Lei de acesso a informações e o Poder Judiciário

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Vanice Lírio do Valle

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Vanice Lírio do Valle

• Cenário histórico e político que conduziu àvalorização do acesso às informações;

• As várias dimensões de relações institucionaisem que a falta de informações pode se revelarum problema;

• Acesso a informações e o desenvolvimento da função jurisdicional;

Breve compreensão do

Sociedade do conhecimento:

• visibilidade quanto aos fatos;

• acesso à informação objetiva e às

avaliações de toda ordem quanto

a essa informação;

• pressão social pela opinião;

Consolidação da dimensão

representativa

Eclosão da dimensão

participativa

• art. 19 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão (1948) – Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras;• art. 10 da Convenção Europeia de Direitos Humanos (1950); Qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a liberdade de opinião e a liberdade de receber ou de transmitir informações ou ideias sem que possa haver ingerência de quaisquer autoridades públicas e sem considerações de fronteiras.• art. 13 do Pacto de San José da Costa Rica (1969, ratificado em 1992) – 1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza (...);•art. 19 do Pacto Internacional de Direitos Políticos (1992) – Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza (...);

• art. 5º, XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

• art. 37 § 3º – A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

Accountability como virtude

• Sentido normativo;

• Fixa standards de avaliação do comportamento dos agentespúblicos;

Accountability como mecanismo

• Sentido descritivo;

• Relacionada a uma concepção de arranjo/desenho institucional

Primeira questão:

Entidadesfederadas

Competênciascomuns

Art. 23 CF

Art. 196 CF

Relações de colaboraçãovoluntária

Convênios

Consórciospúblicos

Interseçõesimplícitas

decorrentes da CF

Vedação àacumulação ilícita

Tetoconstitucionalremuneratório

• As informações não circulam dentro da própria unidade federada;

• As informações não circulam entre as unidades federadas;

• A superposição/transferencia de atividadesentre as unidades federadas não é de conhecimento público;

• Prevenir a má compreensão do quadro fático e a informação parcial – especialmente no controlejudicial de políticas públicas;

• Evitar a duplicação de providências ou a inércia no âmbito da Administração em nome da falta de clarezasobre quem seja o responsável;

• Definir precisamente a competência para apreciaçãodos conflitos;

• Determinar o tratamento das informações (comparação, interseção, etc.) como exercício dos poderes gerais de instrução;

• Buscar apoio na informática do próprio Tribunal;

• Contemplar a construção de bases de dados comuns comoum item no conteúdo do provimento jurisdicional (observado, naturalmente, o princípio da inércia);

Segunda questão:

O uso do Judiciário como short cut para a obtenção em si da informação:

– Que não foi solicitada adequadamente;

– Cuja resposta não satisfez quanto ao mérito do conteúdo;

– Para instalar um “canal de comunicação permanente” com a Administração Pública;

• Multiplicação de demanda temerárias, aforadas sem um mínimo de evidencia da sua plausibilidade;

• Esvaziamento mesmo do sistema de controle do poder – quesimplesmente remete a identificação mesmo da supostaconduta indevida (comissiva ou omissiva) para o Judiciários;

• Transfere a responsabilidade paraidentificar qual seja a pergunta certa e a resposta certa ao Judiciário;

• Não trabalha a dimensão da accountability como mecanismo insertono desenho institucional – nem o da Administração, nem o do órgão de controle que reclama a informação;

• Maior rigor na avaliação do requisito de interesseprocessual quando se cuide de demandas que remetem a “apuração” para a esfera do Judiciário – especialmente se a demanda é ajuizada por instituição revestida de prerrogativas institucionais de apuração;

Terceira questão:

Acesso a informação

Direito absoluto

Independe de indicação do uso

futuro

Direitoinstrumental

Indicação do usofuturo repercute

na garantia

Inviabilizando a oferta da

informação

Orientando a oferta da

informação

Informação

Valor próprioValor

instrumental

Revindicação de direitos

Participação

Assimetria de informações

Viabilizar a capacidade

crítica

Controle

Assimetria de informações

Viabilizar a capacidade

crítica

• Assegurar o Estado de Direito;

• Assegurar o Estado Democrático;Objetivo

• Defesa de interesse próprio;

• Defesa de interesse coletivo;Objeto

• Segurança da sociedade e do Estado

• Proteção à intimidade, à honra e à imagem;Limites

• oferecida em fluxo contínuo e oportuno /tempestivo;

• pertinentes, confiáveis e inteligíveis;

• relacionadas aos vetores diretos e indiretos que influenciaram a decisão administrativa;

• dirigida ativamente às estruturas de controle,

inclusive a cidadania (transparência ativa);

• Repensar da velha lógica preclusiva da demanda – as informações, como a matéria de fato, mudam com o tempo;

• Revisão da velha lógica de que a instruçãose dá no primeiro grau – e não mais;

• Incorporação da ideia de que a relaçãoprocessual deve incorporar uma dinâmicaque não é a matriz tradicional do direitos…

Ato/decisão administrativa

Tutela de direito subjetivo

Planejamento ação estatal

Controle da ação estatal