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ITTO

ITTO/OIMT

International Tropical Timber Organization

Organiza~ao Internacional de Madeiras Tropicais

SINDIMAD

Sindicato das Industrias de Madeiras de Belem, Ananindeua e Marituba

IBAMA

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renovclveis

" INFORMACAo E ASSISTENCIA TECNICA

PARA PRODUCAo E COMERCIALIZACAO DE

MADEIRAS TROPICAlsn

PROJETO PO 7/94 - Rev.3 (M,I)

Assessoramento Tecnico BA Empresas Exportadoras

"Madeiras MAINARDI Ltda .. "

RELATORIO PARCIAL - DIAGNOSTICO

Documento 1/A

Curitiba - PR

Janeiro 2000

ITTO INTERNATIONAL TROPICAL TIMBER ORGANIZATION

SINDIMAD SINDICATO DAS INDUSTRIAS DE MADEIRAS DO

ESTADO DO PARA

IBAMA

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOvAvEIS

"INFORMACAO E ASSISTENCIA TECNICA PARA

PRODUCAO E COMERCIALIZACAO

DE MADEIRAS TROPICAIS"

Assessoramento Tecnico a Empresas Exportadoras

"Madeiras MAINARDI Ltda,"

PROJETO PD 7/94 Rev.2 (M,I)

RELATORIO PARCIAL - DIAGNOSTICO

DOCUMENTO 1/A

CURITIBA, JANEIRO 2000

CONTEUOO

1 - APRESENTACAO ..................................................................................... 1

2 - INFORMACOES SOBRE A EMPRESA .............................................. 4

3 - ASSESSORAMENTO TECNICO (Oiagn6stico Florestal) ........... 7

3.1 - PLANO DE MANEJO (AVALlACAo DA DOCUMENTACAO) ............... 7

3.1.1 - ASPECTOS LEGAIS.................... .................... .......... ...... ................. 7

3.1.2 - DEFINICOES DO PROJETO ........................................................... 8

3.1.2.1 - OSJETIVOS E JUSTIFICATIVAS ....................................................... 8

3.1.2.2 - PLANEJAMENTO OPERACIONAL ..................................................... 9

3.1.3 - ADEQUACAo As DIRETRIZES E CRITERIOS DA ITIO ................ 12

3.2 - OPERACOES DE CAMPO ...................................................................... 13

3.2.1 - SITUACAo GERAL DA AREA.......................................................... 13

3.2.2 - PLANEJAMENTO ANUAL ............................................................... 14

3.2.2.1 -INVENTARIO PRE-EXPLORATORIO (PRE-CORTE) ............... 14

3.2.2.2 - ESTIMATIVA DOS CUSTOS DA EXPLORACAo FLORESTAL ......... 15

3.2.3 - OPERACOES DE EXPLORACAo .......................... .................... ...... 15

3.2.3.1 - ESTRADAS, TRILHAS DE ARRASTE E pATIOS .......... ...................... 15

3.2.3.2 - EXPLORACAo FLORESTAL .................................................... 17

3.2.4 - RELATORIO POS-EXPLORATORIO ............................................... 21

3.2.4.1 - VOLUMES EXPLORADOS ................... '" ............. ....... ..................... 22

3.2.4.2 - CUSTOS DA EXPLORA9Ao............................................................ 22

3.2.5 - ACOMPANHAMENTO ...................................................................... 23

3.2.5.1 - PARCELA PERMANENTE ........................................................ 23

3.2.5.2 - IMPACTOS AMBIENTAIS ...... ............ ............................ .................. 23

3.2.5.3 - MEDIDAS MITIGADORAS ................................................................ 24

3.2.5.4 - PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO...... ............ 25

3.3 - APLlCACAo DAS DIRETRIZES DA ITTO .............................................. 25

3.4 - ANALISE GERAL .................................................................................... 28

3.4.1 - PONTOS FORTES ................ .............. ................. ..... ........... ............ 28

3.4.2 - PONTOS FRACOS........................................................................... 29

3.4.3 - NECESSIDADE. ..... ........ ...... ............... ............... ............... ............... 29

4 - ASSESSORAMENTO TECNICO - "DIAGNOSTICO INDUSTRIAL".... 31

4.1 - pATIO DE TORAS .................................................................................. 31

4.2 - UNIDADE INDUSTRIAL ......................................................................... 33

4.2.1 - UNIDADE DE SERRADO ...... ...................... ............ ...... .................. 33

4.2.2 - UNIDADES DE BENEFICIADOS........ ...................... .......... ............. 37

4.3 - MANUTENCAo DE EQUIPAMENTOS E UTILlDADES ......................... 39

4.3.1 - MANUTENCAo MECANICA............................................................ 39

4.3.2 - UTILIDADES ..... ....................... ....... ..... .......................... .................. 39

4.4 - SECAGEM ............................. ............ ....... ........ ..... ......... ..... ............. ...... 40

4.5 -PRODUTOS, ESTOQUES E EXPEDICAo.... ............................... ........... 40

5 - SISTEMA GERENCIAL E DE CONTROLES .................................... 42

5.1 - ASPECTOS GERAIS... .............. ............... ....... ................ ....................... 42

ii

5.2 - SISTEMA DE CONTROLES PRIMARIO ... ................ ...... .......... ........ ..... 43

5.2.1 - CONTROLE DAS TORAS.............. .......................... ....... ................. 44

5.2.2 - CONTROLE DE PRODUCAo.......................................................... 45

5.2.3 - RELATORIOS DE CONTROLES (Sistema primario) ....................... 46

5.3 - SISTEMA DE CONTROLES SECUNDARIO (8asico) ............................ 48

5.3.1 - PONTOS DE COLETA DE DADOS .................................................. 48

5.3.2 - RELATORIOS DE CONTROLES (Sistema secundario) ................... 49

6 - CONCLUSOES ......................................................................................... 50

iii

LIST A DE QUADROS

PAG.

QUADRO 2.01 - DISTRIBUI9.A0 DAS AREAs DAS F AZENDAS DA MAINARDI.................... 5

QUADRO 3.01 - DETALHES TECNICOS DOS PROJETOS........................ .................. ..... 7

QUADRO 3.02 - POTENCIAL VOLUMETRICO DOS PROJETOS (M3/ HA) .. ....................... 10

QUADRO 3.03 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DA MADEIRA POSTO INDUSTRIA.................... 15

QUADRO 3.04 - EMBARCA90ES E BALSAS PARA TRANSPORTE DE TORAS .................. 21

QUADRO 3.05 - MATRIZ DE AVALIA9.A0 DAAPLlCA9.A0 DAS DIRETRIZES DA ITIO, NOS

PLANOS DE MANEJO DA MAINARDI (COM BASE NOS CRITERIOS ITIO)

............................................................................................................................. 26

QUADRO 4.01 - PRINCIPAlS CARACTERfsTICAS DO PATIO DE TORAS DA MAINARDI... 32

QUADRO 4.02 - EQUIPAMENTOS PRINCIPAlS DAS UNIDADES DE SERRADOS

DA MAl NARD I......................................... ............................... 34

QUADRO 4.03 - PRODU9.A0 DE ACABADOS E CONSUMO DE TORAS - ANUAL ............... 37

QUADRO 4.04 - EQUIPAMENTOS DE BENEFICIAMENTO INSTALADOS NA EMPRESA........ 38

iv

LlSTA DE FIGURAS

PAG.

FIGURA 2.01 - Usos DAS AREAS DAS FAZENDAS DA MAINARDI............................... 5

FIGURA 2.02 - CROQui DE LOCALlZA9AO DAS AREAS DE MANEJO DA MAINARDI........ 6

FIGURA 5.01 - PONTOS DE COLETA DE DADOS .................. ............ ............................ 43

FIGURA 6.02 - PONTOS DE COLETA DE DADOS DO SISTEMA SECUNDARIO BAslco........ 48

v

1 - APRESENTACAO

o SINDIMAD- Sindicato da Industria de Madeira de Belem, firmou

recentemente um contrato com a ITTO I OIMT - Organiza<;ao Internacional de

Madeiras Tropicais, para implementa<;ao do Projeto PO 7/97, denominado

"INFORMAC;OES E ASSISTENCIA TECNICA PARA A PRODUC;AO E

COMERCIALlZAC;Ao DE MADEIRAS TROPICAIS".

o objetivo geral do projeto e aumentar 0 comercio de madeiras tropicais

produzidas de forma sustentada entre 0 Brasil e paises consumidores selecionados

(Reino Unido, EUA, Holanda e Japao).

Para atingir 0 objetivo geral foram estabelecidos dois objetivos especificos:

I. Promover assistencia tecnica a empresas selecionadas, produtoras e

exportadoras de madeiras tropicais, de forma a garantir que os volumes de

madeiras por elas comercializados sejam originados de fontes de

suprimento e de produ<;ao sustentaveis.

11. Disponibilizar aos governos e ao publico em geral informa<;oes apropriadas

e confiaveis sobre exporta<;oes e produ<;ao de madeira de origem tropical,

em regime de produ<;ao sustentada, em comercio internacional por

empresas selecionadas do Brasil, Reino Unido, EUA, Holanda e Japao.

o projeto envolve empresas produtoras e exportadoras de madeira tropical,

localizadas na Regiao Amazonica. As empresas produtoras participantes do projeto

foram selecionadas no Estado do Para, devido este responder por mais de 60% das

exporta<;oes brasileiras de madeiras tropicais. As empresas importadoras serao

selecionadas nos paises citados, dando-se a preferencia por aquelas que ja

possuem vinculo comercial com as empresas exportadoras.

o presente relat6rio corresponde ca versao exclusiva e confidencial da

Madeiras Mainardi ltda., e contem uma avalia<;ao dos documentos dos Pianos de

Manejo, a avalia<;ao em campo das atividades florestais conduzidas, a avalia<;ao das

instala<;oes e opera<;oes industriais promovidos pela empresa e finalmente,

1

apresenta-se ainda, a proposigao de recomendagoes para a melhoria das operagoes

da empresa para 0 manejo de suas florestas e para a industrializagao de seus

produtos.

A visita tecnica foi efetuada no periodo de 25 a 31 de Outubro de 1999,

sendo recebidos pelos Srs. Vilson Fernandes Mainardi (diretor), Gilson Jose

Mainardi (diretor) e Eng. Florestal Luis Otavio Paraense Feio (tecnico responsavel

pelas atividades de exploragao da madeira no campo).

De maneira geral, as atividades desenvolvidas neste relat6rio parcial incluem

os seguintes aspectos principais:

• Revisao dos pianos de manejo e levantamentos para a avaliagao quanto a

sua implementagao em campo;

• Discussoes com a industria florestal dos problem as enfrentados na

preparagao e implementagao dos pianos de manejo florestal;

• Preparagao de propostas para redefinir e ajustar 0 manejo florestal, as

tecnicas silviculturais e as operagoes de exploragao florestal de forma a

dar conformidade as diretrizes da ITIO e leis nacionais.

• Levantamentos e identificagao, para as diferentes areas ligadas com as

operagoes de industrializagao da madeira, de equipamentos, numero de

funcionarios envolvidos, materias primas insumos e outros, considerando

as seguintes areas:

- Patio de estocagem das toras;

- Unidade industrial composta de serraria e de beneficiamento;

- Estado de manutengao dos equipamentos e condigao de

operagao;

- Secagem da madeira ao ar ou em estufas;

- Estoque de produtos acabados e forma de

acondicionamento;

Expedigao.

2

Adicionalmente a essas informagoes, procurou-se identificar os controles

existentes em todas as areas da unidade industrial, tanto na forma de formularios

como de sistemas informatizados para 0 acompanhamento de todas as atividades.

Aproveita-se 0 presente documento para registrar seus agradecimentos a

empresa Madeiras Mainardi Ltda., em especial ao Srs. Vilson Fernandes Mainardi

e Gilson Jose Mainardi, bem como a seus funcionarios, pelo apoio incondicional

prestado aos tecnicos da equipe do projeto responsaveis pelo trabalho e ao

Engenheiro Florestal Luis Otavio Paraense Feio, tecnico responsavel pela execug80

dos pianos de manejo que acompanhou a equipe nas visitas de campo bem como

pelas informagoes prestadas.

3

2 - INFORMACOES SOBRE A EMPRESA

A Madeiras Mainardi Ltda., constitui-se em importante empresa da Regiao

de Breves no Estado do Para, em termos econ6micos e sociais. Com referencia aos

produtos madeireiros que a empresa fabrica, todos sac derivados do processo de

desdobro de toras em serrados atraves de serras - fita e laminas atraves de tornos

de faca a partir de especies de madeiras tropicais.

Os produtos fabricados atualmente pe la empresa sac os serrados de

diversas dimensoes e laminas torneadas com espessura de 1,2 a 3,2 mm,

direcionados para a venda em bruto, sendo que a maior parte da produ9ao e

exportada e 0 restante e comercializada para outras regioes do Brasil. Existe ainda a

produ9ao de produtos de maior valor agregado na forma de portas e janelas (40 a

50.000 pe9as por ano), direcionada ao mercado do Nordeste Brasileiro.

As especies de madeira mais utilizadas para serraria, sac: Jatoba, Cumaru,

Andiroba, Muiracatiara, Angelim Vermelho, Angelim Pedra, Tauari, Cedro e Quaruba

em geral. Para lamina9ao sac utilizadas: as Faveiras e Breus em Geral.

o consumo de toras e em media de 4.500 m3 por mes, ou seja, 54.000m3 /

ano. 0 consumo no ana de 1998 incluindo a serraria e a laminadora foi de 47.000 m3

de toras, ficando abaixo do previsto em 13%, que segundo informa90es da empresa,

deveu-se a problemas operacionais da industria. Segundo a empresa ainda,

acredita-se que para 0 ana de 1999, as metas previstas serao atingidas.

A empresa abastece 80% de suas necessidades de madeira com toras

originadas em seus pianos de manejo, 0 restante e suprido com compras de

terceiros, mas na maioria com origem em pianos de manejo.

Para cobrir suas necessidades de suprimento de madeira, a empresa possui

cinco projetos de manejo florestal implantados e em implanta9ao com area total de

16.560ha, localizadas nos municipios de Melga90 e Senador Jose Porfirio ambos no

estado do Para, relativamente pr6ximos a industria. A composi9ao das areas dos

projetos no que diz respeito aos usos, sac apresentadas no quadro 2.01 e apoiadas

pela figura 2.01 a seguir.

4

QUADRO 2.01 - DISTRIBUI9AO DAS AREAS DAS FAZENDAS DA MAINARDI

FAZENDA PROJETO AREA TOTAL(ha) AREA EM MANEJO (ha) % SITUA9AO

Rio Pracurus Floresta V e VI 19.470 1.976 10,1 Ativo

Iraju Mainardi 9.000 2.400 26,7 Manuten9ao

Marua Marua I 9.712 1.080 11,1 Ativo

Marua Maruall (9.712) 1.080 11,1 Em aprova~o

Total 38.172 6.536 17,1

As expectativas da MAINARDI quanta as potencialidades de seus projetos e

de que estes devam fornecer, baseando-se em carte seletivo e media ponderada de

todos os pianos de manejo, 75,790m3/ha de toras de 24 especies para retirada num

periodo de 02 anos, para cada plana.

El Area de produ~o florestal Jil Outros usos

FIGURA2.01 - Usos DASAREAS DAS FAZENDAS DAMAINARDI.

A area disponibilizada para 0 desenvolvimento do presente trabalho foi 0 da

Fazenda Rio Pracurus, no municipio de Melgayo. 0 acesso ao im6vel em questao, e

feito via rio Pracurus e dista da unidade industrial em 200 Km. Na figura 2.02 pode

ser observado um croqui cam a localizayao aproximada dos pianos de manejo sob

dominio e responsabilidade da Mainardi.

5

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• MUNIC[PIOS

• CAPITAL

FIGURA 2.02 - CROQU[ DE LOCALlZAQAO DAS AREAS DE MANEJO DA MAINARDI

6

3 - ASSESSORAMENTO TeCNICO (Diagn6stico Florestal)

3.1 - PLANO DE MANEJO (AVALIACAO DA DOCUMENTACAO)

3.1.1 - ASPECTOS LEGAIS

Os aspectos legais do projeto de manejo florestal da MAINARDI como a

identificayao completa da propriedade demonstrada no item anterior, as informayoes

cadastrais, os titulos de propriedade devidamente reconhecidos, diversos

documentos do requerente, do elaborador e do executor, foram plenamente

atendidas na oportunidade da elaborayao do projeto.

No quadro 3.01, apresenta-se os aspectos tecnicos I legais relacionados a

aprovayao dos projetos da empresa.

QUADRO 3.01 - DETALHES TECNICOS DOS PROJETOS

FAZENDA PROJETO DATA INICIO PERioDO DE PERioDO DE APROVA9AO ATIVIDADE EXPLORA9AO ROTA9AO

Rio Pracurus Floresta V e VI 4/12/98 12/98 2 anos 30 anos

Iraju Mainardi 26/02/91 2191 2 anos 30 anos

Marua Marua I 21/12/98 12/98 2 anos 30 anos

Marua Marua 11 Em aprovayao no IBAMA

Os pianos de manejo florestal da Mainardi, foram elaborados pelo

Engenheiro Florestal Ben-Hur Borges, habilitado para 0 desenvolvimento desta

atividade, sendo 0 Engenheiro Florestal Luis Otavio Paraense Feio 0 atual

responsavel tecnico pela execuyao dos projetos e pelos respectivos Pianos Anuais

de Explorayao.

Os documentos dos pianos de manejo foram apresentados ao IBAMA -

Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis, tendo

sido aprovados pela instituiyao para ser explorado (0 projeto Marua 11, apresentado

recentemente, esta em estudos para a devida aprovayao). Os levantamentos

7

indicaram que os projetos atenderam aos aspectos requeridos pela legislayao

brasileira vigente na epoca de sua aprovayao. A seguir discrimina-se a legislayao

Federal pela qual os projetos foram regidos na sua aprovayao e implantayao:

- Lei nO 4.771/65 - Codigo Florestal;

- Lei nO 7.511/86, que estabelece a necessidade da elaborayao dos Pianos

de Manejo Florestal Sustentado; e,

- Decreto nO 1.282/94, regularizado pelo IBAMA atraves da Portaria 048/95,

que por sua vez, reformulou a Instruyao Normativa 080/91, melhor

definindo os criterios para a elaborayao e execuyao de pianos de manejo.

Quando a maioria dos pianos de manejo foram protocolados no IBAMA, as

portarias nO 4, 5 e 6 nao haviam sido editadas, porem estes vem paulatinamente

sendo ajustados, para enquadrar-se nos novos regulamentos do IBAMA.

3.1.2 - DEFINIGOES DO PROJETO

o conteudo, a forma de apresentayao e a sequencia das atividades do piano

de manejo florestal, seguem uma cronologia que atende as normas e regulamentos

estabelecidos pelo IBAMA, definindo de forma clara os se us objetivos, justificativas e

de planejamento das operayoes.

3.1.2.1 - OSJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

o objetivo principal citado pela MAINARDI para a implantayao de cada piano

de manejo na regiao de Melgayo e Senador Jose Porfirio, foi 0 de gerar uma fonte

permanente e rentavel de materia prima florestal, de modo a atender

satisfatoriamente a demanda de sua empresa, e explorar economicamente a floresta

com 0 mlnimo de impacto ambiental, para garantir a recuperayao do seu potencial

ecologico, econ6mico e social para sua reutilizayao futura.

A justificativa apresentada, parte do princlpio da viabilidade econ6mica e

social, ou seja, de que se justifica implementar 0 projeto se for posslvel amortizar

todos os investimentos e custos operacionais gerando empregos.

8

3.1.2.2 - PLANEJAMENTO OPERACIONAL

Um piano de manejo florestal pode ser caracterizado como 0 planejamento

global para 0 desenvolvimento das atividades de explorayao, transporte, silvicultura

e gerenciamento da area.

Deve considerar como objetivo principal a produyao de materia-prima

indefinidamente para abastecer uma industria madeireira. Secundariamente, 0 piano

de manejo deve objetivar a manutenyao da qualidade da agua, do ar, preservar a

biodiversidade e gerar beneficios socio - econ6micos.

Os elementos basicos adotados no piano de manejo da MAINARDI para

efetuar 0 planejamento operacional, foram:

::::::> Caracterizac;ao da Area

As propriedades, possuem 16.560 hectares de efetivo manejo subdividido em

talhoes para facilitar a explorayao anual, sendo 0 ciclo de retorno previsto de 30

anos, devidamente mapeados e identificados. Com relayao a demarcayao das areas

de preservayao, para explorayao e outros usos, existem mapas tematicos

delimitando as referidas areas.

Nos pianos apresentados tambem foram caracterizados 0 clima fornecendo

informayoes sobre 0 tipo climatico, precipitayao, temperatura e umidade relativa.

Descreve os solos, a hidrografia, formayao vegetal e a fauna regional, alem dos

aspectos socio econ6micos da regiao de influencia. Todos os dados relacionados ao

clima e solos, foram embasadas nas publicayoes disponibilizadas pelo RADAM.

::::::> Inventario de Planejamento (estrategico)

Os inventarios florestais apresentados, detalham a vegetayao da area objeto

do manejo, identificando as especies existentes, 0 numero de arvores, a altura, 0

diametro e 0 volume das arvores. Estas informayoes sac de fundamental

importancia para a definiyao dos talhoes a serem explorados ana a ana e para

organizar as atividades a serem desenvolvidas na execuyao do manejo florestal.

Em principio, os resultados dos inventarios, em termos quantitativos e

9

qualitativos das especies de interesse comercial, apontam um volume solicitado para

ser retirado, das especies com dimensoes comerciais (acima de 45 cm de diametro),

de 75,790m3 I ha. 0 volume medio ponderado para todos os projetos esta em

55,61 m3/ha, considerando todas as liberayoes disponibilizadas para este trabalho.

Em termos de floresta Amaz6nica estes valores, se efetivamente estiverem

ocorrendo no campo, podem ser um pouco altos, podendo ocasionar uma

possibilidade de retorno a mesma area, num periodo superior a trinta anos, como

previsto no piano. Estes numeros pod em ser observados no quadro 3.02.

QUADRO 3.02 - POTENCIAL VOLUMETRICO DOS PROJETOS (M3 1 HA)

FAZENDA PROJETO VOLUME VOLUME NUMERO DE SOLlCITADO AUTORIZADO ESPECIES

Rio Pracurus Floresta V e VI 71,110 42,09 24

Iraju Mainardi 82,248 79,81 18

Marua Marua I 70,000 26,58 16

MEDIA 75,790 55,61 19

=> Inventario Permanente

Consiste na implementayao das parcelas definidas como sendo permanente

(PP), as quais tem como objetivo analisar os danos causados nas areas exploradas

com mediyoes antes e apos a colheita, bem como para acompanhar 0

desenvolvimento volumetrico da floresta apos a explorayao. A intensidade de

amostragem planejada e de 1,Oha a cada 100ha, e para 0 acompanhamento do

desenvolvimento, as medidas de campo sac efetuadas com periodicidade de dez

anos, depois do primeiro, um ana apos a colheita.

=> Avalia~ao dos Impactos Ambientais e Conserva~ao Biologica

A avaliayao dos impactos ambientais e as propostas para minimizayao dos

se us efeitos negativos estao indicadas no piano, baseadas primordialmente na

avaliayao dos potenciais danos resultantes da explorayao florestal, como:

./ Areas de conservayao biologica com a manutenyao das areas definidas no

10

Codigo Florestal Brasileiro, coma as areas de preservayao permanente;

.t Abertura de estradas, trilhas e patios de estocagem, ou seja, aspectos

relacionados a modificayao da cobertura florestal;

.t Danos causados na floresta remanescente e a regenerayao natural, corn a

previsao dos cortes de cipos antes das operayoes de explorayao;

.t Danos causados a fauna terrestre;

.t Aspectos relacionados a socio - economia coma a gerayao de empregos e

os problemas ligados a saude dos funcionarios.

=> Sistema Silvicultural

A partir dos resultados obtidos no inventario florestal e nas tecnicas

atualmente conhecidas para a conduyao do manejo florestal, a MAINARDI definiu a

rotayao, as areas para a explorayao, as areas de preservayao, a infra-estrutura

necessaria, 0 sistema de explorayao, os tratamentos silviculturais pre e pos

exploratorio, objetivando atender a legislayao florestal e minimizar os impactos

ambientais.

Neste sentido, 0 sistema silvicultural preconizado pela MAINARDI no piano

de manejo apos a etapa de estabelecimento, consiste de:

.t Regime de manejo policiclico de regenerayao natural corn enriquecimento e

rotayao esperada de 30 anos;

.t Tratamento pre - exploratorio coma 0 corte de cipos e algumas arvores

indesejaveis, para a liberayao das arvores para 0 abate;

.t Sistema de explorayao atualmente conhecido coma sendo de baixo impacto,

considerando que todas as etapas precursoras de planejamento das areas a

serem exploradas anualmente, serao executadas;

.t Tratamento silvicultural pos exploratorio considerando as limpezas para

facilitar a regenerayao natural e plantio de enriquecimento para a

recuperayao de areas danificadas coma ramais, estradas temporarias e

11

patios de estocagem .

./ Liberag80 de copas realizada a cada 10 anos ap6s a colheita, visando

eliminar a concorrencia com arvores indesejaveis.

o planejamento operacional contido nos pianos de manejo contemplam de

forma generica todas as agoes e atividades que dever80 ser desenvolvidas na area,

inclusive os cronogramas do Inventario, explorag80 e dos tratamentos silviculturais.

A rede de estradas indicada nos pianos de manejo florestal, foram

elaboradas com 0 objetivo especifico de dividir a area total em talhoes de explora98o

anual, sem levar em conta as curvas de nivel do terreno.

3.1.3 - ADEQUA<;Ao As DIRETRIZES DA ITTO

o pianos de manejo da MAINARDI consideraram a legislag80 vigente na

epoca em que foram elaborados e posteriormente, na medida que foram surgindo

novas normas e exigencias, a empresa promoveu as respectivas adequagoes.

Atualmente os pianos de manejo da empresa, abrangem parte dos requisitos

dos principios recomendados nas Diretrizes da ITIO para 0 "Manejo Sustentado de

Florestas Tropicais", e pouco sobre as Diretrizes para a "Conservag80 da

Diversidade Biol6gica em Florestas Tropicais".

Os pianos de manejo abordam 0 planejamento da produg80 florestal de

forma global com preocupag80 legalista, sem levar em conta 0 que sera executado

em campo, a exemplo da indicag80 das estradas a serem implementadas, que

deveriam ser tragadas considerando 0 relevo, observando as curvas de nivel, a rede

hidrogratica e aspectos estrategicos.

o principio 19 das Diretrizes da ITIO que versa a respeito da elaborag80 de

Pianos de Trabalho anuais detalhados, n80 foi adequadamente referenciado no

documento do piano de manejo, no sentido de assegurar que os padroes ambientais

admissiveis sejam respeitados nas atividades de campo.

As principais referencias apontadas nos pianos de manejo a respeito dos

12

Pianos Anuais de Trabalho, abordam as seguintes questoes:

~ Inventario a 100% com a identificayao botanica, 0 DAP (Diametro a Altura do

Peito), localizayao, mapeamento e seleyao das arvores a serem cortadas,

sua identificayao com plaquetas no campo; devera ser efetuado doravante

em funyao de exigencia do IBAMA;

~ Locayao detalhada das trilhas de arraste e dos patios de estocagem; . ~ Os aspectos silviculturais pre e pes exploraterio;

~ Coleta de informayoes para 0 monitoramento, proteyao, gerenciamento e

outros.

Estes detalhes plotados em mapas detalhados, servem como instrumento de

gerenciamento as chefias, bem como para determinar 0 custo das operayoes de

colheita de madeira.

3.2 - OPERACOES DE CAMPO

Com referencia as operayoes de campo, as atividades precursoras como 0

corte de cipes, a marcayao das arvores a serem cortadas, a marcayao e construyao

das trilhas de arraste, nao sac aplicadas no campo, conforme descrito a seguir com

mais detalhes.

De todas as atividades precursoras a explorayao, somente sac feitas: a

identificayao e localizayao das arvores matrizes no campo e em mapas, as estradas

principais e as divisoras dos talhoes.

3.2.1 - SITUACAo GERAL DA AREA

Os limites das areas estao bem definidos e marcados no campo. 0

talhonamento e efetuado a medida que se avanya com a explorayao, sendo utilizado

como base para se efetuar essa divisao, as estradas ja existentes.

A empresa nao mantem uma boa estrutura de proteyao e vigilancia da area,

13

o que podera facilitar a ocorrencia de invas6es e 0 desenvolvimento de atividades

nao compativeis corn 0 manejo no interior do imovel.

o relevo das areas aprovadas para a explorac;ao e piano corn parte

ondulado.

3.2.2 - PLANEJAMENTO ANUAL

Sabe-se que a explorac;ao florestal e responsavel por mais de 50% do custo

da madeira posto industria e que por sua natureza, causa danos a floresta. Desta

forma, 0 born manejo requer que a explorayao seja bem planejada e

cuidadosamente avaliada para a minimizac;ao de custos e de impactos ambientais.

Pesquisas tern demonstrado que do modo como vem sendo conduzida a explorac;ao

na Amaz6nia, esta pode danificar ate 60% da cobertura florestal.

Uma extrac;ao planejada corn os devidos detalhes, permite uma reduc;ao

substancial dos danos e inclusive de custos. Neste sentido, como descrito nos itens

a seguir, a MAINARDI deveria desenvolver 0 planejamento de forma correta,

utilizando-se de metodologias e ferramentas de suporte adequadas e modern as.

3.2.2.1 -INVENTARIO PRE-EXPLORATORIO (PRE-CORTE)

o inventario pre - exploratorio a ser conduzido pela MAINARDI, devera

considerar no levantamento de "100%" das arvores de especies comerciais corn

diametros acima de 45 cm. Este levantamento correspondera a etapa inicial do

planejamento da explorac;ao florestal, pois somente a partir dos dados levantados e

que se torna possivel definir as demais atividades.

Neste sentido, a MAINARDI devera promover 0 inventario identificando corn

precisao dados como a identificac;ao da especie, 0 diametro (DAP) das arvores e sua

localizac;ao espacial na floresta. 0 referido inventario vem sendo realizado pelas

equipes da empresa.

14

3.2.2.2 - ESTIMATIVA DOS CUSTOS DA EXPLORAC;Ao FLORESTAL

Os dados relativos aos custos de explorac;ao considerando os detalhes

desejaveis para este estudo, nao foram disponibilizados pela empresa, tendo em

vista que a mesma nao possui os devidos controles. Os valores fornecidos referem­

se a estimativas feitas pela propria empresa para toda a madeira explorada nas

fazendas da MAINARDI, os quais sac apresentados no quadro 3.03.

QUADRO 3.03 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DA MADEIRA POSTO INDUSTRIA

ITEM VALOR (R$I m3) %

Madeira em pe 12,00 22,7

Extra9ao 20,00 a 25,00 42,S

TRANSPORTE FLUVIAL (FRETE) 8,00 a 12,00 18,9

Subtotal 44,50 84,1

IMPOSTOS (leMS) 2,40 4,5

MANUTENQAO (PREVISAO) 6,00 11,4

TOTAL; 52,90 100

3.2.3 - OPERAC;OES DE EXPLORAC;Ao

3.2.3.1 - ESTRADAS, TRILHAS DE ARRASTE E pATIOS

As estradas principais existentes no campo, sac as necessarias para 0

acesso aos talhoes previstos para a explorac;ao no ana em questao e estao

localizadas nos pontos determinados no piano de manejo elaborado. As demais

estradas previstas, somente serao implementadas na medida da necessidade de

acesso a outros talhoes. De maneira geral, as estradas permanentes possuem

aproximadamente 10 m de largura e 8 m para as estradas temporarias.

As estradas principais sac adequadamente construidas, nao possuem

revestimento, as canaletas de drenagem, que servem para prevenir 0 acumulo e 0

escoamento das aguas e minimizar os efeitos da erosao por ocasiao dos periodos

chuvosos, sac bem distribuidas. Na foto 3.01 a seguir, pode-se visualizar um trecho

de estrada de acesso e permanete nas areas da empresa.

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FOTO 3.01 - VISTA GERAL DE ESTRADA DE ACESSO / PRINCIPAL DA MAINARDI

As estradas secundarias ja nao seguem os mesmos criterios, po is parte-se

do principio de serem menos utilizadas. As trilhas de explora<;ao seguem 0 padrao

atual da Amazonia, ou seja corta-se estrada para se buscar a madeira sem urn

planejamento previa.

Os patios sac construfdos aleatoriamente atendendo apenas 0 momento,

sem planejamento anterior, 0 que ocasionara um excesso de patios e custo

desnecessario e alto. Uma vista geral de um patio de estocagem da empresa e

apresentado atraves da F,oto 3.02 a seguir.

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FOTO 3.02 - VISTA GERAL DE UM PATIO DE ESTOCAGEM NA FLORESTA

3.2.3.2 - EXPLORA~Ao FLORESTAL

As operayoes de explorayao florestal em execuyao pela MAINARDI, nao

seguem IQ estabelecido no plana de manejo florestal. O · sistema de explorayao

empregado e conhecido cam 0 name de "explorayao de alto impacto" e corresponde

a execw;ao das atividades de construyao de estradas secundarias, trilhas e patios

corn trator de esteira sendo os patios feitos de forma aleatoria sem planejamento

previo, nao cOl1tribuindo cam a minimizayao dos impactos e danos a floresta .

../ ~dentifica~ao das arvores e toras

A MA'fNARDI ainda nao identifica numericamente as arvores a serem

derrubadas e corn isso as toras resultantes do trayamento destas, tambem nao 0

sao. Tal procedimento, se efetuado, evitara a perda de toras no campo, 0 que via de

regra acantece no atual sistema, pais a unica cantrale e a "cabeya" do aperador au

do responsavel pela derrubada

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./ .Derrubada direcional

A derrubada de arvores feita pelas equipes da MAINARDI, sac efetuadas

com pessoal sem treinamento adequado, sem seguir as tecnicas de corte

recomendadas para toda a Amazonia, visando uma queda direcionada das arvores e

assim evitando danos na madeira em corte e as vizinhas, em decorremcia do mau

uso da motosserra .

./ Altura dos tocos:

A altura do corte para a derrubada, tambem nao segue as tecnicas

recomendadas (Foto 3.03) . Preferencialmente nao se deve ultrapassar a 30 cm do

chao, po is alem de se perder em torno de 2,0 m3/ha de madeira de primeira

qualidade, alturas de corte superior a isso podem facilitar 0 rachamento da arvore no

"tombo", ocasionando perdas acentuadas bem como encarecendo 0 custo do

restante da madeira a ser extraida.

FOTO 3.03 - ALTURA DE Toco NA DERRUBADA

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~ Arraste das toras:

As arvores abatidas, convertidas em toras, a serem retiradas da mata, sac

arrastadas por uma distancia de ate 500 metros, atraves de skidders (Foto 3.04).

Como ainda nao ha um planejamento das opera9oes em conjunto, 0 arraste

e efetuado com a penetra9ao dos skidders, rasgando a floresta formando trilhas, em

busca das toras, ocasionando enormes danos as remanescentes bem como ao solo

que ficando descoberto, vira a sofrer erosao acentuada nas areas um pouco mais

onduladas. Este trabalho sem 0 devido planejamento encarece 0 custo de arraste .

FOTO 3.04 - ASPECTO DA OPERA9AO DE ARRASTE

~ Carregamento de Caminhoes e Transporte nas Fazendas

Ap6s a opera9ao de arraste e estando as toras posicionadas no patio de

estocagem, inicia-se 0 carregamento (Michigan L 90) dos caminhoes para 0

transporte das toras ate 0 patio do porto, on de havendo disponibilidade de balsas,

serao encaminhadas ate a industria.

Para 0 transporte nas fazendas sac utilizados caminhoes tra9ados de varios

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modelos. A variedade de marcas e modelos, mesmo contratados, pode dificultar 0

serviyo de manutenyao e reposi<;ao de peyas quando se fizer necessario algum

reparo, ocorrendo consideraveis perdas de tempo e produyao.

Na foto 3.05 apresenta-se os equipamentos tfpicos utilizados pela empresa

para a execuyao do carregamento e transporte pelas estradas da area ate a beira do

rio, onde promqve-se 0 transbordo para as balsas

FOTO 3.05 - QPERAyAO DE CARREGAMENTO DE CAMINHOES

./ Transporte Fluvial

Todos os atuais pianos de manejo da Mainardi estao localizados em beira

de rios amaz6nicos, portanto a unica forma viavel de transporte das toras originarias

dessas areas e via fluvial. Para 0 transporte fluvial das toras a empresa possui

rebocadores e balsas (Foto 3.06), conforme as especificayoes do quadro 3.04.

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QUADRO 3.04 - EMBARCA90ES E BALSAS PARA TRANSPORTE DE TORAS

TIPO NOME COMPRIMENTO BOCA CAPACIDADE DE (m) (m) CARGA (t)

Rei Breves 11 13,00 4,50 -Mainardi I 15,10 2,50 -Mainardi 11 7,95 2,20 -

Rebocador Mainardi I11 10,50 2,50 -Mainardi VIII 14,20 3,50 -Mainardi IX 10,80 1,80 -Siderama 11 49 ,50 4,50 368,16

Rainha do Tucurui 47,10 11,95 415,15

Balsas S. Benedito Gurupa 37,10 8,50 126,1

Timbraz I 37,00 8,50 147,3

Rainha Castanhal

FOTO 3.06 - VISTA GERAL DE UMA BALSA NO TRANSPORTE DE TORAS

3.2.4 - RELATORIO POS-EXPLORATORIO

o relatario pas exploratario conduzido pela empresa hoje, tem por objetivo

apenas 0 cumprimento das exigencias do IBAMA. Porem se bem feito , podera ser

21

usado principalmente para comparayao das diferenyas e a identificayao das

respectivas razoes entre 0 que foi programado e 0 realizado.

Como 0 Relaterio Pes - Exploraterio ainda nao e utilizado pela empresa

como arma de planejamento, nao se sa be se realmente foram atingidas todas as

metas estabelecidas pelo Piano de Manejo, ou mesmo 0 programado pela diretoria

da empresa.

3.2.4.1 - VOLUMES EXPLORADOS

Com relayao ao volume de madeira do piano de manejo, sa be-se hoje,

apenas a quantidade de madeira que e transportada e entra nas unidades

industriais.

Do numero total de arvores selecionadas e previstas para 0 abate, nao se

sabe efetivamente as que foram abatidas, sabe-se no entanto que algumas matrizes

porta - semente foram indevidamente extraidas, com agravante maior de nao se

saber se todas as abatidas foram transportadas.

Pode haver distoryoes com relayao ao inventario, pois devido as dificuldades

de mediyoes da altura em floresta tropical, pode apresentar diferenyas apenas em

volume e mas nao em numero de arvores.

Problemas operacionais de mediyao e classificayao de arvores para uso

industrial, arvores ocas e com outros defeitos, alem dos aspectos relacionados ao

potencial mercado para as especies, tambem influenciam nas diferenyas

volumetricas ocorridas, resultando no volume efetivamente explorado a maior ou a

menor do que 0 planejado.

3.2.4.2 - CUSTOS DA EXPLORN;AO

A identificayao dos custos da explorayao florestal e de fundamental

importancia tendo em vista constituir-se na etapa do manejo florestal mais onerosa.

Como ja visto no quadro 4.01, no item 4.2.2, uma estimativa dos custos

22

provaveis, tomando-se por base os gastos efetivos de campo na operayao de

extrayao e transporte da madeira. Na etapa de planejamento, se deveria implantar

uma estrutura de custo padrao, onde os custos fixos e os variaveis sac qualificados

com base nos volumes efetivamente a serem explorados e depois confrontados corn

o realizado.

Com relayao as "Atividades de Colheita", parte-se da premissa que 55% do

custo total projetado corresponde a custos fixos como a depreciayao anual, mac de

obra fixa, custos de capitais e outros e que 0 restante dos 45% corresponde aos

custos variaveis, ou seja, sac proporcionais aos volumes explorados. Como

resultado da adoyao destas premissas estima-se que 0 custo da madeira cresya em

funyao da pouca eficiencia das operayoes de campo.

3.2.5 - ACOMPANHAMENTO

3.2.5.1 - PARCELA PERMANENTE

As parcelas permanentes foram implantadas no campo de acordo corn 0

previsto no piano de manejo, ou seja uma parcela de 1,0 ha a cada 100 ha, area

esta superior ao preconizado pelo IBAMA, que pede 1 ha para cada 200ha de piano.

Os dad os referentes as mediyoes das parcelas permanentes antes e depois

das operayoes de explorayao foram disponibilizadas, tendo sidos entregues e

aceitos pelo, IBAMA.

3.2.5.2 -IMPACTOS AMBIENTAIS

Os danos provocados pelas operayoes de explorayao da madeira nas

fazenda da Mainardi (preprias e de dominio), sac bastante significativos, ou seja,

identificou-se muitos danos a floresta.

o relaterio pes - exploraterio nao leva em conta os aspectos relacionados

aos impactos ambientais. Visualmente, no campo, notou-se impactos fortes corn

eliminayao desnecessaria de vegetayao de menor porte, ocasionado pela entrada de

23

equipamentos pesados na mata. Identificou-se tambem um pouco de erosao

provocada pe la penetrayao de tratores de esteira na mata e a nao considerayao de

curvas de nivel na construyao de estradas e divisoras.

As areas de clareiras abertas pelo abate de algumas arvores chegam a

atingir ate 400 m2, isso pode ser amenizado com a adoyao de tecnicas de derrubada

bem como 0 corte de cip6s um ana antes da extrayao da madeira, conforme

preconizado no piano de manejo e nao executado.

Outros impactos como a perda de nutrientes, interferencias nos cursos

d'agua, a fauna, flora, reduyao da base genetica, e outros nao foram avaliados,

porem as observayoes feitas durante a visita de campo, identificaram problemas

razoavelmente significativos com relayao aos danos mecanicos a vegetayao e

regenerayao natural.

Os impactos causados pelos trabalhadores em seus acampamentos com

relayao a saude e saneamento basico, nao estao sendo bem conduzidos. Os

residuos poderiam ser melhor tratados, ou pelo menos concentrados em buracos

abertos para tal fim e ap6s determinado periodo fechados.

3.2.5.3 - MEDIDAS MITIGADORAS

Os pianos de manejo consideram que 0 regime de manejo policiclico com a

manutenyao de matrizes, 0 pre- planejamento da explorayao, a retirada de arvores

acima de 45 cm de OAP e 0 sistema operacional de explorayao (sistema de baixo

impacto), constituem-se nas principais medidas preventivas para a minimizayao dos

impactos, ou seja, sac as principais medidas mitigadoras consideradas aos impactos

causados pela explorayao, mas nao adotados.

Em locais onde a regenerayao natural nao for suficiente devido a raspagem

do terreno na construyao de estradas temporarias e patios de estocagem, e por

fatores relacionados a competiyao com especies indesejaveis, a empresa se prop6s,

no piano de manejo, promover tratos silviculturais como royadas e plantios de

enriquecimento, mas ainda nao executado nos talhoes ja explorados.

24

3.2.5.4 - PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO

o acompanhamento / monitoramento a ser adotado pela empresa, devera

ter como ferramenta basica a ser utilizada 0 IFC -Inventario Florestal Continuo, com

os levantamentos programados, e que ira cobrir as seguintes variaveis:

Estoque e composiC;80 do povoamento;

Incremento volLtmetrico por especie e por classe diametrica;

Ingresso por especie e por classe diametrica;

Mortalidade por especie e por classe diametrica;

Qualidade do fuste.

A periodicidade prevista no piano para as avaliac;oes, considera como ponto

de partida 0 ano da execuC;80 da exploraC;80 f1orestal. 0 primeiro ano ap6s a

exploraC;80, sera 0 primeiro ano dos levantamentos para 0 acompanhamento da

recuperaC;80 da floresta, repetindo-se a cada dez anos. Esses levantamentos

deveriam ser efetuados nas Parcelas Permanentes ja implantadas por ocasi80 do

inventario florestal inicial.

Estes levantamentos s6 tem servido para atender as exigencias do IBAMA

por ocasi80 da entrega do relat6rio anual de exploraC;80, com a finalidade de se

obter a autorizaC;80 de exploraC;80 para um novo periodo.

3.3 - APLICACAO DOS CRITERIOS DA ITTO

Os parametros de avaliaC;80 da aplicaC;80 das Diretrizes da ITIO no piano de

manejo da MAINARDI, S80 os divulgados pela pr6pria no documento intitulado de

"Criterios da ITTO para a AvaliaC;80 do Manejo Sustentado de Florestas Tropicais".

A aplicaC;80 das "Diretrizes da ITTO para 0 Manejo Sustentado das Florestas

Tropicais" nos pianos de manejo florestal no BrasH, ja vem ocorrendo a varios anos.

Isto por que, apesar da divulgaC;80 das Diretrizes para os profissionais vinculados ao

manejo florestal ter sido realizada somente nos ultimos anos, a maior parte dos seus

25

principios sac contemplados pela legisla~ao brasileira des de 1965, quando da

implanta~ao do C6digo Florestal, pela Lei n.D 4.771, e pelas respectivas adequa~6es

e normaliza~6es promovidas posteriormente.

Os principios e a~6es adotados na elabora~ao e execu~ao dos pianos de

manejo da MAINARDI protocolados e aprovados pelo IBAMA, bem como as

posteriores modifica~6es e ajustes promovidos pela empresa, demonstram que a

grande maioria das Diretrizes e Criterios da IITO foram timidamente abordados.

Com base no material disponibilizado pela empresa e na avalia~ao de

campo, verificou-se que muitos dos principios e a~6es das diretrizes relacionadas

aos impactos ambientais e a manuten~ao da diversidade biol6gica poderao ser

melhor apropriados.

A avalia~ao da aplica~ao das Diretrizes da IITO no piano de manejo em

questao, e efetuada no quadro 3.05, tendo como base a matriz definida pelos

"Criterios da IITO para a Avalia~ao do Manejo Sustentado de Floresta Tropical".

QUADRO 3.05 - MATRIZ DE AVALlA9AO DA APLICA9AO DAS DIRETRIZES DA IITO, NOS PLANOS DE MANEJO DA MAINARDI (COM BASE NOS CRITERIOS IITO)

CRITERIOS INDICADORES 5 N OBSERVA~6ES

- Estabelecimento legal de X Os pianos de manejo possuem areas florestais ou documenta<;ao completa totalmente unidades de manejo legalizada com as escrituras e registros e

impostos em dia.

- Existencia de um piano de X Os pianos de manejo foram elaborados por manejo tecnico habilitado, com as qualidades

desejaveis e suficientes para 0 atendimento

Relativos a aos preceitos da legisla<;ao brasileira.

garantia dos - Demarca<;ao c/ara dos X Os limites, tanto das propriedade como dos recursos Iimites no campo talh6es em opera<;ao, sac perfeitamente

reconheciveis no campo

- Ocorrencia ou nao de X Nao existe explora<.(8o i1egal nas areas de explora<.(8o i1egal e de manejo. invas6es.

- Prazo de dura<;ao dos Quando a propriedade nao for da propria contratos de concessao empresa, existe contrato de comodato

legalizado em cartorio de oficio, com prazo de dura<.(8o de trinta anos.

26

QUADRO 3.05 - MATRIZ DE AVALIA9AO DAAPLlCA9AO DAS DIRETRIZES DA ITIO, NOS PLANOS DE MANEJO DA MAINARDI CONTINUA9AO

CRITERIOS INDICADORES 5 N OBSERVA90ES

- Existencia de nonnas X Existem nonnas oficiais para a defini~o do oficiais daras para 0 corte corte, porem necessitam de ajustes

- Produtividade do solo a X Devido a fonna de explora~o da madeira longo prazo pode-se observar sinais de lixivia~o do solo

- Inventario pre-exploratorio X Por exigencia do IBAMA, esta se iniciando, dos talh5es para explorar no proximos anos, 0 inventario a

100% das arvores acima de 45cm de DAP, das quais se retirara 90% das boas, ficando 0

restante como matrizes Porta Sementes.

- Numero de arvores e/ou X o volume medio ponderado solicitado para ser Continuidade volume de madeira explorado de todos os projetos e de 75,790 m3

da produliao explorado por hectare I ha madeireira

Provisoes para 0 X o monitoramento e realizado no primeiro ana -monitoramento do estoque apos a explora~o, somente para a liberagao residual em crescimento da proxima area de explora~o. As demais apos a exploragao medidas nao estao sendo realizadas.

- Registro de safda anual do X E realizado por meio de Notas Fiscais e Guias produto, ao longo do de Transporte e infonnado ao IBAMA, por tempo forga de lei.

- Area Ifquida produtiva X Mais de 90% das areas dos pianos de manejo

- Registros de areas X Previstas nos Pianos de Manejo e ajustadas cortadas anualmente ao anualmente com a elabora~o do Piano Anual longo do tempo de Exploragao, para 0 IBAMA

- Prote~o de ecossistema X A caga predatoria e proibida, mas a caga para na concessao ou na consumo dos trabalhadores rurais e efetuada.

Conservaliao unidade de manejo Foi observado vestlgios de animais eaves

da flora e da tanto na mata como nos caminhos

fauna - Amplitude do disturbio X A exploragao e efetuada sem 0 devido causado na vegetagao planejamento, com 0 uso de tratores de apos a explora~o esteira e de skidders, ocasionando explora~o

de alto impacto.

- Amplitude dos disturbios X Com 0 arraste indiscriminado da madeira corn provocados no solo os skidders, 0 terreno se tomara altamente

favoravel a erosao, 0 que ja vem ocorrendo com as areas ja exploradas.

- Amplitude e distribuigao X Todos os corpos d'agua sac protegidos com a geografica da mata ciliar e margem prevista em lei e locados em cam po de outras areas de como area de preservagao pennanente, mas

Nivel aceitavel proteyao de bacias com a possibilidade de erosao provocada pela de impacto hidrognlficas explorayao podera haver assoreamento ambiental desses corpos.

- Extensao e severidade de X Nota-se nas areas com explora~o ja erosao no solo efetuadas ha mais tempo, um inicio de erosao

laminar.

- Normas de prote~o de X As estradas nao obedecem as linhas de corpos d'agua curvas de nfvel, indusive cortam corpos

d'agua, provocando com isso 0 assoreamento destes.

27

QUADRO 3.05 - MATRIZ DE AVALlA9AO DAAPLICA9AO DAS DIRETRIZES DA ITIO, NOS PLANOS DE MANEJO DA MAINARDI CONTINUA9AO

CRITERIOS INDICADORES 5 N OBSERVA<;OES

Numero de pessoas X Com pequena H

em funyao das - vanayao

Beneficios empregadas atividades de campo, paralisadas no "invemo",

s6cio -estao empregados 250 operarios.

economic os - Natureza e extensao dos X A empresa El uma das maiores empregadoras beneficios oriundos das de mac de obra da regiao atividades f10restais

- Consulta a comunidade X Nao foi prevista e nem efetuada. Planejamento - Dispositivos para X Nao foi previsto e adapta~ao a considerar usos

experiencia tradicionais da f10resta no Manejo Florestal

Legenda: "S" => aspecto abordado na elaborac;ao do projeto e ou na execuc;ao;

"N" => aspecto nao abordado pela empresa.

3.4 - ANALlSE GERAL

3.4.1 - PONTOS FORTES

Os principais pontos fortes identificados nos levantamentos feitos junto a

empresa, sac descritos de forma pontual a seguir:

.,f A MAINARDI possui boa image m junto a comunidade local e estadual e

constitui-se numa empresa importante para a regiao, tanto em termos

ambientais, econ6micos como sociais;

.,f Possui pianos de manejo florestal sustentado legalizado, que sac

suficientes para atender parte de suas necessidades atuais;

.,f Possui uma politica definida e adequada quanto aos beneficios sociais

para sua mao-de-obra como 0 bem-estar, a saude, a jornada de trabalho e

outros;

.,f Preocupayao com 0 treinamento da mao-de-obra na area industrial, como

forma de aperfeiyoamento da mesma e de seus procedimentos

operacionais;

.,f Frota propria de rebocadores e balsas com alto indice de utilizayao;

28

./ Otimo conceito dos produtos fabricados.

3.4.2 - paNTOS FRACaS

No que diz respeito as opera~6es florestais e de planejamento das mesmas,

existem pontos fracos identificados que restringem 0 melhor uso dos recursos

florestais. As restri~6es identificadas dizem respeito principalmente a explora~ao

florestal. Os principais pontos fracos identificados foram os seguintes:

./ Falta uma metodologia adequada de planejamento das opera~6es de

explora~ao florestal, que visem minimizar os impactos ambientais;

./ Falta de garantia de madeira para abastecimento de sua unidade industrial

a longo prazo;

./ Possuem atualmente Iimita~6es para melhor aproveitar as especies

florestais existentes e previstas para serem exploradas, tendo em vista a

existencia de problemas para a viabiliza~ao de mercados rentaveis para

muitas das especies ocorrentes em suas areas.

3.4.3 - NECESSI DADE

Como decorrencia dos pontos fortes e fracos identificados, aponta-se a

seguir as principais necessidades que a empresa devera considerar em seus

projetos e pianos de atividades atuais e futuros

./ Aperfei~oar 0 metodo de planejamento de todas as opera~6es florestais,

particularmente quanto a sele~o das arvores e volumes que devam ser

retirados e ajustar a composi~ao dos custos operacionais;

./ Melhorar 0 sistema de explora~ao florestal com vistas a redu~o de custo e

dos niveis de danos a floresta;

./ Treinamento da mao de obra em todas as opera~6es de campo tornando-a

mais produtiva e com isso reduzindo custos;

29

../ Aproveitar um maior numero de especies de suas areas e identificar

mercados viaveis economicamente para as mesmas .

../ Adquirir uma area de floresta de forma a garantir um auto - abastecimento

por um prazo longo 0 que permitira um planejamento mais aperfei<;oado da

industria, inclusive partindo para confecyao de produtos com maior valor

agregado.

30

4 - ASSESSORAMENTO TECNICO - "DIAGNOSTICO INDUSTRIAL"

No setor industrial da empresa foram identificados, para as diferentes areas

ligadas com as operayoes de industrializayao da madeira, equipamentos, numero de

funcionarios envolvidos, matarias primas insumos e outros. As diferentes areas

identificadas na empresa foram:

• Patio de estocagem das toras; .

• Unidade industrial composta de serraria e de beneficiamento;

• Estado de manutenyao dos equipamentos e condiyao de operayao;

• Secagem da madeira ao ar ou em estufas;

• Estoque de produtos acabados e forma de acondicionamento;

• Expediyao.

Adicionalmente a essas informayoes, foram identificados os controles

existentes em todas as areas da unidade industrial, tanto na forma de formularios

como de sistemas informatizados para 0 acompanhamento de todas as atividades.

4.1 - pATIO DE TORAS

o patio de toras esta localizado a beira do rio Jaburu, com uma area

aproximada de 30.000 m2 (150 x 200 m), com revestimento padrao para a maioria

das industrias de beira rio na Amaz6nia, ou sejam cascas e residuos. Esta area

comporta em torno de 30.000 m3 de toras, sendo que no momento s6 estavam

estocadas ao redor de 5.000 m3 das varias espacies consumidas.

As toras com diametro minimo de 45 cm, cubadas pelo sistema Francon,

chegam do mate ja cubadas e com romaneio, 0 qual a conferido pelo pessoal da

serraria. As toras recebem uma plaqueta numerada no campo, ao serem medidas,

para emissao de nota fiscal e embarque, que a acompanha ata 0 inicio da

industrializayao, quando a retirada para 0 controle de estoque e produyao.

As toras medidas ao serem embarcadas, sac romaneadas, e ao serem

recebidas no patio, conferidas, sendo entao 0 romaneio encaminhado ao CPO, para

31

entrada no estoque. Sao tiradas do estoque quando entram para serem trac;adas

nas serras fitas. Desta forma tem-se diariamente 0 estoque atualizado no patio.

Todo 0 manuseio das toras desde 0 descarregamento, passando pelo

estoque nas pilhas do patio, ate a entrada nas serras fitas e efetuado por

Carregadeira Frontal marca Michigan, modelo 55 C (2).

As toras quando chegam sac distribuidas nas pilhas por especies, la

permanecendo ate sua entrada no processo de industrializaC;ao. As toras destinadas

a laminaC;ao seguem para 0 patio da laminadora, onde tambem e selecionado em

pilhas por especie.

A mac de obra para as atividades no patio, se restringem ao identificador e 0

operador da carregadeira (02 operarios). Quando se fizer necessario 0 uso de outros

operarios, estes sac deslocados dos demais setores para as atividades que se

fizerem necessarias no patio e ap6s voltarem ao seu setor produtivo.

No quadro 4.01 apresenta-se, de forma resumida, as principais

caracteristicas do patio de toras da industria da MIANARDI.

QUADRO 4.01 - PRINCIPAlS CARACTERisTICAS DO PATIO DE TORAS DA MAINARDI

ITEM CARACTERISTICAS

Area Total 30.000 m2

Capacidade de Armazenamento 30.000 m3

Revestimento Casca e resfduos

Sistema de Cubagem Francon

Classes de Qualidade das toras 1a e 2a

Especies utilizadas para serrarias Jatoba, Cumaru, Andiroba, Muiracatiara, Angelim Pedra e Vermelho, Cedro e Quaruba em geral.

Especies utilizadas para laminayao Faveiras e Breus

Equipamento de Manuseio Carregadeira Frontal Michigam Mod. 55 C

Numero de funcionarios envolvidos 02 (quando necessario toma-se emprestado de no patio outros setores)

Na foto 4.01 apresenta-se uma visao geral do patio de toras da empresa,

onde po de ser verificado 0 tipo de revestimento, a forma de organizac;ao e 0 tipo de

equipamento utilizado para a movimentaC;ao dos estoques.

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FOTO 4.01 - VISTA GERAL DO PATIO DE TORAS DA MAINARDI

4.2 - UNIDADE INDUSTRIAL

4.2.1 - UNIDADE DE SERRADO

o primeiro aspecto identificado na empresa, diz respeito aos principais

equipamentos utilizados na area de transformayao das toras em serrados, ou seja,

os equipamentos instalados na unidade de desdobro.

Nos levantamentos identificou-se que a empresa possui um complexo

industrial compreendendo tres serrarias, uma laminadora, secadores e uma usina de

forya. As serrarias produzem em funyao da qualidade e disponibilidade das t~ras,

sendo sua produyao, assim definida:

No quadro 4.02 apresenta-se os principais equipamentos instalados em

cada uma das serrarias da empresa.

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QUADRO 4.02 - EQUIPAMENTOS PRINCIPAlS DAS UNIDADES DE SERRADOS DA MAINARDI liNHAS SERRA FITA OUTROS

Serraria 1 Mecfmica Industrial Uda. de 1993, Resserra Schiffer cl 1,20 m de diam. E motor de c/1,35m de diam., carro Langer de 50hp, circular de fab. Propria, 4 destopadeiras, Plaina 4.500 Kg , motor de 100 HP. desbastadeira Dambroz, cl motor de 5 H.P e esteiras transportadoras

Serraria 2 Mecanica Industrial Uda. de 1994, Resserra Langer, c/1.10m de diam. e motor de 40hp c/1 ,35m de diam. , carro Langer de e Resserra Schiffer, cl 0,80m de diam. E motor de 30 4.000 Kg , motor de 100 HP. HP, circular de bancada cl 15 HP, multi pia Bittner, cl 40 HP, destopador de 7,5 HP e tanque de imuniza9ao

e esteiras transportadoras Serraria 3 I KL, cl 1,1 Om de diam., motor de IKL, cl de 0,80m de diam., motor de 40 H.P, Circular 75 H.P., carro IKL de 3.000Kg Invicta cl 25 H.P, 2 destopadeiras de 4,5 HP e

Gerador Negrini 230Kva

Como pode ser observado, as unidades constituem-se de serrarias corn layout e equipamentos de tecnologia tradicional sem nenhum nivel de automayao e somente alguns transportadores sac mecanizados , como pode ser visualizado nas Fotos 4.02 e 4.03 .

FOTO 4.02 - SERRA FITA PRINCIPAL DA MAINARDI

34

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FOTO 4.03 - VISTA GERAL DE UMA SERRARIA

A Mainardi possui sistema de afia<;ao I lamina<;ao pr6prio e que trabalha

junto com as serrarias. Contem equipamento razoavelmente com boas condi<;oes de

usa, e saD compostos de:

» Conjunto de afia<;ao/lamina<;ao marca Schiffer, modelo 2M, ana de

fabrica<;ao 1991;

» Conjunto de afia<;aol lamina<;ao marca Mil, modelo 121, ana de

fabrica<;t3o 1991;

» Conjunto de Estelite , composto de maquina de estelitar, afiadeira,

laminador e emendadeira marca Vollmer, ana de fabrica<;ao 1996;

» Afiadeira automatica para serra circular marca Eberle;

» Afiadeira manual para circular marca Rohmaq ;

» Maquina de emendar , tipo SSF 200;

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~ Dois recalcadores Schiffer

Nas serras de fita sac trocadas suas laminas geralmente em torno de 4

vezes ao dia, para isso se mantem permanentemente um estoque de quatro laminas

preparadas para qualquer emergencia. Sao utilizadas laminas de fabricayao

nacional, com consumo media de quatro serras por mes. As laminas ao ficarem com

largura inferior, sac repassadas para resserras ou maquinas menores.

Na operayao de laminayao e afiayao estao envolvidos 4 funcionarios. Na

Foto 4.04 apresenta-se uma vista geral do setor de afiayao da MAINARDI.

FOTO 4.04 - VISTA GERAL DO SETOR DE AFIA9AO

As tres unidades de serrados da Mainardi, produziram nos meses de agosto

a outubro, ao redor de 1.200m3/ mes de madeira serrada, com um consumo

equivalente de 2.900 m3/ mes de t~ras, como mostra 0 quadro 4.03. Salienta-se que

as informayoes de produyao foram fornecidas pelos funcionarios da propria

empresa, convertidos para volumes anuais, po is na empresa nao existem controles

que possam fornecer a informayao com precisao.

36

QUADRO 4.03 - PRODU9AO DE ACABADOS E CONSUMO DE TORAS - ANUAL

UNIDADE CONSUMO PRODUC;AO RENDIMENTO % DA PRODUC;AO % TOTAL

Serraria 1 12.000 4.920 41,0 34,2

Serraria 2 13.200 5.760 43,6 40,0

Serraria 3 9.600 3.720 38,6 25,8

TOTAL 34.800 14.400 41,4 100,0

Como pode ser observado no quadro 4.03, os rendimentos na transformayao

tora => serrados das serrarias da MAINARDI sac baixos. De maneira geral, os

baixos rendimentos sac atribuidos principalmente a desclassificayao de produtos

motivados por defeitos da madeira e por desbitolamento (principalmente os de

exportayao), em seguida, pela falta de mercado de aproveitamento das madeiras

curtas e estreitas, que sac considerados residuos.

Os tipos de serrados obtidos nas serrarias da empresa sac muito variadas.

Nos levantamentos identificou-se a produyao de vigamentos, caibros, tabuas, ripas,

reguas (pre - cortado para ser agregado valor), pranchas e outros.

Nos levantamentos, em funyao da empresa nao possuir controles

adequados, nao foi possivel identificar a produyao de cada um dos tipos de

serrados. Segundo as informayoes locais, "a produyao varia muito" em funyao da

qualidade das toras e dos pedidos feitos pelos clientes.

4.2.2 - UNIDADES DE BENEFICIADOS

Com referencia ao setor de beneficiamento da MAINARDI, e constituido de

plainas para a produyao de molduras em geral como forros, pisos, e outros. Em

term os de produtos de maior valor agregado a MAINARDI produz portas e janelas

para consumo popular, em particular, 0 mercado nordestino. No quadro 4.04 a

seguir, relaciona-se os equipamentos para beneficiamento de madeiras existente na

empresa, bem como a mac de obra correspondente.

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QUADRO 4.04 - EQUIPAMENTOS DE BENEFICIAMENTO INSTALADOS NA EMPRESA

EOUIPAMENTOS MAo DE OBRA

Moldureira Dambroz 4 faces, cl 2 motores de 10 HP. e 1 de 3 HP.

Plaina 2 faces marca Raimam para desengrosso, cl 10 H.P.,

Destopadeira de 7,5 H.P, 36

Moldureira Dambroz, c/2 motores de 10 HP. e 1 de 3 HP.

Esquadrejadeira cl dois motores de 7,5 HP.

Todas as maquinas equipadas cl sistema de exaustao .

A unidade de beneficiamento e montada de forma tradicional sem

automa9ao e nem mecaniza9ao das atividades acess6rias. A idade media dos

equ'ipamentos, ultrapassa os cinco anos de use, ou seja, sac na maioria

equipamentos ja depreciados.

Na Foto 4.05 apresenta-se uma vista geral do setor de beneficiamento da

empresa, onde sac produzidas as portas e janelas. Como pode ser observado, 0 usa

de mac de obra intensiva e uma das caracteristicas deste setor.

FOTO 4.05 - SETOR DE BENEFICIAMENTO DA MAINARDI

38

Tendo em vista a falta de controles na empresa, nao foi possivel identificar a

produ9ao da unidade de beneficiamento, 0 consumo de serrados, os residuos

gerados e consequentemente, tambam nao foi possivel avaliar os rendimentos na

transforma9ao.

4.3 - MANUTENCAO DE EQUIPAMENTOS E UTILlDADES

4.3.1 - MANUTEN<;Ao MECANICA

A estrutura de manuten9ao instalada na MAINARDI, a suficiente apenas

para efetuar as manuten90es corretivas. Nao existe um programa de manuten90es

preventivas, po is a manuten9ao a montada somente para atender as necessidades

de reparos e consertos urgentes. Nos casos mais complexos de manuten9ao, a

empresas traz tacnicos especializados dos fornecedores.

o almoxarifado contam apenas 0 material de uso mais frequente e de

pequeno valor, pois 0 material de maior valor e de consumo mais esporadico a

adquirido em Selam, somente quando 0 problema ocorre.

4.3.2 - UTILlDADES

Com 0 objetivo de diminuir 0 consumo de 61eo diesel, eliminar a maior parte

dos residuos gerados pelo processamento mecanico das toras e baixar custo dos

produtos acabados, a Mainardi implantou uma termelatrica, geradora de 1.800 KVA.

Trabalhando 24 horas por dia, com folga aos sabados ap6s 12h ata

domingos as 22h, esta central de energia supre todas as necessidades da empresa.

Nas folgas sac utilizados os geradores a diesel.

Sao componentes dessa casa de for9a:

~ Turbina marca Turbodyne (USA) com 900 HP, com gerador de 700 HP;

~ Motor marca Worthington, com 860 HP;

39

~ Caldeira marca Mernak, com do is conjuntos de bombas KSB;

~ Esteira alimentadora da caldeira com motor Weg de 15 HP;

~ Transformador de saida da casa de forya marca Trafo, potemcia 750 KVA,

impendencia 1.320/380, entrada de corrente de 380 V e said a de 13.200V;

~ Piscinas, pOyOS, captayso, tanques da caldeira (10.000 e 7.000),

exaustores, todos com motores e componentes necessarios para a

gerayso da energia.

Na gerayso de energia, estso envolvidos 13 operarios (3 turnos de 4)

4.4 - SECAGEM

o sistema de secagem de madeira da MAINARDI e composto por dois

conjuntos de estufas completo, de marca Sular, com capacidade de 45m3 de

madeira cada. Ambas possuem sistema de caldeira independentes.

Tendo em vista que as vendas atuais da empresas contempla na maioria

das vezes a madeira verde, inclusive com 0 embarque nos caminhoes feito quase

que simultaneamente ao desdobro, 0 uso efetivo das estufas de secagem e um

pouco intensivo.

No caso da madeira produzida para a exportayso, em particular 0 Tauari,

que e encontrado com abundancia nos pianos de manejo da MAINARDI e devido

problemas de fungos manchadores, a madeira e vendida seca em estufas.

Neste processo estso envolvidos apenas 4 operarios.

4.5 -PRODUTOS, ESTOQUES E EXPEDICAO

Nos levantamentos efetivados na empresa, identificou-se que a MAINARDI

produz, principalmente, madeira serrada tanto para 0 mercado nacional como para

exportayso. Identificou-se tambem que a empresa produz portas e janelas populares

vendidos nos Estados do Nordeste.

40

Com referencia aos estoques existentes na empresa, identificou-se que a

empresa nao possui um sistema de controles dos estoques. Desta forma, nao foi

possivel comprovar os estoque informados. A informaC;ao disponibilizada diz respeito

somente ao estoque de serrados (0 unico com algum controle), qual seja, de

1.424 m3.

Com referencia as condic;6es de estocagem dos produtos na empresa, os

produtos beneficiados (portas e janelas), sac acondicionados em barrac6es

cobertos, enquanto que os serrados verde, sac na maioria gradeados em patios de

cau aberto. 0 equipamento de base para 0 manuseio das madeiras a a

empilhadeira.

41

5 - SISTEMA GERENCIAL E DE CONTROLES

5.1 - ASPECTOS GERAIS

Dentro do contexto do projeto, um dos assuntos considerados de suma

importancia sac os controles de maneira geral. Durante os levantamento, identificou­

se que a empresa possui controles genericos para 0 acompanhamento dos estoques . de toras e de produtos, mas de confiabilidade restrita.

Um sistema de controles de estoques eficiente e confiavel, deve nao so

controlar estoques, mas tambem servir como base de informayoes para 0 controle

dos custos de produyao para cada produto. Como beneficio indireto que um sistema

de controle pode trazer, ressalta-se a possibilidade de promover paralelamente 0

controle dos niveis de produtividade e produyao, alem de melhorar

significativamente 0 gerenciamento de todas as operayoes da empresa, ou seja, na

parte operacional, administrativa e comercial.

Nos itens a seguir, apresentam-se alguns aspectos relacionados aos

controles que poderiam ser praticados pela MAINARDI, juntamente com a indicayao

das ayoes adotadas pela empresa para os controles.

Para a melhor compreensao do sistema de controles passivel de ser

aplicado na empresa, foi dividido em do is sub sistemas, a saber:

Sistema de Controles Primario : considera todos os formularios de coleta

de dados e todos os relatorios deles decorrentes para 0 controle de todo

fluxo de produyao, desde 0 suprimento da materia prima, ate a expediyao

do produto final. Como exemplos, pode-se citar os controles de produyao e

estoques de toras tanto na floresta como no patio da industria e 0 controle

de produyao e estoques de serrados e beneficiados.

- Sistema de Controles Secundario : considera todos os formularios de

coleta de dados e os relatorios deles decorrentes para 0 controle de todas

as atividades complementares para a supervisao e gerenciamento da

empresa em todos os niveis de alocayao de recursos (setores). Como

42

exemplo de sistema de controle secundario, cita-se os formularios de

coleta de dados e relat6rios gerados para 0 custeio da operac;ao de urn

equipamento (mao-de-obra, combustivel, pec;as, manutenc;ao, etc.).

5.2 - SISTEMA DE CONTROLES PRIMARIO

Urn sistema de controles eficiente deve ser simples e facil de ser

implementado. Na figura 5.01 a seguir, apresentam-se os pontos onde a col eta de

dados deve se efetivar e portanto, os locais onde os formularios devem ser gerados,

para que na sequencia sejam gerados os controles.

FLORESTA

Talhao ~da(1) I D Portaria Fazenda (2) III!I

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IIN ~E::::I: Toms + Benefidamento (5) I ,!.; ,~.l lA 11 Fonn. Toras

lA Fonn. Serrados

• Ponto de Conferencia

FIGURA 5.01 - PONTOS DE COLETA DE DADOS

43

5.2.1 - CONTROLE DAS TORAS

• Patio na Floresta

o inicio do fluxo de coleta de dados do Sistema Primario de Controles, sac

os Patios de Toras (esplanadas) existentes na floresta. Nestes pontos, as toras

devem ser plaqueteadas, as quais acompanham a tora ate seu destino final

(processamento). Simultaneamente sac tomadas as respectivas medidas para sua

cubagem, anotada a especie, e outras informayoes julgadas necessarias para

identificar a produyao I produtividade dos operadores de motoserra, ou seja, todos

os dados relativos a cada tora sac cadastrados no formulario denominado de "RGT­

ROMANEIO GERAL DE TORAS".

No caso da MAINARDI, identificou-se que ha fixayao de plaquetas nas toras

e emitem 0 romaneio correspondente somente no momento do carregamento das

balsas, ou seja, 0 romaneio que obrigatoriamente deve acompanhar a nota fiscal e a

ATPF do IBAMA no transporte.

o fato da empresa nao elaborar 0 romaneio geral (aquele em que as toras

ainda encontram-se nos patios da floresta), traz como consequencia a

impossibilidade de se promover 0 controle das toras em estoque na floresta, alem de

dificultar todo 0 planejamento do transporte florestal.

• Portaria da Fazenda

Neste ponto, a partir dos dados das toras previamente cadastrados, deve

ser emitido 0 segundo formulario, qual seja, 0 "RTT - ROMANEIO DE TRANSPORTE DE

TORAS" das mesmas, que acompanhara a nota fiscal e a guia do IBAMA ate 0 patio

de estocagem de toras na industria. Como comentado anteriormente, a empresa

emite somente 0 romaneio feito no momento do embarque nas balsas.

• Portaria da Industria

Neste ponto nao ha emissao de formulario do Sistema de Controle Primario.

Este se constitui no principal ponto de conferencia de entradas na fabrica. Neste

ponto sac conferidos 0 "RTT - ROMANEIO DE TRANSPORTE DE TORAS", a Nota Fiscal e

aATPF.

44

No caso da MAINARDI as balsas desembarcam a madeira diretamente no

patio da industria. Desta forma, 0 controle da chegada das toras e realizado pelo

responsavel pelos estoques, 0 qual verifica se a carga esta de acordo com 0

romaneio e nota fiscal, encaminhando os documentos para 0 controle.

5.2.2 - CONTROLE DE PRODU<;AO

• Serraria I Patio da Industria

Para 0 controle dos estoques de toras no patio da industria, deve-se ter a

informayao a respeito da entrada de toras e do consumo destas pela serraria. Para

tanto, na serraria deve-se emitir 0 "RST - ROMANEIO DE SAIDA DE TORAS" que

constitui-se no formulario para dar a baixa da tora do estoque da industria no

momento de seu processamento. Neste formulario e anotado 0 numero da plaqueta,

pois os dados foram cadastrados anteriormente quando do plaqueteamento da

mesma. Este controle e conduzido com boa eficiencia pela MAINARDI.

• Produ~ao Serraria

o "RPS - ROMANEIO DE PRODUC;Ao DE SERRADOS" - Corresponde ao

formulario para a anotayao da produyao de cada serraria. Neste inclui-se a

quantidade de peyas produzidas com as respectivas dimens6es e especie.

o controle diario de produyao a partir da elaborayao do romaneio de

produyao na serraria e realizado pela empresa com relativa eficiencia, pois nao

existe uma sistematica de auditoria para conferir a confiabilidade, alem de nao ser

qualificado por produto e sim no agregado por especie.

• Estoque de Produto Acabado

EstabeJecidos os estoque fisicos de produto acabado, toda vez que se retira

produtos deste, deve-se emitir um romaneio para dar baixa. 0 "RSP - ROMANEIO DE

SAIDA DE PRODUTOS", constitui-se no formulario correspondente para dar a baixa dos

produtos do estoque da industria, tanto de serrados como de beneficiados.

No caso da baixa de serrados, dois direcionamentos podem ser dad os: para

a venda ou para ser consumido no setor de Beneficiamento. Nestes formularios sac

45

anotadas as dimensoes das peyas, as quantidades, 0 respectiv~ volume e a especie

correspondente.

Como citado anteriormente, ou seja, 0 fato dos estoques nao serem

qualificados por produto e sim no agregado por especie, os controles ficam limitados

aos volumes por especie. A emissao do romaneio de said a somente existe pelo fato

de ser obrigatorio juntar com a nota fiscal de venda dos produtos acabados.

• Beneficiamento

No setor de Beneficiamento deve ser emitido 0 "RPB - ROMANEIO DE

PRODU9AO DE BENEFICIADOS", que corresponde ao formulario para a anotayao da

produyao. Neste inclui-se 0 tipo de produto, a quantidade de peyas produzidas com

as respectivas dimensoes e especie. Este controle e feito pela empresa identificando

somente 0 numero de peyas (portas ou janelas) fabricadas.

• Portaria da Fabrica

Neste ponto nao ha emissao de formulario do Sistema de Controle Primario.

Este se constitui no principal ponto de conferencia de entradas e said as da fabrica.

Neste ponto sac conferidos 0 "RTT - ROMANEIO DE TRANSPORTE DE TORAS" e 0 "RSP -

ROMANEIO DE SAfDA DE PRODUTOS" e as respectivas notas fiscais e ATPF's -

Autorizayoes de Transporte Florestal do IBAMA.

5.2.3 - RELATORIOS DE CONTROLES (Sistema primckio)

Os relatorios de controles deveriam ser gerados com base nos dados

coletados atraves dos controles anteriormente apresentados. Nos levantamentos

feitos na MAINARDI, identificou-se que nao existem relatorios, onde seja possivel

promover analises de produtividades e custos em cada setor das empresas.

A seguir apresenta-se os relatorios que deveriam ser gerados no sistema de

controles primarios e um breve comentario a respeito da utilidade dos mesmos ..

Cadastr~ de Toras I Produ~ao Apontada - Relatorios com os dados de todas as

toras cadastradas, incluindo 0 volume individual e total por especie referente a um

46

periodo desejado. As informayoes geradas neste relatorio servem para compor os

custos de extrayao das toras (derrubada, arraste, carregamento e outros);

Relatorio de Transporte de Toras - Relatorio do volume total de toras

transportadas para a industria no periodo desejado. Relatorio importante para

compor a entrada de toras no estoque do patio da industria;

- Relatorio Transportador - Relatorios dos volumes de toras transportados por

transportador / caminhao no periodo desejado. Relatorio de interesse para efeito

de pagamento de transporte, analise de produtividade e custeamento total e

unitario da operayao de transporte;

- Relatorio de Estoque na Floresta - Com base na diferenya entre os volumes de

toras cadastradas no RGT e a saida das mesmas lanyadas no RTT, emitir os

relatorios dos estoques existentes em cada esplanada. Esta informayao podera

ser utilizada para 0 planejamento do carregamento e transporte das toras;

- Relatorio de Saida de Toras - Relatorio informativo do volume de toras

consumidas nas serrarias no periodo desejado para analise. Alem da informayao

referente ao volume de tora consumido, podera ser confrontada com a produyao

da serraria obtendo-se os rendimentos tora-serrado;

Relatorio de Produ~ao de Serrados - Relatorio da produyao das serrarias em

cada turno no periodo de analise desejado (diario, semanal, mensal, etc.).;

- Relatorio de Produ~ao de Beneficiados - Relatorio da produyao do setor de

beneficiados em cada turno no periodo de analise desejado (diario, semanal,

mensal, etc.).;

- Relatorio de Saida de Produtos - Tendo em vista existirem dois direcionamentos

principais a serem dados aos produtos, venda e transferencia para outr~ setor, 0

sistema podera emitir os relatorios de said as para 0 setor de beneficiamento, com

o qual podera ser obtido 0 rendimento na transformayao serrado-beneficiado, de

vend as totais e de vendas para cada cliente num determinado periodo desejado;

- Relatorio de Estoques de Produtos Acabados - Relatorio dos estoques de

47

produtos em todos os niveis de identifica9ao, ou seja, pod era ser obtido relat6rios

corn os estoques de madeiras totais e par tipo.

5.3 - SISTEMA DE CONTROLES SECUNDARIO (8asico)

5.3.1 - PONTOS DE COLETA DE DADOS

Os pantos em que a col eta dos dad os para os controles de urn sistema

secundario e portanto, os locais on de os formularios deverao ser gerados, sao

apresentados na . figura 5.02 a seguir.

FLORESTA Talhao

Alojamento

r· .. ···············y·················· .. ················ ........................................................................................................................... : I INDUSTRIA Portaria Administra~o !

Posto Combustivel

II1II ReI. Maquinas

A Solicita~o

• Requisig8o/Pedido

FIGURA 6.02 - PONTOS DE COLETA DE DADOS DO SISTEMA SECUNDARIO BAslCO

Os formularios do sistema secundario basico, resume-se em apenas dais

formularios quais sejam, 0 formulario para solicita9ao de materiais, a

requisi9ao/pedido e 0 relat6rio de apontamento de horas/quilometragem de

maquinas.

48

Os pontos onde sac gerados os dad os das maquinas e caminhoes da

empresa sac os proprios equipamentos. A responsabilidade pelo preenchimento dos

formularios e de cada operador / motoristas dos respectivos equipamentos.

Quanto aos pontos / locais onde poderao ser emitidas as solicita<;oes esta

atrelado aos locais e responsaveis pela autoriza<;ao para disponibilizar os diversos

materia is. De maneira geral, os pontos on de deverao ser gerados solicita<;oes sac os

pontos de abastecimento de combustiveis (meloso na floresta e posto na industria),

o alojamento, 0 almoxarifado e na administra<;ao.

Com referencia a requisiyao/pedido, estes formularios somente poderao ser

emitidos pelo setor de compras.

5.3.2 - RELATORIOS DE CONTROLES (Sistema secundario)

Basicamente sac emitidos dois tipos de relatorio de controle. 0 primeiro

refere-se ao relatorio das despesas efetuadas em determinado periodo, com os

valores alocados para cada centr~ de custo. No segundo relatorio apresenta-se as

informa<;oes de base de produtividades dos equipamentos (principalmente maquinas

e veiculos), para confrontar com as despesas e identificar os custos operacionais.

Ressalta-se que este tipo de controle e de relatorio foi identificado na

MAINARDI. Desta forma, nao foi possivel identificar os custos existentes nas

empresas para cada opera<;ao e/ou produto das empresas.

49

6 - CONCLUSOES

Como principais conclusoes a respeito do Piano de Manejo da MAINARDI

aprovado pelo IBAMA, dos correspondentes pianos de explorayao, bem coma a

respeito das atividades de campo desenvolvidas pela empresa, tern-se:

./ Em termos documental 0 piano de manejo sustentado obedece a

legislayao em vigor e El compativel corn a maioria das Diretrizes da ITIO

para 0 Manejo Sustentado de Floresta Tropical;

./ As atividades de campo, desde 0 planejamento ata a execuyao da

explorayao florestal, estao enquadradas no conceito explorayao florestal de

"Alto Impacto";

./ A sistematica adotada pela empresa para as atividades p6s - exploratoria

coma 0 acompanhamento / monitoramento, possui conteudo pouco

adequado para avaliayao de impactos e acompanhamento do crescimento

da floresta;

./ Existem deficiencias no planejamento das operayoes florestais que fazem

corn que as previsoes de custos nao tenham precisao desejavel, os quais

podem trazer algum problema na confecyao de seu oryamento anual;

./ As espacies de madeiras das areas florestais em manejo e potencialmente

exploraveis, nao estao sendo totalmente aproveitadas devido a problemas

de viabilizayao no mercado;

Dentre as principais conclusoes a respeito das avaliayoes conduzidas na

area industrial e organizacional tern-se:

- As unidades industriais de processamento primario (serrarias) da

empresa, possuem layout e equipamentos de tecnologia tradicional sem

nenhum nivel de automayao mais relevante e somente alguns

transportadores sac mecanizados.

- Da mesma forma, a unidade de beneficiado a montada corn equipamentos

tradicionais corn plainas para a produyao de molduras em geral coma

50

forros, pisos e outros.

- A empresa seca e estufas apenas parte da madeira serrada,

especificamente a de Tauari destinada para exportac;ao.

- Apesar de nao muito eficientes, os controles basicos da empresa , desde 0

controle das toras na floresta ate a industria e para produtos serrados e

beneficiados, sac feitos com relativa eficil9ncia, mas pod em ser

melhorados significativamente;

- A empresa possui 0 controle de despesas, mas de eficiencia duvidosa;

- Nao foi identificado na MAINARDI 0 use das informac;oes dos controles

para a elaborac;ao de seus custos.

De maneira generica, pode-se concluir que a MAINARDI e uma empresa

razoavelmente organizada no que diz respeito a industria. No entanto, come visto

anteriormente, existem restric;oes e deficiencias em praticamente todos seteres que

poderae ser significativamente melhorados. Com referencia as atividades flerestais,

devera evoluir muite para que seja considerada uma empresa ambientalmente

cerreta.

51