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FACULDADE VALE DO GORUTUBA – FAVAG CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO INSTITUIÇÃO PARA IDOSOS:ABANDONO OU ACOLHIMENTO?

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FACULDADE VALE DO GORUTUBA – FAVAGCURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

INSTITUIÇÃO PARA IDOSOS:ABANDONO OU ACOLHIMENTO?

NOVA PORTEIRINHA – MG2013

Arnete Ângela de Sousa MoraesMaria Luciana PiresRenata Fernandes BritoViviane Evangelista de Sá

INSTITUIÇÃO PARA IDOSOS:ABANDONO OU ACOLHIMENTO?

Projeto de pesquisa apresentado à

Faculdade Vale do Gorutuba, como

requisito parcial para a obtenção

de nota da disciplina de

Sociologia.

Orientador: Prof. MS. Otaviano de

Oliveira Filho

NOVA PORTEIRINHA – MG2013

INTRODUÇÃO

O presente projeto tem por objetivo investigar

os processos de exclusão e inclusão social do idoso na

contemporaneidade, trazendo a compreensão dos porquês

desta exclusão para com o idoso, que em regra geral

não é visto como um ser ativo, produtivo, realizador e

sim como alguém que requer cuidados especiais,

atenção, ambientes adequados, o que gera conflitos com

uma sociedade cujos valores remetem a produtividade e

ativismo. (MENDES et. al., 2005)

A instituição asilar não deveria ser configurada

apenas como uma instituição que acolhe idosos

rejeitados ou abandonados pela família, mas que também

deve ser lembrada, compreendida e respeitada como uma

escolha dentro de um contexto de vida de cada

indivíduo, segundo Duarte Rodrigues e Diogo.

A proposta da presente investigação parte de uma

perspectiva de integração social deste indivíduo

institucionalizado, almejando uma melhor qualidade de

vida aos mesmos.

OBJETIVOS

GERAL

Investigar o processo de exclusão-inclusão social de

idosos em situação asilar.

ESPECÍFICO

Compreender o acolhimento ao idoso por uma

instituição asilar.

JUSTIFICATIVA

O tema abordado tem como finalidade entender a

exclusão do idoso na sociedade e a inclusão do mesmo

nas instituições, de acordo com o acolhimento, como

ele é visto dentro da referida, estando ele já

inserido nesses lares.

É de grande valia para o meio acadêmico essas

investigações, uma vez que, podemos levantar dados e

futuros questionamentos sobre esses processos de

abandono e acolhimento visando encontrar meios de

inferir melhorias para esses idosos.

PÚBLICO ALVO

Asilo São Vicente de Paulo na cidade de Janaúba – MG

MÉTODOS

Participantes

Participaram dessa pesquisa, o Sr. Antônio

Rodrigues Nascimento, primeiro Presidente e o Sr.

Odiovano Campos Caldeira, terceiro Presidente, a

Coordenadora do Asilo São Vicente de Paulo, Zélia

Martins de Souza e trabalhadores que exercem a função

de cuidadores que são as pessoas que tem maior contato

com esses idosos institucionalizados.

Instrumentos

Para a coleta de dados foi empregado

inicialmente uma entrevista, para um possível

entendimento do funcionamento da instituição e depois

um questionário.

Aparatos de pesquisa

Os equipamentos utilizados para essa

investigação foram caneta, papel e câmera.

Procedimentos

O primeiro contato feito na instituição foi

realizado pelo Sr. Expedito Rodrigues Nascimento,

atual Presidente da instituição asilar, posteriormente

marcamos uma entrevista com a gestora para compreender

o funcionamento da instituição. Essa entrevista foi

realizada em um quarta -feira do mês de junho, no

período da tarde.

Já com as respostas em mãos nos reunimos e

discutimos a respeito das informações obtidas. A

partir de tal discussão passamos para a etapa final

que foi montar o questionário e dessa forma findar o

trabalho.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

IDOSOS

Na esfera legislativa brasileira, a Constituição

de 1988 ampara juridicamente o idoso, preservando seus

direitos através da política nacional do idoso (PNI),

pela lei nº 8.842/94 regulamentada pelo decreto

1948/96, os quais estabelecem direitos sociais,

garantia da autonomia, integração e participação dos

idosos na sociedade, como instrumento de direito

próprio de cidadania, sendo considerada população

idosa o conjunto de indivíduos com 60 anos ou mais.

(MENDES, 2005)

Ressalte-se que a Lei nº 8.842/94 criou o

Conselho Nacional do Idoso, responsável pela

viabilização do convívio, integração e ocupação do

idoso na sociedade, através inclusive, da sua

participação na formulação das políticas públicas,

projetos e planos destinados a sua faixa etária.

(MENDES, 2005)

As políticas públicas governamentais têm

procurado implementar modalidades de atendimento aos

idosos tais como, centros de convivência- espaço

destinado à prática de atividades física, cultural,

educativa, social e de lazer, como forma de estimular

sua participação no contexto social que se está

inserido. (MENDES, 2005)

Pouco tem sido feito para viabilizar o exercício

dos direitos assegurados por estas leis, apesar da

criação de novas leis de amparo a velhice, que

evidenciam uma preocupação com esta crescente faixa

etária. Sabe-se que até mesmo as iniciativas de

caráter privado estão mais direcionadas para o

assistencialismo, conduzindo a uma tendência de

afastar os idosos de realizar atividades criadoras,

favorecendo assim o seu isolamento da sociedade a qual

pertence.

Enquanto não é promovida a preservação ou o

resgate para vida independente dos idosos, é preciso

trabalhar a favor da qualidade de vida dessa parcela

da população que vem aumentando a cada ano.

Segundo o sociólogo Ricardo Morangas:

“envelhecimento e qualidade de vida fez alguns

conceitos prévios de velhice ou insanidade”.(MORANGAS,

1990)

O ENVELHECER NO BRASIL

A exemplo de outros países, o Brasil vem

envelhecendo rapidamente. A taxa de envelhecimento

proporcional da sociedade beira a 8% acima de 60 anos,

atinge em números absolutos 3 milhões de pessoas com

mais de 70 anos e registra em sua população mais de 1

milhão de brasileiros que ultrapassam a barreira dos

80 anos de idade.

INSTITUIÇÕES ASILARES

Existe uma progressiva perda de recursos físicos,

mentais e sociais, a qual tende a despertar

sentimentos de desamparo, à medida que a idade avança.

A velhice parece deixar o indivíduo impotente,

indefeso, fragilizado para tomar suas próprias

decisões, para enfrentar seus problemas, o cotidiano,

não só diante dos familiares, mas também da sociedade

como um todo. Sendo assim, o idoso tem sido visto como

uma pessoa improdutiva, ultrapassada, e pouco se tem

feito para recuperar sua identidade e elevar sua auto-

estima. Além disso, nem sempre é amparado pelos

familiares e, muitas vezes, são obrigados a morar em

asilos ou albergues, forçados a viverem isolados, na

solidão, longe de parentes e amigos.

Os asilos, geralmente, são casas inapropriadas e

inadequadas às necessidades do idoso, as quais não

lhes oferecem assistência social, cuidados básicos de

higiene e alimentação. Esses locais vêm também

dificultar as relações pessoais no contexto

comunitário, indispensáveis à manutenção do idoso pela

vida fora do seu convívio familiar, tendo como

inconveniente, favorecer seu isolamento, sua

inatividade física e mental, tendo, dessa forma,

conseqüências negativas à sua qualidade de vida.

Diante dessa situação e a medida que a população

envelhece, aumenta a demanda por instituições de longa

permanência. Quanto às características das

instituições asilares dirigidas ao idoso normalmente

são locais com espaço e áreas semelhantes a grandes

alojamentos. Raras são as que mantêm pessoas

especializadas para assistência social e à saúde ou

que possuam uma proposta de trabalho voltada para

manter o idoso independente e autônomo.

Um dos motivos que leva o idoso ate o asilo é a

rejeição. Essa rejeição tem várias motivações: a falta

de tempo, as condições da vida moderna, na verdade,

existe uma série de coisas que podem servir como

tentativa de justificativa. O abandono é uma queixa

muito freqüente nesses casos. Filhos e parentes deixam

o idoso no asilo e passam anos sem visitá-lo. O asilo

faz emergir a possibilidade de reconstrução de um novo

mundo social para o idoso. Porém, isso acontece em uma

dimensão. Eles encontram formas de se relacionar, de

ter amizades, namoros, como inimizades também. Não

podemos dizer que eles têm uma vida social comum

porque é como se vivessem num mundo paralelo, eles tem

uma vida, mas não é a que tinha antes.Outros motivos

que leva o idoso até uma instituição e a dificuldade e

os cuidados que o mesmo necessita, um lugar acessível

para se locomover, os cuidados com a alimentação e

medicamentos. Por todos os cuidados que esse idoso

necessita, às vezes ele mesmo acaba decidindo o asilo

como sua casa.

Conforme Debert (1999), o Cristianismo foi o

precursor no amparo aos idosos. As primeiras

instituições filantrópicas com intuito de abrigar essa

população carente apareceram no Império Bizantino, no

século V da era cristã.

Pouco se sabe sobre os asilos, segundo Groisman

(1999), quando o Rio de Janeiro era palco de uma série

de transformações de ordem política e econômica: a

intensa imigração, a abolição da escravatura, a

proclamação da república, nos finais do século XIX,

surge: O Asilo São Luiz para a velhice desamparada,

que vem a marcar o início de uma nova era para a

velhice no Brasil.

Conforme Almeida (2005), uma comitiva de

deputados federais, no ano de 2001, realizou uma

inspeção em 28 asilos localizados em quatro estados

brasileiros (Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e

Paraná) e verificou-se, na grande maioria das

instituições visitadas, o desrespeito aos direitos

humanos básicos. O relatório dessas vistorias vem a

confirmar o abandono do poder público principalmente

em relação aos 19 mil velhos que moram em asilos.

Nos últimos 15 a 20 anos, especialmente no

Sudeste e no Sul do Brasil, multiplicaram-se os

asilos, de caráter privado, com fins lucrativos e

extraordinariamente heterogêneos quanto ao padrão dos

seus serviços, é o que nos revela Born (2002).

EXCLUSÃO

Usado hegemonicamente nas diferentes áreas do

conhecimento, a exclusão é um tema da atualidade, mas

pouco preciso e dúbio do ponto de vista ideológico.

Há uma complexidade e contraditoriedade que constituem

o processo de exclusão social, inclusive a sua

transmutação em inclusão social. (SAWAIA, 2008).

Sawaia aborda a exclusão social sob a

perspectiva ético-psicossociológica para analisá-la

como processo complexo, que não é, em si, subjetivo

nem objetivo, individual nem coletivo, racional nem

emocional. É processo sócio-histórico, que se

configura pelos recalcamentos em todas as esferas da

vida social, mas é vivido como necessidade do eu, como

sentimentos, significados e ações.

Em lugar da exclusão, o que se tem é a

“dialética exclusão/inclusão”

A sociedade exclui para incluir e esta

transmutação é condição da ordem social desigual, o

que implica o caráter ilusório da inclusão. (SAWAIA,

2008)

Segundo Paugam (1996): “exclusão seria noção

familiar nos últimos anos, destinada a retratar a

angústia de numerosos segmentos da população,

inquietos diante do risco de se ver um dia presos na

espiral da precariedade, “acompanhando” o sentimento

quase generalizado de uma degradação da coesão social.

Reconhece, porém, que se trata de termo ainda

equívoco, abarcando um universo de preocupações tais

como: precariedade do emprego, ausência de

qualificação suficiente, desocupação, incerteza do

futuro (...) uma condição tida por nova, combinando

privação material com degradação moral e

dessocialização (...); desilusão do progresso(...).

(PAUGAM, 1996, p. 7-8)

Busca, então, distinguir entre precariedade e

exclusão, colocando a primeira como estágio anterior,

e aparecendo aí a novidade do fenômeno e mesmo a

emergência de “novo paradigma” de pobreza.

O maior charme do termo exclusão é o sucesso da

noção de exclusão é que ela põe o acento, ao menos

implicitamente, sobre uma crise do liame social. Com

respeito à temática das desigualdades, a noção de

exclusão a ultrapassa dando um sentido novo fundado

não principalmente sobre a oposição de interesses

entre grupos sociais e a luta pelo reconhecimento

social, mas antes sobre a fraqueza, ou seja, a

ausência de reivindicações organizadas e de movimentos

suscetíveis de reforçar a coesão identitária das

populações desfavorecidas (p.15).

Assim, a destruição de liames coesivos na

sociedade apresenta-se como um dos núcleos mais

decisivos da exclusão acompanhado da incapacidade de

reagir.

A exclusão ganha significação drástica no

processo de destruição de valores integrativos

tradicionais atingindo os patamares da precariedade

marcada pela não pertença e impotência. (DEMO, 1998).

Como nota Donzelot (1996: p.88), o termo

exclusão apareceu nos anos 70, com o livro de Lenoair

(1974) “que denuncia os esquecidos do progresso:

prisioneiros, doentes mentais, incapacitados,

velhos...”.

Em síntese, a exclusão é processo complexo e

multifacetado uma configuração de dimensões materiais,

politicas, relacionais e subjetivas. É processo sutil

e dialético, pois só existe em relação a inclusão como

parte constitutiva dela. Não é uma coisa ou um estado,

é processo que envolve o homem por inteiro e suas

relações com os outros .Não tem uma única forma e não

é uma falha do sistema, devendo ser combatida como

algo que perturba a ordem social, ao contrário , ele é

produto do funcionamento do sistema. (SAWAIA, 2008)

“A exclusão que hoje é

objeto de políticos e de debates sociais é um fenômeno

social, econômico e institucional cuja análise

reestabelece as ciências sociais. A parte que cabe à

psicologia social pode parecer secundária, visto que

ela se limita aos processos psicológicos, cognitivos e

simbólicos que podem ou acompanhar a situação da

exclusão ou dela reforçar a manutenção como

racionalização, justificação ou legitimação. Mas, por

sua posição intersticial no espaço da ciência do homem

e da sociedade, essa disciplina traz uma contribuição

não negligenciável para a compreensão dos mecanismos

que, na escala dos indivíduos, dos grupos e das

coletividades, concorrem para fixar as formas e as

experiências de exclusão” .(JODELET, 2008)

Não existe dentro da ideologia liberal, espaço

para o social. Por isso o ser humano é definido como

um indivíduo, isto é, alguém que é um, mas não tem

nada a ver com os outros. O ser humano, pensado sempre

fora da relação, é o único responsável pelo seu êxito

ou pelo seu fracasso. Legitima-se quem vence, degrada-

se o vencido, o excluído.

COMPREENDENDO O ACOLHIMENTO AO IDOSO POR UMA

INSTITUIÇÃO ASILAR

A tomada de consciência do rápido envelhecimento

da população no Brasil e o aumento da expectativa

média de vida vem provocando um incremento do número

de instituições para idosos, os lares dos idosos como

são chamados os asilos ainda carregam um preconceito

por ter essa palavra ‘’asilo’’ vinculada a abandono,

maus tratos palavra essa que tem origem grega

‘’asylon’’ e depois o latino ‘’Asylu’’ que entre um

dos seus significados era um local para acolher órfão,

idosos etc..

Em que momento se cogita a colocação do idoso

numa instituição asilar?

Antigamente quem ficava com o cargo de cuidar do

pai idoso eram as mulheres, mas isso com o decorrer do

tempo essa função ficou desnorteada pela função que a

mulher moderna tem na sociedade, sendo que metade dos

recursos necessários para manutenção da renda familiar

dependem dela, então ela se vê num conflito físico e

mental por causas das funções que lhe é cobrada,

ficando assim sobrecarregada, sendo que pra manter os

custos de um idoso não é nada fácil sabendo de suas

dificuldades e de suas necessidades que requer

atenção especial haja vista que na família nuclear

estão composto pai(que trabalha)mãe(que

trabalha)filhos(que estudam) Sabemos que a partir de

determinada idade mudanças físicas e psíquicas vão

ocorrendo, eles passam a necessitar de mais cuidados e

atenção que em muitos casos seus familiares acabam não

disponibilizando devido a vida corrida exigida pela

vida moderna.

SEGREGAÇÃO ASILAR

A Segregação asilar é uma fase marcada por

inúmeros acontecimentos que causam a morte mesmo antes

de morrer, pois esta ocorre sob múltiplas dimensões, à

maioria delas é simbólica e acontece gradualmente,

muito antes de sua entrada no asilo. Costa (1998) diz

que na velhice o futuro é o presente e a maturidade

implica, portanto, renunciar a beleza e rendição às

limitações, à doença e finalmente a morte.

O isolamento e o grau de esfriamento das

relações com as pessoas a quem eram afeiçoadas, a

separação do calor humano familiar e do circulo de

amizade, faz com que seja de sofrimento o tempo

daqueles que são deixados sós. Elias (2001) compara os

idosos em um asilo cercado de pessoas, porém se

sentido sós, como o caminho para as câmaras de gás

nazista pessoas em meio a muitas outras, mas

definitivamente sós; Excluídos da sociedade e

afastados de uma história de vida a qual dificilmente

eles conseguiriam estabelecer novos vínculos; Para

muitos idosos o asilo significa não só ruptura

definitiva dos velhos laços afetivos, mas também a

necessidade de se submeter a uma vida comunitária com

pessoas as quais ele nunca antes teve qualquer ligação

afetiva significam em princípio, um estado de extrema

solidão, “muitos asilos são, portanto, desertos de

solidão.” (ELIAS, 2001, p. 85-86).

A sociedade e a família, mais especificamente

tenta justificar a intenção dos idosos pela

necessidade de cuidá-los adequadamente. Da parte do

poder público o discurso é o de protegê-los para não

sofrer maus tratos. Todavia por melhores que sejam as

condições da instituição não é possível evitar que

sejam submetidos a sofrimento, pois sua condição de

interno já se configura por si só motivo para

profundas angustias. Como não é possível eliminá-los a

opção se torna afastá-los em locais em que a sua

condição de segregado não se ponha a mostra.

Da Mata (1993) nos diz que a violência e sobre

tudo um mecanismo social que rompe os espaços e as

barreiras dos costumes, as normas legais, e invade o

espaço moral do outro. Por trás da política de

assistência social da qual os idosos são salvos,

existe a demonstração evidente de que não só o

Estado, mas a sociedade de modo geral fracassou em

produzir condições adequadas de vida a seus membros, e

uma sociedade que assim age é necessariamente injusta,

agressiva e violenta.

O decreto número 1948 de 03 de julho de 1996,

frisa, no artigo 3 ,que a instituição asilar tem, por

finalidade, atender, em regime de internato, o idoso

sem vínculo familiar ou sem condições de prover a

própria subsistência, de modo a satisfazer suas

necessidades de moradia alimentação, saúde e

convivência social. Prioriza, também a lei 8842/94 no

art. 4º, parágrafo III, atendimento ao idoso pelas

famílias ao invés do asilar. Porem, com a existência

de vários fatores, tais como os demográficos, sociais

e de saúde, conduzem ao aumento da demanda pela

institucionalização.

A problemática do idoso também está relacionado

às aposentadorias precoces, com baixo poder

aquisitivo, os quais constituem sua principal fonte de

rendimento, impossibilitando o atendimento de suas

necessidades ,discriminação nos serviços de saúde;

exclusão do idoso na família e comunidade, devido a

indefinição de uma política de valorização dessa

população. Diante dessa situação e à medida que a

população envelhece, aumenta a demanda por

instituições de longa permanência.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

DAMATA, R. Conta de Mentiroso: Sete Ensaios De

Antropologia Brasileira. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.

ELIAS, N. A. Solidão dos Moribundos, Seguido De

Envelhecer E Morrer. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

HADDAD, Eneida Gonçalves de Macedo. O Direito à

Velhice: os aposentados e a Previdência Social. São

Paulo: Cortez, 1993. Instituições de longa

permanência, 2007

MENDES, M.R.S.S.B. et al. Artigo atualizado: A

situação social do idoso no Brasil: uma breve

consideração. Acta Paul Enferm. 2005; 18 (4):422-6

SAWAIA, B. Introdução: Exclusão ou Inclusão Perversa?

IN: SAWAIA, B. (Org.) As Artimanhas da Exclusão:

Análise psicossocial e ética da desigualdade social. 8

ed. Petrópolis, RJ. Ed. Vozes, 2008.

DEMO, P. Charme da Exclusão Social: Polêmicas do Nosso

Tempo. Campinas, SP: Autores associados, 1998.

MORAGAS, R. M. Gerontologia Social; Envelhecimento e

qualidade de vida, Ed. Paulinas – São Paulo, SP, 2004.

ANEXOS

Questionário

1) O que motivou a fundação desta instituição?

R:Acolher os idosos que infelizmente são abandonados

por seus familiares.

2) Qual é a data da fundação?

R:Foi fundada em 07/06/87

3) Quantos Presidentes passaram pela Instituição?

R:Contando com o atual Presidente foram 4.Sendo eles:

1° Antônio Rodrigues Nascimento/Toninho Vicentino

2° Edmarcos Alves Pereira/Yara da Loja

3° Odiovano Campos Caldeira/Seu Campos

4° Expedito Rodrigues dos Santos/Expedito do Banco

Brasil

4) Quantos funcionários compõem a equipe?E todos são

capacitados para atuarem na entidade?

R:São 21 ao todo entre administradores, enfermeiros,

técnico em enfermagem, cozinheira e serviços

gerais.Todos recebem capacitação para atender melhor

os institucionalizados.

5) São quantos os institucionalizados entre homens e

mulheres?

R:São 37 ao todo, 23 homens e 14 mulheres.

6) Como é feita a assistência médica, odontológica e

marcação de exames caso seja necessário?

R:Eles são atendidos na UBS Waldir Silveira, onde

médicos e enfermeiros faz visitas quando necessário e

com relação ao dentista eles são atendidos na UBS, mas

o asilo está com um projeto de que no máximo 60

dias,eles estarão com o seu próprio dentista e os

exames são marcados de acordo com a necessidade de

cada um.

7) Em relação a alimentação, como é feita?Tem

hipertensos ou diabéticos na instituição?

R:E feita de acordo a necessidade dos

institucionalizados, ou seja levando em conta que se

tem alguns hipertensos e diabéticos, a alimentação é

feita de forma adequada e individual, eles seguem os

mesmos critérios dos hospitais.

8) Em relação ao atendimento público art. 3° parágrafo

1°, o atendimento preferencial imediato e

individualizado é respeitado nas entidades como:Postos

de Saúde e Hospitais?

R:Ainda está meio precário, não encontramos tantas

dificuldades, mas porém requer mais atenção e

assistência, pode melhorar mais.

9) E a família dos institucionalizados, dão

assistência?Trazem agasalhos, ou algum tipo de

alimento que eles gostam de comer?

R:Sim, mas infelizmente é uma minoria que vem visitá –

los, mas nós estamos fazendo um trabalho para

aproximar os familiares dos institucionalizados, eles

trazem roupas, agora alimentos não é permitido, para

evitar que comam algo que possa vir a fazer mal.

10) Na instituição eles praticam algum tipo de esporte

ou lazer?

R:Sim, fisioterapia por conta da própria entidade, tem

a pista de caminhada, onde quase todos fazem

exercícios, além de ver o movimento da rua.

11) Todos os institucionalizados recebem algum

benefício, tipo aposentadoria?

R:Sim, todos possuem benefícios, mas se não tiver

recebemos e acolhemos da melhor maneira possível, e os

que entram sem o benefício a instituição entra com o

pedido, o que facilita para o idoso conseguir o

benefício, mas para conseguir o benefício o idoso

passa por uma perícia médica assim como todos os

outros que buscam aposentar – se.

12) Para manter boa harmonia e a ordem da instituição

vocês recebem alguma ajuda governamental ou de

terceiros?

R:Governamental até hoje não, mas estamos lutando por

esta conquista, mas a população de maneira geral ajuda

sim.

13) Qual é a participação do idoso nas atividades

comunitárias?

R:Eles interagem bastante na comunidade, inclusive dia

15 de junho participaram da festa junina que ocorreu

em frente a instituição, eles fazem também passeios na

praça do triângulo, vão ao rio, em lugares diversos e

todos os 1° sábados de cada mês, participam da missa

dos enfermos.

14) É papel da instituição oferecer, instalações

físicas, as visitas e propiciar assistência religiosa

aos que desejarem?

R:Contamos com uma área restrita para que eles possam

receber melhor seus visitantes e familiares e temos a

capela que é onde é celebrada a missa uma vez por mês,

pelo Padre Fábio Junior que pertence a paróquia nossa

senhora.

15) E a instituição recebe ajuda da comunidade?

R:A comunidade faz doações de alimentos lacrados ou em

fardos, calçados as vezes, roupas e de vez em quando

até algum tipo de móvel(cama etc), segundo a

coordenadora só a nossa visita já e uma doação.

16) É de costume a visita do Ministério Público nesta

instituição?

R:Sim, eles costumam vir mais ou menos 3 vezes por

ano.

17) E a vigilância sanitária faz fiscalizações no

local?De quanto em quanto tempo?

R:Sim, ela vem sempre vistoriar os corre-mão,

banheiros se estão adequados aos institucionalizados e

nós estamos com uma área física totalmente adaptada as

regras da vigilância.

18) Em relação ao atendimento por uma assistente

social, existe este acompanhamento deste profissional?

R:Sim, temos uma parceria com a unopar e as visitas

são 3 vezes por semana.

19) Existe contrato entre instituição e

institucionalizado?

R:Sim, temos um contrato com todos eles, contendo

dados de cada um sendo este individualizado.