O QUE É FÍSICA
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O QUE É FÍSICA?
Vimos que parte da Física é um estudo do movimento, incluindo
acelerações, que são variações em velocidades. A Física é
também um estudo do que pode causar a aceleração de objetos.
Esta causa é uma força que é como um empurrão ou puxão no
objeto.
Pode –se dizer que a força age sobre o objeto para mudar sua
velocidade, por exemplo, quando um carro de Fórmula 1 acelera
na largada de um grande prêmio, uma força da pista atua nos
pneus traseiros provocando a aceleração do veículo. Quando um
jogador de defesa segura um atacante do time adversário, uma
força do primeiro atua sobre o segundo para provocar a
desaceleração deste.
MECÂNICA NEWTONIANA
A velocidade de um objeto pode mudar (o objeto pode acelerar)
quando o mesmo está sob a ação de uma ou mais forças
(empurrões ou puxões) de outros objetos. A mecânica Newtoniana
relaciona acelerações e forças.
FORÇA
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São grandezas vetoriais. Seus módulos são definidos em termos
da aceleração que elas provocam no quilograma padrão a
exatamente 1/ms² tem um módulo definido como de 1N. O sentido
de uma força é o sentido da aceleração que ela provoca. Forças
são combinadas de acordo como as regras das álgebras
vetoriais. A força é resultante sobre o corpo. Fig. 5-1
Fig 5-1 Uma força F→ aplicada ao quilograma padrão provoca uma
aceleração a→.
PRIMEIRA LEI DE NEWTON
Quando a força resultante que age sobre um corpo é zero, o
corpo permanece em repouso ou se move em linha reta com
velocidade escalar constante.
Se nenhuma força resultante atua sobre um corpo (F‾res = 0), a
velocidade do corpo não pode mudar, ou seja, não pode
acelerar.
Podem existir múltiplas forças atuando sobre o corpo, mas se a
resultante dessas forças for nula no corpo não pode acelerar.
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REFERENCIAIS INERCIAIS
Sistemas de referência nos quais vale a mecânica de Newton são
chamados de sistemas de referência inerciais ou referenciais
inerciais. Sistemas de referência nos quais não vale a
mecânica de Newton são chamados de referência não inerciais ou
referenciais não – inerciais. Por exemplo, podemos supor que o
solo é um sistema inercial desde que possamos desprezas o0s
movimentos astronômicos da Terra (por exemplo sua rotação).
Esta suposição funciona bem se, digamos, deslizamos um disco
ao longo de uma curta faixa de gelo sem atrito – concluiríamos
que o movimento do disco obedece às leis de Newton. Contudo,
suponha que o disco deslize sobre uma longa faixa de gelo que
estende de norte a sul (Fig. 5 -2a). Se observamos o disco a
partir de um referencial estacionário no espaço, o disco se
move para o sul ao longo de uma trajetória retilínea porque a
rotação da Terra não altera trajetória do disco, já que, por
hipótese, não há atrito. Contudo, se observamos o disco de um
ponto sobre a Terra o qual gira com a mesma, a trajetória do
disco não é simplesmente reta. Como a velocidade do solo sob o
disco, para leste, aumenta na medida em que o disco se afasta
do pólo, do nosso ponto de observação fixo no solo o disco
parece ser defletido para o oeste (Fig. 5-2b). Esta deflexão
aparente é causada não por uma força, como exigem as leis de
Newton, mas pelo fato de que observamos o disco a partir de um
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referencial girante. Nesta situação, o solo é um referencial
não inercial.
Fig. 5-2 (a) A trajetória de um disco escorregando a partir do Polo Norte como
visto de um ponto estacionário no espaço. A terra gira para o leste. (b) A
trajetória do disco visto por um observador no solo.
MASSA
A massa de um corpo é a propriedade do corpo que relaciona a
aceleração do corpo à força responsável pela aceleração. A
massa é uma grandeza escalar.
Podemos dizer que amassa de um corpo é a característica que
relaciona a força sobre o corpo com a aceleração resultante.
Para o corpo X e o corpo padrão, isso nos diz que mxm0=a0ax,
resolvendo obtemos:
mx = m0 a0ax = (1,0 kg)
1,0m /s²0,25m /s² = 4,0 kg, nossa conjectura será
útil, evidentemente, apenas se a mesma continuar válida quando
mudarmos a força aplicada para outros valores. Por exemplo se
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aplicarmos uma força de 8,0 N a um corpo padrão, obteremos uma
aceleração de 8,0 m/s². Quando a força de 8,0 N é aplicada ao
corpo X, obtemos uma aceleração de 2,0 m/s². Nossa conjectura
nos dá, então, mx = m0 a0ax = (1,0 kg) 8,0m /s²
2,0m /s² = 4,0 kg,
compatível com nosso primeiro experimento.
Nossos experimentos indicam que massa é uma característica
intrínseca de um corpo, ou seja, uma característica que vem
automaticamente com a existência do corpo e também indicam que
a massa é uma grandeza escalar.
SEGUNDA LEI DE NEWTON
A força resultante F‾res que age sobre um corpo de massa m está
relacionada à aceleração a‾ do corpo através da equação:
Fres = max . Fresy = may e Fresz = mas,
De acordo com a segunda lei, em unidade SI, 1N = 1 Kg.m/s2 .
O diagrama de corpo livre é um diagrama simplificado no qual
apenas um corpo é considerado. Esse corpo é representado por
um ponto ou por um símbolo, As forças externas que agem sobre
o corpo são representadas por vetores. E um sistema de
coordenadas é superposto ao desenho.
A segunda de Lei de Newton: A força resultante sobre o corpo é
igual ao produto da massa do corpo pela sua aceleração.
Tabela 5 - 1
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Unidades na segunda lei de newton (Eqs. 5-1 e 5-2)Sistema Força Massa AceleraçãoSI
CGSa
Britânico
Newton (N)
Dina
Libra (lb)
Quilograma
(kg)
Grama (g)
Slug
m/s²
cm/s²
ft/s²
a1 dina = 1 g . cm/s2
a1 lb = 1 slug . ft/s2
Como outras grandezas vetoriais, a Eq. 5-1 é equivalente a
três equações para os componentes, uma para cada eixo de um
sistema de coordenadas xyz.
TERCEIRA LEI DE NEWTON
Quando dois corpos interagem, as forças exercidas por um sobre
o outro são sempre iguais em módulos e têm sentidos opostos.
Fig. 5 .12 (a)/(b)
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Fig. 5-12 (a) o livro L está apoiado na caixa C. (b) As forças FCL (a força
da caixa sobre o livro) e FLC (a força do livro sobre a caixa) têm o mesmo
módulo e sentidos contrários.
Se um corpo C aplica a um corpo B uma força F‾CB, o corpo B
aplica ao corpo C uma força F‾ CB tal que: F‾BC = - F‾CB
ALGUMAS FORÇAS ESPECIAIS:
A força gravitacional F‾g exercida sobre um corpo é um tipo
especial de atração que um segundo corpo exerce sobre o
primeiro. Na maioria das situações apresentadas neste livro o
segundo corpo é a Terra ou outro astro.
No caso da Terra, a força é orientada para baixo, em direção
ao solo que é considerado um referencial inercial.
O módulo de F‾g é Fg = mg. Onde m é a massa do corpo e g é o
módulo da aceleração em queda livre.
O peso P de um corpo é módulo da força para cima necessária
para equilibrar a força gravitacional a que o corpo está
sujeito. O peso de um corpo está relacionado à sua massa
através da equação: P = mg.
A força normal F‾g é a força exercida sobre um corpo pela
superfície na qual o corpo está apoiado. A força normal é
sempre preferencial à superfície. A força de atrito F‾ é força
exercida sobre um corpo quando desliza ou tenta deslizar sobre
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uma superfície. A força é sempre paralela à superfície e tem o
sentido oposto ao do deslizamento.
Em uma superfície ideal, a força de atrito é desprezível.
Quando há uma força está sob tensão, cada extremidade da corda
exerce uma força sobre o corpo. A força é orientada ao longo
da corda, para longe do ponto (a força é orientada) onde a
corda está presa ao corpo.
No caso de uma corda sem massa (uma corda de massa
desprezível) as tensões nas duas extremidades da corda têm o
mesmo módulo T, mesmo que a corda passa por uma polia sem
massa e sem atrito. Fig. 5-10 (a)
Fig. 5-10 (a) A corda esticada está sob tensão. Se a sua massa for
desprezível, a corda puxa tanto o corpo quanto a mão com uma força de
módulo T, mesmo que a corda passe por uma polia sem massa e sem atrito,
como em (b) e (c).
PROBLEMA 1
Nas figs. 5.3a a c, uma ou duas forças atuam sobre um disco
que se move sobre o gelo sem atrito ao longo do eixo x, em um
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movimento unidimensional. A massa do disco é m = 0,20 kg. As
forças F→1 e F→
2 são dirigidas ao longo do eixo e tem módulos F1
= 4,0 N e F2 = 2,0 N. A força F→3 está dirigida segundo um
ângulo 0 = 30º e tem módulo F3 = 1,0 N. em cada situação, qual
é a aceleração do disco ?
Solução: a idéia fundamental em cada situação é que podemos
relacionar a aceleração a com a força resultante Fres = ma.
Contudo, como o movimento ocorre apenas ao longo do eixo x,
podemos simplificar cada situação escrevendo a segunda lei
apenas para componente x:
Fres,x = max.
Os diagramas de corpo livre para as três são dados nas figs.
5-3d a f com o disco representado por um ponto. Para a fig 5-
3d., onde apenas uma força horizontal atua, a eq. 5-4 nos dá
F1=max, a qual, com os dados fornecidos, nos dá ax = F1m =
4,0N0,20kg = 20 m/s².
A resposta positiva indica que a aceleração está no sentido
positivo do eixo x.
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Fig. 5-3 (a)-(c) Em três situações, forças atuam sobre um
disco que se move ao longo do eixo x. (d)-(f) diagramas de
corpo livre.
Na fig 5-3e duas forças horizontais atuam sobre o disco, F1 no
sentido positivo do eixo x e F2 no sentido negativo. Agora a
Eq. 5-4 nos dá F1 – F2 = max , a qual, com os dados fornecidos,
nos dá ax = F1–F2
m = 4,0N−2,0N0,20kg = 10 m/s².
Portanto, a força resultante acelera o disco no sentido
positivo do eixo x.
Na fig 5-3f, a força F3, não está dirigida ao longo da direção
da aceleração do disco, apenas sua componente f3x está. (A
força F3 é bidimensional, mas o movimento é apenas
unidimensional), portanto escrevemos a eq 5-4 como, F3,x – F2 =
max.
A partir da figura, vemos que F3,x = F3 cos 0. Resolvendo para a
aceleração e substituindo o valor de F3,x temos que ax =F3,x−F2
m = F3cos0−F2m = (1,0N)¿¿ = -5,7 ms².
Portanto, a força resultante acelera o disco no sentido
negativo do eixo x.
PROBLEMA 2
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Ilusão na decolagem. Seu senso da direção vertical depende de
indícios visuais e do sistema vestibular localizado em seu
ouvido interno. Este sistema possui pequenas células ciliadas
em um liquido. Quando sua cabeça está para cima, os cílios
estão verticalmente alinhados com a força gravitacional Fg
sobre você e o sistema envia sinais para seu cérebro
informando que sua cabeça está para cima. Quando você inclina
sua cabeça para trás de um ângulo , os cílios se curvam e o
sistema informa seu cérebro sobre a inclinação. Os cílios
também são encurvados quando você é acelerado para frente por
uma força horizontal aplicada Fapl. Neste caso, o sinal enviado
para seu cérebro indica, erradamente que sua cabeça está
inclinada para trás, para ficar alinhada com a resultante Fsoma
= Fg + Fapl (Fig 5-11a). contudo, o sinal equivocado é ignorado
quando informações visuais claramente indicam que não há
inclinação, como, por exemplo, quando você é acelerado dentro
de um carro.
Um piloto que é arremessado ao longo do convés de um porta
aviões a noite praticamente não tem referencias visuais. A
ilusão de inclinação é forte e muito convincente, resultando
na sensação do piloto de que a aeronave decola fortemente
inclinada para cima. Sem treinamento apropriado, um piloto vai
tentar nivelar a aeronave inclinando seu nariz fortemente para
baixo, enviando-a para o mar. Suponha que, partindo do
repouso, um piloto sofre uma aceleração horizontal constante
até atingir a velocidade de decolagem de 85 m/s em 90m. Qual é
o ângulo da inclinação ilusória sentida pelo piloto?
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Solução: Precisamos encontrar o ângulo da linha obtida com o
prolongamento do vetor Fsoma, o vetor resultante da força
gravitacional vertical Fg atuante sobre o piloto e a força
horizontal Fapl aplicada sobre o piloto pelo assento. Nossa
primeira idéia fundamental é que podemos encontrar dispondo
as forças como na Fig.5-11b e escrevendo então tan = FaplFg ,
= tan-1(FaplFg
).
Nossa segunda ideia fundamental é que podemos usar a segunda
lei de newton para relacionar o módulo da força aplicada Fapl
com a aceleração do piloto ax:Fapl = max, onde m é a massa do
piloto. A terceira idéia fundamental é que, como a aceleração
é constante, podemos usar as equações da tabela 2-1 para
encontrar ax, como conhecemos a velocidade inicial (v0=0), a
velocidade final (vx = 85 m/s) e o deslocamento (x – x0 = 90m),
usamos a Eq. 2-16 (v2 = v20 + 2a (x – x0)) para escrever (85
m/s)² = 0² + 2ax(90m), ax = 40,1m/s².
Então, pela segunda lei de Newton, Fapl = m(40,1m/s²).
Substituindo este resultado e F8=m(9,8m/s²) na eq.5-15, temos
que = tan-1 ¿) = 76º.
Portanto enquanto a aeronave é acelerada ao longo do convés do
porta aviões, o piloto sente uma ilusão de inclinação para
trás de 76º. Esta ilusão pode induzir o piloto a inclinar o
nariz da aeronave de um mesmo ângulo para baixo logo após a
decolagem.
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Fig 5-11 (a) A força Fapl, dirigida para a direita, é aplicada
sobre o piloto durante a decolagem. A cabeça do piloto sente
como se estivesse inclinada para trás ao longo da linha
segmentada. (b) O vetor soma Fsoma = Fg + Fapl faz um ângulo com
a vertical.
PROBLEMA 3
Na fig. 5-20ª, uma força horizontal constante Fapl de módulo 20
N é aplicada ao bloco A de massa mA = 4,0 kg, que empurra o
bloco B de massa mB = 6,0 kg. Os blocos deslizam sobre uma
superfície sem atrito, ao longo de um eixo x.
(a) Qual é a aceleração dos blocos ?
Solução: primeiramente examinaremos uma solução com um erro
sério, depois uma solução sem saída e então uma solução
completa. Erro sério: como a força Fapl é aplicada diretamente ao
bloco A, usamos a segunda lei de Newton para relacionar essa
força à aceleração a do bloco A. Como o movimento é ao longo
do eixo x, usamos a lei para a componente x(Fres,x=max),
escrevendo-a como Fapl – FBA = MAa. Contudo isso está seriamente
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errado porque Fapl não é a única força horizontal atuante sobre
o bloco A. Também existe a força FBA exercida pelo bloco B
(Fig.5-20b).
Solução sem saída: vamos agora incluir a força FBA escrevendo,
de novo para o eixo x,
Fapl-FBA=mAa.
(Usamos o sinal menos para levar em conta o sentido de FBA)
como FBA é uma segunda incógnita, não podemos resolver esta
equação para a.
Solução completa: a idéia fundamental aqui é que, devido ao
sentido no qual a força Fapl é aplicada, os dois blocos formam
um sistema rigidamente conectado. Podemos relacionar a força
resultante sobre o sistema com a segunda lei de Newton. Aqui,
mais uma vez para o eixo x, podemos escrever essa lei como
Fapl=(mA+mB)a, onde agora aplicamos adequadamente Fapl ao sistema
com massa total mA+mB. Resolvendo para a e substituindo os
dados do problema encontramos.
a = FaplmA+mB =
20N4,0kg+6,0kg = 2,0 m/s².
Portanto, a aceleração do sistema e de cada bloco está no
sentido positivo do eixo x e tem um módulo de 2,0 m/s².