Práticas Em Psicologia Institucional e Comunitária: Conhecendo Patos De Minas
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RELATÓRIO DE PRÁTICAS EM
PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E COMUNITÁRIA:
CONHECENDO PATOS DE MINAS
Alunos do 6º Período de Psicologia
Dezembro de 2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
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Relatório De Práticas Em Psicologia Institucional E Comunitária: Conhecendo Patos De Minas, Patos de Minas, 2008. 180 p. Relatório Técnico – Centro Universitário Patos de Minas (UNIPAM) - Fundação Educacional de Patos de Minas (FEPAM).
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APRESENTAÇÃO
Este relatório tem como objetivo apresentar e divulgar os resultados
obtidos e analisados sobre as atividades desenvolvidas pelos alunos do Sexto
Período de Psicologia do Centro Universitário Patos de Minas (UNIPAM), no
período de agosto a dezembro de 2008. Buscou-se descrever as atividades da
forma mais detalhada possível, experiências, processos, métodos,
investigações e análises, a partir do registro detalhado e pormenorizado do que
foi feito, para que este relatório sirva, não só para relatar e listar os trabalhos
desenvolvidos, mas, sobretudo, para manter a memória institucional da cidade,
e incentivar novos trabalhos neste campo, uma vez que algumas produções da
equipe que poderão servir de modelo para futuras ações.
Este trabalho teve como ponto de partida o desconhecimento e a
ausência de formalização sobre a vida institucional da cidade de Patos de
Minas, bem como sobre a história e características da cidade, por parte dos
alunos, aliada ao objetivo de desenvolvermos noções práticas de intervenção
institucional.
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APRESENTACAO ..............................................................................................
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PATOS DE MINAS - ONTEM E HOJE ............................................................. Beatriz Helena Stedile Fujimoto; Marco Aurélio; Nathália Peres Fonseca Silva; Shirley Augusta
Rodrigues Martins 05
UNIPAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS .................. Nágila Maria Moraes; Priscila Gonçalves Silva ; Tamiris Martins Braga;
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ALBEGUE CASA DA PROMOÇÃO HUMANA .............................................. Fernanda Araújo Amâncio; Stefane Ferreira Fonseca; Vinícius De Oliveira Mota;
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APAE - ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS ........... Fernanda Isabel R Wenceslau; Mara Andrade Moreira
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CAIS-LP “CENTRO DE APOIO E INTEGRAÇÃO DOS SURDOS” .............. Heloísa Martins da Silva; Jadson Queiroz Braga; Pricila Caetano Fernandes;
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CASA DA ACOLHIDA BENVINDA ................................................................ Hugo Silva; Neolaine Cristina De Oliveira; Osline Natália;
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CRAS (CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL) ............... Américo Pedro De Sousa; Ana Cláudia Gomes; Marina Vieira Spirandeli;
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LBV - LEGIÃO DA BOA VONTADE ............................................................... Andréa Caroline Vieira Brambila; Lara Cristina da Fonseca Silva; Luísa Ribeiro de Melo Castro;
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POLÍCIA MILITAR - 15º BPM .......................................................................... Dienieper Oliveira; Erika Paola Alves; Sanaia Suelen Santana;
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PRÓ-CURAR-SE – FUNDAÇÃO DE PREVENÇÃO E APOIO A PESSOA
COM CÂNCER ................................................................................................... Juliana Caixeta Rabelo; Lourine Severo Oliveira; Milene Dornelis De Oliveira;
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PROJETO AGITA PATOS ................................................................................. Elis Marina; Natália Fabrícia Soares; Rosana Garcia;
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PROMAM – PROGRAMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO À CRIANÇA
E AO ADOLESCENTE ....................................................................................... Denise De Araújo Furtado; Erivelton Oliveira Pessoa; Mário Aparecido Silva;
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SAMU - SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA .............. Francielle de Sousa; Patrícia Soares; Rosana Patrícia Silva;
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SENTINELA ........................................................................................................ Rosana de Almeida Faria; Vanessa Pereira Caixeta; Viviane Souto Lopes Lima;
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TIRO DE GUERRA ............................................................................................. Josué Oliveira Mota; Luiz Henrique Stussi; Paulo Ramos Moreira;
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VLLA PADRE ALAOR ...................................................................................... Bianca Cássia Da Silva; Cristiane Patrícia Martins; Roseli Aparecida Lagares De Lima;
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PATOS DE MINAS: ONTEM E HOJE
Beatriz Helena Stedile Fujimoto
Marco Aurélio
Nathália Peres Fonseca Silva
Shirley Augusta Rodrigues Martins
RESUMO
O projeto teve início a partir de uma curiosidade sobre a Cidade de Patos
de Minas, onde procurou-se levantar dados históricos da cidade desde a sua Fundação,
perpassando por sua cultura, folclore e lendas. Sua atividade principal é a agropecuária
voltada para o cultivo de milho e soja; e criação leiteira. Destacamos a Festa Nacional
do Milho como um dos acontecimentos mais importantes e tradicionais da cidade. Seu
maior desenvolvimento aconteceu a partir do final dos anos 70 com a expansão de
jazidas de Fosfato, e depois nos anos 80 com o crescimento da técnica agrícola na
comercialização de sementes de milho e instalação do primeiro núcleo da genética
suína. A partir de então Patos de Minas não parou de crescer, mas mantêm-se firme nas
suas tradições culturais especialmente as de caráter religioso e culinário como a
pamonha.
INTRODUÇÃO
Chamou-nos atenção em sala de aula, para o fato de ninguém da turma
saber quantos anos tem a cidade de Patos de Minas e tampouco sobre quantas e quais
são as instituições que existem em nossa cidade. Ao levantarmos a bibliografia,
descobrimos que até 2007, somente uma pessoa em Patos tinha tido interesse em
escrever a História da cidade. O Sr. Oliveira Mello, iniciou seus escritos sobre Patos em
1964, e daquele ano até 1978, ano de seu último livro sobre Patos de Minas, escreveu
seis livros, todos referentes à cidade de Patos de Minas.
Através da internet encontramos dois sites sobre Patos de Minas, inclusive
um dos sites é da Unipam. Descobrimos ainda que, em 2008, Marialda Coury, lançou
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um livro durante a Festa do Milho, com a finalidade de resgatar a história da Festa do
Milho, a qual entrevistamos e anexamos. O intuito desta pesquisa foi fazer um estudo
para a prática da disciplina Psicologia, Instituições e Comunidades, com o propósito de
conhecer de maneira aprofundada, a história da cidade de Patos de Minas, desde a sua
fundação, caminhando por sua história, cultura, folclore, lendas, Festa do Milho e seu
desenvolvimento agropecuário até os dias atuais.
HISTÓRICO
De acordo com levantamentos feitos pelos estudos do autor, Mello(1978), foi
comprovado a existência de tribos indígenas no período que antecede a dominação
branca na região. Sabe-se que os primeiros civilizados que andaram pela região vieram
com a finalidade de prender índios e escravizá-los para utilizá-los nas lavouras de café
em São Paulo. Os índios "Cataguás" resistiram bravamente aos invasores brancos. A
existência de vestígios arqueológicos são as marcas deixadas por estas nações.
O processo de colonização da região ocupada hoje pelo município de Patos de
Minas e distritos vizinhos teve início, provavelmente, na metade do século XVIII,
período que antecede à descoberta do ouro nas regiões das minas com o movimento das
entradas e bandeiras rumo às terras de Paracatu.
A picada de Goiás foi o primeiro caminho oficial aberto das Minas Gerais ao
território de Goiás. A partir desse período, encontra-se registrada a denominação "Os
Patos" para designar a povoação à beira desse caminho. O Município surgiu às margens
das fontes de águas do caminho de São João Del Rei a Paracatu em busca de ouro.
A doação de terras a Santo Antônio, em 1826, para edificação de um templo e
para acomodar os povos, por parte de Antônio Joaquim da Silva Guerra e de sua mulher
Luiza Corrêa de Andrade, propiciou a origem do Arraial de Santo Antônio da Beira do
Paranaíba. A criação da vila ocorreu em 1866 e a instalação em 1868.
O Surgimento da Cidade
A cidade de Patos de Minas surgiu na segunda década do século XIX em torno
da Lagoa dos Patos, onde segundo as descrições históricas existia uma enorme
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quantidade de patos silvestres. Os primeiros habitantes foram lavradores e criadores de
gado, sendo muito visitados por tropeiros. O povoado, à beira do rio Paranaíba, cresceu,
virou arraial e depois vila, a devota vila de Santo Antônio dos Patos.
Em 24 de maio de 1892, o presidente do Estado de Minas Gerais eleva a
vila à categoria de cidade de Patos de Minas. Em 1943, o governo do Estado mudou o
nome para Guaratinga, provocando insatisfação na população. Atendendo aos apelos
populares em 03 de junho de 1945, muda novamente para Patos de Minas para
distingui-lo de Patos da Paraíba, município mais antigo. Seu aniversário é comemorado
em 24 de maio, ocasião em que se realiza a "Festa Nacional do Milho".
FAZENDA POVOADO DISTRITO VILA CIDADE
1826 1828 1842 1868 1892/1944/1945
Os Patos Santo
Antonio da
Beira do Rio
Paranaíba
Santo
Antonio dos
patos da
Beira do Rio
Paranaíba
Santo
Antonio de
Patos
1892 - Patos
1944 - Guaratinga
1945 - Patos de
Minas
Década de 30 - O desenvolvimento maior do município ocorreu na década
de 30 pelos melhoramentos executados pelo Governo do Estado, cujo Presidente era
Olegário Dias Maciel. Em seu governo, instalou-se e construiu-se a sede da Escola
Normal (hoje, Escola Estadual "Professor Antônio Dias Maciel", o Hospital Regional
"Antônio Dias Maciel, o Fórum” Olympio Borges" e o grupo escolar " Marcolino de
Barros". Essas obras ampliaram muito as influências do município na região.
Década de 50 - A década de 50 foi de grande avanço regional. Houve
grande surto migratório e a instalação de grandes firmas comerciais nos mais diversos
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segmentos. Nessa época, construiu-se o primeiro terminal rodoviário e iniciou-se a
comemoração da Festa Nacional do Milho.
Décadas de 60 e 70 - Neste período em que o país vivia sob pressão da
ditadura militar, houve certa estagnação econômica, motivada pela mudança da capital
do país para Brasília. Grande parte da população local se deslocou para lá em busca de
emprego. A capital continuou atraindo os patenses, principalmente com a criação das
universidades. Ainda hoje existe em Brasília uma colônia significativa de patenses. Esse
momento foi marcado pela instalação da CEMIG, fundação do Colégio Municipal,
transformado em Escola Estadual "Professor Zama Maciel"; a criação da Fundação
Educacional de Patos de Minas, com a instalação do primeiro curso superior, a
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1970, e a consolidação da rede rodoviária
com o asfaltamento das BRs 354 e 365, ligando o município à capital do Estado e ao
nordeste do país.
Final dos anos 70 - A descoberta da jazida de Fosfato Sedimentar, na
localidade da Rocinha, no final dos anos 70, projetou Patos de Minas nacionalmente,
ocasionando a primeira visita do Presidente da República à cidade, o General Ernesto
Geisel em 1974.
Dias atuais - Patos de Minas está situada na região intermediária às regiões
do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Considerada pólo econômico regional, lidera a
microrregião do Alto Paranaíba que é composta por 10 municípios. A população do
município é de 123.811 habitantes (IBGE - censo 2000).
Criação das primeiras empresas de sementes - Na área agrícola houve
crescente desenvolvimento técnico, iniciado pelas Sementes Agroceres S/A e Sementes
Ribeiral Ltda
Implantação do primeiro núcleo de genética suína do país - Nesta época
foi implantado pela Agroceres o primeiro núcleo de genética suína do país.
Instalação da colônia gaúcha - Esse período também foi marcado pela
imigração gaúcha que fixou suas residências e escritórios de venda de sementes em
Patos de Minas. O cultivo era feito na região de cerrado vizinha do município,
principalmente Presidente Olegário e São Gonçalo do Abaeté. Neste período foi grande
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o desenvolvimento comercial com a implantação de indústrias de confecções e a
instalação de uma unidade da CICA, maior processadora de tomates da América Latina,
promovendo o crescimento de cultivo de milho doce, ervilha e tomate na região.
Infra-estrutura
Em Patos de Minas, desenvolvimento e qualidade de vida andam juntos. A
cidade é moderna, limpa, bem organizada, de topografia plana e clima agradável. A
infra-estrutura é adequada para receber pessoas e investimentos. Cerca de 99% das ruas
da cidade são asfaltadas e possuem iluminação pública. Quase a totalidade dos
habitantes (97%) são beneficiados com água tratada de excelente qualidade. O sistema
de abastecimento de água da Copasa em Patos foi premiado por 2 vezes pela Associação
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), recebendo o Prêmio Nacional de
Qualidade em Saneamento. Em 1999 e em 2002. O sistema de esgotamento sanitário
atinge cerca de 98% da população.
Saúde e Educação
Já a área da saúde é destaque no Estado de Minas Gerais e no Brasil,
devido, entre outros fatores, aos programas desenvolvidos, aos postos de assistência
localizados em áreas estratégicas e aos baixos níveis de mortalidade infantil registrados.
Os hospitais particulares e públicos tem capacidade de 300 leitos.
A rede escolar possui boa infra-estrutura, entre escolas estaduais,
municipais e particulares, do ensino infantil ao 2º grau e do profissionalizante ao
universitário. Em 2000 a rede municipal atendia mais de 10 mil alunos e a evasão
escolar era quase nula. Considerada pólo educacional, a cidade é sede da 28ª
Superintendência Regional de Ensino que abrange 14 municípios. Temos três
faculdades na cidade: UNIPAM, SESPA e FPM.
Aspectos Culturais
O Município é palco da diversidade no campo das manifestações culturais e
artísticas. Encontra-se uma valiosa tradição viva, da memória e do construir histórico,
oriundas das últimas décadas do século XIX: Folias de Reis, Congado e Moçambique.
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No mês de janeiro ocorre o “Festival de Folia de Reis”, com mais de 100 Ternos que
revivem o folclore, visando arrecadar fundos para os Vicentinos, com apresentações ao
vivo em emissoras de rádio.
Destacam-se, ainda, manifestações religiosas de caráter “oficial”, em
especial a Festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade e a Festa de Nossa Senhora da
Abadia que induz peregrinações para Andrequicé e para Água Suja (Romaria). Além
disso, realiza-se, todo mês de abril, o Congresso Folclórico, no distrito de Santana de
Patos.
O folclore patense é muito rico. No folclore lendário as mais conhecidas
são: A Mulher e o Diabo, A Mulher de Sete Metros (a mais popular – Anexo 1), O Vale
das Cabaças Uivantes e a Gameleira.Temos ainda no campo religioso (citado acima), de
ajuda vicinal, folguedos e outros.
No artesanato encontramos trabalhos com traços de singeleza - tecelagem
rústica, bordados em ponto-cruz, crochê e tricô. A palha, capim, bambu e madeira
deslizam nas mãos dos nossos artesãos, produzindo belos exemplares artesanais típicos
da comunidade. No que se refere à culinária é importante lembrar toda uma constelação
de saberes, repassados através de gerações, como é o caso do feitio da pamonha, do
queijo minas, do frango com açafrão, da galinha e de várias outras guloseimas. Nesse
sentido, é tradicional a utilização dos derivados do milho, leite e hortifrutigranjeiros,
vindos das comunidades rurais e que são comercializados nas feiras do produtor,
realizadas aos sábados em dois bairros da cidade: Lagoa Grande, ao lado da Estação
Rodoviária, e no Bairro do Rosário, ao lado da Igreja Matriz do Rosário.
Em relação aos espaços culturais, destacam-se o Teatro Municipal com a
Sala de Espetáculos Vicente Nepomuceno e o Foyer de Exposições Clênio Pereira,
integrados ao Centro de Referência Histórico-Cultural – Casa de Olegário Maciel, que
abriga, também, do Museu da cidade de Patos de Minas; o Auditório da Rádio Clube; a
Usina Cultural “Vicente Nepomuceno”; o Saguão da Prefeitura Municipal, o Anfiteatro
do UNIPAM; o Teatro do Colégio Marista; o Auditório Municipal “João XXIII”; a
FUCAP – Fundação Cultural do Alto Paranaíba; Salas de Cinema no Primeira Via
Shopping – Cinemais 1 e 2; e o Cine-Teatro Riviera, maior espaço cultural de Patos,
que, infelizmente, foi totalmente destruído em um trágico incêndio no ano de 1998.
A música é um veículo simbólico-cultural relevante na região, destacando-
se o Conservatório Municipal, grupos sertanejos, chorinhos e MPB. As bandas Lyra
Mariana Patense, a do 15º BPM e os corais das igrejas compõem, também, o cenário
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musical. Na última década do século XX, várias bandas de rock e de música gospel vêm
configurando-se na produção artística do Município.
Grupos teatrais amadores destacam-se pela integração e participação efetiva
na comunidade local ao lado do expressivo número de grupos de dança _ nascidos em
academias ou alternativos. Com relação aos segundos, os mais conhecidos são os de
dança de rua, em especial o “Vidas” e os “Irmãos de Rua” que além da participação em
festas populares e da premiação em festivais regionais e nacionais, desenvolvem
importantes projetos sociais, levando a dança às comunidades carentes.
Aspectos Políticos
I. Poder Executivo:
Na época da instalação do município de Patos de Minas, em 29 de fevereiro
de 1868, a administração municipal era exercida pelos presidentes da Câmara e eram
chamados de agentes executivos. A partir de 1930, passaram a ter denominação de
Prefeito e deveriam ser pessoas estranhas ao Pode Legislativo. Essa reestruturação ainda
permanece.
II. Poder Legislativo:
Os projetos de lei podem ser de autoria do Poder Executivo ou do próprio
Poder Legislativo.
Uma vez aprovados, eles são transformados em leis, sancionadas pelo Poder
Executivo, ou promulgados pelo próprio Poder Legislativo.
A Câmara Municipal de patos de Minas, no dia de sua instalação, era
constituída por apenas 6 vereadores. Hoje ela possui 17, em função do crescimento
populacional do município.
III. Poder Judiciário:
A Comarca de Patos de Minas te mais de 100 anos. Ela foi criada pela Lei
2.460, de 19 de outubro de 1878. Além do município de Patos de Minas, ela abrange os
municípios de Lagoa Formosa, São Gonçalo do Abaeté e Varjão de Minas.
A Comarca de Patos de Minas é classificada como Comarca Final e possui
três Juízes de Direito. Dois são responsáveis pelas Varas Cíveis, e um, pela Criminal.
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IV. Ministério Público:
O Ministério Público só existe nos municípios que são sede de Comarca.
Ele é exercido pelo Promotor de Justiça, que é encarregado pela aplicação das leis e da
promoção da Justiça comum, militar, eleitoral e do trabalho. A Comarca de patos de
Minas conta hoje com três Promotores de Justiça.
V. Juiz de Paz:
O Juiz de Paz existe em toda sede distrital, onde há um Cartório Registro
Civil instalado.
VI. Segurança Pública:
A responsabilidade pela segurança em Patos de Minas é da Policia Militar e
da Policia Civil.
A cidade é sede do 10° Comando Regional de Policiamento de Minas
Gerais, do 15°Batalhão de Policia Militar, da 10° Companhia da Polícia Rodoviária, da
10° Companhia da Polícia Florestal e da 17° Companhia do Corpo de Bombeiro da
Polícia Militar. É também sede da 10° Delegacia Regional de Segurança Pública, cuja
chefia é de um delegado que é advogado e pertence à Polícia Civil.
A Delegacia Regional tem o Delegado Regional e ainda as seguintes
Delegacias Adjuntas: Crime contra a Mulher, Crime contra a Pessoa, de Trânsito e
Acidentes de veículos, Crime contra o Patrimônio e Tóxicos e Entorpecentes.
Aspectos Econômicos
I. Agricultura:
A agricultura é uma das principais atividades econômicas do Município de
Patos de Minas. O nosso município possui excelentes terras de cultura, principalmente
na região da Mata da Corda, onde há muito tufito.
A área de cerrado de Patos de Minas, que não é muito extensa, ultimamente
está sendo cultivada pelos agricultores.
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Nas áreas em que pode ser usada a mecanização, a tecnologia já chegou. Há
utilização de pivôs e o uso adequado dos adubos necessários para suprir a deficiência do
solo cultivado.
O Município de Patos de Minas não possui grandes latifúndios. Caracteriza-
se pela expressiva quantidade de pequenas propriedades.
A feira do Produtor Rural tem incentivado aos pequenos produtores a cultura
hortifrutigranjeira. Semanalmente, eles vendem semanalmente ao consumidor os seus
produtos. Há muita aceitação e já estão produzindo até para exportação, através de
CEASA.
Os principais produtos agrícolas do Município são: milho, feijão, arroz e, em
quantidade menos expressiva, soja e café.
II. Pecuária:
Acompanhando a agricultura vem a pecuária que é outra atividade
econômica muito importante para o Município.
Pelo desenvolvimento da pecuária, os fazendeiros criaram o seu Sindicato
Rural (o principal responsável pela Festa Nacional do Milho) e a Cooperativa Mista
Agropecuária de Patos de Minas, que industrializa, comercializa e fornece assistência
técnica aos pecuaristas cooperados.
Vários tipos de gado são criados no Município, tanto de forma extensiva
como de forma intensiva. Cabe destaque especial à criação de gado suíno tipo-carne,
implantado pela Agroceres-PIC.
Os mais importantes são: gado bovino, gado suíno e gado eqüino.
Temos também, menos expressivo, outros tipos de criação: avicultura e
criação de aves diversas, como: frango, pato e codorna; apicultura, principalmente a
abelha europa; piscicultura, criação de varias espécies de peixe.
III. Produção Mineral:
Patos de Minas foi iniciada com a produção agropecuária, mas também já
houve extração de mineral como ferro e diamante.
O principal mineral existente na nossa cidade, e com abundância, é o fosfato
de origem sedimentar.
O fosfato é um mineral não metálico e muito usado como fertilizante para o
solo e também como ração alimentar para o gado.
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Quando da descoberta do fosfato na Rocinha, em 1974, pelo engenheiro
Adamir Chaves, houve muita euforia e até uma certa utopia, principalmente com a visita
do então presidente Ernesto Geisel por ocasião da Festa Nacional do Milho em 1975.
Criou-se a “Fosfértil”, com sede em Patos de Minas, e iniciou a construção da Usina
Piloto do Fosfértil.
Disso tudo podemos dizer que nada sobrou para Patos de Minas, a não se a
permanência da mesma usina, desativada a partir de 15 de março de 1999. A sede da
Fosfértil foi transferida para a cidade de Uberaba, onde se implantou a industrialização
do minério.
IV. Indústrias:
Patos de Minas não é um Município totalmente industrializado. Com a
instalação da CICA é que se deu o início às suas perspectivas de industrialização, apesar
de haver muitas indústrias de médio e pequeno porte.
As principais indústrias de nosso Município são: CEMIL – Cooperativa
Central Mineira de Laticínios; CICA (produtos alimentícios); Rheem Metalúrgica;
Coca-Cola; Confecções; Indústria de Móveis; Indústria de Cerâmica e Olaria; Indústria
de Laticínios (queijo, manteiga, doce de leite, etc.); Indústria de Refrigerantes e
Aguardente e Indústria de ração.
O Distrito Industrial de Patos de Minas foi implantado em 1976, no sul da
cidade, a pouco mais de 6 quilômetros do centro, junto a rodovia BR-365. Em 1987 foi
implantado o distrito Micro-Industrial Beira-Rio, contíguo à Escola Professora “Elza
Carneiro Franco”, para absorver indústrias de pequeno porte nos ramos de vestuário,
calçados, artefatos de tecido etc.
O artesanato em nossa cidade também é muito rico e variado. Destacam-se o
artesanato de capim, de madeira, de fiandeiras e tecedeiras, de palha de milho, de
bambu etc. Muito apreciados são os de madeira, principalmente dos santeiros e das
confecções semi-artesanais do PROMAM e do Drácula.
Os artesãos se organizaram numa associação e, mensalmente, realizam a sua
feira de exposição, sob o patrocínio da Prefeitura Municipal.
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V. Comércio:
O comercio de Patos de Minas é muito movimentado. Ele é constituído de
atacadistas e varejistas. Ele compra e vende para os moradores do Município (comercio
interno) e para os de fora do Município (comercio externo).
O comércio patense exporta produtos industrializados de conserva, arroz,
feijão, milho, bovinos e eqüinos, suínos, leite e seus derivados, manilhas, telhas, tijolos,
refrigerantes, calçados, confecções, mobílias. Também sementes de cereais, apesar de a
maioria não ser produzida no Município e ser proveniente de Municípios vizinhos. Suas
empresas produtoras instalaram escritórios centrais na cidade e daqui comercializam
todos os produtos com se tivessem origem em Patos de Minas.
Entre os vários produtos importados pelo comércio da cidade estão o açúcar,
cerveja, vinho, sal, cimento, vidros, combustível, eletrodomésticos, tecidos etc.
VI. Centro Polarizador:
O desenvolvimento de Patos de Minas e sua posição geográfica fazem-no
exercer influência em grande área, tanto do Alto Paranaíba como do Nordeste de Minas.
Principalmente pelo fato de aqui se encontrarem instalados vários órgãos de influência
regional como:
Administração Regional do Estado de Minas Gerais;
28° Superintendência Regional de Policiamento de Minas Gerais;
10° Comando Regional de Policiamento de Minas Gerais;
15° Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais;
10° Companhia de Polícia Florestal De Minas Gerais;
10°Companhia de Polícia Rodoviária de Minas Gerais;
17°Companhia de Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de Minas Gerais;
10° Delegacia Regional de Segurança Pública de Minas Gerais;
14° Residência Regional do Departamento Estadual de Estradas de Minas Gerais
(DER);
Secção da Associação Médica de Minas Gerais;
Escritório Regional da Emater – MG;
Administração Distrital da Fazenda – MG;
Diretoria Regional de Saúde;
Subdelegacia Regional do Trabalho;
Sede da Associação da Microrregião do Alto Paranaíba (AMAPAR);
Delegacia Regional da Secretaria do Estado do Trabalho e Ação Social;
Delegacia do Serviço Militar;
Comarca de Entrância Final;
Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM;
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Sociedade de Ensino Superior de Patos De Minas – SESPA;
Faculdade Patos de Minas – FPM;
Posto do INSS;
CEMIG (Região de Distribuição de Patos de Minas);
Diocese e outros.
MÉTODO
Para realização deste trabalho buscamos a bibliografia em livros, revistas e
internet.
Paralelamente a história, entramos em contato com a Câmara Municipal,
com o objetivo de conhecer o funcionamento desta, bem como entendermos um pouco
mais sobre os trabalhos de nossos vereadores. Infelizmente por ser época de eleição, não
conseguimos registrar nenhum evento o qual pudéssemos assistir.
Fizemos uma entrevista com a autora, Marialda Coury, que lançou o seu
livro em 2008, a fim de sabermos quais foram seus sentimentos durante o levantamento
dos dados, e o que foi mais significativo e as histórias mais marcantes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história de uma cidade pode ser contada por meio das imagens que ela
transmite, por meio da ocupação de seus espaços, de suas obras de arte, de sua
arquitetura, de sua cultura, e principalmente pelas características marcantes das pessoas
deste lugar.
Através das pesquisas bibliográficas que fizemos pudemos concluir que a
cidade ganhou projeção nacional através da Festa Nacional do Milho realizada no mês
de maio e consequentemente movimentando vários setores da economia.
Um dos aspectos que chamam atenção é a hospitalidade do povo patense,
gente acolhedora, sempre disposta a ajudar e atender bem a quem chega. A exigência, o
comprometimento com o crescimento e a vida social efervescente são algumas
características marcantes das pessoas deste lugar que sempre têm um "causo" mineiro
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para contar. Essas histórias da cultura popular, meio verdade, meio crendice, ajudam
também a contar um pouquinho da história de Patos de Minas.
O papel de mediador exercido pelo professor foi essencial para que nós
alunos aprendêssemos a interagir mais com a nossa cidade, de forma a estabelecermos
diálogos capazes de construirmos significados, juízos de valor e apreciações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MELLO, Oliveira .Patos de Minas: Minha Cidade. Belo Horizonte: Santa Edwirges,
1978.
MELLO, Oliveira. Patos de Minas: Meu bem querer. Belo Horizonte: Escriba, 1999.
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Anexo 1 - A Mulher de Sete Metros
“Onde hoje se localiza o Fórum ‘Olimpio Borges’, situava-se o segundo
cemitério de Patos de Minas”. Dali, segundo a tradição, sai uma mulher de sete metros
de altura e vai perto do monumento do presidente Olegário Maciel. Não chega a andar
dois quarteirões da Avenida Getulio Vargas.
É a alma penada de Joana Francisca, que morou junto à residência do Dr.
Olegário Maciel. Senhora bastante rica e possuidora de um grande número de escravos.
Viajava muito para a metrópole (Rio de Janeiro), onde gozava dos encantos da então
maior cidade do país. No entanto, era de grande perversidade, sobretudo para com os
escravos. Jogava gordura quente nas negras, porque elas não realizavam o trabalho de
acordo com seu exigentíssimo gosto. Uma escrava, colocada no tronco para o verdugo
castigar abraçou-se com ela e quis jogá-la na cisterna.
A sua maldade era tão grande que, quando usava sapatos de salto alto (os de
sua preferência), pisava nos filhos dos escravos quando engatinhavam, quebrando-lhes
os braços. E não permitia nenhum tratamento ou outro cuidado aos inocentes
machucados.
Em razão disso foi ficando isolada de tudo e de todos. Ninguém desejava a
sua companhia. As crianças tinham pavor dela e de seu aspecto.
Viveu muitos anos, tristemente, morrendo já bastante idosa, abandonada e
pobre. A sua figura quando morta inspirava terror, pois não fechou os olhos nem a boca
desdentada, ficando com a língua pra fora.
Em sua antiga casa, ouviam-se, até a pouco tempo, o arrastar de correntes,
gemidos e gritos de dor.
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Anexo 2 - Entrevista com a autora Marialda Coury
No dia 04/11/2008 às 16h10min foi realizada uma entrevista com a autora
Patense Marialda Coury, no Memorial do Milho, por três estagiárias do Curso de
Psicologia (6º período) – UNIPAM, com o objetivo de agregar informações ao trabalho
que está sendo desenvolvido, sobre o Histórico de Patos de Minas, na disciplina,
Psicologia, Instituições e Comunidades sob à orientação do professor Ms. Frederico
Viana Machado.
Marialda começou falando que o seu livro: A Festa do Milho Através dos
Tempos – Jubileu de Ouro, foi resultado de um árduo trabalho de pesquisa que durou
10 anos. Que neste livro além da história da Festa Nacional do Milho, ela fez um breve
histórico da cidade de Patos de Minas, onde ela fala da agricultura, pecuária, artesanato,
folclore e cultura. Disse também que considera a Festa do Milho o “Carro Chefe” do
turismo em Patos de Minas.
Segundo a autora, no livro poderão ser vistos fotos, jornais, vídeos, livros e
outros documentos doados pela comunidade que registram fatos e pessoas nos 48 anos
de Fenamilho.
Marialda contou que sempre esteve presente às atividades culturais e
artísticas de nossa cidade, há mais de 30 anos tem compromisso com a arte.
Acompanhou todo o processo de restauração do Monumento ao Homem do Campo,
localizado à Avenida Getúlio Vargas.
Autora dos livros o Milho da Trilha da História, o qual retrata a cultura do
milho, e Patos de Minas – Cidade do Milho.
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Anexo 3 - Hino à Cidade de Patos de Minas
Letra por Profº. Zama Maciel
Melodia por D. José André Coimbra
Terra nutriz, poenta avermelhada
Que se ondula em afagos maternais
Ao gorjear da alegre passarada
Fecundadora de amplos milharais.
Estribilho
Teu céu é azul-turquesa
Que beija a terra gentil
Primavera de beleza
Patos meu e do Brasil.
Em teus regatos claros cristalinos
Diamantes raros rolam no cascalho
Entoam juntos tentadores hinos
Doce canção à glória do trabalho.
Formosa gleba das Minas Gerais
A tua gente heróica te bendiz
Ao sorrires no louro dos trigais
Na messe farta que te faz feliz
A flor da Pátria doira o teu brasão
Beijam os filhos teus os pés da cruz
A liberdade leva o teu pendão
Terra de amor, de fé, terra de luz.
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS – UNIPAM
Nágila Maria Moraes
Priscila Gonçalves Silva
Tamiris Martins Braga.
RESUMO
A proposta deste trabalho é conhecer o Centro Universitário de Patos de Minas –
UNIPAM, partindo da sua fundação e apontar questões relevantes para uma
intervenção. Será apresentada uma descrição geral sobre a instituição, desde os cursos
oferecidos por ela até sua filosofia institucional. Conclui-se que devido ao fato de não
existir estudos relevantes sobre esta instituição e a dificuldade em acessar os arquivos
referentes à sua história, não foi possível traçar um plano de ação ou modelo de
intervenção.
1. Endereço completo da Instituição:
Rua Major Gote n°-808 CEP: 38702-054 Cidade: PATOS DE MINAS - MG
Telefone: (34) 38230300 Fax: (34) 38230300
E-mail: [email protected]
Site: www.unipam.edu.br
2. Pessoas de Referência na Instituição:
- Reitor: Prof. Ms. Raul Scher;
- Vice-Reitora: Profª. Ms. Elisa Aparecida Ferreira Guedes Duarte;
- Pró-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças: Prof. Ms. Milton Roberto de
Castro Teixeira;
3 – Introdução
O Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM trata-se de uma instituição
de Ensino Superior Privado. Uma instituição flexível, que permite racionalizar, em cada
momento, a estrutura organizativa mais adequada, com vista à harmonia entre os
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diversos órgãos acadêmicos e que trabalha para consolidar a sua cidade como o mais
importante pólo universitário do Alto Paranaíba. Uma Instituição de perfil
empreendedor, preocupada com a qualidade do ensino e da vida em comunidade, tendo
o futuro como um de seus grandes focos de ação.
Tem uma missão que é: ser, a um só tempo, agente e instrumento de transformação
social, buscando, no processo educativo, através da excelência no ensino e da inserção
regional, a formação integral do homem, promovendo seu desenvolvimento
humanístico, científico e tecnológico.
Devido a estes fatores, por se tratar do local que passamos a maior parte do nosso
tempo e ser uma instituição em que acreditamos é que a escolhemos para que
pudéssemos realizar este trabalho referente à disciplina de Psicologia, Instituições e
Comunidades.
Neste, temos como objetivo conhecer o Centro Universitário de Patos de Minas –
UNIPAM, partindo da sua fundação e quem sabe, apontar questões relevantes para uma
intervenção.
4 - A Instituição
Público atendido
Pessoas que pretende fazer um curso superior, independente de sua idade, cidade,
deficiência física ou visual.
Descrição da Instituição
História:
16/05/1970
Funcionamento da faculdade nas dependências dos Colégios: Marista; Nossa
Senhora das Graças e Fonseca Rodrigues.
1986
Prédio FAFIPA com os cursos: Ciências Biológicas; História; Letras;
Matemática; Pedagogia; Química. Com um total de 693 alunos (o prédio era
chapiscado e com piso de plaqueta).
No prédio havia duas salas onde funcionava a biblioteca.
Ao lado do prédio, foram construídas uma modesta cantina e uma quadra de
esporte.
1988
Março de 1988 foi à criação de uma nova faculdade com o curso de Farmácia.
Ao mesmo tempo começou a construção do Laboratório de Anatomia.
Em 26 de maio de 1988, foi autorizada a faculdade FACIA.
1989
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No início de 1989 as aulas aconteceram nas dependências do Colégio Marista.
Em 1989 foram convocadas pela nova constituição do estado de MG para optar
entre: transformar a FACULDADE em fundação de direito privado ou senão
absorvidos pela universidade do estado de MG (e optaram pela segunda
alternativa).
23/06/1991
Antônio do Vale (atual prefeito) propôs arcar com a construção de um prédio de
mil metros quadrados (inaugurado).
1993
Fevereiro de 1993 iniciou o curso de Ciências Contábeis.
1996
Fevereiro de 1996 iniciou as atividades na faculdade de Direito.
A Fundação Educacional de Patos de Minas, através da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras, celebrou convênio com Secretaria de Educação do Estado de
Minas Gerais, para o desenvolvimento de programa Emergencial de habilitação
de professores para o Ensino Médio, na área de Química nas cidades de
Almenara, Diamantina e Paracatu. Colaram grau, nas respectivas localidades,
127 professores.
2001
Fevereiro de 2001 deu-se a instalação do curso de Agronomia.
Em 06 de julho de 2001, iniciou a montagem do processo de criação do Centro
Universitário de Patos de Minas- UNIPAM.
Para essa criação, foi implantado o Plano de Carreira Docente, que estabeleceu
piso salarial de 39,21% acima do estabelecido pelo sindicato da categoria.
A pequena cantina, construída nos anos 70, foi ampliada e modernizada.
2002
Em julho de 2002, iniciou-se através de outro convênio, o objetivo de
desenvolver o Projeto Veredas, curso modular a distância de formação de
professores para as séries iniciais do ensino fundamental para as
Superintendências de Ensino de Paracatu e Patos de Minas. Coloram grau, em
25 de agosto de 2005, 471 professores.
Criação da Incubadora de Empresas de Patos de Minas, que surgiu a partir da
demanda dos alunos do Centro Universitário e de associações empresariais do
Município.
2003
Em setembro de 2003, foi criado o projeto Letração, com o objetivo de ampliar a
escolaridade dos funcionários da construção civil do Centro Universitário de
Patos de Minas, já que como instituição superior que fomenta a educação, seria
contraditória a permanência de funcionários em situação de semi-analfabetos e
até mesmo analfabetos no espaço acadêmico. Até 2007 o número de
participantes chega a 80.
2004
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Em 16 de dezembro, foi criado o NAC (Núcleo de Arte e Cultura), e aprovou o
seu Regulamento Interno no dia 17 de dezembro de 2004.
2006
Em fevereiro de 2006, foram criados novos cursos de Idiomas (Inglês, Espanhol
e Francês), com o objetivo de promover a inclusão dos participantes num
processo de aprendizado de uma língua estrangeira.
Em 17 de abril de 2006, afirmou o convênio com a EPAMIG, Prefeitura e
Secretaria do Estado da Educação de MG, que autorizou o comodato referente à
fazenda Canavial (Escola Agrícola) para o desenvolvimento de projetos de
pesquisa.
Para um bom funcionamento do curso de Farmácia, foi feito um Laboratório
Universitário de Análises Clínicas, para atendimento ao público e estágio para
os alunos do curso.
2007
O UNIPAM começou a desenvolver o UNIPAM Sênior, uma universidade
aberta destinada a pessoas maduras.
O Centro Universitário de Patos de Minas conta com recursos tecnológicos de
última geração, como os contidos nos laboratórios de informática, de enfermagem, de
fisioterapia, a Farmácia Universitária; o Laboratório Universitário, este em convênio
com o SUS. E ainda, a FACIA Jr. CONSULTORIA.
O UNIPAM é conhecido pela comunidade devido aos diversos projetos que
desenvolve e também por aqueles que ainda estão em estudo, como a construção do
Hospital Universitário.
FACULDADES DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS- UNIPAM
FAFIPA:
Ciências Biológicas
História
Letras
Matemática
Pedagogia
Química
Física
FACIA:
Administração
Ciências Contábeis
Sistema de Informação
Secretariado Executivo
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Comunicação Social
Superior de Tecnologia em Agronegócio
Superior de Tecnologia em Gestão Comercial
Superior de Tecnologia em Moda e Estilo
FADIPA:
Direito
FACISA:
Farmácia
Enfermagem
Educação Física
Fisioterapia
Nutrição
Psicologia
Medicina
FACIAGRA:
Agronomia
Zootecnia
Objetivos:
O objetivo do Centro Universitário de Patos de Minas é ser, a um só tempo,
agente e instrumento de transformação social, buscando, no processo educativo, através
da excelência no ensino e da inserção regional, a formação integral do homem,
promovendo seu desenvolvimento humanístico, científico e tecnológico.
Centro Universitário tem por finalidade:
Promover a formação e a qualificação dos recursos humanos que integram a
comunidade acadêmica;
Oferecer educação superior de qualidade;
Incentivar a realização de pesquisa;
Estender à comunidade os conhecimentos produzidos, buscando a solução de problemas
e visando à integração do Centro Universitário com a comunidade onde está inserido;
Promover sistemática de avaliação diagnóstica de suas atividades, como processo
permanente;
Promover o espírito comunitário da fraternidade e da igualdade entre os cidadãos, para
que seus egressos tenham condições de desenvolver, conscientemente, seus projetos de
vida.
Filosofia Institucional:
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O Centro Universitário de Patos de Minas tem sua filosofia institucional
alicerçada na igualdade entre homens, independentemente de nacionalidade, sexo, raça
ou credo; no respeito aos direitos humanos e, entre eles, o direito à educação, à
instrução e à formação profissional; nos princípios de liberdade e de solidariedade
humana; na educação integral da pessoa humana; nos valores de democracia; no amparo
social aos mais carentes; na proteção do meio ambiente.
Regimentos internos:
Direitos e Deveres do Aluno
Constituem direitos e deveres de membros de corpo discente:
I – Receber ensino qualificado, nos cursos em que se matriculou;
II - Ser orientado pelo corpo docente em suas solicitações de cunho pedagógico;
III – Constituir associações, de conformidade com a legislação específica e o disposto
nas normas do Centro Universitário;
IV – Fazer-se representar junto aos órgãos colegiados do Centro Universitário, na forma
do Estatuto e do Regimento;
V – Votar e ser votado nas eleições para membro da Diretoria do órgão de
representação estudantil, observadas as restrições do Regimento;
VI – Recorrer de decisões de órgão administrativo, observada a hierarquia institucional,
encaminhando o respectivo recurso por meio do Diretor da Faculdade;
VII – Aplicar a máxima diligência no aproveitamento do ensino;
VIII – Abster-se de quaisquer atos que importem em perturbação da ordem, ofensa aos
bons costumes, desrespeito às autoridades acadêmicas, professores, colegas e servidores
em geral;
IX – Cumprir regularmente suas obrigações financeiras para com a instituição;
X – Participar de monitorias oferecidas pela Faculdade, de acordo com as normas
estabelecidas;
XI – Contribuir, no âmbito de atuação, para o prestígio crescente do Centro
Universitário;
XII - Recorrer dos atos de professores e de pessoal técnico-administrativo, que
importem em descumprimento das normas regimentais, observada a hierarquia
institucional;
XIII – Desenvolver todas as suas atividades, no âmbito do Centro Universitário, co
estrita obediência aos preceitos estatutários e regimentais;
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XIV – Votar nas eleições para a escolha da Direção da Faculdade;
Penalidades Aplicáveis aos Alunos
1 – Os membros do corpo discente estão sujeitos às seguintes penas disciplinares:
I – Advertência verbal;
II – Repreensão escrita;
III – Suspensão, até 15% do total dos dias letivos;
IV – Desligamento;
2 – A pena de advertência é aplicável:
I – Por desrespeito ao Diretor da Faculdade ou a qualquer membro dos corpos docente,
discente e técnico administrativo;
II – Por perturbação da ordem no recinto do Centro Universitário;
III – Por prejuízos materiais causados à Instituição;
3 – A pena de repreensão é aplicável em caso de reincidência em falta prevista no item
anterior;
4 – A pena de suspensão, de até 15% dos dias letivos, é aplicável:
I – Por agressão a outro aluno;
II – Por ofensa a qualquer membro dos corpos docente e técnico-administrativo;
III – Por improbidade na execução dos trabalhos escolares;
IV – Por ofensa moral ao Reitor, ao Diretor da Faculdade ou a qualquer autoridade da
administração;
V – por atentado doloso contra o patrimônio moral, científico, cultural ou material do
Centro Universitário;
VI – Por tentativa de impedimento do exercício de função pedagógicas, científicas ou
administrativas do Centro Universitário.
5 – A pena de desligamento é aplicável:
I – Pela reincidência em infração referida nos itens V e VI do item anterior;
II – Por agressão ao Reitor, ao Diretor da Faculdade ou a qualquer membro do corpo
docente ou técnico-administrativo;
III – Por atos incompatíveis com a dignidade da vida escolar;
Direitos e Deveres do Corpo Docente
I – Participar, diretamente, com direito a voz e voto, na forma do Regimento, dos órgãos
em que esta for prevista, sendo vedado o voto por representação;
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II – Votar e ser votado nas eleições para escolha da Direção da Faculdade e das
representações docentes, referidas no item I, ressaltando os impedimentos previstos no
Regimento;
III – Apelar de decisões dos órgãos administrativos, observada a hierarquia
institucional, encaminhando o respectivo recurso através do Diretor da Faculdade;
IV – Receber remuneração e tratamento social condizente com as atividades do
magistério e os recursos e apoios didáticos e administrativos, necessários ao
desenvolvimento regular de suas atividades de ensino e pesquisa;
V – Aplicar a máxima diligência no exercício das atividades educacionais de que esteja
incumbido, propugnando pela melhoria constante, qualitativa e quantitativa, do produto
escolar;
VI – Aprimorar-se, permanentemente, em busca do desenvolvimento profissional;
VII – Contribuir para a manutenção da ordem e disciplina no seu âmbito de atuação e
pelo crescente prestígio da Instituição no âmbito social;
VIII – Desenvolver todas as suas atividades em absoluta consonância com as
disposições regimentais, cumprindo e fazendo cumprir obrigações e compromissos, no
seu âmbito de atuação;
IX – Cumprir as normas estabelecidas nos regulamentos relativos às atividades
docentes.
É obrigatória a freqüência dos professores às aulas, bem como o cumprimento da
carga-horária curricular e a execução integral dos programas aprovados.
Competência do Professor
Ao professor é atribuída a responsabilidade pela orientação e pela eficiência do
ensino e da pesquisa na disciplina a seu cargo, competindo-lhe:
I – Participar da elaboração do projeto pedagógico do seu curso e do projeto de
desenvolvimento institucional do Centro Universitário;
II – Assegurar a execução dos programas aprovados;
III – Elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica da
Instituição;
IV – Zelar pela aprendizagem dos alunos;
V – Propor estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
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VI – Ministrar aulas nos dias letivos e horas-aula estabelecidas, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VII – Responder pela ordem nas salas de aula e pelo bom uso e conservação do material
utilizado;
VIII – Orientar os trabalhos escolares e quaisquer atividades extracurriculares
relacionadas com sua disciplina, observados seu contrato de trabalho e sua
disponibilidade;
IX – Coordenar, acompanhar a avaliar a execução dos trabalhos escolares;
X – Cumprir e fazer cumprir as normas referentes à avaliação do aproveitamento dos
alunos, na forma regulamentar;
XI – Realizar ou promover pesquisas, estudos e publicações;
XII – Fornecer à Secretaria Acadêmica as notas dos alunos, correspondentes aos
trabalhos, provas e exames, observados os prazos específicos;
XIII – Comparecer às reuniões dos órgãos colegiados do Centro Universitário, de que
participe;
XIV – Propor à Coordenação do Curso respectivas medidas que julgue necessárias para
a maior eficiência do ensino, da pesquisa e da extensão;
XV – Participar, salvo impedimento legal ou regimentar, de comissões julgadoras e
outras para que for designado ou eleito;
XVI – Colaborar com as atividades de articulação do Centro Universitário com as
famílias e a comunidade;
XVII – Cumprir quaisquer outras obrigações ou atribuições que lhe estejam previstas
neste Regimento ou que decorram do exercício de sua função e responsabilidade.
Penalidades aplicáveis ao corpo docente
Os membros do Corpo Docente estão sujeitos às seguintes penas disciplinares:
I – Advertência verbal;
II – Repreensão escrita;
III – Suspensão;
IV – Dispensa.
A pena de advertência é aplicável ao professor que, sem justa causa, a juízo do
Diretor da Faculdade:
I – Não observe prazos regimentais;
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II – Deixe de comparecer a ato escolar de sua obrigação ou para o qual tenha sido
regulamente convocado;
III – Falte a mais de três dias de aula, consecutivo.
As penas de repreensão e suspensão são aplicáveis em caso de reincidência em falta
prevista nos itens anteriores.
A pena de dispensa é aplicável:
I – Por abandono de emprego;
II – Por incompetência cientifica, incapacidade didática ou técnica, desídia inveterada
no desempenho das atividades ou práticas de atos incompatíveis com a dignidade da
vida escolar.
Setores:
A estrutura do Centro Universitário compreende órgãos da administração superior e
básica, conforme se segue:
- Administração Superior: Deliberação superior (conselho universitário).
Execução superior (reitoria).
Execução intermediária (pró-reitora de ensino, pesquisa e
extensão / pró-reitoria de planejamento, administração e finanças).
Execução auxiliar (coordenadoria de pós-graduação e
pesquisa / coordenadoria de extensão / secretaria acadêmica / biblioteca / serviços
financeiro-contábil / serviço de informática).
Órgão suplementares (núcleo interdisciplinar de pesquisa e
extensão NIPE / núcleo de apoio pedagógico NAP / núcleo de avaliação institucional
NAI / núcleo de pesquisa em história da educação NUPHE / núcleo de arte e cultura
NAC / comissão permanente de processo seletivo COPESE).
- Administração Básica: cada faculdade conta com um conselho diretor, diretoria,
coordenadoria de cada curso e o colegiado de cada curso.
Estrutura Física:
Toda a estrutura do Centro Universitário de Patos de Minas se volta para
oferecer ao aluno as melhores condições, seja em relação às instalações físicas, seja em
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relação à capacitação do corpo docente. Além de investir em informática, em salas de
aula, dotando-as dos mais modernos recursos didáticos e na aquisição permanente de
novos livros e periódicos, o UNIPAM busca estar sintonizado com o mercado, dando ao
aluno uma visão realista da profissão que ele deseja exercer.
Com uma área de aproximadamente 90.000 m2, o campus abriga os prédios das
Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras, Ciências da Saúde, Direito, Ciências
Administrativas e Ciências Agrárias e do Centro Administrativo. Há também um
auditório com capacidade para aproximadamente 200 pessoas, além de uma completa
infra-estrutura para as atividades do curso de Educação Física: ginásio poliesportivo
coberto, quadra coberta para jogos de handebol, piscina semi-olímpica aquecida e
coberta, salão para dança e ginástica rítmica, pista de atletismo e campo de futebol.
Tudo isso envolvido por extensas áreas verdes que proporcionam um ambiente
agradável.
Cada curso do UNIPAM conta com laboratórios bem equipados que constituem
um espaço de socialização entre os corpos docente e discente e local para o
desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão. Entre os laboratórios
existentes, 10 são da área de informática, totalizando mais de 350 computadores. Há
também o laboratório de Análises Clínicas e Toxicologia que tem como um de seus
objetivos a prestação de serviços ao público.
A Biblioteca do Centro Universitário de Patos de Mina, que ocupa uma área de
aproximadamente 1200m², é um centro de cultura, estudos, pesquisas e extensão da
comunidade universitária. Mantém em seu acervo obras didáticas, técnicas, literárias e
especializadas, além de revistas, jornais e materiais especiais, como fitas de vídeo, fitas
cassete, fotografias, mapas CDs, CD ROM, slides e discos. Todo o material é
constantemente atualizado.
Laboratório Universitário de Análises Clínicas e Toxicológicas esta localizado
no prédio da FACISA, desde agosto de 2002 e mantêm convênio com SUS,
Universitário e Particular. Atendendo em média 100 usuários/dia na realização de
exames médicos laboratoriais. Seu principal objetivo é qualificar um grande número de
profissionais com interesse nesta área, capacitando-os a atuarem com mais
competitividade no mercado em diferentes setores do Laboratório Clínico.
Instalada dentro do próprio campus, a Farmácia Universitária é constituída de
drogaria, onde é comercializada toda a linha de medicamentos, e de setor de
33
manipulação de medicamentos. O ensino e o treinamento dos alunos, bem como a
prestação de serviços à comunidade constituem a finalidade da Farmácia.
A fazenda Canavial, situada a 5 km de Patos de Minas, é o local onde são
ministradas as aulas práticas dos cursos de Agronomia e Zootecnia. Além de contar com
áreas de agricultura, horticultura, reflorestamento, fábrica de ração, queijaria,
defumador, dentre outras; lá são desenvolvidas atividades como suinocultura,
bovinocultura, avicultura, apiário e minhocultura. A infra-estrutura existente vem
contribuir decisivamente para a formação dos alunos.
Financiamento:
O UNIPAM oferece aos seus alunos a possibilidade de financiar seu curso através
de uma parceria com a Caixa Econômica Federal, chamado FIES (Financiamento
Estudantil), o FAFIEC (Fundo de Apoio Financeiro a Estudantes Carentes) que se trata
de um programa da própria instituição e o PRAVALER, um programa de Crédito
Universitário Privado em que o aluno tem até o dobro do tempo do curso para pagar.
5 – Desenvolvimento / Discussão Metodológica
No dia posterior a proposta da realização deste trabalho, a primeira medida a ser
tomada foi fazer um levantamento bibliográfico. Durante a tentativa de isto fazer, nos
deparamos com diversos empecilhos, tais como: o difícil acesso aos arquivos do
UNIPAM e a falta de bibliografia referente a esta instituição. Mesmo assim,
continuamos a persistir.
Entramos em contato com a coordenadora do curso de Psicologia a fim de
perguntá-la como poderíamos conseguir alguma informação, no mesmo instante nos
disse sobre a existência de um livreto escrito pelo diretor da Faculdade de Ciências da
Saúde – FACISA, que relata parte da história do UNIPAM.
Na quinta-feira, da mesma semana, Doutor Dirceu presenteou uma das alunas deste
trabalho com um exemplar do seu livreto, o que se tornou para nós a única fonte
bibliográfica capaz de nos fornecer dados reais e importantes para o desenrolar deste
trabalho.
Nos dias consecutivos, continuamos a busca por mais informações, vasculhamos o
site do UNIPAM, voltamos por mais seis vezes na biblioteca e no laboratório de
História, mas não foi possível encontrar o que procurávamos.
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Dessa forma, resolvemos entrevistar alguns funcionários que ocupam cargos de
confiança, como o reitor, os diretores das faculdades e coordenadores de curso. Mas só
foi possível entrevistar o diretor da FACISA e a coordenadora do curso de Psicologia,
devido à incompatibilidade de horários.
6 – Conclusão
Acreditamos que este trabalho, possa se tornar um estímulo para que tanto outros
alunos quanto nós mesmas comecemos a nos interessar em realizar pesquisas dentro do
UNIPAM. E quem sabe, através destes estudos, galgar para conclusões fidedignas das
informações e conseguir definir realmente como se dá todo o processo desta instituição
ou pelo menos, parte dele.
Podemos afirmar que apenas uma parte deste trabalho esta sendo concluída, pois
não conseguimos obter dados suficientes para que pudéssemos questionar, mas também
não deixamos de pensar o porquê da dificuldade em acessar os arquivos. Pretendemos
dar continuidade ao mesmo no próximo semestre. Não desistimos de chegar à realização
do nosso objetivo, mesmo que para isso, continuemos de ter paciência para coletar os
dados e lidar com aqueles não colaboram.
Para o próximo semestre, pretendemos entrevistar todos aqueles que propomos e
outros, incluindo os alunos.
8 – Referências Bibliográficas
PACHECO, Dirceu Deocleciano. Vinte e um anos de Presidência da FEPAM -
Fundação Educacional de Patos de Minas. 2007.
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9 – Apêndices
Entrevista Realizada com o Diretor do Prédio FACISA
1 – O que o senhor acha do desenvolvimento de pesquisa na instituição?
“Acredito que ainda não é tão satisfatório quanto gostaríamos, mas está aos poucos
progredindo, tem avançado bem.”
2 – Pós- graduação é lato-senso?
“Sim, mas o objetivo é trazer os cursos de mestrado e doutorado, porém, não há
data definida.”
7 – Para o senhor, qual é a concepção de aluno?
“Acredito, que aluno é aquele capaz de se envolver com o curso que está fazendo,
independente se seu interesse seja pesquisa ou não.”
Entrevista Realizada com a Coordenadora do Curso de Psicologia
1 – Aponte para nós alguns pontos que você discorda da instituição?
“Discordo com os pontos burocráticos que temos para fazer, porque não temos uma
secretária para cada curso, temos que fazer de tudo. E isso ocupa muito o meu tempo e
não faço as partes estratégicas que necessito.”
2 – Quais os tipos mais freqüentes de cobranças?
“Cobranças são muitas: cobrança de alunos (reclamam de professores, data de
provas, e quando querem algo tem que ser do jeito deles), cobrança do diretor (quer que
participe de todas as reuniões, quando liga tem que ser na hora), cobrança da secretaria
(planos de curso, diários), cobrança para participarmos dos eventos promovidos pela
instituição (não depende só de mim e também dos alunos, tudo de última hora) e
cobrança da parte financeira.”
3 – Qual a visão em relação ao relacionamento entre professor-aluno, professor-
professor e professor-instituição?
“Em relação aos professores do curso, eles apresentam um relacionamento
satisfatório. Professores e coordenação eu não vejo ou não percebo algo negativo, pois
tem professores que se envolvem muito com o curso e trabalhos e outros que não se
envolvem. Já a relação professor e aluno têm um pouco de agressividade, os alunos não
respeitam os professores, tem deboche, dentre outros.”
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ALBEGUE CASA DA PROMOÇÃO HUMANA
Fernanda Araújo Amancio
Stefane Ferreira Fonseca
Vinícius De Oliveira Mota
RESUMO
O objetivo do presente trabalho teria como principal foco trazer ao
conhecimento da sociedade o funcionamento de uma instituição não governamental, A
Casa da Promoção Humana, cujo trabalho realizado é de suma importância para aqueles
que muitas vezes são vistos como “a escória” de uma cidade, a classe desfavorecida que
não merece atenção. Nesse sentido, mostrar ao meio acadêmico seus trabalhos, suas
ações solidárias, seus planos futuros, regras da instituição seria um tanto fútil, para uma
instituição onde suas carências vão além da dinâmica de uma simples prática.
Surpreendeu a todos, quando ao desenvolvermos as visitas, que o reconhecimento ia
além do que os olhos viram, mas sim na necessidade de voluntários, doadores, pessoas
que se disponibilizem para um ação solidária, não somente doando algo palpável, mas
também um pouco do seu tempo. Além das carências citadas, é necessário também que
parcerias sejam criadas, onde os sujeitos que necessitam de cuidados possam se
beneficiar e até melhorar sua qualidade de vida, seja ela física ou mental. Benefícios
esses trazidos à instituição, a qual teria vários focos de trabalhos e intervenções.
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INTRODUÇÃO
O trabalho foi realizado no período do segundo semestre do ano de 2008,
sendo este desenvolvido na Casa da Promoção Humana. É um albergue situado em um
bairro carente de Patos de Minas, com o objetivo de acolher aqueles sem hospedagem.
A instituição foi escolhida através de uma indicação, sendo feita uma
primeira visita, onde foi detectado tamanha importância em conhecer um pouco mais
sobre aquele trabalho desenvolvido ali, em meio a tantas dificuldades.
Foram traçados dentro do grupo que desenvolveu o trabalho objetivos os
quais giravam em torno de identificar carências naquele ambiente de solidariedade,
conseguir resgatar dali aspectos que poderiam ser levado a conhecimento da sociedade,
e até mesmo investigar tais motivos pelos quais outros albergues se beneficiam
facilmente pelos órgãos governamentais e aquele não.
Tinham como objetivo também investigar a origem, ou mesmo, o paradeiro
dos indigentes da cidade de Patos de Minas, de onde estes vinham, como eram
recebidos, como que os Assistente Sociais da prefeitura os tratavam, visto que, através
de denúncias, chegou a conhecimento que estes ao chegarem na cidade, são
encaminhados para as grandes cidades.
Não mais que justo é ajudar aquele que precisa, não fazendo deste uma
pessoa sem perspectiva futura, mas sim o acolhendo na sua necessidade para com que se
erga e com sua próprias pernas, possa ir de encontro ao seu futuro.
Não se pode viver em meio a tanta maquiagem, nem mesmo as Top Models
conseguem essa façanha, na vida delas existem os paparazzo, para mostrar ao público
interessado, que por atrás daqueles rostos lindos e sedosos existe imperfeições; assim é
a cidade, com canteiros floridos, praças iluminadas, fontes recém inauguradas tem
injustiça, discriminações, maus-tratos, e muito mais, para que isso seja visto, existe as
pessoas, ou pelo menos deveria existir.
A INSTITUIÇÃO
A Casa da Promoção Humana se localiza na rua Manoel Dias, número 330,
bairro Jardim Paulistano, na cidade de Patos de Minas. A instituição funciona 24 horas
por dia, atendendo, ou melhor, acolhendo homens que não tem para onde ir, ou algum
lugar para passar a noite.
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As pessoas ali acolhidas podem permanecer por tempo indeterminado, mas
elas não são informadas disto, com a intenção de fazer com que eles tomem um rumo
em suas vidas, visto que a instituição não tem estrutura física para suportar muitas
pessoas.
É um critério para a não permanência na casa: pessoas enfermas que não
saibam cuidar de si mesmas, que necessitam de cuidados especiais; a instituição não
conta o serviço de enfermagem, então, é preciso que a pessoa ali hospedada consiga
cuidar de si próprio.
A instituição surgiu através da junção de 22 pessoas com um objetivo em
comum: criar um espaço onde pessoas que não tinham para onde ir, ou não tinham
condições financeiras para isso, pudessem se alojar. Isso ocorreu há 6 anos atrás, e, com
o passar do tempo, das 22 pessoas que haviam no princípio, restaram apenas 7.
O objetivo principal da Casa da Promoção Humana é dar assistência àqueles
que não tem para onde ir. Com isso, conta apenas com a ajuda de um funcionário, que
os recebe, faz as fichas, cadastrando-os e nesse sentido são encaminhados para a
dependência da instituição.
A instituição, enquanto estrutura física é composta por 3 quartos, sala com
televisão, cozinha, dispensa, lavanderia, 2 banheiros, pomar.
As finanças do Albergue é bem administrada pelo conselho, que se divide
em direção, secretariado e tesouraria. Grande parte da sua arrecadação é feita através de
doações pela população dos bairros vizinhos, poucas vezes conseguiram licitações para
que a prefeitura encaminhasse uma certa quantia, para fins específicos.
DESENVOLVIMENTO / DISCUSSÃO METODOLÓGICA
O primeiro contato que tivemos com a instituição ocorreu no dia 17 de
setembro, onde fomos à procura de algum diretor, presidente ou fundador que pudesse
nos fornecer informações. Primeiramente, ao chegar ao Albergue encontramos dois
“moradores” e perguntamos se algum funcionário ou voluntário se encontrava no local,
para que pudesse responder algumas perguntas. Fomos informados que o senhor Hélio,
funcionário, chegaria somente algumas horas mais tarde. Como já era de nosso
conhecimento, por já termos feito um outro trabalho na Casa, procuramos então a
senhora Maria da Conceição, que até onde sabíamos era uma voluntária do local.
42
Quando chegamos à sua casa e começamos a conversar, descobrimos então que ela é a
atual presidente da instituição.
Expusemos à ela nosso objetivo de trabalho frente à instituição, o qual se
fazia nos moldes de um conhecimento dos trabalhos e atividades desenvolvidas e
também um conhecimento do surgimento da mesma.
Fizemos uma entrevista (ANEXO A) para conhecermos melhor o
funcionamento do local e para nos familiarizarmos com a ação realiza lá. Fomos bem
acolhidos e recebemos a devida atenção e disponibilidade, ela disse que “as portas da
instituição estariam abertas para nós a qualquer hora para qualquer atividade”.
A primeira vez que entramos realmente no albergue foi no dia 22 de
setembro às 16 horas, onde foi feita uma visita detalhada sobre a estrutura do local,
entramos em cada cômodo, conversamos com as pessoas ali alojadas (haviam 3, duas se
encontravam sentadas no lado de fora do albergue, enquanto uma lavava sua própria
roupa na lavanderia do albergue) e também com o funcionário Helio, conversa esta
informal. O mesmo se queixou da carência que a instituição tem de voluntários os quais
se dediquem um mínimo de tempo para com ela, bem como as necessidades físicas do
local, falta de móveis, eletrodomésticos, dentre outras muitas.
Na segunda visita à Casa, conversamos com dois homens que se
encontravam no local. Um era andarilho, não tinha mais família e foi parar na Casa por
indicação de pessoas que o viram largado pelos corredores da rodoviária. Haviam 4 dias
em que ele estava lá. O segundo homem também recebeu indicação de pessoas, e pelo
que entendemos, ele veio para cá procurar condições melhores de vida. Ele é
colombiano e por não termos o devido conhecimento de espanhol não pudemos estender
nossa conversa.
A Casa, bem como o funcionário Hélio e a presidente, se mostraram
interessados em um contínuo trabalho que pudesse ser realizado dentro da instituição.
Seja por intervenções psicológicas ou mesmo das outras áreas, tais como: nutrição,
enfermagem, fisioterapia, enfim.
DISCUSSÃO TEÓRICA
Não é tarefa simples limitar o abismo que tantas vezes parece abrir-se, no
pensamento, entre o indivíduo e a sociedade. Requer-se um esforço peculiar de
pensamento, pois as dificuldades que temos de enfrentar, em qualquer reflexão sobre a
43
relação entre indivíduo e sociedade, provêm – na medida em que se originam de hábitos
mentais específicos que hoje se acham demasiadamente arraigados na consciência de
cada um de nós. Falando em termos gerais, parece extraordinariamente difícil para a
maioria pessoas, no atual estágio do pensamento, conceber que as relações possam ter
estrutura e regularidade próprias. A regularidade, acostumamo-nos a pensar, é algo
próprio das substâncias, objetos ou corpos diretamente perceptíveis pelos sentidos. O
padrão de uma relação, diz-nos uma voz interna, deve ser explicado pela estrutura e
pelas leis dos objetos perceptíveis que se relacionam dentro dela. Parece-nos evidente
que a única maneira frutífera de compreender unidades compostas insiste em dissecá-
las. Nosso raciocínio deve partir, segundo nos parece, das unidades menores que
compõem as maiores através de suas inter-relações. Investigar as primeiras como são
“em si”, independentemente de todas as suas relações umas com as outras, parece o
primeiro passo indispensável. As relações entre essas unidades – e portanto a unidade
maior que elas formam em conjunto – são algo em que involuntariamente pensamos
como acrescentando a posteriori, uma espécie de consideração secundária.
Aplicando isso no trabalho prático e teórico que fizemos na Casa da
Promoção Humana, observamos alguns conflitos. Um deles é a falta de compromisso do
funcionário responsável em acolher os necessitados. Como já dissemos no decorrer do
nosso trabalho, a Casa é aberta 24 horas; mas muitas vezes por falta de força de
vontade, falta de condições melhores de trabalho e de compromisso com o mesmo, o
funcionário muitas vezes já se recusou de abrir a porta, principalmente de madrugada.
Como já aconteceu algumas vezes, os vizinhos, quando percebem isso, ligam
imediatamente para a senhor Conceição, presidente do local, que se desloca de sua
residência para abrir a porta e fazer a ficha de quem está precisando.
Por ser um trabalho um tanto quanto cansativo, a dificuldade de manter
funcionários é enorme. A disponibilidade para o serviço tem que ser quase integral, pois
é necessária a presença de uma pessoa para receber os que precisam e fazer as suas
devidas fichas.
A necessidade de uma equipe interdisciplinar no local é imprescindível.
Muitas vezes, os homens que lá aparecem têm problemas de saúde, alguns distúrbios
psíquicos, problemas relacionados à família, enfim. Uma gama de problemas, que
poderiam ser amenizados com o trabalho em equipe de vários profissionais como:
enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, enfim. Quem sabe até mesmo
um professor, sendo que a maioria não sabe ler nem escrever. O problema que se
44
encontraria seria a falta de continuidade do trabalho, visto que eles não têm data para
ficarem, entram e saem na medida em que necessitam. Mas um trabalho assim já
ajudaria bastante a amenizar tanto o sofrimento psíquico quanto o físico, e ajudando-os
a ler e escrever, um pouco da grande exclusão que sofrem poderia diminuir.
A interdisciplinaridade poderia integrar os indivíduos. Seria como uma rede
de tecido. Nessa rede, muitos fios isolados ligam-se uns aos outros. No entanto, nem a
totalidade da rede nem a forma assumida por cada um desses fios podem ser
compreendidas em termos de um único fio, ou mesmo de todos eles, isoladamente
considerados; a rede só é compreensível em termos da maneira como eles se ligam, de
sua relação recíproca. Essa ligação origina um sistema de tensões para o qual cada fio
isolado concorre, cada um de maneira um pouco diferente, conforme seu lugar e função
na totalidade da rede. A forma do fio individual se modifica quando se alteram a tensão
e a estrutura da rede inteira. Na entanto essa rede nada é além de uma ligação de fios
individuais; e, no interior do todo, cada fio continua a constituir uma unidade em si; tem
uma posição e forma singulares dentro dele. Sugere-se então que: uma rede de muitas
unidades origina uma ordem que não pode ser estudada nas unidades individuais.
Entretanto as relações interpessoais nunca podem ser expressas em simples formas
espaciais.
Os problemas de funcionamento enfrentados pela instituição são vários.
Eles vão desde os aspectos físicos, que são bastante precários, até a necessidade de
maior cooperação da comunidade patense e aceitação da mesma. O trabalho que é
realizado lá muitas vezes é desconhecido pela sociedade, a prefeitura demonstra má
vontade em ajudar. Exemplo claro disso, foi quando da criação do Albergue, a
prefeitura doou colchões para a instituição, imaginando que não seria utilizados, no
período de Romaria, mandou um caminhão ir buscar o mesmo, que estava sento muito
bem utilizados para quem necessita.
A filosofia da instituição consiste em atender somente homens, sendo que,
já aceitou mulheres alguns anos atrás. Por ter ocorrido namoros, sexo e muitas brigas, a
presença delas foi extinta; mas, diga-se de passagem, a grande maioria que procura
ajuda são homens. “Cerca de 90%”, é o que diz a presidente. Somente em casos de
extrema necessidade, que mesmo assim, são raros.
Um lote foi doado, para que se construísse um novo albergue, mais amplo, e
com um pouco mais de conforto para as pessoas. E, segunda a senhora Conceição, nesse
eles poderão abrigar mulheres, pois terá espaço para todos, fazendo divisórias.
45
CONCLUSÃO
Conclui-se, portanto que os objetivos do trabalhos são simplesmente uma
mera parcela daquilo que se necessita na instituição. Ao final do trabalho, quando
aprofundamos um pouco mais no estudo de uma instituição, além do óbvio, que foi
conhecer melhor, nos envolvemos mais, criamos vínculos e nos disponibilizamos de
sempre estar comparecendo na casa, para conversar com as pessoas de lá e procurar
criar um momento de descontração entre eles.
Assim, como qualquer estudo mais aprofundado que fazemos encontramos
defeitos, carências e claro, os benefícios que o albergue pode trazer. Um trabalho difícil
de se realizar, pois envolve vários problemas como: comida, roupas, energia elétrica,
um pouco de conforto; mas que, quando feito com boa vontade e quando se tem a ajuda
do próximo, pode ajudar inúmeros indivíduos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LANE, Silvia. A Psicologia Social e uma nova concepção do homem para a
Psicologia.
STRALEN, Cornelis. Psicologia e Sociedade. Psicologia Social: Uma Especialidade da
Psicologia? Jan. 2005.
ELIAS, Norbert. A Sociedade dos Indivíduos. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro -
1994.
46
ANEXO A
Entrevista com a Diretora.
Nome: Maria da Conceição Albino Idade: 49
Profissão: Cabeleireira Estado Civil: Casada
Formação: 8ª série
Tem filhos: Sim. 2 Telefone para contato: 3825
2186
Sobre Instituição
Nome: Casa da Promoção Humana
Endereço:Rua Manoel dias. 330
Como é o funcionamento: Funciona 24 horas por dia, mas as vezes não
arruma funcionário para trabalhar todo esse tempo. A pessoa chega até a casa, é
acolhida e fica o tempo indeterminado.
De onde vem a renda: Vem de vez em quando como subvenção da
prefeitura. Tem carnê também doado por colaboradores
Alguém mais ajuda a instituição:
Comunidade.
Qual critério utilizado para a “escolha” das pessoas que habitam o local?
Recebemos na casa somente homens. Porque a casa é pequena. Hoje ganharam um lote
e pretendem construir para ambos os sexos, com alojamentos separados.
História da Instituição: Odite foi a idealizadora, Glória, Conceição, Nenêm
também. Foi na Ação Social, convidou a responsável para ver onde a prefeitura poderia
ajudar, assim iniciou a formação do albuergue.
47
ANEXO B
Nome: José Fernando Silva Mendes
Idade: 42
Sexo: Masculino
Estado Civil: Solteiro
Filhos? Não que eu saiba.
Naturalidade: Montes Claros
Escolaridade: 4ª série.
Quem indicou o albergue, como você ficou sabendo? Eu tava na rodoviária,
dormindo lá, ai um policial me disse pra procurar aqui que eles deixavam eu dormi e me
dava comida até eu consegui ir embora.
Qual o motivo de você estar aqui? Vim procurar emprego, achei que tinha
um primo meu que morava aqui. Mas não achei ele.
Há quanto tempo você está aqui? Tem 3 semanas.
Como é seu dia-a-dia? (dentro e fora da instituição) Eu durmo aqui todo dia,
de manha eu ajudo a limpar a casa, ajudo também a fazer almoço e de tarde eu vou na
rua, andar mesmo, ver se arrumo um bico. Volto pra casa a noite e durmo.
Tem algum problema de saúde? Faz tratamento? Toma remédios? Não, não
tenho nada. Graças a Deus.
O que você acha de estar aqui? Mesmo longe de todo mundo, da família,
agente sente saudade, mas sou muito bem tratado aqui. Aprendo a viver longe de casa.
48
“APAE-PATOS DE MINAS”
Fernanda Isabel R Wenceslau
Mara Andrade Moreira
RESUMO
O presente trabalho é fruto de uma prática solicitada pela disciplina “Psicologia
e Instituições” do Unipam, sendo responsável pela supervisão o professor Frederico
Viana Machado. Mediante a aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala de aula,
contamos com o vislumbre de um panorama mais claro da área de Psicologia
Institucional. Pode-se dizer que esta atividade objetivou principalmente o contato real
entre os alunos e uma instituição em toda sua complexidade. Para tanto a instituição
escolhida foi a APAE de Patos de Minas, uma entidade filantrópica sem fins lucrativos
que necessita da ajuda da sociedade civil para se manter. A APAE tem como visão
promover e articular ações de defesa de direitos, prevenção, orientação, prestação de
serviços e apoio às famílias, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa
com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária.
Estabelecimento: APAE PATOS DE MINAS
Personalidade: Jurídica
Razão Social: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
Endereço: Rua José Pereira da Fonseca, 250. Bairro: Rosário.
CEP: 38701-004 Patos de Minas – MG.
Telefone: (34) 3822 11 65
E-mail: [email protected]
CNPJ: 17835364000194
Pessoas de referência na instituição:
Presidente: Glayde Lima Verde Pereira
Vice-Presidente: Solimar Maria de Souza e Silva
1ª Diretora Secretária: Mariza Barbosa Oliveira Camargos
2ª Diretora Secretária: Sônia de Fátima Fonseca Alves
1ª Diretor Financeiro: Virgílio Antunes Filho
2º Diretor Financeiro: Edmilson Garcia Magalhães
Diretor de Patrimônio: Silvio Gomes de Deus
Diretor Social: José Paschoal Borges de Andrade
49
1) Introdução:
A escolha da APAE como campo de estudo deve-se à importância do serviço
que presta à comunidade, bem como à necessidade de entender, aceitar e incluir as
pessoas excepcionais em nosso meio social.
Nossa prioridade foi conhecer o funcionamento da instituição e, por
conseqüência, como isso se reflete no relacionamento com o público atendido e também
com a sociedade.
Sendo a principal instituição de ensino voltada para indivíduos portadores de
deficiência mental, a APAE se constitui em instrumento fundamental de saúde,
promotora dos direitos e da melhoria de vida dessas pessoas.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) é uma associação em
que, além de pais e amigos dos excepcionais, toda a comunidade se une para prevenir e
tratar a deficiência e promover o bem estar e desenvolvimento da pessoa com
deficiência.
As APAEs têm como principal missão prestar serviços de assistência social no
que diz respeito à melhoria da qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência,
conscientizando cada vez mais a sociedade.
2) A instituição:
Sete crianças portadoras de deficiência levaram seus pais e amigos a fundarem a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Patos de Minas - APAE de Patos de
Minas em 25/04/1972.
Muitos foram os que participaram do processo de fundação da APAE, dando
contribuições significativas para que esta Entidade fosse erigida, cabendo ressaltar os
que deixaram seus nomes na ata de fundação:
Wagner Pagels Lima Verde - foi o fundador e presidente de 1972/1981.
Recebeu da comunidade patense e principalmente das famílias apaeanas, o
agradecimento pelo bem que prestou aos portadores de deficiência do Município de
Patos de Minas e região. Durante os 32 anos que aqui viveu, longos períodos foram
dedicados à prestação de serviços à comunidade, destacando a fundação da APAE e
construção dos dois primeiros pavilhões de sua sede própria. Graças ao seu dinamismo
a Entidade cresceu, e hoje seu potencial de atendimento é um dos maiores do Estado.
Glayde Lima Verde - fundadora e diretora por 12 anos. Afastou-se por algum
tempo e retornou para a diretoria da APAE em 1993.
50
José Pereira Borges (Pereirinha) - exerceu vários cargos na diretoria por 18 anos.
Maria Borges dos Santos Alves
Zander de Sousa Maia
D. Celina de Sousa Maia
D. Avelina Rezende Boaventura
Dr. Dácio Pereira da Fonseca
Renato José Lemos
José Alves Filho
Antonio Felisberto Borges
Lázaro José da Silva
A APAE de Patos de Minas é uma sociedade civil, filantrópica, de caráter
educacional, cultural, assistencial, desportivo, de saúde, de estudo e pesquisa e outros,
sem fins lucrativos e com duração indeterminada.
Integra-se, por filiação, à Federação Nacional e Estadual das APAE's, nessa
ordem, de quem recebe orientação, apoio e permissão para uso do nome, símbolo e sigla
APAE, a cujo Estatuto adere e a cuja supervisão se submete.
Descobrimos também, durante a visita, que a APAE de Patos de Minas conta
com o SASA - Serviço de Atenção à Saúde Auditiva - que é um convênio com o SUS e
a única de Minas Gerais que oferece este serviço à sociedade, fazendo a adaptação de
prótese auditiva e o Teste da Orelhinha, abrangendo 30 municípios do Noroeste Mineiro
e Alto Paranaíba.
Na segunda visita foi-nos mostrado o estatuto da instituição, mostrando como
funciona a diretoria e também o quadro e rodízio de funcionários.
Neste estatuto está denominado o publico alvo com que a instituição trabalha e
sua demanda: crianças, adolescentes e adultos, portadores de deficiências visuais,
auditivas, deficiência mental, deficiências múltiplas, priorizando crianças de 0 a 6 anos
e portadores de deficiências que não se integram à escola regular. Demanda para 2008:
530 alunos.
A EQUIPE É multidisciplinar, composta de profissionais necessários ao alcance
das áreas de resultados, tais como: professores, pedagogo, psicólogo, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, assistente social, fonoaudiólogo, médico (otorrinolaringologista
e neurologista) e outros profissionais necessários à obtenção dos resultados esperados.
51
3) Discussão Metodológica:
Antes de buscarmos entender o funcionamento da APAE, dirigimo-nos ao
estabelecimento que se localiza na Rua José Pereira da Fonseca, levando uma carta de
apresentação. Num primeiro momento não nos foi autorizado conhecer a instituição,
pois a entidade estava passando por uma semana de eventos internos e foi pedido que
aguardássemos uma resposta da diretoria.
Passadas duas semanas retornamos ao local, onde foi marcado um encontro para
que uma responsável da entidade agendasse uma data na qual pudesse mostrar a
instituição .
Vale ressaltar que nesse dia em que voltamos, foi percebida uma grande
interação entre a comunidade e instituição, onde pais, alunos e professores estavam
todos reunidos conversando no pátio.
Chegado o dia da primeira visita, expomos à instituição nossa proposta inicial de
intervenção, que era o conhecimento da mesma e sua história, ao que fomos atendidas
pela diretora que nos mostrou o local e nos contou sobre o surgimento da APAE.
Roteiro das visitas
13/08/2008
Foi ligado na APAE, onde foi marcada uma visita para pedir orientação para
realizar o trabalho.
20/08/2008
Após uma semana manifestou-se o interesse por parte da instituição, onde foi
pedido que esperássemos mais uma semana, pois a mesma estava em sua semana de
comemorações.
Foi feito o convite para que participássemos do evento e também para
conhecermos como era realizada a semana mais esperada pela instituição.
25/08/2008
Participamos da semana da APAE, onde foi mostrada uma festa muito alegre,
onde pais e amigos se relacionavam muito bem, mostrando união e amizade entre os
mesmos.
52
Como primeiramente fomos com o objetivo de observar, focamos em como
funcionavam as relações entre os funcionários e os pais .
No entanto, foi percebido que alguns pais não participavam de nenhum evento que a
semana oferecia e que outros participavam de mais de uma atividade.
Esta prática nos ajudou a ver como o processo de socialização se dá dentro da
instituição, vivenciando com eles, funcionários e pais, esses momentos.
17/09/2008
Após ligar quatro vezes e deixar agendado, foi retornado pela secretária onde
pediu que voltássemos na outra semana, porque haveria uma reunião multidisciplinar e
não havia ninguém para nos conduzir dentro da instituição e nos orientar.
24/09/2008
Nessa visita a secretária nos recebeu muito bem, mostrando-se atenciosa e
prestativa às nossas dúvidas e perguntas. Ela nos apresentou o espaço físico da
instituição, levando-nos às salas, refeitório , salas de psicologia , estimulação ,
diretorias, salas dos professores, sanitários , cozinha , pátio , áreas de lazer, salas de
reunião , enfim, todo o ambiente físico e como ele funciona.
A secretária ia nos apresentando as salas e falando o que era feito na mesma,
qual sua finalidade e quem a coordenava.
Após essa visita foi mais fácil identificar e situar-se dentro da APAE, porque é um
espaço grande e que tem muitas funções.
01/10/2008
Foi-nos mostrado o estatuto da APAE.
08/10/2008
Como não havíamos terminado na última semana, foi-nos mostrado e explicado o
estatuto da APAE.
4) Discussão teórica:
Concordamos com Baremblitt quando este afirma que todo campo de
intervenção pressupõe um campo de análise, isto é, pode-se entender sem intervir, mas
53
não se pode intervir sem entender, embora durante a intervenção possamos entender
cada vez mais.
O autor argumenta que não se pode ser psicólogo quando não se é, ao mesmo
tempo, um investigador de fenômenos que se quer modificar. Também não se pode ser
investigador se não se extrai problemas da própria prática e da realidade social na qual
se vive em determinado momento.
Pensando nisso elegemos como campo de análise a APAE de Patos de Minas,
enquanto entidade filiada à Federação Nacional e Estadual das APAE's, usando seu
Estatuto para dela nos aproximarmos teoricamente.
Nosso campo de intervenção irá abranger as concepções de crianças,
adolescentes e adultos, e se estas diferem entre si, frente à sua inserção na instituição e
seu relacionamento com os demais segmentos da sociedade.
5) Conclusão:
Este trabalho permitiu que tivéssemos um real discernimento acerca da Análise
Institucional e suas implicações.
Foi possível distinguir na prática a diferença entre os conceitos de instituição e
organização, bem como os de visão e missão institucional.
Descobrimos a importância da APAE não só para nossa cidade, mas para todo o
Brasil, tanto na área de atendimento aos excepcionais, como às suas famílias e,
principalmente, a questão da conscientização social.
Sentimos na pele as dificuldades com as quais pode se deparar um psicólogo
institucional, como a resistência em ser recebido, a desconfiança em relação a seu
trabalho e, sobretudo, a complexidade de se trabalhar com grupos.
Vimos também como são muitas as demandas dentro da instituição e como nem
sempre os integrantes têm consciência das mesmas, o que pode levar aos atritos e
incoerências nos relacionamentos ali erguidos.
6) Referências Bibliográficas:
BAREMBLITT, Gregório. Compêndio de análise institucional e
outras correntes: teoria e prática. 5ª edição. Belo Horizonte:
Instituto Félix Guattari, 2002. cap VI, p. 90-107.
54
CAIS-LP “CENTRO DE APOIO E INTEGRAÇÃO DOS SURDOS”
Heloísa Martins da Silva
Jadson Queiroz Braga
Pricila Caetano Fernandes.
RESUMO
O centro funciona a mais de cinco anos exclusivamente para os surdos. Para
freqüentar o CAIS o indivíduo precisa estar cursando o ensino regular. Na instituição
eles estudam sua própria língua que é a libra. Além desta, estudam português, reforço
escolar e informática. No total são 35 alunos nos turnos manhã e tarde, com faixa etária
de 7 a 39 anos. O objetivo do padre Pavoni desde o início foi o de constituir uma
comunidade de “consagrados inflamados do amor de Deus e unidos por fortes laços de
caridade”. Buscando com perseverança a santificação de si mesmo, os mesmos
procuram promover por todos os meios possíveis o bem ao próximo. Distinguem-se
pela educação humana (religiosa) e profissional das crianças e jovens surdos. Todos os
professores e intérpretes têm curso superior de libras, letras ou pedagogia. O CAIS é
uma instituição fundada pelo Centro Comunitário Ludovico Pavoni, que é uma entidade
social sem fins lucrativos atuando no atendimento às crianças, adolescentes e adultos
com deficiência auditiva. Portanto o presente relatório é para verificar o funcionamento
da instituição e se provavelmente uma possível intervenção.
.
Endereço da instituição: Rua Padre Pavoni, n°294 Bairro Rosário. Tel.: 3822-1418
Pessoas de referência na instituição: Padre Ivanilson Mendes e Márcia Dias Lima.
1) Introdução:
A) Escolha da instituição:
Esta instituição foi escolhida, devido ser uma entidade filantrópica, onde seu
público-alvo são deficientes auditivos. E o trabalho desses profissionais em relação a
essas pessoas nos chamou bastante atenção.
55
B) Objetivos definidos pelo grupo:
O grupo apresenta como objetivo fundamental verificar o funcionamento do
projeto e adesão das pessoas a este. Nossa proposta é fazer dinâmicas de grupo, que
possibilitam a criação e recriação do conhecimento. Para levantar a prática: o que
pensam as pessoas, o que sentem, o que vivem e sofrem. Para desenvolver um caminho
de teorização sobre esta prática como processo sistemático, ordenado e progressivo.
Para retornar à prática, transformá-la, redimensioná-la. Para incluir novos elementos
que permitem explicar e entender os processos vividos As técnicas participativas
permitem desenvolver um processo coletivo de discussão e reflexão, ampliar o
conhecimento individual, coletivo, enriquecendo seu potencial e conhecimento,
possibilita criação, formação, transformação e conhecimento, onde os participantes são
sujeitos de sua elaboração e execução.
C) Justificativa
O projeto é de grande importância, pois a cidade de Patos de Minas tem um alto
índice de pessoas portadoras de deficiência auditiva. O nível de escolaridade das
mesmas é bem reduzido, pois o Município não oferece um centro de atendimento
específico para elas, o que dificulta a aquisição de uma cultura mínima para o exercício
da cidadania. Isso gera conseqüências na vida sócio-econômica da comunidade dos
surdos, pois não conseguem competir no mundo do trabalho, tendo dificuldades de lutar
por seus direitos, e assim, engrossam a linha das pessoas que vivem numa situação de
risco no Brasil. O município de Patos de Minas goza de uma estrutura sócio-econômica
privilegiada. A agricultura, a indústria e o comércio fazem com que os cidadãos
patenses tenham qualidade de vida razoável. Porém, as comunidades surdas não
participam deste privilégio. Por causa da baixa escolaridade sobrevivem de
subempregos com salários abaixo do padrão, o beneficio garantido pela lei orgânica da
Assistência Social.
2) Instituição
A população atendida são todos os alunos portadores de deficiência auditiva que
estejam matriculados na rede de ensino regular ou especial. O CAIS iria atender aos
deficientes auditivos inseridos nas escolas regulares ou especiais, só que a procura dos
surdos jovens e adultos que não estavam estudando , era muito intensa, então a
instituição resolveu acolhê-los e incluí-los também nas atividades.
56
A sede própria do CAIS foi fundada em maio de 2008 sendo que a educação dos
deficientes auditivos era feita na APAE (Associação dos Pais e Amigos dos
Excepcionais). Na APAE os surdos eram tratados como pessoas que tinham problemas
na aprendizagem. Padre Ivanilson percebeu que eles não tinham nenhum déficit mental,
ou seja, eram como os outros só que sem o sentido da audição.
A entidade mantedora (Associação das Obras Pavonianas de Assistência)
adquiriu um terreno no Município de Patos de Minas, criando assim a instituição. A
Associação de Surdos da cidade há vários anos requeriam junto à prefeitura do
Município, projetos educacionais e culturais que atendessem essa parcela da sociedade
O centro funciona a mais de cinco anos exclusivamente para os surdos. Para
freqüentar o CAIS o indivíduo precisa estar cursando o ensino regular. O CAIS auxilia
nos desenvolvimentos dos surdos; possibilita que os surdos tenham condições de
acompanhar as aulas de ensino regular, onde fazem a exclusão; favorecer a participação
dos surdos em atividades culturais, campeonatos esportivos e atividades lúdicas; e a
utilização de metodologia (bilingüismo) que facilite a assimilação do conteúdo
pragmático. O CAIS é uma instituição fundada pelo Centro Comunitário Ludovico
Pavoni, que é uma entidade social sem fins lucrativos atuando no atendimento às
crianças, adolescentes e adultos com deficiência auditiva.
O objetivo do padre Pavoni desde o início foi o de constituir uma comunidade de
“consagrados inflamados do amor de Deus e unidos por fortes laços de caridade”.
Buscando com perseverança a santificação de si mesmo, os mesmos procuram
promover por todos os meios possíveis o bem ao próximo. Distinguem-se pela educação
humana (religiosa) e profissional das crianças e jovens surdos.
A sede própria do CAIS foi fundada em maio de 2008 sendo que a educação dos
deficientes auditivos era feita na APAE (Associação dos Pais e Amigos dos
Excepcionais). Na APAE os surdos eram tratados como pessoas que tinham problemas
na aprendizagem. Padre Ivanilson percebeu que eles não tinham nenhum déficit mental,
ou seja, eram como os outros só que sem o sentido da audição.
O CAIS é uma extensão do Centro Comunitário Pavoni e situada em uma casa
adaptada, possui duas salas para o reforço escolar, uma sala para informática, uma sala
de administração uma varanda e eu refeitório, dois banheiros sendo um masculino e
outro feminino, uma cozinha, sendo ao todo 103 m².
57
O CAIS é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos, onde a Comunidade
Pavoniana colabora com a mesma, organizando bingos, e eventos para levantar verbas
para a melhoria da Instituição.
A política de Ludovico Pavoni, ordenado padre em 1807, foi sempre e
unicamente a do amor. Renunciando a fáceis perspectivas de carreira eclesiástica, à qual
parecia encaminhado quando o bispo D. Gábrio Maria Nava o quis seu secretário
(1812), soube doar-se com generosa criatividade a quem tinha mais necessidade: os
jovens e entre esses os mais pobres. Para eles abriu seu Oratório (1812). Ao mesmo
tempo, dedicava-se, como notará o bispo, a ajudar os párocos, instruindo, catequizando
com homilias, catecismos e com retiros, fazendo grande bem à juventude, especialmente
a mais pobre que tem maior necessidade. No dia 16 de março de 1818, foi nomeado
cônego da Catedral e lhe foi confiada a reitoria da basílica de São Barnabé.
Percebendo que muitos oratorianos, sobretudo os pobres, fraquejavam e se
desviavam do bom caminho ao se inserirem no mundo do trabalho que, infelizmente,
não garantia um ambiente moral e cristão sadio, Ludovico Pavoni decidiu fundar um
Instituto beneficente ou Colégio de Artes onde os órfãos ou os descuidados pelos
próprios pais, fossem acolhidos, gratuitamente mantidos, cristã mente educados e
habilitados para o desempenho de alguma profissão, a fim de formá-los e ao mesmo
tempo, afeiçoados à religião, úteis à sociedade e ao Estado. Nasceu, assim, o Instituto de
São Barnabé.
Para sustentar e dar continuidade ao Instituto, Ludovico Pavoni cultivava há
muito, a idéia de formar com seus jovens mais fervorosos «uma regular Congregação
que, unida com os vínculos da caridade cristã e fundamentada nas virtudes evangélicas,
dedique-se inteiramente ao acolhimento e à educação dos filhinhos abandonados e se
disponha a estender gratuitamente seus cuidados também em favor da tão recomendada
Casa da Indústria, prejudicada com a falta de mestres competentes nas artes». Assim, já
em 1825, escrevia ao imperador Francisco I, em visita a Bréscia.
O público atendido pelo CAIS-LP compreende uma faixa etária de 6 a 40 anos,
agrupados por idade ou grau de escolaridade. É utilizada de 2 ou mais línguas no
processo educacional, no caso dos surdos a Língua dos Sinais (1 Língua natural) e a
Língua oral escrita (2 língua adquirida).
As atividades desenvolvidas têm mais ênfase na parte pedagógica que acontece
diariamente alternado com atividades lúdicas (jogos, brincadeiras e teatro), atendendo a
todos os grupos que são divididos em período de manhã e a tarde.
58
A cada semana são escolhidas atividades para realizar com os alunos como
vídeos recreativos, atividades recreativas dirigidas (jogo de futebol, vôlei, queimadas,
aulas de Libras, dramatizações, contos, história) e passeios (sorveteria, clube, praça).
3) Desenvolvimento
O Primeiro contato do grupo com a instituição foi realizado no dia quatro de
setembro de 2008, onde fomos pessoalmente, sendo muito bem recepcionados pelas
professoras do local que ficaram empolgadas com nossa proposta de conhecer o CAIS.
Conhecemos o espaço físico, e alguns usuários do mesmo.
Segundo encontro realizado no dia dezenove de setembro de 2008, conversamos
com o responsável da Instituição Padre Ivanilson, que contou a história do CAIS e como
funcionava a fundação pavoniana, e as atividades realizadas com os surdos que são,
reforço pedagógico aos surdos inseridos as na escola regular, alfabetização para os
surdos adultos, missa celebrada em libras, catequese adaptada, atividades de lazer
recreação , apoio e integração aos surdos no meio social.
No terceiro encontro realizado no dia dezessete de outubro, conversamos com
cada um dos funcionários conhecendo sua historia de vida, também conversamos com
alguns usuários para saber a importância da Instituição na vida de cada um. Os relados
foram emocionantes pois no CAIS, eles aprendem a superar sua deficiência auditiva
integrando- os a sociedade.
A Instituição se mostrou receptível a este projeto, pois no CAIS não existe um
profissional da área da saúde mental, eles ficaram super empolgados com a nossa
presença e demonstrou uma grande vontade que permanecêssemos dando apoio
psicológico para a Instituição.
4) Discussão teórica
Através de processos e técnicas de comunicação os fatos, pensamentos,
sentimentos, atitudes são compartilhados por um número maior de indivíduos e
sociedades. No mundo atual, mesmo nas zonas rurais mais distantes, o rádio leva
notícias, quebrando o isolamento social. Em linguagem figurada, podemos dizer que “o
mundo hoje ficou menor”, pois a multiplicidade das técnicas de comunicação e o grande
poder de alcance que possuem, acarretou o desenvolvimento individual, diminuiu as
diversidades sociais, ampliou os contatos e acelerou as mudanças sociais. A
comunicação criou um mundo novo nos últimos cinqüenta anos, modificando a vida em
59
todos os seus aspectos. Este mundo foi chamado por Marshall McLuhan de “global
village” (aldeia global): após viver em aldeias, cidades ou nações separadas, hoje a
humanidade está cada vez mais vivendo uma imensa aldeia, onde informações, opiniões
e modas são compartilhadas em igual medida.
As interações sociais podem assumir as diferentes formas que constituem as
relações sociais. Do complexo de relações sociais mais duradouras derivam as estruturas
sociais. O grupo social é exemplo de estrutura social. Nele as partes (ou seja, os
indivíduos) estão de tal modo relacionados que, sem perder sua identidade
individualidade, constituindo um todo que transcende a essas próprias partes. Por outras
palavras, o grupo social possui propriedades que não se encontram nos indivíduos que o
compõem. Não é suficiente um agregado físico de pessoas para termos um grupo social.
Um conjunto de pessoas na calçada, a espera da troca de sinal para que possam
atravessar, ou os passageiros de um ônibus não são suficientes para formar um grupo
social. Este supõe: Pluralidade de indivíduos em interação social. As interações
determinam atitudes, sentimentos e ações comuns. Podemos então definir grupo social
como um conjunto de indivíduos permanentemente associados em um processo de
interação social.
Segundo Sumner e Keller, “as principais necessidades que deram margem ao
aparecimento das instituições foram a fome, o amor, a vaidade e o medo, que
correspondem aos impulsos de autopreservação, sexo, gratificação pessoal e o temor ao
sobrenatural. Essas foram forças que, agindo sobre todos os seres humanos, originaram
as instituições sociais, tanto para satisfazê-las, como para regulá-los e controlá-los.”
“W. I. Thomas e Florian Znaniecki, no livro The Polish Peasant in Europe and
America, entenderam a desorganização social como uma diminuição da influencias das
regras vigentes de comportamento sobre os membros do grupo. Em outras palavras,
quando as leis e regras de uma sociedade deixam de controlar os indivíduos, começa a
desmoralização pessoal. Quando essa desmoralização se generaliza, toda a estrutura
social é atingida e as várias instituições começam a se desintegrar-se. O conseqüente
colapso institucional ou desorganização social se expressa numa taxa elevada de
delinqüência, vicio, crime e outros problemas.”
Para onde quer que nos voltemos, deparamos com as mesmas antinomias: temos
uma certa idéia tradicional do que somos como indivíduos. E temos uma noção mais ou
menos distinta do que queremos dizer ao pronunciar o termo “sociedade”. Mas essas
duas idéias, a consciência que temos de nós como sociedade, de um lado, e como
60
indivíduos, de outro, nunca chegam a coalescer inteiramente. Sem dúvida temos
consciência, ao mesmo tempo, de que esse abismo entre os indivíduos e a sociedade não
existe na realidade. Toda sociedade humana consiste em indivíduos distintos e de todo
indivíduo humano só se humaniza, ao aprender a agir, falar, e sentir no convívio com
outros. A sociedade sem os indivíduos ou o indivíduo sem a sociedade é um absurdo.
Mas, quando tentamos reconstruir no pensamento aquilo que vivenciamos
cotidianamente, é constante aparecer em lacunas e falhas em nosso fluxo de
pensamento, como num quebra-cabeça cujas peças se recusassem a compor uma
imagem completa.
Verificamos a falta de um profissional de psicologia, porém o psicólogo é de
grande importância na instituição a fim de trabalhar aspectos referentes aos sentimentos,
vivências dos integrantes do grupo, assim como a auto estima, relação interpessoal,
criando assim formas de inclusão social, as demandas que foram levantadas pelo grupo.
5) Conclusão
Ao realizar este trabalho de campo, tivemos a oportunidade de conhecer e
entender o funcionamento de uma instituição que tem grande importância na cidade de
Patos de Minas. É um projeto que dá oportunidades para uma parte da população que é
muitas vezes excluída pela sociedade. Ter a possibilidade de incluir seus alunos nas
escolas regulares, proporcionando a eles melhoras nas condições para acompanhar as
turmas onde estão inseridos. Criando então, condições para que os surdos sejam vistos
como sujeitos com potencial para exercerem sua cidadania.
6) Referências Bibliográficas
Blalock, Jr: Introdução à Pesquisa Social/ tradução Elisa L. Caillaux 2 ed: Jorge Zahar
Ed.1976.
Elias, Norbert: A Sociedade dos Indivíduos/ organizado por Michael Schrote; tradução ,
Vera Ribeiro; revisão técnica e notas , Renato Janine Ribeiro.- Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 1994.
Lane, S.T.M. Uma Analise Dialética do Processo Grupal/ publicação em cadernos PUC
– Psicologia, nº 11, Educação. Cortez Editora, 1981.
Torre, Maria Benedita Lima della. O homem e a sociedade :Uma introdução à
sociologia 6.ed. M.B.L. Della Torre. 6. ed. São Paulo, Editora Nacional, 1977.
61
A PERSPECTIVA INSTITUCIONAL: UMA REFLEXÃO SOBRE A
PRÁTICA DE ALUNOS DE PSICOLOGIA NA CASA DA
ACOLHIDA BENVINDA
Hugo Silva
Neolaine Cristina De Oliveira
Osline Natália
RESUMO
Com o desenvolvimento da ciência, principalmente no que concerne aos estudos
relativos ao comportamento humano, é de extrema importância que se priorizem os
questionamentos que compõe a aplicação prática desse desenvolvimento no cotidiano.
Nesse sentido, pode-se afirmar que o presente trabalho teve como objetivo levantar os
principais problemas existentes nas instituições responsáveis por crianças/adolescentes
da cidade de Patos de Minas. Para tanto, analisou-se algumas teorias sobre a psicologia
do desenvolvimento. Foi feito também um levantamento sobre os conflitos e o perfil das
crianças/adolescentes, e funcionários da Casa da Acolhida Benvinda, acompanhando as
dificuldades enfrentadas por eles no cotidiano. Por essa razão, o trabalho se justifica
pelo seu caráter social, consistindo na oportunidade de se estar desenvolvendo uma
literatura que discuta a importância da conscientização da realidade institucional na
formação de crianças e adolescentes. A criança e o adolescente, sem uma família,
costumam apresentar vários sintomas psicológicos associados, que podem ser
observados através do comportamento. Algumas crianças e adolescentes que sofrem
freqüentemente fortes traumas modificam o comportamento regular, tornando-se tristes,
agressivos ou infantes para a idade cronológica que apresentam. A maioria apresenta
dificuldades em compreender os ensinamentos escolares e não participa das atividades
propostas. Portanto, a família é como um núcleo ímpar, criador de uma cultura própria
,com leis, regras e mitos. Cada pessoa que compõe uma família, além de compartilhar
esses mesmos ideais e comportamentos, tem suas próprias emoções e também suas
patologias. Esses diferentes universos se entrelaçam e são formados por um jeito de
62
viver e conviver, que ao mesmo tempo em que protegem, podem também prejudicar a
criança. Diante disso, o papel da instituição se torna fundamental, pois a mesma assume
o lugar da família, se constituindo do espaço, no qual a criança/ adolescente terá o apoio
que a principio seria de responsabilidade familiar. Nesse contexto, o tema é
extremamente relevante já que discorre sobre a importância de um acompanhamento
psicológico no cotidiano dessas instituições. Assim, a reflexão acerca do assunto pode
propiciar, no âmbito social, atitudes que demonstrem mais sensibilidade a tais questões,
principalmente quando as mesmas se correspondem à formação de crianças e
adolescentes. Apoiado nesses pressupostos, a temática irá contribuir para a realização de
novos estudos sobre as raízes e os efeitos do preconceito acerca das instituições,
estabelecendo mais uma forma de abordagem sobre o assunto e enfatizando o processo
psicológico de crianças e adolescentes atendidos.
Casa da Acolhida Bem Vinda
R: José Felipe de Melo n° 0 B: Cerrado
Patos de Minas –MG CEP 38701-298
(34) 3823-3110
SIMARIA SILVA FLOR – COORDENADORA
JOSÉ MARIA SOUSA - PRESIDENTE
1) INTRODUÇÃO
1.1) Escolha da instituição
No Natal do ano de 2006, foi proposto aos alunos do curso de Psicologia
realizar o natal solidário, levando presentes às crianças da Casa da Acolhida Bem
Vinda. Durante o dia foram realizadas várias brincadeiras, entrega de presentes e ao
final um grande lanche de confraternização. Nesse dia então tivemos a oportunidade de
conhecer a instituição. No ano de 2008 nos foi apresentado à disciplina de Psicologia,
Instituições e Comunidades, onde teríamos a oportunidade de realizar uma análise
institucional em alguma instituição da cidade de Patos de Minas, surgiu então à idéia de
voltar àquela instituição onde havíamos apenas feito uma visita de Natal e não mais
voltado.
63
1.3) Objetivos Gerais do Grupo
Compreender a realidade institucional de tal abrigo;
Refletir sobre a importância do estágio em abrigos para crianças e adolescentes e
idosos na formação institucional de graduandos do curso de psicologia e de outros
cursos.
Se possível contribuir para a preparação dos funcionários responsáveis por um
abrigo de crianças e adolescentes;
Observar a dimensão do afeto, proteção determinantes para o não fracasso das
instituições responsáveis;
1.3) Justificativa
É de extrema importância que seja feita uma reflexão sobre a realidade
institucional de um abrigo para crianças e adolescentes, mostrando, como os mesmos a
representam, bem como a importância de repensar, recuperar e investir no universo
institucional superando estigmas que acompanham a realidade das instituições como
lugar de “fracasso”, permitindo que a mesma seja vista como um local de
possibilidades, de acolhimento, de afeto e proteção, objetivo, aliás, que determinou a
sua origem. Dentro dessa perspectiva, este trabalho enfatiza a importância da
intervenção da Psicologia nas instituições, auxiliando as mesmas através de um trabalho
de acessoria no enfrentamento dos preconceitos, dificuldades e conflitos que
caracterizam seu funcionamento.
O referido relatório nasceu de nossa participação em uma prática da
disciplina “Psicologia Instituições e Comunidade”, na instituição “Casa da Acolhida
Benvinda”, que abriga crianças e adolescente de 0 a 16 anos, objetiva propiciar
atendimento integral a crianças e adolescentes em situação de risco, vítimas de
abandono, exclusão e violências, visando minimizá-las e a contribuir também para a
inserção sociocultural dos adolescentes.
Uma intervenção na instituição poderia constituir atividades laborais,
participações em oficinas ou em grupos através da técnica do psicodrama com
diferentes temas: arte, educação, sexualidade, música, literatura entre outros, além de
conversas em grupo temáticas ou não.
64
Nos encontros semanais, poderiam ser oferecidos espaços para integração
das diferentes atividades realizadas no projeto, juntamente com a busca de alternativas
que viabilizam a superação das dificuldades e obstáculos que emergem da própria
tarefa, assim integrar os participantes facilitando a troca de experiências e o
relacionamento grupal.
A nossa prática de trabalho deverá ser permeada por um vínculo
significativo e uma relação de confiança o que nos parece ser uma condição importante
para a realização do projeto.
2) A INSTITUIÇÃO
O que é a Casa da Acolhida?
Ela é uma Associação civil sem fins lucrativos, beneficente, filantrópica e de
assistência social, reconhecida como entidade de utilidade publica pela Lei Municipal
n° 5.483 de 4 de outubro de 2004.
Essa instituição surgiu entre o ano 2000 e 2001, só que com outro nome
Famede. E em 2004 passou a se chamar Casa da Acolhida Bem Vinda.
Com a colaboração de voluntários da comunidade e empresas socialmente
responsáveis. A Casa da Acolhida mantém sob sua guarda, crianças e adolescentes em
situação de risco pessoal, social e/ou que não tem família, encaminhadas pelo Conselho
Tutelar ou Justiça da Infância da Juventude.
A Entidade opera em regime e programa de abrigo, em caráter temporário,
com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento e a proteção infanto-juvenil
através de atividades e projetos de natureza educativa, visando à reintegração social e
familiar.
Sua sede própria foi construída em 2007 com capacidade de 40 crianças, sendo
que é sustentada pela ajuda da comunidade e de empresas locais.
A Simaria Silva Flor é a coordenadora da instituição, sendo que há mais quatro
funcionários que trabalham aqui. José Maria Sousa é o presidente da Casa da Acolhida.
Prestações de despesas
As prestações de conta devem ser prestadas ao Conselho Tutelar.
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As despesas de manutenção das atividades desenvolvidas pela entidade giram
em torno de R$ 6.800,00 mensais e R$ 81.600,00 por ano.
O custo mensal por criança acolhida é R$ 170,00.
O custo anual por criança R$ 2.040,00.
A maior fonte de recurso vem do Lions Clube Patos de Minas Domingos
Matos, que destina as verbas obtidas através de suas promoções e campanhas.
A ajuda da Colaboração é através de:
1. Campanha de apadrinhamento de um ou mais crianças, custo de R$ 270,00
mensais.
2. Doação em dinheiro: carnê, debito em conta, deposito em conta corrente da
entidade.
3. Doação de gênero alimentício e materiais de limpeza, higiene pessoal e
medicamentos.
Histórico da instituição
A Instituição existia com o nome de Famede, sendo que era governada por um
casal de pastores. Mas como as crianças estavam sendo maltratadas pelo casal, então os
promotores tiraram o poder deles e buscaram novas fontes, instituições que pudessem
cuidar da instituição. A instituição Lions Clube aceitou coordenar esta e com o apoio da
verba de R$ 80.000,00 de uma cidadã patense que tinha o sobrenome Bem Vinda, eles
inauguraram o Instituto Casa da Acolhida Bem Vinda, que recebeu este nome devido
ser o sobrenome da cidadã que doou a verba.
Objetivos da Instituição
O objetivo da instituição é “De a mão a quem precisa”
O presente projeto tem por objetivo captar recursos para manutenção das
atividades assistências da Casa da Acolhida.
A entidade gera em regime e programa de abrigo em caráter temporário, com a
finalidade de contribuir para o desenvolvimento e a proteção infanto-juvenil através de
atividades e projetos de natureza educativa, visando a reintegração social e familiar.
Atividades e trabalhos de assistência
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No grêmio 2006/2007 foram acolhidos 46 crianças e adolescentes. Três
crianças após se recuperarem retornaram e foram encaminhadas ao lar familiar, o
primeiro foi encaminhado à casa das meninas, as demais crianças e adolescente
continuam na entidade.
Em 2007 com a ajuda da comunidade e empresas locais, foi construída uma
ampla e confortável sede, com estrutura suficiente para acolher dezenas de crianças.
A Casa da Acolhida possui uma equipe de profissionais capacitados composta
de médicos, cirurgiões dentistas, assistentes sociais e psicólogos.
A equipe assistencial da entidade é formada por profissionais voluntários e
remunerados.
3) DESENVOLVIMENTO/DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Num primeiro momento, para uma aproximação da realidade vivida pela
Casa da Acolhida, optou-se por uma visita orientada pela coordenadora da Instituição,
que nos recebeu com muita presteza e atenção, esta visita foi marcada com a mesma
anteriormente após um telefonema realizado por um dos integrantes deste grupo,
explicando nossos objetivos. Na primeira visita realizada, a Instituição como um todo
nos foi apresentada, falamos sobre a história da mesma e seu desenvolvimento até os
dias atuais, após esta visita, foi marcada uma entrevista para próxima semana com a
coordenadora com o intuito de sabermos sobre a demanda da Instituição.
Na visita seguinte entrevistamos à coordenadora da instituição e nos
propusemos a procurar um dos psicólogos que dão assistência à instituição, porém ao
procurá-los ficamos sabendo que eles se relacionam com as crianças apenas sobre
questões jurídicas solicitados pelo juiz, não prestando nenhum atendimento psicológico
às crianças e adolescentes.
Partindo dessa observação, o grupo percebeu que poderia atuar através de
encontros para utilização da técnica do psicodrama ou dinâmicas de grupo focadas em
temas tragos pelos integrantes do grupo, esses encontros poderiam ser realizados tanto
com as crianças/adolescentes da Instituição como também com os funcionários da
mesma, sendo essa intervenção de grande importância, devido, principalmente a fatores
ligados a história pessoal de cada criança/adolescente e a situação vivida por eles hoje e
a falta de assistência psicológica.
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4) DISCUSSÃO TEÓRICA
Neste trabalho, estamos considerando as instituições na perspectiva de
Guilhon de Albuquerque (1978), no qual as mesmas são entendidas como um conjunto
de práticas sociais, ou de relações sociais concretas, configuradas na apropriação de um
determinado objeto, que se reproduzem e legitimam num exercício incessante de poder,
que para ele não se distingue do saber, ou seja, quem tem saber possui poder.
A questão do abandono e da violência em relação à criança e ao adolescente
vem a muito preocupando determinados setores da sociedade. Durante um longo tempo,
a prática que norteou o atendimento às crianças e adolescentes abandonados esteve
ligada ao atendimento institucional. Entretanto, a qualidade do serviço prestado pelas
instituições sempre se constituiu objeto de crítica.
Bleger (1984) chama a atenção para o fato de que o funcionamento das
instituições tende a reproduzir a mesma lógica do problema que esses espaços visam a
combater, dessa forma, sua proposta de abrigo, proteção, amparo e formação nunca
chegou a obter êxito.Ao contrário do que se esperavam, elas acabam por criar as
mesmas dificuldades, sofrimentos que abandonos já vividos por essas crianças e
adolescentes, reeditando, assim a mesma relação que a sociedade estabeleceu com esses
sujeitos ao abandoná-los.
O regime disciplinar e autoritário que caracteriza tais instituições foi objeto
de vários estudos, dentre os quais se encontram os trabalhos de Foucault (1997) e
Goffman (1974). Nessas obras, os autores refletem sobre os aspectos como a
representação que o interno faz da vida institucional, o aniquilamento de sua identidade,
a estigmatização e as dificuldades enfrentadas em seu processo de reinserção social.
Podemos destacar também os estudos de Guirado (1980,1986), que
evidenciam as conseqüências da separação da criança da família, e os estudos de
Lapassade (1977) que em um determinado instante de sua obra definiu instituição como
o Estado. E em outro momento a definiu como uma transvesalidade que é uma rede de
poder instituído e instituinte em cada grupo concreto.
Segundo Lane,
devemos ainda considerar o fato das instituições serem reprodutoras de ideologia que têm
sua eficácia garantida pelo seu conteúdo de valores, cuja captação no plano individual se dá
pela esfera afetiva, se não forem refletidas ou decodificadas pela linguagem, irão constituir
aspectos nucleares da afetividade, levando à cristalização da identidade (1995, p.62)
68
O fracasso desse modelo levou a criação de soluções alternativas como a
proposta do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que constitui, atualmente, a
linha de frente das ações direcionadas ao problema.
O discurso das crianças e adolescentes evidencia a presença das instituições
de abrigo nas suas histórias de vida, seja porque lá viveram parte de sua infância, seja
porque seus irmãos e amigos ou conhecidos lá viveram, ou ainda por sofrer a ameaça
constante de viverem a integrar esse universo.
Embora eles saibam que a instituição é geralmente um lugar de passagem,
ela tem possibilitado que eles sejam retirados da violência e do abandono em que
viviam, oferecendo um local de maior tranqüilidade e apoio, até que suas vidas sejam
reestruturadas. É importante salientar que, como suas vidas foram extremamente
violentas, isso contribui para que a instituição seja vista como menos ameaçadora.
A passagem por uma instituição de abrigo, por um lado, representa marca
dolorosa na vida dessas crianças e jovens, pois as situações que os levam a
institucionalização são sempre muito duras, fazendo que convivam com experiências
muito traumáticas. A isso se soma ainda a saída da vida familiar, que os leva em virtude
do distanciamento criado, a refletir sobre o que significou sua vida e o que representa
sua família.
Porém, é preciso evidenciar que nos referimos aqui a instituição já
remodelada pelo estatuto que, portanto já não apresenta as características mais penosas
das tradicionais casas de abrigo de menores, as tão conhecidas “instituições totais”
estudadas por Goffman (1974).
Destacamos que o fato de trabalhar em uma instituição dessa natureza
envolve lidar com todas as dificuldades das relações afetivas, com o que de pior pessoas
podem viver e fazer sofrer aos demais, o que é doloroso pra qualquer um.Assim o
ambiente institucional, como referimos está menos fechado menos ameaçador, porém
ele se mantém sempre denso, carregado com a angústia de entrar em contato com a
desilusão das crianças e jovens.
É importante, então, refletirmos sobre as possibilidades de repensarmos a
instituição como um local onde possam viver a infância e adolescência e construir
referencias identificatórios positivos, um espaço que ofereça à criança e adolescente em
ambiente seguro e protetor.
Talvez esses aspectos exijam um esforço de transformação do estigma que
carregam as instituições, sobretudo as que atendem a essa população, de modo que
69
possam, a partir daí, serem pensadas como um local onde seja possível construir
sujeitos, pois, se, conforme percebemos em nosso dia a dia de trabalho na instituição, a
família nem sempre vai conseguir o que dela se esperava, muitas vezes para as crianças
e adolescentes a instituição é o lugar mais estável em que elas viveram.
Sobre este aspecto observamos que a maioria das teorias em Psicologia
apontam para a determinação da família na formação dos indivíduos, o que, para as
crianças abandonadas ou violentadas, não existiria uma saída ou uma perspectiva
desejável. Porem, como já assinalamos anteriormente, para algumas crianças e
adolescentes é uma experiência que lhes trazem uma possibilidade de construir
vivências mais positivas que o ambiente familiar.
Nesse sentido, de acordo com a ótica Freudiana, a agressividade pode ser
vista como uma maneira que a criança encontrou de reagir às experiências de fracasso
escolar.
Grande parte do comportamento agressivo apresenta-se em crianças que
foram criadas em ambientes onde houve rejeição, excessiva tolerância da agressividade,
tratamentos incoerentes, discordais, ameaça punições físicas dolorosas.
O relacionamento familiar influencia muito no desenvolvimento pessoal,
social e educacional da criança, e do adolescente. Os responsáveis destes são uma
árvore psicológica e os filhos são frutos dessa arvore. A qualidade dos frutos está ligada
diretamente à qualidade da árvore que os gerou e nutriu.
De acordo com o ECA (estatuto da criança e do adolescente ) no Art. 19 diz:
toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família,
assegurada a convivência familiar e comunitária. Com relação a
liberdade/responsabilidade/dignidade o ECA no Art.15 mostra que a criança e o
adolescente tem direito a estes critérios, pois como pessoas humanas, estes, estão em
processo de desenvolvimento sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis.
Nessa perspectiva é de extrema importância que se estenda um olhar para as
instituições que assumem o papel da família. É preciso construir um novo olhar sobre a
realidade institucional: talvez esse olhar possa trazer a esperança de recuperar o
funcionamento falido essas instituições, que em sua essência, já se originam para tratar
de uma questão que se acreditava sem solução.
70
5) CONCLUSÃO
Concluímos que é necessária uma revisão constante de nossos referenciais
que nos permita compreendê-los melhor, evitando que tenhamos sobre eles um
julgamento precipitado, um diagnóstico inadequado e uma exigência incompatível com
suas histórias de vida, considerando a nossa relação com as teorias e mitos que
sustentam a hegemonia familiar. É preciso construir um “novo olhar” sobre a realidade
institucional: talvez esse olhar possa trazer a esperança de recuperar o funcionamento
dessas instituições. Se pudermos pensá-las não apenas como depósito do “lixo social”,
talvez possamos realmente construir dentro dela uma nova possibilidade e, a partir daí,
dar uns reais sentidos à sua existência, permitindo que cada criança ou adolescente que
venha integrar esse universo, tenha a oportunidade de encontrar aí um “olhar”, um
“lugar” de construção de desejos e possibilidades.
Se acreditarmos que as relações são resultado de construções afetivas, onde
ser compreendido, ser aceito, ser respeitado, é a base necessária para um percurso
satisfatório, então poderemos pensar a instituição de uma forma diferente, tornando-a
uma alternativa viável para a construção de sujeitos. Acreditamos que isso se dará
através da recuperação da solidariedade e da construção de laços afetivos, o que é, em
última instância, o alicerce de nossa subjetividade.
E é dentro dessa perspectiva que nosso projeto na “Casa da Acolhida
Benvinda”, que abriga crianças e adolescentes em Patos de Minas, busca superar os
aspectos que parecem repetir as experiências tão sofridas das crianças e adolescentes
que integram esse universo. Dessa forma estamos priorizando as equipes internas,
trabalhando as dificuldades em relação ao universo com o qual se defrontam, os
sentimentos que emergem do contato com essa realidade. Em relação às crianças e
adolescentes, buscamos trabalhar a experiência da vivência institucional e seus projetos
em relação ao futuro. Em relação às famílias, parece-nos importante construir uma
relação mais estreita entre a instituição e a família, auxiliando o processo de
reintegração das crianças e adolescentes no universo familiar, seja na família biológica
ou possível família adotiva.
Esse trabalho nos colocou frente a um grande desafio de trabalhar com a
realidade institucional, mas ao mesmo tempo, nos dá a certeza de que é possível
minimizar os efeitos desse processo, comprometidas que estamos com uma Psicologia
que procura dar conta das problemáticas sociais.
71
6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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psicossocial. In: AFONSO, L(org) Oficinas em dinâmica de grupo: um método de
intervenção psicossocial.Belo Horizonte: Edições do Campo Social ,2000.
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LANE, S. M. (1995). A mediação Emocional na Construção do Psiquismo humano; In:
Lane Silva Maurer& Saraiva, Bacler B.(Orgs) Novas Veredas da Psicologia Social.
São Paulo: Brasiliense.
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CRAS, SEMPRE PERTO DA COMUNIDADE
Américo Pedro De Sousa
Ana Cláudia Gomes
Marina Vieira Spirandeli
RESUMO
Através da escolha da instituição para a realização dos critérios da disciplina,
o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) foi escolhido com o objetivo de
conhecer como essa instituição atua no meio comunitário, suas práticas realizadas, seu
funcionamento e seus papéis de hierarquização. Com base em todas as visitas
realizadas, materiais coletados, observações e entrevistas, pode-se concluir que, a
escolha da localização e atuação da instituição é feita a partir, de critérios de
vulnerabilidade, ou seja, onde as questões sociais são mais emergentes. Dessa forma,
atende-se uma comunidade carente, ajudando-os a ter uma melhor qualidade de vida,
prevenindo situações de risco, fortalecendo vínculos familiares e comunitários. A
presença de uma equipe multiprofissional é imprescindível para se tentar atender as
demandas existentes. Frente a isso, o papel do psicólogo é fortalecer os relacionamentos
e vínculos familiares, realizando trabalho de escuta com pais e filhos sobre a
problemática da família, buscando melhorar a qualidade de vida das famílias, com
orientações para ajudá-las diante de algum tipo de sofrimento psíquico e, se necessário,
encaminhá-las a outro atendimento, através da rede de serviço. Há os atendimentos
individuais que são feitos em ambiente fechado com a presença de contrato, sigilo e
realiza também projetos com a equipe multidisciplinar. De acordo com a análise feita do
número de famílias atendidas pelo CRAS, pode-se verificar que a instituição atende a
uma demanda muito maior do que sua capacidade, sendo necessária assim, a criação de
outras unidades. Percebemos que a formação dos psicólogos é insuficiente para a
atuação na área social.
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CRAS (CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
Rua: Vereador João Pacheco, nº63, Bairro: Várzea
Telefone: 3822-9878 e 3822-9876
Coordenadora: Elga Peres de Araújo Lima
Psicóloga: Mariama Sousa Amâncio
INTRODUÇÃO
A disciplina de Psicologia, Instituições e Comunidades teve como objetivo
realizar um trabalho prático com o intuito de conhecer Patos de Minas, através das
instituições aqui presentes, como é desenvolvido seus trabalhos, sua forma de
funcionamento, as relações de poder e fazer uma relação entre a teoria e a prática.
O CRAS foi escolhido pelo grupo, por não haver conhecimento sobre ele,
para se sair do ciclo das mesmas instituições que são procuradas para realizar trabalhos
e por ele atuar diretamente na comunidade.
Os objetivos são: conhecer a instituição num todo, presenciar e vivenciar
como se trabalha as questões relativas ao meio social, como se consegue por meio de
atividades oferecidas e programas desenvolvidos atuar na comunidade, verificar quais
são os critérios que a instituição utiliza para escolher seu público-alvo, como se trabalha
numa equipe multidisciplinar, qual o papel do psicólogo dentro daquele contexto,
observar as relações de poder presentes na interação entre os profissionais, o
comprometimento desses, a estrutura do local e os resultados de todo esse processo.
Esses objetivos são importantes para nortear nosso trabalho, ajudando a
entender as dinâmicas existentes na instituição, o seu modo de funcionamento e para
que isso ocorra é necessário compreender todos os tópicos relatados.
Atualmente, pode-se perceber uma necessidade maior de desenvolver
projetos sociais que atenda a uma grande demanda da população menos favorecida.
Realizando ações, projetos, auxílios para redução e prevenção dos impactos sociais e
naturais ao ciclo da vida, procurando enfrentar os desafios de imposições sociais,
econômicas, políticas e de ofensas à dignidade humana, pois sabe-se que somos
socializados através de um contexto social muito amplo.
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Dessa forma, o CRAS faz esse papel que, apesar de ser uma prática
assistencialista, tenta amenizar problemas emergentes, atuando no campo da seguridade
social, com sua articulação com outras políticas do campo social, voltadas à garantia de
direitos e de condições dignas de vida.
INSTITUIÇÃO
O CRAS surgiu, a partir das diretrizes que regem as questões de caráter
social, que teve início com no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Este foi
fundado em pacto entre entes federativos que assegura a unidade de concepção e de
âmbito da política de assistência social em todo território social, sobre o paradigma dos
direitos à proteção social pública de seguridade social e à defesa da cidadania do
usuário. O SUAS é um sistema único não contributivo, descentralizado e não
participativo que tem por função a gestão do conteúdo específico da assistência social
no campo no campo da proteção social brasileira.
Em Patos de Minas, o CRAS I e II foi fundado em Julho de 2006, pelo
prefeito Antônio do Valle Ramos. A instituição da qual realizamos a atividade (CRAS
I), se localiza na Rua Vereador João Pacheco, 63, Várzea. Atuando nos seguintes
bairros: Brasil, Brasília, Cristo Redentor, Nossa Senhora Aparecida, Santa Luzia, Santa
Terezinha, São José Operário, Várzea e Vila Rosa. O atendimento na instituição ocorre
de segunda a sexta-feira, no horário de 07:30 às 11:00, de 13:00 às 17:00 h.
Através dos resultados positivos, da aceitação da comunidade, da grande
procura, das parcerias feitas com instituições da rede pública de saúde, de educação, de
assistência social, conselho tutelar, promotoria do município e as associações de bairro,
assim como dos profissionais, o CRAS se consolidou como uma referência da
assistência social em Patos de Minas.
O Centro de Referência da Assistência Social, o CRAS dá primazia à
atenção às famílias e seus membros, a partir do seu território de vivência, priorizando os
fragilizados dos vínculos afetivos e sociais, vulneráveis, decorrentes da pobreza, da
privação e vítimas de um sistema.
Os objetivos do CRAS são: cadastrar famílias para identificar suas
necessidades; atender com uma equipe multiprofissional; promoção da Inclusão Social
através de vários programas, como, bolsa família, atividades manuais, oficinas
(artesanato, pintura em tecido, bordado, tricô, macramé, trançado de fitas, arraiolo,
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bijouteria, decoupage, pedraria, tricô em tear, crochê, ponto cruz), cursos de capacitação
profissional (atendente de farmácia, cabeleireiro básico, gestão de compras e estoque,
garçom, informáticas, desenho básico), atividades esportivas para crianças e
adolescentes de 5 à 18 anos e adultos (futebol de salão, basquete e voleibol);
atendimento ao idoso e ao portador de necessidades especiais; promover o
desenvolvimento familiar, formulando propostas conjuntas de melhoria das relações
familiares; trabalhos socioeducativos, buscando e formulando novos valores para
convivência comunitária; promover palestras, debates, grupos de discussão, levando
conhecimento a toda comunidade e assim, divulgando o trabalho da instituição; fazer
orientações e encaminhamentos; desenvolver o principal programa do CRAS, de
Atenção Integral à Família (PAIF).
O PAIF, é o principal programa de proteção social básica do SUAS. Ele
desenvolve ações e serviços básicos continuados para famílias em situação de
vulnerabilidade social na unidade do CRAS. Tem por perspectivas fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários, o direito à proteção social básica e a ampliação da
capacidade de proteção social, por meio do deslocamento da equipe que trabalha no
CRAS, o atendimento é domiciliar.
O PAIF foi criado em 18 de Abril de 2004, pelo ministério do
desenvolvimento social e combate à fome, passando a integrar a rede de serviços de
ação continuada da assistência social financiada pelo Governo Federal. Este serviço não
pode ser terceirizado e tem que ser padrão em todo o país.
A filosofia institucional é levar o bem-estar e a inclusão social às
comunidades. A instituição fica sempre perto da comunidade e, por isso, sua estrutura é
descentralizada. As atividades são realizadas na sede, nas quadras de esporte e nas
associações de bairro, além das escolas na região de abrangência. No local há uma sala
da coordenadora, uma da psicóloga, outra do assistente social, da pedagoga, uma de
informática, a de trabalhos manuais, a recepção e do lado de fora, há um banheiro, uma
cozinha e uma área de lazer. A coordenadora relatou que esse espaço físico é
insuficiente para atender a demanda.
Os profissionais que atuam no CRAS são: 01 coordenadora; 01 Assistente
Social; 01 Psicóloga; 01 Agente Administrativo; 01 Auxiliar de Serviços Gerais; 03
Instrutoras de Oficina de Artesanato; 02 Estagiárias-Atendimento e Cadastro de Bolsa
Família; Em parceria com o UNIPAM, 02 estagiários de Informática; 02 Estagiários de
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Arte; 02 Estagiários de Educação Física; Para o PROJOVEM, 01 pedagoga; 01
Educador Físico e 01 Instrutora de Arte.
O financiamento para a manutenção da instituição vem do Governo Federal,
Estadual e Municipal, ressaltando que eles não recebem doações. Os grupo com os
quais trabalha, os parceiros são: SENAC; SENAI; UNIPAM; PROMAM; Postos de
Saúde: André Luiz, Geraldo Resende e Várzea; Província dos Capuchinhos; Amparo
Maternal; Associações de Bairro: Nossa Senhora Aparecida, Cristo Redentor e Vila
Rosa; Escolas de bairros adjacentes; Telecentro.
DESENVOLVIMENTO/DISCUSSÃO E METODOLÓGICA
Primeiros Contatos-Estabelecimento do Rapport
Inicialmente um membro do grupo foi até a instituição, CRAS (Centro de
Referência da Assistência Social) no dia 20 de Agosto, com a finalidade de marcar uma
reunião para expor os objetivos do grupo. A coordenadora informou que seria viável
este primeiro contato com a Psicóloga e o Assistente Social, ficando definido que o
grupo ligaria marcando uma visita. Ela então já falou sobre algumas atividades e
objetivos da instituição, entregou folders e cartilhas com informações a respeito dos
projetos realizados na sociedade.
No dia 27 de Agosto o grupo ligou no CRAS e conversou com a Psicóloga
que questionou os motivos da visita e após serem esclarecidos, marcou-se a reunião para
o dia 03 de Setembro às 13:00 h. O grupo então, dirigiu-se ao local na data marcada e
reuniu-se na sala da Psicóloga juntamente com a Coordenadora e o Assistente Social.
Primeiramente nos apresentamos e expomos os objetivos da disciplina, da
visita e do porque que escolhemos aquela instituição para a realização do trabalho.
Explicando que o objetivo era conhecer Patos de Minas através de suas instituições e
que o nosso grupo escolhera esta por prestar serviços sociais comunitários e que esta foi
indicada por uma Assistente Social conhecida do grupo, além de um desses já conhecer
sobre o trabalho desenvolvido no CRAS.
Durante a reunião os profissionais esclareceram algumas dúvidas e nos
disponibilizou 4 apostilas para termos um acesso mais detalhado sobre o histórico da
instituição, os projetos desenvolvidos, etc. Ficando combinado que após o levantamento
desses dados, o grupo voltaria para obter mais informações, esclarecer dúvidas,
acompanhar atividades realizadas nas oficinas, e fazer visitas domiciliares
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acompanhados pela Psicóloga e Assistente Social, em que cada membro do grupo
estaria indo em um dia diferente.
Em seguida, nos foi oferecido um suco e a coordenadora nos levou para
conhecer a estrutura física do local. Agradecemos a disponibilidade e atenção que nos
foi dada e ficou combinado que voltaríamos o mais breve possível.
Desde a última visita realizada no dia 03 de Setembro, tendo transcorrido 1
mês e 19 dias, o grupo ficou lendo e pesquisando dados referentes ao surgimento e
funcionamento da instituição através das 4 apostilas que foram oferecidas, para se obter
um maior conhecimento da mesma.
No dia 22 de Outubro às 14:00, o grupo reuniu com a Psicóloga para buscar
mais informações, realizar as entrevistas separadamente com ela, o Assistente Social e a
Coordenadora, com o objetivo de compreender a visão de cada profissional sobre a
instituição, seus papéis e tirar dúvidas sobre questões que não haviam sido esclarecidas.
A psicóloga colocou a sugestão de deixar as questões e dúvidas por escrito, pois eles
não estavam com disponibilidade e tempo para a realização das entrevistas individuais.
O grupo então, concordou a idéia e deixou com eles o questionário, ficando já
combinado que após responderem, a Psicóloga ligaria para ir buscar as entrevistas.
No dia 14 de Novembro a Psicólogo entrou em contato e solicitou a busca do
material. Ficando combinado que entraríamos em contato para a realização do próximo
passo, que será o acompanhamento junto com ela e o Assistente Social, na visita
domiciliar, em que cada um do grupo irá em um dia diferente.
Ressaltando que a todo momento eles demonstraram interesse de promover
uma parceria e estar elaborando e realizando projetos sociais que complementem os
trabalhos já existentes, devido a grande demanda existente na região em que atuam. A
instituição foi bastante acolhedora, atenta e preocupada aos nossos objetivos e
interesses, mesmo porque ela já possui parceria com o UNIPAM.
Uma impressão que o grupo teve com relação ao Assistente Social, foi uma
certa resistência em ajudar o grupo a esclarecer dúvidas, não demonstrando interesse
com a proposta apresentada. Isso pode ser analisado nas respostas de seu questionário
(em anexo).
DISCUSSÃO TEÓRICA
Analisando o material adquirido através do CRAS e de seus profissionais,
percebe-se a importância de estar inserido no grupo, e que para obter resultados, os
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mesmos devem estar submetidos às normas institucionais e hierárquicas, mas esta
transformação só ocorrerá se participarem membros que proporcionam força, segurança,
identidade e apoio.
As pessoas que procuram o CRAS buscam este apoio, essa identidade, este
estar em grupo, com intuito de amenizar muitos conflitos. Estes se sentem mais coesos,
estruturados, em condições de buscar vínculos que o ajudam a alcançar um equilíbrio.
Observa-se nos membros que dirigem o CRAS, um apoio da instituição que lhes dão
poder para executar tarefas, tendo um objetivo comum onde a relação dos membros é
uma soma de dominação e aplicação do que acham ser melhor para uma comunidade
que está a mercê deste poder e da política pública. Este grupo pode ser chamado de
grupo terror, pois não há desapego do poder e muito menos igualdade de alto-gestão.
A sociedade e a instituição são vistas como realidade construída por nós
mesmos, e um dos papéis do psicólogo é aprender a lidar com a realidade concreta de
cada um, e com isso se projetar para a atuação levando em conta uma alienação do
grupo, pois nascemos em uma instituição, crescemos nela e ela em nós. É possível viver
sem a instituição, uma vez que ela está intrinsecamente ligada, enraizada em nossa
persona?
Observamos que é um trabalho árduo, pois deve ser levado em conta a
história de cada um, sua subjetividade e o meio sócio-histórico que está inserido, mas ao
mesmo tempo deve-se adequá-los ao programa, normas, a padrões que talvez são
cabíveis a uns e a outros não, onde alguns internalizam e tornam-se conscientes do
papel do CRAS frente aos trabalhos que vem beneficiá-los ou ao menos abrandar suas
necessidades.
Pode-se notar um conflito existente entre os jogos de poder que permeiam a
equipe multiprofissional. O Assistente Social é o funcionário que trabalha a mais tempo
na instituição, há 2 anos, enquanto que a coordenadora trabalha tem 1 ano e 10 meses e
a psicóloga 3 meses. Diante disso, nota-se que ele acredita entender melhor o que se
passa no funcionamento da instituição, porém ele não usa dessa experiência de forma
positiva, pois durante os encontros, onde a equipe estava reunida, ele não deixava a
psicóloga expor suas idéias. Ele respondia a todas as perguntas e quando era
direcionado para a psicóloga, ele imediatamente cortava a fala dela, colocava seu ponto
de vista, não a deixando expressar.
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Ele demonstrou também uma falta de interesse com o nosso projeto, pois
demorou muito para responder a entrevista (o grupo ligou duas vezes na instituição para
verificar se o questionário já estava respondido, a psicóloga disse que só faltava a parte
dele), no entanto, o questionário que ele respondeu ficou curto e sem detalhes.
Estando com a coordenadoria do CRAS, a Psicólogo e o Assistente Social,
pode-se perceber um jogo de forças por parte deste ao se posicionar com mais ênfase
frente aos demais membros, talvez isto ocorre pelo fato do mesmo estar a mais tempo na
instituição e conhecer melhor seu funcionamento. Segundo Baremblit, o saber oferece
poder ao indivíduo fazendo com que os demais membros tenham respeito pelo
conhecimento e sua experiência frente às decisões tomadas. A pessoa exerce sobre os
demais influência, onde os mesmos tem escuta com propósito de conhecer e constituir
um grupo hegemônico.
Este fato está oculto na instituição, pois aos nossos olhos, a hierarquia não é
respeitada e as diretrizes são seguidas. Sabe-se que toda instituição tem objetivos
explícitos e implícitos, ou conteúdos manifestos e latentes, e o CRAS como uma
instituição não fugiu a regra. O fato da Psicóloga está na instituição a três meses pode
estar contribuindo para uma posição de submissão. Por isso não podemos ver de forma
clara a posição e a forma de atuação da psicóloga frente aos trabalhos sociais.
Segundo relatos dos profissionais e de observações feitas, os conflitos
enfrentados pela instituição se relacionam a, falta de motivação e compromisso das
famílias em realizar as propostas da instituição; falta de estrutura para realizar
atividades no meio comunitário; dificuldade de locomoção dos profissionais para as
visitas; a grande rotatividade de funcionários, dificultando estabelecer vínculos com a
comunidade e de dar seqüência nos projetos; muita burocracia, pois há muitas normas a
serem seguidas, que dificulta a realização mais rápida de trabalhos. Não há problemas
com relação ao financiamento.
CONCLUSÃO
Fator agravante para a formação de psicólogos sociais é ainda a situação marginal da
Psicologia Social dentro dos cursos de Psicologia. A maioria dos cursos continua sendo
marcada por uma estrutura curricular tradicional em que nos primeiros períodos predomina
o ensino de processos psicológicos básicos com grande presença da psicologia experimental
e nos últimos períodos o ensino de práticas da psicologia clínica. Neste contexto, a
Psicologia Social em geral aparece apenas como uma disciplina básica que permite
compreender os aspectos sociais do comportamento psicológico. Essa situação é apenas
parcialmente corrigida pelos programas de pós-graduação em Psicologia Social ou por
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outros programas com uma área de concentração em Psicologia Social, pois é notório que
parte dos alunos que procuram estes programas, está mais interessada em aprofundar o
estudo de aspectos sociais de determinados fenômenos do que em uma formação para
psicologia social. (STRALEN, 2005, p. 94-95).
Em uma das conversas realizadas com a Psicóloga do CRAS, ela diz estar
tendo dificuldades para entender toda a dinâmica que envolve as atividades e programas
da instituição, pois relatou que na UFU, onde se formou, não teve matérias que
envolvessem práticas com a área social, como, por exemplo, visitas familiares, que é a
principal atividade desenvolvida no CRAS. Ela disse que o Assistente Social é quem a
está orientando.
O grupo também pode relatar, como estudantes de Psicologia, que a área de
Psicologia Social é insuficiente e pouco estimulada. Dessa forma, será uma grande
oportunidade que foi proposta da instituição, de estarmos acompanhando uma visita
domiciliar, juntamente com a equipe multiprofissional.
Toda a psicologia é social: esta afirmação não significa reduzir as áreas específicas da
Psicologia à Psicologia Social, mas sim cada uma assumir dentro da sua especificidade a
natureza histórico-social do ser humano. Desde o desenvolvimento infantil até as patologias
e as técnicas de intervenção, características do psicólogo, devem ser analisadas criticamente
à luz desta concepção do ser humano – é a clareza de que não se pode conhecer qualquer
comportamento humano isolando-o ou fragmentando-o, como se este existisse em si e por
si. (LANE. p. 19)
O CRAS é uma instituição que lida diretamente com uma comunidade
pobre, com recursos desfavoráveis, com alta vulnerabilidade. Frente a essa demanda e
de acordo com tudo o que foi estudado com base na teoria, seria muito interessante a
inserção de um Psicólogo Comunitário para atuar junto a esse público-alvo, tendo em
vista a necessidade de mobilizar a população sobre seus problemas, realizando a auto-
gestão e a auto-análise. Realizar a negação da negação, para a comunidade desenvolver
práticas, ações coletivas, passando a ter noção de suas necessidades, das demandas, se
tornando protagonistas de seus problemas, obtendo conhecimento a cerca de sua própria
vida, das condições e das causas de alguns problemas.
REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS
BAREMBLITT, Gregório. O movimento instituinte, a auto-análise e a auto-gestão.
In:____. Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. 5.
ed. Belo Horizonte-MG: 2002. cap. 1, p.13-23.
81
STRALEN, Cornelis Johannes. Psicologia Social: uma especificidade da psicologia?.
Psicologia e Sociedade, p. 93-98, jan/abr. 2005.
LANE, Silvia Tatiana Maurer. A Psicologia Social e uma nova concepção do homem
para a Psicologia. In:____. O indivíduo e as instituições. p. 10-19
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LBV – LEGIÃO DA BOA VONTADE
Andréa Caroline Vieira Brambila Lara Cristina da Fonseca Silva
Luísa Ribeiro de Melo Castro
RESUMO
Um conjunto de leis ou de normas a serem seguidas com o propósito de regular
alguma atividade humana pode ser chamado de instituição. Na cidade de Patos de Minas
– MG, encontra-se a LBV – Legião da Boa Vontade, uma instituição filantrópica, que
tem como objetivo a promoção de ações voltadas à famílias de baixa renda,
principalmente dos bairros próximos, contribuindo para uma melhoria da qualidade de
vida dessas pessoas através de vários programas sócio-educacionais e campanhas. O
presente trabalho pretende fazer uma breve análise desta instituição. Para esta análise,
foi realizada uma pesquisa de natureza exploratória, juntamente com uma pesquisa de
campo para um levantamento de dados e uma pesquisa bibliográfica. O grupo foi muito
bem recebido e tratado pelos profissionais da instituição, que ofereceram informações
de grande valia para o trabalho, deixando também aberta uma proposta de intervenção
na mesma.
LBV – Legião da Boa Vontade Rua Getúlio Borges, 97 – Bairro Vila Garcia
Patos de Minas – MG
CEP: 38703-176
Tel.: (34) 3821 – 2403
www.lbv.org.br
PESSOAS DE REFERÊNCIA NA INSTITUIÇÃO:
Simonia Mendes – Gerente Administrativa Municipal Cleusa Maria Landim Silva – Educadora Social
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INTRODUÇÃO
As instituições são um conjunto de leis ou de normas a serem seguidas com o
propósito de regular alguma atividade humana. As organizações são conjuntos
responsáveis pela concretização do que as instituições se propõem a fazer. As
organizações constituem-se de unidades menores, que pode ser um estabelecimento.
Este, por sua vez, necessita de um equipamento para que seja efetivado, que funcionam
com a ação dos agentes, que são as pessoas.
Existe uma força que tenta fundar ou transformar uma instituição, que é o
instituinte, e seu resultado é o instituído, ou seja, o instituinte na prática. O instituído
deve estar sempre aberto às mudanças propostas pelo instituinte para que as atividades
possam tornar-se devidamente reguladas.
Na cidade de Patos de Minas – MG, encontra-se a LBV – Legião da Boa
Vontade, uma instituição filantrópica, que tem como objetivo a promoção de ações
voltadas à famílias de baixa renda, principalmente dos bairros próximos, contribuindo
para uma melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.
O presente trabalho pretende fazer uma breve análise da instituição. Esta foi
escolhida por despertar uma curiosidade do grupo em conhecer melhor seu
funcionamento e suas necessidades, e pelo fato de não ser uma instituição muito
conhecida na cidade.
A partir disso, alguns objetivos foram definidos pelo grupo, como: visitas à
instituição, para um melhor conhecimento de sua estrutura física e sua organização;
entrevistas com pessoas de referência na instituição, para que seja possível conhecer um
pouco mais sobre seu funcionamento, sua história, o relacionamento do grupo, entre
outros; e se possível entrevistas com pessoas que dela se beneficiam, para saber se a
instituição consegue atender às necessidades dessas pessoas.
Outro motivo da escolha da instituição LBV como tema deste trabalho é a
importância de sua atuação na cidade de Patos de Minas, sendo de essencial
contribuição para um melhor conhecimento do grupo sobre instituições, no acréscimo
de sua teria com sua prática, o que não é possível ser realizado sem que o grupo
presencie de fato o funcionamento da instituição em questão.
A INSTITUIÇÃO
A LBV – Legião da Boa Vontade é uma instituição filantrópica, situada no
bairro Vila Garcia na cidade de Patos de Minas, que busca atender a população de baixa
90
renda de bairros próximos à instituição, como os bairros Bela Vista, São Francisco,
Aurélio Caixeta, Abner Afonso, Nova Floresta e Novo Horizonte.
A LBV foi fundada no Brasil em 1º de Janeiro de 1950, por Alziro Zarur, tendo
hoje como Diretor-Presidente José de Paiva Netto. Em Patos de Minas, a instituição foi
fundada em 18 de maio de 1970, sendo inicialmente uma creche, passando a ser um
Centro Comunitário em 05 de Janeiro de 1988, já com a direção de José de Paiva Netto.
A instituição tem como missão “promover educação e cultura com
espiritualidade, para que haja alimentação, saúde e trabalho para todos, na formação do
cidadão ecumênico”.
O foco do trabalho da LBV é o ser humano em sua totalidade. É uma instituição
que trabalha para com o intuito de estabelecer a justiça social e a realização humana a
partir da educação do cérebro e do coração, na formação do cidadão ecumênico,
construtor de uma sociedade solidária, atendendo e apoiando crianças, jovens, adultos e
idosos para que tenham uma melhor qualidade de vida, conseguindo assim suprir suas
necessidades e desenvolver capacidades e talentos.
Para a LBV, as crianças são o futuro, mas, para que o sejam de fato, precisam de
cuidados agora. A instituição prepara a criança para exercer a cidadania plena,
garantindo-as dignidade e lhes propiciando um ambiente de amor, justiça, esperança e
crescimento. Na LBV as crianças são educadas com base na pedagogia do cidadão
ecumênico, e assimilando valores como a paz, a tolerância, o respeito às diferenças, a
amizade e o amor. As ações da LBV em benefício da infância contribuem também para
a redução dos índices de mortalidade infantil e evasão escolar.
Além da cidade de Patos de Minas, a LBV atua em todas as regiões do país, nas
principais cidades brasileiras, nas comunidades mais carentes. No exterior, possui
correspondentes em várias partes do mundo e está presente na Argentina, Bolívia,
Paraguai, Uruguai, Estados Unidos e Portugal.
A filosofia da LBV é a do “amor em sua manifestação máxima, que é Jesus”. Ele
disse: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Para a LBV, essa é a lei da
solidariedade social: “Jesus, a mais completa expressão de amor de todos os tempos da
humanidade, é o maior religioso, o maior legislador, o maior jurista, o maior político, o
maior economista, o maior sociólogo, o maior filósofo, como também o maior cientista,
o maior ecólogo, o maior desportista, o maior sexólogo, e assim por diante”. (Paiva
Netto).
A LBV é mantida por parceiros da cidade de Patos de Minas, que são eles:
Associação dos Subtenentes e Sargentos, Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado
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de Minas Gerais (Aspra), que é o clube onde as crianças da instituição freqüentam;
jornal Folha Patense, Classificados Tim-Tim e Rádio Clube AM, que ajudam na
divulgação das atividades realizadas pela LBV; Prefeitura Municipal de Patos de Minas,
que ajuda na distribuição de 50 pães todos os dias; Polícia Militar e Corpo de
Bombeiros, que ajudam na proteção das crianças quando elas realizam atividades fora
da instituição; Viação Pássaro Branco e Expresso São Geraldo, que ajudam com
transporte; e as pessoas voluntárias campanhas e mutirões. A LBV também é mantida
por outras doações de algumas empresas da cidade e pela ajuda de pessoas que
contribuem através do telefone, por serviços de telemarketing na cidade de Uberlândia.
É com essa arrecadação também que se mantém os salários dos funcionários da
instituição que atualmente são seis: uma educadora social, uma gerente administrativa,
uma assistente social, uma recepcionista, uma faxineira e uma cozinheira.
A estrutura física da instituição é composta por uma recepção, uma sala de
assistência social, um banheiro para funcionários, uma sala administrativa, dois
banheiros para as crianças, uma sala de televisão e vídeo, uma sala de atividades, uma
brinquedoteca, um banheiro para visitas, um refeitório, uma cozinha, uma despensa,
uma área externa, uma área de serviços, um almoxarifado e uma quadra de esportes.
A instituição funciona de segunda à sexta-feira, atendendo 50 crianças, 25 no
turno da manhã, das 8:00 às 11:30, e outras 25 crianças no turno da tarde, de 13:30 às
17:00. A faixa etária dessas crianças varia de 6 anos à 11 anos e 11 meses, que são
crianças da comunidade próxima à instituição. Para ingressar no programa é preciso que
os pais levem documentação e comprovante de trabalho, para que passe pela avaliação
da assistente social. A cada 15 dias a instituição fecha para que seja realizada uma
reunião de planejamento.
A instituição conta com vários programas sócio-educacionais. No programa
LBV: Criança – Futuro no Presente, meninos e meninas são atendidos no contra turno
da escola. As escolas atendidas são: Escolas Estadual Monsenhor Fleury, Escola
Estadual Professor Modesto e Escola Estadual Doutor Paulo Borges. A finalidade é
estimular a permanência do aluno na escola, favorecendo a socialização, por meio de
atividades lúdicas e pedagógicas, as quais são ministradas por uma educadora social.
São desenvolvidas várias atividades neste programa em salas de atividades e
ambientes externos, assim como encontros e palestras com as famílias das crianças.
Uma delas é a Oficina do Saber, na qual é proporcionado às crianças um momento para
92
que sejam realizadas as tarefas trazidas da escola, observando-se as dificuldades e
interferindo quando necessário, estimulando o processo de aprendizagem.
A AME – Aula de Moral Ecumênica pretende estimular o desenvolvimento da
vivência dos bons sentimentos, valores éticos, morais e espirituais, orientando quanto
aos seus direitos e deveres, promovendo a cidadania plena.
A Oficina dos Arteiros tem como objetivo proporcionar conhecimento por meio
da arte, de experiências práticas, em que as pessoas possam desenvolver sua criatividade
e habilidade.
A Recreação proporciona o brincar, incentivando o respeito mútuo e a
oportunidade de desenvolver inúmeras competências. A Brinquedoteca busca fazer do
brincar um momento de tranqüilidade, desenvolvendo nas crianças a autonomia, a
criatividade e a capacidade crítica.
As necessidades identificadas pela equipe técnica são passadas à assistente
social, que faz o acompanhamento junto à criança e sua família. Com certa freqüência,
as famílias das crianças são visitadas. Devem ser realizadas no mínimo duas visitas para
cada família por ano. A primeira deve acontecer na fase inicial do trabalho,
preferencialmente no período da matrícula e a outra no decorrer do ano. Outras visitas
podem ocorrer, de acordo com a avaliação da assistente social. Para a LBV, a realidade
da criança e da família é um conhecimento fundamental para o trabalho com estas no
programa.
O programa Plantão Social tem como objetivo geral realizar atendimento
emergencial e encaminhamento à população em situação de vulnerabilidade e risco
pessoal e social. Seus objetivos específicos são oferecer escuta, acolhida, atenção e
encaminhamento à rede sócio-assistencial interna e/ou externa, conforme o caso;
entrega de gêneros alimentícios e roupas, após a entrevista social; realização de visitas
domiciliares, conforme a situação diagnosticada; realização de mutirões sociais aos
usuários dos diversos programas da instituição, convidando também a comunidade. Este
programa funciona uma vez por semana, em meio período ou integral, dependendo da
demanda, com atendimentos previamente agendados na recepção da LBV, porém
podem ocorrer casos que demandam atendimento imediato. As orientações são feitas via
telefone, pessoalmente ou via e-mail pela recepcionista ou, em alguns casos, pelo
gerente ou assistente social.
93
De uma a três vezes ao ano é realizado o Mutirão da Cidadania, onde são
oferecidos atendimentos diversos aos usuários dos programas desenvolvidos na
instituição, como serviços de saúde e higiene pessoal, emissão de documentos,
realização de atividades lúdicas, entre outros.
O programa Espaço de Convivência busca contribuir para a inserção sócio-
cultural e fortalecimento da cidadania, por meio da construção de vínculos
interpessoais, intergeracionais e familiares, de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Tem os objetivos de fazer com que as pessoas reflitam sobre valores éticos, morais e
espirituais, favorecendo a formação da cidadania ecumênica; desenvolvam e participem
de atividades diversas, visando a socialização dos participantes; desenvolvimento de
ações sócio-educativas voltadas às famílias.
A LBV também tem uma campanha de arrecadação de alimentos para a
confecção de cestas básicas. Essa campanha acontece todos os sábados, de 9 às 11 horas
da manhã, contando com a ajuda de voluntários, que saem nos bairros vizinhos pedindo
alimentos não perecíveis.
De acordo com seus regimentos internos:
Art. 1º- os CENTROS COMUNITÁRIOS E EDUCACIONAIS são unidades de
proteção social básica e de média complexidade e um dos tipos de Órgãos
Constitucionais da LBV – Legião da Boa Vontade, associação civil de direito privado,
beneficente, filantrópica, educacional, cultural, filosófica, ecumênica e altruística sem
fins econômicos, reconhecida internacionalmente por sua atuação na área sócio-
educacional.
O CCOE da LBV tem por objetivos:
I - Cumprir o Estatuto Social da Legião da Boa Vontade, em especial o artigo 3º abaixo
transcrito:
“Art. 3º - a LBV é uma obra de Solidariedade Universal e exerce suas atividades, sem
quaisquer preconceitos e discriminações, sejam de religião, corrente filosófica,
ideológica ou cientifica, condição socioeconômica, gênero, etnia ou cor, por intermédio
dos seus Órgãos Constitucionais, de acordo com seus recursos.”
Art. 4º- Todos os trabalhadores do CCOE da LBV devem agir com espírito de
cooperação e sentimento espontâneo de amor ao próximo.
Art. 5º- Todas as atividades do CCOE da LBV devem pautar-se na solidariedade e nos
valores nascidos do Amor Universal, visando a vivência da cidadania ecumênica.
94
DESENVOLVIMENTO/DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Foi realizada uma pesquisa de natureza exploratória, juntamente com uma
pesquisa de campo para um levantamento de dados e uma pesquisa bibliográfica. Para
tal pesquisa, foi selecionada uma instituição filantrópica através de uma pesquisa na
internet sobre as instituições existentes na cidade de Patos de Minas. A população
pesquisada é a comunidade participante da instituição LBV – Legião da Boa Vontade,
na qual participam famílias em situação de vulnerabilidade dos bairros Bela Vista, São
Francisco, Aurélio Caixeta, Abner Afonso, Nova Floresta e Novo Horizonte.
Para a coleta de dados, foram utilizadas técnicas como entrevistas e observação
direta, utilizando-se lápis e papel para registro, sendo os dados analisados
qualitativamente.
O primeiro contato realizado com a LBV – Legião da Boa Vontade de Patos de
Minas foi através de uma ligação telefônica no dia 22 de setembro de 2008, a qual o
grupo realizou com o intuito de agendar uma primeira visita, explicando que era um
grupo de alunas do curso de Psicologia do Centro Universitário de Patos de Minas -
UNIPAM, e que o objetivo da visita é conhecer melhor a instituição, procurando fazer
uma breve análise da mesma para requisitos de uma disciplina do curso. O grupo foi
muito bem tratado pela atendente do telefonema, recepcionista da instituição, que disse
que a LBV estaria de portas abertas à essas visitas no dia em que ficasse melhor para o
grupo, sendo dito também o horário de funcionamento da instituição.
A primeira visita ocorreu no dia 24 de setembro de 2008 às 15 horas, onde o
grupo foi muito bem recebido pela educadora social da instituição. Nessa primeira
visita, o grupo conversou com a mesma, explicando novamente que são alunas do curso
de Psicologia do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM, que uma das
disciplinas do curso é Psicologia, Instituições e Comunidades, e que nela demanda que
os alunos escolham uma instituição para que conheçam e se possível façam uma análise
da mesma, com o objetivo de ver os conteúdos ministrados na disciplina na prática. O
grupo disse à educadora social que a instituição LBV foi selecionada por ter chamado
sua atenção pelo fato de que o grupo já havia ouvido falar da instituição e a partir daí
surgiu uma certa curiosidade em conhecê-la melhor, saber como ela funciona, um pouco
de sua história, as atividades por ela oferecidas.
A educadora social convidou o grupo para conhecer o espaço físico da
instituição, apresentando-lhes todos os seus compartimentos, e após esta apresentação
foi explicado um pouco do que a instituição realiza, os funcionários que nela trabalha e
95
quais são as pessoas que dela se beneficiam e ajudam. A funcionária da instituição
indagou sobre uma possível intervenção do grupo na instituição futuramente, então foi
explicitado que no momento não haveria esta possibilidade, mas que a questão iria ser
seriamente pensada e conversada com a coordenadora do curso e com o professor da
disciplina. A visita foi finalizada com o agradecimento do grupo, e a educadora social
deixou claro que era um prazer recebê-lo, estando a instituição de portas abertas à novas
visitas.
A segunda visita foi realizada no dia 14 de novembro de 2008 às 16 horas, onde
o grupo foi novamente muito bem recebido, desta vez pela gerente administrativa da
instituição, à qual o grupo se apresentou novamente e apresentou seus objetivos,
relatando que já havia sido realizada uma visita anteriormente e que seriam necessárias
algumas outras informações importantes à respeito da instituição. A gerente
administrativa encaminhou o grupo para a sala administrativa, onde perguntou quais
eram as dúvidas, contou a história da instituição, relatou com detalhes as atividades
realizadas pelas instituição, a história da LBV no Brasil e especialmente do núcleo da
cidade de Patos de Minas.
De acordo com a gerente, a instituição necessita de alguns funcionários para que
sejam realizadas todas as atividades propostas pela LBV central. No momento a
instituição está sem assistente social, o que tem dificultado bastante a realização de
muitas das atividades. Existem três programas propostos que não estão sendo
realizados. O programa Esporte é Vida não tem professor de educação física, o
programa Alfabetização Digital não é realizado pela carência de computadores na
instituição, e o Coral Ecumênico também não está sendo realizado pela falta de
voluntários para as aulas de canto. Também foi ressaltada a necessidade de um
profissional de psicologia na instituição e que seria de grande importância se o
UNIPAM estabelecesse um contrato de estágio com a instituição para uma possível
intervenção, assim como há também a necessidade da construção de uma cobertura para
a quadra esportiva, pois a instituição não possui verbas para construí-la.
A segunda visita foi realizada com um agradecimento do grupo pela atenção
recebida e também com um agradecimento da gerente pelo interesse do grupo. Segundo
a gerente, a instituição está de portas abertas para o grupo sempre que necessário. Para
ela, a visita realizada foi de grande importância, ajudando na divulgação da LBV, pois
não têm condições para o pagamento de meios de divulgação das atividades realizadas,
dependem de doações de divulgação. A gerente disse que a visita vai ajudar a divulgar o
96
trabalho da instituição de forma detalhada no curso de psicologia e que isso é muito
importante para a instituição. A mesma também pediu para que a LBV fosse divulgada
onde fosse possível para o grupo, pois a instituição depende disso. No final agradeceu
novamente, dizendo que ficam bastante felizes com tal ajuda.
DISCUSSÃO TEÓRICA
As instituições podem ser definidas como um conjunto de leis ou de normas a
serem seguidas com o propósito de regular alguma atividade humana. A linguagem
pode ser um exemplo de instituição, que é um conjunto de normas que governam a
combinação de significados com elementos fônicos, assim como as instituições de
regulamentação do parentesco, que define o lugar de cada pessoa na família; as
instituições da educação, que são um conjunto de normas que pretendem ensinar um
indivíduo sobre como se socializar, as instituições da religião, da justiça, entre várias
outras.
Para que seja possível cumprir com seus objetivos, a instituição deve
materializar-se nas organizações. Estas são conjuntos que concretizam o que as
instituições se propõem a fazer. Não existem instituições sem organizações, pois sem
elas de nada adiantaria seus objetivos, assim como também não existem organizações
sem as instituições, pois sem elas as organizações não teriam fundamento. As
organizações constituem-se de unidades menores, que pode ser um estabelecimento.
Este, por sua vez, necessita de um equipamento para que seja efetivado.
As instituições, as organizações, os estabelecimentos, os equipamentos, só
podem funcionar com a ajuda dos agentes, os seres humanos, capazes de realizar tais
práticas. São nas ações dos agentes que os propósitos idealizados tornam-se possíveis e
reais.
Existem dois conceitos bastante importantes em uma instituição, que são o
instituinte e o instituído. O instituinte é a força que tenta fundar ou transformar uma
instituição, como as leis, normas, hábitos e padrões. Os instituído é o produto do
instituinte, ou seja, os propósitos de uma instituição na prática. Melhor dizendo, o
instituinte é um processo e o instituído é o resultado desse processo. O instituído deve
estar sempre aberto às mudanças propostas pelo instituinte para que as atividades
possam tornar-se devidamente reguladas. Pode-se dizer que estes dois conceitos são
como uma função e um funcionamento. O mesmo acontece nas organizações, existindo
da mesma forma o organizante e o organizado.
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Em toda sociedade está presente uma utopia, que pode ser desfigurada pela ação
de agentes que não seguem de forma correta as leis ou normas importas, que são os
exploradores, dominadores e mistificadores. As instituições estão sempre sujeitas à ação
destes, que fazem com que os instituídos apareçam de forma diferente do que realmente
deveriam ser, sendo o instituinte sempre impulsionado pela utopia, assim como o
organizante e o organizado.
A psicologia na comunidade é uma tentativa desse profissional de aproximar-se
da vida dessas pessoas em suas comunidades e instituições nas quais estas participam.
Essa tentativa de uma maior aproximação acontece pela falta de profissionais ativos
nesta área, o que priva essas pessoas dos vários benefícios que essa teoria pode
proporcionar-lhes através de ajuda com explicações e propostas de mudanças no que for
verificado de errado.
Através dessa intervenção, o psicólogo pode identificar com mais facilidade os
possíveis problemas ou comportamentos existentes na comunidade através dos fatores
sócio-ambientais observados. Tal intervenção é interessante para socializar as
instituições, como com a família e com a escola, assim como para uma redução de
sofrimento individual. Esta deve visar mais a prevenção do que o tratamento das
desordens identificadas. “Cabe à Psicologia na Comunidade trabalhar nos indivíduos e
grupos a visão de mundo, a autopercepção enquanto pessoas e grupos; reavaliar hábitos,
atitudes, valores e práticas individuais e coletivas, familiares e grupais, no sentido de
uma consciência mais plena de classes e de destino”.(ANDERY, 1994). É uma atuação
essencial na prática das instituições nas comunidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAREMBLITT, G. Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e
prática. 5ª ed. Belo Horizonte, MG: Instituto Felix Guattari, 2002.
LANE, S. CODO, W. Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo:
Brasiliense, 2006.
98
A POLÍCIA MILITAR DO 15º BPM / PATOS DE MINAS
Dienieper Oliveira
Erika Paola Alves
Sanaia Suelen Santana
RESUMO
A primeira visita à instituição foi realizada com o intuito de conhecer as
instalações físicas, conversar com alguns membros da corporação com o objetivo de
conhecer o funcionamento e desenvolvimento da instituição da Policia Militar de Patos
de Minas. Fomos recebidos de forma cortês, onde nos foi apresentada alguns
departamentos como COPOM (Centro de Operações Policiais Militares) onde ocorre o
atendimento à população quando há necessidade de registro de ocorrências (190), a
Transitolândia (uma cidade mirim, com ruas, praças, postos de gasolina, semáforos e
veículos, destinada a educar e preparar as crianças em idade escolar para a rotina diária
no trânsito) , o canil, o local onde acontece o adestramento dos cães, a companhia de
ensino e treinamento para os novos policiais militares aprovados em concurso; enfim, a
corporação como um todo. Foi nos fornecido então material bibliográfico, para que
pudéssemos fazer um estudo mais detalhado e aprofundado das informações que nos
foram passadas verbalmente. Ao chegarmos à instituição, nos foi apresentada sua
missão, que é proporcionar um ambiente seguro na cidade, sua visão, que é ser
reconhecida como referência na produção de serviço público; seu valor, que está ligado
à questão da ética, humanização, crescimento, participação e respeito. O objetivo deste
relatório é mostrar um pouco sobre o funcionamento da instituição que escolhemos,
bem como o histórico desta, para que possamos compartilhar nossos conhecimentos e
nossa vivência nesta instituição.
15º BPM PMMG – Batalhão da Polícia Militar de Patos de Minas
Avenida Comandante Vicente Torres, s/nº. Bairro Jardim Céu Azul.
PESSOAS DE REFERÊNCIA NA INSTITUIÇÃO:
Capitão Veríssimo, Sargento Reis, Sargento Roseni, Cabo Coutinho.
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INTRODUÇÃO
O trabalho foi realizado no 15º BPM de Patos de Minas, instituição esta
escolhida pelo grupo, pela alta identificação com os valores da instituição, tais como,
ética, humanização e respeito. A Polícia Militar é o mais importante instrumento de
defesa dos direitos fundamentais do ser humano.
Nosso objetivo com esta escolha, era o de traçar o perfil da instituição da Polícia
Militar de Patos de Minas, buscando o maior número de informações possíveis, que
serão mais bem detalhadas no decorrer deste trabalho.
“A trajetória não cessa! E, temos plena convicção, o nosso esforço tem sido
venturoso e digno de incorporar-se à história do 15º Batalhão. Estamos
caminhando, a passos largos, insertos na filosofia institucional, logicamente, em
consonância com aquilo que a comunidade elegeu como necessário ao
crescimento comum. Os projetos preventivos que idealizamos, somados aos que
já encontramos na Unidade, além de proporcionar uma aproximação ampla
com todos os públicos, são os artífices maiores de uma comunidade ordeira e
pacífica. Apesar de convivermos com problemas comuns a toda sociedade
gregária, na nossa área podemos trabalhar e viver num clima de relativa
tranqüilidade, com padrões acima da média. Em grande parte isto é fruto de um
trabalho preventivo desenvolvido ao longo da história “quinzeana” e que
percebemos como grande aliados na nossa atividade profissional.”
KLEBER Rodrigues Ferreira Ten. Cel. PM
COMANDANTE no período de 2002 a 2007.
O Comando da Corporação entende que os esforços necessários para se conter o
avanço da criminalidade devem alicerçar-se, essencialmente, nas medidas preventivas
que visem alcançar os objetivos, projetados interativamente com a comunidade, através
da parceria e da cooperação, notadamente na busca de solução para os problemas
relacionados com "meninos de rua", "fome" e "miséria". Assim, para exercer seu papel
na preservação da ordem pública e no estabelecimento de um clima de tranqüilidade e
bem-estar social, a Corporação desenvolve fórmulas e métodos, dentro da teoria da
efetividade, buscando, na ambiência externa, os motivos específicos para os
planejamentos e a prestação dos serviços à coletividade.
É perceptível a semelhança entre as principais preocupações da Polícia Militar
com questões que possuem a mesma importância na Psicologia, principalmente na
100
Psicologia Social, como por exemplo, os programas desenvolvidos ao combate e
prevenção ao uso de drogas (PROERD), tais como várias outras inquietações sociais.
A INSTITUIÇÃO
O 15º BPM de Patos de Minas procura atender a população patense e região
como um todo, abrangendo as cidades de Carmo do Paranaíba, São Gotardo, Presidente
Olegário, Lagoa Grande, Lagamar, Rio Paranaíba, Arapuá, Tiros, Matutina, Lagoa
Formosa, São Gonçalo do Abaeté e Varjão de Minas. É uma instituição muito bem
instalada fisicamente e com um amplo espaço. Possui o centro de atendimento à
população, companhia de ensino e treinamento para os novos policiais militares e o
espaço destinado ao lazer, o canil, juntamente com o espaço para o adestramento dos
cães. Este possui 11 cães, sendo que dois ainda estão em fase de adestramento. Possui
também as seções de R.H., de inteligência, planejamento, orçamento e finanças,
comunicação organizacional, a banda de música, almoxarifado, seção de transportes
(incluindo a oficina), seção de saúde, a capela, a casa do Comandante da região, União
dos policiais militares reformados (espaço de convivência).
HISTÓRICO DA SEGURANÇA EM MINAS GERAIS
Pelos testemunhos históricos que chegaram até os nossos dias, sabe-se que no
alvorecer do Século XVIII, impulsionados pela cobiça do ouro e pedras preciosas
encontrados nas Minas Gerais, afluíram para a promissora Província, expedições
oriundas de outros lugarejos mais desenvolvidos, como São Paulo, Rio de Janeiro,
Bahia, Pernambuco e até mesmo Portugal.
No seio dessa heterogênea "massa" humana, a única lei vigente e que prevalecia
era a lei do mais forte, fundamentada na força bruta e na violência. Contudo, somente a
questão da fraude fiscal preocupava os dirigentes d'além mar.
Nesse contexto, a lei soava como letra fria e morta para a maioria da população
que vivia espalhada em longínquos rincões. A segurança das autoridades, das vilas e o
transporte dos valores arrancados da terra exigiam, também, mais do que o poder dos
simples "almotacés", dos bandos e das ordenanças ou o medo imposto pelos castigos
previstos nas "Ordenações Filipinas". Exigia a presença de uma tropa que, superando a
cobiça própria, fosse estruturada na disciplina e hierarquia militares e pudesse agir no
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campo e nas cidades, sem que se deixasse levar pelo brilho do ouro, tornando-se ao
mesmo tempo, obediente e tecnicamente apta para cumprir suas missões específicas.
Assim, com a finalidade de impedir a sonegação de impostos e a institucionalização da
violência, bem como erradicar o clima de agitação ora instalado na Capitania, o
Governador Pedro Miguel de Almeida - o Conde de Assumar - recorre ao Rei de
Portugal, que envia a Minas Gerais duas Companhias de Dragões, constituídas somente
de portugueses, que tão logo aqui chegaram, foram contaminados pelo sonho da riqueza
fácil, trocando suas armas pelas bateias e almocafre.
Diante do enfraquecimento das Companhias de Dragões e de seu desempenho
insatisfatório, o Governador de Minas Gerais - Dom Antônio de Noronha - extinguiu-a,
criando, no dia 09 de junho de 1775, o Regimento Regular de Cavalaria de Minas, em
cujas fileiras foram alistados somente mineiros, que receberiam seus vencimentos dos
cofres da Capitania. À Força recém-criada, a qual pertenceu Joaquim José da Silva
Xavier - o Tiradentes: Protomártir da Independência e Patrono Cívico da Nação e das
Polícias Brasileiras -, caberia cumprir missões de natureza militar, através de ações e
operações de enfrentamento dos tumultos, insurreições e defesa do território da
Capitania e da Pátria, e, de natureza policial, na prevenção e repressão de crimes,
mantendo em ordem a população, para que o ouro pudesse ser extraído, transportado e
exportado em favor do Reino Português.
Com o tempo, estabelecida a República, assiste-se também, à militarização da
Força Pública Mineira, notadamente após a contratação do Coronel Robert Drexler, do
Exército Suíço, para que treinasse os soldados na arte da guerra. Na Capital do Estado e
nas cidades sedes dos Batalhões, a Força Pública apresentava-se com alguma
independência e possuía a determinação dos Exércitos que jamais conheceram a derrota;
contudo, nas cidades e vilas do interior, seus integrantes viviam a reboque do "mando" e
das "vontades" políticas locais das quais dependiam para quase tudo. Mas, com a Força
Pública militarizada e aquartelada, surgem, na Capital e em algumas cidades maiores, as
chamadas "Guardas Civis", que se encarregariam do policiamento ostensivo. A Polícia
Militar, apegada ao purismo castrense, mantinha seus Batalhões de Infantaria
estruturados em Companhias de Fuzileiros, quando na realidade, seus efetivos se
espalhavam pelas cidades, compondo os Destacamentos Policiais (Dst Pol.). Essas
frações subordinavam-se, disciplinar e administrativamente, ao Comandante do
102
Batalhão e funcionalmente, pelo poder da requisição e do planejamento do emprego, aos
Delegados de Polícia. Através do Decreto-Lei 667 e suas modificações, garantiu-se às
Polícias Militares, a Missão Constitucional de Manutenção da Ordem Pública, dando-
lhes exclusividade do planejamento e execução do policiamento ostensivo, com
substancial reformulação do conceito de "autoridade policial", assistindo-se, também, a
extinção de "polícias" fardadas, tais como: Guarda Civil, Corpo de Fiscais do DET,
Guardas Rodoviários do DER e Guardas Noturnos.
Em 1988, os Constituintes da República, estabeleceram um Sistema de
Segurança Pública, constituído por órgãos policiais, de acordo com o Art. 144 da
Constituição da República, com estruturas próprias e independentes, porém, embora
com atribuições distintas, interligados funcionalmente, corporificando o esforço do
Poder Público para garantir os direitos do cidadão e da coletividade, prevenindo e
combatendo a violência e a criminalidade.
(Tirado do site da Polícia Militar de Minas Gerais)
HISTÓRICO DO 15º BPM EM PATOS DE MINAS
O 15º BPM tem sua célula-mater na 4ª Companhia do 4º BPM, que, agregando o
Pelotão do 7º BPM, sediado em Carmo do Paranaíba, se transformou na CPMI
(Companhia de Polícia Militar Independente), criada e instalada no mês de junho de
1974, e abrangendo frações anteriormente articuladas ao 7º BPM e 10º BPM, além das
frações já integrantes da subunidade desmembrada, com área aproximada de 106.000
quilômetros quadrados, alcançando todo o Noroeste Mineiro, Alto Paranaíba e parte do
Triângulo Mineiro.
Seu primeiro comandante foi o Maj. PM Saint’ Clair Luiz do Nascimento, tendo
sido instalado em 04 de março de 1975.
Aos pioneiros coube a tarefa inicial de consolidar a nova Unidade, inserindo-a
no contexto da vida social e política da região, implantar uma doutrina de atuação única,
considerando a diversidade de culturas regionais e a heterogeneidade de sua tropa, além
de localizar e construir a estrutura física de sua sede.
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Foi de extrema importância a ação de comando desenvolvida pelo Maj. Saint’
Clair e pelo Cap. Raimundo de Freitas (subcomandante), o primeiro exímio estrategista
de polícia ostensiva e das relações sociais e o segundo verdadeiro administrador.
Fazendo contatos com autoridades municipais, empresários e representantes da
sociedade, o diligente comandante tratou de encontrar um local adequado para sediar a
nova Unidade e obter recursos para sua construção ou adaptação de prédio já existente.
Em 1988, os Constituintes da República, estabeleceram um Sistema de Segurança
Pública, constituído por órgãos policiais, de acordo com o Art. 144 da Constituição da
República, com estruturas próprias e independentes, porém, embora com atribuições
distintas, interligados funcionalmente, corporificando o esforço do Poder Público para
garantir os direitos do cidadão e da coletividade, prevenindo e combatendo a violência e
a criminalidade. Entre as várias alternativas surgidas, cogitou-se a aquisição do Colégio
Marista, até que se chegou à Vila dos Meninos, uma instituição que abrigava menores
órfãos, dirigida pelo Pe. Tomaz Atílio Olivieri, cujas instalações se constituíam de
alguns pavilhões inacabados.
Foi aprovada pela Câmara Municipal, sob a presidência do Sr. Sebastião
Versiani, o Projeto de Lei que autorizou a aquisição do imóvel e sua doação ao Estado
de Minas Gerais, que foram efetivadas pelo Município de Patos de Minas, sob a
administração de Valdemar da Rocha Filho. Foi instalada então em condições precárias,
a CPMI e, em pouco tempo, os pavilhões inacabados da Vila dos Meninos se
transformaram na sede do 15º BPM. Em pouco tempo, nenhum evento importante,
social, político ou religioso, se realizava na cidade e região, sem a participação da
Polícia Militar.
Para cuidar da saúde da tropa, foram contratados precariamente o médico
patense Antônio Vieira Caixeta e o dentista Pedro Pereira Neto, da cidade de Lagoa
Formosa, até que fosse expedido o edital de concurso público, em que ambos foram
aprovados e receberam as patentes de 1º Ten. QOS.
Depois de concluída a sede da Unidade, o Comando, pensando em proporcionar
condições de esporte e lazer à tropa e familiares, projetou a construção de uma Praça de
Esportes. Na impossibilidade de se obter recursos orçamentários para essa finalidade, o
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caminho encontrado foi a contribuição pessoal voluntária dos próprios militares e
alguns civis.
Havia um campo de futebol de pura terra vermelha e desnivelado e uma pequena
quadra de grama, onde se praticava uma imitação do futebol de salão. Com a chegada
do 2º Ten. César Coelho Perpétuo, recém formado no CIEF, este propôs ao Major
Freitas a terraplanagem do campo e construção de uma pista de atletismo e outra de
circuit training. O Sub Cmt lhe deu carta branca para a efetivação da proposta e através
da residência do DER, Chefiada pelo Engenheiro João Franchi, foi feita a terraplanagem
do terreno e demarcados o campo e a pista de atletismo. Foi longa a tarefa de gramação
do campo e, desde a primeira placa de grama até a última, teve à frente o Soldado Luiz
Alberto Oliveira, conhecido como Luiz Pato.
Outro sonho do Sr. Cel. Saint’ Clair era a criação do Colégio Tiradentes e, para
as providências nesse sentido, designou o Cap. Geraldo Magela de Paiva e 1º Ten. João
Bosco de Castro. Em 1978, o Colégio Tiradentes se instalava na Unidade, funcionando
em instalações provisórias, na própria sede.
Já sob o Comando do Ten. Cel. José do Espírito Santo, outras obras de
importância vieram completar a estrutura do 15º BPM: a Transitolândia, o campo de
futebol society e a Capela de São Cristóvão.
No dia 25 de Fevereiro de 1975, através do Decreto nº. 17.110, foi criado o
Batalhão contando na sua estrutura organizacional com uma Banda de Música. O
primeiro regente foi o Sub Ten. PM David Marcelino dos Santos, o qual veio
transferido do 11º BPM/Manhuaçu, com o objetivo de formar a agremiação musical.
Terminada a etapa inicial para suprimento de efetivo e instrumentos, a banda pôde, em
25 de agosto de 1975, dia do Soldado, fazer sua primeira apresentação à comunidade
patense, o que ocorreu em frente à Igreja Santa Terezinha. Atualmente, a Banda de
Música do 15º BPM, em parceria com as Escolas Estaduais de Patos de Minas,
desenvolve um projeto denominado “Anjos da Escola”.
Em abril de 2001, o 15º BPM criou o Grupo de Ações Táticas Especiais
(GATE), que tem sua ação focada nas ocorrências com reféns; no combate ao crime
organizado com captura dos detratores; na atuação em rebeliões de presos; no apoio às
105
atividades especiais de defesa civil; no apoio em operações especiais de polícia que
demandem empenho por prolongado período e em várias outras ações e operações.
Em Janeiro de 2005, o 15º BPM lançou duas importantes forças de atuação
policial: a ROTAM (Rondas Tático Móveis) e o GOTE (Grupo de Operações Táticas
Especiais). A ROTAM é subordinada ao comando 156ª Cia. PM de Patos de Minas e
tem como missão o atendimento aos fatos de grande envergadura e que fogem da
capacidade do atendimento rotineiro. O GOTE é subordinado ao comando da 15ª Cia.
PM Espz e tem por missão atuar no combate sistemático ao crime organizado,
notadamente nas ocorrências de tráfico de drogas e armas, furto e roubos de veículos e
cargas, dentre outros. Atua nas estradas e rodovias sob jurisdição da Polícia Militar
Rodoviária.
Há mais ou menos 4 anos foi iniciado o projeto Pontapé Inicial, que consiste em
uma mescla de jovens carentes, junto com filhos de militares e jovens do bairro para
treino de futebol. O projeto visa a integração das crianças, assim como tira-las da rua.
Há também a festa junina que ocorre todo ano no 15º BPM, festa esta já tradicional na
cidade, com um público fiel, onde o dinheiro arrecadado é investido no próprio
batalhão.
Estas são algumas passagens que marcam a existência do 15º BPM.
O objetivo da instituição compreende-se na promoção da paz social, sendo este
baseado na filosofia da instituição, que tem como missão proporcionar um ambiente
seguro, visa ser reconhecida como referência na produção de serviço público e tem
como valor a humanização, a ética, o crescimento, a participação e o respeito.
Os regimentos internos da Polícia Militar de Patos de Minas, bem como da
Polícia Militar de Minas Gerais, tem como base o Código de Ética e Disciplina Policial
Militar de Minas Gerais.
Os grupos com os quais trabalha para melhor desenvolvimento das atividades
são as Companhias Operacionais, o Pelotão de trânsito e o projeto recente de Polícia
Comunitária, projeto este que consiste em trazer a comunidade mais próxima da polícia,
facilitando assim, o sistema de defesa social e a prevenção da violência.
ATIVIDADES DA PM:
Policiamento aéreo
Policiamento de bicicletas
Policiamento com cães
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Policiamento de eventos
Policiamento Ambiental
Policiamento de guardas
Policiamento para missões especiais
Policiamento montado
Postos de observação
Posto móvel de policiamento preventivo
Policiamento rodoviário
Policiamento ROTAM
Trânsito urbano
DESENVOLVIMENTO/DISCUSSÃO METODOLÓGICA
O grupo em comum acordo escolheu o 15º BPM de Patos de Minas. O senhor
Humberto Alves Pereira, pai da integrante Erika Paola Alves, por conhecer o Capitão
Veríssimo, entrou em contato pelo telefone, e o informou superficialmente do que se
tratava nosso trabalho. Este se mostrou receptivo à idéia, se dispondo a ajudar a
qualquer hora que quiséssemos. Sendo assim, no dia 14 de novembro de 2008, às
09h00min, o grupo apresentou a proposta de trabalho pessoalmente ao Capitão
Veríssimo, que se mostrou pronto a ajudar. No entanto, havia um seminário ocorrendo
no Batalhão no dia da visita, não sendo assim possível conversar com a psicóloga e
receber uma maior atenção dos outros membros da instituição. Porém, isso não foi um
obstáculo, pois o Capitão Veríssimo nos encaminhou ao Sargento Roseni, que
imediatamente nos ofereceu informações verbais e materiais para a pesquisa.
Sequencialmente, após o grupo demonstrar interesse em conhecer o canil e as demais
instalações, o Capitão primeiramente nos mostrou as salas de atendimento à população e
ordenou que o Sargento Reis nos apresentasse o canil. Durante o percurso, pudemos
conhecer também as salas de ensino aos soldados, a área de treinamento físico e o
espaço de lazer. Já no canil, conhecemos o recinto e os animais, sendo que são 8
pastores alemães (cães de captura), 2 labradores (cães farejadores) e 1 cão de outra raça
(Pastor Belga Malinois)que está em fase de teste, por ser muito feroz. Devido ainda ao
fator seminário, não foi possível um maior aproveitamento nesse dia, sendo assim, a
visita encerrada e remarcada para a segunda-feira próxima, no dia 17 de novembro de
2008. Neste dia, fomos conversar com o Sargento Roseni, onde pudemos atualizar os
dados obtidos na primeira visita e conhecer um pouco mais as instalações físicas.
Todos que na instituição trabalham nos receberam muito bem e se mostraram
interessados pela nossa pesquisa; demonstraram interesse em apresentar a instituição e
107
ver o nosso ponto de vista sobre ela também. Todos colaboraram para nossa pesquisa,
se colocando sempre à disposição para nos ajudar, fato esse que foi de grande valia para
o grupo, pois ajudaram muito no andamento e desenvolvimento do trabalho nos
trazendo segurança e confiabilidade.
DISCUSSÃO TEÓRICA
A Instituição escolhida, da maneira a qual nos foi apresentada, mostrou-se bem
estruturada e aparentemente não necessitando de intervenção no sentido de
reestruturação interna, para seu melhor funcionamento. No entanto, nos cabe entender
que para uma boa impressão da sociedade, é exatamente esta a imagem que a instituição
procura passar. Talvez pelo fato da complexidade da instituição escolhida, diante da sua
própria organização e trabalho desenvolvido. Ou seja, a seriedade e o rigor que esta se
mantém diante da sociedade.
Citando então que a Polícia Militar de Patos de Minas, ao chegar à conclusão
que oferecendo serviços comunitários como o Pontapé Inicial, que é integrar crianças
de todas as classes sociais, estas estão menos propensas a ingressar na criminalidade, já
que, de acordo com Lucien Goldman (1947), “Quase nenhuma ação humana tem por
sujeito um indivíduo isolado. O sujeito da ação é um grupo, um ‘Nós’, mesmo se a
estrutura atual da sociedade, pelo fenômeno da reificação, tende a encobrir esse ‘Nós’ e
a transformá-lo numa soma de várias individualidades distintas e fechadas umas às
outras”. Ou seja, o indivíduo é influenciado pela sociedade, dizendo então que no nosso
modo de analisar os fatos, o indivíduo não é só o que quer, mas também o que a
sociedade “impõe” que ele seja.
Ao notar que a sociedade necessita de certa aproximação com a Polícia Militar
para que ambas funcionem melhor, pensamos no conceito de Demanda, que, a nosso ver
seria aquilo que a sociedade é “avisada” pelos experts, do que necessita. Com um
pensamento similar, a Polícia Militar desenvolveu o projeto chamado Polícia
Comunitária, onde a sociedade trabalhará junto com a Polícia, para mitigar a possível
violência que pode vir a atingir qualquer membro da sociedade, pois entende-se que
pelo simples fato de vivência em grupo, qualquer um é passível de violência.
O objetivo de promover a paz e a filosofia que visa a humanização, o respeito e a
ética, são devidamente coerentes com o trabalho desenvolvido pela polícia, sendo que
esta, durante todo o tempo nos mostrou de forma inequívoca a seriedade do trabalho e
preocupação com o bem estar da comunidade.
108
O profissional da psicologia se faz presente na instituição, trabalhando com os
membros desta, e seus familiares, procurando promover o bem estar emocional para
assegurar a qualidade do trabalho desenvolvido.
CONCLUSÃO
A presente pesquisa foi de suma importância para que aprimorássemos nosso
conhecimento a respeito da cidade onde residimos, que nem sempre damos a devida
atenção aos fatores que a compõem e aos fatos em que nela ocorrem.
A Polícia Militar mostrou-se como uma instituição de base para a constituição
da cidade, pois a sua missão, valores e visão buscam uma unificação de ideal para o
bem estar da população. Sendo assim, só nos resta mais uma vez destacar a importância
de conhecer a PM e o trabalho que esta desenvolve na sociedade. Porém, a simples
troca de informações entre colegas de outros grupos que escolheram outras instituições,
tornou-se possível conhecer um perfil geral da sociedade, livrando-se de certos
preconceitos e acatando melhor a realidade.
Considerando nosso objetivo já citado, podemos concluir que este foi alcançado
com sucesso e de forma agradável, devido à excelente receptividade dos membros do
Batalhão, bem como à confiança depositada ao grupo e à seriedade de nosso trabalho.
BIBLIOGRAFIA
BAREMBLITT, Gregório. Compêndio de análise institucional e outras correntes:
Teoria e prática. 5ª. ed. Belo Horizonte: Instituto Felix Guattari, 2002.
15º Batalhão de Polícia Militar: Condor do Paranaíba. Patos de Minas: 2005.
Disponível em: <https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-pm/principal.action>.
Acesso em: 25 de outubro de 2008.
Disponível em: <http://www.pucrs.br/eventos/sicom/textos/gt05g.pdf>. Acesso em: 15
de novembro de 2008.
113
PRÓ-CURAR-SE – FUNDAÇÃO DE PREVENÇÃO E APOIO A
PESSOA COM CÂNCER
Juliana Caixeta Rabelo
Lourine Severo Oliveira
Milene Dornelis De Oliveira
RESUMO
O presente trabalho teve como principal objetivo, propiciar um melhor
conhecimento sobre a instituição visitada, abrangendo seu funcionamento diário, o tipo
de trabalho que desenvolve junto à comunidade, qual sua população assistida, bem
como as contribuições que seus serviços trazem para a sociedade patense. Conhecer
quais são suas intervenções e suas dificuldades, se houver, em se manter ativa e com
bons resultados. Associar à prática os conhecimentos e as informações sobre
instituições e comunidades bem como suas relações de poder adquiridos em sala de aula
com a disciplina Psicologia Instituições e Comunidades, alem de cumprir dessa forma
uma atividade prática descrita na programação da disciplina. Formular uma proposta de
intervenção para a instituição, que poderá futuramente ser exercida pela mesma. Com
tal atividade foi possível concluir que a Fundação Pró-curar-se desenvolve um ótimo
trabalho no campo da oncologia dentro de Patos de Minas, visto que a instituição não
oferece apenas uma ajuda financeira aos assistidos, mas também propicia um apoio
psicológico, para que os mesmos possam enfrentar de maneira mais amena a doença.
Através de doações e da venda de artesanatos produzidos pelos próprios pacientes, a
fundação contribui com as pessoas que dela precisa dando uma ajuda de custo no
tratamento.Em relação ao psicológico dos assistidos que se encontra abalado à
instituição oferece alternativas para um melhor enfrentamento diante da doença, com
atividades em grupo para os assistidos, atendimento psicológico para assistidos e
família, e arte-terapia.
PRÓ-CURAR-SE
Fundação De Prevenção E Apoio A Pessoa Com Câncer
Rua: Agenor Maciel, 211 – Centro – Telefone (34) 3814-45-45 – Patos De Minas – Mg
Maria Das Dores Soares Caixeta (Presidente Da Instituição)
114
INTRODUÇÃO
A escolha da instituição ocorreu de forma bastante tranqüila, pelo fato de
que todos os integrantes do grupo possuem interesse pelo assunto, a psicooncologia,
procurou-se uma instituição que oferece um apoio a população e que possuísse um
caráter serio em seu trabalho e que pudesse propiciar um enriquecimento do
conhecimento adquirido em sala de aula. Conhecendo melhor a instituição e seu
funcionamento, é possível notar que o campo de atuação do psicólogo é bem mais vasto
do que antes se imagina, sendo que a demanda na área de psicooncologia é muito
grande e há varias formas de se desenvolver um trabalho psicológico.
O objetivo do grupo esteve em conhecer por todos os ângulos a instituição e
seu funcionamento, tendo como conseqüência uma proposta de intervenção para um
trabalho que futuramente poderá ser desenvolvido.
Foi possível definir uma proposta de intervenção que era inicialmente um
dos objetivos do trabalho, esta proposta surge de um desejo da própria psicóloga do
local, o trabalho seria realizado com um grupo fechado de no máximo 12 pessoas, onde
seriam realizados encontros focados na visualização da doença, da melhora,
esclarecimentos sobre a doença e relaxamento.
O trabalho que é desenvolvido pela instituição, abrange tantos portadores de
câncer de Patos de Minas, como também da região, sendo dentro do contexto da
oncologia um referencial de apoio ao tratamento da doença.
A fundação tem como objetivo trazer para a cidade o tratamento para as
doenças referentes ao câncer, para que assim os portadores de Patos e região não
precisem se deslocar para cidades distantes. Se for concluído este desejo da instituição,
para nós futuros psicólogos, será uma oportunidade a mais de trabalho, onde poderão
ser desenvolvidos grandes projetos de suporte psicológico para os portadores da doença.
INSTITUIÇÃO
A Fundação Pró-curar-se procura atender pessoas de baixa renda, que seja
portadores de câncer. Surgiu em outubro de 1999, a partir de um abaixo assinado
solicitando aos órgãos competentes, o funcionamento de uma clinica oncológica. A
partir de então, surgiu o grupo de terapia da fundação, onde a juntamente as suas
fundadoras outros pacientes se reuniam para dividir experiências sobre a doença e o
tratamento. E em 21 de fevereiro de 2002, adquiriu o titulo de pessoa jurídica de direito
115
privado e de fins não lucrativos, de assistência social e com autonomia administrativa e
financeira.
A instituição oferece medicamentos aos portadores de câncer, auxiliando as
pessoas nas viagens para tratamentos que sejam realizados fora de seu domicilio,
contribui também com auxilio alimentação no período da doença, oferece assistência
psicológica aos portadores de câncer e seus familiares, sendo essa assistência realizada
através de atendimentos psicológicos que são feitos diariamente dentro das atividades
da fundação, através de grupos terapêuticos realizados semanalmente, sob supervisão de
um psicólogo e terapeutas voluntários.
È feito também à redistribuição de doações da sociedade em leites, roupas,
cestas básicas, cobertores e outros. Ela também propõe campanhas educativas e de
prevenção ao câncer.
A distribuição das doações e de dinheiro para o auxilio com as viagens e
despesas referentes ao tratamento são feitas da seguinte maneira: primeiramente é feito
um cadastro das pessoas que são portadoras da doença e para que possam pegar a ajuda
de custo é preciso que elas levem o comprovante da secretária de saúde, que
comprovem o dia que será feito à viagem e quanto tempo ficará fora de seu domicilio.
A Fundação é divida em 8 (oito) setores, são eles: o setor psicológico que é
composto por um psicólogo; o setor da secretária que é composto por uma secretária; o
setor financeiro composto por um auxiliar financeiro; o setor de telemarketing composto
por um coordenador e 3 operadoras de telemarketing; mensageiros contendo 4 pessoas
que desenvolvem esse trabalho; o setor de serviços gerais que é composto por um
auxiliar de serviços gerais; um caseiro e voluntário em diversas áreas dentro da
fundação.
A instituição se situa em uma casa alugada, e tem seu aluguel pago por um
grupo de voluntários, esta consta com: sala de recepção, sala de terapia de grupos,
corredor, 2 banheiros, cozinha, sala da oficina ocupacional, área de cobertura para
pintura, sala de psicologia, sala de atendimento financeiro, 2 salas de telemarketing, sala
da diretoria, sala dos mensageiros, sala de atendimento médico, áreas de serviços, horta
a ser reativada. Possui também uma casa em outra localidade com 1000mts que servirá
para alojamento quando estiver uma clinica de oncologia em Patos de Minas.
È articulada com grupos de terapia e de artesanato coordenados por
voluntários e pela psicóloga do local para os pacientes cadastrados na instituição.
116
DESENVOLVIMENTO/ DISCUSSÃO METODOLÓGICA
As realizações dos primeiros contatos foram feitos através de telefonemas,
onde foi explicado e proposto o objetivo do trabalho. A receptividade da instituição foi
extremamente amigável, não impondo nenhum empecilho para com o nosso trabalho,
sendo inclusive nos questionado a possibilidade de efetuarmos alguns trabalhos dentro
da própria instituição.
A instituição marcou nossa primeira visita para conhecermos um pouco mais
sobre o trabalho que é desempenhado pela mesma. Esta foi realizada no dia 19 de
setembro de 2008 com a psicóloga Thaís, e teve a duração de 30 minutos, onde
explicamos detalhadamente sobre o nosso trabalho, os nossos objetivos e onde Thaís
nos explicou por alto sobre o funcionamento da fundação.
O segundo encontro aconteceu no dia 03 de outubro, tendo a duração de 50
minutos. Novamente a conversa foi realizada com a psicóloga do local, Thaís que nos
falou sobre o surgimento da fundação, sobre os trabalhos que são realizados por eles,
nos mostrou toda a casa e nos apresentou para os funcionários.
O terceiro encontro foi feito de outra forma. Foi realizada uma visita no dia
27 de outubro onde participamos de um grupo terapêutico, estava sendo realizada uma
aula de Reik com quatro pacientes (sendo um homem e três mulheres). Esta visita teve a
duração de 1h.
Utilizamos como recursos de bibliografia, materiais que nós foram
emprestados pela instituição (incluído um DVD sobre a mesma), materiais sobre
oncologia.
A instituição possui um grande interesse em uma parceira com a psicologia,
afim de realizações de trabalhos terapêuticos, sendo que todos os profissionais com os
quais o grupo teve contato demonstraram grande simpatia e receptividade para com o
grupo.
DISCUSSÃO TEÓRICA
O maior conflito externo da instituição diz respeito ao fato de somente esta
prestar serviços a população oncológica de Patos de Minas, visto que a cidade não
possui serviços oferecidos a população pelo SUS no que diz respeito à oncologia.
Devido à instituição não receber ajuda financeira por parte da prefeitura, a mesma se
117
sustenta por doações feitas pela comunidade, através do serviço de telemarketing e da
venda de artesanatos confeccionados pelos integrantes do grupo terapêutico.
Quando nos referimos a grupo nos deparamos com o conceito descrito por
Pichon-Rivière citado em Lane (2001) quando descreve o conceito de grupo e ação grupal.
Segundo a teoria de Pichon-Rivière o grupo é "um conjunto restrito de pessoas ligadas entre
si por constantes de tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se
propõe de forma explícita ou implícita uma tarefa a qual constitui sua finalidade, interatuando
através de complexos mecanismos de atribuição e assunção de papéis". Segundo este
autor a ação grupal objetiva resolver as dificuldades internas dos sujeitos que surgem neste
caso como ansiedade gerada pelo medo da doença e os mitos que trazem a mesma.
Isso nos remete a pensar sobre o papel da fundação dentro da sociedade, o qual
visa trabalhar as angustias, medos gerados em virtude do não conhecimento ou em
contrapartida do excesso de informações sobre a doença.
Ao se pensar em intervenção psicossocial, deve-se ter em mente que intervir,
significa dirigir-se a realidade do outro, modificando-a de alguma forma. Para isso faz-se
necessário que o interventor, investigue os valores do grupo e como estes vivenciam na
coletividade. Segundo Sarriera (2004) “a intervenção psicossocial tem como objetivo
principal possibilitar melhores condições humanas e de qualidade de vida.”
Dentro da fundação Pró-curar-se o trabalho com os assistidos é realizado por
uma equipe multidisciplinar, onde é oferecido voluntariamente os serviços de nutrição,
médico, artista plástico e grupo terapêutico (formado por profissionais da aréa Reiki, Yoga
e um psicólogo). O trabalho da psicóloga no grupo terapêutico é de caratér voluntário, no
entanto a mesma realiza atendimentos clínicos dos assistidos e de suas famílias como
funcionária da instituição. Esses atendimentos tem como função básica mostrar a verdade
para o paciente, ajudá-lo a desenvolver uma consciência do processo de vida e dos
mecanismos que se criam para gerar a doença e, também, em poder ajudá-lo a entrar em
sintonia com seus próprios recursos de cura, possibilitando o resgate da auto-estima e da
aceitação.
Por ser a única instituição que acolhe portadores de câncer e seus familiares
dentro do município de Patos de Minas os serviços prestados pela fundação, foram
percebidos de forma bastante abrangente. Sua visão social não se limita a estes
atendimentos, pois a mesma vem procurando estabelecer uma clínica de oncologia em
parceria com o SUS e com isso seus serviços serão ainda mais amplos, ou seja, no
sentido de aumentar o número de assistidos bem como facilitar o processo do
118
tratamento evitando o deslocamento que muitas vezes é importuno para o estado de
saúde dos portadores da doença.
Não foram detectados problemas quanto à funcionalidade da instituição, no
entanto a instituição queixa-se da carência de voluntários.
CONCLUSÃO
Muitas vezes a psicologia se volta apenas para a área clinica. Com este trabalho
foi possível concluir que há um vasto campo de trabalho a espera do psicólogo, sendo a
área da oncologia uma delas.
Percebeu-se com este trabalho que a Fundação Pró-curar-se exerce um trabalho
social exclusivo direcionando seu olhar a população oncológica de Patos de Minas.
Apesar de seu trabalho ser exercido com êxito, percebeu-se que a instituição possui
demandas no que diz respeito à disponibilidade de mais voluntários na instituição.
Baseado nas falas da psicóloga da Pró-curar-se onde a mesma expressa um
desejo de formar um grupo terapêutico fechado, onde fosse possível dedicar atenção e
cuidados especiais aos aspectos psicológicos, emocional e afetivo dos pacientes em
relação aos problemas que estão vivendo. Sugere-se que os alunos do curso de
psicologia realizem esta proposta como um trabalho voluntário com intuito de ajudar os
assistidos da instituição e também proporcionar um maior conhecimento e uma
experiência válida aos estudantes de psicologia.
A experiência em realizar este trabalho foi de grande valia, uma vez que tivemos
a possibilidade de vivenciar experiências novas, além de melhor correlacionar o
conhecimento teórico com a realidade social encontrada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAREMBLIT, Gregório. Movimento instituinte, a auto-análise e a autogestão;
Sociedades e instituições; As histórias; Roteiro para uma intervenção institucional
padrão. In:__ Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática.
5ª Ed. Belo Horizonte: Instituto Felix Guattari. 2002. cap. 1,2,3,6 p. 13-50, 90-106.
ELIAS, Nobert. A sociedade dos indivíduos. In:__ A sociedade dos indivíduos. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar. 1994. cap.1 p.11-59.
GIL, A.C. Como conseguir o prejto de pesquisa. In:__ Como elaborar projetos de
pesquisa. São Paulo: Atlas. 2002
119
LANE, Sílvia T.M. O processo grupal; A psicologia social e uma nova concepção de
homem para a psicologia In:__; CODO, Wanderley (orgs.). Psicologia Social: o
homem em movimento.13. ed. São Paulo: Brasiliense, 2006. cap. 1,2 p. 10-19; 78-98
SARRIERA, Jorge Castellá et all. Intervenção psicossocial e algumas questões éticas e
técnicas. In __. Psicologia comunitária: estudos atuais. 2ª Ed. Porto Alegre. Sulina.
2004 cap. 1. p. 19-41.
VAN STRALEN, Cornelis Johannes. Psicologia social: uma especialidade da
psicologia?. In: Psicologia & Sociedade, Jan/abril 2005. v. 17 n 1p. 17-28. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/psoc/v17n1/a15v17n1.pdf >. Acesso em: 26 ago. 2008.
121
“AGITA PATOS”: UMA ANÁLISE INSTITUCIONAL
Elis Marina
Natália Fabrícia Soares
Rosana Garcia.
RESUMO
Esse trabalho visa à análise de uma demanda, e após essa identificação a
elaboração de um possível projeto de intervenção. Também se quer conhecer melhor os
coordenadores do projeto e as pessoas que participam. Assim poder analisar o principal
motivo que os idosos se integraram neste programa e os benefícios para a saúde física e
mental que este provocou na vida deles. O Agita Patos é um trabalho de campo
realizado como projeto social. E é um programa que atende o publico da terceira idade,
proporciona momentos de lazer e de integração, e aumenta a auto-estima, dando mais
autonomia nas tarefas diárias aos idosos.
Projeto Agita Patos
Praça do Coreto, R: Getulio Borges
1) INTRODUÇÃO:
.A) Escolha da instituição
Esta instituição foi escolhida por representar um projeto Social da cidade de
Patos de Minas muito bem desenvolvido. Que foi criando especificamente para atender
a população idosa da cidade, dando lhes a oportunidade de uma opção de lazer
especifica a sua idade, embora pessoas de outras idades também possam participar. E,
também analisar a adesão dos idosos a este projeto.
B) Objetivos definidos pelo grupo
O grupo tem como objetivo principal identificar por que este projeto
aparentemente tão simples atrai tantas pessoas e funciona tão bem como instituição.
C) Justificativa
O envelhecimento da população mundial é um fenômeno novo ao qual mesmo
os países mais ricos e poderosos ainda estão tentando se adaptar. O que era no passado
privilégio de alguns poucos passou a ser uma experiência de um número crescente de
pessoas em todo o mundo. Envelhecer no final deste século já não é proeza reservada a
122
uma pequena parcela da população. No entanto, no que se referem ao envelhecimento
populacional, os países desenvolvidos diferem substancialmente dos subdesenvolvidos,
já que os mecanismos que levam a tal envelhecimento são distintos. (Kalache, 1987 ).
Assim em algumas cidades do Brasil vêm se desenvolvendo projetos para a terceira
idade no intuito de melhorar sua qualidade de vida durante o envelhecer. Na cidade de
Patos de Minas tem se alguns projetos, e o programa “Agita Patos” foi escolhido de
modo particular para ser analisado e observado.
2) INSTITUIÇÃO
O “Agita Patos” surgiu em maio de 2004 a partir de um projeto elaborado pela
fisioterapeuta Roane Caetano de Faria. Sua idéia foi apresentada a Prefeitura Municipal,
e implementada logo depois. Em seu primeiro ano, o programa, então sob o nome de
“Agito na Praça”, consistia de atividades recreativas desenvolvidas por voluntários.
A partir de 2005, o projeto ganhou novo perfil. Após a realização de um
concurso publico, foi montada uma equipe de profissionais responsáveis pelas
atividades do programa, que adotou o nome atual “Agita Patos”. Coordenado
atualmente pela fisioterapeuta Luciana Xavier Gomes, o grupo também é formado pelos
professores de educação física Bruna Pereira Nascimento, Gustavo Pacheco Silva e
Kelly Cristina Moreira Campos, e pela estudante de educação física Luciana Luzia
Rodrigues, monitores de práticas corporais.
Antes a população idosa da terceira idade de Patos não tinha o que fazer, não
tinha uma ocupação durante o dia. A importância desse programa se faz porque foi
possível tirar muita gente de casa para se divertir, para viver uma vida mais saudável. O
programa não só melhora a qualidade de vida dos idosos, ele também diminui a
demanda de pessoas por unidade de saúde.
São 12 bairros atendidos: Bela Vista (CSU), Sebastião Amorim (PROMAN),
Santa Terezinha, Lagoinha, Alvorada, Padre Eustáquio (casa da sopa), Centro da cidade
(praça do coreto), Cristo Redentor (barracão da igreja), Várzea, Ipanema, Planalto
(SEST SENAT) e Jardim Aquarius. As atividades são desenvolvidas em todos os locais,
de segunda a sexta, de acordo com uma escala entre os monitores.
3) DESENVOLVIMENTO
As observações se deram na praça da Av. Getúlio Vargas, que é um dos vários
lugares da cidade onde as atividades do projeto Agita Patos são desenvolvidas.
123
O método utilizado nas atividades práticas exercidas foi à observação.
O grupo foi até ao local da realização do evento e conversou diretamente com
os organizadores, explicando as finalidades do projeto e a demanda do grupo. A
instituição se demonstrou bastante interessada, receptiva e acolhedora às idéias expostas
pelo grupo.
Na primeira visita que se deu no dia 03/09/08, depois de especificada as idéias
do grupo aos lideres do projeto, as atividades se iniciaram. Os participantes se mexem,
dançam, alongam-se, interagem entre si, se divertem e os fisioterapeutas e educadores
físicos coordenam todas as atividades dando assistência aos participantes. Terminados
os exercícios, são dados os recados e avisos da semana referentes ao projeto e os
participantes vão embora bastante satisfeitos e bem dispostos. Durante todo o tempo, o
grupo se absteve em observar tudo o que acontecia.
A segunda visita ocorreu no dia 17/09/08; onde o grupo se posicionou perto dos
participantes e observou as atividades durante todo o tempo. Os participantes chegaram,
conversaram um pouco entre si antes de se iniciar as atividades, assim que estas se
iniciaram, eles se posicionaram e começaram a se mexer, dançar e se alongar conforme
as instruções dos coordenadores. Terminadas as atividades, foram dados os recados e
avisos como de costume e se encerrou as atividades naquele dia
O tempo médio de duração das atividades é de uma hora.
O grupo conversou com os organizadores do projeto na última visita que ocorreu
no dia 17/09/08. Os mesmos disseram que seria muito bem vindo um trabalho de
intervenção de acordo com as possíveis demandas que pudessem ocorrer, relataram
também que ficaram muito satisfeitos com o intuito do grupo e se mostraram bastantes
acolhedores para com a finalidade do trabalho exercido, e a qualquer coisa que o grupo
precisasse poderia procurá-los a qualquer momento.
4) DISCUSSÃO TEÓRICA
Na instituição observada foi possível verificar aspectos do institucionalismo de
uma forma muito positiva, pois percebemos que o modo que as pessoas dentro deste
grupo conduzem a organização tem um bom funcionamento.
Tendo em vista a divisão dentro do Institucionalismo entre a configuração de
campo de análise e um campo de intervenção, é evidente que o campo de análise
consiste apenas em um espaço conceitual ou nacional. Em outras palavras, é um tema
do qual o institucionalista quer se ocupar. Esse tema pode ser abstrato ou concreto; pode
124
ser contemporâneo, passado ou futuro. E pode ser muito vasto. Mas é um processo de
produção de conhecimento com respeito a esse campo e não implica necessariamente
uma intervenção técnica; envolve apenas o fato de que o institucionalista vai tentar
entendê-lo. Percebemos que a instituição em si tem um ótimo funcionamento ela não
apresentou nenhum conflito interno ou externo que permeia seu cotidiano. Detectamos
que não há presença de um profissional de psicologia dentro da instituição, mas
aparentemente não se verificou uma demanda muito alta para haver um profissional
exclusivo aquela população, pois se trata de um projeto da prefeitura voltado apenas
para o lazer dos idosos. E outras demandas relacionadas a essa área em especifico é
encaminhada para outros setores da prefeitura. Apesar de que seria interessante ter um
profissional de psicologia para ajudar os outros profissionais a reconhecer as demandas
e necessidades que as pessoas do grupo precisam ou talvez pudesse ser importante para
indicar novas atividades além daquelas que já são propostas.
O campo de intervenção pressupõe um campo de análise, porque se pode
entender sem intervir, mas não se pode intervir sem entender, embora durante a
intervenção iremos entendendo cada vez mais. O campo de análise pode não coincidir,
em termos empíricos, com o campo de intervenção.
Partindo, pois, dessa discriminação entre campos de análise e campo de
intervenção, digamos que as modalidades de intervenção podem ser variadas.
Uma modalidade de intervenção, é o que se dá como serviço oferecido na
condição de profissional liberal ou autônomo, na condição de sociedade científica - uma
sociedade cientifica de Análise Institucional que oferece trabalhos, por exemplo; é o
exercício oferecido por um estabelecimento de prestação de serviços privados, um
instituto de Análise Institucional que pode ser uma sociedade anônima de
responsabilidade limitada ou uma microempresa; é o que pode ser oferecido por um
departamento especial de uma faculdade, um departamento de Análise Institucional
numa universidade. Outra modalidade possível de prestação de serviço pode ser feita
por parte de uma equipe que integra e que é interna à organização na qual se vai intervir.
Outra possibilidade é aquela pela qual um institucionalista, que não se caracteriza como
tal e não oferece seus serviços como tal, infiltra-se em uma organização, a qual ele pode
pertencer organicamente ou não, e o faz sob um rótulo, na condição de qualquer outra
coisa que faça parte dos papéis formais existentes nessa organização, mas que não seja o
de institucionalista. Existe uma ultima possibilidade dentro desse espectro esquemático
que ainda é pobre, limitado, que consiste numa variação dessa última possibilidade.
125
Uma variação que parece a menos comprometida e, sem dúvida é a mais difícil de
todas: é a daquele que pratica o Institucionalismo na convivência cotidiana.
Essa esquemática sistematização requer um tratamento, uma explicitação e uma
abordagem muito detalhados e complexos das peculiaridades que adquire cada uma
dessas inserções possíveis.
O que vamos desenvolver agora é apenas uma dessas formas de intervenção, que
é a intervenção institucional standard, a qual: 1) não é a única (o que espero, tenha
ficado claro); 2) nem sempre é a melhor- apesar de costumar ser a mais clara e a mais
sistematizada; 3) muito freqüentemente não é possível, porque as características da
demanda não a propiciam. Então, deve-se ter cuidado, porque se a gente se prende a
esse tipo de intervenção, se se apega a esse modo de operar, corre o risco de pensar que
quando ele não é possível, não existem outros que, pelo menos, deixaram esboçados.
Ora a intervenção apresenta uma serie de passos que precisam ficar bem
explicitados. O primeiro passo consiste em fazer a analise da produção da demanda.
Isso consiste no cuidadoso exame que a organização ou a pessoa que está para fazer a
intervenção institucional faz da maneira como ela ofereceu os serviços; ou seja, o estudo
da forma como ela produziu a demanda que lhe é feita. Muitas vezes, a produção da
demanda de um serviço, por exemplo, um serviço de saúde, é naturalmente, em
princípio, produzida pelos estabelecimentos de saúde que oferecem seus serviços. Mas
ela é produzida, igualmente, pela falência, por exemplo, ofertas de outras organizações e
dos serviços dessas organizações que são incompletos, que são distorcidos, que são
anacrônicos e que geram demanda de serviços de saúde porque não resolvem bem os
problemas da sua especificidade.
O passo seguinte é a tentativa de análise do encaminhamento, isto é: quais foram
os passos intermediários entre usuário-demandante.
O passo seguinte é a analise da gestão parcial. Isto é: qual foi o setor da
organização que assumiu o papel de vir consultar-nos ou fazer o contato? Ou seja, a
gestão parcial da demanda de serviços é protagonizada por diferentes segmentos da
organização.
Na análise do encargo, há uma discriminação muito importante que se estabelece
entre demanda e encargo. Nessa terminologia, demanda é a solicitação formal,
consciente, deliberada, que nunca coincide com o encargo, que é um pedido que
envolvem os tres níveis da discriminação que fizemos entre má-fé, desconhecimento e
126
recalque. A diferença entre demanda e encargo pode passar por esses três tipos de
determinações. A demanda nunca coincide com o encargo.
O passo seguinte consiste em, a partir desse diagnóstico provisório, poder
planejar uma política, uma estratégia, uma tônica e técnicas para começar sua
intervenção. Então, criam-se analisadores construídos, ou dispositivos para poder
recolher todos os dados do diagnóstico provisório. Depois que se executam os
dispositivos do diagnóstico provisório, reúne-se equipe interventora e parte-se para
analisar toda a colheita, fazendo-se a análise da demanda e do encargo definitivo. Da
mesma maneira que ativamos esse coletivo ou mobilizamos e o colocamos em
condições de manifestar-se muito mais livremente, muito mais ricamente, também
somos mobilizados, somos igualmente ativados, temos uma vivência de contato
diferente. Então temos de voltar a fazer uma auto-análise de implicação: o que foi que
isso acordou, despertou em nós, que não tínhamos percebido em todos os passos
anteriores? Porque o passo seguinte e o diagnóstico definitivo e o planejamento da
intervenção definitiva. Nova política, novas estratégias, táticas, técnicas definitivas,
analisadores definitivos e um passo seguinte fundamental: proposta de intervenção e um
novo contrato.
Depois temos a autogestão do contrato de intervenção, isto é, vamos fazer uma
proposta de contrato definitivo, mas não vamos impor nenhum dos termos e deixarmos
que o coletivo proponha se quer pagar, quanto quer pagar, porque quer pagar, que
tempo pensa destinar ao trabalho, que poderes quer nos dar e porque, o que será muito
ilustrativo do significado que a intervenção tem para cada segmento.
Depois vem a execução da intervenção, tal como foi planejada. Logo vêm as
avaliações periódicas, que são momentos de parada para qualificar os resultados e voltar
a analisar a implicação que se vai gerando na equipe durante o processo. Quando acaba
a intervenção temos que fazer um prognóstico, que poderemos ou não comunicar ao
coletivo.
A instituição não tem sede própria, seus gastos e funcionários são financiados
pela a prefeitura municipal de Patos de Minas. Ela é uma organização que se divide
pelos vários bairros da cidade, e nestes bairros as reuniões que são organizadas por seus
membros acontecem geralmente nos salões comunitários e nas praças de cada bairro.
Estes bairros são divididos por horário e dias da semana já pré-estabelecidos. A cada dia
uma pessoa do grupo coordena as reuniões e quem define isso é a coordenadora
responsável por organizar o projeto. O papel fundamental dessa instituição é promover
127
uma forma de lazer especifica para a terceira idade, nesse projeto as pessoas tem a
oportunidade de fazer novas amizades e melhorar a sua qualidade de vida. Os
funcionários têm grande dedicação para com isso, portanto esse é um projeto de cunho
social que tem grande repercussão na cidade de Patos de Minas. E como o projeto teve
grande aceitação e funcionou de forma positiva e coerente, outras cidades vizinhas já
começaram há adotar o projeto para a sua população.
5) CONCLUSÃO
No presente trabalho foi possível verificar diversos aspectos de uma instituição
de Patos de Minas que esta voltada para determinado público alvo em função de
promover uma forma especifica de lazer para essas pessoas. O projeto já existe há
quatro anos, e é considerado um grande sucesso, pois, a cada dia ele cresce mais e
muitas pessoas já fazem parte dele.
Em depoimento dos idosos, eles relatam os benefícios ganhos devido à adesão
ao projeto. Dores, solidão, depressão já são para eles coisas do passado. Eles se sentem
integradas a sociedade e convive com pessoas da sua geração, o que torna legítimos
seus relatos.
Portanto, esta analise institucional realizada com o projeto “Agita Patos”, está
claro para nós do grupo, que é um projeto que eleva o marketing da Prefeitura
Municipal de Patos de Minas, sendo que a coligação que nela são se apóia, ou deixa de
financiar, prejudicará sua imagem junto à população. Programas como esse ajudam a
silenciar outros aspectos que não são evidenciadas, ou seja, que não tem atenção por
parte do município. É preciso sim, verificar o que há por trás de cada projeto que
envolva a coletividade, somos guardiões e responsáveis por onde são gastos e como é
administrada a renda municipal. Assim quem sabe propor projetos de intervenção que
possa melhorar a qualidade de vida dos mesmos.
6) REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAREMBLITT, G.. Compêndio de Análise Institucional. Rio de Janeiro: 3a. ed., Rosa
dos Tempos, 1996.
KALACHE, Alexandre; VERAS, Renato P.; RAMOS, Luiz Roberto. O envelhecimento da população mundial. Um desafio novo. Rev. Saúde Pública vol.21 no.3 São Paulo June 1987. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89101987000300005&script=sci_arttext&tlng=ptpt> acesso em: 6 nov. 2008.
128
CONHECENDO PATOS DE MINAS: INSTITUIÇÃO PROMAM I
Denise De Araújo Furtado
Erivelton Oliveira Pessoa
Mário Aparecido Silva
RESUMO
A cidade de Patos de Minas conta com centenas de instituições públicas e
privadas, sendo a maioria delas desconhecida da grande população e também dos
estudantes. A proposta deste trabalho é procurar traçar um esboço de uma instituição
desta cidade, o PROMAM I (Programa Municipal de Atendimento à Criança e ao
Adolescente). A fundação PROMAM é a gestora de sete núcleos que fazem parte da
política pública da criança e do adolescente, que envolve as famílias, dispõe de
programas e projetos que são desenvolvidos desde a sua criação. São eles: PROMAM I,
PROMAM II, PROMAM III, Projeto SACI, Projeto SENTINELA, CSU e CRISTAVO.
O trabalho foi realizado quase que em sua totalidade no PROMAM I, sendo que
realizamos uma visita ao Serviço SENTINELA e outra no CRISTAVO onde os
pesquisadores conheceram um pouco da rotina de trabalho dos colaboradores que
exercem funções nestes dois núcleos. O grupo SENTINELA dedica seu trabalho em
prol das crianças vítimas de abuso ou violência física e no CRISTAVO são
desenvolvidas atividades de aulas de reforço, arteterapia e onde funciona uma padaria-
escola que forma vários profissionais que, após concluírem o curso, irão trabalhar em
outros estabelecimentos deste segmento na cidade e região. Desde o início de suas
atividades, a Fundação PROMAM procura ajudar as crianças, jovens e adolescentes
carentes de Patos de Minas a desenvolverem o fundamento da auto-consciência e a
descobrirem a alegria da convivência fraterna consolidando a responsabilidade e a
solidariedade. Na Fundação PROMAM as crianças, jovens e adolescentes carentes irão
aprender uma profissão, receber apoio pedagógico, praticar atividades em artes cênicas,
dança, música, esportes além de poderem usufruir de um moderno laboratório de
informática onde são ministrados diversos cursos.
129
PROMAM – Programa Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente
Rua São Cristóvão, nº 111, bairro Nossa Sra. Aparecida - Telefone: (34) 3822-9748
Diretores: Marília de Almeida Corrêa Ramos; Elizete Mundim Carneiro; Meire Cristina
Santos Ferreira
INTRODUÇÃO:
Este trabalho visa apresentar dados acerca da Fundação PROMAM
(Programa Municipal de Apoio à Criança e ao Adolescente), que é uma entidade
filantrópica subsidiada em Patos de Minas e que desenvolve atividades de preparação e
inserção de crianças e adolescentes no mercado de trabalho sendo que a mesma é uma
instituição modelo na região no que concerne ao amparo psicopedagógico, social e
profissionalizante a jovens e clientes de baixa renda. Este foi um dos motivos que
levaram os pesquisadores a escolher essa instituição para fazer um trabalho que de certa
forma contribuísse para o progresso e a consolidação da mesma na região. Foi sabido,
por intermédios de terceiros que estiveram na Fundação realizando trabalhos
acadêmicos que a mesma tinha carência de um olhar profissional e sócio-organizacional
para colaborar na inserção dos jovens aprendizes no mercado de trabalho.
A fundação PROMAM é composta por sete estabelecimentos denominados
núcleos, sendo que cada um desenvolve seu projeto em conjunto com os demais. Os
estabelecimentos são: PROMAM I, PROMAM II, PROMAM III, Projeto SACI, Grupo
Sentinela, CSU e CRISTAVO.
O trabalho da equipe se restringirá ao núcleo PROMAM I, onde são
atendidas crianças e adolescentes carentes de Patos de Minas em duas etapas. Na
primeira etapa são atendidas crianças de cinco a quatorze anos que recebem auxílio e
reforço no ensino fundamental, alem de aulas de dança, artes e artesanato, educação
física e introdução à informática. Na segunda etapa são atendidos adolescentes de
quatorze a dezoito anos que recebem treinamento e cursos profissionalizantes como
jardinagem, marcenaria, contabilidade, padaria, contabilidade entre outros. Os
adolescentes são encaminhados ao mercado de trabalho através das parcerias que o
programa mantém com algumas empresas da cidade e com a Prefeitura, de acordo com
a demanda do mesmo e à medida que vão se capacitando em determinadas áreas.
Quando completam dezoito anos o jovem deve deixar o programa sendo que, caso o
mesmo estiver trabalhando em alguma empresa parceira e seja de interesse mútuo a
permanência do profissional no exercício do cargo, a empresa deverá então proceder às
130
obrigações trabalhísticas da consolidação das leis do trabalho passando o trabalhador
então a ser contratado direto da empresa.
Foi verificada a existência de varias demandas e encargos no que se refere
aos serviços prestados pelo PROMAM I. Dentre elas a que se caracterizou como
carência mais imediata do programa foi a necessidade de um trabalho no âmbito da
orientação vocacional dos adolescentes aprendizes. Observou-se que os jovens
adolescentes recebem treinamentos sem haver um trabalho prévio de orientação
vocacional para serem assim direcionados a realizar atividades para as quais poderão ter
maior facilidade, habilidade para que possam produzir e expandir em parâmetros mais
profissionais.
Inicialmente a proposta consiste em desenvolver trabalhos com os
adolescentes aprendizes que visem a orientação vocacional de forma que estes consigam
elaborar a área que seria mais condizente com cada um afim de obter maior sucesso no
mercado de trabalho e maior satisfação com a profissão.
A INSTITUIÇÃO:
A Fundação PROMAM dentro da cidade de Patos de Minas desenvolve um
trabalho de inclusão social com crianças e adolescentes (juntamente com suas famílias)
de classe baixa. Essa inclusão social ocorre através de projetos socioeducativos que vão
desde o apoio pedagógico, artes plásticas, cênicas e musicais, dança, capoeira, esporte,
até a profissionalização dessas crianças e adolescentes.
O PROMAM tem como principal objetivo desenvolver ações que colaborem
com a construção de conhecimento e comportamentos adequados tanto para os
educadores como também para os educandos e suas famílias. A Fundação PROMAM
através de seus projetos possibilita que crianças e adolescentes que não possuem
recursos, possam ser capacitados para “competirem” de forma igual por uma vaga em
uma escola, ou mesmo por uma vaga de emprego, com aqueles possuem melhores
condições de vida que eles. Em outras palavras, a Fundação PROMAM tem como
objetivo desenvolver para a comunidade de Patos de Minas políticas de atendimento à
criança e adolescentes que se encontram em situação de risco social, dando-lhes atenção
especial na educação e na formação profissional.
A instituição segue como filosofia institucional, u seja, tem como missão
que é através da educação que se é possível unir a todos, desenvolvendo então nas
131
crianças e adolescentes que são atendidos a autoconsciência, para a convivência
fraterna, para a solidariedade e claro para a responsabilidade.
Todos os atendimentos realizados pela fundação, ou seja, seus programas e
projetos são baseados na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), na Lei Orgânica do Município, nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação e
também nas Leis Trabalhistas. A escolha das crianças e dos adolescentes para os
projetos é feita como base na idade (são crianças e adolescentes que tenha entre 7 e 14
anos), freqüentes na escola, com baixa condição econômica.
É preciso que todos freqüentem as aulas ou cursos (variando assim de
acordo com o projeto no qual estarão inseridas), sendo que faltas devem ser justificadas,
caso não ocorra à criança ou o adolescente corre o risco de perder sua vaga.
A instituição pode contar com os seguintes setores: diretores de núcleos,
agentes administrativos, professores PI, instrutores de esporte, instrutores de artes
plásticas, professores de música, estagiários de teatro, instrutores de capoeira, auxiliares
de serviço, núcleo de psicologia e assistência social.
A Fundação PROMAM possui sete núcleos, em bairros diferentes e
pertencentes a áreas de risco social. São eles: Promam I, Promam II, Promam III,
Promam IV, C.S.U., Projeto Saci e Cristavo. A Fundação pode contar com salas paras
aulas teóricas, para musica, para o balé, para pintura e quadras de esporte.
O Projeto Iniciação Profissional que tem por finalidade a preparação do
adolescente para o mercado de trabalho e melhoria na geração de renda de seus
familiares, são desenvolvidos nos núcleos do Promam I, Saci e no Cristavo. Já o Projeto
Recriança que tem por finalidade atender a criança e o adolescente na faixa etária de 5 a
13 anos, são desenvolvidos no Promam II, III, IV, C.S.U e no Cristavo. O Projeto
Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano tem por finalidade a preparação
do jovem para atuar intergeracionalmente e evoluir para o desenvolvimento pessoal e
comunitário é desenvolvidos nos 7 núcleos do Promam. Programa de Erradicação do
trabalho infantil – PETI, é desenvolvido nos 7 nucleos do Promam.
Outros projetos também são desenvolvidos pelo Promam, porém sua
execução é realizada fora do domicilio dos núcleos, são eles: o projeto Sentinela que é
um serviço de enfrentamento a violência, ao abuso e a exploração sexual são
desenvolvidos em escolas que contribuem com o espaço físico; Andarilhos de TUPAM,
que é um programa de circulação artística com oficinas, palestras e apresentações
cênicas em diversos bairros da cidade de Patos de Minas, Projeto Minas Olímpica Nova
132
Geração que se trata de um projeto esportivo; Projeto Papai Noel que produz através de
reciclados, ornamentos natalinos para a decoração da cidade no Natal; Complementação
e Suplementação Alimentar (leite de soja), onde atendem a sociedade que tem
necessidade (comprovada por laudo médico) do consumo de leite de soja; Apoio à
adolescente em Liberdade Assistida; Projeto ESTAR que tem como objetivo
desenvolver um trabalho de Arte-Educação, durante o contra turno escolar; e Projeto
Adolescente Aprendiz que Tem por finalidade assistir o adolescente de 16 a 17 anos e
11 meses, com acompanhamento pedagógico, psicológico e sociológico estando este no
mercado de trabalho após concluir cursos profissionalizantes oferecidos pela Fundação
Promam.
O financiamento das atividades que são realizadas dentro da instituição é
feito pela Prefeitura Municipal, verbas do Governo Federal, recursos do Fundo Nacional
de Assistência Social, além de parcerias com o SENAC, SESI, e da ajuda com
contribuição de empresas privadas. A designação do dinheiro varia de acordo com o
projeto a ser financiado.
A Fundação PROMAM mantém uma parceria que obtém resultados
positivos com o SENAC, com o SESI, com a própria prefeitura da cidade, além de
parcerias com o UNIPAM em projetos como Andarilhos de TUPAM. Contam também
com a colaboração do Governo Federal, tendo parcerias de sucesso com empresas
privadas da cidade.
DESENVOLVIMENTO/DISCUSSÃO METODOLÓGICA
No dia 10 de setembro de 2008 foi feito contato por telefone com a
instituição mas não obtiveram êxito em falar com o responsável pela instituição pois a
mesma não se encontrava no momento e sua secretária se negou a marcar horário para
uma entrevista argumentando que a agenda da mesma estava lotada devido às mudanças
que estavam sendo feitas na organização física e relocação de espaços da instituição.
Foram feitos depois mais dois contatos por telefone com a instituição e em ambos os
pesquisadores não lograram êxito novamente e então decidiram fazer a visita em um
horário que possivelmente a Diretora Executiva da instituição estaria presente.
1ª visita:
No dia 24 de setembro de 2008, foi decidido então fazer essa visita, sem
agendamento prévio e assim que chegaram à instituição foram recebidos pela secretária
da diretora do PROMAM que os informou que a mesma se encontrava no local e que
133
iria recebê-los para uma conversa informal, já que a mesma já estava de saída para uma
reunião em outro local. A Diretora Executiva do PROMAM se chama Elizete Mundim
Carneiro e está no cargo desde o dia 1º de Janeiro de 2004, sendo este cargo
considerado de “confiança do prefeito da cidade”, ou seja, seu ocupante é nomeado, não
participando de concursos públicos. Todas as atividades do PROMAM são coordenadas
pela Presidente do PROMAM, Marília de Almeida Corrêa Ramos, esposa do atual
prefeito de Patos de Minas, Antônio do Valle Ramos.
A diretora executiva Elizete recebeu os pesquisadores em sua sala para um
bate-papo informal e explicou brevemente que o propósito do PROMAM é dar apoio
psicossocial e pedagógico às crianças e adolescentes de 5 a 17 anos e 11 meses, de
baixa renda e preferencialmente que residam próximo à instituição, além de ministrarem
cursos profissionalizantes e assim possibilitarem o encaminhamento dos mesmos às
empresas da cidade. Os mesmos permanecem na instituição até os dezoito anos de
idade, quando são obrigados a deixar o programa e partirem para o mercado de trabalho
procurando seguir os ensinamentos apreendidos durante sua fase de treinamento. Se
durante o treinamento eles são contratados por alguma empresa da cidade conveniada
com o PROMAM e nesse intervalo eles completam 18 anos, são obrigados a deixar a
empresa e corta-se o vínculo daquele com o programa e caso a empresa quiser contratar
o jovem poderá fazer isso, mas a partir daquela data o contratado deverá seguir as
normas do mercado e estará sujeito à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ao
término do bate-papo os pesquisadores agendaram uma entrevista para o dia 1º de
outubro de 2008 e após a mesma iriam visitar algumas instituições que fazem parte do
PROMAM.
2ª visita:
No dia 1º de outubro de 2008 os pesquisadores visitaram novamente a
Fundação PROMAM e realizaram uma entrevista não estruturada com a Diretora
Executiva Elizete. Elizete explicou como é o trabalho da fundação PROMAM, as
instituições que estão ligadas subordinadas ao seu trabalho, as regras e normas, visão,
missão, valores os prazeres e desagrados vivenciados na execução de suas tarefas. Em
seguida os pesquisadores foram conhecer a instituição acompanhados de Elizete.
Visitaram uma dependência onde funciona o projeto “Vaca Mecânica”, que se constitui
de uma máquina industrial que fabrica o leite de soja, distribuído gratuitamente entre a
população carente da cidade e que, em várias famílias, corresponde ao único alimento
recebido pelas crianças excetuando-se as refeições principais. Este leite de soja é um
134
complemento alimentar que contribui para o crescimento de bebês e crianças, evitando
doenças e combatendo a desnutrição infantil. A seguir conheceram a biblioteca que
conta hoje com mais de 4000 livros, entre eles livros técnicos, didáticos e revistas
diversas que são utilizados pelos professores e alunos da instituição. Depois foram até o
laboratório de informática, que possui 20 computadores adquiridos pela Prefeituta
Municipal de Patos de Minas, onde são ministrados vários cursos na área de
informática, todos introdutórios em alguma área. Estiveram na sala onde é ministrado o
curso de balé e as aulas de dança e capoeira.
3ª visita:
No dia 8 de outubro de 2008 os pesquisadores foram convidados pela
diretora Elizete a conhecer o núcleo CRISTAVO e o Grupo SENTINELA.
Primeiramente estiveram no CRISTAVO onde foram apresentados aos monitores
pedagógicos Santos e Cristiane e ao monitor da padaria, João. Ficaram conhecendo
alguns projetos desenvolvidos no núcleo, entre eles cursos de pintura, padaria, artes
cênicas, apoio pedagógico e psicossocial. A seguir foram até o Grupo SENTINELA
onde foram apresentados à psicóloga Marilaine, à pedagoga Selma e à assistente social
Danielle bem como aos projetos de artes plásticas e pintura, utilizando uma grande parte
de material reciclado no próprio núcleo como garrafas pet e papelão. No Grupo
SENTINELA são desenvolvidos serviços de combate à violência, ao abuso e exploração
sexual contra criança e adolescente e se baseia em uma variedade de ações de apoio
social, com fins terapêuticos e situacionais, destinado ao atendimento de crianças e
adolescentes vitimados, bem como seus familiares.
Os pesquisadores foram muito bem recebidos em todos os locais que
visitaram, tanto pelos monitores, diretores, funcionários como pelos alunos. Foi notado
que existem algumas demandas e a presença dos pesquisadores despertou em todos a
vontade de concretização dessa demanda. Com cada indivíduo que foi abordado durante
as visitas foi observado que existia uma demanda, muitas vezes implícita, quase nunca
espontânea. A demanda seria formada no trabalho diário de todos, contato com os
usuários do serviço, observação de outras instituições, mas também por “falência, por
exemplo, de outras ofertas de outras organizações e dos serviços dessas organizações
que são incompletos, que são distorcidos, que são anacrônicos e que geram demanda de
serviços...” (BAREMBLITT, 2002). Nisto podemos incluir também a falência da
instituição “família” que muitas vezes deixa de cumprir seu papel na educação de seus
filhos.
135
4ª visita:
No dia 15 de outubro de 2008 foi feita uma reunião com Elizete para que
sejam analisadas as demandas. As demandas apresentadas foram bastante
diversificadas, sendo que partiram de funcionários, alunos e familiares. Na reunião ficou
decidido que a proposta de intervenção seria de orientação vocacional para os jovens de
16 e 17anos que estariam concluindo os cursos profissionalizantes e teriam que
enfrentar o mercado de trabalho.
O adolescente está em fase em que é obrigado a se desprender da infância e
progressivamente entrará no mundo adulto onde terá que assumir esse papel e nesse
contexto terão que decidir por uma carreira profissional a ser seguida. No início da
adolescência o jovem não tem nenhum compromisso com o futuro, vivendo muitas
vezes a ilusão, fantasia e o sonho, mas à medida que adquire sua identidade passa a
compreender suas singularidades e tem a necessidade de encontrar suas vontades,
escolher sua profissão que irá se conformar com sua realidade pessoal e sociocultural.
Existe uma grande multiplicidade de profissões, cursos e ele se guiará a partir do mapa
representacional construído por si próprio com base na sua posição sociocultural e
financeira. Os jovens, quando são chamados a pensar sobre as possibilidades do
mercado de trabalho e se decidir usam meios não muito seguros para isto, procurando
diminuir suas ansiedades (BARRETO e AIELLO-VAISBERG, 2007).
A diretora do PROMAM, Elizete comungou com o grupo de pesquisadores
sobre a necessidade de desenvolvimento de um trabalho de auxílio vocacional aos
jovens que terminavam seus cursos profissionalizantes e não tinham parâmetros que os
ajudassem na decisão de uma profissão. Pela amplitude do assunto foi concluído que
poderia haver vários encargos ocultos por trás desta demanda. Os jovens ao término de
seu estágio no PROMAM poderiam estar passando por uma fase difícil de adaptação ao
novo contexto, pois qualquer separação mesmo que previamente agendada, já que os
jovens tem que deixar o programa assim que completarem 18 anos, causa uma situação
de conflito o que os faz se sentir desamparados. Outro encargo levantado seria a falta de
uma programação específica para os adolescentes antes mesmo de iniciarem algum
curso, o que se for feito com orientação profissional teria uma maior chance de lograr
êxito.
Foi explicado para a diretora que o processo de orientação vocacional surge,
como um meio facilitador, que além de auxiliar os jovens a escolher e se preparar para
entrar em uma ocupação, propicia o desenvolvimento do auto-conhecimento,
136
diminuindo as angústias características do contexto e assim as decisões teriam uma
chance maior de serem as corretas.
O trabalho na instituição seria direcionado a esses jovens de 16 e 17 que
estariam se preparando para enfrentar o mercado de trabalho. O trabalho é um fenômeno
muito complexo e é considerado exclusivamente de conduta humana, vem em conjunto
com muitas mudanças da vida moderna e logicamente vem sofrendo muitas
transformações nas últimas décadas.
A proposta de intervenção foi consensual entre os pesquisadores e a
diretoria da instituição que definiram as seguintes ações, além de se comprometer com o
projeto, oferecendo as condições necessárias para seu desenvolvimento:
Encontros semanais a fim de auxiliar os adolescentes na escolha
profissional a partir da orientação vocacional. Nestes encontros serão
apresentadas informações atualizadas sobre o mercado de trabalho como
o salário médio de cada profissão, demanda regional e nacional, onde
existem faculdades, tempo de duração do curso e valores.
Palestras mensais com o intuito de conscientizar os jovens sobre suas
motivações, desejos, esperanças, angústias, temores, levando o grupo a
pensar sobre as demandas sociais, econômicas, políticas em relação às
profissões.
Em outros encontros seriam desenvolvidas tarefas diversas como
colagens, desenhos, rabiscos, visando eliciar o pensamento crítico sobre
a escolha profissional relacionada a valores, a importância e a
necessidade ou não desta opção para os indivíduos, levando os
participantes a refletir sobre si mesmos, analisando suas características,
explorando sua personalidade e aprendendo a escolher e abordar
situações conflitivas.
Seria selecionado um dia específico onde um pesquisador iria conduzir
uma atividade de relaxamento que se desenvolveria em um contexto que
valorizasse a tomada de decisão dos jovens sobre as profissões possíveis
de ser seguidas e em seguida seria promovida uma discussão grupal
sobre mercado de trabalho, receptividade de cada profissão pela
população e pelos jovens, influência do desempenho escolar sobre suas
137
escolhas e até onde a satisfação com o trabalho poderia influenciar na sua
vida profissional futura.
Um teste vocacional seria selecionado de acordo com a idade dos
adolescentes e aplicado coletivamente em uma data pré-fixada. Os testes
seriam corrigidos pelos pesquisadores e a devolutiva seria individual,
com explicações que ajudariam os jovens a decidir melhor pela profissão
a ser seguida.
O tempo previsto para a aplicação do projeto é de seis meses, sendo que
após esse tempo será feita uma avaliação do trabalho realizado pelos pesquisadores.
Aqui, em conjunto com a diretoria da instituição, será decidido se existe a necessidade
da permanência dos pesquisadores por mais algum tempo ou se já podem partir para o
trabalho em outra instituição deixando a estrutura do projeto para os funcionários dar
continuidade ao programa.
A direção da instituição se mostrou bastante cooperativa com o trabalho
desenvolvido e declarou que deseja que mais projetos sejam direcionados não só ao
PROMAM I, como também aos outros núcleos que fazem parte da fundação. Os
pesquisadores gostaram do desenrolar do projeto, apesar de que o início foi bastante
frustrante, já que não conseguiram agendar um encontro com um diretor da instituição.
Em todos os departamentos visitados na instituição PROMAM I, no CRISTAVO e no
Grupo SENTINELA, os pesquisadores foram muito bem recebidos, tiveram todo tipo de
ajuda, empenho e dedicação de todos os funcionários e diretores da organização.
DISCUSSÃO TEÓRICA
A análise realizada na instituição revelou influências políticas bastantes
presentes uma vez que a coordenação geral da instituição fica a encargo da esposa do
prefeito em exercício. Aliados a isso temos os demais cargos administrativos que não
são ocupados por profissionais concursados sendo estes contratados por indicação.
Diante disto percebeu-se uma tensão por parte ocupantes dos cargos de confiança da
instituição uma vez que a prefeita que assumirá no próximo ano defende um partido
diferente do prefeito atual. Ou seja, o que se pode observar como instituído neste
contexto é a relação praticamente direta do prefeito com a administração do PROMAM
sendo que aqueles politicamente contrários a ele são excluídos da participação do
projeto.
138
No que se refere aos cargos administrativos da instituição não se encontra
comprovada a presença dos, criticados, mas necessários, especialistas que defendem um
saber mais elaborado e que seriam os mais indicados para ocuparem os cargos.
A instituição conta com profissionais de várias especialidades dentre eles
psicólogos, pedagogos e assistentes sociais. Estes profissionais atendem à comunidade
nos vários locais onde a instituição é mantenedora de projetos como os citados
anteriormente. Porém observou-se uma demanda questionável de quadro de pessoal no
que se refere a estes especialistas uma vez que durante as visitas não foi presenciado
atendimentos psicológicos pelos profissionais psicólogos que nos foram apresentados.
Sendo mais específico, quem não se encontrava a espera de uma demanda espontânea
estava desenvolvendo atividades que não condiziam com seu cargo.
A instituição objetiva atender à comunidade de maneira a promover a
inclusão social com crianças e adolescentes das classes mais baixas da população. A
bem da verdade, sabe-se da não existência de uma demanda espontânea e natural sendo
que a demanda surge uma vez que há um serviço disponível para atendê-la. Se forem
levadas em conta as influências políticas que permeiam as ações e relações da
instituição pode-se dizer que foi criada uma demanda que contribui para a ascensão de
imagem política daqueles que detém o poder.
Vale lembrar que as ações sociais desenvolvidas pela instituição contribuem
para um bem estar social dessa população alvo cumprindo com os objetivos explícitos
que são pregados pela filosofia da instituição. Prova disso é a nítida aceitação do
programa que é muito elogiado pela sociedade o que deu oportunidade para
ramificações que se espalharam por toda a cidade chegando a somar 7 instituições como
citado anteriormente. Ou seja, a instituição exerce um papel muito importante na
sociedade patense como um todo consistindo em trabalhar com a criança e o
adolescente de modo a inserir a criança em projetos que visam uma melhor
aprendizagem e o adolescente em programas de profissionalização. Desse modo oferece
oportunidades de inserção social em detrimento de atividades ilícitas e prejudiciais
como o tráfico de entorpecentes por exemplo. O que se tem notado é uma capacitação
maior para o mercado em nível técnico dos profissionais aprendizes do PROMAM que
chegam às seleções com um no hall diferenciado dos demais.
Sabe-se que a atuação de especialistas é muitas vezes necessária para uma
infinidade de intervenções uma vez que se tem neste profissional a idéia do “detentor do
conhecimento”, no entanto aquele que defende o saber prático também deve ser
139
valorizado uma vez que atualmente tem-se deixado de delegar poder a este tipo de
profissional.
No contexto da instituição em questão, o que chamou atenção é o fato de
que nos cargos de gestão não se é dado, muitas vezes, a oportunidade do saber prático
até mesmo para aqueles que têm o saber técnico sendo que acontece com freqüência a
mudança de profissionais neste tipo de cargo de acordo com a força política vigente.
Isso acarreta em problemas consideráveis de funcionamento devido à demanda de
adaptação que essa rotatividade provoca em cargos que são essenciais para o
funcionamento da instituição.
Outro problema que pode ser observado diz respeito à questão financeira
que é proveniente de verbas públicas que são de liberação burocrática e de valor
reduzido sendo necessário fazer parcerias com empresas privadas que auxiliam no
financiamento do projeto.
CONCLUSÃO:
Pode-se concluir que a Fundação PROMAM dentro da cidade de Patos de
Minas, exerce um grande papel social, sendo de fundamental importância a existência
para a comunidade patense.
Através dos projetos realizados pela fundação, crianças e adolescentes que
antes não estudavam, não tinham acesso a educação, lazer, esporte e até mesmo a
alimentação, hoje podem usufruir de um direito que lhes pertencem.
A inserção social dessas crianças e adolescentes nos mostra que através de
oportunidades é possível mudar a realidade social. Muitas crianças e muitos
adolescentes já passaram pelo PROMAM e através da oportunidade de se tornaram
pessoas melhores, mais instruídas, hoje são capazes de conseguir um emprego que antes
estava apenas nos sonhos.
As parcerias que são formadas com a fundação aumentam a possibilidade de
atenderem mais pessoas, isso pode ser confirmado com o número crescente de unidades
do PROMAM, que hoje dentro de nossa cidade, contabilizam 7 unidades. Através da
educação pública o direito da criança a ter acesso a uma educação integral.
É importante lembrar que os projetos não são executados apenas com as
crianças e adolescentes, mas também com as suas respectivas famílias, pois é de grande
importância que o ambiente familiar esteja favorável para uma melhora.
140
É através de fundações como esta que a desigualdade social é
gradativamente reduzida dentro de nossa sociedade, ou seja, é através de oportunidades
de igualdade que se diminui as diferenças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BARRETO, Maria A. e AIELLO-VAISBERG, Tãnia. Escolha profissional e
dramática do viver adolescente. PUC Campinas, Campinas. 2007. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010271822007000100015&
lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em : 05 nov. 2008.
BAREMBLITT, Gregório. Compêndio de análise institucional e outras correntes:
teoria e prática. 5ª edição. Belo Horizonte: Instituto Félix Guattari, 2002. cap VI, p.
90-107.
Sarriera, J. C., Silva, M. A., Pizzinato, A., Zago, C. & Meira, P. (2000). Intervenção
psicossocial e algumas questões éticas e técnicas. Em J. C. Sarriera.(Coord.).
Psicologia Comunitária: Estudos atuais. (pp 19-41). Porto Alegre: Sulina.
141
PESQUISA DE CAMPO – SAMU
Francielle de Sousa
Patrícia Soares
Rosana Patrícia Silva.
RESUMO
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é responsável pelo componente
Regulação dos Atendimentos de Urgência, pelo Atendimento Móvel de Urgência da
Região e pelas transferências de pacientes graves da região.
Faz parte do sistema regionalizado e hierarquizado, capaz de atender, dentro da região
de abrangência, todo enfermo, ferido ou parturiente em situação de urgência ou
emergência, e transportá-los com segurança e acompanhamento de profissionais da
saúde até o nível hospitalar do sistema. Além disto, intermédia, através da central de
regulação médica das urgências, as transferências inter-hospitalares de pacientes graves,
promovendo a ativação das equipes apropriadas e a transferência do paciente. Este
trabalho teve como objetivo principal conhecer a instituição “SAMU” bem como suas
instalações (disponibilidade de espaço físico, ambulâncias, equipamentos e
medicamentos disponíveis e que os fornece), processo de trabalho (como são recebidas
as chamadas, intervenção do médico plantonista por telefone, seleção do tipo de
ambulância a ser enviada, carga horária dos funcionários, publico atendido, entre
outros). Verificar quais as dificuldades e carências da instituição e de seus funcionários,
detectando possíveis pontos em que a psicologia poderia intervir para melhor
desenvolvimento desses trabalhos. Tendo atingido assim o objetivo deste de obter
informações sobre a instituição de como esta atua para a sociedade tendo sido de grande
valor para conhecermos melhor como essa instituição SAMU atua para a população de
Patos de Minas.
SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Endereço completo da Instituição: Henrique Costa n° 101 Bairro: Bela Vista / Tel:
3822-98-29 / e-mail: [email protected]
Pessoas de referência na instituição: Luis Bonfim e Luis Carlos Silva
142
INTRODUÇÃO
Para desenvolvimento deste trabalho tivemos como escolha a instituição SAMU
(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), sendo que escolhemos tal tema mediante
uma análise do grupo sobre as principais instituições que auxiliam de forma
colaborativa a população, tendo como objetivo evidenciar a importância desta na
população; como atuam qual o público atendido, como funciona, quem os mantêm e
como o trabalho de resgate a urgência e emergência afetam psicologicamente os
funcionários.
O SAMU de Patos de Minas tem fundamental importância na comunidade,
trabalhando de maneira operante e colaborativa de modo a atender as necessidades
(quadros agudos de urgência e emergência e com risco de vida) atuando na cidade e na
Zona Rural.
Os objetivos definidos pelo grupo tiveram como importância conhecer a
instituição bem como seu funcionamento, para se saber realmente qual é a sua demanda,
como podem contribuir para uma comunidade menos preocupações voltadas à saúde e
também visualizar quão grande são as pressões psicológicas ocasionadas nos
funcionários que fazem os resgates.
A INSTITUIÇÃO
O SAMU de Patos de Minas atua com uma ambulância de atendimento e
intensivo e duas de atendimento básico com o propósito de cobrir toda a cidade e a zona
rural, sendo que ao receber as ligações é feito uma análise verificando se realmente é
caso para o SAMU. Este faz os seguintes atendimentos: Atendimentos gestacional,
pediátrico, psiquiátrico e a qualquer patologia clínica que necessita de certa forma de
atendimento imediato, pré-hospitalar com suporte medicamentoso ou até mesmo
manobras de profissionais e caso seja apenas questões de transporte para hospitais ou
transferências hospitalares é acionado o transporte sanitário.
O SAMU iniciou o seu movimento de implantação em 28 de maio de 2004,
como o apoio do ministério da saúde com organização de uma rede de atenção integral
para atendimento a vigências, organizando o fluxo dos pacientes da atenção básica até a
alta complexidade. Neste contexto o SAMU tem um forte potencial ordenador da
assistência, como forma de responder a todas as demandas de urgência, sejam elas no
domicilio, no local de trabalho, em vias públicas ou aonde o paciente vier a precisar do
143
SUS. Todos os recursos necessários podem ser oferecidos; independentemente de sua
complexidade.
Através da Central de Regulação do SAMU estabelece uma porta aberta de
comunicação do publico com o sistema de saúde, que tem o seu pedido de socorro
acolhido prioriza e é atendido no menor intervalo de tempo possível no local mais
adequado à resolução de seu problema de saúde. A comunidade tem acesso a uma
escuta médica permanente, sendo que muitas vezes a decisão pode ser uma orientação
médica qualificada. Através desta, funciona como um observatório privilegiado do
sistema de saúde, por meio do qual possa se identificar precocemente as principais
causas de morbimortalidade e as necessidades sociais em saúde não atendidas de uma
determinada comunidade ou população. O atendimento rápido a quadros agudos de
natureza traumática e clinica, através de envio de ambulâncias de suporte básico e
avançado com equipes de saúde, contribui para diminuir significativamente o índice de
mortes precoce.
Em sua estrutura física esta se dispõe de uma recepção, uma sala de coordenação
de enfermagem, uma sala de central de chamadas e central médica, uma cozinha, um
quarto de descanso feminino e um masculino, almoxarifado e uma ampla área de
estacionamento.
O financiamento do SAMU é de origem de 50% governo federal, 25% de
governo estadual, 25% do governo municipal. As ambulâncias e seus equipamentos
(disfilibrador, monitor cardíaco, respiradores e incubadoras) vêm do ministério da
saúde, o RH é terceirizado via Conceberás e a prefeitura de Patos de Minas fica
encarregada de manter a manutenção e o fornecimento de materiais de estoque como;
luvas, seringas, ABD, SF, SGI, SGF e outros.
Em casos de incêndios, resgate ou afogamento o SAMU mantêm o contato com
o corpo de bombeiros que atua juntamente para um melhor resultado, e em caso de
transporte de pacientes com quadros crônicos são direcionados para o TS (transporte
sanitário), e em casos psiquiátricos onde o paciente se nega ao atendimento é acionado o
190 (policia militar).
DESENVOLVIMENTO/DISCUSSÃO METODOLÓGICA
O trabalho foi realizado no SAMU, no dia 19/09/2008 quando entramos em
contato por telefone com o coordenador geral do local, Enf. Luis Carlos Silva que nos
atendeu cordialmente mostrando-se disponível para fornecer informações a cerca da
144
implantação do SAMU em Patos de Minas, bem como seu funcionamento e a sua
importância na comunidade.
No dia 22/09/2008 realizamos a primeira visita a fim de obtermos informações
por escrito sobre o surgimento do SAMU, fomos recepcionados pelo Téc. Enfermagem
Levi que nos direcionou ao administrador Luis Bonfim que nos forneceu todos os
arquivos contendo documentações de como procedeu a implantação desta em Patos de
Minas.
No dia 29/09/2008 na segunda visita nos foi apresentado a instituição, suas
instalações (recepção, sala de coordenação de enfermagem, sala de central de chamadas
e central do médico, cozinha, quarto de descanso feminino e masculino e almoxarifado)
e as ambulâncias que são disponíveis para uso.
No dia 11/10/2008, foi feita a ultima visita onde realizamos uma entrevista com
o coordenador geral Luis Carlos Silva, no qual esta se segue em apêndices.
A instituição demonstrou interesse em um futuro convênio com o curso de
Psicologia do UNIPAM, pois relataram que existe uma grande carência por parte dos
funcionários e que seria necessária ao menos uma intervenção a cada quinze dias.
Demonstrando satisfação da equipe do SAMU, mediante ao trabalho desenvolvido pelos
alunos.
DISCUSSÃO TEÓRICA
A sociedade hoje necessita de um apoio das instituições organizadas. Existe uma
grande demanda por parte da população, tanto da classe social média, alta e baixa
direcionada a saúde. Estas instituições como o SAMU, se organizam de forma a
subsidiar o máximo possível à população. O SAMU se sustenta mediante leis e normas
que regem a disciplina dos funcionários ali presentes, trabalhando sempre de maneira
coerente diante das exigências. Esta instituição é um estabelecimento organizado, no
qual inclui de dispositivos técnicos necessários para darem suporte a atendimentos
básicos de urgência e emergência neste sentido o SAMU é muito bem subsidiado, pois
os equipamentos por eles utilizados são os mesmo utilizados nos hospitais nos setores
de urgência, sendo assim nos atendimentos realizados por eles são de total eficácia.
No cotidiano da instituição existem poucos conflitos que permeiam entre eles,
pelo fato de terem uma pressão psicológica muito grande mediante as ocorrências e
então às vezes acabam por se desentenderem a respeito de algo que poderia ter ocorrido
de forma diferente, pôr estas poucas desavenças acabam por se resolverem ali no âmbito
145
de trabalho mesmo, estas opiniões e idéias de como poderia vim a intervir no
atendimento, é passado para o coordenador geral de Enfermagem no qual é discutido
para todos através de uma reunião. Já a respeito dos conflitos externos existem vários
problemas que rodeiam a instituição, como por exemplo, trotes, pessoas que ligam
porque viu alguém caído, porem não permanece no local para identificar os sinais de
vida do paciente, pessoas nervosas a ponto de não conseguir passar informações nem
mesmo o endereço e também chamadas para casos que não são de competências do
SAMU, dificultando bastante o desenvolvimento e eficácia desta instituição.
A interdisciplinaridade do SAMU se dá através de treinamentos realizados pelo
próprio enfermeiro coordenador, a fim de aperfeiçoar as técnicas e procedimentos bem
como a operacionalização dos equipamentos ou treinamento para eventuais aparelhos
novos. E mediante a entrevista realizada com o coordenador Luis Carlos, observamos
uma carência, tanto visualizada por ele como identificada por nós de um profissional da
área da Psicologia que houvesse uma intervenção pelo menos quinzenalmente
trabalhando com eles as ocorrências diárias e os traumas gerados por estas. Os
profissionais da instituição realizam suas funções de acordo com a filosofia desta não
deixando surgir contradições no seu desenvolver.
Em uma sociedade mais ampla o SAMU atuaria naturalmente com a mesma
eficácia que atua em uma menor população, tendo em vista que quanto maior for à
população maior será o numero de funcionários e maior a quantidade de ambulâncias.
O SAMU trabalha de uma forma coerente e sensata, mediante a sociedade, não
encontrando nenhum obstáculo no seu percurso.
CONCLUSÃO
Como visto anteriormente a instituição SAMU (Sistema Móvel de Urgência),
presta serviço credenciado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), com o propósito de
resgatar no menor período de tempo possível pacientes com quadros agudos que
necessitam de atendimentos ou procedimentos de urgência e emergência para que seja
possível reverter quadros que ameaçam a vida do individuo até se chegar a uma unidade
hospitalar para uma intervenção mais completa. Sendo que o SAMU também vem a
realizar resgates em acidentes em todas as modalidades, vitimas de afogamento e
incêndios estes vinculados com o corpo de bombeiros. Nestes processos realizados
pelos profissionais do SAMU é de fundamental importância ter um conhecimento
amplo mediante as técnicas especializadas aplicadas nos pacientes, pois são manobras
146
delicadas que requer total compreensão e manejo, porque são aplicadas em um espaço
geográfico bastante modificado do âmbito hospitalar e requer o mínimo de tempo
possível para serem realizadas. E identificamos através da entrevista que os funcionários
plantonistas se sentem sobrecarregados pelos acontecimentos traumáticos, e que a
pratica realizada por eles requer um atendimento psicológico de no mínimo dois
atendimentos mensais, isto mencionado pelo coordenador geral de enfermagem (Enf.
Luis Carlos Silva).
Sendo assim, concluímos que o presente trabalho obteve sucesso em sua pratica,
pois conseguimos alcançar nossos objetivos que era de conhecer a instituição, saber
como se dá o funcionamento, forma e manejo de trabalho por parte dos funcionários
bem como funciona o atendimento a população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANTUNES, Mitsuko A M. – A Psicologia no Brasil- leitura histórica sobre sua
constituição- Enimarco Ed./ EDUC, São Paulo, 1999
BENDER, P. M. (1978). Psicologia da Comunidade. Rio de Janeiro: Zahar, Col. CBP.
CAMPOS, R. H. F. Psicologia social comunitária. Petrópolis: Vozes, 1996.
CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra;
1982.
COVRE, M.L.M. Cidadania, cultura e sujeitos. In: SPINK, M.J.; (org.) Cidadania em
construção - uma reflexão interdisciplinar. São Paulo: Cortez; 1994.
Freitas, M.F.Q. (1996). Contribuições da psicologia social e psicologia política ao
desenvolvimento da psicologia social comunitária. Psicologia e Sociedade.
GUARESCHI, P. (1996): Relações comunitárias - relações de dominação. In R. H. F.
Campos (org), Psicologia Comunitária: da solidariedade à autonomia. Petrópolis:
Vozes.
LANE, S.T.M. A psicologia social e uma nova concepção do homem para a Psicologia.
In: LANE, S.T.M. & CODO, W. Psicologia social: o homem em movimento. 9a ed. São
Paulo: Brasiliense; 1991.
OLIVEIRA, F. O. ; WERBA, G. C. 2002. Representações sociais. In: MARIA DA
GRAÇA C. JACQUES, et al. Psicologia Social contemporânea. Porto Alegre: Vozes
147
APÊNDICE 1 –Entrevista
1- Como é a escala do trabalho das equipes?
Enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores: Plantão de 12x36.
Médicos: Plantão de 24 horas semanais 2 plantões de 12 horas.
TARME (atendente de telefone): 6 horas diárias, e somente uma folga semanal.
2- Quais e quantos são a equipe da central de regulação? (Que não se deslocam da
central).
É composta de um medico regulador, uma TARME e um radio operador (monitora as
ambulâncias).
3- E a equipe das Unidades de Tratamento Intensivo Móvel (UTIM)?
Esta é composta por um médico, um enfermeiro e um condutor socorrista.
4- Equipe das Unidades Móveis de Suporte Básico? Quantos são? (Se tem).
O SAMU dispõe de duas ambulâncias de suporte básico onde em cada uma operam um
técnico de enfermagem e um socorrista
5- As centrais de Regulação Médica estabelecem conexão com as redes de saúde da
região (através de qual)?
A central de regulação do SAMU esta vinculada com todos os hospitais locais
credenciados ao SUS, onde ao atenderem pacientes, ligam nos hospitais para saberem a
disponibilidade de vagas.
6- Quais os tipos de Unidades existentes e quais as intervenções prestadas? (Ex:
Unidades de Suporte Básico de Vida do SAMU, UTI móvel do SAMU, etc).
São dois tipos de Unidades: USB (unidade de suporte básico) e USA (unidade de
suporte avançado).
Na USB contêm apenas material básico de socorro, como prancha básica, colete
cervical, material de curativo, glicose e glicosimetro.
Na USA contêm todo material necessário para atendimento de urgência, ambu,
disfibrilador, monitor cardíaco, respirador e vários tipos de drogas (adrenalina, atropina,
dobutamina, heparina, xylocaina, sustrate, glicose entre outros) e também faz
transferência inter-hospitalar.
As duas unidades fazem atendimento clinico obstétrico, atendimento psiquiátrico,
pediátrico e traumas.
7- Como procede um atendimento? Como é o funcionamento, desde o momento em
que vocês recebem uma chamada?
A ligação entra no tronco 192 e atendido pela TARME, que colhe informações como,
endereço, telefone e mais ou menos o que aconteceu tudo isso em aproximadamente 30
segundos e em seguida passa a chamada para a tela do computador do médico onde este
analisa se o caso é para o SAMU, identificando os sinais clínicos para saber qual
procedimento a ser tomado como qual ambulância poderá enviar, e caso não seja de
competência do SAMU o médico orienta o solicitante quais as providências deverá
tomar.
148
8- Através de pesquisas realizadas na internet, nos informamos que o SAMU-Patos de
Minas é vinculado com a Conserbrás. Como funciona? Não é a prefeitura que fornece as
ambulâncias?
O financiamento do SAMU é de origem:
50% governo federal
25% governo estadual
25% governo municipal
As ambulâncias e seus equipamentos (disfilibrador, monitor, repirador e encubadora)
vêm do ministério da saúde, o RH é terceirizado via concerbrás e a Prefeitura Municipal
de Patos de Minas fica encarregada de manter a manutenção e o fornecimento de
materiais de estoque como luva, seringas, ABV, SF, SGI, SGF e outros.
9- Vocês atendem as chamadas de todas as espécies ou há casos em que vocês
encaminham a outro órgão?
Em casos de incêndio é encaminhado aos bombeiros e geralmente acontecem chamadas
de pessoas solicitando o serviço do SAMU para o transporte de pacientes com quadros
crônicos onde são direcionados para o TS (transporte sanitário), e em casos psiquiátrico
onde o paciente se nega ao atendimento é acionado o 190.
10- Você acha que é necessário à atuação do Psicólogo com a equipe do SAMU?
Sim. Deveria ter pelo menos um atendimento mensal e palestras de incentivo.
149
SERVIÇO SENTINELA:
ANÁLISE INSTITUCIONAL E UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Rosana de Almeida Faria
Vanessa Pereira Caixeta
Viviane Souto Lopes Lima
RESUMO
Este trabalho de pesquisa foi realizado pelos alunos do 6° período de Psicologia, do
UNIPAM (Universidade de Patos de Minas), sob a orientação do Professor Frederico
Viana, que ministra aulas da disciplina “Psicologia Institucional e Comunitária”. Teve
por objetivo desenvolver um trabalho de campo, primeiramente com uma visita a uma
instituição escolhida voluntariamente pelo grupo de alunos. Após esta visita, em que se
conheceria a equipe de trabalho, o estatuto instituição, estabelecimento, público alvo,
trabalho desenvolvido, fontes de recursos financeiros, entre outros aspectos pertinentes
para a conclusão da pesquisa. Com dados levantados através desta Análise Institucional,
o grupo faria uma Proposta de Intervenção Psicossocial a ser oferecida ao Serviço
Sentinela, com objetivo de colocar em prática o que foi proposto na teoria da disciplina
acima referida.
Instituição pesquisada: Serviço Sentinela
Endereço: Rua São Cristóvão n° 88
Bairro: N. Sra. da Aparecida
Fone: (34) 3822 9804 / www.servicosentinela.com.br
Coordenadora: Selma Ferreira de Souza
Formação Acadêmica: Pedagoga
150
INTRODUÇÃO
A escolha da instituição foi definida com o intuito de conhecer os trabalhos que
estão sendo realizados de proteção às crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual
em nossa cidade de Patos de Minas, através do Serviço Sentinela.
Entramos em contato com a instituição, e através de uma visita utilizamos
entrevista semi-estruturada, que se encontra em apêndice.
O grupo teve por objetivo, conhecer o trabalho do Serviço Sentinela, e em
seguida elaborar uma possível intervenção psicossocial, que também encontra-se em
apêndice.
Este trabalho de pesquisa se justifica pela possibilidade de se fazer uma parceria
com o Serviço Sentinela, em que o grupo pudesse realizar um estágio. Esta instituição é
reconhecida por seus relevantes trabalhos, com uma estrutura própria, em um especial
serviço em rede de proteção social, através de várias parcerias com programas sociais,
culturais, educacionais, entre outros, a nível municipal, estadual e federal. Isto
possibilitaria um aprendizado de grande valor para o grupo, pois é abrangente,
complexo e oferece grandes possibilidades de intervenção no que tange o campo de
conscientização e prevenção de abuso sexual com crianças e adolescentes, ou seja, agir
antes dos fatos de abuso ocorrerem, que são de grande prejuízo para a vítima, a família,
como também para a sociedade.
A INSTITUIÇÃO
a) Público atendido
O “Serviço Sentinela” atende um público alvo de crianças e adolescentes
sexualmente abusados por adultos ou adolescentes com maior idade em relação à
vítima, bem como seus familiares. Foi construído pelo Governo Federal, através do
Ministério do Desenvolvimento Social, com o intuito de prevenir e enfrentar abuso e
exploração de crianças e adolescentes.
O plano de governo de Patos de Minas foi apresentado e deliberado pelo
Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes em assembléia ordinária,
constituído em diretrizes municipais no âmbito das políticas de enfrentamento da
violência sexual contra crianças e adolescentes. Este plano tem como referencia
fundamental o estatuto da criança e adolescente e reafirma os princípios de proteção
integral, da condição de sujeito de direitos, da participação/solidariedade, da
mobilização, da sustentabilidade e da responsabilidade.
151
b) Descrição da instituição
A década de 90 foi marcada por forte processo de articulação, mobilização e por
experiências consolidadas que fortalecem a sociedade civil para assumir a denúncia
como forma de enfrentamento da violência sexual, o que significa marco histórico na
luta dos direitos da criança e do adolescente. Por isso, desde 2001 a Coordenação
Estadual do Serviço desenvolve o trabalho de orientação, monitoramento e avaliação de
ações na busca de efetivar uma política de enfrentamento ao fenômeno do abuso e da
exploração sexual comercial de crianças e adolescentes no Estado de Minas Gerais.
No decorrer do ano de 2005, iniciou-se o processo de instalação de outras
unidades de serviço. Desta forma Minas Gerais conta atualmente com 121 municípios
envolvidos em ações de enfrentamento.
O “Serviço Sentinela” é um instrumento de garantia e defesa destes direitos que
pretendem criar, fortalecer e executar da melhor forma possível aquilo que é cabível e
planejado pelo próprio serviço, desde que haja interação e responsabilidade da família
com os casos específicos, sendo que é dentro da própria família que ocorre a maioria
dos casos de abuso sexual.
Os objetivos relacionados ao “Serviço Sentinela” compreendem em:
Garantir o atendimento a especialização às crianças e adolescentes em situação
de violência e exploração sexual.
Promover ações de prevenção, articulação e mobilização, em torno da violência
sexual.
Caminhar crianças e adolescentes e suas famílias, usuários do programa, aos
serviços de saúde, educação, esportes, lazer e cultura, desenvolvidas na comunidade.
Inserir as famílias das crianças e adolescentes atendidos pelo projeto em
programas de geração de trabalho e renda, bem como formação e qualificação
profissional dos projetos desenvolvidos no município pelo SENAI, SEBRAE e outros.
Buscar ações que contribua para o fortalecimento coletivo, visando motivação
para que se multipliquem o número de agentes parceiros no enfrentamento do abuso e
exploração sexual de crianças e adolescentes.
Pesquisar, com o objetivo de conhecer, intervir de forma eficaz da realidade da
violência, abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes no município de
Patos de Minas.
152
Promover ações de prevenção, articulação e mobilização, visando o fim da
violência sexual.
Fortalecer o sistema de defesa e responsabilidade.
Inserir as famílias das crianças e dos adolescentes abusados ou explorados
sexualmente, em programas de geração de renda entre outros.
No que compete a filosofia institucional, o “Serviço Sentinela” tem como
prioridade resguardar a integridade da criança, do adolescente, bem como suas famílias;
elaborar planos de intervenção para prevenção e mobilização destas famílias diante dos
fatos; ter o devido cuidado com o sigilo e a ética quanto à forma de receber e agir diante
de situações tão delicadas, enquanto sujeito vitimizado ainda possa estar em processo de
formação de identidade.
Quando necessário, são feitas abordagens educativas junto com o conceito
tutelar buscando a retirada das crianças e adolescentes da situação de exploração.
Maior mobilização e articulação na comunidade sobre o abuso e exploração de
crianças e adolescentes, com materiais educativos incentivando a denuncia, também
utilizando os meios de comunicação (rádio, TV) para divulgação.
O regimento do Serviço Sentinela está pautado na conjuntura relacional de
profissionais como psicólogo, pedagogo, assistente social, advogado que contribuem
para que os casos sejam encaminhados para a justiça, e para que seja feito um trabalho
de assistência psicológica para a vítima e para a família.
O Serviço também conta com oficinas de arte, confecção de trabalhos artesanais
e culturais, sendo estes oferecidos a crianças e adolescentes vítimas ou não de abusos
sexuais.
A maioria das denúncias chega ao posto de assistência através de ligações
anônimas. Estas são recebidas pela coordenadora, ou seja, a pedagoga que expõe o caso
para os demais profissionais, sendo este analisado para que se possam tomar as devidas
providências. Há casos, em que o Serviço se presta a ir até a casa da vítima para
verificar o que de fato aconteceu, podendo a partir daí, fazer uma intervenção.
Na intervenção cada profissional desempenha seu papel, não deixando assim de
realizarem o trabalho em equipe.
A assistente social é quem investiga e dá o suporte direto às famílias
vitimizadas. Já a psicóloga acolhe e faz um trabalho de reestruturação para minimizar
ou amenizar possíveis traumas futuros. A advogada auxilia a família para que, se tiver
153
interesse, possa usar de coação sobre aplicabilidade da lei no que compete cada caso
penalizando o agressor.
c) Estrutura Física
Atualmente o atendimento está sendo provisoriamente realizado em um antigo
posto policial, situado à Rua São Cristovão, 88, Bairro Nossa Senhora da Aparecida.
A equipe multiprofissional relata não ser aquela uma estrutura adequada para a
realização dos trabalhos propostos pelo Serviço. As salas são pequenas e não arejadas,
além disso, na recepção, trabalham dividindo a sala, a secretária, a coordenadora e a
advogada. Em salas separadas, trabalham a assistente social e a psicóloga. Há também,
uma sala de pintura e outra de artesanato, um pátio com estrutura muito simples o qual
poderia ser mais utilizado para outras atividades.
d) Financiamento
Os Centros e/ou Serviços são financiados com recursos dos Fundos Nacionais de
Assistência Social/FNAS, desde que as propostas reúnam, além da previsão de repasses
do governo federal, o aporte de recursos dos governos estaduais e municipais, podendo
integrar também receitas diversas, tais como recursos captados junto à iniciativa
privada, à agências financiadoras e à sociedade em geral.
Os recursos do Fundo Nacional de Assistência Social deverão ser destinados
exclusivamente na cobertura de despesas. Neste sentido, além das despesas com
remunerações de serviços técnicos, o proponente poderá optar por fazer as despesas
com:
Pagamento de Serviços de Terceiros – Pessoa Física e Jurídica, compreendendo:
Remuneração de serviços pessoais;
Contratos de aluguel de imóveis e/ou veículo;
Serviços de manutenção de bens móveis e imóveis;
Transporte coletivo;
Serviços gráficos;
Prestação de serviços técnicos e especializados;
Pagamento de despesas com materiais de consumo;
Material de expediente;
Gêneros alimentícios para lanches;
Combustível;
Material técnico;
Vestuários
154
A composição da equipe multiprofissional deve resguardar fidelidade a
finalidade das ações desenvolvidas pelo “Serviço Sentinela”.
e) Grupos com os quais trabalha e/ou se articula
Em se tratando dos grupos com os quais o “Serviço Sentinela” se articula,
primeiramente ele trabalha com famílias criando condições que possibilitam resgate e
garantia dos direitos, do acesso aos serviços vigentes guardando compromisso ético,
político e a multidisciplinariedade das ações, resgatando a auto-estima familiar.
O “Serviço Sentinela” conta com várias parcerias como: Conselho Tutelar, Casa
da Acolhida, PROMAM, SENAI, SEBRAE, Polícia Militar, CESU, Casas Espíritas
(Casa Tia Euzapia) entre outros. Estes contribuem de forma singular para a
concretização dos trabalhos realizados. Através destas parcerias, as vítimas podem ter
um melhor respaldo com relação ao acolhimento, capacitação profissional, lazer,
entreterimento e conscientização.
DESENVOLVIMENTO/ DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Primeiramente, o contato foi realizado via telefone, com a coordenadora do
“Serviço Sentinela”, que se prontificou a nos receber com dia e hora marcada. Passou-
nos o endereço, e o encontro ocorreu no dia 9 de setembro de 2008. Fomos recebidas
pela coordenadora que em seguida nos apresentou a equipe multiprofissional, que estava
pontualmente nos aguardando.
Ao contactarmos com a equipe, nos apresentamos como alunas do curso de
Psicologia do UNIPAM e relatamos que estávamos ali para conhecer o trabalho
realizado da instituição. Foi através da disciplina Psicologia, Instituições e
Comunidades que pudemos adentrar e observar a dimensão do trabalho realizado pelo
“Serviço Sentinela”. Com o intuito de conhecer e atuar até onde nos é permitido, desde
que não ultrapassemos os limites do sigilo e da ética.
Foram receptivas e disponíveis para falar sobre o trabalho que desenvolvem,
com a finalidade de proteger as crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, uma
vez que nos auxiliariam no que fosse necessário quanto ao nosso trabalho, mas a
intervenção e maior contato com as vítimas não seria possível.
Devido a receptividade da equipe, foi realizada apenas uma visita à instituição,
na qual pudemos conhecer todo o trabalho, tendo como fundamento o material que nos
155
foi passado juntamente com visita ao Conselho Tutelar e o PROMAM, onde tivemos o
prazer de conhecer de perto o trabalho realizado com crianças e adolescentes, como:
balé, capoeira, teatro, informática, entre outros. Utilizamos como recurso para maiores
conhecimentos, um questionário semi-estruturado para que pudesse nos direcionar a
obtenção de informações desejadas.
DISCUSSÃO TEÓRICA
Complexo é de difícil enfrentamento, cuja compreensão deve ser situada neste
contexto histórico, econômico, cultural, político e psicossocial, que configuram a
estrutura da sociedade brasileira.
Violência sexual contra criança e adolescente é um fenômeno, estabelecendo
seus valores e relação de gênero de sexualidade, raça e poder.
A violência sexual praticada em crianças e adolescentes, podem se manifestar de
diversas formas sendo de maior ocorrência o abuso sexual e a exploração sexual. Todas
as suas expressões constituem crime e são sem dúvida cruéis violações dos direitos
humanos.
As crianças e adolescentes vulneráveis a este tipo de violência sofrem danos
irreparáveis para seu desenvolvimento físico, psíquico, social e moral. Estes danos
podem trazer conseqüências muito penosas em suas vidas.
A violência social tem demonstrado que uma das situações mais graves e
freqüentes de exclusão, vulnerabilidade e risco social em que são envolvidos crianças e
adolescentes são as situações de exploração sexual comercial e de abuso sexual intra e
extra familiar.
O abuso sexual caracteriza-se por qualquer interesse sexual de um ou mais
adultos em relação a criança ou adolescente podendo ocorrer tanto no âmbito intra-
familiar, relação entre pessoas que tem laços afetivos, quanto no âmbito extra-familiar,
relação entre pessoas desconhecidas.
O abuso sexual é uma situação em que a criança ou adolescente é usado no
prazer sexual (abusada) por uma pessoa mais velha. Os gestos que podem ser estendidos
como abusos incluem carícias em zonas sexuais, pornografia, exibicionismo, o ato
sexual em si, com ou sem violência e, até mesmo, quando uma pessoa fica observando a
criança ou adolescente em trajes mínimos ou sem roupas.
156
A exploração sexual caracteriza-se pela relação mercantil, pelo intermédio do
comércio corpo/sexo, por meios coercitivos ou não, e se expressa de quatro formas: a
pornografia, o tráfico, o turismo sexual e a prostituição.
A prostituição em si tem sido uma atividade livre, desenvolvida por homens e
mulheres adultos com o fim de obter ganhos materiais, considerada pelos que a praticam
como forma de trabalho.
Crianças e adolescentes são seres em processo de desenvolvimento, não
dispondo, portanto de condições biopsicossociais para desenvolver este tipo de
atividade laboral.
Segundo Tozoni (1983) a forma como a família é vista pela sociedade tem duas
vertentes. Para uns ela é a base da sociedade e a garantia de uma vida social equilibrada
para outros esta instituição deve ser combatida, pois representa um entrave ao
desenvolvimento social, é algo exclusivamente nocivo, é o local onde as neuroses são
fabricadas e onde se exercem a mais implacável dominação sobre as crianças e as
mulheres.
Partindo deste pressuposto o poder arrebata conflitos internos e externos vivenciados no
cotidiano da instituição; a frustração diante das situações que aparecem
No “Serviço Sentinela” é enorme, tanto para os profissionais que muitas vezes se
limitam a não dar continuidade no trabalho, justamente pelo fato de que as crianças e
adolescentes estão totalmente sobre o poder de suas famílias e geralmente o agressor
convive dentro de casa ou fora.
No que compete ao profissional de psicologia, diante dos recursos que lhe são
oferecidos, ela está totalmente inserida e envolvida pelo trabalho que irá realizar com a
vítima e com a família. A psicóloga que representa a instituição de Patos de Minas tem
como base a formação analítica e se mostra com as devidas condições para executar um
trabalho tão frustrante e doloroso.
Até onde pudemos conhecer o trabalho desenvolvido, não encontramos
quaisquer contradições inerentes aos objetivos e filosofia da instituição. Apesar de estar
provisoriamente adaptada, o Serviço se mostra sério e relativamente comprometido com
a filosofia proposta na sua constituição.
A instituição procura abranger a sociedade como um todo, não fazendo
discriminação a nenhum bairro da cidade, ela somente não se insere naquilo em que não
é permitido ou aceito pela família, pois a maioria não denuncia, pelo fato de ter como
principal agressor membros da família, como: pais, padrastos, irmãos, tios, etc.
157
Os problemas de funcionamento mais citados pela coordenadora foram a falta de
espaço e a distância onde a sede se encontra. Quanto ao financiamento, a estruturação é
boa, estando assim em processo de adaptação, pois agora conta também com uma
advogada.
A operacionalização conta com profissionais qualificados e inseridos no trabalho
sendo que estes ainda se mostram totalmente envolvidos, engajados e confiantes na
reinserção das vítimas na sociedade e na punição de seus agressores.
Os interesses sociais, ideológicos e políticos relacionados ao “Serviço
Sentinela”, estão prioritariamente explicitados no cuidado e atenção a formação
biopsicossocial das crianças e adolescentes abusados sexualmente.
Segundo Lane (2006) se a psicologia apenas descrever o que é observado ou
enfocar o indivíduo como causa e efeito de sua individualidade, ela terá uma ação
conservadora estatizante – ideológica – quaisquer que sejam as práticas decorrentes. Se
o homem não for visto como produto e produtor, não só de sua história pessoal, mas da
história de sua sociedade, a psicologia estará apenas produzindo as condições
necessárias para impedir a emergência das contradições e a transformação social.
Portanto, crianças e adolescentes necessitam ser construídos e construírem sua
individualidade através da interlocução com a sociedade a qual está inserido, sendo
destituído de futuros traumas ou conflitos provenientes destes abusos ou da não
resolução dos mesmos.
CONCLUSÃO
Através deste trabalho de pesquisa foi possível percebermos a necessidade de
uma reflexão sobre o fenômeno da violência sexual e uma possível intervenção
psicossocial de estagiários ou profissionais da área de psicologia.
Conhecemos um pouco sobre o trabalho do Serviço Sentinela que é de
fundamental importância, ao proteger e afastar situações que colocam em risco a vida de
grande número de crianças e adolescentes. A rede de proteção social e as políticas
públicas são essenciais para o amparo das famílias vítimas de abuso sexual, pois em
muitos casos, estas se vêem sob ameaça de total abandono social e de privação
econômica.
Foi possível saber que as vítimas deste tipo de abuso sempre ficam com seqüelas
graves, e a intervenção após o abuso possibilita apenas formas mais amena de lidar com
a situação.
158
Por isso, ao refletirmos sobre a questão, concluímos ser prioritário, além da
proteção às vítimas, uma campanha ostensiva, de divulgação e de conscientização
dentro das escolas, pois pouco se fala sobre o assunto.
O abuso sexual incestuoso se estabelece sobre uma sólida estrutura composta de
sentimentos como culpa, medo da destituição familiar, dependência emocional e
financeira, as quais colaboram para a instituição e conservação do segredo, gerando
assim um tabu familiar que favorece a reprodução do abuso por anos. Pois é constatado
que nas famílias incestuosas a lei de preservação do segredo familiar prevalece sobre a
lei moral e social.
Assim sendo temos em nossa realidade social um problema complexo, delicado
e que entra em questão o sistema familiar. Para uma intervenção se faz necessárias
estratégias especiais, que vão além dos cuidados psicossociais, pois é necessário, entre
outras questões, um apoio judicial.
É um trabalho desafiador, requer muita coragem, determinação, e que se faz
urgente em nossa sociedade, sendo um campo fértil para psicólogos que se dispuser a tal
desafio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LANE, Sílvia T.M. O processo grupal; A psicologia social e uma nova concepção de
homem para a psicologia In:__; CODO, Wanderley (orgs.). Psicologia Social: o
homem em movimento.13. ed. São Paulo: Brasiliense, 2006. p. 15
ORNÉLAS, Waldeck. Diretrizes Gerais: Programa de Combate ao Abuso e a
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Ministério da Previdência e Assistência
Social. Brasília 2001.
Programa Sentinela. Plano municipal de enfrentamento da Violência Infanto – Juvenil,
2006. Minas Gerais, Patos de Minas.
TOZONI, R. R. Jose. Familia, emoção e ideologia – um estudo através do psicodrama
In:__; CODO, Wanderley (orgs.). Psicologia Social: o homem em movimento.13. ed.
São Paulo: Brasiliense, 2006. p. 99
159
APÊNDICE 1 - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Este projeto visa, sobretudo uma forma real e possível de prevenir o aumento de
abuso sexual de crianças e adolescentes, onde deverá haver uma preparação para
identificar sinais de violência intra ou extra familiar, através de freqüentes observações
feitas por docentes e demais profissionais da educação no ambiente escolar.
Esta é uma forma que encontramos de “recuperar” e encaminhar estes casos para
o serviço capaz de acolher e sancionar os culpados por estes abusos é o que o Serviço
Sentinela, que conta com profissionais como psicólogos, advogados, assistentes sociais
e pedagogos capacitados para intervir e conduzir tais acontecimentos.
O que mais dificulta e encobre os indícios de ocorrência de abuso é um tipo de
“pacto de segredo” que é feito entre a vítima e o agressor. Este trabalho buscará
investigar as repercussões destas situações em uma escola pública de um bairro
localizado na periferia da cidade de Patos de Minas. Participarão da equipe alguns
professores dos primeiros anos do ensino fundamental e dos primeiros anos do ensino
médio.
A metodologia do trabalho será dividida em dois momentos: primeiro é verificar
a dinâmica escolar em casos de suspeita, e a segunda é a confirmação de abuso sexual
com o aluno (a).
Para que esta fase se realize, é necessário que haja uma organização de
procedimentos que orientará os educadores para a construção de estratégias com vistas a
uma atitude de denúncia de abuso sexual que legitime o papel protetor do professor e da
escola.
Haverá reuniões periódicas com os educadores para a discussão dos resultados
obtidos.
Os pais das crianças também deverão estar mais presentes na vida do aluno. Os
professores deverão criar estratégias de trazer estes pais para participarem do que
acontece com seus filhos pelo menos na escola. Assim, os educadores teriam um melhor
“controle” da relação que estes pais têm com seus filhos, facilitando até mesmo a
identificação dos casos de abuso ou mesmo negligência destes abusos por parte da
família, já que ela é na maioria das vezes a principal responsável pelos sofrimentos de
abusos, violência, maus tratos e negligência do próprio abuso.
160
ANEXO 1 – Roteiro de Entrevista
1- Há quanto tempo o serviço sentinela foi iniciado?
2- Fale um pouco de sua história, como ele foi criado.
3- Como é o envolvimento deste serviço a nível municipal, estadual e federal?
4- Como este serviço é mantido financeiramente?
5- Quem são os seus parceiros?
6- Qual é a demanda deste trabalho?
7- Como a equipe desenvolve seus trabalhos?
8- Descreva o público alvo.
9- A classe social interfere neste público alvo que solicita o serviço?
10 – Em que idade o abuso sexual mais acontece?
11 – Qual o grau de parentesco, e que tipo.
12- O Serviço Sentinela tem apoio policial?
13- Que metodologia é usada para efetuar este trabalho?
14-Tem como traçar o perfil do agressor?
15- Quais são os programas de governo envolvidos no trabalho do Serviço Sentinela?
16-Como é o atendimento do psicólogo nestes casos? ( Repondido pela psicóloga)
17- Como é o trabalho da assistente social?
18- E o trabalho da advogada?
19- Existe oportunidade de ser oferecido estágio?
20 – E uma intervenção de conscientização e prevenção, é possível?
161
TIRO DE GUERRA
Josué Oliveira Mota
Luiz Henrique Stussi
Paulo Ramos Moreira
RESUMO
O trabalho tem como objetivo conhecer o funcionamento do Tiro de Guerra e
também a importância desta instituição para a cidade e para a população, principalmente
para os jovens com dezoito anos. Pretende-se conhecer também, quem freqüenta a
instituição, quem comanda, como é feita a seleção dos jovens para servir o Tiro de
Guerra e como esta instituição contribui para sociedade. Primeiramente foi observado
que esta instituição era vista, pela maioria da população de Patos de Minas, como uma
entidade que apenas aproveitava dos jovens, onde os superiores davam ordens e os
subordinados tinham que obedecer. Após assistir uma palestra do Tenente Osmar e
poder conversar com este pessoalmente, foi observado uma falta de conhecimento sobre
a instituição por parte da população. Nota-se que esta instituição colabora em atividades
complementares, mediante convênio com órgãos federais, estaduais e municipais, no
funcionamento de ensino profissionalizante em suas dependências e na utilização das
mesmas em práticas cívicas, esportivas e sociais, em benefício da comunidade local. O
Tiro de Guerra, junto com os seus soldados, realizam comemorações, cantam os hinos,
fazem homenagens, ajuda em ações à comunidade e promove a paz e a igualdade entre
as pessoas.
TIRO DE GUERRA 04-013 - DE PATOS DE MINAS
RUA VEREADOR JOÃO PACHECO N° 260. BAIRRO: SANTO ANTÔNIO
JUNTA MILITAR
RUA FARNESE MACIEL.BAIRRO: CENTRO
TEL: (34) 3822 9783
Tenente Osmar Cypriano
162
INTRODUÇÃO
O trabalho diz respeito ao TG (Tiro de Guerra), uma instituição militar do
Exército Brasileiro encarregada de formar reservistas para o exército. O TG está
localizado em Patos de Minas e funciona em acordo firmado com as prefeituras locais e
o Comando da Região Militar. Antes de começar a funcionar em Patos de Minas, o TG
situava-se em Carmo Paranaíba.
A grande maioria da população de Patos de Minas tem conhecimento sobre o TG
(Tiro de Guerra), porém, observou-se que este conhecimento ainda é um pouco
superficial e que há muito a descobrir sobre a instituição.
Este foi o motivo da realização deste trabalho; uma instituição de tamanha
importância para a população deve ser compreendida e valorizada da forma merecida.
São poucas as pessoas que conhecem bem o TG, porém estas foram suficientes para dar
informações necessárias sobre a instituição, falando tudo que sabem ou aconselhando a
ler textos ou jornais ou até mesmo que assistisse vídeos sobre a história do TG.
O ponto de partida para se realizar este trabalho foi a palestra realizada pelo
Tenente Osmar dentro da própria instituição. Este mencionou a importância do TG para
jovens e comunidades carentes e como esta instituição é vista pela maioria da
população, de uma forma bastante distorcida.
Então, foi discutido sobre esta questão e decidiu que seria muito importante
realizar este trabalho com um olhar diferente, sem preconceito, com a intuição de
conhecer realmente como funciona a instituição e qual seu papel na sociedade.
O TG vem mostrando aos jovens como se tornam pessoas de bem, alguns se
tornam soldados e outros participam para aprender e entender como é o desempenho de
tarefas. Estes trabalhos comunitários são a esperança para o futuro do nosso país porque
com a ajuda deles podemos melhorar a questão da criminalidade e trazer a justiça para a
nossa nação (JESUS, EDIMILSON. 2008).
Este trabalho tem muito a colaborar com a instituição, pois, o que se pretende
fazer é passar adiante uma imagem verdadeira sobre o TG, o que ele faz na sociedade,
qual sua importância e como ele interfere na comunidade.
A INSTITUIÇÃO
O Tiro de Guerra é uma instituição do Exército Brasileiro. Órgão de formação
de reservistas, tem como objetivo formar soldados de segunda categoria do exército, que
poderão ser empregados em atividades correlatas à manutenção da ordem interna de
acordo com os planejamentos militares existentes. Destinam-se também a prestação do
163
Serviço Militar dos convocados não incorporados em Organização Militar da ativa das
Forças Armadas.
Há, dentro deste regimento, uma hierarquia a ser respeitada e mantida. A
hierarquia em ordem decrescente é: Soldado, Cabo, Terceiro Sargento, Segundo
Sargento, Primeiro Sargento, Sub Tenente, Aspirante, Segundo Tenente, Primeiro
Tenente, Capitão, Major, Tenente Coronel, Coronel, General de Brigada, General de
Divisão, General de Exército e, por último, Marechal. Existem também alguns
regimentos internos que devem igualmente ser respeitados, como cumprir os horários
exigidos, fazer a barba sempre, nenhuma ordem direta dada à um subordinado é
desrespeitada.
Os Tiros de Guerra são diretamente subordinados à Regiões Militares (RM), que
orientarão e fiscalizarão as atividades que neles se realizarem, de acordo com o que
prescreve este regulamento, o Programa Padrão de Instrução, as Diretrizes do
Comandante de Operações Terrestres, dos Comandantes Militares de Áreas e dos
Comandantes de Regiões Militares.
Em 1929 ocorre o primeiro movimento para dotar Patos de Minas de um serviço
militar com a fundação de uma “Linha de Tiro”. Seu idealizador e incentivador foi o
professor Eduardo Lopes que, em 21 de julho de 1929, no Instituto Santa Terezinha,
realizou uma reunião com o objetivo de organizar uma sociedade de Linha de Tiro.
Nesta mesma reunião se elegeu uma diretoria a fim de se levar avante o movimento, a
qual era assim constituída: Cônego Manuel Fleury Curado, Presidente; Hugo José de
Sousa, Vice-presidente; Alexandre Dias, Tesoureiro, e Eduardo Lopes, Secretário.
O jornal da época intitulado “A gazeta de Patos” publicou, no dia 28 de julho de
1929: “(...) Linha de Tiro em nosso meio, pois é um cometido que só vem beneficiar a
flor do nosso Município representada pela radiosa mocidade de seus filhos.”
O Tiro de Guerra aparece em Patos de Minas apenas em 1941, instalado no
Ginásio Benedito Valadares sob a direção do professor Anair Santana, e funcionando
incorporado à Escola de Instrução Militar (EIM) de Carmo do Paranaíba, sob a direção
do Sargento Teófilo Lamounier. Este dado também foi fornecido por , em entrevista
realizada no dia 3 de setembro, considerado o atirador mais velho da cidade com 94
anos de idade. Deve-se a vinda do Tiro de Guerra ao professor Anair Santana, que
enfrentou muitas dificuldades, entre elas a obtenção do terreno para a construção da
sede deste órgão. Foi seu irmão, Vicente José de Santana quem fez a doação da área
164
exigida que não foi aproveitada visando um melhor local para a localização do Tiro de
Guerra.
Em 1942 o Tiro de Guerra teve o Sargento Pedro Alcântara Rodrigues de Araújo
sob seus cuidados, onde permaneceu à sua frente até 1944. Segundo Oliveira Mello,
neste ano um fato interessante aconteceu, o Tiro de Guerra, pela primeira vez, não
funcionou devido a um número muito reduzido de alunos.
Em conseqüência da portaria 8.747 criou-se o Tiro de Guerra 04-091, que
oficializou definitivamente este órgão. Após a criação como Tiro de Guerra 91, esteve
na sua direção o Sargento Miguel Marcelino Campos, mais tarde substituído pelo
sargento Pedro Alcântara Rodrigues de Araújo, permanecendo de 1947 a 1949.
A construção da sede do Tiro de Guerra foi construída pelo prefeito Genésio
Garcia Roza, obedecendo o regulamento de Manutenção Interna e as exigências do
Ministério da Guerra.
O Tiro de Guerra, desde então, aperfeiçoou suas instalações sendo classificado
como uma das melhores agremiações de Tiro de Guerra do interior mineiro. Segundo o
Tenente Osmar, após muita negociação com prefeito e autoridades durante sua
passagem pelo TG na década de 90, foi inaugurada a primeira quadra coberta do Tiro de
Guerra em Patos de Minas, sedo a terceira quadra coberta do país e terceira do estado de
Minas Gerais.
O TG de Patos de Minas, hoje, conta com uma área de mais de 300 metros
quadrados, possui instalação própria e recursos diversos, como computadores, telefones,
vídeos, anfiteatro e quadra. O TG recebe ajuda do município através da prefeitura e
doações. Também recebe ajuda da receita federal e demais organizações patenses.
DESENVOLVIMENTO/ DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Inicialmente fomos até a Junta Militar, local onde ocorre o alistamento militar,
para obter informações no dia 03 de setembro. Então, nos encaminharam para o Tenente
Osmar, que muito gentilmente nos recebeu e imediatamente se pôs disposto a ajudar no
que precisássemos. Este, entrou em contato com o Sargento Dennis, que também
mostrou-se aberto a nos receber.
O Tenente nos indicou um ex-atirador que serviu em 1937 para ser entrevistado,
pois através deste poderíamos conhecer um pouco mais da história do Tiro de Guerra.
Além deste senhor também nos indicou um radialista, cujo programa na rádio AM
chama-se “A hora do atirador” e um professor de história ex-atirador que poderia nos
165
fornecer materiais relevantes para nosso trabalho. Neste mesmo dia fomos entrevistar
um ex-atirador que serviu o TG em de 1937, que nos recebeu muito bem e nos contou
um pouco sobre a história do Tiro de Guerra.
No dia 10 de setembro contatamos o historiador Eduardo Silva que nos forneceu
material e se propôs a ajudar de muito bom grado. Colhemos textos e documentos sobre
o Tiro de Guerra que estavam guardados em seu arquivo pessoal.
Dia 17 de setembro voltamos a falar com o Tenente Osmar, que nos emprestou
uma coleção de fitas de vídeo filmadas por ele mesmo. As fitas mostravam os trabalhos
realizados pelo Tiro de Guerra na comunidade. Neste dia também trocamos nossos
telefones para mantermos contato e marcamos uma visita com o Sargento Dennis,
responsável pelo TG.
Dia 24 de setembro começamos a reunir todo o material e iniciamos a parte
escrita do trabalho. Ao final do dia assistimos as fitas que restavam e anotamos pontos
que julgamos interessantes para nosso conhecimento.
Dia 01 de outubro fomos até o TG, mas não encontramos o Sargento Dennis.
Fomos até a casa de outro ex-atirador que durante seu tempo no TG foi monitor e
prestou muitos serviços lá. O ex-atirador, Denis Gonçalves Braga de 19 anos nos ajudou
com materiais utilizados pelos atiradores em provas escritas e nos contou um pouco
sobre sua experiência no TG.
Dia 08 de outubro remarcamos o encontro com o Sargento Dennis e fomos até o
TG. Lá conhecemos o espaço físico e conversamos com o Sargento sobre o TG.
Dia 15 de outubro fomos até a Biblioteca Municipal João XXIII a procura de
jornais e livros que pudessem nos ajudar a escrever sobre a história do TG.
Dia 22 de outubro nos reunimos para examinarmos todas as informações
colhidas até então e demos prosseguimento ao trabalho.
Dia 29 de outubro examinamos novamente os materiais e levamos tudo o que
havíamos feito sobre a história do TG para o historiador Eduardo Silva nos falar se
havia algo a acrescentar em nosso trabalho.
Dia 05 de novembro finalizamos nosso trabalho, fomos até a junta militar
devolver os materiais que nos foram emprestados pelo Tenente Osmar.
O Tiro de Guerra de Patos de Minas mostrou-se predisposto a cooperar sempre
que possível. Além dos profissionais envolvidos nos fornecerem materiais todos foram
bem receptivos, demonstrando muito interesse pelo assunto e satisfação pela escolha do
tema de nosso trabalho.
166
DISCUÇÃO TEÓRICA
A princípio torna-se importante atentar ao contexto mais amplo que
influenciou o surgimento da instituição Tiro de Guerra no Brasil na qual a unidade foco
do estudo representa. A idéia então começa a surgir em meados de 1900 passando assim
por todo um processo histórico social para sua consolidação até em 1922, nesse
caminho houve influências e idealizações de várias autoridades do exército e do estado
com foi o caso de Olavo Bilac (atual Patrono do Serviço Militar) e protagonista na
definição dos serviços militares. No entanto o principal foco de atenção nesse processo
é o contexto envolvente de guerras civis e até mesmo da 1ª Guerra mundial que
amedrontava as demais instituições do Estado regente, além da influência dos interesses
das indústrias armamentistas e por isso seu incessante crescimento, e então se vê na
necessidade de criar órgãos de formação de reservistas, justamente para formar soldados
que pudessem ser a qualquer momento convocados e incorporados nas Organizações
Militares da ativa das Forças Armadas, e também que fossem aptos a outras prestações
de serviço militar. Sincronicamente a essas situações se encontra uma sociedade política
e culturalmente estruturada em ideologias militares de patriotismo, ordem, e disciplina.
A partir daí o Tiro passa-se durante a história a se relacionar intimamente
com algumas ideologias do estado contribuindo para a manutenção das mesmas e de
certa ordem social.
Segundo Silvia Lane (1984) há mecanismos intrínsecos no processo sócio-
histórico de uma sociedade afim da manutenção das relações de produção da mesma, ou
seja, uma vez que no correr deste processo ocorrem contradições imprescindíveis nas
organizações e disposições desta sociedade, passando então a se criar novas ideologias,
valores e explicações. E também para Althusser (1980; apud Margareth Rago & Adilton
L. Martinsesta 2006) na constituição histórica do homem utilizam-se da ideologia para
reproduzir e representar o interesse das classes dominantes que estão no poder de
Estado através de mecanismos e aparelhos Ideológicos.
Nesse caso observa-se através dos materiais acessados que a instituição na
qual foi foco do estudo, ou seja, o Tiro de Guerra de Patos de Minas mantém relações
consistentes e próximas às instituições ligadas tanto à prefeitura quanto a outros órgãos
militares. Instituições que então competem e se comunicam reciprocamente em um
contexto social e institucional muito mais amplo e garantem assim a manutenção e
estruturação de suas ideologias e da sociedade.
167
O Tiro se configura como um órgão fundamentado em pressupostos
conservadores e tradicionais estando por sua vez inserido contraditoriamente em uma
sociedade hedonista, esse talvez seja um de seus conflitos externos uma vez que sofre
críticas por parte de alguns grupos sociais quanto à obrigatoriedade, a regimentos
internos, ideais e a papéis sociais quanto às hierarquia. Sendo assim o TG vê a todo o
momento a necessidade de se mostrarem úteis e afirmarem importantes e eficazes
perante a sociedade, através dos programas e projetos públicos e comunitários.
Por outro lado, tendo vista sua organização hierárquica rígida como também
os regimentos metódicos e burocráticos que permeiam as relações do TG como em toda
organização militar, foi possível observar a inexistência de conflitos que fossem
internos à mesma, ao menos em nível manifesto, ou seja, observa-se latente a
insatisfação de alguns atiradores subordinados à esses pressupostos.
Outra crítica para com a instituição se base em um de seus objetivos, no
qual se funda em formar líderes democratas, atentos aos ideais da nacionalidade
brasileira e à defesa do Estado Democrático de Direito. Nessa situação fala-se de
democracia enquanto os próprios regimentos internos impossibilitam os atirados de
desenvolverem certa capacidade de crítica e argumentação, os comportamentos,
atitudes, hábitos e crenças são condicionados e exercidos automaticamente sem que haja
o conhecimento de suas bases e os “porquês”, sendo que esse paradoxo já se inicia na
obrigatoriedade do serviço. Assim Freud em Psicologia das massas e análise do eu
(1921) descreveu não só sobre o que seria o exército mas também a religião:
Igreja e exército são massas artificiais, isto é, se emprega certa compulsão externa para
prevenir sua dissolução e impedir alterações em sua estrutura. Em geral, não se pergunta ao indivíduo se
quer ingressar em uma massa desta índole, nem se o deixa entregue ao seu arbítrio; e a tentativa de
separação costuma ser bloqueada, ou punida com rigor, ou está sujeita a condições muito determinadas
(FREUD, 1921, cap.V).
No mais a instituição Tiro de Guerra de Patos de Minas consolida-se por
uma organização estável, bem estruturada e definida calcadas por premissas militares
conservadoras, e que estabelece relações mútuas para com as demais instituições e
órgãos que competem para a regulação e equilíbrio produtivo e da ordem social segundo
seus ideais.
CONCLUSÃO
168
Embora possamos através dessa análise e estudo sobre o Tiro de Guerra
tomar conhecimento de alguns mecanismos cristalizados na instituição, porém calcados
nos seus pressupostos que favorecem as relações de poder e a hierarquia que a estrutura,
pensar em uma intervenção que não seja no plano da hipótese se torna um tanto quanto
utópico se levarmos em conta a peculiaridade do processo histórico-social e o papel que
a mesma representa e significa em suas relações com as demais instituições sociais,
tendo em vista, no entanto que para isso a demanda teria que surgir da mesma.
Entretanto o conhecimento e o especular dos entrelaces de uma instituição
que regem ideologias que sempre fez parte da história de uma sociedade e de sua forma
de organização política se configura com imprescindível necessidade e importância,
tendo assim a consciência de que somos sujeitos constituintes e constituídos do mesmo
processo histórico.
REFERÊNCIAS
FREUD, S. (1921) A psicologia das massas e a análise do eu. In: Edição Standard
Brasileira das Obras Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1972.
Gazeta de Patos, Patos de Minas, 28 de julho de 1929. Página 4.
LANE, Silvia (1984). A Psicologia Social e uma nova concepção de homem para a
Psicologia. In: Codo, Wanderley. (orgs.) Psicologia Social. O Homem em movimento.
São Paulo: Brasiliense, p.10-19.
OLIVEIRA MELLO, Antonio de. Patos de Minas: Capital do Milho. Patos de Minas:
Academia Patense de letras, 1971. 350 p.
REVISTA AULAS: DOSSIÊ FOUCAULT. Um diálogo entre Foucault e o Marxismo.
Nº 3. 32 p.
TG 04 – 013 – Patos de Minas. Instrução de atualização de conhecimentos dos
instrutores de Tiro de Guerra. O Tiro de Guerra em turma única. 15p; O Tiro de
Guerra e a comunidade. 11p. Cypriano, Osmar
169
VlLA PADRE ALAOR
Bianca Cássia Da Silva
Cristiane Patrícia Martins
Roseli Aparecida Lagares De Lima
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar a Instituição Vila Padre Alaor, onde pode se
conhecer a história de sua criação e construção, a estrutura física, as pessoas que
trabalham no local, as pessoas que residem no ambiente, e a organização desta
instituição, que abriga idosos de ambos os sexos que necessitam de ajuda. É uma
instituição séria que tenta lidar com as necessidades de cada morador, mas que não
deixa de ser um asilo, onde é refletida muitas vezes a solidão, a falta de autonomia de
vários idosos, tendo em vista a tristeza, por falta desta, também por falta de se ter a
família por perto, esta que muitas vezes até deixa de visitar o familiar, acontecendo o
abandono que é sentido pelos moradores do local.
Vila Vicentina Padre Alaor.
Rua da Mata dos Fernandes, Bairro Vila Garcia.
Pessoas de referência na instituição: Presidente do dispensário Ernani Gonçalves
Amorim, Gerente Administrativa Celma.
INTRODUÇÃO
A escolha da Vila Padre Alaor para a realização do trabalho foi por se tratar de
uma instituição importante e séria na cidade que abriga idosos pobres da região. Tendo
em vista que essa instituição é um campo de trabalho para o psicólogo que tem muito a
oferecer, tanto no que diz respeito aos moradores quanto aos funcionários.
O grupo teve o intuito de conhecer o ambiente, quanto a estrutura física, quanto
a organização, saber como é trabalho feito no local, a forma de como as pessoas lidam
com o trabalho e a moradia.
170
Visto que o asilamento de idosos, embora esteja imbuída de boas intenções,
acaba também anunciando antecipadamente a morte do idoso, uma vez que, na reta final
de sua existência, ele é retirado de seu ambiente natural (local onde construiu sua vida e
a de seus filhos, misturados às coisas feitas – criações próprias –, e aos objetos
adquiridos ao longo da vida, e que deram forma ao ambiente em que morava) e posto
junto com outras pessoas e objetos que não reconhece e que também não lhe pertencem,
eliminando concretamente as suas lembranças e possibilitando, desta forma, a perda de
sua própria identidade.
O processo de envelhecimento vem crescendo e o número de idosos hoje no
Brasil atravessa em ritmo acelerado, se associando ao aumento da demanda por
instituições de longa permanência. A correlação multicausal entre estrutura etária da
população e demanda por asilos é determinada por seu perfil social e de saúde.
Controladas tais variáveis, a idade torna-se um fator de risco menor. Idosos residentes
nos asilos apresentam alta prevalência de fatores de risco para institucionalização:
doenças crônico-degenerativas e suas seqüelas, hospitalização recente e dependência
para realizar atividades da vida diária.
Através da análise na instituição, o presente trabalho propõe-se a discutir a
dinâmica da institucionalização dos idosos e apresentar a Vila Padre Alaor.
4) A Instituição
A Vila Padre Alaor foi constituída pela Sociedade São Vicente de Paulo, que é
uma organização católica internacional de leigos, fundada em Paris, no ano de 1933, por
Antonio Frederico Ozanam e seus companheiros. Colocada sob o patrocínio de São
Vicente de Paulo, inspira-se no pensamento e na obra deste santo, esforçando-se, sob o
influxo da Justiça e da Caridade, por avaliar os sofrimentos do próximo, mediante ao
trabalho coordenado de seus membros. Ainda na linha de seus princípios fundamentais,
já vislumbrados uma visão de sua metodologia de vida e da sua sistemática operacional.
De caráter Católico, está aberta a quantos desejam viver sua fé no amor e no serviço dos
irmão. A Sociedade São Vicente de Paulo compreende qualquer forma de ajuda, por
contato pessoal, no sentido de avaliar o sofrimento e promover a dignidade e a
integridade do homem. A Sociedade não somente procura mitigar a Miséria, mas
também descobrir e remediar as situações que a geram.
A construção da vila Padre Alaor não aconteceu por acaso. O aumento
progressivo das conferências, em âmbito urbano e rural, levou a direção do conselho
171
particular, na pessoa de seu presidente Dr. Benedito Corrêa da Silva Loureiro, a
preocupar-se assistidas pela sociedade. As conferências pioneiras foram, Santo Antonio,
Nossa Senhora do Rosário e Santa Terezinha, já florescentes, tornaram-se um
imperativo para a criação de novas conferências.
Juntando-se a elas e sempre alimentadas pelo mesmo ardor do serviço aos
pobres, vieram logo numerosas outras conferências.
Em decorrência do palpável florescimento das conferências, pareceu a direção
da sociedade que era chegado o momento da construção de uma vila, onde se pudesse
acolher e cuidar melhor dos pobres. Ainda no ano de 1947, conforme a ata do conselho
particular de então, datada de 1° de setembro, a qual contou com a presença de
monsenhor Manuel Fleury Curado, já se cogitara a criação de uma vila, tendo mesmo
sido nomeada comissão para o estudo do assunto. Foram nomeados: Antônio Tobias,
Fernando Caixeta de Melo, Joaquim Gonçalves Junior, Divino Londe e Alberto Albino.
Toda via, a idéia foi para estufa de incubação, nada tendo sido feito.
A comissão para compra do terreno a partir de uma reunião do conselho
particular datada de 18 novembro de 1951 após demorados debates sobre a
conveniência da construção da nova Vila, constitui-se uma comissão definitiva a qual
caberia a compra do terreno, ficando constituída pelos confrades : Virgilino Gonçalves
da Cunha, Alfredo Pereira da Fonseca, e Joaquim Gonçalves Júnior. Houve rápido
progresso nas negociações. Na reunião de 20 de janeiro de 1952, conforme relato
constante de ata, a comissão dá a alvissareira noticia: o terreno está comprado!
Constituído de uma área de 70.000metros quadrados, em comum na fazenda Limoeiro,
confrontando com Antônio Pacheco Tonheco e com os vendedores Genésio Garcia e
Mário Garcia Rosa, ambos membros ativos da conferência Sagrada família.
A competente escritura de compra e venda foi lavrada no cartório do primeiro
oficio da comarca, a 3 de abril de 1952, pelo preço ajustado de Cr$70.000,00.
O terreno foi pago sobre a origem dos recursos levantados para o pagamento do
terreno adquirido, há duas versões. Primeira: conforme consta de ata do conselho
Particular de então, datada de 20 de janeiro de 1952, o terreno foi pago com recursos
das conferencias Santo Antonio e São Geraldo, num total de Cr$ 35.000,00, pois os
outros Cr$ 35.000,00 foram doados pelos próprios vendedores. Segunda: Já a ata
constante de reunião do mesmo Conselho Particular datada de 16 de abril do mesmo
ano de 1952 aponta até com certo detalhe, a origem do levantamento da importância
paga pela aquisição da área comprada. Diz a ata: Genésio Garcia Rosa e Mario Garcia
172
Rosa, Cr$ 35.000,00; Conferencia São Geraldo, Cr$ 2.000,00; Conferencia Santo
Antonio, Cr$ 2.000,00; Augusto Caixeta de Queiroz, Cr$ 3.500,00; Joaquim Gonçalves
Junior, Cr$ 5.000,00; Conselho Particular da SSVP de Patos de Minas, Cr$ 5.000,00 e
donativos não especificados, Cr$ 17.500,00.
Nome da vila foi escolhido no dia 16 de marco de 1952, em reunião do conselho
particular presidida pelo Dr. Benedito Correa da Silva Loureiro, decidiu-se que a nova
Vila seria denominada VILA PADRE ALAOR, em homenagem ao vigário da paróquia
e grande incentivador desta criação, Padre Alaor Porfírio de Azevedo, falecido a 1de
marco de mesmo ano de 1.952.
Comissão de construção ocorreu a partir da execução de um projeto com
perspectiva operacional de grande vulto, quanto aos aspectos físicos e financeiro, urgia
que se criasse logo uma comissão de construção, cuja nomeação recaiu sobre os
confrade: José Pereira da Fonseca, Joaquim Gonçalves Junior, Lázaro Pereira Fonseca,
Alfredo Pereira da Fonseca, José de Melo Sumbem, Fernando Caixeta de Melo, José
Cirino Ribeiro, Mario Garcia Rosa e Genésio Garcia Rosa, ficando este último como
Presidente da Comissão . Esta comissão foi criada a 27 de julho do ano e 1.952.
Surgimento das casas ata do Conselho particular datada de 14 de setembro de
1952, já faz referência à existência da planta da Vila Padre Alaor, aprovada a 17 de
agosto do mesmo ano. A ata de 8 de dezembro seguinte já mencionada o surgimento da
primeira casa, sendo esta uma doação da família o Padre Alaor Porfírio der Azevedo,
residente na cidade de Araxá. A segunda casa foi doada pelo Sr.Virgilino Gonçalves da
Cunha, confrade vicentino e membro da comissão de compra do terreno. Na seqüência
da ordem de doações, figura a prefeitura municipal de Patos de Minas como a doadora
da terceira casa, no governo do Dr. Jaques Correa da Costa.
Pedra fundamental com inusitado entusiasmo por parte da comissão de
construção, do Presidente do Conselho Particular Dr.Benedito Correa da Silva Loureiro
e de apreciável numero de vicentinos, deu-se o lançamento da Pedra Fundamental do
Pavilhão central a 18 de janeiro do ano de 1953.
A cerimônia contou com as presenças dos Presidentes das conferências,
confrades e amigos da SSVP. Foi solenizada com as presenças ilustres de Dr. Jaques
Correa da Costa, Prefeito Municipal, e de Monsenhor Manuel Fleury Curado que
procedeu a benção da Pedra Fundamental. Foi celebrada uma santa missa as 8,30 da
manha. O autor destes registros estava presente ao acontecimento, tendo assinado a ata
oficial de lançamento da Pedra Fundamental.
173
Novas casas construídas após o lançamento da Pedra Fundamental do Pavilhão
Central recomendou-se, todavia, uma maior prioridade na construção de casas, uma vez
que estas viriam sanar mais rapidamente a dificuldade existente nas Conferências,
relativas a grande carência de moradia para os pobres.
Em ritmo de campanha, foram surgindo os doadores não só entre as
Conferências como também por pessoas particulares, simpatizantes do Movimento.
Dada certa dificuldade na captação de dados oficiais nas fontes SSVP, não dispomos de
um cabedal mais acurado para relacionar, em ordem crescente e numérica, todas as
doações. Todavia, cumpre-nos alinhar algumas delas representadas pelos doadores:
Abílio Caixeta de Queiroz (três casas); Arnaldo Magalhães, Geraldo Caixeta de
Queiroz, Lucas Soares, Tertulino Coelho de Lima e Custodio Peres.
Simultaneamente, foram aparecendo as doações das conferências: São Contardo
Ferrini (duas casas), São Sebastião de Alagoas, São Geraldo Magela (do pântano), São
Geraldo (duas casas), Sagrada família, São Paulo, Nossa Senhora Aparecida da Mata
dos Fernandes (duas casas), São Cristóvão, Senhor Bom Jesus de Lanhosos, São
Joaquim, Santa Cruz do Pântano e São José. Embora a escassez de recursos não
permitisse maior avanço na construção da Vila, do Pavilhão central e das casas, a
confiança na Sagrada Providência e uma teimosia dos vicentinos, fizeram viável a obra,
que foi acontecendo. Dentro de pouco tempo estavam concluídos não só o Pavilhão
Central, como também as casas que foram ocupando o espaço do triângulo oferecido
pela planta da construção, chegando ao expressivo número de 43 casas geminadas.
A liberação das casas construídas, no inicio da campanha, se deu em reunião do
Conselho Particular datada de 16 de agosto de 1953, cuja ocupação aconteceu
rapidamente, uma vez que cada Conferência deveria trazer os seus pobres, para a Vila.
A partir daí não tardou o aparecimento de problemas administrativos na então
emergente Vila Padre Alaor. Fez-se necessária à presença de alguém que pudesse
assumir o contorno de tais problemas, dentro de sistema de habitação comunitária
manifestou, bem cedo, sua problemática, alias de muito difícil solução. Foi quando a
direção da Vila houve por bem fazer uma primeira contratação, tendo esta recaído sobre
o Sr Geraldo José da Silva, confrade da Conferencia Bom Pastor depois vieram outros
zeladores, Joaquim Claudino em 16 janeiro de 1955 até 1957, Candido dos Santos de 23
janeiro de 1958 até 1965, Edson Valadão em março de 1965 até 12 de novembro de
1965, Osvaldo Gonçalves de Souza no final de 1965 á 1966, Irmã Maria do Coração de
Jesus Eucarístico de Vasconcelos Safe no final de 1960 á 1967, José das Dores Pereira
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assumiu em 27 março do ano de 1967 até abril de 1971, as Irmãs Missionárias Nossa
Senhora das Dores tiveram posse no dia 7 de março de 1971 á 23 de março 1995.
A presidência da Vila Padre Alaor se desenvolveu no momento em que foi
ocupada por Joaquim Gonçalves Júnior que ocorreu em 8 de setembro de 1957, em 13
de dezembro de 1963 entra Aristides Rodrigues do Senhor Bom Jesus, depois Manuel
Gomes de Sousa na data de 1 de fevereiro de 1967, Dr. Dácio Pereira da Fonseca sua
posse em 7 de agosto de 1970, onde a população da vila atingiu 349 pessoas, e ouve a
construção do poço artesiano doada pelo prefeito Dr. Sebastião Silvério de Faria na
administração das missionárias Nossa Senhora das Dores, Geraldo de Caixeta de
Queiroz teve sua posse em 28 de janeiro de 1973, Antonio Simão Basílio teve sua posse
em 24 de setembro de 1978, Jose Bernardino Sobrinho teve sua posse em 11 de
dezembro de 1983, depois Jaime Gonçalves que teve sua nomeação no dia 29 de
dezembro de 1986, Jovino Fernandes Rosa que assumiu em 4 de janeiro de 1989, Gina
Gomes Caixeta que assumiu em 6 de janeiro de 1995, onde teve a instalação da
lavanderia e implantação de uma rouparia.
Segundo a gerente administrativa a Instituição Vila Padre Alaor não passou por
modificações, senão a adequação as novas normas da vigilância sanitária e mudanças de
acordo com o estatuto do idoso, sendo assim continuam com a mesma estrutura física e
regimento de funcionamento.
A Vila em seu início se constituíra de uma população heterogênea. Idosos dos
dois sexos, retardados mentais, psicopatas, famílias problemáticas, além de um elevado
número de crianças, hoje abriga apenas idosos.
As pessoas que trabalhavam na Vila alimentavam uma perspectiva de promoção
humana, numa tentativa muito louvável, com vistas à colocação profissional de todos os
habitantes da Vila, em condição de trabalho e tantas vezes ocioso. Ao mesmo tempo,
sempre preocupada com a formação religiosa dos seus tutelados, mantendo a catequese
na Vila.
Tomando-se que o Dispensário São Vicente de Paulo e a própria Vila Padre
Alaor funcionam hoje em ritmo empresarial, num envolvimento de 49 funcionários,
cujo acompanhamento se prende não só dentro do desempenho profissional como
também dentro da linha reivindicatória de direitos trabalhistas, obviamente cabe à
presidência desdobramentos ingentes e uma doação quase total de tempo, de renuncia e
de partilha.
175
Atualmente os presidentes do Dispensário São Vicente de Paulo, são
empossados bienalmente, de 2006/ 2008, sendo que neste período o presidente do
Dispensário era Júlio César de Oliveira. O atual presidente Ernani Gonçalves de
Amorim assumiu em quinze de setembro de 2008, onde deverá permanecer por também
dois anos. O dispensário é quem mantém a vila, ele recebe as doações, faz as compras
necessárias de remédios, e os outros utensílios, sendo que a instituição é mantida por
doações, por arrecadações de dinheiro com as folias de reis, e também a aposentadoria
ou pensão dos demais moradores da Vila Padre Alaor.
Sobre a parte administrativa divide-se em vice-presidente, tesoureiro, secretario
e uma gerente administrativo a qual nos recebeu, dando-nos todas as informações
necessárias. Sobre as características físicas das instalações, a instituição não tem
banheiro dentro de todos os quartos, porém as condições das acomodações apresentadas
mostram uma situação até certo ponto favorável em relação ao número de quartos e ao
número de leitos. No entanto, percebe-se que as condições da estrutura física dessas
acomodações nem sempre são adequadas, muitas vezes necessitando de melhorias e de
manutenção.
Atualmente moram 121 idosos na Vila Padre Alaor, sendo dezenove internos que
tem suas próprias casas, podendo sair de dentro da Vila tendo responsabilidade de
retornarem às dezesseis horas, enquanto o restante permanece apenas dentro da Vila. A
rotina dos idosos é diária, sendo café da manha, banho, almoço, lanche, jantar, mingau e
dormir.
São quarenta e nove funcionários assalariados, que se dividem em auxiliar e
técnico de enfermagem, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e serviços gerais. O
enfermeiro, o fisioterapeuta e o nutricionista dão auxilio 24hs atividade esta não
oferecida anteriormente.
Há também os voluntários que trabalham com salão de beleza, grupo de idosos
que levam a dança, faz caminhada junto com os internos da Vila Padre Alaor, as últimas
sextas-feiras do mês têm celebração da missa e as segundas-feiras e quartas-feiras
realizam culto.
As dificuldades encontradas na Vila Padre Alaor se referem à falta de
funcionários por motivos financeiros, exigências da vigilância sanitária, falta de
médicos conveniados pelo SUS. Eles também recebem queixas dos internos a respeito
do abandono dos familiares, os quais alguns não vão visitar-los, deixando os idosos
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abandonados, sozinhos e sem informações do mundo lá fora, ou seja, não sabem se
ainda têm familiares lá fora.
DESENVOLVIMENTO/ DISCUSSÃO METODOLÓGICA
Para a realização do trabalho fomos até o local conhecer, fomos a Vila no dia 03
de setembro, com o intuito de conhecer a Instituição em conjunto, tanto estrutura física,
social e histórica. Ao chegarmos à Vila Padre Alaor conversamos com o guarda que
gerencia a entrada e saída de pessoas, explicando nosso intuito, pedimos para conversar
com a pessoa que poderia nos dar algumas informações sobre o local, o guarda
apresentou interesse e disposição ao nos receber, indicando-nos ate a sala da gerente
administrativa, a qual estava ocupada vindo a nos receber após trinta minutos. Após a
espera fomos recebidos pela gerente administrativa, chamada Celma, nos apresentamos
dizendo que somos alunas do curso de Psicologia do UNIPAM, com a proposta do
professor em relação à matéria de Psicologia, Instituição e Comunidade, o qual solicita
a realização de um projeto, contendo a historia de uma Instituição, sendo que optamos
por conhecer a historia da Vila Padre Alaor.
A gerente administrativa Celma foi receptiva, mostrando interesse em nos
ajudar, falou sobre a história da Vila e nos indicaram um livro chamado Cem anos de
Sociedade de São Vicente de Paulo em Patos de Minas, o qual estaria toda a história
desde o surgimento, a construção da Instituição, até os acontecimentos do ano de 1993.
Em seguida nos apresentou a parte física da Instituição, alguns moradores e
funcionários. Agradecemos pela compreensão e boa vontade a partir do nosso intuito de
conhecer a Vila Padre Alaor, e marcamos uma próxima visita para conhecermos melhor.
Procuramos o livro nas bibliotecas da cidade, mas não encontramos, então
voltamos a Vila Padre Alaor no dia 08 de Setembro para solicitarmos o empréstimo do
livro que contem a historia da Instituição, novamente fomos recebidos atenciosamente
pela Celma a qual mostrou disposta a nos emprestar, sendo que a partir de termos o
livro em mãos começamos com a pesquisa sobre historia da Vila Padre Alaor, onde
encontramos quase todas as informações necessárias.
Depois que o professor pediu o aprofundamento sobre quem trabalha no local e
quem mora, voltamos a Vila no dia 19 de setembro para pegar as demais informações,
sendo que a Celma nos recebeu bem, foram capazes de nos ajudar no que precisávamos.
Após a orientação do professor sobre o trabalho realizado, fomos orientados a
voltar a Instituição para aprofundarmos mais na historia da Vila Padre Alaor.
Retornamos à Vila Padre Alaor no dia 23 de outubro para conversarmos e
177
esclarecermos melhor sobre determinados assuntos que não havíamos sido esclarecidos.
Novamente bem recebidos pela gerente administrativa Celma, a qual nos informou
sobre os demais itens que não havíamos entendido.
Apesar de que na Instituição não há o profissional Psicólogo, nos relataram que
há predisposição da Instituição para trabalhos posteriores, a partir da proposta
apresentada a Instituição avaliara a possibilidade deste.
Pelo relato apresentado os profissionais principalmente a Celma, aceitaram bem
a presença do grupo, mostrando atenciosa e receptivos a cada visita realizada, sendo
colaborativos a partir das informações sobre a Instituição Vila Padre Alaor.
DISCUSSÃO TEÓRICA
Observou com o presente trabalho uma constante relação sobre o que é o
individuo inserido em uma sociedade falha que não dá condições para os idosos
obterem uma melhor qualidade de vida. Algumas questões sociais permeiam essa
discussão no que diz respeito aos indivíduos e a sociedade no com os idosos, pois a
influências que fazem acreditar em estereótipos os quais dizem que eles são fisicamente
incapazes e dependentes e assim conseqüentemente são abandonados em morredouros,
instituições asilares que não garantem uma melhor qualidade de vida. Esbarramos
também constantemente nas relações de poder, a Vila Padre Alaor é mantida pelo
Dispensário onde a religião é uma fonte de orientação que embasa e direciona a
instituição. A instituição recebe doações e essas são que mantêm a Vila.
Ouviu-se muito falar em Folias de Reis, folias estas presentes na cultura mineira
e ligada intrinsecamente á religião. Toda a sociedade que participa dessas manifestações
culturais faz á sua doação ao Dispensário. Todos os recursos vêm deste dispensário ao
qual a instituição está subjugada, porém é importante salientar que são as
aposentadorias dos idosos que pagam os salários dos funcionários aspecto esse muito
importante, pois seria interessante questionar a não participação das prefeituras uma vez
que a instituição se queixa que faltam profissionais e que os que lá estão são poucos
devido ao número de internos. O poder que é delegado ao dispensário e é constituído
como uma prática social e como tal constituída historicamente.
Segundo Foucault (1979) os poderes se exercem em níveis variados e em pontos
diferentes da rede social e neste complexo os micros poderes existem integrados ao
estado ou não, e este poder ao qual estamos falando está ligado, como já foi dito
anteriormente á religião. É importante ressaltar como a religião especificamente a
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católica esteve tão ligada a política, cabia á ela o poder de decisão sobre a vida dos
cristãos em tempos onde reinavam reis e rainhas.Isso há muito tempo atrás, mas
precisamente no final da Idade Média quando a ocorreu as Reformas Religiosas, onde
ela veio a perder um pouco de sua supremacia. A religião está presente na cultura do
estado de minas gerais o que faz com que a maior parte dos mineiros serem católicos e
participarem de algum movimento ligado á tal crença.
No que tange os conflitos da instituição esses se referem á carência de
profissionais que consigam atender todos as necessidades da instituição bem como a
falta de profissionais psicólogos. No primeiro contato foi visto uma carência de afeto
por parte dos idosos e uma resistência por parte da instituição e em relação á este último
aspecto Silvia Lane (1981), diz que todos os processos de formação de hábitos
antecedem a institucionalização dos membros, esta ocorrendo sempre quando as
atividades tornadas hábitos se amoldam em tipos de ações que são executados por
determinados indivíduos. Nesse mesmo pensamento pode-se dizer que os dirigentes da
Vila Padre Alaor agem de acordo com as normas estabelecidas ocorrendo eleições
bienais. As tipificações elaboradas no curso da história da instituição o que quer dizer
que eles são muito resistentes a mudança, pois já tem um roteiro á seguir.
Destaca-se então a importância de um especialista que trabalhe na área
institucional que investigue esses aspectos a fim de ajudar á resolver conjuntamente
com os demais funcionários os conflitos no ambiente institucional. Conflitos como
contradições na sua ideologia, afim de não saírem do propósito que eles querem seguir.
Além disso, é visível a balança entre o eu e nós o qual neste caso o eu saiu em
maior vantagem, pois com o passar dos tempos estamos ficando muito acomodados e
impressionados com novas descobertas, novas tecnologias que esquecemos de nossos
familiares mais dependentes que precisam de nossa ajuda, estamos sem tempo pra viver,
estamos mais ainda nos afundando no egoísmo, nessa sociedade consumista que só se
preocupa com seu próprio bem estar. Com a implementação de um psicólogo convêm
ressaltar a importância que estes especialistas iriam ter no sentido de trabalhar para o
bem estar físico e psicológico dos idosos.
CONCLUSÃO
O presente trabalho trouxe uma realidade já conhecida, mas não muito
explorada. Ajudou a criar uma atitude crítica no sentido de como isso realmente
funciona. Pode se ver em termos práticos as condições em que os idosos vivem, como
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são tratados, o que sentem, enfim como se relacionam com a instituição e a sociedade.
Mediante a isso se pode observar as relações que esta instituição têm com a sociedade e
em que condições ela é mantida.
Em suma o trabalho trouxe uma ampla visão da necessidade de um especialista,
no caso psicólogo, e fez abrir os olhos para um campo de trabalho em que a demanda é
grande, mas é ignorada por boa parte das instituições.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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teoria e prática. 5ºed.Belo Horizonte,MG,Istituto Felix guatari,2002
Elias, Norbert.A sociedade dos indivíduos.Organizado por Michael Shoroter; tradução
Vera Ribeiro; revisão técnica e notas, Renato Janine Ribeiro. Rio de janeiro .Jorge
Zahar Ed.,1994.
FOUCAULT, Michel. Microfisica do poder.Organização e tradução de Roberto
machado.Rio de janeiro;Edições Graal,1979.
NEGO, Moreira.Cem anos de Sociedade de São Vicente de Paulo em Patos de
Minas. Patos de Minas: Braecon, 2000.
“Uma análise dialética do processo grupal” por S.T.M. Lane ET ali,publicado em
cadernos PUC – Psicologia,nº11,Educ.,Cortez editora,1981.