Os caminhos d' O Marinheiro entre criação e auto-tradução

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Os caminhos d' O Marinheiro entre criação e auto- tradução Claudia J. Fischer (Universidade de Lisboa) La mer, cette mer qui inonde Peut croire que la couleur, Cette couleur blue et profonde Lui appartient comme son coeur C'est le reflet hélas! d'un autre monde C'est le reflet du ciel, et jamais l'onde [...] 1 Com o subtítulo “Drama estático em um quadro” – género que, atendendo a diversas anotações no seu espólio, pretendia vir a desenvolver –, Pessoa publica O Marinheiro no primeiro número da revista Orpheu em Março de 1915. Tratando-se do único drama alguma vez completado e publicado por Pessoa em vida 2 e tendo em consideração que este guardava meticulosamente toda a sua produção escrita, é de estranhar que não se encontre entre os seus papéis um manuscrito ou dactiloscrito desta obra que, nas suas palavras (ou de alguns dos seus heterónimos), se destacava por uma excelência poética. Num fragmento, possivelmente destinado a circular como crítica à revista Orpheu, que considerava ser o porta-voz da estética sensacionista, 1 Versos iniciais de poema em francês atribuível a Alexander Search (Pessoa 2014: 281). Sendo provável que a ortografia errada de "blue" − no lugar de "bleue" − tenha resultado de um lapso, ela reflecte uma interferência entre as línguas que, a par do português, Pessoa usou para compor poesia: o inglês e o francês. 2 Encontram-se no espólio pessoano esboços de outros dramas, como o Fausto (Pessoa, 1952 e 1988) e fragmentos dramáticos dos quais alguns manuscritos foram pela primeira vez publicados por Lopes em 1977. Quanto ao projecto de escrever mais dramas estáticos, constam do espólio da Biblioteca Nacional de Portugal anotações dispersas que remetem para essa intenção. (Cf. Fischer, 2012).

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Os caminhos d' O Marinheiro entre criação e auto-tradução

Claudia J. Fischer (Universidade de Lisboa)

La mer, cette mer qui inondePeut croire que la couleur,Cette couleur blue et profondeLui appartient comme son coeurC'est le reflet – hélas! d'un autre mondeC'est le reflet du ciel, et jamais l'onde [...]1

Com o subtítulo “Drama estático em um quadro” – géneroque, atendendo a diversas anotações no seu espólio,pretendia vir a desenvolver –, Pessoa publica O Marinheiro noprimeiro número da revista Orpheu em Março de 1915.Tratando-se do único drama alguma vez completado epublicado por Pessoa em vida2 e tendo em consideração queeste guardava meticulosamente toda a sua produção escrita,é de estranhar que não se encontre entre os seus papéis ummanuscrito ou dactiloscrito desta obra que, nas suaspalavras (ou de alguns dos seus heterónimos), se destacavapor uma excelência poética. Num fragmento, possivelmentedestinado a circular como crítica à revista Orpheu, queconsiderava ser o porta-voz da estética sensacionista,

1 Versos iniciais de poema em francês atribuível a Alexander Search(Pessoa 2014: 281). Sendo provável que a ortografia errada de "blue" −no lugar de "bleue" − tenha resultado de um lapso, ela reflecte umainterferência entre as línguas que, a par do português, Pessoa usoupara compor poesia: o inglês e o francês. 2 Encontram-se no espólio pessoano esboços de outros dramas, como oFausto (Pessoa, 1952 e 1988) e fragmentos dramáticos dos quais algunsmanuscritos foram pela primeira vez publicados por Lopes em 1977.Quanto ao projecto de escrever mais dramas estáticos, constam doespólio da Biblioteca Nacional de Portugal anotações dispersas queremetem para essa intenção. (Cf. Fischer, 2012).

atribui a este drama qualidades que remontam à tradiçãodramática da Grécia Antiga:

O mais extraordinario é a grande divergencia de individualidadesque uma corrente tão nova já comporta. Ha os poemas de Sá-Carneiro,perturbadores e geniaes […] e, finalmente, esse nocturno “dramaestático” de Fernando Pessôa, revelação de uma vida interiorespantosamente rica, e onde o fogo central de uma tragedia que sepassa apenas nos sonhos de trez figuras (ellas proprias talveztambem sonhos) é contido dentro de uma sobriedade externa difficilde encontrar fóra da Grecia antiga. (Pessoa, 2009: 47).

Para uma projectada antologia inglesa de poetassensacionistas e entrando na pele de um hipotéticoprefaciador, Pessoa compara O Marinheiro com a produçãodramatúrgica precisamente daquele que, nos finais do séculoXIX, se evidenciara pela criação do chamado "théâtrestatique" − o dramaturgo simbolista Maurice Maeterlinck −,e vê naquele uma superação qualitativa de prerrogativaspoéticas advogadas pelos simbolistas, tal como a subtilezae a nebulosidade poéticas:

Fernando Pessoa is more purely intellectual; his power lies more inthe intellectual analysis of feeling and emotion, which he hascarried to a perfection which renders us almost breathless. Of hisstatic drama The Sailor a reader once said: “It makes the exteriorworld quite unreal”, and it does. No more remote thing exists inliterature. Maeterlinck’s best nebulosity and subtlety is coarseand carnal by comparison. (Pessoa, 2009: 216)3.

Já num registo totalmente diferente e "depois de ler oseu drama statico O Marinheiro em Orpheu I", o engenheiroÁlvaro de Campos dedica a Fernando Pessoa um poema jocoso,no qual satiriza a "langorosa magia" das suas personagens:

Depois de doze minutosDo seu drama O Marinheiro,Em que os mais ageis e astutosSe sentem com somno e brutos,E de sentido nem cheiro,Diz uma das veladorasCom langorosa magia:

3 Texto publicado pela primeira vez na revista Tricornio, a 15 de Novembrode 1952. Em Pessoa (1966), é atribuido a Álvaro de Campos, porém nãohá no espólio assinatura que esclareça a sua paternidade. Zenith(2007: 240) atribui o texto a Thomas Crosse.

               De eterno e bello ha apenas o sono. Porque estamos nós fallando

ainda?

Ora isso mesmo é que eu iaPerguntar a essas senhoras...

(Pessoa, 2014a: 228)4

Eis três exemplos paradigmáticos para a ilustração dodiálogo bidireccional entre leituras e escritas que a obrapessoana frequentemente deixa entrever. A partir da leiturade Maeterlinck5, no original em francês, Pessoa parece, como seu Marinheiro, ter embarcado na aventura da sua própriareinterpretação do drama estático, procurando superar amatriz, transformá-la com a sua poética polifónica, na sualíngua materna, encenando depois um teatro de crítica, ondereintegra os protagonistas das suas criações e leituras.

Acontece que − além do facto de não constar no espólioa versão que conhecemos publicada no Orpheu − se encontramentre os seus papéis nada menos que 25 folhas (algumasmanuscritas e outras dactilografadas) de passagens d' OMarinheiro em francês e duas com passagens manuscritas eminglês. Trata-se de um caso particularmente interessante deauto-tradução, não só por envolver versões, concebidas pelopróprio autor, de um mesmo texto em três línguas, mastambém por convidar a uma discussão fecunda acerca doslimites da auto-tradução relativamente ao acto criativo daescrita. 4 Este poema foi publicado ainda em vida de Pessoa, encabeçado pelo otítulo "depois de ler o seu drama statico O Marinheiro em Orpheu I"(Pessoa 1929).5 Constam na biblioteca particular de Pessoa, albergada na CasaFernando Pessoa, três volumes muito sublinhados de peças de teatro deMaeterlinck (Casa Fernando Pessoa 8-333), adquiridos no seu dia deaniversário em 1914 e, de André Beaunier, La Poésie nouvelle (Casa FernandoPessoa 8-31), cujo capítulo sobre Maeterlinck se encontra igualmentebastante sublinhado, sobretudo onde se transcrevem citações destedramaturgo (cf. Pizarro, Ferrari, Cardiello, 2010). Refira-se tambémuma página do diário de Pessoa que assinala a leitura de Maeterlincknos dias 3 e 4 de Junho de 1914, alguns dias antes da aquisição dolivro (Pessoa, 2009: 449). N' O Marinheiro verifica-se uma clarainfluência do drama L'Intruse, de 1891, bastando para tal ver adidascália inicial. Tal não significa, contudo, que esta seja a únicainfluência literária para a concepção do drama de Pessoa. Para umestudo de outras possíveis fontes para O Marinheiro (nomeadamenteNikolai Evréinof e Oscar Wilde), consulte-se Fischer (2012).

Num artigo recente sobre auto-tradução, Susan Bassnett(2013) começa por considerar esta designação problemática efalaciosa, visto a noção de tradução pressupor a existênciade um binómio entre um original de partida e uma traduçãode chegada, o que raramente se observa no caso de autoresque são bilingues ou cujo universo de escrita se movimentaentre línguas. O testemunho de muitos destes autores apontaantes para uma escrita em que o texto se vai reconfigurandoentre línguas, podendo, inclusive, a tradução fazer partedo processo de constituição do "original". A par do casomais conhecido de Samuel Beckett6, tem vindo a ser descritatoda uma diversidade de exemplos que legitima aproblematização de uma definição demasiado linear de auto-tradução. Refira-se, entre outros, o autor queniano NgugiWa Thiong'o (2009) que, relatando a sua experiência de umaauto-tradução repentinamente convertida num processo decriação, faz uso da sugestiva imagem: "The muse wouldpossess me again".

Como se sabe, no caso de Pessoa, a solidez edesenvoltura no domínio da língua inglesa, adquiridas nosseus anos de escolaridade em Durban, mantiveram-se até àsua morte, sendo esta a língua escolhida no que diziarespeito à maioria das suas leituras comprovadas7 e a umaparte substancial dos seus escritos poéticos, ensaísticosou de ordem prática. Já o francês, língua que dominava naperfeição para a leitura, não se oferecia de forma tãonatural no que dizia respeito à sua escrita8, justificando-se assim plenamente a suposição de que, no caso d' OMarinheiro, a versão portuguesa seja o original − aquela queatingiu a forma acabada e se viu publicada no Orpheu −,constituindo as versões francesa e inglesa esboçosposteriores de traduções deste texto de partida.9 Porém,uma análise cuidada dos rascunhos franceses de Pessoapoderá subverter a ideia vigente e consolidada de que os

6 Como exemplo flagrante de como a auto-tradução é antes recriaçãoentre línguas, Bassnett refere o volume Poems in English by Samuel Beckett,publicado em 1961, onde o autor apresenta versões bilingues de poemastraduzidos de forma muito infiel. (Cf. Basnett 2013: 22). 7 Cf. Pizarro, Ferrari, Cardiello (2010).8 Contudo, Pessoa deixou diversos poemas e fragmentos poéticos escritosem francês, recentemente publicados em França (Pessoa 2014).9 Publicando algumas imagens dos fragmentos franceses d' O Marinheiro,Lopes (1977) defende esta tese, nunca questionada até Fischer (2012).

fragmentos em francês do drama estático Le Matelot sejammeros esboços de tradução do original português.10

Começando pela abertura do drama, o facto de delaexistirem nada menos do que seis versões em francês11

levanta de imediato a suspeita de estarmos perante umprocesso de natureza criativa em lugar da tradução de umoriginal fixado. Contudo, é a observação de algumas opçõestradutórias que nos levam à sensação de que, casoconsideremos como ponto de partida a versão portuguesa, nosencontramos por vezes do lado errado do espelho12. Talacontece principalmente quando, em confronto com a versãoportuguesa, se verifica um manifesto empobrecimento dasescolhas poéticas na passagem do português ao francês − oque corresponderia a um enriquecimento se considerássemos osentido inverso. Apenas a título de exemplo13, seriadifícil de conceber que uma passagem como "quando alguémcanta, eu não posso estar comigo. Tenho que não poderrecordar-me", fosse traduzida por Pessoa simplesmente como"Quand on chante, je ne puis pas me souvenir", comoencontramos num dos fragmentos em francês. Por outro lado,uma locução como "chez mon passé", vertida para "em casa demeu passado”, trai claramente a sua origem gálica, criando,por seu lado, um efeito poeticamente inovador na línguaportuguesa.

São contudo dois manuscritos (74B-20 e 74B-22)14 queparecem fornecer-nos as provas mais persuasivas para a tesede que Pessoa, embalado pela leitura de Maeterlinck,começou por conceber o seu drama em francês e,10 A hipótese de o arqui-Marinheiro ter sido inicialmente concebido emfrancês teria um precedente na génese do drama estático de OscarWilde, Salomé, concebido em francês, na sequência da leitura deMaeterlinck.11 Para a obtenção de todas as cotas e reproduções dos documentosrelativos a O Marinheiro em francês e em inglês, consulte-se Fischer(2012). 12 A metáfora do espelho para representar o processo da tradução e aideia de a auto-tradução implicar a viragem do espelho, de modo a queoriginal e tradução trocam de lugar, é uma reflexão desenvolvida porSantoyo (2013). 13 Cf., em Fischer (2012), todos os exemplos de confrontação quereforçam a tese de que os primeiros esboços do drama foram concebidosem francês, tendo ulteriormente sido desenvolvidos na versãoportuguesa. 14 As cotas dizem respeito à localização dos documentos no espólio E3, guardado na BNP.

aparentemente perdendo o fôlego numa língua que nãodominava com mestria, acabou por lhe dar uma forma completae publicável em português. No primeiro documento, trata-sede um momento avançado da peça, seguido da didascáliafinal. Numa escrita tortuosa em francês, um diálogo entreas veladoras deixa-nos entrever uma passagem em português.

Fig. 1. Pormenor de BNP/E3, 74B-20r

Transcrição:

Il est humain et convenable que nous prenions <une> [↑ chacuneson] attitude de tristesse [↓ a sua postura servil de tristeza]

Versão publicada no número I da revista Orpheu:

É humano e conveniente que tomemos, cada qual, a sua atitude detristeza.15

Já no verso da mesma folha, que corresponde à continuaçãodesta passagem, o francês desaparece e o autor deixa-seinteiramente levar para a criação em português, dando formaa um momento fulcral da obra, a didascália final, cujaspalavras são levadas ao rubro na versão publicada.

Fig. 2. Pormenor de BNP/E3, 74B-20v

15 A versão publicada aproxima-se mais da escolha lexical francesa(attitude/atitude).

Transcrição:

Um gallo canta<,>/.\ <a>/A\ luz, parece que subitamente, augmenta…Chia ao longe um carro n’uma estrada… As trez veladoras quedam-sesilenciosas e tristes e sem olharem umas para as outras. [↑ cadauma sem olhar para as outras]Ao longe [↑ No fim], <na> [↑ n’uma] estrada, um vago carro geme echia

Versão publicada:

Um galo canta. A luz, como que subitamente, aumenta. As trêsveladoras quedam-se silenciosas e sem olharem umas para as outras.Não muito longe, por uma estrada, um vago carro geme e chia.

No documento com a cota 74B-22 é ainda mais notóriocomo, em pleno acto da escrita, ocorre a cedência à línguaque predomina no poeta, convertendo o processo criativo emfrancês num processo criativo em português.

Fig. 3. BNP/E3, 74B-22r

Transcrição :

<Comme> comme s’il ne se passait pas. Voyez; le ciel est déjàvert… L’horizon se dore… Mes yeux /sont chaudes/ comme si j’avaispleuré. [↓ de (eu ter pensado em chorar) ↓ poder ter chorado]- Vous avez en effet pleuré, ma soeur.- Peut-être. [↓ Dizei-me uma cousa… <Seremos nos> ↑ Porque nãoserá a unica cousa real n’isto tudo o marinheiro, e nós e tudoisto apenas um sonho d’elle… E… Porque olhastes assim?]– Não falleis mais, não falleis mais… Isso é tão estranho quedeve ser verdade… Não continueis… O <†> que ieis dizer <deve> nãosei o que é, mas deve sêr demais n’alma… Tenho mêdo do que ieis [↑não chegastes a] dizer.– Vêde, vêde, é já dia… etc. – Ø

Torna-se aqui bem evidente que o documento não nos dátestemunho de uma tradução francesa de um originalportuguês, mas sim que − adoptando a imagem de Ngugi WaThiong'o − a musa francesa, incapaz de corresponder aoímpeto poético do momento, passou a palavra à musaportuguesa. A haver auto-tradução (como gesto fundador dacriação, note-se), ela ocorreu posteriormente, daspassagens em francês para o português, visando dar formafinal ao drama publicado no Orpheu. Este facto não excluievidentemente a possibilidade de Pessoa vir a consideraruma re-auto-tradução, desta vez completa, para o francês epara o inglês16, como parece revelar a pequena anotação17

também existente no espólio:

Fig. 4. Pormenor de BNP/E3, 133M-98 r; Pessoa, 2009: 438

Graças às pistas deixadas na profícua arca, O Marinheirorevela-se, assim, um lugar de contaminação entre leitura,escrita e tradução, peças móveis de uma dinâmicaprofundamente enraizada no processo criativo de Pessoa.Nascida, neste caso, como onda em reacção a uma leituranesta língua, a escrita em francês acabou, porém, por serevelar ao poeta como "le reflet – hélas! d'un autremonde"18.

Referências bibliográficas

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16 Ao contrário dos documentos em francês, as versões em inglês depassagens d' O Marinheiro não oferecem dúvidas de que correspondem atraduções da versão portuguesa.17 Anotação que, além disso, reforça a ligação do drama de Pessoa a Maeterlinck.18 Cf. poema em epígrafe.

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