Pinçamentos: Emoções e sentimentos… em animais também

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Ideias apanhadas com pinça e pensadas...reproduzem-se. Blog "irmão" de Mente Irá. Pinçamentos Seleccionar idioma " DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014 Emoções e sentimentos… em animais também? Com um abraço ao Eurico que me aguçou a curiosidade. (Ref.: Antonio Damásio, Jack Katz, Joseph LeDoux, Robert Burton, Mathew Lieberman, Richard Restak, Joe Dispenza, Richard Boyatzis, Annie McKee, Kathleen Taylor, Daniel Goleman, Isabelle Filliozat, Doris Martin, Karin Boeck, Norman Doidge, Daniel Chabot, Claude Steiner, V.S. Ramachandran, etc) Pensar se os animais têm ou não sentimentos parece-me ser semelhante às discussões sobre "o sexo dos anjos", em que se fala, fala e nada se conclui. Porém não quero cair na mesma armadilha, até porque discutir "o sexo dos anjos" tem lógicas a pesquisar considerando que há evidências e posições claras, por exemplo,... Segundo a Bíblia os anjos procriavam com humanas logo a lógica indica que deviam ser masculinos, não excluindo a hipótese de poderem ser hermafroditas: (ver "Santa Bíblia", validada pelo Vaticano (Nihil Obstat), em Genesis, 6;4) (ver também o Livro de Enoch [7, 1, 2, 10, 11] considerado Apócrifo no Congresso de Bispos em Niceia em 325 DC, em votação(?) controlada pelo Imperador Constantino) Portanto a nível de raciocínios e de lógicas (neocortex) a questão está resolvida, porém não fica resolvida porque a nível de Fé (sistema límbico) as posições diferem, uns acreditam em anjos e outros não, e estas posições não se discutem nem são discutíveis. Porém ninguém discute o que é sexo, parece que todos concordam no mesmo conceito, pelo que o único ponto cego está centrado na problemática "anjos". Todavia, fixando a crença emotiva, a discussão é objectivável: Tradução: "quando os filhos de Deus se uniram ás filhas dos homens e lhes deram (engravidaram) crianças" 1 Mais Blogue seguinte» [email protected] Nova mensagem Design Terminar sessão

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Ideias apanhadas com pinça e pensadas...reproduzem-se. Blog "irmão" de Mente Irá.

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DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

Emoções e sentimentos… em animais também?

Com um abraço ao Eurico que me aguçou a curiosidade.

(Ref.: Antonio Damásio, Jack Katz, Joseph LeDoux, Robert Burton, Mathew Lieberman, Richard Restak, Joe Dispenza, Richard Boyatzis, Annie McKee, Kathleen Taylor, Daniel

Goleman, Isabelle Filliozat, Doris Martin, Karin Boeck, Norman Doidge, Daniel Chabot, Claude Steiner, V.S. Ramachandran, etc)

Pensar se os animais têm ou não sentimentos parece-me ser semelhante às discussões sobre "o sexo dosanjos", em que se fala, fala e nada se conclui.Porém não quero cair na mesma armadilha, até porque discutir "o sexo dos anjos" tem lógicas a pesquisarconsiderando que há evidências e posições claras, por exemplo,...

Segundo a Bíblia os anjos procriavam com humanas logo a lógica indica que deviam ser masculinos, nãoexcluindo a hipótese de poderem ser hermafroditas:(ver "Santa Bíblia", validada pelo Vaticano (Nihil Obstat), em Genesis, 6;4)

(ver também o Livro de Enoch [7, 1, 2, 10, 11] considerado Apócrifo no Congresso de Bispos em Niceia em 325 DC, em votação(?) controlada pelo Imperador Constantino)

Portanto a nível de raciocínios e de lógicas (neocortex) a questão está resolvida, porém não fica resolvidaporque a nível de Fé (sistema límbico) as posições diferem, uns acreditam em anjos e outros não, e estasposições não se discutem nem são discutíveis. Porém ninguém discute o que é sexo, parece que todos concordam no mesmo conceito, pelo que o únicoponto cego está centrado na problemática "anjos".

Todavia, fixando a crença emotiva, a discussão é objectivável:

Tradução:"quando os filhos de Deus se uniram ás filhas dos homens

e lhes deram (engravidaram) crianças"

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A - se se acredita nos anjos eles são masculinos, pois a Bíblia não fala em "filhas de Deus se interessarempelos filhos dos homens";

PS - Esta conclusão não deve ser definitiva porque sem a aprofundar já encontrei 7 alternativas possíveis paraesta omissão da Bíblia, por exemplo, uma delas pode ser a falta de nível do grupo masculino para uma"relação" dessas com um sexo oposto mais evoluído. É bom não esquecer que o homem é a primeira versão do produto mas a mulher é uma nova versão (Biblia,Genesis 2; 21-22) com capacidades novas (neurais e orgânicas) para desenvolvimento de vida (gravidez), portanto versão upgrade (melhorada) e construída depois dele.

B - se não se acredita nos anjos, então, anjos não existem, logo, anjos não têm sexo pois o que não existe nãopode ter sexo.[Q.E.D.]

Se se comparar esta problemática com a questão dos sentimentos nos animais, esta émais complexa pois apesar de neste caso se acreditar na existência de animais, e aí ofactor Fé não interferir, todavia o sistema límbico vai "bagunçar" a discussão com ofactor Fé a actuar "undercover" em duas outras áreas:

- FÉ no que se considera ser um sentimento;- FÉ no que se considera ser um animal;

pelo que a viagem promete ser interessante..

O que é um sentimento ???

Iniciei a viagem pelo mundo da psicologia bisbilhotando os conceitos de emoção e sentimento e obtive umaemoção de espanto e um sentimento de confusão devido à informatação dos conceitos, dando-me todaviauma emoção de alegria e um sentimento de paz pela informalidade consentida.

Esta permissividade permite-me trocar emoções por sentimentos, ou seja, trocar lógicas e afirmar que com ainformatação obtive emoção de confusão e sentimento de espanto e a informalidade deu-me emoção de paz esentimento de alegria.

Sentem ilógicas estas descrições inversas de emoções e sentimentos? Se não sentem pode-se usar à vontadeestes trocadilhos em conversas sociais ou mesmo técnicas sem provocar contestações e até obter muitaadmiração.

Uhau!gosto deste anarquismo, desta promiscuidade entre emoções e sentimentos que permite falar e todos

Corvo quebranozesPerito (melhor que

humanos) em calculocerebral de posições

geodésicas,terá ou não sentimentos?

Uma definição intelectualmente clara, masfaltando acrescentar#"é o que está no coração...!!"

entenderem, apesar de permitir a entrada de "lógicas de caracol" em que não se sabe bem o que se diz eportanto também não se pode contrariar.

Para não me des-orientar "vidrei-me" nesta fotografia de um gato zangado dentro de água,

Isto éuma emoção de zangaouum sentimento de zanga????

...seja o que for, ele está realmente muito zangado e disso tem expressões claras quer esteja a "sentiremoções" ou a "sentir sentimentos", pois o nariz franzido, os olhos diferentemente contraídos, a boca tensacom dentes à mostra e as orelhas para baixo não enganam ninguém! está mesmo zangado, só resta saber sefará o comportamento correspondente! e este último aspecto é o factor fundamental nesta pesquisa.

Quer dizer que neste momento ele está a controlar o seu comportamento de zanga não o manifestando, tendoem "consideração" o contexto envolvente (água). Resta saber se à saída da água o manifestará, ou não.

Assim, há aqui quatro factores importantes:

1º ~> o gato está "impregnado" por energia emotiva (quem não acredita que o agarre à saída);

2º ~> o gato tem consciência do contexto e sabe que ele não é o contexto (isto é, ele não é água), porque agede maneira diferente lá dentro e cá fora.Decisão da crença de Fé:a) Ele só tem consciência de não ser água ou b) tem consciência de si próprio.

No 1º caso, a Fé afirma que os animais não têm consciência de si próprio pois só os humanos é que apossuem, no segundo caso a Fé diz que os animais têm consciência de si próprios.PS - Há provas "cientificas" para provar ambas as Fé's, como é normal acontecer nas Fé's.

3º ~> o gato tem o comportamento de zanga controlado, pois a muita energia disponível que o percorre não éusada para cegamente morder ou a arranhar a água mas para lucidamente nadar! não é um "zangadodescontrolado" como assistimos em humanos.Decisão da crença de Fé:a) Ele só tem instintos "cegos" ou b) faz escolha de alternativas.

No 1º caso, a Fé diz que os animais apenas cumprem instintos pois só os humanos é que possueminteligência, no segundo caso a Fé diz que os animais possuem escolhas decisórias.PS - O interessante é que se houver rochedos, terra longe ou perto, etc, ele escolhe sempre a melhororientação o que no dizer da Fé que acredita que "só-humanos-têm-inteligência" é porque o instinto sabe oque faz, ou seja, é um instinto "estúpido mas inteligente" (...há Fé's com crenças interessantes).

4º ~> ao sair da água o que fará o gato?Penso que não há resposta standart pois depende dos factores envolvidos desde o que encontra, como sesente, a sua experiência pessoal passada, etc.Retoma-se a questão anterior de qual o paradigma sustentado pela Fé dominante, afirmando que só cumpreinstintos ou pode construir e escolher decisões.

Resolvi abandonar este caminho e pesquisar na "inteligência emocional"!

os conceitos de emoção e sentimento pelo que encontrei várias palavrasutilizadas como sinónimos, por ex., emoção, sentimento, intuição, disposição,estado de espírito, palpite, sensação, tendência, às vezes inseridas na mesmafrase e/ou página, mas sem serem clarificadas as suas diferenças.

De um modo geral, emoção é definida com "um estado afectivo", tendo a palavraorigem em emovere que significa pôr em movimento, [! as emoções põem-nosem movimento, são o motor dos nossos comportamentos e são um estadoafectivo que comporta sensações!].

Fazendo uma análise rápida do livro "Cultivez votre intelligence émotionelle" de D. Chabrot (Quebec),encontrei centenas de vezes a palavra emoção nas suas 200 páginas, mas apenas 15 vezes a palavra"sentimento".Apesar de não definir o conceito, D. Chabrot utiliza sempre esta palavra no sentido de "o que se estásentindo", ou seja, é um reconhecimento cognitivo do sentir da/na emoção por interferência do neocortex "contaminar" a actividade do cérebro primitivo, origem da emoção.

Noutros autores encontrei a mesma conexão de "sentimento" à "ideia de reconhecimento" em particular com ouso de um título identificativo (medo, raiva, amor, ódio,!) para enquadramento e reforço do significado, porexemplo, [!a amígdala faz reagir emotivamente criando sentimentos de insegurança!] o que parafraseandose pode dizer [!a amígdala faz reagir emotivamente criando um sentir pessoal reconhecido comoinsegurança...]

É interessante que a ISAEI - International Society of Applied Emotional Intelligence apresenta 10 condiçõescaracterísticas da Inteligência Emocional e só numa aparece a palavra sentimento:

[ AUTO-ESTIMA: ter bons sentimentos a seu próprio respeito independentemente das condições exteriores]

ou numa alternativa de parafraseamento: [...ter um bom reconhecimento do que sente a seu respeito!]

Num teste da mesma organização, para definir o perfil emotivo de uma pessoa, em suas 25 questões, apenasuma se refere a sentimentos:

[10. Não estou ciente dos meus sentimentos]

ou numa alternativa de parafraseamento: [10. Não estou ciente do que reconheço no que sinto].

Resolvi abandonar também este nicho ! e, por sorte, os deuses ofereceram-me uma prenda sobresentimentos.

Hoje de manhã no Café, na mesa à minha frente, estava sentada uma vizinha aquem dou Bons Dias e converso um pouco com o cão fazendo-lhe festas.No Café, ela falava com uma amiga, dizendo:

- "!fiquei muito triste, a minha filha visitou-me, ...mas ela não gosta de mim!!"

Levantei os olhos, olhámo-nos e ela continuou olhando para mim:

- "! o meu cão tem mais sentimentos do que ela!"

Huau! Huauuuu!isto interessa-me !e assim, com um sorriso perguntei suavemente:

- "Porque diz isso", ela respondeu:

- "Porque ele reconhece-me e mostra isso muito bem..!!"

Fiquei a pensar, aqui estava outra vez a dupla "sentimento e reconhecimento".

Quando se diz que alguém não tem sentimentos, não é o mesmo que dizer que não tem emoções, sejapsicólogo ou não seja psicólogo as pessoas não se enganam no que querem dizer.

No caso da minha vizinha, o que o cão diz e a filha não diz é a afirmação "Tu existes", portanto, num casosente-se confirmada-reconhecida como existente e no outro não sente, num caso tem o sentimento de sesentir pessoa e no outro falta-lhe esse sentimento.Como ela existe e sabe disso, o problema não é dela mas do outro ser incapaz de o reconhecer pois !"é umcalhau" incapaz de sentir, de ter sentimentos.

O problema agrava-se porque o cão também dá a mensagem "eu gosto de ti" (abana a cauda) e a filha dá amensagem ..."não gosto de ti" (raramente a olha na cara).

Como síntese, pode dizer-se há 3 factores em jogo "para sentir que os outros têm sentimentos":

1 - sentir - a partir de suas emoções;2 - ver expressões - a partir de comportamentos do outro;3 - reconhecer - a partir de leituras verbal e não-verbal dessas expressões.

Em relação a este último aspecto, que me parece crucial, resolvi entrar na sociologia antropológica pois acoluna vertebral do reconhecer é conhecer léxicos verbais e não-verbais.Como exemplo, procurar descobrir qual é o sentir expresso nas duas fotografias a seguir:

A primeira foto expressa estupidez.

Na segunda, o braço vertical simboliza/expressa ver-se aoespelho e o horizontal estar satisfeito pelo que ambos expressam"estar satisfeito com o que vê", ou seja, ser bonito.

Em complemento, o que se expressa- quando na China um aluno ao ser repreendido sorrigraciosamente;- e quando índios Apaches numa discussão baixam a voz.

Apaches - expressa sentimento de gravidade pois estão zangados que é algo muito sério e exige muito controlo.

China - expressa sentimento de respeito. Sorriso significa agradecimento pela repreensão e pela dignidade de quem dá.

A compreensão da linguagem verbal e não-verbal é a chave para se reconhecer a existência de sentimentosnos outros, porém se não se reconhece não se pode concluir que não têm sentimentos pois "sentir, expressare não ser percebido" não é prova de inexistência.

Aplicando este raciocínio aos "julgamentos" sobre sentimentos de animais" aparecem três alternativas deconclusões:

A - se existir Fé do tipo "humanos como superioridade", a conclusão é uma afirmação, dizendo os animais nãotêm sentimentos porque não são humanos e só os humanos têm sentimentos !!!

B - se existir Fé do tipo "vida como superioridade", a conclusão são três interrogações, dizendo os animaisnão têm sentimentos porque não sentem e/ou porque não expressam e/ou porque não percebemos alinguagem usada ???

C - se não existir Fé alguma, isto é, ser o modelo "calhau", então não têm emoções para sentir portanto nãopodem inferi-las nos outros (pessoas ou animais), nem ver expressões e se vêem não as entendem.Encontrei o conceito "modelo calhau" em certos manuais de treino militar (área "emoções e combate") comopreparação operacional para expurgar emoções que são factor de perda de eficácia:

[...Blunted affect is the scientific term describing a lack of emotional reactivity on the part of an individual!]

e também em Dicionários médicos aparecem conceitos como low neuroticism level, Anhedonia, Apathetic , flataffect,!

Como exercício de treino militar encontrei métodos de com a emoção tirar emoções:

[!durante a recruta é dado a cada soldado um animal como mascote para tratar e cuidar durante todo oestágio como seu animal de estimação, não sabendo que no fim o têm que...degolar!]

pelo que duvido que depois da "experiência" possam admitir que animais (e pessoas) tenham sentimentos seeles próprios os perderam para conseguirem fazer a "degolação".Franz Fanon, psiquiatra francês, em estudos que fez sobre torturadores na ocupação francesa da Argéliaencontrou este "blunted affect" nas suas relações "educativas" de cada um com a mulher e os próprios filhos.Um pequeno video (2 minutos) de um filme representando este treino:

click aqui (senão abrir fazer download)

Em resumo, quer nos animais quer nas pessoas, o cerne da questão dos sentimentos parece estar noreconhecimento da sua existência [...a feeling is your conscious awareness of the emotion itself!], o quearrasta dois planos de análise para a existência de sentimentos:

A ===> nos outros;implica:1- reconhecer léxicos verbais e não-verbais;2- inferir a partir de introspecção pessoal, do tipo "se eu tenho...eles também têm!".

Possivelmente está aqui a dificuldade de assumir a existência de sentimentos nos animais por incapacidadehumana de compreender o seu léxico expressivo e também por impossibilidade de inferir a partir da própriaintrospecção humana, dado que eles não são humanos.É bom não esquecer que "a falta de prova não é prova".

B ===> em si próprio;implica:1 - o reconhecimento da existência da emoção por processos cognitivos (neocortex).2 - todavia o problema não tem esta simplicidade.

Dizer que [...sem reconhecimento de sentimentos pelo neocortex não há sentimentos!] pode originarconclusões absurdas, tais como:

- "Se não reconheço que amo a namorada não tenho sentimento de amor por ela?- " Se não reconheço que odeio a namorada não tenho sentimento de ódio por ela?"- "Se povos primitivos não identificam sentimentos, não os têm !logo são animais?"- "Se um indivíduo tem Alexitimia (dificuldade em verbalizar emoções e descrever sentimentos) está a deixarde ser humano e a passar para animal?"

ou, por analogia, aplicando o raciocínio "sem consciência não existe" à fisiologia, pode dizer-se:

com emoções acabar com emoções

- "Se não reconheço que respiro (em 80% do tempo não se tem consciência)... não respiro?"

O interessante é que apesar de "não reconhecer (não ter consciência) que respira" se se tapa a boca e narizsurge logo consciência da sua falta, o que permite perguntar:

- "Como se pode ter consciência da falta se não se tem consciência da existência ?"

A resposta lógica é "não pode", pois faltam referências.

Talvez Daniel Goleman esclareça um pouco esta questão com o seu conceito de "sentimentos viscerais",

em que relaciona o sentimento visceral com "palpites" como resultado da actividade de centros emocionaisem particular da amígdala que, pelas suas ligações nervosas ao corpo-vísceras, origina processospsicosomáticos e somapsíquicos expressando emoções não conscientes.

Por outras palavras, a consciência da emoção pode ser "consciência cognitiva" focalizada no neocortex ou"consciência corporal" (visceral [??]) localizada nas áreas mais antigas do córtex.Assim no exemplo do respirar já citado quando ele é impedido de funcionar, a consciência corporal que tinhaconsciência da sua existência, avisa a consciência cognitiva do seu desaparecimento.

Muitas vezes estas duas consciências podem estar em desacordo, por exemplo, no jet lag a consciênciacognitiva diz que se está em NewYork e é noite e o corpo diz que se está em Lisboa e é dia, ou a mente diz "ésfeliz" no casamento, emprego, profissão e o corpo diz "não és e tens uma úlcera no estômago".

Regressando aos animais, não sei que animais além dos humanos terão consciência cognitiva, mas pareceque "consciência visceral" é inerente a estar vivo, como demonstra a rápida evolução da consciência dasbactérias para criar defesas na resistência a antibióticos, reduzindo as dezenas de anos necessárias noinício para a meia dúzia de anos actuais.

Na opinião de alguns cientistas corre-se o risco de em poucos anos os antibióticos, que significa anti-vida,deixarem de ter qualquer efeito. Na guerra "vida versus antivida" a consciência, pelo menos visceral, da vida a defender-se é muito forte e nachamada "guerra às bactérias" elas têm experiência de sobrevivência de biliões de anos e nós somos apenasuma espécie recém nascida, por outro lado somos hospedeiros delas e precisamos desses hóspedes. Talveznesta guerra (como noutras) a técnica militar dos "rambos" com a "terra queimada" não seja a melhorestratégia.

Na figura abaixo vê-se um humano e um macaco ambos com a vivência e emoção de família destruída, ohumano por catástrofe, o macaco por assistir a assassínio por caçadores:

repare-se nas semelhanças de expressões corporais (posições uterinas, auto-abraços, fuga "para dentro", pés

abandonados, !), em que, segundo o relato, não foi possível alterar o estado emocional catatónico domacaco pelo que ficou assim até que morreu.

Não conheço o resultado do estado emotivo no humano, mas segundo Mathew Lieberman, que pesquisa e temexperiências sobre "Emotion Recognition", é possível reduzir a intensidade da emoção activando aconsciência cognitiva desse estado pelo seu reconhecimento e identificação, activando o neocortex.

Actualmente os humanos sabem fazer terapia emocional com humanos, o que não acontecia na Idade Média eépocas anteriores, mas não sabem fazê-lo com macacos e outros animais, isso não significa que o problemanão exista nos animais e não seja susceptível de ser apoiado.

Hoje já parece possível apoio psicológico para certos animais (primatas, mamíferos, !), mas o século XXIestá a romper e a destruir as noções de animal ainda formatadas da Idade Média, alargando as fronteiras etrazendo as muitas inteligências não-humanas que connosco convivem na Terra para o primeiro plano, comopor exemplo:

No livro "The Primate Mind" editado por Frans de Waal e Pier Francesco Ferrari, a página 257 tem umafotografia e comentários sobre um macaco a fazer terapia a outro macaco que teve um conflito:

aparentemente ou claramente (depende das Fé's) ambos sentem +expressam +reconhecem +respondem nocampo emocional.

Se se pesquisar a biologia encontra-se [! da bactéria ao humano todo o ser vivo tem um contexto com o qualinterage e do qual recebe informações sob a forma de estímulos!] e ainda [!an emotion is a physiologicalexperience that gives information about the world], podendo concluir que ser estimulado e percorrido porcorrentes bioeléctricas faz parte dos mecanismos-base essenciais dos seres vivos, apenas diferindo no nívelde organização e complexidade com que esta emoção funciona.

Por outro lado parece significar uma igualdade de todos os seres vivos em utilizar "inteligência" paramanipular essa informação e sobreviver. Isto implica a existência no planeta Terra, além de inteligência humana, de vários tipos de outras inteligênciasnão-humanas, funcionando com circuitos neurais diferentes dos humanos, mas não necessariamenteinferiores.

Segundo alguns cientistas, se o século XX foi o século de mutação de paradigmas na Física, o século XXI vaiser o século de mutação de paradigmas na Biologia, obrigando a pesquisar respostas a uma simplespergunta:

- "Afinal o que é o animal não-humano, incluindo de bactérias a primatas?"

Respostas surpreendentes vêm de todo o lado, desde biologia molecular e estudos de ADN até à botânica ezoologia passando pela neurociência e antropologia, as rupturas são claras, mas o que ainda parece ser maisclaro é que a pergunta:

- "Afinal o que é o animal humano ?"Parece que terá de abandonar as respostas pré-Históricas que ainda usa ao considerar todos os não-humanoscomo "coisas" ao seu serviço.Parafraseando um antropólogo ao comparar esta mentalidade com a mentalidade tribal em que [!os humanos

são considerados apenas como mais um vivente na comunidade de viventes!] nós ainda consideramos osanimais como uma espécie de [!calhaus vivos!].

Exemplos:

Será que! voar é menos complexo que andar ?! e respirar por guelras é menos complexo que por pulmões ?! e fazer milhares de cálculos geodésicos de cabeça (corvo quebra nozes) é menos complexodo que fazer meia dúzia por computador (humanos) ?! e ter um córtex a usar um olfacto com cerca de 5 milhões de sensores (humanos) é maiscomplexo do que ter um córtex a usar um com mais de 200 milhões de sensores (cão) ?

Porque é que inventar a roda é uma característica humana de [aquisiçãosubjectiva de conhecimento objectivo!]! e os corvos usarem cabides metálicospara fazer ninhos não é porque [os animais só têm automatismos!]?Portanto, os corvos não fazem aquisições subjectivas de conhecimentosobjectivos e não constroem aprendizagens. Portanto donde vem o automatismodos cabides?... já estava nos genes ?

O ser humano tem cerca de 85 biliões de neurónios quase todos no crânio e opolvo tem cerca de 100 a 500 milhões com mais de 50% estão espalhados pelos 8tentáculos (cada um com cerca de 40 milhões) que actuam independentes etambém coordenados e têm tacto e sabor (detectam químicos).Têm visão aperfeiçoada, reconhecem e recordam rostos humanos de quem nãogostam, aprendem tarefas e usam instrumentos. (Univ. de Edinburgo e Univ. Hebraica , neurocientista Nir Nesher)

Numa média de 9 sessões, pombos foram ensinados a identificarpinturas de Chagall e Van Gogh, distinguindo pinturas ainda nãovistas, mesmo a preto e branco e ainda de escolas semelhantes.Os resultados mostraram [!capacidades de aprendizagem deconceitos abbstractos!](Depart Psicologia, Univ. Keio, Tokyo, Japão)

já não falando na muita documentação existente sobre primatas, baleias, golfinhos, cães, lobos, aves, etc,pode-se acrescentar as organizações comunitárias de abelhas, formigas, alcateias, etc.Como exemplo,

Nicolette Perry em 1983 escreve sobre formigas que têm rebanhos depulgões guardados em cercas de terra e folhas coladas com sua saliva e quelevam ciclicamente para alimentação e ordenha, abrigam e protegem contrapredadores reconhecidos e diagnosticados pelas suas intenções.Ver também Profs. G. McGavin & Adam Hart, Glasgow Science Center eUniversidade de York, UK.

Para terminar,

dois pequenos vídeos para dar opiniões sobre emoções e sentimentos e para decidir se são o mesmo ou seescolhem A) ou B):

A - prova os sentimentos entre humanos porque só os humanos têm sentimentos baseados em emoções;

B - prova as emoções entre animais porque os animais só têm emoções e não sentimentos.

click aqui (senão abrir fazer download)

click aqui (senão abrir fazer download)

Como conclusão

Não me parece que este reconhecer transforme a emoção em sentimento mas sim apenas favoreça o seucontrolo, operacionalidade e gestão. Quer dizer que a emoção originada em estimulos externos, internos ou ideias, quer controlada oudescontrolada, tem sempre conexões com consciência cognitiva e/ou visceral.

O conceito sentimento talvez seja apenas uma questão de verbalização pois dir-se-á a emoção é sentida sese usar um verbo ou dir-se-á a emoção é um sentimento se se usar um substantivo.

Parece que a consciencialização cognitiva faz diferença na operacionalidade, controlo e gestão da emoção,mas não é por isso que se adquire uma essência nova, o chamado sentimento, porque ele existe igualmentesem consciência cognitiva, vide os processos somapsíquicos. O núcleo dos modelos da inteligência emocional está muito focalizado nos mecanismos da consciênciacognitiva quer para aumentar quer para reduzir as emoções.

Senti(r#mo)mentos

(Ref.:

in Winters tale, 2014 (2m02s)

in YouTube (1m00s)

Frans de Waal