Ecologia - odum(7)

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ECOLOGIA ODUM 1985 ECOLOGIA: interação dos organismos com os organismos, conforme funcionam nos ecossistemas. Os organismos não se adaptam simplesmente de forma passiva as forças físicas e químicas, porém modificam, mudam e regulam ativamente o ambiente físico dentro de limites impostos pelas leis naturais que determinam a transformação da energia e a ciclagem de nutrientes. DINÂMICA DE POPULAÇÕES 1. PROPRIEDADES DO GRUPO POPULACIONAL População: qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma comunidade biótica. Comunidade Biótica: conjunto de populações que funcionam como uma unidade integradora, através de transformações metabólicas co-evoluídas numa dada área de habitat físico. Características de uma população: densidade, natalidade, mortalidade, distribuição etária, potencial biótico, dispersão e forma de crescimento. E características genéticas: adaptatividade, fitness reprodutivo e persistência. DENSIDADE É o tamanho da população em relação a alguma unidade de espaço, expressa por unidade de indivíduo ou biomassa por unidade de área ou volume. Densidade bruta: número por unidade de espaço total. Densidade específica ou ecológica: número por unidade de espaço do habitat (área disponível que realmente pode ser colonizada pela população). Abundância relativa: podem ser relativos a tempo, como número de aves observadas por hora. Importante para saber como a população está mudando. Porcentagem de indivíduos numa amostra.

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ECOLOGIAODUM 1985

ECOLOGIA: interação dos organismos com os organismos, conformefuncionam nos ecossistemas.

Os organismos não se adaptam simplesmente de forma passivaas forças físicas e químicas, porém modificam, mudam e regulamativamente o ambiente físico dentro de limites impostos pelasleis naturais que determinam a transformação da energia e aciclagem de nutrientes.

DINÂMICA DE POPULAÇÕES

1. PROPRIEDADES DO GRUPO POPULACIONALPopulação: qualquer grupo de organismos da mesma espécie

que ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte deuma comunidade biótica.

Comunidade Biótica: conjunto de populações que funcionamcomo uma unidade integradora, através de transformaçõesmetabólicas co-evoluídas numa dada área de habitat físico.

Características de uma população: densidade, natalidade,mortalidade, distribuição etária, potencial biótico, dispersãoe forma de crescimento. E características genéticas:adaptatividade, fitness reprodutivo e persistência.

DENSIDADEÉ o tamanho da população em relação a alguma unidade de

espaço, expressa por unidade de indivíduo ou biomassa porunidade de área ou volume. Densidade bruta: número por unidade de espaço total. Densidade específica ou ecológica: número por unidade de

espaço do habitat (área disponível que realmente pode sercolonizada pela população).

Abundância relativa: podem ser relativos a tempo, comonúmero de aves observadas por hora. Importante para sabercomo a população está mudando. Porcentagem de indivíduosnuma amostra.

Freqüência de ocorrência: porcentagem das áreas amostradasocupadas por uma espécie.

Valor de importância: combinação de abundância relativa efreqüência de ocorrência, mais utilizados em estudos devegetação.As densidades encontradas nas populações estão

relacionadas com o nível trófico e com o tamanho de indivíduo.Quanto menor o nível trófico mais alta será a densidade.

"Os números atribuem importância excessiva a organismospequenos, e a biomassa atribui importância excessiva aorganismos grandes". Os componentes do fluxo energéticofornecem um índice mais adequado para se compararem todaspopulações de um ecossistema.

Medidas e termos aplicados a populações:- área basal: usado para vegetais, é a área total da seçãotransversal dos troncos;- índices de abundância relativa: amplamente usadas paraanimais e plantas terrestres maiores.

Métodos classificados em amplas categorias:- Censos totais: organismos grandes e bem visíveis, ouorganismos que se agregam em colônias de reprodução, ex. avesmarinhas e focas;- Amostragem por quadrantes: (quadrantes e transectos)fornecem uma estimativa da densidade da área amostrada;- Métodos e marcação e recaptura: animais móveis, uma amostrada população é capturada, marcada e liberada, uma porção deindivíduos marcados numa amostra posterior é usada paradeterminar as populações totais;- Amostragem por retiradas: o número de organismos retiradosde uma área, em amostras sucessivas, é plotado nas ordenadasde um gráfico, e o número anteriormente removido é plotado nasabscissas. Se a probabilidade de captura permanecerazoavelmente constante, os pontos do gráfico formaram umareta que poderá ser estendida até o ponto 0, o que indica umaretirada teórica de 100% da população da área;- Métodos sem área: aplicáveis a organismos sésseis, tais comoárvores. O método de quadrantes é um exemplo - a partir de umasérie de pontos aleatórios, mede-se a distância até o

indivíduo mais próximo em cada um de 4 quadrantes. A densidadepor unidade de área pode ser estimada por distância média.

NATALIDADEÉ a capacidade de uma população aumentar.

Taxa de natalidade: produção de novos indivíduos de qualquerorganismo.

Natalidade máxima: (fisiológica ou absoluta), é a produçãomáxima teórica de novos indivíduos sob condições ideais.

Natalidade ecológica ou realizada: refere-se ao aumentopopulacional sob condições reais ou específicas do ambiente.Não é constante, varia conforme as condições.

Taxa de natalidade absoluta ou bruta: número de novosindivíduos e o tempo.

Taxa de natalidade específica: número de novos indivíduosproduzidos por unidade de tempo por uma população.

MORTALIDADEMorte dos indivíduos numa população. A mortalidade, assim

como a natalidade, varia muito com a idade, principalmente nosorganismos superiores. Taxa de mortalidade: pode ser definida como número de

indivíduos que morrem num dado período (óbitos por unidadede tempo).

Mortalidade ecológica ou realizada: perda de indivíduos sobuma dada condição do ambiente, não é uma constante, variacom as condições do ambiente.

Mortalidade mínima: teórica, constante para uma população, éa perda sob condições ideais ou não limitantes.

Longevidade fisiológica: mesmo em condições ótimas osindivíduos morreriam por velhice, porém seria maior que alongevidade ecológica média.

Taxa de sobrevivência: 1 menos a taxa de mortalidade.

TABELA DE VIDA

Vários modelos de tabela de vida podem ser feitas, conformeos dados obtidos.

Idade(anos)

Idade comoporcentagemde desviodo tempomédio devida

Número demortes nointervaloetário em

1000nascidos

Número desobrevivent

es noinício dointervaloetário em

1000nascidos

Mortalidadepor 1000indivíduosvivos noinício dointervaloetário

Expectativade vida outempo médiode vida queresta paraos que

atingem ointervaloetário(anos)

x x' dx lx 1000qx ex

DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃOImportante característica da população, influencia tanto a

natalidade como a mortalidade. As proporções entre váriosgrupos etários de uma população determinam o estadoreprodutivo atual da mesma e indicam o que poderá ser esperadono futuro. Ex. populações em crescimento rápido apresentamgrande quantidade de jovens, uma população estacionáriaapresentará distribuição uniforme de idades. A estruturaetária pode ser expressa por 3 idades ecológicas:- pré-reprodutiva;- reprodutiva;- pós-reprodutiva.

2. CONCEITOS BÁSICOS DE TAXASCurvas de crescimento em forma de S e curvas de taxa de

crescimento em forma de morro, muitas vezes, sãocaracterísticas de populações em estágios pioneiros decrescimento.

3. A TAXA INTRÍNSECA DE AUMENTO NATURALÉ quando existe uma distribuição etária estacionária e

estável, taxa específica de crescimento.A taxa geral de crescimento da população sob condições

ambientais limitadas (r) depende da composição etária e dastaxas específicas de crescimento devidas à reprodução dosgrupos etários competentes.

Potencial biótico: (Chapman 1928) capacidade reprodutivamáxima. Propriedade inerente de um organismo de se reproduzir,de sobreviver, ou seja, de aumentar quantitativamente.

4. FORMA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL* Curva de crescimento em forma de J: a densidade aumenta

rapidamente, de forma exponencial, parando abruptamente quandoa resistência ambiental ou outro limite se torna efetivo maisou menos repentinamente, pode não ocorrer equilíbrio, apopulação flutua constantemente;

* Curva de crescimento sigmoidal (S): a população aumentalentamente no início, depois mais rapidamente, mas logo a taxade aumento vai diminuindo aos poucos até que a o equilíbrioser alcançado e mantido.

5. Flutuações e Oscilações "Cíclicas" de PopulaçõesQuando populações completam seu crescimento, a densidade

populacional tende a flutuar para cima e para baixo do nívelde estado constante. Freqüentemente as flutuações resultam demudanças sazonais ou anuais na disponibilidade de recursos, ou

podem ser aleatórias. Contudo, algumas populações oscilam tãoregularmente que podem ser consideradas cíclicas.Flutuações:1. Mudanças sazonais no tamanho da população, ligadas a

mudanças sazonais nos fatores ambientais.2. Flutuações anuais;

a. Controladas primordialmente por diferenças anuais emfatores extrínsecos (temp. precip....);

b. Fatores intrínsecos, oscilações controladasprimordialmente pela dinâmica populacional.

As oscilações são mais pronunciadas em ecossistemas menoscomplexos de regiões setentrionais. E, embora abundânciasmáximas possam ocorrer simultaneamente em grandes áreas, osmáximos na mesma espécie, em regiões diferentes, não coincidemsempre, de alguma forma.

As teorias para explicar os ciclos regulares, podem seragrupadas em várias categorias:

- teorias meteorológicas,- teoria de flutuação aleatória;- teoria de interações populacionais;- teorias de iterações de níveis tróficos.

6. AÇÕES INDEPENDENTES DA DENSIDADE E AÇÕES DEPENDENTES DA DENSIDADE NOCONTROLE DA POPULAÇÃO

O tamanho da população tende a ser influenciadoprincipalmente por fatores físicos, tais como condiçõesmeteorológicas, correntes aquáticas, condições limitantesquímicas, poluição, etc. Qualquer fator, seja limitante, sejafavorável a uma população é:

Independente da densidade: se o efeito ou a ação independedo tamanho da população; ex. fatores climáticos (em suamaioria).

Dependente da densidade: se o efeito sobre a população éfunção da densidade; geralmente é direta, por serintensificada a medida que a população aproxima-se do limitesuperior. Agem como reguladores da densidade, considerado umdos principais agentes responsáveis pelo controle desuperpopulações.

7. ESTRUTURAS DAS POPULAÇÕES: PADRÕES INTERNOS DE DISTRIBUIÇÃO (DISPERSÃO)Os indivíduos de uma população podem estar distribuídos

segundo 3 padrões gerais:Aleatório: ocorre onde o ambiente é muito uniforme e não há

tendências a agregação.Uniforme (regular): pode ocorrer onde a competição entre

indivíduos é severa ou onde há um antagonismo positivo queprovoca um espaçamento uniforme.

Agregado (irregular): padrão mais comum, existe umatendência aos indivíduos formarem grupos ou casais. Podendoser:

agregado aleatório;agregado uniforme;agregado agregado;Conhecer os padrões de distribuição é importante para se

definir o método de amostragem.

8. ESTRUTURA DAS POPULAÇÕES: AGREGAÇÃO, O PRINCÍPIO DE ALEE E ÁREAS DEDORMIDA

A agregação das populações resulta de que os indivíduos sejuntam:1. Em resposta a diferenças locais entre habitats:2. Em resposta a mudanças meteorológicas diárias e sazonais:3. Por causa dos processos reprodutivos:4. Por causa das atrações sociais:

As vantagens da vida em grupo tem que compensar os gastoscom competição por alimento, espaço... .

Princípio de Alee: uma densidade baixa (falta deagregação), bem como uma densidade excessiva, pode serlimitante.

Refuging = área de dormida: locais em que grandes grupos deanimais, organizados socialmente, estabelecem-se, se dispersame retornam regularmente ao satisfazerem suas necessidades dealimento ou outras formas de energia.

9. ESTRUTURA POPULACIONAL: ISOLAMENTO E TERRITORIALIDADEAs forças que isolam ou espacejam os indivíduos, casais ou

pequenos grupos de uma população talvez não ocorram tãoamplamente quanto aquelas que favorecem a agregação, mas essas

forças, são muito importantes para aumentar o fitness e,possivelmente, também para regular a população. O isolamentogeralmente é resultado de:1. Competição entre indivíduos por recursos reduzidos em

oferta;2. Antagonismo direto, envolvendo respostas comportamentais em

animais superiores e mecanismos químicos de isolamento(antibióticos e alelopatia).Área de permanência: área defendida, de forma que haja

pouca ou nenhuma sobreposição de espaço.Territórios: antagônicos, parece ser mais pronunciado nos

vertebrados.

10. REPARTIÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA ENERGIA: SELEÇÃO R E SELEÇÃO KA energia adicional ou líquida, necessária para a

reprodução e, portanto, para a sobrevivência de geraçõesfuturas, implica energia dedicada a estruturas reprodutivas,atividades de acasalamento, produção da prole, cuidado dospais...

Seleção r: ambientes com baixa densidade, a pressãoseletiva favorece espécies com potencial reprodutivo alto.

Seleção k: as condições de alta densidade favorecemorganismos com um potencial de crescimento menor, mas commelhores capacidades para utilizar e competir por recursosescassos (investe mais na manutenção e sobrevivência doindivíduo).

Alocações hipotéticas de energia líquida entre trêsatividades principais:

1. energia para fazer frente à competição de outrasespécies que lutam pelos mesmos recursos;

2. energia gasta para evitar ser comido por predadores;3. energia para gerar a prole.

11. Integrações: características e táticas BionômicasCada espécie desenvolve uma combinação adaptativa das

características populacionais. Embora a bionomia de cada

espécie seja única, várias táticas bionômicas básicas podemser reconhecidas, e a combinação de características que étípica de organismos que vivem em circunstâncias específicaspode, até um certo ponto, se previstas.

POPULAÇÕES EM COMUNIDADES

1. TIPOS DE INTERAÇÕES ENTRE DUAS ESPÉCIES Neutralismo (0,0): nenhuma população é afetada pela

associação da outra; Competição do tipo de inibição mútua (-,-): as duas

populações inibem ativamente uma a outra; Competição do tipo uso de recursos (-,-): cada população

afeta adversamente a outra, de forma indireta, na luta porrecursos limitados;

Amensalismo (-,0): uma população é inibida e a outra não éafetada;

Parasitismo e predação (+,-): uma população afetaadversamente a outra através de um ataque direto,dependendo, entretanto, da outra;

Comensalismo (+,0): uma população se beneficia enquanto aoutra não é afetada;

Protocooperação (+,+): as duas populações são beneficiadaspela associação, embora as relações não sejam obrigatórias;

Mutualismo (+,+): o crescimento e a sobrevivência das duaspopulações são beneficiadas e nenhuma consegue sobreviver emcondições naturais sem a outra.Três princípios baseados nestas categorias são

especialmente dignos de ênfase:1. Interações negativas tendem a predominar em comunidades

pioneiras ou em condições perturbadas, onde a seleção rneutraliza uma alta mortalidade;

2. Na evolução e desenvolvimento de ecossistemas, asinterações negativas tendem a ser minimizadas em favorda simbiose positiva, que melhora a sobrevivência dasespécies interativas;

3. Associações recentes ou novas têm maior probabilidadede desenvolver interações extremamente negativas do queassociações mais antigas.

2. COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA E COEXISTÊNCIA Competição: refere-se à interação de dois organismos que

procuram a mesma coisa. Competição interespecífica: é qualquer interação que afeta

adversamente o crescimento e sobrevivência de duas ou maispopulações de espécies.

Princípio da exclusão competitiva: tendência de a competiçãoprovocar uma separação ecológica entre espéciesestreitamente aparentadas ou que, por outros motivos, têmgrande semelhança.

A competição provoca muitas adaptações seletivas quefacilitam a coexistência de uma diversidade de organismosnuma dada área ou comunidade.

Alelopatia: termo geralmente usado para a secreção demensageiros químicos que fornecem uma vantagem competitivade uma espécie sobre a outra.

Princípio de Gause ou Princípio da Exclusão Competitiva:explicação da separação de espécies estreitamenteaparentadas.

Três modelos possíveis propostos por Philip (1955) podemservir como base para a observação, análise e experimentaçãofutura:

1. Competição imperfeita: onde a competição interespecíficaé um fator limitante, mas não é até o ponto da eliminaçãocompleta da arena de interações de um dos competidores;

2. Competição perfeita: uma espécie é eliminada, pouco apouco, na competição por recursos mútuos, á medida queaumenta a densidade populacional;

3. Competição hiper-perfeita: os efeitos depressores sãograndes e imediatos, como na produção de antibióticos.

3. PREDAÇÃO, HERBIVORIA, PARASITISMO E ALELOPATIA (ANTIBIOSE) Predação e parasitismo: interações entre duas populações que

resultam em efeitos negativos no crescimento e sobrevivênciade uma população e um efeito positivo eou benéfico a outra.

Herbivoria: quando o predador é um consumidor primário e apresa ou hospedeiro é um produtor primário.

Alelopatia ou Antibiose: quando uma população produz umasubstância prejudicial a uma população competidora.

A seleção natural tende a levar a uma redução dos efeitosprejudiciais, ou a eliminação total da interação, uma vez quedepressão intensa e contínua de uma população de presa ouhospedeiro por parte da população de predador ou parasita sópode levar a extinção de uma ou ambas as populações.

4. INTERAÇÕES POSITIVAS: COMENSALISMO, COOPERAÇÃO E MUTUALISMOPodem ser consideradas como uma série evolutiva da

seguinte maneira:- Comensalismo: uma população é beneficiada;- Protocooperação: as duas populações são beneficiadas;- Mutualismo: as duas populações são beneficiadas, tornando-setotalmente dependente uma da outra.

5. CONCEITOS DE HABITAT, NICHO ECOLÓGICO E GUILDA Habitat: de um organismo é o lugar onde ele vive, ou o lugar

para onde alguém iria para procurá-lo. Nicho ecológico: inclui não apenas o espaço físico ocupado

pelo organismo, como também o seu papel funcional nacomunidade e a sua posição em gradientes ambientais detemperatura, umidade, pH, solo e outras condições deexistências.

o Nicho espacial ou habitato Nicho tróficoo Nicho multidimensional ou hipervolume

Guildas: grupos de espécies com papéis e dimensões de nichoscomparáveis dentro de uma comunidade.

Equivalentes ecológicos: espécies que ocupam o mesmo nichoem regiões geográficas diferentes.

6. DIVERSIDADE DE ESPÉCIES, DIVERSIDADE DE PADRÕES E DIVERSIDADE GENÉTICASNAS COMUNIDADES Diversidade de espécies

o Riqueza: número total de espécies presentes (tambémchamada de densidade de espécies);

o Uniformidade ou eqüitabilidade: baseada na abundânciarelativa de espécies e o grau da sua dominância oufalta desta.

A diversidade de espécies tende a aumentar com o tamanhoda área e desde alta latitudes até o Equador. Diversidade de padrões:

o Padrões de zonação: segregação horizontal, comomontanhas ou zona intertidal;

o Padrões de estratificação: em camadas verticais, comoperfis de vegeratção e de solo;

o Padrões periodicidade: de atividade;o Padrões disposição em manchas:o Padrões de redes alimentares: organização de redes em

cadeias alimentares;o Padrões reprodutivos: associações entre pais e

filhotes, clones vegetais...;o Padrões sociais: bandos e rebanhos;o Padrões coativos: resultando sa competição antibiose,

mutualismo...;o Padrões estocásticos: resultando de forças aleatórias.

Diversidade genética: a manutenção de heterozigosidadegenotípica, polimorfismo e outras formas de variabilidadegenética, que consistem uma necessidade adaptativa depopulações naturais.

Diversidade alfa: diversidade dentro de um habitat ou dentrode uma comunidade;

Diversidade beta: diversidade entre habitats; Diversidade gama: diversidade de uma grande área regional,

bioma, continente, ilha ...São utilizadas duas amplas abordagens para se analisar a

diversidade de espécies em situações diferentes:1. Curvas de abundância relativa do componente de diversidade:

linha formada a partir da junção dos pontos plotados dosnúmeros de indivíduos para cada espécie, com as espéciesplotadas na abcissa, em seqüente desde a mais abundante atéa menos abundante.

2. Índices de diversidade: os mais usadosa. Índice de Riqueza de Espécies;b. Índice de Simpson;c. Índice de Shannon;d. Índice de Uniformidade de Pielou.

7. POPULAÇÕES E COMUNIDADES EM GRADIENTES GEOGRÁFICOS: ECOTONES E CONCEITODE EFEITO DE BORDA

A disposição das populações e comunidades dentro de umadada região geográfica ou áreas de paisagem têm sidocaracterizadas por duas abordagens contrastantes:1. Zonas: comunidades discretas são reconhecidas, classificadas

e listadas num tipo de catalogação de tipos de comunidades;2. Análise de gradientes: envolve a disposição da população ao

longo de um gradiente ou eixo ambiental uni oumultidimensional, com o reconhecimento da comunidade baseadoem distribuições de freqüências, em coeficientes desimilaridade ou em outras comparações estatísticas.

Ordenação: usado para designar a disposição de populaçõesespecíficas e comunidades ao longo do gradiente;

Série contínua: designa o gradiente que contém as populaçõesou comunidades ordenadas.

Ecotone: transição nítida entre duas ou mais comunidadesdiversas. Esta zona de contato pode possuir uma extensãolinear considerável, porém é mais estreita do que aspróprias áreas comunitárias adjacentes. A comunidadefreqüentemente contém muitos organismos de cada uma dascomunidades sobrepostas, e além desses, organismocaracterísticos de ecotone, muitas vezes são restritos aele.

Efeito de borda: a tendência ao aumento de variedade edensidade em zonas de contato entre comunidades.

8. PALEOECOLOGIA: ESTRUTURA DAS COMUNIDADES EM ÉPOCAS PASSADASO estudo da biota passada numa base de conceitos e métodos

ecológicos, até o ponto em que estes podem ser aplicados.Estudo das interações da Terra, atmosfera e biosfera, nopassado. Pressupostos da paleoecologia:- que a operação dos princípios ecológicos foi essencialmenteigual durante vários períodos geológicos;- a ecologia de fósseis pode ser inferida a partir do que sesabe sobre espécies equivalentes ou aparentadas que vivem naatualidade.

9. DE POPULAÇÕES A COMUNIDADES A ECOSSISTEMASAbordagens de Cody (1947):

Estudar variações ambientais experimentalmente induzidas,para se determinar o significado operacional dos padrõespopulacionais observados no sistema não perturbado;

Estudar variações que ocorrem naturalmente no ambiente, pararevelar padrões significativos.

Roteiro de Foin e Jain (1977) para se integrar a biologiapopulacional e a ciência de ecossistemas:

1. realizar analise descritiva, porém não em profundidade,daquelas propriedades do nível de comunidade consideradasrelevantes para as metas de estudo (diversidade,composição...);

2. gerar uma hipótese sobre a estrutura e função da comunidadepara aquelas propriedades consideradas importante;

3. selecionar, para um estudo detalhado, aquelas populaçõesenvolvidas nos processos da comunidade;

4. construir um modelo matemático a partir dos dadospopulacionais, para determinar até que ponto é possívelimitar o ecossistema em questão.

DESENVOLVIMENTO E EVOLUÇÃO NO ECOSSISTEMA

1. A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DO ECOSSISTEMAO desenvolvimento do ecossistema também chamado de

sucessão ecológica envolve mudanças na estrutura de espécies eprocessos de comunidades ao longo do tempo. Quando não éinterrompida por forças externas, a sucessão é bastantedirecionada e até mesmo previsível. Sucessão autogênica (autogerada): as mudanças sucessionais

são determinadas, em grande parte, por interações internas. Sucessão alogênica (gerada externamente): as forças externas

no ambiente de entrada (tempestades e incêndios) afetam oucontrolam regularmente as mudanças.A proporção entre biomassa e produção (B/P) aumenta

durante a sucessão até que um ecossistema estabilizado éatingido, em que um máximo de biomassa (ou alto conteúdo deinformação) e função simbiótica entre os organismos é mantidopor unidade de fluxo energético disponível.

Sere: seqüência inteira de comunidades que se substituemumas às outras numa dada área.

Estádios serais ou de desenvolvimento ou pioneiros: são ascomunidades relativamente transitórias;

Clímax: sistema estabilizado, o qual persiste (teoricamente)até ser afetado por perturbações;A sucessão pode se dar por:1. Sucessão autotrófica: P > R2. Sucessão heterotrófica: P < R (R = a respiração da

comunidade)3. Sucessão primária: geralmente ocorre em substratos

previamente desocupados (ex. campo de lava);4. Sucessão secundária: geralmente se dá num local

anteriormente ocupado por uma comunidade (ex. florestaderrubada e campo agrícola abandonado).

Odum e Pinkerton (1955) a partir lei "de energia máxima emsistemas biológicos" de Lotka (1925) assinalaram que asucessão envolve um deslocamento fundamental de fluxosenergéticos, cada vez mais energia sendo dedicada a manutenção(respiração) à medida que acumula a biomassa existente dematéria orgânica viva e morta. Dependente de perturbação: expressão usada com freqüência

para se designarem ecossistemas especialmente adaptados aperturbações recorrentes, em virtude de eles incluíremprocessos e espécies de recuperação rápida.

Florística de revezamento: mudanças na composição deespécies da vegetação.

Modelo de facilitação: espécies do início do sere mudam ascondições de existência, preparando, assim, o caminho parainvasores posteriores;

Modelo de inibição: as primeiras espécies resistem a invasãopermanecendo até serem substituídas por causa da competição,predação ou perturbação.

2. O CONCEITO DE CLÍMAXComunidade final ou estável numa série de desenvolvimental

(sere). Teoricamente, autoperpetuante porque está emequilíbrio dentro de si mesma e com o habitat físico.

Para uma dada região é conveniente, embora totalmentearbitrário, reconhecer: Um único clímax regional ou climático que está em equilíbrio

com o clima geral; Um número variável de clímaces locais ou edáficos, os quais

são estados constantes modificados em equilíbrio comcondições locais especiais do substrato.A sucessão termina num clímax edáfico onde a topografia, o

solo, a água e perturbações regulares, como o fogo, são taisque o desenvolvimento do ecossistema não prossiga até o pontofinal teórico.

3. EVOLUÇÃO DA BIOSFERAA evolução em longo prazo da biosfera é moldada por:

1. forças alôgenicas (ex. geológicas e climáticas);2. processos autogênicos (resulta da atividade dos

organismos no ecossistema). Co-evolução: seleção recíproca entre autótrofos e

heterótrofos interdependentes; Seleção de grupo ou de comunidade: provoca a manutenção de

características favoráveis ao grupo mesmo quando elas sãodesvantajosas aos portadores genéticos dentro do grupo.

4. SELEÇÃO NATURAL: ESPECIAÇÃO ALOPÁTRICA E SIMPÉTRICA; MICROELOVUÇÃO XMACROEVOLUÇÃO

Espécie: unidade biológica natural unida por um poolgênico comum. A evolução envolve mudanças nas freqüênciasgenéticas que resultam de: Pressão seletiva do ambiente e de espécies interativas; Mutações recorrentes; Deriva genética.

Especiação: formação de novas espécies e o desenvolvimentoda diversidade de espécies, ocorre quando o pool comum éinterrompido por mecanismo isolador.

Especiação alopátrica: pode ocorrer quando o isolamento écausado por separação geográfica de uma população originada deum ancestral comum.

Especiação simpátrica: pode ocorrer quando o isolamento sedá através de meios ecológicos ou genéticos na mesma área.

Microevolução: especiação é um processo lento e gradativo;Macroevolução: evolução é uma questão de mudanças rápidas

e periódicas.Seleção artificial - domesticação: seleção realizada pelas

pessoas a fim de adaptar plantas e animais ás suasnecessidades.

Teoria de Biogeografia de ilhas: o número de espécies deuma ilha é determinado pelo equilíbrio entre imigração denovas espécies e a extinção daquelas já presentes. Mostram-se4 pontos de equilíbrio:

1. uma ilha pequena distante onde se prevê a existênciade poucas espécies;

2. uma ilha grande e próxima que deveria sustentarmuitas espécies;

3. uma ilha grande e distante; intermediária em termosde riqueza de espécie.

4. uma ilha pequena e próxima, intermediária em termosde riqueza de espécie.

5. CO-EVOLUÇÃOÉ um tipo de evolução ao nível de comunidade (interações

evolutivas entre organismos, em que a permuta de informaçõesgenéticas entre os tipos é mínima ou ausente). Ela envolve umainteração seletiva recíproca entre dois grupos principais deorganismos que tenham uma relação ecológica íntima, tais comoplantas e herbívoros, grandes organismos e os seusmicroorganismos simbióticos, ou parasitas e seus hospedeiros.

6. EVOLUÇÃO DA COOPERAÇÃO E COMPLEXIDADE: SELEÇÃO DE GRUPOSeleção natural entre grupos ou entre organismos não

necessariamente ligados intimamente por associaçõesmutualisticas. Leva teoricamente, a manutenção decaracterísticas favoráveis a população e a comunidades, masque podem trazer desvantagens seletivas para os portadoresgenéticos dentro da população; também pode eliminar, ou manterem baixas freqüências, características desfavoráveis para a

sobrevivência de espécies, porém seletivamente favoráveisdentro da população.

A seleção de grupo envolve benefícios positivos que umorganismo pode exercer na organização da comunidade necessáriapara a sobrevivência continuada daquele organismo.

7. A RELEVÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE ECOSSISTEMAS E DA TEORIA DA EVOLUÇÃODA BIOSFERA PARA A ECOLOGIA HUMANA

O reconhecimento da base ecológica dos conflitos entre osseres humanos e a natureza é um primeiro estágio noestabelecimento de políticas racionais de gerenciamento doambiente.