Ética e função pública
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O modelo clássico
A Administração Pública nãotem vontade
A Administração Pública se rege pelo princípio da legalidade estrita;
A vontade da Administração é a lei;
Constituição de 1988
Constituição
Arquitetura do poder
Predominância da dimensão institucional
Direitos fundamentais
Predominância da dimensão
finalística
Estado de serviço
Estado de propulsão
Da legalidade estrita à legitimidade pelo resultado
Legalidade estrita
Conceitos jurídicos indeterminados
Discricionariedade técnica
Legitimidade pelo resultado
Cenário atual:
• Amplia-se enormemente o leque de escolhas públicas possíveis;
• Incremento dos interesses plurais a serem conciliados;
• Resultados valorativos a serem alcançados no atendimento às finalidades da Administração Pública;
Tudo isso, sem o critério de racionalidade objetiva que antes emanava da lei
Onde entra ética nesse quadro?
• Se a Administração Pública é orientada por valores– que definem sua própria finalidade;
• Se esses valores podem se apresentar de formasdistintas e por vezes conflitantes;
• O estudo da ética na função pública é o que vaipermitir aprofundar o conteúdo desses valoresque devem orientar o agir da Administração;
Tratamento da ética na função pública
• Orientada especialmente para a dimensão do agente público em si, com padrões de comportamento pré-formatados como (im)próprios – Códigos de Ética;
• Desconsidera a circunstância de que o agir da Administração nunca é unipessoal; normalmente é processualizado e envolve uma multiplicidade de agentes;
• Desconsidera igualmente as projeções sobre a ética, do princípio da impessoalidade;
Avançando conclusões
SE
• Ética constitui um sistema de argumentos dos quais os grupos ou as pessoas justificam suas ações.
• A configuração principal da ética é solucionar conflitos de interesses, baseando em argumentos universais.
ENTÃO
• No modelo constitucional em vigor, é no campo da ética que se poderá construir os argumentos que vão legitimar as escolhas públicas (planos de ação) numa sociedade plural, e portanto, conflitiva.
O estudo da ética e a Administração Pública
• Criação de uma cultura de justificação de escolhas;
• Delimitação de parâmetros objetivos para a formulaçãodessas escolhas que substituam os critérios de racionalidade que antes emanavam diretamente da lei;
Reflexão sobre os mecanismos de prevenção a que a ética
que se aplique seja pessoal – e não da Administração Pública
Em linha de síntese
A ética integra o universo da Administração Públicabrasileira, seja pelaconsagração do princípio da moralidade, seja por seuscompromissos valorativos
O local para se iniciar o esforçodeconstruir parâmetros racionais e procedimentais da identificaçãoda conduta ou escolha ética é naacademia
O princípio ideal de conduta é da Administração Pública emsi – e não de seus agentespúblicos individualmenteconsideradosA ética deve focar menos no agente e mais na função;