Josyanny C. Siqueira Fernandes - Boa alimentação e prática regular de exercícios físicos para...
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Universidade Estadual do Rio de Janeiro Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro
Faculdade de Ciências Biológicas
Josyanny Carvalho Siqueira Fernandes
Boa alimentação e prática regular de exercícios físicos
para promoção da saúde em escolares do Ensino
Fundamental e Médio
Nova Friburgo 2013
Josyanny Carvalho Siqueira Fernandes
Boa alimentação e prática regular de exercícios físicos para
promoção da saúde em escolares do Ensino Fundamental e Médio
Monografia apresentada ao Instituto de
Biologia Roberto Alcantara Gomes da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciada em Ciências
Biológicas. Área de concentração: Corpo
Humano e Saúde.
Orientador: Profo. Msc. Arnaldo Ramos Rocha
Nova Friburgo
2013
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CTC/E
F363 Fernandes, Josyanny Carvalho Siqueira.
Boa alimentação e prática regular de exercícios físicos para a promoção da saúde em escolares do ensino fundamental e médio / Josyanny Carvalho Siqueira Fernandes. – 2013.
73 f.: il. Orientador: Arnaldo Ramos Rocha.
Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.
1. Nutrição – Educação. 2. Qualidade de vida. 3. Estudantes – Saúde e higiene. 4. Saúde escolar. 5. Hábitos alimentares. 6. Hábitos de saúde. I. Rocha, Arnaldo Ramos. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. III. Título.
CDU 371.72:614
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família,
pela transmissão do verdadeiro
significado de compromisso e determinação, pelo
aprendizado da humildade e pelo exemplo de amor
e fé em Deus.
AGRADECIMENTOS
A Deus – por ter me ajudado a concluir a graduação e realização deste
trabalho estando sempre presente em minha vida;
Ao Profo. e Msc. Arnaldo Ramos Rocha – meu orientador e amigo, por sua
gentileza, competência e experiência no desenvolvimento e na realização desta
monografia, minha amizade, admiração e respeito;
À UERJ (Fundação CECIERJ) – por possibilitar a realização deste curso de
graduação, minha eterna gratidão;
Aos meus pais Jorge e Tania – pelo apoio, incentivo, ajuda e amor
incondicional;
Ao meu irmão Johnny – pelo apoio, incentivo e amor;
À Escola Estadual Maria Zulmira Torres - através de suas diretoras Benedita
Silva do Amaral e Kátia de Almeida Nogueira Lyra, pelo apoio e confiança me
possibilitando este aperfeiçoamento, meu reconhecimento;
Aos professores e alunos pesquisados – pela colaboração e presteza em
participar da pesquisa;
Aos amigos do CEDERJ – pelo apoio, cumplicidade, parceria e ajuda em
tantos momentos difíceis, minha sempiterna amizade;
Aos funcionários da secretaria – pela presteza, amizade e amabilidade no
atendimento e ajuda quando necessário;
A toda equipe da UERJ (CEDERJ) entre outros que de alguma forma ajudou
na realização deste estudo, meu perdurável carinho;
Bem aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire
conhecimento.
Porque melhor é sua mercadoria de que a mercadoria de prata, e a sua renda
do que o ouro mais fino.
Mais preciosa é do que os rubis; e tudo o que podes desejar não se pode
comparar a ela.
Aumento de dias há na sua mão direita: na sua esquerda, riquezas e honra.
Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz.
É árvore de vida para os que a seguram, e bem aventurados são todos os
que a retêm.
Provérbios de Salomão
RESUMO
FERNANDES, Josyanny Carvalho Siqueira Fernandes. Boa alimentação e prática regular de exercícios físicos para promoção da saúde em escolares do Ensino Fundamental e Médio. 2013. 74 f. Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2013.
Nos últimos anos, o índice de obesidade e doenças relacionadas tem aumentado a passos largos inclusive entre crianças e adolescentes. É sabido que o hábito da prática de exercícios físicos e da boa alimentação aprendido desde cedo, pode servir como fator protetor contra os males da falta destes na criança, que apresentará maiores chances de levar estes hábitos para a vida adulta. Intencionando adquirir informações que ajudem a explicar as possíveis causas do problema apresentado foi realizada uma pesquisa exploratória, através de questionários, com professores de Ciências, Educação Física e Biologia além de alunos do Ensino Fundamental e Médio de uma escola da Rede Estadual de Ensino do município de Cachoeiras de Macacu (RJ). A análise dos resultados mostrou que a maioria dos alunos pesquisados bem como suas famílias não apresenta uma alimentação equilibrada, ingerem grandes quantidades de gordura, açúcar, carne vermelha entre outros alimentos consumidos de forma desregulada além de não praticarem exercícios com regularidade. Estes fatos somados as facilidades da vida moderna, a cultura da atualidade, falta de envolvimento familiar com o assunto pode influenciar o aparecimento de males como obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus do tipo 2, hipercolesterolemia e demais doenças crônicas degenerativas não transmissíveis. Também foi evidenciado que os métodos de ensino devem ser revistos uma vez que se mostraram ineficientes quanto ao assunto proposto, sendo necessário para solução do problema integração entre escola e família alcançando a comunidade, de maneira a fomentar uma reversão nos costumes e padrões alimentares e físicos da população.
Palavras-chave: Educação nutricional. Qualidade de vida. Comportamento alimentar.
ABSTRACT
FERNANDES, Josyanny Carvalho Siqueira Fernandes. Good nutrition and regular physical exercise for health promotion in schools of Elementary and Secondary Education. 2013. 74 f. Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2013.
In recent years, the rate of obesity and related diseases has increased apace including among children and adolescents. It is known that the habit of physical exercise and good nutrition learned early, can serve as a protective factor against the evils of their failure in children, which will have greater chances to take these habits into adulthood. Meant acquire information that will help explain the possible causes of the problem presented was performed an exploratory research using questionnaires with teachers of Science , Physical Education and Biology as well as Basic Education and Everage students of School State of the municipality Cachoeiras de Macacu (RJ) . The results showed that the majority of students surveyed and their families does not have a balanced diet , eat lots of fat , sugar , red meat and other foods consumed in unregulated besides not practicing exercises regularly . These aspects plus the facilities of modern life, the culture of today, lack of family involvement with the subject can influence the onset of illnesses such as obesity, hypertension, type 2 diabetes mellitus, hypercholesterolemia and other chronic degenerative diseases not transmitted. It was also evident that teaching methods should be reviewed as it proved ineffective for that matter proposed is necessary to solve the integration problem between school and family reaching the community in order to encourage a reversal in behavior and eating patterns and physical the population.
Keywords : Nutrition education. Quality of life. Feeding behavior.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabela 1 - Participação relativa (%) de nutrientes selecionados no consumo calórico
total. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962, 1975, 1978........................................ 19
Tabela 2 - Prevalência de inadequação de consumo de açúcar livre, gordura
saturada e fibras, por grupos de idade e sexo – Brasil – período 2008-
2009........................................................................................................................... 20
Figura 1 - Pirâmide dos Alimentos............................................................................ 26
Quadro 1 - Quantidade média de calorias que cada produto contém e deve ser
consumida................................................................................................................. 27
Quadro 2 - Quantidade de alunos pesquisados por ano escolar.............................. 36
Gráfico 1 - Nível de escolaridade dos responsáveis por ano escolar....................... 38
Gráfico 2 - Café da manhã dos alunos por ano escolar............................................ 39
Gráfico 3 - Alimentação dos alunos no almoço por ano escolar............................... 40
Quadro 3 - Atividades físicas praticadas pelos alunos por ano escolar.................... 45
Gráfico 4 - Percentual de pais desportistas por ano escolar..................................... 48
Quadro 4 - Frequência no consumo de refrigerantes pelos alunos por ano escolar 51
Gráfico 5 - Quantidade de refrigerante consumido pelos alunos por ano escolar.... 52
Quadro 5 - Respostas das questões discursivas dos 6 professores pesquisados... 53
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CEDERJ Centro de Educação à Distância do Estado do Rio de Janeiro
DC Depois de Cristo
EF Ensino Fundamental
EM Ensino Médio
IASO International Association for the Study of Obesity
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Kcal Caloria
OMS Organização Mundial da Saúde
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar
PSE Programa Saúde na Escola
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
SIC Desta forma
SM Síndrome Metabólica
SUS Sistema Único de Saúde
UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro
WHO World Health Organization
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
1 ESTUDO RETROSPECTIVO ........................................................................ 16
1.1 A alimentação na história ........................................................................... 16
1.2 Um breve histórico das atividades físicas ................................................. 22
2 PORQUE SE PREOCUPAR .......................................................................... 24
3 NUTRIÇÃO E SAÚDE ................................................................................... 25
3.1 Educação alimentar nas escolas ................................................................ 27
4. ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE ................................................................. 29
4.1 Educação Física .......................................................................................... 30
5 SAÚDE COMO TEMA TRANSVERSAL ....................................................... 32
6 PESQUISA QUANTITATIVA ......................................................................... 34
6.1 Objetivos ...................................................................................................... 35
6.2 Metodologia ................................................................................................. 35
6.3 Resultados e discussão .............................................................................. 37
CONCLUSÃO ............................................................................................... 59
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 60
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 61
APÊNDICE A - Questionário sobre hábitos alimentares e atividades físicas
(aplicado aos alunos) ..................................................................................... 70
APÊNDICE B - Questionário sobre hábitos alimentares e atividades físicas
(aplicado aos professores)............................................................................. 72
ANEXO .......................................................................................................... 74
13
INTRODUÇÃO
Pesquisas mostram que no Brasil, o índice de obesidade e doenças
relacionadas como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial entre outras tem
aumentado a passos largos inclusive entre crianças e adolescentes (GABBAY;
CESARINI; DIB, 2003), (MELLO; LUFT; MEYER, 2004), (FERREIRA; AYDOS,
2010). A mídia, nos últimos tempos, tem divulgado muito sobre os benefícios de uma
boa alimentação, mas somente este veículo de informação não é o suficiente para
resolver a situação. Triches e Giugliani (2005, p. 545) demonstraram em seu
trabalho, que o conhecimento por parte dos alunos a respeito de nutrição não foi
suficiente para estes colocarem em prática os bons hábitos alimentares, e que o
envolvimento da família é essencial.
É sabido que o sedentarismo é um fator preponderante quando se trata em
obesidade e sobrepeso. Desta forma, Goran et al (2008, p. 2-3) atestam que
crianças que apresentam estas características se mostram mais propensas a
desenvolverem hipercolesterolemia, diabetes mellitus tipo 2 e outros males inclusive
quando adultos, diminuindo a qualidade e expectativa de vida.
O hábito da prática regular de exercícios físicos e da boa alimentação
aprendido desde cedo, servirá como fator protetor contra os males da falta destes
para a criança, que apresentará maiores chances de levar estes hábitos para a vida
adulta. Crianças obesas ou com maior sobrepeso se mostram menos ativas se
comparadas com crianças não obesas. Isto reforça a teoria de que a gordura
corporal influencia diretamente o nível de atividade física em crianças obesas e
também em adultos (BARUK et al, 2006, p. 94).
A Educação Física nas escolas deve ser muito mais do que uma simples
disciplina recreativa, devendo conduzir os alunos a absorverem a ideia da
importância em não se levar uma vida sedentária em função dos prejuízos à saúde
que esta produz como diz o sétimo artigo do Manifesto Mundial da Educação Física:
A educação física, para que exerça sua função de Educação para a Saúde e possa atuar preventivamente na redução de enfermidades relacionadas com a obesidade, as enfermidades cardíacas, a hipertensão, algumas formas de câncer e depressões, contribuindo para a qualidade de vida de seus beneficiários, deve desenvolver nas pessoas os hábitos de prática regular de atividades físicas (Fédération Internationale d’Education Physique, 2000, p.8).
14
Com este intuito, estratégias e políticas públicas que englobem o exercício
físico e as boas práticas alimentares devem ser buscadas focando não só o universo
escolar, mas também a família e comunidade conduzindo-os a uma realidade
fisicamente ativa no decorrer de suas vidas.
Não obstante, para que ocorra esta mudança efetiva no quadro atual da
alimentação e do estado físico de crianças e adolescente com pretensões de se
atingir posteriormente a população, necessário é que haja informação,
conscientização sobre o problema e intervenção na educação formal como um meio
de levantar questionamentos, indagações, reflexões e ações sobre o assunto. Desta
forma, a escola se mostra como o local ideal para que se desenvolvam hábitos,
condutas pessoais e coletivas, promovendo integração entre alunos, professores,
demais funcionários e comunidade. Assim sendo, compreendemos que o
sedentarismo e a prática da má alimentação podem ser revertidos e transformados
uma vez que a sociedade influencia a escola, no entanto é também influenciada por
esta.
A educação formal ao investir em tal assunto, poderá embasar toda uma
mobilização social que venha exigir das autoridades específicas atitudes que
estimulem a mudança de comportamento, de legislação, da mídia com suas
propagandas que induzem principalmente as crianças ao consumo errôneo e
exagerado de alimentos pobres em nutrientes, porém ricos em substâncias nocivas
à saúde, substituindo-as por comerciais éticos que mostre o quanto se pode e se
deve alimentar bem, beber muita água e praticar exercícios como forma de educar a
sociedade neste sentido. O exemplo da televisão (como meio de telecomunicação)
com suas informações consegue entrar em todas as casas e alcançar pessoas de
todas as idades, classes sociais em todos os países, se mostrando como uma
importante ferramenta, na propagação do conhecimento se bem utilizada. No
entanto, para que estes bons resultados deixem de ser utopia e se tornem realidade,
é necessário que mais uma vez a escola se torne o palco para o diálogo entre o
público leigo, estudantes, profissionais, comunidade e desta forma tenha início a
mudança.
A Educação no contexto formal tem o dever de discutir a promoção da saúde
ultrapassando a visão desta como sendo um estado sem doenças, promovendo
15
deste modo a capacidade pessoal de defender sua vida adotando hábitos que lhe
assegure em bom estado.
A supervalorização de comidas industrializadas, com alta concentração de
açúcar, refrigerantes, frituras, e sua banalização nas sociedades atuais (como tema
transversal em saúde) deve ser amplamente trabalhada, pesquisada e refletida, nos
currículos escolares. Desta forma pode-se criar junto ao educando um conhecimento
que o leve a buscar práticas saudáveis além de conhecimento que oriente a família,
cuidando de sua saúde por toda a vida e não somente enquanto jovens.
Assim sendo, este estudo objetiva avaliar a qualidade com que estas
informações estão sendo transmitidas aos discentes do Ensino Fundamental e
Médio, obtendo dados objetivos que possam ajudar no desenvolvimento de métodos
que conduzam as crianças e futuramente adultos a uma vida ativa e saudável,
levando-se em consideração que a escola não é a única instituição responsável por
esta conscientização. O presente trabalho está subdividido em capítulos e subitens e
vem discorrendo a respeito de vários pontos de interesse ligados à saúde alimentar
e física infantil e como este fato pode afetar a vida adulta. A princípio, um histórico
mostra como ocorreu a evolução da alimentação até os dias atuais assim como as
atividades físicas; em seguida tem-se retratada a realidade brasileira, com suas
dificuldades em se manter uma boa alimentação e uma vida fisicamente ativa nos
dias de hoje e como este assunto vem sendo tratado na escola, seguido pelos dados
obtidos através de pesquisa bibliográfica além da realizada (através de
questionários) com alunos e professores de Ciências, Biologia e Educação Física,
do Ensino Fundamental e Médio de uma escola da Rede Estadual de ensino do
município de Cachoeiras de Macacu – RJ, terminando com os resultados obtidos
com a pesquisa exploratória e conclusões.
16
1. ESTUDO RETROSPECTIVO
A alimentação bem como as atividades físicas faz parte do dia-a-dia do
homem e de seus predecessores. Influenciados por hábitos locais, cultura, época,
região, solos, temperatura, entre outros, estas práticas tiveram início a milênios e
nos influenciam até hoje. Admitimos que conhecendo o passado seja possível
compreendermos o presente e futuro.
1.1 A alimentação na história
Através de análises, acredita-se que o sabor foi o grande responsável pelo
desenvolvimento da arte de comer e beber influenciando grandemente a produção
de condimentos (SAVARIM, 1995, p. 7). Para Leal (1998, p. 17) o primeiro tempero
descoberto pelo homem primitivo foi o fogo, capaz de influenciar o sabor de um
alimento através da temperatura de preparo e consumo. Como o homem pré-
histórico começou a desenvolver armas (lanças, flechas, arcos) iniciou-se uma
expansão em sua dieta antes vegetariana, passando à carnívora dando lugar ao
canibalismo principal meio de grupos inteiros conseguirem as proteínas da carne.
Logo, muitos inimigos eram mortos com a finalidade de seus corpos servir de
alimento e suas propriedades serem transferidas para quem o comesse e não por
gulodice.
De acordo com Franco (2004, p. 18) a culinária teve seu nascimento
propriamente dito, com a invenção de utensílios de pedra e barro, permitindo que os
alimentos fossem cozidos de variadas formas em vasilhames além de
condimentados com ervas e sementes aromáticas alterando seu sabor.
Na Antiguidade, os gregos e mais tarde os romanos requintaram sua culinária
adquirindo mão de obra escrava para os trabalhos culinários, ter um chef de cozinha
era símbolo de prosperidade. Com o aumento de sua riqueza foram se tornando
comuns os famosos banquetes romanos que acabaram evoluindo para verdadeiras
orgias alimentares (FRANCO, 2004, p. 43).
17
A Igreja adquiriu grande poder durante a Idade Média e difundiu sua cultura
através dos mosteiros. De acordo com Leal (1998, p. 30), os monges herdaram o
conhecimento dos romanos e desta forma deram início ao cultivo das terras doadas
pelos nobres, simplificando o preparo dos alimentos e consecutivamente
modificando e redescobrindo a arte de se comer bem perdida tempos antes. Com o
início das cruzadas em 1096, um intenso comércio foi estabelecido com o Oriente
Médio na procura por suas especiarias. Em 711 DC quando os sarracenos invadiram
a Espanha, estes levaram para o Sul da Europa entre outros alimentos vegetais
como frutas e plantas comestíveis a cana-de-açúcar e o arroz (SAVARIM, 1995).
Uma grande expansão marítima marcou o início da Idade Moderna incluindo o
descobrimento da América e do Brasil. Segundo Medved (1981), muitos povos
disputavam o controle e monopólio sobre o comércio e através destas conquistas se
estabeleceu um câmbio de conhecimentos, hábitos, culturas, entre outros.
Com a colonização brasileira, a culinária antes indígena passa a se misturar
com a portuguesa, africana e ameríndia fazendo com que a cozinha nacional se
estabelecesse como um pouco de cada país.
Com o tempo, os costumes alimentares foram progredindo e se modificando
devido a grandes mudanças técnico-científicas ocorridas até o século XX:
As descobertas e inovações da fermentação;
O surgimento de novos produtos;
A descoberta e renovação de novas técnicas industriais e agrícolas;
A mecanização agrícola;
A produção do queijo, cerveja e vinho em escala industrial juntamente
com o beneficiamento do leite;
Avanços na genética que fizeram com que sua aplicação fosse possível
em plantas e animais;
O crescimento de processos técnicos para conservação de alimentos.
18
Estes fatos levaram à modernização, mas também a alterações nos hábitos
alimentares (KRISTENSEN; BUSC-KRISTENSES, 1994). As tendências alimentares
refletem esta mudança onde a tradicional forma de realizar as refeições, isto é, em
casa, foi substituída pela realizada em estabelecimentos próprios, onde o indivíduo
enfrenta fila, lê o cardápio, faz o pedido e posteriormente ingere a refeição dentro de
um tempo mínimo, daí a facilidade e procura pelos fast-foods onde se busca
associar sabor, rapidez e facilidade. Um estudo indicou que a quantidade de
restaurantes só na cidade de São Paulo aumentou em quantidade substancial. Estes
dados podem ser atribuídos a outras grandes cidades (GARCIA, 1995, p. 9).
Tais acontecimentos incidem em uma alteração nutricional generalizada. Se
compararmos os três inquéritos domiciliares nacionais ao longo de um período de 26
anos, utilizados por Mondini e Monteiro (1994, p. 434-437), encontraremos
substanciais modificações na composição alimentar da população. Estas
transformações se mostram similares entre as populações urbanas do Sudeste e
Nordeste1 do país indicando um consumo calórico total constituído em menor
proporção por carboidratos sendo substituído por gorduras. Através da tabela a
seguir, é possível observar a tendência alimentar frente as recomendações da
Organização Mundial de Saúde. Nota-se que a quantidade de ácido graxos poli-
insaturados consumidos na região Sudeste aumentou e os ácidos graxos saturados
diminuíram (decorrente à substituição da banha de porco e toucinho por óleo
vegetal). Os carboidratos complexos tiveram sua ingestão diminuída nas duas
regiões, quanto ao açúcar não houve muita variação provando que desde 1962 seu
consumo é maior do que o valor proposto como saudável. O consumo de proteínas
pouco se alterou (as maiores taxas de consumo destas foram encontradas em
pessoas que relataram ingerir grandes quantidades de frutas entre outros alimentos
vegetais) enquanto o colesterol teve uma leve redução. Também não houve grandes
alterações no consumo de lipídeos.
1 Os três inquéritos domiciliares estudou áreas metropolitanas de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza, porém os autores apresentaram dados apenas para as regiões Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) e Nordeste (Salvador, Recife e Fortaleza).
19
Tabela 1 - Participação relativa (%) de nutrientes selecionados no consumo calórico total. Áreas
metropolitanas brasileiras: 1962, 1975, 1978.
Notas: *Os valores entre parênteses correspondem aos limites de consumo propostos pela Organização Mundial da Saúde. Fonte: Mondini; Monteiro, 1994, p. 437.
Estes dados evidenciam mudanças no Brasil similar a mudanças ocorridas
tempos passados em países desenvolvidos e estiveram relacionadas ao aumento da
obesidade. No Brasil, na temporada entre o segundo e o terceiro inquérito foi
registrado um expressivo crescimento da quantidade de adultos obesos. O cálculo
das estimativas para áreas metropolitanas confirmam que este aumento foi de 50%
a 70%.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Análise do Consumo
Alimentar Pessoal no Brasil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2011) demonstra os valores nutricionais encontrados por faixa
etária e por sexo na população brasileira nos permitindo comparar tais valores com
os encontrados a 20 anos, pelos pesquisadores supra citados. Os resultados nos
mostram que passados tantos anos o brasileiro continua consumindo açúcar e
gordura acima do recomendado. No inquérito de 1988 podíamos constatar que a
NUTRIENTES SUDESTE NORDESTE BRASIL
RECOMEN DAÇÕES OMS* 1962 1975 1988 1962 1975 1988 1962 1975 1988
Lipídios 27,2 27,3 30,8 20,4 19,7 24,4 26,0 26,0 29,8 (15%-30%)
- Ácidos
Graxos Saturados
7,7 6,9 7,4 5,3 4,9 5,8 7,3 6,6 7,0 (0 – 10%)
- Ácidos Graxos
Polinsaturados
6,5 8,4 10,0 3,8 4,2 6,3 6,0 7,7 8,8 (3% – 7%)
Colesterol 205,9 166,0 165,2 154,9 128,2 147,7 195,7 158,5 160,8 (0-300 mg/ dia)
Carboidra tos
60,9 60,0 56,4 67,4 66,9 62,4 62,1 61,2 57,4 (55%-75%)
- Complexos 45,1 45,7 42,1 51,8 52,6 46,6 46,4 46,9 42,9 (50%-70%)
- Açúcar 15,8 14,3 14,3 15,6 14,3 15,8 15,8 14,3 14,5 (0 – 10%)
Proteínas 11,8 12,7 12,8 12,2 13,4 13,2 11,9 12,8 12,8 (10%-15%)
20
gordura saturada estava perdendo espaço para a gordura poli-insaturada, logo em
algum momento entre este período, a gordura saturada voltou a ser consumida em
grande quantidade. Chamam-nos à atenção também o fato de estar incluído nesta
pesquisa crianças e adolescentes de 10 a 18 anos.
Tabela 2 - Prevalência de inadequação de consumo de açúcar livre, gordura saturada e fibras, por grupos de idade e sexo - Brasil - período 2008-2009
NUTRIENTES
Prevalência de inadequação de consumo de açúcar livre, gordura saturada
e fibras (1), por grupos de idade e sexo
10 a 13 anos 14 a 18 anos 19 a 59 anos 60 anos ou mais
MASCULINO
Açúcar livre 80,0 74,0 67,0 50,0
Gordura saturada 83,0 80,0 82,0 80,0
Fibras 78,0 77,0 71,0 60,0
FEMININO
Açúcar livre 82,0 83,0 67,0 53,0
Gordura saturada 89,0 90,0 87,0 84,0
Fibras 82,0 86,0 75,0 61,0
Notas: (1) Acima de 10% do total de energia para açúcar livre, acima de 7% para gordura saturada e menor ou igual a 12,5 g por 1000 kcal para fibras. Fonte: IBGE, 2008-2009, p. 97.
Através do estudo os pesquisadores do IBGE chegaram à seguinte
conclusão:
Em relação ao consumo de energia, os grupos de indivíduos que reportaram o consumo de biscoito recheado, salgadinhos industrializados, pizza, doces e refrigerantes apresentaram as maiores médias de consumo de energia quando
comparadas com a média populacional. ... Portanto, os alimentos marcadores de uma dieta não saudável, ricos em açúcares e gorduras como os fast-food, doces e
refrigerantes foram os que mais se associaram aos maiores valores de consumo energético da população. O percentual de gordura saturada é outro marcador de qualidade da dieta sendo que o máximo recomendado é de 7% do consumo de energia (Sposito et al., 2007). A média percentual de consumo de gordura saturada em relação ao consumo de energia na população total foi de aproximadamente 9%, sendo que o consumo de biscoito recheado, salgadinhos industrializados, pizza, doces, e refrigerantes se associaram a médias elevadas de contribuição percentual das gorduras saturadas para o consumo energético total, quando comparadas à média geral da população (IBGE, 2011, p. 97).
21
... O consumo de açúcar não deve ultrapassar 10% do consumo energético total (WHO, 2003). Ao se considerar a contribuição do açúcar para o consumo energético total, cuja média populacional foi de 14%, observa-se que o consumo de biscoito recheado, salgadinhos industrializados, pizza, doces, refrigerantes, salgados, bolo e suco relacionaram-se às maiores médias de contribuição do açúcar para o consumo energético total. Entre aqueles que referiram o consumo de biscoito recheado, a contribuição do açúcar para o consumo de energia foi de quase 20% (IBGE, 2011, p. 99).
... A recomendação do Ministério da Saúde para ingestão de fibras é de 12,5g por 1 000 kcal. A ingestão reduzida de fibras reflete alimentação baseada em cereais refinados e com quantidades diminuídas de frutas, verduras e cereais integrais. O consumo médio de fibras da população foi de 22 gramas, sendo que o consumo de frutas, farinha de mandioca, arroz integral, feijão e legumes e verduras foi associado ao consumo elevado de fibras. Por outro lado, os que referiram consumo de salgados, refrigerantes, biscoito recheado e pizza foram os que apresentaram as menores médias de consumo de fibras (IBGE, 2011, p. 100).
Passados mais de 1000 anos, é possível constatar que a alimentação
continua a influenciar vários aspectos de nossas vidas mostrando o quão necessário
é para os dias atuais, tão impactados pela mudança alimentar fruto da modernidade,
que se estabeleça uma educação preventiva, inovadora, voltada para a promoção
da saúde e bem estar físico e mental, que assegure e conduza as crianças de hoje e
adultos de amanhã a se preocuparem com sua saúde e qualidade de vida essencial
para uma existência plena e feliz. A escola deve promover estes hábitos inovando
seu perfil de educação sempre que notar a necessidade. Quando uma linha de
tentativa não dá certo mostrando ineficácia quanto ao seu objetivo, devem-se
procurar novas formas de alcançar êxito lembrando sempre que o envolvimento da
família é imprescindível quando o assunto é crianças, adolescentes e jovens. Esta
busca deve ser constante e séria uma vez que o quadro atual da educação no país
se mostra insatisfatório quanto ao assunto em questão. Os estudos apontam para
uma contínua e crescente inclinação a má alimentação e um crescimento de
doenças crônicas degenerativas alcançando inclusive as crianças. Algumas medidas
devem ser tomadas e a escola ocupa um importante lugar na direção de despertar a
população quanto a este problema; no entanto, estas medidas devem visar um
estado físico saudável e não um protótipo de corpo propagado pela mídia como
“perfeito” induzindo as massas a uma obsessão em alcançar um padrão de beleza
que se iguale ao projetado como ideal. Na procura pelo suposto corpo ideal, muitas
pessoas se veem atadas a distúrbios psicológicos como a anorexia por exemplo.
Este comportamento deve ser enfaticamente evitado.
22
1.2 Um breve histórico das atividades físicas
Estudos apontam que a Pré-História foi o berço de ações que requeriam
esforço físico. Para Ramos (1983, p. 16), a vida quotidiana do homem primitivo
englobava práticas naturais, uma delas a preparação de jovens guerreiros, que lhes
asseguravam atacar e defender-se em um ambiente hostil garantindo suas
sobrevivências. Já eram comuns neste período, a representação de jogos
recreativos, com suas cerimônias e regras próprias, cujos resultados eram aceitos
amigavelmente. Oliveira (1983) nos informa que a substituição da vida nômade pela
sedentária exigiu do homem práticas que vieram se estabelecer como técnicas de
agricultura, domesticação de animais e construção de ferramentas, requerendo um
aprimoramento de habilidades físicas imprescindíveis para se alcançar o sucesso.
A Grécia Antiga, segundo Luzuriaga (1990) foi palco para o desenvolvimento
de atividades voltadas ao treinamento e preparação de guerreiros, típico dos
Espartanos. Povos como egípcios, hindus, chineses entre outros seguiam o mesmo
caminho. Pode-se dizer que a Educação Física teve seu marco inicial em Atenas
através de ginásticas e outras atividades exercidas com os corpos nus, empregadas
com o objetivo de desenvolver um indivíduo forte, saudável, belo e valoroso. Este
ideal grego de perfeição do corpo e valor humano foi substituído pela cultura romana
de propagação da virilidade e capacitação de combatentes, para conquista de novas
terras e gladiadores (Oliveira, 1983).
A Idade Média moldou um homem voltado à busca religiosa e celestial como
expõe Luzuriaga (1990), colocando os exercícios a um segundo plano. Porém, as
cruzadas promovidas pela Igreja exigiam dos cavaleiros um treinamento militar que
requeria destes uma destreza física voltada ao manejo de arcos, lanças, espadas,
equitação, natação e corrida. Esta forma de encarar o mundo se estendeu até a
Renascença onde o homem passa a ocupar o lugar principal do pensamento e as
atividades físicas começaram a serem compreendidas como um meio de se
proporcionar bem estar físico e psicológico ao indivíduo. A partir do século XVIII, a
Educação Física ganha ares pedagógicos por ser admitida como importante e
científica e torna-se integrante dos currículos escolares.
23
Soares (2004, p. 25) alega que na tentativa de manter e restaurar a
hegemonia, os exercícios ocupam o lugar de remédio a ser prescrito contra fadiga,
imoralidade, letargia, preguiça, indolência. Neste passo a Educação Física, inclusive
no Brasil, se delineia de acordo com a tendência do momento: higienista, militarista,
competitivista, pedagógica e psicológica (GHIRALDELLI JÚNIOR, 1991).
O homem desde sua origem interage com o ambiente a fim de se alimentar,
vestir e sobreviver. Desta relação surge a necessidade em se trabalhar o corpo e a
mente de acordo com o tempo e cultura locais conduzindo-o a moldar a sociedade
em que vive e ser moldado por ela, caracterizando sua identidade individual e social
no espaço e tempo. Neste ínterim observamos que a Educação Física, antes
praticada naturalmente, com o passar dos anos ganha força e fisionomia
sócioantropológica do movimento humano necessário à uma vida ativa e saudável
considerando os aspectos afetivos, culturais, políticos e sociais. Esta necessidade
se reflete como fator importante a ser considerado em uma sociedade cada vez mais
sedentária, carente de intervenção política e educacional.
24
2 POR QUE SE PREOCUPAR
Atualmente o estilo de vida mudou bastante em comparação a alguns anos.
Com isto, é possível observar uma tendência à alimentação inadequada, bem como
ao sedentarismo. Os alimentos naturais ricos em vitaminas, fibras e minerais foram
substituídos por produtos industrializados (BARRETO; CYRILLO, 2001). As pessoas
comiam mais legumes e verduras e estes continham maiores quantidades de
nutrientes (DAVIS; EPP; RIORDAN, 2004). As crianças costumavam brincar e com
isto, gastavam as calorias que ingeriam (CASTRO, 1998).
Hoje, os alimentos antes saudáveis foram trocados por outros altamente
calóricos como produtos lácteos integrais, bebidas adocicadas, açúcares e
sobremesas (FUNG et al, 2001). Muitos optam (talvez pela necessidade) por comer
diariamente em restaurantes, bar, lanchonetes onde não se sabe ao certo como a
refeição foi preparada (GARCIA, 1993). É comum o relato de pessoas (por
experiência própria) que após terem comido em tais estabelecimentos se sentem
“pesadas” como se a comida não fosse bem digerida, o aparecimento de refluxo
entre outras disfunções do trato digestivo. Normalmente utilizam no preparo
amaciantes de carne, temperos industrializados que por sua vez são carregados de
conservantes e grandes quantidades de sódio (PROTESTE, 2010). É preciso
lembrar que estes alimentos provavelmente ficam na prateleira dos supermercados
por muito tempo, alguns mais de um ano e os profissionais da saúde
desaconselham seu uso. É possível encontrar à venda papinhas enlatadas em
substituição à sopa de legumes. As brincadeiras infantis se resumem em jogar
vídeo-game, entrar na internet, ver televisão, atividades que não gastam calorias ou
gastam muito pouco. Também é possível notar que a quantidade de automóveis
aumentou, provavelmente devido ao aumento da população. Não digo que é ruim
andar de carro, mas seria bom optar por não usá-lo em pequenas distâncias.
Tendo por base tais informações, é possível associar certas doenças ao mau
uso dos alimentos assim como ao moderno estilo de vida.
25
3 NUTRIÇÃO E SAÚDE
A alimentação é algo que influi diretamente na saúde do indivíduo. Segundo o
Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável
(BRASIL, 2005, p. 127-137), se alimentar bem é sinônimo de vida saudável, porém a
ingestão de certas substâncias significam problemas ao longo do tempo. De acordo
com World Health Organization (WHO, 2002, p. 10) é possível observar um aumento
da obesidade em crianças e adolescentes, conduzindo a percentuais ascendentes
doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, se estabelecendo como uma
Síndrome Metabólica (SM). Grundy (2005) nos esclarece que, esta pode ser
compreendida como um conjunto de fatores de risco interconectados que colaboram
diretamente para o crescimento da diabetes mellitus tipo 2 e dos problemas
cardiovasculares. Na lista dos fatores de risco metabólico podemos incluir:
dislipidemia aterogênica, hiperglicemia, hipertensão arterial além de um estado pró-
trombótico e pró-inflamatório. Deste modo, a SM se manifesta como um problema de
saúde complexo, sem uma causa definida, sabendo que o excesso de peso, a
resistência insulínica e a obesidade abdominal, aumentam os riscos de sua
permanência (PENALVA, 2008, p. 249).
Com o intuito de evitar estes males, certos tipos de alimentos devem ser
evitados ou consumidos com moderação devido ao alto teor de gordura como
frituras, carne vermelha, processados como salsicha, mortadela, linguiça entre
outros. O hábito de uma alimentação saudável pode evitar ou diminuir o surgimento
de certas doenças como o câncer, entre outras neoplasias letais especialmente em
indivíduos geneticamente pré-dispostos (SÃO PAULO, 2002). Alimentos nutritivos
devem ser consumidos com mais frequência como cereais, leguminosas, leite e
derivados, frutas, legumes e verduras, porém, devido a correria do dia-a-dia, a
facilidade e rapidez nos fast-foods, as horas a mais em frente a televisão, o
consumo de produtos de origem desconhecida, alimentos muitas vezes prejudiciais
à saúde, porém consumidos devido as estratégias de marketing, a saúde tem ficado
em último plano (MOURA, 2010).
26
Oliveira e Fisberg (2003, p. 107) nos mostra que devido às proporções que a
obesidade tem adquirido nos últimos tempos, está sendo rotulada como epidemia
mundial.
Com base nas Resoluções da Diretoria Colegiada 359 e 360, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2003a, 2003b) foi elaborado um padrão
da boa alimentação para pessoas sadias com mais de cinco anos de idade.
Desenvolvido de forma gráfica, este possui um formato triangular com quatro níveis
e abrange os oito grandes grupos de alimentos e a porção correta a ser consumida
sendo conhecido como Pirâmide dos Alimentos:
Grupo 1 – Fontes de carboidratos que devem ser consumidos todos os dias,
em maior proporção por disponibilizar energia de fácil absorção pelo
organismo;
Grupos 2 e 3 – Fontes de fibras e vitaminas que devem ser consumidos todos
os dias três porções de cada;
Grupos 4, 5 e 6 – Fontes de proteínas e devem ser consumidos de 1 a 3
porções diárias dependendo do alimento;
Grupos 7 e 8 – Fontes de lipídeos e energias que devem ser consumidos com
moderação, em torno de 2 porções diárias.
Figura 1 – Pirâmide dos Alimentos
Fonte: ANVISA c.a. 1998
grupo 7 grupo 8
grupo 4
grupo 5
grupo 6
grupo 2 grupo 3
grupo 1
27
O quadro seguinte informa de maneira organizada o demonstrado através da
Pirâmide dos Alimentos. É possível notar a simplicidade e facilidade em se
compreender as informações contidas no informe.
Quadro 1 - Quantidade média de calorias que cada produto contém e deve ser consumida
GRUPOS DE ALIMENTOS CALORIAS PROPOSTAS
(Por porção)
Nº DE PORÇÕES P/ DIA
(2500) Kcal
Grupo 1 Cereais, pães, raízes e tubérculos 150 Kcal 8 porções/ dia
Grupo 2 Hortaliças 15 Kcal 3 porções/ dia
Grupo 3 Frutas e sucos de frutas 70 Kcal 3 porções/ dia
Grupo 4 Leites, queijos e iogurtes 120 Kcal 3 porções/ dia
Grupo 5 Carnes e ovos 130 Kcal 2 porções/ dia
Grupo 6 Leguminosas 55 Kcal 1 porções/ dia
Grupo 7 Óleos e gorduras 120 Kcal 2 porções/ dia
Grupo 8 Açúcares, balas, chocolates e
salgadinhos 80 Kcal 2 porções/ dia
SOMA DAS CALORIAS 2530 Kcal
Fonte: ANVISA c.a.1998
3.1 Educação alimentar nas escolas
Segundo Boog (1997, p. 16), toda orientação que venha conduzir as pessoas
à prevenção de certas doenças oriundas do mau hábito alimentar, garantindo uma
vida saudável e com qualidade pode ser considerada educação nutricional. Neste
sentido, vários programas governamentais visam integrar o assunto no ambiente
escolar como o Programa Saúde na Escola (PSE), Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE). Entretanto é possível observar que tais programas
apesar de buscar um comportamento alimentar mais saudável por parte dos alunos,
são ineficazes nesse sentido provavelmente devido a fatores como falta de
informação, pouco envolvimento familiar, situação socioeconômica da família,
cultura, mídia, além da preferência alimentar dos mesmos, uma vez que a obesidade
infantil vem se mostrando crescente apesar das intervenções públicas.
28
Um estudo realizado no Chile por Kain et al (2004, p. 491) com 2141 alunos
de 1ª a 8ª séries, demonstrou após seis meses de intervenção uma diminuição nos
níveis de adiposidade entre os meninos além de notável eficácia e melhora na
aptidão física em ambos os sexos. Isto sugere que programas específicos escolares
podem surtir bons resultados entre os alunos.
29
4 ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE
Uma vida fisicamente ativa traz benefícios à saúde em detrimento de uma
vida sedentária que se mostra como um importante fator de risco para a saúde das
pessoas (FARIAS JÚNIOR, 2011, p. 280). Concordando com o autor, a atividade
corporal induz o indivíduo a exercitar várias partes do corpo trabalhando desta forma
a mente, músculos, articulações, circulação, respiração, excreção entre outros,
ajudando na prevenção de certas enfermidades. Stein (1999, p. 147) mostrou que o
comportamento fisicamente ativo se mostra eficaz contra doenças crônico-
degenerativas especialmente as cardiovasculares, porém este resultado não se
mostra igual em todas as camadas sociais e idades. Pessoas de nível social mais
baixo tendem a se exercitar menos assim como idosos; provavelmente por falta de
conhecimento, tempo e acompanhamento de algum responsável no caso de idosos.
O processo de modernização tem modificado muito a maneira de viver
podendo estar influenciando o aumento de obesidade e doenças relacionadas.
Crianças que antes brincavam ativamente agora perdem longas horas em frente ao
computador ou televisão. Segundo Alves (2003, p. 5), uma criança gasta hoje em
média por semana 27 horas de sua vida assistindo TV sendo considerada sua
principal atividade, ultrapassada somente pelas horas de sono. Também podemos
incluir atualmente nesta lista de atividades, o uso do computador. A multiplicação
das redes sociais, a possibilidade de jogar variados tipos de jogos em rede pela
internet, influenciada pela onda de violência constante, tem levado crianças (apoiada
pelos pais) a se interessarem mais por estas, ao invés de brincadeiras comuns para
a idade praticadas tempos atrás (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Com isto,
percebemos que a diminuição destas atividades físicas durante a infância pode estar
se refletindo em um quadro de doenças que antes somente eram vistas em adultos.
Uma criança com vida ativa provavelmente tem maiores chances de levar para a
vida adulta não só os efeitos, mas também o comportamento ativo.
Em sua pesquisa, SOUZA (2003), mostrou que exercícios físicos aeróbicos
de baixa intensidade após um período, são capazes de reduzir a pressão arterial de
indivíduos hipertensos, sendo recomendada para o tratamento e prevenção da
30
hipertensão arterial e ainda se administrado juntamente com o tratamento
farmacológico minimiza seus efeitos colaterais e ainda diminui seu custo.
Também foi demonstrado através de análises, (Negrão et al, 1992a), que
ratos normotensos que se exercitam apresentam menor resposta taquicárdica ao
exercício físico progressivo do que ratos sedentários indicando uma maior
resistência cardíaca. ROVEDA et al (2003, p. 858 - 860) expôs em seus
experimentos que o paciente com insuficiência cardíaca tem sua qualidade de vida
melhorada através do treinamento físico, este é capaz de corrigir a disfunção
neurovascular típico desta cardiomiopatia. Brum et al (2004, p. 28) constatou que a
dieta associada ao exercício físico levou um grupo de pacientes pesquisados a uma
sensibilidade à insulina muito maior do que quando tratados unicamente com dietas,
devido à perda de peso corporal, além de diminuir a atividade nervosa simpática e
queda da pressão arterial sendo esta linha de tratamento a melhor opção para
tratamento não-farmacológico de pessoas obesas. Estes estudos demonstram o
impacto que o exercício físico causa na saúde de uma pessoa que o pratica
regularmente indicando o quanto importante se é ampliar a divulgação e a
transmissão destas informações para crianças e todo o restante da população a fim
de alertar, e impressionar os mesmos com a realidade.
4.1 Educação Física
As pessoas de modo geral encaram a Educação Física como um momento
recreativo e por isso uma disciplina com menor valor que as demais onde o
professor é considerado por muitos quase um recreador. É preciso compreender a
verdadeira importância dessas aulas e dos seus efeitos. Historicamente influenciada
por diversas correntes de pensamentos como: esportivo, médico, biológico,
psicológico, social, militar, entre outros, atualmente busca-se uma educação física
para a saúde, que desperte nos jovens o interesse não somente de se tornarem
ativos fisicamente, mas que compreendam as vantagens e optem por manterem um
comportamento saudável ao longo de suas vidas (GUEDES, 1999, p. 11).
31
Muitos consideram saúde como simplesmente a ausência de doença, porém
de acordo com um documento produzido na Conferência Internacional sobre
Exercício, Aptidão e Saúde, realizada no Canadá em 1988, saúde foi definido como:
Condição humana com dimensões física, social e psicológica caracterizada por um
continuum com polos positivos e negativos. A saúde positiva está associada à
capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do cotidiano, e não
meramente a ausência de doença; enquanto a saúde negativa está associada à
morbidez e, no extremo, à mortalidade (Bouchard, 1989, p. 3-28).
Com estas considerações, apoiamos Guedes (1999, p. 11), que conceitua o
estado de ser saudável como algo que se adquire constantemente ao longo da vida
e não algo estático, incluindo a saúde em um campo educacional necessitando ser
tratada em um contexto didático-pedagógico que vá além da Educação Física.
32
5 SAÚDE COMO TEMA TRANSVERSAL
O currículo escolar brasileiro, desde o século XIX, é composto por temas
relativos a saúde e doenças, através de disciplinas como Higiene, Nutrição,
Educação Física e também Ciências Naturais e Biologia (CADEI; COSTA, 2008). A
partir de 1998, uma nova proposta de reorientação curricular foi inserida pelo
Ministério da Educação através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
incorporando nos currículos escolares brasileiros temas transversais. Estes (Ética,
Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Educacional), são
assuntos que devido sua importância, devem ser implantados e discutidos nas
outras áreas e disciplinas que constituem o currículo escolar (BRASIL, 1998, p. 17).
Deste modo, parafraseando Libâneo (1994), a educação formal possui o
importante papel de gerar valores e conhecimentos, motivar, sensibilizar, transmitir
informações, levar a momentos de reflexão estimulando questionamentos e
conclusões transformadoras. O debate a cerca dos benefícios da boa alimentação e
da prática regular de exercícios físicos em toda a esfera curricular da escola, pode
vir a desenvolver uma autonomia crítica nos alunos, assinalando o papel da
educação na formação de cidadãos conscientes e críticos, capacitados a
transformar, decidir, construir e reconstruir suas realidades (FERREIRA, 2001, p.
22). Para alguns autores como Busquets e Leal (2003, p. 67), a educação formal
voltada para a promoção da saúde deve apresentar características como:
Considera todos os aspectos da vida da escola e suas relações com a comunidade;
Baseia-se em um modelo de saúde que inclui a interação dos aspectos físicos,
mentais, sociais e ambientais;
Centra-se na participação ativa dos alunos, com uma série de métodos variados
para desenvolver habilidades;
Reconhece que muitas habilidades e processos básicos são comuns a todos os
temas de saúde e que estes deveriam ser programados como parte do currículo;
Entende que o desenvolvimento da auto-estima e da autonomia pessoal são
fundamentais para a promoção de uma boa saúde;
Concede grande importância à estética do ambiente físico da escola, assim como ao
efeito psicológico direto que ela causa em professores, pessoal não docente e
alunos;
33
Considera a promoção da saúde na escola algo muito importante para todas as
pessoas que nela convivem;
Reconhece o papel exemplificador dos professores;
Sabe que o apoio e a cooperação dos pais são essenciais para uma escola
preocupada com a saúde;
Tem uma visão ampla dos serviços de saúde escolar, que incluem a prevenção e os
exames de saúde, mas também a participação ativa no desenvolvimento do
currículo de Educação para a Saúde. Além disso, oferece aos alunos a possibilidade
de tornarem-se mais conscientes como consumidores de serviços médicos
(BUSQUETS; LEAL, 2000, p. 67).
Porém, como a questão boa alimentação e prática regular de exercícios
físicos para promoção da saúde vêm sendo trabalhada dentro de sala de aula? Para
responder esta pergunta, o próximo capítulo vem detalhando a pesquisa quantitativa
feita com alunos de uma escola estadual do município de Cachoeiras de Macacu,
estado do Rio de Janeiro. A escolha se deu em decorrência da mesma ser bem
avaliada pela comunidade local quanto à melhor educação oferecida se comparada
com outras instituições de ensino da mesma região. Vários dos estudantes que ali
terminaram o Ensino Médio ingressaram no Ensino Superior, muitos do Curso
Normal, atualmente trabalham com educação infantil corroborando a avaliação feita
pela comunidade.
34
6 PESQUISA QUANTITATIVA
De acordo com a International Association for the Study of Obesity (IASO,
2009-2010, p. 3), a estimativa é que mundialmente haja pelo menos 155 milhões de
crianças em fase escolar acima do peso. O número é assustador, e preocupa ainda
mais se considerarmos que está evidenciando apenas crianças, desconsiderando
jovens e adultos.
Pesquisas apontam que a obesidade está tomando proporções dramáticas.
Só no Brasil e nos Estados Unidos durante os anos 90, com relação a crianças
acima do peso, o acréscimo foi de 0,5% ao ano. Em países como Canadá entre
outros na Europa este percentual foi de 1% (LOBSTEIN, 2004, p. 4). Considerando
somente o território nacional inclusive o Nordeste este número é cada vez maior.
Em seu trabalho (VASCONCELOS; SILVA, 2003, p. 1447), demonstrou que
analisando e comparando adolescentes a cada cinco anos, no período de 1980 a
2000, os índices de sobrepeso são crescentes passando de 3,81% em 1980 para
9,40% em 2000. Estes dados devem ser associados ao mau uso dos alimentos e à
diminuição das atividades físicas desde a infância influenciada pela modernização.
Dada à importância da temática, este trabalho monográfico apresenta uma
pesquisa quantitativa na intenção de colher de alunos do Ensino Fundamental e
Médio informações e opiniões inerentes à alimentação e exercícios físicos
averiguando sua conduta e da família quanto aos alimentos consumidos, exercícios
que pratica e sua regularidade, nível de conhecimento com relação ao assunto.
Também se procurou obter informações e opiniões de professores de Ciências,
Educação Física e Biologia, quanto ao problema da obesidade entre os alunos,
participação da família, meios que a escola poderia utilizar para modificar o quadro
atual entre outros.
35
6.1 Objetivos
Obter dos alunos do Ensino Fundamental e Médio, informações que venham
esclarecer e indicar possíveis motivos que tem conduzido crianças e adolescentes
nos últimos anos a aumentarem de peso e desenvolver doenças antes tipicamente
de adultos, muitas das vezes carregando consigo esta característica para a vida
adulta; relacionar este fato ao envolvimento familiar assim como da real participação
da escola no processo. Adquirir dos professores de Ciências, Biologia e Educação
Física, fatos que ajudem a elucidar a questão apresentada. A ideia do estudo foi
saber como as disciplinas que ao longo dos tempos são as principais responsáveis
pela transmissão do assunto (Ciências, Biologia e Educação Física) estão
abordando e trabalhando a questão atualmente de acordo com as respostas e
comportamentos diários obtidos.
6.2 Metodologia
O presente estudo foi realizado no Colégio Estadual Maria Zulmira Torres,
situado no município de Cachoeiras de Macacu, no bairro Santa Luiza, Estado do
Rio de Janeiro. Na primeira fase deste trabalho ocorrida em abril, foi realizada uma
visita ao colégio para explicar a proposta da pesquisa às suas respectivas diretoras
e obter seus consentimentos.
A segunda fase (realizada em abril) foi composta por uma visita a duas
turmas do 6º ano (601 e 603), e a duas do 9º ano (901 e 902) do Ensino
Fundamental (EF), e também a duas turmas do 1º ano (1001 e 1002) e a duas do 3º
ano (3001 e 3002) do Ensino Médio (EM) para apresentação do trabalho e entrega
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos alunos, a fim dos mesmos
levarem o documento para os responsáveis concordarem ou não com suas
participações de livre e espontânea vontade na pesquisa.
Durante a terceira fase que ocorreu em maio de 2013, efetuou-se o
recolhimento dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido dos alunos
36
devidamente assinados pelos seus responsáveis e logo após deu-se início à
aplicação dos questionários. Estes foram aplicados por professores da escola em
questão, em sala de aula, sendo respondidos primeiramente por alunos de ambos
os sexos do 6º ano e, posteriormente, passando aos anos seguintes. Os mesmos
levaram cerca de 20 minutos para serem recolhidos e foram constituídos por um
cabeçalho onde o aluno deveria indicar a idade, turma, bairro onde reside e se mora
com os pais ou com outros; neste caso foi solicitado a identificação do parentesco.
Os nomes foram omitidos uma vez que a maioria dos alunos são menores. Quatorze
questões ao todo compôs o questionário, sendo onze questões discursivas, uma
questão objetiva contendo as opções “SIM” e “NÃO” e duas questões objetivas, a
primeira contendo cinco alternativas e a segunda contendo quatro possibilidades de
escolha respectivamente.
O quadro a seguir mostra de forma melhor a quantidade de alunos
pesquisados por série:
Quadro 2 - Quantidade de alunos pesquisados por ano escolar
ENSINO FUNDAMENTAL (EF) ENSINO MÉDIO (EM) TOTAL
6º ANO 9º ANO 1º ANO 3º ANO ______
44 alunos 42 alunos 55 alunos 32 alunos 173 alunos
Fonte: Do autor, 2013.
Na quarta fase, foi realizada uma visita aos professores de Educação Física,
Biologia e Ciências, dois de cada uma das disciplinas para esclarecimento quanto ao
trabalho, assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que
confirmasse suas participações para em seguida aplicar-lhes o questionário. Este foi
composto por 10 questões discursivas sendo oito delas abertas a justificativas
dependendo da resposta do professor.
37
6.3 Resultados e discussão
Dos estudantes que participaram do estudo, 96% respondeu morar com os
pais ou pelo menos com um deles. Somente 4% respondeu morar com avós, irmãos
ou tios. A seguir estão apresentadas as perguntas que deram rumo à pesquisa
assim como determinadas respostas que se mostraram de alguma relevância para o
projeto. A primeira questão proposta foi:
Qual o nível de escolaridade de seus responsáveis (pais ou avós,
tios, irmãos, outros)?
Boa parte dos alunos respondeu que ao menos um de seus responsáveis
possui Ensino Médio completo seguido dos que possuem ao menos um de seus
responsáveis com Ensino Fundamental incompleto. Em menor quantidade ficaram
os que afirmaram que um de seus responsáveis possui Ensino Fundamental
completo. Uma pequena parcela dos alunos respondeu possuir um dos
responsáveis com Ensino Superior completo ou em andamento. Alguns pesquisados
ofereceram uma resposta incompatível com a pergunta, por exemplo: “Meus pais” ou
“Acho que não sei” sendo classificada como “incoerente”. A ideia é saber se a
alimentação dos alunos pode ser influenciada pelo nível de escolaridades dos
responsáveis. Considerando que a maioria destes teve a formação escolar de nível
médio, sugerimos que os mesmos deveriam possuir conhecimentos básicos, porém
suficientes para orientar os filhos quanto às práticas físicas e alimentares saudáveis
bem como manter estes hábitos no dia-a-dia do lar. O gráfico 1 demonstra a
distribuição das respostas.
38
Gráfico 1 - Nível de escolaridade dos responsáveis por ano escolar
Fonte: Do autor, 2013.
Quanto à segunda pergunta: De que é constituída geralmente sua
alimentação pela manhã? É possível notar através do gráfico 2, que a maioria dos
alunos respondeu se alimentar de pão, biscoito, frutas e bolo acompanhado de café
ou suco, iogurte e leite, isto é, realizam uma refeição mais completa pela manhã.
Alguns responderam beber apenas um copo de leite ou lancham algum tipo de
sanduíche. A partir do 9º ano (uma vez que no 6º ano somente três responderam o
mesmo provavelmente por maior dependência dos pais) uma boa parte dos alunos
respondeu: “Eu não como de manhã”, “Acordo 11:30 e vou almoçar com isso não
lancho”, “Nada. Acordo na hora do almoço”, “Não como de manhã, não consigo”. A
partir do 1º ano, é possível encontrar respostas como: “Biscoito com salgado,
refrigerante ou suco”, “Salgado e Guaravita”, “Salgado e uma Coca-cola quando
chego na escola”. No 3º ano dois estudantes responderam: “Apenas um copo de
água”, “Água ou chá” (talvez na tentativa de manter alguma dieta) sendo incluídas
no campo dos alunos que não lancham ou o fazem às vezes. Estas afirmações
demonstram uma completa falta de critério no que diz respeito à alimentação e
provavelmente falta de informação quanto à nutrição e saúde, propondo que o
sistema de ensino muitas das vezes consegue transmitir a informação aos alunos,
14 12 18 16
9 10 13 13
50 50 56
53
9
0 7 6
18
28
6 12
0
20
40
60
80
100
6º ano EF 9º ano EF 1º ano EM 3º ano EM
Perc
en
tual
de r
esp
on
sáveis
(%
)
Escolaridade dos responsáveis
Ensino Fundamentalincompleto
Ensino Fundamentalcompleto
Ensino Médio completo
Ensino Superiorcompleto ou emandamento
Resposta incoerentecom a pergunta ou nãosei
39
porém em alguns casos, não de forma a leva-los a colocar em prática o que
aprende. A maior parte dos estudantes informou lanchar de forma mais correta.
Gráfico 2: Café da manhã dos alunos por ano escolar
Fonte: Do autor, 2013.
É sabido que o café da manhã é uma das três refeições mais importante do
dia, sendo a primeira refeição consumida após as longas horas de sono e conhecida
por poder melhorar a saciedade do comensal, diminuindo sua ingestão calórica ao
longo do dia (BRASIL, 2005), (UTTER et al, 2007). Logo, um estudante que bebe
apenas um copo de água ou chá, ingere frituras e refrigerantes, não toma o café da
manhã, está prejudicando sua saúde, provavelmente por falta de conhecimento,
preocupação com a mesma, talvez por alguma dieta restritiva sem acompanhamento
ou ainda pelo fato dos pais trabalharem fora sobrando menos tempo para
acompanhar e verificar o comportamento alimentar dos filhos. Essas são algumas
hipóteses levantadas na tentativa de explicar os resultados encontrados.
Supõe-se que quanto mais idade tem o aluno, pior ele se alimenta,
possivelmente por menos dependência dos pais, optando pelos alimentos que mais
satisfaça sua preferência independente se são saudáveis ou não. Em boa parte dos
casos, os pais trabalham fora diminuindo o tempo para acompanhar a rotina dos
63 62
73
38
11
2 0 3
9 7 9
19
5 0
5 9 7
27
11
28
5 2 2 3
0
20
40
60
80
100
6º ano EF 9º ano EF 1º ano EM 3º ano EM
Perc
en
tual
de a
lun
os (
%)
Café da manhã dos alunos
Pão, biscoito, frutas,bolo (acompanhado decafé, suco, iogurte ouleite)Sanduíches (tipo mistoquente entre outros)
Leite puro
Algum lanche contendofritura e refrigerante
Não lancha ou somenteàs vezes
40
filhos incluindo a alimentação. A estes se somam o cansaço impelindo-os a optarem
por refeições rápidas, que apesar da praticidade geralmente não são recomendáveis
para acompanhar uma rotina alimentar. O aprendizado escolar deveria não somente
transmitir estes conhecimentos aos discentes, mas também conscientizá-los sobre o
tema provocando nestes uma vontade de manter o organismo em equilíbrio. Esta
conscientização deveria alcançar as famílias uma vez que uma criança ingere o
alimento que derem a ela para comer, levando-nos a compreender a
responsabilidade que os pais têm com o problema.
Na terceira pergunta: De que é constituído geralmente seu almoço? Boa
parte dos alunos respondeu se alimentar de arroz, feijão, carne vermelha com ou
sem verduras e/ ou legumes como é possível observar no gráfico 3. Apareceram em
quantidades menores, os que afirmaram almoçar carnes variadas acompanhado de
verduras e / ou legumes. Poucos disseram ingerir suco e refrigerante junto com o
alimento assim como alguns responderam fazer uso de processados e batata frita.
Somente cinco alunos disseram que não almoçam ou somente lancham e ainda dois
afirmaram merendar na escola.
Gráfico 3: Alimentação dos alunos no almoço por ano escolar
Fonte: Do autor, 2013
43 45
53 56
4 10
5 6
25 26 21
25 18
2 9
13 8
2 4 0 2
5 4 0 0
10 4
0 0
20
40
60
80
100
6º ano EF 9º ano EF 1º ano EM 3º ano EM
Perc
en
tual
de a
lun
os (
%)
Alimentação dos alunos no almoço
Arroz, feijão, carne vermelhacom ou sem verduras e/ oulegumes
Arroz, feijão algum tipo decarne e batata frita
Arroz, feijão, carnes variadas,verduras e /ou legumes
Refeição acompanhada desuco e / ou refrigerante
Processados
Não almoça ou somentelancha
Resposta incoerente com apergunta
41
Realmente o que mais chamou a atenção nesta questão foi o fato de tantos
alunos ingerirem diariamente carne vermelha totalizando 85 alunos,
aproximadamente 50% dos estudantes pesquisados. Um índice muito alto para um
alimento que participa da pirâmide alimentar, é considerado uma das principais
fontes de proteínas entre outras vitaminas e minerais, porém se consumido em
grande quantidade pode induzir a formação de certos tipos de câncer (GUALDRINI
et al, 2005). Os 50% restantes divididos entre as demais respostas entre estas
aquelas que incluem suco ou refrigerante junto com a refeição, uso de processados,
batata frita, lancham no lugar do almoço e assim por diante, ou seja, dos 173
estudantes pesquisados, somente 42 alunos afirmaram fazer uma refeição mais
completa durante o almoço com arroz, feijão, carnes variadas, saladas e/ ou
legumes cozidos sem acompanhamento de sucos ou refrigerantes. Isso mostra o
quanto as famílias pesquisadas por algum motivo, fazem uso de uma alimentação
desregrada.
Outro fato interessante foi constatar que praticamente nenhum aluno
pesquisado merenda na escola, isto nos leva a indagar qual o motivo para estes
números tão baixos. Entre as respostas coletadas nas turmas do 3º ano, turno da
manhã foi possível encontrar apenas duas: “Em casa: (feijão, arroz, carne variada,
legume, salada) Na escola: (macarrão com carne moída ou com ovo) * praticamente
não como na escola” (sic), “Quando chego a comer na escola (arroz, feijão, ovo...)
Em casa (arroz, feijão, carne, legumes, frutas)” (sic). Analisando as duas respostas,
observamos que ambas mostram uma refeição mais completa realizada em casa e
outra com menos variedade na escola. Alguns alunos deste turno reclamaram da
merenda, outros a elogiaram. Em conversa informal com os mesmos, pude concluir
que o baixo número de pesquisados que informaram merendar na escola, se deve
provavelmente ao fato desta ser servida às 9 horas no turno da manhã e às 15 horas
no turno da tarde, horário em que os alunos sentem necessidade de lanchar ao
invés de almoçar.
Nesta questão identificamos o quanto se faz necessário que haja um trabalho
da escola junto aos responsáveis no sentido de informar e chamar à atenção para
este assunto tão importante devido aos problemas de saúde que vem alarmando a
população mundial. Vale lembrar também o quão necessário é que, neste ambiente
se ofereçam um cardápio sortido, saudável e de boa qualidade, elaborado se
possível por um nutricionista, levando os estudantes a experimentarem um primeiro
42
contato com uma alimentação saborosa voltada para a saúde conduzindo-os a um
interesse pelo assunto.
A quarta pergunta: De que é constituído geralmente seu jantar? Não foi
muito diferente da questão anterior em suas respostas. Dos pesquisados 47%
relatou jantar arroz, feijão e carne vermelha com ou sem verduras, legumes e
macarrão na maioria das vezes. Relembramos que a carne vermelha demora a ser
digerida e por este motivo não é indicada como o melhor alimento a ser consumido
antes de ir dormir uma vez que pode dificultar o sono. Os 53% restantes, ficaram
divididos entre aqueles que variam a carne, preferem frango, somente lancham ou
afirmaram lanchar pizza, salgado, pão, processados ou não jantam. Nota-se que
muitos dos que praticam um almoço mais saudável fazem exatamente o contrário na
janta. É curioso que o peixe, rico em ômega 3 e vitaminas, não é citado
especificamente nem uma vez inclusive nas respostas da questão anterior, ao
menos que esteja incluído nas opções “carnes variadas” ou “algum tipo de carne”.
Interessante que muitos dos que responderam lanchar estes alimentos
calóricos se encontram no 6º ano, ou seja, bastante dependentes dos pais o que
demonstra mais uma vez falta de tempo ou talvez de conscientização destes sobre a
importância de uma alimentação adequada no jantar.
Avançando nas questões, indagamos aos alunos: Você possui o habito de
comer entre as refeições? Em caso positivo, de que se alimenta? Na tentativa
de avaliar o que os estudantes ingerem além das refeições principais. A intenção é
saber se os mesmos possuem alguma noção a respeito da quantidade de açúcar,
sal e gordura a ser ingerida ao longo do dia bem como do mal em fazê-la em
grandes quantidades.
Os resultados mostraram que muitos alunos provavelmente desconhecem ou
ignoram a pirâmide alimentar que pelo fato de ser bem visual torna fácil, quando há
interesse, consumir os alimentos certos nas porções corretas. Somaram 32% os
alunos que responderam consumir geralmente entre as refeições: balas, chocolates,
biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes, hambúrgueres, biscoitos preparados
com farinha de milho, sorvetes, doces em geral, tudo isto diariamente% restante
divergiu entre frutas, biscoitos, leite, iogurte e suco.
Entre as respostas obtivemos algumas como: “Gosto de coisas gordurosas e
doces”, “Qualquer coisa que tenha gordura, por exemplo: batata frita, queijo e
bacon... delícia!”, “Sim. Muita besteira. Salgado”. Estas respostas foram
43
selecionadas porque compreendemos que de alguma forma indicam convergência
nas opiniões. Estes estudantes declaram que gostam de alimentos sabidamente
gordurosos por acharem que possui um bom sabor além dos doces que atraem
tantos. Notamos que estes entre outros pesquisados não demonstram nenhuma
preocupação com o alimento a ser consumido. O sujeito da segunda fala revela
“qualquer coisa que tenha gordura”. Destacamos nesta resposta a ideia de que para
ser gostoso tem que ter gordura, fato que deveria ser amplamente trabalhado e
discutido em sala de aula pelo professor conduzindo estes alunos a uma reversão
em seus conceitos quanto ao sabor. É como se não conhecessem outras variedades
de lanches que podem ser saudáveis e saborosos. O costume é outro fator a ser
considerado. Neste caso, a pessoa que usualmente ingere alimentos gordurosos
terá preferência por estes considerando os demais ruins ou “sem graça”. Entretanto,
quando há uma mudança nos hábitos, a princípio podem causar estranheza,
sensação de insatisfação, porém no decorrer do novo comportamento, o indivíduo
acostuma com o sabor recém-descoberto não se atraindo mais pelo alimento
prejudicial.
Outras respostas obtidas foram: “Sim, na maioria das vezes besteiras, até
porque geralmente na rua não vende nada saudável”, “Eu costumo comer doce
muito doce”. Considerando o fato do aluno saber que ingere produtos prejudiciais à
saúde se consumido em quantidades elevadas, não sendo à toa considerados
“besteiras”, ele acredita que não há nada de saudável à venda na rua, fato que não
está tão errado assim. Realmente é difícil encontrar algo comestível que satisfaça a
fome, seja bom e saudável em barracas e camelôs. A menos que a refeição seja
realizada em um restaurante, onde se tem opção de escolha, fica muito complicado
encontrar um lanche razoável para comprar em locais como estes. Os
estabelecimentos provavelmente se adequaram à preferência da população e
apostam na venda de salgados, biscoitos recheados, doces. Dificilmente uma
padaria ou lanchonete oferece alternativas em seus sanduíches. A escolha seria ter
consigo algo preparado em casa, o que nem sempre é possível. Novamente aulas
mais informativas, que orientam os alunos seriam de grande importância.
O autor da segunda resposta enfatiza que não basta comer doce, tem que ser
“muito doce”. Identificamos nesta afirmação o problema da falta de controle com a
quantidade a ser consumida. O problema em certas ocasiões não está no fato em se
comer um doce ou uma guloseima qualquer e sim na quantidade a ser ingerida, que
44
na maioria das vezes excede o aconselhável a ponto de se tornar uma prática diária,
comer muito e todos os dias. Talvez aulas expositivas que demonstrasse o que
ocorre com o organismo quando certas substâncias são ingeridas, na intensão de
impactar os jovens com a realidade tão distante de seus quotidianos fosse uma
opção a ser considerada.
Continuando o questionário, foi perguntado: Você pratica algum esporte? A
questão objetiva saber se estes alunos que antes afirmaram consumir alimentos tão
fora do recomendado como saudável mantém uma vida fisicamente ativa. Os
resultados apresentam muitos alunos afirmando enfaticamente não praticar nenhum
tipo de exercício físico, entre eles, quatro dos cinco estudantes citados na questão
anterior. Um deles afirmou: “Jogava basquete. Agora eu só como e durmo”. Ou seja,
ele declara que não faz nada além de comer e dormir, excluindo outras ações
comuns para a idade inclusive as aulas de Educação Física assim como muitos
outros alunos que disseram impetuosamente “não” quanto à prática de esportes.
Esta aula parece não lhes significar um momento de realização de atividades físicas,
de trabalhar o corpo, a mente consecutivamente o tema saúde fato preocupante,
pois deveria ser exatamente o contrário. A palavra esporte e saúde deveria remetê-
los à lembrança das aulas de Educação Física.
Outra resposta foi: “Sou péssima em esportes, particularmente detesto, não
pratico”. A pesquisada se considera péssima em esportes, o que nos faz crer que
este é o motivo para a mesma detestar sua execução optando por não fazê-lo ou a
mesma não gosta de esportes e por esta causa se torna “péssima” em sua
realização. É necessário que o professor trabalhe nestes alunos o gosto pela
atividade corporal, digo isto pelo fato de existirem outras formas de se trabalhar o
corpo motivando mais alguns, por exemplo, dança, aeróbica, pular corda entre
outras. É necessário considerar as diferenças individuais de cada aluno adaptando
as atividades a estes.
Observamos que no 6º ano, portador de alunos na faixa etária entre onze a
treze anos, quinze alunos disseram não se exercitarem, isto é, não correm, jogam
bola, queimada, pique, isto é, não levam uma vida ativa como muitos nesta idade
levavam tempos atrás. No 3º ano, mais da metade dos alunos afirmaram o mesmo.
Vale a pena comentar que uma das turmas deste ano pertence ao Curso de
Formação de Professores e que seus integrantes pode não possuir metas que visem
à saúde levando-nos a acreditar que eventualmente não tenha para transmitir aos
45
seus futuros alunos. Porém os que responderam praticar algum exercício muitas
vezes, ao menos duas vezes na semana, às vezes, nas aulas de Educação Física
somou maior número em seu total o que já é de algum lucro. Muito bom saber que
ainda existem jovens que apreciam se exercitarem. Uma resposta que
particularmente chamou a atenção foi a de um aluno do 6º ano que afirmou:
“Natação e jogar bola frequência maxima” (sic). Nota-se nestas palavras um prazer
em realizar as atividades; ele gosta do que faz e isto o induz a prática em maior
quantidade possível. Talvez esta seja a solução para os alunos que não gostam de
exercícios, leva-los a praticarem a atividade que eles gostem de fazer e não
qualquer uma imposta pelo professor. As respostas se distribuíram da seguinte
forma:
Quadro 3: Atividades físicas praticadas pelos alunos por ano escolar
RESPOSTAS 6º ano (%) 9º ano (%) 1º ano (%) 3º ano (%) TOTAL
(%)
Sim 14 5 9 6 9
Não 34 36 25 53 35
Às vezes 17 12 2 3 9
Muitas vezes 26 38 38 35 34
Duas vezes na semana 3 7 7 3 5
Educ. Fís. somente 6 2 19 0 8
Fonte: Do autor, 2013
Compreende-se que o compromisso do educador, deve englobar o
cumprimento da agenda escolar elaborada pelo corpo docente para as disciplinas,
no entanto, devem-se considerar as capacidades e aptidões pessoais de seus
alunos, levando em consideração àqueles que apresentarem dificuldades em sua
realização sempre com o dever de ajudar não se esquecendo de reconhecer seus
méritos, encorajando e motivando-os, buscando alternativas que se adeque mais às
individualidades conduzindo estes à auto satisfação.
A seguir foi perguntado aos discentes: O que você gosta de fazer nas horas
vagas? Objetivando-se conhecer o passatempo dos alunos quando não estão
46
estudando. As respostas indicaram que 71% dos estudantes pesquisados indicaram
como principal entretenimento utilizar o computador, seguido por dormir, assistir
televisão, jogar videogame, 6% afirmou ficar com os amigos, não fazerem nada,
namorar. Os 23% restantes divergiram entre prática de esportes, andar de bicicleta,
cavalgar e especificamente no 6º ano brincar (felizmente). Confirmamos o que já
havíamos concluído com a questão anterior. Atividades que não gastam calorias ou
gastam muito pouco se mostram como as preferidas para a maior parte dos alunos.
Lembrando que a maioria destes não possui uma boa alimentação, ingere grande
quantidade de alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, não praticam esportes com
regularidade. Com grande ingestão de calorias e sem gasto energético, o resultado
é uma geração de crianças, adolescentes e geralmente adultos acima do peso e
possivelmente com desenvolvimento de certas doenças principalmente em pessoas
geneticamente pré-dispostas (ROSEMBAUM, 1998).
O quadro é preocupante e deve despertar a mesma preocupação na escola
alcançando a família e comunidade. Sem esse trabalho conjunto é quase impossível
ter sucesso quanto ao problema. O aluno estando em casa, irá se alimentar do que
o responsável pelo preparo da refeição fizer. Logo, esta pessoa deve possuir
conhecimento sobre alimentação balanceada voltada para a saúde, na tentativa de
induzir não somente o aluno, mas toda a família a consumir esta mesma
alimentação enriquecida. No momento em que este estudante sair de casa deve
levar consigo um motivo que o leve a não comer qualquer coisa caso sinta
necessidade. É exatamente este despertar que buscamos. Um motivo para se
escolher bem o que ingerir, quando e a quantidade. As pessoas de um modo geral
precisam compreender que o correto é se sentir satisfeita e não abarrotado de
comida. Esse exagero comum de nossa cultura assim como outras, influenciado
pelos movimentos fast-foods, rodízios (de carnes, massas, petiscos, pizzas), “pague
e coma à vontade”, tem empobrecido nossa alimentação e trazido enfermidades e
desconforto sobre a população sendo necessária uma mudança neste cenário atual.
Continuando a pesquisa, foi questionado: Você sabe que tipo de alimento
fornece mais energia para o seu organismo? A pergunta tem a finalidade de
avaliar o nível de conhecimento dos alunos quanto à nutrição. Através dos dados
obtidos pudemos concluir que lhes faltam conhecimento nutricional, pois dentre os
pesquisados 47 responderam “não” a questão incluindo aqueles que estão prestes a
47
terminar o Ensino Médio. Outros acreditam que frutas, legumes e verduras são os
principais alimentos que nos fornecem energia. Estes 35 alunos que assim
responderam, não associam energia ou caloria aos carboidratos, lipídios e gorduras
e sim aos alimentos de uma forma geral, sem critério. O restante das respostas
variou em uma diversidade de alimentos incluindo a água; estes jovens
provavelmente já devem ter ouvido e estudado que é importante e saudável beber
bastante água logo, os mesmos a associou ao ganho de energia para o corpo, um
fator importante, se esquecendo da questão hidratação.
Entre as respostas obtivemos algumas como “Bastante salada, bastante
proteínas, ferro como o arroz e feijão, e bastante água” (sic). Este aluno associa
erroneamente o ferro existente no feijão ao arroz, no entanto deduz que salada e
água assim como arroz e feijão produz energia ao corpo talvez por estes últimos
integrarem normalmente o almoço e jantar. Outra resposta alega “Alimentos com
proteínas, como arroz e feijão”. O dono da afirmativa ao citar as proteínas não se
remete às carnes e ao mencionar arroz com feijão não lhe vem à memória os
carboidratos presentes nestes dois alimentos em maior quantidade se comparado às
proteínas. Ainda teve um estudante, o mesmo que na questão de número cinco
informou gostar de qualquer coisa que contivesse gordura, não respondeu
exatamente a pergunta, porém informou “Meu organismo gosta de G-O-R-D-U-R-A!”
(sic). O mesmo se mostra um tanto satisfeito em suas afirmações, sem nenhuma
preocupação com a saúde e possivelmente com uma inclinação a causar espanto
em quem analisasse o questionário. Caso esta fosse a intenção, de fato ele
conseguiu. Analisando as afirmativas no todo, foi possível identificar 41 respostas
que apontam em algum momento o feijão como alimento fonte de energia. Apenas
um aluno do 6º ano mencionou “proteínas, lipídios e carboidratos”. Interessante, pois
nenhum aluno de outro ano citou os três elementos juntos em sua resposta
evidenciando mais uma vez a falta de conhecimento nutricional pela maioria dos
pesquisados.
É plausível que o assunto tenha sido falado alguma vez na escola, contudo
estes não foram assimilados pelos educando de forma relevante. Eles conhecem o
conteúdo, entretanto parecem incapazes de correlacionar as informações em si
resultando na variedade de respostas, todas dadas incompletas, sem convicção,
utilizando palavras como: acho, não tenho certeza, acredito, talvez ou ainda outras
alegações como as apresentadas. Como nos elucida Ausubel (2003, p. 1), através
48
dos conceitos subsunçores é que os alunos incorporam novos conhecimentos
(assim como os tutores) transformando-os em uma aprendizagem significativa e
baseada neste entendimento é que o educador deveria trabalhar o tema,
despertando e construindo novos saberes e comportamentos nos educandos e em si
próprios.
Seguindo em frente com o questionário, indagamos: Que alimento mais lhe
prepara para a prática de esporte? Tal como na questão anterior, objetivando-se
conhecer o grau de informação dos pesquisados no que concerne aos nutrientes
dos alimentos.
Como na questão anterior, observamos uma falta de conhecimento sobre o
conteúdo apesar de o assunto ser mostrado em sala de aula, porém estes
provavelmente não fazem sentido para os alunos consecutivamente não sendo
assimilado pelos mesmos; estes apresentaram uma diversidade de alimentos em
suas respostas além de se mostrarem mais uma vez sem segurança ao cedê-las.
Entre os alimentos citados o ganhador em números foram as frutas com 99
indicações. Os estudantes que afirmaram “não sei” em suas afirmativas somaram-se
22. Continuando a pesquisa, questionamos: Seus responsáveis (pais ou avós,
tios, irmãos, outros) praticam algum esporte? Desejando compreender se pais
desportistas podem influenciar mais os filhos a esta prática ou tal relação é
inexistente. Esta questão possuía duas alternativas de resposta: SIM e NÃO. A partir
das opções assinaladas, observamos no gráfico 4, que a quantidade de pais
praticantes de exercícios físicos é ligeiramente menor se comparado aos que não
possuem este comportamento excetuando entre os alunos do 3º ano onde esta
proporção foi visivelmente maior. Pudemos sugerir através de uma simples análise,
que a ligação apresentada até pode existir, porém não é uma regra.
49
Gráfico 4: Percentual de pais desportistas por ano escolar
Fonte: Do autor, 2013.
Analisamos e encontramos alguns pais e filhos adeptos do exercício físico, o
que pode significar que os filhos tomaram os pais por modelo a ser seguido, mas
também alunos que praticam exercícios e possuem pais não praticantes de
atividades físicas e alunos que não optam pelo esporte mesmo dispondo de pais
ativos fisicamente. Ou seja, apesar dos responsáveis serem partidários da prática
esportiva, tais exemplos em alguns casos não é passado aos filhos ou os mesmos
não seguem por falta de interesse e gosto. Destacamos que estes bons hábitos
familiares devem começar a ser transmitidos a partir da infância com o intuito de que
se prolongue por toda a vida. Outra observação a ser considerada a partir de uma
discreta avaliação do questionário, é que muito embora alguns pais e filhos
pratiquem esportes, nem sempre é possível associar estes à boa alimentação; ainda
SIM 43%
NÃO 57%
Alunos do 6º ano EF
SIM 36%
NÃO 64%
Alunos do 9º ano EF
SIM 44%
NÃO 56%
Alunos do 1º ano EM
SIM 22%
NÃO 78%
Alunos do 3º ano EM
50
que certas famílias se mostrem fisicamente ativas e detentoras de uma prática
alimentar saudável, a maioria se mostrou sem critério quanto a estes dois pontos.
Isto é, muitos dos que se exercitam regularmente não possuem uma alimentação
balanceada enquanto outros que se alimentam de forma recomendável não são
adeptos da prática esportiva indicando uma provável falta de conhecimento e critério
ao associar os dois assuntos e torna-los um costume em seus quotidianos.
A décima primeira pergunta foi a seguinte: O que mais chama a sua atenção
na cantina da escola? Intencionando vislumbrar suas preferências ao se dirigir à
um estabelecimento qualquer que disponha de lanches para vender. Vale comentar
que no momento da aplicação dos questionários fui informada que a cantina havia
deixado de funcionar, talvez pelo fato do Governo do Estado do Rio de Janeiro ter
proibido a venda e comercialização de produtos que colaborem com a obesidade
infantil em cantinas escolares, sendo substituídos por alimentos saudáveis (RIO DE
JANEIRO, 2005). É necessário salientar que proibir a venda destes alimentos em
ambiente escolar possivelmente não resolverá o problema do sobrepeso infantil.
Desta forma, os alunos podem não ingerir salgadinhos e refrigerantes no colégio,
porém o farão fora dele. A questão se resolverá porventura quando houver mudança
de hábitos e comportamento por parte dos alunos e família carecendo de ajuda por
parte da escola e também do governo.
Na tentativa de prosseguir com a pesquisa, orientei os alunos que
respondessem a pergunta considerando uma lanchonete em lugar da cantina, neste
caso qual o alimento que mais chamavam suas atenções ao entrar neste
estabelecimento. Apesar das orientações, a maioria dos alunos respondeu
evidenciando a ausência da cantina. Em seguida ficaram os alunos que
responderam salgados acompanhados de refrigerante ou suco e ainda os doces. Em
quantidades mínimas apareceram os que afirmaram optar por sanduíche natural
acompanhado de refrigerante ou suco.
Estas afirmativas caracterizam bem a preferência dos estudantes por lanches
não saudáveis, a estes se somam a falta de opção na hora de escolher. Como dito
anteriormente, os comércios deste tipo se adequaram a predileção de seus clientes
aos salgados provavelmente devido ao sabor, preço e promoções. Este alimento
geralmente vem acompanhado por um copo de suco e custa um valor reduzido, ou
seja, a pessoa consegue realizar um lanche que lhe satisfaça a um baixo custo o
que lhe agrada induzindo-o a continuar optando por este.
51
A pesquisa continuou questionando: Você gosta de Educação Física? Por
quê? Com o objetivo de compreender qual o verdadeiro sentimento dos
pesquisados ante as aulas desta disciplina. As respostas nos demonstra que 46%
dos estudantes aprovam estas aulas devido a prática de algum esporte. 13% (em
especial os alunos do 6º ano) citaram as aulas como divertidas, 9% citaram como
motivo a saúde e 32% afirmaram que não gostar destas aulas ou deixaram a
questão em branco. Interessante apontar que muitos alunos, geralmente do 1º ano,
que disseram gostar da Educação física devido à pratica de esporte ou a saúde, em
questão anterior afirmaram não praticar atividade física alguma; enquanto outros que
afirmaram não gostar da disciplina devido fatores como: professor, quadra
descoberta, muito sol, na mesma questão anterior informaram praticar atividades em
bastante frequência. Teve ainda poucos alunos que esclareceram não gostar das
aulas devido o traje utilizado, pois lhes causam vergonha. É necessário que o aluno
ao praticar uma atividade qualquer se sinta bem, à vontade e não envergonhado,
intimidado por algum motivo. Vale lembrar que determinadas vestimentas
empregadas na prática esportiva marcam muito o corpo e pode possivelmente ser a
causa do constrangimento citado. Alguns estudantes apontaram com entusiasmo
para o fato das aulas serem aplicadas fora da sala de aula enquanto outros
indicaram ficarem “à toa” neste período. É importante lembrar que a Educação física
não deve ser encarada como um momento de recreação e sim, a ocasião a serem
transmitidos conhecimentos inerentes ao corpo humano bem como das atividades
que lhe faz bem, proporcionando uma obtenção de valores. Estes devem ser
adquiridos através de aprendizagem formal e prática capacitando-os à tomada de
decisão.
Na décima terceira questão, oferecemos cinco opções de escolha e
perguntamos: Você tem o habito de beber refrigerante? Em caso positivo, com
que frequência? A intenção era conhecer a quantidade média de refrigerante
ingerida pelos alunos, uma vez que este produto possui grande quantidade de
açúcar entre outros ingredientes e seu consumo não é recomendado pelos
profissionais da saúde. As respostas se distribuíram da seguinte forma:
52
Quadro 4 - Frequência no consumo de refrigerante pelos alunos por ano escolar
RESPOSTAS 6º ano EF
(%)
9º ano EF
(%)
1º ano EM
(%)
3º ano EM
(%)
TOTAL
(%)
Todo dia 32 24 16 25 24
Durante as refeições 34 24 13 16 21
Às vezes 34 45 62 50 49
Somente em comemorações 0 5 4 3 3
Não costumo beber 0 2 5 6 3
Fonte: Do autor, 2013.
É possível notar que a maior parte dos pesquisados marcou a opção: “Às
vezes” seguido dos que assinalaram “Todo dia” e “Durante as refeições” totalizando
somente nestas três perguntas, 94% dos alunos. Isto demonstra quão grande é o
consumo desta bebida altamente calórica, fato confirmado através da última
pergunta feita aos mesmos: Que quantidade de refrigerante você costuma beber
por dia? Questão possuidora de quatro alternativas cujas respostas se distribuíram
como mostrado no gráfico 5:
Gráfico 5: Quantidade de refrigerante consumido pelos alunos por ano escolar
Fonte: Do autor, 2013.
18
33
49 47
30
14 13 16
36 36
15 19 16
12 18
9
0 5 5
9
0
20
40
60
80
100
6º ano EF 9º ano EF 1º ano EM 3º ano EM
Perc
en
tual
de a
lun
os (
%)
Quantidade de refrigerante consumido
1 lata
2 latas
600 ml
Mais de 600 ml
Não consomem
53
Notamos que a opção “1 lata” (350 ml) foi a mais apontada seguida das
opções “600 ml”, “2 latas”, “Mais de 600 ml” e por último os alunos que na questão
anterior indicaram não consumir refrigerante recebendo o título “Não consomem”.
Como exposto por Krebs (2001), a grande procura por este produto pode ser,
juntamente com outros alimentos um dos responsáveis pelos altos índices de
hiperglicemia e males associados à má alimentação, vista nos últimos anos em
crianças e jovens. É necessário que atitudes sejam tomadas na tentativa de diminuir
sua ingestão assim como dos demais alimentos apontados neste estudo como
prejudiciais à saúde, requerendo da escola uma posição de grande auxiliadora na
solução deste problema.
Os resultados da pesquisa realizada com os professores estão apresentados
no quadro 5.
54
Quadro 5 - Resposta das questões discursivas dos 6 professores pesquisados
QUESTÕES PERFIL DA RESPOSTA
QUANTIDADE
DE
RESPOSTAS
1ª Questão Positivo 5
Negativo 1
2ª Questão Positivo 5
Positivo com argumentos 1
3ª Questão Orientação básica 5
Orientação completa 1
4ª Questão
Culpa a má alimentação e a falta de envolvimento familiar 1
Culpa a má alimentação 4
Culpa a má alimentação e o modo de vida sedentário 1
5ª Questão
Cita a falta de tempo, facilidades modernas e preferência
pelo sedentarismo influenciando os filhos 1
Cita a falta de tempo 2
Cita a falta de tempo e conhecimento 3
6ª Questão Positivo 4
Negativo 2
7ª Questão Aponta os bons hábitos paternos como exemplo aos filhos 6
8ª Questão
Menciona projetos de educação alimentar e merenda de
qualidade 3
Menciona palestras como fonte de orientação 3
9ª Questão
Apresenta a exposição do problema em reunião de pais
como recurso 2
Apresenta trabalhos escolares que envolvam a família e
comunidade como solução 4
10ª Questão
Indica atividades que envolvam pais e filhos na escola
como alternativa 5
Cita projetos voltados para a saúde como proposta 1
Fonte: Do autor, 2013.
As respostas referentes a primeira pergunta: Você tem noção dos alimentos
que os alunos ingerem no recreio? Foram divididas em dois grupos. No primeiro
55
grupo “positivo” estão as respostas afirmativas quanto à noção que os professores
possuem a respeito dos alimentos ingeridos pelos alunos durante o recreio. No
segundo grupo “negativo” estão as respostas cujos professores indicam não
possuírem este conhecimento. Apenas um deles marcou esta opção indicando que a
maioria é conhecedora dos lanches consumidos por seus alunos.
Na segunda questão: Você trata do assunto “alimentação saudável” com
seus alunos? As respostas mais uma vez foram divididas em dois grupos: “Positivo”
onde foram alocadas as afirmativas quanto a questão proposta e “Positivo com
argumentos” onde se enquadraram as respostas fora do padrão “sim/não” e
apresentaram argumentos como: “Sim, principalmente quando o currículo contempla
o assunto”. Afirmações como estas podem indicar uma abordagem sobre o assunto
em sala de aula como uma obrigação do currículo escolar ao invés de uma
responsabilidade como educador, transmissor de conhecimentos e formador de
cidadãos conscientes.
Prosseguindo com a pesquisa, as respostas referentes a terceira pergunta:
Baseado no conhecimento que você possui sobre alimentos, que orientação
você poderia dar a seus alunos? Foram agrupadas em duas categorias:
“Orientação básica”, onde foram reunidas as respostas mais restritas, que
contemplam apenas uma alimentação variada ou o cuidado com os tipos de
alimentos consumidos. Exemplos de respostas como estas são: “Para ter cuidado
com os alimentos consumidos”, ou ainda “Basta ter uma alimentação variada e
balanceada, monitorada por um profissional de nutrição”. Notamos uma maneira
superficial de se tratar o assunto no indivíduo da primeira fala. Será que apenas o
cuidado com os alimentos consumidos basta como orientação à uma turma?
Acredito que este modo de encarar a situação pode dificultar a condução do aluno a
um pensamento crítico e consciente, que o capacite a avaliar sua alimentação e
optar por um estilo de vida saudável. O sujeito da segunda fala afirma que a
alimentação variada e balanceada precisa ser monitorada por um profissional em
nutrição e isto é o bastante. Esta resposta nos leva a considerar que em sua visão,
uma educação de qualidade na escola seria insuficiente para ensinar aos alunos
como escolher os alimentos antes de consumir e oferecer conhecimento alimentar e
nutricional que os capacite a orientar suas famílias. Pressupomos que este modo de
contemplar o assunto eventualmente dificultaria sua transmissão. Sabemos que
muitas são as famílias de baixa renda que teriam dificuldades financeiras de estar
56
consultando um nutricionista regularmente. O serviço prestado pelo SUS nem
sempre oferece este tipo de profissional em todos os ambulatórios, lembrando que
para uma consulta por este veículo, é preciso dormir na fila, pegar senha e só então
ser atendido de acordo com o número retirado. Ou seja, um meio extremamente
difícil para quem precisa trabalhar de manhã. Bom seria que cada escola contasse
com um profissional destes, o que não é realidade na maior parte das escolas
públicas do país.
Na segunda categoria “Orientação completa”, foi selecionada a resposta que
abrange de uma forma mais ampla esta orientação mencionando os elementos que
se devem ter cuidado. Apenas um professor foi incluído nesta categoria com a
resposta: “Principalmente por se tratar de uma disciplina que envolve corpo, saúde,
a orientação é de uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, onde os
cuidados com, sal, gordura e açúcar devem ser observados cuidadosamente”.
Observamos nesta afirmativa uma abordagem mais significativa e simples, como
realmente deve ser tratado o problema, tornando fácil sua assimilação e trabalho.
A quarta questão: Em sua opinião, porque o número de crianças e
adolescentes obesos têm aumentado? Teve suas respostas divididas em três
modalidades: “Culpa a má alimentação e a falta de envolvimento familiar” onde se
enquadrou apenas um professor. “Culpa a má alimentação” onde se enquadraram
quatro professores e “Culpa a má alimentação e o modo de vida sedentário” se
enquadrando somente um professor. É sabido que para haver obesidade
(excetuando os casos de algum tipo de doença que influencie o aparecimento desta)
os três fatores citados devem ser levados em consideração: a má alimentação, a
falta de envolvimento familiar e o modo de vida sedentário (RINALDI et al, 2008).
Porém, nenhum professor citou os três fatores em suas respostas e quatro dos seis
pesquisados atribuíram este mal somente à má alimentação.
As respostas da quinta questão: Em sua opinião, porque a família não se
envolve tanto na alimentação e na vida esportiva dos filhos? Demonstraram que
somente um professor cita a falta de tempo, as facilidades que vieram com a
modernidade como fast-foods, e produtos industrializados, e o estilo de vida
sedentário dos pais que acabam por incentivar os filhos no mesmo caminho. Dois
citam a falta de tempo, e três indicam a falta de tempo e conhecimento da família. É
notável que a falta de tempo se mostrou como fator relevante para os seis
pesquisados, porém os demais itens citados nas respostas se diversificaram entre
57
os mesmos e, como na questão anterior ninguém indicou todos os fatores juntos em
suas afirmativas. Parece claro que a falta de tempo juntamente com as facilidades
da vida moderna, a carência de conhecimento podem contribuir com o pouco
envolvimento destes com a alimentação e vida esportiva dos filhos.
Adiante com o questionário, a sexta pergunta: Em sua opinião, alunos que
praticam esporte se alimentam melhor? Obteve respostas no perfil “Sim” e “Não”
sendo classificadas em “Positivo” e “Negativo”. Quatro professores evidenciaram que
acreditam na relação apontada na pergunta e dois desacreditam em tal
relacionamento. A pesquisa realizada com os alunos não confirmou a ideia contida
na questão uma vez que muitos alunos que praticam esporte se alimentam de
maneira errada enquanto outros que não o praticam se alimentam melhor. Pode ser
que exista esta conexão para algumas pessoas, porém não se mostrou uma regra.
Na sétima questão: Em sua opinião, até que ponto pais desportistas
influenciam a vida de seus filhos? As respostas foram unânimes. Todos os
professores apontam os bons hábitos paternos como influência e exemplo aos filhos.
Mais uma vez, esta pesquisa feita com os alunos indicou uma divergência quanto a
esta concepção. Acreditamos que esta possivelmente exista, porém não como regra.
Foi observado que pais desportistas em muitos casos possuem filhos não
praticantes de esportes enquanto muitos filhos fisicamente ativos possuem pais
sedentários, indicando a necessidade dos responsáveis trabalharem o assunto a
partir da infância com a intenção de induzi-los a manterem o estilo de vida quando
adultos.
Quanto à oitava questão: De que maneira a escola pode contribuir para
que os alunos tenham uma boa alimentação? Três professores mencionaram
projetos de educação alimentar e merenda de qualidade enquanto outros três
professores mencionaram a utilização de palestras como fonte de orientação.
Trabalhos anteriores mostraram que somente o conhecimento nutricional por parte
dos alunos não bastaram para os mesmos colocarem em prática os bons hábitos
alimentares e que o envolvimento familiar é imprescindível para se ter êxito
(REINEHR et al, 2001), (THAKUR; D’AMICO, 1999). Desta maneira, cremos que
apenas educação alimentar e palestras não são o suficiente tornando-se necessário
o desenvolvimento de novos métodos com a intenção de alcançar o mesmo fim.
As respostas da nona questão: De que maneira a escola pode levar os pais
a se envolverem na questão alimentar de seus filhos? Demostraram que dois
58
pesquisados indicam em suas respostas, a exposição do problema em reunião de
pais como recurso e outros quatro apresentam trabalhos escolares que envolvam a
família e comunidade como possível solução. É necessário que a escola utilize a
reunião de pais para exibição do problema e posteriormente desenvolva trabalhos e
projetos que reúna pais e filhos no ambiente escolar. A ideia é que a família e
comunidade possam participar efetivamente de toda prática educativa.
A décima questão: De que maneira a escola pode ajudar os pais a se
envolverem e a influenciarem seus filhos a optarem por uma vida fisicamente
ativa? Classificou cinco educadores que apresentaram atividades que envolvam
pais e filhos na escola como alternativa e apenas um educador que citou projetos e
orientação voltados para a saúde como proposta. Necessário é destacarmos a
importância dos dois fatores apresentados serem utilizados em conjunto tendo em
vista o sucesso. Não basta envolver pais e filhos na escola se não houver
orientação, além da saúde entre outros assuntos importantes, como um motivo para
estas reuniões.
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CONCLUSÃO
Um dos objetivos deste trabalho foi impactar e elucidar um problema de
grande magnitude com implicações em várias áreas da saúde: a má alimentação e o
modo de vida sedentário, que vem conduzindo crianças e adolescentes a um
expressivo aumento de peso e doenças relacionadas ao redor do mundo. O
quotidiano moderno através de suas facilidades, alimentos industrializados,
atividades que não gastam calorias, brincadeiras que deixaram de ser comum às
crianças, o uso irracional do computador e horas a mais em frente à televisão, a
banalização de alimentos hipercalóricos pela sociedade atual, vem contribuindo para
este quadro. A finalidade é que este estudo possa proporcionar mudanças nos
métodos de abordagem da questão.
É necessário que a boa alimentação e a prática regular de exercícios físicos
para promoção da saúde seja trabalhada como tema transversal e envolva não
somente os alunos, mas alcance também a família e comunidade. Estes precisam
desenvolver raciocínio crítico que os conduza a uma reversão de valores quanto à
alimentação e o modo de vida sedentário.
A pesquisa realizada demonstrou que a o quotidiano das famílias em geral
são propícias ao aparecimento de certos males associados à alimentação e
sedentarismo confirmando os dados obtidos com a pesquisa bibliográfica. Por outro
lado, observamos através das respostas dadas pelos educadores, que necessário é
que estes se submetam a cursos de aperfeiçoamento, bem como revejam seus
métodos de ensino, pois se mostrou deficientes quanto ao requisito transmitir
conhecimento, valores, levar a discussões e momentos de reflexão, dever do ensino
formal na construção de cidadãos conscientes e críticos, capazes de orientar a
família e absorver atitudes que lhes ofereçam vida, saúde, bem estar e felicidade.
A escola deve proporcionar uma educação preventiva, inovadora e realista
que desperte a atenção e interesse por parte do educando, utilizando-se de métodos
variados, aulas expositivas e práticas, passeios a centros de pesquisa, aulas em
laboratórios mais elaboradas que demonstrem na prática o que ocorre com nosso
organismo quando ingerimos determinados tipos de substâncias entre outras, são
umas das muitas opções existentes de tratar o problema e criar solução.
60
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora muitos alunos pesquisados residam próximos ao centro da cidade,
vários deles vivem na zona rural do município evidenciando a má alimentação se
tornado comum ao dia-a-dia do camponês.
Nesta perspectiva, é necessário que uma educação preventiva atinja estas
pessoas na tentativa de evitar que haja uma substituição da alimentação saudável
com produtos naturais, geralmente encontrada nestes ambientes, por outra de baixa
qualidade.
Cabe ainda ressaltar que a escola pesquisada é de pequeno porte e no
período em que se deu a pesquisa, a mesma não usufruía de espaços como, sala
de vídeo, sala de informática (estas foram construídas há poucos meses),
laboratório de ciências e vestiários, ou seja, instalações imprescindíveis a um
ambiente escolar o que refletia em falta de opção na produção de aulas mais
elaboradas. Lembrando que o baixo salário dos professores e a ilusória ajuda do
governo colaboram para que não se encontre uma boa educação em instituições de
ensino público.
Vale comentar também, que não devemos confundir boa alimentação e
prática regular de exercícios físicos voltados à saúde, com hábitos que reprimem e
alienam fomentados pela mídia nos últimos anos; Estes induzem nossa sociedade a
uma cultura de erotização e exaltação do corpo levando a transformações corporais
através de horas exaustivas de atividades físicas, cirurgias, dietas excessivas, uso
de substâncias duvidosas, implantes e diversos outros meios utilizados em busca da
beleza e eterna juventude reduzindo o corpo a produto de venda e consumo.
Esta moderna forma de autocontemplação pode ser extremamente nociva ao
organismo por conduzir pessoas (na maioria dos casos jovens do sexo feminino
atingindo também os homens atualmente) a disfunções e transtornos psicológicos e
alimentares gravíssimos como: anorexia, bulimia, entre outras podendo levar à
morte. Neste contexto, comportamentos que se tornem obsessivos, compulsórios e
de alguma forma nocivo, devem ser evitados.
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SOUZA, M.O. Efeito do treinamento físico aeróbio nos níveis pressóricos clínicos e
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70
APÊNDICE A - Questionário sobre hábitos alimentares e atividades físicas
Data: ____/ _____/ 2013
Questionário sobre hábitos alimentares e atividades físicas
Este questionário tem como objetivo fornecer dados para pesquisa e pretendo utilizá-lo em
minha monografia, para obtenção do diploma do curso de licenciatura em Ciências
Biológicas. Agradeço, antecipadamente, pela contribuição de todos.
Pesquisadora: Josyanny Carvalho Siqueira Fernandes
Profo. Orientador: Arnaldo Ramos Rocha
Idade do aluno: ___________ Turma: ____________
Bairro onde mora: ____________________________
Mora com os pais: sim ( ) não ( ) com quem?______________________
1) Qual o nível de escolaridade de seus responsáveis (pais ou avós, tios, irmãos, outros)?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
2) De que é constituído geralmente sua alimentação pela manhã?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
3) De que constituído geralmente seu almoço?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
4) De que é constituído geralmente seu jantar?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
5) Você possui o habito de comer entre as refeições? Em caso positivo, de que se alimenta?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
71
6) Você pratica algum esporte? Com que frequência?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
7) O que você gosta de fazer nas horas vagas?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
8) Você sabe que tipo de alimento fornece mais energia para o seu organismo?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
9) Que alimento mais lhe prepara para a prática de esporte?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
10) Seus responsáveis (pais ou avós, tios, irmãos, outros) praticam algum esporte?
Sim ( ) Não ( )
11) O que mais chama a sua atenção na cantina da escola?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
12) Você gosta de Educação Física? Por quê?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
13) Você tem o habito de beber refrigerante? Em caso positivo, com que frequência?
Todo dia ( ) Durante as refeições ( ) Às vezes ( )
Somente em comemorações ( ) Não costumo beber ( )
14) Que quantidade de refrigerante você costuma beber por dia?
1 lata ( ) mais de 600 ml ( )
2 latas ( ) 600 ml ( )
Obrigada!
72
APÊNDICE B - Questionário sobre hábitos alimentares e atividades físicas
Data: ____/ ____/ 2013
Questionário sobre hábitos alimentares e atividades físicas
Este questionário tem como objetivo fornecer dados para pesquisa e pretendo utilizá-lo
em minha monografia, para obtenção do diploma do curso de licenciatura em Ciências
Biológicas. Agradeço, antecipadamente, pela contribuição de todos.
Pesquisadora: Josyanny Carvalho Siqueira Fernandes
Profo. Orientador: Arnaldo Ramos Rocha
Disciplina que leciona: ____________________________________________.
1) tem noção dos alimentos que os alunos ingerem no recreio?
R-_______________________________________________________________________.
2) Você trata do assunto “alimentação saudável” com seus alunos?
R-_______________________________________________________________________.
3) Baseado no conhecimento que você possui sobre alimentos, que orientação você poderia
dar a seus alunos?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
4) Em sua opinião, porque o número de crianças e adolescentes obesos têm aumentado?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
5) Em sua opinião, porque a família não se envolve tanto na alimentação e na vida esportiva
dos filhos?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
73
6) Em sua opinião, alunos que praticam esporte se alimentam melhor?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
7) Em sua opinião, até que ponto pais desportistas influenciam a vida de seus filhos?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
8) De que maneira a escola pode contribuir para que os alunos tenham uma boa
alimentação?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
9) De que maneira a escola pode levar os pais a se envolverem na questão alimentar de
seus filhos?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
10) que maneira a escola pode ajudar os pais a se envolverem e a influenciarem seus filhos
a optarem por uma vida fisicamente ativa?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________.
Obrigada!
74
ANEXO – Termo de Consentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO
Título do Projeto: “Boa alimentação e prática regular de exercícios físicos para
promoção da saúde em escolares do Ensino Fundamental e Médio”.
Ilma Diretora da Instituição de Ensino: Colégio Estadual Maria Zulmira Torres – Profª
Benedita Silva do Amaral,
A aluna estagiária Josyanny Carvalho Siqueira do curso de Ciências Biológicas no
Consórcio CEDERJ/ UERJ – Nova Friburgo solicita o consentimento para realização de uma
pesquisa que envolve alunos de Ciências das turmas: 601, 603, 901, 902 e alunos de
Biologia das turmas: 1001, 1002, 3001 e 3002, assim como professores de Ciências,
Biologia e Educação Física. O trabalho tem como principal objetivo avaliar a qualidade,
abrangência e o modo como as informações relativas aos benefícios em se manter uma boa
alimentação e praticar exercícios físicos regularmente para se obter uma vida saudável, são
transmitidas aos alunos a partir do Ensino Fundamental; na tentativa de compreender os
possíveis motivos que tem levado crianças e adolescentes a apresentarem altos níveis de
doenças crônico degenerativas não transmissíveis visando a aquisição de uma vida
fisicamente ativa, com qualidade e consequentemente aumento de sua expectativa ao longo
dos anos.
Para a referida pesquisa, a aluna será orientada pelo Profº Mestre Arnaldo Ramos
Rocha e necessitará colher dados através de questionários, nos quais os alunos e
professores não precisarão se identificar. Igualmente, os alunos, seus pais e responsáveis
estarão cientes da pesquisa e assinarão um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Obrigada por sua colaboração e por merecer sua confiança.
Estando de acordo coma realização da pesquisa, autorizo a aluna a realizá-la.
____________________________ Assinatura da Diretora Carimbo do Colégio
Cachoeiras de Macacu, ______ de _____________ de 2013.