SESSÃO: 343.1.54.O DATA - DEPARTAMENTO DE ...

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 343.1.54.O DATA: 30/11/11 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h25min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 14:14 PE JANETE ROCHA PIETÁ Obs.:

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 343.1.54.O DATA: 30/11/11 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h25min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 14:14 PE JANETE ROCHA PIETÁ

Obs.:

Ata da 343ª Sessão, em 30 de novembro de 2011 Presidência dos Srs.:

Rose de Freitas, 1ª Vice-Presidente. Inocêncio Oliveira, 3º Secretário. Amauri Teixeira, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Marco Maia

Rose de Freitas

Eduardo da Fonte

Eduardo Gomes

Jorge Tadeu Mudalen

Inocêncio Oliveira

Júlio Delgado

Geraldo Resende

Manato

Carlos Eduardo Cadoca

Sérgio Moraes

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A lista de presença registra na Casa

o comparecimento de 368 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. MARÇAL FILHO, servindo como 2º Secretário, procede à leitura da ata

da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Passa-se à leitura do expediente.

O SR. MARÇAL FILHO, servindo como 1º Secretário, procede à leitura do

seguinte

III - EXPEDIENTE

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Conforme resolução da Mesa, a primeira meia hora é destinada aos

pronunciamentos dados como lidos de 1 minuto.

Concedo a palavra ao primeiro inscrito, o ilustre Deputado Amauri Teixeira, do

PT da Bahia.

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O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Inocêncio Oliveira, são princípios fundamentais na Constituição brasileira a celeridade

processual e o amplo acesso ao Poder Judiciário. Esses dois princípios não podem

ser mera abstração, têm que ser concretizados.

Por isso, Sr. Presidente, dei entrada a uma emenda ao PPA para garantir a

implantação dos Tribunais Regionais Federais na Bahia, em Minas Gerais, no Paraná

e no Amazonas e estou lançando amanhã a Frente Parlamentar pela implantação

desses tribunais, por entender que a distância dos tribunais, a concentração dos

tribunais em apenas alguns Estados inviabiliza os princípios constitucionais do amplo

acesso ao Poder Judiciário e da celeridade processual, encarece o processo e afasta

a possibilidade de as pessoas mais carentes ingressarem na Justiça Federal.

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O SR. NELSON BORNIER (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho falar hoje de uma pessoa realmente que

goza de grande prestígio no nosso Estado. Trata-se da Desembargadora Letícia

Sardas. Esta grande mulher será empossada hoje, neste final de tarde, pelo Poder

Judiciário, como Vice-Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do nosso Estado, o

Rio de Janeiro.

É com satisfação e orgulho que estou anunciando, por intermédio da Câmara

dos Deputados, que a Desembargadora Letícia de Faria Sardas vai ocupar esse

importante cargo na Justiça Eleitoral do Rio. É a ela, portanto, que rendemos nossas

homenagens. E mais, Sr. Presidente: temos o dever de destacar, nesta oportunidade,

que a sua posse para comandar o TRE do Rio é mais uma vitória da desembargadora

e também de todo o Judiciário do Estado.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu discurso seja considerado lido e

registrado nos Anais desta Casa.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, volto hoje à tribuna desta Casa para,

em nome do povo do meu Estado do Rio de Janeiro, homenagear uma grande mulher.

Esta grande mulher será empossada ainda hoje, neste final de tarde, pelo Poder

Judiciário como Vice-Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de

Janeiro. É com satisfação e orgulho que estou anunciando, por intermédio da Câmara

dos Deputados, que a Desembargadora Letícia de Faria Sardas vai ocupar este

importante cargo na Justiça Eleitoral do Rio.

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É a ela, portanto, que rendemos nossas homenagens. E mais: temos o dever

de destacar, nesta oportunidade, que a posse dela para comandar o TRE do Rio é

mais uma vitória dos que elegeram uma mulher para comandar o nosso País.

Portanto, a ida da Dra. Letícia Sardas para dirigir a Justiça Eleitoral deve ser vista

também como mais uma conquista das mulheres brasileiras.

Sei o quanto a Desembargadora Letícia Sardas está preparada para dirigir o

TRE do Rio de Janeiro. Acompanhei a trajetória sempre vitoriosa da Dra. Letícia e

agora, da tribuna desta Casa, só me resta aplaudir a escolha e reverenciá-la. Creio

que minhas palavras para saudar a ilustre desembargadora refletem o excepcional

conceito que os Deputados, especialmente do Rio de Janeiro, têm pelo trabalho

desenvolvido até aqui pela Dra. Letícia. Ela enfrentará o desafio de dirigir o TRE do

meu Estado em ano eleitoral.

Para nós que conhecemos a vida profissional da Dra. Letícia, tê-la no comando

do Tribunal Eleitoral é a garantia de um Judiciário presente e atuante no processo

eleitoral dos 92 Municípios do Estado do Rio de Janeiro.

Deixo para registro nos Anais desta Casa o curriculum de Letícia Sardas, atual

Desembargadora Presidente da 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro.

Natural de Niterói, ela estudou o antigo curso ginasial no tradicional Liceu Nilo

Peçanha. Licenciou-se no Curso Normal do Instituto de Educação de Niterói e depois

bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal

Fluminense. Letícia Sardas é pós-graduada em Direito da Comunicação pelo Instituto

Jurídico da Comunicação da Universidade de Coimbra, em Portugal. Advogou nos

Municípios de Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Araruama e Nova Friburgo. Foi

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aprovada no concurso público de 1977, com exercício nas Comarcas de Itaguaí, Rio

das Flores, Itaboraí, Nova Iguaçu, Maricá, Santo Antônio de Pádua, Saquarema, São

João de Meriti, São Gonçalo e Niterói. Aprovada no concurso público para Juiz de

Direito/RJ, de 1982, com exercício regional nas Comarcas de Maricá, Niterói, Nova

Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo. Titular da 6ª Vara Cível da Comarca de

Niterói. Titular da 42ª Vara Cível da Capital e da 4ª Vara de Acidentes do Trabalho.

Integrou câmaras cíveis e grupos de câmaras cíveis do Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro.

Ela já foi juíza eleitoral em diversas comarcas e auxiliou a presidência do

Tribunal Regional Eleitoral. Na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro,

coordenou e foi expositora de diversos cursos.

Letícia Sardas é autora de diversas publicações na grande imprensa e

participou de inúmeros seminários e cursos envolvendo o Judiciário.

Essa é, portanto, a mulher que tive o prazer de apresentar hoje à Câmara dos

Deputados nesta homenagem que faço ao Poder Judiciário, pela escolha do nome da

Desembargadora Dra. Letícia Sardas.

Era o que tinha a dizer.

CURRICULUM VITAE A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ Nº 1, DE PÁGS. 1 A 4#)

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O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nobres Parlamentares, com a realização da 14ª Conferência Nacional

de Saúde, vários Prefeitos, Prefeitas e servidores da área da saúde virão a Brasília

dialogar com Senadores e Senadoras sobre a premente necessidade que temos de

concluir a votação da proposta de regulamentação da Emenda Constitucional nº 29.

A presença aqui de milhares de profissionais e gestores do setor saúde fará

com que elucidemos, de uma vez por todas, não só as ações e serviços de saúde,

como também, no quadro federativo, o investimento da União, dos Estados e dos

Municípios. Claro que o SUS precisa de mais recursos. Se os serviços e as ações de

saúde não forem normatizados por meio dessa proposta, os recursos alocados estão

sob o risco de irem para o ralo.

Hoje, portanto, vamos fazer caminhadas pela cidade e uma grande mobilização

no Senado Federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta sexta-feira, no auditório da Federação das

Indústrias do Estado do Ceará, a Comissão Especial, incumbida de oferecer parecer à

reforma do Código do Processo Civil, realizará mais uma audiência pública, num

procedimento de democratização do debate, a fim de que surjam alternativas que

aperfeiçoem as normas presentemente em vigor.

O Presidente Fabio Trad e o Relator Sérgio Barradas Carneiro estarão

presentes ao magno evento, recolhendo sugestões que possam ensejar alterações a

serem introduzidas no aludido Código.

Além do Presidente da FIEC, Roberto Proença de Macedo, o Presidente do

Conselho Seccional da OAB, Valdetário Monteiro, já confirmou o comparecimento,

bem como outros componentes daquele órgão e especialistas nessa temática, entre

os quais professores das diversas faculdades oficiais e particulares.

A nossa bancada far-se-á representar pelos Deputados Vicente Arruda, Danilo

Forte e por mim, para que estejamos presentes a um acontecimento que se espera

resulte proveitoso para definir a nova legislação, capaz de contribuir para a busca de

mecanismos ágeis, atingindo uma maior celeridade, em termos de prestação

jurisdicional, aspiração legítima dos que demandam os nossos órgãos judicantes em

todas as esferas do Poder.

A orientação do Presidente Fabio Trad é no sentido de que se abram espaços

aos interessados para o oferecimento de emendas, cujo aproveitamento possa

modernizar o Código de Processo Civil, ora objeto de tramitação nesta Casa

legislativa.

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As audiências públicas, que se estenderão a outras unidades federadas,

certamente alcançarão os objetos colimados, suscitando novos parâmetros, em

condições de aprimorar o nosso CPC.

Por se tratar de fato auspicioso, decidi registrá-lo na tribuna da Casa, na

expectativa de que o encontro de Fortaleza contribua com propostas adequadas para

a adequação de instrumento indispensável à vida judiciária brasileira.

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A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, hoje é Dia do Evangélico, e quero registrar o fato de que as igrejas

evangélicas e os evangélicos vêm realizando importante trabalho de inclusão social e

de resgate de muitas pessoas que a sociedade repudiava e das quais o Estado sequer

se tinha dado conta, a exemplo dos egressas do sistema penitenciário.

Presto, então, minha homenagem aos evangélicos por intermédio do Pastor

Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que faz um excelente

trabalho na Igreja Éden ao resgatar pessoas necessitadas. Apesar de o pastor ter

sido, às vezes, vítima de muitas críticas, é preciso ressaltar o belo trabalho que tem

feito.

Parabéns, Pastor Marcos Pereira!

Era o registro que tinha a fazer, Sr. Presidente.

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O SR. MARÇAL FILHO (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Parlamentares, gostaria de registrar a presença, no plenário desta Casa,

do Diretor de Turismo da Prefeitura Municipal de Dourados, Marcelo Mourão, a quem

damos boas-vindas.

Gostaria também de mencionar aqui a vinda dos Prefeitos, especialmente os

do meu Estado de Mato Grosso do Sul, capitaneados pelo Governador André

Puccinelli, para que possamos fazer a divisão dos royalties do petróleo de forma

igualitária entre todos os Estados brasileiros. É uma riqueza desta Nação. A

plataforma continental é do Brasil, é do nosso País. Não trará prejuízos, não tirará

aquilo que já recebem Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo e fará com que essa

riqueza seja equanimemente dividida entre todos os Estados brasileiros.

Muito obrigado.

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O SR. GLAUBER BRAGA (Bloco/PSB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer aqui um agradecimento à bancada do Estado do Rio de

Janeiro, que apresentou e aprovou emenda de bancada de minha autoria que trata do

treinamento das comunidades e dos profissionais, agentes de proteção e defesa civil.

Não vamos construir uma política de proteção, de redução de risco de

desastres que seja verdadeira se não houver um amplo entendimento por parte das

comunidades no aprofundamento dessa política.

É por esse motivo que a participação, por meio das conferências nacionais,

como foi a 1ª Conferência Nacional de Defesa Civil, do treinamento comunitário pelos

NUDECs, Núcleos de Defesa Civil, é a diferença para que possamos ter no Brasil uma

política sólida de proteção e de redução de risco de desastres.

Pela aprovação dessa emenda, agradeço à bancada do Rio de Janeiro.

Obrigado.

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O SR. GERALDO SIMÕES (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

quero destacar a Portaria nº 547, do Ministério das Cidades, que estabelece diretrizes

para a construção de casas populares em Municípios com até 50 mil habitantes. Os

Municípios com até 20 mil habitantes terão direito a construir 50 unidades e os de 20 a

50 mil habitantes redobram esse quantitativo de 50 para 100. O apoio do programa

será de 25 mil reais por unidade. Os beneficiários serão famílias com renda mensal de

até 1,6 mil reais.

Outra notícia importante é que, dessas 110 mil casas que serão construídas no

Brasil, Sr. Presidente, para corrigir as distorções regionais — todo mundo sabe que

ainda existem —, 40% serão destinadas aos Municípios do Nordeste.

Quero, portanto, agradecer à Presidenta Dilma por mais essa política muito

importante para o nosso País.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje quero destacar a publicação pelo

Ministério das Cidades, no Diário Oficial da União de ontem, dia 29 de novembro, da

Portaria nº 547, com diretrizes para a construção de casas populares em Municípios

de até 50 mil habitantes.

Com ela, os Municípios com até 20 mil habitantes poderão realizar uma

proposta de construção até de 50 unidades domiciliares. Os Municípios de 20 a 50 mil

habitantes poderão realizar até duas propostas, também de 50 unidades cada.

O apoio do programa será de R$25.000,00 por unidades e atenderá famílias

com renda até R$1.600,00. Serão construídas, durante essa etapa, 110 mil casas

populares.

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Sras. e Srs. Parlamentares, é preciso destacar que programas como este tem

um efeito multiplicador em toda sociedade brasileira, principalmente por vir integrado

em toda uma estratégia de desenvolvimento, redistribuição de renda, redução das

desigualdades regionais, combate à miséria e de enfrentamento à crise financeira

global.

Com relação à desigualdade regional, é importante manifestar que a portaria

determina que devem ser selecionadas 43.976 moradias na Região Nordeste, ou seja,

40% das unidades previstas serão construídas no Nordeste. Assim, nosso Governo

faz efetivo o combate à desigualdade regional, de acordo com o art. 3º da Constituição

Federal de 1988, inciso III, coisa que nunca foi feita nos governos anteriores aos

nossos (de Lula e Dilma).

Com relação à crise, enquanto os países do chamado mundo desenvolvido

realizam arrochos, cortes de gastos sociais e redução de investimentos, em uma

política correta, que deveria ser seguida por outros países, o Brasil lança programas

de investimento que estimulam o mercado interno, criam empregos e dinamizam a

economia.

Pela coragem manifestada e pela correção das políticas públicas, felicito a

Presidenta Dilma.

Muito obrigado.

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O SR. CARLOS SOUZA (PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

hoje pela manhã, recebemos na Comissão da Amazônia dois representantes do Terra

Legal e do INCRA, para discutir a atuação desses dois órgãos, nos quais infelizmente

existe uma morosidade muito grande.

Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, foi pleiteada nessa discussão a questão dos

assentamentos pelo INCRA. É um verdadeiro ato desumano do INCRA pegar

pessoas humildes, pessoas trabalhadoras, pessoas honestas e colocá-las dentro dos

matos, em assentamentos. Estão esquecendo essas pessoas, que estão sem a

menor condição de vida para que possam sobreviver naquele local. Além disso, elas

tornam-se presas de madeireiros e começam a tirar madeiras do próprio

assentamento onde o INCRA as colocou. Portanto, o INCRA está colaborando com o

desmatamento da região.

Há também a questão da titularidade do Terra Legal. Que exista bom senso, Sr.

Presidente, e os nossos ribeirinhos, os nossos caboclos do Estado do Amazonas

possam receber esses títulos.

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O SR. GERALDO RESENDE (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nobres colegas, o último censo do IBGE apontou que 45,6 milhões de

pessoas declararam algum tipo de deficiência.

Como Parlamentar e ex-Presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos

Direitos das Pessoas com Deficiência, venho aqui elogiar o Governo Federal, que

lançou, na última semana, o Plano Viver sem Limite, que vai oportunizar a milhões de

pessoas com deficiência o acesso à educação, ampliando o número de vagas nas

escolas para crianças com deficiência, o acesso à saúde, criando polos regionais para

atender às pessoas com deficiência, e também ao projeto da moradia, com mais de

1,2 milhão de moradias adaptáveis para as pessoas com deficiência.

Quero dar como lido este meu pronunciamento, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, de acordo com informações do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui cerca de 45,6 milhões de

pessoas com algum tipo de deficiência. O número corresponde a 23,91% da

população do País. Pensando nesses brasileiros, a Presidente Dilma Rousseff lançou

o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o Viver sem Limite. Para

alcançar seu objetivo e promover a inclusão social e a autonomia das pessoas com

deficiência, o primeiro passo do programa é tentar eliminar as barreiras que ainda

insistem em dificultar o caminho de milhões de pessoas e garantir o acesso a bens e

serviços.

Como fundador, ex-coordenador e atual membro da Frente Parlamentar em

Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, estou muito feliz com o lançamento

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desse plano. Sem dúvida, o maior desejo de todo ser humano é ser livre,

independente. Para tal, temos de garantir que as potencialidades individuais sejam

plenamente desenvolvidas.

O Governo Federal investirá em torno de R$7,6 bilhões no Plano Viver sem

Limite. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República será

responsável pela coordenação das ações, que devem ser executadas por 15 órgãos

federais. A ampliação do número de estudantes com deficiência que frequentam a

escola é uma das metas.

Atualmente, temos pouco mais de 229 mil crianças e adolescentes com algum

tipo de deficiência nas salas de aula. O Governo quer ampliar esse número para 378

mil. Além de criar 150 mil vagas que serão ofertadas nos cursos federais de formação

profissional e tecnológica. Mais que ampliar o número de salas de aula, contudo, é

preciso garantir a acessibilidade desses estudantes, como a própria locomoção até a

escola — que passa desde um transporte adequado até ruas niveladas e com rampas

para não dificultar o deslocamento —, como a adequação das instituições de ensino.

Como médico e ex-Secretário de Saúde do meu Estado, o Mato Grosso do Sul,

muito me alegra também a intenção do Governo Federal de ampliar e qualificar a

triagem neonatal com a inclusão de dois novos exames no teste do pezinho, que é

responsável por salvar a vida de milhares de crianças e amenizar graves

enfermidades graças ao diagnóstico precoce de diversas doenças.

Outro compromisso assumido pela Presidente Dilma é implantar o exame em

todos os Estados até 2014, além dos 45 centros de referência nas quatro modalidades

de reabilitação: intelectual, física, visual e auditiva. O atendimento odontológico

também será priorizado. Está previsto aumento de 20% no financiamento do Sistema

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Único de Saúde (SUS) para 420 centros especializados. Além disso, o Governo

pretende investir na formação de 660 novos profissionais em órteses e próteses até

2014. A ideia é que eles atuem nas oficinas ortopédicas, que têm previsão para

aumentar em 20% o fornecimento de meios auxiliares de locomoção.

O plano será viabilizado em conjunto com outros programas federais que

também visam à inclusão social. O Minha Casa, Minha Vida 2, por exemplo, prevê a

construção de 1,2 milhão de moradias adaptáveis, sem contar as obras de mobilidade

urbana previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e na Copa do

Mundo 2014. Isso mostra que, apesar de todas as dificuldades enfrentadas interna e

externamente, como a crise econômica mundial, o Governo dá uma série de

demonstrações de que a sua prioridade é de fato atender a quem mais precisa.

Garantir ao portador de deficiência o pagamento do Benefício de Prestação

Continuada (BPC), como será a partir de agora, é um incentivo fundamental para

derrubar os obstáculos que cercam a vida dessas pessoas. Um dos grandes dramas

era, ao conseguir realizar o sonho de ter um emprego, viver o flagelo de perdê-lo e

ficar sem nenhuma fonte de renda. Agora, além de ter garantido a continuidade do

benefício, também será permitido o acúmulo da renda da aprendizagem com o BPC.

Há grande empenho também para o encaminhamento de 50 mil pessoas para o

mercado de trabalho, além de diversos incentivos fiscais.

Por esses motivos, parabenizo a Presidente Dilma Rousseff pela iniciativa.

Estou sempre à disposição para contribuir no que for preciso para que essa e outras

importantes ações cheguem às pessoas que mais precisam.

Muito obrigado pela atenção.

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A SRA. JANETE ROCHA PIETÁ (PT, SP. Sem revisão da oradora.) -

DISCURSO DA SRA. DEPUTADA JANETE ROCHA PIETÁ QUE,

ENTREGUE À ORADORA PARA REVISÃO, SERÁ

POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 067, de 03/04/12.)

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O SR. SÉRGIO BARRADAS CARNEIRO (PT-BA. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, diversos órgãos de imprensa fazem a

avaliação de um ano e meio da promulgação da Emenda nº 66, aprovada por esta

Casa. Em nenhuma matéria vi referência à autoria deste Deputado que vos fala, mas

eles sempre fazem matérias de avaliação. Por exemplo, desde 1984, foi no ano de

2010 que houve o maior número de divórcios no Brasil. Isso por conta da supressão

do instituto da separação e da eliminação do prazo de 2 anos para o chamado divórcio

direto.

Há uma série de números, mostrando, inclusive, que 75,2% dos divórcios, hoje,

no Brasil, são consensuais, que aumentou a guarda compartilhada e que a idade

média dos divorciandos é de 43 anos.

Recomendo a todos a leitura, lembrando que foi esta Casa que aprovou a

Emenda nº 66, algo muito bom para o Brasil. Quando se faz coisa errada aqui,

trituram-se os políticos, mas quando se faz coisa boa não se lembram de quem fez.

Obrigado.

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O SR. JONAS DONIZETTE (Bloco/PSB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na condição de Presidente da Comissão de Turismo e Desporto e

membro da Comissão Geral da Copa, quero informar que fizemos algumas emendas

ao relatório que deverá ser apresentado na semana que vem.

Entre essas emendas, destaco a que visa a que continue proibida a venda de

bebidas alcoólicas nos estádios, como é hoje, mas permite a propaganda em razão

das parcerias econômicas existentes. Em nosso entendimento, esse seria o meio

termo.

Apresentamos também emenda destinando 40% do total de ingressos para os

brasileiros. Serão 3 milhões de ingressos ao todo na Copa. Desses 3 milhões,

queremos que cerca de 1 milhão seja para brasileiros. Repito, Sras. e Srs. Deputados:

queremos destinar aos brasileiros 40% dos ingressos mais baratos para os jogos da

Copa, para que a nossa população, como um todo, possa participar do grande

espetáculo futebolístico que teremos no País, assistindo pelo menos a um jogo.

Essas, portanto, são algumas das nossas iniciativas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. FERNANDO MARRONI (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer um registro sobre dado da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios — PNAD divulgado pelo IBGE, que mostra que a escolaridade dos

adolescente de até 14 anos superou à das mães, ou seja, 51% desses jovens

superaram o grau de instrução formal obtido pelas respectivas mães. Destes, 71%

estão concluindo o ensino fundamental, e 9,5% já cursam o ensino médio.

Alguém pode dizer que a instrução das mães era muito baixa. É evidente que

sim, mas o Brasil tem crescido em ritmo constante no indicador relativo à educação.

Os dados da PNAD dos últimos 10 anos estão a provar que o País poderá, com

mais investimentos do PNE, atingir um grau de escolaridade digno.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que acompanham

esta sessão, nos últimos anos o Brasil vem passando por uma transformação

gigantesca em todas as áreas. É fato reconhecido por todos, tanto aqui no País,

quanto fora, por analistas estrangeiros, que estamos avançando em ritmo firme e

constante rumo a um lugar entre as potências mais desenvolvidas do planeta.

Mostramos, a cada dia, que potencial para atingir este objetivo nosso País possui.

Dessa forma, não podemos deixar de destacar uma informação divulgada nos

últimos dias pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios — PNAD, do IBGE,

que dá conta de importante avanço na educação brasileira. Segundo o estudo, mais

da metade dos adolescentes de 14 anos no Brasil já têm escolaridade superior à das

mães. No total, 51,45% desses jovens superaram o grau de instrução formal obtido

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pelas respectivas mães. Entre os adolescentes pesquisados, 71% estão concluindo o

ensino fundamental, e 9,5% já cursam o ensino médio.

Alguém pode citar o fato de que essa superação da escolaridade dos filhos em

relação às mães ocorre devido ao pouco tempo de estudo que estas possuem.

Infelizmente, isso não deixa de ser uma verdade. Entretanto, é digno de se ressaltar

que essa geração mais jovem está tendo a possibilidade de estudar por mais tempo

que seus pais. E isso mostra uma evolução fundamental para avançarmos como

sociedade.

Conforme aumenta o tempo de estudo de um jovem, maior a possibilidade de

isso gerar impacto positivo na sua vida, em sua família e, consequentemente, nas

próximas gerações. Afinal de contas, a educação é um bem que se acumula,

impossível de ser perdido e que se reflete no desenvolvimento de toda uma nação.

Como disse no início deste pronunciamento, Sr. Presidente, estamos

caminhando com vigor em direção ao rol dos países mais importantes do mundo.

Entretanto, sabemos que, para isso, não é importante apenas termos avanços

econômicos, embora isso seja grande influência também nesse crescimento da

escolaridade dos jovens, afinal de contas, cada vez mais a renda dos brasileiros está

aumentando e possibilitando aos adolescentes apenas estudar, sem precisar dividir o

tempo com o trabalho.

Tão fundamental quanto gerar empregos, distribuir renda e melhorar a

infraestrutura do País é investir em educação. E esta PNAD, que mostra que o nível

de estudo dos jovens está superando o das mães, é uma evidência de que o Brasil

também caminha com firmeza para um cenário muito melhor na educação desta e das

próximas gerações.

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Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que

acompanham esta sessão, o Governo Federal vem aumentando sistematicamente os

investimentos destinados à melhoria do atendimento da população nos postos de

saúde de todo o País. Articulando diversos programas, o Ministério da Saúde está

colocando como objetivo diminuir a espera nos postos e qualificar cada vez mais o

serviço prestado aos cidadãos.

Tendo em vista esse objetivo, a partir de dezembro, o Ministério começará a

liberar recursos extras para mais de 4 mil Prefeituras de todo o Brasil. O repasse

desses recursos visa auxiliar os Municípios no cumprimento do compromisso com as

metas de qualidade previstas no Programa Saúde Mais Perto de Você. O valor

destinado às cidades será de até R$1,7 mil por equipe de profissionais. Um aumento

de 20% em relação ao valor recebido pelas Prefeituras atualmente.

E o Governo não se limitará a aumentar o investimento nesse programa. Nos

próximos meses, o Ministério da Saúde vai avaliar o desempenho de todas as mais de

17 mil equipes participantes do Saúde Mais Perto de Você. Com isso, será feito um

diagnóstico completo do trabalho que vem sendo realizado nos postos de saúde

integrantes do programa. Esse diagnóstico inclui itens como o tempo de espera para o

atendimento, a cobertura do tratamento destinado a hipertensos e diabéticos, o

acesso e a qualidade do pré-natal e a satisfação dos pacientes. Para completar esse

importante trabalho de pesquisa, serão ouvidos também 170 mil usuários do sistema.

Concluído esse controle de qualidade, o Ministério da Saúde vai recompensar

as equipes com bom desempenho. O repasse de recursos onde o programa obtiver os

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melhores resultados poderá dobrar, chegando a até R$8,5 mil mensais. Para aquelas

localidades onde o desempenho estiver abaixo do esperado pelo Governo, porém, o

incentivo financeiro poderá ser cortado. Evidentemente, espera-se que em nenhum

Município os incentivos sejam cortados. O objetivo é chamar a atenção para a

importância do programa e estimular uma melhora cada vez maior no serviço prestado

aos cidadãos, desafogando os hospitais e reduzindo as filas de espera para

atendimento médico.

A previsão do Governo é a de que, até dezembro de 2012, os repasses

adicionais cheguem a R$821 milhões, e em 2014, sejam somados R$4 bilhões.

Para completar, Sr. Presidente, ressalto que o Programa Saúde Mais Perto de

Você prevê ainda a reforma de 5.272 postos saúde e a construção de outros 2.028.

Serão implantados também 38 núcleos de telessaúde, em que os médicos podem

consultar outros especialistas, pela Internet ou por meio de videoconferência, sobre o

diagnóstico, para evitar o deslocamento do paciente para outras cidades.

Essas são iniciativas que mostram claramente o trabalho sério que vem sendo

feito pelo Governo Federal e pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na

qualificação do atendimento à população nos postos de saúde, que estão próximos de

cada cidadão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. SEBASTIÃO BALA ROCHA (PDT-AP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Lei nº 11.898, de 2009, que criou o Regime de

Tributação Unificada para área de fronteira na Foz do Iguaçu, instituiu também a

isenção de IPI para os produtos fabricados no Amapá, Roraima, Rondônia e Acre —

áreas de livre comércio. No entanto, essa lei só foi regulamentada para o Estado de

Roraima. Saiu o decreto que regulamenta a lei para Roraima, o Decreto nº 6.614, de

2008, mas não saiu o relativo ao Amapá.

Quero, então, fazer um pedido à Presidenta Dilma Rousseff, ao Ministro da

Fazenda, Guido Mantega, e ao Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio,

Fernando Pimentel, no sentido de que procedam também à regulamentação no que

diz respeito ao Amapá.

Temos no Estado uma área de livre comércio bastante vigorosa, bastante forte,

mas falta essa regulamentação, para que possamos industrializar com isenção de IPI.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, queremos registrar elogio aos Prefeitos de Santa

Catarina dos Municípios de Riqueza, Romelândia, Caibi, Cunha Porã, Serra Alta,

Santiago do Sul, São Miguel da Boa Vista, Saudade, Santa Helena, Arvoredo,

Xavantina, que estão em Brasília para participar da 14ª Conferência Nacional de

Saúde e que foram contemplados pelo Programa Mais Saúde.

Mas quero dizer especialmente que os Prefeitos estão muito ansiosos pela

votação da distribuição dos royalties do petróleo. Temos a grande responsabilidade

de votar essa matéria ainda este ano na Câmara Federal, o que os Senadores já

fizeram. Os Prefeitos estão também ansiosos pela votação do Código Florestal

Brasileiro. Esperamos que hoje os Senadores possam concluir essa votação, para

que possamos votar a proposta na Câmara. Há ainda a conclusão da votação da

Emenda Constitucional nº 29, da saúde, que também está no Senado.

Então, são esses os três anseios dos municipalistas de todo o Brasil.

Vamos atender às reivindicações dos Prefeitos!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. EMILIANO JOSÉ (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, eu gostaria de dar como lido

pronunciamento — e falarei sobre isso mais tarde — sobre o centenário de

nascimento de Carlos Marighella, que ocorrerá no próximo dia 5 de dezembro. Na

Bahia, comemoraremos isso com uma sessão da Comissão de Anistia. Mais tarde, no

período de Comunicações Parlamentares, deverei falar mais demoradamente sobre

esse tema.

Em segundo lugar, também gostaria de dar como lido pronunciamento em torno

do episódio da Chevron. Sobre o assunto, aconselharia todos a lerem a matéria do

jornalista Leandro Fortes, na CartaCapital, bem como o livro Crime de Imprensa - Um

retrato da mídia brasileira murdoquizada, de Palmério Dória e Mylton Severiano.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na próxima segunda-feira, 5 de

dezembro, a Bahia estará recebendo a Comissão de Anistia, que deverá, em nome do

Estado brasileiro, pedir desculpas à família de Carlos Marighella pelo assassinato

dele, cometido por verdugos da ditadura militar.

A solenidade será realizada no Teatro Vila Velha, no centro de Salvador, e

estão previstas as presenças do Ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, da

Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e do Governador Jaques Wagner,

além de centenas de defensores dos direitos humanos e de militantes políticos, muitos

dos quais, como ele, participaram da luta contra a ditadura.

Naturalmente, estarão presentes também Clara Charf, companheira de

Marighella desde 1948, e Carlinhos Marighella, filho dele, a quem quero homenagear.

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E homenageio pela específica militância política de cada um deles, como também

pela atividade incansável dos dois desde a morte de Marighella para assegurar que o

Brasil e a Bahia nunca esqueçam a contribuição que ele deu às lutas do povo

brasileiro e se deem conta da devida dimensão de sua dedicação às causas da

democracia e do socialismo.

De modo especial, quero dizer que a Bahia tem razões para se orgulhar desse

baiano nascido na Baixa dos Sapateiros, no dia 5 de dezembro de 1911. Assim, a

sessão da Comissão de Anistia se dá no centenário de nascimento dele. Um dia de

festa para a Bahia.

Honra-me muito ter escrito o livro Carlos Marighella: o Inimigo Número Um da

Ditadura Militar, que lancei em 1997, pela Editora Casa Amarela, já em terceira

edição. Pude, pesquisando, além do que já sabia, compreender a dimensão, a

grandeza do revolucionário, do comunista, da pessoa sensível que era Marighella, de

sua inventividade, de seu carinho com as crianças, de sua veia poética.

Marighella desmentia a natureza supostamente mal-humorada dos comunistas

— era de bem com a vida sempre, mesmo nas situações mais difíceis, que não foram

poucas em sua existência. Verdade fosse que os comunistas são ou seriam ranzinzas

e ele seria um comunista heterodoxo. Alegre, um homem de riso fácil — isso Jorge

Amado disse bem, já que experimentou uma convivência muito forte com ele, e não só

nos momentos comuns do Parlamento.

Desde a juventude, nos anos 30, Marighella vinculou-se ao PCB. Foi preso em

1932, na Bahia; em 1936, no Rio de Janeiro; em 1939, em São Paulo. Nas duas

últimas prisões, foi barbaramente torturado e nunca disse uma única palavra que

comprometesse seus companheiros ou o partido. Era de uma bravura incomum, de

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uma coragem quase temerária. Disse uma vez, corretamente, que não tivera tempo

para ter medo. Preso em 1939, só saiu em 1945, com a anistia, quando se elege

Deputado Federal pela Bahia, pelo PCB.

Exerce um mandato brilhante e ousado politicamente, afinado com o PCB,

naturalmente. É cassado em 1948, na esteira da cassação do registro do PCB. A

Guerra Fria ditava os rumos políticos do Brasil, sob Dutra.

Volta à clandestinidade, dirige o partido em São Paulo, é o principal estimulador

da greve operária de 1953, que envolveu mais de 400 mil trabalhadores e saiu

vitoriosa. Sofre muito com o Relatório Kruschev, de 1956, quando foram reveladas as

atrocidades de Stálin. Se ria muito, como disse, também chorava. Aqui, quando

compreendeu a verdadeira natureza do regime político dirigido por Stálin, chorou, e

muito. É guindado à Executiva Nacional do PCB em 1957. Já era dirigente do Comitê

Central desde o final dos anos 30, quando foi eleito para integrá-lo, mesmo estando

preso, por decisão da chamada Conferência da Mantiqueira.

Pouco a pouco, vai se incomodando com o que considerava a linha

excessivamente conciliatória do PCB, revelada de modo mais claro com o golpe de

1964, quando não houve chance de qualquer reação. Ele considerava que se o

partido tivesse uma linha mais combativa, seria possível reagir ao golpe. Em maio de

1964, como muitos sabem, Marighella reagiu à voz de prisão dentro de um cinema,

lutou com os policiais e levou um tiro bem perto do coração. Foi libertado pouco tempo

depois, graças a um habeas corpus, que ainda vigia.

Rompe com o partido em 1966 e funda, logo depois, a Ação Libertadora

Nacional (ALN), assumindo claramente a perspectiva da luta armada, na qual se

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envolve profundamente. Torna-se o inimigo número 1 da ditadura militar e talvez o

nome mais simbólico da esquerda brasileira naquele momento.

A partir de 1969, a ditadura aperta o cerco, não só torturando de maneira

bestial, como sabendo manipular melhor as informações. O sequestro do embaixador

americano Charles Burke Elbrick coloca todo o aparato repressivo da ditadura no

encalço dele, que não havia participado da ação. Ele, que não havia sido avisado do

sequestro, mas que o apoiou quando soube, comentou também que as

consequências seriam pesadas. Foram.

“Nós não vamos aguentar”, chegou a dizer. Mesmo assim, em nenhum

momento, admitiu sair do País, embora, como se sabe, tenha providenciado e

estimulado a saída de dezenas de companheiros e companheiras do País por

considerar que corriam riscos muito grandes ficando no Brasil.

Numa sucessão impressionante de torturas, de assassinatos, a repressão foi

se aproximando de Marighella até matá-lo covardemente, na noite de 4 de novembro

de 1969, na Alameda Casa Branca, em São Paulo, numa operação comandada pelo

mais famoso torturador da ditadura, Sérgio Paranhos Fleury. Nós todos morremos um

pouco naquela noite. Por isso, nós nos lembramos da ditadura com indignação e asco.

Por isso, apoiamos entusiasticamente a Comissão Nacional da Verdade, que haverá

de resgatar toda nossa memória histórica, aproximar-se da verdade daquele período

de terror e de sombras.

Hoje, daqui desta tribuna, e sei que interpretando o pensamento de muitos

Parlamentares desta Casa, quero lembrar e homenagear o Marighella Deputado, o

Marighella comunista, o Marighella poeta, o Marighella militante, o Marighella

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companheiro, o Marighella solidário, o Marighella defensor da democracia e do

socialismo, o Marighella que entregou sua vida na defesa do povo brasileiro.

Viva Carlos Marighella, herói da Pátria brasileira, símbolo e intérprete dos

nossos melhores sonhos!

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o episódio de vazamento de óleo

causado pela Chevron merece mais e mais esclarecimentos devido à sua gravidade.

Matéria do jornalista Leandro Fortes, de CartaCapital, desta semana, joga luzes sobre

o fato. Creio que todos deviam ler a reportagem. Não bastam as desculpas do

presidente da empresa George Buck. E está certa, certíssima, a decisão da Agência

Nacional do Petróleo (ANP), de proibir, por tempo indeterminado, qualquer exploração

de petróleo no Brasil por parte da Chevron.

Entre outras coisas, a matéria, assinada por Leandro Fortes, revela que em

dezembro do ano passado o site Wikileaks vazou um documento revelador de

relações íntimas entre o PSDB e a Chevron — mais especificamente entre o

ex-Governador José Serra e a empresa. O documento é um despacho diplomático

enviado em 2009 da Embaixada dos EUA para o Departamento de Estado em

Washington.

O site revela conversa entre José Serra e Patrícia Pradal, Diretora de

Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da Chevron. As petroleiras

americanas, com a Chevron à frente, estavam muito preocupadas com as mudanças

do marco de exploração do pré-sal, mudanças com as quais elas naturalmente não

concordavam.

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Serra, obsequioso com os americanos, como sempre em tempos recentes, e

alimentando a expectativa de ser eleito presidente, deu esperanças à Chevron:

“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles

quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí

nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo

funcionava... E nós mudaremos de volta.”

Foram estas as palavras tão carinhosas de Serra à Chevron.

Essa notícia, bem mais circunstanciada, está também no instigante livro de

Palmério Dória e Mylton Severiano, Crime de Imprensa - Um retrato da mídia

brasileira murdoquizada. Os autores dão destaque a matéria publicada pelo jornal

fluminense Correio do Brasil, de 14 de maio de 2011, cuja manchete foi Serra ia

entregar Pré-Sal à exploração norte-americana. Nessa edição, há muito mais detalhes

sobre as tratativas que levariam ao predomínio privado no pré-sal na hipótese de

vitória de Serra, coisa que o povo brasileiro não admitiu.

No despacho diplomático, segundo o Correio do Brasil, conta-se que a

executiva da Chevron, Patrícia Pradal, relatou a conversa com Serra ao representante

de economia do consulado dos EUA no Rio. O Cônsul Dennis Hearne repassou as

informações no despacho. E fez uma pergunta no despacho, certamente angustiante

para ele e para os EUA: “A indústria do petróleo conseguirá derrubar a lei do pré-sal?”

Não conseguiu. O Brasil soberano de agora não é o mesmo da época de

Fernando Henrique Cardoso. O povo brasileiro esteve sempre alerta nos últimos

tempos e elegeu Dilma, em 2010, para levar à frente o terceiro mandato de um projeto

que está mudando o Brasil e que, nesse caso, sempre procurou fortalecer a

PETROBRAS.

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As coisas fazem agora mais sentido ainda. Entende-se um pouco mais toda a

dedicação do PSDB em tentar evitar as mudanças nas regras de exploração do

pré-sal. Todo aquele esforço atendia a interesses externos, mais especificamente aos

interesses das grandes companhias petrolíferas americanas, a quem Serra deve

obediência a um bom tempo. Quantos discursos de Parlamentares do PSDB, quanto

latim gasto, quantos volteios, quantas manobras de flanco, tudo destinado a tal

objetivo: garantir os interesses das empresas internacionais da área do petróleo.

Compreende-se também todo o esforço para privatizar a PETROBRAS, feito

pelo Governo Fernando Henrique Cardoso. É a sanha tucana da privatização. Que

discurso o PSDB fará agora em relação à Chevron? Fará de conta que não tem nada

a ver com a empresa? Que dirá Serra? O rei ficou nu e além de tudo sem a

presidência, nenhuma presidência. E agora, José?

Muito obrigado.

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O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Srs. Deputados, quero dar como lido pronunciamento que faço sobre os contratos

fraudulentos do Prefeito Gilberto Kassab e o financiamento privado de campanha.

Esta é a grande denúncia: a Justiça de São Paulo bloqueou os bens do

Prefeito, do Secretário do Meio Ambiente e de diversos empresários em São Paulo

por conta de um contrato de inspeção veicular feito com a empresa Controlar. O

Prefeito desengavetou esse contrato, que é de 10 anos atrás, da gestão Maluf, em

São Paulo. Certamente, Gilberto Kassab terá de devolver à Prefeitura os 54 milhões

de reais arrecadados com as multas e os 420 milhões de reais pagos pelos motoristas

ilegalmente.

É óbvio que, atrás disso, estão a Camargo Correa e a Serveng, que são

acionistas da CCR e financiaram a campanha de Kassab.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última sexta-feira, a 11ª Vara da

Fazenda Pública da Justiça bloqueou os bens do Prefeito de São Paulo, Gilberto

Kassab; do Secretário Estadual do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge; de

outros funcionários públicos; 13 empresários e 6 empresas ligadas à Controlar,

empresa privada responsável pela inspeção ambiental dos veículos no Município.

A Justiça concedeu liminar diante de ação proposta pela Promotoria de Defesa

do Patrimônio Público e Social do Ministério Público contra fraudes e 27

irregularidades no contrato da Controlar com a Prefeitura. O serviço foi implantado

com diversas ilegalidades.

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Além da suspensão do contrato, o Ministério Público pede que a Prefeitura

devolva os R$54 milhões arrecadados com as multas e os R$420 milhões pagos pelos

motoristas como taxa de inspeção nos últimos anos e que Kassab e o Secretário

Eduardo Jorge percam os direitos políticos por até 8 anos por improbidade

administrativa. A ação tem valor de mais de R$1 bilhão, e a decisão da Justiça

determinou a abertura de uma nova licitação em 90 dias.

Durante 3 anos, o Tribunal de Contas do Município apontou irregularidades no

contrato da Prefeitura com a Controlar, o que já deveria ter gerado uma nova licitação.

Antes de ignorar o TCM, a Prefeitura já havia contrariado o parecer de sua própria

Secretaria de Negócios Jurídicos que, entre 2005 e 2006, apontou outros problemas

em contratar a Controlar. A concessionária não tinha capacidade técnica e financeira

para assumir a inspeção e já havia sido condenada por improbidade, o que a impediria

de ser contratada pelo Poder Público.

A licitação que havia escolhido a empresa era da época da gestão Paulo Maluf,

ou seja, dos anos 90. O contrato chegou a ser assinado, mas, depois, foi engavetado.

Mais de 10 anos depois, em 2007, Kassab, que havia sido Secretário de Celso Pitta,

sucessor de Maluf, desengavetou esse contrato e decidiu usá-lo. Para o juiz, o

Prefeito violou dois artigos da Lei de Licitações que mandavam encerrá-lo.

A razão por trás da decisão de Kassab, Sras. e Srs. Deputados, não poderia ser

mais explícita. O Ministério Público Estadual descobriu que as maiores empresas

doadoras da campanha de Kassab — Camargo Correa e Serveng — são acionistas

da CCR, empresa que comprou a Controlar em 2009 por mais de R$173 milhões. A

Camargo Correa doou R$3 milhões à campanha de Kassab à Prefeitura; a Serveng,

R$1,2 milhão. Pouco antes da compra da Controlar, Eduardo Jorge assinou um aditivo

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que prorrogou o contrato da empresa com a Prefeitura com efeito retroativo. Kassab

sabia das tratativas da venda da Controlar desde 2008.

O Ministério Público do Estado chama a atenção para o fato de a venda da

Controlar, cuja única atividade é cuidar da inspeção veicular, ter sido tratada antes

mesmo do início da execução do contrato com a Prefeitura. E tudo isso em ano

eleitoral! Para os procuradores, o contrato aditivo garantiu à empresa remuneração da

Prefeitura, que bancou a gratuidade da inspeção em 2008, contrariando a licitação,

que não previa encargos para o Tesouro. Também fixou tarifa além do valor justo —

hoje, a tarifa é de R$61,98, quando deveria ser de R$41,87. A diferença permitiu

lucros exorbitantes e enriquecimento ilícito. Por esse aditivo, Kassab também pode

ser processado criminalmente.

Ou seja, Sr. Presidente, mais uma vez, o interesse privado se sobrepôs ao

público em razão de doações de campanha. Saíram ganhando os empresários, que

compraram uma empresa que já possuía um contrato irregular com a Prefeitura, e

saiu ganhando a candidatura de Kassab, que recebeu doações milionárias e que,

posteriormente, seriam retribuídas com o dinheiro do povo de São Paulo.

Esta semana, mais um problema foi revelado na atuação da Controlar. A

empresa tem um convênio ilegal com o Departamento de Trânsito do Estado de São

Paulo, que permite à Controlar ter acesso a endereços, telefones, números de CPF e

outros dados cadastrais protegidos de donos de veículos. A Controlar tem acesso aos

dados do DETRAN porque o veículo que não passa pela inspeção ambiental

obrigatória tem o licenciamento do ano seguinte bloqueado.

Assim, milhões de paulistanos têm tido sua privacidade violada por uma

empresa particular, que ainda repassa esses dados a suas terceirizadas. Do lado do

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Governo Estadual, o convênio com o DETRAN, pasmem, Sras. e Srs. Deputados, foi

assinado por um delegado de cargo subalterno, sem atribuição legal para firmar esse

tipo de acordo. Pela Prefeitura, assinou o Secretário Eduardo Jorge. O Governador

Geraldo Alckmin, portanto, também tem explicações a dar à população.

Kassab é citado ainda nos autos da Operação Sinal Fechado, realizada pela

polícia no Rio Grande do Norte, que resultou em 12 prisões relacionadas a um

esquema bilionário de desvio de recursos no DETRAN. Lá também a inspeção

veicular aparece entre os serviços fraudados. Ou seja, o assalto aos cofres públicos

pode ultrapassar as fronteiras de São Paulo.

Esse caso, Sr. Presidente, é mais uma confirmação da urgência de

aprovarmos, na reforma política, o fim do financiamento privado de campanha e

estabelecermos o financiamento público exclusivo. O financiamento privado é uma

das principais raízes da corrupção em nosso País, é um mecanismo que ainda

permite a brutal influência do poder econômico no processo eleitoral, desequilibrando

uma disputa que deveria ser igualitária. O Brasil não pode adiar mais essa mudança.

E o PSOL tem compromisso histórico com essa luta e seguirá denunciando e

combatendo essa prática.

Em relação a Kassab, exigimos a rigorosa apuração das denúncias

apresentadas pelo Ministério Público e que a Justiça puna de forma exemplar os

responsáveis por mais esse assalto aos recursos públicos. Seguiremos

acompanhando o processo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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A SRA. LUCI CHOINACKI (PT-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, quero registrar que hoje se comemoram os 30 anos da

instituição do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra — MST, por meio do qual se

organizaram vários assentamentos onde homens e mulheres pobres e excluídos do

Brasil se tornaram pessoas importantes, mostrando que são capazes de estudar, de

exercer profissão, de buscar e de executar recursos públicos.

E tanto é assim que a Prefeitura em São Miguel do Oeste tem como titular o

Prefeito Nelson Foss da Silva, o Nelsinho, um assentado da reforma agrária que está

fazendo uma grande administração. Outro belo exemplo é a Cooperativa de Alimentos

e Agropecuária Terra Viva, que surgiu da reforma agrária, dos assentamentos, da

conquista dos homens e mulheres mais pobres do Brasil e está produzindo hoje 300

mil litros de leite.

Então, quero dar parabéns ao MST e dizer que estou muito feliz com o trabalho

até agora realizado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, hoje, dia 30 de novembro, Dia da Reforma Agrária, quero

registrar a importância dos homens e mulheres que estão trabalhando pela justiça na

distribuição de terras no Brasil.

Em muitos Municípios do País, são os assentamentos que viabilizam uma nova

perspectiva de movimentação econômica, distribuição de renda e justiça social. E,

nesse aspecto, cabe destacar a organização dos assentamentos por meio de

cooperativas e associações de sem-terra. Um exemplo é uma das indústrias do MST,

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a Terra Viva, que hoje industrializa 300 mil litros de leite por dia e surgiu a partir da

primeira grande ocupação de terra em Santa Catarina, há mais de 20 anos.

Na época, esses trabalhadores eram chamados até de bandidos, mas, hoje,

geram empregos e trazem novas perspectivas para a região. Se não houvesse

assentamentos como esse, onde estariam as milhares de crianças que hoje estão nas

escolas, construindo um futuro melhor para elas e para sua família? Provavelmente

estariam na rua, engrossando, junto com seus pais, os bolsões de miséria das

grandes cidades.

Parabenizo, portanto, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, que faz

com que a pauta da reforma agrária esteja presente no Brasil. Esse movimento de

guerreiras e guerreiros que não tem medo de calo nos pés e mantém firme seus

sonhos e suas bandeiras, sempre lutando por um país transformado, onde cada

trabalhador tenha direito à terra, ao trabalho e a cidadania.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, hoje, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia, recebemos

representantes da empresa Chevron e de vários órgãos fiscalizadores e reguladores

do Governo.

Ficou claro que, no acidente ocorrido na Bacia de Campos, a empresa Chevron

foi incompetente, tentou minimizar o tamanho do estrago e escondeu ao máximo as

informações. Isso mostra que o Brasil precisa avançar muito no que diz respeito à

exploração de petróleo.

Além disso, é preciso lembrar que esse tipo de acidente está vinculado

diretamente à discussão dos royalties do petróleo, que representam uma indenização

por possíveis acidentes ambientais e compensação pela questão social; os royalties,

portanto, não são esmolas nem favor.

Então, esperamos que o Governo Federal e o próprio Congresso tenham muita

lucidez na hora de votar essa matéria para fazer justiça aos Estados produtores.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes;

crianças, jovens, senhoras e senhores que acompanham esta sessão pela Rádio

Câmara, TV Câmara, Internet, redes sociais e, inclusive, pela Língua Brasileira de

Sinais — LIBRAS, em particular os ilustres cidadãos do meu Estado, o Rio de Janeiro,

a quem tenho o orgulho de aqui representar, sigo de forma dedicada, no cumprimento

de minhas atribuições parlamentares, na apuração dos fatos que envolvem o acidente

da empresa petrolífera Chevron, no Campo de Frade, na Bacia de Campos.

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Assim, durante todo o dia de ontem, terça-feira, cumpri uma agenda extensa na

busca das informações necessárias para prestar o melhor esclarecimento possível à

sociedade brasileira acerca desse acidente.

No desdobramento das ações que envolvem o processo de investigação,

estive, junto com outros membros da Comissão Externa criada para apurar as causas

do acidente da Chrevon, com o Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis — IBAMA, Curt Trennepohl, e, em seguida, com o

Diretor da PETROBRAS Fernando Carvalho, em Brasília.

O Presidente do IBAMA informou que a instituição deve aplicar nova multa de

R$10 milhões à Chevron, a partir da comprovação, se ocorrer, de que a petrolífera não

executou, dentro dos padrões técnicos e das normas vigentes, um plano emergencial

para conter o vazamento de 400 mil litros de óleo no mar, no Campo do Frade, na

Bacia de Campos.

Até este momento, Sras. e Srs. Deputados, essa companhia americana

recebeu apenas uma multa irrisória, da ordem de R$50 milhões, como estabelece a

Lei do Petróleo. Curt Trennepohl admitiu que um grupo executivo do órgão trabalha na

possibilidade de uma nova sanção de R$50 milhões, no âmbito da legislação

ambiental.

Para se ter uma dimensão da insignificância dessas multas, basta lembrar que,

no vazamento ocorrido no Golfo do México, em 2010, por exemplo, a companhia

petrolífera BP foi multada em US$75 milhões, tendo destinado outros US$20 bilhões

para medidas e ações de recuperação ambiental.

Na referida Comissão Externa, estamos envolvidos com o levantamento do

maior número possível de informações, para que possamos esclarecer as reais

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causas do acidente e, dessa forma, auxiliar no estabelecimento das sanções cabíveis

pelos impactos ambientais e danos aos municípios produtores e, ao mesmo tempo,

estabelecer parâmetros e diretrizes para que uma tragédia ambiental desse porte não

volte a ocorrer.

Está claro para todos nós da Comissão Externa que a empresa Chevron falhou

e não tinha sequer um plano de contingenciamento, além de deliberadamente ter

minimizado e omitido as verdadeiras dimensões do vazamento de óleo no Campo do

Frade.

O mais grave, Sr. Presidente, é a revelação feita por técnicos da Agência

Nacional de Petróleo — ANP acerca da total incapacidade do Governo Federal e de

seus órgãos reguladores para fiscalizar e identificar as atividades de exploração e

produção de petróleo no Brasil.

O representante da ANP, o Sr. Silvio Jablonski, admitiu nesta terça-feira que o

efetivo da Agência é insuficiente para fiscalizar e monitorar todos os 900 poços que

são perfurados por ano no Brasil, uma média de três por dia.

O que gera apavoramento em todos nós, Parlamentares, pela gravidade que a

constatação carrega, é a ANP afirmar que conta com uma equipe com apenas 15

técnicos para realizar a fiscalização necessária de todos esses 900 poços.

É inadmissível que o Governo Federal permita que esse cenário perdure, com a

completa falência da ANP no cumprimento da missão a ela confiada, qual seja, a de

fiscalizar o segmento produtivo de petróleo e gás.

Na condição de Parlamentar eleito para o quarto mandato de Deputado

Federal, tenho o compromisso de sustentar a defesa permanente dos interesses dos

Municípios produtores de petróleo. Por isso, ao concluir esta minha breve exposição,

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reitero para a população de Campos, Macaé, Quissamã e Rio das Ostras, entre outros

Municípios afetados pelo acidente da Chevron, que não descansarei um único

instante até que os responsáveis sejam punidos e medidas para minimizar os

impactos sejam adotadas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aprovamos hoje, na Comissão de Agricultura da

Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 1.836, de 2011, de minha autoria, que

regulamenta o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que

reconhece aos remanescentes das comunidades de quilombos a propriedade

definitiva das terras que estejam ocupando.

Hoje a questão quilombola está sendo regulamentada pelo Decreto nº 4.887,

de 2003, do Presidente Lula. Estabelecemos esta Casa como o órgão competente

para fazer com que seja regulamentado esse artigo da Constituição. Com a criação da

comunidade quilombola, a identificação das áreas ocupadas pelos remanescentes

dos quilombos e a intitulação dessas terras, como deve ser, como manda a

Constituição, poderemos eliminar o conflito no campo com relação à questão

quilombola no Brasil.

É um projeto de suma importância para esta Casa e para o Brasil.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. RONALDO ZULKE (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a

inovação e as novas tecnologias são não apenas uma necessidade, mas o futuro do

nosso País. Urge desenvolver e incorporar o processo produtivo da microeletrônica no

Brasil, razão pela qual acabamos de aprovar, na Comissão de Desenvolvimento

Econômico, Indústria e Comércio, emenda ao Orçamento da União para constituição

do primeiro instituto de semicondutores no Brasil, projeto do Instituto de

Semicondutores da UNISINOS, a ser desenvolvido com o Parque Tecnológico de São

Leopoldo, em parceria com o Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas — CETEC

instalado no Rio Grande do Sul.

Queremos formar mão de obra, qualificar a produção de chips e o seu

encapsulamento e, com isso, contribuir de forma decisiva para a geração de emprego

nessa área de novas tecnologias, da inovação, que é o futuro do nosso País.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. COSTA FERREIRA (PSC-MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, teve início na manhã de ontem, 29 de novembro, em São

Luís, o I Seminário Internacional Logística, Base para o Desenvolvimento Sustentável.

O Seminário, que termina hoje, é promovido pela Agência Nacional de

Transportes Aquáticos — ANTAQ, em parceria com o Governo do Estado do

Maranhão, e discutirá projetos sustentáveis aplicados com sucesso em diversas

cidades do mundo e sua possível aplicação no País.

Além de Secretários Estaduais, compareceram à abertura do evento o

Presidente do Senado, Senador José Sarney, a Governadora Roseana Sarney, os

Ministros Edison Lobão, de Minas e Energia, e Paulo Sérgio Passos, dos Transportes.

São Luís atraiu um evento desse porte por apresentar excelente infraestrutura,

como o Porto do Itaqui, um dos sete mais estratégicos do País e com grande potencial

de navegabilidade, e por estar a Capital maranhense desabrochando para o turismo

internacional devido a ações eficientes do Governo do Estado quanto à infraestrutura

turística.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, teve início na manhã de ontem, 29 de

novembro, em São Luís, o I Seminário Internacional Logística, Base para o

Desenvolvimento Sustentável.

O seminário, que termina hoje, é promovido pela Agência Nacional de

Transportes Aquáticos — ANTAQ, em parceria com o Governo do Estado do

Maranhão, e discutirá projetos sustentáveis aplicados com sucesso em diversas

cidades do mundo e sua possível replicação no País.

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Além de Secretários Estaduais, compareceram o Presidente do Senado,

Senador José Sarney, A Governadora Roseana Sarney, os Ministros Edison Lobão,

de Minas e Energia, e Paulo Sérgio Passos, dos Transportes.

Na oportunidade, o Senador José Sarney discorreu sobre As Transformações

Sociais a Partir do Desenvolvimento.

Além das palestras, serão apresentados cinco painéis que abordarão diversos

temas relacionados à questão do desenvolvimento sustentável envolvendo as

relações humanas com o meio ambiente, o destino correto e a reutilização dos

resíduos sólidos, política de saneamento básico, transporte multimodal e turismo,

entre outros.

São Luís atraiu um evento desse porte por apresentar condições excelentes

como a que proporciona o Porto do Itaqui, um dos sete mais estratégicos do País, com

grande potencial de navegabilidade, e o fato de a Capital maranhense estar

desabrochando para o turismo internacional devido a ações eficientes do Governo do

Estado quanto à infraestrutura turística.

Certamente, desse Seminário brotarão novas referências práticas e acessíveis,

com o aprimorando da capacidade de enfrentar de forma sustentável a inexorável

demanda por recursos naturais e os efeitos sobre o meio ambiente de todas as

atividades humanas.

Parabéns aos idealizadores de tão relevante evento e aos que contribuíram

para a sua realização. Somente essa consciência, a embasar planos e ações

sustentáveis, permitirá a manutenção do equilíbrio tênue provocado pela

consequência da expansão humana sobre a natureza.

Muito obrigado.

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O SR. PAULO FOLETTO (Bloco/PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, promovemos ontem, na Comissão de Ciência e

Tecnologia, Comunicação e Informática, audiência pública para discutir a modificação

da Norma nº 4, de 1995, da ANATEL. Essa norma foi editada há 17 anos, e, nesse

período, a Internet sofreu inúmeras mudanças.

Contamos com a presença do Sr. Eduardo Fumes Parajo, Diretor-Presidente

do Conselho Consultivo Superior da Associação Brasileira de Internet — ABRANET;

da Sra. Miriam Wimmer, do Ministério das Comunicações; do Sr. Virgilio Augusto

Almeida, Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e

Inovação e membro do Comitê Gestor da Internet; e do Sr. Nilo Pasquali, Gerente de

Regulação da Superintendência de Serviços Privados da ANATEL. Discutimos a

possibilidade da modificação dos provedores de valor adicionado para

telecomunicações, o que pode trazer um custo alto no serviço de provedor.

Por isso, chamo a atenção dos Srs. Deputados para a necessidade de ficarmos

atentos a essa discussão que se vai prolongar nesta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. AUDIFAX (Bloco/PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, neste breve espaço de tempo, quero fazer dois registros.

O primeiro é para parabenizar o Deputado Manato pela grande iniciativa de

cumprimentar o ex-Governador Paulo Hartung, que receberá a Medalha do Mérito

Legislativo, hoje, às 15 horas, no Salão Negro desta Casa.

E o segundo registro é para parabenizar o ex-Governador pelos trabalhos que

realizou no Espírito Santo. Paulo Hartung fez história, deixou o meu Estado em dia, e,

por isso, hoje o Espírito Santo vive uma nova fase. Essa mudança nós devemos, em

primeiro lugar, a Deus, mas também à liderança e ao trabalho de Paulo Hartung, de

quem tive a honra, juntamente com o Deputado Paulo Foletto e outros aqui presentes,

de ser Secretário, o que muito me honrou e alegrou.

Parabéns ao ex-Governador Paulo Hartung.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. RICARDO BERZOINI (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, peço a palavra para registrar, com pesar, o falecimento de

uma grande companheira nossa de São Paulo, funcionária do Diretório Nacional do

PT, do setor jurídico, Maria Luiza Tibiriçá Guimarães, a companheira Gisa.

Lamentavelmente, em agosto teve a notícia de um câncer no pulmão. Em

poucos meses, dado o avançado da doença, veio a falecer.

Era companheira do maior valor, da melhor qualidade, que durante todo o

tempo contribuiu para a organização do nosso Departamento Jurídico; militante

aguerrida, comprometida com os destinos do Brasil e com o fortalecimento do Partido

dos Trabalhadores.

Manifesto à família e aos funcionários da Sede Nacional do PT, em São Paulo,

o sentimento de pesar e a solidariedade de toda a bancada do PT, de todos aqueles

que conviveram com a nossa querida companheira Gisa, uma grande militante, uma

grande funcionária.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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A SRA. MARINA SANTANNA (PT-GO. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, quero registrar aqui uma viagem que fizemos, o Deputado Chico Alencar e

eu, à Faixa de Gaza.

Ontem foi o Dia Internacional em Solidariedade ao Povo Palestino.

Encaminharemos à Presidência da Casa, aos ilustres Deputados que desejarem e ao

Deputado Dr. Rosinha, que coordena várias dessas delegações, e especificamente

esta, relatório do nosso trabalho em Gaza e no Cairo.

Tivemos oportunidade de estar na Praça Tahrir e também de observar os

movimentos políticos relacionados aos processos eleitorais de Gaza, Cisjordânia e

Cairo.

A experiência foi realmente interessante e vamos passá-la aos Parlamentares,

para que possamos ampliar a nossa capacidade de nos solidarizarmos com o povo

palestino.

Muito obrigada.

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O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, registro que, logo mais, às 15 horas, no Salão Negro desta

Casa, será feita a outorga da Medalha do Mérito Legislativo. E, entre os que serão

homenageados, está um sergipano ilustre: o Ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo

Tribunal Federal, que muito honra a todos nós. Será uma justa homenagem pelos

relevantes serviços prestados pelo Ministro ao povo brasileiro.

Mais uma vez, nós, sergipanos, sentimo-nos honrados com essa homenagem

que Sergipe receberá, por intermédio do Ministro Carlos Ayres Britto, que é conhecido

em todo o País pela forma íntegra e retilínea com que sempre pautou sua vida pública,

o que enche a todos os sergipanos de muito orgulho.

Da mesma forma, Sras. e Srs. Deputados, registro que, por indicação da

Liderança do PSC, o Pastor Silas Malafaia também será um dos homenageados. É

outra justa homenagem ao Pastor Silas Malafaia pelos serviços que presta ao País.

Portanto, deixa-me muito feliz registrar essas justas homenagens.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. JOSÉ AIRTON (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

primeiro, quero parabenizar a Prefeitura de Fortaleza pela entrega de mais um

conjunto habitacional, no caso, o Santo Agostinho. A Prefeitura de Fortaleza, em

parceria com o Governo do Estado, vem concretizando esse programa que realiza

sonhos de milhares e milhares de brasileiros.

Por isso, deixo aqui o nosso registro felicitando a Prefeitura pela agilidade na

entrega de casas tão importantes para o nosso povo.

E, em segundo lugar, Sras. e Srs. Deputados, lembro que, amanhã,

comemoramos o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, data instituída como forma de

despertar a consciência de todos quanto à necessidade da prevenção e, acima de

tudo, construir uma cultura preventiva da doença.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho falar da entrega de conjunto

habitacional Santo Agostinho. Parabenizo a Prefeitura de Fortaleza pela entrega de

mais esse conjunto habitacional, dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida.

A Prefeitura de Fortaleza, em parceria com o Governo Federal, vem

concretizando esse programa que realiza os sonhos de milhares de brasileiros que

estão sem uma moradia digna. Essa é uma das formas de diminuir as áreas de risco

de Fortaleza, além de realizar o sonho da casa própria. Dessa feita, foram

beneficiadas 232 famílias na Barra do Ceará, Regional II.

Esse condomínio é o terceiro entregue no Ceará e o segundo em Fortaleza por

intermédio do Programa Minha Casa, Minha Vida, programa voltado para famílias com

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renda de zero a três salários mínimos. O primeiro entregue no Município foi o

Turmalina, que beneficiou 120 famílias, em junho deste ano.

Era o que tinha a dizer.

Meu muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna lembrar que no dia 1°

de dezembro vários países comemoram o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, data

instituída como forma de despertar a necessidade da prevenção, promover o

entendimento sobre a pandemia e incentivar a análise relativa à AIDS pela sociedade

e órgãos públicos.

O Governo Federal explica que, no Brasil, a data começou a ser comemorada

no final dos anos 80 do século passado, envolvendo os Governos Federal, Estaduais,

Distrital e Municipais e organizações sociais.

A campanha de 2010 teve como público primordial os jovens de 15 a 24 anos.

Essa escolha foi feita ao se levarem em consideração dados comportamentais, como

o número de parceiros sexuais casuais dos jovens em relação aos não-jovens e o

elevado índice dos que declaram não usar preservativo em todas as relações sexuais

— 40% da referida faixa etária.

Em 2012, o enfoque da campanha são os gays de 15 a 24 anos das classes C,

D e E. A ação busca discutir as questões relacionadas à vulnerabilidade ao HIV/AIDS,

na população prioritária, sob o ponto de vista do estigma e do preconceito. Além disso,

a ideia é estimular a reflexão sobre a falsa impressão de que a AIDS afeta apenas o

outro, distante da percepção de que todos estamos vulneráveis.

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Parabéns, portanto, para o Ministério da Saúde, que vem trabalhando nessa

ação relevante para sociedade brasileira e na luta contra o preconceito.

Meu muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PINTO ITAMARATY (PSDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, queremos registrar o que está ocorrendo no Estado do Maranhão em

relação à greve da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.

O Governo do Estado abriu uma negociação com os líderes do comando da

greve, e acreditamos que, ainda no dia de hoje, essa greve deve se encerrar.

Se a segurança pública nacional já é um caos, imaginem, Sras. e Srs.

Deputados, como fica o Estado com o policiamento em greve! E assim está o

Maranhão, cuja segurança está sendo feita, em parte, pelo Exército e pela Força

Nacional. A sociedade maranhense está aflita.

Esperamos a compreensão do Governo do Estado e do comando de greve e

que, ainda no dia de hoje, haja o encaminhamento para o fim dessa greve, com o que

todos ganharão.

Acreditamos, portanto, que o Governo do Estado do Maranhão e o comando de

greve vão chegar a um acordo no dia de hoje.

Era o registro que tinha a fazer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. CHICO D’ANGELO (PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o acidente que ocorreu anteontem na travessia

Niterói-Rio com o catamarã Gávea I, da empresa Barcas S/A, e que deixou 65 feridos

continua sem explicação.

A respeito do fato, o jornal O Globo fez hoje uma ótima matéria com o título

Transporte à Deriva, e o subtítulo Ninguém explica acidente, usuários reclamam e

tarifa pode aumentar. Uma total falta de respeito com a população.

Desta tribuna, então, peço à Agência Reguladora de Transportes do Estado do

Rio de Janeiro — AGETRANSP, responsável pela fiscalização, providências. Mas, na

verdade, a Agência está estudando um aumento da tarifa cobrada pela referida

empresa, de R$2,80 para R$4,70, mesmo com os problemas graves enfrentados

pelos passageiros.

Ágil quando o assunto é aumento, a Agência julgou apenas 11 dos processos

abertos contra a concessionária em 2010 e 2011.

O fluxo de passageiros nas barcas Rio-Niterói é de 100 mil nos dias úteis.

Assim, o cenário ontem nos acessos à Estação Arariboia, em Niterói, era caótico, com

longas filas.

O Presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante,

Severino Almeida Filho, alertou para o risco da falta de treinamento da tripulação e

disse que está se abusando da sorte, pois há risco de vermos acidentes ainda

maiores.

Em 2008, foi instaurada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

a CPI das Barcas, que foi presidida pelo Deputado Estadual Gilberto Palmares. O

relatório final dessa CPI, apresentado em 2009, listou 64 propostas, entre as quais o

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retorno da barca nos horários da madrugada e a construção de estações em São

Gonçalo e no Porto do Rio de Janeiro. São Gonçalo representa 40% dos passageiros

que fazem a travessia Praça XV-Niterói.

Esse desrespeito para com a população usuária das Barcas Rio-Niterói precisa

ter, por parte Agência Reguladora de Transporte, uma solução imediata.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. ZEQUINHA MARINHO (PSC-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, precisamos ajudar, contribuir para que, de fato,

funcione. O Governo Federal tem criado diversas reservas em nosso Estado. Dentre

tantas criou a RESEX — Reserva Extrativista Verde para Sempre —, no Município de

Porto de Moz, à beira do Rio Xingu, às proximidades da sua foz com o Rio Amazonas.

Essa RESEX é uma das maiores do mundo, diria que é a maior do mundo. Em

sua área há duas mil cento e poucas famílias. Mas qual é o problema, qual é o caso?

Essa RESEX completou, dia 7 de novembro, 7 anos de criação. Até este momento

não se definiu o plano de uso dessa RESEX, não se definiu nenhum tipo de plano de

manejo, para que os moradores, nativos, pudessem ali utilizar, trabalhar e sobreviver.

A única coisa interessante que a criação da RESEX trouxe para aquela região

foi impedir que madeireiros industriais continuassem explorando ilegalmente a

madeira que ainda há bastante naquela região do Xingu.

Mas a situação dos moradores dos vilarejos que estão ali, do trabalhador que

vive naquela área é socialmente inaceitável, já que nada mais é produzido. Eles

praticam um tipo de extrativismo de subsistência, não tiveram ao longo da vida

nenhuma condição de fazer uma poupança para usar durante esses 7 anos. O certo é

que essa população vive um verdadeiro caos social, trazendo para o Município de

Porto de Moz consequências gravíssimas. Até o presente momento, não aconteceu

absolutamente nada daquilo que o Instituto Chico Mendes prometeu realizar, ou seja,

construção de casas populares para a moradia das pessoas que lá estavam,

benefícios na área social, como recursos para fomento, etc.

Já tivemos uma audiência pública. Vamos hoje novamente ao Instituto Chico

Mendes. Fazemos esse apelo ao Governo, principalmente ao Ministério do Meio

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Ambiente. Claro que precisamos fazer uma preservação inteligente para o uso

sustentável da nossa natureza, mas não podemos esquecer o ser humano que está

ali. Ninguém tem mais valor do que uma pessoa humana, em que pese toda a beleza

natural, a biodiversidade, o bioma que lá está para ser preservado. Mas dentro disso

há o elemento humano, que precisa ser levado em consideração, precisa ser

atendido.

Se eu tiro de famílias paupérrimas... Para V.Exas. terem uma noção, no meu

Estado do Pará, 46,5% das famílias vivem com renda abaixo de meio salário mínimo,

diz o IBGE em documento de 2010.

Então, apelo para a sensibilidade da Ministra Izabella, do Governo Federal e do

próprio Instituto Chico Mendes, que é o responsável por isso: vamos encontrar uma

saída, pelo menos transitória, até que se defina o uso econômico dessa RESEX, a fim

de colocarmos um ponto final na falta de esperança. O povo daquela região está numa

situação crítica, não sabe o que fazer da vida. Precisamos de um norte, de uma forma

definida por parte do Governo para que possamos atender a essa necessidade, que é

tão premente e socialmente justa.

Fica o meu apelo para que possamos ir ao encontro dessa necessidade

estupenda no Município de Porto de Moz, Reserva Extrativista Verde Para Sempre.

Sr. Presidente, muito obrigado, mais uma vez, pela oportunidade.

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O SR. PADRE TON (PT-RO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Parlamentares, na manhã de hoje, em Porto Velho, Rondônia, o Arcebispo

Metropolitano D. Moacyr Grechi anunciou, em entrevista coletiva à imprensa, o

encerramento de sua missão pastoral.

O Papa Bento XVI acolheu nesta quarta-feira, 30 de novembro, o pedido de

renúncia do Arcebispo de Porto Velho, D. Moacyr Grechi, em razão de sua idade, 75

anos, em conformidade com o cânon 401 do Código de Direito Canônico.

Foi nomeado para sucedê-lo D. Esmeraldo Barreto de Farias, 62 anos, que foi

transferido da diocese de Santarém, no Pará.

O novo arcebispo de Porto Velho nasceu no dia 4 de julho de 1949 e é natural

de Santo Antônio de Jesus. Foi ordenado presbítero em 9 de janeiro de 1977 em sua

cidade natal. Sua nomeação episcopal aconteceu em 22 de março de 2000, e ele

estava na diocese de Santarém.

Seja bem-vindo, D. Esmeraldo, e muito obrigado a D. Moacyr Grechi pelo

trabalho prestado em Rondônia e no Acre.

Sr. Presidente, solicito que seja dado como lido meu pronunciamento.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Obrigado a V.Exa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Excelentíssimo Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, na manhã de hoje,

em Porto Velho, Rondônia, o Arcebispo Metropolitano D. Moacyr Grechi anunciou, em

entrevista coletiva à imprensa, o encerramento de sua missão pastoral.

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D. Moacyr se afasta da linha de frente da missão ao completar 75 anos de vida,

como prevê o Código de Direito Canônico. Lúcido como poucos, ele encaminhou

pedido de renúncia ao Santo Padre, o Papa Bento XVI, em 19 de janeiro deste ano.

D. Moacyr deixou marcas profundas em todos os cargos que ocupou na Igreja.

Foi membro da Comissão Episcopal de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos

do Brasil, a CNBB, de 1975 a 1978; Presidente da Comissão Pastoral da Terra, a

CPT, por 8 anos; e Presidente da Regional Norte I, da CNBB, por dois períodos.

Adepto da Teologia da Libertação, desenvolveu uma intensa atividade social,

pastoral e religiosa no Estado do Acre, que redundou na criação de inúmeras

comunidades eclesiais de base, contribuindo para a formação de inúmeras lideranças

políticas no início da década de 1980.

Dom Moacyr, Sr. Presidente, teve a coragem profética de denunciar o grupo de

extermínio que atuava no Estado do Acre na década de 1990, sob a liderança do

ex-Deputado Hildebrando Pascoal, que ficou conhecido como o Deputado da

Motosserra.

Foi vítima de dois acidentes automobilísticos que deixaram sequelas que

carregará pelo resto da vida. Sua sobrevivência só foi possível devido à providência

divina.

O primeiro foi em 2001 e o segundo em 2004, quando trafegava pela BR-364.

Em ambos os eventos, sofreu traumas físicos profundos, que restringiram sua

mobilidade, mas não o entusiasmo com que se sempre se dedicou a obras religiosas e

sociais.

A respeito do primeiro acidente, ocorrido em 2001, D. Moacyr resumiu assim o

próprio sentimento pós-traumático: “Fui vítima de um grave acidente automobilístico.

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Do que aconteceu então eu não me lembro nada ou pouquíssima coisa. O que eu

sinto agora, o que vou tentar transmitir é fruto da tomada de consciência mais ou

menos quinze dias depois, já na UTI. Eu senti uma necessidade muito grande,

profunda de agradecer a Deus. O choro vinha-me fácil. Percebi, acima de tudo, a

presença de Jesus Cristo como a de um irmão bom, amável, acima de tudo admirável,

desejável”.

Vascaíno de coração, como eu, D. Moacyr nunca mudou suas convicções. É

um farol aceso a nos ensinar o caminho da justiça e da santidade.

Portanto, quero registrar nos Anais desta Casa ao menos um pouquinho da

trajetória de vida desse grande brasileiro. Não se trata de despedida porque D.

Moacyr continuará contribuindo à irrenunciável tarefa de construir uma sociedade

mais justa, em que todos terão igualdade de oportunidade.

Ao mesmo tempo, dou as boas vindas ao novo Arcebispo de Porto Velho, o

baiano de Santo Antônio de Jesus, D. Esmeraldo, que ora inicia sua missão na

Arquidiocese de Porto Velho. Que tenha um episcopado longo e marcado pela ação

libertadora.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Vieira da Cunha, do PDT do Rio Grande do Sul.

Por motivo superior, vou me retirar, porque vou à solenidade de outorga da

Medalha Mérito Legislativo a várias autoridades do País. Por isso, passarei a

Presidência ao Deputado Amauri Teixeira.

O SR. VIEIRA DA CUNHA (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Em breve

estarei lá também, meu Presidente.

Colegas Deputados, assomo a esta tribuna para prestar meu apoio e irrestrita

solidariedade aos juízes federais e magistrados do Trabalho de todo o Brasil, que

promovem hoje uma paralisação nacional de suas atividades.

Vejam bem: juízes tendo que paralisar as suas atividades, evidentemente sem

prejuízo das questões urgentes, para fazer valer os seus direitos previstos na

Constituição Federal, como a irredutibilidade de vencimentos. Já chega a 25% a

defasagem do subsídio dos senhores magistrados. A última reposição concedida, e

parcial, que não cobriu a inflação do período, se deu no ano de 2009.

Há dois projetos de lei nesta Casa que até agora não foram apreciados para

repor perdas inflacionárias dos senhores magistrados.

Nós que aprovamos a Constituição Federal de 1988 agora a estamos

descumprindo. Está escrito na Lei Maior que os senhores magistrados gozam, em

razão da natureza da sua função, de prerrogativas como a vitaliciedade, a

inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos. Ora, ao não repormos a inflação

estamos reduzindo os subsídios dos magistrados do País. Isso não é possível!

Pergunto: a quem interessa um juiz ou um promotor de justiça malremunerado?

E respondo: certamente não é ao cidadão de bem, porque este, quando bate às portas

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do Judiciário, quer que a sua causa seja julgada por um juiz independente e bem

pago. O cidadão de bem — a imensa maioria da sociedade brasileira —, tenho

certeza, está solidário com esse movimento, porque quer que continuem sendo

recrutadas da sociedade as melhores cabeças jurídicas para a carreira da

magistratura.

Se nós continuarmos com essa política de não reposição sequer das perdas

inflacionárias dos vencimentos da magistratura e do Ministério Público, estaremos

desqualificando essas carreiras a médio e longo prazo. Repito: ao cidadão de bem

essa situação certamente não interessa.

Fica, portanto, registrada desta tribuna minha solidariedade, meu apoio à

AJUFE — Associação Nacional dos Juízes Federais, hoje presidida por um colega,

meu conterrâneo, Dr. Gabriel Wedy, e à ANAMATRA — Associação Nacional dos

Magistrados da Justiça do Trabalho, entidades que estão capitaneando esse

movimento que representa a vontade dos seus associados, que não aguentam mais

essa política que está rasgando a nossa Constituição.

Sr. Presidente, colegas Deputados, além da questão remuneratória, com muita

justiça reivindicam os senhores magistrados do Brasil segurança para desempenhar

com tranquilidade suas atividades, já que cerca de 200 juízes, segundo o Conselho

Nacional de Justiça, estão ameaçados de morte. Então, também a bandeira da

segurança está inserida nas reivindicações desse movimento, assim como a da

previdência pública.

Queremos, portanto, ao finalizar este pronunciamento, reiterar nosso apoio à

remuneração digna da magistratura, à segurança dos senhores magistrados e

também a uma previdência pública, já que aqui estamos em via de votar proposta de

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previdência complementar que considero, Sr. Presidente, colegas Deputados,

incompatível com a característica da atividade de Estado que exercem tanto os

magistrados quanto outros servidores públicos, que precisam e merecem ter uma

previdência pública.

Muito obrigado.

O Sr. Inocêncio Oliveira, 3º Secretário, deixa a

cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Amauri

Teixeira, § 2° do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Os Deputados Newton Lima, João

Campos e Marina Santanna são os próximos inscritos. Nós vamos conceder, no

máximo, 1 minuto de prorrogação. Cinco minutos é um tempo razoável.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra o Deputado Newton

Lima.

O SR. NEWTON LIMA (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente.

Colegas Parlamentares, inicialmente quero cumprimentar a Consultoria

Legislativa da Casa pelos 40 anos de atividades, marcados por competência e

eficiência inegáveis. Tenho a oportunidade de conviver com a Consultoria Legislativa

na Comissão de Altos Estudos, presidida pelo Deputado Inocêncio Oliveira, e quero

testemunhar a altíssima qualidade do corpo de consultores legislativos desta Casa.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos últimos dias tem ganhado força e

adeptos a nossa causa pelos royalties do petróleo para educação, ciência e

tecnologia.

Quero registrar artigo memorável do Prof. Sérgio Mascarenhas, professor

emérito da USP, do Campus de São Carlos, minha cidade, ex-Presidente da SBPC e

membro titular da ABC, no jornal O Estado de S.Paulo, intitulado Pré-Sal, Ciência,

Tecnologia e Educação, que diz:

“Enquanto governadores, deputados e senadores

brasileiros se engalfinham num cabo de guerra político

pela partilha federativa dos recursos a serem gerados com

a exploração do petróleo da camada pré-sal, vai passando

quase despercebida e mais uma vez negligenciada a

oportunidade histórica de o País garantir o uso desses

recursos para dar um salto inédito e há muito necessário

nas áreas de ciência, tecnologia e educação.”

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Anteontem a bancada do Partido dos Trabalhadores, por iniciativa do nosso

Líder Paulo Teixeira, convidou, e tivemos o prazer de ouvir, o grande neurocientista

brasileiro Miguel Nicolelis, que emocionou toda a bancada com seu projeto em

Macaíba, pequena cidade da periferia de Natal, no Rio Grande do Norte, terra da

nossa Deputada Fátima Bezerra, Presidenta da Comissão de Educação desta Casa.

Esse projeto maravilhoso começa no pré-natal, para garantir o funcionamento

dos neurônios das crianças de maneira adequada, e vai até o ensino médio, com o

acompanhamento que todo mundo reconhece como uma das mais extraordinárias e

recentes experiências em metodologia educacional e resultado social.

Com o título de A ciência como agente de transformação social, o Prof.

Nicolelis, sempre tido como o possível ganhador do primeiro Prêmio Nobel no Brasil

por tudo o que faz no mundo, nos brindou com sua palestra e se engajou na nossa

campanha. Ele é professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e colocou

todo seu talento, todo seu reconhecimento e prestígio internacional para nos ajudar

nessa campanha, que vai ser organizada pela SBPC, pela ABC, pelos reitores e pela

UNE, que tem os Ministros Aloizio Mercadante e Fernando Haddad à frente.

Nós vamos lutar, na Comissão Especial de que faremos parte nesta Casa,

instituída pelo Presidente Marco Maia, para que educação, ciência e tecnologia

tenham verbas carimbadas do pré-sal e do pós-sal.

Quero, para terminar, Sr. Presidente, dizer da nossa expectativa — sou

Suplente da Comissão de Educação e titular da Comissão Especial do Plano Nacional

de Educação — quanto à leitura do relatório do Deputado Angelo Vanhoni, querido

amigo e companheiro, expectativa também de toda a comunidade acadêmica,

universitária brasileira, o relatório do PNE, que fixa as 20 metas para o decênio

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2011/2020, seja lido e aprovado para que tenhamos um salto de qualidade na

educação brasileira. É a minha expectativa.

Quero parabenizar nossa Comissão de Educação pelo trabalho e

cumprimentar nossa Presidenta, Deputada Fátima Bezerra, por tudo o que vem

fazendo na discussão do Plano Nacional de Educação e à frente da Comissão.

Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, quero renovar minha expectativa, fazendo

coro com as vozes da comunidade acadêmica, universitária deste País, de que o

relatório seja lido até amanhã para que possamos votar ainda este ano e encaminhar

ao Senado da República o projeto que estabelecerá as metas que certamente farão o

Brasil chegar, por meio da educação, da inovação, à condição de quinta potência

mundial muito em breve.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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A SRA. FÁTIMA BEZERRA (PT-RN. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, primeiro, quero me associar à manifestação do Deputado Newton

Lima, para que, enfim, o relatório que trata do Plano Nacional da Educação seja

apresentado o mais tardar amanhã.

Segundo, quero dizer que hoje, no âmbito da Comissão de Educação e Cultura,

já apresentamos um recurso que se contrapõe ao parecer terminativo dado na

Comissão de Finanças no que diz respeito ao reajuste do piso salarial do magistério,

que, infelizmente, traz sérios prejuízos para a Lei nº 11.738, de 2008, que instituiu o

piso salarial do magistério.

Por isso, nós, na Comissão de Educação e Cultura, lançamos hoje esse

recurso e estamos pedindo apoio a todos os Parlamentares desta Casa para

subscrevê-lo. Com isso, vamos garantir a lei original, o reajuste pelo INPC mais a

variação do custo de aluno por ano do FUNDEB.

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O SR. JOÃO CAMPOS (PSDB-GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna na condição de Presidente da Frente

Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, em face da celebração no dia de

hoje, no Distrito Federal, do Dia do Evangélico.

Há 16 anos é comemorado em Brasília o Dia do Evangélico, em face da Lei

Distrital nº 893, de 1995, do Deputado Audifax, meu irmão.

Esta data representa para o segmento evangélico do Distrito Federal o

reconhecimento da importância da sociedade cristã na sua incansável luta em busca

daqueles que efetivamente precisam de paz, consolo e sobretudo de Deus.

A atitude das igrejas evangélicas de Brasília não apenas procura evangelizar,

mas também contribuir com o Poder Executivo, orando para que o Governo acerte nas

suas decisões administrativas, em busca de um Governo produtivo, justo, solidário e

capaz de gerar segurança e melhor qualidade de vida para os brasilienses.

Por outro lado, Sr. Presidente, quero destacar dados que indicam o

crescimento do segmento evangélico no Distrito Federal, que dão conta de que 40%

da população de Brasília é evangélica. É até assustador, mas o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística — IBGE revela que Brasília abriga perto de 1 milhão e 187 mil

evangélicos distribuídos em 4.700 templos dos mais diversos ministérios ou

denominações evangélicas.

Esse sucesso é resultado de uma visão de reino das igrejas aqui estabelecidas

que, certamente, ao longo dos anos, procuraram e ainda procuram viver o Evangelho

pleno, buscando efetivamente cumprir a ordem imperativa de Jesus no livro de

Marcos, notadamente no capítulo 16, versículo 15: “Ide e pregai o Evangelho a toda

criatura”.

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Nesse contexto, Deputada Marina, vale lembrar, especialmente nesta

comemoração, os pioneiros da fé e do estabelecimento das igrejas que surgiram,

antes mesmo da inauguração de Brasília. Portanto, missionários que, em decorrência

da construção da nova Capital, aqui desembarcaram com as suas malas, os seus

sonhos e sobretudo com muita vontade de contribuir com o País, iniciando a obra de

Deus junto aos canteiros de obra, entre as anos de 1955 e 1960.

Junto com o sonho de Juscelino Kubitschek, Sr. Presidente, estavam as

convicções religiosas de pastores vocacionados das mais variadas denominações

evangélicas, abraçando uma causa maior do que o projeto arquitetônico. Os nossos

pioneiros abraçaram o estabelecimento de casas e lares espirituais de milhares de

pessoas, de mais de um milhão de pessoas, muito mais valioso do que qualquer

estrutura de pedra, ferro ou cimento, porque isso transcende para a eternidade.

Quero aproveitar esta breve fala para homenagear homens que iniciaram a

obra de Deus em Brasília e aqueles que hoje dão continuidade a essa obra,

destacando alguns pastores: Paulo Leivas Macalão; Divino Gonçalves e sua esposa,

a missionária Isbela Fonseca; Ocival Xavier; Antônio Inácio; Eduardo Sampaio;

Sóstenes Apolo da Silva; Jaime Antônio de Souza; Joanyr de Oliveira; Bispo Manoel

Ferreira; Elias Brito Sobrinho; Vilarindo Lima; João Ferreira; Darci Guilherme dos

Reis; James Everett; José Felício Prata; Neuton Abreu; João Adair; Lourival Dias

Neto; Ronaldo Fonseca, que, inclusive, é Deputado nesta Casa; Bispo Rodovalho,

Doriel de Oliveira, dentre tantos outros que aqui não faço menção em face da

ausência de dados. Eles, lá no início, padeceram a falta de estrutura urbana, água,

luz, telefone, transporte, assistência médica, mas não desistiram do sonho de Deus,

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entranhado nos seus corações e materializado na transformação de pessoas através

do evangelho.

Hoje, Sr. Presidente, somos milhares, resultado de uma semente plantada no

primeiro culto realizado em Brasília, embaixo de uma árvore, no Núcleo Bandeirantes,

em 1954, pelo Pastor Elias Brito Sobrinho, fundador da Primeira Igreja Batista de

Brasília. A semente germinou, e seus frutos alimentam a alma de todos os que fazem

de Brasília sua casa.

É justa esta data, é justa esta celebração, é justa esta homenagem, 30 de

novembro, Dia do Evangélico em Brasília. Esse dia nos convoca a celebrar a Deus e a

dizer como Jó: “Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará”.

Deus está sobre Brasília. Ele se levantou para abençoar esta cidade e usa,

para isso, os que oram, louvam, pregam o Evangelho e não renunciam a sua fé e a

sua convicção.

Parabéns aos meus irmãos evangélicos de Brasília, à nação cristã brasiliense.

Agradeço a Deus e ao Parlamento de Brasília, por nos ter reservado esta data.

Parabéns a esta Casa por permitir que eu, na condição de Presidente da Frente

Parlamentar Evangélica, prestasse esta homenagem.

Muito obrigado. Que Deus abençoe a todos.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra a Deputada Marina

Santanna. Perdoe-me por tê-la chamado de Marina Silva, nossa querida e combativa

Ministra.

A SRA. MARINA SANTANNA (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- É uma satisfação, meu querido. Eu lhe agradeço muito. Aliás, chamaram-me de

Marina Fontana ontem. Não há problema algum.

Aproveito a oportunidade, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, para citar

com mais elementos o fato de termos — o Deputado Chico Alencar e eu — viajado à

Faixa de Gaza. Ficamos uma semana entre a Faixa de Gaza e a cidade do Cairo, na

Praça Tahrir, especificamente.

Realmente a imagem que nós — uma delegação de sete países da América

Latina, a primeira delegação latino-americana a ir a Gaza a convite de um conselho

europeu de apoio aos palestinos — temos de Gaza, vendo-a de longe, é motivo de

surpresa. Tivemos a oportunidade de ver, à distância, a imagem de populações

armadas, em Gaza quanto no Cairo, neste momento em processo eleitoral. Andando

pelas ruas livremente, pudemos ver apenas policiais armados na fronteira ou em

atividades de segurança. Não vi um empurrão, nem em Gaza nem no Cairo, mesmo

na Praça Tahrir. Nós pudemos observar, como convidados desse conselho europeu,

na cidade de Gaza, com 1 milhão e 600 mil habitantes, as consequências do bloqueio

para aquele povo, que não pode sair da Faixa de Gaza.

Alimentos, veículos, qualquer coisa — como é o caso do material de construção

para reconstruir as casas bombardeadas — passa por túneis. Só assim eles têm

acesso à alimentação.

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O Tratado de Oslo, de 1993, permite aos palestinos saírem da região da praia e

distanciarem até 20 milhas para pescar. Suas embarcações, no entanto, são

alvejadas por disparos se ultrapassarem 3 milhas. Com isso, 87% da população que

dependem da pesca estão em situação de absoluta pobreza.

Em Gaza pudemos — eu, o Deputado Chico Alencar e o restante da delegação

— observar a pobreza em que as pessoas vivem. Não a pobreza da desigualdade

social, mas a pobreza da falta de espaço, porque a fronteira bloqueia as

possibilidades do povo.

Nós visitamos três obras, Deputado Amauri Teixeira. Uma delas a construção

de uma ponte, com recursos do Brasil, que não pode ser concluída por causa de

águas que estão sendo jogadas próximo à fronteira e que impedem a sua construção,

porque fica tudo alagado, empoçado, sem possibilidade de conclusão. Outra, a

construção de uma estação de tratamento de esgoto para que sirva de água potável,

com recursos da Alemanha. Igualmente existem dificuldades para a conclusão da

obra devido em virtude da não entrada de cimento e outros produtos. Só pudemos

visitar essa obra financiada com recursos alemães porque estávamos ao lado da linha

verde, um parque, um bosque vizinho, exatamente na fronteira com Israel. Foi preciso

a Cruz Vermelha negociar a nossa presença. E a outra obra era a de construção de

um hospital, com recursos da Arábia Saudita, que não pôde ser concluída devido à

falta de produtos como cimento.

Vimos pessoas mutiladas, familiares de pessoas desaparecidas. O

Parlamento, que funciona entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, fica dividido. Vinte e

dois Deputados estão presos em Israel, e as reuniões, como essa que houve, são

feitas por teleconferência entre Cisjordânia e Gaza.

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Enfim, ontem foi comemorado o Dia Internacional de Solidariedade à Palestina

e houve, portanto, manifestações contra o bloqueio. Nós convidamos esta Casa para,

unanimemente, de algum modo, se manifestar contra o bloqueio, a favor de que os

dois Estados, o Estado de Israel e o Estado Palestino, tenham possibilidade de

coexistir e de compartilhar — quem sabe? — também a capital, Jerusalém.

Esse é um mote para a paz na região. Os principais partidos, o Hamas e o Al

Fatah, se reuniram no Cairo — nós ainda estávamos lá — e rearticularam as próximas

eleições para o mês de maio.

Em razão da nossa estada em Gaza e da nossa eventual ida ao Cairo,

pudemos ficar um dia e meio andando pela praça Tahrir, inclusive à noite, e não vimos

nenhuma cena de brutalidade. Mulheres, crianças, famílias, todos se manifestavam

dizendo que queriam o Exército, sim, mas não para governar.

Muito obrigada, Sr. Presidente. Muito obrigada, nobres colegas.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Deputada Marina Santanna, muitos

dos que celebraram a queda do Muro de Berlim se omitem diante do muro que Israel

está construindo naquela área para isolar o povo palestino. V.Exa. tem inteira razão.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - O próximo inscrito é o Deputado

Audifax. Enquanto S.Exa. se dirige à tribuna, tem a palavra o Deputado Eudes Xavier

por 1 minuto.

O SR. EUDES XAVIER (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, solicito seja considerada lida a Carta do Maciço de Baturité ao Governo

Dilma, resultado do Seminário Tecendo Caminhos de Superação da Pobreza no

Território do Maciço de Baturité.

A nossa presença ao evento, bem como a de dez prefeitos e a do Senador

Pimentel, qualificou o debate na intenção de tornar aquela região um território de

cidadania do Governo Federal. O Maciço de Baturité tem mais de 210 mil habitantes e

é uma área de produção e comercialização da agricultura familiar. A nosso ver, tanto a

reforma agrária quanto a agricultura familiar são fontes essenciais de combate à

pobreza no Brasil.

Sr. Presidente, solicito seja dada ampla divulgação a este pronunciamento nos

meios de comunicações da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

CARTA A QUE SE REFERE O ORADOR

Carta do Maciço do Baturité ao Governo Dilma.

“Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que

importa é modificá-lo.” (Karl Marx)

Nos dias 18 e 19 de novembro de 2011, foi realizado, no município de Baturité

(Ceará), o Seminário “Tecendo caminhos de superação da pobreza no território do

Maciço de Baturité”. Este encontro teve como objetivo aprofundar debates sobre os

significados da pobreza e apontar ações de superação da pobreza na sociedade

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brasileira, através das políticas públicas governamentais e das estratégias dos

movimentos sociais, no território do Maciço de Baturité.

No estado do Ceará, o território Maciço de Baturité abrange treze municípios,

sendo estes: Palmácia, Pacoti, Guaramiranga, Mulungu, Aratuba, Baturité,

Capistrano, Itapiúna, Aracoiaba, Redenção, Acarape, Ocara e Barreira. Segundo

dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA, 2010), a população do

território conta com 210.317 habitantes, sendo que a maior incidência dessa

população está na área rural com 115.343 pessoas, portanto, 54,84% da população

total.

Ainda de acordo com informações do MDA (2010), os municípios do território

têm uma renda per capita muito baixa, em que a média geral alcança cerca de

R$74,72. Em relação aos índices de pobreza, estima-se que no território haja em

torno de 39.472 famílias pobres, vivendo com renda per capita de até meio salário

mínimo. A estimativa de famílias pobres no perfil do Programa Bolsa Família, ou seja,

com renda per capita de até R$140,00 é em média de 27.842 famílias.

Reconhece-se que nos últimos 8 anos, a superação da pobreza foi um

imperativo adotado durante o governo Lula, sendo também uma das prioridades do

governo Dilma Rousseff. No corrente ano, o lançamento do Plano Brasil sem Miséria,

em articulação com os estados e municípios, materializa uma opção política da atual

presidenta de compromisso com os mais pobres. Elevar os patamares de renda, à luz

da ampliação e garantia dos direitos sociais contribui para a alteração na estrutura

social do país.

Ainda no campo das políticas públicas, outro avanço dos últimos anos, deve-se

à implementação do Programa Territórios da Cidadania, pela Secretaria de

Desenvolvimento Territorial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Este

Programa inaugurou uma nova metodologia de planejamento e gestão social

sustentável e participativa, mobilizando os recursos disponíveis no território

(humanos, financeiros e materiais), através de negociações e pactuações entre os

diversos sujeitos locais.

No entanto, os desafios de trazer à cena pública o debate sobre a pobreza e as

formas de superá-la permanecem atuais. Entender a pobreza, dada sua

multidimensionalidade, como um fenômeno estrutural e coletivo, permite o

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envolvimento de sujeitos sociais, tanto no âmbito governamental, como na área não

governamental, no sentido de, coletivamente, elaborar e construir estratégias de

enfrentamento.

Historicamente, o conjunto da sociedade civil organizada, através dos

movimentos sociais e populares da cidade e do campo, das organizações não

governamentais, das Universidades e das igrejas já vem desenvolvendo ações de

enfrentamento da pobreza, a exemplo das ações na área de educação do campo,

educação popular, economia solidária, agroecologia, acesso à água, dentre outras.

Nesse sentido, a partir desse Seminário e dada as particularidades que

caracterizam o território Maciço de Baturité, vimos através desse documento,

reafirmar nossos compromissos de:

1. defender outro modelo de desenvolvimento econômico, social, solidário e

sustentável, tendo em vista a efetivação do Projeto Democrático e Popular no campo

e na cidade;

2. tornar o território Maciço de Baturité, oficialmente, um território de Cidadania,

mediante reconhecimento do governo federal, através do Ministério do

Desenvolvimento Agrário;

3. fortalecer os encontros e ações do Colegiado do Território da Cidadania no

Maciço de Baturité;

4. defender a imediata definição e execução das ações do Plano Brasil sem

Miséria no estado do Ceará e, em particular, nos municípios que abrangem o território

do Maciço, bem como a destinação de recursos orçamentários para a sua realização;

5. incluir o debate de Reforma Agrária nas ações de superação à pobreza rural,

haja vista a estrutura fundiária concentradora de terras e riquezas no Brasil rural, bem

como, desburocratizar a questão fundiária e a certificação da terra na área urbana e

rural;

6. acompanhar as ações de implantação do Bolsa Verde, previsto no Plano

Brasil sem Miséria;

7. promover reflexões sobre os programas de conservação/preservação

ambiental, como forma de assegurar as áreas de preservação ambiental (APAs) e

áreas de proteção permanente (APPs) do território do Maciço de Baturité, assim como

defender a preservação das nascentes, afluentes e matas ciliares dos rios;

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8. acompanhar as ações do Programa Água para Todos, no território do Maciço

de Baturité, como forma de assegurar o acesso à água potável para o consumo

humano, produção de alimentos, bem como para a produção e criação de animais;

9. debater as políticas públicas de superação da pobreza rural, como acesso ao

crédito, assistência técnica, trabalho, educação, saúde, assistência social, políticas

agrárias e agrícolas, cultura, juventude;

10. divulgar e capacitar os grupos produtivos existentes no território para

acessar o Programa de Aquisição de Alimentos — PAA;

11. fortalecer as ações locais e territoriais desenvolvidas pelas organizações

produtivas dos/as trabalhadores/as, bem como pelos movimentos sociais que

contribuem para a superação da pobreza no território do Maciço de Baturité, tanto na

área da gestão, produção e comercialização;

12. garantir a participação dos/as trabalhadores/as nos espaços de

participação política e de controle social;

13. enfrentar as desigualdades de gênero, raça, etnia, geração, orientação

sexual e de todas as demais formas de preconceito no campo e na cidade,

contribuindo para a construção democrática da autonomia dos grupos socialmente

excluídos;

14. consolidar a educação no campo como estratégia de superação da

pobreza;

15. reconhecer os povos indígenas e quilombolas e demais povos e

comunidades tradicionais da região do Maciço do Baturité e lutar pela implementação

de políticas afirmativas para essas populações;

16. incentivar e apoiar ações (projetos de capacitação) de formação e extensão

entre agricultores familiares, os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia

(IFEs) e Universidades;

17. lutar pela Inclusão do Maciço de Baturité no Programa Nacional de

Documentação do Trabalhador/a Rural;

18. fortalecer institucionalmente a UNILAB e a expansão da educação superior

no Maciço de Baturité, apoiando o fomento de pesquisas, ensino de graduação e

pós-graduação e ações de extensão comprometidas com o desenvolvimento territorial

sustentável;

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19. defender a necessidade de saneamento básico das cidades por onde

passam os rios Aracoiaba e Pacoti.

Baturité, 19 de novembro de 2011.

Subscrevem essa carta:

José Barroso Pimentel — Senador PT/CE

Eudes Xavier — Deputado Federal — PT/CE

UNILAB — Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

IFECE — Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Baturité

EMBRAPA — Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EMATERCE — Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Ceará/Baturité-CE

Prefeitura Municipal de Baturité — CE

Prefeitura Municipal de Aracoiaba — CE

Prefeitura Municipal de Redenção — CE

Prefeitura Municipal de Mulungu — CE

Prefeitura Municipal de Pacoti — CE

Prefeitura Municipal de Capistrano — CE

Prefeitura Municipal de Guaramiranga — CE

Prefeitura Municipal de Aratuba — CE

Prefeitura Municipal de Palmácia — CE

Prefeitura Municipal de Caridade — CE

Câmara Municipal de Baturité — CE

Vereador Nilton Guedes/ Baturité — CE

Vereador Francisco Mendes/ Baturité — CE

Vereadora Edileusa/ Baturité — CE

Vereadora Mártir de Redenção — CE

Vereador Bitonho /Acarape — CE

Vereador Frei Martins/ Mulungu — CE

Vereador Francisco Capim/ Mulungu — CE

Vereador Marcos Nojosa/Pacoti — CE

Secretaria do Meio Ambiente do Município de Fortaleza — CE

Secretaria do Meio Ambiente de Mulungu — CE

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Secretária de Educação de Mulungu — CE

Secretaria de Finanças da Prefeitura de Baturité — CE

Secretaria de Cultura e Turismo do Município de Redenção — CE

Secretaria de Saúde de Baturité — CE

Secretaria de Saúde do Mulungu — CE

Secretaria de Meio Ambiente de Pacoti — CE

Secretaria de Turismo de Palmácia — CE

Secretaria de Desenvolvimento Agrário/ Projeto São José/ Baturité — CE

Secretaria de Ação Social de Palmácia — CE

Centro de Referência de Assistência Social de Baturité — CE

CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Fortaleza — CE

STTR de Baturité — CE

STTR de Aracoiaba — CE

STTR de Capistrano — CE

SINTRAF de Capistrano — CE

SINTRAF de Palmácia — CE

SINTRAF de Boa Viagem — CE

Associação Comunitária Santa Maria — Município de Palmácia — CE

Associação Comunitária do Vale dos Candeias – Município de Baturité — CE

Associação Comunitária dos Moradores do Distrito de Candeia Boa Vista — Baturité

— CE

Associação dos Pequenos Agricultores dos Candeias do Meio — CE

Associação dos Jesuítas

Associação Lagoa de São João/ Aracoiaba — CE

Associação Beneficente A. Artesão/ Pacoti — CE

Associação Guritiba / Mulungu — CE

Associação dos Pequenos Agricultores de Mazagão I — Capistrano /CE

Associação Cultural Arte de Baturité em Movimento

Associação dos Meditantes de Guritiba – Município de Mulungu — CE

Associação dos Agricultores Rurais do Assentamento Oiticica

Associação dos Pequenos Agricultores de Nossa Senhora das Graças do Pesqueiro

Associação dos Agentes de Saúde do Mulungu

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Associação dos Pequenos Agricultores do Jucá do José Vilar

Associação Comunitária Familiar Anselmos

Associação dos Agentes de Saúde de Mulungu

Associação Fruripam — Baturité

Associação São Bernardo — Quixadá

Comunidade Umari Candeia/ Baturité

Comunidade Colina — Pacoti

Comunidade Quilombola Serra do Evaristo Município de Baturité

Comunidade São Sebastião — Baturité

Comunidade do Riachão do Panta — Baturité

Comunidade da Mucunã — Açudinho — Baturité

Comunidade Serra Verde — Baturité

Hospital e Maternidade José Pinto do Carmo — Baturité

Conselho Tutelar de Baturité

Associação Monte Mor — Baturité

Assentamento Agrovila — Baturité

Assentamento Santa Maria — Palmácia

MAB — Movimento dos Atingidos por Barragens

Fórum dos Assentados do Território do Maciço de Baturité

Diretório Municipal do PT de Baturité

Diretório Municipal do PT de Mulungu

Diretório Municipal do PSB de Baturité

Diretório Municipal do PSC de Baturité

Diretório Municipal do PRB de Baturité

Diretório Municipal do PT de Pacoti

APEMB — Associação dos Produtores Ecológicos do Maciço de Baturité

COCEPAT — Cooperativa Cearense de Prestação de Serviços e Assistência Técnica

Cooperativa COPASAT

Colégio Liceu de Baturité

ADEGRER — Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará

Instituto Agropólos

Instituto KAIRÓS

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Fundação CEPEMA

FEDAP — Palmácia

Nativus S.A.

Missão Tremembé

IMBEA — Instituto do Maciço de Baturité em Educação Ambiental

ONG Nosso Papel — Fortaleza

Projeto de Cidadania Com Arte e Cultura Santa Casa de Baturité

Projeto Lazer e Cidadania e Esporte — CUCA Baturité

ProJovem Adolescente de Baturité

ProJovem Palmácia

Projeto de Cidadania de Pacoti

Grupo Ceará Sat

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O SR. JÂNIO NATAL (Bloco/PRP-BA. Sem revisão do orador.) - Nobre

Presidente Amauri Teixeira, demais companheiros Deputados, eu quero registrar

neste momento a presença na Casa do Dr. Gamil Föppel, acompanhado de sua

esposa e de sua mãe, para receber a Medalha Mérito Legislativo. O Dr. Gamil Föppel

é homem do Direito, professor, doutor em diversas áreas.

Registro, portanto, a presença nesta Casa do Dr. Gomil Föppel e de sua

família.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao Sr.

Deputado Audifax.

Deputado Audifax, perdoe-me por ter-lhe interrompido, mas fizemos a gentileza

a dois Deputados.

O SR. AUDIFAX (Bloco/PSB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Amauri, eu quero fazer alguns registros. O primeiro é no sentido

de, mais uma vez, parabenizar os evangélicos de Brasília pelo seu dia.

Aproveito para falar de um grande evangélico da minha cidade, Sidauro

Pompermayer, a quem mando um grande abraço. É um grande irmão, uma grande

liderança, um grande servo do Senhor.

Quero também registrar que amanhã — e faço questão de registrar nesta Casa

e também no programa A Voz do Brasil — terá início o congresso do PSB. Será um

grande congresso, que irá até sábado, sob a liderança do nosso Governador Eduardo

Campos. Temos certeza que esse congresso fará história para os socialistas do nosso

País.

Eu quero Sr. Presidente, abordar mais dois assuntos. Todo mês venho à

tribuna desta Casa e apresento, com muita propriedade, entendo eu, a arrecadação

do Governo Federal de forma geral.

Hoje nós pegamos o relatório, mais uma vez, do Ministério da Fazenda e

verificamos o crescimento das receitas administradas pela Secretaria da Fazenda,

somadas também com aquelas não administradas. Observa-se um crescimento de

quase 12% da receita deste ano em relação à do ano passado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e quem nos ouve, mais uma vez o

Estado do Espírito Santo teve o maior crescimento da Receita Federal no Brasil.

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Todos os meses eu verifico as receitas federais, e o Estado onde houve o maior

aumento da arrecadação foi o do Espírito Santo. Quero dizer que, mês após mês, a

população do Espírito Santo, os capixabas contribuem de forma significativa, e o

maior crescimento, repito mais uma vez, vem do Estado do Espírito Santo.

Entendo que existe o passivo do Governo Federal na liberação de

investimentos, principalmente os de infraestrutura, para o nosso Estado, mas eu tenho

a expectativa e a confiança de que a nossa Presidenta — eu sou base do Governo,

aliança — olhará o Espírito Santo com um olhar diferente.

Por último, Sr. Presidente, quero aqui registrar as nossas emendas de bancada

para o nosso Estado, mas o faço, em especial, para a minha cidade, a cidade da

Serra. Primeiro, registro a emenda de bancada para a construção da Estrada do

Contorno, que facilitará muito o desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, da

Grande Vitória, principalmente da minha cidade, Serra.

Registro também a construção do Hospital Infantil. As prioridades para a nossa

população que nos ouve dizem respeito à educação, à saúde e à segurança. As

nossas emendas de bancada foram direcionadas para essas questões, porque

entendemos que elas são importantes para as cidades do Espírito Santo.

Muito obrigado, Presidente Amauri Teixeira. Muito obrigado, Sras. e Srs.

Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Parabéns, Deputado Audifax.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra por 1 minuto ao

Deputado Miriquinho Batista.

O SR. MIRIQUINHO BATISTA (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero aqui fazer um registro que considero

importante. O Bispo de Abaetetuba, D. Flávio Giovenale, foi eleito presidente da

Cáritas Brasileira. Quero parabenizar D. Flávio por mais este momento em sua vida,

de presidir a Cáritas Brasileira.

Também quero parabenizar o povo de Abaetetuba, no Estado do Pará, do qual

D. Flávio é bispo, pelo Círio de Nossa Senhora da Conceição, que foi realizado no

domingo.

Faço este registro com muita alegria.

Agora faço com tristeza o registro de mais um ato de violência no Estado do

Pará, no Município de Curuçá, onde invadiram, na segunda-feira, o Banco do Brasil,

inclusive estourando o cofre daquele banco, espalhando terror e medo em toda a

população do Município de Curuçá.

Quero aqui pedir providência ao Governo do Estado do Pará no sentido de

banir a violência, que cada vez mais avança naquele Estado.

Esses eram os dois registros, e agradeço ao Deputado Waldenor Pereira pela

gentileza de me ceder o espaço.

Muito obrigado.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, senhoras e senhores membros da Mesa, Sras. e Srs.

Deputados e demais presentes neste plenário, boa tarde! Boa tarde aos que nos

assistem pela TV ou Internet e a todos aqueles que nos escutam.

Venho registrar nos Anais desta Casa, e peço que se dê publicidade na

imprensa e principalmente no A Voz do Brasil, a eleição do Bispo D. Flávio Giovenele

para a presidência da Cáritas Brasileira. D. Flávio é Bispo em Abaetetuba desde 1997,

e tenho o prazer de dizer que é meu amigo pessoal. Abaetetuba é o Município de onde

vim. D. Flávio foi eleito com 63% dos votos, vai assumir a presidência no dia 1º de

janeiro de 2012 e deve ficar por 4 anos. A Cáritas Brasileira foi fundada no Brasil em

1956, é uma entidade de promoção e atuação social que trabalha na defesa dos

direitos humanos, da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável solidário.

Sua atuação é junto aos excluídos e excluídas em defesa da vida e na participação da

construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural.

Meus parabéns, D. Flávio Giovenale. Saiba que sou um dos maiores

torcedores de sua nova empreitada.

Peço que se registre também a ação do Ministério do Desenvolvimento Agrário,

por meio do Programa Terra Legal, que foi a entrega de títulos urbanos no Estado do

Pará, nos Municípios Parauapebas e São Geraldo do Araguaia, no último fim de

semana, dias 26 e 27.

No Município de São Geraldo do Araguaia, na Vila Novo Paraíso, foram

beneficiadas 4 mil e 800 famílias, com a regularização de 1.200 domicílios. Na Vila

Fortaleza, foram beneficiadas 2 mil famílias e 370 domicílios.

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Já no Município de Parauapebas, nos Bairros Liberdade I, Liberdade II, Bairros

São Lucas I e São Lucas II, foram beneficiadas 18.061 famílias, num total de 4.793

domicílios.

Essa ação do Terra Legal do Governo Federal vai beneficiar 24.861 pessoas e

regularizar a situação de 6.363 domicílios na área urbana. A meta do programa é atuar

em 400 Municípios na Amazônia Legal, numa área de quase 60 milhões de hectares.

Não posso deixar de mencionar e pedir providências para as autoridades do

meu Estado, no sentido de coibir a onda de violência e assaltos que tem se tornado

trivial no Pará. Há cada dia que passa, o Pará tem se destacado em chacinas,

assassinatos de trabalhadores rurais ou de pessoas que denunciaram o

desmatamento — e já tinham pedido proteção às autoridades —, assaltos a bancos,

prostituição infantil, enfim, uma porção de fatos que poderiam e podem ser evitados.

Basta que as autoridades de fato e direito tomem as providência e façam um trabalho

de prevenção. No Município de Curuçá, uma quadrilha fez estragos na agência do

Banco do Brasil, na madrugada de segunda-feira. Eles aterrorizaram os reféns.

Rondavam a cidade em motocicletas e armados com fuzis.

Deixo o registro e o pedido ao Governo do Estado para que atue com maior

eficiência na prevenção.

Muito obrigado.

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O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Congresso Nacional recebe hoje a visita de

milhares de Prefeitos de diferentes Estados e Municípios, que reivindicam a

apreciação imediata do projeto de lei que trata da repartição dos royalties.

Na condição de membro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da

Democratização na Distribuição dos Recursos Provenientes do Petróleo Extraído da

Plataforma Continental, quero me solidarizar com os Prefeitos, especialmente com os

Prefeitos da Bahia, eu que sou Deputado eleito por aquele Estado.

Em consonância com o que defende nossa Frente Parlamentar, quero, mais

uma vez, destacar que os recursos naturais da plataforma continental, conforme

determina a Constituição Federal em seu art. 20, Inciso V, são bens da União.

Portanto, não existe Estado ou Município produtor.

Também é importante destacar que o contrato de concessão de exploração e

produção de petróleo e gás natural é firmado entre a União, por intermédio da Agência

Nacional do Petróleo, e as companhias de petróleo. Nenhum Estado ou Município é

parte desse contrato. Ainda cabe realçar que o contrato de concessão determina o

valor da alíquota dos royalties e não a forma de distribuição de sua arrecadação. Os

critérios de distribuição dos recursos arrecadados com royalties e participações

especiais são definidos em lei. Não se pode, portanto, falar em quebra de contrato.

Por fim, é importante ainda destacar, o que já foi amplamente divulgado pela

nossa Frente Parlamentar, que os royalties não têm nada a ver com reparação de

dano ambiental.

A nossa Constituição determina que aquele que explora recursos minerais fica

obrigado a recuperar o meio ambiente degradado — § 2º do art. 225.

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Por esses motivos e outros tantos que poderíamos apresentar e já amplamente

divulgados pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democratização na

Distribuição dos Recursos Provenientes do Petróleo, quero, desta tribuna, dizer que já

assinei o requerimento que solicita urgência na tramitação desse projeto de lei, em

perfeita solidariedade com os Prefeitos de diferentes Estados brasileiros,

especialmente os Prefeitos do Estado da Bahia, considerando justa essa

reivindicação, em que solicitamos celeridade, rapidez, imediata apreciação e

aprovação desse projeto de lei que se encontra tramitando nesta Casa Legislativa.

No tempo que me resta, Sr. Presidente, eu gostaria de destacar que, no recente

seminário denominado Inclusão Social e Produtiva, realizado no Município de

Condeúba, no sudoeste da Bahia, promovido por este Deputado e pelo Deputado

Estadual José Raimundo Fontes, nós contamos com a presença de aproximadamente

17 Municípios daquela microrregião.

Quero parabenizar o companheiro Guto, o companheiro Maurílio, enfim, os

companheiros do meu partido pela organização daquele importante seminário e

agradecer pelas presenças às lideranças daqueles importantes Municípios

polarizados pelo Município de Condeúba. Quero, também, anunciar aos

companheiros da Serra Geral da Bahia que, no próximo sábado, dia 3 de dezembro,

estaremos realizando seminários semelhantes no Município de Caetité, que é o

coração da Serra Geral do nosso Estado.

Lá estarão presentes lideranças sindicais, comunitárias e políticas, Prefeitos,

Vereadores. Estão todos convidados para debatermos os programas federais e os

programas estaduais de inclusão social e produtiva para melhorar a qualidade de vida

do povo da Bahia, especialmente do interior e da Serra Geral do nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. VALADARES FILHO (Bloco/PSB-SE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu queria fazer um registro. Parabenizo o

Presidente do Banco do Estado de Sergipe, Saumíneo Nascimento, e o nosso

Governador Marcelo Déda, pois no último sábado nós tivemos um momento histórico

para a cultura sergipana. Eu me refiro à inauguração do Museu da Gente Sergipana.

É um museu extremamente criterioso na sua arquitetura, soube fazer de forma

extremamente contundente aquilo que era a nossa cultura do passado com

modernidade. E isso faz parte das comemorações dos 50 anos do Banco do Estado

de Sergipe — BANESE, um orgulho de todos os sergipanos.

Neste momento, eu gostaria de cumprimentar todos os “banesianos”, o

Governador Marcelo Déda e o povo de Sergipe pela inauguração do grande Museu da

Gente Sergipana, que mostra o orgulho de ser sergipano.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos sabemos que a maior riqueza de

um povo é a sua cultura, a sua memória, a guarda dos feitos dos antepassados. E um

povo sem memória, Sr. Presidente, é um povo sem passado, sem cultura. Diria, até,

sem futuro.

Por isso, comunico a minha satisfação de haver participado, no último dia 26,

da solenidade de inauguração do Museu da Gente Sergipana, uma casa da memória,

da cultura, do futuro.

Alegrou-me, particularmente, o fato desse evento cultural ter contado com

presença de todas as autoridades do Estado de Sergipe. Isso é um bom sinal do

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quanto nossos governantes prezam a cultura. A inauguração do Museu faz parte das

comemorações dos 50 anos do Banco do Estado de Sergipe, completados este mês.

O Museu da Gente Sergipana foi instalado em um prédio histórico no centro da

Cidade de Aracaju, o Atheneuzinho, restaurado especialmente para essa finalidade. O

espaço, voltado para preservação da cultura sergipana, irá abrigar todo o acervo do

patrimônio cultural material e imaterial do Estado de Sergipe.

Com a inauguração do Museu da Gente Sergipana, o Banco do Estado de

Sergipe mostra sua preocupação com o povo sergipano, pois, além de mostrar o que

há mais rico na cultura sergipana, como o folclore, a literatura de cordel e a culinária, o

Museu resgata a história de lutas, de resistência e de superação do povo sergipano.

O que é mais significativo, Sras. e Srs. Deputados, é o fato de o

empreendimento ser financiado por um banco; não um qualquer, mas o Banco do

Estado de Sergipe, uma instituição que vem, nos últimos anos, alcançando patamares

de crescimento acima da média nacional.

Para se ter uma ideia, no terceiro trimestre de 2011, o BANESE obteve um

lucro de R$26,6 milhões, o que significa um crescimento de 21,2% em relação ao

segundo trimestre deste ano, quando foi apurado um lucro líquido de R$21,9 milhões.

Segundo o Presidente do BANESE, Saumíneo Nascimento, em comparação com o

período equivalente de 2010, quando o lucro foi de R$13,9 milhões, constata-se um

crescimento de 91,4%.

Agora, com a fundação do Museu, o Banco do Estado de Sergipe mostra sua

preocupação com os valores mais nobres do povo sergipano, que é a preservação de

sua cultura.

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O Museu da Gente Sergipana utiliza-se de recursos tecnológicos de última

geração para mostrar ao visitante todos os aspectos da cultura e do patrimônio do

Estado. Uma mostra desses recursos pode ser vista no pavimento superior, onde há

um túnel com projeção em 360 graus que exibe as belezas naturais e dos biomas de

Sergipe.

O prédio do Museu, totalmente restaurado, está adaptado com os recursos de

acessibilidade para atender os visitantes portadores de necessidades especiais. As

instalações do museu também estão preparadas para que os deficientes auditivos e

visuais possam ter acesso.

Assim, em nome do Presidente do Banco do Estado de Sergipe, Saumíneo

Nascimento, parabenizo toda a equipe de servidores do BANESE; em nome do

Governador do meu Estado, Marcelo Déda, parabenizo as demais autoridades

políticas locais; e principalmente parabenizo o povo de Sergipe pelo Museu da Gente

Sergipana.

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O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

eu quero manifestar a minha alegria por algo que vi nesta Casa: o fumódromo

fechado.

Eu já havia feito reclamações aqui. Esta Casa fala em sustentabilidade e

mantém um antro de poluição como aquele, um antro de mal-estar e de malefício à

saúde.

Foi ótima a providência, por isso quero saudar, em nome da vida e da saúde, o

fechamento desse fumódromo.

Espero que isso seja definitivo, para atender ao reclamo. Há uma legislação

que está vindo por aí. O Senado aprovou uma legislação proibindo o fumo em todos

os ambientes fechados. Nós, que temos preocupação com a saúde, temos que criar

esse ímpeto, essa vontade política de dificultar o uso do fumo. As pessoas devem se

conscientizar do mal que fazem a si mesmos e também aos outros e procurar

tratamento.

Quero saudar esta Casa, com muita alegria, pelo fechamento desse malfadado

fumódromo nos ambientes desta Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - A Deputada Rose de Freitas —

conversei com S.Exa. — me garantiu que o fumódromo será banido. Não é possível

nós, legisladores, votarmos leis para proibir o fumo em outros lugares e não darmos o

exemplo.

A Deputada Rose de Freitas disse que está banido o fumódromo.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Márcio Macêdo.

O SR. MÁRCIO MACÊDO (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

como estou indo agora para a COP 17, na África do Sul, eu queria apenas registrar

aqui que estou dando entrada nesta Casa a um projeto de lei que proíbe o uso de

aparelhos eletrônicos portáteis, os celulares, nas salas de aula, nos estabelecimentos

de educação básica e superior, salvo o que seja utilizado nas atividades pedagógicas.

Não dá mais para conviver com a utilização de aparelhos celulares,

desrespeitando o professor, desrespeitando os monitores e desrespeitando os

colegas. É uma forma de contribuir para que o ensino pedagógico não seja

interrompido. Que a tecnologia ajude a relação professor/aluno e o ensino

pedagógico, e não atrapalhe.

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O SR. VANDERLEI SIRAQUE (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, cidadãos brasileiros e cidadãs

brasileiras que nos assistem aqui pela TV Câmara, hoje eu recebi uma revista, entre

tantas revistas, jornais, publicações — gostaria até que a focassem melhor —

chamada Revista do Brasil.

Achei interessante o que esta revista está falando aqui, na matéria principal:

“Areia no esquema. Na teia de relações comandada pelo Governo de São Paulo, tudo

se aprova e nada se investiga. Com o escândalo das emendas, o Legislativo de São

Paulo se insurge”.

Achei interessante essa revista. Li diversas revistas e não vi matéria tão bem

elaborada como esta. Aliás, espero que a Assembleia Legislativa de São Paulo faça

as devidas investigações.

Não quero entrar no mérito da matéria em si. Acho importante a

democratização dos meios de comunicação social no Brasil. A Revista do Brasil, ao

lado das revistas que recebemos no nosso gabinete, como Veja, ISTOÉ e Época e

diversos jornais, são importantes para a democratização dos meios de comunicação

social. Agora foi republicado um opúsculo do liberal Libero Badaró, chamado

Liberdade de Imprensa, muito importante. Ele fez um jornal em São Paulo, que na

época se chamava Observatório Constitucional, queria que o Imperador D. Pedro I

cumprisse a Constituição, que ele mesmo outorgou em 1824. Libero Badaró foi

assassinado em 1830, deixando a célebre frase: “Morre um liberal, mas não morre a

liberdade”. Ele era um defensor da liberdade de imprensa.

Vejo muitos meios de comunicação, Sr. Presidente, defendendo a liberdade de

imprensa para si. Acho que a liberdade de imprensa tem que ser para todos.

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Já que esta Casa assina diversos jornais e revistas para todos nós, Deputados

— e faz muito bem —, poderia, também, assinar a Revista do Brasil, que é uma revista

muito importante. É um veículo de comunicação que está surgindo, ao lado, por

exemplo, da revista CartaCapital, em nossos gabinetes.

Então é muito importante para a democratização dos meios sociais a liberdade

de imprensa, a imprensa que defende os interesses do capital, a imprensa que

defende os interesses dos trabalhadores, a imprensa que defende os interesses de

todas as corporações temáticas. Nós temos também a Revista Brasileira de

Segurança Pública. Então todas essas questões são importantes.

Recebi, com muita satisfação, a Revista do Brasil. Parabenizo os seus editores

Paulo Donizetti de Souza, Vander Fornazieri, Paulo Salvador, Cláudia Motta, entre

outros, que constroem a Revista do Brasil, que, aliás, traz excelente reportagem na

capa sobre o Governo tucano do Estado de São Paulo. É raro vermos isso em alguns

meios de comunicação social. Falam muito do PT e dos aliados, mas pouco de nossos

opositores.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Os próximos oradores inscritos são

Jesus Rodrigues e Romero Rodrigues.

Antes, concedo a palavra ao Deputado José Stédile, por 1 minuto.

O SR. JOSÉ STÉDILE (Bloco/PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado,

Sr. Presidente. É sempre uma alegria ter V.Exa. na presidência dos trabalhos.

Hoje, em Brasília, é feriado pelo Dia do Evangélico. De forma muito carinhosa e

afetuosa, saúdo todos os evangélicos do Brasil. São lutadores e participam da

construção de um novo País. Na minha cidade há vários pastores. Com muita

dignidade, saúdo os Pastores Eni, Mauro e Claudemar. São pessoas muito decentes

que estão construindo Brasil afora uma nova forma de vida, com muita fé e crença em

seus ideais.

Parabéns, Brasília, por este feriado! Parabéns a todos os lutadores evangélicos

do nosso País!

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O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

aproveitamos a oportunidade para saudar todos os evangélicos do Distrito Federal

pela passagem do seu dia.

Sr. Presidente, sabemos perfeitamente que há no Senado a tentativa de

votação da Emenda 29. V.Exa. é meu conterrâneo, homem viajado, Parlamentar

atuante na Bahia.

Recentemente, em Jequié, minha cidade, fiz uma reunião com alguns médicos

do setor de saúde. A grita é geral, as pessoas estão se descredenciando do Sistema

Único de Saúde. Quem vai sofrer não são aqueles que têm plano de saúde, mas a

comunidade pobre que não tem plano de saúde e depende exclusivamente do SUS.

Precisamos, sim, montar uma guarda, apelar para o Ministro da Fazenda a fim

de que os recursos sejam viabilizados para a saúde. Precisamos melhorar

principalmente a tabela de vencimentos. É um absurdo médicos receberem 15 reais

por um procedimento cirúrgico feito num paciente. Realmente é um absurdo!

É preciso que o competente Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pessoa do

mais alto nível, que faz excelente trabalho à frente da saúde, olhe a tabela do SUS e

veja que os valores atuais são incompatíveis com a sobrevivência de qualquer

profissional da área médica.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Deputado Amauri Teixeira, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores

telespectadores da TV Câmara, comunico ao Plenário que apresentei ontem o Projeto

de Lei nº 2.805, que trata da mistura álcool e direção.

Esse projeto tenta inibir o uso de bebida alcoólica, proibindo aos órgãos

públicos a aquisição de bebida alcóolica, bem como sua distribuição em repartições

públicas.

Fui Diretor do DETRAN do Piauí por 5 anos e pude verificar a influência

negativa do álcool no trânsito: 60% dos acidentes ocorrem em decorrência da

ingestão da bebida alcoólica e 75% das mortes no trânsito têm também como causa a

ingestão de bebida alcoólica.

Quando Diretor do DETRAN piauiense, ajudei a elaborar o texto da Lei Seca,

juntamente com o Deputado Hugo Leal. Essa lei tem sido pouco eficiente no Piauí;

tem sido aplicada mais em outros Estados. No geral, acho que ela precisa ser

reformulada.

O fato de alguém dirigir algum tipo de veículo após a ingestão de bebida

alcóolica já constitui um ato ilícito.

Pretendo agora criar uma dificuldade a mais, além de outras que estão sendo

propostas: agravar a pena de quem dirige alcoolizado, para que não apenas perca sua

carteira, por 2, 3 dias, quando se recusar a fazer o teste do bafômetro, e pagar multa.

Que as pessoas que cometem acidentes de trânsito ou sofrem acidentes por estarem

alcoolizadas tenham de ressarcir ao Sistema Único de Saúde das despesas com o

atendimento para elas próprias e para terceiros.

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A pessoa que dirige alcoolizada e atropela alguém que vai parar num

pronto-socorro ou numa unidade de emergência precisa, sim, ressarcir ao Estado as

despesas feitas com o atropelado, bem como ele próprio, se for o caso.

Especificamente em meu Estado, mais de 50% da frota de veículos piauiense é

composta de motocicletas. Muitas vezes, motociclistas saem embriagados, caem,

machucam-se, vão parar num hospital, são atendidos, às vezes têm de ser

submetidos a cirurgia e, depois, a fazer fisioterapia.

Portanto, estamos, sim, criando um dificultador para que o hábito de dirigir

alcoolizado seja cada vez menos frequente. Com certeza, a partir daí, conseguiremos

reduzir o número de acidentes, reduzir o número de vítimas fatais e o montante das

despesas. E, mais do que isso, reduzir o prejuízo emocional que cada família tem com

um ente acidentado.

Aliás, o alcoolismo deve ser enfrentado não só no trânsito, como tenho falado,

mas também na sociedade. Não podemos continuar assistindo à propaganda aberta

de bebidas alcoólicas em horários a que menores têm acesso.

Este é o momento de reconhecermos que o alcoolismo é por demais grave,

porque é também um problema de saúde pública.

No caso de alguém dirigir sob efeito de substâncias psicoativas ou de algum

tipo de bebida alcóolica, que seja penalizada com a devolução aos cofres públicos das

despesas com tratamento de saúde ocasionado por acidente que tenha provocado;

que seja debitado na conta daquele que causou o acidente, por estar dirigindo

alcoolizado, o montante gasto em consequência dele.

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Espero que esta Casa aprecie a matéria o mais rapidamente possível. Que o

Ministério da Saúde também se manifeste — faço votos de que sim — positivamente,

a fim de que esse projeto de lei seja aprovado por esta Casa e pelo Senado Federal;

Essas, Sr. Presidente, as minhas palavras.

Muito obrigado.

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O SR. ROMERO RODRIGUES (PSDB-PB. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, senhoras e senhores telespectadores da TV Câmara, da Rádio

Câmara, população brasileira, que nos concede o prestígio da audiência neste

instante, ao longo dos mais de 20 anos em que exerço mandato legislativo, como

Vereador, Deputado Estadual e, agora, Deputado Federal. Tenho participado de lutas

e manifestações em favor dos pequenos agricultores, principalmente na questão do

endividamento agrícola.

Hoje, afora as ocorrências climáticas, o endividamento agrícola é a fonte maior

das preocupações dos produtores rurais, principalmente no Nordeste do País.

Para os senhores terem ideia da dimensão desse problema, em nosso Estado

há 138 mil agricultores endividados, segundo o Sr. Jair Pereira, Presidente da

Associação dos Mutuários do Crédito Rural da Paraíba.

Apesar de todas as medidas provisórias e leis editadas sobre o tema, os

agricultores continuam a sofrer com as dívidas, que, inclusive, se arrastam há mais de

20 anos, principalmente com o Banco do Nordeste do Brasil.

Quando chamados a repactuar as suas dívidas, os agricultores se deparam

com taxas incompatíveis para o setor agrícola nos contratos de refinanciamentos,

fazendo com que essas dívidas sejam perpetuadas, trazendo prejuízos não apenas

ao setor bancário, como querem fazer crer alguns, mas ao setor produtivo agrícola,

que se vê sem crédito e, portanto, sem financiamento para custeio e investimento.

Recentemente, o Governo Federal, por meio de Resolução do Conselho

Monetário Nacional, aprovou a renegociação de dívidas da agricultura familiar, mas,

como sempre, em condições que não atendem a todos os agricultores inadimplentes.

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O problema socioeconômico persiste e clama por uma solução. Proponho uma

ampla mobilização das bancadas dos vários Estados do Nordeste, com vistas a

buscar uma solução urgente com relação ao endividamento dos produtores rurais. O

endividamento rural vem tomando proporções impagáveis a cada ano. Foram feitos

alongamentos das dívidas, contudo os problemas são maiores ainda.

Vou solicitar uma audiência com a Sra. Presidenta da República, Dilma

Rousseff, e os Ministros da área, com vistas a buscar uma solução para o grave

problema.

Por fim, Sr. Presidente, transcrevo a Carta de Campina Grande, em que o

Movimento dos Agricultores Endividados do Nordeste Brasileiro, reunido em

audiência pública na Câmara Municipal daquela cidade, no último dia 25 de

novembro, que é uma síntese de todas as reivindicações dos agricultores, classe cujo

sofrimento só não é maior que a importância dos mesmos para o País.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR

Movimento dos Agricultores Endividados do Nordeste Brasileiro

Carta de Campina Grande - PB

À Excelentíssima Sra. Presidenta

Dilma Vana Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil

O problema do endividamento rural do Nordeste semiárido brasileiro ultrapassa

a relação entre Agricultores devedores do crédito rural e instituições financeiras. Sua

dimensão ocasiona graves consequências econômicas e sociais para a região, que

historicamente é a que registra os menores índices pluviométricos em nosso país.

É importante lembrar:

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Nos últimos 14 anos, a agricultura e os agricultores do nordeste sofreram 8

longos períodos de estiagem (seca); e que os estados de Alagoas e Pernambuco

foram vítimas de duas catástrofes provocadas pelas chuvas (inundações);

Mesmo diante do quadro de adversidade climática o Agricultor nordestino até

um passado recente, ao contrair um empréstimo rural junto às financeiras oficiais,

tinha que arcar com o pagamento dos Juros, TR e TJLP;

Na prática o banco empresta o dinheiro ao produtor rural, mas não presta

assistência técnica e gerencial ao agricultor em sua respectiva unidade de produção.

Os bancos estão mais preocupados em atingir metas (números) do que com o bem

estar do trabalhador rural e seus familiares.

O quadro é desolador e nos causa preocupações. O Banco do Nordeste

massificada e insensivelmente vem executando de forma impiedosa agricultores

endividados e indefesos em nossa Paraíba e nos demais estados do Nordeste. De

forma desumana e inconcebível; uma vez que já registramos nas diferentes regiões

do nosso estado, vários casos de suicídios por conta das dívidas e dos consequentes

transtornos e constrangimentos provocados pelos processos de execuções judiciais.

Desta forma, diante do exposto reivindicamos:

Suspensão imediata de todas as execuções judiciais contra agricultores

endividados no semiárido nordestino;

Prorrogação do período de vigência da lei em vigor n° 12.249 de 11/06/2010

com adequações que contemple de forma criteriosa com os mesmos benefícios,

agricultores que contraíram empréstimos até 120 mil reais na base até o ano de 2004;

Que seja editada com caráter de urgência urgentíssima, uma nova medida

provisória, que proporcione condições não só para repactuação das dívidas, mas que

também proporcione condições para a liquidação definitiva do processo de

endividamento rural do nordeste brasileiro como um todo.

Campina Grande, 25 de novembro de 2011.

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O SR. WASHINGTON REIS (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último domingo, com muita alegria, li em um

jornal de grande circulação no nosso Estado, o jornal O Dia, sobre a inovação

tecnológica na educação. Naquele momento pude contemplar um grande legado que

deixamos quando Prefeito da cidade de Duque de Caxias. Levamos para aquela

cidade a Universidade Federal do Rio de Janeiro, implementando ali cursos de ponta

como Nanotecnologia, Biotecnologia, Ciências Forenses, Metrologia, Biofísica e

Bioquímica.

Hoje, Sr. Presidente, vejo aqueles jovens disputando uma vaga no vestibular,

enchendo as salas de aula. O nosso improviso, naquela oportunidade, resultou em

apenas oito salas de aula. Já ficou pequeno o espaço. Estamos ampliando esse

número com mais dez salas de aula. E não poderia deixar de agradecer à Presidenta

Dilma, que dá continuidade a tudo aquilo que o ex-Presidente Lula construiu, que foi

um presente que ele deu para a nossa cidade.

Sr. Presidente, estamos iniciando a construção do prédio da nossa

universidade federal num belo terreno de mais de 25 mil metros quadrados, ao lado do

INMETRO, cedido pelo querido Presidente daquele instituto, Dr. Jornada.

Sr. Presidente, li também naquela matéria, na manhã de domingo, que a escola

pública federal número um está instalada na nossa cidade, o Colégio Pedro II, o que

nos dá muito orgulho.

Então, vemos que cada Prefeito, nas respectivas Prefeituras do País, consegue

fazer muito com poucos recursos. Naquela oportunidade, o cobertor era muito curto.

Foram aproveitados prédios subutilizados. O cobertor era curto também para

contratar professores, fazer as instalações.

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E não paramos por aí, Sr. Presidente. Também levamos para aquela cidade o

Centro Federal de Educação Tecnológica de Química — CEFET Química, que tem

sido um sucesso absoluto. Hoje, nós temos mais de 2 mil alunos em salas de aula. E

ali não houve improviso. Estabelecemos uma parceria com um banco privado, que

passou a operar as contas dos servidores da Prefeitura de Duque de Caxias.

Alavancamos aquela unidade, com mais de 54 mil metros quadrados de terreno e

mais de 10 mil metros quadrados de construção, totalmente moderna, com

equipamentos modernos.

Fico muito feliz, Sr. Presidente. Parece que foi feito naquele jornal, no domingo,

uma coletânea, um memorial descritivo de tudo aquilo que nós construímos. Mas

venho a esta tribuna não só para falar desse legado. Venho também falar dos novos

projetos que estão em fase de conclusão, como é o caso da Universidade do Esporte,

uma parceria que estabelecemos com a PETROBRAS, com o nosso querido

Presidente Gabrielli.

A PETROBRAS liberou 39 milhões de reais, e estamos construindo uma

unidade em parceria com a Prefeitura, em convênio firmado no nosso Governo.

Vamos ter ali não só a formação de professores de educação física, mas engenheiros

e técnicos de ponta para preparar equipamentos na área do esporte. Vamos também

formar atletas olímpicos, em nosso parque aquático com piscina olímpica, campos,

quadras e um ginásio com mais de 5 mil assentos.

Quem passar pela BR-040, pela Rio-Juiz de Fora, poderá contemplar aquele

monumento que dará oportunidade para os nossos jovens e para as nossas crianças.

A Universidade do Esporte é um marco na Baixada Fluminense, é um marco

para o esporte neste País.

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Não poderia deixar de agradecer a bela parceria que firmamos desde a

primeira hora com o Presidente Lula, com o Governo Federal, e com o nosso querido

Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. FRANCISCO ESCÓRCIO (PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero felicitar o Deputado do Piauí Júlio Cesar,

meu querido colega, uma vez que estamos tendo o mesmo sentimento em relação

aos royalties.

Vários Prefeitos vieram nos visitar, e os Prefeitos do meu querido Maranhão

perguntam: “E os royalties, e os royalties?” E os meus queridos colegas do Rio de

Janeiro dizem: “Nós não podemos perder o dinheiro dos royalties”. Mas quero dizer

também que os Prefeitos, a população do meu querido Estado do Norte e do Nordeste

estão pedindo pelos royalties, porque nós também temos direito.

Mais uma vez, quero dar os meus parabéns ao Júlio e dizer-lhe que estamos

com ele. Vamos fazer com que seja apreciado esse veto, para o bem do Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. MÁRCIO MARINHO (PRB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Amauri, é um prazer ver um Parlamentar da Bahia à frente dos trabalhos nesta

sessão.

Aproveito o momento para fazer um registro e parabenizar os capoeiristas de

Serrinha que brilharam no campeonato brasileiro da categoria.

Depois de participar da seletiva regional de capoeira, realizado no dia 23 de

outubro no Ginásio de Esportes de Serrinha, os grupos de capoeira Esquina Menino,

Passos da Vida, Liberdade Negra e Cultuarte conquistaram a classificação para o

campeonato brasileiro.

O evento, realizado no último final de semana, de 25 a 27 de novembro, em

Vitória, Espírito Santo, foi disputado por atletas das cidades de Serrinha, Salvador,

Luís Eduardo Magalhães e Feira de Santana.

A delegação representante da Bahia no certame nacional superou os

resultados do ano passado. Este ano a Bahia foi o Estado que conquistou o maior

número de medalhas e troféus, 52 no total.

Era este o registro que tinha a fazer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra pela ordem o Deputado

André Moura; depois, o Deputado Givaldo Carimbão, que está ali esperando.

Tem a palavra o Deputado André Moura.

O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero parabenizar a Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe.

Esta semana, no último sábado, a ADEPOL fez a festa em comemoração aos 80 anos

da carreira de delegado de polícia no Estado de Sergipe.

Quero parabenizar toda a diretoria da ADEPOL, na pessoa do seu Presidente,

o Delegado Kássio Viana, não só pelo evento, mas pelo grande trabalho que todos os

delegados de Polícia Civil no Estado de Sergipe desenvolvem para garantir a

segurança pública no nosso Estado.

Sr. Presidente, peço também a V.Exa. que considere como lido discurso em

que solicito que a Casa Civil publique imediatamente a progressão e promoção dos

servidores públicos de carreira do DNIT, DNPM, FNDE, INEP e HFA.

Ontem os servidores públicos desses órgãos fizeram um ato em frente ao

Palácio do Planalto para cobrar celeridade ao Governo na publicação dos decretos de

progressão e promoção funcional.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os que estão acessando a Internet e

redes sociais, além daqueles que sintonizam a Rádio e a TV Câmara em todo Brasil,

em especial a população do Estado de Sergipe, a quem me orgulho de aqui

representar, ocupo este espaço para pedir à Casa Civil a publicação imediata da

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progressão e promoção dos servidores públicos de carreira do DNIT, DNPM, FNDE,

INEP e HFA.

Os servidores públicos desses órgãos promoveram ontem um ato em frente ao

Palácio do Planalto para cobrar do Governo celeridade na publicação dos decretos de

progressão e promoção funcional.

A decisão foi tomada durante reunião realizada no último dia 25 por uma

comissão formada por representantes de várias entidades dos servidores com a

Secretaria-Geral da Presidência da República, no Palácio do Planalto, que, por meio

da assessoria, se comprometeu a conversar com o Ministro Gilberto Carvalho sobre a

reivindicação e apresentar uma resposta ainda nesta semana.

Diante disso, o ato dos servidores é para dar visibilidade às reivindicações da

categoria e cobrar uma resposta do Governo para o pleito o quanto antes, que é a

garantia de um plano de cargos e salários compatível com a realidade do mercado. Os

recursos para pagamento estão orçados e indicados, ou seja, não há impacto

financeiro.

Sr. Presidente, peço que meu discurso fique registrado nos Anais da Casa e

que seja amplamente divulgado pelos órgãos de comunicação deste Parlamento.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra o Deputado José

Airton, com a permissão do Deputado Givaldo, por 1 minuto.

O SR. JOSÉ AIRTON (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero fazer dois breves registros.

Primeiro, agradeço, de coração, aos Vereadores da Câmara Municipal de

Caucaia, que me concederam a honra e o privilégio de ser Cidadão Caucaense,

especialmente o Vereador Silvio Nascimento, que foi o autor dessa iniciativa.

Segundo, quero parabenizar o jornalista Eliomar de Lima pelo brilhante

trabalho que vem desenvolvendo. Ele está completando 25 anos de atividades no

jornal O Povo, 28 anos de exercício da profissão e 5 anos de blogueiro. Quero saudar

aqui esse jornalista tão ativo.

Por último, quero saudar a todos os Prefeitos e Prefeitas que estão mobilizados

aqui em Brasília. Estivemos hoje com o nosso Presidente Marco Maia e com a

Confederação Nacional de Municípios para viabilizar a votação dessa matéria de

relevância e urgência ainda este ano, porque importante para o nosso povo. Os

royalties do petróleo são a verdadeira reforma tributária que nós precisamos para

melhorar o Brasil.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui com muita alegria

agradecer de coração a todos os 14 Vereadores de Caucaia pela votação que me

concedeu o título de cidadão do Município. O Projeto nº 92, de 2011, de autoria do

Vereador Sílvio Nascimento, a quem faço um agradecimento especial, foi subscrito

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por seis Vereadores: Tanilo Menezes, Germana Tales, Antônio Augusto (conhecido

como Dute), Ricardo Cordeiro, Eduardo Pessoa e Samuel.

Muito me orgulho por esse título, pois já tenho Caucaia como minha cidade

natal, tão litorânea e bela quanto o lugar em que nasci, porque também sou praieiro.

Assim venho trabalhando com afeição pelo Município e uma das nossas principais

conquistas está na construção do muro de contenção do avanço do mar, em Icaraí. A

obra foi empenhada ainda em dezembro de 2010, quando a então ex-Ministra da

Casa Civil, hoje nossa Presidenta, Dilma Rousseff, passou pelo Ceará, e

conseguimos a liberação de R$8 milhões para obras de recuperação do litoral do

Município de Caucaia.

Os recursos foram garantidos pelo Ministério da Integração Nacional,

superando toda a burocracia do Ministério da Integração Nacional na gestão do

ex-Ministro Geddel Vieira Lima. Esse projeto, que é a primeira etapa da construção do

Barra Mar Dissipador de Energia em forma de muro com escadarias, tipo bagwall,

todo ele está estimado em R$60 milhões.

Finalmente, mais uma vez agradeço a concessão do título e fico honrado por

tê-lo recebido, o que me fará me dedicar ainda mais, agora como Cidadão do

Município, ao bem do povo caucaiense.

Outro assunto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. Venho aqui parabenizar

o jornalista Eliomar de Lima pelo seu brilhante trabalho, principalmente agora, como

blogueiro — seu blog é um ícone da informação no Ceará. Quem ler o blog do Eliomar

de Lima já ficará informado sobre os mais relevantes acontecimentos do Estado.

Eliomar de Lima completa 25 anos de atividades no jornal O Povo e 28 anos de

exercício da profissão, além dos 5 anos de excelente atividade de blogueiro.

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Parabenizo também o Pleno do Tribunal de Contas do Estado do Ceará pela

iniciativa justa e pioneira do aprovar, nesta terça-feira, dia 29, por unanimidade, a

homenagem a Eliomar. A proposta foi do Presidente em exercício do TCE do Ceará,

Conselheiro Valdomiro Távora, e foi aprovada pelos Conselheiros Alexandre

Figueiredo, Pedro Timbó, Soraia Victor e Edilberto Pontes, bem como pelos

Conselheiros Substitutos Paulo César de Souza e Itacir Todero.

Ao justificar a homenagem, o Presidente do Tribunal, Conselheiro Valdomiro

Távora, destacou os serviços prestados ao povo cearense pelo jornalista nos diversos

meios de comunicação em que ele atua.

Parabéns e sucesso sempre, Eliomar!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Carmen Zanotto.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação nos meios de comunicação desta

Casa do início hoje da 14ª Conferência Nacional de Saúde, já discutida no conjunto

dos Municípios brasileiros.

Cada Município teve a sua conferência municipal, os Estados realizaram

conferências estaduais, e os delegados, que representam os prestadores de serviços,

os gestores da saúde e os usuários já estão chegando, alguns já estão aqui em

Brasília.

Entre as grandes discussões dessa 14ª Conferência, Deputados, está a

regulamentação da Emenda nº 29, que está para ser votada agora no Senado; a

regulamentação da jornada de 30 horas dos profissionais de enfermagem; e o piso

salarial dos nossos agentes comunitários de saúde, enfim, temas de muita

importância para todos os usuários do Sistema Único de Saúde.

Os meus parabéns a todos os membros e à comissão organizadora da nossa

14ª Conferência Nacional de Saúde.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para destacar a

realização da 14ª Conferência Nacional da Saúde, organizada em conjunto pelo

CONASS, CONASEMS, CONTAG, CNBB, CNTSS, COBAP, UNE, Força Sindical e

pela CUT, cuja abertura será em 1º de dezembro aqui mesmo em Brasília.

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Entre as demandas trazidas pelos Secretários Estaduais e Municipais da

Saúde, pelos conselhos de categoria, pelas entidades sindicais e pelos movimentos

sociais estão a defesa e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde — SUS, a

votação urgente pelo Senado Federal da Emenda Constitucional nº 29, a

regulamentação da jornada de 30 horas para os profissionais de enfermagem e o piso

salarial nacional para os agentes comunitários de saúde.

Trata-se de um encontro de grande importância, Sr. Presidente, pois possibilita

o intercâmbio entre diferentes gestões em diferentes realidades, algo fundamental

para ampliar o horizonte, a visão de quem trabalha no dia a dia com saúde pública no

Brasil, na gestão e no atendimento à população. Será uma oportunidade para a troca

de experiências e ideias.

Os temas serão: Todos usam o SUS; SUS na Seguridade Social; Política

Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro. Eixo: Acesso e acolhimento com qualidade:

um desafio para o SUS; Política de saúde na Seguridade social, segundo os princípios

da integralidade, universalidade e equidade; Participação da comunidade e controle

social; Gestão do SUS (Financiamento; Pacto pela Saúde e Relação Público x

Privado); Gestão do Sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde.

Será uma grande oportunidade para discutirmos os rumos e os gargalos da

saúde pública no Brasil, para que apontemos soluções ou consertemos equívocos.

Algo fundamental para o avanço e o aperfeiçoamento das políticas públicas, dos

serviços e das ações de saúde em todos os Estados da Federação. Quero reiterar o

convite para que todos os Parlamentares do setor da saúde, principalmente aqueles

que, como eu, que já estiveram no cargo de Secretário de Estado da Saúde,

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participem, levem ideias que qualifiquem ainda mais o debate, com conteúdo e

conhecimento.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigada.

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O SR. GIVALDO CARIMBÃO (Bloco/PSB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna fazer pronunciamento sobre

matéria publicada semana passada que divulgou números referentes aos Produtos

Internos Brutos do Estado de Alagoas, de 2008 e 2009, pesquisa realizada pela

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Estado de Alagoas, em

parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE.

A pesquisa revela que o PIB do Estado passou de 19.477 bilhões de reais para

21.235 bilhões de reais. Trata-se, Sr. Presidente, de crescimento de 2,1%, o que

coloca Alagoas no 10º lugar no ranking brasileiro. E mais, esse percentual é superior

ao registrado no País, que teve desempenho negativo de 0,3% e superior ao

percentual no Nordeste, que cresceu, em média, apenas 1%. Enquanto o Nordeste

cresceu 1%, o PIB de Alagoas cresce 2,1%. Alagoas agora se encontra, no quesito

crescimento econômico, em quarto lugar entre os Estados nordestinos.

É importante destacar que o PIB per capita do Estado cresceu de 6,227% para

6,728%. Isso mostra, Sr. Presidente, nobres colegas, que estamos no caminho certo,

o caminho do crescimento com geração de emprego e renda, com criação de

oportunidades para o povo do nosso Estado.

Eu quero parabenizar o Governador Teotonio Vilela Filho pelo trabalho que

vem realizando. Registro com orgulho que o meu partido, o Partido Socialista

Brasileiro, faz parte dessa construção de uma nova Alagoas.

Sabemos que, embora os avanços sejam inegáveis, temos muitos desafios a

enfrentar.

Hoje, nada menos que 155 milhões de brasileiros vivem nas cidades, o que

significa uma pressão sobre o mercado habitacional que se faz sentir em todas as

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capitais. Na minha querida Maceió não é diferente, e precisamos superar tanto o

déficit quantitativo de moradias quanto o qualitativo, isto é, aquele representado por

moradias abaixo do nível mínimo de segurança.

O PSB tem dado o exemplo nos Municípios e Estados que administra,

colocando em prática uma política urbana em que meio ambiente, transportes,

segurança, saúde, economia, cultura e educação são pensados de maneira integrada,

visando à inclusão social e à melhoria da qualidade de vida da população.

O Piauí, por exemplo, tem servido de modelo para todo o País com suas

políticas públicas voltadas para a pessoa com deficiência, que incluem capacitação de

milhares de trabalhadores, doação de próteses, órteses e cadeiras de rodas, além da

entrega de mais de mil passes livres para o transporte intermunicipal.

São experiências assim que o PSB pode oferecer à população brasileira, para

que número cada vez maior de Estados e Municípios siga o caminho do crescimento

virtuoso que hoje o Estado de Alagoas está trilhando. Que Deus abençoe a todos que

fazem o Governo do Estado de Alagoas.

Eu não poderia deixar passar em branco esse fato, quando tantas notícias ruins

aparecem nos Estados. Se o Estado cresce e aparecem pontos positivos, temos de

mostrá-los à Nação brasileira.

Por fim, Sr. Presidente, gostaria de encerrar este meu pronunciamento dizendo

que ontem nós finalizamos os estudos sobre políticas públicas contra as drogas no

Brasil. Foram 8 meses de trabalho para a Comissão Especial, da qual tenho a honra

de ser Relator. Ontem fizemos a leitura de 1.100 páginas do relatório sobre políticas

públicas contra as drogas no Brasil.

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Fui à Suécia, Holanda, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Paraguai, Colômbia,

Bolívia, Peru, Estados Unidos, Canadá, México, Itália apenas para conhecer as

políticas direcionadas ao combate às drogas. Fui também, junto a outros membros da

Comissão, a 27 Estados brasileiros. Fizemos vários encontros por este Brasil afora.

Na próxima quarta-feira, às 14 horas, votaremos o relatório final dos estudos.

Também ontem a Ministra Gracie colocou a equipe técnica do Palácio do

Planalto à disposição da nossa Comissão das 18 às 20 horas. Lá estivemos,

chefiados pelo nosso Presidente — eu, na qualidade de Relator, estava lá —, a fim de

conversar com o Governo Federal, que, tenho certeza, irá encampar muito dos

estudos que fizemos.

Quero parabenizar a Presidente Dilma e a Ministra Gracie, pois ontem seria

lançado no Palácio do Planalto um programa nacional contra as drogas, mas, em

respeito ao Parlamento brasileiro — os Poderes são independentes e harmônicos.

Ontem nós comprovamos isso —, o lançamento do programa foi suspenso para que

pudessem incorporar nossos estudos àquele relatório. Portanto, parabéns! É assim

que se faz. O Parlamento estuda, o Executivo executa, além de enviar à Câmara dos

Deputados projetos de leis e medidas provisórias. É o entendimento entre o Executivo

e o Legislativo que faz o Brasil crescer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Nobre Deputado, eu quero

parabenizá-lo pelo trabalho, bem como todos os membros da Comissão.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sras. e Srs. Deputados, na última semana, foram divulgados dados muito

relevantes referentes ao crescimento do PIB do Estado de Alagoas entre 2008 e 2009.

A pesquisa, realizada pela Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

Econômico de Alagoas em parceria com o IBGE, revela que o PIB do Estado passou,

no período, de 19,477 bilhões de reais para 21,235 bilhões de reais.

Trata-se, Sr. Presidente, de um crescimento de 2,1% e que coloca Alagoas em

décimo lugar no ranking brasileiro. Não apenas isso: esse percentual é superior

àquele registrado pelo País, que teve um desempenho negativo de -0,3%, e superior

também ao percentual da Região Nordeste, que no período cresceu, em média,

apenas 1%.

Alagoas agora se encontra, no quesito crescimento econômico, em quarto

lugar entre os Estados nordestinos. É importante destacar que o PIB per capita do

nosso Estado também cresceu, passando de 6.227,00 para 6.728,00 reais.

Isso mostra, Sr. Presidente, nobres colegas, que estamos no caminho certo, o

caminho do crescimento com geração de emprego e renda, com criação de

oportunidades para o nosso povo. Eu gostaria de parabenizar o Governador Teotonio

Vilela Filho pelo trabalho que vem realizando, e registro com orgulho que o meu

partido, o Partido Socialista Brasileiro, faz parte dessa construção de uma nova

Alagoas.

Sabemos, contudo, que, embora os avanços sejam inegáveis, os desafios

ainda são muitos, e são grandes.

Hoje, nada menos que 155 milhões de brasileiros vivem nas cidades, o que

significa uma pressão sobre o mercado habitacional que se faz sentir em todas as

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nossas capitais. Na minha querida Maceió não é diferente, e precisamos superar tanto

o déficit quantitativo de moradias quando o qualitativo, isto é, aquele representado por

moradias que estão abaixo de um nível mínimo de segurança, de conforto, de

salubridade.

O PSB tem dado o exemplo nos Municípios e Estados que administra,

colocando em prática uma política urbana em que meio ambiente, transportes,

segurança, saúde, economia, cultura e educação são pensados de maneira integrada,

visando à inclusão social e à melhoria da qualidade de vida da população.

O Piauí, por exemplo, tem servido de modelo para todo o País com suas

políticas públicas voltadas para a pessoa com deficiência, que incluem capacitação de

milhares de trabalhadores, doação de próteses, órteses e cadeiras de rodas, além da

entrega de mais de mil passes livres para o transporte intermunicipal.

São experiências assim que o PSB pode oferecer à população brasileira, para

que um número cada vez maior de Estados e Municípios sigam o caminho do

crescimento virtuoso que hoje o Estado de Alagoas está trilhando, e, se Deus quiser,

continuará a trilhar nos próximos anos.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. CARLINHOS ALMEIDA (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu gostaria de fazer três registros.

O primeiro é que, no último domingo, acompanhei o velório e o sepultamento do

Prefeito de São José do Barreiro, Arthur Barbosa Pinto, que administrava pela

segunda vez aquela cidade. Ele foi Vereador e veio a falecer em razão de um acidente

de trânsito. Ele se dirigia de Pindamonhangaba para sua cidade depois da realização

de um encontro de Prefeitos sobre empreendedorismo.

Foi um momento bastante triste para a cidade de São José do Barreiro e para

toda a nossa região. A cidade toda, praticamente, acompanhou aquele cortejo,

manifestou sua saudade e prestou sua homenagem ao Prefeito Arthur, que era uma

pessoa alegre, dinâmica, trabalhadora e que vinha desenvolvendo um trabalho

reconhecido por todos à frente da Prefeitura de São José do Barreiro.

Quero fazer este registro e render minhas homenagens à memória do Arthur e

minha solidariedade à sua família e aos moradores da cidade.

Sr. Presidente, também gostaria de registrar que participei de duas audiências

públicas, uma na cidade de Taubaté e outra na cidade de Caraguatatuba, para

debater a proposta de criação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral

Norte. Essa proposta foi por mim apresentada em 2001, quando eu era Deputado

Estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. Durante 10 anos, insistimos nessa

tese. Inclusive, tivemos o apoio de Prefeitos, Vereadores, de lideranças da sociedade

civil e especialmente de alguns Deputados Estaduais.

Quero aqui registrar o apoio que tivemos do Deputado Padre Afonso Lobato, do

PV, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba, o apoio do

recém-eleito Deputado Marco Aurélio de Souza, do PT, o apoio do ex-Deputado

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Mozart Russomanno, do PP, e de tantos que nos ajudaram nesse processo, em

especial o Presidente da Assembleia Legislativa, o Deputado Barros Munhoz, do

PSDB. Isso, para nós, foi uma alegria.

Como eu disse aqui, depois de 10 anos debatendo e sem sentir a

sensibilização por parte do Poder Executivo, do Governo de São Paulo, nós tivemos

uma mudança de rumos. O Governador Geraldo Alckmin criou uma Secretaria

Especial para o Desenvolvimento Metropolitano, colocou a sua frente o Deputado

Federal Edson Aparecido, nosso colega nesta Casa, e depois de estudos e até de um

debate o Governador decidiu encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto,

transformando a nossa região em região metropolitana.

Vai ser um ganho importante para o Vale, para o litoral norte, porque vamos

ganhar instrumentos de planejamento de ação regional previstos na lei complementar

que regulamenta as Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo.

Especialmente, quero ressaltar que será criado o Conselho de

Desenvolvimento Paritário, metade dos Municípios, das Prefeituras, metade do

Governo do Estado; um fundo de desenvolvimento que vai poder captar recursos dos

Municípios, do Estado, da União, de organismos internacionais; e uma agência de

desenvolvimento, que será o órgão técnico a desenvolver e executar projetos. As

duas audiências públicas foram momentos importantes para debatermos e

aperfeiçoarmos a proposta.

Para encerrar, um último registro, Sr. Presidente. Vamos fazer, no próximo dia

5, em São José dos Campos, a segunda audiência pública para debatermos os cursos

que serão ministrados pela Escola Técnica Federal de São José dos Campos. É uma

conquista que tivemos, numa parceria entre a PETROBRAS, que está cedendo a

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área, e o Ministério da Educação, que vai evidentemente manter o funcionamento da

escola.

Foi uma proposta do Instituto Federal que nós abraçamos no sentido de definir

esses cursos não de cima para baixo, não com uma decisão apenas técnica e apenas

do Instituto Federal, mas ouvindo a sociedade, com base em uma avaliação da

demanda de mão de obra que temos na região, buscando evidentemente permitir que

as pessoas possam ter a opção de fazer cursos que deem depois alternativa para que

tenham um emprego de qualidade.

Essa é a segunda audiência que estamos fazendo. Ela é conclusiva. Já

levantamos uma série de propostas e também recebemos outras por meio de uma

consulta pública. Será uma alegria o fato de, a partir do ano que vem, São José dos

Campos ter sua Escola Técnica Federal.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - O último inscrito no Pequeno

Expediente é o Deputado Júlio Cesar.

O SR. LUIZ COUTO - Um minuto, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Enquanto o Deputado Júlio Cesar se

posiciona, Deputado Luiz Couto, por 1 minuto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu

quero manifestar minha solidariedade ao jornalista e repórter Jamerson Ferreira, da

Rádio 102 FM, que sofreu represálias no dia de ontem ao denunciar mais uma vez o

descaso para com o matadouro público de São Mamede, no Vale de Sabugi, na

Paraíba. Ao mesmo tempo, manifesto também solidariedade ao nosso companheiro

José Luís Mineiro, ex-Presidente do PT em São Mamede, que também foi vítima

dessa situação.

Manifesto minha solidariedade e solicito seja registrada a matéria nos Anais

desta Casa.

MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ Nº 2, DE PÁGS. 1 A 4#)

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O SR. JÚLIO CESAR (PSD-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

e Srs. Deputados, queremos trazer ao conhecimento desta Casa os desdobramentos

sobre o encaminhamento dos royalties do petróleo depois de aprovada a mudança no

Senado Federal.

Esta Casa sabe que há mais de 6 anos eu luto para mudar esse critério injusto

e concentrador de rendas, principalmente entre os mais ricos. É claro que não quero

também inviabilizar a administração, que tem esses recursos comprometidos inclusive

com a rolagem de suas próprias dívidas.

No entanto, aprovamos no ano passado essa mudança, por meio da famosa

Lei Ibsen, que prevê uma mudança radical nos royalties de todo o petróleo produzido

no mar, excluindo a parte de terra, que é de 9%, mas o Presidente Lula vetou. Todo

mundo achava que ele estava vetando para preservar um compromisso que tinha com

o Rio de Janeiro, mas os motivos do veto são muito diferentes daqueles que o povo

brasileiro pensa que são. O motivo do veto foi exatamente para preservar a União,

uma vez que a Emenda Pedro Simon, lá do Senado, previa que Estados e Municípios

que eventualmente tivessem redução de suas receitas dos royalties seriam

compensados com os royalties do próprio Governo Federal. Esse foi o motivo maior.

Depois, foi negociado um projeto, iniciado pelo Senador Wellington Dias, do

meu Estado, que foi muito reformulado pelo Senador Vital do Rêgo e aprovado no mês

de outubro. Esse projeto chegou aqui e, depois de muito dias, falou-se na constituição

de uma Comissão, para evitar que o projeto passasse por várias Comissões. O

Presidente constituiu a Comissão e pediu aos Líderes partidários a indicação dos seus

membros.

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Ora, somos 24 Estados contra o interesse, vamos dizer, de três: São Paulo,

Espírito Santo e Rio de Janeiro. Pois bem, nessa Comissão, lamentavelmente, os

Líderes partidários desta Casa indicaram muito mais Deputados desse pequeno

número de Estados do que dos outros 24.

Percebendo essa manobra, nós fizemos um requerimento de urgência para

trazer o projeto diretamente ao Plenário e evitar a discussão na própria Comissão

Especial. Pegamos assinaturas não dos Líderes, mas dos Deputados, e conseguimos

288 assinaturas, que estão aqui.

Entregamos ao Presidente, agora de manhã, o requerimento, que levou o

número 3.929. Na ocasião, eram mais de 500 Prefeitos, mais de 50 Deputados

Federais — muitos não foram porque tinham compromisso. O Presidente disse que

teria todo o interesse em colocar a proposição em pauta, não o faria porque as

medidas provisórias a trancam — há seis medidas provisórias —, mas poderia incluir

a matéria na sessão extraordinária. Só que há uma urgência constitucional sobre a

previdência do servidor público. Então nós estamos fazendo um trabalho com os

Líderes para priorizar a apreciação da previdência dos servidores públicos.

O Presidente pediu apoio a todos os Líderes para eleger isso como prioridade,

porque o que foi negociado na Emenda Ibsen é muito menos do que a expectativa dos

Governadores e dos Prefeitos de todo o Brasil. Mas é a sinalização de um começo de

mudança.

Quero dizer a V.Exas. que nem o Rio de Janeiro nem o Espírito Santo perdem

um centavo. Isso tudo foi medido e contado. Não vamos inviabilizar o Estado do Rio,

que tem esse privilégio, mas foi um erro desta Casa, porque nem o Rio nem o Espírito

Santo produzem coisa nenhuma. A lei foi votada, naquela correria de fim de ano, com

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o objetivo de conceder o direito. E o direito tornou-se direito adquirido. Vamos

preservá-lo, mas vamos evitar que cresça na velocidade que cresce.

Até agora os royalties já produziram 24 bilhões de reais — do ano passado até

outubro produziram 21,6 bilhões de reais. A previsão é chegar a 28 bilhões de reais.

Já pensou? A parte dos Estados e Municípios vai chegar a quase 80% para dois

Estados? Então precisamos do apoio dos Líderes e dos Deputados desta Casa.

Finalmente, Sr. Presidente, eu quero cumprimentar o médico mastologista Luiz

Ayrton Santos Júnior, do meu Estado, que está recebendo neste momento a Medalha

Mérito Legislativo desta Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - O Deputado Júlio Cesar é um grande

estudioso.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (Bloco/PR-PE. Pronuncia o seguinte discurso.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 13 de dezembro deste ano Luiz

Gonzaga faria 99 anos de idade. Ano que vem, em Pernambuco, Estado natal do

grande cantor e compositor do baião, seu centenário deverá ser comemorado em alto

estilo. O movimento dos que ali fazem a cultura viva e a mobilização de alguns setores

do Governo dão sinais de que a festividade será inesquecível, até a própria

Assembleia Legislativa constituiu uma comissão de Parlamentares, exclusivamente,

para cuidar da agenda de homenagens aos 100 anos do Rei do Baião.

É certo que Pernambuco sempre esteve presente pelo voz do Rei. Em sua

maioria, como revelação do sentimento cultural do povo, suas formas de

manifestação, seu comportamento, a cachaça, os sambas de latada, e em outras

vezes até arriscando locução de protesto.

Do Nordeste, porém, como já é notório, Luiz Gonzaga nada esqueceu.

Cantou-o e encantou-o, expondo ao Brasil tudo que ele tem a oferecer.

Por essa razão, esse reconhecimento não deve ficar restrito somente a

Pernambuco, sendo louvável que todos os Estados nordestinos abracem a ideia de

homenagear aquele que foi o “garoto propaganda do Nordeste”.

Gonzaga divulgou o Nordeste de canto a canto do País, falou dos encantos das

cidades, da costa praieira, das belezas naturais — uma espécie de louvação às

principais cidades daquela região.

Ao homenagear a Maceió, revela que “Alagoas tem joias tão raras que os olhos

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não cansam de olhar, uma delas és tu, Pajuçara, praia linda engastada no mar” e, ao

final, afirma que “toda gente que sai de Alagoas deixa o coração em Maceió”.

Lembra que a Usina de Paulo Afonso, na Bahia, foi o grande empreendimento

para redenção do Nordeste, transformando o sonho em realidade: “Meu Paulo Afonso

foi sonho que já se concretizou”.

Mas “Rosinha ficou lá em Propriá” e lá tem que voltar para vê-la, em referência

ao Estado de Sergipe.

“Hoje eu mando um abraço pra ti, pequenina. Paraíba masculina, mulher

macho, sim, senhor.” Aqui, ele demonstra o quanto a Paraíba é forte em suas

decisões, rememorando, em especial, a revolução de 1930, na exclamação: “Eita!

Pau Pereira que em Princesa já roncou”. E não esquece que lá “tem morena que a

natureza lhe confiou a beleza” e que “no Piancó quem vai lá não quer voltar”. E que a

“farinhada na Serra do Teixeira” é uma festa que não se pode perder, sem esquecer

que “na Prata da Paraíba o forró começa cedo”.

“Peguei o trem em Teresina/ Pra São Luís do Maranhão/ Atravessei o

Parnaíba/ Ai, ai! que dor no coração.” Nessa viagem de Maria-fumaça, ele descreve

como o povo das cidades lindeiras às ferrovias recebe os passageiros do trem,

salientando suas características e os personagens importantes que ali nasceram.

“Eu vou pro Crato/ Vou matar minha saudade/ Ver minha morena/ Reviver

nossa amizade.” Depois no Sertão de Canindé mostra como é bom andar a pé numa

estrada, à luz da lua branca e acompanhado de uma morena. Mas, “moça se vestir de

cobra e dizer que é distração, hum! no Ceará, não em disso não!”

“Navega, ó Jangada, nesse mar/ Enfeitado de coqueiros/ E coberto de luar.”

Assim descreve as praias do Nordeste, como Areia Preta, no Rio Grande do Norte, e

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tantas outras.

Todos os Estados foram mencionados em sua música. Em Pernambuco, a voz

do Rei vai à Feira de Caruaru, segue para Garanhuns “onde o Nordeste garoa”, visita

as regiões do Pajeú, do Moxotó, do Brígida, do Riacho do Navio, fala em Vila Bela

(hoje Serra Talhada), Serrita da “missa do vaqueiro”, Granito, Salgueiro, Taboca,

Rancharia, Bodocó, Exu, sua terra natal, para depois chegar ao Recife.

O Recife sempre possuiu essa magia: não há como fazer dela uma descrição

seca, afastando-se da poesia que está entranhada entre seus rios e pontes e do

bucolismo que está encantado em suas ruas seculares. Aí, Luiz galopa com a rédea

solta, sem a preocupação de fazer a poesia, já que o Recife é a própria poesia.

“Ai que saudade lá de Pernambuco/ De Iputinga, Arruda, Encruzilhada/ De

Água Fria, Torre e Dois irmãos/ A saudade tá danada não aguento, não/ Se me aperta

mais o peito pego um avião/ Quando lembro de Recife ai que dor no coração... Ai, meu

Deus, não posso mais/ Quando eu me lembro da vontade de chorar/ Daquelas noites

no Capibaribe/ Das caçadas em Beberibe e das noites de luar...”

Reconhecer tudo que Luiz Gonzaga fez pelo Nordeste através da música e de

sua oralidade é o mínimo que se pode fazer numa homenagem ao seu centenário.

Luiz Gonzaga, o homem, não existe mais entre nós, mas o seu legado tem sido

preservado como se vivo fosse. O jornalista Inaldo Sampaio sugere que, “na medida

em que o tempo passa Luiz Gonzaga vai ficando maior”, sinal de que seu reinado

tende a perdurar por muito tempo ainda.

Por fim, meu querido Lua, esta é mais uma homenagem que lhe presto, agora

nos seus 99 anos de nascimento.

Muito obrigado.

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O SR. ROBERTO DE LUCENA (Bloco/PV-SP. Pronuncia o seguinte discurso.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, entre os inúmeros méritos do Parlamento

federal brasileiro, podemos citar sua capacidade de revisar e repensar, de maneira

crítica, o conjunto de regulamentos a respeito da vida partidária e do sistema eleitoral

de nosso País.

Essa tem sido a proposta da Comissão Especial da Reforma Política desta

Casa, instalada em 1º de março deste ano e que, desde então, tem trabalhado

arduamente na busca do desenho institucional mais adequado ao fortalecimento de

nossa democracia e ao enfrentamento de seus principais problemas.

A despeito dos esforços realizados por seu Relator e pelo grupo de

Parlamentares mais empenhados na busca de um consenso mínimo em torno de

alguns pontos da ampla agenda da discussão travada naquela Comissão,

acreditamos que a proposta merece um exame mais cuidadoso e atento não apenas

deste Parlamento, mas de toda a sociedade.

Em primeiro lugar, precisamos analisar com muito cuidado a iniciativa de

introduzir a lista fechada nas eleições proporcionais, em especial, porque o Brasil

caracteriza-se por oferecer ao eleitorado ampla possibilidade de voto nominal nos

candidatos de sua preferência.

Ao mesmo tempo, o sistema proporcional adotado no Brasil contabiliza cada

voto em um candidato ou legenda partidária para o conjunto de sufrágios que serão

utilizados para o cálculo do quociente eleitoral e partidário. Esse método garante que

o voto nominal vincula-se ao voto partidário para o cálculo do número de cadeiras que

cada partido ou coligação conquistará na circunscrição eleitoral, ponto importante

para a estruturação da representação política por meio dos partidos políticos.

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Em contraste com um sistema que tem funcionado há mais de 70 anos no

Brasil, a proposta em discussão na Comissão da Reforma Política introduz a lista

fechada preordenada, em conjunto com o voto nominal, para a escolha dos

Deputados Federais, Distritais e Estaduais e dos Vereadores. Ainda que o voto

nominal continue sendo utilizado, pois o eleitor teria dois votos nesse sistema,

metade das vagas será preenchida de acordo com o ordenamento da lista partidária.

Assim, no resultado final das eleições proporcionais, na metade das vagas

preenchidas o eleitor terá de conformar-se em aceitar o ordenamento dos candidatos

tal como foi proposto pelos partidos.

Acredito que devemos caminhar na direção oposta, isto é, ampliar em vez de

reduzir o respeito às escolhas do eleitorado e do seu direito de votar nos candidatos

de sua preferência.

O respeito ao grau de liberdade do eleitor na escolha dos seus candidatos não

passa também pela adoção do financiamento público das campanhas eleitorais. Ainda

que a proposta tenha o mérito de buscar reduzir o grau de dependência dos

candidatos dos seus financiadores privados, em especial dos grandes doadores, a

iniciativa limita excessivamente o grau de liberdade dos cidadãos de contribuírem

financeiramente com os candidatos ou partidos de sua preferência. Assim como o

voto e o trabalho voluntário em uma campanha eleitoral, a doação de recursos

financeiros para a atividade política faz parte do rol dos direitos da cidadania, que não

podem ser limitados pela total interferência do Estado na cobertura dos gastos de uma

campanha eleitoral.

Ademais, no modelo de financiamento público exclusivo, a distribuição dos

recursos entre os partidos baseia-se, na sua parcela mais significativa, na correlação

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das forças políticas tal como esta ocorria a 4 anos da data da realização do pleito no

qual os recursos serão distribuídos. Isto é, a maior parcela dos recursos será

distribuída de acordo com os votos dos partidos na última eleição para a Câmara dos

Deputados.

Mas e se aquele partido que venceu a última eleição não contar mais com a

mesma simpatia do eleitorado? E se outra força ou outro candidato passar a contar

com o apoio de significativa parcela da população, estes não estariam impedidos ou

impossibilitados de disputar a eleição com os recursos financeiros que seriam

correspondentes a sua força atual na sociedade? Não deveríamos permitir que esses

candidatos ou partidos fossem buscar, na própria sociedade, os recursos

indispensáveis à transformação de sua força política em capacidade efetiva de vencer

uma campanha eleitoral?

Salta aos olhos, portanto, que a ideia de ancorar a regra da distribuição dos

recursos públicos em votos destinados aos partidos em uma eleição temporalmente

distante da percepção atual do eleitorado acabe por engessar demasiadamente a

correlação de forças, favorecendo o maior partido no último pleito. Apenas a

permissão para que partidos possam buscar recursos privados de seus apoiadores

poderá corrigir essa distorção, de modo que a força relativa dos partidos esteja

baseada na mensuração do grau de apoio da população no próprio ano no qual será

realizada a eleição.

Finalmente, entendemos que o aumento do leque das opções políticas do

eleitorado e o fortalecimento do vínculo entre os representantes e os cidadãos

passam por uma mudança comportamental dos partidos e candidatos, mas não pela

simples alteração da legislação eleitoral. Os candidatos e partidos devem ser

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criteriosos na construção e no fortalecimento da sua base de apoio eleitoral por meio

da apresentação de seus compromissos e de suas propostas, formuladas de modo

claro e transparente.

A confiança do eleitor, a legitimidade do Parlamento e o fortalecimento do

vínculo da representação política entre o Parlamentar e sua base social devem ser

construídos com respeito e confiança mútua, por meio de propostas claras e

consistentes e por meio da manutenção do compromisso do representante com a

efetividade das suas propostas ao longo do exercício do mandato parlamentar.

Em nossa opinião, a reforma política mais adequada e consistente passa por

esse reiterado aprendizado do eleitorado, dos partidos e dos candidatos no

estreitamento do vínculo eleitoral e no fortalecimento dos compromissos entre o

representante e os representados. Nada disso poderá ser atingido com a simples

mudança das regras eleitorais.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo registrar nos Anais desta

Casa nosso profundo pesar pelo passamento, ocorrido ontem, 29 de novembro, em

São Paulo, do médico e cientista Ricardo Renzo Brentani, Presidente da Fundação de

Amparo e Pesquisa do Estado de São Paulo — FAPESP, Presidente da Fundação

Antonio Prudente, que mantém o Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, e

Coordenador do Centro Antonio Prudente para Pesquisa e Tratamento do Câncer.

Ricardo Brentani atuava principalmente com estudos relacionados ao papel de

nucléolo no processamento de mRNA, à caracterização de mRNAs de colágenos e à

adesão celular e metástase. Doutorou-se em 1966, pelo Departamento de Química

Fisiológica e Físico-Química da FMUSP. Brentani foi o primeiro professor titular da

disciplina de Oncologia em uma universidade brasileira. Pessoa de nosso estreito

relacionamento, com quem convivemos por longos anos. Deixamos aqui o nosso

abraço à família enlutada e o nosso adeus.

Requeiro, ainda, que seja inserido nos Anais da Casa artigo publicado em O

Estado de S. Paulo de hoje, 30 de novembro, que faz referência ao nosso querido

Ricardo Renzo Brentani.

MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ Nº 3, DE PÁGS. 1 A 2#)

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O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez, voltamos a esta tribuna no ensejo

do Dia Nacional da Alfabetização. Trata-se, a nosso ver, da questão mais importante

do Brasil atual, uma vez que se refere à base da educação. Não obstante o grande

progresso havido no País, nos últimos anos, a verdade é que ainda lidamos com

problemas de porte nesse campo — problemas esses aumentados, em muitos

aspectos, pela disseminação irreversível do universo digital.

A questão do Brasil contemporâneo é o alto contingente de adultos

analfabetos. O censo de 2010 mostrou que, entre pessoas com 15 anos ou mais, o

percentual de analfabetos caiu de 13,6%, no ano 2000, para 9,6%. Mas entre os

brasileiros que começaram a década passada entre 20 e 49 anos, os avanços podem

ser considerados meramente residuais. Se há 10 anos esse grupo possuía 10% de

analfabetos, hoje, já com idade entre 30 a 59 anos, apresenta diferença de apenas

meio ponto percentual: 9,5%.

Segundo o Ministro da Educação, Fernando Haddad, a maior dificuldade na

alfabetização de adultos reside no fato de que se concentra no meio rural. Ainda

segundo o Ministro, não se trata nem de uma questão de oferta, mas de demanda,

uma vez que tais populações se ocupam principalmente com a atividade agrícola.

Considerada a população entre 15 e 59 anos, hoje, nas cidades, o percentual de

analfabetos é de 5%; no campo, porém, chega a 20%.

Outro problema, de acordo com o Ministro, é que o poder público não pode

obrigar os jovens maiores de 17 anos a frequentarem a escola. Mesmo que haja

vagas, não se pode obrigar ninguém à matrícula.

Pode-se argumentar que, a longo prazo, a situação se resolverá por si só, uma

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vez que é de quase 100% o índice de matrículas no ensino fundamental. Mas tal

argumento não leva em conta as altas taxas de evasão escolar e repetência, que

levam à semialfabetização ou ao analfabetismo funcional, que ocorre quando o aluno

consegue decifrar os caracteres linguísticos, mas não consegue interpretar ou

elaborar um texto em níveis minimamente satisfatórios.

Elucubrações à parte, Sr. Presidente, temos hoje um fato concreto; em um País

com pouco mais de 190 milhões de pessoas, há cerca de 19 milhões de jovens e

adultos analfabetos. É um número assustador, sobretudo se comparado com países

de PIB muito inferior ao do Brasil, como o Paraguai e mesmo o Zimbábue, entre

outros.

Nesse contexto, temos de nos render a uma evidência. Orgulhosos de

pertencer ao grupo das potências emergentes, em razão do aumento do poder

aquisitivo das classes mais baixas, continuamos sem investir devidamente no mais

precioso patrimônio nacional: a educação. Além de promover a erradicação do

analfabetismo, temos de investir na qualidade da educação em geral, que envolve a

formação de professores e a melhoria do nível de ensino e aprendizagem.

Não podemos aceitar que a quase totalidade de nossas crianças tenha acesso

aos bancos escolares mas não consiga aprender, ou não consiga avançar. É preciso

criar mecanismos efetivos de permanência na escola, além de reformular currículos e

metodologias, no sentido da efetividade do aprendizado.

Se hoje estamos todos mergulhados no universo digital, que cria infinitas

possibilidades de acesso ao conhecimento, continuamos dependendo da capacidade

de leitura e interpretação. A facilidade com que se acessam conteúdos não pode

substituir a formação sólida que se adquire seja por livros, seja por computadores: o

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importante é a consistência do aprendizado, a formação da consciência crítica e da

capacidade interpretativa, a criação de um horizonte de conhecimentos que estimule o

estudante a permanecer na escola e prosseguir firme rumo à profissionalização.

Sr. Presidente, esta a mensagem que gostaríamos de deixar por ocasião do

transcurso de mais um Dia Nacional da Alfabetização. Aproveitamos para reiterar

nosso compromisso inabalável com o progresso da educação no Brasil, em todos os

campos, na convicção de que aí reside, verdadeiramente, a grande riqueza e a melhor

perspectiva de futuro para a Nação brasileira.

Muito obrigado.

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O SR. SANDES JÚNIOR (PP-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no início do mês de novembro, fomos

surpreendidos pelo anúncio de que o nosso ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

sofre de um câncer na laringe. Acompanhamos, estarrecidos, as manifestações feitas

na Internet por pessoas que demonstraram desprezo pelo ser humano e reforçaram

seu preconceito social contra alguém vindo de classes menos favorecidas.

As mensagens de ódio criticavam o ex-Presidente por optar em fazer

tratamento num hospital caríssimo. Um homem que tem agenda de palestrante em

todo o mundo, ganhando mais de 200 mil reais por palestra, certamente tem recursos

para se tratar onde quiser.

Mas quem criticou tentando mostrar que o SUS cuida mal dos doentes com

câncer se enganou redondamente. O Sistema Único de Saúde — SUS está

ampliando em 22% os recursos para assistência oncológica no País. O Ministério da

Saúde deve fechar este ano com investimento de R$2,2 bilhões no setor — em 2010,

o valor foi de R$1,8 bilhão.

Esse aumento de investimento, segundo o Ministério, serviu para ampliar e

qualificar a assistência aos pacientes em hospitais públicos e privados que compõem

o SUS, especialmente para os tipos de câncer mais frequentes, como os de fígado e

mama, linfoma e leucemia aguda. Em relação a 1999, quando foi definido o atual

formato do atendimento oncológico no SUS, o valor quadruplicou.

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou recentemente a estimativa

de investimento no setor este ano em pronunciamento feito no final de outubro

passado. A quantidade de procedimentos e de cirurgias oncológicas aumentou nos

últimos anos.

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Em 2003, por exemplo, houve 19,7 milhões de procedimentos para o

tratamento do câncer no Sistema Único de Saúde. A projeção para este ano é de 27,8

milhões de procedimentos, um aumento de mais de 40%! Já o número de cirurgias

deve crescer 40%. Foi de 67 mil em 2003 e deve chegar a 94 mil neste ano de 2011.

Para ampliar o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama e de colo de

útero, o Ministério da Saúde está criando 38 centros em todo o País, especialmente no

interior do Brasil, e renovando 48 outros centros de radioterapia. A medida integra a

Rede Câncer, uma das apostas do Ministério da Saúde para integrar e agilizar o

atendimento aos usuários do SUS. O sistema dispõe hoje de 270 centros que realizam

tratamento de radioterapia e quimioterapia.

O SUS quer combater o câncer oferecendo possibilidade de diagnóstico, de

tratamento, mas também combatendo muitos fatores de risco do câncer. Precisamos

aproveitar momentos como este para reduzir o preconceito sobre o câncer, mostrar

que o câncer tem cura, mostrar que fazer o diagnóstico precoce ajuda a garantir essa

cura, mas também mobilizar a sociedade para termos hábitos mais saudáveis e, com

isso, reduzir o risco de câncer.

Por fim, quero reforçar o pensamento de quase todos os brasileiros, desejando

ao ex-Presidente Lula uma pronta e completa recuperação.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. ANDRÉ ZACHAROW (PMDB-PR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a bancada federal do Paraná fechou na semana

passada a lista de emendas coletivas à Lei Orçamentária Anual (LOA) da União de

2012, destinando um total de R$1,13 bilhão para obras e projetos no Estado.

Boa parte delas preveem o repasse de recursos para projetos de execução do

Governo do Estado.

Essa sintonia é reflexo do estreitamento das relações entre o Governo e a

bancada, garantida pela política de aproximação e diálogo promovida pelo

Governador Beto Richa desde a sua posse, no início deste ano.

O Paraná há muito tempo se ressentia da falta de uma ação integrada entre

seus representantes no Congresso Nacional e no Executivo estadual.

A ausência de articulação também fez muitas vezes com que o Estado

perdesse recursos ou fosse preterido na divisão de verbas federais para projetos e

obras de interesse de sua população.

Hoje a situação mudou completamente. A pacificação das relações políticas

promovida pelo Governador Beto Richa abre novas perspectivas para os

paranaenses. Tanto que, mesmo sendo de um grupo político adversário, o

Governador tem conseguido manter uma relação republicana exemplar com o

Governo da Presidente Dilma Rousseff, mostrando que quando há boa vontade dos

dois lados as disputas eleitorais ficam em segundo plano em relação ao interesse

público.

Na semana passada, por exemplo, o Governador esteve na Capital Federal

para assinar a liberação, por parte da União, de mais de R$130 milhões para a

construção de novos presídios em nosso Estado, que vão permitir a desocupação das

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cadeias das delegacias, hoje superlotadas com mais de 15 mil presos.

Também recentemente a Presidente Dilma Rousseff assinou um termo de

ajuste que permite ao Paraná buscar novos empréstimos para investimentos até o

valor de R$1,1 bilhão.

A autorização para ampliação da capacidade do Estado de contrair

financiamentos internos e externos foi comemorada pelo Governador Beto Richa

como mais um sinal claro da importância da boa relação e da parceria entre Estado e

União.

Além disso, houve ainda a liberação de R$1 bilhão a fundo perdido para o início

das obras do Metrô de Curitiba.

As boas relações com a União também rendem resultados na área de

habitação. Em parceria com a Caixa Econômica Federal, a Companhia de Habitação

do Paraná desenvolve o Programa Morar Bem, que prevê o atendimento a 100 mil

famílias nos próximos anos, com a construção de moradias urbanas e rurais.

Conforme bem destacou o Governador, há 2 anos o Estado não firmava

convênios com a Caixa para a construção de casas.

Outro segmento que ganhou atenção conjunta do Estado e da União foi o da

logística. Um dos projetos apresentados neste ano foi o da extensão da Ferroeste, de

Cascavel a Maracaju (Mato Grosso do Sul), que foi encampado pelo Governo Federal.

A Presidente Dilma também já assegurou apoio para os projetos de dragagem

e ampliação do cais do Porto de Paranaguá.

Todos esses fatos demonstram que o Paraná vive um novo tempo, um tempo

de união de suas lideranças em favor dos interesses maiores do Estado.

Esperamos que esse novo cenário produza ainda mais bons frutos para a

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nossa população, na forma de desenvolvimento, crescimento econômico, geração de

empregos, renda e melhoria da qualidade de vida para todo o Estado.

Acreditamos que o Governo Beto Richa está trilhando um bom caminho e tem

tudo para fazer história, em que pesem as dificuldades naturais de uma administração

em primeiro ano de mandato.

Consideramos ainda que é preciso que esse esforço de diálogo entre o

Executivo estadual e a bancada paranaense no Congresso se intensifique ainda mais

no futuro próximo, já que há uma série de questões de interesse do Paraná que

dependem da mobilização de suas forças políticas. Questões, por exemplo, como a

divisão dos royalties que serão gerados pela exploração das reservas de petróleo do

pré-sal. É fundamental que o Governo paranaense assuma a frente nessa

mobilização e empunhe essa bandeira no sentido de cobrar a divisão igualitária

desses recursos, já que o petróleo é uma riqueza que pertence não a esse ou aquele

ente federado mas a todos os brasileiros.

É necessário ainda um esforço maior por parte do Governo do Estado no

sentido de buscar recursos para investimentos na melhoria da infraestrutura do

Paraná, garantindo as condições para que a nossa economia tenha competitividade.

Da nossa parte, como representantes eleitos pelo povo paranaense, estamos e

estaremos sempre à disposição do Governo para defender os interesses do nosso

Estado e lutar pela conquista de recursos que garantam a melhoria da qualidade de

vida de nossa população.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do meu

pronunciamento no programa A Voz do Brasil.

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O SR. BIFFI (PT-MS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para parabenizar a Federação dos Trabalhadores

em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) pela realização do 25º Congresso

Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Mato Grosso do Sul,

do qual participei como palestrante, neste último fim de semana, no Município de

Jardim, no Estado.

O evento contou com a participação de aproximadamente 1.200 trabalhadores

em educação, lideranças políticas, sindicais municipais, estaduais e de âmbito

nacional, que, durante 3 dias, discutiram, analisaram e projetaram os avanços e

desafios da educação pública no País e em Mato Grosso do Sul, tendo como foco

principal o Plano Nacional de Educação (PNE) que está em tramitação aqui no

Congresso Nacional.

Nesse sentido, parabenizo o Presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli

Cesar, e a Presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de

Jardim (SIMTEJ), Ana Maria Rodrigues, pela realização e organização do evento, e,

pela participação, o Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em

Educação (CNTE), Roberto Leão, o representante nacional da Central Única dos

Trabalhadores, Marcos Tresmondi, os Deputados Estaduais Pedro Kemp e Lauro

Davi e as lideranças políticas e sindicais que fizeram do evento uma agenda de

enorme sucesso na área da educação pública.

Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares.

É com enorme tristeza que ocupo esta tribuna para comunicar a morte do

companheiro, amigo e coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem

Terra em Mato Grosso do Sul, Egídio Brunetto, ocorrida na tarde da última

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segunda-feira, durante acidente de trânsito na Rodovia MS-164, entre os Municípios

de Maracaju e Ponta Porã.

O veículo seguia para o Assentamento Itamaraty, localizado na região do

Município de Ponta Porã, quando saiu da pista e capotou, vitimando, além do

companheiro Egídio, os demais ocupantes do veículo, tirando a vida de Nilson Alves

da Silva e deixando Cícero de Moura Souza e João Bezerra de Menezes gravemente

feridos.

Egídio Brunetto, Sr. Presidente, foi fundamental na fundação e na consolidação

do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no País e, em especial, em Mato Grosso

do Sul, onde, graças ao papel deste grande lutador na luta pela reforma agrária,

inúmeras famílias sul-mato-grossenses conquistaram o direito à terra.

Lamento profundamente a morte do companheiro Egídio Brunetto, acreditando

piamente que as sementes plantadas por ele alimentarão por muito tempo o presente

e o futuro.

Nesta terça-feira de luto que cobre os familiares, amigos, admiradores e o

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em todo o País, expresso meus

sentimentos, desejando força aos que ficam e paz a esse lutador que nos deixa, o

grande Egídio Brunetto.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. PASTOR MARCO FELICIANO (PSC-SP. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com enorme alegria que uso

desta tribuna para homenagear o povo evangélico de nosso País pela passagem hoje

do Dia Nacional do Evangélico. A Lei Federal nº 12.328 foi sancionada pelo Sr.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 15 de setembro de 2010. Sabemos que todos

os dias de nossa vida devemos consagrar ao Senhor nosso Deus, criador de todas as

coisas, mas nos sentimos orgulhosos e felizes por termos um dia em homenagem a

esse povo diferente que é o povo de Deus. Sim, diferente nas atitudes, no amor ao

próximo, na prática da reflexão e da oração, no bem ao próximo, no amor que se

coloca em tudo o que faz. A cada ano são mais e mais os homenageados, pois o

crescimento do movimento evangélico em nosso País é cada vez mais sentido, com

multidões comparecendo aos grandes eventos. Hoje somos contados aos milhões e

ainda temos muito pela frente até a volta do mestre.

Exercendo o cargo de Deputado Federal e representante do povo, que qualifico

o mais feliz do mundo, que somos nós, cristãos evangélicos, coloco todo empenho e

forças, no sentido de proteger os princípios que aprendemos em nossas Igrejas, a

preservar, para o bem da Pátria da família, enfim de todos nós.

Parabéns!

Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero manifestar minha satisfação em

participar, no dia de hoje, da solenidade de entrega da Medalha do Mérito Legislativo.

Entre outras importantes personalidades agraciadas, destaco o Pastor Silas Malafaia,

grande defensor das causas sociais em nosso País. Devido ao grande espaço que o

Pastor Silas ocupa na mídia, sempre dando ênfase a mensagens positivas,

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embasadas nos princípios bíblicos, sendo assistido e admirado por todos

indistintamente, independente de credo ou religião, vejo como justa a homenagem a

um homem que diuturnamente tem demonstrado grande conhecimento teológico e

enorme coragem ao colocar perante todos seus conhecimentos. Num País

predominantemente cristão, como é o nosso, para uma pessoa que carrega a

bandeira evangélica, tal qual o homenageado, conseguido essa unanimidade, só

mesmo alguém que acreditamos ser mensageiro de Deus.

Parabenizo a Liderança do meu partido, o PSC, na pessoa do querido

Deputado Ratinho Junior, pela propositura de tão justa homenagem. Parabéns!

Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para manifestar a indignação de todas

as pessoas de bem de nosso País, motivo pelo qual passo a narrar.

Em entrevista ao grande timoneiro do maior talk show da televisão brasileira, Jô

Soares, em programa levado ao ar no dia 17 de novembro de 2011, três cantores de

MPB, conhecidos do grande público foram entrevistados. Tudo transcorria de forma

normal e previsível, mas em certo momento foram mostradas cenas de um filme,

protagonizadas pelos mesmos, onde afirmam que fumavam maconha usando páginas

de uma bíblia.

Respeitamos qualquer manifestação pessoal em relação a qualquer tema, isso

é democracia. O que nos causa estranheza é tais “artistas” usarem do espaço

concedido pela maior e mais assistida rede de televisão brasileira, mostrando

vilipêndio ao maior símbolo da humanidade em amplitude universal, que é a bíblia,

nosso livro sagrado e muito bem colocado pelo grande líder evangélico e meu amigo,

Apóstolo René Terra Nova, em seu Twitter, nossa Carta Magna, pois esse termo, que

significa livro maior de tão importante, que tal título também denomina nossa

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Constituição política.

Sabemos que a prestigiosa Rede Globo não compactua com ato tão profano,

mas poderia em nota se retratar em nome da grande maioria de seus componentes

que professam nossa fé cristã. Alguns poderiam afirmar de forma simplória que a

bíblia, em algum momento, seria a palavra de Deus e, em outro, um aglomerado de

papel, o que não concordo, pois da forma que foi colocado frisou-se tratar-se de uma

bíblia, o que por si só confirma a intenção da má conduta. Devemos tomar

providências agora, com enérgicas medidas legais, o que nos ensinou Jesus: o que é

do agir do homem que o mesmo o faça e no restante Deus age.

Enviarei ofício a Polícia Federal, solicitando, se necessário e possível, por

entendimento da autoridade policial, a instauração de inquérito policial, para apurar os

fatos que reputo gravíssimos.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. a divulgação de meu pronunciamento nos

órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

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O SR. RENATO MOLLING (PP-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no próximo dia 2 de dezembro, sexta-feira,

realizaremos a primeira reunião neste ano da Representação Parlamento do

MERCOSUL, em Montevideo. Será a Vigésima Oitava Sessão Plenária do

Parlamento do MERCOSUL.

Iniciamos uma nova etapa de discussões no Bloco, com vistas a, nos próximos

anos, concretizarmos o Parlamento do MERCOSUL, uma casa independente, onde

todos os países-membros poderão debruçar-se sobre mais temas de interesse da

economia regional e adequar nossas legislações à realidade internacional, o que inclui

também uma nova visão quanto às leis ambientais, à diminuição da absurda

burocracia existente em todos os países-membros, a valorização do respeito aos

contratos e acordos internacionais, uma maior abertura à economia de mercado e

também a acordos de livre comércio com quem nos traga benefícios.

O Parlamento do MERCOSUL deixará de ser um órgão refém da vontade dos

partidos no Congresso Nacional brasileiro, que indicam seus membros, para tornar-se

realmente representativo da vontade da população.

A instituição de parlamentos, na história mundial, sempre se deu para fiscalizar

os órgãos executivos. Até 2007, quando o Parlamento do MERCOSUL teve sua

primeira reunião, os países-membros do bloco não tinham um órgão que

representasse as diferentes tendências políticas presentes em todo o país.

Por ser um bloco que decide apenas consensualmente, ou seja, todos os

presidentes dos países-membros, quando tomam uma decisão, têm de estar de

acordo com ela, a tomada de decisão muitas vezes é morosa, causando grandes

prejuízos, quando vivemos numa sociedade cada vez mais dinâmica — a Internet e a

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comunicação instantânea exigem dos líderes políticos que sejam ágeis, e, por isso,

precisamos criar instrumentos que estejam à altura da agilidade exigida.

O Parlamento do MERCOSUL é uma forma de criar uma balança de poder

entre a vontade dos Poderes Executivos nacionais dos países-membros e as

tendências políticas que verificamos internamente nesses países.

Não é possível permitir que apenas os governos tenham algo a dizer sobre o

que se quer para o bloco. A participação da oposição e de outras forças políticas no

processo de decisão precisa ser levada em conta, não para barrar ou dificultar este

processo, mas principalmente para aprimorar as decisões tomadas e não tornar o

bloco todo refém da vontade consensuada e única dos governantes.

O Parlamento Europeu, por exemplo, avançou muito nos últimos anos neste

sentido. Todos os 27 países-membros da União Europeia estão ali representados por

partidos de centro, de direita, de esquerda, de todas as orientações políticas. Os

governos nacionais europeus continuam tendo uma força muito grande na tomada de

decisões, inclusive, na maioria dos casos, uma força maior do que a própria Comissão

Europeia, que foi criada para ser o Poder Executivo europeu.

Cito esse exemplo justamente para demonstrar como os governos dos

países-membros não precisam temer por perda de poder para o Parlamento, mas,

antes, como democracias fundadas nos direitos fundamentais da liberdade de

pensamento, opinião, política e no princípio da pluralidade e da subsidiariedade, os

governos devem pensar em um Parlamento disposto a compartilhar poder.

Desta tribuna, Exmo. Presidente, assumo, como membro titular, meu

comprometimento com a Representação Brasileira do Parlamento do MERCOSUL.

Com certeza, se tivermos este órgão funcionando de forma equilibrada e séria, o

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Parlamento do MERCOSUL será um instrumento fundamental para o

desenvolvimento socioeconômico do bloco e dos cidadãos.

O Parlamento terá um caráter de defesa de princípios, como os da preservação

da democracia e dos direitos humanos na América do Sul. Temos no Cone Sul

regimes democráticos em todos os países, mas a prática tem-se revelado em muitos

casos distintos da teoria. Não se trata de se intrometer em questões internas de outros

países, como o caso da Venezuela, que tem, por seguidas vezes, sido considerada

uma violadora dos direitos humanos e de princípios democráticos por respeitados

organismos internacionais e que agora está em fase de ingresso no bloco. Trata-se,

antes disso, de uma proteção da própria democracia brasileira e da exaltação dos

seus valores dentro do bloco, para que os demais países prosperem junto com a

realidade que vemos no País. Temos muitos problemas internos no Brasil, sem

dúvida, mas, aos olhos do mundo e em comparação com quem vem atrás de nós, o

Brasil avançou muito desde a redemocratização e precisa dar o bom exemplo, e o

bom exemplo começa em casa. Aproveitemos, portanto, o Parlamento do

MERCOSUL.

Essas eram as minhas considerações.

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O SR. JOSÉ NUNES (PSD-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje utilizo esta tribuna para deixar claras a minha

indignação e a minha preocupação quanto ao péssimo serviço prestado pela

operadora de telefonia celular TIM na região do semiárido baiano, mais

especificamente junto aos consumidores dos Municípios de Monte Santo e

Cansanção.

Conforme informações veiculadas nos meios de comunicação locais, nos

últimos meses a operadora TIM tem falhado seriamente na oferta e na entrega do

sinal para telefonia celular aos consumidores de Monte Santo e Cansanção, o que

culminou na completa paralisação dos serviços desde o ultimo dia 13 de novembro,

uma vez que os consumidores locais estão sem sinal em seus aparelhos celulares, o

que demonstra claramente que a prestação de serviço não vem ocorrendo na forma

preconizada em lei.

Procurada pelos consumidores, a operadora TIM se limita apenas a informar

que não existe previsão para o restabelecimento do sinal, demonstrando seu total

descaso com a população, bem como descumprindo de forma acintosa a

determinação legal de oferta de serviço adequado e em condições de regularidade,

continuidade e eficiência.

Não podemos ficar silentes quanto a estes sérios acontecimentos, uma vez que

a legislação aprovada por esta Casa vem sendo flagrantemente desrespeitada pela

operadora TIM, já que a Lei nº 8.987/95 determina que toda concessão ou permissão

pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,

satisfazendo as condições de regularidade e continuidade do serviço, eficiência,

segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das

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tarifas.

Desnecessário se faz elencarmos a importância do sistema de telefonia para a

população local de Monte Santo e Cansanção, uma vez que muitos consumidores se

utilizam deste meio de comunicação como ferramenta de trabalho, sendo que, em

virtude da interrupção do sinal de transmissão e do péssimo e deficitário atendimento

ao consumidor, muitas atividades vinculadas ao trabalho estão sendo prejudicadas.

Fatos como esses não podem mais ocorrer, uma vez que os consumidores

brasileiros devem contar com a atitude rápida e eficaz da Agência Nacional de

Telecomunicações — ANATEL, criada para, dentre outras atribuições, promover uma

eficiente infraestrutura de telecomunicações, capaz de oferecer aos consumidores

dos serviços de telefonia celular serviços adequados e de qualidade, o que

efetivamente não está ocorrendo.

É nesse sentido que reivindiquei, através de ofício remetido ao Presidente da

ANATEL, Dr. João Rezende, na missão institucional da Agência de reprimir quaisquer

infrações aos direitos dos usuários de telefonia, que os fatos ora denunciados sejam

devidamente investigados, bem como que a ANATEL intervenha e exija da operadora

de serviços de telefonia celular TIM regularidade, continuidade e eficiência na

prestação dos serviços aos consumidores dos Municípios de Monte Santo e

Cansanção, ambos localizados no Estado da Bahia.

Quando da contratação dos serviços e ao divulgar suas propagandas nos

diversos veículos de comunicação escrita e falada, a operadora TIM exalta a

qualidade de seus serviços e afirma que os mesmos são os melhores existentes no

mercado de telefonia, e que, sendo um cliente TIM, o consumidor terá cobertura de

sinal de qualidade em rede nacional. Segundo informações fornecidas pelo site

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mantido pela TIM junto à rede mundial de computadores, só no ano de 2011 estão

sendo instaladas três novas antenas a cada hora, cobrindo mais de um Município por

dia.

Contudo, ao que nos consta, tal realidade, se é que de fato existe, ainda não

chegou aos Municípios do semiárido baiano, sendo que a verdade dos fatos é que as

antenas já disponibilizadas sequer são suficientes e capazes de gerarem sinal

contínuo para os consumidores, como está sendo o caso de Monte Santo e

Cansanção. O que vemos na realidade é um total desrespeito com o consumidor, que

se vê enganado por propagandas mentirosas que têm somente o intuito de angariar

clientes e intensificar os lucros das operadoras.

Veicular propaganda de serviços que não correspondem com a realidade é

considerado crime contra as relações de consumo previstas no Código de Defesa do

Consumidor, segundo o qual é tipificado como crime “fazer afirmação falsa ou

enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade,

quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou

serviços”.

Por tudo isso e cientes do compromisso da Agência Reguladora em promover a

defesa do consumidor de telefonia celular, bem como em reprimir as infrações aos

direitos dos seus usuários, é que esperamos que a ANATEL, com a brevidade e a

urgência que o caso requer, investigue, intervenha e exija da operadora de serviços

de telefonia celular TIM regularidade, continuidade e eficiência na prestação dos

serviços aos consumidores dos Municípios de Monte Santo e Cansanção, ambos

localizados no Estado da Bahia.

Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

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Quero chamar a atenção para a questão da restrição aos limites de gasto com

pessoal pelos Municípios, no que diz respeito ao que determina a Lei de

Responsabilidade Fiscal. A Lei Complementar nº 101, de 2000, determina que, para

fins de gastos com despesas de pessoal, a legislação considera como despesa total o

somatório dos gastos dos Municípios com os ativos, os inativos e os pensionistas,

relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de

membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos

e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e

pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de

qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas à

Previdência, abatendo-se as deduções previstas em lei.

Os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal para os gastos com

pessoal e endividamento é um dos pontos que têm afetado os Municípios que têm nos

repasses constitucionais, a exemplo do Fundo de Participação dos Municípios, e do

ICMS suas principais fontes de receita, uma vez que os limites de 54% da receita

corrente líquida exigida pela lei para os Municípios com gastos de pessoal são

impraticáveis para aqueles que mantêm menor arrecadação, uma vez que também se

têm considerado nesse percentual as despesas de pessoal dos programas sociais

mantidos pelo Governo Federal.

Por sua vez, em relação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação — FUNDEB,

instituído pela Lei Ordinária nº 11.494, de 20 de junho de 2007, a legislação determina

que 60% dos recursos do FUNDEB repassados aos Municípios devem

obrigatoriamente ser destinados ao pagamento da remuneração dos profissionais da

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educação básica em efetivo exercício de magistério na rede pública de ensino. Ora, os

pequenos e os médios Municípios têm nos recursos do FUNDEB uma das maiores

receitas, e o gestor público é obrigado a aplicar 60% deste mesmo recurso apenas

com a folha de pagamento dos professores, isso sem falar no pagamento das

despesas de pessoal de apoio na rede de ensino, tais como os auxiliares de serviços

gerais e as merendeiras, dentre outros, o que sobrecarrega as contas dos Municípios,

que passam a agregar as despesas correntes de seu pessoal também à folha de

pagamento desses profissionais no índice limitador fixado em 54% pela Lei de

Responsabilidade Fiscal. Desta forma, a tendência cada vez maior é a de que as

Prefeituras passem a efetuar o cancelamento de convênios já firmados e a

paralisação da realização de novas parcerias com o Governo Federal, uma vez que as

receitas oriundas destes convênios resultariam em sobrecarga nas despesas de

pessoal, que extrapolarão o índice prudencial de 51% e o limite máximo admitido de

54% de gastos com este tipo de despesa, aumentando ainda mais o

comprometimento da receita líquida corrente dos Municípios com a folha de pessoal.

É preciso que esta Casa se empenhe na discussão em torno de mecanismos

que possam permitir a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal, sem prejuízo

do seu objetivo maior de pautar o administrador público no trato da coisa pública e da

gestão fiscal, sendo que não há outra forma de resolver essa questão senão através

da reforma do atual modelo, motivo pelo qual protocolei no mês de julho do corrente

ano o Projeto de Lei Complementar nº 75, de 2011, para alterar dispositivos da Lei de

Responsabilidade Fiscal, excluindo da receita corrente líquida e da despesa total com

pessoal dos Municípios os recursos provenientes do FUNDEB.

A proposição foi distribuída pelo regime de tramitação prioritária, sujeita à

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apreciação do Plenário, aguardando designação de Relator e parecer da Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania desta Casa, sendo que conto com o apoio dos

meus ilustres pares para a aprovação desta matéria, bem como a análise e a

aprovação das reformas tributárias ora propostas e outras que venham a contribuir

para o desenvolvimento dos Municípios brasileiros.

Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

A reforma política está em pauta nesta Casa desde 1946, ou seja, há 65 anos

se discute a necessidade de profundas reformas no sistema eleitoral brasileiro.

Contudo, vemos nesta Legislatura a vontade política dos nobres Srs. Deputados e das

nobres Sras. Deputadas em propor de uma vez por todas a discussão e a

apresentação de propostas concretas que possibilitem a votação das mudanças que a

sociedade brasileira tem clamado há longos anos.

A Comissão Especial destinada a estudar e a apresentar propostas com

relação à reforma política, presidida pelo nobre Deputado Almeida Lima e que tem

como Relator o também nobre Deputado Henrique Fontana, tem realizado um

trabalho de qualidade, estando no aguardo da discussão e da votação do parecer do

Relator, o qual estabelece, dentre outros dispositivos, a instituição do voto duplo, de

legenda, em listas preordenadas, e nominal em candidatos no sistema eleitoral, para

as eleições proporcionais, como também o financiamento público exclusivo das

campanhas eleitorais.

Contudo, chamo a atenção dos nobres pares para o fato de que o voto do

Relator, Deputado Henrique Fontana, já se encontra há mais de cinco sessões

aguardando a discussão e a votação do relatório, sendo que a última Reunião

Deliberativa Ordinária, designada para o dia de hoje, foi cancelada.

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Assim, conclamo os Srs. Deputados e a Sras. Deputadas a se empenharem no

sentido de viabilizar a discussão e a votação deste importante relatório, que vem

propor a implementação de profundas mudanças na legislação eleitoral brasileira,

para que finalmente se concretizem as reformas que não podem mais esperar.

Era o que tinha a dizer.

Obrigado.

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O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco/PR-MT. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem testemunhei um terrível

acidente que aconteceu na BR-364, no trecho da Serra de São Vicente, em Mato

Grosso. Na tragédia, uma pessoa morreu, e outras ficaram feridas. O acidente ocorreu

por volta das 6 horas da manhã, e nele se envolveram três carretas e um carro de

passeio.

Devido ao aumento do fluxo de veículos, principalmente de caminhões e

carretas, o trecho de aproximadamente 30 quilômetros de extensão da Serra de São

Vicente vem se transformando em um dos locais com maior índice de acidentes com

vítimas fatais no Estado. Fatalidades como essa que aconteceu ontem são cada vez

mais constantes na rodovia. Os números são alarmantes. A situação preocupa tanto o

Governo quanto a população.

Caros colegas, a realidade é assustadora em todo o trecho das BRs 163 e 364,

que se encontram sobrepostas entre Rondonópolis e Posto Gil. A parte mais crítica

está entre Cuiabá e Rondonópolis. O trecho é de apenas 200 quilômetros, mas a

viagem dura, em média, 4 horas, isso quando não há acidentes na estrada. Na

tragédia ocorrida ontem, o trânsito ficou paralisado por cerca de 10 horas.

O intenso tráfego de caminhões retarda o trânsito e, na maioria das vezes, é o

culpado pelos acidentes. De acordo com a Pesquisa Nacional de Tráfego, realizada

pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT, nesse trecho

de Rondonópolis a Cuiabá circulam em média 8 mil veículos por dia — a maioria,

carretas e caminhões.

Em todo o País o transporte rodoviário de cargas é bastante significativo para

as relações tanto sociais quanto econômicas. O desenvolvimento passa por nossas

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estradas diariamente. O transporte rodoviário acaba elevando o fluxo de veículos de

carga nas rodovias.

Estatísticas levantadas pela Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso são

assustadoras. Durante o primeiro semestre de 2011, nas rodovias federais do Estado,

foram registrados 1.924 acidentes, sendo 461 com envolvimento de veículos de

carga. No mesmo período, 140 pessoas morreram, havendo 14 registros de mortes

em acidentes com veículos de carga.

A principal causa dos acidentes que envolvem veículos que fazem transporte

de grãos, no primeiro semestre de 2011, foi a falta de atenção, com 184 casos.

Ultrapassagens indevidas provocaram 33 acidentes, e o abuso de velocidade, 29.

Sessenta e dois por cento desses casos aconteceram durante o dia, com pista seca,

sem qualquer restrição de visibilidade e em traçado reto.

No início deste mês, o primeiro passo para mudar essa realidade foi tomado.

Em reunião com o Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, foi assegurada a

liberação de 177 milhões dos R$342 milhões necessários para quitar as dívidas com

empreiteiras e dar prosseguimento às obras da BR-163, no trecho que liga Cuiabá a

Santarém, no Pará.

A falta de pagamento estava emperrando a conclusão das obras da rodovia,

considerada uma das mais importantes do País. Assim que o Ministro tomou

conhecimento da situação, garantiu a liberação de recursos para serem aplicados nas

obras. Paulo Sérgio Passos informou que o Ministério possui dinheiro em caixa.

Do montante que será liberado de imediato, R$77 milhões se destinarão a

pagamentos de obras que já foram finalizadas, sendo R$24 milhões para Mato Grosso

e R$53 milhões para o Pará. Para o pagamento de obras que aguardam medição

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serão encaminhados R$100 milhões do total de R$185 milhões. Os R$165 milhões

restantes deverão ser liberados dentro de 30 dias.

A falta de pagamento também levou as empresas responsáveis pela execução

de programas que visam reduzir os impactos ambientais gerados pelas obras e pela

supervisão delas a suspender os trabalhos.

Conheço bem essa realidade. Por isso a duplicação de todo o trecho das BRs

163 e 364 é umas das prioridades de meu governo. No próximo dia 9 de dezembro,

vou coordenar mesa-redonda em Cuiabá para tratar dos projetos de duplicação das

rodovias. A audiência pública acontecerá no Auditório da Assembleia Legislativa da

Capital cuiabana, a partir das 19 horas.

A mesa-redonda vai reunir autoridades do DNIT, Ministério dos Transportes e

as três empresas responsáveis pelos projetos de engenharia e construção da rodovia.

Na ocasião vamos discutir a situação das estradas, os projetos e o início da retomada

das obras. Quero convidar a todos para participar dessa mesa-redonda, que tem o

objetivo de buscar solução para esse problema.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. ARNALDO JORDY (Bloco/PPS-PA. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pesquisa da Organização Internacional do

Trabalho (OIT), denominada Perfil dos principais atores envolvidos no trabalho

escravo rural no Brasil, traçou, pela primeira vez, o perfil das vítimas do trabalho

escravo no Brasil. Foram entrevistados 121 trabalhadores libertados, resgatados no

período de 2006 e 2007.

A pesquisa mostra que os Estados do Maranhão, Paraíba e Piauí são

exportadores desse tipo de mão de obra. A partir de depoimentos efetuados com

trabalhadores resgatados, no período entre 2006 e 2007, esses Estados foram a

origem dos trabalhadores resgatados em Goiás e Pará. Já nos Estados do Mato

Grosso e Bahia, 95% deles eram procedentes da região.

Segundo a OIT, a agropecuária é o setor de maior concentração de trabalho

escravo, sobretudo nas áreas de plantação de cana-de-açúcar e algodão, arroz,

culturas de café e soja.

A pesquisa revelou que 85% dos trabalhadores libertados tem baixíssima

escolaridade, a maioria são analfabetos ou têm menos de 4 anos de escolaridade;

nunca fizeram qualquer curso de qualificação.

O levantamento também mostrou que as desigualdades se reproduzem entre

os vitimados; 81% são negros provenientes das regiões Norte e Nordeste; a renda

média é de 1,3 salários mínimos; 18,3% dos entrevistados são analfabetos e 45% têm

menos de 4 anos de estudo.

O estudo mostrou também que o benefício do Bolsa Família não tem sido

suficiente para evitar o problema. Depoimentos revelam que 67% das famílias de

trabalhadores libertados, 28% delas são beneficiárias do programa. Segundo

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entrevista do Sr. Luiz Antonio Machado, coordenador do projeto da OIT, o Bolsa

Família ajuda a reduzir a vulnerabilidade dos trabalhadores, na área da alimentação,

entretanto não afasta os chefes das famílias de se submeterem a condições

degradantes de trabalho.

A pesquisa revela um quadro mais cruel ainda: 60% dos trabalhadores

resgatados são reincidentes. Isto demonstra que os processos de fiscalização estão

sendo falhos e que existe pouca efetividade das ações governamentais no combate

ao trabalho escravo.

Sobre o perfil dos empregadores rurais, são homens brancos, procedentes de

famílias de proprietários de terra, originários principalmente da Região Sudeste,

sendo que a maioria tem ensino superior completo. As terras, na sua maioria, foram

adquiridas em decorrência de incentivos fiscais fornecidos pelo Governo. As

propriedades são localizadas principalmente nas Regiões Norte, Centro-Oeste e

Nordeste. Os empregadores são na maioria pecuaristas, mas também atuam na

produção agrícola.

O estudo demonstra que a fiscalização deve ser ampliada, a punição dos

escravistas e intermediários é fundamental para a erradicação do trabalho escravo;

devem ser ampliadas campanhas educativas; relações trabalhistas devem ser

formalizadas.

Destaco que ações preventivas devem ser realizadas, como qualificação

profissional, geração de postos de trabalho, estudo sobre a incidência do Bolsa

Família na redução do trabalho escravo, e principalmente devem ser mantidos

registros e análises sistemáticas sobre os principais atores envolvidos no problema.

Sr. Presidente, passo a abordar outro assunto. A Organização das Nações

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Unidas vem de dar a público os dados coligidos por órgãos técnicos daquela

Organização e respeitantes ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

A meio de 187 nações, o Brasil melhorou, se pudermos falar assim, saltando da

posição 85 para a 84.

No primeiro instante, o Governo iniciou uma reação a esses resultados. O

Companheiro Lula chegou mesmo a telefonar ao Palácio para se dizer irritadíssimo.

Tudo não passou disso. Porque, afinal, a propaganda oficial — vasta, cara e falsa —

levava a todos os rincões do País informações bem diferentes. Estaríamos no melhor

dos mundos. Iríamos até emprestar dinheiro aos pobres coitados dos países

europeus. Mas propaganda é uma coisa, os números são outra. Os números não

mentem. E a Oposição, por isso mesmo, se sente na obrigação de acompanhá-los,

por mais dolorosas que sejam suas conclusões.

Mas o que pretende, de fato, esse IDH.? Pretende avaliar as exatas dimensões

das condições de vida de cada povo, valendo-se, para isso, de três índices: educação,

saúde e renda.

Ora, com todo o devido respeito aos técnicos da ONU, poderíamos dispensar a

análise feita, já que, aqui mesmo, dispomos de informações — e informações

divulgadas por organismos oficiais — que nos traçam, com amarga crueza, a situação

em que vive nosso povo. E vamo-nos prender, para demonstrar o que afirmamos,

exatamente dos três itens levados em consideração pelas Nações Unidas.

Quanto à educação, poderíamos nos valer dos números indicados pelo IBGE,

dando-nos conta de que temos mais de 16 milhões de analfabetos, um número que

pode ser multiplicado por cinco vezes se considerarmos os analfabetos funcionais.

No ranking da UNESCO, o braço da ONU para a cultura e educação, o Brasil

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vem mantendo a posição de número 88, de um total de 127 países avaliados. Nosso

País situa-se apenas entre os países de nível “médio” de desenvolvimento na área

educacional, atrás de Argentina, Chile, Equador e Bolívia.

No outro polo educacional, o de nível superior, também não andamos bem,

para me deter nesse eufemismo. O último ENADE, que examina as condições do

ensino fornecido por nossas universidades e faculdade, está dizendo que quase 40%

dessas entidades não oferecem ensino válido para a profissionalização de seus

alunos, razão, aliás, que fez o Ministério da Educação bloquear cerca de 50 mil vagas

para o próximo ano. E a propaganda governamental alardeia que programas do tipo

PROUNI estão permitindo aos pobres chegar à universidade, o que nos obriga a

perguntar: que universidade? A da propagada oficial ou as que brotam dos números

do Ministério?

A questão da saúde não se distancia em nada desses números de elevado

peso negativo. Ao contrário, chega, mesmo, a ultrapassá-los. É que o último Censo do

IBGE nos mostra que 47,5% dos Municípios brasileiros — quase a metade! — não

dispõem de saneamento básico, seja na forma de água encanada, tratamento de

esgotos, coleta de lixo e o mais. Nem há a necessidade de ressaltar o que isso

representa de negativo para a saúde de nosso povo. Nem havemos de nos estender:

basta passar os olhos nos jornais e revistas, na televisão, ouvir as rádios e ter um

quadro dantesco do que é o atendimento à população nos postos de saúde pública.

E, finalmente a renda. Aqui estamos a anos-luz de distância dos países

emergentes, para não falar das nações capitalistas centrais, como, por exemplo, dos

Estados Unidos, onde se considera pobre quem tem renda mensal inferior a 960

dólares, qualquer coisa em torno de 1.600 reais. Modestos, modestíssimos,

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admitimos esse índice de pobreza em 134 reais, o que seria bastante para definir o

quadro da renda nacional. Mas não o é. O IPEA nos informa que mais de 100 milhões

de brasileiros — quase a metade de toda a população — não chegam a ter renda

mensal de 350 reais. Vem então outra pergunta que precisa ser analisada não à luz de

números publicitários, mas, sim, diante de sua real importância para o futuro de nossa

gente pobre, muito pobre. Como se pode considerar sequer emergente um país em

que metade da população é pobre, muito pobre?

Nesse nível de pobreza chega o Bolsa Família. Então, alardeia o Planalto, a

pobreza acabou. Aliás, quase 30 milhões de nossos patrícios ascenderam na escala

social para a classe média. Outro engodo. Porque a questão é meramente

quantitativa. Se examinarmos com mais demora os índices sociais brasileiros, vamos

ver que essa chamada nova classe média continua vítima de uma terrível

desigualdade de renda e, mais que tudo, vivendo na periferia dos grandes centros

urbanos, em condições as mais desprezíveis.

Está certo. Por mais que a propaganda do Governo queira dizer ao contrário,

somos um país pobre. Faltariam recursos para tudo isso. Para a educação, para a

saúde, para a melhoria da renda.

Ao contrário, dinheiro não falta. Mas tudo o que estamos produzindo no País, o

nosso PIB, não representa ganhos para o brasileiro como um todo. E podemos

prová-lo. Somente os juros da dívida pública — não gerada nem pelos nem para os

brasileiros — nos vão consumir a enormidade de R$197,7 bilhões. Toda a produção

destinada ao comércio exterior, aqui incluída, lamentavelmente, a área especulativa,

permite ao Banco Central manter uma reserva de mais de 200 bilhões de dólares. O

mesmo banco que guarda 60% de compulsórios, calculados sobre todos os depósitos

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que cada um de nós faz numa conta bancária, atingindo um montante que já vai

ultrapassando os 400 bilhões de reais.

E por que os senhores banqueiros se conformam com a tentativa de

esterilização de tantos bilhões de reais dos compulsórios? Porque o Banco Central,

que parece assim tão rigoroso, é, na verdade, uma mãe carinhosa para todos eles. E

nem precisamos nos demorar nos cálculos significativos desse protecionismo. Basta

ver que para uma taxa básica de juros de 11,5%, a SELIC, os bancos têm autorização

para cobrar mais de 200% nos cartões de crédito, mais de 140% no cheque especial,

mais de 60% nos empréstimos pessoais, aplicando, para essa tramoia, os maiores

spreads do mundo.

Está certo que numa economia que se pretende de mercado esse mesmo

mercado aja com liberdade. Mas tudo tem seu limite. E os bancos, no Brasil, não

fazem caso desse limite.

Por fim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sobra-nos ainda uma pergunta:

por que a reação do Governo aos dados do IDH se limitou, na prática, a um simples

telefonema em que o companheiro Lula se dizia irritadíssimo? Porque, feitas as

contas, embora haja as aleivosias publicitárias, os dados internos fotografam uma

realidade de que é preciso mais enfrentar que enfeitar. Porque, afinal, os números

apresentados pela ONU são de todo confirmados pelos dados de nossas estatísticas.

Dados que é preciso levar em maior consideração.

Sr. Presidente, trago ainda outro assunto à tribuna. Aproximadamente 120 mil

pessoas viveram, entre os anos de 1982 e 1986, o auge do garimpo em Serra Pelada.

A primeira pepita foi encontrada em 1979, por um vaqueiro da fazenda do velho

Genésio, dono das terras. O Ministro de Minas e Energia, Shigeaki Ueki, fez o anúncio

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oficial da existência do metal em Carajás. Entre fevereiro e março de 1980, mais de 30

mil pessoas chegaram ao local.

O ouro inicialmente era encontrado na Grota Rica, um curso d'água que dava

pepitas na raiz do capim, mas quase não era necessário cavar. Não demorou para

que fosse encontrado um dos maiores depósitos de ouro do mundo.

Em 21 de maio de 1980, o Governo Federal promoveu uma intervenção na

área, já ocupada por milhares de garimpeiros. Áreas de lavra e garimpeiros foram

registrados pela Receita Federal, e todo o ouro encontrado deveria ser vendido à

Caixa Econômica Federal. A intervenção foi comandada pelo militar Sebastião

Rodrigues de Moura, o major Curió.

Em 1981, os depósitos de ouro na superfície se esgotaram e a Vale tentou

reaver a posse da área.

Em 1984, o Presidente Figueiredo pagou uma indenização de US$69 milhões à

Vale, a então estatal Companhia Vale do Rio Doce, que detinha o direito de

exploração mineral da área, incorporado da Amazônia Mineração S/A em 1981.

Foi feito um acordo que previa o fechamento do garimpo em 3 anos ou por mais

de 20 metros de profundidade, quando alcançaria a cota 190, número que representa

a altitude em relação ao nível do mar. A descida foi desenfreada, e aumentou a

cobrança de vidas nos barrancos, que, sem a estrutura mínima necessária,

desabavam, soterrando garimpeiros.

Em 1985, próxima da estipulada cota 190, o buraco foi interrompido pelas

autoridades, foram desligadas as bombas de sucção; o Tilim, ponto mais profundo da

cava, encheu de água. O garimpo foi fechado, mas logo ao lado outro foi reaberto.

A nova pesquisa e a descida foi feita de forma menos irracional, menos

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íngreme em direção ao fundo, e mais segura. Foi a partir de 1987, quando novamente

se aproximaram da cota 190, que sabotagens e boicotes se tornaram frequentes.

Motores de bombas de sucção foram inutilizados com areia e açúcar, conforme relata

de forma detalhada o jornalista Breno Castro Alves, em relato sobre a história da Serra

Pelada. De um dia para o outro, o segundo Tilim amanhecia submerso, necessitando

de muito tempo para que fosse drenado.

Em 1988, tornou-se inviável prosseguir, e o garimpo terminou em Serra Pelada,

ao menos na cava, o buraco mais profundo.

Ainda em 1987, antes do vencimento do prazo de 3 anos do acordo de 1984, o

Congresso aprovou lei aumentando o tempo de exploração da área pelos garimpeiros.

A extração do ouro passou a declinar, de modo que, em 1990, somente 600

quilos de ouro foram retirados, quantidade que caiu para 13 quilos em 1991.

Foram publicados vários decretos que ampliaram o prazo de exploração até o

ano de 1992, quando o Presidente Collor conferiu à Vale o direito de lavra da região

até o ano de 2002, quando foi aprovado no Congresso Nacional projeto de lei

restabelecendo a possibilidade de garimpo. Em 2004, foi a vez de o Departamento

Nacional de Produção Mineral (DNPM) definir que o processo de garimpagem do ouro

só poderia ser feito através de concessão da Companhia Vale do Rio Doce.

Em março de 2000, a empresa cedeu o direito de exploração à COOMIGASP,

que assinou com a mineradora canadense Colossus em julho do mesmo ano.

Existem hoje diversas cooperativas atuantes na área defendendo os direitos

minerários de seus cooperados concedidos pelo DNPM, órgão vinculado ao Ministério

das Minas e Energia. A COOMIGASP é a maior das cooperativas em número de

associados, abrigando aproximadamente 40 mil garimpeiros.

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Em 25 de julho de 2010, matéria assinada por Rodrigo Rangel e Alessandra

Cayley, intitulada Lobão montou esquema para reabrir e explorar Serra Pelada,

destaca que uma operação articulada pelo Senador Edison Lobão está por trás do

projeto de retomada da exploração de ouro no garimpo de Serra Pelada.

Conforme noticiado, a exploração será feita por associação criada a partir de

contrato entre a empresa canadense Colossus e a COOMIGASP, que detém os

direitos sobre a jazida. O então Ministro conseguiu que o Governo convencesse a

Vale a abrir mão de Serra Pelada, que tem de 20 a 50 toneladas de ouro, quantidade

reduzida para investimento de tal monta. Também é dito no artigo em questão que

garimpeiros ligados ao Senador tomaram o controle da COOMIGASP, entretanto o

ex-Ministro não comentou o tema.

Sobre a empresa Colossus, destaca-se que foi aberta em 2006, especialmente

para o projeto de extração de ouro no sul do Pará. Ainda segundo a matéria de Rangel

e Cayley, na prática a empresa é controlada por um grupo de brasileiros que tem

relações com o Ministério das Minas e Energia e com o próprio ex-Ministro. O

Presidente da empresa é o geólogo Heleno Costa, que, ao ser questionado sobre a

data de criação da empresa ou ações desenvolvidas, não soube dar informações.

No Brasil, o braço local da empresa Colossus funciona num escritório no bairro

dos Funcionários, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e o endereço é o mesmo da Serra

Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, a joint venture formada em

sociedade com garimpeiros, e da Mineração Fazenda Monte Belo, que nos registros

da Junta Comercial mineira aparece como sócio minoritária da empresa.

Foi informado ainda no artigo Colossus, uma gigante estranha e sem rosto,

veiculado no periódico O Estado de S. Paulo do dia 25 de julho de 2010, que, para

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arrecadar dinheiro a ser investido no projeto Serra Pelada, a Colossus canadense

abriu seu capital na Bolsa de Toronto.

O contrato entre a empresa Colossus e a cooperativa COMIGASP desde sua

assinatura indicava prejuízo para os garimpeiros, pois a empresa canadense já entrou

na sociedade com 51% de participação, e a cooperativa, com 49%. Entretanto, pouco

depois, com a anuência dos diretores da cooperativa, a Colossus ampliou sua

participação para 75%.

Trinta e dois anos de exploração de ouro em Serra Pelada não trouxeram

prosperidade, nem compartilhamento de benefícios para melhorar o IDH da

população local. Hoje Serra Pelada é um povoado entregue à pobreza. Muitos dos

seus 7 mil habitantes vivem do Bolsa Família. A promessa de reabertura do garimpo e

o anúncio da chegada da Colossus renovaram as esperanças de parte da população.

O IDH da região é baixo: 0,682. Serra Pelada transformou-se numa favela com

cerca de mil habitantes. A terra está poluída, a mata nativa foi arrasada, e as

implicações nas áreas socioeconômicas e na saúde pública são graves.

A história de Serra Pelada é lição ambiental e socioeconômica para sempre ser

lembrada, em que se encontra tudo o que não deve ser praticado com o meio

ambiente e com o trabalhador.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. OSMAR JÚNIOR (Bloco/PCdoB-PI. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta segunda-feira (28 de novembro)

realizou-se importante manifestação em Teresina, mais precisamente no Palácio de

Karnak, sede do Governo Estadual do Piauí.

Capitaneados pelo Governador do Estado, Wilson Martins, e pelo Presidente

da APPM, Francisco de Macêdo, dezenas de Prefeitos piauienses realizaram uma

vigorosa manifestação de apoio à emenda que estabelece novos critérios para a

distribuição dos royalties advindos da exploração do pré-sal do País.

Por diversos motivos, não estava em Teresina naquela data. Porém, não posso

deixar de externar a minha solidariedade total àquele movimento.

A emenda, de responsabilidade do Senador piauiense Wellington Dias,

destinará significativa parcela de recursos para os Estados consumidores, numa clara

compensação à perversa estrutura tributária que caracteriza nosso País.

Aos Prefeitos piauienses meus cumprimentos por aquela manifestação, minha

solidariedade às teses defendidas. E tenham certeza de nossa ação, no âmbito da

Câmara Federal, para aprovar esta importante matéria.

Era o que tínhamos a apreciar.

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O SR. JORGE TADEU MUDALEN (DEM-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sabemos que o Brasil é um país laico, sendo

livre o seu povo para que possa professar qualquer religião, sem que lhe seja imposta

essa ou aquela doutrina.

Sabemos também que existem muitos feriados municipais, estaduais e

nacionais que festejam motivos religiosos, principalmente católicos, e até há bem

pouco tempo não existia no calendário oficial do País um dia dedicado à religião

evangélica, apenas feriados e comemorações locais, neste ou naquele Município.

Uma reportagem recente da revista Veja afirma que o Brasil, um dos países

mais católicos do mundo, está cada vez mais evangélico, e o crescimento da fé

evangélica está mudando o País, dos esportes à política, das favelas aos bairros

chiques, dos presídios aos meios de comunicação.

De acordo com estimativa do IBGE, em dezembro deste ano os evangélicos

devem somar 49,8 milhões no Brasil, 25,4% de um total de 196,5 milhões de

brasileiros e brasileiras. A persistir essa curva de crescimento, em 2020 os

evangélicos serão 100 milhões no País.

E mesmo diante desses números, diante dessas estatísticas, os evangélicos

não tinham uma data comemorativa para enaltecer sua fé.

Mas essa lacuna em âmbito federal foi suprida com a sanção da Lei nº

12.328/2010, que instituiu o dia 30 de novembro como Dia Nacional do Evangélico.

A teologia evangélica realça a importância de haver uma relação pessoal com

Deus em Jesus Cristo e busca a transformação de indivíduos como uma parte

importante da transformação do mundo.

Entendo, Sr. Presidente, nobres pares, que a Igreja Evangélica existe não

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apenas para fazer uma crítica sociopolítica ao status quo, mas também para ser uma

fonte criativa para moldar a sociedade, praticar os princípios bíblicos e modelos que

possam engrandecer a vida comunitária.

Embora os conceitos culturais, políticos e sociais sejam bastante

diversificados, os princípios bíblicos são sempre relevantes. Neste dia dedicado aos

evangélicos, os cristãos são chamados para procurar a paz e para fazer uma

contribuição à sociedade. Em muitas culturas, há uma influência evangélica forte e

positiva na sociedade, e é nossa responsabilidade manter esta envolvência.

Assim, é com grande alegria que os evangélicos de todo o País, numa época

em que se tem notícia de muita discórdia entre os povos, têm a oportunidade de

exaltar sua doutrina e professar sua fé com liberdade, fazendo tornar-se conhecida a

verdadeira história do cristianismo protestante.

Nesta data, com os olhos voltados para as nossas origens, restaurarmos a

consciência da missão que cabe à Igreja de Cristo no mundo e conclamamos todos os

cristãos a reafirmarem seu zelo ardente perante o Espírito Santo, para estarem

sempre fortes na busca por uma igreja sólida, viva e forte.

Este 30 de novembro, quando se comemora o Dia Nacional do Evangélico, não

é apenas mais um feriado nacional; ao contrário, é um dia para reflexão, oração e

adoração a Deus. Um dia para celebrar a espiritualidade de uma grande parcela de

brasileiros e brasileiras.

Muito obrigado.

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O SR. PAULO WAGNER (Bloco/PV-RN. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro, esta é a hora ápice de minha

trajetória política. No final deste primeiro ano de mandato, com muito orgulho e

sentimento de dever cumprido, posso olhar para trás e perceber as marcas daquilo

que desenvolvi, através de meus projetos de leis, requerimentos, pronunciamentos,

articulações com meus pares, com a bancada de meu Estado, além do fiel

cumprimento junto ao meu partido, que sempre zelou pela vida, pois nos mais

profundos grifos enaltece o meio ambiente, o bem-estar de todos aqueles que

respiram e também pela cidadania, além de uma latente preocupação com a

sociedade, e — por que não dizer? — do cumprimento das normativas que regem um

povo. E me emociono quando constato o cumprimento das metas estabelecidas e

também a realização das promessas feitas ao meu povo, que sempre acreditou em

mim.

Foi para isto que o povo norte-rio-grandense me elegeu Deputado Federal:

para mudar. Este foi o sentido de cada voto dado a mim. E eu estou aqui, neste dia

sonhado por tantas gerações de lutadores que vieram antes de nós, para reafirmar os

meus compromissos mais profundos e essenciais, para reiterar a todo cidadão e a

toda cidadã do meu Estado e de meu País o significado de cada palavra dita na

campanha e no meu mandato, para imprimir à mudança um caráter de intensidade

prática, para dizer que esta é a hora de transformação, de ação, com a qual sempre

sonhamos: uma nação soberana, digna, consciente da própria importância e, ao

mesmo tempo, capaz de abrigar, acolher e tratar com justiça todos os seus filhos.

Hoje nos deparamos com a exigência singular e imperiosa de qualquer cidadão

que queira desenvolver uma atuação política com ética. Mas ética não é algo

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circunstancial que se adquira num dia e se perca no dia seguinte; não é algo que não

se tem e, de repente, passa-se a ter; algo que se pratique somente no ramo de sua

atividade. Ética é algo que se incorpora na vida de cada um. Você é ético em sua

família, com seus amigos e companheiros, em sua ação parlamentar, na relação com

seus eleitores. E por isso posso bradar em meio a tantas que este é um desafio para

todos: o fato de ostentar uma vida sem mácula, em meio a tantos escândalos e

desatinos. E bato no peito com orgulho, quando recobro os ensinamentos de minha

mãe, quando orientou os primeiros passos, a respeitar meu próximo, e a tratá-lo com

humildade, com preocupação e afeto, acima de tudo sendo honesto. Por isso a

importância de enaltecermos a essencialidade não só da formação, mas também da

permanência de homens e mulheres de caráter, que vão transformar uma geração.

Tenho sempre insistido em que o Brasil não é um país pobre: é um país injusto.

Minhas prioridades sempre visaram a buscar corrigir as iniquidades históricas que

marcaram a conformação deste País. E minha luta é incansável, quando se trata de

insistir na construção de uma política justa focada numa educação que realmente forje

o caráter, mas também qualifique a ponto de preparar para ocupar os mais dignos

espaços no mercado de trabalho, zelando assim por uma sociedade justa, equilibrada,

sem tantas diferenças. Assim também com a saúde, na qual, atônitos e às vezes

impotentes, assistimos a um cenário desolador, à luta de uns poucos, que bravamente

tentam ressuscitar uma nação agonizante.

Por isso não descansarei, lutarei sempre para que haja o mínimo de equidade e

oportunidade à vida, para uma nação que jamais perdeu a esperança. Sempre tentei

viabilizar oportunidades para que meu Estado se desenvolvesse e, com isso, através

de políticas públicas, abrisse portas para seu crescimento, erradicasse a

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desigualdade e oferecesse o mínimo de oportunidade para nosso povo. Por isso luto

por prioridades como emprego, educação, saúde, segurança, além da preocupação

latente com o meio ambiente. E firmo que são pontos fundamentais para começarmos

a saldar a imensa dívida social que temos para com o povo de meu Estado e do meu

País.

Poderia me estender em meu discurso e citar inúmeros desejos que carrego na

alma, em prol de uma nação mais justa, sempre incansável com a construção de uma

vida melhor para todos, mas vou me ater a compartilhar um sentimento de dever

cumprido, neste início de caminhada política, e acima de tudo agradecer a Deus a

oportunidade de estar aqui, não por casualidade, mas por um propósito maior: de ser

um instrumento nas mãos de Deus, para poder abençoar meu Estado e meu País.

E por isso desejo muita sorte e disposição para todos os meus colegas

Deputados e Deputadas que preenchem as cadeiras e o coração do povo brasileiro,

que lhes confiou representatividade política. Reafirmo a minha responsabilidade em

legislar para todos, com tratamento diferenciado para os mais pobres, de maneira que

um dia possamos ter e comemorar uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

Desejando que o verdadeiro sentido do Natal abunde os corações de todos e

que a expectativa de um ano novo seja repleta de esperança e vontade incansável de

realizar sonhos, metas e vida abundante.

Sr. Presidente, por último, gostaria de solicitar que este pronunciamento fosse

divulgado pelos meios de comunicação desta Casa e também pelo programa A Voz

do Brasil.

Muito obrigado.

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A SRA. ROSINHA DA ADEFAL (Bloco/PTdoB-AL. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero prestar minha homenagem

a um acontecimento muito importante para as pessoas com deficiência de todo o

mundo, que foi a realização dos Jogos Parapan-Americanos, que se encerraram no

último dia 20, em Guadalajara, Estado de Jalisco, no México.

Por muitos anos fui atleta de alto rendimento, na modalidade natação; também

fui Diretora de Esporte da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas — ADEFAL,

denominação que carrego como sobrenome político; e atualmente sou a

Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas.

Por meu histórico no paradesporto, tive a feliz oportunidade de integrar a

Delegação Brasileira, a convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro — CPB e do Comitê

Paraolímpico Internacional — IPC, e de comparecer a tão grandioso e motivador

evento, cuja cerimônia de abertura e os jogos que lhe seguiram marcarão minha vida

de forma definitiva, pela sua carga de emoção e exemplos de superação.

Os Jogos Parapan-Americanos tiveram sua origem no Canadá, em 1967, e nós

brasileiros tivemos a alegria de sediar os Jogos de 2007, no Rio de Janeiro.

O Brasil, por meio de seus para-atletas, é um grande competidor, colecionando

centenas de medalhas, ficando em segundo lugar em duas edições e, demonstrando

sua superioridade, conquistando o primeiro lugar geral nos dois últimos Jogos

Parapan-Americanos, em 2007 e agora, em 2011.

Nesta edição do Parapan, os para-atletas brasileiros se superaram e

demonstraram toda a sua garra, conquistando nada mais, nada menos do que 197 no

total, sendo 81 de ouro, 61 de prata e 55 de bronze.

Lamentavelmente, ainda não internalizamos a cultura de respeito à diversidade

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e não valorizamos o Parapan como é devido. Sequer espaço digno na mídia local e

nas emissoras de TV foi conferido aos Jogos Parapan-Americanos, embora o

desempenho dos para-atletas tenha sido imensamente superior aos dos atletas

brasileiros que participaram dos Jogos Pan-Americanos.

Em seu retorno, os para-atletas foram recebidos pela Presidente Dilma, no

Palácio do Planalto, em uma justa homenagem, à qual compareci, como Presidenta

da FrentePcD.

Os Jogos Parapan-Americanos foram um exemplo de respeito à diversidade e

fomento à inclusão, exemplo que devemos reproduzir em todas as esferas de nossa

vida social.

Parabéns a todos os para-atletas das Américas, em especial aos campeões

brasileiros, que muito nos honram e orgulham.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero ainda prestar minha homenagem

a um acontecimento muito importante para as pessoas com deficiência, que foi o

Seminário Internacional em comemoração aos 30 anos do Ano Internacional das

Pessoas com Deficiência, realizado pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa

com Deficiência de São Paulo, de 17 a 19 de novembro, evento ao qual tive a honra e

a alegria de comparecer.

O Ano Internacional das Pessoas “Deficientes” — assim era chamado — foi

declarado pela ONU em 1981.

Trinta ativistas da inclusão social das pessoas com deficiência no Brasil

compuseram painéis com o título 30 anos em 300 minutos, onde relataram suas

experiências e conquistas, além de receberem homenagem pelo seu protagonismo

desde 1981.

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Devemos a esses ícones da inclusão a mudança de paradigmas das pessoas

com deficiência, de “dignas de piedade” para efetivos cidadãos.

É de se destacar que, no evento, houve também o lançamento do livro Trinta

Anos do AIPD, uma coletânea das realizações dos movimentos sociais no Brasil, em

prol da inclusão social das pessoas com deficiência, com relatos e imagens desses 30

anos de luta.

Encerrou o evento o maestro João Carlos Martins, com execuções ao piano e

violino, acompanhado de membros de sua Orquestra Filarmônica Bachiana. A trilha

sonora do belíssimo filme Cinema Paradiso, composta por Ennio Morriccone, e outras

do repertório de nossos grandes mestres brasileiros emocionaram a plateia.

O evento contou, ainda, com o lançamento do livro Mude o seu olhar que eu

mudo o meu ouvir, escrito por autores com síndrome de Down, que estavam

presentes ao evento, autografando a sua belíssima obra e distribuindo autógrafos.

O evento levou todos a refletirem sobre a trajetória de luta das pessoas com

deficiência no Brasil e proporcionou aos antigos e aos atuais ativistas a aproximação e

a troca de experiências necessária ao prosseguimento da busca pela plena inclusão.

Paralelamente à programação do evento, os presentes refletiram e discutiram

sobre o plano nacional Viver sem Limite e as demais ações de governo anunciadas no

dia 17 pela Presidenta Dilma, todas de grande interesse para as pessoas com

deficiência do Brasil.

Somos um país de vanguarda, conhecido como referência no que respeita à

legislação que confere direitos às pessoas com deficiência. Mais uma vez nos

destacamos nessa área, com o lançamento de um plano nacional de inclusão,

interministerial, que prevê investimentos de porte para a promoção da acessibilidade e

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considera a necessidade de tornar transversais as ações de inclusão pelas mais

diversas áreas da existência do indivíduo.

Desejo que haja muito sucesso na implantação do Viver sem Limite.

Como Presidenta da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa

dos Direitos das Pessoas com Deficiência, acompanharei atentamente a realização

das ações do plano.

Muito obrigada.

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A SRA. ALINE CORRÊA (PP-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna dirigir um convite a toda esta

Casa de leis. Como Vice-Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da

Infraestrutura Nacional, realizaremos nesta sexta-feira, dia 2 de dezembro, das

8h30min às 18 horas, na cidade de Salto, São Paulo, o Seminário Soluções para a

Universalização do Saneamento Básico. Este seminário, que terá a participação do

Ministro das Cidades, Mário Negromonte, tem como objetivo a abordagem dos

principais temas da atualidade, além de fomentar discussões e promover debates que

tragam soluções para o setor.

É importante destacar, nobres pares, que a Lei Federal nº 11.445/2007, que

estabelece os parâmetros do saneamento básico no Brasil, foi sancionada pelo

ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 5 janeiro de 2007. Esta lei

fundamenta que os serviços públicos relacionados ao saneamento básico devem ser

prestados de acordo com princípios fundamentais. Além da universalização já

mencionada, destaco três princípios:

1) Os serviços de esgoto encanado, movimentação de resíduos sólidos,

limpeza urbana e abastecimento de água devem ser realizados de maneira que

preservem o ambiente e a saúde dos cidadãos;

2) Esses serviços devem ser executados com segurança, regularidade e

qualidade;

3) Devem ser utilizadas as melhores tecnologias possíveis, de acordo com o

que a população possa pagar. E essas tecnologias devem ser renovadas assim que

possível.

No entanto, passados 4 anos, a lei e a realidade ainda estão muito distantes. O

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saneamento básico é uma lacuna à espera de soluções. E soluções rápidas e

eficientes, pois o Governo Federal deixará de disponibilizar recursos da União para as

cidades que não tiverem Plano Municipal de Saneamento Básico a partir de 2014.

A proposta de universalização deste serviço, em especial da coleta e

tratamento de esgoto, exige medidas urgentes para que possamos alterar o panorama

da saúde pública no País. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, mais

de 67 mil crianças menores de 5 anos foram internadas por diarreias nos 81

Municípios analisados. Mais de 50% desses casos estão relacionados à falta de

saneamento básico adequado.

Ações de saneamento, portanto, são consideradas preventivas para a saúde,

quando garantem a qualidade da água utilizada para o abastecimento doméstico,

como também a disposição adequada de dejetos humanos. Além disso, o

saneamento básico promove redução de custos para a máquina pública. De acordo

com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada 1 real investido em

saneamento básico, é possível economizar 4 reais em tratamentos de saúde.

Todos esses números revelam que precisamos alterar a realidade do nosso

País, onde a maior parte da população (55%) não tem acesso à rede de esgoto. Sras.

Deputadas e Srs. Deputados, se os desafios estão presentes, devemos encará-los

como parte do nosso esforço para que o Brasil possa crescer de forma responsável e

se firmar cada dia mais como um país de ponta no mundo globalizado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho ainda a esta tribuna para

avaliar de forma positiva o trabalho da Comissão Especial da Câmara dos Deputados

instalada nesta Casa para examinar o Projeto de Lei nº 7.672, de 2010. Como

integrante desta Comissão, busquei apoio da UNICAMP (Universidade Estadual de

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Campinas) para realizar um importante fórum de debates na última semana, ao qual

também esteve presente a Deputada Federal Teresa Surita, do PMDB de Roraima,

Relatora do projeto em questão.

O fórum de Campinas nos deu a dimensão da importância do trabalho da rede

nacional de proteção à infância. E cito, como exemplo elogiável, a Rede Não Bata,

Eduque, movimento social que tem o objetivo de erradicar os castigos físicos e

humilhantes no Brasil, que participou e enriqueceu nossa atividade em Campinas.

Assim, o principal propósito desse fórum de debates foi alcançado: ampliar a

participação da sociedade civil organizada acerca de um projeto que regulamente um

marco legal, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, toda criança tem o direito de crescer sem

violência. E as palestras realizadas no fórum de Campinas deixaram claro que o que

educa são os limites e, principalmente, o diálogo, o carinho e os bons exemplos. Por

isso, venho a esta tribuna para dizer do meu orgulho de auxiliar neste processo de

conscientização da sociedade sobre o direito das crianças de terem sua dignidade e

integridade física respeitadas, com uma educação livre de violência e baseada em

estratégias disciplinares positivas.

Nosso Fórum de Debates na UNICAMP também não buscou culpados.

Reconheço que a educação dos filhos é uma tarefa difícil e complexa. O que

buscamos foi debater formas educativas que não utilizam a violência física ou

psicológica e que promovam o desenvolvimento físico, emocional e social dos nossos

filhos de forma saudável e participativa. Afinal, o castigo físico não forma caráter nem

garante disciplina. Ao contrário, lugares onde impera a violência abrem as portas para

outros tipos de violência. Portanto, dar um passo na direção da erradicação dos

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castigos físicos dentro da família significa dar um passo em direção da paz social.

Era o que tinha a destacar. Muito obrigada.

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A SRA. MARINHA RAUPP (PMDB-RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há cada 2 anos o Governo Federal convoca

Estados e Municípios para conferências de políticas para as mulheres, que já se

tornaram um marco na história da luta das mulheres brasileiras, o que faz parte de um

processo de transformações que se acelerou no Brasil a partir de 2003, quando foi

criada a Secretaria de Políticas para mulheres — SPM, com status de Ministério.

Desde então, vários desafios foram enfrentados, importantes conquistas foram

alcançadas, como o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, a Lei Maria da

Penha e a construção do Pacto de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

A 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres — CNPM, que será

realizada de 12 a 14 de dezembro de 2011, é um reflexo desse processo.

Convocada por decreto presidencial de 15 de março de 2011, a Conferência

terá como principal objetivo “discutir e elaborar políticas públicas voltadas à

construção da igualdade, tendo como perspectiva o fortalecimento da autonomia

econômica, social, cultural e política das mulheres, contribuindo para a erradicação da

extrema pobreza e para o exercício pleno da cidadania das mulheres no Brasil”.

A 3ª Conferência Nacional deverá propiciar o debate amplo e democrático, e

seu relatório final deverá refletir a opinião da sociedade brasileira, expressa no

processo das Conferências, em todos os âmbitos.

Em Rondônia não foi diferente. De 9 a 11 de outubro de 2011, em Porto Velho,

reuniram-se mais de 200 mulheres do Estado para discutir as propostas de cada

Município, com o objetivo de elaborar o Plano Estadual de Políticas para as Mulheres,

que será discutido nesta Conferencia Nacional de Políticas para as Mulheres.

O Estado de Rondônia será representado no evento por 41 mulheres — 25 da

sociedade civil, 12 do Governo Municipal e 4 do Governo do Estado.

Muito obrigada.

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A SRA. MANUELA D’ÁVILA (Bloco/PCdoB-RS. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero saudar

aqui da tribuna da Câmara dos Deputados os participantes da XIV Conferência

Nacional de Saúde, que está sendo realizada aqui em Brasília.

Saúdo de forma especial as delegadas e os delegados do Rio Grande do Sul,

que trazem a esse foro nacional um resumo das experiências e dificuldades que

enfrentamos na luta em defesa da saúde pública em nosso Estado.

Digo isso porque, apesar dos esforços do movimento social e dos profissionais

de saúde, a saúde pública no Rio Grande enfrentou o descaso e uma política de

desmonte perpetrada pela ex-Governadora.

Hoje a realidade é outra, mas ainda temos inúmeros desafios

A nossa Capital, a cidade de Porto Alegre, por exemplo, tem recursos; a

população participa, com o OP, e ajuda a definir as prioridades; mas é preciso que o

Município faça também a sua parte.

Para que tenhamos uma ideia, Porto Alegre teve, em 2010, uma receita total de

mais de R$3,5 bilhões. Desse total, pouco mais de R$286 milhões foram destinados a

investimentos. Ou seja, na prática, isso representa obras atrasadas, obras do

Orçamento Participativo não realizadas, postos de saúde não construídos, escolas

sem melhorias, falta de creches, falta de obras de saneamento.

Mas com a participação dos nossos militantes, em defesa da Saúde, estamos

construindo uma nova realidade no nosso Estado.

Saúdo aqui os delegados que participam da Conferência, e coloco-me ao lado

dos que lutam em defesa de uma saúde pública fortalecida, de qualidade, que atenda

aos direitos basilares de nossa sociedade: o direito à saúde, o direito à vida.

Muito obrigada.

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O SR. AUGUSTO CARVALHO (Bloco/PPS-DF. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta semana, um editorial do

Correio Braziliense tratou de uma injustiça gravíssima cometida contra o trabalhador

brasileiro. Aponta o jornal que o Governo tem feito uso dos recursos do Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para subsidiar o Programa Minha Casa, Minha

Vida. Não bastasse a correção das contas do FGTS ser inferior à inflação, o Governo

sacou em 2010 um total de R$4,5 bilhões do fundo. Este ano, foram R$5,5 bilhões e,

em 2012, estima-se que o rombo chegue a R$4,4 bilhões.

O dinheiro para o Programa Minha Casa, Minha Vida deveria ser bancado pelo

Tesouro Nacional, mas o Governo faz uso dos recursos do FGTS para, assim,

conseguir cumprir a meta de superávit primário, economia obrigatória para o

pagamento dos juros da dívida pública. Trata-se de uma medida traiçoeira que recai

sobre o lado mais fraco, a classe trabalhadora.

De acordo com o orçamento do Programa Minha Casa, Minha Vida, o Tesouro

é responsável por apenas 17% do subsídio, e o fundo arca com o restante. O subsídio

sai do lucro líquido do FGTS, lucro este que deveria ser dividido entre aqueles que

depositam ali parte dos seus rendimentos. É inadmissível que o Governo não só deixe

de distribuir o lucro, como também e ainda por cima use parte dos recursos do fundo

para fazer política social, numa operação não autorizada.

Além disso, o Tesouro retém receitas do programa do microempreendedor

individual que deveriam ser repassadas ao FGTS. O correto seria todo o dinheiro do

fundo sair do caixa do empregador, diretamente para a conta do empregado, sem

desvios, retiradas e com justa remuneração do montante arrecadado.

Se o Governo continuar avançando sobre o patrimônio dos trabalhadores, o

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futuro do maior fundo privado do País ficará comprometido.

Por um lado, a taxa que o patrão paga a todo funcionário, determinada por lei,

é corroída pela inflação. Por outro, o Governo se apropria do pouco que sobra, sob o

pretexto de atender aos que menos têm. O contrassenso é que, muitas vezes, essa

parcela da população, à qual o Governo pretende oferecer apoio e assistência, é

justamente daqueles que tiveram o patrimônio subtraído.

A solução para esta questão seria revermos as normas e leis que regem o

fundo, de modo a assegurar rendimento justo, com a partilha de eventuais lucros entre

as diversas contas, garantindo ao trabalhador o que é dele.

Para isso, seria de fundamental importância a presença dos sindicatos. Estes

devem chamar para si o dever de representarem os trabalhadores e batalharem pelos

seus direitos. Infelizmente, ao que parece, os sindicatos estão omissos em relação às

classes que dizem representar.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. RENZO BRAZ (PP-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para tratar da regulamentação

da profissão de motorista e do tempo de direção, assunto de extrema relevância para

os profissionais das estradas, categoria de trabalhadores bastante sofrida e exposta a

riscos permanentes de vida, assim como de toda a sociedade, que reivindica

segurança no trânsito das estradas e rodovias brasileiras.

O excesso de tempo na condução de um veículo, em especial o de transporte

de carga ou coletivo de passageiros, é um dos fatores que têm gerado diversas

sucessões de sérios acidentes de trânsito em rodovias. Não podemos ficar

insensíveis ao fato de que o excesso de tempo de direção é acompanhado do uso

seguido de substâncias que mantêm os motoristas acordados, a fim de que possam

cumprir prazos estabelecidos por empresas.

A carência no Código de Trânsito Brasileiro de dispositivos que inibem tal

prática e que disciplinem a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista é o

motivo que me fez apresentar, no dia 5 de outubro deste ano, o Projeto de Lei nº

2.477, que acrescenta dispositivos à Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código

de Trânsito Brasileiro), para limitar e fiscalizar o tempo de direção do condutor.

Na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, existe uma

proposição de mesmo teor, o Projeto de Lei da Câmara nº 319, de 2009, que tem por

objeto a regulamentação da profissão de motorista, com relatoria designada ao

Senador Ricardo Ferraço. Esta matéria é motivo de inúmeras discussões por

entidades signatárias acerca do melhor regramento legal. Comprometidas com a

tramitação rápida do projeto, acordaram em apresentar conjuntamente uma emenda

substitutiva ao PLC 319/09, que apresenta sugestões de aperfeiçoamento legislativo

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da profissão de forma mais ampla.

Entendo que a lei não deve tratar somente da regulamentação da profissão e

que deve ser mais ampla, por envolver temas que estão em constante discussão na

sociedade, como segurança no trânsito. Além disso, é necessário o acréscimo de um

capítulo na Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, que regula todas as relações

entre capital e trabalho com vínculo de emprego.

Na expectativa de ver a regulamentação dessa profissão, que hoje se encontra

bastante estigmatizada e que é discutida no Congresso Nacional há 23 anos, peço

aos nobres colegas Senadores que aprovem com a maior brevidade possível o PLC

319/09, com a correspondente emenda substitutiva apresentada pelas entidades

signatárias, que estão cientes do clamor dos motoristas e da sociedade por segurança

no trânsito.

Muito obrigado.

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O SR. MARCOS MONTES (PSD-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para ressaltar o novo

momento político e econômico do Município de Patrocínio, em Minas Gerais. O

momento econômico se dá pela presença da Vale Fosfértil, que, sob o comando do

uberabense Murilo Ferreira, investirá pesadamente neste Município, aquecendo o

mercado de trabalho e emprego. Isso elevará o PIB e, consequentemente, a

qualidade de vida de seus cidadãos.

O novo momento político foi marcado pelo encontro de que participei, com

lideranças políticas como o ex-Prefeito, grande líder e amigo Júlio Elias, e quase mil

patrocinenses, que me receberam muito gentilmente, engajados em mudar os rumos

político de Patrocínio. Essa é uma parceria que contribuirá com a melhoria das

praticas políticas na cidade de Patrocínio, que vive um novo momento em sua história

econômica, com os investimentos da Vale.

Não posso deixar de agradecer a gentileza e o acolhimento aos Vereadores e

ao Presidente do PSD, Rubens Rocha, presentes neste encontro que marcou o início

de uma nova caminhada rumo aos pleitos eleitorais de 2012 e 2014. São lideranças

que possuem compromisso e condições de agregar as forças políticas e o bom

momento econômico, em busca de melhorar as condições de vida do povo dessa

importante cidade.

Sr. Presidente, concluo esses agradecimentos a meus companheiros, pela

gentileza e pelo firmamento do compromisso em levar Patrocínio ao encontro do

progresso, com forte crescimento econômico e social. De nada valerá a união de

grandes forças políticas, se não for para transformar a vida de seus cidadãos.

Muito obrigado.

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O SR. FRANCISCO FLORIANO (Bloco/PR-RJ. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Boa tarde ao povo brasileiro!

Prezado colegas, vocês conhecem o CEFOR? O Centro de Formação, Treinamento e

Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados.

Tenho o prazer de ser aluno do CEFOR. Temos dentro desta Casa um centro

de formação moderno, um pote de conhecimentos, um lugar que está à nossa espera.

Fui recebido pelo CEFOR desde o inicio desta Legislatura com muito respeito e

carinho, tenho a oportunidade de aprender e destaco a importância disso. Precisamos

adquirir conhecimento específico para guardar a Constituição Federal, o decoro

parlamentar e o Regimento Interno. Precisamos ter conteúdo para manter a lucidez

das discussões.

Chamo atenção da 1ª Secretaria e Diretoria-Geral para investir no CEFOR.

Vamos aumentar a potência desta ferramenta tão importante! Só o conhecimento

pode nos levar ao entendimento absoluto das questões debatidas nesta Casa.

Quisera que todos nós, secretárias, assessores, servidores e Parlamentares,

entendêssemos todo o processo legislativo e o Regimento Interno. Seria a excelência

do Parlamento!

Um grande abraço aos funcionários do CEFOR, da portaria à sala de aula.

Parabéns a todos vocês! E um abraço especial para minha professora, Ana Regina,

que tem, de forma paciente, me guiado para dentro do processo legislativo.

Obrigado.

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O SR. AFONSO HAMM (PP-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero deixar registrado neste plenário que na

última semana a Comissão Especial desta Casa legislativa destinada a proferir

parecer ao PL 2.330/2011 (Lei Geral da Copa) promoveu o seminário da Região Sul

do País. Os debates tiveram como cenário a Assembleia Legislativa do Rio Grande do

Sul, em Porto Alegre. Foi o segundo seminário regional para debater a proposta. O

primeiro foi em Salvador, Bahia. Outros já estão marcados para Brasília, na próxima

quinta-feira, 24; Manaus, dia 28 de novembro; e São Paulo, dia 1º de dezembro. Os

trabalhos estão sendo muito bem conduzidos pelo Presidente da Comissão, Deputado

Renan Filho, e pelo Relator, Deputado Vicente Cândido. No dia 6 do próximo mês,

após os debates regionais, deveremos debater e votar o relatório final.

As atividades estão sendo pautadas com as contribuições de todas as 12

cidades-sedes da Copa do Mundo e das entidades interessadas nos assuntos que

integram o projeto de lei, como órgãos de defesa do consumidor, públicos, de defesa

das marcas comerciais, de segurança, federações esportivas e o Ministério Público.

Como Sub-Relator da Comissão na Região Sul do País, organizamos o evento

em Porto Alegre, que contou com a presença de Deputados Federais e Estaduais,

representantes da Prefeitura, do Governo do Rio Grande do Sul, do Ministério do

Esporte, de entidades e da sociedade civil. Para esse debate, ressalto que tivemos

total apoio do Presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Deputado

Adão Villaverde, e da Comissão Especial de Acompanhamento dos Investimentos da

Copa 2014 da ALRS, presidida pelo Deputado Alexandre Postal (PMDB).

As contribuições ao projeto também tiveram a participação do Secretário

Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Alcino Rocha, que

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representou o Ministério do Esporte; do Secretário de Esporte do Estado e

Coordenador-Geral do Comitê Gestor Estadual da Copa/RS, Kalil Sehbe; do

Secretário Municipal Extraordinário para Copa de 2014, João Bosco Vaz; do

Presidente da Comissão Especial da Copa na Câmara de Vereadores de Porto

Alegre, Airto Ferronato. As palestras também ficaram a cargo do

Coordenador-Executivo do Comitê Gestor Estadual da Copa, Carlos Simon, e do

representante da Procuradoria-Geral do Município, Cauê Vieira. O evento ainda

contou com a presença dos Deputados Federais Alceu Moreira, Danrlei de Deus,

Nelson Marchezan Junior, Ronaldo Nogueira, do Deputado Estadual Cassiá Carpes e

do Vereador de Porto Alegre Toni Proença. Ainda teve a presença de representantes

das entidades ligadas ao setor.

Nobres pares, registro que o Rio Grande do Sul terá importante papel nas

contribuições para a elaboração do relatório ao Projeto de Lei nº 2.330, de 2011, do

Poder Executivo, que dispõe sobre as medidas relativas à Copa das Confederações

FIFA de 2013 e à Copa do Mundo FIFA de 2014, que serão realizadas no Brasil.

Os debates durante o seminário foram concentrados na venda de ingressos, na

questão da pirataria, na imigração, no consumo das bebidas alcoólicas nos estádios e

nos direitos comerciais. No entanto, a abordagem também foi direcionada para as

transformações, os investimentos e o legado que ficará com o mundial esportivo.

A expectativa de um resultado positivo no impacto econômico desses

investimentos sobre a sociedade, em termos de crescimento econômico, propaganda

turística, bem como do impacto social e gerencial sobre a organização desportiva do

País, é enorme e bem-vinda, mas ainda não suficiente como legado. O ideal é que as

categorias de base do futebol brasileiras, formadoras dos nossos atletas, se tornem

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herdeiras do legado desses eventos esportivos, em que o elenco brasileiro sempre é

uma das principais estrelas.

Dessa forma, para contribuir com o relatório geral, apresentei importante

sugestão que terá reflexos positivos aos clubes de futebol, habilitados à formação de

atletas de futebol. Por ter sido jogador tanto da categoria de base como profissional,

conheço de perto a realidade desses clubes e também a potencialidade de inúmeras

crianças e adolescentes voltada para o futebol, que, no entanto, não a desenvolvem

pela falta de oportunidades. Com o intuito de atender essa importante parcela inserida

na atividade esportiva, sugeri que os resultados da Copa das Confederações de 2013

e da Copa do Mundo de Futebol de 2014 também sejam direcionados aos clubes com

o propósito de criar centros de treinamentos. Assim, ficará um legado ao País, que é

conhecido mundialmente com os seus grandes celeiros.

A Lei Pelé reconhece os clubes formadores, no entanto, essas entidades

precisam de suporte para a concretização dos projetos. O País conta, atualmente,

com 738 clubes profissionais filiados à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Dada a capacidade existente e tendo em vista a ausência de recursos, a nossa ideia é

que 1% da renda bruta seja direcionada aos clubes visando à construção dos centros

de treinamento. Esse percentual não impactará as despesas da Copa das

Confederações e da Copa do Mundo. Resultados anteriores das copas mostram

faturamento positivo. Um exemplo foi com a realização da Copa do Mundo da

Alemanha, em 2006, que rendeu ao Comitê Organizador Local um lucro de 111

milhões de euros, ou seja, R$263,9 milhões. No total, o mundial alemão obteve

dividendos de 156 milhões de euros (R$370,4 milhões), e destes a FIFA ficou com 45

milhões de euros (R$106,8 milhões), como foi registrado no balanço financeiro de

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2006.

A ideia é que seja criado o Fundo Desportivo de Formação de Atletas de

Futebol Profissional, de direito privado, para onde serão direcionados os recursos

visando ao direcionamento aos clubes formadores, na forma disposta na Lei nº 9.615,

de 24 de março de 1998 (Lei Pelé) e suas alterações. A projeção de resultados para

cada jogo é na ordem de R$20 milhões. Na Copa das Confederações, serão 16 jogos,

e na Copa do Mundo de 2014, 64 partidas, totalizando em 80 jogos. Tudo isso irá

gerar receita com bilheteria, transmissão e utilização de imagens das partidas,

patrocínios, sessões de treinos, bem como do valor correspondente aos contratos

relativos ao direito de arena e o rendimento de aplicações financeiras sobre suas

disponibilidades e outras receitas.

Portanto, a transferência de recursos gerados nas competições da Copa das

Confederações FIFA de 2013 e Copa do Mundo FIFA de 2014 será

representativamente significante no aspecto social, visando à formação das crianças,

adolescentes e jovens no futebol, evitando assim o descaminho das drogas.

Peço apoio de todos os colegas na inclusão dessa proposta.

Passo a abordar outro assunto.

Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, quero registrar nesta

tribuna o trabalho da Frente Parlamentar do Carvão Mineral em prol do setor. Como

Vice-Presidente da Frente Parlamentar, presidida pelo Senador Delcídio Amaral,

agendei uma reunião com o Presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE),

Mauricio Tolmasquim. Também participaram do encontro, realizado no Ministério de

Minas e Energia, o Deputado Federal Ronaldo Benedet (SC), o Presidente da

Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, e o Presidente

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do Sindicato de Extração do Carvão Mineral de Santa Catarina, Rui Hülse.

A busca de política pública efetiva para o carvão mineral, por se tratar de

questão estratégica de desenvolvimento, segurança energética e apelo social, foi o

que nos motivou a marcar esse encontro.

A nossa principal preocupação é que o carvão mineral não está contemplado

no planejamento energético do Governo Federal, ou seja, no Plano Decenal de

Energia 2011-2020. Mesmo com todo o esforço da Frente Parlamentar do Carvão

Mineral e de lideranças envolvidas no assunto, as usinas de carvão mineral ficaram

fora do Leilão de Energia A-5, que será realizado no dia 20 de dezembro. No entanto,

a luta do setor continua.

O encontro com o Tolmasquim nos possibilitou apresentar dados sobre a

importância do carvão mineral, em especial para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina

e o Paraná. O segmento gera milhares empregos e promove o desenvolvimento do

Sul do País. Portanto, a inclusão do carvão mineral no planejamento energético é

fundamental por se tratar de importante riqueza. Existe a previsão de novos

investimentos na ordem de 10 bilhões de reais, utilizando as melhores tecnologias

disponíveis em busca de geração de energia e com sistemas equilibrados em relação

à utilização do carvão. Algumas usinas estão com licenciamento ambiental aprovado,

inclusive para instalação. Ressalto que o Rio Grande do Sul, por exemplo, detém 90%

das reservas de carvão mineral do País e importa 65% da energia que consome. No

Brasil, apenas 1,6% da geração de energia é utilizada com térmicas a carvão mineral.

No entanto, a ausência de garantias governamentais poderá inviabilizar o setor e

resultar em milhares de desempregos. Por isso, reforçamos o pedido de inclusão do

carvão mineral no PDE 2011-2020 e lamentamos que o setor tenha ficado fora do

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Leilão de Energia A-5.

Enquanto o carvão ficou esquecido nos debates de energia do Brasil e na

apresentação de políticas públicas, em âmbito mundial o setor foi o que mais cresceu

na última década, representando 50% do crescimento na energia mundial.

Em recente evento no mês de novembro, em Bruxelas, o Presidente da

Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan, participou do Seminário

Desenvolvimento sustentável, acesso a energia e políticas climáticas: desafios e

oportunidades. Na oportunidade, ficou evidenciado o aumento de consumo de carvão

na China e na Índia nas próximas décadas e a necessidade de incrementar sua

infraestrutura para transportar todo o carvão. A China, que tem hoje 709 gigawatts em

carvão (73,4%), terá 1.600 gigawatts (65,3%) até 2030 e deverá passar de 1,6 bilhão

de toneladas em 2011 para 3,1 bilhões em 2030, somente para geração de energia

elétrica.

Os países estão investindo nesta importante fonte da matriz energética. E, não

podemos entender por que o Brasil, por conta das mudanças climáticas, estigmatiza o

carvão, deixando na prateleira 2,4 gigawatts de projetos de carvão prontos a serem

licitados. É importante garantir o desenvolvimento de projetos de energia térmica para

a população, gerando emprego e renda. E também tem importante apelo social, já que

atende o objetivo do Governo de reduzir a miséria.

É fundamental estabelecer uma política para o carvão mineral no País nos

próximos dez, 20 anos, e assim garantir os investimentos, a segurança energética e

fundamentalmente a geração de empregos e oportunidades.

A desativação das usinas antigas foi outra preocupação detalhada no encontro.

No entanto, quero deixar claro: para que essas usinas venham a ser desativadas, são

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necessários novos investimentos. Caso contrário, haverá inúmeros desempregos na

área da mineração e consequentemente em todo o segmento.

Durante o encontro, Tolmasquim afirmou que não é contra a inclusão do carvão

mineral no planejamento energético e destacou a sua importância regionalmente. Ele

disse que o motivo da exclusão do carvão mineral no planejamento são razões

climáticas relacionadas à emissão de CO2 pela combustão do carvão, em

preocupação com o acordo mundial de redução de emissão de gases, com o

Protocolo de Kyoto e também com a Lei 1.2187/2009, que trata do compromisso de

redução de emissão de CO2, quando foram estabelecidas metas até 2020, restando

apenas 20% para o setor da energia.

Nobres pares, a luta continua. Novas mobilizações e reuniões serão

agendadas com a Casa Civil e o grupo interministerial que também definiu a questão

das emissões de CO2 em função das mudanças climáticas. Ainda persistimos no

encontro com a Presidente da República, Dilma Rousseff, para tratar do assunto.

A nossa expectativa para o próximo ano é de sinalização positiva visando à

reconversão e à modernização dessas usinas, não permitindo a desativação e em

consequência os inúmeros desempregos. O Brasil precisa participar e gerar essa

oportunidade social, econômica e de garantia estratégica da geração de energia

utilizando o carvão mineral do sul do País.

Solicito a divulgação deste pronunciamento nos meios de comunicação desta

Casa legislativa.

Era o que eu tinha a manifestar.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Nós vamos passar ao Grande

Expediente, mas antes quero agradecer aos Deputados Roberto Britto e Paulo

Teixeira a elegância de nos terem permitido alongar um pouco o Pequeno Expediente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 343.1.54.O Tipo: Ordinária - CD Data: 30/11/2011 Montagem: 1966/4176

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Roberto Britto, do PP da Bahia.

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O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o

que me traz hoje a esta tribuna é um tema por demais interessante e do conhecimento

de todos. Hoje, eu vou falar sobre as mortes no trânsito.

Fiz um estudo a esse respeito e cheguei a algumas conclusões. Fiquei

estarrecido com os números que encontrei.

O Brasil é o quinto país do mundo em mortes por acidentes no trânsito. O

número total corresponde a duas vezes e meia o registrado nos Estados Unidos e a

mais de três vezes e meia o registrado nos países da União Europeia.

Para combater aquilo que classifico como uma verdadeira carnificina, é preciso,

entre outras medidas, endurecer as leis e aumentar ainda mais a fiscalização sobre os

motoristas que dirigem embriagados ou participam de pegas nas ruas.

No início de novembro, ao divulgar os dados recolhidos em 2010 pelo Sistema

de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, o competente Ministro

Alexandre Padilha declarou que o País vive “uma verdadeira epidemia de lesões e

mortes no trânsito”.

Os números anunciados pelo Ministro sustentam tal afirmação.

No ano passado, em 2010, 40.610 pessoas morreram e 145 mil foram

internadas em consequência de acidentes de trânsito no Brasil. Em 9 anos, houve

aumento de 24% no total de mortes no País. Um detalhe interessante é que houve um

crescimento, considerando os anos anteriores: o Nordeste contribuiu com 48% desse

aumento; e o Norte, com 53%. Com a dificuldade de mobilidade urbana no trânsito e

com o aumento do número de motos, verifica-se que 25% do total de acidentes fatais

envolveram motocicletas. Ou seja, as motos estão aumentando, e muito, o número de

acidentes.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 343.1.54.O Tipo: Ordinária - CD Data: 30/11/2011 Montagem: 1966/4176

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A estatística assusta, porém, a realidade pode ser ainda pior. Num estudo

técnico sobre mortes no trânsito, a Confederação Nacional de Municípios (CNM)

constatou que, por diferenças metodológicas, há fortes variações entre os números

coletados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), o Ministério da

Saúde e a administradora do Seguro contra Danos Pessoais Causados por Veículos

Automotores de Via Terrestre — DPVAT.

O DENATRAN elabora seus relatórios estatísticos a partir dos boletins lavrados

pela polícia, ou seja, só leva em conta as mortes no local do acidente. O Ministério da

Saúde usa a documentação do SUS, e muitas vezes os registros hospitalares deixam

de indicar como causa específica da internação o acidente de trânsito. Já a

administradora do DPVAT divulga o total de indenizações pagas por mortes no

trânsito, mas muitas pessoas não têm conhecimento da existência do seguro. Um

detalhe dessa estatística do DPVAT é que muitas pessoas não conhecem os seus

direitos e não utilizam o Seguro DPVAT, por isso, o registro ainda é bem menor do que

é a realidade.

Como resultado dessas diferenças, eu gostaria de apresentar alguns números

que são estarrecedores e principalmente essa diferença que existe entre as

estatísticas.

Vamos analisar aqui o ano de 2006 e haveremos de encontrar, por exemplo, no

estudo que foi realizado pela Confederação Nacional de Municípios, a CNM, que o

DENATRAN registrou 19.910 mortes, o Ministério da Saúde, 36.367, e a

administradora do DPVAT, 63.776. Ora, o DENATRAN, 19.910; o Ministério da

Saúde; 36.367; e o DPVAT, 63.776 mortes por acidente de trânsito!

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Já no ano de 2008, o DPVAT pagou 57.116 indenizações por morte, enquanto

o Ministério da Saúde registrou 38.273 mortes.

Em 2009, o DPVAT indenizou 53.052 mortes e o Ministério da Saúde apontou

37.594 mortes no trânsito.

Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para, desta tribuna, solicitar ao

Ministério da Saúde que efetivamente estabeleça um índice em que possamos

confiar, um índice no qual existam as mortes efetivamente ocasionadas pelo trânsito

e, em decorrência, possamos ter os números reais no Brasil, já que entre esses 3

órgãos que buscam aferir a morte no trânsito existe um disparate muito grande e, em

consequência disso, uma confusão. Não podemos tomar determinadas medidas,

determinadas providências, em função dessa diferença, desse desencontro nas

estatísticas.

Todos lamentamos muito esses números e sabemos que a vítima do acidente

não é um simples número; é uma pessoa, é um pai de família, é um filho, é um irmão,

é um cunhado, é um parente, é um conhecido, é um amigo que perde a vida e deixa

atrás de si viúva e filhos. Enfim, são pessoas que sucumbem, que perdem a vida em

decorrência, muitas vezes, da irresponsabilidade no trânsito.

Chama a atenção, porém, no levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde,

o fato de que, entre 2002 e 2010, o total de óbitos no trânsito caiu uma vez, justamente

em 2009, o primeiro ano completo da vigência da Lei nº 11.705, de 2008, a chamada

Lei Seca, quando houve uma boa pressão popular por seu cumprimento. Foi uma

redução em termos de 1,77%. Ela até pode parecer pequena, mas na realidade

significa 679 pessoas que deixaram de morrer, são famílias, são pessoas que por

certo teriam morrido não fosse a Lei Seca.

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A redução demonstra que, com fiscalização severa, com disposição de punir os

motoristas irresponsáveis e promover um trânsito civilizado, podemos resguardar

muito mais vidas e tirar o Brasil desta triste condição de liderança entre as mortes no

trânsito.

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego estima que o uso de bebidas

alcoólicas seja responsável por 30% dos acidentes de trânsito no País. Uma pesquisa

do Ministério da Saúde revelou que, em geral, nas Capitais onde mais pessoas

admitem que podem fazer uso excessivo de álcool há maior possibilidade de ocorrer

esses acidentes. Outro levantamento, em seis Capitais, apontou que 27% dos

motoristas acidentados tinham ingerido bebida alcoólica. Vejam, o álcool causa 30%

dos acidentes de trânsito no País. Motoristas que ingerem bebida alcoólica e usam o

volante de um carro estão usando uma arma engatilhada, pronta para ser disparada.

E eles são responsáveis por 27% dos acidentes nas Capitais.

Não faltam indicativos, portanto, da triste relação entre álcool e violência no

trânsito, mas também neste caso é provável que a realidade seja pior do que as

estimativas, considerando aqueles números iniciais que apresentei.

Trabalho realizado por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, analisando

milhares de declarações de óbitos em 16 cidades da região, mostrou que o álcool

pode estar por trás de metade dos acidentes, e não de 30%, como considera a maioria

das estimativas. Ou seja, já existem estudos realizados pela USP, uma universidade

de respeito da região de Ribeirão Preto, que mostram que 50% dos acidentes com

mortes no trânsito são ocasionados por pessoas que ingeriram bebida alcoólica.

Esse triste quadro justifica, sem dúvida, a existência de uma legislação muito

rigorosa e a garantia de punição aos motoristas que dirigem sob influência do álcool.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 343.1.54.O Tipo: Ordinária - CD Data: 30/11/2011 Montagem: 1966/4176

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Do ponto de vista legal, no Brasil estamos muito bem situados, até porque

nossas leis são, até certo ponto, severas. Nós precisamos buscar o real cumprimento

das leis. É preciso que os Municípios, as Prefeituras e o Estado joguem mais duro,

que apertem ainda mais, usando os vários métodos utilizados para que tenhamos a

oportunidade de diminuir o uso de bebida alcóolica no trânsito.

Por exemplo, se considerarmos uma lista elaborada pelo Centro Internacional

para Políticas sobre o Álcool, sediado em Washington, o Brasil está entre os 20 países

que dispõem de legislação mais rígida nessa área, no mesmo patamar de nações

mais desenvolvidas, como Noruega e Suécia.

A Noruega foi, aliás, o primeiro país a criar leis específicas contra aquelas

pessoas que ingeriam bebida alcóolica e usavam o volante. Lá, porém, se o motorista

é surpreendido com índice elevado, paga multa proporcional à sua renda.

Em alguns Estados norte-americanos, a recusa ao teste do bafômetro implica

presunção de embriaguez e apreensão imediata do veículo e da carteira de

habilitação. Na França, o motorista que rejeita o teste é obrigado a fazer exame de

sangue para verificação da quantidade de álcool ingerida. Já no Reino Unido, além do

bafômetro, pode ser exigido teste de sangue ou urina do motorista suspeito, que, se

não cooperar, poderá ser preso por até 6 meses, perder o direito de dirigir por 1 ano e

pagar multa equivalente a 14 mil reais.

Se nossa legislação é comparável a essas e considerada uma das mais rígidas

do mundo, infelizmente não se pode dizer o mesmo da sua efetividade, da garantia de

que os motoristas infratores venham a ser punidos. Seja por falta de fiscalização, seja

por divergências no entendimento das diversas instâncias do Judiciário a esse

respeito, a lei tem sido muitas vezes ignorada.

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No Superior Tribunal de Justiça, por exemplo, a jurisprudência da 5ª Turma

julga dispensável o teste de alcoolemia para configurar crime de embriaguez ao

volante. Já a 6ª Turma considera o teste indispensável, ainda que a embriaguez possa

ser aferida por outros elementos de prova. A dúvida deverá ser resolvida pela 3ª

Seção do Tribunal, que decidirá quais os meios de prova legítimos para atestar a

embriaguez ao volante, mas ainda não há data prevista para o julgamento.

No Supremo Tribunal Federal, em julgamento de habeas corpus, a 1ª Turma

decidiu que “a responsabilização dolosa pela morte em direção de veículo automotor,

estando o condutor embriagado, pressupõe que a pessoa tenha se embriagado com o

intuito de praticar o crime”. Dessa forma, desclassificou a conduta imputada ao

acusado de homicídio doloso para culposo.

Por sua vez, a 2ª Turma do STF, em julgamento de outro habeas corpus, trouxe

ao menos um alento aos que lutam por um trânsito mais seguro, pois considerou que

a embriaguez ao volante sempre constitui crime, mesmo que não venha a causar

dano.

Como se vê, Sr. Presidente, ainda há questões de interpretação impedindo que

a nossa legislação atinja plenamente seus objetivos e funcione como forte inibidora da

violência no trânsito.

Por isso, apresentei à Casa, em outubro passado, o Projeto de Lei nº 2.467, de

2011, que modifica o Código de Trânsito Brasileiro. Seu objetivo é tipificar como

doloso o crime praticado por motorista que dirige em estado de embriaguez, participa

dos chamados pegas em via pública ou imprime ao veículo velocidade que ultrapasse

aquela que seja indicada pelos sinais nas vias apropriadas.

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Assim, se aprovada essa proposição, superaremos a divergência em torno do

assunto, deixando de lado a desculpa de que seria necessário, para caracterizar o

dolo, comprovar a intenção de se embriagar para cometer o delito. O crime de trânsito

praticado em estado de embriaguez, ou durante a participação em pega, ou em

velocidade abusiva passará a ser sempre doloso, pois é claro que, nessas condições,

o motorista assume o risco de vir a causar lesão corporal ou morte em eventual

acidente.

Tenho certeza de que esse tipo é o desejo da maciça maioria da população,

que não suporta mais a tragédia do nosso trânsito, espelhada nos dados do Ministério

da Saúde: 111 mortes por dia, mais de 5 por hora, uma a cada 13 minutos.

Na imprensa, na Internet, nas ruas é cada vez maior a pressão da sociedade

para que não apenas tenhamos uma legislação rigorosa, mas que seja, de fato,

cumprida. Ao tempo em que as mortes no trânsito chocam e entristecem, a

impunidade dos criminosos causa indignação e perda de confiança nas autoridades e

nas instituições.

O Sr. Jesus Rodrigues - Deputado Roberto, V.Exa. me permite um aparte?

O SR. ROBERTO BRITTO - Pois não, Deputado.

O Sr. Jesus Rodrigues - Gostaria de parabenizá-lo pelas suas informações.

Fui Diretor do DETRAN durante 5 anos no meu Estado, o Piauí. A Lei Seca, uma

iniciativa do Deputado Hugo Leal, foi elaborada na minha época. Queria chamar a

atenção não só de V.Exa., mas de todo o Poder Legislativo: precisamos trazer,

efetivamente, para a Casa a reformulação, a atualização do nosso Código de Trânsito.

Precisamos não só fazer essa atualização, mas construir as condições para que os

Estados e os Municípios possam também, efetivamente, fazer fiscalização. Da forma

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como está, é muito difícil que consigamos concretizar a redução do número de mortes

no trânsito, como V.Exa. falou. Muito obrigado.

O SR. ROBERTO BRITTO - Ouço o Deputado Arnaldo Jardim.

O Sr. Arnaldo Jardim - Deputado Roberto Britto, eu quero cumprimentá-lo

pelo pronunciamento. Não surpreende a nós, que o conhecemos — a mim,

particularmente, que tenho tido a ventura de conviver com V.Exa. no âmbito da

Comissão de Desenvolvimento Urbano, onde V.Exa. é uma referência para todos nós,

ajuda a formular políticas públicas e é responsável pela condução da Comissão, ao

lado do nosso querido Presidente Manoel Junior. Esse tema que V.Exa. traz é um

tema da dimensão urbana. V.Exa. discorreu sobre a questão das motos e agora se

dedica à questão do trânsito. Vai muito de acordo com aquilo que tem sido a sua

militância, a sua pregação política. Quero acrescer a isso o seguinte fato: hoje a

Comissão de Viação e Transportes aprovou um requerimento de minha iniciativa para

que nós possamos fazer uma audiência pública — o requerimento foi subscrito pelos

Deputados Milton Monti e Edinho Araújo — exatamente sobre o tema que V.Exa.

propõe aqui. Eu próprio sou Relator de uma matéria e outras a ela foram apensadas,

num total de 12 projetos de lei que buscam exatamente a reformulação do Código de

Trânsito sob este aspecto da relação trânsito/bebida, que, com profundidade e

conteúdo, V.Exa. aborda aqui. Então, quero propor que isso possa persistir, que nós

possamos fazer essa audiência pública. Chegou, na semana passada, o projeto

aprovado pelo Senado Federal, o projeto Tolerância Zero. Confesso que tenho dúvida

se ele terá eficácia da forma como foi proposto, mas tenho certeza de que a mistura

bebida e direção produz muitos infortúnios e que precisamos nos aprofundar no

campo de caracterização penal, como V.Exa. propõe, no campo da capacidade de

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produzir outras provas ou outras questões que vão a ela se anexar. Então, parabéns

pelo pronunciamento. Meus agradecimentos pela Comissão de Desenvolvimento

Urbano e o meu pedido para que reforcemos a audiência, aprovada hoje e que vai

realizar-se no início do mês de março, que será um momento de convergência para

que possamos aprimorar e, por consenso, buscar a inovação, a renovação, o

aperfeiçoamento do nosso Código Nacional de Trânsito.

O Sr. Arnaldo Faria de Sá - Permite-me um aparte, nobre Deputado?

O SR. ROBERTO BRITTO - Quero agradecer ao Deputado Arnaldo Jardim as

suas palavras e, de público, parabenizá-lo pela brilhante palestra proferida ontem, na

abertura da nossa Conferência das Cidades. Realmente, as pessoas ficaram

encantadas com o pronunciamento de S.Exa.

Concedo o aparte ao Deputado Arnaldo Faria de Sá.

O Sr. Arnaldo Faria de Sá - Queria cumprimentar V.Exa. pelos dados

importantes sobre as mortes no trânsito. Há necessidade de modificarmos o Código

Nacional de Trânsito, acabarmos com a recusa ao teste do bafômetro. Isso é odioso

para todos nós. Os dados que V.Exa. traz são extremamente importantes, mostrando

que o DPVAT registra um número de mortes muito maior do que os dados do

Ministério da Saúde e os dados oficiais. Isso não pode continuar acontecendo. É um

alerta que V.Exa. traz a esta Casa com muita propriedade. Parabéns, Deputado

Roberto Britto.

O SR. ROBERTO BRITTO - Muito obrigado, Deputado Arnaldo Faria de Sá.

Concluindo, Sr. Presidente, destaco que em 20 de novembro, designado pela

ONU como Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito e seus

Familiares, houve manifestações nesse sentido em várias cidades brasileiras. Em São

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Paulo, a partir dessa data foi intensificada a coleta de assinaturas num documento a

ser enviado ao Congresso Nacional pedindo punição mais severa para os motoristas

que dirigem embriagados.

O Brasil aderiu, oficialmente, ao Plano de Ação da Década de Segurança no

Trânsito 2011-2020, lançado pela Organização Mundial da Saúde, por proposta da

Assembleia Geral das Nações Unidas. Criou, para isso, o Pacto Nacional pela

Redução dos Acidentes no Trânsito — Um Pacto pela Vida, que, sob a coordenação

dos Ministérios das Cidades e da Saúde e do DENATRAN, visa reduzir em até 50%,

nos próximos 10 anos, as mortes em acidentes de trânsito.

Trata-se de uma meta significativa, mas que só será atingida com a ampla

participação da sociedade e com a permanente melhoria das leis. O Congresso

Nacional, que há 3 anos aprovou a Lei Seca, deve continuar cumprindo o seu papel, o

papel de vigilante, de formador das leis, o papel de reciclar essas leis, mas, acima de

tudo, de melhorar as suas avaliações para que essas pessoas possam vir a ser

punidas.

Mais 1 minuto, Sr. Presidente. Quero falar sobre o nosso querido Partido

Progressista.

Ultimamente, o nosso Ministro das Cidades andou na berlinda. Nada foi

comprovado. Foi bom. O Ministro passou por uma revista geral. Nada se comprovou.

S.Exa. continua firme. Nosso partido continua unido, votando com a base do Governo.

Nós somos da base do Governo. Por isso estamos juntos. Praticamente 100% de

nossas votações são com o Governo. É isso o que queremos enfatizar.

Para ser Ministro é preciso estar constantemente exposto. As coisas podem

acontecer. Ninguém está isento. Mas o nosso Ministro continua firme. É probo,

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honesto, direito, competente e, acima de tudo, tem uma luta muito grande pela causa

pública, pela causa das cidades, o grande desafio deste nosso século.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Parabéns, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil é o quinto país do mundo em

mortes por acidentes no trânsito. O número total corresponde a duas vezes e meia o

registrado nos Estados Unidos e a mais de três vezes e meia o verificado na União

Europeia.

Para combater essa carnificina precisamos, entre outras medidas, endurecer

as leis e aumentar a fiscalização sobre os motoristas que dirigem embriagados ou

participam de pegas em vias públicas.

No início de novembro, ao divulgar os dados recolhidos em 2010 pelo Sistema

de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, o Ministro Alexandre

Padilha declarou que o País vive “uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no

trânsito”.

Os números anunciados pelo Ministro sustentam tal afirmação.

No ano passado, 40.610 pessoas morreram e 145 mil foram internadas em

consequência de acidentes de trânsito no Brasil. Em 9 anos, houve aumento de 24%

no total de mortes, sendo o crescimento significativamente maior no Norte, com 53%,

e no Nordeste, com 48%. Além disso, os acidentes fatais envolvendo motocicletas já

representam 25% do total.

A estatística assusta, porém, a realidade pode ser ainda pior.

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Num estudo técnico sobre mortes no trânsito, a Confederação Nacional de

Municípios (CNM) constatou que, por diferenças metodológicas, há fortes variações

entre os números coletados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), o

Ministério da Saúde e a administradora do Seguro contra Danos Pessoais Causados

por Veículos Automotores de Via Terrestre — DPVAT.

O DENATRAN elabora seus relatórios estatísticos a partir dos boletins lavrados

pela polícia, ou seja, só leva em conta as mortes no local do acidente. O Ministério da

Saúde usa a documentação do SUS, e muitas vezes os registros hospitalares deixam

de indicar como causa específica da internação o acidente de trânsito. Já a

administradora do DPVAT divulga o total de indenizações pagas por mortes no

trânsito, mas muitas pessoas não têm conhecimento da existência do seguro, de

modo que também aí é possível um registro menor do que o real.

Como resultado dessas diferenças, no ano de 2006, o último em que o estudo

da CNM comparou dados das três fontes, o DENATRAN registrou 19.910 mortes, o

Ministério da Saúde, 36.367, e a administradora do DPVAT, 63.776. Em 2008, o

DPVAT pagou 57.116 indenizações por morte, enquanto o Ministério registrou 38.273

óbitos; e em 2009, o DPVAT indenizou 53.052 mortes, e o Ministério apontou 37.594

mortes no trânsito.

Não cabe aqui discutir qual o dado mais correto. Todos são lamentáveis e,

acima de tudo, a vítima de acidente não é um simples número — é uma pessoa, cuja

morte poderia ter sido evitada se praticássemos um trânsito mais seguro, menos

desumano.

Chama a atenção, porém, no levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde,

o fato de que, entre 2002 e 2010, o total de óbitos no trânsito só caiu uma vez,

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justamente em 2009, o primeiro ano completo de vigência da Lei nº 11.705, de 2008, a

chamada Lei Seca, quando houve uma boa pressão popular por seu cumprimento. Foi

uma redução de 1,77%, que pode parecer pequena, mas significa 679 vidas

preservadas — e isso é o mais importante.

A redução demonstra que, com fiscalização severa, com disposição de punir os

motoristas irresponsáveis e promover um trânsito civilizado, podemos resguardar

muito mais vidas e tirar o Brasil desta triste condição de quase liderança mundial em

mortes por acidentes.

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego estima que o uso de bebidas

alcoólicas seja responsável por 30% dos acidentes de trânsito no País. Uma pesquisa

do Ministério da Saúde revelou que, em geral, nas Capitais onde mais pessoas

admitem que fazem uso excessivo de álcool, maior é a proporção de mortes por

acidente de trânsito sobre o número total de óbitos. Outro levantamento, em seis

Capitais, apontou que 27% dos motoristas acidentados tinham ingerido álcool.

Não faltam indicativos, portanto, da triste relação entre álcool e violência no

trânsito, mas também neste caso é provável que a realidade seja pior do que os

números. Trabalho realizado por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto,

analisando milhares de declarações de óbitos em 16 cidades da região, mostrou que o

álcool pode estar por trás de metade dos acidentes, e não de 30%, como considera a

maioria das estimativas.

Esse triste quadro justifica, sem dúvida, a existência de uma legislação rigorosa

e a garantia de punição aos motoristas que dirigem sob influência do álcool.

Quanto à lei, estamos bem situados.

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Uma lista elaborada pelo Centro Internacional para Políticas sobre o Álcool,

sediado em Washington, coloca o Brasil entre os 20 países que dispõem de legislação

mais rígida nessa área, no mesmo nível de nações mais desenvolvidas, como a

Noruega e a Suécia.

A Noruega foi, aliás, o primeiro país a criar leis específicas contra os que

bebem e dirigem, e seu limite de tolerância é o mesmo previsto no Brasil. Lá, porém,

se o motorista é surpreendido com índice elevado, perde a carteira por 1 ano, fica no

mínimo 3 semanas preso e tem obrigação de trabalhar na cadeia, além de pagar multa

proporcional à sua renda.

Em alguns Estados norte-americanos, a recusa ao teste do bafômetro implica

presunção de embriaguez e apreensão imediata do veículo e da carteira de

habilitação. Na França, o motorista que rejeita o teste é obrigado a fazer exame de

sangue para verificação da quantidade de álcool ingerida. No Reino Unido, além do

bafômetro, pode ser exigido teste de sangue ou urina do motorista suspeito, que, se

não cooperar, é preso por até 6 meses, perde o direito de dirigir por 1 ano e paga

multa equivalente a cerca de 14 mil reais.

Se nossa legislação é comparável a essas e considerada uma das mais rígidas

do mundo, infelizmente não se pode dizer o mesmo da sua efetividade, da garantia de

que os motoristas infratores serão punidos. Seja por falta de fiscalização, seja por

divergências no entendimento das diversas instâncias do Judiciário a esse respeito, a

lei tem sido muitas vezes ignorada.

No Superior Tribunal de Justiça, por exemplo, a jurisprudência da 5ª Turma

julga dispensável o teste de alcoolemia para configurar crime de embriaguez ao

volante. Já a 6ª Turma considera o teste indispensável, ainda que a embriaguez possa

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ser aferida por outros elementos de prova. A dúvida deverá ser resolvida pela 3ª

Seção do Tribunal, que decidirá quais os meios de prova legítimos para atestar a

embriaguez ao volante, mas ainda não há data prevista para o julgamento.

No Supremo Tribunal Federal, em julgamento de habeas corpus, a 1ª Turma

decidiu que “a responsabilização dolosa pela morte em direção de veículo automotor,

estando o condutor embriagado, pressupõe que a pessoa tenha se embriagado com o

intuito de praticar o crime”. Dessa forma, desclassificou a conduta imputada ao

acusado de homicídio doloso para culposo.

Por sua vez, a 2ª Turma do STF, em julgamento de outro habeas corpus, trouxe

ao menos um alento aos que lutam por um trânsito mais seguro, pois considerou que

a embriaguez ao volante sempre constitui crime, mesmo que não venha a causar

dano.

Como se vê, Sr. Presidente, ainda há questões de interpretação impedindo que

a nossa legislação atinja plenamente seus objetivos e funcione como forte inibidora da

violência no trânsito.

Por isso, apresentei à Casa, em outubro passado, o Projeto de Lei nº 2.467, de

2011, que modifica o Código de Trânsito Brasileiro. Seu objetivo é tipificar como

doloso o crime praticado por motorista que dirige em estado de embriaguez, participa

dos chamados pegas em via pública ou imprime ao veículo velocidade que ultrapasse

em 50 quilômetros o limite máximo admitido na via.

Assim, se aprovada essa proposição, superaremos a divergência em torno do

assunto, deixando de lado a desculpa de que seria necessário, para caracterizar o

dolo, comprovar a intenção de se embriagar para cometer o delito. O crime de trânsito

praticado em estado de embriaguez, ou durante a participação em pega, ou em

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velocidade abusiva passará a ser sempre doloso, pois é claro que, nessas condições,

o motorista assume o risco de vir a causar lesão corporal ou morte em eventual

acidente.

Tenho certeza de que esse é o desejo da maciça maioria da população, que

não suporta mais a tragédia do nosso trânsito, espelhada nos dados do Ministério da

Saúde: 111 mortes por dia, mais de 5 por hora, uma a cada 13 minutos.

Na imprensa, na Internet, nas ruas é cada vez maior a pressão da sociedade

para que não apenas tenhamos uma legislação rigorosa, mas que ela seja de fato

cumprida. Ao tempo em que as mortes no trânsito chocam e entristecem, a

impunidade dos criminosos causa indignação e perda de confiança nas autoridades e

nas instituições.

Em 20 de novembro, designado pela ONU como Dia Mundial em Memória das

Vítimas de Acidentes de Trânsito e seus Familiares, houve manifestações nesse

sentido em várias cidades brasileiras. Em São Paulo, a partir dessa data foi

intensificada a coleta de assinaturas num documento a ser enviado ao Congresso

Nacional pedindo punição mais severa para os motoristas que dirigem embriagados.

O Brasil aderiu, oficialmente, ao Plano de Ação da Década de Segurança no

Trânsito 2011-2020, lançado pela Organização Mundial da Saúde, por proposta da

Assembleia Geral das Nações Unidas. Criou, para isso, o Pacto Nacional pela

Redução dos Acidentes no Trânsito — Um Pacto pela Vida, que, sob a coordenação

dos Ministérios das Cidades e da Saúde e do DENATRAN, visa reduzir em até 50%,

nos próximos 10 anos, as mortes em acidentes de trânsito.

Trata-se de uma meta significativa, mas que só será atingida com a ampla

participação da sociedade e com a permanente melhoria das leis. O Congresso

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Nacional, que há 3 anos aprovou a Lei Seca, deve continuar cumprindo sua tarefa, e

um grande passo será reforçar o teste do bafômetro, estabelecendo a presunção de

embriaguez para aqueles que se negarem a realizá-lo.

É a conclamação que faço, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, lembrando,

com tristeza, que no período de apenas 25 minutos, previsto para este

pronunciamento, dois brasileiros podem ter morrido, vítimas da crueldade do nosso

trânsito.

Vamos trabalhar, todos juntos, para acabar com essa chacina!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Está inscrito no Grande Expediente o

Líder do Partido dos Trabalhadores, Deputado Paulo Teixeira, do PT de São Paulo.

Antes de S.Exa. se pronunciar, o Deputado Paulo Magalhães pediu 1 minuto.

Depois, Arnaldo Faria de Sá.

O SR. PAULO MAGALHÃES (PSD-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, é para lembrar ao Presidente Marco Maia uma ação efetiva quanto ao

desaparecimento do vaso de arruda do hall do nosso prédio.

Já alertei algumas vezes o Presidente de que é a integridade dos Deputados

que está ameaçada. Até então recebi uma correspondência dizendo que o processo

estava sobrestado. Eu recorri a ele pedindo que o reabrisse, justamente para

preservar a integridade dos Deputados, porque na nossa atividade nós estamos

vulneráveis.

Imagine V.Exa. que o hall de um apartamento habitado por um Deputado foi

violentado, um vaso de arruda foi levado, e até então nenhuma providência foi

tomada. Eu me vi na obrigação de cobrar mais uma vez do Presidente, porque daqui a

pouco os ladrões vão embora, deixam o prédio, e nenhuma providência é tomada por

esta Casa.

Quero agradecer a V.Exa. e voltar a lembrar ao Presidente Marco Maia que é a

integridade dos Deputados que está ameaçada.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Peço compreensão ao Deputado

Paulo Teixeira.

Com a palavra o Deputado Arnaldo Faria de Sá, por 1 minuto.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Obrigado, Presidente. Agradeço também ao Deputado Paulo Teixeira.

Quero apenas registrar que no último final de semana, em São Paulo, foi

realizado o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, um grande evento para a cidade.

Quero cumprimentar desta tribuna Tamas Rohonyi, responsável pela organização.

São Paulo foi mostrada para o mundo num grande evento, extremamente importante.

Eu, que já fui Secretário de Esportes de São Paulo, tive oportunidade de participar

diretamente do evento, e, como Secretário de Governo, de renovar o contrato da

Fórmula 1 com Interlagos. Neste momento, quero cumprimentar Tamas Rohonyi, que

é o grande realizador desse evento.

Aproveito, Sr. Presidente, para registrar, com tristeza, o falecimento do Dr.

Brentani, Presidente da Fundação Antônio Prudente, hospital importante de São

Paulo. Sem dúvida nenhuma, lamento a perda abrupta, por infarto, do Dr. Brentani,

que certamente fará muita falta para o tratamento oncológico no nosso Estado e no

nosso País.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Para uma questão de ordem, concedo

a palavra ao Deputado Duarte Nogueira.

O SR. DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP. Questão de ordem. Sem revisão do

orador.) - Questão de ordem, Presidente, com base no art. 82, § 2º, do Regimento

Interno:

“Art. 82. ........................................................

§ 2º Havendo matéria a ser votada e número legal

para deliberar, proceder-se-á imediatamente à votação,

interrompendo-se o orador que estiver na tribuna.”

Nós já temos 335 Parlamentares que registraram presença, número bem além

dos 257 necessários para iniciarmos deliberação. Há matéria sobre a mesa, a Medida

Provisória nº 542, de 2011, trancando a pauta, já lido o relatório.

Portanto, peço a V.Exa. que dê cumprimento ao nosso Regimento e inicie a

votação da Medida Provisória nº 542.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Para

contraditar, Sr. Presidente, digo que estamos ainda no Grande Expediente. O orador

que foi inscrito tem o direito de falar.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - O Deputado Duarte Nogueira tem

razão. Estamos aguardando a chegada da pauta da Ordem do Dia. Nós a iniciaremos

assim que chegar.

S.Exa. tem razão, mas não podemos começar sem que a Presidência chegue,

sem que o Secretário-Geral chegue.

Nós acolhemos a sua questão de ordem.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Décio Lima.

O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, prezado Líder, eu não quero falar. Apenas quero que receba meu

pronunciamento como lido.

Obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a inclusão digital no Brasil tem

superado desafios e estabelecido políticas públicas baseadas no desenvolvimento de

ações voltadas para uma visão de sociedade inclusiva.

O Projeto de Inclusão Digital do Governo Federal foi iniciado no final de

novembro de 2005, com o Programa Computador para Todos, do Projeto Cidadão

Conectado.

As ações do Ministério da Educação, através da Diretoria de Tecnologia do

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), fundamentadas nas

inovações tecnológicas, têm como base três vertentes: infraestrutura, capacitação e

conteúdos.

Em termos de banda larga para a educação, por exemplo, a estimativa do

Governo Federal é atender a 35 milhões de alunos até o final deste ano com o

Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE).

Garantir o acesso à Internet, de forma rápida e eficaz, é dar oportunidade a

muitas crianças, adolescentes e jovens de se conectarem com o mundo através da

Rede Mundial de Computadores.

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Desde o início da vida escolar, a utilização dessas ferramentas despertam a

capacidade de aprendizagem, sendo essenciais para a inserção da população

brasileira no mercado futuro. É um impulso que vai fazer a diferença lá na frente da

vida dessas crianças.

O Programa Banda Larga nas Escolas é hoje o programa de inclusão digital de

maior capacidade e capilaridade. Somente no primeiro trimestre deste ano foram

atendidas 29,4 milhões de pessoas. Atualmente, cerca de 60 mil instituições

educacionais públicas em área urbana estão conectadas à Internet de alta velocidade,

em laboratórios de informática.

Apesar da popularização da Internet e a disseminação de ferramentas como

Facebook, Twitter, Orkut, Blog, o acesso à conectividade ainda é visto como uma

novidade pelos estudantes.

Com os investimentos do Governo Federal voltados para a democratização da

Internet nas escolas de todo o País, vamos alcançar patamares de igualdades sociais

também na questão da inclusão digital.

Em 2008, o MEC também lançou portais de conteúdo e interação na Internet

para atender às necessidades de alunos, docentes e pesquisadores, possibilitando a

criação de um amplo canal de troca de experiências e fonte de conhecimento.

Segundo o Diretor de Tecnologia do FNDE, Wellington Maciel, a geração de conteúdo

também está na meta do Governo Federal para a educação.

Entre os portais disponíveis na Internet estão: Portal do Professor, Domínio

Público, Banco Internacional de Objetos Educacionais e o e-ProInfo. Só o Portal do

Professor, em maio de 2011, teve cerca de 1 milhão de acessos. Já o Banco de

Objetos Educacionais recebe, em média, 2 milhões de buscas a cada 30 dias e tem

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mais de 13 mil objetos catalogados. O e-ProInfo, que oferece multicursos e

capacidade de gestão acadêmica, tem mais de 100 mil estudantes utilizando esses

serviços. E o Domínio Público conta com obras literárias e músicas brasileiras à

disposição dos estudantes.

O MEC agora tem como meta abrir o Portal do Aluno, cujo projeto-piloto está

em fase de testes em 300 escolas do País. Outra inovação que está sendo discutida é

a política de implantação de tablets nas escolas públicas.

Portanto, Sr. Presidente, diante dessas importantes premissas estabelecidas

pelo Governo Federal, sob o comando da nossa Presidenta Dilma Rousseff, temos

garantido às nossas crianças, adolescentes e jovens oportunidades de efetiva

inclusão digital. Os investimentos em tecnologia e acesso à Internet terão contribuição

direta e determinante no futuro dessa nova geração que estamos formando hoje.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Passamos a palavra ao Deputado

Paulo Teixeira. S.Exa. tem 25 minutos, para fechar o Grande Expediente de hoje.

O SR. PAULO TEIXEIRA (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Amauri Teixeira, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna fazer uma avaliação do

Governo da Presidenta Dilma Rousseff, uma vez que estamos em dezembro,

fechando o primeiro ano deste novo Governo do Partido dos Trabalhadores e dos

seus aliados.

A Presidenta Dilma Rousseff recebeu do ex-Presidente Lula uma herança

bendita; uma herança de um país que cresce, que gera empregos, que distribui renda;

uma herança de um país que diminuiu a sua dívida pública, que estava em 60% do

PIB e que passou para 38%; um país inserido internacionalmente, com muito

prestígio, cuidando dos seus temas fundamentais e essenciais, diminuindo as

desigualdades regionais, investindo na infraestrutura de portos, aeroportos, ferrovias.

Enfim, foi um governo que passou o bastão para a Presidenta Dilma Rousseff, que fez

parte do centro desse governo. O Presidente Lula passou para a Presidenta Dilma

Rousseff um governo muito bem-sucedido e pronto para cumprir com seus novos

desafios.

Neste um ano, a Presidenta Dilma Rousseff atuou com muita competência.

Terminamos este primeiro ano no mesmo ritmo de crescimento, de geração de

empregos, de distribuição de renda. A Presidenta Dilma Rousseff tem, ao longo deste

ano, mantido o País protegido da crise internacional, aquela crise profunda do

capitalismo, no seu modelo neoliberal, que atingiu os Estados Unidos em 2009 e se

espraiou pela Europa em 2010 e 2011. O Brasil se viu protegido desta crise, adotando

todas as políticas capazes de fazer com que o Brasil... Enquanto eles estancam, nós

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crescemos; enquanto eles desempregam, nós empregamos; enquanto eles

concentram renda, nós distribuímos renda no nosso País.

Esse foi o programa da Presidenta Dilma Rousseff este ano. Do ponto de vista

econômico, quais foram as medidas adotadas? Ela fez uma correção necessária de

rumos, tendo em vista que em 2009 o Brasil teve que fazer grandes investimentos

para não entrar na crise financeira internacional. O Estado atuou, incentivou o

investimento, fez e forneceu crédito, enfim, atuou de forma vigorosa para evitar a

entrada do Brasil na crise americana; e, por isso, tivemos que desmanchar o superávit

primário.

E agora, em 2011, a Presidenta Dilma Rousseff refaz o superávit primário e

garante aquele que vem sendo um dos pilares da política tanto do Presidente Lula

quanto da Presidenta Dilma Rousseff: a disciplina fiscal. Com isso, os organismos de

rating, que avaliam as contas públicas, reconhecidamente, deram nota positiva ao

Brasil no final deste ano. O Brasil, que tinha nota BB menos, passou à nota BB mais, e

conseguiu, diferentemente do que aconteceu nos Estados Unidos, na Itália e em

outros países europeus, elevar a sua nota, e aqueles países tiveram suas notas

rebaixadas por essas agências que atuam na avaliação das contas públicas.

Foi muito importante o que também foi feito na direção de mudar a forma de se

fazer ajuste, como vinha sendo feito no Governo Fernando Henrique. No Governo

Fernando Henrique como é que se fazia ajuste? Faziam-se cortes nos gastos

públicos, independentemente de compromisso com a área social.

O que fez o Governo Lula e, agora, o Governo da Presidenta Dilma Rousseff?

Fizeram ajustes para cortar aqueles gastos desnecessários; fizeram economias, mas

mantiveram os investimentos do PAC, do Programa Minha Casa, Minha Vida, do

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Bolsa Família, do reajuste do salário mínimo, enfim, todas as políticas sociais foram

preservadas neste ano, mostrando que o Brasil não pode sacrificar a saúde, nem a

educação, nem o conjunto das políticas sociais, porque o Brasil tem um programa de

proteção social.

Foram muito importantes os mecanismos de ampliação do mercado interno, do

crédito, além de mecanismos de proteção do mercado interno, em relação ao ataque

que esse mercado vem sofrendo, numa conjuntura em que não há consumo na

Europa, não há consumo no Japão, não há consumo nos Estados Unidos e os países

industrializados atacam as economias dos países emergentes, porque aqui há

mercados vibrantes, consumidores, e aqui eles tentam despejar todo tipo de produto,

sem respeitar as leis internacionais.

O Brasil lutou para proteger a indústria nacional, lutou para proteger o emprego.

Foi nessa direção que o Estado atuou, e muito bem, quando tomou medidas para

evitar aquela enxurrada de capital especulativo, para que, no momento em que os

países despejassem carros aqui, também se exigissem critérios para que essas

empresas viessem e se instalassem em nosso País.

Por isso, queremos dizer que foram muito importantes essas políticas, e a

Presidenta Dilma Rousseff continuou uma política iniciada no Governo do Presidente

Lula, de tratar a corrupção como tema de Estado, um combate a ser feito,

cotidianamente, de valorização da Procuradoria-Geral da República, escolhendo o

mais votado entre os procuradores; de valorização da Polícia Federal; e de

valorização da Controladoria-Geral da União.

Nós aprovamos, nesta Casa, o projeto de lei de acesso a documentos públicos.

Daqui para frente, qualquer órgão público do Brasil terá que disponibilizar todos os

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documentos públicos relativos às suas contas, aos seus contratos, ao seu contrato de

pessoal. Por isso, essa política de combate à corrupção se complementa agora com a

votação nesta Casa de um projeto de lei de combate ao corruptor. Isso é importante,

porque nessa relação que se configura a corrupção há um lado, que é o do corrupto, e

outro, o do corruptor. E a legislação sempre se direcionou mais fortemente para o

combate ao corrupto e não ao corruptor. A Presidenta Dilma Rousseff fez o trabalho

importante de combater a corrupção como uma política de Estado, dando

continuidade ao que vinha sendo feito pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quero dizer que a Presidenta Dilma Rousseff deu um passo a mais na ruptura

com o modelo neoliberal — um modelo neoliberal que vinha dos Governos Collor e

Fernando Henrique. Essa transição de ruptura começou no Governo do Presidente

Lula, teve vários estágios, e o mais elevado deles foi a atuação do Estado brasileiro

para evitar a crise de 2009.

A Presidenta Dilma Rousseff atuou agora na crise de 2011 alinhando a política

econômica à política monetária, incidindo sobre a redução de juros e, mais uma vez,

provocando o efeito colateral de economia nas finanças públicas, para investir em

programas sociais ou garantir a higidez das contas públicas.

Esse alinhamento da política econômica com a política monetária faz com que

nós tenhamos um cenário adiante de diminuição dos juros aplicados, através da taxa

SELIC, que acabam remunerando os títulos públicos, e, ao remunerar os títulos

públicos, resulta também um alto pagamento na conta de juros. E a economia no

pagamento da conta de juros gera maior higidez nas contas públicas e maior

investimento social.

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O Governo agiu corretamente — e a Oposição tem que fazer a autocrítica

desse aspecto — quando enviou um programa de valorização do salário mínimo. O

que virá agora, no início do próximo ano, para o combate à crise econômica mundial e

para dar mais vigor à economia brasileira? É exatamente a valorização do salário

mínimo, cerca de 13% a 14% de valorização do salário mínimo, fazendo com que a

massa salarial dos mais pobres aumente, transforme-se em consumo, e este

consumo transforme-se em combustível para a economia brasileira.

Ao mesmo tempo, este Governo lançou o Programa Brasil sem Miséria; o

PRONATEC ampliou o Programa de Construção de Escolas Técnicas Federais; o

Plano Nacional de Educação, que é uma grande medida para nós fazermos a

transição para uma economia do conhecimento, investindo na educação, em ciência,

tecnologia e inovação; lançou o estímulo para a micro e a pequena empresa, que foi o

Super-SIMPLES; o Plano Brasil Maior, de incentivo à inovação, à exportação e

proteção à indústria brasileira; o Programa Minha Casa, Minha Vida, com mais 1

milhão de novas unidades. E esta Câmara também apreciou e votou a Emenda nº 29.

Por isso, Sras. e Srs. Deputados, nós temos as grandes questões nacionais

sendo tratadas neste Governo. Nós vivemos um momento privilegiado da vida do

Brasil. E que momento é este? O momento em que podemos dar o salto de

desenvolvimento que tanto requeremos. Além de as políticas estarem na direção

correta, do retorno à industrialização, à diminuição de juros, à correção no câmbio, de

incentivo à indústria nacional, os recursos do pré-sal têm uma destinação para nos

levar a uma sociedade de conhecimento. Como? Investindo em educação, investindo

em inovação, em ciência e tecnologia; em segundo lugar, garantindo maior equilíbrio

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social na sociedade brasileira, erradicando a miséria, diminuindo as desigualdades

sociais; em terceiro lugar, investindo no meio ambiente.

O Sr. Mauro Benevides - V.Exa. me permite, nobre Deputado?

O SR. PAULO TEIXEIRA - Se V.Exa. aguardar um pouquinho, Senador Mauro

Benevides, já concedo a palavra a V.Exa.

O Brasil vive um momento privilegiado para dar um salto no seu

desenvolvimento, salto esse que representa o aprofundamento da entrada da

economia brasileira na economia do conhecimento, que representa a diminuição das

desigualdades sociais, que representa, igualmente, a possibilidade de termos

aperfeiçoamento democrático e modernização institucional.

Tivemos, nesse período, importante inserção internacional. O Brasil passou de

devedor a credor do Fundo Monetário Internacional, e agora é chamado a ajudar, a

socorrer as economias centrais que estão em crise. O Brasil tem um papel relevante

no grupo das 20 nações mais desenvolvidas, e aqui no MERCOSUL aposta no seu

desenvolvimento, assim como aposta no desenvolvimento da UNASUL.

É fundamental aqui destacar o papel que o Partido dos Trabalhadores teve

neste ano aqui no Congresso Nacional, assim como o papel dos demais partidos da

base do Governo. Conseguimos, aqui, defender as políticas do Governo da

Presidenta Dilma Rousseff, não só o Partido dos Trabalhadores. Todos os partidos da

base foram importantes para a defesa do Governo, dos seus Ministros e dos seus

programas. Defendemos, igualmente, matérias importantes e aprovamos matérias

importantes, como a política do salário mínimo e mudanças no Código Florestal.

Assim, aproveito para aqui repassar a posição do Partido dos Trabalhadores.

Votamos favoráveis ao relatório Aldo Rebelo, na parte em que ele melhorava as

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condições da agricultura; votamos contrários a uma série de equívocos que estavam

no relatório, votamos contrários à Emenda nº 164.

Esta Casa também teve um papel importante na votação da Emenda nº 29.

O Sr. José Rocha - Peço um aparte a V.Exa, Deputado.

O SR. PAULO TEIXEIRA - Peço a V.Exa. que aguarde apenas 1 minuto,

Deputado.

Também levantamos um debate, necessário para o País, sobre o

financiamento da saúde, assunto que deve ser desenvolvido; retomamos as matérias

relacionadas ao mundo do trabalho, à diminuição da jornada do trabalho; apoiamos a

PEC do fim do trabalho escravo; apoiamos a nova forma para o fator previdenciário;

questionamos o projeto de terceirizações que está tramitando nesta Casa e estamos

contribuindo para o aperfeiçoamento da criação do fundo de previdência dos

servidores.

Quero colocar agora, para depois conceder os apartes, os desafios que vejo

pela frente. Temos alguns desafios e quero enumerá-los aqui. O primeiro deles é não

permitir que o Brasil seja atingido pela crise internacional. O Congresso Nacional tem

o dever de dar ao Governo e ao Estado brasileiro todas as ferramentas para que nós

não ingressemos nessa crise internacional. Nós precisamos nos proteger dessa crise,

que é grave. O País tem que ter uma vigilância elevada, para que nós não

ingressemos nessa que é uma crise importante.

Em segundo lugar, precisamos fazer a reforma política. As instituições políticas

têm que estar harmonizadas com o País. E o centro da reforma política, na visão do

Partido dos Trabalhadores, é romper com a captura que o financiamento privado faz

dos grupos econômicos em relação às instituições políticas. Nós temos que romper

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esse laço para fazer com que a política seja de todos, para que todos possam disputar

cargos públicos, independente de terem ou não recursos, e para que todos possam ter

independência em relação ao poder econômico.

Em segundo lugar, uma segunda reforma é importante: a tributária. Nós temos

uma base tributária regressiva no Brasil. Quem paga impostos no Brasil,

proporcionalmente à sua renda, são os pobres. Os pobres pagam impostos de forma

exagerada em relação à sua renda, e a carga tributária em relação aos ricos é baixa, é

desproporcional.

Nós temos que fazer uma reforma tributária que faça com que os ricos e

aqueles que detêm muito patrimônio paguem mais tributos e liberemos os pobres do

pagamento dos tributos. No Brasil, os tributos incidem sobre o consumo e não sobre a

renda, não sobre o patrimônio.

Uma terceira reforma que julgamos importante é a reforma do Estado brasileiro.

Diferentemente do que falam os neoliberais, o Estado brasileiro tem que dar conta das

suas tarefas: educação, saúde, segurança, regulação e estar presente em todo o

território nacional.

Nós ainda temos espaços no território que não dispõem da presença do

Estado. Olhem a Região Norte, olhem a Região Nordeste, olhem alguns lugares da

Região Centro-Oeste e até mesmo as periferias das Regiões Sul e Sudeste e verão

que não há a presença do Estado nessas regiões, não há justiça, não há advocacia

pública, não há médicos, não há professores. Nós temos que levar o Estado para as

regiões de fronteira, para as regiões longínquas, para as regiões distantes.

E, por último, nós precisamos rever a legislação da mídia. Por quê? Essa

legislação é de 1962, 49 anos. Nós precisamos conformar um debate público com a

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participação da sociedade, com a participação dos empresários, com a participação

de todos os segmentos, e trazer para o Legislativo a revisão da legislação, para dar

voz a todos que habitam este País.

E, por fim, nós precisamos garantir uma sociedade sustentável, do ponto de

vista ambiental. Nós temos cinco importantes biomas no Brasil, que são favoráveis

para que nós tenhamos um ciclo natural de chuvas, que irrigam a nossa agricultura

gratuitamente.

Temos energia limpa, pela capacidade de produção de energia hidroelétrica e

pela disponibilidade hídrica. Temos uma biodiversidade que pode alavancar uma

indústria farmacêutica e uma indústria química muito importante no Brasil. E é por isso

que eu defendo que nós temos que levar para a Amazônia uma economia de altíssimo

nível, de conhecimento avançado. Nós temos que transformar a Região Amazônica

no Vale do Silício, para que aquela exploração que nós temos no Brasil seja uma

exploração moderna.

Por isso, quero trazer aqui não só uma avaliação positiva, e muito positiva, que

tenho do Governo da Presidenta Dilma Rousseff, mas também do papel que esta

Casa tem. E, assim, parabenizo o seu Presidente efetivo, Deputado Marco Maia.

Parabenizo as bancadas do PMDB, do PSB, do PDT, do PCdoB, do PP, do PTB, do

PR, enfim, as bancadas que deram sustentação ao Governo da Presidenta Dilma e as

demais bancadas. Parabenizo o Líder do Governo, Deputado Cândido Vaccarezza.

Parabenizo todas as Sras. e os Srs. Deputados.

E falo também dos desafios. Nós podemos, neste momento, dar um salto de

desenvolvimento na sociedade brasileira e levar essa sociedade a ser uma sociedade

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de desenvolvimento elevado, ser uma potência média, que vai poder dar também as

cartas no destino da humanidade.

Passo aqui a palavra aos Deputados que querem fazer um aparte. Começo por

S.Exa. o nosso Senador, que já foi Presidente da República, o Deputado Mauro

Benevides.

O Sr. Mauro Benevides - Nobre Líder Paulo Teixeira, V.Exa. faz uma

retrospectiva da atuação simultânea do Poder Legislativo e do Poder Executivo. Com

as políticas públicas que foram examinadas pelo Congresso, nós cumprimos

realmente nosso dever, aperfeiçoando documentos oficiais, mensagens e medidas

provisórias. Naturalmente, neste ano legislativo, nós podemos nos regozijar por tudo

aquilo que a Câmara dos Deputados cumpriu e o Senado Federal, no bicameralismo

existente entre nós, também buscou cumprir até hoje. Lamento apenas que nós

tenhamos transferido para a próxima sessão legislativa a reforma política, a que

V.Exa. aludiu há poucos instantes. É uma discussão recente e, como V.Exa. se

encontrava na tribuna, este fato não lhe deve ter sido trazido ao conhecimento. Houve

uma decisão proposta pelo próprio Relator Henrique Fontana no sentido de que, com

o parecer devidamente elaborado, nós retomássemos sua discussão apenas a partir

de fevereiro, significando, portanto, que há realmente uma preocupação em legarmos

ao País uma legislação em condições de fazer com que os pleitos se realizem dentro

de princípios éticos inafastáveis.

O SR. PAULO TEIXEIRA - Obrigado a V.Exa.

Concedo um aparte à Deputada Rebecca Garcia e, em seguida, aos

Deputados José Rocha, Vicentinho e Amauri Teixeira.

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A Sra. Rebecca Garcia - Deputado Paulo Teixeira, parabenizo V.Exa. pelas

palavras, pelo seu trabalho e pela sua liderança, que vai além do seu partido e do seu

Estado. O Estado do Amazonas tem em V.Exa. um grande companheiro, tanto é que o

agraciou com o título de Cidadão Amazonense. Por isso, parabenizo V.Exa., e que

possa fazer ainda mais por outros Estados do nosso País.

O SR. PAULO TEIXEIRA - Obrigado, Deputada Rebecca.

Concedo um aparte ao Deputado José Rocha.

O Sr. José Rocha - Ilustre Líder do PT, Deputado Paulo Teixeira, quero

associar-me ao pronunciamento que V.Exa. faz nesta tarde, na Câmara dos

Deputados, e dizer da nossa satisfação com o fato de a Presidenta Dilma ter dado ao

nosso Estado da Bahia a oportunidade de sediar mais duas universidades federais —

a Universidade Federal do Oeste da Bahia e a Universidade Federal do Sul da Bahia

—, bem como diversas escolas técnicas e profissionais, além da nossa grande

Ferrovia Leste-Oeste, fator estruturante de desenvolvimento do nosso Estado.

Portanto, eu me associo a V.Exa. e parabenizo-o pelo grande pronunciamento que faz

na tarde de hoje.

O SR. PAULO TEIXEIRA - Obrigado a V.Exa.

O Sr. Vicentinho - Estimado companheiro, Deputado Paulo Teixeira, nosso

companheiro Paulinho, o tempo está muito em cima, mas quero apenas

parabenizá-lo, agradecer-lhe pela liderança que V.Exa. tem exercido frente à nossa

bancada, a maior desta Casa, com generosidade, com paciência, com firmeza. Eu

particularmente estou muito feliz com o seu trabalho durante todo este ano. Como

V.Exa. não se pronuncia no Grande Expediente a todo momento, quero publicamente

dizer que o Estado de São Paulo se sente orgulhoso de seu mandato. Fico muito feliz

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de ser seu parceiro nessa caminhada. Parabéns a V.Exa. pelo pronunciamento,

pronunciamento de grandeza maior a respeito do nosso País, do que o Governo vem

fazendo e do papel exercido por quem quer, de fato, construir um novo Brasil.

Parabéns a V.Exa.!

O SR. PAULO TEIXEIRA - Deputado Fernando Ferro.

O Sr. Fernando Ferro - Prezado companheiro, amigo e Líder Paulo Teixeira,

V.Exa. fez um balanço importante, e eu só quero complementar, dizendo que, por tudo

isso que V.Exa. traz aqui, vivemos um momento particular na história do País, que é a

conjugação da vida do povo, que está melhorando, com a democracia implantada,

porque já se gerou riqueza neste País, e o povo não teve acesso a ela. Já se gerou

riqueza, e nós não tivemos liberdade. Hoje nós gozamos de liberdade e de melhoria

econômica com democracia. V.Exa. expressou muito bem esse sentimento no

pronunciamento em que avalia este Governo vitorioso, que dá sequência à gestão do

Presidente Lula. Parabéns a V.Exa. pelo pronunciamento!

O SR. PAULO TEIXEIRA - Muito obrigado, Deputado Fernando Ferro.

Deputado Amauri Teixeira.

O Sr. Amauri Teixeira - Quero inicialmente parabenizá-lo por sua atuação,

pela brilhante síntese apresentada em seu discurso, e quero atestar suas palavras.

Estive em Cartagena representando a Comissão de Seguridade e percebi que a

confiança na Presidenta Dilma é absoluta. Dos dezessete representantes de países

distintos, o Brasil é unanimidade. Há uma confiança no Brasil e nas políticas

implementadas tanto por Lula como pela Presidenta Dilma. Quero corroborar suas

palavras.

O SR. PAULO TEIXEIRA - Deputado Edinho Araújo.

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O Sr. Edinho Araújo - Meu caro Líder Paulo Teixeira, quero apenas saudá-lo e

cumprimentá-lo pela síntese, pelo balanço que faz e pelas atividades. Aproveito a

oportunidade para saudar o Presidente Marco Maia pela presidência dos trabalhos e

pela produtividade da Câmara dos Deputados este ano. Saúdo V.Exa. pela sua

liderança e pela liderança de todos os partidos que compõem a base e os partidos de

oposição, destacando o papel do nosso Líder Henrique Eduardo Alves. Nós

acreditamos que o que faltou este ano, ou seja, a reforma política, cujo Relator foi o

Deputado Henrique Fontana, possa ser complementado no próximo ano. Parabéns a

V.Exa. pelo belo pronunciamento que faz nesta tarde!

O SR. PAULO TEIXEIRA - Obrigado, Deputado Edinho Araújo. Eu também já

cumprimentei o Líder Henrique Eduardo Alves. Agradeço a V.Exa. por suas palavras.

Ouço o Deputado Milton Monti.

O Sr. Milton Monti - Quero somar-me às palavras do Deputado e Líder Paulo

Teixeira, meu colega na Assembleia Legislativa de São Paulo. Tinha certeza de que

sua atuação nesta Casa seria ainda mais brilhante do que em São Paulo, como

Deputado Estadual. Quero somar-me também às palavras de apoio ao Governo da

Presidenta Dilma, que realiza um grande trabalho e coloca o Brasil numa situação

econômica privilegiada. Nós estamos crescendo, estamos com estabilidade e,

inclusive, numa situação muito melhor do que a de vários países desenvolvidos do

mundo. Então fica o reconhecimento por sua luta, por seu trabalho, e o nosso apoio

por tudo aquilo já realizado pela Presidenta Dilma Rousseff.

O SR. PAULO TEIXEIRA - Agradeço a V.Exas. os apartes e as palavras

carinhosas à minha pessoa. É uma honra viver neste momento do nosso País.

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Este Parlamento é constituído de toda a riqueza que tem o Brasil, um país em

que as religiões convivem harmonicamente, um país que tem grande diversidade

racial, mas nenhuma disputa dessa natureza.

Espero que este País possa dar o seu salto e criar uma civilização avançada

abaixo dos trópicos, que cresce, que se desenvolve e que seja equilibrada,

sustentável e potente social, econômica e ambientalmente.

Deixo aqui o meu abraço a V.Exas.

Muito obrigado.

O Sr. Amauri Teixeira, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Inocêncio Oliveira, 3º Secretário.

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O SR. SILAS CÂMARA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. SILAS CÂMARA (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero registrar a presença, nesta Casa, do Pastor Samuel Câmara,

Pastor da Igreja-Mãe da Assembleia de Deus em Belém do Pará, Presidente de Honra

da Convenção Estadual das Assembleias de Deus do Estado do Amazonas e

Presidente da Rede Boas Novas de Comunicação, Sr. Presidente.

O Pastor Samuel, que faz um trabalho importantíssimo para a sociedade, para

o Brasil e para os amazônidas, está nos visitando.

Neste ano a Assembleia de Deus completa 100 anos. Tudo isso se iniciou em

Belém do Pará, na Região Norte, numa festa.

Toda aquela região compreendeu um movimento que teve a presença não

apenas do Brasil, mas de todo o mundo, reconhecendo a importância daquela região

e do trabalho desse grande homem de Deus. Marca a sua época e a história do Brasil

com um trabalho silencioso, eficiente, comprometido com as pessoas, comprometido,

primeiro, com o Reino de Deus e com o resultado, que também é para o Reino de

Deus.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Antes de conceder a palavra ao

ilustre Deputado Eduardo Azeredo, cancelo a Ordem do Dia. Não haverá sessão

extraordinária. Vamos levar esta sessão até as 19 horas, para que possamos cumprir

todo o trabalho.

Podem ficar tranquilos, ficarei até as 19 horas, para conceder a palavra a todos

aqueles que desejam utilizá-la.

Repito que fica cancelada a Ordem do Dia, que não haverá sessão

extraordinária e que esta sessão irá até as 19 horas.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Antes de dar prosseguimento à

sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte

Ato da Presidência

Nos termos do § 2º do art. 202 do Regimento

Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial

destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à

Constituição nº 368-A, de 2009, do Sr. Carlos Bezerra, que

“dá nova redação ao art. 42 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias, ampliando o prazo em que a

União deverá destinar às regiões Centro-Oeste e Nordeste

percentuais mínimos dos recursos destinados à irrigação”.

A Comissão será composta de 25 (vinte e cinco)

membros titulares e de igual número de suplentes, mais

um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as

bancadas não contempladas, designados de acordo com

os §§ 1º e 2º do art. 33 do Regimento Interno.

Brasília, 30 de novembro de 2011

Marco Maia

Presidente da Câmara dos Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Quero comunicar à Casa que o

Presidente Marco Maia, amanhã, assumirá a Presidência da República e que, às 14

horas, os integrantes da Mesa vão lhe prestar homenagem no Palácio do Planalto.

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O SR. EDUARDO AZEREDO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, hoje pela manhã, em reunião da Comissão de Relações

Exteriores, o Deputado Hugo Napoleão levantou um assunto que exige manifestação

firme do Governo brasileiro, por intermédio do Itamaraty. Trata-se da invasão da

Embaixada do Reino Unido no Irã, que não pode passar sem uma posição brasileira.

É da natureza do serviço diplomático que todas as embaixadas são

consideradas território de outro país. Mesmo em período de guerra, esse preceito é

respeitado. Não é admissível que o que acontece hoje no Irã não tenha uma resposta

firme do Governo brasileiro.

Precisamos manifestar a nossa posição de respeito às regras diplomáticas, à

independência dos países, de respeito ao sistema que funciona há muitos anos e que

traz a possibilidade de que os países se representem de maneira independente e livre.

Aguardamos, portanto, a posição do Governo brasileiro.

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A SRA. BENEDITA DA SILVA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, eu quero registrar que 37 novos Parlamentares irão para o Parlamento

do Mercosul — PARLASUL, em Montevidéu. Por isso não estaremos aqui na Casa,

mas queremos fazer esse registro.

O objetivo da reunião é finalizar a proposta de alteração no Regimento Interno

em consenso com as quatro delegações — Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Peço, Sr. Presidente, que este discurso seja registrado na íntegra.

Quero ainda ressaltar o fato de que hoje votamos na Comissão de Segurança

Pública e Combate ao Crime Organizado matéria...

(O microfone é desligado.)

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na sexta-feira, dia 2 de dezembro,

acontecerá a primeira sessão deste ano do Parlamento do Mercosul — PARLASUL,

em Montevidéu, quando ocorrerá a posse dos 37 novos Parlamentares brasileiros e

quando deverão ser aprovadas as mudanças regimentais e o orçamento para 2012.

A reunião será para tentar retomar as atividades do Parlamento, que se reuniu

pela última vez no final do ano passado.

Um dos objetivos da reunião é finalizar a proposta de alteração no Regimento

Interno em consenso com as quatro delegações — Brasil, Argentina, Paraguai e

Uruguai.

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Os integrantes da representação brasileira aprovaram em reunião a sugestão

uruguaia de alterar o Regimento Interno quanto ao quórum para aprovação de

medidas.

As mudanças regimentais serão simultâneas à ampliação das representações

da Argentina e do Brasil, em uma nova etapa de transição para a implantação

definitiva do PARLASUL. Nessa etapa, quando os Parlamentares serão indicados

pelos respectivos Parlamentos nacionais, os dois países menores, Paraguai e

Uruguai, manterão as bancadas de 18 Parlamentares cada um. A Argentina passará a

contar com 26 representantes, e o Brasil, com 37 — 27 Deputados e dez Senadores.

O objetivo primordial do Tratado de Assunção — criou o MERCOSUL, em 1991

— é um processo de integração que vai além do bloco econômico. É um processo que

não passa só pelo Executivo, com acordos entre Governos. Nós do Legislativo

estamos avançando ao criar um espaço em comum para cuidar das leis de integração

e da legislação em comum. Trabalharemos pela harmonização de legislações nas

áreas pertinentes.

É com muito orgulho que participarei dessa primeira sessão deste ano do

Parlamento do Mercosul e tomarei posse como uma das representantes brasileiras.

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O SR. MISSIONÁRIO JOSÉ OLIMPIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. MISSIONÁRIO JOSÉ OLIMPIO (PP-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero, desta tribuna, nesta tarde,

agradecer à Câmara dos Deputados e também ao nosso 2º Vice-Presidente,

Deputado Eduardo da Fonte, a concessão da Medalha Mérito Legislativo ao nosso

Apóstolo Valdemiro Santiago.

Eu trago essa gratidão do apóstolo, agradecendo a toda a Câmara por essa

homenagem recebida por ele nesta tarde.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. EDINHO ARAÚJO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. EDINHO ARAÚJO (PMDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo apenas registrar que aniversariam hoje

— estão em festa — as cidades de Guapiaçu, Guaraci, Paulo de Faria, Irapuã e Sales,

todas na região noroeste de São Paulo. Nossos parabéns aos moradores.

Sr. Presidente, no próximo dia 2, comemora aniversário a cidade de Araçatuba,

administrada pelo Prefeito Cido Sério e pelo Vice Carlos Hernandes, recém-filiado ao

nosso PMDB. É um Município que tem recebido investimentos do Governo Federal.

Serão investidos 470 milhões num estaleiro para a construção de 80 barcaças e 20

empurradores de embarcações, gerando 500 empregos diretos no Município.

O investimento vai incrementar a Hidrovia Tietê-Paraná, que utiliza atualmente

apenas 12% da sua capacidade de transporte. Essa utilização pode subir para pelo

menos 50%.

Aproveito a oportunidade, Sr. Presidente, para saudar o nosso Presidente

Marco Maia, que amanhã assumirá a Presidência da República. É um momento

importante do Parlamento brasileiro.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo apenas registrar que

aniversariam hoje, e estão em festa, as cidades de Guapiaçu, Guaraci, Paulo de Faria,

Irapuã e Sales, todas na região noroeste de São Paulo. Nossos parabéns aos

moradores e administradores.

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E no dia 2, na próxima sexta-feira, a região comemorará o aniversário de

Araçatuba, a terra do boi gordo.

O Município é administrado pelo Prefeito Cido Sério e pelo Vice Carlos

Hernandes, recém-filiado ao nosso PMDB.

Araçatuba começa a receber, Sr. Presidente, fortes investimentos na área

naval. Serão investidos R$470 milhões num estaleiro para a construção de 80

barcaças e 20 empurradores de embarcações, gerando 500 empregos diretos no

Município.

O investimento vai incrementar a Hidrovia Tietê-Paraná, que utiliza atualmente

apenas 12% da sua capacidade de transporte. Essa utilização pode subir para pelo

menos 50%.

Isso é muito bom para a economia regional, pois sabemos que o transporte

hidroviário tem baixo custo.

Parabéns, Araçatuba!

Muito obrigado.

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A SRA. REBECCA GARCIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

A SRA. REBECCA GARCIA (PP-AM. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, eu quero sensibilizar a equipe econômica do Governo. O fundo de

incentivo à marinha mercante na Região Norte vai vencer no dia 31 de dezembro.

Teremos a oportunidade de tratar desse assunto quando da discussão da

Medida Provisória nº 545, mas provavelmente não teremos tempo para debatê-lo

antes de 31 de dezembro.

Então, seria importante que a equipe revisse a questão e prorrogasse esse

prazo, para que não houvesse prejuízo para a marinha mercante na Região Norte.

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O SR. HUGO NAPOLEÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. HUGO NAPOLEÃO (PSD-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, na Comissão de Relações Exteriores e de

Defesa Nacional, falei exatamente sobre o assunto a que se referiu o nobre Deputado

Eduardo Azeredo. Chamei a atenção para o fato de que o Irã já vem ofendendo os

direitos humanos e, com relação às questões nucleares, tornando a situação

melindrosa diante de agências internacionais e do mundo diplomático.

Ontem foi invadida, com truculência, com violência — uma violência

piromaníaca —, a Embaixada do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

Queimaram bandeira, viraram de cabeça para baixo o retrato da Chefe de Estado,

queimaram as insígnias. Esse ato merece o nosso repúdio e o das autoridades…

(O microfone é desligado.)

Durante o discurso do Sr. Hugo Napoleão, o Sr.

Inocêncio Oliveira, 3º Secretário, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pela Sra. Rose de Freitas, 1ª

Vice-Presidenta.

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O SR. NELSON PELLEGRINO - Sra. Presidenta, peço a palavra pela ordem.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, na quinta-feira da semana passada, a

Assembleia Legislativa do Estado da Bahia aprovou a mensagem do Exmo. Sr.

Governador Jaques Wagner dando, em média, reajuste de 9% aos professores da

rede pública estadual, fixando o piso do salário dos professores.

O Governo da Bahia, sensível ao esforço desta Casa, em sintonia com a

Câmara, estabeleceu o piso nacional para os professores. É um gesto do Governador

Jaques Wagner e do Secretário Osvaldo Barreto na perspectiva de melhorar a

remuneração do magistério e valorizar o magistério baiano.

Portanto, quero parabenizar o Governador Jaques Wagner, o Secretário

Barreto e todos os que lutaram, como nós, para que o reajuste acontecesse e os

profissionais da educação do Estado da Bahia pudessem ganhar melhor para,

ganhando melhor, também poderem educar melhor os filhos e filhas dos baianos.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

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O SR. COSTA FERREIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. COSTA FERREIRA (PSC-MA. Pela ordem. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, dia 30 de novembro,

comemora-se no Distrito Federal o Dia do Evangélico.

Instituído pela Lei Distrital nº 963, de 1995, o Dia do Evangélico presta uma

justa homenagem ao segmento cristão que mais prospera no Brasil e no mundo.

Dos 190 milhões de brasileiros, os evangélicos já representam mais de 40

milhões, segundo projeção da IBJG, com base no Censo 2010. Por mais de 20 anos,

o crescimento dos evangélicos foi o dobro do crescimento da população. Nos últimos

anos, a margem aumentou: o crescimento evangélico foi de 7,43% contra 1,43% da

população brasileira, ou quatro vezes mais.

Esse crescimento é fruto da pregação do evangelho salvador e transformador

do Senhor Jesus Cristo. O evangelho de Cristo responde às necessidades intrínsecas

da alma humana.

O evangelista Lucas descreve esse poder transformador:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me

ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para

proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos

cegos, para pôr em liberdade os oprimidos.”

Para que a Igreja pudesse desempenhar sua missão, precisaria ser capacitada.

Porém, antes de ascender ao céu de glória, o Senhor Jesus Cristo delegou autoridade

e poder aos seus discípulos para promoverem o bem a todas as pessoas.

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O resultado é visto em todos os cantos do Brasil e do mundo. No Apocalipse

(Ap 7.9), quando João revela os acontecimentos do fim da história, descreve uma

cena extraordinária decorrente do cumprimento fiel da missão delegada pelo Senhor

Jesus Cristo à Igreja de pregar o evangelho a toda criatura, em todos os lugares,

“tempo e fora de tempo”. Diz o apóstolo João...

(O microfone é desligado.)

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, dia 30 de novembro,

comemora-se no Distrito Federal o Dia do Evangélico.

Instituído pela Lei Distrital nº 963, de 1995, o Dia do Evangélico presta uma

justa homenagem ao segmento cristão que mais prospera no Brasil e no mundo.

Dos 190 milhões de brasileiros, os evangélicos já representam mais de 40

milhões, segundo projeção da IBJG, com base no Censo 2010. Por mais de 20 anos o

crescimento dos evangélicos foi o dobro do crescimento da população. Nos últimos

anos, a margem aumentou: o crescimento evangélico foi de 7,43%, contra 1,43% da

população brasileira, ou quatro vezes mais.

Esse crescimento é fruto da pregação do evangelho salvador e transformador

do Senhor Jesus Cristo. O evangelho de Cristo responde às necessidades intrínsecas

da alma humana.

O evangelista Lucas (4.18) descreve esse poder transformador:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me

ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para

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proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos

cegos, para pôr em liberdade os oprimidos.”

Para que a Igreja pudesse desempenhar sua missão, precisaria ser capacitada.

Porém, antes de ascender ao céu de glória, o Senhor Jesus Cristo delegou autoridade

e poder aos seus discípulos para promoverem o bem a todas as pessoas (Atos 1.8):

“(...) mas recebereis poder, ao descer sobre vós o

Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em

Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos

confins da terra.”

O resultado é visto em todos os cantos do Brasil e do mundo. No Apocalipse

(Ap 7.9), quando João revela os acontecimentos do fim da história, descreve uma

cena extraordinária decorrente do cumprimento fiel da missão delegada pelo Senhor

Jesus Cristo à Igreja de pregar o evangelho a toda criatura, em todos os lugares,

“tempo e fora de tempo”.

Diz o apóstolo João:

“(...) vi uma grande multidão que ninguém podia

enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em

pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de

vestiduras brancas (...)”

Cabe ressaltarmos que um grande número desses salvos foram resgatados da

antivida — dos vícios, falta de paz, falta de alegria, violência, traumas. O trabalho dos

evangélicos representa um dos principais fatores de inclusão social neste País.

Milhões e milhões tiveram suas vidas mudadas pela ação benéfica do evangelho

salvador.

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Para o bem do Brasil e dos brasileiros, vamos continuar nesta lida de divulgar o

evangelho da paz que excede a todo entendimento e da vida eterna.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Deixem-me explicar o que está

acontecendo. Há uma lista aqui de pessoas que iam pedir que se considerasse como

lido o pronunciamento, e que teriam 1 minuto cada uma. Mas os Líderes têm

preferência quando pedem a palavra como Líder, e há 2 Líderes que estão olhando

para mim. Acabei de sentar aqui. Então, há o Deputado Lincoln Portela, que

gentilmente pediu a palavra.

A lista vai até o Deputado Edinho Bez. Em seguida, eu quero a palavra.

Então, gostaria que quem está no plenário compreendesse, pois eu preciso

conceder a palavra a S.Exa. como Líder. Em seguida, ao Deputado Chico. Depois, eu

concederei a palavra novamente a V.Exas.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Leonardo Picciani.

O SR. LEONARDO PICCIANI (PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidenta, eu solicito a V.Exa. que após a fala dos Líderes, que têm

preferência, siga a lista de inscrições feitas no livro da Casa.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Eu também peço ao nobre Deputado

Picciani que não sejamos tão rígidos. Muitos Parlamentares estão aqui esperando por

1 minuto. Todos terão a palavra. Não temos Ordem do Dia. Portanto, teremos

oportunidade de usar o microfone, sem prejuízo a nenhum companheiro.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Lincoln Portela, para uma Comunicação de Liderança.

O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Srs. Parlamentares que estão esperando por 1 minuto, eu já esperei 12

Parlamentares. Desculpem-me. Obrigado.

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui, em nome do Partido da

República, fazer um alerta sobre uma obra que, em princípio, é pequena, lembrando

que os ataques ao meio ambiente são constantes em nosso País. As catástrofes que

acontecem em larga escala não são suficientes para pôr fim aos crimes ambientais.

Sob os mais variados argumentos, tenta-se justificar o injustificável.

Essa pequena obra pode causar danos ambientais de grandes proporções, em

uma demonstração de profundo desrespeito ao meio ambiente e à população

diretamente atingida.

Na cidade mineira de São Joaquim de Bicas, sob a ponte da Rodovia Fernão

Dias, foi construído um retorno de acesso à BR-381 para caminhões de minério, sob a

alegação de que, ao reduzir o tráfego de veículos de carga dentro do município, o

novo retorno iria melhorar a qualidade de vida da população. Mas a obra diminuiu a

margem esquerda do Rio Paraopeba, no sentido da vazão. Dessa forma, Sra.

Presidenta, além de prejudicar o ecossistema local, a execução do retorno está na

contramão da legislação ambiental, em especial do Código Florestal ainda em vigor

— Lei n° 4.771/65 —, que exige 30 metros de afastamento para construção ao longo

de cursos d’água com menos de 10 metros de largura.

Merece registro o fato de que, 5 quilômetros à frente de onde foi construído

esse retorno, já havia outro, que, se utilizado, implicaria um acréscimo de apenas 10

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quilômetros no percurso dos caminhões — trajeto muito pequeno. Porque certamente

não se justifica sacrificar a largura do Rio Paraopeba em uma obra que traz tanto

perigo para a região.

O nome Paraopeba, na língua tupi, significa “mar achatado”, em função do

grande volume de suas águas. No período das chuvas, já que seu volume aumenta

consideravelmente, as águas chegam a tocar a parte de baixo da ponte existente e

transbordam em suas margens. Apesar dos transbordamentos, as águas nunca

ultrapassaram a ponte.

Contudo, com a diminuição do vão sob a ponte, resultado da absurda e nefasta

construção desse retorno, e pelo fato de o leito do rio ter ficado mais estreito, outro

absurdo, é certo que, com as próximas cheias, a ponte ficará submersa.

Agora que esse poderoso rio tem suas margens diminuídas, as populações

ribeirinhas serão profundamente afetadas por enchentes. Não sabemos o que poderá

acontecer.

Como pode ter sido autorizada uma obra que reduz a largura de um curso

d’água, com o aterramento das suas margens, contrariando todas as restrições

legais? O que poderá advir dessa construção?

Onde estão, Sras. e Srs. Parlamentares, Brasil, os órgãos de preservação

ambiental e sustentabilidade do meio ambiente? Os responsáveis pela obra vão

esperar que catástrofes aconteçam, para só então tomar alguma providência?

O Rio Paraopeba faz parte da bacia do Rio São Francisco e é um importante

afluente do Velho Chico. Preservá-lo é preservar o futuro desse importante

ecossistema; desprezá-lo é desprezar o futuro de um equilíbrio que mantém parte da

vida desta nossa Nação.

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A Liderança do Partido da República vem, assim, manifestar seu repúdio a

mais essa ação de desrespeito à vida e ao meio ambiente, que coloca em risco o

equilíbrio ambiental, a sustentabilidade e preciosas vidas humanas, para satisfazer

sabe-se lá quais interesses.

Denuncio esse absurdo.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Chico Alencar, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Parlamentares, servidores, todos os que acompanham

esta sessão, no último dia de novembro deste ano da graça de 2011, com um

Parlamento hoje congelado, inviabilizado, do ponto de vista da atuação e da

legislação, em função das injunções políticas, queremos que o Senado se apresse em

votar a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, com mais recursos para a

saúde, para depois se chegar à Desvinculação das Receitas da União — aquela

mesma que o PT, antigamente, tanto combateu e que o PSDB e o DEM tanto

defenderam. Agora os papéis estão trocados. É a vida marcada por incoerências.

Sra. Presidenta, a propósito, nesse fim de semana, o nosso PSOL, um

pequeno partido com vocação de grandeza, um novo partido contra a velha política,

realiza o seu III Congresso Nacional, com 330 delegados saídos de debates locais,

estaduais, que envolveram mais de 13 mil militantes.

Nós tentamos crescer com critério, não assumindo o inchaço de filiações para

que oportunistas de toda espécie possam tomar conta do partido, com vistas a

mandatos e falcatruas. Nós tentamos resistir a essa degradação da cultura política no

Brasil — muito ameaçadora. Portanto, continuamos um partido pequeno. Mas, ainda

sim, o número de filiados no último ano foi dos maiores. Claro, em relação a nossa

dimensão, de apenas 50 mil filiados, esse crescimento em números absolutos não é

tão grande; mas foram mais de 30% em relação ao nosso número de filiados de antes.

Queremos filiados conscientes, ativos, participativos, e este Congresso vai

discutir isto, a conjuntura planetária. Ele será precedido por um grande e importante

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encontro, um seminário internacional, com participação de cientistas políticos e

Parlamentares da França, Inglaterra, Irlanda, Espanha, Portugal, Egito, Palestina e

dos nossos irmãos latino-americanos: Venezuela, Colômbia, Equador, Chile,

Argentina, Uruguai e Paraguai. Portanto, um encontro bastante alentador para quem

quer recuperar a dimensão da política na busca de uma sociedade que só será

pacífica se tiver justiça, igualdade e democracia. Aliás, democracia que alguns, que se

dizem militantes do PT em Ceilândia, não aceitam.

No sábado passado, nossos militantes estavam lá com um manifesto, um

panfleto, uma nota, para entregar à população, com críticas ao Governo Agnelo, que

repete uma saga terrível que vinha com Arruda e, antes, com Roriz. E, pasmem,

supostos militantes do PT não só gritavam contra essa manifestação legítima e

democrática, como agarraram alguns de nossos militantes e roubaram os panfletos.

Aí é demais! Tenho certeza que os petistas autênticos da sua direção, como tantos

que vejo aqui neste plenário, Parlamentares, não aceitam essa prática que se

assemelha às de hordas fascistas.

Ficam o protesto e a reclamação.

Por fim, Sra. Presidente, quero destacar que estive com a Deputada Marina

Santanna, na semana passada, na Faixa de Gaza, aquele espaço da Palestina

oprimido, não pelo povo hebreu, mas pelo Governo de Israel.

Gaza sofre um bloqueio inaceitável. Para chegarmos lá, tivemos que ir do

Egito, pelo Deserto do Sinai, antes do Canal de Suez, e entrar naquele território só

pela fronteira com o Egito. Vimos inclusive coluna de fumaça de mísseis israelenses

jogados contra o território palestino, apenas para dizer que a vigilância daquele que se

julga senhor de toda a região, que é historicamente de muçulmanos, de hebreus, sim,

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de cristão, em minoria, e também de ateus. Não pode um Estado religioso querer se

implantar ali como domínio absoluto, descumprindo inclusive resolução da ONU de

1947, que determinava a criação do Estado de Israel e também do Estado palestino,

que defendemos e que deve ficar além da UNESCO no concerto internacional das

nações.

Mas aquela semana lá foi muito rica. Estivemos na universidade, com membros

do Governo, em escolas, em hospitais que sofrem, inclusive, o corte de luz por 8

horas, por dia, em função do bloqueio. Vimos as comunidades de refugiados, vimos

obras apoiadas pelo Governo do Brasil, como a construção de uma ponte que nos

comoveu muito, mostrando que o Brasil tem essa solidariedade internacional.

Por fim, Sra. Presidente, lá pudemos aprovar, com os mais de 50

Parlamentares de vários países europeus e latino-americanos presentes, a

Declaração de Gaza, em comovente ato público, que diz que o tempo dos discursos

acabou, que governos e organizações de direitos humanos de todo o mundo precisam

se empenhar a fundo para colocar um fim ao bloqueio da Faixa de Gaza.

Imediatamente, essa delegação internacional reivindica: o fim às proibições de

exportação; a suspensão de todo o controle sobre as águas territoriais de Gaza —

muitas vezes, pescadores que vão além de 3 milhas são feridos por foguetes lançados

pela Marinha de Israel; abertura da zona tampão, ao longo da fronteira de Gaza com

Israel; trânsito livre de pessoas dentro e fora da região; aceitação internacional das

escolhas do povo palestino nas próximas eleições unificadas, marcadas para maio.

Então, Sra. Presidente, devemos nos empenhar, enquanto povo, Governo,

Parlamento, pelos direitos do povo palestino.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Arnaldo Faria de Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sra. Presidente, permita-me registrar o cumprimento ao Deputado Marco

Maia, nosso Presidente, que amanhã assume a Presidência da República. E, para

nossa satisfação, V.Exa. assumirá a Presidência da Casa, Deputada Rose de Freitas

— nossa companheira desde a época da Constituinte. Com muita alegria, esta Casa

certamente amanhã estará engalanada tanto pela presidência de V.Exa., quanto pela

do Presidente Marco Maia, Presidente em exercício da República do Brasil.

Tenho certeza de que esta Casa estará engrandecida tanto com a assunção de

V.Exa. à Presidência da Câmara, quanto com a do Presidente Marco Maia, assumindo

a Presidência da República em razão da viagem da Presidenta Dilma e do

Vice-Presidente Michel Temer. Uma grande oportunidade para esta Casa poder

demonstrar o seu valor e o seu peso.

Tenho certeza de que, apesar de muitas pessoas não saberem dar o devido

valor a esta Casa, a Câmara dos Deputados, o Congresso Nacional tem uma grande

importância. Tenho certeza de que muitos que criticam certamente gostariam de estar

aqui, mas não têm votos suficientes para aqui estarem.

Parabéns, Deputada Rose de Freitas! Parabéns, Deputado Marco Maia!

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Agradeço a V.Exa. as palavras. É

bom registrar este momento histórico em que o Presidente Marco Maia vai assumir a

Presidência da República. Para o Poder Legislativo, é muito importante lembrar que

quando um Parlamentar toma assento à Presidência da República leva a história do

Legislativo para construir esse momento.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 343.1.54.O Tipo: Ordinária - CD Data: 30/11/2011 Montagem: 1966/4176

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Parabenizo o Deputado Marco Maia.

Sinto-me muito honrada, Deputado — V.Exa. que é o mais feminista dos

Deputados desta Casa.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sob

protesto, Presidenta! Só ele feminista, não. Porque nós, o Deputado Edinho Bez, eu e

todos os outros somos do único Estado, Santa Catarina, este sim... Qual foi o maior

vulto da história de Santa Catarina? Anita Garibaldi. Quer mais algum exemplo?

(Risos.)

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Não.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Então, eu quero protestar e subscrever, no mais,

tudo o que disse o Deputado Arnaldo Faria de Sá, que deve ser o mais velho da turma.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - É porque nós passamos muitos

momentos difíceis aqui atrás. Quando não havia uma voz, quando só havia ele,

sentado à Mesa, para falar das mulheres. Não vou dizer que não exista mais ninguém,

mas ele foi um dos primeiros.

Muito obrigada!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 343.1.54.O Tipo: Ordinária - CD Data: 30/11/2011 Montagem: 1966/4176

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Apresentação de proposições.

PROPOSIÇÕES APRESENTADAS:

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Vai-se passar ao horário de

VI - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

Concedo a palavra ao Deputado Emiliano José, pelo PT.

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O SR. EMILIANO JOSÉ (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta,

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho hoje a esta tribuna para homenagear uma

das mais extraordinárias figuras da história brasileira, ex-Deputado desta Casa,

militante comunista, dirigente comunista, poeta, que completaria 100 anos no dia 5 de

dezembro: Carlos Marighella — lembrado como Comandante Carlos Marighella.

Marighella muito cedo envolveu-se com a luta política no Partido Comunista

Brasileiro. Foi preso em 1932, depois preso em 1936 e em 1939, e só saiu da prisão

em 1945, com a anistia. Foi violentamente torturado pela ditadura de então. Nunca

disse uma única palavra a seus verdugos; demonstrou coragem e extraordinária

dignidade.

Foi eleito Deputado Federal constituinte pelo PCB, em 1945, pela Bahia. Nesta

Casa, com dois anos e pouco de mandato — porque o Partido Comunista Brasileiro foi

cassado na esteira da Guerra Fria — Marighella fez 195 discursos. Ele era de uma

inventividade, de uma energia, de uma capacidade de oratória também extraordinária!

Logo voltou à clandestinidade, por força da decisão de cassação do registro do

Partido Comunista e também pela perda de mandato dos Deputados comunistas.

Dirigente em São Paulo, foi um dos principais comandantes da greve de 1953,

que reuniu mais de 400 mil trabalhadores — uma greve vitoriosa.

Marighella foi compreendendo também, do ângulo dele, que o Partido

Comunista tinha posições muito conciliatórias. Em 1964, ele confirma isso ainda com

sua visão. Logo depois, sai do Partido Comunista, em 1966, e funda a Ação

Libertadora Nacional, envolvendo-se, então, na articulação da luta armada contra a

ditadura militar. Mas, em pouco tempo, a ditadura o cerca de maneira implacável, e no

dia 4 de novembro de 1969 ele é assassinado friamente na Alameda Casa Branca, em

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São Paulo, pelo torturador e assassino mais conhecido da ditadura de então, Sérgio

Paranhos Fleury.

É importante dizer que de Marighella nós nos lembraremos com muito carinho e

emoção, como um herói do povo brasileiro; da ditadura, dos assassinos, dos

terroristas da ditadura, lembraremo-nos sempre com indignação, com asco, nojo; e

lutaremos sempre para que a ditadura nunca mais se repita na nossa terra.

Aqui lembramos desta tribuna e homenageamos o Marighella Deputado, o

Marighella comunista, o Marighella poeta, o Marighella militante, o Marighella

companheiro, o Marighella solidário, o Marighella defensor da democracia e do

socialismo.

Viva Carlos Marighella, herói da Pátria brasileira, símbolo e intérprete dos

nossos melhores sonhos, que agora continuamos a plantar na nossa terra na luta

política que desenvolvemos hoje!

E, por lembrar de Carlos Marighella, estamos transformando o Brasil, fazendo

do Brasil uma pátria de todos, uma pátria democrática, livre, soberana, a partir

especialmente do projeto político que colocamos em curso desde 2003. Com o

terceiro mandato desse projeto, continuaremos a mudar o Brasil.

Viva Carlos Marighella!

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sra. Presidenta, na próxima segunda-feira, 5 de dezembro, a Bahia está

recebendo a Comissão de Anistia, que deverá, em nome do Estado brasileiro, pedir

desculpas à família de Carlos Marighella pelo assassinato dele cometido por verdugos

da ditadura militar.

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A solenidade será realizada no Teatro Vila Velha, no centro de Salvador, e

estão previstas as presenças do Ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, da

Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e do Governador Jaques Wagner,

além de centenas de defensores dos direitos humanos e de militantes políticos, muitos

dos quais, como ele, participaram da luta contra a ditadura.

Naturalmente, estarão presentes, também, Clara Charf, companheira de

Marighella desde 1948, e Carlinhos Marighella, seu filho, a quem quero homenagear.

E homenageio pela específica militância política de cada um deles, como também

pela atividade incansável deles desde a morte de Marighella, para assegurar que o

Brasil e a Bahia nunca esqueçam a contribuição que ele deu às lutas do povo

brasileiro, que se deem conta da devida dimensão de sua dedicação às causas da

democracia e do socialismo.

De modo especial, quero dizer que a Bahia tem razões para se orgulhar desse

baiano nascido na Baixa dos Sapateiros no dia 5 de dezembro de 1911. Assim, a

sessão da Comissão de Anistia se dá no centenário de nascimento dele. Um dia de

festa para a Bahia.

Honra-me muito ter escrito o livro Carlos Marighella, o inimigo número um da

ditadura militar, que lancei em 1997, pela editora Casa Amarela, já na terceira edição.

Pude, pesquisando, além do que já sabia, compreender a dimensão, a grandeza do

revolucionário, do comunista, da pessoa sensível que era Marighella, de sua

inventividade, de seu carinho com as crianças, de sua veia poética.

Marighella desmentia a natureza supostamente mal-humorada dos

comunistas: era de bem com a vida, sempre, mesmo nas situações mais difíceis, que

não foram poucas em sua existência. Verdade fosse que os comunistas são ou seriam

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ranzinzas, e ele seria um comunista heterodoxo. Alegre, um homem de riso fácil —

isso Jorge Amado disse bem, já que experimentou uma convivência muito forte com

ele, e não só nos momentos comuns do Parlamento.

Desde a juventude, nos anos 1930, Marighella vinculou-se ao PCB. Foi preso

em 1932, na Bahia; em 1936, no Rio de Janeiro; em 1939, em São Paulo. Nas duas

últimas prisões, foi barbaramente torturado, mas nunca disse uma única palavra que

comprometesse seus companheiros ou o partido. Era de uma bravura incomum, de

uma coragem quase temerária. Disse uma vez, corretamente, que não tivera tempo

para ter medo. Preso em 1939, só saiu em 1945, com a anistia, quando se elege

Deputado Federal pela Bahia, pelo PCB.

Exerce um mandato brilhante e ousado politicamente, afinado com o PCB

naturalmente. É cassado em 1948, na esteira da cassação do registro do PCB. A

Guerra Fria ditava os rumos políticos do Brasil, sob Dutra.

Volta à clandestinidade. Dirige o partido em São Paulo, e é o principal

estimulador da greve operária de 1953, que envolveu mais de 400 mil trabalhadores e

saiu vitoriosa. Sofre muito com o Relatório Kruschev, de 1956, quando foram

reveladas as atrocidades de Stalin. Se ria muito, como disse, também chorava. Aqui,

quando compreendeu a verdadeira natureza do regime político dirigido por Stalin,

chora, e muito. É guindado à Executiva Nacional do PCB em 1957. Já era dirigente do

Comitê Central desde o final dos anos 1930, quando foi eleito para integrá-lo, mesmo

estando preso, por decisão da chamada Conferência da Mantiqueira.

Pouco a pouco, vai se incomodando com o que considerava a linha

excessivamente conciliatória do PCB, revelada de modo mais claro com o golpe de

1964, quando não houve chance de qualquer reação. Ele considerava que, se o

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partido tivesse uma linha mais combativa, seria possível reagir ao golpe. Em maio de

1964, como muita gente sabe, Marighella reagiu à voz de prisão dentro de um cinema,

lutou com os policiais, e levou um tiro bem perto do coração. Foi libertado pouco

tempo depois, graças a um habeas corpus, que ainda vigia.

Rompe com o partido em 1966, e funda logo depois a Ação Libertadora

Nacional (ALN), assumindo claramente a perspectiva da luta armada, na qual se

envolve profundamente. Torna-se o inimigo número um da ditadura militar e talvez o

nome mais simbólico da esquerda brasileira naquele momento.

A partir de 1969, a ditadura aperta o cerco, não só torturando-o de maneira

bestial, como sabendo manipular melhor as informações. O sequestro do Embaixador

norte-americano Charles Burke Elbrick coloca todo o aparato repressivo da ditadura

no encalço dele, que não havia participado da ação. Ele, que não havia sido avisado

do sequestro, mas que o apoiou quando soube, comentou, também, que as

consequências seriam pesadas. Foram.

“Nós não vamos aguentar”, chegou a dizer. Mesmo assim, em nenhum

momento, admitiu sair do País, embora, como se sabe, tenha providenciado e

estimulado a saída de dezenas de companheiros e companheiras do País, por

considerar que corriam risco muito grande ficando no Brasil.

Numa sucessão impressionante de torturas, de assassinatos, a repressão foi

se aproximando de Marighella, até matá-lo covardemente na noite de 4 de novembro

de 1969, na Alameda Casa Branca, em São Paulo, numa operação comandada pelo

mais famoso torturador da ditadura, Sérgio Paranhos Fleury. Nós todos morremos um

pouco naquela noite. Por isso, nos lembramos da ditadura com indignação e asco. E

por isso apoiamos entusiasticamente a Comissão Nacional da Verdade, que haverá

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de resgatar toda a nossa memória histórica, aproximar-se da verdade daquele período

de terror e de sombras.

Hoje, daqui desta tribuna, e sei que interpretando o pensamento de muitos

Parlamentares desta Casa, quero lembrar e homenagear o Marighella deputado, o

Marighella comunista, o Marighella poeta, o Marighella militante, o Marighella

companheiro, o Marighella solidário, o Marighella defensor da democracia e do

socialismo, o Marighella que entregou sua vida na defesa do povo brasileiro.

Viva Carlos Marighella, herói da Pátria brasileira, símbolo e intérprete dos

nossos melhores sonhos!

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Leonardo

Picciani, pelo PMDB, por 5 minutos. (Pausa.)

O SR. EDINHO BEZ - Sra. Presidente, eu poderia apenas dar como lido, com a

aquiescência do nobre colega?

O SR. LEONARDO PICCIANI - Se a Presidente permitir...

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - V.Exa. deseja dividir 1 minuto do seu

tempo com o Deputado?

O SR. EDINHO BEZ - Não quero tempo. Não é isso. Apenas quero dar como

lido o pronunciamento.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Pois não.

O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Agradeço a esta Presidência e ao Relator. Obrigado pela consideração, em função de

compromisso.

Quero apenas registrar que no último dia 18 de novembro, meus caros colegas,

fui homenageado com o título de Cidadão Honorário do Município de Presidente

Castello Branco.

Faço este registro e agradeço. Foi por unanimidade. Dois Vereadores do meu

partido, o PMDB, tomaram a iniciativa e os demais Vereadores procuraram esses dois

Vereadores porque todos gostariam de ser autores. Foi aprovado por unanimidade,

com a autoria de todos os Vereadores da Câmara Municipal, com o apoio do Prefeito,

do Vice-Prefeito, de ex-Prefeito.

Era o registro que eu tinha a fazer. Peço que se dê a ele ampla divulgação, Sra.

Presidente, e obrigado por esta consideração.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último dia 18 de novembro, recebi,

com muito orgulho, em sessão solene, o título de Cidadão Honorário do Município de

Presidente Castello Branco, Santa Catarina.

A sessão solene foi uma iniciativa conjunta dos Vereadores do Município,

através do Decreto Legislativo nº 4/2011, em agradecimento a este Deputado Federal

pelo apoio recebido durante meus seis mandatos: um como Deputado Estadual e

cinco como Deputado Federal.

Os recursos destinados ao Município são de grande importância para a

comunidade local. Recebi uma placa simbolizando o recebimento do título, assinada

por todos os Vereadores da Câmara Municipal. O Município é destaque na região pelo

trabalho diferenciado na gestão pública.

Compuseram a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Vereadores na ocasião:

- Adelmo José Zanesco - Presidente da Mesa Diretora.

- Jarlei Luis Tonielo - Vice-Presidente da Mesa Diretora.

- Benjamin Frigo - 1° Secretário.

- Valdir Dal Bello - 2° Secretário.

Vereadores: José Atílio Tonielo; Neiva Kleemann Tonielo; Ademir Pedro

Tonielo; Jaques Roberto Savoldi; Luiz Jacomini.

Em 18 de novembro, o Município de Presidente Castello Branco viveu também

uma noite especial. Um grande público compareceu ao evento que marcou a abertura

da programação natalina/2011, denominada Natal de Bem com a Natureza.

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O Prefeito Cláudio Sartori fez a contagem regressiva que acionou a iluminação

de Natal. Crianças, jovens, adultos e idosos estiveram presentes e contaram ainda

com a chegada de Papai Noel.

O Município de Castello Branco é destaque em toda a região pelo

desenvolvimento do Programa Natal de Bem com a Natureza. Além do envolvimento

da comunidade na decoração e na programação natalina, outro diferencial é a

utilização de materiais alternativos na confecção de enfeites, presépio, guirlandas e

outros. Com isso, o Município dá mais um exemplo de sustentabilidade e

responsabilidade com o meio ambiente. A coordenadora do programa é a

primeira-dama, Iacri Petkow.

Durante o início da programação natalina, o Prefeito Cláudio Sartori anunciou

algumas ações que a administração municipal está deflagrando: abertura do

Campeonato Municipal de Futsal e os programas: Saúde Bucal, Sorriso Saudável e

Pequeno Castellense. Cada ação foi comentada pelo Prefeito Sartori e destacou a

importância dos trabalhos que beneficiam crianças e idosos. Ao final das atividades, o

público pôde conferir show com a banda Estrela D’Alva.

Vale ainda falar um pouco sobre o Município de Presidente Castello Branco,

que se localiza no oeste catarinense. Foi emancipado em 11 de novembro de 1963 e

instalado em 4 de fevereiro de 1964, data em que é comemorado seu aniversário de

emancipação político-administrativa.

Sua população atual é de cerca de 2 mil habitantes, possui uma extensão

territorial de 65,35 quilômetros. É um Município relativamente pequeno, mas que

apresenta uma população acolhedora, de gente de muito valor.

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Cumprimento o Prefeito Municipal, Cláudio Sartori, e a Vice-Prefeita, Maria

Petkov Talini, pelo trabalho que vem sendo realizado nesse Município.

Agradeço à Câmara de Vereadores, na pessoa do seu Presidente, Adelmo

Zanesco, pela homenagem recebida, colocando-me à disposição.

Fizeram-se presentes, ainda, além deste Deputado Federal, o Prefeito de

Jaborá; o Vereador Müller, também de Jaborá; várias lideranças do Município de

Concórdia; o Deputado Estadual e meu amigo Moacir Sopelsa e tantas outras

lideranças, além da presença maciça do povo de Presidente Castello Branco, na

ordem de 700 pessoas.

Lembro que esse título que recebi me deixou envaidecido, pois quando os dois

Vereadores, juntamente com o Prefeito Sartori e com o ex-Prefeito Miotto, me

prestaram essa homenagem, todos os outros Vereadores, por unanimidade, também

concordaram, de forma que todos se transformaram em autores da proposta.

Mais uma vez, agradecemos — eu e minha equipe — a toda a Administração

Municipal, aos Vereadores e à população, dizendo que esse título de cidadão

honorário servirá de motivação para dar continuidade ao nosso trabalho.

Era o que tinha a dizer.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Leonardo

Picciani, pelo PMDB.

O SR. LEONARDO PICCIANI (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, Deputada Rose de Freitas, quero iniciar parabenizando V.Exa., que não

só é a primeira Deputada a integrar a Mesa da Câmara, mas, a partir de amanhã,

assumirá a Presidência interina da Câmara dos Deputados, e o Deputado Marco

Maia, que, a partir de amanhã, assumirá a Presidência da República.

Deputada Rose de Freitas, Sras. e Srs. Deputados, hoje, ao longo do dia, vi

uma série de pronunciamentos de Parlamentares dando conta da visita à Casa de

alguns Prefeitos de Estados não produtores de petróleo, cobrando a inclusão na pauta

de projeto da lavra do Senador Vital do Rêgo que veio do Senado Federal.

Quero, Presidente Rose de Freitas, fazer um comentário, uma solicitação, e

argumentar com os Parlamentares e com os Prefeitos de outros Estados. Primeiro

dizendo que acho legítimo que venham aqui defender mais receita para seus Estados.

Isso deve ser feito respeitando as leis, a Constituição, a integridade e unidade da

Federação brasileira, para que todos os Estados, juntos, dando as mãos, possam

fazer o País progredir e avançar. Então, nessa questão, no mínimo, nós devemos ter

cautela.

Está anunciada pelo Presidente da Câmara dos Deputados a criação de uma

Comissão Especial, que é necessária, porque esse debate não está bem colocado.

Está-se levando para o lado emocional, para o lado do discurso fácil. Parece uma

loteria, um bingo, quem vai ganhar mais e quem vai ganhar menos, quando, no fundo,

não se trata disso.

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No fundo, trata-se de vidas humanas, de brasileiros e brasileiras que nasceram

ou escolheram viver no Rio de Janeiro ou no Espírito Santo, em Estados produtores,

ou que nasceram e escolheram viver em outras unidades da Federação.

O projeto do Senador Vital do Rêgo, meu correligionário e por quem tenho

grande apreço — fomos Deputados na mesma Legislatura e membros da Comissão

de Constituição e Justiça —, é uma aberração. O projeto é um manual de

inconstitucionalidade, de ilegalidade, e traz números que não são verdadeiros. Como

vamos basear um debate sério como esse em números que não são precisos, em

números que não sustentam a mais simples análise? Não foi à toa que a Presidente

Dilma fez esse alerta e pediu aos Srs. Ministros, àqueles que debatem o tema, que

fizessem um estudo correto e apresentassem os números verdadeiros. Para isso,

precisamos debater esse tema com mais tranquilidade.

O Senador Vital cometeu o equívoco, Deputada Rose de Freitas, porque se

deixou cegar pela ganância, pelo desejo de avançar sobre uma área, sobre um

recurso que não tinha e não tem a menor legalidade. Debatemos aqui o novo marco

regulatório do petróleo, a partir do anúncio do pré-sal e de que ele seria uma grande

riqueza, uma grande poupança do País, e era preciso então definir a forma de

utilização.

Isso foi feito. Os Estados produtores não criaram problemas nessa seara, mas

o Senador Vital inventou um número que não existe e quis meter a mão nos contratos

já em andamento, já previstos nos orçamentos dos Estados produtores. Ou seja, já

havia repercussão na vida do cidadão do Estado do Rio de Janeiro, do cidadão do

Estado do Espírito Santo.

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Evidentemente, temos a convicção de que isso não vai avançar, seja pelo veto

da Presidente da República, seja pela ação do Supremo Tribunal Federal, guardião

máximo da Constituição brasileira, que, nesse caso, está sendo violada.

Precisamos fazer o debate aqui. Esta Casa tem o dever de cumprir a

Constituição e de fazer justiça. Não é justo que contratos sejam rasgados, que direitos

sejam suprimidos, que joguem a Federação brasileira para o alto.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Arnaldo

Jordy, pelo Bloco Parlamentar PV/PPS.

O SR. ARNALDO JORDY (Bloco/PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de fazer o registro de um fato, eu diria,

inédito e importante ocorrido no Estado do Pará, que proporcionou o envio à

Assembleia Legislativa, pelo Governo Estadual, de um projeto de lei que institui a

Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa,

Lavra, Exploração e Aproveitamento dos Recursos Minerários e também cria o

cadastro da exploração desses recursos, o que já está previsto na Constituição

Federal e na Constituição do Estado do Pará ao longo desse tempo todo, desde a

promulgação desses dois diplomas legais.

Até então as empresas mineradoras que exploram uma das vocações naturais

da Amazônia e do Estado do Pará, que têm em Carajás a maior província mineral, por

exemplo, proporcionaram uma relação de sangria, uma relação de aproveitamento

sem as compensações devidas. Com isso, grandes empresas, como a Cia. Vale, por

exemplo, têm um faturamento, como o do ano passado, da ordem de 85 bilhões de

reais, um lucro líquido da ordem de 30 bilhões de reais e uma arrecadação de

impostos apenas da ordem de 600 milhões de reais, o que é uma distorção brutal em

qualquer atividade econômica, principalmente naquela que faz do Estado do Pará a

segunda economia que contribui para o superavit da balança comercial brasileira.

Ao longo de todos esses anos, ao longo de todo esse processo de 36 anos de

exploração do minério de ferro no Estado do Pará, agora, de forma inédita, o Governo

do Estado resolve cumprir a Constituição, estabelecendo a Taxa de Controle,

Acompanhamento e Fiscalização da Atividade de Pesquisa, Lavra, Exploração e

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Aproveitamento dos Recursos Minerários. Isso deve representar um rendimento da

ordem de 800 milhões a 1 bilhão de reais/ano para os cofres do Estado, no sentido de

tentar traduzir e compensar com políticas públicas, com investimentos para a

população, aquilo que é um pequeno pedaço, uma pequena compensação dos

recursos naturais, virtuosos, e que são explorados em abundância no Estado.

O Pará, por exemplo, foi responsável por 87% das exportações da Região

Norte, destacando-se com o maior valor absoluto dessas exportações, que foram da

ordem de quase 5 bilhões de dólares/ano. E, lamentavelmente, repito, essas riquezas

não têm sido internalizadas e traduzidas. Ao contrário, essas empresas têm uma

dívida muito grande com a população da Amazônia e particularmente com a

população do Estado do Pará.

Portanto, nós gostaríamos aqui de registrar esse fato histórico e importante,

uma mudança na relação dessas empresas com a extração do minério de ferro. O

Estado, que já é vítima da Lei Kandir, porque não consegue tributar em produtos

primários e semielaborados, agora, pela primeira vez, está tendo essa cobrança da

taxa da ordem de 6,45 reais para cada tonelada de minério explorado e que vai atingir

as grandes mineradoras (pelo projeto que foi enviado, as pequenas mineradoras

estão isentas).

Portanto, nós gostaríamos de aqui nos congratular com o Governador Simão

Jatene, com o Vice-Governador Helenilson, com o povo do Pará, enfim, com o

Governo do Estado, que enviou o que era já um reclamo da sociedade paraense à

Assembleia Legislativa, esse projeto de lei que cria a Taxa de Controle,

Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e

Aproveitamento dos Recursos Minerários.

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Era o que tinha a dizer. Muito obrigado, Sra. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Governo paraense apresentou à

Assembleia Legislativa o Pará um projeto de lei que deverá alterar profundamente as

relações do Estado com as empresas mineradoras do Estado, considerado uma das

maiores províncias minerais do planeta.

Pelo projeto de lei enviado pelo Governador Simão Jatene aos Deputados

Estaduais, denominado de Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização da

Atividade de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários

(TFRM), está previsto que para cada tonelada de minério extraído no Pará serão

cobradas 3 UPFs (Unidade de Padrão Fiscal), o que equivale a R$6,45.

O Pará registrou o segundo maior superávit do País (US$4,416 bilhões),

perdendo apenas para Minas Gerais (US$8,130 bilhões), segundo dados analisados

pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará — IDESP,

divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Os números mostram ainda que o desempenho paraense coloca o Estado

entre os maiores exportadores do País. Juntamente com São Paulo (US$16,793

bilhões), Minas Gerais (US$11,648 bilhões), Rio de Janeiro (US$7,644 bilhões) e Rio

Grande do Sul (US$5,260 bilhões) o Estado do Pará foi um dos que mais exportou

(US$4,867 bilhões).

O Pará foi responsável por 87% das exportações do Norte, se destacando com

o maior valor absoluto das exportações (US$4,867 bilhões).

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No entanto, toda essa riqueza não foi traduzida em desenvolvimento para o

Estado, que, como toda a região amazônica, apresenta índices socioeconômicos bem

abaixo do restante do País. Somos vitimados por um modelo macroeconômico que

impôs à região uma vocação de almoxarifado, onde os recursos são explorados sem

se revertam em melhorias das condições de vida para a população amazônida.

Precisamos e devemos reescrever este paradigma. E este imposto pode colaborar

para que este abismo seja vencido.

Temos como exemplo a Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, que

concentra boa parte de suas operações no Pará, principalmente na província de

Carajás. No ano, receita operacional da empresa atingiu R$82 bilhões, porém

deixando nos cofres apenas R$600 milhões em impostos, onde vemos um custo de

produção de irrisórios 0,7%, fazendo assim a atividade de extração mineral no Pará

um dos negócios mais lucrativos do mundo.

Esta nova fonte de recursos, seria uma forma de reverter o quadro que a

atividade mineral impõe à região, onde os lucros são tão imensos quanto o passivo

social e ambiental deixados pelas mineradoras. Espera-se que a arrecadação com o

novo imposto atinja R$800 milhões. As microempresas, porém, estarão isentas pelo

projeto de lei.

Também será criado pela nova lei o Cadastro Estadual de Controle,

Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e

Aproveitamento de Recurso Minerários (CRFM). A expectativa do Governo é de que a

matéria seja votada ainda este ano, antes do recesso legislativo.

Parabenizamos pela iniciativa o Governo do Pará, através do Governador,

Simão Jatene, do Vice-Governador, Helenilson Ponte, e toda a população, que enfim

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terá a chance de receber de volta, em forma de desenvolvimento, a exploração de

suas riquezas minerais.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. FERNANDO FERRO - Sra. Presidenta Rose, peço a palavra pela

ordem, por 1 minuto, para fazer um registro.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Pois não.

O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, está entre nós neste plenário o nosso amigo Manoel da Conceição,

um companheiro, um batalhador da resistência, fundador do Partido dos

Trabalhadores e um dos seus primeiros dirigentes. Ele, que assinou a primeira ata de

fundação do PT, hoje foi homenageado nesta Casa com a Medalha do Mérito

Legislativo. (Palmas.)

É motivo de orgulho para todos nós a sua presença, pela sua história de vida,

de resistência e de luta, pela firmeza dos seus princípios políticos, pela sua conduta,

pela honra de moral ideológica, que nunca negou o caminho. Eu tenho por Manoel o

maior carinho. Foi um dos que nos incentivaram na fundação do PT, nos ajudaram,

em Pernambuco, na construção do Partido dos Trabalhadores. O companheiro Paulo

Rubem é testemunha desses momentos difíceis em que ele esteve conosco.

Está aí uma prova de vida em defesa da democracia e da luta do povo do

campo e dos trabalhadores deste País.

Sra. Presidenta, muito obrigado pela oportunidade de registrar isso.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Deputado Fernando Ferro, entre

todas as homenagens já prestadas pela Câmara dos Deputados, sem sombra de

dúvida a de hoje foi uma das mais justas. Esta Casa sente-se honrada em receber no

seu plenário o Sr. Manoel da Conceição, a quem parabenizo pela homenagem justa

que recebeu. Sentimos prazer e honra por tê-lo aqui no plenário.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Paulo

Rubem Santiago, pelo PDT.

O SR. PAULO RUBEM SANTIAGO (PDT-PE. Sem revisão do orador.) - Sra.

Deputada Rose de Freitas, prezados Deputados e Deputadas, antes de comunicar a

questão principal que me traz a esta tribuna, eu quero externar a minha mais profunda

alegria por me encontrar aqui, mais uma vez, com o meu companheiro e amigo

Manoel da Conceição, meu primeiro candidato a Governador pelo Partido dos

Trabalhadores no Estado de Pernambuco, em 1982, e, depois por longo tempo, por

longas jornadas, liderança do CENTRU — Centro do Educação e Cultura do

Trabalhador Rural.

Manoel da Conceição é essa figura viva e emblemática, exemplo de coerência

dos trabalhadores rurais, de coerência do povo brasileiro na defesa da reforma

agrária, na defesa da democracia e dos direitos humanos, na construção de uma

pátria livre, soberana e socialista. Meu abraço carinhoso ao meu amigo e

companheiro Manoel da Conceição.

Sras. e Srs. Deputados, eu quero, em nome da Fundação Leonel

Brizola/Alberto Pasqualini e de seu Presidente, o companheiro Manoel Dias,

comunicar a esta Casa que anteontem, segunda-feira, no Rio de Janeiro, reuniram-se

quatro fundações dos seguintes partidos: a Fundação Perseu Abramo, do Partido dos

Trabalhadores; a Fundação Leonel Brizola/Alberto Pasqualini, do PDT; a Fundação

João Mangabeira, do PSB; e a Fundação Maurício Grabois, do PCdoB. Essas quatro

fundações estiveram reunidas no Rio de Janeiro, durante toda a segunda-feira, no

Hotel Novo Mundo. Lá, nós realizamos três grandes encontros, que abordaram a crise

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do capitalismo, a crise financeira no mundo e as alternativas de desenvolvimento para

o Brasil.

Tivemos a honra de contar com a participação de alguns dos mais importantes

economistas, professores, pesquisadores, estudiosos da economia brasileira e do

mundo. Estiveram conosco desde cedo, já na primeira mesa de debates, a

economista Maria da Conceição Tavares, o Prof. Luiz Carlos Bresser Pereira, o

economista Theotonio dos Santos e o Prof. Carlos Lessa. Esteve conosco na segunda

mesa o Prof. Ricardo Carneiro, do Instituto de Economia da UNICAMP. Estiveram

também conosco a economista Tânia Bacelar, minha conterrânea, e o Prof. Marcio

Pochmann, economistas que têm mostrado os rumos que este País tem que seguir,

primeiro, para reafirmar sua autonomia e a sua soberania na construção de políticas

alternativas de desenvolvimento.

A economista e professora Tânia Bacelar foi uma das mais enfáticas na defesa

de investimentos num sistema público de educação básica e de nível superior com

qualidade para todo o povo brasileiro, revelando ser este um dos grandes passivos

dessa conjuntura e dos últimos acontecimentos econômicos em nosso País.

Quero aqui destacar também as preocupações do Prof. Wilson Cano, da

UNICAMP, no tema da industrialização. O Prof. Wilson Cano, portador de grande

sabedoria, adquirida ao longo de sua formação acadêmica, nos mostrou a situação

gravíssima de progressiva perda da indústria de transformação no Produto Interno

Bruto, a que alguns chamam de progressiva tendência à desindustrialização.

Este seminário apontou caminhos importantes para o nosso País, o

compromisso com o fortalecimento da indústria e com a proteção comercial frente aos

desequilíbrios nas relações de troca do Brasil e dos países do MERCOSUL com a

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China, os mercados que nos estão sendo tomados pela China, não só aqui dentro, no

território do MERCOSUL, mas também nas competições comerciais do hemisfério

norte e da Europa.

Isso vem sendo corroborado pelo último estudo publicado pelo IPEA, no

Comunicado nº 121, apresentado recentemente, em Buenos Aires, pelo economista

Marcio Pochmann, que mostra, de maneira gravíssima, o desequilíbrio da presença

brasileira no mercado externo, em relação à presença da China, colocando o Brasil

numa situação de regressão, como se estivéssemos voltando a ser um país

exportador de commodities e produtos primários e importador de bens de alta

tecnologia, com graves riscos à nossa soberania tecnológica e à perda de mercados,

mas, acima de tudo, com graves riscos ao balanço de pagamentos das contas

externas do nosso País.

Por isso, eu quero parabenizar a Fundação Perseu Abramo, a Fundação João

Mangabeira, a Fundação Maurício Grabois e a Fundação Leonel Brizola/Alberto

Pasqualini.

Conclamamos que este debate continue de forma autônoma e soberana pelo

desenvolvimento do Brasil.

Obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Passamos a palavra, pela ordem,

por 1 minuto, ao Deputado Marcus Pestana.

Temos ainda 50 minutos para cada um falar um pouco.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Apenas para dar como lidos e deixar registrados nos Anais desta Casa três artigos de

minha autoria recentemente publicados na imprensa: A doença de Lula: SUS,

qualidade e avaliação social; Por que tamanha mobilização política? DRU, orçamento

e fortalecimento do Congresso; e Crise econômica e paradigmas ideológicos.

Registro também que a Casa está com a pauta esvaziada num momento em

que há uma marcha de Prefeitos pedindo a votação dos royalties do pré-sal e da

regulamentação da Emenda 29.

É muito importante que as Lideranças desta Casa e do Senado construam um

consenso maior, para que a nossa produtividade seja maior.

Dou como lidos e deixo registrados nos Anais da Casa os três artigos citados.

ARTIGOS A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ Nº 4, DE PÁGS. 1 A 5#)

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra, pela ordem, ao

Deputado Severino Ninho.

O SR. SEVERINO NINHO (Bloco/PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Gostaria de registrar, Sra. Presidente, a posse de João Capiberibe no

Senado, realizada ontem. Depois de muita luta, a Justiça fez justiça e colocou S.Exa.

no seu lugar de direito. S.Exa. é um homem simples, um homem com uma história de

lutas.

Eu, na condição de membro do Partido Socialista Brasileiro há 23 anos, não

poderia deixar de manifestar a minha alegria, a alegria do PSB, pela posse do

Senador Capiberibe.

O Senador com certeza irá fazer um grande trabalho pelo Estado do Amapá,

pela Região Norte, porque é um homem sensível às causas do País, do povo e

daquela região principalmente.

Senador Capiberibe, um grande abraço! A luta continua!

Muito obrigado, Sra. Presidente, pela tolerância.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra, pela ordem, à

Deputada Perpétua Almeida.

A SRA. PERPÉTUA ALMEIDA (Bloco/PCdoB-AC. Pela ordem. Sem revisão

da oradora.) - Sra. Presidenta, é só para registrar, mais uma vez aqui, outro de nossos

pronunciamentos acerca dos constantes apagões ocorridos no Estado do Acre. E

agora, para completar, Sra. Presidenta, a ANEEL, pela terceira vez, anuncia um

reajuste nas contas de energia do Estado. E mais: a média lá é de 3, 4, 5 apagões por

dia.

Tem virado moda produtores de leite e criadores de frango e de peixe irem até

a frente da ELETROACRE para jogarem seus produtos à ANEEL, a agência

responsável pela fiscalização do atendimento às empresas.

A ANEEL autorizou, mais uma vez, o reajuste de uma mercadoria que nem

sequer a ELETROACRE entrega ao povo acreano, já que ocorrem constantes

apagões no Estado do Acre.

Muito obrigada.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, o modelo de agências reguladoras foi

implantada no Brasil em plena onda neoliberal, quando se justifica a necessidade de

fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada. Além de

controlar a qualidade na prestação do serviço, as agências reguladores também

estabelecem regras para o setor.

Naquela mesma onda privatizante, a produção e distribuição de eletricidade

foram entregues à iniciativa privada, ficando o Governo como mero espectador da

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falta de respeito das empresas para com os consumidores de energia elétrica. Nesse

contexto, senhoras e senhores, a Agência Nacional de Energia Elétrica cumpre um

desserviço para os brasileiros. A ANEEL se presta ao papel de estar sempre favorável

aos empresários e raramente se coloca ao lado dos consumidores brasileiros. Prova

disso é o crime financeiro que aconteceu neste ano, onde empresas, em conluio com

a ANEEL, receberam ilegalmente nos anos de 2002 a 2009 um valor excedente nas

tarifas de energia.

Esta Casa, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, percebeu o

desvio e o denunciou aos órgãos competentes. E o Tribunal de Contas da União

emitiu parecer comprovando o desvio como ocasionado por um erro de metodologia

de cálculos.

Sras. e Srs. Deputados, a Câmara dos Deputados foi desrespeitada pela

ANEEL. A CPI orientou a imediata devolução dos valores aos contribuintes. O TCU

também determinou essa medida. Neste plenário e em várias Comissões cobramos

essa postura. Mas a ANEEL se fez surda ao Parlamento nacional. Preferiu bajular as

empresas, colocar-se como cega obediente do que defender os interesses do povo

brasileiro.

Por isso, Sra. Presidenta, entrei com um Projeto de Decreto Legislativo para

revogar a decisão da ANEEL em não restituir a cobrança indevida. Percebemos então

que esta agência não serve aos interesses do povo brasileiro, não se alinha com as

ações que a Presidenta Dilma está construindo. Prova disso, senhoras e senhores, é

que hoje, dia 30 de novembro de 2011, entrou em vigor um aumento da tarifa de

energia no Estado do Acre. Os consumidores de baixa tensão, geralmente as

residências pagarão 11,08% a mais. E as indústrias pagarão 14,34% mais caro.

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Sra. Presidenta, da tribuna do povo brasileiro afirmo: isso é um acinte, um

desrespeito!

No Estado do Acre, as interrupções, as quedas de energia e os apagões são

constantes. Não há confiança na oferta do serviço. Os prejuízos, tanto nas residências

quanto na indústria e no comércio, são cada vez maiores.

Mas para isso, mais uma vez, a ANEEL e a concessionária, ELETROACRE,

viram as costas. Fecham os olhos para a nossa realidade.

A constância dos apagões e da instabilidade da energia são um quotidiano no

Acre. Nas redes sociais virou piada quando começam os pisca-pisca das lâmpadas.

Algumas pessoas, em tom de brincadeira, já marcam compromissos para antes ou

depois do apagão.

Sra. Presidente, temas sérios precisam ser tratados com mais seriedade ainda.

É inadmissível que, diante da péssima qualidade do serviço, a ANEEL tenha

autorizado esse aumento. É inaceitável que a ELETROACRE se proponha a querer

cobrar mais por um produto que ela não vende.

No PROCON do Estado do Acre, no ano de 2010, a ELETROACRE recebeu

mais de mil reclamações só em Rio Branco. Até a data de hoje esse número se

acumula na casa de 800 reclamações. E é neste período em que as chuvas

aumentam, que o comércio vende mais, que as pessoas ficam mais em casa por

conta das férias.

Senhoras e senhores, o Acre hoje constrói uma estrutura industrial para

garantir seu desenvolvimento econômico. Indústrias de beneficiamento de madeira,

outras indústrias na área de alimentação — incluindo-se granjas e frigoríficos — ficam

vulneráveis pela falta de credibilidade que a empresa de eletricidade tem no Acre.

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Também é inadmissível o aumento para a área industrial. Cito aqui um

exemplo. Um produtor rural que comercializa peixes teve toda seu estoque

apodrecido porque faltou energia. Restou a ele, numa demonstração de indignação,

despejar centenas de quilos de peixe podre em frente à sede da ELETROACRE.

Essas denúncias, senhoras e senhores, mesmo já tendo sido registradas, a

ANEEL não considera — exatamente pelo fato de que a mesma não dá a mínima para

a população consumidora; ignora os interesses da população e só se preocupa em

defender os interesses dos que ganham muito dinheiro, embora ofereçam um serviço

de péssima qualidade.

Sr. Presidente, estarei junto com outros companheiros, mobilizando a

sociedade acreana. Iremos fazer o que for necessário para que esse aumento seja

anulado o mais breve possível e que o fornecimento de eletricidade no Acre seja

digno, seguro e confiável.

Muito obrigada.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Temos que entrar nas breves

comunicações. Deputado Domingos Dutra, V.Exa. está inscrito para fazer uma breve

comunicação.

Concedo a palavra, pela ordem, ao Deputado Cleber Verde.

O SR. CLEBER VERDE (PRB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil — CGADB,

Comissão de Planos e Estratégias de Evangelismo e Discipulado, promove o III

Fórum Nacional de Evangelismo e Discipulado, em Brasília. Iniciou ontem e termina

hoje, dia 30 de novembro, que, por coincidência, é o Dia Nacional do Evangélico, lei

de nossa autoria sancionada pelo Presidente Lula.

Cumprimento todos os evangélicos do Brasil, em especial os que estão

presentes nesse encontro, a comitiva que veio de Imperatriz, Maranhão, na pessoa do

Pastor Raul Cavalcante Batista, Eldine Rocha, Janiel Sousa, Francisco Ramos,

Francisco Almeida, Vonaldo Oliveira, Reinaldo Barreto, Mesquita Araújo, Hélio

Portela, enfim, todos os que estão participando desse grande encontro em Brasília.

Muito obrigado à Sra. Presidente.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra, pela ordem, ao

Deputado Rui Palmeira, do PSDB de Alagoas.

O SR. RUI PALMEIRA (PSDB-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, gostaria de fazer um apelo a V.Exa. e a todos os Deputados desta Casa.

No próximo dia 16 de dezembro, vai completar 13 anos o bárbaro assassinato

da Deputada Ceci Cunha, reeleita e assassinada no dia da diplomação do seu

segundo mandato. A Deputada foi barbaramente assassinada ao lado do seu marido,

o Sr. Juvenal, e de mais dois parentes.

Eu queria aqui apelar para que a Presidência desta Casa e todos os Deputados

pressionem, porque, por incrível que pareça, Presidenta Rose de Freitas, o

julgamento até hoje não aconteceu. Primeiro, um conflito de competência entre a

Justiça Federal e a Estadual; depois, vários recursos, medidas protelatórias dos

advogados dos acusados. Finalmente, o julgamento foi marcado para o mês de

janeiro.

Os filhos da Deputado Ceci, o advogado Rodrigo e a médica Adriana, estão

hoje na Câmara apelando a cada um dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas para que

pressionem, se façam presentes. Se possível, Presidenta Rose, que uma delegação

de Deputados se faça presente em janeiro na cidade de Maceió para que haja uma

pressão e publicamente os Deputados externem e clamem por Justiça para o caso da

Deputada Ceci Cunha, mesmo que extremamente tardia.

Esse é o meu apelo a cada uma das Sras. Deputadas e dos Srs. Deputados no

dia de hoje.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra, pela ordem, ao

Deputado Josias Gomes.

O SR. JOSIAS GOMES (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, eu quero parabenizar a nossa Presidenta Dilma Rousseff pela decisão de

ampliar as ações municipais ligadas ao Programa Bolsa Família e ao Plano Brasil

Sem Miséria.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uso mais uma vez este microfone da

Câmara dos Deputados a fim de parabenizar a Presidenta Dilma Rousseff pela

decisão de ampliar as ações municipais ligadas ao programa Bolsa Família e ao Plano

Brasil Sem Miséria. Segundo a decisão do Palácio do Planalto, o Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai reajustar o Índice de Gestão

Descentralizada — IGD.

Com a decisão, os Municípios receberão mais recursos e poderão expandir os

mecanismos da busca ativa, o que permite a localização das famílias mais pobres que

ainda não fazem parte do Cadastro Único.

Toda decisão governamental que vise ampliar o Bolsa Família, Sr. Presidente,

somente pode ser recebida com alegria, principalmente se tal decisão se vincula à

mais nova iniciativa governamental, que é o Plano Brasil Sem Miséria. Esses são,

tanto um quanto outro, os mais ambiciosos e felizes projetos de superação da pobreza

no País, responsáveis pela ascensão de milhões de famílias à classe média.

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São programas que estão mostrando-se os mais eficientes no campo da

economia, uma vez que nos fazem passar ao largo de uma das mais sérias crises do

capitalismo internacional, que por sinal ainda não acabou.

A fim de que entendamos o que a Presidenta Dilma está fazendo agora, basta

lembrarmos que o Governo Federal pagava aos Municípios R$2,50 por família

cadastrada e beneficiária do Bolsa Família; a partir de agora serão pagos R$3,25 por

família atualizada no Cadastro Único.

Em 2011 foram repassados para Estados e Municípios cerca de R$330

milhões. A previsão do MDS para 2012 é de que esse valor chegue a R$560 milhões.

De acordo com a Ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, os

grandes parceiros na execução do Bolsa Família são os Municípios. Segundo a

Ministra, o Brasil deve beneficiar 13 milhões de famílias, porque o Governo Federal

está trabalhando com os 5,5 mil Municípios com o objetivo de criar mecanismos com

os quais a Prefeitura e o gestor se sintam estimulados a aperfeiçoar o cadastro.

O IGD é um indicador que varia de 0 a 1 e mostra a qualidade da gestão do

Programa Bolsa Família em âmbito municipal. O índice é calculado com base na

qualidade e na integridade das informações que constam no Cadastro Único, na

atualização da base de dados e nas informações sobre a frequência escolar das

crianças e adolescentes e sobre o cumprimento dos condicionantes na área de saúde.

Com base nesse indicador, o MDS repassa verbas aos Municípios para que

façam a gestão dos programas sociais. Quanto maior o valor do IGD, maior será o

valor do recurso transferido ao Município. Os recursos são repassados mensalmente

do Fundo Nacional de Assistência Social para o Fundo Municipal de Assistência

Social.

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De acordo com o Secretário de Renda e Cidadania do MDS Tiago Falcão, o

recurso do IGD é um reconhecimento dos serviços prestados pelo Município e, ao

mesmo tempo, um estímulo para que ele aperfeiçoe os mecanismos de gestão dos

programas. Duas grandes inovações o IGD traz; uma é essa lógica de

reconhecimento do que foi feito pelos Municípios, outra é a liberdade na aplicação de

recursos, dada a diversidade de situações que encontramos em cada Prefeitura,

conforme explica o dirigente.

Portanto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é obrigação nossa elogiar e

festejar a decisão do Governo Federal, que continua firmemente empenhado na

defesa dos interesses dos mais necessitados, na superação da miséria no Brasil.

Convém lembrar aos amigos Prefeitos a necessidade de cada vez mais, e mais

ativamente, participarem desse esforço, como já vem acontecendo, atendendo ao

interesse da Nação brasileira como um todo.

O acompanhamento da execução dos recursos é feito pelos Conselhos

Municipais de Assistência Social. Por isso, para Falcão, não existe a possibilidade de

os Municípios fazerem um cadastramento indiscriminado para receber recursos

adicionais. “Não basta cadastrar. Temos parâmetros de controle para isso, para saber

efetivamente quantas famílias se espera que a Prefeitura cadastre e quantas ela

efetivamente cadastrou”, explica ele.

Além de ser usado em ações de acompanhamento das famílias beneficiárias,

os recursos do IGD podem ser aplicados no cadastramento de novas famílias, na

atualização e na revisão das informações da base de dados do Cadastro Único, na

implementação de programas complementares, como de alfabetização e educação de

jovens e adultos, capacitação profissional e geração de trabalho e renda.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 343.1.54.O Tipo: Ordinária - CD Data: 30/11/2011 Montagem: 1966/4176

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra pela ordem ao

Deputado Otavio Leite.

O SR. OTAVIO LEITE (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, quero manifestar aqui a plena e total defesa que fazemos da educação

física em todos os âmbitos, mas especialmente da educação física inserida no ensino

regular.

É fundamental que possamos aprovar uma regra alterando a Lei de Diretrizes e

Base da Educação, a fim de que as aulas de educação física nessa primeira fase do

ensino fundamental e também na educação infantil sejam ministradas exclusivamente

por profissional do setor.

Está cientificamente comprovado que essa prática, quando é oferecida aos

alunos da rede pública, permite que eles possam expandir-se e, no viés cognitivo,

ampliar suas perspectivas muito mais do que quando não recebem esse tipo de

atenção.

Nada tenho contra a professora regular, mas tudo em favor dos alunos. Se

contarem com um profissional do setor ministrando as aulas de educação física, eles

terão muito mais perspectivas de desenvolvimento profissional.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Ivan

Valente, pelo prazo de 3 minutos.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, gostaria, em primeiro lugar, de parabenizar nossa

bancada no Senado Federal, que conseguiu, ontem, romper com um acordo contra a

biodiversidade brasileira. Verdadeiro retrocesso é a votação do Código Florestal nesta

Casa, a serviço dos grandes exportadores do Brasil, sem uma visão estratégica do

que fazer com aquilo que é o maior potencial do nosso País: as florestas, a

biodiversidade brasileira. O País tem a maior reserva de água doce do mundo e esse

grande território. Ou seja, como ter um projeto de desenvolvimento sustentável?

Nossa bancada no Senado — os Senadores Marinor Brito e Rodolfo Rodrigues —

conseguiu mostrar que o acordo entre a Oposição e os governistas não estava tão

bem costurado.

Segundo, ontem participamos de uma manifestação. Milhares de pessoas

foram ao Palácio do Planalto, onde fomos recebidos pelo Secretário-Geral da

Presidência Gilberto Carvalho. Na ocasião, dissemos claramente que a Presidenta

Dilma Rousseff deveria receber o setor que está contra a votação do Código Florestal

— que, na verdade, representa 80% da opinião pública brasileira. S.Exa. foi à

conferência da CNA com os ruralistas e o agronegócio, todos aplaudindo. A

Presidenta da CNA, Senadora Kátia Abreu, recebeu a Presidenta. Agora, os

ambientalistas e os que são contrários ao Código Florestal não foram recebidos. Mas

nós recebemos, Deputado Homero, do Secretário, a seguinte informação: S.Exa.

cumprirá a palavra dada na campanha. Não permitirá anistia ao desmatamento. Pelo

menos essa parte — ou seja, uma das partes principais. Se a Presidenta Dilma

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Rousseff quiser cumprir com sua palavra, não pode deixar passar esse Código

Florestal.

Primeiro, o relatório que passou na Câmara, do Deputado Aldo Rebelo, é

realmente um imenso retrocesso na questão ambiental brasileira. E o Senado não

muda muita coisa. E, assim mesmo, tem ruralista descontente na Câmara dos

Deputados, sabia, Deputado Fernando Ferro? Assim mesmo, com tudo que passou,

são 4 módulos fiscais que não precisam recompor. São 70 milhões de hectares de

terra que não precisam recompor, Deputado Ferro. Ou seja, 90% das propriedades.

Segundo, flexibilizaram uma legislação para o campo estadual. Ou seja, deram

condições para que a pressão dos produtores rurais chegue mais perto dos

Governadores, enfraquecendo o Sistema Nacional de Meio Ambiente. E continua a

criação de gado, inclusive nas Áreas de Preservação Permanentes: beiras de rios,

topos de morros.

Hoje a COP-17, na África do Sul, e as entidades que estão participando do

processo fazem uma dura crítica ao Brasil, pelo retrocesso que representa a votação

do Código Florestal, no Congresso Nacional.

O PSOL quer demarcar uma posição clara: nós votaremos contra a mudança

do Código Florestal no nosso País, para garantir que a biodiversidade brasileira e o

potencial que o País tem perante o mundo, com potência ambiental, sejam mantidos.

Por isso, queremos apresentar ao conjunto da sociedade brasileira a

demarcação feita no Senado e a que fizemos na Câmara. Esse Código só interessa

ao lucro, é um atentado ao patrimônio natural do povo brasileiro, que são suas

florestas, reservas de água doce e as condições de um desenvolvimento sustentável

no País.

Obrigado, Sra. Presidenta.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Alberto

Filho, do PMDB do Maranhão.

O SR. ALBERTO FILHO (PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, hoje pela manhã estivemos com Deputados,

Senadores e Prefeitos em visita ao Presidente da Câmara Federal, Deputado Marco

Maia, para a entrega de um requerimento de urgência para votação dos royalties do

pré-sal.

O Deputado Marco Maia, que é do Estado do Rio Grande do Sul, que também

tem interesse na votação dos royalties do pré-sal, informou-nos que, infelizmente, a

pauta das sessões, tanto ordinária como extraordinária, está trancada por medidas

provisórias de interesse do Governo.

Quero aproveitar a oportunidade para fazer um apelo aos Líderes dos partidos

na Câmara Federal para chegarmos a um acordo e votarmos o mais rápido passível

essas medidas provisórias que estão trancando a pauta das sessões ordinárias e

extraordinárias. Vamos votar o mais rápido possível o projeto do Senador Vital do

Rêgo, que trata de uma divisão mais justa dos royalties do pré-sal.

O compromisso feito pelo Presidente da Câmara foi de que, assim que for

destrancada a pauta das sessões ou ordinárias ou extraordinárias, votarmos de

imediato, aqui em plenário, o projeto do Senador Vital do Rêgo, por uma divisão mais

justa dos royalties do pré-sal.

Aqui falo em nome de um dos Estados mais pobres da nossa Federação, do

Estado do Maranhão, que vê a sua salvação, o seu desenvolvimento nos royalties do

pré-sal.

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Aqui faço um apelo aos Deputados para votarmos e aprovarmos esse projeto

do Senador Vital do Rêgo.

Estou me dirigindo agora mesmo à Presidência do Senado Federal. Lá, estão

Prefeitos e Senadores discutindo também a questão dos royalties do pré-sal, para que

possamos ter uma divisão mais justa e, com certeza, melhorar o desenvolvimento, a

qualidade de vida de diversos Estados, Municípios, que estão em uma situação

crítica.

Encaminhei ofício à Liderança do meu partido, o PMDB, para que me indique

como um dos membros, titular ou suplente, da Comissão Especial que vai tratar dos

royalties do pré-sal para que possamos participar das decisões, e a votação e

aprovação aconteçam o mais rápido possível do projeto.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao Deputado

Domingos Dutra. S.Exa. dispõe de 3 minutos. Em seguida falarão os Deputados

Amauri Teixeira e Ronaldo Benedet.

O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidente Deputada Rose de Freitas, associo-me a todos na homenagem ao

companheiro Manoel da Conceição Santos, que recebeu a Medalha do Mérito

Legislativo pela sua história. Fui indicado por vários companheiros para receber essa

honraria, mas abdiquei em nome de Manoel da Conceição, e a bancada federal do PT,

por unanimidade, acolheu essa homenagem, pela sua coerência, pela sua história de

luta por um País mais justo, mas também pela simbologia da violência que ele

encarna, já que perdeu uma perna à época em que o Sr. José “Saddam Mubarack”

Sarney era Governador do Maranhão.

Parabéns ao companheiro Manoel da Conceição pela sua coerência.

Volto a dizer que a tensão no Maranhão ainda é muito grande. Os policiais

militares, os policiais civis e Corpo de Bombeiros continuam acampados na

Assembleia Legislativa desde o dia 23. O Exército continua nas ruas de São Luís,

continua nas ruas de Imperatriz, com seus fuzis, nas carrocerias de caminhões, como

se estivéssemos no Iraque ou no Afeganistão.

O Exército não tem culpa de nada, a culpa é da falta de governo no Maranhão.

Felizmente, após tantas pressões, ontem à tarde o Governo abriu as

negociações. A Governadora Roseana acordou, voltou à racionalidade e indicou o

Senador João Alberto Souza, que está licenciado, para mediar esse conflito que

poderia causar graves consequências para o Maranhão e para o Brasil. E as

negociações avançam.

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Espero que a reunião que está ocorrendo neste momento em São Luís chegue

a um ponto final, de tal forma que os policiais militares e civis e os bombeiros militares

voltem às suas atividades, para garantir a segurança, que já era precária e que agora

entrou no caos generalizado.

Hoje a Comissão de Segurança aprovou requerimento de minha autoria, de

audiência urgente com o Ministro da Defesa Celso Amorim, com o Ministro da Justiça

José Eduardo Cardozo e com a Ministra de Direitos Humanos Maria do Rosário, para

relatarem os fatos. Aprovou também a indicação de que o Ministro da Justiça e a

Ministra de Direitos Humanos, se não houver acordo hoje, enviem representantes

civis ao Maranhão, porque eles vão ter melhores condições de passar a verdade à

Presidente Dilma e ajudar nas mediações.

Eu repito que a nossa preocupação é haver confronto entre o Exército

Brasileiro e os policiais do Maranhão, o que pode tornar-se uma tragédia. Se isso vier

a acontecer, o próprio Senador José Sarney vai colocar a responsabilidade nas costas

da Presidente Dilma e do Exército Brasileiro, como está acostumado a fazer. Na hora

em que acontece um desastre ele cai fora, tira o corpo fora e transfere a

responsabilidade para terceiros.

Portanto, desejo do fundo do coração que o Senador João Alberto Souza, em

nome do Governo, chegue a bom termo nas negociações, para que possamos ter paz

e tranquilidade no Maranhão, a fim de que a segurança pública possa efetivamente

funcionar em defesa dos empresários, em defesa dos intelectuais, em defesa dos 6,3

milhões de maranhenses que estão padecendo com falta de Governo. Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao Deputado

Amauri Teixeira.

O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, cheguei de Cartagena hoje, às 6 horas da manhã, e vim inscrever-me às

7h55min para garantir minha fala neste horário.

Nós estivemos em Cartagena representando a Comissão de Seguridade Social

em uma reunião com 17 Parlamentares de países distintos da América Latina,

buscando discutir a importância da seguridade social para o desenvolvimento

regional, para a integração da América, a importância de se criar um piso de benefício

de seguridade na América Latina e sobretudo uma cultura de cidadania de seguridade

em todo o continente, entendendo que esse é o fator capaz de reduzir desigualdades

sociais, regionais e intercontinentais.

Eu também quero dizer que nas minhas emendas individuais, Sra. Presidente,

pelo perfil do meu mandato, eu priorizei dois segmentos. Estou propondo a destinação

de R$4,25 milhões para a saúde e R$4,5 milhões para a educação. Esses dois

setores, duas áreas estratégicas, absorvem mais de 50% das minhas emendas.

Tivemos também, em relação às emendas parlamentares, as chamadas

emendas populares. Nós acompanhamos audiências em Várzea Nova, Caém,

Piritiba, Umburanas, Tanquinho, Nova Fátima e Saúde, e acompanharemos outras no

oeste, para garantir que os Municípios tenham assegurados os recursos das emendas

de bancada.

Quero dizer, Sra. Presidente, que não é à toa que priorizei esses investimentos.

Quero parabenizar o Relator Arlindo Chinaglia e o Senador Walter Pinheiro, Relator

do PPA, não só por terem agregado mais recursos, canalizado emendas para a saúde

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principalmente, mas também por reconhecerem a prioridade dada por diversos

Parlamentares, como o Deputado Gilmar Machado, que defendem que a saúde tem

de ser priorizada.

Então, nesta Casa, nós, no nosso mandato, estamos priorizando a saúde, por

reconhecer que é um dos principais problemas da população brasileira.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem a palavra o Deputado Ronaldo

Benedet. Em seguida vamos ouvir o Deputado Fernando Ferro.

O SR. RONALDO BENEDET (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sra. Presidenta, Srs. Deputados, venho à tribuna desta Casa hoje para falar de um

tema muito ligado à minha cidade, à minha região, de vocação carbonífera, onde

temos um número grande de aposentados que têm sido o motivo da eleição de muitos

Parlamentares, Deputados e Senadores, que defendem os aposentados. Mas não se

busca no Brasil a solução para os aposentados do Regime Geral da Previdência

Social, aqueles que não são funcionários públicos.

Tenho defendido que para resolver a situação daqueles trabalhadores que são

do Regime Geral da Previdência precisamos ter um fundo. O Brasil deve muito aos

aposentados, àqueles que contribuíram para chegarmos ao Brasil rico e forte de hoje.

Esses aposentados estão relegados porque dependem apenas dos recursos do

Tesouro. Por isso venho defender aqui a criação de um fundo que garanta aos

aposentados do Regime Geral da Previdência reajustes além da inflação, ou pelo

menos iguais à inflação, ou ao do salário-mínimo. Pessoas da minha cidade que

ganhavam 7 salários-mínimos hoje ganham 2, ou mesmo 1 salário-mínimo.

Hoje o jornal Folha de S.Paulo traz a manchete: FGTS lucra mais do que

instituições bancárias. Ora, o Fundo de Garantia é dos trabalhadores da atividade

privada. Eles garantem um lucro, em 2 anos, de R$11 bilhões. Esse já seria um motivo

para se constituir um fundo para os trabalhadores do Regime Geral da Previdência.

O Ministro Garibaldi Alves tem defendido que é preciso separar os aposentados

do Regime Geral da Previdência dos aposentados da atividade pública. Isso é o que

nós defendemos também, mas precisamos preparar-nos, e o Brasil deve isso aos

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aposentados. A PETROBRAS apropriou-se muitas vezes, para fazer seu fundo, dos

recursos do Regime Geral da Previdência. O Banco do Brasil também. Hoje os

aposentados do Regime Geral da Previdência vivem humilhados, com remuneração

baixíssima, muitos até com salário-mínimo, tendo reduzido muito seu poder aquisitivo.

Eles precisam que se lhes garanta no futuro uma aposentadoria digna, equiparada ao

que ganhavam na ativa.

Na atividade pública garante-se o que se ganha na ativa. No caso dos militares,

até 20% a mais. O trabalhador do Regime Geral da Previdência, o trabalhador que nos

está ouvindo lá na minha cidade, na região sul de Criciúma, ex-mineiros,

trabalhadores de minas aposentados, sofrem com a redução de suas aposentadorias

ano a ano. Por isso, que se crie um fundo para garantir o pagamento da Previdência

Social daqueles trabalhadores do Regime Geral da Previdência. É isso que temos

defendido.

E vamos falar mais, da tribuna desta Casa, em defesa do aposentado tão

sofrido do nosso País.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem a palavra o Deputado Bohn

Gass, por 1 minuto.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Quero

apenas fazer um registro, Presidenta: tive a satisfação de recolher entre os colegas

Deputados, aos quais sou muito grato, mais de 200 assinaturas para a constituição da

Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social Rural.

A ideia é podermos dar garantia, estabilidade para essa que é uma das maiores

distribuições de renda no nosso País: o salário de aposentadoria do nosso agricultor e

da nossa agricultora.

Queremos que se mantenha a idade, e que eles fiquem na Previdência, não na

Assistência. Queremos que se compreenda o papel do agricultor — que pode ser

empregador ou empregado —, para que ele mantenha a condição de segurado

especial da Previdência.

Quero convidar todos os colegas para o lançamento da Frente no próximo dia

8, quinta-feira, na sala 14, a partir das 10 horas, com a presença do Ministro Garibaldi

Alves, da Previdência, e do Ministro Afonso Florence.

Conto com os meus queridos colegas Deputados.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem a palavra o Deputado Fernando

Ferro. Em seguida vão falar o Deputado Miriquinho Batista, o Deputado Domingos

Sávio e o Deputado Celso Maldaner.

O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero fazer um registro da minha

participação na segunda-feira passada no I Fórum de Mobilização para a Prevenção

de Acidentes de Motos no Estado de Pernambuco, a convite da Secretaria de

Educação do Estado.

Registro o trabalho realizado pelo Dr. João Veiga, do Hospital da Restauração,

no Estado, que apresenta dados extremamente graves e preocupantes; o primeiro,

que foi dado a conhecer pelo DETRAN, é o de que a nossa frota de motos pulou de

174 mil veículos no ano de 2001 para 731 mil em 2011, isso até outubro deste ano;

houve, portanto, um aumento de mais de 320%. Isso é um reflexo do crescimento do

poder aquisitivo da população, o que facilitou a compra de motos, mas vêm agora as

consequências disso no trânsito, como o aumento da taxa de mortalidade.

Eis um dado que impressiona: 31% das mortes por acidente no meu Estado

envolvem condutores de motocicletas. Em algumas cidades do interior, chega a 41%

o percentual de mortes em acidentes com condutores de motocicletas. No quesito

atendimento hospitalar por acidente, 70% deles foram de usuários de moto. Estão aí

as estatísticas, revelando que o excesso de velocidade, o álcool e dispensa do

capacete são as principais causas de acidentes, que na maioria vitimam a população

masculina da faixa dos 19 a 40 anos, trazendo imensos prejuízos, além das vidas

mutiladas, com a perda definitiva do poder produtivo da população que utiliza esse

meio de transporte.

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O Fórum defendeu — o que acho que é da maior importância — que é preciso

fazer uma campanha articulada, com vários eixos. Tem de ser promovida uma

campanha de educação no trânsito, com incentivo crescente à fiscalização, para que

o DETRAN, os órgãos de fiscalização nos Estados e Municípios possam efetivamente

fiscalizar os condutores de moto, que hoje não têm, digamos, o treinamento adequado

para a utilização desse veículo. Então, com o Fórum, nós estamos diante de uma

iniciativa extremamente importante do Governo do Estado para sensibilizar os

Governos Municipais, o Estado, os órgãos da Polícia, de prevenção, a escola e os

diversos órgãos públicos a promoverem campanhas de denúncia e ao mesmo tempo

de educação para o trânsito de motocicletas.

É de fato algo epidêmico no nosso Estado, e já apresentamos lá, a convite, um

projeto de lei de nossa iniciativa que torna obrigatório o uso de vários equipamentos

de segurança, como cotoveleira, colete de tronco, proteção de tornozelo, de joelho,

que deveriam ser incorporados aos kits de segurança quando da venda das motos.

Assim como nós temos hoje, com sucesso, a obrigatoriedade do uso do cinto

de segurança nos carros, temos de tomar iniciativas na mesma direção para os

condutores de moto.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Celso

Maldaner. Em seguida, o Deputado Miriquinho Batista.

O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidente Rose e demais colegas Parlamentares, nós não estamos votando

nada aqui, hoje, porque, se votarmos as medidas provisórias, vamos criar problemas

no Senado. Quero aqui expressar o orgulho que estou sentindo de nossos Senadores,

que votaram os royalties do petróleo, o que é muito importante.

Hoje tivemos em torno de 500, 600 Prefeitos aqui, e vamos reunir em torno de 2

mil ou 3 mil Prefeitos, nos dias 13 e 14, nesta Casa, porque é muito importante este

projeto de lei dos royalties do petróleo. Devemos arrecadar, no ano que vem, em torno

de 32 bilhões e 33 bilhões. Está crescendo muito essa arrecadação, que, neste ano,

deve ultrapassar os 27 bilhões.

Eu quero fazer um apelo aos Líderes. Nós colhemos 288 assinaturas para a

urgência. Não vejo necessidade desta Comissão Especial que foi anunciada, temos

que ter no máximo uma Comissão Geral para discutirmos.

Temos que votar este ano o projeto de lei sobre a partilha dos royalties do

petróleo. Temos que copiar o exemplo dos Senadores. Não podemos deixar de votar

esses bilhões, e já foi feito um acordo. Abrimos mão de 9 bilhões — Emenda Ibsen

Pinheiro — para pegarmos 4 bilhões ou 5 bilhões já a partir de janeiro. No momento

em que isso for aprovado aqui, os Municípios já começarão a receber.

Precisamos sensibilizar todos nossos Líderes para fazerem o acordo. Estão

colhendo a assinatura dos Líderes para votarmos a urgência do projeto de lei sobre os

royalties do petróleo. Precisamos do apoio dos Líderes da Oposição para votarmos

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em regime de urgência o projeto de Previdência Complementar e os royalties do

petróleo.

Com certeza, como o Senado demonstrou grandeza em votar os royalties do

petróleo, também vai votar, na terça-feira, o Código Florestal Brasileiro. Ficou muito

bom o Código Florestal Brasileiro. Lá, estão tentando obstruir, mas vão votar ainda

hoje o requerimento de urgência. Na terça-feira, serão votados o Código Florestal

Brasileiro e também a Emenda 29, incluindo o FUNDEB.

Estou sentindo muito orgulho dos nossos Senadores. Nós também temos que

encerrar esse ano com chave de ouro. Quero aqui dizer o mesmo, sentir orgulho dos

Deputados Federais. Votamos o Código Florestal. Temos que votá-lo aqui este ano,

quando vier para cá, e também os royalties do petróleo.

Portanto, esperamos de todos os Líderes a compreensão para concluirmos

esses três temas tão importantes para os Municípios de todo o Brasil.

Esse é o nosso pedido, no sentido de sensibilizar o acordo dos Líderes.

Vamos encerrar este ano com chave de ouro. E o apelo que faço a todos os

Líderes é para que votemos com urgência. Não podemos ficar discutindo mais,

porque o Código Florestal já é do conhecimento de todos e foi melhorado mais ainda

no Senado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem a palavra o Deputado

Miriquinho Batista, do PT do Pará.

O SR. MIRIQUINHO BATISTA (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer um registro e parabenizar os

engenheiros de pesca do Brasil, que estão realizando em Belém o Congresso

Brasileiro de Engenharia de Pesca. Lá estão reunidos engenheiros, estudantes,

pescadores artesanais e representantes da indústria de pesca para discutir a vida do

setor pesqueiro brasileiro, puxado pela engenharia de pesca, área de formação essa

que está completando 40 no Brasil.

O segundo registro que quero fazer tem relação com a minha querida cidade de

Abaetetuba, no Estado do Pará, que neste momento está festejando o Círio de Nossa

Senhora da Conceição, sua padroeira. Começou no domingo a grande festa do Círio,

que se estenderá no Município até o dia 8 de dezembro, Dia de Nossa Senhora da

Conceição. Parabenizo todo o povo de Abaetetuba e a Igreja Católica, neste momento

de fé e de religiosidade do povo.

Eu também quero registrar que o Terra Legal, neste fim de semana, conseguiu

entregar títulos urbanos nos Municípios de Parauapebas e São Geraldo do Araguaia,

no Estado do Pará. Eram esses os três registros que eu tinha fazer, dizendo da nossa

satisfação e parabenizando a equipe da Dra. Shirley, do Terra Legal, por estar

trabalhando no sentido da regularização fundiária da Amazônia e do Brasil.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado André

Moura.

O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, solicito seja considerado lido discurso em apoio aos médicos do Brasil, em

especial aqueles que militam diretamente no Sistema Único de Saúde — SUS, tendo

como referência o Projeto de Lei nº 2.794/2011, de minha autoria, projeto esse que

apresentei nesta semana para que se conceda isenção tributária aos médicos que

trabalham no SUS e recebem pelo SUS.

Há realmente muita dificuldade para se conceder uma remuneração adequada

aos profissionais da saúde. Estou convicto de que a solução é fixar-se um piso salarial

nacional para a categoria. A atual remuneração infelizmente é o maior fator de

desestímulo para que esses profissionais atuem no Sistema Único de Saúde — SUS.

É preocupante o baixo índice de otimismo entre os médicos registrado em pesquisa

do Conselho Federal de Medicina, principalmente no que se refere a trabalhar na rede

pública, onde faltam instalações adequadas, planos de carreira e salário digno.

Diante da importância dessa área, é para proteger a sociedade que apresento o

Projeto 2.794.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãos que estão acessando a

Internet e as redes sociais, cidadãos que sintonizam a Rádio Câmara e a TV Câmara

em todo Brasil, em especial os do Estado de Sergipe, que me orgulho de aqui

representar, venho hoje à tribuna da Câmara dos Deputados para falar mais uma vez

dos médicos do Brasil, em especial daqueles que militam diretamente no Sistema

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Único de Saúde — SUS, tendo como referência o Projeto de Lei nº 2.794/11, que

apresentei esta semana com o fim de conceder aos médicos isenção tributária da

remuneração proveniente do SUS.

No Brasil, a presença atuante do médico só se tornou realidade no Século XIX.

Pouquíssimos eram os médicos que aqui aportavam. Eles eram então chamados de

“físicos”, e em sua maioria eram “cristãos novos”, ou seja, judeus recém-convertidos

ao catolicismo para fugirem à Inquisição.

Em maior número vieram os cirurgiões, dos quais havia três categorias: os

“cirurgiões barbeiros”, os “cirurgiões aprovados” e os “cirurgiões diplomados”.

Predominavam os “cirurgiões barbeiros”, que praticamente monopolizavam a prática

da medicina nos Séculos XVI e XVII. E logo os nativos, quase sempre mestiços ou

mulatos, aprenderam o ofício e tornaram-se também “cirurgiões barbeiros”. Sem

nenhum preparo, iniciavam-se como aprendizes e, após alguma prática, eram

examinados e recebiam a carta que os habilitava ao exercício da profissão.

Praticavam o tratamento de fraturas e luxações, curavam feridas, faziam sangria e

extraíam dentes.

Tiveram um papel relevante no atendimento médico à população tanto indígena

como de escravos e colonizadores os jesuítas e os boticários. Como não havia ainda

cursos de farmácia, os boticários aprendiam o ofício nas próprias boticas, prestavam

exame perante o físico-mor e recebiam carta de habilitação.

Essa situação, caros Parlamentares, só começou a se modificar em 1808, com

a vinda de D. João VI para o Brasil, quando foram criadas aqui duas escolas

médico-cirúrgicas, uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro. Na realidade, somente a

partir de 1832, quando essas duas escolas foram transformadas em Faculdade de

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Medicina, começaram a formar-se médicos brasileiros, os quais aos poucos foram

assumindo o exercício da medicina, em concorrência com os “cirurgiões barbeiros” e

os curandeiros. As famílias mais abastadas enviavam seus filhos para estudarem na

Europa; muitos médicos brasileiros formaram-se em Coimbra, Salamanca, Montpellier

e Edinburgh.

O número de médicos no Brasil só aumentou no século XX, com a criação de

novas escolas médicas. Em 1900 havia no País apenas três faculdades de medicina:

a do Rio de Janeiro, a de Salvador e a de Porto Alegre, essa última fundada em 1898.

Em 1950 já eram 15, que diplomavam cerca de 2 mil médicos por ano.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a classe médica, até os anos 50,

sempre se conduziu como profissão liberal, sem tomar consciência da necessidade de

se organizar como categoria profissional na defesa de seus mais legítimos interesses

e da própria profissão. A Associação Médica Brasileira, fundada em 1951, tomou a

iniciativa nesse sentido quando organizou seu I Congresso, na cidade de Ribeirão

Preto, em 1956, sob a liderança do Prof. Hilton Rocha e de Jairo Ramos.

Houve inicialmente a tentativa de se fundar a Ordem dos Médicos, à

semelhança da Ordem dos Advogados, mas a ideia não vingou; foi substituída pela

dos Conselhos de Medicina, Federal e Regionais, criados no Governo do Presidente

Juscelino Kubitschek de Oliveira pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957.

Somente a partir do funcionamento dos Conselhos a classe médica passou a contar

com um fórum adequado para a discussão das questões éticas da medicina.

Em nosso entendimento, todas as profissões da área de saúde são dignas,

úteis e necessárias, e não surgiram por acaso; são fruto do atual estágio da

civilização, e muito podem contribuir para o bem-estar da população, tanto com a

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preservação da saúde como com o tratamento e a recuperação dos enfermos.

Devemos todos trabalhar em harmonia visando ao bem comum.

É real a dificuldade de remunerar adequadamente os profissionais da saúde.

Talvez a solução seja reajustar o salário-mínimo dos médicos ou mesmo fixar um piso

salarial nacional para a categoria. A atual remuneração é, infelizmente, o maior

desestímulo para que esses profissionais atuem no Sistema Único de Saúde — SUS.

Sras. e Srs. Deputados, são preocupantes o baixo índice de otimismo dos

médicos, registrado em pesquisa do Conselho Federal de Medicina, e o grau de

insatisfação no exercício da profissão. Na rede privada os médicos viram reféns nas

mãos de alguns empresários, enquanto na rede pública faltam instalações

adequadas, planos de carreira e salário digno.

Diante da importância dessa área para proteger a sociedade brasileira,

reconhecendo o trabalho dos médicos que é de extrema relevância para nós

brasileiros, solicito o apoio aos ilustres pares para a aprovação do PL nº 2.794/11. E

peço que este meu discurso seja registrado nos Anais da Casa e amplamente

divulgado pelos órgãos de comunicação deste Parlamento.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem a palavra por 1 minuto o

Deputado Homero Pereira.

Quero explicar rapidamente o seguinte: às 19 horas tenho de encerrar a

sessão, e estão inscritos a Deputada Jô e o Deputado Domingos Sávio. Assim, estou

concedendo 1 minuto a cada um. Vou dividir o tempo restante entre V.Exas.

O SR. HOMERO PEREIRA (PSD-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, eu simplesmente quero registrar o esforço que os Senadores estão

fazendo neste momento para dar celeridade à votação do Código Florestal brasileiro,

o que nós temos de tomar como exemplo.

O projeto vai voltar para esta Casa na semana que vem. O Senado, como Casa

revisora, na minha opinião melhorou principalmente a questão da insegurança jurídica

que suscitava o texto aprovado aqui na Câmara dos Deputados. Já houve muitos

avanços em relação à famigerada Medida Provisória nº 2.166/01, que levou muitos

produtores para a clandestinidade. Muitos produtores tiveram suas propriedades

embargadas, receberam multas totalmente desproporcionais ao valor de sua

propriedade e ficaram sem acesso ao crédito.

A Câmara dos Deputados, por 410 votos, aqui neste plenário, deu uma

demonstração de cidadania, de brasilidade, de patriotismo, ao aprovar o Código

Florestal. O Senado, num grande acordo que está sendo construído com a base do

Governo, com o Ministério do Meio Ambiente e com todos os partidos, está

trabalhando nesse sentido também. E tenho certeza de que ao voltar esse projeto

para a Câmara dos Deputados haveremos de nos debruçar novamente sobre essa

matéria, para que possamos dar segurança a todos os produtores rurais brasileiros.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Domingos Sávio, pelo prazo de 3 minutos.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, colegas Deputados, vou tentar falar em menos de 3 minutos.

Inscrevi-me porque acredito que o tema que me traz aqui preocupa todos os colegas,

e o nosso prazo para enfrentar esse problema está cada dia menor.

Hoje novamente nós temos aqui centenas de Prefeitos. Há poucos minutos

houve uma manifestação de Deputados e Prefeitos lá no Senado. Há alguma coisa

atrapalhando a votação da Emenda 29, que vem sendo objeto de apelo de Deputados

da base e da Oposição. Eu ouço todos os Deputados da base com quem converso,

inclusive os que aqui estão, dizerem: “Não, a base também quer que se vote”. E o

Governo tem a maioria nesta Casa.

Nós vamos ter a XIV Conferência Nacional de Saúde na semana que vem. Eu

quero ver com que cara essa base vai falar nessa Conferência de prioridade da saúde.

Há de 10 anos esta Casa já deveria ter votado a regulamentação da Emenda 29.

Nesta semana, jornais de circulação nacional — e está aqui a matéria de O Globo —

estão mostrando que o Governo, além de estar travando a votação da Emenda 29,

apresenta uma proposta orçamentária e não executa, lança as verbas como Restos a

Pagar e depois cancela.

O Globo mostra que no ano passado o Governo apresentou R$67,329 bilhões

como proposta orçamentária, e executou R$60 bilhões; R$7 bilhões o Governo jogou

nos Restos a Pagar e depois cancelou. Simplesmente não aplicou. Nem aquilo que o

Governo teria no Orçamento para aplicar na saúde ele aplicou. E os Municípios ficam

lá, penando, aplicando mais de 15%, que é o princípio constitucional, em alguns casos

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20%, 25%; os Estados, alguns aplicam, outros, não; e esta Casa, que tem a obrigação

de regulamentar, foge à sua responsabilidade.

Está certo, a Câmara votou, mas votou um texto ineficiente. O Senado tem a

obrigação de aperfeiçoá-lo e votar para que realmente nós tenhamos aplicação de

recursos na Saúde.

Então, é o apelo que eu faço, Sra. Presidenta. Tenho insistido nesse assunto.

Temos de falar disso todos os dias, e mais do que falar assumir posições. Não

podemos mais ficar dizendo que não conseguimos. Por que não conseguimos se a

maioria quer, se todo o mundo diz que quer, se todo o mundo na campanha assumiu

que ia defender isso? A Presidenta Dilma também disse que ia fazer mais

investimentos na saúde. E na hora de votar todo o mundo recua, ou pelo menos os

que são a maioria assim procedem.

Está aí o desafio para a base do Governo: vamos colocar essa matéria em

votação!

Às vezes eu ouço dizerem que alguns Governadores de Estado não querem a

regulamentação. Ora, que conversa é essa? Nós estamos votando no Congresso

Nacional! São os Deputados e Senadores que votam! Ou não? Qual é a forma de

organização da nossa República?

A regulamentação da Emenda nº 29 é uma necessidade. Por isso faço este

apelo, Sra. Presidenta.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Nós só temos a agradecer ao

Deputado Domingos Sávio, embora S.Exa. esteja chateado. As listas paralelas

atrapalham o direito de outros Deputados. Quando chego aqui, tento restabelecer a

ordem, mas outros já foram prejudicados.

O Deputado Afonso Hamm tem direito à palavra, mas falará agora o Deputado

Francisco Floriano e, em seguida, a Deputada Jô Moraes.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao Deputado

Francisco Floriano.

O SR. FRANCISCO FLORIANO (Bloco/PR-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, é com muito prazer que nesta noite

transmito informações aos nossos colegas e chamo a atenção da 1ª Secretaria para

um setor de suma importância: o CEFOR.

Será que os colegas conhecem o CEFOR? É o Centro de Formação,

Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados.

Eu tenho o prazer de ser aluno do CEFOR. Temos, dentro desta Casa, um

centro de formação moderno, um pote de conhecimentos, um lugar que está a nossa

espera.

Fui recebido pelo CEFOR, desde o inicio desta legislatura, com muito respeito e

carinho, onde tenho a oportunidade de aprender, e destaco a importância disso.

Precisamos adquirir conhecimento específico para guardar principalmente a

Constituição Federal, o decoro parlamentar e o Regimento Interno. Precisamos ter

conteúdo para manter a lucidez das discussões.

Chamo atenção da 1ª Secretaria e da Diretoria-Geral para investir e dar mais

condições ao CEFOR. Vamos aumentar a potência desta ferramenta tão importante

da Câmara dos Deputados.

Só o conhecimento pode nos levar ao entendimento absoluto das questões

debatidas nesta Casa.

Quisera que todos nós, secretários, assessores, servidores e Parlamentares,

entendêssemos todo o processo legislativo e o Regimento Interno. Seria a excelência

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do Parlamento! Falta isso aqui para que tenhamos uma legislatura realmente de

proveito e para mostrarmos à sociedade para que estamos aqui!

Um grande abraço aos funcionários do CEFOR, da portaria à sala de aula.

Parabéns a todos vocês! E um abraço especial para minha professora, Ana Regina,

que, de forma paciente, tem me guiado para dentro do processo legislativo.

Muito obrigado, Sra. Presidenta. Muito obrigado a todos os colegas. Um abraço

a todo o povo brasileiro. Deus abençoe o povo brasileiro.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem a palavra o Deputado Afonso

Hamm, em seguida, a Deputada Jô Moraes.

O SR. AFONSO HAMM (PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta Rose de Freitas, colegas Deputados, TV Câmara que nos acompanha,

demais órgãos de comunicação, acabei de fazer a indicação para que o Ministério dos

Transportes estabeleça um programa a fim de evitarmos o número excessivo de

acidentes que estamos tendo nas nossas rodovias, em especial nas rodovias federais.

O programa que estamos sugerindo — inclusive já o apresentamos à bancada

gaúcha, bancada do meu Estado — trata da construção da terceira faixa nas estradas

brasileiras.

A terceira faixa é a que desafoga o trânsito. Cada vez mais, temos nas estradas

brasileiras caminhões, veículos leves, veículos pesados carregando containers. Há os

aclives, as subidas, como chamamos. Temos vários quilômetros em aclive nas

rodovias federais. E o que tem acontecido? Acúmulo de veículos pesados, carros

transportando mercadorias e carros com famílias. Há um conflito absoluto nas

estradas, nas BRs que, muitas vezes, não podem ser duplicadas. Assim, construir a

terceira faixa é mais econômico e traz segurança, a fim de evitar acidentes que tantas

vezes vitimam os brasileiros, matando infelizmente até famílias inteiras.

Por isso, a partir dessa sugestão, tomei a iniciativa de, junto ao Ministério dos

Transportes, conseguir a construção da terceira faixa em todas as BRs, a fim de salvar

vidas e dar fluxo ao trânsito, evitando a morosidade em todas as estradas do Brasil.

Portanto, peço o apoio dos nossos Parlamentares para constituirmos um

programa efetivo a fim de garantir a construção da terceira faixa, um maior fluxo nas

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estradas, a vida das pessoas e condições para o desenvolvimento do Brasil. Peço

também o apoio dos órgãos de comunicação.

Que todos possam transitar de forma segura, em busca de melhores condições

de trânsito, para que tanto os caminhoneiros como os demais condutores de veículos

e famílias em viagem possam ter viagens tranquilas e seguras.

Eram essas as minhas considerações.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra a Deputada Jô

Moraes.

A SRA. JÔ MORAES (Bloco/PCdoB-MG. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Sra. Presidente, peço a V.Exa. que registre nos Anais desta Casa e nos

demais meios de comunicação minha profunda preocupação com o resultado da

aplicação dos recursos, sobretudo na Secretaria de Políticas para as Mulheres e na

Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Nesse período, nós tivemos intenso debate. Quando a Presidente

contingenciou 50 bilhões, no início do ano, alertava para o fato de que não haveria

corte nas despesas sociais, e nós chegamos ao final de 2011 com uma redução de

51% relativa aos recursos da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as

Mulheres, em 2010, e de 31% na Secretaria Especial de Políticas de Promoção da

Igualdade Racial.

Para contemplar os demais inscritos, peço mais uma vez a V.Exa. que registre

nossa preocupação.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último dia 18, a equipe econômica

liberou R$12 bilhões dos R$50,7 bilhões contingenciados do Orçamento de 2011. É,

sem dúvida, uma conquista, mas que deve ser vista com lupa. Isso mesmo. Porque, a

despeito da promessa de que os cortes orçamentários não afetariam as políticas

sociais, em especial àquelas que promovem a cidadania, elas foram sim as mais

afetadas.

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Levantamentos feitos pela Agência Brasil revelam que as Secretarias

Especiais de Políticas para as Mulheres e de Políticas para a Promoção da Igualdade

Racial sofreram reduções drásticas em seus orçamentos.

Para se ter uma ideia, em comparação aos recursos disponíveis em 2010, a

Secretaria de Políticas para as Mulheres sofreu um corte de 51,5%. Os recursos deste

ano da Secretaria de Políticas para as Mulheres somam R$39,9 milhões contra os

R$82, 4 milhões registrados de janeiro a novembro de 2010.

E estamos falando de ações que se traduzem em políticas como os programas

de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, de Gestão de

Transversalidade de Gênero, ou de Prevenção e Combate à Violência contra as

Mulheres. Os assassinatos, as agressões que mutilam e destroem lares só

aumentam.

No âmbito da Secretaria da Igualdade Racial os cortes verificados este ano

chegaram a 31,6% se comparados aos recursos disponibilizados em 2010. A SEPPIR

gastou R$16,8 milhões este ano contra R$24,6 milhões no ano passado.

Trata-se de cortes em políticas de inserção, que buscam reduzir o enorme

fosso entre pobres e ricos deste País, entre segmentos há décadas alijados de direitos

elementares.

Sras. e Srs. Deputados, estamos falando de políticas sob a ótica da perspectiva

distributivista. Porque as ações implementadas por essas Secretarias estão

relacionadas não só a uma visão afirmativa da igualdade entre todos, sejam brancos,

negros, amarelos, homens, mulheres, transexuais ou homossexuais. Estamos falando

também em distribuição, em acesso igualitário a direitos, a um padrão

socioeconômico mais equânime. E isso significa educação de qualidade, emprego de

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qualidade. Significa a consciência de ser único e ao mesmo tempo ter os mesmos

direitos que o outro. Para isso é preciso políticas, programas, ações inclusivas que

revertam a discriminação, sobretudo a estrutural, que impede, por exemplo, o acesso

à educação de qualidade de nossos meninos pobres, negros.

Por isso, venho novamente à tribuna fazer um apelo à Presidente Dilma

Rousseff, que tão sensível tem se mostrado aos problemas das mulheres, dos pobres

e demais vítimas do preconceito e da discriminação, no sentido de que determine o

descontingenciamentos dos outros R$38 bilhões dessas Pastas. São recursos

fundamentais para que possamos enfrentar de frente e com eloquência o problema.

Para que possamos dar voz, vez e direitos a um enorme contingente de brasileiros,

muito especialmente crianças, adolescentes e jovens, hoje na sombra da

discriminação de gênero, da cor e socioeconômica.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra a Deputada Luci

Choinacki.

Luci vai falar hoje da tribuna, não é?

A SRA. LUCI CHOINACKI (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, quero inicialmente registrar a solenidade de

entrega da Medalha do Mérito Legislativo ocorrida hoje nesta Casa.

Quero parabenizar o ex-Deputado José Genoíno Neto, que, por sugestão do

Líder do Governo, Cândido Vaccarezza, recebeu esta medalha. O Deputado José

Genoíno, pelos méritos que tem, ajudou a construir a história do PT, da Esquerda, dos

movimentos sociais e fez parte de toda uma resistência importante. Por isso tem o

nosso valor, o nosso reconhecimento.

Parabenizo também o Líder do Governo por ter escolhido o Deputado José

Genoíno para receber a Medalha do Mérito Legislativo no dia de hoje.

Registro também, com muita satisfação, o trabalho realizado pela Presidente

Dilma à frente do programa de combate à miséria no Brasil. É um programa

extraordinário que, em apenas 5 meses, tratou da inclusão social do homem em sua

totalidade, não apenas concedendo-lhe direito à renda, mas também direito à

valorização da pessoa humana.

Nesses 5 meses, 10 mil mulheres, que não podiam buscar emprego por falta de

dentes, conseguiram colocar próteses dentárias. O Brasil, por um total descaso, havia

se esquecido dessas mulheres, que agora estão se recuperando. Agora elas estão em

condições de procurar emprego, estudar, buscar informação, recuperar a coisa mais

importante do ser humano: a autoestima. Porque sem autoestima nenhuma pessoa

tem coragem, capacidade, perde o gás, o motor que move o ser humano.

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Este programa proativo está incluindo agricultores pobres da cidade, pessoas

que recebem a Bolsa Verde, preservam o meio ambiente, trazem muita alegria e

também distribuição de renda. Estão preparando o Brasil para um momento

extraordinário, um País que vai incluindo, se desenvolvendo e integrando o ser

humano em sua totalidade.

Sra. Presidenta Dilma, um olhar de Esquerda generoso, de continuidade do

Governo do ex-Presidente Lula, V.Exa. está fazendo cada dia melhor!

Este é um projeto do qual se orgulha o Brasil: dar atenção a todas as brasileiras

e os brasileiros, às crianças, aos jovens e adolescentes, especialmente às mulheres

do País.

Parabéns, Presidenta. Continue, pois é disso que o Brasil precisa.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra, pela ordem, a

Deputada Erika Kokay.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sra.

Presidente, aconteceu hoje uma audiência pública na Comissão de Legislação

Participativa, quando se discutiu a proposta de redução da jornada de trabalho dos

profissionais da Enfermagem.

Cabe a esta Casa retribuir a esses profissionais que mantêm e carregam a

saúde do Brasil, aprovando em plenário a proposta de redução da jornada de trabalho

da categoria para 30 horas semanais, o que, aliás, já é recomendação da

Organização Internacional do Trabalho, da Organização das Nações Unidas e das

Conferências de Saúde.

Cabe-nos, portanto, fazer com que os profissionais da Enfermagem, que

representam cerca de 70% dos profissionais da área da saúde, tenham os mesmos

direitos já assegurados a outras categorias da mesma área.

Precisamos ter absoluta clareza de que o Brasil precisa cuidar de quem cuida,

e cuida com excelência e qualidade, trabalhando muitas vezes em condições

absolutamente adversas, mas trabalhando com extremo profissionalismo e com amor

ao povo brasileiro.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcos Montes.

O SR. MARCOS MONTES (PSD-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sra. Presidente.

Aproveito a oportunidade para ressaltar as matérias publicadas pelos principais

jornais do País, no início desta semana, sobre o Presidente da Vale, Murilo Ferreira. É

um grande Presidente e demonstra com clareza sua administração séria, competente,

preocupada com o futuro e com os pés no chão.

Por isso quero publicamente parabenizar este grande Presidente da Vale,

Murilo Ferreira, que também anunciou um dos maiores investimentos no Município de

Patrocínio, Estado de Minas Gerais. Trata-se de investimento da ordem de 3 bilhões

anunciado pela Vale, por meio das palavras do amigo uberabense Murilo Ferreira, que

dá àquela cidade uma nova dimensão econômica que merece viver.

Fico feliz de poder participar, juntamente com o povo, com os Srs. Vereadores

e com as lideranças políticas de Patrocínio do grande momento que vive aquela

cidade, advindo do anúncio alvissareiro de que a cidade recebeu investimento que

poderá gerar inúmeros empregos e condição social altamente positiva para aquele

Município.

Por isso, em nome desta Casa e do povo mineiro, os nossos cumprimentos ao

Presidente da Vale, Murilo Ferreira, pelos investimentos que vem fazendo no Estado

de Minas Gerais e no Brasil.

Encerro, Sra. Presidente, ressaltando o momento político que vive o Município

de Patrocínio. Agradeço ao meu amigo, grande companheiro, grande Líder político,

ex-Prefeito Júlio Elias e toda sua equipe, bem como a todos os seus amigos, ao

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Presidente do PSD de Patrocínio, Rubens, pela maneira carinhosa com que fui

recebido no último sábado naquela cidade. Foi uma enorme satisfação poder

realmente conviver com aquela gente simpática, que tem dado a mim demonstração

de profunda amizade.

Quero, cada vez mais, retribuir a Patrocínio, grande metrópole que hoje

desponta naquela região como uma das cidades mais promissoras do Estado de

Minas Gerais.

Mais uma vez, parabenizo Patrocínio na pessoa do ex-Prefeito Júlio Elias e

todo seu grupo de companheiros. Parabenizo a todos pelo grande investimento que

Patrocínio vai receber da Vale do Rio Doce: mais de 3 bilhões de reais a partir de abril

do próximo ano.

Fico feliz em poder dividir essa conquista com todos aqueles que amam

Patrocínio.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Valdir

Colatto, pela inscrição no Pequeno Expediente. Em seguida, falará o Deputado Luis

Carlos Heinze.

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, Deputada Rose de Freitas, é uma grande alegria tê-la como

Presidenta desta sessão.

Sra. Presidenta, há uma discussão muito forte a respeito do grande esforço que

esta Casa fez e que o Senado agora está fazendo ao tratar do novo Código Florestal.

Nós temos que caminhar forte. O Brasil precisa dessa legislação, todo o setor

produtivo está apreensivo. Nós precisamos resolver os impasses criados.

Há uma manifestação do setor ambientalista radical no sentido de que nós

estamos fazendo um projeto para a agricultura brasileira e não um projeto ambiental.

Na verdade, não é projeto ambiental; é projeto florestal.

No jornal Folha de S.Paulo, o empresário Roberto Klabin critica o setor

agropecuário e esse projeto que esta aí. Trata-se de um megaempresário que tem,

segundo informações, 50 mil bois no pasto, no Pantanal, cuja área, hoje, é

considerada Área de Preservação Permanente. Se mantida a legislação atual, todo o

Pantanal brasileiro será Área de Preservação Permanente, e, portanto, não poderá

ser explorado e ter atividade econômica.

Então, gostaríamos que esse empresário viesse a esta Casa e conversasse

conosco. Ele é Presidente da ONG SOS Mata Atlântica, um grande empresário da

madeira de Santa Catarina. Com certeza, desflorestou muita área de floresta nativa

para plantar plantas exóticas. Nós não vamos questionar isso, mas cada um tem que

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ser transparente no seu processo e nas suas posições, não pregar uma coisa e fazer

outra.

Por isso, quero mostrar aqui a nossa posição. Estamos tentando, de todas as

formas, viabilizar um projeto de lei que atenda a questão ambiental e também a

questão produtiva.

Precisamos conduzir esse processo com muita serenidade, mas também com

inteligência. Não é possível debitar uma série de obrigações para o setor rural que ele

não poderá assumir. Está-se fazendo todo um cadastro nacional, um plano de

regularização ambiental dos 5,2 milhões de propriedades brasileiras, debitando esse

custo para o nosso agricultor no georreferenciamento. Agora, os comitês de

microbacias também querem dar sua participação, autorizando ou não a atividade

agrícola e pecuária.

Sra. Presidenta, se se respeitasse hoje a lei ambiental que está aí, o Brasil

quebraria. Segundo o Ministério da Agricultura, temos 85 milhões de hectares em

APP, em reserva legal, ou seja, em pecuária e em agricultura. Se tirarmos da

produção esses 85 milhões de hectares, nós quebramos o Brasil. O Brasil planta 50

milhões de hectares. Portanto, se tirarmos 85 milhões, imaginem quanto será o preço

da comida. Vamos importar comida ou usar a nossa terra, o nosso solo, até para

produzir o biocombustível, que é o combustível limpo. O pessoal do pré-sal está

jogando poluição no mar, e nós temos que cuidar no sentido de ter realmente regras

fortes para essa questão.

Esta Casa e o Senado têm a obrigação de encontrar os caminhos para não

debitar todo esse ônus no produtor rural. Não é possível agora que, de uma hora para

a outra, em um ano, dois anos, nós façamos o cadastro em todo o Brasil,

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regularizemos a questão ambiental para que o mundo nos aplauda e tornemos

inviável a produção agropecuária brasileira.

Quero deixar este alerta aqui e pedir a todos que nos ajudem a buscar uma

solução, nem para o mundo ambientalista, nem para ruralistas, nem para urbanistas.

Nós precisamos resolver a questão ambiental e a lei florestal brasileira. Esse é o

nosso objetivo, Sr. Presidente.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Com a palavra o Deputado Luis

Carlos Heinze.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidenta, muito obrigado pelo espaço e por ter nos aturado até esta hora para

que possamos dar nosso recado.

Sra. Presidenta, quero chamar a atenção dos colegas Parlamentares e também

da sociedade brasileira. Deputado Marcos Montes, V.Exa. é médico, eu sou

engenheiro agrônomo, e há muito tempo lidamos com a questão da biotecnologia.

Fiquei muito orgulhoso em saber que um médico veterinário do Rio Grande do Sul, Dr.

Sidney Mitidieri da Silveira, na sua tese de doutorado, juntamente com uma

conterrânea minha de São Borja, bioquímica, Dra. Rosemary Dias, com recursos do

PAP, FINEP, FAPERGS, CNPq, FETAGRO, CT-PETRO, receberam 8 milhões de

reais dessas entidades, numa incubadora empresarial na Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, em que passaram mais de 150 bolsistas, e criaram um produto

chamado BIOL 2000. Ele é um biorremediador, com alto poder de degradação de

resíduos orgânicos, que pode ser usado hoje nos frigoríficos de bovinos, de suínos e

de aves, nas indústrias de grãos, enfim, em todo o Brasil.

Pasmem, Sras. e Srs. Parlamentares, sociedade brasileira, há mais de 3 anos

tentam regularizar a situação desse produto, registrar no Ministério da Agricultura.

Agora, depois de nosso esforço e empenho, estão conseguindo fechar a questão no

Ministério da Agricultura. Neste instante, esse produto está sendo barrado no IBAMA,

no Ministério do Meio Ambiente.

Ministra Izabella, por amor de Deus, ali há tecnologia brasileira. Esse pessoal já

conseguiu registrar o produto, Sra. Presidenta, na Espanha. Um médico veterinário

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espanhol pegou esse produto brasileiro, que usou recursos públicos do FINEP e

outros órgãos de pesquisa, com o médico veterinário gaúcho e a bioquímica gaúcha.

Registraram na Espanha em 2 meses e estão vendendo para toda a Europa, África do

Sul e China. Daqui a pouco vão exportar para o Brasil. E não conseguimos registrar

esse produto aqui, no nosso País, para vender para as empresas brasileiras.

Temos que estimular pessoas como esses dois e outros tantos estudantes para

criarem produtos e registrá-los no Brasil. Mas não conseguimos registrar no País.

Imaginem se, daqui a pouco, tivermos que importar esse produto da Espanha

ou da Europa, fabricado por esses dois profissionais, um médico veterinário e uma

bioquímica gaúchos, no Rio Grande do Sul, pagar royalties por um produto fabricado

no Brasil. Nós temos que estimular pesquisadores como esses a criarem milhares de

produtos para avançarmos nesse processo.

Não consigo registrar esse Bioplus no Brasil!

Portanto, Sra. Presidenta, faço aqui um apelo ao Ministro Mendes Ribeiro, à

Ministra Izabella, à Ministra Gleisi, à própria Presidenta Dilma para estimular essa

gente e não prejudicá-los, deixando-os há 3 anos na espera.

Imaginem quantos produtos já poderiam ser produzidos ao longo desses anos,

pagando impostos para o Governo brasileiro, recolhendo divisas! Isso é um absurdo!

Temos um projeto nessa direção que corrige essas distorções. Isso é igual a

um grande produto de uma multinacional tipo Byron, BASF, Monsanto e Cia. Ltda.

Tem que usar a mesma regra para uma incubadora que nasceu com recursos

públicos de alguém que fez esse projeto. Então, isso não pode ter a mesma direção de

uma mega multinacional que pode levar um ano, dois, dez, sustenta e tem condições

de gastar. Agora, alguém que poderia estar fazendo uma grande empresa brasileira,

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que já exporta esse produto para outros países do mundo, não consegue vendê-lo no

Brasil de forma legalizada.

Sra. Presidenta, estou chamando a atenção da Ministra Izabella, do Presidente

do IBAMA e do Ministro da Agricultura para que possamos agilizar esse processo e

dar guarida a essas pessoas. Esse é um exemplo. Deve ter centenas, milhares de

exemplos pelo Brasil afora.

Obrigado, Sra. Presidenta.

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O SR. LUIZ COUTO - Sra. Presidenta, peço a palavra pela ordem.

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, ontem o Diário Oficial da União publicou duas

ações importantes do Ministério da Saúde. Quero parabenizar o Ministro Padilha por

essas duas ações que ele, na condição de Ministro da Saúde, está viabilizando.

A primeira ação: o Ministério da Saúde fixou o valor de 99,9 milhões para

investimentos na reestruturação tecnológica de 80 hospitais universitários federais, o

que mostra o Governo olhando para os hospitais universitários dentro dessa

formulação. E esses recursos serão do Fundo Nacional de Saúde, que vai liberar esse

montante ainda este mês.

Ou seja, para que esses recursos serão alocados? Para financiar a aquisição

de equipamentos médico-hospitalares e a execução do plano de trabalho.

A outra medida, Sra. Presidenta, é a que habilita os Municípios a receberem

recursos destinados à aquisição de equipamentos e material permanente para o

estabelecimento de saúde.

Isso faz parte do Programa de Atenção Básica de Saúde, da Assistência

Ambulatorial e Hospitalar Especializada e da Segurança Transfusional e Qualidade do

Sangue e Hemoderivados, mostrando que o nosso Ministro está realizando uma ação

para que a saúde possa ser sempre de mais qualidade.

Portanto, quero parabenizar o Ministro Padilha pela liberação desses recursos

tanto para os hospitais, como também para os Municípios, que terão recursos para o

Programa de Atenção Básica de Saúde, da Assistência Ambulatorial e Hospitalar

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Especializada e da Segurança Transfusional e Qualidade do Sangue e

Hemoderivados.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

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VII - ENCERRAMENTO

A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Não havendo mais oradores

inscritos e nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão, lembrando que

amanhã, quinta-feira, dia 1º de dezembro, às 12 horas, haverá sessão do Congresso

Nacional, no plenário da Câmara dos Deputados, destinada à apreciação de projetos

de lei do Congresso Nacional.

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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A SRA. PRESIDENTA (Rose de Freitas) - Encerro a sessão, convocando para

amanhã, quinta-feira, dia 1º de dezembro, às 9 horas, sessão extraordinária e, às 14

horas, sessão ordinária, com as seguintes

ORDENS DO DIA

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(Encerra-se a sessão às 19 horas e 25 minutos.)