EIA RIMA - BR 101

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EXÉRCITO BRASILEIRO MINISTÉRIO DA DEFESA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA

Transcript of EIA RIMA - BR 101

EXÉRCITO BRASILEIRO

MINISTÉRIO DA DEFESA

I N S T I TU TO M I L I TAR DE ENGENHAR IA

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

DIRETORIA DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA

Índice

INTRODUÇÃO

APRESENTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

ÁREAS DE INFLUÊNCIA

DIAGNÓSTICOÁrea de Influência Indireta

Meio FísicoGeologia

GeomorfologiaClima e Condições Meteorológicas

Solos e Aptidão Agrícola Hidrografia

Sistema Lagunar de Santa Catarina Sistema Lagunar do Rio Grande do Sul

Meio Biótico Flora

Fauna Áreas de Preservação

Meio Sócio-Econômico Demografia e Dinâmica Populacional

Uso do Solo e Ocupação Territorial Abastecimento e Saneamento

Educação Saúde

Níveis de Renda Transporte Rodoviário

Tráfego Atual ao Longo da Rodovia Povoamento da Área de Influência

População Indígena Caracterização e Localização das Tribos

Caracterização Social, Cultural e Econômica Patrimônio Arqueológico

Sambaquis Estrutura Produtiva e de Serviços

Atividade Pesqueira Produção Agrícola

Área de Influência DiretaMeio Sócio-Econômico

Municípios do Estado de Santa Catarina Municípios do Estado do Rio Grande do Sul Pesquisa Sócio-Econômica Aplicada na AID

Análise Integrada - Meio Físico/Biótico Pontos Notáveis - Meio Físico/BióticoÁrea de Influência Direta Expandida

IMPACTOS E MEDIDAS Impactos sobre o Meio Físico

Impactos sobre o Meio Biótico Impactos sobre o Meio Sócio-Econômico

PROGRAMAS AMBIENTAIS

CONCLUSÃO

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19202121222222232425262728293030303131

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Introdução

O Departamento Nacional de Estradas deRodagem - DNER, através de convênio celebradocom o Instituto Militar de Engenharia – IME,desenvolveu, no período de novembro/96 adezembro/97, um Estudo de Pré-Viabilidade paraselecionar as melhores rotas de ligação rodoviáriacom os países do Mercosul.

O sistema viário entre Curitiba e Buenos Aires, comdestaque para a malha rodoviária existente entre acapital paranaense e a fronteira sul do Brasil, foidetalhadamente estudado sob os aspectos técnicos,econômicos e ambientais, a partir da determinaçãoda demanda atual e futura e da caracterização daoferta de transportes.

Deste Estudo de Pré-Viabilidade resultou a indicaçãoda duplicação da BR-101, trecho Florianópolis - Osório, como prioritária para a realização deinvestimentos dentro do Projeto da Rodovia do Mercosul , integrante do Programa Avança Brasil , doGoverno Federal.

A área em estudo possui uma malha rodoviária relativamente densa, composta pela BR-101, numaextensão aproximada de 400 km, e por um conjunto de outras rodovias federais, estaduais e municipais,que proporcionam ligações viárias importantes para a região.

As características técnicas e condições estruturais/ funcionais atuais do trecho são incompatíveis com ademanda de tráfego, a qual se expande segundo taxas elevadas. De fato, o trecho já vem acumulandodéficites operacionais crescentes, onerando consideravelmente os custos operacionais dos usuários eexpondo-os a riscos de acidentes cada vez maiores, constituindo-se, assim, em fator inibidor aodesenvolvimento sócio-econômico.

A duplicação da BR-101, inegavelmente, se insere numa área de grande complexidade ambiental, tantodo ponto de vista do intenso processo de urbanização que vem ocorrendo ao longo da estrada, quantopela grande extensão e diversidade dos sistemas lagunares e estuarinos existentes.

A região da BR-101/SC/RS é uma das áreas mais urbanizadas de Santa Catarina, existindo várias sedesde municípios, diversos distritos, povoados, pequenos núcleos habitacionais e mesmo habitações isoladaspróximos às margens da rodovia. O trecho rodoviário analisado atravessa dez sedes municipais, dasquais sete estão em Santa Catarina (Palhoça, Paulo Lopes, Capivari de Baixo, Tubarão, Araranguá, SantaRosa do Sul e Sombrio) e três no Rio Grande do Sul (Osório, Terra de Areia e Três Cachoeiras).

Os conflitos de uso do solo decorrentes da duplicação da estrada e da intensa ocupação urbana de suasmargens constituem problemas identificados pelos estudos ambientais, que serão mitigados com o uso deinterseções e passagens adequadamente projetadas, implantação de vias marginais e soluções deprojetos que atendam às necessidades do tráfego e da população que habita a margem da via.

Os Estudos dos Impactos Ambientais-EIA foram realizados por uma equipe técnica multidisciplinar noperíodo de janeiro/98 a setembro/99, tiveram suasdiversas etapas e resultados detalhadamenteapresentados em vários volumes, visando subsidiar oProcesso de Licenciamento Ambiental.

Tais estudos estão sendo analisados pelos órgãosambientais, notadamente pelo Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA, pela Fundação do Meio Ambiente-FATMA/SCe pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental-FEPAM/RS.

Este Relatório de Impacto Ambiental-RIMA tem afinalidade de divulgar, de forma clara e sintética, osprincipais aspectos ambientais estudados, ressaltandoos impactos identificados, as medidas mitigadoraspropostas e os programas e estudos em andamento.

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Localização/Extensão

O trecho da BR-101 em estudocomeça ao norte de Florianópolis(mais precisamente no Km 175,0da BR-101/SC - início do Contornode Florianópolis) e termina emOsório/RS, no Km 99,5 da referidarodovia (final da Freeway PortoAlegre – Osório). Sãoaproximadamente 400 Km deextensão, atravessando diversosmunicípios em ambos os Estados.

Condições Atuais

A ligação Florianópolis – Osóriointegra o principal eixo viáriolongitudinal da Região Sul, viapreferencial entre Curitiba e PortoAlegre. Apresenta volumes detráfego que ultrapassam a médiade 10.500 veículos diários com umelevado índice de acidentes.

A pavimentação existente,concluída no período 1968/71apresenta, de uma forma geral,pista simples com 7,00 m delargura e acostamentospavimentados com 2,50 m;ocorrem no entanto, extensõesdescontínuas com acostamentosde larguras reduzidas ou nãopavimentados.

De fato, não obstante asrestaurações e ampliaçõeslocalizadas executadas, a ligaçãose encontra presentemente comsua capacidade esgotada,aumentando consideravelmente oscustos de transportes e seconstituindo em elemento inibidorao desenvolvimento sócio-econômico da região atravessada.

Além dos problemas decapacidade, as condições atuaisda ligação mostram um quadro deinsegurança, conforme se verificanos Relatórios que o DNERsistematicamente elabora.

Apresentação do Empreendimento

Justificativas Técnicas

As justificativas para oEmpreendimento adquiremimportância na medida em que seobserva, nas condições atuais empista singela, a obsolescência dotrecho, incompatível para atenderao volume de tráfego atual. Osproblemas de segurança sãogerados, principalmente, pelosproblemas de capacidade e pelafalta de um disciplinamento e/oude vias alternativas para o tráfegolocal.

O Empreendimento solucionará oproblema, porquanto promoverá aampliação da capacidade, atravésda duplicação do trecho, incluindoa restauração da pista existente ea incorporação de dispositivosvários, objetivando a segurançaviária, como as medidasnecessárias ao ordenamento/disciplinamento do tráfego local

(veículos e pedestres), buscandoeliminar/ minimizar os conflitoshoje existentes. Em seqüência,após a execução das obraspertinentes, será implantado osistema de exploração daoperação da via, através deconcessão à Empresa Privada.

Os benefícios resultantes são,assim, evidentes, já que osusuários terão condições de sedeslocar ao longo do trecho dentrode condições operacionais ideaisem termos de custos operacionaise de segurança, eliminando/minimizando a probabilidade devárias ocorrências decongestionamentos de tráfego ede acidentes do tipo choquesfrontais e abalroamentos lateraisde veículos que trafegam emsentidos opostos.

Conforme se observa no mapaesquemático, os eixos Rio de

SantaCatar ina

BR

-101

BR -

1 16

BR -116

BR-

116

BR -101

BR -116

B eloH orizo nte

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São Paulo

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Rio de Janei r

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BR

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BR

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BR -101

BR

-374

BR

-101Santa

Catar ina

C O N E X Ã O E N T R E A S R E G IÕ E S S U D E S T E /SU L

Trec ho já dup licado /con ced id oTrec ho em du p licaç ão e ser c onced idoTrec ho em p is ta s im p les

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Janeiro – São Paulo, Porto Alegre– Osório e parte do eixo Rio deJaneiro – Belo Horizonte, já seencontram duplicados e operandodentro do regime de Concessãode Exploração por EmpresasPrivadas dotando as rodovias detodos os recursoscontemporâneos, inclusive emtermos de atendimento ao usuário.

Tal condição de pista duplicada econcedida, estará contemplandotambém as ligações BeloHorizonte – São Paulo e SãoPaulo – Curitiba – Florianópolis porvolta do ano 2001.

Assim, somente a LigaçãoFlorianópolis – Osório estariaexcluída desta condição, nahipótese da não realização doEmpreendimento, criando-se umasolução de continuidade na via euma sensível queda na qualidadede serviço oferecido em trecho designificativo volume de tráfego.

Justificativas Econômicas

O impacto econômico decorrenteda duplicação da rodovia foiavaliado através do Estudo deViabilidade Técnico-Econômica, noqual foi efetuada a análisecomparativa entre os custosenvolvidos na execução das obrase os benefícios auferidos pelasociedade como decorrência doinvestimento proposto.

Os custos considerados noreferido Estudo de Viabilidadecorrespondem à execução dasobras de duplicação e àmanutenção da rodovia ao longoda vida útil de 25 anos.

Os benefícios resultam dasreduções dos custos operacionais,de acidentes e do tempo deviagem.

As análises efetuadas concluírampela viabilidade técnico-econômicado Empreendimento, queapresentou uma relação benefício/custo de 1,9.

JustificativasSócio-Ambientais

Do ponto de vista ambiental, asmedidas de proteção aosmananciais, dos riscos potenciaisdecorrentes de acidentesenvolvendo cargas perigosas,amplamente debatidas neste EIA,incluindo as medidascompensatórias previstas paracada Lote de Projeto, constituemimportante benefício ambiental doempreendimento.

Os grupos indígenas identificadosao longo do trecho, vêm sofrendoprocessos de desculturação e temseus habitats sob ameaça deocupação.

O projeto, prevendo impactossobre esses grupos étnicos,adotará medidas apropriadas,melhorando sua perspectiva devida se comparada com suasperspectivas sem a adoção doprojeto de duplicação.

A área de influência das obras deduplicação da BR-101 apresentapossibilidade de ocorrência desítios arqueológicos em quasetoda a sua extensão.

As áreas mais atrativas sãoformadas e influenciadas porcomplexos lagunares, cordões depraia com ocorrência de derramesrochosos (costões) eembocaduras de rios, onde aoferta de recursos alimentares éabundante.

Atendendo à legislação ambientalespecífica, o projeto deverá

contemplar o levantamento,inventário e o resgate dessessítios arqueológicos, o queassegura ao empreendimento umavantagem adicional do ponto devista ambiental, já queproporcionará condições para oaumento do conhecimento efetivodesse patrimônio.

Na hipótese da não-implantaçãodo projeto de duplicação, acredita-se que esses sítiospermaneceriam sujeitos aoprocesso, hoje muito comum, dedepredação ou, na melhor dashipóteses, de descaracterização.

Finalmente, deve-se considerar oconjunto de Passivos Ambientaisda rodovia BR-101, no trechoFlorianópolis (SC) – Osório (RS),de responsabilidade do DNER,constituído por situações deinterferências sobre o meioambiente impostas pelas pistas jáexistentes, durante sua construçãoou mesmo ao longo de suaoperação.

A necessidade de recuperaçãoambiental desses passivos parteintegrante dos projetos deduplicação dos 14 Lotes,representa mais uma importantejustificativa ambiental para arealização do empreendimento.

Rodovia Duplicada

Estabeleceu-se que a rodoviaduplicada terá velocidade diretrizmínima em região plana de 100 km/h,em região ondulada de 80 km/h.

Cada uma das duas pistas teráduas faixas de rolamento comlargura de 3,6 m. A largura doacostamento externo será de 3,0 me a largura mínima de acostamentointerno será de 0,60 m.

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Alternativas de Traçado

À exceção do Contorno deFlorianópolis, que se desenvolveem traçado independente do atual,a duplicação da BR-101 no trechoem questão, será realizadapredominantemente em paralelo àrodovia existente, dentro de suafaixa de domínio. No entantanto,por razões técnicas/ambientaisforam estudadas nove variantes detraçado, relacionadas a seguir:• transposição do Morro do Padre(entre os km 230+600 e 235+100)• transposição do Morro Agudo(entre os km 255 e 258+900)• transposição do grande corte derocha (entre os km 258+900 e 261)• transposição da zona urbana deCabeçudas e do Canal dasLaranjeiras (entre os km 308+300 e316+300)• transposição do Morro doFormigão (entre os km 337+200 e339+860)• transposição do Banhado deMaracajá (entre os km 402+500 e411+200)• transposição da zona urbana deAraranguá (entre os km 411+200 e415+800)• transposição do Morro da Gruta(entre os km 13+500 e 15+700)• transposição do Banhado doMaquiné e do Morro Alto.

Transposição do Morro doPadre/Morro dos Cavalos

As alternativas propostas, paraesse trecho, foram em número decinco, sendo uma paralela à pistaatual e as outras quatro emtraçados independentes.A partir das análises realizadas, foiidentificada a 4ª variante, queimplica na construção de um túnelde 1.360 m, como a menosimpactante para ser levada aprojeto de engenharia.

Transposição do Morro Agudo

Duas alternativas de traçado foram

propostas para a sua duplicação,uma em paralelo e outra em pistaindependente.Verificou-se que a variante em pistaindependente, que inclui aconstrução de um túnel de 974 mde extensão, é a melhor do pontode vista ambiental.

Transposição do grande cortede rocha

Nesse caso, duas alternativas detraçados para a duplicação forampropostas, uma em paralelo e outraem pista independente.A 2ª alternativa, que inclui umviaduto e uma ponte, foiconsiderada como a maisadequada ambientalmente.

Transposição da zona urbanade Cabeçudas e Canal dasLaranjeiras

Foram propostas três alternativas,uma em paralelo, outra totalmenteindependente, e a 3ª consideradahíbrida das anteriores.Do ponto de vista ambiental, a 2ªalternativa, que considera aconstrução de uma ponte de3.280 m de extensão, em pistadupla, para a transposição daLagoa do Imaruí, foi arecomendada para ser levada anível de projeto de engenharia.

Transposição do Morro doFormigão

Duas alternativas foram propostas,uma em paralelo e outraindependente. A alternativa empista independente foi abandonadapor seu alto custo e baixo benefício.

Transposição do Banhado deMaracajá

Foram propostas três alternativasde traçado, uma em paralelo, e asseguintes independentes (2ª e 3ª).A questão ambiental evidenciouligeira vantagem à duplicação emparalelo.

Transposição da zona urbanade Araranguá

Também nesse caso foraminicialmente propostas trêsalternativas, uma em paralelo eoutras duas (2ª e 3ª) com pistasindependentes.Em termos ambientais, a 3ªalternativa, que implica naconstrução do Contorno deAraranguá, em pista dupla com otraçado afastado aproximadamente700 m a oeste do leito atual, foiconsiderada a mais vantajosa, erecomendada para ser levada aonível de projeto de engenharia.

Transposição do Morro daGruta

Duas alternativas foram propostas,uma em paralelo e outraindependente.Como a diferença em termosambientais é grande foirecomendada a varianteindependente.

Transposição do Banhado doMaquiné e do Morro Alto

Neste segmento foram propostasduas alternativas, uma em paraleloe outra com traçado independente,que travessia do Morro Alto prevê aconstrução de um túnel de 1.360 mde extensão.Do ponto de vista ambiental eoperacional, a diferença favorece a2ª alternativa, por isso,recomendada para ser levada aonível de projeto de engenharia.

Considerações Finais

As análises efetuadas foramabsolutamente conclusivas emestabelecer as alternativasindependentes como as maisvantajosas, à exceção datransposição do Banhado doMaracajá, onde a alternativa deduplicação em paralelo foi aconsiderada a mais adequada.

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AIIMEIO FÍSICO

GEOLOGIAA Área de Influência Indireta considerada, apresenta unidades geológicasvariadas, descritas a seguir, da mais antiga para a mais recente.

Complexo Águas MornasO Complexo Águas Mornas forma uma faixa de direção grosseiramenteleste-oeste, aflorando na Ponta das Arminhas, no litoral de Palhoça; osterrenos granito-gnáissicos que o constituem, são interrompidos porintrusões de granitos em diferentes níveis de colocação.

Granitóides FoliadosGRANITÓIDE PAULO LOPESO Granitóide Paulo Lopes é formado de rochas de granulação grossa,localizado em torno da cidade de mesmo nome, além de pequenasocorrências no Morro dos Cavalos e no Morro do Cedro, bem como naBR-101, na região de Palhoça. Caracteriza-se por apresentar coloraçãocinza e por uma matriz de granulação média a grossa, rica em biotita, quedefine sua foliação marcante.

Granitóides CalcialcalinosGRANITÓIDES PEDRAS GRANDESSão rochas graníticas com variação de textura e granulação de muitogrossa a média com cristais de feldspato que lhe conferem a coloraçãocaracterística rósea.Os principais minerais encontrados são: quartzo, plagioclásio, feldspato

AIDÁrea de InfluênciaDireta

As Áreas de Influência foramfixadas para os meios físico,biótico e sócio-econômico. Com asuperposição dos três meios,obteve-se o que segue:

Foramconsideradoscomo AII todosos municípiospolarizados pelaatual BR-101,além das duascapitais:Florianópolis ePorto Alegre,para o meioantrópico. Para os demais (físico ebiótico) foi estabelecida uma faixade cerca de 10,0 km desde a praiaaté a Serra Geral.

Para a AID foram considerados osmunicípios transpassados pelaBR-101, junto às pistas existentesou às variantes, e/ou atingidospelas estruturas de apoio às

obras, independente de seutamanho, porte ouimportância econômica, parao meio sócio-econômico. Paraos meios físico e bióticoestabeleceu-se uma faixa de1,0 km para cada lado darodovia, somada àsestruturas de apoio às obras(canteiros, alojamentos,pedreiras, saibreiras, areais,bota-foras) e trechos

complementares delimitados porambientes florestados, cursosd’água ou áreas de preservaçãoatingidos pelo empreendimento.

AIIÁrea de InfluênciaIndireta

A AIDE foi definida tendo em vistaos estudos de sócio-economia ecorresponde à expansão da Áreade Influência Direta, incluíndo osmunicípios que mesmo nãoatravessados pela BR-101,utilizam a rodovia paradeslocamentos de média e longadistâncias. No Estado de SantaCatarina foram considerados todosos municípios da Microrregião deFlorianópolis, três municípios daMicrorregião do Tabuleiro, osmunicípios das Microrregiões deTubarão, Criciúma e Araranguá.No Rio Grande do Sul, foramconsiderados os municípiospertencentes a Microrregião deOsório, com exceção daquelessituados no sul dessaMicrorregião.

AIDEÁrea de InfluênciaDireta Expandida

potássico e biotita. O anfibólioaparece raramente.

TONALITO FORQUILHASão mais expressivos nas regiõesentre as localidades de rio doCedro e rio Matias, onde ocupauma faixa descontínua de nordestepara sudoeste, comaproximadamente 20,0 km decomprimento e 4,0 km de larguramédia.Compreende rochas de granulaçãofina a grossa, de coloração cinza-escuro, com sutil alinhamento,ocorrendo na forma de pequenosmatacões arredondados.

GRANODIORITO ALTO DAVARGINHADistribui-se segundo uma faixaque contorna as principais áreasde exposição de coloração cinza.Sua mineralogia é constituída porminerais como: plagioclásio,feldspato potássico e quartzo.

Áreas de Influência

Diagnóstico

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GRANITO SÃO PEDRO DEALCÂNTARAAflora ao norte da área emquestão, com coloração cinza-escuro, granulação grossa, ondese destacam o feldspato eocasionalmente o plagioclásio. Suamineralogia é composta porfeldspato, quartzo, plagioclásio ebiotita.

Granitóides AlcalinosSUÍTE INTRUSIVA PEDRASGRANDESOcorrem ao longo do litoral entreFlorianópolis e Paulo Lopes, regiãode Pinheira – Guarda do Embaú ePonta do Maruim, no município deSão José. Trata-se de uma rochade granulação média a grossa, decor cinza a rósea.

GRANITO SERRA DOTABULEIROGeralmente de coloração rósea egranulação média a grossa. Aflorausualmente como matacõesarrendondados, quase semprecom acentuado grau de alteraçãodevido ao intemperismo.

GRANITO CAPIVARIÉ uma rocha de granulaçãogrossa, coloração cinza a rósea.Em meio à matriz, estão presentesfeldspatos arredondados.A oeste de Paulo Lopes, apassagem do Granito Capivaripara o Granito Serra do Tabuleiro étransicional, caracterizada pelaprogressiva redução na quantidadee nas dimensões dos feldspatos.

Suíte Plutono –Vulcânica CambirelaÉ constituída por uma unidadeplutônica – Granito Itacorumbi, euma fração de origem vulcânicaque compreende derrames e tufosde riolito, além de diques e corposfilonianos.

RIOLITO CAMBIRELAAs principais ocorrências dessaunidade estão representadas pelosriolitos que se encontram expostosem uma faixa com larguravariando entre 1,0 km e 5,0 km,contornando o flanco leste daSerra do Tabuleiro eacompanhando a BR-101, notrecho entre o rio Cubatão e o rioda Madre.Ao norte da cidade de PauloLopes ocorre um dique de riolito

com pelo menos 8,0km de comprimento.Os tufos são maisraros, com melhoresexposições naBR-101 na região deEnseada do Brito.Outros afloramentosforam registrados nomorro da Costa daArmação, nascabeceiras do rio doBrito e noMassiambu.

GRANITO ITACORUMBICom ocorrência à leste da cidadede Paulo Lopes, de coloraçãocinza-claro com tons esverdeadosou avermelhados e granulação finaa média.Na Serra do Tabuleiro ocorre aolongo de uma faixa que se estendedesde o rio da Madre do Sul até asproximidades da Enseada do Brito,onde são freqüentes os diques.

Bacia do ParanáGRUPO GUATÁÉ constituído por siltitos cinza-esverdeados e por arenitos comintercalações de camadas decarvão e folhelhos carbonosos. Ésubdividido em: Formações RioBonito e Palermo.

FORMAÇÃO RIO BONITOCom ocorrência nas proximidadesda cidade de Criciúma, onde ocorreuma seção sedimentar sobre oGrupo Itararé, em que a porçãoinferior é arenosa, a intermediária éargilosa e a superior areno-argilosa,contendo os principais leitos decarvão explorados na Bacia doParaná.A Formação Rio Bonito foi divididaem três intervalos: membrosTriunfo, Paraguaçu e Siderópolis.1) Membro TriunfoCompreende a porção inferior daformação. Constitui-se de arenitosesbranquiçados finos a médios,subordinadamente ocorrendosiltitos, argilitos, folhelhos, leitos decarvão e conglomerados.O ambiente de sedimentação éoriundo de delta de rios. Oconteúdo de fósseis encontradonos sedimentos é caracterizado porrestos de vegetais.

2) Membro ParaguaçuOs contatos, são concordantes: oinferior se dá com o MembroTriunfo e o superior com o MembroSiderópolis e localmente com aFormação Palermo.Sua deposição foi originada porevento marinho. As rochascarbonáticas foram originadaspossivelmente da atividade deorganismos algálicos. Ocorremsedimentos com características dedepósitos de planícies de maré. Asporções intercaladas arenosascorrespondem a depósitos decanais, barras, barreiras eacumulações distantes de deltasde rios.Algumas conchas marinhas e restosde vegetais são fósseis encontradosna região.3) Membro SiderópolisConsiste em camadas de arenitosfinos a muito finos, de coloraçãocinza escuro, intercaladas a leitosde carvão, situados na porçãosuperior da Formação Rio Bonito.Predominam as estruturassedimentares sob a forma delâminas plano paralelas eonduladas, associadas por vezescom estratificações cruzadas.Ocorrem arenitos médios agrosseiros, associados algumasvezes, a restos de madeirassilicificadas.O contato inferior com o MembroParaguaçu é concordante, e osuperior com a FormaçãoPalermo, transicional.Os fósseis encontrados são restosvegetais.FORMAÇÃO PALERMOConstituída por siltitos e folhelhosintercalados e interlaminados dearenitos quartzosos muito finos, decoloração cinza escuro a clara;quando alterados são amarelo-esverdeados.

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O contato inferior com a FormaçãoRio Bonito é transicional e ocontato superior com a FormaçãoIrati é concordante.As características das rochas,indicam que as deposições foramfeitas em ambiente de águasrasas, em baixa energia, sob aação de ondas fracas amoderadas.Os fósseis são poucorepresentativos.GRUPO PASSA DOISConstitui-se das formações Irati,Teresina e Rio do Rastro.1) Formação IratiA formação Irati consiste defolhelhos e argilitos cinza-escurose calcários. É dividida em doismembros, Taquaral e Assistência.MEMBRO TAQUARALSua composição é de argilitos,folhelhos cinza-escuros a cinza-claros, e siltitos cinza na base daformação. Apresenta laminaçãoparalela.Os contatos tanto o inferior com aFormação Palermo, quantosuperior com o MembroAssistência são concordantes.Suas características indicamambiente de deposição marinho deáguas calmas, abaixo do nível deação das ondas.Os fósseis mais frequëntes são:

restos de peixes, crustáceos evegetais.MEMBRO ASSISTÊNCIASão depósitos de folhelhos cinza-escuros, folhelhos pretosassociados a calcários na partesuperior da formação Irati.Os fósseis que caracterizam essaunidade são répteis, restos depeixes, vegetais e carapaças decrustáceos.2) Formação TeresinaEssa formação é constituída poralternância de argilitos e folhelhoscom siltitos e arenitos muito finoscinza-claros. Na base ocorremcamadas, de até 5 m deespessura, de folhelhos cinza-escuros intercalados com oscinza-claros.O contato inferior com a FormaçãoSerra Alta e o superior com aFormação Rio do Rastro sãoconcordantes.A intercalação de folhelhos esiltitos da base da formaçãoindicam uma transição deambiente marinho mais profundo,para ambiente mais raso eagitado, dominado por marés.3) Formação Rio do RastroA Formação Rio do Rastro éconstituída por siltitos e arenitosfinos esverdeados e arroxeadosem sua porção basal, e argilitos e

siltitos vermelhosintercalados com arenitosfinos no topo da formação.É subdividida nos membrosSerrinha (inferior) e MorroPelado (superior).MEMBRO SERRINHACorresponde a siltitosesverdeados e arroxeadosintercalados com argilitos,arenitos finos e bancoscarbonáticos na base daformação.Os contatos, inferior com aFormação Teresina esuperior com o MembroMorro Pelado são ambostransicionais.Sua sedimentação é oresultado de avanços deplanícies costeiras sobredepósitos de águas rasasda Formação Teresina edos depósitos continentaisdo Membro Morro Pelado.As cores arroxeadas,dominantes na partesuperior, indicam condições

gradativamente mais oxidantes dabase para o topo da unidade.MEMBRO MORRO PELADOÉ constituído por argilitos e siltitosvermelhos intercalados de arenitosfinos na parte superior daFormação Rio do Rastro.O contato inferior com o MembroSerrinha é gradacional e osuperior, com as formaçõesRosário do Sul e Pirambóia, émarcado por discordância erosiva.A estratificação indica deposiçãoem ambiente continental fluvial,leitos de rios meandrantes,ambientes deposicionais eausência de movimentações.GRUPO SÃO BENTOInclui as Formações Botucatu eSerra Geral.1) Formação BotucatuÉ constituída por arenitos finos emédios, de coloração amarelo evermelho, originado em ambientede clima seco e desértico.Ocorre em colinas isoladas oumais comumente no sopé deencostas do planalto, nos valesdos rios Maquiné, Três Forquilhase Mampituba.Nas margens da BR-101, distanteaproximadamente 10 km ao sul deTorres, ocorre um afloramento doArenito Botucatu. Trata-se daFurna Itapeva, escavada pelo mar.2) Formação Serra GeralConstitui-se de sucessivosderrames de lava basáltica queexibem coloração escura, cinza oupreta; à medida que sofremalterações, tornam-se maisescuros. No estado do Rio Grandedo Sul, aflora em extensa área,sob a forma de montanhasisoladas em meio à PlanícieCosteira, ou juntamente com osarenitos da Formação Botucatuconstituindo a associação arenito-basalto do Planalto da SerraGeral.Na região de Torres-TrêsForquilhas ocorrem as maioresespessuras de derrames.DEPÓSITOS QUATERNÁRIOSSão agrupados em dois sistemasdeposicionais: transicional econtinental.Os depósitos do sistematransicional distribuem-se ao longoda faixa litorânea e sãocaracterizados pelos sedimentosde marés, de praia, de mangue, de

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ventos, lagunares e flúvio-lagunares.Os depósitos do sistema continental, sãorepresentados por sedimentos de rios e de lequesaluviais, destacando-se os dos rios da Madre, dasCachoeiras, Massiambu Grande, Maruim, Biguaçu, doRibeirão, Forquilha e Vargem do Braço.

Sistema TransicionalDEPÓSITOS MARINHOS ARENOSOSPLEISTOCÊNICOSSão depósitos de areia, de cor branca eacastanhados ou pretos (quando em profundidade). Acor escura pode ser atribuída à presença de materialorgânico.São muito pouco desenvolvidos de Florianópolis aGaropaba, porém de Garopaba a Torres apresentam-se bem desenvolvidos, em uma faixa de 8,0 a 10,0 km de largura. Nas áreasde Laguna e Jaguaruna há importantes campos fósseis. Nas áreas deAraranguá e São João do Sul, é possível distinguir antigas cristas praiais.DEPÓSITOS DE MARÉ E INTER-MARÉSão terraços elevados, compostos de areias finas a grossas, em superfície,esbranquiçadas e escuras em profundidade, devido ao material orgânico.Os depósitos de inter-maré ocupam uma zona restrita ao longo da faixacosteira, com largura média de 50 m e interrompida em três segmentos: nocanal do rio Mampituba, no promontório de Torres e no núcleo basáltico deItapeva. O limite oeste se dá no contato com campo de dunas atuais e àleste com o Atlântico.Estes depósitos têm se mantido em equilíbrio com a deposição praial e aerosão por meio de ventos, mas caso haja alteração neste quadro, a partirde explorações comerciais, poderá haver uma degradação acentuada doambiente.DEPÓSITOS DE PRAIAAo nível do mar são extensos cordões de areias finas a grossas. Emalgumas áreas são encontrados fragmentos de rochas e/ou mineraispesados.Os alinhamentos de cordões são observados em vários locais e maisexpressivamente na enseada da Pinheira.DEPÓSITOS DE MANGUEOcorrem em áreas protegidas das ondas, mas que sofrem a ação dasmarés. São constituídos de silte, argila, areia fina e alto teor de materialorgânico, onde se instala uma vegetação arbórea típica. Áreas expressivas,são encontradas na região de Palhoça.DEPÓSITOS FLÚVIO-LAGUNARESA interligação de rios que desembocam em lagunas, formou depósitossedimentares nas regiões de Palhoça, Paulo Lopes e Sertão do Campo. O

rio Tubarão construiu emmilhares de anos um deltaintralagunar, preenchendo umalaguna. Esse delta ainda estáativo.Na área em estudo, os riosMaquiné e Três Forquilhasdeságuam nas lagoas dosQuadros e Itapeva,respectivamente, em deltas do

tipo flúvio-lagunares.O relevo dos depósitos deltáicos é plano, pois situam-se em planícies deinundações, afastados das cabeceiras, nas imediações do Planalto.DEPÓSITOS LAGUNARESSão depósitos areno-argilosos e sílticos mais elevados que o nível de maréatual e com conchas marinhas.

DEPÓSITOS LACUSTRES-PALUDAISEm toda a região da costa,ocorrem pequenas drenagens queforam isoladas por barras de areiaou pela descida do mar, dandoorigem a zonas pantanosas comargila e material orgânico, propíciaàs formações de turfeiras.DEPÓSITOS EÓLICOSSão dunas migratórias (ativas) eestacionárias (antigas eHolocênicas inativas).As dunas Holocênicas inativas sãocompostas por areias brancas eamareladas encontradas em PauloLopes e Garopaba. Apresentam-serecobertas por vegetação e commigração interrompida, porémpodem ser ativadas pela ação dohomem, pela retirada da coberturavegetal.Na região de Pinheira, observa-seum conjunto de dunasestacionárias jovens e outro maisantigo.

SISTEMA CONTINENTALDEPÓSITO DE LEQUESALUVIAISSão encontrados nas encostas demorros e junto a escarpas daSerra do Mar, constituídos desedimentos mais grossos quepreenchem os vales na forma derampas, às vezes abruptas.DEPÓSITOS ALUVIONARESAo longo de toda a área, ocorremdepósitos que preenchem ascalhas de drenagens e suasplanícies de inundações,constando de cascalheiras,areias e materiais síltico-argilosos.Os rios que constituem o sistemafluvial, transportam detritos para ointerior dos lagos e Oceano

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características de dunas ouplanícies arenosas.Uma paisagem muito freqüente nafaixa litorânea são as lagoas(lagunas, massas de água quepossuem ligação com o oceano),contendo água salobra ou salgada.Por englobar vários sub-ambientes,dividiu-se esta unidade em cincocompartimentos:• Compartimento Praial• Compartimento Eólico• Compartimento Lagunar• Compartimento Flúvio-Deltáico• Compartimento Marinho Pleistocênico

1) Compartimento PraialÉ caracterizado pelas praiasmarinhas atuais e feixes de restingalitorâneos.As praias marinhas consistem emfaixas arenosas entre o limiteinferior da maré baixa e o limitesuperior da maré alta.Durante os períodos de chuva, aspraias apresentam inúmerossangradouros, que são canais deescoamento das águas, desde asdunas até o mar.Os feixes de restinga litorâneos oucordões regressivos ou pestanaspraiais se situam entre os corposlagunares e as atuais dunas.2) Compartimento EólicoAs principais formas de relevoeólicas são:• campo de dunas

pleistocênicas• campo de dunas subatuais• campo de dunas atuais

vegetadas• campo de dunas atuais

desvegetadas.

Atlântico.Os depósitos residuais de canal,correspondem aos sedimentosmais grosseiros acumulados, erestringem-se aos cursossuperiores dos rios Maquiné, TrêsForquilhas e Cardoso.Os depósitos de barras de canaissão caracterizados por barras ouilhas fluviais, preenchidos pormateriais grosseiros, nos cursossuperiores dos rios Maquiné eTrês Forquilhas.

São João, na BR-101, próximo adivisa SC-RS, a cerca de 200 mdo rio Mampituba.É caracterizado porconglomerados compostos deblocos e seixos de basalto e areiasquartzosas.É encontrado em superfícies daplanície costeira, próximas àdesembocadura do rio Mampituba,nas águas do Oceano Atlântico.

Os depósitos de diques marginaisocorrem em ambas as margensdos canais do rio Três Forquilhas.Depósitos de planícies deinundação ou várzeas, encontram-se nos domínios deltáicoslagunares dos rios Maquiné e TrêsForquilhas e nos cursos inferioresdos demais cursos d’água daregião.CONGLOMERADO MAMPITUBAAflora a 1,5 km ao norte da Vila

GEOMORFOLOGIAA Unidade Geomorfológica Serra do Tabuleiro, abrange a extensa região dasserras do leste catarinense.A Unidade Geomorfológica das Planícies Litorâneas, compreende a regiãodas Planícies Costeiras.A Unidade Geomorfológica Serra Geral/Botucatu compreende as terrasaltas do leste sul rio grandense.TRÊS DOMÍNIOS MORFOESTRUTURAIS:•Embasamentos em Estilos Complexos;•Depósitos Sedimentares;

•Serra Geral/Botucatu.

UNIDADE GEOMORFOLÓGICA SERRA DO TABULEIROEstende-se na direção norte-sul, desde as proximidades de Joinville atéLaguna. Caracteriza-se pela seqüência de serras dispostas de formasubparalela. A variação altimétrica apresenta cotas gradativamente maisbaixas em direção ao litoral, atingindo próximo à linha de costa, cotasinferiores a 100 m, com terminações em forma de pontas, penínsulas eilhas.Destaca-se nesta unidade a Serra do Tabuleiro, cujas cotas, em algunspontos, ultrapassam 1.200 m, sendo o relevo caracterizado por encostasíngremes e vales profundos, que favorecem os processos erosivos.UNIDADE GEOMORFOLÓGICA PLANÍCIES LITORÂNEASEsta unidade é representada por estreitas faixas situadas na região oriental,

compreendendoas praias arenosase dunas eólicasque margeiam oOceano Atlântico.Na área emestudo, estaunidade édiversificada,ocorrendoconcomitantementepenínsulas,pontais, enseadase baías, entre as

quais se desenvolvem baixadas litorâneas descontínuas e planíciesarenosas que abrigam inúmeras praias.São reconhecidas áreas de acumulação resultantes da ação de rios emarés; planícies sujeitas à inundações periódicas, correspondentes àsplanícies e terraços de várzeas; mangues; deltas; diques marginais eterraços arenosos.As acumulações de depósitos arenosos originárias de ventos, apresentam

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extensão.

CHUVASOs maiores totais de precipitaçõesocorrem em Urussanga, compouco mais de 1700 mm anuais enenhum mês inferior a 100 mm,ocorrendo o trimestre maischuvoso nos meses de dezembro,janeiro e fevereiro e o de menorprecipitação, em setembro,outubro e novembro. EmFlorianópolis o máximo deprecipitação ocorre nos meses dejaneiro e fevereiro, diminuindo aseguir com o mínimo em julho. EmOsório e Torres ocorrem doisperíodos de maior precipitação, oprimeiro em março e o segundoem agosto e setembro. EmUrussanga ocorre um período demaior precipitação de dezembro afevereiro e outro pico menor emjulho.

TEMPERATURAA marcha das temperaturasmédias anuais é semelhante emtodas as estações meteorológicasda região.Essas temperaturas amenasparecem estar relacionadas aorelevo, visto que esta regiãoencontra-se protegida pelasescarpas da Serra do Mar, dosventos frios que sopram do oesteno inverno (Hasenack, 1989). Essaamenidade de temperatura, emrelação a outras regiões do RioGrande do Sul, pode ser

rápido, de até 60 km/h. Nasregiões serranas com freqüênciaocorrem chuvas de granizo.Geralmente essas linhas deinstabilidade se antecipam em 24horas à chegada das frentes frias.Essas últimas, entretanto, podementrar em frontólise e com issonão chegar.No sul do estado de SantaCatarina, geralmente essas linhasde instabilidade surgem à tarde ouno início da noite, depois de umdia de forte aquecimento. Comfreqüência elas causam grandesprejuízos na região. As rajadas devento e as rápidas enchentes,paralisam os transportes aéreos,marítimos e terrestres, afetandoinclusive o sistema de transmissãode energia elétrica.Ocorrem ainda na região aschamadas “chuvas de verão”, quechegam rápidas e se vão emmenos de uma hora, geralmenteprovocando transtornos por causade suas precipitações de forteconcentração em curtos períodosde tempo.Depois da passagem de uma linhade instabilidade, o céu volta a ficarclaro. As chuvas das linhas deinstabilidade se distinguem dasprecipitações das frentes friasprecisamente pela sua intensidadee curta duração. As chuvas defrentes são mais moderadas eintermitentes, prolongando-se pordias e podendo atingir áreas demuitas centenas de quilômetros de

As dunas pleistocênicasapresentam relevo com até 70 mde altitude.As dunas sub-atuais constituemcolinas arenosas, de topo convexo,dispostas paralelamente à linha dacosta.As dunas atuais vegetadas sãomais antigas que os depósitos deareias trazidas pelo vento e sãorecobertas por uma vegetaçãorasteira.O campo de dunas atuaisdesvegetadas compreende oscorpos arenosos ativos quemantêm as dunas.3) Compartimento LagunarEntre as feições lagunares

destacam-se os terraçoslagunares, os banhados, os feixesde restinga lagunares e as praiaslagunares.Na região de Garopaba-Imbitubainiciam-se as lagunas do sul doBrasil, que se estendem até aslagunas dos Patos e Mirim.4) Compartimento MarinhoPleistocênicoEste compartimento écaracterizado pelos terraçosmarinhos e praias parcialmenteretrabalhados pelo vento.5) Compartimento Flúvio-DeltáicoÉ representado por depósitos deplanícies e rios e depósitos de

encostas e deltas.UNIDADE GEOMORFOLÓGICASERRA GERAL/BOTUCATUPossui cotas que oscilam desde70 m nas encostas do Planalto até1.200 m nas regiões maiselevadas.Nas proximidades da cidade deTorres, em meio à planíciearenosa, aparecem resquícios doPlanalto, caracterizando a únicaocorrência de basalto aflorante naorla atlântica da costa leste daAmérica do Sul.

A BR-101 entre Florianópolis eOsório situa-se em uma estreitafaixa junto ao litoral, nunca seafastando mais do que 50 km domar. O relevo apresenta poucasvariações ao longo da rodovia,embora esta se situe entre asescarpas da Serra do Mar e olitoral. Estando esta regiãolocalizada em médias latitudes eao longo da costa, está sujeita àpenetração de umidade dooceano.Durante a maior parte do ano,essa região está sob influência deum fenômeno climático(Anticiclone semi-fixo do AtlânticoSul), que proporcionatemperaturas mais ou menoselevadas e elevada umidadeespecífica. Porém, devido à suaforte subsidência, o estadoatmosférico provocado por essamassa de ar geralmente é deestabilidade. Os ventos soprampredominantemente de NE. Essasituação só é interrompida, naregião, pela passagem de umaonda de baixa pressão vinda doParaguai (Baixa do Chaco), ou deuma frente fria vinda do sul docontinente.As ondas de baixa pressão oulinhas de instabilidade (LI) afetama região principalmente entre osmeses de dezembro a fevereiro,praticamente desaparecendo noinverno. As linhas de instabilidadesão ondas de baixa pressão queapresentam deslocamento muito

CLIMA E CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

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SOLOS E APTIDÃO AGRÍCOLAOs solos ocorrentes na área de estudo são basicamente dos gruposoxissolos (solos espessos com horizonte B impregnado por óxidos de Fe e/ou Al), nas regiões altas, dos tipos Terra Roxa Estruturada, BrunizemAvermelhados, Podzólicos Vermelhos e Vermelho Amarelos; cambissolos(solos rasos com horizonte B incipiente), sobretudo nas encostas íngremes;solos litólicos (pedregosos); areias quatzosas (areias puras) em regiões dedepósitos marinhos ou eólicos atuais ou antigos; planossolos (solos debaixada não hidromórficos); glei húmicos e pouco húmicos (soloshidromórficos) típicos de regiões alagadiças; solos orgânicos e de mangue.Em termos de aptidão agrícola, os oxissolos, situam-se dominantementenos grupos 2 e 3 (aptidão regular a restrita para lavouras); os cambissolos,dominantemente no grupo 3 (aptidão restrita para lavouras), mas podemincluir-se no 6 (aptidão somente para preservação de fauna e flora) e,ocasionalmente, no 1 e 2 (aptidão boa e regular para lavouras); os soloslitólicos, no 6; as areias quartzosas, no 3, 4 (aptidão restrita para lavouras epara pastagem plantada) e localmente 2; os planossolos nos grupos 1 e 2;os gleis no grupo 2 e os solos orgânicos no 3.

Do ponto de vista da construçãoviária, são destacáveis os solosglei, os orgânicos e de mangue,em razão dos problemas de baixaresistência e compressibilidadeque apresentam como fundaçõesde aterros e os cambissolos,areias quartzosas e solos litólicos,por sua elevada suscetibilidade àerosão. Os oxissolos,particularmente os queapresentam elevada proporção deóxidos de ferro no Horizonte B,constituem-se em excelentesmateriais de construção, dada suabaixa reatividade com a água,baixa expansividade, relativamenteelevado poder de suporte e boatrabalhabilidade.

confirmada pela vegetação eculturas que aí se desenvolvem(Hasenack, 1989).

VENTOSNa estação meteorológica deFlorianópolis, predominam ventosdo quadrante sul (37,1%) havendoalta ocorrência de ventos de norte(28,0%) e nordeste (24,7%). Doquadrante sudestecorrespondendo a apenas 6,6%,dos outros quadrantes asocorrências são nulas ouextremamente baixas, havendoainda 1,6% de calmarias.Na estação de Urussanga asocorrências de ventos limitam-se apraticamente três quadrantes. Desudeste observa-se a maiorfreqüência (66,3%) seguindo-se osquadrantes nordeste (16,3%) esudoeste (15,5%), com fracaincidência de direção leste (1,7%).Não foi registrada a ocorrência decalmarias.Em Osório é muito forte apredominância de ventos doquadrante nordeste, com ventosde leste bem menos freqüentes.Nas estações de Urussanga eFlorianópolis, as menoresvelocidades são registradas nosmeses de maio e junho,respectivamente, com valorespouco superiores a 2,0 m/s. Asmaiores velocidades ocorrem emoutubro (Urussanga) e dezembro(Florianópolis), com valoressuperiores a 3,0 m/s.Em Osório os valores são bem

mais elevados, (geralmente cercade duas vezes maiores) em todosos meses do ano, com as maioresvelocidades nos meses desetembro a novembro.

INVERSÃO TÉRMICATal fenômeno pode ser apenasdeduzido em função dascondições geográficas locais(topografia, orientação do relevo,caminho percorrido pelas massasde ar), mas é de difícilcomprovação, já que a únicaestação de rádio sondagem naRegião Sul do país situa-se emPorto Alegre, que não está sujeitaàs condições acima descritas paraa BR-101.

NEVOEIROSDados sobre a formação denevoeiros são dependentes de

fenômenos de difícilmonitoramento. Existe maiorprobabilidade de ocorrência denevoeiros de radiação em noitespropícias à formação de inversãotérmica de radiação,especialmente nos locais ondehouver maior concentração deumidade nas baixas camadasatmosféricas (próximas àsuperfície do solo). Tendo em vistaas informações expostas, toda aBR-101 junto ao sistema lagunardo Imaruí e ao sistema lagunar dorio Tramandaí, encontra-se sobinfluência de nevoeiros deradiação. É provável a ocorrênciade nevoeiro nas madrugadas friasde inverno, devendo, entretanto, omesmo se dissipar com osprimeiros raios de sol pela manhã.

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HIDROGRAFIAOs rios que compõem as bacias hidrográficasdo leste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul,no trecho em estudo, nascem no topo doplanalto que forma a Serra Geral. Elesapresentam trechos acidentados com cascatasque passam abruptamente para a baixadalitorânea com leito plano a quase plano,formando meandros com deposição desedimentos.

Em Santa Catarina a BR-101 atravessa váriosrios da “Vertente Atlântica”, com seu divisor deáguas na escarpa da Serra do Mar. Ao atingirema planície costeira, esses rios passam adesempenhar comportamentos distintos, algunsdeságuam em lagoas costeiras, outrosdiretamente no mar.

Merece destaque a bacia do rioTubarão que apresenta elevadadegradação ambiental, sendo, a maisgrave, a relacionada à atividadecarbonífera.A bacia do Tubarão recebe, ao longode seu curso, diversos efluentes eresíduos de fecularias, olarias,curtumes, resíduos de engenho defarinha de mandioca e agrotóxicos,além de esgoto doméstico.Padrão de poluição semelhante éobservado nas bacias dos riosUrussanga, Araranguá e Mãe Luzia,causado por atividades semelhantes àcitada para a bacia do rio Tubarão.

Entretanto, existem pontos de coleta de água que ainda apresentam boa qualidade e que necessitam serempreservados, como mananciais de abastecimento urbano.

Principais Corpos Hídricos Transpostospela BR-101, no Segmento em Estudo

LOCAL CORPO HÍDRICOKm 3,0 Contorno de Florianópolis Rio do InferninhoKm 17,0 Contorno de Florianópolis Rio BiguaçuKm 218,5 BR-101/SC Rio AririúKm 220,9 BR-101/SC Rio CubatãoKm 224,0 BR-101/SC Rio CambirelaKm 235,5 BR-101/SC Rio MassiambuKm 245,0 BR-101/SC Rio da MadreKm 251,1 BR-101/SC Rio Paulo LopesKm 271,7 BR-101/SC Rio AraçatubaKm 329,9 BR-101/SC Rio CapivariKm 337,0 BR-101/SC Rio TubarãoKm 346,1 BR-101/SC Rio CubículoKm 358,5 BR-101/SC Rio SangãoKm 368,4 BR-101/SC Rio UrussangaKm 411,8 BR-101/SC Rio AraranguáKm 437,0 BR-101/SC Rio da LajeKm 465,9=0 BR-101/SC/RS Rio MampitubaKm 20,9 BR-101/RS Rio CardosoKm 40,2 BR-101/RS Rio Três ForquilhasKm 52,0 BR-101/RS Rio Sanga FundaKm 64,5 BR-101/RS Rio Maquiné

SISTEMA LAGUNAR DE SANTA CATARINA

O sistema lagunar do sulcatarinense tem início na região doParque Estadual da Serra doTabuleiro, destacando-se aí alagoa de Garopaba e mais ao sul alagoa de Ibiraquera.A seguir desenvolve-se ocomplexo lagunar formado pelaslagoas do Mirim, Imaruí e SantoAntônio. Essas lagoas recebemáguas dos rios d’Una (Lagoa doMirim), rio Aratingaúba (Lagoa doImaruí) e Tubarão (Lagoa de SantoAntônio), esta última liga-se aomar através do canal da Barra deLaguna.Esse complexo lagunar vemapresentando problemas de

poluição devido à ocupaçãohumana no seu entorno eprincipalmente pelo aporte daságuas poluídas do rio Tubarão. Adegradação da qualidade da águavem se acentuando ao longo dotempo, ameaçando asobrevivência de cerca de 10.000pessoas, que dependem da pescanaquela lagoas.O rio Tubarão é o principal afluentedesse complexo lagunar, e seucurso drena áreas de mineração ebeneficiamento de carvão. Em suaporção superior, com pH bastanteácido (em torno de 3), a qualidadeé péssima.Em seu curso médio, a qualidade

da água melhora, pelorecebimento da água de riospouco ou não poluídos. Mais ajusante a qualidade da água voltaa cair, com recebimento de novascargas poluidoras, além deefluentes industriais e domésticos,principalmente da Usina JorgeLacerda e da cidade de Tubarão.Extremamente poluído, o rioTubarão desemboca na lagoa deSanto Antônio. Além disso,existem no entorno dessecomplexo lagunar algumasfecularias, com produçãoconcentrada nos meses de abril ajunho, que contribuem comefluentes de alta toxicidade.

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Também importantes são osefluentes domésticos quecontribuem para a contaminaçãodo rio, além de agentes poluidoresda atividade agrícola (adubos,fertilizantes, herbicidas, pesticidas)e os da pecuária, principalmenterelacionados à suinocultura. Todaessa carga poluidora é superior àcapacidade de depuração naturaldo sistema lagunar.Além desses aspectos poluidores,a própria conformação das lagoasprejudica a circulação das águas,com dois pontos deestrangulamento do sistema. Umentre as lagoas do Mirim e Imaruí,e outro entre esta última e a deSanto Antônio, onde é feita atravessia da atual BR-101.O estrangulamento da vazão entreas duas lagoas, decorrente daconstrução do aterro da ferrovia(implantada em 1940), econsolidado por volta de 1950,para a implantação da BR-101, éapontado como sendo um dosprincipais responsáveis peladegradação das lagoas amontante, já tendo sido defendidaa abertura de canais no aterro afim de facilitar a circulação daságuas. Por outro lado, há que seconsiderar que o principal agentepoluidor do complexo lagunar é orio Tubarão.Sob certas condições de vento emaré, ocorre um refluxo das águasda Lagoa de Santo Antônio emdireção à Lagoa do Imaruí. Esserefluxo leva junto a descarga do rioTubarão, que penetraria de formamais acentuada na Lagoa doImaruí, não fosse o aterroexistente da atual BR-101. Sendoassim, a abertura de canais noaterro existente, provavelmente,ajudaria a aumentar a poluição naLagoa do Imaruí, com a

subsistema norte (entre a Lagoade Itapeva e a Lagoa deTramandaí) e o subsistema sul(inicia na Lagoa da Cerquinha edeságua na Lagoa de Tramandaí).A diferença da circulação de águados subsistemas lagunares ao sule ao norte da Lagoa deTramandaí, é que o sistema donorte tem fluxo unidirecional,enquanto o subsistema do sul, por

vezes, tem sua direção invertidapor influência da maré.A Lagoa de Tramandaí liga-se aomar através do rio Tramandaí,constituindo-se este na únicaligação de todo o sistema lagunarcom o oceano.Ainda na região, dignos de notasão os sistemas isolados, onde abaixa taxa de aporte desedimentos carreados, ensejou a

penetração das águas do rioTubarão. Ao mesmo tempo, esseaterro dificulta o escoamento daságuas das lagoas do Imaruí eMirim, com sua carga de poluiçãoprovocada pelas fecularias e pelaatividade agropecuária.É possível que a abertura decanais no aterro possa melhorar aqualidade das águas no complexolagunar, mas deveria ser feitaapenas depois que a qualidadedas águas do rio Tubarão fossesubstancialmente melhorada.Pelo fato de não haver ainda umestudo conclusivo sobre ainterferência do aterro entre as

lagoas do Imaruí e Santo Antônio,a equipe técnica que elaborou esteEIA/RIMA, considera a alternativade traçado para a duplicação daBR-101, que prevê a construçãode uma ponte com cerca de3.280 m de extensão, a montantedo atual aterro, como aquela queapresenta o menor impactoambiental sobre o sistema lagunar.Com esta alternativa não haveriainterferência com o aterroexistente, que poderia inclusive,ser retirado no futuro, parcial ouintegralmente, se for julgadoconveniente em função doresultado de estudos específicos.

SISTEMA LAGUNAR DO RIO GRANDE DO SUL

No Rio Grande do Sul, no trechoem estudo, o sistema lagunarapresenta-se quase quecompletamente interligado por umsistema de canais meandrantes,cujo fluxo dirige-se para a Lagoade Tramandaí, onde deságua nomar.O sistema lagunar do litoral nortedo Rio Grande do Sul apresentadois subsistemas diferentes: o

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AIIMEIO BIÓTICO

mações: formação das terrasbaixas, formação submontana,formação montana e formaçãoalto-montana.A região onde se localiza a BR-101 trecho Florianópolis-Osório écaracterizada por abrigarprincipalmente a variante deFloresta Ombrófila Densa ditaFormação de Terras Baixas,juntamente às demais formaçõesda planície costeira.

acumulação de restos orgânicosvegetais, a ponto de alguns teremevoluído para turfeiras. Essa éuma característica de corposlagunares costeiros, que à medidaem que vão ficando mais rasos,vão sendo tomados pelavegetação.Outro processo de formação deturfeiras seria devido aoafogamento e colmatação dascavas entre os cordões litorâneos,como o que se desenvolveu aonorte da área pesquisada, entre aslagoas de Itapeva e dos Quadros.Em 1998, a FEPAM (FundaçãoEstadual de Proteção Ambiental)publicou a “Proposta deEnquadramento dos RecursosHídricos Superficiais do LitoralNorte”, onde são apresentadas asclasses de água a que devem

A análise da Área deInfluência Indireta tem porobjetivo avaliar o contextoambiental em que seinsere o empreendimento.Assim sendo, foramestudadas as paisagenslocais, sua fitofisionomia eeleitos dois gruposfaunísticos comoindicadores ambientais:para o ecossistematerrestre os mamíferos eas aves, por seremanimais mais estudados,com espécies maisexigentes quanto às características ambientais, e por possuirém elevada capacidade de dispersão e para oecossistema aquático foram eleitos os peixes como indicadores. Os levantamentos foram realizados com a intençãode se obter dados como: o nível de conservação das áreas diretamente afetadas, ocorrência de espécies ameaçadasde extinção e, finalmente, a importância ecológica do local afetado dentro do grande contexto da área estudada.

FLORANo trecho em questão, é possível testar variações do Domínio MataAtlântica em diferentes níveis de sucessão e porções alteradas pela açãohumana, como sistema agropecuário, reflorestamento e aglomeradosurbanos.A formação Mata Atlântica não é homogênea, mas um conjunto de distintasunidades assim composto:

Floresta Ombrófila DensaÉ uma vegetação exuberante, com bromélias, orquídeas e cipós, ecaracterizada por elevada quantidade de chuva.Segundo o IBGE, a Mata Atlântica pode ser subdividida em quatro sub-for-

pertencer todos os corpos hídricosdo litoral norte do RS, emconsonância com a ResoluçãoCONAMA 20/86.Considerando a fragilidade dosistema lagunar do litoral norte, aescassez de água para oabastecimento público emdeterminadas épocas do ano e aocorrência de espécies aquáticasde importância econômica ecientífica, a referida Proposta nãoadmite o lançamento de efluentesnas lagoas, mesmo que tratados.Nos demais corpos hídricos, sãotolerados lançamentos dedespejos, desde que atendam aospadrões de emissãoestabelecidos.

Comportamento dos AqüíferosForam detectadas duas unidades

hidrogeológicas bem definidas: ado aqüífero livre e a do confinado,Ambas possuem domos de águasubterrânea mantidos pela recarganatural, originada pela chuvafreqüente o ano todo. Oscontornos dos domos sãocontrolados pelos níveis do mar edas lagoas. Como o nível da lagoafica 30 cm acima do nível do mar,fazendo com que o gradiente emdireção ao mar seja maior,impedindo a penetração da águado mar no lençol freático costeiro ereduzindo o risco de contaminaçãodo lençol freático pela águasalgada, desde que tal situaçãopersista, ou seja, que não hajaexcessiva retirada de água paraabastecimento de cidadeslitorâneas no verão.

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Floresta Ombrófila Densa SubmontanaEstende-se entre 30 e 400 m de altitude, numa faixa de largura variável, emalguns pontos comprimida entre o mar e o planalto, situação típica destaformação. Nesses trechos há ocorrência de bromélias e cactáceas.A formação submontana, em grande parte, situa-se sobre relevo mais suavee solo mais profundo. A cobertura florestal é ricamente variada, com oestrato superior de porte alto. Algumas das espécies comumenteencontradas são: guapuruvu, bocuva, pau-sangue, guatambu, laranjeira-do-mato, figueiras, estopeira, licurana, tapiá, canela-nhutinga, araribá, cupiúva,pinho-bravo, cedro, canjirana e maçaranduba.

Floresta Ombrófila Densa MontanaFormação vegetal situada entre 500 – 1500 m de altitude. A estruturaflorestal é representada por espécies de cascas grossas e rugosas, folhaspequenas e duras. Esta formação difere da anterior nos seguintes aspectos:declividade mais acentuada e maior umidade.Entre as espécies mais representativas encontram-se a canela-preta e acanela-sassafrás, caovi e o pau-óleo, sendo as duas últimas consideradasas mais altas árvores desta formação.

Floresta Ombrófila Densa AluvialTrata-se de uma formação ribeirinha ou “mata ciliar” que ocorre ao longo doscursos d’água. É uma formação com bastante palmeiras, cipós, ervas epoucas espécies parasitas.As seguintes espécies são freqüentes na caracterização desta formação:tanheiro, leiteiro, figueira-da-folha-miúda, figueira-branca, estopeira, guacá-de-leite, baguaçu, ipê-da-várzea, caxeta, palmito, guarapurunga, guamirim-vermelho, caeté-banana e caeté.

Floresta Ombrófila Densa das Terras BaixasOcorre em terraços situados pouco acima do nível do mar, onde hádominância do guanandi.Constitui uma franja de largura variada, disposta entre o mar e o sopé dasserras. A maior parte da planície é de acumulação e áreas pouco enxutascom até 30 m de altitudes.São encontradas cupiúvas, canela-garuva, figueira-folha-miúda, canela-amarela, guamirim-ferro, catiguá-morcego, eca-ligeiro, cortiça, granduvad’ánta, guanandi, tanheiro, maçaranduba, guapeva, pau-angelim e banana-do-mato.

Formação Pioneira de Influência FluvialTrata-se de comunidades vegetaisde planícies aluviais que sofrem oefeito das cheias dos rios emépocas de chuvas, ou mesmo poráreas de depressões alagáveis. Sãoencontradas espécies como:associação taboa/lírio-do-brejo,caxetas ou mesmo ipê-da-várzea,mangue-do-mato e caroba entreoutras.

Formação Pioneira deInfluência Flúvio-MarinhaÉ constituída por manguezais quese desenvolvem nasdesembocaduras de rios, baías,reentrâncias do mar e no lodo. Asespécies mais comumenteencontradas são gramas e ervas, e/ou indivíduos de porte arbóreo,como mangue branco, vermelho e

siriuba.Formação Pioneira deInfluência MarinhaA restinga é uma formação vegetalque recebe influência direta daágua do mar. Em dunas e embanhados entre as dunas, nasfaixas de praias, com elevadaquantidade de sal, instável e depouca vegetação, encontram-seespécies rasteiras como aespartina, brejo-da-praia, macela-graúda, grama-rasteira-da-praia,pinheiro-da-praia, salsa-da-praia,capim-das-dunas, feijão-da-praia,mangue-da-praia e camarinhaentre outras.

Floresta EstacionalSemidecidua ModeradaA característica marcante, nestaregião, é a ausência da grápia e apresença da batinga e da figueira-do-mato. Esta florestaoriginalmente apresentava 42.200km², mas está atualmentereduzida a 3.200 km²,compreendendo a porção orientaldo estado do Rio Grande do Sulvoltada para o mar e comcondições climáticas particulares.

Floresta EstacionalSemidecidua ModeradaSubmontanaÉ um tipo de contato onde semisturam espécies estacionaiscom espécies da FlorestaOmbrófila Densa. Freqüentementesão encontradas mata-olho,tanheiro, maria-mole, laranjeira-do-mato, catiguá e cincho.

Formação Pioneira deInfluência Marinha(Restinga) associada àFloresta EstacionalSemidecidua ModeradaEsta formação compreende a faixade praia com vegetação rala erasteira onde se encontramespartina, macela-graúda egrama-rasteira-da-praia.Em ambientes situados após aspraias, com pouca possibilidade defixação de plantas, ocorrem ocapim-das-dunas e a grama-branca. Em dunas fixas esemifixas, locais mais abrigados eperiferias de brejos, pequenos emédios capões arbustivo-arbóreos,paralelos à linha de costa ocorremcapororoca, maria-mole, bugreiro,

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concon e embira, entre outras.Formação Pioneira de Influência Fluvio-Lacustre Marinha associada à FlorestaEstacional Semidecidua ModeradaEsta formação encontra-se agregada às áreas de restinga, principalmente nas planícies lagunares do Rio Grande doSul e sul de Santa Catarina. São geralmente terrenos férteis que sofrem periódicas ou permanentes cheias.As espécies mais comuns são: tiriricas, em locais permanentemente inundados, piu, macega, capim-caninha,caraguatás, carquejas e vassouras.

Floresta Ombrófila MistaTambém conhecida por mata-de-araucária, pode ser dividida em quatro diferentes formações:

• Submontana (de 50 a 400 m de altitude)• Montana (de 400 a 1000 m de altitude)• Alto-montana (mais de 1000 m de altitude)• Aluvial (ao longo de rios)

A Floresta Ombrófila Mista cobria originalmente 177.600 km², mas está atualmente reduzida a 20.000 km².

Floresta Ombrófila Mista AluvialComumente conhecida como Floresta de Galeria, onde o pinheiro-do-paraná associa-se a branquilho, jerivá, murta,corticeira-do-brejo, tarumã, açoita-cavalo, salgueiro, aroeira, entre outras.

Floresta Ombrófila Mista MontanaOcorre em uma faixa montana, estreita, caracterizada por clima sem época seca, período frio, curta ou ausente(temperatura média igual ou inferior a 20º C).Salienta-se a ocorrência de espécies associadas ao pinheiro-do-paraná,como o jacarandá, caviúna, monjoleiro, cedro-rosa e guabiroba.

Floresta Ombrófila Mista Alta-MontanaO limite oficial de ocorrência predominante desta floresta é em cota superior a 1000 m, porém pode ser observada jános 800 m, isso se devendo ao clima frio, com geadas, sem estação seca e período quente curto ou ausente que aliocorre.

FAUNAMAMÍFEROSAtravés de interações de diversos estudos foi possível relacionar as espécies ocorrentes na Área de InfluênciaIndireta (AII). Algumas dasespécies como a anta e a onça,são raras, embora sua presençaseja comentada em entrevistascom populações residentespróximas à Serra Geral.

NÚMERO DE ESPÉCIES EMDIFERENTES BIÓTOPOSVerifica-se maiores números deespécies nos complexos de matassecundárias fragmentadas e emcampos.Nestes sistemas são encontradasespécies como: tatu-peba, tatu,cutia, tatu-de-rabo-mole, gambá,furão e ratos silvestres.A quantidade de ocorrência deespécies ameaçadas, segue emsentido decrescente: floresta àcampos à ambientes aquáticos.

AVESAs formações florestais mantêmelevada riqueza em espécies,

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principalmente as matas de encostas, dentro dasunidades submontanas. Nestas matas ocorremespécies como: vira-folha, limpa-folha, chupa-dente, choquinha-lisa, pica-paus e arapaçus.Os arapaçus são as espécies que maisrapidamente desaparecem em regiões muitofragmentadas. São característicos dos sub-bosques sombrios das matas tropicais, onde,confinados a pequenos remanescentes, parecemnão serem capazes de cruzar grandes áreasdesmatadas. Desta forma, ficam confinadas apequenas áreas onde cruzam entre si (cruzamentoco-sangüíneos), o que acarreta o seudesaparecimento.Dentre as espécies que se alimentam de frutosencontram-se tiriva, piriquito, pomba e tangará.O carnívoro de copa que pode ser observado é ogavião-pombo.Um dos fatores que influenciam na distribuição dasaves é a altitude que, por sua vez, pode provocarrelativa alteração na vegetação e,consequëntemente, na fauna. Como exemplo deste

fato ocorrem duas espécies de jacu, uma ameaçada de extinção que permanece em áreas mais elevadas e a outra,que ocupa áreas baixas, à beira mar.Outras aves características de matas são: inhambuaçu, maritaca, alma-de-gato, coruja-do-mato, rubi-da-mata, pica-pau-anão, bico-virado, papa-taoca, chupa-dente, viuvinha, pula-pula, sanhaço-de-pescoço, tié-preto, tié-da-mata,trinca-ferro e outros.Nas baixadas ocorrem “microhabitats” onde diversos grupos desenvolveram especializações. No sub-bosque rico empalmitais, encontra-se a jacupemba e o tucano-de-bico verde. Já a aracuã está atualmente em declínio em função decaça excessiva e destruição de seu habitat natural.Outras espécies de sub-bosque são: catirumba e tangará-dançarino. Na copa das árvores encontram-se papagaios,maritacas, jacupembas, pombas, saíras-amarelas, trinca-ferros e outros.Alimentando-se no alto, podem ser ainda observadas as seguintes espécies: tuins, tiribas, arapongas, saíra-verde elencinho-vermelho.No chão da mata, alimentando-se de frutos caídos, são encontradas as seguintes espécies: inhambuaçus, inhambus-xintã e juritis.As aves que se alimentam de besouros, borboletas, moscas e outros insetos, encontrados na área afetada, são:viuvinha, gritador, pica-paus, arapaçus, chocas e papa-formigas.O gavião-pernilongo vasculha bromélias e ocos de árvores na copa das árvores onde caça pererecas.As matas de baixada, atualmente transformadas em campos agropecuários, proporcionaram o desaparecimento dealgumas espécies locais. Nos banhados e lagoas ocorrem aves como: mergulhão, garça, martim-pescador, garças-pequenas, saracura, socó e outros. No caso específico dos banhados, destaca-se a importância da lagoa doSombrio, onde a grande densidade de vegetação imersa constitui um dos alimentos do cisne-de-pescoço-preto, umaespécie que é a única representante dos cisnes na América do Sul.

PEIXESConsiderando-se todos os dados de diversos pesquisadores, foram levantadas 92 espécies de peixes de água doceque ocorrem nos rios e arroios da região. A estas somam-se grupos marinhos com tolerância ao uso de ambientes deágua doce ou salobra, particularmente bem representados nas regiões estuarinas dos rios e em sistemas lagunaresda região.A região cortada pela BR-101 se enquadra em uma unidade geográfica marcada por manter elevado endemismo desua fauna de peixes. A predominância de rios de pequeno porte ao longo do curso da BR-101 gera uma situação naqual o processo de manutenção da biodiversidade deste grupo da fauna local é particularmente delicado.A maior diversidade de espécies de peixes é observada no baixo e médio cursos dos rios, um aspecto que refleteespecialmente a maior oferta de alimentos e de habitats. Por outro lado, a maior quantidade de espécies endêmicas éobservada no alto curso dos rios e em ambientes alagadiços.Particularmente relevantes dentro do contexto de produtividade pesqueiras são os sistemas de lagunas existentes aolongo da BR-101, notadamente aqueles integrados com complexo da Laguna do Imaruí. Nestes locais, a formação deum ambiente abrigado e com alta produtividade gera oferta alimentar expressiva para grupos como as taínhas,bagres e carapebas.Por outro lado, áreas como as existentes nos limites das bacias dos rios Araranguá e Tubarão vêm sofrendoacelerado depauperamento em sua diversidade biológica como reflexo da atividades poluidoras estabelecidas nolocal.

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Unidades de Conservação:

• Patrimônio Nacional: ZonaCosteira, Serra do Mar e MataAtlântica.

• Reserva da Biosfera da MataAtlântica: declarada entre 1991 e1993, engloba as partes maissignificativas dos remanescentesda Mata Atlântica, incluindo áreasmarítimas e a maioria das ilhascosteiras e oceânicas, desde oCeará até o Rio Grande do Sul.

• Área Tombada da FlorestaAtlântica no Estado de SantaCatarina.

• Área Tombada da FlorestaAtlântica no Estado do Rio Grandedo Sul: totaliza 10% do territóriogaúcho, correspondendo àFloresta Atlântica e seusecossistemas associados.

• Parque Nacional da Serra Geral:criado em 1992, abrange área de18.000 ha, parte em SantaCatarina e parte no Rio Grande doSul.

• Parque Nacional de Aparados daSerra: criado em 1959, abrange osmunicípios de Cambará do Sul(SC) e Praia Grande (RS), possuicerca de 10.250 ha.

• Reserva Biológica Municipal deOsório: criada em 1982, inclui oFaxinal dos Oliveiras, Faxinal doGobo e Área do Carvão, comaproximadamente 1.700 ha.

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO

• Área de Proteção Ambiental doMorro de Osório: criada em 1994,com 6.896,75 ha.

• Parque Estadual da Serra doTabuleiro: com área deaproximadamente 9.000 ha, incluiparte dos municípios deFlorianópolis, Palhoça, SantoAmaro da Imperatriz, ÁguasMornas, São Bonifácio, SãoMatinho, Imaruí, Garopaba e PauloLopes.

• Estação Ecológica de Aratinga:criada em 1997, abrange área de5.882 ha nos municípios de Terrade Areia e São Francisco dePaula.

• Reserva Biológica Estadual MataPaludosa: criada em 1998,abrange área de 113 ha, nomunicípio de Terra de Areia.

• APA da Rota do Sol: criada em1997, abrange área de 52.355 ha,nos municípios de São Franciscode Paula, Cambará do Sul, TrêsCachoeiras, Três Forquilhas, Itati,Terra de Areia e Maquiné,incluindo a Estação Ecológica deAratinga.

• Área Especial de InteresseTurístico: criada por Resolução doConselho Nacional de Turismo em1981, na Praia de Itapeva,município de Torres, comaproximadamente 210 ha.

• APA da Lagoa Itapeva: emtramitação a Lei Municipal de suacriação, possui 165,37 ha.

• APA Guarita-Itapeva: emtramitação a Lei Municipal de suacriação: possui aproximadamente630,29 ha.

Além dessas unidades, trêsoutras áreas se destacam:

• Sanga da Toca (Guarita) nomunicípio de Sombrio, representaum dos últimos remanescentes devegetação florestal de terrasbaixas. É uma área particular deaproximadamente 10 ha,pertencente ao Sr. Manoel João deSouza, muito próxima à faixa dedomínio do DNER, comremanescentes de vegetaçãoflorestal exuberantes.

• Próximo a Laguna, háocorrências de trecho de butiazais:neste local observa-se granderiqueza de flora e de fauna.

• Toda a planície no entorno daLagoa do Imaruí deve ser alvo decuidados especiais, a fim de nãogerar/acentuar alteraçõessignificativas no sistema lagunar.

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AIIMEIO SÓCIO-ECONOMICOPara este meio a Área de Influência Indiretado empreendimento foi considerada em doisníveis. Em primeiro nível as capitais dosestados de Santa Catarina e Rio Grande doSul (consideradas áreas polarizadoras degrande significado urbano e econômico) etambém os municípios das cidadespolarizadoras, situação próximo à BR-101.Em segundo nível foram considerados comoAII todos os municípios atravessados pelaatual BR-101, acrescida das variantespropostas. Para configurar a AII os municípiosforam agrupados de acordo com a sualocalização por microrregião geográfica eunidade da federação. Com esseprocedimento obteve-se um total de 17municípios no Estado de Santa Catarina e 7no Rio Grande do Sul.

DEMOGRAFIA EDINÂMICAPOPULACIONALA população residente nos municípioscatarinenses atingidos, chega quase a 1milhão de habitantes, e a população residentenas áreas urbanas, que correspondem àssedes municipais, às vilas, sedes distritais deárea urbanas isoladas, aproxima-se dos 860mil habitantes.A população residente nos municípiosgaúchos soma 92.700 pessoas, ou seja, aparte mais afetada pelas obras de duplicaçãoencontra-se em Santa Catarina.

Microrregiões Geográficas e Municípios Transpassados Sedes MunicipaisMunicípios Afetados pela BR-101 Transpassadas

MRG � Florianópolis

Antônio Carlos Palhoça PalhoçaBiguaçu Paulo Lopes Paulo LopesFlorianópolis BiguaçuGovernador Celso Ramos São JoséPalhoçaPaulo LopesSanto Amaro da ImperatrizSão JoséSão Pedro de Alcântara

MRG � Tubarão

Armazém Capivari de Baixo Capivari de BaixoBraço do Norte Garopaba TubarãoCapivari de Baixo ImbitubaGaropaba JaguarunaGrão Pará LagunaGravatal SangãoImaruí TubarãoImbitubaLagunaOrleansPedras GrandesRio FortunaSangãoSanta Rosa de LimaSão LudgeroSão MartinhoTreze de MaioTubarão

MRG � Criciúma

Cocal do Sal CriciúmaCriciúma IçaraForquilinhaIçraLauro MülerMorro da FumaçaNova VenezaSiderópolisTrevisoUrussanga

MRG � Araranguá

Araranguá AraranguáAraranguáBalneário Arroio do Silva MaracajáSanta Rosa do SulBalneário Gaivota Santa Rosa do SulSombrioErmo São João do SulJacinto Machado SombrioMaracajáMeleiroMorro GrandePasso de TorresPraia GrandeSanta Rosa do SulSão João do SulSombrioTimbé do SulTurvo

MRG � Osório

Arroio do Sal São Pedro de Alcântara OsórioBalneário Pinhal Maquiné Terra de AreiaCapão da Canoa Osório Três CachoeirasCapivari do Sul Terra de AreiaCaraá TorresCidreira Três CachoeirasSão Pedro de Alcântara Três ForquilhasImbéMampitubaMaquinéMorrinhos do SulMostardasOsórioPalmares do SulSanto Antônio da PatrulhaTavaresTerra de AreiaTorresTramandaíTrês CachoeirasTrês ForquilhasXangri-lá

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A população residente nos municípios e microrregiões afetadas em SantaCatarina, ocupava 258.300 domicílios particulares com aproximadamente3,86 moradores por domicílio.Nos municípios da parte gaúcha, existiam 405 mil domicílios (incluindo PortoAlegre), onde a relação é de 3,35 moradores por domicílio, segundo oCenso do IBGE de 1991.O número de mulheres é levemente superior ao de homens, nos municípioscatarinenses: cerca de 51,2%.O número de moradores com idade inferior a 15 anos é de 29,3% e igual ousuperior a 65 é de 3,9%.Há equilíbrio entre a população masculina e feminina para a totalidade doEstado de Santa Catarina. O desequilíbrio é acentuado na zona rural.Na parte gaúcha, o número de homens supera o de mulheres,representando 51,5% da população residente. A população residente com65 anos ou mais, representa 5,6%, enquanto a população com menos de 15anos de idade representa 31,7% do total.Na totalidade do Rio Grande do Sul a distribuição mostra um certopredomínio de mulheres, nas zonas rural e urbana.A dinâmica populacional que é expressa por fluxos migratórios com destinoa todos os municípios da área de abrangência do empreendimento, é muitorelevante nos municípios de Araranguá, Paulo Lopes e Sombrio, comotambém no interior do estado de Santa Catarina.

No trecho em questão, observa-sea convivência entre uso urbano erural, principalmente na utilizaçãodo solo pela agricultura, onde sedestaca o cultivo do feijão. Naregião gaúcha, o cultivo do arrozpredomina em quase todos osmunicípios. Na parte catarinense omesmo acontece, sendo osprodutos mais significativos o arroze o fumo, ambos de elevadoimpacto ambiental.No primeiro caso, há a utilizaçãode água para irrigação que implicaa alteração das taxas deevaporação e carreamento defertizantes e agrotóxicos. No cultivodo fumo utilizam-se agrotóxicosde elevado poder destrutivo. Ocarreamento desse material,utilizado largamente, contaminacursos d’água, animais e as matas,além, é claro, do próprio produtorrural. O cultivo do fumo recebecríticas de diversas instituições emdois pontos principais: o risco aque expõem as populações que oproduzem e, ao corte excessivo deespécies das matas nativas, asquais são matérias-primas noaquecimento de fornos de

No Rio Grande do Sul, acomparação dos fluxos migratóriosmostra um peso dos migrantesnos municípios de Osório e Torres,predominando indivíduosoriginários do próprio Estado.

USO DO SOLO E OCUPAÇÃO TERRITORIALsecagem do fumo.Na região de Santa Catarinaenvolvida na duplicação daBR-101, localiza-se um grandenúmero de indústrias cerâmicas,tanto branca quanto vermelha. Emalguns municípios, onde asindústrias processam a matériaprima local, dá-se início a umprocesso de degradação com oaparecimento de paisagensalteradas com enormes crateras.Entre Palhoça e Imbituba, localiza-se o Parque Estadual da Serra doTabuleiro.Dois fatos relacionados com aocupação urbana da regiãomerecem registro. Em primeirolugar destaca-se a urbanizaçãodas áreas marginais à rodoviaBR-101, entendendo-se por isto a

sucessão quase contínua depovoados e aglomerações urbanasao longo da rodovia, o queimpossibilita, na prática,estabelecer limites precisos entreeles. Além da continuidade físicanesses aglomerados localizam-seequipamentos sociais comoescolas e postos de saúde, alémde templos religiososcompartilhados por moradores deambos os lados da estrada.Essa forma de ocupação da faixamarginal da estrada, é bem nítida,principalmente no extremo sul deSanta Catarina e no trechogaúcho. Outro fator digno de notaé a presença de localidadesurbanas, inclusive grandesaglomerados constituídos porbalneários praticamente desertosdurante quase todo o ano.O uso do solo urbano sofreregulamentação das prefeiturasmunicipais dos respectivosmunicípios.

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ABASTECIMENTO E SANEAMENTO

EDUCAÇÃONo caso particular de SantaCatarina, constata-se o pequenonível de analfabetos entre apopulação em idade escolar e opequeno acréscimo de analfabetosnos grupos etários mais velhos.Isso expressa um maior esforçogovernamental e da iniciativaprivada na oferta desses serviços,somado ao crescente nível deurbanização, que se manifesta nosíndices crescentes dealfabetização.No caso da área de influência doRio Grande do Sul, o que sepercebe é o mesmocomportamento, mas com umaparticularidade, representada pelograu mais elevado deanalfabetismo entre a populaçãocom mais de 30 anos.Em todo o Estado de SantaCatarina, em 1996, cerca de 756mil crianças freqüentavam aescola na faixa etária de 7 a 14anos. Daquele número, nem 10%dos estudantes freqüentavam o 2º

grau.No Estado do Rio Grande do Sul asituação levantada pelo IBGE nãoé muito diferente de SantaCatarina; Ocorre também umarelação muito baixa entre ascrianças matriculadas no 2º grau eaquelas matriculadas no 1ª grau.Em SC o nível de repetência é

No Estado de Santa Catarina, há opredomínio de casas atendidaspela rede geral de água. Entre ascinco microrregiões geográficasafetadas pelo empreendimento,apenas a de Araranguá nãoapresenta predomínio dedomicílios ligados à rede geral.Nos municípios pequenos,entretanto, com predomínio depopulação rural, é baixo o númerode casas ligadas à rede geral. Asmenores participações ocorremnos municípios de: Santa Rosa doSul, São João do Sul e Treze deMaio.Grande parte dos municípiospossuem canalização interna eencontram-se ligados à rede geral.

A coleta, transporte e tratamentofinal de esgoto doméstico éfundamental na gestão ambiental,principalmente quando hápreocupações com a preservaçãodos recursos hídricos e aconservação da qualidade daágua.Na região há o predomínio defossas sépticas como escoadourodos sanitários nos domicílios daárea de influência. O percentualde municípios que utilizam fossassépticas não difere nos casos demunicípios maiores ou menores.A maioria dos domicílios, nasáreas afetadas peloempreendimento, têm seu lixocoletado, porém em alguns

municípios, o lixo é queimado eenterrado. Entre eles: Paulo Lopes,Jaguaruna, Treze de Maio,Maracajá, Santa Rosa do Sul eSão João do Sul, em SantaCatarina e Terra de Areia e TrêsCachoeiras, no Rio Grande do Sul.Trata-se de municípios onde apopulação rural é dominante.No Rio Grande do Sul oabastecimento de água supera acoleta, transporte e destinaçãofinal do esgoto. Entre osmunicípios gaúchos da área deinfluência do empreendimento,apenas Torres apresenta umsistema de coleta de esgoto quecorresponde à aproximadamente60% do abastecimento de água.

elevado, sendo emalguns casos superior a1/3 dos alunos, comoem Paulo Lopes ePalhoça.A proliferação deescolas rurais éexpressiva mesmo emmunicípios maiores,como Tubarão,chegando a superar onúmero de escolasurbanas em outrosmunicípios populososcomo Araranguá,Palhoça e Sombrio.Merecem registroespecial os casosextremos de evasãoescolar, como asituação na zona ruralde Sombrio, a mais altana região considerada ea da área urbana dos municípiosde Palhoça e Garopaba quandoobservado o indicador para asescolas urbanas em geral.

A relação entre o número dealunos e o de regentes de classesapresenta, na parte gaúcha daárea de influência, um padrão devariação entre os municípios,muito semelhante ao da parte deSanta Catarina, variando de ummínimo de 12, em Maquiné, atéum máximo de 17, em Torres.

Taxa de evasão escolar no 1º grau

Município Zona Rura l Zona Urbana To tal

Sombrio 16,72 -1,47 7,14

Palhoça 9,94 21,79 19,03

Garopaba 6,97 16,74 11,54

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Principais produtostransportados narodovial artefatos de borracha – pneus,

câmaras, etc

l artefatos de ferro trabalhado e

fundido

l artefatos de madeira, como

móveis e outrosl calçados

l carnes e seus derivados

l eletrodomésticos e produtos

eletrônicos

l ferramentas e artefatos de

cutelarial fibras sintéticas e artificiais

l máquinas, aparelhos e

instrumentos mecânicos

l máquinas, aparelhos e

material elétrico

l papel e papelãol produtos agrícolas – cereais,

fumo, hortigranjeiros

l produtos lácteos

l produtos plásticos e seus

derivadosl produtos químicos e

petroquímicos em geral

l produtos têxteis, vestuário,

cama, mesa e banho

l veículos – automóveis,

caminhões e tratores, dentreoutros.

TRANSPORTEPORTUÁRIO

Os três portos de grande porteexistentes em Santa Catarina –São Francisco do Sul, Itajaí eImbituba, e o de característicasregionais – Laguna, influenciamsobremaneira o tráfego deveículos na BR-101,principalmente de caminhões,tanto pelo serviço de cabotagem,como pela importação eexportação de mercadorias.

SAÚDEOs aspectos de saúde podem ser evidenciados pela taxa de mortalidadeinfantil.No caso de Santa Catarina, a taxa de mortalidade infantil se mantém acimado recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para ospaíses em desenvolvimento: em torno de 7, 0.Para os municípios gaúchos foram obtidas somente informações que sereferem à taxa de mortalidade geral, apresentadas a seguir.

MUNICÍPIOS TAXA DE MORTALIDADE

Osório 17,0%Terra de Areia 11,0%Torres 19,0%Três Cachoeiras 4,0%Porto Alegre 21,0%

NÍVEIS DE RENDAA aproximação da renda familiar regional, expressa em salários mínimosnos dois estados (SantaCatarina e Rio Grande do Sul) apresenta, comoresultado, a grande incidência de “chefes de famílias”, homens ou mulheres,nas faixas de renda de inferior a 1 até 2 salários mínimos.

TRANSPORTE RODOVIÁRIOAs principais rodovias que fazem parte da malha rodoviária que compreendea BR-101 e seus troncos federais e estaduais são:

n rodovias federais: BR-101, BR-282, BR-475, BR-285, BR-453 e BR-290n rodovias estaduais em Santa Catarina: SC-433, SC-436, SC-437,

SC-440, SC-444 e SC-449n rodovias estaduais no Rio Grande do Sul: RS-030 e RS-496

Do estudo de pré-viabilidade denominado “Projeto de ampliação dacapacidade rodoviária das ligações com os países do Mercosul”, convênioDNER/IME, foi retirada a tabela abaixo, que mostra as ligações rodoviáriasque são proporcionadas pela BR-101, inclusive com dados referentes aotráfego de veículos, calculado para 1996 e projetado para o ano 2020 emveículos/dia.

RRRRRO D OO D OO D OO D OO D OVIAVIAVIAVIAVIA LIGAÇÃOLIGAÇÃOLIGAÇÃOLIGAÇÃOLIGAÇÃO Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE VEÍCULOS/DIAVEÍCULOS/DIAVEÍCULOS/DIAVEÍCULOS/DIAVEÍCULOS/DIAInícioInícioInícioInícioInício FimFimFimFimFim 19961996199619961996 20202020202020202020

BR-101 BR-282 (P alhoça) BR-282 23354 49080BR-101 SC-433 (p/Pinheira ) BR-282 (P alhoça) 14238 30104BR-101 SC-437 (p/Imbituba) SC-433 (p/Pinheira ) 12356 26082BR-101 SC-436 (p/Laguna) SC-437 (p/Imbituva ) 14238 30104BR-101 BR-475 (T ubarão) SC-436 (p/Laguna) 15205 32161BR-101 SC-440 (p/Guarda) BR-475 (T ubarão) 13551 28797BR-101 SC-444 (p/Cr iciúma) SC-440 (p/Guarda) 13126 28519BR-101 BR-285/SC-449 (Ara ranguá) SC-444 (p/Cr iciúma) 11798 25406BR-101 SC/RS BR-285-449 (Ara ranguá) 11452 24559BR-101 BR-453 (p/T orres) SC/RS 11798 25406BR-101 RS-480 (Te rra de Areia) BR-453 (p/T orres) 6878 13413BR-101 BR-290/RS-030 (Osóri o) RS-486 (Te rra de Areia) 5956 11510

Troncos rodoviários e alocação detráfego total diário

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TRÁFEGO ATUAL E ACIDENTES AO LONGO DA RODOVIA

densidade de acidentes émuito menor (o tráfego étambém muito menor); opercentual de feridos é umpouco menor, mas o demortes mantém-se igual.

l O número de atropelamentos,é considerável na região deTorres e na de Osório, os doisextremos do trecho, reduzindo-se sensivelmente na porçãomédia, em função,principalmente, da redução(em número e porte) dastravessias urbanas.

Em termos financeiros, adotando-se os valores indicados peloDNER - R$ 15.600,00 por acidentesem vítima; R$ 27.500,00 poracidente com feridos eR$ 169.300,00 por acidente commorte – e totalizando-se osvalores ao longo de todo o trechoFlorianópolis - Osório, osacidentes representaram, para asociedade, no ano de 1997, umcusto de R$ 86.602.800,00.

TráfegoO tráfego da BR-101 sofreoscilações, mas mantém-sesempre acima de 10.000 veículospor dia, no trecho catarinense.Na saída de Florianópolis inicia-secom pouco mais de 13.000veículos, baixa até pouco acimade 10.000 nas proximidades dePaulo Lopes, retorna ao totalanterior nas proximidades deGaropaba e sobe para 16.000 naregião de Tubarão.A partir desse máximo, o tráfegovai se reduzindo gradativamente(15.000 na região de Araranguá ecerca de 11.000 na região deSombrio) até baixar novamente,para cerca de 10.000 nasproximidades da divisa estadual.No Rio Grande do Sul, o tráfegoinicia-se pouco acima de 9.000veículos por dia, na região deTorres, caindo para cerca de 5.000na região de Maquiné, voltando acrescer, para chegar em Osóriocom pouco menos de 7.000veículos por dia.

AcidentesCom base nos dados existentes,referentes ao ano de 1995, e hojetodos atualizados para 1997,pode-se notar que em SantaCatarina:l O total de acidentes entre os

km 216,5 e 465,5, em 1997 foide 1913, sendo 740 (38,5%)com feridos e 145 (7%) commortes.

l A maioria dos acidentes, emdensidade e gravidade,inclusive atropelamentos depedestres, se distribui entreGaropaba e Araranguá, ondeo tráfego é mais intenso, onúmero de carros de passeio emaior e onde se encontra agrande marioria das cidades e

balneários e ou seus acessos,notadamente, as travessias deTubarão e Araranguá.

l O pico máximo de acidentesem termos de números ocorrena região de Tubarão; empercentual de feridos, naregião de Laguna e, demortes, na de Maracajá.

A análise da listagem de pontoscríticos, demonstrou que osmesmos são de dois grupos:l travessias urbanasl acessos e cruzamentosEm menor proporção aparecem:l deficiências de projeto

geométricol deficiência de sinalizaçãol deficiência de controle de

operação (animais na pista)No Rio Grande do Sul, apóscompilação e análise de dados, oresultado é o que segue:l O total de acidentes entre os

km 0 e 99,5, em 1997 foi de343, sendo 89 (26%) comferidos e 24 (7%) com mortes.

l Comparativamente com otrecho catarinense a

CARGAS PERIGOSAS Movimentação atual na BR-101As substâncias perigosas,atualmente transportadas no trechoem estudo, estão listadas a seguir:l acetato de etilal acetonal ácido clorídrico, soluçõesl benzenol butadienol buteno 1

l cloro líquidol C9 aromáticol Dicloroetanol Dietileno triaminal Hidróxido de potássio líquidol Hidróxido de sódio sólidol Isocianato em soluçãol Isoparafinal Isopropil cellosolvel Mistura de isômeros xileno

l W-hexanol Oleuml Propeno grau polímerol Refinado C6 – C8l Resina fenólical Resina furânical Solvente C9l Sulfeto de sódio em escamasl Terebintinal Tolueno

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Acidentes com cargas perigosas no trecho

POVOAMENTO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA

Povoamento pré-colonial do litoral sul do Brasil.

Os artefatos de pedra sãoabundantemente encontrados nascamadas arqueológicas deixadaspor eles. Produziam machados,raspadores, pesos de rede,talhadores, perfuradores ebigornas. Utilizavam ossos edentes de animais para pontas deprojéteis, anzóis, furadores,raspadores, peças de adorno eagulhas. Além de pedras, ossos edentes, utilizavam conchas naprodução de artefatos. Em rarosachados arqueológicos, foramencontradas matérias primasorgânicas como madeira e restosvegetais.A partir dos últimos 2.000 anos, ostupi-guarani e os guaianáinvadiram o litoral vindo a instalar-se no norte da planície costeira.Com a chegada dos colonizadoreseuropeus, as relações foramcomplexas e conflitantes, gerandoo desaparecimento de muitastribos. Apesar do choque culturalentre brancos e índios, ocorrerammiscegenações, surgindo umanova sociedade cabocla.Calcula-se que, no século XVII,viviam no Rio Grande do Sul cercade 500.000 índios.

O POVOAMENTOHISTÓRICO DOLITORAL SUL DOBRASIL

As tentativas de povoamento daregião sul do Brasil ocorreramdesde meados do século XVII emconcessões de terras por parte dogoverno. O objetivo do governo era“encher de gente o território vazio”.Como os núcleos populacionaisnão deram certo, o governoportuguês, que pretendiaconsolidar os seus domínios eapoiar a Colônia do Sacramento,buscou promover a fixação dohomem à terra, através de uma

Para o Estado de Santa Catarinanão foram obtidos dadosquantitativos, sobre o número etipo de acidentes que envolveram“cargas perigosas”.A Defesa Civil informou que nãohá registros precisos, mas queocorrem entre 12 e 15 acidentespor ano envolvendo cargasperigosas, em todo o Estado, nãose sabendo, especificamente,

quantos correspondem à BR-101.No Estado do Rio Grande do Sul,os dados obtidos referentes aoperíodo 1994-1998, dão conta de81 acidentes, destes 80,3% emrodovias.Na BR-101, ocorreram, no período7 acidentes, sendo 1 em 1994; 2em 1995; 2 em 1996; 1 em 1997 e1 em 1998.

Para o arqueólogo Arno Kern, osgrupos que ali se instalaramcaracterizaram-se como

pescadores, coletores ecaçadores.Os restos alimentares (ossos deanimais, vértebras de peixes,conchas e carapaças) e oselementos da cultura material(machados, pontas de flecha,pesos de rede) deram origem aelevações artificiais que sedestacam na paisagem, chamadossambaquis.No município de Laguna, situa-seum dos maiores sambaquis, comcerca de 30 m de altura.O homem do sambaqui se instalou

no litoral há milhares de anosantes de Cristo.Mais precisamente, as pesquisas

arqueológicas mostramque as primeiraspopulações pré-coloniaiscomeçaram a se instalarhá 8.000 anos na regiãooeste e, posteriormente,no litoral (SC e RS) numperíodo de 5.000 anosatrás.Na Ilha de SantaCatarina, o povoamentoteria começado há 4.500anos, segundo oarqueólogo Pe. JoãoRolve, e estariarelacionado às trêstradições culturais,sendo a primeira decaçadores, coletores epescadores: construtoresde sambaquis. Asegunda é a Itararé quedata de 1.000 anos,composta de caçadorese coletores e,possivelmente,horticultores.A última migração que

ocorreu no pré-colonial é a dosgrupos de tradição tupi-guarani,com chegada por volta do séculoXIV. Eram chamados decarijó, no século XVI emantinham contato comgrupos da mesmatradição que viviam emaldeias no continente, emSanta Catarina e Paraná.Essas tribos eramnômades, viviam embusca de alimentoabundante e temperaturaamena.

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política de colonização jamaistentada anteriormente.No período de 1748 a 1756 a Ilhade Santa Catarina recebeuaproximadamente 6.000 imigrantes,vindos do Arquipélago dos Açores eIlha da Madeira.A fixação dos camponeses se dariano sul do estado através da criaçãode “lugares” , com reserva de meialégua em quadra para oslogradouros públicos, uma praça euma igreja. As casas deveriam estaralinhadas com quintal ao fundo e onúmero de casais nestes lugaresnão podia ser superior a 60.O sul não era uma áreaeconomicamente atraente, como o

sudeste e nordeste onde as atividades mineradoras e o ciclo da cana-de-açúcar absorviam a atenção de Portugal.As circunstâncias desfavoráveis não impediram entretanto a adaptaçãoà nova terra e a transformação de produtos agrícolas, sobretudo amandioca (planta nativa domesticada pelos Guarani) e a cana-de-açúcar(planta trazida para o país ebem adaptada).Segundo o pesquisador DanteLaytano, em 1797 ogovernador João Alberto deMiranda Ribeiro enviou aoConde de Resende umrelatório, onde relacionou osmeios de transformação emtoda a Capitania de SantaCatarina, conformeapresentado a seguir:

FREGUESIAS ENGENHOS FÁBRICAS ENGENHOCAS ENGENHOS DE ATAFONAS ENGENHOS DEDE AÇÚCAR DE AÇÚCAR DE AGUARDENTE PILAR ARROZ DE TRIGO MANDIOCA

Desterro - 12 23 - 17 87Ribeirão(Distrito) 1 11 29 02 07 51Lagoa - 10 28 - 32 101Necessidades - 5 22 - 11 111São Miguel 1 - 15 2 44 190São José - 6 11 - 82 164Enseada do Brito - 11 25 - 39 65Laguna - - 13 - 8 62Vila Nova(Imbituba) 1 - 7 - 39 89São Francisco - - 19 - - 14TOTAL 3 60 192 4 279 884

No litoral norte do Rio Grande do Sul, os primeiros núcleos de ocupação surgiram com a instalação da pecuária. Aregião de S.Antônio da Patrulha, em cuja área estão os atuais municípios de Torres e Osório, teve seudesenvolvimento pela passagem de tropeiros que transportavam gado dos campos do sul. Os locais de registro eguarda deste gado, permanecem como sítios arqueológicos históricos.Na primeira metade do século XIX, começaram a chegar novos imigrantes, procedentes da Alemanha e Itália. Essaslevas migratórias, intensificaram a instalação de núcleos populacionais de produção agrícola em pequenaspropriedades.

POPULAÇÃO INDÍGENASegundo os antropólogos, trêsdiferentes grupos habitaram aregião sul do Brasil: os Kaingang,os Xokleng e os Guarani, desde aépoca do contato com os brancoscolonizadores.Os Guarani, pertencentes aogrupo linguístico Tupi, assentaram-se no litoral, entre a Lagoa dosPatos e a baía de Paranaguá. EmSanta Catarina, há informaçõessobre os Guarani em boa parte dolitoral.Os Xokleng e os Kaingang, ambosintegrantes do grupo linguísticoGê, ocupavam os estados do Sul.Os Guarani que vivem no litoralbrasileiro, junto à Mata Atlântica,identificam-se como Mbyá eNhandiva. As aldeias Guarani dolitoral estão distribuídas numalonga faixa, desde o Rio Grandedo Sul até o Espírito Santo.Seu contingente é composto por

grupos familiares que,historicamente, procuramassentamentos junto àMata Atlântica.Dentre os três gruposGuarani, são os Mbyá quemigram para o litoral a partirdo leste paraguaio,nordeste da Argentina e suldo Brasil.A partir de 1.500, o litoralsudeste e sul, era habitadopelos grupos Guarani eCarijó, que sofreram com ointercâmbio comercial, coma escravização pelocolonizadores e mais tardepelos bandeirantespaulistas, com acatequização pelos jesuítas,com guerras inter-tribais ecom doenças como gripes,sarampo e outras, trazidaspelo brancos.

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CARACTERÍSTICAS E LOCALIZAÇÃO DAS TRIBOS

dominavam os Carijó, de Cananéiae da Lagoa dos Patos até o rioParaná, e do interior paulista até aCampanha rio-grandense viviamíndios Guarani. Esse grupoindígena pertencente à famílialinguística tupi-guarani e divididoem subgrupos como os Nhandíva,os Kaiowá e os Mbyá.Tradicionalmente, os Guaranilevavam uma vida semi-nômade,vivendo da caça, pesca e docultivo de mandioca e milho. Seutrabalho era coletivo e praticavamas queimadas.Apesar das constantes migraçõese miscigenação entre os váriosgrupos Guarani, com experiênciaou não nas reduções, os Mbyámantém unidade cultural elinguística bem determinada.

GRUPO KAINGANG – OsKaingang ocupavam diversasregiões dos Estados de São Paulo,Santa Catarina e Rio Grande doSul, e formam hoje uma dasmaiores tribos sobreviventes noBrasil. Seu território tradicional eratoda a área de campo, entre osrios Uruguai e Iguaçu.Eram também denominadosCamé, Guayanás, Botocudos,Coroados, Cabeludos, Dorins,

XOKLENG – Por séculos osXokleng dominaram as florestasnas encostas das montanhas, osvales litorâneos e as bordas doplanalto no sul do Brasil. Eramnômades, caçavam e coletavam,tanto na Mata Atlântica, como naFloresta de Araucária, obtinhamfrutos e raízes silvestres.O território não era bem definido, arota de perambulação era deacordo com as necessidades eofertas alimentares. Mantinhamuma disputa secular com osGuarani visando o controle desseterritório.Ao norte chegavam atéParanaguá, ao sul até o rio Iguaçue aos campos de Palmas.Em razão das invasões de suasterras, seu contato com asociedade nacional foi marcadopor graves conflitos. No século XX,os últimos sobreviventes foramaldeados em reservas indígenasda FUNAI, principalmente emSanta Catarina.

GRUPO GUARANI – Os Guarani,que constituem o principal grupoda área sul do Brasil, estãodispersos por todo o país,principalmente nas margens dosgrandes rios. Desde o litoral onde

Votorões etc, eram nômades ecoletores de frutos silvestres, alémde pescadores e caçadores.Paralelamente às disputas pelodomínio da terra, os brancossubmeteram os indígenas a umcontínuo processo dedesintegração social, cultural ebiológica. A utilização dosindígenas como mão-de-obra,desarticulou o sistema da tribo,com reflexos em todos osaspectos da sociedade.Com mais de meio século deconvívio com a civilização, oskaingang meridionais habitavam,no século XIX, os aldeamentosindígenas de São Jerônimo, Xagu,Palmas, São Pedro de Alcântara eoutros, ou viviam espalhados pelosestados do Paraná, Santa Catarinae Rio Grande do Sul, fugindo daperseguição dos colonizadores.O contingente indígena quehabitava a região norte e oeste doParaná, sofreu com a ocupação daterra por fazendeiros de café, oque causou o extermínio de váriosgrupos como os Tupiguarani,Botucudos e Kaingang.Posteriormente, apareceramtambém problemas de grilagem.

GRUPOS ÉTNICOS E TERRA INDÍGENA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETAForam localizados nove pontos com presença efetiva de populações indígenas a serem afetadas com a duplicação daBR-101.

DENOMINAÇÃO DA ÁREA GRUPO ÉTNICO LOCALIZAÇÃO (MUNICÍPIO/ESTADO) POPULAÇÃO

Espraiado Mbyá-Guarani Maquiné-RS 10Aguapé Mbyá-Guarani Caraá e S.Antonio da Patrulha/RS 32Três Forquilhas (varzinha) Mbyá-Guarani Maquiné/Caraá/S.Antonio da Patrulha-RS 27Barra do Ouro Mbyá-Guarani Riozinho/Maquiné/S.Antonio da Patrulha/RS 63Campo Bonito Mbyá-Guarani Torres-RS 27Barranca Mbyá-Guarani Araranguá-SC 23Massiambu Mbyá-Guarani Palhoça-SC 47Morro dos Cavalos Mbyá-Guarani e Chiripá Palhoça-SC 89Cambirela Chiripá, Kaingang e

mestiços destas duas etnias Palhoça/SC 16

TOTAL DE INDIVÍDUOS 334

Além das áreas levantadas emcampo, outras três devem serincluídas, segundos ospesquisadores Ladeira, Dorella eFerrareze, as duas primeiraslocalizadas em Praia de Fora,município de Palhoça/SC,formadas por família Chiripá. A

terceira corresponde à área Pontalda Coroa Grande, também emPalhoça/SC, onde residem índiosKaingang.Segundo sua forma de ocupaçãoterritorial, mesmo que umdeterminado espaço não contecom a presença de nenhum grupo

familiar por algum período,continua sendo entendido comoum espaço para ocupação futura.Não podendo portanto, sercaracterizado como “espaçoabandonado”.

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CARACTERIZAÇÃOSOCIAL, CULTURAL EECONÔMICA

ESPRAIADOToda área Mbyá possui umaliderança com base nos aspectossociais, políticos e religiosos.Freqüentemente esta liderança éde um homem, neste caso,chamado Dionísio Garai.Deve-se entender Espraiado comoum acampamento, espaço ondevárias famílias em temposdistintos se estabelecem para aprodução e comercialização deartesanato, essencialmente aolongo da rodovia.O acampamento não é uma áreaque possa ser medida e plotadacom precisão.Seu objetivo é a venda deartesanato que se restringe àcestaria e esculturas em madeirada fauna nativa. Com autorizaçãodos proprietários, executa-se acoleta da matéria-primanecessária à confecção (taquaras,fibras vegetais, madeiras, etc.).A água é obtida na vizinhança.A comercialização do artesanato,ocorre na BR-101, com motoristase turistas que ali trafegam.Alguns alimentos são adquiridosno comércio local.Em casos de doenças graves,socorrem-se em postos de saúdee hospitais próximos.Oficialmente há um vínculo entre aFundação Nacional de Saúde -FNS, e uma ONG conhecida por“DIA” para atendimento de saúde.Em casos excepcionais, podemcontar com o apoio do Posto daFUNAI de Barra do Ouro.

AGUAPÉA comunidade do Aguapé écomposta por uma família extensaque poder ser subdividida em seteoutras.Aguapé corresponde a umassentamento; é uma ampla áreade mata nativa (Mata Atlântica)onde seus ocupantes cultivammilho, mandioca, batata doce,feijão e amendoim, caçam animaisde pequeno porte (tatu, coati,paca, gambá e pássaros) econstroem casas.Esta área é reconhecida pelaFUNAI, porém ainda, nãodemarcada.Produzem artesanato para venda

em acampamentos junto à BR ounas cidades próximas.Outra atividade econômica é acoleta e venda de samambaiascom intermediários de floriculturas.A região é rica em cursos d’águade boa qualidade para consumo, aqual é buscada diretamente noscórregos.Apenas alguns integrantes dacomunidade, previamentedesignados, comercializam oartesanato, samambaias ecompram mercadorias.Os atendimentos assistenciais sãosemelhantes ao de “Espraiado”,porém, soma-se o recebimento decestas básicas do ProgramaComunidade Solidária, entreguepor funcionários da FUNAI daBarra do Ouro.

TRÊS FORQUILHAS/VARZINHAEsta comunidade é formada poruma família extensa composta decinco outras.Constitui-se em uma área comcaracterísticas semelhantes às deAguapé, da qual é separadafisicamente por um córrego, oArroio das Domingas. A economia,uso do ambiente, relação com asociedade envolvente e serviçosassistenciais, são semelhantesaos descritos para a área deAguapé.

BARRA DO OURONo momento do levantamento,encontravam-se nove famílias,distribuídas em duas famíliasextensas.É enquadrada como áreaindígena, onde a comunidadecultiva pequenas roças (milho,feijão e abóbora) e caça pequenosanimais, pescam em um açude ecriam galinhas.Merecem destaque a coleta depinhão e erva-mate, ambosconsumidos e comercializados.Há produção de artesanato, porémsua comercialização nosacampamentos é feita junto àBR-101.Esta área constitui-se emreferência fitoterápica, inclusivepara famílias Mbyá residentes emoutros espaços, pela grandediversidade de plantas que aíocorrem.A água é de excelente qualidade,onde as famílias se abastecemdiretamente do curso d’água ou defontes.Esta é a única área Mbyá do Rio

Grande do Sul que conta um PostoIndígena e é supervisionadoconstantemente por umfuncionário da FUNAI. Ofuncionário repassa às famíliasmensalmente, cestas básicas doPrograma Comunidade Solidária.

CAMPO BONITOInicialmente constitui a umacampamento pela ausência deespaço adequado aoestabelecimento de comunidadesMbyá. O acampamento tornou-seuma pequena área, pois umproprietário de terra local permitiua ocupação de 2,0 ha, além dafaixa de domínio da BR.No último ano, os 2,0 ha foramretomados pelo proprietário, comisso parte das famílias sedeslocou para a margem opostada rodovia.Desta forma, resultou em umacampamento e uma áreaindígena.Atualmente em aproximadamente1,0 ha, cultivam milho, mandioca,batata doce, amendoim, abóbora,pepino, melancia, melão, moranga,cebola, alface, cana-de-açúcar,abacaxi, plantas medicinais, efrutíferas (bananas, goiabas,mamão). Criam galinhas, poisquase não há caça. Produzemcestarias e esculturas em madeira.Eventualmente prestam serviçosaos agricultores vizinhos.Exploram a coleta de frutosnativos (araçá, pitanga, butiá,jerivá, palmeiras e cipó imbé). Arelação com a sociedade ésemelhante às outras áreas jádescritas.Os serviços assistenciais sãorealizados pela Prefeitura deTorres com cestas básicas, àsvezes roupas e remédios.Periodicamente também sãoassistidos por professores ealunos universitários, comalimentos e roupas. As entidadesreligiosas também fornecemroupas, alimentos e remédios. NaFUNAI, obtêm documentos, taiscomo certidões de nascimento ecarteiras de identidade.

BARRANCANeste local estão duas famíliasextensas. Trata-se de umacampamento às margens da BR.Produzem artesanato, cestaria eesculturas em madeira quevendem na cidade próxima deAraranguá.Não há cursos d’água adequadosao consumo e conseguem água

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PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO

com moradores próximos.Não existe apoio sistemático eoficial quanto aos serviçosassistenciais.O grupo recebe ajudada população com alimentos.

MASSIAMBUEsta comunidade é composta poruma única família, a qual sesubdivide em dez outras.

Trata-se de uma área indígena; asterras são reconhecidas pelaFUNAI, embora não estejamdemarcadas.É uma área pequena (5,6 ha) ondecultivam mandioca, milho, batata-doce, amendoim, feijão, cana-de-açúcar, fumo e frutíferas (laranja,bergamota, banana, goiaba,mamão).O artesanato é vendido noscentros urbanos próximos, comoFlorianópolis e nas praias, duranteo verão. São expostos ainda, na“Casa de Artesanato Indígena” noMorro dos Cavalos, junto à BR-101.Algumas famílias criam galinhas.As matérias-primas para oartesanato são obtidas nasproximidades de Morro dosCavalos.A água é obtida através de

mangueiras e caixas d’água, ondeas famílias se abastecem e levamaté suas residências.Devido à proximidade comcentros urbanos, as visitas deescolas, universidades, religiosos,entidades filantrópicas, ONG’S ea população em geral sãofreqüentes.Esta comunidade recebe

assistência na área desaúde, educação, habitaçãoe alimentação.A escola da comunidadeoferece o ensino de 1 ª a 4 ªsérie em dois idiomas, osprofessores são contratadospela Prefeitura Municipal dePalhoça.A comunidade recebeenergia elétrica em todas asresidências, cestas básicasde várias instituições e dedoadores espontâneos.

MORRO DOSCAVALOSA comunidade é composta por detrês famílias extensas, formadaspor 17 outras.É considerada área indígena ereconhecida pela FUNAI, porémainda não demarcada.Esta área está localizada emterreno íngreme, dado a este fato,a comunidade tem cultivadobanana, abacaxi, bergamota.O artesanato é a principalatividade econômica, cujaorganização é semelhante à deMassiambu.A área apresenta uma vastacobertura vegetal, fonte deretirada de matérias-primas doartesanato.

O trecho que vai de Florianópolisaté Osório, constitui-se numa áreapotencialmente rica em vestígiosarqueológicos. O seu traçadopróximo ao litoral corta uma dasáreas onde a ocupação humanapré-colonial, constituída pelasantigas populações indígenas,mais se intensificou, no sul doBrasil, principalmente nasembocaduras de rios emanguezais. Nestes ambientes, ossítios arqueológicos pré-coloniais,principalmente os sambaquis, sãoencontrados em grandequantidade, tanto junto ao mar,quanto nas áreas mais afastadas.O patrimônio arqueológico não se

A água chega até as casas oupróximas a elas, em sistema deencanamento.O assédio externo sobre Morrodos Cavalos é intenso, pois a áreaconfronta em grande extensãocom a BR-101.Os serviços assistenciais sãosemelhantes à área deMassiambu. Cabe destacar aexistência do espaço denominado“Casa de Artesanato Indígena”construído para adequadacomercialização do artesanato.

CAMBIRELAO grupo que habita em Cambirelapossui característica única. Trata-se de duas famílias distintas, semvínculo de parentesco entre si,mas que dividem o mesmo local.O espaço ocupadoaproximadamente 1,0 ha está apoucos metros da BR-101 e foicedido pelo proprietário para apermanência destas famílias.Trata-se de uma área nãoreconhecida pela FUNAI e, porisso, não conta com nenhumaprovidência jurídica.Cultivam mandioca, batata-doce euma horta. Realizam aindatrabalhos eventuais (biscates).A água é obtida de cacimba eas crianças frequëntam escola nasáreas urbanas próximas (Praia deFora). Quando necessitam deatendimento de saúde, recorremaos postos de Palhoça e Enseadado Brito.Não contam com serviçosassistenciais de qualquernatureza.

restringe, entretanto, àspopulações nativas quehabitaram a área. Apresença européia tambémdeixou marcas de suaocorrência.Os remanescentesarqueológicos ultrapassam operíodo do descobrimento,formando os “sítios decontato”, locais de ocupaçãohumana onde a culturanativa foi transformada como contato com o povoeuropeu.Nos sítios formados pela nova colonização, onde a cultura indígena não édominante ou ausente, como fortalezas, engenhos, caminhos, postos deregistros e guardas de gado, edificações, convencionou-se chamá-los“sítios históricos”.

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vestígios pré-coloniais, pois o seucontexto ambiental, formado pelocomplexo lagunar (lagoas doMirim, Imaruí e Santo Antônio),favoreceu a instalação de gruposhumanos no passado.

Área 4 (alta probabilidade):Formada pela área sob influênciada Lagoa Garopaba do Sul, nomunicípio de Jaguaruna. Estecomplexo lagunar, que se estendeaté o município de Laguna,possibilitou a instalação de gruposhumanos construtores desambaqui. Em Jaguaruna, Rohridentificou 54 sítios arqueológicos,entre sambaquis, paradeirosGuarani, sítio raso desepultamentos, sítio submerso ecasa subterrânea.

Área 5 (média probabilidade):Sob influência do município deSombrio, onde o traçado propostopara a duplicação da BR-101passa próximo a áreas lacustres,nas quais a oferta de recursosalimentares garante a presençapretérita da ocupação humana.

Área 6 (alta probabilidade): Comprobabilidade de ocorrência desítios arqueológicos históricos epré-coloniais. Situadas sob

PRINCIPAIS SAMBAQUIS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA

No Estado de Santa Catarina, o registro maisantigo da presença de índios é o Sambaqui doGaspar, dotado de 3.380 a.C., ou seja, com 5.380anos de idade.

Florianópolis - para o município foram assinalados26 sítios arqueológicos.Laguna - para o município foram catalogadosinúmeros sítios, entre eles um dos maioressambaquis conhecidos, localizado na Lagoa deImaruí.Imaruí - para o município foram assinalados 4sítios arqueológicos.Sambaqui da Passagem do Rio D’Una - estesambaqui situa-se a menos de 1 km da LagoaMirim, a 500 m do Rio d’Una. Possuía acima de100 m de largura.

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE OUTROS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

No trecho entre Florianópolis (SC) e Osório (RS), há probabilidade de ocorrência de sítios arqueológicos em toda asua extensão. Entretanto, as áreas de maiores atrativos são formadas e influenciadas por complexos lagunares,cordões de praia com costões e embocaduras de rios, onde a oferta de alimentos é grande.As áreas de ocupação histórica estão associadas aos núcleos de colonização portuguesa, Florianópolis e Laguna emSanta Catarina e Torres e Osório no Rio Grande do Sul.Foram definidas oito áreas de média a alta probabilidade de ocorrência de sítios arqueológicos.

Área 1 (alta probabilidade): Áreasob influência do município dePalhoça. Há probabilidade deocorrência de sítios históricos,notadamente pela presençaportuguesa no local desde oséculo XVII, e de sítios pré-coloniais, pela proximidade comregiões estuarinas dos rio Cubatãoe Massiambu.

Área 2 (média probabilidade):Compreendida pelo município deImbituba, apresenta probabilidadede ocorrência de vestígiosarqueológicos pela existência degrande planície arenosa, cortadapela BR-101, local atrativo àinstalação de grupos horticultoresTupiguarani. Possui médiaprobabilistica na medida em quese situa na periferia da região deLaguna, área com grandepossibilidade de instalação degrupos pré-coloniais.

Área 3 (alta probabilidade):Compreendida pelos municípiosde Laguna e Imaruí, onde podemocorrer sítios arqueológicoshistóricos, pois a região de Lagunafoi um dos grandes centros decolonização portuguesa do Estadode Santa Catarina. Possui grandeprobabilidade de ocorrência de

influência do município de Torres,possui vários sítios arqueológicosjá identificados e outros jáescavados.

Área 7 (média probabilidade):Situada na periferia da região deTorres, encontra-se inserida numcontexto ambiental propício àocupação humana pré-histórica.Entretanto, possui médiaprobabilidade na medida em queas áreas vizinhas possuemmaiores atrativos naturais.

Área 8 (alta probabilidade): Éformada pelo maior complexolagunar do sul do Brasil, onde aocorrência de vestígiosarqueológicos pré coloniais temsido abundantemente identificada.São sambaquis, sítios cerâmicosda tradição Taquara e da tradiçãoTupi Guarani e abrigos sob rocha.A área também possuiprobabilidade de localização desítios históricos, por situar-se sobinfluência da colonizaçãoportuguesa no sul do país.

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PRODUÇÃO MINERAL

No Estado de Santa Catarina, aárea de influência é rica naocorrência de minerais não-metálicos.Os municípios de Araranguá,Criciúma, Içara e Tubarãopossuem grandes reservas decarvão mineral, 38,5% do total noEstado.O caulim é encontrado em cincomunicípios: Imbituba, Jaguaruna,Laguna, Treze de Maio e Tubarão,correspondendo praticamente atotalidade da ocorrência verificadaestadual.A diatomita ocorre em Araranguá eJaguaruna, detendo 100% dessemineral no de Santa Catarina.Em Tubarão há registro de fluorita,basalto, granito, quartzo e silex.

ATIVIDADEPESQUEIRA

Vários municípios transpassadospela BR-101, desenvolvemintensas atividadespesqueiras, porém aparticipação dasmesmas, em relação aototal do Estado, érelativamente pequena(2,66% de peixes, 1,47%de crustáceos e 1,40%de moluscos).No desembarque dopeixe, destaca-se Laguna(61,51%), Jaguaruna(19,70%), Palhoça(10,37%) e Garopaba(8,42%).O desembarque de crustáceos éliderado por Garopaba (65,65%),Palhoça (27,35%) e Jaguaruna(7%).O município de Palhoça éresponsável pelo total de moluscosna área em estudo.

PRODUÇÃOAGRÍCOLA

Nos estados do Rio Grande do Sule Santa Catarina, predominamcultivos extensivos tradicionais –milho, trigo e soja.

SANTA CATARINAArrozFeijãoFumo

MandiocaMelancia

RIO GRANDE DO SULArroz

Cana-de-açúcarFeijão

MandiocaTomate

PRODUÇÃO AGRÍCOLANO TRECHOCATARINENSE

A região que inclui os municípiosatravessados pela BR-101 em SC,é responsável por 17,13% da áreaplantada e 16,57% da produção dearroz. A predominância cabe aosmunicípios de Jaguaruna, Tubarão,Araranguá e São João do Sul. Osoutros municípios possuemparticipações bem menores.

ESTABELECIMENTOSINDUSTRIAIS EPESSOAL OCUPADO

Em Santa Catarina a participaçãoé maior do que no Rio Grande doSul, não só pelo número superiorde municípios catarinensestranspassados, como tambémpelas características da economiavoltadas para as atividadesindustriais.Os municípios catarinensesrepresentam 8,96% dosestabelecimentos industriais e opessoal ocupado representa5,47%. Os municípios maisindustrializados, pela ordem são:Tubarão, Araranguá e Sombrio.No Estado do Rio Grande do Sul,a participação dos municípios ébem menor, o número deestabelecimentos representa0,94% e, em termos de pessoalocupado, o percentual cai para0,41%.

ESTABELECIMENTOSCOMERCIAIS EPESSOAL OCUPADO

A área de estudo é responsávelpor 11,32% dos estabelecimentoscomerciais e 12,22% do pessoalocupado no estado catarinense.Esse percentual cai, ao seconsiderar o total de municípiostranspassados pela BR-101, osmesmos são responsáveis por5,18% dos estabelecimentos e5,03% do pessoal ocupado.No trecho catarinense destacam-se os municípios de Criciúma,Tubarão e Araranguá emestabelecimentos comerciais. Parao pessoal ocupado, os mesmosmunicípios são observados.

PARTICIPAÇÃO DOVALOR ADICIONADO EPIB

A Área de Influência Indireta emSanta Catarina participa com10,93% do VAF e do PIB estadual.Considerando as microrregiões deFlorianópolis, Tubarão, Criciúma e

PRODUÇÃO AGRÍCOLANO TRECHO GAÚCHO

Todas as culturas agrícolas daregião de estudo possuemparcelas relativamente pequenas,se comparadas ao total do Estado.Da cultura de arroz, a área emestudo é responsável por 0,76% e0,67% da área plantada e daprodução regional. Destaque cabeao município de Osório,responsável por 51,55% daprodução seguido por Torres, com43,08%.

ESTRUTURA PRODUTIVA E DE SERVIÇOS

31

AID

Araranguá, essa participação eleva-se para 17,70%.Dos municípios gaúchostranspassados pela BR-101, Osórioé de maior PIB, seguido de Torres.Os demais municípios possuem umPIB relativamente irrelevante pertodos dois anteriores.

COMPOSIÇÃO DOVALOR ADICIONADO EPIB MUNICIPAL

Os dados disponíveis mostramque a agropecuária representa14,25% e os demais setores(indústria, comércio e serviços)correspondem a 85,75% nacomposição do VAF estadual.Na Microrregião de Tubarão há opredomínio da atividade agrícola

MEIO SÓCIO-ECONÔMICO

seu território abrangia as terrassituados entre os rios Mampitubae Urussanga.Por volta de 1870, foramchegando as primeiras famíliasde imigrantes italianos, alemãese poloneses. Outras famíliasseguiram para a formação denúcleos em Turvo e região.Todo esse potencial migratório,somado ao que antes já havia seinstalado na região, famíliascaboclas, negras, índias(Xokleng, Bugres e Carijós), comsuas heranças culturais,religiosas, folclóricas, foramconstituindo o patrimônio culturaldo município, tão diversificadoquanto o do Estado de SantaCatarina.Em 3 de abril 1880, Araranguáemancipou-se do município deLaguna e recebeudefinitivamente o nome deAraranguá.No dia 2 de setembro de 1921,Araranguá foi elevada à categoriade cidade pelo GovernadorHercílio Luz.

ARARANGUÁÉ um município de longa história. Jáno século XV seu território erautilizado como corredor, caminhoaberto pelas diligências de militares,tropeiros, colonizadores quedenominados “desbravadores”capturavam e comercializavamíndios e escravos.Quando foi criada a Freguesia deNossa Senhora Mãe dos Homens,

MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SANTACATARINA

Para a sócio-economia foi definidacomo Área de Influência Direta-AID, o conjunto de todos osmunicípios atravessados pelotrecho em duplicação e/ouatingidos pelas estruturas de apoioàs obras, a saber: Palhoça, PauloLopes, Biguaçu, São José,Capivari de Baixo, Garopaba,Imbituba, Jaguaruna, Laguna,Sangão, Tubarão, Criciúma, Içara,Araranguá, Maracajá, Santa Rosado Sul, São João do Sul eSombrio, em Santa Catarina, eSão Pedro de Alcântara, Maquiné,Osório, Terra de Areia, Torres, TrêsCachoeiras e Três Forquilhas, noRio Grande do Sul.A descriçãoapresentadaa seguir serestringe aosmunicípioscujas sedessãoatravessadaspela rodoviaem estudo.

com 58,27%, contra 41,73% dos demais setores.Na Microrregião de Araranguá, o setor agropecuário tem uma fortepresença em todos os municípios, destacando-se São João do Sul com68,23% do setor primário, seguido de Santa Rosa do Sul, onde a atividadeagropecuária corresponde a 61,27%.O PIB per capita para o Estado de Santa Catarina é de R$ 6.161,00. O PIBmunicipal per capita varia muito entre os municípios, porém o menor valorpertence a Laguna com R$ 971,00, com a posição 283 no ranking estadual.

VALOR DO PIB PER CAPITA DO RIO GRANDE DO SUL

MUNICÍPIOS PIB PER CAPITA (R$)São Pedro de Alcântara 3.901Maquiné 2.517Osório 6.270Terra de Areia 3.038Torres 4.453Três Cachoeiras 3.776Três Forquilhas 3.505Rio Grande do Sul 7.001

Fonte: FEE

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Municípios desmembrados deAraranguá:

n Criciúma (Içara, Forquilhinha,Nova Veneza)nMaracaján Sombrio (Santa Rosa do Sul,São João do Sul - Passo de Torres, Balneário Gaivota)n Turvo (Meleiro - Morro Grande,Timbé do Sul, Ermo, JacintoMachado, Praia Grande)n Balneário Arroio do Silva

Araranguá situa-se no sulcatarinense, é a sede damicrorregião e da Associação dosMunicípios do Extremo SulCatarinense-AMESC. A sede dista210 km de Florianópolis e 220 kmde Porto Alegre.Os limites geográficos são: aonorte com Criciúma, Içara eMaracajá, ao sul com Sombrio, aleste com o Balneário Arroio doSilva e Oceano Atlântico e, aoeste, com Ermo, Turvo e Meleiro.

CRESCIMENTODEMOGRÁFICOEm 1991 o município tinha 45.958habitantes, sendo 39.231 (85,4%)na área urbana e (14,6%) na rural.Houve desde então um pequenoacréscimo populacional, elevando-se em 1996, para 50.611 (82,2%)em área urbana e 9.000 na rural.

ATIVIDADESECONÔMICASGrande é a importância do setorprimário nesse município. Ele éresponsável por 45% da produçãode arroz de Santa Catarina. Ocultivo agrícola inclui laranja,melancia, abacate e bergamota.O município apresenta plantéis debovinos, suínos e aves.A riqueza do município engloba ossetores mineral (pedras, turfa,argila, areia); vegetal (madeira epalha) e animal (peixe e mel).O setor secundário, até 1994, eradominado por indústrias decalçados. Com o advento do Real,das 13 empresas exportadorasexistentes, 11 foram fechadas,ocasionando forte reflexo nocrescimento do desemprego.

SAÚDE E EDUCAÇÃOAraranguá possui o maior hospitaldo extremo sul catarinense, queatende à região de influênciadesse município. Ademais existem11 postos de saúde que atendemos bairros e algumas localidadesrurais. No centro da cidade (antigohospital Bom Pastor) funciona umaUnidade de Saúde.A educação básica é realizada emcreches, escolas municipais,estaduais e particulares. Aeducação profissionalizante é feitapela rede estadual (EscolaFeminina Kirana Lacerda),colégios e outros particulares. Oensino superior é ministrado pelaUNISUL e UNESC, com várioscursos e pós-graduação.

CAPIVARI DEBAIXOMunicípio desmembrado deTubarão, a partir da década de 40,com a implantação do lavador decarvão da CSN. A própria CSNpromoveu a urbanização com aimplantação da vila MendonçaLima.A atração exercida pelo novo póloindustrial motivou o aumentopopulacional e o crescimentourbano.A partir dos anos 80, a criseeconômica inviabilizou a utilizaçãodo carvão nacional, tornandodesnecessário seubeneficiamento, até seufechamento definitivo em 30.11.90.O então distrito de Capivari deBaixo teve sua emancipação

política em 1992 e os primeirosdirigentes em 03 de outubro domesmo ano.

ATIVIDADESECONÔMICASCapivari de Baixo possui estreitaligação com o município deTubarão servindo assim, comocidade dormitório.As atividades econômicasdesenvolvidas são relativas aoparque industrial e agrícolas(cultura de arroz) sendodependente de comércio eserviços.

CRESCIMENTODEMOGRÁFICOTomando-se a população atual domunicípio e utilizando-se a taxa decrescimento de Tubarão na últimadécada (2,2% ao ano) pode-seprever seu crescimento.

•1994 - 17.073 habitantes•2004 - 20.674 habitantes•2014 - 25.693 habitantes

EDUCAÇÃOEm Capivari de Baixo existem 15estabelecimentos de ensino, 4estaduais, 9 municipais e 2particulares. A rede escolarexistente atende aproximadamente5.000 alunos, de pré ao 2º grau;complementada com a escolatécnica do SENAI.

QUESTÃO AMBIENTALMUNICIPALÉ grave a degradação ambientalocasionada pelo lavador da CSN,que por sua vez propiciou o

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desenvolvimento do município.Os rejeitos do lavador eramdispostos em aproximadamente155 hectares (bacias de rejeitos),nos dias atuais parcialmentecontidos por diques. A falta demanejo apropriado e a quantidadede material têm provocado acontaminação do solo, lençolfreático e rios.

PALHOÇAEm 1651 só era habitada poríndios Carijó e Xokleng. Nesse anochegou Dia Velho à ilha doDesterro (atual ilha de SantaCatarina, cidade de Florianópolis).Da necessidade de ligação entreLages, fundada em 1771 eDesterro, surgiu o caminho compovoados. Palhoça é um deles.Considera-se 31 de julho de 1793a data de fundação de Palhoça.Em 1848, chegam os primeirosimigrantes alemães. Em 1894houve a emancipação municipal.

CRESCIMENTODEMOGRÁFICOEm 1980 Palhoça tinhaaproximadamente 40.000habitantes, em 1996 elevou-separa 81.176. Estimativas indicamuma população atual de 90.000habitantes.

ATIVIDADESECONÔMICASO distrito industrial abriga 33empresas de vários gêneros deatividades.Os gêneros industriaispredominantes no município são:

n Fabricação de artefatos decimento;

n Fabricação de esquadrias eartefatos de metal;

n Fabricação de móveis demadeira;

n Fabricação de produtosquímicos e de limpeza;

n Fabricação de alimentos(massas, conservas);

n Confecção de roupas.

É um importante centro dedesembarque de peixes, em 1992foi responsável por 10,37% daprodução na área de estudo.

INFRA-ESTRUTURANa saúde, a situação é precária: omunicípio não possui hospital,conta com apenas dez postos desaúde. O atendimento hospitalar érealizado em São José.

PAULO LOPESEm 1677, duas famíliasaçoreanas, vindas de Laguna,estabeleceram-se na localidade.O território chegou a serconhecido por Olaria, visto que alísurgiram duas olarias parafabricação de telhas e tijolos.Em 1910, foi criado o Distrito dePaulo Lopes.

CRESCIMENTODEMOGRÁFICOA população é composta porlavradores, pequenos industriais,negociantes, pescadores,motoristas, trabalhadores em gerale aposentados. O crescimentodemográfico é relativamentepequeno: da ordem de 0,3% aoano.

EDUCAÇÃOPaulo Lopes tem 15 povoados,quase todos contam com escolasestaduais e municipais. Sãoatendidos 1.246 alunos, de 1ª a 8ªséries.

ASPECTOSAMBIENTAISEm 19 de novembro de 1975, foicriado o Parque Estadual da Serrado Tabuleiro, que ocupa 45% doterritório municipal.

ATIVIDADESECONÔMICASO município conta com 300pequenas propriedades que sededicam a diversas culturas.Em meados de 1998 o municípiopossuía 65 estabelecimentoscomerciais, 15 indústrias de portee 120 empresas prestadoras deserviços.

SANTA ROSADO SULA localidade era conhecida comoMorro das Mortes, por volta de1732, passando depois para trêsAlfredos e, finalmente em 1932,passou a denominar-se SantaRosa do Sul.Obteve a elevação à categoria dedistrito em 1955 e a emancipaçãoveio em 1988.

O uso do solo no município:Culturas temporárias 37%Culturas permanentes 10%Florestas naturais 11%Pastagens nativas e cultivadas 31%Pousio 7%Reflorestamento 4%

A área média das propriedades éde 18 hectares.No município existem indústrias decerâmica e fecularias (14), alémde prestadores de serviços.

SAÚDEO município conta com umaunidade de saúde com 15 leitos, 5postos de saúde e 4 médicos.

EDUCAÇÃOSanta Rosa do Sul conta comescolas que vão da pré-escola aosuperior.Existem 3 turmas de pré-escolaestadual, 12 grupos de pré-escolamunicipal. O 1º grau conta com 4escolas municipais. O 2º grau éatendido por um colégio estadual euma escola federal. O ensinosuperior é estadual, compreende ocurso de agronomia.

SOMBRIOEstá situado no ecossistema dabacia do rio Mampituba, formadopor rios e lagoas, onde sobressai alagoa de Sombrio.Limita-se ao norte com Araranguá,ao sul com o município de SantaRosa e Passo de Torres, a oestecom Turvo e Jacinto Machado e,ao leste, com o município deBalneário Gaivotas.Em 1914, Sombrio foi elevada acategoria de Distrito de Araranguá.O município foi emancipado deAraranguá em 1953.

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EDUCAÇÃOApresenta uma bem distribuídarede escolar cujosestabelecimentos situam-se nasede e principais distritos domunicípio.O município conta com 33estabelecimentos de ensinoestadual, municipal, particular efilantrópico.

INDÚSTRIASOs principais gêneros deatividades industriaisdesenvolvidas são:Setor vestuário 146 empresasSetor calçadistae artigos de couro 57 empresasSetor de confecções 50 empresasSetor de cerâmica 22 empresasOutros setores industriais 39 empresas

TUBARÃO

A abertura do caminho Lages –Laguna deu início ao povoado deTubarão, em 1773. O seu trajetoera percorrido em barcos queatracavam no “Porto” do PoçoGrande. Intensificado o trânsitofluvial, as margens do rio Tubarãoforam naturalmente povoadas.Em 1870, a freguesia de Tubarãofoi elevada à vila, desmembrando-se de Laguna.Houve em 1870 e 1877 a chegadade imigrantes alemães e italianos,em 1884 a construção da estradade ferro que aceleraram odesenvolvimento de Tubarão.

DEMOGRAFIAEvolução da população deTubarão:

ANOS TOTAL1940 26.8691950 30.4981960 45.8921970 66.8761980 75.3201991* 95.0621996 83.722

* Incluído o município de Capivari de Baixocom população de 14.070 habitantes.

As taxas de crescimentopopulacional têm sido asseguintes:

1940/1950 1,7%1950/1960 5,0%1960/1970 4,5%1970/1980 1,2%1980/1991 2,1%

SETORES SECUNDÁRIO E TERCIÁRIO

EDUCAÇÃOA rede escolar vai do pré-escolara universidade (UNISUL).A rede é composta porestabelecimentos públicos eprivados, localizados na sede edistritos do município.

VÍNCULO UNIDADESPúblico 87Particular 11Total 98

MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIOGRANDE DO SUL

OSÓRIO

Situa-se no litoral norte do Rio Grande do Sul a 96 km de Porto Alegre, nosopé da Serra Geral e do Mar. A leste possui praias de mar e a oeste, aSerra do Mar.A colonização do litoral norte do Rio Grande do Sul iniciou-se comcolonizadores portugueses vindos do continente e Arquipélago de Açores e,posteriormente alemães e italianos.Em 1857, o município de Osório, emancipou-se de Santo Antônio daPatrulha. Os primeiros nomes foram: Estância da Serra e Conceição doArroio. Em decreto, foi determinada a mudança do nome, passando achamar-se Osório, em homenagem ao “Marechal Manoel Luiz Osório”.

SAÚDENo município existem consultórios, clínicas especializadas e postos desaúde.O Hospital São Vicente de Paula oferece atendimento médico, hospitalar,ambulatorial e emergencial. Possui 119 leitos para conveniados do INSS,IPE, outros convênios e particulares.

TERRA DE AREIAO povoamento iniciou-se em fins de 1826, com a vinda dos imigrantesalemães que se fixaram no vale do rio Três Forquilhas, onde fundaram aColônia Alemã de Três Forquilhas, atual Itati.O núcleo da cidade surgiu do entroncamento das BR-101 e RS-486 (atualRota do Sol).O município foi criado em 1988, portanto é um dos municípios maisrecentes da área de estudo.

SAÚDEA saúde é precária no município, a população precisa deslocar-se atéOsório para atendimento hospitalar.Na sede de Terra de Areia, existe apenas um posto de saúde paraatendimento mínimo.

Entre as atividades industriais domunicípio, prevalecem a cerâmicabranca, fumo, confecção e móveis.O setor terciário do município, porsuas características, desempenhaimportante papel na economialocal e regional. Tubarão contacom 1.882 estabelecimentoscomerciais e de prestadores deserviços.

SAÚDEO município conta com umhospital com 435 leitos, centrocirúrgico e emergência, além dediversos postos de saúde.

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PESQUISA SÓCIO- ECONÔMICA APLICADA NA AIDO levantamento foi feito pela escolha aleatória de domicílios às margens da BR-101 a ser duplicada.Foram aplicados 522 questionários, sendo 245 em área urbana e 277 em área rural.Na área afetada pelo contorno projetado para a região da Grarnde Florianópolis, foram aplicados 149 questionários,sendo 102 em Palhoça.Nos municípios de Biguaçu e Santo Amaro da Imperatriz todos os domicílios encontravam-se na área rural, em SãoJosé dois terços dos domicílios encontravam-se nesta situação.

EDUCAÇÃOO município dispõe de 2 creches e15 escolas de 1ª a 8ª séries, euma escola particular de 2º grau.

ATIVIDADESECONÔMICASNo município desenvolve-seagricultura de arroz, feijão, cana-de-açúcar e mandioca. Aagropecuária está presente comcriação de gado de corte. Empequena escala, são produzidasfrutas, banana, abacaxi e cítricos.Há também cultivo de orquídeas,rosas e crisântemos em SantaFunda e Itati.Recentemente foi instalada umaindústria de calçados econfecções.

TRÊS CACHOEIRAS

Em 1820, portugueses de Açores, instalaram-se em Três Cachoeiras. Maistarde, em 1826, imigrantes alemães, italianos e poloneses estabeleceram-senos arrabaldes.

EDUCAÇÃOO município apresenta 9 escolas municipais, 5 estaduais e 1 particular.

SAÚDETrês Cachoeiras apresenta 1 Posto de Saúde Central, 4 postos no interior,onde atuam médicos, dentistas e enfermeiros.

ATIVIDADES ECONÔMICASUma das principais atividades agrícolas é a banana, dando ao município otítulo de maior produtor de banana do Rio Grande do Sul.Produz também tomate, repolho, pimentão, cenoura, couve e abacaxi.A indústria local concentra-se na produção de móveis e esquadrias demadeira, farinha de mandioca, polvilho, banana em pasta e doces em geral.O município possui 58 transportadoras e o Sindicato dos CondutoresAutônomos de Veículos Rodoviários de Três Cachoeiras é uma dasinstituições mais representativas da região.

RESULTADOS DAPESQUISA1) Há predomínio de lotes própriose quitados tanto na situação ruralquanto na urbana em toda a áreapesquisada. No caso dos lotes,essa categoria abrange pelomenos ¾ dos lotes pesquisados.Essa elevada preponderância de“Próprio quitado” não acontece nocaso dos domicílios,principalmente na situação rural,quando pouco mais da metadedos domicílios encontram-se nestasituação.

2) A maioria dos domicíliosapresenta de 4 a 6 moradores,seguido dos que têm de 2 a 3moradores. Esses dois grupostotalizam quase 480 domicílios, oque permite concluir que na áreapesquisada, os domicílios contamcom 2 a 6 moradores na suaabsoluta maioria.

3) Tanto na área urbana, quantona rural, os domicílios possuempelo menos 7 cômodos, o que

Número de Questionários Aplicados porSituação dos Domicílios

Municípios Área Urbana Área Rural TotalAraranguá 18 18 36Biguaçu 0 27 27Capivari de Baixo 4 12 16Garopaba 0 3 3Içara 11 2 13Imbituba 7 28 35Jaguaruna 1 5 6Laguna 2 13 15Maquiné 0 8 8Maracajá 8 15 23Osório 1 3 4Palhoça 35 67 102Passo de Torres 0 3 3Paulo Lopes 55 10 65Sangão 2 3 5Santa Rosa do Sul 11 4 15Santo Amaro da Imperatriz 0 12 12São João do Sul 1 12 13São José 4 8 12Sombrio 13 8 21Terra de Areia 1 6 4 20Torres 5 1 6Três Cachoeiras 15 9 24Tubarão 36 2 38

TOTAL 245 277 522

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oferece um bom indicador dehabitabilidade (separaçãofuncional entre os diferentescômodos).

Pouco mais de 2,0% dosdomicílios pesquisados possuematé 3 cômodos, os quais nãopermitem a separação funcionalentre quarto, sala, cozinha ebanheiro.

4) A qualidade construtiva dasresidências, laje de concreto, écomum em periferias urbanas, emque os moradores ocupam suascasas sem que o telhado aindaesteja pronto.

Na maior parte dos casos, tantona área urbana, quanto na rural,as residências utilizam telha decerâmica para cobertura, seguidode telha de amianto.

É nítido o predomínio, tanto emáreas rurais, quanto urbanas, dautilização da alvenaria e damadeira em paredes externas.

Os materiais utilizados no piso sãotábuas aparelhadas (tábua corridae mais rústica) e a lajota. Autilização destes dois materiais éfeita em quase 90,0% dos casos,independente da situação dodomicílio. A utilização do taco nãodiferencia a situação urbana darural.

5) Nos municípios pesquisados,foram identificadas 41 famíliassecundárias ocupando a mesmaresidência de outra família,considerada, então, principal.Pôde-se ver que 482 domicílioseram unifamiliares, enquanto 37eram ocupados por duas ou maisfamílias. O que chamou a atenção,porém, foi o grande número defamílias em que um dos cônjugesencontrava-se ausente. Nestescasos a maioria das famílias eramcomandadas por mulheres.

6) Os domicílios pesquisados ecorrespondentes familiarescompunham-se de 2.041 pessoas,distribuídas equilibradamente entreos dois sexos. Apenas 21moradores tinham, na ocasião,menos de 1 ano de idade.

Entre os homens, a faixa etáriadominante era de 20 a 29 anos e,entre as mulheres, a de 30 a 39anos. Pôde-se observar, ainda,que as faixas etárias 10 a 14 anose 60 a 69 anos se equivalem,ainda que esta última cubra doisquinqüênios.

7) Nas áreas urbanas, há oevidente predomínio de domicíliosligados à rede geral de água ecom canalização interna. Já nasáreas rurais, o predomínio, aindaque menos acentuado, é dedomicílios com canalizaçãointerna, porém sem ligação com arede geral.

Tanto na rede rural, quanto naurbana, a maioria absoluta dosdomicílios tem instalaçõessanitárias próprias, predominandoclaramente as instalações internasou contíguas, o que mostra umquadro de relativa confortabilidade.

O esgoto sanitário lançado na redegeral não implica,necessariamente, que ele recebaum tratamento adequado para olançamento final nos corposd’água.

Tanto na área rural, quantourbana, predomina a fossa sépticacomo destino final do esgotodoméstico. Porém, é grande onúmero de lançamentos a céuaberto, em valetas e em córregose rios.

8) Pouco menos de 3,0% dosmoradores foram definidos comoanalfabetos, isto é, pessoas quenão são capazes de escrever umbilhete simples ou ler um textocurto.

Mais de 1.100 moradorespossuem as 4 séries iniciais doensino fundamental, 168 possuemo 2º grau completo e 31 o superior.Quase 500 moradores estãoestudando e 108 pretendem voltara estudar.

Das 1.630 pessoas residentes,com 10 anos de idade ou mais,cerca de 734 declararam estarocupadas, o que dá uma taxa deocupação de 45,0% da populaçãoem idade ativa. O número dedesempregados – definidos comopessoas desocupadas e que estãoprocurando emprego ou que estãosem ocupação a menos de ummês – é relativamente pequeno.

Os serviços domésticos ou do lar,absorvem um número não muitoelevado de moradores, o que estáassociado com o númerorelativamente grande de mulheresque atuam como titulares defamílias, ou chefe de domicílio.

A maior parte dos homens emulheres se declararamempregados, seguido dos quedeclararam trabalhar por conta

própria. O número deempregadores é muito pequeno,correspondendo à 2,8% doshomens e 1,3% das mulheres.

Os dois grupos intermediários derenda têm, respectivamente, 125 e150 domicílios, sendo este últimoo grupo modal. Em conjunto elessomam 52,7% da população. Poroutro lado, os 4 estratos de maiorrenda somam 216 domicílios erepresentam 41,8% dos domicíliospesquisados.

Concentrando-se a análise nos 3maiores municípios – Araranguá,Palhoça e Tubarão, observou-seque o estrato modal dos 2primeiros coincide com o doconjunto dos domicíliospesquisados (650 a 1.300 reais).

Já em Tubarão, o estrato modal éo imediato abaixo, isto é de 390 a650 reais. A renda pessoal ésignificativamente menor, emmédia, que a domiciliar, o que é dese esperar. A maioria das pessoasestão concentradas em 3 gruposde renda.

No primeiro grupo, com renda até130 reais, estão 166 pessoas, oque representa 19,9% daspessoas com renda declarada.

Nos dois grupos intermediáriospertencentes aos estratos derenda de 260 até 390 reais e 390até 650, estavam 355 pessoas,representando 42,6% do total.

O estrato modal, com 190pessoas, é o de renda mensalentre 390 e 650 reais. Este étambém o estrato modal nosmunicípios de Araranguá, Osório,Paulo Lopes e Três Cachoeiras. É,ainda, o estrato modal nosmunicípios em que a rendapessoal apresenta distribuição bi-modal ou tri-modal, comoMaquiné, Biguaçu e São José. Nosmunicípios de Imbituba, SantaRosa do Sul, São João do Sul,Terra de Areia e Tubarão, adistribuição da renda pessoalmensal apresenta o grupo derenda até 130 reais como o demaior concentração, ou seja, esteé o estrato modal nessesmunicípios.

Deve-se acrescentar que onúmero de pessoas com rendadeclarada é maior do que o grupode pessoas ocupadas, em virtudede outras fontes de renda comoaposentadoria, pensões e outras.

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AIDUNIDADES DE PAISAGEM

UNIDADE 1 – Sopé demontanhas, restingas e lagoasgaúchas : compreende toda a áreado RS indo de Osório até o rioMampituba. O lado oeste darodovia é composto pelasunidades Botucatu e Serra Geral.Já o lado leste, encontra-se aUnidade das Planícies Litorâneas.

UNIDADE 2 – Restingas e lagosdo sul catarinense : esta unidadeé formada por toda área que vaido rio Mampituba até Sanga deAreia. Está inclusa na UnidadePlanícies Litorâneas.

UNIDADE 3 – Várzea do rioAraranguá : vai desde a Sanga deAreia até o acesso a Içara.Pertence à Unidade PlaníciesLitorâneas.

UNIDADE 4 – Várzea do RioTubarão/Lagoa Jaguaruna/RioUruçanga : corresponde à planícieque vai do acesso a Içara até aPonta da Laranjeira.

UNIDADE 5 – Restinga Mirim/Imaruí : vai da Ponta da Laranjeiraaté o acesso a Imbituba. Pertenceà unidade GeomorfológicaPlanícies Costeiras.

UNIDADE 6 – Lagoa Ibiraquera :e a faixa que vai do acesso aImbituba até Capela Santa Cruz.Está inclusa na UnidadeGeomorfológica PlaníciesLitorâneas.

UNIDADE 7 – Planícies eterraços do Araçatuba : vai daCapela de Santa Cruz até aPenha. Pertence a UnidadeGeomorfológica Serra doTabuleiro.

UNIDADE 8 – Graben PauloLopes / Araçatuba : correspondea faixa que vai de Penha até Costado Morro, e pertence a UnidadeGeomorfológica Serra doTabuleiro, em uma zona rebaixada,localizada entre duas falhas,constituindo uma fossa.

UNIDADE 9 – Planície e terraçosdo Massiambu : vai desde Costado Morro dos Cavalos até Morrodos Cavalos. Esta área

compreende, a UnidadeGeomorfológica PlaníciesLitorâneas.

UNIDADE 10 – Encostascontinentais da baía sul :corresponde a área que vai doMorro dos Cavalos até o Braço doCubatão. Esta área compreende aUnidade Geomorfológica Serra doTabuleiro e, secundariamente, aPlanícies Litorâneas.

UNIDADE 11 – Planície Maruim/Cubatão : esta unidadepaisagística vai do Braço doCubatão até Florianópolis. Quantoà geomorfologia, inclui-se naUnidade Planícies Litorâneas.

ANÁLISE INTEGRADAAID - Área de Influência Direta do empreendimento, para os elementosfísicos e biológicos, encontra-se na “Análise Integrada - Pontos Notáveis”,subsidiando a identificação e caracterização desses pontos, trechos ousituações críticas.

MEIO FÍSICO

Grande parte das pessoas que declararam renda não souberam identificar o seu setor de atividade (aposentados oudesempregados que obtiveram renda no mês anterior, e que foram computados, declaravam o setor em que seencontravam trabalhando), chegando a representar 27,8% do pessoal com renda declarada, constituindo, assim, ogrupo de maior ocorrência.

O comércio, a construção civil e os serviços de transporte e indústria formam os grupos com maior número depessoas ocupadas, ou seja, 46,1% do emprego declarado, liderados pelo comércio, com 22,9% da ocupação.

O setor primário (agricultura, pecuária, pesca, etc) é responsável por 6,0% da ocupação declarada. Na maior partedos setores econômicos, as pessoas concentram-se, em maior número, no grupo de renda de 390 a 650 reais,exceto os que não souberam identificar o seu setor econômico de atividade, que encontram-se dominantemente nogrupo de renda de até 130 reais.

MEIO BIÓTICODistribuição das Unidades de Paisagem na AID e sua Relação às

Unidades do Meio FísicoUnidades do Meio Biótico Extensão e limites Relação com as unidades do meio físico

Lagoas Costeiras De Osório até a bacia do Piedmont, restingas e lagoas gaúchas. Rio Araranguá (excluída). Restingas e lagoas sul catarinenses.

Araranguá/Tubarão Bacias dos Rios Várzeas do Rio Araranguá. Araranguá e Tubarão. Várzeas do Rio Tubarão.

Dunas e lagunas Bacia do Rio Tubarão Restinga Mirim / Imaruí. (excluído), até Imbituba.

Entre serras De Imbituba até Paulo Lopes Lagoa de Ibiraquera. Planícies e terraços do Araçatuba.

Campo do Araçatuba De Paulo Lopes ao Morro dos Graben Paulo Lopes/Araçatuba. Cavalos, incluindo a bacia Planícies e terraços do Massiambu. do Rio Massiambu

Encostas litorâneas Do Morro dos Cavalos a Encostas continentais da bacia sul. Florianópolis Planície Mirim / Cubatão.

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Com o método usual defotointerpretação, obteve-seinformações da tipologia comespécies indicadoras da qualidadeambiental, a ocorrência deespécies de valor científico eeconômico, além das raras eameaçadas de extinção e dasáreas de preservação permanente.O material botânico coletado “inloco” está devidamente mantidosegundo técnicas de Nori et al eIBGE (1992); identificado seguindoos padrões da taxonomia clássicae depositado em herbário.Nos estados de Santa Catarina eRio Grande do Sul, onde os altosparedões da Serra do Mar perdemcontinuidade, a devastaçãotambém está presente. A extraçãocontínua de madeira, expansãomal planejada de atividadesagropecuárias e a intensaexploração imobiliáriadeterminaram ser praticamenteimpossível detectar-se algum lugarem que a ação humana não se feznotar.Esta situação é particularmenteevidente em grande parte da áreade influência direta do trechoFlorianópolis - Osório a serduplicado da BR-101, localizadana planície costeira. Praticamentetoda a área de domínio do DNERe áreas adjacentes podem serconsideradas como fortementedescaracterizadas pela ação dohomem, englobando estágiossucessionais iniciais de FlorestaOmbrófila Densa, áreas depastagem e cultivos diversos,reflorestamentos e povoamentoscom espécies exóticas (Pinus spp.;Eucalyptus sp.).A vegetação ribeirinha épraticamente inexistente ao longodos rios que cruzam a BR-101 oumuito próximos. Em sua maioria,foram substituídos por pastagense cultivos.

UNIDADE 1 – LAGOASCOSTEIRAS

Estes espaços geográficos situam-se entre Osório e a bacia do rioAraranguá.Nas zonas florestais, apresentamem seu estrato superior espéciescomo: mata-olho, tanheiro, maria-mole e canjerana, e nos inferiores:laranjeira-do-mato, catiguá e

ancho.Dentro da AID do empreendimento, no trecho entre Torres e Osório há aReserva da Biosfera da Mata Atlântica, a qual possui, na área do traçadouma zona de transição e as zonas tampão associadas às lagoas de Itapevae dos Quadros.

RELAÇÃO ENTRE ZONA NÚCLEO E FRAGMENTOAtualmente, as áreas de campo encontram-se ocasionalmenteinterrompidas por fragmentos de florestas, os quais raramente exibemligação com áreas ou zonas nucleares para a fauna e os contrafortes daSerra Geral.A vegetação enquadrada em Floresta Ombrófila de Terras Baixas, têm naAID, baixa representatividade. Em Sanga da Toca (Guarita) no município deSombrio, encontra-se praticamente o último remanescente bem preservadodeste tipo vegetacional. Em área particular de aproximadamente 10 ha,muito próxima à área de domínio do DNER, encontra-se uma vegetaçãoexuberante que pode atingir até 28 m de altura e diâmetros consideráveis.Nesta área, foi detectado como bastante freqüência, o palmito.As encostas próximas ao município de Osório verifica-se coberturaestacional, em diferentes estágios. Nas áreas mais íngremes das encostasesta vegetação apresenta-se em melhor estado de conservação.No grupo das aves, há o predomínio de espécies campestres como acuricaca, as codornas, quero-queros e sabiás, além de outras espécies queforragiam nos gramados em busca de alimento. As espécies que sealimentam de insetos também são bastante representadas, os papa-moscas, maria-preta-de-penacho, tesourinha, bem-te-vi, suiriri, anus,cohicho, joão-de-barro e o pica-pau-do-campo.Muitas espécies de formações abertas adaptam-se as práticasagropecuárias, como inhambus-chororós, perdigões, codornas, siriemas,corujas-buraqueiras e carcarás.A garça-vaqueira parece ter colonizado a região em anos recentes. Essaespécie provém do continente africano e vem invadindo a América do Sulonde se aproveita do desgaste ocasionado pela pecuária extensiva.É comum a presença de aves que se alimentam de frutos e néctar como ossanhaços e beija-flores. Já é comum também, a presença do pardal e datambém européia, pomba doméstica.A presença de esparsas árvores frutíferas e arbustos proporciona alimentoa periquitos e tirivas e insetívoros como choca-de-boné-castanho e dabrejarara.Foram observados alguns carnívoros como o gavião-peneira e o gavião-caboclo, urubus, os caracarás e os gaviões-carrapateiros Sobrevoando aspastagens locais.A rolinha caldo-de-feijão, a icuí e a avoante são também características deáreas arbóreas menos acentuadas do que as matas que cobriam o local deenfoque.Com o predomínio de formas campestres, as espécies de mamíferosprevisíveis de ocorrência são: cachorro-do-mato, graxaim e furão, entreoutros.Os fragmentos florestais são apontados como mantenedores de espéciescomo: preá, tatu-de-rabo-mole, gambá, tapiti, cuíca, quati, furão, cachorro-do-mato, cuíca verdadeira, ouriço e tamanduá mirim.As formações florestais nas vertentes apresentam características deavançada regeneração o que possibilita a ocorrência de felinos.

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOSÉ ocupada em grande parte por inúmeras lagoas de tamanho variável, bemcomo por uma infinidade de banhados e brejos, bastante típicos.Os ecossistemas fluviais da região enquadram-se na categoria dearmazenamento, exibindo baixa velocidade e capacidade de transporte demateriais.Nos locais permanentemente inundados, merecem destaque: piri e tiriricas.O grupo de gramíneas é formado principalmente por macega, capim-caninha e capim. São comuns também diversas espécies de caraguatás,com agrupamentos nas áreas brejosas, ao lado das aglomerações de

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carquejas e vassouras.A condição geral dos sistemasaquáticos gera grande ofertaalimentar para todos os níveis dacadeia trófica, traduzindo-se emalta produtividade local.Os peixes mais encontrados sãoaqueles que se alimentam dedetritos tais como: birus,cascudos, tamboatás, caximbause o mandi-pintado. Entre avegetação é comum encontraracarás, pequenos lambaris,sarapós, barrigudinhos e traíras.No rio Três Forquilhas, registrou-sea ocorrência de espécies exóticascomo tilápia e carpa. Apesar dosimpactos sofridos pelo local, afauna aquática e limínica mostra-se diversificada, tendo sidoregistradas espécies tidas comoameaçadas, como a lontra, ojacaré de papo-amarelo, capivaras,mão-pelada, jaçanãs, frangos-d’água, narceja, gavião-caramujeiro e o cardeal-do-banhado.

UNIDADE 2 - ARARANGUÁ/TUBARÃO

ECOSSISTEMAS TERRESTRESNesta unidade, a paisagem dominante dentro daAID é a de campos, ocasionalmenteinterrompidos por fragmentos florestais.As aves mais freqüentes na área são: gavião-peneira, carrapateiro, quiriri, siriema, anu, anu-branco, saci, tesourão, pica-pau-do-campo, joão-de-barro, fuirinha, noivinha, bem-te-vi-vaqueiro,guaracava, andorinha-grande-de-casa, sabiá-do-campo, graúna, maria-preta, caminheiro, tico-tico, tico-tico-do-campo, tiziu e o pardal, todos decunho generalista.Nas culturas de arroz, verificou-se o predomíniodos garibaldes e da asa-branca, além depequenos e médios mamíferos roedores.As espécies de mamíferos mais comuns nasáreas de campos são o gambá e diversosroedores como preás e ratos silvestres.Ocasionalmente ocorrem ainda o furão e ocachorro-do-mato. Exemplares de quatis etamanduás mirins podem ser registrados nosremanescentes florestais ou vagando entre osfragmentos.

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOSA situação das bacias hidrográficas (riosTubarão, Urussanga e Araranguá) é descrita pelaFATMA (1991), destacando o comprometimentode 2/3 da extensão das mesmas, refletindo oimpacto gerado pelas mineradoras, as quaisgeram rejeitos ácidos na ordem de 300.000 m³/dia.Conseqüentemente, estas bacias recebem

diariamente3.370 toneladas de sólidos totais, 127 toneladas de acidez, 320toneladas de sulfatos e 35,5 toneladas de ferro total. Além disso, oconstante assoreamento dos rios eleva acentuadamente a turbidez emagnifica os efeitos periódicos dos transbordamentos.FATMA (1991) destacou que na bacia do rio Araranguá há grandemortandade de peixes, notadamente no período de chuvas intensas,afetando mais de 5.000 famílias que vivem da pesca.

UNIDADE 3 – DUNAS E LAGUNAS

ECOSSISTEMAS TERRESTRESNesta unidade, a BR-101 adentra o domínio paisagístico onde seevidenciam formações de dunas, entremeando campos antrópicos,reflorestamentos e pequenos remanescentes.Segundo os pesquisadores Cordazzo e Seeliger (1987)1, que estudaram acomposição e distribuição das dunas costeiras no sul do RS, a flora dasdunas é rica em espécies, em relação a outros ambientes estressados,devido ao grande número de habitats, formando um complexo mosaico, oque favorece a diversidade.Os sistemas de dunas que terminam em campos e terrenos agrícolaspodem ser ocupados por plantas invasoras, ao contrário das dunas queterminam em banhados de água doce dominados por espécies aquáticas.No setor adjacente à BR-101 podem ser encontradas capim-das-dunas egrama-branca, além de espartina e mais algumas espécies. No ambientedunar remoto, onde predominam dunas fixas e semifixas mostrando noslocais mais abrigados e periferia de brejos, ocorrem pequenos e médios

1 - CORDAZZO, C.V. e SEELIGER, U. - Composição e distribuição da vegetação nas dunas costeiras ao sul do Rio Grande/RS. Ciência e Cultura. 1987.

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capões arbustivo-arbóreos, geralmente em cordões paralelos à linha de costa. Sua cobertura vegetal é compostaprincipalmente de capororoca-vermelha, maria-mole, bugreiro, concon e embira, entre outras.Nos locais aplainados e menos úmidos, predominam capim-membeca, capim-amoroso, plumas brancas do litoral ediversos outros.Na localidade de Bentos, próximo à Laguna, há ocorrência de trecho expressivo com as seguintes espéciesassociadas aos butiás: cactos, orquídeas, caleandras e pteridófitas.As dunas móveis são bastante expressivas no trecho entre Laguna e Imbituba. Estes locais são caracterizados pordunas de areia, que no sul de SC chegam a se interiorizar mais de 2 km, completamente despidas de vegetação.Nesta região é freqüente a presença de gramíneas com estolões que chegam a 6 m de comprimento e cobrem até100 m² de solo, o que lhe confere uma expressiva capacidade de fixação das dunas que coloniza.A estreita faixa arenosa entre a zona das marés e as dunas – denominadas antedunas – é ocupada por conjuntos dediferentes espécies com sistemas de raízes e folhas eretas, que produzem uma zona de aprisionamento de areia,fixando a duna.Sobre as dunas e nos campos é comum observar algumas aves como: gaviões, urubus, corujas, avoantes, pombas,bem-te-vis, sabiás e quero-queros, e os pequenos mamíferos como: furões, preás e gambás.

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOSDestacam-se as lagoas de SantoAntônio, Imaruí e Mirim.As atividades agrícolas e olançamento de esgotosdomésticos atuam como duas dasprincipais fontes de entrada depoluentes no Sistema do Imarui.Este aspecto se reflete em valoreselevados de DBO (oxigêniodissolvido) para a oxidação deelementos (acima de 300 mg/l),em diversos setores da laguna, omesmo ocorrendo com a DQO(demanda química de oxigênio) ecom a concentração de coliformes(INPH, 1994).

Comparação de Concentrações de Metais e doDQO - Demanda Química de Oxigênio de 1984 com os Dados de 1993

Parâmetros Lagoas Concentração (1984) Concentração(1993) Percentual

Mg LSA 257 758 295Mg/kg LI 189 1153 610Sedimento LM 285 783 275

FE LSA 9122 29948 328Mg/kg LI 7010 55111 786Sedimento LM 7753 4711 608

Ni LSA 1,2 17,5 1458Mg/kg LI 0,9 31 3444Sedimento LM 1,2 28 2333

DQO LSA 130,2 50,5 39Mg/l LI 216 154 71Água LM 88,5 101 114

Legenda:LSA = Lagoa Santo Antânio LI = Lagoa Imaruí LM = Lagoa Mirim

FONTE: CENTEC/UNISUL (APUD, INPH, 1994)

Tendo como base os dados do INPH (1994), observa-se que a principal fonte de descaracterização dos sistemas emenfoque é o incremento na entrada de efluentes.Na planície lagunar evidenciam-se formações pioneiras fluviais e flúvio-lacustre-marinhas onde são comuns: junco,

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grama-branca, taboa e rainha-dos-lagos. De permeiodesenvolvem-se capõespredominantemente compostosde: vacunzeiro, murta, branquilho,maria-mole, figueira-do-mato eoutras.Sobre as lagunas, o conjuntofaunístico é formado pelo atobá,garça, gaivotão e trinta-réis. Estearranjo denota a oferta alimentarpresente, onde a savelha, tainhas,peixe-rei, barrigudinhos, carapicuse carapebas são comuns.Encontram-se com freqüênciamergulhões, garças, marrecas,franga d’água, narceja, dragão,entre outros.A presença de elementos – traçopotencialmente tóxicosconstatados em ostras,camarões, siris e peixes,evidenciam a existência depoluentes na água e nossedimentos lagunares. O registronas lagoas Mirim, Imaruí e commaior freqüência na Lagoa SantoAntônio, de teores relativamenteelevados dos metais Ni, Cd, Zn,nos materiais estudos associadosà ocorrência de “blooms” epresença de formas teratológicasobservadas no fitoplâncton,mostram para esse subsistemauma situação crítica.

UNIDADE 4 – ENTRESERRAS

ECOSSISTEMAS TERRESTRESA passagem por entre as serrasconfere uma fisionomia particulara esta unidade de paisagem.As áreas descampadas coexistemcom reflorestamentos eformações secundárias deflorestas submontanas. Destaforma, proporcionam a ocorrênciade espécies como: alma-de-gato,chupa-dente, trinca-ferro,maritaca, periquito, cambaxirra,tico-tico, curuíra, garibaldo,inhambú-xitã, juriti-pupu, gavião-carijó, gavião-de-rabo-pequeno,tico-tico do mato e trinca-ferro.

ECOSSITEMAS AQUÁTICOSOs sistemas de drenagenspresentes nesta unidademostram-se pouco expressivos.

UNIDADE 5 – CAMPO DEARAÇATUBA

ECOSSISTEMAS TERRESTRESEsta unidade se desenvolveessencialmente na baixadaMassiambu, que encontra-seemoldurada pelas serrascristalinas.A cobertura vegetal da áreaencontra-se intimamenterelacionada ao tipo de solo, ainfluência dos ventos e ação dasvagas.Na Área de Influência Diretaobserva-se essencialmente áreascampestres e reflorestamentoscom espécies exóticas entrematas, as quais encontram-sereduzidas a pequenos núcleos daFormação Terras Baixas.Os estratos superiores sãogeralmente constituídos porcupiúva, canela-garuva, figueira-folha-miuda, canela-amarela eguaramirim-ferro. Nos estratosmédios e inferiores são maisfreqüentes: catiguá-morcego,seca-ligeiro, cortiça e gradiúva-d’anta. Os locais sujeitos a longosperíodos de inundaçãoapresentam predomínio deguanandi, tanheiro, maçaranduba,guapeva e pau-angelim. Também énotável a presença de banana-do-mato e gravataí. Na formaçãoherbácea, caracterizam-se pelaassociação taboa/lírio-do-brejo, ouformações arbóreas puras, oscaxetais.A fauna mantém o padrãoeminentemente campestre,relatado em todos os demaisdomínios.

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOSDuas bacias hidrográficas sedestacam na área: a do rioMassiambu e a do rio da Madre.Em ambas, o rio principal nascena encosta das serras cristalinas eatravessa a baixada em cursomeandrante. Nas porções planas,os sistemas sofrem inundaçõesocasionadas pelas variações demaré.Na porção baixa do rioMassiambu, observa-se apresença de manguezais(Formação Pioneira de InfluênciaFlúvio-Marinha).Este arranjo gera no meio aquático

grande oferta alimentar aosdemais grupos encontrados emáreas estuarinas.São observados martins-pecadores, garças, biguás,saracuras, socós e marrecas. Nasregiões marginais dos rios foramregistradas as presenças demãos-peladas, capivaras, cuícas elontra, sendo a última, consideradaameaçada de extinção peloIBAMA.Se deslocando entre as pequenasáreas alagadas do local, foramobservadas as marrecas-pé-vermelho, irerês, saracura-sanã,garça-branca, maria-faceira,socozinho e as jaçanãs.

UNIDADE 6 – ENCOSTASLITORÂNEAS

ECOSSISTEMAS TERRESTRESEsta unidade tem início com opercurso sobre terreno declinoso,próximo ao mar, passando pararelevo plano quando datransposição do rio Cubatão.No primeiro trecho, a forma dorelevo associada à vegetação geraabrigo para as aves e pequenosmamíferos, evidenciando-se umarranjo similar ao observado naUnidade 4, onde as espécies maisfreqüentes são: gavião-peneira,carrapateiro, quiriri, anu, anu-banco, joão-de-barro, freirinha,noivinha, andorinha-grande-de-casa, sabiá-do-campo, graúna,maria-preta, tico-tico, tico-tico-do-mato, tiziu e o pardal.

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOSOs rios dominantes na área sãopequenos. O rio Cubatão e asbacias entre este sistema ePalhoça constituem uma exceção,exibindo condições de transiçãoentre unidades de transporte e dearmazenamento.Nos pequenos cursos d’água asespécies mais freqüentes são:cascudos e lambaris.Nos remansos do rio Cubatãoconcentram-se os barrigudinhos,acarás, mandis, cascudos, traíras,bocarras, trubiras e jundiá.Tendo em vista que muitos destesgrupos são apreciados comoalimento pela população, taisáreas se constituem emimportantes sítios de pesca.

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LOCAL CORPO HÍDRICO

Km 3,0 Contorno de Florianópolis Rio do Inferninho

Km 5,6 Contorno de Florianópolis Rio Felúcio

Km 14,7 Contorno de Florianópolis Rio da Saudade

Km 17,0 Contorno de Florianópolis Rio dos Três Riachos

Km 19,8 Contorno de Florianópolis Rio Biguaçu

Km 29,3 Contorno de Florianópolis Riacho Forquilha

Km 32,3 Contorno de Florianópolis Rio Maruém

Km 39,1 Contorno de Florianópolis Rio Passa Vinte

Km 42,3 Contorno de Florianópolis Rio Aririú

Km 218,5 BR-101/SC Rio Aririú

Km 220,9 BR-101/SC Rio Cubatão

Km 224,0 BR-101/SC Rio Cambirela

Km 225,8 BR-101/SC Rio do Neto

Km 227,8 BR-101/SC Rio da Mata-Fome

Km 229,8 BR-101/SC Rio do Veríssimo

Km 235,5 BR-101/SC Rio Massiambu

Km 237 BR-101/SC Rio do Furado

Km 245,0 BR-101/SC Rio da Madre

Km 251,1 BR-101/SC Rio de Paulo Lopes

Km 261,9 BR-101/SC Rio Cachoeira Bonita

Km 271,7 BR-101/SC Rio Araçatuba

Km 314,9 BR-101/SC Travessia da Lagoa Imaruí

Km 323,6 BR-101/SC Córrego do Matuto

Km 329,9 BR-101/SC Rio Capivari

Km 337,0 BR-101/SC Rio Tubarão

Km 339,8 BR-101/SC Canal do rio dos Correias

Km 344,5 BR-101/SC Córrego do Mesquita

Km 346,1 BR-101/SC Rio Cubículo

Km 358,5 BR-101/SC Rio Sangão

Km 363,3 BR-101/SC Rio Jaguaruna

Km 368,4 BR-101/SC Rio Urussanga

Km 372,9 BR-101/SC Rio Linha Anta

Km 374,1 BR-101/SC Rio Linha Anta

Km 380 BR-101/SC Rio dos Porcos

Km 401,2 BR-101/SC Sanga Encantada

Km 411,8 BR-101/SC Rio Araranguá

Km 424,6 BR-101/SC Sanga da Toca

Km 437,0 BR-101/SC Rio de Laje

Km 440,4 BR-101/SC Sanga Glorinha

Km 465,9=0 BR-101/SC/RS Rio Mampituba

Km 20,9 BR-101/RS Rio Cardoso

Km 40,2 BR-101/RS Rio Três Forquilhas

Km 52,0 BR-101/RS Rio Sanga Funda

Km 64,5 BR-101/RS Rio Maquiné

PONTOS NOTÁVEISMEIO FÍSICOGEOLOGIA,GEOMORFOLOGIA ESOLOS

Sob a ótica da geologia,geomorfologia e pedologia, ospontos mais sensíveis,considerados como notáveis, emrelação à instabilidade deencostas, erosão, geração desedimentos e problemasconstrutivos diversos, onde asobras de duplicação deverão seracompanhadas de cuidadosespeciais, configuram-se aquelesde suscetibilidade à erosão (deforte a muito forte) encostasinstáveis e argila mole.Destacam-se, ao longo do traçadoatual e das variantes propostas,os solos litólicos, dominantesdesde a cidade de Osório até asproximidades de Maquiné, enovamente junto a Terra de Areia;e os Cambissolos cascalhentos defase pedregosa e/ou rochosa,entre Jaguaruna e Tubarão, a lestede Vila Capivari, entre Imbituba ePaulo Lopes, a oeste de Garopabae a sudeste de Santo Amaro daImperatriz.A geração de sedimentos, noslocais acima destacados, torna-seainda mais preocupante quandonas proximidades de cursos dedrenagens, cuja travessia daBR-101 se dá em seus baixoscursos, ou trechos aplainados,caracterizados como ambientesde deposição de sedimentos.Os pontos considerados notáveis,em relação a esta situação,configuram-se nas travessias dosrios Maquiné, Três Forquilhas eTainhas, no Estado do Rio Grandedo Sul, e do rio Massiambu, noEstado de Santa Catarina.

RECURSOS MINERAISAo longo da AID, foramidentificados, junto ao CadastroNacional do DNPM, 224processos, envolvendorequerimentos, concessões,autorizações, licenciamentos,disponibilidades, renovações depesquisa e/ou lavra.

RECURSOS HÍDRICOS

Os principais cursos d’água a serem atravessados pela duplicação da BR-101, que necessitam de cuidados ambientais, foram denominados aqui de“Pontos Notáveis”.

PRINCIPAIS CORPOS HÍDRICOS DA BR-101

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Algumas unidades se destacamdentro do contexto ambiental, poisreúnem remanescentes deformações outrora amplamentedistribuídas e atualmente raras naregião como um todo.

Tem-se que todas as unidades deconservação devem ser tratadascomo pontos notáveis, visto quedemandam cuidados particularesem sua manutenção.

• Patrimônio Nacional: ZonaCosteira, Serra do Mar e MataAtlântica.

• Reserva da Biosfera da MataAtlântica: declarada entre 1991 e1993, engloba as partes maissignificativas dos remanescentesda Mata Atlântica, incluindo áreasmarítimas e a maioria das ilhascosteiras e oceânicas, desde oCeará até o Rio Grande do Sul.

• Área Tombada da FlorestaAtlântica no Estado de SantaCatarina.

• Área Tombada da FlorestaAtlântica no Estado do Rio Grandedo Sul.• Parque Nacional da Serra Geral.

QUALIDADE DO AR

Com a finalidade de estimar onível de ruído e de poluição, aolongo da BR-101, foram realizadasmedições com decibilímetro empontos escolhidos (acostamentosdas interseções) de acesso àscidades de Florianópolis, PauloLopes, Penha, Vila Nova,Itapirubá, Tubarão, Araranguá,Sombrio, Três Cachoeiras, Terra deAreia e Osório.Nesses locais, verificou-se quenão havia outras fontesimportantes de emissão de ruídos,além do tráfego na rodovia.Em seguida, foram realizadasmedições de nível de CO e ruído,simultâneas com contagem detráfego, na cidade de Florianópolis,em esquinas de grandemovimento, situadas próximas aofuturo contorno.

As medições dos níveis de ruídos e

emissões de CO efetuadas emFlorianópolis foram em três pontos:

Ponto 7 – esquina das ruasPedro de Moralescom MarechalHermes;

Ponto 8 – esquina AvenidaGeneral EuricoGaspar Dutra com arua Santos Saraiva;

Ponto 9 – esquina dasAvenidas Ivo Silveiracom Dom Pedro I.

Uma análise comparativa dessesresultados mostra que os menoresvalores de ruído encontrados,foram em Três Cachoeiras (médiade 79 decibéis para os máximos ede 47,7 para os ruídos “de fundo”)e os maiores, em Araranguá(média de 87 decibéis para osmáximos, e de 59,3 para os “defundo”).

Verifica-se um crescimento donível de ruídos, com ocrescimento do tráfego da ordemde 1 decibel para cada 1.000veículos, no intervalo considerado– 79 a 87 decibéis, e de 1,5decibéis para cada 1.000 veículosconsiderando-se o ruído “defundo”, no intervalo de 47,7 a59,3 decibéis.

Como os teores de CO, medidosem Florianópolis, estiveramsempre abaixo dos níveisaceitáveis, e sendo esses locaisos de maior concentraçãoesperada de CO, conclui-se quenos demais pontos, ao longo daBR-101, em que foram medidosos níveis de ruídos, os níveis deCO, deverão estar também,dentro dos limites deaceitabilidade.

• Parque Nacional de Aparadosda Serra.

• Reserva Biológica Municipal deOsório.

• Área de Proteção Ambiental doMorro de Osório.

• Parque Estadual da Serra doTabuleiro.

• Estação Ecológica de Aratinga.

• Reserva Biológica EstadualMata Paludosa.

• APA da Rota do Sol.

• Área Especial de InteresseTurístico (Município de Torres).

• APA da Lagoa Itapeva.

• APA Guarita-Itapeva.

• Faixas de Matas Ciliares – ver atabela de cursos d’águaatravessados peloempreendimento, cujas faixas devegetação ciliar devem serrespeitadas como Áreas dePreservação Permanente, segundoo Código Florestal.

Além das unidades deconservação, três outras áreasmerecem destaque:

• A primeira destas unidades,que representa um dos últimosremanescentes de vegetaçãoflorestal de terras baixas situa-seem localidade denominada Sangada Toca (Guarita), no municípiode Sombrio. Este remanescente,localiza-se em área particular deaproximadamente 10 ha,pertencente ao Sr. Manoel Joãode Souza, onde se encontraexuberante vegetação;

• A segunda área digna de nota,localiza-se próximo à Laguna,possui um trecho expressivo debutiazeiros esparsos pelo campolitorâneo. No local existe tantoriqueza de flora como de faunaassociada;

• Por fim, tem-se que toda aplanície no entorno da Lagoa doImaruí (terceiro ponto notável)deve ser alvo de atenções ecuidados especiais no sentido denão gerar alteração ao sistemalagunar.

MEIO BIÓTICO

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AIDEÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETAEXPANDIDA

Santa CatarinaÁguas MornasArmazémBraço NorteCocal do SulForquilhinhaGrão ParáGravatalImaruíJacinto MachadoLauro MullerMeleiroMorro da FumaçaMorro GrandeNova VenezaOrleansPedras GrandesPraia GrandeRancho Queimado

DEMOGRAFIAEm 1996, a população na AIDE, em Santa Catarina, era de 252,4 milhabitantes, divididos com equilíbrio entre 128,2 mil homens e 124,2 milmulheres, isto é, uma relação homem/ mulher de 1,03. A taxa deurbanização observada nesta data era de 48,7%, bem menor do que aquelaverificada na AID de Santa Catarina.A população urbana dessa AIDE varia entre um mínimo de 392 moradoresem Santa Rosa de Lima até o máximo de 14,5 mil, em Braço do Norte, comuma média, para esses municípios, de 4,6 mil moradores.A divisão da população entre os sexos na AIDE no Rio Grande do Sulapresenta-se de maneira mais ou menos semelhante à de Santa Catarina,haja vista que os 122,1 mil moradores da área dividem-se entre 63,0 milhomens e 62,1 mulheres, com a relação homem/ mulher de 1,01. A taxa deurbanização é de 78,7%. A população urbana varia de 668 moradores, emMorrinhos até 25,5 mil, em Capão da Canoa, com uma média de 12.018habitantes, mais que o dobro daquela verificada em Santa Catarina.Os 27 municípios que formam a AIDE em Santa Catarina apresentam taxasde crescimento da população total variando de –2,2454 (Lauro Muller) até3,8199 (São Ludgero), intervalo em que encontram 13 municípios com taxasnegativas. Quanto aos 9 municípios que compõem a AIDE no Rio Grandedo Sul, as taxas negativas de crescimento da população total aparecem emdois municípios, variando de - 0,4719, em Santo Antônio da Patrulha, a3,0413, em Xangri-lá.

USO DO SOLOQuanto à utilização do solo por parte dos estabelecimentos agrícolas,utilizou-se um indicador de especialização, calculado com base nosresultados do Censo Agropecuário do IBGE de 1995/96. Assim, osmunicípios foram classificados da seguinte forma:A - uso predominante é agrícola (área de lavouras maior que um);P - uso predominante é a pecuária (área com pastagens superior a um);F - uso predominante é a floresta (área de florestas e matas superior a um);

Além dessas categorias fundamentais, existem as combinações, como APou PA, em que o primeiro símbolo indica a predominância de uma classesobre outra, ainda que ambas sejam dominantes. Na AIDE em questão, 22(63,0%) dos 35 municípios têm como uso predominante a agricultura efloresta.

INDICADORESECONÔMICOSNa AIDE de Santa Catarina poucomais da metade dos municípiosconta com um sistema econômicoem que as atividades urbanas(indústria, comércio e serviços)predominam sobre as atividadesprimárias (agricultura, pecuária,silvicultura e pesca). Além disso,apenas quatro municípiosapresentam uma participaçãopercentual das atividades urbanassuperior àquela que existe noEstado, assim, a região analisadapossui uma atividade econômicaligada estreitamente às atividadesprimárias, para o que devecooperar o peso da pesca.Essa estrutura econômica sereflete na renda da população dosmunicípios da AIDE, os quaisapresentem variação no PIB percapita, que varia de R$ 453,00, emImaruí, até R$ 15.622, em Treviso.Essa variação expressa nocoeficiente de variação da ordemde 82,9%. Apenas cincomunicípios apresentam renda percapita superior à de SantaCatarina, retratando uma situaçãode relativo empobrecimento.A AIDE da parte do Rio Grande doSul mostra possuir uma economiamuito frágil no que se refere àsatividades econômica urbanas(indústria e comércio), uma vezque os estabelecimentosindustriais e comerciais possuemuma média muito baixa deempregados, denotando umsistema econômico constituído porpequenos empreendimentosfamiliares, o que pode ser visto, senão for problema de registro, pelonúmero de empregados menor doque estabelecimentos em pelomenos dois casos. A indústria domunicípio de Santo Antônio daPatrulha é a exceção à regra.A renda da população,principalmente quando comparadacom a da AIDE de Santa Catarinaé baixa. O PIB per capita atinge omáximo em Santo Antônio daPatrulha, apresentando umavariação de 939 até 1.472. Adistribuição da renda entre osmunicípios dessa AIDE apresenta,portanto, uma pequena variação,que se expressa no coeficiente devariação de 16,1%.

A Área de Influência Direta Expandida (AIDE), constituída no Estado deSanta Catarina por 27 municípios e no Rio Grande do Sul por 8 municípios,corresponde a expansão da Área de Influência Direta, medianteidentificação daqueles municípios que, mesmo não sendo atravessadospela BR-101, utilizam a rodovia para deslocamentos de média e longadistância.

Relação dos Municípios

Rio FortunaSanta Rosa de LimaSão BonifácioSão LudgeroSão MartinhoSiderópolisTimbé do SulTurvoUrussanga

Rio Grande do SulArroio do SalCambará do SulCapão da CanoaImbéMorrinhos do SulSanto Antônio da PatrulhaTramandaíXangri-lá

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IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICOproteção individual de segurança(máscaras, botas, protetores deouvidos, luvas, capacetes, etc),pelos funcionários das obras.(Fase de Operação)• Monitoramento dos níveis deefluentes e ruídos das descargasdos motores a combustão, aolongo da rodovia.• Controle e manejo dasvelocidades médias e níveis deemissões dos veículos na rodovia.• Divulgação dos resultados domonitoramento e controle darodovia às comunidades da região.

Início e/ouAceleração deProcessos ErosivosEsse impacto ocorreráno momento dostrabalhos de terraplenagem,particularmente quando realizadosem áreas mais suscetíveis aofenômeno, e ainda se os serviçosforem executados em períodos demaior pluviosidade.Ele será sentido não só ao longoda área diretamente afetada pelaconstrução da nova pista, assimcomo junto às áreas de obtençãode materiais de construção(jazidas e áreas de empréstimo).Durante o período de operação,esse impacto terá seus efeitosreduzidos, desde que os serviçosde manutenção rodoviária nãosejam negligenciados. Entretanto,no período de construção, ele nãodeve provocar alterações quepossam comprometer de formamarcante a qualidade ambiental,uma vez que tem abrangêncialocal e duração temporária.

Medidas Recomendadas(Fase de Projeto)• Buscar a otimização dosprojetos geométricos e deterraplenagem, de modo a evitargrandes intervenções,principalmente em áreas maisfrágeis, do ponto de vista daerodibilidade, procurando, reduziras necessidades de empréstimose bota-foras.• Buscar posicionar o greidepreferencialmente nas camadas dohorizonte B dos solos, que são,usualmente, as menos suscetíveisaos processos erosivos.

• Elaborar planos de recuperaçãoambiental de pedreiras, caixas deempréstimos e jazidas.• Desenvolver estudos e projetosde proteção ambiental (drenageme revestimento vegetal) de boaqualidade para os taludesresultantes de cortes e aterros.(Fase de Construção)• Programar os serviços deterraplenagem levando emconsideração o clima para quesejam evitados trabalhos nosmeses mais chuvosos.• Implantar os elementos dedrenagem previstos em projetos e,se possível, melhorá-los.• Executar a proteção vegetalimediatamente após a construçãode cada elemento deterraplenagem (cortes, aterros,etc). Em casos de cortes altos,fazer a proteção imediatamenteapós a construção de cadasegmento (banquetas).• Corrigir imediatamente osprocessos erosivos incipientes aolongo de taludes, cortes e aterros.(Fase de Operação)Manter um permanente sistema demonitoramento e conservação detodas as estruturas de drenagem eproteção vegetal ao longo da via.

Carreamento deSólidos eAssoreamento daRede de DrenagemEsse impacto é, até certo ponto,conseqüência do anterior. Omaterial exposto pelaterraplenagem e retirado pelaságuas pluviais e correntes, serátransportado e depositado emlocais mais baixos, indo até oscursos de drenagem.Ele ocorrerá, principalmente emfunção dos movimentos de terranecessários às obras, durante afase de construção, limpeza dafaixa de domínio, implantação depátios, canteiros e alojamentos,operações de cortes e aterros,escavações de obras de arteespeciais (por sua proximidadeaos cursos d’água), caixas deempréstimos, jazidas, pedreiras edeposição de bota-foras.Este impacto acontecerá maissignificativamente se aconstrução ocorrer durante as

Aumento daEmissão de Ruídos,Poeiras e GasesEsse impacto se daránas fases de pré-implantação,construção e operação da rodovia,canteiros, faixas de domínio e osarredores da rodovia. As principaisfontes serão os equipamentosutilizados durante as obras deterraplenagem, cortes e aterros,explorações de jazidas minerais,caixas de empréstimos, aberturade túneis e a detonação de rochasque atingirão, além dos operários,a população residente nasproximidades.Já na fase de operação darodovia, a emissão de ruídos, bemcomo de gases, que atualmente émuito elevada, deverá retornar aníveis, provavelmente, poucoabaixo do atual, pois a duplicaçãoprovocará um “desafogo” notráfego.Quanto à emissão de poeiras,causada principalmente durante asoperações de terraplenagem,cortes e aterros, espera-se quesua magnitude seja de pequenamonta, dado o elevado teor deumidade nos solos, e ainda, pelaprevisão de controle destaemissão.

Medidas Recomendadas(Fase de Projeto)• Estudar a possibilidade deafastar a rodovia dos centrosurbanos, particularmente aquelesonde os níveis de ruídos e gasessão mais elevados, comoAraranguá e Sombrio, através daconstrução de “contornos”rodoviários.• Na impossibilidade técnica,econômica e/ou ambiental para amedida anterior, estudar oemprego de barreiras redutoras deruídos e da livre circulação dosgases.(Fase de construção)• Planejamento para o transportede materiais e equipamentos,evitando-se os horários de pico e operíodo noturno.• Controle do teor de umidade dosolo, a partir de aspersõesperiódicas, inclusive nos acessosàs obras.• Utilização de equipamentos de

Impactos e Medidas

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estações chuvosas e se foremnegligenciadas as atividades demonitoramento e de manutençãorodoviárias. Esse impacto serámais brando durante a fase deoperação.

Medidas RecomendadasAlém das medidas recomendadaspara a mitigação do impactoanterior, recomenda-se, ainda:• Realizar a recomposição davegetação ciliar.• Em casos específicos, quandograndes áreas forem suprimidasnas proximidades de cursos dedrenagem, projetar e construirbarragens de sedimentação paraprotegê-los.

Interferências com aQualidade das ÁguasSuperficiais eSubterrâneasEste impacto poderáocorrer durante a fase deconstrução: como efeito dos doisimpactos anteriores e ainda comoresultante de vazamentos deefluentes de garagens e oficinas(óleos e graxas), além de águasservidas (banheiros, cozinhas erefeitórios) dos canteiros de obrase outras estruturas de apoio àsobras (como áreas de obtenção demateriais de construção, usinas deasfalto, centrais de britagem eoutras).Para minimizar tais condições, oscanteiros deverão ser instaladosdistantes de cursos de drenageme próximos às estruturas urbanasde coleta e tratamento deefluentes, a fim de que esseimpacto se torne de baixamagnitude.Durante a operação doempreendimento, considera-se apossibilidade de acidentes comvazamentos de cargas, nasproximidades dos cursos dedrenagem, agravados casoenvolvam cargas perigosas, quepodem provocar a contaminaçãodas águas superfíciais esubterrâneas. Com a duplicaçãoda BR-101, é esperada umadiminuição do número deacidentes rodoviários, incluindo aíos que envolvam as cargastóxicas, admite-se baixamagnitude e pequena importância.

Medidas RecomendadasAlém das medidas recomendadaspara os impactos anteriores(processos erosivos, carreamentoe assoreamento da drenagem) e

para aqueles que tratam depossibilidades de acidentesdurante a operação, recomenda-se, ainda, que sejam ministradosaos Grupamentos da Defesa Civil,Corpo de Bombeiros e PolíciaRodoviária Federal, localizados aolongo do trecho, treinamentoadequado para intervir em casosde derramamento de cargastóxicas e/ou perigosas.

Interferências comMananciaisHídricosExistem diversaspossibilidades deinterferências com os mananciaisde captação e abastecimentohídrico das populações residentesao longo da rodovia e nas áreasurbanas. Considera-se, comomaior problema com relação aesses mananciais deabastecimento, o risco dosmesmos serem poluídos poracidentes rodoviários com cargastóxicas.Os mananciais mais sensíveis sãoaqueles situados à jusante da BR-101 e próximos à rodovia, taiscomo: próximos a Laguna, Lagoado Sombrio e o manancial deOsório, além de outros como:Lagoa de Imaruí, Itapeva eQuadros.

Medidas Recomendadas• Treinamento dos motoristas –funcionários das obras (durante aconstrução) e usuários (durante aoperação) – e sinalização dostrechos críticos.• Treinamento adequado àDefesa Civil, Corpo de Bombeirose Polícia Rodoviária Federal, paraintervir em caso de derramamentode cargas tóxicas e/ou perigosas.• Construção de tanques deretenção de líquidos derramadospor acidentes, especialmente emtrechos próximos aos mananciais.• Adequação das atividades àproposta de enquadramento douso das águas.

Alteração noDesenvolvimentodas AtividadesMineráriasAs obras deterraplenagem, implantação decanteiros, execução das obras dearte, da pavimentação e das obrascomplementares irão requerer ouso de materiais provenientes depedreiras, jazidas de empréstimose depósitos de areia. Esse

incremento das atividades deprodução minerária terá porconseqüência a movimentação daeconomia na região, contudo,poderá igualmente resultar emalterações paisagísticas como ageração de vertentes abruptas esem cobertura vegetal emodificações no sistema dedrenagem natural.A exploração de areais, quandonão corretamente executada, podeprovocar importantes modificaçõesnos regimes dos rios.Porém, quando bem executada, adragagem dos fundos de rios poderepresentar um elemento dereequilíbrio fluvial, colaborandopara a redução de enchentes.

Medidas RecomendadasA potencialização dos aspectospositivos desse impacto pode serconseguida dando-se:• preferência e apoio aosprodutores locais de insumosminerais.A mitigação de seus aspectosnegativos passa necessariamentepor:• Elaboração de planos deexploração racional de pedreiras ejazidas;• Monitoramento, controle eadequação desses planos, aolongo da exploração; e• Desenvolvimento de Planos deRecuperação Ambiental, para afase de pós-exploração.

Deposição deMateriais deDescarteTrês tipos principais demateriais de descarte, geradospelo empreendimento, destacam-se como potenciais causadoresdesse impacto:• Restos de vegetação retirados,incluindo o horizonte orgânico dossolos;• Solos, rochas alteradas erochas geotecnicamente ruins ousaturadas de água, cujo empregoseja impossível, indesejável, difícilou oneroso;• Excessos de materiais decorte, em relação aos utilizadosem aterros.Para esses materiais hánecessidade de prever-se usos oulocais adequados para deposição.Além disso, são necessáriastecnologias de deposição eacumulação compatíveis com umabaixa agressão ambiental, pois emcaso contrário, os mesmospoderão resultar em locais de

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início de processos erosivos e,conseqüentemente, defornecimento de materiais para oassoreamento dos cursos dedrenagem.O descarte inadequado dessesmateriais podem representar,ainda, elementos agressivos àpaisagem local, muitas vezesresultando na desestabilização dopróprio leito estradal da rodovia.

Medidas Recomendadas(Fase de Projeto)• Otimização do ProjetoGeométrico e de Terraplenagem,no sentido de haver compensaçãoentre os produtos de cortes e as

IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO

Supressão daVegetação NativaEsse impactoencontra-sediretamente associadoàs etapas de Topografia eCadastro, Abertura de Acessos eda Faixa de Domínio, Implantaçãode Canteiros e Alojamentos,Travessia de Cursos deDrenagem, quando será removidaa vegetação existente.Dentre as unidades de paisagemadotadas destacam-se, ostrechos denominados, Dunas eLagunas (na qual há vegetação derestinga arbustiva em áreaspróximas à estrada) e LagoasCosteiras (onde se verificamcampos alagados integrados aosecossistemas lagunares). Nestessegmentos, este impacto que nogeral se mantém como de baixaimportância e magnitude, atingesignificância considerável, devendoser alvo de programas específicosde mitigação.

Medida Recomendada• Limitar os desmatamentos aomínimo essencial, especialmenteem formações ciliares.

Ampliação daFragmentação dosAmbientesFlorestaisA implantação e, emdeterminados casos, a ampliaçãoda faixa de domínio de rodovias,muitas vezes conduz a umprocesso de fragmentação de

formações florestais anteriormentecontínuas, reduzindo, comoconseqüência, a própriacapacidade de suporte davegetação.Este impacto, embora venha (emespecial dentro do domínio dasencostas litorâneas e, em menorescala, no domínio das lagoascosteiras) aumentar a distânciaentre os fragmentos, mostra-se depequena importância e baixamagnitude, tendo em vistaprincipalmente, o reduzidotamanho dos fragmentos que,embora ainda guardem espéciesarbóreas nativas, já exibem umaflorística híbrida, com espéciescampestres.Dentro desta perspectiva, oaumento na distância entre osfragmentos remanescentes nãorepresenta um processo quepossa vir a gerar mudanças nopadrão fitofisionômico observadoatualmente.

Medida Recomendada• Evitar desmatamentosdesnecessários, especialmenteem formações ciliares.

Aumento daPressão sobre osRecursos VegetaisEsse impacto possuiocorrência nas fases de pré-implantação e de construção,relacionado aos operários, e aosusuários da rodovia durante asua operação. Dentre as variantespropostas, as facilitações de

demandas de aterro, levando-seem consideração não só volumes,mas também a qualidadegeotécnica e o estado desaturação, a fim de minimizar-se anecessidade de bota-foras.• Seleção de locais maisadequados, para a deposição dosmateriais de descarte, levando-seem conta relevo, drenagem,composição paisagística, flora efauna e ocupação humana nasproximidades.• Elaboração de EspecificaçõesTécnicas para a seleção de locaisdestinados a bota-foras, reservasde solo orgânico, otimização daterraplenagem e outras.

(Fase de Construção)• Deposição e reserva de solosorgânicos e restos vegetais para orevestimento de taludes deaterros, para facilitar orecobrimento vegetal.• Seguir, criteriosamente, asindicações de Projeto quanto aoslocais de bota-foras, respeitandoas Especificações Técnicas eprocurando seu engastamento aoterreno natural, seguindo -se suaconformação, compactação,recobrimento vegetal, drenagem eoutros.(Fase de Operação)• Monitoramento e readequaçãodos bota-foras gerados.

acesso às áreas vegetadasíntegras se darão na área daReserva Biológica do Município deOsório e nas proximidades davariante da Gruta, se não afetadasdiretamente pelas obras, poderãoser alvo de extração de recursosvegetais diversos (i.e., madeira,lenha, plantas medicinais eornamentais, etc). Classifica-secomo de importância e magnitudeintermediárias na fase deconstrução, quando o contingentede mão-de-obra é maior, sendopouco significativo para as demaisfases do empreendimento.

Medida Recomendada• Adoção de programa deesclarecimento junto aos operáriosenvolvidos na obra.

Risco de IncêndiosEsse impacto estádiretamente relacionadoà passagem de veículose pessoas, o quefavorece a ocorrência deincêndios.Com base no exposto, qualifica-seo impacto como de importância emagnitude médias, na fase deconstrução (maior contingente demão-de-obra), e pouco significativonas demais fases.

Medidas Recomendadas• Todo o lixo degradável geradona obra deverá seradequadamente disposto,adotando-se procedimentos queevitem possibilidades de incêndios.

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• Durante a operação da rodovia,deverão ser implementadascampanhas de esclarecimento, aseus usuários, buscando evitarfocos de incêndios (p. ex.: pontasde cigarros).

Alteração nosHábitos da FaunaAlterações nos habitatssão impactos diretos,decorrentesprincipalmente, das ações dedesmatamento, circulação depessoal e equipamentos, geraçãode ruídos e poeiras e outrasintervenções nos ambientesnaturais, restritas à fase deconstrução. A magnitude desseimpacto está intimamenterelacionada ao estado atual deconservação dos ecossistemas,sendo particularmente relevanteem sistemas florestais e poucosignificativo quando estabelecidoem áreas com característicascampestres.Como a maior parte da área sobinfluência direta doempreendimento encontra-seprofundamente alterada, com suavegetação florestal nativasubstituída por associações depastagens e áreas urbanas,determinando o predomínio deespécies animais adaptadas àatividade humana, juntamente comformas invasoras, este impactoestá sendo classificado como depequena importância e baixamagnitude.

Medidas Recomendadas• Evitar a implantação decanteiros de obras próximos aambientes florestados.• Evitar desmatamentosdesnecessários, especialmenteem formações ciliares.• Controlar a entrada de pessoalda obra nas áreas de matapróximas ao empreendimento.

Aumento da CaçaPredatóriaA abertura de novosacessos ou melhoriasnas estradas vicinais ea mobilização de pessoal para aobra, poderão facilitar a incursãode caçadores a procura deespécies de aves e de mamíferosde pequeno e médio porte, criandouma pressão negativa sobre estesindivíduos.Destaca-se que no caso específicode certas espécies de répteis, adesinformação e o medogeneralizado de cobras, poderão

levar ao abate indiscriminado deorganismos que desempenhamum relevante papel comocontroladores biológicos.Já na fase de operação da rodoviaduplicada, o impacto poderá serexercido pelos próprios usuários emoradores das proximidades darodovia.Este impacto, caso venha aocorrer, é considerado de grandeimportância, mas se consideradasas medidas recomendadas, apressão sobre a caça, emdecorrência do empreendimento,poderá ser totalmente evitada,tornando-se o impacto de baixamagnitude.

Medidas Recomendadas• Controlar, durante aconstrução, as incursões dopessoal da obra às áreas florestaisnas proximidades doempreendimento.• Reprimir qualquer tipo deagressão à fauna, por parte dopessoal envolvido com oempreendimento, proibindo-se ouso de armas de fogo earmadilhas.• Evitar a implantação decanteiros de obras próximo aambientes florestados.

Formação deAmbientesPropícios aoDesenvolvimentode VetoresO acúmulo de lixo e de sucatasnas áreas dos canteiros,alojamentos, frentes de obra eáreas de apoio às obras(pedreiras, jazidas, areais, centraisde britagem, usinas de asfalto eoutras), além da própriaestocagem de materiais, podeatuar como um agente de atraçãode espécies que são facilmenteadaptáveis às condiçõesofertadas, dentre as quaisincluem-se ratos que atuam comovetores de diversas doenças.Poderá gerar ainda, ambientespropícios à proliferação demosquitos e moscas que tambémtransmitem outras tantasendemias.As águas servidas (cozinha eesgotos) poderão levar à criaçãode tais condicionantes.Trata-se portanto, de um impactoque embora restrito à fase deconstrução, de caráter local ebaixa magnitude, que se configurade fácil mitigação.

Medidas Recomendadas• Ensacar o lixo gerado noscanteiros e alojamentos, para orecolhimento pelo serviço local oupara seu transporte a locaisindicados pelas Prefeituras.• Como alternativa, o lixodegradável, poderá ser enterrado,adotando-se procedimentos queevitem contaminação dos cursosd’água e incêndios.• Tratar as águas servidas emfossas sépticas, sumidouros ecaixas de gordura, com deságüefinal distante de poços ou cursosde captação.

Alteração naEstrutura daFauna AquáticasPoderão ocorrer,durante as fases de construção ede operação, alterações nascaracterísticas físico-químicas daágua e no padrão de circulaçãofluvial, conduzindo a umadescaracterização ambiental que,embora evidenciada apenas notrecho diretamente afetado,apresentará reflexos na área deinfluência indireta, situada ajusante do empreendimento.O somatório dos impactosexercidos sobre esses sistemas serefletirá, de forma diferenciada, nacomposição das diferentesespécies existentes nos rios,determinando um deslocamentoda fauna para setores menosalterados. Em pequenos cursosd’água poderá ocorrer aumento nataxa de mortalidade de algunsgrupos menos tolerantes, oudotados de menor capacidade dedispersão, presentes nas áreasdiretamente afetadas.Dentro do traçado, este impactotende a assumir maior importânciano domínio dos FragmentosFlorestais. Contudo, respeitadosos procedimentos de mitigação, asações dos impactos se mostrarãotemporárias, reversíveis elimitadas apenas à fase deconstrução do empreendimento,prevendo-se uma restruturaçãolenta e gradual das característicasoriginais nas drenagens afetadas,após o término das obras. Essascaracterísticas permitemclassificar tais impactos como debaixa magnitude e médiaimportância.

Medidas RecomendadasOtimizar os processos deimplantação, reduzindo a duraçãodo impacto sobre a faunaaquática.

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Redução da Áreade ProduçãoAgropecuáriaNo trecho projetadopara o contorno de Florianópolis(aproximadamente 50,0km), bemcomo em outras variantespropostas, haverá necessidade dedesapropriações que podeminviabilizar parcialmente certasatividades agropecuárias.A abertura das vias de acesso e aimplantação da Faixa de domínionas áreas de variantes iráprovocar uma mudança na área,onde atualmente, é de vocaçãopredominantemente rural, esteimpacto tem conotação negativade importância média e magnitudebaixa. Seu efeito é irreversível, aabrangência é local e a atuaçãoimediata.

Medida Recomendada• Indenizações pelas áreasdesapropriadas e pela produçãorenunciada.

Alteração noCotidiano daPopulaçãoEsse impacto, comdiferentes graus deintensidade deverá ocorrer emtodas as fases doempreendimento e será provocadopor várias ações: nas fases de pré-implantação, construção e, na fasede operação, com a manutençãoda rodovia.A mobilização da mão-de-obraprovoca grandes expectativas naspopulações afetadas, quanto àspossibilidades de emprego emelhoria geral na renda pessoal.Ao mesmo tempo, introduzcomportamentos, costumes eatitudes pouco compatíveis comos dessas comunidades. Apresença e circulação deequipamentos pesados introduzemum elemento de transtorno noambiente, principalmente naspequenas aglomeração e áreasocupadas por famílias deagricultores.Nas áreas rurais, com asvariantes deverão ocorrer efeitossemelhantes, porém maispotencializados uma vez queenvolve processos dedesapropriação de propriedadesque constituem fonte de trabalho erenda.

Em todas as fases doempreendimento, este impactopossui natureza negativa, masvaria suas demais característicasconforme a fase e a ação. Na fasede pré-implantação, o impactopossui magnitude baixa e pequenaimportância e sua duração étemporária e reversível.A abrangência é regional e a formade ação é direta e imediata.Essa classificação modifica-se,quando se trata das ações deconstrução. Nesse caso amagnitude é alta e a importância émédia, reduzindo-se novamente,durante a operação.

Medidas Recomendadas• Comunicação constante doDNER com a população local,esclarecendo as dúvidasexistentes e mantendo-ainformada sobre as diversas açõesligadas às obras, priorizando asinformações sobre os desvios detráfego e o cronograma dasatividades a serem desenvolvidaspróximo aos centros urbanos elocalidades rurais.• Planejamento da mobilizaçãode mão-de-obra, máquinas,materiais e equipamentos, deforma a minimizar as perturbaçõesna vida da população residente.• Contato constante com asPrefeituras locais e demais órgãospúblicos, de modo a acompanharas alterações sofridas nosmunicípios e, se for o caso, adotarmedidas necessárias paraminimizar o impacto.

Alteração noQuadroDemográficoA obra de duplicação daBR-101 contrará com aparticipação de várias empreiteirasque irão instalar seus canteiros deobras, para alocar os respectivosempregados. Tal fato irá deslocarpessoas para esses locais e irátambém proporcionar empregospara os habitantes da região. Emfunção disso, ocorrerá um impactoeconômico positivo, visto quehaverá um aumento na demandapor bens e serviços para atenderas necessidades dos empregadose de suas famílias.Considerando-se que cerca de40% desses trabalhadoresdeverão ser trazidos de fora da

região, representando a mão-de-obra qualificada, espera-se a“migração” de até 1.800trabalhadores, acompanhados ounão de seus familiares o quesignifica uma modificaçãosubstancial nas taxas decrescimento da população. Se osequipamentos e serviçosestiverem dimensionados parataxa de crescimento normal, umcrescimento acelerado constituitranstorno não desprezível. Outrofator demográfico relevante refere-se às modificações abruptas naestrutura etária da população e nasua composição por sexo: a mão-de-obra mobilizada para essasobras é, em geral,predominantemente masculina econcentrada na faixa etária de 20a 40 anos.Este impacto é negativo e possuiao longo das fases doempreendimento magnitudes baixaa alta e importância, média agrande; é temporário e reversível.

Medida Recomendada• Priorização da contratação demão-de-obra local, de forma areduzir a entrada de pessoasestranhas à região.

Alteração no NívelAtual e naTendência deEvolução da Taxade AcidentesConforme consta do DiagnósticoAmbiental, o atual nível deacidentes ao longo do trecho éalto, e a taxa de evolução é,igualmente, crescente.Durante a fase de construção, amobilização de equipamentos, seutrânsito ao longo da pista existentee, principalmente, o início dasobras de terraplenagem e depavimentação, obrigarão aexecução de desvios e deparalisações temporárias,reduzindo ainda mais a velocidadedo tráfego. Este fato deverá gerarmaior impaciência nos usuários e,conseqüentemente, tendências àdesobediência à sinalização e àexecução de manobras arriscadas,resultando num aumento donúmero e gravidade dos acidentes.Essa problemática será refletida,necessariamente, sobre apopulação residente ao longo do

IMPACTOS SOBRE O MEIO SÓCIO- ECONÔMICO

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trecho, sob a forma de aumento deatropelamentos, danos materiais,maiores dificuldades de travessiada via, etc. Em outras palavras, onível de acidentes deverá, duranteessa fase, apresentar pequenoacréscimo, em relação ao atual,mantendo-se, no entanto, amesma taxa de evolução, que éfunção, basicamente, da taxa decrescimento do tráfego.Após o término das obras,entretanto, como resultado daduplicação, os acidentes deverãoreduzir-se (à metade segundodados da BR-116/PR), bem comoos feridos e mortos (estes últimosa 1/4 segundo os mesmos dados).Na fase de construção, esseimpacto é negativo, temporário epode ser considerado de baixamagnitude e pequena importância.Já na fase de operação,apresenta-se positivo,permanente, de alta magnitude egrande importância. Em todas asfases, entretanto, é irreversível eimediato.

Medidas Recomendadas(Fases de Implantação eConstrução)• Repasse de informações deforma mais geral para a populaçãoda Área de Influência Indireta e deforma mais detalhada esistemática para a parcela depopulação residente na Área deInfluência Direta. Atenção especialdeve ser dada às escolas e outroslocais de concentração depopulação.• Reforço na sinalização desegurança nas proximidades deáreas urbanas e aglomeradosrurais.• Elaboração e implantação doPlano de Gerenciamento deRiscos, com o objetivo deadministrar possíveis hipótesesacidentais.• Elaboração e implantação dePlanos específicos para lidar comsituações de emergências.(Fase de Operação)• Divulgação da redução nosíndices de acidentes e de mortes,procurando valorizar a melhoriadas condições de uso da rodovia,impostas pela duplicação, embenefício tanto de seus usuáriosquanto dos moradores lindeiros.

Possibilidades deAcidentes comCargas Perigosas(Comprometimentona Qualidade da Água deMananciais de AbastecimentoUrbanos)Em caso de derramamento deprodutos químicos em mananciaisde abastecimento de água, ou amontante próximo dos mesmos,poderá haver comprometimento doabastecimento das sedes urbanas.Caso ocorra vazamento dedeterminados produtos químicos,dependendo da magnitude doacidente e das característicasfísico-químicas das águas docurso hídrico, outrasconseqüências mais desastrosaspodem vir a ocorrer, tornandonecessária a adoção de medidasemergenciais efetivas.(Morte de OrganismosAquáticos)A forte modificação de pH domanacial ou curso d’água,provocada pelo derramamento deácidos ou bases fortes, poderáprovocar a mortandade deorganismos aquáticos (peixes eoutros animais). Guardadas asdevidas proporções, visto que serefere a um efeito local e nãoregional, trata-se de um fenômenosimilar ao que ocorre com o rioAraranguá, cuja fauna aquática foidestruída pela acidez da água (pHbaixo), em razão da lavagem docarvão das minas.(Poluição Atmosférica Geradapor Emissões de GasesTóxicos, Dissolvidos sobPressão e ou Comprimidos)A falta de controle e demanutenção das carretastransportadoras, ou acidentescomo tombamentos e ouabalroamentos, podem causarvazamentos de gases tóxicos,como o cloro.(Possibilidade de Ocorrência deIncêndio nas Matas peloDerramamento de InflamáveisLíquidos)Em caso de vazamento deinflamáveis líquidos, tais comoacetona, xileno tolueno, benzeno,acetato de etila, dicloroctano, n-hexano, refinado C6-C8, solventeC9, isopropil cellosolve, isoparafinae terebintina, em uma área comvegetação densa e seca,dependendo da quantidadederramada, o dano ambiental podeser catastrófico.Este impacto, durante a fase de

construção, e em decorrência dostranstornos ao trânsito, quepossibilita a elevação do númerode acidentes, é negativo. Jádurante a operação, quando atendência é de diminuição donúmero de acidentes, assume ocaráter positivo. Em ambas asfases, apresenta-se de médiamagnitude e de grandeimportância, permanente,irreversível, local, indireto e demédio prazo.

Medidas RecomendadasAtendimento Rigoroso àNormatização VigenteÉ importante salientar que todosos veículos que transportamcargas perigosas devem atender anorma brasileira NBR-7500 daABNT, a qual estabelece símbolosconvencionais e seudimensionamento, para seremaplicados nas unidades detransporte e nas embalagens, paraidentificação dos riscos e doscuidados a serem tomados nomanuseio, transporte earmazenagem, de acordo com acarga contida.Do mesmo modo, a NBR-8286 fixaos tipos de sinalizações e arotulagem das cargas perigosaspara transporte.Obrigatoriedade de Treinamentodos Motoristas com o CursoMOPÉ obrigatório o treinamento detodos os condutores de veículoscom cargas perigosas, em cursodenominado MOP, conformeResolução No 640/85 doCONTRAN - Conselho Nacionalde Trânsito, que o habilita para otransporte de cargas perigosasdentro da regulamentaçãoespecífica e atendendo aospadrões internacionais desegurança.

Instituição de Seguro AmbientalComo a legislação vigente nãocontempla claramente, aresponsabilidade civil e criminal dodano ambiental ocorrido, e nem aobrigatoriedade de recuperaçãoambiental, na maior parte doscasos a transportadora ou ocausador do acidente, acaba nãocumprindo essa obrigação, a nãoser após demorada questãojudicial, ou mesmo nunca, casoesta não chegue a ser instaurada.Assim sendo, a exigência daexecução de seguros ambientaispelas transportadoras deve tornar-se uma obrigação.

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Implantação de MedidasPreventivo/Corretivas nas Áreasde Ocorrência de AcidentesOs projetos de engenhariadeverão prever dispositivosespeciais, tais como barreiras deconcreto, sarjetas e em algunscasos, “bacias” de contenção delíquidos e materiais pulverulentosderramados nas travessias doscorpos d’agua Classe I eparticularmente nos mananciais deabastecimento.De modo geral, as consideraçõesbásicas no controle de produtoslíquidos, são o tamponamento dovazamento e o controle dosderramamentos, além de contatocom a segurança pública (DefesaCivil, Bombeiros, ÓrgãosAmbientais, etc).Em determinadas situações devazamento de alguns produtosquímicos será necessário isolar aárea de risco.

Aumento da Ofertade Postos deTrabalhoO início das obras deduplicação resultará nageração de empregos quecontribuirá para aumentar a rendafamiliar dos operáriosbeneficiados, influenciando noaumento da demanda por bens eserviços.Este é um impacto de naturezapositiva, com magnitude alta,associada a um nível deimportância grande, na fase deconstrução, sendo reduzidodurante a pré-implantação e aoperação. Tendo em conta que oimpacto e seus efeitos associam-se diretamente ao tempo doempreendimento. Sua duração é,entretanto, temporária e seusefeitos são reversíveis,abrangência regional e sua formade ação direta. A oferta de postosde trabalho seguirá o cronogramada obra, evoluindo de um mínimoaté um pico e retornando ao nívelinicial com a desmobilização docanteiro de obras. Tomando-se opico como referência, atemporalidade inscreve-se nomédio prazo.

Medida Recomendada• Priorização da contratação demão-de-obra local.

Aumento daDemanda por Bense ServiçosO aumento dademanda por bens eserviços está relacionado a doiseventos distintos, quais sejam: umimpacto primário das obras deconstrução e outro derivado doaumento da taxa de salário e darenda da população, desde amobilização da mão-de-obra,durante a pré-implantação, até oaquecimento do comércio de“beira-de-estrada”, já na operaçãoda rodovia.Os principais setores econômicosa serem beneficiados serão o dealimentação (lanchonetes,refeições industriais erestaurantes; serviços pessoais,como barbeiros/cabeleireiros eoutros); e estabelecimentoscomerciais, principalmente devestuário, calçados e objetos deuso pessoal. O fornecimento deinsumos para a construção,beneficiará empresasfornecedoras de material deconstrução, e, ao longo do trechoplanejado, as obras deverãoimpulsionar o setor minerador coma utilização de minerais, brita esaibro por exemplo.Este impacto é de naturezapositiva. Sua magnitude varia demédia a alta e sua importância demédia a grande, nas sucessivasfases do empreendimento, aindaque as despesas de consumoocorram numa escalarelativamente pequena diante doconjunto do mercado consumidor.A duração será temporária e osresultados que vão além do tempode duração do impacto, dando-lheas características de um impactode efeito reversível. A abrangênciaserá regional e o efeito será demédio prazo.

Medida Recomendada• Priorização da contratação demão-de-obra local.

Aumento da RendaLocal e dasArrecadaçõesPúblicasNa renda da populaçãoos salários são a variável maisrelevante, principalmente nossegmentos da populaçãotrabalhadora. Dessa forma,qualquer modificação na taxa desalário da população, significa umamelhoria geral da renda.Como a mobilização de mão-de-

obra na escala necessária para oempreendimento, só se dará comoferta de níveis salariaisadequados, mesmo diante detaxas elevadas de desemprego,haverá uma melhoria geral na taxade salário da população da regiãoque trará um aumento da massade salários e, conseqüentemente,da renda das regiões afetadas.Este impacto será positivo e seusefeitos de importância média,temporários e reversíveis. A faixade atuação será direta e de curtoprazo.Por outro lado, os salários pagosgerarão mobilização da mão-de-obra e consumo de bens eserviços e provocarão um impactoderivado nas finanças públicas, aoaumentar a arrecadação de ICMS,para o Estado, e de ISS para osmunicípios, sem contar eventuaismodificações nos índices dedistribuição da alíquota do ICMSque cabe aos municípios embenefício das áreas afetadas. Omesmo ocorrerá para asatividades comerciais ao longo daestrada.Estes impactos são de naturezapositiva, magnitude alta eimportância média. Na fase deoperação, porém, a magnitudedeve ser considerada baixa e aimportância pequena. Na fase deconstrução, a duração serátemporária e reversível. Na fase deoperação, entretanto, a duraçãoserá permanente e os efeitosirreversíveis. A abrangência doimpacto é regional, o caráter éindireto e se manifestará em curtoprazo.

Medida Recomendada• Priorização da contratação demão-de-obra local.

Redução doConsumo deCombustívelCom a duplicaçãohaverá um acréscimono tráfego de veículos, decorrenteda expansão de algumasatividades econômicas. É de seesperar, que o melhoramento nospadrões de segurança da estrada,aumente o tráfego de veículos depassageiros e de turismo.Além disso haverá uma reduçãono tempo de transporte, depessoas e mercadorias,beneficiando aqueles que utilizama rodovia em seus veículos,caminhões ou em transportecoletivo, o que vai influir

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positivamente no tempo e naqualidade da viagem e nadiminuição do consumo decombustível e de consertosmecânicos.A redução do consumo decombustível, pelo menos nosprimeiros momentos, deverá sedar numa escala que neutralize ocrescimento da demanda pelaintensificação do trânsito,aumentando a disponibilidade decombustível no país.Esse é um impacto de naturezapositiva, de alta magnitude, grandeimportância, permanente eirreversível, cujos efeitos serãosentidos a médio prazo.

Medida Recomendada• Realizar campanhas dedivulgação sobre a redução doconsumo de combustível,mostrando as vantagens daduplicação da rodovia em relaçãoao conforto dos usuários ebenefícios aos diversos setores daeconomia.

Aumento do Tráfegode Veículos eMáquinasA infra-estruturaconstituída pelosistema viário (principalmente asvias vicinais e a malha devizinhança), as redes deabastecimento d’água àpopulação, as linhas detransmissão e os oleodutos egasodutos, pode ser afetados pelamobilização de mão-de-obra e dosequipamentos (movimentação deveículos e máquinas), e peloaumento do tráfego de veículos,(outras ações relacionadas com aconstrução).Este impacto, em razão do seupotencial de conflito de uso,apresenta uma natureza negativa.Entretanto, a magnitude é baixa amédia e a importância pequena amédia. A duração é temporária,mas irreversível. A abrangência éregional e a forma de atuação édireta e imediata.

Medidas Recomendadas• Cuidados para evitar que otráfego proveniente das obrasinterfira nas áreas urbanas. Casoisso ocorra, deverão serprovidenciados redutores develocidade e sinalizaçãoadequada, de acordo com oCódigo Brasileiro de Trânsito, deforma a manter a segurança paraos pedestres e motoristas,

principalmente em locais maissensíveis, como escolas, hospitaise postos de saúde.• Transporte dos materiais deconstrução, bem como dosequipamentos, com uso deveículos pesados, precedido deum planejamento, de forma arespeitar os gabaritos das rodoviase obras de arte, quanto a peso edimensões máximos permitidos.• Prestação de informações àscomunidades a serem afetadaspelo tráfego de veículosprovenientes das obras e, quandonecessário, contatos com asprefeituras para as modificaçõesnecessárias nos fluxos das vias,de modo a aumentar a segurançados usuários.

Melhorias dosAcessos VicinaisPara assegurar oacesso das máquinas,equipamentos etrabalhadores às áreas das obrasdas variantes previstas, deverãoser construídos acessos; aomesmo tempo procurar-se-áestabelecer e delimitar a faixa doterritório em que estarãolocalizadas as vias e as áreaslaterais reservadas para servidão.Isto será feito em regiõesatendidas, em grande parte, porvias de trânsito locais, em leito deterra praticamente sem qualquerrevestimento. Esse sistema viário,que é inadequado para atenderessas atividades, deverá sofrermelhorias como alongamentos,retificações e adição derevestimento primário.Eventualmente, novas vias serãonecessárias, e, ao mesmo tempoem que irão atender àsnecessidades da obra, facilitarãoacessibilidade da população.Esse impacto é de naturezapositiva, com magnitude média eimportância, também média. Aduração é permanente e o efeitobenéfico irreversível. Aabrangência do impacto é regionale a forma de atuação é direta eimediata. Nas fases de pré-implantação e de operação oimpacto tem sua magnitudereduzida.

Medidas Recomendadas• Planejamento das intervençõesnas estradas em conjunto com osórgãos competentes, ouvida acomunidade.• Sinalização adequada einformações à comunidade sobre

as alterações nas condições detráfego nos acessos e,principalmente, noções educativassobre o fluxo de pedestres noslocais onde ele for mais intenso.

Alteração nasCondições deFragmentação dasÁreas UrbanasO desenvolvimentodesordenado das cidades,proporcionou o surgimento denumerosos municípios em tornode rodovias.Os problemas são graves quanto àcirculação de pedestres e naintegração do tráfego local deveículos leves e coletivos.A ocorrência deste impacto se farásentir em seis sedes municipais:Tubarão, Sombrio, Morrinhos doSul, Três Forquilhas, Terra de Areiae Três Cachoeiras, onde não foramprevistos contornos para as áreasurbanas. Atualmente essas sedesestão fragmentadas pelas pistasde rolamento, entretanto, sãopropostas soluções deimplantação específica depaisagismo e de engenharia,como: cortinas vegetais, canteiroscentrais vegetados, pistas lateraisindependentes para o tráfegolocal, travessia da rodovia atravésde pista em desnível, passarelas,para a travessia de pedestres, esinalização aos motoristas epedestres, vertical e horizontal,entre outras.Este impacto assume caráterpositivo, de alta magnitude egrande importância. É permanentee irreversível, a partir daimplementação das medidas quevisam disciplinar o uso do solo,impedindo novas fragmentações.Sua abrangência é regional, poisos benefícios extrapolam asmargens da rodovia.Medida Recomendada• Implantação das soluções depaisagismo, de engenharia detráfego e de sinalização propostasnos Anteprojetos;• Divulgação das novascondições de tráfego, orientandopedestres e motoristas locais;• Implementação dos Programasde Paisagismo e de OrdenamentoTerritorial previstos no EIA/RIMA.

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Interferência com aInfra-estruturaViária e deTransmissãoA construção docontorno em área da GrandeFlorianópolis terá interseçõescomplexas nos municípios dePalhoça e São José, com asobras da rodovia BR-282. Em todaextensão da duplicação a rodoviaestará transpassando sistemasviários de municípios cujas sedessão atravessadas pela duplicação,como Tubarão, Criciúma eAraranguá.As obras de implantação daduplicação e da construção dasvariantes em vários pontos estaráinterferindo com os sistemas detransmissão elétrica. Dois pontosmais graves merecem registro: emprimeiro lugar o do sistema dedistribuição e subestaçõeslocalizados na região em que seimplantará o contorno da GrandeFlorianópolis, e em segundo, o degeração de subestações edistribuição do complexoTermelétrico Jorge de Lacerda, nomunicípio de Capivari de Baixo.Durante as obras de construçãodo contorno da GrandeFlorianópolis as conseqüênciasdesse impacto serão sentidas naligação com o traçado atual,próximo ao posto da Guarda, acerca de 2,0km da sede dePalhoça, no sentido sul e nainterligação com a via de ligaçãocom Santo Amaro. Haveráparalisação do tráfego, provocandotranstornos decorrentes deengarrafamentos, principalmenteneste último caso, devido aproximidade com a malha urbanada cidade de Palhoça e o grandevolume de trânsito ali existente. Noperíodo de veraneio há-se o riscode se agravarem osengarrafamentos hoje existentesnos trevos de acesso aosbalneários. As malhas urbanassecionadas pela BR-101, cujatransposição se torna cada vezmais difícil, sofrerá umagravamento desse processo.As interferências com as linhas detransmissão deverão acarretar anecessidade de paralisaçãotemporária da transmissão deenergia para substituição eremoção de torres, sem contar oaumento dos riscos de acidentesenvolvendo obras pesadas nasimediações de linhas detransmissão e subestações.Os impactos relativos à infra-

estrutura viária e de transmissãoinserem-se quase que na mesmaótica quanto ao conflito de usos,apresentando a natureza negativae magnitude média. Suaimportância, também é média e aduração temporária e reversível. Aabrangência é regional, a forma deatuação é direta e imediata.

Medida Recomendada• Planejamento das obrassegundo as normas vigentes e emcomum acordo com osconcessionários.

Alteração noQuadro de SaúdeA provável alteração doquadro de saúde dapopulação deveráocorrer de forma generalizadadurante toda a fase de construção,estando associada a,praticamente, todas as açõesprevistas nesta fase doempreendimento.A mobilização de mão-de-obraimplica a arregimentação detrabalhadores que poderão serprovenientes de áreas onde certasdoenças, como malária,esquistossomose, ancilostomíase(amarelão), entre outras, sãoendêmicas, resultando que essapopulação, possa funcionar comoelemento transmissor. Além desseaspecto, há outro relevante, queconsiste na concentração demulheres dedicadas à prostituiçãonas proximidades dosaglomerados de trabalhadores,proliferando doenças venéreas esexualmente transmissíveis. Essesdois fatores são capazes deprovocar a elevação dasincidências das doençasparasitárias e sexualmentetransmissíveis, na população dasáreas atingidas.Esse impacto possui claranatureza negativa mas amagnitude deverá ser baixa,embora sua importância possatornar-se grande. O impacto temefeitos de duração temporária e éreversível. A abrangência éregional, a forma de atuação éconsiderada indireta e os efeitossó se farão sentir no médio prazo.

Medidas Recomendadas• Realizar exames médicosadmissionais, bem comoperiódicos durante o tempo deduração das obras, de modo amonitorar qualquer alteração noquadro de saúde da mão-de-obra.

• Tratar adequadamente a águade abastecimento dos canteiros,bem como todos os efluentesoriundos dos mesmos, visandonão só proteger os trabalhadoresempregados na construção comoa população circunvizinha.• Desenvolver atividades deeducação em saúde, que deverãoabranger toda a mão-de-obracontratada.• Fiscalizar continuamente ascondições sanitárias dos canteirosde obras.

Interferência com oPatrimônioArqueológicoAinda que não existamregistros e não tenham sidoencontrados sítios arqueológicos,ao longo da área diretamenteafetada pelo Projeto de Duplicaçãoda BR-101, o Diagnósticodemonstra que existem razoáveispossibilidades desses bens virema ser encontrados, ou até mesmoimpactados irreversivelmente,durante a fase de construção.Assim, não só ao longo da faixa aser terraplenada, mas também nasáreas de empréstimo e bota-foras,obtenção de materiais deconstrução, usinas de asfalto,centrais de britagem, canteiros deobra e outras estruturas de apoio,esses bens podem ser atingidos,danificados ou sepultados, semterem sido estudados. Mesmo asações relacionadas à revegetaçãode áreas pode mascará-los.Em razão do exposto, esseimpacto é de natureza negativa e,embora de baixa magnitude, emfunção da pouca probabilidade deocorrência, assumiria grandeimportância, caso efetivado. Suasconseqüências são permanentes,porém, até certo ponto reversíveis,considerando-se a possibilidade desalvamento. Trata-se, ainda, de umimpacto local, direto e imediato.

Medidas Recomendadas• Acompanhamento das frentesde obras por profissional da áreade arqueologia, de acordo com asexigências e recomendações doIPHAN, na busca de vestígiosarqueológicos.• Caso seja detectada aexistência de vestígiosarqueológicos nessas áreas,deverá se proceder a elaboração eimplementação de um programade salvamento desses bens.

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Interferência comPopulaçõesIndígenasNenhum aldeamentoindígena serádiretamente atravessado peloEmpreendimento, mas algunssituam-se nas suas proximidades.O caso mais importante talvezseja o do Morro dos Cavalos, ondese encontra a Aldeia deMassiambu ou Morro dos Cavalos,constituída por três famíliasextensas.Para reduzir a interferência comessa área, bem como porquestões geotécnicas, o Projetoprevê um túnel sob a Aldeia.Sendo esta área legalmenteprotegida, inclusive contando coma proibição da entrada e circulaçãode pessoas estranhas, econsiderando que a melhoria daestrada propiciará um grandeaumento na circulação de pessoase no afluxo de turistas, este casorequererá negociações especiaisentre o empreendedor (DNER),

FUNAI e os próprios indígenas, nabusca de soluções específicas.Deve-se ressaltar, por outro lado, oelevado grau de aculturaçãodesses povos, decorrente doestreito convívio com os “brancos”.Outra possibilidade de ocorrênciadeste impacto diz respeito àcandidatura de integrantes dessapopulação, durante o recrutamentoda mão-de-obra, para asintervenções civis. Neste caso,embora a maior probabilidadetambém esteja relacionada àAldeia de Morro dos Cavalos, nasdemais comunidades existetambém essa possibilidade.As terras indígenas, independentede sua situação quanto àdemarcação, constituem bensinalienáveis da União. No entanto,a Lei 6001/73, Estatuto do Índio,em seu Artigo 20, alínea d, prevêa possibilidade de intervençõesquando da necessidade de obraspúblicas de interesse aodesenvolvimento nacional, como éo caso da rodovia aqui tratada. O

PROGRAMA DECOMUNICAÇÃO SOCIAL

O Programa de ComunicaçãoSocial, tem como finalidadedivulgar informações sobre asobras referentes à Ampliação daCapacidade Rodoviária da LigaçãoFlorianópolis (SC) – Osório (RS).Esse programa tem, ainda, porobjetivo o apoio aos demaisprogramas ambientais, no sentidode facilitar o aporte deinformações e de divulgar seusresultados, junto à comunidade emgeral.A efetiva participação dapopulação no processo dedecisões, a partir do conhecimentodas reais características doempreendimento e dasimplicações e repercussões desua implantação na qualidade devida dos cidadãos faz parte docenário político atual e deve serestimulado.Assim, o fluxo contínuo deinformações constitui o elementoprincipal para que o empreendedorpossa dar continuidade àsnegociações políticas e sociais,bem como para que sejamcumpridas, com sucesso, as

previsões de projeto, com respeito ao meio ambiente, às instituições e àscomunidades em geral.A implantação deste Programa deverá atender ao seguinte cronograma:·Fase Pré-Construção: implementação antes do início das obras.·Fase Construção:implementação durante todo o período de construção.·Fase Operação: até um ano após término da construção.Para os usuários da rodovia deverá estender-se durante toda a vida útil darodovia.

PROGRAMA DE SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO-DE-OBRA

É um programa aplicável a todas as empreiteiras, supervisoras,gerenciadoras da execução das obras, bem como aos funcionários ecomunidades adjacentes à obra, estabelecendo medidas de preservação dasaúde.Encontra sua justificativa na busca de evitar, ou pelo menos minimizar, osefeitos da possível introdução de doenças, principalmente as endêmicas eas sexualmente transmissíveis a partir do aporte de operários de outrasregiões. Tem como meta não só evitar o agravamento do quadro de saúdevigente, como até mesmo melhorá-lo.As atividades deverão estar em consonância com as NormasRegulamentadoras (NRs) pertinentes, bem como a implementação doSESMET, CIPA, PCMSO, PPRA, PCMAT, EPI e Programa de Sinalização.Esse programa deverá estar inteiramente planejado e organizado, inclusivecom toda a infra-estrutura implantada, pelo menos um mês antes da açãoprogramada de “Mobilização da Mão-de-obra”, permitindo sua imediataimplementação concomitantemente à esta ação.Sua duração estende-se por todo o período das obras e após o início daoperação, ainda por cerca de três meses, suficientes para a elaboração dosrelatórios finais de resultados e estatísticas de saúde pública a seremencaminhados às autoridades municipais e estaduais.

mesmo artigo, nos seusParágrafos 4º e 5º , determina quea comunidade indígena deverá serressarcida de possíveis prejuízosdecorrentes da intervenção e queeste ato deverá ser acompanhadodiretamente pelo órgão federalque exerce a tutela, no caso, aFundação Nacional do Índio -FUNAI.Este impacto, particularmente noque se refere à Aldeia citada é demédia magnitude e grandeimportância, durante o período deconstrução, sendo suamanifestação mais branda nasdemais fases do empreendimento

Medida Recomendada· Contato do empreendedor coma Fundação Nacional do Índiopara o planejamento enormatização dos casos deinterferências com ascomunidades indígenas, eposterior negociação com osrepresentantes da comunidadediretamente atingida.

PROGRAMAS AMBIENTAIS

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PROGRAMA DEPROTEÇÃO AOPATRIMÔNIO HISTÓRICO,CULTURAL E NATURAL

Esse Programa tem como principalobjetivo manter a integridade dosbens públicos representados peloPatrimônio Histórico, Cultural eNatural, porventura presentes nasproximidades das áreas deintervenção do empreendimento,em conformidade com a Portaria07/88 do IPHAN.Embora não tenham sidoregistrados bens históricos,culturais ou naturais, até omomento, que pudessem sofrerintervenções diretas da duplicaçãoda BR-101, no trecho em questão,o estudo de arqueologia indicou apossibilidade de ocorrência devestígios e ou, mesmo, de sítiosarqueológicos, de subsuperfície,ainda desconhecidos.Essa possibilidade justifica acriação de um aparato técnicopara a tomada de decisão, casoaconteça o descobrimento de bensde interesse arqueológico, visandoseu salvamento e manutenção deintegridade.A metodologia a ser desenvolvidaserá a de praxe em projetos desalvamento, consistindo emescavações amplas das parcelasrepresentativas dos sítios a seremimpactados. Todos os materiaisarqueológicos resultantes dasescavações de salvamento, bemcomo todas as informaçõesdecorrentes delas, sejam escritasou iconográficas devem ficar àdisposição da comunidadecientífica na instituição depesquisa mantenedora dorespaldo aos trabalhos.Concomitantemente à fase deimplantação da obra ocorrerá omonitoramento arqueológico. Ocumprimento das três fases doprograma: levantamento,salvamento e monitoramentoproduzirá um aprofundamento noconhecimento arqueológico daárea de influência da duplicaçãoda BR-101, trecho sul.Para aexecução da etapa deLevantamentos Sistemáticosestima-se um prazo de cem diasde trabalho, a ser cumprido,integralmente, ao longo da fase dePré-implantação.Para o Resgate e Salvamento dosSítios Arqueológicos, porventuradescobertos durante a fase deLevantamentos Sistemáticos oumesmo durante o Monitoramento

(acompanhamento das obras),os prazos serão diretamentedependentes dos quantitativosde sítios e / ou vestígiosdescobertos. Esse prazopoderá durar de poucos mesesaté o período total das obras,quando diretamente atingidos,ou mesmo extrapolar esteperíodo, quando se tratar desítios ou vestígios localizadosnas proximidades porém foradas áreas de intervençõesdiretas.Já o Monitoramento terá prazoidêntico ao da duração dasobras, na forma deacompanhamento dasmesmas.

PROGRAMA DE APOIOÀS COMUNIDADESINDÍGENAS

O principal objetivo dessePrograma é permitir umaconvivência sadia e proveitosaentre a população indígena e oempreendimento, permitindoque essas comunidadespossam garantir seu território emanter sua cultura e tradiçõese que venham a beneficiar-sedele, como o restante dapopulação, em atendimentoaos preceitos federais contidosna Lei 6.001/65 e no Decreto1.141/94.Para a obtenção dos objetivosdois grupos básicos deprocedimentos deverão serdesenvolvidos. O primeirorelacionado aoaprofundamento dos estudosde caracterização dapopulação indígena,considerando sua extremamobilidade e o segundo dizrespeito ao desenvolvimentode ações visando resguardaros interesses dessascomunidades e oferecercompensações pelasinterferências a elas impostas.Como principais ações, aserem discutidas com aFUNAI.Em decorrência doempreendimento em fase deapreciação, e seguindo aDiretriz 4.20 do BancoMundial, deve ser levado aefeito um Programa de Apoioque contemplefundamentalmente:- a realidade particular dogrupo afetado;- suas principais carências,

solicitações e potencialidades,relacionadas principalmente àregularização fundiária, melhoriade acesso e das condições de usodo solo, infra-estrutura de saúde,comunicação, educação,abastecimento de água e energiaelétrica e saneamento básico;- estágio atual dos programas, emdesenvolvimento, relativos aosdois empreendimentos acimareferidos;- incorporação de técnicas decomunicação, educação ambientale de apoio à agricultura e aoartesanato, bem como deresolução de problemas de infra-estrutura, particularmente demelhoria das habitações esaneamento básico.Os estudos propostos deverão serexecutados (ou complementados)ao longo da fase de Pré-implantação.As ações deverão serimplementadas ao longo doperíodo de duração das obras, atésua conclusão.Prevê-se, ainda, ummonitoramento das populaçõesindígenas, o qual poderá serexecutado através de convêniocom instituições da região (FUNAI,Universidades, Museus ou ONGs),para a fase de Operação doempreendimento.

PROGRAMA DEDESAPROPRIAÇÃO

A princípio, o total dedesapropriações será reduzido,visto que a nova pista seráassentada, em cerca de 86% dotrecho, sobre a faixa de domínioda rodovia existente. No entanto,em algumas travessias urbanas,nos trechos de variantes detraçado (14% do trecho), haveránecessidade de algumasdesapropriações.O empreendedor deverá fazer olevantamento específico edetalhado das necessidades dedesapropriação no meio rural e nomeio urbano, com base no traçadoda rodovia a ser definido noprojeto executivo definitivo. Alémda desapropriação em si, oempreendedor deverá dar, sempreque necessário, o suporte eacompanhamento para aadequada relocação dessapopulação.Esse Programa tem comofinalidades principais:• Efetuar as desapropriações eauxiliar, quando necessário nas

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relocações das famíliasdiretamente afetadas, de modoque não sofram perdaspatrimoniais e/ou de qualidade devida;• Praticar preços justos nasavaliações, aquisições e/ouindenizações;• Fazer com que o programa dedesapropriações transcorra semconflitos e questões judiciais.A elaboração do projeto dedesapropriação será feita duranteo desenvolvimento dos projetosexecutivos dos trechos a seremduplicados. A sua implantaçãoocorrerá antes do início das obras.

PROGRAMA DEREASSENTAMENTO DAPOPULAÇÃO DE BAIXARENDA

O objetivo desse Programa é aimplementação de medidascompensatórias aos transtornosimpostos à população desalojadapelo empreendimento, traduzidaspelo reassentamento das famíliasde baixa renda.Nesse grupo incluem-seproprietários de pequenas glebasde terra, com atividades rurais, enão-proprietários, mesmo quandoinvasores da faixa de domínio, quedesenvolvam pequenas atividadescomerciais e de serviços, semcondições de retomar, por si só,essas atividades em outro local.O empreendedor deverá fazer olevantamento específico edetalhado das necessidades dereassentamento das famílias debaixa renda no meio rural e nomeio urbano, com base no traçadoda rodovia definido no projetoexecutivo e a identificação dasáreas para reassentamento dapopulação.Para executar o reassentamentodeverão ser desenvolvidas asseguintes ações:• Identificação das áreas parareassentamento da população;• Descrição/interpretação doresultado das pesquisasrealizadas, censitária e amostral;• Caracterização sócio-econômica e cultural da populaçãoatingida;• Definição da forma decompensação das famíliasatingidas (reassentamento,indenizações e outros);• Definição dos critérios denegociação para oreassentamento da populaçãoafetada;

• Definição das instituiçõesenvolvidas no processo dereassentamento da população,bem como suas respectivasresponsabilidades no processo;• Equacionamento das soluçõese planejamento das ações paraimplementação do Programa;A elaboração do projeto dedesapropriação será feita duranteo desenvolvimento dos projetosexecutivos dos trechos a seremduplicados. A sua implantaçãoocorrerá antes do início das obras.

PROGRAMA DECONTROLE DE RUÍDOS,GASES E MATERIALPARTICULADO

Esse Programa visa reduzir aemissão de poluentesatmosféricos e sonoros, como osparticulados, gases deescapamento e ruídos demáquinas e veículos.Particularmente no caso de ruídosexcessivos, que podem causarmales fisiológicos (surdeztemporária ou definitiva)psicológicos (depressão) e sociais(tendência ao isolamento), odiagnóstico detectou valores acimado máximo admitido em algumastravessias urbanas do trecho emProjeto.A execução desse Programaabrange as três fases doempreendimento, projeto,construção e operação, devendoiniciar-se ao longo da Pré-implantação, com medidaspreventivas, e perdurar por toda avida útil da rodovia, com medidasde monitoramento.Deverão ser observados na fasede Projeto:• Acompanhamento dos Estudose Projetos das alternativas detraçado visando afastar a rodoviados centros urbanos, através daconstrução de “contornosrodoviários;• Acompanhamento no estudo doemprego de barreiras redutoras deruídos e da livre circulação dosgases.Na fase de Construção deverãoser observados:• Acompanhamento doplanejamento para o transporte demateriais e equipamentos,evitando-se os horários de pico e operíodo noturno na rodovia;• Acompanhamento do controledo teor de umidade do solo, comaspersões periódicas, inclusivenos acessos às obras;

• Fiscalização da utilização deequipamentos de segurança, comomáscaras, botas, fones de ouvido,luvas, capacetes, etc, pelosfuncionários das obras.• Fiscalização da utilização deequipamentos antipoluentes eredutores de ruídos nasinstalações de britagem, usinas desolo e asfalto e da regulagem dosmotores de veículos emaquinários.• Orientação na adequadalocalização de canteiros de obra eoutras estruturas de apoio.Na fase de Operação:• Acompanhamento domonitoramento dos níveis deefluentes e ruídos das descargasdos motores a combustão, aolongo da rodovia;• Fiscalização de controle dasvelocidades médias e níveis deemissões dos veículos nasrodovias direta e indiretamentebeneficiadas;• Divulgação dos resultados domonitoramento e do controledessas rodovias às comunidadesda região, através do Programa deComunicação Social.

PROGRAMA DERECUPERAÇÃO DEÁREAS DEGRADADAS

Esse Programa tem por objetivo arecuperação das áreas degradasem função da duplicação darodovia, incluindo as áreasexploradas como fonte demateriais de construção, como aspedreiras, saibreiras e areais, ainstalação de canteiros de obras edas unidades industriais debritagem, concreto e asfalto, e aexecução de cortes e deposiçãodo material de bota-fora.A necessidade do Programaencontra sua justificativa naspróprias ações programadas dafase de construção (comoexploração de materiais deconstrução, implantação decanteiros e alojamentos,terraplenagem e movimentação deterras, entre outras) e na previsãoda ocorrência de impactos quedecorrerão da construção da obrae, que deverão, caso não sejammitigados, acentuar a degradaçãoambiental, em especial o início e/ou aceleração dos processoserosivos.A recuperação dessas áreasdependerá, em grande parte, darecomposição parcial do substratoe da capacidade de produção

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vegetal. Para tanto, deverão seradotados os seguintesprocedimentos:• Delimitação das áreas a seremrecuperadas;• Remoção e armazenamento,de forma adequada, do materialvegetal e das camadas superficiaisdo solo, para futuroaproveitamento na recomposiçãodo terreno.• O material de bota-fora ouestéril deverá ser colocado deforma a seguir a topografia originaldo local. Depois disso, serádepositado o solo fértil,previamente armazenado, emcamadas de 20 cm, sobre toda aárea. A seguir, deverá ser feito agradagem do terreno comequipamento adequado.• Recuperação dos locaisdegradados utilizando as camadasde solo armazenadas, de formamais próxima possível à original;• Replantio das áreas comespécies nativas;• Monitoramento dos resultados.O início da execução do programadeve ser concomitante à execuçãodas obras de corte e aterro e daexploração dos materiais deconstrução.A fase de monitoramento deve serexecutada até que as áreasreflorestadas estejam em bomnível de desenvolvimento, prazoestimado em até cinco anos, apósa conclusão das obras.

PROGRAMA DECONTROLE DEPROCESSOS EROSIVOS

Esse Programa tem como objetivo,promover o controle dos processoserosivos decorrentes daimplantação das obras,envolvendo as áreas de taludes decortes e aterros, áreas deobtenção de materiais deconstrução, bota-foras, canteirosde obras, centrais de concreto ede britagem e usinas de asfalto,dentre outras, no intuito depreservar a integridade dasestruturas da rodovia (pistas,obras de arte, etc) e áreasadjacentes, durante as fases deconstrução e de operação doempreendimento.É de suma importânciaacompanhar o desenvolvimentodos processos erosivos, bemcomo monitorar as obras decontenção desses processos, emespecial os retaludamentos, ossistemas de drenagem e a

revegetação a serem implantados.Esse acompanhamento deverá serpermanente, visando determinaras condições de suporte e aeficiência dos sistemasimplantados durante, pelo menos,um ciclo hidrológico completo,para ter sua eficácia comprovada.Os procedimentos a seremseguidos são:• Monitoramento ao longo dostaludes de maiores declividades enos terrenos com maiorsuscetibilidade à erosão, visandodetectar a formação de sulcoserosivos, fendas no solo e indíciosde rastejo, e estimar a taxa deprogressão relativa de movimentodo solo, principalmente ondehouver vegetação menosdesenvolvida, ausente ou alterada,que indique terrenos instáveissujeitos à formação de ravinas,voçorocas ou escorregamentos;• Observação dos fenômenos deinstabilidade, quando necessária,auxiliada pelo emprego deinstrumentação para avaliar o graude risco para cada local (uso deinclinômetro, pluviômetro,tensiômetro, etc);• Conservação e observação docomportamento das obras decontenção realizadas, verificandoas deficiências que possamocorrer no sistema de drenagem,vegetação, e outros, evitandonovas instabilizações e, ao mesmotempo, contribuindo com a estéticados sistemas implantados;• Durante o monitoramento dosistema de drenagem seráefetuada, constantemente, alimpeza das canaletas pluviais;• Aplicação e reposição periódicado material de preenchimento dossulcos de erosão porventuraformados (os sulcos maisprofundos poderão serpreenchidos por solo-cimento).Esse Programa deverá ter inícioconcomitante ao início das obras,estendendo-se durante toda a vidaútil da rodovia.

PROGRAMA DERECUPERAÇÃO DOSPASSIVOS AMBIENTAIS

O principal objetivo dessePrograma é o de recuperar osPassivos Ambientais, ou seja,aquelas situações de degradaçãoambiental causadas por ocasiãoimplantação da rodovia hojeexistente, relacionadas à obtençãode materiais de construção,interferências com estruturas

urbanas ou mesmo decorrentes deatividades de terceiros que hojecolocam em risco a segurança e aintegridade da rodovia, procurandoreintegrar essas áreas à paisagemlocal e/ou ao processo produtivo.A constatação dos Passivosjustifica a implantação do presentePrograma, na busca dareabilitação ambiental das áreas esituações.

Fase de ProjetoUma vez identificados os passivosde cada lote, as empresasresponsáveis vêm propondo, comoparte integrante do próprio ProjetoExecutivo, as soluções para suareabilitação, caso a caso.De uma forma geral, as áreas depedreiras, empréstimos, areais oubota-foras abandonados após suaexploração, estão sendo, noProjeto Executivo, indicadas para aretomada da atividade composterior recuperação /revegetação e/ou utilização comonovos bota-foras com posteriorrevegetação.Os Passivos relacionados aoGrupo IV, de interferências comequipamentos urbanos, estãotendo soluções propostas nosentido de recuperação de obrascivis (bueiros, vias laterais, etc),instalação de novos equipamentosredimensionados (estruturas dedrenagem, passarelas, etc),relocação de estruturas e auxílio àcirculação da população (paradasde coletivos, sinalização, etc) apartir da auscultação dos pleitos ereivindicações das populaçõeslindeiras à rodovia.

Fase de ConstruçãoImplantação das soluçõesrecomendadas em projeto para areabilitação e reintegraçãoambiental de cada Passivoidentificado.

Fase de Operação• Monitoramento dasintervenções implementadas;• Avaliação da eficácia dasmedidas adotadas;• Observação da satisfação dopúblico em geral;• Divulgação dos resultadosatravés do Programa deComunicação Social.Conforme mencionado nos itensanteriores, este é um Programainiciado ainda na fase de Projetoque deverá perdurar por toda avida útil do empreendimento.

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PROGRAMA DEPAISAGISMO

À semelhança do Programaanterior, de Recuperação dosPassivos Ambientais, também estedeverá prever o planejamento dassoluções de paisagismo, ainda nafase de Projeto Executivo, aimplantação dessas soluções, aolongo da fase de construção, e omonitoramento das mesmas,durante a operação da rodovia.Assim, uma vez identificadas asáreas que sofrerão interferênciaspaisagísticas marcantes (cortes,aterros, terraplenagem, exploraçãomineral, implantação de centraisde britagem e de usinas de asfalto,entre outras), em cada lote deprojeto, as empresas responsáveisprojetarão, também, as soluçõespaisagísticas a serem implantadasindividualmente.Na fase de construção asempresas construtorasimplantarão as soluçõesrecomendadas em projeto, para osrespectivos lotes de construçãoconsiderando caso a caso.

PROGRAMA DEPROTEÇÃO DOS CORPOSHÍDRICOS

Esse Programa visa estabeleceros critérios para o monitoramentoe controle da qualidade das águasdos rios afetados, além demecanismos de segurança e deprevenção contra possíveisaportes de poluentes, buscando aintegridade desses recursos.O Programa se justifica pelascaracterísticas diagnosticadas dosrecursos hídricos direta ouindiretamente atingidos pelasobras e, principalmente, pelospotenciais impactos identificadosrelacionados ao carreamento desólidos e assoreamento da redede drenagem, interferências com aqualidade das águas superficiais esubterrâneas e interferências commananciais hídricos.(Mecanismos de Controle)• Identificação dos agentes efatos geradores das interferências(assoreamento e/ou poluição);• Análise das baciashidrográficas com vistas àidentificação dos rios e lagoas aserem objeto de monitoramento;• Identificação/ caracterizaçãodas principais interferências, dasobras nos corpos hídricos, emtermos de modalidade / naturezadas interferências;

• Definição das medidas a seremadotadas com vista a eliminação/minimização dos problemas;• Definição das destinaçõesfinais adequadas a efluentespotencialmente poluidores (lixo,águas servidas, óleos, graxas,sucatas, entre outros).(Atividades de Monitoramento)• Definição da sistemática a seradotada para o monitoramento daqualidade da água;• Seleção dos pontos deamostragem, para a coleta dematerial;• Definição dos diferentesparâmetros a serem analisados,em função dos agentes e fatospotenciais geradores deproblemas;

PROGRAMA DEPROTEÇÃO À FAUNA E ÀFLORA

Um dos principais impactosderivados da implantação e/ouampliação de rodovias é oaumento (ou início) deatropelamentos envolvendoespécies da fauna local. Umimpacto permanente e que,dependendo da área a ser afetada,pode representar um agenteseletivo de grande importânciadentro do contexto de estruturaçãodos ecossistemas atingidos (cf.NOVELLI et al. (1988) e LEEDY etal. (1975).Outro impacto relevante dizrespeito à possibilidade doaumento das atividades de abate ecaptura de animais, praticada pelocontingente de trabalhadoresenvolvidos nas obras.Igualmente problemático são,ainda, os impactos gerados sobrea vegetação nativa, quer seja pelaabertura de novas vias (no casoespecífico das variantes), queacabam por favorecer contatoscom sistemas até entãoprotegidos, quer seja peloaumento na probabilidade deocorrência de queimadas.A necessidade de supressão devegetação nativa, em algunstrechos da duplicação, a serdefinida durante o ProjetoExecutivo, é outro fato a justificar anecessidade deste Programa, nosentido de que tais intervençõessejam feitas dentro das maiscorretas técnicas de preservação,limitem-se ao estritamentenecessário para o assentamentoda nova pista e atendam alegislação vigente de

licenciamento específico, (Portariado IBAMA No 113, de 29 dedezembro de 1995, publicada noDiário Oficial da União em 09/01/1996).Os principais objetivos dessePrograma são:(Fauna)• Minimizar os impactos geradospela rodovia sobre a fauna;• Produzir um banco de dadosque subsidiará a própriaconcepção de empreendimentosfuturos com característicassimilares;• Elaborar mecanismos quereduzam o atropelamento,adequando os mesmos a cadasituação observada(Flora);• Reduzir a probabilidade deextração de recursos florísticos porparte dos empregados da obra;• Reduzir a probabilidade deocorrência de incêndios em áreaslindeiras à rodovia, durante aconstrução e operação doempreendimento

PROGRAMA DE REDUÇÃODO DESCONFORTO E DEACIDENTES NA FASE DEOBRAS

Os transtornos pertinentes a obrascivis de grande porte, como aemissão de gases, ruídos eparticulados e o trânsito deveículos e máquinas pesados,como deverá ocorrer no caso daduplicação da rodovia BR-101,sempre afetam a populaçãolimítrofe e os usuários, emespecial aquelas famíliasresidentes no meio urbanopróximas ao empreendimento.O objetivo principal desteprograma é minimizar odesconforto e os eventuaisacidentes com veículos e pessoasdurante a fase de construção. Oprograma também visa orientar apopulação diretamente afetada nosentido de que tenha certoscuidados, especialmente comcrianças e idosos, geralmentemais sujeitos a sofrerem danos,além de levar essa população acompreender e colaborar naadoção de medidas para aredução do desconfortotemporário, ao longo das obras,especialmente nos trechos detravessias urbanas.Essas estruturas estãorelacionadas principalmente a:estabelecimento de cronogramasdetalhados, especificando

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períodos e horários previstos paraatividades de maior geração deincômodos, como por exemplodetonações de explosivos, tráfegode veículos pesados em áreasresidenciais e operação deequipamentos de grande portecomo compressores eperfuratrizes;instalação de adequadasinalização alertando a populaçãoquanto a desvios de tráfego,horários de rush, inversões desentido em ruas e estradasvicinais e presença de redutoresde velocidade;instalação de corredores epassarelas, nas travessiasurbanas, para facilitar a circulaçãode pessoal;implantação de pronto-socorros eveículos para remoções eatendimento a emergências eacidentados.Esse Programa terá início já nafase de Projeto e será permanentedurante a fase de construção doempreendimento, abrangendo todoo trecho a ser duplicado, incluindoas variantes de traçado e todas asestruturas de apoio às obras(canteiros, alojamentos estradasvicinais, acessos, áreas deobtenção de materiais deconstrução e de descarte deestéril, centrais de concreto e debritagem e usinas de asfalto, entreoutras).

PROGRAMA DEMELHORIA DASTRAVESSIAS URBANAS

A melhoria das condições desegurança e fluidez das travessiasurbanas que foi contemplada comouma das metas principais doAnteprojeto de Duplicação daBR-101, diz respeito ao aumentoda segurança (redução deacidentes) dos usuários da rodoviae dos moradores que precisamatravessá-la.Os objetivos são manter aoperacionalidade da rodovia,ordenar as faixas lindeiras eatenuar os conflitos provocadospela presença da área urbana,eliminando-se os impactosnegativos resultantes daimplantação do empreendimento.Nesse sentido, deverão serobservados os seguintesprocedimentos:• Análise criteriosa dalocalização dos pontos de acessoou travessia, tendo em vista aconveniência da rodovia e as

peculiaridades urbanas do local.• Impedimento do acesso deveículos e pedestres fora dospontos selecionados.• Eliminação da interação dotráfego local com o de longadistância.

Com a finalidade de mitigar osefeitos das modificaçõesintroduzidas no uso e ocupação dosolo pela presença da rodoviadentro ou junto à malha urbana,diversas medidas devem seradotadas:• Recomposição paisagística;• Evitar destruição de sítios devalor arquitetônico, urbanístico oupaisagístico;• Evitar conflito entre espaçoviário e espaço urbano;• Construção de ciclovias,calçadas e dispositivos inibidoresdo tráfego.

Do mesmo modo, com a finalidadede mitigar a “segregação urbana”previu-se:• Criar meios de acessibilidadeàs atividades e facilidadesbloqueadas por meio dorebaixamento da pista, mantendoacessos nas superfícies.• Na impossibilidade derebaixamento da pista, introduzir autilização de semáforos,passagens inferiores oupassarelas.

Finalmente para reduzir o efeito de“intrusão visual” recomenda-se aelaboração de:• Projetos de engenhariaesteticamente adequados àspaisagens urbanas dos locais;• Faixas de domínio em funçãodo grau de obstrução visual;• Projetos de paisagismo erecomposição vegetal.

Para que todos esses projetosatinjam seus objetivos serãonecessários:• Contatos com as autoridadesdo município atingido;• Contatos com a comunidadeatingida;• Efetivo acompanhamento efiscalização das medidasadotadas.O prazo de execução destePrograma, em sua primeira fase,deverá coincidir com as fases deProjeto e de Pré-implantação doempreendimento. Os projetosdefinitivos de interseção einterferências já devem levar emconsideração as solicitações das

comunidades afetadas e ocronograma das obras,desenvolvido de maneira tal que,por ocasião da liberação dotráfego na rodovia, já estejamconcluídas todas as obras queenvolvam as Travessias Urbanas.Após a conclusão das obrasdeverá haver um monitoramentopermanente das condições decada travessia e contatosperiódicos entre o DNER com todaa comunidade envolvida.Após a conclusão das obrasdeverá haver um monitoramentopermanente das condições decada travessia e contatosperiódicos entre o DNER e toda acomunidade envolvida.

PROGRAMA DECOMPENSAÇÕES PARAAS UNIDADES DECONSERVAÇÃO

Este programa atende arecomendações legais,especialmente à ResoluçãoCONAMA 02/96, que aponta anecessidade de que se invista pelomenos 0,5% do valor doempreendimento na conservaçãoambiental, e ainda à ResoluçãoCONAMA 13/90, que determina anecessidade de auscultação dosórgãos administradores deUnidades de Conservação,localizadas num raio de até 10 kmdo empreendimento, no processode licenciamento.A Resolução CONAMA 02/96,aponta que não há aobrigatoriedade da unidade deconservação ser implantada juntoao sítio do Projeto, e ou tambémpossibilidade dos recursos sereminvestidos em unidades jáexistentes ou na criação de umanova unidade acrescidos dosinvestimentos oriundos de outroslicenciamentos.Tendo em vista o estado deconservação da área de influênciado empreendimento, a equipeenvolvida no estudo julgou maisinteressante, sob o ponto de vistabioconservacionista, aplicar osrecursos em unidades deconservação já consolidadas,quais sejam:• Reserva Biológica de Osório(Estadual)• APA do Morro de Osório(Municipal);• Parque Estadual da Serra doTabuleiro;• Parque Nacional da Serra Geral(Federal);

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• Parque Nacional de Aparadosda Serra (Federal);• APA Terra de Areia (Municipal);• Reserva Biológica da SerraGeral (Municipal);• Parque Ecológico Municipal dePalhoça;• Estação Ecológica de Aratinga(Estadual);• Reserva Biológica EstadualMata Paludosa;• APA Rota do Sol (Estadual);• Área Especial de InteresseTurístico (municipal);• Parque da Guarita (Municipal);• APA da Lagoa de Itapeva(Municipal, em processo decriação);• APA Guarita Itapeva (Municipal,em processo de criação).

Outros locais de importantesremanescentes da vegetaçãonatural, identificados durante osestudos e que poderiam ser objetode criação de novas unidades,são:• Floresta Ombrófila Densa deTerras Baixas, em Sanga da Toca(Guarita), no município deSombrio;• “Palmares, butiazais oubutiatubas”, próximo a cidade deLaguna;• Planícies marginais à Lagoa deImaruí (vegetação de restinga e dedunas); e• Matas ciliares e faixas deproteção marginal das lagoas.

São proposições da equipe técnicaresponsável pelo EIA, à luz doatual conhecimento, as seguintesdiretrizes:a - Investimento dos recursosdisponíveis prioritariamente nasUnidades existentes;b - Criação de novas Unidades nosremanescentes de vegetaçãonativa identificados;c - Divisão dos recursosdisponíveis, pelos Estados eMunicípios, proporcionalmente aoscustos do empreendimento noslimites de cada território;d - Divulgação das discussões,negociações e decisões através doPrograma de Comunicação Social.

PROGRAMA DETRANSPORTE DECARGAS PERIGOSAS

O transporte de carga de produtosperigosos passa a ocupardestaque especial tendo em vistao risco potencial de acidentesrodoviários envolvendo veículos

transportadores desta mercadoriaespecialmente em áreas próximasa perímetros urbanos e bacias decaptação de recursos hídricos.Minimizar os riscos de ocorrênciade situações emergenciais quepossam causar acidentes queagridam o patrimônio natural e/oua vida, bem como atenuar asconseqüências destes possíveisacidentes e os efeitos nocivoscausados ao meio ambiente comoum todo, representam osprincipais objetivos destePrograma.Entende-se como ProdutoPerigoso aquele que, pelas suascaracterísticas, “apresente riscospara a saúde das pessoas, para asegurança pública e para o meioambiente” e estão relacionados nanorma brasileira - NBR - 7.502.Este Programa faz-se necessáriopara a garantia da integridade dascaracterísticas do ambiente emque se insere o empreendimento,em especial quanto à qualidadedos cursos hídricos e mananciaisatravessados, à preservação dasUnidades de Conservação eremanescentes da vegetaçãonatural na área de influência diretae pela proximidade e travessias deáreas urbanas e de aglomeradosrurais.O DNER, por ser o órgão gestorda rodovia BR-101, assume aresponsabilidade pelo Programa,cumprindo o papel decoordenador do processo aquidescrito, em vista do seu interessena questão, da experiênciarodoviária, e dos recursos quedispõe.Outras instituições envolvidasnesse Programa serão:Policia Rodoviária Federal;Órgãos Estaduais de Defesa Civil;Órgãos Estaduais de MeioAmbiente;Corpo de Bombeiros;Companhias de Abastecimento eSaneamento de Água; eSindicato dos Transportadores deCarga dos Estados.

PROGRAMA DESUPERVISÃO AMBIENTAL

O Programa de SupervisãoAmbiental tem como objetivo geralo acompanhamento sistemáticode todas as ações que digamrespeito à obra e às interferênciasambientais decorrentes, além deobjetivos específicos, relacionadosà aplicação dos programasambientais e medidas de proteção

ambiental.No decorrer da obra diversasações serão desenvolvidas, comreflexos mais ou menossignificativos para os ambientesenvolvidos. A SupervisãoAmbiental, através doacompanhamento periódico,determinará como e quandointervir nestas ações paraminimizar, controlar e/ou eliminarefeitos negativos sobre o meionatural.

PROGRAMA DEMONITORAMENTOAMBIENTAL

Esse Programa visa darcumprimento à ResoluçãoCONAMA n0 01/86, queestabelece que o Estudo deImpacto Ambiental deverá elaborarum programa de acompanhamentoe monitoramento dos impactospositivos e negativos, indicando osfatores e parâmetros a seremconsiderados (art. 6°, alínea IV).A implantação deste programa sejustifica, não só pela exigêncialegal supra citada, mas tambémpela necessidade de proporcionarao empreendedor, órgãos setoriais,instituições científicas e sociedade,a oportunidade deacompanhamento e supervisão daexecução do empreendimento,através de instrumentos quereúnam o aperfeiçoamento dapolítica e da estratégia deimplantação de rodovias, noshorizontes de planejamento dosetor.O Programa de MonitoramentoAmbiental contempla todos osprogramas integrantes do PBA quepossuam atividades demonitoramento sistemático dascondições ambientais durante aimplementação doempreendimento, quer seja na fasede construção ou na de operação.De modo a atender aos objetivosdo programa serão selecionadastodas as propostas demonitoramento contidas nosdemais programas, as quais serãoorganizadas de acordo com a fasedo empreendimento em que seenquadrem – implantação ouoperação.

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O trecho a ser duplicado da BR-101,acompanha o litoral dos estados de SantaCatarina e do Rio Grande do Sul. A atualestrada tem funções na estrutura sócio-produtiva, tais como:

• Ligação dos pólos produtivos aos portos,para escoamento da produção primária esecundária;• Integração econômica com os estados doParaná, São Paulo e Rio de Janeiro, e com ospaíses do Mercosul;• Ligação para o turismo, com os estadosvizinhos e países próximos.

É em função da existência desses três fatoresde demanda que se configura o processo deintensa queda da qualidade do serviço oferecidoao usuário da atual BR-101, sem a suaduplicação.

A realização do empreendimento, naturalmente,dobra o oferecimento, aos usuários, dacapacidade de trânsito de veículos automotores.Será feita uma maior ligação da área com outrospólos econômicos.

Os agentes econômicos se ajustarão às novasoportunidades de aumento de eficiência, atéatingir todo o campo da produção primária,industrial e de serviços.

Com base no diagnóstico e nos impactos domeio físico, medidas mitigadoras e programaspropostos, o empreendimento concentrainterferências negativas, com probabilidades detranstornos mais sérios à população e aoscomponentes ambientais, durante a fase deconstrução.

Os estudos comparativos entre as Variantes de traçadoestudadas e a duplicação paralela, em apenas um caso(Variante do Banhado de Maracajá) a duplicação paralelamostrou-se ambientalmente vantajosa. Nas demais situações,as variantes correspondem ao traçado mais vantajoso,embora em alguns casos apresentem custos de implantaçãomais elevados.

Os impactos do meio biótico, tais como interferência sobre asformações vegetais, as unidades de conservação e a faunaassociada, direta ou indiretamente atingidas, serão maisconcentrados durante a fase de construção.

Recomenda-se como uma das medidas compensatórias aosimpactos do empreendimento, que o DNER exerça gestõesjunto aos órgãos públicos e demais interessados, buscando aexecução de estudos aprofundados sobre a poluição da Lagoado Imaruí e possíveis soluções para sua reversão.

No aspecto econômico e social, a duplicação da BR-101,apresenta vários benefícios, tanto na fase de construção, comona de operação, onde pode-se destacar:

• a redução de acidentes;• diminuição do tempo de viagem;• aumento de segurança no tráfego;• diminuição do consumo de combustível e melhoria do fluxo;• aumento da durabilidade dos veículos;• desenvolvimento da indústria turística.

Com o bom andamento das obras e a utilização de modernastécnicas de engenharia, associadas à implementação dasMedidas e Programas Ambientais propostos, a equipe técnicaresponsável pelo EIA/RIMA da Duplicação da BR-101, notrecho entre Florianópolis (SC) e Osório (RS), conclui pelaViabilidade Ambiental do empreendimento.

CONCLUSÃO

VIABILIDADE AMBIENTAL DO EMPREENDIMENTO

PROGRAMA DE ORDENAMENTO TERRITORIAL

O programa objetiva disciplinar o uso e ocupação do solo no entorno darodovia, em função do desenvolvimento acarretado pela melhoria dascondições de acessibilidade promovida pela duplicação da BR-101 notrecho considerado.A funcionalidade da rodovia será preservada se o atual quadro de uso eocupação do solo, for se adequando/disciplinando às alterações epotencialidades introduzidas pelo empreendimento e compatibilizando-as àslegislações municipais, sob uma visão sistêmica do problema. Taladequação/disciplinamento deverá considerar a identificação de vocaçõespotenciais, diante da expansão da atividade econômica decorrente, quepoderá dar origem a novos empreendimentos, eventualmente complexos ede grande porte. Nesses casos deverão ser buscadas localizaçõescompatíveis com as de reassentamento da população e com os programasde implantação de infra-estrutura, gerando novos pólos de desenvolvimento.Os serviços considerarão todos os 25 municípios atravessados (AID), bem

como outros 17 municípios que,em princípio, terão seu acessosignificativamente facilitado(AIDE), considerando seuposicionamento em relação àinfra-estrutura viária e demaiscondicionantes físicos eeconômicos da região. OPrograma será desenvolvido nasseguintes fases principais: Coletae análise de dados e estudos;Identificação de demandas porordenamento de uso e ocupaçãodo solo; Estabelecimento dediretrizes para o ordenamentofísico-territorial.

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JOSÉ ANTONIO URROZ LOPES Geólogo/Gerente de Contrato 601-D/CREA-CEJOSÉ RICARDO PEDRUZZI Engº Agrôn./Coordenador Técnico 55.139-D/CREA-RJANA PAULA GABRIEL WOSNIAK Geóloga 30.050-D/CREA-PRLUIS ANTONIO ROCHA Geólogo 17.579-D/CREA-PRERNESTO GETÚLIO M.VIEIRA Geógrafo 43.710-D/CREA-RSMARIA EMÍLIA SCHWARZ ACCIOLY Engenheira Civil 6910-D/CREA-PREDUARDO WERNER HACKRADT Engenheiro Civil 4.977-D/CREA-PRGERALCY CARNEIRO DA SILVA Engenheiro Civil 4.764-D/CREA-AMGREGOR AUGUSTOS KOWALCZUK Engenheiro Químico 20.686-D/CREA-PRPAULO TOMCHAK Engenheiro Químico CRQ 093-00638-D/PRCARLOS ROBERTO S.F. BIZERRIL Biólogo 12.118/29 CRBGISELE CRISTINA SESSEGOLO Bióloga 8.060-03 CRBRAQUEL REJANE BONATO NEGRELLE Bióloga 09.504-03 CRBMARIA RENATA SOUZA LOPES Bióloga 17.843-03 CRB/PRPENO ARI JUCHEN Economista CORECON 789 PRDARCY MARZULLO RIBEIRO Sociólogo Prof. Mat. Livro 01 Fl. 43 R DRT-PRMARIA DE LOURDES SÁ BARRETO Socióloga/Antropóloga 256/1/IFCS-UFRJSONIA GIOVANETTI Arqueóloga —IVORI JOSÉ GALET Etno Historiador —RAFAEL JAIME SUNYÉ GUINART Designer Gráfico —RUI CORREA FEUERSCHUETTE Advogado 09504/03 OABJORGE B. TEIXEIRA DA SILVA Projetista —FLÁVIO SOUZA SANTOS Técnico —

EQUIPE TÉCNICA