diário oficial poder legislativo - Ales

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ANO LIII - VITÓRIA-ES, SEGUNDA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2019 - Nº 8697 - 106 PÁGINAS DPL - Editoração, Composição, Diagramação e Arte-Final 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA MESA DIRETORA ERICK MUSSO - PRB Presidente LUCIANO MACHADO - PV 1º Secretário DR. EMILIO MAMERI - PSDB 2º Secretário RAQUEL LESSA - PROS MARCELO SANTOS - PDT 1º Vice-Presidente TORINO MARQUES - PSL ALEXANDRE XAMBINHO - REDE 3ª Secretária 2ª Vice-Presidente 4º Secretário GABINETE DAS LIDERANÇAS DEM - PDT - PT - PP - PSB - PTB - PSDB - Marcos Mansur PROS - REDE - AlexandreXambinho PATRI - Rafael Favatto PMN - AVANTE - Carlos Von PPS - PSD - PSL - Capitão Assumção PV - PRB - MDB - ENIVALDO DOS ANJOS - PSD Líder do Governo Vice-Líder do Governo REPRESENTAÇÃO PARTIDÁRIA AVANTE CARLOS VON DEM THEODORICO FERRAÇO. MDB DOUTOR HÉRCULES E JOSÉ ESMERALDO. PATRI DR. RAFAEL FAVATTO. PDT MARCELO SANTOS. PMN JANETE DE SÁ. PP RENZO VASCONCELOS PPS FABRÍCIO GANDINI PRB ERICK MUSSO E HUDSON LEAL. PROS RAQUEL LESSA. PSB FREITAS E SERGIO MAJESKI. PSDB DR. EMILIO MAMERI, PR. MARCOS MANSUR E VANDINHO LEITE.. PSD ENIVALDO DOS ANJOS PSL CAPITÃO ASSUMÇÃO, CORONEL ALEXANDRE QUINTINO, DELEGADO DANILO BAHIENSE E TORINO MARQUES PTB ADILSON ESPÍNDULA PT IRINY LOPES PV LUCIANO MACHADO E MARCOS GARCIA REDE ALEXANDRE XAMBINHO Sem Partido DARY PAGUNG, DELEGADO LORENZO PAZOLINI E EUCLÉRIO SAMPAIO Esta edição está disponível no site: www.al.es.gov.br Endereço: Avenida Américo Buaiz Quadra RC4-B 03 - Enseada do Suá - CEP: 29050-950 Editoração: Simone Silvares Itala (027) - 3382-3666 e 3382-3665 e-mail: [email protected] DIÁRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO

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ANO LIII - VITÓRIA-ES, SEGUNDA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2019 - Nº 8697 - 106 PÁGINAS

DPL - Editoração, Composição, Diagramação e Arte-Final

1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA

MESA DIRETORA

ERICK MUSSO - PRB Presidente

LUCIANO MACHADO - PV 1º Secretário

DR. EMILIO MAMERI - PSDB 2º Secretário

RAQUEL LESSA - PROS

MARCELO SANTOS - PDT 1º Vice-Presidente

TORINO MARQUES - PSL

ALEXANDRE XAMBINHO - REDE

3ª Secretária 2ª Vice-Presidente 4º Secretário

GABINETE DAS LIDERANÇAS

DEM - PDT - PT - PP - PSB -

PTB - PSDB - Marcos Mansur PROS - REDE - AlexandreXambinho PATRI - Rafael Favatto PMN - AVANTE - Carlos Von PPS - PSD - PSL - Capitão Assumção PV - PRB - MDB -

ENIVALDO DOS ANJOS - PSD Líder do Governo

Vice-Líder do Governo

REPRESENTAÇÃO PARTIDÁRIA

AVANTE CARLOS VON DEM THEODORICO FERRAÇO. MDB DOUTOR HÉRCULES E JOSÉ ESMERALDO. PATRI DR. RAFAEL FAVATTO. PDT MARCELO SANTOS. PMN JANETE DE SÁ. PP RENZO VASCONCELOS PPS FABRÍCIO GANDINI PRB ERICK MUSSO E HUDSON LEAL. PROS RAQUEL LESSA. PSB FREITAS E SERGIO MAJESKI. PSDB DR. EMILIO MAMERI, PR. MARCOS MANSUR E VANDINHO LEITE.. PSD ENIVALDO DOS ANJOS PSL CAPITÃO ASSUMÇÃO, CORONEL ALEXANDRE QUINTINO, DELEGADO DANILO BAHIENSE E TORINO MARQUES PTB ADILSON ESPÍNDULA PT IRINY LOPES PV LUCIANO MACHADO E MARCOS GARCIA REDE ALEXANDRE XAMBINHO Sem Partido DARY PAGUNG, DELEGADO LORENZO PAZOLINI E EUCLÉRIO SAMPAIO

Esta edição está disponível no site: www.al.es.gov.br

Endereço: Avenida Américo Buaiz – Quadra RC4-B 03 - Enseada do Suá - CEP: 29050-950

Editoração: Simone Silvares Itala – (027) - 3382-3666 e 3382-3665

e-mail: [email protected]

DIÁRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO

DIÁRIO OFICIAL

PODER LEGISLATIVO

COMISSÕES PERMANENTES

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO Presidente: Fabrício Gandini (PPS) Vice-Presidente: Vandinho Leite (PSDB) Efetivos: Freitas (PSB), Coronel Alexandre Quintino (PSL), Janete de Sá (PMN), Dr. Rafael Favatto (PATRI) e Marcelo Santos (PDT) Suplentes: Pr. Marcos Mansur (PSDB), Hudson Leal (PRB), Iriny Lopes ( PT), Alexandre Xambinho (REDE), Dr. Emilio Mameri (PSDB, Enivaldo dos Anjos (PSD) COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS Presidente: Euclério Sampaio (Sem Partido) Vice-Presidente: Enivaldo dos Anjos (PSD) Efetivos: José Esmeraldo (MDB), Fabrício Gandini (PPS), Alexandre Xambinho (REDE), Dr. Rafael Favatto (PATRI) e Marcos Garcia (PV) Suplentes: Luciano Machado (PV), Janete de Sá (PMN), Pr. Marcos Mansur (PSDB), Freitas (PSB), Carlos Von (AVANTE), Delegado Lorenzo Pazolini (Sem Partido) e Adilson Espíndula (PTB)

COMISSÃO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE E AOS ANIMAIS Presidente: Dr. Rafael Favatto (PATRI) Vice-Presidente: Raquel Lessa (PROS) Efetivos:Marcos Garcia (PV), Fabrício Gandini (PPS) e Iriny Lopes (PT) Suplentes: Vandinho Leite (PSDB), Sergio Majeski (PSB), Torino Marques (PSL) e Delegado Danilo Bahiense (PSL) COMISSÃO DE CULTURA E COMUNICAÇÃO SOCIAL Presidente: Torino Marques (PSL) Vice-Presidente: Carlos Von (AVANTE) Efetivos: Delegado Danilo Bahiense (PSL) Suplentes: Enivaldo dos Anjos (PSD) e Iriny Lopes (PT) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO Presidente: Vandinho Leite (PSDB) Vice-Presidente: Delegado Lorenzo Pazolini (Sem Partido) Efetivos: Sergio Majeski (PSB), Dary Pagung (Sem Partido) e Dr. Emilio Mameri (PSDB) Suplentes: Alexandre Xambinho (REDE), Renzo Vasconcelos (PP), Hudson Leal (PRB), Enivaldo dos Anjos (PSD) e Euclério Sampaio (Sem Partido)

COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS Presidente: Enivaldo dos Anjos (PSD) Vice-Presidente: Iriny Lopes (PT) Efetivos: Delegado Lorenzo Pazolini (Sem Partido), Raquel Lessa (PROS) e Adilson Espíndula (PTB) Suplentes: Carlos Von (AVANTE), Freitas (PSB), Delegado Danilo Bahiense (PSL), Janete de Sá (PMN) e Renzo Vasconcelos (PP)

COMISSÃO DE SAÚDE E SANEAMENTO Presidente: Doutor Hércules (MDB) Vice-Presidente: Dr. Emilio Mameri (PSDB) Efetivos: Hudson Leal (PRB) Suplentes: Luciano Machado (PV) e Freitas (PSB) COMISSÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SOCIOEDUCAÇÃO, SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Presidente: Adilson Espíndula (PTB) Vice-Presidente: : Doutor Hércules (MDB) Efetivos: Freitas (PSB) Suplentes: Janete de Sá (PMN), Marcos Garcia (PV) e Raquel Lessa (PROS)

COMISSÃO DE COOPERATIVISMO Presidente: Pr. Marcos Mansur (PSDB) Vice-Presidente: Hudson Leal (PRB) Efetivos: Alexandre Xambinho (REDE)

Suplentes: Raquel Lessa (PROS), Iriny Lopes (PT) e Marcos Garcia (PV) COMISSÃO DE AGRICULTURA, DE SILVICULTURA, DE AQUICULTURA E PESCA, DE ABASTECIMENTO E DE REFORMA AGRÁRIA Presidente: Janete de Sá (PMN) Vice-Presidente: Marcos Garcia (PV) Efetivos: Adilson Espíndula (PTB), José Esmeraldo (MDB), Freitas (PSB), Coronel Alexandre Quintino (PSL), Torino Marques (PSL), Dr. Emilio Mameri (PSDB) e Raquel Lessa (PROS) Suplentes: Dary Pagung (Sem Partido), Carlos Von (AVANTE), Renzo Vasconcelos (PP) e Iriny Lopes (PT)

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DO CONTRIBUINTE Presidente: Dary Pagung (Sem Partido) Vice-Presidente: Vandinho Leite (PSDB) Efetivos: Euclério Sampaio (Sem Partido) Suplentes: Marcelo Santos (PDT), Freitas (PSB), e Delegado Lorenzo Pazolini (Sem Partido)

COMISSÃO DE SEGURANÇA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Presidente: Delegado Danilo Bahiense (PSL) Vice-Presidente: Coronel Alexandre Quintino (PSL) Efetivos: Euclério Sampaio (Sem Partido), Capitão Assumção (PSL), Luciano Machado (PV), Delegado Lorenzo Pazolini (Sem Partido), Marcelo Santos (PDT), Enivaldo dos Anjos (PSD) e Dr. Emilio Mameri (PSDB) Suplentes: Dary Pagung (Sem Partido), Fabrício Gandini (PPS) e Hudson Leal (PRB)

COMISSÃO DE TURISMO E DESPORTO Presidente: Carlos Von (AVANTE) Vice-Presidente: Torino Marques (PSL) Efetivos: Adilson Espíndula (PTB) Suplentes: Coronel Alexandre Quintino (PSL) e Marcos Garcia (PV) COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, MINAS E ENERGIA Presidente: Alexandre Xambinho (REDE) Vice-Presidente: Janete de Sá (PMN) Efetivos: Carlos Von (AVANTE) e Fabrício Gandini (PPS) Suplentes: Dary Pagung (Sem Partido), Capitão Assumção (PSL) e Delegado Danilo Bahiense (PSL)

COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA, DE DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL, DE MOBILIDADE URBANA E DE LOGÍSTICA Presidente: Marcelo Santos (PDT) Vice-Presidente: Pr. Marcos Mansur (PSDB) Efetivos: Dary Pagung (Sem Partido) Suplentes: Fabrício Gandini (PPS) e Alexandre Xambinho (REDE)

COMISSÃO DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE E DE POLÍTICA SOBRE DROGAS Presidente: Delegado Lorenzo Pazolini (Sem Partido) Vice-Presidente: Luciano Machado (PV) Efetivos: Vandinho Leite (PSDB) Suplentes: Marcelo Santos (PDT) e Pr. Marcos Mansur (PSDB) CORREGEDORIA GERAL Corregedor: Hudson Leal (PRB) Subcorregedor: Euclério Sampaio (Sem Partido) Membros Efetivos: Marcelo Santos (PDT) e Dr. Rafael Favatto (PATRI) Suplentes: Enivaldo dos Anjos (PSD), Torino Marques (PSL) e Coronel Alexandre Quintino (PSL)

DEPUTADO OUVIDOR: Delegado Lorenzo Pazolini (Sem Partido) DEPUTADO OUVIDOR SUBSTITUTO: Pr. Marcos Mansur (PSDB)

LIGUE OUVIDORIA: 3382-3846 / 3382-3845 / 99531-9393

e-mail: [email protected]

Publicação Autorizada Atos Legislativos Atos do Presidente Atos Administrativos pág. 1 a 6 Atas das Sessões e das Reuniões das Comissões Parlamentares pág. 7 a 102 Complemento

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 1

ERRATA

Na Edição de sexta-feira, dia 17.05.2019, na página 14, coluna esquerda;

onde se lê:

ATOS DO DIRETOR-GERAL E DO SECRETÁRIO DE GESTÃO DE PESSOAL

leia-se:

ATOS DA SUBDIRETORA-GERAL

ATOS ADMINISTRATIVOS

ATOS DA MESA DIRETORA

ATO Nº 1439

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve:

EXONERAR, na forma do artigo 61, § 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, GILBERTO GAVA MARQUES, do cargo em comissão de Assistente de Gabinete de Representação Parlamentar, código ASGRP, do gabinete do Deputado Enivaldo dos Anjos, por solicitação do próprio Deputado, contida no processo nº 191995/2019.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1440

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia

Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve:

CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 11 de abril de 2019, a servidora LIGIA CUNHA BUZIN, matrícula nº 209007, no cargo efetivo de TÉCNICO LEGISLATIVO SÊNIOR, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 162868/2016.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17

de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1441

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais e considerando o art. 6º da Resolução nº 4.971, de 04 de outubro de 2017, publicada em 06 de outubro de 2017, a qual regulamenta a concessão de assistência à saúde na forma de auxílio financeiro aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, nos termos do art. 189 e 191 da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro 1994, e o que consta no processo nº 191838, resolve:

CONCEDER o auxílio-saúde de que trata a Resolução nº 4.971/2017 à servidora ADRIANA CELIA SARTORIO BAZON, matrícula 209858, ocupante do cargo em comissão de Assessor Sênior da Secretaria, código ASS.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

2 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

ATO Nº 1442

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais e considerando o art. 6º da Resolução nº 4.971, de 04 de outubro de 2017, publicada em 06 de outubro de 2017, a qual regulamenta a concessão de assistência à saúde na forma de auxílio financeiro aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, nos termos do art. 189 e 191 da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro 1994, e o que consta no processo nº 191833, resolve:

CONCEDER o auxílio-saúde de que trata a Resolução nº 4.971/2017 à servidora CINTIA DA SILVA VARZIN, matrícula 209841, ocupante do cargo em comissão de Assistente de Gabinete de Representação Parlamentar, código ASGRP.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1443

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais e considerando o art. 6º da Resolução nº 4.971, de 04 de outubro de 2017, publicada em 06 de outubro de 2017, a qual regulamenta a concessão de assistência à saúde na forma de auxílio financeiro aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, nos termos do art. 189 e 191 da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro 1994, e o que consta no processo nº 173303, resolve:

CONCEDER o auxílio-saúde de que trata a Resolução nº 4.971/2017 ao servidor LUIS CARLOS COUTINHO, matrícula 209381, ocupante do cargo em comissão de Supervisor de Apoio ao Plenário, código SAP.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1444

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais e considerando o art. 8º da Resolução nº 5.417, de 06 de abril de 2018, publicada em 06 de abril de 2018, que regulamenta a concessão de auxílio-creche na forma de auxílio financeiro aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, nos termos do art. 88 e 91 da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro 1994, e o que consta no processo nº 191713, resolve:

CONCEDER o auxílio-creche de que trata a Resolução nº 5.417/2018 ao servidor MARCELLO PINTO RODRIGUES, matrícula 209927, ocupante do cargo em comissão de Coordenador-Geral de Gabinete de Representação Parlamentar, código CGGRP.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1445

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais e considerando o art. 8º da Resolução nº 5.417, de 06 de abril de 2018, publicada em 06 de abril de 2018, que regulamenta a concessão de auxílio-creche na forma de auxílio financeiro aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, nos termos do art. 88 e 91 da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro 1994, e o que consta no processo nº 191810, resolve:

CONCEDER o auxílio-creche de que trata a Resolução nº 5.417/2018 ao servidor MAXSWELL FAUSTINO FONSECA, matrícula 209287, ocupante do cargo em comissão de Supervisor Operacional RTV, código SORTV.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 3

ATO Nº 1446

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve:

Considerando o Ato nº 3260, de 01/08/2008, publicado em 03/09/2008, alterado pelo Ato nº 267, de 31/03/2010, que regulamenta a concessão de Incentivo Educacional, resolve:

CONCEDER à servidora GERUSA AUXILIADORA ANGELI DA SILVA, Taquígrafa Parlamentar - ETP, matrícula nº 201161, o 1º (primeiro) INCENTIVO EDUCACIONAL de 05% (cinco por cento) sobre o vencimento do respectivo cargo efetivo, a partir de 10/04/2019, conforme art. 3º da Lei nº 8.950/2008, alterada pela Lei 10.083/2013 e Lei 10.225/2014.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1447

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve:

CONCEDER 05% (cinco por cento), a partir de 13/04/2019, de acordo com art. 106 da Lei Complementar nº 46/94, de ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO, a que faz jus LIBNE BARBOSA GALVANI, matrícula nº 208446, Adjunto de Gabinete de Representação Parlamentar - ADGRP.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1448

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve:

CONCEDER 05% (cinco por cento), a partir de 05/04/2019, de acordo com art. 106 da Lei Complementar nº 46/94, de ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO, a que faz jus ESTHER ROCHA TRISTÃO, matrícula nº 208438, Assessor Sênior da Secretaria - ASS.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATO Nº 1449

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve:

ELEVAR para 25% (vinte e cinco por cento), a partir de 27/02/2019, de acordo com art. 106 da Lei Complementar nº 46/94, combinado com art. 1º da LC nº 128/98 de ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO, a que faz jus MARIA DA PENHA OLIVEIRA DE SOUZA, matrícula nº 202764, Técnico Legislativo Sênior - ETLS.

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 17 de maio de 2019.

ERICK MUSSO Presidente

ATOS DO DIRETOR-GERAL E DO SECRETÁRIO DE GESTÃO DE PESSOAS

PORTARIA Nº 095

O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA EM

CONJUNTO COM O SECRETÁRIO DE GESTÃO DE PESSOAS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, com base nas informações da CGRH, resolvem:

TRANSFERIR as férias regulamentares do servidor abaixo relacionado:

Matrícula Servidor Exercício Período marcado

Período transferido

Quantidade de dias

207908 LUAN MAGALHAES ANTUNES

2019 02/01/2020

a 31/01/2020

22/07/2019 a 05/08/2019 e 07/02/2020 a 21/02/2020

30 (trinta) dias

4 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

Secretaria da Assembleia Legislativa, em 15 de maio de 2019.

ROBERTO RIBEIRO CARNEIRO Diretor-Geral da Secretaria

JOEL RANGEL Secretário de Gestão de Pessoas

PORTARIA Nº 096

O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA EM CONJUNTO COM O SECRETÁRIO DE GESTÃO DE PESSOAS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, com base nas informações da CGRH, resolvem:

TRANSFERIR as férias regulamentares da servidora abaixo relacionada:

Matrícula Servidora Exercício Período marcado

Período transferido

Quantidade de dias

203322 MARIA AUREA DOS ANJOS SAD

2019 08/04/2019 a 22/04/2019

24/06/2019 a

08/07/2019

15 (quinze) dias

Secretaria da Assembleia Legislativa, em 13 de maio de 2019.

ROBERTO RIBEIRO CARNEIRO Diretor-Geral da Secretaria

JOEL RANGEL Secretário de Gestão de Pessoas

PORTARIA Nº 097

O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA EM CONJUNTO COM O SECRETÁRIO DE GESTÃO DE PESSOAS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, com base nas informações da CGRH, resolvem:

SUSPENDER e MARCAR as férias regulamentares da servidora abaixo relacionada:

Matrícula Servidora Exercício Período marcado

A partir de Marcar

para Quantidade

de dias

201244

MICHELLY

ALVES DE SOUZA

2016

02/05/2019

a 28/05/2019

13/05/2019

19/08/2019

a 03/09/2019

16 (dezesseis)

dias

restantes

Secretaria da Assembleia Legislativa, em 14 de maio de 2019.

ROBERTO RIBEIRO CARNEIRO Diretor-Geral da Secretaria

JOEL RANGEL Secretário de Gestão de Pessoas

ATOS DA SUBDIRETORA-GERAL

AVISO DE LICITAÇÃO

Pregão Eletrônico n° 013/2019 Exclusivo para ME e EPP

Processo nº 180723/2018 A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, através de sua Pregoeira e Equipe de Apoio, torna público que realizará Licitação, sob a modalidade de “PREGÃO ELETRÔNICO”, de acordo com as Leis 8.666/93 e 10.520/02 e suas alterações, por meio de sistema eletrônico, objetivando a aquisição de containers e conjunto de lixeiras, conforme especificação contida no Anexo I do Edital. Recebimento das Propostas até: 03/06/2019, às 09h00. Abertura das Propostas: 03/06/2019, às 09h00. Início da Sessão de Disputa: 03/06/2019, às 11h00. O Edital estará disponível no site www.al.es.gov.br, links: “Transparência”, “Consulta Licitações”, ou www.licitacoes-e.com.br. Maiores informações através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (27) 3382-3874.

Vitória/ES, 17 de maio de 2019.

TATIANA SOARES DE ALMEIDA Subdiretora-Geral da Secretaria

RESUMO ORDEM DE FORNECIMENTO Nº 035/2019 REFERENTE AO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 030/2018 E ATA DE REGISTRO DE PREÇO Nº

009/2018

A Subdireção Geral da Secretaria da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, em atendimento ao que dispõe o artigo 61, § único, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, torna pública a emissão da Ordem de Fornecimento nº 035/2019, conforme descrito abaixo:

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 5

CONTRATADA: DPS GONÇALVES INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA. CNPJ: 64.106.552/0001-61. OBJETO: Contratação de empresa para fornecimento de material de consumo - café em pó comum embalado a vácuo. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO: Pregão Eletrônico.

VALOR: R$ 13.960,00 (treze mil, novecentos e sessenta reais). PROCESSO: 180315. Secretaria da Assembleia Legislativa, em 17 de maio de 2019.

TATIANA SOARES DE ALMEIDA Subdiretora-Geral da Secretaria

SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

• SEGUNDA-FEIRA - 20.05.19 •

HORA PROGRAMAS SINOPSES

00h15 DIA DE CAMPO NA TV O Dia de Campo na TV vai falar sobre o sistema orgânico de produção de diferentes frutas tropicais em larga escala na Chapada Diamantina. As variedades com melhor adaptação foram o abacaxi e a manga. Veja ainda uma reportagem sobre duas variedades de mandioquinha salsa, lançada pela Embrapa e saiba de onde veio o nome batata baroa.

01h15 CONEXÃO CIÊNCIA O programa debate a internet inclusiva na América Latina

01h45 AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE SAÚDE

Judicialização na Saúde Publica Municipal

05h00 REUNIÃO ORDINÁRIA Comissão de Cooperativismo

06h10 REUNIÃO ORDINÁRIA Comissão de Justiça

07h00 DIA DE CAMPO NA TV O programa Dia de Campo na TV vai falar sobre Segurança Alimentar e Agricultura Sustentável. A erradicação da fome e a busca pela agricultura sustentável faz parte de pesquisas realizadas pela EMBRAPA, que possuí relação direta com a produção de alimentos e a erradicação da fome.

A erradicação da fome no mundo é um dos grandes desafios globais, no que demanda estatísticas locais. A Embrapa trabalha com linhas de pesquisas voltadas para nutrição, saúde e alimento seguro. Promovendo também a nutrição social e nutritiva da agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais, com valorização de seus produtos e o modo de fazer. Assista também outras matérias.

08h00 A GRANDE REPORTAGEM A água é um dos recursos naturais mais ameaçados do planeta.

6 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

Esta reportagem apresenta as principais formas de poluição e as consequências sociais, ambientais e econômicas da contaminação dos recursos hídricos.

08h30 EM DISCUSSÃO Resumos dos principais acontecimentos do legislativo

09h00 REUNIÃO ORDINÁRIA Comissão de Segurança

10h00 REUNIÃO ORDINÁRIA (V) CPI Das Licenças

12h00 A GRANDE REPORTAGEM A água é um dos recursos naturais mais ameaçados do planeta. Esta reportagem apresenta as principais formas de poluição e as consequências sociais, ambientais e econômicas da contaminação dos recursos hídricos.

12h30 MP COM VOCÊ A promotora de Justiça de Vila Velha e do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas Públicas de Educação (Cape) do Ministério Público do Estado (MP-ES), Camila Melo Baptista Abelha, fala em entrevista ao MP com Você da educação inclusiva para crianças com deficiência e a implantação do marco regulatório no País.

13h00 DEDO DE PROSA Paulo Roberto Sodré é professor universitário e autor de vários livros. O mais recente, “Uma Leitura na Chuva”, convida o leitor a se aventurar por um romance.

13h30 REUNIÃO ORDINÁRIA (V) Comissão de Finanças

14h30 PANORAMA Telejornal com as principais notícias do legislativo capixaba

14h45 MOSAICO ENTREVISTA Entrevista com as principais personalidades da cultura e arte capixaba

15h00 SESSÃO ORDINÁRIA (V) Trabalhos do Legislativo Estadual

18h00 A GRANDE REPORTAGEM A água é um dos recursos naturais mais ameaçados do planeta. Esta reportagem apresenta as principais formas de poluição e as consequências sociais, ambientais e econômicas da contaminação dos recursos hídricos.

18h30 DEDO DE PROSA Paulo Roberto Sodré é professor universitário e autor de vários livros. O mais recente, “Uma Leitura na Chuva”, convida o leitor a se aventurar por um romance.

19h00 SESSÃO SOLENE (V) Combate ao Abuso de Crianças e Adolescentes

22h00 PANORAMA Telejornal com as principais notícias do legislativo capixaba

22h15 SOM DA TERRA Com mais de dez anos de estrada, a banda Eletrofonia mostra suas referências no rock dos anos 1980, 1990 e 2000

22h45 SESSÃO ORDINÁRIA Trabalhos do Legislativo Estadual

Legenda: (R) - Reprise; (V) - Ao Vivo

OBS.: A programação da TV ALES pode sofrer alterações em função dos trabalhos legislativos.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 7

ATAS DAS SESSÕES E DAS REUNIÕES DAS COMISSÕES PARLAMENTARES

TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA, DA

PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA DÉCIMA NONA LEGISLATURA, DA COMISSÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SOCIOEDUCAÇÃO, SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, REALIZADA EM 15 DE MAIO DE 2019.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Boa tarde a todas e a todos presentes!

Muito obrigado a todos que nos acompanham pela TV Assembleia pela audiência.

Invocando a proteção de Deus, e havendo quorum, declaro aberta a terceira reunião ordinária da Comissão de Assistência Social, Socioeducação, Segurança Alimentar e Nutricional.

Solicito à secretária da comissão que proceda à leitura da ata da segunda reunião ordinária desta comissão e da segunda reunião extraordinária, audiência pública.

(A senhora secretária procede à leitura das atas da segunda reunião ordinária, realizada em 20 de março de 2019, e da segunda reunião extraordinária, realizada em 10 de maio de 2019)

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Pergunto ao nobre colega deputado se deseja retificá-las?

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (MDB) - Não. Eu voto a favor da aprovação da ata como lida.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Ok. Atas aprovadas como lidas.

Solicito à secretaria que proceda à leitura do Expediente.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

CORRESPONDÊNCIAS RECEBIDAS:

OF/GDF/ALES/N.º 067/19, do excelentíssimo senhor deputado Freitas, justificando sua ausência na reunião ordinária do dia 20/03/2019.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Ciente. À secretaria para incluir no relatório mensal de frequência do parlamentar.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício n.º 010/2019, do presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, senhor Rosemberg Moraes Caitano, solicitando presença, na próxima reunião ordinária, com o objetivo de discutir a política de segurança alimentar e nutricional.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON

ESPINDULA - PTB) - Ciente. O presente ofício encontra-se na fase da Ordem do Dia para que seja deliberado.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício n.º 034/2019, do presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos, deputado Enivaldo dos Anjos, encaminhando cópia do ofício do Lar João XXIII, informando acerca da inviabilidade de funcionamento da instituição.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON

ESPINDULA - PTB) - Ciente. Encaminhe-se cópia por e-mail aos demais deputados; após, arquive-se.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

PROPOSIÇÕES RECEBIDAS: Não houve no período.

PROPOSIÇÕES DISTRIBUÍDAS AOS SENHORES DEPUTADOS:

Não houve no período.

PROPOSIÇÕES BAIXADAS DE PAUTA: Não houve no período.

PROPOSIÇÕES SOBRESTADAS:

8 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

Não houve no período. O SR. PRESIDENTE - (ADILSON

ESPINDULA - PTB) - Obrigado! Passamos, então, para a Ordem do Dia.

Vamos deliberar o convite ao senhor Marcos Albuquerque para participar da próxima reunião ordinária, com o intuito de discorrer o seu trabalho voluntário no conserto e reforma de cadeira de rodas. Em discussão. O SR. DOUTOR HÉRCULES - (MDB) - Eu só quero complementar que Marcos é de Cachoeiro e fez recuperação de mais de duzentas cadeiras. Seria importante mostrar para o estado inteiro esse trabalho. Então, eu voto pela aprovação da vinda do Marcos Albuquerque aqui na nossa comissão. O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Eu acompanho. Está aprovado. Segundo, deliberar convite ao excelentíssimo senhor deputado federal, Felipe Rigoni, para participar de reunião extraordinária, com data a ser definida com a assessoria do mesmo, cujo objetivo é discutir sobre a inclusão social.

Em discussão.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (MDB) - Eu também parabenizo a vinda do Felipe Rigoni aqui, visto que foi o primeiro cego que teve acesso à Câmara dos Deputados. Por isso, tiveram que fazer várias adaptações, tipo faixa tátil e outras providências que tiveram que tomar em virtude da necessidade de se obedecer à Lei de Inclusão. Então, naturalmente, eu voto pela aprovação.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Eu acompanho. Está aprovado. Item 3, deliberar convite ao senhor Carlos Ajur Cardoso Costa, presidente da União de Cegos Dom Pedro II, para participar de reunião desta comissão, para discorrer sobre a inclusão social, com data a definir. Em discussão.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (MDB) - Carlos Ajur é presidente da Unicep, União de

Cegos Dom Pedro II, lá de Vila Velha. Eu tenho acompanhado muito o trabalho dele, do Josias e do Zé Fernandes. Tem um colega também médico, o Wolmar, que ficou cego e é aluno lá na Unicep. Através de um grande amigo, um empresário, ele está fazendo uma reforma na quadra da Unicep, da União de Cegos de Vila Velha, de futebol de salão, para eventos e outras coisas. É bom, presidente, que o povo saiba que a bola de futebol de salão que o cego usa para jogar foi desenvolvida em Vila Velha, na União de Cegos. Eles fizeram essa bola, a bola tem um guizo. Todos jogam, mesmo que tenham a visão total perdida, cego total, mesmo assim eles colocam uma venda. Só os dois que não são cegos, que não botam a venda, são os dois goleiros. Nós vamos inaugurar essa quadra lá, acredito que até o mês que vem. Esse amigo reformou essa quadra e ficou, realmente, uma beleza. Gastou mais de sessenta mil reais do dinheiro do bolso dele para fazer a recuperação dessa quadra. Eu quero aproveitar também, presidente, para pedir às pessoas que façam uma avaliação em casa. Você que está em casa e nós que estamos aqui vejamos a dificuldade que o cego tem para desenvolver qualquer tarefa. Feche os olhos dentro da sua casa, porque você sabe onde é o banheiro, sabe onde é a geladeira. As coisas de maior necessidade nossa são a geladeira, a cozinha e o banheiro. Feche os olhos por dez minutos, ande dentro de casa com os olhos fechados para vocês sentirem. Vocês não vão ver, mas vão sentir a necessidade que os cegos têm e a falta de inclusão neste país para esse povo tão sofrido. Então, o Carlos Ajur virá aqui neste momento muito importante para mostrar isso para o nosso estado.

Obrigado, presidente. Voto pela aprovação, com certeza.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON

ESPINDULA - PTB) - Quero agradecer a V. Ex.ª por essa grande contribuição que o senhor tem dado aqui com esta comissão e por sua preocupação na inclusão social. Não é à toa que o senhor está aqui há tantos anos como parlamentar nesta Casa, é por esses relevantes serviços que o senhor presta à sociedade.

Acompanho seu voto.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 9

Então, está aprovado. Deliberar convite ao senhor Rosemberg Moraes Caitano, presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, para participar da próxima reunião ordinária, com objetivo de discutir a política de segurança alimentar e nutricional. Em discussão.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (MDB) - Voto pela aprovação.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON

ESPINDULA - PTB) - Não havendo mais quem queira discutir, em votação.

Acompanho o voto. Então, está aprovado. Passamos, agora, para a parte das

Comunicações. Quero, neste momento, convidar a

senhora Rozilda Maria Dias para fazer uso da palavra, conforme o requerimento já aprovado em reunião anterior.

A SR.ª ROZILDA MARIA DIAS - Bom dia.

Queria agradecer a oportunidade, primeiro, de estar aqui. Obrigado, Doutor Hércules, também pela luta junto com a gente pela inclusão. É uma coisa muito difícil alguém abrir a porta, e o Doutor Hércules está abrindo essa porta, cada vez mais, e a gente está conseguindo avançar.

O aparelho de mamografia adaptado era uma busca que a gente já vinha buscando há algum tempo, mas era uma perguntando para a outra, sempre que havia a proximidade do Outubro Rosa, a gente começava a se questionar: O Outubro Rosa, mas como, se o aparelho de mamografia não abaixa, a gente não levanta? Como que pode ser feito esse Outubro Rosa para a gente? Como nós podemos ser incluídas dentro desse Outubro Rosa?

Os postos médicos, o SUS sempre colocava para a gente que a gente precisava fazer só um exame de ultrassonografia e bastaria, mas nós, mulheres com coordenação motora reduzida, fomos além. E em questionamento ao Doutor Hércules: Doutor Hércules, como a gente faz, se o aparelho não abaixa, a gente não levanta? O que pode ser feito? E o nosso questionamento foi levado, foi atendido, a Secretaria de Saúde do município de Vila Velha atendeu. O aparelho de mamografia

adaptado está lá no lugarzinho que ele devia estar mesmo. Não foi muito difícil, a questão foi mesmo fazer o questionamento, porque eu não acredito que eu fui a primeira mulher que quis fazer o exame de mamografia, e não tinha uma adaptação.

Então, a partir do questionamento, de a gente buscar também um aparelho adaptado, não só para mim, que faço isso de cadeira de rodas, que tenho força reduzida, a coordenação motora reduzida, mas também para a mulher anã, porque a mulher anã tem a mesma dificuldade que eu tenho. Cada uma dentro da sua dificuldade, porém todas temos dificuldades de acesso a certos aparelhos, como o de mamografia.

Nós conversamos entre si, eu que tenho coordenação motora reduzida, outra que tem dificuldade de ficar em pé, que tem dificuldade de equilíbrio e que faz uso de uma bengala para se locomover, e mais uma que é obesa também, tinha uma amiga obesa que tinha dificuldades pela cadeira de rodas dela ser um pouco maior, e a dificuldade dela também, nós nos juntamos e começamos a nos questionar, e o aparelho veio através da Secretaria de Saúde de Vila Velha. O aparelho está lá.

Nós fomos convidadas a comprovar se realmente ele estava adaptado para todas as deficiências. Ele está adaptado a todas as deficiências de coordenação motora reduzida para as mulheres, mas junto à Secretaria de Saúde de Vila Velha nós chegamos à conclusão, porque algumas amigas que fazem uso de cadeira de rodas e são tetraplégicas ainda estão tendo um pouco de dificuldade para realizar o exame. Por quê? Por causa da transferência. A gente precisa ter uma transferência com autonomia, e a mulher tetraplégica precisa, também, do mesmo. Chegamos a uma conclusão, junto com a Saúde de Vila Velha, entramos em reunião, levamos o problema, levamos a solução, também, do problema da tetraplégica, e estamos aguardando a resposta da Taciana, da Saúde, para ver como seria feita a inclusão, também, da mulher tetraplégica junto ao aparelho de mamografia.

O aparelho é totalmente adaptado, ele baixa, ele sobe. A sala também é adaptada, porque não adianta ter um aparelho e a gente não conseguir chegar até ele por não ter adaptação, estrutura. Está tudo de acordo. Nós

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estamos bem satisfeitas, bem felizes mesmo, até com a questão da tetraplégica, que nós entramos em consenso entre nós e entendemos como seria feito para a tetraplégica conseguir acompanhar também. E, agora, só precisamos da aprovação da Secretaria da Saúde de Vila Velha.

É isso. Obrigada até aqui, ao Doutor Hércules principalmente, que foi o que abriu a porta, porque a Saúde de Vila Velha não nos ouvia. E a gente conseguiu fazer esse questionamento através do deputado Doutor Hércules.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Eu já quero agradecer a sua presença aqui hoje na comissão, essa grande contribuição que a senhora está dando.

Eu queria passar a palavra ao Doutor Hércules para que possa fazer algumas considerações.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (MDB) - Muito bem! Como ginecologista e vivendo esse problema há mais de quarenta anos, foi uma conquista muito grande o que a Rozilda vez para as mulheres usuárias de cadeira de rodas, para os anãos também. Quem não sabe, homem tem câncer de mama também - é raríssimo, mas tem -, e não faz rastreamento conforme fazem as mulheres, mas faz rastreamento daqueles homens que têm alguns sintomas. Isso é importante. Se não fosse a sua luta, as mulheres usuárias de cadeira de rodas não teriam, ainda, esse direito. Direito têm, só que não era respeitado.

Queria aproveitar, também, Rozilda, e falar sobre a preventiva de câncer de colo de útero, que é uma dificuldade, ainda, que a mulher cadeirante tem. E o homem, também, para preventivo de câncer de próstata, que também tem muita dificuldade. O poder público é muito omisso nesse sentido.

Eu me lembro de que algumas coisas que a gente fez há muito tempo. Eu fui diretor do Hospital Pedro Fontes, hospital de lepra - esse é o nome postergado da literatura médica, só se fala hanseníase. Muita gente não sabe o que é hanseníase, então, é melhor falar lepra -, e nunca nenhum ginecologista fez preventivo numa mulher com hanseníase. Nunca, até eu ter

entrado lá. Então, a mulher com hanseníase é muito discriminada. O médico acha que porque está com lepra, está com hanseníase, não pode ter câncer. Não é assim. Na verdade, não é assim. Então, durante todos os dez aos em que eu trabalhei lá, eu fazia esse exame preventivo nas mulheres internadas lá.

Outra coisa, também, que eu tive um problema com um padre. O padre era um santo, muito melhor do que muita gente, inclusive muito melhor do que eu, mas ele brigou muito comigo. Porque a hanseníase na mulher grávida tem um avanço de oitenta e cinco por cento a mais do que na mulher que não esteja grávida. Então, uma moça com vinte e cinco anos já parecia que estava com setenta. Então, tinha dois filhos eu a operava, ligava. Aí, o padre, naquele tempo, mais de quarenta anos atrás, você falar em camisinha, falar em anticoncepcional, falar em povo LGBT, era uma coisa horrível falar nisso. Então, o padre tinha as suas ideias, que eu respeito muito, mas eu também tinha a minha.

Porque, na verdade, eu só tenho dois filhos; agora, muita gente que é tão pobre tem que ter dez. Aí fica esse moralismo, que é para explorar a pobreza da população e não querer fazer a esterilização de algumas mulheres, que já têm as condições de fazer. Acima de vinte e cinco anos, casada há mais de dez anos, com dois filhos, acho que tem que fazer isso. Bom, daí eu fiz assim lá em casa. Meus

dois filhos fizeram a mesma coisa, dois filhos também. Tenho quatro netos, dois filhos, e assim o fizeram. Muito bem. E o padre Matias era tão bom que - ele era de uma família abastada de Leipzig, na Alemanha - a família mandava dinheiro para ele, e ele gastava com os doentes. Ele era tão bom que está internado junto com os doentes de lepra lá no Pedro Fontes. Eu vou, pelo menos, uma vez ao túmulo dele. Ele era muito bom. Então, é preciso que a gente lute mais pela inclusão. O presidente tem feito isso e é muito bom. Quero dizer, para encerrar a minha fala, parabenizar, mais uma vez, a Rozilda. O Siqueira não deve ter vindo por algum motivo, mas o Siqueira é o nosso presidente do Conselho Estadual do Direito das Pessoas com Deficiência, meu querido Siqueira de Vila Velha, jornalista,

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 11

que hoje está aposentado. Anda mais na cadeira

de rodas do que fora da cadeira de rodas. Muito bem, mas eu queria lembrar a nossa audiência pública em Santa Maria de Jetibá. Fiquei, realmente, muito envaidecido de ter um presidente da Comissão de Assistência Social igual nós temos aqui. Fiquei muito feliz, e hoje é Dia do Assistente Social. Parabéns a todos os assistentes sociais do nosso estado, do nosso país. Foi uma audiência pública em que, realmente, vi o prestígio que V. Ex.ª tem, como V. Ex.ª é querido naquela terra e que veio para cá, para nossa Assembleia, valorizar muito a nossa comissão. Realmente, fiquei muito feliz de ter participado. O presidente da Assembleia foi também. É a primeira audiência a que ele vai. Até falei que fiquei com ciúme, porque, nas minhas audiências, há doze anos que faço isso, ele nunca foi, mas na de V. Ex.ª ele foi, mas nós ficamos muito felizes por ele ter ido. O prefeito Gatinha, estavam lá, também, várias autoridades, outros prefeitos, e foi um momento muito bonito.

Quero aproveitar também, não poderia deixar de falar sobre mais esse convite. Nossos procuradores estão aqui. Com certeza irão. Vai ser o 7.º Congresso Médico Jurídico. Nós já estamos com várias inscrições, do Amapá até o Rio Grande do Sul. É um momento muito bom. Já fizemos várias audiências nas regiões, juntando o número de ações que os municípios têm sofrido, os setenta e oito municípios têm sofrido, por causa da judicialização. A judicialização é um direito que o cidadão tem. Tem que fazer isso mesmo, agora nós temos que entrosar os NATs, Núcleo de Assessoramento Técnico, que é a Justiça, através da doutora Elisabeth Lordes e doutora Janete Simões, do Tribunal de Justiça, com o Conselho Regional de Medicina, quando se tratar de doença, de cirurgia, de internação, etc; quando se tratar de medicamento, com o Conselho Estadual de Farmácia. Quem entende de medicamento é o Conselho Regional de Farmácia, quem entende de medicina é o Conselho Regional de Medicina. Então, esses núcleos de assessoramento técnico são muito importantes. Então, nós teremos, aqui, a presença de doutor João Pedro Gebran Neto, mais uma vez;

Arnaldo Hossepian Junior, do Conselho Nacional de Justiça; Clênio Schulze, que é juiz federal, também; Manato, ex-deputado, é o presidente; doutora Clenir Avanza, que é secretária executiva, que organiza. Eu também ajudo, faço alguma coisa. É o que eu queira falar, presidente, e, mais uma vez, parabenizar todas as assistentes sociais e parabenizar V. Ex.ª pela condução da nossa querida Comissão de Assistência Social, apesar de estar todo molhado de suor aqui, não podia deixar de vir aqui. Saí de cima, da manifestação contra o corte da verba da Educação. Isso realmente é um absurdo. Acho que cortar verba de algumas universidades que têm problema, eu concordo. Então, corrige o problema, mas não dar um corte linear, porque educação é a base de tudo. Paulo Freire já falou, há muitos anos, a educação não muda o mundo. A educação muda as pessoas, as pessoas que mudam o mundo. Então, nós não podemos aceitar cortes para a educação, para que o nosso povo fique menos inteligente do que está. Muito obrigado, presidente.

O SR. PRESIDENTE - (ADILSON ESPINDULA - PTB) - Como o Doutor Hércules já disse, nós tínhamos mais um convidado, aqui hoje, para esta reunião de hoje, o senhor José Carlos Siqueira Júnior, que é presidente do

Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Mas, com certeza, numa outra oportunidade ele estará aqui.

Agradecer, muito, à senhora Rozilda Maria Dias, que teve uma grande contribuição hoje, com esta reunião. Hoje, a conheci pessoalmente. Parabenizar você por toda esta luta e dizer que nós estamos aqui, à disposição. E se tiver conhecimento de alguma pessoa com deficiência, que tenha alguma dificuldade, que possa trazer para nós, para ver aquilo que a gente pode, aqui, estar contribuindo na inclusão social de todos, para que todos tenham os mesmos direitos. Muito obrigado, mesmo! Acredito que foi muito difícil a senhora chegar aqui, hoje, inclusive devido a essa manifestação.

Dizer ao Doutor Hércules para não ficar com ciúmes, que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Erick Musso, já se

12 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

comprometeu que, na primeira audiência pública que o senhor vai fazer, ele vai estar

presente. Agradecer, também, pela grande contribuição que o senhor tem dado, me ajudado muito. Sou um parlamentar de primeiro mandato. Mas eu tenho me espelhado muito no senhor, pelo seu trabalho. E tenho sempre me orientado, muito, com o meu amigo, deputado Doutor Hércules.

A audiência pública foi um sucesso! E eu creio que todas que nós vamos fazer este ano, nós vamos atingir os dez polos do estado do Espírito Santo, com essas audiências, para a gente fazer um raio-x da assistência social no estado do Espírito Santo. Nós vamos formular um documento, depois dessas audiências, e nós vamos entregar ao Governo do Estado para que veja aquilo em que nós podemos melhorar na assistência social, aqui no Espírito Santo. Fiquei muito feliz com aquela audiência, principalmente pela grande representatividade que ela teve, na área da assistência social.

Muito obrigado a todos. E, antes de encerrarmos esta reunião

da Comissão de Assistência Social, não poderia deixar de parabenizar os nossos assistentes sociais, como o Doutor Hércules, aqui, já fez.

Hoje, dia 15 de maio, é comemorado o Dia do Assistente Social. Todos podem colaborar para construir um bom ambiente igualitário em uma sociedade. No entanto, os assistentes sociais se especializam em construir projetos e políticas sociais, sempre com o intuito de melhorar a qualidade de vida de uma comunidade. Protagonistas na luta pela consolidação dos direitos e da construção de uma nova sociedade para todos, profissionais que fazem a história, não apenas no dia 15 de maio, mas em todos os dias do ano. Parabéns pelo seu dia!

Antes de encerramos, você gostaria de fazer... (Pausa) Então, está bem.

Agradeço a presença de todos. Nada mais havendo a tratar, declaro

encerrados os trabalhos desta comissão, e convido os senhores membros para a próxima, que será ordinária, no dia 29 de maio de 2019, neste plenário.

Uma boa tarde a todos.

(Encerra-se a reunião às 12h48min.)

_______________________________________

QUARTA REUNIÃO ORDINÁRIA, DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA DÉCIMA NONA LEGISLATURA, DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DAS LICENÇAS, REALIZADA EM 13 DE MAIO DE 2019. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Havendo número legal para esta reunião, contando com a presença do deputado Sergio Majeski e a nossa presença, nós vamos dar início à sessão e solicitar que a secretária faça a leitura da ata da sessão anterior. Estou sem meu guia aqui. Tem problema? (Pausa) Mas está marcado para as 10h. Se eles não estavam preparados para 10h, problema é... Não sou muito a favor de ficar parado para imprensa, não. A imprensa tem que ter esperteza, tem que saber dos horários. Por favor, começar.

(A senhora secretário procede à leitura da ata da terceira reunião ordinária, realizada em 23 de abril de 2019)

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Em discussão a ata. (Pausa) Não havendo quem queira discutir, como vota o senhor deputado Sergio Majeski?

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Pela aprovação.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Pela aprovação. Deputado Euclério.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Pela aprovação. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Pela aprovação. Deputado Enivaldo dos Anjos?

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 13

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Pela aprovação, como lida. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Pela aprovação, como lida. Prossiga. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Leitura do Expediente. CORRESPONDÊNCIAS RECEBIDAS:

Ofício nº 109/2019 do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros em resposta ao OF/CPI n.º 09/19, informando sobre os valores investidos na atuação de resgate em Brumadinho.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Essa solicitação foi feita para que nós possamos ter a noção exata de qual o valor que o Estado gastou para tentar salvar vidas num crime que não foi ele que cometeu. Então, vamos oficiar a Vale, para que ela possa ressarcir os cofres públicos diante do investimento que o Estado fez nas investiduras, no município do estado de Minas Gerais, com relação à barragem que foi rompida. O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Presidente, eu gostaria que V. Ex.ª despachasse, encaminhando cópia para eu tomar conhecimento. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Ok. Com cópia a todos os membros da CPI. A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício nº 096/19/IDAF/DIPRE do senhor Mário Louzada em resposta ao Ofício/CPI n.º 015/19, encaminhando cópia das certidões dos imóveis considerados terras devolutas.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Junte-se. A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício n.º 094/19/IDAF/DIPRE do senhor Mário Louzada, em resposta ao OF/CPI

Nº 014/19, prestando esclarecimentos sobre os certificados fiscalizações animal.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Pela ordem, senhor presidente! O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Pela ordem, o deputado Euclério Sampaio.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Só requerer que o supervisor me informe cópia integral desses dois ofícios.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Que seja encaminhada ao deputado Euclério, e demais membros, cópia integral dos ofícios, com relação ao... Encaminhados pelo senhor Mário Louzada.

A SR.ª SECRETÁRIA lê: PDS 004/19/ArcelorMittal do Senhor João Bosco Reis da Silva, em resposta ao OF/CPI Nº 013/19, encaminhando documento sobre as obras realizadas no Complexo Tubarão. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Junte-se e encaminhe cópia, também, a todos os membros da CPI.

A SR.ª SECRETÁRIA lê: GMADL/EXT - 105/19/VALE do senhor Romildo Fracalossi em resposta ao OF/CPI Nº 12/19, encaminhando cópia da Licença de Operação Nº 123/18 e o Segundo Termo de Compromisso Ambiental 035/18. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Ciente. Junte-se, também com cópia a todos os membros da CPI.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício nº 110/19 do deputado Enivaldo dos Anjos, solicitando convocações dos Senhores Eduardo Bartolomeo, Diretor Presidente da VALE S.A e Benjamin Baptista Filho, presidente da Arcelor Mittal.

14 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - V. Ex.ª quer se manifestar, deputado?

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Presidente, eu desejava que V. Ex.ª, se não fosse hoje, por qualquer razão pudesse, na próxima sessão, deliberar sobre isso, porque nós não queremos abrir mão dessa oitiva e acho que nós estamos, já, no tempo de fazer, para dar início às apurações, de acordo com o pensamento da Comissão Parlamentar de Inquérito.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Então, inclua-se na pauta da próxima reunião da CPI, para deliberação.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício GSM/nº 16/19 do deputado Sergio Majeski, solicitando resposta da CETESB, referente aos questionamentos realizados por este deputado.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Defiro.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício GSM/nº 119/19 do deputado Sergio Majeski, requerendo senhor Paulo Vitor Aquino Dal Col, Presidente da Associação dos Moradores Comunitária de Mata da Praia, e ao Senhor Enoque Sampaio Torres, Presidente da Associação Comunitária de Jardim Camburi, para serem ouvidos sobre assunto objeto desta CPI. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Defiro, e já coloco a data para a próxima segunda-feira.

Consulto o deputado Sergio Majeski se atende. (Pausa)

Deputado Enivaldo dos Anjos? O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) -

Também. Eu gostaria de saber do deputado Sergio

Majeski: me parece que tem uma ou duas, não é? Entidades que cuidam. Tem um rapaz que sempre dá entrevistas com relação...

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - É esse aqui!

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - É esse mesmo?

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - É esse aqui.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Então tá bom!

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Deputado Euclério? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Concordo. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Então, fica agendada para a próxima segunda-feira a solicitação do deputado Sergio Majeski.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Pela ordem, senhor presidente!

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Pela ordem o deputado Euclério Sampaio.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Eu acho que a secretária pulou o ofício n.º 129/2019.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Eu também não ouvi a leitura desse ofício, não.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - O item 07 da pauta.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - O meu não veio, não.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - De baixo para cima, é o terceiro.

Ofício n.º 129/19, da Cetesb.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - O meu não está aqui, não.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Ele foi falado, mas não foi lido. Foi lido como um requerimento do deputado Sergio Majeski, mas...

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Não. Pularam logo para o de Majeski. Ele pulou.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 15

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Então, os dois foram lidos como do deputado Majeski.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Não, mas tem dois de Majeski. Esse não foi lido.

A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício nº 129/19 da CETESB em resposta ao OF/CPI Nº 08/19, encaminhando informação técnica nº 0012019/IPA elaborada pela Divisão Avaliação de Ar, Ruído e Vibração desta Diretoria, referente aos questionamentos solicitados.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) -

Presidente, eu gostaria de requerer a cópia, também.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Pois não. Defiro. Ciente. Junte-se. Na minha pauta é que estava faltando

esse ofício. Prossiga. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício da Vale do Senhor Romildo Fracalossi, encaminhando os documentos que satisfazem aos questionamentos apresentados pelo deputado Sergio Majeski.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Ciente. Encaminhe cópia para o deputado Sergio Majeski e demais membros desta comissão.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) -

Naturalmente, essas faltas na pauta, aqui, devem ser porque as pessoas, ao invés de olharem isso daqui, ficam olhando resultado de campeonato brasileiro e aí não têm tempo de fazer a tarefa direitinho.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Tem algum endereço?

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - É um gordo.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Senhor Miguel, passe, depois da reunião da CPI, no gabinete do deputado Enivaldo dos Anjos.

Prossiga. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício do Presidente da Comissão de Saúde e Saneamento - Doutor Hércules, encaminhando ofício do SOS Espírito Santo Ambiental, tendo em vista que a matéria em questão diz respeito a esta CPI. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Junte-se. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Requerimento do deputado Sergio Majeski, solicitando encaminhando de recomendações, conforme documento apresentado a esta CPI, a todos os órgãos públicos e respectivas empresas listadas em ofício, para que apresentem relatórios oficiais quanto às ações tomadas.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Deliberar na próxima reunião da comissão.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Requerimento do deputado Sergio Majeski, solicitando informações ao senhor Romildo Fracalossi - Vale S.A, e ao senhor João Bosco Reis da Silva - ArcelorMittal Tubarão.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Defiro.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Requerimento, do deputado Sergio Majeski, solicitando encaminhamento de documentos ao senhor Alaimar Fiuza - diretor-presidente do Iema.

16 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Defiro.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) -

Senhor presidente, esses requerimentos do deputado Majeski, nós já estamos recebendo ou estamos aprovando o encaminhamento?

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Estamos aprovando... O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - O

encaminhamento. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - ...o encaminhamento deles. O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) -

Está bom.

A SR.ª SECRETÁRIA - (KARINA EUZÉBIO CERQUEIRA ) - Expediente lido, deputado.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Muito obrigado. Passamos então... Recebemos aqui o Secretário de Estado

de Meio Ambiente, Fabrício Machado, para que possa se manifestar referente aos TCA 035/2018, da Vale; TCA 036/2018, da ArcelorMittal; e Licença de Operação 123/2018, da Vale. Se os mesmos atendem ao interesse público e aos princípios de proteção ao meio ambiente, bem como avaliação - que precisamos que seja apresentada aqui pelo secretário - com relação a esse TCA firmado com essas empresas e também a elaboração do projeto feito pela Cetesb.

Neste momento, passo a palavra para o deputado Sergio Majeski.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Senhor presidente, só para lembrar: os TCA 035 e 036. São dois.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Isso.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) -

Presidente, estou com a palavra, já, para abrir os questionamentos? (Pausa)

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Fabrício, normalmente a gente dá uma

condição para que a pessoa convocada tenha cinco minutos - se for o caso, entender que puder mais um pouco, talvez dez - para fazer uma explanação com relação ao que está acontecendo.

Você tem ciência da CPI, sabe qual o objeto dela e naturalmente, pela verticalização, a Secretaria de Meio Ambiente, o Iema, são alvos de investigação por parte da CPI, uma vez que elas fazem parte diretamente da confecção desse TCA... Dos TCAs e da Licenças de Operação.

Então, neste momento, concedo a palavra ao senhor, pelo tempo de cinco minutos, para que possa fazer uma explanação, na visão da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, e, a partir daí, começaremos a fazer as perguntas.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Um bom

dia a todos. Agradecer a oportunidade de estar aqui falando aos senhores deputados.

Nós tivemos a oportunidade de conhecer esses TCAs agora, na nossa chegada. Até então eu não tinha um aprofundamento do conteúdo, nem da forma que ele tinha sido construído. Mas, por conta de uma vivência no meio ambiental, a gente chegou à conclusão que esse instrumento ele foi e é muito importante na construção das soluções desse tema que é muito questionado por todos os segmentos da área ambiental, do meio político e das esferas públicas.

O TCA foi construído, na gestão passada, pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente, com a participação da Seama, mas construído pelo Ministério Público - Estadual e Federal -, na minha visão, no intuito de achar a solução que minimizasse esse problema da emissão do pó preto na Região Metropolitana e, consequentemente, foi construído, que tem como metas, ele sinaliza, direciona e organiza todas as estruturações necessárias para que a gente consiga chegar à redução da emissão do pó preto.

É um desafio, é algo que é um desejo da Região Metropolitana. E o trabalho do Ministério público, que não foi fácil, é imputar às empresas esse compromisso que eles têm que cumprir. E a nossa responsabilidade, daqui para frente, é acompanhar os prazos e acompanhar, com o órgão, todas as execuções

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necessárias. Então, não tem muito o que dizer inicialmente sobre isso, mas dizer, na minha visão, que o papel do Ministério Público Estadual e Federal foi importante na construção desses TCA’s. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Obrigado.

Com a palavra o deputado Sergio Majeski. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Bom dia aos meus pares aqui na Mesa: presidente, deputado Enivaldo e deputado Euclério. Bom dia, senhor Fabrício e demais pessoas que estão aqui. Senhor Fabrício, eu não o conheço, não sei muito do seu histórico. O senhor é funcionário de carreira do Estado? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Não. Não, senhor deputado.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Não. O senhor veio de que área? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Eu tenho a formação em Direito e atuei duas vezes, durante dez anos, como secretário municipal. Eu fui secretário de Saúde, eu fui secretário de Serviços Urbanos, fui secretário de Agricultura e fui duas vezes secretário de Meio Ambiente.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Na prefeitura? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Do município de Viana.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Ok. Senhor Fabrício, nós vamos entregar...

Na verdade, a maior parte dos nossos questionamentos nós vamos entregar por escrito, para que o senhor devolva também por escrito. O Miguel vai entregar ao senhor posteriormente. E eu tenho algumas questões para fazer oralmente. O SR. FABRÍCIO MACHADO - Pois não.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Eu vou fazer uma contextualização, antes de dois

questionamentos, para o senhor responder após.

Tomamos conhecimento, através de representantes de organizações civis com assento os conselhos Consema, Conrema e o CREH, de vários requerimentos protocolizados durante a antiga gestão da Seama, em 2018, bem como junto à atual gestão em 2019, junto à presidência dos referidos conselhos, relacionados direta ou indiretamente com as empresas Vale e ArcelorMittal, tema da CPI ora em andamento.

O regimento dos conselhos estabelece, de forma explícita, apesar de não definir prazo, que todos os requerimentos protocolizados devem receber a devida resposta por parte da presidência. Em relação aos requerimentos protocolizados no final da gestão anterior da Seama, em 2018, os mesmos deveriam, compulsoriamente, ser respondidos até o final da gestão dos antigos gestores, ou seja, até dezembro de 2018, fato que não se observou. O que a nosso ver, salvo maiores esclarecimentos, caracteriza uma possível ação de improbidade administrativa.

Por esse motivo, estamos encaminhando a relação de todos os requerimentos protocolizados em 2018, onde destacamos aqueles diretamente relacionados à Vale e à AarcelorMittal. Aproveitamos para encaminhar também, por escrito, a relação dos requerimentos protocolizados junto à nova gestão da Seama, em 2019, que são os documentos que serão entregues ao senhor.

Acreditamos que os requerimentos protocolizados pelas entidades com assento nos conselhos deveriam ter uma prioridade para a liberação das respostas, vide a importância dada pelo Estado com a criação de tais estruturas que, a bem da verdade, são estruturas que operam diretamente em nível de apoio do poder público. Estando, inclusive, o que para muitos é ignorado, hierarquicamente acima da própria Seama e Seag. Questionamos: como o senhor explica isso? E quais providências serão tomadas para resolver e atender os requerimentos, questionamentos da sociedade civil? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Deputado, uma prática que eu adoto, sempre adotei como secretário, e toda vida eu fui presidente de

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conselhos, desde Trabalho, Meio Ambiente, Serviços Urbanos e Agricultura, foi responder à sociedade civil. E todos os requerimentos que foram me enviados, a ordem é que se responda.

A sociedade civil, alguns segmentos, me requisitou, na semana passada, uma reunião para pontuar cada item desse que foi questionado, e estou aqui do meu lado com o representante do Conselho Estadual de Meio Ambiente, que faz parte do setor jurídico, e ele sabe, a gente pode estar apresentando as respostas. Hoje foi tema até, antes de vir para cá, para que a gente responda a todos os questionamentos, então, a prática nossa é essa, é transparência, é dar resposta. Agora, os pontos que foram apresentados ao senhor, que o senhor irá me repassar, nós teremos a oportunidade de estar devolvendo com os questionamentos todos respondidos. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Agora, não mais em relação especificamente a esses questionamentos, que a gente espera que esse compromisso que o senhor está dizendo que tem com os conselhos e com a sociedade civil, que eles realmente sejam respeitados, porque na ocasião das assinaturas dos licenciamentos, algumas dessas organizações da sociedade civil foram impedidas, inclusive, de participar de algumas reuniões no ano passado. Inclusive, parte da imprensa deu até notoriedade a esse fato.

Mas, agora, sobre a questão dos licenciamentos propriamente ditos, todas as condicionantes das LOs assinadas da Vale, quando do processo de renovação, foram atendidas? Caso ainda não tenham sido atendidas, esclarecer as razões do não atendimento. O senhor tem esse conhecimento?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - A Seama, a atribuição dela é uma atribuição da política de Estado de Meio Ambiente. No que tange aos licenciamentos, isso é de competência do Iema. No meu conhecimento, tem até aqui comigo, mas acho que não cabe nem ler, tem sido cumprido. Então, para eu dar uma resposta mais precisa, dentro daqueles requerimentos eu respondo ao senhor, de forma formal e escrita.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Então, eu vou, essa questão talvez não esteja na

documentação, ela vai ser acompanhada. Agora, quando se fala da Seama e o senhor diz que ela não tem a função de fiscalizar se está sendo cumprido ou não...

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Não, ela

tem a responsabilidade de acompanhar, agora, ação direta, a responsabilidade direta e técnica é do Iema.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Então,

mas se ela faz um acompanhamento, ela deveria saber se estão ou não sendo cumpridos.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Eu não

tenho como te dizer de pronto, deputado, porque são muitas informações, muitos programas, muitos projetos e muitas atribuições, mas eu te responderei.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Qual a

fundamentação de que se utilizou o presidente do Consema para ignorar os requerimentos protocolizados pelas representações da sociedade civil com solicitação à sua participação direta nos debates e na elaboração dos TCAs e nas LOs?

O senhor entendeu a pergunta? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Sim. Em

relação aos atos passados, da gestão anterior, eu não tenho como responder ao senhor, mas no que diz respeito a qualquer requerimento que seja feito na minha gestão, vai haver todas as respostas necessárias.

Houve esse requerimento? (Pausa) Já foram respondidos, segundo a

assessoria jurídica.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Quais foram as diretrizes dadas pelo excelentíssimo senhor governador ao senhor secretário em relação à poluição do ar na RMGV e em relação ao trato para com as poluidoras da Ponta de Tubarão, ArcelorMittal e Vale?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Esse é um trato que diz respeito mais à atribuição do Iema. A determinação do governador é que a gente acompanhasse todas as questões que envolvam as competências do Iema, da Agerh e as ações que são de competência nossa. Não de forma específica, mas de forma abrangente.

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O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - A licença de operação da empresa ArcelorMittal ainda não foi assinada e está em processo de análise, sem prazo, como informado pelo senhor diretor-presidente do Iema. Ainda há tempo para convidar a sociedade civil através das entidades com representação no Consema. O senhor assim o fará?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Eu não

participei da construção desses TCAs, mas se participasse, defenderia a participação da sociedade civil, porque entendo como importante e legítima a participação deles.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Então,

mas como eles não foram assinados, ainda tem tempo de convidar a sociedade civil a participar, não é?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Vou

defender. Vou defender. Na fase que for analisado, vou defender.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Para os

demais questionamentos, eu tenho uma contextualização, para que o senhor se oriente nos questionamentos.

Considerando que na reunião desta CPI do dia 23 de abril de 2019, o diretor-presidente do Iema, o senhor Alaimar Fiuza afirmou:

Eu só queria trazer uma informação, que gostaria muito que o órgão ambiental tivesse - esse é um dos desafios que eu assumi com o governador - sistemas que fizessem a gestão e o monitoramento do processo de licenciamento. Hoje, infelizmente, o órgão ambiental, que a gente assumiu em janeiro de [2019], tá como se tivesse na Idade da Pedra. Nós não temos sistema de acompanhamento.

Considerando o que consta do site da

Seama, publicado no dia 7 de março de 2018, às

17h33min, com o título: Projeto Conecta Meio Ambiente reduz em 80% o tempo de emissão do Licenciamento Simplificado.

Considerando o que consta no site do Sindipúblicos, publicado no dia 15 de março de 2017, com o título: Governo assina acordo com ES em Ação ‘privatizando’ meio ambiente capixaba. O texto conforme segue... Conforme segue abaixo.

O governo estadual publicou no Diário Oficial um acordo de cooperação técnica entre a Secretaria de Meio Ambiente (Seama), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e o grupo empresarial “ES em Ação” ‘privatizando’ a gestão do meio ambiente do Espírito Santo.

Questionamos: qual é a verdadeira

realidade do sistema de gestão do licenciamento ambiental do Iema?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Deputado,

é necessária uma estruturação melhor do que existe atualmente.

No âmbito da questão da estruturação do sistema, nós estamos, de fato, precisando de uma grande implementação. Nisso tudo tem muita coisa envolvida, porque tem um fato que envolve toda a sociedade capixaba, que esses processos de licenciamento, ele culmina numa retardação do processo de desenvolvimento do estado, não é?

E a gente tem que separar. Por exemplo, muitas vezes a gente pensa que licenciamento ambiental, ou a instalação de um empreendimento, a vinda de um empreendimento ele pode trazer algum prejuízo do ponto de vista de meio ambiente, então, por isso foi criado no Brasil o sistema de licenciamento ambiental para fazer todos os controles. Então, hoje, precisamos de fato melhorar esse sistema. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - O senhor acha que tem que melhorar, mas tem que

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melhorar o que exatamente? O senhor tem uma noção do que tem que ser melhorado?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - O sistema.

O sistema, o programa, a parte de sistema de informática, modernização. Precisamos modernizar porque a própria fala do diretor, como o senhor mesmo relata, a gente ainda está no meio físico. Muito pouco, ainda, avançamos do ponto de vista digital, e a gente precisa. Isso é um clamor da sociedade civil, isso é um clamor do setor empreendedor e isso é um clamor da própria equipe técnica em melhorar o processo no sentido de agilizar e organizar.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Olha só,

no Brasil, a partir dos anos 80, mas, sobretudo a partir da década de 90, houve um aperfeiçoamento muito significativo da legislação ambiental. Criação de instrumentos como Eia-Rima, por exemplo, são fundamentais, são importantes e significaram um avanço muito significativo da legislação ambiental e do processo de licenciamento.

Ocorre, me parece, observando nos últimos anos os Governos, o discurso dos Governos, os discursos dos empresários e de parte dos políticos no sentido de que os licenciamentos demoram muito, que a burocracia é excessiva, que, às vezes, para um licenciamento de uma empresa ou de um projeto agropecuário dura dois anos, três anos e não sei mais o quê.

E quando se observa como esses órgãos funcionam em termos de pessoal, tecnologia, infraestrutura, é claro que tem que demorar mesmo, porque há um sucateamento visível desses órgãos, a quantidade de profissionais existentes e o que eles têm de infraestrutura para trabalhar, o que eles têm de tecnologia. Então, não seria muito óbvio que se a preocupação com a legislação ambiental e com o meio ambiente propriamente dito fosse realmente um fato e não um discurso, então haveria prioridade para melhorar o licenciamento não através de abrir brechas na lei ou de flexibilizar a legislação, que é o que tem ocorrido, mas de tornar esses mecanismos eficazes e eficientes que poderiam dar uma resposta em curto prazo, se tivesse estrutura, pessoal e tecnologia para isso.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Nesse ponto, deputado, a gente pensa igualzinho. É melhorar a estrutura, as condições, os sistemas. No que cabe a organização disso, que está sob nossa gestão, estamos trabalhando para estruturar isso.

Agora, isso é histórico. A gente precisa de mais profissionais, a gente precisa ter uma estrutura administrativa e física melhor para poder atender os servidores e os servidores trabalharem mais motivados.

Essa é uma realidade. E aí eu posso dizer que o governador disse que essa é uma meta dele: melhorar essas condições, estruturar. E esse é um clamor que não é só do setor empreendedor, nem dos servidores do Iema. Tenho dialogado muito com a sociedade civil. A própria sociedade civil é crítica em relação a isso. Então, esse é um desejo de um todo para que haja essa estruturação.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - O

deputado Enivaldo gostaria de fazer um questionamento.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) -

Deputado Majeski, eu queria aproveitar o gancho para eu ter essa informação também, porque o secretário já disse que o setor produtivo reclama e tal. O que impede que o órgão diga sim ou não num prazo razoável? Porque o grande problema é que o setor produtivo faz um pedido de licença, ou de qualquer outra situação e aquilo fica um ano, dois, três, quatro, cinco.

Quer dizer, na vida, sou prático. Se não tem condições porque não tem equipamento, por que não diz que não tem condições de fornecer e devolve para o sujeito entrar na

Justiça, se for o caso, e conseguir uma liminar para funcionar? Então, a outra pergunta é com relação a essa dinâmica. Se você pretende implementar isso, quer dizer, se tem condição de resolver, resolver no tempo possível. Se não tem, devolver.

Outra questão é o seguinte: com relação a essas multas que existem vai algum recurso para a secretaria? A secretaria tem algum fundo lá que ela pode receber os recursos para tocar a parte?

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O SR. FABRÍCIO MACHADO - O sistema. O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Mas esses recursos são repassados? Porque aqui no estado temos vários fundos que acaba que o Governo pega o dinheiro para poder botar no caixa único e não deixa os fundos funcionarem. Temos aqui o Funrepoci, Funrebom, e um outro fundo aí. É Polícia Civil, Bombeiro Militar. O dinheiro é grande e acabamos votando aqui, sob as críticas até do deputado Majeski na época que eu também concordei, de que o Governo pega esse dinheiro para poder usar no caixa único por aperto e o pessoal continua reclamando que tem viatura parada, tem viatura sem pneu. Quer dizer, vocês têm lá na secretaria esse dinheiro disponível para dar agilidade nesse projeto? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Deputado, a solução para essas questões passa por duas coisas. Primeiro, aumentar o contingente efetivo do sistema. Hoje existe uma demanda de quatro mil processos de licenciamento, processo de grandes empreendimentos que eu venho defendendo. Se o Governo não se ater a esse momento importante, onde o estado tem toda a oportunidade de ter um crescimento gigantesco dentro das cautelas que o licenciamento exige; se a gente nesse momento não estruturar dentro dessa condição de ampliação de quadro profissional, na melhoria dos sistemas no sentido de dar ao servidor as ferramentas para que esses processos sejam mais ágeis... inclusive, amanhã é o tema de uma agenda com o governador, às 15h. Ele que solicitou para trabalhar essa questão da estruturação e melhoria, de forma que esses processos sejam mais ágeis, porque de fato são muito lentos.

E outra coisa: em relação à questão dos fundos que o senhor perguntou, esse ano, o deputado Sergio Majeski eu vi uma matéria que ele citou a respeito do resgate dos recursos do fundo, e foi muito importante, deputado, o seu posicionamento. E aquilo nos auxiliou bastante, porque quando cogitou a possibilidade de acontecer, preocupados com todos os recursos do fundo, nós entramos em ação e explicamos a importância desses recursos, e o secretário da Fazenda entendeu e esse ano não vai haver esse resgate como houve no passado. Acho que fruto

da necessidade de não se mexer e também de um posicionamento já de todo o segmento e, inclusive, do senhor em relação a isso.

Então, os recursos que são provenientes de multa, de taxa de licenciamento, todos eles vão para o fundo. São dois fundos: o Fundágua e o Fundema. Eu presido o Fundágua e o Iema preside o Fundema. Esses recursos são utilizados para estruturação. Alguns já têm uma destinação. Por exemplo, o Fundágua, mais de oitenta por cento dele é para investir no programa Reflorestar. O Fundema é menorzinho. Então, tem que fazer um malabarismo, vamos dizer assim, para poder priorizar algumas questões porque tem vários requerimentos de utilização desse fundo.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Concluiu? Então, vou fazer uma intervenção aqui. Secretário Fabrício...

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Pois não. O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS

- PDT) - Como o senhor mesmo disse, nós temos dois fundos que eles sobrevivem através das taxas de licenciamento, e que não são poucas, uma vez que são várias taxas que são pagas. Eu não concordo, preservada aqui a sua manifestação, que nós precisamos colocar mais pessoas; o que nós precisamos é dar agilidade. Há uma burocracia exagerada, principalmente no Iema. E eu preciso lembrar ao senhor que, como secretário estadual de Meio Ambiente, o senhor que gere e, naturalmente, o senhor tem que ter essas informações do Iema. Então, não dá para dizer que é responsabilidade do Iema e a Seama não saber, praticamente, de nada. Então, é importante que o senhor adote uma postura à frente da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de que nós temos que ter resultado.

É o que o deputado Majeski falou aqui, ninguém está falando de fazer uma legislação que deixe à moda as pessoas cometerem crimes ambientais. Não! O que acontece é que existem dois pesos e duas medidas: dependendo da importância do projeto, ou de quem solicita, ele tem uma velocidade. Dependendo de quem for, a velocidade dele é slow motion, ou seja, é muito mais devagar. E já teve um período, aqui, que esta Casa ia abrir uma CPI contra o Iema e,

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na época, o governador acabou intervindo, e esta CPI acabou não dando passo para adiante. Então, eu queria pedir ao senhor que ficasse com olhos de ver, porque há uma reclamação, aliás, várias, inúmeras reclamações, de que a Secretaria de Meio Ambiente, através do Iema, é um gerador de dificuldades para gerar mais ainda facilidade. Então, eu preciso... Só um minuto, eu estou falando. É importante ter isso, porque não dá para a gente ficar brincando de licenciamento. Por que fez esse TCA? Primeiro, eu quero dizer aqui que TCA não é nenhum presente que foi dado para a gente, é obrigação. É obrigação! Quantas pessoas estão doentes aí porque inalaram aí partículas de minério? E o que a Seama fez, o que o Iema fez, ao longo dos anos - não é de agora não -, ao longo dos anos?

Não! Mas agora tem um projeto bacana, legal, construído a várias mãos, MPF, MPE, Seama, conselho. Mas não é presente, é obrigação! É obrigação. Então, não temos que comemorar nada! Não temos que comemorar nada disso!

Então, por isso que, quando o deputado Sergio Majeski faz uma fala, é importante dar atenção, porque as pessoas: Nossa Senhora da Penha! Que legal! Estamos comemorando esses TCAs. Nada disso! É obrigação para ter feito há muito tempo.

E eu acredito que, inclusive, grande parte dos problemas ambientais que nós temos no Espírito Santo é fruto da inoperância da Seama e do Iema, pela burocracia exagerada. Dão muito mais valor ao rito do que à causa. Que causa?! Tem um amigo ali, vai lá e tira, e tem uma licença; não tem, fica lá, pastando. Então, nós temos que mudar essa regra. Aproveitar que o senhor está aqui, eu te conheço, sei da sua boa vontade, e eu quero que você imprima esse rito lá porque a CPI começou e não tem data para terminar. Nós estamos preparados para pegar quem estiver fazendo esse tipo de crime lá dentro, porque está fazendo! Está fazendo! Não é de agora, não.

Então, assim, é importante fazer esse registro, porque se tem taxa para licenciamento, tem que ter grana para fazer estruturação. Ah, é menor, porque tem o Fundágua. Legal! Mas tem grana para fazer investimento, tem grana para fazer virtualização dos processos. Não dá para

só ficar jogando para a parede, tem que contratar mais gente, não! Quantidade não significa qualidade. E o cara luta para entrar no concurso público e depois quer cruzar os braços dizendo que é pouco o salário. Então, esse tipo de reclamação nós não vamos aceitar aqui não.

Era isso. Com a palavra o deputado Sergio

Majeski. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Senhor

Fabrício, o senhor acredita que o projeto Conecta Meio Ambiente reduz em oitenta por cento o tempo de emissão do licenciamento simplificado, ou reduziu?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Deputado,

na prática, ele foi criado para isso, mas existem muitas reclamações.

O que nós estamos fazendo, neste momento, aproveitando o gancho da fala do deputado Marcelo... Eu estou focado na resolutividade dessas questões burocráticas, tanto nesse processo por meio digital quanto na - a palavra desburocratização, acho que eu não posso fazer - celeridade dos processos. Então, essa tem sido uma ação contínua. A gente tem esgotado quase toda semana discussões no sentido de achar soluções para que esse tipo de problema não aconteça mais. Nós temos uma questão aqui no Estado que dificulta um pouco as estratégias que a gente está tentando adotar. O deputado Marcelo Santos disse que a quantidade de servidor não justifica, mas por conta das atribuições e as formações, então, nem sempre, em um processo de licenciamento, deputado Marcelo Santos, aquele técnico tem a competência para poder analisar. Então, essa é uma das questões que dificultam um pouco. Então, o que a gente vem pensando? Criar uma comissão especial de licenciamento para grandes projetos.

O SR. PRESIDENTE - (MARCELO SANTOS - PDT) - Teve isso aí no ano passado.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Mas essa, eu instituí isso em Viana e, hoje, Viana, todo mundo sabe, o senhor é um parceiro da cidade, ela avançou mil anos no ponto de vista do desenvolvimento econômico, e é fruto dessa

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 23

Comissão Especial de Licenciamento que existe lá, e que foi até reeditada, agora, recentemente. Fui eu que criei isso lá. O Sistema Estadual de Meio Ambiente é complexo do ponto de vista das relações, deputado Marcelo Santos. Sabe? A Seama, a Secretaria de Estado parece que ela é a dona do controle, mas se a gente não tiver a habilidade de construir isso sem muita cautela, o Iema se posiciona de forma mais complexa.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Eu gostaria só de fazer uma intervençãozinha, que acho que é o ponto de todo mundo, porque o problema não é o liberar rápido e ter problema. A gente quer saber por que o órgão não tem condições de liberar rápido? Porque isso é igual a processo criminal. Eu fui escrivão, então, tem aquele processo que se a equipe de servidores do cartório quiser que ele ande, ele anda rápido.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Sim.

O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) - Quando não quer, bota na gaveta. Por que o Iema bota tudo na gaveta? Isso que a gente quer saber. Por que não decide logo: sim ou não? Quer dizer, essa é a dificuldade.

Eu queria acrescentar, com a permissão do deputado Sergio Majeski e do deputado Marcelo, e a Procuradoria poderia responder, porque o Estado, e não é o Estado Espírito Santo, é o brasileiro, já entendeu que não adianta fazer concurso e não adianta botar gente para dentro. Primeiro, que o funcionário entra e, depois que fica efetivo, fica só reclamando de salário e querendo dizer que quer aumento. E nós já vimos que toda essa prática feita de encher o Estado brasileiro de servidores deu no que deu, por isso que a previdência está quebrando. Quer dizer, a gente tem que fugir dessa regra de proteção de sindicato. Aqui deve até ter gente de sindicato e eles ficam bravos com isso, mas encher o serviço público não é a solução.

A Procuradoria não encontra caminho para que a Assembleia possa aprovar, lógico, com o governador encaminhando, uma forma de que esse serviço possa ser terceirizado? Para o setor produtivo, deputado Majeski, o cara quer botar uma empresa, ele tem recurso. Agora, o que não dá é o Iema ou a Secretaria

não terem dinheiro para pagar a diária para o cara ir lá fazer uma visita técnica, e os projetos param por falta de visita porque não tem dinheiro para pagar a diária do servidor e não tem dinheiro para pagar a gasolina do carro. E a gente sabe que o dono da empresa não pode pagar esse custo porque, senão, está interferindo. Quer dizer, não tem um caminho, vocês não acham um caminho para resolver isso, ou contratando? Porque é igual perícia. O Estado nunca pode fazer uma perícia em um crime confuso, mas o advogado requer e paga o perito e ele faz. O juiz escolhe o perito e diz que custa tanto, a pessoa deposita aquele dinheiro e paga. Por que o Iema não pode ser assim? O cara faz o requerimento e diz: O custo para fazer essa perícia ou fazer essa vista custa tanto. O sujeito vai lá, deposita, não pode depositar na mão do funcionário, senão vira problema de Lava-Jato. Mas, deposita no caixa do órgão para o órgão fazer aquilo. Porque não dá para você ter um estado na região Sudeste, que é um estado pequeno, perdendo empresa, perdendo desenvolvimento porque os órgãos não funcionam, não têm agilidade. É tipo o meio de campo do Vasco, joga recuado demais. Tem que partir para a frente, tem que atacar, fazer gol. O SR. FABRÍCIO MACHADO - Deputado, essa é a ação que eu mais venho me dedicando. Eu sei que se eu for um secretário que, no tempo que eu estiver, não achar esse tipo de solução, não apresentar esse tipo de solução, eu vou ser um secretário de nada. Porque a grande demanda de todo mundo, do setor empresarial, político e da sociedade civil, está nessas questões. O que eu venho encontrando? Entraves do ponto de vista legal. E é isso que eu estou tentando solucionar.

Eu criei um grupo interno para a gente discutir a aceleração desses processos. Isso passa pela questão da modernização do sistema de licenciamento. Quando eu falo isso, é sistema mesmo, de informática, meio digital. Esse é um processo. Do ponto de vista de pessoal, qual é a grande justificativa do setor interno do Iema, do corpo administrativo? É justamente esse. Há uma reclamação interna da demanda muito grande e do volume de pessoas. Por isso que eu apresentei. Agora, existem outras soluções. A Celam, essa comissão especial, é um exemplo.

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E a gente vem defendendo, também, deputado, e aí eu encontrei um entrave do ponto de vista que o servidor do Estado recebe por subsídio, que é um processo onde a gente trabalharia a produtividade. Sabe? Então, isso são questões que a gente está discutindo, estruturando, e que a gente acredita que em pouco tempo a gente vai ter alguma solução. Inclusive, dentro da ótica do deputado Marcelo Santos, trabalhar aquelas questões que são de grande relevância do ponto de vista do desenvolvimento econômico para o Estado, para que não fique paralisado. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Retomando, eu tinha perguntado ao senhor, antes o senhor já tinha respondido sobre o projeto Conecta Meio Ambiente, que é um acordo de cooperação também. O senhor acredita que o acordo de cooperação foi uma espécie de privatização do gerenciamento ambiental do Estado? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Não tenho opinião sobre isso. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - O senhor saberia dizer qual foi o valor investido pela ONG Espírito Santo em Ação em função do Acordo de Cooperação Técnica 03/2016, entre Iema, Seama e a Organização Espírito Santo em Ação, movimento empresarial que foi assinado em 08/02/2016 por meio do Processo n.º 76342670? O SR. FABRÍCIO MACHADO - O valor exato eu não sei precisar, mas eu tenho conhecimento. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - O senhor tem conhecimento, mas não sabe quanto foi.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - O valor preciso, não. Eu sei mais ou menos.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Deputado Majeski, me permite?

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Sim. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Mas o valor, mais ou menos, é quanto, que o senhor...?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Acho temerário eu dizer, deputado. Deixa eu... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Então, o senhor sabia mais ou menos e agora é temerário? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Eu tenho conhecimento, deputado. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Não, tudo bem. Eu só perguntei porque o senhor falou que tinha...

O SR. FABRÍCIO MACHADO - É para não dar informação equivocada. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Quais os resultados reais do Acordo de Cooperação Técnica 3/2016? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Por favor, faça de novo. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Gostaria de saber quais são os resultados reais do Acordo de Cooperação Técnica 3/2016. O SR. FABRÍCIO MACHADO - Em relação ao Conecta? O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - É. E quais foram os resultados práticos disso.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - O Conecta está numa fase de implementação. Ele ainda não está cem por cento funcionando como deveria funcionar, deputado.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Desde 2016?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - É. Desde 2016. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - E ainda não foi plenamente implantado? O SR. FABRÍCIO MACHADO - Ele está numa fase que, para ser muito sincero para o senhor, todos nós estamos, assim, atento ao funcionamento e cobrando os resultados do Conecta.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 25

O Conecta a gestão dele é com o Iema. A Secretaria de Estado, ele acompanha de forma não muito presente, porque ele está vinculado à autarquia. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - O objetivo desse Acordo n.º 3/2016, a colaboração mútua entre os partícipes para propor melhoria no Sistema Estadual de Meio Ambiente do Estado, buscando aprimorar a eficiência dos serviços públicos prestados, mediante contratação de consultoria especializada, cujo ônus será suportado pelo Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação. Isso foi atingido? O SR. FABRÍCIO MACHADO - A melhoria do sistema, com objetivo de melhorar... O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - É. O objeto desse acordo, que seria colaboração mútua entre os partícipes para propor melhorias do Sistema Estadual de Meio Ambiente do Estado, buscando aprimorar a eficiência dos serviços públicos prestados, mediante contratação de consultoria especializada, cujo ônus seria suportado pelo Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação. Se isso foi atingido, ou seja, se o Espírito Santo em Ação está bancando isso e se o objetivo de aprimorar esses mecanismos está sendo atingido. O SR. FABRÍCIO MACHADO - Ainda não, senão não estaríamos falando sobre o processo de agilidade nos processos. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - E o senhor acha que vai ser atingido? O SR. FABRÍCIO MACHADO - O objetivo é esse. Vamos trabalhar para que atinja. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Aham. Porque, assim, é curioso que esse é um acordo de 2016 e até hoje o senhor disse que nem implementado totalmente foi, né? O SR. FABRÍCIO MACHADO - É um processo meio complexo o Conecta. Fica difícil eu explicar isso aqui para a CPI, mas cabe um momento, porque todos os gestores envolvidos

nesse sistema, nesse processo, todos eles têm algo a pontuar a respeito disso. Sabe? Os técnicos, os fiscais. Ele é um processo que demanda um avanço, vamos dizer assim. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Minha última pergunta: quais foram as propostas apresentadas pela ONG Espírito Santo em Ação para atingir os objetivos: melhoria nos marcos legais, que regulam os processos de licenciamento ambiental de competência do Estado? O SR. FABRÍCIO MACHADO - De pronto, aqui, não sei pontuar para o senhor, mas, na oportunidade, te respondo. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Ok. Muito obrigado. Presidente, encerrei, assim, meus questionamento e passo, presidente, aqui estão todos os questionamentos que nós temos por escrito, para que o secretário responda por escrito. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vamos determinar à secretaria que oficie, encaminhando os documentos com cópia a todos, solicitado pelo deputado Majeski. Concedo a palavra ao deputado Euclério, que é o relator desta comissão. Terá o prazo de dez segundos para poder fazer seus questionamentos. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Dez segundos para começar, não é, senhor presidente? Bom dia a todos. O SR. FABRÍCIO MACHADO - Bom dia.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Saudar o presidente, deputado Enivaldo; deputado Marcelo, que está ali fora; deputado Majeski, vice-presidente; senhor Fabrício; o advogado; o deputado Marcos Garcia. Não sei por que eu te chamo de Marcos Guerra. Os procuradores; todos os presentes. Senhor Fabrício, o senhor entrou agora, realmente, está entrando no Governo agora, então, na verdade, não tenho muita pergunta, não. Só para adiantar ao senhor: o Conecta

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naufragou, está afundando. Tanto que o sistema, hoje, que está dominando o Estado, não sei se o senhor sabe disso, se tem o conhecimento, é um sistema feito pelos próprios servidores da Prodest, que agora vai estar passando para todos os setores, porque o Conecta foi simplesmente para beneficiar um grupo criminoso. Se não me engano, deputado Majeski, é o mesmo feito pelo ex-secretário Octaciano Neto, que eu denunciei. É o Conecta? É, né? (Pausa) Foi isso mesmo, um acordo para isentar a Vale de uma multa de quase cinco milhões? O senhor não tem conhecimento disso, não? O senhor entrou agora no Governo. Por isso, senhor presidente, já vou aproveitar, no meio da minha fala, solicitar a convocação do ex-secretário Octaciano Neto para vir aqui, no dia e horário que V. Ex.ª determinar. Queria que o deputado Majeski votasse comigo. Ele já era para estar preso há muito tempo neste estado, mas não está. Ainda não.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nós vamos... Mas... Depois deste encerramento?

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Não, não. Já botar logo, agora.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Do que você falou agora?

Então, nós vamos colocar... Ver com a secretaria qual é a data que tem aí. No mês de junho. (Pausa) Mês de junho.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Início de junho.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Na última semana, antes do recesso, então.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Não, não. Aí está muito longe, senhor presidente. Se bem que é bom, porque ele vai ficar preocupado até lá, não é? Então...

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Não, eu quero saber é da secretaria. Estou perguntando as datas.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Pode ser. O dia em que V. Ex.ª determinar.

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Três. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - Três? O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Três. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - É numa segunda-feira? (Pausa) Então, tem disponível essa data, aí? (Pausa) Fica marcado, então, para o dia três.

Aliás, como vota o deputado Sergio Majeski?

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Pela

aprovação. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - Então, requerimento já aprovado por dois desses senhores deputados. Não há necessidade de a presidência votar. Mas eu acompanho a maioria. E fica designado o dia 03 de junho, às... 10h ou 9h? (Pausa) Às 10h? (Pausa) Para a inquirição do ex-secretário de Agricultura.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Obrigado, senhor presidente.

Mas, senhor Fabrício, então, na verdade, o Conecta... Eu o tenho acompanhado, e ele... Embaralhou tudo.

Vou fazer uma pergunta: qual interesse que o senhor entende que o Espírito Santo em Ação tem nesse acordo que foi feito? (Pausa)

O senhor tem conhecimento, ou não?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Deputado, olha, eu não tenho o conhecimento aprofundado disso, e nem estou fazendo juízo de valor de nada, por favor.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Eu só vou requerer, senhor presidente, que... Na esteira do... Até para fundamentar o relatório. Na esteira do que o deputado Sergio Majeski perguntou: que seja fornecida cópia, em dez dias úteis, de todo... Inclusive o montante, que foi dispendido, mas pode ser aprovado no final. Na questão desse acordo.

A maioria das perguntas, o deputado Majeski, o deputado Marcelo e o Enivaldo dissecaram.

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A Cepemar... Cepemar, não. Perdão. A Seama... O Iema... Quem... As licenças são requeridas, e conduzidas pelo Iema. Certo? (Pausa)

Qual a interferência da Seama nessa... Fiscalizam? Fazem alguma coisa, ou não?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - A Seama, ela não interfere, ela não tem uma interferência direta nos procedimentos técnicos.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - O senhor pode ser bem sucinto, tá?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Nos procedimentos técnicos do corpo de licenciamento, nem da fiscalização. A não ser quando, por exemplo: existe algum tipo de denúncia, a gente encaminha. Mas a gente não interfere nos atos do licenciamento.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Perfeito.

Fica até difícil perguntar a ele, deputado Enivaldo, porque ele entrou agora, não é? Ele está demonstrando boa vontade em responder. Mas era difícil que o secretário, e que a Seama não observasse, que só quem conseguia licença no estado, no Iema, era quem fosse... Contratasse a Cepemar, que passou de um faturamento pífio, para cerca de 100 milhões de reais por ano.

E o cidadãozinho, o seu João, lá não sei daonde, deputado Majeski, não consegue uma licença. Só consegue a Vale, a Arcelor. Aí, eu pergunto ao senhor: o senhor acha justo?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - De forma alguma. De forma alguma.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Então fica difícil.

Senhor presidente, na verdade fica até muito difícil perguntar a ele. Ele está com boa vontade para responder, mas eu não posso pisar no calo dele, porque ele não estava na Seama no dia 31 de dezembro para trás. Seria até injusto da minha parte.

Porque a minha esperança é que, a partir da entrada dele, melhore. Porque, se não melhorar, independentemente de o governador sendo o Renato, ou não, ou vou pisar.

E essa questão do Conecta: olha direitinho lá, porque foi um acordo, aí, para um

grupo... Um pequeno grupo, no Governo anterior, que estava roubando. Mas roubando com força, mesmo! Lamentavelmente, ainda não foram punidos.

Mas, senhor presidente, as minhas perguntas eram só essas, por enquanto.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - V. Ex.ª manteve... Mantém o requerimento? Fez o requerimento?

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Do fornecimento de cópia integral, e dos valores já dispendidos. Inclusive...

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - O deputado... O deputado Sergio Majeski concorda com o requerimento?

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) -

Concordo. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - E com todos os requerimentos feitos pelo Espírito Santo em Ação, e demais entidades.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - Sobre esses requerimentos, vou solicitar à secretaria que anote, para que: eles serão oficiados ao secretário, e terão o prazo de 10 dias úteis para serem respondidos, sob pena do novo comparecimento do secretário aqui, para explicar aqui qual foi o motivo de não ter cumprido o prazo. A não ser que em face da quantidade, se houver alguma dificuldade antes de o prazo encerrar, oficiar à comissão pedindo um novo prazo.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Obrigado.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - Gostaria, depois, que se fosse possível, o secretário determinasse à procuradoria da secretaria que estudasse essa possibilidade que levantamos aqui, porque a Assembleia tem o maior interesse de fortalecer a secretaria, porque a gente sabe que hoje todo o desenvolvimento e toda proteção ao meio ambiente está dentro dessas atividades, mas a gente também não pode, em nome de querer proteger o meio ambiente, atrasar o

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desenvolvimento do estado. E uma das reclamações que a gente mais escuta e isso: que a secretaria não tem capacidade de responder os questionamentos que lhes são colocados. E aí vê a possibilidade de se apresentar uma proposta - porque vários secretários passaram lá e acho que nunca apresentaram isso para o governador - e que fosse isso feito dentro de um estudo que o Governo pudesse agilizar isso independente de concurso. Porque a gente sabe também que, historicamente, todo mundo que vai para o meio ambiente, depois que fica efetivo dois anos, eles não trabalham mais sob a alegação de que falta isso, falta aquilo. Mas que a gente sabe que no fundo é não ter o desejo de agilizar as coisas.

A gente precisa entender isso: ou sim ou não. Se a coisa tem um bom... e hoje com as modernidades que tem e você não tem dificuldade nenhuma de saber se um projeto vai destruir. Estamos agora com um projeto que já foi lançado, já foi aprovado, tem um financiamento externo do mundo árabe, tem tudo e está agora na secretaria, está lá no Iema para examinar. O Iema recebeu o documento, levou acho que sessenta dias para dizer que precisava de outros documentos.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Senhor presidente, pela ordem! O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - A empresa correu atrás do... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - É porque eles não contrataram a Cepemar. Se contratar, estava resolvido.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - Pois, é, mas estamos fazendo tudo dentro do princípio de que as pessoas têm que ir aos órgãos independente de...

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Eu sei. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - independente das proteções. É um projeto que, não sei se todos os

deputados aqui tomaram conhecimento, ele resolve o problema da economia do Norte do Espírito Santo e passa a ser um dos mais

importantes para a economia do Estado. Porque ele, além de ser um porto em São Mateus, tem dentro dele uma linha férrea que vai de São Mateus a Minas Gerais, porque pouca gente sabe também que Minas Gerais não é só a Vale que mexe com minério, tem centenas de outros grupos, só que eles têm dificuldade de ampliar porque a Vale não sede a ferrovia dela para eles exportarem, então eles trabalham quase tudo no transporte rodoviário, o que inibe o crescimento dessas empresas.

Minas Gerais é quase toda de minério, então se essa ferrovia viabilizar e o porto que é privado, eles vão transportar minério de quem não é ligado à Vale, vão transportar rocha, vão transportar produção agrícola.

Para vocês terem uma ideia, por exemplo, só na área de produção agrícola nessa ferrovia ela vai produzir, quer dizer, o aumento de produção por causa de o transporte ser rápido e barato - e o deputado Marcos Garcia sabe muito bem o que é isso porque ele trabalha na área rural - o aumento de produção vai ser possível por causa do preço das mercadorias que vai triplicar o que existe hoje no Espírito Santo.

Então não sei por que essas coisas não funcionam. Parece que os próprios servidores não entendem que a garantia dos salários deles, da melhoria de salário, do aumento de salário, estão vinculados ao faturamento, ao aumento de receita. E a única forma de aumentar a receita é aumentando a produção, valorizando a produção.

Gostaria que vocês pudessem trabalhar dentro disso aí, porque oferecendo pela secretaria já entra dentro do Governo com pelo menos sessenta por cento de viabilidade daquilo ser aprovado pela Assembleia, que tem maior interesse em fazer isso.

Deputado Majeski, quer...

O SR. SERGIO MAJESKI - (PSB) - Só para

finalizar, deputado Enivaldo, a gente nunca pode generalizar tudo, né. A generalização ela é sempre muito perigosa. No Iema, na Seama, assim como no Idaf existem profissionais altamente capacitados e profissionais muito sérios naquilo que fazem.

Vejo como um problema não só nessas instâncias, mas em outras, que a interferência política ela é mais danosa do que a falta de

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 29

vontade que possa existir de alguns funcionários.

A gente vê muitas vezes como os interesses são, deputado Enivaldo, às vezes, um funcionário vai desanimando, porque ele vai fazendo, vai fazendo, aí chega lá na frente ele tem que desfazer tudo o que fez, por uma pressão externa que ocorre no órgão, sobretudo pela interferência política, e com o tempo, as pessoas vão desanimando disso aí, soma-se, sim, à falta de estrutura, à falta de infraestrutura para se trabalhar, às vezes. Não faz tempo, eu conversando com - não tem a ver com esses órgãos - mas já ouvi relatos de pessoas que trabalham nesses órgãos também, que são, às vezes, do Ministério Público também. Procuradores que fazem um trabalho seríssimo com o tempo vão desanimando de fazer determinadas investigações porque eles já sabem que lá na frente isso não vai dar em nada, porque alguém vai engavetar, porque envolve A, B ou C, interesses A, B ou C. Então, assim, eu acho que esses órgãos precisam ter, urgentemente, uma visão também mais profissional e uma interferência política muito menor do que eles têm, porque isso é muito danoso. É só para isso. Nós já entregamos os outros questionamentos.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Eu sei que é muito mais fácil elogiar as corporações, mas eu prefiro defender a população e dizer o que a população pensa do serviço público e não o que é considerado, particularmente, o que eu devo elogiar, um ou outro servidor.

A gente sabe que tem sempre regras e exceções, mas a maioria, hoje, presta um péssimo serviço e é preciso que eles assumam isso e parem de jogar a culpa no Estado e parem de jogar a culpa naqueles segmentos que... é muito fácil dizer que é fulano ou beltrano que é responsável por isso, mas nós precisamos ter cidadania e resolver as coisas. É o que estou pedido ao Iema, se não tem condições, diz que não, agora, leva dez anos para dizer não, o sujeito que está querendo investir, o dinheiro dele vai desvalorizando, ele vai perdendo a expectativa dos contratos que ele faz para prestar o serviço.

Então nós precisamos ver, porque o serviço público não existe para sindicato e para

grupos, ele existe para prestar serviço para a população. Por isso que eu me manifesto sempre abertamente assumindo esse risco. Eu sei que no Iema não tenho nem boa tarde mais, mas eu prefiro dizer isso que ficar sendo omisso, porque quando está no interior, o pessoal reclama e quer que quem esteja aqui possa dizer isso com a maior clareza. Evidentemente que toda regra tem exceção, e no funcionalismo público nós temos setenta por cento que não fazem nada e tem trinta que fazem. Então, tenho dito.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Só uma pergunta a mais. Senhor secretário, no Seama tem alguém que exerça cargo de chefia oriundo de alguma das grandes empresas do estado? Vale, CST, Arcelor, ainda tem?

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Na Seama, não.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem

partido) - Tem não, né? Só no Iema então. Obrigado. Obrigado, senhor presidente.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Tem mais algum esclarecimento que os senhores gostariam de fazer? O deputado Marcos Garcia gostaria de usar a palavra? Porque mesmo não sendo membro da comissão, nós temos sempre adotado esse critério de permitir, porque o parlamentar não precisa ser membro da comissão para fazer questionamento, ele pode fazer com toda a atenção.

O SR. MARCOS GARCIA - (PV) - Não, senhor deputado. Eu vim aqui como convidado, porque sou membro da Comissão de Meio Ambiente e esse assunto me interessa, e muito.

Queria deixar aqui o meu bom-dia a todos e parabenizar esta CPI, todos vocês deputados que estão envolvidos nesta CPI. Esta CPI é muito importante para o estado do Espírito Santo. Obrigado por eu estar aqui neste momento.

E também quero cumprimentar o Fabrício Machado, secretário de Meio Ambiente. Conheço o Fabrício, sei da competência do Fabrício, é um cara muito sério, por isso estou aqui. Muito obrigado.

30 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vou pedir à secretaria que esses ofícios fiquem prontos hoje ainda, estabelecendo o prazo de dez dias para os requerimentos do deputado Sergio Majeski. Os requerimentos do deputado Euclério, eu acho que vai ter que ser um prazo maior um pouquinho porque é muito mais documento. Ele fez um requerimento muito amplo, então vamos estabelecer vinte dias. Daria? E dez dias para os requerimentos apresentados pelo deputado Majeski, até porque ele está mais organizado, fez por escrito, não fez verbal.

O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (Sem partido) - Mesmo porque esta CPI vai demorar pelo menos dois anos, né?

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vai depender de o Plenário aprovar a renovação.

O SR. FABRÍCIO MACHADO - Deputado,

só agradecer a oportunidade de estar aqui. Dizer que eu, como gestor, sou muito sensível a todas essas questões que foram colocadas aqui e estou à disposição para qualquer questionamento e solicitação dos senhores deputados.

O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS

ANJOS - PSD) - Eu gostei da parte que você disse que se você não resolver esse problema, você sairá frustrado de lá. Porque a maioria dos secretários da Seama saiu de lá sem dizer por que participaram da vida pública em termos de modernidade e de agilidade. A Seama, até hoje, ela anda a passos de tartaruga. E faltou muito da dinâmica e de proposta de agilidade dos secretários que tiveram.

Então, a gente tem a esperança que o Marcos Garcia vai poder se orgulhar depois e dizer que ele tem um secretário eficiente, que conseguiu resolver esse problema. Porque o empresário, ele não é adversário do Estado, ele é uma pessoa que tem que ser tratada pelo Estado com mais carinho, com mais atenção, porque essa conversa de que todo mundo tem, que empresário é mau, mas quem gera emprego, quem bota a economia para rodar é o setor produtivo. É quem tem condições de tratar a economia com desenvolvimento, com geração de emprego.

A minha região é toda de granito. Vocês imaginem a bronca que eu escuto o dia inteiro. O sujeito vai aos Estados Unidos, à China, faz um contrato monstruoso de granito, vem para cá para poder serrar o granito para mandar e não pode operar porque a licença não sai. E você sabe que quem faz um contrato no exterior e não cumpre, ele nunca mais consegue exportar para ninguém. Porque os americanos, principalmente, eles não aceitam um dia de atraso. Então, o sujeito entra em pânico, o que faz? Corre o risco de explorar sem licença, e depois fica a Polícia Federal lá fechando. Porque se a Polícia Federal fosse lá e fechasse, está certo, está sem licença, fecha, mas tem uns caras da Polícia Federal que vão lá, levam um dinheirinho, e deixam continuar funcionando. Aí ninguém aguenta isso, quer dizer, o produtor, o cara quer trabalhar, todo mundo quer tomar dinheiro do sujeito.

Então, a gente precisa ter, o Estado não pode permitir que esses casos alheios à lei aconteçam por falta de liberar. Tem que ter condições de ir lá, olhar e ver, porque o problema não é nem que o serviço vai prejudicar o Meio Ambiente, porque demora dez anos, mas dá a licença, então, por que, se não tinha problema, por que não deram nos primeiros seis meses? A gente precisa ter uma redução do tempo da prestação de serviço, essa é a função do Estado. Agradeço a todos que participaram desta reunião, e a próxima será segunda-feira, dia 20, no mesmo horário, às dez horas, nós estaremos reunidos aqui. Muito obrigado a todos. (Encerra-se a reunião às 11h17mim) _______________________________________

SÉTIMA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA, DA

PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA DÉCIMA NONA LEGISLATURA, DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO MAUS-TRATOS CONTRA ANIMAIS, REALIZADA EM 15 DE MAIO DE 2019. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Havendo quorum legal, declaro abertos os trabalhos da CPI que investiga os maus-tratos

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 31

de animais no estado do Espírito Santo e quero agradecer ao deputado Vandinho Leite, que é o relator dessa CPI e se encontra aqui conosco; agradecer ao nosso delegado, Eduardo, que é delegado do Meio Ambiente e Bem-Estar Animal e, também, acumula a pasta de Defesa do Consumidor. Obrigada, doutor Eduardo, que é nosso delegado de Polícia; ao nosso procurador da Assembleia, doutor Eduardo também. Temos dois Eduardos hoje na Mesa e a um representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Roseanne dos Reis, que também veio para nos ajudar. Nós queremos, também, convidar um membro da Proteção Animal, para também, junto conosco, compor esta Mesa. Por gentileza, eu só gostaria que se identificasse. Alline, você é de alguma instituição?

A SR.ª ALLINE DE LAIA LOPES - Sou voluntária da Revistaria Animal e sou protetora independente também.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Então da Revistaria Animal a Alline. Obrigada, Alline!

Nós vamos iniciar os nossos trabalhos e vamos pedir que seja lida, com brevidade, a ata da reunião anterior para poder a gente já resolver - acho que só temos essa parada - rapidamente para que a gente entre na discussão que nos traz aqui hoje.

(A senhora secretária procede à leitura da ata da sexta reunião extraordinária, realizada em 06 de maio de 2019)

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ata em discussão. (Pausa)

Não havendo quem queira discutir, em votação.

Como vota deputado Vandinho?

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Pela aprovação, conforme lida.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Eu também. Ata aprovada.

Nós tivemos algumas correspondências, que foram recebidas. Por gentileza, a Secretaria.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício da empresa DETROIT Seg. Vigilância e Segurança Privada Ltda, prestando esclarecimento em resposta ao OF/CPI N.º 028/2019.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ciente. Junte-se. Nós já temos, inclusive, uma avaliação de

nossa Procuradoria, que vai ser encaminhada para a Prefeitura Municipal de Vitória, tendo em vista ter legislação que impede vigilância animal no município de Vitória, pedindo a proibição dessa vigilância que se tome medida cabível dentro da legislação, tendo em vista que essa empresa - nós fizemos uma análise, a nossa Procuradoria fez uma investigação judicial - não possui nenhuma liminar, nada, que ampare ela para ter essa vigilância.

Portanto, está cabendo à CPI estar expedindo um ofício, que já foi feito, já foi expedido para a Prefeitura, para impedir o exercício da vigilância patrimonial que é feito pela empresa Detroit, que, mentirosamente, disse que tinha uma liminar, quando não tem.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício da empresa VISEL - Vigilância e Segurança Ltda, prestando esclarecimento em resposta ao OF/CPI N.º 031/2019.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ciente. Junte-se.

Eu gostaria que passasse cópia de todos esses ofícios e dos ofícios que nós estamos fazendo para os integrantes da CPI, deputado Vandinho, deputado Lorenzo e dar ciência à Prefeitura de Vitória.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Ofício N.º 283/19 - SEMMAM/GAB em resposta ao OF/CPI N.º 027/2019, enviando cópia de todos os autos de infração com laudos, feitos por esta Secretaria.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ciente. Junte-se, com cópia para o relator.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

32 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

OF/16 PCVT/N.º 08/2019 do Promotor de Justiça Bruno Araújo Guimarães, encaminhando documentação de onde se extraem práticas de maus-tratos a cães por parte de empresas de segurança privada.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ciente, com cópia para o relator e para os procuradores que integram a CPI.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

OF. PR. CRMV/ES N.º 75/19 do Conselho Regional de Medicina Veterinária do ES, encaminhando documentação e mídia digital referente à cirurgia realizada em domicílio caracterizando maus-tratos.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ciente, para deliberação de convocação da parte denunciada a prestar esclarecimentos nesta CPI.

A SR.ª SECRETÁRIA - (KARINA EUZÉBIO CERQUEIRA) - Expediente lido.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Nosso agradecimento. O que nos traz aqui hoje é uma denúncia. Nós constatamos, inclusive, foi feito o resgate por esta CPI, de um animal de nome Pitoco, um cachorro de grande porte, encontrado acorrentado no município de Vila Velha, na região de Ponta da Fruta. Não é isso, gente? Na região de Ponta da Fruta.

Foi resgatado em condições de maus-tratos, foi encontrado em condições de maus-tratos e nós conseguimos um tutor para poder abrigar esse animal e esse animal, em seguida, veio a óbito. Então nós temos essa denúncia. Ela foi largamente divulgada nas redes sociais pelos protetores dos animais, nós tivemos também um atendimento que foi feito por um médico veterinário a esse animal e nós convocamos esses dois agentes para que pudessem estar aqui hoje, delegado Eduardo, prestando esclarecimentos acerca do fato, do que aconteceu, e podendo oferecer as informações acerca do assunto.

Inicialmente, nós vamos ouvir o médico veterinário, nós vamos pedir aos representantes da CPI, ao pessoal da equipe, que conduza o

senhor José Luiz, que é o denunciado, para um espaço onde ele não tenha acesso ao que está sendo falado aqui, ao que está sendo produzido pelas informações que vão ser repassadas pelo médico veterinário e assim que o médico veterinário fizer o seu depoimento, nós chamamos o senhor José Luiz.

Pode colocar o senhor Rafael Vieira Ribeiro para se posicionar a fim de prestar os esclarecimentos.

Eu vou passar para o deputado Vandinho fazer aquela pergunta, se é do conhecimento e ler o conteúdo da CPI, o que motivou a criação da CPI, e se o convocado conhece esse trabalho aqui na Assembleia.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) -

Senhora presidente, senhores que estão presentes nesta sessão, gostaria de cumprimentar aqui inicialmente o doutor Eduardo Passamani, delegado competente e agora à frente de duas delegacias: tanto a Delegacia de Defesa do Consumidor, que fica aqui na Assembleia, quanto a Delegacia do Meio Ambiente; doutor Eduardo, nosso procurador; Alline, protetora, seja bem-vinda; e também a Roseane, que está representando o Conselho Regional de Medicina Veterinária. Sejam todos muito bem-vindos.

Agradeço também a presença do doutor Rafael, que é médico veterinário. Aqui nesta Casa nós temos uma Comissão Parlamentar de Inquérito, doutor Rafael, que tem como objetivo a apuração de denúncias de maus-tratos contra animais no Espírito Santo. Ela foi implantada e suas atribuições estão conferidas pelo art. n.º 30 inciso II, e art. n.º 59 do Regimento Interno, e aprovada pela Resolução n.º 2.700, de 15 de julho de 2009.

E desde já essa é a informação que eu gostaria de passar ao senhor sobre o funcionamento da CPI e a implantação da mesma nesta Casa.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Obrigado, deputado. O senhor tem conhecimento? Ok.

Gostaria de convidar também a doutora Mariza Danielle Alves de Melo, que é advogada membro da Comissão de Bem Estar e Proteção Animal da OAB Espírito Santo. Por gentileza, doutora Mariza, adentre ao plenário.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 33

Gostaria que fosse providenciado aqui em cima um espaço para a doutora Mariza poder estar junto conosco.

Bom, nós queremos agradecer a presença de Gabriele, que é estudante; Tatiane, Consultoria Desafios; Ieda Cristina, que é cirurgiã dentista e autônoma; Audair de Paula Amorim, que é empresário; Carla Cristina, que é estudante de Direito; Jaqueline Azevedo, que é auxiliar veterinário da Prefeitura Municipal de Vila Velha, obrigada, Jacqueline, pela presença. Tatiane Ramires, que é do Orfanato Abrigo. Obrigada. Audair de Paula - é o mesmo - de Paula Amorim. Gabrielle eu já falei, que é do orfanato. Gabrielle do orfanato, também obrigada. E Alinne que está aqui conosco, que é uma protetora convidada pela CPI para compor esta Mesa. Bom, nós gostaríamos que o doutor Rafael, que é veterinário, que ele se identificasse, por gentileza, fizesse sua identificação. Nome completo, número do CPF, nome de sua mãe e o endereço de residência onde o senhor pode ser encontrado.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Bom, meu nome é Rafael Vieira Ribeiro. CPF 07818461701. Eu resido na Avenida Presidente Dutra, n.º 23, em Campo Grande, Cariacica, Espírito Santo. Nome da minha mãe é Teresinha Vieira Ribeiro, já falecida e Silvio de Lima Ribeiro, meu pai.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. Muito obrigada. A Roseanne dos Reis, você foi convidada não é Roseanne? Fez o termo de qualificação, mas nós vamos te colocar na condição de convidada porque o CRMV não tem nenhuma participação nessa denúncia. Você certamente não foi convocada. Miguel, foi convocação para o CRMV? (Pausa) Convite. Ok. Pode ficar na Mesa com a gente. É porque eu ia te colocar lá para também estar dando depoimento, mas como foi convite, se for necessário aí nós estaremos perguntando. Ok? Doutor Rafael Vieira Ribeiro, o senhor tem ciência de que houve uma denúncia de um animal de nome Pitoco, um cachorro até de grande porte, que foi encontrado em condições de maus-tratos em um estabelecimento comercial em Ponta da Fruta. Esse animal foi resgatado e, em seguida, ele foi submetido à

sua análise clínica e laboratorial para poder verificar a condição de saúde, as condições do animal. Quando foi esse primeiro contato do senhor com o animal? O senhor teve com esse animal em outros momentos antes desse?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não. Nunca tive contato. O primeiro atendimento foi feito no dia que ele foi resgatado.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor pode dizer a data? O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Foi no

dia 02 de maio, quinta-feira. Ele foi levado ao meu consultório, junto com o senhor Juarez, e acompanhado do protetor, do tutor do cachorro e do funcionário dele, né?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Juarez é um representante da CPI. É um servidor da CPI.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Ah! Tá!

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Foi feito o resgate lá no dia. Esse animal chegou no consultório, se eu não me engano era por volta de 11h, por aí. E a princípio, até no momento, eu não tinha entendido muito bem o que era, se era um resgate. Até então porque tenho a impressão de que ele tava falando como se ele tivesse sido resgatado naquele momento. Foi uma coisa que eu tinha entendido naquele momento. Depois que eu fui entender qual a repercussão do negócio, do que estava acontecendo.

É para começar a já falar do quadro dele?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Eu gostaria que o senhor relatasse como é que foi esse primeiro contato do senhor. Qual a gravidade que o senhor viu logo quando o senhor viu o animal, o que o senhor detectou, qual o estado do animal, qual a condição de saúde do animal, qual o tratamento que o senhor prescreveu para o animal. Que o senhor contasse essa história.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Bom, ele

chegou e foi atendido no consultório. O animal estava em um quadro aparentemente clínico de

34 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

caquexia bastante grave, bastante magro, né, pele e osso. Tinha alguns quadros de escaras, machucados, principalmente as regiões de membros. E anemia, bastante apatia, desidratação em um grau que a gente costuma botar três cruzes. A gente costuma falar na medicina veterinária que é um grau mais grave de desidratação. E foi feito o exame clínico dele. O animal, os batimentos cardíacos estavam normais e tal. A temperatura corporal dele não tinha uma febre aparente, só o caso de desidratação e fraqueza mesmo, apatia. Foi coletada uma amostra de sangue para fazer um hemograma, o que a gente pode fazer dentro de um consultório veterinário e a princípio eu recebi uma informação que ele seria já, que já estaria sendo encaminhado para Guarapari aonde ele iria para um abrigo e lá, a princípio, pelo que eu entendi, ele seria também acompanhado por outros veterinários de lá.

Foi coletado, pelo horário, pela região Ponta da Fruta, a gente não consegue ter um resultado de exame de sangue muito rápido. Então, coletado o sangue, esse sangue foi mandado de tardezinha para o laboratório e tive o resultado no outro dia de manhã. O hemograma dele, eu tenho até, se não vocês tiverem em anexo, eu tenho aqui, o hemograma dele acusou um quadro de infecção altíssima, uma leucocitose bem altíssima, uma infecção bacteriana, uma anemia extrema, bastante anêmico, bastante anêmico e...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Você sabe quantas? Qual a quantidade?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Tenho o

exame aqui que tirei a cópia.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - A leucocitose.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Ele estava com trinta mil de leucócitos. O normal é em torno de dezessete mil. O máximo, né? Trinta mil de leucócitos, uma anemia bastante acentuada e plaquetas dele que estavam muito baixas, né? O normal é acima de cento e setenta e cinco mil, ele estava com dezesseis mil de plaquetas. Geralmente, a princípio, por esse exame, a gente suspeita, a suspeita inicial que seja a doença do carrapato. Então é o que a

gente sempre baseia assim na questão da anemia e plaquetas, a gente, a primeira suspeita, pelo quadro, por ser um animal que, de situação, a gente pensa no nome vulgar doença do carrapato, que pode ser investigada depois como, para descobrir se é uma erliquiose, ou uma babesiose, que são agentes que causam essas doenças. Foi feita até, no dia, até uma carta que escrevi de mãos, um encaminhamento passando os dados dele, foi entregue para o senhor Juarez, onde também estava sendo encaminhado para que ele posteriormente lá em Guarapari pudesse continuar o atendimento dele, né?

Na sexta-feira que eu liguei para ele, eu passei, para passar o resultado do exame, passar o quadro dele, foi informado realmente, o quadro foi um quadro bem grave e indicação de que ele fosse internado, que ele, fosse possível, em condições, que ele pudesse ser internado em uma clínica lá em Guarapari. Foi passada uma medicação. A prescrição, a princípio, foi suplementação, entendeu? Suplementações vitamínicas e aminoácidos para tentar recompor o estado dele e foi prescrito um antibiótico, uma doxiciclina, para tratamento da suspeita de doença do carrapato.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Qual o endereço do seu consultório?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Meu consultório fica na Rodovia do Sol, o endereço fica, o consultório fica agregado a uma loja de ração chamada Comercial Herina, na Ponta da Fruta.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - É de sua propriedade a loja de ração?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não, a

loja, não. O consultório é anexo.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Qual o endereço do consultório?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Lá, a quilometragem fica praticamente na Ponta da Fruta. A quilometragem, ao certo, eu não sei.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Na via?

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 35

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - É na via, na rodovia.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Na Rodovia do Sol?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Rodovia do Sol. Em frente ao Hotel Priscila, na Rodovia do Sol, posto de gasolina. Na Ponta da Fruta mesmo.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. Eu gostaria de saber por que que o senhor não encomendou a internação do animal?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Foi

encomendada a internação. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor escreveu, isso está por escrito que o senhor recomendou?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Isso está

escrito tanto na recomendação, como também no e-mail, no WhatsApp que passei para ele no outro dia.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor pode apresentar o documento em que está escrito o que o senhor recomendou?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Eu tenho a mensagem do WhatsApp, que até imprimi, posso até ler, no caso.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Não, eu quero saber oficial, porque o WhatsApp, né?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não, isso aqui foi o que eu passei e foi escrito por ele no...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - A recomendação de internação do senhor como médico veterinário que tem que... Isso daí, o senhor sabe como é que funciona. Eu sou enfermeira, tem o nosso bloco, e a gente vai lá e coloca: Recomendo o tratamento tal. O senhor fez isso?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Então, não foi feito no dia porque o senhor Juarez

pediu que eu escrevesse o quadro do animal, foi escrito por extenso, foi escrito por mão, o documento em mãos, onde estava falando o quadro do animal todo. E nesse encaminhamento falava que o animal deveria ser continuado o tratamento dele aonde ele ia, que ele estava sendo encaminhado para Guarapari.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Sim. O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Pelo

que entendi, isso foi... O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Na

quinta-feira. O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - O

senhor só faria depois do exame de sangue que saiu no outro dia.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Na

quinta-feira e eu precisaria do exame de sangue para saber realmente o quadro dele. Após eu receber esse exame de sangue, na sexta-feira, eu entrei em contato com o contato que eu tinha que era o Juarez, eu entrei em contato com o Juarez e através disso foi encaminhado, passei o tratamento. Não estive contato com ele visível. Inclusive até passei para ele a receita da medicação, passei pelo WhatsApp e pelo WhatsApp falei que aquele animal deveria ser encaminhado. Todo o quadro, todo o laudo de encaminhamento foi escrito no receituário por mãos. Foi escrito, a gente não tem uma ficha de encaminhamento, né? Geralmente a gente faz geralmente é no receituário mesmo, a gente escreve, encaminhando, com o quadro, qual o quadro que o animal foi encontrado, quadro que o animal foi atendido, né? E a designação para ele. E depois, em cima do resultado do exame de sangue, seria encaminhado junto. Eu não tenho...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Só para eu entender então: o senhor só recomendou a internação depois que o senhor tinha...

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Tive o

resultado do exame de sangue. Na verdade, a

36 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

princípio, no atendimento, ele já foi negócio. Eu não me esquentei tanto da... Porque ele já estava sendo enviado para Guarapari e eu recebi a informação que ele seria recebido por outro veterinário lá também. Inclusive, acho que o tutor do canil que ia ficar lá, né? Quando eu... Cheguei a conversar com ele por telefone, no dia, cheguei a conversar com ele por telefone, e acho que tava no telefone do Juarez, ele passou pra mim e ele falou: Oh, esse animal, até passei... Falei:

- Esse animal precisa realmente, aí, se for o caso, ele vai precisar ficar internado.

- Não, a gente tem um veterinário que atende a gente aqui, o veterinário que acompanha a gente aqui.

Falei: Então, beleza. Por isso que não tanto me preocupei com isso.

E, no outro dia, quando eu tive o resultado do exame... O resultado do exame foi passado, na hora que eu estava passando via WhatsApp pra ele, eu passei a resposta, né? O resultado, o que seria o procedimento. Eu passei a designação: Esse animal precisa, ele tá num quadro ruim e esse animal precisa ser internado, se for possível, se tiver uma clínica que possa internar ele em Guarapari, entendeu?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Mas o senhor é médico veterinário?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Sim.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor viu a condição do animal. Por que que o senhor esperou? Viu que ele tava altamente desidratado, ele tinha infestação de pulgas e carrapatos? O senhor sabe me dizer?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - A princípio, não.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - A princípio, não.

Que ele estava altamente desidratado e, mesmo assim, o senhor esperou o outro dia para poder ter o resultado...

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não. Foi...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Só um minutinho, que eu tô perguntando.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O resultado do exame para poder indicar a quem ficou com o animal, porque o senhor sabia que ele ia pra um abrigo, o senhor sabia, foi dito para o senhor que ele ia pra mão de um tutor pra abrigar ele. Quer dizer, só no outro dia, depois que o senhor viu o resultado, é que o senhor percebeu que devia pedir a informação do animal?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não. Foi feita a recomendação da internação desde o dia que ele foi atendido.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Onde? Cadê o documento?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Foi escrito em carta, foi entregue a quem estava com o animal, entendeu?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Por gentileza, pessoal da CPI, me mostre onde é que está esse documento...

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Foi escrita uma carta em mãos...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Da recomendação da CPI, porque não tem nenhuma aqui. Da recomendação da internação.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Foi escrita uma carta em mãos aí, falando todo o quadro dele, falando o quadro dele. Esse aí é um encaminhamento que a gente faz, já alegando que ele vai pra mão de outro veterinário. Então, aí tem todo o quadro, todo o histórico dele, todo o quadro dele, que ele foi atendido, entendeu? Inclusive as medicações, entendeu? Ele estava sendo encaminhado, ele estava indo pra mão de outro veterinário. Foi isso que foi informado.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Eu vou ler o laudo do senhor:

Pitoco Macho Canino (...)

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 37

Laudo de atendimento Cão sem raça definida de

porte grande. Atendido em meu

consultório por volta das 14 horas.

Com quadro de caquexia, desidratação (+++), apatia, temperatura corporal normal (38,3º C). Movimentos respiratórios e auscultação cardíaca normais.

Vire. Foi coletado amostra de

sangue para hemograma. Receitado para casa

suplementos nutricionais e aguardando resultado do hemograma para dar direcionamento ao diagnóstico.

Suspeita: Desnutrição Causas: Infecções virais,

parasitárias (...) o senhor botou aqui o nome do parasita, verminose e bacteriana. Não tem, em momento nenhum, nesse laudo...

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Esse é um quadro... Quando a gente faz...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Só um minutinho, doutor. Só um minutinho.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Esse laudo aqui é do senhor. Está aqui laudo do atendimento. Não tem, em momento nenhum, o senhor orientando às pessoas que resgataram o animal, que estavam lá no momento, que acompanhavam, que o animal devia ser internado, pelo quadro que o senhor encontrou ele. Aqui não tá! Esse aqui é o documento que eu tenho do senhor, com a letra do senhor e o original e assinado pelo senhor, com o seu carimbo.

O CRMV gostaria de promover alguma pergunta? Por gentileza!

A SR.ª ROSEANE DOS REIS ABRANTE NUNES - Rafael, boa tarde! Pelo quadro clínico

que o animal apresentou no momento que chegou ao seu consultório, pelo que o senhor percebeu ali durante o exame clínico do animal, a indicação era internação?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - A indicação era internação.

A SR.ª ROSEANE DOS REIS ABRANTE NUNES - E o senhor solicitou por escrito? Encaminhou o animal?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Eu tinha uma informação de que esse animal estava sendo levado para Guarapari e lá ele seria acompanhado por um veterinário. Por isso foi feita toda uma carta com o que foi atendido o animal, o que foi prescrito e o que estava sendo feito para ele, para que fosse entregue a esse veterinário de Guarapari e lá ele desse continuidade, seja internando, seja atuando a internação do animal, entendeu? Ou fazendo o acompanhamento, se fosse o caso, lá no abrigo.

Por mim, se fosse um animal que estava ali e dali: Rafael, você é o atendimento... Como nunca saiu um animal, nesse estado, do meu consultório, sem um encaminhamento de internação. Se fosse ali atendido: Rafael sou daqui da Ponta da Fruta e eu que vou cuidar desse animal. Esse animal sairia dali já encaminhado para uma clínica em Vila Velha...

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - O consultório do senhor faz internação? Não, não é?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não. Consultório, por lei, a gente não pode fazer internação.

Então, ele já sairia dali com o encaminhamento para uma clínica em Vila Velha ou em Guarapari, para onde o proprietário quisesse levar. Entendeu? Como recebi a informação de que ele estava indo para Guarapari e lá ele seria acompanhado... E lá ele seria para ir para um negócio e lá teria. Recebi essa informação, que teria um veterinário que faz o acompanhamento lá, que teria esse acompanhamento lá, entendeu? Então, foi escrita essa carta. Não diz na carta, em si: o animal tem que ser internado. Não diz. Porque ele estava indo para as mãos, na minha confiança, ele estava indo para as mãos de outro veterinário.

38 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Deixa eu fazer uma pergunta ao senhor, que me permita o CMV. Quando o senhor viu o animal, o senhor detectou se havia risco de morte do animal? A impressão do senhor.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Um

animal num quadro de desidratação, um animal num quadro da caquexia, todo quadro dele é um quadro de grave a ruim. A previsão de falar assim: Ah! Ele vai sobreviver. Já peguei casos de falar muito ruins que o animal veio a sobreviver. O animal recuperou. Um quadro que tinha, que foi passado até pelo proprietário e tal, que disse que ele estava se alimentando, ele não tinha parado de comer, ele tinha se alimentado, tinha comido, isso segundo o proprietário alegou, e tal. E o animal, a principio, estava lúcido, estava ativo, até para poder examiná-lo, fazer o procedimento, tive que colocar uma mordaça para poder fazer a coleta de sangue e tal, porque ele estava tentando morder, o animal nesse quesito ainda estava ativo. Então, muito de falar; Ah! , ele tem riscos? Risco, sempre tem, pelo quadro dele de caquexia, desnutrição, o quadro dele de apatia, pode-se dizer que é um risco.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Deixa eu perguntar outra coisa ao senhor. Pela conduta ética e clinica de sua profissão em determinada, inclusive fiscalizada por conselho, cabe ao médico veterinário, detectando se o animal está em risco de morte, ele recomendar imediata internação ou encaminhar para a internação na qualidade de veterinário? Isso cabe à atividade de sua profissão?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - E por que o senhor não fez isso? O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Como

falei, o animal estava indo para a mão de outro veterinário.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Mas independe. O senhor viu o animal. O senhor podia recomendar outro que fizesse isso. Era o senhor que teve a primeira

impressão. Nós apenas fazemos o resgate. O outro veterinário não estava vendo, ele ia pegar lá em Guarapari, quando nós entregamos o animal. Então, era um leigo que estava levando, que entregou até o outro veterinário para que ele conduzisse o animal. Quer dizer, o senhor teve a primeira impressão. Por que o senhor não fez isso e no outro dia o animal veio a óbito?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Posso ter

errado de não ter colocado isso no documento, do encaminhamento. Posso até admitir. Mas o animal foi recomendado, que levassem, já que ele vai passar por outro veterinário, vai para Guarapari e vai passar para outro veterinário, que lá o veterinário fizesse realmente essa conduta, de encaminhamento e tal.

Como falei a princípio, até no primeiro atendimento, eu não estava ciente do que estava. Se o animal estava realmente sendo retirado da casa ou se não. Depois que fui entender, realmente, que esse animal estava sendo realmente retirado e ia ser levado. Depois, no meio do atendimento. Então, falei: Em cima disso, ele já vai passar por outro lá, vai ter outro veterinário e já tem um veterinário que dá assistência no canil. Então, por isso foi escrita totalmente essa carta, foi escrita essa carta falando todo o estado do animal, e em cima lá fosse fazer o acompanhamento. A princípio, se o canil tem o local de acesso de ambulatório ou se ele tem uma clinica, em si, que pudesse levar esse animal para ser internado.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Deixa eu fazer uma pergunta ao senhor. Qual a relação do senhor com o tutor do animal?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO -

Nenhuma. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor já conhecia, já tinha visto ele alguma vez? Ele já procurou seu consultório alguma vez?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Eu fiz um

atendimento dele, de um animal dele há um ano atrás, em janeiro do ano passado. Também, na época, o animal foi, também, num estado bem grave, também.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 39

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. O senhor lembra qual é a raça do animal, há um ano atrás?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Era um Rottweiler.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Um Rotttweiler.

O senhor conhece esse senhor, além da condição de cliente?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ele é cliente do senhor ou ele só foi uma única vez?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não. Não. Só foi... As duas vezes em que eu atendi animais dele foram esse quadro grave desse Rottweiler, na época e...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Que veio a óbito também?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Que

também veio a óbito. E nesse quadro, esse animal foi... Na época, eu não tive nem contato com ele em si. Tive contato com um funcionário que levou esse animal para ser atendido. E foi feito o encaminhamento e tal, entregue ao funcionário para que ele levasse o animal para ser internado e, no outro dia, eu recebi a notícia de que o animal tinha morrido.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok. Isso tem um ano? O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Foi mais

ou menos em janeiro ou dezembro. Janeiro do ano passado, se não me engano.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Eu gostaria de saber se o relator tem... O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Depois

disso não tive mais contato. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - ... alguma pergunta a ser feita. Já entendi. Tem alguma pergunta a ser feita?

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Não.

Estou satisfeito.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - CRMV, alguma pergunta? Por gentileza, nós acolhemos e vamos dirigir. A senhora pode se dirigir.

A SR.ª ROSEANE DOS REIS ABRANTE

NUNES - Ok. Obrigada. Doutor Rafael, o senhor tinha a seu dispor algum tipo de teste rápido?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não.

A SR.ª ROSEANE DOS REIS ABRANTE NUNES - O senhor pensou em fazer algum teste rápido para identificar de forma emergencial?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Pensei.

Os testes rápidos, eu já tive muito problema com alguns testes rápidos de animais, então eu acabei parando. Eu já usei muito. Eu gostava de usar ele na Ponta da Fruta por causa até da questão da distância, questão de exame. Ah, eu preciso fazer um hemograma e às vezes demora um dia, vinte e quatro horas para sair o resultado, então o teste rápido me dava certa direção. Mas eu já tive alguns problemas de animais que deram positivo e não eram positivos. Entendeu? E às vezes pode ser por questão de tal ou, às vezes, animal que às vezes dava negativo no teste rápido e, depois, no hemograma, vinha acusando positivo. E depois até... Aí eu fui parando um pouco de usar. Isso tem muita gente que aprova, usa, e outros não usam.

Então, hoje eu prefiro, como eu já tenho acesso ao laboratório, quando eu preciso fazer algum teste eu apenas encaminho. Geralmente, o que a gente faz a princípio, é o hemograma, é um exame. Em cima do hemograma, a gente pede um teste ou uma sorologia para comprovação. Entendeu? Isso também a gente, às vezes, fica de mãos atadas porque também isso depende do proprietário, se vai pagar ou não. Entendeu? Os exames têm o custo deles. Então, a gente começa geralmente do exame clínico e dos exames mais básicos, hemograma, bioquímico e tal, e em cima disso a gente vai direcionando os exames mais comprovatórios, né.

A SR.ª ROSEANE DOS REIS ABRANTE NUNES - O senhor orientou a pessoa que levou o animal até o seu consultório sobre riscos? O senhor, naquele momento, avaliou como o

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animal que tava, né, como a gente conversou aqui antes, em risco?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Sim.

A SR.ª ROSEANE DOS REIS ABRANTE NUNES - O senhor explicou isso pro proprietário ou pra quem conduziu o animal?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Eu não tive um acesso diretamente ao proprietário. Ele tava ali. Eu conversei mais assim foi com o Juarez, que é o que tava à frente, né. E o proprietário. E depois, como eu entendi que o animal iria diretamente para Guarapari, depois eu tive um acesso por telefone com o rapaz que ia receber ele em Guarapari. O rapaz...

A SR.ª ROSEANE DOS REIS ABRANTE

NUNES - O senhor verificou se o animal lá em Guarapari foi atendido por outro colega? Ou o senhor confiou, simplesmente, na palavra de quem conduziu o animal?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Na

segunda-feira... No sábado... Na sexta-feira eu entrei em contato com o Juarez via WhatsApp, onde passei o resultado do exame, passei a real gravidade dele em cima do exame de sangue, do grau de infecção, do grau de anemia em que ele estava, né, onde foi recomendado que realmente ele fosse encaminhado para um veterinário para internar. Depois o Juarez até entrou em contato comigo para verificar, na loja, se o proprietário tinha comprado a medicação. Entendeu? Se tinha comprado a medicação.

Eu até liguei porque na sexta-feira eu não tô no consultório. Eu liguei lá pra loja e me informaram que ele foi lá comprar a medicação; porém foi até uma questão até de adequar. A medicação foi comprada, porém não foi entregue. Entendeu? A medicação foi comprada na sexta-feira e foi deixada lá na loja. Foi deixada na loja para que alguém pegasse depois. Não sei quem. Entendeu? E na segunda-feira... Na segunda-feira,...

No sábado, eu trabalhei normalmente e não fiquei sabendo da notícia. Na segunda-feira, quando eu voltei para trabalhar de manhã, que eu fiquei sabendo, por murmúrios lá e o pessoal falando, da morte do animal. E aí, até na hora da conversa lá, até a menina atendente do

balcão falou: Inclusive o remédio do animal tá aqui ainda. Do cachorro tá aqui. Ele comprou, mas não levou. Ficou aqui pra... Falou que alguém viria buscar. Entendeu? Que seria uma caixa de...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Quem que não levou? Quem que comprou e quem não levou?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - O

doutor... O senhor José Luiz, o proprietário, comprou.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O remédio e entregou lá na sua... O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não, ele

comprou e deixou... Não, ele comprou e deixou na loja lá. Comprou e falou na loja que alguém passaria para pegar.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok. O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Passaria

para pegar. Mas alguém não passou e o remédio ficou lá. Inclusive, acho que tá até lá separado até hoje.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok. Delegado, o senhor deseja fazer alguma

pergunta? O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Eu não sei se cabe aqui essa explanação, mas eu gostaria só que o doutor Rafael esclarecesse, até a título de colaboração, talvez, por uma intervenção futura por parte desta Casa, se, quando a clínica ou qualquer médico ou o próprio doutor Rafael atende qualquer animal com indícios de maus-tratos, é feita a comunicação disso a algum órgão oficial.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - É orientado que sim, entendeu? Se a gente alegar, se a gente encontrar, realmente, um animal em estado de maus-tratos, que a gente possa fazer a denúncia, né?

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Mas o senhor fez? É feito? Você falou que é a

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 41

segunda vez, por exemplo, no caso deste proprietário... O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Na época do primeiro atendimento, há um ano, entendeu, não se dirigia uma questão. O animal veio, doente... Chegou o animal, passando mal. O animal doente, magro, entendeu, no atendimento, mas não se julgaria... Até então, eu não conhecia e não fiz questão se, realmente, era maus-tratos ou não. É um animal que estava com um quadro... Foi diagnosticado, também, na época, por doença do carrapato, e esse animal acabou vindo a óbito de uma forma muito rápida, entendeu? Então, na época, não se dizia... Não poderia dizer, realmente, se era ou não era o quadro. Não era um quadro igual a este quadro que foi atendido agora. Como eu falei, eu não tenho, não tive acesso, quase não vejo o seu Zé Luiz. Não é um cliente meu que tenho contato com ele. Quando precisa ser comprado, geralmente, quem vai à loja, se vai comprar alguma coisa para o animal dele ou alguma coisa que ele precisa, é sempre funcionário dele que vai, entendeu? Não tive. Na época até desse atendimento, foi um funcionário dele também que levou, entendeu? Eu não tive acesso a ele. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. Responda o que lhe foi perguntado, por gentileza. O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não foi, na época...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Já entendi. O senhor, na época, não fez a denúncia. Não relatou.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não fiz a

denúncia, porque...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Eu sei. Não relatou.

Até para poder completar, este animal, o

Pitoco, só esteve com o senhor esta vez? Ele não levou nunca este Pitoco...

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Nunca

tive contato com ele.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok.

Continue, delegado. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Só para ressaltar, existe algum padrão de comunicação a órgão oficial, no caso de um médico veterinário detectar que o animal pode estar sujeito a maus-tratos?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Que eu

conheça, não. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Ok.

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Posso

estar desinformado, mas eu não conheço. Geralmente, o que a gente tem de acesso seriam os órgãos de delegacia, de telefone de denúncia, de alguma coisa e tal, mas...

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Foi feito pelo senhor, em algum momento... O senhor, algum momento, atendeu algum animal que tenha sido, aparentemente, vítima de maus-tratos e tenha feito esta comunicação oficial?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO - Não. O

que eu tenho de maus-tratos é muito difícil.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Por gentileza, doutor Eduardo, pretende fazer alguma pergunta? (Pausa)

Não? Alguma pergunta, Alline? (Pausa) Não, também, né? A representante da OAB, por gentileza. Eu gostaria de comunicar a presença de

Jackeline Azevedo Gonçalves. Cadê a Jackeline? (Pausa)

Jackeline está na Coordenação de Bem-Estar Animal da Secretaria de Meio-Ambiente de Vila Velha. Eu gostaria que você entrasse, Jackeline, para ficar aqui conosco. Aqui você não está na condição de espectadora. Eu quero te agradecer pela sua presença, por ter vindo, porque foi uma questão que aconteceu em Vila Velha, e é importante a prefeitura estar antenada com essas questões, para que possa nos ajudar a combater este tipo de situação que

42 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

vem acontecendo em larga escala em Vila Velha. Inclusive, eu vou tentar ser breve, aqui, porque existe uma reunião, hoje, marcada com o Ministério Público de Bem-Estar Animal de Vila Velha, onde uma lei minha, que impede a circulação de veículos à tração animal... Como é que a gente faz para poder resolver esse problema das carroças em Vila Velha? Porque vai ter que ter a participação do prefeito para poder dar outra atividade de trabalho a estas pessoas que ainda utilizam desse mecanismo para o sustento de suas famílias.

Por gentileza, doutora.

A SR.ª MARIZA DANIELLE ALVES DE MELO - Eu gostaria só de tirar uma dúvida com relação ao procedimento médico. Quando, no caso, o que aconteceu com o senhor, doutor Rafael, em relação ao fato de este animal ter sido transferido a outro médico veterinário, como é a conduta médica de um médico veterinário para outro médico veterinário? Existe esta intenção de... Óbvio, tem que passar o laudo. Mas há alguma recomendação para o outro médico que vai receber? O CRMV tem alguma postura quanto a isso?

O SR. RAFAEL VIEIRA RIBEIRO -

Geralmente, a gente encaminha, é feito um encaminhamento, e nesse encaminhamento a gente coloca por escrito... Geralmente, a gente manda por escrito todo o atendimento clínico do animal, o atendimento, o que foi prescrito, exames que foram recomendados, exames que foram feitos. Se teve algum exame que, às vezes, a gente não conseguiu fazer, às vezes a gente até pede e tal o negócio, mas geralmente vai o encaminhamento, os exames que foram feitos, as medicações que a gente aplicou, né, que foram feitas no animal, e, se for o caso de um animal que já está com diagnóstico fechado, geralmente até a gente passa o que a gente já está usando; o que a gente já está usando e o que foi prescrito para o animal. E lá na clínica, quando ele recebe... Ele recebe, se passar toda a informação certa, ele tem todo o quadro... O certo é já chegar o animal, praticamente, com diagnóstico quase fechado.

A SRª MARIZA DANIELLE ALVES DE MELO - Sim, diagnóstico fechado. Mas e quando há indicação de internação? Isso é uma coisa que a deputada também perguntou, se isso

permite entre médicos a indicação de internação para outro médico veterinário. É isso que eu gostaria que ficasse claro. Até para a representante do CRMV pode tirar esta dúvida para a gente. O SR. RAFAEL VIERA RIBEIRO - Sim, pode estar sendo recomendado, entendeu? Inclusive é aberto por questão ética do próprio veterinário que está recebendo; entrar em contato com o veterinário, que foi quem encaminhou, para ser trocada uma ideia do que foi feito, né, dos exames, do que pode ser feito, do que realmente recebeu, como acontece normalmente, né? A SR.ª MARIZA DANIELLE ALVES DE MELO - Conduta mesmo, normal.

Satisfeita, obrigada.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Bom, eu não tenho mais nada a perguntar. O relator também. As perguntas que foram feitas e as respostas que foram oferecidas trazem esclarecimento para a gente.

A nossa orientação, vamos estar votando aqui, e que eu quero propor, deputado Vandinho, é que a gente mande para o CRM, abra um processo da CPI, para o CRM ver com as recomendações, o laudo do atendimento do veterinário Rafael Vieira Ribeiro, com a prescrição médica e que a gente peça, também, documentado pela CPI, a abertura de um processo administrativo para investigar se houve possível negligência nessa conduta.

É o que eu oriento, o que eu proponho para a nossa votação aqui, para que a gente abra esse procedimento, esse pedido de abertura de um procedimento administrativo para verificar a conduta do doutor Rafael, neste caso. Não vamos nem falar do anterior porque não acompanhamos aqui, mas, especialmente, neste caso.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Eu acredito que o Conselho Regional de Medicina Veterinária é o órgão competente para nos dar um embasamento técnico necessário sobre este caso. E, desde já, manifesto-me favoravelmente.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. Então, vamos estar promovendo, juntando tudo, inclusive esse depoimento

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 43

gravado, taquigrafado, para o CRM, através de processo, para que ele possa... Pedindo um pedido de abertura de processo administrativo para verificar a conduta que no nosso... Pelo menos aqui, pelo que foi falado, há uma suspeita de negligência. E que, por isso, nós gostaríamos que fosse investigado pelo Conselho nesse caminho.

Eu gostaria de agradecer a presença do doutor Rafael por ter trazido as informações, por sua coragem de ter assumido, inclusive, que poderia ter tido uma conduta que acabou não fazendo.

Vamos estar liberando o senhor. O senhor não está em julgamento. Mas as informações que o senhor prestou são importantes para que a gente verifique o que, de fato, aconteceu e possa estar tomando as condutas que venham punir alguns comportamentos que ainda são insistentes no sentido de maltratar os animais no Espírito Santo.

Muito obrigado pela presença do senhor. Gostaria que adentrasse ao recinto o

senhor José Luiz Santos de Souza, possível tutor do animal Pitoco.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Só

registrando a presença aqui, deputada Janete, nossa presidente da CPI, dos vereadores por Barra de São Francisco; o presidente da Câmara, Juvenal; o vereador Mulinha e o vereador Wander Bofe. Que chique, hein?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Obrigada, deputado. Por gentileza, o senhor José Luiz. Agora, eu gostaria até... Se o senhor

quiser ficar não tem problema. O senhor já ouviu... O senhor pode, então, sentar-se. Por gentileza, o senhor quer se sentar? O senhor pode. O senhor está liberado, mas se o senhor quiser ficar, não tem problema.

Boa tarde, senhor José Luiz dos Santos Souza.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Boa tarde!

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - ... dos Santos Souza. Eu vou passar para o deputado Vandinho, que é relator da nossa CPI, para que

ele possa estar lendo para o senhor os termos da formação da nossa CPI, a legislação que determinou a criação da CPI, e lhe perguntar se o senhor tem conhecimento dela e pegar também a sua qualificação, a sua identificação, seu nome completo, CPF, nome de sua mãe e o endereço residencial que o senhor pode ser encontrado. Por gentileza, deputado Vandinho. O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Boa tarde, seu Zé Luiz! A Resolução n.º 5.909 desta Casa de Leis criou a Comissão Parlamentar de Inquérito que apura recorrentes denúncias de maus-tratos contra animais no Espírito Santo. A Mesa Diretora desta Casa, usando as atribuições que lhe são conferidas pelo art. 30, inciso II e art. 59 do Regimento Interno, aprovado pela Resolução n.º 2.700, de 15 de julho de 2009, de acordo com a aprovação do Requerimento n.º 02/2019, na Sessão Ordinária do dia 05 de fevereiro de 2019, que promulgou a seguinte redação:

Art. 1º Fica criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito, constituída de 03 (três) membros, para no prazo de 90 (noventa) dias, apurar as recorrentes denúncias de maus-tratos contra animais no Espírito Santo.

Essa resolução entrou em vigor na data de 05 de fevereiro do corrente ano.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Seu nome completo, por gentileza. A qualificação.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

José Luiz Santos de Souza. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - CPF.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - 742.808.307-97.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Nome de sua mãe.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Maria de Lourdes Santos de Souza.

44 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Qual o endereço atual que o senhor pode ser encontrado?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É

Avenida Estudante José Júlio, mil setecentos e oitenta, apartamento setecentos e quatro, Praia de Itaparica.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Seu José, o senhor era o dono - a gente fala tutor, mas para o senhor entender bem -, o senhor era o dono do animal Pitoco, do cachorro Pitoco?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu

posso relatar um fato? A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Eu gostaria, vou te perguntar, depois se eu precisar que o senhor relate eu pergunto ao senhor. Eu queria, assim, que, nesse início, o senhor me respondesse aquilo que eu te perguntar.

O senhor era o tutor - nós chamamos de tutor, que é a denominação correta -, mas para o senhor entender, o dono do animal Pitoco? Do cachorro?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Nós

já resgatamos diversos animais ali. Eu trabalho num local...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Sim, o senhor era o dono dele? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não. Ele foi adotado lá por... nós adotamos ele.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor adotou?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Quando que o senhor adotou o animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Tem um... não me lembro bem, mas o animal já esteve lá uns seis, oito meses atrás.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Depois ele fugiu.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor adotou ele de quem? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele

foi adotado. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - De quem? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - A

pessoa doou ele lá, não sei o nome da pessoa. Não queria mais o animal, entregou pra gente lá.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok. Como que esse animal chegou para o

senhor? Quando o senhor adotou ele lá atrás. O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele

chegou doente, a pessoa que doou ele ainda ajudou a cuidar, porque ele era um animal bravo, a pessoa ajudou a cuidar e ele ficou lá com a gente.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok. O senhor levou esse animal alguma vez

em veterinário? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Qual o nome do veterinário?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele tinha sido medicado ali na Ponta da Fruta mesmo.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor sabe dizer onde que ficava o consultório veterinário na Ponta da Fruta?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não, quem levou foi um funcionário. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Era o consultório de doutor Rafael, que estava aqui?

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 45

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Acho que sim.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor levou, então, ele outras vezes nesse consultório?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É,

mas não fui eu que levei, foi funcionário que levou.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok. Fazem quantos anos que esse animal

estava sob sua tutela? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - De

seis a oito meses. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Por que que o Pitoco estava acorrentado no seu comércio, no seu estabelecimento comercial?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - O

cachorro havia fugido, tinha uns quarenta dias. Tinha desaparecido. Procuramos ele e não havia encontrado no período. Passou um mês, mais ou menos, na véspera do feriado, ele apareceu lá na porta da loja todo debilitado.

Um funcionário, que não tinha trabalhado no sábado, não sabia que nós não íamos trabalhar aquela semana, porque tinha dois feriados. Ele tava na frente da loja, o cachorro chegou lá, ele abriu o portão e entrou e amarrou o cachorro, até com uma corda, providenciou uma corda e amarrou. Mas segundo ele, tratou do animal, colocou ração, água.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Mas o cachorro chegou todo debilitado, machucado, magro, doente.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Então, o seu funcionário, o senhor está dizendo, ele amarrou o animal com uma corda...

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Tem testemunhas disso.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - E colocou dentro do seu estabelecimento comercial?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - A

gente já havia procurado o animal antes. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor mora perto do seu estabelecimento comercial?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Moro na praia de Itaparica.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Quando foi o dia que ele botou esse animal lá no estabelecimento comercial?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Na

segunda-feira.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Foi na segunda?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É.

Não trabalhamos porque na semana tinha dois feriados. Tínhamos combinado de não trabalhar naquela semana.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor sabia da existência desse animal lá dentro do seu estabelecimento?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não sabia porque eu estava na roça, onde eu estava lá não pegava telefone.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor teve outros animais sob a sua tutela?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Já resgatei diversos animais ali na Ponta da Fruta - trabalho em um local que é um ponto de ônibus -, só que não divulgo isso. Já resgatei mais de cem animais ali. Os animais seguem os donos, chegam no ponto de ônibus, o pessoal entra no ônibus e o animal fica perdido. Como a RodoSol tem aquela mureta de proteção, o cachorro fica perdido ali, acaba sendo atropelado, causando acidente. Eu tinha, até bem pouco tempo, nos fundos da loja, tinha feito um quadrado, cobri com pallet, e tinha diversos animais. Quando o

46 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

cachorro é de raça, é fácil encontrar alguém para adotar; agora, quando é um vira-latas, ninguém quer.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor pode me informar se o senhor teve, no ano passado, um animal da raça Rottweiler e que o senhor levou esse animal para um médico veterinário também nessa clínica que o senhor diz que vai e que ele morreu?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor teve, então?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Tive.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Por quanto tempo o senhor teve esse Rottweiler?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Esse animal nós resgatamos lá também.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Quanto tempo ele ficou sob a sua guarda?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não sei o período certo. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Foi o ano passado. O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Foram diversos animais que passaram... A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Sim, mas o Rottweiler? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não sei o período, não recordo. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Nem mais ou menos, se foi um mês, o senhor não sabe se foram dois anos, se foram dez anos, se foram mais de cinco anos, se foi mais de um ano, um mês?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não recordo.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Não sabe? Tá.

O senhor sabe que esse animal morreu? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Sei. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor levou esse animal no veterinário?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - No mesmo que o senhor levou desta vez e que o animal morreu no outro dia? O senhor sabe disso?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Esse último animal? A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Não, não, o Rottweiler. O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele

estava sendo tratado e morreu. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - No dia seguinte. O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não, não foi no dia seguinte. Ele ficou em tratamento uma semana, mais ou menos.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok.

Qual é a rotina do senhor de cuidados com o animal Pitoco? Qual era a sua rotina? O senhor disse que ficou com ele seis meses.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - De seis a oito meses.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Exato. Como era a rotina do senhor com o animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - O

cachorro ficava lá na coisa. Não consegui ninguém...

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 47

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ficava na coisa onde?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Na

loja. E não consegui ninguém para doar o cachorro. Quando parei de pegar os cachorros de rua, ele ficou lá. Ele foi o último, ele ficou por lá.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Sim, mas estou perguntando a rotina do senhor com ele, como é que era. Ele ficava preso, ficava solto, o senhor dava comida, dava água, o senhor levava ele em veterinário, não levava? Como era rotina do senhor com o animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu

tinha um canil lá atrás que ele ficava lá na loja. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ah! Então tem um canil na sua loja. O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É

um quadrado de pallet, na sombra, onde ficavam os outros animais.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Então o senhor tem outros animais que ficam nesse canil?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não, não tenho mais. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Mas o senhor já teve? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Já

tive diversos. Eu pegava lá na frente da loja, colocava lá e cuidava e doava.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - O senhor fez um canil atrás para esses animais ficarem.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Como era a sua rotina com eles? Especialmente com o Pitoco, que é o caso que está em voga.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - No horário comercial, estou lá na Ponta da Fruta. Moro em Vila Velha, mas no horário comercial estou na Ponta da Fruta.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Quem é que alimenta o animal todos os dias? Ele se alimenta todos os dias o animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Alimentava todos eles. Não tinha animal lá como cão de guarda, eu tenho alarme na loja.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Mas quem que alimentava o animal? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu

mesmo tratava, os funcionários tratavam. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Quantas vezes por dia? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Geralmente botava o reservatório com ração e o dosador ia caindo, fornecia...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Esse animal recebia água? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Quantas vezes por dia? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Tinha uma caixa e uma boia. A boia alimentava...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor levava esse animais, especialmente o Pitoco, para vacinação, avaliação veterinária?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Foi vacinado sim. No período que esteve lá, foi vacinado. E, por sinal, no dia...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Onde ele foi vacinado?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Lá

na Ponta da Fruta.

48 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Onde? Nesse consultório, algum outro, como foi isso?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Lá mesmo. Lá no consultório da Ponta da Fruta. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor levou ele então anteriormente para vacinar? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Sempre. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Quantas vezes, nesse período de seis meses, o senhor levou o animal Pitoco no médico veterinário?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - No veterinário eu levei essa última vez, porque, quando aconteceu o fato, que me comunicaram, eu estava na roça, vim e peguei o animal. O pessoal entrou na loja e tal, fizeram aquele alvoroço todo. Quando eu tomei conhecimento do fato, eu vim e peguei o animal e levei lá para a pousada que eu tenho. Botei ele lá, porque na pousada tem uma senhora que ela cuida de animal também, mas eu não poderia botar ele no meio, porque não estava diagnosticado. Então, deixei ele lá. A pessoa queria levar, ai falei: Não, só entrego o cachorro depois que medicar, depois que tiver coisa eu posso até entregar o cachorro. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Estou te perguntando quais as outras vezes que o senhor levou esse animal no médico veterinário.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não. Esse não levei, só dei uma vacina nele.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Mas lá nesse médico veterinário? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É. Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor tinha alguma relação de amizade, ou conhecia o doutor Rafael, que é o

médico veterinário do consultório que o senhor levou?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Conhecia por nome. Quem sempre leva os animais são funcionários, não era eu. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor, já que o senhor vacinou, deve ter a carteira de vacinação do animal. O senhor pode nos apresentar a carteira de vacinação do animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não, não tenho. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor não tem? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor não fez a carteirinha?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Então, como que nós podemos saber que o senhor vacinou o animal? O senhor tem alguma, algo documentado pelo, pode ter, pelo veterinário doutor Rafael certificando de que o senhor vacinou esse animal em outra ocasião que não foi essa do último atendimento?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não, não vou ter. Esse último atendimento eu tenho. Inclusive ele estava aqui hoje.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Sim. Mas o senhor, já que o senhor disse que vacinou lá, foi com ele que vacinou seu animal? Foi o doutor Rafael?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não. Foi o funcionário que levou. Não sei quem foi que atendeu ele lá, não. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. O imóvel onde o animal estava acorrentado era do senhor?

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 49

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Sim, uma loja de material de construção. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - É só material de construção?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Nas filmagens nós vimos que tem vários, parece que ficam lá carcaças de veículos, tem outras coisas além...

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Tem uns caminhões no local. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - É caminhão em uso? É carcaça? O que é aquilo?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não, é em uso. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ah, são caminhões em uso. Tudo que está ali é em uso?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Sim. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ali não é um depósito de carcaça, de nada disso?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Após a denúncia, nós observamos que o animal foi mudado de local. Ele estava lá no seu material de construção, onde ficam os caminhões, que o senhor alegou existir e que também estão nas filmagens. Nós fomos lá buscar, verificar as condições do animal por conta da denúncia, e o animal não se encontrava no local. Por que o senhor tirou o animal do local e para onde o senhor levou o animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu levei lá para a pousada, um lugar em que podia cuidar dele bem. Por que a princípio...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Por que o senhor fez isso?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Porque tinha que medicar o animal ali, porque, quando ele voltou, ele voltou todo debilitado, machucado, doente. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Existem informações de que o senhor dificultou a retirada do animal do local.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu dificultei? A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor mesmo falou que o senhor não queria tirar ele de lá sem...

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não, eu não ia entregar o cachorro antes de medicar o cachorro. Foi o que eu falei, eu falei assim: Eu só entrego o cachorro depois que eu medicar, consultar o cachorro e medicar. Aí eu passo para vocês. Antes disso eu não entrego e não entregaria a ninguém. Não entregaria a ninguém o animal antes de ser medicado.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Seu Zé Luiz, este animal, chegou a denúncia aqui, as primeiras denúncias, de que ele estava lá no seu estabelecimento desde domingo, e o senhor está alegando que o seu funcionário colocou ele lá na segunda-feira.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Na segunda-feira.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Como que o senhor explica essa contradição?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu tenho testemunha dos fatos. É só ouvir o...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Nós temos filmagens e fotografias do animal no domingo.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele colocou o animal lá na segunda-feira.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok.

50 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Segundo ele, eu não estava presente. Quando foi comunicado o fato, quando eles entraram em contato comigo, eu vim e tirei o animal para tratar.

Eu já recuperei, já resgatei diversos animais, mas nunca fiz a título de me promover, de aparecer. Eu acho que é um dever que deve fazer. Ali na Rodosol tem aquele muro de proteção. Estou cansado de ver carro abater, animal ser atropelado. Mas eu nunca divulguei isso, eu acho que é um dever meu de cuidar, de pegar quando ele...

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ok. Mas, existem também informações de que o senhor marcou com os protetores para poder entregar o animal num posto de combustível e o senhor não apareceu. Por que razão que o senhor não compareceu?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - A pessoa marcou comigo no posto de gasolina e eu falei assim: Eu vou verificar suas instalações, ver se você tem condição de adotar o animal, porque o animal está debilitado, está doente e eu não vou entregar ele num posto de gasolina. Eu vou consultar o animal. Pode pegar... Foi uma conversa até por WhatsApp que eu relatei o fato. Eu falei assim: Vou ver se você tem condições de adotar o animal. Eu faço uma visita na sua residência e se você tiver condição, eu vou consultar o animal, vou medicar ele e te entrego.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Seu José Luiz, fale do fundo do seu coração, o senhor gosta de animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não. Não tenho nenhum.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor gosta de animal? Eu perguntei isso.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Gosto. Lógico.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Eu não perguntei se o senhor tem ou não tem não. O senhor gosta de animal?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Gosto, lógico. Se eu não gostasse, eu não faria o que eu faço.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Então, por que o senhor deixou o animal chegar àquela condição? E não apenas ele, porque teve outro que também o senhor levou nesse mesmo veterinário e morreu no dia seguinte, segundo relato.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu acho que é normal um cachorro de dezoito anos morrer, né?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ah. O outro tinha dezoito anos?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Dezoito, dezenove.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O senhor disse que não sabia quanto tempo que ele ficou com o senhor.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Foi a data que... Um cachorro idoso, um cachorro velho. Então, acho que é normal uma fatalidade para quem já resgatou diversos animais, centenas de animais, acontecer um fato desse eu acho que é até pouco pela quantidade que eu já resgatei.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Mas o senhor disse que não sabia quanto tempo o senhor tinha ficado com o animal, como é que agora o senhor diz que ficou dezoito anos? Que o animal tem dezoito anos e que era velho?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - A

senhora consegue identificar um animal idoso?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Consigo.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ah, eu também consigo.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Mas eu não posso dizer se ele tem dezoito, dez, cinco anos.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 51

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Foi a idade que o veterinário tinha relatado para mim que ele tinha, em torno de dezoito anos.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. Já que o senhor disse textualmente que o senhor gosta de animal, por que o Pitoco estava naquelas condições, enfestado de carrapato e pulgas, magro, desnutrido, anêmico, com infecção? Por que ele estava naquele quadro?

Porque era só olhar para ele que a gente vê. Não precisa de muita coisa para você ver que o animal é como se ele não estivesse se alimentando, porque ele estava muito magro. Muito magro!

Como é que o senhor explica que uma pessoa que ama um animal deixa um animal numa condição como aquela?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Se o animal sumir, ficar na rua por trinta, quarenta dias, com certeza sim. Com certeza sim. Ele deve ter passado muitos dias sem se alimentar na rua. E era um cachorro brabo, de brigar. Ele estava todo machucado e não foi ninguém que machucou ele lá não. Bateu, não. Ele chegou machucado.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - E por que esse animal estava... Ele não estava amarrado com a corda não, senhor José Luiz, as imagens são claras: ele estava com uma coleira e com uma corrente. Não é um adereço que a gente encontra com facilidade. Certamente no seu material de construção tinha esse tipo de objeto para colocar em animais e uma corrente comprida no estilo de corrente utilizada para animal que faz vigilância, que está ali para poder vigiar um estabelecimento, que está ali para fazer - não digo uma guarda -, mas está ali para amedrontar alguém que possa querer entrar no estabelecimento e subtrair alguma coisa. Porque eram as características da corrente. Não é uma corrente muito curta, ela é um pouco mais comprida. Não é corda; é corrente.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Segundo ele, ele amarrou o animal com a corda.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ele estava com a coleira... Vou mostrar as imagens: coleira e corrente.

O senhor tinha esses apetrechos lá que caracterizam que os animais utilizados pelo senhor faziam uma espécie de guarda daquele local. Como que o senhor explica isso?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Segundo o rapaz, ele amarrou o cachorro com a corda. Foi a informação que eu tive.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Vamos mostrar as imagens. Eu gostaria de saber se o nosso delegado

tem alguma pergunta a ser feita.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Eu gostaria de indagar o senhor José Luiz. O senhor falou que já teve vários animais ao mesmo tempo. Quantos animais o senhor chegou a ter ali ao mesmo tempo?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Até oito eu me lembro de ter apanhado na rodovia ali. Os cachorros chegam no ponto, o dono vai embora e os cachorros ficam perdidos ali em frente à loja.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

E eles ficavam no mesmo local? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim, eu tinha um espaço lá nos fundos da loja, que eu fiz um reservado lá com uns pallets, tipo um chiqueirinho, e colocava eles lá.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

O senhor tem condição financeira de cuidar de oito a dez animais ao mesmo tempo?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não, mas eu não ia cuidar. Eu pegava para não morrer na rodovia e já começava a doar. Quando o cachorro era de raça, facilmente encontrava alguém para levar.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Mas aquele pequeno tempo, que seja, que você tinha dez...

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não, isso aí não ia fazer diferença.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

O senhor tinha condição de alimentar?

52 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não ia fazer diferença.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Eu gostaria que o senhor me respondesse. O senhor tinha condições?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

O senhor tem como provar, por exemplo, alguma nota de compra, quantidade de ração? O senhor alimentava eles com ração, não sei.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Com ração.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - O senhor tem como comprovar a quantidade de alimento que o senhor comprava?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não, não tem assim não.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - O senhor comentou brevemente aí que o Pitoco era bravo. O senhor... Quando você resgatava o cachorro, já teve dez, se um cachorro fosse bravo e atacasse os outros, ele ficava separado?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Existe compartimento para separar?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu

separava com os pallets.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - E ficavam sempre separados? Esses cachorros que eram bravos ficavam sempre confinados?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Quando pegava, sim. Eu pegava e tinha que tirar da rodovia, porque a Rodosol tem aquele muro de proteção e os cachorros iam para lá e não conseguiam passar, e ficavam enchiqueirados ali e os carros acabavam atropelando. Diversos acidentes têm ali na frente.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Então eles ficavam sempre confinados. Esse confinamento era com corrente?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

No caso, o Pitoco ficou amarrado, então? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu

desconheço esse fato de corrente, porque segundo o cidadão ele amarrou com corda.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Mas foi uma única vez que ele ficou? Os demais nunca nenhum outro animal ficou amarrado com corrente ou corda?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Em nenhum momento ele era solto? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele

era solto lá no reservado, lá atrás. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Porque se você tivesse mais de um animal, você deixava ele confinado. Se ele saísse... Ele ficava confinado até ser adotado?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Então o senhor tem mais ou menos ideia de quanto tempo um cachorro ficava confinado?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não, isso aí era rápido. Negócio de semana, três ou quatro dias eu já estava dando um destino pra ele.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Então ele ficava três ou quatro dias confinado naquele espaço.

O senhor confirma que o Pitoco era bravo?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Sim.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Quando o senhor teve ele, o senhor só tinha ele?

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 53

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não, tinha outros ao mesmo tempo.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Agora recentemente tinha outros cachorros lá ou só tinha ele?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não, ultimamente só ele que estava lá. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Ele ficava numa loja, correto? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

A loja do senhor, qual horário de funcionamento dela?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - De

sete às cinco. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Durante a semana. E final de semana funciona? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Não. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Sábado e domingo fecha? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sábado à uma hora. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Sábado fecha à uma hora. Quem alimentava esse animal no

domingo? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Ficava a quantidade de ração suficiente e a água na boia.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Mas quem botava o alimento no sábado?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu

mesmo, o funcionário...

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

E domingo o cachorro não era alimentado?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Domingo eu botava a quantidade suficiente.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

A quantidade suficiente no sábado, então? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Sim. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

E ele voltava a alimentar ele só na segunda-feira.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Na

segunda. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Você disse que ele era bravo. Esse cachorro ficava solto do lado de fora do comércio do senhor, rodando o comércio? Ou ele ficava lá no fundo?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Ficava na baia lá no fundo. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Então se eu passasse, por exemplo, na frente do comércio do senhor, ele não ia estar ali como, aparentemente, um cão de vigilância?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - O senhor nunca usou nenhum cachorro bravo como cão de vigilância no comércio do senhor?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Não.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Tá ok.

Só para constar, o nome do funcionário do senhor, que eu acho importante, isso pode esclarecer muito sobre o fato.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Sim, para chamar, inclusive.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - O nome dele?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É o Baiano.

54 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O nome dele, meu senhor. Ele tem um nome. Baiano deve ser um apelido. O senhor não sabe o nome do funcionário do senhor? Ele não tem carteira registrada?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Tem. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Tem? E o senhor não sabe o nome dele? Delegado, isso é um caso de polícia!

Como é que um proprietário de um estabelecimento comercial não sabe o nome do seu funcionário de quem ele assina a carteira?

Você não está aqui de brincadeira não, senhor José. Ninguém aqui...

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Eu

estou nervoso e não estou lembrando o nome dele. Na verdade é isso.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Então o senhor trate de lembrar para poder passar para a gente, porque ou o senhor vai entregar agora ou o senhor vai ter que repassar o nome dele porque nós vamos mandar, delegado, o boletim que nós abrimos, deputado Vandinho, pela CPI para que o senhor dê prosseguimento às investigações. O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - O senhor tem telefone celular? O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Tenho.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Está aí com o senhor?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Está.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

O senhor tem o telefone dele?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Tenho.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

O senhor teria como mostrar aí o telefone dele e o nome que está gravado aí? (Pausa)

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Porque eu acredito, doutor Eduardo, que tem que chamar o funcionário não é? Porque passou tudo para o funcionário.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Exatamente.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - O funcionário virou dona Marisa 2. (Pausa) O senhor acabou, delegado?

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO - Estou satisfeito.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Deputado Vandinho.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Minha fala era mais no sentido de termos que convocar o Baiano, até para que a gente pudesse ouvir, se possível, outras testemunhas, mas principalmente o Baiano, como uma questão de convocado. Até porque o que me chama atenção... Eu vi aqui as condições do animal. Tudo bem que está tentando justificar com essa questão do animal ter fugido por quarenta dias, mas é uma situação meio que deprimente. As pessoas passando na rua e colocando comida e água. Extremamente magro. E pelo que eu entendi aqui - posso até estar enganado - esse animal não sei se funcionava como uma espécie de vigia do local. Mas estava extremamente maltratado. E as questões do estado do mesmo... Por isso que é importante ouvir esse funcionário. Um animal magro, machucado, desidratado, anêmico, doente, não faz sentido esse Baiano...

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É Ricardo o nome dele.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Ricardo né? O Ricardo deixar um animal lá, supostamente com o objetivo de colocá-lo novamente dentro do local porque ele tinha fugido e não avisar a ninguém. É até uma irresponsabilidade muito grande, porque pelo que eu entendi é que ficou de segunda e passou a semana toda por causa do feriado. É isso?

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Na quarta ou quinta que ele foi resgatado.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 55

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele tratou do animal.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Quinta-feira que ele foi resgatado. Ficou de segunda a quinta-feira.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele

tratou do animal. Ele tratou porque lá tinha ração, tinha tudo. Ele tratou do animal. O animal não estava sem alimento.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Deputado Vandinho, a denúncia que chegou aqui é de que pelas primeiras protetoras que viram o caso e ficaram compadecidas, é de que o animal se encontrava acorrentado - vou mostrar ali a situação do animal -, acorrentado, sem água, sem alimento, no sol escaldante, sem local para ele se abrigar. As protetoras que botaram ração e água para o animal.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Pelo

que eu vi no vídeo, eram elas colocando e falando: to colocando agora a comida... Eu ouvi o vídeo. Então acho que se o Baiano disse para o senhor que tinha comida, ele mentiu porque as meninas foram lá e colocaram comida.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - É exatamente isso. Se tinha comida, como é que botaram?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Com certeza colocou. Ele não iria fazer um negócio desses.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Então

quem está mentindo? São as protetoras? Não faz sentido.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Com certeza ele tratou do animal porque ele age igual a mim mesmo entendeu? Com certeza ele não ia amarrar o animal sem colocar água e alimento pra ele. Não tenho sombra de dúvida disso.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Pela ordem! Eu coloco a delegacia à disposição. Eu

acho interessante a gente fazer outra

verificação junto à vizinhança, para saber a condição dos animais.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - É, eu

acho que esse é o melhor ponto, doutor, até porque V. Ex.ª tem os policiais disponíveis para fazer a investigação in loco porque aí a gente vai conseguir averiguar se isso é conversa fiada, está certo? Ou se tem procedimento.

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Até o levantamento de outras testemunhas que possam ter ciência do que realmente aconteceu, coloco à disposição da CPI.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Ok,

fico satisfeito. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Obrigada, delegado. Nós vamos passar o vídeo para ver se de

fato o animal estava amarrado, com a cordinha, ou se tinha um aparato de animal que fica para guarda, que é a corrente.

(É exibido o vídeo) Esse é o animal Pitoco. Eu gostaria até

que vocês reparassem bem. A comida colocada pelas protetoras, que era aquela ali. A caixa d’água virada de cabeça para baixo. Não é corda, não, doutor. É uma coleira de couro ou borracha, parece aquele material de tecido com emborrachado, e uma corrente. Olha lá. É comprida a corrente porque ele se esconde embaixo de uma carcaça.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - A

corda aparece lá, uma corda amarela.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Cadê a corda, doutor?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Olha lá a corda amarela.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Sim, é porque é uma corda grande e uma corrente de característica de animal que transita no local acorrentado para não sair e que faz guarda. É uma característica de guarda.

56 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

Agora, como é que esse animal fugiu se o senhor disse que os animais ficavam presos?

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA -

Fugiu. Lá não tem segurança. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ah, mas ele fugiu, alguém soltou ele? Porque eles ficam presos. Ele está ali na corrente

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - Ele

fugiu de lá. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Ah, tá... Ele estava muito magrinho, ele deve ter

passado pela grade porque pelos buracos da grade, ele pode até ter passado.

O SR. JOSÉ LUIZ SANTOS DE SOUZA - É

bom que eles vão lá verificar o local e ver se tem condição dele ter saído.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Deixa eu dizer uma coisa para o senhor: Quando a gente sente que existe inocência, a gente trata dessa questão aqui mesmo. Mas o senhor me perdoe, me perdoe, está difícil encontrar inocência e boa vontade do senhor nesse caso, e boa vontade para os animais.

Nós vamos estar remetendo, deputado, esse material. Nós fizemos um boletim. A CPI providenciou um boletim unificado junto à delegacia relatando o que viu, relatando como encontrou o animal. Nós vamos passar oficialmente para o senhor, delegado, estou até te entregando já o original, mas nós vamos fazer inclusive um requerimento da CPI para que o senhor proceda a investigação porque começa com o boletim, mas ele pode, o boletim, pode não evoluir para uma investigação, mas, nesse caso, nós entendemos, e gostaria de saber se o deputado Vandinho também entende dessa maneira a necessidade de uma investigação, de se investigar. Nós estamos com o telefone do Baiano, que segundo o senhor José Luiz se chama Ricardo, de identificar, de chamar...

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Acho

que agora muita coisa tem de ficar sigilosa, deputada. Deixar o delegado tratar.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Sim, exatamente. Mas é apenas o nome do funcionário que já foi dito aqui e não tem mais como preservar. E o senhor fazer, promover, orientar a devida investigação para que havendo a constatação do que aqui foi identificado por nós, eu não tenho dúvida, vou ser sincera com o senhor, de que há maus-tratos, e que o senhor José Luiz, ele tem uma participação nisso, porque não é o primeiro animal que morre na mão dele. O veterinário disse que também veio um Rottweiler nas mesmas condições, que ele atendeu num dia e que no outro o animal morreu, em condições idênticas.

É como se usasse o animal para a vigilância do local, mas não se importasse de dar comida, de dar água, que ele estava num sol escaldante amarrado, sem ter onde correr. Ali ainda tinha uma carcaça para se esconder embaixo, mas sem ter para onde ele ir. Isso vai definhando o animal porque a preocupação não é com o animal, é com a vigilância e acaba chegando nisso. Então, que o senhor verificasse.

De qualquer forma nós vamos ter um processo investigativo feito pela delegacia, mas nós vamos mandar também essas peças para o Ministério Público, para que o Ministério Público possa oferecer denúncia e entrar com processo judicial, porque precisa punição para esse tipo de comportamento.

E, inclusive, nós vamos sugerir ao Ministério Público, que, se for de boa vontade ou não, que o senhor Zé Luiz faz esses resgates, que ele aqui diz, né, que ele não possa mais ter animal sob a guarda dele, porque os animais sob a guarda dele estão morrendo, né, estão morrendo e não dá para gente aceitar isso, porque não tem não tem nenhuma comprovação. Para quem deu? Já que faz... Para quem deu? Para quem foi? Quando que vacinou, cadê a carteirinha? Não tem anda!

Então, como é que alguém adota um animal e não faz nada por ele? Como se o animal só servisse para burro de carga, só servisse para poder vigiar o estabelecimento dele, e o animal não tivesse uma contrapartida, o que, aliás, é proibido, inclusive, no município de Vitória, usar esse tipo... ter esse tipo de comportamento.

E eu vou pedir que a mesma legislação - a senhora que representa o município de Vila

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Velha - que foi adotada no município de Vitória tenha em Vila Velha, porque é inadmissível que o animal ainda sirva para vigilância, seja ela de empresas de vigilância patrimonial ou não, ou não, como acontece em Vitória. Nós estamos proibindo agora uma empresa que disse que tinha uma liminar e que não tem, que é a Detroit, a ela não poder fazer esse tipo de vigilância com animais. Nossa Procuradoria analisou o material e identificou. Então é isso que eu gostaria.

Eu acho que devemos, deputado Vandinho, se o senhor concordar, caminhar nessa direção. O senhor também, que é uma pessoa que tem afeto à causa animal, que tá atuando junto com a gente neste caminho, mas que a gente encaminhe para o doutor Eduardo, para que doutor Eduardo possa tomar as devidas providências, e nós vamos tá mandando também para o Ministério Público todo o conteúdo que aqui foi produzido para que o Ministério Público ofereça a denúncia e possa ingressar com pedido de processo judicial na Justiça, para que casos como esse sejam coibidos, e as pessoas que cometem maus-tratos aos animais, como é o caso que estamos identificando aqui, sejam punidas.

É como encaminho e quero saber se tem a concordância do senhor, deputado.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Tem

minha total concordância. Conheço o trabalho do delegado doutor Eduardo, da sua seriedade e competência, e com certeza, vai nos trazer todos os fatos aí elucidados.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Delegado, o senhor gostaria de fazer a sua consideração final?

O SR. EDUARDO PASSAMANI GALVÃO -

Eu me coloco aí à disposição. Pode ter certeza que vai ter o total empenho da unidade. Assumi há pouco tempo, mas me coloquei aqui à disposição para todos os casos, não só esse, como todos os demais casos da CPI, para fazer a análise do que realmente ocorreu. Eu solicito à CPI que já encaminhe os vídeos, todos os materiais o mais rápido possível, e a gente vai... E eu aproveito para fazer então aquelas diligências que eu propus no corpo do inquérito

policial para estar encaminhando o resultado à CPI.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Muito obrigada, doutor! A CRMV quer fazer alguma consideração

final, neste caso? (Pausa) Não havendo necessidade, a OAB, a

representação da OAB? (Pausa) Obrigada! A nossa protetora? (Pausa) Por gentileza! Não tem mais tempo para

pergunta. Agora só uma consideração final. A SR.ª ALLINE DE LAIA LOPES - A questão

dos protetores de animais é realmente é algo muito difícil, não é fácil! É cada caso, assim, é maldade! Só de pensar, chego a me emocionar, porque tanto animal sofrendo, então não basta só deixar um bichinho acorrentado... Sabe? Esse Baiano, esse Ricardo, não sabemos se ele realmente alimentou esse animal, quais dias ele foi, porque, se ele foi então de segunda até quinta-feira, esse cachorro ficou sem se alimentar. O estado dele... Eu não sei como que as pessoas têm coragem de fazer isso, sinceramente! Não sei como que conseguem dormir à noite.

Então, assim, agradeço a esta CPI! Se Deus quiser, as pessoas precisam ser punidas, sabe! Tem que adotar, tem que resgatar, mas tem que se responsabilizar! Não é só entupir um lugar de animal e o quê? Maltratar! Tem que ter responsabilidade! É uma vida, tá! Então, eu peço realmente que a justiça seja feita não só pelo Pitoco, mas pelos milhares de animais que vão sendo abandonados diariamente. Obrigada!

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ -

PMN) - Não havendo mais nada a tratar, nós vamos agradecer a presença da representante do município de Vila Velha; nós queremos agradecer a presença de todos que aqui vieram! Estamos liberando...

Por gentiliza!

(Manifestação feita fora do microfone)

Vila Velha gostaria... Nós vamos acolher. Pega um microfone para representante

do município de Vila Velha. (Pausa)

58 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

Não, não. Mas tem que ser no microfone. A SR.ª JACKELINE AZEVEDO GONÇALVES - Boa tarde. Eu sou auxiliar de veterinário da coordenação de bem-estar animal do município de Vila Velha. Hoje o Maurício, o veterinário responsável, coordenador não veio, porque justamente ele estará na reunião, junto ao promotor de Justiça, nessa reunião, às 16 horas. Mas eu vim aqui para colocar que o município de Vila Velha não está alheio a tudo isso, não está apático a toda essa situação, pelo contrário, a nossa coordenação tem apenas um ano de criada, e nós conseguimos juntamente com o conselho de bem-estar animal a criação da guarda municipal, que vai ser anunciada ainda no próximo mês, no dia... A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Guarda municipal animal? A SR.ª JACKELINE AZEVEDO GONÇALVES - Guarda Municipal Ambiental, que vai ser anunciada ainda no dia - já foi criada, mas só será anunciada no dia 5 de junho próximo, que é o Dia do Meio Ambiente. E a partir daí essa guarda vai ser, como se diz, vai ser... A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Responsável? A SR.ª JACKELINE AZEVEDO GONÇALVES - Responsável não, ela vai ser treinada para passar a atender esses casos. Também passar a atender esses casos. Vai ser um grupamento especial do meio ambiente. Isso é uma vitória. A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Atender as questões do meio ambiente e a causa animal. É isso? A SR.ª JACKELINE AZEVEDO GONÇALVES - Sim, sim, passar a atender as demandas da causa animal, toda ela, tanto de equinos quanto de animais domésticos, cães e gatos.

A SR.ª PRESIDENTE - (JANETE DE SÁ - PMN) - Ok. Nós vamos encerrar a reunião. Eu gostaria que os integrantes desta CPI conduzisse o senhor José Luiz para fora do recinto,

agradecendo a participação de todos. O senhor que veio prestar os esclarecimentos não precisou de medida coercitiva, o senhor sendo convocado se dispôs a vir aqui. Nós agradecemos esse gesto de o senhor ter vindo, mas, infelizmente, não podemos dizer o mesmo para o que aconteceu com o animal e o que identificamos aqui, infelizmente, da conduta do senhor para com o Pitoco e outros animais que estiveram sob sua guarda. Não havendo mais nada a tratar, está declarada encerrada a presente sessão, agradecendo a presença, especialmente dos protetores dos animais que estiveram conosco, da OAB que trata dessa temática, do Conselho Regional de Medicina Veterinária, de nosso delegado de polícia da causa ambiental e do departamento que trata da questão animal, de nossa querida Alline, que é protetora da causa animal, de nosso querido procurador da Assembleia Legislativa, Doutor Eduardo, e de toda equipe da CPI que vem fazendo esse grandioso trabalho. Quero agradecer ao Juarez, que tem a nosso pedido se empenhado para poder estar nas diligências, estar buscando dar um socorro, delegado, fazer um trabalho inclusive que não é nosso, que é um trabalho de polícia, que é um trabalho de município, que é um trabalho da fiscalização dos municípios, mas o Juarez, a nosso pedido, quando a questão é grave, como o caso do Pitoco, como é grave, como o caso de outro cachorro que ontem foi resgatado no balneário de Jacaraípe, nós designamos o Juarez para poder ir lá, com mais um servidor da CPI, que busca os mecanismos que nós temos nos municípios, na Serra procuramos o Centro de Zoonoses porque não tínhamos, não temos uma guarda municipal para resolver isso. Em Vila Velha agora, felizmente, nós vamos ter que busca os mecanismos que tem, porque não temos expertise em resgate, nós não temos equipamento e nem carro da Assembleia para fazer esse resgate. Então, que faça um trabalho solidário no sentido de ir lá e tentar salvar aquele animal enquanto ele ainda tem vida. A gente não conseguiu esse sucesso com o Pitoco, que nós resgatamos, mas morreu no dia seguinte, e também não tivemos a orientação, porque nós não somos médicos veterinários, de que o animal deveria ser conduzido para uma internação clínica, para uma internação médica,

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 59

já que ali era um consultório. E no meu entender, eu sou uma profissional da área de saúde, um profissional que faz a primeira consulta, o primeiro atendimento, passa o encaminhamento para o outro. Ele passa. A enfermagem passa dos cuidados. O médico veterinário, também.

No meu entendimento, até pela própria determinação do que rege a profissão, ele, no meu entendimento, deveria ter passado, e não fez, porque, se tivesse dito - para a gente que é leigo - que o animal não podia sair dali sem internação, nós teríamos cobrado do tutor que ele pagasse pela internação. E nós íamos fazer a internação do animal, mesmo sem ter dinheiro na Assembleia nem no Estado para essa destinação. Mas, naquele momento, para nós, valia salvar a vida do animal e nós faríamos isso sim. E nós... Infelizmente, o Juarez, que não tem esse conhecimento, ele não tinha essa detecção porque ele não teve essa orientação do médico veterinário, que deu esse primeiro atendimento. E não pôde passar isso pro veterinário que pegou, porque ele já pegou num resgate. Não sei nem se o rapaz que pegou é veterinário. Acredito que não seja, mas que é um rapaz de Guarapari. Também nós pegamos num resgate, tentando salvar a vida do animal, que infelizmente veio a óbito por conta das condições em que ele foi encontrado.

Eu declaro encerrada a presente reunião.

(Encerra-se a reunião às 15h46min.)

SEXTA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA, DA

PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA DÉCIMA NONA LEGISLATURA, DA COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS, REALIZADA EM 13 DE MAIO DE 2019.

O SR. PRESIDENTE − (ENIVALDO DOS ANJOS − PSD) − Havendo número legal, declaro abertos os trabalhos da comissão e convido o presidente do Bandes, Maurício Duque, para fazer parte da Mesa; também o senhor Everaldo Colodetti, diretor de Crédito e Fomento; e Iranilson Casado, diretor administrativo.

Registramos a presença do senhor Haroldo.

Estamos reabrindo os trabalhos - já que no horário convencionado, às 13h, não havia quorum de deputados - com quorum mínimo necessário.

Vamos, então, conceder a palavra ao senhor Maurício Duque para as explanações necessárias, pelo prazo de até vinte minutos. Havendo necessidade, poderá fazer uso da tribuna, onde V. Ex.ª poderá fazer um teste para, possivelmente, ser parlamentar daqui a uns tempos.

O SR. FABRÍCIO GANDINI − (PPS) −

Senhor presidente, só registrar presença do vereador Leonil, da Câmara de Vitória.

O SR. PRESIDENTE − (ENIVALDO DOS

ANJOS − PSD) − É uma honra muito grande, mesmo estando sem paletó e gravata, poder ficar no nosso ambiente, sentado aqui na mesa ou onde V. Ex.ª desejar. A Casa está aberta. Vereador aqui manda mais do que deputado.

O SR. MAURÍCIO DUQUE - Boa tarde,

excelentíssimos deputados! Boa tarde, a todos que estão presentes no plenário e que estão nos ouvindo pela TV Assembleia.

Fazer uma apresentação relativamente curta sobre esse período de execução referente ao exercício de 2018 do Bandes, uma introdução sobre o Bandes, a sua missão de financiar investimentos produtivos, estruturar soluções que viabilizem empreendimentos estratégicos, ser reconhecido em sua visão como um banco de soluções para o desenvolvimento do estado e, o nosso negócio, o financiamento do investimento.

Feita essa introdução, vamos falar um pouco sobre o que foi o período. O Bandes, como introdução, tem a participação majoritária do Governo do Estado do Espírito Santo, 83,6%; suas fontes de recursos são o Bandes, recursos próprios; o BNDES; Fundação Renova; Banco do Nordeste, uma operação que começou a ser efetivada nesse exercício; operações do Fundesul, com parceria com o município de Presidente Kennedy; Funcafé; Fungetur; Finep; e os fundos estaduais: Fundap; Fundap Social; Fundes; Fundepar; Fundesul; Funcitec; e Fundágua. Ou seja, o Bandes tem uma ampla

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fonte de recursos para atuar no desenvolvimento e no financiamento do investimento do Espírito Santo.

Atuação específica em políticas públicas. A gente está destacando o programa Reflorestar, com dois mil, oitocentos e vinte e três projetos, financiamento de trinta e dois milhões; programa importante, dada a crise hídrica nos últimos anos, o Programa de Barragens e Preservação de Águas, com trezentos e quarenta e cinco projetos, dezenove milhões de reais aportados; e o programa Nossocrédito, que já vem há muitos anos sendo um programa importante para o microcrédito, os microempreendedores do estado, com trinta e sete mil duzentos e quarenta projetos, duzentos e sessenta e sete milhões aportados.

Em 2015/2018, alguns programas prioritários foram: Economia Verde - e ali,

sempre entre parênteses, a gente vai deixar o número de projetos e o total de aporte - Economia Criativa, Turismo, Programa de Agricultura e iniciativas diversas de apoio à produção de cafés especiais, diversificação agrícola, apoio de projetos agro, financiamento

de projetos e empresas inovadoras, indústria 4.0 e comércio exterior.

As principais entregas nesse período de 2015 a 2018 foram o montante de 2,5 bilhões injetados na economia; trinta e oito mil empregos gerados ou mantidos; e os valores de liberações, que estão ali no quadro: seiscentos e setenta e quatro, quinhentos e noventa e oito, seiscentos e vinte e nove, e quinhentos e noventa e um milhões, respectivamente, nos anos de 2015 a 2018.

Da mesma fora, empregos gerados de 2015 a 2018: dezesseis mil, setecentos e sessenta; nove mil; seis mil; e seis mil, trezentos e noventa e oito, arredondando os valores para essa apresentação.

A evolução em número do Bandes: o Bandes hoje, no ano de 2018, tem patrimônio líquido de quatrocentos e sessenta milhões; o resultado de 1,67 milhões; uma inadimplência em torno de 8,3%; uma carteira de crédito um pouco superior a um bilhão; número de colaboradores, cento e setenta e dois; as liberações, cento e vinte milhões; duas mil, trezentas e noventa e nove aprovações; e hoje, finalizando 2018, o banco tinha, em sua carteira,

vinte e quatro mil, duzentos e cinquenta e dois clientes diretos.

Aqui só um quadro sobre o resultado do banco nesses últimos quatro anos.

A inadimplência, como ela vem se comportando também nesses últimos quatro anos. Da mesma forma, o comportamento do patrimônio líquido; o número de clientes, da mesma forma; operações de crédito nos últimos quatro anos; saldo da carteira de crédito; e aqui, o saldo da carteira, por fonte de recurso, onde se vê, claramente, a maior fonte de recurso, repasses do BNDES. Em seguida o Bandes, depois fundes, Finep e outros seguindo.

Aqui o total de disponibilidade de recursos do banco, onde quarenta e seis por cento são recursos próprios do Bandes. Fundes, sessenta e dois, referentes a quatorze por cento; Fundesul, onze por cento; e assim por diante.

A carteira de crédito do banco é basicamente café, com quarenta por cento. Outras atividades que englobam uma série de outros segmentos correspondendo a trinta e dois por cento, seguidos de pimenta do reino, pecuária leiteira e administração pública, 4,9.

E o saldo da carteira do banco, a classificação em termos de nível de risco é oitenta por cento das operações classificadas até a letra B, o que significa uma boa cobertura em termos de classificação.

Desta forma, faço uma apresentação bem sintética. Acredito, deputado Euclério, presidente desta comissão, que os números foram sintetizados exatamente para que a comissão pudesse ter o tempo necessário para eventuais perguntas, questionamentos e sugestões para os quais tanto eu quanto a diretoria do banco, aqui presente - Everaldo e Iranilson - estamos à disposição para receber essas contribuições de todos os senhores.

O SR. PRESIDENTE - (EUCLÉRIO

SAMPAIO - Sem partido) - Boa tarde a todos. Primeiro, vou pedir desculpas pelo meu

atraso. Excepcionalmente hoje tive um probleminha.

Registro aqui a presença do deputado Enivaldo, vice-presidente da comissão; do deputado Marcos Garcia; Alexandre Xambinho; deputado José Rocha Esmeraldo. Compondo a Mesa, também, Iranildo Casado e Everaldo

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 61

Colodetti que, apesar de não ter nascido lá, cresceu no bairro onde nasci.

Saudar o Adson, subsecretário de desenvolvimento, e demais presentes.

Pergunto aos senhores deputados se alguém quer fazer algum questionamento.

Deputado Xambinho, não? Deputado José Esmeraldo? O SR. ENGENHEIRO JOSÉ ESMERALDO -

(MDB) - A fala do Duque, que esqueceu o nome dos deputados... Tem que saber o nome dos deputados, Duque? Você já foi quatro anos lá atrás. É bom a gente avisar a você, porque na verdade tem que ser técnico e político, as duas coisas, não é uma coisa só não! Se fosse Haroldo sentado ali, garanto que ele falaria o nome de todos os deputados. É importante isso. Não estou preocupado de você falar o meu nome não, mas acho que para quem trabalha como diretor do Bandes... Até para você fazer uma amizade maior com as pessoas... Mas eu vou me reportar aqui ao financiamento para energia, que é o futuro do mundo, é o futuro de todos os estados da federação, que é a energia solar. Essa energia solar é fundamental. Eu não tenho dúvida nenhuma de que a tendência, no futuro, é exatamente a energia solar. Nós vamos sair dessa energia que a gente utiliza hoje, que depende da água, principalmente, porque se não tiver as hidrelétricas, a gente não teria a quantidade necessária disponível. Mas a energia solar, a energia eólica... Então, eu estava conversando com o Iranilson Casado, que foi um grande secretário - e é importante que se diga aqui também. Se não fosse, eu ia falar, mas foi um grande secretário da Sedurb, era um cara que atendia e resolvia muito. Meus parabéns pelo seu trabalho.

Queria aqui apenas me reportar a esse segmento tão importante, porque se você não tiver energia, não existe desenvolvimento. O desenvolvimento é em função da energia. Energia é fundamental. Então, a energia eólica e a energia solar são muito importantes. A informação que eu tive aqui do Iranilson é que uma das três diretorias financia a energia solar, muito embora o ICMS seja um valor muito alto. A minha ideia, o meu pensamento é que fosse divulgado na imprensa, porque muita gente não sabe o que representa essa energia em

abundância, porque o nosso país é um país tropical. Aqui é sol praticamente durante os doze meses. Nós temos sol aqui. E não tenho dúvida nenhuma de que, não vai demorar muito tempo, a energia solar vai ser igual a catapora, vai ser um sucesso total. Já está sendo um grande sucesso.

Mas essa diretoria, em que você é o diretor-presidente... São três diretorias, onde tem também o Everaldo Colodetti. Na verdade, temos técnicos competentes. Isso que é importante: técnicos competentes e honestos. Técnicos competentes e honestos! Entendeu, presidente, você que fala demais? Técnicos competentes e honestos. É importante que a gente tenha vocês nessas diretorias, de maneira tal que... São pessoas capacitadas, sem dúvida. O Colodetti eu não conheço muito não, mas eu conheço o Iranilson, o próprio Duque aqui também. São pessoas que conhecem a máquina. É isso que precisamos, pessoas que conhecem a máquina, pessoas dignas, que tenham a capacidade e a competência de assumir a função. Não é indicação de incompetentes, mas de pessoas capacitadas e competentes que já deram a sua posição no Governo do governador Renato Casagrande e a população precisa disso. Apenas vou entrar no segmento, que é o segmento de energia. Então, aqui vocês financiam - é importante para aquelas pessoas que nos estão ouvindo - a energia eólica, né? A energia solar é fundamental porque a gente paga a energia solar, Iranilson, com três anos praticamente você está pagando; três, quatro anos. E você tem vinte anos, vinte, vinte e cinco anos. Quer dizer, você paga três, quatro anos, ou que seja cinco, e vai ficar quinze anos praticamente, dez, quinze anos, com energia de graça, porque ela se paga. Então, esse é o meu adendo aqui na comissão.

Queria saudar aqui o nosso amigo, presidente, Euclério Sampaio; quero saudar o Xambinho, que de quando em vez, o chamo de Chumbinho. Xambinho, gente boa; quero saudar também o Enivaldo Euzébio dos Anjos e também o nosso amigo Marcos Garcia, grande e brilhante deputado, importante lá de região de Linhares, que faz a diferença, um bom deputado aqui nesta Casa de Leis. Então, é o que eu tinha que falar. E saudar o vereador que estava aqui, mas acho

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que ele já foi embora. Acho que ele veio aqui só para vocês falarem o nome dele e já rachou fora, entendeu? É o Leonil. Então, saudar todos que aqui estão. É importante a presença de vocês nesta Casa de Leis. E vamos que vamos!

O SR. PRESIDENTE - (EUCLÉRIO SAMPAIO - Sem partido) - Este é o deputado José Esmeraldo!

Saudar aqui, não saudei, o presidente do Bandes, o Maurício Duque; saudar o Aroldo Natal, ex-diretor-presidente do Bandes; a senhora Maria Joana Nogueira, funcionária pública; Deosvaldo de Carvalho, representando o secretário Álvaro Duboc, da SEP; Rodolfo Netto, da Secretaria de Controle e Transparência; o Leonil Dias, que saiu; e o Fabrício Gandini, que saiu junto com o Leonil Dias.

Passar a palavra para o deputado Xambinho. Não é Chumbinho não, porque ele não mata nada não.

Quem sou eu para proibir V. Ex.ª de sair?

O SR. ALEXANDRE XAMBINHO - (REDE) - Obrigado, deputado Euclério.

Cumprimentar os deputados Marcos Garcia, Enivaldo, Euclério, nosso amigo José Esmeraldo; a Mesa; nosso amigo Iranilson Casado, que conhece bem a nossa cidade da Serra; nosso amigo Everaldo Colodetti, que foi secretário do desenvolvimento econômico da cidade da Serra e também conhece o potencial da cidade da Serra; e Maurício Duque, que já foi secretário da Fazenda, presidente do Rio Branco e, hoje, presidente do Bandes.

Quero apenas ressaltar a fala do deputado José Esmeraldo. José Esmeraldo tocou num assunto a respeito da energia solar. Quero justificar também o meu atraso, estava presidindo agora a Comissão de Ciência e Tecnologia. E o assunto que foi debatido hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia foi Energias Limpas. E é onde a gente pode ver o mundo avançando em novas tecnologias para energias limpas, principalmente quando a gente fala do carro elétrico, que hoje está se tornando uma moda mundial. Nós podemos ver Los Angeles, já apresentando uma legislação e que até 2035 toda a sua frota vai ser elétrica; a Inglaterra, até 2050, sua frota sendo elétrica.

E nós queremos saber: qual a linha que o Bandes pode encaminhar para incentivar a

produção de energias limpas e até mesmo essas novas tecnologias que nós podemos trazer para o estado do Espírito Santo?

Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE - (EUCLÉRIO

SAMPAIO - Sem partido) - Com a palavra o secretário Maurício Duque.

O SR. MAURÍCIO DUQUE - Bom. Aí aproveito, deputado Xambinho, e respondo também um pouco do que foi o questionamento do deputado José Esmeraldo, que foi nessa mesma linha.

Na verdade, um dos programas que em diretoria já conversamos e tem que ter o apoio total, é nessa linha. O Bandes, hoje, tem uma linha específica chamada Economia Verde, que ela abrange financiamentos com essa característica. Contudo, nós identificamos, pelo menos numa conversa inicial, já que estamos no Bandes há pouco mais de duas semanas, três semanas junto com a equipe, a necessidade de dar um foco maior ao programa Energia Solar, porque eventualmente, o pequeno ou o médio empreendedor, ou até a pessoa física, não consegue associar o termo economia verde com financiamentos para linha, por exemplo, de energia solar. Então, a gente já identificou, há uma necessidade, queremos ampliar esse programa, melhorar as condições e ter um produto específico para energia solar. Está entre as nossas prioridades e é muito bom ouvir da Casa, dos deputados, essa preocupação que converge com aquilo que pensamos e temos a intenção de intensificar fortemente.

O SR. PRESIDENTE - (EUCLÉRIO SAMPAIO - Sem partido) - Com a palavra o deputado Marcos Garcia.

O SR. MARCOS GARCIA - (PV) - Boa tarde a todos!

Quero cumprimentar à Mesa, na pessoa do senhor deputado Euclério Sampaio. Gostaria de fazer aqui uma pergunta para o senhor Maurício Duque. Tenho observado aqui a carteira de crédito, e o demonstrativo aqui aponta que o cafeicultor, o café representa quarenta por cento da carteira de crédito.

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 63

Queria saber do senhor, qual a estratégia adotada, ou se tem uma estratégia... O que o Bandes pretende fazer daqui para frente para recuperar o crédito do produtor rural, principalmente à cafeicultura - para estender a pergunta - e à agricultura?

O café atravessa uma das maiores crise da história do Espírito Santo. Tivemos problemas com chuvas; tivemos três anos de seca - 2014, 2015, 2016 e parte de 2017; em 2013 tivemos um grande problema com café, que foram chuvas e enchente em nosso estado.

O Norte do estado também passou por grandes dificuldades. Então, perdemos com chuva... Em cinco anos o produtor de café vem carregando e só ampliando seus débitos. E, agora, que as coisas pareciam caminhar, a gente se deparou com a situação do preço do café. Hoje, estamos vendendo uma saca de café, pelo custo. Resumindo, o produtor não tem como pagar a conta, até porque a gente não paga conta sem ter lucro.

Queria saber qual a estratégia que o Bandes tem para recuperar o crédito? E em relação a futuro, para esses produtores rurais que já estão endividados, qual a estratégia de segurar o homem no campo? O que o Bandes pensa em relação a essa carteira aqui? É a pergunta que fica para o senhor.

O SR. MAURÍCIO DUQUE - Deputado Marcos, obrigado pela oportunidade de falar um pouco sobre esse tema.

Essa apresentação finda 2018; ela apresenta dados em torno de quarenta por cento. Num passado não muito distante, essa realidade do peso da carteira do café chegava quase a sessenta por cento. Não é isso, Everaldo? Então, assim, o café vem efetivamente perdendo a sua importância dentro da carteira do Bandes, não perdendo a importância na economia do estado, a importância na geração de emprego, na fixação do homem no campo, mas dentro dessa linha de financiamento. E essa carteira tem uma característica, e o Bandes tem um pouco de amarra sobre essa carteira porque são repasses, na maior parte das vezes, de recursos do BNDES. Se o senhor vir a apresentação das fontes de recursos, o senhor vai perceber que o BNDES é a maior fonte de recursos para os

empréstimos do Bandes. Então, o Bandes é um repassador dessa carteira. E como repassador desses recursos, a capacidade dele de política, de negociações, etc, fica também amarrado. Quer dizer, eu teria que ter, por parte do BNDES, um entendimento que nos possibilitasse dar uma condição diferente ao cafeicultor. Porque eu pego o recurso do BNDES, repasso ao cafeicultor, ele nos paga, e a gente repassa ao BNDES. Então, é uma conta muito simples. E sem a gente ter... E como é uma carteira importante, quarenta por cento ainda, os montantes são muito elevados para o Bandes, qualquer política que eu faça para essa carteira hoje, preciso fazê-la junto ao BNDES.

Então, essa é uma linha que a gente já vem atuando. A gente sabe dessa preocupação de todos os segmentos; a gente já se deparou com várias associações, produtores, nos procurando; deputados, como o senhor, que defendem a categoria e têm nos procurado ou dado sugestões, o que é extremamente positivo; e a gente tem essas amarras. A gente tem amarras no sentido de que nem cessão de crédito, às vezes, a gente consegue fazer, porque são carteiras com características de financiamento Pronaf. Então, aquele que está comprando, adquirindo propriedade, quer assumir o crédito, ele tem que ter as características do pronafiano, senão o BNDES não autoriza essa cessão.

Então, temos uma série de dificuldades para uma implementação de política nesse sentido de atender plenamente aos cafeicultores, mas ela não sai da nossa pauta. Então, o senhor pode ter certeza de que essa preocupação é constante. Estamos de portas abertas, recebendo todos, conversando e vendo as alternativas. Mas as alternativas não dependem única e exclusivamente do Bandes, há uma necessidade de ter uma política maior, principalmente vindo do BNDES, para que a gente possa fazer algo diferente disso.

Do ponto de vista do que tem sido feito, há algum tempo o Bandes tem tomado algumas iniciativas que tentam mitigar os problemas. Uma linha importante, que foi implantada há algum tempo, é a de barragens. Quer dizer, quando você financia as barragens, você ajuda, de alguma forma, que esses produtores possam, em determinado período, por exemplo, de seca, que é o período que todos consideram a crise

64 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

hídrica, que eles possam ter uma fonte de água para que não tenham os problemas que tivemos nos últimos dois anos.

Então, foram, salvo engano - o Everaldo pode me corrigir -, em torno de trezentas e quinze barragens financiadas. Há uma intenção de financiar um número maior do que esse nos próximos anos para exatamente mitigar essas possibilidades advindas de uma crise hídrica para os pequenos produtores. E óbvio que nos interessa financiar projetos que visem melhoria de renda, aumento de produtividade, aumento de tecnologia nesse segmento. Então, para isso, o banco vai estar sempre com as portas abertas.

O SR. MARCOS GARCIA - (PV) - Senhor

presidente, mais uma pergunta. Muitos bancos privados já abriram as

renegociações com os produtores rurais, inclusive, também, alguns bancos públicos. O Bandes abre porta para uma renegociação?

O SR. MAURÍCIO DUQUE - Sendo

recurso... O SR. MARCOS GARCIA - (PV) - Abre o

diálogo? O SR. MAURÍCIO DUQUE - Sendo recurso

próprio do Bandes, é mais fácil a gente negociar ou abrir o diálogo para que seja renegociado. Os recursos que são repasses do BNDES, a gente precisaria fazer essa conversa, vamos dizer assim, a três. Precisaria conversar um pouco com o BNDES para que a gente tivesse ou conseguisse dele uma condição diferenciada.

O SR. MARCOS GARCIA - (PV) - Ok!

Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE - (EUCLÉRIO

SAMPAIO - sem partido) - Pergunto se mais algum deputado tem interesse...

Deputado Enivaldo? Não. Quero agradecer a presença do

presidente do Bandes, o doutor Maurício Duque; do meu amigo Casado; do Colodetti; e das demais pessoas presentes, pelo cumprimento da norma, que é importante.

Vou encerrar a presente sessão. Antes, porém, convoco os senhores para a próxima, ordinária, no dia e horário regimental.

Boa tarde a todos! Está encerrada a sessão.

(Encerra-se à reunião às 13h46min.)

SEXTA REUNIÃO ORDINÁRIA, DA

PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA DÉCIMA NONA LEGISLATURA, DA COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, MINAS E ENERGIA, REALIZADA EM 13 DE MAIO DE 2019.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Bom dia a todos.

Havendo número legal, declaro abertos os trabalhos da sexta reunião ordinária, da primeira sessão legislativa ordinária, da décima nova legislatura, da Comissão de Ciência e Tecnologia, Minas e Energia.

Solicito à secretaria desta comissão que faça a leitura da ata. Porém, vamos dispensar a leitura desta ata, da ata anterior.

Nobres deputados, na reunião anterior, fizemos a leitura, porém, não pudemos deliberar a ata da reunião ocorrida no dia 1.º/04. Pela falta de quorum, não pudemos apreciá-la.

Passo a apreciação da aprovação da ata do dia 1.º de abril. (Pausa)

Não havendo quem queira discutir, como vota o deputado Fabrício Gandini?

O SR. FABRÍCIO GANDINI - (PPS) - Com

V. Ex.ª. Pela aprovação. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Deputada Janete de Sá? A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Também

acompanho. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ok. Aprovado. Passo à leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: CORRESPONDÊNCIAS RECEBIDAS:

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 65

Ofício n.º 154/2019, da Prefeitura Municipal de Santa Maria de Jetibá, encaminhando a prestação de contas dos recursos recebidos de royalties do petróleo e do gás natural. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ciente. Encaminhe-se para a Comissão de Finanças.

A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício n.º 59/2019, da Prefeitura de Água Doce do Norte, encaminhando a prestação de contas dos recursos recebidos dos royalties do petróleo e do gás natural. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ciente. Encaminhe para a Comissão de Finanças para análise.

A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício GDCV n.º 046/2019, do gabinete do deputado Carlos Von, justificando sua ausência na reunião desta comissão ocorrida no dia 15/04/2019, em virtude de estar presidindo a Comissão de Turismo e Desporto, ocorrida no plenário Dirceu Cardoso. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ciente. À Secretaria para incluir no relatório mensal de frequência do parlamentar. Depois, arquive-se.

A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício GDJS n.º 169/2019, do gabinete da deputada Janete de Sá, justificando a sua ausência na reunião desta comissão ocorrida no dia 15/04/2019, em virtude de estar em atividade parlamentar fora do recinto da Assembleia Legislativa.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ciente. À Secretaria para incluir no relatório mensal de frequência da parlamentar. Depois, arquive-se.

A SR.ª SECRETÁRIA lê:

Convite da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti) convidando para a reunião de apresentação do Workshoop Make Together - Open Innovation a ser realizado no dia 30/05/2019, às 14h, no auditório da Fapes. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ciente. Arquive-se. Gostaria que a supervisão desta

comissão designasse um servidor para representar a comissão no evento.

A SR.ª SECRETÁRIA lê: PROPOSIÇÕES RECEBIDAS: Não houve no período. PROPOSIÇÕES DISTRIBUÍDAS AOS

SENHORES DEPUTADOS RELATORES: Não houve no período. PROPOSIÇÕES BAIXADAS DE PAUTA: Não houve no período. PROPOSIÇÕES SOBRESTADAS: Não houve no período.

A SR.ª SECRETÁRIA - (MIRELLA DE BRITO SILVA LORENZONI) - É o que consta no Expediente, senhor presidente.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Passamos para a Ordem do Dia.

Eu gostaria de colocar em deliberação a sugestão do deputado Fabrício Gandini para convidar o diretor de implantação do Centro de Referência em Educação, Empreendedorismo e Inovação Aberta, do Ifes, o senhor Tadeu Pissinati Sant’Anna, para vir explanar sobre o projeto Fábricas de Ideias, para a próxima reunião.

O SR. FABRÍCIO GANDINI - (PPS) - Só sugeri que chame também, além do professor Tadeu, o Conselho Gestor da Fábrica, porque aí a contribuição será mais ampla.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ok.

66 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

Em discussão. (Pausa) Em votação. Como vota o deputado Fabrício Gandini? O SR. FABRÍCIO GANDINI - (PPS) - Como

proposta. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Deputada Janete? A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Conforme

a proposta. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ok. Aprovada a deliberação. Vamos passar para a fase das

Comunicações? Nobres deputados, convidados aqui

presentes, há algumas semanas deliberamos o convite para a engenheira eletricista Aline Santos para que ela explanasse sobre o tema Mobilidade Elétrica no nosso Estado. Ampliando esse leque, ocorreu o intuito de abrir uma discussão maior nesse leque em que a gente estaria discutindo energias limpas para o nosso estado e fizemos diversos convites a pessoas envolvidas no meio e gostaria aqui de destacar as presenças que nós temos aqui. Temos a presença aqui, convidados: senhor Agostinho Miranda, da Coinfra/Findes; Evandro Scopel, da EDP; José Leal, da Coinfra, do Findes também; senhor Ricardo Takahira, da Promob-e GIZ; senhor Rodrigo de Almeida Bolelli, da Aderes; Roger Soares, da DDP Engenharia; a Brenda Schulz, da Solares; Luca Paganini, da Solares, que é projetista; a Irecy Muniz, da Prefeitura Municipal de Vitória; Samuel Santos, visitando a gente; Rita de Cassia, outra visitante; Marcos, que é também assessor da deputada Janete de Sá; Ronilson Veloso, da Solarprime; Ludmila, da GV Bus; Jorge, da EDP, que é gerente; e Katia Duque, também da EDP. Deliberamos e fizemos uma conversa inclusive anterior não é, Aline, no nosso gabinete, e queremos construir, a partir dessa reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia, um novo modelo de energia no nosso estado. A gente está vendo uma discussão ampla em nível mundial, onde algumas cidades já estão aplicando legislação, obrigando a implantação do carro elétrico nas suas frotas.

Temos o exemplo de Los Angeles, que até 2035 toda a sua frota vai estar cem por cento elétrica. A Inglaterra também, não é Aline, em 2050, e várias outras cidades. A partir do momento em que começamos a discutir esse tema, foram chegando as informações. Inclusive ontem, no Auto Esporte, para quem acompanhou ontem o programa Auto Esporte da Globo, passou uma matéria a respeito da implantação dos carregadores elétricos já em condomínios. Então, é uma nova moda mundial que está sendo implantada no Brasil e o Espírito Santo tem a oportunidade de sair na frente e começar a implantar esses veículos em nosso estado. Podemos dar um primeiro passo através da Ceturb, através da frota de carros da Assembleia Legislativa, e a gente pode construir isso para a nossa população e começar a implantar a utilização de energias renováveis no estado do Espírito Santo. Com isso eu convido a nossa convidada a explanar sobre o tema e passo a palavra à nossa amiga Aline. A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Bom dia! Boa tarde agora, não é?

Bom dia a todos! Vou me apresentar brevemente. Sou engenheira eletricista, como o Xambinho já apresentou. Também participo da ABRAVEi, uma empresa que também trabalha com energia solar fotovoltaica; a Startup, a VEB, que é onde a gente iniciou com o fusca elétrico; e também o Bora Lá, que é um projeto de mobilidade compartilhada, Car Sharing de carros compartilhados. Então, a gente lançou o fusca elétrico através do Mec Show, um evento anual que acontece aqui no nosso estado. Então, foi lançado em agosto do ano passado. Participamos também, através do evento aqui do Brasil, do InovAtiva Brasil, que é uma proposta do Mdic junto com o Sebrae, enfim. Também fomos homenageados dentro do Prêmio Ecologia 2018. Aqui está um pouquinho da trajetória de que já participamos, desde o primeiro lançamento do primeiro eletroposto, que foi aqui no shopping Vitória. Percorremos esse evento do Mec Show, saímos em algumas reportagens na UOL Carros, alguns feeds do google e o Prêmio Ecologia. E aí, como o próprio deputado abriu a plenária aqui, a gente tem

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essas principais noticias de como está a questão dos veículos elétricos, mundialmente falando. A gente vê várias montadoras, inclusive a GM, que agora não é uma indústria automotiva, ela mudou o CNPJ e agora é uma empresa de mobilidade. Então, a gente vê que várias montadoras, inclusive, estão mudando e inovando o portfólio, trabalhando não só com a questão dos veículos em si, mas veículos elétricos, veículos compartilhados, veículos autônomos.

A gente vê que não é só questão de veículos elétricos, mas é uma questão de várias outras aplicações que isso traz junto com os veículos elétricos, de várias possibilidades, como a gente citou aqui, da questão dos veículos autônomos conectados, enfim.

Então, a gente vê como o mundo está tratando isso. A Tesla, hoje, já tem na China, a gente vê a frota mundial crescendo cinquenta e cinco por cento em um ano; a Shell, que é uma grande empresa mundial, a gente vê também que ela já está trabalhando muito fortemente com essa questão das energias limpas, inclusive com infraestrutura e em várias outras questões. Aqui, é um mapa em que a gente consegue ver vários países que já estão com proposta de extinção dos motores a combustão. Não dá para ver, mas já tem a data que eles propuseram e, a partir daquela data, não vai ter mais o veículo a combustão. Então, Noruega, Holanda, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Coreia, enfim, vários países que já colocaram data fim nisso.

E essas imagens aí, são imagens do Brasil mesmo, e principalmente em São Paulo a gente vê o McDonald’s já com infraestrutura, a gente já vê van para carro elétrico, empresa privada já trabalhando com veículos elétricos. Aí são as principais montadoras globais, que já se posicionaram no mercado de veículos elétricos e híbridos. Desde Volvo, BMW, Honda, a própria Volks, PSA, enfim, várias já se posicionaram, colocaram até a proposta do ano em que ela não vai comercializar os veículos a combustão. Nessas imagens também você vê o projeto da Copel, que é uma distribuidora do Sul que fez um corredor elétrico que liga Leste a Oeste do Paraná, então vai desde Foz a Paranaguá do Sul. É um corredor em que a cada cem quilômetros tem um eletroposto. Então, é

possível já percorrer o Paraná sem problema de infraestrutura. Shoppings pelo Brasil, a gente já vê isso comumente, várias instalações para carregamento de veículos elétricos.

Trazendo aqui para o Brasil, o que a gente vê em relação a veículos elétricos? A gente vê, municipal, por exemplo, lá em São José dos Campos, toda a frota de veículos para segurança pública já é elétrica e tem carregadores elétricos também. A gente vê também que o Temer, no ano passado, assinou o programa do Rota 2030, e sobre isto com certeza o Ricardo Takahira vai poder falar melhor porque ele está envolvido.

Um grupo de São Paulo já vai ter uma frota de duzentos caminhões elétricos. Esses caminhões foram desenvolvidos aqui no país, inclusive foi exportado um para a Alemanha, para uma feira automotiva que teve na Alemanha, que é o e-Delivery, um modelo da Volks.

E tem a Aneel também, que é algo muito importante, não pode deixar de falar, que é algo bem importante para o nosso país, que tem agora uma Resolução Normativa 819/2018. Agora tem a possibilidade, através de uma normativa, de como que vai ser a cobrança da energia através desses carregadores elétricos. Então, hoje já existe essa normativa, já é possível fazer essa cobrança.

Agora, voltando aqui para o nosso estado, afunilando aqui, vindo mundialmente, no Brasil e no nosso estado. A gente vê que Vitória já possui mais de duzentos patinetes elétricos nas ruas. E um detalhe é que, quando a gente fala de veículo elétrico, veículo elétrico é desde micromobilidade, que a gente fala de patinete, bicicleta elétrica e tal, até caminhão e ônibus coletivo. Então, é todo o modal que está dentro de mobilidade elétrica.

A gente vê a própria EDP com várias iniciativas em relação a veículos elétricos. Na própria sede já tem a infraestrutura de carregamento e tem frota de carro elétrico, inclusive.

A gente vê também a construção civil. Tem um grupo da ABL Prime, que faz um dos, porque tem várias construtoras, a Unimov, inclusive, e várias outras. Mas essa faz uma propaganda bem forte em relação a veículos elétricos. Vai ter essa possibilidade de vaga para

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isso. Aqui, em Vitória também, a prefeitura já está com um projeto piloto para mudar uma frota para carro elétrico. A gente vê um grupo chinês que já está em conversa com a Prefeitura de Vila Velha para implantar uma fábrica, uma montadora para carro elétrico. E várias outras empresas que mencionei que já estão em nosso estado, empresas em nível nacional, inclusive, que estão importando e comercializando dentro da micromobilidade e mobilidade também, porque eles estão trazendo carros também, algumas empresas aí. Como a gente tinha falado, o veículo elétrico vem com essa questão da inovação, não vem só o veículo elétrico, mas várias vertentes junto a veículos elétricos. Um deles, algo interessante, é o PlugShare, aplicativo que quem tem, hoje, veículo elétrico usa muito, que consegue analisar quais são os eletropostos. Então, você fica mapeado mundialmente. Aqui, no Espírito Santo, a gente mapeou, existem quatro eletropostos: Shopping Vitória, que foi o pioneiro; a EDP; em Cachoeiro de Itapemirim, também tem um; e em Barra de São Francisco também. Então, a gente consegue mapear dentro do eletroposto. E o legal desse aplicativo é que ele consegue mostrar qual o eletroposto próximo. Por exemplo, se eu estiver ali no Shopping Vitória, ele me mostra que a EDP é o local mais próximo para eu carregar o veículo, caso ali esteja cheio e tal. Mostra até o horário que a pessoa vai desocupar o carregador. Então, passando rapidamente, porque, muitas vezes, algumas dúvidas surgem, algumas pessoas acham que o veículo elétrico surgiu agora... E isso não é verdade, o veículo elétrico tem a mesma idade que a lâmpada. E há quantos anos a gente já conhece a lâmpada? Desde quando eu nasci já existia a lâmpada. Então, imaginem, os veículos elétricos... Nessa imagem, esse senhor do lado desse carro é o Thomas Edison, inventor da lâmpada. E a gente o vê com o carro elétrico dele. Para a gente ver que o veículo elétrico não surgiu agora. O veículo elétrico já surgiu algumas vezes na história da humanidade. O primeiro, nessa época. Depois, veio o EV1, lançamento da GM, só que ele morreu. Tem até o funeral dele ali. Mas, por conta da questão do petróleo, que a gente vê que é algo muito forte em nosso país e em nível mundial. Então, houve uma corrida, na época, pelos veículos elétricos e pelos veículos a

combustão. O a combustão, digamos que ganhou a corrida por várias questões tecnológicas - de desenvolvimento, de tecnologias aplicadas -, que conseguimos, hoje, utilizar o carro e andar de um estado a outro com um tanque de combustível, o que não era permitido, na época, com o veículo elétrico. Por isso, acabou que morreu o veículo elétrico, por questão de avanços tecnológicos e por interesses, obviamente, também. A gente vê, agora, ressurgindo novamente e fortemente, os veículos elétricos e o porquê isso tudo está acontecendo em nível mundial, principalmente a China, à frente disso tudo, trazendo esse maior desenvolvimento. Então, a gente tem desde a questão do aquecimento global... Isso aí é um relatório de Stern, 2006, encomendado pelo Governo britânico, e já previa - ele falou isso - que a elevação de temperatura por volta de três graus Celsius poderá acarretar seca na Europa, falta de água para até quatro bilhões de pessoas, e milhões de novos casos de desnutrição.

E não é novidade para ninguém... E aí tem algumas fotos, algumas imagens da situação, hoje, da China, em que a gente vê a questão da poluição.

A imagem de uma geleira, não lembro se no Norte ou no Sul, que descolou - algo do tamanho do Distrito Federal - por questões do aquecimento global. E aí, nos próximos slides, a gente vê que a Europa já sofre com a seca e com incêndios, e que a falta de água já afeta cinco bilhões de pessoas, isso já é comprovado até 2050. Então, a gente vê a situação mundial, claro, vivemos no mundo capitalista. E como gerar o progresso, o crescimento mundial - porque a gente tem que vender e comprar, a gente tem como base de nossa vida no capitalismo -, frente a várias dessas condições ambientais do nosso sistema?

E aí que realmente o mundo tem investido fortemente na sustentabilidade e em meios de haver o progresso aliado à questão da preservação, do meio ambiente, da sustentabilidade. Então, são as duas frentes que têm caminhado em nível mundial.

E aqui, brevemente, a gente vai falar bem rapidinho sobre o veículo elétrico, algo que é importante e que a gente não poderia deixar de comentar. Falando rapidamente, o veículo

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elétrico, obviamente, é tracionado por um motor elétrico. Então, a gente vê nessas imagens aí um chassi de um ônibus a combustão. Então, um ônibus a combustão tem em torno de cinco mil componentes. E um ônibus elétrico - esse é um modelo de um chassi da BYD, que é uma empresa chinesa que está aqui em Campinas, São Paulo -, o chassi dele tem em torno de cem componentes, só para a gente ver a discrepância em relação a componentes de um veículo elétrico para um veículo a combustão. Qual é a diferença? Por que o motor elétrico? O motor elétrico tem um torque elevado mesmo em baixas rotações. Então, é comum a gente ver em alguns vídeos da Tesla, no YouTube, em que a pessoa ao fazer o test drive, acelera e o carro já sai e em alguns segundos já está a cem quilômetros por hora. Por quê? É uma premissa do motor elétrico, pois ele tem um torque elevado, um torque instantâneo mesmo em baixa rotação. Por exemplo, o fusca que a gente montou, a gente sai de quarta e ele já sai acelerado, e a gente só vai freando, praticamente. Então, é um veículo isento de ruído, tem menor aquecimento e noventa por cento do combustível, ou seja, da energia, é convertida em trabalho, ao passo que a combustão, somente um terço do combustível é convertido em trabalho, porque o resto é perda, é calor. Aí, quando a gente fala em relação às baterias, o tanque de combustível a combustão, hoje - onde tem a gasolina, o álcool e tal -, seria as baterias hoje num veículo elétrico. Aí, tem uma referência da bateria da BYD, por exemplo, que ela tem uma vida útil de doze anos. Aí tem esse graficozinho e mostra várias tecnologias do lítio, das baterias de lítio, que são várias. Qual é o combustível de um veículo elétrico? Então, o combustível é energia elétrica. A energia elétrica, um dado aí do pessoal da CPFL Energia, fez um estudo para ver quanto que traria de economia. Então, em relação ao etanol, a eletricidade tem setenta e quatro por cento de economia, em relação ao etanol. Então, é algo, realmente, bem interessante.

Agora, e em relação ao posto de combustível tem uma diferença, porque ele é descentralizado, ou seja, não precisa de a gente ir até um posto de combustível porque o posto de combustível pode ser a nossa casa, pode ser

um shopping, pode ser um local público, um local privado como farmácia, supermercados, e principalmente se for através de uma fonte sustentável, como a energia solar e a eólica, que é algo mais interessante ainda para a alimentação de um veículo elétrico.

É por isso que gosto de frisar, quando a gente fala em descentralização dos postos de combustíveis, a questão do veículo elétrico, que ele é o único que pode proporcionar liberdade e independência ao usuário, porque você pode gerar sua própria energia ao alimentar o seu veículo, algo que através de outras fontes, como o etanol e qualquer outro combustível você ainda vai voltar lá, andar igual caranguejo, voltar atrás e voltar lá para a gasolina, que é o que a gente já utiliza hoje em dia. A questão de manutenção, que é uma dúvida também muito constante. Tem menos revisão um carro, por exemplo, elétrico. Tem cinquenta por cento menos de peças e o custo disso é um terço em relação ao km rodado. Então, essa imagem mostra a diferença de motor elétrico, as peças, a quantidade que a gente vê que é muito pouca em relação a um veículo a combustão.

Em relação à tecnologia - que é algo bem interessante no veículo elétrico, por isso que ele traz muita inovação em relação a isso - tem a questão do freio regenerativo, por exemplo. O próprio Ivan estava dando um testemunho de uma viagem que ele fez para Santa Teresa, em que ele estava voltando de Santa Teresa e foi utilizando o freio regenerativo. Então, o freio gera energia que alimenta as baterias, e você se utiliza dessa energia. E isso proporciona, também, várias outras tecnologias, como, por exemplo, a tecnologia embarcada. O BMW, por exemplo, você consegue falar: Vou daqui a Domingos Martins. Ele já consegue prever a altitude, que é uma região de montanha. Então, ele consegue já prever quanto você vai consumir da bateria, porque você vai perder mais, obviamente você vai consumir mais bateria para subir o morro, então ele já prevê em quantos quilômetros você vai precisar carregar o carro. Além da questão da conectividade, que isso está vindo com muita força. O Takahira vai poder comentar muito mais sobre isso aí entre os veículos, quando a gente fala das cidades inteligentes, também.

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E aí tem também, que é o motivo disso tudo, que é a questão da emissão zero. A emissão realmente é zero. Não emite nada. Nem tem o escapamento do carro. Ele não tem. É totalmente ecológico no sentido de emissão. E aqui a gente mostra só alguns modelos de veículos para a gente ter ideia de números, de preços. Então, em 2017, a BMW lançou um veículo, aqui no Brasil, que é o i3, com essa proposta de duzentos e vinte e cinco mil, e aí depois lançou também o Nissan Leaf, com cento e setenta e oito mil. Para este ano já temos aí o Bolt da GM. A JAC também está lançando um veículo, a BMW também. Tem várias outras montadoras, quase todas já estão com veículos para 2019 com lançamentos já. Avançando aqui, a gente traz alguns fatos importantes de que a ABRAVEi participou. Em São Paulo, por exemplo, existe, além do Dia da Mobilidade Elétrica, existe também o Dia do

Veículo Elétrico. Por que isso é importante? Porque isso traz para a sociedade... Ali a Avenida Paulista é fechada, e aí é uma união, desde as montadoras aos proprietários de veículos, a ABVE, que também participa nesse momento, quem tem os carros elétricos, veículos vão para a rua e fazem essa carreata mostrando para a sociedade que existe aqui no Brasil, que estamos aqui, mostrando também em relação à sustentabilidade. Então, é um evento muito importante ali em São Paulo. Existem dois dias lá, na verdade, que é mobilidade elétrica e Dia do Carro Elétrico. Então, a ABRAVEi, hoje, já é Alamos, uma Associação Latino-Americana de Mobilidade Sustentável. Então, já tem vários países do Mercosul que já fazem parte da ABRAVEi, que agora é Alamos. A gente vai agora entrar aqui, principalmente, no que é a discussão da temática de hoje, que são as iniciativas que existem em nível de Brasil e até no mundo, o que a gente poderia implementar e trazer isso para o nosso estado, como um estado que poderá ser a referência em iniciativas de mobilidade elétrica, em iniciativas de energias limpas. Então, a gente não precisa ficar inventando a roda, mas pode ver algumas outras iniciativas de outros estados, como é o caso do Distrito Federal, junto com o Sinduscon e Ademi.

Hoje, lá, eles já têm regulamentado o Código de Edificações do Distrito Federal, que é o COE, desde o ano passado, de agosto. Então, ele decreta que, a cada duzentas vagas, nos novos empreendimentos, tem que ter uma para carro elétrico. Então, isso já é fato, o mínimo lá em Brasília. Tem também, lá também, um regulamento do regimento interno de condomínios pensando já nos empreendimentos mais antigos. Então, como que vai acontecer isso? Inclusive, ontem, o Xambinho comentou isso aí, quem assistiu ao AutoEsporte pôde observar como já está acontecendo no Brasil, em nível de condomínios. Então, existe já o regimento interno do condomínio que propicia. No Distrito Federal, hoje, já é direito. Então, se eu tenho o meu carro elétrico e, no meu condomínio, se eu tivesse essa cláusula, eu poderia, através do meu direito, requerer uma vaga para o meu carro elétrico. Hoje, aqui no Espírito Santo, a gente não tem. E, hoje, é uma grande discussão. Porque muita gente hoje que tem um carro elétrico mora em condomínio, não é? E como é que você vai, hoje, pleitear isso junto aos síndicos? Enfim.

Então a gente vê, também, outras iniciativas no Distrito Federal, porque lá já está avançando bastante em relação a mobilidade elétrica. Existe o edifício Acácias, por exemplo, que todas as vagas, 100% das vagas tem carregador para carro elétrico. Não é uma nem duas: são todas as vagas.

Aí é uma foto, por exemplo. E tem várias propagandas. É comum você ver propagandas de edifícios com carro elétrico, que vão já entregar com carros elétricos.

E, agora, voltando aqui para o nosso estado, quais as oportunidades da eletromobilidade para o estado do Espírito Santo?

Então, isso daqui é o material da ABVE, que é a Associação Brasileira de Veículos Elétricos. A ABVE já apresenta isso em várias apresentações dela pelo Brasil. Então mostra, a nível mundial, quais são os incentivos de vários países em relação a veículos elétricos? Então a gente vê na Europa, vários países aí, como vocês podem ver. Eu vou passar rapidinho, tá? (Pausa)

Na Europa, como está acontecendo. Nos Estados Unidos, também. Várias leis em relação

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a incentivos para carros elétricos: nos Estados Unidos, em vários estados. América Latina. Então, a gente vê, aí, que a gente... Vários países também já adotando iniciativas em relação a veículos elétricos.

Eu marquei na apresentação para falar um pouquinho do Governo da Califórnia, que eu acho que é algo que, talvez, é bem interessante, e sobre o que eu gostaria de falar mais.

Na Califórnia... Porque eu vejo que, aqui, a gente já tem um corredor exclusivo para coletivos, e tal. E a Califórnia tem algo similar. Porém, lá eles implementaram para carros elétricos, também. Então, a gente vê na imagem, ali, uma pessoa adesivando aquele adesivo. Que quem tem um carro elétrico coloca aquele adesivo e, quando ele passa naquela faixa que você está vendo lá: only pool, só, no caso, para carros, identifica, através do radar, que ele tem aquela etiqueta. Então, ele pode. Ou seja, se ele tem carro elétrico, ele pode passar naquela faixa, e ele está isento. Então, isso incentiva a população a enxergar o carro elétrico, ver que ele é um produto sustentável. Então, é algo interessante que acontece na Califórnia, que é o corredor car pools.

E tem também o incentivo a eletropostos. Então, se você é um setor público... Aliás, se você é uma empresa privada, por exemplo, e instala um eletroposto

para acesso ao público, você também tem incentivo para isso.

A gente vê, também, um projeto de lei do Senado, aqui do nosso país, então. Porém ele veda a comercialização de veículos movidos a combustão a partir de 2060. Está um pouquinho longe, não é, gente? Mas a gente vê alguma coisa tramitando lá, em nível de Congresso. Então, a partir de 2060, o Brasil não vai poder comercializar veículos a combustão.

Algo importante, também, que é o que eu tinha comentado antes, é a questão da resolução da Aneel que, inclusive, dá, para fins de exploração comercial, a preços livremente negociados, a chamada recarga pública. Então, para quem tem interesse em instalar, agora já tem uma normativa para isso.

A gente vê alguns estados, também, se mobilizando em relação a isso. O Ratinho Júnior já assinou um projeto de lei, já propondo zerar o

IPVA. E, também, encaminhará para o Confaz o pedido de isenção de ICMS para a compra, para quem quiser comprar o veículo elétrico.

A gente também vê iniciativa, também, dentro da Assembleia Legislativa de Goiás, por exemplo, através do deputado Gustavo Sebba, que altera o Código Tributário estadual, isentando veículos elétricos do pagamento do IPVA. Ou seja, estimula o comércio de automóveis movidos a fontes renováveis, e beneficiando o meio ambiente e a saúde da população. Isso é bem interessante frisar aqui, que está diretamente ligado à saúde pública. Tá?

Então, a gente vê, também, outro decreto, aqui, há o que gente comentou, também, de Distrito Federal: que, a cada 200 vagas, uma tem que ser para carro elétrico.

Neste mapa, a gente vê alguns estados que já isentaram IPVA e alguns com alíquotas diferenciadas do IPVA. Aqui a gente vê também algumas conquistas como o Dia do Carro Elétrico, que é comemorado todo 11 de novembro, em São Paulo, e incentiva ainda mais o uso de veículos elétricos. Então, vão proprietários, até montadoras também participam desse evento.

Tem também a política municipal do estado de São Paulo que incentiva a troca dos veículos por veículos elétricos. Então já são trinta veículos, carros elétricos na frota municipal.

Essa dos condôminos também a gente já comentou e também tem uma lei, também no município de São Paulo, da troca do transporte coletivo urbano por veículos sustentáveis. Então a gente vê que em São Paulo já tem bastante coisa acontecendo em relação aos veículos, ao coletivo, ônibus coletivos. Alguns resultados eletromobilidade - são duas coisas aí - é porque não é só a questão de incentivar a compra de veículos elétricos, mas é também a gente olhar para o outro lado, como a gente pode trabalhar dentro daquilo que traz desenvolvimento para o estado, que traz renda, aumenta a arrecadação, que traz possibilidade de empregos, de trabalho, enfim.

Então, fiz só uma breve - como entendi isso daí - de como o Espírito Santo poderia ser referência em questão da indústria 4.0, que a gente está falando. Isso tudo está dentro da de uma indústria 4.0. Então a gente vê lá desde

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questão de saúde pública - isso já é comprovado -, questão de poluição sonora também, geração de emprego, de renda, aumento de importação e a questão do meio ambiente. É o quê? É tratar da indústria de veículo elétrico. Como o Espirito Santo poderia incentivar a indústria, também, de veículo elétrico. Hoje a gente tem uma grande indústria, até em nível mundial, que é a Weg que a gente tem instalada aqui no Espírito Santo. E, como o Espírito Santo também poderia estimular essas indústrias virem para cá. A gente não está falando de um grande pátio ou quando a gente fala da indústria 4.0 já muda também um pouquinho desse conceito. Não é um grande pátio de uma grande montadora, não. Muda muita coisa. A gente vê já no Sul do país, principalmente em Curitiba, várias micromontadoras. Tem a Mobilis, tem a Hitech Electric, também está surgindo agora a

Gaia. Varias indústrias de microveículos elétricos. A gente chama de micromontadoras. Então, isso gera e está trazendo um avanço muito grande. A gente vê isso bem claro no Sul do país porque lá tem esses incentivos. E uma proposta seria: por que esses ônibus coletivos que já existem na Grande Vitória... Ao invés de comprar ônibus - que através de incentivos isso é muito importante, é plausível - por que não incentivar a indústria dos ônibus? Ou seja, por que não transformar o ônibus? É possível isso.

A própria Man, que é a de veículos pesados da Volkswagen, ela tem um chassi, o chassi principal da linha delivery, eles colocaram através do chassi baterias e todo sistema elétrico para tracionar o veículo, então tem um caminhão elétrico. Ou seja, através do chassi de um ônibus é possível transformá-lo em elétrico.

É o que fiz no Fusca. Usei propositalmente o modelo Fusca para provar que qualquer veículo pode ser elétrico, inclusive o Fusca. Não precisa ser um carro como um BMW, só um carro de última geração, não. Qualquer veículo pode ser elétrico.

O motor elétrico existe há muitos anos na indústria, não é algo tão recente, então para provar que é possível isso. É possível transformar os veículos, é possível transformar a frota de ônibus. É possível incentivar essa indústria que é um modelo mais interessante

para o nosso estado para gerar desenvolvimento, exportação.

Hoje a BYD, em São José dos Campos, ela exporta inclusive. Isso gera desenvolvimento no estado de São Paulo, gera desenvolvimento em Curitiba. Como Curitiba já exporta em nível nacional para vários estados da federação, por que isso não acontecer no Espirito Santo também? Falando em infraestrutura, o Espírito Santo é referência também na questão de logística, fica na Região Sudeste, é algo bem estratégico. Então, incentivaria a indústria de motores elétricos.

Já temos aqui a Weg, ou seja, dentro de commodities não só de matéria-prima de café, também estaria entrando em commodities de tecnologia de hardware e de software, algo que também não tem aqui no Espírito Santo, que é uma possibilidade.

A questão também de importação de baterias, como tratar isso, trazer programas de incentivo e também a compra de incentivos de veículos elétricos, através de isenção de IPVA, ICMS; instalação de carregadores para carros elétricos nas principais rodovias estaduais; instalação, principalmente, nas sedes do Governo e municípios. Então a gente vê várias oportunidades que a gente pode trazer aqui para o nosso estado. Encerrando a apresentação, essa é uma frase que sempre deixo, sempre gosto de apresentar, que mostra a China alguns poucos anos atrás, como era, a gente vê a mãe com a filha e mostra ali também como a China está hoje. A gente vê aquela rua que foi inaugurada recentemente, a gente vê o poste alimentado por energia solar, os ônibus ali são elétricos. Então, a gente vê como mudou, como gerou oportunidade, como a China tem gerado desenvolvimento em nível mundial, crescido muito. Ela é a que mais exporta energias limpas mundial, a China. E essa frase da Csem, que é uma empresa da Suíça que tem uma filial aqui no Brasil, que fala: Essa tendência vai na onda de uma necessidade: não há outro futuro possível, a não ser o sustentável. É isso.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Obrigado, Aline. Tem algum deputado que gostaria de fazer alguma pergunta direcionada para a Aline ou

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posso passar a palavra para o nosso amigo Ricardo Takahira, que veio de São Paulo prestigiar hoje? (Pausa) Então vamos passar a palavra para o Ricardo. O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - Bom, agora já é boa tarde. Então, muito obrigado aqui pelo convite, primeiro da Aline, e pelo convite da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Alexandre. Não sei como a gente vai fazer a apresentação, porque acabei de vir de Bogotá, a gente foi convidado para falar de mobilidade lá na Colômbia, em Bogotá. Lá tem um exemplo muito interessante que é o Transmilenio, são ônibus triarticulados. E a gente também estava muito preocupado com essa questão da energia, a palestra final de encerramento foi de waste-to-energy, quer dizer, você vai pegar os materiais e vai gerar energia, mas, melhor ainda é você não gerar lixo. Esse negócio de aterro sanitário e essas coisas são um problema maior. Se vocês me permitem, a cor está um pouquinho ruim, então vou fazer ênfase daquilo que a Aline falou. Eu, antes, estava em Brasília no extinto - não é extinto, ele foi agregado ao Ministério da Economia, Mdic - até o final do ano passado, no Salão do Automóvel, a gente teve essa assinatura do Rota 2030.

Eu vou só explicar um pouquinho mais, acho que o pessoal tem acompanhado. O Rota 2030, desde setembro de 2017 era para ter, ele teve um atraso de só um ano, porque antes era o Inovar-Auto.

O Inovar-Auto trouxe várias empresas aqui para o Brasil, a Jac, Chery, o pessoal da Hyundai, todos no Sudeste; no Nordeste, algumas fábricas foram ampliadas, tipo da Fiat, da FCA.

Tudo isso foi feito nessa transição do Rota, que demorou bastante, mas ele está em plena execução. Como ele chama Rota 2030, ele vai até 2030. Começou tardiamente em janeiro de 2019, com a assinatura do decreto lei no Salão do Automóvel, que foi em novembro do ano passado, em São Paulo, sendo regido, por enquanto, até julho, pela Medida Provisória n.º 843, e depois foi sancionada a Lei n.º 13.755. Eu não vou me deter em detalhes, mas o que você precisa saber sobre o Rota? Isso que é o que... É uma política industrial, depois do Inovar-Auto, para que a gente, realmente,

chegue, por exemplo, naquilo que a Aline está querendo, ter um destaque tecnológico e não ficar para trás.

Está pequenininho aqui. Mas algumas empresas têm que se aplicar. Elas têm que se habilitar. É o processo de habilitação. Então tem várias... Eu falo, falo, falo, mas eu entendo que o conceito do carro é o elétrico, também, mas eu entendo do C.A.S.E., que é o C de Conectado, o A de Autônomo, Serviços, Sharit, e Elétrico. Não é um carro elétrico só que está vindo, está vindo uma nova mobilidade, um novo modelo que, eventualmente, pode até inviabilizar o custo mais alto desse carro, que é elétrico ainda e não tem os subsídios que a gente vê lá fora. Bom, aqui a gente tem o que explica esse C.A.S.E. A Mercedez Benz, a Daimler usa bastante esse modelo. Então, conectados, a gente já está vivendo. Quando a gente pede um táxi, é pelo aplicativo, então, essa conectividade é feita pelo celular, mas o serviço é feito por um veículo com motorista. Daqui a pouco ele vai ser autônomo, como um Uber, está querendo que ele seja elétrico, menor custo por quilômetro. Hoje, a diferença entre um carro elétrico e um carro a combustão é de cinco vezes. Infelizmente, o preço dos componentes é de quatro. Então, tem esse equacionamento. O Opex é muito em conta, mas o Capex não viabiliza vários modelos. A Nvidia está fazendo várias coisas com relação a isso, a Renault também e a Toyota. Se você conseguir clicar na figura, a gente consegue ver o... Acho. Isso. Não sei se vai ter áudio, mas. Não. Então, não tem problema. Então, a gente tem várias referências com relação a isso.

Deixa eu pegar outra apresentação. Enquanto a gente muda aqui, rapidinho. Eu só peço desculpa que essa apresentação ainda está em inglês. A apresentação foi na sexta, eu cheguei no sábado e hoje estou aqui. Então não deu para colocar. Eu fiz isso porque a gente tem. Agora aqui dá para apresentar. Eu tenho uma empresa chamada RTC2, que é de consultoria, e a KAT, que é Key Advanced Technologies. Então, a gente já trabalha com o conceito de second life de baterias. Hoje, os carros vão vir importados, e a gente tem uma preocupação porque bateria já existe uma legislação ambiental de descarte. Então, a gente tem que fazer alguma coisa. Para a montadora,

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ela põe isso no preço do carro elétrico, que já é caro, e põe as baterias num container e devolve para a Califórnia e devolve para o Japão. Não precisa. O Elon Musk tem uma segunda empresa chamada Powerwall. Então, ele pega as baterias tracionárias que já têm um rendimento menor, põe na parede da sua casa e na sua casa você tem eólico e fotovoltaico, ou na sua empresa. Então, você usa energias renováveis em cima do modelo de mobilidade das baterias tracionárias do carro. Isso tem que fazer já, porque senão a gente vai ter um custo, um pênalti em cima da exportação das baterias, e desenvolver a cadeia de reciclagem de reteste das baterias aqui. Então, a gente já está fazendo isso. A gente trabalhou como diretor de pesquisa e tecnologia da ABVE, como Aline falou, Associação Brasileira do Veículo Elétrico. E hoje estou dando aula na Facens, que é a Faculdade de Engenharia de Sorocaba, sobre mobilidade e carro elétrico. Essa questão de capacitação e formação de mão de obra é urgentíssima. Nós ajudamos o Senai do Paraná, lá tem um curso de pós-graduação e Tecnólogo. Por que tecnólogo? Porque é urgência do... O mecânico da concessionária de uma montadora multinacional, que está trabalhando há trinta anos, mas vem um produto importado, ele fala: O que é isso? Então, temos que correr atrás do tempo. E nós vamos fazer isso na Mauá também. Um em Sorocaba e outro no ABC, que é onde se concentram as indústrias. Não pensem que as indústrias também tem domínio, tá? Elas estão importando o produto e ainda não tem massa crítica para localizar.

A única que está prometendo isso para o final deste ano é a Toyota, com um modelo híbrido flex do Corolla, tá? Com o SKD e CKD. Não é uma verticalização.Trazem componentes e faz como a Hyundai fez em Piracicaba, ok? Então, a gente tem aí esse background.

O que eu vou querer só enfatizar é o LCA, well-to-wheel e essa parte de ambiente econômico, mas vou passar voando, porque a Aline já falou nisso daí, não é? Mas essa parte técnica é superimportante.

Aqui, tem lá: www.promobe.com.br, o que é isso? Eu trabalho como consultor, eu não sou do Governo alemão e não sou do GIZ. Eles são obrigados, eles têm lá vinte milhões de

euros para investir num projeto de cooperação internacional. E isso foi elegido, essa questão dos veículos eficientes, dessas energias que são renováveis. Então, tem muito material lá sobre transporte público, sobre cachering, sobre o ciclo de baterias e esses conceitos de Life Cycle Assessment e well-to-wheel.

Se a China for o maior consumidor de carro elétrico, isso não é bom para o planeta, por quê? Porque a base de energia deles ainda é a carvão, por mais propaganda que eles façam. A Aline mostrou lá as cidades todas nubladas de poluição. Então, assim, a estratégia da China é industrial.

Se num dia que tem muito carro andando e muita indústria produzindo e você tem que dispensar os operários para ir para casa, o modelo falhou. Então, assim, a questão da matriz energética vem do well-to-wheel. Então, assim, cuidado. A gente gosta muito de olhar para fora e achar que o modelo de fora serve para a gente, tá? Então, não é assim.

Então, tem o Life Cycle Assessment, é emissões. E well-to-wheel, é energia, tá? E tem duas coisas que a gente fala: do poço ao tanque e do tanque à roda. O carro pode zero emission, a geração desse combustível elétrico pode não ser, tá? Então, a gente precisa colocar.

Então, a gente vive nesta situação. Sei que Vitória tem uma boa vantagem, porque logisticamente, ela trabalha bem a cadeia do petróleo. Isso não vai ter que mudar de hoje para amanhã. Não vai dar. Vai ter que ter um plano de transição.

A questão dos combustíveis fósseis, as emissões e da eficiência de energia. Cuidado quando você mistura comida com combustível, que é o caso do etanol. É um risco bastante grande. E a gente tem isso aqui.

Então, a gente, na verdade, tem uma vantagem. Numa grande parte, tive que correr, porque é igualzinho ao da Aline, mas eu não inventei nada. Nós estamos só batendo com as informações, certo, Aline. A questão da não renovável e essa questão econômica.

Isso aqui é outro conceito muito interessante: total cost of ownership, ou, traduzindo para o português, é o custo total da propriedade. Então, hoje, a gente tem um aprendizado muito legal no Uber, não é? Nós tivemos uma crise, o cara foi demitido, pegou a rescisão dele e comprou um carro. Aí, ele

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começou a trabalhar na praça. Aí ele viu nas contas que, em dois anos, não conseguia trocar de carro. Mal ele conseguiria comer. Aí, vieram as locadoras e alugavam o carro para ele a duzentos ou quatrocentos reais por mês, e ele começou a ser educado economicamente para saber se estava trabalhando para comer ou se estava trabalhando para comprar outro carro, porque senão ele não iria conseguir.

Então, eu gosto desses modelos, eu gosto dos modelos que a sociedade acaba enxergando a forma econômica de realmente dar conta do recado, tá? Então, isso aqui também, tudo isso aqui é um filme. Eu vou deixar e, depois, eu vou pular. Mas é exatamente isso.

Tem muita discussão dizendo que o carro elétrico emite mais CO2 do que um carro a combustão. Então, tem toda essa carga da indústria, hoje, que não quer mudar. E tem a indústria que fala: Quando o carro elétrico vai estar na rua, porque eu já estou pronto? Não dá para dizer.

No nosso caso, de Brasil, é certeza que se o carro for híbrido e com biocombustível, a gente bate qualquer um. Bate mesmo, tá? Porque a cana-de-açúcar, quando você planta, e aí você defende, continua com o agronegócio, você sequestra carbono. Então, nesse conceito life cycle assessment não tem quem bata o Brasil. Não vou passar os filminhos, mas o LC é assim: conceito. Desde o primeiro minério de ferro que você tira da mina até a hora de você amassar o carro é quanto que se emite de CO2. Por isso que o modelo chinês bate feio aí porque a geração de energia é com muita emissão por causa da queima de carvão.

(Durante o pronunciamento, são exibidas imagens)

O well-to-wheel é diferente. Aqui tem um exemplo do hidrogênio. Tudo isso aí são filmes. Não vai dar para a gente passar agora, mas era o conceito. O well-to-wheel é o seguinte: quanto que você gasta de energia para produzir o primeiro parafuso daquele carro, e ao longo da vida toda, quanto você gasta de energia em megajoule. Isso é um negócio muito legal porque megajoule pode ser gás natural veicular, pode ser etanol, pode ser quilowatt

energia. Tudo pode ser convergido em joules. Inclusive esse exemplo é fuel cell - célula de combustível hidrogênio. Hidrogênio ainda não é uma realidade. A melhor forma de produzir hidrogênio é de gás natural, então, volta para a indústria de óleo e gás. Só que para você transportar hoje quinhentos quilos de hidrogênio você precisa de um veículo de doze toneladas, que, provavelmente, vai ser a diesel, ainda. Então, essas coisas que a gente tem que pensar, quando a gente vai fazer uma política pública.

A questão de recursos. Os recursos são finitos. Petróleo foi um dinossauro que morreu há não sei quando, uma floresta que foi enterrada há não sei quantos milhões de anos, e o gás natural também. Então a gente já está consumindo mais recursos da natureza do que a natureza consegue por de volta. Talvez a gente não seja afetado, mas, com certeza, nossos filhos, nossos netos serão, então, a gente tem que agir logo. Essa questão da economia secular, Então a bateria de que eu falei entra exatamente nesse modelo. Se ela foi usada para fazer o carro andar, mas hoje a performance, a autonomia dele não é muito boa, ela serve muito bem para você colocar em casa ou numa indústria e usar isso para renováveis: fotovoltaica ou eólica. Essa aqui é a fábrica da Renault, na França, só tem na França. O que isso significa? Significa que não tem massa, não tem volume ainda, porque, senão, teria que ter uma fábrica de recuperação de baterias em cada país. Por enquanto só na França está dando jeito.

Essa questão é mais de sociedade, é uma mudança econômica e social. E o carro elétrico entra nisso dentro do contexto de mobilidade C.A.S.E.: conectado, autônomo, compartilhado, que é o sharing, ou serviço, como é um Uber ou um táxi. E o elétrico obviamente entra junto desse novo modelo de negócio para tentar viabilizar. A mesma coisa. Lembra aquele exemplo do dinossauro? De onde a gente tira? E voltando à mesma conclusão da Aline, o que, hoje, está trazendo o carro elétrico? É um conceito de digitalização. Robótica tanto na fábrica, para produzir, quanto no carro, para andar sozinho. Tem seis níveis, a SAE, eu faço parte da SAE e da AEA. SAE é Society of

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Automotive Engineers. Sou coordenador de um evento que depois a gente vai falar. E a AEA é Associação Brasileira de Engenharia Automotiva. Então a gente fica preocupado no processo e no produto. O processo está sendo digitalizado e o produto também. E o produto está indo nessa questão da mobilidade. Então, assim, a gente estava lá na Colômbia, e a gente fica vivendo esse exemplo. Mais para frente, vai ter isso aí. Vou passar rápido para a gente não colocar... O air per cycle foi já de Internet das Coisas, mas hoje ele está sendo para deep learning e inteligência artificial, isso leva a veículo autônomo. Ok? Então, isso também tem que ser ensino nas escolas. A gente tem um desafio técnico, de dominar esse negócio do carro elétrico, do carro autônomo, de uma forma ele tem que ser econômico. Não adianta a gente não pagar a conta no fim do mês, que é o caso do Uber. E a gente vai ter que resolver esse problema das grandes cidades. Acho que tudo começa com o carro elétrico nas grandes cidades. É uma autonomia baixa? Sim. Mas você pode ter um híbrido plug-in e um fast charge para distâncias maiores. Tudo tem. Solução técnica tem. O problema é que quando você vai querer aplicar, falta aquela questão de fechar a conta no fim do mês. E daí uma política pública é interessante porque tudo que é novo precisa de ajuda, enquanto não tem escala. Ok? Bom, é isso. Está em inglês, mas a gente vai refletir aqui em português só para fechar. Conhecendo a tecnologia e entendendo o ambiente de negócio, o empresário, de uma forma empreendedora, com inovação, ele tem que satisfazer clientes e os investidores, porque tudo vem num modelo econômico empresarial; de uma maneira, hoje, sustentável, senão a gente não estava aqui falando sobre isso; e consistente, que devolva para a sociedade esse valor, de forma compartilhada, economia circular. Sustentável é tudo isso.

E uma forma de consumo consciente. A gente tem que pensar que quando a gente compra um negocinho lá, a embalagem dele que impacto vai ter aquela embalagem, depois do uso? Temos legislações aí que estão proibindo o canudinho. Por quê? Para o nariz da tartaruga? Alguma coisa assim. O carro elétrico entra em todo esse cenário. Não parece, mas entra.

Depois, a gente pode até colocar. E de forma dinâmica. Nós temos que ser rápidos, porque, senão, vamos perder o bonde para os chineses. Já estamos perdendo. E de maneira ética. Nunca se falou tanto em ética como está se falando agora. Não adianta eu fazer um negócio, ter um esquema, depois tira o subsídio, tira o esquema, e o negócio vai por água abaixo.

É isso aí. Desculpa estar em inglês. E aí vem uma puxação de saco para a gente, que somos engenheiros, tanto eu como a Aline. Quem vai resolver isso? É um pouquinho essa parte do engenheiro, do técnico. E o que a gente tem feito aqui é isso. Eu já vim aqui na Universidade Federal do Espírito Santo, tem aqui um professor muito bom, professor Alberto. Ele trabalha com carro autônomo, já fez um meme.

Nós fizemos, no final do ano passado, na Firjan, no Rio de Janeiro, um evento de veículos inteligentes. O que é veículo inteligente hoje? Ele é elétrico e autônomo. Para fazer autonomia é muito mais fácil fazer em cima de uma plataforma elétrica, porque todo o controle já é elétrico eletrônico. Melhor do que fazer em cima de um carro a combustão.

Então, quando a Uber pensa em ter um carro elétrico autônomo, ela está sabendo das coisas. Ela não está preocupada com o preço do carro. Por quê? Esse carro vai ser circulado em dois, três anos. Se você pegar um Uber, você quer um Uber cheirosinho, bonitinho, sem o estofamento estar rasgado. Mas o motor a bateria e o controle de potência ele pode ser usado três a quatro vezes, durante esse ciclo de uso, porque está debaixo da carroceria do carro. O que você precisa? Você precisa deixar o carro com a pintura bonitinha, porque andando todo dia provavelmente esse motorista vai bater um pouquinho. Não vai ter um acidente grave. E quem vai fazer essas mudanças são os estudantes. Então, fica gente no Brasil todo com esse trabalho voluntário para ensinar isso: de carro autônomo, de carro elétrico e esses conceitos de mobilidade. É isso que vai mudar a sociedade, porque o carro elétrico vem mais caro, mas o modelo de negócio o comporta e o ciclo econômico vai conseguir absorver de novo o motor. Você não precisa produzir o motor de novo, você não precisa produzir a eletrônica de controle de novo. Talvez você tenha que reciclar

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ou retestar a bateria, mas nesse ciclo de uso do Uber ou do táxi, de dois a três anos, beleza. Então, não é mais montadora.

O que é? (Pausa)

(Manifestação fora do microfone)

Recicladora? Não sei qual o nome. Acho

que não tem nome, mas está dentro dessa tecnologia de digitalização, e cabe a esses meninos, estudantes de Engenharia, os novos de Economia e Administração, mudar esse modelo. Até barco elétrico a gente tem.

E isso aqui é um carro sem piloto. Então, estudante está fazendo um carro sem piloto para a competição acadêmica. Tudo que tem aqui tem o link, tem o QR Code. Vou deixar desse jeito, aí mais tarde, em casa, no final de semana, vocês olhem alguma coisa. Tem aí essa competição da General Motors nos Estados Unidos. Acho que vocês conhecem o Bolt. É até bom que os vídeos não estão tocando porque a gente vai mais rápido. Depois vocês veem. Lá, a GM dá o Bolt. Bolt é o carro elétrico que eles acabaram de lançar, no ano passado, aqui no Brasil comercialmente. Não estão entregando ainda. E os meninos ficam um ano com o carro e o fazem andar sozinho. Então, carro elétrico em que os meninos trabalham um ano para fazerem andar sozinho. Agora, a minha bateria está acabando e eu vou falar a mesma coisa que a Aline falou. Dia 16 agora a gente estará fazendo o Seminário de Segurança e Conectividade, que eu coordeno. No dia 25 de maio, como ela falou também, vai ter, começa na Paulista e vai até o Pacaembu, o Dia da Mobilidade Elétrica. Eu não sei o dia da ABRAVEi. Você sabe? Vai ser em novembro? (Pausa)

É lá em Camboriú? (Pausa) É em Camboriú, em Santa Catarina. Dias

5 e 6 de julho, a gente vai fazer um curso de Segurança de Veículo Elétrico.

Estou com muito medo de esses carros importados chegarem à concessionária. É tensão contínua. É um tipo de perigo parecido com corrente alternada, mas não são duzentos e vinte não, são seiscentos volts, setecentos volts, mil volts, e aí, quando está na concessionária, o pessoal treina.

E, no dia 13 de agosto, para quem não é supersticioso, a gente vai fazer - eu sou o chairman desse evento - o 8.º Simpósio SAE Brasil de Veículos Híbridos e Elétricos. Vai ser lá no Clube Transatlântico, em São Paulo. O pessoal da área política - é só me mandar o e-mail - tem cortesia, porque já tem a viagem para São Paulo, então, já é difícil. É isso. A gente fica aqui com os nossos contatos. Essa apresentação é de duas horas, acho que eu fiz em tempo recorde. Espero ter passado um pouquinho desse conceito de mobilidade, de produto de tecnologia, um pouquinho diferente da alma apaixonada da Aline. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Obrigado, Ricardo. Passo a palavra para a deputada Janete de Sá, para fazer alguns questionamentos. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - É para entender melhor. As perguntas que eu vou fazer não se tratam de resistência, porque a gente tem que estar aberto ao novo. Nós estamos vivendo num mundo em que esses processos são dinâmicos, e a gente sabe que tem alguns produtos que hoje tocam a nossa frota e que são finitos, e a gente tem que pensar para frente.

Mas eu gostaria de saber, no nosso país, por exemplo, a distribuição de energia elétrica é uma concessão. Então, como é que eu vou captar, como é que isso se daria? Eu preciso de uma explicação sobre isso. Quem é que vai... Eu não posso pegar e produzir, na minha casa, a energia, e abasteço o meu carro. Tem uma distribuição fruto de uma concessão e que, mesmo que eu produza, eu tenho um encontro de contas com a concessionária. Então, como é que isso se daria? Outras questões: quais as ideias de produzir energia elétrica para tornar suficiente uma iniciativa como essa, tendo em vista que, no nosso país, ainda não é produzida energia elétrica suficiente para o nosso consumo da indústria?

Nós temos um problema sério dos apagões que acontecem e que acabam tendo impacto na indústria, nas residências, nos aparelhos eletrodomésticos que nós temos nas residências por conta, exatamente, de o país

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não produzir energia elétrica suficiente para o consumo das famílias, das residências, e também para a nossa indústria. Outra coisa que eu gostaria de perguntar: como é que seria isso? Como é que a gente cria suficiência, nesse sentido? Qual o custo? Aí eu estou falando de um veículo automotor mesmo, não estou falando de um patinete, não estou falando de uma bicicleta elétrica. Porque eu acho que, nesse caminho, seria até muito mais interessante se nós motivássemos esse tipo de locomoção, tendo em vista o grande problema de mobilidade, que precisa de infraestrutura bastante estruturante para que a gente aumente a nossa frota. Mas estou falando mais de outros mecanismos, que também são elétricos, que poderiam ser adotados como forma de a gente tirar esse impacto da mobilidade, hoje produzida pelos veículos automotores.

Eu gostaria de saber qual o custo de veículo desse hoje, para ver um comparativo com o que nós temos de combustão. Qual a autonomia? Ele tem uma autonomia para cruzar de um estado a outro? Ele tem quanto de autonomia, que não é tanque, são as baterias? Qual é essa autonomia?

Atualmente, qual o valor da energia usada para esse fim e de onde ela pode ser adquirida?

Algumas coisas que eu coloquei aqui: qual a sugestão que vocês apresentam para, por exemplo, uma empresa como a Petrobras, que é a maior e mais importante empresa brasileira que nós temos? Eu tenho que colocar isso porque, como legisladora deste estado, a gente tem que ver também o que é nosso, o que nós temos e como que fica o que temos. Claro que vai ter que se transformar, mas como fica? Ela que passa a ser a produtora dessa energia? Como é que é isso? Quais as ideias que vocês têm nesse campo? Outra coisa também que eu gostaria de saber, qual o percentual de carros elétricos já em circulação nos Estados Unidos, na China, na Inglaterra, na Itália, por exemplo? Porque a Itália é um país pequeno, então, ela não tem tanto problema. Ela tem mais problema de produzir tecnologia para exportar. Ela tem pouca massa de trabalhadores. China, uma massa imensa de trabalhadores. Aliás, falar em China é muito bom porque a legislação

trabalhista é uma das piores do mundo na China. É uma das piores existentes. Eu sou sindicalista, a gente conhece um pouco disso, é uma legislação muito ruim e, por isso, ela consegue bater, porque ela tem mão de obra farta, uma legislação muito ruim, que não dá muitas garantias aos seus trabalhadores, e ela consegue competir bem fora do país, mas será que ela está disposta a colocar? Se é bom para ela, é bom para os outros, é bom para ela. Não é? Por que ela, que tem essa tecnologia avançada, não coloca lá? Será que não é porque, com isso, ela vai também diminuir a mão de obra que ela precisa ter em fartura, porque ela tem uma população muito grande?

O país também tem uma população muito grande e tem muita mão de obra. Nós estamos com mais de treze milhões de desempregados no país, atualmente. E aí, como que faz isso? Porque pelo que eu percebi, o número de empregados é menor. Como que faz essa transição? Porque, pela ideia de vocês, a Petrobras está com os dias contados para ela acabar. A menos que ela mude sua estratégia, que ela mude seu foco, mas aí ela bate com a distribuição que é concessionada, e ela é uma empresa brasileira. Ela passa a ser a distribuidora? Então, nós vamos tirar a EDP. Estou falando em termos de hoje. Claro que isso daqui não é para agora, mas eu tenho que colocar, tenho que ser o advogado do capeta porque quem está nos ouvindo, a população que está nos ouvindo, ela tem que ter a visão do futuro, do progresso, mas também ela tem que entender, ela tem que compreender como que ficam os empregos. Sem emprego, como é que você compra esse carro? Como você sobrevive? Como é que essa questão roda? Essa questão, são questões, assim, que eu gostaria que vocês, se pudessem, me respondessem nessa ordem que a gente colocou. Como que fica? Por que a China não adotou para ela? Por que é bom para ela exportar, mas, para ela, a idealizadora, não estou vendo? Qual a frota de carros elétricos lá? Então, eu gostaria de saber isso. É basicamente isso.

Desculpa aí. Estou tentando ser bem simples porque quem está me ouvindo é simples e ele vai entender. Quem está me vendo, agora, nessas perguntas que estamos fazendo, ele vai entender exatamente o que nós

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estamos perguntando. Então, por isso que eu não vou fazer aqui perguntas rebuscadas que o povo não entenda. É tipo assim: como é que fica a Petrobras? Qual a autônima desse veículo? Porque quem tem veículo sabe o que é autonomia. Qual é a autonomia dele? Onde eu vou captar energia se eu não tenho nem o suficiente para o consumo brasileiro e das empresas? Como eu capto? A pessoa pode produzir em casa e ela mesma ir lá e ela abastecer seu carro? Ou ela tem que pagar à concessionária mesmo se ela produziu? A fotovoltaica, ela produziu, mas e aí? Ela vai ter que pagar à concessionária, porque a pessoa vai pensar: Oba! Agora eu vou produzir, vou lá e é só botar uma tomada que eu vou lá produzir energia, mas eu vou ter que pagar alguém, mesmo se ela produziu. É o encontro de encontro. Como é que é isso? Como é que fica a questão dos empregos?

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Obrigada, deputada. Nós estamos aqui com a presença do

Evandro Scopel, que é gerente executivo da EDP Escelsa, e ele está aqui e até tem uma apresentação, mas, por conta do horário, eu não sei se vai ser viável a apresentação ou se é uma apresentação rápida. Ou a gente poderia marcar para a próxima para a gente continuar esse debate.

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Gostaria

que minhas repostas fossem... O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Só um minuto. É porque uma das suas perguntas está

em cima da EDP, e ele acho que vai responder em cima disso aí, mas, assim, ressaltando a sua fala, é importante o seu desabafo, a sua fala.

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Não, não

é desabafo não, deputado. Não, não! Como legisladora, não estou desabafando não. Eu não tenho o direito de desabafar aqui não. São realmente dúvidas que eu tenho.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Não, mas são dúvidas que eu tenho. Depende, inclusive, de nós. Essa proposta que se coloca aqui depende de

algumas mudanças que nós podemos fazer na legislação neste Parlamento. São dúvidas que eu tenho, não é desabafo nenhum, é de quem gosta do país e quer preservar as nossas bandeiras, as nossas fronteiras, produzir isso aqui. O que é bom para o Brasil e é bom para os brasileiros contem com o meu apoio. Agora, aquilo que é para poder pegar e enriquecer cada vez mais as outras nações em detrimento da nossa e a pobreza ficar aqui, o senhor pode estar certo que pode ser o projeto mais inovador que seja, mas eu não vou ser favorável. Porque não adianta ser inovador e o povo daqui morrer e só quem pode muito ter esse veículo elétrico e os pobres continuarem pobres e sem emprego. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Só recompor a minha colocação de desabafo, não é desabafo. Mas, o que nós estamos discutindo aqui, a senhora tem preocupação com o emprego, nós também temos a mesma preocupação que a senhora tem. Mas, nós temos a preocupação com o futuro do país e do planeta, porque quem acompanhou o Fantástico ontem à noite, passou uma matéria sobre emissão de CO2. E nós estamos vendo os eventos naturais que têm acontecido no planeta que são um cenário referente à emissão de CO2 e nós não estamos discutindo aqui... A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - É verdade, presidente, mas não pega um pedaço da minha fala, não. Eu não estou preocupada só com o emprego não. Eu estou preocupada com o país. O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Eu deixei a senhora falar, agora deixa eu terminar a minha fala. Nós estamos fazendo uma discussão de futuro, deputada. Nós não estamos fazendo uma discussão aqui que amanhã vai começar a vender carro elétrico e todo mundo tem que comprar carro elétrico. Nós estamos fazendo uma discussão aqui para 2060, 2070, 2080, que o nosso país vai ter que se adequar. Uma hora ou outra ele vai ter que se adequar porque é uma moda mundial. Não é uma moda de país, de estado e de município, não. É uma moda mundial. O nosso planeta está sofrendo com a

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emissão de CO2 na atmosfera e nós estamos vendo os eventos naturais que têm acontecido no planeta. Nós vimos, agora, um evento acontecendo na nossa costa que nunca aconteceu. Nós estamos, hoje, passando por um calor, hoje, segunda-feira, em pleno dia 13 de maio, que era um período de inverno no nosso estado. Então, nós estamos fazendo uma discussão, aqui, de futuro. Eu entendo a sua preocupação com a geração de emprego, nós também temos essa preocupação, mas nós estamos aqui ouvindo um novo modelo que tem acontecido no mundo todo e nós estamos abrindo uma discussão na Comissão de Ciência e Tecnologia que é aberta para essa discussão. Ninguém está impondo nada aqui, não. Vamos passar para o Evandro Scopel para ele responder as suas perguntas e fazer uma breve apresentação sobre a EDP Escelsa.

O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Obrigado, presidente!

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - É ele que

vai responder? Porque como a questão... O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ele vai falar em cima da sua primeira pergunta.

O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Primeiro cumprimentar a Mesa, deputado Alexandre Xambinho, as perguntas que a deputada Janete fez, muito pertinentes, deputado Gandini e deputado Carlos Von. Muito obrigado pela oportunidade!

Eu vou pular algumas coisas que já foram faladas, mas em termos gerais, a preocupação com a sustentabilidade é uma preocupação muito grande. Você tem uma urbanização muito forte agora e isso gera muito consumo, muita demanda nas grandes cidades. Então, se tem uma preocupação junto com a explosão de dados, a questão da economia partilhada, que vocês falaram muito bem, a busca por energias limpas. E energia que é o problema do futuro. Não um problema atual, mas o problema do futuro.

Então, o que a gente vê? Que no mundo a gente já tem instalado, mais ou menos, até 2017, que é um dado de terceiros, em torno de

quatrocentos e sete giga de potência instalada de fotovoltaica, que é um valor muito grande. Aqui no Brasil a gente tem menos, vamos botar assim, tem um milésimo dessa capacidade. Então, o mundo cresceu muito. Quem cresceu muito? Começou a Europa, com incentivos, e a China e a Ásia foram os que mais cresceram. O resto do mundo é muito pequeno. As Américas aparecem ali em terceiro lugar, mas mais por causa dos Estado Unidos.

Aqui no Espírito Santo, como é que a gente está? A gente tem mil trezentas e seis unidades com painel fotovoltaico. É um valor que vem crescendo dez por cento, é exponencial também. É muito pequeno - a gente tem um milhão e meio de clientes -, um milésimo dos clientes, mais ou menos, que têm a energia fotovoltaica, que dá em torno de doze mega. O Brasil tem quinhentos; o Espírito Santo tem doze. Então, dá para ter, mais ou menos, um paralelo de qual o tamanho do Espírito Santo dentro do Brasil, quinhentos e doze. Mas, temos cento e cinquenta pedidos por mês que a gente considera bom. Um mercado que cresce dez por cento ao mês é um mercado que mostra para que veio.

Como a EDP está trabalhando nisso, está fomentando esse crescimento das fotovoltaicas? Ela está trabalhando com grandes empreendimentos por enquanto, que é onde

você consegue uma economia de escala maior e você consegue o menor custo de produção. Botar no telhado da casa é um pouco mais caro ainda, mas botar em grandes indústrias é mais tranquilo. Por quê? Porque você coloca em áreas grandes ou em telhados de grandes shoppings. Ali tem dois exemplos. Uma que a gente fez em Minas, de 8.3 mega, e outra a de um shopping no Rio de Janeiro, se não me engano, de 1.3 mega. Aqui recentemente, a gente assinou um contrato com a Brametal e vai ter a maior usina do estado, que é em torno de 1.1 mega também. Então, a gente está trabalhando para fomentar esse tipo de crescimento também para aumentar a geração. Ali alguns parceiros que a gente tem, Multiplan, Globo, Banco do Brasil, Teens, BRMalls. A gente está trabalhando forte para fomentar a questão da usina fotovoltaica no Brasil tanto na questão de geração distribuída como autoprodução de

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energia, que é uma diferença praticamente de terminologia. Muda um pouco, mas não é tanto. O que a gente vê que são os novos paradigmas de mobilidade, você vê que tem pressão regulatória, rota 2030. A gente tem as necessidades de mobilidade. Você vê a uberização. As pessoas não querem mais ter as coisas. As pessoas não querem mais ter carro. As pessoas querem partilhar as coisas e querem pagar pelo uso. E também a mudança na indústria da mobilidade. Cada vez mais a gente está focado no nosso smartphone, não quer ter mais um carro parado ali, estacionado. Até o estacionamento se pagar, paga pelo smartphone hoje em dia. Então, a gente vê que as pessoas estão focando muito nessa questão dos aplicativos. E tenho muito do que o Ricardo falou. Para eu ter um carro elétrico, o que eu preciso ter, o que eu preciso mudar de hábito? Quanto é o custo dele, quanto que eu ganho com ele? Vale a pena ter, não vale a pena ter? O que a gente vê no Brasil é que, por enquanto, para grandes indústrias ou aplicações maiores, como ônibus, ele parece ser mais viável. Por quê? Você tem que rodar de quarenta e cinco a sessenta mil quilômetros por ano para o carro elétrico começar a ter aquele ganho, menos

revisões, que a Aline falou, um custo de energia um pouco menor. Isso hoje. Com a redução dos preços dos carros elétricos, aumento da autonomia, vai melhorar. O BMW E3, que ela mostrou, tem em torno de cento e vinte quilômetros de autonomia, que foi o primeiro. Esses carros, como o Zoe, já tem na faixa de quatrocentos, e o Chevrolet Bolt, se não me engano, chega a quase a quinhentos. Isso está aumento. Está aumentando a autonomia dos carros. Aqui, no Brasil, o que a gente tem? Rota 2030, Acordo de Paris, redução de emissão de CO2. É muito importante o carro elétrico para isso. Teve a questão de 2015, da isenção de imposto de importação e tem outros incentivos que as cidades vão querendo cada vez mais ter os pontos de carregamento elétrico. Isso tudo vai forçando os clientes a verem oportunidade de adquirir o carro, mas não será a gente que vai obrigar a usar A ou B, mas é o próprio cliente que vai buscar a alternativa que é mais saudável para ele, mais barata e que é mais adequada às necessidades. Pode ser que ninguém queira

comprar o carro elétrico, e, daqui a alguns anos, todo mundo queira alugar, via aplicativo. Ele fica na rua, pega e aluga, ou queira com motorista, ou queira autônomo. A gente não sabe ainda como vai ser o futuro. Aqui no Brasil, a notícia boa é que a gente tem as fábricas no Brasil agora da BYD, de ônibus, e a Volkswagen Caminhões, quer dizer, já está começando. Veículo elétrico mesmo não é produzido no Brasil, eles vêm ainda importados. Até porque o mercado é muito pequeno. Eu não tenho o número. Não sei, Ricardo, se você tem o número de veículos elétricos que têm no Brasil. Acho que é muito pequeno ainda. E qual o nosso papel? Energia. Distribuir energia. Distribuir energia, como concessionária, como a senhora deputada falou, é distribuir... A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Como é que funciona exatamente isso? Como é uma concessão, e aí não temos energia suficiente, porque daqui a pouco, os carros vão competir com consumo interno, das indústrias, das residências. Então, como funciona isso? A pessoa vai, fez um programa junto com vocês da energia fotovoltaica, que seria vocês, Banco do Brasil também. Ela também concede crédito para isso. Aí como funciona? O senhor produz, ela pode usar o quê? Como que é isso, como é esse encontro de contas, para quem está ouvindo entender como funcionaria isso hoje.

O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Excelente pergunta. Começar de um nível maior. O Brasil é desverticalizado no setor elétrico. Então, tem empresas geradoras, que são leilões da Aneel. Não têm nada a ver com a EDP. São com a empresa. Transmissão também é leilão, e chega aqui na distribuição. Comercialização é totalmente à parte desse sistema de ativos. Ela não tem ativos. Ela só faz a ligação entre os clientes e as geradoras e usa as distribuidoras. Se falar: distribuidora é concessão? É. Mas ela é toda regulada pela Aneel. Então tem uma tarifa que é regulada. Todos os custos que estão na tarifa são colocados pela Aneel. Como funciona no caso da casa, da microgeração? Se eu gero energia e consumo no mesmo momento, é toda do consumidor. Consumiu, gerou, sim.

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Para que serve a rede? A rede serve para funcionar de bateria. Bateria é muito cara ainda. Não dá para trazer bateria para cá para todo mundo.

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Mesmo se ele usou e ele...

O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Ela

funciona a empréstimo ou a título... A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Só um minutinho. Se ele produziu e usou, mas ele tem um encontro de contas com a EDP. O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Isso, isso. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Não tem? O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Isso. Mas, se ele gerar e consumir no mesmo momento, não tem encontro de conta nenhum, não passa no medidor. Então, durante o dia, se eu gasto cem e estou gerando cem, a EDP não enxerga. A EDP distribuição não enxerga.

Agora, para que serve a rede? Eu preciso usar o ar-condicionado à noite, preciso usar lâmpada à noite. Como eu faço se gero fotovoltaica de dia? Aí como funciona?

O mecanismo que a Aneel encontrou foi empréstimo a título gratuito. Então, a energia transita para a rede e volta para a rede.

O que tem de diferente nisso que a gente faz diversos workshops com clientes, Crea para tentar explicar? É que também tem um limite, tem o limite do custo de disponibilidade, porque está conectado lá. Então, o mínimo vai ter que pagar. Só que, se ele se planejar para gerar o suficiente para que esse mínimo ele consuma da rede, então, ele já ia pagar aquilo de qualquer forma. A conta não zera nesse negócio e o imposto, que é natural, que o Governo, como tributa no destino final, vai e quando volta uma parte sofre tributação. PIS e Cofins já não têm e uma parte do ICMS já não tem para micro e minigerador. Já para alto produtor é um pouco diferente, tem uma regra tributária diferente. São clientes maiores, têm um custo menor de implantação, mas funciona dessa forma: empréstimo a título gratuito para a rede. Por que é empréstimo a título gratuito?

Porque o cliente precisa da rede para usar a energia à noite já que solar só gera durante o período do dia.

Então, dentro desse foco no relacionamento com o cliente, a gente faz os workshops, faz as palestras para tentar explicar o máximo, para ninguém ter dúvidas. Porque para a gente também não é bom. Se o cliente chega lá e acha que o sistema não está funcionando, ou que não funcionou da forma que ele imaginava que era, não fica bem para nós. Então, a gente tenta ao máximo ensinar aos técnicos e consultores como fazer esse sistema da forma mais, vamos dizer, economicamente viável possível. Isso gera emprego. São cento e cinquenta instalações por mês. É muita gente que está trabalhando com isso. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Como as perguntas não foram respondidas... Só essa dúvida que eu tinha da geração que você conseguiu me responder, mas a ideia de vocês é trazer essa nova tecnologia, mas também com ideias de produção de energia? Porque isso daí anda dissociado da concessionária. Ele não precisa andar junto. Qual é a ideia de vocês nesse caminho, para poder ter geração suficiente para suportar uma iniciativa dessa envergadura? O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - É como a gente falou, o crescimento.

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Estou falando com ele.

O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Ah,

desculpa. O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - Eu posso responder uma por uma das perguntas? A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Sim, eu gostaria. O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - Se me ajudar a devolvê-las, porque já me perdi um pouquinho. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Primeiro...

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O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - A capacidade, não é?

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - A capacidade, como isso se daria, quais as ideias de produzir energia elétrica para ter o suficiente.

O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - Senão vou me perder.

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Ah, tá. Uma por uma. Capacidade.

O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - A relação da capacidade é exatamente isso que nós estamos falando. Nós estamos vivendo no país uma crescente utilização de renováveis. Então, não existe uma frota. A frota de veículos elétricos no Brasil não passa de cinco mil carros no total e noventa por cento deles não se conectam na tomada. Porque para se conectar na tomada tem que ser o plug-in, tem que colocar na tomada.

Noventa por cento dos carros hoje que são vendidos são do tipo não plug-in. Bom, eu vou ter que falar a marca do carro, não tem jeito. É o Toyota Prius e o Ford Fusion. Ele não vem com tomada. Ele só está pegando essa eficiência energética da regeneração.

O que é isso? Quando você freia, você não freia. Aquela energia que iria ser perdida em termos de mecânica, abastece uma bateria desse carro. Ele é um carro elétrico, ele tem uma bateria e a energia que ele iria dissipar na forma de calor esquentando a lona e o disco se transforma em joule e, depois na hora que ele tiver que andar de novo, ele vai usar aquela bateria. Então, é o típico da tipologia híbrido não plug-in.

O plug-in, por exemplo, aquele que está na TV lá é o BMW i3. Além de ser plug-in, ele é range extender. O que é um range extender? Ele tem um motorzinho em dois tempos, você põe gasolina e ele é uma ótima solução para não ter que depender de uma infraestrutura numa estrada. Então, se eu vou andar mais que duzentos, trezentos quilômetros, que é a autonomia, é o quanto que eu posso andar com um carro elétrico, com a bateria completamente carregada, é isso.

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - São trezentos quilômetros?

O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - Então, a resposta para a primeira pergunta é: nós vamos suprir essa energia muito com esse crescimento de renováveis. E a renovável tem essa dificuldade, ela é gerada e tem que ser consumida de preferência no lugar, que é o típico do carro na sua casa. Então, isso vai gerar um fomento para essas energias, o seu painel fotovoltaico que você vai colocar lá.

Com relação ao que o colega da EDP falou também, existe a tarifa branca. Hoje uma fábrica contrata o fornecimento de forma diferente do que a gente tem em casa, e a gente tem o crédito energia. Então, se eu tiver uma casa de praia em Guarapari e morar no centro de Vitória, eu não uso a minha casa lá durante o dia e ela está gerando energia e está jogando na rede. Aqui, porque está calor em maio, não devia estar, está com ar-condicionado gastando energia para caramba. Então, aquilo que eu gerei de crédito lá a EDP não vai me devolver o dinheiro, não, mas ela vai dar um crédito e vai fazer um desconto na minha conta, na minha casa aqui na cidade.

O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - É

um empréstimo. O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA -

É isso que chama de crédito energia, você que é o especialista. Eu só estou tentando falar de uma forma mais interessante com exemplos.

Então, a questão da energia tem essa de começar a se estruturar em termos de renováveis, não depender tanto de linha de transmissão que vem lá do Amazonas, do Pará e tem que chegar aqui no Sudeste.

A outra pergunta?

A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Só um minutinho, Ricardo, que eu queria ressaltar um parêntese também, só para ficar mais ilustrativo, que acho que é importante também ter alguma referência mais prática. A questão do carro elétrico, estou falando isso mais do cem por cento elétrico, não só do híbrido...

O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - E aquilo, você pode usar a sua própria casa para abastecer cem por cento do carro. A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Isso daí que eu ia falar agora, que a maioria hoje dos

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proprietários dos veículos elétricos carregam o veículo em casa, no condomínio. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Do que eles produzem, não do que vem distribuído pela rede. É isso? A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Não. Pode sim também da rede. Por quê? Hoje você... A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Essa que é minha preocupação. A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Sim. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Do que é produzido pela rede que hoje não é o suficiente. A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Não. Então, o que acontece? Hoje é a mesma coisa que você for instalar um ar-condicionado, você vai aumentar a sua carga, o seu consumo de energia. Para você também utilizar a energia para um carro elétrico, é a mesma coisa. Então, eu estou instalando um ar-condicionado, estou utilizando um carro elétrico, isso quer dizer o quê? Que consumo de energia não é algo astronômico como a gente pode imaginar, pode relacionar como um ar-condicionado. Estou instalando um ar-condicionado na minha casa, estou consumindo o carro elétrico. A analogia de consumo de energia é bem próxima. Então, eu quero dizer é o seguinte: a mesma tomada 220 e 127 que eu tenho é a mesma tomada que vou alimentar o carro. Então, não é algo tão extraordinário. Então, nos estacionamentos, nos condomínios... A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Para hoje que são poucos, não é? A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Isso. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Para hoje que são poucos. A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Não. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Mas nós estamos pensando, como bem disse aqui o deputado, em futuro. Então, se nós estamos

pensando em futuro, em crescimento para daqui vinte, quarenta, cinquenta anos, nós temos que ver como é que nós vamos produzir mais energia limpa. A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Sim. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Porque, se eu não produzir, eu vou entrar em colapso. Porque não é mais um ar-condicionado, é a frota que está se pensando aqui e mudando essa modalidade para uma frota de carros elétricos porque é uma energia limpa.

E nós aqui todos defendemos isso. Nós só temos que fazer isso com sustentabilidade, com condições de você fazer esse desembarque - no popular - de forma que ela seja equilibrada e que você não quebre outros sistemas produtivos. É isso que estou querendo dizer.

A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Sim. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Não

estou aqui apenas defendendo os empregos, não. Estou falando numa preocupação, a coisa me chateou porque eu estou pensando num todo. Eu estou pensando numa das principais empresas que esse país possui, estou pensando se esse tipo de modalidade reduz o nível de empregos, nessa nova captação de energia, porque vamos ter que estar buscando novos mecanismos para gerar energia limpa, para gerar energia elétrica, porque hoje nós não temos o suficiente. É todo um conjunto para se chegar a essa ideia que vocês vêm aqui trazer e que ela é muito boa, mas como a gente faz isso?

Para a gente não achar que está atrasado, vamos correr porque a China pode passar na frente e senão a gente fica para trás e faz como brasileiro costuma fazer: muita coisa atabalhoada e aí, ao invés de você construir uma solução, você cria um monte de problema e não tem uma solução que favoreça o suficiente. É isso.

A SR.ª ALINE GONÇALVES SANTOS - Sim.

Mas muito pelo contrário, não é? Essa questão das energias limpas, a questão dos veículos elétricos, elas trazem sim empregos, rendas e trazem novas oportunidades que, inclusive, não existem hoje. Não existe o mercado de veículos elétricos. O mercado de energia limpas no Brasil

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está crescendo. O Evandro tem autoridade para falar melhor sobre isso.

Isso tudo são novas oportunidades, é nova geração de empregos. Ao contrário, são novas oportunidades, para geração de emprego que não existe, tanto é que a gente vê a China vindo com muita força aqui no Brasil, conversando com várias autoridades públicas no nosso país, para trazer indústria para cá. Inclusive, já tem aqui em São Paulo a indústria chinesa.

A questão é: por que não desenvolver isso, nós, brasileiros? Por que isso vir lá da China e instalar aqui? Por que não a gente desenvolver, para gerar emprego e gerar renda? Isso foi o que eu quis também falar.

E outra questão, sobre aumento de demanda e aumento de consumo, o que eu quis dizer? É que tratando o nível pequeno - de residencial, de condomínio -, a gente utiliza a energia própria do condomínio, e toda a estrutura de instalação elétrica é baseada por normas. Então, a partir do momento que eu vou construir um prédio ou fazer a minha casa, tudo tem que ter o embasamento da distribuidora, da concessionária. Eu não posso fazer uma casa e instalar o padrão de qualquer maneira. Não! Tem que passar pela distribuidora e a distribuidora é que fiscaliza e libera a conexão com a rede. Tudo em relação à energia elétrica no nosso país, existe o sistema SIN, que é o Sistema Interligado Nacional. Toda a nossa rede nacional é interligada, desde o Amazonas, lá do Acre, até em Porto Alegre, lá no sul.

Isso tudo exige um planejamento em nível nacional da rede, e o Evandro pode falar com mais propriedade, com a rede elétrica. Quando eu vou aumentar minha carga ou vou fazer meu prédio, preciso da autorização da EDP. E existe todo um planejamento, desde a geração de energias, para novas demandas do Brasil. Então, a questão de apagão, a questão de qualquer coisa que vai acontecer, existe já uma premissa em nível Aneel, até da geração de energia, que já prevê isso. Existem estudos que já preveem quanto que vai aumentar de consumo de energia para o ano que vem, para dois anos. Já existe isso.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Só um momento, por favor.

Nós temos Comissão de Finanças daqui a pouco. Já é uma hora, na verdade. Tanto eu quanto os deputados Fabrício Gandini e Carlos Von somos membros da Comissão de Finanças e nós precisamos finalizar a Comissão de Ciência e Tecnologia para a gente caminhar para a Comissão de Finanças. Então, vou fazer o seguinte, deputada Janete, você relaciona suas perguntas, passa para a Aline e para o Ricardo...

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - A taquigrafia já captou e acho que a comissão mesmo endereça e eles oferecem as respostas. Ok. Para mim, satisfaz.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - OK.

Vou passar para o deputado Fabrício Gandini e depois Carlos Von, para a gente estar finalizando. E na próxima reunião da comissão a gente volta com o mesmo tema para abrir o debate, porque acho que o debate está interessante e nós temos que avançar. Não é nada para agora, mas temos que pensar no futuro, que não é o meu futuro, é o futuro dos meus filhos, dos meus netos, o futuro do meu país e desse planeta.

Passo a palavra para o deputado Fabrício Gandini.

O SR. FABRÍCIO GANDINI - (PPS) - Primeiro parabenizar o deputado Xambinho pela escolha da temática. Acho que é extremamente importante, até porque com tecnologia a gente não escolhe se vai usá-la ou não. A gente viu o Uber como chegou. A gente viu, por exemplo, a gente tinha uma loja famosíssima aqui, a tal da Laser Discos, e de um dia para o outro ela sumiu. E a Petrobrás, se ela não entender que, primeiro, é finito o petróleo dela, então a gente já tem que se preparar para essa transição. E o mundo já está se preparando para essa transição, pois além de ser finito, a gente sabe que também polui muito, então a gente tem dois motivos muito fortes para se pensar numa transição.

Então, a gente viu o Uber, né, como a uberização das coisas. A Microsoft vendia computador e hoje ela fala: nós não vendemos mais lata. Ela vende serviços. Ela não vende nem aplicativos mais, ela vende serviços.

A gente está vivendo uma transformação em que a gente não tem escolha. A gente tem

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que saber, e aí e importante, a deputada Janete de Sá colocou, como a gente vai participar: ou como coadjuvante, observando os países inventarem as soluções e a gente embarcar nelas; ou a gente ser protagonista, que eu acho que esse é o ponto aqui. A gente quer ser protagonista, a gente quer que o carro autônomo saia daqui e que a gente faça todas as conexões.

Então é parabenizar. Acho que a discussão é essa. A gente precisa incentivar isso como legislador. Fiz uma proposta para reduzir para um por cento do carro híbrido aqui no Espírito Santo, está tramitando, vai chegar nessa nossa comissão. Acho que é uma forma de a gente incentivar, de o carro elétrico ser incentivado aqui no estado. Enfim, a gente tem muito que aprender também, por isso a comissão. E queria parabenizar o deputado. Eu vou correr porque eles estão precisando de quorum lá. Aí eu dou o quorum, depois vocês chegam. Está bom? Obrigado! Obrigado pela presença de todos vocês! O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Obrigado! Com a palavra o deputado Carlos Von. O SR. CARLOS VON - (AVANTE) - Boa tarde a todos! Quero, primeiramente, parabenizar o nosso deputado Alexandre Xambinho pela escolha do tema, energia limpa. É importante e fundamental a gente debater esse momento. E venho parabenizar também o Ricardo, a Aline e o Scopel pela explanação.

Xambinho, trinta segundos, é uma pergunta rápida. Um de vocês três pode me responder. Se já existe algum sistema de carro elétrico compartilhado, como já existem essas bicicletas; e se já existe alguma cidade no Brasil que implantou esse sistema e como é que tem funcionado. O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - Em São Paulo a Renault, com o Cubo, que é uma startup, uma incubadora que está fazendo isso; a LDS urbana já faz há uns dois, três anos, e isso está crescendo. É exatamente o modelo de Car Sharing compartilhado, que talvez seja um bom modelo para isso. Acho que o que é mais importante é no setor de transporte público. Nós estamos

falando mais do diesel do que da gasolina e do etanol. O SR. EVANDRO SCOPEL COMETTI - Eu queria dar um destaque que a gente vai ter o primeiro. Aqui no estado a gente ainda não tem o corredor elétrico. Nos próximos slides a gente ia falar que vai ter um corredor elétrico feito pela EDP, em parceria com o Findes, para fomentar essa questão de a gente poder ter, no futuro, o Car Sharing aqui. Obrigado! O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE XAMBINHO - REDE) - Só gostaria de registrar, também, a presença do vereador Leonil, de Vitória, que está aqui acompanhando a discussão da comissão.

Agradecer a presença de todos vocês, agradecer ao Ricardo, à Aline, ao nosso amigo Scopel, da EDP. Obrigado pela presença de vocês. E avisar ao nosso supervisor para a gente já botar esse tema na próxima reunião da comissão, para a gente voltar a debater. Muito obrigado! A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Gostaria, presidente, primeiramente agradecer pela oportunidade, por trazer esse tema, mas especialmente que na próxima reunião pudesse ter essas respostas. Eu gostaria de saber qual o percentual de veículos elétricos que já estão em circulação na China, nos Estados Unidos, na Itália, na Inglaterra, que a Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra. Então, como eles estão à frente disso, até para a gente poder saber como está funcionando em nível do mundo. O SR. RICARDO YOSHIKAZU TAKAHIRA - Os percentuais variam de país para país, mas globalmente, hoje, pela Bloomberg, é 0.001, e para 2040 só vai ser um por cento da frota, mesmo mundialmente. Agora, se você for para Noruega, a coisa é espantosa. Se você for para outros países...

A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Se puder trazer esses exemplos, eu acho que seria interessante, até para a gente ver como se movimentam os países em termos de mão-de-obra, essa questão toda que é o que eu também

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gostaria de visualizar, porque tudo é bom quando traz o equilíbrio. Não adianta ter energia limpa e não ter esse equilíbrio, que também é necessário. Então, tudo é bom quando traz o equilíbrio e é no equilíbrio que estou pensando quando fiz essas perguntas.

O SR. PRESIDENTE - (ALEXANDRE

XAMBINHO - REDE) - Ok. Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada a reunião. Antes, porém, convido os pares para a próxima reunião desta comissão, que será ordinária, no dia e hora regimental.

Boa tarde a todos e que Deus nos abençoe!

(Encerra-se a reunião às 13h19min)

QUINTA REUNIÃO ORDINÁRIA, DA

PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA DÉCIMA NONA LEGISLATURA, DA COMISSÃO DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE E DE POLÍTICA SOBRE DROGAS, REALIZADA EM 13 DE MAIO DE 2019.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Havendo número legal e invocando a proteção divina, declaro abertos os trabalhos desta comissão.

Quero saudar o deputado Vandinho Leite; o público presente; o público que nos assiste através da TV Assembleia; os servidores desta Casa; os estagiários; os convidados, doutor Diego Aleluia e doutor Brenno; todos os presentes; e os que estão nos assistindo também através da TV Assembleia no Estado do Espírito Santo.

Vou abrir, inicialmente para as considerações iniciais, para o deputado Vandinho Leite, caso deseje se manifestar.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Boa tarde, deputado presidente desta comissão, delegado Lorenzo Pazolini; boa tarde a todos os que nos assistem pela TV Assembleia e que estão participando neste momento desta reunião, em especial, aos dois exemplos de servidores públicos que vão estar aqui conosco, hoje, debatendo temas importantes desta comissão.

Agradeço, de coração, a presença do doutor Diego Aleluia, delegado da DPCA, Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente - Lorenzo, acho que conhece bem a delegacia - e, também, do delegado doutor Brenno Andrade, que já esteve aqui conosco, inclusive em outras ocasiões, que é o delegado da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Cibernéticos. Muito obrigado aos dois pela presença.

Devolvo a palavra ao presidente. O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Agradeço, deputado Vandinho Leite, e consulto a V. Ex.ª se deseja que seja feita a leitura da ata.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Senhor

presidente, visto que a mesma já está publicada e pode ser apreciada anteriormente por cada um dos parlamentares, não vejo necessidade da leitura e, desde já, voto pela aprovação da mesma.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Vou acompanhar o senhor deputado Vandinho Leite.

Então, ata aprovada como lida, à unanimidade.

Vamos passar à leitura do Expediente. Solicito à servidora que proceda à leitura

do Expediente, por gentileza. A SR.ª SECRETÁRIA lê:

CORRESPONDÊNCIAS RECEBIDAS: Não houve no período.

PROPOSIÇÕES RECEBIDAS, DISTRIBUÍDAS, SOBRESTADAS, BAIXADAS DE PAUTA: Não houve no período. O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Agradeço à servidora Adriana Bazon.

Vou passar ao item quarto, à Ordem do Dia.

Item 1 da ordem do dia é deliberar convite à excelentíssima senhora Gladys Henriques Pinheiro, juíza de direito da 1ª Vara da Infância e Juventude do Município da Serra.

Em discussão. (Pausa)

88 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

Não havendo quem queira discutir, consulto como vota o deputado Vandinho Leite?

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Vou

acompanhar a proposta de V. Ex.ª. O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Eu também acompanho.

Matéria aprovada, então, à unanimidade.

Item 2, deliberar convite à excelentíssima senhora Jéssika Lima da Luz, promotora de Justiça da 1ª Vara da Infância e Juventude do Município de Vitória.

Em discussão. (Pausa) Não havendo quem queira discutir, como

vota o deputado Vandinho Leite? O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Pela

aprovação do convite. O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Eu acompanho.

Matéria aprovada à unanimidade. Item 3, deliberar convite à senhora

Eduarda Borges Bimbatto, assistente social da 2ª Vara da Infância e Juventude do Município da Serra.

Em discussão a matéria. (Pausa) Não havendo quem queira discutir,

consulto como vota o deputado Vandinho Leite? O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) -

Também pela aprovação do convite. O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Informo que com a aprovação por esta comissão elas irão comparecer à audiência pública desta comissão, no dia 15 de maio de 2019, próxima quarta-feira, às 14h, discorrendo sobre o tema Depoimento Especial e a Lei n.º 13.431, de 2017.

É um tema extremamente pertinente, que hoje envolve toda a sistemática de oitiva, produção de provas, e que há ainda uma discussão em nível nacional, no Brasil todo, sobre essa produção de provas com a superveniência da Lei n.º 13.431.

Então é uma matéria importante porque gera uma discussão até que obviamente os

acusados, os denunciados têm direito a defesa, constituem advogado, isso traz uma celeuma da questão da nulidade.

O que queremos evitar é que se perca todo esse trabalho e que se exponham novamente as nossas crianças e adolescentes a uma questão vexatória e até submetê-las a uma questão desnecessariamente de repetir três, quatro, cinco vezes a instrução probatória, ou seja, aquela criança ser repetidamente ouvida.

Item 4, deliberar convite ao senhor Givaldo Vieira, diretor-geral do Departamento de Trânsito do Estado do Espírito Santo, Detran ES, para estar presente à reunião ordinária desta comissão no dia 27 de maio de 2019, apresentando as estatísticas relacionadas a acidentes de trânsito no estado e a campanha Maio Amarelo.

Deputado Vandinho, a matéria já em discussão, essa questão é pertinente também àquela ação que temos aqui na comissão de combate ao transporte clandestino. Aquelas vans escolares, veículos que não têm condição nenhuma de circular e que colocam as crianças e adolescentes em risco. Então, nós continuamos nesta matéria verificando e apurando aonde esses veículos transitam. E vamos continuar realizando ações conjuntas com o Detran e, principalmente agora no mês de maio, no Maio Amarelo. Então, nós estamos convidando o doutor Givaldo Vieira, diretor-geral, para vir aqui e desenvolvermos ações conjuntas. A matéria continua em discussão. (Pausa)

Não havendo quem queira discutir, como vota o deputado Vandinho Leite?

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Pela

aprovação do convite. Só justificando o voto, entendi um pouco

mais após a explicação de V. Ex.ª, por ser uma Comissão de Proteção da Criança e Adolescente, mas entendi que faz parte da continuidade das discussões que tivemos aqui nesta comissão em relação ao transporte escolar e então, desde já, votei pela aprovação.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - E tivemos até, foi bom V. Ex.ª nos rememorar, uma ação externa já exitosa em que foram localizadas

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 89

pessoas que efetivamente realizavam o transporte clandestino e que foram identificadas. Houve uma ação, elas foram conduzidas à Delegacia de Delitos de Trânsito, foram autuadas em flagrante e estão respondendo à ação penal.

Os veículos foram apreendidos, tivemos sucesso, tivemos êxito já em uma ação e desenvolveremos outras, com certeza. E os pais também foram chamados à responsabilidade, para que não submetam seus filhos a esta condição de risco iminente de veículos que não têm condição de circulação, que não têm inspeção, pneus carecas e precariedade de manutenção mecânica. Passando à fase das Comunicações, anunciamos a presença do excelentíssimo senhor Diego Aleluia Barcelos, delegado titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, DPCA, o qual irá discorrer sobre os desafios, metas e estatísticas da DPCA.

Anunciamos também a presença do doutor Brenno Andrade de Souza Silva, delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, discorrendo sobre os desafios, metas e estatísticas da DRCC envolvendo crianças e adolescentes. Agora vou conceder a palavra ao doutor Diego Aleluia Barcelos e, logo em seguida, ao doutor Brenno.

Fiquem à vontade para discorrer sobre o tema, apresentar os trabalhos desenvolvidos, estatísticas, os desafios, metas.

Enfim, esta comissão quer somar, colaborar e auxiliar neste trabalho que é um trabalho árduo, diuturno, mas que tem apresentado resultados significativos para a sociedade capixaba.

Doutor Diego, fique à vontade, a palavra está com V. Ex.ª.

O SR. DIEGO ALELUIA BARCELOS - Uma

boa tarde, excelentíssimo deputado; boa tarde para todos os presentes; boa tarde para o doutor Brenno.

Como já foi dito antes, hoje eu sou o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Nós temos como área de atuação a Grande Vitória. A nossa atribuição é a apuração da prática de crimes em face de criança e

adolescente que não sejam contra a vida e nem com efeitos patrimoniais. O nosso carro-chefe lá, infelizmente, são os crimes sexuais contra as crianças e adolescentes e a prática de maus-tratos e outros crimes que configuram infrações de menor potencial ofensivo.

A nossa unidade responde para investigação de crimes ocorridos nos município de Vila Velha, Vitória, Viana, Cariacica e Serra. Atualmente, para atender os cinco municípios da Grande Vitória nós contamos com dezoito policiais, sendo que eu e o doutor Douglas, meu adjunto, estamos incluídos neste número.

Nós contamos com três escrivães para praticamente cinco cartórios. Cada município tem o seu cartório. O município de Cariacica tem aglutinado nele o município de Viana e nós temos um cartório a mais porque temos uma investigadora ad hoc que trabalha como escrivã, nesse caso, pela confecção de termos circunstanciados de todos os cinco municípios.

Nós contamos com nove investigadores, dois agentes de polícia que se revezam na prática de investigações na rua e, principalmente, o trabalho interno que a gente tem para a organização da delegacia, recebimento de pessoas, confecção de boletins de ocorrência, e tudo o mais. E nós iniciamos há alguns anos na unidade, porque voltei para a DPCA, tive o prazer de trabalhar como adjunto uma época nessa unidade e foi implementada nessa unidade pela Polícia Civil a utilização de uma psicóloga e uma assistente social para acompanhar essas crianças durante a realização do nosso procedimento investigativo e depois encaminhar para a rede de proteção dessas crianças.

O que acontece? Vou passar para vocês algumas estatísticas da unidade, mas primeiro preciso passar umas estatísticas gerais para depois concentrar na questão do abuso sexual.

Nós temos uma média, em 2016, de cento e setenta boletins de ocorrências confeccionados na unidade por mês, fora os que nós recebemos, que são confeccionados nas regionais ou qualquer outra unidade em que a nossa atribuição esteja abarcada.

Em 2017 foram cento e sessenta por mês.

Em 2018 já consigo um volume geral pela estatística que a gente tem, foram confeccionados mil novecentos e trinta boletins

90 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

de ocorrência, que têm que passar pela análise obrigatória do delegado de polícia. E, na nossa unidade, a gente tem um histórico que chegamos a ter três delegados, dois delegados, alguns períodos com apenas um delegado de polícia para tomar conta desse grande volume de procedimentos.

Em 2019, agora, eu consigo passar para vocês o nosso balanço deste primeiro trimestre. Até agora, no total, foram registradas quinhentas e dezessete ocorrências só na nossa unidade. E uma situação um pouco alarmante, nós temos, em média, um registro de caso de abuso sexual ou violência contra a criança e o adolescente registrado todo dia na nossa unidade. É uma média de trinta casos registrados por mês, falando para vocês a análise que fiz do início desse ano, janeiro, fevereiro e março, trinta. E tudo como ali na realização de procedimentos investigativos, na questão das oitivas. É até uma coisa muito pertinente a ser tratada na próxima reunião de vocês, igual vocês citaram, o fato do depoimento especial que vai impactar de uma forma muito boa, mas uma forma estatística diferenciada para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Porque, de acordo com essa nova lei, as crianças não poderiam ter a oitiva realizada mais por escrivães de Polícia; mas por técnicos que tenham esse conhecimento e preferencialmente perante juízes, promotores para que elas sejam ouvidas apenas uma única vez sem fazer a revitimização dessa criança que já sofreu com violência, para não ter que ficar retornando nisso. Com relação a inquéritos de abusos sexuais instaurados, em 2018, só de abuso sexual foram trezentos e noventa e três inquéritos instaurados. Em 2019, no presente ano, neste primeiro trimestre, já foram cento e quarenta e seis instaurados até agora. Uma coisa importante na analise da nossa estatística, vou até citar para vocês a titulo de exemplo, mas é algo que vocês, na atribuição de vocês, até por uma questão para poder fiscalizar e tudo mais, é muito importante. O nosso trabalho, muitas vezes, só é visto quando a gente cumpre mandados de busca e apreensão, cumpre mandados de prisão. Só que no Brasil, principalmente a prisão hoje, ela é exceção, ela tem o caráter cautelar. Então, de tudo o que a gente produz, o que a

gente está aprendendo literalmente é o mínimo, porque é uma exceção. Nosso dado estatístico maior é o que a gente relata, é o que agente encaminha para a Justiça e o que acaba tornando processo em razão da reunião de elementos de formação de materialidade e autoria que o Ministério Público denuncia e torna ação penal, sendo que isso é a vitima poder ver que o que aconteceu com ela não ficou parado, foi para o para frente e o Estado, como um todo, a reunião de todos os poderes dele, trabalhando dessa forma, dão essa resposta: Olha, nós estamos aqui, nos prestamos atenção no seu procedimento, nós concluímos e vamos te dar uma resposta. E o que acontece? A gente vê que até como o Estado está tendo uma evolução na nossa sociedade com relação a analise desse tipo de crime. A título de exemplo, antes de 2009, esse tipo de crime respondia-se por uma queixa crime, meramente. Era crime que, se não tivesse a questão do pátrio poder envolvida, quando a criança ou que os pais não pudessem arcar com as custas do processo, ele não seria incondicionado, seria realmente ao bel prazer do seu responsável legal a realização da persecução penal ou não. Em 2009, nós tivemos essa mudança novamente na mentalidade e, em regra, esses crimes para os maiores de dezoito anos viriam a ser perseguidos a partir do momento em que fosse verificada a representação. E já foi um grande avanço para as crianças e os adolescentes, porque independentemente da representação caso fosse criança ou adolescente. Recentemente, agora, em 2018, a Lei n.º 3.718 tornou praticamente todos esses crimes para ação pública incondicionada. O Estado reconheceu como um todo, que é interesse da sociedade brasileira fazer a persecução penal e dar uma resposta para as vítimas e para a sociedade como um todo perante todos esses indivíduos que cometem esses crimes. Para poder finalizar, eu queria falar da importância que tem a realização dessas várias campanhas. Nessa semana que nós estamos entrando agora, tendo esse dia 18 tão importante nesse mês, porque essa mudança na sociedade, eu entendo que ela ainda não está pronta, entendo que a gente precisa, cada vez mais, conscientizar a população, conscientizar as crianças que o corpo é dela, a integridade

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 91

corporal é dela, aquilo dali é um bem que elas têm! É a infância, é a juventude que está sendo sugada delas por esses indivíduos que têm essa condição. Queria agradecer a vocês a oportunidade de estar aqui podendo falar. Passo a palavra para vocês, para poderem terminar. Fico aberto a qualquer apontamento e pergunta.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Obrigado! Agradecer ao doutor Diego Aleluia! O doutor Diego, tive a honra e a satisfação de trabalhar com ele durante quase dois anos e meio, e desenvolvemos algumas ações conjuntas sempre lá; depois, um período, ele saiu, retornou agora, felizmente. Conhece a área profundamente, tem experiência, tem know how e conduz com brilhantismo lá a unidade.

Chama a atenção, senhor presidente, o quadro extremamente deficitário de servidores da unidade. Saudar o deputado Luciano Machado, chegando aqui. Boa tarde, deputado! Obrigado pela presença! O quadro deficitário, deputado Luciano, deputado Vandinho, de servidores lá da DPCA, Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, como bem expos aqui o doutor Diego Aleluia. São apenas dezoito servidores, dois delegados e mais dezesseis policiais que em conjunto respondem por toda a Grande Vitória. A metade da população do estado do Espírito Santo reside na Grande Vitória, nós temos dois milhões de habitantes, moradores da Grande Vitória. É um quadro extremamente caótico e deficitário.

Houve alguns avanços nesses quatro anos em que eu fiquei lá, inteirei quatro anos e meio, nós conseguimos agora a reforma da unidade. Realmente foi feita uma reforma de qualidade. Foi entregue agora recentemente esse prédio, e é um prédio que dá condição, que dá dignidade para o servidor, que dá dignidade para as crianças, para as famílias, tem toda condição realmente; o prédio atende aos requisitos de acessibilidade da ABNT, tem uma qualidade bem considerável dentro da realidade brasileira. É fato!

Mas agora nós precisamos qualificar, ou melhor, aumentar o número de servidores abnegados e qualificados que lá estão. Essa é uma dificuldade grande que nós temos hoje, porque dezesseis servidores é muito pouco, se

você contar que temos psicólogos, assistentes sociais, três escrivães e, na verdade, são quatro equipes só de policiais nas ruas, quatro duplas, que fazem todo esse trabalho investigativo.

Imagine só que é um registro de estupro de criança ou adolescente por dia, já existe um passivo de épocas anteriores que ficou e que parte dele, parte desse acervo, foi colocado em dia, felizmente, mas é fundamental que as ações sejam diárias, a resposta tem que ser imediata. Como bem disse o doutor Diego, a prisão cautelar, prisão pré-processual no Brasil é uma exceção, infelizmente. Então, para você prender alguém aqui no Brasil é uma dificuldade tremenda, você tem que ter quase que uma certeza da condenação, você tem que ter uma prova muito robusta, é muito difícil!

Essa, claro, é uma matéria federal. Nós temos acompanhado o pacote anticrimes do ministro Moro, que está tramitando no Congresso Nacional e que traz um pouco dessa matéria também, procura resolver esses gargalos, até para evitar essa série de injustiça e impunidades, mas eu lembro aqui , por exemplo - uma memória recente, que me veio agora no momento -, o Ademir Lúcio Ferreira da Silva, aquele assassino da Thayná. O Ademir já tinha sido preso vinte e duas vezes, respondia em liberdade, tinha sido condenado por uma série de crimes e mesmo assim estava em liberdade. Fez uma vítima três dias antes da Thayná, uma jovem de onze anos, o que nós também apuramos lá e conseguimos provar. Inclusive ele confessou, há um tempo atrás, esse crime, que ele negava, mas confessou espontaneamente no interrogatório.

Então, quer dizer, como que um sujeito desse, deputado Vandinho e deputado Luciano, ainda se encontra em liberdade? É algo tenebroso, porque em nenhum país sério do mundo essa liberdade seria concedida para alguém que já vem reiterando na conduta, para alguém que já é useiro e vezeiro em praticar esse tipo de delito, é um atleta do Código Penal, que está sempre ali envolto em questões criminais. Isso é extremamente lamentável!

Então, essa é a reflexão que precisa! Precisamos obviamente também aumentar, reforçar, e aí, na nossa visão, respeitosamente eu entendo, mas o gestor precisa elencar prioridades, o gestor precisa escolher prioridades. E aí, dentro do cenário caótico que

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nós temos hoje, essa é prioridade absoluta que a Constituição exige. Então, não é opção, e é isto que nós vamos fazer nesta comissão e temos feito, cobrando resultado, cobrando resposta para podermos evoluir nessa área.

Deputado Vandinho Leite, fique à vontade para as manifestações.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - A

minha manifestação é primeiro no sentido de parabenizar. Esse crime é um crime bárbaro, sendo um pouco mais claro ainda, são crimes cometidos por bandidos e covardes, porque esse tipo de atitude com crianças é algo inadmissível. É claro que qualquer tipo de crime nos deixa revoltado, mas esses crimes contra crianças, idosos, mulheres aflora ainda mais essa indignação na sociedade junto conosco.

Então, deputado Lorenzo, V. Ex.ª fez um trabalho importante com uma história nesse combate a esse tipo de crime. E fico feliz em ouvir o doutor Diego, que tem conteúdo, tem história de luta, e precisa do nosso apoio, principalmente, para que a gente possa deixar de forma clara para a sociedade e, principalmente, para o Governo que ele precisa melhorar as condições da delegacia, até para que possa se ter mais instrumentos para conseguir diminuir ainda mais esse tipo de crime, ou seja, ir até os cidadãos que estão cometendo esse tipo de crime, investigar com mais rapidez, com mais celeridade, para que esses possam minimamente ser repreendidos.

É claro que, como foram ditas, também, as questões do Código Penal, o delegado Lorenzo ainda citou o caso do Ademir - se não me engano, é esse mesmo nome -, no caso da Thayná. Um caso que chocou todos os capixabas, de forma recorrente, o formato como ele agiu. Mas é verdade que tenho certeza, também, que foram muitos ou inúmeros os casos que vocês conseguiram evitar que chegassem a esse ponto. E, para isso, foi necessário o quê? Foi necessário estrutura, porque se temos bons profissionais - e isso já está claro -, o Governo precisa fazer sua parte e equipar melhor essa delegacia.

Doutor Diego. O SR. DIEGO ALELUIA BARCELOS - Até

para poder fazer uma consideração com relação a políticas públicas e afins, a Delegacia de

Proteção à Criança e Adolescente, hoje, também responde pela investigação de procedimentos que são abarcados pela Lei Maria da Penha, que crianças e adolescentes sejam vítimas. E essas delegacias possuem uma em cada município da Grande Vitória. Nós, da DPCA, somos apenas uma unidade para responder por todas.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Pela Grande Vitória toda.

O SR. DIEGO ALELUIA BARCELOS - Só

essa observação. O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Essa é o grande paradoxo, a grande contradição, deputado Vandinho, deputado Luciano, por quê? Obviamente que a causa da mulher é extremamente relevante, é importante. Está ali a Joana. Se eu não falar isso, depois ela até vai me repreender publicamente. Mas é fato, claro que é importante, é relevante. E brigamos muito por isso.

Mas o paradoxal, deputado Luciano, é que tenhamos delegacia das mulheres em cada município da Grande Vitória, por quê? O deslocamento da criança é muito mais difícil. A mulher, via de regra, consegue acionar o Ciodes, o 190, ou se desloca através de vias próprias, do auxílio de uma amiga, de um amigo ou de um familiar. A criança, não. Ela, se não tiver, efetivamente, alguém que a leve, que a conduza até a unidade policial, ela nunca vai chegar porque ela não tem meios próprios para se deslocar. Ela não consegue um coletivo, ela não tem vale-transporte, não tem um cartão para ir ao coletivo porque, obviamente, também não conduz um veículo. Então, a dificuldade dela é muito superior à da mulher.

Claro que a causa da mulher é relevantíssima, porque, via de regra, onde há uma mulher violentada, onde há uma mulher vítima de violência, há uma criança que também sofre as consequências diretas ou indiretas desse crime.

Mas não há como se negar que ainda assim a condição de deslocamento da mulher é mais facilitada ou tem um nível de dificuldade inferior ao da criança. Porque a criança, efetivamente, se um adulto não for lá e estender a mão e conduzi-la, levá-la, transportá-la, ela não vai chega até a unidade policial,

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 93

muito menos a um conselho tutelar. Então, é fundamental que haja descentralização desse atendimento para que haja relação de proximidade.

Imaginem que, hoje, a criança sai de Nova Almeida e vem até Vitória para ser atendida. Aí ela vai à DPCA em Jucutuquara e, via de regra, quando ela chega, ela não tem condição de voltar para casa. A mãe diz lá, quantas e quantas vezes: Eu não tenho dinheiro. E ela é encaminhada ao DML. E a mãe fala: Mas, doutor, se eu não tenho dinheiro nem para retornar para minha casa, como é que vou ao DML. E aí ela para e fica lá. Tem que dar uma solução. Ela não tem para onde ir. Isso é fato.

Até tratei desse assunto recentemente, em uma reunião com a Gerência de Proteção à Mulher da Sesp, por quê? As delegacias das mulheres recebem uma espécie de vale-transporte para custear esse retorno da vítima, e a DPCA não tem. Via de regra, são familiares que trazem a criança, e aí fica a criança, a mãe ou um parente próximo absolutamente abandonados, sem alimentação, sem nenhuma condição de retornar ao lar, que dirá a passar no Departamento Médico Legal.

Deputado Luciano Machado, nosso ponta esquerda do Caparaó, fica à vontade para se manifestar. Obrigado pela presença.

O SR. LUCIANO MACHADO - (PV) -

Presidente, deputado Lorenzo Pazolini; Vandinho Leite, nosso deputado ponta-direita; você é o meio de campo. Vamos distribuir o jogo.

Bom, gente, doutor Diego, que representa a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente; e doutor Brenno Andrade, que representa a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos; a todos vocês aqui presentes, a imprensa, a todos que estão presentes e nos assistindo através das redes sociais, o mundo ideal e lógico era a gente ver fechar cadeias, ao invés de construir novas cadeias, de nós termos uma presença do Governo mais próximo das pessoas, especialmente nas áreas mais desprovidas economicamente.

Mas como a realidade está um pouco distante do que nós sonhamos e do que o mundo espera das ações do Governo ainda, é preciso realmente que aconteça isso que tanto o deputado Lorenzo quanto o deputado

Vandinho colocaram: que nós possamos, dentro da estrutura do Governo, criar essa proximidade das soluções de acessibilidade quando as pessoas estão atingidas, afetadas, por situações tão terríveis como essas que a gente acompanha quase diariamente, não é, doutor Diego, pelas redes, pela imprensa, enfim.

Eu sempre imagino que deveriam criar uma condição, o Governo começar a construir menos obras caríssimas e investir bastante no social, colocando assistência social e psicólogos nas comunidades. Num caso desses, as Secretarias Municipais de Assistência Social e de Saúde terem profissionais preparados para fazer esse encaminhamento também. Diminuiria, talvez, o custo de logística do Estado. E o Estado investiria em mais presença do Governo na relação Município/Estado perto das pessoas. E isso teria que ser um trabalho bastante minucioso, amiúdo, com visitação, com palestras, enfim. A sociedade precisa.

A criança precisa crescer num ambiente bom, ouvindo coisas boas. Mesmo quando a violência não é física, quando é só violência verbal de um casal brigando. Isso afeta e faz a criança crescer achando que aquele ambiente é o normal, que quando ele crescer pode fazer aquele mesmo tratamento, porque nós somos frutos do meio. Então, é muito grave a situação. Nós produzimos. A sociedade acaba produzindo infratores porque não há esse acompanhamento, a formação das pessoas, o Governo deixa de estar presente, às vezes, lava as mãos também muito.

Eu vejo que nós precisamos bater muito nessa tecla durante este mandato. As pessoas votaram. Um percentual alto do eleitorado votou pensando numa transformação dos procedimentos da classe política. Nós precisamos bater muito nesta tecla: valorizar as pessoas, valorizar as famílias e valorizar a sociedade.

Como eu disse aqui numa reunião: não pensava em fazer parte da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente. Hoje eu sinto que é uma das comissões mais importantes desta Casa e de qualquer Casa Legislativa, porque toca num assunto que é ligado diretamente ao futuro da nação, ao futuro do nosso estado, ao futuro das nossas crianças, que precisam realmente da proteção de forma eficaz.

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O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Obrigado, deputado Luciano. V. Ex.ª tocou num assunto que é muito caro e é muito caro a mim pessoalmente como também tenho certeza que ao deputado Vandinho e a todos os deputados, que é a questão da prevenção. E aí nós temos que ver. V. Ex.ª já tem experiência, foi prefeito municipal de Guaçuí.

Eu tenho certeza de que lá tinha um Conselho Tutelar, que funcionava e hoje infelizmente a realidade dos conselhos, por exemplo, é muito difícil. Nós temos conselhos desestruturados, que não têm, às vezes, um veículo para se deslocar. Eu estava com essa realidade todos os dias na DPCA. A DPCA também obviamente já sofria. Mas os conselheiros também, com uma realidade extremamente lamentável, num quadro de precarização preocupante, que gera ausência de atividades preventivas. E aí o Estado só chega, deputado Vandinho, depois que o caldo entornou, depois que a violação já se tornou uma realidade. E quando nós deveríamos agir maciçamente na prevenção, para evitar que aquele crime, que tem consequências tão severas, atingisse crianças e adolescentes. Então, a lembrança de V. Ex.ª é muito pertinente, é muito feliz e vem à tona em um momento correto. Nós precisamos agir na prevenção. Um exemplo, presidente, só para ilustrar: o município de Vitória só tem dois conselhos tutelares. Quer dizer, uma capital de estado com dois conselhos é algo que cinco pessoas não dão conta, por mais que eles queriam. E é triste. É triste porque você vê que não é prioridade, infelizmente, na pauta do gestor municipal. Deseja se manifestar, deputado Vandinho? Fique à vontade. O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Eu gostaria só de registrar duas presenças: o empreendedor do bairro que eu moro, que está presente, Raul. Inclusive, por acaso, eu visitei o Raul na sua casa, neste final de semana. Agradecer pela presença aqui. E, lá atrás, eu acho que é a Kátia, de Jacaraípe. Acho que é ela mesmo.

Eu fui ao oftalmo alguns dias atrás e ele me perguntou o seguinte, Lorenzo: Vandinho, o que aconteceu com você nos últimos dias, que

sua visão está assim? Eu falei: Eu vim perguntar isso ao senhor, doutor. Ele me respondeu o seguinte: É porque você completou quarenta anos. Então, estou com um pouquinho de dificuldade, mas acho que é ela mesmo. Não é a Kátia?

Obrigado, Kátia, pela sua presença. Deus a abençoe cada dia mais. Ela tem um trabalho importante no movimento negro. Foi homenageada por mim aqui, na sessão dos quilombolas. Gostaria de agradecer a ela pela presença. Acho que era o Raul mesmo que estava por aí. Acho que ele deu uma saída. Era ele mesmo que estava aí, não era? (Pausa) Então, tá. Agradeço de coração. O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Deputado Vandinho enxerga longe! Então, tem visão de águia, deputado Luciano. Não precisa de óculos. Saudar novamente, então, a Joana; saudar a Kátia de Jacaraípe. Tudo bem? Saudar a doutora - fugiu-me o nome, doutora, desculpe-me - Camilla, da OAB, da Comissão da Infância. Obrigado. Está ali a Larissa também, lá da DPCA, e toda a assessoria. Obrigado, gente, pela presença. Sem mais delongas, doutor Brenno está ansioso para falar. Estou vendo que ele já está quase acionando o microfone e pedindo a palavra. Doutor Brenno, fique à vontade. Está com a palavra. Já está em casa. O SR. BRENNO ANDRADE DE SOUZA SILVA - Boa tarde. Boa tarde a todos os deputados, aos presentes. Bom, eu acho que, em função da matéria que eu trato, vou estar em todas as comissões e em todas as CPIs aqui da Assembleia, até Maus-Tratos. A gente fala lá que é uma matéria que trata de tudo. Só não tem homicídio pela internet. De resto, tem tudo. Descobri hoje, inclusive, que até racha de patinete eu tenho que investigar. Então, a gente, a cada dia, é surpresado com uma notícia diferente, mas a gente está aí para trabalhar e, da melhor forma possível, humildemente, com trabalho direcionado, a gente está conseguindo levar adiante. Bom, pegando o gancho da conversa, eu estou para falar com o doutor Diego que, dentro da nossa realidade, eu estou ate com inveja. Dezessete servidores para a Grande Vitória. Eu

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 95

estou com sete para a Grande Vitória da mesma forma. Como todo mundo bem sabe, todo dia tem notícia na mídia, a tendência é sempre de aumento, considerando que todo mundo tem um dispositivo, quando não mais de um, é um computador em casa, quando não mais um laptop também, e a gente tem que, literalmente, ir lá tirar leite de pedra, para atender à demanda que nos chega diariamente. Aproveitando a nossa reunião aqui, na CPI dos Crimes Cibernéticos, a gente, entrando no assunto que nos diz respeito hoje, a gente percebeu que o Governo recebeu o recado com relação à questão do laboratório de crimes cibernéticos, previsto na lei da Polícia Civil, porque, neste tipo de crime, é essencial, para a

gente, uma perícia técnica...

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Nós oficiamos depois daquela...

O SR. BRENNO ANDRADE DE SOUZA SILVA - Sim. Inclusive, o ofício veio com urgência urgentíssima. O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Que bom. Ótimo. O SR. BRENNO ANDRADE DE SOUZA SILVA - Pediram-me um prazo de dois dias, só que eu não consigo nem responder nesse prazo, pois eu precisava de um descritivo técnico do laboratório, dos equipamentos necessários do laboratório, e não era uma coisa que eu conseguiria fazer de um dia para o outro.

O ofício foi respondido no sentido de que a autoridade policial da Crimes Cibernéticos está fazendo o levantamento, e vai ser encaminhado de forma técnica a documentação necessária para um laboratório. O Governo já respondeu positivamente, que tem interesse em comprar, e a gente percebe muitas vezes que não falta nem o dinheiro, faltam os projetos. Então, sexta-feira desta semana, o representante da empresa vai me enviar o projeto completo, considerando que a empresa dele é a única que atende aos requisitos técnicos. É um laboratório orçado em dois milhões e quinhentos mil reais atualmente, mas, como eu já disse, com a boa vontade para a aquisição, a gente não fica devendo nem para a Polícia Federal, em Brasília.

Vai ser um laboratório de ponta para atender a toda demanda.

Por quê? Nessa seara de crime cibernético contra criança e adolescente,

geralmente, quando a gente cumpre um mandato de busca e apreensão na residência de um indivíduo, são apreendidos pendrives, DVDs, HDs, que necessitam, para o advogado não questionar lá na frente, uma perícia técnica, um laudo pericial técnico de um material extraído desses dispositivos.

Hoje, temos a questão do gargalo da Perícia da Polícia Civil. Um dispositivo vai para lá, e, se não é cobrado, três, quatro anos fica, e, muitas vezes, eu dependo disso para finalizar

um inquérito policial. O juiz exige isso também, exige que seja remetido laudo pericial. E sem esse laudo, um bom advogado consegue desconstituir as provas. E, aí, a gente tem esse gargalo, que esperamos resolver em breve, considerando essa boa vontade do Governo em aquisição do equipamento.

E, futuramente, também já tive conversa, aqui, com o delegado-geral, ele disponibilizou, neste concurso novo que está se desenrolando, mais policiais, inclusive um perito para trabalhar na Delegacia de Crimes Cibernéticos. Pois, da mesma forma que o doutor Diego disse aqui, que registra um número elevado de ocorrências relacionadas a crianças e adolescentes, nós também registramos. E nós, lá, ainda temos a questão dos criminosos atuarem em todos os estados ou municípios do país, quando não também fora do país. Já pegamos esses casos.

Então, além da boa vontade nossa, de diligenciarmos no caso, a gente precisa também da boa vontade de outros Estados, de cumprimento de mandados de prisão e de cumprimento de busca e apreensão domiciliar. Conseguimos, recentemente, no interior de São Paulo, uma busca na casa de um pedófilo. E, geralmente, neste tipo de caso também, quando é cumprida a busca, ele acaba sendo preso em auto de prisão em flagrante delito, pelo fato de armazenar, porque sempre é encontrado, lamentavelmente, imagens e vídeos de pedófilos, de crianças e adolescentes em seus dispositivos. A gente viu isso também no caso recente na Luz na Infância. Das seis buscas, cinco foram presos em flagrante por

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armazenarem conteúdo de criança e adolescente pornográfico.

Então é isso. A gente tem uma batalha muito grande, e é um crime que, infelizmente, ocorre todo dia. A Polícia dispõe de ferramentas para identificar esses pedófilos. Eu tenho buscas e pedidos para cumprir. Criminosos que, às vezes, são nossos vizinhos, e não percebemos, porque é um tipo de criminoso que não tem o perfil. Inclusive, o do psicólogo que foi o de maior repercussão ultimamente, duas pessoas me falaram que o conheciam e que nunca esperavam isso dele. Infelizmente é o que vem ocorrendo. A pessoa, às vezes, não demonstra. E, pior ainda, no caso do psicólogo, posteriormente, uma pessoa me procurou falando que, na época, o filho dela de seis anos de idade tinha sido atendido por esse psicólogo. Então, ou seja, era um pedófilo que atendia crianças. A gente finalizou, o inquérito foi remetido à Justiça, e esperamos que ele tenha a devida punição.

O trabalho mais relacionado a esse sentido. A gente passa aqui a questão das dificuldades da Polícia, porque os policias, hoje, têm a capacidade técnica, isso é fato, mas, às vezes, a gente esbarra nessa questão da quantidade de ocorrência. Ano passado, foram mil, oitocentas e noventa e oito ocorrências no âmbito da Delegacia de Crimes Cibernéticos. Hoje a gente está com, aproximadamente, seiscentas ocorrências registradas, um pouco acima dessa quantidade. E cada hora surge um tipo de crime diferente.

Como narrei aqui, na CPI dos Crimes Cibernéticos, a gente teve que fazer uma priorização de ocorrências, porque eu tinha estelionato de dez reais e tinha uma pedofilia em que a criança tinha fotos íntimas vazadas ou o criminoso exigia fotos íntimas. A gente tinha

que botar na balança, para o Direito Penal, qual atingia, de forma mais grave, a esfera da vítima. Então, não posso deixar de prender um criminoso que está cometendo pedofilia, e, às vezes, não é uma única vítima, são várias, em função de um estelionato de dez reais, que a gente já pegou na delegacia.

Acho que, no âmbito da CPI, e aproveitando que também tem aqui o representante da OAB, muito importante o trabalho de conscientização dos pais no âmbito da Internet, porque, nesse tipo delito, a gente

fala que não é um antivírus que vai proteger o seu filho do pedófilo, e sim a conscientização. Acho que o doutor Lorenzo e o doutor Diego sabem muito bem, mas, por incrível que pareça, as pessoas, às vezes, não sabem ou não querem saber que é muito importante você se interessar pelo que seu filho faz na rede mundial de computadores. Muitas vezes a gente percebe que os pais são mais conectados que a própria criança e, em função disso, eles deixam a criança lá com o smartphone, o tablet ou o computador e eles ficam também no mundo deles e não sabem o que a criança está fazendo no ambiente ali. Então a gente sempre faz essa questão da orientação em todas as entrevistas que nos são solicitadas para o pai acompanhar. Para o pai se interessar, para o pai fiscalizar, fiscalizar o histórico de navegação do filho, de estabelecer limites de tempo para acessar no dispositivo. Também é importante que o filho manuseie seu dispositivo em um ambiente dentro da casa, onde o pai possa passar e ver o que o filho está fazendo, não deixar ele trancado no quarto; dispositivos de controle parental para estabelecer o que o seu filho pode acessar ou não na rede mundial de computadores, isso é muito fácil e simples de fazer hoje. Então, assim, essa questão de orientação, a gente fala todo dia e, por mais que a gente fale todo dia, todo dia tem gente caindo, muitas das vezes, por não haver fiscalização, não haver o acompanhamento devido com a criança ou adolescente, na maioria das vezes são crianças. Obviamente a culpa é do pedófilo, mas são medidas que, se tomadas, elas podem ajudar e muito para que esse tipo de delito seja evitado. Acho que o nosso trabalho é esse e, se fugiu alguma coisa, perdoe aqui, mas a gente está à disposição para ajudar.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Parabenizar doutor Brenno Andrade pela exposição e esse foco, volto a repetir, preventivo, é extremamente importante, no caso a responsabilidade dos pais, porque são crimes que ocorrem, em sua grande maioria, no ambiente familiar. Então, obviamente que a polícia não tem como fiscalizar dentro da casa do cidadão muito

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 97

menos as redes sociais, ou seja, o campo virtual em que aquela família ou aqueles jovens acessam, crianças e adolescentes. A presença dos pais aí é fundamental, orientando, mas fiscalizando. Corriqueiramente nós nos deparávamos com casos lá em que lamentavelmente a criança tinha um quarto que o pai não entrava, deputado Luciano Machado, ou a mãe não ia e dizia: Não, ali é o ambiente dele, eu respeito. Não existe isso. Obviamente a criança ainda é um ser em desenvolvimento, em formação, deputado

Vandinho Leite, que necessita de correção. Até por isso existem as figuras dos pais, que são legalmente responsáveis por aquele jovem até ele completar dezoito anos. Então ele tem que assumir o seu papel de pai, de mãe, de responsável e cobrar. Essa história de liberdade excessiva, isso traz prejuízos e o jovem não quer isso, ele quer ser cobrado mesmo, pode ter certeza, ele quer ser fiscalizado, quer estar ali monitorado, como faz o nosso vereador Davi Esmael com seus três filhos, que está sempre aí de olho nos três, não é isso, vereador? Eu tenho acompanhado o trabalho de V. Ex.ª, não só nessa área, em outras áreas, parabenizando, mas vejo que é um vereador

presente na cidade, deputado Luciano, e presente no dia a dia dos filhos, ele está sempre orientando. Já tive oportunidade de presenciar, reprimindo com veemência, mas com educação, mas corrigindo da maneira correta, como deve ser feito. Essa história de que a criança pode tudo não é bem assim. Obviamente que não é com a violência, mas com diálogo, mas a criança tem que saber que ela está sendo acompanhada, vigiada, monitorada.

E ela tem que receber uma orientação preliminar porque esse é um fato extremamente - que eu tenho certeza que o doutor Diego e o doutor Brenno vão concordar comigo. A criança que foi orientada, a criança que recebeu medidas ou orientação no sentido de se proteger, ela vai saber agir com a investida do pedófilo. Ao passo que a criança que não tem conhecimento, ela vai se tornar vítima fácil, presa fácil. A ignorância, o desconhecimento só interessa a quem está à margem da lei. Pode ter certeza disso.

Pois não, doutor Brenno.

O SR. BRENNO ANDRADE DE SOUZA SILVA - Não, só um apontamento, por mais banal que possa parecer, e a gente vê muito isso, de uma forma geral, em crime cibernético, é aquele conceito mais simples: se eu não falo com estranhos - e o pai orienta, deve orientar isso, né, a gente fala o óbvio - se eu não falo com estranhos no meu mundo real, eu também não devo falar no mundo virtual.

E doutor Lorenzo sabe muito bem disso e que muitos desses pedófilos, às vezes, criam perfis falsos, desenhos animados do momento, personagens de novela que estão ali na moda e se aproveitam disso porque a criança não tem esse discernimento, acreditam que estão falando com essas pessoas.

Então, assim, a orientação acima de tudo, é um tipo de crime que a gente fala: não adianta você ativar algum mecanismo no seu telefone que vai acabar. Se o pai não orientar em casa e ficar de olho, acontece. Sou muito incisivo quando falo com os pais lá. Tem pai que fala pra mim que sai para trabalhar sete da manhã e chega em casa às oito da noite, aí a culpa não é dele. Claro que a culpa é sua, porque todo mundo cria o filho do senhor, menos o senhor. Quando é criado pela rua, a gente sabe qual é a consequência, o resultado. Então, acho que é isso.

Resumindo, cabe aos pais essa fiscalização. Falo lá, e o pessoal até me tem como radical, já resumo: se o senhor paga a conta de luz, se o senhor paga a internet, se o senhor paga o teto, paga a comida, é o senhor que manda na casa, não a criança. Então, estabeleça limites para o seu filho, com certeza, no futuro, ele agradecerá ao senhor.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - É isso!

Registrar a presença do conselheiro tutelar Marquinhos, lá de Cariacica, seja bem-vindo.

E consultar o deputado Davi Esmael, se quer se manifestar. Não? Futuro deputado, já profetizando, com certeza. O pai já esteve aqui brilhantemente, o nosso deputado Esmael. Pode pular a cerca. Não, né? Melhor dar a volta. (Pausa)

Fique à vontade, vereador Davi Esmael. Boa tarde!

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O SR. DAVI ESMAEL - Boa tarde! Cumprimentar os deputados, Lorenzo, Vandinho, os que conheço há um pouco mais de tempo. Quero parabenizar o trabalho deste espaço, espaço de enfrentamento, este espaço de luta e de proteção às nossas crianças.

As violações no município de Vitória, especificamente onde tenho oportunidade de ter mandato, têm crescido ano após ano, fruto de uma negligência e omissão, muitas vezes, do próprio Poder Executivo. O enfrentamento precisa ser feito por todos, conscientização dos pais. V. Ex.ª disse muito bem que precisamos voltar a ter pais mais ativos e atuantes no dia a dia dos seus filhos, escolar e familiarmente. Mas precisamos também que o Poder Executivo priorize, na forma que o Estatuto da Criança e do Adolescente preconize, a criança como prioridade. Não temos visto isso. Você mencionou o conselheiro tutelar de Cariacica, temos cinco conselhos lá; em Vitória temos dois. A discussão agora é de eleição já do terceiro neste ano.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Citamos esse fato anteriormente, vereador. Até tratamos sobre isso.

O SR. DAVI ESMAEL - Fruto de muita

cobrança de todos os delegados que passaram pela DPCA, muita parcela da sociedade civil vem cobrando, e precisamos fazer mais.

E temos também a nossa assistência social. Verba da assistência vai caindo, então a proteção da nossa criança, realmente, fica prejudicada. Tivemos caso de assessor do Poder Executivo preso com base em abuso sexual. A gente não tem mais rosto, a pessoa pode ser qualquer um. Os dados mostram exatamente essa falta de empenho do Poder Executivo.

Que possamos, cada um nós, ser voz na defesa das nossas crianças e adolescentes.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Parabéns, vereador Davi Esmael.

Só aproveitar o ensejo, deputado Vandinho e deputado Luciano. Parabenizar de público o doutor Diego Aleluia e o doutor Brenno pelo caso recente daquela criança de Santa Maria de Jetibá. A polícia capixaba deu

um exemplo de boa técnica de investigação, exemplo de rapidez e celeridade, junto com a Polícia Civil de São Paulo, que fez as atividades a campo. Recuperaram a criança, trouxeram de volta aqui para a capital. Foi entregue lá, devidamente restituída à família, absolutamente íntegra, sem nenhum arranhão e com total garantia para a criança. É um exemplo de eficácia, de eficiência, de resolutividade e de inteligência na investigação. Isso é resultado positivo. Acho que é isso que demonstra a qualidade de V. Ex.as e a qualidade do corpo técnico que vocês coordenam lá. Precisa de mais gente, mas o brilhantismo da gestão de V. Ex.as é mais que reconhecido pela sociedade capixaba.

Vou consultar a nossa representante da OAB se ela deseja se manifestar. Deseja fazer uso da palavra? Senão nós não vamos ouvi-la, por gentileza. Para poder gravar, tem que falar aqui no microfone.

Enquanto isso, para ganhar tempo, deputado Vandinho, deputado Luciano, fiquem à vontade para as manifestações.

Deputado Luciano? O SR. LUCIANO MACHADO - (PV) -

Enquanto a representante da OAB em relação à criança e ao adolescente chega, só dizer que a questão da segurança tecnológica na questão das facilidades que todas as pessoas têm de acessar a internet, é muito culpa da legislação também, é culpa da facilidade que se dá. Vou falar uma coisa simples: se punisse, severamente, as empresas que fabricam armas de brinquedo, não teria arma de brinquedo, que já acho um grande mal para a sociedade quando um pai adquire um brinquedo como uma arma de fogo. Isso é um péssimo mal para sociedade. Nessa questão cibernética, é muito grave e é muito frouxa a legislação. Parece que as coisas acontecem para vender produtos mesmo. O meu filho, quando tinha três anos e meio, ganhou um presente da madrinha e eu fiquei aborrecidíssimo com o presente, até porque a minha esposa falou assim: não, vamos dar um ipad para o Gabriel. Cada um dá a metade. A madrinha quer dar e a gente divide. Eu falei: Não! Nem um centavo para isso. A madrinha foi e deu o presente. Daí a pouquinho eu o vejo vendo Luccas Neto, daí a pouquinho vendo pior ainda: Felipe

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 99

Neto. O Felipe Neto parece que o sobrenome é o mesmo e dá uma confundida, fala palavrão...

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - São irmãos, deputado. Terríveis.

O SR. LUCIANO MACHADO − (PV) - São

irmãos, mas um fala menos mal, outro fala bem pior.

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Exatamente.

O SR. LUCIANO MACHADO − (PV) - Eu

criei um atrito danado e consegui acabar com aquilo, mas é um grande veneno. Inclusive, Vandinho, com quarenta anos, foi achar um oftalmologista que falou que ele precisava de óculos; meu filho, com quatro anos, achou um oftalmologista que falou que ele precisava de óculos. Miopia de dois graus e meio.

No outro dia saiu uma reportagem no jornal A Gazeta de duas páginas dizendo que um grande mal hoje, que está fazendo aumentar muito o percentual de uso de óculos para as crianças, são os celulares.

Estou citando um exemplo caseiro para dizer que isso está acontecendo demais, então você tem que ser duro, severo - como eu consegui ser a tempo - e tem coisas que são inevitáveis. A questão do celular, quase que vira uma babá: quando a mãe está ocupada, vai lá e dá o celular com o desenhozinho.

Mas, era para ser completamente bloqueado nas redes sociais, nos programas que têm na internet, o Google, qualquer coisa relativa ao apelo sexual. Se isso fosse completamente bloqueado e só pudesse ser liberado com documentos, e tal, e pagos, com pessoas de maioridade, já minimizaria em noventa por cento.

Então, parece que não há intenção da legislação - não sei se é da legislação. É da legislação sim - em resolver essa questão, que ela tem que ser cortada pela raiz. O mal tem que ser cortado pela raiz.

Então, nós vamos debater aqui, e falar em crime mesmo, e temos que debater. A tendência, se não houver algumas situações e decisões muito fortes governamentais, da

legislação, do Congresso, da área de Segurança do nosso país, nós vamos viver sofrendo e debatendo isso.

Esses dias eu estava vendo no canal Viva o programa do Chacrinha, as mulheres iam muito mais despidas até do que hoje. Então, isso já diminuiu um pouco. Apesar de que, ontem, eu quase não vejo Faustão, mas vi que elas começaram a se despir de novo. Quer dizer, isso é ruim para quem está vendo televisão e as famílias estão lá vendo televisão. Geralmente são as famílias mais organizadas que estão vendo televisão em casa, todo mundo junto.

Então, se não tiver uma grande mobilização nacional por isso, nós vamos viver sofrendo, debatendo isso e enxugando gelo mesmo. Obrigado!

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Agradeço ao deputado Luciano Machado.

Com a palavra a doutora Camilla, representante da OAB. Fique à vontade!

A SR.ª CAMILLA TALLON CARDOSO -

Boa-tarde a todos, boa-tarde senhores deputados, deputado Lorenzo, deputado Luciano, deputado Vandinho. Boa-tarde, vereador da Câmara Municipal de Vitória, Davi Esmael, boa-tarde aos senhores delegados, doutor Brenno e doutor Diego.

Obrigada pela oportunidade. Já foram, realmente, falados todos os pontos necessários, entretanto a gente, como entidade representativa, gostaríamos de reforçar o que foi falado. Infelizmente, nós advogados, também, sabemos que todos têm direito à defesa, mas nós também vislumbramos a situação da reincidência, que é muito forte, ainda mais se tratando de violência sexual. Nós estamos na Semana do Combate ao Abuso Sexual Infantil, e no caso, Sábado, dia 18 de maio, é o dia em especial, então, como a gente já havia conversado anteriormente em gabinete, deputado Lorenzo, é muito importante que todos os órgãos, os entes federativos conversem para poder, realmente, pensarmos numa reforma mesmo do Código Penal, do Código Processual Penal também nesse sentido. São crimes hediondos, estão equiparados, mas, infelizmente, a gente ainda

100 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

encontra esses casos em que nos deparamos com a pessoa reincidindo, porque ele ultrapassa o limite só do crime, entra em uma situação de doença. Pedofilia é uma doença, então precisamos estar juntos discutindo sobre isso. Em relação à situação de realmente os pais, a necessidade e o dever dos pais em cumprir o pátrio poder e estar zelando pelos filhos e o que eles estão assistindo - o meu está ali no Instagram, aqui atrás - cada vez fica mais difícil, porque agora, como o delegado Brenno falou, estão portando mídias na escola, em todos os lugares e é difícil você, então, conseguir cem por cento impedir que a informação chegue ao seu filho.

Acho que mais importante, uma vez eu, enquanto mãe, passando pela Praça Costa Pereira, no dia 18 de maio, há cerca de uns três anos, a gente fica, às vezes, como mãe e pai melindrosos em falar certos tipos de palavras com os filhos e achei muito interessante. A pessoa falou: eu posso abordar o seu filho? Eu falei: pode! Olhe, meu filho, não deixe passarem as mãos nos seus órgãos genitais, nem aqui na frente e nem aqui atrás. Saia correndo, conte para seus pais. Eu achei tão objetivo, mas eu falo: nossa! É isso que a gente precisa, a gente não pode hoje, a informação está ali na mão de crianças, de adolescentes. Nós temos o dever, também, de passar. Se isso acontecer, meu filho: olha... o doutor Brenno estava falando e eu falei com o meu filho: você está ouvindo? Ele: tô! Uma coisa sempre foi falada: pedófilos se fazem de crianças e adolescentes de pares de jogos online para poderem estar chegando à criança e ao adolescente. Mas, enfim, a gente sabe que hoje está difícil, a gente tem acesso aos equipamentos, defasagem mesmo, é muito difícil um conselheiro tutelar, uma equipe com muita demanda trabalhar com pouco serviço humano, delegacia, a Polícia Judiciária de parabéns sempre, mas sabemos da limitação. Nós precisamos, realmente, que o poder público olhe para essa situação de uma forma mais especial. Como o vereador Davi Esmael disse, os serviços de assistência social estão totalmente carentes de recursos. Nós vemos muitas secretarias, às vezes, recebendo verbas maiores e a Assistência Social como que fica?

Porque a realidade é a seguinte: uma escola verifica a situação que tem que ser encaminhada. A quem ela encaminha? Ao Conselho Tutelar. Mas o Conselho Tutelar fala: eu não tenho como atender. A violência é aparente? Tem sangue? Tem ferida? Tem vestígio? Aí você fala assim: como que eu vou lidar? Aonde eu vou? A quem eu vou recorrer? Como a rede funciona? Então, está carente, a gente, como entidade, quer reforçar essa necessidade do poder público olhar pela criança e o adolescente que não tem voz e muitas vezes são negligenciados, porque, como o delegado falou, eles necessitam, eles são dependentes, eles sempre necessitam de alguém para fazer caminho. Mas acredito que nós estamos iniciando esses diálogos, já é um grande passo já. Então, muito obrigada pela palavra e é isto: juntos nós somos mais fortes!

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Agradeço a manifestação. É importante a OAB colaborar, estar junto conosco nessa cruzada, nessa batalha e a própria constituição e a existência desta comissão num tempo recorde na atual legislatura - na décima nona legislatura - demonstra um compromisso dos trinta parlamentares, dos trinta deputados desta Casa com essa causa, porque todos se sensibilizaram assim que foi formulada a proposta e a votação foi unânime. Todos, de coração aberto, aderiram imediatamente a essa causa e nos deram a condição - já agradeci pessoalmente - de trabalhar nos próximos quatro anos.

Importante anunciar também: esta semana nós teremos na próxima quarta-feira - já partindo para a finalização, para o encerramento - a realização da audiência pública, no dia 15, às 14h, discorrendo sobre depoimento especial e a Lei n.º 13.431. Então na próxima quarta-feira, dia 15 de maio, às 14h, no plenário Dirceu Cardoso, nesta Casa.

Na segunda-feira, no dia 20 de maio... No dia 18 é o Dia Nacional de Combate à Exploração e ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes e o Espírito Santo tem um caso de triste lembrança para toda a sociedade brasileira, o caso Araceli. Nós teremos, confirmamos hoje, salvo algum imprevisto

Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019 Diário do Poder Legislativo - 101

muito de última hora ou algo extremamente relevante, mas receberemos aqui nesta Casa a ministra Damares Alves, também estará presente na segunda-feira. A ministra de Estado vem ao Espírito Santo, vem a esta Casa, deputado Vandinho e deputado Luciano. Passará dois dias no Espírito Santo por conta desses quadros graves que nós estamos tendo e desse relato de violência contra a criança e o adolescente.

Então a ministra está confirmada. Vem na segunda-feira. Permanecerá no nosso estado por aproximadamente quarenta e oito horas para atender vítimas, para conhecer a demanda e também, se Deus quiser, trazendo um auxílio de Brasília, trazendo boas notícias lá de Brasília. É um avanço significativo, é um fato extremamente relevante receber uma ministra de Estado nesta condição para colaborar com os trabalhos desta Casa. E vem para vir à Assembleia Legislativa. Palavras que ela me disse: Estou indo aí para auxiliar e para estar presente junto com os capixabas.

Consulto o deputado Vandinho se tem alguma consideração final e o deputado Luciano Machado.

Antes, porém, vou colocar em votação aqui uma medida que foi extremamente eficaz em relação à Delegacia de Crimes Cibernéticos para que nós oficiemos, a comissão oficie ao delegado geral e ao secretário de Segurança para que promovam o imediato reforço da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, reforço no efetivo, ou seja, para que disponibilize mais servidores para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Acho que esta comissão não pode deixar de fazê-lo.

Coloco a matéria em discussão. Deputado Vandinho Leite para se manifestar.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Consultando o doutor Diego, o ponto seria somente a questão do efetivo? Porque a questão acabou sendo um pouco mais ampla, visto que é uma delegacia apenas que atende toda a região da Grande Vitória.

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Bem lembrado, deputado Vandinho.

Se V. Ex.ª me permitir, a sugestão, então, vou reformular. Nós poderemos colocar no

ofício a questão da descentralização do atendimento. Vou pedir à assessoria e à taquigrafia. A questão da descentralização do atendimento da DPCA com o consequente reforço do contingente, reforço do efetivo de policiais.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Ou se isso não for possível, imediatamente o aumento do efetivo. Acho que a gente podia explicar isso melhor no ofício.

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Ótimo.

Eu vou aderir à manifestação de V. Ex.ª. Deputado Luciano Machado?

O SR. LUCIANO MACHADO − (PV) - Eu concordo que seja feita com essa emenda do deputado Vandinho.

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Ok. Não havendo quem queira discutir, coloco a matéria em votação.

Deputado Vandinho? O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Voto

Favorável. O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO

LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Deputado Luciano?

O SR. LUCIANO MACHADO − (PV) -

Favorável.

O SR. PRESIDENTE − (DELEGADO LORENZO PAZOLINI − Sem partido) - Ok. À unanimidade nós vamos oficiar, então, ao Governo do Estado. Pode até ser ao governador e ao secretário de Segurança para promover o reforço e descentralização diante do quadro caótico que existe hoje e da necessidade de proteção integral.

Deputado Vandinho para as manifestações finais. V. Ex.ª tem o tempo que achar necessário.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Mais ou menos.

O SR. LUCIANO MACHADO − (PV) - Não

sei se é tanto tempo assim.

102 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, segunda-feira, 20 de maio de 2019

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Duas e quarenta e cinco a gente precisa estar na sessão.

Mas agradecer a todos que se fizeram presentes, aos dois delegados. Ao doutor Diego e ao doutor Brenno, muito obrigado. É importante a participação de vocês aqui junto conosco neste debate, nos ajuda e nos dá um norte para que a gente possa pautar nosso mandato nessas ações que são tão importantes para a sociedade.

A doutora Camilla, representando a OAB, parabéns pelo trabalho. Conte conosco aqui também nesta Casa.

Vereador Davi, eu tenho uma amizade já há... Não vou falar muito tempo, não, Davi, senão parece que estamos ficando velhos.

O SR. LUCINAO MACHADO - (PV) - Mais de quarenta anos.

O SR. VANDINHO LEITE - (PSDB) - Cheguei aos quarenta. Até os trinta estava indo, mas eu fiz enta e fiquei um pouquinho preocupado.

Mas o Davi é um jovem que faz um belo trabalho aqui na capital e eu sempre digo o seguinte: a capital conseguiu evoluir mais que as outras cidades no debate parlamentar, devido à qualidade de alguns parlamentares e você contribui muito aqui nesse debate da Câmara Municipal de Vitória.

Todos os demais servidores da Casa, as pessoas que estão nos visitando também, meu muito-obrigado.

Deputado Luciano Machado, sempre importante nos debates desta Casa e o Lorenzo se tornou um amigo. A qualidade do debate é importante. Temos uma afinidade aqui na Casa nos mais diversos temas, exatamente pelo nosso objetivo comum de atender da melhor forma possível a sociedade. Parabéns pela condução desta comissão.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Agradeço, deputado, pelas palavras elogiosas, fruto muito mais da nossa amizade do que da minha competência, com certeza.

Deputado Luciano Machado, fique à vontade, pelo tempo regimental.

O SR. LUCIANO MACHADO - (PV) - Rapidamente, só agradecer por fazer parte desta comissão contigo, doutor deputado Delegado Lorenzo, Vandinho, e agradecer muito a contribuição da doutora Camilla, doutor Brenno Andrade, doutor Diego Aleluia, Davi Esmael de Almeida, provavelmente. A todos vocês aqui um abraço.

Foi produtivo o debate. Que nós possamos levar essa mensagem para casa e para onde quer que possamos estar porque, realmente, é um debate que pode modificar a vida das pessoas. A missão é esta: fazer com que a vida seja melhor, que o nível de consciência seja melhor e que as pessoas sejam mais respeitadas.

O SR. PRESIDENTE - (DELEGADO LORENZO PAZOLINI - Sem partido) - Obrigado, deputado Vandinho e deputado Luciano Machado.

Enfim, agradecer à doutora Camilla, ao doutor Brenno, doutor Diego, vereador Davi Esmael, nossos procuradores, servidores desta Casa, assessoria.

Agradecer à Joana, que está ali, guerreira, mesmo com os pinos na perna, presente, na luta, marcando e salvando muitas vidas pelas ruas. Sem dúvida nenhuma, deixando um trabalho para a sociedade não só de Vitória, mas para a sociedade capixaba, marcante para aquelas mães, pais que sofrem. Nós conhecemos a realidade. Joana está sempre lá ao lado, deputado Luciano, estendendo a mão e fazendo a diferença na vida daquelas pessoas. Eu já pude presenciar o belíssimo trabalho social e abnegado que ela realiza, o legado que ela deixa na comunidade, sobretudo, mas não somente, da grande São Pedro aqui em Vitória. Parabéns, Joana.

Agradecer a todos que estão presentes, à Larissa do DPCA. Nosso conselheiro Marquinho também, obrigado pela presença, leva o nosso abraço para a população de Cariacica. Todos os servidores, quem nos assiste pela TV Assembleia, muito obrigado.

Só reforçar, para finalizar, então: quarta-feira, 14h, teremos uma sessão tratando do depoimento especial e a Lei 13.431 e, no dia 20 de maio, próxima segunda-feira, se Deus quiser, receberemos a ministra Damares Alves aqui também, trazendo novidades para a população capixaba e promoveremos uma sessão solene porque esse dia tem que ser lembrado para que novos crimes como esse sejam evitados.

Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos desta comissão e convido os senhores membros para a próxima reunião que será extraordinária, uma audiência pública no dia 15 de maio do corrente, às 14h, no plenário Dirceu Cardoso.

Muito obrigado a todos. Fiquem com Deus e boa tarde.

(Encerra-se a reunião às 14h28min)

DIÁRIO OFICIAL

PODER LEGISLATIVO

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

SECRETARIA-GERAL

ROBERTO RIBEIRO CARNEIRO Diretor-Geral

CARLOS EDUARDO CASA GRANDE Secretário-Geral da Mesa

RAFAEL HENRIQUE GUIMARÃES TEIXEIRA DE FREITAS Procurador-Geral

JOEL RANGEL PINTO JÚNIOR Secretário de Gestão de Pessoas

FERNANDO VAILANT SA PRADO CARREIRO Secretário de Comunicação Social

Chefe de Comunicação Social da Presidência

TATIANA SOARES DE ALMEIDA

Subdiretora-Geral

RICARDO BENETTI FERNANDES MOÇA Subprocurador-Geral

DIRETORIAS LEGISLATIVAS

PAULO MARCOS LEMOS Diretor das Comissões Parlamentares

MARCUS FARDIN DE AGUIAR Diretor de Processo Legislativo

WANDERSON MELGAÇO MACEDO Diretor de Redação

JOÃO MANOEL MIRANDA NUNES Diretor da Procuradoria

OZIEL DOS SANTOS ANDRADE Diretor de Taquigrafia Parlamentar

DORIMAR MANDATTO Diretor de Tecnologia da Informação

ERYKA DA SILVA CORTELETTI Diretora de Documentação e Informação

JOSÉ ROBERTO SILVA HERNANDES Diretor da Consultoria Temática

SEBASTIÃO DA SILVEIRA CARLOS NETO Diretor de Infraestrutura e Logística

SÉRGIO DE ASSIS LOPES

Diretor de Segurança Legislativa

JANAÍNA DO NASCIMENTO VALOIS Diretora de Finanças

RAFAEL NUNES CORREA Diretor de Controle Interno