O Galego e a Lusofonia

22
O galego e a Lusofonia Xavier Frías Conde UNED / Cercle Linguistique de Prague

Transcript of O Galego e a Lusofonia

O galego e a Lusofonia

Xavier Frías Conde

UNED / Cercle Linguistique de Prague

© Xavier Frías Conde, 2014

[email protected]

All rights reserved worldwide.

2

O galego-português ao longo

do tempo

EON GL PT(EU) PT(AF) PT(BR)

GL_PT

3

O galego-português

oficialmente

Oficialmente

Galego e português são línguas

diferentes

Normas diferentes

Status diferentes

O galego falado nas Astúrias

(eonaviego) é oficialmente uma língua

independente

Lei de Usos Linguísticos do Principado

das Astúrias (1998)

O português não é reconhecido

oficialmente em Espanha

Alamedilha (SA)

Ferreira de Alcântara (CC)

Olivença (BA)

4

A norma oficial galega

Data de 1982

Modificada em

2003

Princípios:

O galego é

uma língua

independente

O português

servirá de

referência à

hora de

normatizar

Normas oficiais

do idioma

galego

5

Afastamento do português

nas normativa oficial galega

G. OCIDENTAL G. CENTRAL G. ORIENTAL PORTUGUÊS

irmán irmao irmao irmão

ti tu

ti tu tu

escoitar escuitar

escutar escuitar escutar

son son

sou sou sou

falades falades

falais

falades

falais falais

leóns leós leois leões

falástedes falástedes

falastes falastes falastes

partiu

parteu partiu partiu partiu

6

Visões históricas

Isolacionismo:

Norma oficial Galego e português são

línguas diferentes

“Controlo” do idioma ao nível oficial.

Instituições

Real Academia Galega

Instituto da Língua Galega

Minimalismo:

Lançado por Carvalho Calero (década

1960)

Normativa de compromisso entre a oficial

e a maximalista (desaparecida em 2003)

A partir de 2003: possibilismo.

Uso da norma oficial com incorporação

de português até onde é possível

7

Visões históricas

O galego é língua

independente

O galego faz parte da

Lusofonia

Afastamento do

português

Achegamento do

português

Galego “amável” Galego forte

O galego é útil para se comunicar

com 250 milhões de pessoas

8

Evolução da norma oficial

galega

1975

1982 Normas oficiais do Idioma Galego

2003 Revisão das normas do Idioma Galego

2014 — português + português

9

Visões históricas

Maximalismo:

Também ligada a Carvalho Calero e

outros intelectuais

Norma portuguesa adaptada à realidade

do galego

Na década de 2000 evolui

Reintegracionismo: Formas mais autónomas

do galego

Lusismo: Assunção do português padrão

europeu como única forma escrita.

Criação da Academia Galega da Língua

Portuguesa

Denominação de Português da Galiza

10

Grupos históricos: norma

oficial vs. reintegrada

1970

1980

1990

2003

2014

isolacionismo minimalismo maximalismo

possibilismo reintegracionismo lusismo

Norma

oficial

Norma

lusa

11

Grupos históricos: pertença à

lusofonia

1970

1980

1990

2003

2014

isolacionismo minimalismo maximalismo

possibilismo reintegracionismo lusismo

— Lusofonia

+ Lusofonia

12

A visão desde Portugal

VASCONCELOS, J. Leite de, 1858-1941. A filologia portuguesa : esbôço histórico : (a

propósito da reforma do Curso Superior de Letras de Lisboa) / J. Leite de Vasconcellos.

http://purl.pt/195/4/cg-3652-v_PDF/cg-3652-v_PDF_24-C-R0072/cg-3652-v_0000_capa-

encaderna%C3%A7%C3%A3o-919_t24-C-R0072.pdf

13

A visão desde Portugal

Luís F. Lindley CINTRA NOVA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DOS DIALECTOS

GALEGO - PORTUGUESES" in Boletim de Filologia, Lisboa, Centro de Estudos

Filológicos, 22, 1971, pp. 81-116. (ág. 8)

14

A visão desde Portugal

“Galicia no espazo cultural e simbólico da Lusofonía” Ivo

Castro. Universidade de Lisboa.

15

Interrogantes

Galegos não falam

português Portugueses não

falam galego

Se não falam igual, falam a

mesma língua?

Não Talvez Sim

Galego ≠

Português

Galego-

Português Tudo é

português

Galego ILG

Galego

reint.

Padrões do

português

16

Passos concretos

Redefinir o conceito de “galego-

português”.

Valorizar a aceitação do galego como

lusofonia com a ortografia oficial.

Formular a existência de um espaço

único cultural desde A Crunha até

Faro, sem esquecer o Brasil.

Projeção da literatura galega em

Portugal.

Introdução do ensino de português

nas escolas e liceus galegos (ILP

Valentim Paz Andrade, 14 maio 2014)

17

É preciso “rever”? Pequena “revisão linguística”

Outro elemento que chama a atençom ao abrir as páginas deste muito

recomendável trabalho literário é que a editora QuidNovi adverte que para o

lançamento português o texto foi objeto de “revisão linguística”, labor que

correspondeu a Maria do Rosário Pedreira. Som poucas, com efeito, as

diferenças entre os dous textos, apenas as derivadas das escassas marcas

caracterizadoras do cánone ortográfico da Associaçom Galega da Língua, o

utilizado na ediçom príncipe, mas nom só. Vejamos exemplos dessa

disparidade, na primeira página da narrativa:

a) Ediçom da Laiovento:

Estou olhando isto a perguntar-me agora com que olhos de anjo caído e rebelde

terá olhado para a mesma praia desolada aquele rapaz raro há mais de um século.

[...] Porque estou a olhar isto e estou a querer ver-te. Porque te vejo apenas num

esforço de imaginaçom. E o tempo passa e já nom sei adivinhar-te bem.

b) Versom da QuidNovi:

Estou a olhar para isto e a perguntar-me agora com que olhos de anjo caído e

rebelde terá olhado para a mesma praia desolada aquele rapaz raro há mais de um

século [...] Porque estou a olhar para isto e estou a querer ver-te. Porque te vejo

apenas num esforço de imaginação. E o tempo passa e já não sei adivinhar-te bem.

Com perspectiva galega nom passa isso despercebido. Em primeiro lugar,

emerge a questom de se essas “emendas” (caso ser pertinente dizê-lo

assim) estarám justificadas e se nom seria mais positivo deixar o original no

belo e muito competente registo lingüístico de Carlos Quiroga. Isso serviria

também porventura para que em Portugal se assumisse melhor a

identidade do idioma galego-português. Vários autores galegos, entre eles

o próprio Quiroga, tenhem publicado na normativa da Agal em Portugal nos

últimos anos com normalidade e sem maiores problemas, polo que

acrescentar esta tam interessante narrativa seria um avanço mais, sem

sombra de dúvida, para a tam necessária aproximaçom entre os mercados

do Norte e do Sul do Minho.

18

A ILP Valentim Paz Andrade

19

20

Mostra

21