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LEI 8.112 - EM TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS - PONTO INICIANTES AULA DEMONSTRATIVA - PROF. CARLOS BANDEIRA _____________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br 1 I - APRESENTAÇÃO Olá! Meu nome é Carlos Antônio Corrêa de Viana Bandeira, sou Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1994, e cursei Economia Moderna pela George Washington University (GWU), em Washington, D.C., Estados Unidos da América, em 2008. Já Fui Estagiário do Escritório Arruda Alvim & Tereza Alvim Advogados Associados S/C, Auxiliar Jurídico da Federação Brasileira das Associações dos Bancos (FEBRABAN), Advogado atuante na Área Cível e Empresarial. Exerci também os cargos de Juiz de Direito, Juiz Eleitoral, Procurador- Geral Adjunto da Fazenda Nacional Substituto, Coordenador-Geral Jurídico da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e fui Conselheiro Fiscal de sociedades de economia mista do governo federal. E, atualmente, com muita satisfação, sou Procurador da Fazenda Nacional e Professor do Ponto dos Concursos. Por tudo, devo constante gratidão a Deus! E quero dizer que será uma grande honra estudar a Lei n o 8.112, em Teoria e Exercícios com vocês em nosso Ponto Iniciantes! Além de teoria, em uma linguagem técnica bem acessível, estarão disponíveis excelentes questões de várias bancas de concurso público, para que você possa testar o conhecimento da aula! E, para aumentar a abrangência do curso, também apresentarei algumas questões de autoria própria! Com o conhecimento dessa matéria, você estará se gabaritando para prestar concursos públicos dos mais diversos cargos públicos federais da Administração direta (Ministérios, Tribunais, etc.), e indireta da União (autarquias e fundações públicas federais)! É uma matéria importante?! Sim! Pois ela trata do ingresso, dos direitos e deveres dos servidores públicos que ocuparão cargo público federal! As bancas costumam cobrar questões sobre esses assuntos. Assim, nosso propósito é prepará-lo! E fique tranquilo que a matéria não é difícil! E uma coisa é certa: você não precisa ter receio de aprender conceitos novos! Aliás, eu sempre digo que uma leitura a mais pode significar um aprendizado eficiente para o aluno que quer aprender qualquer tipo de matéria! E, isso pode fazer a diferença, lá na frente, para você!

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LEI 8.112 - EM TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS - PONTO INICIANTES

AULA DEMONSTRATIVA - PROF. CARLOS BANDEIRA

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1!

I - APRESENTAÇÃO

Olá!

Meu nome é Carlos Antônio Corrêa de Viana Bandeira, sou Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1994, e cursei Economia Moderna pela George Washington University (GWU), em Washington, D.C., Estados Unidos da América, em 2008.

Já Fui Estagiário do Escritório Arruda Alvim & Tereza Alvim Advogados Associados S/C, Auxiliar Jurídico da Federação Brasileira das Associações dos Bancos (FEBRABAN), Advogado atuante na Área Cível e Empresarial.

Exerci também os cargos de Juiz de Direito, Juiz Eleitoral, Procurador-Geral Adjunto da Fazenda Nacional Substituto, Coordenador-Geral Jurídico da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e fui Conselheiro Fiscal de sociedades de economia mista do governo federal.

E, atualmente, com muita satisfação, sou Procurador da Fazenda Nacional e Professor do Ponto dos Concursos. Por tudo, devo constante gratidão a Deus! E quero dizer que será uma grande honra estudar a Lei no 8.112, em Teoria e Exercícios com vocês em nosso Ponto Iniciantes!

Além de teoria, em uma linguagem técnica bem acessível, estarão disponíveis excelentes questões de várias bancas de concurso público, para que você possa testar o conhecimento da aula!

E, para aumentar a abrangência do curso, também apresentarei algumas questões de autoria própria!

Com o conhecimento dessa matéria, você estará se gabaritando para prestar concursos públicos dos mais diversos cargos públicos federais da Administração direta (Ministérios, Tribunais, etc.), e indireta da União (autarquias e fundações públicas federais)!

É uma matéria importante?! Sim! Pois ela trata do ingresso, dos direitos e deveres dos servidores públicos que ocuparão cargo público federal! As bancas costumam cobrar questões sobre esses assuntos. Assim, nosso propósito é prepará-lo! E fique tranquilo que a matéria não é difícil!

E uma coisa é certa: você não precisa ter receio de aprender conceitos novos! Aliás, eu sempre digo que uma leitura a mais pode significar um aprendizado eficiente para o aluno que quer aprender qualquer tipo de matéria! E, isso pode fazer a diferença, lá na frente, para você!

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II - MATÉRIAS DO CURSO

Minha proposta é apresentar os temas da Lei no 8.112 da seguinte forma:

AULA 00: Introdução à Lei no 8.112; Cargo Público e Servidor.

AULA 01: Provimento; Vacância; Remoção; Redistribuição; e Substituição.

AULA 2: Direitos e vantagens

AULA 03: Regime Disciplinar e Processo Disciplinar.

AULA 04: Seguridade Social do Servidor; Disposições Gerais; e Disposições Finais.

III - MÉTODO DE ENSINO E DICAS DE ESTUDO

As aulas serão divulgadas conforme as regras previstas no www.pontodosconcursos.com.br.

Apresentarei material teórico e exercícios comentados:

• de provas elaboradas por várias bancas; e

• criados especialmente para o curso, com o propósito de aumentar a abrangência do estudo.

Alguns exercícios são questões de concursos que foram desmontadas, com vistas a atender às necessidades didáticas deste curso.

Não se esqueça que estarei à disposição no fórum de dúvidas, para ajudá-lo a desvendar qualquer dúvida sobre a matéria.

Chamo a atenção já para a nossa Aula Demonstrativa, pois contém informações importantes da matéria que já foram questionadas em concursos.

Além dos conceitos a serem ministrados nas aulas, aconselho-o a ler o que chamamos de “lei seca”. É bastante comum a utilização da própria letra da lei em questões.

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Importante saber que uma parte da Constituição Federal aborda alguns assuntos ligados à Lei no 8.112. Em momentos certos do curso, faremos referências e comentários sobre esses detalhes.

Uma dica importante de estudo é saber procurar, na internet, textos atualizados (compilados) para o estudo! Recomendo a utilização do site do Planalto (www.planalto.gov.br).

A propósito, seguem os links para a Constituição Federal e para a Lei no 8.112 (basta clicar em cima do texto em azul, para abrir em uma janela de navegador!):

a) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm;

b) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112compilado.htm.

IV - SAUDAÇÕES

Com essas informações é que lhe convido, portanto, para caminharmos juntos, com a Lei no 8.112 na bagagem, para os concursos federais!

Desde já, desejo-lhe pleno sucesso, felicidades e muito boa sorte!

Abraços,

Carlos Bandeira

AULA DEMONSTRATIVA - TEORIA

Introdução à Lei no 8.112. Cargo Público. Servidor.

1. INTRODUÇÃO

Como toda organização humana, a chamada “máquina governamental” precisa de pessoas para exercer as atividades próprias de seus órgãos e entidades públicas.

Essas pessoas que, de alguma forma, trabalham para o Governo são chamados de agentes públicos ou servidores públicos, em sentido amplo.

Você precisa saber que existem os seguintes tipos de agentes:

a. agentes políticos: ocupam os principais cargos no poder público, a ponto de representar a vontade política do Estado (Presidente da

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República e Vice, Deputados, Senadores, membros da Magistratura e do Ministério Público);

b. agentes administrativos: são os servidores públicos, em sentido estrito (podem ser civis, militares ou temporários), sendo que aqui se enquadram também os servidores estatutários federais, regidos pela Lei no 8.112; e

c. agentes por colaboração: são os particulares que colaboram com o poder público de forma voluntária (colaboradores em situação de emergência), de maneira compulsória (jurados, comissários de menores e mesários eleitorais) ou por delegação (pessoas a quem foi atribuída a possibilidade de executar algum serviço público).

E o nosso curso sobre a Lei no 8.112? Abrangerá todos esses? Respondo: em nosso curso abordaremos as normas que regulam uma parte dos agentes administrativos da esfera federal, os chamados servidores estatutários federais.

2. LEI NO 8.112

Apresento-lhe (ou reapresento-lhe, conforme o caso!) a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Lei no 8.112:

“Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.”

Essa lei também é conhecida por Regime Jurídico Estatutário Federal ou Regime Jurídico dos Servidores da União.

• Regime jurídico: conjunto de regras que disciplina uma determinada relação jurídica.

• Estatutário: essa parte do nome vem de Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, que é um outro apelido atribuído à Lei no 8.112, pela doutrina.

• Federal: da Administração Pública da União.

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Por isso, os servidores públicos civis da União, que são os regidos pela Lei no 8.112, também são chamados de servidores públicos estatutários federais.

ATENÇÃO: a Lei no 8.112 é uma lei federal (só se aplica a cargos públicos federais).

! Por isso, tenha cuidado com questões que associem a Lei no 8.112 a outros entes da Federação. É a famosa “pegadinha”!

! Cada um dos outros entes da Federação (Estados, Distrito Federal e Município) possui competência para editar uma lei própria que crie regime jurídico para seus servidores.

! Exemplos: regime jurídico estatutário do Estado “X”, criado pela Lei Estadual no 11.111/91, ou regime jurídico estatutário do Município “Y”, criado pela Lei Municipal no 22.222/92.

Então, deve ficar bastante para você claro que nem todo agente público é regido pela Lei no 8.112, como é o caso dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dentre outros, os quais devem possuir regramento específico, previsto pelas legislações próprias.

Para ficar mais claro ainda, quero lhe mostrar a seguinte classificação de lei, quanto a seu emissor e alcance:

• Lei nacional: editada pela União e possui aplicação para todos os entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

• Lei federal: editada pela União e possui aplicação para a União.

• Lei estadual: editada por Estado e possui aplicação para o Estado que a editou.

• Lei distrital: editada pelo Distrito Federal e possui aplicação para o Distrito Federal.

• Lei municipal: editada por Municípios e possui aplicação para o Município que a editou.

Diante desses esclarecimentos, guarde principalmente que a Lei no 8.112 é uma LEI FEDERAL, já que é editada pela União e possui aplicação apenas para a União. Você pode conferir na seção de exercícios que esse tipo de conhecimento é, às vezes, explorado em questões de concurso sobre a Lei no 8.112. Veja, a propósito, a questão no 9.

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Agora, dentro da esfera federal, precisamos saber quais agentes públicos federais são ou não são regidos pela Lei no 8.112. Veja, a seguir, os itens 3 e 4.

3. REGIDOS PELA LEI NO 8.112

Os servidores públicos civis estatutários da União (regidos pela Lei no 8.112) são os seguintes:

a. servidores públicos civis da Administração direta da União: ocupantes de cargos públicos dos órgãos públicos civis da União [Ministérios, Polícia Federal, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Tribunal de Contas da União, Tribunais do Poder Judiciário (exceto os estaduais), etc.];

b. servidores públicos da Administração indireta autárquica da União: ocupantes dos cargos públicos das autarquias federais [Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Agência Nacional de Águas (ANA), da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), dentre outras autarquias federais]; e

c. servidores públicos da Administração indireta fundacional da União: ocupantes dos cargos públicos das fundações públicas federais [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), dentre outras fundações públicas federais].

ATENÇÃO: ADMINISTRAÇÃO DIRETA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA!

Quero que você comece a se familiarizar com conceitos básicos que vão ser úteis para sua trajetória de preparação para concursos públicos:

• Administração direta da União: é composta por órgãos públicos vinculados à União (órgãos públicos federais).

• Órgãos públicos federais: são centros de competência da Administração direta da União, que não possuem personalidade jurídica própria, por isso, os seus atos são imputados à pessoa jurídica da União. Explico melhor: juridicamente, os atos dos Ministérios, Senado, Câmara dos Deputados, Tribunais,

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repartições públicas, etc., são da União, pois é a União que possui personalidade jurídica! Ou seja, os órgãos federais são centros de competência da União!

• Administração indireta (ou descentralizada) da União: composta pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista federais e empresas públicas federais. A grande diferença é que todas essas possuem personalidade jurídica própria. Na verdade, elas são, de alguma forma, vinculadas à União, mas atuam em nome próprio. È caso do INSS! Ele é uma autarquia federal!

Muito bem! Depois dessas explicações, é importante que você grave que não são considerados servidores estatutários os EMPREGADOS PÚBLICOS que trabalham nas pessoas jurídicas da Administração indireta que EXERCEM ATIVIDADES ECONÔMICAS, quais sejam:

a. sociedades de economia mista federais: são pessoas jurídicas formadas com recursos públicos da União e de particulares (ex.: BANCO DO BRASIL S/A) e pertencem à Administração indireta da União; e

b. empresas públicas federais: são pessoas jurídicas formadas exclusivamente com recursos públicos (ex.: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL) e também pertencem à Administração indireta da União.

Em ambos os casos, esses funcionários são chamados de empregados públicos federais ou celetistas. Esses são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e pelos arts. 37 a 39, da Constituição Federal, que falam sobre “empregos públicos”.

Para esclarecer um pouco mais, vou listar quais os servidores federais que não estão sujeitos à Lei no 8.112.

4. NÃO REGIDOS PELA LEI NO 8.112

A seguir, confira a lista de agentes públicos federais que não são regidos pela Lei no 8.112:

a. servidores militares da União: porque são sujeitos a disciplina diferenciada (art. 142, da Constituição);

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b. empregados públicos federais (ou celetistas): já mencionados no item III, são os regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e os também regidos pela Lei no 9.962, de 22 de fevereiro de 2000;

ATENÇÃO: servidores públicos ≠ empregados públicos

DICA: para não esquecer, vejam que a letra “e” aparece em cada “lado oposto”, mas nunca estão “juntas”! Ou seja, um empregado público nunca será estatutário.

• Empregado público = Celetista

• Servidor público = Estatutário

c. servidores temporários federais: contratados sob o regime especial da Lei no 8.475, de 9 de dezembro de 1993, que rege as contratações por tempo determinado de interesse da Administração direta, autárquica e fundacional da União;

d. agentes políticos federais: também estão sujeitos a regras específicas previstas em normas próprias e são incumbidos de funções previstas na Constituição (Presidente da República e Vice, Deputados, Senadores, membros da Magistratura e do Ministério Público).

5. SERVIDOR PÚBLICO E INVESTIDURA

Para se tornar servidor público estatutário federal, a pessoa deve ser legalmente investida em cargo público federal (art. 2o, da Lei no 8.112). A investidura acontece com a posse (art. 7o, da mesma Lei).

Mas, Professor, tenho mesmo que saber esses nomes técnicos?! Respondo: recomendo que sim, pois a chave para a resposta certa em várias questões de prova sobre a Lei no 8.112, é a familiariedade com termos técnicos nela previstos!

Veja só, no quadro abaixo, um exemplo. Se perguntarem para você quem é servidor, já sabe responder pelo art. 2o e 7o, da Lei!

Lei no 8.112:

“Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.”

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“Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.”

Guardando a seguinte ordem, você vai compreender bem a matéria:

1o) Cargo público: um espaço criado por lei, vinculado a um órgão, autarquia ou fundação pública federal, com denominação própria e vencimentos pagos com recursos públicos (art. 3o, parágrafo único, da Lei no 8.112).

2o) Servidor público: torna-se servidor público aquela pessoa que for legalmente investida em cargo público (art. 2o, da mesma Lei).

3o) Investidura: ocorre com a posse no cargo público (art. 7o, da mesma Lei).

E, para ocorrer a investidura (tomar posse) em cargo público, a pessoa deve comprovar os requisitos legais (art. 5o, incisos I a VI, da Lei no 8.112): a nacionalidade brasileira; estar em pleno gozo dos direitos políticos; estar em quitação com as obrigações militares e eleitorais; o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; a idade mínima de dezoito anos; e a aptidão física e mental.

ATENÇÃO: um dos requisitos da investidura, previstos no art. 5o, inciso I, da Lei no 8.112, é a exigência da NACIONALIDADE BRASILEIRA, só que essa exigência não faz diferença entre BRASILEIROS NATOS ou NATURALIZADOS!

• Brasileiros natos (art. 12, inciso I, da Constituição):

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

• Brasileiros naturalizados (art. 12, inciso II, da Constituição):

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a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

6. ESTRANGEIROS

Boa regra para você guardar é a que permite estrangeiros assumirem, em determinadas situações, cargos públicos federais.

De forma genérica, o art. 39, inciso I, da Constituição, permite o acesso a cargos públicos por estrangeiros, mediante concurso e na forma da lei. Detalhe importante: essa possibilidade deve estar regulada NA FORMA DA LEI.

E, pelo art. 5o, § 3o, da Lei no 8.112, é apenas permitida a admissão de estrangeiros nas universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais para ocupação de cargos públicos federais de professores, técnicos e cientistas.

Lei no 8.112:

“Art. 5o ...................................................................................

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e

tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.”

7. CARGOS PÚBLICOS

Como já falamos, os cargos públicos devem ser criados por lei, com denominação própria e vencimentos pagos pelos cofres públicos (art. 3o, parágrafo único, da Lei no 8.112).

Existem dois tipos de cargos públicos:

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a. cargos efetivos: a nomeação para esses cargos depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos (art. 10, caput, da Lei no 8.112);

b. cargos em comissão: a nomeação para esses cargos não depende de concurso (são também chamados de cargo em confiança).

Lei no 8.112:

“Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.”

Existe uma lógica no sistema de leis de nosso país: somente uma lei pode alterar outra lei.

Mas, embora a Lei no 8.112 nos diga que os cargos devem ser criados por lei, está previsto na Constituição Federal que, quando estiverem vagos, esses cargos podem ser extintos por decreto do Presidente da República (art. 84, inciso VI, alínea “b”, da Constituição).

CF:

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

...........................................

VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;”

8. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GRATUITOS

Pela Lei no 8.112, é proibido prestar serviços gratuitos? Sim! Ou seja, ninguém vai trabalhar de graça para o Governo, salvo, nos casos em que a lei disser o contrário (art. 4o).

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Lei no 8.112:

“Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.”

Exemplos de prestação de serviços gratuitos:

1) os particulares que colaboram com o poder público de forma voluntária (colaboradores em situação de emergência);

2) aqueles que, de maneira compulsória, são convocados para prestar determinados serviços (jurados, comissários de menores e mesários eleitorais).

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Introdução à Lei no 8.112. Cargo Público. Servidor.

QUESTÃO 1: CESPE - 2011 - CORREIOS - CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR -

CONHECIMENTOS BÁSICOS

Julgue o item abaixo, acerca da relação jurídica dos servidores e dos empregados públicos.

( ) Os ocupantes de cargo público ou de emprego público têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio, que, no caso da União, é a Lei no 8.112/1990.

Comentários:

Essa questão é fácil! Devemos nos atentar para dois aspectos importantes:

1o) É correto dizer que os ocupantes de cargo público possuem VÍNCULO ESTATUTÁRIO E INSTITUCIONAL, pois são realmente regidos pelo chamado Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, que é um dos apelidos da Lei no 8.112.

2o) Só que não está correta a inclusão dos ocupantes de empregos públicos nessa definição!

Como vimos na aula, os empregos públicos são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por isso são chamados de CELETISTAS.

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Nos casos dos empregados públicos NÃO HÁ, portanto, vínculo estatutário, mas celetista!

Aproveite para recordar a dica que ofereci na parte teórica desta aula:

ATENÇÃO: empregados públicos são celetistas

servidores públicos (em sentido estrito) são estatutários

DICA: para não esquecer, vejam que a letra “e” aparece em cada “lado oposto”, mas nunca estão “juntas”:

• Empregado público = Celetista

• Servidor público = Estatutário

E, para a questão estar correta, as duas proposições deveriam estar corretas, e não apenas uma.

Resposta: Falsa.

QUESTÃO 2: FUNIVERSA - 2011 – SES-DF – ENFERMEIRO

Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. Não é requisito básico para investidura em cargo público.

a) estar no gozo dos direitos políticos.

b) ser brasileiro nato.

c) possuir o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.

d) possuir a idade mínima de dezoito anos.

e) possuir aptidão física e mental.

(Obs.: apesar de ser extraída de um concurso do Distrito Federal, essa questão encaixa-se perfeitamente com as normas da Lei no 8.112)

Comentários:

O enunciado está de acordo com o art. 3o, da Lei no 8.112.

Já as alternativas “A”, “C”, “D” e “E” encaixam-se perfeitamente em incisos do art. 5o, da Lei no 8.112.

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14!

A alternativa “B” é incorreta (“ser brasileiro nato”), e poderia, talvez, confundir algum candidato desatento.

Analise bem: quando o inciso I do art. 5o, da Lei no 8.112, prevê a nacionalidade brasileira como um dos requisitos para investidura, NÃO FAZ NENHUMA DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIRO NATO OU NATURALIZADO.

Então, é conclusão lógica que, para tomar posse em cargo público, deve a pessoa simplesmente comprovar que possui nacionalidade brasileira.

Para ilustrar rapidamente esse comentário, lembre-se que há dois tipos de brasileiros:

1) natos (art. 12, inciso I, da Constituição); e

2) naturalizados (art. 12, inciso II, da Constituição).

Agora volte à alternativa “B”. Ela fala que “ser brasileiro nato” é requisito para investidura. Só que a lei não prevê que ser brasileiro nato é requisito, ela prevê apenas que seja brasileiro (art. 5, inciso I, da Lei no 8.112).

Logo, brasileiro naturalizado também pode ser investido (tomar posse) em cargo público federal!

Resposta: alternativa “B”.

QUESTÃO 3: CESPE - 2009 - TRE-MG - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA

ADMINISTRATIVA

( ) Considerando a Constituição Federal, é vedado o acesso de estrangeiros a cargos, empregos e funções públicas, por se tratar de prerrogativa exclusiva de brasileiro nato ou naturalizado.

Comentários:

Incorreto. O acesso aos cargos públicos não é exclusivo dos brasileiros natos ou naturalizados.

O art. 37, inciso I, da CF prevê que “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.

Pelo art. 5o, § 3o, da Lei no 8.112, é apenas permitida a admissão de estrangeiros nas universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais para ocupação de cargos públicos federais de professores, técnicos e cientistas.

Resposta: Falsa.

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QUESTÃO 4: COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO

( ) Nos termos da Lei Federal no 8.112, de 1990 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais), a investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Comentários:

Está correto dizer que a investidura ocorre com a posse (art. 7o, da Lei no 8.112).

Resposta: Verdadeira.

QUESTÃO 5: COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO

( ) Nos termos da Lei Federal no 8.112, de 1990 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais), a quitação com as obrigações militares e eleitorais é um dos requisitos básicos para investidura em cargo público.

Comentários:

A comprovação de quitação com obrigações militares e eleitorais está entre os requisitos para a investidura, de acordo com o art. 5o, inciso III, da Lei no 8.112.

Resposta: Verdadeira.

QUESTÃO 6: CESPE - 2010 - TRE-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

Acerca da Lei no 8.112/1990, todos os cargos públicos são acessíveis apenas aos brasileiros, sejam estes natos ou naturalizados.

Comentários:

O enunciado da questão de prova equivocou-se ao dizer que os cargos públicos são exclusivos para brasileiros (natos ou naturalizados). Isso não é verdade, como podemos perceber pela simples leitura do art. 5o, § 3o, da Lei no 8.112.

Essa era fácil! O referido dispositivo legal prevê a possibilidade de estrangeiros ocuparem cargos públicos federais: “§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei”.

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Só para lembrete mesmo: a própria Constituição declara que “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos

estrangeiros, na forma da lei” (art. 37, inciso I).

Resposta: Falsa.

QUESTÃO 7: CESPE - 2009 - TRE-MA - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

Considerando a Lei no 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, assinale opção incorreta.

a) Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros e criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, com vistas ao provimento em caráter efetivo ou em comissão.

b) Não é permitida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos previstos em lei.

c) A investidura em cargo público ocorre com a nomeação.

d) As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais podem prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas de outros países, segundo as normas e os procedimentos dessa lei.

Comentários:

A letra “A” é perfeita em relação ao art. 3o, parágrafo único, da Lei no 8.112. Não existe segredo. Como eu disse inicialmente, os concursos usam muito a “lei seca” como alternativas de questões.

O mesmo acontece com a letra “B”, pois praticamente repete o art. 4o, da Lei no 8.112.

A letra “C” foi criada para confundir o candidato. A investidura ocorre com a posse, e não com a nomeação (art. 7o, da Lei no 8.112). Iremos falar sobre a nomeação na próxima aula! Mas, para adiantar a matéria, devo dizer que:

⇒ A nomeação deve ocorrer antes da posse!

⇒ A investidura ocorre com a posse!

NOMEAÇÃO => ato da Administração que chama o aprovado em concurso.

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POSSE => ato em que o nomeado é investido no cargo público.

A letra “D” repete exatamente o art. 5o, § 3o, da Lei no 8.112.

Resposta: alternativa “C”.

QUESTÃO 8: FUNIVERSA - 2011 - SEPLAG-DF - AUDITOR FISCAL DE

ATIVIDADES URBANAS - CONTROLE AMBIENTAL

( ) Com base no regime jurídico a que estão submetidos os servidores públicos do Distrito Federal, a investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação.

(Obs.: apesar de ser extraída de um concurso do Distrito Federal, essa questão encaixa-se perfeitamente com as normas da Lei no 8.112)

Comentários:

Com relação ao art. 7o, da Lei no 8.112, a questão está incorreta, pois a investidura ocorre com a posse, e não com a nomeação, como já lhe falei na questão anterior!

Resposta: Falsa.

QUESTÃO 9: ESAF - 2010 - CVM - ANALISTA - RECURSOS HUMANOS - PROVA 2

O regime jurídico da Lei no 8.112/90 é aplicável aos servidores:

a) de autarquia federal.

b) de órgão integrante da administração pública direta estadual.

c) de empresa pública.

d) de sociedade de economia mista.

e) de entidade da administração pública indireta que desenvolva atividade econômica.

Comentários:

Você viu na aula que a Lei no 8.112 é uma lei federal. Lembra-se?!

Pois então, essa lei regula os ocupantes dos cargos públicos da Administração direta, autárquica e fundacional da União. Esse alcance está determinado em seu art. 1o.

Vamos lá!

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A letra “A” oferece a opção perfeita “autarquia federal”. Os ocupantes dos cargos públicos das autarquias federais são considerados servidores públicos federais regidos pela Lei no 8.112.

A letra “B” erra por mencionar administração estadual (servidor estadual). Está errado porque a Lei no 8.112 é uma lei federal.

A letra “C” erra por mencionar em empresa pública, que possui empregados celetistas em seus quadros. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é conhecida como regime celetista. A Lei no 8.112 é conhecida como regime estatutário.

Outro método para desconfiar dessa alternativa é que ela sequer mostra se a empresa pública é federal, estadual, distrital ou municipal. Ou seja, não especifica de qual esfera de governo está falando.

A letra “D” erra por tratar de sociedade de economia mista, que também possui empregados celetistas em seus quadros. Essa opção sequer especificou a esfera governamental da sociedade.

Por fim, a letra “E”, ao falar em atividade econômica está incluindo as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Mas, também estava fácil de ser eliminada, pois não especificou a esfera governamental.

Quem ficou com a letra “A” acertou.

Resposta: alternativa “A”.

QUESTÃO 10: FCC - 2010 - TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVO - TRT 9a REGIÃO

( ) A extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, exige lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo.

Comentários:

Apresentamos durante a aula que a criação de cargos deve ser feita POR LEI, conforme o que determina o art. 3o, parágrafo único, da Lei no 8.112.

Existe uma lógica no sistema de leis de nosso país, que somente uma lei pode alterar outra lei.

Aí está a pegadinha! E você não vai cair nessa, pois agora sabe que está previsto na Constituição Federal que os CARGOS PÚBLICOS, embora criados por lei, quando estiverem VAGOS, PODEM SER EXTINTOS POR DECRETO do Presidente da República (art. 84, inciso VI, alínea “b”, da Constituição).

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Resposta: Falsa.

QUESTÃO 11*:

( ) Pela Lei no 8.112, é proibido prestar serviços gratuitos, não havendo nenhuma possibilidade de exceção para essa regra.

Comentários:

Proposição equivocada. É certo dizer que ninguém pode trabalhar de graça para o Governo federal, salvo nos casos em que a lei disser o contrário (art. 4o, da Lei).

Lei no 8.112:

“Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.”

Resposta: Falsa.

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* As questões com o sinal (*) foram elaboradas pelo Professor Carlos.

AULA DEMONSTRATIVA - EXERCÍCIOS REPETIDOS

Introdução à Lei no 8.112. Cargo Público. Servidor.

QUESTÃO 1: CESPE - 2011 - CORREIOS - CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR -

CONHECIMENTOS BÁSICOS

Julgue o item abaixo, acerca da relação jurídica dos servidores e dos empregados públicos.

( ) Os ocupantes de cargo público ou de emprego público têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio, que, no caso da União, é a Lei n.º 8.112/1990.

QUESTÃO 2: FUNIVERSA - 2011 – SES-DF – ENFERMEIRO

Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para

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provimento em caráter efetivo ou em comissão. Não é requisito básico para investidura em cargo público.

a) estar no gozo dos direitos políticos.

b) ser brasileiro nato.

c) possuir o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.

d) possuir a idade mínima de dezoito anos.

e) possuir aptidão física e mental.

(Obs.: apesar de ser extraída de um concurso do Distrito Federal, essa questão encaixa-se perfeitamente com as normas da Lei no 8.112)

QUESTÃO 3: CESPE - 2009 - TRE-MG - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA

ADMINISTRATIVA

( ) Considerando a Constituição Federal, é vedado o acesso de estrangeiros a cargos, empregos e funções públicas, por se tratar de prerrogativa exclusiva de brasileiro nato ou naturalizado.

QUESTÃO 4: COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO

( ) Nos termos da Lei Federal no 8.112, de 1990 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais), a investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

QUESTÃO 5: COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO

( ) Nos termos da Lei Federal no 8.112, de 1990 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais), a quitação com as obrigações militares e eleitorais é um dos requisitos básicos para investidura em cargo público.

QUESTÃO 6: CESPE - 2010 - TRE-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

( ) Acerca da Lei no 8.112/1990, todos os cargos públicos são acessíveis apenas aos brasileiros, sejam estes natos ou naturalizados.

QUESTÃO 7: CESPE - 2009 - TRE-MA - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

Considerando a Lei no 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, assinale opção incorreta.

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a) Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros e criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, com vistas ao provimento em caráter efetivo ou em comissão.

b) Não é permitida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos previstos em lei.

c) A investidura em cargo público ocorre com a nomeação.

d) As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais podem prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas de outros países, segundo as normas e os procedimentos dessa lei.

QUESTÃO 8: FUNIVERSA - 2011 - SEPLAG-DF - AUDITOR FISCAL DE

ATIVIDADES URBANAS - CONTROLE AMBIENTAL

( ) Com base no regime jurídico a que estão submetidos os servidores públicos do Distrito Federal, a investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação.

(Obs.: apesar de ser extraída de um concurso do Distrito Federal, essa questão encaixa-se perfeitamente com as normas da Lei no 8.112)

QUESTÃO 9: ESAF - 2010 - CVM - ANALISTA - RECURSOS HUMANOS - PROVA 2

O regime jurídico da Lei n. 8.112/90 é aplicável aos servidores:

a) de autarquia federal.

b) de órgão integrante da administração pública direta estadual.

c) de empresa pública.

d) de sociedade de economia mista.

e) de entidade da administração pública indireta que desenvolva atividade econômica.

QUESTÃO 10: FCC – 2010 – TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVO – TRT 9a

REGIÃO

( ) A extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, exige lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo.

QUESTÃO 11*:

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( ) Pela Lei no 8.112, é proibido prestar serviços gratuitos, não havendo nenhuma possibilidade de exceção para essa regra.

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* As questões com o sinal (*) foram elaboradas pelo Professor Carlos.

AULA DEMONSTRATIVA - RESUMO

Introdução à Lei no 8.112. Cargo Público. Servidor.

Agentes públicos ou servidores públicos em sentido amplo:

⇒ Agentes políticos (Presidente da República e Vice, Deputados, Senadores, membros da Magistratura e do Ministério Público);

⇒ Agentes administrativos [servidores públicos (em sentido estrito) civis, militares ou temporários];

⇒ Agentes por colaboração (voluntários, compulsórios ou por delegação).

Lei no 8.112 (ou regime jurídico estatutário federal):

É uma lei federal (cuidado com questões que associem essa Lei com outros entes da Federação. É a famosa pegadinha!).

Cada um dos outros entes da Federação (Estados, Distrito Federal e Município) possui competência para editar uma lei própria que crie regime jurídico para seus servidores.

Não alcança as pessoas jurídicas da Administração indireta da União que exercem atividades econômicas (sociedades de economia mista e empresas públicas federais, as quais possuem empregados celetistas, submetidos ao regime da CLT).

Regidos pela Lei no 8.112:

⇒ Servidores públicos civis da Administração direta da União [Ministérios, Polícia Federal, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Tribunal de Contas da União, Tribunais do Poder Judiciário (exceto os estaduais), etc.];

⇒ Servidores públicos da Administração

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indireta autárquica da União: [Agência Nacional de Águas (ANA), da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), dentre outras autarquias federais], do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); e

⇒ Servidores públicos da Administração indireta fundacional da União: [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), dentre outras fundações públicas federais].

Não regidos pela Lei no 8.112:

⇒ Servidores militares da União.

⇒ Empregados públicos federais (ou celetistas).

⇒ Servidores temporários federais.

⇒ Agentes políticos federais.

Cargo Público, Servidor público, e investidura:

• Dica para guardar:

1o) Cargo público: um espaço criado por lei, para integrar um órgão, autarquia ou fundação pública federal, com denominação própria e vencimentos pagos com recursos públicos (art. 3o, parágrafo único).

2o) Servidor público: torna-se servidor público aquela pessoa que for legalmente investida em cargo público (art. 2o).

3o) Investidura: ocorre com a posse no cargo público (art. 7o).

Requisitos para investidura em cargo público (tomar posse):

Ter nacionalidade brasileira (não há distinção entre brasileiro nato ou naturalizado).

Estar em pleno gozo dos direitos políticos.

Estar em quitação com as obrigações militares e eleitorais.

Ter o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.

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Ter idade mínima de dezoito anos.

Possuir aptidão física e mental.

Estrangeiros: Pelo art. 5o, § 3o, da Lei no 8.112, é apenas permitida a admissão de estrangeiros nas universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais para ocupação de cargos públicos de professores, técnicos e cientistas.

Criação e extinção de cargos públicos:

Os cargos públicos devem ser criados por lei, com denominação própria e vencimentos pagos pelos cofres públicos (art. 3o, parágrafo único, da Lei no 8.112).

Quando estiverem vagos, os cargos públicos podem ser extintos por decreto do Presidente da República (art. 84, inciso VI, alínea “b”, da Constituição).

Prestação de serviços gratuitos:

Pela Lei no 8.112, é proibido prestar serviços gratuitos. Ou seja, ninguém vai trabalhar de graça para o Governo federal, salvo, nos casos em que a lei disser o contrário (art. 4o).

AULA DEMONSTRATIVA - GABARITO

1 – F 2 – B 3 – F 4 – V 5 – V

6 – F 7 – C 8 – F 9 – A 10 – F

11 – F

É isso aí!

Espero por você na AULA 01!

Abraços, e até breve!

Carlos Bandeira

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