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RELATÓRIO DE ESTÁGIO M 2016-17 REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Farmácia da Maia Jéssica Lopes Figueiredo

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RELATÓRIO

DE ESTÁGIO

M 2016-17

REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO

EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Farmácia da Maia

Jéssica Lopes Figueiredo

i

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia da Maia

janeiro de 2017 a julho de 2017

Jéssica Lopes Figueiredo

Orientadora: Doutora Maria Assunção Nápoles

______________________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutor Paulo Lobão

______________________________________

julho de 2017

ii

Declaração de Integridade

Eu, Jéssica Lopes Figueiredo, abaixo assinado, nº 201100060, aluno do Mestrado Integrado em

Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado

com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão,

assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas

as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou

redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de ______

Assinatura: ______________________________________

iii

Agradecimentos À Senhora Doutora Maria Assunção Nápoles, orientadora e Diretora Técnica da Farmácia

da Maia. Obrigada por toda a paciência, compreensão, apoio e disponibilidade durante estes últimos

seis meses. Obrigada por todos os seus conselhos e ensinamentos, e acima de tudo, por me dar a

oportunidade de fazer um estágio tão enriquecedor numa farmácia especial. Irei levar para o meu

futuro profissional, tudo aquilo que aprendi consigo. Obrigada por me ajudar a crescer tanto a nível

pessoal como a nível profissional.

Ao Professor Doutor Paulo Lobão, um tutor sempre disponível para ajudar. Obrigada pela

prontidão com que respondeu a todas as minhas dúvidas e por me acompanhar nesta última etapa

do curso.

Aos Professores da Faculdade de Farmácia do Porto que me acompanharam durante os

cinco anos de curso. Obrigada por contribuírem para a minha formação com a vosso conhecimento

e por me ajudarem a preparar para o futuro. Um especial obrigado à Professora Doutora Isabel

Almeida, mais que uma professora foi uma tutora durante os últimos anos de faculdade. Obrigada

por todas as oportunidades criadas e por acreditar no meu trabalho.

À equipa da Farmácia da Maia, Elisabete, Emanuel, Dra. Cláudia, Catarina e Carla por toda

a ajuda que me deram durante o estágio. Obrigada por partilharem comigo os vossos

conhecimentos e experiências e, acima de tudo, obrigada por me ajudarem sempre que precisei,

contribuindo para a minha formação enquanto farmacêutica.

À Diana, à Andry, à Marta, ao Martins e à Bárbara, amigos e companheiros de muitas

aventuras durante os anos de faculdade. Obrigada por toda a ajuda e por toda a paciência. Vocês

são a família do coração.

Aos meus pais e à minha irmã por todo o suporte e apoio incondicional ao longo da minha

passagem pela faculdade. Obrigada por me proporcionarem a oportunidade de seguir os meus

sonhos e por nunca me deixarem desistir perante as adversidades. Obrigada por estarem sempre

presentes e fazerem de mim a pessoa que sou hoje.

Por último, ao Henrique. Uma pessoa especial e carinhosa que me ampara e ajuda mesmo

sem eu pedir. Um namorado sempre presente, tanto nos bons como nos maus momentos, que me

protege e incentiva sempre a dar o melhor de mim em tudo o que faço. Contigo aprendi a valorizar

o que é realmente importa; nunca esquecerei tudo o que fizeste por mim. Obrigada por fazeres esta

caminhada comigo e nunca desistires de mim.

A todos, obrigada.

iv

Resumo A farmácia comunitária é um espaço de saúde onde os utentes podem, não só, adquirir a

sua medicação, mas também receber aconselhamento farmacêutico por parte dos profissionais que

nela trabalham. Na realidade, a população portuguesa confia nesta classe profissional, valorizando

tanto as indicações como os conselhos que são prestados. Talvez devido a este facto, a farmácia é

muitas vezes o primeiro local de contacto entre o doente e o profissional de saúde.

Devido à enorme importância da farmácia na atualidade, faz todo o sentido que o Mestrado

Integrado em Ciências Farmacêuticas culmine num estágio curricular neste local, de forma a

preparar os ainda estudantes para o seu futuro profissional. Assim, o presente relatório foi elaborado

no âmbito do referido estágio curricular e encontra-se dividido em duas partes principais: na primeira

parte é possível encontrar a descrição das caraterísticas da Farmácia da Maia e as atividades nela

realizadas, enquanto na segunda parte é possível encontrar a descrição dos projetos elaborados

durante o mesmo período de estágio.

Durante os seis meses de estágio curricular, tive a privilégio de conviver e de aprender com

profissionais de excelência que partilharam comigo os seus conhecimentos e experiências. A

Farmácia da Maia é, por isso, uma farmácia especial que acima de tudo valoriza um atendimento

personalizado para cada utente. Aqui, adquiri imensos conhecimentos e tive um vislumbre do que é

realmente a vida profissional de um farmacêutico. Ser farmacêutico é muito mais do que dispensar

embalagens de medicamentos, é detetar problemas relacionados com os mesmos, é saber

identificar as necessidades de cada doente e acima de tudo é saber interpretar cada pessoa como

um todo em vez de analisar cada problema de saúde isoladamente.

Durante o estágio, tive oportunidade de executar inúmeras tarefas na farmácia de que foram

exemplo a realização de encomendas, a dispensa de medicamentos e produtos de saúde, a pré-

conferência de receitas e a elaboração de montras e lineares. Todas as tarefas supracitadas são de

grande importância para o bom funcionamento da farmácia, o que se traduz, mais tarde, num bom

atendimento ao utente. Não obstante, realizei ainda três projetos distintos: o primeiro referente ao

estudo do conhecimento dos utentes da Farmácia da Maia relativamente à diabetes, hipertensão

arterial e colesterol; o segundo relativo ao hipotiroidismo e o terceiro relativo aos suplementos

alimentares existentes na Farmácia da Maia. Todas as atividades desenvolvidas durante o período

de estágio contribuíram tanto para o meu crescimento profissional como pessoal.

v

Lista de Abreviaturas ASAE Autoridade de Segurança Alimentar e Económica

CD Cluster of Differentiation

CNPEM Código Nacional de Prescrição Eletrónica de Medicamentos

CYP Citocromo P450

DCI Denominação Comum Internacional

DGAV Direção Geral de Alimentação e Veterinária

ECA Enzima Conversora de Angiotensina

FEFO First Expired First Out

HDL High-Desity Lipoproteins

HLA Antigénio Leucocitário Humano

IL Interleucina

IVA Imposto de Valor Acrescentado

LDL Low-Density Lipoproteins

MHC Complexo Principal de Histocompatibilidade

MNSRM Medicamento Não Sujeito a Receita Médica

MSRM Medicamento Sujeito a Receita Médica

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

PRM Problema Relacionado com o Medicamento

PVF Preço de Venda à Farmácia

PVP Preço de Venda ao Público

RNM Resultado Negativo associado ao uso do Medicamento

SNS Sistema Nacional de Saúde

TNF Fator de Necrose Tumoral

TSH Hormona Estimulante da Tiroide

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Índice

AGRADECIMENTOS III

RESUMO IV

LISTA DE ABREVIATURAS V

ÍNDICE VI

PARTE I: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA FARMÁCIA DA MAIA 1

1. Introdução 1

2. A Farmácia da Maia 1 2.1. Localização geográfica e caracterização sociocultural 1 2.2. Caracterização do espaço exterior 2 2.3. Horário de funcionamento 2 2.4. Recursos humanos 2 2.5. Caracterização do espaço interior 2 2.6. Fontes de informação e sistema informático 4

3. Administração e gestão da farmácia 5 3.1. Gestão de stocks 5 3.2. Realização de encomendas 6 3.3. Entrada, conferência e armazenamento de encomendas 7 3.4. Controlo dos prazos de validade 8 3.5. Gestão de devoluções 8

4. Dispensa de medicamentos 9 4.1. Medicamentos sujeitos a receita médica 9 4.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica 14 4.3. Medicamentos de uso veterinário 15 4.4. Dispositivos médicos 15 4.5. Medicamentos manipulados 15 4.6. Dispensa de outros medicamentos e produtos de saúde 17

5. Os serviços da Farmácia da Maia 17 5.1. Determinação da glicémia, colesterol total, triglicerídeos e pressão arterial 18

vii

5.2. Consultas de nutrição, podologia e naturopatia 19 5.3. Valormed e Recolha de Radiografias 19

6. Estratégias de marketing 20

7. As formações 20

8. Apresentações orais 21

9. Cronograma de Estágio 21

PARTE II: TEMAS DESENVOLVIDOS NO ÂMBITO DO ESTÁGIO

CURRICULAR 22

Projeto 1: Estudo do conhecimento dos utentes da Farmácia da Maia relativamente à

diabetes, hipertensão arterial e colesterol 22 1. Introdução 22 2. Contextualização 23 3. Diabetes 23 4. Hipertensão arterial 25 5. Colesterol elevado 26 6. Realização de um inquérito para avaliação do conhecimento 27 7. Rastreio Cardiovascular 29 8. Mesa Temática 31 9. Conclusão 33

Projeto 2: A tiroide e o Hipotiroidismo 33 1. Introdução 33 2. Contextualização 34 3. O Hipotiroidismo 35 4. A importância do Acompanhamento Farmacoterapêutico 36 5. O caso de estudo 37 6. Conclusão 41

Projeto 3: O mundo dos suplementos alimentares 41 1. Introdução 41 2. Contextualização 41 3. Os suplementos alimentares 42 4. Organização dos suplementos alimentares em tabela 43 5. Conclusão 43

viii

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44 ANEXOS 49

1

Parte I: Atividades desenvolvidas na Farmácia da Maia

1. Introdução A farmácia comunitária é muitas vezes o primeiro local de contacto entre o doente e um

profissional de saúde. Nesta trabalham os farmacêuticos, profissionais de fácil acesso e com

conhecimentos, não só, dos medicamentos, mas também, de inúmeras patologias e respetivos

sintomas. Assim, o farmacêutico é considerado um técnico do medicamento uma vez que apresenta

conhecimentos sobre a química, formulação e utilização dos mesmos. Esta classe profissional

apresenta, desta forma, a nobre missão, não só, de ajudar os doentes a tirarem o máximo partido

da sua medicação como na educação para a saúde.

Na maior parte das farmácias comunitárias é, hoje, possível encontrar vários serviços sendo

que de entre eles, destacam-se a dispensa de medicamentos, a determinação de parâmetros

bioquímicos como a glicémia, por exemplo, e ainda o aconselhamento farmacêutico.

Dada a importância da farmácia comunitária na sociedade, faz todo o sentido que o Mestrado

Integrado em Ciências Farmacêuticas culmine num estágio curricular neste espaço, de modo a

permitir aos ainda estudantes, familiarizarem-se com uma nova realidade. Assim, o presente

relatório foi realizado no âmbito desse mesmo estágio, com o objetivo de descrever resumidamente

todas as atividades realizadas durante o mesmo.

2. A Farmácia da Maia A totalidade do estágio curricular foi realizada na Farmácia da Maia e teve a duração de seis

meses, com início no dia dezassete de janeiro e término no dia dezassete de julho de 2017. No

início do estágio curricular, ficou acordado que o meu horário seria de segunda a sexta-feira (horário

variável) e faria, adicionalmente, um sábado de manhã por mês, com o objetivo de contactar com

as diferentes dinâmicas da Farmácia.

2.1. Localização geográfica e caracterização sociocultural A Farmácia da Maia localiza-se na Rua D. Afonso Henriques nº 3218 em Águas Santas.

Esta encontra-se muito bem localizada, numa rua de fácil acesso, estando rodeada de vários

serviços como um banco, uma praça de táxis, uma paragem de autocarros, restaurantes e uma

padaria. Esta farmácia apresenta ainda a grande vantagem de se encontrar próxima do Centro de

Saúde de Águas Santas.

A maior parte dos utentes que frequentam a Farmácia da Maia são, normalmente,

residentes na zona, o que faz com que seja possível, não só, fazer um ótimo acompanhamento

clínico dos mesmos como permite ainda a criação de um elo de confiança entre o farmacêutico e o

utente. De realçar que os utentes desta farmácia apresentam diferentes condições socioeconómicas

e diferentes idades, no entanto, a faixa etária predominante encontra-se acima dos 50 anos. Apesar

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disso, é possível constatar-se que pessoas mais jovens também recorrem aos serviços desta

farmácia.

2.2. Caracterização do espaço exterior A Farmácia da Maia, fundada no ano de 1934, encontra-se hoje, com um visual

contemporâneo e profissional, estando assinalada com uma cruz verde luminosa que transmite

informações como a data, hora e horário de funcionamento. Adicionalmente, é possível encontrar

no exterior da farmácia, o nome da mesma (Farmácia da Maia) em letras luminosas, assim como o

nome da Diretora Técnica (Dra. Maria Assunção Nápoles) e o horário de funcionamento. A farmácia

apresenta ainda duas montras, que são alteradas com bastante regularidade, promovendo não só,

os inúmeros produtos de venda livre, mas também possíveis campanhas promocionais que estejam

a decorrer. Não obstante, na parte exterior da farmácia é ainda possível encontrar informações

sobre os serviços prestados, assim como informação relativamente às farmácias que se encontram

de serviço. Na fachada encontra-se um postigo, sendo utilizado quando a farmácia se encontra de

serviço noturno, de modo a garantir a segurança do profissional que realiza os atendimentos. Para

além disso, na parte exterior da farmácia encontram-se destacadas algumas das mais valias da

farmácia, nomeadamente, a homeopatia e a fitoterapia (Anexo A).

Assim, é possível concluir que a farmácia cumpre os requisitos legais estabelecidos no

Decreto-Lei nº171/2012.[1]

2.3. Horário de funcionamento A Farmácia da Maia encontra-se aberta de segunda a sexta-feira das 8h30 às 22h00 e no

sábado das 8h30 às 19h00. Aos domingos e feriados encontra-se encerrada.

2.4. Recursos humanos A equipa da Farmácia da Maia é constituída por:

• Dra. Maria Assunção Nápoles - Proprietária e Diretora Técnica

• Dra. Ana Cláudia Ferreira - Farmacêutica

• Dra. Ana Filipa Gonçalves - Farmacêutica

• Catarina Silva - Técnica de Farmácia

• Elisabete Gonçalves - Técnica de Farmácia

• Carla Vieira – Técnico Auxiliar de Farmácia

• Emanuel Oliveira – Técnico Auxiliar de Farmácia

2.5. Caracterização do espaço interior O interior da Farmácia da Maia pode ser divido em sete áreas distintas, sendo que cada

uma delas apresenta a sua própria relevância e características. A primeira área da Farmácia da

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Maia é o espaço de atendimento ao público, um local de extrema importância, uma vez que é onde

se estabelece o contato com os utentes; é um espaço amplo e de fácil acessibilidade onde podemos

encontrar seis postos de trabalho, cada um deles com o seu computador, impressora, leitor de

código de barras, leitor de cartão de cidadão e respetiva caixa. Neste espaço é ainda possível

encontrar lineares onde se encontram expostos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

(MNSRM), medicamentos homeopáticos, suplementos alimentares, dispositivos médicos, produtos

dermocosméticos, produtos de higiene íntima e corporal, produtos de higiene dentária, produtos

veterinários e o espaço bebé (inclui leites, chupetas, biberões e outros acessórios para mães e

bebés) (Anexo B – Fig. B1). Os lineares encontram-se organizados por temas e com frases

elucidativas para que seja fácil ao utente identificar a panóplia de produtos existentes na farmácia

(Anexo B – Fig. B2). De realçar que os referidos lineares são cuidadosamente pensados e alterados

com regularidade sendo que os produtos expostos variam tendo em consideração, por exemplo, a

altura do ano. Adicionalmente, neste local encontram-se ainda uma máquina de senhas, duas

cadeiras para que as pessoas possam descansar e aguardar pela sua vez e uma balança.

A Farmácia da Maia dispõe de dois gabinetes de Boas Práticas, sendo estes pautados pela

privacidade e comodidade. O primeiro gabinete destina-se à medição de parâmetros bioquímicos

como a glicémia, o colesterol total e os triglicerídeos bem como a avaliação da pressão arterial.

(Anexo B – Fig. B3). Por sua vez, o segundo gabinete, de maiores dimensões, é utilizado para

administração de injetáveis, consultas de podologia, consultas de naturopatia, consultas de nutrição

e depilação a laser. (Anexo B – Fig. B4). Ambos os gabinetes são utilizados para falar com os

utentes de questões mais pessoais e confidenciais quando os mesmos não se sentem confortáveis

em fazê-lo no balcão de atendimento como, por exemplo, questões relacionadas com contraceção

de emergência.

Enquanto que as áreas supracitadas promovem uma relação de proximidade e o contacto

direto entre farmacêutico e doente, áreas como a de receção e conferência de encomendas,

laboratório e armazém permitem à equipa desta farmácia criar as condições necessárias para

melhor atender cada utente. A área de receção e conferência de encomendas é composta por uma

bancada onde constam um computador, um leitor de código de barras, uma impressora, uma

fotocopiadora e uma impressora de código de barras. É neste local que se rececionam e conferem

todas as encomendas que, diariamente, chegam a esta farmácia (Anexo B – Fig. B5).

Um outro local de extrema importância é o laboratório de preparação de manipulados onde

é possível encontrar não só, os equipamentos necessários para preparar manipulados,

nomeadamente uma balança analítica e um unguator, mas também, material como provetas, vidros

de relógio e espátulas. Nesta área encontram-se ainda armazenados os excipientes e matérias-

primas disponíveis para a preparação dos mesmos, assim como, um lava-louça. (Anexo B – Fig.

B6)

Uma das partes mais importantes para qualquer farmácia é o armazém onde, como o

próprio nome indica, todos os medicamentos se encontram devidamente armazenados e

organizados. Na Farmácia da Maia, especificamente, os medicamentos de marca e os

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medicamentos genéricos, cujas fórmulas farmacêuticas são comprimidos, cápsulas, pomadas e

cremes encontram-se disponíveis em blocos de gavetas separados (Anexo B – Fig. B7).

Adicionalmente, todos os produtos oftálmicos, soluções, suspensões, ampolas, injetáveis, chás,

compressas, sacos de ostomia, ligaduras, tiras de teste, lancetas e agulhas para determinação da

glicémia encontram-se organizados num rombic ordenado em secções (Anexo B – Fig. B8). Todos

os inaladores e frascos conta-gotas encontram-se devidamente organizados numa estante à parte,

assim como os supositórios. Os medicamentos cujo armazenamento não pode ser feito à

temperatura ambiente encontram-se num frigorífico de frio seco, cuja temperatura e humidade são

controladas todos os dias (Anexo B – Fig. B9).

Por último, mas não menos importante, a Farmácia da Maia dispõe de um vestiário para

toda a equipa e de um gabinete utilizado pela Diretora Técnica, onde se encontra a biblioteca da

farmácia (que contém, por exemplo, a Farmacopeia Portuguesa e o Formulário Galénico) e onde é

realizada a gestão e administração da mesma.

2.6. Fontes de informação e sistema informático O farmacêutico é um prestador de cuidados de saúde e é necessário que este seja provido

de informação científica rigorosa e atualizada para que possa, dessa forma, ajudar e aconselhar o

seu utente de maneira informada e fundamentada. Na Farmácia da Maia estão disponíveis várias

fontes de informação como por exemplo o Prontuário Terapêutico e diversos dossiers com

informação relativa aos suplementos alimentares, dispositivos médicos, medicamentos

homeopáticos e produtos de dermocosmética. Adicionalmente, os computadores dispõem de

acesso à Internet o que torna a pesquisa de informação bastante rápida e fácil, nomeadamente,

através da consulta dos resumos das características dos medicamentos. Durante os seis meses de

estágio, foi-me possível utilizar as mais variadas fontes de informação para tirar dúvidas

maioritariamente relacionadas com a posologia e a indicação terapêutica dos suplementos

alimentares e medicamentos homeopáticos (áreas onde eu apresentava algumas dúvidas).

No que ao sistema informático diz respeito, a Farmácia da Maia utiliza o Sifarma 2000®,

software desenvolvido pela Glintt. Este encontra-se disponível para acesso em todos os

computadores da farmácia dada a sua relevância para as atividades diárias como o atendimento de

utentes e a gestão e receção de encomendas, por exemplo. Assim, através do Sifarma 2000®, é

possível dispensar receitas, consultar informação científica sobre medicamentos, obter informações

sobre a posologia, efeitos adversos e as interações medicamentosas, consultar o histórico dos

doentes, fazer devoluções, fazer encomendas, entre muitas outras tarefas. Esta ferramenta facilita

o trabalho do farmacêutico, pois permite ao utilizador um acesso fácil e rápido a uma panóplia de

informações que lhe possibilitam fazer um melhor atendimento ao utente, de forma personalizada e

com segurança.

O meu primeiro contacto com este programa ocorreu no primeiro dia de estágio, durante a

receção das encomendas. Considero que ao longo destes últimos seis meses aprendi a tirar o

máximo partido deste programa tendo o mesmo sido muito útil para tirar dúvidas quanto à posologia

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e quanto à indicação terapêutica durante os atendimentos. Considero ainda que o Sifarma 2000®

me ajudou a evitar muitos erros de dispensa devido aos inúmeros alertas que este fornece (por

exemplo, dar um medicamento com o número errado de comprimidos, ou até mesmo dispensar um

medicamento com a dose errada).

3. Administração e gestão da farmácia A farmácia é sem dúvida um espaço de saúde que envolve inúmeros serviços,

nomeadamente, a dispensa de medicamentos e de outros produtos de saúde. No entanto, para que

seja possível a dispensa dos mesmos, é necessário que haja uma correta administração e gestão

da farmácia de modo a garantir que os produtos estão disponíveis e se encontram dentro da

validade, ao mesmo tempo que existe equilíbrio financeiro. Para uma correta administração e gestão

da farmácia é necessário fazer a gestão de stocks, as encomendas e a respetiva receção, para além

da conferência e armazenamento das mesmas. Adicionalmente, é ainda crucial fazer o controlo dos

prazos de validade e uma correta gestão das devoluções sempre que necessário.

3.1. Gestão de stocks De acordo com as boas práticas farmacêuticas, a gestão do stock dos medicamentos e de

outros produtos de saúde deve ser realizada com o objetivo máximo de garantir que as

necessidades dos doentes sejam satisfeitas. Assim, pretende-se que não só, existam disponíveis o

número de embalagens necessárias, mas também, que não exista um número de embalagens

demasiado grande pois pode levar, futuramente, a problemas relacionados com o término do prazo

de validade e com perda de lucro da farmácia. [2]

O Sifarma 2000® assume um papel crucial na gestão de stocks, sendo que através desta

ferramenta é possível saber informações como a disponibilidade de um medicamento ou de um

produto na farmácia, quantas unidades são vendidas por mês desses mesmos

produtos/medicamentos, ou se por outro lado, estes deixaram de ser dispensados pela farmácia.

Assim, para facilitar toda esta gestão é possível determinar um valor mínimo e máximo de

embalagens para o stock de cada produto/medicamento, sendo que estes valores podem ser

alterados a qualquer momento. Quando o stock de um determinado produto atinge o valor estipulado

como mínimo, o programa gera uma encomenda com embalagens desse mesmo produto, de modo

a ter disponível na farmácia o número máximo estipulado para o mesmo. É de salientar que é

necessário conferir se o valor de stock para um determinado medicamento, por exemplo, é igual ao

número de embalagens real presente na farmácia para evitar erros.

Ao longo do estágio tive oportunidade de consultar o histórico de vendas dos medicamentos

para verificar como estavam as vendas dos mesmos, alterando o nível de stock mínimo e máximo

sempre que necessário. Um dos casos mais recentes foi referente aos sacos de ostomia, que agora

ao serem vendidos na farmácia, foram estabelecidos novos valores para o stock de modo a garantir

que estavam disponíveis para os utentes sempre que os mesmos precisassem.

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3.2. Realização de encomendas Na Farmácia da Maia as encomendas podem ser feitas a um armazenista ou diretamente

aos laboratórios, dependendo de qual das duas situações for mais vantajosa para a farmácia.

Relativamente aos armazenistas, a Farmácia da Maia trabalha com a OCP® e com a

Cooprofar®, sendo que as encomendas são realizadas tanto através de telefone como pelo sistema

informático Sifarma 2000®. Assim, quando se trata de pedir algum medicamento/produto que não

se encontra no stock da farmácia, mas que é solicitado durante um atendimento, é feito o pedido

para um destes grossistas. Posteriormente, o utente é informado de qual a data e a hora em que

poderá vir levantá-lo, sendo esta considerada uma encomenda urgente. Adicionalmente, a estes

fornecedores são também pedidas as encomendas diárias cujo objetivo é repor os medicamentos

em falta no stock da farmácia ou que, por outro lado, estão já no nível mínimo do stock. De realçar

que existem ainda encomendas via verde, que são destinadas a medicamentos que se encontram

esgotados nos fornecedores, mas que ainda existe um número limitado dos mesmos para pedir

através do número da receita do doente. Desta forma, evita-se que o utente deixe de tomar a sua

medicação.

Apesar das encomendas aos distribuidores grossistas serem as mais frequentes no dia-a-

dia da Farmácia da Maia, também existem encomendas realizadas diretamente aos laboratórios.

Estas encomendas podem ser efetuadas via telefone, e-mail ou pessoalmente com os delegados

dos respetivos laboratórios. Normalmente, este tipo de encomendas acarreta maiores benefícios

para a farmácia uma vez que estão associadas a maiores descontos e/ou bonificações. Em

contrapartida, a entrega dos produtos/medicamentos é mais morosa.

Durante o meu estágio foram várias as encomendas que fiz aos armazenistas, tanto via

telefone como através do Sifarma 2000®. As encomendas foram sempre devidamente registadas

para que toda a equipa estivesse informada acerca do que é pedido tanto à OCP® como à

Cooprofar®. Relativamente às encomendas feitas diretamente aos fornecedores acompanhei, por

diversas vezes, a escolha de quais os produtos/medicamentos a pedir e quais as quantidades tendo

sempre em consideração o histórico de vendas dos mesmos e as condições de compra.

Adicionalmente, ajudei a verificar por algumas vezes qual a maneira mais vantajosa para a Farmácia

da Maia adquirir um determinado produto/medicamento, se através de campanhas ou através de

compra à OCP®/Cooprofar®, por exemplo. Em suma, durante o estágio aprendi que para se comprar

um produto/medicamento é preciso ter em consideração fatores como a capacidade de

armazenamento da farmácia, as condições de pagamento, o histórico de vendas dos produtos, a

época do ano, o perfil dos utentes da farmácia e sobretudo as caraterísticas dos

produtos/medicamentos que se vão adquirir.

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3.3. Entrada, conferência e armazenamento de encomendas A receção das encomendas, na Farmácia da Maia, é realizada com recurso ao Sifarma

2000®, sendo esta tarefa importante para uma correta gestão dos stocks. Desta forma, sempre que

chega uma encomenda é dada a entrada da mesma, iniciando-se o processo com a identificação

do fornecedor e com registo do número e do valor total da fatura (as encomendas são transportadas

até à farmácia em banheiras devidamente identificadas ou em caixas de cartão; os medicamentos

de frio são transportados em banheiras térmicas). Seguidamente, todos os códigos de barras dos

produtos são introduzidos (com recurso ao leitor de código de barras) e os prazos de validade são

confirmados e registados, se necessário. Por último inserem-se os preços de venda à farmácia

(PVF) e introduzem-se as respetivas margens de lucro (no caso dos produtos/medicamentos não

apresentarem preço tabelado). Sempre que exista uma nota de encomenda, as faturas são

confirmadas com essa mesma nota, para verificar se os produtos enviados correspondem aos

produtos pedidos. No caso de haver erros, é necessário fazer o registo dos mesmos e entrar em

contato com o fornecedor para que a situação possa ser corrigida. É ainda importante salientar que

sempre que se receciona um novo produto é necessário criar a ficha do mesmo, onde se inserem

dados como fornecedor preferencial, valor de stock mínimo e máximo, o Imposto de Valor

Acrescentado (IVA) e o Preço de Venda ao Público (PVP). Aquando da entrada de encomendas é

também verificado o estado das embalagens dos produtos/medicamentos, pois se estas se

encontrarem danificadas serão devolvidas. Durante todo o processo de receção de encomendas as

embalagens encontram-se sempre alinhadas e com o nome virado para cima para que estejam

sempre visíveis. No final de cada mês cada fornecedor envia para a farmácia um documento resumo

da totalidade de faturas, sendo este conferido com as faturas arquivadas na farmácia.

Posteriormente, é feita a liquidação das quantias, consoante as condições acordadas com o

fornecedor.

Esta foi a primeira tarefa que realizei durante o estágio curricular, tendo sido através da

mesma que iniciei o contato direto com os medicamentos. Dar entrada das encomendas permitiu-

me começar a contactar com os mesmos. Muitas vezes, durante a entrada de encomendas

consultava a ficha do produto para saber qual a sua indicação terapêutica. Esta tarefa permitiu-me

também começar a reconhecer algumas embalagens, habilidade que pode ser vantajosa durante

um atendimento.

Findada a receção e conferência das encomendas é necessário proceder ao

armazenamento de todos os medicamentos/produtos. Estes são arrumados nos respetivos locais

de armazenamento (mencionados no tópico 2.5), estando organizados por ordem alfabética e

segundo a metodologia FEFO (First Expired First Out). Os primeiros a serem armazenados são os

medicamentos de frio para garantir as condições de conservação, todos os outros

produtos/medicamentos estão armazenados ao abrigo da luz solar, estando respeitadas as

condições de temperatura e humidade. De realçar que os medicamentos psicotrópicos se

encontram armazenados num local separado de todos os outros medicamentos/produtos

farmacêuticos.

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O armazenamento correto das encomendas é essencial para que, durante os atendimentos,

os utentes sejam atendidos com brevidade. Assim, desde o início do estágio que comecei a fazer o

armazenamento das encomendas nos respetivos lugares, de modo a familiarizar-me com o espaço

físico da farmácia e todos os produtos/medicamentos nela existentes.

3.4. Controlo dos prazos de validade Na Farmácia da Maia o controlo dos prazos de validade é efetuado todos os meses, sendo

esta tarefa de extrema importância para garantir que os medicamentos/produtos farmacêuticos não

ultrapassam a seu prazo de validade. Assim, com recurso ao Sifarma 2000® é impressa uma lista

mensal com medicamentos/produtos farmacêuticos cujo prazo de validade está a três meses do

término. Nesta lista constam o nome, o código do produto, o stock e o prazo de validade dos

mesmos. Todos estes dados são, posteriormente, conferidos e corrigidos sempre que são detetados

erros. Quando o prazo de validade está perto do fim, mas ainda é possível fazer a sua dispensa ao

doente, o medicamento/produto farmacêutico é assinalado com um papel com a indicação do prazo

de validade, para ser vendido prioritariamente. Estes são colocados junto dos restantes

medicamentos/produtos, mas em primeiro lugar. Por outro lado, se os medicamentos/produtos

farmacêuticos já não poderem ser vendidos, estes são devolvidos ao laboratório, através de uma

nota de devolução. Se os laboratórios não aceitarem devoluções por este motivo é necessário fazer

uma quebra no stock sendo que os produtos farmacêuticos/medicamentos são rejeitados com

consequente prejuízo para a farmácia.

Ao longo do estágio, tive oportunidade de fazer o controlo e a verificação dos prazos de

validade, reconhecendo a importância desta tarefa. Sempre que encontrei erros ao nível do stock

ou a nível do prazo de validade apontei as correções e reportei a outro membro da equipa para fazer

as devidas alterações no Sifarma 2000®. Concomitantemente, assinalei todos os

medicamentos/produtos farmacêuticos cujo prazo de validade acabava nos três meses seguintes

para que estes fossem vendidos primeiro.

3.5. Gestão de devoluções Existem algumas razões que podem levar à necessidade de devolver os

medicamentos/produtos farmacêuticos adquiridos, de entre elas destacam-se o término do prazo

de validade, embalagens que se encontrem danificadas ou incompletas, medicamentos/produtos

farmacêuticos que vieram numa encomenda, mas que não foram pedidos, entre outros motivos. As

notas de devolução são realizadas através do Sifarma 2000®, sendo que para isso basta identificar

o número da fatura, o código do item, o número de embalagens e a justificação de devolução.

Posteriormente, são emitidas três cópias da nota de devolução em que o original e o duplicado vão

juntamente com o produto a devolver para o fornecedor e a terceira cópia fica arquivada na farmácia.

Sempre que a nota de devolução for aceite, o laboratório em causa pode emitir uma nota de crédito

no valor do produto ou pode substituir os produtos por outros novos. No caso da devolução não ser

9

aceite o fornecedor emite uma justificação e envia os produtos para a farmácia onde se procederá

à sua quebra.

Esta foi mais uma das tarefas que tive oportunidade de realizar durante o meu estágio. De

entre os motivos das devoluções que realizei destacam-se as embalagens danificadas e a entrega

de medicamentos/produtos farmacêuticos que não correspondiam à nota de encomenda. Sempre

que efetuei as devoluções, as mesmas foram aceites tendo sido emitidas notas de crédito por parte

do fornecedor.

4. Dispensa de medicamentos A dispensa de medicamentos é, sem dúvida alguma, considerada um ato profissional em

que o farmacêutico cede medicamentos ou substâncias medicamentosas aos doentes, tendo em

conta, não só, a prescrição do médico, mas também a indicação farmacêutica e o regime de

automedicação. Ao ser realizada a dispensa de medicamentos é crucial avaliar toda a medicação e

identificar potenciais problemas relacionados com os medicamentos (PRM’s), de forma a proteger

o doente de possíveis efeitos negativos que possam advir dessa mesma medicação. Somente se

não for identificado nenhum PRM, ou após a sua resolução, a medicação deve ser entregue ao

doente com as respetivas informações necessárias para a correta utilização do medicamento

(posologia, forma de administração e precauções de utilização). Não obstante, é fundamental

explicar ao doente a necessidade de este aderir à terapêutica reforçando quais os efeitos positivos

que esta pode trazer para a sua qualidade de vida, e o que pode acontecer se a medicação não for

tomada corretamente. Adicionalmente, é importante que o farmacêutico transmita a mensagem com

clareza e com linguagem adequada, de modo a que o doente não fique com dúvidas. Assim,

pretende-se que o doente tire o máximo partido da sua medicação. [2]

De acordo com o artigo 113º do Decreto-Lei 176/2006, de 30 de agosto, os medicamentos

para dispensa ao público podem ser classificados em medicamentos sujeitos a receita médica

(MSRM) e MNSRM.[3]

4.1. Medicamentos sujeitos a receita médica De acordo com o Decreto-Lei supracitado (176/2006 de 30 de agosto), o artigo 114º refere

que para ser considerado um MSRM é necessário que o mesmo apresente uma das seguintes

características: de forma direta ou indireta, possa ser prejudicial para a saúde, mesmo que seja

usado para o fim a que se destina (caso seja usado sem vigilância médica); quando utilizado com

frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daqueles a que se destina, possa

apresentar risco significativo para a saúde (direto ou indireto); apresente na sua constituição

substâncias ou respetivos derivados, cuja ação ou as reações adversas sejam necessárias de

aprofundar ou esteja destinado à administração via parentérica. [3]

10

Esta classe de medicamentos, que somente se encontra disponível em farmácias,

apresenta disponível na cartonagem o PVP. Não obstante, a cedência dos mesmos carece da

apresentação de uma receita médica.

4.1.1. Receitas médicas Segundo a legislação em vigor atualmente, a prescrição de um medicamento tem de incluir

a denominação comum internacional (DCI) ou nome da substância ativa, a forma farmacêutica, a

dosagem, o número de unidades e a posologia. No entanto, é possível encontrar ainda prescrições

por marca ou até mesmo por indicação do titular da autorização de introdução do mercado, desde

que se trate de um medicamento para o qual não exista nenhum medicamento genérico similar ou

por outro lado, não exista nenhum medicamento genérico comparticipado. Adicionalmente, as

prescrições por marca são também aceites em casos em que os medicamentos apenas podem ser

prescritos para determinadas indicações terapêuticas (por motivos de propriedade industrial) ou

quando o médico invoca uma justificação técnica para fundamentar a não troca do medicamento

prescrito por outro. Existem, neste caso, três justificações diferentes. A primeira justificação está

relacionada com a existência de um medicamento com uma margem ou índice terapêutico estreito,

sendo que nestes casos a receita dever conter a seguinte informação “Exceção a) do n.º 3 do art.

6.º”. A segunda justificação está relacionada com a existência de uma reação adversa prévia, e

nesse caso, a receita deve conter a informação “Exceção b) do n.º 3 do art. 6º”. Por último, a terceira

justificação diz respeito a medicamentos que se destinam a tratamentos com duração superior a 28

dias, sendo que as receitas devem conter a informação que se trata de uma “Exceção c) do n.º 3

do art. 6.º”.[4]

Durante o meu estágio contactei com três tipos diferentes de receitas, as receitas manuais,

as receitas eletrónicas materializadas e as receitas eletrónicas desmaterializadas, apresentando

todas elas características diferentes.

4.1.1.1. Receitas manuais

As receitas manuais, como o próprio nome indica, são receitas que são preenchidas

manualmente, por um médico, num formulário próprio e adequado. Atualmente, de acordo com o

artigo n.º 8 da Portaria n.º 224/2015, de 27 de julho estas receitas só estão autorizadas a serem

prescritas quando existe falência do sistema informático, quando há uma inadaptação

fundamentada do prescritor (que tem que ser validada anualmente pela ordem profissional), quando

se trata de uma prescrição ao domicílio ou outras situações até ao máximo de quarenta receitas

manuais por mês. [5]

Para uma receita manual ser considerada válida esta deve apresentar a identificação do

local da prescrição ou a respetiva vinheta (se aplicável), a vinheta do médico prescritor, a

identificação da especialidade médica e o contato telefónico do médico (se aplicável).

Adicionalmente, esta deve ainda conter a identificação da exceção que justifica a prescrição através

11

de uma receita manual, os dados do doente (nome, número de utente e número de beneficiário

(quando aplicável)), as siglas “R” ou “RO” se o doente estiver incluído no regime especial de

comparticipações, a data de prescrição e a assinatura do médico. Por último, a receita deve ainda

apresentar a DCI da substância ativa, a dose, a forma farmacêutica, a dimensão da embalagem e

o número de embalagens a dispensar. [5]

Foi nas receitas manuais que considero que tive maior dificuldade de adaptação durante o

estágio uma vez que, por vezes, foi difícil interpretar a caligrafia do médico e até mesmo inserir os

planos de comparticipação. Felizmente, pude contar com a ajuda de toda a equipa da Farmácia da

Maia para ultrapassar estas dificuldades. Assim, ao longo do estágio, o processo de dispensa de

medicamentos através de receitas manuais acabou por se tornar, para mim, muito mais rápido e

fácil. Saliento ainda o facto de achar que estas receitas são as menos seguras, uma vez que

requerem mais atenção por parte do farmacêutico para não cometer erros de dispensa de

medicamentos.

4.1.1.2. Receitas eletrónicas materializadas

As receitas eletrónicas materializadas têm habitualmente uma validade de 30 dias após a

sua emissão. No entanto, sempre que se tratar de uma medicação crónica ou de tratamentos

durante um longo período de tempo, é possível a emissão de uma receita renovável que pode atingir

a validade máxima de seis meses. Estas receitas são impressas em triplicado, ou seja, existem três

vias da mesma receita, sendo que cada via apresenta a menção de 1.ª via, de 2.ª via ou de 3.ª via,

consoante o caso. Adicionalmente, existem ainda receitas eletrónicas materializadas que são

classificadas como restritas, uma vez que se destinam a medicamentos usados em patologias cujo

diagnóstico é realizado somente em hospitais ou que, por outro lado, dizem respeito a

medicamentos que podem causar efeitos adversos graves. Estes últimos, requerem desta forma,

uma vigilância atenta por parte do médico durante o tempo de tratamento. [4]

Nesta tipologia de receita apenas podem ser prescritos 4 medicamentos diferentes, sendo

que no máximo, só podem ser prescritas até duas embalagens de cada medicamento na receita.

Para além de ser necessário conferir estes aspetos aquando da dispensa dos medicamentos, é

essencial avaliar se na receita constam todos os dados necessários, que no caso destas receitas

são semelhantes aos já descritos para as receitas manuais (identificação do médico prescritor,

dados do doente, substância ativa do medicamento, dosagem, etc.). Uma vantagem destas receitas

relativamente às receitas manuais é que estas apresentam uma guia de tratamento que é destacada

da receita aquando a dispensa e entregue ao doente.

Na minha opinião estas receitas vieram facilitar tanto o trabalho do farmacêutico (que deixa

de ter problemas com a ilegibilidade da caligrafia dos médicos prescritores) como a vida dos doentes

uma vez que estes podem levar uma guia de tratamento com toda a informação detalhada para

casa. Estas receitas foram, durante o meu estágio, as segundas mais frequentes, só sendo

ultrapassadas pelas receitas eletrónicas desmaterializadas.

12

4.1.1.3. Receitas eletrónicas desmaterializadas

Esta é a tipologia de receita mais recente em Portugal, sendo também a mais frequente no

dia-a-dia da farmácia. Para ter acesso às receitas eletrónicas desmaterializadas é necessário o

número da receita e o PIN de acesso à mesma, existindo ainda um terceiro código que diz respeito

ao direito de opção entre um medicamento de marca e um medicamento genérico. Estes códigos

podem ser fornecidos aos utentes via SMS ou até mesmo através de uma guia de tratamento.

Nestas receitas podem estar prescritas até seis embalagens de cada medicamento, sendo que o

doente apenas leva o número que precisa. Este pode posteriormente, dirigir-se à farmácia (à mesma

ou a outra diferente), e com os mesmos códigos de acesso levantar as restantes embalagens (desde

que ainda esteja dentro do prazo de validade da prescrição). De realçar que na mesma receita é

possível que medicamentos diferentes apresentem datas limite diferentes para o levantamento da

medicação. Não obstante, estas receitas caraterizam-se por apresentarem um Código Nacional de

Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM) para cada linha de prescrição. [4]

Quando os utentes recebem a SMS apenas têm acesso ao número da receita, ao PIN de

acesso e ao código de direito de opção, não tendo por isso, acesso a qual foi a medicação prescrita

ou a sua posologia. Por outro lado, quando o doente recebe a guia de tratamento, este passa a ter

acesso a informações como os códigos de acesso já referidos, a informação relativa tanto ao médico

prescritor como ao local de prescrição, a datas limite de levantamento de uma determinada

medicação, assim como a informação relativa a cada medicamento (DCI, dosagem, forma

farmacêutica, posologia, tamanho da embalagem). Adicionalmente, nesta guia de tratamento consta

ainda o nome do doente.

4.1.2. Regimes de Comparticipação De acordo com o Decreto-lei n.º 48-A/2010, de 13 de Maio, a comparticipação dos

medicamentos realizada pelo Estado português é feita tendo em consideração quatro escalões

diferentes. Desta forma, o escalão A corresponde a uma comparticipação de 90% do PVP dos

medicamentos, o escalão B corresponde a uma comparticipação de 69% do PVP dos

medicamentos, o escalão C corresponde a uma comparticipação de 37% do PVP dos medicamentos

e o escalão D corresponde a uma comparticipação de 15% do PVP dos medicamentos. As

comparticipações supracitadas referem-se, no entanto, ao regime geral de comparticipações. No

caso dos pensionistas, estes têm direito a um regime especial de comparticipação também ele

dividido em quatro escalões. Assim, neste caso concreto, o escalão A corresponde a uma

comparticipação de 95% do PVP dos medicamentos, o escalão B corresponde a uma

comparticipação de 84% do PVP dos medicamentos, o escalão C corresponde a uma

comparticipação de 52% do PVP dos medicamentos e por último o escalão D corresponde a uma

comparticipação de 30% do PVP dos medicamentos. De realçar que este regime especial de

comparticipação é válido para pensionistas que apresentam rendimentos anuais que não

ultrapassem “14 vezes a retribuição mínima mensal garantida em vigor no ano civil transato” ou por

outro lado, não excedam “14 vezes o valor indexante dos apoios sociais em vigor”.[6]

13

É importante salientar que nem todos os MSRM são comparticipados e que por outro lado,

existem subsistemas de comparticipação que complementam os sistemas de comparticipação do

Sistema Nacional de Saúde (SNS) como por exemplo, os Serviços de Assistência Médico-Social do

Sindicato dos Bancários do Norte. No caso destes subsistemas a percentagem de comparticipação

é variável.

4.1.3. Conferência de receituário e faturação Aquando da dispensa dos medicamentos comparticipados é sempre impresso no verso das

receitas manuais e eletrónicas materializadas um documento de faturação onde constam a série, o

lote, o número da receita, entre outras informações. Desta forma, todos os meses, estas receitas

são organizadas tendo em consideração o número do lote e os inúmeros organismos de

comparticipação, sendo que cada lote é constituído por trinta receitas.

Antes das receitas serem organizadas é sempre feita a pré-conferência das mesmas que

serve para identificar possíveis erros ocorridos na dispensa dos medicamentos (quando os

medicamentos dispensados são diferentes dos prescritos) ou erros relativamente à própria receita

(por exemplo, data de validade expirada, ou falta de assinatura do médico). Para além da pré-

conferência é ainda feita a conferência final que é uma segunda verificação de todas as receitas.

De salientar que as receitas eletrónicas desmaterializadas são organizadas informaticamente pois

não existe um registo em papel das mesmas.

No final de cada mês é emitido um verbete, a relação resumo de lotes e a fatura mensal de

medicamentos, sendo que estes documentos são enviados juntamente com as receitas para o

Centro de Conferência de Faturas (para comparticipações do SNS) ou para a Associação Nacional

de Farmácias (que posteriormente reencaminha para as respetivas entidades dos subsistemas).

Durante o estágio tive oportunidade de estar envolvida na pré-conferência das receitas,

assim como, na sua organização por organismos e lotes. Este é um trabalho que hoje se encontra

facilitado dado o reduzido número de receitas manuais e eletrónicas materializadas.

4.1.4. Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes constituem um grupo de medicamentos

bastante singular uma vez que apresentam características e precauções diferentes das restantes

categorias de medicamentos. Por definição, os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

apresentam na sua formulação substâncias que atuam no Sistema Nervoso Central sendo

suscetíveis de causar habituação e dependência. Este tipo de medicamentos é sempre sujeito a

receita médica, sendo que os mesmos se encontram guardados na farmácia num local diferente de

dos restantes medicamentos.

De acordo com o Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro, devido à utilização ilícita deste

tipo de medicamentos, os psicotrópicos e estupefacientes são rigorosamente controlados nas

farmácias. Assim, apesar da compra destes medicamentos aos fornecedores ser realizada da

14

mesma forma que os restantes medicamentos, aquando da sua entrega vem juntamente com a

fatura um documento em duplicado que tem que ser obrigatoriamente assinado e carimbado pela

Diretora Técnica da Farmácia. De realçar que o documento original permanece arquivado na

farmácia e a cópia do mesmo é enviada para o devido fornecedor. [7]

Sempre que um doente apresenta uma receita com um psicotrópico/estupefaciente

prescrito é necessário garantir que este apresenta mais de 18 anos e que se encontra na posse do

seu bilhete de identidade/cartão de cidadão. Seguidamente, aquando da dispensa destes

medicamentos o sistema informático pede informações como os dados do médico prescritor (nome

e número da cédula profissional), os dados do doente (nome e morada) e os dados de quem vem

levantar a medicação (nome, morada, data de nascimento e número do bilhete de identidade/cartão

de cidadão com respetiva data de validade).

Ao longo do estágio foram vários os medicamentos psicotrópicos que dispensei, tendo

encarado a tarefa com o devido sentido de responsabilidade e atenção redobrada.

4.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica Quando os medicamentos não cumprem os requisitos dos MSRM são classificados como

MNSRM, sendo que os mesmos não são comparticipados (salvo casos excecionais).[8] Esta classe

de medicamentos pode ser vendida em farmácias e noutros locais de venda autorizados, no entanto,

é de salientar que existem MNSRM de venda exclusiva em farmácia. Normalmente, os MNSRM são

utilizados para o tratamento de patologias menores e respetivos sintomas, como por exemplo, tosse,

gripe, acne, picadas de inseto, obstipação, entre muitos outros casos. [9]

Como este tipo de medicamentos não necessita de prescrição médica, são muitas vezes

usados em casos de automedicação. Assim, o farmacêutico assume um papel importantíssimo para

ajudar o doente a não cometer erros de posologia ou de má utilização deste tipo de medicamentos.

É crucial que aquando da dispensa dos mesmos, o doente seja questionado sobre qual a utilização

que vai dar ao medicamento que quer adquirir, quais os seus sintomas e se este tem outras

patologias/toma outros medicamentos (para garantir que não existem interações medicamentosas).

Sempre que o medicamento pedido não seja adequado cabe ao farmacêutico sugerir uma

alternativa viável e explicar o porquê de o medicamento pedido não ser o mais indicado.

Por outro lado, também existem casos em que os doentes se dirigem à farmácia para que

o farmacêutico indique qual o melhor medicamento/produto de saúde para os sintomas que

apresentam. Nestes casos de indicação farmacêutica é também importante que o farmacêutico

saiba quais são os sintomas e quando os mesmos tiveram início. Não obstante, é necessário saber

igualmente da existência de outras patologias e da toma de outros medicamentos.

Foi durante o aconselhamento e a indicação farmacêutica que, durante o estágio, me senti

mais realizada. Foi deveras desafiante perceber qual o medicamento que melhor se adequa a cada

situação no meio de tantas opções disponíveis. Algumas vezes recorri aos conselhos da equipa da

farmácia que prontamente me ajudaram não só, a selecionar a melhor opção, mas também a

perceber o motivo por detrás de cada escolha. Um dos casos que mais me marcou foi o de uma

15

utente que se dirigiu à farmácia com fortes dores nos joelhos; após questionar a mesma sobre a

história clinica e a duração dos sintomas, fiquei a saber que esta já se encontrava em lista de espera

para a realização de uma intervenção cirúrgica. Não obstante, examinei ainda as pernas da utente

e verifiquei que tinha os dois joelhos bastante inchados. Aconselhei Reumatine® (pomada) que

apresenta ação anti-inflamatória e analgésica. No dia seguinte, a utente dirigiu-se à farmácia para

me informar que se sentia muito bem com a indicação que lhe tinha sido feita e que lhe estava a

aliviar as dores. Referiu ainda que a pomada indicada se revelou mais eficaz do que a que usava

habitualmente. Estes casos foram uma fonte de motivação adicional durante o decorrer do estágio,

pois senti que com uma indicação terapêutica adequada podemos ajudar a melhorar a qualidade de

vida de um utente.

4.3. Medicamentos de uso veterinário De acordo com o Decreto-Lei nº 148/2008, de 29 de julho, um medicamento veterinário é

toda a substância ou associação de substâncias que possui/apresenta propriedades curativas ou

preventivas de doenças em animais ou até mesmo dos seus sintomas. Adicionalmente, os

medicamentos veterinários podem ser usados ou administrados em animais com o objetivo de obter

um diagnóstico médico-veterinário, ou com o objetivo de exercer uma ação farmacológica,

imunológica, metabólica, podendo estes corrigir e/ou modificar funções fisiológicas. Atualmente,

existem medicamentos veterinários sujeitos a receita médica e medicamentos veterinários não

sujeitos a receita médica. [10] Na Farmácia da Maia é possível encontrar essencialmente,

desparasitantes, internos e externos, assim como pílulas.

4.4. Dispositivos médicos Os dispositivos médicos são, por definição, qualquer aparelho, artigo, equipamento,

instrumento ou material que pode ser usado para diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou

até mesmo atenuação de uma lesão ou uma deficiência. São igualmente utilizados para estudo,

substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico assim como para o controlo da

conceção. O principal fator que diferencia um dispositivo médico de um medicamento é facto de os

primeiros conseguirem o efeito pretendido sem recorrer a meios farmacológicos, imunológicos ou

metabólicos. [11]

Na Farmácia da Maia estão disponíveis vários dispositivos médicos de que são exemplo

termómetros, tensiómetros, frascos coletores de urina e de fezes, pensos e até aparelhos portáteis

para determinação da glicémia. Adicionalmente, a Farmácia da Maia tem disponíveis sacos de

ostomia que, desde abril deste ano, passaram a ser dispensados pelas farmácias portuguesas.

4.5. Medicamentos manipulados

De acordo com o Decreto-Lei nº 95/2004, de 22 de abril, um medicamento manipulado

não é mais do que uma fórmula magistral ou um produto oficinal que é preparado sob a

16

responsabilidade de um farmacêutico, através da consulta de um formulário Galénico ou até de uma

Farmacopeia. Adicionalmente, também a dispensa destes medicamentos se encontra sob a

responsabilidade de um farmacêutico. Todos os manipulados são preparados no laboratório da

farmácia de acordo com uma receita previamente prescrita por um médico tendo em consideração

as necessidades do doente.[12]

Aquando da preparação de um medicamento manipulado é sempre necessário preencher

uma ficha de preparação de manipulados onde constam informações relativamente às matérias-

primas (nome, lote, origem, quantidades) e ao modo de preparação (procedimento laboratorial). Na

mesma ficha constam ainda informações referentes às embalagens de acondicionamento (tipo de

embalagem, capacidade do recipiente), ao prazo de utilização e condições de conservação. Por

último, mas não menos importante, é possível encontrar dados referentes à cor, odor e aspeto do

manipulado. As fichas de preparação são rubricadas pelo operador, supervisor e pela Diretora

Técnica, ficando arquivadas na farmácia.

Após a preparação de um manipulado este é devidamente rotulado e é calculado o preço

do mesmo de acordo com a Portaria n.º 769/2004, de 1 de julho. Esta portaria tem em consideração

fatores como a fórmula farmacêutica preparada e os honorários dos farmacêuticos, por exemplo.

No rótulo devem constar informações como o nome do doente, o nome do manipulado, número do

lote, prazo de validade, condições de conservação, via de administração, a identificação da farmácia

e outras indicações que sejam necessárias. [13]

4.5.1. Vaselina Enxofrada a 8% Durante o estágio tive a oportunidade de preparar uma Vaselina Enxofrada a 8%, sob a

supervisão de um farmacêutico. A prescrição era para uma criança que apresentava sarna e

destinava-se a aplicação tópica. Para a preparação deste medicamento foram utilizadas duas

matérias primas, a vaselina (8 g) e o enxofre (92 g), sendo que as quantidades foram calculadas

tendo em consideração que era necessário preparar 100 g do manipulado. A vaselina enxofrada foi

realizada através de um unguator.

Após a preparação e armazenamento da vaselina enxofrada, procedi ao cálculo do seu PVP

tendo em consideração a Portaria n.º 769/2004, de 1 de julho. (Tabela 1)

Tabela 1 – Cálculo do PVP do Medicamento Manipulado

Matérias-Primas

Embalagens existentes em armazém Preço de aquisição de uma dada quantidade unitária (s/IVA)

Matérias Primas Quantidades Adquiridas

Preço de aquisição (s/IVA)

Quantidade Unitária Preço Quantidade a usar Fator

multiplicativo

Valor da matéria prima utilizada na

preparação

Vaselina 1000 g 4.48 1 g 0.00448 9.2 1.9 0.783

Enxofre 250 g 6.19 1 g 0.02476 8.0 2.2 0.436

Subtotal A 1.219

Honorários de Manipulação

Valor referente à quantidade base Forma Farmacêutica Quantidade F (€) Fator multiplicativo Valor

Valor referente à quantidade base Pomada 100 g 4.92 3 14.76

Subtotal B 14.76

Material de Embalagem

Valor referente à quantidade base Preço de aquisição (s/IVA) Quantidade Fator multiplicativo Valor

Unguator 0.78 2 1.2 1.872

Subtotal C 1.872

Preço de venda ao público do medicamento manipulado

Quantidade (A+B+C) x 1.3 23.206

+ IVA 1.392

Total 24.60

�1

17

4.6. Dispensa de outros medicamentos e produtos de saúde Na Farmácia da Maia estão também disponíveis múltiplos suplementos alimentares,

produtos de cosmética e higiene pessoal, medicamentos homeopáticos e géneros alimentícios

destinados a indivíduos com necessidades alimentares específicas (alimentos dietéticos e leites).

Estes medicamentos e produtos de saúde podem ser aconselhados pelo farmacêutico para

tratamento de sintomas descritos pelo utente ou para serem coadjuvantes de alguma medicação já

feita pelo mesmo.

Durante o estágio, verifiquei que os suplementos alimentares adquirem especial destaque

na farmácia pela grande panóplia de produtos que esta tem ao dispor dos utentes. Adicionalmente,

os utentes da farmácia mostram-se recetivos a este tipo de produtos, demonstrando bastante

curiosidade sobre os mesmos.

De entre todos os atendimentos que fiz durante o estágio, gostaria de realçar o caso de uma

utente que foi à farmácia para levantar a sua medicação habitual. No decorrer do atendimento

apercebi-me que a mesma se encontrava muito deprimida sentindo-se cansada e sem energia,

devido ao falecimento de um familiar. Após ouvir o seu relato, indiquei à utente um suplemento

alimentar denominado Memorium Neuro®, que pela composição se adequava à utente. No final do

atendimento, pedi para voltar à farmácia e reportar como se estava a sentir com o novo suplemento.

Mais uma vez, o feedback obtido foi bastante positivo.

5. Os serviços da Farmácia da Maia A farmácia é, hoje em dia, um local em que é possível fazer muito mais do que o

levantamento da medicação e usufruir de aconselhamento farmacêutico. Na verdade, a Farmácia

da Maia oferece aos seus utentes serviços como a determinação da pressão arterial, da glicémia,

do colesterol total e dos triglicerídeos. Adicionalmente, é ainda possível fazer a administração de

injetáveis e ter acesso a consultas de podologia, naturopatia e nutrição. É ainda de salientar, que

esta farmácia oferece aos seus utentes a possibilidade de fazerem rastreios gratuitos de nutrição,

rastreios auditivos e rastreios cardiovasculares. Por último, mas não menos importante, é ainda

possível fazer a depilação a laser.

Matérias-Primas

Embalagens existentes em armazém Preço de aquisição de uma dada quantidade unitária (s/IVA)

Matérias Primas Quantidades Adquiridas

Preço de aquisição (s/IVA)

Quantidade Unitária Preço Quantidade a usar Fator

multiplicativo

Valor da matéria prima utilizada na

preparação

Vaselina 1000 g 4.48 1 g 0.00448 9.2 1.9 0.783

Enxofre 250 g 6.19 1 g 0.02476 8.0 2.2 0.436

Subtotal A 1.219

Honorários de Manipulação

Valor referente à quantidade base Forma Farmacêutica Quantidade F (€) Fator multiplicativo Valor

Valor referente à quantidade base Pomada 100 g 4.92 3 14.76

Subtotal B 14.76

Material de Embalagem

Valor referente à quantidade base Preço de aquisição (s/IVA) Quantidade Fator multiplicativo Valor

Unguator 0.78 2 1.2 1.872

Subtotal C 1.872

Preço de venda ao público do medicamento manipulado

Quantidade (A+B+C) x 1.3 23.206

+ IVA 1.392

Total 24.60

�1

18

5.1. Determinação da glicémia, colesterol total, triglicerídeos e pressão

arterial Na Farmácia da Maia é possível fazer a medição do colesterol total, dos triglicerídeos e da

glicémia através de sangue capilar. Todos estes parâmetros são determinados com recurso a tiras

de teste específicas e respetivos aparelhos portáteis, num gabinete de boas práticas que promove

uma relação de proximidade entre o doente e o farmacêutico. No caso da pressão arterial esta é

determinada no mesmo gabinete que as anteriores, mas com recurso a um tensiómetro.

Antes da avaliação da pressão arterial foi sempre aconselhado que o doente repousasse

pelo menos cinco minutos antes da avaliação deste parâmetro. Todas as avaliações foram

realizadas com o doente sentado e com o medidor à altura do peito sendo que a braçadeira foi

colocada no braço, acima do cotovelo, e as avaliações feitas com o doente em silêncio e imóvel.

No que diz respeito à determinação da glicémia, foi sempre garantido que o doente se

encontrava em jejum ou que, pelo menos, já tinha feito a sua última refeição há pelo menos duas

horas. Esta é uma determinação que demora poucos segundos e que requer uma desinfeção prévia

do dedo do doente com álcool. É, no entanto, necessário assegurar que o álcool se evaporou antes

do inicio da determinação.

Por último, mas não menos importante, as determinações do colesterol total e dos

triglicerídeos foram realizadas garantindo que os doentes se encontravam em jejum, e com recurso

a uma pequena amostra de sangue capilar. Nestes casos procedeu-se igualmente à desinfeção de

um dos dedos do utente com álcool.

No gabinete de Boas Práticas encontra-se disponível, para consulta, uma folha com os

valores de referência para os parâmetros supracitados. De forma sumária, os valores de referência

utilizados para as determinações foram: colesterol total <190 mg/dL e triglicerídeos <150 mg/dL. A

informação detalhada sobre os valores e referência da glicémia e da pressão arterial, encontra-se

descrita no projeto I apresentado na parte II deste relatório.

Após a obtenção dos parâmetros, seguiu-se sempre uma conversa com o doente de modo

a perceber o seu historial clínico. Desta forma, eram colocadas questões como por exemplo:

“Costuma ter os valores de pressão arterial/colesterol/triglicerídeos/glicémia elevados?”; “Que

medicação faz?”; “Costuma ter cuidado com a sua alimentação?” ou “Costuma praticar exercício

físico?”. Consoante o decorrer da conversa, era sempre dado ao doente conselhos não

farmacológicos para reduzir os valores do parâmetro medido caso este estivessem alterados, como

por exemplo, a necessidade de reduzir o consumo de sal (no caso de valores de pressão arterial

estarem elevados). Não obstante, foi sempre realizada uma consciencialização para a importância

da adesão à terapêutica (caso o doente não tomasse a medicação prescrita). Sempre que os valores

não se encontravam de acordo com os valores de referência os doentes eram incentivados a

continuar a vigiar regularmente. Não obstante, todos os valores foram registados num cartão

pessoal do doente juntamente com a data e a hora.

19

Ao longo do estágio, fiz inúmeras determinações de todos os parâmetros supracitados,

sendo que nem sempre os valores se encontravam de acordo com os valores de referência. Nestas

situações, sinto que tive um papel importante no esclarecimento de dúvidas e até no

aconselhamento, dando sugestões para melhorar a alimentação e alertar para a necessidade de

aderir à terapêutica. Existiram, inclusive, casos em que a pressão arterial chegou mesmo a atingir

valores alarmantes tendo sido sugerido aos doentes que consultassem um médico o mais

rapidamente possível. No entanto, estes mostraram sempre relutância a dirigirem-se a um

consultório ou que fosse chamada uma ambulância para os encaminhar para o hospital.

Um dos casos que mais me preocupou durante o estágio foi, sem dúvida, uma utente que

se dirigiu à farmácia para medir a pressão arterial e cujo valor da pressão arterial sistólica se

encontrava entre os 180-190 mmHg. Em conversa com a mesma descobri que nesse dia ainda não

tinha tomado a medicação para a hipertensão. Assim, foi-lhe pedido que tomasse o mais

rapidamente possível a medicação e que se dirigisse à farmácia mais tarde para realizar nova

medição (uma vez que a doente não quis ir ao médico). Aquando da nova determinação a pressão

arterial sistólica encontrava-se já a rondar os 140 mmHg.

5.2. Consultas de nutrição, podologia e naturopatia As consultas de nutrição, podologia e naturopatia são realizadas por uma nutricionista, uma

podologista e um naturopata, respetivamente. Estes são profissionais de excelência, que se

deslocam semanalmente (no caso da nutricionista) ou quinzenalmente (no caso da podologista e

do naturopata) à Farmácia da Maia para prestarem os referidos serviços. Estas consultas são de

elevada importância uma vez que muitas vezes os utentes chegam à farmácia com problemas que

nós, farmacêuticos, não podemos dar uma resposta tão eficaz como desejaríamos. Assim, nestas

situações, reencaminhamos os utentes para um destes serviços.

Tendo em consideração a realidade da Farmácia da Maia, verifiquei que as consultas de

podologia têm elevada importância, devido ao número de doentes diabéticos que frequentam a

farmácia. Não obstante, verifiquei ainda que o serviço de corte de unhas é extremamente solicitado

não só por pessoas idosas, mas também por jovens que apresentam problemas nas unhas. Durante

o estágio, tive ainda o privilégio de ter acesso a uma consulta de naturopatia para conhecer o

serviço, uma vez que, a iridologia era uma área por mim desconhecida. Assim, em conversa com o

naturopata, foi-me explicado de forma rápida e simples como funciona a iridologia e quais os seus

benefícios para a saúde.

5.3. Valormed e Recolha de Radiografias Na farmácia onde estagiei é ainda possível que os utentes nos entreguem todos os

medicamentos e outros produtos farmacêuticos que tenham adquirido e que já se encontrem fora

de validade e/ou não apresentem as condições necessárias para serem utilizados com segurança.

Posteriormente, estes são colocados pela equipa da farmácia nos contentores específicos do

20

Valormed. Quando os mesmos se encontram cheios, são selados, pesados e é feito o

preenchimento de uma ficha onde contam dados como o nome da farmácia e respetivo código, peso

do contentor e a assinatura da pessoa responsável pelo fecho. Estes são posteriormente recolhidos

pelos distribuidores de medicamentos que os transportam para as suas instalações. Mais tarde, os

contentores são levados para o centro de triagem, onde todos os resíduos são separados por

setores. Desta forma, o plástico, o papel e o vidro vão para a reciclagem enquanto que os restantes

resíduos vão para a inceneração. [14]

O Valormed é um serviço de extrema importância para evitar a contaminação do ambiente

com os produtos supracitados. Desta forma, estamos a contribuir para a diminuição da poluição

ambiental e até mesmo para a diminuição da resistência aos antibióticos, um problema que assume

especial relevância na atualidade.

A Farmácia da Maia é ainda responsável pela recolha de radiografias que são

posteriormente recicladas.

6. Estratégias de marketing Com o objetivo de promover tanto os seus produtos como os seus serviços, a Farmácia da

Maia recorre a diferentes técnicas de marketing, de que são exemplo a elaboração de montras

temáticas e ainda a colocação de textos, imagens e vídeos na página do Facebook da farmácia.

Adicionalmente, são também colocados expositores no interior da farmácia para dar destaque a

determinados produtos. De forma geral, tanto as montras como os expositores são alterados

periodicamente pela equipa da farmácia e até mesmo decorados de acordo com algumas

festividades do ano de que são exemplo o Dia de São Valentim, a Páscoa e o São João.

Durante o período de estágio tive oportunidade de estar envolvida, não só na elaboração

das montras como também na elaboração dos expositores, sendo estas tarefas de extrema

importância. Durante a realização das mesmas aprendi que, acima de tudo, é fulcral ter em atenção

a perspetiva do utente promovendo um equilíbrio entre a parte estética e a parte informativa.

7. As formações Ao longo do estágio tive a oportunidade de assistir a cinco formações distintas,

nomeadamente do laboratório Aboca®, do laboratório Zambom®, do laboratório Vitis®, do laboratório

Dietmed® e do laboratório Milupa-Aptamil®. As formações foram realizadas nas instalações da

farmácia e foram explicados os produtos que tínhamos disponíveis na mesma, de entre eles destaco

a título de exemplo o GrinTuss® e o Fitoroid® do laboratório Aboca®; o Spidifen® e o Spidiplast® do

laboratório Zambom®, a gama anti-cáries e a gama gengival do laboratório Vitis®; o Memorium® do

laboratório Dietmed® e as gamas de leite do laboratório Milupa-Aptamil®. Estas formações foram

extremamente úteis uma vez que me permitiram aumentar o conhecimento relativamente aos seus

produtos, ficando a conhecer não só, a suas indicações terapêuticas como também, posologia e

algumas especificidades. De todas elas as que me foram mais úteis foram, sem dúvida, a formação

21

da Milupa-Aptamil® e a da Vistis® uma vez que os seus produtos eram aqueles com os quais me

sentia menos familiarizada e menos confortável para indicar e aconselhar.

8. Apresentações orais Durante o estágio, a pedido da Dra. Maria Assunção Nápoles, Diretora Técnica, elaborei

três pequenas apresentações orais com apoio de diapositivos em PowerPoint para realizar à equipa

da Farmácia da Maia. Os temas escolhidos para as apresentações foram: “Os Inibidores da Bomba

de Protões (Anexo C1), “Os Antialérgicos Mais Vendidos na Farmácia da Maia” (Anexo C2) e “Uma

Comparação entre 4 Suplementos para Emagrecer” (Anexo C3). Através destas, foi-me permitido

estudar mais aprofundadamente temas como os anti-histamínicos e os inibidores da bomba de

protões. Considero que a apresentação referente aos suplementos alimentares veio complementar

o meu projeto alusivo a este tema. De forma geral, todas as apresentações contribuíram para um

estágio mais dinâmico e enriquecedor.

9. Cronograma de Estágio Ao longo do meu estágio (6 meses) desempenhei várias funções na Farmácia da Maia.

Durante o primeiro mês procedi à entrada, conferência e armazenamento de encomendas bem

como o acompanhamento de atendimentos ao balcão. A partir do segundo mês, fui capaz de fazer

atendimentos de forma autónoma ainda com o devido suporte de toda a equipa da Farmácia. Além

disso, passei a desempenhar outras funções como a realização de encomendas, pré-conferência

de receitas manuais, controlo dos prazos de validade e preparação de um manipulado (devidamente

supervisionado por um farmacêutico). Foi também nos meses que se seguiram que desenvolvi os

três projetos a que me propus e ainda realizei as três apresentações sugeridas pela Diretora

Técnica. Toda esta informação está sumariada na Figura 1.

Figura 1 – Cronograma das atividades realizadas ao longo do estágio na Farmácia da Maia.

Cronograma de Estágio

Meses

Atividade janeiro fevereiro março abril maio junho julho

Acompanhamento de atendimentos

Atendimento ao balcão

Entrada, conferência earmazenamento das encomendas

Realização de encomendas

Pré-conferência de receitas manuais

Controlo dos prazos de validade

Preparação de manipulado

Projeto 1

Projeto 2

Projeto 3

Apresentação 1

Apresentação 2

Apresentação 3

22

Parte II: Temas desenvolvidos no âmbito do estágio curricular

Projeto 1: Estudo do conhecimento dos utentes da Farmácia da Maia relativamente

à diabetes, hipertensão arterial e colesterol

1. Introdução De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a literacia em saúde engloba o

conjunto de aptidões cognitivas e sociais que as pessoas têm para, não só, acederem à informação,

mas também, para compreendê-la e utilizá-la de modo fomentar a manutenção e promoção da sua

saúde. [15, 16] Na realidade, a literacia em saúde é muito mais do que a forma como cada pessoa

entende e interpreta a informação, uma vez que esta influencia as decisões por ela tomadas no que

concerne à saúde. Estas decisões afetam de modo dramático a qualidade de vida não só da própria

pessoa, mas também a qualidade de vida das pessoas que o rodeiam e que estão dependentes do

mesmo, como é o caso das crianças e dos idosos. [16]

Apresentar um baixo nível de literacia pode ter um impacto bastante negativo, não só, na

saúde do doente, mas também nos cuidados de saúde que o mesmo recebe. Normalmente, pessoas

com um nível baixo de literacia, apresentam dificuldade, não só, em compreender e seguir as

instruções que estão escritas nas embalagens dos medicamentos, como também apresentam

dificuldade em identificar se um determinado tratamento é necessário para uma condição médica

específica. Adicionalmente, estas pessoas tendem a desvalorizar o papel da prevenção das

doenças, ao mesmo tempo que demonstram menos conhecimentos sobre as patologias. [17]

No ano de 2015, Portugal, à semelhança de outros oito países da Europa (Espanha, a

Irlanda, Holanda, Bulgária, Grécia, Polónia, Áustria e Alemanha), participou numa iniciativa que

visava o estudo da literacia em saúde no país. O estudo foi realizado a uma amostra representativa

da população, através de um questionário. Os resultados mostraram que os valores médios

referentes aos níveis de literacia em saúde, em Portugal, foram inferiores aos restantes países

participantes no estudo. De modo geral, 11% da população portuguesa foi classificada como tendo

um nível de literacia em saúde inadequado, 38% classificada como tendo um nível de literacia

problemático e a restante como tendo um nível de literacia suficiente ou excelente. Através do

mesmo estudo, foi ainda possível identificar pessoas com determinadas caraterísticas que devem

suscitar especial atenção por parte, tanto dos profissionais de saúde como dos dirigentes políticos,

por terem tendência a serem mais vulneráveis no que à literacia em saúde diz respeito. Assim,

nestes grupos constam pessoas com mais de 66 anos de idade, pessoas com reduzido grau de

escolaridade, pessoas com doenças crónicas, pessoas que tenham rendimentos inferiores a

quinhentos euros mensais ou pessoas que tenham uma errada perceção do seu estado de saúde.

[16]

23

2. Contextualização Através do contacto que, desde cedo, tive com os utentes da Farmácia da Maia, logo me

apercebi que grande parte dos mesmos se enquadravam nestes grupos vulneráveis, por

apresentarem uma, ou várias, das caraterísticas supracitadas. De forma geral, um grande número

de utentes da Farmácia da Maia são indivíduos idosos, com baixo grau de escolaridade e com

baixos rendimentos mensais. Adicionalmente, durante o atendimento ao balcão, foi possível verificar

que inúmeros doentes apresentavam lacunas no conhecimento não só, das suas próprias

patologias, como também na medicação que tomavam. Muitos deles, polimedicados, não sabiam

ao certo, qual o medicamento que se destinava ao tratamento de cada uma das suas patologias,

sabendo apenas a posologia dos mesmos. Desta forma, o farmacêutico assume assim, um papel

fundamental na tentativa de colmatar as falhas referentes à falta de conhecimento dos utentes, uma

vez que, nos apresentamos como profissionais de saúde de fácil acesso e sem tempo limitado no

atendimento. Não obstante, os utentes depositam na classe profissional uma grande confiança pelo

que nos compete a nós, aproveitar tal situação para transmitir conhecimento e melhorar a relação

que os doentes têm com as patologias e respetivos medicamentos.

Neste contexto surgiu a ideia de avaliar de forma concreta o conhecimento que os utentes

da Farmácia da Maia tinham sobre algumas patologias comuns e, posteriormente, tentar aumentar

o conhecimento sobre as mesmas através de iniciativas de consciencialização.

Numa primeira fase, foi então necessário escolher quais as patologias a avaliar, escolha

essa que tornou óbvia para mim, tendo em consideração que grande parte dos utentes da farmácia

padeciam de diabetes, colesterol elevado e/ou hipertensão arterial. Estas patologias afetam,

igualmente, grande parte da população portuguesa, chegando mesmo a atingir números

alarmantes.

3. Diabetes No ano de 2015, a diabetes atingiu cerca de 13,3% da população portuguesa com idades

entre os 20 e os 79 anos, sendo que destes, somente 7,5% dos casos se encontravam

diagnosticados. [18]

A diabetes mellitus carateriza-se, de forma geral, por quadros clínicos de hiperglicémia e de

intolerância à glucose o que pode resultar tanto de uma deficiente secreção de insulina, como de

uma ação deficiente da mesma, ou, até mesmo, de ambas. Esta é, sem dúvida, uma patologia em

que o organismo deixa de conseguir regular eficazmente a quantidade de glucose presente no

sangue. [19] Existem vários tipos de diabetes mellitus, nomeadamente a diabetes mellitus tipo 1, a

diabetes mellitus tipo 2 e a diabetes gestacional.

A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crónica autoimune que resulta da destruição das

células β (células responsáveis pela produção de insulina) devido à instauração de um processo

inflamatório autoimune que se inicia com a libertação do antigénio-β por parte destas células. Este

antigénio é processado e apresentado à superfície de células apresentadoras de antigénios

24

(macrófagos e células dendríticas), no âmbito do completo MHC+péptido-β. Este complexo é

reconhecido por células T CD4+ naïve que por condição genética reconhecem com elevada

afinidade o péptido-β. Deste modo, ocorre a ativação da célula T CD4+ que se diferencia numa

célula T helper reativa. Esta célula é capaz de produzir uma série de quimiocinas e citocinas pró-

inflamatórias (IL-2) que levam à ativação de macrófagos e células T CD8+ que acabam por

diferenciar-se em células T citotóxicas. Estão reunidas as condições inflamatórias que culminam na

destruição das células β, uma vez que as células T citotóxicas são capazes de induzir apoptose nas

células β e produzir proteínas degradativas como a perforina e a granzima. Além disso, os

macrófagos incitam este processo inflamatório com a produção adicional de mais citocinas pro-

inflamatórias e ainda com a libertação de espécies reativas de oxigénio que promovem a

degradação destas células que são responsáveis pela produção de insulina. Deste modo, o

pâncreas de um individuo nestas condições não é capaz de produzir insulina, pelo menos em

quantidades suficientes. [20]

Existem vários fatores de risco associados ao desenvolvimento da diabetes mellitus tipo 1,

de que são exemplo, a idade e a própria condição genética. De forma geral, esta patologia encontra-

se fortemente associada a indivíduos jovens (com menos de 20 anos), sendo que se verifica um

aumento da incidência desde o nascimento até à puberdade (10-14 anos) onde, atinge o pico

máximo. [21] No que ao genoma diz respeito, é de salientar a importância do complexo de antigénio

leucocitário humano (HLA), uma vez que está intimamente relacionado com o risco de indivíduo vir

a desenvolver esta patologia. É de salientar que o HLA é uma região do genoma onde constam os

genes que codificam para três antigénios clássicos HLA classe I e três antigénios clássicos de classe

II. Adicionalmente, polimorfismos nos genes da insulina PTPN222 podem também estar associados

à suscetibilidade para a diabetes mellitus tipo 1. [22] Estudos epidemiológicos mostram ainda que

fatores ambientais podem funcionar como triggers em indivíduos suscetíveis. A substituição do leite

materno por leite de vaca demasiado cedo, por exemplo, parece contribuir para o risco de

desenvolvimento da referida patologia, sendo por isso um exemplo de um trigger ambiental. [21]

A diabetes tipo 2 é uma patologia de caráter complexo e progressivo caraterizada por

inúmeras desordens a nível metabólico. Na origem desta doença, encontram-se causas

relacionadas com a resistência à insulina (condição em que as células deixam de responder de

forma adequada aos níveis de insulina, perdendo sensibilidade a esta hormona) e o

comprometimento da secreção da referida hormona. Esta diminuição da secreção de insulina

encontra-se intimamente relacionada, não só, com uma alteração do funcionamento das células β

do pâncreas, mas também com processos de apoptose destas mesmas células. A diminuição da

secreção da insulina leva a um ambiente de hiperglicemia. Não obstante, esta patologia envolve

mais órgãos para além do pâncreas. No fígado, por exemplo, a resistência à insulina leva a um

aumento da libertação de glucose hepática, enquanto que nos músculos, este mesmo fenómeno de

resistência à insulina leva a uma diminuição da captação da glucose. [23] Para além disso, sabe-se

ainda que a diabetes tipo 2 está interligada com a obesidade. Na verdade, acredita-se que o tecido

adiposo funciona como um órgão endócrino que liberta adipocitocinas de que são exemplo a leptina,

25

o TNF-α e a resistina, todas elas relacionadas com o fenómeno de resistência à insulina e

possivelmente, com o funcionamento alterado das células pancreáticas. [24] Apesar deste tipo de

diabetes ser caraterístico dos indivíduos adultos, hoje em dia, aparece cada vez mais em indivíduos

jovens, fruto dos maus hábitos alimentares e da falta de exercício físico. Para além do estilo de vida

sedentário e da má alimentação também a genética parece estar na origem da diabetes tipo 2.

Muitos são já os genes associados com esta doença nomeadamente o gene TCF7L2, o gene

PPARG, o gene JAZF1 e o HHEX. [25]

Por último, mas não mesmo importante, é necessário referir a existência da diabetes

gestacional. Este tipo de diabetes surge quando a função pancreática da mulher não consegue

suportar o ambiente diabetogénico vivido na gravidez. Assim, a resistência à insulina presenciada

nesta fase da vida reflete uma panóplia de fatores dos quais se destacam alterações na secreção

do cortisol, estrogénio e progesterona. Adicionalmente, também as adipocitocinas libertadas pela

placenta durante a gestação podem estar na origem deste tipo de diabetes. [26, 27]

De forma geral, a hiperglicémia pode causar sintomas como polidipsia, poliúria, polifagia,

visão turva, sudação excessiva, cansaço e até mesmo comichão. De realçar que se na diabetes tipo

1, muitas vezes os sintomas aparecem de forma repentina e são bem visíveis, na diabetes tipo 2 os

sintomas podem permanecer despercebidos durante anos. Também os episódios de hipoglicémia

(muitas vezes provenientes de um jejum prolongado, ou até mesmo de uma toma incorreta da

medicação para diabetes) está associado a sintomas como palidez, palpitações, tremores,

sensação de formigueiro nos lábios e língua, dificuldade em formular um raciocínio e até mesmo a

perda de consciência e o coma. [28]

O diagnóstico da diabetes pode ser realizado com base em análises ao sangue, através de

uma prova de tolerância à glucose e com exames complementares à urina. As análises ao sangue

devem ser realizadas em jejum, ou duas horas após uma refeição e permitem avaliar parâmetros

como a glucose plasmática e a hemoglobina glicada (embora este parâmetro possa ser determinado

em qualquer altura do dia). A prova de tolerância à glucose é um exame realizado em jejum que

consiste na ingestão de 300 mL de água e de 75 g de açúcar. Seguidamente, são analisadas

amostras de sangue às 0, à 1 e às 2 horas. No caso das análises à urina, estas podem ser

indicadoras da existência da patologia se na amostra existirem vestígios de glucose. [29, 30]

4. Hipertensão arterial A hipertensão arterial não é mais do que uma patologia crónica em que ocorre um aumento

da pressão arterial, o que a longo prazo, pode levar ao aparecimento de outras comorbidades e até

levar à morte. [31] Só no ano de 2013, 26,9% da população portuguesa sofria de hipertensão arterial

sendo que a prevalência foi superior em mulheres quando comparada com homens. [32]

Atualmente, sabe-se que existem inúmeros fatores que contribuem para o aparecimento

desta patologia, encontrando-se muitos deles interligados. De entre esses fatores salientam-se o

aumento da atividade do sistema nervoso simpático (muitas vezes relacionado com o stress), a

produção excessiva de hormonas vasoconstritoras, o consumo excessivo de sal durante um longo

26

período de tempo ou até mesmo a ingestão insuficiente de cálcio e de potássio. Também uma

produção excessiva de renina está relacionada com esta patologia uma vez que resulta num

aumento da angiotensina II e aldoesterona, ambos vasoconstritores. Adicionalmente, deficiências

nas quantidades de vasodilatadores como o óxido nítrico, alterações na resistência dos vasos

sanguíneos, obesidade, resistência à insulina e alterações no ritmo cardíaco estão também

relacionadas com a hipertensão arterial. [33, 34]

Apesar de existirem uma panóplia de fatores associados ao controlo da pressão sanguínea,

o mecanismo de regulação da pressão arterial renina-angiotensina-aldoesterona, assume, sem

dúvida, um papel primordial embora, depois, existam outros fatores que amplificam ou atenuam este

mecanismo. O fígado é o órgão responsável pela produção da proteína angiotensinogénio que é o

substrato natural da enzima renina. A renina, não é mais que uma enzima produzida pelo rim em

resposta de vários fatores de que são exemplo a redução da pressão arterial (percecionada pelos

barorrecetores) ou até uma diminuição da concentração de NaCl no túbulo distal. Esta enzima é

responsável pela conversão do angiotensionogenio em angiotensina I. Por sua vez, a angiotensina

I é convertida em Angiotensina II, através da enzima conversora de angiotensina (ECA). É

precisamente esta hormona, a angiotensina II, que é responsável por provocar uma vasoconstrição

dos vasos sanguíneos e por estimular a libertação de aldoesterona pelas glândulas adrenais. A

aldosterona assume também um papel relevante, uma vez que atua nos rins, estimulando a

reabsorção de NaCl e de água, aumentando a secreção de iões K+ e de H+ para a urina. Este

processo culmina, igualmente, num aumento da pressão arterial. [35, 36]

A hipertensão arterial está associada a sintomas como dores de cabeça, tonturas e até

hemorragias nasais. No entanto, é também comum, os doentes não apresentarem quaisquer

sintomas na fase inicial da patologia, pelo que é fundamental controlar regularmente os valores de

pressão arterial sistólica e diastólica. [37, 38]

De forma sucinta, o diagnóstico da hipertensão arterial é feito quando existe uma elevação

persistente da pressão arterial sistólica e/ou da pressão arterial diastólica. Assim para um

diagnóstico correto é necessário fazer várias determinações deste parâmetro e em diferentes

ocasiões (diferentes dias e horas). De acordo com as normas da DGS, existem três graus de

hipertensão: o grau 1 (Pressão arterial sistólica (PAS) entre 140-159 e/ou Pressão arterial diastólica

(PAD) entre 90-99), o grau 2 (PAS entre 160-179 e/ou PAD entre 100-109) e o grau 3 (PAS superior

a 180 e/ou PAD superior a 110). Por outro lado, a pressão arterial é considerada normal quando os

valores de PAS se encontram entre 120-129 e/ou de PAD se encontram entre 80-84. Sempre que

a PAS é inferior a 120 e a PAD inferior a 80 a pressão arterial é considerada ótima. [39]

5. Colesterol elevado Normalmente, o colesterol é visto como uma gordura que é prejudicial para o nosso

organismo e que está intimamente relacionado com graves problemas cardiovasculares. No

entanto, este composto é também importante para o nosso organismo, desempenhando funções

estruturais para além de estar envolvido na produção de hormonas, ácidos biliares e de vitamina D,

27

por exemplo. Apesar do colesterol existir naturalmente no nosso organismo, sendo sintetizado

maioritariamente pelo fígado (órgão com papel importantíssimo no metabolismo e na regulação dos

níveis plasmáticos de colesterol), também pode advir da nossa alimentação, nomeadamente de

alimentos de origem animal e respetivos derivados como a carne e os enchidos. [40]

O colesterol é insolúvel no sangue, sendo transportado através de proteínas. Esta

combinação da proteína com o colesterol é denominada de lipoproteína. Existem cinco grandes

tipos de lipoproteínas sendo que estas são classificadas tendo em consideração a sua densidade.

É de salientar, pela sua importância biológica, as lipoproteínas de alta densidade HDL (high-desity

lipoproteins) e as lipoproteínas de baixa densidade LDL (low-desnsity lipoproteins). As LDL

circulantes apresentam capacidade de se depositarem nas artérias, ficando oxidadas. Este facto faz

com que ocorra um processo inflamatório com lesão do endotélio, podendo culminar com a

formação de um ateroma. Desta forma, níveis elevados de colesterol LDL, conhecido como o mau

colesterol, têm sido associados a graves patologias como por exemplo a aterosclerose. [41, 42]

Contrariamente, as HDL têm sido associadas a propriedades anti-oxidativas, anti-inflamatórias e

anti-aterogénicas, estando associadas a um transporte reverso do colesterol. Desta forma, as HDL

conseguem reencaminhar o colesterol das paredes das artérias para o fígado, exercendo assim,

uma função protetora contra as doenças cardiovasculares. Desta forma, o problema do colesterol

elevado está associado a níveis altos de colesterol total e de colesterol LDL. [43, 44]

Os níveis de colesterol sanguíneo podem ser influenciados por diversos fatores de que são

exemplo o género, a idade, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares (dieta pobre em frutas e

vegetais, por exemplo). Adicionalmente, fatores como a hipertensão, a diabetes, a obesidade, o

consumo de álcool e o tabaco são considerados fatores de risco. [42]

O colesterol elevado é muitas vezes uma patologia silenciosa pelo que as análises regulares

assumem um papel muito importante na prevenção de outras comorbilidades. O diagnóstico desta

patologia pode ser realizado através de análises sanguíneas com determinação de parâmetros

como o colesterol LDL, o colesterol HDL e o colesterol total. De forma geral, os valores de LDL

devem ser inferiores a 115 mg/dL, enquanto que os valores de colesterol total devem ser inferiores

a 190 mg/dL. No caso do HDL, os valores devem ser superiores a 45 mg/dL no caso de indivíduos

serem do género feminino e superiores a 35 mg/dL no caso de indivíduos serem do género

masculino. Pensa-se que cerca de dois terços dos indivíduos adultos portugueses tenham colesterol

elevado, evidenciando a necessidade de campanhas de sensibilização para a temática. [40]

6. Realização de um inquérito para avaliação do conhecimento Durante o estágio, foi realizado o inquérito aos utentes da Farmácia da Maia com o intuito

de avaliar o seu conhecimento acerca das patologias supracitadas. O inquérito (Anexo D) é

composto por 15 questões de escolha múltipla, das quais as duas primeiras correspondem a dados

demográficos (idade e género), as quatro seguintes incidem sobre a temática da diabetes, seguindo-

se cinco sobre a hipertensão arterial e, finalmente, quatro questões sobre o colesterol. Os inquéritos

foram apresentados através de um formulário online partilhado na página de Facebook da Farmácia

28

da Maia, e também através do preenchimento presencial na farmácia durante os quatro dias de

rastreio cardiovascular. No total foram obtidas 52 respostas, em que 40 delas foram providenciadas

por indivíduos do género feminino e as restantes 12 por indivíduos do género masculino.

Relativamente à distribuição etária, 8% correspondem a indivíduos com menos de 21 anos; 31% a

indivíduos entre os 21 e os 40 anos; 23% a indivíduos entre os 41 e os 60 anos; e os restantes 48%

a indivíduos com mais de 60 anos de idade. Os resultados das respostas dadas ao inquérito podem

ser consultados pormenorizadamente no Anexo E, onde se pode constatar que, em média, 59,5%

das pessoas responderam acertadamente às questões relativas à diabetes, 68,8% das pessoas

acertaram nas questões sobre a hipertensão arterial e 59,5% dos indivíduos responderam

corretamente às questões alusivas ao colesterol. Apesar da amostragem de ambos os géneros não

ser homogénea, podemos observar uma ligeira tendência para um maior conhecimento por parte

das mulheres relativamente à diabetes (62,8% vs 50,0% respostas corretas de mulheres e homens,

respetivamente) e ao colesterol (61,8% vs 52,0% respostas corretas de mulheres e homens,

respetivamente). No entanto, no caso da hipertensão arterial, os homens destacam-se ligeiramente

com 71,8% de respostas corretas contra 68,2% no caso das mulheres. A hipertensão arterial parece

ser a patologia que os utentes da Farmácia da Maia demonstram um maior conhecimento

comparativamente à diabetes e hipercolesterolemia. (Figura 2)

Figura 2 – Valores médios e respetivos desvios-padrão das respostas corretas dadas ao questionário sobre

diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia organizados por total, género e faixa etária.

Tendo em consideração a distribuição etária, os resultados foram comparados admitindo

apenas duas faixas etárias: os indivíduos com menos de 40 anos de idade e outra com os indivíduos

com mais de 40 anos de idade. Nesta comparação, as diferenças observadas são notórias, uma

vez que a população mais jovem (menos de 41 anos de idade) apresenta um maior conhecimento

acerca de todas as patologias inquiridas (respostas corretas: 63,8% para a diabetes, 85,8% para a

hipertensão arterial e 80,0% para o colesterol elevado) comparativamente com os indivíduos com

mais de 40 anos (respostas corretas: 57,2% para a diabetes, 61,6% para a hipertensão arterial e

47,0% para o colesterol elevado). (Figura 2)

Com base nestes resultados, foi possível concluir que ainda existe uma importante lacuna

de conhecimento acerca destas doenças com elevada prevalência em Portugal. Numa tentativa de

ajudar a colmatar alguma desta deficiência em conhecimento, realizei três atividades de

Diabetes Hipertensão Arterial Hipercolesterolemia0

25

50

75

100

125

% R

espo

stas

Cor

reta

s

Total

Homem

Mulher

Menos de 41 anos

Mais de 40 anos

29

consciencialização junto dos utentes da Farmácia da Maia. As atividades incluíram um rastreio

cardiovascular, onde foram medidas a pressão arterial e a glicémia, uma mesa temática, com

alimentos comummente ingeridos e respetivas quantidades de sal e açúcar, e um panfleto com as

respostas ao inquérito numa linguagem simples e de fácil compreensão (Anexo F).

7. Rastreio Cardiovascular Como forma de consciencializar os utentes da Farmácia da Maia sobre as temáticas

supracitadas, foi realizado um rastreio cardiovascular ao longo de 4 dias (de 17 a 20 de maio de

2017) (Anexo G) que aferiu os níveis de glucose no sangue e os valores de pressão arterial de 67

utentes com idades compreendidas entre os 23 e os 84 anos de idade. De forma análoga ao que

aconteceu com os inquéritos, a amostragem de indivíduos do género feminino foi substancialmente

superior (71,6%) comparativamente aos indivíduos do género masculino (28,4%). Os resultados

relativos às medições de pressão arterial foram avaliados na sua generalidade e por género. No

entanto, no que diz respeito às medições de glucose no sangue, os resultados foram ainda divididos

tendo em consideração se a medição foi feita em jejum ou 2 horas após a refeição (pós-prandial).

Ao contrário do que aconteceu com os resultados dos inquéritos, não foi considerada a faixa etária

como elemento discriminativo para a avaliação destes resultados, uma vez que não há uma

distribuição razoavelmente homogénea de idades entre os indivíduos que participaram no rastreio.

Antes pelo contrário, apenas 3 utentes da Farmácia da Maia com menos de 41 anos de idade

participaram no rastreio, todos os outros tinham 41 ou mais anos de idade. Assim sendo, podemos

concluir que os resultados apenas refletem um padrão do estado de saúde cardiovascular da

população de mais idade.

Figura 3 – Distribuição dos resultados totais do rastreio de pressão arterial e discriminados por género.

Dos resultados obtidos, apenas 34% dos indivíduos apresentou valores de pressão arterial

considerados ótimos (PAS abaixo de 120 mmHg e/ou PAD abaixo de 80 mmHg) ou normais (PAS

entre 120 e 129 mmHg e/ou PAD entre 80 e 84 mmHg). Estes resultados mostram ainda uma

realidade preocupante, visto que uma grande maioria dos utentes avaliados (33%) apresentou

valores de pressão arterial que se coadunam com o quadro de hipertenso de grau I (PAS entre 140

0%

16%

31% 21%

16%

16%

Homens

Hipertenso Grau III

Hipertenso Grau II

Hipertenso Grau I

Normal Alta

Normal

Ótima

2% 2%

33%

27%

13%

23%

Mulheres

Hipertenso Grau III

Hipertenso Grau II

Hipertenso Grau I

Normal Alta

Normal

Ótima

2%

6%

33%

25%

13%

21%

Total

Hipertenso Grau III

Hipertenso Grau II

Hipertenso Grau I

Normal Alta

Normal

Ótima

30

e 159 mmH e/ou PAD entre 90 e 99 mmHg). Destaque ainda para os 25% de utentes com pressão

arterial considerada alta (PAS entre 139 e 139 mmHg e/ou PAD entre 85 e 89 mmHg). Uma utente

manifestou ainda valores de pressão arterial superiores a 180 mmHg para a PAS (hipertenso de

grau III), o que representa manifestamente um quadro mais grave, juntamente com mais três utentes

do género masculino e uma outra utente que apresentaram valores de PAS entre 160 e 179 mmHg

e/ou PAD entre 100 e 109 mmHg (hipertenso de grau II). Nestes casos, foi recomendada a visita ao

médico com brevidade e ainda a medição regular dos valores de pressão arterial. Adicionalmente,

tentou perceber-se se os utentes faziam medicação para a hipertensão e ainda quais eram os seus

hábitos alimentares, numa tentativa de aconselhar medidas não farmacológicas que conduzissem

a uma normalização dos valores de pressão arterial. Quando olhamos para estes resultados de

forma separada em género, não podemos dizer que haja diferenças significativas entre indivíduos

do género masculino e feminino, para além de que não se deve fazer uma comparação exaustiva

de resultados entre dois grupos com um tamanho tão diferente (19 homens vs 48 mulheres). De

realçar, que através do rastreio não é possível diagnosticar hipertensão arterial aos utentes, uma

vez que, para isso é necessário mais do que uma medição. (Figura 3)

Figura 4 - Distribuição dos resultados totais do rastreio de glicémia e discriminados por género.

Relativamente aos níveis de glucose no sangue (glicémia), os valores foram divididos

dependendo se a medição foi feita em jejum ou em regime pós-prandial. Para as medições em

jejum, foram considerados normais os valores inferiores a 100 mg/dL, foi considerada anomalia da

glicémia em jejum para valores compreendidos entre os 100 e os 126 mg/dL e diabetes para

concentrações superiores a 126 mg/dL. No caso das avaliações realizadas aproximadamente 2

horas após a refeição, os limites são mais tolerantes, sendo considerado normal valores de glucose

no sangue até 140 mg/dL, a partir deste valor e até aos 200 mg/dL é reconhecida uma predisposição

para a diabetes (designado estádio de pré-diabetes) e a partir dos 200 mg/dL é de considerar a

70%

26% 4%

Total- Pós-Prandial

Normal

Pré-Diabetes

Diabetes

32%

45%

23%

Total- Jejum

Normal

Anomalida da Glicémia em Jejum

Diabetes

57% 29%

14%

Homens - Pós-Prandial

Normal

Pré-Diabetes

Diabetes

42% 50%

8%

Homens - Jejum

Normal

Anomalida da Glicémia em Jejum

Diabetes

75%

25% 0%

Mulheres - Pós-Prandial

Normal

Pré-Diabetes

Diabetes

28%

44%

28%

Mulheres - Jejum

Normal

Anomalida da Glicémia em Jejum

Diabetes

31

condição patológica, a diabetes. [45] O número de medições realizadas a indivíduos em jejum foi

substancialmente superior (44 utentes) às realizadas a indivíduos em situação pós-prandial (23

utentes), porém podemos considerar como importantes os dados que revelam a presença de um

possível quadro de diabetes (nível de glicémia superior a 126 ou 140 mg/dL consoante a medição

tenha sido realizada em jejum ou após a refeição). Neste caso, apenas 4% dos utentes avaliados

após a refeição apresentaram valores elevados de glucose no sangue (possível quadro de

diabetes), por outro lado quase um quarto (23%) dos utentes em jejum apresentaram valores

indicativos de uma anomalia da glicémia. Neste caso, há variações significativas quando

comparamos indivíduos do género feminino e masculino, onde manifestamente mais mulheres

apresentaram uma situação de possível diabetes (28%) do que os homens (8%) quando avaliadas

em jejum. Contrariamente, as medições realizadas após as refeições mostram precisamente uma

tendência inversa, ou seja, mais homens (14%) apresentaram valores elevados de glicémia,

superior a 200 mg/dL, o que contrasta com a ausência de indivíduos do género feminino nas

mesmas condições. (Figura 4)

Para além do número elevado de utentes com diabetes, é ainda preocupante o número de

indivíduos com tendência para apresentarem níveis ligeiramente elevados de glucose no sangue,

como são o caso de indivíduos com anomalia da glicémia em jejum (45%) e pré-diabetes (26%). No

caso destes indivíduos, foi aconselhado um cuidado adicional com a alimentação e a recomendação

da prática de algum exercício, como as caminhadas, numa tentativa de evitar a progressão desta

condição patológica para o quadro de diabetes. De entre os indivíduos nesta situação, não é

possível verificar nenhuma tendência distinta entre homens e mulheres, uma vez que 44% das

mulheres e 50% dos homens apresentaram uma anomalia da glicémia em jejum, e 25% das

mulheres e 29% dos homens com um quadro de pré-diabetes. Mais uma vez é importante realçar

que através destas medições não é possível diagnosticar nenhum quadro de diabetes uma vez que

é necessário mais do que uma determinação.

8. Mesa Temática Como forma de sensibilizar os utentes da Farmácia da Maia para alguns dos aspetos da

informação nutricional dos alimentos comummente ingeridos na dieta portuguesa, foi organizada

uma mesa temática com alguns desses alimentos e respetivas quantidades de sal e açúcar. A mesa

temática esteve exposta na Farmácia da Maia durante os dias de rastreio, sendo que as quantidades

de sal e açúcar foram apresentadas de uma forma muito visual através da colocação de porções de

sal e açúcar junto do alimento em questão. Esta estratégia foi adotada para captar um maior

interesse por parte dos utentes e, simultaneamente, proporcionar um termo comparativo de forma

a transmitir uma mensagem que pudesse ser mais facilmente apreendida e utilizada pelos utentes

no momento de tomar decisões acerca do que comer e beber.

Foram apresentados 18 alimentos diferentes (Figura 5) que foram selecionados devido à

sua popularidade e também pelo facto de conterem elevadas quantidades de sal e/ou açúcares.

Adicionalmente, foram também apresentados alguns alimentos alternativos que devem ser incluídos

32

na dieta devido à sua reduzida quantidade de açúcar e sal, como são exemplo as tortilhas de milho,

a aveia e as crackers.

Figura 5 – Fotografia da Mesa Temática

A mesa temática incluiu os seguintes alimentos com as respetivas informações nutricionais:

cereais do tipo Corn-Flakes (7,1 g de açúcar e 1,8 g de sal por 100 g de produto); pizza pequena

(8,8 g de açúcar e 4,6 g de sal por 330 g de produto); tortilhas de milho (0,0 g de açúcar e 1,4 g de

sal por 100 g de produto); aveia (1,0 g de açúcar e 0,08 g de sal por 100 g de produto); bolacha

Maria (23,0 g de açúcar e 1,0 g de sal por 100 g de produto); gomas (60,0 g de açúcar e 0,24 g de

sal por 100 g de produto); presunto (<0,5 g de açúcar e 6,5 g de sal por 100 g de produto); chocolate

de leite (52,6 g de açúcar e 0,12 g de sal por 100 g de produto); atum (<1,0 g de açúcar e 1,0 g de

sal por 71,5 g de produto); bolachas de chocolate (36,0 g de açúcar e 0,46 g de sal por 100 g de

produto); azeitonas (<0,5 g de açúcar e 6,1 g de sal por 100 g de produto); caldo de culinária (0,19

g de açúcar e 5,8 g de sal por 10 g de produto); iogurte grego (16,3 g de açúcar e 0,10 g de sal por

115 g de produto); molho de soja (3,5 g de açúcar e 15,8 g de sal por 100 g de produto); queijo

flamengo (<0,5 g de açúcar e 1,5 g de sal por 100 g de produto); coca-cola (35,3 g de açúcar e

<0,01 g de sal por 330 mL de produto); marmelada (24,9 g de açúcar e 0,023 g de sal por 40 g de

produto) e crackers (0,9 g de açúcar e 0,78 g de sal por 31,25 g de produto).

A mesa temática teve muito sucesso uma vez que chamou a atenção dos utentes da

Farmácia da Maia, que se mostravam interessados em saber mais, faziam questões sobre outros

alimentos e questionavam por alternativas de alimentos que pudessem usar para diminuir a ingestão

de sal e açúcares. Além disso, alguns utentes chegaram a visitar uma segunda vez a Farmácia,

desta vez na companhia dos seus filhos/netos, para lhes mostraram a mesa temática e incitar

práticas de alimentação saudável desde idades precoces.

33

9. Conclusão Este foi, para mim, um projeto muito gratificante, pelo feedback positivo que obtive no

decorrer do mesmo. Através deste projeto, sinto que consegui aumentar o conhecimento sobre

patologias como a diabetes, hipertensão e colesterol elevado, ao mesmo tempo que desmistifiquei

algumas dúvidas sobre questões alimentares. Penso que a mesa temática teve bastante impacto,

pois captou a atenção de utentes da Farmácia da Maia de todas as idades. Apesar de considerar

que este projeto foi um sucesso, sinto que ainda muito se pode fazer para promover a

consciencialização das pessoas sobre estas patologias e outras menos conhecidas e de igual

relevância.

Projeto 2: A tiroide e o Hipotiroidismo

1. Introdução A tiroide é uma glândula endócrina constituída por 2 lobos, estando os mesmos localizados na

porção anterior do pescoço. [46] Esta glândula é responsável pela produção de várias hormonas

que medeiam não só, a atividade metabólica como também a síntese de proteínas, contribuindo em

grande parte para o desenvolvimento do indivíduo. Assim, esta glândula é conhecida pela produção

de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), duas hormonas que contêm iodo na sua constituição.

Adicionalmente, as células C da tiroide são responsáveis pela produção de um péptido com função

hormonal, a calcitonina, que funciona como um regulador da homeostasia do cálcio no nosso

organismo (através da redução dos níveis de cálcio no soro sanguíneo). [47]

A tiroide é uma glândula que se encontra organizada em folículos, sendo estes compostos

por células que rodeiam o lúmen que é muito rico em iodo. As células da tiroide estão ainda em

contacto com uma extensa rede de capilares sanguíneos localizados na parte exterior do folículo,

contribuindo para uma libertação hormonal facilitada. A síntese das hormonas da tiroide (T3 e T4)

começa com a produção da proteína tiroglobulina, por parte do retículo endoplasmático rugoso. Esta

proteína, que contém 123 resíduos reativos de tirosina, é posteriormente exocitada para o lúmen do

folículo. [48] O iodo assume um papel essencial na maturação da tiroglobulina e, por isso, uma

elevada concentração de iodo (I0) é mantida no lúmen do folículo. As células foliculares contêm

transportadores simporte Na+/I- na porção basal da célula (contacto com o vaso sanguíneo), que

concentram iodeto (I-) no interior da célula folicular. [49] Posteriormente, o iodeto é transportado

para o lúmen do folículo através de outro trocador de iões localizado na porção apical da célula

folicular, a pendrina. Este transportador é responsável pelo efluxo de iodeto ao mesmo tempo que

transporta iões cloreto (Cl-) no sentido contrário. [50] No lúmen do folículo, a peroxidase da tiroide

promove a oxidação do iodeto (I-) a iodo (I0) e a respetiva adição aos resíduos de tirosina da

tiroglobulina. [51] Os produtos desta reação são os precursores das hormonas da tiroide: monoiodo-

tirosina (MIT) e diiodo-tirosina (DIT), de acordo com o número de átomos de iodo que foram

adicionados a cada resíduo de tirosina. Segue-se um processo de conjugação, onde tirosinas

34

iodinadas adjacentes são combinadas duas a duas, formando complexos que podem conter 3 ou 4

átomos de iodo na sua constituição. Quando uma célula folicular da tiroide é estimulada pela

hormona estimulante da tiroide (TSH), inicia-se um processo ativo de endocitose da MIT e DIT para

o interior da célula, onde sofrem uma reação proteolítica que origina as hormonas T4 e T3. Estas

hormonas são então libertadas na corrente sanguínea e em proporções de 80-90% para a T4 e 10-

20% para a T3. [52] Nos tecidos periféricos existem enzimas deiodinases que convertem a hormona

T4 em T3, uma forma que é 3 a 4 vezes mais reativa, mas com um tempo de semi-vida inferior

comparativamente à T4. [53]

Apenas a hormona T3 tem a capacidade de atuar sobre os alvos moleculares das hormonas

da tiroide, neste caso através da sua ligação ao fator de transcrição (recetor da hormona da tiroide).

Uma vez ativado, o fator de transcrição inicia a transcrição de vários genes envolvidos no

crescimento, desenvolvimento do sistema nervoso central, sistema cardiovascular e metabolismo.

[54]

No que diz respeito ao sistema cardiovascular, as hormonas da tiroide são responsáveis

pelo aumento do ritmo e da força do batimento do coração. Adicionalmente, são ainda responsáveis

pelo aumento da frequência respiratória e pelo consumo de oxigénio, através do aumento da

atividade mitocondrial. Consequentemente, o fluxo sanguíneo é aumentado bem como a

temperatura corporal. O aumento da atividade mitocondrial está também relacionado com o

aumento da taxa metabólica induzida pelas hormonas da tiroide, uma vez que leva a um aumento

da absorção de glucose, das taxas de gliconeogénese, glicogenólise, lipólise e síntese proteica,

resultando num aumento da taxa metabólica basal. [54]

Devido ao efeito pleiotrópico das hormonas da tiroide, a sua desregulação conduz a diversas

patologias com afeção múltipla no organismo. As condições mais comummente observadas são o

hipertiroidismo, hipotiroidismo, tiroidite, nódulos na tiroide, bócio, tiroidite de Hashimoto e os cancros

da tiroide. Porém, existem ainda outras condições com ocorrência mais singular, como é o caso da

tiroidite de De Quervain (inchaço rápido da tiroide associado a um quadro clinico muito doloroso) e

da doença de Graves (excessiva produção de hormonas da tiroide).

2. Contextualização Ao longo do estágio sempre me ensinaram que é importante ver o doente como um todo e

não como um individuo que apresenta múltiplas patologias isoladas. Desde sempre que fui

incentivada a falar com os utentes da Farmácia da Maia e a saber detetar quais as suas principais

preocupações e dúvidas para poder não só, esclarecer, mas também ajudar a colmatar as suas

necessidades. Ao longo das várias conversas que tive com os utentes da Farmácia da Maia,

apercebi-me que a maior parte dos doentes que são portadores de várias de patologias e, portanto,

são polimedicados, não apresentavam um bom grau de conhecimento das mesmas.

Adicionalmente, também apresentavam lacunas relativamente ao conhecimento que tinham sobre

as medicações que tomavam. Talvez devido a esta falta de conhecimento, muitos doentes atribuem

35

erradamente mais importância a umas patologias do que a outras o que faz com que haja alguns

descuidos ao nível da saúde.

Uma das patologias que verifiquei ser bastante desvalorizada foi o hipotiroidismo, em que

apesar de os doentes saberem que tinham de fazer corretamente a medicação, não apresentavam

grandes preocupações relativamente a esta doença ou à medicação que tomavam. Adicionalmente,

muitos dos utentes que tinham esta patologia, não sabiam ao certo o que era o hipotiroidismo e

quais os sintomas que esta podia provocar. Não obstante, muitos referiram que “não faziam análises

há bastante tempo” e que apenas “costumavam controlar o açúcar e o colesterol”, não sabendo que

parâmetros bioquímicos eram determinados para avaliar a função da tiroide.

Tendo em consideração todos estes fatores, decidi realizar um projeto sobre o

hipotiroidismo, que consistiu em fazer um panfleto informativo (Anexo H) sobre a temática e fazer

o acompanhamento farmacoterapêutico de um doente com esta patologia.

3. O Hipotiroidismo De forma geral, o hipotiroidismo não é mais do que uma doença de cariz endócrino em que

existe uma deficiência de hormonas da tiroide. Esta patologia pode ser classificada em

hipotiroidismo primário e hipotiroidismo central. O hipotiroidismo primário está associado a uma

desordem na tiroide, levando a uma diminuição da síntese e da secreção de hormonas tiroideias

[55]. Um dos exemplos mais conhecidos que ilustram esta situação é a tiroidite de Hashimoto de

origem autoimune. Nesta patologia, o corpo considera os antigénios da tiroide como não sendo

pertencentes ao organismo, desencadeando uma resposta autoimune que culmina na destruição

do tecido da tiroide (levando a uma diminuição das hormonas tiroideias). Outro exemplo de

hipotiroidismo primário, é a deficiência em iodo, essencial para a síntese tanto de T3 como de T4.

O hipotiroidismo primário pode ser divido em clínico e subclínico (quando o doente ainda não

apresenta sintomas). Por outro lado, o hipotiroidismo central está associado a desordens na

glândula pituitária (hipotiroidismo secundário) ou no hipotálamo (hipotiroidismo terciário), o que

resulta numa diminuição da secreção de TSH, com consequente diminuição das hormonas da

tiroide. Entre as principais causas de hipotiroidismo secundário encontram-se os adenomas na

glândula pituitária. [56]

O hipotiroidismo está associado a inúmeros sintomas de que são exemplo a intolerância ao

frio, a obstipação, a depressão, a dificuldade em concentrar, o aumento de peso, a pele seca, a

queda de cabelo, a infertilidade, as alterações no ciclo menstrual, a diminuição da frequência

cardíaca, a fadiga e o bócio. [57]

Para fazer o diagnóstico desta patologia podem ser realizadas análises ao sangue onde se

determinem parâmetros como a TSH e a T4. Estas mesmas análises permitem ainda fazer um

diagnóstico diferencial entre o hipotiroidismo primário (clinico ou subclínico) e o hipotiroidismo

central (hipotiroisdismo secundário e hipotiroidismo terciário). Quando os valores de TSH se

encontram aumentados e os valores de T4 estão diminuídos ou dentro dos limites de referência

estamos perante um caso de hipotiroidismo primário. Mais especificamente, se os valores de TSH

36

estiverem aumentados e os valores de T4 estiverem diminuídos estamos perante um diagnóstico

de hipertiroidismo primário se, por outro lado, se verificar um aumento dos valores de TSH mas os

valores T4 estiverem dentro dos limites de referência então estamos perante um caso de

hipotiroidismo subclínico. Para verificar se a origem do hipotiroidismo é autoimune pode ser

realizado o doseamento dos anticorpos anti-TPO ou anti-Tg, que deverão estar aumentados neste

caso [57]. Contrariamente, se os valores de TSH estiverem a baixo dos valores de referência, ou

até mesmo dentro do intervalo, e a T4 estiver diminuída estamos perante hipotiroidismo central.

Para avaliar se a origem do problema é o hipotálamo ou a hipófise, é realizado o teste do TRH (se

ao administrar TRH sintético não existir libertação de TSH significa que a hipófise está

comprometida. [55]

Os valores de referência para a T4 total estão compreendidos entre 5,4 µg/dL - 11,5 µg/dL,

no caso da T4 livre estão compreendidos entre 0,7 ng/dL - 1,8 ng/dL e os valores de TSH

compreendidos entre 0,4 mU/L - 8,9 mU/L. [58, 59]

4. A importância do Acompanhamento Farmacoterapêutico O acompanhamento farmcoterapêutico é parte integrante dos cuidados farmacêuticos e

pode assumir, atualmente, um papel muito importante na vida de um doente. De forma geral, o

seguimento farmacoterapêutico não é mais do que uma prática clinica que não só, monitoriza como

também avalia, ao longo do tempo, a farmacoterapia de um doente. O objetivo máximo deste serviço

é sem dúvida detetar e corrigir erros relacionados com o uso dos medicamentos, de forma a diminuir

a morbilidade e a mortalidade associadas à utilização dos mesmos. Desta forma, espera-se que

este acompanhamento feito ao doente permita esclarecer todas as suas dúvidas relacionadas com

medicação nomeadamente questões relacionadas com a posologia e questões relacionadas com

interações medicamentosas. O seguimento farmacoterapêutico pretende acima de tudo ajudar o

doente a tirar o máximo partido de cada medicamento. [60]

Para realizar o acompanhamento farmacoterapêutico decidi escolher um utente da

Farmácia da Maia que preenchesse os seguintes requisitos: tivesse mais de 60 anos, fosse

polimedicado e uma das patologias fosse o hipotiroidismo. O doente selecionado foi o senhor JL,

um utente regular da farmácia, que preenchia todos os requisitos e que me explicou durante um dos

muitos atendimentos que o hipotiroidismo não o preocupava e nem sabia quais eram os sintomas

da patologia. Referiu ainda que já tinha a doença há vários anos e que sabia que tinha de tomar a

medicação embora já se tenha engando algumas vezes e trocado a embalagem do “medicamento

da tiroide” com a embalagem do “medicamento da pressão arterial”. Decorrente desta situação,

durante cerca de uma semana, o Sr. JL não tomou a medicação para o hipotiroidismo, não

demonstrando uma grande preocupação com a situação. Por toda esta realidade, o Sr. JL, foi

escolhido, por mim, para integrar este projeto na esperança de contribuir para um aumento do

conhecimento sobre a patologia e sobre a medicação bem como melhorar a sua qualidade de vida.

O acompanhamento farmacoterapêutico foi realizado através de duas entrevistas, sendo

que a primeira consistiu na recolha de informação sobre as patologias, medicamentos, análises

37

clínicas assim como principais preocupações (dados encontram-se compilados no Anexo I) do

doente, e a segunda entrevista serviu para esclarecer o utente sobre todas as dúvidas que ele tinha

e alertar para o seu estado de saúde atual, dando algumas recomendações.

5. O caso de estudo O Sr. JL é um utente de 66 anos da Farmácia da Maia, que apresenta um índice de massa

corporal de 30,1, o que indica que se enquadra na categoria de obesidade grau I. De salientar que

este doente não apresenta quaisquer alergias alimentares ou medicamentosas, pelo menos de que

tenha conhecimento.

Este utente é um doente polimedicado pois toma 11 medicamentos diferentes por dia, como

terapêutica das 5 patologias que tem diagnosticadas que são a hipertensão arterial, a diabetes tipo

2, a dislipidemia, o hipotiroidismo e a ansiedade.

A primeira patologia a ser diagnosticada ao Sr. JL foi a diabetes tipo 2, há cerca de 26 anos

atrás. Esta é uma patologia que preocupa bastante este utente, mostrando-se o mesmo

familiarizado tanto com a necessidade de fazer análises regulares à glicémia, como com a

importância de tomar a medicação corretamente. O Sr. JL sabe, igualmente, que deve apresentar

cuidados com a alimentação, embora confesse que nem sempre faz a alimentação mais adequada.

Adicionalmente, o utente reconhece não só, os sintomas desta patologia, como também sabe quais

os sintomas associados a uma crise hipoglicémica.

Para o tratamento da diabetes tipo 2, o Sr. JL toma dois medicamentos distintos, o

JANUMET® 1000 mg/50 mg (Merck Sharp & Dohme, Ltd.) e o INSULATARD PENFILL® 100 U.I/mL

(Novo Nordisk, A/S). Assim, todos os dias ao pequeno-almoço, o doente toma um comprimido de

JANUMET® e 20 unidades de INSULATARD PENFILL®, já ao jantar o doente volta a repetir a dose

de ambos os medicamentos. De realçar que o utente cumpre, relativamente a estes dois

medicamentos, o esquema posológico prescrito, não apresentando dúvidas relativamente à forma

de os tomar ou relativamente à indicação terapêutica. É ainda importante referir que através das

análises realizadas pelo Sr. JL, foi possível verificar que esta patologia se encontrava controlada.

Salienta-se ainda que estes dois medicamentos apresentam a mesma indicação terapêutica e são

muitas vezes dados em associação para regular os níveis de glucose no sangue. Assim sendo,

apesar de existir sinergismo entre ambos, como é habitual a sua toma conjunta e estes são

necessários para o doente manter os níveis de glicémia controlados, não foi considerada a

existência de nenhum PRM ou resultado clínico negativo associado à medicação (RNM) no que

concerne à segurança. De forma geral, pude concluir que ambos os medicamentos são necessários

(indicação terapêutica aprovada), efetivos (efeito clínico esperado) e seguros (não existem efeitos

adversos manifestados).

Apesar da diabetes estar clinicamente controlada, durante as entrevistas foi reforçada a

necessidade de uma alimentação adequada e de fazer exercício físico uma vez que o Sr. JL se

encontrava com excesso de peso. Não obstante, o utente foi ainda incentivado a continuar a fazer

corretamente a posologia destes dois medicamentos e a fazer análises regularmente.

38

A segunda patologia a ser diagnosticada ao Sr. JL foi o hipotiroidismo, há cerca de 17 anos.

Esta é uma patologia, que apesar de ter sido diagnosticada há algum tempo não provoca

preocupação ou interesse por parte do doente. Assim, durante a entrevista constatei que o Sr. JL

não sabia em que consistia a doença ou os sintomas que estão associados à mesma. O mais

preocupante, na minha opinião, foi o doente referir que não tomou a medicação durante uma

semana e não se mostrar muito preocupado com tal situação. Adicionalmente, referiu que não fazia

análises para avaliar se a patologia estava controlada há muitos anos, nem tinha acesso às últimas

análises que fizera para avaliar a função da tiroide.

Para o tratamento do hipotiroidismo, o Sr. JL toma EUTIROX® 0,0125 mg (Merck, S.A.),

mais concretamente, um comprimido todos os dias ao pequeno-almoço. O doente cumpre o

esquema posológico prescrito pelo médico, mas é impossível avaliar a efetividade do tratamento,

uma vez que o doente não tem análises à TSH, T4 ou qualquer outro parâmetro que permita avaliar

a função tiroideia. Assim, pude apenas verificar que o medicamento é necessário, ficando algumas

dúvidas relativamente à existência de RNMs relacionados com a efetividade deste medicamento.

Relativamente à seguridade, de acordo com o Sifarma 2000®, este medicamento não apresenta

interações medicamentosas com outros medicamentos, sendo que o Sr. JL também não apresenta

reações adversas à toma do EUTIROX®. Assim, não considerei a existência de nenhum RNM de

inseguridade.

Relativamente ao hipotiroidismo, durante as entrevistas, foi explicado ao doente o que era

a referida patologia e quais os sintomas, tendo sido reforçada a importância do controlo da mesma

e a necessidade de fazer a medicação todos os dias de forma correta. Adicionalmente, foi explicado

ao Sr. JL que é necessário fazer análises à função tiroideia e que seria importante solicitar, junto do

médico, as respetivas análises. O doente compreendeu as mensagens transmitidas e já solicitou

análises ao médico que, no entanto, só serão realizadas no mês de Setembro. Na segunda

entrevista com o utente, foi-lhe entregue um panfleto sobre a patologia para que este promovesse

a sua literacia acerca desta patologia.

No ano de 2002, o Sr. JL foi diagnosticado com hipertensão arterial. Esta é uma patologia

que o preocupa e por isso tem alguns cuidados nomeadamente no que à alimentação diz respeito

(refere que não coloca “muito sal na comida”). Adicionalmente, o doente também refere que controla

regularmente este parâmetro para garantir que a pressão arterial se encontra dentro dos valores de

referência. Não obstante, o Sr. JL manifesta saber quais são os sintomas associados à hipertensão

arterial e reconhece a importância de fazer a medicação.

Para o tratamento da hipertensão arterial, o Sr. JL toma dois medicamentos, o COVERAM®

5 mg/5 mg (Les Laboratoires Servier) e o BISOPROLOL SANDOZ® 5 mg (Sandoz Farmacêutica

Lda.), sendo que a posologia de ambos é 1 comprimido ao pequeno-almoço. O doente refere que

cumpre rigorosamente a posologia prescrita, sendo este facto comprovado com valores de pressão

arterial controlados (PAS: 127 mmHg e PAD: 83 mmHg). Apesar de o COVERAM® ser, neste caso,

um medicamento necessário, eficaz e seguro a mesma conclusão não se pode tirar relativamente

ao BISOPROLOL SANDOZ®. Apesar de este último ser considerado necessário e eficaz ele pode

39

não ser seguro pois pode mascarar sintomas associados a uma crise hipoglicémica, nomeadamente

o aumento da frequência cardíaca. Esta realidade pode ser facilmente explicada uma vez que o

bisoprolol é um β-bloqueador e, portanto, é responsável por causar a diminuição da frequência

cardíaca.[61] Assim, considero que existe um PRM relacionado com a segurança, embora este não

esteja traduzido (neste momento) num RNM de inseguridade, no caso do Sr. JL.

Relativamente a esta patologia, foi realçada a importância de uma alimentação pobre em

sal, da necessidade de controlar regularmente a pressão arterial e de tomar a medicação. Não

obstante, foi explicado ao Sr. JL quais os sintomas de uma crise hipoglicémica para que este possa

estar alerta a todos os sinais, devendo o mesmo medir os níveis da glicémia sempre que sinta

suores, palidez, tremores ou até mesmo debilidade. [62]

O Sr. JL apresenta ainda dislipidemia, diagnosticada no ano de 2002. Esta é uma patologia

que preocupa o doente, uma vez que este tem consciência do perigo que é para a sua saúde

apresentar o valor de colesterol total e dos triglicerídeos elevados. O doente sabe o quanto é

importante tomar a medicação de forma correta, e afirma ter alguns cuidados com a ingestão de

gorduras.

Para o tratamento da dislipidemia, o Sr. JL toma ATORVASTATINA FARMOZ® 40mg

(Farmoz - Sociedade Técnico Medicinal, S.A.), EZETROL® 10mg (Merck Sharp & Dohme, Ltd.) e

XARELTO® 20mg (Bayer Pharma A.G.). Todos eles são tomados ao jantar (1 comprimido de cada),

sendo que o doente afirma cumprir o esquema posológico. Os resultados das análises do colesterol

total (105 mg/dL) e dos triglicerídeos (91 mg/dL) estão conforme os valores de referência, no

entanto, o valor de colesterol HDL (35 mg/dL) encontra-se abaixo dos valores de referência. Assim,

existe um problema de efetividade associado à ATORVASTATINA FARMOZ® e ao EZETROL®, não

só porque, por um lado, o doente parece estar a tomar doses muito elevadas destes medicamentos

(valores de colesterol total e triglicerídeos muito inferiores aos valores de referência) mas também

porque o valor de HDL se encontra simultaneamente baixo. Assim, considero que estes dois

medicamentos são necessários, mas existe um RNM de inefetividade quantitativa. Não obstante, o

EZETROL® não é considerado um medicamento seguro uma vez que apresenta uma interação

medicamentosa com ATORVASTATINA FARMOZ®. De acordo com o Sifarma 2000®, a toma

conjunta de ezetimiba e atorvastatina aumenta o risco de rabdomiólise. Na realidade, as estatinas,

sozinhas, têm sido apontadas como causadoras deste problema de saúde por mecanismos ainda

não completamente esclarecidos. Pensa-se, no entanto, que na origem da rabdomiólise poderá

estar a indução de apoptose celular.[63]. Adicionalmente, no RCM do EZETROL® encontra-se a

informação que após a comercialização deste medicamento foram reportados casos de

rabdomiólise em doentes que estavam a tomar simultaneamente uma estatina. O mais curioso é

que este medicamento quando tomado sozinho ou quando administrado juntamente com outros

medicamentos potencialmente causadores de rabdomiólise, muito raramente levaram ao

aparecimento desta patologia. [64] Parece existir, por isso, uma ligação entre a toma conjunta de

EZETROL® e de ATORVASTATINA FARMOZ®. Assim, considero a ATORVASTATINA FARMOZ®,

um medicamento necessário e seguro, mas com um RNM de inefetividade quantitativa, o

40

EZETROL® um medicamento necessário, com um RNM de inefetividade quantitativa e um PRM

relacionado com a segurança e o XARELTO®, um medicamento necessário (uma vez que o doente

já teve um enfarte agudo do miocárdio e este atua como antitrombótico), eficaz e seguro.

Para além dos conselhos relativos a um estilo de vida saudável e da adesão à terapêutica

o Sr. JL foi aconselhado ir ao médico se sentir dor ou fraqueza muscular. Não obstante, devido ao

facto do Sr. JL apresentar o valor de colesterol HDL um pouco baixo, este foi aconselhado a praticar

exercício físico e a ter uma alimentação pobre em hidratos de carbono e gorduras insaturadas, por

exemplo. Relativamente a possíveis alterações na dose destes medicamentos, não foi sugerido ao

doente que falasse com o médico sobre essa mesma hipótese, uma vez que este efetuou novas

análises destes estes parâmetros no dia 17 de julho e ficou de comparecer na farmácia com os

resultados para fazer uma nova avaliação dos mesmos.

Uma patologia que também preocupa o Sr. JL é a ansiedade, diagnosticada no ano de 2012,

uma vez que esta afetava a sua qualidade de sono. Desde que começou a fazer farmacoterapia

com SERTRALINA MYLAN® 50 mg (Mylan, LDA.), esta patologia encontra-se controlada, dado que

o doente consegue, atualmente, dormir bem e não manifesta sintomas de ansiedade. O Sr. JL

cumpre a posologia prescrita, fazendo um comprimido de SERTRALINA MYLAN® 50 mg ao jantar.

Não obstante, este medicamento não apresenta interações medicamentosas com os restantes

medicamentos e o Sr. JL não apresenta quaisquer sinais de reações adversas à sua toma sentindo-

se bem com a medicação. Por esta razão, o medicamento é considerado seguro, não existindo

PRMs/RNMs.

Por último, mas não menos importante, o Sr. JL, no ano de 2015, começou a apresentar

tremores, sintoma que está atualmente controlado através da toma de MYSOLINE® 250 mg

(Laboratórios Azevedos – Indústria Farmacêutica, S.A.). A posologia prescrita pelo médico é de ¼

de comprimido ao jantar, posologia essa, que é cumprida rigorosamente pelo doente. Este é sem

dúvida um medicamento necessário e eficaz (sendo que se trata de um medicamento

anticonvulsivante), no entanto, podem existir alguns problemas associadas à sua segurança, na

medida em que existe uma interação medicamentosa com a amlodipina (substância ativa presente

no COVERAM®) – PRM relacionado com a segurança. Segundo o Sifarma 2000®, a premidona

induz o metabolismo da enzima CYP3A4, enzima responsável pela metabolização da amlodipina.

Assim, através da indução da enzima, ocorre uma possível redução das concentrações plasmáticas

deste anti-hipertensivo, com consequente alteração dos valores de pressão arterial. No entanto, o

Sr. JL não apresenta atualmente nenhum RNM (a pressão arterial encontra-se controlada), tendo

por isso sido aconselhado a medir regularmente os níveis de pressão arterial. Não obstante, o

doente foi ainda incentivado a questionar o médico sobre a origem destes tremores uma vez que

nunca lhe foi dito o que poderá estar na origem deste sintoma.

Durante uma das entrevistas de acompanhamento farmacoterapêutico fiquei a saber que o

Sr. JL é seguido por quatro médicos distintos, sendo que normalmente, apenas dois fazem

alterações na medicação deste doente. No entanto, salienta-se o facto de todos eles terem acesso

aos dados do mesmo para evitar possíveis erros como, por exemplo, o de duplicação de medicação.

41

6. Conclusão O projeto do hipotiroidismo permitiu-me crescer enquanto farmacêutica e acompanhar de

perto o estado de saúde de um utente da Farmácia da Maia. Apesar de só ter feito duas entrevistas

com o Sr. JL, foram várias as vezes que falei com ele na Farmácia durante todo o período de estágio

pelo que fui acompanhando, de perto, as suas dúvidas e preocupações. Sinto que o

acompanhamento farmacoterapêutico é um serviço farmacêutico que deveria ser valorizado por

toda a população e até mesmo implementado para ajudar os utentes a tirarem o máximo partido da

medicação que fazem. Em suma, atribuo um balanço positivo a este projeto na medida em que

ajudei a consciencializar o utente sobre uma patologia que ele desvalorizava, aumentado o

conhecimento dele sobre a mesma. Não obstante, alertei ainda para cuidados a ter com a restante

medicação e com a sua alimentação.

Por fim, o panfleto sobre o hipotiroidismo foi também entregue a alguns utentes da Farmácia

da Maia de forma a consciencializar e alertar os mesmos sobre alguns aspetos desta patologia.

Projeto 3: O mundo dos suplementos alimentares

1. Introdução A nutrição pode ser definida como um processo biológico que engloba a digestão dos

alimentos e posterior assimilação dos mesmos pelos tecidos, sendo que ocorre tanto em animais

como em plantas. Durante o século XX, vários foram os cientistas que estiveram envolvidos na

identificação dos nutrientes presentes nos alimentos, definindo recomendações nutricionais para a

promoção da saúde.[65]

Atualmente, sabe-se que a relação que existe entre a nossa saúde e a nossa alimentação

é deveras complexa. Cerca de 63% de todas as mortes ocorridas no ano de 2008 ficaram a dever-

se a doenças crónicas, sendo que tanto o aparecimento como o desenvolvimento das mesmas

estão intimamente relacionados com os desequilíbrios alimentares. Na verdade, é possível observar

que uma grande parte da população apresenta uma alimentação desadequada, em que há um

consumo energético muito superior ao necessitado e uma má seleção dos alimentos ingeridos. Por

outro lado, existe também população que se encontra malnutrida. [66]

Os suplementos alimentares, assumem desta forma, um papel crucial na sociedade

moderna, podendo ser utilizados como um complemento à dieta. Estes podem ajudar a melhorar

não só, a qualidade de vida das pessoas, como também, o seu bem-estar não sendo, no entanto,

substitutos de uma alimentação equilibrada. [65]

2. Contextualização A Farmácia da Maia é uma farmácia especial, que aposta diariamente na indicação de

suplementos alimentares. Aqui, é possível encontrar suplementos dos mais variados laboratórios e

para os mais variados fins.

42

Uma das minhas maiores dificuldades durante o estágio foi, sem dúvida, familiarizar-me

com toda esta panóplia de suplementos alimentares e saber indicá-los aos nossos utentes. Não

obstante, constatei ao longo desta etapa da minha formação, que é muito importante falar com os

utentes durante o atendimento, para encontrar as suas necessidades e, à posteriori, ter o

conhecimento necessário para selecionar o suplemento que melhor se adequa a cada um deles.

Desta forma, decidi fazer um levantamento de todos os suplementos alimentares que

existem na Farmácia da Maia e organizá-los em tabela, para que seja mais fácil a toda a equipa e

futuros colaboradores/estagiários selecionar e indicar o suplemento alimentar mais adequado para

cada utente. Todas as informações das tabelas foram retiradas de catálogos, panfletos e websites

dos respetivos suplementos alimentares.

3. Os suplementos alimentares Os suplementos alimentares são considerados géneros alimentícios que visam

complementar e/ou suplementar a alimentação de um determinado indivíduo. Estes não são mais

do que nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico que se encontram de

forma concentrada em formas doseadas como por exemplo cápsulas, comprimidos, ampolas, entre

outras. Todos os suplementos alimentares devem ser consumidos em reduzidas quantidades e não

são substitutos de uma alimentação equilibrada. Assim, de forma geral os suplementos têm como

principal objetivo manter e/ou otimizar a homeostasia do nosso organismo, divergindo dos

medicamentos. Os medicamentos, contrariamente aos suplementos alimentares, apresentam na

sua constituição uma substância ou um conjunto de substâncias, e apresentam capacidades

curativas e/ou preventivas, tanto de doenças como dos seus sintomas. Não obstante, os

medicamentos apresentam uma ação farmacológica, imunológica ou até mesmo metabólica, cujo o

fim último é recuperar e defender a homeostasia do nosso organismo. [67]

Os suplementos alimentares podem ser divididos em três grupos distintos: o grupo das

vitaminas e dos minerais (onde constam por exemplo, a vitamina D e o cálcio), o grupo das plantas

e dos extratos botânicos (onde podemos encontrar, por exemplo, suplementos com Aloe vera ou

Ginkgo biloba) e o grupo das outras substâncias. Neste último grupo é possível encontrar três

categorias diferentes de suplementos alimentares, nomeadamente a categoria das fibras e dos

probióticos (de que fazem parte suplementos constituídos por Lactobacilus acidophilus, por

exemplo), a categoria dos ácidos gordos essenciais (como o ácido eicosapentaenóico) e a categoria

dos aminoácidos e das enzimas (como a coenzima Q10).[68]

De acordo com o Decreto-Lei nº118/2015, os suplementos alimentares devem obedecer a

inúmeras especificações para poderem ser comercializados. No que aos rótulos das embalagens

concerne, as especificações são bastante claras ao ditarem que informações como a quantidade de

nutrientes ou substâncias com efeito nutricional (referentes à toma diária), devem estar sempre

indicadas. Não obstante, todos os rótulos devem também conter informações relativas às

quantidades de vitaminas e minerais (em percentagem relativamente aos valores de referência) e

uma alusão às substâncias que caraterizam o produto. Adicionalmente, os rótulos devem ainda

43

conter informação acerca de qual a toma diária, para além de algumas advertências. Estas

advertências visam informar que os suplementos alimentares não dever ser usados como um

substituto de uma alimentação variada e equilibrada, e que não devem ser tomados em doses

superiores às recomendadas. Nos rótulos é ainda possível encontrar a informação que os

suplementos alimentares devem ser guardados longe do alcance das crianças. É ainda importante

realçar que as embalagens devem apresentar “Suplemento Alimentar” escrito nas mesmas de modo

a não haver nenhum equívoco na classificação do produto em causa. Por outro lado, as embalagens

não podem fazer nenhuma alusão a propriedades curativas de patologias humanos, nem de

propriedades profiláticas ou de tratamento. [69]

Em Portugal, a entidade encarregue pela definição, execução e avaliação das politicas

relacionadas com segurança alimentar é Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV),

enquanto que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) é responsável por

fiscalizar se todas as normas relativas aos suplementos alimentares estão a ser cumpridas.[67]

Um aspeto curioso relacionado com os suplementos alimentares é que para a sua

introdução no mercado não é necessário apresentar ensaios de segurança, mas sim enviar uma

notificação à DGAV. É também esta entidade que, em Portugal, é responsável pela análise das

reações adversas reportadas através de um formulário para o devido efeito.[68]

4. Organização dos suplementos alimentares em tabela Os suplementos alimentares foram organizados numa tabela constituída por três colunas

(Anexo J). Na primeira coluna é possível encontrar o nome de cada suplemento alimentar assim

como o laboratório e os principais compostos e respetivas quantidades existentes na formulação. A

segunda coluna diz respeito à indicação terapêutica de cada suplemento alimentar, onde toda a

informação foi disponibilizada em forma de tópicos para facilitar a consulta rápida. Por último, a

terceira coluna diz respeito à posologia de cada suplemento. No total constam na tabela 58

suplementos alimentares.

5. Conclusão Através da elaboração das tabelas foi-me permitido sistematizar as indicações e respetivas

posologias dos suplementos alimentares que existiam na Farmácia da Maia. Não obstante, a

elaboração das mesmas, despertou em mim uma farmacêutica mais responsável, na medida em

que me permitiram aconselhar suplementos alimentares de forma mais consciente e personalizada

a cada utente. As referidas tabelas, encontram-se agora disponíveis na Farmácia da Maia para que

possam ser consultadas, de forma rápida, por todos os elementos da equipa, em caso de dúvidas

tanto na indicação como na posologia.

44

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49

ANEXOS

50

Anexo A – Fotografia do exterior da Farmácia da Maia.

FiguraA1–FotografiadoexteriordaFarmáciadaMaia.

51

Anexo B – Fotografias do interior da Farmácia da Maia.

FiguraB1–FotografiadazonadeatendimentodaFarmáciadaMaia.

FiguraB2–FotografiadealgunslinearesdaFarmáciadaMaia.

52

FiguraB3–FotografiadoGabinete1deboaspráticasdaFarmáciadaMaia.

FiguraB4–FotografiadoGabinete2deboaspráticasdaFarmáciadaMaia.

53

FiguraB5–FotografiadazonadereceçãodeencomendasdaFarmáciadaMaia.

FiguraB6–FotografiadolaboratóriodemanipuladosdaFarmáciadaMaia.

54

Figura B7 – Fotografia das gavetas de arrumação demedicamentos da Farmácia daMaia.

FiguraB8–FotografiadorombicdaFarmáciadaMaia.

55

FiguraB9–FotografiadofrigoríficodefriosecodaFarmáciadaMaia.

56

Anexo C – Apresentações Orais

AnexoC1–Apresentaçãointitulada“OsInibidoresdaBombadeProtões”

ATUALIZAÇÃOSOBREOUSORACIONALDOSINIBIDORESDA

BOMBADEPROTÕES

Jéssica FigueiredoMarço, 2017

FARMÁCIADAMAIAOS INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES (IBP)

1

Esomeprazol

Lansoprazol

Omeprazol

Pantoprazol

Rabeprazol

INDICAÇÕESTERAPÊUTICAS

AssociaçãocomantibióticosparairradicaçãodabactériaHelicobacter pylori

Estadosdehipersecreçãogástrica

Tratamentoderefluxogastro-esofágico

TratamentocomAINES

ÚlceraPéptica

2

A SECREÇÃO DE ÁCIDO GÁSTRICO

CélulaParietal

3

A SECREÇÃO DE ÁCIDO GÁSTRICO

CélulaParietal

Lúmen Gástrico

Célula Parietal

H+

H+

H2CO3

K+

K+ Cl-

ATP ADP + Pi

Membrana Celular

4

O MECANISMO DE AÇÃO DOS IBP

Lúmen Gástrico

Célula Parietal

H+

H+

H2CO3

K+

K+ Cl-

ATP ADP + Pi

Membrana CelularReduçãodaacidezgástricadoestômago

Estesmedicamentostêmumamaioreficáciaquandoadministrados30a60minutosantesdasrefeições.

5

OS RISCOS ASSOCIAOS AOS IBP

Atomaprolongadadestetipodemedicamentosestáassociadaa:

AumentodaincidênciadedoençasassociadasaClostridium difficile

Aumentodaincidênciadedoençasassociadas

aSalmonella sp.

AumentodaincidênciadedoençasassociadasaCampylobacter sp.

AumentodaincidênciadePneumonia

RiscoaumentadodedeficiênciaemvitaminaB12

Osteoperose

6

OS EFEITOS ADVERSOS DOS IBP

CEFALEIAS

PERTURBAÇÕESGASTRINTESTINAS

ERUPÇÃOCUTÂNEA

PRURIDO

TONTURAS

FADIGA

URTICÁRIA

XEROSTOMIAINFEÇÕES

MIALGIA

7

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

FENITOÍNAVARFARINADIAZEPAM

DIGOXINACETOCONAZOL

CONTRACETIVOSORAIS

Aumentodaconcentraçãopor

inibiçãodametabolização

hepáticapelaCYP450

Diminuiçãodaabsorçãopor

aumentodopHdoestômago

Diminuiçãodaeficáciaatravésdaaceleraçãodametabolização

Esomeprazol eLansoprazol

57

8

CONTRAINDICAÇÕES

Grávidaselactantes Crianças

IdososDoentescominsuficiênciahepática

9

SOBREUTILIZAÇÃO DOS IBP

2006 2015

120% 6.8M

MNSRM:Omeprazol (10/20mg),Pantoprazol (20mg),Esomeprazol (20mg)

10

O NOSSO PAPEL

Tentarencontrarpossíveismedicamentosquesejamacausadossintomasdispépticosdodoente.EX:.AAS

Informarparaquepatologiaestáindicadoomedicamentobemcomoaduraçãodotratamento,adoseeosriscosassociados.

11

Informarsobreapossibilidadedeinteraçõesmedicamentosascomoutrosmedicamentosqueodoentetome.

Informarqueoalíviodossintomassóocorre24horasdepoisdoiníciodotratamento.

Informarqueoefeitomáximosóocorre3/4diasapósoiníciodotratamento.

Alertarparaaimportânciadeumaalimentaçãosaudávelcomreduçãodoconsumodeálcooledecafé.

Alertarparaacessaçãotabágica.

Manifestaçõesdesintomasgravesoupersistentesdevemserremetidasparaomédico.

O NOSSO PAPEL

ATUALIZAÇÃOSOBREOUSORACIONALDOSINIBIDORESDA

BOMBADEPROTÕES

Jéssica FigueiredoMarço, 2017

FARMÁCIADAMAIA

58

AnexoC2–Apresentaçãointitulada“OsAntialérgicosMaisVendidosnaFarmáciada

Maia”

4

Os Sintomas

TOSSE

CONGESTÃO

NASAL

ECZEMA

PRURIDO

ESPIRROS

URTICÁRIA

CHOQUES

ANAFILÁTICOS FALTADE

AR

Ossintomasdependemdotipodealergia.

CORRIMENTO

NASAL

LACRIMEJO

5

O Tratamento

ImunoterapiaEvitarocontatocomo

alergénioFármacos

DesloratadinaAerius

CetirizinaZyrtec

LevocetirizinaXyzal

MaleatodeDimetindeno

Fenistil

652Emb

436Emb

187Emb

159Emb

OSMAISVENDIDOSNAFARMÁCIADAMAIA

144Emb

BilastinaBilaxten

6

Membranadacélulaalvo

Os Anti-histamínicos

Anti-histamínico

ADesloratadina,aCetirizina,aLevocetirizina, oMaleatodeDimetindeno eaBilastina sãoanti-histamínicosH1desegundageração.

7

Os Anti-histamínicos

Anti-histamínicosH1deprimeirageração

Anti-histamínicosH1desegundageração

- Geralmenteadministrados3/4vezespordia

- Geralmenteadministrados1/2vezespordia

- Passamabarreirahematoencefálica

- Dificilmentepassamabarreirahematoencefálica

- Causamsedação - Raramentecausamsedação

- Doseletalidentificadaemcriançaselatentes

- Nãohárelatodemorteporsobredosagem

59

8

Comparação entre anti-histamínicos

DESLORATIDINA(5 mg)

CETRIRIZINA(10 mg)

LEVOCETIRIZINA(5 mg)

MALEATO DEDIMETINDENO

BILASTINA(20mg)

INDICAÇÃO-RiniteAlérgica

-Urticária-RiniteAlérgica

-Urticária-RiniteAlérgica

-Urticária-RiniteAlérgica

-Urticária-RiniteAlérgica

-Urticária

POSOLOGIA

-Adultoseadolescentes

com maisde12anos:1comp/dia

-Adultoseadolescentescommaisde12anos:

1comp/dia

-Adultosecriançascom

maisde6anos:1comp/dia

-Adultoseadolescentescommaisde12anos:20-40gotas3xao

dia

-Adultoseadolescentescommaisde12anos:

1comp/dia

REAÇÕESADVERSASMAISFREQUENTES

-Cefaleias-Xerostomia-Fadiga

-Cefaleias-Fadiga-Tonturas

-Xerostomia-Dor abdominal-Sonolência

-Fadiga-Cefaleias-Sonolência-Xerostomia

-Sonolência-Nervosismo-Cansaço

-Cefaleias-Sonolência

CONTRAINDICADO

-Grávidas-Lactantes

-Doentescominsuficiênciarenal

-Grávidas-Lactantes

-Doentescominsuficiênciarenal

-Grávidas-Lactantes

-Doentescominsuficiênciarenal

-Grávidas-Lactantes

-Toma conjuntacomalguns

medicamentoscomoos

antidepressivos

-Grávidas-Lactantes

-Toma conjuntacomalguns

medicamentoscomoo

cetoconazol-Doentescom

insuficiênciarenal 9

Uma alternativa

Ajudanoalíviodesintomasassociadosàsalergias(espirros,urticária,irritaçãoocular,rinorreia).

ContémÁcidoα-linolénico,ÁcidoRosmarínico eLuteolína.

Podeserutilizadoemgrávidas,lactantesecrianças.

Posologia:Adultos: 2cápsulaspordiaoudeacordocomaindicação.BebéseCrianças(até3anos):1cápsuladuasvezespordia.Criançascommaisde3anos:1cápsula,trêsvezesaodiadurantequatrodias.Depois,1cápsuladuasvezesaodia.

Atuacomoumantioxidanteecomoumanti-inflamatórionatural.

10

Um antialérgico para os cães

APOQUELMaleatodeoclacitinib

Tratamentodadermatitealérgica

Tratamentodadermatiteatópica

Mecanismo de Ação

CitocinasPró-Inflamatórias

Oclacitinib

JAK3JAK1

Alguns Efeitos Adversos

Diarreia

Vómitos

Perdadeapetite

Fraqueza

SedeExcessiva Nóduloscutâneos

Antialérgicos

Jéssica Figueiredo - Maio, 2017

FARMÁCIADAMAIA

60

AnexoC3–Apresentaçãointitulada“UmaComparaçãoentre4SuplementosparaEmagrecer”

AdelgaSlim Rapid®

• Reduçãodagorduraabdominal.

• Reduçãodopeso.

• Reduçãodacircunferênciaabdominal.

• Impedeaacumulaçãodegordura.

PosologiaIndicaçãoTerapêutica

• 2cápsulas2vezesaodia,depreferênciaduranteasrefeiçõesprincipais.

Garcinia Cambogia Plus®

PrincipaisConstituintesesuasfunções

• Crómio Regulaosníveisdeglucosedosangue,poraumentarasensibilidadeàinsulina.

• Colina Promoveametabolizaçãodoslípidos,impedindoasuadeposiçãonostecidos.

• Garcinia ComHCAqueéresponsávelporinibiraATP-citrato-liase(importantenasíntesedeácidosgordos).Diminuioapetite.

• Ajudaacontrolaroapetite.

• Aumentaasensaçãodesaciedade.

• Ajudaaperderdepeso.

• Aumentaametabolizaçãodagordura.

PosologiaIndicaçãoTerapêutica

• 2comprimidosantesdoalmoçoe2comprimidosantesdojantar.

Delicaslim®

PrincipaisConstituintesesuasfunções

• Punica granatum Compolifenóis (antioxidantes)queapresentamcapacidadedeatenuaraoxidaçãodoLDLeaformaçãodeaterosclerose.

• Wakame Comfucoxantina,queajudanareduçãodopesoporinduziraexpressãodeUCP-1notecidoadiposo(essencialparaoprocessodetermogénese).

• Ajudaaperderpeso.

• Diminuiagorduracorporal.

Posologia

IndicaçãoTerapêutica

• 1cápsulademanhãacompanhadaporágua.

• Ajudaaeliminarasgorduraslocalizadas.

• Efeitoadelgaçante.

IndicaçãoTerapêutica

Posologia

• 2cápsulas,3vezesaodia.

PrincipaisConstituintesesuasfunções

• Arginina(150mg)

Aumentaataxametabólicaealipólise.

Oenobiol Remodelant

• CLA(1,8g)

• Crómio(25µg) Regulaosníveisdeglucosedosangue,poraumentarasensibilidadeàinsulina.

AumentaaproduçãoendotelialdeNO.

61

Comparação

CAR CRÓMIO COLINA GARCINIA GUARANÁ MONURIL CARALLUMA ALCACHO. WAKAME Punicagranat CLA ARGI. Poso.

Dis

DELICASLIM - - - - - - - 24 mg 300mg 1

GARCINIACAMBOGIA

PLUS40 µg 82,5mg 1664mg - - - - - 4

ADELGASLIMRAPID 40 µg 85,5mg - 200mg 400mg 500mg 200mg - - 4

OENOBIOLREMODELANT 25µg - - - - - - - - 1,8g 150mg 6

Grandepartedainformaçãosupracitadacarecedeevidênciascientíficas.

UMA ALTERNATIVA NO MERCADO

• Captaasgordurasalimentares.

• Captaosaçúcares.

• Reduzaabsorçãodecalorias.

IndicaçãoTerapêutica

Posologia

• 1cápsulaantesdoalmoçoeumacápsulaantesdojantar.

UMDISPOSTIVOMÉDICOPARAEMAGRECER

PrincipaisConstituintesesuasfunções

• 100%fibrasnaturaisdecenoura,maçãeaveia Ocomplexopatenteadoinchanoestômagoeécapazdeseligaraalgumasgordurasehidratosde

carbono,sendodepoisnaturalmenteeliminados.

Suplementosparaemagrecer

Jéssica Figueiredo - Junho, 2017

FARMÁCIADAMAIA

62

Anexo D – Inquérito de avaliação do conhecimento

Inquérito

Este questionário pretende avaliar o conhecimento que os utentes da Farmácia da Maia têm sobre patologias como a diabetes, a pressão arterial e o colesterol. O questionário é constituído por 15 questões de escolha múltipla e tem uma duração aproximada de 5 minutos. Todas as respostas são anónimas e posteriormente utilizadas para dados estatísticos. Agradeço a sua colaboração. *Obrigatório

1. Idade: * ��Menos de 20 anos ��Entre os 20 e os 40 anos ��Entre os 41 e os 60 anos ��Mais de 60 anos

2. Género: * ��Masculino ��Feminino

3. Quantos tipos de diabetes existem? ��1 ��2 ��Mais que 2

4. O diagnóstico da diabetes pode ser feito através: ��Análises ao sangue e à urina ��Uma prova de esforço ��As duas anteriores

5. Em jejum, o valor máximo da glicémia deve ser inferior a: ��100 mg/dl ��140 mg/dl ��200 mg/dl

63

6. Um doente diabético deve ter especial atenção: ��A cortes e arranhões ��Ao aumento do peso ��As duas anteriores

7. Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação?

��Sim ��Não

8. Um doente hipertenso deve ter cuidado com: ��A quantidade de sal ��A quantidade de gordura ��As duas anteriores

9. O valor máximo da pressão arterial é conhecido por: ��Pressão arterial diastólica ��Pressão arterial sistólica �

10. Um doente hipertenso deve fazer: ��Caminhadas ��Musculação ��As duas anteriores

11. Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos entre:

��80 mmHg – 110 mmHg ��80 mmHg –120 mmHg ��90 mmHg – 140 mmHg

64

12. O colesterol: ��Existe naturalmente no nosso organismo ��Vem unicamente da nossa alimentação

13. O colesterol elevado pode provocar sintomas como: ��Sede e vontade de urinar ��Pode não provocar sintomas ��As duas anteriores

14. Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol? ��Atividade física ��Excesso de peso ��Hereditariedade, atividade física e excesso de peso ��Nenhuma das anteriores

15. Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como:

��Colesterol HDL ��Colesterol LDL ��Colesterol total ��As três anteriores

65

Anexo E – Resultados do inquérito de avaliação do conhecimento Resultados Totais (não discriminam género ou idade)

Diabetes:

10%

2%

46%

42%

Quantos tipos de diabetes existem?

Nãosabe

1

2

Maisde2

2%

67% 2%

29%

O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de:

Nãosabe

AnáliseaosangueeàurinaProvadeesforço

Asduasanteriores

2%

52% 36%

10%

Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a:

Nãosabe

100 mg/dL 140 mg/dL 200 mg/dL

0%

11%

12%

77%

Um doente diabético deve ter especial atenção:

Nãosabe

Cortesearranhões

Aumentodepeso

Asduasanteriores

66

HipertensãoArterial:

0%

8%

92%

Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial controlados e sem sintomas pode parar a medicação?

Nãosabe

Sim

Não

0% 27%

0% 73%

Um doente hipertenso deve ter cuidado com:

Nãosabe

Aquantidadedesal

Aquantidadedegordura

Asduasanteriores

33%

46%

21%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

PressãoArterialSistólica

PressãoArterialDiastólica

0%

77%

2%

21%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

Caminhada

Musculação

Asduasanteriores

4%

21%

56%

19%

Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos

entre:

Nãosabe

80e110mmHg

80e120mmHg

90e140mmHg

67

Hipercolesterolemia:

2%

65%

33%

O colesterol:

Nãosabe

Existenaturalmentenonossoorganismo

Vemunicamentedanossaalimentação

8% 11%

35% 46%

O colesterol elevado pode provocar sintomas como:

Nãosabe

Sedeevontadedeurinar

Podenãoprovocarsintomas

Asduasanteriores

2% 2%

25%

67%

4%

Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol?

Nãosabe

Actividadefísica

Excessodepeso

Hereditariedade,ActividadefísicaeExcessodepeso

Nenhumadasanteriores

6% 6%

8%

9% 71%

Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver parâmetros como:

Nãosabe

ColesterolHDL

ColesterolLDL

ColesterolTotal

Todasasanteriores

68

Resultados por género

Diabetes:GéneroFeminino GéneroMasculino

10% 2%

48%

40%

Quantos tipos de diabetes existem?

Nãosabe

1

2

Maisde2

8%

0%

42% 50%

Quantos tipos de diabetes existem?

Nãosabe

1

2

Maisde2

2%

72% 3% 23%

O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de:

Nãosabe

Análiseaosangueeàurina

Provadeesforço

Asduasanteriores

0%

50%

0%

50%

O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de:

Nãosabe

Análiseaosangueeàurina

Provadeesforço

Asduasanteriores

2%

55% 30%

13%

Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a:

Nãosabe

100 mg/dL 140 mg/dL 200 mg/dL

0% 42%

58%

0%

Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a:

Nãosabe

100 mg/dL 140 mg/dL 200 mg/dL

69

HipertensãoArterial: GéneroFeminino GéneroMasculino

0%

7%

10%

83%

Um doente diabético deve ter especial atenção:

Nãosabe

Cortesearranhões

Aumentodepeso

Asduasanteriores

0% 25%

17% 58%

Um doente diabético deve ter especial atenção:

Nãosabe

Cortesearranhões

Aumentodepeso

Asduasanteriores

0%

10%

90%

Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial

controlados e sem sintomas pode parar a medicação?

Nãosabe

Sim

Não

0% 0%

100%

Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial

controlados e sem sintomas pode parar a medicação?

Nãosabe

Sim

Não

0% 32%

0% 68%

Um doente hipertenso deve ter cuidado com:

Nãosabe

Aquantidadedesal

Aquantidadedegordura

Asduasanteriores

0%

8%

0%

92%

Um doente hipertenso deve ter cuidado com:

Nãosabe

Aquantidadedesal

Aquantidadedegordura

Asduasanteriores

70

32%

43%

25%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

PressãoArterialSistólica

PressãoArterialDiastólica

34%

58%

8%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

PressãoArterialSistólica

PressãoArterialDiastólica

0%

80%

2%

18%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

Caminhada

Musculação

Asduasanteriores

0%

67% 0%

33%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

Caminhada

Musculação

Asduasanteriores

2%

18%

60%

20%

Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos

entre:

Nãosabe

80e110mmHg

80e120mmHg

90e140mmHg

8%

33% 42%

17%

Os valores de referência para a pressão arterial estão compreendidos

entre:

Nãosabe

80e110mmHg

80e120mmHg

90e140mmHg

71

Hipercolesterolemia: GéneroFeminino GéneroMasculino

2%

63%

35%

O colesterol:

Nãosabe

Existenaturalmentenonossoorganismo

Vemunicamentedanossaalimentação

0%

75%

25%

O colesterol:

Nãosabe

Existenaturalmentenonossoorganismo

Vemunicamentedanossaalimentação

7%

10%

40%

43%

O colesterol elevado pode provocar sintomas como:

Nãosabe

Sedeevontadedeurinar

Podenãoprovocarsintomas

Asduasanteriores

8%

17%

17% 58%

O colesterol elevado pode provocar sintomas como:

Nãosabe

Sedeevontadedeurinar

Podenãoprovocarsintomas

Asduasanteriores

2% 2% 23%

70%

3%

Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol?

Nãosabe

Actividadefísica

Excessodepeso

Hereditariedade,ActividadefísicaeExcessodepeso

Nenhumadasanteriores

0% 0%

34%

58%

8%

Que fatores podem influenciar os níveis de colesterol?

Nãosabe

Actividadefísica

Excessodepeso

Hereditariedade,ActividadefísicaeExcessodepeso

Nenhumadasanteriores

72

7% 5% 3%

10%

75%

Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver

parâmetros como:

Nãosabe

ColesterolHDL

ColesterolLDL

ColesterolTotal

0% 8%

25%

8% 59%

Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver

parâmetros como:

Nãosabe

ColesterolHDL

ColesterolLDL

ColesterolTotal

73

Resultados por faixa etária

Diabetes:Menosde41anos Maisde40anos

0% 0%

55% 45%

Quantos tipos de diabetes existem?

Nãosabe

1

2

Maisde2

15% 3%

41%

41%

Quantos tipos de diabetes existem?

Nãosabe

1

2

Maisde2

0%

70% 0% 30%

O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de:

Nãosabe

Análiseaosangueeàurina

Provadeesforço

Asduasanteriores

3%

66% 3% 28%

O diagnóstico da diabetes pode ser feito através de:

Nãosabe

Análiseaosangueeàurina

Provadeesforço

Asduasanteriores

0%

65%

35% 0%

Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a:

Nãosabe

100 mg/dL 140 mg/dL 200 mg/dL

3%

44% 37%

16%

Em jejum, o valor da glicémia pode ser inferior a:

Nãosabe

100 mg/dL 140 mg/dL 200 mg/dL

74

HipertensãoArterial:

Menosde41anos Maisde40anos

0%

5%

20%

75%

Um doente diabético deve ter especial atenção:

Nãosabe

Cortesearranhões

Aumentodepeso

Asduasanteriores

0%

16%

6%

78%

Um doente diabético deve ter especial atenção:

Nãosabe

Cortesearranhões

Aumentodepeso

Asduasanteriores

0% 0%

100%

Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial

controlados e sem sintomas pode parar a medicação?

Nãosabe

Sim

Não

0%

12%

88%

Um doente hipertenso com os valores da pressão arterial

controlados e sem sintomas pode parar a medicação?

Nãosabe

Sim

Não

0%

20% 0%

80%

Um doente hipertenso deve ter cuidado com:

Nãosabe

Aquantidadedesal

Aquantidadedegordura

Asduasanteriores

0% 31%

0% 69%

Um doente hipertenso deve ter cuidado com:

Nãosabe

Aquantidadedesal

Aquantidadedegordura

Asduasanteriores

75

0%

85%

15%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

PressãoArterialSistólica

PressãoArterialDiastólica

53% 22%

25%

O valor máximo da pressão arterial é conhecido por:

Nãosabe

PressãoArterialSistólica

PressãoArterialDiastólica

0%

85%

0% 15%

Um doente hipertenso deve fazer:

Nãosabe

Caminhada

Musculação

Asduasanteriores

0%

72% 3% 25%

Um doente hipertenso deve fazer:

Nãosabe

Caminhada

Musculação

Asduasanteriores

0%

15%

70%

15%

Os valores de referência para a pressão arterial normal

podem ser:

Nãosabe

80e110mmHg

80e120mmHg

90e140mmHg

6% 25%

47%

22%

Os valores de referência para a pressão arterial normal

podem ser:

Nãosabe

80e110mmHg

80e120mmHg

90e140mmHg

76

Hipercolesterolemia:Menosde41anos Maisde40anos

0%

95%

5%

O colesterol:

Nãosabe

Existenaturalmentenonossoorganismo

Vemunicamentedanossaalimentação

3%

47% 50%

O colesterol:

Nãosabe

Existenaturalmentenonossoorganismo

Vemunicamentedanossaalimentação

0% 5%

50% 45%

O colesterol elevado pode provocar sintomas como:

Nãosabe

Sedeevontadedeurinar

Podenãoprovocarsintomas

Asduasanteriores

12% 16%

25%

47%

O colesterol elevado pode provocar sintomas como:

Nãosabe

Sedeevontadedeurinar

Podenãoprovocarsintomas

Asduasanteriores

0% 0%

10%

90%

0%

Que fatores podem influenciar os níveis de

colesterol?

Nãosabe

Actividadefísica

Excessodepeso

Hereditariedade,ActividadefísicaeExcessodepeso

Nenhumadasanteriores

3% 3% 35%

53%

6%

Que fatores podem influenciar os níveis de

colesterol?

Nãosabe

Actividadefísica

Excessodepeso

Hereditariedade,ActividadefísicaeExcessodepeso

Nenhumadasanteriores

77

0% 0%

15% 0%

85%

Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver

parâmetros como:

Nãosabe

ColesterolHDL

ColesterolLDL

ColesterolTotal

Todasasanteriores

9% 9%

3% 16% 63%

Quando fazemos análises ao colesterol é importante ver

parâmetros como:

Nãosabe

ColesterolHDL

ColesterolLDL

ColesterolTotal

Todasasanteriores

78

Anexo F – Panfleto informativo relativo à diabetes, hipertensão arterial e colesterol elevado. Página1:

79

Página2:

80

Anexo G – Cartaz do Rastreio Cardiovascular

CHECK-UP

GRATUITO

FARMÁCIA DA MAIA

RASTREIOCARDIOVASCULAR

GLICÉMIA & PRESSÃO ARTERIAL

17,18,19 e 20DE

MAIO

17, 18, 19 e 20DE

MAIO

81

Anexo H – Panfleto informativo relativo ao hipotiroidismo. Página1:

Página2:

O TratamentoO tratamento do hipotiroidismo pode ser feito com recurso a medicação, com o objectivo de aumentar os níveis de T4. Normalmente o tratamento inicia-se com a dose mais baixa, aumentando gradualmente até os níveis de T4 atingirem os valores de referência.

Tem alguma dúvida sobre esta patologia?

Não hesite, contacte o seu farmacêutico!

Farmácia da Maia

A nossa equipa a cuidar de si.

Farmácia da Maia

Hipotiroidismo

O Diagnóstico

O diagnóstico do hipotiroidismo pode ser feito através de análises ao sangue, onde é possível determinar a quantidade tanto de T4 como de TSH. De forma geral, quando os valores de TSH se encontram aumentados e os valores de T4 estão diminuídos ou dentro dos limites de referência estamos perante um caso de hipotiroidismo primário. Por outro lado, se valores de TSH estiverem a baixo dos valores de referência, ou até mesmo dentro do intervalo, e a T4 estiver diminuída estamos perante hipotiroidismo central.

Valores de referência:

TSH: 0,4 - 8,9 mU/L

T4 livre: 0,7 ng/dL- 1,8 ng/dL

T4 total: 5,4 µg/dL - 11,5 µg/dL

Estes valores são diferentes para mulheres grávidas, bebés, crianças e idosos.

A Tiroide

A tiroide é uma glândula constituída por 2 lobos, estando os mesmos localizados na porção anterior do pescoço. Esta glândula endócrina é responsável pela produção das hormonas triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), que contêm iodo na sua constituição. Adicionalmente, as células C da tiroide são responsáveis pela produção de calcitonina, que funciona como um regulador da homeostasia do cálcio no nosso organismo.

Lobo esquerdo da tiroide

Lobo direito da tiroide

O Hipotiroidismo

De forma muito simples, o hipotiroidismo não é mais do que uma doença de cariz endócrino em que existe uma deficiência de hormonas da tiróide, a T3 e a T4.

Esta patologia pode ser classificada em:

Hipotiroidismo Primário: quando há uma desordem na tiroide que leva à diminuição da síntese e da secreção de T3 e T4.

Hipotiroidismo Central: quando há uma desordem na glândula pituitária ou no hipotálamo, que resulta numa diminuição da secreção de hormona estimulante da tiroide (TSH), levando a uma diminuição das hormonas da tiroide.

As Causas

O hipotiroidismo pode ter origem auto-imune mas também pode surgir de cirurgias à tiroide, tratamentos de radioterapia (na cabeça e pescoço), medicamentos para o hipertiroidismo ou até mesmo medicamentos com lítio. Adicionalmente, o hipotiroidismo também pode surgir de uma deficiência em iodo.

Os Sintomas

Depressão

Diminuição da frequência cardíaca

Obstipação

Infertilidade e alterações

no ciclo menstrual

Bócio

Pele seca

Fadiga

Queda de cabelo

Aumento de

peso

Intolerância ao frio

Dificuldade em concentrar

82

AnexoI–Entrevistadeacompanhamentofarmacoterapêutico.

UTENTE

MORADA

CONTACTO TELEFÓNICO

EstágioCurricular–MestradoIntegradoemCiênciasFarmacêuticasFaculdadedeFarmáciadaUniversidadedoPorto

ACOMPANHAMENTOFARMACOTERAPÊUTICO

FarmáciadaMaia

JL

Águas-Santas

-

83

EntrevistaFarmacêuticaProblemasdeSaúde

DATA

PROBLEMA DE SAÚDE DIAGNOSTICADO: Diabetes tipo 2 INÍCIO: 1991

PROBLEMA DE SAÚDE DIAGNOSTICADO: Hipotiroidismo INÍCIO: 2000

PROBLEMA DE SAÚDE DIAGNOSTICADO: Hipertensão Arterial INÍCIO: 2002

26-04-2017

- Sabe os cuidados que deve ter com a alimentação; - Reconhece a importância de fazer a medicação; - Sabe quais são os sintomas da doença.

- O doente não sabe o que é esta patologia; - Não reconhece quais os sintomas da doença nem quais os cuidados que deve ter; - O doente sabe que tem de fazer a medicação.

- Sabe os cuidados que deve ter com a alimentação; - Reconhece a importância de fazer a medicação; - Sabe quais são os sintomas da doença.

- Sabe os cuidados que deve ter com a alimentação; - Reconhece a importância de fazer a medicação; - Não reconhece o termo dislipidemia mas sabe o que é o colesterol e os triglicerídeos. - Sabe quais são os efeitos negativos na sua saúde se não tiver os devidos cuidados.

84

PROBLEMA DE SAÚDE DIAGNOSTICADO: Dislipidemia INÍCIO: 2002 PROBLEMA DE SAÚDE DIAGNOSTICADO: Ansiedade INÍCIO: 2012

PROBLEMA DE SAÚDE DIAGNOSTICADO: Tremores INÍCIO: 2015

- Sabe que este problema pode afetar a sua vida se não for convenientemente tratado; - Reconhece a importância de fazer a medicação.

- Sabe que este problema pode afetar a sua vida se não for convenientemente tratado; - Reconhece a importância de fazer a medicação.

85

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Janumet® 1000mg/ 50mg (Merck Sharp & Dohme, Ltd.)

Metformina + Sitagliptina

PATOLOGIA DATA

Diabetes tipo 2 26-4-2017 POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao pequeno-almoço e um comprimido ao jantar.

Um comprimido ao pequeno-almoço e um comprimido ao jantar.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente toma a medicação com um copo de água.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

86

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Insulatard Penfill® 100 U.I/ml (Novo Nordisk, A/S

Insulina humana (isofânica)

PATOLOGIA DATA

Diabetes tipo 2 26-4-2017 POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Vinte unidades de insulina ao pequeno-almoço e vinte unidades de insulina ao jantar.

Vinte unidades de insulina ao pequeno-almoço e vinte unidades de insulina ao jantar.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

87

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Eutirox® 0,0125mg (Merck, S.A.) Levotiroxina Sódica PATOLOGIA DATA

Hipotiroidismo 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao pequeno-almoço. Um comprimido ao pequeno-almoço.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma, no entanto, referiu que por lapso se esqueceu de tomar o medicamento por uma semana (não se mostrou preocupado com a situação); - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

88

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Coveram® 5mg/ 5mg (Les Laboratoires Servier)

Perindopril + Amlodipina

PATOLOGIA DATA

Hipertensão Arterial 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao pequeno-almoço. Um comprimido ao pequeno-almoço.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

89

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Bisoprolol Sandoz® 5mg (Sandoz Farmacêutica Lda.)

Bisoprolol

PATOLOGIA DATA

Hipertensão Arterial 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao pequeno-almoço. Um comprimido ao pequeno-almoço.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

90

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Atorvastatina Farmoz® 40mg (Farmoz - Sociedade Técnico Medicinal, S.A.)

Atorvastatina

PATOLOGIA DATA

Dislipidemia 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao jantar. Um comprimido ao jantar.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

91

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Ezetrol® 10mg (Merck Sharp & Dohme, Ltd.)

Ezetimiba

PATOLOGIA DATA

Dislipidemia 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao jantar. Um comprimido ao jantar.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

92

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Xarelto® 20mg (Bayer Pharma A.G.) Rivaroxabano PATOLOGIA DATA

Deslipidemia 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao jantar. Um comprimido ao jantar.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

93

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Sertralina Mylan® 50mg (Mylan, LDA.)

Sertralina

PATOLOGIA DATA

Ansiedade 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA Um comprimido ao jantar. Um comprimido ao jantar.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

94

EntrevistaFarmacêuticaOsmedicamentos MEDICAMENTO SUBSTÂNCIA ATIVA

Mysoline® 250 mg (Laboratórios Azevedos –Indústria Farmacêutica, S.A.)

Primidona

PATOLOGIA DATA

Tremores 26-4-2017

POSOLOGIA PRESCRITA POSOLOGIA UTILIZADA ¼ de comprimido ao jantar. ¼ de comprimido ao jantar.

ADMINISTRAÇÃO

OBSERVAÇÕES

O doente administra a medicação de forma correta.

- O doente toma corretamente a medicação, respeitando a posologia da mesma; - Não apresenta dúvidas relativamente à medicação (nomeadamente relativamente à posologia ou à indicação terapêutica da mesma).

95

EntrevistaFarmacêuticaParâmetrosdodoente

DATA MEDIÇÃO PARÂMETRO VALOR

09-01-2017 Clínica HbA1c 6,5%

18-05-2017 Farmácia Pressão Arterial PAS: 127 mmHg PAD:83 mmHg

09-01-2017 Clínica Colesterol Total 105 mg/dL

09-01-2017 Clínica Colesterol HDL 35 mg/dL

09-01-2017 Clínica Triglicerídeos 91 mg/dl

96

EstadodaSituação UTENTE

GÉNERO IDADE ALERGIAS IMC Masculino 66 Não tem 30,1

PROBLEMAS DE SAÚDE MEDICAMENTOS AVALIAÇÃO

INÍCIO PROBLEMAS DE SAÚDE CONTROLADO PREOCUPAÇÃO MEDICAMENTO

POSOLOGIA N E S CLASSIFICAÇÃO

RNM PRESCRITA UTILIZADA

1991 Diabetes tipo 2 Sim Preocupa muito

Janumet® 1000mg/ 50mg 1+0+1 1+0+1 S S S -

Insulatard Penfill® 100 U.I/ml 20+0+20 20+0+20 S S S -

2000 Hipotiroidismo Falta de dados Não preocupa Eutirox® 0,0125mg 1+0+0 1+0+0 S ? S ?

2002 Hipertensão Arterial Sim Preocupa

Coveram® 5mg/ 5mg 1+0+0 1+0+0 S S S -

Bisoprolol Sandoz® 5mg 1+0+0 1+0+0 S S N -

2002 Dislipidemia Sim Preocupa

Atorvastatina Farmoz® 40mg 0+0+1 0+0+1 S N S Inefetividade Q.

Ezetrol® 10mg 0+0+1 0+0+1 S N N Inefetividade Q.

Xarelto® 20mg 0+0+1 0+0+1 S S S - 2012 Ansiedade Sim Preocupa Sertralina Mylan® 50mg 0+0+1 0+0+1 S S S -

2015 Tremores Sim Preocupa Mysoline® 250 mg 0+0+1/4 0+0+1/4 S S N -

JL

97

AnexoJ–CompilaçãodossuplementosalimentareisvendidosnaFarmáciadaMaia.

SuplementoAlimentar Indicação Posologia5-HTP-Solgar®1cápsulacontém:5-HTP(100mg),Magnésio(50mg),VitaminaB6(10mg)eextratosdeValeriana(100mg).

• Diminuiasintomatologiaassociadaadistúrbiosdesonoeinsónias;

• Regulaohumor;• Diminuiossintomasassociadosàfibromialgia;• Alíviodasdoresdecabeçaedoresemgeral.

Adultos:1a2cápsulaspordia,entreasrefeições.

AdelgaSlimRapid–DietMed®1cápsulacontém:Guaraná(50mg),Alcachofra(50mg),Colina(20,6mg),Crómio(10µg),Morosil(100mg)eCarallumafimbriata(125mg).

• Reduçãodagorduraabdominal;• Reduçãodopeso;• Impedimentodaacumulaçãodegordura.

Adultos:2cápsulas2vezesaodia,depreferência,duranteasrefeiçõesprincipais.

AlcachofracomCardoMariano–DietMed®10mLcontêm:Alcachofra(500mg)eCardoMariano(250mg).

• Funçãoprotetoradofígado;• Desintoxicante;• Antioxidante;• Ajudanadigestão;• Reduzosníveisdecolesteroletriglicéridos;• Benéficonosabusosalimentaresealcoólicos;• Estimulaoesvaziamentodavesícula;• Estímulaaproduçãobiliar.

Adultos:1colher(10mL),trêsvezesaodia,depreferênciaantesdasrefeições.

Allerprill–Virya®1cápsulacontém:ÓleodePerilla(500mg).

• Alíviodossintomasassociadosàsalergias(espirros,urticária,irritaçãoocularerinorreia)

Adultos:2cápsulaspordiaoudeacordocomaindicação.Bebésecrianças(até3anos):1cápsuladuasvezespordia. Criançascommaisde3anos:1cápsulatrêsvezesaodiadurantequatro

98

dias.Depois,1cápsuladuasvezesaodia.

AquileaDigestivo–Aquilea®1comprimidocontém:estratodePapaia(12,5mg),Enzimasdigestivas(75mg),Funcho(48mg)eCálcio(269mg).

• Promoveadigestãoereduzoinchaçoabdominal;• Ajudanossintomasdeazia,náuseasede

eructação.

Adultos:2comprimidosdepoisdarefeição.

Beta-Caroteno-Solgar®1cápsulacontémb-Caroteno(7mg),a-Caroteno(331µg)emisturadeCarotenoides(47mg).

• Ajudanadiminuiçãodosproblemasdemávisãonoturna;

• Contribuiparaadiminuiçãodossintomasassociadosàacne;

• Ajudanadiminuiçãodossintomasassociadosaestadosinfeciosos;

• Retardaoenvelhecimentoprematuro;• Prolongaobronzeado(tomarantesdaexposição

solar).

Adultos:1cápsulapordia,depreferênciaàrefeição.

Calmoten–DietMed®1comprimidocontém:Alho(20mg),Fragária(50mg),Oliveira(60mg),Valeriana(80mg),Crataégus(60mg)eTília(50mg).

• Ajudanocontrolodahipertensãoarterial;• Melhoraacirculação,especialmenteaoníveldas

coronárias;• Açãocalmante.

Adultos:2comprimidos,trêsvezesaodia,depoisdasrefeições.

CantaDrill–PierreFabre®1pastilhacontém:ErísimoearomadeMel.

• Suavizaagarganta;• Ajudanasensaçãodegargantaarranhada;• Ajudaemcasosdevozalterada,comorouquidão.

Adultos:4a6pastilhaspordia.Criançascommaisde6anos:2a3pastilhaspordia.

99

CitratodeCálciocomVitaminaD3-Solgar®1comprimidocontém:Cálcio(250mg)eVitaminaD3(5µg).

• Previneereduzossintomasassociadosàosteoporoseeapossíveisfraturas;

• Regulaacontraçãomuscular;• Melhoraofuncionamentodosistemanervoso;• Ajudanamanutençãodeumsistema

cardiovascularsaudável.

Adultos:4comprimidospordia,depreferênciaàrefeição.

CitratodeMagnésio-Solgar®1comprimidocontém:Magnésio(200mg).

• Alíviodaasmaeconstriçãobrônquica;• Previnedoençascardiovasculares;• Ajudanafadiga;• Diminuiasdoresmuscularesecãibras;• Previneaosteoporose(emconjuntocomocálcio);• Alíviodascefaleiasedostressligeiro;• Alíviodossintomasassociadosàsíndromepré-

menstrual.

Adultos:2comprimidospordia,depreferênciaàrefeição.

Complexodeenzimasdepapaia–Naturmil®1comprimidocontém:Papaína(25mg),Bromelaína(20mg)eextratodePapaia(20mg).

• Ajudaemcasosdedigestõeslentasedifíceis;• Ajudanasensaçãodeenfartamento;• Ajudanaflatulênciaenasensaçãodedesconforto

abdominal.

Adultos:1comprimido,trêsvezesaodiaantesdasrefeições.

Cynasinegotas–DietMed®30gotascontêm:CardoMariano(120mg),Borututu(120mg),Alcachofra(120mg)eColina(27,5mg).

• Ajudanaproteçãoenareparaçãohepática;• Desintoxicante;• Ajudanadigestão;• Favoreceaeliminaçãodegases.

Adultos:30gotas,diluídasemágua,trêsvezesaodia,depreferência,antesdasrefeições.

100

DepurlaxRapid–DietMed®1comprimidocontém:Sene(6%deSenósidos),CáscaraSagrada(10%deCascarósidos)eRuibarbo(10%deAntraquinonas).

• Reduçãodegases;• Laxante;• Regularizaçãodotrânsitointestinal;• Reparaçãodafloraintestinal.

Adultos:1comprimidoaodeitar.Senecessário,aumentaradosepara2comprimidospordia.

DrenalightHydra–DietMed®20mLcontêm:Alcachofra(233mg),ervaCidreira(233mg),Limão(233mg)eFrangula(233mg).

• Depurativodofígado;• Efeitoventreliso;• Eliminaoexcessodelíquidos;• Drenante.

Adultos:beber,aolongododia,20mLdiluídosnumlitrodeágua.

Fiberlax–DietMed®1comprimidocontém:Lactococcuslactis(1X109ufc/g)eFOS(150mg).

• Regularizaotrânsitointestinal;• Reforçaafloraintestinal;• Melhoraadigestibilidade.• Promoveacolonizaçãodointestinoporagentes

benéficos;

Adultos:1comprimidopordiaantesdopequeno-almoço.

FinocarboPlus–Aboca®1cápsulacontém:Carvãovegetal(104mg),ÓleoessencialdeFuncho(8,75mg),ÓleoessencialdeHortelã-pimenta(3,75mg),Alcarávia(55mg)eextratodeCamomila(67,5mg).

• Favoreceaeliminaçãofisiológicadosgasesintestinais.

Adultos:2cápsulasapósoalmoçoe2cápsulasapósojantar.

101

GarciniaCambogiaPlus–Novity®1comprimidocontém:Garciniacamboja(1664mg),Colina(82,5mg),Crómio(40µm)eVitaminaB6(1,4mg).

• Ajudaacontrolaroapetite;• Aumentaasensaçãodesaciedade;• Ajudaaperderdepeso;• Aumentaametabolizaçãodagordura.

Adultos:2comprimidosantesdoalmoçoe2comprimidosantesdojantar.

Glucosamina+Condroitina–Naturmil®1cápsulacontém:Glucosamina(500mg)eCondroitina(400mg).

• Manutençãodeossosearticulaçõessaudáveis;• Promoveamobilidade,flexibilidadee

funcionalidadeósseas.

Adultos:1cápsulatrêsvezesaodia,depreferênciaantesdasrefeições.

GotuKola-Solgar®1cápsulacontém:extratodaspartesaéreasdeGotukola(100mg).

• Ajudanainsuficiênciavenosa;• Diminuiacelulite;• Ajudaemcasosdeúlcerasnaspernas.

Adultos:1a3cápsulaspordia,depreferência,àsrefeições.

HairgainTM-Ampliphar1comprimidocontém:Cartilagemdetubarão(350mg),extratodegrainhadaUva(30mg),L-Cisteína(100mg),L-Metionina(50mg),ÁcidoFólico(100µg)eZinco(12mg).

• Melhoraavitalidade,elasticidadeeresistênciadocabelo.

• Estimulaocrescimentodocabelo.

Adultos:entre1a2comprimidospordia,apósumadasprincipaisrefeições.

102

Inflamil–DietMed®1comprimidocontém:CartilagemdeTubarão(50mg),SalgueiroBranco(150mg),Ulmeira(40mg),Unhadegato(80mg),Equinácia(100mg)eBromelaína(40mg).

• Açãoanti-inflamatória;• Alíviodossintomasdagotaedoreumatismo;• Alíviodascãibrasmusculares;• Ajudanocombateàsdoresmuscularese

articulares.

Adultos:1comprimidodeseisemseishoras.

Innovage–Uriach®1comprimidocontém:Colagénio(0,8g),ÁcidoHialurónico(5mg)eVitaminaC(4mg).

• Ajudaamanterapelefirme,suaveeelástica. Adultos:3comprimidospordia.

Kidicalm–DietMed®150mLcontêm:Passiflora(7,5g),Valeriana(7,5g)eflordeLaranjeira(6g).

• Ajudanadificuldadeemadormecer;• Ajudanocansaço;• Previneonervosismoeaansiedade.

Duasvezesaodia,antesdasrefeiçõeseumavezantesdedormir.Criançasapartirdos3anos:5mL.Criançasentreos4-6anos:10mL.Criançasdos7-12anos15mL.

Kidivita–DietMed®150mLcontêm:GeleiaReal(2,25g),VitaminasB1(7mg),B2(8mg),B12(5µg)eC(300mg),Ferro(8,1mg),Cobre(1,4mg)eZinco(11mg).

• Reforçamavitalidadeeaenergiadodia-a-dia.• Apresentapropriedadesnutritivas,estimulantese

fortificantes.

Trêsvezesaodia,depreferênciaantesdasrefeições.Criançasapartirdos3anos:5mL.Criançasentreos4-6anos:10mL.Criançasdos7-12anos15mL.

103

LecitinadeSoja-Solgar®1cápsulacontém:LecitinadeSoja(1360mg).

• Melhoraamemória;• Diminuiocansaçocerebral;• Diminuiosníveisdecolesteroletriglicéridosno

sangue;• Previnedoençascardiovascularesedegenerativas;• Ajudanapráticadeatividadesdesportivasde

resistência;• Ajudanobem-estardofígado.

Adultos:1cápsulaatéseisvezespordia,depreferênciaàsrefeições.

LeveduradecervejacomvitaminaB12-Solgar®1comprimidocontém:LeveduradeCerveja(500mg)eVitaminaB12(0,8µg).

• Resolvecarênciasnutritivas;• Ajudanamanutençãodasaúdedepele,unhase

cabelo;• Diminuiçãodasintomatologiaassociadaàacne;• Atenuaoscasosdediarreiaeprisãodeventre;• Reforçaosistemaimunitário;• Reforçaamemóriaeaconcentração.

Adultos:até6comprimidospordia,depreferênciaàsrefeições.

LibifemeMeno50+-YFarma®1comprimidocontém:VitaminaC(20,5mg),VitaminaE(4mg),Alcaparra(44,5mg)eFerulaassafoetida(92mg).

• Melhoraalubrificaçãodasmucosasedapele;• Aumentodalubrificaçãovaginal;• Maiorprazersexual;• Manutençãodatonicidadedotecidovulvo-vaginal;• Estimulaamicrovasodilatação.

Adultos:1comprimidodemanhã,sempreàmesmahora(6-8meses).

Libimasculine–Yfarma®1comprimidocontém:extratodeGingkobiloba(50mg)eextratodeFerulaassafoetida(340mg).

• Favorecimentodeereçõesmaisforteseduradouras;

• Maiorcontrolosobreaereção;• Aumentodalíbido;• Menorfadigafísica.

Adultos:1comprimidoaopequeno-almoçoe1comprimidoantesdoatosexual(durante10dias).Parahomenscommaisde65anos:apenas1comprimidoaopequenoalmoço(durante3meses)

104

MelatonoxSpray–DietMed®0,6mLcontêm:Melatonina(1,9mg),Valeriana(30mg)ePassiflora(20mg).

• Regulaçãodosono. Adultos:5pulverizaçõesnazonasublingual,antesdedeitar.

MemoriumEnergy–DietMed®1ampolacontém:Rodiola(100mg),Ginseng(150mg)eFosfatidilserina(50mg).

• Ajudaaestimularorendimentocerebral;• Combateoesgotamentofísicoepsíquico;• Aumentaacapacidadederaciocínio.• Aumentaamemóriaeavitalidade.

Adultos:1ampolapordia,depreferênciaantesdopequeno-almoço.Senecessário,tomar2ampolas.

MemoriumEstudantes–DietMed®Taurina(520mg),GeleiaReal(450mg),extratodeGuaraná(200mg),Bioflavonóides(30mg)eVitaminaB1(2,2mg).

• Ajudaacombaterocansaçoeafadiga;• Melhoraaconcentração;• Aumentaaenergia.

Adultos:1ampolapordia,depreferênciaantesdopequeno-almoço.

Morepa-YFarma®1cápsulacontém:EPA(590mg)eDHA(130mg).

• Promoveoequilíbrioemocional;• Controlaaansiedadeeairritabilidade;• Previneestadosdeapatiaedetristeza:• Melhoraaqualidadedesono;• Diminuiocansaçofísicoemental;• Melhoraacapacidadedeconcentração.

Adultos:1a2cápsulasapósopequeno-almoço,durantenomínimoquatromeses.

NervocalmExtraForte–BioCeutica®1ampolae1cápsulacontêm:Passiflora(0,32mL),Tília(0,32mL),Valeriana(48mg),Camomila(30mg),Melatonina(1,9mg)eVitaminaB12(1,9mg).

• Ansiedade;• Irritabilidade;• Nervosismo;• Stress;• Insónias.

Adultos:beberumaampolaaopequeno-almoçoetomarumacápsulaaodeitar.

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Nervotranquil–Bioceutica®1comprimidocontém:Valeriana(120mg),Passiflora(45mg),Lúpulo(30mg)eCamomila(30mg).

• Açãoreconfortanteemcasosdestressenervosismo;

• Ajudaaacalmarearelaxar.

Adulto:1comprimidoàstrêsprincipaisrefeições.

Nettle-Solgar®1cápsulacontém:extratodefolhasdeUrtiga(275mg)efolhadeUrtiga(200mg).

• Melhoraossintomasrelacionadoscomproblemasrenaiseurinários;

• Auxílionotratamentodepatologiasdérmicas;• Fortaleceocabeloeunhas;• Alíviodossintomasdeartriteegota;• Alíviodossintomasassociadosàsíndromepré-

menstrual;• Melhoraosdistúrbiosdehipertrofiabenignada

próstata.

Adultos:1cápsulapordia,depreferênciaàrefeição.

Óleodealho-Solgar®1cápsulacontém:ÓleodeCártamo(284mg)eÓleodeAlho(1mg).

• Promoveorelaxamentomuscular;• Inibeasíntesedecolesterol;• Melhoriadahipertensãoarterial;• Previneaaterosclerose;• Inibeaagregaçãoplaquetária;• Previneealiviaossintomasassociadosainfeções;• Melhoriadossintomasassociadosàcandidíase;• Açãoexpetorante.

Adultos:1cápsulapordia,depreferênciaàrefeição.

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ÓleodeFígadodeBacalhau-Solgar®1cápsulacontém:Óleodefígadodebacalhau(462mg),VitaminaA(375µg)eVitaminaD(3,4µg).

• Reforçaavisão;• Ajudanareparaçãodostecidos;• Diminuiossintomasassociadosàacne;• Previneaosteoporose;• Reforçaosistemaimunitário.

Adultos:1cápsulapordia,depreferênciaàrefeição.

OptimemoFlash–Bioceutica®1FusionPack(ampola+cápsula)contém:Ácidodocosahexanóico(250mg),Ginsengsiberiano(100mg),Aspartatodearginina(100mg),VitaminaC(80mg),Ginkgobiloba(75mg),Rhodiolarosea(50mg),Rosavina(1,5mg),Proantocianidinas(50mg),Glicerofosfatodemagnésio(50mg),Fósforo(7,97mg),Magnésio(6,24mg),Ácidoglutâmico(20mg),VitaminaB3(16mg),VitaminaB5(6mg),VitaminaB6(1,4mg),VitaminaB2(1,4mg)eVitaminaB1(1,1mg).

• Combateocansaçocerebral;• Combateafaltadememóriaedeconcentração.

Adultos:Tomarsimultaneamenteacápsulaeaampolaaopequeno-almoço.

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Passiflora–Naturmil®1comprimidocontém:500mgdePassiflora.

• Açãosedativaeantiespasmódia;• Ajudaemsituaçõesdeinsónia,palpitaçõese

ansiedade.

Adultos:1comprimidoaopequeno-almoço,1comprimidoaoalmoçoe2comprimidosaodeitar.

Pernasleves–Aquilea®1comprimidocontém:Diosmina(305mg),Rutina(150mg),Hesperidina(45mg),extratodeRusco(25mg),extratodeCastanhadaÍndia(25mg)eVitaminaC(6mg).

• Melhoraamácirculação;• Alíviodossintomasde“pernaspesadas”.

Adultos:2comprimidospordia.

PicolinatodeCrómio-Solgar®1cápsulacontém:Crómio(200µg)

• Regulaaglicémia;• Diminuiavontadedeingerirdoces;• Ajudanocontrolodepeso;• PrevineaSíndromeX;• Equilíbriodosníveisdecolesterol;• Aumentodamassamuscular;• Diminuiossintomasassociadosàacne.

Adultos:1a3cápsulaspordia,depreferênciaàsrefeições.

Relaxen–DietMed®1comprimidocontém:Lúpulo(150mg),Passiflora(150mg),Valeriana(150mg)eBiotina(25µg).

• Regulaosono;• Calmante;• Ajudanamanutençãodoequilíbriodosistema

nervoso;• Ajudaemcasosdeansiedadeeirritabilidade.

Adultos:1comprimidoduasvezesaodiaantesdasrefeiçõesparaefeitocalmante.2comprimidosantesdedormirparaumsononatural.

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Reumatine–Bioceutica®1FusionPack(ampola+comprimido)contém:Fosfatodetricálcio(386,7mg),Cálcio(150mg),Sulfatodeglucosamina(375mg),SulfatodeCondroitina(300mg),Óxidodemagnésio(165,8mg),Magnésio(100mg),Metil-sulfonilmetano(150mg),Babusanigra(150mg),Cavalinha(150mg),Harpago(100mg),Salgueirobranco(100mg),RainhadosPrados(100mg),Cartilagemdetubarão(90mg),SulfatodeManganês(3,1mg),Manganês(1mg),Sulfatodecobre(1,25mg),Cobre(0,5mg)eVitaminaD3(5µg).

• Açãoanti-inflamatóriaeanalgésica;• Ajudaacombateradestruiçãodosossos,

cartilagens,tendõeseestruturasmusculares.

Adultos:1ampolademanhãcomumbomcopodeáguaeumcomprimidoànoite,igualmentecomumbomcopodeágua.

RumatineForte®-Bioceutica1comprimidocontém:Glucosaminadeabsorçãorápida(500mg),Controitinadeabsorçãorápida(200mg),metil-sulfonilmetano(200mg),Colagéniomarinho(100mg),Ácidohialurónico(30mg),Quercetina(15mg),Dióxidodesilício(21,4mg)eSilício(10mg).

• Açãoanti-inflamatóriaeanalgésica;• Ajudaacombateradestruiçãodosossos,

cartilagens,tendõeseestruturasmusculares.

Adultos:1a2comprimidosaopequeno-almoço.

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Spirulina–Naturmil®1cápsulacontém:Spirulina(400mg).

• Ajudanoemagrecimento;• Causaasensaçãodesaciedadeediminuioapetite.

Adultos:2cápsulastrêsvezesaodia,antesdasrefeições.

SunshineD–Virya®1comprimidocontém:VitaminaD3(25µg).

• PrevineadeficiênciaemvitaminaD.

Adultos:1comprimidopordia(duranteumarefeição)

TonalinCLA-Solgar®1cápsulacontém:Ácidolinoleicoconjugado(1014mg).

• Ajudanasdietasdeemagrecimento;• Melhoraaperformancedesportiva;• Aumentaamassamuscular;• Reduzotecidoadiposo.

Adultos:1cápsuladuasvezesaodia,depreferênciaàsrefeições.

TonosolPlus®15mLcontêm:VitaminaA(500µg),VitaminaB1(1,4mg),VitaminaB2(1,6mg),VitaminaB6(2mg),VitaminaC(60mg),VitaminaE(10mg),Nicotinamida(15mg),Ácidofólico(75µg)eDexpanterol(6mg).

• Estimulaoapetite;• Fortaleceosistemaimunitário;• Diminuiocansaçoeafadiga.

Criançasde3-6anos:5mLpordia.Criançascommaisde6anos:10mLpordia.

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TriglicolDuo–DietMed®1comprimidocontém:Arrozvermelhofermentado(300mg),Esteróisvegetais(400mg),Niacina(8mg),VitaminaC(40mg),VitaminaE(6mg),Resveratrol(10mg)eextratodeTomate(50mg).1cápsulacontém:Óleodepeixeómega3(1000mg),EPA(350mg),DHA(250mg)ea-TE(5mg).

• Ajudanamanutençãodosníveisnormaiscolesterol;

• Proteçãodascélulascontraasoxidações;• Contribuiparaobomfuncionamentodocoração.

Adultos:1comprimidoantesdoalmoçoe1cápsulaantesdedeitar.

TriglicolPlus–DietMed®1cápsulacontém:CoenzimaQ10(30mg),Resveratrol(1,5mg)eÓleodepeixeómega3(1000mg).

• Ajudanamanutençãodosníveisdecolesteroledetriglicerídeos;

• Açãoantioxidante;• Contribuiparaometabolismodasgorduras;• Melhoraacirculaçãosanguínea.

Adultos:1comprimidodepoisdojantar.

U-Cubes–Solgar®1gomacontém:Magnésio(2mg),Cálcio(5mg),VitaminaC(15mg),Zinco(1mg),VitaminaE(2,5mg),Ácidopantoténico(1,25mg),VitaminaB6(0,25mg),VitaminaA(112,5µg),DHA(50µg),Ácidofólico(25µg),Iodo(15µg),Inositol(5,25µg),VitaminaD3(3,75µg)eVitaminaB12(0,6µg).

• Aumentaaabsorçãodoferronão-heme.• Contribuiparaonormalfuncionamentodosistema

imunitário.

Criançasentreos3-5anos:2gomaspordiaCriançasapartirdos6anos:4gomaspordiaDevemsertomadasàsrefeições.

111

UnhadeGato–Naturmil®1cápsulacontém:Unhadegato(500mg).

• Previneanginas;• Ajudanoalíviodossintomasdeartritese

reumatismo;• Melhoraossintomasassociadosàdoençade

Crohn;• Ajudanasafeçõesurinárias.

Adultos:2cápsulastrêsvezesaodia,depoisdasrefeições.

VideiraVermelha–Naturmil®1comprimidocontém:Videiravermelha(350mg)eVitaminaC(40mg).

• Ajudanosproblemascirculatórios;• Reduzasensaçãodepernascansadas;• Ajudaamanteraresistênciadasparedes

vasculares.

Adultos:1comprimido,2vezesaodiaantesdasrefeições.

VitaminasdocomplexoB“50”-Solgar®1cápsulacontém:Tiamina(50mg),VitaminaB6(50mg),Ácidopantoténico(50mg),Riboflavina(50mg),Inositol(50mg),Niacina(50mg),Colina(21mg),Ácidofólico(400µg),VitaminaB12(50µg)eD-biotina(50mg).

• Reforçovitamínico.• Contribuiparaonormalmetabolismoprodutorde

energia.

Adultos:1cápsulapordia,depreferênciaàrefeição.

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ViterraClássico–OmegaPharma®1comprimidocontém:Cobre(1mg),Iodo(150µg),Ferro(10mg),Manganês(1mg),Molibdénio(20µg),VitaminaA(1500µg),VitaminaD(10µg),Tiamina(10mg),Riboflavina(10mg),Niacina(100mg),Ácidopantoténico(5mg),vitaminaB6(2mg),VitaminaB12(5µg),VitaminaC(150mg)eVitaminaE(5mg).

• Ajudaacombaterocansaço;• Contribuiparaobem-estargeral.

Adulto:1comprimidopordia.

Win-FItimuno–Ampliphar®1comprimidocontém:VitaminaC(200mg),Zinco(15mg),Equinácea(500mg)eSabugueiro(250mg).

• Contribuiparaonormalfuncionamentodosistemaimunitário;

• Reforçaasdefesasdoorganismo.

Adultos:1comprimidopordiaduranteouapósumadasprincipaisrefeições.

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Win-Fitmulti–Ampliphar®1comprimidocontém:VitaminaA(800µg),VitaminaD(5µg),VitaminaE(12mg),VitaminaK(30µg),VitaminaC(80mg),VitaminaB1(1,1mg),VitaminaB2(1,4mg),VitaminaB6(1,4mg),VitaminaB12(2,5µg),Ácidofólico(200µg),Niacina(16mg),Ácidopantoténico(6mg),Manganês(6mg),Ferro(14mg),Iodo(150µg),Cobre(1000µg),Magnésio(300mg),Crómio(35µg),Molibdénio(50µg),Selénio(55µg),Zinco(10mg)eCoenzimaQ10(10mg).

• Forneceaoorganismoenergiaevitalidade. Adultos:1comprimidopordiaduranteouapósumadasprincipaisrefeições.

XaropedePèreMichel–Bioligo®5mLcontêm:Cobre(1,05mg),Magnésio(0,48mg),Manganês(0,09mg),Zinco(0,07mg),tinturamãedePropólis(2,17%),misturadeóleosessenciaisdeEucalipto,TomilhovermelhoeSalva(0,2%).

• Reforçaosistemaimunitário;• Açãoanti-sépticaeanti-inflamatória;• Favoreceasdefesasnaturaisdoorganismo;• Tembenefíciosnasviasrespiratórias.

Adultos:5mL,umaaduasvezespordia.Crianças:2,5mL1a2vezespordia.Manternaboca30segundosantesdeengolir.

RELATÓRIO

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2016-17

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