Jeferson Macedo Vianna, Doutor em Ciência do Desporto -UTAD

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Jeferson Macedo Vianna, Doutor em Ciência do Desporto - UTAD

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Jeferson Macedo Vianna,

Doutor em Ciência do Desporto - UTAD

PRINCÍPIOS do TREINO

INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA

PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO

PRINCÍPIO DA SOBRECARGA

PRINCÍPIO DA CARGA

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE

PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE

BIOLÓGICA

Cada indivíduo traz consigo

uma informação genética

denominada

Genótipo

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE

BIOLÓGICA

Biotipo

Estatura máxima esperada

Força máxima possível

Velocidade

No de fibras do Tipo I e II

Aptidão Física

Aptidão Intelectual

Etc.

ESTUDO DO SOMATOTIPO

ENDOMORFIA: é a adiposidade relativa do sujeito em relação a estatura;

MESOMORFIA: é a robustez músculo- esquelética relativa a estatura.

ECTOMORFIA: é a linealiadade relativa do sujeito. Relaciona-se com os componentes anteriores

SOMATOCARTA

AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA SOMATOTIPO DE HEATH Y CARTER

SOMATOCARTA:

ENDOMORFIA

MESOMORFIA

ECTOMORFIA

Y

X

MESO

ECTO

ENDO

Distribuição de fibras

Distribuição de fibras em atletas de algumas modalidades esportivas

Fibras rápidas Fibras lentas

maratonistas 18 82

nadadores 26 74

Atletas de jogos esportivos 55 45

Halterofilistas 55 45

Corredores de curta

distância 63 37

saltadores 63 37

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE

BIOLÓGICA

Ao mesmo tempo, uma série

de experiências vão sendo

acrescidas ao mesmo indivíduo

desde a sua geração,

determinando outras

características...

Fenótipo

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE

BIOLÓGICA

Consumo máximo de oxigênio - VO2 máx;

Percentagem de fibras rápidas e lentas;

Habilidades Desportivas

Estatura Atingida;

etc.

Dados circulatórios hipotéticos em repouso e esforço máximo - sedentário vs. fundista

Sedentário Repouso Esforço Máximo Atleta de Fundo Repouso Esforço Máximo

VO2máx (ml.kg-1.min-1)

3.5 35.0

3.5 80.0

DC (L.min-1)

6.1 17.7

6.1 35.0

FC (bpm.min-1)

70 190

45 190

VS (mL)

87 93

136 184

Dif-AV O2 (mL.dL-1)

4.0 14.0

4.0 16.0

Alterações Cardiopulmonares em Exercício

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE

BIOLÓGICA

Qualquer ser vivo, é o resultado da interação do meio

ambiente com o Genótipo. Que é expressado no Fenótipo.

FENÓTIPO = GENÓTIPO + MEIO AMBIENTE

FENÓTIPO “aparência visível” – Lehninger (1988)

Para cada indivíduo um determinado estímulo provoca uma

adaptação específica;

Um mesmo estímulo deverá provocar adaptações diferentes

em pessoas diferentes.

Princípio da Adaptação

Os organismos vivos buscam

permanentemente se manter em

Homeostase

é um estado instável de equilíbrio, através do

qual os sistemas que constituem os organismos se

adaptam entre si e às condições externas.

Princípio da Adaptação

Como adaptações Biológicas no Esporte,

entendem-se as modificações dos órgãos e

sistemas funcionais, que decorrem das

Atividades Psicofísicas /Esportivas.

Princípio da Adaptação

é a lei universal mais

importante da vida

Toda vez que um estímulo é aplicado ao

organismo, na tentativa de se adaptar surge uma

resposta positiva ou não.

Princípio da Adaptação

O Desenvolvimento da condição de treinamento é muito

rápida no início, tornando-se cada vez mais lenta.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

A

B

C

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

Idade

Sexo

Hereditariedade

Condição de Treinamento

Condição de saúde

Perfil Psicológico (motivação)

Endógenos:

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

Qualidade e Quantidade da

Sobrecarga;

Alimentação;

Meio Social;

Clima;

Recuperação ...

Exógenos:

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

Hans Selye estudou os efeitos que os

estímulos causavam nos seres humanos

chamando aos estímulos de STRESS e

aos Efeitos SAG –

Síndrome de Adaptação Geral

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

Os estímulos (STRESS) podem ser:

1 - Débeis ou fracos => Não implicam em

modificações;

2 - Médios => Apenas excitam ou provocam

pequenas alterações;

3 - Fortes => Provocam Adaptações;

4 - Muito Fortes => Provocam Danos.

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

Máx. tolerância

Limiar

S/efeito manutenção Ef. Ótimo Ef. Prejudicial

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

É muito comum associar-se ESTRESSE a

estresse mental. Portanto é muito importante

para o profissional conscientizar seus

atletas/clientes do real significado.

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

O STRESS

EUSTRESS – quando é assimilado

DISTRESS - quando não é assimilado

STRESS É SINÔNIMO DE ESTÍMULO

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

O Estresse pode ocorrer de diferentes formas:

Stress Físico => Exercícios Físicos, Dor;

Stress Bioquímico => Substâncias Químicas,

álcool, Fumo, drogas, etc.;

Stress Mental => Ansiedade, Angústia.

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam a adaptação

é a denominação das diferentes formas de

assimilação de estímulos, frente à mesma

quantidade e qualidade de sobrecarga de

treinamento.

Princípio da Adaptação

Síndrome de Adaptação Geral (SAG)

Existem várias formas de reagir frente a um estímulo

muito forte:

1 - CANSAÇO => Sensação subjetiva de desgaste

2 - FADIGA => Depleção das reservas energéticas aliada ao

acúmulo de catabólitos provocando < grave da performance

ou ainda incapacidade temporária.

4 - SOBRETREINAMENTO => Resultado do acúmulo de um estado de recuperação incompleta

3 - EXAUSTÃO => Profundo desgaste orgânico c/

características progressivas que pode levar o atleta não só

à incapacidade temporária como também a problemas

graves de ordem médica.

Princípio da Adaptação

Powers & Howley, 2000

Princípio da Adaptação

Fatores que influenciam os processos de adaptação

Adaptado de Weineck

Princípio da Sobrecarga

Após a aplicação de uma carga, ocorre uma

diminuição da capacidade de performance em

função da depleção das reservas energéticas.

Quando é dado um tempo ideal de recuperação, os

níveis energéticos são restaurados e ampliados.

Princípio da Sobrecarga

1 - Diminuição da capacidade de performance 2 - Elevação da capacidade de Performance 3 - Supercompensação

Princípio da Sobrecarga

Princípio da Sobrecarga

O tempo necessário para a recuperação é proporcional ao nível de treinamento do

indivíduo e à qualidade da sobrecarga a que se submeteu

Princípio da Sobrecarga

Quando as cargas são aplicadas sem a

recuperação devida, após algum tempo pode

aparecer a condição de SOBRETREINAMENTO

Princípio da Sobrecarga

Para que um novo grupo de estímulos possam

ter eficácia, deverão ser maiores que o anterior

Princípio da Sobrecarga

Princípio da Carga

Carga é todo estresse a que é

submetido um indivíduo

A carga deve sempre

aumentar de forma crescente tanto em

quantidade como em

qualidade, dando-se ênfase à

quantidade (volume) antes da

qualidade* ( intensidade)

Volume X intensidade

Princípio da Carga

A carga deve alternar-se periodicamente uma vez

que um indivíduo não pode permanecer no auge

da forma por todo o tempo

As cargas de treinamento devem variar seu

conteúdo a fim de otimizar a recuperação

energética. A alternância e a sucessão corretas

de cargas com características diferentes

permitem um ganho em amplitude e intensidade

do treinamento.

Princípio da Carga

Princípio da Carga

Princípio da Carga

Princípio da Carga

A sucessão correta das cargas permite a

aplicação de vários conteúdos em uma mesma

sessão de treinamento

SEG TER QUA QUI SEX SAB

NATAÇÃO

60’

folga RITMO

12 km/h

40’

5’/km

FOOTING

9,5 km/h

45’

(6’20”/km)

NATAÇÃO

60’

Musculação

M.M.S

FOOTING

10 km/h

50’

6’/km

----------

Musculação

M.M.I.

FOOTING

11 km/h

30 + 30’

(5’45”/km)

Musculação

M.M.S.

BIKE

50’

Musculação

M.M.I.

INTERVAL

FO 12 km/h – 3’

FR 10 km/h – 3’

50’

Princípio da Continuidade

Expectativa X tempo

Apesar de se fazerem necessárias interrupções nos

treinamentos para se permitir a devida recuperação, toda

a quebra do treinamento acima das necessidades

fisiológicas traduz-se em queda de desempenho

Princípio da Continuidade

Reza que o resultado desportivo só se faz com

perseverança. São necessários meses e muitas

vezes anos para se desenvolver as capacidades

físicas

Força Máxima ------------->

Força Explosiva ----------->

Hipertrofia*---------------->

Resistência Anaeróbia --->

Resistência Aeróbia ------>

12 a 18 meses

5 a 6 meses

3 meses

7 semanas

3 meses

Princípio da Especificidade

Princípio da Especificidade

Um estímulo só é eficaz quando é específico para

o desporto ou ato motor a que se destina;

O organismo dispõe de uma capacidade muito

pequena de transferir a especificidade de

estímulos provocados por cargas com diferentes

finalidades;

Isto faz necessário determinar-se com precisão

as qualidades físicas envolvidas no desporto,

metabolismo energético, segmentos corporais,

gesto desportivo.

Princípio da Especificidade

Princípio da Especificidade

Princípio da Especificidade

Princípio da Especificidade

Adaptações funcionais e orgânicas

relacionadas com cada componente da

aptidão física, serão produzidas somente

por meio de esforços físicos específicos

para cada indivíduo;

O organismo sempre se adapta de forma

específica ao esforço que lhe é oferecido;

Exercícios aeróbios deverão provocar

adaptações no sistema

Cardiorespiratório.

Princípio da Especificidade

Desta forma devem ser descartadas formas de

treinamento que não tenham um alto índice de

afinidade com a modalidade desportiva;

Na fase específica deve-se criar condições de

treinamento próximas das condições de competição;

Um treinamento de Resistência Aeróbia para

natação não deverá melhorar significativamente a

capacidade de desempenho de um corredor, podendo

ao contrário piorá-la.

Princípio da Especificidade

(Robergs e Roberts, 2002)

Princípio da Especificidade

Esporte Idade inicial Especialização Alto rendimento

Atletismo 10-12 13-14 18-23

Basquetebol 07-08 10-12 20-25

Ciclismo 14-15 16-17 21-24

G.A. masculina 06-07 12-14 18-24

G.A. feminina 06-07 10-11 14-18

Futebol 10-12 11-13 18-24

Natação 03-07 10-12 16-18

Tênis 06-08 14-15 20-25

Lutas 13-14 15-16 24-28

Idade ótima p/ cada etapa de rendimento (Bompa apud Manso et al, 1996)

Princípio da Especificidade

Limite de idade dos atletas em diferentes etapas do treinamento plurianual

Modalidade Desportiva

Preparação inicial

Preparação de Base

Preparação específica

Pico máximo Manutenção

H M H M H M H M H M

Corrida (½ fundo)

10-12 10-12 13-15 13-15 16-20 16-19 21-25 20-23 26-29 24-28

Corrida fundo

11-13 ---- 14-16 --- 17-22 -- 23-30 -- 31-35 --

Natação 100-200m

8-10 8-10 11-12 10-12 13-18 12-16 19-22 17-19 23-25 20-22

Princípio da Reversibilidade

O tempo necessário para reverter os efeitos do

treinamento é proporcional ao tempo de

treinamento;

Quanto maior for a base de treinamento, mais

lenta será a queda de performance.

Princípio da Reversibilidade

As adaptações e benefícios são transitórios;

As adaptações orgânicas provocadas pelo organismo

tendem a voltar aos estados iniciais após a paralisação, ou

longas interrupções nos treinamentos;

Os benefícios para a saúde dos programas de atividade

física permanecem somente enquanto a pessoa permanece

ativa. “estilo de vida ativo”

Princípio da Reversibilidade

É muito importante conscientizar o praticante que os

efeitos do treinamento são totalmente reversíveis.

(Robergs e Roberts, 2002)

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Ano 800-masc 800-fem 1.500- masc 5000-10000 Maratona

1952 983 ---- 1472 1167 1749

1956 1141 ---- 2202 2962 4001

1960 1521 1572 1842 2972 5308

1964 2758 1492 2588 4662 7610

1968 2806 2908 4175 5257 7655

1972 2964 2325 4020 6042 8401

1976 4266 3482 5080 6869 7866

1980 3725 3676 5165 7105 9319

PROGRESSÃO

Volume anual km de meio fundo e fundo de corredores russos

Fonte: Suslov (1982)

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Fonte: Platonov (1992)

Índice de trabalho

Corrida de ½ fundo

Corrida de Fundo

Natação Ciclismo de Pista

Ciclismo de estrada

Fim dos anos 60

Vol. Km 3000 4000 1800 13000 20000

n0sessões 200-220 190-200 200-230 220-290 200-250

Início dos anos 80

Vol. Km 6500 8500 3200 20000 35000

n0sessões 500-550 550-600 550-600 550-600 500-550

Evolução da quantidade de trabalho anual em km entre atletas de alto nível.

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo

Princípios Metodológicos do

Treinamento Desportivo