o acometimento tubular. Não se sabe ao certo a influência das drogas utilizadas no tratamento específico desta parasitose sobre a função renal. Objetivos: Investigar a função tubular em pacientes com calazar antes do tratamento específico com antimoniais pentavalentes. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo prospectivo com 13 pacientes internados com diagnóstico confirmado de calazar em hospitais terciários de Fortaleza, Ceará. Foram realizados teste de concentração urinária após período de 12h de privação hídrica e teste de acidificação urinária com administração de cloreto de cálcio (CaCl2). Foram calculadas a taxa de filtração glomerular (TFG), fração de excreção de sódio (FENa) e po-tássio (FEK) e o clearance de água livre (CH2O). Os Resultados foram comparados com um grupo de 15 voluntários sadios (grupo controle). Resultados: A média de idade dos pacientes com calazar foi de 40,8±19 anos, sendo 92% do sexo masculino. Os pacientes e controles apresentaram níveis semelhantes de creatinina (0,9±0,1 vs. 0,8±0,1mg/dL, p=0,99). Os níveis de microalbuminúria foram maiores nos pacientes com calazar (17,3±25,7 vs. 6,5±6mg/24h, p=0,0001). A TFG foi menor nos pacientes com calazar (80,8±24,8 vs. 102±17mL/min/1,73m2, p=0,01). Déficit de acidificação urinária foi encontrado em 7 pacientes com calazar (53,8%), que apre-sentaram pH urinário >5,5 após administração de CaCl2. A osmolalidade urinária foi menor nos pacientes com calazar (483±91 vs. 818±202mOsm/kg, p=0,0001, após privação hídrica de 12h. Déficit de concentração urinária foi observado em 10 pacientes (76,9%), que apresentaram uma relação entre osmolalidade urinária e plasmática <2,8 após o teste. A FENa foi maior entre os pacientes com calazar (0,1±0,05 vs. 0,04±0,02%, p=0,0002), bem como a FEK (1,22±0,75 vs. 0,49±0,28%, p=0,001). O TTKG foi semelhante nos dois grupos (4,98±4,3 vs. 2,7±1,5, p=0,06), assim como o CH2O (-0,89±0,56 vs. -1,1±0,3, p=0,21). Conclusões: O calazar está associado com alterações tubulares. Déficit de concentração e acidificação urinárias foram encontrados em um número significativo de pacientes (>50%). A avalia-ção da função renal deve ser realizada cuidadosamente em todos os pacientes com calazar, para a detecção precoce de alterações e a instituição do tratamento adequado. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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P-675

Envolvimento renal em pacientes com tuberculose pulmonar em uma unidade de terapia intensivaLeitão RC, Alves MP, Vieira APF, Jacinto CN, Souza JB, Lima JB, Fernandes ATBM, Girão MMV,Feitosa Júnior VN, Ferreira APA, Costa CR, Junior GB, Daher EFUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: A tuberculose (TB) representa um problema de Saúde Pública, sendo registrados atualmente cerca de 72 mil novos casos da doença a cada ano no Brasil. A TB renal é uma das formas mais comuns de TB extra-pulmonar. O envolvimento renal na TB pulmonar, entretanto, não tem sido descrito. Objetivos: Investigar a ocorrência de alterações renais em pacientes com tuberculose (TB) pulmonar em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Casuística e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo de 30 pacientes com TB pulmonar admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de 2002 a 2008. A lesão renal aguda (LRA) foi definida de acordo com o critério RIFLE, e a gravidade de acordo como escore APACHE II. A análise estatística foi realiza-da com o programa SPSS, versão 16.0, considerando como significativo p<0.05. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 48,1±17,8 anos, sendo 80% do sexo masculino. Os exames da admissão na UTI mostraram Cr 2,5±1,9mg/dL, Ur 101±53mg/dL, Na 138±10,5mEq/L, K 4,69±1,2mEq/L, Hb 9,6±2,5mg/dL, Leucóci-tos 11998±5796/mm3, Plaquetas 116000±80000/mm3, pH 7,26±0,12, HCO3 15,7±6,2mEq/L, PaCO2 44,81±25mmHg e relação pO2/FiO2 de 181±130. Óbito ocorreu em 20 pacientes (66,7%), estando associado a níveis mais elevados de uréia (117,4±54 vs. 68,2±35mg/dL, p=0,016), sódio (140,67±9,6 vs. 125±6,3, p=0,057) e níveis diminuidos de Hb (8,62 ± 2 vs. 11,7±2,7, p=0.002). A LRA foi observada em 20 casos (43,3% “Injury” e 23,3% “Failure”) e mostrou-se como fator indepen-dente para óbito (OR=6,0, IC 95%=1,12-31,9, p=0,03). Observou-se também maior gravidade em pacientes com LRA (escore APACHE II: 44,4±23 vs. 22,8±7,5, p<0,008). Conclusões: A disfunção renal é uma importante complicação em pacientes com TB pulmonar grave, internados em UTI, cursando com alta mortalidade. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Injúria Renal Aguda em um Hospital Universitário: Aspectos Clínicos e EpidemiológicosRibas GC, Sevignani G, Chula D, Nascimento MMHospital de Clinicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital de Clinicas da Universidade, Hospital de Clinicas da Universidade, Hospital de Clinicas da Universidade

Introdução: A injúria renal aguda (LRA) acomete 5 a 7% dos pacientes hospitalizados e até 25% dos doentes críticos, permanecendo sua incidência em constante cres-cimento. A mortalidade relacionada a esta condição clínica permanece relativamente constante nos últimos anos, podendo atingir taxas de até de 90%. No entanto, os dados referentes à incidência, necessidade de tratamento dialítico e mortalidade associados a mesma, apresentam grandes variações na literatura. Objetivos: Este estudo tem como Objetivo avaliar a epidemiologia, as principais etiologias e a evolução dos pacientes com IRA atendidos no Hospital de Clínicas da UFPR. Materiais e métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo entre os meses de janeiro e dezembro de 2010 dos casos de LRA atendidos pelo Serviço de Nefrologia do Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Paraná. Foram analisados os registros referentes aos dados clínicos e laboratoriais dos doentes atendidos no período. Resultados: Foram atendidos 179 pacientes, sendo 116 (65%) do sexo masculino e a média de idade de 57.3 anos. Entre estes, 98 (55%) tiveram diagnóstico presumido de IRA intrínseca, 72 (40%) de lesão pré-renal e 9 (5%) de lesão pós-renal, sendo que 16 pacientes (8.9%) já apresentavam evidências de doença renal crônica prévia. Considerando a classificação AKIN, 36 doentes atingiram o estágio 1 (20.1%), 38 o estágio 2 (21.3%) e 105 o estágio 3 (58.6%). 81 pacientes (45%) foram submetidos à terapia de substituição renal (TSR), sendo a hemodiálise o método de escolha para 78 deles (96%). As principais indicações de diálise foram a oligúria associada à hipervolemia em 40 casos (49.4%), uremia em 24 (29.6%), acidose em 14 pacientes (17%) e hipercalemia em outros 3 (4%). Entre os pacientes dialíticos, a duração média do tratamento foi de 10.7 dias, a taxa de óbitos foi de 56.8% e 12 deles (14.8%) permaneceram em TSR após a alta. Não houve diferença significativa entre as médias da creatinina (mg/dL) (2,62±0,28 vs. 2,18±0,21) e uréia (mg/dL) iniciais ( 102 ± 68 vs. 96±58) entre os pacientes dialíticos e não dialíticos, respectivamente. A mortalidade foi significativamente maior entre os pacientes dialíticos comparada aos não dialíticos(59% vc 26%, p<0.0001) sendo de 38.9%, 15.8% e 46.6% nos estágios AKIN 1, 2 e 3, respectivamente. Conclusões: As informações encontradas no estudo foram compatíveis com as observadas na literatura, identificando a IRA intrínseca como a forma mais prevalente em ambiente hospitalar, bem como a alta mortalidade relacionada a IRA no indivíduos que necessitaram de procedimento dialítico.

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Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes submetidos à hemodiáliseSoares NF, Gonçalves FVC, Velloso MSS, Almeida DCB, Figueiredo RC, Marinho MAS, Pinto SWL, Dusse LMS, Rios DRAUFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, Hospital São João de Deus Minas Gerais, Hospital São João de Deus Minas Gerais, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais, UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais

Introdução: A população com doença renal crônica terminal (DRCT) tem aumentado significativamente nos últimos anos. Como tratamento mais utilizado dessa condição encontra-se a hemodiálise (HD). Embora os avanços da tecnologia na área de diálise proporcionem uma maior expectativa de vida, a DRCT e a HD estão entre as patologias e terapias de caráter crônico que mais afetam a qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de pacientes submetidos à HD, assim como identificar possíveis fatores que podem comprometer a qualidade de vida dos mesmos. Casuística e Métodos: 189 pacientes submetidos à HD por três meses ou mais foram entrevistados por meio de questionário padronizado. Os dados foram analisados utilizando o programa estatístico STATA 11.0. Resultados: A população deste estudo foi composta por 189 pacientes com idade média de 53,7anos. O tempo médio de diagnóstico de doença renal foi de 74,7 meses, e o tempo médio que estão em hemodiálise foi de 61 meses. 14,3% dos indivíduos eram fumantes, e 18,5% consomem bebidas alcoólicas. A qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) foi estimada pelo SF12. A média do PCS (Physical Component Summary) foi de 42,8 pontos (intervalo 21,8–70,0; DP=9,6) e o MCS (Mental Component Summa-ry) foi de 45,2 pontos (intervalo 12,7-66,8; DP=11,3). As variáveis associadas de forma independente à menor qualidade de vida em cada domínio do SF12 foram selecionadas por meio de regressão logística múltipla, com nível de significância de 5%. A magnitude da associação foi determinada pelo odds ratio (OR) e inter-valo de confiança de 95. O “baixo PCS” foi associado à cor auto-declarada preta, ao relato de diagnóstico de 3 e 4 ou mais doenças crônicas. Associação inversa foi encontrada entre “baixo PCS” e escolaridade, trabalhar na semana anterior à entrevista e consumo regular de frutas. O “baixo MCS” foi associado à internação nos últimos doze meses, ao relato de diagnóstico de 4 ou mais doenças crônicas, ao apoio afetivo, à interação positiva e ao apoio emocional. Conclusões: Os Resultados apontam similaridades e diferenças nos fatores associados a cada domínio da qualidade de vida. Enquanto a presença de doenças foi importante nos dois domínios, as características sociais e comportamentais mantiveram associadas apenas ao domínio físico e suporte social apenas ao domínio emocional da qualidade de vida. Agência financiadora: FAPEMIG.

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P-390

Amiloidose por cadeia A-alfa de fibrinogênio: relato do primeiro caso na américa latinaNeves PDMM, Machado JR, Silva MV, Reis MA, Rodrigues WVD, Correa RRM, Benson MD, Oliveira FAUniversidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Indiana University School of Medicine, Universidade Federal de Goiás

Introdução: A amiloidose por cadeia A-alfa de fibrinogênio (AFib) é o tipo de amiloidose renal hereditária mais comum na Europa, porém, nenhum caso havia sido previamente relatado na América Latina. Relatamos o primeiro caso de Afib da América Latina. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 52 anos, previamente hígida, níveis tensionais normais, assintomática. Havia apresentando há seis meses quadro de proteinúria (3,71g/24h), sem outras alterações clínicas ou urinárias. Não apresentava história de uso de medicações nefrotóxicas nem histórico familiar de doença renal. A investigação para causas secundárias de glomerulopatia foi ne-gativa. Frente ao quadro de possível glomerulopatia primária manifestando-se como síndrome nefrótica, a paciente foi submetida à biópsia renal. À microscopia de luz, apenas no compartimento glomerular, observaram-se depósitos positivos à coloração com Vermelho do Congo (que adquiriam birrefringência em “maçã-verde” sob luz polarizada). À imunofluorescência, tais depósitos possuíam forte reatividade para o fibrinogênio, global e difusamente. À Microscopia Eletrônica, presença de depósitos organizados, sendo a associação das técnicas de microscopia compatível com AFib. O diagnostico foi confirmado através da análise do gene da cadeia A-alfa do fibrinogênio, onde a mutação no alelo Glu526Val foi evidenciada, confirmando a AFib. Conclusão: O primeiro relato de Amiloidose por cadeia A-alfa de fibrino-gênio na América Latina suscita a inclusão desta doença no nosso quadro de diagnósticos diferenciais, especialmente no Brasil, onde o grau de miscigenação é alto.

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P-309

Perfil de utilização de medicamentos em campanha de prevenção da DRC, Juiz de Fora/MGMarquito AB, Andrade M, Lazzarini JA, Póvoa AG, Marques GA, Paula RB, Bastos MGFundação Imepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen / Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen / Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução. A detecção de estágios inicias da Doença Renal Crônica (DRC) bem como a identificação e tratamento dos principais fatores de risco, como Diabetes mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) torna possível prevenir ou retardar o desfecho desfavorável dessa doença. Nesse contexto, torna-se fundamental abordar questões que envolvem a utilização de medicamentos pela população em campanhas de cunho preventivo. Objetivo. Descrever o perfil de utilização de me-dicamentos de indivíduos de um centro urbano de Minas Gerais, aliado ao rastreio de fatores de risco para DRC. Material e Métodos. Estudo transversal conduzido em Campanha de Prevenção da Doença Renal Crônica (DRC) na cidade de Juiz de Fora/MG, no ano de 2012, onde foram aplicados questionários multiprofissio-nais e coletados dados de fatores de risco, medidas antropométricas, aferição de pressão arterial, glicemia capilar e urinálise para aconselhamento dos participantes. Resultados. Participaram da pesquisa 463 indivíduos, maioria do sexo feminino (61,3%) e mais de um terço de idosos (36,3%). Dos participantes, 63,3% fazem uso contínuo de medicamentos, sendo estes antihipertensivos (43%) e em quantidade menor que cinco (91,8%). Relataram que nunca esquecem tomá-los (39,3%) e que já o tinham tomado no momento da participação (38,6%). Tinham histórico familiar de diabetes 159 indivíduos (51%), de hipertensão 319 (69%) e de problemas renais 116 (25%). Ao exame, 159 (34%) apresentaram proteinúria. Conclusão. A partir dos dados tornou-se possível delinear medidas de controle da DRC, além de estratégias de incentivo à adesão e ao uso racional dos medicamentos.

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P-592

Uso do critério RIFLE em UTI geral para auxiliar o diagnóstico e acompanhamento precoce na lesão renal agudaIntrodução: A lesão renal aguda (LRA) é importante causa de morbimortalidade em paciente criticamente enfermo. Nas ultimas décadas tem-se aumentado esforços para o diagnóstico precoce incluindo a utilização de critérios com o RIFLE. Objetivo: analisar as características clinico laboratoriais dos pacientes graves e que desen-volveram LRA. MÉTODOS: 71 pacientes na UTI que desenvolveram LRA foram analisados segundo a creatinina na admissão hospitalar (Cr1), creatinina na admis-são na UTI (Cr2), creatinina na chamada do nefrologista (Cr3), uso ou não de diurético, etiologia da LRA, uso de drogas vasoativas (DVA), necessidade de terapia renal substitutiva (TRS), modalidade da TRS, dias de internação hospitalar, desfecho geral como óbito < 60 dias , óbito > 60 dias e não óbito; desfecho nefrológico como recuperação da função renal, não recuperação ou permanência em DRC, dias em TRS, infecção e sítios de acessos venosos; foi utilizado o teste t – student para análise estatística. Resultados: 71,6% do sexo masculino; Cr1 (mg/dl) média 1,55 ±1,04 ; Cr2 =1,93 ± 1,33 mg/dl ; Cr3 2,69 ± 1,17; 36,32 ± 40,4 dias de interna-ção; 41,8% com critério de Risco para LRA. O diurético de alça foi utilizado em 59,5% e teve correlação positiva aumento de dias de internação em UTI (p0,05).Sepse foi responsável por 62,2% da etiologia da LRA com maior mortalidade neste grupo (p0,003); 86,8% necessitaram de TRS sendo a modalidade mais utilizada a SLED (57,6%). Quanto ao desfecho observamos 66,2% de óbitos < 60 dias e 21,6% dos pacientes com recuperação da função renal; 75,7% dos pacientes não tiveram infecção do acesso vascular sendo a via de acesso preferencial a femoral. Houve correlação estatisticamente significante para creatinina na admissão da UTI e recuperação da função renal (p0,001); aumento de óbitos <60 dias quanto maior a creatinina na admissão UTI (p0,001) e finalmente houve correlação positiva entre classificação RIFLE e aumento de mortalidade (total; p 0,003) Conclusão: o critério RIFLE é importante arma para o diagnóstico de lesão renal aguda e na população estudada foi capaz de estratificar a população de risco para esta patologia.

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Investigação da presença de fósforo adventício em alimentos beneficiados e industrializados e sua possível relação com hiperfosfatemia em pacientes dialisadosAraújo AR, Pacheco AL, Silva JMS, Silva RDDO, Francischini SM, Moura Jr.JA, Paschoalin EL, Paschoalin SRClínica Senhor do Bonfim - Hemodiálise, FAN - Faculdade Nobre de Feira de Santana, FAN - Faculdade Nobre de Feira de Santana, FAN - Faculdade Nobre de Feira de Santana, Clínica Senhor do Bonfim - Hemodiálise, Clínica Senhor do Bonfim - Hemodiálise, Clínica Senhor do Bonfim - Hemodiálise, Clínica Senhor do Bonfim - Hemodiálise

Introdução: Na Doença renal Crônica (DRC), uma das mais importantes alterações é a redução da competência orgânica no processo de excreção de fósforo, que caracteriza a hiperfosfatemia e podendo resultar em Hiperparatireoidismo Secundário, doença grave,de prevalência aumentanda nos últimos anos. O fósforo é um elemento químico, considerado importante nutriente, naturalmente presente nos alimentos protéicos, como carnes, leites, ovos e derivados, sendo também utilização em outras formas químicas, nos alimentos, com base na Portaria nº 540 SVS/MS, de 27 de outubro de 1997, não com o intuído de nutrir, mas de melhorar a cor, textura e sabor, além de retardar rancificação lipídica, o que certamente potencializa o consumo por pacientes com DRC em diálise, cujo aconselhamento dietético tem como base a restrição. Objetivos: Investigar a presença de fósforo como aditivo ou conservante em alimentos industrializados, bem como a sua forma de notifi-cação, visando alertar para os riscos de seu consumo pela população com DRC em diálise. Casuística e Métodos: Foram observados 179 alimentos beneficiados ou industrializados, de sete grupos diferentes, sendo três potencialmente protéicos (leite, carne, leguminosas ou derivados), três ricos em carboidratos (doces e sobre-mesas, suco de frutas e cereais), e um de outros alimentos industrializados. Resultados: No grupo protéico, dos 30 alimentos do grupo do leite observados, apenas 12(40%) contaram com a notificação da presença de fósforo no rótulo; nas carnes a grande maioria, 24 alimentos (77,4%) do total de 31(100%) das leguminosas não havia notificação. No grupo cuja matriz alimentar era o carboidrato, das 18 sobremesas observadas, 4 (32,2%) tinham a notificação de fósforo no rótulo; apenas 5 (12,5%) dos cereais o tinham, ocorrendo o mesmo com as bebidas, onde apenas 1 (2,4%) também o tinham. Os outros alimentos industrializados, que incluíam conservas, fermento, margarina e tempero pronto, de 16 amostras observadas, apenas 1 (6,25%), apresentava o registro da presença de fósforo no rótulo. A maioria dos alimentos continha apenas 1 tipo de aditivo com fósforo, havendo no entanto, alimentos do grupo protéico com até três associações químicas. Conclusão: Nos alimentos industrializados, inclusive aqueles onde os pacientes não esperam que haja fósforo como doces, cereais e bebidas, existe um perigo em potencial, que precisa ser evidenciado o que denota uma grande lacuna na luta pelo controle da hiperfosftemia.

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Perfil recente de diagnósticos de glomerulopatias em um serviço publico de Salvador, BahiaFranco TM, Dos-Santos WLC, Mattoso RJC, Bahiense-Oliveira MEscola Bahiana de Medicina, Fundação Oswaldo Cruz CPGM e Escola Bahiana de Medicina, Hospital Ana Nery UFBA, Hospital Ana Nery UFBA e Escola Bahiana de Medicina

Objetivo: Avaliar os diagnósticos de doenças glomerulares no HAN, de acordo com suas características histológicas e clínicas. Casuística e Métodos: estudo retros-pectivo de revisão de prontuários de todos os casos biopsiados entre 2008 e 2011, de pacientes >13 anos. Resultados: Foram registradas 201 biópsias (excetuando-se rebiopsias) de rins nativos. Foram incluídos 171 casos, pois em 22(10,8%) houve material insuficiente e nove prontuários não foram localizados. Nefrite lúpica foi o diagnóstico mais comum (54/171, 31,5%), seguida do espectro Lesão Mínima/GESF (51/171, 29,8%). Quando a diferenciação histológica não foi possível, foram arbitrariamente classificados como portadores de DLM aqueles com remissão da síndrome nefrótica no primeiro curso de corticóide (n=22, 12,8%) e os demais como GESF (n=29, 16,9%, duas com forma familiar). Nefropatia da IgA (n=12, uma com forma familiar), GN Membranosa, GN Membranoproliferativa tipo I (11 casos de cada) foram outras lesões comuns. GN proliferativa (n=6, um com HCV+), amiloidose (n=4), NTA (n=3), nefroesclerose benigna e maligna (duas de cada), glomerulonefrite segmentar e focal (n=2), GNRP (n=2), nefropatia diabética (n=1), DDD (n=1), nefrite intersticial (n=1), síndrome de Alport (n=1) foram outros diagnósticos encontrados. Entre os pacientes com GNMP tipo I: dois tinham nefropatia fibrilar, um deles com passado de equistossomose mansônica e múltiplas infecções respiratórias por asma; houve ainda uma paciente com S.Sjögren e outro com linfoma gástrico. Nas formas não lúpicas, a média de idade foi 34±15 anos, de creatinina 1,9±2,0mg/dl, albumina 2,7±1,9g/dl, PTU24h 5,0±4,0g/dia. Vinham do interior 44,4% dos pacientes, 40,3% de Salvador e 14,0% da região metropo-litana da capital. A apresentação clínica mais comum foi síndrome nefrótica (55,5%). Conclusões: nossos Resultados se assemelham aos demais registros brasileiros. Houve modificação dos padrões anatomopatológicos glomerulares em nosso estado, em comparação relatos da década de 1970, quando a GNMP era mais comum, possivelmente relacionada à equistossomose. A natureza retrospectiva da pesquisa limitou a identificação de etiologias mais precisas das lesões glomerulares, contudo chama a atenção envolvimento sistêmico/genético em pelo menos 67 casos (39%), parte deste descoberto ao longo do seguimento clínico. Novos estudos prospectivos são necessários para melhor acurácia dos Resultados e suas interpretações.

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Avaliação dos pacientes com nefrite lúpica em um serviço público de referência, Salvador, BahiaTeixeira LS, Franco TM, Dos-Santos WLC, Bahiense-Oliveira MEscola Bahiana de Medicina, Escola Bahiana de Medicina, Fundação Oswaldo Cruz CPGM e Escola Bahiana de Medicina, Hospital Ana Nery UFBA e Escola Bahiana de Medicina

Objetivo: A nefrite lúpica (NL) é doença glomerular mais diagnosticada no HAN. Avaliamos as características clínico-laboratoriais dos pacientes com NL com o Objetivo de explorar condições que possam servir de apoio para o fluxo de atendimento, de diagnóstico e de terapêutica. METODOS e CASUÍSTICA: entre os 201 pacientes com biópsia de rim nativo de 2008 a 2011, foram encontrados 53 com nefrite lúpica (INS/RPS) e os prontuários revisados. Foram considerados para a ava-liação bioquímica exames realizados até 6 meses antes da biópsia, visto que em alguns casos o paciente era apenas internado para o procedimento e recebia alta para o ambulatório. Resultados: o tempo médio entre haver sinais clinico-laboratorias de nefrite e a biópsia foi de 10 meses. Média de idade 29±12 anos, três pacientes eram homens. Moravam no interior da Bahia 45,2% dos casos, 37,7% em Salvador e 16,9% na região metropolitana da capital. A síndrome nefrótica foi a apresentação mais comum (58,4%), seguida de síndrome nefrítica (18,9%). Número de glomérulos 14±6. As médias de creatinina, albumina, proteinúria foram, respectivamente 1,81±1,29mg/dl, 2,45±0,89g/l, 5,1±4,3g/dia. As médias de colesterol total e hemoglobina foram 273±89mg/dl e 9,8±2,0. Foram assim distribuídos: classe II n=1, classe III n=4, Classe IV n=29, Classe V pura n=9, classe membranosa mista V+III ou V+IV n=10, com 81% (43/53) dos casos com formas proliferativas. Apesar de variações entre as classes, na avaliação pelo one-way ANOVA não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos exceto da proteinúria (p=0,0264): mediana de 6,1 g/dia (3,2-22,7g/dia) no grupo membranoso misto; 3,2g (0,235- 9,4g/dia) na classe V; 3,9g/dia (0,120-18g/dia) na classe IV e 2g/dia (0,300-2,3g/dia) na classe III. Apenas em 52,8% (28/53) dos pacientes foi encontrada dosagem do anti-DNA. Conclusões: nossos pacientes apresentam as formas mais graves da nefrite lúpica. São predominantemente de fora da capital, portanto vivem longe dos melhores recursos diagnósticos e terapêuticos. Há enorme atraso do diagnóstico histológico de uma condição onde a variável tempo faz diferença no prognóstico. Há grande carência de laboratórios pelo SUS capazes de realizar exames de monito-rização da nefrite como o anti-DNA e demais marcadores de auto-imunidade em nosso meio. A natureza retrospectiva do trabalho e o pequeno numero de casos não permite conclusões mais precisas. Novas avaliações estão em andamento para uma melhor compreensão do problema.

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P-203

Necessidade de internação em uti, óbito e hipocalcemia no pós-operatório imediato (POI) de paratireoidectomia (PTX) por hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica (2HPT) em hospital público, Salvador/BAIvo M, Neves CL, Lobão RS, Bahiense-Oliveira MEscola Bahiana de Medicina, Hospital Ana Nery UFBA, Hospital Ana Nery UFBA, Hospital Ana Nery UFBA e Escola Bahiana de Medicina

Objetivo: O Hospital Ana Nery é o único serviço público a oferecer a PTX regularmente para o tratamento do 2HPTH no estado da Bahia, com grande fila de espera por vagas hospitalares escassas. Foi realizada avaliação exploratória sobre a necessidade de internação em UTI, óbito e hipocalcemia após PTX, para orientar interven-ções mais eficazes na prática clínica. CASUISTICA E MÉTODOS: foram avaliados retrospectivamente prontuários dos pacientes submetidos à PTX por 2HPT do pós-operatório imediato(POI) até a alta, de 2008 a 2010. A rotina do HAN inclui a administração de cálcio EV precocemente, além do calcitriol e cálcio orais guiados pela calcemia. Das 58 cirurgias registradas, foram encontradas informações pertinentes em 54 prontuários. Resultados: a média de idade dos pacientes foi 41,7±11,4 anos, o tempo médio em diálise 8,9±42 anos. A mediana do PTHi prévio (ambulatorial) =1.692pg/ml (mínimo 413pg/ml e máximo 4.550pg/ml), mais elevada do que no seguimento ambulatorial tardio pós-PTX (84,25pg/ml, p<0,0001). As medianas da fosfatase alcalina foram 726ui/l e 384ui/l, nos mesmos períodos, respecti-vamente (p=0,0365). Houve internação em UTI em 7,0% (4/54) dos casos: dois com indicação eletiva pelo cardiologista e/ou cirurgião, um por narcose anestésica e outro por lesão do nervo laríngeo e traqueostomia no ato cirúrgico. Houve um óbito (1/54, 1,8%), por morte súbita com cálcio normal, sem evidência de IAM. Foi registrada hipocalcemia em 38,7% dos casos (19/49). Houve correlação inversa entre o nível de PTHi prévio à cirurgia com o cálcio iônico no POI. A mediana do PTHi foi mais elevada no grupo que apresentou hipocalcemia (2.337pg/ml versus 1.266pg/ml, p=0,0148). A mediana do tempo de internação pós-PTX foi quatro dias, o tempo médio com necessidade de cálcio endovenoso foi 2,9±1,6 dias. As doses médias na alta do carbonato de cálcio e calcitriol orais foram 2,0±0,7g/dia e 1,3±0,77mcg/dia, respectivamente. A cirurgia mais praticada foi a paratireoidectomia total com reimplante. Conclusões: a frequência de hipocalcemia foi semelhante à esperada. As internações em UTI e óbito registrados não tiveram relação com hipocalcemia registrada, mas com as condições basais dos pacientes com comorbida-des, longo tempo em diálise e deformidades no segmento cefálico. Uma minoria dos casos necessitou internação em UTI. Contudo, a natureza retrospectiva do estudo limita a acurácia das conclusões. Novas pesquisas sobre o tema estão em andamento em nosso serviço.

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Características definidoras presentes em pacientes em hemodiáliseCecília Maria Farias de Queiroz Frazão, Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva,Jéssica Dantas de Sá, Adriana Dias de Araújo, Ana Luisa Brandão de Carvalho LiraUniversidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Introdução: Caracterizada pela perda da função renal de forma lenta, progressiva e irreversível, a Doença Renal Crônica (DRC) tem como principal tratamento utili-zado no Brasil, a hemodiálise. Esta consiste na remoção das substâncias nitrogenadas tóxicas do sangue e do excesso de água acumulado. Frente à elevada morbidade e mortalidade dessa afecção, os aspectos físico e psicológico desta clientela são comprometidos, e um cuidado de enfermagem direcionado a essa população faz-se necessário, a partir de uma metodologia assistencial diferenciada: o Processo de Enfermagem (PE). Logo, como parte integrante do PE, deve-se traçar os Diagnósticos de Enfermagem, que são compostos pelas Características Definidoras (CDs) e pelos Fatores Relacionados (FR) ou de risco. As CD são os sinais e sintomas manifes-tados pelo paciente e o FR é a fonte de intervenção do enfermeiro. Objetivo: Identificar as características definidoras presentes nos pacientes renais crônicos em he-modiálise. Casuística e Métodos: Estudo transversal, descritivo realizado numa clínica de diálise em Natal-Rio Grande do Norte (RN), com amostra de 18 pacientes, escolhidos de forma aleatória. A coleta de dados ocorreu no mês de outubro de 2011, utilizando-se um roteiro sistematizado de entrevista e exame físico. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com protocolo nº115/11, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 0139.0.051.000-11 e tem recursos concebidos pelo Projeto Universal Edital MCT/CNPq 14/2010. Resultados: Identificou-se um total de 30 CDs, com média de 10,55, mediana de 11 e o desvio padrão de 2,89. As CDs que estiveram presentes em na maioria dos pacientes foram: azotemia (72,2%), temperatura corporal abaixo dos parâmetros normais (66,7%), dificuldade para adormecer (61,1%), dificuldade para permanecer dormindo (61,1%), ingestão maior que o débito (55,6%), ganho de peso em curto perí-odo (55,6%), escolhas na vida diária ineficazes para atingir as metas de saúde (50,0%), expressão de dificuldade com os regimes prescritos (50,0%). As demais CDs estiveram abaixo do percentual 50%. Conclusões: A identificação das CDs contribui para uma avaliação direcionada pelo enfermeiro durante a anamnese e o exame físico, para que seja traçado o plano de cuidados mais seguro, eficaz e voltado para as reais necessidades dessa clientela.

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P-304

Papel da via PKC-β na expressão endotelial de MCP-1 após exposição a produtos de glicosilação avançada (AGES)Lisienny Campoli Tono Rempel, Rayana Ariane Pereira Maciel, Bruna Bosquetti, Andrea Novaes Moreno-Amaral, Rodrigo Bueno Oliveira, Roberto Pecoits-Filho, Andréa Emilia Marques StinghenUniversidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Universidade de São Paulo (USP), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Introdução: A interação de toxinas urêmicas tais como os produtos de glicosilação avançada (AGES) com o endotélio vascular, desempenha um importante papel na patofisiologia da disfunção endotelial associada à doença renal crônica (DRC). O monocyte chemotactic protein-1 (MCP-1), quimiocina sintetizada por células endoteliais, musculares lisas e monócitos, atua no recrutamento de monócitos do sangue periférico para a parede vascular, sendo essencial no processo de formação da placa aterosclerótica. Estudos vêm demonstrando que a via PKC-β é uma das principais vias mediadoras da disfunção endotelial micro e macro vascular causada pelos AGES, induzindo uma série de modificações patofisiológicas nas células, entre elas a produção de várias citocinas pró-inflamatórias. Objetivo: O presente traba-lho teve como Objetivo avaliar in vitro o papel dos AGES na produção de MCP-1 via PKC-β. Casuística e Métodos: Células endoteliais de veia de cordão umbilical (HUVECs) foram extraídas por digestão enzimática e cultivadas em MEM-199, soro fetal bovino (SFB), fator de crescimento de célula endotelial (ECGF) e penicili-na/estreptomicina em 37ºC-5%CO2. Entre a terceira e quarta passagem, as células foram caracterizadas através de observação morfológica e por citometria de fluxo (CD-31). Os AGES foram preparados com albumina bovina fração V (BSA) e glicose, em 37ºC-5%CO2 por 7 semanas, e foram caracterizados por absorbância em 330, 360 e 400 nm. BSA foi utilizada como controle. Para o tratamento as células foram divididas nos seguintes grupos: GI-controle (HUVECs + 0,2 mg/ml BSA), GII (HUVECs + 0,2 mg/ml AGES), e GIII (HUVECs + 0,2 mg/ml AGES + inibidor da via PKC-β 100 nM, Gö-6983). Todos os grupos foram incubados em uma cinética de 0 (baseline), 3 e 6h, e os sobrenadantes foram armazenados a -20ºC para posterior quantificação dos níveis de MCP-1 por ELISA. Resultados: As HU-VECs expostas aos AGES (GII) mostraram um aumento significativo nos níveis de MCP-1 após 3 e 6h, respectivamente (72 ± 9; 110 ± 25 pg/ml) em comparação ao baseline (38 ± 7 pg/ml), P<0,05. Por outro lado, no grupo controle (GI), a expressão de MCP-1 em 0, 3 e 6h foi, respectivamente, 46 ± 8; 47 ± 8 e 50 ± 10 pg/ml. Ainda, as células expostas aos AGES + inibidor da via PKC-β (GIII) demonstraram uma diminuição significativa na expressão de MCP-1 depois de 3 e 6h, respecti-vamente (30 ± 8; 20 ± 7 pg/ml), P<0,005, quando comparado ao tratamento apenas com AGES (GII). Conclusões: No presente trabalho demonstramos in vitro de forma tempo dependente um aumento significativo na produção de MCP-1 por células endoteliais quando expostas aos AGES. Além disso, o bloqueio da via PKC-β reduziu significativamente a expressão de MCP-1, sugerindo uma potencial ação anti-inflamatória através da inibição desta via.

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Significado da hemodiálise para pacientes com a doença renal crônicaCecília Maria Farias de Queiroz Frazão, Ana Beatriz de Almeida Medeiros, Cyndi Fernandes de Lima, Maria das Graças Mariano Nunes, Ana Luisa Brandão de Carvalho LiraUniversidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Introdução: Doença renal crônica (DRC) é a perda progressiva e irreversível da função renal. E para a manutenção da vida de pacientes com a DRC necessita-se a realização de uma terapia renal substitutiva, como a hemodiálise (HD). A HD remove substâncias nitrogenadas tóxicas do sangue e excesso de água e é geralmente, realizada três vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas. Assim, o paciente renal crônico vivencia várias alterações, ocasionadas pela restrição hídrica e de alguns alimentos, pelo esquema medicamentoso contínuo e pela dependência da HD. Neste ínterim, a fim de proporcionar uma adaptação de maneira positiva ao novo estilo de vida, percebeu-se a necessidade de conhecer o significado do tratamento para estes pacientes. Objetivo: Identificar o significado da HD para os pacientes com a DRC em tratamento hemodialítico. CAUSÍTICA E MÉTODOS: Pesquisa qualitativa, realizada numa clínica de diálise de Natal/Rio Grande do Norte, com 18 pacientes com a DRC em HD no mês de outubro de 2011. Os dados foram obtidos através da questão norteadora “O que representa a hemodi-álise na sua vida?” e analisados sob o Discurso do Sujeito Coletivo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob protocolo nº115/11, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 0139.0.051.000-11 e tem recursos concebidos pelo Projeto Universal Edital MCT/CNPq 14/2010. Resultados: Foram encontradas como significado da hemodiálise, representações de relação de sobrevivência (1), terapêutica (2) e de negação (3). Em que a distribuição foi de 2, 14 e 2 pacientes para cada representação, respectivamente. Para a representação 1, obteve-se como discurso: “A HD é a segunda coisa mais importante da minha vida, pois a primeira é Deus. Posso dizer até que ela é a vida, pois se eu parar o tratamento eu morro. A HD me faz sentir feliz, alegre, satisfeito, me dá prazer, é verdadeiramente a minha salvação.” Na representação 2, o discurso central foi: “É uma forma de tratamento que já faz parte do meu cotidiano.” Já na representação 3, obteve: “É um tratamento que nos aprisiona, pois temos que realizá-lo três vezes na semana, com isso perdi minha vida social e sinto que estou morrendo aos poucos.” Conclusões: A representação da HD ora foi de forma positiva ora negativa, ratificando que a enfermagem deve ter um olhar individualizado para cada paciente a fim de promover transformações em busca da melhoria da qualidade de vida.

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Perfil clínico dos pacientes submetidos ao tratamento hemodialíticoCecília Maria Farias de Queiroz Frazão, Maria Isabel da Conceição Dias Fernandes, Clarissa Maria Bandeira Bezerra,Ana Beatriz de Almeida Medeiros, Ana Luisa Brandão De Carvalho LiraUniversidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais, fato que leva à incapacidade de manter a ho-meostasia do organismo. Dentre as modalidades de tratamento para DRC está a hemodiálise (HD), a qual se destaca no Brasil, sendo realizada por aproximadamente 90% dos pacientes em terapia substitutiva da função renal. Para tanto, faz-se necessário o enfermeiro conhecer clinicamente os pacientes submetidos à HD para me-lhor intervir nos eventuais problemas relacionados à doença e ao seu tratamento. Objetivo: Traçar o perfil clínico dos pacientes com DRC submetidos à hemodiálise. Casuística e Métodos: Estudo transversal, descritivo, realizado numa clínica de hemodiálise (HD) de Natal/Rio Grande do Norte (RN) com amostra de 18 pacientes em HD selecionada aleatoriamente. Os dados foram coletados em outubro de 2011, por meio de um formulário após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com o protocolo nº 115/11 e o CAAE 0139.0.051.000-11. Este estudo tem recursos concebidos pelo Projeto Uni-versal Edital MCT/CNPq 14/2010. Resultados: Os entrevistados tinham em média 98,67 e 92,78 meses de DRC e de tratamento hemodialítico, respectivamente. Todos possuíam fístula arteriovenosa. Os principais medicamentos utilizados pelos pesquisados foram: vitaminas e eritropoetina, ambos com percentual de 94,4%. O quelante de fósforo, o hidróxido de ferro e os anti-hipertensivos apresentaram um percentual de 77,8%, 72,2%, 61,1%, respectivamente. Outros medicamentos e os antidiabéticos apresentaram percentual de 44,4% e 11,1%. Ao analisar os sinais vitais, observou-se que a média de pressão artéria sistólica foi de 136,8 mmHg e a diastólica de 82,9 mmHg. O pulso e a frequência cardíaca apresentaram média de 74,1 e 75,9, respectivamente. A frequência respiratória apresentou média de 20,0 respirações por minuto e a temperatura uma média de 35,7°C. Quanto aos exames laboratoriais, encontraram-se alterações significativas nas médias da ureia pré-hemodiálise (173,2), no paratormônio (510,9), na creatinina (16,8), no potássio (6,5), na hemoglobina (11,5) e hematócrito (34,7). Conclusões: Conclui-se que o perfil clínico da clientela pesquisada assemelha-se em muitos aspectos com o que é explicitado na literatura. Portanto, é importante que os enfermeiros tenham conhecimento desse perfil a fim de proporcionar um cuidado direcionado a esta clientela.

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Adaptação fisiológica dos pacientes em hemodiálise à luz da Teoria de RoyCecília Maria Farias de Queiroz Frazão, Jéssica Dantas de Sá, Maria das Graças Mariano Nunes, Marina Dantas Cardoso de Medeiros, Ana Luisa Brandão de Carvalho LiraUniversidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) esta relacionada com o fracasso da capacidade do organismo para manter os equilíbrios hidroeletrolíticos. Tem como principal tratamento, em seu estágio terminal, a Hemodiálise (HD). Embora a HD prolongue a vida de maneira indefinida, o paciente encontra-se em risco de inú-meros problemas e complicações. Na sala de hemodiálise, o enfermeiro atua identificando as necessidades individuais de cada cliente, para tanto deve fazer uso de uma metodologia assistencial, o Processo de Enfermagem, onde a escolha de uma teoria torna-se indispensável, visando definir a enfermagem enquanto ciência. Assim têm--se a teoria de adaptação proposta por Roy, a qual busca entender o individuo como um sistema holístico adaptativo envolvendo respostas adaptativas ou ineficientes por modos. Destaca-se o modo fisiológico, o qual é definindo como a forma em que a pessoa responde aos incentivos ambientais, envolvendo necessidades básicas de integridade fisiológica. Objetivo: Descrever os problemas adaptativos do modo fisiológico segundo Roy dos pacientes com a DRC em hemodiálise. Casuística e méto-dos: Estudo descritivo, realizado em uma clínica de diálise em Natal, Rio Grande do Norte. A amostra contou com 18 pacientes, escolhidos de forma aleatória. O pe-ríodo da coleta de dados ocorreu no mês de outubro de 2011, utilizando um roteiro sistematizado de entrevista e exame físico. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética com protocolo nº115/11, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 0139.0.051.000-11 e tem recursos concebidos pelo Projeto Universal Edital MCT/CNPq 14/2010. Resultados: A partir dos dados coletados identificaram-se os problemas comuns de adaptação do modo fisiológico segundo Roy, onde se destacou as necessidades e processos complexos: Fluídos e eletrólitos; Proteção; Atividade e repouso; e Sentidos. Com os problemas comuns de adaptação: Edema e Retenção de líquido intracelular; Hipotermia; Privação do sono; Intolerância à atividade; Dor crônica; Deficiência de um sentido primário; Dor aguda; Potencial para lesão; e Integridade da pele prejudicada. Conclusões: Descrever os problemas adaptativos do modo fisiológico segundo Roy dos pacientes em hemodiálise oferece ao enfermeiro subsídios para o cuidado de enfermagem a partir do conceito de adaptação e da análise do comportamento dessa clientela, indicando novos modos de cuidar através de suas respostas adaptativas ou ineficientes nessa situação de doença.

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Polimorfismo de TNF-α e IL-10 prediz lesão renal aguda (LRA) e óbito em pacientes internados em UTIDalboni MA, Quinto BMR, Grabulosa CC, Cruz EF, Batista MCUniversidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo - Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Pacientes com Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) internados em unidade de terapia intensiva (UTI) tem risco aumentado de evoluir para lesão renal aguda (LRA) e óbito. Objetivo: Investigar se o polimorfismo genético dos genes TNF-α–308, IL-6 G/C -174 e IL-10 G/A 1082 podem aumentar o risco de LRA e óbito em pacientes com SIRS internados em UTI. Casuística e Métodos:Foi realizado um estudo prospectivo do tipo caso – controle aninhado, pareados por idade e sexo. Foram incluídos 672 pacientes em UTI. Destes, 220 (33%) evoluíram e 452 (67%) não evoluíram para LRA, de acordo com os critérios de AKIN. Foram avaliados creatinina, Proteína C reativa (PCR), albumina e polimorfismos genéticos de TNF-α, IL-6 e IL-10 para ambos os grupos. Resultados: Pacientes com LRA tiveram maior escore de APACHE II(p=0.0001), PCR (p=0.02), menor albumina (p=0.001) e estavam em uso de ventilação mecânica (VM) (p=0.001). Na análise de regressão logística, APACHE II (O.R. 1.07 C.I. 1.04 – 1.10; p=0.0001) e VM (O.R. 0.53 C.I. 0.31 – 0.90; p=0.02) permaneceram como marcadores de risco para LRA. Pacientes com maior APACHE II e menor albumina tiveram maior taxa de óbito. Não observamos diferença na frequência dos genó-tipos de TNF-α, IL-6 e IL-10 em relação à LRA e óbito. Em relação aos fenótipos, observamos que 25% dos pacientes com LRA eram baixo produtores para TNF-α comparado a 34% dos pacientes sem LRA (p = 0.04). Entretanto, observamos que ambos os grupos apresentaram genótipo e fenótipo de alto produtor para IL-6. Quando estratificados pela combinação de fenótipos para TNF-α e IL-10, observamos que a combinação dos fenótipos de baixo produtor de TNF-α e IL-10 foi mais prevalente nos pacientes que evoluíram para LRA e/ou óbito (29,2% vs. 15,4%; p=0,01). Na análise de regressão ajustada para idade, gênero, etnia, escore de APA-CHEII, sepse, albumina e PCR, os fenótipos de baixo produtor de TNF-α e IL-10 permaneceram como fator de risco independente para este desfecho (O.R. 2,37; I.C. 95% 1,16 – 4,84; p=0,02). Conclusão: Embora o fenótipo de baixo produtor para TNF-α e alto produtor de IL-6 possa estar associado a pior resposta a insultos e a um estado pró-inflamatório, respectivamente; os polimorfismos isolados não foram preditores de LRA ou óbito na população estudada. Entretanto, a combinação de genótipos de baixo produtor de TNF-α e IL-10 foram preditores de LRA e/ou mortalidade nesta população.

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P-32

Avaliação do indicador de manutenção do cateter temporário duplo lúmen para hemodiálise em um hospital universitário do Município de São PauloRosetti KAG, Tronchin DMRUniversidade de São Paulo, Universidade de São Paulo

Introdução: A qualidade é condição imprescindível nos serviços de saúde e visando a promover uma assistência com esse atributo, a maioria das instituições vive em constante competitividade na busca pelo emprego de melhores práticas. Em relação ao serviço de hemodiálise não é diferente uma vez que, é uma terapêutica comple-xa que requer estrutura física adequada e equipe capacitada para uma assistência constituída de uma série de procedimentos, que se não forem respeitados, podem cau-sar danos de dimensões variáveis e comprometer a segurança do paciente. Objetivos: Avaliar a conformidade da prática de manutenção do cateter temporário duplo lúmen, por meio da aplicação do indicador de processo, na unidade de hemodiálise de um hospital universitário. Casuística e Método: Estudo exploratório-descritivo, quantitativo, com coleta prospectiva de dados, por meio da observação direta e utilização de dois formulários. A casuística compôs-se de 155 oportunidades de ob-servação da prática selecionada, cada uma composta por 13 componentes específicos, totalizando 2015 itens de observação avaliados. Os dados foram analisados em função da estatística descritiva. Resultados: Na caracterização dos usuários constatamos que a maioria (75,6%) pertencia ao sexo masculino, com média de idade de 55 anos (dp); 52,6% apresentavam como diagnóstico de admissão a Hipertensão Arterial Sistêmica, seguida de Doença Renal Crônica Agudizada (39,5%) e Diabe-tes Mellitus (36,8%). No que diz respeito ao índice geral de conformidade do indicador, este correspondeu a 65,8%. Em relação aos 13 componentes específicos do indicador, 9 (69,2%) apresentaram 100% de conformidade. Os piores percentuais de conformidade (83,9%) foram atribuídos à prática de higiene das mãos pelos profissionais de saúde e o uso de máscara pelo paciente na desconexão da hemodiálise, seguidos do uso de máscara pelo paciente na conexão (92,3%), e uso de más-cara pelo profissional na conexão (99,4%). Conclusões: Os achados desta investigação possibilitaram constatar a relevância de avaliações processuais na manutenção do cateter temporário duplo lúmen para hemodiálise, e inferir que há necessidade de implementar estratégias e metas assistenciais e gerenciais, visando diminuir os índices de não conformidade, garantindo a melhoria contínua da qualidade e segurança dos usuários portadores de cateter.

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P-413

Expressão de Moléculas Associadas ao Podócito em Vários Estágios da Nefropatia Diabética e em Pré-DiabetesJonathan Fraportti do Nascimento, Patricia Garcia Rodrigues, Gabriel Joelsons, Luis Henrique Canani, Francisco José Verissimo VeroneseHCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS

Introdução: Evidências recentes sugerem que as proteínas associadas ao podócito são marcadores de dano renal nos diferentes estágios da nefropatia diabética (ND). Objetivos: Quantificar o RNAm de moléculas associadas ao podócito (MAP) em diferentes estágios da ND e em pacientes pré-diabeticos (PD). Métodos: Estudou--se 57 pacientes diabéticos em 3 estágios da ND: normoalbuminúricos, NA (n=35), microalbuminúricos, MI (n=14) e macroalbuminúricos, MA (n=8); foram também incluídos 19 pacientes com PD e 10 indivíduos saudáveis (controles, C). O RNAm da nefrina (nefr), podocina (pod), podocalixina (pdx), sinaptopodina (sin), TRPC6 e alfa-actinina 4 (actin4) foi quantificado por PCR em tempo real (2-∆∆Ct) em células do sedimento urinário; TGFbeta (TGFβ) também foi men-surado. O tratamento dos diabéticos incluiu agentes hipoglicemiantes e/ou IECA/ARA2. A transcrição gênica foi correlacionada com albuminúria (albu), taxa de filtração glomerular (TFG) pelo CKD-EPI e controle glicêmico (HbA1C). O RNAm foi logaritimizado e expresso em mediana/IIQ. Resultados: Comparando os 5 grupos, o RNAm das MAP não mostrou boa correlação com níveis crescentes de albu. Quantitativamente, o grupo com NA apresentou aumento significativo do RNAm da nefr (vs. PD, p=0,046), pdx (vs. C, p=0,028), actin4 (vs. C, p=0,023) e sin (vs. PD, p=0,04); a sin também estava elevada nos MA (vs. PD, p=0,033). Entretanto, separando os indivíduos pela presença ou ausência de Diabetes Melitus, todos os genes (exceto TGFβ) tiveram expressão significantemente maior nos diabéticos. Os RNAm de nefr, pod, pdx, sin e TRPC6 estiveram associados com pior controle glicêmico (p<0,05), mas não se correlacionaram com a TGF. Conclusões: Uma maior expressão de MAP foi encontrada em pacientes diabéticos, mesmo no estágio de normoalbuminúria, sugerindo dano ao podócito e po-docitúria na ND. Um pior controle glicêmico correlacionou-se com aumento do RNAm das MAP. Como a maior parte dos pacientes tinha TFG acima de 60 ml/min/1,73m2 e uma nefropatia menos avançada, os níveis de TGFβ não diferiram dos não-diabéticos.

RNAm na urinaNão diabéticos

(n=34)Diabéticos

( n=57)P

Nefr 2,00(1,24-2,65) 3,08(1,86-3,89) 0,001Pod 2,14(1,46-2,96) 2,66(1,81-3,98) 0,045Pdx 2,17(1,28-3,04) 3,07(2,09-3,80) 0,002Sin 1,81(1,29-2,32) 2,96(1,77-3,39) 0,001Actin4 2,48(1,77-3,18) 2,90(2,00-3,99) 0,048TRPC6 1,56(1,02-2,61) 2,76(1,66-3,94) 0,008TGF-β 2,49(1,84-3,29) 2,76(2,09-3,85) 0,121

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P-525

Cistatina C como preditor de mortalidade em pacientes idosos admitidos no Centro de Terapia Intensiva (CTI)Dalboni MA, Quinto BMR, Narciso R, Grabulosa CC, Monte JC, Durão M, Cendoroglo M, Batista MCUniversidade Federal de São Paulo - Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo - Hospital Israelita Albert Einstein Sao Paulo, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo - Hospital Israelita Albert Einstein Sao Paulo, Universidade Federal de São Paulo - Hospital Israelita Albert Einstein Sao Paulo, Universidade Federal de São Paulo - Hospital Israelita Albert Einstein Sao Paulo - Tufts-New England Medical Center Boston, Universidade Federal de São Paulo - Hospital Israelita Albert Einstein Sao Paulo - Tufts-New England Medical Center Boston

Introdução: Cistatina C tem sido usada na avaliação renal de pacientes internados em CTI. Além disso, cistatina C tem sido associada com mortalidade. Entretanto, ainda não está bem estabelecido se esta associação é devido à ocorrência de Lesão Renal Aguda (LRA) ou outro mecanismo. Objetivo: Avaliar se a cistatina C sérica prediz ocorrência de LRA e óbito em pacientes idosos admitidos em CTI . Métodos: Foi realizado um estudo do tipo cohort prospectivo em pacientes graves (> 60 anos) sem LRA na admissão da CTI (inicialmente com níveis séricos normais de creatinina). Foram avaliados 400 pacientes, dentre estes, 234 (58%) foram selecio-nados e 45 (19%) desenvolveram LRA durante a permanência no CTI, de acordo com os critérios de AKIN. Os dados demográficos e características clínicas do pa-ciente durante a permanência no CTI foram avaliados de acordo com os níveis séricos de cistatina C mensurada no momento da admissão no CTI (≤ 0.96 and > 0.96 mg/dL). Resultados: Observamos maior associação entre pacientes que no momento da admissão da CTI faziam uso de ventilação mecânica e ocorrência posterior de LRA (35.5%). Pacientes com maior tempo de permanência no CTI apresentaram maiores níveis séricos de cistatina C (6±16 vs. 4±6; p = 0.04). Por outro lado, maiores níveis de cistatina C não se associaram a ocorrência de LRA (1.05±0.48 vs 0.94±0.36; p = 0.1). Entretanto, na análise de regressão logística, observamos que a cistatina C foi um preditor independente de mortalidade H.R. = 6.16; (95% CI 1.46 – 26.00; p = 0.01), diferente de ocorrência de LRA que não se associou com óbito. Adicionalmente, através da análise de curva ROC, cistatina C também se mostrou preditora de risco para óbito (0.67; p = 0.03) comparada com LRA (0.47; p = 0.6) . Conclusão: Este estudo demonstrou quemaior nível sérico de cistatina C é preditor independente de mortalidade em pacientes idosos admitidos em CTI, sugerindo que esta pode ser utilizada como marcador de pior prognóstico nesta população.

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P-215

Relato de caso: hiperparatireoidismo primário normocalcêmicoRenata Lopes Saraiva, Paula Lira de Moura, Alvaro Luis Steiner Fernandes de Sousa, Rodrigo Alves Sarlo, Nelia Antunes, Natalia da Fonseca PestanaUniversidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Introdução: O hiperparatireoidismo primário (HPTP) é um distúrbio no qual a hipersecreção do paratormônio (PTH) leva a hipercalcemia e suas conseqüências como depósito de cálcio em diversos tecidos, osteoporose com dor óssea e fraturas espontâneas, fraqueza muscular e nefrolitíase. Cerca de 85% dos casos decorrem de adenomas solitários. Objetivo: Descrever um caso de hiperparatireoisdismo primário normocalcêmico em paciente com doença renal crônica (DRC) estágio V. Casuística e Métodos: Paciente feminina, 46 anos, portadora de hanseníase virchowiana, em acompanhamento prévio no INTO devido a rotura de tendões de joelhos, é admitida no serviço de emergência do HUCFF com náuseas, vômitos, hiporexia e dores ósseas em uso irregular de AINE. Exames na admissão: uréia: 359 mg%, creatinina: 7,6, mg%, Na:130 mEq/L, K: 4,7 mEq/L, P:7,0 mg%, Ca 9.1 mg%, FA 336U/L, Hb:5,0 g/dl, HT:15,3%. Indicada hemodiálise e iniciada investigação de doença óssea. Resultados: PTH na admissão: 12.343 pg/ml. Cintilografia de paratireóide com sestamibi compatível com adenoma de paratireóide. TC de tórax e abdome com múltiplas calcificações em baço, pelve, musculatura paravertebral esquerda e coração, além de cálculos renais bilaterais. Radiografia de crânio com aspecto sal e pimenta. USG de vias urinárias com rins reduzidos de tamanho e perda da dissociação corticomedular. A paciente foi submetida a para-tireoidectomia total com implante em antebraço E e, no pós operatório, evoluiu com síndrome do osso faminto. A paciente recebeu alta hospitalar com melhora significativa das dores ósseas e da anemia. PTH pós paratireoidectomia:123 pg/ml. Permaneceu em HD ambulatorial. Conclusão: A manifestação mais comum de hiperparatireoidismo é a hipercalcemia com hipofosfatemia. Como no caso relatado a calcemia era normal, torna-se importante atentar para a presença de DRC ou outra causa secundária associada.

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P-855

Prevalencia de bacteriúria assintomática após transplante renaLWagner CS, Malafronte P, Catelani LGC, Rocha PMR, Miorin LA, Souza JF, Magalhães AO, Sens YASClinica de Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Clinica de Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Clinica de Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Clinica de Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Clinica de Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Clinica de Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Clinica de Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Clinica v Nefrologia do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo

Introdução: A bacteriúria assintomática é definida como o isolamento de 100.000 Unidades Formadoras de Colônia de uma determinada bactéria em duas amostras de urina colhidas apropriadamente de um indivíduo sem sinais ou sintomas. A prevalência na população em geral varia de 5-34% em mulheres e é desprezível em homens até os 50 anos, quando aumenta devido aos problemas prostáticos. No pós transplante renal é uma complicação comum (prevalência 4-60%) e a necessidade de antibioticoterapia é controversa. Bactérias gram negativas correspondem a mais de 70% das causas de infecção do trato urinário e E. coli é a mais isolada, tanto na população geral como nos pacientes submetidos a transplante renal. Os efeitos da bacteriúria assintomática em pacientes submetidos a transplante renal podem causar aumento da morbimortalidade pela infecção e efeitos imunológicos deletérios como rejeições. Objetivos: Avaliar a prevalência de bacteriúria assintomática após trans-plante renal e os germes mais frequentes em um único centro. Casuística e Métodos: Foram analisados retrospectivamente 306 prontuários escolhidos aleatoriamente de receptores de transplante renal após seis meses do transplante. Critérios de Inclusão: Pacientes submetidos a transplante renal há pelo menos seis meses de doador vivo ou falecido; Critérios de Exclusão: Pacientes com anomalias anatômicas do trato urinário. Resultados: Dos 306 prontuários avaliados, 38 pacientes (12,41%) apresentaram pelo menos 1 episódio de bacteriúria assintomática após seis meses do transplante. Desses, 26 pacientes (68,42%) eram do sexo feminino. O germe en-contrado com mais frequência foi Escherichia coli, em 23 casos (60,53%). Também foram encontrados Klebsiella pneumoniae em 5 casos (13,15%), Enterococcus sp. em 4 casos (10,53%), Pseudomonas aeruginosa em 2 casos (5,26%), Streptococcus agalactiae em 2 casos (5,26%), Providencia sp. em 1 caso (2,63%) e Acinetobacter baumannii em 1 caso (2,63%). Utilizavam agentes antiproliferativos 34 pacientes (88,47%) e 36 (94,73%) estavam em uso de inibidores de calcineurina. Conclusão: A prevalência de bacteriúria assintomática após transplante renal foi baixa e compatível com a literatura. Com relação aos germes mais frequentes, foi semelhante a população geral e aos receptores de transplante renal.

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P-758

Estado nutricional de crianças e adolescentes com doença renal crônicaGodinho JCM, Amador VAG, Freitas ATVS, Aguiar GL, Naghettini AVHospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiâs, Faculdade de Nutrição/Universidade Federal de Goiás Faculdade de Nutrição/Universidade Federal de Goiás, Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiâ, Faculdade de Medicina/Universidade Federal de Goiás

Introdução: a desnutrição é frequente em crianças e adolescentes com doença renal crônica (DRC). Apresenta causas multifatoriais e contribui para a elevada mor-bimortalidade e comprometimento no crescimento e desenvolvimento. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes com doença renal crônica e comparar com a modalidade de tratamento. Métodos: estudo transversal com crianças e adolescentes com DRC em tratamento conservador ou diálise. Foi realizado um levantamento nos prontuários para coleta de dados da primeira consulta dos pacientes no ambulatório de nutrição. Coletou-se variáveis antropométricas (peso e estatura), demográficas e clínicas. Estudou-se os indicadores do estado nutricional: peso para idade, peso para estatura, estatura para idade e IMC para idade, sen-do considerados inadequados os valores de escore Z abaixo de -2. Utilizou-se pacote estatístico SPSS 17.0 para realização de análise descritiva e teste qui-quadrado de Pearson. Foram consideradas significativas diferenças no nível de p<0,05. Resultados: o grupo era composto por 32 pacientes, sendo 75% maiores de 05 anos, e com idade variando de 04 meses a 17 anos. A maioria destes estava em tratamento conservador da DRC (75%) e o restante em diálise peritoneal ou hemodiálise (2 pacientes). A avaliação antropométrica revelou 47% do grupo com baixa estatura/comprimento para a idade, sendo que quase 55% dos pacientes acima de 5 anos apresentaram baixa estatura para a idade. Já para o índice IMC/idade demonstrou-se 83,33% de adequação. Na avaliação das crianças menores de 5 anos, 37,5% encontravam com baixo peso para idade e 50% com baixo peso para altura. Quando comparado os pacientes em tratamento conservador e em diálise, observou-se que não houve diferença significante quanto ao IMC/idade e estatura para idade. No entanto, a maioria das crianças com baixo peso para idade e baixo peso para altura estavam em tratamento dialítico (p=0,03 e p=0,01 respectivamente). Não houve diferença quanto ao número de internações (p=0,76). Conclusão: As crianças e adolescentes estudadas apresentaram comprometimento do estado nutricional manifestado por déficit de peso e estatura para a idade e peso para a altura. As crianças em tratamento dialítico se encontravam com maior redução de peso tanto em relação à idade quanto à altura.

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P-26

Avaliação de citocinas plasmáticas em pacientes submetidos à hemodiáliseRios DRA, Pinheiro MB, Velloso MSS, Borges KBG, Dusse LMSUFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei Minas Gerais, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais

Introdução: Diversos estudos têm sugerido que a doença renal crônica (DRC) terminal está associada a um estado inflamatório leve, também chamado de microin-flamação, o qual é caracterizado pela elevação das citocinas proinflamatórias circulantes, ocasionando a síndrome da má nutrição, inflamação e aterosclerose. A mi-croinflamação constitui um fator importante na morbidade e mortalidade dos pacientes submetidos à hemodiálise, especialmente pelo aumento do risco de doenças cardiovasculares (DCV). Considerando que eventos trombóticos em artérias coronarianas e veias profundas de membros estão associados à inflamação dos vasos afetados, pode-se inferir que, no acesso vascular, a inflamação esteja envolvida no processo de trombose. Objetivo: Investigar se há associação dos níveis plasmáticos de citocinas e ocorrência de trombose do acesso vascular (TAV) em pacientes submetidos à hemodiálise (HD). Casuística e Métodos: Foram avaliados 192 pacientes submetidos à HD, dos quais 47 apresentaram TAV (grupo “caso”) e 145 não apresentaram essa complicação (grupo controle). As dosagens das citocinas TNF-α, IFN-γ, IL-2, IL-4, IL-5 e IL-10 foram realizadas por citometria de fluxo (FACScaliburTM-BD), utilizando-se kit CBA (BD). Resultados: A análise do perfil de cito-cinas foi feita pela determinação da mediana de cada citocina, considerando os valores obtidos para os 2 grupos. O participante com valor maior que a mediana foi considerado produtor “high” de citocina e aquele com valor menor, produtor “low”. O grupo “caso” apresentou um perfil misto de citocinas com elevado percentual de produtores “high” das citocinas inflamatórias IFN-γ (51%) e IL-2 (60%) e das reguladoras, IL-4 (55%) e IL-5 (55%). Para o grupo controle foi obtido um percen-tual de produtores “high” das citocinas reguladoras IL-4 (52%) e IL-10 (52%). Conclusão: A frequência elevada de produtores “high” de citocinas pró-inflamatórias e reduzida de pacientes produtores da citocina reguladora IL-10 no grupo “caso” comparando-se ao grupo controle, suportam a hipótese de exacerbação da inflamação nos pacientes que tiveram TAV. Assim, a determinação de citocinas em pacientes submetidos à HD pode constituir uma ferramenta útil para a prevenção da TAV.

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P-358

Células linhagem-negativas de cordão umbilical humano protegem contra a lesão renal aguda (LRA) por isquemia/reperfusão (IR) em ratosCamila Eleuterio Rodrigues, Ana Carolina de Bragança, Mauro Shigueharu Oide junior, Enio Jose Bassi, Niels O.S. Camara, Antonio Carlos Seguro, Lucia AndradeNefrologia Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo SP Brasil, Nefrologia Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo SP Brasil, Nefrologia Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo SP Brasil, Imunologia Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo SP Brasil, Imunologia Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo SP Brasil, Nefrologia Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo SP Brasil, Nefrologia Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo SP Brasil

Introdução: A LRA induzida por IR induz inibidores do ciclo celular, incluindo a proteína inibidora de quinase dependente de ciclinas p21 (WAF1/CIP1), que é protetora contra a LRA. Entretanto, sabe-se que telômeros criticamente curtos levam a aumento de expressão de p21, o que leva a aumento no número de células renais apoptóticas. Em camundongos deficientes em telomerase, a perda de função renal na LRA por IR é mais grave que em camundongos normais. Células-tronco jovens podem aliviar o envelhecimento renal em camundongos, e têm menor ação na expressão de p21 que células-tronco idosas. Os telômeros das células-tronco provenientes de cordão umbilical são maiores do que os encontrados para outros tipos de células-tronco. Apesar de diversos tipos de células-tronco serem potenciais terapias para doenças renais, células de cordão umbilical linhagem negativas não colocadas em cultura (CThLin-) nunca foram testadas em LRA por IR. Métodos: Foi coletado sangue do cordão umbilical de mães e bebês saudáveis, e a fração mononuclear foi utilizada para depleção de células comprometidas com linhagens hemato-lógicas. Marcadores celulares foram avaliados por citometria de fluxo. Ratos Wistar machos foram induzidos a IR por clampeamento de artérias renais bilateralmente por 45 minutos, e alguns receberam 106 CThLin- (via veia caudal) 6h após a cirurgia. Foram estudados 3 grupos: controle (C, n=8); IR (n=9); and IRLin− (n=6). Após 48h da IR, foram aferidos depuração de inulina (Cin) e volume urinário. A expressão das proteínas p21, eNOS e Klotho foi avaliada em tecido renal por técnica de Western blotting. Dados em média ± erro padrão. Resultados: As células selecionadas são negativas para CD2, CD3, CD14, CD16, CD19, CD24, CD34, CD56, CD66b, CD73, CD90, CD 105, HLA-DR e glicophorina A. Fluxo arterial renal e pressão arterial media não foram diferentes entre os grupos. A expressão de Klotho foi reduzida de forma importante nos ratos IR e restaurada nos animais IRLin−. Conclusão: CThLin podem ser usadas no tratamento de LRA induzida por IR. Mais estudos serão necessários para identificar seu mecanismo de ação exato.

Grupo Cin

(ml/min/100g peso) Débito urinário

(ml/h) Expressão

de p21 (%) Expressão

de eNOS (%)C 0,94±0,05 0,56±0,13 97±7 87±8IR 0,40±0,04 a,b 1,04±0,22 179±16 a,b 69±6 bIRLin 0,63±0,08 a 0,67±0,11 99±1 101±4ap<0.05 vs. C; bp<0.05 vs. IRLin−

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Glomerulonefrite secundária à Dengue: Relato de CasoTeixeira JCA, Mata GF, Suassuna PGA, Paula RB, Bastos MG, Vasconcelos SS, Moura TSSFundação Imepen/Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen/Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen/Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen/Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen/Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen/Universidade Federal de Juiz de Fora, Fundação Imepen/Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução: A dengue é uma doença causa por um arbovírus da família Flaviviridae e transmitida ao ser humano pela picada do mosquito Aedes aegypti. Pode cursar como síndrome febril inespecífica, forma clássica, febre hemorrágica (FHD) e síndrome do choque (SCD). As formas graves (FHD e SCD) podem apresentar com disfunção de órgãos vitais, como os rins. O envolvimento renal decorre da hemólise, choque, rabdomiólise, sepse e raramente por lesão glomerular imunomediada. Objetitvo: Relatar um caso clínico com acometimento glomerular após dengue. Método/Caso: S.A.G.F.19 anos, hígido, procura atendimento médico com febre, mialgia, cefaléia retro-orbitária, hematúria, oligúria e urina espumosa. Exame físico normal. Laboratorio com pancitopenia, aumento da creatinina e urinanalise com proteinúria (+), hemácias e piócitos incontáveis. Na urina de 24 horas: proteinúria de 1,5g e depuração de creatinina 82ml/min/1,73m2. Sorologias de Hepatite B e C, Leptospirose e HIV negativas. Níveis normais de complementos. FAN, ANCA não reagentes. Ficou internado por sete dias e recebeu alta hospitalar após melhora do quadro febril e confirmação sorológica de dengue, Não houve necessidade de tratamento dialítico porém, persistia com hematúria. Encaminhado ao nosso serviço com função renal normal e EAS com proteinúria (2+), hemoglobina (4+) e hemácias (4+). Na microscopia de fase, 1920000 hemácias/ml com padrão dismórfico. Realizada biópsia renal e pela análise dos 37 glómerulos, um apresentava padrão de esclerose segmentar focal e demais com hipercelularidade mesangial. À imuno-fluorescencia, depósitos mesangiais granulosos de imunoglobulina A (IgA) e C3 com padrão de lesão imune mediada sugestiva de Nefropatia por IgA. Resultados e Conclusão: A lesão renal causada pelo vírus pode ser detectada por partículas virais no sangue, sorologia ou anticorpos nas estruturas renais por biópsia. Os vírus podem causar a lesão por efeito direto, mecanismos imuno-mediados por antígenos virais, lesão por imunocomplexos ou por mediadores inflamatórios. O paciente cursou com lesão glomerular após quadro de dengue clássica que pode ter sido desencadeada por efeito direito de proteínas virais e/ou por mediadores inflamatórios. Mas como descrito por Upadhaya et.al, a presença de hematúria glomerular, fala a favor, da formação de imunocomplexos nefritogênicos com deposição mesangial e a subseqüente resposta inflamatória levando a hipercelularidade, como no caso relatado.

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Prevalence of depression and serum levels of interleukin-6 (IL-6) in hemodialysis patientsBerenice Scaletzky Knuth, Vinicius Augusto Radtke, Katia Sulenir da Silva, Pablo Lima Rocha, Fabiana Navarini Dalsóglio,Marta Gazal, Karen Jansen, Manuella Pinto Kaster, Jean Pierre Oses, Diogo Onofre Souza, Luis Valmor PortelaUniversidade Católica de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas,Universidade Católica de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas,Universidade Católica de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Abstract: Background: In hemodialysis patients, depression appears as the most common psychopathological condition. States of advanced chronic kidney disease and dialysis are associated with a state of chronic inflammation. Depression has been linked to activation of the immune system characterized by high levels of pro--inflammatory cytokines. OBJECTIVES: In this study we investigated the possible correlations between depression, and interleukin-6 (IL-6) in hemodialysis pa-tients. METHODS: Seventy-five hemodialysis patients were enrolled in a cross-sectional study from September to November of 2011 in Pelotas/RS. Demographic data was obtained from a questionnaire and the Beck Depression Inventory (BDI), used to determine the presence or absence of depression symptoms. Biochemical parameters, dialysis dosage delivery, and IL-6 serum levels were measured. RESULTS: Prevalence of depression among hemodialysis patients was 48% (BDI 14). In biochemical assessments, depressed patients showed a decrease in urea (p = 0.01) and increase of IL-6 (p = 0.04) levels. The correlation analysis between BDI scores and the biochemical variables showed that BDI was negative correlated with urea (p = 0.03) and potassium (p = 0.04), but not with IL-6 levels. CONCLUSION: Hemodialysis patients with depression showed higher levels of IL-6 but the severity of depressive symptom was not correlated with levels of this cytokine.

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P-159

Técnica de Buttonhole: relatos da experiência de implantação na clínica do rim ParanavaíBorba LF, Costa MAR, Oliveira GMInstituto do Rim de Umuarama Paraná, Clínica do Rim Paranavaí Paraná, Universidade Estadual do Norte do Paraná Paraná

As fístulas arteriovenosas prevalecem como acesso permanente utilizado em hemodiálise, necessitando de atenção especial principalmente da equipe de enfermagem que as manipulam. Muitos são os fatores que podem interferir na sobrevida destas, sendo a técnica de punção um dos pontos cruciais. A Técnica de Buttonhole que se caracteriza por pontos fixos para punção, foi descoberta há pouco mais de trinta anos e sua utilização está se disseminando pelos países por se demonstrar benéfica na preservação do vaso e também na diminuição da sensibilidade a dor no ato da Introdução das agulhas. Este estudo Objetivou descrever a experiência de implan-tação da técnica na Clínica do Rim Paranavaí e a situação dos pacientes observados após um período de utilização da mesma. O método de estudo utilizado foi o exploratório-descritivo combinado com caráter quantitativo, qualitativo e informações obtidas por intermédio de participação direta. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá (UEM), com o parecer n°. 358/2010, aprovado na reunião 198ª do COPEP em 02/07/2010. Fo-ram avaliados 22 pacientes em início de tratamento com fístulas arteriovenosas nativas novas. No primeiro mês de utilização, 54,55% dos pacientes tiveram sucesso, outros 40,9% necessitaram de uma segunda tentativa e 4,55% não prosseguiu no estudo. Após certo período a permanência dos pacientes utilizando a técnica foi de 80,95%, porém com dificuldades durante o percurso como presença de coágulos no momento da punção e pouco domínio da equipe, no entanto, não houve ne-nhum caso de infecção nos locais avaliados, sendo esta uma desvangem descrita por outros centros. Observamos que a técnica se mostra satisfatória para os pacientes, principalmente por diminuição da dor durante o procedimento. A equipe de enfermagem encontrou dificuldades para a utilização, não sendo muito aceita por esta. Resultados que avaliem maior sobrevida aos acessos e qualidade das sessões devem ser explorados por um período maior de tempo.

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P-200

Incidência de hipovitaminose D em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise e diálise peritoneal no instituto renal no munícipio de Ribeirão Preto/SPVannucchi MTI, Martins JCINTR-Instituto Renal – Prevenção, Tratamento e Saúde

Introdução: Segundo a literatura, na doença renal crônica (DRC) em fase terminal a alta incidência (aproximadamente 90% dos pacientes-pct) de hipovitaminose D (hipovitD) eleva o risco de morbimortalidade. ObjetivoS: 1-Verificar a incidência de hipovitD, na DRC estágio 5 D, em Hemodiálise(HD) e Diálise Peritoneal(PD). 2-Verificar correlações dos níveis séricos com idade, exposição ao sol, níveis séricos de Ca, P e Paratormônio (PTH). 3-Comparar incidência de hipovitD nas 2 mo-dalidades de tratamento dialítico. Casuística e Métodos: Foram avaliados, em setembro de 2011, 57 pacientes,36 em HD- 52,4% masculino e 21 em PD- 78,6% masculino. A mediana de idade em PD foi 67a.(P25:66,7; P75:78,2),em HD 56 a. (P25:46;P75:68). Foram colhidos exames bioquímicos- PTH, Ca total e P e 25-Hidroxivitamina D. Valores de vitD inferiores a 15ng/ml foram classificados como insuficientes, e valores de 16 a 30ng/ml deficientes. Resultados e DISCUS-SÃO: Pct em PD apresentaram maior incidência de insuficiência de vitD (14,3%) do que em HD 2,8%. Pct em HD apresentaram diferenças não significativas (p<0,002)de deficiência 69,5% comparado a PD 66,7%. É descrito que a hipovitD, eleva as taxas de PTH. No presente estudo foi observado. hiperparatiroidismo secundário(HPS) em HD 38,9% e em PD 19%. O produto CaXP apresentou maior percentual do parâmetro preconizado em HD 33,3% e em PD 23,8%. A prin-cipal fonte de vitD é a síntese realizada pela radiação ultravioleta, portanto, baixa exposição ao sol poderia ser um dos fatores responsável pela hipovitD, em ambas modalidades, considerando que inqueridos, 80,6% dos pactes em HD e 66,6% em PD não relataram exposição diária. Nossos Resultados não corroboram dados de literatura para população sem déficit de função renal, quanto a sexo, idade e HPS. Conclusões: Pct com DRC estágio 5D apresentam alta prevalência de hipovitD, que pode se manifestar mais grave em PD, pela idade mais avançada. Considerando que a região de Ribeirão Preto apresenta alto índice de radiação ultravioleta, este fator causal pode ser minimizado. Como ocorre HPS e elevados níveis séricos de Ca e P em ambos grupos, sugerimos que a suplementação de vitD seja abordada na DRC de forma diversa da população geral e deva ser individualizada na menor dosagem terapêutica efetiva para normalização dos níveis séricos, com monitoramento do agravamento da hipercalcemia e da hiperfosfatemia.

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Epidemiologia dos pacientes renais crônicos em hemodiálise no INTR-instituto renal de Ribeirão PretoVannucchi MTI, Martins JC, Silva KB, Souza MC, Misiara GPINTR- Instituto Renal – Prevenção, Tratamento e Saúde - Ribeirão Preto- SP

Introdução:A doença renal crônica(DRC) tem elevada morbimortalidade. A deficiência de programas preventivos aumenta o número de pacientes(pct) em terapia renal substitutiva e eleva o custo da saúde. ObjetivoS:1-Estudar a epidemiologia da DRC no período(T) de setembro/2009 a maio/2012 de pct em hemodiálise (HD) no INTR e compará-la com dados da literatura. 2-Analisar o programa de prevenção e tratamento de pct assistidos por equipe multiprofissional. Casuística e Métodos: Foram coletados, retrospectivamente, dados epidemiológicos e da evolução de 61 pct tratados no INTR. Resultados E DISCUSSÃO: 65,6% era do sexo masculino e a mediana da idade 56,2 anos(P25:46; P75:71),confirmando o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia. 39,4% iniciou o tratamento durante inter-nação, o que comprova maior incidência de pct sem tratamento prévio 37,7%. O acesso vascular predominante foi cateter duplo ou triplo lúmen 57,4%. As causas etiológicas da DRC foram: Diabetes Mellitus 37,7%, Hipertensão Arterial(HAS) 9,4%, causa desconhecida 6,5% e glomerulonefrites 3,3%, a maior prevalência foi de outras etiologias(42,6%), o que difere do censo brasileiro. Doenças cardiovasculares representam o maior índice de comorbidades 68,9%. Internaram 63,9%, a causa principal não foi relacionada a terapia 69,2%, 15,4% por causa cardiovascular e 15,4% relacionada ao acesso vascular. 67,2% dos pct continuam em terapia. A taxa de mortalidade foi de 14,7% em 33 meses, estes óbitos de causa não relacionada à terapia; 2 pct saíram da modalidade para transplante renal e 3,3% foi transfe-rido para outros serviços. Segundo IMC a obesidade foi prevalente à admissão 44,2%, seguido de eutrofia 29,5% e hipoalbuminemia 54,4%. Dislipidemia acometia 34,4%. A anemia foi prevalente em 67,2%. Hiperparatiroidismo secundário acometeu 36,1% e baixo turn over 26,2%, produto CaXP superior a 55 esteve presente em 37,7%. A adequação da diálise -kt/v>1,2, no primeiro mês, foi 73,8%. Conclusão: A maioria dos pct que deu inicio à HD, estava sem acompanhamento por nefrologista, apresentava idade avançada e comorbidade cardiovascular. Sugerimos que o incentivo financeiro à prevenção das complicações das doenças de base e das complicações da DRC reduza os gastos finais da saúde pública e privada. Consideramos que nossos indicadores evolutivos, pelo fato de serem mensalmente analisados e planejada a correção, possa ter contribuído para maior eficiência do tratamento, conforme demonstrado na evolução.

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Epidemiologia dos pacientes renais crônicos em dialise peritoneal no INTR- instituto renal de Ribeirão Preto- SPVannucchi MTI, Martins JC, Rodrigues AF, Franchin F, Fernandes RRINTR- Instituto Renal – Prevenção, Tratamento e Saúde - Ribeirão Preto- SP

Introdução: A incidência da Doença Renal Crônica em terapia dialítica (DRC estágio 5D) no Brasil é aproximadamente 92.000 pacientes(pct), segundo dados da Socie-dade Brasileira de Nefrologia(SBN). Considerando o investimento, é importante conhecer a epidemiologia visando evitar complicações e minimizar gastos. ObjetivoS: 1-Estudar a epidemiologia da DRC no período(T) de março/2009 a maio/2012 dos pct em Diálise Peritoneal(PD) compará-la com os dados da SBN. 2-Analisar o pro-grama de prevenção e tratamento para pct assistidos pela equipe multiprofissional. Casuística e Métodos: Foram coletados, retrospectivamente, dados epidemiológicos e evolutivos segundo informações constantes nos prontuários de 44 pct assistidos no período. Resultados e DISCUSSÃO: A mediana de idade de 65,4 anos(P25:56; P75:79); 63,6% masculinos. Permaneciam em tratamento no final do período 22 pct., hum pct recuperou a função e 15,9% mudou de modalidade. Durante o T anali-sado, a taxa de mortalidade foi 31,8. O estado nutricional à admissão, segundo IMC, demonstrou 50% de eutrofia, 15,9% desnutrição e 68,2% de hipoalbuminemia. O perfil lipídico revelou valores de 47,7% de HDL <45mg /%. A doença mineral óssea acometia 59% dos pct, a > prevalência foi Baixo turnover 40,9%, e hiperfosfatemia 31,8%. Anemia esteve presente em 47,7%. Dado relevante foi 61,3% iniciou PD em internações sob complicações e 34,1% não fazia tratamento prévio. A etiologia da DRC apresentou > índice de diabetes mellitus (DM)27,3%, seguido de causa desconhecida 25%, Hipertensão Arterial(HAS) 13,6%. Após implante de cateter Tenckhoff, 86,3% dos pct não apresentou complicações perioperatórias. O índice de peritonite foi 2009:1/11me; 2010:1/51me; 2011:1/31 me. Conclusões: A maioria admitida em PD foi masculino e em faixa etária mais avançada. Quanto à etiologia a <prevalência de HAS (diferente do censo da SBN) e a > incidência de DM, sugere que a atenção com a população atendida pelos especialistas diferiram e deva ser focado cuidado especial com diabético. A maioria não estava em seguimento com nefrologista, com DRC estágio 5D, exigindo início da terapia, que aumenta os índices de morbimortalidade e demanda > gasto. As complicações tratáveis da DRC- anemia, DMO e desnutrição estavam presentes, sugerindo a necessidade de seguimento precoce da doença. O trat. mostrou-se eficaz, mas reiteramos a necessidade de > investimento no trat. clínico de diabéticos e hipertensos e na prevenção das complicações da DRC em conservador.

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Mortalidade e necessidade de terapia renal substitutiva de um ambulatório específico de cuidados à doença renal crônica em tratamento conservadorFaig-Leite FS, Hagemann R, Vogt BP, Barretti P, Franco RJS, Caramori JT, Martin LCFaculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é uma doença frequente, cuja incidência aumenta com a idade e que acomete 1 em cada 10 pessoas. O tratamento de suas complicações e o retardo de sua evolução é fundamental para evitar seus desfechos, óbito e/ou diálise. Acredita-se que as principais causas de mortalidade dos pacientes com DRC estejam relacionadas a doenças cardiovasculares e que a maior parte destes doentes morre antes do início da terapia renal substitutiva (TRS). Estes dados são em sua maioria oriundos de estudos internacionais evidenciando assim, a necessidade de estudos nacionais sobre o assunto. Objetivos: Avaliar quais as principais causas de óbito dos pacientes renais crônicos em tratamento conservador e destes quantos iniciaram TRS antes do óbito. Casuística e Métodos:Foram avaliadas as principais causas de óbito e a necessidade de TRS de 221 pacientes incidentes no ambulatório de DRC da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP entre ja-neiro de 2007 e dezembro de 2008. Estes pacientes foram seguidos até janeiro de 2012. Resultados:A taxa de mortalidade desses pacientes no período estudado foi de 11,7% (26 óbitos), 46% (11) homens, média de 74,6 anos e 30,7% (8) de início de TRS, 75% em hemodiálise e 25% em diálise peritoneal. As causas de óbito foram infecção (52,7%), cardiovascular (36,9%) e outras (10,4%). Outros 8 pacientes iniciaram TRS e permanecem em acompanhamento clínico até o momento. Conclusões:Os pacientes acompanhados tiveram uma taxa de mortalidade superior ao início de TRS, evidenciando que a maior parte dos pacientes falece em trata-mento conservador. Tendo em mente os Resultados observados, o tratamento dos pacientes com DRC não deve ser focado apenas na nefroproteção, mas também nas comorbidades cardiovasculares e prevenção de infecções.

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Preditores de mortalidade na doença renal crônica não dialíticaFaig-Leite FS, Hagemann R, Vogt BP, Barretti P, Franco RJS, Caramori JT, Martin LCFaculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Introdução: A presença de doença renal crônica (DRC), além de predispor a necessidade de terapia renal substitutiva (TRS), acompanha-se de elevado risco de morte. Os fatores prognósticos nessa população são conhecidos, porém há controvérsias sobre o efeito isolado destes sobre a mortalidade. Objetivos:Avaliar a associação entre mortalidade e fatores prognósticos na DRC não dialítica. Casuística e Métodos: Foram avaliados os protocolos de acompanhamento clínico de 221 pacientes inciden-tes entre 2007 e 2008 no ambulatório de DRC da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Este protocolo é composto por exames que visam acompanhar a evolução da DRC, bem como avaliar as possíveis complicações avaliando inclusive os distúrbios minerais e ósseos e anemia. Inicialmente foi feita comparação univa-riada entre os pacientes que faleceram e os que permaneceram em acompanhamento. Com as variáveis selecionadas na análise univariada, foi construído um modelo de Risco proporcional de Cox “backward stepwise” preservando as que apresentaram associação estatisticamente significante com o desfecho óbito. Foi utilizado o procedimento de exclusão automática de variáveis ao nível de 0,05. Foi considerado estatisticamente significante p <0,05. Resultados: Houve 26 óbitos. Os pacientes que faleceram diferiram estatisticamente quanto à idade, taxa de filtração glomerular estimada, exames séricos (albumina, proteína–C reativa (PCR), ureia, fósforo) e exames urinários (sódio e ureia). O modelo de Cox após a exclusão escalonada das variáveis com p>0,05 evidenciou que a uréia urinária (p=0,007; RR: 0,836; IC 95%: 0,735-0,952), fósforo sérico (p=0,002; RR: 2,343; IC 95%: 1,38-3,979) e PCR: (p=0,042; RR: 1,363; IC 95%: 1,012-1,835) associaram-se à mortalidade. Conclusões: Os fatores preditivos de mortalidade em portadores de DRC em tratamento conservador identificados associam-se provavelmente a nutrição e ao estado microinflamatório.

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P-791

Avaliação da sobrevida do paciente e do enxerto renal em transplantados HLA idênticos, após suspensão de ciclosporina no período de seis meses do transplante renalAdriana Magalhaes Borel, Luis Flavio GiordanoHospital Universitario Sao Jose, Hospital Universitario Sao Jose

Resumo: O transplante renal caracteriza uma forma de terapia renal substitutiva de recente Introdução na Nefrologia, evoluindo progressivamente com tecnicas cirur-gias diferenciadas assim como imunossupressao específica para determinados grupos de pacientes diferenciados conforme compatibilidade genética e comorbidades associadas. O estudo apresentado da modalidade coorte retrospectivo foi realizado no Hospital Universitário São Jose, Belo Horizonte, NG, tendo uma amostra de 16 pacientes transplantados renais nos últimos 17 anos e 3 meses, sendo todos HLA idênticos em uso de ciclosporina, associada a micofenolato sódico e prednisona, com suspensão da ciclosporina após 6 meses de transplante renal. O estudo envolveu pacientes com enxerto renal de doador falecido em numero de dois e de doador vivo em numero de quatorze, sendo que em grande maioria os doadores foram os irmãos. Discriminamos os pacientes da amostra identificando o numero de transplantes renais já submetidos, sendo sua totalidade o 1º transplante renal. Cada paciente teve individualmente descritas suas intercorrencias e se necessitaram de internação hospitalar para tratamento, descrição do tipo de tratamento renal substitutivo previo, gênero, intercorrencias infecciosas, idade ao serem submetidos ao transplante, etiologia de doença renal, desenvolvimento de DM ou HAS pos transplante renal, evolução da função do enxerto cursando com perda ou não, e progressão da cre-atinina dos pacientes no período de 3 meses, 6 meses,de 1 ano , 2 e 3 anos. Os pacientes foram estatisticamente classificados conforme dados previamente citados, sendo observado que a suspensão do inibidor de calcineurina após seis meses do transplante renal entre paciente HLA idêntico, não teve influencia na sobrevida do pacientes quanto do enxerto renal, sendo suas causa primariamente, cirúrgica.

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P-810

Diabetes Melito Pós-Transplante Renal: Quais os fatores de risco mais relevantes?Bruna Nicoletto, Natasha Fonseca, AnaLaura Centenaro, Roberto Ceratti Manfro, Gabriela Souza, Luiz Felipe Santos GonçalvesHospital de Clínicas de Porto Alegre UFRGS

Introdução: O desenvolvimento de diabetes melito pós-transplante (DMPT) é uma complicação comum em transplantados renais e está associado a desfechos des-favoráveis. Estudos têm apontado alguns fatores de risco para o DMPT, entretanto dados da população brasileira incluindo fatores metabólicos são escassos. Obje-tivo: Identificar fatores de risco associados ao desenvolvimento de DMPT renal. Métodos: Estudo caso controle, em que foram avaliados 347 transplantados renais, sendo 117 com DMPT. Os fatores de risco avaliados foram: etnia, sexo, história familiar de diabetes, doença de base, idade no momento do transplante, tipo e sexo do doador, Índice de Massa Corporal (IMC) pré-transplante, glicemia e triglicerídeos pré-transplante, infecção por vírus da hepatite C e citomegalovírus e uso de tacrolimus. A análise estatística foi realizada com os testes T de Student, Mann-Whitney, Qui-Quadrado e regressão logística, com estimativas de risco indicadas pelo Odds Ratio (OR), e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: O grupo de transplantados com DMPT foi constituído de maior número de indivíduos de etnia não-branca (p=0,04), com rins policísticos como doença de base (p=0,02), receptores de rins de doadores falecidos (p=0,008) e em uso de tacrolimus (p=0,03). Houve diferença significativa entre os grupos com e sem DMPT, respectivamente, na idade no momento do transplante (48±10,7 vs. 40±12 anos; p<0,0001), IMC pré-transplante (26,1±5,1 vs. 23,9±4 kg/m²; p<0,0001), glicemia pré-transplante [96 (85,5-104,5) vs. 90 (83-97,5) mg/dL; p=0,04] e triglicerídeos pré-transplante [184 (147,3-289,8) vs. 154 (108,3-180,8) mg/dL; p=0,007]. Em modelo de regressão logística, mantiveram significância estatística as variáveis: idade no momento do transplante (OR=1,09; IC95% 1,03-1,15), triglicerídeos pré-transplante (OR=1,01 IC95% 1,01-1,02) e uso de tacrolimus (OR=4,04 IC95% 1,22-13,4). Con-clusões: O desenvolvimento de DMPT em transplantados renais está associado principalmente à idade no momento do transplante, aos níveis séricos de triglicerídeos no pré-transplante e ao uso da medicação imunossupressora tacrolimus.

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Apresentação clínica e histopatológica de glomerulonefrites com depósitos de C1q na biópsia renalFrancisco José Veríssimo Veronese, Maicon Antônio Carraro, Laura Albaneze, Rafael ZancanHCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS

Introdução: O significado clínico dos depósitos de C1q na imunofluorescência (IF) de rim em alguns tipos de glomerulonefrites (GN) ainda é controverso. Objeti-vos: O Objetivo deste estudo foi descrever o perfil clínico e histopatológico de pacientes selecionados pela presença de C1q na biópsia renal. Casuística e Métodos: Foram estudados 36 pacientes adultos do Ambulatório de Glomerulopatias do HCPA com IF mostrando depósitos de C1q. Foram avaliadas características clínicas, diagnóstico histopatológico, IF com full house (IgG, IgM, IgA, C3 e C1q), C1q dominante ou co-dominante (Nefropatia do C1q) ou apenas presença de C1q, proteinúria (IPC), função renal (creatinina sérica, Crs), resposta a tratamento imunossupressor e desfecho clínico em 3 anos de seguimento. Resultados: Os tipos histológicos predominantes foram nefrite lúpica (NL): 17(47,2%), seguido de GN membranoproliferativa (MP): 5(13,9%) casos, sendo 3 em associação com HCV; GN proliferativa mesangial (Mes): 5(13,9%), sendo 2 pacientes em associação com HIV e HCV: 5(13,9%); glomeruloesclerose segmentar e focal: 4(11%) casos e GN pós infecciosa: 2(5,6%) casos. Tres pacientes (8,3%) apresentavam NC1q. Os pacientes foram divididos de acordo com o grupo histológico: NL (n=17), NC1q (n=3) ou outras glomerulopatias (GPs) (n=16). IF com full house foi detectada em 13 casos, sendo 11(65%) casos de NL, 1(33%) de NC1q e 1(6%) caso de GNMP (p=0,039). A Crs na bx (p=0,277) e na última medida (p=0,233) não diferiu entre os grupos, mas a proteinúria inicial (NL:3,4±3,3; NC1q:8,3±3,5; GPs:4,6±3,6; p=0,035) e final (1,1±1,0; 6,4±0,4; 2,5±3,7 respectivamente; p=0,035) foram significativamente maiores no grupo NC1q. Resposta total ou parcial ao tratamento foi obtida respectivamente em 88%, 0% e 70% dos casos de NL, NC1q e GPs (p=0,019); no grupo NL 88% dos pacientes mantem função renal sem diálise (vs. NC1q: 66% e GPs: 76%; p=0,712). Um paciente com NL foi a óbito. Conclusões: Depósitos de C1q na biópsia renal predominaram na NL e na GNMP associada a infecção viral (positividade para HCV e HIV). Pacientes com C1q dominante ou co-dominante (NC1q) mostraram resistência ao tratamento imunossupressor. O pequeno número de pacientes e a ausência de um grupo controle impede uma análise acurada da influência do C1q nos desfechos avaliados.

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P-534

Envolvimento renal em pacientes com meningite bacteriana em uma unidade de terapia intensivaJuliana Bonfim de Souza, Vieira APF, Jacinto CN, Falcão FS, Lima JB, Alves MP, Costa CR, Júnior VNF, unior GBS,Daher EF, Fernandes ATBM, Girão MMV, Ferreira APAUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: Poucos estudos abordam o acometimento renal na meningite bacteriana, uma doença fatal e com muitas complicações. Objetivos: Investigar a ocorrência de lesão renal aguda (LRA) em pacientes com meningite bacteriana. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com 20 pacientes com o diagnóstico de meningite bacteriana admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital São José de Doenças Infecciosas, no período de 2005 a 2008, em Fortaleza, Ceará. A LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE, e a gravidade de acordo com o escore APACHE II. Para a análise estatística, utilizou-se o programa SPSS, versão 16.0, considerando como significativo p<0.05. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 44±16 anos, sendo 80% do sexo masculino. Hemodiálise foi realizada em 6 pacientes (31,6%). O tempo entre o diagnóstico de LRA e a realização de diálise foi de 4,5±3,3 dias. Oligúria foi observada em 7 casos (35%), acidose metabólica em 11 (55%), hipotensão em 5 (25%), sepse em 11 (55%) e hipercalemia em 3 (15%). Os exames da admissão na UTI mostraram Cr 2,9±1,2mg/dL, Ur 92±41mg/dL, AST 61±57UI/L, ALT 35±19UI/L, Na 145±11mEq/L, K 4,01±1,2mEq/L, Ht 35±7,7%, Hb 11,8±2,5mg/dL, Leucócitos 11436± 5289/mm3, Plaquetas 125000±86000/mm3, pH 7,3±0,11, HCO3 17,6±4,5mEq/L, PaCO2 32,6±9,6mmHg. Óbito ocorreu em 12 pacientes (62,3%), estando relacionado a pacientes mais jovens (38,3±10,5 vs. 55,6±17,5, p=0,02). O escore APACHE II maior foi relacionado ao óbito (52,5±23 vs. 33,7±17,5, p=0,19). Observou-se também maior frequencia de LRA nos pacientes que foram a óbito (87,5% “Failure” e 45% “Injury”), sendo a classificação “Failure” associada a um pior prognóstico, com maior escore APACHE II (72,5±12,5 vs. 33,1±12,8, p=0,001). Conclusões: A LRA é uma complicação associada com alta mortalidade em pacientes com meningite bacteriana. O tratamento dia-lítico foi instituído em poucos casos (31,6%) e iniciado tardiamente. Somado a isso, pacientes mais jovens e com LRA grave pareceram ter uma pior evolução da doença. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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P-395

Apresentação sindrômica de glomerulopatias: quais as diferenças clinicas e de desfechos?Francisco José Veríssimo Veronese, Laura Albaneze,Rafael Zancan, Melina Loreto, Diego Eifer, Maicon Carraro, Verônica Antunes, Elvino BarrosHCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS, HCPA/UFRGS

Introdução: Existem variações nas formas de apresentação das glomerulonefrites (GNs), com diferentes graus de severidade e prognóstico. Objetivos: Neste estudo avalia-mos o espectro clínico da síndrome nefrológica de apresentação de diferentes GNs. Casuística e Métodos: Foram estudados 507 pacientes, classificados por síndrome de apresentação: 1) nefrótica (SNo), 2) nefrítica (SNe) incluindo os casos de GN rapidamente progressiva, e 3) alterações urinárias assintomáticas (AUA). Foram avaliados dados clínicos, função renal (Crs) e proteinúria (IPC), histopatologia, doenças sistêmicas (DS) associadas, resposta a tratamento e desfechos (mediana de 5 anos de segui-mento). Resultados: Foram classificados em SNo 271(53,5%) casos, em SNe 91(17,9%) e em AUA 145(28,7%). HAS foi prevalente no grupo SNe (75%, p=0,039); como DS foram prevalentes Lupus e HIV (SNo), Lupus e vasculite (SNe) e obesidade e sem DS (AUA). Os dados clínicos e laboratoriais estão resumidos na tabela abaixo: Resposta total ou parcial ao tratamento foi observada em 79% (SNo) e 69% (SNe) dos casos (p=0,088). Os desfechos foram: estar em acompanhamento fora de diálise, ne-cessidade de diálise ou óbito: SNo: 80%/15%/5%; SNe: 55%/32%/13%; AUA: 95%/4%/1% respectivamente (p<0,001). Conclusões: A síndrome clínica mais frequente foi a SNo, sendo GESF e GN Membranosa as etiologias prevalentes e 80% de sobrevida renal. A SNe foi causada mais frequentemente por lúpus e vasculite, com menor índice de resposta ao tratamento e pior prognóstico. Conforme esperado, AUA tiveram boa evolução e prognóstico, e nos casos biopsiados predominaram IgA e GESF.

 S. Nefrótica

(n=271)S. Nefrítica

(n=91)AUA

(n=145)P

Idade (anos) (x±DP)

40±17 35±16 39±14 0,111

Sexo (masc.) (n,%)

143(53%) 49(54%) 49(34%) 0,001

Tempo entre sintomas/consultamediana(P25; P75) (em meses)

3(2-6) 2(1-5) 6(2-24) <0,001

Crs inicial (mg/dL) Crs final (n=230)

1,60±1,31 1,18±1,48

3,40±3,13 1,50±1,00

1,25±0,78 1,19±0,55

<0,001 0,334

IPC inicial (Pu/Cru amostra) IPC final (n=210)

7,7±5,6 0,9±1,3

3,1±4,0 1,1±1,6

2,0±1,9 1,1±1,3

<0,0010,556

Albumina inicial (mg/dL) Albumina final (n=230)

2,51±1,0 3,75±1,07

3,54±0,76 4,18±0,46

3,90±0,58 4,06±0,37

<0,001 0,132

Colesterol total inicial (mg/dL)

299±131 249±82 212±70 <0,001

Tipos histológicos prevalentes* SNo: n=261; SNe: n=82; AUA: n=105

GESF 27% Memb 21%

Cresc 15% NL 10%

IgA 15% GESF 9%

-

Grau de FI/AT (%) 15±12 30±19 9,5±6 <0,001*Pacientes com biópsia renal; Memb: Membranosa; Cresc: GN crescentica; NL: nefrite lúpica; FI/AT: fibrose intersticial/atrofia tubular

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P-690

Lesão renal tubular induzida pelo uso de imunoglobulina no tratamento da imunodeficiência comum variávelTamara da Silva Cunha, Paula Parada do Valle, Renata Lopes Saraiva, Gerardo del Castillo, Alvaro Luis Steiner Fernandes de Souza, Rodrigo Alves Sarlo, Carlos Perez GomesHospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro, Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ - Rio de Janeiro

Introdução: A imunodeficiência comum variável é um tipo de imunodeficiência primária caracterizada por um distúrbio na diferenciação das células B, comprometen-do a produção de imunoglobulinas. O espectro de manifestações clínicas é amplo, embora a lesão renal seja um achado raro. Entretanto, é conhecido o efeito deletério das cadeias de imunoglobulinas nos túbulos renais e seu uso constitui a base do tratamento desta doença através da reposição regular de imunoglobulina intravenosa (IV). Ate o momento não há descrição na literatura de acometimento tubular sem lesão glomerular por imunoglobulina IV nestes pacientes. Objetivo: Relatar o caso de um paciente com diagnóstico de Imunodeficiência Comum Variável apresentando disfunção tubular renal grave associada ao uso de imunoglobulina IV. Casuística e Métodos: Paciente de 28 anos, 28Kg, 1,55m, faz reposição de imunoglobulina 5g IV a cada 3 semanas e tem como comorbidades  intolerância à lactose e bronquiec-tasia/pneumonia de repetição. Há um ano, mesmo na ausencia de diarreia, vem apresentando tetraparesia intermitente logo após uso da imunoglobulina associada à poliuria, acidose metabólica hipercloremica, hipopotassemia, hipocalcemia, hipomagnesemia e hipofosfatemia graves. Testes realizados: bioquímica e osmolalidade (OSM) (por ponto de congelamento) séricos e gasometria venosa; EAS, gasometria urinária, OSMu, acidez titulável (NaOH), dosagem do amônio (espectrofoto-metria); fração de excreção (FE) de solutos, taxa de reabsorção de P (TRP), gradiente transtubular de K (TTKG) e dosagem de beta-2 microglobulina. Resultados: Paciente apresentava função glomerular preservada (Creatinina 0,6 mg/dl), Na 140mEq/L, K 1,2mEq/L, P 2,1mg/dL, Cl 112mEq/L, Mg 1,1mg/dL, Ca 7,8mg/dL e HCO3 15,1mEq/l. EAS com densidade 1.015, sem proteinuria, glicosuria ou hematuria. OSMu 229mOsm/KgH2O; Gasometria urinária: pH 6,2 HCO3 1mEq/l; Acidez Titulável 22,5mEq/min/1,73m2; Amônio 38,9mEq/min/1,73m2, FEHCO3 0,13%; FeCa 6,3%; TRP 69%, TTKG 3,3, FeNa 1,8%, Beta-2-microglobulina 41,4mg/l. Parâmetros compatíveis com lesão tubular proximal, déficit de concentração e acidose tubular renal distal (ATRd). Atualmente paciente compensado com reposição oral de citrato de K, Mg, solução de Joulie, calcitriol e amiloride.  Conclusões: Trata-se de primeiro caso descrito de acometimento renal tubular (síndrome de Fanconi parcial adquirida e ATRd) associado ao uso de imunoglobulina IV em paciente com imunodeficiência comum variável.

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P-561

Lesão renal aguda secundária ao uso de anabolizantes – série de 9 casos em Fortaleza, Ceará, BrasilNewton Carlos Viana Leite Filho, Louize Emanuele de Oliveira Souza,Raissa Marques Cavalcante, Geraldo Bezerra da Silva Junior, Bruna de Magalhães Morais,Tacyano Tavares Leite, Sonia Leite da Silva, Pastora Maria Araújo Duarte, Marcus Kubrusly, Elizabeth De Francesco DaherUniversidade Federal do Ceará, Hospital Geral de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza; Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Hospital Geral de Fortaleza,Universidade de Fortaleza; Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará,Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará

Introdução: O uso de anabolizantes tem alcançado níveis alarmantes nos últimos anos com o Objetivo de aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho em atividades esportivas. A ocorrência de lesão renal aguda (LRA) tem sido descrita como uma das complicações do uso destas substâncias. Objetivos: Descrever a associa-ção de LRA secundária ao uso de anabolizantes em um grupo de 9 pacientes. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo de 9 pacientes com diagnóstico de LRA após uso de anabolizantes acompanhados no Hospital Geral de Fortaleza e Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, Ceará, Brasil. LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE. Foram avaliados os exames da admissão e da evolução. Resultados: Os pacientes referiram uso de anabolizantes esteroides e suplementos vitamínicos de uso veterinário, intramuscular, contendo vitamina A (20.000.000UI/dose), vitamina D (35.000.000UI/dose) e vitamina E (6.000UI/dose). A média de idade foi de 23±7 anos (variação 16-34 anos), sendo todos do sexo masculino. As principais manifestações clínicas foram: febre (66,6%), náuseas (88,8%), vômitos (77,7%), hiporexia (44,4%), perda de peso (44,4%), hipertensão (33,3%), cefaleia (33,3%), palpitações (33,3%) e adinamia (44,4%). Os 9 pacientes desenvolveram LRA, de acordo com o critério RIFLE, sendo todos classificados em “Injury”, sendo necessária internação hos-pitalar em 5 casos (55,5%). O tempo médio de internação foi de 36±28 dias. Os exames laboratoriais da admissão mostraram: Ur 70±17mg/dL, Cr 3,3±0,7mg/dL, Na 137±1,9, K 3,7±0,5, Hb 11,2±2,2, Ht 33,4±6,9%, Leucócitos 11340±5982/mm3, Plaquetas 376000±175893/mm3. Os níveis máximos de Ureia e Creatinina foram de 120±85mg/dL e 5,3±3,0mg/dL, respectivamente, e de Cálcio sérico 14±1,9mg/dL. O exame de urina mostrou proteinúria em 3 casos (33,3%) e hematúria em 1 (11,1%). Hemodiálise foi necessária em 2 casos (22,2%). Biópsia renal foi realizada em 4 casos, mostrando um padrão de infiltrado inflamatório intersticial, com eosinófilos, depósitos de cálcio no espaço intersticial e necrose tubular aguda, sem alterações glomerulares significativas. Conclusões: A LRA é uma importante complicação do uso de anabolizantes, sendo as alterações tubulo-intersticiais as mais importantes. A LRA é decorrente de nefrite tubulo-intersticial aguda, associada a necrose tubular aguda e deposição de cálcio estimulada pela dose extremamente elevada de vitamina D, que leva consequentemente à hipercalciúria.

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P-772

Prevalência de sub-relato da ingestão energética em pacientes em hemodiáliseInaiana Marques Filizola Vaz, Ana Tereza Vaz de Souza Freitas, Sanzia Francisca Ferraz, Marta Izabel Campos Andrade, Nelida Schmid de Fornés, Maria do Rosário Gondim PeixotoHospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás,Universidade Federal de Goiás,Hospital de Doenças Tropicais do Estado de Goiás,Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás,Universidade Federal de Goiás,Universidade Ferderal de Goiás

Introdução:apesar de vários estudos demonstrarem uma ingestão energética frequentemente abaixo das recomendações específicas para pacientes em hemodiálise, outros tem revelado uma prevalência crescente de excesso de peso nesta população, paradoxo que pode estar relacionado ao sub-relato da ingestão alimentar referida. Apesar de bem referenciado na literatura para indivíduos saudáveis, o sub-relato é ainda pouco estudado na população em hemodiálise. Objetivo: estimar a prevalência global do sub-relato da ingestão energética em pacientes em hemodiálise e segundo variáveis demográficas, sócioeconômicas, clínicas e antropométricas. Metodologia: estudo transversal com 344 pacientes maiores de 18 anos com amostra aleatória simples de dez centros de hemodiálise representativos da cidade de Goiânia-GO. A ingestão energética média foi calculada a partir de seis recordatórios de 24 horas, sendo três referentes ao dia de diálise e três ao dia sem diálise. Considerou-se como sub-relato quando a razão entre a ingestão energética relatada e a taxa de metabolismo basal, calculada pela equação de Harris Benedict, foi menor que 1,27. Utilizou--se pacote estatístico Stata 8.0 para realização de análise descritiva e teste qui-quadrado de Pearson. Foram consideradas significativas diferenças no nível de p<0,05. Resultados: grupo composto por maioria do sexo masculino (59,30%), idade média de 49,33 ± 13,76 anos, média de ingestão energética diária de 1590,02 ± 465,60 kcal e prevalência global de sub-relato da ingestão energética de 65,7%. Segundo variáveis demográficas, sócio-econômicas, clínicas e antropométricas a prevalência de sub-relato da ingestão energética foi maior e estatisticamente significativa para indivíduos do sexo feminino (75%, p<0,01), com nível de escolaridade até o ensino fundamental (70,18%, p=0,014), com tempo de hemodiálise até cinco anos (69,91%, p=0,03), com excesso de peso pelo índice de massa corpórea (78,38%, p<0,01) e com gordura corporal elevada (73,04%, p<0,01). Não houve diferença de sub-relato da ingestão energética nos indivíduos com mais de 60 anos, nos diabéticos e para aqueles com renda menor que cinco salários mínimos (todos p>0,05). Conclusão: grupo com elevada prevalência de sub-relato da ingestão energética, indicando que o consumo alimentar referido deve ser analisado com cautela, associado aos Resultados clínicos de forma a evitar medidas inadequadas ou ineficientes durante a assistência nutricional prestada a essa população.

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P-611

Comparação da avaliação da composição corporal e estado nutricional por meio da bioimpedância com outros parâmetros de avaliação nutricional em pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento conservadorDaniela Barbieri Hauschild, Maria Eliana Schieferdecker, Christiane Mesquita Leite, Marcelo Mazza do NascimentoHospital de Clínicas - Universidade Federal do Paraná, Hospital de Clinicas da Universidad, Hospital de Clinicas da Universidad, Hospital de Clinicas da Universidad

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) caracteriza-se pela presença de lesão no parênquima renal e perda progressiva e irreversível das funções do rim. O es-tado nutricional é um importante preditor de prognóstico na DRC, inclusive na fase pré-diálise, o que ressalta a importância de estudos direcionados a avaliação da composição corporal desta população. Objetivo: Verificar a composição corporal em pacientes com DRC em tratamento conservador; bem como a associação da medida do ângulo de fase, com outros parâmetros nutricionais utilizados na prática clínica. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional realizado no Ambulatório de Nefrologia do Hospital de Clínicas da UFPR, entre os meses de abril a julho do ano de 2011. A amostra foi composta de indivíduos com diagnóstico de doença renal crônica (DRC). Foi realizada avaliação nutricional por meio de antropometria, avaliação subjetiva global (ASG) e bioimpedância elétrica (BIA). Resultados: Foram avaliados 32 pacientes. Verificou-se correlação significativa e positiva entre o AF com a %MLG e com IMME (r=0,4541 e p=0,009; r=0,5064 e p=0,003). O ângulo de fase foi significativamente menor em pacientes desnutridos classificados pela ASG (p=0,01). Como era de esperar verificou-se uma correlação positiva e significativa entre CA e PCR (r=0,4053 e p=0,0262). Conclusões: Nesta casuística, os dados antropométricos indicaram sobrepeso, obesidade e acúmulo de gordura corporal. O AF parece identificar alterações de composição corporal que antecedem alterações de parâmetros antropométricos. Pode-se verificar que a ASG pode ser uma ferramenta adequada na avaliação nutricional desta população.

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P-664

Avaliar a evolução de acompanhamento de caso 7 anos paciente lupica com disfunção renal em tratamento convencional com associaçâo de alisquirenoMagalhãesCCHemoclínica São José Campos

Introdução:O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), é uma doença inflamatória crônica, multi sistêmica, de causa desconhecida e de natureza autoimune, caracteriza-da pela presença de diversos auto anticorpos. A evolução apresenta manifestações clínicas polimórficas, com períodos de exacerbações e remissões. De etiologia não totalmente esclarecida, o desenvolvimento da doença está ligado a predisposição genética e fatores ambientais, como luz ultravioleta e alguns medicamentos.Tem incidência mais freqüente em mulheres jovens, ou seja, na fase reprodutiva, na proporção de 9 a 10 mulheres para um homem, e com prevalência variando de 14 a 50 /100.000 habitantes, em estudos norte americanos.ObjetivoS:Avaliar efeito associação alisquireno em paciente com tratamento Lupico convencional CASUISTICA E METODOS:Paciente sexo feminino,28 anos,foi acompanhada com exames laboratoriais e MAPA durante o periodo de 07/2005 a 05/2012 mantendo tratamento protocolar de LES associado ao Alisquireno 300mg.Relatado evolução de proteinuria e filtração renal.RESULTADO E Conclusões:O caso clínico apresentado de-monstrou no seguimento de 7 anos, melhora da evolução clínica e laboratorial desfavorável, em paciente jovem do sexo feminino, com doença autoimune do tipo lúpus eritematoso sistêmico, que requereu associação de vários fármacos na tentativa de reversão de lesão renal progressiva, associada a hipertensão arterial de difícil controle.A Introdução do inibidor seletivo de renina com ação intracelular do alisquireno, demonstrou conforme exames seriados realizados no período de 2005 até 2011, que este fármaco neste último ano, apresentou ação diferencial no controle da proteinúria e da disfunção renal, podendo ser considerado como uma terapia de escolha em pacientes portadores de doenças autoimunes do tipo lúpus com comprometimento renal, associado a proteinúria e hipertensão arterial.

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P-223

Alterações Ecocardiográficas em Pacientes com Insuficência Renal Crônica em Pré-diálise na cidade de Araguaína-TOSantos JHR, Sousa MAS, Ferreira MC, Garcia PQ, Lobo RGInstituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins,I nstituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins

Introdução: Alterações cardiovasculares são frequentes em portadores de Insuficiência Renal Terminal (IRT). A Ecocardiografia tem sido utilizada na avaliação da es-trutura e da função cardíaca ao longo de várias décadas, demonstrando importante papel para a caracterização de indivíduos sob maior risco cardiovascular. Objetivo: Identificar a principal alteração cardiovascular demonstrada no Ecocardiograma em pacientes com IRT em pré-diálise. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo de casos realizado com 23 pacientes, entre março à junho de 2012, conduzido pelo serviço de Nefrologia do Hospital Público Regional de Araguaína e do Instituto de Doenças Renais do Tocantins, na cidade de Araguaína. Resultados: Foram avaliados 23 pacientes, que consistiu de 14 homens e 9 mulheres, com idade média de 45 anos. A etilologia da IRT foi atribuída a nefrosclerose hipertensiva (52%), nefropatia diabética (5%), associação das duas anteriores (26%), glomerulonefrite crônica (4%), uropatia obstrutiva por hiperplasia prostática benigna (4%) e outras afecções (4%). As principais alterações ecocardiográficas observadas foram a hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo em 16 pacientes (70%), dilatação do átrio esquerdo em 7 (30%), hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo em 1(4%), disfun-ção diastólica em 5 (22%), calcificações valvares em 2 (9%), derrame pericárdio em 4 (17%) e normal em 1 paciente (4%), isoladas ou em associação.  Conclusão: O paciente portador de IRT está sujeito a condições que levam a alterações na estrutura e função cardíaca. A Hipertrofia Ventricular Esquerda (HVE) é a alteração mais comum, sendo tal alteração evidenciada em nosso estudo. No entanto, todas as estruturas cardíacas podem ser afetados como a calcificação e pericardiopatias, alterações estas também encontradas no nosso estudo. A HVE é altamente prevalente na Doença Renal Crônica e associa-se a um prognóstico desfavorável. A preva-lência de HVE oscila de 60% a 75% naqueles pacientes em pré-diálise, no qual nesta casuística a taxa encontrada foi de 70%, estando dentro dos valores citados na literatura. As evidências indicam o extraordinário papel da ecocardiografia na melhoria da qualidade da avaliação clínica do paciente com IRT. Os desfechos ecocar-diográficos têm sido comprovados como marcadores úteis para estudos de prognóstico e intervenção.

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P-517

Avaliação de fatores agravantes da injúria renal agudaCustódio RP, Silva FM, Martínez BBUniversidade do Vale do Sápucaí, Universidade do Vale do Sápucaí, Universidade do Vale do Sápucaí

Introdução: Injúria Renal Aguda (IRA) é caracterizada pela incapacidade do rim em excretar escórias e manter o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico. A mortali-dade da IRA é em torno de 50%, podendo chegar a 90% dos casos. Septicemia é o principal fator etiológico da IRA, representando cerca de 50% dos casos.Objetivo: Avaliar os fatores que podem agravar a evolução da IRA em um hospital escola. Casuística e Métodos: estudo quantitativo, observacional, prospectivo e analítico, realizado com 105 pacientes com diagnóstico de IRA internados no Hospital Escola Samuel Libânio em Pouso Alegre-MG. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Sapucaí. Para coleta das variáveis foram aplicados os instrumentos Índice de Comorbidade de Charlston, e questioná-rio semi-estruturado com as características dos pacientes e evolução da IRA. Para classificação da IRA foram utilizados os sistemas RIFLE (Risk Injury Failure Loss End-stage kidney disease) e AKIN (Acute Kidney Injury Network). Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com o desfecho (não óbito e óbito). As variáveis foram descritas como média±desvio padrão, mediana, variação, freqüência absoluta e relativa. Foi utilizado o teste D’Agostino Pearson para avaliar a dis-tribuição das variáveis. Variáveis numéricas foram comparadas pelo teste t de Student ou pelo teste de Mann Whitney e as variáveis categóricas, pelo teste exato de Fisher. Adotou-se 0,05 como o nível de rejeição da hipótese de nulidade.Resultados: Nãoobservou-se diferença de idade entre os grupos (62,4±20,9 para não óbitos e 61,6±18,3 para óbitos, p = 0,39). Entre os pacientes que foram a óbito houve um maior número de internação em UTI (39,29% vs 18,52%, p = 0,04); maior tempo entre internação e diagnóstico de LRA, em dias (0,65±0,43 vs 0,43±0,39, p=0,02);maior número de casos submetidos à diálise (53,6% vs 25,9%,p=0,03), entretanto foram submetidos a um menor número de sessões de diálise (4,5 vs 8,8, p=0,02).Os escores de gravidade da IRA foram maiores no grupo que foi a óbito (RIFLE: 3 vs 2, p=0,005; AKIN: 3 vs 2, p=0,005). Conclusões: a mortalidade foi maior em pacientes internados em UTI; o desfecho foi pior em pacientes que necessitaram de diá-lise, embora tenha sido melhor quando o número de sessões de diálise foi maior; os escores de gravidade da LRA, RIFLE e AKIN foram indicativos do defecho óbito. Palavras chave: injúria renal aguda, desfecho, gravidade.

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P-336

Relação entre saúde mental e bem estar espiritual em pacientes de hemodiáliseCustódio RP, Hipólito MV, Martínez BBUniversidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí

Introdução: O estresse de conviver com uma doença terminal acarreta ao paciente de hemodiálise (HD) prejuízos para a sua saúde mental (SM). A espiritualidade é con-siderada recurso potencial para o enfrentamento de experiências estressantes. São escassos os estudos que correlacionam espiritualidade e saúde mental nestes pacientes. O Objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre espiritualidade e saúde mental em pacientes de HD. Casuística e Métodos: Estudo observacional e transversal, realiza-do em centro único de HD, com 150 pacientes maiores de 18 anos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVÁS de acordo com a Resolução 196/96. Para avaliar a SM foi utilizado o instrumento Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) e para avaliar a espiritualidade foi utilizada a Escala de Bem Estar Espiritual (EBE). As variáveis foram submetidas à análise bivariada através da correlação de Pearson e à análise multivariada através da regressão linear múltipla (método stepwise). Na análise dos dados utilizou-se o software SPSS 18.0. Adotou-se p < 0,05. Resultados: A pior saúde mental associou-se ao menor bem estar espiritual (p= 0,01). Bem estar espiritual foi o mais forte preditor de saúde mental (p= 0,0003), do estresse psíquico (p= 0,005), distúrbios do sono (p= 0,002) e distúrbios psicossomáticos (p= 0,0003). Conclusão: Pior saúde mental associou-se ao menor bem estar espiritual, que tem implicações importantes nos cuidados paliativos com pacientes de HD. Palavras-chave: diabetes mellitus, qualidade de vida, espiritualidade.

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P-657

Associação entre qualidade de vida e espiritualidade em diabéticosPereira ACC, MartínezUniversidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí

Introdução: Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica com elevado risco de complicações, que afetam a qualidade de vida (QV). Estudos demonstram a influ-ência da espiritualidade na QV de pacientes com diversas patologias crônicas, mas são poucos os estudos com diabéticos. O Objetivo foi avaliar a associação entre espiritualidade e QV em pacientes diabéticos. Casuística e Métodos: Estudo observacional e transversal com 350 pacientes com DM tipo 2, de ambos os gêneros atendidos num serviço público de saúde. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVÁS de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Para avaliar a QV foi utilizado o instrumento SF36 e para avaliar a espiritualidade foi utilizada a Escala de Bem Estar Espiritual (EBE). As variáveis foram submetidas à análise bivariada através da correlação de Pearson e à análise multivariada através da regressão linear múltipla (método stepwise) Na análise dos dados utilizou-se o software SPSS 18.0. Adotou-se p < 0,05. Resultados: Gênero masculino foi o mais forte preditor de estado geral de saúde (p= 0,0005) e aspectos emocionais (p= 0,0001). Menor tempo de DM foi o maior preditor de vitalidade (p= 0,02). Bem estar existencial foi o mais forte preditor de capacidade funcional (p= 0,0001), aspectos físicos (p= 0,002) e saúde mental (p= 0,0004). Conclusão: O bem estar existencial associou-se positivamente aos domínios de qualidade de vida. Palavras-chave: diabetes mellitus, qualidade de vida, espiritualidade.

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P-277

Fatores de risco para doença renal crônica em diabéticosMorato SMS, Moreira TM, Martínez BBUniversidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí

Introdução: Uma das principais complicações do diabetes mellitus (DM) é a doença renal crônica (DRC), cuja prevalência tem aumentado progressivamen-te em todo o mundo, tornando-se um sério problema de saúde pública. Objetivo: Rastrear os fatores de risco para DRC em um grupo de pacientes diabéti-cos e propor medidas para retardar a sua progressão. Casuística e Métodos: Estudo com 311 diabéticos que tiveram diagnóstico de DRC de acordo com cri-térios do KDOQI (Kidney Deseases Outcomes Quality Initiative). Resultados: A prevalência de DRC foi de 30,6%. Tabagismo foi o preditor mais forte associado à DRC (83% OR 22,65; IC95% 5,58-52,24) seguido por história familiar de DRC (41% OR 12,79; IC95% 5,58-29,33) e hiperlipidemia (85% OR 4,66; IC95% 2,26-9,61). Conclusões: Os diabéticos, por serem grupos de risco para DRC, têm alta prevalência desta doença. Tabagismo e hiperlipidemia são fatores de risco independentes que devem necessariamente ser modificados como estratégia para prevenir a progressão da DRC, neste grupo de pacientes. Descritores: Diabetes mellitus; insuficiência renal crônica; diagnóstico; fatores de risco.

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P-640

Qualidade de vida em diabéticos usuários de psicofármacos Ferreira NC, Bartels AC, Santos BO, Martínez BBUniversidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí, Universidade do Vale do Sapucaí

Introdução: Distúrbios psiquiátricos em diabéticos associam-se a hiperglicemia e pior qualidade de vida (QV). Objetivo: Avaliar a QV de diabéticos usuários de psico-fármacos (PF) e compará-la com os não usuários. Casuística e Métodos: estudo transversal, realizado com diabéticos maiores de 18 anos, divididos em dois grupos, usu-ários de PF (caso) e não usuários (controle), sendo 100 pacientes em cada grupo, atendidos no Centro Municipal de Educação em Diabetes de Pouso Alegre/MG (CE-MED). QV foi avaliada pelo instrumento SF-36. De acordo com as variáveis estudadas foram aplicados os testes exato de Fisher (categóricas), Mann-Whitney (escores) e T de Student (numéricas com distribuição normal). Adotou-se p < 0,05. Resultados: Observou-se diferença no grupo caso (Ca) em relação ao controle (Co) para as variáveis: gênero feminino (Ca=71% vs Co=56%, p=0,01); com companheiro (Ca=69% vs Co=35%, p<0,0001); hemoglobina glicosilada maior que 7,0 (Ca=73% vs Co=59%, p=0,01). Observou-se menor QV no grupo caso nos domínios: Capacidade Funcional (Ca=62,5±31,76 vs Co=71,75±27,2, p=0,009); Dor (Ca=61,0±30,12 vs Co=69,63±25,83, p=0,01); Vitalidade (Ca=52,57±27,71 vs Co=64,30±26,22, p=0,003); Aspectos Emocionais (Ca=60,87±49,07 vs Co=81,82±38,79, p=0,02); e Saúde Mental (Ca=54,92±23,01 vs Co=54,00±26,28, p<0,0001). Os grupos foram estratificados por gênero, idade e tempo de DM e observou-se que o aspecto Saúde Mental (SM) da QV mostrou-se menor no grupo caso. Conclusões: Diabéticos usuários de PF tiveram pior QV geral do que os não usuários. Quando estratifi-cados por gênero, idade e tempo de DM a SM foi menor nos usuários de PF, sugerindo que outras medidas terapêuticas, além do uso de drogas, devam ser adotadas. Palavras-Chave: Qualidade de Vida. Psicofármacos. Diabetes mellitus.

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P-576

Rabdomiólise por choque hipovolêmico graveGarcia PQ, Araujo EEU, Mendes HW, Sousa MAS, Lobo RG, Santa JL, Soares GM, Santos JHRInstituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins, Hospital Regional Público de Araguaína, Tocantins, Hospital Regional Público de Araguaína Tocantins, Hospital Regional Público de Araguaína, Tocantins, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins, Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Tocantins

Introdução: A rabdomiólise é uma causa importante de injúria renal aguda (IRA), representando até 10-15% dos casos, sendo uma das suas complicações a síndrome compartimental. Objetivo: Relatar caso clínico de IRA por rabdmiólise secundário ao choque hipovolêmico grave devido trauma penetrante abdominal. Casuística e Métodos: O presente trabalho foi realizado com um paciente selecionado da enfermaria de Nefrologia do Hospital Regional Público de Araguaína-TO (HRPA), por ser pouco descrito na literatura casos de choque hipovolêmico que evoluíram com injúria renal por rabdomiólise. Resultados: L.A.R, masculino,24 anos, vítima de agressão por arma branca em flanco esquerdo, dorso e ombro direito, na cidade de Guaraí-TO, sendo transportado sem suporte adequado e ausência de acesso venoso. Deu entrada com sinais de choque hipovolêmico, porém não foi manejado de forma apropriada, sendo feito a reposição volêmica aproximadamente 12 horas após o trauma. Submetido à laparotomia exploradora com incisão mediana, rafia de lesão vascular retroperitoneal e omentorrafia. O pós -operatório imediato foi re-alizado no pronto- socorro por falta de vaga nas UTI’s. No dia seguinte evoluiu com fístula entérica, sendo realizada nova laparotomia para correção, com drenagem abdominal e antibioticoterapia. A lesão somada com o manejo inadequado e uma cirurgia complicada com pós – operatório inapropriado foram fatores primordiais para o desenvolvimento de necrose tubular aguda. No 2° dia de internação hospitalar foi remanejado para UTI devido a IRA , necessitando de suporte dialítico, com ultrafiltração de 1.5 – 2.0 L/3h/dia por 30 dias. Progrediu com síndrome compartimental em ambas as pernas, efetuada fasciotomia bilateral. Após melhora clínica, foi transferido para a enfermaria de nefrologia deste mesmo hospital, onde apresentou dor e déficit motor nos membros inferiores. Administrados os cuidados necessários e com remissão das queixas, o paciente recebeu alta hospitalar e recomendação para acompanhamento ambulatorial. Conclusões: A terapêutica precoce do choque hipovolêmico é essencial no intuito de evitar a progressão para IRA e a necessidade de terapêutica dialítica.

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P-754

Avaliação nutricional nos pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador no Hospital Universitário Gaffree e GuinleBruna Caroline Tarsitano, Karina Zocrato, Lygia Vieira, Elisa SaigaHUGG, HUGG, HUGG, HUGG

Introdução: A terapia nutricional, aliada ao uso de drogas, atua de forma não farmacológica no tratamento dos pacientes com doença renal crônica (DRC), a fim de reduzir a toxicidade urêmica, prevenir a desnutrição e retardar a progressão da doença. Objetivo: Analisar os parâmetros clínico-laboratoriais, que estimam sinais precoces de desnutrição e que auxiliam no acompanhamento dos pacientes em tratamento conservador acompanhados no ambulatório de nefrologia do Hospital Universitário Gaffree e Guinle. Casuística e Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo, com 49 pacientes, com seguimento de 63 meses, de fevereiro de 2006 a abril de 2011, em que o acompanhamento se inicia no momento em que o paciente entra em estágio 4, mantendo seguimento até óbito, transplante renal ou terapia renal substitutiva (TRS). Pacientes >18 anos, com DRC nos estágios 4 e 5 pré-diálise, estimado pela fórmula de estudo modification of diet in renal disease ( MDRD 4 ), onde médicos e nutricionistas atuam em paralelo. Foram analisados parâmetros clínico-laboratoriais, utilizando-se dos valores de albumina sérica, reserva alcalina, cálcio, fósforo, potássio, hemoglobina e índice de massa corporal (IMC). Foi realizado o teste de t-pareado para a análise, sendo considerado significante p<0,005. Resultados: De 120 pacientes avaliados, 49(40,8%) se enquadraram no protocolo pré-estabelecido para ingresso nesse estudo. Com um clearance inicial médio (MDRD 4) de 20,80±5,96 e tempo de acompanhamento de 18,08±7,26 meses. Como Resultados, obtivemos as seguintes médias no início e ao final do acompanha-mento: a albumina no início da análise foi de 4,07±0,51, sendo o valor na última consulta de 4,00±0,32. A reserva alcalina foi de 25,64±6,44, com o comparativo de 25,21±6,35. O cálcio 4,77±0,74 e 4,76±0,69. O fósforo 4,26±1,01 e 4,4±0,98. O potássio 4,77±0,74 e 4,76±0,69. A hemoglobina 11,22±1,98 e 11,43±1,86. O IMC, 19,64±5,01 e 20,50±5,78. Não houve diferença estatística entre os Resultados no início e ao final do acompanhamento. Conclusão: A manutenção dos níveis de albumina, reserva alcalina e IMC permaneceram dentro dos valores da normalidade, sem sinais de desnutrição grave nesta amostra de pacientes pré TRS.

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P-119

O Impacto da Depressão e da Qualidade de Vida no Risco Cardiovascular de Pacientes em HemodiáliseGabriel de Almeida Ferreira, Eduardo de Paiva Luciano, Priscila de Matos Romero, Gilson Fernandes RuivoUniversidade de Taubaté, Hospital Regional do Vale do Paraíba, Hospital Regional do Vale do Paraíba, Universidade de Taubaté

Introdução: Uma das maiores causas de óbito na sociedade moderna são as doenças cardiovasculares, sendo a depressão um fator de risco. Pacientes nefropatas em he-modiálise apresentam prevalência elevada de doença cardiovascular, e a baixa qualidade de vida observada nestes pacientes pode colaborar para a presença de depressão agravando o quadro. Poucos estudos correlacionam o risco cardiovascular (RCV) com a depressão e qualidade de vida (QV) em tais pacientes. Objetivos: Avaliar o Risco Cardiovascular em pacientes hemodialíticos portadores de depressão. Casuística e Métodos: Foram estudados 79 pacientes em hemodiálise no Hospital Regio-nal do Vale do Paraíba, no ano de 2011. O estado psicológico foi avaliado pelo Inventário de Depressão de Beck e pelo Kidney Disease Quality of Life - Short Form (KDQOL-SF™ 1.3). O risco cardiovascular foi avaliado pelo Escore de Framingham. Os dados foram analisados pelo software SPSS versão 20.0, sendo considerado significativo p<0,05. Resultados: Analisou-se 46 homens (58,2%) e 33 mulheres com idade de 60,7 ± 13,4 anos. Constatou-se a ausência de depressão em 34 pacien-tes (44,7%) e depressão em 42 (55,3%). Quanto à avaliação da qualidade de vida observou-se que era adequada na maioria dos pacientes. O Escore de Framingham teve uma média de 6,6 ± 3,9, independente do sexo. Analise quanto ao gênero demostrou que o sexo feminino apresentava maior (p=0,008) RCV em comparação ao masculino (8,0 ± 0,8 vs 5,6 ± 0,4).Quando comparado o tempo de diálise e a qualidade de vida, observou-se correlação negativa no domínio Satisfação(p=0,007) e positiva no Funcionamento Físico(p=0,047). Diversos domínios da QDV foram influenciados pela depressão (p<0,05) e quanto maior a idade dos pacientes, maior foi o RCV (p<0,001) e menor a QVD (p<0,05). O perfil metabólico não se correlacionou com a depressão ou QV. Conclusões: Os pacientes apresentaram baixo RCV, com risco médio de 10% para eventos cardiovasculares em 10 anos, com uma correlação negativa com a QV. A depressão influenciou negativamente a QV, que piorou com o aumento da idade, porém não houve correlação direta com dados metabólicos.

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P-253

Correlação entre depressão e adesão ao tratamento no paciente pré-dialítico da doença renal crônica no hospital Universitário Gaffrée GuinleAlves FRC, Sabino VHC, Ferreira LHS, Swenson CR, Vieira LMSFUNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO

Introdução: A depressão é frequentemente subdiagnosticado pelos nefrologistas face ao desconhecimento dos seus critérios diagnósticos, mas também pelos sintomas sistêmicos comuns aos da uremia (fadiga, anorexia, alterações comportamentais e psicomotoras). A depressão em interface com a doença crônica tem sido associada com a má adesão medicamentosa, diminuição da qualidade de vida e evolução da doença. Estudos são necessários para avaliarmos o real papel da depressão em fase pré-dialítica já que seu papel em pacientes em diálise é conhecido. Objetivo: Diagnosticar pacientes com depressão a partir do estagio 3B da doença renal crônica (DRC) e relacionar com a adesão ao tratamento conservador. Casuística e Métodos: Estudo transversal, baseando-se em entrevista e aplicação de teste de rastreio para depressão (inventário de BECK-BDI) e adesão ao tratamento de hipertensão adaptado ao tratamento conservador da DRC, em pacientes (pac) nos estágios pré-dialítico do ambulatório de Nefrologia do HUGG, de jan 2010 a dez 2011. Análise dos dados: Microsoft Excel 2007e GraphPad Instat 3 Significativos quando p<0,05 e ICde 95%. O BDI consta de 21 itens, com quatro afirmações, variando de 0 a3 aonde os componentes cognitivos, afetivos, comportamentais e somáticos são avaliados nos pac. O resultado é composto pelo somatório dos 21 itens, sendo então classificado: 0-9 não deprimido, 10-18 depressão leve a moderada, 19-29 depressão moderada a severa e 30-63 depressão severa. Resultados: 42 pac, 22 F e 20 M, 67±13 anos. O Clcr, MDRD4, 11 pac (26%) DRC 3B, 26 DRC 4 (62%) e 5 DRC5 (12%). BDI, 29 pac não deprimidos , 5 pac depressão leve a moderada , 6 pac depressão moderada a grave e 3 pac depressão grave. Ao dividir os pac em 2 grupos, depressivos ou não, 33% pac com algum grau de depressão. A mediana foi 5,5. Separando em estágios, encontrou-se uma mediana na DRC 3B, 4 e 5 de 5,0, 5,5 e 7,0(p>005). Dos 42 pac, 16 (40%) interromperam a medicação por conta própria. Destes 16 pac, 9 (54%) possuíam algum grau de depressão. A mediana do BDI do grupo que interrompeu o tratamento foi de 11,50 contra 5,0 do grupo que apresentou adesão plena p=0,0084. Conclusão: É necessária a suspeição do diagnóstico de depressão por parte dos nefrologistas e sua constatação por teste de rastreio a fim de diminuir o impacto na adesão ao tratamento conservador.

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P-239

Avaliação do conhecimento sobre os rins em usuários cadastrados no hiperdia de uma USF de Maceió (AL)Albuquerque FEN, Barros HLFG, Teles F, Costa AFPFaculdade de medicina da universidade federal de Alagoas, Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas, Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas, Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas

Introdução: A doença renal crônica (DRC) apresenta elevados e progressivos índices de prevalência na população em geral. Entre suas causas, a nefropatia diabética (ND) apresenta prevalência de 10% a 40% e a nefropatia hipertensiva (NH), 25% a 40%. Nesse contexto, foi criado o programa federal Hiperdia para melhorar a atenção à saúde dos pacientes portadores desses agravos. Uma das principais ações, no nível de promoção da saúde, é o enfoque educacional destinado principalmente a promover hábitos saudáveis e o conhecimento sobre as complicações secundárias a essas doenças. ObjetivoS: Avaliar o perfil do conhecimento de pacientes cadas-trados no programa Hiperdia sobre os rins. MÉTODOS: Foi aplicado o questionário usado na campanha “World Kidney Day” de 2010, composto por 13 questões objetivas, de forma transversal e aleatória, durante as reuniões do programa. Resultados: Foram avaliados 72 pacientes do programa, em uma Unidade de Saúde da Família (USF), a qual possuía 268 usuários cadastrados no HIPERDIA. Destes, 34,7% conheciam o tamanho e a quantidade de rins no ser humano. Ainda, 32% acertaram algumas das funções renais, apesar de que nenhum identificou a liberação de hormônios nem a remoção de drogas e toxinas do sangue como funções dos rins. Apenas 2,8% tinham noção sobre quantos litros os rins filtravam por dia. Quanto à prevalência dos principais agravos que levavam a DRC, somente 20% acer-taram; a grande maioria atribuiu a nefrolitíase e a pouca ingestão de água. No concernente às complicações da DRC: 36,1% tinham noção do que era anemia; 80,6% afirmaram que DRC aumenta o risco de ataques cardíacos e derrames; 38,9% acertaram as principais complicações que a DRC pode causar e dessas, a mais escolhida foi DCV (19,4%). No que se refere ao quadro clínico, 38,9% afirmaram ser fácil reconhecer um indivíduo com DRC. Em relação à terapêutica, a maioria (79,2%) disse existir tratamento para DRC e 98,6% afirmaram que se o paciente não recebesse cuidados haveria maiores chances de piorar. Quando questionados sobre a es-pecialidade que cuidava dos rins, 40,3% declararam não conhecer, 29,2% acertaram e 14% afirmaram ser o cardiologista. Conclusões: Tais informações demonstram a necessidade de maiores esforços nas estratégias de promoção da saúde no Hiperdia, que foi concebido como programa da Atenção Básica, para atender uma das principais populações de risco para DRC.

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P-235

Avaliação da qualidade de vida no paciente com doença renal crônica em tratamento conservador no Hospital Universitário Gaffree e Guinle (HUGG)Sabino VHC, Alves FRC, Ferreira LHS, Vieira LMSFUNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO

Introdução: São escassos os relatos na literatura sobre a qualidade de vida do paciente renal crônico em tratamento conservador. Conhecer a correlação entre a piora da função renal e a qualidade de vida do paciente é necessário para melhorar a adesão ao tratamento e orientar a abordagem da equipe multidisciplinar. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida para verificar os aspectos mais comprometidos dos pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em tratamento conservador no ambulatório de nefrologia do HU Gaffrée e Guinle. Casuística e Métodos: Avaliado 43 pacientes em um estudo transversal. Pacientes >18 anos, DRC nos estágios 3B, 4 e 5 pré--diálise pelo Modificatins of Diet in Renal Desease (MDRD4). No momento da consulta ambulatorial foram escolhidos aleatoriamente e aplicado o questionário de Qualidade de vida SF-36 após consentimento informado. Foi utilizada estatística descritiva e os Resultados foram apresentados como Média ± DP e percentuais em relação à amostra. A análise dos dados foram feitas pelo GraphPad InStat 3. Resultados: Média de idade foi 67 ± 14 anos. O MDRD4 foi 25,3 ± 8,4 mL/min/1,73m². No SF36 foram avaliados 8 aspectos: 1.Capacidade funcional: DRC 3B -54.54±32.67 (n= 11), DRC 4 -66.87±27.49 (n=24), DRC 5 -50±34.82 (n=5); 2.Limitação por aspectos físico: DRC 3B -52.27±50.56, DRC 4 -66.66±35.09, DRC 5 -50±35.35; 3.Dor: DRC 3B -66.36±28.52, DRC 4 -64.12±24.57, DRC 5 -82±40.25; 4.Estado geral de saúde: DRC 3B -56.09±28.32, DRC 4 -58.37±20.8, DRC 5 -62.2±20.57; 5.Vitalidade: DRC 3B -64.09±25.28, DRC 4 -64.37±25.91, DRC 5 -57±34.02; 6.Saúde mental: DRC 3B -69.45±32.01, DRC 4 -72.66±24.02, DRC 5 -62.4±31.31; 7.Limitação por aspecto emocional: DRC 3B -69.72±45.83, DRC 4 -77.83±34.98, DRC 5 -80.5 ±44.72; 8.Aspecto social: DRC 3B -85.22±20.01, DRC 4 -80.20±25.78, DRC 5 -65±24.04. Na análise dos dados, separando pelos estágios, não mostrou significância estatística. Existe uma redução na qualidade de vida do paciente renal crônico pré-dialítico, emocional e físico. Não houve dife-rença nos estágios da DRC. A dor foi o que apresentou melhores Resultados em todos os estágios da DRC. O estado geral de saúde foi o pior resultado. Conclusão: A qualidade de vida é reduzida nos estágios 3B, 4 e 5 da DRC, porém não há variação significativa entre eles. É possível que fatores subjetivos como adaptação a doença e ao tratamento, relação médico paciente e suporte social, possam interferir diretamente na avaliação da qualidade de vida.

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P-153

Síndrome de Von Hippel-Lindau: relato de caso e revisão da literaturaBaptista LB, Sabino VHC, Vieira LMSFUNIRIO, UNIRIO, UNIRIO

Introdução: A síndrome de Von Hippel-Lindau é uma doença rara de padrão hereditário autossômico, causado por uma mutação no gene VHL, que predispõe o portador a manifestações de tumores malignos e benignos em diversos órgãos. Objetivos: Relatar um caso de um paciente com síndrome Von Hippel Lindau, acom-panhado no ambulatório de nefrologia do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, no Rio de Janeiro ,através de revisão de prontuário e apresentar uma revisão lite-rária . Casuística e Métodos : Descrição do caso: J.A.G, masculino,43 anos com quadro crônico de cefaleia cervicogênica intensa e refratária há 10 anos. Em julho de 2009 apresentou piora do quadro com náuseas, vômitos, ataxia, tonteira, diplopia e alguns episódios de zumbido. Queixava-se também de uma dor crônica lombar à direita. A investigação evidenciou tumor de cerebelo e no rim esquerdo, que foram operados e o exame anato-patológico revelou hemangioblastoma cerebelar e carci-noma renal de células claras, respectivamente. Recebeu o diagnóstico de doença de Von Hippel Lindau e foi encaminhado ao nosso serviço para acompanhamento da função renal do único rim com múltiplos cistos. Conclusão: O envolvimento renal na síndrome de Von Hippel Lindau, presente em quase 70% dos pacientes, vem emergindo como a mais prevalente causa de morte nessa desordem hereditária. É importante para os médicos ter conhecimento dessa síndrome, pois o diagnóstico precoce e acompanhamento correto influenciarão no melhor prognóstico e sobrevida desses pacientes.

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P-238

Avaliação de progressão da doença renal crônica (drc) e seus fatores de risco nos pacientes do ambulatório do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG)Rodrigues GB, Zocrasto KC, Saiga EM, Alves FRC, Sabino VHC, Moreira RMP, Vieira LMSFUNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO

Introdução: O número de pacientes com doença renal crônica (DRC) tem aumentando em todo o mundo em escala alarmante. A evolução da DRC depende da qualidade do atendimento oferecido antes da ocorrência da falência funcional renal terminal. Objetivo: Avaliar a progressão e o papel do controle dos fatores de risco na DRC nos estágios 4 e 5 pré-diálise acompanhados no ambulatório de nefrologia, tratamento conservador do HUGG. Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo longitudinal em 53 pacientes com DRC nos estágios 4 e 5 pré-diálise, > 18 anos e taxa de filtração glomerular < 30mL/min/1.73m2 de 2006 a abril de 2012. Os pacientes foram acompanhados até o óbito, transplante ou terapia renal substitutiva (TRS). Analisados dados de sexo, idade, causa da doença renal, dislipidemia entre outros, na primeira consulta e ao final acompanhamento. Utilizados Microsoft Excel 2007 e GraphPad InStat 3. Considerado significante p<0,05. Resultados: Idade de 61±14. Dos 53 pacientes, 12 pacientes (25,53%) iniciaram TRS e 37 pacientes (72,55%) continuaram acompanhamento ambulatorial A principal causa de DRC foi Nefroesclerose Hipertensiva 35,30%. Os anti-hipertensivos usados foram :o Inibidor da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) em 22 pacientes (43,14%), Antagonista dos Receptores da Angiotensina (ARA) em 13 pacientes (25,49%), 3 pacientes (5,88%) utilizaram juntos IECA e ARA. As análises no início e ao final: uréia 101,88±36,20 e 114,44±50,03 (p=0,04), creatinina 3,15±0,98 e 3,77±1,66 (p=0,003), ácido úrico 7,21±1,93 e 6,46±2,07 (p=0,03), colesterol 192,37±60,09 e 166,60±47,08 (p=0,0004), MDRD4 de 20,80±5,96 e 18,08±7,26 (p=0,004). Os valores da PAD no inicio foram de 84,18 ± 12,47 e ao final 79,48 ± 10,72 (p=0,03). O hematócrito, hemoglobina, potássio, cálcio, fósforo, albumina, proteinúria, PAS, triglicerídeos, LDL, HDL não se modificaram. Acompanhados por 17 meses perda de 2,73 mL/min/1.73m2 /ano. Conclusão: A Nefroesclerose Hipertensiva esteve presente na maioria dos pacientes. O tratamento da DRC nos estágios iniciais, com a adoção de condutas individualizadas e o controle adequado dos fatores de risco podem retardar a sua evolução.

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Segurança e viabilidade do atendimento da fisioterapia durante hemodiáliseMarcelo Colucci, Fernanda Iervolino Pinheiro, Karina Yumi Utiyama, Carolina Lima Antunes, Renan Pelusi Fernandes, Lucas Yutaka Hayashi, Daniela Barros Bonfim ColucciCentro Universitário São Camilo, Centro universitário São Camilo, Centro Universitário São Camilo, Centro Universitário São Camilo, Centro Universitário São Camilo, Hospital Geral de Carapicuíba, Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Os benefícios dos exercícios durante a hemodiálise incluem melhora da capacidade funcional, redução dos fatores de risco cardiovasculares, melhora da tolerância ao exercício, da tolerância à glicose e de problemas psicossociais. Já a viabilidade de treinamento e a segurança da aplicabilidade de atividades específicas em pacientes dialíticos não estão bem esclarecidas. Como hipótese, acreditamos que os exercícios durante a hemodiálise podem trazer benefícios e apresentam baixo índice de complicação. Objetivo: Avaliar a incidência de eventos adversos e a segurança durante o atendimento da fisioterapia em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise no Hospital Geral de Carapicuíba. Metodologia: Estudo retrospectivo com grupo fisioterapia e grupo controle. Realizada análise do prontuários de Janeiro de 2012 a Junho de 2012 dos pacientes atendidos durante as sessões de hemodiálise com e sem fisioterapia no Hospital Geral de Carapicuíba e avaliando os eventos adversos. Consideramos como eventos adversos: Hipotensão, perda do acesso, queda, interferência no funcionamento da máquina de hemodiá-lise, hipoxemia, rebaixamento do nível de consciência, parada cardiorrespiratória e pico hipertensivo. Análise estatística: os dados foram expressos em média de desvio padrão e foi aplicado o Teste T pareado para análise dos dados entre os dois grupos. Resultados: O estudo foi realizado com 35 pacientes divididos em grupo fisiote-rapia (16) e grupo controle (19), foram realizados 145 atendimentos de fisioterapia durante 6 meses – 1 atendimento semanal; o grupo controle realizava 3 sessões de hemodiálise por semana, totalizando 412 sessõe. As características do grupo fisio e controle foram semelhantes, idade (51,2 ± 12 vs 51,1 ± 13 anos; p=0,8); FC inicial (71 ± 4 vs 71 ± 5 bpm; p=0,9) PAmédia (101 vs 107 mmHg; p=0,7). O número de eventos adversos no grupo fisio foram 4, sendo todos picos hipertensivos, que necessitaram de interrupção da terapia, o que corresponde a 2,7% do total de atendimentos. No grupo controle, o número de eventos adversos foram 8 (5 hipo-tensões, 1 rebaixamento de nível de consciência e 2 interrupções da maquina), o que corresponde a 1,9% do total de atendimentos, na comparação dos dois grupos não houve diferença entre as frequências de eventos adversos (p=0,12). Conclusão: Realizar fisioterapia durante as sessões de hemodiálise é seguro e não aumenta a incidência de eventos adversos, quando comparados ao grupo controle.

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Prevalência das calcificações valvares e suas correlações com os fatores de risco nos pacientes com doença renal crônica (DRC) nos estágios 4 e 5 no ambulatório de nefrologia h.U.Gaffree e guinleMagalhães Filho TC, Zocrasto KC, Dias RA, Crasto MC, Vieira LMSFUNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é vista como um problema de saúde pública mundial, em virtude do aumento progressivo na sua incidência e prevalência. As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade. Nas alterações cardiovasculares, o processo de calcificação valvular é um achado freqüente em pacientes (pac) com DRC. Objetivos: Pesquisar a prevalência de calcificações valvares e relacionar com os fatores de risco, nos pacientes em tratamento conser-vador, do ambulatório de nefrologia H.U.Gaffree e Guinle. Casuística e Métodos: Analisados 33 pac, idade >18 anos, DRC estágios 4 e 5. Calculado o M.D.R.D.4 e o Índice de massa corporal (IMC). Ecocardiograma bidimensional. Dosagens de uréia, creatinina, cálcio, fósforo, CaXP, PTH i, reserva alcalina, colesterol totais e frações e triglicerídeos. Os Resultados foram expressos estatística descritiva, média±Dp e mediana. Análise de regressão múltipla usando o GraphPad Instat 3. p<0,05. Resultados : 19 homens (57,6%). Idade 67±14 anos. Diabéticos 7 pac ( 21,2%). Creatinina 2,94 ± 0,83 mg/dl, 3 pac (9,1%) tinham DRC 5, os outros 30 pac (90,9%) DRC 4. Creatinina se relacionou ao sexo p=0,0005, idade p=0,0051, MDRD p=0,01, HDL p=0,03, IMC p=0,017. O MDRD4 de 21,67±5,23 ml/min, mostrou correlação com reserva alcalina. Colesterol, triglicerídeos, LDL e HDL foram respectivamente 156,21±40,57 mg/dl, 164,79±76,47 mg/dl, 73,15±18,55 mg/dl e 37,64±9,44 mg/dl. O IMC foi 24,82±4,54. Pacientes <65 anos, 53,8% IMC normal, 46,2% sobrepeso ou obesidade e nenhum IMC abaixo do normal. Pacientes ≥65 anos, 55% faixa da normalidade, 20% excesso de peso e 25% abaixo do valor ideal O IMC se relacionou com sexo p=0,0021, creatinina p=0,0168, HDL p=0,0026 e calcificação valvar p= 0,0426. A média do CaXP 33,84±10,70 mg/dl. Ca 8,54±0,95 mg/dl e P 3,91±0,95mg/dl. PTH i 141,15±123,88 pg/ml. Correlações positivas entre cálcio, fósforo e produto Ca x P foram: cálcio e fósforo, r =+0,51; produto Ca x P e cálcio, r =+0,74; produto Ca x P e fósforo, r =+0,95. Ecocardiografia transtorácica: calcificação VT 18,2%, VM 93,4%, VAo 90,1% . Correlação positiva entre número de calcificações valvares e idade. Conclusão: Pre-valência alta de calcificações valvares na DRC em tratamento conservador. As válvulas mais acometidas foram VM e VAo. O papel do P parece ser o mais importante no processo de calcificação nesta população de pacientes.

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Dia Mundial do Rim em Alagoas: Atuação das duas ligas de Nefrologia do EstadoCardoso SB, Uchôa JVM, Albuquerque FEN, Bispo RKA, Cavalcante JM, Teixeira JG, Presídio GA, Lopes AKCD, Araújo CFC, Honorato VHP, Malafaia MCSF, Pontes OS, Soares AIFF, Santos CAB, Levi LAA, Coelho BJ, Duarte DB, Alves CMP, Teles F, Pinheiro MEUniversidade Federal de Alagoas,Universidade Federal de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,Universidade Federal de Alagoas,Universidade Federal de Alagoas,Universidade Federal de Alagoas,Universidade Federal de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,Universidade Federal de Alagoas,2Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas,Universidade Federal de Alagoas

Introdução:No Dia Mundial do Rim(08/03/12), a campanha buscou enfatizar a importância do incentivo à doação do órgão, além de fornecer informações sobre prevenção da doença renal crônica(DRC) e a necessidade do diagnóstico precoce. Estiveram envolvidos na atividade: a Sociedade Brasileira de Nefrologia Regional--AL e as Ligas Acadêmicas da Universidade Federal de Alagoas e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, com apoio das Secretarias Municipais de Saúdes dos municípios envolvidos. ObjetivoS:Identificar os principais fatores de risco para DRC entre os transeuntes, promovendo a conscientização a respeito desta patologia. Casuística e Métodos:A ação educativa desenvolveu-se em São Miguel dos Campos e em Maceió. Os dados coletados foram: sexo, idade, glicemia capilar, medida da pressão arterial, peso e altura, além de antecedentes pessoais e familiares de doenças cardiovasculares, renais e diabetes e hábitos de vida como sedentarismo e tabagismo. Utilizou-se a Ficha Unificada de Atendimento “Previna-se” para coleta dos dados e houve distribuição de panfletos informativos a respeito da doença. Resultados:A amostra foi constituída de 208 indivíduos, sendo a idade 47,4 ± 13,9(X+DP) anos, dos quais 71,6% eram mulheres e 28,4% homens. Sobre os ante-cedentes pessoais, 33,2% afirmaram possuir hipertensão arterial sistêmica(HAS); 9,1% eram diabéticos(DM); 9,6% tinham doenças renais e 7,7% cardiopatias. Nos antecedentes familiares, 62% dos entrevistados referiram possuir HAS na família; 39,4%, DM e 15,4%, doenças renais. Em relação aos hábitos de vida, 42,3% eram tabagistas e 14,4%, sedentários. Apenas 7,2% deles referiram fazer uso de medicação anti-hipertensiva. Em 137 fichas foi possível obter o IMC, estando sua média entre os participantes em 26,4 kg/m². A glicemia capilar foi realizada em 175 pacientes, havendo 3,4% (6/175) deles com valores acima de 200 mg/dL. Foi realizada a medida da pressão arterial em 201 pacientes, dentre eles, 28,6% estavam com pressão arterial sistólica maior que 140 mmHg e 32,1% com pressão arterial diastólica maior que 90 mmHg. Conclusões:O percentual de HAS esteve de acordo com o exposto pela literatura, já a DM teve valor aquém do esperado na medida casual, apesar da incidência relatada ser um pouco acima do esperado para população brasileira.A importância das comorbidades e morbimortalidade das doenças citadas ressalta a necessidade de um estímulo maior à prevenção, a partir da promoção do conhecimento da população.

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Estudo da progressão da nefropatia diabética com o uso de medicamentos de ação no sistema renina angiotensina aldosterona em pacientes com diabetes mellitus tipo II em acompanhamento ambulatorialVicente CC, Fontoura FHR, Moreira RMP, Lobato TF, Parteli EAL, Companini EG, Teixeira PM, Martins FFUNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO, UNIRIO

Introdução: A nefropatia diabética (ND) é uma complicação crônica microvascular muito frequente. Em virtude do prognóstico desfavorável das fases avançadas da ND, o ideal é identificar o envolvimento renal de maneira precoce com a finalidade de se instituir uma terapêutica eficaz. Os medicamentos mais utilizados são os blo-queadores do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA), como os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) e os antagonistas da angioten-sina II (BRA). Estudos randomizados de larga escala mostraram que esses agentes reduzem a proteinúria e contribuem diminuindo a deteriorização da função renal. Objetivo: Avaliar o impacto da ação de medicamentos que atuam no Sistema Renina Angiotensina Aldosterona sobre a progressão da ND. Casuística e Métodos: A amostra é formada por pacientes com Diabetes Mellitus tipo II (DMII), acompanhados no ambulatório de nefrologia do HUGG. Foram utilizados como critérios de inclusão: idade > 18 anos, proteinúria > 150mg/24h, acompanhamento mínimo de 12 meses e uso de IECA ( maleato de enalapril) e/ou BRA (losartana potássica). Os critérios de exclusão foram: pacientes sem ND, idade < 18 anos, período de acompanhamento < 12 meses e suspensão do IECA e/ou BRA. O período de observação foi de agosto de 2006 a janeiro de 2012. Foram analisados IMC, ureia (U), creatinina (CR), clearance de creatinina (CLCR), glicose de jejum (GLI), hemoglobina glicada (HgGli), pressão arterial média (PAM), proteinuria de 24h (PU). Para análise estatística utilizamos teste t não pareado, Wilcoxon test, média, mediana e desvio padrão. Resultados: A amostra era composta de 133 pacientes, apresentando média de idade de 65±10 anos, sendo 77 mulheres, 58 afro descendente e 75 não afro descendente. O tempo médio de acompanhamento foi de 39 ±16 meses. Ocorreu uma elevação U (p=0,0004), CR (p=0,0116), do IMC (p=0,0093) e uma redução do CLCR (p=0,0055), da GLI (p=0,0028) e mantiveram-se estáveis a HgGli (p=0,072), a PAM (p=0,65) e a PU (p=0,7218). Conclusão: O uso dos medicamentos com ação no SRAA não promoveu um retardo na progressão da ND nem impediu a progressão da doença renal crônica. O controle da PAM e do IMC não ocorreu nessa população e pode ter contribuído para a piora da função renal. Sendo assim, é importante ressaltar que fatores de risco como glicemia, PAM e IMC devem ser rigorosamente controlados a fim de minimizar a progressão da doença renal.

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Avaliação dos fatores de risco para Nefropatia Diabética em pacientes com Diabetes Mellitus tipo II em acompanhamento ambulatorialCompanini EG,Fontoura FHR,Moreira RMP,Vicente CC,Cardoso CS,Lobato TF,Parteli EAL,Teixeira PM,Martins FFUNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO

Introdução: A Nefropatia Diabética (ND) é uma das principais complicações crônicas do Diabetes Mellitus tipo 2 (DMII). A progressão para ND é multifatorial, e envol-ve fatores riscos bem estabelecidos, como a hipertensão arterial sistêmica, hiperglicemia, dislipidemia e tabagismo. Objetivo: Comparar os fatores de risco, não genéticos, para ND em pacientes com DMII, na admissão e com mais de 12 meses do acompanhamento ambulatorial, Casuística e Métodos: A amostra foi composta por pacientes com DM2, acompanhados no ambulatório de nefrologia do Hospital Universitário Gaffrèe e Guinle, no período de abril de 2006 até abril de 2012. realizando inicialmen-te medidas de orientação dietéticas e estimulo a realização de exercícios e tratamento dos fatores de risco para ND. Realizado levantamento dos dados dos prontuários da proteinúria de 24h (PU), colesterol total (COL), trigliceridios (TGR) pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e a pressão arterial média (PAM), índice de massa corporal (IMC), glicose de jejum (GLI), creatinina sérica (CR), ureia (U) e clearance de creatinina (CLCR). Para análise estatística utilizamos teste t pareado, Wilcoxon test, média, mediana e desvio padrão. Resultados: A amostra de 130 pacientes com média de idade de 62 ± 10, 72 mulheres com tempo médio de diagnóstico da DM2 de de 10±7 anos. O tempo de observação foi de um período médio de 40±15 meses. A comparação dos fatores de riscos pré e pós mostrou um redução na PAS (p=0,002), na PAD (p=0,0002), na PAM (p=0,0001), na GLI (p=0,0023), no COL (p<0,0001), no TGR (p=0,0418), no CLCR (p=0,0003) e na proteinúria (0,0494), um aumento na CR (p=0,0131), na U (p=0,0025) e o IMC (p=0,1125) se manteve sem alteração. A perda da função renal foi de 2,8 ml/min/ano nesta população. Conclusões: O controle dos fatores de risco não genéticos é de grande importância para a prevenção da ND bem como o retardo da sua evolução para doença renal crônica terminal. O IMC é um fator de risco de difícil controle nos pacientes com DM2, mas a orientação a mudança do estilo de vida deve ser reforçada, pois mesmo não conseguindo controle a estabilização do IMC já favorece ao retardo da ND. A conscientização e atuação do médico na atenção primaria, no diagnostico precoce e no controle dos fatores de risco não genéticos para ND, leva a um beneficio considerável na evolução da mesma e suas complicações.

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Comparação do uso do inibidor da enzima conversora de angiotensina I e do bloqueador do receptor de angiotensina II na redução da proteinuria em pacientes com Diabetes Mellitus tipo IIFontoura FHR,Moreira RMP,Vicente CC,Cardoso CS,Lobato TF,Parteli EAL,Companini EG,Teixeira PMUNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO

Introdução: A nefropatia diabética (ND) é a maior causa de insuficiência renal crônica terminal em países ocidentais. O início da ND é definido pela microalbumi-núria (excreção de 30mg a 300mg de albumina na urina em 24h). Nesse estágio já existe lesão glomerular e, se não for diagnosticada e tratada irá evoluir para fases mais avançadas de ND. A fim de desacelerar a progressão da ND, a terapia de escolha são os inibidores da enzima de conversão da angiotensina I (IECA) e os anta-gonistas da angiotensina II (BRA). Entretanto, certos estudos mostram diferenças entre os Resultados do uso do IECA e BRA separados na redução da deteriorização da função renal. Objetivos: comparar a ação do uso do IECA e do BRA na redução da proteinuria de pacientes com diabetes mellitus tipo II (DMII). Casuística e Métodos: A amostra estudada é formada por pacientes com DMII acompanhados no ambulatório de Nefrologia do HUGG, no período agosto/2006 a abril/2012. Após exames laboratoriais, foi introduzido um IECA ou um BRA. Foram avaliados evolutivamente os Resultados da proteinúria de 24 horas, pressão arterial média (PAM) e clearence de creatinina, creatinina, ureia, IMC e glicose de jejum. Para análise estatística utilizamos teste t não pareado, Wilcoxon test, média, mediana e desvio padrão. Resultados: Estudamos 92 pacientes com uso de IECA, com média de idade de 62+11 anos, 49 mulheres, com média de tempo de observação (TO) de 31±16 meses; e 31 pacientes com uso de BRA, com media de idade de 64+9, 20 mulheres e média de TO de 31±17 meses. Não Houve diferenças nas analises de dados iniciais entre as duas amostras. Na avaliação dos dados finais, o grupo que utilizou BRA mostrou um aumento na creatinina (p=0,0024) e na ureia (p=0,0041) e não houve diferença significativa nos demais parâmetros analisados. Conclusões: Não houve diferença na progressão da doença renal crônica com o uso de IECA ou BRA. A escolha do IECA ou BRA tem a mesma ação protetora na nefropatia diabética.

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Influência do uso do inibidor da enzima conversora de angiotensina I (IECA) na redução da proteinuria em pacientes com Diabetes Mellitus tipo II e nefropatia diabéticaMartins FF,Moreira RMP,Vicente CC,Cardoso CS,Lobato TF,Parteli EAL,Companini EG,Fontoura FHR,Lemos TRUNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO

Introdução: A Nefropatia Diabética (ND) afeta cerca de 10% a 40% dos doentes com Diabetes Mellitus (DM) e constitui a principal causa de insuficiência renal crônica, terminal em doentes que iniciam hemodiálise regular. Os principais fatores de risco para o seu desenvolvimento são a hiperglicemia e a pressão arterial. Os IECA podem estabilizar ou reduzir os níveis de excreção de albumina em pacientes diabéticos normotensos, com microalbuminúria, bem como reduzir ou prevenir uma elevação na pressão sanguínea. No entanto, não está certo que a redução obtida nos níveis de excreção de albumina é devida a um efeito renal independente. Tam-bém não está definido se esta redução retarda a evolução de doença renal inicial para insuficiência renal nesses pacientes. Objetivos: estudar a ação do uso do IECA na redução da proteinúria de pacientes com diabetes mellitus tipo II (DMII) com nefropatia diabética (ND). Casuística e Métodos: A amostra é formada por pacientes com DMII, com proteinúria de 24h maior que 120 mg/24 h, acompanhados no ambulatório de Nefrologia do HUGG, no período de agosto/2006 a abril/2012. Após exames laboratoriais, foi introduzido um IECA (maleato de enalapril). Foram avaliados evolutivamente os Resultados da proteinúria de 24 horas, pressão arterial média (PAM) e clearence de creatinina, creatinina, ureia, IMC e glicose de jejum. Para análise estatística utilizamos teste t pareado, Wilcoxon test, média, mediana e desvio padrão. Resultados: Foram estudados 64 pacientes com DMII e tempo de doença de 11±7 anos, com media de idade de 62±11 anos, com tempo médio de observação de 30±16 meses, sendo 35 mulheres. Ocorreu uma diminuição significativa da proteinúria (p=0,0056) e da glicose (p=0,0401) e um aumento da ureia (p=0,044). Não houve alteração da PAM, da creatinina serica e do clearance de creatinina. Conclusões: o uso do IECA promoveu uma melhora da nefropatia diabética sem causar piora da função, mostrando uma droga eficaz no retardo da progressão da ND.

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Avaliação do impacto na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em pacientes com insuficiência renal crônica que iniciam programa de hemodiálise noturna longa (HNL)Hernandez M,Fabrega CRL,Cristofalo HC,Silva EG,Sousa IQ,Luders CHospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês

As diferentes intervenções terapêuticas são, frequentemente, avaliadas através das analises de sobrevida, entretanto, esta abordagem isolada não permite captar o im-pacto do tratamento na percepção subjetiva de bem estar do paciente. Instrumentos de avaliação QVRS passaram a ser, desta forma, ferramentas fundamentais na avaliação da eficácia dos diferentes tratamentos. Os indicadores de QVRS apresentam relevante importância clinica e se correlacionam, em estudos prospectivos, à frequência de internações e mortalidade. Utilizamos para a avaliação da QVRS o instrumento SF 36 (Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Heath Survey), traduzido e validado para utilização em pacientes em hemodiálise (HD) no Brasil. Os questionários foram auto aplicados em 5 pacientes ao iniciarem o programa de HNL (3 sessões/semana; 8 horas/sessão) e após 4 a 6 meses do inicio do programa. Os pacientes (4 homens e 1 mulher) apresentavam idade média de 57,4 anos (25-81 anos), com tempo médio em diálise de 32,4 meses (0-48 meses). Três pacientes foram transferidos do programa de HD convencional (3 sessões por semana; 3,5 a 4 horas/sessão), um paciente veio transferido de programa de HD diária (6 vezes/semana; 2 horas/sessão) e um paciente iniciou a terapia dialítica em HNL. Os 8 domínios analisados pelo SF36 foram agrupados em 2 componentes com 4 domínios cada: o componente físico e o componente mental. Comparamos as médias dos componentes físico e mental no inicio do programa de HNL e após 4 a 6 meses, com o teste não paramétrico de Wilcoxon. Os pacientes apresentavam ao iniciarem a HNL, média e DP para o escore do componente físico e mental de 57,2 ± 25,7 e 55,9 ± 28,4, respectivamente. Após 4 a 6 meses no programa de HNL houve aumen-to significativo do escore componente físico 71,9 ± 24,9; p=0,01 e do componente mental 73,8 ± 24,5; p=0,014. Estes Resultados são semelhantes quando excluímos o único paciente encaminhado do tratamento conservador para a HNL. Concluímos que a HNL longa propiciou a melhoria significativa nos componentes físico e mental avaliados pelo instrumento de QVRS SF36. Não foi possível, em função do número pequeno de pacientes e do tempo curto de seguimento, estabelecermos correlações entre os Resultados observados na QVRS e variáveis relacionadas ao tratamento dialítico. Estudos prospectivos envolvendo maior número de pacientes e com seguimento mais longo são necessários para avaliarmos o impacto na sobrevida como resultado da melhora na QVRS destes pacientes.

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O microscópio óptico convencional pode substituir a microscopia de contraste de fase na avaliação do dismorfismo eritrocitário?Martinez MG, Silva VS, do Valle AP, Amaro CRPR, Martin LCFaculdade de medicina de Botucatu- Unesp- Botucatu- São Paulo,Faculdade de medicina de - Unesp- Botucatu- São Paulo,Faculdade de medicina de Botucatu- Unesp- Botucatu- São Paulo,Faculdade de medicina de Botucatu- Unesp- Botucatu- São Paulo,Faculdade de medicina de Botucatu- Unesp- Botucatu- São Paulo

Introdução: Há discordância na literatura quanto à necessidade da realização da microscopia de fase para avaliação da origem da hematúria (glomerular ou não glo-merular) e mostra a necessidade de mais estudos para validar as modalidades de avaliação morfológica da hematúria. Objetivos: Avaliar o poder discriminatório da microscopia óptica convencional e de contraste de fase na determinação da origem da hematúria. Materiais e Métodos: Foram avaliadas de maneira cega 100 amostras de urina sendo 53 amostras provenientes de portadores de calculose renal e 47 de glomerulopatas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Utilizaram-se amostras isoladas com densidade >1007 e com mais de 5 hemácias por campo de grande aumento. Verificou-se a presença e a porcentagem de codócitos e acantócitos tanto em microscópio óptico convencional com em microscópio de contraste de fase e os Resultados foram comparados entre si. Curvas ROC foram traçadas para determinar a área sob a curva (ASC) e o melhor ponto de corte (PC), a sensibilidade (S) e especificidade (Es), realizou-se regressão linear e diagrama de Bland-Altman das hemá-cias dismórficas em relação ao diagnóstico de hematúria glomerular Resultados: A ASC (IC 95%) de 0,91 (0,85-0,96) no microscópio óptico convencional e ASC de 0,89 (0,82-0,96) no microscópio de contraste de fase foram estatisticamente significantes. O microscópio óptico apresentou melhor PC de ≥27% de hemácias dismórficas com S. de 92%, Es. de 74%. No microscópio de fase um PC ≥41% apresentou S. de 87% e Es. de 81%. Na avaliação da porcentagem de codócitos a ASC (IC 95%) foi de 0,91 (0,85-0,96) no microscópio óptico com PC ≥ 17% que resultou em uma S. de 83%, Es. de 83% e no microscópio de contrate de fase ASC (IC 95%) 0,83 (0,75-0,91), PC ≥33% com S. de 85%, Es. de 77%. Na avaliação da porcentagem de acantócitos o microscópio de contraste de fase apresentou ASC ligeiramente melhor (IC 95%) 0,92, PC ≥8% S. de 92%, Es. de 91% e o microscópio óptico apresentou uma ASC (IC 95%) 0,83, PC ≥6% com S. de 83%, Es. de 79%. Conclusão: Este estudo conclui que é possível avaliar o dismorfismo eritrocitário no microscópio óptico convencional, mas com um ponto de corte diferente na diferenciação do dismorfismo eritrocitário porém é necessário considerar um menor número de hemácias dismórficas como preditor de hematúria glomerula. Apoio: Processo FAPESP- n. 2010/ 11591-1, e Processo FAPESP n. 2010/14686-3.

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Avaliação da função renal de pacientes com Psoríase em uso de imunobiológicosSarah Suyanne Carvalho Melgaço,Amanda Maria Menezes Dantas,Ana Mirella Arcanjo Vasconcelos,Verônica Riquet de Siqueira,Ana Patrícia Freitas Vieira,Geraldo Bezerra da Silva Junior,Elizabeth De Francesco DaherUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza; Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: Na Dermatologia, a única patologia em que se permite o uso de imunobiológicos é a psoríase. Ainda não se sabe qual o impacto do uso destas medicações na função renal desses pacientes. Objetivos: Avaliar a função renal de pacientes com psoríase em uso de imunobiológicos. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo prospectivo, de caráter observacional, no período de junho de 2011 a maio de 2012, no Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará. Foram incluídos todos os pacientes com diagnóstico confirmado de psoríase, que não estavam em uso de terapia tópica ou de drogas nefrotóxicas, e que iniciariam o tratamento com algum imunobiológico (infliximabe, adalimumabe ou etanercept). A análise estatística foi feita pelo SPSS para Win-dows 12.2. Resultados: Durante o período do estudo, 15 pacientes com diagnóstico confirmado de psoríase fizeram uso de imunobiológicos. A idade média foi de 41±11 anos, sendo 60% do sexo feminino. O tempo médio de doença era de 11±6,6 anos. Não foram evidenciadas alterações significativas nos valores de creatinina sérica e/ou do clearance de creatinina durante o uso dos imunobiológicos. O valor médio da AST antes do início do imunobiológico foi de 24,5±6,08 (variando de 15 a 35), e durante o tratamento foi de 162,6±469,2 (variando de 14 a 1577), p<0,0001. O valor médio da ALT antes do início do imunobiológico foi de 24,1±8,8 (variando de 15 a 43), e durante o tratamento foi de 148±410 (variando de 14 a 1384), p<0,0001. Durante o estudo, dois pacientes que faziam uso do infliximabe in-terromperam o tratamento devido a hepatite aguda medicamentosa. O valor médio dos triglicerídeos antes do início do imunobiológico foi de 133,2±73,5 (variando de 48 a 291), e durante o tratamento foi de 174,9±130,1 (variando de 48 a 375), p=0,05. O valor médio do Mg antes do início do imunobiológico foi de 2,0±0,26 (sem variações significativas), e durante o tratamento foi de 1,7±0,19 (variando de 1,4 a 2,1), p=0,01. O valor médio do K antes do início do imunobiológico foi de 4,3±0,32 (variando de 4 a 5), e durante o tratamento foi de 4,1±0,27 (variando de 3,7 a 4,6), p=0,09. Conclusões: Não foram evidenciadas alterações significativas da função renal de nenhum paciente. Houve uma tendência ao aumento dos triglicerídeos e a uma redução do potássio sérico. Houve também uma queda significativa dos níveis séricos de magnésio durante o tratamento, além de um aumento importante nas enzimas hepáticas. As alterações eletrolíticas encontradas sugerem uma possível nefrotoxicidade tubular, devendo-se realizar estudos mais específicos para a comprovação deste efeito adverso.Apoio: CNPq.

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Infecções cruzadas em pacientes submetidos a hemodiálise através de um cateter temporário de duplo lumen: um estudo prospectivo utilizando métodos de genotipagem bacterianaViviane Ferreira,Roberto Martinez,Miguel Moyses Neto,CAS Tercariol,F Campioni,J Passglia,Juliana Pfrimer Falcao,Jose Abrao Cardeal da CostaFaculdade de Medicina de Ribeirao Preto-USP,Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto-USP,Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto-USP,Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto-USP,Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, Ribeirão Preto-SP,Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, Ribeirão Preto-SP,Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, Ribeirão Preto-SP,Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto-USP

Introducao: Pacientes submetidos à hemodiálise (HD) através de um cateter temporário de duplo lúmen (CTDL), apresentam uma alta incidência de infecção. Objetivo: Comparar cepas de bactérias isoladas em diferentes locais do mesmo paciente bem como dos mesmos locais em pacientes diferentes, através de métodos de genotipagem. Metodos: Foram avaliados pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva, que necessitaram de diálise de urgência, com análise micro-biológica de amostras coletadas em diferentes locais: local de inserção do CTDL, hemoculturas (HC) do lumen do cateter, HC de veia periférica, e HC de outros acessos venosos existentes antes da primeira sessão de hemodiálise. Na retirada do CTDL foram coletadas amostras da ponta desse cateter, HC do lumen do CTDL e de outros acessos, bem como HC de veia periférica. O isolamento bacteriano foi feito com meios de cultura convencionais. A diversidade genotípica foi acessada por Pulsed-Field Gel Electrophoresis (PFGE) utilizando-se a enzima XbaI para a Klebsiella pneumoniae e speI para Pseudomonas aeruginosa. Os dados foram analisados pelo programa Bionumerics 5.1 (Applied Maths) e somente bandas entre 48,5 e 533,5 kb de tamanho foram incluídas na análise. O dendrograma de similaridade genotípica foi construído pelo método UPGMA utilizando-se o coeficiente de similaridade DICE. Resultados: Embora 96 pacientes tenham sido avaliados, os Re-sultados estão relacionados a 6 pacientes nos quais foram isoladas 14 cepas de P. aeruginosa e em 6 pacientes nos quais foram isoladas 14 cepas de K. pneumoniae em diferentes locais. Dos 6 pacientes infectados com P.aeruginosa, 3 deles foram infectados por cepas similares em pelo menos 3 locais na remoção do CTDL (HC do lumen do cateter, cultura das ponta do cateter, HC de veia periférica ou de qualquer outro acesso central) e em pelo menos um local de outros 3 pacientes na re-moção do CTDL. Dos seis pacientes infectados com K.pneumoniae 5 deles foram infectados pela mesma cepa em pelo menos 3 locais previamente descritos e pelo menos em um local de outro paciente da mesma unidade na remoção do CTDL. Conclusão: Os Resultados demonstram que um mesmo clone de P.aeruginosa e de K. pneumoniae infectaram um mesmo paciente em diferentes sítios sugerindo que a assistência a esses pacientes deve ser melhorada a fim de se evitar a propagação entre sítios distintos. Alem disso, o isolamento de linhagens com alta similaridade genotípica em diferentes pacientes sugere que ocorreu uma possível infecção cru-zada nesse ambiente hospitalar.

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P-799

Citomegalovírus e transplante renal: prevalência, apresentação clínica e gravidadeOliveira LPC,Conceição MF,Malafronte P,Souza JF,Gonzaga RBC,Sens YASClinica de nefrologia do departamento de medicina da Santa Casa de São Paulo,clinica de nefrologia do departamento de medicina da Santa Casa de São Paulo,clinica de nefrologia do departamento de medicina da Santa Casa de São Paulo,clinica de nefrologia do departamento de medicina da Santa Casa de São Paulo,clinica de nefrologia do departamento de medicina da Santa Casa de São Paulo,clinica de nefrologia do departamento de medicina da Santa Casa de São Paulo.

Introdução: A infecção pelo citomegalovírus (CMV) é a mais comum infecção viral após transplante (Tx) de órgãos sólidos, sendo importante causa de morbimortali-dade. Na ausência de prevenção, tem sido observado 40 a 100% de infecção e doença em até 67%. Objetivo: Avaliar a prevalência de infecção ou doença citomegálica em receptores de Tx renal e manifestações clínicas e laboratoriais. Método: Foram analisados retrospectivamente receptores de Tx renal do período de 2005 a 2011. Critérios de inclusão: Idade ≥ 18 anos e Tx renal há mais de 3 meses, sem profilaxia para CMV. Os dados foram obtidos do prontuário médico, sendo o diagnóstico por reação em cadeia da polimerase e/ou antigenemia positiva, associado ou não a sinais/ sintomas clínicos. Foram analisadas as variáveis: sexo, idade, tipo de doa-dor, doença de base, sorologia do receptor pré-Tx, tempo de Tx, imunossupressão, alteração da função renal e/ou episódios de rejeição até 3 meses após a infecção ou doença citomegálica. Resultados: Foram avaliados 60 pacientes; destes 61,6% eram do sexo masculino e apresentavam idade média de 35 +/- 14 anos. A doença de base mais frequente foi glomerulonefrite crônica (48,3%). Quanto a sorologia pré-Tx para CMV, 71,6% eram positivas para IgG e destes 39,5% desenvolveram infecção e/ou doença citomegálica pós-Tx. Foram 38,3% transplantes intervivos e 61,7% de doadores falecidos. A indução foi feita em 71,6% com drogas não de-plessoras. Todos receberam terapia tripla como manutenção; 70% micofenolato de sódio e 10% mofetil, 65% tacrolimus, 35% ciclosporina, 20% azatioprina e 100% corticóide. Antigenemia e/ou PCR para CMV foi positivo em 30% (18/60). Entre os 18 pacientes, 72,3% apresentaram doença citomegálica e 27,7% infecção. Os sinais e sintomas observados foram febre (61,5%), alteração do trato gastrointestinal (61,5%), acometimento da medula óssea (46,2%), comprometimento pulmonar (15,4%) e renal (46,2%) com rejeição do enxerto em 23,1%. Recorrência da doença ocorreu em 23,1% e somente reinfecção em 13,4%. Dos achados laboratoriais, 53,8% apresentaram leucopenia, 46,2% linfopenia e 23% plaquetopenia; 46,2% melhora da função renal após tratamento com ganciclovir por 19 +/- 9 dias. Con-clusão: A prevalência da infecção e/ou doença citomegálica foi menor que a descrita na literatura. As manifestações clínicas mais frequentes foram febre, alteração do trato gastrointestinal, acometimento da medula óssea e comprometimento renal com risco de rejeição do enxerto.

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P-279

Fragilidade em idosos portadores de doença renal crônica em estágio avançado: aplicação da Edmonton Frail ScaleGesualdo GD, Orlandi FSUniversidade Federal de São Carlos - UFSCar, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Dentre as doenças crônicas não transmissíveis mais frequentes nos idosos está doença renal crônica (DRC). Os idosos portadores de DRC em estágio terminal necessitam de tratamento hemodialítico, que é de difícil enfrentamento, já que o paciente sofre uma brusca mudança em sua vivência, um tratamento doloroso e o pensamento na morte, cabendo destacar que estes fatores podem contribuir para fragilidade. Ob-jetivo: avaliar o nível de fragilidade de idosos renais crônicos em tratamento hemodialítico, por meio da Edmonton Frail Scale (EFS). Casuística e Método: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal. O presente estudo foi desenvolvido no Serviço de Nefrologia de São Carlos. Foram avaliados 51 (n=51) idosos através do Instrumento de Caracterização dos Sujeitos e da EFS, cuja sua classificação dá-se por: 0-4 não apresenta fragilidade, 5-6 aparentemente vulnerável, 7-8 fragilidade leve, 9-10 fragilidade moderada, 11 ou mais fragilidade severa. Todos os preceitos éticos foram respeitados. Resultados: Dos idosos avaliados, 33% (n=17) são do sexo feminino e 67% (n=34) são do sexo masculino. Há predominância da etnia branca 78,4% (n=40), igualdade entre a etnia negra 9,8% (n=5) e a parda 9,8% (n=5) e 2% (n=1) não especificado. A média de idade entre os idosos é de 70,2 anos. Todos os idosos entrevistados são aposentados e 74,5% (n=38) possuem como tipo de acesso a fístula arteriovenosa e 25,5% (n=13) o cateter duplo-lúmen. Dentre os 51 sujeitos avaliados, 47% (n=24) não apresentaram fragilidade, 31,4% (n=16) estão vulneráveis, 11,8% (n=6) apresentam fragilidade leve, 5,9% (n=3) fragilidade moderada e 3,9% (n=1) fragilidade severa. Conclusão: Diante do exposto observa-se a importância de se avaliar a fragilidade de idosos portadores de doença renal crônica em estágio avançado, uma vez que esta é de difícil enfrentamento e compromete aspectos físicos, psicológicos, sociais e até mesmo familiares. Cabe destacar que 31,4% dos sujeitos se mostraram vulneráveis à fragilidade e 21,6% apresentaram fra-gilidade em diferentes níveis. Frente a isto, pretende-se dar seguimento a este estudo identificando-se os fatores que estão contribuindo para a fragilidade, com intuito futuro de minimizar estes fatores e consequentemente as condições de fragilidade.

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P-101

Influencia da Síndrome Metabólica e Inflamação na Qualidade da Diálise PeritonealGilson Fernandes Ruivo, Welington Carlos de Sousa, Pedro Henrique de Lara Leite, Eduardo de Paiva Luciano, Gabriel de Almeida FerreiraUniversidade de Taubaté, Centro Estadual de Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba, Universidade de Taubaté,Centro Estadual de Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba, Universidade de Taubaté

Introdução: A Doença Renal Crônica consiste em perda progressiva e irreversível da função renal. Uma forma de mantê-la é através da Diálise Peritoneal (DP). A solução com glicose utilizada na DP pode descompensar Diabetes Mellitus (DM), aumentar o depósito de gordura e a necessidade de insulina em DM, propiciando a uma Síndrome Metabólica. Objetivos: Avaliar a relação entre Marcadores de Inflamação e Síndrome Metabólica em Pacientes em Diálise Peritoneal. Casuística e Métodos: Estudou-se 33 pacientes em DP, sendo avaliados exames laboratoriais (glicose, insulina, fibrinogênio, PCR, lípides, entre outros) e o KTV/PET. Os pa-cientes foram analisados quanto ao tipo de transporte de membrana, KTV, risco cardiovascular pelo Escore de Framingham e à associação com DM. Resultados: Analisou-se 13 mulheres e 20 homens com uma média de idade de 66,3±15,1 anos, sendo 64% da raça branca, 12% eram tabagistas e 40% com DM. Quanto ao tipo de transporte de membrana (KTV/PET) encontrou-se: Alto (n=1), Médio-Alto (n=8), Médio-Baixo (n=10) e Baixo (n=12). A média do KTV-Total foi de 2,4±0,9. Avaliaram-se marcadores inflamatórios e metabólicos em 16 pacientes, encontrando-se: fibrinogênio 539,2±135,8 mg, colesterol 177,8±34,7 mg, HDL 36,5±6,3 mg, LDL 104,0±28,0 mg, PCR 20,0±33,6 mg, Triglicérides 190,5±99,5 mg e HOMA 5,8±5,7. Quando correlacionado os marcadores inflamatórios e metabólicos com o KTV, foi encontrada correlação positiva significativa (p<0,05) com cálcio, insulina, HOMA e Escore de Framingham e negativa com a creatinina (p<0,05). O HOMA possuiu uma correlação positiva com Triglicérides (p=0,029), o HDL possuiu uma correlação positiva com a Glicemia (p=0,010) e a PCR possuiu uma correlação negativa com o potássio (p=0,002). O Escore de Framingham correlacionou-se negativamente com o fósforo (p=0,014). Estratificando-se quanto à presença de DM, encontrou-se: DM com correlação positiva (p<0,05) entre Fibrinogênio e Triglicerídeos e Fibrinogênio e Cálcio e de forma negativa (p<0,05) entre PCR e HOMA e Fósforo e Fibrinogênio. Já entre Não-DM, observou-se correlação positiva (p<0,05) entre HOMA e Triglicérides, KTV e Cálcio e Insulina e Triglicérides e negativa (p<0,05) entre HOMA e LDL e Fibrinogênio e KTV. Conclusões: Marcadores metabólicos como o Índice de HOMA e insulina podem influenciar a qualidade da diálise peritoneal, assim como o risco cardiovascular. Já o fibrinogênio, como marcador inflamatório, pode promover impacto sobre o KTV em não diabéticos.

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P-792

Avaliação de Estresse de Pacientes no Pré e no Pós-Transplante RenalSilva AN, Brito DCS, Moratelli L, Grincenkov FRS, Sanders-Pinheiro HNúcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em Nefrologia- Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais,Núcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em Nefrologia- Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais,Núcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em Nefrologia- Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais,Núcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em Nefrologia- Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais,Núcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em Nefrologia- Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.

Introdução: O transplante renal (Tx) é a modalidade que traz melhor qualidade de vida e maior sobrevida ao paciente com doença renal crônica. No entanto, a fase de espera pelo Tx é, para a maioria dos pacientes, um momento de instabilidade, pois os acontecimentos são imprevisíveis, levando em conta a disponibilidade de um órgão e o tratamento a ser seguido. Após o Tx, o paciente se depara com diversos desafios tais como: incerteza e medo relacionados com a sobrevida do enxerto; adqui-rir habilidades relacionadas ao autocuidado; e seguir um complexo regime medicamentoso. Acredita-se que o Tx, mesmo constituindo-se como a melhor terapêutica, acarreta diferentes fontes de estresse ao paciente. Objetivos: Avaliar a correlação entre presença de estresse e predominância de sintomas em dois grupos distintos de pacientes nos períodos pré e pós-Tx. Métodos: Estudo transversal composto por 100 pacientes, dos quais 50 ativos na lista do MG-Transplantes no município de Juiz de Fora-MG, e 50 em acompanhamento no ambulatório de pós-Tx do NIEPEN/UFJF. A avaliação foi realizada pela Escala de Stress para Adultos de Lipp. Resulta-dos: A prevalência de estresse em pacientes no pré e pós-Tx foi semelhante, 60% vs 50% (p=0,211). Porém, a fase de resistência foi a mais prevalente nos dois grupos (60% no pré-Tx e 52% no pós-Tx); seguida pela fase de exaustão (20%) no pré-Tx e por quase exaustão no pós-Tx (36%). Nos pacientes que apresentaram estresse tanto no pré quanto no pós-Tx prevaleceram os sintomas psicológicos (80 vs. 76%), em associação a sintomas físicos (10 vs 4%). Pacientes com estresse apresentaram tendência a estarem mais tempo em diálise em relação aos sem estresse (68,0 ± 52,2 vs. 48,5 ± 48,9 p=0,06). Conclusão: Encontramos uma elevada frequência dees-tresse nas duas populações.Não houve, por outro lado,diferença significativa na presença de estresse e na predominância de sintomas entre os grupos do pré e pós-Tx avaliados. A tendência à associação entre a presença do estresse e um maior tempo em diálise, sugere-se que pacientes no pré e pós-Tx sejam avaliados, diagnosticados e tratados quanto ao estresse e tenham um maior acompanhamento por parte das clínicas de diálise e dos serviços de Tx, evitando complicações como um fator de risco para o comportamento de não aderência.

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P-749

Aplicabilidade dos métodos compostos de avaliação do estado nutricional em pacientes idosos em tratamento crônico de hemodiáliseFernanda Guedes Bigogno, Juliana Cordeiro Dias Rodrigues, Fernando Lamarca, Renata Lemos Fetter, Ana Lúcia Pinho Mendes Pereira, Carla Maria AvesaniUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro ,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Clínica de Diálise Pró-Nephron, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Introdução: Os índices compostos de avaliação do estado nutricional têm sido aplicados para diagnosticar desnutrição energético-proteica (DEP) nos pacientes em he-modiálise (HD). Contudo, sua aplicabilidade em pacientes idosos em HD ainda não foi investigada. Objetivo: Avaliar se a prevalência de DEP em idosos em HD difere a depender do índice composto aplicado e avaliar a concordância concorrente entre os índices compostos e métodos Objetivos do estado nutricional. Métodos: Pacientes idosos em HD (n=64; 72% sexo masculino; 70±3,4 anos) foram incluídos. Os índices compostos escolhidos foram aqueles validados para pacientes em HD e/ou com alta aplicabilidade na prática clínica: avaliação subjetiva global de 7 pontos (ASG-7P), Malnutrition Inflamation Score (MIS), os critérios propostos pela International Society on Renal Nutrition and Metabolism (ISRNM) e o Mini Nutritional Assessement short-form (MNA-SF). Para ASG-7p a presença da DEP foi definida quando a pontuação era ≤ 5, para o MIS > 6 e para o MNA-SF <12 pontos. Para avaliar se os métodos compostos eram capazes de identificar adequadamente a presença de DEP, comparou-se as duas categorias de estado nutricional (bem nutrido (BN) x DEP) por meio da validação concorrente com parâmetros Objetivos do estado nutricional: IMC, percentual de gordura corporal (%gord), perímetro da panturrilha (PP); ângulo de fase (ang fase); massa celular corporal (MCC); força de preensão manual (FPM) e albumina. Resulta-dos: A Tabela abaixo descreve a prevalência de DEP pelos métodos compostos e a comparação entre pacientes BN e com DEP avaliados pelos 4 índices compostos aplicados. Conclusão: Uma grande variabilidade na prevalência da DEP foi observada entre os índices compostos, Nenhum índice composto concordou concomitantemente com todos os métodos Objetivos, A ASG-7p, seguido do MNA-SF tiveram a maior concordância com os métodos Objetivos de avaliação do estado nutricional em pacientes idosos HD.

AGS-7p MIS IRNSM MNA-SFDEP (%) 98% 81% 8% 20%

BN x DEP BN x DEP BN x DEP BN x DEPIMC NS NS NS NS%gord <0,05 NS NS <0,05PP <0,05 <0,05 NS <0,05Ang fase <0,05 NS NS <0,05MCC <0,05 NS NS NSFPM NS NS NS NSAlbumina NS NS <0,05 NS

NS: não significativo, P<0,05 entre BN x DEP avaliado regressão múltipla após ajuste para sexo.

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P-169

A doença óssea é um evento precoce em pacientes com nefrite lúpicaResende AL, Dias CB, dos Reis LM, Jorgetti V, Woronik VFaculdade de Medicina, Universidade de São Paulo,Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo,Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo

Introdução: O papel dos glicocorticóides como fator primordial na doença óssea de pacientes portadores de Nefrite Lúpica (NL) tem sido questionado recentemente. O Obje-tivo deste estudo foi avaliar o comprometimento ósseo de pacientes com diagnóstico recente de NL. MÉTODOS E CASUÍSTICA: Os fatores de inclusão foram: sexo femi-nino; menacme; diagnóstico recente de NL (≤ 2 meses); e TFG (taxa de filtração glomerular) (estimada pelo MDRD) > 30 ml/min/1.73m2. As pacientes foram submetidas a biópsia óssea e análise histomorfométrica. Os parâmetros estáticos de histomorfometria das 8 pacientes incluídas de Janeiro a Dezembro de 2011 foram comparados aos de 16 indivíduos normais do sexo feminino (pareados por idade) provenientes de um banco de dados brasileiro(dos Reis et al. Bone 1998; 23)1. Os dados dinâmicos de histomorfo-metria foram comparados aos de 29 indivíduos saudáveis do sexo feminino (idade média 29 anos) (Melsen et al. Calcif Tiss Res 1978; 26)2. Resultados: As pacientes tinham em média 35,3±11,5 dias de uso de corticóide, com idade de 30,5±9,7 anos, proteinúria de 6,0±1,9 g/dia, e TFG de 65,1±34,5 ml/min/1.73m2. Todas as pacientes apresentavam deficiência de vitamina D (25OHD = 8,8±2,7 ng/ml). Não houve diferença significativa entre os parâmetros estruturais de pacientes e controles. As pacientes portadoras de NL apresentaram valores significativamente inferiores de volume osteóide (OV/BV), espessura osteóide (O.Th), superfície mineralizante (MS/BS) e taxa de formação óssea (BFR/BS), sugerindo uma redução na formação e mineralização ósseas. Estas pacientes também apresentaram valores significativamente superiores de superfície de reabsorção (ES/BS) e superfície osteoclástica (Oc.S/BS), sugerindo um aumento da reabsorção óssea (tabela 1). Tabela 1: Parâmetros histomorfométricos das pacientes portadoras de NL e dos controles Conclusão: Pacientes portadoras de NL de diagnóstico recente apresentam um significativo comprometimento ósseo, caracterizado tanto por um aumento na reabsorção quanto por uma redução na formação e mineralização ósseas. Acreditamos que essas alterações não possam ser atribuídas ao uso do corticóide, sendo provavelmente influen-ciadas pela deficiência de vitamina D e por fatores inflamatórios.

 Portadoras de Nefrite

Lúpica (n=8)Controles (n=16)  

Formação      OS/BS (%) 2,13 (0,98-12,61)  8,6 (6,6-16,1) 0,06Ob.S/BS (%)  0,21 (0,09-0,78) 0,75 (0,07-2,37)  0,34OV/BV (%) 0,11 (0,04-0,71)   1,57 (1,06-2,92) 0,004O.Th (µm) 2,74±1,17 11,3±2,07  <0,001Mineralização      MS/BS (%) 2,18±2,14 12±5,0  0,005MAR (µm/dia) 0,47±0,24 0,64±0,1 0,52BFR/BS (µm3/ µm2/ dia) 0,01±0,01 0,07±0,03 0,002MLT (dias) 26,49±13,06 23,7±2,7 0,84 Reabsorção      ES/BS (%) 8,27 (4,71-11,55) 1,9 (1,3-3,1) <0,001Oc.S/BS (%) 0,3 (0,19-0,71) 0,01 (0-0,1) <0,001 

Legenda: Valores expressos em média±desvio padrão ou mediana (percentil 25-75). OS/BS= superfície osteóide; Ob.S/BS= superfície osteoblástica; MAR= taxa de aposição mineral; MLT= tempo de mineralização.

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Fatores de risco para mortalidade em pacientes com Injúria Renal Aguda (IRA) dialítica em Unidades de Terapia IntensivaAlvarenga AS, Rocha JAG, Queiroz PC, Faria LTSanta Casa de Belo Horizonte, Santa Casa de Belo Horizonte, Santa Casa de Belo Horizonte, Santa Casa de Belo Horizonte

Introdução: Injúria Renal Aguda (IRA) constitui uma complicação frequente em pacientes admitidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e está associada a ele-vadas taxas de mortalidade. Objetivos: Analisar fatores de risco para mortalidade em pacientes em UTI, apresentando IRA e necessidade de Terapia Renal Substitutiva (TRS). Analisar a discriminação do escore SAPS II entre esses pacientes. Casuística e Métodos: Estudo comparativo entre óbitos e não-óbitos (Caso-controle) em que foram avaliados 282 pacientes acompanhados em UTIs no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2011. Escore de SAPS II foi avaliado com dados das 24 horas antecedentes ao início do acompanhamento da Nefrologia. Foram utilizados Teste-t e de Mann Whitney (variáveis contínuas); teste Qui-quadrado e Teste Exato de Fisher (variáveis categóricas); área sob a Curva Roc (discriminação do SAPS II) e Curva de Kaplan-Meier para avaliar mortalidade por sessão de diálise. Resultados: A mortalidade geral foi de 69,1% e a prevista pelo SAPS II foi 49,6%. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos com relação aos valores de SAPS II (não-obitos: 48,1 x óbitos: 53,3); mediana de idade (não-óbitos: 59 x óbitos: 67 anos); diagnóstico de sepse (não-óbitos: 72,4% x óbitos: 83,6%); uso de aminas (não-óbitos: 63% x óbitos: 80,4%) e mediana de sessões de hemodiálise (não-óbitos: 11 x óbitos: 3 sessões). Não houve diferença estatística relacionada com sexo, tipo de admissão na UTI, necessidade de ventilação mecânica, débito urinário, pressão sistólica, presença de neoplasia, temperatura acima de 39ºC, níveis de uréia, leucócitos, bicarbonato, potássio e tipo de financiamento do tratamento. A área sob a curva ROC do SAPS II foi de 0,62. Conclusões: Pacientes com IRA em UTI apresentam risco de mortalidade elevado. Neste estudo pacientes idosos com quadro de sepse e necessidade de aminas tiveram maior mortalidade. Escore SAPS II apresentou discriminação apenas razoável entre grupo dos dos óbitos e não-óbitos, subestimando a mortalidade geral. Metade dos pacientes evoluem para óbito até terceira sessão de diálise.

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Grupo de apoio psicossocial ao transplantado renal: A experiência de RondôniaRaquel D’alligna, Francisca Helena Oliveira Góes, Elisama da Silva Costa, Lorena Tourinho de Lucena, Daniella Pereira, Alessandro PrudenteCentral Estadual de Transplantes de Rondônia,Faculdades Integradas Aparício Carvalho,Faculdades Integradas Aparício Carvalho,Universidade Federal de Rondônia, Faculdades Integradas Aparício Carvalho,Central Estadual de Transplantes de Rondônia e Universidade Federal De Rondônia

Introdução: A Central Estadual de Transplantes de Rondônia (CETRO) implantou grupo de apoio psicossocial aos transplantados que residem no Estado. Isso opor-tuniza um espaço para informação, orientação, reflexão e troca de experiências. Objetivos: Relatar e analisar a experiência do grupo. Casuística e Métodos:O grupo é direcionado a transplantados e familiares adultos. As reuniões são mensais e na sede da CETRO. Também compõem o grupo: psicóloga e estagiários, médico, assistente social e enfermeiro. A psicóloga coordena as atividades, estimulando depoimentos, debates e reflexões. O intuito é dar significado à discussão e buscar for-mação de identidade do grupo. Além disso, a estagiária observa e registra verbalizações, bem como atitudes e comportamentos. Após o evento, é realizada transcrição e avaliação do material.Alguns temas abordados: associação de transplantados; carta de agradecimento ao doador; sou doador de órgãos?; e dificuldades cotidianas. Resultados:Foram realizadas seis reuniões. O número de pacientes oscilou entre 8 e 22. Condições climáticas e os horários das reuniões influenciaram esse fato. Apesar da resistência em questões emocionais, os pacientes demonstraram necessidade de serem ouvidos, a fim de minimizar suas inseguranças e medos. Foi atribuída aos profissionais, e não ao autocuidado, a responsabilidade em relação à continuidade e adequação do tratamento. Outras preocupações: dificuldade de acesso aos medi-camentos, ausência de atendimento especializado em Rondônia e medo de perder o enxerto. O transplante representa um renascimento, porém exige vigilância com a saúde devido às possíveis complicações. Assim, alterações de comportamento são frequentes. O medo de perder o enxerto e a sensação de desamparo se apresentam como insegurança em responsabilizar-se integralmente pelo autocuidado. A opção em discutir apenas questões práticas, associada ao desespero e ao desânimo, refle-tem a grande dificuldade que enfrentam no seu cotidiano, fruto da ausência de um serviço especializado de qualidade. Reações negativas às atividades propostas no grupo podem ser respostas adaptativas a estes sentimentos.A técnica grupal permitiu mobilizar estruturas estereotipadas que surgem como processos obstrutivos na comunicação e na aprendizagem. Conclusão: O acompanhamento multiprofissional de transplantados proporciona um espaço de escuta e acolhimento e contribui para a elaboração dos intensos sentimentos de desamparo, medo e revolta que o adoecer desencadeia.

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P-189

Doença óssea em pacientes com diagnóstico recente de nefrite lúpica: aspectos relacionados a proteinúria e aos níveis de vitamina DResende AL, Dias CB, dos Reis LM, Jorgetti V, Woronik VFaculdade de Medicina, Universidade de São Paulo,Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo,Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo,Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo,Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo

O comprometimento ósseo em portadores de nefrite lúpica (NL) pode ser atribuído a vários fatores, como o uso de glicocorticóides, a proteinúria, a redução dos ní-veis de vitamina D, e fatores inflamatórios. O Objetivo deste estudo é comparar o comprometimento ósseo de portadoras de NL ao de portadoras de glomerulopatias primárias (GP). Os critérios de inclusão foram: sexo feminino; menacme; diagnóstico recente de NL (≤ 2 meses); e TFG (taxa de filtração glomerular) (estimada pelo MDRD) > 30 ml/min/1.73m2. As lúpicas foram submetidas a biópsia óssea e análise histomorfométrica; e comparadas a portadoras de GP do sexo feminino com TFG e proteinúria semelhantes (Dias et al. Kidney Int 2007; 71). O tempo médio de uso de corticóides foi de 35,3±11,5 dias. As lúpicas apresentavam níveis signi-ficativamente inferiores de vitamina D, o que possivelmente contribuiu para o aumento dos níveis de PTH. Não observamos diferença significativa entre as pacientes e os controles nos parâmetros estruturais e de mineralização. As lúpicas apresentaram uma menor espessura osteóide (O.Th), sugerindo uma redução na formação ós-sea; além de uma maior superfície de reabsorção (ES/BS), sugerindo um aumento na reabsorção óssea. Dados clínicos e de histomorfometria das pacientes e controles Os menores níveis de vitamina D nas lúpicas possivelmente estão associados a fotossensibilidade e a alterações no metabolismo da vitamina D. As lúpicas também apresentaram uma redução na formação e um aumento na reabsorção óssea, provavelmente relacionados a deficiência de vitamina D e a fatores inflamatórios.

NL (n=8) GP (n=6) pIdade (anos) 30,5±10,4 33,5±5,3 0,49Proteinúria (g/dia) 6,0±2,0 5,6±3,3 0,75TFG (ml/min/1,73m2) 65,1±34,5 84,1±22,8 0,35 25(OH)D (ng/ml) 8,75±2,87 18,39±11,10 0,02PTH (pg/ml) 72 (22,5-120,8) 18,5 (10-25,5) 0,03OV/BV (%) 0,11 (0,04-0,71) 0,33 (0,13-1,11) 0,34Ob.S/BS (%) 0,21 (0,09-0,78) 0,47 (0,35-2,58) 0,18O.Th (µm) 2,74±1,17 7,1±4,25 0,04OS/BS (%) 2,13 (0,98-12,61) 3,9 (1,68-10,75) 0,75ES/BS (%) 8,27 (4,71-11,55) 2,55 (0,9-3,88) 0,002Oc.S/BS (%) 0,3 (0,19-0,71) 0,21 (0-0,33) 0,14OV/BV= volume osteóide; Ob.S/BS= superfície osteoblástica; OS/BS= superfície osteóide; Oc.S/BS= superfície osteoclástica.

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P-658

Avaliação da Eficácia de um Curso de Ultrassonografia “Point-of-Care” em NefrologiaPazeli Júnior JM, Bastos MG, Tavares ARWINFOCUS/ Universidade Federal de Juiz de Fora, WINFOCUS/ Universidade Federal de Juiz de Fora, WINFOCUS/ Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução:  Nos últimos dez anos, tem surgido novos equipamentosde ultrassonografia (US) mais baratos, leves e simples de operar, novos currículos para médicos não imaginologistas e novos modelos de gestão, o que tem permitido a disseminação deste método de imagem além do cenário intra-hospitalar e especializado. A tendência mundial é que cada especialidade médica adquira conhecimento suficiente para utilizar a ultrassonografia no seu dia-a-dia, como um novo estetoscópio, que não veio para substituir o clássico estetoscópio, mas sim para fornecer mais informações ao médico que cuida do paciente, em tempo real, permitindo que o diagnóstico seja feito mais rapidamente e, consequentemente, que não haja atraso no início do tratamento, que pode implicar na morte do paciente. Os autores deste trabalho criaram um curso de imersão direcionado à nefrologistas, que objetiva a capacitação destes profissionais para os mais diversos usos da US na prática nefro-lógica como avaliação cardiovascular básica, instalação de cateteres centrais e biópsia renal guiados por US, avaliação de volemia, avaliação do trato urinário normal e principais patologias, mapeamento vascular e estudo de fístulas e enxertos renais. Este curso teórico-prático tem 18 horas de duração e é direcionado à profissionais sem nenhum conhecimento prévio em US.Objetivos: Avaliar se nefrologistas sem conhecimento prévio em US podem ser capacitados para o uso desta tecnologia em um curso de imersão, com foco nas principais aplicações na nefrologia. Método : Estudo transversal, no qual 8 nefrologistas capacitados através do curso proposto foram submetidos à um teste de múltipla escolha, com 25 questões, englobando todos os temas anteriormente citados. Todos os nefrologistas foram submetidos ao teste antes e após o curso, e sua performance foi comparada. Resultados: No pré-teste, os participantes acertaram em média 10,7 das 25 questões, perfazendo 42% de acerto. Quando o teste foi reaplicado após a Conclusão do curso, a média de acertos subiu para 19,2 questões, ou seja, 77% de acerto. Conclusão : Os Resultados sugerem que nefrologistas podem ser capacitados em cursos de imersão em ultrassonografia para o uso desta tecnologia segundo o conceito “Point-of-Care”.

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Atuação dos Músicos do Elo em um Centro de Hemodiálise (HD). Uma Experiência Humanizadora de ÊxitoHoffmann TR, Fabro WB, Camargo LT, Flusser V, Santoro LF, Rodrigues CIS, D’Ávila R, Cadaval RAM, Guerra EMM, Fernandes FA, Almeida FAFaculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP - campus Sorocaba,Centro de Diálise e Transplante Renal - Hospital Santa Lucinda - Sorocaba,Centro de Diálise e Transplante Renal - Hospital Santa Lucinda - Sorocaba,Associação Européia de Música em Hospitais e Professor da Faculdade de Artes da Universidade de Estrasburgo - França,Departamento de Jornalismo - Escola de Comunicação e Arte da USP - SP,Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP - campus Sorocaba,Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP - campus Sorocaba,Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP - campus Sorocaba,Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP - campus Sorocaba,Centro de Diálise e Transplante Renal - Hospital Santa Lucinda - Sorocaba,Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP - campus Sorocaba

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública acompanhada por altos índices de morbidade e mortalidade, perdas substanciais de anos de vida produtiva e altos gastos para o Sistema Único de Saúde e da Saúde Suplementar. Na DRC terminal a vida só é mantida por terapia renal substitutiva (TRS). No Brasil há hoje mais de 90.000 indivíduos em TRS, 90% submetidos a HD. Os sintomas próprios da DRC, as inúmeras adaptações pessoais e das relações familiares e sociais comprometem o estado emocional e a qualidade de vida (QV) dos indivíduos em HD. A doença incurável e a proximidade da morte produzem complexos transtornos psicológicos, num ciclo de acontecimentos negativos que permeiam suas vidas e de seus familiares. O trabalho dos músicos do elo em ambiente hospitalar é fundamentalmente humanizador e enriquece os cuidados dirigidos aos pacientes, familiares e funcionários. Em curso de especialização de 1 ano são capacitados a entender e respeitar as características do ambiente hospitalar onde atuam. À semelhança da experiência exitosa em vários centros europeus de cuidados a idosos, en-tendemos que a intervenção viria ao encontro das necessidades dos pacientes em HD. OBJETVOS: Avaliar a influência da presença dos músicos do elo durante uma sessão semanal de HD, por 16 semanas, sobre a sensação de bem estar dos pacientes, funcionários e familiares e sobre a QV e o estado de depressão dos pacientes. MÉTODOS: Realizamos entrevistas semi-estruturadas com pacientes, familiares e funcionários e aplicamos o questionário de QV (KDQOL) e a escala de depressão de Hamilton aos pacientes antes e após a intervenção. Resultados: Encontramos excelente receptividade e participação dos pacientes, familiares e funcionários ao trabalho dos músicos do elo, melhora dos parâmetros de QV, de depressão e marcante redução na frequência de intercorrências durante as sessões de HD. Conclu-sões: A intervenção foi muito bem aceita por pacientes, familiares e funcionários. A presença dos músicos afasta os pacientes da condição de preocupação, ansiedade e dependência da máquina e resgata sentimentos positivos e harmoniosos de experiências anteriores, criando uma atmosfera de trabalho acolhedora e de confiança. Esta ação humanizadora no ambiente da HD resulta em melhora das condições psicológicas, da percepção de bem estar e da QV dos pacientes e reduz a ocorrência de eventos adversos durante o tratamento. Veja o vídeo com a atuação dos músicos em: https://vimeo.com/43105902.

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Uso da Ultrassonografia “Point-Of-Care” pelo NefrologistaPazeli Júnior JM, Milagres MV, Ledo VJWINFOCUS/Clínica Pró-Renal de Barbacena, Clínica Pró-Renal de Barbacena, Clínica Pró-Renal de Barbacena

Introdução: Cresce no mundo inteiro o uso “point-of-care” da ultrassonografia (US), ou seja o exame realizado e interpretado pelo médico que atende ao paciente, em tempo real. Na nefrologia, podemos utilizar esta tecnologia para diversas aplicações; como avaliação de doenças renais, avaliação cardiovascular básica, instalação de cateteres e biópsia renal guiados, avaliação de volemia entre outras. Objetivos: Descrever um caso clínico que exemplifica o uso da US por um médico nefrolo-gista sem especialização formal em imaginologia. Método : Paciente de 19 anos, masculino, leucodérmico, natural de Alto do Rio Doce - MG, com diagnóstico de hipertensão arterial há aproximadamente um ano, em uso de enalapril 10mg MID e encaminhado à Clínica Pró-Renal de Barbacena pelo cardiologista, com suspeita clínica de estenose de artéria renal . O paciente trazia exames que revelavam Creatinina sérica de 1,2 mg/dl) e Potássio de 4,5mEq/L. A mãe relatava “problemas re-nais” na infância. O exame físico era normal, exceto pela pressão arterial elevada (160 x 90mmHg). A avaliação ultrassonográfica feita pelo nefrologista na consulta inicial revelou hipertrofia ventricular esquerda  moderada, rim E com dilatação do sistema coletor, rim D atrofiado também com sistema coletor dilatado, a bexiga tinha paredes finas e os jatos ureterais foram visualizados bilateralmente com Doppler de potência. O achado de HVE sugere que a hipertensão arterial provavelmente surgiu anteriormente ao diagnóstico, a bexiga normal e os jatos ureterais afastam a possibilidade da dilatação do sistema coletor ser secundária à obstrução do trato urinário e a atrofia renal D com dilatação bilateral do sistema coletor são compatíveis com nefropatia de refluxo. O paciente foi submetido à tomografia e cintilografia que confirmaram a suspeita diagnóstica inicial. Conclusão : Este caso clínico exemplifica a potência da US “point-of-care”, pois a realização de um exame de imagem pelo nefrologista , juntamente com a história e exame físico permitiram o estabelecimento do diagnóstico, sem que o paciente necessitasse ser referenciado para um ultrassonografista e ecocardiografista, o que implicaria em maior custo e atraso no diagnóstico. A tomografia e a cintilografia já haviam sido previamente solicitadas, mas se revelaram redundantes. O uso da US “point-of-care” pelo nefrologista pode aumentar sua resolutividade, reduzir o custo e o tempo para o estabelecimento do diagnóstico e reduzir a exposição radiológica.

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P-774

Relação de fatores socioeconômicos e adesão à dieta na Doença Renal Crônica (DRC)Silva MIB, Vale B, Moura FST, Cardoso E, Nogueira J, Fernandes NFS, Lemos CC, Bregman RUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

Introdução: Ingestão alimentar sofre interferência de fatores sócio-econômicos (FSE). Pacientes com DRC apresentam baixa adesão à prescrição de proteína dieté-tica. Objetivos: Avaliar a adesão à prescrição de proteínas e a prevalência de FSE associados à adesão de pacientes com DRC. Métodos: Estudo de corte transversal. Incluídos portadores de DRC em tratamento ambulatorial interdisciplinar, idade ≥18 anos, filtração glomerular estimada (FGe: MDRD) <60 mL/min, proteína da dieta= 0,6-0,8g/kg/dia e calorias=25-35 kcal/kg/dia. A ingestão protéica foi avaliada por registro alimentar de 7 dias (registro de tudo que ingerem ao longo de 7 dias). O consumo foi estimado através do programa NutWin, incluídos as calorias e nutrientes de alimentos brasileiros. Os não-aderentes foram aqueles com in-gestão protéica <0,6 ou >0,8g/kg/dia. Os FSE associados ao consumo alimentar (estado civil, fonte de renda, escolaridade, domicílio, quem prepara as refeições, quem compra os alimentos) foram obtidos por questionário desenvolvido para o estudo. Estatística:Stata 8.2 Resultados: Avaliados 62 pacientes (63% homens) com (média±DP): idade=65±13 anos, FGe=33,5±14 ml/min; IMC=26,6±5,2Kg/m²; ingestão: protéica=1,0±0,3g/kg/dia, calórica=21,4±4,8kcal/kg/dia; renda familiar= R$1100,00±153,50. Prevalência de não-aderentes (apenas ingestão >0,8g/kg/dia) 68% vs aderentes: 32% (qui-quadrado: p=0,03). A proporção de homens e mulhe-res não-aderentes foi semelhante, assim como a escolaridade (68% <9 anos de estudo vs 64% ≥9 anos), domicílio (66% próprio vs 75% não-próprio), quem prepara as refeições (71% o próprio vs 67% outros). Os FSE de maior prevalência (qui-quadrado: p<0,05) entre os não-aderentes: estado civil (100% vivem sem-companheiro vs 58% com-companheiro), fonte de renda (75% não-trabalham vs 50% trabalham), quem compra os alimentos (87% outros vs 57% o próprio). O fator: “quem compra os alimentos=outros” aumenta as chances de não adesão à dieta (odds-ratio: 6,8 (95%IC: 1,1-42,8; p=0,03; ajustado para: idade, gênero, FGe, estado civil, quem prepara a refeição). Conclusão: Concluímos que a não adesão à prescrição protéica foi elevada, os FSE de maior prevalência foram viver sem companheiro, não trabalhar e não ser o próprio a comprar os alimentos. Esses achados são importantes para o desenvolvimento de estratégias de educação nutricional que aumentem a adesão à prescrição de proteína dietética.

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P-286

Índice de massa corporal (IMC), adipocinas e resistência à insulina na doença renal crônica na fase não dialíticaBarreto-Silva MI, Kawakami L, Martucci R, Lemos CC, Bregman RUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

Introdução: Excesso de peso e adiposidade são acompanhados de alteração do nível sérico de adipocinas e resistência à insulina e constituem fatores de risco para doença cardiovascular (DCV). A prevalência dessas alterações na DRC é pouco estudada. Objetivo: O Objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência e a associação entre adiposidade corporal com adipocinas e resistência à insulina em pacientes com DRC na fase não dialítica. Pacientes e Métodos: Estudo transversal de coleta de dados contemporânea, com portadores de DRC, em tratamento ambulatorial interdisciplinar regular. A filtração glomerular foi estimada (FGe) pela equação do MDRD. O estado nutricional foi avaliado por: Índice de massa corporal (IMC), gordura corporal total (%GC, avaliada por absorciometria de raios-X de dupla energia-DXA), circunferência muscular do braço (CMB) e albumina sérica. Parâmetros laboratoriais: glicose, triglicérides, leptina, adiponectina de alto peso mo-lecular (AdipoAPM) e insulina. A resistência à insulina foi avaliada por HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment of Insulin Resistance). Resultados: Dados são média±DP. Avaliados 134 pacientes (56% homens), 65±12 anos, FGe=29±13ml/min. Desnutrição protéico-energética não foi observada. Prevalência de sobrepeso/obesos (SbOb; IMC≥25 kg/m2) foi de 54% (n= 72), eutróficos (IMC=18,5-14,99 kg/m2)= 46% (n=62). FGe foi semelhante em ambos os grupos bem como distri-buição dos estágios da DRC (estágio 3:42%, 4: 37%, 5: 21%). O IMC se correlacionou com %GC (r=0,74; p<0,0001), sendo utilizado como índice de adiposidade. O grupo Sb/Ob apresentou IMC, %GC, glicose, triglicérides, leptina e HOMA-IR maior que os eutróficos. (p<0,05) Contrariamente AdipoAPM foi menor nos SB/Ob. A correlação parcial, após ajuste para idade, gênero, FGe e presença de Diabetes Mellitus, foi positiva e significante (p<0,0001) entre o IMC e leptina (r=0,6) e HOMA-IR (0,36) e negativa do IMC com a AdipoAPM (r= -0,46). A prevalência de resistência à insulina foi maior (qui-quadrado:p<0,009) no grupo Sb/Ob (63%) do que nos eutróficos (37%) bem como o risco elevado (odds-ratio: 2,6; 95%IC:1,3-5,3; p=0,01) dos Sb/Ob apresentarem resistência à insulina (HOMA-IR≥1,5). Conclusão: O elevado IMC e a maior adiposidade corporal se associaram com aumento de leptina e HOMA-IR e, diminuição de AdipoAPM, caracterizando maior risco metabólico em pacientes com DRC com sobrepeso e obesidade. Recomendamos que esses pacientes recebam tratamento nutricional voltado para redução de peso e da gordura corporal.

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P-288

Inflamação e adiposidade corporal em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) na fase não dialíticaBarreto-Silva MI, Kawakami L, Martucci R, Lemos CC, Bregman RUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

Introdução: A DRC e a inflamação são fatores de risco para doença cardiovascular (DCV). O excesso de adiposidade corporal é também um fator de risco para DRC e DCV. Estudos avaliando associação da obesidade com inflamação na fase não dialítica da DRC são escassos. Objetivo: O Objetivo foi avaliar o estado inflamatório em portadores de DRC com níveis normais e elevados de adiposidade corporal. Pacientes e Métodos: Estudo de desenho transversal, com 134 portadores de DRC (estágios 3-5) em tratamento regular. Filtração glomerular estimada pela equação do MDRD (FGe). A adiposidade corporal foi avaliada pelo índice de massa corporal (IMC) e pela adiposidade corporal total (%CG; absorciometria de raios-x de dupla energia-DXA). Avaliados: albumina, citocinas pró inflamatórias (Multiplex/ELISA: fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α), interferon-gama (IFN-g), proteína-C reativa (PCR), proteína quimiotática de monócitos (MCP-1), interleucinas-6 e 8 (IL-6, IL-8), molécula de adesão intracelular-1 (ICAM-1) e molécula de adesão vascular-1 (VCAM-1). O estado inflamatório foi definido pela mediana das citocinas estuda-das: negativo para inflamação (NegInfl)(< mediana), ou positivo (PosInfl) (≥mediana). Resultados: Média ± DP. Homens: 56%, idade=65±12 anos, FGe=29±13ml/min. Prevalência de sobrepeso e obesidade: 54% (n=72). As citocinas foram comparadas entre pacientes com IMC normal (<25kg/m2) (46%; BMI=22,2±1,9) e IMC elevado (≥25kg/m2) (BMI=28,8±2,8). O IMC e %GC se correlacionaram (r=0,74; p<0,0001). A FGe foi semelhante em ambos os grupos bem como a distribuição por estágios da DRC (estágio 3:42%, 4: 37%, 5: 21%). A adiposidade corporal e as citocinas foram maiores no grupo de elevado IMC vs IMC normal (p<0,0001). A condição de PosInfl foi mais prevalente, para todas as citocinas estudadas, no grupo de IMC elevado (variando de 61-76%) vs o grupo de IMC normal (24-38%). A análise de regressão logística multivariada, para todas as citocinas, mostrou que a condição de PosInfl se associou com elevado IMC (variação do odds-ratio: 2,5 – 4,2; 95%CI: 1,1 – 9,6; p<0,01), após ajuste para idade, gênero, diabetes e FGe. Conclusão: Concluímos que pacientes com DRC que apresentam elevado IMC e adiposidade corporal estão sob elevado risco de inflamação. Portanto, o excesso de adiposidade deve ser alvo do tratamento destes pacientes.

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Lesões mínimas e Timoma: Relato de CasoMoreira LA, Amaro DMC, Villaescusa M, Brito LH, Pelaggi ER, Tondato VA, Molinari GH, Farias, TM, Silva TM, Campos MAM, Bermudes GF, Oba MC, Poblete NCO, Monteiro MF, Bianchi RM, Bonacordi CL, Mellado BM, Manaia GFHospital Alvorada,Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC

Introdução: Trata-se de um relato de caso de paciente de 43 anos, previamente hígido, internado por síndrome nefrótica para investigação da causa e tratamento. Objetivo: Relatar um caso incomum de um tumor de mediastino (timoma) a partir de uma manifestação inicialmente renal. Casuística e Métodos: Acompanhamento da evolução do paciente e levantamento de prontuário com exames laboratoriais, de imagem e biópsia renal. Resultados: A biópsia renal fez diagnóstico etiológico de lesões mínimas e após a Introdução de corticóide ao tratamento o paciente evoluiu com choque séptico, sendo investigada melhor a imagem radiológica e concluin-do que não se tratava somente de infecção, mas também de um tumor de mediastino. Conclusões: Devido à baixa incidência de timoma na população houve maior dificuldade em realizar o diagnóstico definitivo. Devemos sempre estar atentos, então, para o fato que o diagnóstico de lesões mínimas pode também estar associado à tumores como linfomas, leucemias e timomas.

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Receptores P2X7 e estresse oxidativo em rins de ratos diabéticos submetidos ao treinamento aeróbicoRodrigues AM, Fernandes MJS, Bergamaschi CT, Fernandes TO, Nogueira GB, Maciel FR, Punaro GR, Franco M, Higa SEMUNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP

Introdução: Estudos anteriores em nosso laboratório mostraram o papel do estresse oxidativo e os efeitos favoráveis do treinamento, sobre a progressão da nefropatia diabética (ND) em ratos. Receptores P2X7 (P2X7-R), em condições patológicas, como na lesão glomerular estão significamente auto-regulados, aumentando os níveis de estresse oxidativo. Objetivo: O estudo visa avaliar os P2X7-R e o estresse oxidativo em rins de ratos diabéticos submetidos ao treinamento aeróbico. Casuística e Métodos: Ratos Wistar machos adultos, pesando entre 170-210g foram todos nefrectomizados unilateralmente. Em metade desses animais o diabetes mellitus (DM) foi induzido com estreptozotocina (60mg/kg, i.v.) e os demais receberam seu veículo (0,3mL tampão citrato 0,1M; pH4,5) (CTL). Os animais foram submetidos ao treinamento aeróbico sobre esteira na taxa de 16m/min, durante 60min/dia, 5 dias por semana durante 8 semanas (CTL+EX e DM+EX); CTL+SE e DM+SE foram mantidos sobre esteira desativada durante mesmo período (n=12 para cada grupo). Metade dos animais de cada grupo receberam suplementação com N-acetilcisteína (NAC, 600mg/L em água de beber, ad libitum). Antes do treinamento aeróbico e na oitava semana do protocolo de exercícios, colocaram-se os animais em gaiolas metabólicas para coleta de urina de 24horas e pequena alíquota de sangue, para determinação de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)  e NO (método da quimioluminescência, µM). Dados foram expressos em média ±EP e analisados via one-way ANOVA com significância definida de P<0,05. Resultados: DM+SE vs CTL+SE aumentou a excreção (728,5 ±66 vs 83,6 ±1,7; nmol/24h) e os níveis renais (1,2 ±0,2 vs 0,6 ±0,1; nmol/mg proteína) de TBARS, todos P<0,05; houve ainda redução da excreção óxido nítrico (NO) (1,2 ±0,8 vs 22 ±2,3; µmol/24h; P<0,05) e NO renal (1052 ±36,5 vs 1214 ±186). Suplementação de NAC reduziu a excreção (402±45) e o TBARS renal (0,6±0,1) e aumentaram a excreção (4,2±0,6) e o NO renal (1582±136) NO; o treinamento aeróbico teve efeito similar (352 ±34; 0,6 ±0,1; 17 ±4,5; 2123 ±366; respectivamente), quando comparado ao DM+SE, todos com P<0,05. Ambos atenuaram a excreção (349 ±39) e TBARS renal (0,6 ±0,1); e aumentaram a excreção (28 ±3) e o NO renal (2344 ±221) (todos P<0,05) vs DM+SE. Análise de imunohistoquímica dos rins mostrou que DM+SE aumentou a área marcada quando comparado ao CTL+SE (43,3 ±5,5% vs 0,6 ±0,1%); NAC atenuou esta área (34,9 ±4,3%) e o treinamento também (25,6 ±3,4%), mas reduziu expressivamente com ambos (3,8 ±0,6%). Conclusão: Nossos Resultados sugerem que a rotina de exercícios associada com administração de NAC dimi-nui a ativação dos P2X7-R nos rins de ratos diabéticos. A atenuação do estresse oxidativo por este mecanismo, o qual também resultou no aumento da biodisponibi-lidade de NO, sugere que o controle da expressão destes receptores poderia se útil no retardamento da progressão da nefropatia diabética.

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Amiloidose hereditária por deposição da cadeia A-alfa do fibrinogênio: importância do diagnóstico molecularBruno Eduardo Pedroso Balbo, Sara Mohrbacher, Leonardo de Abreu Testagrossa, Denise Maria Avancini da Costa Malheiros, Luiz Fernando Onuchic, Rui Toledo BarrosDisciplina de Nefrologia FMUSP, Disciplina de Nefrologia FMUSP, Departamento de Patologia FMUSP, Departamento de Patologia FMUSP, Departamento de Nefrologia FMUSP, Disciplina de Nefrologia FMUSP

Introdução: A amiloidose por deposição da cadeia A-alfa do fibrinogênio (AAF) constitui a forma mais comum de amiloidose hereditária, com padrão de herança dominante, penetrância incompleta e acometimento renal frequente. Objetivos: Estabelecer as bases diagnósticas clínicas, laboratoriais e histológicas para AAF em um paciente, a partir do relato de tal ocorrência em dois irmãos; determinar o impacto do diagnóstico molecular; e discutir a abordagem terapêutica. Casuística e Métodos: Paciente de 60 anos, masculino, branco, hipertenso há 6 anos, encaminhado para esclarecimento de hematúria. Relatava um irmão com doença renal sem etiologia definida e submetido a transplante renal. Apresentava exame físico sem achados relevantes, exceto PA=140x60 mmHg. Sua avaliação laboratorial mostou depuração de plasmática de creatinina de 76 mL/min/1,73m2, urina I sem hematúria e proteinúria de 2,49 g/24h. Constatou-se colesterol total de 379 mg/dL e ausência de anemia nem diabetes. A eletroforese de proteínas mostrou-se normal com imunofixação negativa para proteínas anômalas. FAN foi negativo e C3/C4 e TSH/T4L normais. As sorologias para hepatites virais, HIV e sífilis também foram negativas. O exame ultrassonográfico renal, por fim, não mostrou alterações. Resultados: Biópsia renal revelou 35 glomérulos com tufos hipocelulares e mesângio expandido por depósito de material eosinofílico, positivo para vermelho congo. Alguns glomérulos apresentaram aumento significativo, com obliteração quase completa de seus capilares. Não foram detectadas alterações túbulo-intersticiais. A imunofluorescência revelou-se positiva para IgM (+) e fibrinogênio (+2) em alças capilares, este achado sugerindo o diagnóstico de AAF. Para diagnóstico definitivo, realizou-se a pesquisa direta de mutações em FGA, gene associado à AAF, detectando-se mutação patogênica (NM_000508.3:c.1634A>T) no probando e no irmão. Conclusões: A AHF constitui-se em doença rara, subdiagnosticada e frequentemente confundida com a amiloidose AL. A realização de teste molecular é impres-cindível para o diagnóstico quando a imunofluorescência é negativa para fibrinogênio ou na ausência de biópsia renal conforme observado no irmão do probando. O diagnóstico preciso, por sua vez, evita tratamentos desnecessários como a imunossupressão e oferece, em casos específicos, a possibilidade de transplante hepático como tratamento substitutivo à síntese hepática da proteína anômala.

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Infecção em cisto na doença renal policística autossômica dominante: associação com volume do órgão acometido e envolvimento multifocalBruno Eduardo Pedroso Balbo, Marcelo Tatit Sapienza, Carla Rachel Ono, Isac de Castro, Luiz Fernando OnuchicDepartamento de Clínica Médica Disciplina de Nefrologia FMUSP, Departamento de Radiologia FMUSP, Departamento de Radiologia FMUSP, Departamento de Clínica Médica Disciplina de Nefrologia FMUSP, Departamento de Clínica Médica Disciplina de Nefrologia FMUSP

Introdução: Infecção em cisto (IC) constitui-se em complicação grave em pacientes (pts) com doença renal policística autossômica dominante (DRPAD). A baixa sensibilidade de exames de imagem convencionais comparada à alta acurácia da Tomografia por Emissão de Pósitrons/Tomografia Computadorizada-18FDG (PET/CT) consolidou este método como a melhor opção diagnóstica. Objetivos: Avaliar as características clínicas, laboratoriais e de imagem em IC na DRPAD. Casuística: Estudo retrospectivo com inclusão de 20 episódios intra-hospitalares de IC em 15 pts por 20 meses. Resultados: O diagnóstico foi definitivo em 11 episódios de IC (documentação microbiológica e/ou anatomopatológica) e provável (febre, dor, PCR>50mg/dL e exclusão de outras causas) em 9. Detectou-se IC hepático (ICH) em 10 episódios, IC renal (ICR) em 8 e ICH/ICR concomitantes (ICHR) em dois eventos. Todos os episódios cursaram com dor abdominal e febre, enquanto sepse mostrou-se mais prevalente no grupo ICH. Culturas de sangue, urina e material de punção foram positivas em 40, 26,3 e 33,3% dos episódios, respectivamente, com predomínio de E. coli. O tratamento antibitótico (ATB) de eleição pautou-se em ciprofloxacino, porém 70% dos casos requereram associação antibiótica. A avaliação por imagem incluiu CT em todos os episódios, ressonância magnética (RNM) em 6 e PET/CT em 16. A sensibilidade observada para CT, RNM e PET/CT foi de 30, 66,7 e 93,7%, respectivamente. O volume hepático total (VHT) foi maior em pts com ICH que ICR (p<0,05), com valor de maior acurácia para discriminação de 2.893 mL (sens=0,80 e esp=0,80). O volume renal total (VRT), por sua vez, mostrou-se maior em pts com ICR que CH (p<0,05), com valor de maior acurácia para discriminação de 1.665 mL/rim (sens=0,90 e esp=0,62). Procedimentos invasivos foram realizados em 8 de 10 episódios de ICH, em 3 de 8 de ICR e em um de ICHR. Mesmo após intervenção, 71,4% dos episódios necessitou ao menos 8 semanas de ATB para atingir critérios de cura. Dos 15 pts com IC analisados, 5 evolu-íram a óbito. Conclusão: Nesta casuística, episódios de IC foram predominantemente multifocais, não se restringiram a um único órgão, ocorreram frequentemente em cistos não dominantes e se associaram a alta mortalidade. Entre os métodos de imagem utilizados, PET/CT apresentou a maior sensibilidade para o diagnóstico. Nossos achados sugerem que aumento significativo de VRT e VHT se associem a maior risco de desenvolvimento de ICR e ICH, respectivamente.

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P-298

O dia mundial do rim na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Santa Casa de São Paulo, São PauloVaz, FCF; Franco, MHC; Padrão, MB; Rosinha, LCA; Castro, PO; Silva, LR; Dantas, PD; Gomes, L; Souza, TS; Sens, YAS; Jabur, P; Miorin, LA,Fernanda FC VazMaria Helena C FrancoMarta B Padrão, Lilian CA Rosinha, Patrícia O Castro, Lilian Ranssato Silva, Patrícia Dantas, Luana Gomes, Tatiana Silva Souza, Yvoty Alves dos Santos Sens, Pedro Jabur, Luiz Antonio MiorinSanta Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo

Introdução: O dia mundial do rim, este ano 08 de março, foi palco de importantes atividades em várias regiões. Dez milhões de brasileiros têm algum grau de doença renal, o que aumenta a mortalidade por doenças cardiovasculares. A Sociedade Brasileira de Nefrologia fornece folhetos para aumentar o conhecimento da população sobre os riscos da doença renal crônica, conscientizando para essa importante condição em que a maioria é assintomática nas fases iniciais. Objetivo: Estudar a popula-ção que frequenta a Santa Casa de São Paulo, tendo como amostragem os indivíduos que vieram ao Hospital no dia mundial do rim, pela análise dos fatores de risco: hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo, idade maior do que 50 anos, e antecedente de doença renal em si ou na família. Método: Distribuição de folhetos no saguão central próximo à capela, e aqueles que quiseram participar foram submetidos à medida da pressão arterial, após repouso sentado, enquanto também era realizada glicemia capilar. Essa abordagem contou com médicos e enfermeiras, além de auxiliares de enfermagem. Após resposta a questionário em que foram avaliados os fatores de risco históricos, os indivíduos participantes foram orientados em entrevista, um a um por médicos da equipe do estudo. Os fatores de risco considerados foram: hipertensão arterial, diabetes, sobrepeso, tabagismo, idade, doença renal na família, e antecedente de problema renal em si mesmo. Resultados: Atendemos 149 indivíduos sendo 67,8 % do sexo feminino, 8,7 % apresentaram glicemia capilar acima de 140 mg % (antes do almoço), e 77% pressão arterial maior do que 140/90 mmHg. Quanto aos fatores de risco, 33 % tinham pelo menos dois fatores para doença renal crônica, e somente 15,5 % dos entrevistados não tinham nenhum fator de risco. Quanto à prevalência desses fatores, 47,6 % responderam estar acima do peso, e 32,2 % responderam ter hipertensão arterial. Ao final de cada entrevista e de posse das respostas os participantes foram encaminhados para tratamento nas Unidades Básicas de Saúde (42 %), sendo que 26,2 % já fazem acompanhamento médico. Conclusão: A percentagem de indivíduos que apresentam fatores de risco justifica as campanhas de detecção e de prevenção cada dia mais estimuladas.

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Estado nutricional de pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador atendidos no ambulatório de referência na BahiaTarcísio Gomes, Alessandra Fortes Almeida, Jairza Maria Barreto Medeiros, Maria Helena Lima GusmãoC-HUPES/UFBA, C-HUPES/UFBA, Escola Nutrição/UFBA, Escola Nutrição/UFBA

Introdução: A doença renal crônica (DRC) representa importante problema de saúde pública. Apesar de a desnutrição energética - protéico ser frequente nesta popula-ção, a obesidade também é muito comum entre os pacientes com doença renal crônica e essa tendência é notória em um cenário mundial. Desta forma, o Objetivo do estudo foi analisar o estado nutricional de pacientes com DRC em tratamento conservador atendidos no Ambulatório de Nutrição em Nefrologia – APMN/HUPES/UFBA. Métodos: Estudo de corte transversal composto por 54 pacientes. Nesse estudo foram incluídos os portadores de DRC em tratamento conservador. Foi preen-chido protocolo de atendimento para obtenção dos dados sócio-demográficos. O estado nutricional foi classificado pela avaliação do IMC segundo pontos de cortes da OMS (1995), sendo divididos em Abaixo do peso (< 18,5 kg/m²), Eutrófico (18,5 – 24,9 kg/m²) e Excesso de Peso (> 24,9 kg/m²) para adultos e Abaixo do peso (< 22 kg/m²), Eutrófico (22 – 27 kg/m²) e Excesso de Peso (> 27 kg/m²) para idoso. A Circunferência da cintura (CC) foi classificada de acordo com os critérios da OMS, com risco de complicações metabólicas quando a CC for ≥ 80 cm para as mulheres e ≥ 94 cm para os homens. As análises estatísticas foram realizadas utilizan-do o software Statistical Packcage for Social Science (SPSS) na versão 17.0. Resultados: A média de idade foi de 58,5 anos (+ 15,1 DP), sendo 32 (59,3%) pacientes do sexo feminino e 22 (40,7%) pacientes do sexo masculino. Quanto a estratificação pelo grau de DRC, 38,5% (n=21) se encontravam em estágio 3, seguido de 31,5% (n=17) no estágio 4, 13% (n=7) em estágio 2, 9,3% (n=5) estágio 1 e 7,4% (n=4) estágio 5. A média do IMC para o sexo masculino foi de 25,9 kg/m² (+ 5,6 DP) e de 25,86 kg/m² (+ 5,1 DP) para o sexo feminino, sendo que 20,4% (n=11) dos pacientes adultos apresentavam IMC > 24,9kg/m², e 27,8% (n=15) dos pacientes idosos apresentavam IMC > 27 kg/m². Quanto às medidas de CC, a média do sexo masculino foi de 93,4 cm (+ 16,4 DP); e 90,1 cm (+ 13,2 DP) no sexo feminino, com 68,5% (n=37) da amostra apresentando risco aumentando de complicações. Não foram encontradas associações estatisticamente significantes entre IMC e CC com outras variáveis do estudo como sexo, idade e grau de doença renal (p > 0,05). Conclusão: A tendência para o excesso de peso ocorre devido às doenças de base que são as principais causas da DRC, podendo assim sugerir a obesidade como fator causal de DRC na maioria dos casos.

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Prevalência de excesso de peso em pacientes com nefrolitíase atendidos em ambulatório de referência na BahiaAlessandra Fortes Almeida,Tarcísio Santana Gomes,Jairza Maria Barreto Medeiros,Maria Helena Lima GusmãoC-HUPES/UFBA,C-HUPES/UFBA,Escola Nutrição/UFBA,Escola Nutrição/UFBA

Introdução: A nefrolitíase é considerada em alguns estudos como um problema de saúde pública. Estima-se que de 5 a 15% da população mundial apresentará algum episódio de calculose renal ao longo da vida.A coincidência temporal e as alterações urinárias decorrente do peso corporal elevado são de suma importância para a realização de trabalhos que associem a nefrolitíase com comorbidade da obesidade. Desta forma, o Objetivo do estudo foi analisar a prevalência de excesso de peso em pacientes com nefrolitíase atendidos no Ambulatório de Nutrição em Nefrologia – APMN/HUPES/UFBA. Métodos: Estudo de corte transversal composto por 83 pacientes atendidos no Ambulatório de Nutrição em Nefrologia. Nesse estudo foram incluídos os portadores Nefrolitíase. Foi preenchido protocolo de atendimento para obtenção dos dados sócio-demográficos. O estado nutricional foi classificado pela avaliação do IMC segundo pontos de cortes da OMS (1995), sendo divididos em Abaixo do peso (< 18,5 kg/m²), Eutrófico (18,5 – 24,9 kg/m²) e Excesso de Peso (> 24,9 kg/m²) para adultos e Abaixo do peso (< 22 kg/m²), Eutrófico (22 – 27 kg/m²) e Excesso de Peso (> 27 kg/m²) para idoso. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Statistical Packcage for Social Science (SPSS) na versão 17.0. Resultados: A média de idade foi de 48,1 anos (+ 13,07 DP), sendo 55 (66,3%) pacientes do sexo feminino e 28 (33,7%) pacientes do sexo masculino. A média do IMC da amostra foi de 26,68 kg/m² (+ 5,29 DP), 53% (n=44) dos pacientes adultos apresentavam IMC > 24,9kg/m², e 6% (n=5) dos pacientes idosos apresentavam IMC > 27 kg/m². Não foi encontrado associações estatisticamente significantes entre IMC desses pacientes com outras variáveis do estudo como sexo e idade (p > 0,05). Conclusão: O excesso de peso esteve presente na grande maioria dos pacientes com Nefrolitíase. Não há consenso sobre o papel do peso na formação de cálculos, o que pode ser explicado de duas maneiras: o peso pode constituir um fator de risco isolado para a litíase cálcica ou pode estar relacionado com outros fatores de risco como, por exemplo, a hiperoxalúria.

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Doença renal cronica associada ao uso abusivo de anabolizantes e suplementos alimentares-relato de casoPresídioGA, Barbosa AWG, Teixeira JG, Cavalcante JM, Mendonça KG, Silva NM, Loureiro JL, Bispo RKA, Uchoa JVM, CardosoSB, Silva AAB, Vasco RFV, Gouveia EA, Resurreição FAMS, Oliveira CAFUnidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas

Introdução: O uso de esteróides androgênicos anabólicos (EAA), que compreende a testosterona e seus derivados, tornou-se comum em atletas que desejam melhorar seu rendimento ou pessoas desejam um aumento rápido de massa muscular. No entanto, há evidências que o uso de EAA possui efeitos negativos como aumento do fator de risco coronariano, infarto agudo do miocárdio, icterícia colestática, hepatopatias, desordens psiquiátricas e doenças renais. Observa-se que incidência do aumenta gradativamente, principalmente na população adulto jovem do sexo masculino. De acordo com o Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psi-cotrópicas, o uso de anabolizantes cresceu de 0,3% em 2001, para 1,4% da população em 2010.Objetivo: Relatar um caso clínico com evolução para doença renal crônica(DRC)  possivelmente causada pelo do uso prolongado de EAA e suplementos alimentares. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 25 anos, natural de Por-to Calvo/AL, militar e solteiro, com relato de uso continuo de anabolizantes (decadurabolin®, durateston®, winstrol®, hemogenin®) e suplementos (ADE® e potenay®) no período entre 2006 e 2009. Deu entrada em hospital terciário de Maceió, no início de 2010, apresentando astenia, edema em membros inferiores e hipertensão arterial sistêmica (HAS). Iniciou tratamento clínico com corticóide oral, hipotensores e diuréticos. Após 5 meses, o paciente relata que interrompeu o tratamento por vontade própria. Em julho de 2011, procurou uma unidade de urgência, apresentando astenia, náusea e tontura. Após a alta, foi encaminhado ao atendimento ambulatorial com nefrologista, constatando-se que o paciente apresentava HAS descontrolada, anemia e insuficiência renal. Dados laboratoriais: hemoglobina: 6,3 g/dL; hematócrito: 19,8%; hemácias: 2,4x10³/mm³); uréia: 258 mg/dL; creatinina sérica: 13,4 mg/dL e clearance de creatinina de 5 ml/min/1,73 m². Ultrassonografia: Rins apresentando sinais de doença parenquimatosa difusa. Iniciando então, terapia renal substitutiva.Conclusões:Embora os efeitos potenciais dos Anabolizantes na função renal de seres humanos não estejam bem caracterizados, estudos sugerem que os andrógenos podem exercer um efeito tóxico direto sobre o glomérulo levan-do acúmulo de matriz mesangial e esgotamento de podócitos. Esse caso possui uma grande particularidade, dado que o paciente evoluiu com IRC, tendo histórico importante de uso crônico de anabolizantes e suplementos, na ausência de outros fatores de risco para DRC.

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Perfil ecocardiográfico em pacientes com insuficiência renal crônica em programa de hemodiálisePresídio GA, Silva NM, Mendonça KG, Loureiro JL, Cavalcante JM, Silva AAB, Vasco RFV, Oliveira CAF, Gouveia EA, Resurreição FAMSUnidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas

Introdução: As complicações cardiovasculares são a principal causa de óbito dos pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) em terapia de substituição renal pela hemodiálise. Alterações de estrutura e função cardíacas detectadas pela ecocardiografia são comuns nesses pacientes e predizem um pior prognóstico. Dessa forma é de extrema importância estabelecer uma avaliação ecocardiográfica, uma vez que desempenha papel fundamental no diagnóstico de miocardiopatia, bem como na estratificação de risco cardiovascular. ObjetivoS: Este estudo visa descrever o perfil ecocardiográfico dos pacientes renais crônicos que realizam hemodiálise em um Ser-viço privado de Nefrologia. CASUÍSTICA E METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo transversal. Foram coletados, através de revisão de prontuário médico, dados da idade, sexo, tempo de diálise, doença de base, e ecocardiograma, no período de janeiro a junho de 2012. Resultados: A amostra foi composta por 14 mulheres (63,7%) e 10 homens (36,3%), sendo a média da idade de 58,3 ±17,9 anos e com tempo médio de tratamento hemodialítico de 2,5±2,2 anos. Dentre as doenças de base, as mais frequentes foram diabetes mellitus (41,7%), Glomerolonefrite crônica (25%) e Lúpus eritematoso sistêmico (12,5%). Dos 24 pacientes da amostra, 22 (91,6%) tinham algum tipo de alteração ecocardiográfica sendo que 15 pacientes (62,5%) apresentavam hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE), 13 (54,1%) disfunção diastólica do ventrículo esquerdo, 3 (12,5%) derrame pericárdico e 3 ( 12,5%)hipertensão pulmonar. Observa-se que dos pacientes com HVE, 13 (86,7%) tem hipertensão arterial sistêmica com média de tempo da doença de 10,6 anos. Conclusões: A cardiomiopatia do paciente em hemodiálise deve-se principalmente à presença de cardiopatia isquêmica e alterações morfofuncionais do ventrículo esquerdo em resposta à sobrecarga de pressão e volume. A alta prevalência de HVE na população em estudo demonstra que é preciso estar atento ao controle intensivo dos fatores de risco uma vez que é determinante para regressão do número de eventos cardiovasculares e para uma maior sobrevida dos pacientes. Dessa forma a avaliação ecocardiográfica tem papel importante na detecção da disfunção cardíaca clínica e subclínica e na avaliação das estratégias de intervenção terapêutica.

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Registro de Doenças Glomerulares em um Hospital Público de Salvador-BA: Estudo Prospectivo de Glomerulopatias (PROGLOM)Carneiro MF, Kobayashi C, Teixeira L, Marques R, Santos R, Santos WL, Rocha PNHospital Geral Roberto Santos Bahia,Faculdade de Medicina da Bahia UFBA,Faculdade de Medicina da Bahia UFBA,Faculdade de Medicina da Bahia UFBA,Hospital Geral Roberto Santos Bahia,Fiocruz, Bahia Faculdade de Medicina da Bahia UFBA

Introdução. As glomerulopatias representam a terceira causa de doença renal crônica dialítica no Brasil. Considerando a influência da raça na epidemiologia das glo-merulopatias e que a Bahia é o estado brasileiro com maior porcentagem de afro-descendentes, faz-se necessário criar um registro baiano de glomerulopatias. Objeti-vos. Criar um registro de pacientes adultos portadores de glomerulopatias, atendidos em um hospital público de referência em nefrologia em Salvador-BA. Casuística e Métodos. Estudo de coorte prospectivo realizado no Hospital Geral Roberto Santos, que inclui até o momento, dados clínicos, laboratoriais e histológicos de 153 pacientes internados com glomerulopatia, confirmada por biópsia renal. Os dados foram registrados prospectivamente de Dezembro 2007 à Maio 2012. Todas as biópsias foram avaliadas pelo mesmo patologista.  Resultados. A maioria dos pacientes tinha entre 18-40 anos (69,6%) e era de não-brancos (72,5%). Houve ligeira predominância de mulheres (54,2%). Chama atenção que 52,3% dos pacientes vinham do interior do estado. A maioria estava sintomática (89,5%), e o período de início de sintomas foi < 3 meses em 38,8% e > 9 meses em 24,3%. Havia diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica há < 5 anos em 41,8% dos casos. A mediana da creatinina foi 1,6 mg/dl e 44,1% dos pacientes tinha proteinúria em faixa nefrótica, com mediana da proteinúria de 3059 mg/24h. Necessitaram de diálise 26,8% dos pacientes, sendo que 22,2% permaneciam em diálise no momento da alta. A doença 1ª mais frequente foi glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) (15,7%), seguida por complexo lesão mínima-GESF (9,8%), membranosa (7,8%), lesão mínima (5,9%), membranoproliferativa (5,2%), proliferativa difusa (5,2%) e nefro-patia por IgA (3,9%). A doença 2ª mais frequente foi nefrite lúpica (25%) e glomerulonefrite esclerosante ocorreu em 9,8% dos casos. Conclusões. Diversamente de outros registros brasileiros, houve predominância de não-brancos em nossa população. Em acordo com outros registros, GESF foi a doença 1ª mais frequente; em contraste, nefropatia por IgA foi infrequente. A nefrite lúpica foi a doença mais diagnosticada, e não houve casos associados a infecções, sugerindo uma mudança na epidemiologia de glomerulopatias na Bahia. Também merecem destaque a apresentação tardia (sintomas há mais de 9 meses) de cerca de 1/4 dos pacientes; a gravidade clínica dos casos, evidenciada pelas medianas de creatinina e proteinúria, assim como pela necessidade de diálise em 1/4 dos pacientes; e a evidência de glomerulone-frite esclerosante em cerca de 10% das biópsias.

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Impacto da doença mineral óssea na mortalidade de pacientes renais crônicos em hemodiálise entre janeiro de 2008 e março de 2012 numa clinica privada de MaceióLoureiro JL,Cavalcante JM,Mendonça KG,Presídio GA,Silva NM,Silva AAB,Vasco RFV,Oliveira CAF,Gouveia EA,Resurreição FAMSUnidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas

Introdução: A doença mineral óssea (DMO-DRC) é uma das complicações da doença renal crônica que mais aumentam a morbidade desses pacientes. É definida como: desordem sistêmica do metabolismo mineral e ósseo devido à doença renal crônica terminal (DRCT), manifestada por: Anormalidades do metabolismo da vitamina D, cálcio, fósforo ou PTH. ObjetivoS: Verificar a prevalência da DMO-DRC, por meio de marcadores bioquímicos dos pacientes hemodialiticos na institui-ção que evoluíram a óbito no período estudado. Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo onde foram analisados prontuários de pacientes da clinica que evoluiram a óbito no período de 01/2008 a 03/2012, num total de 33 pacientes. Os critérios de inclusão foram: 1) ser portador de DRCT; 2) não ter se submetido a transplante renal; 3) ter mis de 18 anos; 4) estar em hemodialíse (HD) há mais de três meses. Foram coletados dados relativos a sexo, idade, tempo de HD, diagnóstico e causa de óbito. Os pacientes com DMO-DRC foram identificados por alterações bioquímicas (PTH com valores abaixo ou acima de 200 e 300pg/mL, cálcio com valores acima de 9,7mg/dL, fósforo com valores acima de 5,5mg/dL e fosfatase alcalina acima de 126U/L), segundo as Diretrizes Brasileiras para DMO-DRC. Os dados foram compilados em planilhas do Microsoft Excel®, utilizando o SPSS® para analisar a distribuição percentual das variáveis qualitativas e quantitativas da população estudada. Os Resultados estão apresentados como média ± desvio padrão para as variáveis quantitativas com distribuição simétrica. Resultados E Conclusões: Dos 33 pacientes, a média de idade foi 68,22 (± 11,14) anos, com predomínio do sexo masculino (75%) e os diagnósticos de base foram nefropatia diabética (56,25%), nefroesclerose hipertensiva (9,38%) e glomerulopatias (9,38%). O tempo médio em HD foi de 21,3 (± 15,67) meses. A doença cardiovascular foi a principal causa de óbito (28,2%), seguida de infecção (25%). A média dos valores de cálcio, fósforo e produto cálcio e fósforo foi de 9,36mg/dL (± 1,26), 5,3mg/dL (± 2,7) e 49,3mg/dL (± 25,5) respectivamente. O valor médio da fosfatase alcalina foi de 90,36mg/dL (± 58,7) e os valores do PTH de 181,1pg/mL (± 232,29). Daqueles que não estavam de acordo com as diretrizes, 56,25% apresentaram fósforo acima de 5,5mg/dL; 33% de cálcio acima de 9,7mg/dL; 18,75%, de PTH acima de 300pg/mL e 15,63% apresentaram fosfatase alcalina acima de 126U/L. A prevalência de DMO entre os pacientes que foram a óbito foi 9,4%.

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Avaliação do risco cardiovascular através da proteina C reativa ultra sensível de pacientes em programa de diáliseSilva NM, Presídio GA, Mendonça KG, Cavalcante JM, Loureiro JL, Silva AAB, Vasco RFV, Oliveira CAF, Gouveia EA, Resurreição FAMSUnidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas

Introdução:A doença cardiovascular é a principal causa de mortalidade na população em diálise, sendo responsáveis por 50% dos óbitos. A proteína C reativa (PCR-us) é produzida no fígado em resposta ao estímulo das citocinas inflamatórias. Sua dosagem vem sendo utilizada para diagnóstico de estados inflamatórios e infecções. Estudos epidemiológicos têm documentado que discretas elevações das concentrações de PCR-us podem prever o aparecimento de doenças cardiovas-culares, sendo de alto valor preditivo para eventos cardio-vasculares.Objetivo: Avaliar o risco cardiovascular, através dos níveis de PCR-us, em pacientes subme-tidos a hemodiálise em uma clínica privada.Casuística e Métodos:Trata-se de um estudo transversal do tipo descritivo, realizado no período de janeiro de 2012 a junho de 2012. A coleta de dados foi realizada através da revisão de prontuário. De acordo com o valor da PCR-us, os pacientes foram classificados em 3 grupos: baixo risco de desenvolver doença cardiovascular (PCR-us< 0,1mg/dl), médio(PCR-usentre 0,1 a 0,3mg/dl) e alto (PCR-us>0,3mg/dl). A amostra constitui de 54 pacientes, sendo 68,4% do sexo masculino com média de idade de 61,1 ± 13,74 anos.Resultados:Dos 54 pacientes, 11,11% apresentaram PCR-us entre 0,1 e 0,3mg/dl e 59,26% PCR-us> 0,3mg/dl, ou seja, 70,37% possuem risco aumentado para o desenvolvimentos de doença cardiovascular. Desses pacientes,50% são diabéticos, 86,84% são hipertensos e 47,37% apresentam as duas comorbidades. O tempo médio em programa de hemodiálise é de 3,14 ± 2,82 anos.A doença de base da insuficiência renal mais frequente foi diabetes mellitus(55,26%) seguida de glomerulonefrite crônica (18,42%). Em relação ao perfil lipídico 52,6% apresentam níveis de triglicerídeos aumentados, 71,05% HDL abaixo dos valores desejados e 10,5% possuem colesterol e LDL alterados. Aproximadamente 45% obtiveram Ca x P acima dos valores de referência. Conclusão:A maioria dos pacientes (70,37%) apresentaram risco aumentando para o desenvolvimentos de doenças cardiovasculares. Sendo essa a principal causa de mortalidade nessa população, é de fundamental importância a prevenção e controle dos fatores de risco cardiovasculares, sobretudo os modificáveis, visando a redução da morbimortalidade nesses pacientes dialíticos.

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Correção de hiponatremia sintomática evolui com mielinólise pontina: relato de casoUsón PLSJ, Espósito DC, Person NC, Pereira VGM, Serpa-Neto A, Balogh RJ, Manetta JA, Cardoso SO, Pasqualucci MO, Damasceno MCTFaculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina do ABC

Introdução: A hiponatremia é o distúrbio eletrolítico mais frequente em pacientes internados e está associado a pior prognóstico em diversas situações clínicas. A sin-tomatologia é inespecífica e a correção deve ser baseada inicialmente na volemia do paciente. A Mielinólise Pontina (MP) é enfermidade desmielinizante do encéfalo que acomete principalmente a região da ponte e está associada à rápida correção de hiponatremia.Este relato tem como Objetivo exemplificar um caso de MP em vigência de correção de hiponatremia com velocidades de correção e cálculos adequados pela literatura. RELATO DO CASO: M.A., 60 anos, feminina, é admitida no serviço de emergência com história de vômitos incoercíveis e sonolência iniciados 11 dias após uso de antibiótico para infecção do trato urinário (não sabia referir nome nem dosagem). Apresentava hipotireoidismo em uso de levotiroxina, hipertensão arterial em uso de atenolol e neurocisticercose em acompanhamento com neurologista. Encontrava-se em regular estado geral, hidratada, eupnêica, sem alteração no exame cardiopulmonar, Glasgow 15 e força motora grau 4 em membros superiores e inferiores, sem acometimento de pares cranianos. Exames admissionais: sódio 100 mEq/L, potássio 2,6 mEq/L, função renal normal. Tomografia (TC) de crânio: nódulos calcificados (sequela de neurocisticercose). Realizada correção de volemia e natremia ,sendo que, após 12 horas internada, o sódio foi de 106 mEq/L e, após 60 horas, de 120 mEq/L. No 4° dia apresentava melhora dos sintomas neurológicos e sódio de 132 mEq/L, sendo transferida para enfermaria. No 8° dia de internação hospitalar apresenta novo episódio de hiponatremia ( 126mEq/L) e rebaixamento do nível de consciência. Após retorno a UTI e estabilização clínica com nova correção de natremia, foram realizados TC de crânio, liquor, eletrólitos urinários, hormônios adrenais, tireoidianos e provas reumatológicas, todos sem altera-ções. Realizada ressonância nuclear magnética de crânio constatando lesões pontinas características de MP. Paciente evolui a óbito nesta internação. DISCUSSÃO: A correção de hiponatremia ainda é um tema controverso na literatura em relação ao total de reposição de sódio em 24 horas, sendo que grandes consensos preconizam o valor de 10-12 mEq/L. No caso exposto, apesar da correção volêmica e natrêmica de acordo com padrões recomendados, ocorreu complicação fatal, provavelmente relacionada ao quadro de hiponatremia recorrente de etiologia incerta.

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Exercício aeróbico como uma intervenção eficaz na redução da gordura visceral de pacientes com excesso de peso portadores de doença renal crônica não dialíticaFlavia Baria, Maria Ayako Kamimura, Danilo Takashi Aoike, Mariana Leister Rocha, Adriano Luis Ammirati, Lilian CuppariUNIFESP/EPM,UNIFESP/EPM,UNIFESP/EPM,UNIFESP/EPM,UNIFESP/EPM,UNIFESP/EPM

O acúmulo de gordura visceral está associado com diversos distúrbios metabólicos em pacientes na fase não-dialítica da Doença Renal Crônica (DRC). Como esta população tende a apresentar aumento da gordura visceral e há evidências que o exercício físico é capaz de reduzir gordura abdominal na população geral é possível supor que a prática regular de exercícios físicos poderia também trazer benefícios para os pacientes com DRC. Este estudo prospectivo, randomizado e controlado teve como Objetivo avaliar o impacto do exercício aeróbico sobre a gordura visceral de pacientes com sobrepeso ou obesidade portadores de DRC na fase não dialítica. Foram incluídos 26 pacientes sedentários (73% homens; 52,3±8,6 anos, eTFG 25,9±11,7; IMC 30,6±4,3kg/m2). Os pacientes foram aleatoriamente designados ao grupo exercício (GE; n=13) ou grupo controle (GC; n=13). O treinamento aeróbico foi realizado em esteira rolante, na intensidade do primeiro limiar ventilatório. O programa de treinamento teve duração de 12 semanas sendo as sessões realizadas em dias alternados três vezes por semana. O grupo controle permaneceu sem praticar qualquer tipo de exercício físico durante o período do estudo. A avaliação da gordura visceral e subcutânea foi realizada por meio da tomografia computado-rizada e da massa magra por meio da absorciometria de raio-X de dupla energia (DEXA). A circunferência da cintura foi medida na cicatriz umbilical. Ao final de 12 semanas a gordura visceral apresentou em média redução de 6mm no GE e aumentou 2mm no GC (p<0,01). A circunferência da cintura diminuiu 1,7cm no GE e aumentou 0,8cm no GC (p=0,04). Não foram observadas mudanças no peso corporal e na gordura subcutânea. A massa magra apresentou tendência a aumentar no GE e diminuir no GC (p=0,09). Além disso, houve redução da pressão arterial (p<0,01) apesar de não ter ocorrido mudanças no peso corporal, sódio urinário e medicação antihipertensiva. Esses Resultados sugerem que o exercício aeróbico pode ser uma intervenção eficaz para reduzir a gordura visceral mantendo a massa corporal magra de pacientes com DRC.

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Efeito do exercício resistido durante hemodiálise em pacientes renais crônicos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2NESTOR SCHOR, RONALDO RIBEIROUNIFESP-FACULDADE PAULISTA DE MEDICINA, UNIFESP-FACULDADE PAULISTA DE MEDICINA

Resumo: Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC) quando submetidos ao exercício resistido (ER) apresentam substancial melhorias de muitas funções, em especial os relacionados ao sistema cardiovascular, respiratório, muscular e na qualidade de vida (QV). Não existem avaliações do impacto de exercício simples e factíveis em pacientes com DRC associada ao Diabetes Mellitus (DM) durante o período intradialítico. Assim, submetemos pacientes com DRC e DM ao ER durante as sessões de hemodiálise, três vezes por semana por um período de oito semanas.A serie de exercícios resistidos foi composta por oito exercícios, sendo 3 series de 12 repetições trabalhando a musculatura do quadríceps, isquiotibiais, adutores e abdutores do membros inferiores, abdômen, bíceps braquial e ombro. A carga estipulada foi de acordo com o resultado do teste de força manual e a evolução foi através do método de progressão linear aumentando 10% da carga a cada seis sessões de exercí-cio.Casuística e Métodos: 15 pacientes em cada grupo: 1: DM com DRC submetidos ao ER ; 2: DM com DRC sedentários; 3: DRC e ER e, 4: DRC sedentários. Ava-liações durante oito semanas, com ER três vezes na semana. Avaliações: laboratorial, teste de força muscular (FM) e QV (SF-36). Resultados: O ER induziu melhoria na glicemia e na FM com discretas mas significantes alterações na ureia e K (p<0,0001). Foi de impacto a melhoria na avaliação dos parâmetros de QV (p<0,001) com o ER, como a Capacidade Funcional, o Aspecto Físico, redução das Dores (de uma maneira geral), Saúde Geral, Vitalidade, a Função Social, Estado Emocional e na Saúde Mental. Conclusão: O programa de ER (simples e factível) no período intradialítico alterou parâmetros clínicos, na FM e uma significante melhoria na avalia-ção da QV. O impacto na QV foi importante para o Paciente, inclusive envolvendo melhoria em nível familiar e de relacionamento social quando submetidos ao ER. PALAVRAS CHAVE: Exercício resistido. Doença Renal Crônica. Diabetes Mellitus. Hemodiálise. Qualidade de vida.

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O impacto da hemodiálise na vida do paciente renal crônicoLília Mendes Vieira Coelho, Fernando Lopes Ponte Neto, Francisco Alexandre da Silva Neto, Natália Alves Mineiro Apolônio, Cristiano Araujo Costa, Andrezza Silva de AlmeidaUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Ceará

Introdução: A insuficiência renal crônica terminal (IRCT) é uma doença progressiva, debilitante, que causa incapacidades e que apresenta alta mortalidade, tendo a sua incidência aumentada devido ao envelhecimento da população. A hemodiálise é o tratamento dialítico mais utilizado na atualidade, sendo feita em três sessões semanais, por um período de três a cinco horas por sessão. Apesar das vantagens indiscutíveis dessa terapia, esta ocasiona mudanças no estilo de vida como limitações psicológicas, familiares, sociais, físicas e sexuais, que podem acabar afetando a qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: conhecer as mudanças ocorridas na rotina do tratamento dos pacientes em hemodiálise, as quais podem influenciar diretamente na sua qualidade de vida e na adesão ao tratamento. Causuística e Métodos: Neste sentido, foi aplicado um questionário no Setor de Hemodiálise de um hospital escola no norte do Ceará entre os meses de maio e junho de 2012, que abordou fatores que poderiam influenciar na qualidade de vida dos pacientes. O critério de inclusão foi ser portador de IRCT. De 58 pessoas entrevistadas durante a sessão de hemodiálise, apenas 50 indivíduos foram incluídos na pesquisa, sendo critério de exclusão a manifestação da vontade de não ser entrevistado. Resultados: Na analise dos Resultados, em relação aos aspectos psicológicos, foi observado que 82,5% dos pacientes se sentem felizes sempre ou na maior parte do tempo e que 85% possui expectativas de melhora. Em relação aos aspectos sociais, 62,5% dos pacientes não teve seu relacionamento com amigos ou parentes alterados de nenhuma forma e que 25% dos pacientes acham que sofrem ou já sofreram algum tipo de preconceito. Em relação aos aspectos sexuais, 47,5% dos pacientes não possuem vida sexual ativa e 37,5% dos que possuem, notaram diminuição na freqüência da atividade sexual. Em relação aos aspectos físicos, 77,5% dos pacientes se sentem limitados de alguma forma a realizar as atividades do seu dia-a-dia. Em relação aos aspectos religiosos, 47,5% dos pacientes relataram um aumento de sua fé e 95% consideram a religião como um aspecto primordial para ajudar a enfrentar essa fase da sua vida. Conclusão: Sendo assim, mesmo diante de uma situação adversa como a hemodiá-lise, a qual afeta até mesmo o desempenho sexual e a capacidade física, a maioria dos pacientes se sente feliz e possui perspectivas de melhora, tendo na fé, na família e nos amigos um apoio para enfrentar essa fase de suas vidas.

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Avaliação bioquímica dos pacientes em hemodiálise convencional no Instituto Central do Hospital das Clínicas de São PauloElias RM, Moyses RMA, Pereira BJ, Soares LFM, Santos RSS, Silva LTTL, Castro MCM, Abensur H, Luders CHospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo,Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo

Introdução: A principal causa de mortalidade em pacientes dialíticos é de origem cardiovascular e tem se tentado correlacionar uma maior taxa de mortalidade com o período interdialítico mais longo: as dozes horas que precedem a primeira diálise da semana, em virtude da maior variação hidroeletrolítica e sobrecarga volêmica poder desencadear evento cardíaco. Objetivo:  O Objetivo deste estudo é avaliar as diferenças bioquímicas entre períodos interdialíticos diferentes: a primeira e a segunda sessão de diálise da semana. Métodos: Realizamos uma análise retrospectiva de 53 pacientes em programa regular de hemodiálise em nosso centro. Foram in-cluídos os 43 pacientes que dialisavam desde outubro de 2010 a abril de 2011. Comparamos os Resultados da rotina mensal de bioquímica colhida na segunda sessão de hemodiálise dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2010 com a bioquímica colhida na primeira sessão de hemodiálise dos meses de fevereiro, março e abril de 2011 dos mesmos pacientes, com prescrições de diálise individualizadas. Resultados: Estão demonstrados na tabela I em média ± desvio padrão, com p<0,05 Conclusões: Maior sobrecarga volêmica parece correlacionar-se positivamente com período interdialítico mais longo, entretanto grandes variações hidroeletrolíticas não foram observadas no nosso centro com as prescrições de diálise individualizadas.

Variável 2ª HD (2010) 1ª HD (2011) Valor de pCreatinina (mg/dL) 11,03±3,3 12,04±3,2 <0,0001Uréia pré (mg/dL) 144±24 157±24 0,0002Uréia pós (mg/dL) 40±10 40±8 NSPotássio pré (mmol/L) 5,2±0,6 5,1±0,5 NSPotássio pós (mmol/L) 3,48±0,3 3,47±0,3 NSFósforo (mg/dL) 5,1±1,3 4,9±1,4 NSSódio (mmol/L) 139,8±2,3 138,6±2,3 <0,0001Calcio iônico (mg/dL) 4,77±0,5 4,78±0,45 NSBicarbonato de sódio (mEq/L) 20,9±1,9 20,5±2,1 NSHemoglobina (g/dL) 11,1±1,5 10,9±1,2 NSUF (ml) 2679±0,8 3040±0,6 <0,0001Tempo (h) 3,75±0,29 3,78±0,26 NSRedução relativa de uréia (URR) 72,1±5,6 73,6±6,6 0,053spKt/V 1,56±0,25 1,67±0,31 0,024spPCRn 1,21±0,21 1,11±0,18 0,0001NS=não significativo

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Alteração reversível de função renal associada a hipotireoidismoNatália CV Melo, Laryssa GN TairaHospital Regional de Taguatingua Distrito Federal - Clínica de Doenças Renais de Brasília /Faculdade de Medicina da USP São Paulo, Hospital Regional de Taguatingua Distrito Federal

Introdução: Os hormônios tireoidianos são necessários para o correto funcionamento de vários órgãos, entre eles os rins. Disfunções tireoidianas podem interferir na função glomerular e tubular e também no equilíbrio hidroeletrolítico. Objetivos: Relatar caso cujas manifestações de insuficiência renal e proteinúria foram decorren-tes de hipotireoidismo. Casuística e Métodos: Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de caso de paciente atendida na Unidade de Nefrologia do Hospital Regional de Taguatinga em Julho de 2011. Resultados (Relato do caso): Mulher de 58 anos foi admitida com relato de astenia crônica associada a edema facial intermitente, com progressão para edema de membros inferiores há cerca de 2 anos, inicialmente sem acompanhamento médico. Foi encaminhada à Nefrologia devido a altera-ção de função renal (Clearance de Creatinina de 37mL/min/1,73m2). Durante acompanhamento, apresentou proteinúria progressiva (955mg/24h em 11/03/11 e 1.729mg/24h em 15/07/11), associada a hiperlipidemia (Colesterol 401mg/dL, HDL 34mg/dL, LDL 238mg/dL, triglicerídeos 1014mg/dL), aumento importante de CPK (6.498UI/L) e anemia (hemoglobina 9,7g/dL), tendo sido internada para prosseguir investigação de glomerulopatia e possível realização de biópsia renal. Apresentava FAN, antiDNA, p-ANCA e c-ANCA e sorologias de hepatite A, B e C e HIV negativas, além de dosagens de C3 e C4 normais. A dosagem de TSH, entretanto, apresentou valor elevado (311,74mcUI/mL). Iniciou-se tratamento do hipotireoidismo com levotiroxina 50mcg/dia, com aumento progressivo e gradual da dose diária até a dose atual de 200mcg/dia. Após de 9 meses em tratamento, a paciente evoluiu com remissão do edema e da astenia e normalização da função renal (Clearance de Creatinina de 143mL/min/1,73m2). Além disso, houve melhora do perfil lipídico (Colesterol 172mg/dL, HDL 34mg/dL, LDL 94mg/dL, triglicerí-deos 219mg/dL) e da função tireoidiana (TSH 6,3mcUI/mL e T4 livre0,96ng/dL), normalização da CPK(137UI/L) e remissão da anemia (hemoglobina 12,0g/dL). Conclusões: A resposta clínica e laboratorial apresentadas pela paciente nos permite inferir que o hipotireoidismo pode interferir negativamente no funcionamento renal adequado. Por isso, deve-se incluir a disfunção tireoidiana no diagnóstico diferencial de glomerulopatias e de outras causas de insuficiência renal e proteinúria.

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P-148

Pseudoporfiria – Complicação Rara Relacionada à HemodiáliseItala N Barbosa, Natalia CV MeloHospital Regional de Taguatingua Distrito Federal, Hospital Regional de Taguatingua Distrito Federal/Clínica de Doenças Renais de Brasília-DF/Faculdade de Medicina da USP São Paulo

Introdução: A pseudoporfiria é caracterizada pela presença de manifestações cutâneas de porfiria cutânea tarda sem o perfil anormal de porfirinas característico. Essa desordem pode se desenvolver em associação com uso de certos fármacos e também em pacientes com doença renal crônica (DRC) em terapia dialítica. Objetivos: Relatar caso de pseudoporfiria relacionada à hemodiálise. Casuística e Métodos: Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de caso de um paciente atendido na uni-dade de Nefrologia do Hospital Regional de Taguatinga em Março de 2011. Resultados (Relato do caso): J.S., 65 anos, portador de HAS, diabetes, hepatite C e DRC em hemodiálise há 2 anos evoluiu com lesões cutâneas em membros superiores e inferiores. As lesões eram bolhosas, de conteúdo hialino, dolorosas e se apresenta-vam em surtos. Nos períodos de remissão, as lesões bolhosas davam lugar a lesões maculares acastanhadas, com descamação grosseira, em palmas e plantas dos pés. A biópsia cutânea foi compatível com Pseudoporfiria cutânea tarda. O tratamento inicial consistiu em manter hemodiálise, evitar exposição solar, fazer uso de óleo mineral e esteróides tópicos nas lesões, bem como curativo oclusivo nas mesmas para evitar infecção secundária. Houve remissão completa do quadro. No entanto, em novembro de 2011, o paciente foi readmitido por ter sido vítima de espancamento. Na ocasião, apresentava novas lesões bolhosas em membros superiores, infe-riores e agora também em couro cabeludo, inclusive com áreas de alopecia. Acredita-se que o espancamento sofrido pelo paciente pode ter funcionado como gatilho para a reativação da doença, talvez pelo estresse oxidativo presente na reação inflamatória ao trauma. Foi submetido a tratamento oral com n-acetilcisteína 600mg/dia, com nova remissão da doença após 1 mês de tratamento. Conclusões: A Pseudoporfiria é uma entidade rara que pode acometer portadores de DRC em terapia dialítica. Sua fisiopatologia não está clara, mas a reativação da doença após trauma e a remissão com uso de n-acetilcisteína sugerem papel da inflamação e do estresse oxidativo na gênese da doença.

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Ausência de Correlação entre o Volume de Enchimento do Dialisador e a Eficiência da DiáliseNatalia CV Melo, Rosa MA Moyses, Manuel CM CastroFaculdade de Medicina da USP São Paulo - CDRB/ HRT Distrito Federal, Faculdade de Medicina da USP São Paulo, Faculdade de Medicina da USP São Paulo

Introdução: O volume de enchimento do dialisador (VED) de 80%, considerado válido mundialmente para a reutilização do filtro, foi definido por Gotch et al. em 1980. No entanto, nesse estudo foi utilizada membrana não-biocompatível , de baixo fluxo e baixa eficiência. Talvez os Resultados obtidos por Gotch não possam ser acuradamente extrapolados para a prática clínica atual, na qual são utilizadas membranas biocompatíveis, de alto fluxo e alta eficiência. Objetivos: Correlacionar o VED com a dose de diálise e a extração de solutos de diversos pesos moleculares em sessões de hemodiafiltração online diária (HDF-OL-D) e de hemodiálise curta diária (HD-D). Casuística e Métodos: 14 pacientes (47,9±13,5 anos) em HD-D há pelo menos 6 meses, foram incluídos. Foram coletadas amostras de sangue pré e pós-diálise e de dialisato, de forma parcial e homogenia através da mangueira de drenagem, em sessões de HD-D (1º, 7º, 13º uso) e em sessões de HDF-OL-D (1º, 7º, 13º uso). O VED foi medido antes do 1º uso e após cada reuso do dialisador. Resultados O VED foi decrescente quando comparado o 1º com o 7º e o 13º usos do dialisador em ambos os métodos avaliados. Os dialisadores foram reprocessados, independente do VED, até o 13º uso. Em 14% dos casos, os dialisadores apresen-taram VED< 80% do volume do filtro novo. Em sessões de HD-D, não houve correlação do VED com a dose de diálise ofertada. Porém, em sessões de HDF-OL--D, foi observada fraca correlação do VED com a dose de diálise medida pelo spKt/V, eKt/V e stdKt/V (r=0,33; p<0,05) , não corroborada pelo Kt/V diretamente quantificado. Não houve correlação entre o VED e a massa total extraída ou a depuração diretamente quantificada (KDQ ) de moléculas pequenas (ureia, fósforo, creatinina e ácido úrico) e médias (β2-microglobulina), em sessões de HDF-OL-D. No entanto, foi observada uma correlação fraca, porém significativa entre o VED e a KDQ de β2-microglobulina, em sessões de HD-D (r=0,33; p=0,028). Não foi observada correlação do Kt/V diretamente quantificado de β2-microglobulina com o VED nem em sessões de HD-D, nem em sessões de HDF-OL-D. Conclusões: A ausência de correlação impactante entre o volume de enchimento do dialisador e a dose de diálise, ou a extração de moléculas pequenas e médias, em ambos os métodos estudados, faz refletir se essa medida é adequada como pré-requisito, quase exclusivo, para reutilização ou não do dialisador, na prática clínica diária.

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Avaliação da mortalidade de pacientes em hemodiálise em lista de espera para transplante renal com doador falecidoVicari AR, Ribeiro AR, onçalves LF, Manfro RCHospital de Clinicas de Porto Alegre, Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Hospital de Clinicas de Porto Alegre

Introdução. O transplante renal (TR) é considerado a melhor opção terapêutica para pacientes com doença renal crônica terminal. Alguns dos benefícios descritos são melhor qualidade de vida, menor morbidade, mortalidade e eventos cardiovasculares. Nos últimos anos o número de pacientes em diálise vem aumentando e consequentemente a lista de espera (LE) para TR. Além disso, ocorreram modificações no perfil dos candidatos a receptores assim como nos doadores. Apesar dessas modificações poderem ter impacto na sobrevida de pacientes e enxertos e no tempo de espera em lista, a comparação da mortalidade nos pacientes em LE, nesta nova realidade, tem sido pouco explorada.Objetivo.Avaliar comparativamente, na prática atual do TR, a mortalidade em pacientes que permanecem em LE com a observa-da em pacientes que recebem um TR. Casuística e Métodos. Estudo retrospectivo de coortes no programa de transplante renal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), realizado entre janeiro de 2005 a dezembro de 2009. Foram incluídos pacientes em tratamento dialítico nas unidades de diálise que referenciam pacientes para TR no HCPA, pacientes em LE para TR referenciados ao HCPA e os transplantados renais do HCPA. Nestas três coortes foi calculada e comparada a mortalida-de bruta anual e média.Resultados. Não foram observadas diferenças significativas na comparação dos grupos LE e TR em relação à idade e sexo, no entanto, o diabete mélito foi mais freqüente no grupo LE, 16,7%, comparado a 10,6% no grupo TR (P<0,005). O tempo médio de espera em lista até a realização de transplante com doador falecido foi de 36,0 ± 27,8 meses. A mortalidade bruta média anual foi de 15,1±0,7% para o grupo TRS, 4,0±1,7% para o grupo LE e 2,2±0,8% no grupo TR (P <0,001 nas comparações TRS com LE e TRS com TR; P=0,04 na comparação LE versus TR). O risco relativo (RR) de óbito foi de 3,9 (IC95% 2,2-6,2) na comparação LE versus TRS (P < 0,001) e de 0,52 (IC95% 0,24-1,1) na comparação TR versus LE (P = 0,08).Conclusão. O transplante renal é a modalidade de TRS que oferece melhor sobrevida ao paciente quando comparado a diálise. Adicionalmente os Resultados de sobrevida são melhores com os pacientes transplantados, mesmo considerando-se a seleção clínica para lista de espera. A seleção de pacientes em condições clínicas para a LE é possivelmente o fator de maior relevância na menor mortalidade encontrada nestes pacientes se comparados aos demais pacientes em diálise.

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Prevalência do vírus linfotrófico de células T humanas tipo I (HTLV-I) em pacientes em hemodiálise de manutenção em Salvador-BASantos RFS, Carvalho G, Carvalho EM, Lopes AA, Rocha PNFaculdade de Medicina da Bahia UFBA, APAE BA, Faculdade de Medicina da Bahia UFBA, Faculdade de Medicina da Bahia UFBA, Faculdade de Medicina da Bahia UFBA

Introdução: A prevalência da infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas tipo I (HTLV-I) varia de acordo com a região considerada. No Brasil, Sal-vador tem uma das maiores prevalências do vírus, variando de 1,35% a 1,80% de acordo com os diversos estudos. Em uma amostra aleatória da população de Salvador, Dourado e colaboradores encontraram uma prevalência de 1,70% (IC95%: 1,1 a 2,5%). Sabe-se pouco sobre a prevalência desta infecção na po-pulação dialítica. Objetivo: Determinar a prevalência de infecção por HTLV-I em pacientes em hemodiálise na cidade de Salvador, avaliar o impacto desta in-fecção sobre parâmetros hematológicos e a frequência de co-infecção com outros vírus (HIV e vírus hepatotróficos). Material e Métodos: Corte transversal dentro de uma Coorte prospectiva. Foram selecionados todos os participantes do estudo PROHEMO (Estudo Prospectivo do Prognóstico de Pacientes Trata-dos por Hemodiálise) que se encontravam ativos no período da coleta. A sorologia para HTLV-I foi feita por ELISA e os casos positivos confirmados por Wes-tern Blot. Resultados: Foram incluídos 697 pacientes com média de idade de 48,7 anos, sendo 67% do sexo masculino. A prevalência da infecção pelo HTLV--I foi de 2,3% (16 casos). Não houve caso com sorologia positiva para o vírus HIV entre todos os estudados. Dentre os casos positivos para HTLV-I, um deles (6,7%) era portador do vírus C da hepatite e um (6,7%) do vírus B da hepatite. Os parâmetros laboratoriais nos dois grupos estão na tabela a seguir. Conclusão: A prevalência de infecção pelo HTLV-I na população dialítica pouco difere da encontrada na população geral de Salvador. Não houve impacto nos parâ-metros hematológicos. A coinfecção com os vírus B, C e HIV não foi comum. Inesperadamente, a creatinina e o PTH foram significativamente mais baixos no grupo soropositivo. Estes achados precisam ser confirmados em outros estudos.

 HTLV-I(n = 16)

Controles(n = 681)

p

Idade, anos 54,47 ± 14,97 48,59 ± 24,93 0,099Homens 46,7% 62,0% 0,284Não-brancos 86,7% 86,9% 1,000Hemoglobina, g/dl 9,98 ± 1,74 10,36 ± 1,94 0,359Dose EPO, UI/sem 12.000 (6.000 a 12.000) 10.000 (6.000 a 12.000) 0,621Leucograma, valor global/mm 6973,33 ± 2556,91 5976,16 ± 1943,04 0,144Creatinina, mg/dl 8,46 ± 3,43 10,68 ± 3,38 0,021Albumina, g/dl 3,61 ± 0,45 3,71 ± 0,40 0,376Fósforo, mg/dl 5,09 ± 1,31 5,32 ± 1,49 0,600Cálcio, mg/dl 8,56 ± 1,73 9,06 ± 0,99 0,324

PTH, pg/dl110,10 (60,75 a

298,25)305,70 (129,35 a

613,35)0,011

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Transplante renal em pacientes HIV positivos. Experiência inicial do hospital de clínicas de Porto AlegreFábio Spuldaro, Adriana Reginato Ribeiro, Alessandra Rosa Vicari, Nancy Tamara Denicol, Leonardo Infantini Dini, Emanuel Burck dos Santos, Karla Laís Pegas, Luiz Felipe Santos Gonçalves, Roberto Ceratti ManfroHCPA

Introdução: Nas últimas décadas, a morbimortalidade dos indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) decaiu progressivamente com o ad-vento da terapia anti-retroviral (TARV) de elevada eficiência. Isto lhes proporcionou importantes aumentos de sobrevida, dessa forma permitindo também maior sobrevida aos portadores de doença renal nas terapias dialíticas.Métodos: No período de agosto de 2010 a maio de 2012 foram realizados 5 transplantes em receptores HIV+ no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Todos os receptores possuíam no momento do transplante carga viral indetectável e contagem de CD4 acima de 200 células/mm3.Resultados: Todos os transplantes foram realizados com órgãos de doadores falecidos, entre os quais somente um foi classificado como critério expandi-do. Os receptores tinham entre 33 e 51 anos de idade. O tempo médio de diagnóstico da infecção pelo HIV foi de 10,2 anos (±3,1), todos os pacientes vinham em uso de TARV há pelo menos 5 anos. Um dos cinco pacientes era também infectado pelo HCV. O tempo médio de diálise foi de 5,6 anos(±4,3). O tempo médio de isquemia fria foi de 21,8 h variando entre 13 e 27h. A imunossupressão utilizada em 80% dos pacientes foi composta por basiliximab, tacrolimo, micofelonato sódico e corticosteróides, tendo um receptor recebido indução com ATG. A incidência de função tardia do enxerto (DGF) foi de 100%, dois pacientes apresentaram epi-sódios de rejeição aguda (Banff IA). Em relação aos ajustes nas doses de inibidor de calcineurina, a dose diária de tacrolimo no 30º dia pós-transplante foi em média 14,6mg/dia (±9,5), entretanto, em alguns casos com necessidade de uma redução importante (sendo 1mg/dia a menor dose utilizada). Até o presente momento, com seguimentos entre 1 e 15 meses não houve óbitos ou perdas de enxertos e a função renal média calculada (MDRD) é de 47ml/min./1.73m2. No acompanhamen-to pós-transplante não foram necessárias modificações nos esquemas de TARV.Conclusão: O transplante renal é uma terapia aceitável e segura em pacientes HIV+ cuidadosamente selecionados. A terapia imunossupressora não parece ter impacto negativo no curso da infecção pelo HIV nestes pacientes. O melhor regime imu-nossupressor permanece por ser determinado. Esquemas que sofram menor interferência da terapia anti-retroviral e que propiciem diminuição nas elevadas taxas de rejeição aguda são desejados.

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Insuficiência de vitamina D no lúpus eritematoso sistêmico: prevalência, associação com nefrite lúpica e atividade da doençaAndrade LCF, Bastos MG, Souza VAUniversidade Federal de Juiz de Fora,Universidade Federal de Juiz de Fora,Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é doença inflamatória crônica autoimune, com envolvimento multissistêmico, destacando-se o acometimento renal como um dos principais determinantes da morbimortalidade. Atualmente, é descrito papel imunomodulador da vitamina D, além de seu já reconhecido efeito na manutenção da homeostase óssea. Estudos demonstram elevada prevalência de hipovitaminose D em doenças autoimunes, entre elas, o LES. Objetivos: Avaliar a prevalência de insuficiência de vitamina D e sua associação com nefrite lúpica e atividade da doença em pacientes com LES nos ambulatórios de Reumatologia e Ne-frologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Casuística e Métodos: Foram avaliados 45 pacientes com LES e 25 controles saudáveis em uma análise transversal. A insuficiência de vitamina D foi considerada quando a 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] sérica foi menor que 30 ng/mL. Para avaliação do envolvimento renal, foram realizados análise de elementos anormais e sedimentoscopia urinárias (EAS), hematúria e piúria quantitativas, proteinúria e depuração de creatinina em urina de 24 horas e anti-DNA nativo sérico. A atividade da doença foi avaliada pelo Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (SLEDAI), análises séricas da proteína C reativa ultrassensível, C3, C4 e interleucina-6 (IL-6). Resultados: A prevalência de insuficiência de 25(OH)D foi de 55% nos pacientes lúpicos e 8% nos controles (p=0,001). A mediana da 25(OH)D foi 29,48 ng/mL no grupo doente e 37,68 ng/mL nos controles (p<0,0001). Cerca de 44,44% dos pa-cientes (n=20), foram classificados como portadores de nefrite lúpica de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia, e, em 44% (n=8), a biópsia renal foi disponível, predominando a classe IV em 5 pacientes (62,5%). A mediana da proteinúria de 24 horas no grupo de pacientes lúpicos foi de 234mg/24horas (1-4000mg). O grupo de pacientes com 25(OH)D <30 ng/mL apresentou maior prevalência de hematúria ao EAS (p=0,043) e níveis superiores de IL-6 (p<0,0001) que o grupo com níveis ≥30 ng/ml. Houve fraca evidência de associação inversa entre 25(OH)D e IL-6 (r=-0,276; p=0,066). Não houve associação entre 25(OH)D e nefrite lúpica. Conclusões: A prevalência de hipovitaminose D mostrou-se elevada nos pacientes com LES. Pacientes com insuficiência de vitamina D apresentaram maior prevalência de hematúria ao EAS e níveis superiores de IL-6 comparados aos pacientes com níveis ótimos de 25(OH)D.

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Terapia com micofenolato mofetil para crianças com síndrome nefrótica córtico-resistenteMariana Araújo Correia Barbosa,Marcella Rios de Moura,Lia Cordeiro Bastos Aguiar,Henrique Takase,Bruno Nogueira Soriano,Eduardo Freitas Hatanaka,Raquel Rennó Lisboa,Maria Aparecida P. Cançado,Flavia V. Leão,Ana Carolina Gomes Parizi,João Tomás de Abreu Carvalhaes,Tatiana Ferreira dos Santos,Thaís Medeiros Cruz,Eduarda Bittencourt DamascenoUNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP

Introdução: Pacientes com síndrome nefrótica (SN) recidivante frequente ou córtico resistente (CR) tem importante morbidade devidos às suas complicações como insuficiência renal aguda, infecção, tromboses, progressão para doença renal crônica ou ainda toxicidade secundária as drogas utilizadas em seu tratamento. Drogas imunosupressoras, incluindo predinisona, metilpredinisolona, ciclofosfamida e ciclosporina são utilizadas para tratamento da SN. Micofenolato Mofetil (MMF) é um inibidor reversível seletivo do monofosfato de inositol desidrogenase, responsável pela nova síntese das purinas. Estudos preliminares sugeriam efeito benéfico do MMF como terapia na SN. MATERIAL E MÉTODOS: Avaliação clínica, resposta laboratorial, eficácia e segurança do tratamento com MMF em crianças com SN CR, foi avaliado em 7 crianças. Os pacientes foram tratados previamente com 8 semanas de predinisona 2mg/Kg/dia, seguido por 3 meses do uso de ciclofosfamida 2mg/Kg/dia. Após esse periodo, foram tratados com ciclosporina 5mg/Kg/dia por 6 meses, seguindo-se 2,5mg/Kg/dia por mais 6 meses. Os pacientes que não res-pondiam ao esquema terapêutico (mantendo proteinúria nefrótica ou descompensação clínica) recebiam Micofenolato Mofetil 250-500mg/m2 superfície corpórea/dia. Dados de resposta laboratorial, clínica e efeitos colaterais foram avaliados após 1 ano de tratamento. Resultados: Os pacientes permaneceram sem edema ou sintomas de descompensação. Dois pacientes tiveram resposta laboratorial e dois apresentaram efeitos colaterais (náusea e vômitos) - apenas um necessitou retirada da medicação. Os 15 pacientes restantes permaneceram com importante proteinúria (média 44mg/Kg/dia). Conclusão: Resposta clínica foi observada no tratamento de SN CR com uso de MMF por 1 ano. Pouca ou nenhuma resposta laboratorial foi observada. Mais estudos são necessários para confirmar eficácia do MMF como alternativa de tratamento na SN em crianças.

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P-846

Pacientes transplantados são doadores de órgãos?Francisca Helena Oliveira Góes, Elisama da Silva Costa, Raquel D’alligna, Lorena Tourinho de Lucena, Daniella Pereira, Alessandro PrudenteFaculdades Integradas Aparício Carvalho,Faculdades Integradas Aparício Carvalho,Central Estadual de Transplantes de Rondônia,Universidade Federal de Rondônia,Faculdades Integradas Aparício Carvalho,Central Estadual de Transplantes de Rondônia e Universidade Federal de Rondônia

Introdução:Shakespeare, em Hamlet, eternizou a frase: “Ser ou não ser, eis a questão”. Esse verso provoca o conflito de identidade presente na vida do homem. Será que o paciente transplantado se considera um doador de órgãos? Essa questão também é inquietante, pois recruta um sentimento de dever, uma vez que o transplanta-do, graças à doação, recobrou sua vida e agora só resta fazer o mesmo. E se não o faz? Vem culpa? Que fatores influenciariam essa decisão? Objetivos: Relatar e analisar reunião de transplantados sobre doação de órgãos e suas motivações. Métodos e casuísticas: A Central de Transplantes de Rondônia promove regularmente encontros com transplantados e seus familiares. O Objetivo é proporcionar um espaço de escuta, acolhimento, esclarecimento e suporte, uma vez que os transplantes são reali-zados apenas em centros fora do Estado. Para tanto, uma equipe multiprofissional compõe o grupo e organiza palestras com temas relevantes e com participação ativa dos pacientes. Em um dos encontros foi proposta uma dinâmica com o Objetivo de refletir sobre ser ou não ser doador e por quê. Utilizou-se para este fim, cartazes e tarjetas nos quais os participantes escreviam se consideravam-se doadores de órgãos e quais os motivos. Depois, o grupo debateu as respostas. Resultados: Havia dez participantes transplantados, todos afirmaram ser doadores. Os motivos apresentados foram diversos. O principal foi dar continuidade a vida. Outras respostas: amor ao próximo, ato de generosidade, ato de solidariedade, felicidade em ajudar alguém, retribuir ato de amor recebido, salvar a vida de alguém e oportunidade de melhorar ou restabelecer a vida de outrem. Embora pareça óbvio, saber se um paciente transplantado se considera um doador de órgãos é capaz de revelar sua identi-dade, seus valores e medos, além de remeter a uma reflexão da sua atual condição ao considerar seus limites e vulnerabilidade enquanto vivo. É possível que entre os participantes, alguns nunca tivessem pensado, antes do transplante, em ser doador. Agora, em uma nova condição de vida, outros valores são revelados e se alguém fez por ele, ele pode fazer o mesmo por alguém. Conclusão: Pacientes transplantados se consideram doadores de órgãos, motivados, principalmente, pela oportunidade de dar continuidade à vida. A abordagem em grupo dessa e de outras questões permite a conscientização e compartilhamento de valores e medos desses participantes, diante da percepção da vulnerabilidade de sua existência.

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Prevalência e perfil clínico e histopatológico da Nefrite Lúpica na Bahia: Estudo Prospectivo de Glomerulopatias (PROGLOM)Kobayashi CD, Santos RFS, Carneiro MF, Rocha PNFaculdade de Medicina da Bahia UFBA, Faculdade de Medicina da Bahia UFBA, Faculdade de Medicina da Bahia UFBA, Faculdade de Medicina da Bahia UFBA

Introdução. As glomerulo patias secundárias representam 20 a 40 % dos diagnósticos das biópsias renais em registros brasileiros, sendo a Nefrite Lúpica (NL) a mais frequente. A importância da NL entre as glomerulopatias no estado da Bahia não é conhecida. Objetivos. Determinar a prevalência e o perfil clínico e histopatológico da NL na Bahia. Casuística e Métodos. Entre Dezembro de 2007 e Maio de 2012, foram coletados prospectivamente dados clínicos e histológicos de todos os pacientes que tiveram o diagnóstico de glome-rulopatia confirmado por biópsia renal durante internamento em um hospital público de referência em nefrologia de Salvador-BA. Dos 153 casos confirmados, 52,3% era prove-niente do interior do estado e o restante de Salvador. A NL foi classificada de acordo com os critérios da OMS. Todas as biópsias foram avaliadas pelo mesmo patologista. Resultados: A NL foi a glomerulopatia mais prevalente, correspondendo a 25% de todos os casos (38/153). A tabela abaixo resume o perfil clínico e histopatológico dos 38 pacientes com NL. Conclusões. A NL é a glomerulopatia mais prevalente em nosso estado, sendo responsável por 1/4 de todos os casos. Acomete predominantemente mulheres jovens e, em nosso estado, houve maioria de não-brancos. Houve predominância das classes IV e V. Chama atenção a gravidade dos casos, caracterizada pela sintomatologia rica, elevação de creati-nina, proteinúria intensa, hipoalbuminemia, anemia e hipocomplementemia. Diálise foi necessária em cerca de 1/3 dos pacientes, sendo que praticamente todos que dialisaram tinham NL classe IV; com o tratamento instituído, 46% destes pacientes já havia saído da diálise no momento da alta hospitalar.

DADOS DEMOGRÁFICOSIdade entre 20 – 40 anos Mulheres Não-brancosSINTOMATOLOGIASintomas há < 6 meses Edema de MMII Edema de face Aumento do volume abdominal Urina espumosa OligúriaBIOQUÍMICA E HEMATOLOGIACreatinina, mg/dl, mediana (DIQ) Albumina, g/dl, mediana (DIQ) Proteinúria, g/24 horas, mediana (DIQ) Proteinúria > 3,5 g/24 horas Hemoglobina < 12,0 g/dlIMUNOLOGIAFAN + Anti-DNA +

 73,8% 79,0% 87,0%

 55,0% 84,2% 68,4% 65,8% 42,1% 39,5%

 1,95 (0,96 a 3,40) 2,5 (2,08 a 3,30) 2,87 (1,07a 4,50)

34,2% 80,0%

 89,7% 25,6%

C3 baixo C4 baixoHISTOPATOLOGIAClasse I Classe II Classe III Classe IV Classe V Classe VITRATAMENTOPrednisona oral Pulsoterapia com metilprednisolona EV Pulsoterapia com ciclofosfamida EV Azatioprina oral Micofenolato oralDIÁLISENecessitou de diálise no internamento Porcentual de classe IV entre os dialíticos Havia saído da diálise no momento da alta

64,9% 24,3%

 2,6% 2,6% 2,6% 58%

31,6% 2,6%

 92,1% 55,3% 52,6% 15,8% 2,6 %

 34,2% 92,3% 46,0%

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Nefrologia: quem na população geral sabe do que se trata?Daniel Garbin Di Luca, Diogo Costa Leandro de Oliveira, Luís Eduardo Reis Guimarães,Gabriel Cruz Tamiasso,Lis Bastos Zampier,Maria Luiza Garcia Rosa,Jocemir Ronaldo LugonUniversidade Federal Fluminense,Universidade Federal Fluminense,Universidade Federal Fluminense,Universidade Federal Fluminense,Universidade Federal Fluminense,Universidade Federal Fluminense,Universidade Federal Fluminense

Introdução: A consolidação da especialidade Nefrologia é relativamente recente e sua denominação não remete intuitivamente à sua área de abrangência. Objetivos: Avaliar o grau de conhecimento de uma amostra populacional sobre o termo “Nefrologia”. Casuística e Métodos: Estudo transversal em Niterói, RJ. Os transeuntes adultos da praça Araribóia, Estação das Barcas da travessia Niterói-Rio de Janeiro, foram convidados a responder à pergunta “Você sabe o que é Nefrologia?”, de 08:00 às 18:00 horas de um dia útil (25/05/12, sexta-feira). A entrevista foi realizada por 5 estudantes de Liga de Nefrologia da Universidade Federal Fluminense (Line--UFF). As variáveis anotadas incluíram: sexo, idade, etnia, residência, renda, nível de escolaridade e doença renal na família. Valores de P<0,05 foram considerados significativos. Resultados: Foram entrevistadas 564 pessoas, das quais 504 dispuseram-se a responder. Os que se recusaram a participar eram predominantemente homens (64%), brancos (58%), com idade >30 anos (85%). Entre os participantes, a idade mediana foi 37(18-93) anos e 49% eram homens sendo 56% brancos. Conheciam o termo “Nefrologia” 28% dos entrevistados. A origem do conhecimento da especialidade foi predominantemente familiar (30%) e escolar (39%). As pessoas que conheciam nefrologia tinham maior idade (42±17 vs. 39±17 anos, P<0,001), maior renda (R$ 4522±4259 vs. R$ 2934±3469, P<0,001), maior nível de escolaridade (27% e 40% vs. 12% e 14%, superior completo e incompleto respectivamente, P<0,001), eram mais frequentemente brancos (64,3% vs. 53,3%, P=0,001) e tinham maior chance de ter doença renal na família (55% vs. 36%, P<0,001). Em um modelo de análise multivariada associações positivas foram man-tidas para idade (OR 1,02, IC95% 1,00-1,03, P=0,004), nível superior de escolaridade fosse completo (OR 10,60, IC95% 4,20-26,86, P<0,001) ou incompleto (OR 8,25, IC95% 2,98- 22,94, P<0,001) e doença renal na família (OR 2,2, IC95% 1,40-3,41, P<0,001). Conclusões: A fração de pessoas que conhecia o termo “Nefrologia” foi 28%, ilustrando a baixa penetração da especialidade na população. Esforços devem ser empreendidos para popularizar essa área da Medicina visando melhor orientação acerca da prevenção e cuidado das enfermidades renais.

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Estudo prospectivo e comparativo do uso de lock antibioticoterapia profilática em cateteres tunelizados para hemodiáliseTricya Nunes Vieira da Silva, Marcela Lara Mendes, Daniela PonceFaculdade de Medicina de Botucatu- UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP

O número de cateteres venosos centrais (CVC) tem aumentado como forma de acesso vascular para hemodiálise (HD) e seu uso é fator de risco para infecções em diálise. Este trabalho teve como Objetivo avaliar a eficácia do uso de antibioticoterapia em lock na redução de infecção de corrente sanguínea (ICS) relacionada a cateteres tunelizados em pacientes em HD e identificar seus efeitos adversos. Metodologia: Estudo prospectivo, não randomizado, realizado em 2 centros de HD do estado de São Paulo com pacientes em esquema crônico de HD e em uso de cateteres tunelizados, seguidos por no mínimo 6 meses. Os pacientes foram divididos em 2 grupos, conforme o tratamento recebido: Grupo controle (GC) composto de pacientes que receberam apenas heparina 5000UI/ml e grupo intervenção (GI) com-posto de pacientes em uso de antibiótico em lock + heparina. A antibioticoterapia em lock foi realizada com gentamicina 5mg/ml e cefazolina 10mg/ml. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação ao sexo, idade, doença de base, tempo em diálise, comorbidades e sítio de implante de cateter. A prevalência de IOS foi semelhante nos 2 grupos (GC= 66,5 x GI= 71,7%, p=0,36), enquanto a prevalência de ICS foi significativamente inferior no GI (GC=32,4 x GI=13,1 %, p < 0,0001). Os 2 grupos diferiram quanto ao tempo livre de infecção tanto para IOS como para ICS, com Resultados favoráveis para o GI, sendo o tempo livre de IOS de 71dias (21-187) no GC x 118 dias (37-219,5) no GI (p=0,0145) e de ICS de 126 dias (41-228) no GC x 193,5 (100-300,5) no GI (p=0,0005). Na análise dos agentes etiológicos da IOS houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, com predomínio de cultura negativa no GC (51,2% x 25,7% p<0,0001) e de bactérias gram negativas no GI (35,8% x 11,3% p< 0,0001). Quanto aos agentes etiológicos das ICS, houve predomínio de culturas negativas em ambos os grupos (57,9 x 90,1%). Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos com relação aos germes multirresistentes, sendo a incidência de MARSA, nos GC e GI de 5,2% x 3,7% para IOS (p= 0,82) e de 5,2% x 5,0% para ICS (p=0,92). No GI houve apenas 1 caso de IOS causada por bactéria resistente à gentamicina. Conclusão: Apesar de apresentar limitações, este estudo mostrou que o uso da gentamicina e cefazolina como lock terapia profilática é eficiente na redução de ICS relacionada a CVC de longa permanência em pacientes em HD, sem surgimento de cepas multi-resistentes.

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Correlação clinico-patológica das células T reguladoras FOXP3+ e células apresentadoras de antígeno na rejeição do enxerto renal1Claus D Dummer, 1Virna N Carpio, 1Gabriel Joelsons, 2Samantha de Oliveira, 3Karla L Pegas, 3Maria I Edelweiss, 1,2Luiz F Gonçalves, 1,2Roberto C Manfro, 1,2Francisco Veríssimo VeronesePPG em Medicina Ciências Médicas UFRGS Porto Alegre RS

Introdução: O fator de transcrição FOXP3 tem sua expressão aumentada na rejeição aguda (RA) doenxerto renal (ER), talvez influenciando a sua sobrevida a longo prazo. A interação de FOXP3 com as células apresentadoras de antígeno (APCs) ainda não é clara. ObjetivoS: O Objetivo deste estudo foi correlacio-nar a expressão de FOXP3 e de células dendríticas (CDs) em biópsias (bx) do ER com rejeição. MÉTODOS: Inclui-se 96 receptores de ER submetidos à bx por disfunção aguda ou crônica. O RNAm de FOXP3 foi quantificada em tecido parafinado por PCR em tempo real (logaritmizado). A expressão de CDs CD83+ foi avaliada por imunohistoquímica. A magnitude da expressão de FOXP3 (alta ou baixa) foi estabelecida por Curva ROC. A função e sobrevida do ER foram avaliadas em 5 anos pós-transplante, bem como fatores preditivos para perda do enxerto. Resultados: A expressão gênica e proteica de FOXP3 em parafina foram significativamente correlacionadas (r = 0,541, p <0,001). O RNAm e a proteína de FOXP3 estiveram significativamente aumentados na RA. O RNAm FOXP3alto (≥ 2,36 log10 RNAm) e a proteína FOXP3alta (≥2,5 células/mm2) não se correlacionaram com variáveis clínicas. A taxa de filtração glomeru-lar estimada (TFGe) no último seguimento não diferiu entre pacientes com RNAm FOXP3alto ou RNAm FOXP3baixo, mas houve uma tendência de um delta po-sitivo da TFGe nos casos com RNAm FOXP3alto em relação aqueles com RNAm FOXP3baixo (p=0,07). Pacientes com RNAm FOXP3alto tiveram maior número de CDs CD83+ na bx: 0,86 (0,25-4,0) vs. 0,44 (0,0-1,12) céls/mm2, p=0,032, mas não houve associação entre CDs CD83+ e RA ou FI/AT. A sobrevida do enxerto após cinco anos não foi influenciada pela expressão gênica ou proteica de FOXP3. Conclusões: O RNAm e a proteína de FOXP3 apresentaram boa correlação no tecido parafinado de bxs do ER. Uma expressão aumentada de FOXP3 foi detectada na RA, e nas bxs com RNAm FOXP3alto havia mais CDs CD83+. Neste estudo a presença de células FOXP3+ não foi associada a melhores Resultados do transplante renal.

 Sem rejeição (SR)

(n=23) RA (n=39) FI/AT (n=29) p

RNAm Log10 FOXP3  1,80±1,13a 2,61±1,47c 1,70±1,10d 0,024Céls. FOXP3+/mm2 0,0 (0,0–1,35)b 3,60 (0,57–11,35)e,f 1,77 (0,0–2,86) <0,001Céls CD83+/mm2 0,41 (0,22–0,92) 0,62 (0,0–3,55) 0,79 (0,35–2,28)g 0,523ax±SD; bmediana (IIQ); cRA vs. SR, p=0,039; dRA vs. FI/AT, p=0,035, eRA vs. SR, p<0,001; fRA vs. FI/AT, p=0,034, gFI/AT vs. SR, p=0,065

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Fatores de Risco e Análise do impacto nos enxertos e receptores de Transplante Renal com Leishmaniose VisceralSilva AA ,Pacheco-Silva AF, Sesso RC, Esmeraldo RM, Oliveira CMC, Oliveira RA, Silva-Andrade AAUniversidade Federal Do Piaui - Ufpi, Unifesp, Unifesp, Hospital Geral De Fortaleza, Universidade Federal Do Ceara, Universidade Federal Do Ceara - Barbalha, Facid - Faculdade Integral Diferencial

Introdução: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania chagasi, infantun ou donovani. É uma infeção oportunista, emergente em áreas endêmicas. A LV quando acomete receptores de transplante renal pode causar graves danos ao paciente e ao enxerto renal. É uma doença de características clinicas, diagnósticas e terapêuticas ainda pouco conhecidas nesta população de pacientes. Objetivos: Os Objetivos deste estudo foram identificar fatores de risco para LV em transplantados renais e analisar o impacto da doença sobre os receptores e enxerto renal. Casuística e Métodos: É um estudo caso-controle, retrospectivo, de base populacional, realizado com 120 pacientes submetidos a transplante renal em área endêmica para LV, entre os anos de 1989 a 2011. Os casos (n=20) eram pa-cientes transplantados renais que tiveram LV no pós-transplante. Os controles (n=100), transplantados renais que não tiveram LV. As variáveis estudadas foram de ca-ráter socioeconômico, demográficas e clínicas. Na análise estatística, usou-se regressão logística múltipla como modelo final. Resultados: Em 20 casos, o tempo médio entre a infecção pela Leishmania e o transplante foi de 29,4 meses. A anfotericina lipossomal foi usada em 90% dos casos, sendo que a maioria (85%) dos pacientes foi curada, somente (15%) casos tiveram óbito e a grande maioria (75%) ficou com disfunção do enxerto, mas em tratamento conservador. O mielograma foi o teste usado na maioria (95%) dos casos para o diagnóstico de LV. Potenciais fatores de risco para LV encontrados em transplantados renais foram: a ocorrência de infecção bacteriana no pós-transplante, OR: 19,53 (IC95% 1,16-328,28), infecção por Citomegalovírus no pós-transplante, OR: 3,99 (IC95% 0,97-16,52), convívio com gatos OR: 6,44 (IC95% 1,12-16,52) e ausência de ruas pavimentadas no bairro de moradia, OR: 2,67 (IC95% 0,86-8,23). O fator Rh negativo mostrou-se um fator de proteção em 75% para VL. Conclusão: Pacientes transplantados renais que tiveram infecção por CMV e/ou bacteriana no pós-transplante, que convivem com gatos e habitam em bairros com ruas não pavimentadas, tiveram risco aumentado para LV, enquanto que a presença do fator Rh negativo reduziu os riscos para LV. Palavras-chave: Fatores de risco; Leishmaniose visceral; transplante renal.

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Perfil demográfico e clinico de pacientes incidentes em um ambulatório de tratamento conservador da Doença Renal CrônicaTotoli C, Manfredi S, Canziani ME, Draibe SA, Ammirati ALUniversidade Federal de São Paulo, São Paulo,Universidade Federal de São Paulo, São Paulo,Universidade Federal de São Paulo, São Paulo,Universidade Federal de São Paulo, São Paulo,Universidade Federal de São Paulo, São Paulo

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) emerge hoje, em todo mundo, como um sério problema de saúde pública, devido ao número crescente de indivíduos portadores desta patologia e pelas inúmeras comorbidades que normalmente acompanham esta situação clínica. Objetivo: O presente projeto tem como Objetivo fazer um levantamento demográfico e clínico dos pacientes novos encaminhados para atendimento no ambulatório de tratamento conservador da DRC da UNIFESP/ Hospital do Rim e Hipertensão. Métodos: Foram avaliados os prontuários dos pacientes novos atendidos a partir de junho de 2011 até maio de 2012. A partir do preenchimento de uma planilha eletrônica foram registrados dados demográficos e clínicos dos pacientes incidentes no ambulatório. Resultados: Foram avaliados os prontuários de 288 pacientes, 59% sexo masculino, 53 raça branca e com idade média de 61,7 ± 17 anos. Sessenta e oito por cento dos pacientes estavam nos estagio IIIB e IV da DRC e 15% nos estagio V. As principais etiologias encontradas para a DRC foram diabetes (43%) e hipertensão arterial (19%). Chamou atenção que um terço dos pacientes tinha mais que 70 anos de idade, 75% apresentavam hipertensão arterial, 76% sobrepeso e um quarto já tinha evidencia de doença cardio-vascular importante (antecedente de infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca ou acidente vascular cerebral). Conclusões: Os pacientes incidentes em um ambulatório de DRC são pacientes idosos e com comorbidades e fatores de risco importantes. Persiste o número considerável de pacientes que chegam ao tratamento conservador com DRC terminal oque pode refletir dificuldade de acesso ao serviço médico de especialidade ou a visão de outras especialidades do atendimento ne-frológico como meio para colocar o paciente em diálise.

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P-43

Cisto hepático infectado causando peritonite em paciente policística em diálise peritoneal - relato de casoZanuto ACD, Delfino VDA, Bueno T, Neves FGN, Mocelin AJ, Jaqueto M, Espiga M, Ferreira LFF, Guimarães FBS, Silva TAF, Souza FHMOInstituto do Rim de Londrina,Instituto do Rim de Londrina,Instituto do Rim de Londrina,Instituto do Rim de Londrina,Instituto do Rim de Londrina,Instituto do Rim de Londrina,Instituto do Rim de Londrina,Universidade Estadual de Londrina,Universidade Estadual de Londrina,Universidade Estadual de Londrina,Universidade Estadual de Londrina

Resumo: Introdução: Doença renal policística autossômica dominante (DRPAD) é uma desordem hereditária com predomínio de manifestações renais, que pode cursar com cistos hepáticos. Pacientes com DRPAD que desenvolvem doença renal crônica (DRC) estágio final podem ser tratados com diálise peritoneal (DP). In-fecções de cistos renais e hepáticos trazem um desafio diagnóstico. A drenagem de um cisto hepático para o peritônio pode acarretar peritonite. Objetivos: Destacar a possibilidade de cisto hepático infectado como causa de peritonite em paciente com DRPAD, nefrectomizada bilateralmente, em tratamento por DP, visto que o ma-nejo desta peritonite requer tratamento do cisto hepático infectado. Métodos: Relato de caso baseado em revisão de prontuário de internação hospitalar. Resultados: Mulher, branca, 48 anos, com DRC estágio final por DRPAD, nefrectomizada há vários anos, em DP. Foi internada por mal estar geral, febre e vômitos. Na admissão, hipotensa, com má perfusão periférica e hepatomegalia, sem sinais de peritonite. Líquido peritoneal normal, sem foco infeccioso aparente. Iniciado antibioticoterapia com piperacilina-tazobactan e vancomicina por choque séptico. Na procura de foco infeccioso, realizadas ultrassonografia (USG) e tomografia computadorizada (TC) de abdome, que evidenciaram múltiplos cistos hepáticos, um deles com 7,4 cm e aspecto sugestivo de cisto hemorrágico. Após início do tratamento com expansão volêmica e antibioticoterapia, houve melhora hemodinâmica mas persistência de febre e PCR elevada. No quinto dia de internação, o líquido peritoneal tornou-se turvo (635 células/mm3, com predomínio de neutrófilos) sendo diagnosticado peritonite. Suspeitou-se de ruptura do cisto hepático infectado ou translocação bacte-riana intestinal para o peritônio. Realizada drenagem percutânea do cisto hepático suspeito, com saída de 120ml de líquido purulento. Culturas de líquido peritoneal e do cisto hepático drenado: E. coli. Houve melhora clínica e a paciente completou tratamento com ciprofloxacino por mais 4 semanas. Conclusão: Embora cistos renais infectados possam causar peritonite em pacientes em diálise peritoneal, esta possibilidade estava ausente neste caso, porque a paciente era nefrectomizada bila-teralmente. A eventualidade de cisto hepático infectado como causa de febre de origem indeterminada ou peritonite em paciente com DRPAD deve ser considerada. Se o cisto infectado for a causa da peritonite, o tratamento deve ser direcionado ao mesmo.

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Implicações Metabólicas da Diálise Peritoneal de Alto Volume na Lesão Renal AgudaDaniela Ponce, André Luís Balbi, Marina Nogueira Berbel, Cassiana Regina de GoesUniversidade Estadual Paulista - Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP

Diálise Peritoneal de Alto Volume (DPAV) é alternativa de tratamento para selecionados pacientes com Lesão Renal Aguda (LRA), porém pouco tem sido estudado sobre suas repercussões metabólicas. Objetivo: Avaliar as implicações metabólicas absorção de glicose, remoção de sódio, perda proteíca para o dialisato e catabolismo de pacientes com LRA submetidos à DPAV e identificar fatores de risco associados a essas alterações. Metodologia: Estudo de coorte prospectivo, que avaliou 208 sessões de DPAV realizadas de modo contínuo em 31 pacientes com LRA durante 18 meses consecutivos. Uma sessão de DPAV foi definida como 24 h. Utilizou-se análise de medidas repetidas e as correlações foram feitas através do teste de Spearman para variáveis contínuas e do modelo linear generalizado para variáveis categóri-cas. Resultados: Absorção de glicose foi constante, mantendo-se em torno de 35.3 ±10,5 % por sessão. Perda protéica foi 4,23±1,58 gramas por dia, iniciando maior, e reduzindo significantemente a partir do 2° dia. Balanço nitrogenado (BN) iniciou-se negativo e a partir da 3ª sessão estabilizou-se em torno de zero. Absorção de glicose correlacionou-se positivamente com índice ATN-ISS (ρ 0,21; p 0,0036), PCR (ρ 0,257; p 0,0167), perda protéica (ρ 0,358; p <0,0001) e remoção de sódio (ρ 0,2368; p 0,002). Perda protéica correlacionou-se negativamente com idade (ρ -0,163; p 0,033) e positivamentente com remoção de sódio (ρ 0,2216; p 0,0085) e doenças do trato gastrointestinal (p 0,0004). Remoção de sódio correlacionou-se positivamente com sódio sérico (ρ 0,2097; p 0,0064), índice ATN-ISS (ρ 0,1491; p 0,0411), UNA (ρ 0,238; p 0,0019), etiologia mista da LRA (p<0,0001), hipervolemia como indicação dialítica (p<0,0001) e negativamente com idade (ρ -0,1769; p 0,0116). UNA correlacionou-se positivamente com indicação de diálise por distúrbios hidroelétrolíticos (p 0,0287) e negativamente com LRA de etiologia nefrotó-xica (p<0,0001). BN correlacionou-se negativamente com UNA (ρ -0,389; p <0,0001) e com LRA de etiologia isquêmica (p 0,0047). Conclusão: DPAV não torna o paciente mais catabólico e as perdas protéicas e absorção de glicose são constantes ao longo da terapia. Esses parâmetros são influenciados pelas condições clínicas dos pacientes, como etiologia da LRA, inflamação e comorbidades, fatores que devem ser conhecidos para a adequação da prescrição dialítica e nutricional, evitando complicações metabólicas como a hiperglicemia, a hipernatremia e a piora do catabolismo.

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P-210

Paratireoidectomia: benéfica para os ossos e para o coração?Araujo MJCLN, Mohrbacher S, Onusic VL, Goldenstein PT, Abensur H, Graciolli FG, dos Reis LM, Elias RM, Moyses RMAHospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo, Hospital das Clinicas Universidade de São Paulo São Paulo

Introdução: A Paratireoidectomia (PTX) associa-se a desfechos positivos em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) e está associada com melhora no sta-tus clínico e diminuição no risco de mortalidade. Entretanto, pouco se sabe sobre os efeitos da PTX na função cardíaca. Objetivos: Avaliar desfechos cardiovasculares em pacientes com DRC submetidos a PTX. Casuística e Métodos: Acompanhamos 10 pacientes submetidos a PTX prospectivamente por 1 ano. Foram analisados peso, índice de massa corpórea (IMC), pressão arterial (PA) e uso de drogas hipotensoras. Foram dosados os níveis séricos de hormônio paratireoidiano (PTH), cál-cio (Ca), fosforo (P), fosfatase alcalina (FA), fator de crescimento de fibroblasto 23 (FGF 23), potássio (k), aldosterona e pro-peptídeo natriurético atrial (proBNP). Resultados: Nenhum sintoma ou sinal de insuficiência cardíaca foi observado durante um ano de seguimento. Como esperado, observamos diminuição dos níveis de Ca, P, AP, PTH, e FGF23 (10,1 ± 0,9 vs. 8,8 ± 1,0 mg/dl; 6,8 ± 1,8 vs. 4,8 ± 1,6 mg/dl; 442 ± 324 vs. 89 ± 35 U/L; 1.590 ± 517 vs. 66 ± 71 pg/ml; e 16.341 vs. 850 pg/ml, respectivamente; p < 0,05 para todos). Houve redução na necessidade de antihipertensivos, sem mudança significativa nos níveis de PA, acompanhada de um aumento consistente no peso e no IMC. Não houve diferença significativa nos níveis de aldosterona ou K. Entretanto foi observado um aumento importante nos níveis de proBNP (1.070 vs. 1.322 pg/ml; p < 0,05). Maiores níveis de proBNP foram observados nos pacientes com hipocalcemia (2.861 vs. 1.219 pg/ml; p< 0,05). O log de proBNP se correlacionou negativamente com Ca e IMC (r = −0,56 e −0,47, respectivamente; p < 0,05). Analise de regressão múltipla demonstrou que o log de proBNP foi dependente tanto de Ca quanto do IMC (ajustada R2 = 0,4; p < 0,05). Conclusões: Apesar da PTX melhorar o status clínico dos pacientes com DRC, os índices elevados de proBNP pós procedimento podem significar um estado de disfunção miocárdica ou hipervolemia, relacionados diretamente a hipocalcemia. O melhor controle da PA com aumento do IMC, inicialmente interpretado como melhora do estado nutricional, pode também ser secundário a disfunção miocárdica Devemos levar em conta essas alterações, principalmente em pacientes que irão se submeter a PTX e que tenham antecedente de doença cardíaca.

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P-285

Impacto do exercício aeróbico à distância sobre parâmetros ergoespirométricos e capacidade funcional de pacientes com excesso de peso portadores de doença renal crônica na fase não-dialítica: comparação com o exercício presencialDanilo Takashi Aoike ,Flavia Baria, Mariana Rocha, Maria Ayako Kamimura, Adriano Ammirati, Marco Tulio de Mello, Lillian CuppariUniversidade Federal e São Paulo / FOR

Estudos já demonstraram efeitos benéficos do exercício aeróbico em pacientes com DRC. No entanto, não há estudos que tenham comparado os efeitos de diferentes técnicas de treinamento. Portanto o Objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do exercício aeróbico realizado à distância em comparação ao presencial sobre a capacidade física de pacientes com sobrepeso ou obesidade portadores de DRC. Trata-se de um estudo randomizado e controlado que incluiu 35 pacientes sedentários (23 homens; 23% DM, 53±8,1 anos, IMC 30,7±4,2kg/m2, depuração de creatinina 30,9±4,2mL/min. Os pacientes foram aleatoriamente designados para o grupo “presencial (caminhada em esteira rolante monitorados durante todas as sessões.), grupo “à distância” (caminhada em domicílio, com acompanhamento realizado à distância por meio de ligações telefônicas semanais e visitas mensais.) Ambos os grupos foram submetidos ao mesmo protocolo de exercício, 3 vezes por semana duran-te 12 semanas. O grupo controle permaneceu sem praticar exercício físico durante o período do estudo. Todos os pacientes foram submetidos a uma avaliação inicial e após 12 semanas que incluiu avaliação ergoespirométrica e testes de capacidade funcional. O treinamento resultou em aumento de 20% na capacidade ventilatória nos grupos presencial e distância (p<0,05), 14,5% e 11% na velocidade do VO2pico (p<0,01), 25,7% e 17,5% na velocidade do 1º limiar ventilatório (p<0,01) e 20% e 17,2% na velocidade do 2º limiar ventilatório (p<0,001) no grupo presencial e distância respectivamente. Houve melhora na marcha estacionária (p<0,01), no teste de sentar e levantar (p<0,001), na resistência muscular de membro superior (p<0,001). Além disso, observou-se redução na pressão arterial (p<0,01) sem modificação na dose da medicação antihipertensiva, no peso corporal ou no consumo de sódio. Nenhum efeito adverso foi observado. Os Resultados indicam que o exercício aeróbico à distância é semelhantemente eficaz ao presencial e pode ser empregado com segurança para pacientes com excesso de peso e portadores de DRC na fase não dialítica.

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P-475

O registro da doença renal em pacientes cadastrados no hiperdia – Datasus, Bahia, 2002-2011D’ Amorim LAS, Neves CL, Bahiense-Oliveira MEscola Bahiana de Medicina, Hospital Ana Nery UFBA, Hospital Ana Nery UFBA e Escola Bahiana de Medicina

Objetivo: O Hiperdia é um programa informatizado de cadastramento e acompanhamento de pacientes hipertensos e diabéticos atendidos nas unidades de atenção básica do SUS criado em 2002 pelo Ministério da Saúde para gerar informações aos profissionais de saúde e gestores, visando um melhor planejamento e gerencia-mento do cuidado dos portadores de hipertensão(HAS) e diabetes(DM). Descrevemos a frequência de doença renal registrada nos pacientes cadastrados no programa Hiperdia nos municípios sede das Diretorias Regionais de Saúde (DIRES) do estado da Bahia. Metodologia: estudo descritivo por consulta de dados públicos cadas-trados no endereço: http://hiperdia.datasus.gov.br. Na ficha de cadastro, há item específico sobre a presença de disfunção renal entre os hipertensos e diabéticos. Foi estudado o período de julho de 2002 a julho de 2011. Foram encontrados dados de registro de pacientes no programa, bem como sua distribuição por idade e sexo, diagnóstico de DM, HAS e doença renal. Resultados: são 31 municípios sede e em apenas um não houve cadastro de pacientes no Hiperdia. Foram 266.510 indiví-duos cadastrados, 71% sexo feminino, 46% ≥ 60 anos. Cerca de 72% dos cadastrados tiveram o diagnóstico de HAS, 5% de DM e 23% de HAS e DM. A presença de doença renal apenas 2,5% em hipertensos, 2,3% em diabéticos e de aproximadamente 3,9% entre hipertensos e diabéticos. Há definições na ficha de cadastro quanto ao que sejam HAS e DM, no entanto não foi encontrada definição do que seja doença renal. Há opção de registro de albuminúria e creatinina, mas indis-ponível para a consulta. Discussão: como em outros estudos de atendimento pelo SUS, houve frequência maior de cadastro em mulheres, provavelmente por razões sócio-culturais e não por ser o sexo determinante das doenças. A frequência registrada de doença renal foi menor do que a média brasileira, que é 5,87%. Indícios de sub-registro e dificuldades nas definições sobre o diagnóstico da doença renal limitam o uso dessa informação pelo SUS. Não há nenhum indicativo de que se busque identificação de lesão renal precoce nessa base de dados. Na quase totalidade das cidades nem é realizado o exame de microalbuminúria pelo SUS. Essas deficiências devem ser levadas em conta pelos profissionais gestores do programa Hiperdia, para que este possa cumprir o seu papel e as informações geradas nessa valiosa base de dados possam se refletir em um novo paradigma de atendimento ao hipertenso e ao diabético brasileiro.

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P-386

Treinamento físico prévio normaliza a atividade simpática nervosa renal em animais diabéticos por estreptozotocina (STZ)Kleiton Silva,Rafael Luiz,Rodolfo Rampaso,Édson Moreira,Nayda Abreu,Cristiano Mostarda,Kátia De Angelis,Maria Claudia Irigoyen,Nestor SchorUniversidade Federal de São Paulo,Universidade Federal de São Paulo,Universidade Federal de São Paulo,Universidade de São Paulo,Universidade Federal de São Paulo,Universidade de São Paulo,Universidade Nove de Julho,Universidade de São Paulo,Universidade Federal de São Paulo

O principal Objetivo do presente estudo foi verificar a atividade simpática nervosa renal (ASNR) de ratos diabéticos por STZ submetidos ao treinamento físi-co prévio de 4 semanas. Ratos Wistar divididos em 5 grupos controle (C), diabético (D), controle treinado (CT), diabético treinado (DT) e diabético treinado prévio (DTP) e com peso corporal inicial (150g – 5-6 semanas de vida) foram induzidos ao diabetes com um dose única de STZ (50 mg/kg, I.V.), função renal, capacidade física, ASNR foram avaliadas. O treinamento físico prévio foi realizado durante 4 semanas antes da indução (STZ) no grupo DTP. A capacidade fí-sica dos animais treinados previamente foi superior em relação aos grupos DT e D (2,30±0,09 km/h vs. 1,80±0,07 km/h e 1,00±0,05 km/h, respectivamen-te, p<0,05). O peso corporal estava atenuado nos animais DTP em relação aos grupos DT e D (343±18 g vs. 282±11 g e 233±6 g, respectivamente, p<0.05). A ANSR normalizou nos grupos DTP em relação ao grupo D (23,6±0,6 mV/ciclo vs. 18,1±1,7 mV/ciclo, respectivamente, p<0,05). O presente estudo demonstra a capacidade do treinamento físico em atenuar os efeitos patológicos do diabetes, além disso quando realizado previamente o treinamento físico foi capaz de normalizar ANSR. Suporte: FAPESP, CNPq, CAPES e FOR.

Variable (final)/Groups C D CT DT DTPProteinúria (mg/dL) 17,5±1,8 90,6±5,7* 12,4±0,8# 46,8±4,1*#+ 36,9±10,2*#+Clearance de creatinina (ml/min) 1,40± 0,10 0,30±0,07≠ 1,32±0,10 1,90± 0,40 2,00± 0,30Creatinina sérica (mg/dL) 0,70± 0,05 1,40± 0,10≠ 0,77± 0,04 0,64± 0,05 0,70± 0,05*p<0,05 vs C; #p<0,05 vs D; +p<0,05 vs CT; ≠p<0,05 vs. todos os grupos.

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Diálise peritoneal como terapia de resgate para pacientes sem acesso vascular:um estudo prospectivoViviane Felis Pinheiro, Cristiane C Cavalcante, Eliane Gloria Xavier, Ana C de Faita, Soraia S Drumond, Rosa MA Moyses, Zita Maria Leme BrittoCentro de Terapia Nefrológica,Centro de Terapia Nefrologica,Centro de Terapia Nefrologica,Centro de Terapia Nefrologica,Centro de Terapia Nefrologica,Universidade de São Paulo,Centro de Terapia Nefrológica

Introdução: A escolha entre diálise peritoneal (DP) e hemodiálise (HD) é geralmente baseada em critérios clínicos e na preferência do paciente. No entanto, alguns pacientes são encaminhados à DP por dificuldades na obtenção de acesso vascular para HD, sendo considerados pacientes com “seleção negativa”(NEG) e que prova-velmente terão um prognóstico pior do que os pacientes que escolheram a DP como terapia renal substitutiva (POS). Entretanto, existem poucos estudos prospectivos comparando a evolução destes pacientes. Objetivo: Comparar a evolução dos pacientes NEG em relação aos pacientes POS em DP Métodos: Foram comparados 72 pacientes POS e 14 pacientes NEG no período de janeiro de 2009 e setembro de 2011 com seguimento até maio de 2012, oriundos da unidade de diálise peritoneal do nosso serviço. Resultados: Pacientes do grupo NEG eram mais jovens (56 ± 12 vs 64 ± 16 anos;p=0.09), permaneceram em HD por 32 meses e tiveram em média falência de 5 acessos vasculares previamente.Não foram encontradas diferenças quanto a sexo, raça ou prevalência de diabetes (55,6 vs 35,7%;ns) Após seguimento de 475 ±240 dias, 41 episódios de peritonites ocorreram em 29 pacientes,sem diferença entre pacientes POS e NEG (33 vs 36%;ns). Todos os óbitos (n=14) ocorreram entre os pacientes do grupo NEG. Uma analise composta de sobrevida e de retorno para HD não mostrou diferença significativa entre pacientes POS e NEG. Análise dos pacientes que apresentaram falência do método mostrou peritonite como fator de risco positivo (RR=3,94; p<0,0001), independente do status (POS ou NEG). Conclusão: Nosso estudo mostrou que pacientes que iniciam DP como último recurso para diálise não apresentam pior prognóstico do que pacientes que iniciam DP por escolha. No entanto, a ocorrência de peritonite pode conduzir à falha da modalidade para pacientes sem alternativa de HD. Portanto, tais pacientes devem ser monitorados de perto para evitar esta complicação comum de DP.

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Associação do produto cálcio-fosforo com doença cardiovascular em pacientes submetidos a tratamento hemodialítico em uma unidade privada de referência em Maceió-ALMendonça KG, Presídio GA, Silva NM, Cavalcante JM, Loureiro JL, Silva ABB, Vasco RFV, Gouveia EA, Oliveira CAF, Resurreição FAMSUnidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas,Unidade de Nefrologia de Alagoas

Introdução: A importância do metabolismo ósseo e mineral em pacientes com Doença Renal Crônica(DRC) submetidos à diálise está relacionada ao maior risco de doença cardiovascular (DCV), sendo esta a maior causa de morte em pacientes com DRC. Objetivo: relacionar a associação entre o produto cálcio-fósforo e proteína c reativa – ultrassensível (PCR-US) elevados como risco de doença cardiovascular. Casuística e Métodos: Estudo descritivo transversal realizado na Unidade privada de nefrologia. Para coleta dos dados foi utilizado revisão de prontuário referente aos 70 pacientes em tratamento dialítico crônico no período de janeiro a junho de 2012. As variáveis são produto cálcio-fosforo, PCR-US, hipertensão e complicações cardiovasculares. Foram excluídos os pacientes que apresentaram as variáveis analisadas incompletas. Resultados: A amostra foi composta por 26 mulheres (37,14%) e 44 homens (62,86%), sendo a média de idade de 56,9 anos com desvio padrão de 16,3. Dos 70 pacientes da amostra, 7(10%) foram excluídos por não possuírem todos os dados necessários para análise. Quantos aos 63 pacientes restantes, 29 (46,03%) apresentaram valores aumentados de produto cálcio-fósforo. Destes, 21/29 (72,41%) apresentam níveis de PCR-US elevados, sendo 17/21 (80,95%) hipertensos e 6/21 (28,57%) com cardiopatia instalada. Conclusão: A elevação dos níveis de PCR-US e do produto cálcio X fósforo apresenta correlação positiva com DCV de acordo com a literatura.

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Diminuição da atividade metabólica do sistema enzimático citocromo P450 3A4/ glicoproteína-P por claritromicina eleva concentração sanguínea de sirolimus em transplantada renalAriane da Silva Corrêa,Otávio Silva Fonseca,Renata Paula Martins Brandão,Luis Almeida de Sousa Junior,Marcus Vinicius Paiva C Moreira,Gabriel Fernandes Silva,Rodrigo Celso Maluhy,Lisandre Romagnoli,Rodrigo Santana Gonçalves da Silva,Naira Miranda de Oliveira,Miguel Ernandes Neto,Carla Cristina Bernardi,Hugo Abensur,Irene Lourdes Noronha,Maria Regina Teixeira Araujo,João Egídio Romão JunioClínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo,Clínica de Nefrologia - Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo

Introdução E Objetivo Relato de caso mostrando a interação de claritromicina com o nível de imunossupressão por sirolimus. RELATO DE CASO C. C. D., femini-no, 60 anos, com antecedentes de hipertensão, insuficiência cardíaca, hipotireoidismo e doença renal policística do adulto, iniciando hemodiálise em 2001. Realizou nefrectomia bilateral em 2005. Em 26/02/11 foi submetida a transplante renal doador falecido – 02 missmatches, induzido com basiliximab e imunossupressão com micofenolato de sódio, prednisona e tacrolimus (FK). Recebeu alta no 22° pós-operatório com creatinina sérica de 1,5 mg/dL. Entrou para o Protocolo de Sirolimus (SRL) em 26/10/2011, trocando FK por SRL. Internou em 14/02/12 com febre a esclarecer. Realizado tomografia de tórax que mostrou infiltrado intersticial bilate-ral difuso, sendo iniciado ceftriaxone e claritromicina empiricamente. Hemocultura, urocultura, sorologia e antigenemia para citomegalovírus, e amostras de escarro para BAAR negativos. Após quatro dias de antibioticoterapia, devido persistência de febre, foi introduzido sulfametoxazol-trimetoprim na suspeita de infecção por Pneumocystis carinii. Foi solicitado broncoscopia que revelou bronquite crônica não purulenta. Lavado broncoalveolar apresentou culturas negativas. Em uso de 3 mg de SRL, foi observado aumento do nível sérico de 13,2 ng/mL para 90 ng/mL após oito dias de uso de claritromicina. Suspensa claritromicina e ajustado dose do imunossupressor. Recebeu alta hospitalar com resolução do quadro infeccioso. DISCUSSÃO A claritromicina é um macrolídeo derivado da eritromicina que inibe a síntese proteica de patógenos suscetíveis. O sirolimus é um inibidor da mammalian target of rapamycin (mTOR), uma cinase envolvida no terceiro sinal de ativação linfocitária, que vai ser inibida evitando a proliferação celular. É metabolizado pelo citocromo P450 3A4 (CYP3A4) e é um substrato da bomba de efluxo glicoproteína-P de drogas. Algumas drogas podem diminuir a atividade metabólica deste sistema enzimático, tais como ciclosporina, fluconazol, diltiazem, eritromici-na, claritromicina. Este caso demonstra a interação de claritromicina elevando o nível sanguíneo de sirolimus. Capone et al também relatou esta evidência. Conclusão Evitar o uso de drogas que alterem o nível de sirolimus devido interação que podem causar. Na impossibilidade, a monitorização de sua concentração no sangue é de suma importância, principalmente para ajustar suas doses durante a coadministração destas medicações.

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P-414

Expressão do receptor glicocorticóide alfa e resposta à corticoterapia em pacientes com glomerulopatiasSouza JF, Longui CA, Matini-Filho D, Malafronte P, Sens YASFaculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Os glicocorticóides exercem sua ação pela ligação ao receptor glicocorticóide intracelular (GR), especificamente, a resposta antiinflamatória é mediada pelo receptor glicocorticóide alfa. Estudos que analisam a relação entre a densidade de GR e resposta aos glicocorticóides são controversos, e poucos avaliam a expressão dos GR no tecido renal. Objetivo: Avaliar em pacientes com glomerulopatias (GN) a expressão dos receptores glicocorticóides no tecido renal e relacionar com a resposta clínica à corticoterapia. Método: Incluiu-se adultos de ambos os sexos, com quadro clínico-laboratorial de GN primária ou secundária ao LES submetidos à biópsia renal para diagnóstico. Excluiu-se pacientes que receberam glicocorticóides previamente e com GN de causas secundárias, exceto LES. Coletou-se dados clínico-laboratoriais na ocasião das biópsias renais analisadas por microscopia de luz, imunofluorescência, e quantificação da expressão da isoforma alfa do receptor glicocorticóide (GR-alfa) pela reação em cadeia de polimerase via transcriptase reversa em tempo real (real-time RT-PCR). Os pacientes foram acompanhados por 6 meses após corticoterapia. Resultados: Avaliados 27 pacientes, 21 com GN primárias e 7 secundárias ao LES (classes III/IV) com 38±17anos, 15 do sexo masculino. Após o período de acompa-nhamento e de acordo com a resposta à corticoterapia e a histopatologia renal, os pacientes foram divididos em 3 grupos: remissão completa ou parcial (responsivos, n=10), sem resposta (resistentes, n=10), e com lesão glomerular cronificada e DRC estágio 5 na apresentação, sem corticoterapia (IRC, n=7). Não houve diferença nas características clinico-laboratoriais entre os grupos, exceto que o grupo responsivo apresentou maiores valores de proteinúria inicial em relação ao resistente (p=0,034), e o grupo IRC maiores valores de creatinina e menores de proteinúria. A comparação da quantificação da expressão do GR-alfa na biópsia renal entre os grupos responsivo e resistente à corticoterapia ou com IRC, não foi significativa (p=0,547).Também não houve correlação entre a expressão do GR-alfa no tecido renal dos grupos responsivo e resistente com os valores da proteinúria (r= 0,323, p= 0,165) e da creatinina sérica (r= -0,186, p=0,432) na apresentação. Conclusão: Na população estudada de pacientes com glomerulopatias não se observou relação da expressão dos receptores glicocorticóides no tecido renal com a resposta clínica ao tratamento com glicocorticóide.

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P-859

Resultados de longo prazo em transplantes renais com prova cruzada positivaBarbosa EA,Pontelli R,Sanjuan A,Gama AP,Suletronic VP,Bojikian R,Rodrigues H,Mazo AR,Souza PS,Paula FJ,David-Neto E,Kalil Filho J, Nahas WC,Panajotopoulos N,Castro MCRHC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, INCOR-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, INCOR-FMUSP, HC-FMUSP, INCOR-FMUSP, HC-FMUSP

Analisamos os Resultados de longo prazo de 13 transplantes (Tx) renais, realizados em pacientes previamente considerados intransplantáveis, entre 2003 e 2011, com doadores vivos (DV) contra os quais apresentavam prova cruzada positiva, após terapia de dessensibilização (DS) com Imunoglobulinas polivalentes (IVIG). O Obje-tivo do tratamento foi viabilizar o Tx renal de pacientes sem DV com prova-cruzada (PC) negativa e com vários doadores falecidos recusados por PC positiva . Foram 13 pacientes com idade média de 44 ± 7, 12 do sexo feminino, 10 com gestações prévias, 8 com antecedentes de transfusão sanguínea (1-21) e três reTx. O tempo médio em diálise foi de 40 ± 6 meses (10 > 3 anos), 2 eram priorizados por falta de acesso vascular. O painel variou de 42 a 100%. Todos os pacientes apresentavam PC contra seus doadores fortemente positiva. Os pacientes foram então submetidos à DS com 6 ± 2 pulsos mensais de 2g/kg de IVIG e liberados para Tx quando a PC por citometria de fluxo se tornou negativa (N=11) ou fracamente positiva (N=2 com MCS < de 300). Os pacientes foram transplantados com esquema de IS que constou de Timoglobulina, IVIG, Tacrolimus, MPA e prednisona. A IS de longo prazo foi habitual. Todos os pacientes receberam profilaxia com ganciclovir por 3 meses e sulfametoxazol-trimetroprima por 6 meses. Analisamos os Resultados após um tempo de seguimento médio de 8 anos. Nos 2 primeiros casos, realizados em 2003, tivemos 2 perdas precoces do enxerto por rejeição aguda mediada por anticorpos, após o uso inadvertido de transfusão de hemácias. Desde então, evitamos transfusões peri-operatórias em pacientes dessensibilizados. Duas perdas por rejeição crônica foram observadas: uma mediada por anticorpos, que se seguiu a não adesão ao tratamento de IS, e que levou à perda do enxerto aos 58 meses de Tx e outra, mediada por células, ocorrida com 78 meses, em uma paciente que desenvol-veu mieloma múltiplo (MM) no 5o ano de Tx, o que exigiu redução intensa da IS. Houve apenas um episódio de rejeição mediada por células (1/9=11%), revertida com esteroides. Nenhum óbito foi observado no período pós-Tx avaliado. Entre os pacientes que evoluíram com perda do enxerto, 2 anos após o retorno ao progra-ma dialítico, 3 haviam falecido, 2 deles por falta de acesso para diálise. Após 8 anos de seguimento, 9 pacientes (70%) se mantêm com o enxerto funcionante. Dois (22%) cursam com rejeição crônica mediada por anticorpos, apresentam proteinúria < 1g/dia e creatinina sérica entre 3 e 4 mg/dl. Sete pacientes (77%) evoluem com creatinina sérica < 1.3 mg/dl e MDRD > 50 ml/min. Seis pacientes (66%) apresentam a relação proteína urinária/creatinina menor do que 0.22mg/g. Em 8 anos, não tivemos nenhum caso de citomegalia ou nefropatia por BK vírus nos pacientes dessensibilizados com IVIG. As infecções mais freqüentes foram as habituais, em geral urinárias e pulmonares. Um único tumor foi detectado, um MM tratado com redução da IS e quimioterapia com remissão do quadro. Conclusões: após 8 anos de seguimento, obtivemos 70% de rins funcionantes com 100% de pacientes vivos nesse grupo, sendo que a sobrevida média de pacientes e de enxertos receptores não sensibilizados de DV, após 8 anos no nosso serviço, é de respectivamente 87 e 83%. Comparando-se também a sobrevida desses pacientes com a mortalidade em diálise no Brasil (17% ao ano), podemos concluir que o transplante renal após DS é uma alternativa que propicia um melhor resultado em longo prazo, devendo ser considerado para pacientes sem outra perspectiva de transplante renal.

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P-527

Clearence de Creatinina e Variáveis Preditivas da Injúria Renal Após Cirurgia Cardíaca com CECFernanda Fassina Ribeiro Pinto,Gabriela Sabbadini,Thalita Sabbadini,Yara Gracia Lorena,Pablo Girardelli Mesquita,Tatiane Crepaldi dos Anjos,Marta Garroni Magalhães,Alexandre Ciappina HuebUniversidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre Minas Gerais,Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre Minas Gerais,Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre Minas Gerais,Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre, Minas Gerais Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre Minas Gerais,Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre Minas Gerais,Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre Minas Gerais,Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS - Pouso Alegre Minas Gerais

Introdução: As alterações endócrino metabólicas do trauma operatório são frequentes em cirurgias de grande porte ainda mais associadas à circulação extracorpórea (CEC), podendo gerar disfunção renal e Insuficiência Renal Aguda (IRA) sendo este fator de risco independente de aumento no tempo de ventilação mecânica, maior período de hospitalização e maior mortalidade. Objetivo: Avaliar o balanço hídrico o débito urinário e identificar variáveis hemodinâmicas e laboratoriais preditivas de injúria renal em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio com CEC. Casuística e Métodos: Foram analisados de forma prospectiva e con-secutiva 32 pacientes submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio com utilização de CEC. Variáveis hemodinâmicas e laboratoriais foram obtidas em 3 mo-mentos: per-operatório, pós-operatório imediato e alta da UTI. As variáveis obtidas foram: idade, sexo, tempo de circulação extracorpórea (CEC), tempo de intubação orotraqueal, sangramento pós-operatório, volume de cristaloide e colóides administrados, diurese, débito urinário, creatinina, lactato, clearence de creatinina critérios de AKIN, complicações pós-operatórias e morte. Resultados: Dos 32 pacientes avaliados, a idade média: 62,6 anos sendo 71,8% do sexo masculino. O tempo médio de CEC: 74minutos e a o sangramento pós-operatório foi de 383 ±185 no pós imediato. O tempo de intubação médio foi de 14,65 horas com mediana de 11 horas. Os níveis de lactato observados nos 3 momentos apresentaram variações não significativas p= 0,075. O volume oferecido na forma de cristalóide nos 3 momentos foi: 2890±1990ml, 1884±2119ml, 1330±1200ml. O débito urinário observado nos 3 momentos foi: 1,6m±0,6ml/Kg/hora, 1,4m±0,9ml/Kg/hora, 2,6m±1,3ml/Kg/hora. Observou-se relação de significância entre o volume oferecido e o débito urinário p>0,001. Os níveis de creatinina observado nos 3 momentos não apre-sentaram diferença significativa, mas observou-se uma elevação no clearence de creatinina quando comparou-se o clearence no per-operatório e na alta da UTI por regressão logística (p< 0,001 e r2=0,778). Observou-se 1 óbito, (3,1%) relacionado a sepse. Conclusões: Neste grupo de pacientes, o volume de cristaloide oferecido tem relação com o débito urinário. Há melhora no clearence de creatinina após a revascularização miocárdica. O tempo de CEC, tempo de intubação e sangramento pós-operatório não são variáveis preditivas de injúria renal.

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P-857

Qual terapia de indução deve ser usada em transplantes renais com tempo de isquemia fria prolongada?Barbosa EA,Araujo MJC,Onusic VL,Battaini LC,Agena F,Bojikian R,Lemos FC,David DSR,Anatopoulos I,Paula FJ,Nahas WC,David-Neto E,Castro MCRHC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP, HC-FMUSP

Com o Objetivo de analisar retrospectivamente o impacto dos diferentes tipos de terapias de indução nos pacientes submetidos ao primeiro transplante de rim entre jan/2007 a jul/2011, isolado, não-sensibilizados, adultos, com doadores falecidos que foram submetidos a tempo de isquemia fria ≥ 24 horas, cinquenta e um pacientes tratados com Basiliximab (GI) foram comparados com 81 pacientes tratados com Timoglobulina (GII). A imunossupressão de manutenção consistiu de tacrolimus, micofenolato e prednisona em ambos os grupos. Os pacientes tratados com Timoglobulina receberam profilaxia para CMV durante 3 meses com ganciclovir. Os dados demográficos estão sumarizados na tabela I. Não foram detectadas diferenças na idade do receptor, no sexo e na causa da morte do doador. Tempo em diálise pré-trans-plante, idade do doador, creatinina de saída do doador e tempo de isquemia fria foram maiores no GII. O tempo de seguimento foi maior no GI. Os Resultados não foram diferentes, exceto para a doença CMV e são mostrados na Tabela II. A Figura 1 mostra a evolução da creatinina sérica ao longo do primeiro ano em ambos os grupos. Em nossa população transplantada, os pacientes que receberam rins com tempo de isquemia prolongada apresentaram taxas de função retardada do enxerto ex-tremamente elevadas e foi observado impacto sobre a função renal no primeiro ano. Nesta coorte, os pacientes tratados com Timoglobulina receberam com mais frequencia rins de doadores com critérios expandidos e com maior tempo de isquemia fria, ainda assim obtiveram no primeiro ano taxas semelhantes de morta-lidade, sobrevida do enxerto assim como tendência para taxas menores de rejeição aguda.

Tabela II - Resultados:  GI (N=51) GII (N=81) p

DGF(%) 67 63 NSHospitalização pós-Tx(d) 19 18 NSReadmissão hospitalar(%) 70% 70% NSHosptilalização(Nhosp/Npact) 1.5 1.4 NSRejeição Aguda(%) 19 11 NSInfecção CMV(%) 27 13 0.04*Sobrevida paciente 1 ano 83 83 NSSobrevida enxerto 1 ano 81 79 NS

Tabela I - Dados Demográficos:  GI ( N=51) GII ( N=81) pSexo recep(M/F) 31/20 51/30 NSIdade recep(a) 49.9 49.6 NSTempo HD pré TX(m) 85 184 0.02*Idade doador(a) 47 53 0.02*Tempo Isquemia Fria(h) 26 28 0.01*Creatinina doador(mg/dl) 1.4 1.8 0.02*

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P-778

Suplementação de antioxidantes pode melhorar estresse oxidativo na hemodiálise?Sanches LB, Mattos AM, Neto LA, Ovidio PP, Costa JAC, Chiarello PGFMRP-USP, FMRP-USP, FMRP-USP, FMRP-USP, FMRP-USP, FMRP-USP

Introdução: A presença do estresse oxidativo (EO) em pacientes com doença renal crônica (DRC) é bem descrita na literatura, bem como sua influência nos tratamen-tos dialíticos, associada à depleção das defesas antioxidantes. Objetivo: O Objetivo deste estudo foi investigar as associações entre biomarcadores de estresse oxidativo e o estado de antioxidante em pacientes em tratamento de Hemodiálise suplementados com antioxidantes. Casuística e Metodologia: Este estudo preliminar incluiu 20 pacientes tratados por Hemodiálise que passaram por suplementação de antioxidantes durante o período de 1 mês (grupo 1: suplementação com 300mg de ácido as-córbico, n=10; grupo 2: suplementação de 200UI de alfa-tocoferol, n=10). Foram analisados dados de Estresse Oxidativo (AGE, AOPP, MDA), Antioxidantes (GSH e vitamina C), comparados por análises pareadas (teste-t). Resultados: Como Resultados preliminares, quando comparados por análises pareadas (teste-t), no grupo 1 foram observadas diferenças entre as médias de GSH (342,4±78,5 vs. 308,6±81,4; p <0,01). No grupo 2, foram observadas diferenças entre as médias de MDA (2,6±0,9 vs. 2,7±0,9; p = 0,012) e Vitamina C sérica (2,8±0,9 vs. 3,6±0,9; p = 0,018). Conclusão: Portanto, considerando que o estresse oxidativo é uma potencial fonte de morbi-mortalidade nesses pacientes, a suplementação de vitaminas antioxidantes deve ser considerada para este grupo.

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P-267

Esperança de vida de idosos com doença renal crônica em estágio avançadoOttaviani AC, Souza EN, Orlandi FS, Pavarini SCIUFSCar-Universidade Federal de São Carlos-,UFSCar-Universidade Federal de São Carlos,UFSCar-Universidade Federal de São Carlos,UFSCar-Universidade Federal de São Carlos

Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Dentre as doenças crônicas prevalentes na população idosa está a Doença Renal Crônica (DRC), que demanda um tratamento longo e penoso, que pode afetar a esperança de vida da pessoa acometida por tal patologia. Sabe-se que é a esperança na re-cuperação da saúde que leva o paciente a submeter-se a incansáveis procedimentos invasivos, a mudar seu estilo de vida e a permanecer, ainda que debilitado, em tratamento. Objetivo: O presente estudo tem por Objetivo avaliar a esperança de vida dos idosos com doença renal crônica em tratamento hemodialítico, por meio da Escala de Esperança de Herth (EEH). Casuística e Método: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, desenvolvido em uma Clínica de Terapia Renal Substitutiva do interior do Estado de São Paulo. A amostra foi composta por 49 idosos renais crônicos. Foram utilizados na coleta de dados dois instrumentos, sendo um de caracterização dos sujeitos e a EEH. A pontuação final da EEH varia de 12 a 48, sendo que quanto maior a pontuação, maior o nível de esperança de vida do indivíduo. Todos os preceitos éticos foram respeitados. Resultados: Observa-se que a média de idade dos sujeitos estudados foi de 70,63 (±7,33) anos e de anos de escolaridade foi de 5,3 anos. A maioria era de etnia branca (77,6%) e possuía parceiro fixo (65,3%). Quanto à renda familiar informada, 70,1% (n= 89) recebiam de 1 a 5 salários mínimos. A média do tempo de hemodiálise foi de 31 meses. Em relação à religião, houve a predominância da religião católica (77,6 %), seguida da evangélica (12,2%), sendo que do total de religiosos, 63,3% eram praticantes. A média obtida na EEH foi de 37,24 (±4,87). O estudo que adaptou e validou a referida escala para o contexto brasileiro obteve o escore médio para os pacientes oncológicos e para os pacientes diabéticos de 41,57 (±4,60) e 40,46 (±4,88), respec-tivamente. Conclusão: Observa-se, portanto, que o nível de esperança dos idosos renais crônicos em hemodiálise avaliados no presente estudo foi inferior ao nível de esperança dos pacientes com câncer e/ou diabetes estudados na pesquisa que validou a EEH. Frente ao exposto, torna-se premente realizar intervenções com intuito de melhorar o nível de esperança e de qualidade de vida desses idosos.

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Associação entre atividade física e proteína C-reativa em pacientes em tratamento por hemodiálise: estudo transversalJacqueline T caramori, Pasqual Barretti, Ederson José Martins, João Henrique Castro, Robedrto JS Franco, Luis Cuadrado MartinFaculdade de Medicina de Botucatu-UNESP,Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP,Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP,Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP,Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP,Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP

Introdução. Dentre os hábitos que compõe um estilo de vida saudável, se destaca a prática constante de atividade física. Na população geral, estudos apontam que a atividade física é capaz de produzir melhora, não apenas nos sintomas, mas também nos fatores de risco cardiovascular e que mesmo graus moderados de atividade física podem ter alguma efetividade. Poucos estudos avaliaram a influência da atividade física sobre os fatores de risco cardiovascular em renais crônicos tratados por diálise. Objetivo. Avaliar as associações entre sedentarismo e a presença de fatores de risco cardiovascular em renais crônicos. Casuística e Métodos. O estudo foi realizado com 100 pacientes em tratamento por hemodiálise há pelo menos três meses, excetuando-se aqueles de idade inferior a 18 anos. Foi aplicado questionário padronizado denominado International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) (OMS,1998), acrescido de informações do prontuário do paciente. A casuística foi dividida em 3 grupos de acordo com a classificação da atividade física avaliada pelo IPAQGRUPO I - composto por pacientes sem atividade física: sedentários (segundo IPAQ). GRUPO II - composto por pacientes com atividade física inferior a 150 minutos por semana: irregularmente ativo (segundo IPAQ) GRUPO III - composto por pacientes com atividade física superior a 150 minutos por semana: ativo (segundo IPAQ) As variáveis estudadas foram comparados entre os grupos de atividade física por análise de variância ou pelo teste do χ2 quando apropriado. Aquelas que apresentaram significância estatística foram selecionadas para compor modelo de regressão múltipla. Foi definida significância estatística p inferior a 0,05. Resultados e Conclusões. Os grupos diferiram quanto à idade, frequência de diabetes, creatinina, triglicérides, e proteína C-reativa. Foi construído um modelo de regressão logística tomando como variável desfecho a presença de proteína C--reativa maior que 5mg/L e como variáveis dependentes o grau de atividade física, a idade e a frequência de diabetes. O grau de atividade física associou-se a elevação da proteína C-reativa (p= 0,04; risco relativo 0,269; intervalo de confiança para 95%: 0,077 a 0,941). Em Conclusão, o aumento da proteína-C reativa associou-se à inatividade física, mesmo após ajuste para diabetes e idade.

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Doação de Órgãos e Tecidos: O TEMPO como fator decisivo no sucesso da captação de órgãosLucas Nunes Sales de Melo, Mauricio Galvão Pereira, Diego Torquato da Cunha Rêgo, Renan de Souza Santos, Marcos Saboia Pires, Samara Gomes Torres, Sérgio Salustio da Costa Montenegro BezerraUniversidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade Potiguar Rio Grande do Norte, Universidade PotiguarRio Grande do Norte

Introdução: A doação de órgãos tem crescido abruptamente no Brasil. Contudo, o número de doações de órgãos provenientes de doadores em morte encefálica ainda é insuficiente à demanda e as listas de espera para transplante vão aumentando. Objetivos: Descrever um caso clínico, demonstrando a importância do fator tempo na captação de órgãos e tecidos para transplante. Casuística: Abordar a otimização do tempo em relação ao sucesso no transplante renal. Métodos: R.D.S., 23 anos, 75 kg, branco, 1,75 m, um paciente vítima de ferimento por projétil de arma de fogo (FPAF) que evoluiu com critérios de morte encefálica, estando em uso de altas do-sagens de noradrenalina no momento em que a morte encefálica foi confirmada. Resultados: O paciente foi admitido com rebaixamento do nível de consciência pelo FPAF no crânio, tendo sido realizada uma TC crânio - contusão em fossa posterior a esquerda e hemorragia subdural. Realizada uma descompressão cirúrgica, evo-luindo com coma Glasgow 3 em ventilação mecânica. Realizadas as duas provas clínicas com intervalo de 6 horas e, a seguir, foi utilizado um ecodoppler de carótidas e vertebrais como exame complementar. A manutenção hemodinâmica do paciente foi baseada em uma hidratação vigorosa, além da correção da hipernatremia com solução hipotônica, conforme os protocolos já estabelecidos. A despeito da hidratação vigorosa, o segurado necessitou de doses crescentes de noradrenalina, chegando a utilizar 2,5 microgramas/kg/min, com FC=153bpm e PANI=102x54 mmHg. Os exames complementares do paciente constavam com TGO 74 IU/L, TGP=21 IU/L, CKMB=127U/L, GGT=5 IU/L, HB=15,3, HT=48, plaquetas=140000, Uréia=25 mg/dl, Creatinina=2,0mg/dl, Na=177, K=2,2. Submetido então a uma oti-mização no suporte hemodinâmico com hidratação guiada por parâmetros de volemia como pressão venosa central e lactato arterial, além da utilização de reposição hormonal com desmopressina, insulina e corticosteróides, resultando em uma redução significativa (>50%) da dose de noradrenalina, permitindo a manutenção do doador até o momento da retirada dos órgãos. Foram retirados os rins, o fígado e as córneas, paciente se enquadra no quadro de doadores de órgãos. Conclusão: A importância do rápido reconhecimento dos pacientes com possível morte encefálica e intervenção agressiva da equipe de saúde na confirmação do diagnóstico e ma-nutenção destes pacientes, a fim de aumentar o número de órgãos doados, reduzindo a fila de espera para transplantes.

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P-853

Potencial Doador de Órgãos em Morte Encefálica: Até quando investir?Lucas Nunes Sales de Melo, Mauricio Galvão Pereira, Diego Torquato da Cunha Rêgo, Renan de Souza Santos, Marcos Saboia Pires, Samara Gomes Torres, Sérgio Salustio da Costa Montenegro BezerraUniversidade Potiguar Rio Grande do Norte,Universidade Potiguar Rio Grande do Norte,Universidade Potiguar Rio Grande do Norte,Universidade Potiguar Rio Grande do Norte,Universidade Potiguar Rio Grande do Norte,Universidade Potiguar Rio Grande do Norte,Universidade Potiguar Rio Grande do Norte

Introdução: Muitos pacientes diagnosticados com morte encefálica (ME) passam a ser considerados como potenciais doadores de múltiplos órgãos e tecidos. Objetivo: O Objetivo desse trabalho consiste em relatar o caso de uma paciente que deu entrada no pronto socorro do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (Natal/RN) com AVEh, evoluindo com morte encefálica e PCR próximo à retirada dos órgãos e tecido. Casuística: Diagnóstico de possíveis doadores de órgãos e tecidos em morte encefálica. Métodos: O estudo em questão trata-se de um relato de caso feito através de coletas de dados no prontuário de uma paciente, J.V.L., 51 anos, feminino, que após ser diagnosticada com morte encefálica decorrente de um acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh), teve vários de seus órgãos doados para transplante. Resultados: Paciente admitida com queixas de cefaléia intensa associada a déficit cognitivo motor à esquerda, a qual após exame de tomografia computadorizada (TC), realizado dia 29 de maio, evidenciou episódio de acidente vascular encefálico do tipo hemorrágico (AVEh) em lobo frontal direito, que em pouco tempo acabou evo-luindo para Glasgow 3 seguido de Morte Encefálica (ME). Após a confirmação da morte encefálica por exames de imagem e do consentimento dos dois filhos e do esposo da paciente, o corpo foi submetido a procedimento cirúrgico para a retirada de múltiplos órgãos. Contudo, durante o transporte para o centro cirúrgica para a retirada dos órgãos, a paciente apresentou uma parada cardiorrespiratória (PCR). Apesar de a paciente já estar morte, pelo critérios encefálicos, a mesma foi reanima-da, pensando-se na doação de órgãos, reassumindo ritmo sinusal após 3 minutos, sendo submetida à captação dos órgãos (fígado e rins). Conclusão: Pode-se concluir com o caso exposto acima que os critérios de exclusão de um potencial doador devem ser revistos e ampliados. Uma PCR após a confirmação da morte encefálica e da doação de órgãos, não deve ser interpretada como o término do processo de doação-transplante, devendo este paciente ser reanimado de forma convencional, a fim de viabilizar e aumentar a doação de órgãos.

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P-795

Biópsias protocolares no terceiro mês revelam elevada incidência de agressões sub-clínicas ao enxerto renalJoelsons G,Montenegro RM,Gatelli L,Souza ML,Domenico T,Gonçalves LF,Manfro RCUniversidade Federal do Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre,Universidade Federal do Rio Grande do Sul,Universidade Federal do Rio Grande do Sul,Universidade Federal do Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre,Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Nas fases iniciais do transplante renal, diferentes agressões ao enxerto podem ocorrer de forma sub-clínica, sem alteração perceptível de sua função, mas com papel decisivo em sua função e sobrevida em longo prazo. Objetivos: Avaliar a incidência de agressões sub-clínicas ao enxerto renal em pacientes transplantados com função renal estável no terceiro mês pós-transplante. Casuística e Métodos: Pacientes transplantados renais seqüenciais com função renal estável foram avaliados com uma biópsia protocolar no 3º. mês pós-transplante. As análises histopatológicas foram realizadas por um patologista “cego” de acordo com a classificação Banff 2007 e incluíram avaliação imunohistoquímica para a fração C4d do complemento e anti SV-40 para o vírus polioma. Resultados: Foram avaliados 62 pacientes com média de idade de 46 anos, 33 indivíduos do sexo feminino (53%), 50 (80,6%) receberam rins de doadores falecidos (DF), 9 (14,5%) de doadores vivos relacionados e 3 (4,8%) de doadores vivos não relacionados. Disfunção inicial do enxerto (DGF) ocorreu em 30 receptores de rins de DF (60%). A imunossupressão foi obtida pela combinação de tacrolimo, prednisona e micofenolato em todos os pacientes sendo que 28 (45%) receberam indução com Basiliximab® e 24 (38,7%) receberam indução com Thymoglobulina®. Nas análises patológicas observou-se: (1) Alteração borderline do enxerto renal em 11 pacientes (17,7%); (2) Rejeição aguda do tipo Banff IA em 5 pacientes (8%); (3) IFTA leve em 11 pacientes (17,7%); (4) Marcação para C4d positiva (qualquer marcação) em 11 biópsias (17,7%), sendo uma com marcação superior a 25%; (5) Marcação positiva para anti SV-40 em uma biópsia (1,6%); (6) 30 biópsias (48,4%) foram consideradas normais. Conclusão: Nesta série a realização da biópsia protocolar no 3° mês pós-transplante demonstrou alterações sub-clínicas em elevada porcentagem dos pacientes. Estas alterações podem estar relacionadas a desfechos desfavoráveis na evolução dos casos em médio ou longo prazos e reforçam a necessidade do desenvolvimento de biomarcadores não invasivos acurados que auxiliem na individualização da terapia em pacientes transplantados renais.

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P-364

Estudo do transplante de células-tronco mesenquimais derivadas da medula óssea de ratas ou seu meio de cultura condicionado na obstrução ureteral unilateralSilva AF,Teixeira VP,Schor NUNIFESP São Paulo,UNIFESP São Paulo,UNIFESP São Paulo

Introdução: Muito tem se descoberto sobre o potencial terapêutico das Células-Tronco Mesenquimais (CTMs) ou o seu meio de cultura condicionado (MC). Sabe--se da sua capacidade em reparar tecidos e em diminuir a inflamação local. É sabido que a inflamação do compartimento túbulointersticial renal pode levar o orgão a desenvolver lesão crônica, acarretando fibrose total. Um modelo de fibrose renal é a obstrucão ureteral unilateral (UUO). Um princípio terapêutico que pode, ao menos teoricamente, melhorar a insuficiência crônica induzida pela UUO é a administração de CTMs ou seu meio de cultura condicionado. Objetivo: Avaliar a ação da administração de CTMs ou de seu MC na UUO. Métodos: CTMs extraídas da medula óssea de ratos Wistar foram cultivadas in vitro e caracterizadas por citometria de fluxo e diferenciação. Quatro grupos de ratas Wistar foram usados nos experimentos in vivo (n=7): Sham, UUO (obstrução ureteral unilateral), MSC (obstrução + CTMs) e MC (obstrução + MC). As células, ou o meio condicionado, foram administradas via veia cava abdominal logo após a ligadura total do ureter. Após 7 dias os animais foram sacrificados e tiveram soro e rim obstruído coletados. A quantidade de fibrose foi avaliada pela deposição de colágeno tipo I e III, e a expressão de moléculas ligadas à progressão da fibrose e Transição Epitélio Mesenquimal foram avaliadas pelo método de PCR em tempo real.Resultados: Avaliamos melhora histológica significativa, assim como redução na progressão da fibrose dos animais obstruídos tratados com CTMs ou MC. Observamos também redução da expressão gênica de moléculas como colágeno tipo 1, actina de músculo liso e TNF-α (tumor necrosis factor) nos animais obstruídos tratados com CTMs ou MC. Foi observado o aumento da expressão de BMP-7 (bone morphogenetic protein) nos animais tratados em relação aos animais não tratados.Conclusão: Os Resultados sugerem que tanto a administração intravenosa das CTMs quanto de seu MC melhoram a progressão da fibrose e alteram fatores envolvidos na Transição Epitélio Mesenquimal em ratas Wistar submetidas à obstrução ureteral unilateral.

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P-346

A sobrecarga de fósforo acelera a progressão da doença renal crônicaIrene F Duayer,Flavia G Machado,Marina A Fanelli,Denise MAC Malheiros,Roberto Zatz,Clarice K Fujihara,Fabiana G Graciolli,Luciene M dos Reis, Vanda Jorgetti,Rosa MA MoysesFMUSP, FMUSP, FMUSP, FMUSP, FMUSP, FMUSP, FMUSP, FMUSP, FMUSP, FMUSP

Embora estudos experimentais mostrem que a restrição proteica retarda a progressão da doença renal crônica (DRC), isto ainda não foi confirmado em estudos clí-nicos, sugerindo que outros fatores podem influenciar na DRC. Recentemente o fósforo (Pi) vem sendo apontado como um provável fator de risco para a progressão da DRC, com este estudo tentamos dissociar o possível efeito deletério do Pi do efeito deletério da proteína(Prot). Para isto foi ofertado dietas com diferentes con-centrações de Pi para ratos submetidos a nefrectomia 5/6 (Nx) que recebiam dieta com restrição proteica. Os ratos Nx foram divididos em 2 grupos de acordo com a concentração de Pi (0.2 e 0.9%), e todos receberam dieta com 12%Prot. Após 2 meses, foi realizado análise bioquímica, histológica e imunohistoquímica. Todos os grupos mostraram baixos indices de glomerulo esclerose(GS) e expansão intersticial(INT), consistente com a restrição proteica imposta. Os animais submetidos a dieta 0.9%Pi apresentaram menor hematócrito (Ht) e menor clearance de creatinina (Clcreat), assim como maior fração de excreção de fósforo (Fe%Pi) e maior FGF-23, em relação aos animais que receberam a dieta com 0,2%Pi. Apesar da restrição proteica, a sobrecarga de Pi foi associada com pior função renal e aumento da área INT e aumento da área positiva para alfa-actina (α-ACT). Além disso, o FGF-23 correlacionou-se com Ht, Fe%Pi e α-ACT (r = -0.6, 0.8 e 0.6, respectiva-mente; p< 0.05 para todos) consistente com a hipótese que o FGF-23 não só governa a homeostase do fósforo como também pode contribuir com a fibrose renal. Portanto a sobrecarga de Pi acelera a progressão da DRC aumentando a fibrose intersticial mesmo na presença de restrição proteica, sugerindo que tanto o Pi quanto a Prot devem ser restringidos na DRC. Estes dados preliminares podem nos ajudar a entender porque alguns estudos clínicos com restrição proteica não mostraram impacto na progressão da DRC uma vez que pouca atenção foi dada para o conteúdo de fósforo na dieta.

  0.2Pi 0.9PiHt(%) 44±1 38±1*Pi(mg/dl) 6±1 7.5±1Clcreat(ml/min) 0.6±0.04 0.4±0.07*FePi(%) 0.15±0.07 10±0.7*FGF-23(pg/ml) 153±16 767±60*GS% 1.0±0.6 1.15±1INT% 0.2±0.08 1.2±0.3*α-ACT% 0.7±0.07 3.7±0.6**p<0.05

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P-480

Sindromes hipertensivas e nefropatia em pacientes gestantesJerônimo ALC, Ceará BDA, Barbosa FBM, Filho FRM, Biermann LS, Filho MAS, Félix VFHospital Geral Dr. César Cals Fortaleza, Faculdade de Medicina Christus Fortaleza, Faculdade de Medicina Christus Fortaleza, Faculdade de Medicina Christus Fortaleza, Faculdade de Medicina Christus Fortaleza, Faculdade de Medicina Christus Fortaleza, Faculdade de Medicina Christus Fortaleza

Introdução: As síndromes hipertensivas da gravidez são as principais causas de mortalidade materna e também são responsáveis por importante morbimortalidade pe-rinatal. A hipertensão é a complicação clínica mais comum, ocorrendo em 10 a 22% das gestantes e a presença nefropatia primária e/ou associada representa um maior risco de pior prognóstico materno-fetal. Objetivos: Identificar a frequência de síndromes hipertensivas ocorridas na unidade obstétrica do Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira(HGCCO) em Fortaleza, no ano de 2010, avaliando seus aspectos epidemiológicos e sua classificação segundo a apresentação clínica, a gravidade e a ocorrência de nefropatia associada. Casuística e Métodos: Estudo transversal, retrospectivo realizado por meio de análise de dados de prontuários de parturientes internadas no HGCCO, no ano de 2010 que evoluíram com complicações hipertensivas e renais. Resultados: Foram internadas 4.853 pacientes para parto, sendo que 6,88% apresentavam complicações hipertensivas. A média de idade foi 26,9 ± 7,5 anos. As complicações hipertensivas foram mais comuns nas primigestas, sendo a pré-eclâmpsia(PE) a causa mais frequente(72,7%), representando 5% do total das internações, seguida por doença hipertensiva gestacional (7,2%) , HA crônica (6%), síndrome HELLP(5,1%) e outras(9%). Insuficiência Renal Aguda(IRA) dialítica ocorreu em 3,8%(13/334) principalmente em pacientes com HELLP. Agudização de doença renal crônica pré-existente foi observada em 5 casos, sendo 3 pacientes com Glomulonefrite Crônica(GN) e 2 com nefropatia hipertensiva, que permane-ceram em HD. A idade média diferiu entre grupos(p=0,001) sendo semelhante entre os pacientes com glomerulopatia e eclâmpsia (mais jovens), entre aqueles com HAS prévia e HELLP (mais idosos) e também semelhante no grupo de doença hipertensiva gestacional e pré-eclâmsia. O tempo de internação foi mais prolongado nas pacientes com HELLP(p=0,002) e a creatinina inicial foi maior nos que já tinham GN (p=0,007). Não houve morte materna e registrou-se 2,0% de óbitos fetais. Conclusões: A ocorrência de sindromes hipertensivas em nossa população se assemelha aos dados da literatura. A pré-eclâmsia foi a complicação mais freqüente e ocorreu principalmente em primigestas. Contudo é importante identificar a presença de nefropatia prévia que pode evoluir de forma mais grave, aumentando o risco materno-fetal e ocasionando deterioração rápida da função renal com dependência de tratamento dialítico crônico.

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P-177

Avaliação do PTH Sérico em Pacientes Dialíticos na Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza: correlação com idade, sexo,tempo de Hemodiálise, cálcio, fósforo e hemoglobinaJerônimo ALC,Vidal LA,Bezerra AC,Melo, ACP,Pinheiro, JVASanta Casa da Misericórdia de Fortaleza e Faculdade de Medicina Christus,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza,Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza,Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza

Introdução : Os valores séricos de PTH conforme último consenso ( KDIGO) devem variar de 2 a 9 vezes o valor da normalidade, com o Objetivo de diminuir as complicações ósseas, calcificações vasculares e mortalidade nesta população. A verificação isolada de PTH não se correlaciona bem com remodelação óssea, sendo importante o uso de outros marcadores como a fosfatase alcalina óssea para detecção de alterações significativas. Sugere-se que, mais importante do que estes valores isolados, é o acompanhamento temporal do nível de PTH sérico, adotando-se medidas corretivas precoces e eficazes,quando os valores se aproximem dos níveis pre-conizados. Objetivos : avaliar a evolução do nível sérico de PTH ao longo de 5 anos em pacientes dialíticos, correlacionando com idade, sexo, tempo de HD, cálcio, fósforo e hemoglobina(Hb). Material e Métodos : Estudo retrospectivo incluindo 51 pacientes, em hemodiálise no período de 2007 a 2011, com dados biológicos e epidemiológicos recuperados dos prontuários médicos. Verificação da média anual do PTH intacto, cálcio, fósforo e hemoglobina. Aplicação de Testes Estatisti-cos de correlação. Resultado : população composta por 51 pacientes(41,1% mulheres e 58,9% homens) com idade média de 49,7±1,3 anos e tempo médio de HD 108±61,9 meses. Houve correlação direta do PTH com tempo de HD(p<0,05) e fósforo(p<0,05) e inversamente com a idade(p<0,05). Não houve diferenças quanto ao sexo(p=0,9), nem correlação com o cálcio(p>0,05) e a hemoglobina(p>0,05). Observou-se um aumento significativo da mediana do PTH(493) no último ano de avaliação quando comparado aos anos anteriores (p<0,05), embora tenha permanecido dentro dos valores preconizados pelo KDIGO. Conclusão : A avaliação tem-poral dos níveis séricos de PTH é um dado importante e pode ser útil na orientação de condutas terapêuticas precoces que diminuam o risco de complicações ósseas e cardiovasculares. O tempo de HD e o fósforo sérico se correlacionaram como aumento do PTH.

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P-733

Observações sobre a medida da pressão arterial em crianças e adolescentesVerçoza AMT, Goldraich NP, d’Ávila DOL, de los Santos CA, Lazaretti AS, Bender AM

Introdução: Como em adultos, a medida da pressão arterial faz parte do exame físico em crianças. Sua verificação é recomendada a partir dos três anos de idade em crianças sem sintomas e é obrigatória nas sintomáticas, em qualquer idade. ObjetivoS: O Objetivo deste trabalho foi verificar a freqüência e a qualidade das medidas de pressão arterial em atendimento pediátrico, bem como a disponibilidade e a adequação dos equipamentos de medida. Casuística e Métodos: Foram observados 402 pacientes - 147 oriundos do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e 255 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, durante uma jornada completa. As áreas de atendimento de ambos os hospitais foram unificadas da seguinte forma: Am-bulatório I, Ambulatório II, Emergência, Internação I, Internação II, UTI Pediátrica e UTI Neonatal. As observações foram feitas por critérios preestabelecidos, por acadêmicos de medicina treinados. Foram consideradas adequadas as medidas de pressão arterial que atenderam a todos os critérios. Resultados: Em 402 observações, apenas 79 (20%) tiveram a pressão arterial medida: apenas cinco (6%) destas seguindo todos os critérios exigidos. O esfigmomanômetro mais vezes disponível - e o mais utilizado - foi o modelo aneróide. Instrumentos oscilométricos foram usados apenas na UTI Pediátrica e na UTI Neonatal. Tabela para correção de valores foi consultada em uma ocasião. As determinações foram feitas por auxiliares ou técnicos em enfermagem em 83% das vezes; por acadêmico de medicina ou médico - residente ou contratado - em 1,5%; 6,5% e 15%, respectivamente, das observações. Conclusões: Os dados permitem concluir que a freqüência de determinações da pressão arterial foi baixa, exceto em crianças maiores e nas áreas de atendimento intensivo, apesar de existir equipamento para medida em todos os locais. A qualidade das medidas foi baixa, comparativamente, a padrões estabelecidos.

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P-729

Fatores de risco para aterosclerose subclínica em crianças assintomáticas do Sul do BrasilVerçoza AMT, de los Santos CA, Baldisserotto M, d’Ávila DOL, Bender AM, Lazaretti ASHospital São Lucas da PUCRS, Faculdade de Medicina Porto Alegre,Hospital São Lucas da PUCRS, Faculdade de Medicina, Porto Alegre, Hospital São Lucas da PUCRS, Faculdade de Medicina Porto Alegre, Hospital São Lucas da PUCRS, Faculdade de Medicina Porto Alegre, Hospital São Lucas da PUCRS, Faculdade de Medicina Porto Alegre, Hospital São Lucas da PUCRS, Faculdade de Medicina Porto Alegre

Introdução: A aterosclerose pode iniciar na infância. O processo depende do número e da extensão dos fatores de risco e é um preditor para risco de doença cardio-vascular (DCV) na vida adulta. Os fatores de risco para aterosclerose subclínica são similares para doença clínica. A espessura da íntima–média da artéria carótida (EIMAC) é a medida da aterosclerose subclínica e é preditor de subseqüentes eventos vasculares. ObjetivoS: O Objetivo do estudo foi de examinar as associações da espessura da íntima–média da artéria carótida (EIMAC) com fatores de risco conhecidos, em crianças assintomáticas brasileiras. Pacientes e métodos: Noventa e três crianças assintomáticas foram examinadas História familiar de DCV, dados antropométricos, demográficos e clínicos foram coletados. Escores Z dos índi-ces de massa corporal (IMC) individuais foram calculados. Glicose plasmática, frações lipídicas, fibrinogênio e Proteína–C reativa (PCR) foram determinadas. Ultrassonografia de alta resolução avaliou o EIMAC. Escores z do IMC, a média do EIMAC composto (c-EIMAC) e quartis do colesterol total (COL) e a fração de lipoproteína de alta densidade (HDL) foram utilizados nas análises estatísticas. Resultados: A idade variou de 49-169 meses; 49 eram do sexo masculino. Os meninos apresentaram EIMAC significativamente aumentada (0,46+-0,06mm versus 0,43+-0,06mm; P=0,028). Os níveis de triglicerídeos (TRI) foram signifi-cantemente mais elevados em crianças com sobrepeso ou obesas (P≤0,010). Os escores z do IMC e sobrepeso/obesidade associam-se positivamente com EIMAC (r=0,259;P=0,012 e rS= 0,230; P= 0,027, respectivamente). Em um modelo de regressão linear multivariada, somente sobrepeso/obesidade e sexo relacionaram-se com EIMAC (R²=0,125; P=0,002). Conclusão: Sexo masculino com sobrepeso ou obesidade foram fatores de risco parar EIMAC aumentado. História familiar de doença cardiovascular não se relacionou com EIMAC.

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P-24

Avaliação da Qualidade de Vida e Correlação com Metas do Tratamento Hemodialítico em Portadores de Insuficiência Renal CrônicaJeronimo ALC,Braga AA,Bezerra ALV,Farias GFA,Monteiro LV,Madeira MP,Kubrusly MSanta Casa da Misericórdia de Fortaleza e Faculdade de Medicina Christus,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza,Faculdade de Medicina Christus Fortaleza

Introdução: Os pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) dialítica podem apresentar alterações físicas e emocionais, associadas ao tratamento, que são fatores limitantes de suas atividades diárias e de rotina, promovendo isolamento social, perda de emprego, afastamento dos amigos, diminuição da atividade física, disfunção sexual e depressão.Existem vários instrumentos que avaliam a qualidade de vida (QV) em pacientes submetidos a terapia dialítica, dentre eles o Kidney Disease and Quality of Life Short-Form (KDQOL-SFTM), o questionário mais completo disponível no Brasil e que inclui o MOS 36 Item Short-Form Health Survey (SF36), como uma medida genérica que avalia a saúde geral do indivíduo. Objetivo Geral: Avaliar a QV dos pacientes em programa de hemodiálise em um hospital público de Fortaleza–CE e correlacionar com as metas terapêuticas da diálise. Materiais e Métodos: Estudo transversal, analítico-descritivo. A coleta de dados foi realizada através do SF-36 e os dados laboratoriais (albumina, hemoglobina (Hb), Kt/V e fósforo), ausência de cateter, comorbidades, idade, sexo e tempo em diálise, a partir dos prontuários médicos. As metas de eficácia dialítica foram: albumina ≥ 4,0 g/dl, Hb ≥ 11 g/dl, Kt/V ≥ 1,2, 3,5≤P≤5,5 (mg/l). O método de regressão linear mul-tivariada para análise de parâmetros de QV com ajuste de indicadores de qualidade foi aplicado na análise estatística Resultados: Foram avaliados 83 pacientes, 56,6% homens e 43,4% mulheres, com idade média 55,9 ± 15,0 e 53,6 ± 14,4 anos, respectivamente. O tempo médio de HD nesses pacientes foi de 59,1 meses. Não houve diferença estatística entre os sexos, idade e o tempo de HD. A capacidade funcional foi superior nos homens (p<0,05). No domínio vitalidade foram encontradas diferenças significativas nos pacientes com Hb ≥11 g/dl (p=0,037), no domínio Saúde Mental foram encontradas diferenças nos pacientes com nível de fósforo na faixa preconizada (p=0,05). Nos pacientes que cumpriram uma, duas ou três metas de eficácia do tratamento dialítico houve diferença apenas na vitalidade, que foi menor naqueles que cumpriram apenas uma meta (p<0,05). Conclusão: Atingir metas terapêuticas no tratamento dialítico pode ser importante para melhor QV desta população. Observou-se melhor vitalidade nos pacientes com Hb ≥11 e melhor sanidade mental nos com fósforo na faixa preconizada.

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P-72

Evolução do perfil de transporte peritoneal, função renal residual e risco de mortalidade em uma população em diálise peritonealCláudia Ribeiro,André de Sousa Alvarenga,Priscilla Rossi de Lima,Alessandra Marie Braga,Mariana Regina Pinto PereiraSanta Casa de Belo Horizonte,Santa Casa de Belo Horizonte,Santa Casa de Belo Horizonte,Santa Casa de Belo Horizonte,Santa Casa de Belo Horizonte

Introdução No Brasil menos de 10% dos pacientes em terapia renal substitutiva (TRS) o fazem por diálise peritoneal (DP). Nos últimos 10 anos, embora a popu-lação em TRS tenha aumentado, o numero de pacientes em DP tem diminuído. Entender melhor a evolução destes pacientes é fundamental para novas estratégias terapêuticas. Objetivo Avaliar fatores de risco para mortalidade em pacientes em DP no Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte e a evolução do perfil de transporte peritoneal e função renal residual. Métodos Foram analisados dados de pacientes incidentes e prevalentes em DP entre maio de 2008 e março de 2012. Um total de 127 pacientes tiveram seus dados analisados, entre os quais, idade, sexo, IMC, tempo em TRS e em DP, diabetes, PET (teste de equilíbrio peritoneal), Kt/V renal e peritoneal, volume de diurese, volume de ultrafiltração (UF) em 24h, peritonite e albumina. Para análise estatística foram utilizados teste t não pareado com correção de Welch’s, teste de Mann Whitney, teste exato Fisher’s e teste de Kusskal-Wallis com pós teste de Dunnett. Resultados Houve redução significativa do Kt/V renal ao final do período de acompanhamento e do volume de UF em 24h com dois anos de acompanhamento. Não houve alteração significativa nos valores de PET, Kt/V peritoneal e Kt/V total. Os pacientes que morreram eram significativamente mais idosos (66,32+_ 2,8 x 56,52+- 1,51; p=0,0037), tinham menos diurese residual (0,38Lx 0,850L/24h; p=0,0018) no início do período e menor albumina sérica ao final do período de acompanhamento (2,86+- 0,1 x 3,2+-0,07 g/dL; p=0,0086). Para as demais variáveis não houve diferença entre os grupos. Conclusão Nesta população pacientes em DP mais idosos, com menor diurese e menor albumina sérica apresentaram maior risco de morte. A redução do Kt/V renal em 4 anos foi significativa considerando todos os pacientes.

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O escore de Framinghan de pacientes renais crônicos em hemodiáliseDanilo Hojo Navarro, Lilian CA Rosinha, Carolina S Wagner, Tatiana Iutaka, Viviane S Kikuta, Maria Helena C Franco, Pedro Jabur, Luiz Antonio MiorinSanta Casa de São Paulo, Santa Casa de São Paulo, Santa Casa de São Paulo, Santa Casa de São Paulo, Santa Casa de São Paulo, Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo,Santa Casa de São Paulo

Introdução: As doenças cardiovasculares são importante causa de morte no mundo, e os principais fatores de risco clássicos para essas doenças são a hipertensão ar-terial, a dislipidemia, tabagismo, diabetes, sexo e idade. O Escore de Framingham, leva em conta esses parâmetros para estratificar o risco coronariano. Apesar disso a sua aplicabilidade têm sido discutida em pacientes com doença renal crônica, em que muitos outros fatores de risco adicionais estão envolvidos, e não se consegue obter o mesmo padrão de risco estimado para as outras populações, inclusive com estudos de pacientes em estágios não finais da doença renal. Objetivos: Estudar o escore de Framinghan de pacientes em hemodiálise e correlacionar os Resultados com cálcio, fósforo, paratohormônio (PTH), produto Ca x P, albumina, fosfatase alcalina (FA), e proteína C reativa (PCR). Métodos: Cincoenta e dois pacientes maiores de 18 anos em programa de hemodiálise 3 vezes por semana, com etiologias: 15 hipertensão, 22 glomerulonefrite, 11 diabetes, e 4 com outras causas, foram estudados pelo escore de Framinghan e os Resultados correlacionados com Ca, P, PTH, produto Ca x P, PCR, e FA, e albumina, através de teste de regressão linear. Resultados: idade: 49,8 + 15,9 anos, 28 homens e 24 mulheres. 15,7% apresentaram alto risco; 66,6 % com médio risco e 17,5 % com baixo risco. O escore de Framinghan apresentou valores que se correlacionaram com PTH (r = 0,290, p<0,001), PCR (r=0,192, p<0,001), CaxP (r=0,049, p=0,049), FA (r=0,206, p<0,001). Conclusão: Apesar da presença de outros fatores de risco como a anemia, uremia e a própria hemodiálise, que caracterizam a população de renais crônicos em tratamento dialítico, encontramos na nossa casuística pequena correlação entre o escore de Framin-ghan e PTH, CaxP, PCR e FA.

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Avaliação do desempenho dos serviços de diálise em Belo Horizonte, no período de março a junho de 2011Reis FCL, Dayrell M, Saraiva FMC, Silva BMVC, Drummond MCF, Carvalhais MCComissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Belo Horizonte

Introdução: Em Belo Horizonte existem 12 serviços credenciados pelo SUS para tratamento dialítico. A qualidade da assistência prestada foi avaliada sistematicamen-te pelos membros da Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes (CMNT), baseados no conceito de que organização dos processos de trabalho constitui-se um dos atributos da avaliação da qualidade da atenção à saúde. Objetivo: Realizar a avaliação de desempenho dos serviços de diálise que prestam assistência aos pacientes do SUS-BH. Metodologia: Vistorias realizadas pela equipe multidisciplinar da CMNT aos Centros de Diálise entre 18 de março a 10 de junho de 2011, para avalia-ção dos processos de trabalho dos serviços e para realização amostral de entrevistas com os pacientes, abordando a satisfação com o tratamento. Resultados: Não foi observada distinção de tratamento quando comparados os pacientes cobertos pelo SUS e pelos convênios. Somente 50% dos serviços realizam reuniões interdiscipli-nares regulares. Houve discrepâncias entre os serviços quando avaliado o quantitativo de profissionais não médicos por número de pacientes atendidos. A aplicação e o monitoramento dos indicadores para avaliação do desempenho dos serviços são adotados em 06 dos 12 serviços. A CMNT identificou problemas, tanto na oferta de confecções de fístulas arteriovenosas quanto no atendimento às suas complicações, em quase todos os serviços, atribuídos à deficiência de profissionais qualificados. O atendimento da faixa etária pediátrica está concentrado em apenas 03 serviços e há necessidade de profissionais com qualificação diferenciada, nem sempre dispo-nível. O transporte foi identificado como um problema, uma vez que um número expressivo de pacientes depende do transporte público especial e isto interfere na qualidade de vida e no tratamento. Foram identificadas iniciativas inovadoras desenvolvidas em vários serviços, muitas vezes desconhecidas pela Gestão e pelas outras clínicas. Conclusões: Pelas suas características, o tratamento dialítico gera forte vinculação dos pacientes com as equipes dos serviços. O modelo de atenção centrado na assistência médica tem se mostrado insuficiente para abordagem e acompanhamento dos pacientes portadores de insuficiência renal crônica nos aspectos psíquicos, sociais e clínicos. Prevalece uma atuação tímida dos outros profissionais da equipe, o que pode sugerir uma necessidade de iniciativas que propiciem a integração entre os pacientes, familiares e as equipes.

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P-406

Classificação das glomerulonefrites membranoproliferativas não lúpicas de acordo com a presença de depósitos de imunoglobulinas nas imunofluorescências das biópsias renaisMaia RMA,Nihei CH,Silva LTTL,Barros RT,Jorge LB,Dias CB,Woronik VHCFMUSP,HCFMUSP,HCFMUSP,HCFMUSP,HCFMUSP,HCFMUSP,HCFMUSP

Objetivo: Comparar a apresentação clínica inicial e o seguimento destes pacientes./ Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo que avaliou a apresentação clínica e laboratorial no diagnóstico e o seguimento nos 95 pacientes com biópsias renais compatíveis com glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) não lúpica den-tre 1641 biópsias realizadas em um centro no período de 1999 a 2011. Foram excluídas 25 biópsias devido aos dados histológicos e clínicos insuficientes, restando 70 pacientes para análise./ Resultados: Foram observados depósitos de imunoglobulina (Ig) na imunofluorescência (IF), predominantemente IgG em 54 pacientes (77,1%), enquanto 16 pacientes (22,8%) não apresentou depósitos de Ig. Dentre os pacientes sem depósito de Ig, 6 apresentaram depósitos de C3 e 10 foram ne-gativos. A comparação entre os dados são demonstrados na tabela 1. Dentre os pacientes com GNMP Ig positiva, 23 (42,6%) apresentavam doenças associadas: 5 esquistossomose, 4 HCV, 1 HBV, 1 HIV, 2 HCV + HBV, 1 hanseníase, 2 doenças auto imunes, 2 neoplasias, 4 cirróticos e 1 esferocitose. Nos pacientes sem depósito de Ig foram encontradas associação em 6 (37,5%) com: HCV em 4 e neoplasia em 2. No seguimento durante 3 anos e meio (3.2-4.0), foi observada DRC estadio 5 em 21,2% naqueles com Ig positiva e 37.5% nos pacientes com IF negativa para Ig, porém não houve diferença entre os grupos./ Conclusão: Não houve diferença entre os grupos considerando apresentação clínica e laboratorial inicial, além da evolução para cronicidade. HCV e neoplasias foram associadas aos dois grupos, o que é incomum na literatura mundial.

Tabela 1GNMP com Ig na IF (n= 54)

GNMP sem Ig na IF (n=16)

P

Idade (anos) 45.9±15.1 42.3±19.4 NS Sexo (n\%) Masculino 34\62.9 10\62.5  NSCor (n\%) BrancoAfroamericano

32\59.222\40.7

13\81.2 3\18.7

 NS

Creatinina sérica (mg\dL) 1.8(1.1–3.2) 2.2±1.5  NSeGRF pelo MDRD (mL\min\1.73m2) 48.4±35.3 43.7±31.3  NSAlbumina sérica (g\dL) 2.4 (2.0–3.0) 2.5±0.6  NSProteinúria (g\dia) 5.1±3.2 3.7±3.0  NSHematúria (n\%) 41\75.9 12\75  NSFração C3 do complemento baixa (%) 48.1 50  NSFração C4 do complemento baixa (%) 31.4 25  NSApresentação clínica (%): Síndrome nefrótica/Síndrome nefrítica

64.8/5.5 43.7/18.7  NS

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P-407

Complexo Lesão Mínima/Glomeruloesclerose segmentar e focal (CLM/GESF): Afinal, o paciente tem LM ou GESF? Lições do estudo PROGLOMCalazans RM,Carneiro MF,dos-Santos WL,Rocha PNFaculdade de Medicina da Bahia UFBA,Hospital Geral Roberto Santos BA,FIOCRUZ BA,Faculdade de Medicina da Bahia UFBA

Introdução: Lesão mínima (LM) e glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) causam síndrome nefrótica em adultos. Na LM, os glomérulos são normais à mi-croscopia ótica (MO) e imunofluorescência (IF). No entanto, como a GESF é uma doença focal, há um cuidado dos patologistas em diagnosticar a LM, principal-mente quando o número de glomérulos na biópsia é baixo. Assim, surge a entidade Complexo LM/GESF (CLM/GESF), cabendo ao clínico realizar a distinção. Objetivo: Comparar aspectos clínicos e laboratoriais entre pacientes com LM, GESF e CLM/GESF. Casuística e Métodos: O estudo prospectivo de glomerulopatias (PROGLOM), em andamento no Hospital Geral Roberto Santos, Salvador-BA, inclui todos pacientes internados com doença glomerular confirmada por biópsia renal. O diagnóstico de GESF foi estabelecido quando havia ao menos uma lesão de esclerose segmentar na biópsia. O diagnóstico de LM requeria MO normal em amostra com 20 ou mais glomérulos; nas amostras com menos de 20 glomérulos, optou-se pelo diagnóstico de CLM/GESF, pelo risco de haver GESF não amostra-da. Nas três categorias a IF era negativa ou não significativa. Resultados: Entre Dezembro/2007 e Maio/2012, foram estudados 153 pacientes. Destes, 8 tinham LM, 16 CLM-GESF e 24 GESF. Conclusões: Os pacientes com diagnóstico de CLM/GESF têm características clínicas e laboratoriais comuns a ambas patologias. Para algumas variáveis, como história de HAS, CLM/GESF assemelhou-se mais a GESF. Para outras variáveis, como a hematúria e proteinúria de 24 horas, CLM/GESF aproximou-se mais da LM. Por fim, para variáveis como a creatinina sérica, o grupo CLM/GESF assumiu valores intermediários. Portanto, torna-se muito difícil para o clínico determinar, numa avaliação inicial, se o paciente cujo laudo da biópsia revela CLM/GESF, tem na verdade LM ou GESF. O seguimento ambulatorial e a resposta terapêutica poderão contribuir.

 LM

(n=8)CLM/GESF

(n=16)GESF(n=24)

p*

Idade (mediana), anos 37 36 32 0,60Homens % 62,5 62,5 45,8 0,59Não-brancos % 87,5 68,8 75,0 0,68História de HAS % 12,5 50,0 41,7 0,20Edema facial % 75,0 56,3 58,3 0,79Edema MMII % 87,5 87,5 66,7 0,33Urina espumosa % 62,5 68,8 50,0 0,50Hematúria (>15/cp) % 12,5 14,3 30,4 0,50Proteinúria 24h (mediana), g 7638 6005 3393 0,48Creatinina (mediana), mg/dl 0,9 1,2 1,5 0,41Albumina (mediana), g/dl 1,7 1,5 1,7 0,97Colesterol total (mediana), mg/dl 300 334 365 0,36Triglicerídeos, mg/dl 195 286 232 0,07Número de Glomérulos (mediana) 26 14 21 0,00Fibrose intersticial (>10%), % 0,0 12,5 47,8 0,01*Qui-quadrado (cat.) ou Kruskal-Wallis (cont.) a resposta terapêutica poderão contribuir.

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P-44

Comparação da avaliação da volemia de pacientes hemodialíticos através de ultrassom de veia cava inferior por ecocardiografista e nefrologistaPazeli Jr JM,Vidigal DF,Fernandes NM,de Paula RB,Colugnati F,Sanders-Pinheiro HNIEPEN-UFJF/WINFOCUS,FAME-Barbacena,NIEPEN-UFJF,NIEPEN-UFJF,NIEPEN-UFJF,NIEPEN-UFJF

Introdução: A avaliação objetiva da volemia é fundamental em pacientes dialíticos. A avaliação ultrassonográfica do diâmetro expiratório veia cava inferior (VCIEx) e do seu índice de colabamento à inspiração (ICVCI) tem boa correlação com a pressão venosa central e com peso seco. A necessidade de um imaginologista ou ecocar-diografista tem dificultado a disseminação do método. Por outro lado, cresce a utilização da ultrassonografia (US) pelo médico não imaginologista. Objetivos: Avaliar se a determinação da volemia através do VCIEx e do ICVCI realizada por médico nefrologista, sem treinamento formal, utilizando equipamento de US é similar ao exame convencional realizado por ecocardiografista em ecocardiógrafo (ECO). Método: Foram realizadas 100 avaliações do VCIEx e do ICVCI em 50 pacientes por-tadores de doença renal crônica em hemodiálise, sendo que cada pesquisador avaliou 25 pacientes utilizando o ECO e 25 usando US. Os pacientes foram avaliados no período inter-diálitico, consecutivamente pelos dois pesquisadores, cegos entre si, e classificados através do VCIEx e do ICVCI em hipo, normo ou hipervolêmicos.As classificações volêmicas realizadas pelo nefrologista e ecocardiografista foram comparadas através do Teste do Qui-quadrado. Avaliou-se o coeficiente de correlação intraclasse entre os pesquisadores e os equipamentos. As variáveis categóricas foram comparadas pelo Kappa e pelo Bland-Altman. Resultados: A classificação volêmica pelo VCIEx avaliada pelos pesquisadores com ambos os equipamentos foram coincidentes em 91,7 e 88% das medidas (Kappa 0,87 e 0,78). A classificação volêmica pelo ICVCI coincidiu em 95,8 e 76% (Kappa 0,93 e 0,64). As melhores correlações foram observadas quando o nefrologista utilizou US e o cardiologista utilizou o ECO. Conclusão: Houve similaridade entre as classificações volêmicas realizadas, sugerindo que um médico nefrologista após treinamento direcionado, com US pode obter Resultados semelhantes aos obtidos pelo ECO. Estes achados corroboram estudos anteriores que mostraram que médicos não imaginologistas conseguem utilizar US para fins específicos após treinamento curto. Esperamos incentivar a disseminação da avaliação da VCI pelo nefrologista para determinação do peso seco de pacientes dialíticos.

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P-454

Terapia imunossupressora tripla para crianças com Síndrome nefrótica idiopática (SNI) de difícil manejo: córtico-resistente e córtico-dependenteSchvartsman BGS,Vaisbich MH,Padovan FL,Henriques LHInstituto da Criança-HCFMUSP, Instituto da Criança-HCFMUSP, Instituto da Criança-HCFMUSP, Instituto da Criança-HCFMUSP

Introdução:A SNI de difícil manejo, córtico-resistente (CR) e córtico-dependente (CD) é um desafio. Diferentes esquemas terapêuticos têm sido propostos.Objetivo:Relatar a evolução de pacientes com SNIsubmetidos à terapia tripla (TT).Casuística e Métodos: O protocolo de TT incluiu prednisona (PDS), micofeno-lato de mofetila e tacrolimo (nível sérico no vale:3-5 ng/ml). Avaliação:semanal no primeiro mês, quinzenal no segundo e mensal posteriormente.Consultas e exames extras foram realizados se necessários. Critérios de inclusão:pacientes comSNI não responsivos a diferentes imunossupressores, com depuração de creatinina ≥ a 90 ml/min/1,73m2SC, ambos os sexos, aderentes ao tratamento e com sinais de toxicidade à PDS. Variáveis analisadas: remissão completa ou parcial, duração da remissão, suspensão ou redução da PDS, no de recidivas e de infecções, comparando 12 meses prévios e os meses após à TT. Resultados: A Tabela abaixo mostra as características dos 5 pacientes incluídos. Houve redução  na dose de PDS em todos os casos, sendo que no paciente 4 foi possível sua suspensão após 6 meses com a TT. O núme-ro de recidivas diminuiu de 5,8±4,1 para 2,4±4,3 episódios/ano e o número de infecções foi de mediana= 2 (1 a 5) no ano anterior para 1 (0-10) no ano seguinte. Houve redução significativa nos níveis de colesterol total (p=0,05) e de lipoproteína de baixa densidade (LDL) (p=0,04). Conclusões: Nossos Resultados sugerem um benefício da TT em crianças com SNI refratária, com redução na dose de PDS e do no de recidivas com preservação da função renal. Estudos maiores são necessários para comfirmar estes achados.

Características Paciente 1 Paciente 2 Paciente 3 Paciente 4 Paciente 5sexo M M M M Fidade de início da SNI 7a 9m 1a 6m 7a 3m 4a 4a 4midade de início TT 8a 1m 10 12a 5m 12a 6m 13a 11mTipo de SNI CR CR CR CR CDHistologia na 1a biópsia GESF 30%AT+FI LHM LHM LHM GESF 10%AT+FIduração da SNI antes da TT (meses) 4 102 62 102 115Resposta à TT remissão parcial remissão completa remissão parcial remissão completa remissão parcialTempo de TT (meses) 6 5 14 8,5 7,5M=masculino, F=feminino, GESF=glomerulosclerose segmentar e focal, AT=atrofia

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P-623

Grupo pós transplante renal: uma atuação multidisciplinar

O transplante renal (Tx) é considerado atualmente o tratamento que oferece melhor qualidade de vida ao paciente renal crônico. Entretanto, diversos pesquisadores têm questionado o sucesso do transplante considerando variáveis psicossociais como percepção da qualidade de vida e adesão ao tratamento. Diante desta nova perspectiva, a equipe multidisciplinar do Serviço de Transplante renal do ICHC/FMUSP, optou por desenvolver um programa de sensibilização e orientação aos pacientes transplan-tados renais atendidos no serviço de todas as faixas etárias e tempo de transplante. Objetivo: Fornecer informações sobre cuidados de enfermagem, nutrição, inserção social, questões emocionais no pós-transplante à pacientes e cuidadores, além de mapear as necessidades de informação específicas desta população. Além disso, o grupo de orientação tem a função de estimular trocas de experiências entre os pacientes sob supervisão dos profissionais e desmitificar crenças oriundas de vivências pessoais. MÉTODOLOGIA: Todos os pacientes transplantados renais no serviço, sem restrição de tempo de Tx, são convidados a participar através de informativo e portfólio anexado na filipeta de retorno de consulta. São realizadas reuniões semanais (1x por semana) de uma hora com pacientes transplantados renais e cuidadores. É ministrada palestras eduacativas pela equipe multidisciplinar, oferecendo informações sobre diversos temas,. Ao final das apresentações é aberto um espaço para dúvidas e trocas de experiências entre equipe, pacientes e cuidadores. Resultados: O grupo tem provocado na equipe a sensação de que o cuidado pós-transplante é tão importante quanto o cuidado pré-transplante. Também esperamos que, com o mapeamento, possamos direcionar intervenções mais específicas para esta população. Outro resultado esperado é a melhora da relação equipe-paciente aumentando o acesso de ambos a informações e dificuldades enfrentadas no período do pós-transplante. Conclusões: A nossa ex-periência tem demonstrado que apesar de complexo e temeroso o processo do pós-transplante pode ser mais fácil se compartilhado pela equipe e paciente. Aumentando a adesão e a percepção dos pacientes dos benefícios que podem adquirir se acolhidos pela equipe do serviço.

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P-323

Prevalência de arritmias cardíacas em doentes renais crônicos sob tratamento hemodialíticoLuiza R Urizzi, Amanda S Orlando, Juliana L Santos, Jéssica Micaeli Landre, Rogério Y Matsuda, Jenner Cruz, Rui Alberto GomesUniversidade de Mogi das Cruzes,Universidade de Mogi das Cruzes,Universidade de Mogi das Cruzes,Universidade de Mogi das Cruzes,Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes,Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes,Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes/Universidade de Mogi das Cruzes

Introdução: A doença cardíaca responde por 43% de todas as causas de mortalidade nos pacientes com doença renal crônica. A mortalidade por causa cardiovascular é cerca de dez a vinte vezes maior no renal crônico do que na população geral. Segundo dados americanos, as arritmias cardíacas são as principais causadoras dessas mortes. Seus mecanismos estão presentes em 58% dos pacientes em diálise peritoneal e em 64% dos pacientes em hemodiálise. A variação súbita do potássio extrace-lular, cálcio e níveis de pH podem ser fatores que contribuem para a gênese de um desequilíbrio elétrico nas células cardíacas, concorrendo para as arritmias, dentre elas a fibrilação atrial (FA). Objetivos: Identificar a prevalência de arritmias cardíacas, em especial da fibrilação atrial, em pacientes sob tratamento hemodialítico. Casuística e Métodos: Foram avaliados 251 pacientes em tratamento hemodialítico no Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, sendo 144 pacientes do sexo mas-culino (57,3%) e 107 do feminino (42,7%); média de idade de 56,5 ± 14,3 anos; raça branca 56,1%, negra 31,8% e amarela 11,6%. Diabéticos: 86 (34,2%). Tempo médio de tratamento dialítico: 41,69 ± 39,55 meses. Foi realizado estudo observacional transversal dos eletrocardiogramas (ECG) de repouso, realizados na rotina de avaliação destes pacientes. Resultados: Encontramos ritmo sinusal em 232 pacientes (92,4%), bradicardia sinusal em 12 (4,7%), taquicardia sinusal em 11(4,3%), arritmia sinusal em 5 (2,0%), extrassístoles ventriculares em 16 (6,3%), extrassístoles atriais em 10 (4,0%), fibrilação atrial em 5 (2,0%), marcapasso migratório atrial em 3 (1,2%) e ritmo atrial multifocal em 2 (0,8%). Conclusões: As arritmias cardíacas foram pouco prevalentes (7,6%). A prevalência de FA, considerada uma im-portante causa de mortalidade cardiovascular, foi de 2%, diferentemente de dados de literatura, que apontam para 4,2% a 27% de prevalência no paciente com DRC em estágio avançado ou dialítico, em diferentes estudos. É multifatorial a causa de arritmias cardíacas nestes indivíduos: cardiopatia estrutural, isquêmica, distúrbios eletrolíticos, hipertrofia ventricular, hipertensão arterial, hiperparatireoidismo, etc. A idade avançada e o maior tempo em diálise também colaboram para aumentar a prevalência de arritmias, especialmente da FA. A média de idade (56 anos), abaixo da faixa idosa e o tempo médio em HD (41 meses) de nossos pacientes podem explicar a baixa prevalência encontrada.

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P-820

Evolução de medidas antropométricas, função renal e parâmetros bioquímicos no primeiro ano de transplante renal em crianças em serviço de atendimento terciárioVaisbich MH, Henriques LS, Watanabe A, Metran CC,Silva JDM, Mioto BM, Schvartsman BGSInstituto da Criança-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP

Introdução: A evolução de pacientes pós-transplante renal (Tx) em serviço de atenção terciária ainda é incerta, devido as diferentes intercorrências pós Tx. Objetivo: Avaliar as alterações antropométricas,bioquímicas e do ritmo de filtração glomerular(RFG) em crianças após Tx em serviço terciário com protocolo com esteróides. Pacientes e Métodos:Entre Julho de 2008 e Março de 2012 foram realizados 35 Tx em nosso serviço e selecionamos os com sobrevida (paciente e enxerto) de ao me-nos 1 ano. Variáveis: Z score do peso, estatura e Índice de Massa Corpórea (IMC), RFG pela Fórmula de Schwartz, colesterol total, LDL, triglicérides, Hemoglobina (Hb), Fosfatase alcalina (FA), iPTH e albumina sérica. Resultados:Incluídas 19 crianças (15 meninos). A idade ao Tx foi de 9,7±3,2 anos; 12 pacientes portadores de uropatia, 1 cistinose nefropática, 1 Glomerulonefrite membrano-proliferativa tipo 1, 1 Doença de Alport, 1 Síndrome hemolítico-urêmica, 1 DRC 5 pós IRA neonatal e 2 casos com causa desconhecida. Características do Tx: 5 doadores vivos relacionados, 2 não relacionados e 12 falecidos; 11 pacientes > 3 mismatches. Indução: 14 pacientes de baixo risco imunológico receberam basiliximab e 5 de alto risco (2 da raça negra, 2 com > 5 transfusões prévias e 1 caso painel 69% classe 2) timoglobulina. Imunossupressão inicial incluiu prednisona, tacrolimus e micofenolato mofetil. Três Tx foram preemptivos, 11 fizeram diálise peritoneal (DP) , 4 he-modiálise (HD) e 1 caso fez HD+DP (Δt=30,6±22,7 meses) . A Tabela abaixo mostra a evolução antropométrica durante o seguimento, T0= momento do Tx. Houve aumento do RFG do mês 3 para o ano 1 pós Tx (p=0,05) com aumento nos níveis de Hb (p=0,05) e de FA (p=0,04). Não houve correlação significativa entre tempo de isquemia fria e RFG no mês 3 e ano 1; porém, houve correlação significativa entre maior número de mismatches e maior RFG com ano 1. Nos demais parâme-tros analisados Não foram detectadas diferenças significativas. Conclusões: Houve melhora dos índices antropométricos durante o tempo de seguimento, sendo mais significativo o ganho de peso e do IMC. Esta melhora foi acompanhada de aumento nos níveis de Hb, FA e do RFG.

Z score T0 mês 1 Ano 1 T0 vs mês 3 mês 3 vs ano 1 T0 vs ano 1Peso - 1,87±0, 38 - 1,09±0, 34 - 0,71±0, 31 p<0,0001 p<0,0001 p=0,003Estatura -2,10±0,34 -1,98±0,32 -1,66±0,29 P=0,14 P=0,007 P=0,004IMC -0,59±0,24 0,27±0,21 0,39±0,23 P<0,001 P=0,84 P<0,001

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P-555

Intoxicação exógena por metanol: um desafio diagnóstico e terapêuticoGama AP,Mohrbacher S,Sanjuan A,Mazon FJN,Prada LFL,Luz-Neto ER,Macedo EHospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP,Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP,Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP, Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP,Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP,Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP, Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP

No Brasil, não existem dados acerca da intoxicação por metanol. Nos EUA, é estimado que ele seja responsável por 2000 intoxicações por ano. Sabe-se que 10ml de etanol puro é capaz de causar cegueira permanente e que 30 ml é potencialmente fatal. Relatamos o caso de um homem etilista de 56 anos que foi transferido para nos-so serviço com cegueira inexplicada e acidose metabólica normoclorêmica refratária. O exame neurológico da admissão revelou amaurose, midríase não-fotossensível e hiperemia de mácula. Laboratorialmente, apresentava pH 6.796, HCO3- 4.3mmol/L, anion gap 26.7mEq/L e gap osmolar 33.5mOsm/kg. Diante da suspeita de intoxicação exógena e do exame clínico sugestivo de intoxicação por metanol, foi solicitado dosagem sérica deste álcool, que resultou positiva em 38mg/dl. Foi optado por tratá-lo com etanol endovenoso e hemodiálise (em método contínuo, em virtude da instabilidade hemodinâmica). O etanol foi mantido até a normalização do anion gap, sendo suspenso após 30 horas. Já o suporte dialítico foi mantido por cerca de 36 horas, até a normalização do gap osmolar. Apesar da apresentação tardia (presumivelmente dois dias após exposição) e do pH extremamente baixo, o doente recebeu alta do nosso serviço com recuperação parcial da visão (embora mantivesse parkinsonismo, resultado da ação tóxica do ácido fórmico nos núcleos da base, conforme Ressonância Magnética). Uma vez que o ácido fórmico (produto do metabo-lismo do metanol pela álcool desidrogenase) é o metabólito potencialmente fatal, o tratamento dessa intoxicação é pautado na inibição competitiva dessa enzima. O etanol é uma alternativa aceitável no Brasil, em que a droga de escolha (fomepizol), não está disponível. Como o metanol é uma molécula pequena com elevado pKa, apresenta um elevado volume de distribuição em pH sanguíneo. Portanto, a depuração dessa molécula é lenta. Em situações severas, a terapia dialítica está indicada e deve ser mantida até a normalização do gap osmolar. O presente caso reforça necessidade de manter sempre um alto índice de suspeição para as intoxicações exógenas, bem como a importância de oferecer uma terapêutica imediata. São raros os casos relatados de desfechos positivos (tanto de sobrevida quanto de recuperação visual) em intoxicações por metanol que se apresentam tão tardiamente e com pH de entrada tão baixo. Portanto, a terapêutica com etanol e hemodiálise é uma alternativa viável no Brasil, desde que iniciadas imediatamente e sejam bem-monitorizadas.

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Vitamina D é capaz de minimizar os efeitos causados pela nefropatia induzida por puromicinaMaquigussa E, Pereira Lg, Arnoni Cp, Boim MaUNIFESP, UNIFESP, UNIFESP, UNIFESP

Introdução: Proteinuria desempenha um papel fundamental nas mudanças tubulointersticiais que conduzem à insuficiência renal. O aumento na captação de proteí-nas pelas células tubulares pode induzir a modificação fenotípica das células epiteliais resultando em um fenótipo fibroblástico. Esse processo é denominado transição epitélio mesenquimal (TEM) e pode ser mediado pela ativação do sistema renina angiotensina (SRA), do TGF-β1 e do NF-κB, com ativação da resposta inflamatória, imunológica e culminando com fibrose tubulointersticial. Ferramentas que interfiram nesses mecanismos podem ter utilidade terapêutica. A Vitamina D (Vit D) exerce um efeito renoprotetor em patologias de diversas etiologias, por reduzir a ativação do NF-kB e por suprimir a expressão do gene da renina. Este trabalho ava-liou o efeito da suplementação de Vit D, calcitriol, sobre a expressão de marcadores pró-fibróticos no modelo de nefropatia por proteinúria induzida por puromicina. Métodos: Ratos Wistar machos e adultos foram submetidos à uninefrectomia e após 1 semana receberam puromicina (NP,100mg/kg) ou veículo (N). Após 8 semanas os animais proteinúricos foram separados em 2 grupos, controle (NP) ou tratado com calcitriol (VD, 0.5µg/kg) por mais 4 semanas. Após o tratamento, o rim foi retirado para análise histológica e experimentos de biologia molecular. A fibrose foi avaliada pela marcação de colágeno (Picrosirius). A expressão dos marcadores da TEM (a-SMA, FSP1), renina, TGF-b, Smad3 e de processo inflamatório (IL-6, IL-10 e infiltração de macrófagos) foram avaliados por PCR em tempo real, Western blot ou imunohistoquímica. Resultados: Puromicina induziu proteinúria maciça e aumento nos marcadores pró-inflamatórios e de TEM e após 12 semanas os ani-mais apresentaram fibrose tubolintersticial e glomeruloesclerose A Vit D reduziu a proteinúria, diminuiu as áreas de fibrose, preveniu o aumento dos marcadores da TEM (αSMA, FSP1) e a infiltração de macrófagos. O tratamento com Vit D aumentou a expressão de IL-10 sem alterar a IL-6. Esses efeitos foram acompanhados pela diminuição na expressão de TGF-β1 /Smad3 e de renina. Conclusão: O mecanismo protetor da Vit D envolve a supressão da via do TGF-b/Smad3 e da Ang II, que resultam na melhora da histologia renal e na redução da resposta pró-inflamatória. Esses Resultados demonstram que o calcitriol, análogo da Vit D, possui um excelente potencial terapêutico, minimizando os efeitos túbulo-intersticiais causados pela proteinúria maciça.

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P-333

Promoção à saúde e prevenção da doença renal crônica: atuação multidisciplinar no Dia Mundial do Rim no município de Divinópolis-MGLaporte IC,Amaral HAT,Turani SAD,Morato SMA,Marçal GA,Chula FD,Marinho MAS,Pinto SWLUniversidade Federal de São João Del Rei,Universidade Federal de São João Del Rei,Universidade Federal de São João Del Rei,Universidade Federal de São João Del Rei,Hospital São João de Deus,Hospital São João de Deus,Hospital São João de Deus,Hospital São João de Deus

1.Introdução: A principal prioridade na área da saúde brasileira atualmente refere-se às doenças crônicas não transmissíveis, percebendo-se um aumento na prevalência de diabetes (DM), hipertensão (HAS) e obesidade, patologias que são fatores de risco para doença renal crônica (DRC). Vê-se, então, a necessidade do rastreamento e diagnóstico precoce dessas comorbidades e a importância de realizar campanhas de promoção à saúde e prevenção da DRC. 2.Objetivos: Orientar a população sobre a importância de se prevenir e diagnosticar precocemente a DRC, além de verificar sua adesão em atividades de promoção à saúde. 3.Casuística e Métodos: Parceria do setor de Nefrologia do Hospital São João de Deus, Associação dos Doentes Renais e Transplantados de Divinópolis e a Liga Acadêmica de Nefrologia da UFSJ, apoiados pela Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis, a ação incluiu aferição de pressão arterial (PA), avaliação nutricional, realização de palestras educativas e distribuição de panfletos informativos. Os profissionais envolvidos (médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais e acadêmicos) prestaram atendimentos e orientações à população, além de concederem encaminhamentos à Atenção Primária aos que apresentaram PA elevada (maior que 140/90 mmHg). 4. Resultados: Foram cadastradas 389 pessoas, sendo 50% homens e 50% mulheres. A média de idade foi de 53,54 anos. 42% declararam ser portadores de HAS, 14% de DM e 1,5% de DRC. A DRC foi 2 vezes mais comum nos homens que nas mulheres. A equipe de nutrição avaliou 226 pessoas, sendo 36% consideradas eutróficas, 35% com sobrepeso, 26% com obesidade e 3% desnutridas. Dentre estes indivíduos, a prevalência de DM, HAS e DRC foi maior em pessoas com sobrepeso ou obesidade, se comparados aos eutróficos. Das 360 pessoas que participaram da aferição da PA, 9,44% delas apresentaram PA elevada, sendo 41% mulheres, com idade média de 58 anos, e 59% homens, com idade média de 62 anos. Entre essas pessoas que apresentaram a PA elevada, 94% possuíam idade maior que 40 anos, 56% possuíam a cor da pele branca, 21% parda e 23% preta. 5.Conclusão: Diante da constatação de elevada prevalência dos fatores de risco para o desenvolvimento da DRC e da grande adesão da população de Divinópolis, conclui-se que o desenvolvimento de campanhas de promoção à saúde com atuação multidisciplinar é um meio potencial de orientar a população sobre a prevenção de doenças crônicas de grande impacto na saúde pública brasileira, como a DRC.

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P-671

Déficit na produção de óxido nítrico induzida pelo exercício em pacientes com DRPAD precoceNatalia Lopes Reinecke,Thulio Marquez Cunha,Elisa Mieko Suemitsu Higa,Ita Pfeferman Heilberg,Waldemar Almeira Silva,Nestor SchorUNIFESP - São Paulo,UNIFESP - São Paulo,UNIFESP - São Paulo,UNIFESP - São Paulo,UNIFESP - São Paulo,UNIFESP - São Paulo

Introdução: Tem sido sugerido que pacientes com Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) precoce podem demonstrar menores níveis sistêmicos de Óxido Nítrico (ON) e maiores de Dimetilarginina Assimétrica (ADMA) em comparação com indivíduos saudáveis, o que contribui para a disfunção endothelial e futura hipertensão. Sabe-se que o exercício aumenta o Shear Stress elevando a produção de ON. No entanto, os efeitos do exercício físico em pacientes com DRPAD ainda são desconhecidos. O Objetivo deste estudo foi avaliar a influência do exercício agudo sobre a produção de ON e ADMA em pacientes sedentários com DRPAD precoce. Métodos: 26 pacientes normotensos com DRPAD (8 homens e 18 mulheres, 29,8±7,7 anos, IMC=23,4±3,0) e função renal normal (ClCr=99.6±16.8ml/min) e 30 sujeitos saudáveis (controles, 9 homens e 21 mulheres, 28,7±6,5 anos, IMC=23,5±4,4) realizaram um Teste de Esforço Cardiopulmonar para a determi-nacão do consumo máximo de Oxigênio (VO2máx). Após um período de no mínimo uma semana, todos foram submetidos a uma sessão de 20min de exercício em bicicleta ergométrica com intensidade moderada (calculada a partir do Limiar Anaeróbio), com mensuração da Pressão Arterial (PA) feita durante e após, e sangue venoso coletado antes e imediatamente após o término do exercício para as dosagens de ON e ADMA. Todos os indivíduos com fatores de risco cardiovasculares e sob medicação foram excluídos. Resultados: Os pacientes com DRPAD apresentaram menor VO2máx (28,8±6,2 - controle vs 22,5±3,5 – pacientes; p<0,05) menor carga máxima (156,5±50,8 – controle vs 117,6±32,8 – pacientes; p<0,05) e maior média da PAS durante o exercício (143,5±12,2 – controle vs 160,6±19,4 – pacientes; p<0,05). O ON não aumentou e o ADMA não diminuiu após o exercício nos pacientes, como visto nos controles (tabela1). O ON após o exercício se correlacionou com o VO2máx (r=0.36, p<0.05). Conclusão: Este estudo sugere que pacientes normotensos com DRPAD precoce possuem uma regulação prejudicada do sistema vasodilatador relacionado ao exercício, demonstrada pela falta de elevação dos níveis de ON e de diminuição do ADMA após o exercício. Este desequilíbrio foi obser-vado somente sob o estresse do exercício e esteve correlacionado com uma menor capacidade eróbia (VO2máx). Estes Resultados podem ajudar a prover um melhor conhecimento sobre a gênese e progressão da disfunção endothelial em estágios precoces da DRPAD, e enfatizam a necessidade da prevencão e do tratamento precoce da hipertensão nestes pacientes.

Tabela 1Variáveis Controle Antes do Exercício Controle Depois do Exercício p DRPAD Antes do Exercício DRPAD Depois do Exercício pON (µM) 51,3±16,2 59,1±14,6 <0,05 55,9±18,6 48,8±23,1* NSADMA(µmol/L) 0,5±0,1 0,41±0,1 <0,05 0,44±0,1 0,43±0,1* NS

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P-208

O impacto do transplante renal sobre o metabolismo mineral ósseoLarissa Kruger Gomes,Carlos Martini,Marcello Mazza do Nascimento,Fabiana Loss de Carvalho ContieriFEPAR,FEPAR

Introdução: Devido ao grande impacto negativo sobre a morbi-mortalidade dos pacientes transplantados renais consequente à doença de desmineralização óssea, a literatura tem se voltado ao estudo deste tema, mas os trabalhos ainda são escassos e relatam apenas a incidência dos acontecimentos, e falham, na maior parte das vezes, ao tentar estabelecer algum parâmetro de evolução Objetivo: Estudar o impacto do transplante renal sobre os marcadores bioquímicos (Ca, P e PTH) do me-tabolismo mineral ósseo em pacientes não paratireoidectomizados e avaliar a prevalência de hiperparatireoidismo terciário na população.Material e Método: Foram analisados todos os prontuários dos transplantes renais realizados no serviço do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba entre abril de 2005 e dezembro de 2010. As variáveis analisadas foram: nível sérico de cálcio, de fosfato, de PTH, de uréia e de creatinina. Os níveis desejáveis dos dados laboratoriais foram considerados de acordo com a classificação por taxa de filtração glomerular feita pelos guidelines da National Kidney Foundation Kidney Disease Outcomes Quality Iniciative. Os momentos de aferição foram: o dia imediatamente anterior ao transplante renal e um ano após. O diagnóstico de hiperparatireoidismo terciário foi considerado como níveis persistentemente elevados de PTH e hipercalcemia e hipofosfatemia persistente. Resultados: Houve diminuição significativa dos níveis PTH no primeiro ano de transplante. Os íons cálcio e fosfato também sofreram mudanças significativas no primeiro ano de transplante,o cálcio tendeu a um aumento, enquanto o fosfato tendeu a diminuição. Houve uma prevalência de 16,6% de hiperparatireoidismo terciário na população. Conclusão: O transplante renal parece normalizar o níveis de cálcio, fósforo de PTH, no primero ano após transplante renal, sugerindo a não necessidade de paratiroidectomia prévia a realização do transplante, nos indivíduos com suspeita de hiperparatiroidismo terciário. A prevalência de hiperparatireoidismo terciário foi de 16,6%.

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P-183

Cintilografia e Ultrassonografia de Paratireóide Pré Paratireoidectomia: são Rotineiramente Necessárias?Lipnharski F,Marques TG,Oliveira SP,Schueigart MG,Mossmann DF,Migliavaca A,Karohl C,Prompt CA

Introdução: O hiperparatireoidismo secundário (HPTs) severo é uma complicação da doença renal crônica acometendo especialmente os pacientes em diálise e está associado a significativa morbimortalidade. A paratireoidectomia (PTX) é indicada quando há refratariedade ao tratamento clínico. A cintilografia (Cintilo) e a ultrassonografia (US) de paratireóide são rotineiramente realizadas previamente a cirurgia com o Objetivo de auxiliar na localização das glândulas, no entanto estes exames não são facilmente disponíveis. Objetivo: Avaliar a utilidade da Cintilo e da US pré PTX em pacientes com hiperpatireoidismo secundário severo e sua correlação com os achados anatomopatológicos. Casuística e Métodos: 46 pacientes com HPTs, submetidos a PTX no período de janeiro de 2006 a agosto de 2011, correspondendo a análise de 178 glândulas da paratireóide. Os Resultados dos exames de imagem realizados pré PTX foram comparados com o achado operatório e anatomopatológico. Resultados: Dos 46 pacientes analisados, 24 eram do sexo feminino (52,1%) e 22 do sexo masculino (47,8%). A média de idade foi 48 anos. O valor médio de PTH foi 1728±784 pg/ml e de cálcio 9,7±1.13 mg/dl. Os valores da sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) estão na tabela abaixo. Conclusão: Na nossa casuística, ambos os métodos de imagem mostraram baixa sensibilidade para localizar as glândulas da paratireóide pré PTX total; no entanto a Cintilo mostrou maior especificidade do que a US para localização pré- operatória das paratireóides, sugerindo que nódulos de tireóide possam não ser diferenciados das paratireóides aumentadas na US. Considerando as dificuldades para obtenção dos exames de Cintilo e US no pré operatório de PTX na maioria dos centros de diálise, nossos Resultados sugerem que pacientes com HPTs severo com indicação primária de PTX não necessitam rotineiramente de avaliação de Cintilo e/ou US no pré-operatório.

% CINTILO x AP US xAP CINTILO + US x APEspecificidade 48 50,3 61,7Sensibilidade 84,6 67 75VPP 97 96 98,6VPN 12 7,6 6,4

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P-694

Nefrologistas no Brasil: quantos somos?Rodrigo Bueno de Oliveira,Maria Almerinda Ribeiro AlvesHC-FMUSP,UNICAMP

Introdução: O Brasil vivencia transformações sociodemográficas que privilegiarão o envelhecimento da população com o aumento da prevalência dos agravos crônicos não transmissíveis, incluindo a doença renal crônica. O conhecimento do número de nefrologistas atuando no país e a dinâmica de treinamento desses profissionais são importantes para o gerenciamento da especialidade. ObjetivoS: Avaliar o número de nefrologistas, cuja especialização foi registrada pelos critérios oficiais [Conse-lho Federal de Medicina-(CFM) e ou Associação Médica Brasileira/Sociedade Brasileira de Nefrologia-(AMB-SBN)], e compará-lo com os dados oficiais do Ministé-rio da Saúde dos profissionais na área de nefrologia registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde-(CNES). Casuística e Métodos: Consulta às bases de dados da SBN, CFM e CNES (profissionais e serviços especializados em diálise registrados como estabelecimentos de saúde), no período de 1-ago a 1-set de 2011. Resultados: O número total de nefrologistas foi 4.427 [1.610 (36,4%) pela AMB-SBN; 1.004 (22,7%) com registro da especialidade pelo CFM (por Conclusão de residência médica em nefrologia-MEC); 208 (4,7%) com título em área de atuação de nefrologia pediátrica e 1605 (36,2%) identificados apenas como atuantes em nefrologia nos estabelecimentos de saúde (CNES)]. Em relação ao último grupo (CNES), esses certamente não apresentam título de especialista AMB-SBN, po-rém, não é possível afastar que tenham concluído residência médica-MEC e não tenham registrado a especialidade no CFM. Do total de nefrologistas identificados (excluídos os de área de atuação), 17,5% não são cadastrados como atuantes junto ao CNES, portanto, não prestam serviço de atendimento à saúde. Assim, o total de nefrologistas no Brasil atuando em atendimento de saúde é 3.942 (1 nefrologista por 48.384 habitantes). A distribuição de especialistas por região é: Norte 124 (1/127.949 hab); Sul 721 (1/37.981 hab); Sudeste 2179 (1/37.072 hab); Nordeste 659 (1/80.548 hab) e Centro-Oeste 259 (1/52.808 hab). Dos 5.565 municípios brasileiros, apenas 401 registram a presença de estabelecimento de diálise (7,2%). Conclusões: 36% dos profissionais que atuam como nefrologistas cadastrados no CNES não possuem título de especialista registrado na AMB-SBN ou CFM. A maioria dos municípios brasileiros não possui serviço de tratamento dialítico crônico. A distribuição de nefrologistas nas diversas regiões do Brasil precisa ser discutida.

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P-856

Proteinúria pós-transplante renal: prevalência e fatores associadosClaudia MC Oliveira,Izadora de S Pereira,Larissa Clara L de Souza,Thiago A Cruz,Ronaldo M EsmeraldoHospital Geral de Fortaleza e Faculdade Christus,Faculdade Christus,Faculdade Christus,Faculdade Christus,Hospital Geral de Fortaleza

Introdução: A proteinuria pós-transplante renal (PTN pós-Tx) tem incidência variável, sendo um fator de risco cardiovascular e para a sobrevida do enxerto. Objetivo: Avaliar a prevalência de PTN pós-Tx renal em receptores do Hospital Geral de Fortaleza e os fatores a ela associados. Métodos: Foram incluídos pacientes submetidos à Tx renal no período entre 2005-2008, com idade superior a 18 anos e com pelo menos 12 meses de seguimento pós-Tx. A prevalência de PTN pós-Tx foi avaliada segundo duas definições: ≥ 300 ou ≥ 500 mg/24 hs, tendo sido pesquisada nos períodos < 1 ano, entre 1-3 anos, entre 3-5 anos e > 5 anos. Os pacientes foram divi-didos em 3 grupos segundo a proteinúria de 24 hs: grupo A, < 300 mg, grupo B, 300-1000 mg e grupo C, > 1000 mg. As variáveis pesquisadas como fatores associa-dos à PTN pós-Tx foram: idade e gênero do doador e receptor, tipo de doador (vivo ou falecido), indução com timoglobulina, função retardada do enxerto, rejeição aguda, função renal avaliada pela creatinina e clearance de creatinina nos diferentes períodos do estudo, presença de HAS e diabetes mellitus. O uso de inibidores da enzima de conversão (IECA) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) foi registrado. Resultados: Foram avaliados 173 receptores, com idade média de 39,3 anos, 57,2% do sexo masculino e 60,7% com doador falecido. A prevalência de PTN pós-Tx foi de 37,6% (≥ 300 mg/24hs) e 24,3% (≥ 500 mg/24hs). A distribuição dos pacientes segundo a faixa de PTN foi de 62,4% para o grupo A, 28,9% para o grupo B e 8,7% para o grupo C. Entre as variáveis pesquisadas, foram fatores associados com maior grau de proteinúria a rejeição aguda (p = 0,008), a HAS pós-Tx (p = 0,017), a creatinina aos 12 meses (p = 0,041) e o Clearance de Creatinina aos 36 meses (p = 0,044). Apenas 62% dos pacientes com PTN ≥ 500 mg/24 hs receberam tratamento com IECA/BRA. Conclusões: A prevalência de PTN pós-Tx renal foi variável entre 24,3-37,6%, segundo a definição utilizada, sendo que entre os pacientes com PTN ≥ 300 mg/24hs, 77% estavam na faixa entre 300-1000 mg/24hs. A presença de HAS, a rejeição aguda e a função renal aos 12 e 36 meses estiveram associadas à ocorrência de PTN pós-Tx renal. O tratamento com IECA/BRA não foi instituído em 38% dos pacientes com PTN ≥ 500 mg/24 hs, indicando que medidas anti-proteinúricas sejam adotadas nestes pacientes com maior presteza, visando à obtenção de melhores Resultados em termos de função e sobrevida dos enxertos renais.

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P-805

Correlatos moleculares da fibrose intersticial e atrofia tubular de aloenxertos renaisNogare AL,Dalpiaz T,Pedroso JA,Montenegro RM,Pegas KL,Gonçalves LF,Manfro RCHospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Introdução. A fibrose do enxerto renal é um fator importante relacionado à perda crônica da função desse órgão, sendo principalmente desencadeada por mecanismos aloimunes, toxicidade a drogas, infecções, entre outros. A avaliação de genes relacionados ao desenvolvimento de fibrose pode levar a descoberta de biomarcadores úteis em tal processo. Objetivo. Avaliar a expressão molecular de genes relacionados com fibrose para testar a hipótese de que em pacientes com doença crônica do transplante renal essas moléculas são biomarcadores da fibrose do enxerto, apresentando transcrições elevadas de mRNA. Casuística e Métodos. RNA foi extraído de 121 biópsias de células de tecido do enxerto de 96 pacientes transplantados renais entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009. As biópsias foram classificadas por pato-logista de transplantes de acordo com a classificação Banff 2007. Quatro grupos de diagnóstico foram estabelecidos: (1) necrose tubular aguda (NTA; n=20), rejeição aguda (RA; n=58), (3) nefrotoxicidade por inibidor da calcineurina (NIC; n=13) e (4) fibrose intersticial e atrofia tubular (IF/TA; n=30). O RNA mensageiro dos genes CTGF (connective tissue growth factor), TGF-β (transforming growth factor–beta) e KIM-1 (kidney injury molecule -1) foram amplificados e quantificados utilizando-se a técnica de reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR). Os dados da quantificação e expressão dos genes são apresentados em medianas e percentis 25 e 75. As análises estatísticas foram feitas utilizando-se os testes de Fisher, Tukey e Kruskal Wallis. O nível de significância estatística foi estabelecido em P<0,05. Resultados. Curvas ROC (Receiver operator characteristic) foram geradas para estabelecer o diagnóstico de IF/TA. Os valores da área sob a curva foram 0,780 (TGF-β), 0,767 (CTGF) e 0,695 (KIM-1). Os níveis dos transcritos de mRNA de TGF-β e CTGF foram significativamente maiores nas amostras com IF/TA do que em qualquer outra categoria diagnóstica.O mRNA do gene KIM-1 apresentou maior expressão em IF/TA do que em NIC. Além disso, foram observados que a expressão de CTGF, TGF-β e KIM-1 aumenta com a intensidade da fibrose observada nos exames anatomo-patológicos. Conclusões. As principais implicações destas descobertas são que as análises moleculares podem ser utilizadas para melhorar o diagnóstico patológico e talvez para o desenvolvimento de biomarcadores não invasivos de IF/TA.

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Avaliação da falta de apetite em pacientes submetidos à hemodiálise - a importância de um simples questionárioMarcos Kubrusly,Claudia MC Oliveira,Antonio Luís C Jerônimo,André T Lima,Danielle M Torres,NMR Cavalcante,Thiago B OliveiraFaculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce

Introdução: A desnutrição proteico-calórica é uma das comorbidades que mais afetam o prognóstico de pacientes em diálise e a anorexia, definida como a perda do desejo de ingerir alimentos, é uma de suas causas. O questionário Appetite and Diet Assessment Tool (ADAT) foi desenvolvido para avaliar o apetite e os fatores que afetam a ingestão de alimentos nos pacientes em hemodiálise, e suas 3 primeiras perguntas se referem ao apetite. Os trabalhos avaliando a prevalência da falta de ape-tite em hemodiálise e a relevância da aplicação desse questionário para o seu diagnóstico são pouco numerosos. Objetivo: Estimar o estado do apetite em pacientes de duas clínicas de hemodiálise em Fortaleza. Métodos: Em estudo de desenho transversal, foram incluídos pacientes com idade maior ou igual a 18 anos e com tempo de diálise superior a três meses. O apetite foi avaliado pelas 3 primeiras perguntas do questionário ADAT, que avaliam o estado do apetite durante a última semana (muito bom, bom, regular, pobre ou muito pobre), se houve alteração do apetite na última semana e em caso positivo, se o mesmo aumentou ou diminuiu. Foi defi-nido como falta de apetite (anorexia) as respostas razoável, pobre e muito pobre (critério 1). A avaliação foi repetida considerando anorexia apenas as respostas pobre e muito pobre (critério 2). Uma questão adicional foi feita aos pacientes sobre o apetite durante o último mês. Resultado: Foram incluídos 136 pacientes, com idade média de 50,7 anos, tempo médio em diálise de 69 meses, sendo 57% do sexo masculino. Em relação à primeira pergunta do questionário ADAT, 8,8% e 36% dos pacientes apresentaram anorexia durante a última semana, segundo os critérios 1 e 2 respectivamente. Na última semana, 22% dos pacientes referiram alteração do seu apetite (n=30), sendo que em 13 pacientes (43,3%) o apetite aumentou e em 17 (56,7%) o apetite diminuiu. Em relação ao apetite no último mês, 8,8% e 28,7% da população referiu falta de apetite no último mês, segundo os critérios 1 e 2. Conclusão: A prevalência de falta de apetite em pacientes em hemodiálise utilizando o questionário ADAT foi considerada elevada, tanto na última semana como no último mês. O instrumento de avaliação utilizado mostrou-se ser simples e de fácil execução, devendo sua aplicação ser recomendada e estimulada na avaliação do estado nutricional e na a detecção precoce da anorexia em pacientes dialíticos uma vez que, é fundamental para prevenir a desnutrição proteico-calórica.

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P-777

Suplementação de alfa-tocoferol na modulação da pressão arterial e dos parâmetros histopatológicos renais em ratos SHRSPGuimarães MRM,Murad LB,Paganeli A,Elias M,Chaves A,Basílio-de-Oliveira CA,Vianna LMUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Introdução: A hipertensão arterial é um dos fatores de risco mais importante para o desenvolvimento de doenças vasculares. Existe uma correlação entre rim e pressão arterial, na qual o rim apresenta uma característica peculiar na fisiopatologia da hipertensão arterial. Se por um lado a disfunção renal ou causa um aumento na pressão arterial, por outro, elevados níveis de pressão artéria aceleram a perda da função renal. Atualmente, há também fortes evidências da implicação do estresse oxidativo na etiopatogenia das disfunções vasculares em geral. Neste contexto, a vitamina E vem sendo considerada um potente antioxidante lipossolúvel, tendo a possibilidade de exercer ação benéfica contra danos oxidativos. Objetivos: Verificar se a suplementação de alfa tocoferol é capaz de modular a pressão arterial, assim como preservar o tecido renal de ratos SHRSP. Métodos: Dez ratos machos SHRSP, com 15 semanas de idade foram divididos em dois grupos (n=5, cada): grupo tratado com 120 UI de acetato alfa-tocoferol e grupo controle. A suplementação ocorreu por gavagem orogástrica, durante 4 semanas. Após o experimento, os ratos de ambos os grupos foram induzidos ao coma profundo através da inalação de éter sulfúrico e administração de tiopental via intraperitoneal. Esse procedimento permitiu a remoção dos rins para realizar as análises histopatológicas. O material removido foi armazenado em solução de formol a 10% e enviado para o Laboratório de Anatomia Patológica do HUGG. As peças foram coradas por Hematoxilina-eosina. Foram observados o número de glomérulos e vasos hialinizados em cortes transversais em amostras de 50 campos por lâmina em grande aumento/ 400x. O tratamento estatístico usado foi média ± desvio padrão e aplicado o método ANOVA Two way para comparação de mais de uma média e teste t´studant para comparação entre tratado e controle. Resultados: A suplementação de alfa-tocoferol apresentou Resultados significativos na diminuição dos valores de pressão arterial sistólica entre os grupos controle e tratado, 221,04 ± 2,04 mmHg vs. 213,03 ± 0,05 mmHg (p 0,05). De acordo com a histopatologia renal, houve uma redução significativa entre o grupo controle e tratado do número de glomérulos hialinizados (34,9 ± 4,92 vs. 221,05 ± 7,44, p<0,05), assim como a do número de vasos hialinizados (24,25 ± 4,87 vs. 504,63 ±9,84, p<0,05). Conclusão: Conclui-se, portanto, um efeito hipotensor dessa vita-mina, assim como um efeito na proteção contra os danos renais.

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Parvovírus B19 em receptores de transplante renal: série de casosJarinne Camilo Landim Nasserala, Cláudia Maria Costa de Oliveira, Silvana Cristina Albuquerque Andrade, Wilson Mendes Barroso, Regina Célia Ferreira Gomes Gargia, Marcia Uchoa Mota, Pastora Araújo Duarte, Leyla Castelo Branco Fernandes Marques, Paula Frassinetti Castelo Branco Camurça FernandesHospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio,Hospital Universitário Walter Cantídio

Introdução: Anemia normocítica normocrômica, com diminuição dos reticulócitos e resistência ao tratamento com eritropoietina é a principal forma de apresentação da infecção por parvovírus B19 em transplante (TX) renal. Objetivos: Relatar três casos de infecção por parvovírus B19 em receptores de TX renal de um único centro. Relato de Casos: CASO 1: MCR, feminino, 60 anos, TX renal com doador falecido (DF) em junho de 2011. Imunossupressão: prednisona (PRED), micofenolato de mofetil sódico (MYF), tacrolimus (TAC), indução com basiliximab. Evoluiu 5 meses após TX com anemia grave, leucopenia, elevação das transaminases e da creatinina. Mielograma e biópsia óssea com aplasia eritróide pura e sorologia B19 IgM/IgG negativa. Terapia: Imunoglobulina intravenosa (IVIG) 2g/kg e suspensão do MYF, com remissão da doença nos últimos seis meses. CASO 2: JESV, masculino, 18 anos, TX renal com DF em outubro de 2011. Imunossupressão: PRED + MYF + TAC, indução com basiliximab. Evoluiu 2 meses após TX com anemia grave, reticulocitopenia, cefaleia, mialgia, febre e elevação das transaminases. Mielo-grama e biópsia óssea: aplasia eritróide pura, com pro-eritroblastos gigantes. Sorologia B19 IgM positiva e reação em cadeia de polimerase (PCR) no sangue negativa para parvovírus. Terapia: IVIG e suspensão do MYF. Houve remissão da doença, sendo reiniciado MYF em doses baixas. Após 2 meses houve recidiva do quadro, sendo repetido IVIG e suspenso MYF. Evolui em remissão nos últimos 3 meses. CASO 3: FJS, masculino, 32 anos, TX renal com DF em dezembro de 2011. Imu-nossupressão: PRED + MYF + TAC, indução com timoglobulina. Evoluiu 2 meses após TX com anemia grave, reticulocitopenia, elevação das transaminases e da creatinina. Mielograma com aplasia eritróide pura, sorologia B19 IgM/IgG negativa e PCR da medula óssea positivo para parvovírus. Terapia: IVIG e suspensão do MYF; em remissão nos últimos 4 meses. Nos 3 casos relatados, houve necessidade de transfusão sanguínea devido anemia. Conclusão: Infecção por parvovírus B19 deve ser incluída no diagnóstico diferencial de anemia moderada a grave inexplicada ou de pancitopenia em receptores de TX renal. O diagnóstico da infecção requer alto índice de suspeição clínica e realização de testes diagnósticos selecionados, como biópsia óssea, sorologia ou PCR. Na série de casos relatados, a IVIG e redução da imunossupressão foram benéficas para permitir o clareamento do vírus, mas relapsos podem ocorrer.

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O papel do político na Nefrologia e na prevenção da Doença Renal CrônicaEdison SouzaHospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ

A nefrologia surgiu no Brasil com a criação da nossa sociedade em 2 de agosto de 1960. Os fundadores eram, na maioria, cardiologistas e clínicos que gostavam de manejar eletrólitos. Nosso 1º congresso foi realizado em 1962, no RJ. Os pacientes ainda morriam em uremia e, apesar de algumas máquinas terem aqui chegado na década de 1950, foi só apenas com o desenvolvimento da FAV, em 1965, e a chegada das máquinas- tanque, na década de 1970, que a especialidade se desenvolveu, alicerçada pela cultura dos nefrologistas vindos de estágios nos EEUU e na França. Serviços de nefrologia surgiram em todo o país, mas foi a regulamentação da residência médica, em 1977, que deu o grande suporte para a especialidade. As clínicas de diálise ultrapassaram os muros dos hospitais públicos,e a regulamentação de procedimentos novos e o pagamento pelos serviços prestados passou a ser objeto de intensas discussões. O contrato de profissionais em todas as áreas teve que ser legalizado. Cursos de mestrado e doutorado acompanharam a evolução da Nefrologia e uma grande base cultural e o aumento do no de interessados legitimou nossa especialidade. O tx renal iniciado no HSE /RJ em 1964, se espalhou pelo país e fez a tríade necessária à assistência ao renal crônico, juntamente com a diálise e o tratamento conservador. Isso trouxe a necessidade da elaboração de leis em todas as instâncias de poder. Os procedimentos foram legitimados pelos dispositivos legais e seu constante aprimoramento. Para nos fazermos ouvir, precisamos de representantes: nas prefeituras, nos governos estaduais e federal, e parceiros nas entidades que defendem a nossa classe , sejam sindicatos, conselhos regionais ou universidades. Na virada do século, o Brasil já tinha mais de 50 mil pessoas em diálise, e o mundo nefrológico acordou para a prevenção. . O Brasil foi pioneiro e a SBN lançou o programa PREVINA-se em 2003. O Dia Mundial do Rim surgiu em 2006 e todos os anos, na 2ª , quinta-feira de março milhares de pessoas organizam eventos para lembrar da prevenção da doença renal A convicção de que a hipertensão e o diabetes, seguidos pelas glomerulopatias, são facilmente diagnosticadas com um simples exame de urina e a dosagem da creatinina motivaram minha filiação a um partido político para falar em cadeia de TV sbre as dificuldades dos pacientes com DR. O conhecimento nefrológico é fundamental para o bom desempenho na defesa dos interesses dos pacientes em todas essas instâncias e assim, após mais de 30 anos de formado, nos aventuramos a disputar uma vaga para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, empunhando a bandeira da prevenção da doença renal crônica. Ao assumirmos a cadeira de vereador, percebemos a grandeza e a dificuldade de um man-dato, mas, após um ano de trabalho, podemos citar a importância da presença de um político nas esferas do poder em diversas instâncias, como por ex: Na elaboração de projetos de lei de interesse dos nefrologistas e dos pacientes renais; Na liberação de recursos, fazendo emendas ao orçamento; Na luta por concursos públicos; Na defesa dos recursos destinados para procedimentos dialíticos e de transplante renal; Na defesa dos profissionais, no caso de dispositivos que prejudicam os médicos; Na defesa dos equipamentos de saúde; Na mobilização da categoria em torno de causas de interesse comum; Na elaboração de indicações junto as autoridades, bem como na possibilidade de criação de audiências públicas e debates dos assuntos que exigem deliberações e fiscalizações parlamentares; Temos que nos conscientizar que é com a mobilização, perseverança e determinação que conseguiremos êxito nas lutas que ninguém conseguirá travar por nós. Só uma representatividade forte e ativa mantém viva nossa especialidade.

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Influência da Modalidade Dialítica Sobre os Distúrbios do Metabolismo Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica: Hemodiálise x Diálise PeritonealOliveira RA,Barreto FC,Carvalho AB,Canziani MEF,Britto ZML,Pinheiro VF,Reis LM,Castro JH,Moyses RMA,Jorgetti VUniversidade de São Paulo,Universidade de São Paulo, Universidade Nove de Julho,Universidade Federal de São Paulo,Universidade Federal de São Paulo,Centro de Terapia Nefrológica,Centro de Terapia Nefrológica,Universidade de São Paulo,Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,Universidade de São Paulo,Universidade de São Paulo

Introdução: Existem poucos estudos que avaliaram os Distúrbios do Metabolismo Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica (DMO-DRC) nos pacientes tratados com diálise peritoneal (DP). Os mesmos sugerem uma maior prevalência de doença óssea de baixa remodelação quando comparados aos pacientes tratados com he-modiálise (HD). No entanto, não há publicações que comparem grupos homogêneos. Objetivo: Comparar o perfil de DMO-DRC (laboratorial e osteodistrofia renal) em 2 grupos de pacientes tratados com HD e PD, pareados por idade, sexo e tempo de diálise. Casuística e Métodos: Trinta e dois pacientes tratados com HD (68,7% homens; 48,8± 12,3 anos de idade; tempo em HD: 23,0 ± 15,3 meses) foram comparados a 32 pacientes tratados com DP (50% homens; 49,0 ± 10,4 anos de idade; tempo em DP: 18,8 ± 17,5 meses). Os pacientes dos dois grupos foram submetidos à avaliação bioquimica e biópsia de crista ilíaca. Após análise histomorfométrica do tecido ósseo empregamos a classificação TMV (“turnover”, mineralização e volume) para diagnóstico das alterações histológicas. Resultados: Os Resultados bio-químicos revelaram que os pacientes do grupo HD apresentaram níveis significativamente mais elevados de fosfatase alcalina: 230 ± 93 vs 107 ± 36 U/L (p <0,001); FGF-23: 11826 vs 497 pg/ml (p < 0,001); 25(OH)vitamina D: 35,9 ± 15,6 vs 12,1 ± 7,0 ng/ml (p<0,001); e albumina: 3,8 ± 0.2 vs 3,5 ± 0,5 (p<0,001). Os níveis de PTHi foram mais elevados nos pacientes tratados com DP: 207 vs 359 pg/ml (p = 0,04) e não houve diferença significativa nos níveis de cálcio e fósforo. De acor-do com a classificação TMV, a HD esteve associada à doença de baixa remodelação (80% HD vs 56% DP). Em relação à mineralização, não houve diferença entre os grupos. E quanto ao volume, os pacientes do grupo DP apresentaram volume ósseo maior (45,2% HD vs 34,4% DP). Conclusão: Nosso estudo demonstrou que os pacientes sob DP apresentam níveis mais baixos de vitamina D e FGF-23, e volume ósseo mais preservado em relação à HD. Contrariando os trabalhos prévios, o percentual de doença de baixo remodelamento ósseo foi maior no grupo HD.

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Perfil das Glomerulopatias primárias na cidade de São Bernardo do CampoRagognete HG,Simões LP,Ricupero EL,Laferreira MS,Oliveira CN,Brito LH,Rodrigues BC,Palomba H,Bergamo R,Rinaldi DFaculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC,Faculdade de Medicina do ABC

Introdução: As glomerulopatias primárias acometem indivíduos de todas as idades e possuem um quadro clinico laboratorial de amplo espectro no momento do diag-nóstico. São importantes causas de doença renal crônica em todos países. Objetivo: O Objetivo deste estudo foi determinar o perfil das glomerulopatias primárias na cidade de São Bernardo do Campo. Metodos: Foram analisados 124 prontuários de pacientes submetidos a biópsia renal no período de Janeiro de 2008 a Dezembro de 2011, realizadas no Hospital de Ensino Anchieta em SBC pela disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC. Foram excluídos do estudo biópsias em pacientes transplantados, Glomerulonefrite crônica (GNC), e qualquer doença glomerular secundária, restando um total de 48 prontuários. Dados analisados: sexo, idade, proteinúria inicial, creatinina inicial, presença de hematúria e uso de imunossupressores. Resultados: Houve predomínio do sexo masculino(55%) e a idade média foi 40,2± 7,6 anos. As principais glomerulopatias primárias foram: GN membranosa(29,1%), Glomerulonefrite segmentar e focal-GESF(27%), GN por IgA(16,6%), Doença de Lesões Mínimas(16,6%) e GN Membrano proliferativa(10,4%). A proteinúria inicial média foi 3,68g/24hs ± 0,85 e creatinina inicial média foi 1,33mg/dl ± 0,38. Dos 48 pacientes, 51% apresentavam hematúria na primeira avaliação e a minoria(36%) foi submetido a algum tratamento imunossupressor durante todo o seguimento. Discussão: Na análise de glomerulopatias primárias e secundárias conjuntamente, o diagnóstico mais frequente foi a Nefrite lúpica(21 casos), o que contribuiu para um grande número de prontuários excluídos do estudo. Além disso, também foram excluídos biópsias com 50% ou mais de glomérulos globalmente esclerosados na microscopia ótica, independente do diagnóstico da imunoflorescência. Conclusão: Este estudo contribui para o melhor compreensão e entendimento da epidemiologia das Glomerulopatias primárias na cidade de São Bernardo do Campo. Com isso, estratégias políticas em saúde pública podem ser adotadas para o diagnóstico precoce e prevenção da Insuficiência Renal Crônica.

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Relato de experiência: Reuniões da equipe multiprofissional com pacientes e familiares usuários do Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário em São Luís - MAPereira GS,Silva GAS,Miranda AT,Brito DJA,Alves JLC,Alencar EO,Carvalho EMN,Veras CLM,Costa MF,Dias RSC,Barros ES,Rodrigues NS,Hortegal EV, Silva KCG,Bui DSS,Marassi AL,Alves AS,Pereira CVF,Oliveira TKM,Vieira KMBHospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA, Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA, Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA, Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA,Hospital Universitário da UFMA

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é definida como sendo uma síndrome progressiva e consequente à perda irreversível de parte da função renal (glome-rular, tubular e endócrina) (BREGMAN, 2006). Caracteriza-se pela presença de lesão renal associada ou não à diminuição da filtração glomerular inferior a 60ml/min/1,73m2 por um período igual ou superior a 3 meses (NKF – K/DOQI, 2002). Por se tratar de uma patologia muito complexa, o atendimento ao paciente renal crônico requer a participação de uma equipe multiprofissional, proporcionando a este indivíduo um enfoque capaz de levar em conta todas as suas dimensões, sejam elas físicas, sociais ou emocionais. O Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão conta com uma equipe formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta, os quais buscam desenvolver suas ativida-des de forma articulada visando à integralidade no atendimento ao paciente. Objetivo: Relatar a experiência da equipe multiprofissional do Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário no atendimento ao paciente renal crônico e seus familiares através da realização de reuniões individualizadas. Casuística: Usuários renais crônicos inscritos em Terapia Renal Substitutiva (TRS) no Serviço de Nefrologia e seus familiares.Métodos:. A iniciativa desta atividade surgiu a partir da prática diária dos profissionais, quando foram surgindo determinados assuntos, dúvidas e esclarecimentos que necessitavam de um atendimento mais individualizado e que proporcionasse à equipe e ao paciente uma conversa mais direta. A assistente social ficou responsável por conduzir tais reuniões porque, na dinâmica deste Serviço, as demandas levantadas pelos usuários geralmente são reportadas a este profissional. Qualquer um dos profissionais pode detectar a necessidade desta reunião. Sendo assim, define-se dia e horário para o encontro. É feito um convite por escrito para o paciente e familiares e, no dia da reunião todas as deliberações são registradas em um livro de atas, com a assinatura de todos os participantes. Desde sua implementação em 2008 já foram realizadas 53 reuniões, sendo tratados os mais diversos temas, tais como: mudança de modalidade de TRS, adesão ao tratamento, suporte familiar, dificuldade de acesso vascular, comunicação de más notícias (prognóstico ruim), esclarecimentos sobre normas e rotinas do Serviço, entre outros.Resultados: Melhora na comunicação entre a equipe multiprofissional, paciente e familiares, assim como a articulação entre os diversos profissionais. Conclusões: O atendimento multidisciplinar é essencial no caso de uma patologia como a DRC. Os usuários devem ser vistos não como sujeitos passivos mas como pessoas que necessitam ser ouvidas, compreendidas e convidadas a serem protagonistas no processo saúde-doença.

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P-536

Estudo comparativo entre crianças e adultos com lesão renal aguda associada à leishmaniose visceral (Calazar)Santos GS, Junior GBS, Lima JB, Rocha NA, Franco LFLG, Fernandes Atbm,Aguiar Gbr,Falcão Fs,Pimentel Rs,Júnior Vnf,Daher EfUniversidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará

Introdução: O calazar é uma doença endêmica parasitária que afeta milhões de pessoas em países tropicais. As observações clínicas têm mostrado que pode haver diferença no padrão de doença entre crianças e adultos. O Objetivo deste estudo é avaliar essas diferenças em uma grande população. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo, incluindo pacientes com diagnóstico confirmado de calazar, internados em um hospital terciário de Fortaleza, de dezembro de 2003 a dezembro de 2010. Foi feita uma comparação entre crianças (≤ 14 anos) e adultos (> 14 anos). A lesão renal aguda (IRA) foi definida de acordo com o critério RIFLE(“Risk, Injury, Failure, Loss, estágio final da doença renal”). A análise estatística foi feita pelo programa SPSS e valores de p <0,05 foram considerados significativos. Resultados: Um total de 432 pacientes foram incluídos. Havia 146 (33,7%) crianças, com idade média de 4,8 ± 3,8 anos, e 286 (66,3%) adultos, com idade média de 37 ± 15 anos. Comparadas com as crianças, os adultos apresentaram maior incidência de icterícia (18,5 vs 4,7%, p = 0,0001), maior tempo entre o início dos sintomas e a admissão hospitalar (88 ± 10 vs 37 ± 3 dias, p = 0,0001), maiores níveis de creatinina sérica na admissão (1,1 ± 1,0 vs 0,5 ± 0.2mg/dL, p = 0,0001), hemoglobina (8,2 ± 1,7 vs 7,0 ± 1.7g/dL, p = 0,0001) e ALT (90 ± 12 vs 58 ± 6, p = 0,004). As crianças tinham níveis mais elevados de leucócitos (3420 ± 1715 vs 2500 ± 1878/mm3, p = 0,0001) e maior incidência de esplenomegalia (94 vs 86%, p = 0,009). AKI foi mais freqüente entre crianças (45,8%) do que adultos (32,5%), p = 0,008. Segundo os critérios RIFLE, as crianças estavam em Risk (67%), Injury (31%) e Failure (2%), enquanto os adultos estavam em Risk (17%), Injury (44%) e Failure (36%), p <0,0001. A mortalidade foi maior em adultos (11,5 versus 2,7%, p = 0,001). Conclusão: Calazar parece ser mais grave entre adultos, como evidenciado pela maior incidência de complicações, como insuficiência renal aguda (níveis elevados de creatinina), lesões hepáticas (maior AST e icterícia) e uma maior mortalidade. O maior tempo entre início dos sintomas e admissão hospitalar aumenta a ocorrência de complicações da doença. AKI foi mais freqüente e mais brando em crianças. Pode haver diferença na resposta imunológica entre crianças e adultos com calazar, que poderia contribuir para o pior quadro clínico observado em adultos.

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Lesão renal aguda nas doenças tropicais: coorte de 253 pacientes em uma unidade de terapia intensiva em Fortaleza, Ceará, BrasilSantos GS,Junior GBS,Vieira APF,Jacinto CN,Souza JB,Fernandes ATBM,Lima JB,Falcão FS,Alves MP,Júnior VNF,Girão MMV,Ferreira APA,Costa CR,Daher EFUniversidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará

Introdução: A lesão renal aguda (LRA) é uma complicação frequente e potencialmente fatal nas doenças tropicais. Objetivos: Investigar as características clínicas e laboratoriais da LRA associada às doenças tropicais. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2011. Foram avaliadas as principais doenças de base, características clínicas e laboratoriais e a evolução. A LRA foi definida de acordo com o critério RIFLE, e a gravidade de acordo como escore APACHE II. Re-sultados: Foram incluídos 253 pacientes, com média de idade de 46±16 anos, sendo 72% do sexo masculino. As principais doenças encontradas foram: HIV/AIDS (30,4%), tuberculose (12,2%), leptospirose (11%), meningite (7,5%), calazar (4,3%) e dengue (3,9%). Hemodiálise foi realizada em 70 casos (27,6%). O tempo entre o diagnóstico de LRA e a realização de diálise foi de 3,6±4,7 dias. Oligúria foi observada em 129 casos (50,9%). Os exames da admissão na UTI mostraram Cr 2,7±1,8mg/dL, Ur 105±68mg/dL, AST 346±888IU/L, ALT 172±356IU/L, Na 136±10mEq/L, K 4,4±2,5mEq/L, Ht 30±7,9%, Hb 10±2,6mg/dL, Leucócitos 11964±10529/mm3, Plaquetas 131488±111706/mm3, pH 7,29±0,13, HCO3 16±6,1, PaCO2 34±12mmHg. O escore APACHE II médio foi de 50±22, sendo maior nos pacientes com HIV/AIDS (57±20, p=0,01) e dengue (68±11, p=0,01), e menor nos pacientes com tuberculose (33±19, p=0,0001) e leptospirose (34±18, p=0,0002). Óbito ocorreu em 159 casos (62,8%). A mortalidade foi maior nos pacientes com HIV/AIDS (76,6%, p=0,02) e menor naqueles com leptospirose (28,5%, p=0,0009). Os fatores de risco para óbito foram: uso de vasopressores (OR=6,7, IC 95%=3,7-11,9, p<0,0001), acidose metabólica (OR=4,9, IC 95%=2,7-8,7, p<0,0001), sepse (OR=4,3, IC 95%=2,4-7,6, p<0,0001), ventilação mecânica (OR=3,7, IC 95%=2,1-6,5, p<0,0001), hipercalemia (OR=3,01, IC 95%=1,5-6,04, p=0,001) e hipotensão (OR=2,1, IC 95%=1,1-4,0, p=0,02). Conclusões: A LRA é uma complicação frequente nas doenças tropicais, com alta mortalidade. O quadro clínico é marcado por oligúria na maioria dos casos. O tratamento dialítico foi instituído em poucos casos (27%) e iniciado tardiamente. A mortalidade foi maior nos pacientes com HIV/AIDS, provavelmente devido à gravidade da imunossupressão e das doenças oportunistas.

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Infecção pelo vírus da hepatite C em pacientes portadores de insuficiência renal crônica dialítica – prevalência, fatores clínicos, laboratoriais e epidemiológicosAlvarenga AS,Faria LT,Cantini SC,Rocha JAG,Lessa EM,Saraiva FP,Maia LGN,Couto PIR,Pinto LWSanta Casa de Misericórdia de Belo Horizonte/Minas Gerais,Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte/Minas Gerais,Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte/Minas Gerais,Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte/Minas Gerais,Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR – Belo Horizonte/MG,Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR – Belo Horizonte/MG,Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR – Belo Horizonte/MG,Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR – Belo Horizonte/MG,Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR – Belo Horizonte/MG

Introdução: A Hepatite C apresenta alta prevalência em todos os continentes. Pacientes em diálise são considerados de alto risco para aquisição do vírus da hepatite C (HCV). Objetivos: Determinar a prevalência do HCV em pacientes submetidos a diálise e identificar fatores clínicos, laboratoriais e epidemiológicos associados à infecção. Casuística e Métodos: Estudo caso-controle, em que foram avaliados 461 pacientes em diálise, sendo 408 em hemodiálise e 53 em diálise peritoneal. Os pacientes foram divididos em dois grupos, portadores e não portadores de hepatite C. As variáveis categóricas nominais foram analisadas pelo teste de Qui-quadrado com correção de Yates. As variáveis quantitativas contínuas foram analisadas usando Teste-t não pareado e de Mann Whitney. Foram ainda utilizados Curva ROC e coeficiente de relação de Espearman. Resultados: A prevalência do HCV foi de 7,4%. Tempo de tratamento (p < 0,0001), níveis séricos de alumínio (p < 0,0001) e transaminase glutâmico pirúvica (p = 0,003) foram significativamente maiores nos portadores do vírus C. A prevalência de diabetes mellitus (DM) foi significati-vamente menor entre os pacientes HCV positivos (p = 0,02). As relações acima com níveis de alumínio e DM ocorrem de forma indireta (coeficiente de relação de Espearman; análise tempo de tratamento e DM). Outras variáveis analisadas (idade, gênero, tipo de tratamento dialítico, tipo de acesso vascular, inscrição em lista de transplante, infecção por hepatite B e síndrome da imunodeficiência adquirida, diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, níveis de hemoglobina, albumina, para-tormônio, fósforo e cálcio) não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. A maior acurácia do nível sérico de transaminase glutâmico pirúvica (TGP) foi 33,5 UI/L, embora o valor de referência de normalidade do método utilizado fosse de 30 a 60 UI/L (área sob a curva ROC 0,6887). Conclusões: Estes dados nos permitem concluir que a hepatite C tem forte associação com os pacientes mais antigos em diálise e isto se deve provavelmente a contaminações em um período em que ainda não se conhecia o vírus nem se realizavam teste de triagem nos bancos de sangue, bem como não estava disponível a eritropoetina recom-binante. Os achados ainda mostram que os valores de TGP, apesar de mais elevados nos portadores de hepatite C, encontram-se ainda dentro dos limites do valor de referência do método.

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Perfil histopatológico e epidemiológico das doenças glomerulares de pacientes submetidos à biópsia renal em Teresina-PIMonteiro LL,Almino SN,Ferreira MS,Barroso SR,Lima Filho WFA,Silva Júnior RG,Oliveira FE,Sampaio DSA,Aguiar YQ,Nascimento GVRFaculdade Novafapi Piauí,Faculdade Novafapi Piauí,Faculdade Novafapi Piauí,Universidade Estadual do Maranhão Maranhão,Hospital São Marcos Piauí,Faculdade Facid Piauí,Hospital Prontomed, PiauíFaculdade Facid, PiauíFaculdade Novafapi Piauí,Faculdade Novafapi Piauí

Introdução. As glomerulopatias são afecções que acometem o glomérulo, estrutura microscópica do rim formada por um emaranhado de capilares e que é a principal estrutura renal responsável pela filtração do sangue. Essas nosologias formam um grupo de grande diversidade etiológica e podem estar associadas a outras doenças (glomerulopatias secundárias) ou serem primariamente renais (glomerulopatias primárias). As glomerulopatias são a 3ª causa de doença renal crônica (DRC) dialítica mundialmente na população geral. ObjetivoS. Traçar o perfil epidemiológico dos pacientes portadores de glomerulopatias submetidos à biópsia renal, em Teresina--PI. Casuística e Métodos. Foram analisados todos os Resultados do histopatológico de biópsias renais realizadas nos dois principais serviços que realizam este exame na cidade de Teresina, no período de 2006 a 2010, obtendo-se uma amostra de 151 pacientes, dos quais foram excluídos 6 por amostra insuficiente. Resultados. Das 145 biópsias incluídas no estudo, as principais glomerulopatias primárias encontradas foram: glomeruloesclerose segmentar e focal - GESF (23,2%), lesões mínimas (11,9%) e nefropatia por IgA (7,9%). Dentre as glomerulopatias secundárias, a mais encontrada foi nefrite lúpica (22,5%). Com relação à imunofluorescência (IF), o padrão mais encontrado foi IgM, C1q e C3 (17,35%), seguido do IgG, IgA, IgM, C1q e C3 (12,24%); 11,22% das IF analisadas foram negativas. Conclusão. A glomerulopatia mais prevalente em nosso meio é a GESF, dado coincidente com o da literatura nacional. Este estudo poderá contribuir para melhor entendimento epidemiológico das doenças glomerulares no Piauí.

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Estudo comparativo da progressão da doença renal crônica (DRC) e fatores de risco, entre pacientes renais crônicos estagio 4 e 5 pre-dialise, diabéticos e não diabéticosCardoso CS,Vicente CC,Parteli EAL,Zocrasto KC,Rodrigues GB,Ignácio EQ,Moreira RMP,Vieira LMSFUNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO,UNIRIO

Introdução: A DRC caracteriza-se pela presença de dano renal ou redução da função renal por um período igual ou superior a três meses, independente de sua etiolo-gia. O diabetes melitus (DM) é a principal causa de insuficiência renal crônica terminal em países desenvolvidos. O número de pacientes diabéticos que anualmente vêm sendo incluídos em tratamento substitutivo da função renal tem aumentado nos últimos anos na maioria dos países, e é representada principalmente por dia-béticos do tipo 2. Objetivo: Estabelecer se há diferença na progressão e no controle dos fatores de risco para DRC entre pacientes renais crônicos nos estágios 4 e 5 pré-diálise diabéticos e não diabéticos Casuística e Métodos: A amostra estudada é formada por pacientes com DRC acompanhados no ambulatório de Nefrologia, do HUGG, no período de agosto/2008 a abril/2012, acima de 18 anos, com DRC estágios 4 e 5 pré diálise, A população foi dividida em diabéticos(D) e não diabé-ticos (ND). Foram avaliados evolutivamente os Resultados da proteinúria de 24 horas (PU), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), clearence de creatinina estimado(MDRD4), ureia, creatinina(CR), colesterol total, HDL e LDL, trigliceridios (TGR), albumina (ALB), acido úrico, cálcio, fosforo, potássio, hematócrito e hemoglobina. Para análise estatística utilizamos teste t não pareado, Wilcoxon test, média, mediana e desvio padrão. Resultados: Estudamos 22 pacientes D,com média de idade de 64+10 anos, 13 mulheres, com mediana de tempo de observação(TO) de 15 meses; e 36 pacientes ND com media de idade de 62+16, 16 Mu-lheres e mediana de TO de 19 meses. Havia diferenças nas analises de dados iniciais no MDRD4 que foi menor nos ND (p=0,0074), na CR que foi maior nos ND (p=0,0014), PAS (p=0,0076), PU (p=0,0034) e TGR (p=0,0386) que foram maiores nos D. Ao final os D tinham ALB menor que os ND (p=0,0051) e tinham maior a PAS (p=0,0053), não houve diferença significativa nos demais parâmetros analisados. A perda da função nos D foi de 3,27 ml/min/ano e de 1,03 ml/min/ano nos ND. Evoluíram com necessidade de diálise 4 pacientes ND e 2 D. Conclusões: A progressão da DRC nos diabéticos foi mais acelerada que no grupo ND. O DM e a PAS foram os fatores importante para piora da progressão da DRC nesta amostra.

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Avaliação dos fatores de risco para Doença Renal Crônica em Subgrupo de idosos de áreas urbanas no Estado do CearáDaher EF,Falcão FS,Fernandes,ATBM, Araújo SMHA,Silva Junior GB, Meneses LN, Marques LM, Jacinto CN, Neto MFC,Sousa CMVFaculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC,Faculdade de Medina; Universidade Federal do Ceará - UFC

Introdução: De acordo com a Organização Mundial de Saúde, até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas, e segundo es-tatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2020 esse número poderá chegar a 32 milhões. Junto ao envelhecimento está o aumento da incidência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM), com o consequente risco de doença renal crônica (DRC). Objetivo: Mostrar os dados referentes ao subgrupo de pacientes idosos coletados durante a realização das campanhas “Rim Saudável”. Casuística e Métodos: As campanhas foram realizadas nos anos de 2009 a 2012 em cidades do Estado do Ceará, pelos integrantes da Liga de Prevenção da Doença Renal, com o Objetivo de rastrear a DRC e seus fatores de risco na população geral. A ficha padrão “Previna-se” da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) foi aplicada e foram avaliados dados epidemiológicos, hábitos e antecedentes pessoais e familiares de DM, HAS, doenças cardiovasculares (DCV) e doença renal, além de medidas antropométricas, glicemia, pressão arterial. Resul-tados: Dentre os 2327 indivíduos acima de 18 anos que participaram das campanhas, os idosos (>60 anos) somaram um total de 677 (29%), dos quais 52% eram do sexo masculino. Quanto às faixas etárias, 411 (66,5%) tinham entre 60-70 anos com média de 64,14±2,83, 213 (27%) entre 70-80 anos com média de 73,51±2,84, 45 (5,6%) entre 80-90 anos com média de 83,31±2,64 e 6 (<1%) acima de 90 anos com média de 93,83±2,04. Apresentavam antecedentes pessoais e familiares de DM, 23,4% e 40,8% dos entrevistados, respectivamente. HAS foi referida por 52,4% e história familiar de HAS, por 53,5%. 7,4% diziam ter alterações renais prévias, enquanto 14%, antecedentes familiares. Dos idosos, 20% eram tabagistas e 54%, sedentários. Quanto às DCV, 8% dos indivíduos tinham história prévia e 38%, história familiar. A média do IMC foi de 27,09±4,55 kg/m2, dos quais 257(43,8%) apresentaram sobrepeso e 137 (23,4%), obesidade. A média de circunfe-rência abdominal (CA) foi de 97,50±12,85, sendo que 76,43% das mulheres apresentaram CA>88cm e 39,76% dos homens, CA>102cm. A média da PAS foi de 135±21,5 mmHg e a da PAD, 81,66±12,0 mmHg. Já a média da glicemia foi de 132,86±65,0 mg/dL. Conclusões: Pode-se observar uma alta prevalência de HAS e DM , além de outros fatores que se relacionam com o avanço da DRC, o que sugere a necessidade de medidas de prevenção neste grupo de pacientes. Apoio: CNPq

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Avaliação da função renal de adultos com diabetes mellitus na estratégia de saúde da famíliaNaghettini AV,Pereira ERS,Braga AKP,Queiroz AP,Batista SRRFaculdade de Medicina - Universidade Federal de Goiás, Goiás,Faculdade de Medicina - Universidade Federal de Goiás, Goiás,Faculdade de Medicina - Universidade Federal de Goiás, Goiás,Faculdade de Medicina - Universidade Federal de Goiás, Goiás,Faculdade de Medicina - Universidade Federal de Goiás, Goiás

Introdução: A doença renal crônica é um importante problema de saúde pública. Na maioria das vezes é diagnosticada tardiamente, muitas vezes na fase de doença renal crônica terminal. Com o diagnóstico precoce poderia ser retardada a progressão da doença e prevenida algumas complicações. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de DRC são diabetes e hipertensão arterial sistêmica. Tal informação é de suma importância, porque até o ano 2030 o número de pessoas com diabetes deverá chegar a 439 milhões. No Brasil estima-se que haja 12 milhões de diabéticos, 76% pelo tipo 2. A nefropatia diabética é responsável pelo aumento do número de pacientes em diálise em países em desenvolvimento, e já é a principal causa de terapia de substituição renal nos países desenvolvidos. Objetivo: Avaliar a prevalência de DRC em pacientes diabéticos adultos, atendidos na Estratégia da Saúde da família da região leste de Goiânia. Casuística e Métodos: Estudo de deline-amento transversal, que avaliou 336 pessoas, sendo 31,9% do sexo masculino. Desse total, foram encontrados 30 portadores de diabetes. O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás-UFG. A idade média dos indivíduos foi de 43,4 anos (dp 15,4). Critérios de exclusão: indivíduos que não concordaram em assinar o TCLE e aqueles abaixo de 18 anos. Para avaliar a função renal foi coletado amostra de sangue e urina, de modo a verificar os valores de creatinina sérica, filtração glomerular estimada através da fórmula Cockcroft-Gault, relação albumina/creatinina na amostra de urina. Foi definido microalbuminuria como valores entre 30 – 300 mg/g para relação albumina/creatinina. Resultados: Houve normalidade para 93,33% dos pacientes diabéticos ao se avaliar a creatinina sérica. Em contrapartida, 23,33% deles apresentaram filtração glomerular reduzida (< 90 ml/min), sendo 6,67% < 60ml/min; 26,67% apresentaram microalbuminúria e 3,33% obtiveram macroalbuminúria. Conclusões: A prevalência de nefropatia diabética foi 30% incluindo nefropatia insipiente e clínica. Estes Resultados mostram que a nefropatia diabética deve ser buscada ativamente na atenção primária, pois é assintomática. Sugerem-se pesquisas longitudinais e de intervenção na atenção primária à saúde onde a história natural da doença pode ser modificada.

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P-783

15 anos apósTransplante renal e cisteamina para o tratamento de Cistinose. O enxerto vai bem. O paciente nem tantoDavid-Neto E,Nahas WC,Schvartsman BGS,Suletroni V,Vaisbich MHInstituto Central-HCFMUSP,Instituto Central-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP,Instituto Central-HCFMUSP,Instituto da Criança-HCFMUSP

Introdução:Cistinose é uma doença grave sistêmica autossômica recessiva por acúmulo intralisosomal de cistina. O acometimento renal é precoce levando a doença renal crônica terminal. Não recorre no enxerto, porém existem poucos relatos sobre o prognóstico do enxerto e dos pacientes. Objetivo: Relatar Resultados de longo prazo de pacientes submetidos a transplante renal (Tx) em uso de cisteamina (droga depletora dos estoques de cistina). Casuística e Métodos:Estudo retrospectivo com informações de um banco de dados eletrônico. Data de início dos eventos clínicos, como o acometimento extra-renal, foi calculada conforme registro de evento ou quando da Introdução de medicamentos. Avaliamos a função renal (eGFR MDRD) e parâmetros antropométricos. Resultados:Entre 1986 e 2000, 9 pacientes receberam um Tx. A idade ao diagnóstico de cistinose foi 8.3±4.8 anos e a idade no início de cisteamina foi 15.5±3.7 anos. A idade média ao Tx foi de 9.1±1.5 anos e o seguimento posterior de 17.3±4.0 anos. Dois pacientes perderam seus enxertos por nefropatia crônica do enxerto e receberam novo Tx. Um paciente morreu com enxerto funcionante por infecção, 16 anos após o Tx, aos 23 anos. A sobrevida (15 anos) do paciente foi de 100% e a sobrevida do enxerto censurada para óbito (15 anos) foi de 75%. Na última avaliação a SCr foi de 1.3±0.4 mg/dl e a eGFR 65.7±19.7 ml/min/1.73m2SC (36,5 –90.6) (95% C.I.). Todos os pacientes desenvolve-ram hipotireoidismo (11.5±3.7 anos), 7/9 (77,8%) desenvolveram Diabetes Mellitus (17.4±3.5 anos), 3/9 (33,3%) apresentaram disfunção de deglutição (mediana= 16 anos, 6-27) e fotofobia ocorreu em todos os pacientes (13.3±6.1 anos). Dois pacientes fizeram transplante de córnea, aos 29 e 26 anos de idade. Houve uma me-lhora no Z-score de altura de 1 ano (-2.8±0.9) para 5 anos após o Tx (-2.5±0.9) (p = 0,04), porém todos permaneceram com defict de crescimento. No Z score de peso não houve mudança significativa: -0.9±0.6 um ano após o Tx e - 1.1±0.5 após 5 anos (p = 0,26). Conclusões:Este estudo mostou excelente sobrevida de enxerto em pacientes com cistinose, porém com uma alta incidência de complicações extra-renais.

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Avaliação das características morfológicas da doença arterial coronariana através de cineangiocoronariografia em pacientes com doença renal crônica em Hospital Universitário de CuritibaFerreira RPM,Gomes LK,Nascimento MM,Varela AM,Martini CAN,Amaral PO,Bisolo LHospital Universitário Evangélico de Curitiba,Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,Hospital Universitário Evangélico de Curitiba

Introdução: No universo do paciente com doença renal crônica (DRC), é de conhecimento geral que doenças cardiovasculares (DCV) despontam como a principal causa de morbidade e mortalidade. Esses pacientes apresentam um risco 20 a 30 vezes maior de mortalidade por DCV, quando comparados com o de população com função renal preservada. Além de fatores de riscos tradicionais (hipertensão arterial, diabetes mellitus II, obesidade, sedentarismo e tabagismo) muito comuns nesses pacientes, estarem relacionados à DCV, existe um conjunto de fatores peculiares à DRC, que somados aos primeiros justificam esse risco aumentado, são os chamados fatores não tradicionais (hiperhomocisteinemia, ativação excessiva do sistema renina-angiotensina-aldosterona, distúrbios do metabolismo mineral, hiperparatireoi-dismo secundário, entre outros). Uma vez que esses pacientes estão expostos a essa peculiar combinação de fatores de risco, mecanismos envolvidos na patogênese da DCV são potencialmente diferentes podendo então está relacionado a padrões morfológicos específicos da doença aterosclerótica nos pacientes com DRC. Objetivo: O estudo teve como Objetivo caracterizar a morfologia da doença arterial coronariana nos pacientes com DRC e compara-la com um grupo controle exposto a simi-lares fatores de riscos tradicionais, com função renal normal.

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P-854

Prevalência de anemia após o transplante renal em pacientes que utilizam micofenolato ou azatioprinaOliveira PCL,Rocha PMR,Malafronte P,Souza JF,Bento CS,Miorin LA,Sens YASClinica de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo,Clinica de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo,Clinica de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo,Clinica de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo,Clinica de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo,Clinica de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo,Clinica de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo

Objetivo: Avaliar a prevalência de anemia no primeiro ano após transplante renal, e comparar pacientes que utilizam azatioprina ou micofenolato mofetil/sódico. Metódo: Foram avaliados receptores de transplante renal com enxerto funcionante que utilizavam azatioprina ou micofenolato no esquema imunossupressor. Os critérios de exclusão foram: idade < 18 anos, tempo < 12 meses após o transplante, infecção, hemorragia, rejeição, utilização de IECA ou BRA II, suplementação de ferro ou eritropoetina no período de estudo. Foram analisados os dados demográficos, a hemoglobina (Hg) e creatinina séricas no 12º mês após o transplante renal. Resultados: Foram avaliados 67 pacientes, 37 utilizando azatioprina e 30 micofenolatomofetil/sódico, ambos associados à ciclosporina. A prevalência total de anemia no 12º mês após o transplante foi 37,3%. No grupo azatioprina (sexo feminino n=18, idade 32±9 anos; masculino n=19, idade 38±14 anos) a prevalência de anemia foi de 32,4%, e no grupo micofenolato (sexo feminino n=15, idade 39±13 anos; masculino n=15, idade 34±13 anos) foi de 43,3 %, sem diferença significante entre os dois grupos. Considerando os sexos separadamente, os valores médios de Hg foram significativamente menores no sexo feminino no grupo micofenolato comparado com azatioprina. A creatinina sérica foi maior no grupo micofenolato, mas não houve correlação significante entre os valores de Hg e creatinina no 12º mês pós-Tx no grupo micofenolato (r = - 0,207, p= 0,272) e no grupo azatioprina (r = - 0,060, p= 0,723). Conclusões: A prevalência de anemia após o 12º mês do transplante renal foi alta. Sómente no sexo feminino os valores de hemoglobina foram menores no grupo micofenolado comparado com azatioprina. Não houve correlação entre os valores de Hg e creatinina sérica.

   Grupo Micofenolato Grupo Azatioprina p  N=30 N=37  Sexo F/M 15/15 18/19 0,892Anemia n (%) 13(43,3) 12(32,4) 0,507Hemoglobina (g/dL)      Sexo Feminino 12,8±2,4 14,0±2,0 0,029Sexo Masculino 14,5±2,0 15,3±2,7 0,182Creatinina (mg/dL) 1,71±0,4 1,37± 0,4 0,001p<0,05. Teste t Student não-pareado e Qui-quadrado. 

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Perfis epidemiológicos da doença renal crônica e seus fatores de risco nas populações de três municípios do interior do cearáMartiniano LVM, Amaral YS,Cavalcante ND,Trindade VC,Pereira TAS,Monteiro ACC,Gaspar PL,Silva Junior GB,Araújo SMHA,Daher EFUniversidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) possui elevada morbidade e mortalidade. Resulta de lesões progressivas e irreversíveis provocadas principalmente por Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial (HAS) e Glomerulonefrites. Sua progressão pode ser retardada através de detecção precoce e condutas terapêuticas, reduzindo o sofrimento do paciente e os custos associados. Sabendo da importância da prevenção, executamos a Campanha Rim Saudável nas cidades de Amontada, Guaramiranga e Itarema, com apoio das respectivas prefeituras. Objetivos: Identificar e orientar indivíduos do interior do Ceará que apresentam risco de desenvolver DRC e alertar a população em geral para a necessidade de medidas preventivas na manutenção de rins saudáveis. Casuísticas e Métodos: Em Campanhas realizadas pela Liga de Prevenção da Doença Renal – NUPEN, projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará, realizadas em julho de 2009 em Amontada, julho de 2010 em Guaramiranga e Janeiro de 2012 em Itarema, municípios do interior do Ceará. Foram montadas barracas de verificação da pressão arterial (PA), glicemia capilar, peso e circunferência abdominal (CA). Foi aplicado questionário-modelo “Previna-se” elaborado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia - SBN, distribuição de panfletos e orientação sobre doenças renais para as pessoas que apresentavam fatores de risco para DRC. Todos os participantes receberam uma guia com o resul-tado dos exames acima descritos e as possíveis orientações para uma mudança no estilo de vida. Resultados: O total de entrevistados foi de 425. Desses, 61,6% eram mulheres e 38,4% homens. A idade média da população foi de 46,6±17,4 anos. Os indivíduos que se disseram portadores de alterações renais prévias eram 10,6% e os que apresentavam riscos de desenvolvê-las eram de 43,4%. A HAS foi confirmada em 34,1% e o DM, em 10,1%. Os que possuíam familiares com doença renal somavam 20%. A taxa de tabagistas e ex-tabagistas era de 16,9%. Os que apresentaram CA elevada eram 215 (50,6% dos participantes). A média do IMC foi de 19,85±12,3 kg/m², dos quais, 118 (27,5%) estavam em sobrepeso e 35 (8,2%) eram obesos. Possíveis novos casos de HAS (PAS>140mmHg ou PAD>90 mmHg) foram detectados em 280 (35%) indivíduos.Conclusão: A campanha permitiu identificar indivíduos com diversos fatores de risco para desenvolver DRC, permitindo esclarecer o perfil epidemiológico dos municípios estudados.Ressalta-se, ainda, a necessidade de alertar à população sobre a DRC e seus riscos.

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Uma simples pergunta sobre apetite estaria indicada como instrumento de triagem da desnutrição em hemodiálise?Claudia MC Oliveira,Marcos Kubrusly,Danielle M Torres,Thiago B Oliveira,André T Lima,Natasha MR Cavalcante,Antônio Luís C JerônimoFaculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce,Faculdade de Medicina Christus -Fortaleza-Ce

Introdução: A anorexia é uma das causas de desnutrição proteico-calórica em hemodiálise (HD). Os instrumentos para avaliação do apetite e a correlação do apetite com parâmetros nutricionais necessitam de mais estudos. Objetivo: Avaliar a correlação entre o apetite e parâmetros demográficos, laboratoriais e nutricionais em pacientes de duas clínicas de HD em Fortaleza. Métodos: Em estudo de desenho transversal, foram incluídos pacientes com idade ≥ 18 anos e com tempo de diálise superior a três meses. A avaliação do apetite foi obtida através da pergunta “Como vai o seu apetite nas últimas 4 semanas?”. Os pacientes foram divididos em 3 gru-pos: Grupo 1: apetite muito bom e bom; Grupo 2: razoável; Grupo 3: pobre e muito pobre. Os parâmetros demográficos pesquisados foram idade, sexo, tempo em diálise e adequação da HD (Ktveq); as variáveis laboratoriais foram hemoglobina, uréia, creatinina, potássio, fósforo; e os parâmetros nutricionais foram o índice de massa corporal (IMC), a albumina sérica, o índice de risco geriátrico nutricional (INRG) e o índice de massa magra (massa magra em kg/m2) obtido por bioimpe-dância elétrica multifrequencial. Foram considerados desnutridos pacientes com IMC < 23kg/m2, albumina < 4 g/dl, INRG < 98. A associação entre as variáveis do estudo e o apetite foi verificada pelo Teste de Fisher e pela comparação das médias das variáveis nos 3 grupos (ANOVA e Kruskall Wallis). Resultado: Foram incluídos 136 pacientes, idade média de 50,7 anos, tempo médio em diálise de 69 meses, sendo 57% do sexo masculino. O apetite no último mês foi muito bom em 18,4% dos pacientes, bom em 52,9%, razoável em 19,9%, pobre em 5,9% e muito pobre em 2,9%. Foram considerados desnutridos 34,3% dos pacientes segundo o IMC, 34,1% segundo a albumina e 31,6% segundo o INRG. Entre as variáveis do estudo, observou-se uma diferença significativa entre os grupos 1, 2 e 3 para hemoglobina (p = 0,0186), creatinina (p = 0,0392); albumina (p = 0,0065), INRG (p = 0,0274) e índice de massa magra (p = 0,0274). Conclusão: A avaliação do apetite em he-modiálise é difícil, apesar da utilização de perguntas ou questionários que tentam classificar o apetite de forma mais objetiva. A pergunta utilizada no presente estudo pôde discriminar o grau de apetite adequadamente, podendo ser útil como instrumento de triagem para desnutrição em hemodiálise, uma vez que houve diferença significativa entre o grau de apetite e parâmetros nutricionais, como albumina, índice de massa magra e INRG.

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Ativação de células NKT atenua a lesão renal induzida pela adeninaCristhiane Favero Aguiar,Angela Castoldi,Matheus Correa-Costa,Tarcio Teodoro Braga,Meire Ioshie Hiyane,Marcos Antonio Cenedeze,Erika Naka, Alvaro Pacheco e Silva Filho,Niels Olsen Saraiva CamaraUNIFESP,UNIFESP,USP,USP,USP,USP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP, IEP Albert Einstein,UNIFESP, USP

Introdução:As doenças que afetam o compartimento túbulo-intersticial renal são numerosas e variadas. A patogênese das doenças renais envolve a participação de vários elementos da resposta imune. As células NKT constituem uma população distinta de linfócitos caracterizada pela reatividade a glicolipídios, como a αGalactosilceramida, apresentados pela molécula CD1d. Objetivo: O Objetivo do nosso trabalho foi analisar se a administração da αGalCer, um agonista de células NKT invariantes, seria capaz de atenuar a nefrite túbulo-intersticial induzida pela ingestão excessiva de adenina. Material e métodos: Utilizamos camundongos selva-gens C57Bl/6j de 8-10 semanas. A ração contendo 0,25% de adenina foi oferecida aos animais durante 10 dias e os animais controle receberam a dieta padrão. Outro grupo de animais selvagens foram injetados uma vez com o agonista de células iNKT, αGalCer, no mesmo dia de início da ração com adenina. Os animais foram sacrificados no 10º dia após início da ração de adenina e amostras de sangue e tecido renal foram coletadas para análise da função renal, expressão gênica, histologia e imunohistoquímica. Os dados foram apresentados através de média±desvio padrão e o teste ANOVA foi utilizado para comparação dos grupos. Resultados: No gru-po de animais injetados com αGalCer, observamos diminuição dos níveis de creatinina sérica nos animais que receberam αGalCer e adenina em relação aos animais selvagens que só receberam a ração suplementada com adenina. Da mesma forma, houve diminuição da expressão gênica de IL-6 e TNF-α, redução significativa da porcentagem de fibrose intersticial e da marcação para FSP-1 e α-SMA nos animais do grupo adenina injetados com αGalCer, em relação aos WT do grupo adenina. Conclusão: Nossos dados indicam que as células NKT invariantes participam atenuando o processo de lesão renal induzida pela adenina, pois a ativação das mesmas é capaz de melhorar a função renal dos animais WT quando submetidos à ingestão de adenina.

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Atuação profissional do enfermeiro em unidades de diáliseFernanda Celedonio de Oliveira, Maria Dalva Santos AlvesUniversidade Federal do Ceará,Universidade Federal do Ceará

Introdução: desde que se iniciaram os programas de diálise na década de 1960, o desenvolvimento científico e tecnológico da Enfermagem e as novas exigências legais de habilitação para o exercício profissional dessa profissão, permitiu que o enfermeiro especialista em nefrologia demonstrar sua importância nesta área. Com o passar do tempo, a atuação do profissional nas unidades de diálise vem sendo reconhecida e considerada relevante. Objetivo: identificar a atuação do enfermeiro que trabalha em nefrologia, enfocando a relevância da assistência de Enfermagem ao paciente renal crônico em tratamento. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizada com 14 gerentes de enfermagem que atuam na nefrologia de diversos centros de diálise em Fortaleza/CE no ano de 2012. Foi aplicada uma entrevista semiestruturada sobre a vivência do trabalho atual. Resultados: o enfermeiro que atua com nefrologia engloba inúmeras atividades, entre elas destaca--se a assistencial e a burocrática. Na assistencial, destacam-se diversas atividades entre elas: cuidado individual com os pacientes e seus familiares; identificação das necessidades de saúde; educação continuada; acompanhamento e realização de procedimentos técnicos e cirúrgicos; administração de medicamentos; auto-cuidado entre outras. E na burocrática, principalmente: administração de recursos humanos com os técnicos de enfermagem - treinamentos técnicos e científicos e adequação de escalas (falta, atestados, férias e problemas de saúde) e as atividades administrativas da clínica com preenchimento de dados epidemiológicos, controle de material e etc. Conclusão: o trabalho do enfermeiro nefrologista requer profissionais cada vez mais habilitados e qualificados com atitude humanística e científica para atuar na área e que saibam reconhecer seus valores intelectuais e profissionais. Os avanços educacionais e tecnológicos na Enfermagem nefrológica estão em ascensão, e isso faz com que a torne cada vez um campo científico, dinâmico e atualizado às mudanças que a área exige.

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Cotidiano das enfermeiras que trabalham com diálise para renais agudosFernanda Celedonio de Oliveira, Maria Dalva Santos AlvesUniversidade Federal do Ceará, Universidade Federal Do Ceará

Introdução: A atuação do enfermeiro que trabalha em nefrologia abrange dois tipos de pacientes distintos o renal agudo e o renal crônico, consequentemente, dois tipos de atendimento e assistência diversificada. Objetivo: conhecer o cotidiano das enfermeiras que trabalham exclusivamente com diálise para pacientes com insu-ficiência renal aguda. Metodologia: Estudo descritivo com abordagem qualitativa realizada no ano de 2012 em Fortaleza-CE, com enfermeiras que trabalham nos serviços de atendimento aos pacientes renais agudos em hospital. Utilizou-se a entrevista semiestruturada após aprovação pelo comitê de ética em pesquisa. Resultados: Entre as questões abordadas destacou-se o cotidiano na assistência ao paciente renal agudo; quais as principais atividades que executam; o que lhe mais agrada e desa-grada no trabalho; como avalia sua atuação e como se sente atualmente em relação ao exercício profissional, incluindo as expectativas e perspectivas em relação a ele. A sobrecarga de trabalho foi bastante enfatizada, pois se torna mais intensa, por ser responsável por inúmeras atividades que ocorrem em momentos e locais diferentes, com pacientes, familiares e funcionários diversos, entre elas: visitação diária a diversos hospitais, controle de material, passagem de cateteres, realização da diálise, trei-namento de funcionários, serviços burocráticos, assim como, pelo estresse frequente ao risco de acidentes de carro, pelos deslocamentos. Conclusão: Percebe-se que, apesar de ser um trabalho que exige os mesmos princípios científicos e tecnológicos, a assistência de enfermeiras ao paciente renal agudo em atendimento hospitalar, é diferenciada, pois requer gerência e organização específica pelas características da assistência.

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Prevalência de Fatores Tradicionais de Risco Cardiovascular em Pacientes em Hemodiálise em Porto Alegre, RSBurmeister JE,Borges V,Munaro G,Pereira JD,Mosmann CB,David RB,Rodrigues M,Youssef JP,Grandi RR,Sombrio LL,Bastos JP,Rosito GAUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre -Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre -Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

Introdução: Estudos observacionais nos pacientes em hemodiálise por insuficiência renal crônica demonstram altas taxas de mortalidade e as doenças cardiovascula-res representam aproximadamente 50% desses eventos, provavelmente devido a um perfil de alto risco cardiovascular. No entanto, a maioria desses estudos não são de base populacional ou apresentam problemas metodológicos, especialmente quanto à coleta de dados. Objetivo: Descrever, em uma primeira fase, a prevalência de fatores de risco cardiovascular em pacientes renais crônicos sob hemodiálise ambulatorial em uma população urbana de nosso país. Casuística e Métodos: Estudo transversal (Fase inicial do Projeto CORDIAL) com toda a população de pacientes em hemodiálise na cidade de Porto Alegre - Brasil, incluindo 1.215 (97,3%) dos 1.249 indivíduos com esse tratamento nos 15 centros especializados da cidade entre agosto de 2010 e março de 2011. Foram analisados os prontuários médicos dos pacientes e realizada entrevista individual com um questionário padronizado e validado. Foram determinadas as prevalências de hipertensão arterial (PA >140/90 mmHg ou uso de medicação antihipertensiva), diabete melito 1 ou 2 (diagnóstico informado, uso de hipoglicemiante ou glicemia de jejum > 115 ou > 200 mg/dL em qualquer horário), dislipidemia (colesterol total > 200, LDL >160, HDL < 40 ou triglicerídeos> 200 mg/dL ou uso de hipolipemiantes), tabagismo atual ou passado, sedentarismo (ausência de atividade física), sexo masculino e idade >60 anos. Resultados: O tempo em diálise (média) era de 49,5 meses e 57% estava em diálise há menos de 3 anos. A média de idade era 58,3 anos, sendo 59,5% homens e 62,3% não-afrodescendentes. Havia 59,5% de pacientes masculinos e 46,0% de idosos (> 60 anos de idade), 87,2% de hipertensos, 36,7% de diabéticos, 78,3% com dislipidemia, 53,7% tabagistas e 73,1% sedentários. Conclusões: As prevalências dos principais fatores de risco cardiovascular nesta população são bastante elevadas, sendo maiores do que as da população geral e de outros estudos realizados em hemo-dialisados anteriormente no Brasil.

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P-78

Fatores de risco cardiovascular em pacientes diabéticos e não-diabéticos em hemodiáliseBurmeister JE,Dorneles GD,Miranda EH,Youssef JP,Lague L,Alvares F,Saraiva RT,Bastos JP,Rosito GUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

Introdução: Pacientes renais crônicos em hemodiálise apresentam altas taxas de morbimortalidade por causas cardiovasculares, especialmente aqueles com diagnóstico de diabetes melitus. Essas patologias estão relacionadas a diversos fatores de risco tradicionais e não tradicionais, altamente prevalentes nesses pacientes. Objetivo: Analisar a prevalência de fatores tradicionais de risco cardiovascular entre pacientes diabéticos e não-diabéticos em hemodiálise em uma coorte representativa de todos os pacientes da cidade de Porto Alegre. Casuística e Métodos: Estudo transversal com dados do Projeto CORDIAL realizado em 2011 na cidade de Porto Alegre, incluindo 1.215 (97,3%) dos 1.249 indivíduos em tratamento com hemodiálise nos 15 centros especializados da cidade. Os critérios de inclusão foram tratamento dialítico há mais de 30 dias, idade ≥18 anos e aderência ao termo de consentimento. As informações foram obtidas a partir dos prontuários médicos de cada indi-víduo. Foram determinadas as prevalências de hipertensão arterial (PA >140/90 mmHg ou uso de antihipertensivo), diabetes 1 e 2 (diagnóstico informado, uso de hipoglicemiante ou glicemia de jejum > 115 ou > 200 mg/dL em qualquer horário), dislipidemia (colesterol total > 200, LDL >160, HDL < 40 ou triglicerídeos> 200 mg/dL ou uso de hipolipemiantes), tabagismo atual ou passado, sedentarismo (ausência de atividade física), sexo masculino e idade >60 anos. Teste estatístico: Chi-quadrado. Resultados: Havia 434 pacientes diabéticos (DM) e 781 não-diabéticos (NDM). Os DM apresentavam mais indivíduos acima dos 60 anos (57,8 vs. 39,4% - p<0,0001) e maior prevalência de obesidade (p=0,001), sedentarismo (p<0,0001), dislipidemia (p<0,0001) e hipertensão arterial (p<0,0001). Tabagismo e sexo masculino não apresentaram diferença significativa. Conclusão: Considerando-se que apenas a presença de diabete melito já representa um aumento significativo do risco cardiovascular, o achado de que estes outros 5 fatores de risco são mais prevalentes exatamente nos pacientes com diabete pode indicar que este grupo (dia-béticos em diálise) tem um perfil ainda pior de risco cardiovascular do que os demais pacientes em hemodiálise.

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P-75

Fatores de Risco Cardiovascular de Acordo com o Indice de Massa Corporal em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica sob HemodiáliseBurmeister JE,Saraiva RT,Grandi RR,Dannebrock FA,Sombrio LL,Bringhenti L,Dorneles GD,Bastos JP,Rosito GAUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - programa de P’os-Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - programa de P’os-Graduação em Ciências Médicas

Introdução: Pacientes renais crônicos em hemodiálise apresentam graus variados de doença vascular relacionada à progressão da hipertensão arterial sistêmica, do diabete melito e da dislipidemia, fatores que, associados ao sedentarismo, tabagismo, sexo masculino e à idade avançada aumentam significativamente a mortalidade desses indivíduos. A principal causa de morte nos pacientes renais crônicos em tratamento de hemodiálise são os eventos de origem cardiovascular, correspondendo a mais da metade desses óbitos. Objetivo: Verificar a prevalência dos fatores tradicionais de risco cardiovascular nesses indivíduos estratificados pelo índice de massa corporal (IMC) em uma coorte representativa de todos os pacientes da cidade de Porto Alegre. Casuística e Métodos: Estudo transversal com dados do Projeto COR-DIAL realizado em 2011 em Porto Alegre incluindo todos os 1.215 pacientes renais crônicos em hemodiálise na cidade. Critérios de inclusão: idade mínima de 18 anos e início do tratamento dialítico há mais de 30 dias; e de exclusão: inexistência de registros suficientes com dados necessários para a análise. Os fatores de risco ana-lisados foram idade >60 anos, sexo masculino, diabete melito 1 ou 2 (diagnóstico informado, uso de hipoglicemiante ou glicemia de jejum > 115 ou > 200 mg/dL em qualquer horário), hipertensão arterial (PA >140/90 mmHg ou uso de antihipertensivo), dislipidemia (colesterol total > 200, LDL >160, HDL < 40 ou triglicerídeos> 200 mg/dL ou uso de hipolipemiantes), sedentarismo (ausência de atividade física) e tabagismo (atual ou passado). Os pacientes foram estratificados em 2 grupos pelo IMC: <25 e =>25 para fins de comparação da prevalência dos fatores de risco cardiovascular. Teste estatístico: Chi-quadrado. Resultados: Foram incluídos 1.206 pacientes (99,3%), estando 703 e 148 deles nos grupos com IMC <25 e =>25 respectivamente. O grupo IMC=>25 teve mais indivíduos do sexo masculino (62,6 vs. 55,5% - p=0,0129) e apresentou prevalência significativamente mais elevada de hipertensão arterial (p=0,0235), diabetes (p=0,0002) e dislipidemia (p<0,0001). Sedentarismo e tabagismo não diferiu entre os grupos. Fatores de risco presentes simultaneamente em diferentes quantidades em cada paciente foram encontrados nos 3 grupos. Conclusão: A prevalência de fatores tradicionais de risco CV foi elevada em todos os pacientes renais crônicos em hemodiálise independente do IMC, verificando-se algumas diferenças cujo significado clínico não pode ser definido com os dados obtidos.

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P-184

Comparação dos efeitos do bicarbonato de sódio vs citrato de potássio em pacientes litiásicos hipocitratúricosVivian Barbosa Pinheiro,Christiane Ishikawa Ramos,Camila Mithie Hattori,Alessandra Calábria Baxmann,Ita Pfeferman HeilbergUNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP,UNIFESP

Introdução: A utilização de citrato de potássio para o tratamento da hipocitratúria é rotineira na prática clínica atual. No entanto, devido ao seu custo elevado e a seus efeitos colaterais, faz-se necessária a busca de formas alternativas para o tratamento de pacientes litiásicos hipocitratúricos. Objetivos: Avaliar os efeitos da adminis-tração de bicarbonato de sódio vs citrato de potássio sobre a citratúria de pacientes litiásicos hipocitratúricos. Metodologia: Foram incluídos 16 pacientes adultos que foram submetidos à avaliação nutricional, aferição da pressão arterial, coleta de sangue e coleta de urina de 24 horas. Após a realização do período basal, os pacientes foram distribuídos randomicamente em dois grupos para receber 60 mEq/d de bicarbonato de sódio (BicNa) ou 60 mEq/d de citrato de potássio (CitK). Cada perío-do teve duração de 3 dias e foi realizado na vigência de dieta controlada com wash-out de 1 semana. Resultados: Conclusão: O bicarbonato de sódio foi tão eficiente quanto o citrato de potássio na elevação do citrato urinário, na alcalinização da urina e na redução do índice de cristalização para oxalato de cálcio em pacientes liti-ásicos hipocitratúricos sem implicar em aumento da excreção urinária de cálcio consequente à maior carga de sódio.

Resultados:Características Clínicas Basal BicNa CitK pSexo (F/M) 10/ 6 10/ 6 10/ 6 -Idade (anos) 39,88 ± 11,27 39,88 ± 11,27 39,88 ± 11,27 -IMC (kg/m2) 28,29 ± 5,43 28,50 ± 5,59 28,51 ± 5,57 0,311Pressão sistólica (mmHg) 121,88 ± 12,23 126,25 ± 24,46 126,88 ± 25,22 0,966Pressão diastólica (mmHg) 80 ± 7,30 83,75 ± 16,28 84,38 ± 17,50 0,607Parâmetros Séricos        Creatinina (mg/dL) 0,85 ± 0,18 0,85 ± 0,17 0,86 ± 0,19 0,856Cálcio total (mg/dL) 9,19 ± 0,40 9,19 ± 0,5 9,24 ± 0,39 0,816Ácido úrico (mg/dL) 5,33 ± 1,60 5,47 ± 1,43 5,33 ± 1,56 0,529HCO3 (mmol/L) 26,85 ± 1,92 27,19 ± 2,54 27,66 ± 2,01 0,292Parâmetros Urinários        Citrato (mg/24h) 196 ± 67 470 ± 191a 465 ± 228a <0,001pH 6,16 ± 0,82 7,26 ± 0,6a 7,32 ± 0,37a <0,001Potássio (mEq/24h) 54 ± 19 64 ± 37 87 ± 28a 0,009Sódio (mEq/24h) 164 ± 88 219 ± 71 186 ± 91 0,058Cálcio (mg/24h) 192 ± 71 186 ± 76 157 ± 158ab 0,010Creatinina (mg/24h) 1375 ± 467 1381 ± 350 1w ± 441 0,646Uréia (g/24h) 22,95 ± 6,31 22,34 ± 4,96 20,56 ± 7,23 0,239Magnésio (mg/24h) 80 ± 29 76 ± 21 71 ± 22 0,156Fósforo (mg/24h) 830 ± 240 706 ± 208a 667 ± 218a 0,002Cloro (mEq/24h) 160 ± 79 178 ± 63 171 ± 60 0,537Ácido úrico (mg/24h) 582 ± 191 614 ± 172 578 ± 176 0,666Volume urinário (mL/24h) 1794 ± 741 2140 ± 710 2010 ± 730 0,362Oxalato urinário (mg/24h) 23,07 ± 6,84 23,31 ± 7,27 22,79 ± 8,99 0,959Índice de Tiselius 1,79 ± 1,19 0,88 ± 0,49a 0,69 ± 0,39ab <0,001 X ± DP; a vs Basal; b vs BicNa.

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P-167

Uso de medicações cardioprotetoras em pacientes renais crônicos em hemodiáliseBurmeister JE,Campos JF,Salles F,Mosmann CB,Abreu LP,Fontana MF,Fracasso Jr J,Bastos JP,Rosito GAUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas,Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC) apresentam altos índices de morbidade e mortalidade cardiovascular (CV) e, naqueles em hemodiálise, mais de 50% das mortes são por doenças CV. Na população geral, já está bem estabelecido o benefício da prevenção primária destes eventos CV com o uso de iECA, esta-tinas e aspirina. Nos renais crônicos, isto não está adequadamente definido, seja por falta de estudos apropriados, seja por exclusão destes pacientes da maioria desses estudos, ou ainda por falta de aplicação dessa estratégia de prevenção a este grupo de pacientes. Objetivo: O Objetivo do estudo foi descrever o uso de quatro tipos de drogas cardioprotetoras na população de pacientes em hemodiálise na cidade de Porto Alegre. Casuística e Métodos: Estudo transversal com dados do Projeto COR-DIAL realizado em 2011 na cidade de Porto Alegre, incluindo 1.215 (97,3%) dos 1.249 indivíduos em tratamento com hemodiálise nos 15 centros especializados da cidade. O critério de inclusão foi tratamento dialítico por DRC há pelo menos 30 dias, idade ≥18 anos, em diálise há 30 dias ou mais e aderência ao termo de consen-timento. As informações foram obtidas a partir dos prontuários médicos de cada paciente. Foi analisada a utilização das seguintes classes de drogas cardioprotetoras: betabloqueadores, inibidores da enzima de conversão da angiotensina e/ou anagonista da angiotensina 2, antiplaquetários e estatina. O uso dessas classes de drogas foi analisado de acordo com os seguintes grupos de risco – pacientes com diabete melito (DM), com doença arterial coronariana (DAC), DM + DAC, e DM sem DAC. Resultados: 1.141 pacientes apresentavam os registros necessários. A média(DP) de idade era 58,1(14,8) anos, sendo 59,8% masculinos. Havia 400 pacientes com DM, 288 com DAC, 149 com DAC+DM, e 139 com DAC sem DM. O uso de IECA/ARA2 foi similar entre os 4 grupos de risco (entre 45,6 e 50,4%), assim como o de betabloqueadores (40,0 a 51,1%). Antiplaquetários foram utilizados desde 39,3% no grupo DM até 47,7% nos DAC+DM, enquanto estatinas variaram de 27,3% nos DAC sem DM até 45,0% nos DAC+DM. Conclusões: Considerando-se o elevado risco CV dos pacientes renais crônicos em hemodiálise, o uso de medicações cardioprotetoras nesse pacientes em Porto Alegre é inferior ao esperado de acordo com as recomendações atuais, embora similar ao descrito em estudos anteriores realizados em centros de outros países.

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P-522

Bone marrow-derived mesenchymal stem cells repaired but did not prevent gentamicin-induced acute kidney injury through paracrine effects in ratsReis LA1,Borges FT1,Simões M de J2,Schor N1

Nephrology Division 1, UNIFESP/ EPM, São Paulo,Nephrology Division 1, UNIFESP/ EPM, São Paulo,Morphology Department2, UNIFESP/ EPM, São Paulo,Nephrology Division 1, UNIFESP/ EPM, São Paulo

Introduction: The gentamicin (G) induce acute kidney injury (AKI) and it`s characterized by proximal tubular necrosis, alterations in glomerular hemodynamics and a decrease in both the glomerular plasma flow and in the ultrafiltration coefficient. Some studies have reported that the injected BMSCs infiltrate the kidney and directly populate the injured renal tubule or direct BMSCs incorporation into the tubules during the repair processes, suggesting paracrine effects. The protective effect of the conditioned medium (CM) was blunted by RNase during a long period of incubation, these effects may be mediated mainly by the RNA-like factors released by BMSCs into the medium. Objective: This study evaluated the effects of BMSCs or their conditioned medium (CM) on the repair and prevention of AKI induced by G. Methods: Animals received daily injections of G up to 20 days. On the 10th day, injections of BMSCs, CM, CM+trypsin, CM+RNase or exosome-like microvesicles extracted from the CM were administered. In the prevention groups, the animals received the BMSCs 24 h before or on the 5th day of G treatment. Results: Creatinine (Cr), urea (U), FENa and cytokines were quantified. The kidneys were evaluated using hematoxylin/eosin staining and immunohystochemistry. The levels of Cr, U and FENa increased during all the periods of G treatment. The BMSC transplantation, its CM or exosome injections inhibited the increase in Cr, U, FENa, necrosis, apoptosis and also increased cell proliferation. The pro-inflammatory cytokines decreased while the anti-inflammatory cytokines increased compared to G. When the CM or its exosomes were incubated with RNase (but not trypsin), these effects were blunted. The Y chromosome was not observed in the 24-h prevention group, but it persisted in the kidney for all of the periods analyzed, suggesting that the injury is necessary for the docking and maintenance of BMSCs in the kidney. Conclusion: The BMSCs and CM minimized the G-induced renal damage through paracrine effects, most likely through the RNA carried by the exosome-like microvesicles. The use of the CM from BMSCs can be a potential therapeutic tool for this type of nephrotoxicity, allowing for the avoidance of cell transplantations.

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P-837

Infecção por Trichosporon asahii em paciente transplantado renalDaniele Cristóvão Escouto,Florência Ferreira Barreiro,Leonardo Viliano Kroth,David Saitovitch,Moacir Alexandre Traesel,Fernando Martins TettamanzyPUCRS,PUCRS,PUCRS,PUCRS,PUCRS,PUCRS

Introdução: Infecções fúngicas são comuns em pacientes com transplante renal. No entanto, a infecção pela espécie Trichosporon é rara, especialmente em sua forma invasiva. A infecção invasiva pelo Trichosporon spp pode ocorrer de forma generalizada, com rápida evolução para disfunção de múltiplos órgãos; ou localizada, aco-metendo um único órgão, como o enxerto renal. A resposta ao tratamento da infecção invasiva depende em grande parte do estado imunológico do paciente e tanto a terapia antifúngica de escolha quanto o tempo de tratamento permanecem desconhecidos. Objetivos: Relatamos um caso de infecção pelo fungo Trichosporon asahii em enxerto renal dois meses após transplante renal com doador falecido em paciente tratado para rejeição aguda grave. Casuística e Métodos: Revisão de prontuário. Resultados – Relato do Caso: Paciente masculino de 31 anos transplantado renal, doador falecido, em fevereiro de 2012. Hipersensibilizado por transplante renal prévio em 2007. Evoluiu com quadro de rejeição humoral aguda grave em torno do 7º dia de pós-operatório. Recebeu tratamento com metilprednisolona, timo-globulina anti-timócito, imunoglobulina humana, plasmaferese e bortezomibe. Na biópsia do enxerto de controle pós-tratamento, observou-se ausência de rejeição aguda; havia, entretanto, intenso infiltrado neutropiocitário, além da presença no interstício e luzes tubulares de estruturas Grocott positivas, achados compatíveis com pielonefrite fúngica. Foi iniciada terapia antifúngica de amplo espectro com Anfotericina B lipossomal, mantida após o achado de reatividade positiva no soro para antígenos de Cryptococcus neoformans em látex. Após 21 dias de tratamento sem resposta clínica, optou-se pela nefrectomia do enxerto e manutenção da terapia antifúngica com Anfotericina lipossomal por 28 dias, com uso posterior durante 24 semanas de Fluconazol. O agente etiológico foi identificado tardiamente através de hemoculturas positivas para o fungo Trichosporon asahii. Conclusões: A infecção pelo Trichosporon asahii é rara, com grande potencial de gravidade, tratamento longo e complexo. Uma característica complicadora do seu diagnóstico é a reatividade cruzada com anticorpos contra o fungo Cryptococcus neoformans, agentes com avaliação clínica e tratamento distintos. Nosso paciente, no momento da infecção encontrava-se severamente imunossupresso, provavelmente o fator mais decisivo para a falha de resposta ao tratamento e necessidade de nefrectomia do enxerto.

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P-77

Fatores de risco cardiovascular e presença de doença cardiovascular em pacientes renais crônicos em hemodiáliseBurmeister JE,Borges V,Mosmann CB,Saraiva RT,Munaro G,Bastos JP,Rosito GAUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

Introdução: As doenças cardiovasculares, especialmente ateroscleróticas, são a principal causa de óbito nos pacientes em hemodiálise por insuficiência renal crônica (IRC), sendo responsáveis por aproximadamente 50% desses casos. Os fatores tradicionais de risco cardiovascular tem papel relevante nestes casos, mas o perfil de risco cardiovascular em pacientes renais crônicos em diálise parece ser diferente da população geral. Objetivo: Identificar os fatores de risco com maior força de associação com a presença de doença cardiovascular nesses pacientes em uma coorte representativa de todos os pacientes em hemodiálise na cidade de Porto Alegre. Material e Métodos: Estudo transversal com dados do Projeto CORDIAL realizado em 2011 em Porto Alegre, incluindo 1.215 (97,3%) dos 1.249 indivíduos em hemodi-álise por IRC nos 15 centros especializados da cidade. O critério de inclusão foi tratamento dialítico por DRC há pelo menos 30 dias, idade ≥18 anos e aderência ao termo de consentimento. As informações foram obtidas a partir dos prontuários médicos de cada paciente. Foram identificados 1.170 pacientes com registros e/ou informações sobre presença ou não de doença cardiovascular. Os dois grupos foram analisados comparativamente quanto às prevalências de hipertensão arterial (PA >140/90 mmHg ou uso de antihipertensivo), diabetes 1 e 2 (diagnóstico informado, uso de hipoglicemiante ou glicemia de jejum > 115 ou > 200 mg/dL em qualquer horário), dislipidemia (colesterol total >200, LDL >160, HDL <40 ou triglicerídeos >200 mg/dL ou uso de hipolipemiantes), tabagismo atual ou passado, sedentarismo (ausência de atividade física), idade >60 anos e sexo masculino. Resultados: Hipertensão arterial, diabetes e idade >60 anos foram mais prevalentes nos pacientes com DCV (p<0,0001 para todos); dislipidemia (p=0,010) e sedentarismo (p=0,021) também apresentaram maior prevalência no grupo com DCV. Coro-nariopatias (59,6%), doença cerebrovascular (28,6%), qualquer revascularização (20,9%) e doença arterial periférica (11,2%) foram as manifestações mais frequentes de DCV neste grupo. Conclusões: Tabagismo e sexo masculino não apresentaram associação significativa com presença de doença cardiovascular, diferentemente de hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, idade >60 anos e sedentarismo. Doença coronariana e doença cerebrovascular foram as mais frequentes dentre as doenças cardiovasculares, apontando para fatores relacionados à aterosclerose como importantes nesta situação.

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P-134

Perfil dos pacientes octogenários e nonagenários em diáliseMonteiro LL,Mendonça MSC,Almino SN,Silva DPPM,Ferreira MS,Aguiar YQ,Monte Neto JT,Chaves RV,Nascimento GVRFaculdade Novafapi, Piauí,Faculdade Novafapi, Piauí,Faculdade Novafapi, Piauí,Faculdade Novafapi, Piauí,Faculdade Novafapi, Piauí,Faculdade Novafapi, Piauí,Universidade Federal do Piauí,Hospital Aliança Casamater, Piauí,Faculdade Novafapi, Piauí

Introdução: O envelhecimento populacional provocou um expressivo aumento na prevalência das doenças crônicas, entre elas a Doença Renal Crônica (DRC).Com isso, é crescente também o número de pacientes com idade avançada(octogenários e nonagenários) em terapia dialítica no mundo.Na literatura existe controvérsia quanto ao início da diálise nesses pacientes com idade avançada.Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico e clínico dos pacientes octogenários e nonagenários em diálise.Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, epidemiológico e retrospectivo.A população – alvo estudada foram dos pacientes que iniciaram diálise entre 80-99 anos de idade em três clínicas da cidade de Teresina-Piauí, que foram estudados no período de um ano(maio de 2011 a maio de 2012).Resultados: Num universo de 400 pacientes em diálise nas três clínicas do estudo, foram selecionados 17 pacientes(4,25%), desses 82,4% eram do sexo masculino, a idade média foi de 87,0(± 3,2), 53,9% estavam na faixa etária de 82anos e 87 anos, 47,1% entre 88 e 93 anos.Realizaram pelo menos uma consulta com nefrologista previamente à diálise 70,6% dos pacientes, e a mais prevalente modalidade foi a hemodiálise(HD) com 76,5% dos idosos estudados, sendo o cateter duplo lúmen(CDL) o principal acesso no início da HD(70,6%).A maior parte dos pacientes não sofreu mudança de modalidade ao longo do tratamento(94,1%) e 88,2% tiveram alguma intercor-rência após o início da diálise.A principal causa básica da doença renal crônica foi a hipertensão(HAS) com 47,1%, a cardiopatia esteve presente como co-morbidade em 35,3% desses idosos.Nos exames prévios à primeira diálise a média do cleareance de creatinina dos pacientes foi de 10,56(± 3,87), a maioria tinha anemia com média de hemoglobina de 10,09(± 2,3) e hematócrito de 30,8(± 6,75), o Fósforo teve média de 3,67(± 1,53), a uréia média de 119,9(± 57,7) e PTH(Paratormônio) média de 240,52(± 248,4).Dos pacientes estudados 23,5% foram a óbito.Conclusão: O perfil dos pacientes octogenários e nonagenários estudados eram na maioria do sexo masculino, tinham idade entre 82-87 anos, hipertensão como causa da DRC, realizavam HD como modalidade, o principal acesso inicial na HD foi o CDL e tiveram algum tipo de intercorrência após o início do tratamento.

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Fatores de risco cardiovascular e doença cardiovascular em pacientes idosos em hemodiáliseMosmann CB,Burmeister JE,Macolmes A,Klein MA,Youssef D,Caramori N,Nascimento D,Bastos JP,Rosito GA,Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas,Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

Introdução: O aumento da longevidade da população geral tem proporcionado que um maior número de pacientes renais crônicos idosos inicie tratamento com he-modiálise. Com isto a prevalência de idosos em terapia dialítica vem aumentando em todo o mundo. As características destes indivíduos apontam para um risco maior de problemas cardiovasculares, os quais são a principal causa de óbito entre todos os pacientes em hemodiálise. Objetivo: Analisar a prevalência dos fatores de risco cardiovascular nesta população e comparar com o grupo dos mais jovens. Casuística e Métodos: Estudo transversal com dados do Projeto CORDIAL realizado em 2011 na cidade de Porto Alegre, incluindo 1.215 (97,3%) dos 1.249 indivíduos em tratamento com hemodiálise nos 15 centros especializados da cidade. O critério de inclusão foi tratamento dialítico por DRC há pelo menos 30 dias, idade ≥18 anos e aderência ao termo de consentimento. As informações foram obtidas a partir dos prontuários médicos de cada paciente. Havia 1213 pacientes com dados disponíveis, os quais foram estratificados por idade (<60 anos ou =>60 anos), analisando-se esses grupos comparativamente quanto às prevalências de hipertensão arterial (PA >140/90 mmHg ou uso de antihipertensivo), diabetes 1 e 2 (diagnóstico informado, uso de hipoglicemiante ou glicemia de jejum >115 ou >200 mg/dL em qualquer horário), dislipidemia (colesterol total >200, LDL >160, HDL <40 ou triglicerídeos >200 mg/dL ou uso de hipolipemiantes), tabagismo atual ou passado, sedentarismo (ausência de atividade física) e sexo masculino, além de diagnóstico conhecido de alguma doença cardiovascular (DCV). Resultados: No grupo <60 anos havia 623 indivíduos e => 60 anos (idosos) eram 590 (48,6% do total). Dentre os idosos, havia mais indivíduos do sexo masculino (62,9 vs. 56,5% - p=0,0236) e observou-se prevalência significativamente maior (Chi-quadrado) de diabetes – 45,3 vs. 26,6% (p<0,0001), sedentarismo – 77,8 vs. 68,8% (p=0,0006) e sexo masculino – 62,9 vs. 56,5% (p=0,023). Hipertensão era mais prevalente no grupo <60 anos (p=0,023) e dislipidemia não apresentou diferença significativa. A presença de diagnóstico de DCV era maior entre os idosos (p<0,0001). Conclusão: O achado de maior prevalência de sexo masculino, diabetes e sedentarismo, assim como de menor prevalência de hipertensão arterial entre idosos em hemodiálise, pode sugerir estratégias preventivas para redução da morbi-mortalidade cardiovascular mais prevalente neste grupo de indivíduos.

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P-869

Uso da RBP urinária como biomarcador de Disfunção Crônica do Enxerto : Estudo PilotoChinen R,Camara NOS,Pacheco-Silva AUNIFESP / HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN,UNIFESP,UNIFESP / HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

Introdução: O transplante renal é amplamente aceito como o melhor tratamento para insuficiência renal crônica. Tem sido proposto que a ciclosporina (CsA) pode causar diretamente lesão tubular. Anteriormente, nosso grupo demonstrou que a RBP urinária (uRBP) pode ser uma ferramenta muito útil para a detecção precoce da disfunção tubular em pacientes transplantados. Objetivo: Nós procuramos demonstrar neste estudo que essa lesão tubular pode ser prontamente reversível por meio de uma individualização da imunossupressão. Materiais e Métodos: Nós avaliamos 171 transplantados renais que vinham em uso de CsA e azatioprina (Aza). De-tectamos a disfunção tubular por meio de 3 amostras consecutivas anormais de uRBP(uRBP>0.400 mg/L). 43 pacientes (25,15%) foram detectados com disfunção tubular. Os pacientes com disfunção tubular foram randomizados para um de dois grupos: sem mudança da imunossupressão (Grupo AZA, N=13) ou conversão de Aza para ácido micofenólico associado a redução da dose de CsA mantendo níveis sanguíneos entre 50-75 ng/mL (Grupo MIC, N=18). O seguimento dos pacientes durou um ano. A análise estatística foi realizada com o SPSS, e considerado p<0.05. Resultados: Pacientes com RBPu normal tiveram creatinina sérica (SCr) menor do que aqueles com RBPu alta (1,4 0,24 vs 1,6 0,31 mg/L, p<0,0001) e a diferença persistiu na SCr final (1,4 0,28 vs 1,6 0,39 mg/dL, p<0,0001). Comparando o grupo AZA com o grupo MIC, não houveram diferenças estatísticas em relação a SCr inicial (1.59 0.28 vs 1.67 0.33 mg/dL, p=0.431), níveis sanguíneos de CsA iniciais (113.40 38.15 vs 132.11 52.32 ng/mL, p=0.245), uRBP inicial (2.790 2.548 vs 2.721 2.238 mg/L , p=0.936). Um ano depois, pacientes do grupo MIC apresentaram queda da SCr (inicial 1.67 0.33 mg/dL vs final 1.50 0.30 mg/dL, p<0.0001),da uRBP (inicial 2.721 2.238 mg/L vs final 1.114 0.974 mg/L, p=0.001) e dos níveis sanguíneos de CsA (inicial 132,11 52,32 ng/mL vs final 53,61 20,22 ng/mL, p<0.0001). Além disso, 6 pacientes desse grupo normalizaram a RBPu. Em contraste, o Grupo AZA não apresentou diferenças entre o inicio e o fim em relação a uRBP (2,8 2,5 vs 5,3 7,2 mg/L, p=0,152) e apresentou aumento da SCr (inicial 1,5 0,28 vs final 1,8 0,44 mg/dL, p<0,0001). Conclusão: Em pacientes transplantados renal estáveis é possível reverter a disfunção tubular proximal e evitar futura deterioração da função do enxerto. Além disso, nossos dados sugerem que a RBP urinária pode ser usada como um biomarcador em transplantados renais.

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P-316

Perfil epidemiológico e laboratorial dos pacientes internados na enfermaria de nefrologia do Hospital das Clínicas de Pernambuco para início de terapia renal substitutivaOliveira CBL, Sette LHBC, Coelho SN, Cavalcante MAGM, Valente LMHospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco,Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco

Objetivo: Avaliar o perfil demográfico, clínico e laboratorial dos pacientes internados com doença renal crônica (DRC) que iniciaram Terapia Renal Substitutiva (TRS) no serviço de nefrologia do Hospital das Clínicas da UFPE. Métodos: Análise dos prontuários de pacientes internados para início de TRS na enfermaria de nefrologia entre janeiro de 2011 e maio de 2012, para avaliação do perfil clínico e laboratorial. Resultados: Foram avaliados 40 pacientes, com idade média de 47±16,5 anos, sendo 52% do sexo masculino. Em relação à modalidade de TRS, 37 pacientes iniciaram hemodiálise, e 3 diálise peritoneal. Nefropatia diabética foi a etiologia mais comum (28%), seguido por: indeterminada (23%); nefropatia hipertensiva (20%); glomerulopatia (18%); nefrolitíase complicada (8%) e pielonefrite crôni-ca (2%). O início da TRS foi motivado por azotemia (clearance de creatinina < 10ml/min/1,73m2) em 10 pacientes (25%), enquanto que os outros 30 pacientes (75%) iniciaram TRS em caráter de urgência por síndrome urêmica, hipervolemia ou hipercalemia refratária. As médias de creatinina e ureia foram respectivamente, 8,6±4,8mg/dL e 180±53mg/dL. O tempo médio de internação foi de 15±13,3 dias. O grupo de pacientes sem acompanhamento ambulatorial prévio (80%) apresen-tou uma tendência maior de apresentar exames laboratoriais fora dos padrões recomendados pelo KDOQi, quando comparado ao grupo acompanhado previamente, conforme descrito a seguir: chance 1,3 vezes maior de ter hemoglobina < 11mg/dl (IC 95% 0,26-6,6; p=0,52); 2,6 vezes maior de ter Saturação de Transferrina < 20% (IC 95% 0,23-30; p=0,4); 6 vezes maior de ter ferritina <200 ou >500ng/ml (IC 95% 0,59–60,43; p=0,11); 1,6 vezes maior de ter produto cálcio x fósforo >55 (IC 95% 0,27-9,12; p=0,47); 22 vezes maior de ter LDL>100mg/dl (IC 95% 1,53-314; p=0,02); e 32 vezes maior de ter triglicerídeos>150 mg/dl (IC 95% 2,38-443; p=0,005). Conclusão: A principal etiologia identificada nos pacientes internados que iniciaram diálise no nosso serviço foi nefropatia diabética. Pacientes acompanhados previamente no ambulatório de nefrologia tiveram perfil lipídico mais adequado e apresentaram uma tendência a terem parâmetros laboratoriais mais próximos dos recomendados.

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Adequação de Diálise Baseado na Cinética da Ureia: Comparação Entre Hemodiálise Noturna Longa e Hemodiálise ConvencionalSato VAH,Di-Nizo FER,Roque FL,Ventura CG,Luders CHospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês,Hospital Sírio-Libanês

A hemodiálise noturna longa (HNL) apresenta-se atualmente como uma opção no tratamento dos pacientes com doença renal crônica terminal. Avaliamos os índices de adequação de diálise nos 5 primeiros pacientes que completaram 6 meses de seguimento em HNL. Quatro pacientes encontravam-se em programa de hemodiálise convencional (HDC) e 1 paciente realizava hemodiálise diária(HDD). Os pacientes em HNL, 4 homens e 1 mulher, tinham idade média de 57 anos (25-81) e foram submetidos a terapias de 8 horas, três vezes por semana, com capilares de polissulfona Fresenius HF80, fluxo de sangue de 250mL/min, fluxo de dialisato 500mL/min. No programa de HDC as sessões eram realizadas 3 vezes por semana por 3,5-4 horas com capilares polissulfona Fresenius F8 ou HF80, fluxo de sangue 300-350ml/min e fluxo de dialisato 800ml/min. Os parâmetros da cinética da ureia (spKt/V, eKt/V, stdKt/V) foram comparados no tempo, 0, 2, 4 e 6 meses pelas equações de Daugirdas, Daurgidas-Schneditz e Leypoldt, respectivamente. As comparações entre médias foram realizadas por análise de variância. spKt/V: Kt/V single pool, eKt/V: Kt/V equilibrado, stdKt/V: standard Kt/V, Observamos aumento significativo da dose de diálise quando avaliada como spKt/V, eKt/V e stdKt/V. O aumento médio da dose de diálise foi de aproximadamente 70% para spKt/V, 78% para eKt/V e de 28% para stdKt/V. Outra evidência indireta do aumento expressivo da dose de dialise é observada quando analisamos a redução dos valores médios de creatinina ao redor de 25%. Apesar do pequeno número de pacientes analisados e do tempo curto de seguimento observamos que a dose de diálise alcançada nos paciente em HNL é semelhante aquela descrita na literatura para programas de HDD com 2,0-2,5 horas, 6 vezes por semana, esta dose sendo em torno de 2 vezes maior que o recomendado pelo KDOQI. Concluímos desta forma, que a HNL além de propiciar o aumento expressivo da dose de diálise, pode ser comparada com programas de HDD, onde foi demonstrado, em estudo prospectivo e randomizado, aumento da sobrevida dos pacientes.Tempo (meses) 0 2 4 6 pCreatinina (mg/dL) 10,4±4,2  8,6±4,0 8,3±2,8 6,4±1,4 <0,05Uréia pré (mg/dL) 150±27  116±29 114±15 104±17 <0,05Ureia pós (mg/dL) 46±9 20±7 21±7 16±4 <0,05spKt/V 1,4±0,1 2,3±0,4 2,5±0,2 2,4±0,2 <0,05eKt/V 1,26±0,11 2,04±0,28 2,24±0,15 2,42±0,07 <0,05stdKt/V 2,34±0,37 2,94±0,27 2,98±0,09 2,96±0,06 <0,05PCRn (g/Kg/dia) 1,35±0,09 1,16±0,12 1,18±0,14 1,2±0,14 >0,05spKt/V: Kt/V single pool, eKt/V: Kt/V equilibrado, stdKt/V: standard Kt/V, PCRn: taxa de catabolismo proteico normalizada, p=tempo 0 vs. 2,4 e 6 meses

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The cytoprotective effect of CORMs on the influence of oxidative stress in acute kidney injury (AKI) associated with MalariaMeire Ioshie Hiyane, Claudia Silva Cunha, Mariana Yasue Saito Miyagi, Mariane Tami Amano, Milene Nakagawa, Niels O. Câmara, Rosa M. EliasUSP,USP,USP,USP,USP,USP, UNIFESP,USP, UNIFESP

Objective: The aim of this study is to evaluated the therapeutic activity of CORM-2 (Carbon Monoxide-Releasing Molecule) regulate the production of reactive oxygen species during an experimental model of severe malaria, as well the efficacy of drug treatment to improve renal function.2. Methods: To evaluate the efficacy of CORM-2 treatment during an experimental model of severe malaria, BALB/c infected mice were injected (iv) 2 times, at days 5 and 6 after infection, with 10 mg/kg of CORM-2. Blood, urine and kidney samples were collected at day 7 after infection. To assess renal function, blood urea nitrogen, plasmatic creatinine and erythrocytic PpIX were evaluated. The products of oxidative stress (heme, conjugated dienes and ox-LDL) were measure in plasma and the inflammatory modulation by western blot. The renal microvascular modification was assessed by extravasations of Evans blue dye from the kidneys parenchyma. Evans blue dye concentration was measured through absorbance at 620 nm. Data was presented as microgram of Evans blue dye per gram of tissue. 3. Results: In the present study, CORM-2 showed to be effective in treatment of malaria associated - AKI. Evaluating renal function, we observed that infected group treated with CORM-2 (Pb+CORMS) presented decreased levels of plasmatic creatinine (0.2909mg/dL ± 0.02961) and urea (24.9mg/dL ± 1.6) in comparison with infected group (Pb) (0.67mg/dL ± 0.07 and 35.9mg/dL ± 3.4), respectively. As renal function parameter, erythrocytic PpIX was also analyzed. In Pb+CORM-2 (0.01886mg/ml± 0.0007954) was noticed an increase, while in Pb group PpiX was (0.01138mg/ml ± 0.002232). The quantification of products of oxidative stress showed that CORMs were evaluated by heme, conjugated dienes and ox-LDL in the serum. The quantification of Heme levels provided a lower result in Pb+CORM-2 (2.816 mM± 0.8404). The same tendency was seen in spectofotometric detection of conjugated dienes 1.11-fold decrease and ox-LDL quantificated 1.2-fold decrease in relation to the infected control. We observed a significant reduction of renal vascular permeability at Pb+CORMS (88.28 mg/g tissue ± 5.037), as compared to Pb group (134.0 mg/g tissue ± 14.72). 4. Conclusions: Considering our results, we concluded that CORM-2 can be a potential treatment for acute kidney injury associated with malaria.

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Características dos pacientes inflamados em hemodiálise: difícil identificar; difícil tratarGabriel Lopes Kuchinski, Enio Marcio Maia Guerra, Camila Quitério Carvalho, Ronaldo D’avila, Ricardo Augusto de Miranda Cadaval, Fernando Antonio de Almeida, Cibele Isaac Saad RodriguesFaculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC - SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC - SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC - SP, Faculdade ee Ciências Médicas e da Saúde - PUC - SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC - SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC - SP, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC - SP

Níveis elevados de PCR correlacionam-se com inflamação e mortalidade em pacientes submetidos à hemodiálise (HD). Reveste-se, portanto, de fundamental im-portância a identificação dos fatores que coexistem com a elevação da PCR e que possam vir a ser alvo de terapêuticas visando a correção destes. O presente trabalho objetiva identificar as características dos pacientes em HD com PCR elevada, para posterior adoção de medidas intervencionistas visando redução da inflamação e, consequentemente, da mortalidade. Em Ago/2011 identificamos 32 (26,2%) pacientes prevalentes em HD, com PCR superior a 1,0 mg/dl. Estes foram submetidos à avaliação nutricional, odontológica, inquérito sobre atividade física, aplicação do escore de desnutrição inflamação (EDI), índice de eritropoetina (IEPO), dosagem de vitamina D, caracterização do acesso venoso, parâmetros de diálise e rotina bioquímica, tendo sido acompanhados até Mai/2012. Constatamos predomínio de homens (68,7%) brancos (78,1%), com média de permanência em HD de 75,5±40,2 meses, utilizando fístula (90,6%). A PCR foi 2,4±2,1 mg/dl, albumina 3,7±0,4 mg/dl, Kt/V 1,4±0,2, vitamina D 30,4±15,4 ng/ml, EDI 7,8±3,1, IEPO 254,7±132,8 UI%, hemoglobina 11,3±2,1 g/dl, fósforo 7,5±2,3 mg/dl. Apenas 23,5% realizavam algum tipo de atividade física. O IMC foi 25,5±4,9 Kg/m2 e do ponto de vista nutricional 9,4% dos pacientes exibiam magreza graus I, II ou III, eutrofia em 34,4%, sobrepeso em 37,5% e obesidade grau I em 18,4%. A ingesta protéica foi 1,3±0,4 g/Kg/dia e a calórica 1785,5±380,4 Kcal/dia. Apenas 8 pacientes (25%) compareceram à avaliação odontológica, constatando-se em 4 deles a presença de focos infecciosos dentários. As únicas correlações estatisticamente significantes que constatamos foram entre PCR e IEPO (r=0,44; p=0,008) e vitamina D e albumina (r=0,63; p=0,0002). Nestes 10 meses, 4 (12,5%) pacientes evoluíram para óbito. Conclui-se que propostas de intervenção, visando redução da PCR, embora conceitualmente necessárias, não são de fácil Introdução em face às escassas correlações entre os critérios analisados e a PCR. O controle do fósforo, a prática de atividade física e o tratamento de focos infecciosos periodontais podem vir a se constituir nas medidas mais indicadas nestes pacientes. Apoio PIBIC/CNPq

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P-704

Relação entre Beta-2-microglobulina urinária e taxa de filtração glomerular em pacientes com Síndrome de Sjögren primáriaGuilherme Brasil Duffles Amarante,Carlos Perez Gomes,Alvimar Gonçalves Delgado,Maurilo Leite JrNefrologia - Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ,Nefrologia - Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ,Nefrologia - Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ,Nefrologia - Hospital Universitario Clementino Fraga Filho - UFRJ

Introdução: A Síndrome de Sjögren acomete o rim em cerca de 10% dos casos. Lesões subclínicas, como distúrbios da função tubular proximal, podem ser a forma inicial de acometimento renal, inclusive podendo preceder a própria síndrome seca. Já alterações da função glomerular são raramente vistas na doença, presentes apenas em fases mais tardias ou em associação com linfoma e outras colagenoses. Objetivo: Avaliar e correlacionar beta-2-microglobulina urinária (marcador de lesão tubular renal proximal) e taxa de filtração glomerular (TFG) em pacientes com diagnóstico de Síndrome de Sjögren Primária. Pacientes e Métodos: Foram selecio-nados 25 pacientes com Síndrome de Sjögren Primária de acordo com os critérios de classificação da American-European Consensus Group de 2002. O protocolo de avaliação de lesão tubular renal proximal consistia em dosagem de beta-2-microglobulina urinária (β2Mu), enquanto a TFG foi estimada pela creatinina sérica através da fórmula do MDRD. Consideramos lesão proximal quando o valor de β2Mu foi superior a 0.23mg/l e doença renal crônica (DRC) estabelecida quando TFG foi inferior a 60ml/min/1,73m2 independente de lesões estruturais e/ou funcionais. Também foi medida relação albumina/creatinina urinaria (A/C). Resultados expressos em média±desvio padrão, com avaliação estatística através de análise de correlação (Pearson) e regressão linear.Resultados: Dos 25 pacientes analisados (92% de mulheres, idade 52,8±12,6anos, IMC 26,2±6,1Kg/m2, TFG 81,4±26,9ml/min/1,73m2), foram diagnosticados 4 pacientes (16%) com lesão tubular proximal, 4 pacientes (16%) com microalbuminuria (A/C<0,03) e 5 pacientes (20%) com DRC estabelecida. Todos os pacientes com lesão tubular proximal apresentavam DRC (TFG 39,5±11,1ml/min/1,73m2). Houve correlação significativa entre β2Mu e TFG (r = -0,48; p = 0,014) derivando a seguinte equação de regressão: TFG = 88,119 – (3,709 x β2Mu). Não houve correlação significativa entre A/C e TFG nem entre A/C e β2Mu. Conclusão: Na população estudada, observamos correlação negativa significativa entre β2Mu e TFG. Desta forma, sugerimos que a dosagem de beta-2-microglobulina urinaria pode servir como marcador precoce de progressão de doença renal crônica em pacientes com síndrome de Sjögren primária.

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P-703

Pielonefrite Xantogranulomatosa bilateral cursando com insuficiência renal e infecção do trato urinário de repetiçãoGeraldo Barcellos de Camargo Neto,Juliana Gazzi Macedo,Leidson Durães Alkmim,Eduardo Roberto da Silveira,Roberto Eduardo Salum,Mario Antonio Mafra Macedo,Leandro de Castro Bahia Alvarenga Soares,Lilian Cardoso Marques,Rodrigo de Oliveira Lima,Frederico Macedo Rocha,Sílvia Corradi FariaHospital Santa Rita / Nefron,Hospital Socor / Nefron,Hospital Santa Rita / Nefron,Hospital Vera Cruz / Cenemge,Hospital Santa Rita / Nefron,Hospital Socor / Clinemge,Hospital Socor,Hospital Vera Cruz,Hospital Santa Rita,Hospital Socor,Hospital Socor

Introdução:A Pielonefrite Xantogranulomatosa (PNX), descrita por Schlazenhaufer em 1916, é condição infecciosa crônica, incomum e grave do rim. Caracteriza-se por destruição supurativa do parênquima renal, associada à granulomas, abcessos e células com inclusões lipídicas, levando a insuficiência renal (IR). Objetivo: Re-latar caso de PNX, manifestações clínicas, laboratoriais e exames de imagem. MATERIAL E MÉTODOS: Caso de paciente diagnosticada com PNX após infecções do trato urinário (ITU) de repetição e IR. Resultados: VRSG, 41 anos, feminino, histórico de ITU de repetição. Procurou o Hospital Socor devido à dor lombar, disúria, náuseas, vômitos, anorexia e febre. Negava doenças crônicas. Os exames laboratoriais mostravam creatinina sérica de 2,9mg/dL, global de leucócitos de 16500 céls/mm³, urina rotina: densidade 1015, pH 5,0, nitrito positivo, campos repletos de leucócitos, flora aumentada, cilindros e cristais ausentes. Gram de gota: raros bastonetes gram negativos/numerosos leucócitos polimorfonucleares, urocultura: E. coli. À ultrassonografia os rins apresentavam tamanho normal, desorganização anatômica, formações hipoecogênicas e anecóicas difusas pelo parênquima, associadas a imagens sugestivas de litíase. Ao exame físico estava hipocorada, dor a punho percussão bilateralmente e sem outras alterações. Tendo-se PNX como hipótese diagnóstica principal, foi solicitada tomografia computadorizada de abdome, que evidenciou sinais de PNX bilateral e ureterolitíase distal à direita causando acentuada hidronefrose à montante. A cintilografia renal estática com DMSA mostrou cicatrizes corticais, hidronefrose e rins hipofuncionantes, sugerindo nefropatia crônica bilateral, em grau discreto à direita e moderado à esquerda. Juntamente com a urologia, foi diagnosticado PNX e iniciado correção da hipocitratúria. Dado o diagnóstico, o paciente foi submetido a implante de cateter de duplo J, tratamento da ITU e posterior profilaxia, com melhora discreta da função renal, contraindicando a nefrectomia bilateral e sendo acompanhado ambulatorialmente. Conclusão: A PNX é uma variante incomum da pielonefrite crônica. Ocorre devido à obstrução por cálculos renais infectados, causando destruição do rim secundário ao processo inflamatório, levando a IR terminal. Os sinais e sintomas são semelhantes aos da paciente do caso: meia idade, ITU recorrente (E. coli/Proteus mirabilis), dor lombar, massa renal, IR e alterações nos exames de imagem.

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P-158

Tanto obesidade classe II ou superior quanto desnutrição estão associadas a maior mortalidade em 2 anos em pacientes incidentes em hemodiáliseGiselly Rosa Modesto Pereira,Jorge Paulo Strogoff de Matos,Frederico Ruzany,Eufrônio DÁlmeida Filho,Marcos Sandro Fernandes de Vasconcelos,Ana Beatriz Barra,Jocemir Ronaldo LugonUniversidade Federal Fluminense,Universidade Federal Fluminense,Fresenius Medical Care Brasil,Fresenius Medical Care Brasil,Fresenius Medical Care Brasil,Fresenius Medical Care Brasil,Universidade Federal Fluminense

Introdução: A relação entre índice de massa corporal (IMC) e mortalidade em hemodialisados é controversa. No presente, os intervalos de IMC podem ser classifi-cados como: <18,5 desnutrição, 18,5-24,9 faixa normal, 25,0-29,9 sobrepeso, 30,0-34,9 obesidade classe I, 35,0-39,9 obesidade classe II, e ≥40 obesidade classe III. Foi avaliado o impacto do IMC na mortalidade aos 2 anos em uma coorte de pacientes incidentes em hemodiálise (HD). Métodos: Neste estudo observacional, um total de 3.082 pacientes incidentes em HD, em 25 centros de diálise, foram acompanhados por 2 anos. A diálise consistiu de 3 sessões de 4 h cada semana por usando dialisadores de alto fluxo. Pacientes menores de 18 anos de idade e aqueles que morreram antes de 90 dias em HD foram excluídos da análise. O desfecho primário foi mortalidade por qualquer causa. Associações com mortalidade foram testadas através de um modelo de risco proporcional de Cox. Resultados: Os valores de IMC estavam disponíveis em 2537 casos. Os pacientes tinham idade de 52 ± 16 (18-94) anos, 58% eram do sexo masculino, e 23%, diabéticos. O número e percentagem de indivíduos em cada faixa de IMC e a razão de risco (do inglês, HR) de morte e o intervalo de confiança de 95% (IC 95%) estratificada por idade são mostrados na tabela ao fim do Resumo. Conclusões: O IMC abaixo de 18,5 kg/m2 foi associado com maior taxa de mortalidade em pacientes idosos. IMC acima de 35 Kg/m2 só estava presente em indivíduos não idosos e foi associado a um aumento da mortalidade. Deve-se ressaltar que os valores de IMC na faixa de sobrepeso e obesidade classe I não foram associados com maior taxa de mortalidade, independentemente da faixa etária.

IMC (Kg/m2) < 65 anos >= 65 anosN (%) HR (IC 95%) P N (%) HR (IC 95%) P

18,5-24,9 (referência) 1163 (60,2) 1 - 370 (61,3) 1 -<18,5 265 (13,7) 1,31 (0,93-1,86) 0,123 77 (12,7) 1,57 (1,05-2,36) 0,03025,0-29,9 375 (19,4) 0,87 (0,62-1,23) 0,428 124 (20,5) 0,85 (0,56-1,28) 0,43630,0-34,9 122 (6,3) 0,87 (0,49-1,53) 0,618 33 (5,5) 0,76 (0,35-1,63) 0,486>=35 8 (0,4) 4,99 (1,84-13,44) 0,002 - - -

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P-485

Análise da função renal em um modelo de reprogramação fetal seguido de insuficiência renal experimentalPucci KRM,Rocha LP,Pereira Júnior CD,Guimarães CSO,Reis MA,Rocha LB,Câmara NOS,Glória MA,Corrêa RRM1UFMG,UFMG,UFMG,UFMG,UFMG,UFMG,UNIFESP,UNIFESP,UFMG

Introdução: O diabetes gestacional é considerado um modelo de reprogramação fetal. Objetivo: Avaliar o impacto da reprogramação fetal na progressão da insufici-ência renal experimental. Casuística e Métodos: O diabetes mellitus foi induzido em 4 fêmeas Wistar com dose intraperitoneal de estreptozotocina. 4 fêmeas Wistar controles receberam a mesma dose de veículo. O cruzamento foi feito após a confirmação do estado diabético. A indução da insuficiência renal foi realizada nos fi-lhotes com uma única dose intraperitoneal de ácido fólico. O grupo controle recebeu o mesmo volume de veículo. Em dois momentos distintos (2 e 5 meses) foram estabelecidos os seguintes grupos: Filhotes de matriz controle (MC) que receberam veículo (MCFV), filhotes de MC que receberam ácido fólico (MCFAF), filhotes de matriz diabética (MD) que receberam veículo (MDFV) e filhotes de MD que receberam ácido fólico (MDFAF). Os animais foram submetidos à avaliação da pressão arterial sistêmica (PA) e frequência cardíaca (FC) pelo método pletismográfico 24 horas após a administração de ácido fólico e à eutanásia 48 horas após. Durante a eutanásia foi realizada punção intracardíaca para coleta de sangue e análise da função renal. Resultados: Os filhotes de MC apresentaram PA significativamente maior que os filhotes de MD no grupo com 2 meses de idade (125,34 ± 4,91 vs 110,86 ± 9,69 mmHg). No grupo de 5 meses não houve diferença significativa. A FC foi significativamente menor nos filhotes de MC, em relação aos filhotes de MD no grupo de 5 meses (369,27 ± 25,69 vs 408,30 ± 27,04 bpm), não havendo diferença significativa em relação a este parâmetro no grupo de 2 meses. Comparando-se os filhotes de MC e MD após a indução da insuficiência renal, não houve diferença significativa em relação a PA e FC nos grupos de 2 e 5 meses. Os níveis de creatinina e uréia foram maiores no grupo MCFAF quando comparados ao MDFAF no grupo de 2 meses [MCFAF vs MDFAF - creatinina: 2,47 (1,89 - 3,63 mg/dL) vs 1,79 (0,60 - 4,90 mg/dL); uréia: 307,12 (210,90 - 382,91 mg/dL) vs 173,03 (48,17 - 304,36 mg/dL),] e no grupo de 5 meses [creatinina: 3,39 ± 1,98 vs 2,78 ± 2,03 mg/dL; uréia: 408,82 (68,23 - 561,98 mg/dL) vs 251,91 (65,46 - 418,82 mg/dL)]. Conclusões: O rim dos animais expostos a intercorrências gestacionais apresentam mecanismos adaptativos mais eficazes para responder a lesões da vida adulta, se mostrando mais adaptados frente a uma insuficiência renal.

J Bras Nefrol 2012;Suplemento:1-294

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P-452

Relato de Caso: Nefropatia por IgA crescêntica, ANCA negativo, com importante acometimento intersticial e excelente resposta à imunossupressãoCosta WAM,Amorim MPSG,Oliveira PSS,Zanatta MLHospital de Caridade São Vicente de Paulo, Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo,Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo,Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo,Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo

A nefropatia por IgA é uma das mais frequentes glomerulopatias primárias do mundo, de morfologia e curso clínico heterogêneo, presença dominante ou codo-minante de depósitos da IgA em mesângio glomerular. Estudos recentes demonstram nesta nefropatia que 40% dos pacientes apresentam crescentes e, só 10% da amostra progredirá para insuficiência renal crônica terminal em três anos, pois sua presença se associa à intensa atividade inflamatória glomerular, maior proteinúria, HAS e pior resposta terapêutica. Relatamos um caso de nefropatia IgA crescêntica com importante acometimento intersticial, ANCA negativo, com ótima resposta à imunossupressão.  LBMN, feminina, parda, 18 anos, procurou o Hospital São Vicente de Paulo em Jundiaí de onde procedia, sem comorbidades prévias, devido à “urina escura”, edema periorbitário há 2 semanas, progredindo para membros inferiores e pressão arterial de 130x100mmHg. Creatinina de 2,7mg/dL, urina I com eritrócitos de 1 milhão e leucócitos de 96mil p/mL, 70% de dismorfismo eritrocitário e proteinúria nefrótica (16,1g/24h). O resultado do fator reumatoide, complementos, sorologias para hepatites e HIV, FAN, p-ANCA e c-ANCA todos negativos. À microscopia óptica, expansão de matriz mesangial, hipercelularidade mesangial e endocapilar, necrose de alças capilares com crescentes, exuberante infiltrado intersticial linfomonocitário com leucócitos e atrofia tubular. A imunoflu-orescência foi positiva para C3, fibrinogênio e IgA exclusiva, de distribuição mesangial global e difusa. Diagnosticada, então, nefropatia por IgA forma proliferativa difusa crescêntica. Iniciada imunossupressão endovenosa com Metilprednisolona 1g, 3 dias consecutivos, seguido de Ciclofosfamida 800mg/m2 em 6 ciclos mensais associado à corticosteróide oral, inicialmente 1mg/kg/dia nos 3 primeiros meses com redução gradual.  As formas proliferativas crescênticas da nefropatia por IgA, encontrada em 25-30% dos casos, se associam a maior processo inflamatório glomerular relacionada ou não a ANCA. Alguns trabalhos demonstram a positividade do ANCA relacionada a maior gravidade clínica, contudo, melhor resposta ao tratamento instituído. Esta paciente teve drástica resposta à pulsoterapia com remissão parcial da proteinúria (1,1g/24h) e recuperação de função renal num período observacional de 8 meses. Concluindo-se que em formas graves da nefropatia por IgA, independente de mau preditores de prognóstico renal, devemos tratar esses pacientes rápida e agressivamente.