Scripta Volant: o Latin American Microform Project a serviço da historiografia brasileira

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3/10/2014 www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-180.htm http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-180.htm 1/21 Menú principal de Geo Crítica Índice de Ar@cne Ar@cne REVISTA ELECTRÓNICA DE RECURSOS EN INTERNET SOBRE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES Universidad de Barcelona Nº 180, 1 de Marzo de 2014 ISSN 1578-0007 Depósito Legal: B. 21.743-98 SCRIPTA VOLANT: O LATIN AMERICAN MICROFORM PROJECT A SERVIÇO DA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA Yuri Simonini Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Scripta Volant: o Latin American Microform Project a serviço da historiografia brasileira (Resumo) Dentre os desafios do fazer historiográfico, a busca e o acesso às fontes primárias consistem num fator decisivo para análise dos pesquisadores. Nem sempre disponíveis, os acervos possuem outros problemas como falta de profissionais, material danificado e ilegível. A disponibilização online permite ultrapassar algumas dessas dificuldades, facilitando a pesquisa, ao mesmo tempo em que outros desafios se mostram presentes, principalmente sua divulgação. Apresentar um destes acervos digitais, o Latin American Microform Project , suas vantagens e limitações é objetivo deste artigo. Para tanto, sob o olhar da História Digital, analisou-seesta iniciativa com destaque aos usos para o historiador. Além do Banco de Dados per se, utilizaram-se os relatórios da instituição responsável pelo projeto. O esforço pela disponibilização e indexação de material primário provoca, para além das limitações existentes, uma alteração na própria relação entre o pesquisador, as fontes, o texto e, principalmente o leitor. Palavras-chave: Acervo online, História Digital, Latin American Microform Project, Brasil Scripta Volant: The Latin American Microform Project serving the brazilian historiography (Abstract) Among the challenges to historiography, the search and access to primary sources are a decisive factor in the researchers' analysis. Not always available, the archives have other problems such as lack of professionals, damaged equipment and unreadable documents. The online availability of these collections allow us to overcome some of these difficulties, facilitating research, while others challenges appear,especiallythe disclosure of these material. This article aims to present one of these digital collections, the Latin American Microform Project, its advantages and limitations. Therefore, based on the premises of Digital History, we analyzed this initiative highlighting the uses for the historians. In addition to the Database itself, we used the reports of the institution responsible for the project. The effort of providing primary material and their indexing,beyond limitations, provoke changes in the relation between the researcher, fonts, texts, and especially the reader. Keywords: Online collection, Digital History, Latin American Microform Project , Brazil A dificuldade para o acesso a fontes documentais, grosso modo, consistiu num dos principais empecilhos à pesquisa histórica. Apesar dos esforços dos bibliotecários e dos arquivistas em manter os acervos, em muitos casos, os

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Ar@cneREVISTA ELECTRÓNICA DE RECURSOS EN INTERNET

SOBRE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALESUniversidad de Barcelona

Nº 180, 1 de Marzo de 2014ISSN 1578-0007

Depósito Legal: B. 21.743-98

SCRIPTA VOLANT: O LATIN AMERICAN MICROFORM PROJECT A SERVIÇO DA

HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA

Yuri Simonini Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil

Scripta Volant: o Latin American Microform Project a serviço da historiografia brasileira (Resumo)

Dentre os desafios do fazer historiográfico, a busca e o acesso às fontes primárias consistem num fator decisivo paraanálise dos pesquisadores. Nem sempre disponíveis, os acervos possuem outros problemas como falta de profissionais,

material danificado e ilegível. A disponibilização online permite ultrapassar algumas dessas dificuldades, facilitando apesquisa, ao mesmo tempo em que outros desafios se mostram presentes, principalmente sua divulgação. Apresentar um

destes acervos digitais, o Latin American Microform Project, suas vantagens e limitações é objetivo deste artigo. Paratanto, sob o olhar da História Digital, analisou-seesta iniciativa com destaque aos usos para o historiador. Além do Banco

de Dados per se, utilizaram-se os relatórios da instituição responsável pelo projeto. O esforço pela disponibilização eindexação de material primário provoca, para além das limitações existentes, uma alteração na própria relação entre opesquisador, as fontes, o texto e, principalmente o leitor.

Palavras-chave: Acervo online, História Digital, Latin American Microform Project, Brasil

Scripta Volant: The Latin American Microform Project serving the brazilian historiography (Abstract)

Among the challenges to historiography, the search and access to primary sources are a decisive factor in the researchers'analysis. Not always available, the archives have other problems such as lack of professionals, damaged equipment andunreadable documents. The online availability of these collections allow us to overcome some of these difficulties,

facilitating research, while others challenges appear,especiallythe disclosure of these material. This article aims to presentone of these digital collections, the Latin American Microform Project, its advantages and limitations. Therefore, based onthe premises of Digital History, we analyzed this initiative highlighting the uses for the historians. In addition to theDatabase itself, we used the reports of the institution responsible for the project. The effort of providing primary materialand their indexing,beyond limitations, provoke changes in the relation between the researcher, fonts, texts, and especially

the reader.

Keywords:Online collection, Digital History, Latin American Microform Project, Brazil

A dificuldade para o acesso a fontes documentais, grosso modo, consistiu num dos principais empecilhos à pesquisa

histórica. Apesar dos esforços dos bibliotecários e dos arquivistas em manter os acervos, em muitos casos, os

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investigadores se deparam com estruturas físicas deficitárias, falta de pessoal qualificado e, notadamente, más condiçõesdos documentos. Uma das formas encontradas para contornar tais problemas é disponibilização em formato digitaldessas fontes, pois“prácticamente toda biblioteca nacional tiene hoy un programa a largo plazo de digitalizaciónparcial de sus fondos, a partir casi siempre por las colecciones históricas y con alcances que van más allá de la

organización de recursos bibliográficos”[1].

Uma das formas de contornar tal problema foi a inserção da World Wide Web – ou comumente denominada “Internet” –como parte significante do cotidiano do século XXI que cada vez mais se insere no universo digital por meio de e-mails,

blogs, redes sociais, feeds de notícias, entre outros. Essa revolução digital, de compartilhamento e de rápida difusão deinformações, proporcionou não somente novas formas de percepção da realidade presente, mas também trouxe consigoreflexões para o estudo da História. Nesse sentido, para Stefania Gallini e Serge Noiret, a rápida expansão da Internet,nesta última década, adentrou de tal forma o universo acadêmico o qual não é mais possível evitá-lo, até mesmo aos

historiadores mais tradicionais[2].

De fato, tal revolução permitiu aos pesquisadores o acesso remoto a três tipos de organização de documentação: asbibliotecas digitais, as bases bibliográficas eletrônicas e os arquivos de fontes digitais. Esse conjunto de informações dediferentes bibliotecas e/ou centros de pesquisas, ao redor do mundo, garante maior agilidade nos trabalhos investigativosa custos reduzidos, pois diminui a necessidade de viagens – poupando recursos e, principalmente, tempo. Ademais, caso

não seja viável ter este acesso direto, muitos centros possuem catálogos online, os quais permitem determinar aspotencialidades do acervo, ao mesmo tempo em que se torna possível montar uma listagem primária do material a serconsultado. Igualmente, outras vantagens podem ser apontadas: mantém-se a integridade do documento original, o seumanuseio por mais de um pesquisador ao mesmo tempo e, notadamente, o uso de cruzamento de dados, por meio dos

instrumentos de busca, cujos resultados são mais detalhados e “(...) livres da materialidade do texto”[3].

De acordo com Daniel J. Cohen e Roy Rosenzwieg, a acessibilidade consiste numa das sete vantagens quantitativas asquais potencializam as atividades no meio digital. Em suas palavras,

“Esta qualidade deriva tanto da capacidade de condensar os bits e bytes codificados em mídia digital em pequenos espaços, mas aindamais com o surgimento de redes de computadores onipresentes que podem, quase que instantaneamente, enviá-los para todo o mundo.Os historiadores têm vários públicos; com as redes digitais podemos alcançar esses públicos – alunos, outros professores, estudiosos e

ao público em geral, de forma mais fácil e barato do que nunca”.[4]

Na esteira dessas facilidades, diversas instituições brasileiras e estrangeiras iniciaram uma série de projetos para a criação

de acervos online – muitos deles gratuitos. Pode-se tomar como exemplo a Biblioteca Nacional Digital Brasil

<http://bndigital.bn.br/>[5], mantida pela Fundação Biblioteca Nacional que, dentre as coleções, encontra-se a “D.Thereza Christina Maria” <http://bndigital.bn.br/terezacristina/index.htm>, um conjunto de mais de 23 mil fotografiaspertencentes ao último imperador brasileiro, D. Pedro II. Outros exemplos internacionais consistem, dentre vários, noacervo de jornais históricos da Biblioteca do Congresso Estadunidense<http://chroniclingamerica.loc.gov/>, a Revista deObras Públicas, periódico originado no seio da Escuela de Ingenieros de Camiños de Madrid, com artigos datadosde 1853 até os dias atuais <http://ropdigital.ciccp.es/> e os Arquivos da Torre do Tombo, em Portugal

<http://antt.dgarq.gov.pt/>.[6] Convém apontar, igualmente, o recente trabalho publicado na Ar@cne, pelospesquisadores espanhóis Ruth Ayllón-Martin e Jordi Pérez González acerca da base de dados do Centro para elEstudio de la Interdependencia Provincial en la Antigüedad Clásica – CEIPAC –, da Universidad de Barcelona,

com um acervo de 33.000 registros de epigrafia anfórica do Império Romano[7].

A Internet e os meios digitais, de acordo com Gallini e Noiret, incidem na História ao evidenciar sua natureza

intrinsecamente comunicativa, além de influenciar os modos e os tempos da pesquisa[8]. A necessidade de divulgação daprodução de conhecimento consiste num ponto fulcral do Historiador – e de qualquer acadêmico – com o perigo doostracismo, caso não o faça. Se as facilidades já apontadas acerca do fator tempo demonstram as vantagens da migraçãodigital dos acervos, a preocupação se volta, então, para as questões ligadas ao uso e àanálise dos mesmos.

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Este novo espaço de trabalho e de inteligibilidade demanda a existência de profissionais com formação que envolvapreceitos ligados à História e ao mundo digital. Porém, “El atraso de una respuesta formativa en tal sentido en los

centros de formación de los historiadores latinoamericanos y en general, es notorio”[9]. Isso revela uma válida

preocupação, se somarmos ao pouco preparo técnico, o aparente desconhecimento por uma parte dos pesquisadores edos alunos, de graduação e pós, desses acervos que poderiam corroborar, substanciar e enriquecer seus respectivos

trabalhos[10]. Acerca desta questão, Jacques Le Goff enfatiza essa questão acerca da lide do documento digitalizado:“Ele exige uma nova erudição que balbucia ainda e que deve responder simultaneamente às exigências computador e à

crítica da sua sempre constante influência sobre a memória coletiva”[11].

Nesse sentido, objetiva-se aqui apresentar uma dessas bases, resultado do esforço conjunto entre o Latin AmericanMicroform Project (LAMP) e o Center for Research Libraries (CRL). Embora o projeto possua, em seu banco dedados, cerca de cinco milhões de jornais, dissertações, monografias, artigos, relatórios governamentais de diversos países

– sobretudo americanos – priorizaram-se os relacionados ao Brasil que, conforme será visto posteriormente, conta comum considerável acervo de 600 mil documentos.

Para dar conta desta apresentação, pautou-se na História Digital como viés de análise. Por definição, essa área doconhecimento consiste, de acordo com Gallini e Noiret, num “campo de confluencia de quienes usan los médiosdigitales y las redes digitales para desarrollar los tradicionales quehaceres del historiador: investigar, comunicar

conocimiento, conservar fuentes históricas, analizarlas y enseñar a pensar crítica e históricamente”. [12]

Para além das mudanças do fazer historiográfico, alterou-se também o papel da fonte documental. Isso significa atransformação do leitor em “navegador”, uma vez que a possibilidade de busca de determinadas palavras ou expressõesdentro das fontes se dá numa ordem mais livre, numa “leitura anarquista”. Isso só é possível dado certa especificidade daforma de escrita no meio digital que separa o conteúdo do seu formato, denominado de hipertextualidade, o qualfragmenta as narrativas tradicionais. Por isso, para George Landow, essa dissociação determinou profunda alteraçãoparadigmática, uma “revolução na forma de pensar”, uma vez que passou de uma estrutura “fundada sobre a ideia decentro, periferia, hierarquia e linearidade” para uma reconfiguração narrativa a qual prima pela “(...) multilinearidade,

nodos, links, eredes”[13]. Assim, “el lector-navegador escoge y construye su propia manera de dialogar con el

autor y manejar el documento, siguiendo personales caminos epistemológicos”[14].

Com base no relatório apresentado ao Center for Research Libraries e do banco de dados per se, o artigo se estruturaem duas partes. Inicialmente, aborda-se a constituição do CRL, suas propostas e objetivos, além da organização doprojeto de digitalização das fontes documentais do governo brasileiro. Em seguida, expõe-se analiticamente o banco dedados e o seu uso para o exercício do historiador e dos demais pesquisadores das ciências sociais.

Preservação, digitalização e disponibilização: o projeto LAMP

O Center forResearchLibraries<www.crl.edu> se localiza, fisicamente, dentro das dependências da Universidade deChicago.A instituição foi concebida num esforço conjunto entre diversas bibliotecas de universidades e centros de

pesquisa que, desde 1949, mantem atividades voltadas para a difusão do conhecimento com a aquisição de jornais,documentos, acervos ao redor do mundo. De acordo com os objetivos constantes no seu estatuto, o CRL prioriza:

“Estabelecer e manter um centro educacional, literário, científico, beneficente e de pesquisa interbibliotecário; prover e promovercooperação, auxílios para uma ou mais instituições sem fins lucrativos educacionais, beneficentes e científicas; estabelecer e manterlugar(es) para o depósito, guarda, cuidado, envio e troca de livros...e outros artigos que contenham informações manuscritas, impressas

ou gravadas”.[15]

Inicialmente, a instituição foi composta por dez universidades estadunidenses e de caráter restrito, denominando-se

MidwestInter-Library Corporation – MILC. Porém, com a expansão realizada a partir de 1971, conta atualmente commais de 250 instituições participantes. Além disso, na década de 1970, deu-se início ao projeto de microfilmagem de

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jornais internacionais [16]. Dentre os mais de cinco milhões de documentos, de maneira geral, pode-se ter o acesso ao

arquivo nacional dos EUA e do Reino Unido, dissertações e monografias de diversos países, relatórios governamentais,jornais e periódicos diversos, além de outros tipos de publicação. Para a História Digital, a produção do CRL pode ser

inscrita, segundo terminologia adotada por Serge Noiret, em dois domínios, o da “Informação e Comunicação” e

“Fontes”[17].

As mudanças tecnológicas, sobretudo a partir da década de 1990, possibilitaram a centros como o CRL dar início a

projetos de digitalização de seu acervo. Dentre estes, tem-se o já citado LAMP, criado dentro da instituição na década

de 1970 – principalmente ao barateamento das técnicas de armazenamento de informação, que visava “(...) adquirir,preservar e emprestar raros, escassos ou ameaçados microfilmes do extenso material de pesquisa referente a América

Latina”[18]. Merecem destaque os demais grupos análogos que compõem as “Area Microform Projects” (AMPs):

Cooperative Africana Materials Project (CAMP); Middle East Microform Project (MEMP); South AsiaMicroform Project (SAMP); Southeast Asia Microform Project (SEAM); e Slavic and East European Microform

Project (SEEMP).[19]

Em 1994, a Fundação Andrew W. Mellon financiou um desses projetos para a disponibilização online da documentação

produzida pelo governo brasileiro, concluída em 2000[20]. Segundo o coordenador deste empreendimento, Scott VanJacob, a iniciativa não somente disponibilizou documentação a diversos pesquisadores, como igualmente permitiu ao

CRL ganhar experiência para a execução de outros projetos, notadamente, na identificação e no emprego de “melhores

práticas” para este processo[21].

É interessante destacar esse ponto, pois um dos empecilhos consiste justamente nos erros oriundos da má digitalização

ou do uso incorreto de tais técnicas, seja por falta de profissionais qualificados ou pelo emprego de equipamentos

inadequados[22]. Para evitar esse problema, Van Jacob afirma que “(...) muitas lições aprendidas aqui [neste projeto]

podem ser aplicadas, de maneira geral, aos projetos que objetivam o acesso via Internet de materiais históricos”.[23]

A justificativa para esse esforço se refere ao suporte físico em que se encontrava o material constante no LAMP. O

microfilme possui certa fragilidade física – principalmente a sua preservação[24] – além da necessidade de equipamentos

específicos para a sua leitura. Tais restrições vão de encontro aos propósitos do CRL, e a possibilidade de perda dedados sempre foi uma de suas preocupações.

Aliás, trata-se de preocupação válida não somente para este tipo de suporte, mas também uma das desvantagens

apontadas pelos historiadores digitais. Estima-se que parte considerável do que armazenamos digitalmente venha a seperder por diversos motivos – de falhas humanas a mecânicas. Tem-se, atualmente, a guarda via “nuvem”, ou seja,

utilizamos a própria Internet como depósito de arquivos que independe de hardware. Se, por um lado, há as questões

como a instabilidade da Internet, por outro, as possibilidades de sobrevida destes dados é maior em decorrência da

rápida replicação no meio digital. Por isso, é importante ressaltar os dizeres de Gallini e Noiret[25], “La historia digital

2.0 es, por tanto, un intento de crear una nueva etapa de la relación entre el historiador y su audiencia, haciendo

uso de la tecnología digital en una sociedad donde dominan los medios de comunicación de Internet”.

O projeto conjunto possuía sete objetivos específicos, assim definidos:

“1. Facilitar o acesso acadêmico a um organismo central e coerente de recursos de pesquisa acerca de estudos sobre o Brasil; 2. Expandiro corpus emergente de imagens de páginas digitais destinado a um público acadêmico; 3. Implementar mecanismos para garantir o acessobibliográfico tradicional para cada publicação digitalizada; 4. Proporcionar o acesso estruturado aos volumes individuais dentro de cadaconjunto de série; 5. Proporcionar, conforme necessário, a indexação electrónica às secções dentro destes documentos – assuntosespecíficos podem conter centenas de páginas; 6. Explorar níveis relativos de demanda e de padrões de uso de materiais digitalizadosatravés da emissão de ambos, como CD-ROMs e como arquivos disponíveis na Internet; 7. Aperfeiçoar o processo de criação de

arquivos de imagens digitais a partir de microfilme de preservação”[26].

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Destes objetivos, convém apontar dois em particular que tratam da indexação e da estruturação interna dos documentos

digitalizados – itens quatro e cinco. A simples transposição do material para o meio online, sem uma preocupação emclassificar ou sumarizar os itens, acarreta num sério entrave ao seu acesso. Ao evocar Umberto Eco, Anaclet Pons chama

a atenção para iniciativas a quaisfocam mais na difusão da informação do que na sua preservação[27]. E pode-se ir mais

além: a quantidade de material disponibilizado na Internet está aumentando em proporções geométricas, e caso não hajauma organização, corre-se o riso de se perder ante a enorme quantidade gerada no meio digital. Logo, a catalogação dos

arquivos eletrônicos, com a entrada por diversos níveis – como se verá adiante – torna-se ponto central no preparo de

um banco de dados.

Ao retomar aqui as ideias de George Landow[28], a reconfiguração do texto em hipertexto diminui a linearidade e a

hierarquia da leitura e facilita a análise do documento e – ao mesmo tempo capacita ao pesquisador criar uma rede delinks de raciocínio entre diversas fontes – possibilita uma rápida busca dos objetos de estudo. Numa perspectiva de

análise de um livro que contém cerca de 400 páginas, por exemplo, a facilidade desta indexação eletrônica se configuracomo uma vantagem. Contudo, convém lembrar que tais indexações podem conter equívocos e falhas nos hiperlinks –

aliás, problema não restrito apenas ao meio digital; não raro os casos de falhas nos catálogos físicos das bibliotecas.

No que diz respeito à documentação, o material arrolado, curiosamente, não partiu de interesses brasileiros, mas de uma

pesquisa iniciada pela então pesquisadora-chefe da Coleção Latino-americana da Universidade de Austin, Texas, AnnHartness Graham. Em 1977, esta pesquisa culminou com a publicação do Subject Guide to Statistics in the

Presidential Reports of the Brazilian Provinces, 1830-1889[29]. Ao demonstrar a importância dessa documentação e

as possibilidades investigativas, Graham corroborou com uma iniciativa conjunta entre o CRL e a Biblioteca Nacional (doBrasil). Graças ao envio de material filmográfico, ainda inexistente em território brasileiro, e ao esforço no rastreamento

dos relatórios, segundo o informe, a criação de uma “(...) coleção de microfilmes unificada proveniente de publicaçõesoriginais frágeis e dispersas, foi um primeiro passo essencial no fornecimento de matéria-prima o qual permitiu tomar

forma este projeto de digitalização”[30].

O banco de dados, de maneira geral, conta com quatro tipos de documentação que abarcam cerca de 170 anos doperíodo imperial e republicano no Brasil (Tabela 01). As mensagens presidenciais provinciais [Provincial

PresidentialReports] –, e após 1889, se tornariam os relatórios governamentais dos estados – consistem em mensagense relatos administrativos, judiciários e financeiros do período de atuação dos governantes. Contém informes de 1823 a

1930 e não possuem um padrão de organização interna; os representantes de cada um das 20 províncias/estados[31]

elaboravam seus relatórios como julgavam adequados.Todavia, é possível – graças aos estudos preliminares de Graham– enveredar pela indexação por grandes áreas, tais como administração, polícia, obras públicas, educação, saneamento,

entre outros[32]. Ademais, “não é de todo incomum encontrar quatro a dez suplementos, muitos com informação

estatística detalhada, anexada a esses relatórios”[33].

Tabela 01 – Dados quantitativos do acervo digitalizado

Título Abrangência Período Quantidade Imagens

Relatórios provinciais Provincial/estadual 1823-1930 2.572 216.187

Relatórios ministeriais Nacional 1821-1960 93 329.159

Relatóriospresidenciais

Nacional 1890-1993 872 18.103

Almanak E.H.

LaemmertProvincial* 1844-1889 56 110.000

Total 3.593 673.449

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* Trata-se de um almanaque administrativo, mercantil e industrial do Rio de Janeiro. No relatório, a abrangência foi apontada comonacional, porém se convencionou a adotar uma limitação de sua área de atuação dado sua própria característica, discutida a seguir.

Fonte: Van Jacob, 2001.Nota: Reelaborado pelo autor

As mensagens presidenciais [Federal Presidential Reports] consistem em relatos anuais elaborados pelo chefe doEstado Maior brasileiro no período republicano – de 1889 a 1993 – contendo projeções do governo, ações

empreendidas e metas alcançadas. O Almanak Laemmert, publicado entre 1844 a 1889, visava uma apresentação davida administrativa, industrial e mercantil da corte imperial sediada no Rio de Janeiro. Segundo seus editores, Eduardo e

Henrique Laemmert, a utilidade da existência de um almanaque se mostrava imprescindível, como demonstra a“advertência” publicada no primeiro volume, em 1844:

“Não falemos já do que em razão de sua profissão têm que frequentar amiudadas vezes os Estabelecimentos públicos ou particulares, asRepartições Civis, Militares, Eclesiásticas, etc.; tratar com Procuradores, Advogados, Escrivães, com Empregados Públicos, etc., etc.;ainda aqueles, que menos sujeitos estão a tais dependências, quanto não estimarão ter um Repertório, que nas ocasiões lhes dispensasseo andarem fazendo indagações, que lhes roubam tempo e multiplicação passadas; quando não que retardam e embaraçam o expediente deseus negócios, e até as vezes os transtornam? E para os Provincianos que vem à Capital por qualquer respeito que seja; para esses e um

Almanak tão indispensável, como na vastidão dos mares é a Bússola ao marítimo”[34]

Os relatórios ministeriais [National Ministerial Reports] são informes de treze ministérios, realizados entre 1821 a 1960

(Tabela 02). Tal qual as mensagens de governo, cada órgão governamental possuía certa liberdade na confecção de seustextos. A organização desta seção levou em consideração o período de atuação de cada ministério e os dados

disponíveis que se estendem por 139 anos. As informações contidas – como será mostrado adiante – tratam das políticase ações de cada uma destas instituições, além do detalhamento dos dados estatísticos/financeiros. Contudo, o relatório

informa que determinados rolos de microfilmes não possuíam condições para digitalização[35].

Tabela 02 – Ministérios brasileiros e período de abrangência dos relatórios digitalizados

Ministério Período

Agricultura 1860-1960

Educação e Saúde Pública 1932

Fazenda 1821-1949

Guerra 1827-1939

Império 1832-1888

Indústrias, Viação e Obras Públicas 1893-1909

Instrucção Pública, Correios e Telegraphos 1891

Interior 1891-1892

Justiça 1825-1928

Marinha 1827-1959

Relações Exteriores 1830-1960

Trabalho, Indústria e Comercio 1935-1947

Viação e Obras Públicas 1909-1952

Fonte: <http://www.crl.edu/brazil/ministerial>Nota: Reelaborado pelo autor

O processo técnico de digitalização contou com diversas etapas que podem ser classificadas em pré-produção e produto

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final. Para a primeira, se fez necessário alguns testes preliminares para estimativa dos custos, além da averiguação dascondições dos microfilmes. De acordo com o relatório, aproximadamente um por cento da amostragem encontrava-se

parcial ou totalmente ilegível. Outros problemas se mostraram presentes:

“(...) tanto a densidade do filme e como o contraste nem sempre eram adequados para a digitalização. Além disso, algumas das imagensoriginais foram distorcidas durante a microfilmagem, criando inesperadas demandas de pós-processamento. Alguns dos originais empapel também tinha se deteriorado significativamente antes que eles fossem filmados, por exemplo, com manchas. Em alguns casos, a

impressão era quase ilegível”[36].

Após tais procedimentos, deu-se prosseguimento às demais etapas de digitalização como o tipo de formato da imagem,

seu tratamento e qualidade para visualização online e, sem seguida, o processo de indexação que abarcou cerca de doisterços do cronograma do projeto. Não convém aqui detalhar todos os procedimentos realizados e as soluções adotadas,já plenamente expostas no mencionado relatório. Os desafios para este projeto, conforme aponta o relato, foraminúmeros, principalmente no que se refere às revisões pós-processamento e estruturação. Inclusive, a empresa

encarregada desta operação, a PFA Inc., admitiu se tratar de um dos mais complicados projetos já executados, mesmo

com uma experiência de processamento semanal de 500 mil digitalizações[37].

Entretanto, os diversos problemas não refletiram diretamente nos custos operacionais (Tabelas 03 e 04). O projeto

possuía uma verba de U$ 225.000 da Fundação Andrew W. Mellon para o empreendimento e os participantes optarampor dividir em duas fases. A primeira contou, inicialmente, com quarenta por cento dos recursos obtidos e se detiveramna digitalização dos relatórios governamentais, ministeriais e das mensagens presidenciais. Concorreram para o

barateamento a não necessidade de uso de um segundo nível de digitalização[38] e o cancelamento do uso de CD-ROMs para arquivamento –era um processo ainda muito caro em 1996. Além disso, esperava-se o escaneamento de,aproximadamente, um milhão de imagens/páginas, mas produziu-se apenas metade deste montante. A explicação se deve

à expectativa de duas páginas por frame de microfilme, enquanto que, na realidade, a proporção era de 1.16 para 1[39].

Tabela 03 – Detalhamento orçamentário e de execução da Fase I (em dólares)

Dispêndio Estimativa Custo real

CD-ROMs 10.000 -

Escaneamento 107.000 66.110

Indexação 55.000 36.961

Custos laborais 20.000 20.000

Custos diversos 10.000 10.186

Juros ganhos - 13.576

Total 202.000 133.257

Fonte: Van Jacob, 2001.Nota: Reelaborado pelo autor

Tabela 04 - Detalhamento orçamentário e de execução da Fase II (em dólares)

Dispêndio Estimativa Custo real

Inspeção dos microfilmes 575,00 575,00

Escaneamento 4,195 6.992

Re-escaneamento - 38,00

Indexação 3.625 6.014

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Preparação do index 4.252 -

Mapeamento 21.625 7.792

Total 34.262 21.411

Fonte: Van Jacob, 2001.Nota: Reelaborado pelo autor

Após a bem-sucedida execução da Fase I – principalmente no que diz respeito aos custos –, a seguinte contou com

outros desafios para além do processo de digitalização dado as características de indexação diferenciadas. Nesta etapa,a estruturação hipertextual do Almanak Laermmet teve que ser construída a partir de um mapeamento imagético. Issopermitiu a ligação entre as citações constantes no sumário e as respectivas páginas; isso exigiu esforços extras para esteprocedimento, apesar do valor empregado igualmente ter se mantido abaixo do estimado. Se os valores permaneceram

num patamar inferior, o mesmo não pode ser dito acerca do prazo, que, dos dois ou três anos de duração previstos, seconcluiu em cinco. As causas, segundo o informe, foram a indexação manual, disponibilidade dos coordenadores doprojeto, falhas no armazenamento dos dados, demora no escaneamento das imagens e na divisão do projeto em duas

fases[40].

Ao concluir o relatório, Van Jacob enfatiza os benefícios desta scripa volant[41], de um acervo planejado, construído epensado para um leitor-navegador que procura por documentos, muitas vezes indisponíveis fisicamente ou cuja excessivaquantidade se revela mais um obstáculo à análise historiográfica:

“Os usuários podem, com rapidez e eficiência, encontrar o que procuram. O ambiente digital permitiu abordagens criativas para aindexação, que incluem ferramentas tradicionais de busca para tirar proveito da tecnologia de hipertexto (paginação, sumários,bibliografias e índices de assunto) e também bancos de dados relacionais projetados para ligar termos a determinadas páginas do

relatório. O que aprendemos deve acrescentar ao corpo de literatura sobre a criação e a indexação de imagens textuais”[42].

A seguir, será exposta a interface para o uso do banco de dados, suas facilidades e limitações. O procedimento adotadoconsiste em uma pesquisa simulada para demonstrar a ferramenta e o emprego do material para os estudoshistoriográficos brasileiros.

O Projeto de Imagens de Publicações Oficiais Brasileiras

Convém assinalar, incialmente, que sua interface sofreu sensíveis alterações desde o seu lançamento em 2001. De umaarquitetura pouco funcional ao manuseio, a estruturação atual do site <http://www.crl.edu/brazil> possui rápido acesso àsinformaçõesem português e inglês, mas apenas na página inicial (Figura 01). Entretanto, percebe-se falhas na tradução e

alguns dos hiperlinks não funcionam[43]. Os demais níveis se encontram em inglês, sem prejuízo no seu entendimento.

Figura 01– Página inicial do projeto

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Fonte: http://www.crl.edu/pt-br/brazil

O primeiro exemplo de investigação/manuseio consiste numa busca por dados acerca dos informes provinciais sobre aadequação estrutural, em 1870, do porto da cidade de Recife – capital de Pernambuco e situada na parte setentrional doBrasil (Figura 02). Há duas possibilidades de entrada de pesquisa: uma que abrange o acesso por relatório e outra que seutiliza dos termos arrolados por Ann Hartness Graham.

Figura 02– As formas de entrada aos Relatórios Provinciais.Em vermelho, por unidade administrativa e, em verde, por assunto.

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http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-180.htm 10/21

Fonte: http://www.crl.edu/pt-br/brazil

Nota: Reeditado pelo autor

Embora o acesso por termos seja o caminho mais rápido e direto, verifica-se uma séria limitação. Ao se buscar o termo“Porto”, o vocábulo similar existente “Portos e docas” direciona a um segundo nível com apenas cinco hyperlinks; desteshá apenas um relativo a Pernambuco datado de 1886. Um pesquisador iniciante pode ser levado ao equívoco, ao sedebruçar sobre tema einferir que somente em 1886 houve atenção por parte do Governo de Pernambuco acerca da

adequação do porto da cidade. Trata-se, portanto, de um problema de falha humana neste processo, como advertido

por Anaclet Pons[44], na indexação do banco de dados e que deve ser reportado imediatamente. Preocupação válida e

a qual pode ser estendida para os mais diversos objetos de estudo encontrados em diversas fontes – digitais ou não.

A pesquisa, então, deve ser feita pelo “outro” caminho, via província/estado e pelo recorte cronológico adotado. Paratanto, faz-se necessário desprender mais tempo de busca, apesar da existência de “atalhos”, tal como exposto a seguir e

mantendo em mente o dito exemplo de 1870. Ao adentrar no segundo nível, que agrupa os informes por unidadeadministrativa e acessar o correspondente à Pernambuco, o pesquisador se depara com uma listagem serial dasmensagens e indicação da respectiva referência bibliográfica (Figura 03):

Figura 03– Detalhe dos Relatórios Provinciais de Pernambuco (1838 – 1930)

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http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-180.htm 11/21

Fonte: http://www.crl.edu/brazil/provincial/pernambuco

Nota: Reeditado pelo autor

Na lateral direita de cada referência, há um ícone que direciona ao documento solicitado; na realidade, o nível seguinteconsiste no sumário organizado pelos indexadores do projeto (Figura 04). Na opinião deste autor, trata-se do caminho

mais adequado, pois pode haver uma discrepância entre o entendimento daqueles que montaram a estrutura e asinterpretações do pesquisador, além de possibilitar inferências nos índices expostos que podem contribuir, direta ouindiretamente, ao estudo em execução. Ademais, não há prejuízo à rapidez do acesso às informações almejadas. Nocaso em particular, verifica-se não somente a existência do termo “portos e estaleiros”, como também há indícios de

temas transversais os quais podem auxiliar na construção de uma análise mais ampla do assunto, e.g. “obras públicas”,“estradas de ferro” e “navegação”.

Outra observação importante é não se restringir apenas à página assinalada, mas abarcar igualmente as demaisimediatamente anteriores e posteriores a fim de proporcionar uma pesquisa mais completa. Convém lembrar os dizeres

de Pons[45] que não se deve ler apenas o desejável ou procurado; em outras palavras, a leitura fragmentada não pode

substituir o documento como um todo, mesmo que esta leitura seja feita de forma diagonal.

Figura 04 – Sumário do Relatório da Província de Pernambuco, 1870. Em destaque, os termos assinalados – diretos, em amarelo, eindiretos, em vermelho – ao estudo de caso em questão.

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Fonte: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/685/

Nota: Reeditado pelo autor

A título de informação, o sumário repete o referencial bibliográfico da fonte e há duas convenções além da indicação dapágina. As notações T1 e T2 se referem, respectivamente, à informação sucinta do que trata – parcialmente ou não – o

rolo de microfilme e a “capa” original do documento, enquanto que S(número) diz respeito aos anexos e/ou suplementos.Ao acessar a página de interesse imediato, o pesquisador se depara com a digitalização do trecho em questão (Figura

05). Na parte superior e inferior, o leitor pode navegar pelas demais páginas ou, se preferir, salvar em seu computador

no formato TIFF na satisfatória resolução de 300 dpi – o qual pode ser lida na tela do computador sem perda de

legibilidade[46].

Figura 05– Trecho relativo ao processo de melhoramento do porto de Pernambuco, 1870.

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http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-180.htm 13/21

Fonte: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/685/000010.html

Para concluir o estudo de caso, chega-se a um documento que informa a existência de algumas opções de projetos paraa adequação do porto de Recife a serem enviados à apreciação do Governo. Ademais, dá elementos para a procura de

novos documentos o quais poderão compor um quadro mais abrangente deste estudo, como a existência do relatório

elaborado pelo engenheiro encarregado, Raphael Archanjo Galvão Filho que, dentre outros aspectos, conclui: “(...) semo emprego de profundas alterações no regime dos rios Capiberibe e Beberibe, pode-se conseguir dar a este porto as

melhores condições de um bom porto de comércio”. [47]

Da mesma forma que as mensagens provinciais, os relatórios ministeriais possuem estrutura de busca similar. Apesar denão contar com a indexação com base em Graham, esses informes contam com índice próprio, acessado via página

inicial, ou diretamente pelo documento (Figura 06). Ao se manter a perspectiva do exemplo anterior, demonstra-se o

papel do órgão governamental responsável pelas obras portuárias brasileiras.

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Figura 06– Índice geral dos relatórios do Ministério de Indústria, Viação e Obras Públicas, entre 1895 a 1909.

Fonte: http://www.crl.edu/brazil/ministerial/industrias_via%C3%A7%C3%A3o_e_obras_p%C3%BAblicas

No nível seguinte, encontra-se o sumário do qual é possível acessar diretamente o assunto em pauta e dar

prosseguimento à pesquisa (Figura 07). A padronização da estrutura do site é fator positivo, pois, familiarizado, oleitor/navegador consegue avançar nas leituras sem maiores dificuldades. Principalmente, ao se ter em consideração um

informe que pode conter, no caso, mais de 700 páginas, embora essa facilidade seja encontrada no documento original.

Figura 07 – Trecho do sumário do Relatório de 1906, com destaque a parte referente aos portos brasileiros.

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Fonte: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u2273/contents.html

Nota: Reeditado pelo autor

As mensagens pelos presidentes da república <http://www.crl.edu/brazil/presidential> abarcam os anos de 1890 a 1993

e consistem numa estrutura comum aos tipos anteriores. Entretanto, há uma irregularidade entre a possibilidade de acessovia documento e a existência de um sumário. De fato, dos 91 registros, aproximadamente metade – 45 mensagens – foi

contemplado com esta ferramenta. Faz-se necessário, portanto, verificar a razões ao se analisar tais documentos. Infere-

se que seja em decorrência dos mais variados assuntos comentados pelos ditos presidentes o qual impossibilitou, nestescasos, a sua indexação.

O Almanak Laemmert, conforme dito anteriormente, caracterizou-se por ter uma abordagem diferente na suaestruturação, contando, inclusive, com uma etapa própria. A alternativa encontrada foi o uso do processo denominado

Character Mapping ao mesclar o índice já existente ao emprego do hyperlink, sem que o mesmo esteja “destacado” –

em azul e sublinhado, geralmente. De acordo com o relatório, a conformação original do Almanak, com um detalhado e

extenso sumário, deu margem à manutenção desta indexação sem interferência externa[48]. A princípio, e o relatório

mesmo reconhece, isso pode parecer confuso ao leitor, uma vez que “(...) o ‘ícone no formato de mão’ do navegador, o

qual indica um link ativo, somente aparece quando o cursor passa sobre o número da página do índice” (Figura 08)[49].Entretanto, o principal problema é a indicação pouco clara desse procedimento, além do fato que não há informação

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sobre a ferramenta de busca a qual se encontra somente na últimaedição disponibilizada:a de 1889.

Figura 08– Trecho do Índice Geral Alfabético do Almanak Laemmert, 1889.

Fonte: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/almanak/al1889/00000012.html

Pontes em construção: considerações finais

No já referido artigo, Gallini e Noiret enfatizaram a principal vantagem dos acervos digitais: “La digitalización de um

volumen extenso de documentos (primarios y secundarios, textuales, visuales o de audio), y por lo tanto, La

efectiva e inmediata posibilidad de consultar las referencias encontradas desde la propia pantalla”[50]. O rápidoacesso às fontes permite não somente uma análise mais completa como, igualmente, transforma a relação do pesquisador

com os documentos e com o leitor. Isso significa uma observância ainda mais rigorosa por parte do autor na metodologia

para uso destas fontes, ao atentar para as falhas técnicas e humanas deste procedimento – o que, aliás, é preocupaçãoconstante para todos os tipos de suporte, físicos e/ou digitais. O leitor/navegador pode, a partir dos hiperlinks, visualizar

o material empregado e construir suas próprias interpretações e atestar – ou contestar – as expostas pelo autor.

Os acervos digitais se revestem, portanto, de uma importância maior do que sua simples disponibilização além de suscitar

novos questionamentos e reflexões. Há profundas modificações nas formas de leitura que devem ser levadas em

consideração no ofício do historiador ao se incorporar no seio da História Digital. Novos desafios, mas também existemgrandes possibilidades de enriquecer e aprofundar seus objetos de estudo. Um destes desafios consiste na própria

materialidade do documento, pois o pesquisador não terá mais a oportunidade do acesso físico à fonte a qual pode ser,

para determinada análise, o objeto de estudo em si. Em muitos casos, omite-se a digitalização de partes deste documentoque podem trazer outros indícios à pesquisa – como a lombada, ex-libris, anotações nas margens, entre outros. Um bom

exemplo de uso procedimental é o empregado pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, o qual adota asseguintes regras para a captura de imagens do seu acervo:

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“a) A captura das imagens deve apresentar o documento na sua globalidade, encadernação e pormenores; b) A captura deve ser efetuadapágina a página e respeitar a ordem de paginação/foliação; c) A informação das páginas deve ser isolada quando, devido à diversidadede formato ou mau estado de conservação (perfurações, perdas de suporte ououtras, diversidade de formatos dos cadernos), essa interfere na informação do fólio anterior ou posterior; d) Os fólios em branco devem ser capturados se estiverem numerados e se nãorepresentarem mais do que cinco imagens. Mas, no caso de este número ser ultrapassado, devem ser capturados apenas o primeiro e oúltimo, aplicando-se o mesmo procedimento de captura para conjuntos de fólios que se encontrem em branco e sem numeração. Essasituação deve ser reportada em campo próprio na descrição do documento, designada pela norma ISAD(G) ‘Dimensão’ ;e) Aplicação da

escala de cor, em cada objeto digital, para se poder ajustar à cor do original”[51].

Deve-se, igualmente, atentar para outras questões sobre qual tipo de instituição encontra-se realizando essa digitalização

e disponibilização. As principais iniciativas, e maior vulto, são de empresas privadas, como a Google e o CRL. Porenquanto, o acesso é irrestrito e gratuito, mas Anaclet Pons retoma as afirmações do diretor da biblioteca de Harvard,

Robert Darton, sobre a transformação de um bem público em um negócio privado:

“(…) las bibliotecas cumplen con una función evidente de fomento del aprendizaje, dispuesto al servicio de todos, mientras que unaempresa se debe a sus accionistas y su finalidad es obtener beneficios y repartir dividendos, de modo que es lógico pensar que acabe

comercializando los contenidos digitalizados”[52].

O banco de dados digital criado e indexado pelo CRL possui um relevante acervo histórico que vai além do exposto

nesse artigo. Sua maior contribuição, apesar das limitações encontradas, consiste na disponibilização franqueada e defácil manuseio de vasta documentação. Todavia, o aparente desconhecimento deste material se revela na pouca

divulgação encontrada. Uma rápida pesquisa no Google mostra que os resultados das primeiras páginas assinalam

apenas citações ou do próprio CRL ou de instituições estrangeiras. Ademais, no último relatório da instituição, havia a

participação de somente uma universidade brasileira, a Federal do Rio Grande do Sul[53]. Realidade a qual precisamudar.

No Relatório Anual do Centro de 2001, o então presidente Bernard F. Reilly, comparou o papel da instituição à uma

ponte cujo símbolo evoca movimento e transformação, ao providenciar uma segura ligação entre dois pontos[54]. Nesse

sentido, sua divulgação merece atenção por parte dos historiadores e demais pesquisadores com o intuito de

proporcionar aos leitores/navegadores a oportunidade de compreender melhor os trabalhos por eles desenvolvidos.Pontes que ainda se encontram em construção, ligando conhecimentos e, principalmente, pessoas.

Agradecimentos

Gostaria de agradecer a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior – CAPES – pela concessão da bolsa dedoutorado e aos colegas partícipes da disciplina, ministrada pela Profa. Dra. Regina Horta, “Produção e Circulação do ConhecimentoHistórico nos Periódicos Científicos”, do Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.

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Notas

[1]Gallini eNoiret, 2011, p.21.

[2]Gallini eNoiret, 2011.

[3]Fonseca e Martins, 2010, p.78.

[4] Cohen eRosenzwieg, 2005, s.p. Adaptado do original: “This quality derives both from the ability to condense the bits and bytesencoded in digital media into small spaces but even more from the emergence of ubiquitous computer networks that can almost instantlysend those bits around the world. Historians have multiple audiences; digital networks mean that we can reach those audiences—students, other scholars and teachers, the general public—much more easily and cheaply than ever before”. As outras qualidades seriam:capacidade, flexibilidade, diversidade, manuseio, interatividade e hipertextualidade – que será discutido mais adiante. Contudo, os autoresdemonstram que existem cinco perigos, ou desvantagens: qualidade, durabilidade, leitura, passividade e inacessibilidade. Paramaioresdetalhes, <http://chnm.gmu.edu/digitalhistory/>.

[5] Para maiores detalhes do esforço empreendido pela Biblioteca Nacional, cf. Fonseca e Martins, 2010.

[6]Cf. Borges e Ribeiro, 2010.

[7]Ayllón-Martin e Pérez González, 2013.

[8]Gallini eNoiret, 2011.

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http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-180.htm 19/21

[9]Gallini eNoiret, 2011, p.18.

[10] No caso brasileiro, a digitalização dos acervos pode propiciar uma mudança do tipo de formação dos estudantes do período noturno.Em muitos casos, estes alunos trabalham na parte vespertina o que impede a atividade de pesquisa nos acervos, limitando-os apenas àLicenciatura. Com o acesso remoto, este estudante poderá realizar suas pesquisas para além dos horários de funcionamento dasbibliotecas.

[11] Le Goff, 2003, p.542.

[12]Gallini eNoiret, 2011, p.16-17.

[13]Landow, 1997, s.p. adaptado do original, respectivamente: “founded upon ideas of center, margin, hierarchy, and linearity” e “(...)multilinearity, nodes, links, and networks”

[14]Gallini eNoiret, 2011, p.23.

[15] Center…, 2013, s.p. Adaptado do original: “To establish and maintain an educational, literary, scientific, charitable and researchinterlibrary center; to provide and promote cooperative, auxiliary services for one or more non-profit educational, charitable and scientificinstitutions; to establish, conduct and maintain a place or places for the deposit, storage, care, delivery and exchange of books ... andother articles containing written, printed, or recorded matter.”

[16] Center…, 2013.

[17]Noiret, 2011. As demais seriam “Escrita” e “Ensino”. Seu conjunto permitiria ao leitor-historiador-navegador “(...)puisesesinstruments, etconstruitsesnouvelles pratiques historiennes” (Noiret, 2011, p.31)

[18]Van Jacob, 2011, p.5. Adaptado do original: “acquiring, preserving, and loaning microfilms of scarce, endangered, rare, or voluminousresearch materials pertaining to Latin America”

[19] Para maiores detalhes acerca dos trabalhos desenvolvidos pelas AMPs, atualmente cf. relatório anual do CRL, de 2012 <http://www.crl.edu/sites/default/files/attachments/events/CRL_AR2012.pdf>.

[20]Van Jacob, 2001.

[21]Van Jacob, 2001.

[22] Pons, 2011.

[23]Van Jacob, 2001, p.3. Adaptado do original: “Many of the lessons learned here may be more generally applicable to projects focusedon Internet access to historical materials”.

[24] Pode-se citar, como exemplo, um episódio no qual o autor deste artigo, ao solicitar um rolo de microfilme na Biblioteca Nacional,descobriu-se que o mesmo havia se deteriorado devido a falha de preservação.

[25]Gallini e Noiret, 2011, p.31.

[26]Van Jacob, 2001, p.7-9. Adaptado do original: “1. Facilitate scholarly access to a central and coherent body of high profile researchresources for Brazilian Studies; 2. Expand the emerging corpus of digital page images aimed at a scholarly audience; 3. Implementmechanisms to ensure traditional bibliographic access to each digitized publication; 4. Provide structured access to the individualvolumes within each serial set; 5. Provide, as necessary, electronic indexing to the sections within these documents, single issues ofwhich can be hundreds of pages long; 6. Explore relative levels of demand and patterns of use for digitized materials by issuing them bothas CD-ROMs and as files available over the Internet; 7. Refine the process of creating digital images files from preservation microfilm”.

[27]Pons, 2011.

[28]Landow, 1997.

[29]Johnson, 1979.

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[30]Van Jacob, 2001, p. 11. Adaptado do original: “unified microfilm collections from fragile and widely dispersed original publicationswas an essential first step in providing the source materials that allowed this digitization Project to take shape”.

[31] Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco,Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. A única exceção foi os relatórios daprovíncia/estado do Piauí que não foram escaneados; o CRL não informa quais foram os motivos.

[32] Tem-se o total de 95 grandes áreas, de acordo com o sistema adotado pelo CRL. Para maiores detalhes, ver<http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/hartness/index.html>.

[33] Van Jacob, 2011, p.10. Adaptado do original: “It’s not at all unusual to find four to ten supplements, many with detailed statisticalinformation, appended to one of these reports”.

[34]Almanak, 1843, p.3. <http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/almanak/al1844/00000003.html>. A ortografia e a pontuação das citações destetrabalho foram atualizadas de acordo com os documentos originais, inclusive os eventuais erros tipográficos e de redação, desde queesses não comprometam o entendimento do texto.

[35] A saber: Ministério da Agricultura, os rolos do período 1946-1950 se encontravam muito escuros e com os textos a margem quaseilegíveis; Ministério da Guerra, o suporte que abarcava os anos de 1846-1854 era fino demais para a digitalização e os dos anos 1865-1869,embora com densidade aceitável, a parte de cima das páginas estava desfocada (Jacob, 2001).

[36]Van Jacob, 2001, p.12. Adaptado do original: “(…) as both film density and contrast were not always suitable for scanning. Further,some of the original images had been skewed during microfilming, creating unexpected post-processing requirements. Some of the paperoriginals had also deteriorated significantly before they were filmed, for instance with speckling. In some cases the printing was barelylegible.

[37]Van Jacob, 2001.

[38] De acordo com o Projeto, havia dois níveis de digitalização cujos custos dependiam de questões técnico-operacionais, como adetecção das bordas das páginas microfilmadas. O primeiro nível, ao custo de U$ 0,195 por frame, consistia num processo totalmenteautomatizado e, portanto, sem intervenção humana, ao contrário do segundo nível – U$ 0.225. Van Jacob, 2001.

[39]Van Jacob, 2001.

[40]Van Jacob, 2001.

[41] Termo recuperado por Gallini e Noiret (2011) para designar uma “página” da Internet que pode ser acessada e modificada em, quase,qualquer lugar e momento, ao contrário da scriptamanent, como o caso do livro, em seu aspecto material e, portanto, não modificável.

[42]Van Jacob, 2001, p.63. Adaptado do original: “Users can quickly and efficiently find what they seek. The digital environment hasallowed creative approaches to indexing that include traditional finding aides constructed to take advantage of hypertext technology(page numeration, tables of contents, bibliographies, and subject indices) and also relational databases designed to link subjects terms toparticular report pages. What we have learned should add to the body of literature on creating and indexing text-rich images”.

[43] Por esta razão, optou-se pela demonstração com a versão em inglês.

[44]Pons, 2011.

[45]Pons, 2011.

[46] O relatório destaca os motivos do uso do formato e as justificativas do uso da resolução, questões técnicas sobremaneira e que, apriori, não interessam ao objetivo deste antigo.

[47] Albuquerque, 1870, p.10.

[48]Van Jacob, 2001.

[49]Van Jacob, 2001, p.41. Adaptado do original: “the browser’s ‘hand icon’, indicating an active link, only appears when the cursor rolls

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http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-180.htm 21/21

over a page number from the index”.

[50]Gallini eNoiret, 2011, p.20.

[51] Ribeiro, 2010, p.89.

[52]Pons, 2011. O autor se baseia numa série de artigos escritos por Robert Darton no The New York ReviewofBoos, como, por exemplo:DARTON, Robert. Google & the Future of Books [En línea].The New York Review of Books, 12 de febrero de 2009.<http://www.nybooks.com/ articles/archives/2009/feb/12/google-the-future-of-books/>.

[53]Michalak e Reilly, 2012.

[54]Chodorow eReilly, 2001.

[Edición electrónica del texto realizada por Alexandre Cumplido].

© Copyright Yuri Simonini, 2014.© Copyright Ar@cne, 2014.

Ficha bibliográfica:

SIMONINI, Yuri. SCRIPTA VOLANT: O LATIN AMERICAN MICROFORM PROJECT A SERVIÇO DA HISTORIOGRAFIABRASILEIRA. Ar@cne. Revista electrónica de recursos en Internet sobre Geografía y Ciencias Sociales. [En línea. Acceso libre].Barcelona: Universidad de Barcelona, nº 180 , 1 de Marzo de 2014. <http://www.ub.es/geocrit/aracne/aracne-180.htm>.