ELEMENTOS QUÍMICOS (METAIS PESADOS) EM ÁGUAS ...

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Ministério de Minas e Energia Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral CPRM – Serviço Geológico do Brasil Abril de 2006 ELEMENTOS QUÍMICOS (METAIS PESADOS) EM ÁGUAS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO NO ESTADO DO CEARÁ Sergio João Frizzo

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Ministério de Minas e Energia

Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral

CPRM – Serviço Geológico do Brasil

Abril de 2006

ELEMENTOS QUÍMICOS (METAIS PESADOS) EM ÁGUASDE ABASTECIMENTO PÚBLICO NO ESTADO DO CEARÁ

Sergio João Frizzo

REFO – Residência de Fortaleza

Diretor- Presidente

Agamenon Sergio Lucas Dantas

Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial

José Ribeiro Mendes

Diretor de Geologia e Recursos Minerais

Manoel Barretto da Rocha Neto

Diretor de Administração e Finanças

Alvaro Rogério Alencar Silva

Fernando Pereira de Carvalho

Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento

Ministério de Minas e Energia

Silas Rondeau Cavalcante Silva

Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral

Claudio Scliar

CPRM – Serviço Geológico do Brasil

Departamento de Gestão Territorial

Cássio Roberto da Silva

Editoração/Design

DEPAT / DIEDIG – Divisão de Editoração Geral

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO........................................................................................... 1

2- AS ÁGUAS PÚBLICAS NO CEARÁ............................................................ 4

3- CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ÁGUAS NO ESTADO.......................... 7

4- ASPECTOS GEOLÓGICOS DOS SÍTIOS DE CAPTAÇÃO ....................... 11

5- METODOLOGIA DO TRABALHO ............................................................. 12

6- VARIAÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL NA COMPOSIÇÃO DAS ÁGUAS .. 15

7- RESULTADOS......................................................................................... 16

7.1- ASSOCIAÇÕES GEOQUÍMICAS............................................................ 18

7.2- ELEMENTOS E SUA DISTRIBUIÇÃO .................................................... 20

8- CONCLUSÕES ........................................................................................ 61

9- CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES.................................. 62

10- AGRADECIMENTOS .............................................................................. 63

11- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 64

ANEXO I - CONCENTRAÇÃO DOS ELEMENTOS EM EXCESSO RELATIVA-

MENTE AO VALOR DE REFERÊNCIA DO CONSELHO NACIONAL DO

MEIO AMBIENTE – CONAMA

ANEXO II - VARIAÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL NA COMPOSIÇÃO DAS ÁGUAS

ANEXO III - RESULTADOS ANALÍTICOS

ANEXO IV - FOTOS DOS LOCAIS DE CAPTAÇÃO D’ÁGUA

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1 - INTRODUÇÃO

O presente trabalho constitui uma atividade do Programa PGAGEM - Programa Nacional de Pesquisa em Geoquímica Ambiental e Geologia Médica, de amplitude nacional, que se encontra em desenvolvimento pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM e outras entidades conveniadas como o apoio na analise de parte das amostras pela Agência Nacional de Águas-ANA, Superintendência de Administração da Rede Hidrometeorógica, através do Projeto de Operação da Rede pelo DEHID/CPRM; é voltado às relações entre o quimismo dos objetos geológicos e sua influência nas áreas do meio ambiente e saúde pública, especialmente em toxicologia.

O principal objetivo desse Programa é o mapeamento geoquímico regional de

baixa densidade de todo o país, para finalidades geológicas e ambientais, por meio da amostragem sistemática de solos, sedimentos de fundo de drenagens (material aluvionar) e águas, analisados por meio de vários métodos laboratoriais para ampla gama de elementos químicos, muitos dos quais são prejudiciais à saúde humana e/ou animal. O resultado final desse mapeamento comporá um panorama geral, sobre o qual eventuais fenômenos locais de enriquecimento ou deficiência de elementos, com implicações geológicas, ambientais e na saúde pública, poderão ser estudados e melhor avaliados.

Relatam-se neste documento os resultados obtidos nas análises químicas, para

vários elementos-traço e compostos inorgânicos, das águas coletadas nos açudes, fontes, rios e poços que constituem os principais mananciais de abastecimento dos municípios do estado do Ceará. Trata-se de um trabalho de “verificação” da qualidade química das águas que estão sendo captadas naqueles determinados locais e ocasiões da amostragem, antes do tratamento e distribuição; não representa monitoramento, que envolve a coleta e análises de amostras em mesmos pontos, ao longo do tempo.

Os corpos d’água são geralmente sistemas abertos cuja composição, de material

carreado em suspensão e solutos, deriva dos diferentes meios pelos quais o líquido percola. Tais constituintes - alguns tóxicos aos organismos vivos - entre os quais se destacam os produtos da ação intempérica sobre rochas e solos, os gases e aerossóis da atmosfera e os resíduos das atividades antrópicas, são submetidos ciclicamente a reações de hidrólise e dissociação de material cristalino, complexação, sorção e desorção de espécies iônicas pelos colóides, mudanças no estado de oxidação e precipitação etc, influenciadas por muitos fatores ambientais, como clima, localização, geologia etc. e pelas atividades biológicas. Desse inter-relacionamento complexo e variável de [materiais x processos] resulta um quimismo em contínuo processo de transição, que dificilmente levam os diversos sistemas de água ao equilíbrio. Em uma rede de drenagem natural, a maior proporção no conteúdo de elementos químicos é registrada na carga em suspensão, ligada preferencialmente a argilas.

No que concerne à saúde humana e animal, a água conduz muitos constituintes

minerais e químicos que são facilmente absorvidos pelas células. Muitos são benéficos e essenciais à vida, atuando na prevenção de certos tipos de moléstias, em complemento das necessidades orgânicas satisfeitas via ingestão sólida.

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Vários deles propiciam benefício ou toxicidade, dependendo das respectivas concentrações na água de beber: a aplicação suplementar de Flúor em pequena dosagem às águas de abastecimento público previne e minimiza a incidência da cárie dental da população servida, num procedimento há décadas universalizado; todavia, a existência de águas naturalmente enriquecidas nesse elemento, como ao norte do estado do Paraná, afeta a população que a consome provocando grave incidência de manchas e deformidades nos dentes, doença conhecida como fluorose dentária (LICHT, 2002). O Selênio é outro elemento ambivalente: sua necessidade humana é suprida numa dieta alimentar normal mas a deficiência crônica dele é causa dos males de Keshan (cardiomiopatias) e de Kashin-Beck (artrite deformante), e a ingestão em excesso ao longo do tempo (selenose) causa dermatites e ataca o sistema nervoso, podendo levar à morte (TIGLEA & DE CAPITANI, 2003; KLEIN, 2005).

Outros elementos, como Alumínio, Chumbo e Mercúrio, não desempenham papéis

fisiológicos conhecidos, exercendo sua toxicidade especialmente sobre os sistemas renal e nervoso.

Nossa saúde está ligada à qualidade da água que consumimos. A atuação de elementos químicos tóxicos existentes na água, no metabolismo ou

funcionalidade humanos, pode acontecer simplesmente pela sua ingestão normal e, mais freqüentemente, de maneira indireta, por meio do consumo de organismos que dela absorveram e concentraram tais constituintes.

A intoxicação pela água de beber difere da contaminação biológica, pois seus

efeitos se dão geralmente pela exposição crônica, ou seja, pela ingestão continuada por um longo período de tempo. Os elementos que poderiam causar grandes danos à saúde por única alta dosagem, envenenamento ou exposição aguda, são poucos, pois, nesse caso, a água geralmente tem aparência, odor ou paladar inaceitável ao consumo.

Inúmeras são as ocorrências de intoxicações e doenças em humanos e animais,

algumas delas endêmicas em grandes áreas, relacionadas ao consumo d’água com contaminantes. Nian-Feng Lin, Jie Tang & Jian-Min Bian (2004) citam várias ocorrências de doenças neurológicas na China e mencionam o estreito relacionamento entre o teor de sais dissolvidos e a proporção de óbitos em casos de acidentes cardiovasculares, detectado em estudos nos Estados Unidos e na Europa. Casos de intoxicação por Arsênio em água (ulcerações, carcinomas) foram notificados na China, Índia, México, Chile e Argentina, atingindo vários milhares de pessoas, havendo risco potencial, no Brasil, nas regiões do delta do rio Amazonas e do Quadrilátero Ferrífero (SCARPELLI, 2003).

Pela via indireta, peixes e outros organismos aquáticos, vivendo em águas

contaminadas, podem acumular em seus tecidos elementos químicos tóxicos e, caso pescados e consumidos, os tornam disponíveis para o metabolismo humano. O envenenamento por Mercúrio (metilmercúrio) de vários milhares de pessoas na região da baía de Minamata e mar de Yatsushiro (Japão) desde 1956, causado pelo consumo de peixes contaminados, é um dos mais significativos exemplos da poluição da água causada por uma indústria (KUDO et al., 1998).

No Brasil, os estudos bioquímicos sobre a fauna aquática concentram-se na região

amazônica, devido especialmente à liberação de Mercúrio para a atmosfera e para os

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rios, tendo como fonte inúmeros garimpos de Ouro; na internet, encontram-se referenciadas mais de 1.200 obras sobre o assunto. Um desses trabalhos, de Santos, Câmara, Brabo et al. (2003), relata o estudo de uma população de 910 índios Pakaanóva (Rondônia), habitantes de aldeias próximas entre si e de diversas faixas etárias, que determinou concentrações de Mercúrio indicativas de excessiva exposição em mais de 50% dos indivíduos; tal fato foi atribuído ao consumo de peixes, provenientes de rios contaminados pelos resíduos da garimpagem e amalgamação de ouro.

De maneira também indireta, a utilização dessas águas em irrigação propicia a infiltração dos elementos no solo e sua disponibilização para as culturas; havendo a absorção pelos vegetais, em concentrações potencializadas caso tais vegetais sejam bioacumuladores, seus efeitos tóxicos se farão sentir ao serem consumidos pela população. Na região de Fungang, Japão, o rio Shentong drena áreas com resíduos de minério de Zinco, e suas águas, com altas concentrações de Cádmio, são utilizadas para irrigar plantações de arroz; o consumo desse cereal resulta na ocorrência freqüente de casos de intoxicação na população residente (YAMA, 1987, citado por NIAN-FENG LIN, JIE TANG & JIAN-MIN BIAN, 2004).

A real dimensão do problema da sanidade das águas de consumo, que tende a se

agravar em âmbito mundial, pode ser melhor avaliada ao acompanhar-se na imprensa as informações quase que diárias sobre o tema, das quais, a título de exemplo, foram selecionadas as seguintes:

Notícia da China, divulgada na Internet (Agência EFE – Portal UOL – Últimas

Notícias em 23/03/2005), dá conta de que pelo menos 360 milhões de chineses, representando um terço da população rural, precisam urgentemente de água potável, tendo sido constatado que 63 milhões de habitantes das zonas rurais setentrionais têm que beber água com altos conteúdos de Flúor, outros 38 milhões de residentes no norte e nas costas do leste do país consomem águas com alto conteúdo de sal e que mais de dois milhões de pessoas adoeceram depois de ingerir água com arsênico, em regiões da Mongólia Interior, Xinjiang, Ningxia, Shanxi e Jilin. As áreas urbanas também não estão a salvo, já que um estudo de 2003 realizado em 44 cidades demonstrou que 95% dos poços subterrâneos, principal fonte de água potável dessas regiões, também estavam contaminados por águas residuais. As autoridades daquele país prevêem como necessária a realização de um megaprojeto de 500 bilhões de iuanes (60 bilhões de dólares), a ser concluído em 2050 e denominado Transvasamento de Águas Sul-Norte, a fim de satisfazer a demanda de água nas regiões setentrionais da bacia do rio Yangtsé, no sul, em direção ao leste e norte do país asiático.

Pouco tempo atrás, a mesma China foi palco de uma explosão em uma fábrica de

produtos químicos na Província de Heilongjiang, causando um vazamento de benzeno, substância altamente cancerígena, que, ao se alastrar pelo rio Songhua formando uma mancha tóxica de 80 km de extensão, atingiu e obrigou o corte do abastecimento de água da capital da província, Harbin, com 9 milhões de habitantes; a mancha, seguindo o curso fluvial, deverá chegar na Rússia nos próximos dias, não se sabendo ainda quando a água dessa drenagem poderá ser novamente utilizada (Portal UOL – Últimas Notícias em 25/11/2005).

Em Helena, Montana (USA), as autoridades estaduais e federais decidiram

remover uma barragem com hidrelétrica, na qual foram depositados, por quase um século, sedimentos derivados da mineração e plantas de beneficiamento situados no

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Clark Fork Valley. O Arsênio contido nesses sedimentos contaminou o suprimento de água potável para a comunidade de Milltown e ameaça a vida aquática e as atividades de pesca (agência ENS, 21/12/2004).

Uma ação poluidora tipicamente antrópica é exemplificada pela constatação de que traços do antidepressivo Prozac, potencialmente tóxico, são encontrados na água bebida na Grã-Bretanha, que chega aos rios e retorna ao sistema de água por meio do tratamento dos esgotos; reflete o aumento de prescrições (e o conseqüente consumo) de medicamentos para esses distúrbios mentais, de 9 milhões para 24 milhões/ano entre 1991 e 2003 (jornal DIÁRIO DO NORDESTE, 09/08/2004). A presença e teores de constituintes orgânicos e inorgânicos na água de consumo é normatizada por organismos governamentais de saúde pública - no Brasil o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, do Ministério do Meio Ambiente - que estabelecem os valores de referência idealmente representativos das suas máximas concentrações permissíveis, sem significativo risco à saúde, mesmo ao se computar seu consumo durante todo o período de uma vida.

Faz parte de políticas de governo também a preparação de planos emergenciais relacionados ao meio ambiente. Em nosso país tem-se notícia da criação do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a emergências com produtos químicos perigosos (P2R2), desenvolvido por comissão interministerial coordenada pelo Ministério de Meio Ambiente. Inicialmente, segundo a nota divulgada, o grupo fará um levantamento de áreas de risco no país, já que levantamento recente identificou mais de 15 mil áreas com solo potencialmente contaminado (jornal O POVO – caderno Ciência & Saúde, edição de 12/12/2004). 2 - AS ÁGUAS PÚBLICAS NO CEARÁ

No estado do Ceará, a Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH é o órgão

governamental responsável pelas políticas públicas do setor, tendo como braços executores a Superintendência de Obras Hidráulicas – SOHIDRA, que constrói e supervisiona empreendimentos de infra-estrutura hídrica e a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH, encarregada do gerenciamento e disciplinamento das águas superficiais e subterrâneas. Esta última entidade realiza o monitoramento qualitativo e quantitativo dos níveis dos açudes públicos e o cômputo das vazões liberadas; neles e em algumas bacias de rios (médio e baixo Jaguaribe, Banabuiú, Curu, Acaraú e Metropolitana) analisa alguns parâmetros físico-químicos e biológicos, determinando índices de qualidade de água. Tem objetivo de num futuro próximo iniciar o monitoramento das concentrações de metais pesados e pesticidas, ainda não realizados (W. D. Paulino, informação verbal, 5 de agosto de 2005).

A Secretaria da Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará – SECITECE tem, vinculados, os Centros de Ensino Tecnológico – CENTEC, que dispõem de 3 Laboratórios de Águas e Efluentes (LAE), em suas unidades de Limoeiro do Norte, Sobral e Juazeiro do Norte, e realizam análises físico-químicas e bacteriológicas de águas e efluentes para prefeituras, para a COGERH e para entidades privadas, novamente sem lidar com os elementos químicos menores e traços.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em sua Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2000 (2005), apenas cerca de 470 dos 760 distritos em que é dividido o território cearense contam com rede de abastecimento de água, sendo que em 154 deles não há qualquer tratamento. Os restantes 290 distritos têm abastecimento alternativo por chafariz, bica, poços particulares, caminhão-pipa etc. Na época de estiagem, o abastecimento por caminhões-pipa é bastante estendido às populações interioranas, chegando a atingir, neste ano, as comunidades rurais de 94 municípios (jornal DIÁRIO DO NORDESTE, edição de 19/11/2005); não há menção das fontes dessas águas distribuídas, nem da qualidade das mesmas.

O tratamento da água e sua distribuição pública na quase totalidade das sedes

municipais do estado é realizado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE, empresa privada de prestação de serviços para o fornecimento da água e a coleta do esgoto sanitário. Em algumas localidades, como Canindé, Iguatu e Sobral, tais facilidades são próprias e exclusivas do município (órgãos denominados Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE). A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Ceará - ARCE efetua a regulação e fiscalização dos serviços de água e esgoto, para garantir a adequada prestação desses serviços e promover a melhoria dos padrões de qualidade; em 2004, segundo seu boletim ARCE INFORMA (ed. especial, março de 2005), realizou mais de 50 auditorias técnicas, com foco na qualidade da água.

Em sua homepage na Internet, a CAGECE descreve o tratamento químico

convencional aplicado às águas para consumo público, que consiste nos seguintes passos, resumidamente: 1) Coagulação - adição de coagulante para a Formação de “flocos” coloidais; 2) Cloração – adição de cloro para destruição ou desativação de algas e microorganismos, patogênicos ou não; 3) Floculação – deposição dos colóides coagulados; 4) Decantação – separação das partículas sólidas pela ação da gravidade; 5) Filtração – retenção das partículas insolúveis em filtros de areia; 6) Fluoretação – adição do elemento Flúor para prevenção da cárie dental na população; 7) Correção do pH – adição de produtos à base de carbonatos para que a água não seja excessivamente ácida (agressiva às tubulações) ou alcalina (provocando incrustações). Tratamentos mais simplificados (filtração direta, lenta ou modular) também são efetuados, bem como dessalinização por osmose direta no caso de alta salinidade; normalmente, em sistema com mananciais subterrâneos cujas características físico-químicas estejam dentro dos padrões do Ministério da Saúde, a CAGECE só efetua desinfecção. No site dessa empresa pode-se consultar a vazão e tipo de tratamento do manancial explorado, em cada uma das localidades atendidas.

Os tratamentos de rotina da água, tipo clorinação, embora diminuam

concentrações de Fe e Mn, e em certos casos de Cu e Zn, pouco ou não removem As, Ba e Cd, além de Cr hexavalente, Pb, cianetos, Se, Ag e fenóis (E.E. ANGINO in THORNTON, 1983, pg. 171), e ainda outros componentes dissolvidos e particulados que nela podem ocorrer. O próprio tratamento de desinfecção pode dar origem a substâncias tóxicas: quando Cloro é adicionado à água, forma com a matéria orgânica os chamados THMs (trihalometanos, principalmente o clorofórmio e outros ácidos haloacéticos, que são teratogênicos, e uma substância denominada MX (3-cloro-4(diclorometil)-5-hidroxi-2(5H)-furanona) que é altamente mutagênica. As concentrações dessas substâncias aumentam com o tempo de contato e reação do cloro com a matéria orgânica, e acontecem, assim como a Formação de outros DBPs (Desinfection By-Products – produtos secundários da

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desinfecção) tóxicos, mesmo dentro do reservatório d’água antes de sua distribuição (ARBUCKLE et al., 2003). O elemento Bromo também pode ser um produto da cloração, pois há evidências de que produtos comerciais como soluções de Hipoclorito de Sódio o contém como contaminante (THOMPSON & MEGONNELL, 2003). Os autores recomendam que o monitoramento dessas substâncias deve ser feito na planta de distribuição da água, após ocorrer seu tratamento.

A imprensa escrita da capital tem eventualmente noticiado, embora sem muito

detalhe, aspectos ambientais e de saúde relacionados às águas, como a incidência de bactéria patogênica que causou óbitos (Melioidose) nos distritos de São Bento, em Tejuçuoca no ano de 2003 e Barra do Sitiá, em Banabuiú, em 2004, e a contaminação por algas e outros microorganismos nas lagoas costeiras (jornal O POVO, edição de 18/06/2004 e seu caderno Ciência & Saúde de 12/12/2004, respectivamente). A má conservação das barragens federais com lixo no entorno de seus reservatórios e a mortandade de peixes no açude Lima Campos foram objeto de reportagens no DIÁRIO DO NORDESTE de 27 e 28/12/2004. As edições dos dias 3 e 4/04/2005 deste mesmo periódico trazem farto material sobre a poluição do rio Salgado, principal afluente do rio Jaguaribe, no sul do estado, assunto que já havia sido abordado nas edições de 17 e 18/07/2004. Também deste último jornal, a edição de 29/08/2005 aponta para a poluição do rio Acaraú próximo a Sobral, nordeste do estado, especialmente por lixo e esgotos, e a de 4/10/2005 noticia a urbanização desordenada das margens do açude Jaibaras (Aires de Souza), no rio Acaraú cerca de 20 km a montante dessa cidade, com os dejetos indo direto para o açude; segundo essa reportagem, estudos técnicos de monitoramento atestam que a qualidade da água do reservatório ainda não foi afetada pela poluição, estando os “níveis dos principais nutrientes dentro dos parâmetros legais”.

Em recente reportagem (09/11/2005), o DIÁRIO DO NORDESTE em seu

caderno regional noticia a poluição, por dejetos e águas servidas, do açude Grande no distrito de Flamengo, município de Saboeiro, na região sudoeste do estado. A prefeitura detém o serviço local de captação e distribuição, e a população local, de aproximadamente duas mil pessoas, reivindica a implantação de tratamento químico adequado para essas águas.

São apenas eventuais as notícias de atividades de recuperação e proteção de

mananciais, como a do rio Jaburu, no noroeste do estado (DIÁRIO DO NORDESTE, edição de 13/11/2005), que acontecem com freqüência muito aquém da desejada.

Não há menção, no noticiário publicado, da realização de análises de metais

pesados ou citação de alguns de seus resultados. Gerard Moss, com um avião anfíbio, coletou em 2004 cerca de 20 amostras de

água em diversos locais do estado do Ceará, como parte do projeto “Brasil das Águas”, de abrangência nacional. Na planilha de cada amostra constam os parâmetros físico-químicos, não tendo sido, ainda, apresentados os resultados das análises para ânions e cátions (MOSS & MOSS, 2005).

Do acima exposto e em termos gerais, a preocupação dos órgãos públicos com

a qualidade da água de consumo no estado do Ceará é exercida somente em relação à presença de microorganismos patogênicos e à salinidade, não sendo determinadas,

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de maneira sistemática ou sequer esporádicas, as concentrações dos elementos químicos, sabidamente tóxicos, que podem estar minando, imperceptivelmente, a saúde da população.

3 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ÁGUAS NO ESTADO A fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,

conjuntamente com a extinta Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, apresentaram em 1996 um mapa em escala 1:2.500.000 contendo as características hidroquímicas das águas superficiais na área de atuação desta última entidade. No Ceará, segundo a classificação das águas superficiais de acordo com as espécies químicas predominantes, há maior abundância e mais ampla distribuição das águas Bicarbonatadas Mistas e Bicarbonatadas Sódicas, ao norte e sul do estado e na região próximo a Fortaleza, respectivamente. Cloretadas Mistas ocorrem na porção central do território estadual, estendendo-se em uma faixa até o litoral norte e outra até quase o litoral nordeste. Cloretadas Sódicas e Mistas Sódicas têm ocorrência no centro-oeste. Segundo os mesmos autores, a potabilidade (avaliada pela concentração dos principais cátions e dureza) é boa, com exceção de uma pequena bacia no alto rio Banabuiú (região de Piquet Carneiro) e restrição, devido a maior salinidade, nas proximidades da foz do rio Jaguaribe; para irrigação, somente na região central do estado, rios Quixeramobim e alto Banabuiú, e na foz do Jaguaribe, as águas são impróprias pelo elevado conteúdo em sais dissolvidos. A figura 1 individualiza os três temas citados, que são apresentados de forma agrupada no referido mapa.

A Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH, estadual, apresenta

em seu site na Internet um mapa localizando os principais açudes do Ceará, onde associa uma simbologia representativa das respectivas capacidades volumétricas de água, com cores relacionadas às diferentes faixas de concentração de cloretos em abril/2001. Verificando-se os resultados para cloretos determinados no final de 2002 pelo órgão (figura 2, atualização do mencionado mapa), as águas de 11 açudes superam o valor estabelecido pelo CONAMA, concentração de 250 mg/L para águas de categoria 1 e 2.

Destaca-se no mapa a região central do estado como tendo as águas mais

salinizadas, tendo sido determinado um valor máximo de 1.120 mg/L no açude Pompeu Sobrinho, município de Choró. Computando-se as variações de classe de salinidade entre os dados de 2001 e o da figura apresentada (com dados de 2002), abrangendo o intervalo de 17 meses, constata-se que 20 açudes passaram para classes de maior salinidade, contra 14 que diminuíram esse parâmetro e 80 que permaneceram na mesma categoria. Embora curto o período comparado, é um pequeno indício da gradual salinização por evaporação, dos açudes interioranos.

Quanto à água subterrânea, tem-se a classificação primária da água entre

doce, salobra e salgada em função da concentração de sólidos totais dissolvidos (STD), calculados a partir da condutividade elétrica medida em 7.092 dos mais de 13.000 poços cadastrados, em todo o estado, pelo Programa Recenseamento de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Ceará, executado pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM em 1999 (CPRM, 1999).

8

Boa

Passável

Águas com teores elevados de sais e sódio,não devendo ser usada para irrigação

Águas sem restrições à irrigação, compouco risco de salinidadeÁguas com salinidade média. Só devem serusadas com boa lixiviação e drenagem

FORTALEZA

Fonte: IBGE e SUDENE - Hidroquímica dos Mananciais de Superfície - Região Nordeste (Área de atuação da SUDENE). [Mapa em escala 1:2.500.000]. 1996

C E A R Á

C E A R Á

C E A R Á

AMERICADOSUL

BRASIL

CEARÁ

24

00

0

A figura 3 mostra a distribuição dos mencionados poços, classificados em

função da salinidade. O zoneamento construído utilizando-se o método de gridagem e áreas de influência melhor delineia as conhecidas províncias hidrogeológicas do estado: coberturas sedimentares cenozóicas, mesozóicas e paleozóicas ao norte (litoral), a sul (chapada do Araripe) e a oeste (chapada da Ibiapaba - fronteira com o Piauí), respectivamente, onde há predomínio de poços com água doce, e o

9

embasamento cristalino, na ampla região central cobrindo quase todo o estado, onde dominam as águas subterrâneas salobras e salgadas, tendo os maiores teores em sólidos dissolvidos a leste.

Pompeu Sobrinho

12

34

56

78

910

11Araras

Edson Queiroz

Farias de Sousa Carão

Bonito

Martinópole TucundubaGangorra

Poço Verde

QuandúMundaú

Sítios NovosCahuipe

Riachão

PacajusHipólito

Barra Velha

CupimJaburu II

Realejo

Forquilha IIFlor do Campo

Fogareiro

QuixeramobimS. José I

Capitão Mor Patu

S. José II

Cipoada

Cedro

Pedras Brancas

S. Antonio de Russas

Poço do Barro

EmaPotiretama

CanafístulaMadeiro

Adauto BezerraJoaquimTávora

Orós

Lima CamposTatajuba

Quincoé

Trussu

Carnaubal

Jaburu I

Diamante

Angicos

Arrebita

Monsenhor Tabosa

Ayres de Souza

Várzeada Volta

Premuoca

Acaraú Mirim

Pacoti

GaviãoPenedo

Amanary

Desterro

Gal. SampaioAcarapedo Meio

Castro

CaracasSalão

Sucesso

Vieirão

Jenipapeiro

Banabuiú

Riacho do Sangue

NovaFloresta

Ubaldinho

Olho d´ÁguaEstrema

Cachoeira

Thomás Osterne Manoel Balbino Prazeres

Trapiá III

Timbaúba

SobralCaxitoré

Frios

PentecosteJerimumTejuçuoca

S. AntonioAracatiaçu

Sta. MariaAracatiaçu

S. MateusSouza

Trapiá I

S. Domingos

Colina Várzea do Boi Serafim DiasTrici

S. Pedro

Jatobá

Rivaldo de Carvalho

Muquém

Do Coronel

ValérioCanoas

Gomes

FavelasEspírito Santo

Parambú

Benguê

Poço da Pedra

Quixabinha

Atalho

Patos

ArarasEdson Queiroz

Farias de Sousa Carão

Bonito

Fogareiro

QuixeramobimS. José I

Trapiá II

Cedro

Poço do Barro

Monsenhor Tabosa

São Vicente

Castro

Sucesso

Forquilha

< 5050-150

150-250250-500

500-1500

< 5050-150

150-250250-500

500-1500

TEOR EM CLORETOS (mg/L)

> 500 milhões 100 - 500 milhões10 - 100 milhões

1 - 10 milhões

> 500 milhões 100 - 500 milhões10 - 100 milhões

1 - 10 milhões

m3CAPACIDADE DOS AÇUDES ( )

Fonte: Companhia de Gestão de Recursos Hídricos - COGERH (dados de 2002)

FIG. 2 - BACIAS HIDROGRÁFICAS, CAPACIDADE DOS PRINCIPAIS AÇUDES E CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS - ESTADO DO CEARÁ

BACIAS HIDROGRÁFICAS 1 - Alto Jaguaribe 2 - Salgado 3 - Banabuiú 4 - Médio Jaguaribe 5 - Baixo Jaguaribe 6 - Acaraú 7 - Coreaú 8 - Curú 9 - Parnaíba10 - Metropolitana11 - Litoral

AMERICADOSUL

BRASIL

CEARÁ

24

0 0

0

10

FIG. 3 - POÇOS COM ÁGUA SUBTERRÂNEA E SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS - ESTADO DO CEARÁ

STD5.000

salgada

Águas

salobradoce

TOTAL DE SÓLIDOS DISSOLVIDOS STD - (mg/L)

1.5005000(mg/l )L

POÇOS

ZONEAMENTO

Fonte: CPRM - Atlas dos Recursos Hídricos Subterrâneos do Ceará. Programa Recenseamento de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Ceará. [Cd-rom]. Fev/1999

AMERICADOSUL

BRASIL

CEARÁ

24

00

0

11

4 - ASPECTOS GEOLÓGICOS DOS SÍTIOS DE CAPTAÇÃO Os sistemas naturais de águas superficial e subterrâneo de uma região dependem

da composição química e mineralógica das rochas e dos processos físicos, tectônicos e morfogenéticos, a que estas foram submetidas. A intervenção humana, por conveniências econômicas, sociais ou políticas, altera esse panorama natural, pela construção de reservatórios, perenização de cursos d’água e drenando os aqüíferos por meio de poços.

Não obstante a ampla diversidade geológica do estado e a irregularidade na

distribuição territorial dos pontos de captação, condicionada por aquelas variáveis não naturais, observa-se uma lógica relação causal entre as litologias e os tipos de captação d’água que são adotados e servem de abastecimento para os municípios.

Assim, a instalação de poços tipo amazonas e tubulares, e a captação em fontes

que retiram o líquido de seu fluxo subterrâneo, é muito dominante em terrenos cobertos por sedimentos inconsolidados, areias, argilas e cascalhos do Quaternário, nos quais esse fluxo é facilitado. Vários dos poços tubulares que alimentam as sedes dos municípios também são registrados no domínio de arenitos e argilitos do Grupo Barreiras, do Neogeno, em arenitos, siltitos e folhelhos de diversas formações geológicas datadas do Mesozóico (formações Rio Batateiras, Exu, Missão Velha, Brejo Santo, Icó) e ainda em seqüências de arenitos e conglomerados atribuídas ao Siluriano (Formação Mauriti e Grupo Serra Grande). A menor proporção de poços, que atingem até cerca de 60 metros de profundidade, ocorre no domínio das rochas cristalinas do Proterozóico e Arqueano; são terrenos de variada composição mineral e, em geral, desfavoráveis à circulação da água subterrânea, que se faz por sistemas de fraturamentos, e à qualidade, pelo seu elevado conteúdo de sais dissolvidos. Nas águas subterrâneas há maior influência da composição das rochas, locais ou vizinhas, na qualidade das águas, em relação às águas superficiais. No capítulo sobre a distribuição geográfica dos resultados dos elementos, as referências a poços amazonas em rochas cristalinas correspondem em grande parte a alúvios e colúvios de pequena expressão situados nesses terrenos, não registrados na escala do mapa geológico regional.

Em rios correntes, é esperado que a composição da água tenha a contribuição de

material solubilizado de toda a bacia hidrográfica a montante do ponto de coleta, e que tenha uma variação sazonal (por diferenças no fluxo, pluviosidade variável na área de influência etc.) mais importante do que aquela verificada na água subterrânea. Das cerca de 20 captações localizadas em rios, a maior freqüência (10) é verificada em faixas que os acompanham e que figuram como areias, cascalhos e argilas inconsolidados do Quaternário, no mapa geológico do Estado do Ceará (CAVALCANTE et al., 2003); constituem os depósitos aluvionares dos próprios rios, que se encontram perenizados nesses trechos.

Açudes e lagos constituem as principais fontes d’água de abastecimento

municipal no estado, contando-se cerca de 130 as localidades que deles se servem; suas águas também devem refletir a composição das bacias dos rios que lhes dão origem, com variações intermediárias na composição devido à sazonalidade climática. No estado do Ceará estes corpos encontram-se estabelecidos preferencialmente sobre terrenos cristalinos constituídos por antigas rochas ígneas e sedimentares afetadas por processos metamórficos: granitos, granodioritos, orto e paragnaisses, metabásicas, quartzitos, micaxistos, metacalcários, filitos etc., que compõem várias unidades estratigráficas posicionadas no Arqueano e Proterozóico.

12

5 - METODOLOGIA DO TRABALHO As atividades de amostragem de água foram realizadas em 3 etapas de

aproximadamente 20 dias cada, iniciadas em junho e concluídas em setembro de 2004. Foram visitadas as 184 sedes municipais do estado e mais 46 distritos, selecionados por pertencerem a municípios com área administrativa superior a 1.000 km2 (fig. 4).

As sedes municipais e as vilas dos distritos visitados têm em sua maioria o

abastecimento de água a partir de açudes (130) e poços tubulares de diversas profundidades e vazões (51), registrando-se ainda poços tipo amazonas (28) e captação direta em rios (20) e fontes (4); em alguns dos municípios o sistema de captação é misto, composto por poços tubulares + amazonas em 4 municípios e amazonas + captação direta da drenagem em outros dois. A cidade de Ibaretama, na época da coleta de amostras, estava sendo abastecida por carro-pipa, e a população de Sucatinga, distrito do município de Beberibe, não conta com distribuição de água centralizada, abastecendo-se em poços individuais escavados nas próprias residências.

Neste estudo, quando não mencionado ou individualizado, as amostras de águas

de fontes e de poços tipo amazonas são consideradas conjuntamente com as amostras de água de poços tubulares, e denominadas genericamente como sendo águas “subterrâneas” ou simplesmente “de poços”.

Quando existente instalação única de captação para vários municípios e

distritos, o que ocorre em alguns açudes e em um rio do estado (Acarape, Barreira e Redenção no açude Acarape do Meio; Reriutaba e Varjota no açude Araras; Barroquinha e Chaval no açude Itaúna; Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, São Benedito, Tianguá, Ubajara, Viçosa e seu distrito Quatiguaba no açude Jaburu; Caucaia e seu distrito Jurema, Chorozinho, Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Maracanaú, Maranguape, Pacajus e Pacatuba no sistema de açudes Pacoti-Riachão- Gavião; Aracoiaba e Baturité na barragem Tijuquinha; Tururu e Uruburetama no açude Mundaú; Senador Sá e Uruoca no rio Jordão), optou-se por coletar um número correspondente de amostras em vários locais desses corpos d’água, registrando o local de cada uma como se fora de um dos municípios que têm ali sua fonte de abastecimento, embora fora do ponto de captação comum.

No ANEXO IV disponibiliza-se o registro fotográfico dos locais da coleta de

amostras e/ou dos corpos d´água (vide observação no parágrafo anterior) que são fonte do abastecimento às populações, não cabendo no escopo deste trabalho a análise ou comentários sobre a localização, as instalações de captação e sua conservação e operação.

As amostras foram coletadas com um recipiente plástico, nos locais (poços e

fontes) ou nas proximidades das bombas de sucção (em açudes ou rios), sempre situadas antes das estações de tratamento da empresa distribuidora; como exceção, em Ipueiras e Ipaumirim a amostragem foi de água já cloretada, haja vista que o tratamento químico é realizado no próprio poço amazonas de onde a água é obtida.

13

250000 450000 650000

9150

000

9350

000

9550

000 FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

Poços tubularesPoços tipo amazonasFontesAçudes e lagosRios

Limite de município

Principais cidades

FIG. 4 - LOCAIS DE AMOSTRAGEM DE ÁGUAS - ESTADO DO CEARÁ

AMERICADOSUL

BRASIL

CEARÁ

24

00

0

14

Desse recipiente plástico tomavam-se alíquotas de 50 ml em dois frascos apropriados, fazendo uso de uma seringa com um filtro de membrana “Millipore” de 0,45 µm acoplado, sendo ambos descartados após cada procedimento. A água de um dos frascos era acidulada com 10 gotas de HNO3 superpuro, sendo destinada para análise de cátions, e a do outro frasco permanecia natural, para análise de ânions. Durante a etapa de campo as amostras coletadas eram mantidas sob refrigeração em caixas de isopor com gelo e, após seu término, acondicionadas nas mesmas caixas para envio, via aérea, para o laboratório de análises.

A pureza do ácido utilizado no decorrer da atividade de amostragem foi constatada

por um teste, acidulando-se água deionizada de laboratório como se fora uma amostra normal e enviando-a para análise como se fosse uma amostra normal. Para quase todos os elementos, seus resultados analíticos são inferiores aos limites de detecção (qualificados com a letra L); para os restantes cátions (Ca, Fe, Zn), os valores registrados são bastante inferiores aos obtidos para as amostras das águas dos ambientes naturais.

As análises foram efetuadas por aspiração da amostra e leitura direta em um

equipamento de Espectrometria de Emissão Atômica com fonte de plasma (ICP-AES) no laboratório da EMBRAPA – SOLOS (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em um Cromatógrafo Iônico do Instituto de Química da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e em um Espectrofotômetro de Absorção Atômica da própria CPRM, no Rio de Janeiro, sendo avaliadas as concentrações dos elementos (cátions): Al, As, B, Ba, Be, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb, Se, Sr, Ti, V e Zn e dos elementos e compostos (ânions): Bromo, Cloro, Flúor, Fosfato, Nitrato, Nitrito e Sulfato. Cerca de 156 amostras foram analisadas para estes ânions no Laboratório de Caracterização de Águas da Pontifícia Universidade Católica, no Rio de Janeiro, no início de 2006, devido a defeito no equipamento analítico inicialmente utilizado.

Os resultados para ânions obtidos nessa segunda etapa de análises foram

comparados com aqueles obtidos em 77 amostras em dezembro de 2004, haja vista o longo período decorrido com possibilidade de perda ou alterações químicas nas amostras, embora sob refrigeração constante. Exceto Nitrito, com muitos resultados “menor do que”, os testes estatísticos “Student t” e “Mann-Whitney U” acusaram diferença significativa entre os dois conjuntos de resultados (os conjuntos não são proveniente de uma mesma população).

Apesar do resultado negativo, os mencionados resultados analíticos de 2006 serão

aqui estudados, com a devida cautela, pois a diferença nos testes pode ser originada por efeitos naturais e localização, há muita proximidade dos valores das medianas de cada ânion de um e outro conjunto e, sob uma ótica de utilidade da informação, com o decorrer do tempo as amostras somente podem perder componentes e assim, caso encontrados valores acima do máximo de referência recomendado pelo CONAMA, os mesmos continuam significativos.

Todos os resultados analíticos encontram-se listados no ANEXO III.

15

6 - VARIAÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL NA COMPOSIÇÃO DAS ÁGUAS

Sabe-se que em sistemas de águas naturais há muita variação dos teores dos constituintes transportados nas fases sólidas ou dissolvidos, seja em longo espaço de tempo ou em curto período, seja montante-jusante, seja lateralmente e/ou em profundidade, devido aos inúmeros fatores que sobre eles incidem. Essas diferenças não sistemáticas e inerentes a cada corpo d’água são comprovadas pelo exame do quadro de estatísticas de condutividade elétrica apresentado em boletins pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (2005); tomadas de 4 a 10 medidas em 116 açudes monitorados, em cerca de 35 deles o coeficiente de variação CV (índice que mede a dispersão de valores em relação à média) ficou superior a 30%, atingindo um máximo de 240% no açude Acarape do Meio, com condutividades máxima de 10, mínima de 0,1 e média de 1,3 mS/cm, equivalentes a, respectivamente, 6.500, 65 e 845 mg/L de sais dissolvidos (STD).

Não foi objetivo deste trabalho, e a estratégia de amostragem não foi direcionada para averiguar essas variações naturais ou aquelas eventualmente introduzidas pela ação humana. Todavia, obteve-se um pequeno conjunto de amostras que permitiu avaliar a diferença ou persistência composicional nas mesmas estações de coleta, em épocas distintas, antes e após o período de chuvas (variação temporal). As diferenças e semelhanças montante-jusante e laterais, que dizem da homogeneidade do meio, puderam ser estimadas de amostras provenientes de mesmos corpos d’água, lagos e rios, que têm instaladas captações de dois ou mais municípios, a curtas distâncias umas das outras.

Devido a pequena quantidade de amostras adequadas a essas comparações, as mesmas foram feitas principalmente de maneira visual, com pequeno suporte de métodos estatísticos; são descritas detalhadamente no anexo II e encontram-se sumarizadas a seguir:

A amplitude da variação de teores entre estações seca e chuvosa é de pequena

grandeza, e reflete muito bem os processos de introdução de águas pluviais na drenagem, com a conseqüente diluição dos componentes nos açudes e rios, e um aumento dos teores nas águas subterrâneas, devido a dissolução de sais durante a infiltração para os aqüíferos.

A variação das concentrações obtidas em amostras de mesmos açudes é quase

inexistente para os elementos que se encontram solubilizados, e algo divergente para os transportados sob forma preferencial de colóides; nos rios as variações são maiores.

Avaliações em pequena escala como esta aqui apresentada, portanto, não devem

sofrer grandes influências por aspectos de sazonalidade ou de locação de amostragem. As pequenas variações detectadas neste estudo de variabilidade, sejam temporais ou espaciais, aparentam ser episódicas e de fontes com pequena expressividade (pontuais) quanto à origem ou situarem-se a longa distância, o que pode descaracterizar origem geológica. Tais variações são, todavia, a essência para estudos ambientais localizados.

16

7 - RESULTADOS

Uma síntese dos resultados analíticos das amostras de água coletadas pode ser observada na Tabela I, que lista os elementos e compostos, o respectivo caráter essencial/tóxico para organismos humanos, os valores de referência do Ministério da Saúde (CONAMA) e aqueles propostos para os elementos não regulados; em seqüência, determinados separadamente para as 150 amostras das águas superficiais (açudes e rios) e 84 das águas subterrâneas (poços tubulares, tipo amazonas e fontes), observa-se o número de resultados analíticos definidos, isto é, com seu valor numérico estabelecido (sem qualificadores “L ou <” significando “menor do que”), as concentrações mínimas (que na maioria dos casos é o limite inferior de detecção do método analítico) e máximas obtidas, e finalmente os parâmetros estatísticos de mediana e quartis 25% e 75% da distribuição de freqüência, para aqueles elementos e compostos químicos com suficiente número de valores definidos.

O exame da tabela torna evidente a inadequação do método de análise para

Selênio, Bromo e Fosfato em um dos laboratórios que os determinaram e ainda Cobre, pois a sensibilidade analítica é cerca de 2 vezes maior do que os valores de referência para os primeiros, respectivamente 0,02 e 0,01 mg/L do Se, 0,05 e 0,025 mg/L do Br e 0,2 e 0,1 mg/L do PO4

-3, sendo apenas um pouco maior para Cobre (0,01 limite e 0,009 mg/L referência); tais resultados serão comentados mais adiante no texto.

Não serão estudados os elementos Selênio e Vanádio, que apresentaram todos os

resultados das amostras inferiores ao limite de sensibilidade do método analítico (qualificadas L 0,02, significando menor do que 0,02); Cromo e Titânio com somente um resultado definido cada, Molibdênio com apenas 3 e Berílio com 6 resultados definidos, sendo todos eles inferiores aos respectivos valores de referência adotados pelo CONAMA, também não serão descritos.

Os elementos Al, Cu, Ni e Pb apresentaram menos de 10% de valores definidos e serão examinados de maneira isolada e pontual, bem como os resultados de As, B, Cd, Co e Li, embora com maior proporção de resultados definidos em relação aos qualificados. Os elementos Ba, Ca, Fe, K, Mg, Mn, Na, Sr, Zn, por serem definidos todos ou quase todos os seus registros analíticos, permitem estudo estatístico, e suas respectivas freqüências suavizadas são apresentadas na figura 5. Não são apresentadas para os ânions.

Foram gerados mapas de distribuição dos elementos que apresentaram suficiente

amplitude de resultados significativos. Nesses mapas pontuais (figuras 10 a 24) são informadas 4 classes: até 0,5 VR (valor de referência do CONAMA), 0,5 a 1 VR, 1 a 3 VR e maior de 3 VR, respectivamente. Para os elementos Ca, K e Mg, não legislados pelo CONAMA, os valores são representados em 5 intervalos de classe (até 25%, 25 a 50%, 50 a 75%, 75% a 95% e acima de 95% da freqüência acumulada dos resultados) das respectivas distribuições estatísticas. Os resultados qualificados L ou < (menor do que) antecedendo o valor limite de detecção, foram substituídos pelo valor de metade desse limite (<0,1 substituído por 0,05, por exemplo), para permitir a construção dos mapas. Os resultados obtidos nas amostras de águas superficiais e subterrâneas são neles plotados indistintamente.

17

TAB. I – SÍNTESE DOS RESULTADOS ANALÍTICOS

VR - Valor de ÁguasReferência Amostradas

mg/L (tipo) Definidos Mínimo Máximo 25% Mediana 75%superficiais 13 0,8

subterrâneas 7 0,5superficiais 22 0,01

subterrâneas 23 0,02superficiais 37 0,12

subterrâneas 30 0,63superficiais 150 0,004 0,683 0,029 0,042 0,065

subterrâneas 84 0,005 5,588 0,043 0,103 0,187superficiais 1 0,001

subterrâneas 5 0,004superficiais 150 0,80 43,49 5,99 10,26 15,55

subterrâneas 84 0,12 139,90 8,32 17,46 31,40superficiais 36 0,020

subterrâneas 66 0,008 0,001 0,001 0,002superficiais 35 0,002

subterrâneas 27 0,016superficiais 1 0,02

subterrâneas 0 _superficiais 3 0,05

subterrâneas 16 1,25superficiais 150 0,003 0,661 0,014 0,029 0,101

subterrâneas 83 < 0,001 12,190 0,012 0,030 0,306superficiais 150 0,6 18,0 3,3 4,5 5,8

subterrâneas 84 0,4 67,0 2,8 4,7 6,1superficiais 7 0,006

subterrâneas 43 0,167 0,002 <0,002 0,017superficiais 150 1,13 44,04 3,85 5,63 9,14

subterrâneas 84 0,08 65,50 5,26 10,04 19,59superficiais 148 0,186 0,003 0,006 0,014

subterrâneas 80 1,204 0,007 0,055 0,280superficiais 0 _

subterrâneas 3 0,028superficiais 150 1,5 202,5 18,0 25,0 59,0

subterrâneas 84 2,9 820,0 25,0 47,0 115,0superficiais 2 0,005

subterrâneas 12 0,266superficiais 7 0,465

subterrâneas 9 0,011superficiais

subterrâneas

superficiais 150 0,005 0,592 0,090 0,145 0,218subterrâneas 84 0,002 6,451 0,120 0,223 0,372

superficiais 0 _subterrâneas 1 0,09

superficiais

subterrâneas

superficiais 149 < 0,001 0,106 0,002 0,004 0,008subterrâneas 84 0,001 0,768 0,005 0,013 0,024

superficiais 134 < 0,05 7,67 0,05 0,09 0,16subterrâneas 79 < 0,01 d 2,56 0,07 0,14 0,24

superficiais 150 1,28 4.012,0 16,30 29,70 48,20subterrâneas 83 0,80 1.643,2 19,95 46,10 76,80

superficiais 149 2,99 0,10 0,15 0,19subterrâneas 78 < 0,01 6,29 0,11 0,21 0,39

superficiais 8 < 0,2 22,8subterrâneas 31 < 0,01 d 4,1

superficiais 133 < 0,1 10,7 0,06 0,17 0,50subterrâneas 78 < 0,01 d 599,0 0,30 2,31 11,20

superficiais 27 < 0,1 0,30subterrâneas 10 < 0,01 d 0,30

superficiais 148 <0,1 < 0,01 d 103 1,00 1,90 3,63subterrâneas 83 0,13 360 2,49 7,11 17,30

d) limites de detecção de ânions, de diferentes laboratóriosResultados definidos são aqueles reportados sem os prefixos "L" ou "<", que significam "menor do que" (resultados qualificados ).

b) Valores de Referência (VR) da Resolução CONAMA 357 de 17/03/2005, complementado por (1) - World Health Organization, (2) - U.S. Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR) e (3) - S.Z. DONG et al, 1993 c) Resultados em 150 amostras de águas superficiais e de 84 amostras de águas subterrâneas.

As

B

T

T

Ba

Be

NOTAS: a) Característica (C) : E - essencial; T - tóxico; ET - essencial a tóxico em alta concentração; oo - indefinido

Ca

Cd

Co

Cu

Fe

K

Li

Mg

Mn

Mo

Na

Ni

Pb

Se

F -

PO4-3

Sr

Ti

V

Zn

NO3-

NO2-

SO4-2

E T

T

E

T

E T

Br -

Cl -

E T

E

oo

E

E T

E T

E

E T

T

E T

oo

oo

E T

E T

T

E

E T

E

E

E

E

0,7

não legislado

0,001

0 < 0,02

200

0,01

0,01

< 0,005

250

0,1

0,01

0,5

0,04

0,025

250

1,4

10

4 2

não legislado

0,1

< 0,05

1

0,1 3

0,1

0,1

0,18

0 < 0,02

< 0,001

< 0,002

< 0,002

0,009

0,3

2,5

não legislado

0,07 1

0,025

< 0,01

< 0,004

< 0,001

< 0,002

< 0,05

< 0,001

Resultados c distribuição estatística

< 0,1

< 0,01

C a

Valores em mg/L

Al T

< 0,02Cr E T

E T

0,05

0,05

18

A seguir são comentadas as associações encontradas entre os elementos (correlações) e apresentada a distribuição geográfica dos valores mais expressivos, de cada elemento químico avaliado, no território cearense. 7.1 - ASSOCIAÇÕES GEOQUÍMICAS

As associações geoquímicas foram averiguadas por meio do método paramétrico

de Pearson, entre aqueles cátions com distribuição definida de resultados, considerando-se isoladamente os conjuntos de amostras de águas superficiais (150) e de águas subterrâneas (84). As ligações entre ânions e destes com os cátions não foram averiguadas, devido aos problemas analíticos anteriormente referidos. As correlações obtidas encontram-se sintetizados na figura a seguir (fig. 6), e são significativos com probabilidade p = 0,01.

As correlações observadas são mais atribuíveis a espécies coloidais em

suspensão do que a componentes dissolvidos e dissociados que poderiam eventualmente relacionar-se em ambientes restritos específicos, nunca em âmbito regional.

Os elementos Cálcio, Magnésio e Estrôncio formam um núcleo bem definido das

associações presentes em ambas as categorias de águas, que diferem pelas ligações

19

com o Bário nas águas superficiais, que é substituído e deslocado por Zinco nas subterrâneas, percebendo-se também a variação da associatividade do Potássio, menor nestas últimas. Os elementos estruturais Ca-Mg-Sr-K-Na parecem indicar a presença de argilas (smectitas) ocorrentes em partículas coloidais, carregadas negativamente, oriundas da alteração especialmente de feldspatos cálcicos; outros elementos, em especial metais pesados, podem compor essa partícula coloidal ou por ela serem adsorvidos eletrostaticamente ou quimicamente (CARVALHO, 1995).

FIG. 6 - ESQUEMA DAS CORRELAÇÕES ENTRE ELEMENTOS A associação Fe-Mn, de óxidos-hidróxidos também com dimensão coloidal, é

comum nos dois ambientes e se faz presente com maior ênfase nas águas superficiais, onde se relaciona inversamente com a primeira e dominante associação; provavelmente seu principal componente seja o dióxido de Manganês, colóide também carregado negativamente, que teria então o Ferro como íon preferencial adsorvido.

Foram examinados visualmente os diagramas binários (não são aqui

apresentados) relacionando entre si os resultados daqueles elementos com maioria dos resultados qualificados, mas desses gráficos não emergem informações ou correlações

20

gerais definidas, que sejam expressivas nesta escala de trabalho. As eventuais associações de elementos, quando em valores acima daqueles de referência, são comentadas nas descrições individuais, a seguir.

7.2 - ELEMENTOS E SUA DISTRIBUIÇÃO

Os efeitos na saúde humana por carência ou ingestão em excesso de metais é

assunto médico vasto e especializado (toxicologia), e o livro Metais: gerenciamento da toxicidade dos editores F.A. AZEVEDO e A.A.M CHASIN (2003) constitui recente e importante adição à literatura científica sobre o tema.

Fora do objetivo deste trabalho, tal assunto não será aqui aprofundado,

havendo apenas uma introdução, antecedendo a descrição da distribuição de cada elemento químico nas águas de abastecimento público, muito sintética sobre seu respectivo papel e efeito na saúde humana. Tais informações, necessariamente concisas, foram obtidas na WIKIPEDIA, enciclopédia virtual em constante atualização, e em alguns dos links nela relacionados.

Al – ALUMÍNIO

O Alumínio pode causar dermatites em pessoas sensíveis, ou desordem estomacal e inabilidade de absorção de nutrientes, quando os alimentos são preparados em recipientes desse metal. Apresenta relativa toxicidade se consumido em excesso, não estando ainda determinado com certeza se é agente de doenças neurodegenerativas (mal de Alzheimer).

Os resultados definidos para este metal constaram de 14 valores iguais ao limite de detecção, também igual ao Valor de Referência (0,1 mg/L), e 6 entre 0,2 e 0,8 mg/L, com distribuição irregular pelo território estadual (fig. 7); esses resultados que sobressaem ocorrem preferencialmente em açudes e rios (5), contra apenas um em águas subterrâneas. Quase no extremo sul do estado, a amostra colhida no açude Belo Horizonte, que abastece a cidade de Potengi, registrou 0,2 mg/L; as rochas locais são granitos e granodioritos da Suíte Granitóide Itaporanga, porém a fonte deste metal provavelmente são as coberturas sedimentares argilo-arenosas com laterização na base, do Neogeno, existentes a sul da cidade, que podem influenciar as águas do açude por meio do riacho Quinqueleré, seu principal formador. Num semelhante contexto foi obtido o resultado de 0,1 mg/L Al (valor limite) na água do açude Pajeú, que abastece Altaneira cerca de 40 km a nordeste.

Na região centro-norte, resultados de 0,3 mg/L foram determinados nas águas do

açude São Pedro da Timbaúba, captadas para a cidade de Miraíma, e do riacho Escorado que, com mais 4 poços auxiliares, abastece a cidade de Itapagé, cerca de 60 km a sudeste; valores de Ferro acima da referência, respectivamente 0,483 e 0,661 mg/L, encontram-se associados. Na primeira localidade o substrato compõe-se de paragnaisses e ortognaisses do Complexo Ceará, e na segunda por orto e paragnaisses do Complexo Tamboril-Santa-Quitéria, sendo ambas as unidades constituídas por rochas de semelhante quimismo, algumas ricas em alumínio (micaxistos aluminosos) e ferro (formações ferríferas).

21

A norte, na localidade de Lagoa dos Monteiros (município de Cruz), a análise da água do poço tubular que abastece Jijoca de Jericoacoara registrou 0,5 mg/L de Alumínio, também associado com 0,599 mg/L de Ferro, além de outros metais pesados. A captação é feita nos sedimentos do Grupo Barreiras, do Paleogeno, compostos por arenitos argilosos com cimento de argila ou ferruginoso e leitos de nódulos lateríticos, que é a provável fonte desses elevados teores. Águas de poços da cidade de Cruz e no distrito de Garças, município de Amontada (aproximadamente 20 e 70 km a leste de Lagoa dos Monteiros, respectivamente), também estabelecidos nesses sedimentos, tiveram resultados iguais ao valor máximo recomendado pelo Ministério da Saúde, de 0,1 mg/L Al.

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0.3

0.5

0.3

0.60.8

0.2

0 100 km

Almg/L

até 0,1

0,1 a 0,3

0,3 a 0,8(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

FIG. 7 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE ALUMÍNIO

22

Os teores mais elevados de Alumínio nas águas de abastecimento foram encontrados na porção central do Ceará, correspondendo a 0,6 mg/L no açude Boa Vista Velha, no distrito de Boa Vista, município de Mombaça e 0,8 mg/L no rio Patu, que abastece Mineirolândia, distrito de Pedra Branca, ambos associados a altos teores em Ferro (0,559 e 0,332 mg/L respectivamente). Essa drenagem corta rochas arqueanas do Complexo Cruzeta, constituído por orto e paragnaisses e migmatitos com importante contribuição de metamáficas e metaultramáficas, com lentes de micaxistos, quartzitos, metacalcários, formações ferríferas e calcissilicáticas. O intemperismo sobre tais tipos de rochas, com a liberação de argilas e colóides fluviais deve ser a fonte desses elevados valores detectados. Na mesma paisagem geológica, a amostra colhida no açude Trapiá, que abastece a cidade de Pedra Branca, situada a menos de 20 km das localidades referidas, apresentou o limiar de 0,1 mg/L de Alumínio. As - ARSÊNIO

Arsenicose é a doença crônica resultante do consumo d’água enriquecida em As durante um longo período de tempo; manifesta-se por alteração na cor, manchas e crostas na pele, levando a câncer de pele, pulmões e rins, e pode levar à gangrena. Em altas concentrações é mortal.

Foram determinados 44 resultados iguais ao valor de referência, de 0,01 mg/L, com equivalente distribuição entre águas superficiais e subterrâneas; praticamente são restritos à região centro-norte do estado, isolados e em pequenos grupos sem formar zoneamentos. Somente foi obtido um único resultado acima do valor de referência, de 0,02 mg/L de As, na amostra proveniente de um poço no distrito de Deserto, município de Itapipoca, norte do estado, associado a valores também elevados de Cádmio e Sódio, caracterizando-a como água inadequada ao consumo (fig. 8). As rochas ali ocorrentes são granitóides do Complexo Tamboril-Santa Quitéria e não há, até o momento, indicações de alguma possível origem primária (veios de quartzo com sulfetos no substrato rochoso?) ou secundária (contaminação por herbicidas?) para explicar este alto teor.

B – BORO

Boro e Boratos não são tóxicos, existindo todavia compostos deste elemento com hidrogênio, os Boranos, que são tóxicos e facilmente inflamáveis. Alguns compostos estão sendo testados na medicação de artrites e o elemento é um micronutriente essencial às plantas.

Cerca de 67 valores são definidos no conjunto total de 234 resultados, distribuídos

quase equitativamente entre águas superficiais (37) e subterrâneas (30), sendo nestas registrados os valores relativamente mais elevados. Acima do valor de referência um único resultado foi detectado, de 0,63 mg/L, na água do poço tubular profundo que abastece a cidade de Salitre, na fronteira sudoeste do estado (fig. 8). A captação ocorre em litologias dos grupos Araripe e Vale do Cariri, do Cretáceo, constituídos por vários tipos de arenitos, por vezes conglomeráticos, e secundariamente margas, folhelhos e calcários. Também rochas sedimentares, arenitos e conglomerados da Formação Mauriti, datada do Siluriano, são os terrenos do poço de Nova Olinda, cerca de 60 km a nordeste do anterior, que teve o segundo maior resultado para Boro, de 0,37 mg/L, inferior ao valor

23

de referência (0,5 mg/L). Há uma nítida preferência dos resultados analíticos acima de 0,10 mg/L deste elemento nas águas (cerca de 15 amostras, grande maioria de poços tubulares, poços amazonas e fontes), de serem associados a captações em litologias sedimentares ou metamórficas delas derivadas (algumas de alto grau), o que sugere controle geológico; não há evidências de outra possível origem para ele.

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

0.02

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Iguatu

N

0 100 km

6.451

0.266

0.63

1 a 3 VR

> 3 VR

AsBSr

Ni

VR = referência do CONAMAamostras

Quixadá

FIG. 8 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE ARSÊNIO, BORO, NÍQUEL E ESTRÔNCIO

Ba – BÁRIO

24

O Sulfato de Bário é utilizado em medicina (uso como contraste radiológico) por não dissolver, sendo eliminado totalmente pelo trato digestivo. Todos os compostos de Bário solúveis em água são extremamente tóxicos.

Todos os resultados são definidos, notando-se enriquecimento nas águas subterrâneas em relação às superficiais; sua distribuição é apresentada na figura 9.

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

1.911.7275.588

5.121

2.758

0.712

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

Bamg/L

até 0,350,35 a 0,700,70 a 2,20

2,20 a 5,60(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

FIG 9 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE BÁRIO A presença de águas contendo Bário acima do valor de referência (0,7 mg/L) é

notável na porção norte do estado, tendo sido determinadas concentrações de 5,588 mg/L (o maior resultado obtido) e de 1,727 mg/L nos poços tubulares que abastecem as cidades de Jijoca de Jericoacoara e Cruz, cerca de 20 km a leste, tendo em comum os

25

elementos Cd e Cu acima das respectivas referências. Relativamente próximos, os poços tipo amazonas que abastecem os distritos de Garças, município de Amontada e Baixa Fria, município de Santana do Acaraú, tiveram resultados de 1,910 e 0,712 mg/L em suas respectivas amostras de água, tendo este altos resultados também para Cu e Mn. Os terrenos dos primeiros três locais, e com os mais altos valores, são constituídos por arenitos argilosos com leitos conglomeráticos do Grupo Barreiras, do Neogeno, o que sugere um possível relacionamento com fácies locais desta unidade litológica, uma vez que este grupo tem ampla distribuição na faixa litorânea do Ceará; o último local mencionado encontra-se sob influência de quartzitos da Formação São Joaquim, do Grupo Martinópole, datada do Neoproterozóico.

Dois outros locais merecem destaque por apresentar valores bastante altos deste

elemento: no sul do estado, um poço tubular que alimenta Missão Velha, em cujas águas foi registrado 5,121 mg/L de Bário, associado a Ferro, e na região centro-leste, distrito de Cipó dos Anjos, município de Quixadá, com 2,758 mg/L e contendo ainda Na, Sr e Zn acima das respectivas referências. Em Missão Velha, o poço encontra-se estabelecido em arenitos grossos mal selecionados da Formação de mesmo nome, estratigraficamente pertencente ao Grupo Vale do Cariri, do Jurássico/Cretáceo e em Cipó dos Anjos, também poço tubular, as litologias são ortognaisses e paragnaisses com lentes de anfibolitos, quartzitos, metamáficas, calcissilicáticas e metacalcários do Complexo Jaguaretama, do Paleoproterozóico. Suspeita-se de uma proveniência geológica (litológica), a partir da alteração de minerais instáveis ou pouco estáveis como anfibólios e biotitas e que podem ser acessórios em rochas arenosas de ambiente fluvial/torrrencial, havendo assim também compatibilidade com os elementos que ocorrem associados.

Ca – CÁLCIO

Este elemento é um macronutriente essencial para a saúde humana, formando parte das paredes celulares e ossos. Sua deficiência pode afetar a boa constituição do esqueleto humano e dos dentes; sua retenção no organismo pode causar pedras nos rins.

O CONAMA não legisla de forma direta sobre a concentração máxima de Cálcio

(como também sobre K e Mg) nas águas, uma vez que faz parte do índice geral de salinidade, somatório de todos os íons dissolvidos. Por vezes utiliza-se em relação à qualidade da água para vários propósitos, a propriedade de “dureza”, calculada por fórmula computando-se os teores de Cálcio e Magnésio (os mais abundantes elementos alcalino-terrosos); tem escala, expressa em mg/L de CaCO3 , que varia de água branda a muito dura, e valores permissíveis até 500 mg/L conforme a Organização Mundial da Saúde - OMS (MESTRINHO,1998). Calculada essa variável para todas as amostras, verificou-se que o mencionado limite foi excedido por somente três amostras (com dureza de 512, 585 e 595 mg/L CaCO3 ) cujos resultados para o íon Cálcio também foram os mais elevados determinados nas análises químicas; esse parâmetro é altamente correlacionado com o Cálcio, e este com o Magnésio, significando que seus mapas de distribuição espacial teriam igual aspecto.

Cálcio teve todos os resultados analíticos expressos com valores numéricos

definidos. As águas subterrâneas de poços tubulares são as mais enriquecidas neste elemento, compreendendo todos os resultados acima dos 95% da distribuição estatística (maiores do que 50 mg/L). Sua distribuição consta do mapa na figura 10, podendo-se

26

notar um relativo enriquecimento na porção central estendendo-se até o extremo sul do estado, enquanto que na porção noroeste do território predominam os valores abaixo da mediana.

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

1.911.7275.588

5.121

2.758

0.712

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

Bamg/L

até 0,350,35 a 0,700,70 a 2,20

2,20 a 5,60(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

FIG 9 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE BÁRIO Os valores elevados de Cálcio foram obtidos em águas de abastecimento público

nos extremos oeste (em Ararendá, com 105,5 mg/L, tendo Cádmio associado) e sudoeste do território estadual (em Marrecas, distrito de Tauá, com 131,3 mg/L de Cálcio juntamente com os elementos Cu e Na, e em Cococi, distrito de Parambu, com 139,9 mg/L e os elementos Fe e Zn acima do valor de referência); em Marrecas, a água de um

27

poço amazonas situado a aproximadamente 250 metros do poço tubular, em mesmo terreno geológico, teve resultado de apenas 22 mg/L. Geologicamente os terrenos dos poços em Ararendá e Marrecas são constituídos por rochas metamórficas da Unidade Canindé do Complexo Ceará (Paleoproterozóico): paragnaisses e ortognaisses, metamáficas, quartzitos, metacalcários, metamáficas, calcissilicáticas e formações ferríferas, com ainda estratos e diques de granitóides. Em Cococi ocorrem ardósias, filitos e siltitos calcíferos da Formação Cococi, do Grupo Rio Jucá, datado do Ordoviciano. A fonte do Cálcio é litogênica, produto do intemperismo especialmente de calcita, plagioclásios e de vários outros minerais, e os demais elementos químicos, cuja associação pode ser fortuita, podem refletir a variedade de influências dos tipos de rochas que ocorrem em cada local. Não foram detectados, na escala deste trabalho, indícios que caracterizem o enriquecimento da água em Cálcio, quando proporcionado por eventual utilização de calcário na calagem de solos.

Isolada, a amostra com teor imediatamente inferior aos acima mencionados é

proveniente de um poço tubular na cidade de Frecheirinha, noroeste do estado. O resultado de 94,72 mg/L para Cálcio não é acompanhado por outros elementos, e as litologias locais são metacalcários da Formação Frecheirinha do Grupo Ubajara (Neoproterozóico).

Destaca-se no mapa a região sul, onde as águas dos poços que abastecem

Salitre, Porteiras, Farias Brito e Nova Olinda tiveram resultados respectivamente de 76,91, 63,22, 62,45 e 52,89 mg/L, que parecem fazer parte de uma ampla zona onde predominam valores relativamente altos; outros elementos em teores acima da referência, detectados nessas amostras, não são comuns entre eles. Em relação à geologia, exceto em Farias Brito, onde os terrenos são gnaisses com metacalcários da Formação Farias Brito do Grupo Orós (Paleproterozóico), os demais poços encontram-se em arenitos (Fm. Exu, Grupo Araripe, do Cretáceo, em Salitre, Fm. Missão Velha, Grupo Vale do Cariri, do Jurássico-Cretáceo em Porteiras, e Fm. Mauriti, do Siluriano, em Nova Olinda); rochas calcárias ou cimento calcítico nos arenitos, em profundidade, devem influenciar a composição da água coletada nesses poços.

Na porção centro-norte do estado foram determinados resultados altos em poços

tubulares de Cipó dos Anjos, município de Quixadá (86,19 mg/L), com outros elementos alcalinos e alcalino-terrosos associados, Itatira (71,08 mg/L) e Mulungu (54,33 mg/L) estabelecidos em domínios de rochas dos complexos metamórficos Jaguaretama e Ceará, do Paleoproterozóico, nos quais ocorrem lentes de metacalcários. Nessa mesma região, foram obtidos resultados dessa ordem também no poço amazonas de Madalena (58,53 mg/L), já terreno de litologias metamáficas da Unidade Algodões, paleoproterozóica, que pode liberar este elemento como produto de alteração de seus minerais constituintes. Cd – CÁDMIO

É um elemento extremamente tóxico mesmo em baixas concentrações, acumulando em organismos e ecossistemas. Sua ingestão causa imediato envenenamento de fígado e rins, sendo alguns compostos cancerígenos. Efluentes de mineração lançados em rios, no Japão, causaram a doença conhecida como “itai-itai”, com sintomas de osteoporose e falha no sistema renal, na população ribeirinha.

28

Cerca de 78 amostras de água apresentaram resultados analíticos iguais ao valor de referência, de 0,001 mg/L, com pequeno predomínio das águas subterrâneas em relação às superficiais; das 24 amostras com resultados analíticos superiores a esse valor, 22 são subterrâneas. O mapa da figura 11 mostra sua distribuição.

Na região norte do estado, sul de Fortaleza, registraram-se 0,002 mg/L Cd na

fonte que abastece Palmácia e num poço amazonas da captação de Pacoti, em rochas metamórficas do Complexo Ceará (para e ortognaisses principalmente); em direção oeste, em águas do riacho Escorado, que alimenta Itapagé, e do poço tubular de Deserto, distrito de Itapipoca, foram detectados respectivamente 0,002 e 0,003 mg/L (este com Arsênio e Sódio), tendo no substrato rochas granitóides do Complexo Tamboril-Santa Quitéria. Já no extremo norte do estado, amostras em poços tubulares de Acaraú, Bela Cruz, Cruz, Itarema e em Lagoa dos Monteiros, que abastece Jijoca de Jericoacoara, deram resultados de 0,002 mg/L, que foi também obtido na água de um poço em Santana do Acaraú, pequena distância a sul; arenitos argilosos com níveis conglomeráticos e nódulos lateríticos do Grupo Barreiras, do Neogeno, constituem os aqüíferos desses poços, e depósitos aluviais do Quaternário facilitam a percolação em Bela Cruz e Santana do Acaraú, onde o Cádmio nas águas é acompanhado por valores, acima da referência, de Ferro e Manganês, o que também foi verificado no poço amazonas de Pacoti.

Na região sul do estado, resultados de 0,002 mg/L de Cd foram obtidos em água

de poço no distrito de Caipu, município de Cariús, 0,003 em Tarrafas, 0,004 em Nova Olinda e 0,008 mg/L em um poço amazonas na aluvião do rio Cariús, que abastece a cidade de Jucás; a cerca de 200 m, a água de outro poço amazonas (captação para a cidade de Cariús) teve resultado de 0,001 mg/L. A leste, já fronteira com o estado da Paraíba, foram observadas concentrações de 0,002 mg/L em poços amazonas de Baixio e Ipaumirim (onde a cloretação é feita no próprio poço), 0,003 mg/L em Umari e 0,002 mg/L (com alto valor de Chumbo) em Ererê. Gnaisses e migmatitos de várias unidades estratigráficas do Arqueano e Proterozóico, com muita diversidade na composição litológica, formam o substrato da região; em Ererê há extensa cobertura de sedimentos do Quaternário.

A oeste do estado os valores destacados são de 0,002 mg/L em Croatá, Santo

Antônio, distrito de Novo Oriente e São Francisco, distrito de Quiterianópolis, e de 0,003 mg/L em Ararendá. Mais a sul, no distrito de Marrecas, município de Tauá, na água de poço com instalação de dessalinizador, utilizada para beber, obteve-se 0,001 mg/L e, naquela de um poço amazonas situado a menos de 300 m, 0,002 mg/L de Cádmio. Gnaisses e migmatitos da Unidade Canindé, granitóides, quartzitos e micaxistos do Grupo Novo Oriente, do Proterozóico, com algumas coberturas sedimentares constituem os terrenos desses municípios, com exceção de Croatá, onde ocorrem rochas sedimentares do Grupo Serra Grande.

O resultado analítico mais elevado de Cádmio foi de 0,020 mg/L, obtido em uma

amostra de água do açude Gavião, mais próximo de Fortaleza e onde se encontra a captação para várias sedes municipais vizinhas; outras 3 amostras deste açude, coletadas na mesma ocasião e em até 2.500 m de distância, tiveram resultados de 0,001 mg/L, valor de referência do CONAMA; poluição industrial por via eólica é provavelmente

29

a origem desta elevada concentração do metal, pela posição geográfica do açude, próximo e central a vários municípios com importantes e diversificados parques industriais (Fortaleza, Eusébio, Itaitinga, Maracanaú e Horizonte).

Devido a grande diversidade de rochas nos locais com valores de Cádmio acima

do referenciado, não é plausível uma origem litogênica comum a todos eles. Pode-se sugerir fontes localizadas e individuais de contaminação antropogênica, pois é elemento muito comum, sendo utilizado em baterias elétricas, componentes eletrônicos, ligas metálicas resistentes à corrosão, pigmentos para plásticos e vidros metálicos, cimento e

30

fertilizantes fosfatados; tem alta mobilidade no meio aquoso como íon Cd+2 e também em ligação com complexos orgânicos.

Co – COBALTO

É elemento essencial à saúde em pequena dosagem, constituindo parte da vitamina B-12 e podendo ser usado no tratamento de anemia. Uma exposição em demasia pode causar irritação e asma no trato respiratório, edema pulmonar e pneumonia. Pode afetar o coração e possivelmente é carcinogênico. Seu isótopo 60Co é altamente radioativo, usado em radioterapia.

Cerca de 26% dos resultados para este elemento são definidos, com

predominância nas amostras de águas superficiais (35, contra 27 nas subterrâneas), embora os maiores valores sejam encontrados nas águas de poços; todos eles são inferiores ao valor de referência sugerido pelo CONAMA, de 0,05 mg/L. O resultado mais elevado , de 0,016 mg/L, foi determinado na amostra de um poço amazonas na localidade de Baixa Fria, município de Santana do Acaraú. Em termos de distribuição espacial há um nítido zoneamento, estando as amostras com valores definidos, entre 0,002 e 0,016 mg/L, dispostas preferencialmente em uma faixa de cerca de 200 por 70 km de largura na região da costa norte do estado, tendo como limite leste uma linha imaginária de Fortaleza a Mulungu, e limite oeste uma linha que vai de Cruz a Sobral. Cu – COBRE

Em pequena quantidade é essencial, fazendo parte de proteínas e enzimas na corrente sanguínea. Se em excesso na água de beber, provoca vômitos, dores estomacais e náusea, embora seja denunciado pelo sabor, antes desses efeitos; em dosagens maiores pode causar danos nos fígado e rins, anemia e até a morte. Bebês e crianças de pouca idade são muito sensíveis, e a exposição continuada a altas concentrações de Cobre na alimentação pode causar danos ao fígado e morte.

Os cerca de 215 resultados indefinidos “menor do que” 0,01 mg/L (L 0,01) obtidos nas análises são considerados, neste trabalho, como sendo menores ou iguais a 0,009 mg/L, valor de referência para este elemento segundo o CONAMA. Os demais 19 resultados, entre 0,01 (13 deles) e um máximo de 1,25 mg/L têm grande predomínio nas águas subterrâneas, com tendência de associar-se ao Manganês, quando também em valores excessivos segundo a recomendação daquele órgão.

Há duas zonas bem definidas de ocorrência de Cobre em águas, no extremo

sudeste e no norte do estado (figura 12). No sudeste, as águas dos poços tubulares de Abaiara, Barro, Crato, Juazeiro do

Norte e Porteiras registraram valores de 0,01 mg/L; foram perfurados em rochas sedimentares siluriano-cretáceas (formações Mauriti, Missão Velha e Rio Batareiras), constituídas predominantemente por arenitos, encimadas por depósitos argilo-arenosos do Neogeno. O resultado mais elevado desta zona foi encontrado no poço em Milagres, com 0,04 mg/L de Cu, no domínio de folhelhos, siltitos e arenitos da Formação Brejo Santo, do Jurássico. Cerca de 50 km a nordeste, a água do poço tipo amazonas da localidade de Baixio teve resultado de 0,01 mg/L de Cu, junto a valores também

31

excessivos de Cádmio e Manganês; neste local as rochas são ortognaisses tonalito-granodioríticos do Arqueano.

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

0.02 0.031.25

0.04

0.020.05

Cumg/L

até 0,01

0,01 a 0,03

0,03 a 1,25(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

FIG. 12 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE COBRE Quase no litoral, região norte do estado, as águas de poços tubulares de várias

cidades tiveram resultados acima do valor de referência. O mais elevado obtido foi de 1,25 mg/L, cerca de 138 vezes o maior teor permissível, no poço de Lagoa dos Monteiros, que abastece Jijoca de Jericoacoara, contendo valores elevados também de vários outros metais (a única informação do banco de dados sobre esse poço é que contém água salobra, com 700 mg/L de STD – sólidos totais dissolvidos); juntamente com 0,03 mg/L

32

na amostra do poço de Cruz, 0,02 mg/L na do distrito de Guriú, município de Camocim e 0,01 mg/L de Cobre no poço de Acaraú, tem em comum (exceto a amostra de Guriú) valores altos de Cádmio e encontram-se estabelecidos no pacote de arenitos argilosos do Grupo Barreiras, datado do Neogeno (Cenozóico). Cerca de 50 km para sul, nas amostras coletadas no açude Jardim, que abastece Martinópole e no poço amazonas do distrito de Água Fria, município de Santana do Acaraú, foram obtidos 0,01 mg/L deste metal, em domínio litológico de rochas metassedimentares do Grupo Martinópole (Neoproterozóico). Mais para sul, as amostras coletadas no açude Jaibaras, nos locais de captação para a cidade de Sobral e para Jaibaras, seu distrito, mostraram resultados de 0,02 mg/L e 0,05 mg/L, sem outros elementos associados; o açude e seu principal formador, o rio Jaibaras, encontram-se estabelecidos sobre arenitos e siltitos da Formação Pacujá (Grupo Jaibaras, do Período Ordoviciano).

Como pontos isolados no território estadual, resultados de 0,01 mg/L de Cobre foram determinados nas amostras de águas de poços tubulares do distrito de Marrecas, município de Tauá (na água de um poço amazonas cerca de 280 m de distância obteve-se <0,01 mg/L) e de Pires Ferreira, e de poços amazonas de Apuiarés e Barreira dos Vianas, município de Aracati; nestes três últimos mencionados é acompanhado por Manganês. As litologias são diferentes, granitóides em Pires Ferreira, sedimentos em Aracati e rochas metamórficas nas outras localidades.

A relação com o elemento Manganês em algumas amostras faz supor que o cobre

esteja ligado preferencialmente a uma fase coloidal, não havendo indicações de outra possível origem comum para os valores mais altos detectados. O resultado extremamente alto determinado na amostra de Lagoa dos Monteiros, junto com outros metais, sugere contaminação local.

Fe – FERRO

É elemento essencial a todos os organismos, nos humanos fazendo parte de vários tipos de enzimas e proteínas, sendo conhecida a hemoglobina, que faz o transporte de oxigênio na corrente sanguínea; sua deficiência causa anemia. Em excesso é tóxico pela formação de radicais livres, causando dano nas células do trato gastrointestinal e podendo danificar as células do coração e fígado. A hemocromatose é uma doença hereditária causada pelo acúmulo de Ferro em vários tecidos do organismo, causando disfunção orgânica.

Teve apenas um resultado indefinido, com praticamente iguais valores do quartil

25% e mediana, ao serem comparados os parâmetros das águas superficiais e das subterrâneas; estas consistentemente apresentam os resultados mais altos, como denunciam os valores do quartil 75% e o máximo obtido, expressos na tabela I. A distribuição geográfica dos resultados para este elemento consta da figura 13.

A região norte do estado apresenta a maior proporção de resultados acima do

valor de referência de 0,3 mg/L. As amostras coletadas nos poços tubulares de Bela Cruz e Morrinhos, e no poço amazonas de Marco, vizinhos, registraram respectivamente 4,354,

33

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

0.611

0.33

0.393

0.356

4.354

0.33 3.474

0.354

1.223

0.317

0.458

0.337

0.661

2.294

0.599

0.384

1.766

0.483

2.423

0.559

0.721

12.19

0.332

6.936

2.579

1.763

1.372

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

Femg/L

(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

até 0,150,15 a 0,300,30 a 0,90

0,90 a 12,20

0,303

FIG. 13 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE FERRO

0,721 e 1,766 mg/L, observando-se cerca de 27 km a sul em Santana do Acaraú, outro poço tubular com o teor bastante alto de 6,936 mg/L de Fe; todos esses resultados são associados a Manganês, e os dois mais elevados também a Cádmio, acima das respectivas referências. Em comum, também, o substrato geológico em que estão situados é constituído por argilas e areias argilosas de depósitos aluviais do Quaternário. Cerca de 30 km a noroeste de Bela Cruz, em Lagoa dos Monteiros (abastece Jijoca de Jericoacoara), foi obtido o resultado de 0,599 mg/L de Ferro, juntamente com vários outros elementos em teores altos, dentre os quais o Cádmio, em terrenos de arenitos argilosos do Grupo Barreiras, do Neogeno. A associação Fe-Mn é típica de óxidos-

34

hidróxidos coloidais, que podem conter outros íons adsorvidos, podendo provir da zona de oxidação na faixa de flutuação do lençol freático, desses locais mencionados. A sudeste deste núcleo, em Miraíma e Itapagé, onde as captações são em águas superficiais (açude São Pedro da Timbaúba com 0,483 mg/L e riacho Escorado com 0,661 mg/L, respectivamente) e as rochas são cristalinas do Proterozóico, a associação do Ferro é com o Alumínio (e também Cádmio em Itapagé), provavelmente indicativa da existência de finas suspensões argilosas nas amostras. Mais distante, em Groaíras, sul de Sobral, obteve-se um resultado, isolado, de 0,458 mg/L em amostra de poço amazonas, tendo associado o Manganês.

No extremo sul, chama a atenção os resultados encontrados para Ferro em

amostras de poços tubulares que abastecem Santana do Cariri (2,579 mg/L), Crato (1,223 mg/L, com Cd, Cu e Mn) e Missão Velha (2,423 mg/L, com Ba), construídos em rochas sedimentares areníticas do Mesozóico (respectivamente formações Exu e Rio Batateiras do Grupo Araripe e Formação Missão Velha do Grupo Vale do Cariri). Provavelmente a origem é mista, de colóides Fe-Mn e argilas.

O resultado mais elevado para este elemento foi determinado na amostra

proveniente do poço amazonas que alimenta a cidade de Pacoti, cerca de 100 km a sudoeste da capital, com 12,19 mg/L do metal, sendo acompanhado por Manganês e Cádmio em valores acima da referência; pouco mais de 10 km para sudeste deste ponto, as amostras colhidas num intervalo de 50 m na barragem Tijuquinha, local da captação das cidades de Aracoiaba e Baturité, tiveram resultado de 0,33 e 0,356 mg/L respectivamente, sem outros elementos relacionados. Os terrenos dessas localidades são constituídos por paragnaisses de variadas composições mineralógicas/químicas da Unidade Canindé do Complexo Ceará, do Proterozóico, incluindo formações ferríferas, que podem liberar este elemento para as águas após um processo de alteração mineral e redução/oxidação do elemento.

A associação do Ferro com Manganês e/ou Cádmio é também observada nas

amostras coletadas nos poços amazonas de Jucás e Cariús (0,384 e 0,33 mg/L de Fe) e no poço tubular de Caipu, distrito de Cariús (3,474 mg/L Fe), logo a sul da cidade de Iguatu, situados, os dois primeiros, em sedimentos aluviais argilosos e areno-argilosos do Quaternário, e o de Caipu em micaxistos e metavulcânicas da Formação Caipu, do Neoproterozóico; cerca de 70 km a leste, a água colhida no poço construído em sedimentos aluviais de Umari teve resultado de 1,372 mg/L de Ferro.

A mesma situação é verificada no centro-leste do estado e em dois pontos

isolados no oeste. Na primeira região, as amostras do poço amazonas que abastece Jaguaribara, com 2,294 mg/L de Fe e do poço de São João do Jaguaribe, com 1,763 mg/L, situam-se em sedimentos aluviais do Quaternário e contêm Manganês; cerca de 35 km para nordeste dessas localidades, a meio caminho para Quixadá, a amostra coletada no rio Banabuiú, onde se encontra a captação para o distrito de Sitiá (município de Banabuiú) ao atravessar terrenos orto e paragnáissicos do Complexo Jaguaretama, apresentou um teor de 0,393 mg/L de Ferro. A oeste, amostras dos poços amazonas de Catunda e do distrito de Matriz, município de Ipueiras, forneceram resultados de 0,354 e 0,337 mg/L deste elemento, respectivamente, o primeiro deles acompanhado por Manganês. Em Catunda ocorrem granitóides do Complexo Tamboril-Sta. Quitéria, que apresentam localmente lentes calcissilicáticas, anfibolíticas e de rochas ferríferas, e em Matriz dominam conglomerados e arenitos do Grupo Serra Grande, datado do período Siluriano.

35

Merecem ainda menção, na região central do Ceará as amostras coletadas no açude Boa Vista Velha, que abastece o distrito de Boa Vista, município de Mombaça, com resultado de 0,559 mg/L de Fe, e aproximadamente 30 km a nordeste, no rio Patu a captação para o distrito de Mineirolândia, município de Pedra Branca, com 0,332 mg/L Fe. Ambas apresentam associado Alumínio acima da referência, o que parece caracterizar a presença de argilas em suspensão; as litologias locais pertencem ao Complexo Cruzeta, do Arqueano, constituído por grande variedade de orto e paragnaisses, com metamáficas e metassedimentares, incluindo formações ferríferas.

Por último, foram determinados resultados acima do valor de referência de Ferro

em duas amostras de água de poços provenientes do extremo leste do estado, em Aracati, com 0,611 mg/L e distante 11 km em Fortim, com 0,317 mg/L. São poços instalados em aluviões areno-argilosos inconsolidados e em arenitos argilosos do Grupo Barreiras. Não foram detectados outros elementos em valores acima daqueles preconizados pelo CONAMA.

K – POTÁSSIO

Potássio é um macronutriente essencial na nutrição humana, para manter o balanço de fluidos e eletrólitos nas células do corpo e auxiliar na contração muscular, impulsos nervosos e nos processos metabólicos de transferência de energia das proteínas, gorduras e carboidratos. Sintomas de sua deficiência são pele seca, acne, diarréia, espasmos musculares, arritmia, insônia, queda na pressão sanguínea, etc. O excesso deste elemento parece prejudicar pessoas com doenças renais.

O CONAMA não apresenta restrições quanto aos teores deste metal alcalino nas

águas de consumo. Todos os resultados analíticos foram definidos, podendo-se constatar na tabela I uma grande semelhança entre os parâmetros estatísticos (percentis e medianas) calculados para as águas superficiais e subterrâneas; os valores mais altos são observados nesta última categoria de amostras. Os valores acima de 95% da sua distribuição estatística (> 9 mg/L) são vistos como pontos isolados em todo o território cearense, verificando-se todavia certo zoneamento preferencial dos resultados obtidos (fig. 14).

Potássio encontra-se relativamente enriquecido principalmente na região

sudoeste, em terrenos constituídos predominantemente por granitóides e ortognaisses do Neoproterozóico, de diversas unidades (em destaque a Suíte Granitóide Itaporanga) e posicionamentos geotectônicos (sin a pós-orogênicos); os maiores resultados ali são de 12 mg/L de K, encontrados nas amostras do açude Buenos Aires, local de captação para a cidade de Catarina, e nos poços tubulares de Cococi, distrito de Parambu (que contém Ferro e Zinco acima da referência), e de Salitre (Boro e Sódio elevados). O açude situa-se em terrenos de paragnaisses e ortognaisses do Complexo Acopiara e os poços atravessam rochas sedimentares da Formação Cococi (ardósias, folhelhos e siltitos) do Grupo Rio Jucá e da Formação Exu (arenitos) do Grupo Araripe.

Forma também um núcleo bem definido próximo a Quixadá, na porção central do

estado, tendo influentes litologias da mesma Suíte Itaporanga e ortognaisses de outras unidades do Arqueano e Paleoproterozóico. A água do poço tubular do abastecimento de

36

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

28

66

12

9.6

65

17

12

67

18

12

Kmg/L

(> 95% freq.)

até 3,23,2 a 4,64,6 a 5,95,9 a 9,09,0 a 67

FIG. 14 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE POTÁSSIO

Cipó dos Anjos, distrito daquele município, registrou 67 mg/L de Potássio, o maior valor obtido; ocorrem também Ba, Na, Sr e Zn acima do recomendado pelo CONAMA, e as rochas locais são constituídas por ortognaisses de composição granítica a granodiorítica do Complexo Jaguaretama. Em Quixeramobim, a amostra de água colhida na barragem de mesmo nome, onde é captada para a cidade, apresentou resultado de 18 mg/L; encontra-se estabelecida em terrenos metassedimentares do Complexo Ceará (Unidade Quixeramobim) do Paleoproterozóico.

37

Merecem ainda citação os resultados obtidos na localidade de Cruz, no extremo norte do Ceará, onde a amostra retirada de um poço tubular acusou 9,6 mg/L, contendo ainda Ba, Cd e Cu, tendo os municípios vizinhos registrado valores acima da mediana para este elemento e, isoladamente, na localidade de Sucatinga, distrito de Beberibe, a nordeste, onde a amostra de um poço particular (não há abastecimento público) registrou 66 mg/L de K e em Icapuí, extremo leste, com 65 mg/L de K proveniente de um poço tubular. Nos primeiros locais mencionados ocorrem sedimentos argilo-arenosos do Grupo Barreiras e no último sedimentos arenosos do Quaternário.

Ainda em relação à distribuição do Potássio, está bem caracterizada uma faixa de

depleção no limite noroeste do estado, em domínio das rochas sedimentares do Grupo Barreiras, no litoral, passando por rochas metassedimentares do Grupo Martinópole e ortognaisses e granulitos do Complexo Granja, até as rochas sedimentares da Bacia do Parnaíba, na fronteira oeste.

Aparentemente os resultados mais elevados originam-se principalmente do

intemperismo dos minerais biotita e K-feldspato, sendo o cátion facilmente retido em minerais argilosos. Também constituinte de fertilizantes químicos tipo NPK e de cinzas vegetais, não foram observados indícios dessas influências na escala regional trabalhada. Li – LÍTIO

Tem comportamento biológico ainda indefinido. Algumas compostos (carbonato de Lítio) têm sido usado para tratar desordens maníaco-depressivas, mas seu excesso é tóxico para o sistema nervoso central.

Somente 50 resultados definidos foram obtidos para este elemento, com

grande predomínio das amostras de águas subterrâneas (43 delas), que apresentaram também resultados mais elevados em relação às águas superficiais, embora muito inferiores ao nível de concentração máximo admitido na instrução do CONAMA. O valor mais expressivo obtido na análise química foi de 0,167 mg/L, na amostra proveniente do distrito de Cipó dos Anjos, município de Quixadá. O extremo sudeste do estado, desde Crato a Mauriti e Penaforte, concentra a maior parte dos resultados definidos, iguais e acima de 0,002 mg/L, encontrando-se também pontos isolados por todo o território cearense até a norte, na região litorânea; destaca-se um pequeno núcleo na região serrana a sudoeste de Fortaleza, bem caracterizado, abrangendo as amostras de fonte e poços dos municípios de Aratuba, Palmácia, Pacoti e Mulungu e as amostras das águas do açude Acarape do Meio, captação das cidades de Acarape, Barreira e Redenção.

Mg – MAGNÉSIO

É essencial ao organismo humano, pois muitas enzimas requerem este íon para sua ação catalítica. Sua carência freqüentemente causa espasmos musculares e tem sido associada a doenças cardiovasculares, diabetes, alta pressão sangüínea, desordens neurológicas e osteoporose. Não são mencionados efeitos adversos quando ingestão em excesso.

38

Assim como o Cálcio e o Potássio, este elemento, essencial para a vida, não possui restrições do CONAMA quanto aos teores máximos admissíveis em águas. Todos seus registros analíticos foram de caráter definido, encontrando-se na tabela I as informações estatísticas sobre a distribuição de valores, sendo notável a diferença entre o conteúdo nas águas superficiais e subterrâneas, quase duas vezes maior nestas últimas. Os resultados com valor acima do percentil 95% de sua distribuição de freqüência (correspondendo a 30 mg/L) encontram-se assinalados no mapa (fig. 15), que permite também observar a grande semelhança de seu arranjo geográfico com o do elemento Cálcio, com o qual se encontra fortemente correlacionado.

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

48.260.38

39.52

42.14

51.76

45.16

44.04

59.65

35.43

65.5

62.41 Mgmg/L

(> 95% freq.)

até 4,234,23 a 6,966,96 a 10,910,9 a 30,030,0 a 65,5

FIG. 15 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE MAGNÉSIO

39

O resultado mais alto foi encontrado na amostra coletada em um poço tubular no distrito de Cipó dos Anjos, Quixadá, com 65,5 mg/L conjuntamente a Ba, Na, Sr e Zn elevados; marca o limite leste de uma faixa enriquecida em Magnésio que se estende 100 km em direção noroeste. Nela, foram determinados 42,14 mg/L em Choró (águas do açude Choró Limão), 45,16 mg/L em Madalena (poço tipo amazonas, contendo também Manganês) e 51,76 mg/L Mg na amostra do poço tubular de Itatira. As rochas que ocorrem nos locais mencionados são variadas, compreendendo ortognaisses e paragnaisses do Complexo Jaguaretama em Cipó dos Anjos, quartzitos e micaxistos da Unidade Choró na localidade de mesmo nome, dioritos e gabros em Madalena e paragnaisses e micaxistos do Complexo Ceará (Unidade Independência) em Itatira. A origem litogênica do Magnésio é sugerida, uma vez que é produto do intemperismo de ampla gama de minerais comuns formadores de rochas, como anfibólios, piroxênios, biotitas, cloritas, dolomitas etc.

Na região sudoeste do estado, foram encontrados valores altos deste elemento no

poço tubular do distrito de Marrecas, em Tauá, cuja água acusou 62,4 mg/L com também Cobre e Sódio (a água de um poço amazonas distante cerca de 250 metros teve somente 8,84 mg/L Mg), em terrenos de paragnaisses e granitóides da Unidade Canindé (Complexo Ceará), logo a norte em um poço tubular no distrito de Cococi, município de Parambu (com 59,65 mg/L do elemento acompanhado por Ferro e Zinco), cortando ardósias, folhelhos e siltitos da Formação Cococi, Grupo Rio Jucá e 50 km a leste, no açude Buenos Aires, captação para a cidade de Catarina, que está situado no domínio de paragnaisses e ortognaisses do Complexo Acopiara, do Paleoproterozóico.

Amostras isoladas que contiveram relativamente altos teores de Magnésio são

observadas no oeste cearense, coletadas nos poços tubulares de Ararendá, com 60,38 mg/L (mais Cádmio), construído na faixa de paragnaisses e granitóides da Unidade Canindé do Complexo Ceará e de Pires Ferreira, com 35,4 mg/L (mais Cu e Mn) em granitóides diversos; no centro-norte, na captação para a cidade de Ocara no rio Choró, com 44,04 mg/L, e a leste, no poço tubular (em arenitos argilosos do Grupo Barreiras) do distrito de Barreira dos Vianas, município de Aracati, com teor de 48,2 mg/L Mg tendo associado Cu, Mn e Pb.

O exame do mapa de distribuição permite ainda notar uma zona de

empobrecimento relativo deste metal no extremo noroeste do estado, o que também acontece nas amostras tomadas na faixa litorânea. Essa feição talvez esteja relacionada com o regime pluviométrico regional, pois são as regiões onde acontece a maior precipitação de chuvas.

Mn – MANGANÊS

É um elemento essencial, encontrado em todos os tecidos humanos e com maior

concentração no fígado, pâncreas, trato intestinal e rins. Suas concentrações naturais são dificilmente tóxicas e grandes dosagens podem ser toleradas sem dano; quando deficiente, predispõe à anemia. A exposição ocupacional ao Manganês pode ser alta, havendo efeitos tóxicos (bronquite/pneumonia ou manganismo, que atinge o sistema nervoso central) por inalação da poeira ou fumaça

Do conjunto de resultados analíticos apenas 6 ficaram abaixo do nível de detecção

do método analítico, sendo o metal que apresentou o maior número de valores (38) acima

40

da referência recomendada pelo CONAMA, de 0,1 mg/L, detectados em amostras que se distribuem por todo o estado do Ceará (fig. 16). Os parâmetros estatísticos constantes da tabela I mostram que as água subterrâneas são muito mais enriquecidas do que as águas superficiais, por um fator de 9 ao se considerar tanto a mediana como a média aritmética. Apresenta clara associação com o Ferro em amostras de algumas regiões, já comentadas quando da descrição do comportamento deste elemento, anteriormente; nos outros casos, sua presença no meio aquoso ocorre sob a forma provável de íon Mn+3 ou Mn+4 , que somente precipita com pH acima de 8 (Carvalho, 1995).

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

0.173

0.68

0.361

0.3120.112

0.16

1.066

0.142

0.2490.298

0.219

0.31

0.239

0.28

0.152

0.596

0.113

0.423

0.609

0.166

1.13

1.198

0.123

0.602

0.5310.32

0.174

0.577

0.123

0.1550.185

0.54

0.127

1.2040.234

0.4330.166

0.186

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

Mnmg/L

(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

até 0,050,05 a 0,100,10 a 0,30

0,30 a 1,21

FIG. 16 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE MANGANÊS

41

No exame do mapa de distribuição, chama a atenção a zona de altos valores no norte do estado, registrada pelas amostras dos poços tubulares de Bela Cruz (1,066 MG/l), Morrinhos (0,602 mg/L) e Santana do Acaraú (1,204 mg/L – maior resultado determinado) e em poços tipo amazonas de Marco (1,198 mg/L) e Baixa Fria, distrito de Santana do Acaraú (0,234 mg/L); com exceção desta última amostra e localidade, associa-se a Ferro (e Cádmio em duas amostras) e os poços atravessam depósitos aluviais (argilas e argilas arenosas) do Quaternário. Em Baixa Fria, ocorrem conjuntamente Ba e Cu, e as rochas locais são quartzitos da Fm. São Joaquim, do Grupo Martinópole (Neoproterozóico). Cerca de 50 km a sudeste desta zona, a amostra coletada no poço amazonas de Missi, distrito de Irauçuba, apresentou 0,423 mg/L de Manganês, sem outros elementos, em domínio dos granitóides do Complexo Tamboril-Sta. Quitéria. Como já mencionado, a associação com o Ferro denuncia a presença de óxidos-hidróxidos coloidais, que deve ser a forma predominante de ocorrência deste elemento nas localidades acima mencionadas.

Também é notável a faixa com amostras de valores altos, a leste, desde o distrito

de Barreira dos Vianas, município de Aracati, cuja amostra de um poço amazonas registrou 0,361 mg/L (junto com Cu e Pb) em arenitos argilosos do Grupo Barreiras, indo em direção sul para Russas (0,185 mg/L) e seu distrito de Flores (0,54 mg/L), Quixeré (0,155 mg/L) e São João do Jaguaribe (0.433 mg/L, com Ferro), todos esses resultados em amostras d’água de poços tubulares, construídos sobre argilas arenosas do Quaternário; cerca de 30 km mais a sul a faixa termina em Jaguaribara e Alto Santo, cujas águas de poços amazonas forneceram respectivamente 0,609 (com Ferro) e 0,68 mg/L, o primeiro em sedimentos do Quaternário, e o segundo em rochas orto e paragnáissicas do Complexo Jaguaretama, do Paleoproterozóico.

Na região sul, entre Iguatu e Juazeiro do Norte, as amostras de águas de

abastecimento colhidas em vários municípios apresentaram resultados acima do valor de referência: em Cariús e Jucás, com 0,249 e 0,166 mg/L junto a Cd e Fe e Ferro, respectivamente, de poços amazonas em sedimentos aluviais/coluviais do Quaternário; na localidade de Amaro, município de Assaré, com 0,312 mg/L de poço amazonas em terrenos graníticos a granodioríticos da Suíte Granitóide Itaporanga; nos poços tubulares em Crato (0,31 mg/L junto a Cu e Fe), no distrito de Caipu do município de Cariús (0,298 mg/L com também Cd e Fe) e em Farias Brito (0,28 mg/L), estabelecidos em arenitos da Formação Batateiras (Grupo Araripe) do Cretáceo, em micaxistos da Fm. Caipu do Neoproterozóico e em gnaisses da Fm. Farias Brito (Grupo Orós), do Paleoproterozóico, respectivamente; nas águas do açude Pajeú, captação de Altaneira, e do açude São Domingos, que abastece Caririaçu, onde os resultados acusaram 0,173 mg/L e 0,142 mg/L de Manganês. A leste desta região, em Baixio, domínio de ortognaisses arqueanos, a amostra coletada em um poço amazonas teve resultado de 0,112 mg/L, junto com os elementos Cd e Cu.

Cerca de 100 km a sudoeste de Fortaleza, os exemplares colhidos no poço tubular

em Mulungu, no poço amazonas em Pacoti e em uma amostra do açude Acarape do Meio (captação para Acarape, Barreira e Redenção) tiveram resultados respectivamente de 0,531 mg/L, 0,32 mg/L (com Cd e Fe) e 0,16 mg/L desse elemento; as rochas dessa região são paragnaisses com ortognaisses associados, que contêm também formações ferro-manganesíferas entre outros litotipos. Outras duas amostras colhidas no açude Acarape do Meio, uma centena de metros distantes, não confirmaram valores acima da referência para Manganês.

42

São destaque ainda as amostras, isoladas, do poço amazonas de Madalena, centro do estado, com 1,13 mg/L de Mn, em terrenos de paragnaisses da Unidade Algodões, do Paleoproterozóico, do poço amazonas em sedimentos alúvio/coluviais de Ipueiras, a oeste, com 0,596 mg/L e, cerca de 30 km a norte deste, de um dos poços que abastecem Pires Ferreira, com 0,577 mg/L Mn contendo também Cobre, em granitóides neoproterozóicos. À meia-distância entre Madalena e Ipueiras, os exemplares colhidos em Catunda (poço amazonas) e em Raimundo Martins, município de Sta. Quitéria (poço tubular) tiveram registros de 0,219 mg/L e 0,127 mg/L de Manganês, tendo como acompanhantes os elementos Ferro e Chumbo, respectivamente; as rochas ali ocorrentes são granitóides neoproterozóicos do Complexo Tamboril-Sta. Quitéria.

Deve-se mencionar uma zona na porção centro-sul do estado, embora os

resultados não sejam muito sobrelevados em relação ao valor de referência. Compreende as amostras colhidas no poço amazonas que abastece a cidade de Dep. Irapuan Pinheiro (0,239 mg/L) e nos açudes de Sigefredo Pinheiro, captação para o distrito de São João do Solonópole, município de Solonópole (0,186 mg/L), Trapiá, captação para Pedra Branca (0,174 mg/L), Patu, captado para Senador Pompeu (0,166 mg/L) e Monte Sombrinho, que abastece Milhã (0,123 mg/L); ortognaisses, paragnaisses e granitóides de várias unidades geológicas do Proterozóico ocorrem nessas localidades.

Por último, resultados similares aos anteriores foram detectados nas amostras de

um poço amazonas construído em sedimentos alúvio/coluviais do rio Acaraú em Groaíras, pouco a sul da cidade de Sobral, com 0,152 mg/L de Manganês, aparecendo junto Ferro, e de um poço tubular que abastece São Francisco, município de Quiterianópolis, no extremo sudoeste do território, com 0,123 mg/L de Mn, junto com Cádmio, em terrenos da associação granítico-migmatítica do Complexo Tamboril-Sta. Quitéria.

Possíveis fontes antropogênicas para as concentrações de Manganês detectadas

nas águas de abastecimento público, como mineração, siderurgia, acumuladores e pilhas elétricos, indústrias químicas de tintas e fertilizantes, não puderam como tal ser caracterizadas neste trabalho.

Na – SÓDIO

Elemento essencial à saúde, constitui o principal cátion extracelular do organismo, importante para as funções do sistema nervoso periférico. Seu excesso pode prejudicar pessoas com histórico de, ou propensas a, doenças cardíacas.

Todos os resultados analíticos para este elemento foram definidos, tendo seus parâmetros estatísticos (tabela I) mostrado que as águas subterrâneas são duplamente enriquecidas em relação às superficiais. Sua distribuição geográfica é apresentada na figura 17, verificando-se que poucos são os municípios cujos resultados ultrapassam a concentração recomendada pelo CONAMA, de 200 mg/L.

O maior valor obtido para o Sódio foi de 820 mg/L no poço tubular de Cipó dos

Anjos, município de Quixadá (região central do estado do Ceará), cujo dessalinizador encontrava-se parado na ocasião de coleta da amostra; acompanham os elementos Ba, Sr e Zn, e os terrenos locais são compostos por ortognaisses migmatizados do Complexo Jaguaretama. Próximo, a amostra d´água tomada no açude Cedro, que contribui com parte do consumo de Quixadá (a maior parte provém do açude Pedras Brancas),

43

apresentou 202,6 mg/L, pouco superior ao valor de referência, em área de rochas graníticas da Suíte Granitóide Itaporanga, do Neoproterozóico. Estas estações encontram-se no centro da zona de maior salinidade de águas em poços tubulares, conforme o mapa gerado com os dados de condutividade elétrica de mais de 7.000 poços em todo o estado (fig. 3) cadastrados pela CPRM (CPRM, 1999).

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100km

470

235

202.5 820

204

520 Namg/L

até 100100 a 200200 a 600

600 a 820(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

FIG. 17 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE SÓDIO Outros pontos com alta concentração de Sódio ocorrem isoladamente, registrando-

se 520 mg/L (com Cobre associado) num poço tubular equipado com dessalinizador no distrito de Marrecas, município de Tauá (sudoeste do Ceará), registrando-se somente 55

44

mg/L desse elemento na amostra de um poço amazonas a cerca de 280 m, que também faz parte do sistema de abastecimento desse distrito; terrenos de paragnaisses e granitóides da Unidade Canindé do Complexo Ceará ocorrem na região. Um resultado de 470 mg/L acompanhado por valores altos de Cd, Pb e Zn foi determinado na amostra de um poço tubular em Milagres, no limite estadual a sudeste, onde afloram folhelhos, siltitos e arenitos da Fm. Brejo Santo (Grupo Vale do Cariri) do Jurássico. Na amostra de um poço tubular na localidade de Deserto, município de Itapipoca, norte do estado, foi encontrado 235 mg/L (com As e Cd) em granitóides do Proterozóico e em Salitre, extremo sudoeste, o teor determinado foi de 204 mg/L (junto com Boro), também num poço tubular que atravessa arenitos da Formação Exu, do Grupo Araripe, atribuída ao Cretáceo.

A dissolução de sais e intemperismo do plagioclásio, comum mineral formador de

rochas, e o ciclo de concentração de sais propiciado pelas deficientes precipitação e circulação de água associadas a uma alta evaporação, constituem a fonte dos altos valores encontrados. A comum ocorrência de As e Cd junto ao Sódio na localidade de Deserto, Itapipoca, onde o substrato é granítico, faz suspeitar de possível contaminação antrópica.

Ni – NÍQUEL

Não é bem conhecido o papel de Níquel na saúde humana, admitindo-se que em pequena quantidade seja essencial (sua deficiência na dieta de animais inferiores causa problemas no fígado). Todos seus compostos são tóxicos, e alguns carcinogênicos e teratogênicos. Pessoas sensíveis ao Níquel podem ter dermatites ao seu contato, ou ter reações quando ingeridos alimentos ou água que o contenha.

Apenas 14 amostras forneceram resultados numéricos definidos, das quais duas são de águas superficiais e 12 de subterrâneas. Esses valores variam entre 0,004 e 0,017 mg/L, abaixo do nível de referência de 0,025 mg/L. Um único registro o superou, constando de 0,266 mg/L do metal (acompanhado por Al, Ba, Cd, Cu, Fe, Pb e Zn) na amostra de um poço tubular situado na localidade de Lagoa dos Monteiros, município de Cruz, que abastece a sede municipal de Jijoca de Jericoacoara, a cerca de 8 km de distância (fig. 8); geologicamente o terreno por ele atravessado é composto por sedimentos do Grupo Barreiras, do Neogeno, representado por arenitos argilosos com leitos conglomeráticos e nódulos lateríticos na base. Contaminação local (objetos feitos ou revestidos por ligas metálicas, talvez do próprio equipamento do poço etc.) pode ser a fonte desse elevado teor do metal.

Pb - CHUMBO Este elemento é altamente tóxico, podendo danificar as conexões nervosas e

causar desordens no sangue e no cérebro, especialmente de crianças. Quando longa a exposição ao chumbo ou seus sais pode causar nefropatia, e alguns compostos são carcinogênicos e teratogênicos. Uma porção considerável do Chumbo encontrado na biosfera é proveniente de aditivos a combustíveis, e sua toxidez se dá por ingestão ou inalação de poeira que o contenha.

45

Dos 16 resultados definidos, com similar proporção entre águas superficiais e subterrâneas, foram determinados apenas 9 (nove) acima da referência de 0,01 mg/L; são amostras provenientes de diversos locais no Ceará, sem delinear zonas preferenciais (fig. 18). Valores de 0,013 mg/L foram obtidos em águas superficiais (açudes) em Assaré (sul do estado) e General Sampaio (centro-norte), e em um poço amazonas no distrito de Barreira dos Vianas, município de Aracati (extremo leste); em Raimundo Martins, distrito de Sta. Quitéria (região central), a análise resultou em 0,011 mg/L. No açude Jaburu, com

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N0 100 km

0.075

0.013

0.013

0.087

0.0210.013

0.338

0.465

0.011

0.022

Pbmg/L

até 0,0050,005 a 0,0100,010 a 0,030

0,030 a 0,465(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

FIG. 18 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE CHUMBO

46

captação que abastece 7 municípios do oeste do estado, em apenas uma das 8 amostras coletadas em um intervalo de 7.000 m obteve-se o resultado de 0,022 mg/L Pb; todas as demais acusaram concentrações inferiores ao limite de detecção do método analítico empregado, de 0,005 mg/L.

Na região centro-sul, a amostra proveniente do açude Quincoé, que alimenta

Acopiara, teve leitura de 0,075 mg/L e a leste, no município de Ererê, a análise de água do poço amazonas resultou em 0,087 mg/L de Chumbo, contendo também Cádmio elevado. Tais valores podem provir do substrato litológico, composto pelo Complexo Acopiara, do Proterozóico, representado por gnaisses com micaxistos grafitosos, calcissilicáticas no primeiro, e pelo Complexo Jaguaretama, contendo gnaisses com anfibolitos, quartzitos, calcissilicáticas e metacalcários, e ainda depósitos alúvio/coluviais recentes, no segundo dos municípios mencionados.

Os teores mais elevados para este metal, de 0,338 mg/L, foram constatados em

um poço na vila de Lagoa dos Monteiros, município de Cruz, cujas águas abastecem Jijoca de Jericoacoara, construído em arenitos argilosos do Grupo Barreiras e de 0,465 mg/L Pb no açude Gavião, que abastece a capital Fortaleza e vários municípios próximos, estabelecido sobre litologias do Complexo Ceará; coletadas na mesma oportunidade, outra amostra deste açude apresentou 0,021 mg/L de Pb e duas mais não os confirmaram.

Contaminação antrópica no local ou equipamentos do poço, haja vista a obtenção

de valores altos também para As e Cd, é uma possibilidade no caso de Lagoa dos Monteiros; no açude Gavião, praticamente cercado pela região mais industrializada do Ceará, a poluição por via eólica parece ser a explicação mais verossímil para a origem das altas concentrações de Chumbo detectadas.

Sr – ESTRÔNCIO

O Estrôncio é absorvido pelo corpo humano como se fosse o Cálcio, pela similaridade química, sem qualquer aparente dano à saúde quando sob forma estável. Entretanto, caso seja absorvido seu isótopo 90Sr, pode causar problemas aos ossos, inclusive levar ao câncer.

Todos os registros analíticos para este elemento são definidos, e seus

parâmetros estatísticos mostram maior enriquecimento relativo nas amostras das águas subterrâneas (tabela I). Com exceção de uma única amostra, os resultados são muito baixos e centralizados em torno de 1/10 do valor de referência para este elemento, de 4 mg/L.

Na amostra QAU321 foi detectado Estrôncio na concentração de 6,451 mg/L,

sendo acompanhada por valores elevados dos elementos Ba, Na e Zn; provém ela das águas de um poço tubular da localidade de Cipó dos Anjos, município de Quixadá, porção central do estado, em domínio de ortognaisses migmatizados e paragnaisses do Complexo Jaguaretama, do Paleoproterozóico (fig. 8). Pode ser de origem litológica, uma vez que os tipos de rochas que fazem parte desta unidade geológica podem conter minerais essenciais como anfibólios, biotitas e calcita, que são facilmente intemperizados, liberando assim esses cátions para as águas percolantes.

47

Zn – ZINCO

Zinco é um elemento essencial à vida, estimando-se em vários milhares os tipos de proteínas do corpo humano que o contém, existindo também células que o excretam sob forma iônica. Sinais de sua deficiência no organismo incluem a perda de cabelo, lesões de pele, diarréias, decréscimo de sensibilidade nos órgãos sensoriais (visão, olfato, paladar) e até morte. Sob forma iônica é potente antimicrobiano, efetivo contra patógenos em aplicação direta. Havendo absorção dele em excesso pode haver limitação da absorção dos também essenciais elementos Cobre e Ferro.

Todas as amostras, com apenas uma exceção, apresentaram resultados

definidos das análises, consistentemente mais altos (aproximadamente 2,5 vezes) nas águas subterrâneas do que superficiais, como demonstram seus parâmetros estatísticos listados na tabela I. De maneira geral os valores são muito baixos (menos de um décimo) relativamente ao valor de referência de 0,18 mg/L preconizado pelo CONAMA. A distribuição das poucas amostras que excedem este valor pode ser vista na figura 19.

Em Cococi, município de Parambu, no extremo sudoeste do território cearense,

a amostra de um poço tubular teve o resultado mais elevado para este elemento, de 0,768 mg/L, tendo a companhia discreta do Ferro em teor pouco acima de sua referência. São ali ocorrentes ardósias, folhelhos, argilitos e siltitos calcíferos da Fm. Cococi, Grupo Rio Jucá, atribuída ao período cambro-ordoviciano. Com teor pouco inferior, a amostra colhida no poço de Lagoa dos Monteiros, que abastece Jijoca de Jericoacoara na região litorânea a norte, teve um registro de 0,736 mg/L de Zinco, junto a vários outros elementos com valores acima dos respectivos níveis referenciais; o terreno neste local é composto por arenitos argilosos com cimento argiloso, ferruginoso e por vezes silicoso, com leitos conglomeráticos e nódulos lateríticos. Para este local, e já aventado anteriormente, é provável a contaminação da água pelo próprio material e equipamentos do poço (tubulação edutora), haja vista que uma das principais utilizações do Zinco é em ligas metálicas para proteção contra a corrosão (galvanização do aço); o elevado teor obtido em Cococi pode ser também indício de contaminação (o Zinco é um dos metais pesados de maior solubilidade), faltando entretanto outros elementos informativos para assim caracterizá-lo, pois é um comum constituinte traço em minerais formadores de rochas.

Valores menores foram determinados nas amostras coletadas em Cipó dos Anjos, município de Quixadá (região central do estado), cujo poço tubular acusou 0,346 mg/L junto a Ba, Na e Sr, na cidade de Ererê, no limite sudeste, em um poço amazonas contendo 0,233 mg/L de Zinco acompanhado por Cd, Na e Pb e em Porteiras, sul do estado, em poço tubular com valor de 0,187 mg/L, pouco maior do que o valor referenciado, ocorrendo ainda o Cobre. Nas duas primeiras localidades os terrenos são constituídos por ortognaisses e paragnaisses do Complexo Jaguaretama, do Paleoproterozóico, e em Porteiras, por arenitos mal selecionados da Fm. Missão Velha, do Grupo Vale do Cariri, atribuído ao Jurássico. Pela associação com Bário e Estrôncio em Cipó dos Anjos, pode tratar-se de Zinco litogênico, enquanto que em Ererê e Porteiras, os indícios melhor indicam uma possível contaminação antrópica.

48

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

0.233

0.736

0.768

0.187

0.346

Znmg/L

até 0,090,09 a 0,1800,180 a 0,540

0,540 a 0,768(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

FIG. 19 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE ZINCO

Br- – BROMO (BROMATO)

O Bromo é um elemento altamente tóxico se inalado, podendo danificar

seriamente o sistema respiratório; há compostos com ácidos húmicos (Tribromopyrrole) de alta citotoxicidade, podendo até induzir danos genéticos agudos.

Apenas 20 amostras com resultados qualificados (15 resultados qualificados

L0,05, considerados inferiores a 0,02) e mais 8 outros resultados baixos ficaram aquém dos 0,025 mg/L, limite estabelecido pelo CONAMA para este ânion. Portanto, quase 88%

49

das amostras de águas de abastecimento público colhidas no estado do Ceará apresentam risco à saúde pelo relativo enriquecimento em Bromo.

Tais resultados variam entre 0,03 e 7,67 mg/L, constatando-se maior abundância,

embora com pequeno diferencial, nas águas subterrâneas do que nas superficiais, pelo exame dos respectivos parâmetros estatísticos constantes da tabela I. Sua distribuição é apresentada na figura 20, tendo expressos apenas os teores iguais a maiores de 0,25 mg/L (10 vezes o índice de referência) para legibilidade do mapa. Para evitar-se descrições repetitivas, a exposição seguinte será limitada aos locais cujas amostras de água forneceram teores superiores a 0,50 mg/L de Bromo, ou seja, mais de 20 vezes superiores ao valor legislado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA.

A maior concentração de Bromo, 7,67 mg/L, foi detectada na amostra proveniente

do açude Buenos Aires, cujas águas são captadas para a cidade de Catarina, região centro-sul do estado, que corresponde a mais de 300 vezes o valor considerado máximo pelo mencionado órgão federal; outros ânions (Cl, F, PO4) encontram-se associados em valores igualmente superiores ao referenciado. Em Marrecas, distrito de Tauá, a oeste, um resultado de 1,12 mg/L na água de poço tubular é acompanhado por Nitrato, Fosfato e Flúor, além dos cátions Cd, Cu e Na; um valor de 0,13 mg/L de Bromo ocorre em um poço amazonas a cerca de 200 m de distância. A provável origem para esses elevados teores encontrados é poluição/contaminação antrópica, sendo descartada a influência litológica por se situarem em domínio de rochas metamórficas do Proterozóico.

Ascendência natural litológica é com certeza a origem para um resultado de 2,56

mg/L Br (o segundo maior valor, correspondendo a mais de 100 vezes a referência) nas águas do poço tubular que abastece Salitre, no extremo sudoeste do território estadual. Pouco tempo de construído e bem conservado, isolado, com profundidade de 960 m, tem como característica captar águas de diversas formações areníticas cretáceas (grupos Araripe e Vale do Cariri), entre as quais se acomoda a Formação Santana, constituída por margas, folhelhos, calcários e fácies evaporíticas, cuja dissolução enriquece essas águas em B, F, Na e SO4, além do Bromo.

Por último na listagem de locais cujas amostras contiveram mais de 20 vezes o

valor referencial de Bromo, deve-se mencionar o poço tubular de Ararendá, no extremo oeste, que apresentou 0,75 mg/L de Bromo e valores altos de Cd, Cl e NO3, e em lugarejos próximos situados na região noroeste do estado, os poços amazonas de Baixa Fria (município de Santana do Acaraú), com 0,61 mg/L, e o tubular de Amontada, contendo 0,52 mg/L, tendo Cd como elemento comum associados, e ainda PO4 em Amontada e vários elementos mais NO3 em Baixa Fria. A origem provável, como para os demais locais descritos com exceção de Salitre, é a poluição antropogênica.

Vê-se no mapa de distribuição todos os locais com teores em Bromo acima do

valor recomendado pelo CONAMA. Valores inferiores a este somente são registrados em poucas amostras, restritas ao noroeste e sul do estado (fig. 20).

O Bromo é muito distribuído na natureza, sendo obtido da água do mar, onde

tem concentração média de 65 ppm ou de depósitos salinos, onde chega a atingir mais de 0,5%; este deve ser o caso das águas do poço tubular de Salitre, influenciadas por depósitos salinos evaporíticos da Formação Santana. Com essa exceção, na totalidade das demais amostras este ânion deve ser originado de fonte

50

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

0.28

0.53

0.520.28

0.750.33

0.25

0.54

0.32

0.29

0.68

0.250.33

0.26

1.30.55

0.3

0.57

0.47

0.29

0.73

0.440.91

0.4

0.37

0.42

0.44

0.250.3

0.39

2.6

0.61

0.26

1.1

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

até 0,01250,0125 a 0,0250,025 a 0,075

0,075 a 0,25

0,25 a 7,67

(1 a 3 VR)

(3 a 10 VR)

(>10 VR)

Brmg/L

7.67

FIG. 20 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE BROMO

secundária de poluição (antrópica), pois os derivados de Bromo são encontrados na gasolina, herbicidas, inseticidas e compostos para fumigação, materiais isolantes de chamas, tintas e preparados farmacêuticos. Alentados volumes sobre o Brometo de Metila e o Dibromoetano foram produzidos pela Organização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, Environmental Health Criteria 166 e 177, respectivamente).

O próprio tratamento de purificação para potabilidade da água pode introduzir ou

aumentar este elemento na cadeia de consumo pois, aparentemente não originado

51

durante o processo de cloração normal, há evidência de que produtos comerciais como soluções de Hipoclorito de Sódio contêm Bromo como contaminante (THOMPSON & MEGONNELL, 2003). O Bromo na água transforma-se em Bromato (BrO3

-) por reação com o ozônio, sendo considerado um composto DBP - produto secundário de desinfecção. Richardson et al. (2003) em seu estudo citam que a maior parte dos DBPs contendo Bromo foram formados no reservatório inicial, previamente à cloração; níveis elevados deste elemento na água original causam uma maior Formação de Bromo-DBPs, dominando as espécies Bromofórmio e ácido Dibromoacético, em coexistência com alguns poucos compostos de Cloro. Cl- – CLORO (CLORETO)

Elemento essencial à vida, pois os sucos digestivos no estômago contêm ácido clorídrico. A tolerância dos seres humanos para com os cloretos varia com o clima e hábitos alimentares, e pequeno aumento na sua ingestão pode causar efeito laxativo. A inalação de seus vapores causa irritação nas membranas mucosas dos olhos, nariz e garganta; em maiores exposições, pneumonite tóxica e edema pulmonar até morte.

Todas as amostras coletadas forneceram resultados numéricos definidos,

observando-se no quadro de estatísticas (tabela 1) que Cloro tem abundância quase 1,5 vez maior nas águas subterrâneas do que nas superficiais, embora o registro do maior valor detectado tenha sido nestas; poucas amostras apresentaram concentrações superiores ao máximo de 250 mg/L recomendado pelo CONAMA em águas. Sua distribuição pode ser vista na figura 21, sendo descrita no texto seqüente.

Embora estatisticamente haja correlação significativa entre os resultados analíticos

de Cloro e Sódio (coeficiente de Pearson r = 0,26 para 233 amostras), o que espelha a salinidade das águas, pode ser visto nos respectivos mapas de distribuição que não há coincidência das amostras com valores acima do recomendado pelo CONAMA de um e do outro elemento, significando que a proveniência do Cloro, nestes casos, deve-se à poluição.

O maior teor encontrado foi de 4.012 mg/L no açude Buenos Aires, que fornece

a água para consumo de Catarina, na região centro-sul do estado, acompanhando valores bastante elevados de Bromo e Fosfato, além de Flúor. Em Marrecas (distrito de Tauá) a oeste, a amostra de um poço tubular forneceu 497 mg/L (junto a Br, NO3, PO4, e ainda Cd, F, Cu e Na) de Cloro. O contexto litológico nos dois sítios é semelhante, ocorrendo para e ortognaisses do Complexo Acopiara do Paleoproterozóico (que incluem calcissilicáticas por vezes scheelitíferas) e granitos e granodioritos da Suíte Granitóide Itaporanga (neoproterozóica) em Catarina, e paragnaisses, ortognaisses e metabásicas da Unidade Canindé do Complexo Ceará mais os granitóides da mesma suíte na região de Marrecas. Cerca de 200 metros do poço tubular de Marrecas, a amostra colhida em um poço amazonas deu resultado de apenas 48 mg/L do íon Cloreto. Não é provável a origem natural deste elemento pela dissolução dos minerais das rochas mencionadas, devendo ser produto de contaminação das águas no ambiente exógeno.

Em poços tubulares de Croatá e Ararendá, na região oeste do estado, foram

determinadas concentrações de 1.643 e 390 mg/L deste ânion, em comum associados a resultados de NO3, Br, Cd e ainda PO4 (na primeira localidade) acima da recomendação do CONAMA; os locais têm condicionantes geológicos distintos, conglomerados e

52

FIG. 21 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE CLORO

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

390269

359294 331

311

497

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguatu

N

0 100 km

4012

1643

até 125125 a 250250 a 750

750 a 4012(1 a 3 VR)

(>3 VR)

Clmg/L

arenitos do Grupo Serra Grande (Siluriano) em Croatá, e sedimentos areno-argilosos de cobertura, do Quaternário em Ararendá. Os elementos detectados devem provir de poluição antropogênica, ou seja, proximidade de esgotos que percolam até o cone de depressão dos referidos poços.

Os demais resultados significantes são pouco superiores ao valor de 250 mg/L

legislado, ocorrendo 359 mg/L em água de um poço tubular que abastece a cidade de Icapuí, extremo leste do Ceará, construído em sedimentos areno-argilosos do Grupo

53

Barreiras, do Paleogeno, isolado no mapa de distribuição. Concentrações de 331 a 269 mg/L de Cloro foram obtidas nas amostras coletadas na barragem de Aruaru (distrito de mesmo nome, do município de Morada Nova), no rio Choró em Ocara, no açude Castro em Itapiúna e na barragem de Choró Limão, local de captação para a cidade de Choró, localidades estas situadas no centro-nordeste do estado. Em todas as amostras mencionadas foram encontrados valores altos também para Bromo, entre os outros elementos As, Al, Na e NO3, associados em uma ou outra. A provável origem para o Cloro nas águas em todos esses locais é a poluição antropogênica, pois níveis muito altos caracterizam a presença de esgotos sanitários.

F- – FLÚOR (FLUORETO)

A ingestão em pequena concentração beneficia a estrutura óssea e a constituição do esmalte dos dentes dos indivíduos, especialmente até a idade em torno de 6 anos. Em concentrações pouco maiores e com consumo continuado, pode acumular-se na estrutura óssea, aumentando sua densidade e causando imperfeições e crescimentos irregulares (exostoses) bem como manchas no esmalte dental (fluoroses esqueletal e dental). O gás é altamente tóxico, pois mesmo em mínimas concentrações causa irritações nos olhos e pulmões.

A quase totalidade dos resultados analíticos são de valores definidos, restando

apenas 6 com valores inferiores ao limite de detecção do método analítico (0,01 mg/L), e a comparação entre os parâmetros estatísticos quartis e mediana, constantes na tabela I, mostra um pequeno enriquecimento deste elemento nas águas subterrâneas em relação às superficiais.

O maior teor registrado foi de 6,29 mg/L na amostra de um dos poços tubulares

situados próximos ao rio Acaraú, que fazem parte do sistema de abastecimento de Santana do Acaraú (fig. 22); é acompanhado pelos elementos Cd, Fe, Mn e ainda As e Br acima dos valores de referência. As rochas ocorrentes na área são paragnaisses com ortognaisses ácidos e metabásicas da Unidade Canindé do Complexo Ceará, do Paleoproterozóico, vulcânicas básicas a ácidas paleozóicas da Formação Parapuí do Grupo Jaibaras e os depósitos areno-argilosos aluvionares ao longo do rio Acaraú. A origem provável deste elemento é litogênica, seja por enriquecimento em termos alcalinos das rochas vulcânicas Parapuí ou por fluidos hidrotermais circulantes em falhas e fraturas, pois a cerca de 120 km em direção SW, acompanhando o extenso sistema de falhamentos que corta a área, ocorre o mineral Fluorita (CaF2) no contato tectônico entre o granito Mucambo, componente da Suíte Granitóide Meruoca (paleozóica) e conglomerados da Formação Aprazível do Grupo Jaibaras. Em Morrinhos, a cerca de 18 km de Santana do Acaraú para norte, a amostra de um poço tubular também nas proximidades do rio teve resultados acima da tabela para os elementos Mn, Fe, Cd e Br, registrando porém apenas 0,26 mg/L de Flúor.

No sudoeste do estado as amostras coletadas no açude Buenos Aires, que

abastece Catarina, e em um poço tubular da localidade de Marrecas, município de Tauá, cerca de 70 km a oeste, apresentaram respectivamente 2,99 mg/L (com associados Br, Cl, PO4) e 1,76 mg/L (junto a Br, NO3, PO4, e ainda Cd, Cl, Cu e Na) de Flúor; num poço amazonas próximo do local, o resultado para este elemento foi de 0,29 mg/L. Como descrito para o ânion Cloreto, em destaque também nessas águas, é provável a poluição antrópica desses mananciais.

54

FIG. 22 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE FLUOR

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguat

N

0 100 km

2.99.

1.60

6.29

1.76 Fmg/Laté 0,4

0,4 a 0,70,7 a 1,41,4 a 4,2

4,2 a 6,3(1 a 3 VR)

(> 3 VR)

u

No extremo sudoeste, foi obtido o resultado de 1,60 mg/L na água do poço tubular

profundo (960 metros) que alimenta a cidade de Salitre, tendo também valores acima do recomendado para os elementos Br, SO4, B, Cd e Na. O poço atravessa rochas cretáceas de diversas formações, predominantemente areníticas, mas também calcários, margas e folhelhos, e fácies contendo evaporitos (Formação Santana, do Grupo Araripe). Esta manifestação deve ser proveniente da dissolução de minerais pela percolação e circulação da água no pacote de sedimentos, uma vez que não há, aparentemente, interferência ou contaminações superficiais.

55

As ocorrências de Fluorita (mineral de Flúor) no estado do Ceará, que poderiam contribuir para um enriquecimento desse elemento nas águas, como acontece no Paraná, sul do Brasil, ficam próximo das cidades de Graça, Mucambo e Pacujá na região noroeste, Jaguaretama e Solonópole no centro-leste e Umari, no centro-sudeste, que têm, com exceção da última, que é por poço tubular, seus abastecimentos d’água realizados por captação de diferentes açudes. Os valores para Flúor obtidos nas amostras colhidas nestes mananciais são baixos, oscilando de <0,01 a 0,29 mg/L de F, inexistindo assim influências das mineralizações nas águas públicas dessas regiões.

Como o Flúor é também um elemento essencial à saúde humana, segundo a

Organização Mundial de Saúde existe insuficiência deste elemento quando os teores são inferiores a 0,4 mg/L nas águas de consumo, havendo necessidade de sua adição durante o tratamento de potabilidade. O mapa de distribuição (fig. 22) mostra que este é o caso para a quase totalidade (aproximadamente 90%) das fontes de abastecimento dos municípios do estado do Ceará.

NO-2 e NO-

3 - NITROGÊNIO (NITRITO E NITRATO)

Nitrogênio é um constituinte essencial de aminoácidos e ácidos nucléicos, portanto elemento vital para todas as formas de vida. Os nitratos representam grave problema para a segurança alimentar, principalmente porque podem se transformar em nitritos — quer durante a conservação dos alimentos entre a colheita e o consumo, quer dentro do aparelho digestivo. A ingestão de altas doses de nitratos e nitritos pode causar câncer do estômago e do esôfago pois há possibilidade de síntese de nitrosaminas cancerígenas a partir deles.

Para Nitrito (NO2) somente cerca de 15% dos resultados analíticos são definidos, todos eles inferiores ao valor determinado pelo CONAMA, de 1 mg/L. Os teores mais elevados, de 0,3 mg/L, foram encontrados na região nordeste do estado, em amostras isoladas, provenientes da barragem de Aruaru, fonte d’água para a localidade de mesmo nome, distrito de Morada Nova, do açude Acarape do Meio, que alimenta Acarape, Barreira e Redenção, e de um poço tubular que abastece a cidade de Icapuí.

Para Nitrato (NO3), 90% dos resultados são definidos, havendo um enriquecimento

acima de 10 vezes nas concentrações em águas subterrâneas em relação às superficiais, como pode ser verificado nos parâmetros de distribuição estatística constantes da tabela I; com um exame mais detalhado da listagem de resultados (anexo III), verifica-se também que as águas de poços tubulares, comparativamente àquelas obtidas em poços amazonas, têm mais elevada mediana e os mais altos teores absolutos deste ânion. A distribuição geográfica das amostras, tendo assinalados os resultados analíticos acima da referência do CONAMA (10 mg/L), pode ser observada na figura 23.

O resultado mais elevado para este composto, 599 mg/L, foi registrado na água de

um poço tubular que abastece a localidade de Marrecas, distrito de Tauá, sudoeste do estado; a cerca de 200 metros, a água de um poço tipo amazonas também utilizado pela população conteve 59 mg/L NO3. Em ambas as amostras são encontrados, associados, valores elevados para Br, Cd e PO4. Não há, evidentemente, relação com as litologias ali ocorrentes, paragnaisses com estratos de granitóides do Paleoneoproterozóico. Cerca de 30 km para sudoeste, a amostra de um poço tubular de Cococi, distrito de Parambu, teve

56

resultado de 336 mg/L, juntamente com Br, Zn, Fe e Cd acima dos limites tabelados pelo CONAMA. No extremo oeste do estado são destaque os valores muito elevados encontrados nas amostras de poços tubulares que abastecem Croatá e Ararendá, cerca de 40 km a sul, de 394 e 104 mg/L de NO3 , contendo também altas concentrações de Br, Cl, Cd e, em Croatá, ainda do ânion Fosfato.

FIG. 23 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS RESULTADOS DE NITRATO

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000

FORTALEZASobral

Crateús

Juazeiro

Quixadá

Iguat

N

0 100 km

2110414

1634

31

11

11

11

2911

394

70

14

15

11

11

38

24

336

52

18

26

59959 NO

mg/L

até 55 a 10

10 a 30

30 a 2431(1 a 3 VR)

(>3 VR)

3u

No exame do mapa chama a atenção o agrupamento de valores altos na região

sul do estado, próximo a Juazeiro do Norte; as águas de vários poços tubulares

57

registraram desde um máximo de 52 mg/L em Porteiras, 29, 24 e 16 mg/L de NO3 no Crato, Jati e Barbalha, respectivamente, a 11 mg/L em Brejo Santo e no distrito de Crato, Ponta da Serra (este em poço amazonas). Mais para nordeste, foram observados resultados de 34 mg/L nas amostras de um poço tubular em Barro e de 11 mg/L em um poço amazonas de Ipaumirim, dentro do qual a água é tratada com a adição de cloro granulado. As águas dessas localidades contêm valores acima do indicado dos elementos Bromo e Cádmio, registrando-se também o Cobre naquelas com nitrato mais alto e ainda fosfato em três delas.

No extremo noroeste do Ceará, relativamente isolados, foram obtidos resultados

de 70 mg/L de NO3 em um dos poços tubulares do sistema de abastecimento de Cruz, 26 mg/L no poço amazonas de Baixa Fria, distrito de Santana do Acaraú, 14 e 11 mg/L nos poços tubulares de Frecheirinha e Camocim, respectivamente, e ainda 11 mg/L de NO3 na água do açude Itaúna, que abastece a cidade de Chaval. Resultados altos de Bromo e Cádmio também são observados nessas amostras, e de Cobre nas duas primeiras.

Finalmente, em poços de municípios dispersos na região centro-nordeste do

estado, são registrados teores desde 38 mg/L de nitrato em Itatira, 31 mg/L em Sucatinga, distrito de Fortim (onde o abastecimento é por poços familiares), 21 mg/L no poço amazonas de Barreira dos Vianas, distrito de Aracati, a respectivamente 18, 15 e 14 mg/L nos poços tubulares das cidades de Russas, Icapuí e Aratuba. Tais resultados são acompanhados por Bromo e ainda Cádmio em algumas amostras.

O nitrogênio tem origem orgânica e apresenta-se na água em várias formas

dependendo do nível de oxidação (amônia NH3 oxida a nitrito que oxida a nitrato). Águas com predominância de nitrogênio orgânico e amoniacal caracterizam poluição recente, enquanto a predominância de nitratos indica poluição mais antiga, por ser o produto final da oxidação. Os nitratos e nitritos são comumente usados em fertilizantes, que são as maiores fontes de poluição das águas superficiais e subterrâneas, como conservantes e colorantes para carne e embutidos; nas proximidades de criação de gado pode haver contaminação do lençol freático. As maiores concentrações desse composto, em águas de poços tubulares (mediana e teores mais elevados), denunciam a provável contaminação do aqüífero pela proximidade de esgotos, embora em algumas localidades, como em Ararendá e Cruz, é visível a má qualidade na construção e conservação dos poços (vide fotos no anexo IV), podendo haver contaminação a partir da superfície no próprio local da instalação.

PO4

-3 – FÓSFORO (FOSFATO) Fosfato é um componente de ossos e dentes, de moléculas como DNA e RNA,

das membranas celulares, e quase todo processo celular que necessita energia a recebe na forma de adenosina trifosfato (ATP). Alguns dos compostos orgânicos de fósforo são extremamente tóxicos e utilizados como pesticidas (herbicidas e inseticidas), que podem poluir facilmente as fontes d’água. Tem efeito ambiental adverso na eutroficação e crescimento explosivo de colônias de algas.

Foram obtidos apenas 39 resultados definidos, sendo a maior parte nas águas

subterrâneas. Destes, 29 são valores acima da concentração máxima legislada pelo CONAMA, de 0,1 mg/L, que foram detectados predominantemente no sul e no norte do

58

estado do Ceará (fig. 24). Nesse mapa de distribuição, o visível zoneamento dos valores das classes [até 0,05] e [0,05 a 0,10] é devido aos diferentes limites de detecção dos dois laboratórios que analisaram o ânion Fosfato, e não a fatores naturais.

250000 450000 650000

9150000

9350000

9550000FORTALEZASo ral

C teús

Juaz r

Quixadá

Iguat

N

0 100 km

0.30

0.25

0.490.27

0.20

4.10

0.28

22.76

0.12

1.00

0.54

0.16

0.90

0.43

1.48 0.55

0.23

0.40

0.20

0.12

0.22

0.25

0.40

0.70

0.25

0.67

0.87

4.

570

.7

6

mg/LPO4

SO4mg/L

até 0,050,05 a 0,100,10 a 0,30

0,30 a 22,76(1 a 3 VR)

(>3 VR)

359,8

e oi

u

ra

b

A maior concentração de Fosfato, de 22,76 mg/L – mais de 220 vezes a

referência, foi determinada na amostra colhida no açude Buenos Aires, que abastece a cidade de Catarina, na região centro-sul, tendo associados altos teores em Bromo e

59

Cloro, além do Flúor. No poço tubular do distrito de Tauá, Marrecas, a oeste, a água coletada conteve 4,56 mg/L de PO4, com elevados Bromo, Nitrato e outros elementos, ocorrendo 0,77 mg/L do mesmo ânion na água do poço amazonas situado próximo, também com Br e NO3. Conforme já descrito para aqueles ânions, sugere-se que tal anormalidade dos teores seja originado por poluição antrópica (esgotos).

Em direção para sul, entre as cidades de Iguatu e Juazeiro do Norte, várias amostras de poços tubulares (em José de Alencar, distrito de Iguatu com 0,90 mg/L, Farias Brito, Brejo Santo, Porteiras, Barro e Nova Olinda) e amazonas (em Tarrafas com 0,87 mg/L, Amaro, distrito de Assaré, Ipaumirim e Baixio) e também do açude Extrema, de Lavras da Mangabeira, contiveram Fosfato acima e até 9 vezes o valor máximo recomendado pelo CONAMA. Cerca de 100 km a nordeste, o poço amazonas que abastece Ererê teve registro de 1,00 mg/L. De maneira geral, tais amostras ainda contêm Br, Cd e Nitrato, com ainda Cu e Mn e outros metais em algumas. Há muita diversidade nas litologias de tais locações, que podem contribuir com alguns desses elementos associados, e o Fosfato nessa região pode ser, em sua maior parte, proveniente da utilização de fertilizantes fosfatados nas culturas.

Outro resultado bastante elevado deste ânion foi de 4,10 mg/L, detectado na

amostra proveniente de um poço familiar (cada residência tem seu próprio) no distrito de Sucatinga, município de Beberibe, na região leste, igualmente contendo associados Bromo e Nitrato. Neste local deve ser originado por contaminação devida a esgotos domésticos. Aproximadamente 100 km para sul, em Russas e Quixeré, os resultados das águas dos respectivos poços tubulares foram de 0,70 e 0,40 mg/L, tendo junto Bromo e Manganês (ainda Cd e Nitrato em Russas); sendo localidades situadas na faixa de sedimentos aluviais do rio Jaguaribe, pode-se supor que o fosfato tenha origem em fertilizantes usados na agricultura daquela região.

Na porção norte do estado foram encontrados 1,48 mg/L de PO4 em um poço amazonas em Missi (distrito de Itapagé) e valores menores, ainda significativos, em poços tubulares de Amontada e Deserto (distrito de Itapagé) e no riacho Escorado, que abastece Itapagé (0,55 mg/L neste). Cerca de 60 km para sudoeste, a água do açude Jaibaras, no distrito de Sobral de mesmo nome conteve 0,67 mg/L e a de um poço amazonas de Groaíras, 0,16 mg/L. Cádmio e Bromo acima da referência são os elementos que ocorrem geralmente associados, num panorama de variados tipos litológicos.

Resultados relativamente baixos, entre 0,30 e 0,12 mg/L foram encontrados em

águas de poços tubulares e amazonas de diversas localidades, distantes entre si, situadas na porção central do Ceará. A maior concentração mencionada ocorre no poço amazonas que alimenta Castanhão, distrito de Alto Santo, a leste, acompanhada por Br, As e Cd. Resultados de 0,25 e 0,20 mg/L foram obtidos nas amostras de Raimundo Martins (município de Santa Quitéria) e São Francisco (Quiterianópolis), que possuem também Cd, Br e Mn elevados e em Macaoca, distrito de Madalena, o menor valor, apenas com o Bromo relacionado. Em Croatá, extremo oeste, o registro foi de 0,12 mg/L, pouco acima do índice legislado, junto a Br, Cd, Cl e NO3 em teores também acima dos respectivos índices.

Macaoca dista cerca de 8 km de uma ocorrência de rocha fosfática que contém

também Urânio, havendo possibilidade de uma conexão entre o resultado de 0,20 mg/L de PO4 e as litologias locais. Outras ocorrências de Fosfato, nessa região de Itatira e

60

Madalena, em metacalcários das unidades Independência e Canindé do Complexo Ceará, não parecem influenciar as águas de abastecimento de outras localidades.

Embora seja de baixa solubilidade, o Fosfato litogênico pode ocorrer em relativa

abundância nas águas devido a presença e dissolução do mineral apatita, acessório dos mais comuns nas rochas magmáticas e metamórficas, podendo também ocorrer em rochas sedimentares como clastos ou mineral secundário. Como o Flúor, pode entrar na constituição de tecidos animais e células e excreções de animais inferiores, podendo-se admitir que parte do Fosfato em solução nas águas seja de origem biogênica (CARVALHO, 1995). Segundo este autor, o Fósforo antropogênico sob as formas de superfosfatos e tripolifosfatos, utilizados como fertilizantes e na fabricação de sabões e detergentes, respectivamente, vão poluir os sistemas aquosos naturais pelo sistema de esgotagem doméstica ou industrial e pela lixiviação dos solos tratados; tais fertilizantes, nas águas superficiais e já como nutrientes, vão contribuir significativamente para a eutroficação de açudes e reservatórios, como pode ser constatado pela proliferação de aguapés no açude Extrema, de Lavras da Mangabeira (vide foto).

SO4

-2 – ENXOFRE (SULFATO)

Elemento essencial à vida, o Enxofre é constituinte chave de muitas proteínas e menor de gorduras, fluidos corporais e do esqueleto. Águas com altos níveis de sulfatos podem apresentar efeito laxativo característico e alguns sulfetos são tóxicos. Emissões de SO2 da queima de carvão e petróleo por indústrias e termelétricas reagem com a água e oxigênio da atmosfera, produzindo o ácido sulfúrico da chuva ácida que causa grandes danos ambientais.

Apenas dois resultados para este ânion ficaram abaixo do limite de detecção do

método cromatográfico, podendo-se verificar nos parâmetros de sua distribuição estatística que sua abundância nas águas subterrâneas é mais de 3 vezes a encontrada nas águas superficiais, de açudes e rios. Os resultados são em geral baixos, em torno de 1/30 do valor limite de 250 mg/L indicado pelo CONAMA, havendo apenas um registro mais elevado do que este.

O resultado de 360 mg/L foi obtido no poço tubular com 960 m de profundidade,

que abastece a cidade de Salitre, extremo sudoeste do estado do Ceará (fig. 24); na mesma amostra estão presentes concentrações altas de B, Br, Cd, F e Na. O poço atravessa um pacote de arenitos diversificados do Cretáceo (de várias unidades litoestratigráficas dos grupos Araripe e Vale do Cariri) e também a Formação Santana, do Grupo Araripe, constituída por margas, folhelhos e calcários contendo Gipsita, mineral de sulfato de cálcio hidratado (CaSO4 + H2O). Logo a sul, já no estado de Pernambuco, encontra-se o pólo gesseiro do Araripe, que representa 95% das jazidas nacionais desse mineral/minério. Como aventado para Flúor, anteriormente, este resultado na água de Salitre tem origem litogênica, e deve provir da dissolução de minerais, no caso a Gipsita ou Gipso, pela percolação e circulação da água no pacote de sedimentos. Todavia, ocorrências desse mineral na superfície, especialmente nos municípios de Santana do Cariri e Abaiara, não mostram influência nas águas ali amostradas.

Na amostra do poço tubular de Marrecas, distrito de Tauá, foi encontrado um valor

de 244 mg/L de Sulfato, quase atingindo o valor limite do CONAMA. A associação com os

61

elementos Br, Cd, Cu, F, Na, NO3 e PO4, num domínio litológico de paragnaisses, indica que sua provável origem é a poluição antropogênica no local.

8 - CONCLUSÕES

O plano de amostragem realizado, objetivando a constatação e reconhecimento da

existência ou não de metais pesados nas águas de consumo da população cearense, foi efetivo ao retratar uma situação preocupante, não somente em função dos teores elevados de alguns elementos sabidamente tóxicos, mas também pela quantidade e amplitude da distribuição das amostras que os contém, no território estadual.

A metodologia analítica mostrou-se inadequada para certos elementos, pois seus

limites inferiores de detecção superam ou igualam os valores máximos recomendados para ingestão humana, pela legislação brasileira.

As flutuações dos teores dos elementos em função da época do ano (de chuvas

ou estiagem) e ao longo ou lateralmente aos corpos de águas superficiais, avaliadas sobre um estatisticamente pequeno conjunto de dados, sugerem que os fatores que influenciam os valores mais elevados são introduzidos e episódicos, de fontes relativamente pequenas ou situadas à distância, sem apresentar continuidade sob ótica regional. Não obstante tais aspectos, os valores acima dos limites legislados, existentes mesmo nesse reduzido grupo de resultados, são significativos em termos ambientais embora locais, e reforçam a necessidade de estudar-se com detalhe suas variabilidades sazonais e espaciais.

Em relação aos cátions – metais pesados, cerca de 26 em 150 amostras de águas

superficiais (17%) e 62 em 84 amostras de águas subterrâneas (74%) apresentaram um ou mais elementos em concentrações acima do Valor de Referência do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Em 36 dessas amostras (15,4% do total de exemplares colhidos) foi detectada a presença de um ou mais elementos que são unicamente tóxicos aos organismos superiores (Al, As, B, Cd e Pb), entre os quais o Cádmio e Chumbo predominam, apresentando ainda, como agravante, a característica de bioacumularem na cadeia alimentar.

Entre os ânions, o constituinte químico das águas que mais ressalta e preocupa

é o Bromo. A máxima concentração admissível em águas de beber é de 0,025 mg/L pelo Ministério da Saúde, teor este não discriminado pelas 77 análises realizadas em um dos laboratórios, cujo limite de detecção é de 0,05 mg/L (L0,05). Mesmo se considerarmos estes valores como sendo menores do que o limite de 0,025, ainda assim a maior parte dos resultados, 205 ou 88% de todas as amostras coletadas, o contém em excesso

A listagem desses locais, o(s) elemento(s) químico(s) e o quanto este(s)

encontra(m)-se sobrelevado(s) em relação ao máximo recomendado constitui o anexo I deste relatório.

Todavia, é prematuro no presente momento afirmar que as águas de tais fontes de

abastecimento sejam no todo impróprias para consumo humano.

62

Além de fatores como a concentração, as variações locais no mesmo corpo d’água e a persistência dos altos valores ao longo do tempo, deve-se levar em conta ainda a especiação (estado de oxidação/valência) de alguns desses indivíduos químicos, o que afeta as respectivas mobilidades e biodisponibilidades, e que são determinantes para avaliação de seu risco (J. Centeno, comunicação verbal, Workshop Internacional de Geologia Médica, 2005).

9 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Neste estudo em pequena escala e de dimensão regional, não foi possível detectar relações nítidas e generalizadas entre os elementos e as características geológicas dos terrenos, de alta complexidade em algumas regiões; os enriquecimentos em metais nas águas, anteriormente comentados, são localizados e, embora alguns tenham possível origem litogênica, não são aparentes as continuidades ou a repetição dos mesmos sintomas em semelhantes ambientes, mais adiante.

Os resultados descritos, embora consistentes, devem ser considerados como

indícios. As amostras que apresentaram teores altos em elementos tóxicos, nos locais e municípios mencionados, sinalizam água inadequada para consumo humano, a serem ainda confirmadas e devidamente caracterizadas.

Um tratamento simples pode eliminar grande parte daqueles elementos

detectados, especialmente aqueles que se encontram em fases particuladas, coloidais. As águas de poços, embora com maior incidência de elementos em concentrações elevadas, tem maior facilidade de tratamentos específicos e menor possibilidade de, eventualmente, propiciar intoxicação via indireta, pelo consumo de vegetais (exceto no caso de culturas irrigadas por águas subterrâneas) ou peixes, que acumularam essas substâncias tóxicas em seus organismos.

Grande parcela da população interiorana do Ceará não dispõe de quaisquer

serviços de tratamento de água, o que a torna também suscetível aos agentes bacteriológicos, além dos componentes químicos aqui considerados. Neste caso incluem-se os poços rasos nas faixas aluvionares de rios, uma das alternativas mais viáveis de abastecimento d’água e irrigação no semi-árido, para pequenas comunidades; há notícia da perfuração de 3.600 desses poços em 86 municípios cearenses (DIÁRIO DO NORDESTE, edição de 12/12/2005), através do programa do governo estadual “Poços do Sertão”. A água adequada para a boa saúde humana é de ambientes oxidantes, com boa circulação, ausência de húmus e um balanço normal dos elementos químicos não tóxicos.

Deve-se ainda alertar para o extremo risco à saúde que correm, na época da seca,

as comunidades que são emergencialmente servidas por carros-pipa (em mais da metade dos municípios cearenses, conforme reportagem do jornal DIÁRIO DO NORDESTE, edição de 19/11/2005); a qualidade do líquido transportado e distribuído nos vilarejos carentes é desconhecida e as condições de manuseio são as mais precárias possíveis.

É necessária e urgente a execução de trabalhos em detalhe e de monitoramento

sistemático, ao menos naqueles sítios mais propensos a influenciar negativamente a

63

saúde dos habitantes, objetivando identificar a fonte original e determinar a persistência desses fatores no meio ambiente local, com vistas à sua remediação. Se confirmados os indícios, as autoridades de saúde pública devem ser imediatamente cientificadas, para que realizem os exames toxicológicos adequados na população em risco.

Os órgãos governamentais responsáveis pela verificação da qualidade das águas

de consumo devem ainda controlar a qualidade das águas ditas minerais, vendidas em garrafões de 20 litros, e que geralmente não sofrem qualquer tratamento ou purificação previamente à distribuição em pontos de venda. Dados oficiais (DNPM, 2005) apontam uma produção de 115.609.000 litros no Ceará em 2004, correspondentes a cerca de 5,7 milhões de garrafões d’água; nas análises obrigatórias para sua caracterização, não é exigida a determinação de metais pesados.

10 - AGRADECIMENTOS

Aos técnicos Antônio Celso Rodrigues de Melo e Vicente Calixto Duarte Neto

que realizaram as etapas de campo de amostragem com competência e dedicação, e também participaram da organização das amostras e dos dados de campo.

Agradecimentos ao geólogo Homero Benevides pela cuidadosa revisão do

texto, à bibliotecária Giovania Barros pela normalização das citações e ao técnico Eriveldo Mendonça pela composição deste.

O acesso para coleta das amostras nas fontes d´água foi sempre facilitado

pelos encarregados dos escritórios locais da Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE, da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH e dos Serviços Autônomos de Águas e Esgotos – SAAE onde operam, ficando aqui registrado nosso reconhecimento.

64

11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY, 2004. Disponível em: <http://.www.atsdr.cdc.gov>. Acesso em: 21 jun. 2005. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the Examination of Water and Wastewater. 1998. p.20, ARBUCKLE, Tye E et al. Assessing exposure in epidemiologic studies to disinfection by-products in drinking water: report from an international workshop. Environmental Health Perspectives, [s.l.], vol. 110, suppl. 1, p. 53-60, feb. 2002. Disponível em: <http://ehp.niehs.nih.gov/members/2002/suppl-1/53-60arbuckle/EHP110s1p53PDF.PDF>. Acesso em: 21 jun. 2005. AZEVEDO, F.A.; CHASIN, A.A.M. (Ed.). Metais: gerenciamento da toxicidade. Atheneu: São Paulo, 2003. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n.o 357 de 17 de março de 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção 1, n. 53, p. 58-63, 18 mar. 2005. CARVALHO, I.L. Fundamentos da geoquímica dos processos exógenos. Salvador: Bureau Gráfica e Editora Ltda., 1995. CAVALCANTE, J. C.; VASCONCELOS, A. M.; GOMES, F. E. M., 2003. Atlas digital de geologia e recursos minerais do Ceará. Fortaleza: CPRM- Serviço Geológico do Brasil; Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará. 1 CD-ROM. CEARÁ (Estado). Secretaria dos Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www.srh.ce.gov.br>. Acesso em: 22 fev. 2005. CEARÁ (Estado). Superintendência de Obras Hidráulicas. Disponível em: <http://www.sohidra.ce.gov.br>. Acesso em: 22 fev. 2005. CLESCERI, L. S.; GREENBERG, A. E.; TRUSSELL, R. R. Standard methods - for the examination of water and wastewater. 7. ed. Washington, DC: American Public Health Association Editors. 1992. p.230-239. COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTO DO CEARÁ. Disponível em: <http://.www.cagece.com.br>. Acesso em: 23 fev. 2005.

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1

ANEXO I CONCENTRAÇÕES DE ELEMENTOS, EM EXCESSO RELATIVAMENTE AO VALOR DE REFERÊNCIA (VR) DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA (Resolução 357 de 17/03/2005)

Localidade Manancial Elementos Abaiara poço tubular 471 Br (2x), Cu (1,1x) Acarape (a) açude Acarape do Meio 392 Br (6,8x) Acaraú poço tubular 625 Br (7,8x), Cd (2x), Cu (1,1x) Acopiara açude Quincoé 337 Br (3,6x), Pb (7,5x) Santa Felícia açude Umari 338 Br (3,6x) Aiuaba açude Benguê 491 Br (1,7x) Barra açude Mulungu 490 Br (2,1x) Alcântaras açude Pinga 613 Br (11,1x) Altaneira açude Pajeu 480 Br (4,4x) Alto Santo poço amazonas 365 Br (7,6x), Mn (6,8x) Castanhão poço amazonas 358 Br (21,2x), PO4 (3x) Amontada poço tubular 630 Br (20,7x), PO4 (2,5x) Garças poço amazonas 629 Ba 2,7x), Br (11x) Antonina do Norte açude Coronel 487 Br (4,1x) Apuiarés poço amazonas 644 Br (4,5x), Cu (1,1x) Aracati poço tubular 376 Fe (2x) Barreira dos Vianas poço amazonas 377 Br (6,4x), Cu (1,1x), Mn (3,6x), Pb (1,3x) Aracoiaba (f) açude Tijuquinha 656 Br (4,5x), Fe (1,1x) Ararendá poço tubular 513 Br (29,8x), Cd (3x), Cl (1,6x), NO3 (10,4x) Araripe açude João Luís 484 Br (3,5x) Pajeú açude João Luís 485 Br (3,4x) Aratuba poço tubular 654 Br (6,5x), NO3 (1,4x) Arneiroz açude Macuim 498 Br (3,5x) Assaré açude Canoas 492 Br (3,4x), Pb (1,3x) Amaro poço amazonas 504 Br (6,5x), Mn (3,1x), PO4 (4,9x) Aurora riacho da Caiçara 462 Br (1,5x) Baixio poço amazonas 460 Br (5,7x), Cd (2x), Cu (1,1x), Mn (1,1x), PO4 (2,7x) Sitiá (Banabuiú) rio Banabuiú 325 Br (5,6x), Fe (1,3x) Barbalha poço tubular 473 Br (2,2x), NO3 (1,6x) Barreira (a) açude Acarape do Meio 393 Br (6,8x), Mn (1,6x) Barro poço tubular 463 Br (4,5x), Cu (1,1x), NO3 (3,4x), PO4 (2x) Barroquinha (c) açude Itaúna 600 Br (2,5x) Baturité (f) açude Tijuquinha 655 Br (5x), Fe (1,2x) Beberibe açude Uberaba 380 Br (6,8x) Sucatinga poço tubular 379 Br (4,4x), NO3 (3,1x), PO4 (41x) Bela Cruz poço tubular 623 Br (5,5x), Cd (2x), Fe (14,5x), Mn (10,7x) Boa Viagem açude Vierão 331 Br (6x) Ibuaçu açude Ibuaçu 335 Br (13,2x) Brejo Santo poço tubular 467 Br (5,6x), NO3 (1,1x), PO4 (2,8x)

2

Camocim poço tubular 599 Br (1,4x), NO3 (1,1x) Guriú poço tubular 627 Cu (2,2x) Campos Sales açude Poço de Pedra 489 Br (2,7x) Carmelópolis açude Novo 488 Br (10,2x) Canindé açude São Mateus 318 Br (4,8x) Salitre açude Salitre 319 Br (5,6x) Capistrano açude Castro 390 Br (21,6x) Cariré rio Acaraú 592 Br (2,2x) Caririaçu açude S. Domingos 475 Br (3,1x), Mn (1,4x) Cariús poço amazonas 453 Br (7,2x), Fe (1,1x), Mn (2,5x) Caipu poço tubular 454 Br (1,9x), Cd (2x), Fe (11,6x), Mn (3x) Carnaubal (d) açude Jaburu 606 Br (5,9x) Cascavel rio Choró 381 Br (12,8x) Catarina açude Buenos Aires 497 Br (306x), Cl (16x), F (2,1x), PO4 (227x) Catunda poço amazonas 531 Br (4,2x), Fe (1,2x), Mn (2,2x) Caucaia (e) açude Gavião 658 Br (4,9x) Jurema (e) açude Gavião 659 Br (7,2x) Cedro riacho São Miguel 457 Br (11,6x) Chaval (c) açude Itaúna 601 Br (1,4x), NO3 (1,1x) Choró açude Choró Limão 320 Br (27,2x) Chorozinho (e) açude Pacoti-Riachão 385 Br (7,2x) Coreaú açude Várzea da Volta 614 Br (5,5x) Araquém açude Angicos 616 Br (3x) Araquém açude Angicos 617 Br (2,8x) Crateús açude Carnaubal 511 Br (5,7x) Santo Antônio poço amazonas 508 Br (4,4x), Cd (2x) Crato poço tubular 477 Br (1,9x), Cu (1,1x), Fe (4,1x), Mn (3,1x), NO3 (2,9x) Ponta da Serra poço amazonas 476 Br (3,1x), NO3 (1,1x) Croatá poço tubular 526 Br (9,3x), Cd (2x), Cl (6,6x), NO3 (39,4x), PO4 (1,2x) Cruz poço tubular 624 Ba (2,5x), Cd (2x), Cu (3,3x), NO3 (7x) Dep. Irapuan Pinheiro poço amazonas 345 Br (10x), Mn (2,4x) Ererê poço amazonas 368 Br (13,2x), Cd (2x), Na (2,4x), Pb (8,7x), PO4 (10x), Zn (1,3x) Eusébio (e) açude Pacoti-Riachão 664 Br (7,1x) Farias Brito poço tubular 481 Br (7,5x), Mn (2,8x), PO4 (5,4x) Fortaleza (e) açude Gavião 657 Br (4,4x), Pb (2,1x) Fortim poço tubular 378 Br (7,6x), Fe (1,1x) Frecheirinha poço tubular 611 Br (10,6x), NO3 (1,4x) General Sampaio açude General Sampaio 642 Br (2,5x), Pb (1,3x) Granja rio Coreau 598 Br (7,8x) Pessoa Anta fonte 602 Br (1,9x) Groaíras poço amazonas 593 Br (2,7x), Fe (1,5x), Mn (1,5x), PO4 (1,6x) Guaiúba (e) açude Riachão 663 Br (7,4x) Guaraciaba do Norte (d) açude Jaburu 607 Br (5,8x) Guaramiranga poço tubular 652 Br (1,4x) Hidrolândia açude Araras 523 Br (2,1x) Horizonte (e) açude Pacoti-Riachão 387 Br (6,8x) Ibiapina (d) açude Jaburu 609 Br (5,9x) Ibicuitinga rio Banabuiu 326 Br (6,8x) Icapuí poço tubular 375 Br (52,4x), Cl (1,4x), NO3 (1,5x) Lima Campos (Icó) açude Lima Campos 354 Br (3,2x)

3

Iguatu açude Truçu 340 Br (2x) José de Alencar poço tubular 341 Br (2,8x), PO4 (9x) Independência açude Cupim 509 Br (2,7x) Iapi açude Iapi 510 Br (4x) Ipaporanga açude São José 512 Br (7,1x) Ipaumirim poço amazonas 459 Br (3,3x), Cd (2x), NO3 (1,1x), PO4 (4,3x) Ipu açude Araras 522 Br (2,2x) Ipueiras poço amazonas 520 Br (7,8x), Mn (6x) Matriz poço amazonas 519 Br (2,5x) Iracema açude Canafístula 367 Br (2,4x) Irauçuba açude Jerimum 633 Br (1,5x) Missi poço amazonas 632 Br (9,9x), Mn (4,2x), PO4 (14,8x) Itaiçaba rio Jaguaribe 373 Br (8x) Itaitinga açude Pacoti-Riachão 388 Br (7,2x) Itapagé riacho Escorado 634 Al (3x), Br (3,1x), Cd (2x), Fe (2,2x), PO4 (5,5x) Itapipoca açude Poço Verde 637 Br (8,7x) Deserto poço tubular 638 As (2x), Br (9,5x), Cd (3x), Cl (1,2x), PO4 (2,3x) Itapiúna açude Castro 389 Br (22x), Cl (1,2x) Itarema poço tubular 628 Br (11,9x), Cd (2x) Itatira poço tubular 334 Br (22,8x), NO3 (3,8x) S. Francisco (Jaguaretama) açude São Francisco 665 Br (2,9x) Jaguaribara poço amazonas 356 Br (3,6x), Fe (7,6x), Mn (6,1x) Jaguaribe rio Jaguaribe 352 Br (4,4x) Jaguaruana rio Jaguaribe 372 Br (7,6x) Jati poço tubular 464 Br (9,6x), NO3 (2,4x) Jijoca de Jeriquaquara poço tubular 626 Al(5x), Ba(8x), Br(18,9x), Cd(2x), Cu(138x), Fe(2x), Ni(10,6x), Pb(33,8x) Juazeiro do Norte poço tubular 482 Br (1,2x), Cu (1,1x) Jucás poço amazonas 494 Br (9,6x), Cd (8x), Fe (1,3x), Mn (1,7x) Lavras da Mangabeira açude Extrema 458 Br (1,1x), PO4 (4x) Limoeiro do Norte açude Pedrinhas 364 Br (4,4x) Madalena poço amazonas 332 Br (2x), Mn (11,3x) Macaoca poço amazonas 333 Br (4,8x), PO4 (2x) Maracanaú (e) açude Riachão 661 Br (7,3x) Maranguape (e) açude Gavião 660 Br (6,2x), Cd (20x), Pb (46,5x) Marco poço amazonas 622 Br (4,2x), Fe (5,9x), Mn (12x) Martinópole açude Jardim 597 Br (3,5x), Cu (1,1x) Massapê açude Iguaraçu Mirim 594 Br (2,5x) Palestina do Cariri (Mauriti) poço tubular 469 Br (3,7x) Meruoca açude Frecheirão 612 Br (2,3x) Milagres poço tubular 470 Br (11,6x), Cu (4,4x) Milhã açude Monte Sobrinho 348 Br (2,4x), Mn (1,2x) Miraíma açude S. P. Timbaúba 631 Al (3x), Br (1,8x), Fe (1,6x) Missão Velha poço tubular 472 Ba (7,3x), Br (1,4x), Fe (8,1x) Mombaça açude Serafim Dias 342 Br (4,8x) Boa Vista açude Boa Vista 343 Al (6x), Fe (1,9x) Monsenhor Tabosa açude Mon. Tabosa 517 Br (7x) Morada Nova rio Banabuiú 360 Br (4,8x) Aruaru açude Aruaru 361 Br (29,2x), Cl (1,3x) Moraújo poço tubular 615 Br (5,4x) Morrinhos poço tubular 621 Br (4,1x), Fe (2,4x), Mn (6x)

4

Mucambo açude Mucambo 529 Br (2,2x) Mulungú poço tubular 653 Br (17,7x), Mn (5,3x) Nova Olinda poço tubular 478 Br (4,7x), Cd (4x), PO4 (1,2x) Novo Oriente açude Flor do Campo 507 Br (3,2x) Ocara rios Choró/Aracoiaba 384 Br (36,4x), Cl (1,2x) Pacajus (e) açude Riachão 386 Br (7,2x) Pacatuba (e) açude Riachão 662 Br (15,9x) Pacoti poço amazonas 651 Br (4,4x), Cd (2x), Fe (40,6x), Mn (3,2x) Palhano Canal do Trabalhador 374 Br (5,6x) Palmácia fonte 650 Br (7,4x) Paracuru lagoa Grande 648 Br (2,1x) Paraipaba açude Cana Brava 647 Br (14,8x) Parambu açude Puiú 502 Br (2,3x) Cococi poço tubular 501 Br (16,8x), NO3 (33,6x), Zn (4,3x) Paramoti açude General Sampaio 316 Br (2,4x) Pedra Branca açude Trapiá 336 Br (4,4x), Mn (1,7x) Mineirolândia rio Patu 330 Al (8x), Br (4,5x), Fe (1,1x) Penaforte poço tubular 465 Br (5,1x) Pentecoste açude Pereira de Miranda 641 Br (1,8x) Pereiro açude Presídio 369 Br (3,2x) Pires Ferreira poço tubular 518 Br (17,7x), Cu (1,1x), Mn (5,8x) Poranga fonte 514 Br (4,7x) Porteiras poço tubular 466 Br (5,7x), Cu (1,1x), NO3 (5,2x), PO4 (2,2x) Potengi açude Belo Horizonte 483 Al (2x), Br (1,3x) Potiretama açude Grande 366 Br (3,2x) Quiterianópolis açude Colinas 505 Br (4x) S. Francisco poço tubular 506 Br (7,2x), Cd (2x), Mn (1,2x), PO4 (2,5x) Quixadá açude Pedras Brancas 327 Br (10x) Quixadá açude Cedro 323 Br (9,6x) Cipó dos Anjos poço tubular 321 Ba (3,9x), Na (4,1x), Sr (1,6x), Zn (1,9x) Quixelô poço amazonas 339 Br (6,4x) Quixeramobim açude Quixeramobim 328 Br (12x) Quixeré poço tubular 363 Br (4,4x), Mn (1,6x) Redenção (a) açude Acarape do Meio 391 Br (6,4x) Reriutaba (b) açude Araras 525 Br (1,7x) Russas poço tubular 371 Br (3,3x), Mn (1,9x), NO3 (1,8x), PO4 (7x) Flores poço tubular 370 Br (4x), Mn (5,4x) Saboeiro rio Jaguaribe 495 Br (15,5x) Flamengo açude Flamengo 496 Br (4,4x) Salitre poço tubular 486 B (1,3), Br (102x) Santa Quitéria açude Edson Queiroz 530 Br (2,7x) Raimundo Martins poço tubular 532 Br (2,7x), Mn (1,3x), Pb (1,1x), PO4 (2,5x) Santana do Acaraú poço tubular 619 Br (6,1x), Cd (2x), F (4,5x), Fe (23,1x), Mn (12x) Baixa Fria poço amazonas 620 Br (24,3x), Cu (1,1x), Mn (2,3x), NO3 (2,6x) Santana do Cariri poço tubular 479 Fe (8,6x) São Benedito (d) açude Jaburu 608 Br (5,8x), Pb (2,2x) S.Gonçalo do Amarante açude Sítios Novos 649 Br (8,4x) S.João do Jaguaribe poço tubular 359 Br (4x), Fe (5,9x), Mn (4,3x) São Luís do Curu rio Curu 640 Br (10,3x) Senador Pompeu açude Patu 347 Br (4x), Mn (1,7x)

5

Senador Sá (h) rio Jordão 595 Br (4,6x) Sobral açude Jaibaras 591 Cu (2,2x) Jaibaras açude Jaibaras 590 Cu (5,6x), PO4 (6,7x) S. J. Solonópole (Solonópole) açude Sigefredo Pinheiro 350 Br (2,4x), Mn (1,9x) Tabuleiro do Norte rio Jaguaribe 362 Br (4,4x) Tamboril açude Carão 516 Br (7,7x) Sucesso açude João Castro 515 Br (3,7x) Tarrafas poço amazonas 493 Br (5,6x), Cd (2x), PO4 (8,7x) Tauá açude no rio Trici 503 Br (4,8x) Marrecas poço tubular 499 Br(44,6x), Cl (2x), Cu(1,1x), F(1,3x), Na(2,6x), NO3 (59,9x), PO4 (45,7x) Marrecas poço amazonas 500 Br (5,3x), Cd (2x), NO3 (5,9x), PO4 (7,6x) Tejuçuoca açude Boqueirão 643 Br (3,8x) Tianguá (d) açude Jaburu 603 Br (5,9x) Trairi açude Piancó 646 Br (2,3x) Tururu (g) açude Mundau 636 Br (1,9x) Ubajara (d) açude Jaburu 610 Br (4,3x) Umari poço tubular 461 Br (8,3x), Cd (3x), Fe (4,6x) Umirim açude Caxitoré 639 Br (1,2x) Uruburetama (g) açude Mundau 635 Br (2,7x) Uruoca (h) rio Jordão 596 Br (4,1x) Viçosa do Ceará (d) açude Jaburu 605 Br (6,2x) Quatiguaba (d) açude Jaburu 604 Br (6,1x)

NOTAS: 1) Localidades com captação em mesmos corpos d’água: a) Acarape, Barreira e Redenção no açude

Acarape do Meio; b) Reriutaba e Varjota no açude Araras; c) Barroquinha e Chaval no açude Itaúna; d) Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Quatiguaba/Viçosa, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa no açude Jaburu; e) Caucaia, Chorozinho, Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Jurema/Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Pacajus e Pacatuba no sistema de açudes Pacoti-Riachão-Gavião; f) Aracoiaba e Baturité na barragem Tijuquinha; g) Tururu e Uruburetama no açude Mundaú; h) Senador Sá e Uruoca no rio Jordão.

2) Localidades em itálico: distritos dos municípios mencionados na linha logo superior, ou dos municípios citados entre parênteses.

3) N: número de laboratório da amostra 4) Os elementos e compostos são seguidos por um número que representa o quanto se encontra

sobrelevado em relação ao valor de referência do CONAMA. Por exemplo: Br (3x) significando que o teor do elemento Bromo, naquela amostra, é 3 (três) vezes superior ao valor máximo recomendado pelo CONAMA.

1

ANEXO II VARIAÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL NA COMPOSIÇÃO DAS ÁGUAS

O exame da variabilidade na constituição das águas em função da época de coleta

foi efetuado comparando-se os resultados analíticos para cátions das amostras colhidas em dezembro de 2003, em uma fase de treinamento visitando alguns municípios no sul do Ceará, antes do período chuvoso na região, e suas correspondentes, obtidas nos mesmos locais quando do desenvolvimento efetivo do projeto em julho de 2004, após o período de precipitações de chuvas.

O conjunto avaliado abrange 12 amostras de 6 açudes e rios e 18 de 9 instalações

de poços. As distâncias entre elas, observadas no registro de coordenadas UTM obtidas por GPS, tiveram variação de 4 a 260 m nas amostras de águas superficiais e de 3 a 500 m nas de águas subterrâneas; as maiores distâncias correspondem à tomada de uma amostra na captação e outra no meio do açude ou na instalação de pré-tratamento. Com distanciamento maior do que 2.000 m, duas amostras de uma localidade não foram consideradas neste estudo.

A figura 1 permite visualizar as variações nos teores, daqueles elementos com a

maioria dos resultados analíticos definidos, entre cada amostra coletada em dezembro de 2003 (1) e a obtida em julho de 2004 (2), comparativamente às menores e maiores concentrações encontradas em 84 amostras de açudes e rios e 150 de poços de todo o estado, as respectivas medianas e os Valores de Referência do Ministério da Saúde, quando existentes e inferiores à concentração máxima.

As indicações desse gráfico mais o exame par-a-par dos resultados analíticos,

embora pequeno o número de observações, são de que as águas superficiais contêm mais Ca, Fe (embora um par discordante), K (apesar de 2 resultados outliers) e Zn, e menos Ba, Mg e Na após o período chuvoso, etapa de amostragem de julho/2004; Mn (um valor destoante) e Sr não são definidos. Em relação às águas subterrâneas, vê-se um generalizado, embora de pequena amplitude, aumento nas concentrações relativas dos elementos após o período chuvoso, com exceção de Mn (um valor discordante) e Zn, que têm comportamento indefinido.

Aparentemente tais variações denunciam os processos normais, propiciadas pela

introdução de água pluvial no sistema, de diluição dos componentes na água do fluxo superficial e aumento na dissolução de sais pela infiltração, no fluxo subterrâneo.

A amplitude da variação temporal nas concentrações desses elementos químicos,

no período de 6 meses, não tem a grandeza que seria de se esperar. Observa-se no gráfico mencionado que todos os resultados das amostras da campanha 1, com exceção do elemento K em duas amostras de água superficial, com 63 e 64 mg/L, situam-se no campo definido pelos valores maior-menor dos conjuntos totais de resultados, e os traços de medianas também os dividem, excetuando novamente o Potássio.

2

Quanto aos elementos não representados, nas águas superficiais não há (B, Be, Co, Cr, Li, Mo, Ni, Se, V, Ti, sem valores definidos) ou há poucas e pequenas (Al, As, Cd, Cu) oscilações nos teores de cada par de amostras, já no limite de sensibilidade do método analítico; um único par tem diferença significativa para o elemento Chumbo. Nas águas subterrâneas, os elementos Be, Cr, Mo, Se, V e Ti não apresentam valores definidos e pequenas variações no limite de detecção da análise são verificadas para Al, As, B, Cd, Co, Cu e Ni; o elemento Lítio tem diferença significativa em um par de amostras e Chumbo em dois de 9 pares considerados. Relevando ser a comparação efetuada ao nível de detecção analítica dos elementos, sujeita portanto a erro, nota-se a

3

tendência das concentrações de Alumínio e Chumbo diminuir e Cádmio aumentar nessas águas após a estação chuvosa, e um comportamento variável de Cobre e Lítio.

Em relação aos Valores de Referência (VR), observa-se que são ultrapassados por Mn (0,142 mg/L), Cu (0,01 mg/L) e Pb (0,075 mg/L) nas águas superficiais e por Al (0,2 mg/L em duas amostras), Ba (5,121 mg/L), Cd (0,002 mg/L), Mn (0,310 mg/L) e Pb (0,057 e 0,068 mg/L) nas águas de poços, sempre em amostras isoladas de cada par. O elemento Cobre apresenta um problema adicional, pois o limite de detecção da análise (0,01 mg/L) é superior ao Valor de Referência, de 0,009 mg/L, tendo sido determinado em uma amostra de água superficial e em 7 dos 9 locais de coleta de água subterrânea; nestes, apenas uma amostra, isolada, apresentou um valor acima de 0,01 (QAU218, com 0,02 mg/L), e somente um par com o mesmo valor de 0,01 mg/L Cu.

Todas as observações acima permitem sugerir que um período de 6 meses,

mesmo representando as diferentes condições de pluviosidade do ano, não traz diferenças significativas para avaliações em pequena escala, do tipo estudos regionais. Todavia, ao serem consideradas sob a ótica ambiental, as variações são importantes nesse período de tempo, sugerindo que os fatores que as influenciam sejam introduzidos e episódicos, sem a continuidade e persistência esperada caso de origem geológica.

As variações laterais na constituição química em elementos-traço, que dá idéia

sobre a homogeneidade do meio, foram estimadas pelo exame dos resultados das amostras daqueles corpos d´água com três ou mais estações de coleta. Os conjuntos avaliados são provenientes dos rios Banabuiú (captações do distrito de Sitiá, município de Banabuiú, Ibicuitinga e Morada Nova, distanciada de 33 km do primeiro ponto) e Jaguaribe (que serve Saboeiro, Jaguaribe, Tabuleiro do Norte, Jaguaruana, Itaiçaba e Palhano – no Canal do Trabalhador, num percurso de mais de 350 km) e de 5 açudes: Acarape do Meio, que abastece os municípios de Acarape, Barreira e Redenção, com 3 amostras num espaço de 250 m; Araras, com 4 amostras numa distância de 11.300 m, tendo as captações dos municípios de Hidrolândia, Ipu, Reriutaba e Varjota; Jaburu, com as captações de 8 localidades, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, São Benedito, Viçosa do Ceará e seu distrito Quatiguaba, Tianguá e Ubajara, distribuídas num eixo de 7.600 m e os açudes interligados Gavião, com 4 amostras dentro da distância de 2.800 m e Pacoti-Riachão, onde foram coletadas 8 amostras na distância de 10.100 m que abastecem as cidades de Caucaia e seu distrito Jurema, Chorozinho, Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacajus e Pacatuba. O maior intervalo de tempo entre amostragens em um mesmo açude foi de 77 dias no sistema Pacoti-Riachão, e o menor, de apenas horas, no açude Jaburu; as amostras de águas dos rios foram obtidas no período de 34 dias no Jaguaribe e de 9 dias no Banabuiú.

As variações das concentrações daqueles elementos estudados estatisticamente

(maioria dos resultados analíticos das amostras com valores definidos), são observadas nas figuras a seguir, onde são comparadas com os teores mínimos e máximos determinados em 150 amostras de açudes e rios, os respectivos percentuais de 25 e 75% da distribuição de freqüência, e os valores de referência do Ministério da Saúde, quando existentes e inferiores ao teor máximo encontrado.

4

Ba Ca Fe K Mg Mn Na Sr ZnT

e o

r e s

c

r e

s c

e n

t e s

E l e m e n t o s

1 11

1 1 1 1 1 1 12 2

2

2 2 2 2 2 2 23 3

3

3 3 3 3 3 3 34 4

4

4 4 4 4 4 4 45 5

5

5 5 5 5 5 5 5

VR

VR

VR

VR

Açude Acarape do MeioAçude Araras

Açude Gavião

Açude Jaburu

Açudes Pacotí-Riachão

Maior resultado nas águas superficiais

Menor resultado nas águas superficiais

Valor de Referência do CONAMA

Quartil 25% da distribuição estatísticaQuartil 75% da distribuição estatística

FIG. 2 - COMPARAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DOS ELEMENTOS EM AMOSTRAS NOS MESMOS AÇUDES A primeira observação do gráfico (fig. 2, açudes) dá conta de uma certa

semelhança composicional entre as águas de todos os açudes, representada pelo posicionamento da grande maioria das amostras em níveis muito próximos, na escala de concentração, para os elementos Ba, Fe, K, Mn e Zn, e as diferenças nos teores de Ca, Mg e Sr situam-se dentro de uma faixa até 75% da distribuição dos valores. A maior disparidade é vista para o elemento Sódio nas amostras do açude Acarape do Meio e em um subgrupo de amostras do sistema Pacoti-Riachão, cujos resultados destacam-se muito (valores entre 130 e 185 mg/L) dos grupos correspondentes aos outros açudes, que variam de 18 a 44 mg/L Na.

As concentrações de Ba, Ca, K, Mg, Na (com exceção no sistema Pacoti-Riachão)

e Sr são praticamente iguais em todas as amostras de cada um dos açudes estudados, certificando uma quase inexistente variação lateral desses elementos, que possuem em comum o caráter de serem facilmente solubilizados. Nos açudes Pacoti-Riachão os resultados para Sódio formam dois grupos, o primeiro constituído por 4 amostras com teores variáveis de 135 a 170 mg/L, coletadas no início de julho e o segundo por 4 amostras com 38 a 41 mg/L obtidas em setembro; neste intervalo de tempo adentrando a estação seca, na qual se esperaria aumento ao invés de diminuição da salinidade, é provável que o sistema tenha recebido, por recalque (adutora da CAGECE), águas do açude Pacajus, que por sua vez é alimentado pelo Canal do Trabalhador (ligado ao rio Jaguaribe). Essa variação composicional parece ser refletida pelo Cobalto, com resultados <0,002 e 0,002 mg/L, respectivamente.

5

Os elementos Fe, Mn e Zn registram concentrações divergentes nas amostras de alguns açudes e provavelmente encontram-se em uma fase coloidal, pois mostram aparentes relacionamentos entre si. No açude Acarape do Meio, as três amostras tem teores completamente distintos de Fe e Mn, havendo correlação direta dos seus valores. Diferenças nos teores de Ferro, correspondidas pelo Zinco, são observadas no açude Jaburu e, no açude Gavião, nota-se a diversidade, de maneira menos acentuada, para as concentrações dos elementos Mn e Zn. A variação detectada no açude Acarape do Meio, no exíguo espaço de 250 m, pode ser devida a influência recente de precipitações pluviométricas, cerca de 50 mm medidos nas estações de Acarape do Meio e Redenção nos dias 28 e 29 de julho, três dias antes da efetivação da amostragem.

Dos outros elementos analisados e não representados no gráfico, constata-se

diferença significativa de Pb e Cd em amostras do açude Gavião (resultados de 0,021 e 0,465 mg/L de Pb, com 0,020 mg/L de Cd associado, e os demais abaixo ou no limite de detecção) e Chumbo no açude Jaburu (uma amostra com 0,022 mg/L e as outras com resultado <0,005).

Os resultados determinados para Al, As, B, Be, Co e Li variam em um ou outro açude nos respectivos limites de detecção (igual ou abaixo destes) e Cr, Cu, Mo, Ni, Se, V e Ti somente apresentaram teores abaixo do limite de detecção do método analítico (qualificados L), nas amostras de todos os açudes.

Os Valores de Referência do Ministério da Saúde são ultrapassados para

Manganês em uma amostra do açude Acarape do Meio e para Pb e Cd em duas amostras do açude Gavião, e serão comentados oportunamente.

Nos rios Banabuiú e Jaguaribe as variações nas concentrações são bem mais

distintas (fig. 3, rios), espelhando diferentes influências ao longo de seus trajetos. Nos cerca de 33 km do médio curso do primeiro, as amostras tomadas em Sitiá,

distrito de Banabuiú, na captação para a elevatória que abastece a cidade de Ibicuitinga e em Morada Nova, possuem concentrações muito semelhantes de Ba, Ca, Mg, Sr e Zn; K e Mn têm pequena diferença, com diminuição dos teores na amostra mais a jusante, e Fe e Na apresentam as maiores variações, também decrescentes (exceto Fe na amostra intermediária) no sentido montante-jusante.

Nas amostras coletadas no rio Jaguaribe, o elemento Zinco é o único a não

mostrar variação expressiva de valores. A amostra colhida no alto curso (captação de Saboeiro) registra as mais elevadas concentrações de Ba, Ca, K, Mg e Sr, e aquela coletada no baixo curso, já Canal do Trabalhador em Palhano, contém mais Mn e Na. As diferenças são significativas também entre as amostras colhidas nas captações de Jaguaribe, Tabuleiro do Norte e Jaguaruana, no seu médio curso. Daqueles elementos não processados estatisticamente, somente Boro apresentou alguns resultados definidos no limite de detecção (0,05 mg/L), nas amostras de montante de ambos os rios e, em relação aos valores recomendados pelo CONAMA, apenas Ferro foi excedido (0,393 mg/L, sendo a referência de 0,3), na captação d´água do distrito de Sitiá, município de Banabuiú, no rio de mesmo nome.

No aspecto geral, portanto, nota-se que em pequenas distâncias nos sistemas de

águas superficiais, e especialmente nos açudes, há pouca variação nas concentrações dos elementos facilmente solubilizados; dentre estes o teor em Sódio é mais facilmente

6

alterado pelas condições climáticas diárias. Maiores diferenças são percebidas naqueles elementos que se mobilizam sob forma sólida finamente dividida e coloidal, como Fe, Mn, Zn. Valores de referência são excedidos apenas pontualmente, indicando proveniência de fontes com pequena expressão ou situadas a relativamente grande distância.

Ba Ca Fe K Mg Mn Na Sr Zn

Maior resultado nas águas superficiais

Menor resultado nas águas superficiais

Valor de Referência do CONAMA

Quartil 25% da distribuição estatística

Quartil 75% da distribuição estatística

VR

VR

VR

VR

T e

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s

c r

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c e

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E l e m e n t o s

Rio Jaguaribe (6 amostras)

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

m

mm

m

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m

m

j

j

j

j

j

j

j

j

j

j

j

j

j

jj

j

j

jj

Amostra mais a montante

Amostra mais a jusante

1 1 1 1 1 1 1 1 1

1

2 2 2 2 2 2 2 2 2

2

FIG. 3 - COMPARAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DOS ELEMENTOS EM AMOSTRAS NOS MESMOS RIOS Daqueles elementos não processados estatisticamente, somente Boro apresentou

alguns resultados definidos no limite de detecção (0,05 mg/L), nas amostras de montante de ambos os rios e em relação aos valores recomendados pelo CONAMA, apenas Ferro foi excedido (0,393 mg/L, sendo a referência de 0,3), na captação d´água do distrito de Sitiá, município de Banabuiú, no rio de mesmo nome.

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ANEXO III - RESULTADOS ANALÍTICOS DAS AMOSTRAS

MUNICÍPIOS TIPO N.o COORDENADAS E L E M E N T O S distrito ABAST. AMOSTRA UTM E UTM N Al As B Ba Ca Cd Co Cr Cu Fe 1 Abaiara T 471 495080 9186926 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,073 31,40 L 0,001 L 0,002 L 0,02 0,01 0,004

2 Acarape (a) L 392 522357 9536424 L 0,1 L 0,01 0,08 0,01 11,09 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,035

3 Acaraú T 625 375573 9680186 L 0,1 0,01 0,08 0,422 1,34 0,002 0,007 L 0,02 0,01 0,022

4 Acopiara L 337 449773 9327386 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,058 13,94 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,09

Santa Felícia L 338 476018 9327505 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,075 17,16 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,019

5 Aiuaba L 491 374061 9270978 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,040 9,65 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,033

Barra L 490 357076 9264681 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,054 9,35 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,045

6 Alcântaras L 613 327783 9604692 L 0,1 0,01 0,11 0,011 4,31 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,151

7 Altaneira L 480 419697 9229744 0,1 L 0,01 L 0,05 0,152 15,03 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,117

8 Alto Santo Z 365 580018 9389553 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,272 18,02 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,085

Castanhão Z 358 564028 9397033 L 0,1 0,01 L 0,05 0,226 44,03 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,018

9 Amontada T 630 407070 9628337 L 0,1 L 0,01 0,05 0,093 20,91 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,198

Garças Z + T 629 415915 9651496 0,1 0,01 L 0,05 1,910 1,38 0,001 0,003 L 0,02 L 0,01 0,013

10 Antonina do Norte L 487 394757 9258745 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,084 19,85 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,094

11 Apuiarés Z 644 452245 9563344 L 0,1 0,01 0,05 0,041 19,24 L 0,001 0,002 L 0,02 0,01 0,251

12 Aquiraz L 383 570802 9566279 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,048 2,12 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,103

13 Aracati T 376 637385 9503480 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,016 5,11 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,611

Barreira dos Vianas Z 377 635232 9480355 L 0,1 0,01 0,13 0,242 32,87 0,001 0,015 L 0,02 0,01 0,008

14 Aracoiaba (f) L 656 511724 9522792 L 0,1 0,01 L 0,05 0,015 3,09 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,330

15 Ararendá T 513 296898 9474528 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,030 105,50 0,003 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,002

16 Araripe L 484 369955 9217335 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,081 11,13 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,255

Pajeú L 485 370039 9217208 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,087 11,15 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,250

17 Aratuba T 654 494898 9512002 L 0,1 0,01 0,08 0,158 9,31 0,001 0,004 L 0,02 L 0,01 0,010

18 Arneiroz L 498 375528 9308709 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,079 16,19 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,020

19 Assaré L 492 397092 9231383 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,062 13,88 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,088

Amaro Z 504 422413 9237260 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,356 30,87 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,039

20 Aurora R 462 500108 9228865 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,030 10,71 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,183

21 Baixio Z 460 530209 9252606 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,143 28,14 0,002 L 0,002 L 0,02 0,01 0,049

22 Banabuiú L 324 508462 9411438 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,039 9,94 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,011

Sitiá R 325 537675 9429428 L 0,1 L 0,01 0,05 0,064 17,51 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,393

23 Barbalha T 473 466123 9191998 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,117 36,02 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,007

24 Barreira (a) L 393 522212 9536631 L 0,1 L 0,01 0,08 0,005 10,85 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,244

25 Barro T 463 524543 9206849 0,1 L 0,01 L 0,05 0,336 7,92 0,001 L 0,002 L 0,02 0,01 0,017

26 Barroquinha (c) L 600 259280 9651481 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,026 2,65 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,014

27 Baturité (f) L 655 511779 9522792 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,015 3,18 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,356

2

N.o E L E M E N T O S AM. Li Mg Mn Mo Ni Pb Se Sr V Zn Be Ti Na K F- Cl- NO2- Br- NO3- PO4--- SO4--471 0,04 13,68 L 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,421 L 0,02 0,014 L 0,001 L 0,05 30,0 4,9 0,18 19,4

< 0.01 0,05 3,95

< 0.01 35,4

392 0,003 7,14 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,091 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 175,0 4,1 0,31 35,57 0,1 0,17 0,2 L 0,2 10,6

625 0,009 4,49 0,012 L 0,005 0,004 L 0,005 L 0,02 0,049 L 0,02 0,026 0,002 L 0,05 40,0 6,9 0,05 72,9 < 0.01 0,20 8,44 < 0.01 7,06

337 L 0,002 5,37 0,016 L 0,005 L 0,004 0,075 L 0,02 0,18 L 0,02 0,106 L 0,001 L 0,05 14,0 5,6 0,12 22,76 L 0,1 0,09 0,3 L 0,2 0,1

338 L 0,002 6,48 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,293 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 21,0 5,9 0,11 25,72 0,1 0,09 2,9 L 0,2 1,2

491 L 0,002 3,74 0,017 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,125 L 0,02 0,010 L 0,001 L 0,05 8,8 4,7 0,07 8,94 < 0.01

0,04 0,42 < 0.01 0,97

490 L 0,002 5,02 0,033 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,176 L 0,02 0,010 L 0,001 L 0,05 16,0 4,8 0,11 13,1 < 0.01

0,05 0,05 < 0.01 1,03

613 L 0,002 2,42 0,007 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,047 L 0,02 0,010 L 0,001 L 0,05 49,0 8,2 0,52 32,5 < 0.01 0,28 0,03 < 0.01 4,53

480 L 0,002 5,88 0,173 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,490 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 19,0 4,9 0,35 21,1 < 0.01

0,11 0,22 < 0.01 1,41

365 L 0,002 6,36 0,68 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,303 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 180,0 2,3 0,25 63,37 0,1 0,19 1 L 0,2 3,6

358 L 0,002 22,61 0,002 L 0,005 L 0,004 0,006 L 0,02 0,573 L 0,02 0,031 L 0,001 L 0,05 97,5 3,1 0,29 187,3 0,1 0,53 7,4 0,3 10,8

630 0,002 17,12 0,091 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,317 L 0,02 0,010 L 0,001 L 0,05 180,0 1,3 0,32 241 < 0.1 0,52 0,70 0,25 20,6

629 0,010 4,37 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,045 L 0,02 0,015 0,001 L 0,05 67,0 4,9 0,09 11,9 < 0.01 0,28 7,69 < 0.01 1,71

487 L 0,002 4,02 0,026 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,302 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 22,0 6,5 0,12 20,7 < 0.01

0,10 0,05 < 0.01 0,52

644 L 0,002 11,56 0,100 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,170 L 0,02 0,052 L 0,001 L 0,05 39,0 6,5 0,21 70,6 < 0.01

0,11 2,31 < 0.01

7,41

383 L 0,002 2,06 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,03 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 57,5 2 0,03 23,94 L 0,1 L 0,05 0,1 L 0,2 1,4

376 L 0,002 1,25 0,015 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,031 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 4,6 0,9 0,13 6,81 L 0,1 L 0,05 0,6 L 0,2 4,9

377 0,005 48,2 0,361 L 0,005 0,017 0,013 L 0,02 0,93 L 0,02 0,029 L 0,001 L 0,05 22,0 8,3 0,02 41,81 0,1 0,16 20,5 L 0,2 6,9

656 L 0,002 2,67 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,027 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 17,0 2,9 0,05 22,6 < 0.01

0,11 0,63 < 0.05

3,13

513 0,017 60,38 L 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,431 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 88,0 4,3 0,51 390 < 0.01

0,75 104 < 0.1 21,6

484 L 0,002 4,62 0,009 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,264 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 16,0 6,3 0,13 17,2 < 0.01

0,09 1,88 < 0.01 1,29

485 L 0,002 4,60 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,266 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 14,0 6,3 0,13 16,7 < 0.01

0,09 1,93 < 0.01 1,22

654 0,005 7,18 0,095 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,218 L 0,02 0,009 L 0,001 0,09 37,0 7,2 0,12 46,1 < 0.01

0,16 14,1 < 0.05

33,8

498 L 0,002 7,31 0,010 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,201 L 0,02 0,011 L 0,001 L 0,05 21,0 5,8 0,11 25,0 < 0.01

0,09 0,39 < 0.01 2,74

492 L 0,002 5,27 0,059 L 0,005 L 0,004 0,013 L 0,02 0,237 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 18,0 5,5 0,16 20,0 < 0.01

0,09 1,05 < 0.01 1,15

504 0,003 13,20 0,312 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,544 L 0,02 0,030 L 0,001 L 0,05 40,0 2,9 0,61 30,8 < 0.01

0,16 0,46 0,49 3,92

462 L 0,002 4,50 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,152 L 0,02 0,011 L 0,001 L 0,05 7,8 3,8 0,12 5,19 < 0.01 0,04 0,07 < 0.01 0,02

460 L 0,002 17,38 0,112 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,290 L 0,02 0,033 L 0,001 L 0,05 35,0 2,2 0,33 64,1 < 0.01 0,14 0,08 0,27 9,20

324 L 0,002 5,63 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,13 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 6,8 1,3 0,08 10,27 L 0,1 L 0,05 0,4 L 0,2 0,9

325 L 0,002 9,96 0,065 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,227 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 185,0 5,7 0,15 49,99 0,1 0,14 1,1 L 0,2 2,2

473 0,036 23,82 0,047 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 1,046 L 0,02 0,023 L 0,001 L 0,05 11,0 5,1 0,11 34,4 < 0.01

0,05 16,1 < 0.01

65,5

393 0,002 6,84 0,160 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,09 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 185,0 4,2 0,29 39,22 0,2 0,17 0,1 L 0,2 9,6

463 0,032 16,80 0,044 L 0,005 0,009 L 0,005 L 0,02 0,139 L 0,02 0,029 L 0,001 L 0,05 29,0 28,0 0,11 57,0 < 0.01 0,11 33,9 0,20 11,9

600 L 0,002 2,10 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,036 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 16,0 2,0 0,04 27,4 < 0.01 0,06 0,14 < 0.01 1,02

655 L 0,002 2,75 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,028 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 18,0 3,0 0,05 24,0 < 0.01

0,12 0,65 < 0.01

3,67

3

MUNICÍPIOS TIPO N.o COORDENADAS E L E M E N T O S

distrito ABAST. AMOSTRA UTM E UTM N Al As B Ba Ca Cd Co Cr Cu Fe 28 Beberibe L 380 601476 9537003 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,036 0,86 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,23

Sucatinga T 379 605188 9529168 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,024 6,23 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,011

29 Bela Cruz T 623 372708 9661715 L 0,1 0,01 L 0,05 0,145 10,46 0,002 0,002 L 0,02 L 0,01 4,354

30 Boa Viagem L 331 420318 9430168 L 0,1 L 0,01 0,05 0,035 19,47 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,01

Ibuaçu L 335 412149 9467738 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,029 17,79 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,004

31 Brejo Santo T 467 502158 9173485 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,068 22,97 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,004

32 Camocim T 599 290430 9682360 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,103 16,94 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

Guriú T 627 322757 9684426 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,104 21,41 0,001 0,002 L 0,02 0,02 0,012

33 Campos Sales L 489 350296 9227839 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,124 14,29 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,029

Carmelópolis L 488 372111 9239099 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,087 23,05 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

34 Canindé L 318 464783 9516970 L 0,1 0,01 0,05 0,046 19,63 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,015

Salitre L 319 418973 9534268 L 0,1 L 0,01 0,07 0,014 14,64 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,133

35 Capistrano L 390 507128 9425619 L 0,1 0,01 0,08 0,076 30,65 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,018

36 Caridade L 317 468366 9533000 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,016 2,74 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,048

37 Cariré R 592 340991 9561883 L 0,1 0,01 L 0,05 0,035 9,46 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,151

38 Caririaçu L 475 468682 9222738 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,082 7,34 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,133

39 Cariús Z 453 445228 9276903 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,146 36,72 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,330

Caipu T 454 463906 9267062 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,183 16,24 0,002 L 0,002 L 0,02 L 0,01 3,474

40 Carnaubal (d) L 606 264617 9572585 L 0,1 L 0,01 0,05 0,026 4,02 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,023

41 Cascavel R 381 585742 9535097 L 0,1 L 0,01 0,05 0,112 18,79 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

42 Catarina L 497 403836 9321437 L 0,1 L 0,01 0,06 0,102 38,54 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,012

43 Catunda Z + R 531 366212 9486531 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,054 17,01 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,354

44 Caucaia (e) L 658 549018 9568475 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,045 5,73 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

Jurema (e) L 659 547412 9568018 L 0,1 0,01 L 0,05 0,047 5,64 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,010

45 Cedro R 457 494912 9276228 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,075 22,69 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,083

46 Chaval (c) L 601 258236 9650594 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,052 4,87 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,047

47 Choró L 320 484354 9465254 L 0,1 0,01 0,12 0,119 33,92 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,003

48 Chorozinho (e) L 385 553205 9549779 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,037 9,03 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,035

49 Coreaú L 614 320628 9612804 L 0,1 0,01 0,06 0,032 3,90 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,032

Araquém L 616 297558 9598614 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,035 7,52 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

Araquém L 617 298047 9597807 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,035 7,37 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,011

50 Crateús L 511 314952 9416181 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,057 13,17 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,031

Santo Antônio Z 508 319163 9402085 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,055 5,62 0,002 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,018

51 Crato T 477 456311 9200449 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,574 18,41 0,001 0,002 L 0,02 0,01 1,223

Ponta da Serra Z 476 453429 9212270 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,154 6,34 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,018

4

N.o E L E M E N T O S AM. Li Mg Mn Mo Ni Pb Se Sr V Zn Be Ti Na K F- Cl- NO2- Br- NO3- PO4--- SO4--380 L 0,002 3,37 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,02 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 25,0 3,6 0,03 40,58 L 0,1 0,17 0,1 L 0,2 6,2

379 L 0,002 1,7 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,052 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 162,0 66 0,02 48,69 0,2 0,11 31,4 4,1 13,8

623 L 0,002 8,12 1,066 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,165 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 36,0 2,2 0,35 46,2 < 0.01 0,14 0,15 < 0.01 3,12

331 L 0,002 12,56 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,271 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 117,0 4,6 0,15 46,47 0,1 0,15 0,1 L 0,2 4,1

335 L 0,002 9,43 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,138 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 58,0 5 0,3 103,8 0,2 0,33 0,1 L 0,2 9,4

467 0,014 20,74 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,322 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 25,0 4,9 0,11 51,8 < 0.01 0,14 11,2 0,28 71,9

599 L 0,002 7,32 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,199 L 0,02 0,016 L 0,001 L 0,05 6,8 1,7 0,05 12,9 < 0.01 0,04 10,9 < 0.01 10,0

627 0,004 4,23 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,112 L 0,02 0,079 L 0,001 L 0,05 25,0 2,2 0,02 56,7 < 0.01 < 0.01 4,47 < 0.01 9,72

489 L 0,002 4,86 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,226 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 15,0 7,5 0,10 16,8 < 0.01

0,07 0,69 < 0.01 1,97

488 L 0,002 9,91 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,333 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 40,0 6,6 0,31 69,5 < 0.01

0,25 0,05 < 0.01 2,34

318 L 0,002 10,89 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,291 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 145,0 5,1 0,18 42,86 L 0,1 0,12 1,1 L 0,2 4,9

319 L 0,002 6,32 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,116 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 20,0 5 0,14 30,83 L 0,1 0,14 1,2 L 0,2 3,5

390 L 0,002 29,32 0,023 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,31 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 90,0 8,1 0,21 245,3 0,1 0,54 0,3 L 0,2 4,2

317 L 0,002 1,13 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,026 L 0,02 0,066 L 0,001 L 0,05 1,5 0,6 0,05 1,28 L 0,1 L 0,05 0,7 L 0,2 0,1

592 L 0,002 5,14 0,036 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,159 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 17,0 4,2 0,19 17,4 0,03 0,05 1,37 0,09 0,80

475 L 0,002 2,34 0,142 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,140 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 12,0 5,2 0,15 15,4 < 0.01

0,08 0,35 < 0.01

0,35

453 L 0,002 14,76 0,249 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,452 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 55,0 7,1 0,39 66,2 < 0.1 0,18 0,51 < 0.1 19,0

454 L 0,002 5,98 0,298 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,258 L 0,02 0,016 L 0,001 L 0,05 18,0 3,7 0,16 16,0 < 0.01 0,05 1,97 < 0.01 3,43

606 L 0,002 3,33 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,051 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 20,0 3,4 0,02 36,9 < 0.01 0,15 0,56 < 0.01 2,33

381 L 0,002 18,87 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,231 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 62,0 4,9 0,13 128,5 0,1 0,32 0,1 L 0,2 7,9

497 L 0,002 39,52 0,016 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,592 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 189,0 12,0 2,99 4.012< 1

7,67 < 1 22,8 103

531 L 0,002 9,82 0,219 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,250 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 51,0 3,0 0,59 45,8 < 0.01 0,10 < 0.01 0,07 7,11

658 L 0,002 9,71 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,110 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 43,0 4,7 0,16 48,2 < 0.01

0,12 0,12 < 0.05

2,77

659 L 0,002 9,52 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,108 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 44,0 4,8 0,16 72,7 < 0.01

0,18 0,19 < 0.05

4,10

457 L 0,002 9,94 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,333 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 59,0 6,3 0,50 63,1 < 0.01 0,29 0,02 0,01 0,06

601 L 0,002 3,76 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,066 L 0,02 0,011 L 0,001 L 0,05 15,0 2,0 0,05 27,2 < 0.01 0,03 10,7 < 0.01 10,0

320 L 0,002 42,14 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,457 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 122,5 8,2 0,19 268,7 0,2 0,68 0,2 L 0,2 5,7

385 L 0,002 9,98 0,019 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,124 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 157,5 4,2 0,18 74,03 L 0,1 0,18 0,1 L 0,2 3,8

614 L 0,002 3,29 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,043 L 0,02 0,020 L 0,001 L 0,05 23,0 3,7 0,27 33,0 < 0.01 0,14 0,06 < 0.01 4,51

616 L 0,002 4,86 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,067 L 0,02 0,011 L 0,001 L 0,05 17,0 2,5 0,13 27,9 < 0.01 0,07 < 0.01 < 0.01 1,11

617 L 0,002 4,74 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,066 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 16,0 2,5 0,13 27,6 < 0.01 0,07 0,04 < 0.01 1,02

511 L 0,002 5,81 0,012 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,131 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 22,0 5,9 0,14 38,6 < 0.01

0,14 < 0.01 < 0.01 2,93

508 L 0,002 4,85 0,007 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,080 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 30,0 1,9 0,51 28,5 < 0.01

0,11 9,93 < 0.01 4,14

477 0,004 14,46 0,310 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,151 L 0,02 0,105 L 0,001 L 0,05 5,1 5,9 0,18 23,2 0,15

0,05 28,8 < 0.01

6,93

476 L 0,002 4,83 0,071 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,143 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 30,0 5,4 0,31 30,5 < 0.01

0,08 11,4 < 0.01

4,55

5

MUNICÍPIOS TIPO N.o COORDENADAS E L E M E N T O S

distrito ABAST. AMOSTRA UTM E UTM N Al As B Ba Ca Cd Co Cr Cu Fe 52 Croatá T 526 288870 9512017 L 0,1 L 0,01 0,07 0,346 8,47 0,002 0,002 L 0,02 L 0,01 0,013

53 Cruz T 624 368815 9677228 0,1 0,01 0,15 1,727 1,22 0,002 0,006 L 0,02 0,03 0,024

54 Dep. Irapuan Pinheiro Z 345 470188 9346007 L 0,1 0,01 0,05 0,187 34,65 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,127

55 Ererê Z 368 571518 9333629 0,1 L 0,01 L 0,05 0,127 16,99 0,002 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,08

56 Eusébio (e) L 664 553132 9551037 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,036 6,96 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,012

57 Farias Brito T + Z 481 463509 9234553 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,179 62,45 0,001 0,008 L 0,02 L 0,01 0,032

58 Forquilha L 618 360678 9580109 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,043 10,05 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

59 Fortaleza (e) L 657 549536 9568105 L 0,1 0,01 L 0,05 0,041 5,38 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

60 Fortim T 378 626198 9510066 L 0,1 L 0,01 0,06 0,047 3,49 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,317

61 Frecheirinha T 611 298301 9583569 L 0,1 0,01 L 0,05 0,030 94,72 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,006

62 General Sampaio L 642 449482 9550974 L 0,1 L 0,01 0,05 0,038 18,89 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,010

63 Graça L 527 307751 9554020 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,017 2,98 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,079

64 Granja R 598 297711 9654162 L 0,1 0,01 L 0,05 0,052 8,65 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,032

Pessoa Anta F 602 263556 9634282 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,007 0,49 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,015

65 Granjeiro L 456 475937 9238369 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,023 7,33 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,049

66 Groaíras Z 593 344091 9568478 L 0,1 L 0,01 0,05 0,043 9,63 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,458

67 Guaiúba (e) L 663 550063 9555800 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,035 5,99 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

68 Guaraciaba do Norte (d) L 607 265487 9572430 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,029 4,11 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,019

69 Guaramiranga T 652 507390 9529106 L 0,1 0,01 L 0,05 0,030 1,42 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

70 Hidrolândia L 523 336938 9523901 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,036 6,69 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

71 Horizonte (e) L 387 552743 9553052 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,04 7,90 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,006

72 Ibaretama L 322 522483 9470219 0,1 L 0,01 L 0,05 0,063 6,93 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,123

73 Ibiapina (d) L 609 269656 9573914 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,028 4,07 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,034

74 Ibicuitinga R 326 542307 9430333 L 0,1 L 0,01 0,05 0,061 18,41 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,147

75 Icapuí T 375 682312 9479328 L 0,1 L 0,01 0,07 0,041 17,46 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,029

76 Icó L 355 504760 9292293 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,07 16,69 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

Lima Campos L 354 504907 9292472 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,068 16,18 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,01

77 Iguatu L 340 451796 9302407 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,048 16,10 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,05

José de Alencar T 341 481198 9292604 L 0,1 0,01 L 0,05 0,046 15,12 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

78 Independência L 509 355863 9403795 0,1 L 0,01 L 0,05 0,070 12,94 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,070

Iapi L 510 350690 9370438 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,084 15,42 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,041

79 Ipaporanga L 512 304079 9458047 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,098 18,30 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

80 Ipaumirim Z 459 530293 9249241 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,127 33,81 0,002 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,006

81 Ipu L 522 336272 9527337 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,037 6,77 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,015

82 Ipueiras Z 520 309160 9497841 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,089 33,09 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,108

6

N.o E L E M E N T O S AM. Li Mg Mn Mo Ni Pb Se Sr V Zn Be Ti Na K F- Cl- NO2- Br- NO3- PO4--- SO4--526 0,022 14,03 0,045 L 0,005 0,006 L 0,005 L 0,02 0,208 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 92,0 4,9 0,01 1.643 < 0.01 0,23 394 0,12 1,87

624 0,012 5,26 0,014 L 0,005 0,006 0,009 L 0,02 0,064 L 0,02 0,121 0,001 L 0,05 54,0 9,6 0,03 76,8 < 0.01 0,02 69,7 < 0.01 1,68

345 L 0,002 19,29 0,239 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,722 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 57,5 4,9 0,43 68,63 0,1 0,25 3,6 L 0,2 14,1

368 L 0,002 10,04 0,055 L 0,005 0,004 0,087 L 0,02 0,352 L 0,02 0,233 L 0,001 L 0,05 470,0 1,2 1,32 83,42 0,1 0,33 0,1 1 10,6

664 L 0,002 8,91 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,114 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 41,0 4,5 0,15 62,4 < 0.01

0,18 0,69 < 0.05

4,51

481 L 0,002 20,41 0,280 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,549 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 47,0 5,2 0,61 60,1 < 0.01

0,19 2,27 0,54 54,2

618 L 0,002 7,37 0,020 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,130 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 25,0 6,3 0,16 29,7 < 0.01 0,02 0,12 < 0.01 0,93

657 L 0,002 9,14 0,013 L 0,005 L 0,004 0,021 L 0,02 0,103 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 43,0 4,7 0,14 38,0 < 0.01

0,11 0,24 < 0.05

2,44

378 L 0,002 2,1 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,035 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 24,0 3,9 0,02 39,38 L 0,1 0,19 0,1 L 0,2 10,7

611 0,008 14,33 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,429 L 0,02 0,015 L 0,001 L 0,05 55,0 1,5 0,11 121 < 0.1 0,26 13,9 < 0.1 9,01

642 L 0,002 11,03 0,002 L 0,005 L 0,004 0,013 L 0,02 0,168 L 0,02 0,017 L 0,001 L 0,05 33,0 6,9 0,18 58,9 < 0.01

0,06 0,50 < 0.01

7,69

527 L 0,002 2,21 0,068 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,040 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 4,5 1,6 0,05 2,58 0,02 0,01 0,06 < 0.01 0,02

598 L 0,002 7,12 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,093 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 34,0 2,7 0,08 61,4 < 0.01 0,19 0,14 < 0.01 2,34

602 L 0,002 1,17 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,010 L 0,02 0,025 L 0,001 L 0,05 6,8 0,6 < 0.01 11,3 < 0.01 0,05 1,56 < 0.01 3,65

456 L 0,002 2,73 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,087 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 9,5 2,8 0,16 6,18 0,01 0,03 0,17 < 0.01 0,28

593 L 0,002 5,18 0,152 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,158 L 0,02 0,012 L 0,001 L 0,05 20,0 4,1 0,19 18,5 < 0.01 0,07 0,30 0,16 0,67

663 L 0,002 8,82 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,107 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 40,0 4,6 0,17 58,5 < 0.01

0,18 0,45 < 0.05

0,02

607 L 0,002 3,45 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,052 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 19,0 3,4 0,02 35,7 < 0.01 0,14 0,46 < 0.01 2,27

652 L 0,002 1,96 0,013 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,012 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 11,0 2,3 0,21 7,49 < 0.01

0,03 4,49 < 0.05

2,70

523 L 0,002 4,21 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,152 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 18,0 4,4 0,20 15,7 < 0.01 0,05 0,04 < 0.01 0,91

387 L 0,002 9,24 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,121 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 170,0 4,1 0,17 60,27 L 0,1 0,17 L 0,1 L 0,2 3,5

322 L 0,002 4,58 0,012 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,149 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 9,4 4,2 0,08 10,96 L 0,1 L 0,05 0,2 L 0,2 0,1

609 L 0,002 3,36 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,051 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 20,0 3,4 0,02 36,4 < 0.01 0,15 0,46 < 0.01 2,21

326 L 0,002 10,82 0,064 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,241 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 155,0 5,9 0,16 55,6 0,1 0,17 0,6 L 0,2 3,7

375 0,002 12,65 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,071 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 200,0 65 0,04 359,4 0,3 1,31 14,9 L 0,2 48

355 L 0,002 7,12 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,218 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 84,0 5,9 0,24 16,03 L 0,1 L 0,05 L 0,1 L 0,2 1

354 L 0,002 6,87 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,212 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 84,0 5,9 0,26 14,69 L 0,1 0,08 0,1 L 0,2 1

340 L 0,002 6,08 0,008 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,242 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 15,0 7,1 0,13 18 L 0,1 0,05 0,5 L 0,2 1

341 0,018 10,24 0,079 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,100 L 0,02 0,04 L 0,001 L 0,05 127,0 6,6 0,38 35,52 0,1 0,07 11 0,9 11,7

509 L 0,002 4,71 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,142 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 12,0 6,2 0,12 12,1 < 0.01

0,07 < 0.01 < 0.01 1,64

510 L 0,002 6,99 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,256 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 21,0 6,1 0,24 20,7 < 0.01

0,10 0,02 < 0.01 0,09

512 L 0,002 10,57 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,202 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 33,0 5,7 0,22 70,7 < 0.1

0,18 < 0.01 < 0.01 2,44

459 L 0,002 21,47 0,036 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,297 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 98,0 4,0 0,53 107 < 0.1 0,08 11,0 0,43 27,3

522 L 0,002 4,17 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,152 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 19,0 4,4 0,18 15,2 < 0.01 0,05 < 0.01 < 0.01 0,83

520 L 0,002 18,75 0,596 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,484 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 72,0 5,2 0,77 91,3 < 0.01

0,20 0,28 < 0.01 9,17

7

MUNICÍPIOS TIPO N.o COORDENADAS E L E M E N T O S

distrito ABAST. AMOSTRA UTM E UTM N Al As B Ba Ca Cd Co Cr Cu Fe Matriz Z 519 298169 9493939 0,1 L 0,01 L 0,05 0,034 0,95 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,337

83 Iracema L 367 575186 9351515 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,068 9,53 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,269

84 Irauçuba L 633 423301 9575986 L 0,1 L 0,01 0,06 0,040 16,89 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

Missi Z 632 408453 9599453 L 0,1 L 0,01 0,05 0,067 21,47 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,025

85 Itaiçaba R 373 631039 9483322 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,052 10,78 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

86 Itaitinga L 388 551352 9559807 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,04 6,82 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

87 Itapagé R 634 438329 9596119 0,3 0,01 0,07 0,013 2,93 0,002 0,002 L 0,02 L 0,01 0,661

88 Itapipoca L 637 429606 9619775 L 0,1 L 0,01 0,06 0,042 10,20 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,030

Deserto T 638 442215 9611473 L 0,1 0,02 0,11 0,055 23,11 0,003 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,031

89 Itapiúna L 389 507808 9495092 L 0,1 0,01 0,08 0,073 30,87 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

90 Itarema T 628 398712 9676198 L 0,1 L 0,01 0,20 0,222 1,53 0,002 0,004 L 0,02 L 0,01 0,030

91 Itatira T 334 428567 9499381 L 0,1 0,01 0,11 0,048 71,08 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,003

92 Jaguaretama L 357 525721 9379256 0,1 L 0,01 L 0,05 0,044 10,92 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,155

S. Francisco L 665 542042 9398549 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,146 12,46 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,130

93 Jaguaribara Z 356 562653 9394802 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,092 16,64 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 2,294

94 Jaguaribe R 352 540633 9347882 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,061 16,10 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,017

Feiticeiro L 351 518826 9342396 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,058 14,39 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

95 Jaguaruana R 372 635802 9463175 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,099 21,10 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,018

96 Jardim F 474 469940 9164923 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,005 0,12 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,005

97 Jati T 464 498913 9146190 L 0,1 L 0,01 0,05 0,572 26,44 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,014

98 Jijoca de Jeriquaquara T 626 347266 9677958 0,5 0,01 L 0,05 5,588 4,82 0,002 0,004 L 0,02 1,25 0,599

99 Juazeiro do Norte T 482 464982 9199279 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,114 20,15 0,001 L 0,002 L 0,02 0,01 0,007

100 Jucás Z + R 494 445144 9276847 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,152 33,42 0,008 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,384

101 Lavras da Mangabeira L 458 504857 9251372 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,035 9,54 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,221

102 Limoeiro do Norte L 364 602516 9426766 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,075 15,35 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,054

103 Madalena Z 332 436535 9464554 L 0,1 0,01 0,12 0,188 58,53 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,183

Macaoca Z 333 446894 9473730 L 0,1 L 0,01 0,08 0,116 23,42 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,054

104 Maracanaú (e) L 661 552892 9557458 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,033 5,48 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,015

105 Maranguape (e) L 660 550024 9567105 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,041 4,86 0,020 0,002 L 0,02 L 0,01 0,026

106 Marco Z 622 373978 9653677 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,091 11,27 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 1,766

107 Martinópole L 597 320567 9642138 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,019 2,42 L 0,001 L 0,002 L 0,02 0,01 0,074

108 Massapê L 594 357974 9612205 L 0,1 0,01 L 0,05 0,057 7,00 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,110

109 Mauriti T 468 525062 9183121 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,203 11,34 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 L 0,001

Palestina do Cariri T 469 525106 9172311 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,033 8,28 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,004

110 Meruoca L 612 337215 9609784 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,016 1,99 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,124

8

N.o E L E M E N T O S AM. Li Mg Mn Mo Ni Pb Se Sr V Zn Be Ti Na K F- Cl- NO2- Br- NO3- PO4--- SO4--519 L 0,002 0,72 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,013 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 7,6 1,5 < 0.01 13,2

< 0.01 0,06 4,69 < 0.01 0,48

367 L 0,002 4,3 0,113 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,224 L 0,02 0,021 L 0,001 L 0,05 47,0 0,8 0,2 10,31 L 0,1 0,06 1,4 L 0,2 L 0,1

633 L 0,002 10,78 0,007 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,145 L 0,02 0,017 L 0,001 L 0,05 33,0 5,6 0,10 19,6 < 0.01 0,04 0,25 < 0.01 1,62

632 L 0,002 7,94 0,423 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,289 L 0,02 0,011 L 0,001 L 0,05 69,0 2,9 0,61 66,8 < 0.01 0,25 0,98 1,48 6,98

373 L 0,002 5,25 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,137 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 49,0 5,1 0,19 81,68 0,1 0,2 0,1 L 0,2 0,09

388 L 0,002 9,48 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,116 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 135,0 4,1 0,17 66,29 L 0,1 0,18 0,2 L 0,2 3,4

634 0,003 1,83 0,012 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,044 L 0,02 0,012 L 0,001 L 0,05 27,0 1,4 0,51 11,8 < 0.01 0,08 0,13 0,55 8,73

637 L 0,002 9,96 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,140 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 64,0 8,5 0,22 90,8 < 0.01

0,22 0,39 < 0.01

10,9

638 0,023 24,47 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,346 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 235,0 4,0 0,34 90,6 < 0.01

0,24 1,37 0,23

17,6

389 L 0,002 29,53 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,312 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 94,0 8 0,22 294,2 0,1 0,55 0,3 L 0,2 4,2

628 0,002 3,96 0,010 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,045 L 0,02 0,024 L 0,001 L 0,05 74,0 8,2 0,15 103 < 0.1 0,30 0,60 < 0.1 15,2

334 0,014 51,76 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,371 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 88,0 4,9 0,95 165,8 0,2 0,57 37,7 L 0,2 50

357 L 0,002 4,64 0,008 L 0,005 L 0,004 0,005 L 0,02 0,148 L 0,02 0,049 L 0,001 L 0,05 105,0 3,8 0,15 33,89 L 0,1 L 0,05 0,4 L 0,2 1,1

665 L 0,002 3,70 0,012 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,168 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 18,0 2,1 0,06 25,0 < 0.01

0,07 0,11 < 0.05

0,19

356 L 0,002 7,65 0,609 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,215 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 8,4 5,8 0,23 19,95 L 0,1 0,09 0,3 L 0,2 1,9

352 L 0,002 6,42 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,188 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 120,0 5,8 0,22 33,22 L 0,1 0,11 L 0,1 L 0,2 7,3

351 L 0,002 3,85 0,016 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,214 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 6,8 3,3 0,07 9,45 L 0,1 L 0,05 1,3 L 0,2 1,5

372 L 0,002 10,34 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,278 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 47,0 5,1 0,21 76,64 0,1 0,19 0,6 L 0,2 3,5

474 L 0,002 0,08 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,002 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 3,1 0,4 < 0.01 4,05 < 0.01

< 0.01 0,04 < 0.01

0,58

464 0,034 24,04 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,246 L 0,02 0,021 L 0,001 L 0,05 31,0 17,0 0,16 93,1 < 0.01 0,24 24,2 < 0.01 6,39

626 0,018 8,73 0,058 L 0,005 0,266 0,338 L 0,02 0,120 L 0,02 0,736 0,001 L 0,05 160,0 7,0 0,07 197 < 0.1 0,47 0,81 < 0.01 1,16

482 0,038 8,53 0,007 L 0,005 L 0,004 0,005 L 0,02 0,360 L 0,02 0,015 L 0,001 L 0,05 12,0 4,2 0,12 10,6 < 0.01

0,03 8,53 0,10 8,53

494 L 0,002 14,72 0,166 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,455 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 62,0 6,1 0,51 70,6 < 0.01

0,24 0,20 < 0.01 13,9

458 L 0,002 4,56 0,021 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,108 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 13,0 4,8 0,11 6,51 < 0.01 0,03 < 0.01 0,40 0,05

364 L 0,002 5,98 0,014 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,227 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 105,0 4,4 0,24 30,04 L 0,1 0,11 0,7 L 0,2 2,4

332 0,002 45,16 1,13 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,619 L 0,02 0,011 L 0,001 L 0,05 # # # # # # # # #

333 L 0,002 19,48 0,065 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,372 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 160,0 2,3 0,39 17,19 L 0,1 0,12 0,2 0,2 1,1

661 L 0,002 8,51 0,021 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,101 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 41,0 4,7 0,19 64,3 < 0.01

0,18 0,11 < 0.05

3,57

660 L 0,002 9,30 0,022 L 0,005 L 0,004 0,465 L 0,02 0,098 L 0,02 0,022 L 0,001 L 0,05 42,0 4,6 0,16 63,4 < 0.01

0,15 0,04 < 0.05

3,43

622 L 0,002 6,62 1,198 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,157 L 0,02 0,016 L 0,001 L 0,05 28,0 4,4 0,26 36,4 < 0.01 0,10 0,42 < 0.01 0,75

597 L 0,002 4,86 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,043 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 17,0 5,8 0,11 25,6 < 0.01 0,09 < 0.01 < 0.01 0,11

594 L 0,002 5,66 0,008 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,078 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 20,0 3,1 0,16 32,7 < 0.01 0,06 0,04 < 0.01 5,77

468 0,029 19,59 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,223 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 5,7 5,0 0,11 14,6 < 0.01 0,03 < 0.01 0,03 2,19

469 0,061 20,33 L 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,116 L 0,02 0,016 L 0,001 L 0,05 7,2 8,6 0,17 13,0 < 0.01 0,09 3,17 0,04 1,60

612 L 0,002 2,05 0,011 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,018 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 8,6 1,5 0,05 11,0 < 0.01 0,06 < 0.01 < 0.01 1,09

9

MUNICÍPIOS TIPO N.o COORDENADAS E L E M E N T O S

distrito ABAST. AMOSTRA UTM E UTM N Al As B Ba Ca Cd Co Cr Cu Fe 111 Milagres T 470 506766 9191478 L 0,1 L 0,01 0,19 0,047 8,32 0,001 L 0,002 L 0,02 0,04 0,136

112 Milhã L 348 476620 9374569 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,046 13,24 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,253

113 Miraíma L 631 392072 9605209 0,3 0,01 L 0,05 0,054 11,37 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,483

114 Missão Velha T 472 484080 9198226 L 0,1 L 0,01 L 0,05 5,121 16,63 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 2,423

115 Mombaça L 342 428438 9366950 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,04 15,55 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

Boa Vista L 343 406340 9377321 0,6 0,01 L 0,05 0,029 8,65 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,559

116 Monsenhor Tabosa L 517 387599 9468406 L 0,1 L 0,01 0,06 0,020 15,98 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,007

117 Morada Nova R 360 569452 9434568 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,084 17,84 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,218

Aruaru L 361 569181 9494039 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,081 19,17 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,021

118 Moraújo L 615 320414 9612771 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,032 3,80 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,031

119 Morrinhos T 621 374196 9643091 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,115 12,35 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,721

120 Mucambo L 529 305566 9568401 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,115 3,92 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,090

121 Mulungú T 653 500586 9524148 L 0,1 0,01 0,23 0,090 54,33 0,001 0,003 L 0,02 L 0,01 0,080

122 Nova Olinda T 478 424336 9213614 L 0,1 L 0,01 0,37 0,033 52,89 0,004 0,004 L 0,02 L 0,01 0,026

123 Nova Russas L 521 330932 9452467 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,032 9,53 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

124 Novo Oriente L 507 314275 9383777 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,047 13,64 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,014

125 Ocara R 384 536210 9510993 0,1 L 0,01 0,1 0,117 43,49 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,041

126 Orós L 353 508437 9310288 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,056 12,66 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,06

127 Pacajus (e) L 386 551600 9554046 0,1 L 0,01 L 0,05 0,035 7,63 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,044

128 Pacatuba (e) L 662 552908 9558141 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,034 5,83 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,012

129 Pacoti Z 651 508668 9532735 L 0,1 L 0,01 0,08 0,038 5,57 0,002 0,004 L 0,02 L 0,01 12,190

130 Pacujá L 528 309249 9560629 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,019 0,99 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,113

131 Palhano R 374 628484 9485070 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,016 14,96 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,064

132 Palmácia F 650 518178 9541621 L 0,1 0,01 0,11 0,057 26,92 0,002 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

133 Paracuru L 648 498327 9622559 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,029 2,61 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,227

134 Paraipaba L 647 483638 9621313 L 0,1 0,01 0,08 0,683 2,47 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,270

135 Parambu L 502 310750 9314297 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,063 18,37 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,014

Cococí T 501 335809 9289435 L 0,1 L 0,01 0,11 0,212 139,90 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,306

136 Paramoti L 316 473432 9546992 L 0,1 L 0,01 0,05 0,045 21,09 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,011

137 Pedra Branca L 336 418313 9391736 0,1 L 0,01 L 0,05 0,004 14,39 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,05

Mineirolândia R 330 432990 9388410 0,8 L 0,01 L 0,05 0,034 9,40 0,001 0,002 0,02 L 0,01 0,332

138 Penaforte T 465 494096 9141812 L 0,1 L 0,01 0,08 0,290 27,28 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,006

139 Pentecoste L 641 470891 9580034 L 0,1 0,01 0,06 0,043 13,56 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

Matias L 645 487073 9551249 L 0,1 0,01 0,05 0,028 9,96 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,020

140 Pereiro L 369 558513 9331355 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,092 9,60 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,024

10

N.o E L E M E N T O S AM. Li Mg Mn Mo Ni Pb Se Sr V Zn Be Ti Na K F- Cl- NO2- Br- NO3- PO4--- SO4--470 0,072 2,36 0,037 L 0,005 L 0,004 0,005 L 0,02 0,186 L 0,02 0,069 L 0,001 L 0,05 116,0 5,1 0,53 34,3

< 0.01 0,29 0,11 < 0.01 64,9

348 L 0,002 4,91 0,123 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,109 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 45,0 5,8 0,12 11,07 L 0,1 0,06 0,1 L 0,2 0,1

631 L 0,002 6,60 0,009 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,149 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 35,0 3,8 0,14 17,9 < 0.01 0,05 0,32 < 0.01 2,94

472 0,045 8,69 0,040 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,255 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 14,0 5,2 0,16 7,29 < 0.01

0,03 < 0.01 < 0.01

10,7

342 L 0,002 10,1 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,204 L 0,02 L 0,001 L 0,001 L 0,05 95,0 3,2 0,13 34,01 0,1 0,12 0,2 L 0,2 2,3

343 0,006 7,15 0,014 L 0,005 0,005 L 0,005 L 0,02 0,09 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 84,0 3,2 0,1 15,18 L 0,1 L 0,05 0,8 L 0,2 1,2

517 L 0,002 10,73 0,007 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,195 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 48,0 6,6 0,26 73,3 < 0.01

0,17 0,06 0,05 4,95

360 L 0,002 10,77 0,048 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,245 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 142,5 3,5 0,14 45,69 L 0,1 0,12 1,2 L 0,2 1,3

361 L 0,002 24,17 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,369 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 145,0 4 0,14 330,7 0,3 0,73 L 0,1 L 0,2 5,1

615 L 0,002 3,34 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,043 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 23,0 3,6 0,27 33,9 < 0.01 0,14 0,07 < 0.01 4,69

621 L 0,002 7,91 0,602 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,181 L 0,02 0,016 L 0,001 L 0,05 36,0 4,7 0,23 43,5 < 0.01 0,10 0,74 0,06 5,10

529 L 0,002 2,22 0,009 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,062 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 15,0 3,6 0,08 24,7 < 0.01 0,06 0,01 < 0.01 < 0.01

653 0,024 20,99 0,531 L 0,005 0,004 L 0,005 L 0,02 0,702 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 140,0 5,7 0,21 123 < 0.01

0,44 4,89 < 0.05

58,2

478 0,157 21,01 0,039 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 2,180 L 0,02 0,037 L 0,001 L 0,05 136,0 4,4 1,24 49,4 < 0.1

0,12 0,68 0,12

175

521 L 0,002 5,37 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,135 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 10,5 6,4 0,15 11,2 < 0.01

< 0.01 0,05 < 0.01 0,06

507 L 0,002 5,35 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,168 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 19,0 7,7 0,17 22,1 < 0.01

0,08 0,03 < 0.01 1,96

384 L 0,002 44,04 0,014 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,499 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 165,0 6 0,33 311,4 0,1 0,91 0,3 L 0,2 23,2

353 L 0,002 4,62 0,010 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,162 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 66,0 5,3 0,16 14,26 L 0,1 L 0,05 0,5 L 0,2 3,8

386 L 0,002 8,9 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,117 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 145,0 4 0,19 61,5 L 0,1 0,18 0,1 L 0,2 3,4

662 L 0,002 9,02 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,108 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 38,0 4,7 0,09 11,6 < 0.01

0,40 0,35 < 0.05

1,49

651 0,003 2,61 0,320 L 0,005 L 0,004 0,005 L 0,02 0,039 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 17,0 2,8 0,11 18,4 < 0.01

0,11 2,38 < 0.05

2,49

528 L 0,002 1,34 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,019 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 5,3 1,8 0,12 2,91 0,02 0,01 0,02 < 0.01 0,08

374 L 0,002 7,62 0,063 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,189 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 130,0 2,7 0,13 45,86 0,1 0,14 0,2 L 0,2 1,9

650 0,017 8,65 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,120 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 75,0 3,7 0,56 36,0 < 0.01

0,18 8,04 0,08

22,6

648 L 0,002 2,21 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,032 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 13,0 1,7 0,01 7,99 < 0.01

0,05 0,11 < 0.05

1,05

647 0,003 6,14 0,010 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,092 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 84,0 8,5 0,02 150 < 0.01

0,37 4,74 < 0.5

3,32

502 L 0,002 7,16 0,007 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,224 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 22,0 7,2 0,20 23,5 < 0.01

0,06 0,03 < 0.01 1,15

501 0,109 59,65 0,003 0,016 L 0,004 L 0,005 L 0,02 3,293 L 0,02 0,768 L 0,001 L 0,05 136,0 12,0 0,51 239 < 0.01

0,42 336 < 0.01 69,6

316 L 0,002 11,6 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,179 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 23,0 4,8 0,17 40,36 L 0,1 0,06 0,7 L 0,2 5,8

336 L 0,002 10,04 0,174 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,18 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 18,0 3,3 0,11 32,04 0,1 0,11 3,6 L 0,2 2,1

330 0,006 5,8 0,032 L 0,005 0,004 L 0,005 L 0,02 0,108 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 17,0 3,6 0,09 22,77 L 0,1 0,06 0,6 L 0,2 1,9

465 0,088 22,40 L 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 1,066 L 0,02 0,024 L 0,001 L 0,05 29,0 6,1 0,15 64,9 < 0.01 0,13 1,95 < 0.01 5,56

641 L 0,002 12,66 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,176 L 0,02 0,018 L 0,001 L 0,05 47,0 5,8 0,22 17,8 < 0.01

0,04 0,09 < 0.01

1,82

645 L 0,002 8,57 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,148 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 39,0 4,2 0,13 56,1 < 0.01

0,03 1,10 < 0.01

1,40

369 L 0,002 4,4 0,014 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,492 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 39,0 1,3 0,09 12,95 L 0,1 0,08 0,3 L 0,2 0,6

11

MUNICÍPIOS TIPO N.o COORDENADAS E L E M E N T O S

distrito ABAST. AMOSTRA UTM E UTM N Al As B Ba Ca Cd Co Cr Cu Fe 141 Pindoretama L 382 580571 9558930 0,1 L 0,01 L 0,05 0,016 0,80 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,163

142 Piquet Carneiro L 346 448038 9354952 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,038 13,28 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,057

143 Pires Ferreira T + Z 518 317048 9530619 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,047 40,38 0,001 0,002 L 0,02 0,01 0,012

144 Poranga F 514 286782 9474971 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,015 0,51 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,016

145 Porteiras T 466 486845 9167453 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,038 63,22 0,001 L 0,002 L 0,02 0,01 0,007

146 Potengi L 483 380349 9217020 0,2 L 0,01 L 0,05 0,103 15,80 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,020

147 Potiretama L 366 592007 9366915 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,074 11,22 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,035

148 Quiterianópolis L 505 310848 9353912 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,087 26,22 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,012

São Francisco T 506 306226 9367472 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,152 20,17 0,002 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,021

149 Quixadá L 327 513354 9430700 L 0,1 L 0,01 0,06 0,138 15,17 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,027

Quixadá L 323 493249 9449938 L 0,1 L 0,01 0,06 0,076 25,48 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,013

Cipó dos Anjos T 321 530111 9446117 L 0,1 0,01 0,09 2,758 86,19 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,012

150 Quixelô Z 339 476907 9308444 L 0,1 0,01 L 0,05 0,119 10,66 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,013

151 Quixeramobim L 328 465308 9425568 L 0,1 L 0,01 0,06 0,073 25,31 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,011

Manituba L 329 438130 9421141 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,02 8,22 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,012

152 Quixeré T 363 610122 9439137 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,102 16,90 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,254

153 Redenção (a) L 391 522279 9536613 L 0,1 0,01 0,07 0,006 10,79 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,155

154 Reriutaba (b) L 525 340640 9534413 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,043 7,53 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,023

155 Russas T 371 613010 9449968 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,041 6,71 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,177

Flores T 370 603506 9440254 L 0,1 0,01 L 0,05 0,116 15,71 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,100

156 Saboeiro R 495 398493 9278111 L 0,1 L 0,01 0,05 0,144 36,67 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,013

Flamengo L 496 415164 9307381 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,061 17,45 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,021

157 Salitre T 486 374066 9187603 L 0,1 L 0,01 0,63 0,024 76,91 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,219

158 Santa Quitéria L 530 381606 9531485 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,086 11,42 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,011

Raimundo Martins T 532 381637 9486325 L 0,1 L 0,01 0,09 0,039 23,18 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,075

159 Santana do Acaraú T 619 364733 9617800 L 0,1 0,01 0,05 0,254 11,55 0,002 0,003 L 0,02 L 0,01 6,936

Baixa Fria Z 620 360805 9629059 0,1 0,01 0,09 0,712 31,10 0,001 0,016 L 0,02 0,01 0,017

160 Santana do Cariri T 479 424398 9201997 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,034 0,54 0,001 0,007 L 0,02 L 0,01 2,579

161 São Benedito (d) L 608 271062 9572209 L 0,1 L 0,01 0,05 0,026 3,63 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,178

162 S.Gonçalo do Amarante L 649 504673 9583002 L 0,1 L 0,01 0,06 0,060 13,09 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,012

163 S.João do Jaguaribe T 359 579854 9417285 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,077 15,33 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 1,763

164 São Luís do Curú R 640 472983 9593081 L 0,1 L 0,01 0,07 0,059 18,20 0,001 0,001 L 0,02 L 0,01 0,073

165 Senador Pompeu L 347 455078 9382952 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,008 13,40 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,197

S.Joaquim do Salgado L 344 432856 9400928 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,026 10,52 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,158

166 Senador Sá (h) R 595 312265 9623698 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,028 8,58 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,034

12

N.o E L E M E N T O S AM. Li Mg Mn Mo Ni Pb Se Sr V Zn Be Ti Na K F- Cl- NO2- Br- NO3- PO4--- SO4--382 L 0,002 1,29 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,013 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 46,0 1,1 L 0,01 17,82 L 0,1 L 0,05 0,2 L 0,2 1,2

346 L 0,002 5,06 0,017 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,184 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 63,0 5,5 0,1 19,07 L 0,1 L 0,05 0,3 L 0,2 0,3

518 0,034 35,43 0,577 L 0,005 0,008 L 0,005 L 0,02 0,320 L 0,02 0,023 L 0,001 L 0,05 110,0 3,7 0,32 200 < 0.01

0,44 0,28 < 0.01 38,8

514 L 0,002 0,50 0,013 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,063 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 25,0 0,4 < 0.01 39,2 < 0.01

0,12 2,56 < 0.01 0,58

466 0,015 14,42 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,153 L 0,02 0,187 L 0,001 L 0,05 11,0 4,8 0,08 64,9 < 0.01 0,14 52,4 0,22 93,9

483 L 0,002 6,24 0,021 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,247 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 20,0 6,6 0,13 23,1 < 0.01

0,03 0,09 0,05 1,90

366 L 0,002 7,12 0,008 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,218 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 102,5 5,1 0,17 36,45 L 0,1 0,08 0,3 L 0,2 0,6

505 L 0,002 13,47 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,356 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 46,0 7,9 0,21 23,8 < 0.01

0,10 0,03 < 0.01 2,41

506 L 0,002 10,16 0,123 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,214 L 0,02 0,015 L 0,001 L 0,05 27,0 4,3 0,33 44,9 < 0.01

0,18 0,08 0,25 6,24

327 L 0,002 14,02 0,012 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,31 L 0,02 0,001 L 0,001 L 0,05 54,0 8 0,17 106 0,2 0,25 0,1 L 0,2 1,7

323 L 0,002 17,57 0,008 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,331 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 202,5 7,9 0,16 92,6 0,1 0,24 1 L 0,2 3,2

321 0,167 65,5 0,097 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 6,451 L 0,02 0,346 L 0,001 L 0,05 820,0 67 H H H H H H H

339 L 0,002 6,92 0,027 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,143 L 0,02 0,019 L 0,001 L 0,05 145,0 4,9 0,14 21,28 L 0,1 0,16 0,6 L 0,2 1,5

328 L 0,002 18,9 0,048 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,33 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 60,0 18 0,19 105,8 0,2 0,3 0,1 L 0,2 5,8

329 L 0,002 3,74 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,115 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 13,0 4,5 0,07 16,59 L 0,1 L 0,05 0,1 L 0,2 0,1

363 L 0,002 5,97 0,155 L 0,005 0,008 L 0,005 L 0,02 0,168 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 115,0 3,9 0,28 29,67 L 0,1 0,11 0,2 0,4 2,9

391 0,002 6,88 0,056 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,089 L 0,02 0,007 L 0,001 L 0,05 172,5 4,2 0,29 33,93 0,3 0,16 L 0,1 L 0,2 10,2

525 L 0,002 4,36 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,158 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 18,0 4,5 0,17 16,3 < 0.01 0,04 < 0.01 < 0.01 0,76

371 L 0,002 3,52 0,185 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,278 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 142,0 1,3 0,34 16,77 L 0,1 0,08 18,1 0,7 2,3

370 L 0,002 6,6 0,540 L 0,005 0,01 L 0,005 L 0,02 0,206 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 147,5 2,4 0,13 32,8 L 0,1 0,1 0,4 L 0,2 1,1

495 L 0,002 23,10 0,018 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,491 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 98,0 7,6 0,31 129 < 0.1

0,39 0,08 < 0.1 13,6

496 L 0,002 7,36 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,226 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 29,0 8,4 0,16 37,4 < 0.01

0,11 0,05 < 0.01 0,69

486 0,108 26,37 0,036 0,007 L 0,004 L 0,005 L 0,02 2,420 L 0,02 0,018 L 0,001 L 0,05 204,0 12,0 1,60 193 < 0.1

2,56 < 0.1 < 0.1 360

530 L 0,002 5,60 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,147 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 19,0 5,8 0,15 25,2 < 0.01 0,07 < 0.01 < 0.01 2,39

532 0,002 11,55 0,127 L 0,005 L 0,004 0,011 L 0,02 0,354 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 41,0 2,4 0,32 31,6 < 0.01 0,07 0,02 0,25 7,32

619 L 0,002 5,95 1,204 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,175 L 0,02 0,009 L 0,001 L 0,05 38,0 4,2 6,29 51,1 < 0.01 0,15 0,11 < 0.01 2,07

620 0,010 23,89 0,234 L 0,005 0,015 L 0,005 L 0,02 0,324 L 0,02 0,038 0,004 L 0,05 97,0 8,0 0,17 231 < 0.1 0,61 25,9 < 0.1 6,41

479 L 0,002 0,19 0,018 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,010 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 2,9 0,9 < 0.01 2,90 < 0.01

< 0.01 < 0.01 < 0.01

0,13

608 L 0,002 3,23 0,003 L 0,005 L 0,004 0,022 L 0,02 0,048 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 19,0 3,3 0,01 35,9 < 0.01 0,15 0,23 < 0.01 1,97

649 L 0,002 12,48 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,189 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 52,0 5,6 0,25 96,2 < 0.01

0,21 0,21 < 0.05

6,03

359 L 0,002 7,75 0,433 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,214 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 115,0 4,7 0,21 29,58 L 0,1 0,1 2,4 L 0,2 1,8

640 L 0,002 15,63 0,054 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,220 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 63,0 5,9 0,22 108 < 0.01

0,26 0,08 < 0.01

8,90

347 L 0,002 7,65 0,166 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,183 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 97,5 4,6 0,11 33,38 L 0,1 0,1 1,4 L 0,2 1,3

344 L 0,002 3,67 0,031 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,104 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 5,3 1,3 0,04 3,45 L 0,1 L 0,05 0,1 L 0,2 0,1

595 L 0,002 4,84 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,070 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 23,0 2,5 0,15 42,7 < 0.01 0,12 0,11 < 0.01 1,18

13

MUNICÍPIOS TIPO N.o COORDENADAS E L E M E N T O S

distrito ABAST. AMOSTRA UTM E UTM N Al As B Ba Ca Cd Co Cr Cu Fe 167 Sobral L 591 333281 9580390 L 0,1 0,01 L 0,05 0,050 5,42 0,001 L 0,002 L 0,02 0,02 0,036

Jaibaras L 590 333416 9582247 L 0,1 0,01 L 0,05 0,043 4,73 0,001 L 0,002 L 0,02 0,05 0,025

168 Solonópole L 349 501304 9368159 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,044 11,55 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,059

S.J.do Solonópole L 350 489931 9341179 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,02 9,99 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,135

169 Tabuleiro do Norte R 362 595708 9423568 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,051 9,98 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,095

170 Tamboril L 516 348960 9467332 L 0,1 L 0,01 0,07 0,025 18,34 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,008

Sucesso L 515 330932 9452467 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,054 9,74 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,017

170 Tarrafas Z 493 425823 9260780 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,160 22,39 0,002 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,077

172 Tauá L 503 343524 9346197 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,094 20,01 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,043

Marrecas T 499 345839 9320520 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,060 131,30 0,001 L 0,002 L 0,02 0,01 0,006

Marrecas Z 500 345570 9320417 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,163 22,02 0,002 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,015

173 Tejuçuoca L 643 441607 9560758 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,028 12,41 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,021

174 Tianguá (d) L 603 267445 9575319 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,030 4,13 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,025

175 Trairi L 646 472375 9638512 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,065 23,75 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,101

176 Tururu (g) L 636 442943 9598194 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,010 3,21 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,019

177 Ubajara (d) L 610 269167 9573207 L 0,1 L 0,01 0,05 0,028 4,04 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,026

178 Umari T + Z 461 534904 9266611 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,038 14,23 0,003 L 0,002 L 0,02 L 0,01 1,372

179 Umirim L 639 460360 9586537 L 0,1 L 0,01 0,07 0,042 14,27 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,009

180 Uruburetama (g) L 635 442581 9598534 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,010 3,18 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,028

181 Uruoca (h) R 596 312180 9623838 L 0,1 0,01 L 0,05 0,037 12,15 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,029

182 Varjota (b) L 524 337695 9534503 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,039 6,83 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,015

183 Várzea Alegre L 455 458595 9249691 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,057 10,26 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,135

184 Viçosa do Ceará (d) L 605 271635 9575404 L 0,1 L 0,01 0,05 0,032 4,45 L 0,001 0,002 L 0,02 L 0,01 0,273

Quatiguaba (d) L 604 268164 9576083 L 0,1 L 0,01 L 0,05 0,018 2,45 L 0,001 L 0,002 L 0,02 L 0,01 0,018

14

N.o E L E M E N T O S AM. Li Mg Mn Mo Ni Pb Se Sr V Zn Be Ti Na K F- Cl- NO2- Br- NO3- PO4--- SO4--591 L 0,002 2,89 0,003 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,054 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 12,0 2,2 0,11 16,2 < 0.01 0,02 0,11 < 0.01 1,26

590 L 0,002 2,60 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,005 L 0,02 0,027 L 0,001 L 0,05 10,0 2,2 0,12 16,0 < 0.01 0,02 0,46 0,67 1,35

349 L 0,002 5,23 0,007 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,17 L 0,02 0,045 L 0,001 L 0,05 98,0 4,5 0,12 27,8 L 0,1 L 0,05 2,3 L 0,2 1,2

350 L 0,002 4,53 0,186 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,164 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 51,0 6,4 0,1 12,22 L 0,1 0,06 0,1 L 0,2 0,1

362 L 0,002 3,87 0,015 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,146 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 100,0 4,8 0,22 29,82 L 0,1 0,11 0,8 L 0,2 2,4

516 L 0,002 7,76 0,007 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,252 L 0,02 0,002 L 0,001 L 0,05 44,0 6,9 0,37 51,5 < 0.01

0,19 < 0.01 < 0.01 7,73

515 L 0,002 3,97 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,135 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 25,0 3,1 0,12 30,8 < 0.01

0,09 0,61 < 0.01 1,93

493 L 0,002 16,38 0,068 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,400 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 61,0 4,1 0,93 0,80 < 0.01

0,14 8,09 0,87 9,22

503 L 0,002 7,61 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,233 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 23,0 6,4 0,12 30,8 < 0.01

0,12 0,88 < 0.01 3,98

499 0,044 62,41 0,026 0,028 L 0,004 L 0,005 L 0,02 1,060 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 520,0 8,3 1,76 497 < 0.1

1,12 599 4,57 244

500 L 0,002 8,84 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,271 L 0,02 0,003 L 0,001 L 0,05 55,0 5,2 0,29 48,0 < 0.01

0,13 59,0 0,76 17,3

643 L 0,002 8,01 0,010 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,109 L 0,02 0,016 L 0,001 L 0,05 34,0 4,2 0,17 54,9 < 0.01

0,09 0,96 < 0.01

3,30

603 L 0,002 3,43 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,052 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 21,0 3,6 0,01 35,8 < 0.01 0,15 0,28 < 0.01 2,29

646 L 0,002 3,52 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,228 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 8,0 1,8 0,05 9,08 < 0.01

0,06 0,17 < 0.05

1,40

636 L 0,002 2,02 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,051 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 18,0 2,8 0,14 15,6 < 0.01

0,05 0,58 < 0.01

3,53

610 L 0,002 3,41 L 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,051 L 0,02 0,004 L 0,001 L 0,05 20,0 3,4 0,01 25,4 < 0.01 0,11 0,18 < 0.01 1,54

461 0,009 3,01 0,051 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,311 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 30,0 3,1 0,29 55,5 < 0.01 0,21 0,02 < 0.01 4,93

639 L 0,002 9,59 0,004 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,159 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 39,0 5,2 0,14 15,5 < 0.01

0,03 0,13 < 0.01

1,54

635 L 0,002 2,02 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,050 L 0,02 0,006 L 0,001 L 0,05 18,0 2,7 0,29 14,1 < 0.01

0,07 0,20 < 0.01

3,63

596 L 0,002 6,84 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,100 L 0,02 0,005 L 0,001 L 0,05 25,0 2,4 0,15 41,7 < 0.01 0,10 0,04 < 0.01 1,08

524 L 0,002 4,05 0,005 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,151 L 0,02 0,003 0,001 L 0,05 19,0 4,4 0,18 15,6 0,06 < 0.01 0,01 < 0.01 0,83

455 L 0,002 3,55 0,002 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,173 L 0,02 0,013 L 0,001 L 0,05 5,1 2,2 0,20 4,56 < 0.01 0,02 0,08 < 0.01 0,42

605 L 0,002 3,53 0,006 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,055 L 0,02 0,020 L 0,001 L 0,05 19,0 3,3 0,01 34,8 < 0.01 0,16 3,76 < 0.01 2,45

604 L 0,002 2,10 L 0,001 L 0,005 L 0,004 L 0,005 L 0,02 0,031 L 0,02 0,008 L 0,001 L 0,05 19,0 3,4 0,02 35,7 < 0.01 0,15 0,62 < 0.01 2,25

NOTAS: a) todos os registros analíticos são expressos em mg/L (miligrama por litro) b) os resultados de ânions foram fornecidos por dois laboratórios, diferenciados por letra normal e itálica c) o conjunto completo de resultados é disposto em 2 páginas, tendo o número da amostra (N.o AM.) como referência para a continuidade lateral entre as 1.a e as 2.a páginas.

Abaiara Acarape - açude Acarape

Acopiara - açude QuincoéAcaraú

Acopiara - Sta. Felícia - açude Umari Aiuaba - açude Bengüê

ANEXO IV

FOTOS DOS SÍTIOS E LOCAIS AMOSTRADOS

Em ordem alfabética dos municípios e seus respectivos distritos, quando visitados.

1

Apuiarés Aquiraz - lagoa do Catú

Aracati - Barreira dos VianasAracati

Aracoiaba - barragem Tijuquinha Ararendá

Araripe - açude João Luís Araripe - Pajeú - açude João Luís

3

Aratuba Arneiroz - açude Macuim

Assaré - açude Canoas Assaré - Amaro

BaixioAurora - riacho Caiçara

Banabuiú - açude Banabuiú Banabuiú - Sitiá - rio Banabuiú

4

5

Barbalha Barreira - açude Acarape

BarroBarroquinha - açude Itaúna

Baturité - barragem Tijuquinha Beberibe - lagoa de Uberaba

Beberibe - Sucatinga Bela Cruz

10

Croatá Cruz

Deputado Irapuan Pinheiro Ererê

Farias BritoEusébio - açude Pacoti-Riachão

Forquilha - açude de Forquilha Fortaleza - açude Gavião

11

Fortim Frecheirinha

General Sampaio - açude Gal. Sampaio Graça - açude Escorredouro

Granja - Pessoa AntaGranja - rio Coreaú

Granjeiro - açude Granjeiro Groaíras

12

Guaiúba - açude Riachão Guaraciaba do Norte - açude Jaburú

Hidrolândia - açude ArarasGuaramiranga

Horizonte - açude Pacoti-Riachão Iracema - açude Canafístula

Ibiapina - açude JaburúIbaretama - açude Maracajá

13

Ibicuitinga - rio Banabuiú Icapuí

Icó - Lima Campos - açude Lima CamposIcó - açude Lima Campos

Iguatu - açude Trussu Iguatu - José de Alencar

Independência - Iapi - açude IapiIndependência - açude Cupim

14

Ipaporanga - açude São José Ipaumirim

IpueirasIpu - açude Araras

Ipueiras - Matriz Irauçuba - açude Jerimum

Itaiçaba - rio JaguaribeIrauçuba - Missi

15

Itaitinga - açude Pacoti-Riachão Itapajé - riacho Escorado

Itapipoca - açude Poço Verde Itapipoca - Deserto

ItaremaItapiúna - açude Castro

Itatira Jaguaretama - açude Castanhão

17

Juazeiro do Norte Jucás

Limoeiro do Norte - barragem das PedrinhasLavras da Mangabeira - açude Extrema

Madalena Madalena - São José da Macaoca

Maranguape - açude GaviãoMaracanaú - açude Riachão

18

Marco Martinópole - açude Jardim

MauritiMassapê - açude Iguaraçu Mirim

Mauriti - Palestina Meruoca - açude Frecheirão

Milhã - açude Monte SombrinhoMilagres

19

Miraíma - açude São Pedro da Timbaúba Missão Velha

Mombaça - Boa Vistaaçude Boa Vista VelhaMombaça - açude Serafim Dias

Monsenhor Tabosaaçude Monsenhor Tabosa Morada Nova - rio Banabuiú

Moraújo - açude Várzea da VoltaMorada Nova - Aruarubarragem de Aruaru

20

Morrinhos Mucambo - açude de Mucambo

Nova JaguaribaraMulungu

Nova Olinda Nova Russas - açude Farias de Sousa

Ocara - rio ChoróNovo Oriente - açude Flor do Campo

21

Orós - açude Orós Pacajus - açude Pacoti-Riachão

PacotiPacatuba - açude Riachão

Pacujá - açude Coriolano de Sousa Brito Palhano - Canal do Trabalhador

Paracuru - lagoa GrandePalmácia

22

Paraipaba - lagoa da Cana Brava Parambu - açude Puiú

Pedra Branca - açude TrapiáParamoti - adutora do açudeGeneral Sampaio

Pedra Branca - Minerolândia - rio Patú Penaforte

Pentecostes - Matias - açude MelPentecostes - açude Pereira de Miranda

23

Pereiro - açude do Presídio Pindoretama - lagoa do Tapuio

Pires FerreiraPiquet Carneiro - açude São José

Poranga Porteiras

Potiretama - açude GrandePotengi - açude Belo Horizonte

24

Quiterianópolis - açude Colina Quiterianópolis -São Francisco

Quixadá - açude Pedras Brancas Quixadá - Cipó dos Anjos

Quixeramobim - rio QuixeramobimQuixelô

Quixeramobim - Manituba - açude Tourão Quixeré

25

Redenção - açude Acarape Reriutaba - açude Araras

Russas - FloresRussas

Saboeiro - rio Jaguaribe Saboeiro - Flamengo - açude Flamengo

Canindé - Salitre - açude SalitreSalitre

26

Santa Quitéria - açude Edson Queiroz Santa Quitéria - Raimundo Martins

Santana do Acaraú - Baixa FriaSantana do Acaraú

Santana do Cariri São Benedito - açude Jaburu

São João do Jaguaribe

São Gonçalo do Amarante -açude Sítios Novos

27

São Luís do Curu - rio Curu Senador Pompeu - açude Patú

Senador Pompeu - São Joaquim do Salgadoaçude de São Joaquim Senador Sá - rio Jordão

Sobral - açude Jaibaras Solonópole - açude do Boqueirão

Solonópole - São José de Solonópoleaçude Sigefredo Pinheiro Tabuleiro do Norte - rio Jaguaribe

29

Trairi - lagoa do PiancóTururu - açude Mundaú

UmariUbajara - açude Jabuti

Umirim - açude Caxitoré Uruburetama - açude Mundaú

Varjota - açude ArarasUruoca - rio Jordão

30

Várzea Alegre - açude Olho d’Água Viçosa - açude Jaburu

Viçosa - Quatiguaba - açude Jaburu