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Doença de Chagas – Tripanossomíase americana
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CENTRO UNIVERSITÁRIO APPARECIDO DOS SANTOS- UNICEPLAC
R484d
Ribeiro, Giovanni Monteiro.
Doença de Chagas: tripanossomíase americana. Gama,DF: UNICEPLAC, 2021.
53 p.
1. Doença de chagas. 2. Tripanossomíase americana. 3.Doença. I. Título.
CDU: 612.3
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
• Organismo parasita e vetores
• Doença e síndromes associadas
• Diagnóstico laboratorial
• Epidemiologia e Prevenção
Toda aula, abordaremos os seguintes temas:
• Nesse gênero, os parasitos são observados nos hospedeiros vertebrados sob a forma tripomastigota
• Em relação aos tripanossomos de mamíferos, diferentes subgêneros foram criados e incluídos em duas seções: Salivaria (Trypanozoon) e Stercoraria (Schizotrypanum).
Tripanossomatídeos
(REY, 2018)
• Agente causador da doença de chagas, ou tripanossomíase americana
• Hospedeiros vertebrados: o homem e várias espécies de mamíferos silvestres e domésticos, inclusive o gambá e o morcego.
• Hospedeiros invertebrados: insetos (hemípteros) hematófagos conhecidos como triatomíneos e popularmente chamados de barbeiros Triatoma spp, Rhodnius spp, Panstrogylus spp e Dipetalogaster spp.
Stercoaria – T. cruzi
(REY, 2018)
• São as formas responsáveis pela transmissão natural do parasito; têm a forma de um “C” ou um “S” e um longo flagelo, que percorre, aderido, todo o corpo do protozoário e que conta também com uma porção livre, a qual emerge de sua extremidade anterior.
• Não se reproduzem
• Tripomastigotas metacíclicos liberados pelas fezes do triatomíneo, forma infectiva que é adquirida por lesões na pele e mucosas
• Tripomastigotas sanguíneos ou circulantes infectivo, pode infectar outras células ou ser ingerido por outro triatomíneo
Tripomastigotas
(REY, 2018)
• Condensação de DNA (kDNA)
• Presente próximo à origem do flagelo corpúsculo basal
• Visível à coloração por Giemsa, DAPI (fluorescente)
Cinetoplasto
(REY, 2018)
• são as formas responsáveis pela multiplicação do parasito no tubo digestivo do vetor – o hospedeiro invertebrado. Têm formato fusiforme e um longo flagelo, que percorre, aderido, todo o corpo do protozoário, mas que também possui uma porção livre.
Epimastigotas
• Ocorre nas américas do sul, central e norte
• Amplo espectro de animais reservatórios
• O vetor usualmente aproxima-se de populações humanas, uma vez que se aloja
Epidemiologia
(REY, 2018)
• Vetorial
• Oral
• Vertical
• Transfusional
• Transplante de órgãos sólidos
• Acidentes (Laboratoriais e esporádicos)
Rotas de transmissão
(REY, 2018)
• Fase Aguda – pode permanecer assintomático; em crianças abaixo de 5 anos, pode ocorrer comprometimento do SNC
• Chagoma e sinal de Romaña• Métodos parasitológicos diretos – Gota espessa, método de Strout• Sorologia – reação de precipitação, IFI, ELISA
• Fase Crônica• Hepatoesplenomegalia, megaesôfago, megacólon,
disperistaltismo Destruição da inervação parassimpática• Cardiomegalia Lesão do músculo cardíaco• Métodos Sorológicos (2 reações em paralelo)
Diagnóstico
(REY, 2018)
• A parasitemia é alta nas primeiras 4 semanas (detecção de T. cruzi por exame microscópico direto de amostras de sangue periférico) e depois diminui nas próximas 8 semanas. Após 12 semanas, o parasita só pode ser detectado por métodos de enriquecimento parasitológico (xenodiagnóstico e cultura de sangue in vitro, 30% a 50% de positividade) ou métodos moleculares (reação em cadeia da polimerase [PCR], 45% -95% de positividade)
• Durante a fase crônica, a busca por IgG anti-T.cruzi é altamente sensível. ELISA (ensaio de imunoabsorção enzimática) é o padrão-ouro para diagnóstico (> 95% de positividade), mas reage de maneira cruzada com Leishmania.
Diagnóstico
(REY, 2018)
• Predomina o parasito em número elevado circulante na corrente sanguínea.
• A manifestação mais característica é a febre constante, inicialmente elevada (38,5 a 39°C), podendo apresentar picos vespertinos ocasionais. As manifestações de síndrome febril podem persistir por até 12 semanas. Esta fase, mesmo não tratada nem diagnosticada, pode evoluir com desaparecimento espontâneo da febre e da maior parte das outras manifestações clínicas, evoluindo para a fase crônica. Em alguns casos, com quadro clínico mais grave, pode evoluir para óbito
Fase aguda
(REY, 2018)
• Também é possível detectar anticorpos IgM. Gradativamente, há redução da parasitemia e aumento gradual de anticorpos IgG (da 4ª à 6ª semana de infecção).
• Sintomatologia inespecífica • – na maioria dos casos ocorre: - prostração, diarreia,
vômitos, inapetência, cefaleia, mialgias, aumento de linfonodos; - exantema cutâneo de localização variável, com ou sem prurido e de aparecimento fugaz; - irritação em crianças menores, que apresentam frequentemente choro fácil e copioso.
Fase aguda
(REY, 2018)
• Sintomatologia específica – é caracterizada pela ocorrência, com incidência variável, de uma ou mais das seguintes manifestações:
• sinais e sintomas de miocardite difusa com vários graus de gravidade;• sinais de pericardite, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco;• manifestações sindrômicas de insuficiência cardíaca, derrame pleural;• edema de face, de membros inferiores ou generalizado;• tosse, dispneia, dor torácica, palpitações, arritmias;• hepatomegalia e/ou esplenomegalia, de leve a moderada intensidade
Fase aguda
(REY, 2018)
• Forma indeterminada – paciente assintomático e sem sinais de comprometimento do aparelho circulatório (clínica, eletrocardiograma e radiografia de tórax normais) e do aparelho digestivo (avaliação clínica e radiológica normais de esôfago e cólon). Esse quadro poderá perdurar por toda a vida do indivíduo infectado ou pode evoluir tardiamente para a forma cardíaca, digestiva ou associada (cardiodigestiva).
• Forma cardíaca – evidências de acometimento cardíaco que, frequentemente, evolui para quadros de miocardiopatiadilatada e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Essa forma ocorre em cerca de 30% dos casos crônicos e é considerada responsável pela maior frequência de óbitos na doença de Chagas crônica (DCC).
Fase crônica
(REY, 2018)
• Forma digestiva – evidências de acometimento do aparelho digestivo que pode evoluir para megacólon e/ou megaesôfago. Ocorre em cerca de 10% dos casos.
• Forma associada ou mista (cardiodigestiva) – ocorrência concomitante de lesões compatíveis com as formas cardíacas e digestivas.
Fase crônica
(REY, 2018)
Transmissão vertical
Em casos suspeitos de transmissão congênita, é importante confirmar o diagnóstico sorológico da mãe. Caso a infecção materna seja confirmada, deve se realizar o exame parasitológico no recém-nascido. Se for positivo, a criança deve ser submetida ao tratamento etiológico imediatamente. Os filhos de mães chagásicas com exame parasitológico negativo ou sem exame devem retornar entre seis e nove meses, a fim de realizarem testes sorológicos para pesquisa de anticorpos anti-T. cruzi da classe IgG. Se a sorologia for negativa, descarta-se a transmissão vertical.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018)
• Método de Concentração
• possuem maior sensibilidade, são recomendados principalmente quando a pesquisa a fresco for negativa. Dentre os métodos diretos, são indicados quando o paciente estiver com sintomas há mais de 30 dias;
Método de Strout
(REY, 2018)
• Enzyme-linked Imunoassay
• O antígeno é afixado em uma placa de teste e, na presença de anticorpos anti-Ag no hospedeiro, sejam IgM ou IgG, ocorre uma reação “sanduíche”
ELISA
http://www.goldanalisa.com.br/
• tem por base a multiplicação das formas epimastigotas no trato digestivo do triatomíneo, permitindo sua detecção nas fezes ou na urina dos insetos alimentados com sangue do paciente após período de 1 a 3 meses
• Usado em regiões endêmicas Padrão ouro
• Método aversivo (exige a picada do inseto), risco de reações alérgicas, infraestrutura complexa
Xenodiagnóstico
(REY, 2018)
• o isolamento do T. cruzi pode ser realizado em diferentes meios de cultivo acelulares (NNN, LIT) que contenham heminaou derivados da hemoglobina.
• A hemocultura requer condições assépticas para a coleta e o manuseio da amostra de sangue, sendo pouco prática em trabalhos de campo.
• Outras desvantagens associadas a essa técnica são o grande volume do inóculo que deve ser utilizado e o período de exames das culturas. As formas observáveis em hemocultura são as epimastigotas e as tripomastigotas.
Cultura sanguínea
(REY, 2018)
Diagnóstico de fase crônica
http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2018/Recomendacao/Relatorio_PCDT_Doenca_de_Chagas.pdf
• Nifurtimox e BENZNIDAZOL O benznidazol é o fármaco de escolha disponível. O nifurtimox pode ser utilizado como alternativa em casos de intolerância ou que não respondam ao tratamento com benznidazol. O tratamento específico é eficaz na maioria dos casos agudos (>60%) e congênitos (>95%), e em 50 a 60% em casos crônicos recentes
• Anorexia, mal-estar
• O principal é evitar a transmissão, rastreamento sorológico de populações endêmicas (fase crônica assintomática)
Tratamento, Prevenção e controle
(REY, 2018)
• Não existem critérios clínicos que possibilitem definir com exatidão a cura de pacientes com DCA.
• Conforme o critério sorológico, a cura é a negativação sorológica. Em casos agudos, recomenda-se realizar exames sorológicos convencionais (IgG) anualmente, por 5 anos, devendo-se encerrar a pesquisa quando dois exames sucessivos forem não reagentes.
• Não se recomenda como rotina a realização sorologia para monitoramento de cura em pessoas na fase crônica da DC.
Critério de cura
(REY, 2018)
• Os sinais e sintomas clínicos da doença aguda de Chagas transmitida oralmente, embora semelhantes aos da doença aguda de Chagas transmitida por picadas de vetores, apresentam algumas peculiaridades:
• síndrome febril indiferenciada sem chagoma, febre (temperatura, 38 °C-39 ° C),
• mialgia,• dor de cabeça, vômitos, artralgia e prostração;• envolvimento mononuclear fagocítico, incluindo esplenomegalia,
hepatomegalia ou adenopatia, semelhante à forma tifoidea de toxoplasmose, tifo ou febre tifóidea e síndrome de mononucleose infecciosa associada a linfocitose e linfócitos atípicos; síndrome icterohemorrhagica
Infecção por via oral
• T brucei gambiense e rhodiense
• Limitados à África ocidental (gambiense) e oriental (rhodiense)
• Agentes causadores da doença do sono
Salivaria – T.brucei
(REY, 2018)
• insetos (dípteros) vetores hematófagos
• Gênero Glossina, conhecidos como glossinídeos e popularmente chamados de mosca tsé-tsé
Vetor: mosca tsé-tsé
(REY, 2018)
• A infecção pode ocorrer em três estágios:
• 1° estágio – cancro tripanossômico no local da picada, conhecido como cancro de inoculação
• 2° estágio – denominado estágio hemolinfático, apresenta os seguintes sintomas: febre, tremores, dores musculares e articulares, linfadenopatia, mal-estar, perda de peso, anemia e trombocitopenia ;
• 3° estágio – conhecido como estágio meningoencefálico, nele o parasito invade o SNC, ocasionando dores de cabeça, sonolência, convulsões epilépticas e apatia que progride para o coma.
Estágios da doença
(REY, 2018)
Referências bibliográficas• MOLINARO, Etelcia Moraes. Conceitos e Métodos para formação de profissionais em Laboratórios de
saúde. 1. ed. Rio de Janeiro: EPSJV, 2012. v. 5. ISBN 9788598768410.
• REY, Luís. Parasitologia, 4ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2008. 978-85-277-2027-4. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2027-4/. Acesso em: 01 fev. 2022.
• AMERICAN Trypanosomiasis. [S. l.]: Global Health, Division of Parasitic Diseases and Malaria, 2012. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/trypanosomiasisAmerican/. Acesso em: 1 fev. 2022.
• DIAS, João Carlos Pinto, et al. II Consenso Brasileiro em doença de Chagas, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde 25 (2016): 7-86.
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas doença de Chagas. Brasil, 2018, disponível em: http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2018/Recomendacao/Relatorio_PCDT_Doenca_de_Chagas.pdf . Acesso em: 01 fev. 2022
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico – Doença de Chagas, Ano 2. Brasil, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/boletins-epidemiologicos/especiais/2021/boletim_especial_chagas_14abr21_b.pdft . Acesso em: 01 fev. 2022