DIÁRIO ACIONAI.

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DIÁRIO ACIONAI. SEÇÃO I ANO XXXV - N" 080 CAPITAL FEDERAL 12 DE AGOSTO DE 1980 CÂMARA DOS DEPu'rADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 8V SESSAO DA 2." SESSAO LEGISLATIVA DA 46." LEGISLATURA, EM 11 DE AGOSTO DE 1980 I- Abertura da Sessão 11 - .Leitura e assinatura da ata da sessão anterior III - Leitura do 'Expediente OFíCIO N.o 122/80-LID-PP, do Sr. Thales Ramalho, Líder do Parti- do Popular, . PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n.O 128-A, de 1979 (Do Sr. Carlos Santos) Determina a inclusão de parágrafo no art. 5. 0 da Leí n,v 3.807. de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social). regulando a inclusão dos pescadores -no regime dessa lei; tendo pareceres: da Comissão de constítuíção c Justiça, pela cons- titucionalidade, juridicldade e técnica iegislativa; c, das Co- míssões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças, pela, aprovação. Projeto de Lei n.O 365-A, de 197.9 (Do Sr. Fernando cunhar - Dispõe sobre a concessão dos direitos e vantagens da Lei n. O 1.234:, de 14 de novembro de 1950, aos trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. nas mesmas condi- ções; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justlll'a. pela constitucionalidade, jurldicldade e técnica legislativa, com emenda; da Comissão de Trapalho e Legislação Social, pela aprovação, com Supstitutivo; e, da 'Comissão de Finanças, pela aprovação, com adoção do Substitutivo da Comissão de Tra- balho e Legislação Social. Projeto de Lei n,o 417-A, de 1979 (Do Sr. Jayro Maltoni) - Acrescenta dispositivo à Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social); tendo pareceres: da Co- missão de Oonstãtuíçáo ve Justiça, pela constitucionalidade e técnica legislativa; e, das Comissões de Tral:!alho e Legislação Social e de Finanças, pela aprovação. Projeto de Lei n,v 459-A, de 1979 (Do Sr. Júlio Oostamílam - Altera a redação do art. 192 da Consolidação das Leis do Trabalho, que dispõe sobre o adicional de insalubridade; tendo pareceres: da Comissão de oonstttuícão e Justiça, pela consti- tucionalidade, jurídícídade e técnica legislativa; e, das Comis- sões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças. pela apro- vação. Projeto de Lei n. O 916-A, de 1979 (Do Sr. Freitas Nobre) - Introduz modificações no Decreto-lei n.o 3.365, de 21 de junho de 1941, que dispõe sobre desapropriações por utilidade pública; tendo parecerese da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com emendas; e, das Comissões de Economia, Indústria e Comércio e de Finanças, pela aprovação. Projeto de Lei D.O 1Ai8-A, de .1979 (Do Sr. José Camargo) - Estende aos mecânicos de máquinas a óleo diesel o adicional de periculosidade previsto no § '1.0 do art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho; tendo pareceres: da Comissão de Cons- tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e téc- nica legislativa; e. das Comissões de Trabalho e Legislação So- cial e de Finanças, pela aprovação. Projeto de Lei n. O 1.693-A, de 1979 (Do Sr. Nilson Gibson) - Acrescenta parágrafo ao art. 458 da oonsoüdação das Leis do Trabalho; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constdtueíonalídade, jurldicidade e técnica legis- lativa; da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela apro- vação, com emenda: e. da Comissão de Finanças, pela aprova- ção. . Projeto de Lei n,o 2.249-A, de 1979 (Do Sr. José de Castro Coimbra) - Dispõe sobre a Capoeira, que passa a denominar-se Luta Nacional, e outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e injuridicidade; e, da Comissão de Educação e Cultura, pela rejeição. Projeto de Lei n,o 2.276-A, de 1979 (!Do Senado Federal) - Altera a Lei dos Registros Públicos, compatibilizando-a com o vigente Código de Processo Civil; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalIdade, [urídícída- de, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. Projeto de Lei n.o 2.348-A, de 1979 (Do SI'. Marcelo Medei- ros) - nova redação a dispositivos da Lei n.o 4.215, de 27 de abril de 1963. que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil; tendo parecer, da Comissão de Constitui- ção e Justiça, pela constitucionalidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. com Substitutivo. Projeto de Lei n.O 2.443-.11., de 1979 (Do Sr. Nelson Marche- zam - Altera a Relação Descritiva das Rodovias do Plano Nacional de Viação, aprovado pela Lei n. o 5.IH7, de 10 de se- tembro dé 1973; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica le- gislativa. com emenda; c, da Comissão de Transportes, Pela aprovação. com Substitutivo. PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n,v 3.316, de 1980 (no Sr. Iranildo Pereira) - Altera dispositivos da Lei n. O 4.239, de 27 de junho de 1963, que criou o Fundo de Emergência e Abastecimento do Nordes- te - FEANE, Projeto de Lei 11.° 3.319, de 1980 (Do 'Sr. Inocêncio Oli- veira) - Restringe o consumo de combustível em veículos par- ticulares, acrescentando dispositivos à Lei n.o 5.108, de de setembro de 1966 lCódlgo N:wlonal de Trânsito). Projeto de Lei n. O 3.323, de 1980 (Do Sr. Inocêncio Olivei- ra) - Torna obrigatória a construção de barragem nos rios

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIÁRIO ACIONAI.

SEÇÃO I

ANO XXXV - N" 080 CAPITAL FEDERAL ~rERÇA·FEIRA, 12 DE AGOSTO DE 1980

CÂMARA DOS DEPu'rADOSSUMÁRIO

1 - ATA DA 8V SESSAO DA 2." SESSAO LEGISLATIVADA 46." LEGISLATURA, EM 11 DE AGOSTO DE 1980

I - Abertura da Sessão

11 - .Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

III - Leitura do 'Expediente

OFíCIO

N.o 122/80-LID-PP, do Sr. Thales Ramalho, Líder do Parti-do Popular, .

PROJETOS A IMPRIMIRProjeto de Lei n.O 128-A, de 1979 (Do Sr. Carlos Santos)

Determina a inclusão de parágrafo no art. 5.0 da Leí n,v 3.807.de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social).regulando a inclusão dos pescadores -no regime dessa lei; tendopareceres: da Comissão de constítuíção c Justiça, pela cons­titucionalidade, juridicldade e técnica iegislativa; c, das Co­míssões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças, pela,aprovação.

Projeto de Lei n.O 365-A, de 197.9 (Do Sr. Fernando cunhar- Dispõe sobre a concessão dos direitos e vantagens da Lein. O 1.234:, de 14 de novembro de 1950, aos trabalhadores regidospela Consolidação das Leis do Trabalho. nas mesmas condi­ções; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justlll'a.pela constitucionalidade, jurldicldade e técnica legislativa, comemenda; da Comissão de Trapalho e Legislação Social, pelaaprovação, com Supstitutivo; e, da 'Comissão de Finanças, pelaaprovação, com adoção do Substitutivo da Comissão de Tra­balho e Legislação Social.

Projeto de Lei n,o 417-A, de 1979 (Do Sr. Jayro Maltoni) ­Acrescenta dispositivo à Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960(Lei Orgânica da Previdência Social); tendo pareceres: da Co­missão de Oonstãtuíçáo ve Justiça, pela constitucionalidade etécnica legislativa; e, das Comissões de Tral:!alho e LegislaçãoSocial e de Finanças, pela aprovação.

Projeto de Lei n,v 459-A, de 1979 (Do Sr. Júlio Oostamílam- Altera a redação do art. 192 da Consolidação das Leis doTrabalho, que dispõe sobre o adicional de insalubridade; tendopareceres: da Comissão de oonstttuícão e Justiça, pela consti­tucionalidade, jurídícídade e técnica legislativa; e, das Comis­sões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças. pela apro­vação.

Projeto de Lei n. O 916-A, de 1979 (Do Sr. Freitas Nobre) ­Introduz modificações no Decreto-lei n.o 3.365, de 21 de junhode 1941, que dispõe sobre desapropriações por utilidade pública;tendo parecerese da Comissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, comemendas; e, das Comissões de Economia, Indústria e Comércioe de Finanças, pela aprovação.

Projeto de Lei D.O 1Ai8-A, de .1979 (Do Sr. José Camargo)- Estende aos mecânicos de máquinas a óleo diesel o adicionalde periculosidade previsto no § '1.0 do art. 193 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho; tendo pareceres: da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e téc­nica legislativa; e. das Comissões de Trabalho e Legislação So­cial e de Finanças, pela aprovação.

Projeto de Lei n.O 1.693-A, de 1979 (Do Sr. Nilson Gibson)- Acrescenta parágrafo ao art. 458 da oonsoüdação das Leisdo Trabalho; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constdtueíonalídade, jurldicidade e técnica legis­lativa; da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela apro­vação, com emenda: e. da Comissão de Finanças, pela aprova-ção. .

Projeto de Lei n,o 2.249-A, de 1979 (Do Sr. José de CastroCoimbra) - Dispõe sobre a Capoeira, que passa a denominar-seLuta Nacional, e dá outras providências; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade einjuridicidade; e, da Comissão de Educação e Cultura, pelarejeição.

Projeto de Lei n,o 2.276-A, de 1979 (!Do Senado Federal) ­Altera a Lei dos Registros Públicos, compatibilizando-a como vigente Código de Processo Civil; tendo parecer, da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucionalIdade, [urídícída­de, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação.

Projeto de Lei n.o 2.348-A, de 1979 (Do SI'. Marcelo Medei­ros) - Dá nova redação a dispositivos da Lei n.o 4.215, de27 de abril de 1963. que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dosAdvogados do Brasil; tendo parecer, da Comissão de Constitui­ção e Justiça, pela constitucionalidade, técnica legislativa e,no mérito, pela aprovação. com Substitutivo.

Projeto de Lei n.O 2.443-.11., de 1979 (Do Sr. Nelson Marche­zam - Altera a Relação Descritiva das Rodovias do PlanoNacional de Viação, aprovado pela Lei n.o 5.IH7, de 10 de se­tembro dé 1973; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica le­gislativa. com emenda; c, da Comissão de Transportes, Pelaaprovação. com Substitutivo.

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n,v 3.316, de 1980 (no Sr. Iranildo Pereira) ­Altera dispositivos da Lei n.O 4.239, de 27 de junho de 1963,que criou o Fundo de Emergência e Abastecimento do Nordes­te - FEANE,

Projeto de Lei 11.° 3.319, de 1980 (Do 'Sr. Inocêncio Oli­veira) - Restringe o consumo de combustível em veículos par­ticulares, acrescentando dispositivos à Lei n.o 5.108, de ~21 desetembro de 1966 lCódlgo N:wlonal de Trânsito).

Projeto de Lei n. O 3.323, de 1980 (Do Sr. Inocêncio Olivei­ra) - Torna obrigatória a construção de barragem nos rios

8190 T"rca·feira l~ lHARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção li Agosto dê 1980

sobre os quais devam passar rodovias integrantes do SistemaRodovlário Federal. e determina outras providências.

Projeto de Lei n.? :1.324, de 1980 (Do Sr. Inocêncio Olivei­ra) - Torna obrigatória a indicação do grupo sangüíneo (Sis­tema ABOI e do Fator :~h na Carteira Nacional de Habilitação.

Projeto de Lei n.v :L348, de 1980 (Do Br. Inocêncio Olivei­r a i - Isenta o empregador rural propríetárto de até 30 (trinta)hectares localizados no Nordeste brasileiro. das contribuiçõesdevidas ao Instituto NRcional de Colonização e Reforma Agrá­ria - LNCRA.

IV - Pequeno Expediente

ANTôNIO PONTES - Visita do Governador Anníbal Bar­cellos, do Amapá, a Brasília.

ADHEMAR SANTILLO - Construção de casas para flage­lados em Goiás.

ARTENIR WERNER - Pesquisas de opinião pública, sobreo Governo de San'ta Catarina,

PAULO STUDART - Aniversário de fundação de Quixe­ramobim, Ceará. Redução das linhas de crédito para comercia­lização do algodão.

JOAO FAUSTINO - Liberação de recursos do FAS paraas áreas de educação e saúde.

JOAO ALVES - Politic.a salarial do Governo.

ROSA FLORES - A Oposição no Governo.

PINHEffiO MACHADO - Construção do porto maritimo doPiauí.

JOACIIL PEREIRA - Criação dos Cursos Jurídicos no Brasil,

ALEXANDRE MACHADO - Assistência aos anciãos noBrasil.

GERALDO GUEDES - Saneamento do rio Ipojuca, oa­ruaru, Pernambuco.

HEITOR ~LENCAR. FURTADO - Demissão de professoresde Psicologia na Universidade Estadual de Maringá, Paraná.

LOUREMBERG NUNES ROCHA - Custeio agrícola em Ma­to Grosso.

JOlí:O GILBERTO -- Combate à febre aftosa no Rio Grandedo Sul.

JOEL FERREIRA- Construção .de portos no interior doAmazonas.

JOãO LINHARES - Economía agrícola e pecuária.

ÉDSON VIDIGAL - Direitos de ex-servidores do SASSEnão reconhecidos na absorção pela Caixa Econômica Federal.

LÚCIA VIVEIROS - Restauração das prerrogativas do Po­der Legislativo.

ALCEBíADES DE OLIVEIRA - Construção do trecho ro­doviário Santo Angelo-Porto Xavier, Rio Grande do Sul.

LUIZ LEAL - Inflação. Política econômica.

IRAM SARAIVA - Denúncia sobre participação brasileirano golpe de estado da, Bolívia.

SIQUEIRA CA1fi'OS - Restauração dos trechos Anápolís-;Jaraguá e Gurupí-s-Paraiso do Norte na rodovia Belém-Bra­silía.

ERNESTO DE MARCO - Posse e propriedade da FazendaBurro Branco, Campo Erê, Santa Catarina,

PEDRO LUCENA - Combate às secas no Nordeste.

nASO COIMBRA - Lancamento do Iívro "História de Bra-sília", de autoria do jornalista E. D'Almeida Vitor.

PEIXOTO FILHO - "Dia dos Pais".

WALDIR WALTER- União nacional.

CELSO PEÇAJNHA - Extinção da obrigatoriedade do in­ventário judicial.

PAULO GUERRA - Aspectos desenvolvimentistas do Terri­tório do Amapá.

GERSON CAMATA - Padronização das moedas e do pa-pel-moeda no Pais. .

ALBeRICO CORDEIRO (Retirado pelo orador para revi­são.) -Pobreza do sertão alagoano.

OSVALDO MELO - Extensão da contagem recíproca detempo de serviço aos funcionários estaduais e municipais.

BRABO DE CARVALHO - 'Ensino superior no País.

JERõNIMO SANTANA - Fornecimento de energia elétricaa Gúajará-Mirim, Rondônia.

V - Gr;onde Expediente

NIVALDO KRÜGElR - Mensagem social do Papa JoãoPaulo II ao povo brasileiro.

GERALDO FLEMING - Problemática fundiária no Acre.

VI - Ordem d.o Dia

EVANDRO AYRES DE MOURA, ADHEMAR GHISI, SAN­TILLI SOBRINHO, PACHECO CHAVES, MAC DOWELL LEITEDE CASTRO, HENRIQUE EDUARDO ALVES, PEIXOTO FILHO,JORGE PAULO, FREITAS NOBRE, GUIDO ARANTES - Apre­sentação de proposições.

AIRTON DOS REIS (Como Líder.) - Potencialidades daregião de Cáceres, Mato Grosso.

GETúLIO DIAS (Como Líder.) - Regime político-adminis­trativo brasileiro.

GILSON DE BARROS (CoI1llO Líll:er.) - Política indigenistae atuação da FUNAI,

AUGUSTO LUCENA (Como Líder.) - Aniversário de ins-tituição dos Cursos Juridicos no Pais.

VII - Designação da Ordem do Dia

VIII - Encerramento

2 - MESA (Relação dos membros,

3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTInOS (Relaçãodos membros)

4 - COMISSõES <Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

INSORIÇõES A1J'!'OMÁTICAS PARA O Ml1:S DE SETEMBRO, NOSTERMOS DA RESQLUÇAO N.a 37, DE 1979.~._- " .'---- ~~----_.~--_.--

DATA DIA DA SEMANA NOME

----.----~-

DATA DIA DA SEMANA NOME----

ai Quinta-feira Ruben FigueiróJorge Vianna

22 Sexta-feira Nilson GibsonTheodorico Ferraço

25 Segunda-feira Airton SandovalGilson de Barros

26 'I1erl}a-feira Vivaldo FrotaEdilson Lamartine Mendes

27 Quarta-feira Igo LossoBrabo de Carvalho

28 Quinta-feira Feu RosaNélio Lobato

29 Sexta-feira Paulo Lustosastoessel Dourado---

Avisos

CAMARA DOS DEPUTADOSSECRETARIA GERAL DA MESA

Relação dos Deput8.llos Inscritos no Grande Expedienteagostol1980

DATA DIA DA SEMANA NOME------

12 Terça-feira Iraníldo PereiraAdhemar SantilJo

13 Quarta-feira Nosser AlmeidaModesto da Silveira

14 Quinta-feira Benedito MarcilioMilton Figueiredo

15 Sexta-feira Milton BrandãoCristina Tavares

18 Segunda-feira Louremberg Nunes RochaNabor Júnior

19 Terça-feira Elquisson SoaresCarlos Bezerra

20 Quarta-feira Rosa FloresArtenir Werner

Segunda-feira Bantllll SobrinhoValter Garcia

DHRIO DO CONGRt;SSO NACIONAl, (Se~'ào II 'Jl'el'éa-feira l~ SUlI;.,c

ATA DA 84.a SESSÃOEM 11 DE AGOSTO DE 1980

AlagoasAlbérico Cordeiro - PDS; José Costa - PMDB; Murilo Mendes

- PDT. .

BahiaAfrisio Vieira Lima - PDS; Carlos Sant'Anna - PP; Fran­

cisco Benjamim - PDS; Francisco Pinto - pMDB; Hilderlco Oli­veira; João Alves - PD8; José Penedo - PDS; Manoel Novaes- PDS; Prisco Viana - PDS; Rômulo Galvâo - PUS; stoesselDourado - pOS.

Espirito SantoMário Moreira - PMDB; Max Mauro - PMDB.

Rio de Janeiro

Celso Peçanha - PMDB; Daso Coimbra - PP; Délio dos San­tos - PMDB; JG de Araújo -Jorge - PDT; José Bruno; JoséFrejat - PDT; Lázaro Carvalho - PP; Lygla Lessa Bastos ­PDS; Modesto da Silveira - PMDB; Oswaldo Lima - PMDB;Peixoto Filho - PI'; Péricles Gonçalves' - I'P. '

Rondônia

Jerônimo Santana - PMDB; Odacir Soares - PDS.

Hélio Campos - PDS.

O SR. PRESIDENTE (EI.itácio Cafeteira) - A lista de presen-ça acusa o comparecimento de 146 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - O SR. PEIXOTO FILHO, servindo como 2.0 -Secretãrio,procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, semobservações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (E:pitácio Cafeteira) - Passa-se à lei­tura do expediente.

O SR. NOSSER ALMEIDA, Suplente de Secretário. servindocomo l.o-Secretário, procede à leitura do seguinte

Roraima

Senhor Presidente:Nos termos Regimentais. tenho a honra de solicitar a V. Ex.a

seja tornada sem efeito a indicação do SenhOr Deputado Vilelade Magalhães para membro 'TItular da Comissão de Transportes eSuplente da Comissão de Minas e Energia, tendo em vista o seudesligamento do Bloco Parlamentar do Partido Popular, a partir<te 25 de junho de 1980.

Na oportunidade', apresento a V. Ex.a protestos de estima econsideração. - Tbalcs Ramalho, Lider do PP.

Brasília. 'i' de agosto de 1930.

ParanáAmadeu Geara PMDB; Antônio Mazurek - PDS; Ary

Kffuri - PDS; Borges da Silveira - PP; Euclides Scalco ­PMDB; Mário Stamm - PDS; Mauricio Fruet PMDB; Pedro Sam­paio - PP; Sebastião Rodrigues Júnior - PMDB; Walber Gui­marães - PP.

UI - EXPEDIENTE

OFíCIO

Do Sr. LideI' do Partido Popular. nos seguintes termos:

Of. n.? 122/S0-LID-PP

Santa Catarina

Adhemar Ghisi PDS; Arnaldo .Schmitt - PP; EvaldoAmaral - PDS; F'rancisco Líbardoní - P:MDB; Juarez Furtado- PMDB; Nelson Morro - PDS; Walmor ele Luca - PMDB.

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - PDS; Alcebiades de Oliveira - PDS;

Alceu Oollares - PDT; Ary Alcântara - PDS; Carlos Santos -­pMDB; Eloy Lenzi - PDT; Getúlio Dias - PDT; João Gilberto- PMDB; Nelson Marchezan - PDS; Odacir Klein - PMDB;Telmo Kirst - PDS.

Minas Gerais

Antônio Dias - PDS: Car:08 corta - PP; Dario Tavares ­pDS; Homero Santos - PDS; Humberto Souto - PDS; JorgeVargas - PP; Juarez Batista - PP; Magalhàes Pinto- PP;Melo Freire - PI'.; Nogueira de Rezende - PDS; Pimenta daVeiga - pMDB; Henato Azeredo - pp; Rossemburgo Romano ­PP; Vicente Guabiroba - PDS.

São PauloAirton Sandoval - PMDB; Audálio Da.ntas - PMDB; Bene­

dito Marcílio - P'I'; Freitas Nobre - PMDB; Gióia Júnior - PDS:João Cunha - PT; Octaeilío Almeida - PMDB; Roberto Carva­lho - PDS; Santilli Sobrinho - PMDB.

GoiásAdhemar Santillo - PMDB; Genésio de' Barros - PDS; Iram

Saraiva - PMDB; José Freire - PMDB; Siqueira Campos - PDS.

Mato GrossoCarlos Bezerra - PMDB; Gilson de Barros - PMDB; Milton

Figueiredo - PP. '

Mato Grosso do SulAntônio Carlos de Olíveira - PT; Leite Schmidt - PDS; Ru­

ben Figueiró PDS;

SergipePDS; Raymundo Diniz - PDS; Tertu-Adroaldo Campos

liano Azevedo - pp~

AcreAmilcar de Queiroz - PDS; Nabor Júnior - PMDB; Nosser

Almeida .:- PDS; Wildy Vianna - PDS.Amazonas

Joef Ferreira - PDS; Josué de Souza PDS; Rafael Faraco- PDS; Ubaldino Meirelles - PDS; Vivaldo Frota - PDS.

Pará

Jorge Arbage - PDS; Lúcia Viveiros - PP; Osvaldo MeloPDS; Sebastião Andrade - PDS.

MaranhãoEdson Vldigal ~ PP; Epltácio Cafeteira - PMDB; Freitas

Diniz -PT; João Alberto - PDS; Luiz Rocha - PDS.Piauí

Hugo Napoleão - PDS; Paulo Ferraz - PDS; Pinheiro Ma­chado - PP.

CearáAntônio Morais PDT; Cesário Barreto - PDS; Evandro

Ayres de Moura - PDS; Figueiredo Correia - PP; Flávio Marcilio-P DS; Gomes da Silva - PDS; Haroldo Sanford - PDS; LeorneBelém - PDS; Marcelo Linhares - PDS; OSsian Araripe'- PDS;Paulo Lustosa - PDS.

Rio Grande do NorteCarlos Alberto - PMDB; Djalma Marinho - PDS; João Faus­

tino - PDS.Paraíba

Adernar Pereira - PDS; Ernani Satyro - PDS; Joaci! PereiraPDS; Marcondes Gadelha - .PMDB; Octacílio Queiroz -­

PMDB; Wilson Braga - POS.Pernambuco

Augusto Lucena' - PDB; Carlos Wilson - PP; Cristina Ta­vares - PMDB; Fernando Coelho - PMDB; Inocêncio Oliveira- PDS; José Carlos Vasconcelos -- PMDB; Marcus Cunha ­PMDB; Nilson Gibson - PDS; Roberto Freire - PMDB; SérgioMurilo - PDT.

PRESID1!:NCIA DOS BRB.:HOMERO SANTOS, 19-Vice-Presidente;EPITÁCIO CAFETEIRA, 2Q-Secretário;

NaSSER ALMEIDA, Suplente de Secretário; eDASO COIMBRA, Suplente de Secretário.

I - As 13:30 horas comparecem os Senhores:

'Flávio MarcílioHomero SantosRenato AzeredoWilson BragaEpitácio CafeteiraAri KffuriWalmor de LucaNasser AlmeidaDaso 'CoimbraNabor Júnior

8192 Terça-feira 12 DlARIO DO CmmRESSO NACIONAL (Seção I)

PROJETO DE LEI N.o 128-A, DE 1979(Do Sr. Carlos Santos)

Determina a inclusão de parágrafo no artigo !i.o lIaLei .n.o 3,807, de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica daPrevidênela Social), regulando a inclusão dos pescadoresno regime dessa. lei; tendo pareceres: 'lJaComissão deConstituição e Justiça., pela constitucionalidade, .juridici­dade e técnica legislatiVa; e, das Comissões d-e Trabalhoe Legislação Social e de Finanças, ,pela aprovação.

(Proje~to de Lei n,> 128, de 1979, tendo anexado o den.o 2.96;5/80; a 'que se referem os pareceres.)

O Congresso Nacional decreta:. Art. 1.0 Acrescente-se ao. art. 5.° da 'LeI n.o 3.807, de 26 de

agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência SOcial) o seguintedispositivo: . .

u§ 3.0 Os pescadores que e. sem vínculo empregatícío, na.condição de pequenos produtores; trabalhem índívídual­mente ou em regime de economia familiar, fazendo dapesca sua 'Profissão habitual ou meio principal de vida.e estejam matriculados na repartição competente, poderãooptar pela filiação ao regime desta Lei, na qualidade deit,rabalhadores autônomos."

Art. 2.° 1Entrará esta Lei -em vigor na data de sua, publicação,revogadas as díspoaíçõea em contrário.

Justifica.ção ..<Estiveram os pescadores vinculados à Prevídêneía Social, ini­

clalmente,na forma do Decreto-lei n.O 3.832, de 18 de novembrode 1941, ao extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dosMarítimos (IAPM). e, posteriormente aolNPS, com todos os deve­res e dírettos atribuídos aos segurados do referido Instituto pelaLei Orgânica da" Prevídêneía Social.

O Poder Executivo, entretanto, através do, Decreto n.o 71.498,de5 de' dezembro de 1972, considerou os pescadOres benefícíáríosdo Programa de Assistência ao 'trabalhadqr Rural (PROHiURAL),instituído pela Lei Complementar n.O 11, de 25 de maio de 1971..penmltíndo que optassem 'Pelo regime da Lei Orgânica da Previ­dência. Social tão-somente os pescadores autônomos que estavamaté cinco de dezembro de 1972 inscritos no lNPS.

'Parece que a finalidade do Decreto n.o 71.498, de 1972, aodar para nns previdenciários, aos pescadores a condição de itra­balhadores rurais, foi isentá-los da contribuição para o INPS aque estavam sujeitos.

Todavia, não é menos verdade' que ao fazê-lo, numa inter­pretação evidentemente forçada da lei, restringiu, substancial­mente direitos dos pescadores, enerte os quais o dírcíto à percep­ção, no caso de enfermidade, do .auxíüo-doença e da aposentado­ria especial após 25 anos de penosa atividade profissional, benefí­cios estes previstos na Lei Ongântca da Previdência Social masque não ieenstam do Programa de Assi~têncla ao TrabalhadorRural. '

Daí por que entendemos indispensável garantir aos pescadores,a qualquer tempo, o direito de optarem pelo regime da Lei' orgâ­nica da Previdência Social que, embora exija d03 segurados doINPS o pagamento de contribuições mensais, lhes concede direitosincomparavelmente superiores aos previstos no PRORURAL.

Esta a fínalldàde social da presente proposícão.Sala das Ses3êes, . - Carlos §antor..

LEGISLAÇÃO' ClJ'ilDA.; ANEXA0,: tELA COORDEJ'/MPiODAS COMISSõES PERi,iAllrtN'1';';;S

. LEI 1'1.°3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960. L;Ji ür~:;'l.nie't d~ l"i':.;vidimeia §oci"l.

(Com as alterações Introduzidas pe~'a Iegíslaçâo posterior.•

•• < ••••••• ~ ••••••• : •••••••••••••••• , •••••••••••••••••••••••••

T1'I'ULO II

Dos ge~ur3.d.oil, dnsDapendentes 'i; da Inscriçãõ

Dos 3eg"lU'ado3, Art. 5.° São obrigaltoriamente segurados, ressalvado o dlspos-

to no art. 3.°:I - os que trabalham, como empregados, no território na­

cional;n - os brasileiros ·eestrangeiros domiciliados I.' contratados

no Brasil para trabalharem. como ernpregados :nas sucursais ouagências de empresas nacionais no exterior;

III - os titulares de firma individual e os diretores, sócios­gerentes, .sõetos-solídâríos, sócios-quotistas, sócios de Indústria, dequalquer. empresa;

IV - os trabalhadores iautônomos.§ 1.0 São equiparados aos trabalhadores autônomos os- em­

pregados de representações estrangeiras e os dos organismos otí­cials estrangeiros ou internacionais que funcionam no Brastl, sal­vo se obrigatoriamente sujeitos a regime. próprio de prevídêncía,

§ 2'.° As pessoas referidas no art. 3.°, que exerçam outroemprego ou atividade compreendida no regime desta lei, são obri­gatoriamente segurados, no que concerne ao referido emprego ouatividade. .

PROJETO DE LEI N.o 2.965, DE 1980<Do Sr. Gerson Camata)

A4Jrescenta'parágrafo ao art. 5.0 da Lei Orgânieà daPrevidência Social.

-tAnexe",se ao Projeto de Lei n.s 128, de 1979, nos termosdo art. 71 do Regimento Interno.)

O Oongresso Nacional decreta:'Art. 1.0 Dê-se ao § 3.° do art. 5.° da Lei Orgânica da Previ­

dência Social (Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960>, a seguinteredação:

"§ 3.° Poderão os pescadores que, sem vínculo emprega­tício, na condição de pequenos produtores, trabalhem in-odlvidualmente ou em regime de economia familiar, fazen­do da pesca sua profissão habitual ou meio principal devida' e estejam matriculados na repartição competente,optar-pela fili~~ão ao INPS na qualidade de trabalhado­res autônomos.

AI't. 2.° Entrará esta Lei em vigot na. data de sua publica­ção, revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoEram os pescadores, de longa data, quando exerciam 'sua ati- .

vidade sem víncuio 'empregatício; considerados segurados. autôno­mos do INPS.

O Poder Executivo. entretanto, deliberou incluí-los' no Progra­ma de Assistência ao Trabalhador Rural, nos termos do seguinteato regulamentar: / .

UDECRETO N.o 71.498, DE 5 DE DEZEMBRO DE 1972.Art. 1.° São beneficiários do Programa de Assistência aoTrabalhador Rural (PRORURAL) instituído pela Lei Com­iplementar n.o 11, de 25 de maio de 1971, os pescadores que,'sem vínculo ernpregatícío, na condição de pequeno pro­dutor, trabalhando indlviduahnente ou em regime de eco­nomia familiar, façam da pesca sua protíssão habitual oumeiopríncipal de vida e estejam matriculados na .repar­tição competente.Parágrafo único. 'As prestações do PRORURAL serão de­vidas, nas condições estabelecidas no Título II do Regu­lamento aprovado pelo Decre-to n." 69.919, de 11 de janeirode 1972, aos pescadores a quem se refere o artigo, a nartírde janeiro de 1973. . ..ilrt. "2.° Os peseadorcs wutônomos qua já estejam regu­Iarmente ínscrítos e venham recolhendo as contríbulcõesdBvidas ao hlFS pad6rªocons'~.i"Vaf a. sua condícão desegurados desse Instituto.Art. 3.0 &-;1;" Decreto entrará em Vigor na data' da suapublicação, revogadas ;w dio);:CEiçõc.s em contrário.

Conquanto o SI:ÚCnlB, do FUimURAL ofereça aO.3 pescadoresa vantagem de Isentá-tos da contribuição mensal, não é menus

'certo que se trata de um plano d8 benefícios (:1~t;rBmamente 1'e8­tríto que não prevê a aposentadoria po rtempo de serviço, o pa­gamento do auxílio-doença, entre outros cprevtstos na lc~islagão

do Il'U'8.

'Como o Decreto antes transcrito só permitiu queconservassema condição de segurados do INPS os pescadores que já estavamnele regularmente inscritos em 197,2, ficaram, a partir da então,os demais ímpedídos de optar pelo regime daL~I Orgânica daPrevidência Social.

O que pretende, portanto, o ,projeto é autorizar tal opção nostermos, aliás, de reivindicação formulada durante o Ir Encontroda. Pesca, reaílzado no Rio de Janeiro, no ano de 1977, pelo Sr.Relomar Paula Moraes, interventor da Federação das Colôni-as dePesca. do Espírito Santo.

Sala das Bessões, de de 1980~ - Gerson Camata- Cristina. '1'aVJl.rti~,

Afoito de 1980 DlARIO DO CON.GRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-Ieira. 12 8193

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAO" DAS COMISsõES PERMANENTES

Li!:IN.o 3.807.DE 26 DE AGOSTO DE 1960I,.EI ORGANICA DAPREVIDENCIA SOCIAL

(Com as alteracõcs.Introduzrdas pela Iegíslaçáo ,posterior!

TíTU!I.lO IIDos Segurados, dos Dependentes e da Inscrição

'CAPITULO I

Dos Segurados

Art. 5.° São obrigatortamente segurados. ressalvado o dispos­to no art. 3.°:

I -' os que' trabalham, como empregados, no território na-cional; '"

11 '~ os brasíteíros e estrangeiros domiciliados e contratadosno Brasil para trabalharem como empregados nas sucursais ouagências de empresas nacionais no exterior;

IIr - os tttulares de firm'a individual. e diretores, sócíos-gs­rentes, sócios-solidários, sócios-quotistas, sócios de indústria. dequalquer empresa, cuja idade máxima seja -no ato da inscriçãode ;;0 (cinqüenta) anos;

, IV - os trabalhadores avulsos e os autônomos,* 1.0 São equiparados aos trabalhadores autônomos:·I - os empregados de .representações estrangeiras e os dos

.organísmos oficiais estrangeiros ou internacionais que funcionemno Brasil, salvo OS obrtgatorramente sujeitos a regime próprio deprevidência social;

U ~ os ministros de confissão religiosa, e os membros de ins­titutos de vida consagrada e de congregação cu ordem religiosa.estesquando por elas mantídos.vsalvo se:' .

a) filiados obrigatoriamente à previdência social em razão deoutra atividade;

. bJ filiados ebrlgatortamerrte a: outro regime oficial de previ­, dêneía. social, militar ou civil, ainda que na condição de inativo.

§ 2.° As pessoas referidas no art. 3.° que exerçam outro em­prego ou atividade compreendida no regime desta Lei são-obriga­toriamente segurados, no que concerne ao referido emprego ou atí-,vídade, ressalvado o disposto no letra b do item II do ~ l.0 desteartigo."

o • , ~ ••••., ••••••' ,0 • • • • • • • • • • • • • • • • • • '.~ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • > ••••••

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTI'l"úIÇAO E JUSTIÇA

I - Relatório

O art. 5.° da Lei Orgânica da Previdência Social - Lei 3.607de 26 -de agosto de 1960 - relaciona os segurados obrigatórios,meluslvé os .trabalhadores autônomos.

A e~seartigo, com r a presente proposta de lei, Intenta seuAutor, o nobre colega emedebistá sul-riograndense. Carlos Santos.aditar norma facultativa. posta nos seguintes termos: .

"~3." Os pescadores Que, sem vinculo empregaticío, nacondíeão de pequenos produtores. trabalhem individual­mente ou em ,regime de economia familiar, tazendo dapesca sua profissão habitual ou meio principal devida eestejam matriculados na repartição competente, poderãooptar 1)ela filiação ao regime desta Lei, na qualidade detrabalhadorcaautônornos."

E evldenelando domínio absoluto do assunto, hístorra-o comproveíto para OS interessados, aduzíndo elucidatívamente:

"Estiveram os pescadores vinculados à Previdência Social.inicialmente. na forma do Decret{)-lei n.v 3.832, de 18 denovembro de 1941, ao extinto Instituto de Aposenbadoríat; Pensões dos ::Marithnos tIAPMl e, posteriormente aoI-NPS com todos os deveres e direitos atribuídos aos .se­gurados do referidá" Instituto pela Lei Orgânica da Pre­vidência, ,Social.O Poder' ·Exeeutivo, entretanto, através do Decreto n,on.498. de .; de dezembro de 1972, considerou os pescadoresbenencíárícs do Pro!!'rama de Assístêncía ao Trabalhador.Rural ('PRÓRURALI: instltutldo pela Lei Complementarn.o ,11, de 25 de maio de 197,1, permitindo Que optassempelo regime da Lei Orgânica da Previdência, ,Sodal tão-se­mente os pescadores autônomos que estavam até cinco dedezembro de' 1972 inscritos no INPS.

Parece-nos 'que a finalidade do Decreto n,> 71.498. de 1972.ao dar para fins previdenciários, aos .pcscadores, a con­dição de trabalhadores rurais, foi tsentã-Ios da contribui­cão para o lNPS a que estavam sujeitos.

Todavia, não é menos verdade que ao fazê- .0, numa Inter­pretaçâo evidentemente força da: lei. restringiu, subs­tancialmente, direitos dos pescadores, entre os quais o di­reito 'à percepção, no caso de enfermidade, do auxílío­doença' eda aposentadoria especial após 25 anos de penosaatividade pronssíonal, beneficios estes previstos na Leiorçàníca da Previdência Social, mas que não constam doPrograma de Assistência ao Trabalhador Rural.

Dai porque entendemos indispensável garantir aos pesca­dores, 'a qualquer tempo, o direito de optarem pelo regimeda Lei Orgânica da Previdência Social que, embora exijados segurados do INPS o pagamento de contribuições men­sais,lhes concede díreítos ' incomparavelmente superioresaos previstos no PRORURAL:'

A presente iniciativa' viu-se distribuida ao estudo dos compo­nentes das Corniasôas de Constituição e Justiça. de Trabalho eLeglalaçâo Social. e de :Finanças.

É' o Relatório.

11 - Voto do Relator

Urge, estimulemos a elevação do número de quantos desejem.se dedicar à pesca,' assegurando-se-Ihes as vantagens previden­ciárias - tal proposto neste projeto.

. Sob os ângulos que nos compete a análise da proposição, nadaencontramos a con tra-tndícá-Ia ao acolhimento dos doutos In te­grantes da Comissão- de Constituição e Justiça, eis que, se a leiconseeutíva vai aumentarrdespesa-púhlíca, a contribuição obriga­torra de quantos optarem' pelo ingresso nesse regime cobrirá ocusto c'os beneficios ·e serviços correspondentes. Com a efetivaçãodessa cbrlgaturíedade, "afonre do custeio .total", imposta no pará­grafo único do artigo 165 da Constituição. está plenamente' asse­gurada. imune, portanto, de qualquer lesão. '

Louvando a iniciativa do nobre Autor deste Projeto, pelosreflexos econômicos e socíaís que sua transmutação em lei iráprecipitar, expresamos nosso voto pela constitucionalidade, juridici­dade e técníca legislativa.

Sala da Comissão. 19 de setembro de li179. - .Jorge Cury.

In .....: Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça. em reumao de suaTurma ".'1.". opinou. unanimemente, pela constitucionalidade, íu­rídícidade e boa técnica legislativa do Projeto n,v 128/79, nos ter­mos do p areeor do Re~a:tor.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Marinho.Presidente; Jorge Cury. Rela:tor; Brabo de Carvalho. Edgard Amo­rim, Gomes da Silva, Lidovino Fanton, Luiz Leal, Nilson Gibson.Osvaldo Melo. 'Paulo Pimentel, Tarcisio Delgado e Walter De Prá,

, Sala da Comissão. 1[} de setembro dE: 1979. - Djalma Marinho,Presidente - Jorge Cury, Relator.

PARECER DA COmSSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAO SOCIAL

r - Relatório

Intentu o autor da presente proposta e lei, aditar norma fa­cultativa ao) art. 5.0 da. Lei Orgânica da Previdência soctal (3.807­de 26-8-1D601 que relaciona os segurados obrigatórios, inclusívc OF

trabalhadores autônomos, nos seguintes termos:

"Art.' 5.0 .•.........•...•..••••••.• , ••••••.••••.••• ,. ,

~ 3.°, Os pescadores que. sem vínculoeffipreg'aticio, 1'l~

condição de pequenos produtores. trabalhem Individual­mente ou em regime de economia rarníltar. razendo dOipesca sua' profissão habitual ou meio prtnclpal de vidae estejam matriculados na repartícâo competente, poderãooptar pela ,filiação ou regime desta lei, na qualidade detrabalhadores autônomos.-,

.Justificando a proposição. alega o seu autor;

"Parece que a finalidade do Decreto n.o rt. 498, de 1972,ao dar para fins previdenciários, aos pescadores, a condi­ção de trabalhadores rurais, foi isentá-los da contribui­ção para o UJ'PS a que estavam 'sujeitos:'

''E prossegue i

;'Todavia, não é menos verdade que ao rasê-to. numa Inter­.-pretação evídentemente forçada da lei. restringíu. subs­tanctalmente, direito dos pescadores, entre os quais o di­reito à percepcâo, no caso de enfermidade, do auxilio­doença e da aposentadoria especial após 25 anos.depencsa

8194 'l'trça-íeira 12 DlARIO OU CONGRESSO N.\ClON.U. (Seçio n Agosto de 1980

atividade pronssonat, benefícios estes previstos na LeiOrgânica da Previdência Social más que não constam 'loPrograma; de Assistência ao Trabathador Rural."

Por sua vez, o relator na Comissão de Constituiçào e Justiçrt,concluí o seu parecer, nos seguintes termos:

"Louvando a iniciativa do. nobre Autor deste Projeto, pelosreflexos econômicos e socíaís que sua transmutação emlei irá precipitar, expressamos nosso voto pela constitu­cionalidade, juridicidadee técnica legislativa,"

Na área de nossa competência .....:.' apreciação do mérito ­votamos com o autor e relator da matéria na Comissão de Cons­tituição e Justiça, por entendermos que a iniciativa se reveste dornaís alto sentido humano e socíal, motivo por que merece o nossoirrestrito apoio,

U - Voto do RelatorEm face das razões expostas, somos favoráveis ·à aprovação do

PJrojeto de Lei n,O 128, de 1979.

Sala da Comissão, de de 1980, - J"úUa CootamiJan,Relator,

111 -- Parecer da ComissãoA COmissão de Trabalho e Legislação Social, em reunião Ç}r­

dinária, realizada em 2'8-5-80, de sua Turma A, opinou, unanime­mente, pela Aprovação do Projeto de Lei n.O 128/79, nos termos dopa.reecr do Relator,

·Estivera.m ,presentes os senhores Deputados: Ni·lson Gibson.Presidente; Júlio Costamíllan, relator; Flávio .chaves, CarlosChiarelli, Amadeu Gea~a, Adhemer Ghlsi, 'I1úlio Barcelos, UbaldinoMekelles, V,alter Garcia, Aurélio !Peres, Edgard Amorim. José Cos­ta, Benedito Marcillo e Rezende Monteiro. Osmar Leitão. AivaroGaudênclo, octávio TorrecilIa, Francisco Rollemberg, Joel Lima,

*l'ertuliapo Azevedo.

Bala da Comissão, 28 de maio de 1980. - Nilson Gibson, Pre­.sldente - JÚlioCostamillan,Relator.

IPARECíElR DA COM1BS1I.O DE !F~'~ÇAS

I - Relatório

O nobre Deputado Carlos Santos, apresentou o projeto de lei-em exame com o objetivo de determinar que os pescadores que,sem vínculo empregatício. na condição de pequenos produtores,trabalhem, individualmente ou em regime de economia farnílíar.fazendo da pesca sua: profissão habitual ou' meio principal devida e estejam registrados na repaetícâo competente, possam optarsua filiação ao regime da previdência social urbana, na qualidadede trabalhadores autônomos, retirando-os. assim, do emquadra­mente na previdência social rural. ~o projeto, ipOr identidade deobjetivos, foi anexado o de número 2.<965/80, de autoria do Depu­tado Gerson camata. •

Na Comissão de Oonstituição e Justiça o projeto, por unani­midade, teve reconhecida sua constitucionalidade, [urtdteídads eboa técnica legislativa.

·Na Çomissão de Trabalho e Legis1ação Social o projeto ,foiaprovado, quanto ao mérito, por unanimidade.

li: o relatório. .

11 - Voto do RelatorO Projeto em exame, na forma aprovada pelas comíssões téc­

nícas que o examínaram anteriormente, não repercutirá negatí­vamente nas :finanças públicas, se transformado em lei.

Desta forma, no que toca ~ competência de nossa COmissãode IFinanqas aprecíar, .nada 'Vejo que possa impedir-lhe que sejaapeovado.

Voto, pois, 'Pela aprovaçâo do projeto.Sala da COmissão, 20 de junho de 1980. - Odacir Klein, Re­

lator.

111 - PareceI' daComissã&

A Comissão de 'Finanças, em eeuníão ordinária realizada nodia 25 de junho de 19'80, opinou, unanimemente, pela Aprovaçãodo Projeto de Lei n.O 128!79 (anexo o Projeto de Lei n.O 2.965/80)- do Sr. Deputado Cacrlos Santos - nos termos do parecer dorelator, Deputado Odacir, Klein.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jorge Vaxgas,Presidente; Alberto Goldman e Leorne Belém, Více-Presídentea:Airon Rios, Athiê Coury, !Fernando lMagalhães, José MendonçaBezerra, Honorato Vianna, Vicente Guabíroba, Olivir Gabardo, Hé­lio Garcia, Luiz Ba.ccadni, José Oarlos Fagundes e Marão Filho.

Sala da Comissão, 25 de junho de :1980. - JorKe Varg~, Pre­sidente - Odacir K1eln, Relator.

PROJETO DE LEI N." 365-'\, DE 1979

(Do Sr. Fernando CunhaiDispõe sobre a concessão dos direitos e vantagens da

Lei n,? 1.234, de 14 de novembro de 1950, aos trabalha­dores regidos pela 'Consolidação das Leis do Trabalho, nasmesmas condições; tendo pareceres: da Comissão de Cons­tituição e ,Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa, com emenda; da Comissão de Traba­lho e :Legislação Social, pela aprovação, com Substitutivo;e, da Comissão de Finanças, pela aprovação, com adoçãoda Substitutivo da Comissão de Trabalho e LegislaçãoSocial.

(Projeto de Lei n.O 365, de 1979, a que se referem ospareceres, )

O Congresso Nacional decreta.

Art. 1.0 Os direitos e vantagens assegurados pela Lei n.o 1.234,de 14 de novembro de 1950, são extensivos aos trabalhadores regidospela Consolidação das Leis do Trabalho, desde que, no exercido desuas funções, operem habitualmente com raios x ou substânciasradíoatívas, próximo a fontes de emanação,

Art.2.0 O adicional de 40% (quarenta por cento) de que trataa alínea c do art. 1.0 da Lei n,v 1.234, de 14 de novembro de 1950.incidirá sobre o salário percebido pelo trabalhador, neste com­preendido todos os adícíonaís a que flwr jus, consoante a legis­lação trabalhista,

Art. 3.° O trabalhador afastado da atlvl.dade laborativa, por­tador de lesão radiológica que, ao ser recuperado não voltar à. ati­vidade anterior, perderá os direitos e vantagens assegurados poresta lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aotrabalhador afastado da atividade em razão de íícença ou gozode férias.

Art. 4.0 Aos beneficiários desta lei aplica-se, no que couber•as disposições do Capitulo II e respectívas tabelas anexas ao De-creto n,o 29.155, de 17 de janeiro de 1951. .

Art. 5.0 Esta lei entrará em vigor à data de sua publicação.

Art. 6.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O príncíplo de tratamento igualitário para com situaçõesiguais é universal. No campo das atividades laborais, no entanto,esse principio avulta de Importância em relação aos demais, poristo que há uma espécie de guerra sem trégua, travada por todosos juslaborallstas de renome, em favor de uma isonomia salarial ede condições de trabalho em geral, para pessoas submetidas àsmesmas atividades ou funções,. . .

É em obediência a esses princípios que estamos tomando ainiciativa de propor o restabelecimento da situação de igualdadeentre o servidor público e o trabalhador regido pela Consolidaçãodas Leis do Trabalho, desde que trabalhem como operadores deaparelhos de raios x, nas condições previstas pela Lei n,o 1.234, de14 de novembro de 1950, instrumento legal portador da injustifi­cada discriminação.

Com efeito, embora tanto servidores públicos como emprega­dos de empresas privadas exerçam as mesmas funções, em tudoIdêrrtíeas, os primeiros desfrutam de vantagens negadas aos últi­mos, Por que a discriminação? É uma injustiça que salta aos olhosde qualquer pessoa razoavelmente sensível aos aspectos sociais deproteção ao trabalho.

O principio de isonomia salaríal não se deve aplicar, ex vileKis, apenas aos empregados de uma mesma empresa. Não. Eledeve ser estendido também aos trabalhadores de diferentes em­presas ou de diferenciados regimes, como é o caso dos servidorespúblicos e dos empregados regidos pela Consolidação das Leis doTrabalho. Este ponto de vista toma corpo e tem sua importânclaampliada, se considerarmos que não se trata de mera vantagemsalarial. O que se busca é assegurar os direitos já concedidos aosservidores públicos, no desempenho de uma função sabidamenteadversa à saúde, atados que desempenhem as mesmas atlvídades.

Se a discriminação em si mesma não bastasse, cumpre salien­tar que é comum a exístêneíaern órgãos da administração públicadireta de trabalhadores contratados pelo regime da Consolidaçãodas Leis do Trabalho exercendo funções de operador de raios x,lado a lado com servidores públicos, em situação muito ínrenor,Quer dizer: a discriminação já se verifica no próprio local de tra­balho, até mesmo ao arrepio de disposições legais, por exemplo, doca])ut do art. 461 do Diploma Consolidado, que dispõe, in verbis:

"Art. 461. Sendo idêntica à função, a todo trabalho deigual valor, prestado ao. mesmo empregador, na mesma

localidade, corresponderá igual salário. sem distinção dl'sexo. nacionalidade ou idade."

Ora, se o serviço público contrata um trabalhador pelo regimeda Consnlídacào das Leis do Trabalho e o obriga ao desempenhode atividade insalubre. penosa ou perigosa. idêntica e no mesmolocal, em relação ao servidor público, acreditamos que não há dú­vida quanto à discriminação e ilegalidade cometidas.

Doutra parte, devemos louvar os benefícios. auferidos com oadvento da Lei n.? 1.234, de 14 de novembro de 1950. Os resultadossão por demais positivos em relação aos servidores públicos, aolongo de mais de vinte anos. Por qUE', então não se estender essesbenefícios aos trabalhadores de empresas privadas nas mesmascondições de trabalho? Trata-se de medida de absoluta justiça ede imperativo de higiene e segurança do trabalho.

A natureza da atividade, cujos riscos para a saúde são incon­táveis e muito graves, estão a justificar plenamente um tratamen­to especial para todas as pessoas que exerçam a mesma atividade.sejam ou não, servidores públicos.

Temos certeza de que a presente proposição obterá tratamentoe atenção espeeíats, culminando com sua aprovação, não apenaspor ser de inteira justiça, mas também porque representa antigae [usta- aspiração dos trabalhadores de raios x e similares, regidospela Consolidação das Leis do Trabalho.

Sala das Sessões, 21 de março de 1979. - Fernando Cunha.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAoDAS COMI8S(jES PERMANENTES

LEI N.o 1.234, DE 14 DE NOVEMB~O DE 1950

Contere direitos e vantagens a servidores que operamcom Raios X e substâncias radioativas.

O Presidente da República:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

Art. 1.0 Todos os servidores da União, C1V1S e militares, e osempregados de entidades paraestatais de natureza autárquica, queoperam diretamente com Raios X e substâncias radioativas. pró­?':Ímo as rentes de írràdíaçâo, terão direito a:

a) regime máximo de vinte e quatro horas semanais de tra­balho;

b) férias de vinte dias consecutivos, por semestre de atividadeprofissional, não acumuláveis;

e) gratificação adicional de 40"{, (quarenta por centoI do ven­cimento.

Art. 2.<> Os Serviços e Divisões do Pessoal manterão atualiza­das as relações nominais dos servidores beneficiados por esta Leie indicarão os respectivos cargos, ou funções, lotação e local detrabalho, relações essas que serão submetidas à aprovação doDepartamento Nacional de Saúde, do Ministério da Educação eSaúde.

Art. 3.° Os chefes de repartição ou serviço determinarão oafastamento imediato do trabalho de todo o servidor que apresenteindício de lesões radiológicas, orgânicas, ou funcionais e poderãoatribuir-lhes, conforme o caso, tarefas sem risco de irradiação, oua concessão ex-oífieio,· de licença para tratamento de saúde, naforma da legislação vigente.

Art. 4.° Não serão abrangidos por esta Lei:

a) os servidores da União, que, no exercícío de tarefas aces­sórias, ou auxiliares, fiquem expostos às irradiações, apenas emcaráter esporádico e ocasional;

b) os servidores da União, que, embora enquadrados no dis­posto no artigo 1,0 desta Lei, estejam afastados por quaisquer mo­tivos do exercício de suas atribuições, salvo nos casos de licençapara tratamento de saúde e licença a gestante, ou comprovada. aexistência de moléstia. adquirida no exercício de funções anterior­mente exercidas, de acordo com o art. 1,0 citado.

I Art. 5.0 As instalações oficiais e paraestatais de Raios X esubstâncias radioativas sofrerão revisão semestral, nos termos daregulamentação a ser baixada.

Art. 6.0 O Poder Executivo regulamentará a presente Leidentro no prazo de 60 (sessenta) dias e estabelecerá as medidasde higiene e segurança no trabalho, necessárias à proteção dopessoal que manipular Raios X c substàneias radíotivaa, contra

acidentes e (l<.",nças profissionais e reverá, anualmente. as tabela,'de proteção.

Art. 7.'" Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 14 de novembro de 1950; 129.0 da Independên­cia e 62.0 da República. - EURICO G. DUTI1:A - José FranciscoBías Fnrtes i-« Sylvio de Noronha - Canrobcrt P. da. Costa - RaulPernandes - Guilherme da Sllveíra - João \'ald,eturo de Amorimc Mello - A. de Novaes Filho - Pedro Calmon - Marcial DlasPequeno - Armando Trompowsky.

DECRETO N.o 29.155. DE 17 DE JANEIRO DE 195i

Regulamenta. a Lei n.? 1.234, de 14 de novembro de 1950

CAPíTULO II

DAS NORMAS DE PROTEÇAü AO TRABALHO

Das unidades de rontgendiagnóstico e ['ontgenterapiaa) Da higiene geral

Art. 11. As salas, em que se opere com Raios X, disporão deboas aeração e ventilação. natural ou artificial, de vãos de aber­tura, direta para o exterior dos edificios ou para amplas galeriasinternas.

Art. 12. O ar ambiente será renovado, de preferência, poraspiração durante o funcionamento da aparelhagem radiológicac, pelo menos, uma hora após o término dos trabalhos, mor­mente quando haja rede exposta de alta tensão, hipóteses em quedeverão sempre ser exauridos o ozona An3 e os gases nítrosos pro­duzidos.

Art. 13. Nos locais ou salas onde se encontrarem geradores,providos de retificação por válvulas elctrõnícus expostas, deveráser assegurada proteção adequada contra a possível emissão deRaios X por essas válvulas.

h l Da proteção contra os riscos puramente elétricos

Art. 14. A corrente elétrica, alímentadora da Instalação cen­tral do gerador de alta tensão, será interceptável por fusíveisgerais, relacionados com a capacidade do gerador, e comandadapor uma chave ou um interruptor geral, de grande tamanho efácil manejo, situado em local de visibilidade e acesso fáceis, depreferência próximo ao posto de comando do aludido gerador.

Art. 15. Os geradores, que abasteçam maís de um posto deexame ou aplicação. disporão de interruptor de alta tensão ouchave de derivação, que isole completamente os postos entre si etorne inermes os que estiverem fora de uso..

Art. 16. O.S geradores providos de condensadores de altatensão terão disposítívos adequado a descarga' da energia residual.

Art. 17. A pavimentação das salas de exame ou de irradia­ção e dos postos de comando deverá ser feita de materiais queaumentem a proteção dos operadores contra as descargas à "terra"rmadeíra, cortiça, borracha, etc.i

Art. 18. As redes aéreas de alta tensão, que terão disposi­tivos de descarga à "terra", e de segurança contra queda, deverãoser instaladas à altura mínima de dois metros e meio do piso,sobre isoladores de material inalterável sob a ação do tempo,da umidade, dos eflúvios e de outros elementos, e construídascom condutores de forma, distância entre si e diâmetro tais que,sob voltagem máxima, seja anulado o efeito de eflúvio ou decorona.

Art. 19. De preferência serão utilizadas aparelhagens 1.1 provade choques.

Art. 20. AI> mesas de exames radíoscópíeos e radíográfícos,de rõntgenterapía, supereíal ou profunda, os suportes radío­gráficos e as mesas e acessórios de comando serão ligados à "ter­ra" por fio condutor, de diâmetro nunca inferior a dois milíme­tros, soldado em suas ligações terminais.

Art. 21. Os exames radiológicos, procedídos em salas de ope­ração, serão feltos apenas com aparelhos que possuírem rede pro­tegida de alta tensão, sempre que forem empregados anestésicosinflamáveis.

c) Da proteção contr,a radiações em J trabalhos de rõntgendiag~néstíee

Art. 22. O tubo produtor de Raios X deverá ser montadodentro de cúpula inteiriça, ou que recubra ao máximo possívelo aludido tubo, cuja proteção equivalerá. no mínimo, a dois mí­Iímetros de chumbo.

Art:. 23. No trajeto do "fe'ixe direto" útil de Raios X, ti maisperto possível do seu plano de emergõncia e ao nível da abertura

8196 Terça-feira. 12 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Aplsto de r,s/)

da cúpula, será montado um filtro de alumlnlo de espessura nuncaInferior a 0,5mm.

Art. 24. O diafragma radloscópico, em sua abertura máxi­ma, deverá permitir a passagem de feixe direto útil cuja seçãonormal, no plano de fluoroscopla, não seja maior que o vidro deanteparo rluoroscóptco. o qual, deverá ter proteção equivalente adois millmetros de chumbo.

Art. 25, Os sertógratos. para a prática de radiografias visa­das, possuirão proteção suplementar adequada. excedente e fle­xível.

Art. 26, A conexão da alta tensão, em trabalhos de radíosco­,lia, rar-se-á por meio de Interruptores de pressão, manual ou apedal, devendo ser rejeitados os modelos de contato permanente.

Art. 27. Na prática de exames radíoscópicos será obrigatórioo uso de palpadores indiretos de qualquer tipo, luvas plumbiferasde proteção integral, dorsal e palmar, com substâncias de baixopeso atômico, tecidos de lã ou algodão, interposto entre o couro oua borracha e a pele, e aventais plumbíreros. todos com proteçãoequivalente pelo menos li. 0,5 milímetros de chumbo,

Art. 28. A mesa de comando radiográfico deverá ser montadade preferência fora do campo de incidência de qualquer feixedireto de Raios X e à retaguarda de guarita ou biombo, ou empeça situada ao lado da sala de exames - assegurando ao opera­dor proteção nunca inferior a doís milímetros de chumbo.

Art. 29. O vlsor de vigilância no posto de comando terávidro plumbífero fixo, de proteção nunca inferior a dois rnllime­tros de chumbo, devendo ser abolidos os vidros móveis por do­bradíça, guilhotina ou sistema equivalente.

d) Da proteção contra. radiações em trabalhos de rontgenterapiaArt. 30. As salas de rõntgenterapía, bem como os postos de

comandos e de vigilância de visar fixo. deverão ser protegidos demodo a absorver as radíações que possam atravessar pisos e pa­redes, para isso existindo uma camada de chumbo ou materialequivalente, cuja espessura será variável de acordo com as vol­tagens empregadas, as condições de sala. o grau de proteção ~e

tubo, e outros fatores 'Que serão estudados, em cada caso.

Parágrafo único. Para .energías superiores a 225Kv o chumbopoderá entrar em combinação com material conglomerado densoe não poroso (tijolos, concreto. bário-concreto, etc. i de modo a as­segurar proteção tal Que só permita a tolerância máxima de 0,11'por dia. controlada com tonõmetro.

Art. 31. A determinação da proteção em chumbo, nas ir­radiações com tubo excitado por quílovoltagens compreendidas en­tre 250Kv e S. OOORv, segundo rnlllarnperagens variáveis de 0,5M. A, a 30 M. A. e distâncias foco-operador de O,5m a 10m, de­verá ser feita de acordo com o monograma de Binka, anexo.

Art. 32 Os aparelhos de rôntgenterapla deverão ser provi­dos de dispositivos de sinalização que indiquem a produção de cor­rentes de .alta tensão e de Raios X, e a presença de filtros.

Art. 33. Durante as aplíeacões de rôntgent.erapia somenteserá permitida na sala a presença de pessoas estranhas, quandodevidamente autonzadaaneto médico: o enfermo será observadopor meio de visar apropriado, e, se for julgado conveniente. poderáse comunicar com o posto de comando e vigilância por meio desinais óticos ou acústicos. ou por campainha elétríca.

DO EMPREGO DE SUBSTANCIAS RADIOATIVAS NATURAISOU ARTIFICIAIS

ll) Dos sais de rádíum

Art. 34, As pessoas, que manipularem preparações .radíotívas.deverá ser assegurada proteção contra n ação lesiva das irradia­CÔe5 sobre as suas màos (, ('(1111.1':1 as lesões orgânicas ou pertur­bacões funcionais dos órgão" da reproduçáo, causadas por essastrradíacões. .

Art. 35. A protecúo para diferentes Quantidades de rádíurn.aproxírnadamente equivalente a ü.Ir por dia, será determinadapelo diagrama de Failla. anexo, no Qual são estabelecidns as com­blnações convenientes dos fatores espessura de chumbo e distân­cia roco-operador.

Art. 36. AS preparações radioativas deverão ser manipula­das à distância, por meio de longas pinças, não devendo ser to­cadas diretamente comas mãos, e a preparação de moldes e apa­relhos será feita em local bem ventilado, destinado exclusiva­mente a esse fim, devendo o operador trabalhar em mesa angulare1)1 L. COlO arrtepuro ~;;l'N,ial dO- :> em de chumbo interposto en treII referido operador e a preparação radioativa.

Art. 37, As preparações radioativas fora de uso deverão sergllarda.das em cofre, em compartimentos próprios formados porcaixas especiais. ísotada» uma das outras e assegul'ando, em todas

as dírecões, proteção, cujos valores serão determinados pelo dia­grama de Failla, anexo.

Art. 38. O locai em que serão tomadas as medidas para pre­paração de moldes e aparelhos, será bem ventilado e isolado de­outras peças onde haja substâncias radioativas,

Art. 39. qs enfermeíros e outros auxiliares só poderão per­manecer nas camaras de tratamento dos enfermos, Quando obser­vados 05 limites estabelecidos pela tabela n, anexa.

Art. 40. O transporte do rádíurn nos hospitais e nos centros.urbanos tar-se-á por melo de dispositivos providos de longas al­ças, observados os valores Indicados na tabela lU, anexa, e seusportadores não deverão receber dose superior a 0,11' por dia. me­dida de foco de rádium à cicatriz umbilical.

Art. 41.. O transporte interurbano do rádium obedecerá àsseguintesdeterminaçôes:

I - Por mar - colocando-se o material radioativo em com­partimento estanque, o mais distanciado possível de locais de tra­balho ou de permanência. da tripulação e dos passageiros;

II - Por' terra - observando-se rigorosamente os valores in­dicados na tabela IV. anexa.

h) Do radon

Art. 42. No preparo e emprego do radon, cuja proteção deve­rá ser assegurada como se fora contra o rádíum, serão observadasas seguintos disposições:

I - A captação do radon deverá ser feita pelo menos duasvezes por semana, a fim de evitar o aumento de pressão nos apa­relhos e conseqüente rutura das canalizações de instalação e con­taminação do' ar ambiente;

II - Todas as manipulações do radon serão efetuadas logoapós a sua captação;

IrI - Os locais, onde SE' realize a preparação do radon dispo­rão de Sistema de controle e aceleração da ventilação, em casode acidentes nos aparelhos;

IV - O ar ambiente deverá ser movimentado e exaurido meiahora antes de serem ocupados tais locais;'

V - Depois de captado, o radon será separado em sementesde ouro por meio de mecanismos a esse fim apropriados, a fim deassegurar proteção adequada ao operador;

VI - <5 cofre. que contiver o recipiente com a solução de rá­. díum. deverá oferecer proteção de chumbo de acordo com a quan­tidade de rádíum em solução, observados os valores Indicadospelo diagrama de Failla, anexo.

c) Das substâncias radioativas artificiais:Art. 43. No uso terapéutico e na pesquisa científica de subs­

tàncias radioativas artificiais deverão ser tomadas todas as provi­dencias que assegurem a proteção do pessoal, tendo em vista, emcada caso. a natureza. a intensidade e a duração das emíssôes,

di Das substâncias sobre física nuclear e suas aplicações a outrosfins

Art. 44. Nos laboratórios de pesquisa científica. onde se rtze­rem estudos e aplicações sobre transmutação atômica, deverãoexistir os elementos adequados à proteção contra as radiações"alfa", "beta" e "gama". e especialmente contra os nêutrons.

Art. 46, A proteção visará também a possível contaminaçãodas roupas, do mobiliário do laboratório, das águas de uso e resi­duais, a concentração radioativa no ar ambiente e atmosferascírcunsvízinhas, a inalação e a ingestão de elementos radioa­tivos e a ação dos produtos de cisão nuclear,

DO PESSOALArt. 46, A admissão do pessoal que manipula aparelhagens

de Raios X e substâncias radioativas, ou me procede a estudos epesquisa sobre física nuclear será sempre condicionada à realiza­ção de exame prévio de sanidade e capacidade rísíca. o qual ín­cíutrá obrigatoriamente o exame hematológico.

Parágrato único. Não deverão ser admitidas em serviços deterapia pelo rádíum e pelo radon as pessoas de pele seca, comtendência a fissuras, e com verrugas, assim como as de baixa acui­dade visual não corrigivel pelo uso de lentes.

Art. 47. O pessoal em serviços de rõntgendiagnóstico ourõntgcnterapla superficial ou profunda, será submetido ainda aum exame clinico por ano e a. um exame hematológico por se-omestre

Art. 48, O pessoal em serviço de terapia pelo rádium ou peloradon. ou de pesquisas sobre tísica nuclear, será submetido ainda

Arosto de 1980 DIARlODO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I)

TABELA nrTransporte do rádlum em hospitais e centros urbanos

TABELA nLimites de permanência de enfermeiros ou auxiliares em salas

de tratamento pelo râdíum.

2518

11,5022,503,505

Distância.mínima dasmãos em em

DISTANCIAtolerada, em m

0,11,0

Espessura dechnmboem em

10

100200400800

1.6003.200

RJIDlUMmg - Hora

Quantidade derádhun em

mg

a um exame clínico por semestre, o qual, compreenderá cuidado­sa observação dermatológica das mãos, e um exame hematológicobimestral.

Art. 49. Para o pessoal que trabalhe em serviços de rõntgen­diagnóstico, rõntgenterapía, de rádíum e de radon, a dose máximade tolerância será. de O,lr por dia, que além de outros métodostécnicos de verificação, será controlada usando cada pessoa emseus bolsos, periodicamente, durante quinze dias consecutivos detrabalho, um filme dentário recoberto de chumbo pela metade.

Art. 50. Para o pessoal, que trabalha em pesquisas sobrefísica nuclear, o controle dos sistemas de proteção far-se-â comodispõe o artigo anterior, e também o filme dentário de prova to­talmente, recoberto por delgada camada de cádmium, ródium eíndíum.

Parágrafo único. Verificado que o filme dentário de provasofreu impressão apreciável deverá ser apurada e eliminada a fa­lha do sistema de proteção.

Art. 51. O presente Decreto entrará em Vigor na data de suapublicação, revogadas as disposições em contrário.

TABELA 'I

Proteção contra radiações diretas em rõntgendíagnóstíeo e emrõntgenterapia: espessura de chumbo correspondente às váriasquílovoltagens a 1.50m do foco do tubo (U.S. National Bureauof Btandards, H.B. 21, New Yark, International Committed of X- Ray and Radium Protection, 1937).

40 0,1 501,0 37

-""-.,~--- ~-~~~----< ~~~..._.-100 1 60

2 45200 2 64

3 50

Xv Pb. mm.

75 1

100 1,5

125 2

ISO 2,5

175 3

200 4

225 5

300 9

400 15

500 22600 34

20

400

1.000

4

0,11,0

23

23

3526

9070

14011080

TAlIELA IV

Proteçdo para o transporle dt nbsláncias radioativas por Urra (Curli5s)

HORAS PERMITIDAS EM nÃHSITO. S~UBOO AS 1)J\'DlS~5 ISrESSUJIAS J)'C, CU Uf.n:o I:M »"OL!:CAnAS

112136112

...1I

\/II

172112886855

3 1/2"

1708656443428

._----_._--

j"

i

170:14212210695115432822t'l14

146110U'13635548442214118

2"

11073SS44363127242211

1 1/2"I"

100553628

.22li16141211

6030201512lO

1/2"

-lO:'lOH10

1/4"

AU 15 mil'.De 15 a 25 mç•.'De 25 a 35 mil" ••De 35 a ·45 mero •De 45 a 55 mil" •De 55 a 65 mil" ••De 65 a 75 mer•.De 75 a as mil'.De lI5 a 115 mç..De 115 a 100 Msr.De 200 mlP's. • •.De 300 mr.s..• _De 400 mllTS.....De ~ lJ1llTs•••••De (500 mgrs.....

~U.ANTIDADE DE

RADIUM

p~so mlnlmo de Ichumbo, em libras 1/2 3/4 31/4 9 1/4 58 1/2

NOTA - Os fjlmes rotosr'!icos ou ra1IcgrinC',).!. nlo Impres.slonado~. deve:·"<. ~e:' colo:~lIc! ~ 4.5m cu m~ls de d~t'nCla<10 ridium.

8198 Terça·feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) ~to de 1981

Exemplificação do uso do monograma. de W. Bincks:

Qual a espessura de chumbo necessária para assegurar prote­ção contra as radiações de um tubo a 1m de distância. excitadoa l.{)OO K V de 10m. A.? (exemplo figurado acima).

Operações: a) traçar uma linha reta, ligando a cifra 1.000,na primeira coluna, à esquerda, indicadora das quilovoltagens, àdfra 10, na última coluna, à direita, indicadora das mlli.ampera­gens; b) assinalar o Pl, formado pela interseção dessa linha com

a coluna A; c) traçar uma linha reta, ligando a cifra 1, na ter­ceira coluna, indicadora das distâncias foco-operador, ao pontoPl, assinalado sobre a coluna A, e prolongar esta linha reta atéà coluna B, formando sobre ela o ponto de interseção P2; d) traçaruma linha reta, ligando o ponto P2 à cifra 1.000, indicada na pri­meira coluna à esquerda; e) assinalar o ponto P3 em que estaterceira linha seceíona a segunda coluna à esquerda, indicadora dasespessuras de chumbo, obtendo assim a resposta desejada.

Resposta para a questão formulada; 88mm de chumbo.

TABELA V

Limites mâxlmos de .exposiçôes permitldas em radíoscopla e rad10l:To.!ia,par!. c:ualqucr parte <lo corpo exceto a cabeça. avaUados em rnlHampere$

segundos • 85 KV ;eris~ de onda)

I IDistlncla I Ifoco-pele 1 I

t Filtro (mm.AI.> Frltro (mm.At.) 1- Filtro (mm.Al.)j Externo _ O Externo - 11,5 E"terno - 1I Interno - 0,5 Interno _ 0,5 Interno - 0,5

Em miU. Em pole- I Total - 0.5 Total -1 Total - 1.5metros lr&dll5 I

II

265 510254 10 I 810

JOo4 12 I 380 ;' no 1.OPO

355 14 i 520 1.000 1.5001

!.lIDO 1.950ot()G 16 I 680

45'1 11 870 1.650 2.500I

3.000soa 20 I 1.060 2.050

558 22 1.:180 2.450 3.640I

1.530 2.900 I 4.116DlIOIl ~ 1

I'162 30 1 2.400 4.500 I 6.S00

I '.1001114 JIIl I 3.480 6.500 Ium .u I ... 'lOO 8.850 13.300I

1.201 48 I 6.150 11.110O I 17.400I 1

TABELA. VI

Limlte-.5 :nbimos de t:!Xp05içóu permlt:das em radj~opia e radloi1"a!la, paraa cabeça. avaliados em rnllil1mperen-scgundo& & 85KV (crista de onda>

IDistAncia.

"

f6eo-pe1eFiltro (mm.AI.' Filtro (mm.Al.> Filtro (mm.Al. >1::xt.emo - O Externo - 0,5 Externo - 1

I Interno - 0,5 Intuno - 0,5 Interno - 0,5Em mill_ Em pele- I Total - 0,5 Total -1 Total - 1,5

metros gadUI

254I

10 200 380 610

304 12 290 5..'0 875

355 14 390 750 1.190

406 I 16 510. 970 1.000I

l.~Q 1.980457 I 18 650

508 I 20 800 1.530 2.450

558 I 22 960 1.840 2.970I

609 I 24 1.150 2.150 3.540

'162 I 30 1.'190 3.350 5.540

91.. I 36 2.5B5 UHO '/.950

1.()61 I 42 2.600 6.560 10.85D

1.:109 I 4S ••800 8.550 14.100

-.--------

Arosto de 198() DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11 Terça-feira. 12 8199

TABELA VIIPercentagens de compensação, que deverão ser usadas em re­

lação aos valores índícados pelas tabelas V e VI. para voltagenssuperiores e inferiores a 85 KV rcrista de onda I,

Aumento (+1KV ou

Redução (-)

100 + 25%90 + 8%80 - 10%70 - 35%60 - 800/"

INSTRUÇOES PARA USO DAS TABELAS V. VI. E VII

a) Entende-se como "filtro externo" a placa acessória de alu­mínio, inserida exteriormente ao tubo no feixe de emissão de raiosX, e como "filtro interno" o que corresponde ao próprio vidro dotubo e seu campo de projeção.

b) Os valores indicados nas tabelas em causa estão baseados:1) na média do rendimento de uma instalação tipo;2) na média de rendimento de 275 roentgens. para evitar o

erítema de primeiro grau; ,

3) na toierância de 50%, a fim de cobrir possíveis variaçõesnos dois primeiros fatores.

a) Obtém-se o tempo permitido de irradiação em mílíampe­res-segundos dividindo o valor de mllíamperes-segundos indica­dos nas respectivas tabelas pelo de millamperes empregados. Porexemplo: - qual o limite máximo de exposição, com 100 míllam­peres a 85 KV (crista de onda) a 762 milímetros de distânciafoco-pele. com filtragem total de lmm? A tabela V indica a cifra4.500 que. dividida por 100, dará a resposta: 45 segundos:

d) Quando for atingido o limite máximo de tolerância, tornar­se-á necessário observar uma pausa de 30 dias, antes que o pa­ciente seja submetido a nova exposição.

PARECER DA COMI88AO DE CONSTITurÇAO E JUSTIÇAI - Relatório

O nobre Deputado Fernando Cunha, da representação opo­sicionista do Estado de Goiás, tem em mente estender aos traba­lhadores regidos pela CLT todos OS direitos e vantagens assegura­dos aos funcionários públicos, que operam com Raios X e substãn­elas radioativas, pela Lei n.O 1.234, de 1950.

Os direitos e vantagens consistem em:

- regime máximo de vinte e quatro horas semanais de tra-balho; .

- férias de vinte dias consecutivos, por semestre de atividadeprofissional, não acumuláveis e

- gratificação adicional de 40~~ (quarenta por cento) do ven­cimento.

O autor salientou. na iustíücattva, que cumpre padronizar asvantagens estabelecidas para os servidores estatutários e para osceletistas, não se compreendendo as disparidades existentes. Anatureza da atividade, cujos riscos para a saúde são incontáveise muito graves, estão a justificar plenamente um tratamento es­pecial para todas as pessoas que exerçam a mesma atividade. se­jam ou não, servidores públicos.

se a discriminação, em si mesma, não bastasse, cumpre sali­entar que é' comum a existência em órgãos da admíínstração pú­blica díreta de trabalhadores contratados pelo regime da Conso­lidação das Leis do Trabalho exercendo tuncões de operador deraíos-x, lado a lado com servidores públicos, em situação muitoinferior.

l!: o relatório.11 - Voto do Relator

Face à determinação regimental contida no art. 28, § 4.0, onosso pronunciamento deverá ater-se, unicamente. às questõesde conhecimento da constitucionalidade. [urídtcldade e técnicalegislativa do projeto em apreço.

A manifestação, quanto ao mérito, foi deferida às doutas Co­missões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças.

Não existem óbices constitucionais ou jurídicos à aprovaçãodo projeto de lei em questão, eis que compete à União' legislarsobre direito do trabalho (art. 8,0, item XVII, alínea "b") sendoque ao Congresso compete editar essa legislação, que é submetida

ao crivo da sanção presidencial t art. 431, O processo legislativoé o adequado t art. 46, item !In o mesmo se dizendo Quanto à le'­gítímídade de iniciativa, que, no caso, é concorrente rart. 56),

Quanto,à técnica legislativa utilizada, entendo desnecessárioo art. 4.0 do projeto, eis que se refere à regulamentação da Leique o art. 1.0 do projeto manda observar,

Face ao exposto, manifesto-me pela constitucionalidade. [u­ridicidade e boa técnica legislativa (com emenda) do Projeto ;j.eLei n.O 365, de 1979.

Sala da Comissão, 27 de junho de 1979. -- Antonio Dias, RE'­Iator ,

III - Parecer da. Comissão. A Comissão de Oonstítuícâo e Justiça, em reumao de sua

Turma "B", opinou, unanimemente. pela constitucionalidade, [u­rídlcídade e boa técnica legislativa, com 1 I uma: emenda. doProjeto n. O 365/79, nos termos do parecer 1:10 Relator,

Estiveram presentes os senhores Deputados: Djalma Marinho,Presidente; Antônio Dias, Relator: Afrisio Vieira Lima. AntônioMariz, Bonífáelo de Andrada, Brabo de Carvalho. Djalma Bessa,Ernani Satyro. Feu Rosa. Francisco Benjamin. MarceUo oerqueíra.Nilson Gibson e Osvaldo Melo, .-

Sala da Comissão, 27 de junho de 1979. - Djalma Marinho,Presidente - AntíiJnio Dias, Relator.

EMENDA ADOTADA PELA COMISSAOSuprima-se o art. 4,° do projeto. renumerando-se os subse­

qüentes.Sala da Comissão. 27 de junho de 1979, - Djalma Marinho.

Presidente - Antônio Dias, Relator.PARECER DA GOMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAO

. SOCiAL

I - RelatórioDe autoria do ilustre Deputado Fernando Cunha, a proposíçào

em epígrafe tem por objetivo assegurar aos trabalhadores regidospela Consolidação das Leis do Trabalho os beneficios da Lei n,o1.234. de 14 de novembro de 1950, no que diz respeito ao adicionalde insalubridade, que é deferido, de plano, aos servidores da União.civis e miUtares e aos empregados de entidades paraestataís denatureza autárquíea, que operem com Raios-X e substâncias ra­dioativas, próximo a fontes de irradiação.

Submetida a matéria ao exame da douta Comissão de Cons­tituição e Justiça desta Casa, esta, nos termos do voto do IlustreRelator. Deputado Antônio Dias. que sugeriu inclusive a supressãodo art. 4.° do projeto, a considerou aprovada à unanimidade. emrazão de sua constitucionalidade, juridicidade e boa técnica le­gislativa, sem apreciação de mérito,

Ao Plenário desta Comissão cabe o exame de seus aspectosmeritórios, nos termos de nosso Regimento Interno.

l!: o relatório.II - Voto do Relator

Conquanto a idéia seja deveras lógica e. porque não dizer.justa, quando propõe um tratamento igualitário entre servidorespúblicos federais civis e militares e os empregados regidos pelaConsolidação das Leis do 'I'rabalho.para o particular do adicionalde insalubridade, parece-nos que a matéria requer algumas consí­derações, para ao final, quem sabe, melhor adequá-la à generali­dade ou ao universo de casos que se nos apresentam.

Cumpre, antes de mais nada. salientar que o atual Quadro deAl;tvidades Insalubres a que se refere a Portaria n." 491, do Mi­nistério do Trabalho, já prevê a concessão doadíeíunal de tnsaíu­bridade, em grau máximo, o que significa díeer, de 40%, (mesmo'percentual da Lei D.O 1.234, de 1950, para os casos de radiaçõl~s

ionizantes e o faz nos seguintes termos:

"Trabalhos com exposíção aos raios-X e substâncias ra­dioativas nos hospitais, clínicas, dispensários, consultó­ríos médicos, odontológicos, casas-de-saúde, centro anti­cancerosos e outros estabelecimentos."

Assim. já existindo, pelo menos em tese, o que consta daproposição, esta, se aprovada viria criar uma situação de desequl­librio e anomalia em todos os outros casos de cabimento de adi­cional, seja de insalubridade, de periculosidade ou mesmo depenosídade.

Parece-nos que o desiderato perseguido pelo ilustre autor daproposta é equiparar, em termos de valor de adicional, os traba­lhadores regidos pelo Diploma. Consolidado aos beneficiários daLei D.O 1.234, de 1950, pois, enquanto esta assegura o adicionalde 40% sobre o vencimento. a Consolidação das Leis do Trabalho(art. 192), prevê o pagamento do mesmo percentual, mas íncí­dente sobre o maior salário mínimo em vigor no País, Evidente-

8200 Terça-feira 12 DlARIOnO CONGRESSO NACIONAL (Seçio 1) Arosto de 1989

que, neste caso, os empregados de empresas privadas estão sendaprej udíeados.

Concordamos em que, pelo menos para os casos de ocupaçãocom raios X e similares, deve haver um tratamento equânime paraos diversos grupos de pessoas, sejam elas regidas pela Consolida­çã-o, sejam servidores públicos federais, civis ou militares.

Nesse sentido, o mais lógico será estabelecer-se. que o percen­tual de 40% correspondente ao grau máximo de Insalubridade jáfixado no art. 192 da Consolidação das Leis do Trabalho e devi­damente catalogado para os casos de emprego de raios X ou si­mílares; incida sobre o salário efetivamente percebido pelo em­pregado, a exemplo do que ocorre com a Lei n.O 1.234 e não so­bre o salári-o mínímo de maior valor, como se aplíca atualmente.

Em face de todo exposto, somos pela aprovação do projeto sobexame, nos termos do substitutivo que apresentamos em anexo.

Sala da Comissão, 30 de outubro de 1979. - Carlos Chiarelli,Relator ..

III - Parecer da OomíssâeA Comissão de Trabalho e Legislação Boclal em sua reuruao

-ordlnárta realizada em 8 de novembro de 1979, opinou unanime­mente pela Aprovação do Projeto de Lei n.O 365/79, nos termos do,Substitutivo apresentado pelo Relator. Deputado Carlos Chiarelli.

Estiveram presentes os seguintes Senhores Deputados: Adhe­mar Ghlsi, Presidente; Nilson Gibson, Bonifácio de Andrade, JoãoAlves, Júlio Campos, Maluly Neto, Nelson Morro, Pedro Carolo,Túllo B:ucelos/ Vivaldo Frota, Rezende Monteiro, Amadeu Geara,Júlio Oostarnilan, Octávio Torrecilla, Tertuliano Azevedo, Valter-Garcia, Valter Pereira e Ubaldino Meireles.

Sala das Sessões, 8 de novembro de 1979. - Adhemar Ghisi,Presidente - CarltlS Chiarelli, Relator.

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSAO

Dispõe sobre a concessão dos direitos e vantagens daLei n.O 1.234, de 14 de novembro de 1950, aos trabalha­dores re~dos pela Consolldaçãe das Leis do Trabalho, nasmesmas condições.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O exercício de trabalho em condições insalubres as­

.segura a percepeâo de adicional de 40% (quarenta por cento),20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento), respectivamente..segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e minimo.

Parágrafo único. Os percentuais de que trata este artigo, in­cidirão sobre a remuneração do empregado, considerada esta nostermos da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pe:o De­.ereto-lei n.O 5.451, de 1.° de maio de 1943.

Art.2.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Sala da Comissão, 30 de outubro de 1979. - Adhemar Ghisi,Presidente - Carlos Chiarelli, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE FINANÇAS

I - RelatórioO senhor Deputado Fernando Cunha vem de oferecer à con­

sideração de seus pares o presente Projeto de Lei com o propó­sito de estender aos empregados regidos pela CLT, que trabalhemem condições de Insalubridade, os mesmos direitos e vantagensprevistos na Lei n.O 1.234, de 14 de novembro de 1950, que assegu­ra gratificação adicional de 40% (quarenta por cento) do respec­tivo vencimento aos runetonânos públícos que operem com RaiosX e substâncias radioativas.

A douta Comissão de Oonstítuíção e Justiça opinou pela cons­titucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa da Propo­-situra em pauta, com uma emenda supressóría do art. 4.0, nostermos do parecer do Relator.

A ilustrada Oomissão de Trabalho e Legíslação Social, emexame de mérit-o, opinou unanimemente pela aprovação do Pro­jeto, nos termos do Substitutivo apresentado pelo Relator.

A esta Comissão compete opinar sobre as implicações paraas finanças públicas que possam advir por força da aprovaçãodesta Proposta, nos termos do art. 28, § 7.0 do Regimento Interno.

II - Voto do RelatorA iniciativa do ilustre Deputado Fernando Cunha vem propi­

ciar oportunidade a que seja restaurada a Igualdade de tratamentoentre o servidor público e o trabalhador regido pela OLT, no queconceme à remuneração adicional por insalubridade. Neste casonão há que se arguír de suas possíveis repercussões ao Erário,posto tratar-se de flagrante discriminação ofensiva do principioda isonomia salaríal, que urge reparar.

Pelas razões acima expostas, votamos peia aprovação do Pro­jeto de Lei n.o 365, de 1979, nos termos do Substitutivo aprovadopela Comissão de Trabalho e Legislação Social.

Sala da Comissão, 16 de junho de 1980. - Joel Lima, Relator.

lU - Parecer da. OnmissãoA Comissão de Finanças, em reunião ordinária realizada no

dia 18 de junho de 1980, opinou, unanimemente, pela aprovação,nos termos do substitutivo da Comissão de Trabalho e Legisla­ção SOCial, do Projeto de Lei 0.° 365/79 - do Sr. Fernando Cunha- acatando o parecer do relator, Deputado Joel Lima.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jorge VargaH,Presidente; Alberto Goldman e Leorne Belém, Vice-Presidentes;Airon Rios, Athiê Coury, Fernando Magalhães, José MendonçaBezerra, Honorato Vianna, Vicente Guabiroba, Odacir Klein, OU­vir Gabardo, Hélio Garcia, Luiz Baccarini, José Carlos Fagundes eMarão Filho.

Sala da Comissão, 18 de junho de 1980. - Jorge Vargas, Pre­sidente - Joel Lima, Reiator.

PROJETO DE LEI N.o 417-A, DE 1979

(Do Sr. Jayro Maltonl)

Acrescenta dispositivos à 'Lei 111.° 3.807, de 26 de aJUs­to de 1960, (Lei Orgânica da iPrevidência Social); tendopareceres: da Comissão de 'Constituição e Justiça., pelaconstitucionalidade e técnica legislativa; e, das Comiss(iesde Trabalho e 'Legislação ISocial e 'de Finanças, pela apro­vação.

(Projeto de Lei n.O 4117, de 1979, a que se referem ospareceres. )

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° São acrescentados ao art. 141 da Lei n.o 3.807, de26 d~ agosto de 1000, os seguintes dispositivos:

"Art. 141,. . .

§ 5.° , .

VI - as escrituras definitivas de imóveis prometidos avenda por empresa a seus empregados ou a quem estestenham feito cessão e transferência ou promessa de ces­são de direitos aquisitivos.

§ 6.° Em caso de levantamento de débito previdenciáriode responsabilidade de empresa, estando esta obrigada aoutorgar escritura definitiva a seus empregados, na formaprevista no inciso VI do parágrafo anterior, os imóveiscompromissados à venda não podem ser objeto de ga­rantia da dívida.

§ 7.° tAplica-se o disposto no parágrafo anterior aos ca­sos de imóveis que podem beneficiar-se da regra do inci­so VI do § 5.°, mas já se encontram vinculados à dívida,incumbindo à instituição previdenciária, no prazo de trin­ta dias, a contar da ciência do impedimento,'t\roceder àliberação para escritura definitiva."

Art. 2.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação..Art, ,3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustlfcaçãoAlgumas empresas assumem o compromisso de vender terre­

nos ou casas a seus empregados e depois, na hora de outorgar ascorrespondentes escrituras definitivas, geralmente após receberemtodo o preço da venda e tendo contraído débito com o INPS, nãosó não conseguem obter o -até aqui indispensável certificado dequitação (CQ), como os próprios imóveis prometidos à venda aca­bam indo servir de garantia à execução do débito.

Com isto quem se prejudica é o empregado comprador, quejá pagou o preço e não obtém a escritura definitiva.

Há um caso concreto, em Jundiai, São Paulo, em que os com­pradores de terrenos nos loteamentos da Companhia de Fiaçãoe Tecelagem São Bento até a presente data não conseguiram re­gularizar suas propriedades, pois, havendo acontecido o que atrásse disse, encontram-se impedidos de receber as escrituras defi­nitivas.

O problema arrasta-se desdeTonga data e esses empregadoscompradores de terrenos ainda não detêm o justo titulo corres­pondente por causa da situação financeira da fábrica e o con­seqüente embargo do Instituto de Administração Financeira daPrevidência e Assistência SOCial - :EAPAB.

I() projeto visa solucionar problemas deste tipo, incluindo en­tre os atos que independem de certificado de quitação (§ 5.° doart. 14\1 da LOPS, acrescentado pelo Decreto-lei n.O 821, de 5 de

AJusto de 1980 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL iSe~:io 1I Terça-feira. 12 8201

junho de 19(9), os casos de promessa de compra e 'lenda entreempresas e seus empregados,

Complementa-se a medida mediante o acréscimo de dois no­'Vos parágrafos ao art. 141 da LOF1S (6,° e 7,°). os quais esclare­cem que os imóveis nas condícões atrás referidas não podem fi­gurar como garantia de divida previdenciária, bem como que.caso já estejam vinculados a alguma dívída 'dessa natureza, se­rão liberados em trinta dias para a escritura definitiva.

Sala das Sessões. - Jayro Maltoni.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 3.807, iDE 2S DE AGOSTO DE 1960

Lei Orgânica da Previdência Social(Atualizada)

Tí'Imiuo VIII

Disposições Gerais e Transitórílis

:Art. ,141. .A Previdência Social fornecerá os seguintes do­cumentos:

I - às empresas vinculadas:

a) Certificado de Matricula, a que se referem os §§ 2.° e 3.°do art. 21 para -servlr de comprovação da vinculação da empresaà Previdência Social;

§ 5.° Independem da apresentação do Certificado de Quita­ção (CQI:

I - as transações em que forem outorgantes a União Federal,os Estados, os Municípios e as entidades públicas de direito inter­no sem finalidade econômica, assim como as pessoas ou entida­des não obrigadas a contribuir para a Previdência Social;

II - as transações realizadas pelas empresas que exercitama atIvidade de comercialização de imóveis, desde que apresentemo Certificado de Regularidade de Situação (GR81 e que dele cons­te expressamente essa finalidade;

IH _ os instrumentos, atos e contratos que constituam retí­ficação, ratificação ou efetivação de outros anteriores, _para osquais já tenha sido apresentado o Certificado de Quitaçao (CQ);

IV - as transações de unidades imobiliárias resultantes daexecução de incorporação, realizada na forma da Lei n.O 4.591,de 1:6 de dezembro de 1964, desde que a certidão própria tenhasido apresentada para. a inscrição do respectivo memorial do Re­gistro de Imóveis;

V - as transações de unidades construídas com financiameu­to contratado por instrumento para cuja lavratura já tenha sidoapresentado o CerUficado de Quitação (CQI.•• ' •••• a o ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ~ f

PARJElOER DA COMISSÃO iDE CONSTITU']ÇÃO E JUSTIÇA

I - Relatório

De autoria do ilustre Deputado Jayro Maltoni, a proposiçãoem epígrafe objetiva, ao acrescentar dispositivos ao art. 1~1 daLei Orgãnica da Previdência Social, dispensar a apresentação doCertificado de Quitação (CQ) - a que está sujeito o contribuinteda Previdência Social para que possa praticar os atos enumera­dos no § 3.° do referido art. 141 - nos casos de

"escrituras definitivas de imóveis prometidos à venda porempresa' a seus empregados ou a quem estes tenham feítocessão e transferência ou promessa de cessão de direitosaquisitivos".

Os §§ 6.° e 7.0 propostos estabelecem normas que assegurama desvínculação dos imóveis compromissados à venda da garan­tia do débito previdenciário que cabe apenasmente à empresa de­vedora saldar.

!De acordo com o Regimento Interno, esta Comissão deve apre­ciar a constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa dopresente projeto de lei, 'cabendo o exame do mérito às doutas Co­missões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças.

A proposição cuida de matéria atinente à Pre'Vidência Social.A competência da União para sobre era legislar decorre do art.8.0, item XVH, letra c, da Constituição Federal.

O processo legislativo está em conformidade com o item IIIdo art. 46 da Lei Maior.

iA iniciativa parlamentar está amparada no art. 56 da CartaConstitucional, não colidindo com as restrições inscritas nos sub­seqüentes arts. 57 e 65.

Muito embora a presente proposta legislativa trate de assun­to relacionado com a Previdência Sociai _. responsável pela ex­pedição do Certificado de Quitação, documento este cornprobató­rio da situação do contribuinte perante o ócgào arrecadador dDsistema previdenciário - no caso. o contribuinte é a empresa, qm'deve provar a sua situação. e não o promitente comprador doimóvel desonerado, na época da promessa, de qualquer divida pre­videnciária, razão por que não vislumbramos qualquer obstáculod~ natureza constitucional que possa embaraçar a sua tramita­cao, especialmente quanto à regra contida no parágrafo únicodo art. 1&5 do nosso Estatuto Básico.

É o relatório.

11 -- Voto do Relator'Opinamos pela constitucionalidade e boa técnica legislativa

do Projeto de Lei n.o 417, de 1979.

Sala da Comissão. 30 de maio de 1979..- Feu Rosa, Relator.In -Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade e boatécnica legislativa do Projeto n.O 4117179, nos termos do parecerdo !Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Lidovino Fanton.Vice-Presidente, .no exercício da Presidência; Feu Rosa, Relator;Antônio Dias, Brabo de Carvalho, Igo Losso, João Gilberto, LuizOechínel. Natal Gale, Oswaldo Melo e WaIt.er de Prá. , .

Sala da Comissão, 30 de maio de 1.91-9. - Lidovino Fanto~,Vice-Presidente no exercício da Presidência - Feu Rosa, Relator.

PAREC'ElR DA COMISSAO DE 'I'R.ABhLHOE LElGTSLAÇAlO SOOIAL

I - 'Relatório

O objetivo do ilustre Deputado Jayro Maltoni, através desteprojeto, é incluir, entre as transações imobiliárias que Independem

. de apresentação do Certificado de Quitação fornecido pela Previ­dência Social, aquelas relativas a imóveis prometidos à venda porempresa a seus empregados.

Em seu desenvolvimento, o projeto estende a isenção acimaesclarecida aos casos de imóveis que já se encontram vinculadosà dívida e prevê que, em caso de levantamento de débito previ-­denciário de responsabilidade da empresa, os imóveis compromis­sados à venda não podem ser objeto de garantía da dívida.

Na Comissão de Constituição e Justiça, a Turma "B"· opinou,unanimemente, pela constitucionalidade, juridicidade e boa tée­níca legislativa do projeto, nos termos do parecer do Relator.

Neste nosso órgão técnico, após examinarmos a matéria, con­cluímos que somente poderíamos manifesta.r-nos pela sua apro­vação. Com efeito, se a proposição foi Iíberada pela Comissão deConstituição e Justiça, que não viu na iniciativa 'Qualquer pro­blema de ordem jurídica suscetível de prejudicar os interesses elaPrevidência Social, aqui, outra atitude nos é. vedada, porque, nãoimplicando. a matéria em prejuízo para ninguém, grandes bena­rícíos propiciará à classe trabalhadora.

Devemos nos lembrar de que o trabalhador, de modo geral,é homem simples e mal informado sobre questões juri<licas e bu­rocratas, constituindo-se, por isso, em presas fáceis dos empresá­rios inescrupulosos. Assim, uma medida como esta que estamos aexaminar, não apenas proporcionaria maior segurança aos tra­balhadores, como, também, inibiria os empresários mal ínten­eíonados.

IH -- Voto do RelatorAnte o exposto, manifestamo-nos pela aprovação do Projeto

de Lei n.O 417179, que consideramos de grande 'conveniência paraa classe dos trabalhadores.

Sala da Comissão, 6 de março de 1980. - Júlio Costamilan,Relator.

m - Parecer da Comissão'A Comissão de Trabalho e Legislação Social, em sua reumao

ordinária realizada em 6 de março de W8Ú, opinou, unanimemen­te, pela aprovação do Projeto de Lei n.O 417, de 1979, nos termosdo parecer apresentado pelo Relator.

Estiveram presentes os seguintes Senhores Deputados: Adhe­mar Ghísí, Presidente; Júlio Costamilan, R,elator; Auctálio Dan­tas, Aurélio Peres, Bonifácio de Andrada, Carlos Chiarelli, JúlioCampos, Nilson Gibson, Osmar Leitão, Pedro Oarolo, Túlio Bar­celos, Siqueira Oampos, Benedito Marcilio, Ubaldino Melrallés,-Amadeu Geara, Del Bosco Amaral, Edson Khair, Flávio Chaves eTertuliano Azevedo.

Sala das sessões, 6 de março de 1980. - Adhemar Ghisi, Pre­sidente - .Júlio Costamilan, Relator.

8202 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 19811

PARECER DA GOMISSAO DE FINANÇAS

I - BelatórioAtravés do proj eto de lei acima ementado, o ilustre Deputado

.Iayro Maltoni pretende incluir "as escrituras de.finitivas de imó­veis prometidos à venda por empresa a seus empregados" entreas transações que independem da apresentação do Certificado deQUitação fornecido pelo rNiPS.

Determina, ainda, esta proposição, que os imóveis compromis­sados à venda não podem ser objeto de garantia de divida.

Afirma o autor que o atual sistema prejudica o empregado,pois muitas vezes termina de pagar o imóvei e não consegue J. es­critura definitiva devido à situação financeira da empresa e aoconseqüente embargo do Instituto de Administração Financeirada Previdência Social. - IAPA:8.

A Comissão de Constituição e .Justiça aprovou por unanimi­dade o parecer do relator, Deputado Feu Rosa, que considerou aproposta constitucional uma vez que, no caso, o contribuinte ; aempresa e não o promitente comprador do imóvel, desobrigadode qualquer divida previdenciária.

Na Comissão de Trabalho e Legislação Social, o projeto foiconsiderado de grande conveniência para a classe dos trabalha­dores.

Compete, finalmente, à Comissão de Finanças, de acordo como que determina o Regimento Interno da Cámara dos Deputados,apreciar o aspecto financeiro da proposição. Quanto a este aspec­to, entendemos. que a medida não afetará as Finanças Públicas,pois não aumenta a despesa nem diminui a receita.

II - Voto do RelatorVotamos, pois, pela aprovação do Projeto de Lei n.v 417, de

1979.

Sala da Comissão, 30 de abril de 1980. - Joel Lima, Relator.UI - Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças, em reunião ordinária realizada ~o

dia 12 de junho de 1980, opinou, unanimemente, pela aprovaçaodo Projeto de Lei n.O 417179 - do Sr. .Jayro Maltoni -, nos ter­mos do parecer do Relator, Deputado Joel Lima.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jorge Vargas,Presidente; Alberto Goldman e Leorne Belém, Vice-presidentes.Airon Rios Athíê Coury, Christóvam Chiaradia, Fernando Maga­lhães, Honorato Vianna, José Carlos Fagundes, José Mendonça Be­zerra, Marão Filho, Vicente Guabiroba, Odacir Klein, OUvir oa­bardo, Hélío Garcia e Luiz Baccarini.

Sala da Comissão 12 de junho de 1,980. - Jorge Vargas, Pre­sidente - .Ioel Lima, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 459-A, DE 1979

(Do Sr. .Júlio Costamilan)

Altera a. redação ,do art. 192,. da Consolidação '!las·Leis do Trabalho, que dispõe sobre o adiciona! de ínsa­lubridade; tendo pareceres: da Comissão de Constitui­ção e Justiça, pela constitucionalidade, juridicldade etécnica. legislativa; e, das Comissões de Trabalho e Le­gislação Social e de Finanças, pela aprovação.

(Projeto de Lei n,o 459, de 1979, tendo anexado o den.O 2.4&1/79, a que se referem os pareceres.)

O Congresso NacIonal decreta:Art. 1.0 O art. 100 da. Consolidação das Leis do Trabalho,

aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943, passaa vigorar com a seguinte redação: .'

"Art. 192. O exereieio de trabalho em condiçóes insalu­bres; acima dos limites de tolerância estabelecidos peloMinistério do Trabalho, assegura a percepção de adícío­nal de, respectivamente, 40% (quarenta por cento), 20%(vinte por cento) ali 10% (dez por cento> do salário con­tratual, conforme se classifique nos graus máximo, médioou mínimo.Parágrafo único. Não se computam no salário contratual,para os !lns deste artigo, os acréscimos provenientes degratificações, prêmios ou participação nos lucros da em­presa."

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as dísposlções em contrário.

JustificaçãoVisa o presente Projeto dar tratamento semelhante, no que

tange ao critério de cálculo do adicIonal, a sítuações também se­melhantes, em parte. - insalubridade e periculosidade - e que a

própria legislação, em outras oportunidades, tratou conjuntamen­te. como situações fáticas que, muitas vezes, andassem "par epasso", como no Decreto-lei n.o 389, de 26 de dezembro de 1968, járevogado, e na Lei n.o 6.514, de 22 de dezembro de 1977, nos arts.194 a 197, em vigor. '

Díríamos mais. O exercício da atividade insalubre -devería termaior amparo financeiro do que o de atividade perigosa, uma vezque nesta ,não se consumando o fato danoso, o empregado per­manece com sua saúde praticamente inalterada, enquanto quena atividade insalubre há uma deterioração, constante e crescen­te da saúde do empregado, de forma irreversível, em ,geral.

Assim, não que a saúde seja algo venal, mas para que se com­pense um pouco a perda gradual, nada mais justo do que conce­der um adicional proporcional à gravidade da situação (máxima,média ou minlma) , mas sobre o salário contratual do empregado énão sobre o salário mínimo.

O ideal seria que se pudesse manter a integridade física dotrabalhador. Esta também a orientação básica da comissão mistaOrganização Internacional do Trabalho - OIT - OrganizaçãoMundial de Saúde' - OMa, ao estabelecer os prínqipíos diretivosda organização dos serviços de proteção ao trabalhador que visam:

" ... criar um ambiente mais favorável, de facilitar a ada­ptaçâo entre os homens e suas funções, de melhorar as!t'Ude e o moral do pessoal e por conseqüência, as rela­ções humanas." (Apud A. Sussekind, D. Maranhão e S.Vianna, in "Instituições de Direito do Trabalho", 5." Ed.19711, vol, 11, pág; 170). .

e, mais ainda,

..... reduzir o custo da reparação das moléstias profissio­nais, o absenteísmo, as taxas de acidentes, o custo da re­paração dos acidentes em virtude da existência de socor­ros e cuidados imediatos e, enfim, em razão desses fa­tores, à melhoria, no campo da produtividade." (op. eít.t

e que, para atingir tais finalidades, a medicina do trabalho temcomo objetivo

", .. promover e manter, no mais alto grau, o bem-estarfisico, mental e social dos trabalhadores de todas as pro­fissões; de prevenir todo o dano causado à saúde dos mes­mos pelas condições de seu trabnlho ; de protegê-lo noemprego contra os riscos resultantes da presença de agen­tes prejudiciais á sua saúde; de colocar e manter o tra­balhador num emprego conveniente às suas aptidões fi­siológicas e psicológicas e, em suma, adaptar o trabalho aohomem e cada homem à sua tarefa." (op cít.)

Porém, como há certas situações que ainda são incontorná­veis, deve dar-se a proteção àqueles que para a sua sobrevivênciavão aos poucos perdendo o melhor de sua capacidade produtiva,chegando ao fim de alguns anos à situação de meros fardos paraa sociedade.

No Interesse da própria coletividade" deve dar-se melhor paga aesses indivíduos para que eles possam, inclusive, com essa melho­ria salarial manter suas condições físicas, por meio de melhor ali­mentação e proteção medicamentosa, que com o minguado per­centual sobre o salário minimo jamais poderão obter.

Assim, permanecerá ativa por mais tempo uma força de tra­balho que irá influir nos indices de produtividade da Nação.

Pelas razões acima expostas é que tornamos a iniciativa deapresentar este Projeto, de inegável cunho social e humano, paracuja aprovação contamos com a inteligência clara e o elevado es­pírito públicos de nossos ilustres pares.

Sala das Sessões, 2 de abril de 1979. - Júlio Costamilan,

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSÕES PERMANENTES

CONSOLIDAÇAO DAS LEIS DO TRAlBALHO(Aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943)

....................................................................TíWLOII

Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho'

CAPíTULO 'VDa Segurança e da Medicina do Trabalho

~ •••••••••• J ~ , • . . . . . . . . . . . .. . . o " ••

SEÇ'AO XIIIDas atividades Insalubres ou. Perigosas

Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres,acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério' do

Alosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento. e 10% (dez porcento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nosgraus máximos, médio e mínimo.

PRO.TETO DE LEI N.C> 2.461, DE 1979

IDo Sr. Júlio Oonstamilan lAltera dispositivoílta ConsolidaçiW das Leis do 'I'ra­

balho, assegurando ao empregado adicional de ínsalubrl­'dade, na forma que espeelfíea,

(.Anexe-se ao Projeto de Lei n.C> 459. de 1979. nos ter­mos do art. 71 do Regimento Jnterno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 192, da consolidação das Leis do Trabalho.

aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.4502, de 1.0 de maio de 1943, passa. .a ter a seguinte redação:

"Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalu­bres, acima dos limites de tolerância estabelecidos peloMinistério do Trabalho, assegura ao empregado um adi­cional respectivamente de f>O% (cinqüenta por cento). 30%(trinta por cento) e 20% (vinte por cento) sobre sua re­muneração, segundo se classifiquem nos graus máximo.médio e mínimo."

Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçiWO texto atual da OLT contempla o exercício de atividades in­

salubres. dando ao empregado o direito a um adicional. É ele de40%. se a insalubridade for de grau máximo; 20% - de graumédio e 10% - mínimo. A base de cálculo do adicional é o sa­Iárío mínímo regional.

O que pretende o projeto é fazer justiça ao trabalhador noexercícío de atividades insalubres.

Assim, preconizamos que o percentual devido seja respecti­vamente de 50. 30 e 20% sobre sua remuneração, segundo a in­salubridade se classifique no grau máximo, médio e mínimo.

Entendemos que a percepção do adicional proposto há deser uma resultante da existência do risco à saúde ou à íntegrí­dade física do trabalhador e não da simples natureza Insalubre daatividade.

Todavia, se a nova diretriz que se quer introduzir, induzir o em­pregado a pôr em prática as boas técnicas prevencionistas de infor­túnios do trabalho para esquivar-se ao pagamento do adicional,terá contribuído para o aperfeiçoamento do Direito de Trabalho,sobretudo para a preservação da saúde do trabalhador.

Mas enquanto isso não acontecer, que se conceda ao traba­lhador uma remuneração mais elevada para o trabalho insalubreque exercer.

. Estes os motivos que nos levaram a apresentar o projeto pornos subscrito.

Sala das Sessões, 28 de novembro de 197~. - Júlio Oostamílan,

LEGlSLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISS(JES PERMANENTES

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO.roRAlBALHO(Aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 19'43)

Ti'I1ULO IrDas Normas Gerais de Tutela do Trabalho

....................................................................CAP:t'IlULO V

na ISegurança e da Meilicina do Trabalho

SEÇAO XIIDas Atividades Insalubres ou Perigosas

..........................' .Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres,

acIma dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério doTrabalho, assegura a percepção de adíeíonal respectívamente de40% (quarenta por cento), 200/0 (vínte por cento) e 10% (dez porcento) do salário mínimo da região, segundo se classíüquem nosgraus máximo, médio e mínímo,

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAI - Relatório

Dá o projeto nova redação ao art. 192 da Consolidação dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n,v 5.45<2, de 1.0 demaio de 1943, de modo a assegurar que os adicionais de insalubri­dade de. respectivamente, 400/r, 20% ou 10%, conforme se classi­fique nos graus máximo, médio ou mínimo, passem a incidir so­bre o salário contratual e não, como atualmente, sobre o saláriomínímo, não se computando naquele os acréselrnos provenientesde gratificações. prêmios ou participação nos lucros.

Justifica seu autor a proposição Invocando a necessidade deser dado tratamento idêntico à concessão dos adicionais de ínsa­Iubrídade e periculosidade e lembrando 'Que "no interesse da pró­pría coletividade deve dar-se melhor paga a esses individuaspara que eles possam, inclusive, com essa melhoria salarial man­ter suas condíeões fisicas. por meio de melhor alimentação e pro­teção medicamentosa, que com o minguado .percentual sobre osalárío mínímo jamais poderão obter". concluindo: "Assim, per­manecerá ativa por mais tempo uma força de trabalho que iráinfluir nos lndíees de produtividade da Nação".

É o relatório.H _. Voto do Relator

Dispor, através de lei. sobre Direito do Trabalho. desde areforma de 1926 ao vetusto texto do Estatuto de 1891, se inserena competência da União. reafirmada, no texto 'constitucional emvigor. nas disposições do artigo 8.°, item XVII, letra "b",

Concluindo, entendemos que insuscetível de reparo quantoà juridicidade e técnica legislativa, o Proj!~to de Lei n.O 459, de1979, é. também, plenamente constitucional.

'É o voto.Sala da Comissão, - Antônio Dias,

Relator.IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reumao de suaTurma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, [u­ridicidade e técnica legislativa do Projeto n.o 459/79, nos termos doparecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Marinho,Presidente; Antônio Dias, Relator; Antônio Mariz, Brabo de oar­valho, Djalma Bessa, Feu Rosa, Francisco Benjamím, Gomes daSilva, Nilson Gibson e Roque Aras .

Sala da Comissão. 27 de junho de 1979. - Djalma Marinho,Presidente - Antônio Dias, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE TRABM.HO Ei'JEGISLAÇAO SOCIAL

I - RelatórioVisa a proposição sob nosso exame a imprimir nova redação

ao art. 192 da OLT, aprovada pelo"Deêreto-Ieí n,v 5.452, de 1.° demaio de 1943. no intuito de estender a incidência dos adícíonaísde insalubridade, de 40%, 20% e 10%, graus máximo, médio emínimo. sobre o salário contratual e não sobre o salário mínímo,

-sem a computação, no novo cálculo, dos acréscimos decorrentesde gratmcaçõea, prêmios ou eventuais participações nos lucros.

Justificando a proposição, Invoca seu esclarecido autor a ne­cessidade de tratamento mais justo à matéria, tanto mais quantoa melhoria ímplícará na manutenção da higidez do trabalhador,por melbor alimentação, proteção, medicamentosa e outras van­tagens assistenciais, que não podem ser custeadas por um per­centual baseado no salário mínimo. Propiciada a melhoria da for­ca de trabalho, lucrará a Nação no aumento dos índices de pro­dutividade.

Manifestando-se sobre a matéria, a Comissão de Constituição eJuatlça lembra que cabe à União, nos termos do item XVil do ar­tigo 8.C>, letra "b", competência legislativa sobre Direito do Tra­balho, sem qualquer restrição, no caso, à iniciativa parlamentar,pelo que o processo obedece à técnica legislativa, sendo jurídico econstitucional.

n - Voto do Relator

Concordamos em que a melhor paga de traoalhos em condi­ções que produzem maior desgaste ao operário é que é uma com­pensaçâo que se reflete. necessariamente, no aumento da produ­tívídade, além de garantir ao trabalhador melhores condiçõespara enfrentar as ameaças e agressões que sofre a sua saúde, emmissões insalubres e perigosas, quando pode ser lesionado de for­ma irreversível.

Assim, somos pela aprovação do Projeto de Lei n.O 459, de~B. .

Sala da Comissão, 15 de abril de 1980. - Carlos Wilson,Relator.

:8204 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl- (Seção I) A«O&to de 1980

In - Parecer da ComissãoA Comissão de Trabalho e Legislação Social, em reumao or­

dinária de sua Turma "A", realízada em 21-5-80, opinou, una­nimemente, pela aprovação do Projeto de Lei n.O 459/79, nostermos do parecer do Relator, que foi adotado pelo !Relator-Subs­títuto, Senhor Artenir Werner.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Osmar Leitão,více-Presídente, no exercíeío da Presidência; Artenir Werner, Re­lator-Substituto; Adhemar Ghisi, Carlos Ohiare1ll, ·Ubaldino Meí­relles, Francisco Rollembel'.'g, Aurélio Peres, Edgard Amorim. Flá­vio Chaves, Júlio Costamilan, Tertuliano Azevedo, Benedito Mar-cílio e João Línhares. ,

Sala das sessões. 22 de maio de 1980. - Osmar Leitão, Vice­Presidente, no exercício da Presidência - Artenir Werner,Relator­Substituto.

PARECER DA COMISSãO DE FINANÇAS

[ - Relatório'O nobre Deputado Júlio Oostamllan, apresentou o projeto

de lei em exame com o objetivo de estabelecer crítéríos para opagamento do adicional de insalubridade.

Na Comissão de Constituição e Justiça o projeto, por unani­midade, teve reconhecida sua constitucionalidade, juridicidade eboa técnica Iegíslatíva.

Na Comissão de Trabalho e Legíslacâo Social o projeto foiaprovado, quanto ao mérito, por unanimidade.

É o relatório.II -- Voto do Relator

O projeto em exame, na forma aprovada pelas comissões téc­nícas que o examinaram anteriormente, não repercutirá negatí­vamente nas finanças públicas. se transformado em lei.

Desta forma, no que toca à competência específica de nossacomíssão de Finanças apreciar, nada vejo que possa impedir-lheque seja aprovado.

Voto, pois, pela aprovação do projeto.Bala da Comissão, 20 de junho de 1980. - Odacir Klein,

Relator.lU - Pareeer' da Comissão

A comíssãc de Finanças, em reunião ordinária realizada nodioa 25 de junho de 1980, opinou, unanimemente, pela aprovação doProjeto de iLei n.o 459/7~ -- do Sr. Júlio Costamilan - nos termosqo parecer do relator, Deputado Odacir Klein.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jorge Vargas,Presidente; Alberto Goldman e Leorne Belém, Vice-Presidentes;Alron Rios, AJ;hiê Coury, Fernllindo Magalhães. José Mendon~aBezerra, Honorato Vianna, Vicente Guabiroba, Hélio Garcia, Oli­vir Gaba:rdo, Luiz Baccaríní, José Carlos Fagundes e Marão Filho.

Sala da Comissão, 25 de junho de 1980. - Jorl:'e Varga.s,Presidente - Odacir Klein, Relll.tor.

PROJETO ])E LEI N.o 9l6-A, DE 1979

(iDo Sr. Freitas Nobre)Introduz modit1~ no Decreto-lei n,v 3.365, de 21

de junho de 1941, que dispõe llIObre det!lapl'lO~ })OI'utilida.de pública; tendo pareceres: da Comissão de Cuns­tItuição e JUStI~l' pela iOOnstitucionalidade, juridicidade etécnica legislatIva, com emendas; e" das Oomis!sões deEconomia, IndúlltJ:ia e Comércio e de Finanças, pela apro­vação.

(Projeto de Lei n.O 916, de -1979, a que se refererem os.pareceres,)

O Congresso Nacional! decreta:Art. 10. São acrescentados ao art. 10 do iDeoreto-lei núme­

ro 3.005, de 21 de junho de llMol, os seguintes §§ 2.° e 3.0, renume­rando-se paro 1.0 o único existente:

"Art. 10 .§ 1.0 ............................•.......••..............

§ 2.° lElfetivada a expropriação, o expropríante terá o pra­zo improrrogável de dois anos para dar ~nício à illllplan­tação da finalidade mencionada no decreto expropríatõ­rio e, 'se não o ,fizer, sujeitar-se-á à retroeessão na: con­formidade do art. 1.lSO do Códi~o Civil.

§ 3.0 Havendo desvío de -finalidade ou cessão a parti­cular ou a entidade pública, :a título glratuito ou oneroso.responde o expropriante igualmente pela reversão, sujei­tando-sea perdas e danos."

Art. 2.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publica­ção.

Art. 3.° Revogam-se as dísposíções em contrário.

.Justificação

A retrocessão, conforme doutrina aceita universalmente pelosmestres, não passa de uma decorrênete, de um corolário do prin­cipio da inviolabilidade da propriedade privada, princípio que aconstituição consagro no § 2i2 do art. 1153. iA retroeessão resguar­da o dtreíto do antigo proprietário de reaver a coisa expropriadapela administração pública, pelo preço desta, no momento da ex­propriação, caso o poder público não lhe dê o destino específicopara o qual o objeto foi expropriado, conforme tese desenvolvidapelo Professor Limongi França.

O art. 1.150 do C. C., que é o dispositivo a disciplinar a re­trocesão, tem todavia, dado azo !às mais variadas discrepân­cias e vadiações na área jurisprudencial que, ao sabor das cir­cunstâncias e com prejuízo do mencionado princípio constitucio­nal ocasionam danos aos particulares e sacrifício do bom nomeda administração pública.

Cabe plenamente a retrccessão no caso de desvios Cllll desti­nação da coisa expropriada, seja para fins particulares ou pú­blicos.

Seria. assim, euríal e de interesse de todos que a lei ordínárín,sem modificar o art. 1.150 do Código Civil, regulasse o institutoda ,letrocessão ou reversão, no sentido de que os bens expropria­dos, na hipótese de não serem utílízados !para os fins indicadosno decreto expropriatório, dentro de certo prazo, fossem devol­vidos ao expropriado. E mais, no casa de tais bens terem sidodesviados para outros fins ou cedidos a particulares ou entidadespúblicas, a título gratuito ou oneroso pelo iPOder expropriante queeste seja compelido a devolver a coisa e a pagar perdas e dán05,conforme for arbitrado pela Justiça.

:G: o que se busca conseguír com o projeto de leí ora oferecidoà consideração da Casa.

Sala das sessões, - Freitas Nobre.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISS6ES PERMANENTES

DECRE'DO-LEI N.o 3 365, DE 211 DE .rwmo DE 194il.

Dispõe sobre d_pl'Opri~ por utilidade pública.Disposições Preliminares

..................................................: · ···1 .Art. 10. A desapropriação deverá efetlv-ar-se mediante acor­

do ou íntentar-se judicialmente dentro de eíneo anos contados dadata da expedição do r~tivo decreto .e fIndos Os quais esteeaducarâ,

Neste caso, somente decorrido um ano, poderia ser o mesmobem objeto de nova declaracão,. : .

LEI N.o 3.0711, DE 1.0 DE JIANEIíRO DE 1916(Corrjpda pela Lei n.o 3.725, de 15 de janeiro de 1&19)

CóDIGO CIVJIL..................................................., .

LIVRO fi

Do Direito das Obrigações.................................................., .

'I'1'NJro VDas Várias Espécies de Contratioll

OAP1TUW rDa Compra e Venda

............................................... + .

8!EÇAOllDas Cláusulas Especiais à Compra e Venda

Da Retrovenda

o.,,,!<.<- ······o·····················;·········l··: , .Da Preempção ou Preferência.

Art. 1.149. A preempção, ou preferência, impõe ao compra­dor a obrígação de oferecer ao vendedor a oolsa que aquele vaivender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direitode prelação na compra, tanto por tanto.

Art. 1.150. A União, o Estado, ou o Município, oferecerá aoex-proprietário o imóvel desapropriado, pelo preço por que o foi,caso não tenha o destino, para que se desapropriou.

Arosto de 1980 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 12 8205

A,rt. 1.,1'51. O vendedor pode também exercer o seu direitode prelação, íntímando-o ao comprador, quando lhe constar queeste vai vender a coisa.

PARECER DA GOMISSAO ,DE CONSTIWIÇAO E JUSTIÇA

I - Relatório

O projeto de lei que ora vem à nossa apreciação pretendeaereseentar dispositivos ao Decreto-lei n.O 3.36'5, de 21 de junho de1941: '

a) concedendo prazo de dois anos !para iniciar a utilizaçãopara o fim declarado no ato exproprtatórío. ultrapassado o qualfieará sujeito à retroeessão;

b) determinando a reversão, mais perdas e danos, nos casosde desvio da ttnaüdade ou cessão a outrem.

Ressalta a necessidade de se díacíplínar melhor o instituto daretrocessão, pois a forma como se encontra disciplinado no art.1,150 do Oódígo Civil tem dado

"Azo às mais variadas discrepâncias e vacilações na áreajurisprudencial que, ao sabor dascírcunstancías e comprejuízo do mencionado princípio constitucional (art.153, § 22. C. F.) ocasionam danos aos particulares e sacri­fício do bom nome da administração pública."

Assim, pretende, sem modificar o art. 1.150, regular o institutoda retrocessãovpara que os ,bens expropriados, quando não utili­zados no prazo de 2 anos ou desviados da destinação constante dodeereto, sejam devolvidos ao expropriado acrescidos, na segundahipótese, de perdas e danos.

O projeto foi distribuído às comissões de Constituição e Jus­tiça, de Economia, de Indústria e Comércio e de Finanças.

Nesta Comissão de Constituição e Justiça coube-nos relatar aproposição.

:.;: o relatório.A aprecíação da matéria é de competência desta, Comissão

eonrorme o disposto no l§ 4.° do art. 28, do Regimento Interno,cumpríndo-nos examiná-la sob os aspectos da constitucionalidade,juridicidade e téoníca legislativa. Outrossim, em virtude da normaexpresa na alínea "d" do mesmo dispositivo regimental, devemostambém pronuncíar-nos quanto ao mérito do projeto,

,Quanto a constitucionalidade, nenhuma objeção a fazer aoprojetado, visto tratar-se de matéria:

a) de eompebêncla da União, conforme o art. 8.°, XVII, Ui",vez que 'traita de desapropríação:

b) de atribuição do Congresso Nacional, segundo dispõe Oart. 43;

c)' de 'iniciativa de parlamentar, de acordo com o art. 56,já que

d) ainda quanto à ínícíatíva, não se inclui entre as de com­petêncíaexclusíva do Presidente da iRepública ou dos Tribunaissuperiores, em consonância com' as disposições, entre outras, dos"arts. 57, 65 e 115, TI da Constituição Federal;

e) que não afronta qualquer disposi'tivo da Carta íMaigna.No que concerne à juridicidade, nada a opor, pois a proposição

não contraria a sistemática legal vigente, nem os princípios geraisde direito.

ReLativamente à técnica legislativa há, um pequeno senão aser coreígído: o art. 10 do Decreto-lei n.o 3.365/41 não tem pará­grafo único. Assim, há, apenes que acrescentar os dois parágratospropostos sem qualquer alteração de numeração anterior, pelo queoferecemos a emenda em anexo.

MlmITOO projeto em foco pretende regular a matéria que está a mere­

cer realmente a atenção do legislador.

Dúvida não há, de que o interesse coletivo deve sobrepor-seao individual: "A. comunhão social não seria possível sem a obri­gação individual de saertücar-se o Interesse privado em favor dointeresse comum." (Rafael Bichsa, "Derecho Administrativo", B.Aires, 193,9,UI pág. 4115). Porém, ao atender-se ao interesse públiconão se pode fazê-lo em detrimento do !patrimônio partíeulae. Estetem de ser respeitado e mantido na sua íntegrídads de uma formaou de outra: ou pela' voltru do bem expropriado ao domínío doex-propríetârío se não utilizado ou se desviado da ,finalidade,pelavolta mais perdas e danos.

Segundo :Plácio e Silva, ("Vooa;bulário Jurídico", IEd. Forense,,Rio, 1978, vol, IV, pág. 1.378).

"Retrocessão. Na terminologia do Direito Público, é o vo­cábulo empregado no sentido orig-inário, isto é, a voltapelo mesmo caminho ou o regresso ao estado anterior.Desse modo, retrocessão designa o regresso ou o retornodo dominio de bens desapropriados, em parte ou em todo.ao antigo dono, desde que não se mostre mais útil ou n~~­

cessárío ao ,Estado. É, portanto. a devolução do dominioexpropriado, para que se integre ou regresse ao patrimôniodaquele de quem foi tirado, pelo mesmo preço da desapro­priação.A retrocesão, que compete ao desaproprlante, gera em fa­vor do ex-proprietário o direito de prelação para a novaaquisição dos bens ou de parte dos bens expropriados, nãoutilizados.

,Mas, a retrocessão não é propriamente preempção. embora.também como 'esta, funde um direito de preferência."

O projeto confunde retocessão com reversão, pelo que sugeri-:~e~~~enda anexa. A lição do mestrePraneo Sobrinho é clara

"Reversão e retrccessão assemelham-se, mas não são . fi­guras iguais, ou que se possam facilmente confundir. Eti­mológica, como juridicamente, extrovertem situações dife­rentes que podem concretizar-se.A reversão, no entender de Paulo H. BIasi, tem sentidomais amplo, equivalente ao ato ou efeito de reverter, ouao regresso ou reposíção ao prímítívo dono de uma pro­priedade ou direito.A reversão pode se dar por acordo mediante o 'retorno dacoisa expropriada ou motivo do ato expropriatório.A retrocessão é um direito que se finaliza' com a restituí­ção do valor ou do justo-preço arbitrado.

Pela lei civil trata-se, no caso da retroeessão, de preemp­ção ou preferência.Para a retrocesão pouco importa a vontade expropriante.c.aracteriz~v-s~, sobretudo, pelo exercício de um direito.

, Com respeite à reversão :pode acontecer ela se dar pura esimplesmente sem que haja direito a considerar, em vir­tude tão-somente da não-utilização da coisa expropriada.Pela reversão, com o ato ou o efeito de reverter, há o re-­gresso da eoísa là primeira situação, há a devolução.Quase nenhum autor sequer lembrou-se da reversão comoforma válida nas desapropríações. No entanto, indiscutívela sua viabilidade jurídica. Não, porém, 'envolvendo a re­trocessão. Mas como condição de um possível encontro devontades ajustadas a um mesmo fim." (Desapropriacões,Ed. Saraivlt, 1973, pág. 147/8.)

Assente, pois, que se trata de retroeessão e que a medida énecessária para coíbír abusos da autoridade com desvio de poder,o détournement de pouvoir dos franeesses, pelo qual o adrnínístra­dor não cumpre a finalidade do ato admíntstratívo vinculado que6 o da desapropriação, oportuna a alteração, 'Proposta que vemtambém precisar entendimento dos tribunais cuja jurisprudên­cia tem sido' vária.

A imposição de perdas 'e danos é forma coercitiva de morali­dade administrativa, [pois I) poder expropriante evitará as desa­propriações apressadas ou desnecessárias ou ainda, O> abuso depoder por motivos alheios ao interesse público.

U - Voto do RelatorEm conclusão, e face às <l'azõesexpendidas, opinamos pela

aaprovação do Projeto de Lei n.O 916, de 1979, por ser constituciona:t,jurídico e de boa técnica legislativa, esta na forma da Emendan.O I, em anexo.

No mérito, também somos pela aprovação na forma da Emendan.o 2 que oferecemos.

saia da, Comissão, 24} de setembro de 1979. - Osvaldo Mekl,Relator.

11][ _ l\u1ecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reumao de sua

Turma "A", opinou, unanimemente, pela eonstítucíonalídade, [u­ridícidade e boa técnica legislativa, com 2 (duas) emendas, doProjeto n.o 91~/79, nos termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jorge Cury, Pre­sidente em exercício (art. 76 do RI); Osvaldo Melo, Relator; Afrí­sio Vieira Lima, Brabo de carvalho, Olaudíno Sales, FernandoCoelho, Gomes da Silva" Jorge Arbage, 'I'arcisio Delgado e Waldi.rWalter.

'Sala da Comissão, 20 de setembro de 1979.- Jorg!e Cury Pre­sidente em exercido - Osvaldo Melo, Relator.

8206 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Agosto de 1980

Esses planejamentos, em que se aliaram diversos interesses,conseguiram montar formidável dispositivo de propaganda. tor­nando inoperantes críticas ou resistência.

Não obstante, ainda que raramente, despontaram noticias quepunham à descoberto as irregularidades dos "zoneamentos. ouplanejamentos".

Assim é que, certa reportagem que anexamos a este Parecer.referindo-se ao fato do "zoneamento" permitir alta densidade deocupação em 'determtnados terrenos e proibir em outros, embora,tais terrenos' apresentassem as mesmas características, dizia:

"Isso só pode ter duas explicações, dizem os arquitetos:ou desconhecimento ou favorecimento de interesses imo­biliários."

O texto prossegue, apontando o caso de certo bairro classi­ficado para uso de residências unifamillares, porém, no qual, emdeterminado quarteirão, o zoneamento permitiu blocos 'residen­ciais de alta densidade.

A noticia diz, textualmente:"Quando certa construtora apresentou projeto para umprédio no local, contam os arquitetos, a Administração Re­gional achou a situação tão estranha, que encaminhou aproposta à. COGEP (Coordenadoria Geral de Planeja­mentol.

, E ela confirmou que se tratava de Z-4 (zona de alta den­sidade ocupacional),"

Em 20-2-74,. escapava mais uma noticia reveladora das incon­gruências do "zoneamento":

"Algumas das ruas indicadas como divisas de uso na leide zoneamento simples não existem."

Outra notícia de 3-4-76:

"Mais de duzentos milhões de cruzeiros", foram despen­didos em planos que se encontram,"nas gavetas da COGEP, não realizados."

O planejamento"transformou-se, em sua quase totalidade, em papel velho;mais de 80% dos projetos da também chamada "fábricade sonhos" - não foram realízados"..

Para assinalar o absurdo do "zoneamento" em São Paulo, bas­taria atentar para o critério que fixa os perímetros das zonas noeixo das ruas, de tal sorte que de um lado podem ser permitidosprédios de apartamento e estabelecimentos comerciais e do outrolado são proibidos. O mais elementar bom senso aconselharia afixação dos limites de perímetros nos fundos dos lotes, de formaa que as vias públicas tivessem de ambos os lados. as mesmascaracterísticas.

Juntamente com o "zoneamento" foram adotadas normas so­bre loteamentos tão exigentes que os tornaram Inviáveis.

Agora, diante da inexistência de loteamentos oficiais, prolife­ração dos clandestinos e crescimento das favelas, aparecem decla­rações criticando as exigências anteriormente impostas.

O zoneamento tornou-se algo muito parecido com a CEXIM de"saudosa" memória que concedia licença de importação a um enegava a outro, sob a invocação de diferentes pretextos. Assim,o "zoneamento" ou "planejamento urbano" tornou-se um mosaicode arranjos que não podem ser explicados pelos seus responsáveis.

'Esses abusos culminaram com as chamadas "Z-8". O zonea­mento criou, em São Paulo, uma certa "zona Z-8" onde não sepermitia fazer nada. Desapropriação sem indenização, como nosreferimos precedentemente.

Entretanto, em. 19 de novembro de 1976, foi editado o DecretoMunicipal n,o 14.025, dispondo que, em se tratando de utilizaçãopor entidades sob controle acionário do Poder Público ou coopera­tivas habitacionais assessoradas pelo INOOOOP, as limitações nãoprevaleceriam.

Expressamente, o decreto estabeleceu a admissibilidade de lo­tes de 5 x 20, isto é, 100m2• A sombra deste decreto, imóveis fo­ram vendidos à COHAB, entidade sob controle da mesma admi­nistração que editou o Decreto n,> 14.025, de 19 de novembro de1976.

Pratica-se assim, a política de dois pesos e duas medidas: aomesmo tempo que se retira dos proprietários em geral o direitoà utilização do que lhe pertence, a outros benefícía-se, depois deliberado o uso, com a "preferência" da entidade oficial compra­dora,

Além do caráter de favoritismos, o pretexto invocado é deevidente Ilogícídade,

Se o adquirente é ou não empresa sob o controle acionáriodo Poder Público, no momento em que procede a divisão em lotes

PARECER DA COMISSAO DE ECONOMIA, INDúSTRIA ECOMÉRCIO

I - RelatórioO presente projeto de lei, de autoria do Deputado Freitas

introduz duas alterações na legislação sobre desapropria-

EMENDAS ADOTADAS PELA COMISSAO

- N." 1-Altere-se no caput do art. 1.0 do Projeto de Lei n.> 916, de

1979, e no texto proposto a numeração dos "U 2.° e 3.°" para"H 1.0 e 2,°", suprimindo-se a frase "renumerando-se para pa­rágrafo único existente",

Sala da Comissão, 20 de setembro de 1979. _ Jorge Cury,Presidente em exercicio -, Osvaldo Melo, Relator.

- N.o 2-

Substitua-se no art. 10 do Projeto de Lei n,> 916. de 1979. notexto do § 3.°, renumerado para § 2.°. a palavra "reversão" por"retrocessâo".

Sala da Comissão. 20 de setembro de 1979. - Jorge Cury,Presidente em exercicio _. Osvaldo Melo, Relator.

1.Nobre,ções:

- a primeira, fixando o prazo de dois anos para que o ex­propriante dê início à utllízaçâo da coisa, sob pena de ter o ex­propriado direito 11 retrocessão:

- a segunda, estabelecendo que se o expropriante utilizá-lapara finalidade diversa d/i declarada no ato expropríatório, alémda retrocessão, sujeitar-se-á a perdas e danos.

A Comissão de Constituição e Justiça opinou pela constitucio­.nalldade, juridicida~ e boa técnica legislativa da proposição, ofe­recendo duas emendes:

- uma, simplesmente. para corrigir a numeração dos disposi­tivos; e,

- outra, para substituir o termo "reversão", empregado no'texto, pelo termo "retrocessâo",

O Relator, Deputado Osvaldo Melo, além de considerar opor-tuna a proposição, destacou que a

"imposição de perdas e danos, é forma coercitiva de mo­ralidade administrativa, pois o poder expropriante evitaráas desapropriações apressadas ou desnecessárias ou, ain­da, o abuso de poder por motivos alheios ao interessepúblico,"

2. As razões que inspiraram o projeto, e que tiveram resso­nância favorável na Comissão de Constituição e .Justiça, parecem-nos válida. -

Realmente, a .não utilização da coisa expropriada depois dedecorridos dois anos do ato exproprtatórío, ou sua utilização parafinalidade diversa da declarada, denotam conduta abusiva quedeve ser coibida.

Não se pretende restringir a atuação do Poder Público ou ne­gar a preponderância do Interesse social sobre o privado, no queconcerne ao uso da propriedade,

Trata-se de evitar, que sob pretexto de conveniência social,procedam-se desapropriações por motivos levianos que ficam evi­denciados pela não utilização da coisa em prazo razoável ou porlhe ser dada utilização diversa daquela que foi invocada no atoexproprtatórío.

São notórios os abusos no que concerne às desapropriações.Há desapropríações que se fazem para favorecer proprietários; háas que se fazem desnecessariamente, com o objetivo de prejudicartitulares da propriedade, ou pele menos, com indiferença aos seuslegítimos interesses.

Além das formas tradicionais de desapropriação, apareceu no­va modalidade, que sob a justificativa de promover o "planeja­mento urbano", limita ou mesmo elimina a possibilidade do apro­veitamento econômico da propriedade, equivalendo, portanto, nosseus efeitos, à desapropriação, porém sem indenização.

O "planejamento urbano", impõe em relação a certos imóveisrestrições de uso tão rigorosas que equivalem a sua "desapropria­ção sem indenização".

Conquanto em tese, ninguém possa ser contra o "planejamen­to urbano", na prática, tem sido uma, nova faceta dos abusos aque se refere o presente projeto de lei.

Planejamentos são improvisados, Uns seguem-se aos outros,propondo soluções não só diferentes, como mesmo antagônicas,

. Tomo como exemplo, pela sua gravidade, o caso da Capitalde São Paulo, onde planos que custaram milhões ao erário, suce­dem-se, contradizendo-se uns aos 'outros,

Apsto de 1980 DlARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo I) Terça-feira 1:1. 8207

de 5 x 20, isto é, em 100m2, e neles constrói, obviamente, estaráexecutando um projeto habitacional para atingir as camadas po­pulares. O que caracteriza o projeto de casas populares, não équem o faz, mas as condições a ele inerentes. Se a Prefeitura en­tende que se justificam em determinado local, lotes de 5 x 20,isto é, com 100m2 , não é o fato de ser a COHAB a executora quetorna o projeto digno de aprovação. Ao contrárlo, na hIpótesede justificar-se o parcelamento do solo, nas reduzidas dimensõesreferidas, nenhuma razão subsístírta para excluir a iniciativa pri­vada de fazê-lo. Em nada altera a realidade do zoneamento, aeírcunstãncía da obra ficar a cargo deste ou daquele, e ser cha­mada ou apelidada de "interesse social". Essa ilogicldade do De­creto n.O 14.025, patenteia fato de dificil explicação.

li - V:iJto do R.elator

Manifesta1l'!0-nos pela aprovação do Projeto de Lei n.v 916,de autoria do Deputado FreItas Nobre, que no âmbito das "de­saproprtaçôes por utilidade pública" contribuI para o arbítrio eas falhas éticas da administração.

Sala das Sessões, 22 de maio de 1980. - João Arruda, Relator.

lU - Pia.r'e~ da OomiBsiOO

A Comissão de Economia, Indústria e Comércio, em reuniãoordlnjtj.a, realizada em 22 de maio de 1980, aprovou. por unaní­midatfe::u Parecer do Relator, Deputado João Arruda, favorávelao Projeto de LeI n. O 916, de 1979, que "Introduz modificações noDeereto-Ieí vn,v 3.365, de 21 de junho de 1941, que dispõe sobredesapropriações por utilidade pública".

Compareceram os Senhores Deputados: Ralph BiasI, Pre­sidente; Pedro Sampaio, VIce-PresIdente da Turma "A"; CláudioStrassburger, Vice-PresIdente da Turma "B"; João Arruda, Rela­tor; Aldo Fagundes, Santilli Sobrinho; Evandro Ayres 'de Moura,Evaldo Amaral, João Alberto, Hélio Duque, Marcondes Gadelha,LuIz Vasconcellos, Igo Losso e Manoel Gonçalves.

Sala da Comissão, 22 de maio de 1980. - Ralph Biasi, Pre­sidente - 1oão Arruda, Relator.

PARECER DA OOMISSAO DE FINANÇAS

I - Relatório

O nobre Deputado Freitas Nobre, apresentou o projeto de leiem exame com o objetivo de fixar normas a respeito do direitode retrocessão ou reversão, no caso do expropriànte não usar obem expropriado no prazo de dois anos, desviar a finalidade oucedê-lo a particular ou entidade pública.

Na Comissão de Constituição e Justiça o projeto, por unani­midade, teve reconhecida sua constitucionalidade, juridicidade eboa técnica legislativa com duas emendas do relator, que não;11teram a substância do projeto.

Na Comissão de Economia, Indústria e comércio o projetofoi aprovado, quanto ao mérito, por unanimidade.

l!: o relatório.

II - Voto do Relator

O projeto em exame, na forma aprovada pelas comissões téc­nicas que o examinaram anteriormente, não repercutirá negativa­mente nas finanças públicas, se transformado em lei.

Desta forma, no que toca à competência específica de nossaComissão de Finanças apreciar, nada vejo que possa impedir-lheque seja aprovado.

Voto, pois, pela aprovação do projeto.

Sala da Comissão, 20 de junho de 1980. - Odacir Klein, Re­lator.

lU - h~er da Comissão

A Comissão de Finanças, em reunião ordinária realizada nodia 25 de junho de 1980, opinou, unanimemente, pela aprovaçãodo Projeto de Lei n.1! 916/79, do Sr. Freitas Diniz, nos termos doparecer do Relator, Deputado Odacir Klein.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jorge Vargas,Presidente; Alberto Goldman e Leorne Belém, Vice-presidentes;Airon Rios, Athiê Coury, Fernando Magalhães, José MendonçaBezerra, Honorato Vianna, Vicente Guabiroba, Hélio Garcia, Oll­vir Gabardo, Luiz Baccarlnl, José Carlos Fagundes e Marão Filho.

Sala da Comissão, 25 de junho de 1980. - Jorge Vargas, Pre­sidente - Odacir Klein, Relator.

PRO.fETO DE ,LEI N.o 1.428-A, DE 1979

(Do Sr. José Camargo I

Estende aos mecânicos de máquinas a óleo diesel oadicional ,de periculosidade previsto ino ~ 1.° do .art, 199da Oonsoüdaçâe das Leis do Trabalho; tendo pareeeresrda Comissão de Constituição e Justiça, Jlelacoustitucio­nalidade, Juridicidade e técnica lell'!slativa; e, das Co­missões d~ Trabalho e !Legislação ,Socnal e de Finanças,pela aprovação.

(Projeto de Lei n.O 1.428, de 1979, a que se referemos pareeeres.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Aos mecânicos de máouínas a óleo diesel é assegurado

o adicional previsto no § 1.0 do art. 193 da Consolidação das Leisdo Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 de maiode 1943.

Art. 2.0 :É devido o adicional de periculosidade de que trata oartigo 'anterior enquanto durar a execução dos serviços de ma­nutenção de máquinas a óleo diesel

Art. 3.° 'Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-so as disposições em contrário.

Justifica«;ãoA remuneração adícíonal de trinta por cento sobre o salário'

é concedida, por força do atual § '1.° do art, 193 da Consolidaçllodas Leis do Trabalho. aos trabalhadores que têm a sua atividadehabitual em permanente contato com inflamáveis, de modo aficar caracterizada a periculosidade da ocupação.

A atividade de mecânico de máquinas a óleo diesel, tratadaneste Projeto de Lei, é das que. indiscutivelmente, são desempenha­das em condições de periculosidade, eis que o seu exercente, corri­gindo vazamentos no sistema de alimentação, entra em contatodireto com o combustível e, pois, expõe-se à explosão e aos efeitosdesta. -

Daí a indispensabilidade da medida aqui preconizada, quandomenos por questão de justiça.

Sala das Sessões, de de 1979. - José Camargo.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMl!i,QõES PERMANENTES

CONSOUDAÇAO DAS LEIS DO 'I'R:ABALHO(Aprollada pelo Decretó-Jei rn.o 5.452, de 1.0 de maío

de 1943).a • *"" " ~ • " , " .. ~ " , , " .. , u " " , ••• "••• "

Tí'I'ULO liDas No'rm:3S,.Gerais de 'Tutela do Trabalho

CAPí'OOLO VDa segura.nça ,e da Medicina do Trabalho

. .SEÇAQ XIII

Das Atividades Insalubres ou l"erigosas.............................................. • • • • • • • • , •••••• 0." .....

Al't. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas.na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Traõa,­lho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impli­quem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos emcondições de risco acentuado.

f 1.0 O trabalho em condições de periculosidade assegura aoempregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salá­rio sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou par­ticipações nos Iucros da empresa.

§ 2.0 O empregado poderá optar pelo adicional de insalubri­dade que porventura lhe seja devido.'....................................................................

PARECER DA <:OMISSAO DE CONSTlTUIÇAO E JlUSTIÇAI - Relatório

Almeja o projeto de lei que ora vem à apreclacâo desta Co­missão estender aos mecânicos de máquinas a óleo diesel a percep­ção do adicional de periculosidade previsto no art. 193, § 1.0 , daConsolidação das,Leis do Trabalho.

O autor justifica a sua proposição dizendo que:"A atividade de mecânico de máquinas a óleo) diesel, tra­tadaneste projeto de Lei. é das que, índíscutívclmente, sãodesempenhadas em condições de periculosidade, eis que

8208 ~~a-fe~ 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONA.L (Seção I)

o seu exercente, corrigindo vazamentos no sistema de ali­mentação, entre em contato direto com o combustível e,pois, expõe-se à explosão e aos efeitos desta."

O projeto foi dístríouído às Comissões de COnstituição e Jus­tiça, de Trahalho e Legislação SOcial e de Finanças.

lÍl o relatório.Determina o § 4.° do art. 28 do Regimento Interno que esta

Oomíasâo aprecie a .proposíçêo sob os aspectos da constituciona­lidade, juridicidade e técnica legislativa, estando íncluídos no prí­meiro exame da competência, da ínícíatãva e da compatíbílídadecom o Temo Político.

A competência da União emerge Induvídosa do texto do art.8.0, item XVII, letra "b" in fine, da Carta Magna, visto tratar-sede matéria afeta ao direito do trat!!llho.

A iniciativa parlamentar e Inconteste face ao que dispõe oart. M, da Lei Maior, e por não ser assunto cuja iniciativa sejaexelusíva do Presidente da República ou dos Tribunais Superlnres.

Inexistindo qualquer íncompatíbíüdade entre a propostção equalquer dispOsitivo do texto constítucíonal, evidencia-se a consti­tucionalidade propriamente dita.

A [urídíeídade, pelaadequaçãodo projetado à sístemátíca legalvigente, inatacável. .

. A proposição está elaborada dentro dos ditames da boa téc­nica legislativa.

n ..:. .Voto do Relator

Face às razões expen-dj:ias, opinamos pela aprovação do pro­jeto por ser constitucion1~ jurídico e de boa t~cnica legislativa.

Sala da Oomíssão, 20" de setembro de 1979 - José Frejat,Relator.

m - ,Parecer da ComillsãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reumao de sua

Tul1ID& "A", opinou, unantmemente, pela constitucionalidade, [u­ridicldade e boa. técníea legislativa do Projeto n.o 1.4-28/79, nostermos do parecer do Remtor.

;Jllstiveram presentes 08 senhores Deputados: Dja.lma Marinho,Presidente; Jollé Frejat, Relator; Afrísio Vieira Lima, Bonifáciode Andrada, Bmbo 00 Carvalho, Claudino Sales, Fernando Coelho,Gomes da Silva, J011ge Arbage, Jorge Cury, Osv3lldo Melo e WaldirWalter.

Sala da Comissão, 20 de setembro de 1979. - Djalma Marinho,Presidente - José Freja.t, Relator.

PARIElCER DA COMI8SAO DE TRABALHO 'ELEGISLA'ÇAO SOCIAL

I - RelatórioO projeto sob exame, de autoria do ilustre parlamentar José

Camargo, intenta estender aos mecânicos de máquinas a óleodiesel o direito ao adicional de perículosídede, na base de 30%aobre os seus saláríos, previsto no artigo lS3 da CLT.

'Na. oomíssão de Constituição e Justiça, votou-se pela apro­vação do projeto, considerado compatível com os aspectos que-entendem com a competência: especifica daquele órgão técnico.

'Nesta nossa Comissão, ao expendermos opíníão sobre a matéria,desejamos, para logo, lembrar que o dllploma especializado no as­sunto, a COnsolidação das Leis do rra,balho, estabelece em seuart. 193, como ibem ·frisou o autor, em sua justificação, a regrabásica para a concessão da compensação trabalhista ora obje- .tívada. .

Com efeíto, o dispositivo acima referido proclama:"Art. '193. São consíderadaa atívídades I)U operações pe­,rigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo MI­nistério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou mé­todos de trabalho, impliquem o contato permanefite cominflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado."

'Como vemos, o legislador criou o direito ao adicional de pe­riculosidade e eondícíonou a sua prestação a determinada ativi­dade à. Inclusão desta numa relação elaooreda pelo Ministério doTrahalho. OOm isso, aquele Ministério assumiu a atríbuíçâo depropor o adicional de periculosidade às categorias profissionaisque considerar merecedoras dessa vantagem. Entretanto, essa sís­temática estabelecida por leí não cometeu ao Ministério do Tra­balho exclusividade absoluta na concessão desse adicional, vez queo legislaidor, ,a qualquer momento, pode, através de ato caracterís­tico de sua função, não só excepcionaliza a regra por ele próprioestabelecida, como, inclusive, alterá-la profundamente ou, sím­plesmente, revogá-la.

Por outro lado, não se deve, aqui, negar ao ato da ordem le­gislativa competêncla para dispor sobre a matéria, porque o ar­eaoouço [urídtco-constttucíonal brasileiro confere ao Poder Le-

gíslatívo a presunção de capacidade técnica para cuidar de ques­tões como a em pauta. Por conseguinte, não há ralar-se em in­conveniência ou impropriedade do projeto, vez que, para os efeitosvisados nesta proposição, os órgãos téenícos do Parlamento devemmerecer a mesma consideração que .se dispensa aos do Executivo.

Assim, a exceção que o presente projeto obíetíva não deveser considerada prejudicial à sistemática implantada para a con­cessão do adícíonal de períeulosídade, príncípnlmente, numa situa­ção como esta, em que estamos a eonsíderar um aspecto objetivoe evidente como é a condição de trabalho aos mecânicos de má­quinas a óleo diesel que, todos sabem, estão. pp.rmanentemente, emcontato com inflamávei,s,.sob risco acentuado. .

TI - Voto do Rela.torAnte o exposto, opinamos pela aprovação do Projeto de Lei

n.o 1.428/79, por considerarmos justo e oportuno.

SaLa da Comissão, . - José ~ta,Relator.

m - Parecer da CoIl1i.ssOOA Comissão de Trllibalho e Leglslaçâo Social, em reunião or­

dinária, de sua Turma "B", realizada em 29-'5-80, opinou pelaaprovação unâníme do Projeto de Lei n.? 1.428/79, nos termos doparecer do Relator.

Estiveram presentes os senhores Deputados: Nilson Gibson,Presídente; José Costa, Rlelator; Túlio Bareelos, Atn.e.d!l'~~eara,

Adhemar Ghis!, Ubaldíno Meirelles, Alvaro Gaudêneío....~FlávioChaves, V~ter Garcia, Aurélio Peres, Edgard AmOrL."11 BeneditoM'!I.rcíl1o e RJezende Monteiro. '

Sala da Comissão, 29 de maio de 1980. - Nilson Gibson,Presidente - Joeé Costa., Relator.

PMW>CER DA COMIB8AO DE FINANÇAS1- Rdatório

O nobre Deputado José Oamargo, apresentou o projeto de.~I em exame com f) objetivo de estender aos mecânicos de má­quinas a óleo diesel o adíeíonal de perículosldede previsto em lei.

'Na Comissão de CollBtitulção e Justiça Q projeto, por unanímí­doade, teve reconhecida sua constitucionalidade, juridicidade e boatécnica legislativa.

Na Comissão de Trabalho e Leglglação Social o projeto foiaprovado, quanto ao méríto, por unanimidade.

lÍl o relatório.fi - Voto do Relator

O projeto em exame, na forma apTOvada pelas comissõestécnicas que o- examinaram anteriormente, não repercutirá nega­tivamente nas finanças públicas, se transformado em lei.

Desta forma, no que toea à competêneía específica de nossaCOmissão de Finanças apreciar, nada vejo que possa impedir-lhe!que seja aprovado. .

Voto, pois, pela aprovação do projeto.Sala da Comissão, 20 de junho de 1980. - Odacir Klein,

Relator.m - Parecer da Comissão

A COmissão de FinanÇ'!l.8, em reunião ordinária realizada nodia 25.de junho de 1000. opinou, unanimemente, pela lllProvaçãodo Projeto de Lei 71.° 1.4-28/79 - do Sr. JOSé Camal'go - nos ,rer­mos do parecer do Rela.tor, DeputlllClo Odacir Klein.

.Estiveram presentes os senhores Deputados: Jorge Vargas,Presidente: Al,berto aoldmoan e Leorne Belém, Vice-Presidentes;Airon Rios, Athiê Coury, Fernando Magalhães, José MendonçaBezerra, Honorato Vi'anna, Vicente Guabiroba, Hélio Garcia oli­vir Gabardo, Luiz Baccarini, José carlos Fagundes e Marão Filho.

. Sala da Oomíssâo, 2'5 de junho de 1980. - Jorge Vups, Pre­sídente - Odacir Klein, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 1.698-A, DE 1979

(Do Sr. Nilson Gibson)Aerescenta. pará&Tafo ao a:rt. 458 da ()l)JLlJ()lldR!'ão das

Leis do Trabalho; tendo .pareceres: ida Comissão de Oens­tituição e J'wrtiça., pela constitueionalidade, juridieldade etécnica legislativa; da Co.missão de Trabalho e Legisla.çãoSocial, pela. a.provaçli.o, com emenda; e, da Comissão deFinanças, pela aprovação.

(Projeto de Lei n.o 1.693, de 1979, a que se referem ospareceres.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica acrescentado ao art. 458 da Consolidação das

Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n,v 5.452, de 1.0 demaio de 1M3, o seguinte § 3.0:

"Art. 4<58.

Afosto de 1980 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 12 8209

§ 3.° Integra a remuneração do empregado, para todosos efeitos, os aluguéis pagos pelo empregador, do imóvelonde residir quando da prestação do serviço, durante avigência do contrato."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publícação.

iArt.- 3.° Revogam-se as disposições em contrário.Justificação

Os aluguéis pagos constituem prestação in natura e devem'íntegrar a remuneração do empregado para efeito do cálculo dasreparações devidas.

rPorque é salário, o valor correspondente à habitação forne­cida, integra a remuneração do empregado para os efeitos legais.E essa integração há de fazer-se no percentual próprio de sua in­tegração como componente do salário.

No caso de dispensa do empregado, por exemplo, à indeniza­ção que lhe é devida, deverá ser integrado o valor da parcela cor­respondente ao aluguel de sua habitação, durante o contrato detra'baIho.

Contamos com a consideração de nossos ilustres pares parao estudo atento deste projeto, dando desse modo, a sua valiosacontribuição para o aprimoramento de nossa justiça social.

Bala das Sessões, 21 de agosto de 1,979. - Nilson Gibson.LEGiSLAÇÃO CITADA, ANEXADA PEliACOORDENAÇÃO

DAS COMISSõES PERMANENTES

CONSOLIDAÇAO !DAS UIillS 'DO TRABALHO(Aprovada pelo Decreto-lei n.'" 5.4152, de 1.0 de maio de 1943)

TíTlJlLO JiV

Do Contrato Individual do Trabalho

CAIP'1TUW IIIDa Bemuneração

tArt. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreendem-seno salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação,vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por forçado contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado.Em caso algum será permitido o pagamento com bebídasalcoóü­cas ou drogas nocivas.

,§ ,1.0 Os valores atribuídos às prestações in natura deverãoser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dospercentuais das parcelas componentes do salário mínimo (arti­gos 81 e 82>'

§ 2.° Não serão considerados como salário, para os efeitosprevistos neste artigo, os vestuários, equipamentos e outros aces­sórios fornecidos ao empregado e utilizados no local de trabalho,para a prestação dos respectivos serviços.

P~ER DA COMISSAO iDE OONSTI'IlUIÇAO E JUSTIÇAI - LRelat6rio

O nobre Deputado Nilson Gibson apresenta à consideração doCongresso Nacional o projeto de lei supra epígratado com o qualobjetiva acrescentar ao art. 458 da Oonsolldação das Leis do Tra­balho um parágra-fo, numerado 3.°

iDiz o acréscimo pretendido sobre o pagamento de remunera­cão ao empregado que será acrescido "dos aluguéis pagos pelo em­pregador, referente ao imóvel onde residir quando da prestaçãodo serviço, durante .a vigência do contrato". -

!Na Justificação que integra o processo, o nobre autor aduz queOS aluguéis pagos constituem prestação in natura e devem Inte­grar a remuneração do empregado _para efeito do cálculo das re­parações devidas.

O projeto em apreço veio à Comissão de Constituição e -Jus­tiça e a mim dístríbuído. A esta COmissão, entretanto, competeopinar sobre o aspecto constitucional, legal, jurídico ou de téc­nica legislativa da propositura, nos termos dlscipllnados do § 4.0do art. 28 do Regimento Interno da Câmara.

O mérito é deíerído às Comissões de Trabalho e LegislaçãoSocial e a de Finanças, as quais foi o processo distribuido conco­mitantemente.

li: o relatório.n - Voto do 'ltelator

IA matéria proposta é daquelas previstas no texto constitu­cíonal (art. 8.0 , item XVLI, letra h) como da competência da União)

legislar e, quanto a iniciativa é pernussrva. no art. 56 da nossaCarta Maior, comulativamente a qualquer membro ou oomíseãoda Câmara ou do Senado Federal, ao Presidente da República eaos Tribunais Federais com jurisdição em todo o- território na­cional.

É induvidoso que o projeto do nobre Deputado Nilson Gibson,lavrado em boa técnica legislativa, obedece aos preceitos da (01).1,­tltuíçâo da República e não colide com o direito positivo na­cional.

Conseqüentemente o nosso Noto conclusívo é pela aprovaçãodo Projeto de Lei n.o 1.6'93n9, por encontrá-lo constitucional, Ju­rídíco e lavrado em boa técnica legislativa.

Sala das Sessões, 4 de outubro de 1!f79. - Gomes da Silva,R.elator.

m - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­

ma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, [urídi­cidade e boa técnica Iegíslatlva do Projeto n.O 11.693/79, nos ter-mos do parecer do Relator. -

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Marinho,Presidente; Gomes da Silva, Relator; Mrlsio Vieira Lima, Antô­nio Dias, Antônio Mariz, Antônio Morlmoto, Francisco Benjamin,Luiz Leal, Marcelo Oerqueira e Paulo Pimentel.

Sala da Comissão, 4 de outubro de Ul'l9. - Djalma Marinh(l,Presidente - Gomes da Silva, Relator.

PARE01ffl DA <-"OMISSÃO !DE TRABALHOE LEGISLA({AúSOO.IAJ:.

I - Relatório -De iniciativa do ilustre Deputado Nilson Gibson, a propost­

cão em epígrafe acrescenta parágrafo ao art. 458 da Consolida-oção das Leis do Trabalho, mandando Integrar a remuneração dI>empregado, a título de habitação, o imóvel ocupado resídenetal-mente por ele e à conta do empregador. .

:A douta Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de4 de outubro de }.\YTl}, opinou, unanimemente; pela constãtucíona­Iídade, [urídíeídade e técnica legislativa do presente projeto de lei.

IDo ponto de vista do mérito, somos pela adoção da presenteproposta legislativa. A integração do imóvel alugado pelo em­pregador, para ocupação residencial do empregado, na parcele,relatíva cà habitação é uma medida de Inequivoca importância,uma vez que põe termo às dúvidas quanto à abrangência do ter­mo "habitação" e que têm sido objeto de Infindáveis conflitos nas:relações trabalhistas.

Julgamos, no entanto, oportuno oferecer uma emenda para.que figurem, desde logo, no dispositivo sugerido, as duas hipóte­ses principais no tocante 'à habitação fornecida pelo empregador(eaput do art. 458 da CLT), uma pacificamente reconhecida comointegrante do salário e a outra carente de explicitação legal, aten­dida pela proposta legislativa que ora estamos estudando. A pri­meira diz respeito ao imóvel de propriedade da empresa ocupa­do resídencíalmente pelo empregado e a segunda referente àque­le alugado à conta do empregador para- servir de residência doempregado.

Dessa forma, estaremos evitando novas dúvidas, pois qualquerdas hipóteses comporá, legalmente, a remuneração do empregadoe, como bem acentua o Uustre autor, "há de fazer-se no percen­tual próprio de sua integração como componente do salário".

J1: o relatório.n - Voto do !Relator

Face ao exposto, opinamos pela aprovação do projeto de Lein.o 1.<693, de 1979, e da emenda que submetemos à consideraçãodos nobres pares. -

Sala da Comissão, de 191m. - Júlio Campos,Relator.

_lU - Parecer da ComissãoA Comissão de 'I'rabalho e Legislação Social, em sua reumao

ordinária realizada em 21 de maio de 1980, opinou pela aprova­ção do Projeto de Lei n.o 1. 6913,j71}, nos termos da Emenda ofere­cida pelo Relator, senhor Júlio Campos, e adotada pelo R.elatol"­Swbstituto, Senhor Carlos Ohiarelli.

iEstiveram presentes os seguintes Senhores Deputados: OsmarLeitão, Vice-Presidente, no exercício da Presidência; AdhemarGhlsi, Artenir Werner, Carlos Ohiarelli, João Alves, Ubaldino Mei­relles, Francisco Rollemberg, Aurélio Peres, Júlio Costamilan, Ter­tuliano Azevedo, Benedito Marcílio, Furtado Leite, Del Bosco Ama­ral e Rezende Monteiro.

Sala das Sessões, 21 de maio de 1980. - Osmar Leitão, Vice­Presidente no exercici.o da Presidência - Carlos Chiarelli, Relator­Substituto.

s:n8 Terça-feira 12 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Apsto de 1980

EMENDA ADOTADA PELA COMliSSAO

No art. 1.0 do Projeto, dê-se ao .§ 3.° sugerido ao art. 458da Consolidação das Leís do Trabalho a seguinte redação:

·'Art. 1.° _. _._

"Art. 458. . .

§ 3.° Entende-se por habltação, para os efeitos desteairtdgo, não só o imóvel da empresa ocupado residencial­mente pelo empregado mas também o alugado à contado empregador para. residência do empregado."

Sala da Cemissão, de 1980. - Nilson Gibson.Presidente - Júlio Campos, Relator.

PARECER DA ·COMlSSAO DE FINANÇAS

I - RelatórioO nobre deputado Nilson Gibson, apresentou o projeto de

lei em examecom o objetivo de estabelecer que integram a remu­neração do empregado, para- todos os efeitos, os aluguéis pagospelo empregado, do imóvel onde !residir quando da prestação doserviço, durante a .vtgênci,a do contralto. .

Na oomíseão de Constituição e Justiça o projeto, por unani­midade, teve reconhecida' sua constitucionalidade, juridicidade eboa técnica legislativ·a.

Na Comissão de Trabalho e Legjslação Social o projeto foiaprovado, quanto ao mérito, por unanimidade, com emenda ofe­recida <pelo real'tor, para dar là matéria melhor redação.

li; o ,relatório.11 - VlOto do Relator.

O projeto em exame, na forma aprovada pelas comissões téc­nicas que o examinaram anteriormente, não repercutirá negati­vamente nas 'finanças públícas, se transformado em lei.

Desta forma, no que toca 'à competência específica de nossaCoonissão de Finanças aprecíar. nada vejo que possa impedir-lheque seja aprovado,

Voto, -pois, pela aprovação do proj<eto.Sala da Comissão, 20 de julho de 1980. - Odacir Klein, Relator.

lU _. Parecer da lComissão

A Comissão de Finanças, em reunião ordinária realizada nodia 2'5 de junho de .1980, opinou, unanimemente, pela aprovaçãodo Projeto de Lei n.o 1.693179 - do Sr. 'Nilson Gibson - nos ter­mos do parecer do .relator, Deputado Odacir KIeln.

Estiveram presentes os Senhores Deputados Jorge Vargas.Presidente; Alberto Goldman 'e Leorne Belém, Vice-Presidentes;Alron Rios, Athiê Ooury, Fernando 'Magalhães, José MendonçaBezerra, Honorato Vi-anna, Vicente Guabiroba, Hélio Garcia, OU­vir Gaba.rdo, Luiz Baecaríní, José !Carlos Fa.gundes e Ma.rão 'Filho.

Sala da Comissão, 25 de junho de 1980. - .JorAje Varras, Pre­sldente -.OdacIr Klein, Relator.

PROJETO I)E LEI N.o 2. 249-A, DE 1979

(Do Sr. José de Castro Coimbra,Dispõe sobre a Capoeira, que passa a denominar-se

Luta Nacional, e dá. outras providêneias; tendo parece­res: da Comissão de Constituição e .Justiça, pela consti­tucionalidade e injuridicida.de; e, da Comissão de Educa­ção e Cultura, pela rejeiçÍÍ4J.

(Projeto de Lei n.o 2.249, de 1979, a que se referem ospareceres.)

O Congresso Nacional decreta:Art.. l,° A modalidade de luta conhecida por Capoeira passa

a denominar-se Luta Nacional.Art. 2.0 A Luta Nacional constará. obrigatoriamente do cur­

rículo dos cursos de graduação em Educação Física.Art. 3.0 Fica assegurada aos atuais mestres de Capoeira ma­

trícula nos cursos superíores de Educação Física oficiais ou parti­culares, independentemente de prestação de exame vestibular. des­de que possuidores de diploma de conclusão de curso de 1.0 grauou equivalente.

Parágrafo único. A prerrogativa a que se refere este artigoterá validade de 8 (oito) anos, a partir da vigência desta Lei.

Art. 4.0 O Poder Executivo regulamentará a presente lei noprazo de 60 tsesserrta) dias, a contar da data de sua publicação.

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaçãoArt. 6.° Revogam-se as disposições em contrário,

JustificaçãoNinguém em sã consciência poderá aceitar o descaso a que

estão relegadas as manifestações que dizem respeito às nossas tra­dições.

Nossas projeções folclóricas estão condenadas ao mais com­pleto abandono. Alguém já disse que "um povo que não cultuá/luas tradições torna-se um povo amorfo". Devemos dar um bradode alerta, se não quisermos enveredar por este caminho.

Destaco, dentre as tradições desprezadas, a Capoeira, uma dasmais antigas e verdadeiras expressões de nossa brasilidade, e tam­bém um meio de defesa pessoal da mais alta eficiência.

Visa o presente projeta de lei a tornar erettva a prática, entrenossa juventude, de um esporte tipicamente nacional e quemaisse adapta às tendências atléticas do nosso povo.

Estamos cansados de ver como os japoneses divulgaram nomundo inteiro o Karatê e o judô e como os Ingleses o fizeram como box, numa demonstração inequívoca da pujança de suas raças.

Nós, brasileiros, possuidores de uma modalidade de luta ímpardo mundo inteiro, relegamo-la, entretanto, a um deplorável se­gundo plano, ou mesmo um plano desprezível.

Quero alertar o Ministério da Educação e Cultura para esteproblema e sugerir a criação de um Grupo de Trabalho compe­tente, que realmente deseje oferecer sua contribuição patrióticaao Pais, no sentido de criar condições para que seja incrementada,entre a nOBSa juventude, a prática de uma das manifestações maisautênticas de nossa nacionalidade - a Capoeira, Luta Nacional.

Bala das Sessões, 31 de abril de 1979. - José de Castro Coimbra.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENA9AODAS COMISS6ES PERMANENTES

LEI N.o 5.540, DE 28 DE NOVEMBRO DE 1968

Fixa normas de nrganlaaçâo e funcionamento do ensl­no superior e sua articulação com a.escola média., e dáoutras providências.

O Presidente da República.Faço saber que o· Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:CAPíTULO I

Do Ensino SuperiorArt. 1.° O ensino superior tem por objetivo a pesquisa, o de­

senvolvimetno das ciências. letras e artes e a formação de profis­sionais de nivel universitário.

Art. 2.° O ensino superior indissociável da pesquisa, será mi­nistrado em universidades e, excepcionalmente, em estabelecimen­tos isolados, organizados como instituições de direito público ouprivado.

Art. 3.° As universidades gozarão de autonomia didático­científica, disciplinar, administrativa e financeira que será exer­cída na forma da .Ieí e dos seus estatutos.

Art. 17. Nas universidades e nos estabelecimentos isoladosde ensino superior poderão ser ministradas as seguintes modalida­des de cursos:

a) de graduação, abertos à. matricula de candidatos que hajamconcluído o ciclo colegial ou equivalente e tenham sido classítíea­dos em concurso vestibular;

b) de pós-graduação, abertos à matricula de candidatos diplo­mados em curso de graduação que preencham as condições pres­critas em cada caso;

c) de especialização e aperfeiçoamento, abertos à matriculade candidatos diplomados em cursos de graduação ou que apre-sentem títulos equivalentes; .

d) de extensão e outros, abertos a candipatos que satisfaçamos requisitos exígídos.

Art. 18. Além dos cursos correspondentes a profissões regu­ladas em lei, as universidades e os estabelecimentos isolados po­derão organizar outros para atender às exigências de sua progra­mação específica e fazer face a peculiaridades do mercado detrabalho regional.

Art. 19. Vetado.Art. 20. As universidades e os estabelecimentos isolados de

ensino superior estenderão à comunidade sob forma de cursos eserviços especíaís, as atividades de ensino e os resultados da pes­quisa que lhes são inerentes.

Art. 21. O concurso vestibular, referido na letra a do art. 17,abrangerá os conhecimetnos comuns às diversas formas de edu-

Afóllto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1} Terça-feira 12 821.1

cação do segundo grau sem ultrapassar este nível de eornplexida­de para avaliar a formação recebida pelos candidatos e sua apti­dão intelectual para estudos superiores.

Parágrafo único. Dentro do prazo de três anos a contar davigência desta Lei, o concurso vestibular será idêntico em seuconteúdo, para todos os cursos ou áreas de conhecimentos afinse_unificado, em sua execução, na mesma universidade ou federa:çao de escolas, ou no mesmo estabelecimento isolado de organi­zação plurlcurríeular de acordo com os estatutos e regimentos.

............. , .PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUS'I.'IÇA

I - RelatórioA proposição do nobre Deputado José de Castro Coimbra, em

exame, destina-se a substituir a. denominação da Capoeíra, mo­dalida~e de,sportiva tipicamente brasileira, por Luta Nacional, bemcomo incluí-Ia no currículo dos cursos de graducâo em Educa­ção Física. Além disso, assegura aos atuais mestres desse desportomatricula nos cursos superiores de Educação Fisica, oficiais ouparticulares, independentemente de prestação de exame vesti­bular, desde que possuidores ~e diploma de curso de 1.° grau ouequívalente ,

Objetiva o parlamentar, conforme declara: na justificação,revigorar nossas tradições populares, hoje relegadas a segundoplano, além de infundir na juventude o êultívo das manifestaçõescUlturais que tipificam o modo de ser de nossa gente.

Distribuída às Comissões de Constituição e Justiça e de Edu­cação e CultjlIa, compete a este órgão avaliar a matéria sob osaspectos constitucional, juridico e técnico-legislativo.

Restringindo-nos à esfera de competência a que se circunscre­ve esta COmissão, podemos concluir: a proposição é constitucio­nal no que se refere à competência da União, (art. 8.°, item XVII.alínea q), ao poder de iniciativa (arts. 511 e 65) e à atribuição doCongresso Nacional para legislar (art. 43) da Lei Maior. Entre­tanto, é desenganadamente íniuridíca porque agride, de formaafrontosa, avoenga tradição brasileira, nordestina e, sobretudo,baiana. Capoeira é herança inalienável. lt patrimônio culturalimutável. lt tradição. lt costume. lt uso. lt um pedaço do Brasil.J!: a Bahia. E tudo isso constitui a fonte primária e original dodireito. Lege ferenda que pretende violentar arragaído costume,secular tradição e uso iterativo, é lei nati morta. porque fulminadapor inextirpávelinjuridicidade.

11 - Voto do RelatorRejeitamos pela manifesta injuridicidade.Sala da Comissão, 9 de abril de 1980. - Afrísio Vieira. Lima,

Relator.111 - Parecer da. Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua:Turma "A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade einjurldicade do Projeto n.O 2.249/79, nos termos do parecer do Re­lator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Francisco Rossi,Vice-Presidente, no exercício da' Presidência; Marcelo Cerqueira,Afrísio Vieira Lima, Relatores; Antônio Morimoto, Antônio Russo,Bonifácio de Andrada, Cardoso Alves, Ernani Satyro, FranciscoBejamim, João Gilberto e Waldir Walter.

Sala da COmissão, 9 de abril de 1980. - Francisco Rossi, Vice­Presidente, no exercicio da Presidência - Afrisio Vieira Lill1l\,·Relator.

PARECER DA COMISSAO DE EDUCAÇAO E CULTURAI ~ Relatório

Com o objetivo de substituir a denominação da Capoeira, mo­dal1dtlde despartiVia tipicamente orasíleíra, por Luta Nacional.assim como inclui-la no curriculo dos cursos de graduação emEducação Física, o nobre Deputado José de Castro COimbra sub­.mete à apreciação do COngresso Nacional o Projeto de Lei nú­mero n.o 2.249/79.

Em sua proposição, pretende o ilustre Deputado assegurar,aos atuais mestres de capoeira, matricula nos cursos superioresde Educação Física, oficiais ou particulares, independentementede prestação de exame vestibular, desde que possuidores de di­ploma de curso de 1.0 grau ou equivalente.

Em sua justificação, o Autor fala no abandono e descaso aque estão relegadas as nossas tradições, das quais a capoeira éuma das manifestações mais típicas, além de ser um meio dedefesa pessoal da mais alta eficiência.

Submetida à Comissão de Constituição e Justiça, a proposiçãofoi considerada ínjurídíca: "le«e ferenda que pretende violentararraigado costume, secular tradição e uso iterativo, é lei natl mortaporque fulminada por ínextírpável ínjurídíeídade."

J!: o relatório.

11 - 'Voto do RelatorCabe a esta Comissão manifestar-se quanto ao mérito da.

presente proposição. Em primeiro lugar, consideramos uma con­tradição querer-se mudar o nome de uma luta tipicamente baianae transformá-la em "luta nacional" em nome da preservação donosso patrimônio cultural. Ora, preservar uma tradição é con­servá-la e não transformá-la em algo diferente.

Além disso, não consideramos justo para com aqueles estu­dantes que conseguem ingresso nas faculdades de Educação Fí­sica através de um exame vestibular, a entrada dos mestres deCapoeira sem o referido exame e com escolaridade de 1.0 grau ouequivalente. .

Finalmente, já tivemos a oportunidade de nos manifestarmosà respeito da obrigatoriedade do ensino de Capoeira nos cursos deEducação Física, ao rejeitarmos o Projeto de Lei n.O 2.283/76, doDeputado Joaquim Bavílaequa. Nessa ocasião, .reconhecemos \1)

valor da Capoeira e a importância de sua difusão para preservaros nossos valores culturais. No entanto, observamos que o seuensino pode ser feito em caráter facultativo. Torná~la disciplinaobrigatória poderia prejudicar a qualidade elo ensino ministradoem nossas universidades, por não dispormos de professores espe­cíalízados em capoeira em número suficiente para atender àsexigências educacionais 'compatíveis com o nível cultural e peda..góglco de uma escola superior.

Pelas razões expostas, votamos pela rejeição do Projeto.

Sala da Comissão. 25 de junho de 1980. -- 1<Ygia Lessa Bastos,Relatora.

III - Parecer da Comíssão\

A Comissão de :I!:ducação e Cultura, em sua reunião ordinária,realizada em 25 de junho de 1980, opinou, unanimemente, pelarejeição do Projeto de Lei n.o 2.249/79, do Sr.•José de Castro coím­bra, que "dispõe sobre a Capoeira, que passa a denominar-se LutaNacional, e dá outras providências", nos termos do parecer doRelator., sra. Lygla Lessa Bastos.

Estiveram presentes os Senhores Deputados Braga Ramos, Pre­sidente; Dareílío Ayres, Vice-Presidente;J<ygla Lessa Bastos, Alcit'Pimenta, Luiz Baptista, José Torres, Bezerra de Melo, Daniel Sil­va, Leur Lomanto, Anísio de Souza, Aécio Cunha e José Maria deCarvalho.

Sala da Comissão, 25 de junho de 1980. _. Braga Ramos, Pre­sidente - 1<Ygia Lessa Bastos, Relatora.

PROJE~rO DE I.EI N.O 2.276-A, I>E 1979

(Do Senado ·Federal)Altera a Lei dos Registros Públicos, oompatibilizando­

o com o vi~ente Código de Processo Civil;, tendo pat'ecer,da Comissão de Constituição e' Justiça, pela constituciona­lidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pelaaprovação.

(Projeto de Lei n.o 2.276. de 19711, a que se refere oparecer.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 J!: revogado o n.o 22 do inciso I do art. 167 da Lei n.O

6.01.5, de 31 de dezembro de 1973·.

Art. 2.° lt acrescentadoao art. 167, Ineíso II, da Lei n.o 6.015,de 31 de dezembro de 1973, o seguinte n.O 14:

"An. 167.

II - .

14) das sentenças de separação judicial, de dívõrcío e denulidade ou anulação de casamento, quando nas respec­tivas pa>rtilhas existirem imóveis ou direLtos reais sujeitosa registro."

Ant. 3.° lESta Lei entra, em vigor na data de sua <publicação.

Art. 4.° Revogam-8e as disposições em eontrârío,

senado FedemI, 'li de novembro de 1979. - flenador Luiz Viana,Presidente. .

LEG(SLAÇAO CITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSOES PERMANEN.1.'E8

/

LEI N.o 6.01'5, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973. Dispõe oobre os registros públicos, e dá. entras provi­

dências.

8212 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A&"osto de 19l1i1

TíTULO V

Do lltegistro de ImóveisCAPíTULO I

Das AtribuiçõesArt. 167. No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão

feitos:I - o regístro:

22) das s-ent-enças de desquite e de nulidade ou anulação decasamento, quando, nas respectivas partilhas, existirem imóveisou direitos reais suj eítos a registro.

PAREOER DA OOMISSAO DECONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - RelatórioAprovada pelo senado Federal, a presente Proposição vem,

para revisão, à Câmara dos Deputados, em cumprimento ao dispos­to no art. 58 da COnstItuição da República, objetivando alterar aLei dos Regwtros Públicos, a fim de compatíbílízá-Ia com o Có­digo de Processo Civil. Na verdade, pretende o Projeto suprimiro n.o 22 do inciso I do art. '167 da Lei n,? 6.015, de lU de dezem­bro de 19'73 e colocá-lo eomon,v 14 do inciso II do mesmo art. 167da citada Lei, que dispõe sobre os Registros Públicos. Há. destarte,uma simples transposição de dispositivos.

A razão de tal alteração é que o ,3!I't. 16'1, em seu inciso I,discrimina os atos que deverão ser levados a registro e no seu in­ciso lI, relaciona aqueles que serão objeto de simples averbaçãono Regislt;ro de Imóveis.

Assim, com a transposição, as sentenças de separação [udí­cíal, de divórcio e de riulídade ou anulação de 'casamento, quandonas respecttvas partilhas existirem imóveis ou direitos reais, serão,doravante, averbadas no Registro de Imóveis e não mais registra­das. Vale dizer, o que antes era registrado, agora será simples­mente averbado.

Alega o A!utor, em sua justificação, que o Código de Proc,essoCiv.ll, em seu art. 1.124, prescrel"e que, "homologada a separaçãoconsensual, averbar-se-á a sentença no Registro Civil e, havendobens ímóveís, na circunscrição onde se acham registrados".

Et€'tivamente, enquanto a Lei dos Registros Públicos mandaetetuar o registro, o Oódígo de Processo manda efetuar a averbá­ção. nata-se, pois, de contradição que não deve permanecer, É orelatório.

Col11lpete a est,a Comissão, nos termos <lo art. 28, letra c, pro­nunciar-se sobre a constítueíonalkíade, [urídícídade. técnica le­gislativa, bem como sobre o mérito da proposíçâo em tela.

Competente éa União, para legislar sobre registros públicos(art. 8.0 , it-em XVII, letra e), não se incluindo a matéria entreaquelas reservadas pela Carla Magna à iniciativa do Poder Exe­cutívo (arts. 57 e 65) ou dos 'I'ribunais (art. 115, II), competindo,pois, sua iniciativa a qualquer membro do Congresso Nacional. Nãocolide, ademais, com qualquer mandamento ou preceito constitu­cional, nem arrosta os principias do nosso ordenamento juridico.

O Projeto é, pois,constLtuclonal e j11ridioo, bein como se acharedigido em boa técnica legisiativa.

No mérito, ê de se apontar a conveniência <la medida preeoní­zada, porquano pretende eliminar dualídade de comando legal, ouseja, compatIb.tlizll.!I' a Lei <los Registros Públícos com a Lei Pro-cessual Civil. '

Além disso, não haveria necessidade de novo registro, bastan­do a simples 'averbação, visto que não se trata de aquisição deproprdedade imóvel, mas tão-somenee de paT'tilha de bens imóveisque já pertenciam a ambos os cônjuges. Bastaria, assim, a simplesaverbação, mesmo porque 08 imóveis p3!I'tilhados já se acham regis­trados em nome dos cônjuges.

Por outro lado,a. averbação é muito maía.sâmples, menos dis­pendiosa e mais rápida do que o registro, benerícíando as partes,sem acarretar quaisquer prejuízos a terceiros.

li: - Voto do RelatarArilte o exposto, oplnamos favoravelmente ao Plrojeto de Lei

n.o 2.276, de 1979, quanto as preliminares de constítucíonalídade,jurldicidade, técnica legislativa, bemJ assím, quanto ao seu mérito.

Sala da Comissão, :n de maio de 1980. - Joaci!" Pereira, Re­lator.

UI .- Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e JUstiça, em. reunião Plenária,

cpínou, unamímemente, pela eonstituelonadidade, [urídíeídade, boatécnica legislativa. e, no mérito, pela aprovação do Projeto n.v2.276/79, nos termos do parecer do Relator. .

Estiveram presentes os senhores Deputados: Ernani 8atyro,Presidente; Joadl Pereira, Relator; Altair Chagas, Antônio Mo­rimoto, Bonifácio de Andrada, Brabo de Carvalho, Djaâma Bessa,

.Feu Rosa, Francisco Rossi, Jairo Magalhães, João Gi1berto, Jorg,eArbage, Lázaeo Carvalho, Nilson Glbson,ÜS'Valdo Melo, PauloPimentel, Raimundo Diniz e Tarcísio Delgado.

Sala da Comissão, ai de maio de 1980. - Ernaní Satyro, Pre­sidente - Joaci! Pereira, ,Relator.

PRO,TETO DE LEI n» 2.3.48-A, DE 1979

(Do Sr. Marcelo 'Medeiros)Dá nova. redação a dispositivos da Lei 11.0 4.215, de

27 de a.bril de 1963, 'IRe dispõe sobre o Estatuto da Ordemdos Advogados do Brasil; tendo parecer, da Com.isIlão deConstituição e Justiça, pela oonsWtpciona!ida@. técnicaleigslativa e, no mérito, pela aprovação, eom Substitutivo.

(Projeto de Lei n.O 2.348, de 1979, a que se refere opareeer.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1,0 O art. 68 da Lei n. O 4.215, de 27 de abril de 1963,passa a vigorar com a redação segulnte:

"Art. 68. No seu ministério privado, o advogado prestaserviço público, constítuíndo, com os juízes e membros doMinistério Público, elemento indispensável à administra­ção da Justiça e merecendo fé pública as suas artrmações,até prova em contrário."

Art. 2.0 O "caput" do inciso XIV do art. 87 da. Lei n.o 4.2.15,de 27 de abril de 1900, passa a vigorar com a. redação seguinte;

"XIV - não aceitar, sob pena de nulidade de seus atos,procuração de quem já tenha advogado constituído, sal­vo:"

Art. 3.° O inciso X do art. 89 da Lei n,? 4.215, de 27 de abrilde 1963, passa a vigorar com a redação seguinte:

"X - ter a palavra, pela ordem, durante o julgamento,em qualquer juizo ou Tribunal, para, mediante intervençãosumária, esclarecer equivoco ou dúvida surgida em relaçãoa fatos, documentos ou afirmações que influam ou pos­sam influir no julgamento."

Art. 4.0 Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

J usttrleação

A credibilidade das afirmações do advogado está na ordem.díreta do conceito de que desfruta entre seus pares e perante juí­zes e membros do Ministério Público.

Tém fé pública, no exercício de suas funções, o Oficial deJustiça e o Tabelião de Notas. Por que não, também, o advogado.no seu ministério forense?

O art. 68 da Lei n. a 4.2!'5/63 considera o advogado elementoindispensável à administração da Justiça. Assim, esse dispositivoprecisa ser complementado com o acréscimo que o Projeto suge­re.

O inciso X do art. 87, entre os deveres do advogado, alinha aproibição de aceitar procuração de quem já possua patrono cons­tituido, enumerando as exceções.

Todavia é mister dar maior importância a essa vedação, paraque, na prática, ela realmente seja observada. Para isso, bastaestabelecer que serão nulos os atos praticados com inobservânciad tale regra e fora das exceções previstas.

O que se pretende, ai, é assegurar o bom profissional contraas artimanhas dos clientes ingratos e dos colegas desleaís. A ad­vocaeía deve ser exercida corretamente e a lei deve atentar paraisto. ,

Finalmente, precisa ser garantida ao advogado a interven­ção, durante o julgamento, para esclarecer. Mas, essa intervençãodeve constItuir um direito, e não representar uma faculdade acritério do julgador.

Os juízes podem pedir esclarecimento, o que é comum naprática, visando à boa qualidade do julgamento. ora, por queimpedir o advogado de esclarecer deterrnínado ponto que estejasendo objeto de equívoco, dúvida ou distorção?

!Em verdade, como está redigido, atualmente, o inciso X doart. 89 é inócuo, a par de incoerente diante do art. 68.

Sala das Sessões, 14 de novembro de 1979. - Marcelo Medeiros.

Apsto de 1981 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 12 8213

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 4.215,.DE 27 DE AiB'RIL DE 1963

Dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados doBrasil................................................... : .

TíTULO liDo Exercício da Advocacia

CAPITULO tDa Legislação e dos Atos Privativos

Art. 67. O exercício das funções de advogado, estagiário eprovisionado somente é permitido aos inscritos nos quadros daOrdem dos A:dvogados do Brasil, e na forma desta lei (art. 56).

Parágrafo único. A denominação de advogado é privativados inscritos no quadro respectivo (arts. 47, inciso I, e 128).

Art. 68. No seu ministério privado o advogado presta serviçopúblico, constituindo, com os juízes e membros do Ministério Pú­blico, elemento indispensável à administração da Justiça.

Art. 69. Entre os juízes de qualquer instância e os advogadosnão )Já hierarquia nem subordinação, devendo-se todos conside­ração e 'respeito recíprocos.

.............................................................. ,

CAPíTULO ]V

Dos ,Deveres e Direitos

Art. 87. São deveres do advogado:I - defender a ordem jurídica e a Constituição da República,

pugnar pela boa aplicação das leis e rápída administração dajustiça, e contribuir para o aperfeiçoamento das instituições jurí­dicas;

II - velar pela. existência, fins e prestígio da Ordem, aceitaros mandatos e encargos que lhe forem confiados por esta, e co­operar com os que forem investidos de tais mandatos e encargos;

...............................................................Art. 89. São direitos do advogado:I - exercer, com liberdade, a pro:fissão em o terrítórío nacío­

nal (art. 56) na defesa dos direitos ou interesses que lhe foremconfiados;

II - fazer respeitar, em nome da liberdade de defesa e dosigilo profissional, a inviolabilidade do seu domicilio, do seu escri­tório e dos seus arquivos;

................ ~ ' ~ .

XIV - não aceitar procuração de quem já tenha advogadoconstituído, salvo:

a) com autorização prévia daquele com o qual irá colaborarou ao qual substituirá;

b) para revogação de mandato, por motivo justo, se o advo­gado anterior, notificado dos motivos apresentados pelo consti­tuinte para revogação, não demonstrar a sua improcedência noprazo de vinte e quatro horas;

c) se o constituinte comprovar que pagou tudo que era devidoao advogado anterior e deste recusar autorização referida naalínea a;

d) para medidas judiciais urgentes ou inadiáveis cuja inexe­cução possa acarretar prejuízo irreparável, no caso de ausênciaou recusa do advogado anterior ao requerimento das mesmas;

PARECER DA COMISSAO DE cossrnrorcao E JiUSTIÇA­1- Relawrio

Com a apresentação do projeto de Lei n,v 2.348, de 1979, temem vista seu autor, o nobre Deputado Marcelo Medeiros, os se­guintes objetivos, que seriam alcançados mediante nova redaçãodo art. 68, do Inciso XLV do art. 87.e do inciso X no art. 81}, todosda Lei n,v 4.2'1:5, de 27 de abril de 1963 que "dispõe sobre o Estatutoda Ordem dos Advogados do Brasil":

I - garantir "fé pública" às afirmações do advogado, "atéprova em contrário";

II - prescrever a sanção de nulidade para os atos praticadospelo advogado em nome do cliente que já tenha advogado cons­,;tuído;

III - assegurar ao advogado o direito de intervenção sumária"durante o Julgamento, em qualquer juízo ou Tribunal. para es­clarecer dúvida que possa influir no resultado da lide.

Justificando o objetivo descrito no item I acima, diz o nobreautor do Pro]eto:

"A credibilidade das afirmações do advogado está na or..dem direta do conceito de que desfruta entre seus parese perante juizes e membros do Ministério Público.Tem fé pública, no exercício de suas funções, o Oficial de·Justiça e o Tabelião de Notas. Por que não, também, O>advogado, no seu ministério forense?"

A preconizada sanção de nulidade dos atos praticados peloadvogado, em nome do cliente que já tenha advogado constituído.vem assim fundamentada pelo nobre Deputado Marcelo Medeiros:

"O inciso X do art. 87, entre os deveres do advogado, ali­nha a proibição de aceitar procuração de quem já possuapatrono constituído, enumerando as exceções.Todavia, é mister dar maior importância a essa. vedação,para que, 'na prática, ela realmente sela observada. Paraisso basta estabelecer que serão nulos os atos praticadosc?m a ínobseryãncía de tal regra e rora das exceções pre­vístas, O que se pretende, ai, é assegurar o bom profis­sional contra as artimanhas dos clientes ingratos e doscolegas desleais. A advocacia deve ser exercid,a correta­mente e a lei deve atentar para isto."

A garantia da intervenção oral do advogado, durante o julga­mento, hoje apenas assegurada sob a condição de o juiz a deferirvem justificada no argumento de que se, conforme o art. 68 doEstatuto da OAB, o advogado é considerado "elemento Indispen­sável à administração da Justiça", não se conforma com esse po­sicionamento a limitação que sofrem os advogados atualmente desó poderem interfer:lr durante o julgamento dos feitos quandoassim entendam os juízes neeessáría tal intervenção.

l!l o relatório.

A esta COmissão cabe não só o exame das questões prelimi­nares, que concernem à conformidade, ou não, do presente projetocom a Lei Maior e à técnica legislativa indispensável na redaçãoda lei, mas, também, a apreciação do mérito da presente iniciativa.

No que respeita à necessária conformidade da lei ora proje­tada com a Constituição Federal, írrepreensíveí é a iniciativa queestamos a examinar. A técnica legislativa adotada na redação doP!ojeto ímerece também qualquer censura, salvo quanto a ínclu­sao, num artigo só, elas disposições relativas à entrada em vigorda lei ora proposta e à revogação da legislação anterior antinô­mica.

N9 que se refere ao mérito, cabe fazer as subseqüentes pon­deracões.

Quanto ao objetivo de dar fé rpública às afirmações doadvogado no exercício da profissão.

Ora, manifestando-se o advogado, no exercício da profissão,via de regra em nome de seu constituinte, suas afinnações haverãode encontrar, normalmente, do outro lado, a contradita do repre­sentante da parte adversa, também advogado. Em assim sendo,como atribuir fé pública a afirmações díspares, antagônicas, quan­do a verdade, que deüuí da eíreunstâneía daquela presunção, sópode ser uma?

11: de considerar, além domais, que, defendendo o pleito dequem o haja constituído patrono, o advogado, não passando demero porta-voz do cliente, há que exprimir não a própria vontade,mas a de seu representado, localizando-se nesta circunstância viade conseqüência, a impossibilidade de presumir-se portadoras defé pública as manifestações do causidieo. -

Em race do exposto, não vemos como avalizar, com o apoíodesta Comissão, a proposta do nobre Deputado Marcelo Medeirosacima especificada.

No que eoneerne à. proposta de saneãonar com a nuli­dade os atos praticados por advogado em nome de quemjá tenha advogado constituído.

Aqui não vemos, também, corno apoiar a iniciativa do nobreautor do projeto sob parecer. Se, índísoutrvelmente, laboram emfav?r da proposta os altos merecimentos do objetivo preconizado,razoes mais ponderáveis estão a indicar sua Incoveniêncla.

E é mister que se assinale, desfavorecendo à proposta conse­qüências negativas que resultariam da transformação, em lei, danorma projetada.

à nulidade automática dos atos praticados pelo advogado porúltimo constituído, sem a revogação do mandato do anteriormentecontratado, sob contrariar o princípio da economia processual, abri­gado pela nossa lei adjetiva civil, ainda poderia trazer prejuízoInjusto à outra parte, eis que da decretação da nulidade resultará

8214 Terça-feira 12 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I> Afosto de 198&

a revogação dos atos eivados de vício mortal. Implicando, conse­qüentemente, no retardamento da solução da lide por culpa ex­clusiva da parte que a provocou.

Assim, em que pese, n'o jogo dos valores a considerar. o obje­tivo de se evitar, como diz o nobre autor do projeto, "as artima­nhas dos cllentes, ingratos e dos colegas desleais", entendemos quemais vale, pendendo, assim, o fiel da balança para este lado, res­guardar o principio da economia processual, que restaria afetadocom a edição da norma legai proposta, bem como evitar o injustoprejuízo da parte que nada tem a ver com os compromissos daoutra com seu advogado,

No que respeita ao direito de intervenção oral do ad­vogado durante o julgamento.

Nesta parte, estamos acorde com o nobre autor do Projeto emque se deva assegurar aos advogados o direito de "intervençãosumária", "durante o julgamento, em qualquer juizo ou Tribunal",para "esclareeer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos,documentos ou afirmações que influam ou possam influir no jul­gamento".

Atualmente, e conforme a redação do item X sob proposta demodificação, a intervenção do advogado, durante o julgamento nosjuízos ou Tribunais, se acha condicionada, eis que só pode se ma­nifestar quando autorizado. Ora, como bem lembra o nobre autordo projeto, se a lei (art. 68 da Lei n.? 4.215 - Estatuto da OAiBJconsidera o advogado, no exercício da profissão, "elemento indis­pensável à administração da Justiça", como justificar que a mes­ma lei lhe condicione o direito de intervir, quando considere quea sua intervenção se faz necessária ao buscado objetivo da dis­tribuição da Justiça?

A lógica, trretutável, da conclusão. retro nos leva a apoiar,nesta parte, a proposta do nobre Deputado Marcelo Medeiros, oque faremos mediante proposição substitutiva à que ofereceu ànossa consideração.

I1 - Voto do Relator

Por tudo quanto precede o nosso parecer - e, conseqüente­mente, o nosso voto, é pela constitucionalidade do Projeto de Lein.? 2.348, de 1979, e no sentido de considerá-lo conforme à boatécnica legislativa, e, no mérito, favorável à sua aprovação, naforma substitutiva em anexo.

Sala da Comissão, 29 de maio de 1980. - Joaci! Pereira, Re­lator.

1I1- Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, boa téc­nica legislativa e, no mérito, pela aprovação do Projeto n.> 2.348/79,nos termos do Substitutivo apresentado pelo Relator.

Estiveram presentes os senhores Deputados: Ernaní Satyro,presidente; Joacil Pereira, Relator; Afrísio Vieira Lima, AmadeuGeara, Brabo Carvalho, Djalma Marinho. Elquisson Soares, Gomesda Silva, Lázaro Carvalho, Louremberg Nunes Rocha, Marcelo Cer­queira e Osvaldo Melo.

Sala da Comissão,. 29 de maío de 1980. - Ernani Sa tyro, Pre­sidente - Joacil Pereira, Relator.

SUBSTITUTIVO ADOTADOPEIJA 'COMISSAO

.Modifica li, item X do art. 89 da Lei n.o4.215, de 27de abril de 1963, assegurando aos advogados o direito demanifestar-se, durante os [ulgamentos, em juízo ou Tri­bunal, para esclarecer equívoco IOU dúvida ocorrente.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O item :X:, do art. 89 da Lei n.o 4.215, de 27 de abrilde 1963, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 89. . .

X -ter a palavra, pela ordem, durante o juigamento, emqualquer juízo ou l''ribunal, para, mediante intervençãosumária, esclarecer equivoco ou dúvida surgida em rela­çãoa fatos, documentos ou afirmações que influam ou'possam influir no julgamento."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Ficam revogadas as disposições em contrário.

Sala da Comissão, 29 de maío de 198V. - Ernani Satyro, Pre­sidente - Joaci! Pereira, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 2.443-A, de 1979

IDo Sr. Nelson Marchezani

Altera a Relação Descritiva das Rodovias do PlanoNacional de Viação, aprovado pela Lei n.o 5.917, de 10de setembro de 1973; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela eonstitucionalidade, juridiei­dade e técnica legislativa, com emenda; e, da Oomíssãede Transportes, pela aprovação. com !Substitutivo.

(Projeto de Lei n,o 2.443, de 1979, a que se referem ospareceres. )

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A Relação Descritiva das Rodovias integrantes doSistema Rodoviário Nacional, do Plano Nacional de Viação, cons­tante do Anexo aprovado pela Lei n.O 5.917, de 10 de setembro de1973, é alterada na seguinte forma:

Ligações:

"BR-453 - Itaqui-Santiago-Santa' Maria----Rincão dosCabrais-BR-481-Montenegro."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3,0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Justifica-se a presente proposição pela necessidade de se ajus­tar a realídade ao Plano Nacional de Viação, eis que, segundocritérios já apr~vados pelo Conselho Nacional de Transportes, asrodovias classificadas Como Artérias Principais ou Primárias de­verão pertencer ao Sistema Rodoviário Federal. Tendo sido feitaa Atualização da Classificação Funcional do Sistema Rodoviáriodo Brasil, trabalho que contou com a participação de técnicos deórgãos rodoviários estaduais, cujas conclusões apontam as rodo­vias estaduais do Estado do Rio Grande do Sul, RS-509 e RS-240,como Artérias primárias, nada mais justo e necessário que sepromova a federalização das referidas rodovias.

A primeira faz a ligação entre Santa Maria e Rincão dos Ca­braís e a segunda liga Santa Cruz do Sul a Montenegro.

Alterando-se o Plano Nacional de VIação na forma previstaneste projeto, teremos uma extensão da BR-453 partindo de San­ta Maria até Rincão dos Oabraís: desta até Santa Cruz do Sulpermanece a ligação por um trecho da BR-481, completando atéMontenegro com a federalízaçâo da RS-240.

Além dos motivos de ordem técnica não podemos desprezara importância da medida para uma região de alto interesse paraa economia nacional, o que justifica plenamente a nossa proposta.

Sala das Sessões, 26 de. novembro de 1979. - Nelson Mar­che_n.

LEGISLAÇiíO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISS0ES PERMANENTES

LEI N.o 5.!H7, DE ro DE SETEMBRO DE 1973Aprova o Plano Nacional de Viação, e dá outras pro-

vidências. 'Art. 1.° Fica aprovado o Plano Nacional de Viação (PNV)

de que trata o art. 8.°, item XI, da: Constituição Federal, represen­tado e descrito complementarmente no documento anexo contendoas seguintes seções:

1. Conceituação Geral, Sistema Nacional de Viação.2. Sistema Rodoviário Nacional:2.1 conceituação;2.2. nomenclatura e relação descritiva das rodovias do Sis­

tema Rodoviário Federal, integrantes do Plano Nacional de Viação.

2.2.2 - RELAÇA,Q DESCRITJNA DAS RODOVIAS DOSISTEMA RODOVIÁRIO FEDERAL

BR Pontos de Passagem Unidades 'da Extensão Superposição

Federàção (km) BR Jun

LIGAÇõES

453 Itaqui - Santiago -Santa Maria RS. . . . . . 304

481 Cruz Alta - Arroio doTigre - Sobradinho- Candelária -Santa Cruz do Sul " RS. . . . . . 173

Arosto de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Tel'ça-feira 12 8211;

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - RelatórioA presente proposição legislativa, de autoria do nobre Depu­

tado NeLson Marchezan, pretende sejam incluídas no Sistema Ro­doviário F'ederal as rodovias RS-409 e R8-240, a primeira ligandosanta Maria a Rincão dos Cabrais e a segunda unindo Santa Cruzdo Sul a Montenegro, ambas pertencendo, na atualidade. à órbitaadministrativa do Estado do Rio Grande do SuL

2. Na justificação ao Projeto, argumenta o eminente con­gressista que a medida viria de encontro a critérios já aprovadospelo Conselho Nacional de Transportes, no sentido de que as ro­dovias classificadas como Artérias Principais ou Primárias deverãopertencer ao referido Sistema, Ora, essas duas rodovias estaduaisforam classificadas como Artérias Primárias na classificação fun­cional atualizada do Sistema Rodoviário do Brasil. Portanto, con­clui o insigne Parlamentar, impõe-se a federalização daquelas es­tradas.

É o relatório.11 - Voto do Relator

Nos termos regimentais, art. 28, § 4.0, cabe a este órgão técni­co manifestar-se quanto à constitucionalidade, jurldicldade e téc­nica legislativa da proposição em exame.

3. A competência da União para legislar sobre o assunto émanifesta, estando albergada expressamente no art. 8.0, inciso XI,do texto fundamental. Por outro lado, conforme o art. 43 da LeiMagna, cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do presidenteda República, dispor sobre todas as matérias de competência daUnião.

Não sofre a iniciativa parlamentar, neste caso, qualquer res­trição, ex vi dos arts. 57 e 81 da Constituição Federal. Trata-se desímples transferência de uma rodovia da órbita. administrativa.estadual para a federal, sem qualquer implicação que pudesseconfigurar matéria de competência exclusiva do Presidente daRe­pública.

Não colide o projetado,' Inquestíonaveímente, com qualquerdos princípios que norteiam o nosso ordenamento jurídico.

'É, pois, o Projeto constitucional e juridico.4. No tocante à técnica legislativa, temos a apontar um lapso

na redação do art. 1.0, no qual se omite o nome das cidades servi­das pela rodovia BR-481. Oferecemos, destarte. uma emenda, vi­sando sanar essa imperfeição.

Em face do exposto, votamos pela constitucionalidade e [urí­dicidade do projeto de Lei n. O 2.443/79, do Deputado Nelson Mar­chezan, e também pela boa técnica legislativa, adotada a emendaem anexo.

Sala. da Comissão, 26 de março de 1980. - .Jorge Arbage, Rela­tor.

IH - Parecer da OomissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­

ma "B", opinou, 'unanimemente, pela constitucionalidade, juridi­cidade e boa técnica legislativa, com 1 (uma) emenda, do Projeton.O 2.443179, nos termos do parecer do Relator,

Estiveram presentes os Senhores Deputados: DjaIma Mari­nho, Presidente; Jorge Arbage, Relator; Brabo de Carvalho, Ed­gard Amorim, Francisco Rossi, Gomes da Silva, João Gilberto, Mar­celo Cerqueira, Osvaldo Melo e Paulo Pimentel.

Sala da Comissão, 26 de março de 19BO. - DjaIma Ma.rinho,Presidente - .Jorge Arbage, Relator.

LElMENDA ADOTADA PELA COMISSAO

Dê-se ao art. 1.0 a redação seguinte:"Art. 1.0 A Relação Descritiva das rodovias integrantesdo Sistema Rodoviário Federal, do Plano Nacional de Via­cão, constante do Anexo aprovado pela Lei n.O 5.917, de10 de setembro de 1973, é alterada na seguinte forma:Ligações:"BR-453 - Itaqui-Santiag0-8anta Maria-Rincão dosCabrais.BR-4al - Cruz Alta-Arroio do Tigre-Sobradinho-.can­delária-Santa Cruz do Sul-Montenegro."

Sala da Comissão, 26 de março de 1980. - DjaIma Marinho,'Presidente - Jorge Arbage, Relator.

PARECER DA COMISSãO m: TRANSPORTES

l-Relatório

Ampliar trecho da BR-453, que liga Itaqui-Santiago-SantaMaria até Montenegro, passando por Rincão dos Cabrais e pela

BR-481, é a pretensão do nobre Deputado Nelson Marchezan, atra­vés do projeto de lei em exame, mediante alteração na RelaçãoDescritiva das Rodovias do Plano' Nacional de Viação, aprovado,pela Lei n.? 5.917, de 10 de setembro de 1973.

A Comissão de Constituição e Justiça, ao apreciar a matéria,manifestou-se, una:nimemente, pela sua constitucionalidade, juri­dícídade e boa técnica legislativa, com adoção de emenda objeti­vando sanar aspectos de técnica legislativa.

Nos termos do § 1.0 do art. 53 do Regimento Interno, o ilustreautor da proposição oferecen emenda substitutiva ao projeto, ob­jetivando:

- ampliar o traçado da ligação rodoviár.ia BR-481 até Mon­tenegro;

- incluir rodovia transversal, denominada "Rodovia da Inte­gração', ligando São Borja - Santiago - BR-453 - Rincão dosOabrats - BR-481 -r-' Lageado - Estrela - 'I'eutônía - Garibaldi- Farroupilha - Caxias do Sul - Lageado Grande - Tainhas ­Aratinga - Torres.

Justifica a iniciativa pela necessidade de aprimoramento doprojeto, sugerindo nova rodovia transversal no Plano Nacional deViação, aproveitando trechos já federalizados, outros estaduais eos demais em fase de planejamento, objetivando o atendimento deárea de significativa ímportâncla sócio-econômica do Rio Grandedo Sul.

Grupo de Trabalho criado pelo governo do Estado para ade­quar o Sistema de Transporte Estadual à nova realidade energéti­ca do País, analisando as diferentes modalidades de transporte rio­grandenses, deu ênfase às rodovias, porquanto, entre outras razões,a economia estadual tem metade de sua produção destinada àexportação, o trecho a ser implantado viria patrocinar o trans­porte da zona produtora de trigo e soja (pela diagonal TrigalSoja I abrangendo na atualidade, a BR-158 e a BR-392, deman­dando aos portos de Pelotas e RIo Grande, passando daí à zonaagroindustrial de Santa Maria-Santa Cruz do Sul, encontrandoa BR-471 com programação para atingir a zona portuária de ex­'Portação, sem considerar ainda que o entroncamento rodohídro­ferroviário encontra-se à margem da rodovia que terminará exa­tamente na BR-10I, acesso mais fácil e favorável ao Centro eNorte do País.

Adianta, ainda, que a população da área beneficiada é de1.5(;2.742 habitantes, equlvalente a 20,ü4% da população río-gran­dense. Nesta área encontram-se cerca de 30% do rebanho bovino eaproximadamente 10% da produção de soja e trigo, além de outrasculturas de menor importância.

Do total de 734,65 km, 300,05 já estão federalizados e dos435,60km restantes a federalizar 178,60 já se acham pavimentados,faltando pavimentar apenas 256 km, alguns dos quais já contra­tados e em obras.

A proposição atende aos requisitos fixados no Anexo do PlanoNacional de Viação ao interligar ponto de fronteira terrestre a umponto de importância da orla marítima (alínea b do item 2.1.2do Anexo citado l.

A inclusão de rodovias no Plano Nacional de Viação não im­plica necessariamente em sua Implantação, o que poderá ocorrerse o Poder Executivo, através de estudos de vIabilidade técnico­econômicos, julgar conveniente sua realização. Por outro lado, senão for Incluída no Plano, jamais será levada, em consideração.

As razões expostas pelo insigne autor da matéria justificamsobremaneira a inclusão da nova rodovia .transversal no Plano Na­cional de Viação.

11 - Voto do RelatorPelos motivos apontados, nossa manifestação é pela aprovação

do Projeto de LeI n.'! 2.443/79, nos termos do substitutivo ofereci­do pelo seu insigne autor.

Sala da Comissão, - Mário Stamm, Relator.111 - Parecer da Comissã.o

A Comissão de Transportes, em reunião ordinária realizadaem 11 de junho de 1980, opinou pela aprovação, com Substitutívo,do Projeto de Lei n. O 2.443. de 1979, do Senhor Nelson Marche­zan, que "altera a relação descritiva das rodovias do Plano Na­cional de Viação, aprovado pela Lei n.o 5.917, de 10 de setembrode 1973", nos termos do parecer do Relator, Senhor DeputadoMário Stamm.

Estiveram presentes os Senhores Deputados Hydekel F'reitas,Alair Ferreira, Alcides Franciscato, Joel Ribeiro, Raul Bernardo,Rezende Monteiro, Ruy Bacelar, Simão Sessim, Fernando Lyra,Paulo Borges, Octacílio Almeida, Joel Lima, Sérgio Ferrara, VilelaMagalhães, Mário Stamm, Nabor Júnior, Jayro Maltoni, FranciscoLeão, Tidei de Lima, Luiz LeaL

Sala da Comissão, 11 de junho de 1980. - Hydekel F'reitas,Presidente - Mário Stamm, Relator.

8216 Terça-feira 12 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Agosto de 1980

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃO

Dê-se ao Projeto a seguinte redação:

Altera a 'Relação Descritiva das Rodovias do PlanoNacional de Viação, aprovado pela Lei n," 5.917, de 10 desetembro de 1973,. e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A Relação descritiva das Rodovias integrantes doSistema Rodoviário Nacional, do Plano Nacional de Viação, cons­tante do anexo aprovado pela Lei n,v 5.917, de 10 de setembro de1973, é alterada na seguinte forma:

a) altere-se:Ligações

BR-481 - Cruz Alta - Arroio do Tigre - Sobradinho-Candelária-8anta Cruz do Sul-lMontenegro.

b) inclua-se:

Rodovias Transversais

BR -8ão Borja - Santiago - BR-453 - Rincão dosCabrais - BR-481 - Lageado -- Estrela - Teutônia - Garibaldi- Farroupilha - Caxias do Sul - Lageado Grande - Tainhas ­Aratinga - Torres.

.Art. 2.° A Rodovia Transversal de que trata o artigo anteriorserá denominada "Rodovia da Integração".

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrárío,

Sala das Comissões, - Hydekel Freitas, Presídente - Máriostamm., Relator. .

PROJETO DE LEI N.o 3.318, DE 1980

Altera dispositivos da 'Lei n.O4.239, de 27 de junho de1963, que criou o Fundo de !Emergência e Abastecimentodo Nordeste - FEANE.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhae Legislação SOcial e de Finanças.,

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 As alíneas b, c e d do art. 26 da Lei n;O 4.2:3'9, de 27de junho de 1963, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 26 .a) .....•.••...•....•..••.•.•••••••...•.•••••••••.••.•..

h) pagamento semanal em dinheiro, efetuada pelos órgãospúblicos, ao pessoal admitido nas obras e serviços previstosna alínea anterior, com os reajustamentos fixados pelaLei de Política HalariaI.

c) fornecimento gratuito de gêneros e objetos de uso pes­soal de primeira necessidade, nas obras e serviços de emer­gência, às pessoas inválidas, inclusive viúva, mulheres semarrimo e velhos de idade superior a 65 (sessenta e cinco)anos que não estejam aposentados, mediante prévío alís­

"tamento para efeito de controle e fiscalização dos servíecs,d) manutenção obrigatória de postos de venda de gênerose objetos de uso pessoal de primeira necessidade às fren­tes de trabalha, para fornecimento direto e exclusivo aopessoal em. serviço OU obras, a preços subsidiados, vedada ainstalação desse tipo de comércio no mesmo local, explo­rado par particulares.

Art. e.o O art. 2:6 da Lei n.O 4.239, de 27 de junho de 1963,passa a vigorar com a inserção de dois parágrafos, numeradoscomo § 2.° e § 5.°, renumerando-se os demais na ordem em que seapresentam:

"Art. 26. . .§ 1.° , .§ 2.° Na elaboração dos programas de emergência, devemser ouvidas as entidades de classe dos trabalhadores rurais.§ 3.° " , .. ,§ 4.° .§ 5.0 O alistamento dos trabalhadores rurais a serem be­neficiados com recursos dos programas de emergênciaficará a cargo dos órgãos públicos, com a participação derepresentantes dos Sindicatos dos Trabalhadores na Agri­cultura.

,Airt. 3.° Na aplícaeâo dos recursos do Fundo de Emel'gência eAbastecimento do Nordeste -- FEJANiE, instituído pelo art. 24 da

Lei n,v 4.239, de 27 de junho de 1003, deve ser dada prioridade :J.

construção de obras públicas estratégicas, segundo o critério denúmero de trabalhadores rurais por elas beneficiadas.

Parágrafo único. O Poder Público desapropriará a área con­siderada estratégica para a construção das obras públicas previstasneste artigo ..

Art. 4,° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 5.° Revogam-se o Decreto n.O 59.124, de 25 de agosto de1966. e demais disposições em contrário.

Justificação

Os rigores climáticos têm agredido milhões de pessoas na áreada SUDENE todos os anos.

O Governo tem tomado inúmeras providências para garantira sobrevivência desses flagelados, improvisando medidas que lhespermitem restituir de forma 'heróica, quando não mígram parao Sul.

!Essas populações vivem dramas eíclíeos que sobre elas se aba­tem em vIrtude de erros acumulados ao longo de dezenas de anos.par falta de propostas duradouras que integrem o homem ao meiapara enfrentar as diversidades climáticas.

Além da Inclemência do tempo, o nordestino ainda enfrentano trabalho rural a injustiça dos patrões durante a execução dosprogramas de emergência do Governo.

Denúncia feita ao Sr. Presidente da República, Ministro doInterior, Superintendente da 8UDENE, Governador e Secretárioda Agricultura do Ceará pelo Sindicato dos Jornalistas Profissio­nais e pela Federação dos Tra.balhadores na Agricultura daqueleEstado apresentou os resultados contraditórios do programa deemergência aplicado naquela unidade da federação em 1979, soli­citando providências para que essas ocorrências não se repitamneste ano.

Para evitar o empobrecimento de inúmeros trabalhadores,novos conflitos sociais e a dinheiro público, aquelas entidades de.classe sugerem que o programa deve atender principalmente aotrabalhador rural, devendo ser consultados os sindicatos da classena elaboração e execução dos programas de combate à estiagem.

O alistamento dos trabalhadores não deverá ser feito pelospatrões, porque eles adotaram critérios contrários aos interessesdos empregados e do Poder Público. Em inúmeros municípios al­guns foram excluídos por capricho do empregador, houve alista­mento de trabalhadores fantasmas e retenção de verba pelo alís­tador quando destinada a pagar os demitidos ou os que abando­naram os "Grupos de Trabalho" por qualquer motivo.

Alguns dos trabalhadores demitidos tiveram como causa a re­clamação pelas altos preços das mercadorias vendidas nos arma­zéns e sobre o atraso do pagamento do salário. Em vista disso osdenunciantes sugerem a fornecimento de alimentos pela COBALou outro organismo do Governo, proibindo o comércio de parti­culares na área do programa.

Com a finalidade de atender a pedidos de correligionáriospolíticos ou aliciar eleitores, os patrões alistaram trabalhadores deoutros municípios, às vezes bem distantes, que tinham cama obri­gação a assinatura do ponto e o recebimento do salário.

IAlém disso o agiotagem foi largamente praticado no sertãocearense.

Os financiamentos do programa permitiram aos grandes pro­prietários a dispensa de antigos parceiros ou arrendatários, que setransformaram em "bóias-frias" ou se sujeitaram a aceitar o plan­tio "a meia", imposto pelos patrões.

A construção de cercas onde existia um pasto livre obrigou ospequenos proprietários, parceiras, arrendatários e posseiros a sedesfazerem dos seus rebanhos, sofrendo grandes prejuízos.

O pagamento do salário pelo patrão, além da retenção e atrasojá denunciadas, gerou ainda uma séríe de distorções, coma o re­baixamento do preço do dia de serviço, o pagamento em mercado­rias fornecidas pelo armarem patronal, o não pagamento do do­mingo e dos 15 primeiros dias do mês de abril de 1979. Até aspassagens e despesas de viagens para o recebimento do dínheíroforam descontados dos salários dos trabalhadores.

Os latifundiários dispensaram do trabalho a metade dos tra­balhadores que deveria ser paga com seus recursos próprios, dei­xando na terr~ apenas os custeados pelo programa de emergência.

Surgerem, ainda, os representantes das classes de jornalistase de trabalhadores rurais do Ceará que a Reforma Agrária sejaetetívada durante a estiagem, que é uma boa oportunidade paraesse fim.

iEm vista da denúncia daquelas entidades de classe e visandoevitar a repetição dos erros verificados no ano passado em tuturos

A~sto de 1986 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) , Terça-feira 12 8211

'programas de emergência do Governo, elaboramos o projeto de leique, agora, estamos submetendo à apreciação dos eminentes pares,na certeza de que não lhe negarão o indispensável apoio para quese converta em lei.

Sala das Sessões, de de 1980. - Iranildo Pereira.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇliODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI iN.o 4. 239, IDE fll7 DE JUNHO DE 1963

Aprova o Plano i])iretor do iDesenvolvimento do Nor·deste para os anos de :1963, 1964 e 1965, e dá outras pro­vidências.

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono l!.

seguinte Lei:C'AP1TlJIL'Ü ,];

iDo Plano (Diretor,Art. 1.0 Fica aprovada a segunda etapa do Plano Diretor do

Desenvolvimento do Nordeste, para os anos de 1963, 1964 e 1965.na conformidade dos Anexos à presente Lei.

§ ,1.0 As obras e serviços constantes dos referidos Anexosterão caráter prioritário, para efeito de sua execução pelos órgãosresponsáveis.

,§ 2.° Serão previamente submetidos à aprovação do ConselhoDeliberativo na SumlN<E os programas de aplicação das dotaçõesglobais constantes do Plano Diretor.

OAP1TUiL'O JN

Do Fundo de Emergência e Abastecimento do NordesteArt. 24. É criado o Fundo de Emergência e Abastecimento do

Nordeste IF1ElAiNEI, operado pela SUDENE na forma desta lei eseus regulamentos, com a finalidade de, na área de atuação dessaautarquia, contribuir para:

a) assistência Imediata às populações vitimas de calamidadepública, decorrente de seca ou enchente, reconhecida pelo Con­selho Deliberativo da SU'OElNE, por indicação de qualquer dos l~US

membros ou da Secretaria Executiva;b) formação, manutenção, renovação e preservação de esto­

ques de alimentos precipuamente destinados a facilitar a prestaçãode assistência de que trata a alinea anterior, e a 'regularização daoferta de alimentos.

Art. 26. A assistência referida na alínea a do art. 24 seráprestada mediante:

a) abertura e manutenção de frentes de trabalho para exe­cução de obras e serviços de emergência, nas condíções fixada;pelo Conselho Deliberativo da SUDElNiE. por indicação da Secre­taria Executiva:

b) pagamento semanal, em dinheiro, ao pessoal admitido nasobras e serviços, previsto na alínea anterior, respeitado o saláríomlnimo da região;

c) fornecimento gratuito de gêneros e objetos de uso pessoalde primeira necessidade, nas obras e serviços de emergência àspessoas inválidas, inclusive viúvas, mulheres sem arrimo e velhosde Idade superior a 60 (sessenta) anos, mediante prévio alista­mento para efeito de contrôle e fiscalização dos serviços.

d) manutenção obrigatória de postos de venda de gêneros eobjetos de uso pessoal de primeira necessidade as frentes de tra­balho, para romecímento direto e exclusivo ao pessoal em serviçosou obras, a preço de custo',

§ 1.0 A Secretaria Executiva da SUDENE, sempre que a situa­ção o exigir, poderá prestar a assistência mencionada neste artigo.ad I'eferendum do Conselho Deliberativo.

§ 2.° A execução das obras e serviços referidos na alínea adeste artigo ficará a cargo dos órgãos da Administração Federa:.mediante prévio convênio com a SUDIDNE, ou desta na região ondenão for possivel a atuação dos referidos órgãos.

§ 3.° :A SU'DENE, inclusive com recursos do F'EANE, direta­mente ou através dos órgãos executores das obras e serviços deemergência, poderá constituir estoques de utensílios e ferramentaspara utilização nas frentes de trabalho de que trata este artigo.

§ 4.° Ao pessoal admitido nas frentes de trabalho, de quetrata este artigo, não se aplicam as disposições do Capitulo V.desta Lei, nem a obrigatoriedade da contribuição de prevídêneía

social, cabendo-lhe, entretanto, o direito ao repouso semanal re ..munerado e indenização por acidente no trabalho.

~ 5.° Constitui crime de responsabilidade a infração às ali ..neas a, b, c e d deste artigo. -

PROJETO DE LEI N.o 3.319, DE 1980

IDo Sr. Inccêncio Oliveira I

Restringe o consumo de combustível em veículos par..tículares, acrescentando dispositivos à. Lei n.O 5.108, de 21de setembmde 1966 (Código Nacional de Trânsito).

(As Comissões doe Constituição e Justiça, de Transpor­te e de Economia, Indústria e Comércio.'

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ficam acrescentados à Lei n.? 5.108, de 21 de setem­

bro de 1966, que "institui o Código Nacional de Trânsito", § 6.°ao art. 64; ,parágrafo único ao art. 38 e § - 4.0 ao art. 95. com aseguinte redação:

"Art. 64. . ,.§ 6.° Ao matricular o veiculo partlcular, o proprietário in­dicará o dia da semana em que o mesmo não circulará.""Art. 38. . , , .

Parágrafo único. Será colocado no vidro traseiro do vei­culo particular seloadestvo indicativo do dia da semanaem que o veículo não poderá ,tr-afegar.""Art. 95. . , .. " , .

§ 4.° Além da multa prevista no item I do art. 107, seráremovido por 24 (vinte e quatro) horas, o veiculo particularque Infringir o § 6.° do art. 64." -

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justifiea.çã.oDentre os grandes problemas da humanidade avulta o da

crise energética. notadamente dos produtos derivados do petróleo.

Apesar dos ingentes esforços 'Promovidos pelo Poder Central.não conseguimos ainda produzir nem 20% do ouro negro que con­sumimos e, segundo os entendidos, no mundo, as fontes petrolífe­ras esgctar-se-ão em, no máximo, 3'0 anos.

Dessarte. todas as iniciativas objetivando a substituição do pe­tróleo como combustível para motores a explcsão serão extraordi­nariamente válidas.

O País atravessa uma conjuntura di'fici!, com um, balanço depagamentos que é motivo para preocupação. Uma das causas,talvez a principal, provém da crise mundial do petróleo.

Em 1974, consumimos 3.412 milhões de dólares somente nacompra. desse combustível. Perse'guimos, agora, o equilíbrio denossa balança comercial minimizando as importações e fomentan­do exportações, todavia a probabilidade de equacíonamento daqu-estão afigura-se remota, se- não rompermos velhos hábitos deconsumo.

Passados quase três anos do início da crise, continuamos con­sumindo quase a mesma quantidade de ptróleo, razão pela qualconsideramos urgentes as medidas que a proposíção preconíza,com efeitos a curto prazo, com a diminuição de 14 a 15% do con­sumo atual, sem qualquer pr-ejuízo para as diferentes modalidadesde transporte e para a ativi-dade econômica do País.

Passando um-a vista panorâmica sobre a situação do Brasilno setor, verificamos que 45% da energia que consumimos pro­vém do petróleo - devido baslcamente à utilização dos derívadosdo produto em veículos de combustão interna. Somente no siste­ma. de transporte ferroviário, rodoviário e urbano - com inclusãodos carros de passeio - consumimos mais eenrgia de derivadosdo petróleo que em todos os nossos sistemas elétricos reunidos.

Por outro lado, a crise energética mundial não estacionou, porisso, não podemos manter a tendência de crescimento do consumo,o que cumpre evitar a todo o custo.

O Sr. Presidente ela República, reconhecendo a gravidade domomento, anunciou, recentemente, medidas enérgicas para neu­tralizar as dificuldades imediatas da economia brasileira, nas quaisurna das estratégias concentra-se no setor petróleo, pela "dímínuí­cão do consumo decorrente da elevação de preço. A médio prazo,contar-se-ia com o incremento da produção interna e da adiçãodo álcool anidro carburante à gasolina. Em prazo maior, na ex­ploração industrial do xisto e na modalidade operacional dos con­tratos de risco.

8218 Ter<;a-feira 12 mARlü UO CONGRESSO NAClONAL (Seção J) Agosto de 198U

Procurando trazer nossa contríuuicão ao problema, reelabora­mos o presente projeto de lei. que oferece substancial ajuda aosfi ns propostos.

O proprietário de veículo particular, conscientizado do períododifícil que a Nação enfrenta, não se negará a contribuir, e assaajuda é substancial. para atravessarmos com maior tranqüilidadeessa crise, deixando de utilizar seu automóvel um dia na semana.

Não trará, por outro lado. o projeto. qualquer prejuízo à eco­nomía do Pais, pelo cont.rárío, possíbrlrtará consumo de combustí­vel - 'uma vez por semana - correspondente ao utilizado por to­dos os automóveis licenciados no País, o que equivale, em média.a 14'H da gasolina consumida durante um mês.

Submetemos novamente a presente proposição à elevada con­sideração dos eminentes membros do Congresso Nacional. [á cons­cientes, de nossa dificuldade no tocante ao petróleo, de quem es­peramos o indispensável apoio para efetivação da medida,

Sala das Sessões, 25 de junho de 1980. - Inocêncio Oliveira.

LEGISLAÇAO CITADA. ANEXADA PELA COORDENkÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI oN.o 5,108, :DE 21 DE SETEMBRO DE 1966

In&titui o Código Nacional de Trânsito.

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

2. seguinte Lei:CA'PíTULO I

Das D~sições Preliminares

Art. 1.~ O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres doterrítórlo nacional. abertas à círculacão pública. reger-se-á poreste Código.

§ 1.0 São vias terrestres as ruas, avenidas, logradouros. estra­das. caminhos ou passagens de dominio público.

§ 2.° Para os efeito; deste Código, são consideradas vias ter­restres as praias abertas ao trânsito.

Art. 38. Os veiculos serão ldentífícados por meio de placastraseiras e dianteiras, obedecidos os modelos e especificações ins­tituídos pelo RegImento deste Código.

Parágrafo único. A exigência deste artigo se aplica às víatu­ras militares.

CAPíTULO IX

, Dos Condutores de VeículosArt. 64. Nenhum veículo poderá transitar nas vias terrestres

sem que seu condutor esteja devidamente habilitado ou autoriza­do na forma 'desta LeI e de seu Regimento,

Art. 65. As categorias e classes de condutores de veículos,bem como as normas relativas à aprendizagem, aos exames de ha­bílítaçâo e à autorização para dirigir. serão determinadas no Re-gimento deste Código. '

.................................... ",-<:~••••••••••

'CAPíTULO XI

Das InfraçõesArt. 94. Considerar-se-á infração a inobservância de qual­

quer preceito deste Código, de seu Regulamento e das Resoluçõesdo Conselho Nacional de Trânsito.

Art. 95. O responsável pela infração fica sujeito às seguintespenalidades:

a) advertência;b) multa;e) apreensão do documento de habilitação;d) cassação do documento de habllítação:e) remoção do veículo;f) retenção do veiculo;g) apreensão do veículo.

§ 1.0 Quando o infrator praticar, simultaneamente, duas oumais infrações, ser-Ihe-âo aplicadas, cumulativamente. as penali­dades em que ha] a incorrido.

§ 2." A aplicação das penalidades previstas neste Código nãoexonera o infrator das cominações cíveis e penais cabíveis.

§ 3.0 O ônus decorrente da remoção ou apreensão de veiculorecairá sobre seu proprietário, ressalvados os casos fortuitos,

PROJETO DE LEI N." 3.323, DE 1980

IDo Sr. Inocêncio Oliveira I

Torna obrigatória a construção dc barragem nos riossobre os quais devam passar rodovias integrantes do Sis­tema Rodoviário Federal, e determina outras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça. de 'I'ransnor­te e de Interlor.:

O Congresso Nacional decreta:

Art. L" É obrigatória a construção de barragem nos rios si­tuados na área nordestina pertencente ao polígono das secas. noponto em que sobre eles devam passar rodovias integrantes doSistema Rodoviário Federal.

Parágrafo único. A execução dos serviços de que trata esteartigo SErá feita pelo Departamento Nacional de Estradas de Ro­dagem sob a supervisão do Ministério dos Transportes.

Art. 2,0 E.~ta Lei entra em vigor na data de sua publíeacâo.

Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Como é sabido, o polígono da SEca é a área legal onde incidecom maior intensidade o fenômeno da seca no pais. Essa delimi­tação foi feita com o propósito de facilitar o combate aos seusefeitos.

Essa área cujos limites se encontram fixados na Lei n,v 1.348,de 30 de agosto de 1965, abrange 978,291 Km2, divididos pelos Esta­dos do Piaui, Ceará. Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,Alagoas, Sergipe. Bahia e Minas Gerais.

É configurada na poligonal que ·tem por vértices as cidades deNatal. Fortaleza, o ponto limite entre os Estados do Ceará e doPiauí. na foz do Rio São João da Praia; a embocadura do Longá,no Parnaíba e, seguindo pela margem direita deste, a afluênciado Uruçuí preto. cujo curso acompanha até as nascentes; a cí­dade de Gilbués, no Piauí; a cidade de Barra na Bahia; seguindopela margem direita do rio São Francisco, a cidade de Pírapora:cidades de Bocaiúva, Salinas e Rio Pardo de Minas; ern MinasGerais; cidades de Vista Nova, Poções e Amargosa, na Bahía:cidades de Tobias Barreto e Canhoba, em Sergipe; cidade de Gra­vatá, em Pernambuco; e cidades de João Pessoa.' na Paraíba.

Compreende, total ou parcialmente 1.(}23 munícíplos.

A seca, fenômeno que flagela essa área, é registrada com maioríntensídade na parte nordestina a ela pertencente.

É sabido que a seca no Nordeste não é causada pela falta dechuvas e sim pela sua "má distribuição no espaço e no tempo".

Toda iniciativa no sentido de amezinar as agruras porquepassam as populações dessa região deve ser estudada com inte­resse.

O Projeto que ora reapresentarnos visa a que, quando da cons­trução de rodovia houver necessidade de cruzamento sobre rio.a ligaçâo entre suas margens se faça através de represa.

'Esta iniciativa virá favorecer 'a população local com novo açu­de, construido com o aproveitamento hídrico proporcionado pelarepresa e evitará a duplicação doe despesa com obras distintas, ouseja, a ponte que normalmente é projetada para a continuaçãode rodovia e a represa e açude que se fazem necessários e queRem dúvida seriam construídos posteriormente.

Acreditamos que a medida que nesta oportunidade estamosreapresentando merecerá dos nobres colegas sua indispensávelcolaboração. '

Sala das Sessões, 45 de junho de 1980. - Inocêncio Oliveira.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISS6ES PERMANENTES

LEI N." 1.348, DE lO DE FEVEREIRO DE 1951

Dispõe sobre a revisão dos límites da área do polígonodas secas.

O Presidente da República;

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoa seguinte Lei:

Art. 1.0 É estabelecida a seguinte revisão nos limites da áreado polígono das secas, previstos da Lei TI. o 175, de 7 de janeiro de19306, e no Decreto-lei n. o 9.857, de 13 de setembro de 1946; a po­ligonal que limita a área dos Estados sujeitos aos efeitos dassecas, terá por vértices, na 91'113. do Atlântico, as cidades de JoãoPessoa, Natal, Fortaleza e o ponto limite entre os Estados do Cea­rá e Piaui 11a foz do rio São João da Praia; a embocadura do Longá,no Parnaíba. e, seguido pela margem direita deste. a afluênciado Uruçui Preto cujo curso acompanhará até as nascentes; a ci­dade de Gilbués, no Piaui; a cidade de Barras, no Estado da Ba-

Arosto de 1980 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II Terça-feira 12 SUl)

hla: e, pela linha atuai, cidades de Pirapora, Bocaíúva, Salinas eRio Pardo de Minas, no Estado de Minas Gerais; cidades de VístaNova, Poções é Amargosa, no Estado da Bahia; cidades de TobiasBarreto e Canhoba, no Estado de Sergipe; cidades de Gravata noEstado de Pernambuco; e cidade de João Pessoa, no Estado dalParaiba,

'Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data da sua publica­cão, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1951: 130.0 da Independên­cia e 63.° da República. - GETULIO VARGAS - Ãlvaro de SouzaLima.

LEI N.o 4.763, DE 30 J)E AGOSTO DE 1965

Inclui, no Polígono das Secas, o Município de Vitóriada Conquista, no Estado da Bahia, e dá outras providên­cias.

O 'Presídente da República:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoa seguinte Lei:

Art. 1.0 Fica Incluído nos limites da área do polígono das se­cas, previstas na Lei n.O 175, de 7 de janeiro de 1936, no Decreto­lei n.O 9.8'57, de 13 de setembro de 1946, e na Lei n.O 1.348, de 10de fevereiro de 195J. o municipio de Vitória da Conquista, no Es­itado da Bahia.

Art. 2.° O Município criado com o desdobramento da área domuntcípío, incluído total ou pareíalmente no Polígono das Secas,será considerado como pertencente a este ,para todos os efeitoslegais e administrativos.

Art. 3.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Brasília, 30 de agosto de 1965; 144.° da Independência e 77.°

da República. - H. CASTELLO BRANCO - Jua~ez Távora.

PROJETO DE LEI N.o 3.324, DE 1980

(Do Sr. Inocêncio Oliveira)Torna obriptória a indicação do grupo sangumeo

(Sistema ABO) e do Fator Rh na Carteira Nacional de Ha-bilitaçã,o. .

(As COmissões de Constituição e Justiça. de Saúde ede Transporte.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A Carteira Nacional de Habilitação conterá, obriga­toriamente, indicação do grupo sangüíneo (Sistema ABO)e do Fa­tor Rh do respectivo portador.

Art. 2.° A despesa decorrente do exame de sangue a que serefere o artigo anterior correrá por conta do interessado:

Art. 3.0 Esta lei entra em vigor cento e vinte dias após suapublicação.

Art. 4.0 Revogam-se as dísposíções em contrário.

J ustificaçâ.roAo determínarmos a inscrição do grupo sangüíneo pelo Siste­

ma ARO é por 'let o mais empregado e utilizado em todo o mundo.Representados pelos tipos 'A, B, AB e O. Como também o Fator Rhserá. determinado pelas expressões positivo ou negativo <Rh+ ouRh-) e também Rh positivo ou Rh negativo.

A indicação do grupo sangüíneo (Sistema ABo) e do Fator Rhna Carteira Nacional de Habilitação é um imperativo do mundomoderno. O erescímento acelerado de nossas cidades, decorrentedas migrações internas e da exploração demográfica, e a continuaexpansão de nossa rede rodoviária, aliados à crescente produçãoda indústria automobllistica brasileira, têm causado, fatalmente,acréscimo vertiginoso de acidentes de trânsito.

Afigura-se-nos, entretanto, omissão imperdoável a, constata­ção de serem poupadas vidas, através da aplíeação de medidasaparentemente simples mas efetivamente de grande e significativoalcance. Com dados relativos ao grupo sangüíneo e Fator Rh tor­na-se mais fácil, em casos de acidentes, em que seja necessário ouso da transfusão de sangue, a terapêutica adequada e urgente,com diminuição acentuada dos riscos comuns aos choques, quer he­moliticos ou coloidoblásticos.

Não faremos citações de fatores que interferem, quer numahemorragia aberta ou fechada. Ambas, conforme o volume desangue perdido, podem produzir não só alterações de ordem meta­bólica, anoxía cerebral, anoxía renal com lesão grave, levando àinsuficiência renal, que na maioria das vezes se torna irreversível,como também à anoxía por inundação interna ou por perda totalde sangue, tornando-se também irreversíveis as lesões que causamao sistema nervoso, após mais de dois minutos e meio. Daí aemergêncía-ou urgência de uma transfusão que, com os dados do

========''''====:======~.!!

tipo sangumeo e Fator Rh das aludidas carteiras favorecem, demulto, o atendimento e socorro médicos.

Nc quadro real. é incalculável o número de desenlaces tataí,provocados pelo desconhecimento do grupo sangüineo e Fator Rhdas vitimas. causa do retardamento, às vezes irremediável. dos so­corros médicos. principalmente nas cidades do interior.

Inversamente. tazendo-se constar. na Garteira Nacional deHabilitação o grupo sangüíneo e Fator Rh de seus portadores. esta­remos. evidentemente. poupando vidas.

Esta a proposição que submeto novamente à elevada conslde­ração dos ilustres membros do Congresso Nacional.

Sala das Sessões, 25 de junho de 1980. - Inocêncio Oliveira.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

REGULAMENTO DO CóDIGO NACIONAL DE TRANSITOi Aprovado pelo Decreto n.O 62.127, de 16 de janeiro de 19681

CAPíTULO VI

Dos Condutores0. 0 •••••••••••••••••••••••••••••• j ••••••••••••••••••••••••••••••• ,

SEQAO InDa Habilitação

Art. 141. Nenhum veiculo poderá transitar nas vias públicassem que seu condutor esteja habilitado ou autorizado, na formadeste Regulamento.

Art. 144. Os candidatos à obtenção da carteira Nacional deHabilitação sujeítar-se-âo aos seguintes exames, na ordem em quevão indicados:

I - De sanidade fisica e mental;n - Psícotécníco, quando exigido neste Regülamento ou re-

solução do CONTRAN;

In - Escrito ou oral, sobre a legislação de trânsito;IV - De prática de direção;

V - De conhecimento técnico de veículos, para os que se ha­bilitarem à categoria. dos profissionais.

~ 1.0 O exame de sanidade física e menta! terá caráter elimi­natório.

§ 2.° Os exames de habilitação a cada cetegorta de condutore o psícotécníco serão uniformes em todo o país, e obedecerão àsnormas baixadas pelo Conselho Nacional de Trânsito;

SEÇAO IV

Dos Documentes de HabilitaçãoArt. 162. Ao candidato aprovado em exame de habilitação

para conduzir veiculo automotor, ccnferír-se-á a Carteira Nacio­nal de Habilitação, que lhe dará díreíto a dirigir em todo o terri­tório nacional, independentemente de ,prestação de novo exameda apresentação de quaisquer documentos não previstos neste Re­gulamento, e enquanto satisfizer as exigências da legislação fe-deral. .

Art. 163. A nenhum condutor se concederá mais de uma Car­teira Nacional de Habilitação, ainda que habilitado em mais deuma categoria, hipótese em que sua Carteira registrará, cumulati­vamente, as categorias em que está habllltado.

Art. 164. São competentes para expedir a Carteira Nacional.de Habilitação, em nome do Conselho Nacional de Trânsito, e porsua determinação, os Departamentos de Trânsito dos Estados, Ter­ritórios e Distrito Federal.

Parágrafo único. O Departamento de Trânsito poderá autori­zar as Circunscrições Regionais de Trânsito a expedir CarteIra Na-cional de Habilitação. .

Art. 165. O Conselho Nacional de Trânsito ex: officio ou porprovocação, poderá cassar a delegação conferida às 'CircunscriçõesRegionais de Trãnsito que infringirem as normas legais relativasà expedição da Oarteíra Nacional de Habilitação e ao seu funcio­namento..

Parágrafo único. Oferecidas, a seu juízo, garantias de obser­vância das normas legais, o Conselho Nacional de Trânsito revoga­rá o ato de cassação.

8220 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11 Atosto de 1980

Art. 166. A cópia fotostática, a fotocópia e a pública forma daCarteira Nacional de Habilitação não a substituem para o efeitode comprovar o direito do seu portador a dirigir.

Art. 167. A Carteira Nacionai de Habiiitação deverá ser subs­tituída periodicamente, coincidindo a substítuícâo com a revalida-ção do exame de sanidade física e mental.' .

Art. 168. O Departamento Nacional de Trânsito centralizaráo controle e registro de todos os documentos de habilitação paraconduzir, expedidos no país, cópia: dos quais lhe serão remetidaspelas repartições expedidoras.

LEI N.o 5.108, DE 21 DE SETEMBRO DE 1966Institui o Código Nacional de Trânsito.

CAPí1.'ULO IXDos Condutores de Veiculos

Art. 66.. Ao candidato aprovado em exame de habilitação paraconduzir veiculo automotor, conferir-se-á a Carteira Nacionai deHabilitação que lhe dará direito a dirigir veículos na sua catego­ria, em todo o território nacional, independentemente da presta­ção de novo exame, enquanto satisfizer as exigências legais e re­gulamentares.

§ 1.0 Quando o condutor transferir seu domicilio, deverá re­gistrar sua Carteira NacionaL de Habilitação na repartição detrânsitó do local do novo domicilio ou na mais próxima dele.

§ 2.0 A Carteira Nacional de Habilitação deverá ser substitui­da periodicamente, coincidindo com a revalidação do exame desaúde.

Art. 67. A Carteira Nacionai de Habilitação obedecerá a mo­delo único estabelecido pelo iRegulamento deste Código.

Parágrafo único. A cópia fotostática, a fotografia e a pública­forma da Carteira Nacional de Habilitação não. autorizam seu por­tador a conduzir veículos,

Art. 68. São competentes para expedir a Carteira Nacionalde Habil'ítação, em nome do Conselho Nacional de Trânsito e pordeterminação deste, os chefes de repartições de trânsito dos Esta­dos, dos Territórios e do Distrito Federal.

§ 1.0 Nos Estados e Territórios, os chefes das repartíções detrânsito poderão autorizar a expedição da Carteira Nacional deHabllítação pelas autoridades de trânsito nas sedes das Circuns­crições Regionais.

§ 2.0 Os exames de habilitação dos candidatos inscritos nasCircunscrições' Regionais de Trânsito poderão ser reallzados pe­rante comissões volantes designadas pelos chefes de repartições detrânsito dos Estados ou elos Territórios.

Art. 69. O Conselho Nacional de Trânsito, ex officio ou porproposta dos Conselhos EstaduaIs, poderá cassar a delegação quehouver conferido às Circunscrições Regionais, que infringirem asnormas legais para expedição da Carteira Nacional de Habilitaçãoe para o seu funcionamento.

Parágrafo único. Oferecidas, a seu juízo, garantias de obser­vância das normas legais revogará o Conselho Nacional de Trânsitoo ato por que foi cassada a delegação.

Art. 70. A ,habilitação para dirigir veículos apurar-se-á atra­vés de exame requerido pelo candidato à autoridade de trânsito,instruído o requerimento com os seguintes documentos, além deoutros que exija o Regulamento deste Código:

a) carteira de identidade ou documento reconhecido por leicomo prova de identidade;

b) folha corrida ou atestado de bons .anteeedentes, passadopela repartição competente;

§ 1.0 Não se concederá inscrição a candidato que:I _ não contar dezoito ou mais anos de idade;n - não souber ler e escrever.

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PROJETO DE LEI N.o 3.348, DE 1980(Do Sr. Inocêncio Oliveira)

Isenta o eml~alI1Dr rural proprietário de até 30 (trin­ta) I1eetares 1ooalisados no Nordeste Brasileiro, das c:on­~buiçõeS devidas ao Instituto Na.ciootal de ColOnização eReforma Agrária - INCRA.

(As COmissões de COnstituil,lão e Justiça, de Agricultu­ra e Política Rural, e de Economia, Indústria e comér-eío.) .

O COngresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ficam isentos das contribuições devidas ao Instituto

Nacional de COlonização e Reforma Agrária - INCRA, os empre-

gadores rurais proprietários de até 30 I trinta I hectares locatízadosno Nordeste brasileiro.

Art. 2,° Esta Lei entra em vigor na data de sua, publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Ju.stificaçãoAlinha-se entre as atividades de menor rendimento, relativa­

mente ao capital empregado, a produção rural, principalmentequando o espaço físico ocupado é relativamente pequeno.

Temos acompanhado diariamente pelos noticiários, como tam­bém pela correspondência por nós recebida, que as queixas se avo­lumam quanto à remuneração do investimento, nem sempre com-pensatória. .

Diversos são os encargos que ora gravam a propriedade rural.em geral incompativeis com a rentabilidade da produção.

Agrava-se mais ainda a situação quando a atividade gera em­pregos, quando os encargos relativos aos empregados adícíonam-seaos já existentes.

Ora, o Brasil pretende a médio prazo desfilar entre as naçõesla desenvplvidades e, para tanto, necessário se torna voltarmosnossa atenção para o setor primário de produção. Deve a Uniãofortalecer em muito a posição dos abnegados pequenos produtores,ainda a mola-mestra do setor.

Nossa contribuição, nesse sentido, é eliminar uma disposiçãode seus recursos, objetívando. dessa forma, poder propiciar-lheoutros meios de investimento e o barateamento do custo de pro­dução.. Por outro lado, para que o beneficio ora proposto não benerí­

Classe terras improdutivas, limitamos -a sua atuação à que gerasseemprego.

Cabe agora a nossos pares o seu julgamento.Sala .das Sessões, 2Q de julho de 1980. - Inoeêneío Oliveira.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSOES PERMANENTES

LEI N.o 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964

Dispõe sobre o Estatuto da TCNa e dá outras provi­dências.

T1TULO nrDa Política de Desenvolvimento Rural

CAPíTULO I

Da Tributação da Terra

SEçãO ICritérios Básicos

. Art. 47. Para incentivar a politica de desenvolvimento rural,o Poder Público se utilizará da trlbutaão progressiva da. terra, doImposto de Renda, da colonização pública e particular, da assístên­ela e proteção à economia rural e ao .eooperatívísmo e, finalmente,da regulamentação do uso e posse temporários da terra, objeti­vando:

I - desestimular os que exercem o direito de propriedade semobservância da função social e econômica da terra;

n - estimular a racionalização da atividade agropecuária. den­tro dos príneípíos de conservação dos recursos naturais renováveis;

In - proporcionar recursos à União, aos Estados e Municipiospara financiar os projetos de Reforma Agrária;

:LV - aperfeiçoar os sistemas de controle da arrecadação dosimpostos.

BEÇAO nDo Imposto Territorial Rural

Art. 48. Observar-se-ão, quanto ao Imposto Territorial Rural,os seguintes princípios:

I - a União poderá atribuir, por convênio, aos Estados e Mu­nicípios, o lançamento, tendo por base os levantamentos cadastraisexecutados e periodicamente atualizados;

H - a União também poderá atribuir, por convênio, aos Mu­nicípios, a arrecadação, ficando a eles garantida a utilização daimportância arrecadada; .

m - quando a arrecadação for atribuída, por convênio, ao Mu­nicípio, à União caberá o controle da cobrança;

Agosto de 1980 DIAR.IO DO CONGR.ESSO NACIONAL (SeçáQ Il Terça-feira 12 8221l

IV - as épocas de cobrança deverão ser fixadas em regula­mento, de tal forma que, em cada região, se ajustem. o mais pos­sivel, aos periodos normais de comercialização da produção;

V - o imposto arrecadado será contabilizado díaríamente' co­mo depósito li ordem, exclusivamente, do Municipio a que perten­cer e a ele entregue diretamente pelas repartições arrecadadoras noúltimo dia útil de cada mês;

VI - o imposto não incidirá sobre sitias de área não excedentea vinte hectares, quando os cultive só ou com sua família, o pro­prietário que não possua outro imóvel (art. 29, parágrafo único, daConstituição FederalJ.

Art. 49. As normas gerais para a fixação do imposto territo­rial obdecerão a critérios de progressividade e regresslvídade le­vando-se em conta os seguintes fatores:

I - os valores da terra e das benteítorãas do imóvel;TI - a área e dimensões do imóvel e das glebas de diferentes

usos;In - a situação do Imóvel em relação aos elementos do inciso

I do art. 46;IV - as condições técnicas e econômicas de exploração agro­

!Jecuárla- industrial;V - a natureza da posse e as condições de. contratos de ar­

rendatários, parcerros e assalariados;VI - a classificação das terras e suas firmas de uso e renta­

bilidade;VII - a área total agricultável do conjunto de imóveis rurais

de um mesmo propiretário no País.§ 1.0 Os fatores mencionados neste artigo, exceção feita dos

indicados no inciso TIl, serão declarados pelo proprietário ou obtí­dooS em levantamento cadastral.

§ 2.° Todos os proprietários rurais ficam obrigados, para osfins previstos nesta Lei, a fazer declaração de propriedade, nos pra­zos e segundo normas fixadas na regulamentação desta Lei.

§ 3.0 As declarações dOS proprietários, para fornecimento dedados à inscrição cadastral, sãorettas sob sua inteira responsabili­dade e, no caso de dolo ou má-fé, os obrigarão ao pagamento emdobro dos tributos realmente devidos, além das multas decorrentesdas despesas com as verificações necessárias.

Art. 50. O valor básico do imposto será determinado em alí­quota de dois décimos por cento sobre o valor real da terra nua,declarado pelo proprietário e não impugnado pelo órgão competen­te, ou resultante da avaliação cadastral.

§ 1.0 Levando-se em conta a áreaagricultável do conjunto deimóveis de um mesmo proprietário no País, nestes consideradas asáreas correspondentes ãs.rrações ideais quando em condomínio; essevalor básico será multiplicado por um coeficiente de. progressividade.de acordo com a seguinte tabela;

a)· área total no máximo igual à média ponderada doi módulosde área estabelecidos para as várias regiões e que se situem as pro­priedades: coeficiente um;

b) área maior do que uma até dez vezes o módulo defini<kJ naalínea "a": coeficiente um e meio;

'c) área maior do que dez, até trinta vezes o módulo definido naalínea "a": coeficiente dois;

·d) área maior do que trinta, até oitenta vezes o módulo defini­do na alínea "a": coeficiente dois e meio;

e) área maior do que oitenta, até cento e cinqüenta vezes o mó­dulo definido na alínea "a": coeficiente três;

f) área maior do que cento e cinqüenta, até trezentas vezes omódulo defínído na alínea "a": coeficiente três e meio; .

g) área maior do que trezentas, até seiscentas vezes o módulodefinido na alínea "a": coeficiente quatro;

h) área superior a seiscentas vezes o módulo definido na alínea"a": coeficiente quatro e meio.

§ 2.° O produto da multiplicação do valor básico pelo coefi­ciente previsto no parágrafo anterior será multiplicado por umcoeficiente de localização que aumente o imposto em função daproximidade aos centros de consumo definidos no íncíso II do art.46, e das distâncias, condições e natureza de vias de acesso aos re­feridos centros. Tal coeficiente, variando no território nacional deum a um e seis décimos, será fixado por tabela a ser baixada po~

decreto do Presidente da República, para cada região consideradano zoneamento previsto no artigo.

§ 3.0 O valor obtido pela aplicação do disposto no parágrafoanterior será multiplicado por um coeficiente que aumente ou di-

.níuua aql1L:L valor. segundo a natureza da posse e as condícôesdos contratos de trabalho. na forma seguinte:

a) segui.do o grau de alheamento do proprietário na adrnínls..tração e nas responsabífídades de exploração do imóvel rural, Si""

gundo a forma e natureza dOS contratos de arrendamento e parce­ria, e à falta de atendimento em condições condignas de confortodoméstico e de higiene aos arrendatários, parceiros e assalariados- coeficientes que aumentem aquele valor, variando de um a um eseis décimos, na forma a ser estabelecida na regulamentação destaLei;

b) segundo o grau de dependência e de participação do pro­prietário nos frutos. na administração e nas responsabilidades daexploração do imóvel rural; em função das facilidades concedidaspara habitação, educação e saúde dos assalariados - coeficientesque diminuam o valor do imposto de um a três décimos, na forma a­ser estabelecida na regulamentação desta Lei.

§ 4.° Uma vez obtidos os elementos cadastrais relativos aoitem m do art. 46, e fixados os índices previstos no § 1.0 deste ar..tígo, o valor obtido pela aplicação do disposto no parágrafo ante..ríor será multiplicado por um coeficiente que aumente ou diminuo:aquele valor, segundo as condições têcníeo-econômícas de explora­ção, na forma seguinte:

a) na proporção em que a exploração se faça com rentabilidadeinferior aos limites minimos fixados na forma do ~ 1.° do ano46 e com base no tipo, condições de cultivo e nível tecnológico dE'exploração - coeficientes que aumentem o valor do imposto, va ..ríando de um a um e meio, na forma a ser estabelecida na regu­lamentação desta Lei:

b) na proporção em que a exploração se faça com rentabilida­de superior ao mínimo referido na alínea anterior, e segundo ograu de atendimento à vocação econômica da terra. emprego depráticas de cultivo ou de criação adequadas, e processos de beneü­cíamento ou industrialização dos produtos agropecuários - coefl­cientes que diminuam o valor do imposto, variando eles de um D.quatro décimos, na forma a ser estabelecida pela regulamentaçãodesta Lei.

§ 5.° Se o imposto territorial rural Iançado for superior "ó,do exercício anterior, mesmo que a área agric.ultável explorada doimóvel rural seja inferior ao mínimo necessário para classificá-locomo empresa rural, nos termos do art. 4.°, inciso IV, será permi­tido ao seu proprietário requerer redução de até cinqüenta porcento do imposto lançado, desde que, em função das característí­cas ecológicas da zona onde se localize o referido imóvel. elabore'projeto de ampliação da área explorada e o mesmo seja consíde­rado satisfatório pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária.

§ 6.0 No caso de propriedade em condomínío, o coeficientede progressividade referido no parágrafo primeiro será calculadocomo média ponderada em que os coeficientes ela tabela corres­pondentes à situação de cada condômino definida no corpo domesmo parágrafo são multiplicados pela sua área ideal e ao finalsomados e dividida a soma pela área total da. propriedade.

§ 7.° Os coeficientes de progressividade de que tratam esteartigo e os parágrafos anteriores só serão aplicados às terras nãoaproveitadas racionalmente.

§ 8.° As florestas ou matas, as áreas de reflorestamento e aspor elas ocupadas, cuja conservação for necessáría, nos "termos dalegislação florestal, não podem ser tributadas.

O SR. PRESIDENTE (Epitácio Cafeteira) - Está finda a lei-tura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente

Tem a palavra o Sr. Antônio Pontes.

O SE. ANTôNIO PONTES (PDS - AP. Sem revisa o do ora­dor.] - Sr. Presidente, srs. Deputados, S. Ex.'" o Sr. Governadordo Amapá, Comandante Anníbal Barcellos, juntamente com O seuSecretário do Planejamento, Dr. Antero Lopes. estiveram em Bra­sília na semana próxima passada.

Aqui S. Ex.a cumpriu uma programação de atividades, semdúvida nenhuma, preocupado em consolidar uma estrutura para oTerritório, a fim de que, a curto prazo, possamos ver concretiza­dos os sonhos de todos nós do Amapá, qual seja sua transforma­ção em mais um Estado da Federação brasileira.

Leio, para que conste dos Anais desta Casa, a programaçãode atividades dentre os vários contatos que S. Ex." manteve em

8Z22 Terça-feira 12 DIA.RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A&,osto de 1980

Brasília junto com dois representantes do Território Federal destaCasa, o nobre Deputado Paulo Guerra e eu. l!: a seguinte:

"ATIVIDADES CUMPRIDAS PELO SENHOR GOVERNA­DOR DO TERRITóRIO DO AMAPA, COMANDANTE ANNt­BAL BARCELLOS, DURANTE A SEMANA DE 4 A 9 DEAGOSTO DE 1980, EM BRASíLIA.Dia 4,:

IA) As 9:30 - Projeto Rondon - Presidência - (Dr. PassoGalvão, Dra. Mirian Moreira, Diretora de Operações e Dr.Dacy Cardoso).

Assunto: - Sobre o Decreto n.o 23, de 19 de junho de 1980.(B] As 11:00 - Ministério da Fazenda - Assinatura doProtocolo sobre arrecadação dé:',tributos (Drs, Eleonaldo eMastafa).

(C) As 14:00 - Câmara dos Deputados - Contato políticocom o Deputado Marchezan, lider da maioria.(D) As 16:00 - INeRA - Audiência com o Dr, Paulo Yo­kota (assuntos fundiários).

(E) As 16:30 - DASP - Dr. Hélio Braga - Dr. Aragão ­(sobre Plano de Classificação dos Cargos).(!F) As 17:00 - Ministério do Planejamento - SEMORIDr. Valadão).

As 18:00 '- Audiência com o Ministro do Planejamento(CENAVA - Companhia de Desenvolvimento do Amapá>.Dia 5:

'(A) As 8:30 - Ministério do Interior - Dona DUlce Breves- (Assuntos do Departamento do Pessoal).

(B) As 10:00 - Câmara dos Deputados - CPI da SUDAM.(C) As 14:30 - Ministé.rio da Justiça - Audiência com oSecretário-Geral - (Assunto do Conselho Penitenciário).

(D) As '16:30 - Ministério do Interior - Audiência com oMinistro Andreazza (Assuntos Gerais de interesse do Ter­ritório).Dia 6:

(A) As 8:30 - Rádio Nacional - Repórter da Amazônia ­Gravação feita para o Programa. Entrevista com a Jorna­lista Safira.(B) As 10:00 - Ministério do Interior - Contatos feitoscom Dr. Paixão e Adido (Secretaria de Orçamento e Fi­nanças); com o Dr, Gilvan (Secretaria de Organização eSistema).(C) As 11:00 - Mlnistério das Comunicações (Assuntos dasComunicações no Território).(D) As 13:30 - Tribunal de Justiça - Audiência com o!Presidente, Desembargador José Fernandes de Andrade

(Assunto da Construção do Fórum de Macapá}.

(E) As 14:30 ~ Ministério do Trabalho - Assinatura deum Convênio, com Sr. Ministro do Trabalho, sobre Arte­zanato.

IF) As 17:00 - (Ministério da Previdência). - Audiênciacom o Dr. Pifluet - Chefe do Gabinete do Ministro (Assun­to: Posto de Saúde e Assistência no Amapá).

Dia 7: - Ida a São Paulo - Audiência com o Governadordo Estado, Paulo Maluf (Assunto de interesse do Territó­rio F. do Amapá).

Dia 8:

IA) Despachos na Representação do Govemo do Amapáem Brasílía, - Assuntos Administrativos.

(B) Regresso."

Vale destacar a audiência que tivemos com o Ministro do In­terior, que não tem, na realidade. medido esforços e se tem preo­cupado, de forma profunda, em equaeíonar os problemas dosTerritórios Federais. S. Ex.", com toda sua equipe, tem demons­trado viva preocupação no atendimento das reivindicações dosTerritórios Federais. Tudo nos leva a crer que, com o apoio queS. Ex." nos tem oferecido ao desenvolvimento integrado dos Terri­tórios, teremos, realmente. o Amapá como Estado.

Quero destacar também a audiência que tivemos com o Sr. Mi­nistro do Planejamento Delfim Netto, buscando encontrar soluçãopara o problema de duas companhias do nosso Território, de fun­damental Interesse daquela Unidade da Federação.

Vale também registrar a audiência com o Sr. Ministro doTrabalho, Murilo Macedo, em cujo encontro foi assinado um con­vênio para a construção da Casa do Artesão do Amapá.

Gostaria também de registrar a audiência que o Sr. Governa­dor do Amapá manteve com S. Ex." o Sr. Governador do Estadode São Paulo, considerando, acima de tudo, a visão global queaquele governante tem dos' problemas brasileiros e a coragem quetem demonstrado para enfrentá-los, equacioná-los e dar uma novaarrancada no sentido de ajudar os Estados menos desenvolvidosda Federação brasileira. S. Ex.", o Dr. Paulo Salim Maluf, recebeu.com muita e prestimosa atenção, o nosso Governador e, por certo,oferecerá uma contribuição valiosa para acelerarmos o nosso de­senvolvimento.

Eram estas as considerações que gostaria de fazer como desta­que da programação de atividades do Governador do Amapá, queconstará dos Anais desta Casa.

O SR. ADHEMAR SANTILLO (PMDB - GO. Sem revisão doorador.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados, as chuvas torrenciais quecaíram sobre o Estado de Goiás, no inicio deste ano, levaram aodesespero as populações de pelo menos quatro cidades situadas àsmargens dos rios Tocantins e Araguaia.

No dia 26 de fevereiro próximo passado o Ministro do Interior,Mário Andreazza, visitou Goiás e chorou, ao ver o drama dos flage­lados, que tiveram suas casas derrubadas, seus rebanhos bovinosdizimados e que faziam das sacristias das igrejas e pequenas salasde grupos escolares seu abrigo. O Ministro Andreazza disse que iamandar construir casas para todos, sem burocracia, e o maisbreve possível, através do BNH, da COHAB e da SUDECO, estipu­lando uma mensalidade de aproximadamente 1{)() cruzeiros paracada um dos usuárioscada um dos usuários, Segundo informações de 8. Ex.", deverão serconstruídas 4.369 residências em Mlracema do Norte, Peixe, Ara­guacema e Couto Magalhães.

A população flagelada continua vivendo em ranchos, no cerra­do, esperando as providências do Banco Nacional da Habitação.Toda a documentação exigida pelo BNH foi atendida em um prazorecorde de 40 dias. O BNH prometeu liberar verba de 527 milhões520 mil cruzeiros para a construção das casas, que terão 160 me­tros de área e cujas prestações serão de 150 cruzeiros. Cada unidadecustará 120 mil cruzeiros. .

Couto Magalhães, no extremo norte goiano, está com todasas suas escolas paralisadas porque as enchentes de fevereiro úl­timo destruíram todos os prédios. Toda a cidade foi destruída,sendo que o próprIo Prefeito está com sua família abrigada numrancho Improvisado, de palhas. A Prefeitura recebeu doação de 12alqueires de terras para serem loteados, a flm de ali ser cons­truída a nova Coouto Magalhães. A Prefeitura já fez doação de 4!}1lotes à Companhia de Habitação de Goiás - COHAIE, para cons­trução de igual número de casas. O BNH mandou técnjeos a Goíâ­níe, aprovando o projeto, mas com o padrão de 25 metros' quadradospor unidade.

O Governador Ary Valadão fez publicar nos jornais de Goiásque não concederia aumento de salários aos professores, pois es­tava empenhando as finanças do Estado na ajuda aos flagelados.O povo colaborou, doando gêneros alimenticios, calçados, roupas eremédios aos desabftgados.

Muita gente, Sr. Presidente, fez polítíca com a matéria dosatingidos pelas enchentes.

No entanto, até o presente, eles continuam desabrigados, mo­rando em ranchos de palha, e até agora o BNH não tomou nehu­ma providência para resolver o angustiante problema. Escolas seencontram paralisadas, não há hoapítal, não há assistência médi­ca ou sanitária, enfim, é realmente dramática a situação em quevive a população ribeirinha dos rios Tocantins e Araguaia, noextremo norte do Estado de Goiás. '

Esperamos que o Sr. Ministro Mário Andreazza, que choroupara todo o Brasil, diante das câmeras de televisão, agora, no re­cesso do seu lar, e. mesmo no gabinete atapetado de seu Ministério,possa, mais uma vez, pelo menos lembrar-se daquelas imagensque, por certo, estão retidas no seu cérebro e liberar imediatamenteos recursos, pois aquela população' está carente. O Ministério doInterior fez muita política, muita demagogia, mas não atendeu auma só das reivindicações do povo daquela região.

Este é o apelo que fazemos em nome dos moradores do ex­tremo norte goiano.

O SR:' ARTENIR WERNER (PDS - se. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na semana passada,dia 4 do corrente, fiz uso desta tribuna para falar do acerto e se­gurança com que está sendo conduzido Santa Catarina por nossoilustre Governador Jorge Konder Bornhausen, num testemunhodaquilo que havia vIsto e sentido junto à gente eatarínense, nos

Aro!lto de 1980 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 12 822;~

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dias de recesso em que lá estive. percorrendo diversas regiões doEstado.

No dia 7, quando viajava para o Rio de Janeiro, fui surpreen­dido por uma' noticia de primeira página do jornal O Estado deS. Paulo, que dizia ser nosso Governador o mais impopular do Pais,segundo pesquisa do Instituto Gallup. E, naturalmente, para ser omais impopular teria que ser o pior administrador.

Confesso, Sr. Presidente, que povoou meu espírito não só asurpresa, mas também a desconfiança.

Cada político tem sua maneira peculiar de fazer política: unssão grandes tribunos, outros destacam-se pelo trabalho nas Co­missões; eu faço política junto ao povo, conversando, participandode todos os acontecimentos comunitários que Posso, tomando opi­niões e sugestões de tantos com quantos falo para nortear minhasações como Deputado. E digo-lhes, isento de qualquer paixão po­lítico-partidária ou sentimentos de ordem pessoal, poucos forame serão os Governadores deste Pais admirados, pelo povo que go­verna, como Jorge Bornhausen.

A desconfiança invadiu-me por esse motivo, pois estou cons­tantemente vivendo com meu povo e auscultando seus sentimentose, ainda, porque esse mesmo Instituto Gallup, em pesquisa pré­eleitoral, em 1978, publicada na Revista Veja, dava-me como umcandidato mal votado e um daqueles que não se iriam' eleger.

E essas desconfianças, para minha tranqüilidade e daquelesque acompanham o desempenho do Governo catarinense, comoeu o faço, foram confirmadas pela noticia do Jornal do Brasil emsua coluna "Informe JB", de 10 do corrente, que, sob o titulo "Pes­quisas", dá-nos conta de que duas pesquisas de opinião públicarealizadas pela STANDARD e pelo IBOPE contrariam totalmenteo levantamento que se diz ter sido efetuado pelo Instituto Gallup,

"Na aferição realizada pelo mOPE', diz o Jornal do Brasil,11,3% classificaram o Governo de Bornhausen como ótimo; 40,7%,bom; 35% razoável e apenas 12%, mal e muito mal; no geral, oGovernador de Santa Catarina teve indica positivo de 87%".

Quanto à pesquisa da STANDARD, de 28 de julho passado, osresultados foram idênticos aos informados pelo lBOPE: positivo81%; positivo com restrição, 4% e negativo, 12%.

Assim, Sr. Presidente, Srs. Deputados, o que me resta é acon­selhar ao Instituto Gallup que mude sua equipe de pesquisadoresou seus métodos, ao menos em santa Catarina, pois tanto no meucaso, como no do Governador Jorge Bornhausen, andou muito mal.

Termino meu pronunciamento da mesma forma que encerreio do dia 4 do corrente: somente criticam o Governo eatarinense aspessoas mal informadas ou as de má fé.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PAULO STUDART (PDS _. CE. Sem revisão do orador'>- Sr, Presidente, Srs. Deputados, ocupo hole esta alta tribunacom a finalidade de fixar dois assuntos: o primeiro é a trans­ecrrêncía, no próxímo dia 14, de mais um aníversárío de ,fundaçãodo Município de Quixeramobim, Ceará.

li: uma comuna situada no sertão central do Estado com asdificuldades inerentes a um posicionamento geográfico diflcil.O amor dos seus filhos àquele torrão, porém, o tem tornado umdos muníeípíos mais 'Prósperos do Ceará. O Ex.mo Sr. GQvernador

I do 'Estado, Coronel Virgílio Távora, desde que assumiu o governo,'\ tem carreado para Quixeramobim inúmeros benefícios, /fiais como, eletrificação rural em praticamente 'todos os distriJtos, inaugura-

ção de centros sociais urbanos e edifiooçíW de dez unidades esco­lares, cuja rede hoje é uma das melhores do Estado. A ~rente daF.refeitura se encontra. um Industrial de família tradicionalmentepolítica, o Sr. Alvaro IOarneiro, que, auxllíado pela Câmara deVereadores, tem procurado corresponder 'oi esperança dos seusmunícípes, '

O segundo assunto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, prende-seà área econômica. O ceará vem sotrendo, IPOr dois anos consecuti­V08, uma seca ínclemerste, cujas eoneeqüêneías são de, todos conlhe­cidas, da população e da prQpri.a iNação. Pois ,bem, Sr. Presidente.acabo de eeceber comunicação de que uma linha de crédito quesempre existiu no Banco do BT!lJSiI, para atender à comercializaçãodo maior produto do Oeará, o algodão, exatamente o produtomenos infenso ao período d~ seca, acaba de sofrer uma retraçãode efeitos ímprevísíveís, porquanto no ano passado essa linhade credito, específica para comerclaãsação foi no 'Valor de ummilhão e quínhentos mil cruzeiros. :Pois bem, com a fixação daquota máxima de O!!S% 'SObre esse 'Valor, deveria essa linha decrédito do Banco do Brasil. no corrente exercício, para fínaneiara comeroíalísação do algodão do Cea1'á, atingir a importância dedois milhões e cem mil. Pa,r,a surpresa nossa, Ital linha de' créditofoi suspensa e diluída numa linha de crédito industrial geral.cuio valor ê de cerca de 700 milhões de cruzeiros.

Com isso, o Ceará, que já vem sofrendo em função de duasintempéries çonsecutívas, ficará sem ;possibilidade de comercia..lízar sua maior 'produção, sua maior :fonte de riqueza.

Daqui apelamos, portanto, pa.rao Ministro !Delfim Netto, DOsentido de que determine ao Banco do Brasil seja revista essaproblernátíca, a fim de que o Ceará possa, realmente, com baseno seu maior produto de comercialização e industrialização, oalgodão, sobreviver às conseqüências funestas das duas secas quese abatem sobre seu território. Cearense e representante daqueleEstado na Câmar,a Federal, acreditamos na sensibilidade do Mi·,nístro lDelfim Netto, com vistas ao reestudo desse problema, viota:'para 'O Ceará.

O SR. JOAO FAUSTINO (PDS - RN. 'Pronuncia o seguinte,discurso.) - Sr. pJ;esidente, Srs. Deputados. ressalto nesta opor­tunidade os aspectos positivos da reunião do Conselho de Desen­yol'V~mento Soeíal (,ODE), realizada no último dia 6.

Nessa reunião, o Presidente João !Figueiredo autorízou a libe­ração de recursos do li'AS _. Fundo de Apoio ao DesenvolvimentoSocial - no valor de 4,4 bilhões de cruzeiros. Com esses recursosserão beneficiados 17 hospitais de ensino universitário, os campidas universidades de Santa Catarina. Paraná, Santa 'Marf.a e}>ern'ambuco e a amplíaçâo de 4 hospitais vinculados a instituiçõesprivadas.

Além da ampliação de serviços na área de educação e saúde,autorizou o Sr. Presidente da República a líberaçâo de recursosao Estado do oeerã. ao Gove,rno do Distrito Federal e à lPrefei­tura Municipal de Santo André, para a execução de obras desti­nadas a promover o bem-estar e o desenvolvimento dessas popu­lações.

As decisões tomadas pelo ODE caracterizam o empenho doPresidente Filgueireclo, no sentido de oferecer os meios que real­mente possíbtlítem o desenvolvimento brasileiro' e que assegurema mínímísação das dificuldad'es do momento presente. A constru­ção de hospitais, de escolas, de serviços de saneamento básico,de universidades, de casas populares, tem proporcionado aos bra­sileiros, nesses últimos anos, oportunidades para a realização deuma vida mais condigna com a condição humana. Temos quereconhecer os 'esforços que vêm sendo empreendidos pelo Governodo Presidente ,Figueiredo no campo da promoção social do nossopovo. Esse esforço, associado 'à grande obra de reconstrução dademocracia, marcará o a'tual governo com o signo da [ustíça e daliberdade. .

,Era o que tinha a dizer.

O SR. JOAO ALVES (PDS - BA. Pron;uncia o seguinte dis­eurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, sou amigo e admiradordo Ministro do Trabalho 'Mu'l'Ílo lMacedo e entendo que vem S. Ex."defendendo com eficiência e coragem os interesses dos trabalha­dores. Tanto Isso é verdade que conseguiu o reajuste semestralpara os salários de todas as classes de trabalhadores vinculadasao seu 'Ministério. Mas deve ter pensado que esse seu comporta­mento louvável iria conduzir o Governo a reaíustar semestral­mente, também, os vencimentos dos servidores públicos e autár­quicos, dos aposentados e demais categorias que fogem ao seuarbítrio. Isto, !porém, não aconteceu - nem vai acontecer - tor­nando-se a lei, que instituiu o reajuste, um martírio para os tra­balhadores que dela não foram Il:>eneficiados.

Os servídores públicos civis e militares. das autarquias, dasempresas públicas e outros sistemas, sob o controle da União, dosEstados e Municípios, que somam cerca de 10 milhões (somentedois Ministérios e o 'Estado de SíW Paulo, com seus 500 municiopios, autarquias e empresas, somam 2,3 milhões de servidores),além dos funcionários dos Poderes Judiciários e Legislativos Fe­deral, Estadual e Municipal, vão arcar":"" e a inflação de julhofoi de 8,4% -com um aumento do custo de vída a mais, semdíreíto a compensação, na mais injusta e desumana política socialde que se tem noticia nos últimos tempos. Sim, porque, além denão terem qualquer reajuste de vencimentos, esses servidores vãopagar de '10 a 15% acima do normal, de aumento do custo devida que o reajuste ;faccioso provocará durante o semestre. Eme refiro apenas 3:05 que ganham menos de 10 saláríos minimos.Essa gente não pertence também à classe dos trabalhadores? Eos 3 milhões de aposentados, Incluídos os da Previdência Social,como ficam? Que fizeram eles para merecer esse castigo, semnenhuma razão de ser?

Não é preciso ser alfabetizado em Administração Públíca paraentender que todo aumento salarial provoca aumento no custode vida. iE. se a inflação é galopante, então esse aumento come-ca um mês antes do reajuste. '

l!: elementar, Sr. Presidente, em qualquer regime, que aadministração pública não pode decretar aumento de salário declasse contra classe, isto é, aumentar os salários dos trabalhadorese diminuir o da classe dos servidores públicos e outras, indireta-

8224 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGR.ESSO NACIONAL (Seçá,o I) .AKosto de 1911O

mente, através do aumento do custo de vida, sob pena de o Go­verno captar a revolta e o ódio dos prejudicados. E não é issoque desejamos para um Presidente tão bem intencionado, comoo nosso.

Se não sabem fazer essas coisas, consultem quem entendedo problema. Agora é que não cabe retroagir. Os trabalhadoresnão admítem perder uma 'Conquista tão ímportante. IE dizem:será que 1)S Ministros só enxergam as pedrea na f.rente, quandonelas tropeçam? Por que não viram isto antes?

De qualquer forma, parabenizo o :Ministm do Trabalho' porhaver conseguido acalmar os trabalhadores, na época da lei, comuma jogada inteligente, só que deixou na berlinda os Ministrosda área econômica: os trabalhadores ou os servidores públicosficam contra eles. E o povão com vontade de pegá-los na Tua.Não sei como o meu amígo Delfim caiu nessa. Depois. dizem queo Said Fa.rhat não tem razão.

O SR. ,ROSA FLORES (PM!DB - RS. Proreunela o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, srs. Deputados, negar competênciaàs oposições brasileiras de assumirem o poder é o mesmo que dizer".rulm com este Governo, pior sem ele". Quando a crise econômicaadquire feição de surto, quando a inflação ascende a 100%, quandoa dívída externa .alcança os 6{) bilhões de dólares. quando a balan­ça de pagamentos apresenta desequilibrio acentuado e incontido,quando a economia desnacíonalízada revela sinais de esgotamento,quando o modelo 'Político gerador de todas as mazelas enfraquecee claudica, vem o DI'. Brizola afirmar perante o IRia Grande quea Oposição não tem condições de ser 'governo? Se o ex-governadordo meu Estado confessasse que o seu partido, por falta de qua­dros e de credibilidade pública, não está em condíções de ser go­verno, ainda poder-se-ia. entender, ainda que a afirmação fossecontraditória, de vez que seus correligionários afirmam que serãogoverno em várías Unidades da Federação em ,1982.

As oposições, que, há 16 anos, combatem o regime não estãoprepaoadas ·pa'ra ser ,governo; paradoxalmente, b partido do Dr,Brizola, ainda 'sem registro no ToSE,com 12 Deputados Federaise 'Uns poucos estaduais,l~stá em condíções de ser governo?

Só atenua a afirmação do Dr. Brlzola o fato de haver elese confessando um inconseqüente até 1964. É de se indagar:mudou o DI'. Brizola?

O SR. PINHEIRO MACHADO (PP - PIo Pronuncia o seguintedíseurso.) - Sr. Presidente, Srs. iDeputados, a reivindicação se­cular do Piauí tem sido o seu porto marítimo, que lhe daria condi­ções de recuperar 'a extinta navegação do rio Parnaiba e, conse­qüentemente, reativar toda a economia do Estado.

Depois de tantas marchas e contramarchas, estudos e ava­liações, foram fínalments as obras iniciadas em julho de 19,76, acargo da OOBRA!1J[,lOA - Companhia Brasileira de Obras Hi­dráulicas Ltda. - obras que estão atingindo agora a sua retafinal, quando seriam feitas as instalações 'portuárias propria­mente dítas.

Ocorre, Sr. Presidente, que, segundo ínforrnações colhidas emminha recente viagem a Parnaíba e a Luiz Correia, locai do porto,confirmam-se agora as notícias, lVeiculadas desde o ano passado.sobre um processo de assoreamento que estaria ocorrendo naponta do molhe e dentro do ancoradouro, reduzindo' a profun­dídade de sete para cinco metros, o que Invlaollíza o porto piauí­ense, exceto para pequenos barcos pesqueiros.

':Vrata-se, assim, de um erro de engenharia hidráulica, peloqual não é responsável nem a: companhia construtora. nem aatual 'PORTOBRAS, mas o extinto [)N!PVN - Depactamento Na­cional de Portos e Vias NrwegâNeis - autor do projeto original.A notícia, que já vinha circulando há ,tempos nos meios beminformados do meu Estado, causa agora grande impacto, poisas medições de profundidade nos citados locais atestam o assorea­mento não previsto, inviabilizando o ancoradouro.

Faço esta revelação desta tribuna sem qualquer caráter dema­gógico, pois o nosso interesse é que o Governo Federal concluaas obras lnícíadas. Mas o que não pode é concluí-las, transfor­mando-as em elefante branco, um porto destinado somente apequenos !pesqueiros.

A solução, afirmam os estudiosos da matéria, seria prolongaro espigão de enrocamento até a quota de nove metros, onde,afirmam ainda Os entendidos não há movimentação de areias.

O que não se pode, Sr. Presidente, é iniciar as instalaçõesportuárias no ponto em que estão as obras, dando iPOr concluídoo enroeamento na quota de sete. metros, com assoreamento, atéagora, de dois metros, o que ínvíabílíaarâ definiti"aanente o portopiauíense, perdendo-se assim tantos milhões de cruzeiros numaobra inútil. .

É preciso uma urgente reavalíacão das obras em andamento e,se necessário, prosseguir o enroeamento por mais cerca de milmetros, até atingir a quota nOV'C. Esta é a solução aconselhada.

O Piaui todo está ansioso pelo conhecimento da melhor solu­ção, e que ela não se constitua em mais uma frustração para tãoesperada providência, agora quando já antevíamos a conclusãoe inauguração de nossa secular aspiração. Os píauíenses, os quelá ficaram e os que ilustram todas as classes profissionais doPais, dos mais altos escalões polítIcos ao mais modesto candanJ'Obrasileiro, esperam, todos, que o Governo Federal termine e ter­mine bem a construção do porto marítimo opiauiense.

É o nosso apelo e a nossa esperança.O SR. JOACIL PEREIRA (PDS - n. Pronuncia fi seguinte

dlseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero prestar, nestadata, uma homenagem à memória dos que pugnaram pela ernan­dpação do ensino do Direito em nossa Pátria. Ressalto, ao mesmotempo, o quanto de proveitoso representou aquele fato históricapara a nossa formação cultural e desenvolvimento político, com­plementando mesmo a obra heróica da Independência.

Com efeito, o 7 de setembro de 1822 proclamou a nossa sobe­rania como Nação. Mas o decreto instituidor dos cursos jurídicosno Brasil foí o passo decisivo para a declaração de nossa malorí­dade intelectual.

Com clarividência, os nossos primeiros constituintes compre­enderam que era necessárío estruturar o novo e livre Estado, quesó poderia trilhar seguro os caminhos da autonomia eonquístadase estivesse preparado para a formação de elites intelectuais capa­citadas à condução dos seus próprios destinos.

O Brasil-Colônia não tivera estabelecimentos de ensino su­perior. A instrução era até mesmo perseguida, no sistema colo­nial português a que estávamos submetidos. A Metrópole man­dara fechar, em Pernambuco, uma pequena tipografia que ali seestabelecera e uma outra, que obtivera permissão do Vice-Reipara se instalar no Rio de Janeiro, teve vida efêmera, porque,no Governo seguinte, proibira-se o seu funcionamento.

Só com a transmígração da familla real logramos a eonees­são de certos estímulos no campo da educação e da cultura. Con­tinuou, no entanto, a vedação taxativa e intransigente para oensino do direito e das ciências políticas.

Os jovens brasileiros que podiam iam buscar os tesouros dainstrução na Universidade de Coimbra. E o resto ficava privadode aprimorar o espíríto com os ensinamentos das letras e dasciências, suplantado na mais triste ignorância.

Os Jesuítas abriram uma clareira nas selvas desse opressivosistema de obscurantismo Intelectual. E disseminaram uma certacultura literária e de direito canônico como valioso contributo aoaprendizado crioulo. Mas Pombal lhes moveu guerra sem tréguas,até que os baniu do nosso terrItório.

Em 1821, no tempo em que a política portuguesa agitou-se,consideravelmente, sob os efeitos do movImento constitucionalis­ta do ano anterior, o Brasil estava representado, nas Cortes Ge­rais e Extraordinárias reunidas em Lisboa, por um pequeno grupode ilustres deputados.

Nas acaloradas discussões que ali se travavam, predominavauma onda de indignação desenfreada contra o nosso Pais e o seuPríncipe Regente. Deliberou-se a volta de D, Pedro a Portugal,promulgando-se o Decreto respectivo, remetido ao Rio de Janeiropelo brigue "Infante D. Sebastião".

Em 1822, a Constituição Portuguesa foi assinada e jurada,sem que alguns dos deputados brasileiros a subscrevessem e, porisso, deixaram a Metrópole, renunciando Os seus mandatos.

José Feliciano Fernandes Pinheiro, Barão de São Leopoldo erepresentante da Provincia de São Paulo, discordou dessa decisãodos seus colegas brasileiros. Achou que devia continuar nas Cor­tes, enfrentando, mesmo em desigualdade, os debates parlamen­tares. Só retornou à pátria em maio do ano seguinte, eleito Depu­tado pelas Províncias de São Pedro do Rio Grande do Sul e deSão Paulo, à Constituinte Nacional. •

A ele se deve o primeiro proj eto de críação, pelo Império, de'" "uma Universidade, pelo menos, para assento da qualparece dever ser preferida a cidade de São Paulo, pelasvantagens naturais e razões de conveniência geral."

Justificou a sua proposição à Assembléia, datada de 12 dejunho de 1823, em memorável discurso pronunciado na sessão de14 do mesmo mês e ano, do qual ponho em relevo este trecho:

"Uma porção escolhida da grande família brasileira, amocidade, a quem um nobre estímulo levou à Universi­dade de Coimbra, geme ali debaixo dos mais duros tra­tamentos e opressão, não se decidindo, apesar de tudo,a interromper e a abandonar sua carreira, já incertos decomo será semelhante conduta avaliada por seus pais,

AJO$to de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira U 82l~ií,

já desanimados por não haver ainda no Brasil institutosonde prossigam a rematem seus encetados estudos."

Aí está um resumo histórico da situação do ensino superior,entre nós, até a formulação da proposta legislativa que lançou aidéia da criação dos cursos jurídicos no Brasil.

A Comissão de Instrução Pública da Assembléia Constituinte.com base na iniciativa feliz do Barão de São Leopoldo. apresen­tou o seguinte projeto de lei:

"A Assembléia Constituinte e Legislativa do Brasil decreta:1.0) Haverão duas Universidades, uma na cidade de SãoPaulo e outra-na de Olinda, nas quais ensinarão todas asciências e belas letras,2.°) Estatutos próprios regularão o número e ordenado dosprofessores, a ordem e arranjamento dos estudas.3.0) Em tempo competente se designarão os fundos pre­cisos a ambos os estabelecimentos.4.°) Entretanto, haverá, desde já, um cursa [urídíco nacidade de São Paulo, para o qual o governo convocarámestres idôneos, os quais se governarão, provisoriamente,pelos Estatutos da trníversínede de Coimbra, com aquelasalterações e mudanças que eles, em mesa presídídà, pelovice-reitor, julgarem adequadas às circunstâncias e luzesdo século.5.0) Sua Majestade o Imperador escolherá, dentre os mes­tres, um para servir interinamente de .vice-reitor.Paço da' Assembléia, 19 de agosto de 1823. - Martim Fer­reira Ribeiro de Andrade; Antonio Raiirigues Veloso deOliveira; Belchior Pinheiro de Oliveira; Antonio Gonçal­ves Gomide; Manoel Jacinto Nogueira da Gama."

'I1a1 diploma não chegou, entretanto, a ser promulgado, por­que, em 12 de novembro de 1823, D. Pedro I dissolveu a constí­tuinte. Só em 1825, pelo Decreto de 9 de janeiro, baixado peloImperador, criou-se, a título provisório, um Cursa Juridico, noRio de Janeiro, mas essa nova tentativa ficou apenas no papel.

Convocadas as Câmaras, fez-se a revisão dos trabalhos daCon.stituinte anterior sobre instrução pública, restaurando-se oprojeto de lei da Comissão, com. ligeiras modificações. A indica­ção coube ao Deputada Lúcio Soares Teixeira de Gouveia.

Após prolongadas discussões em que as reivindicações regio­nais se manifestaram com todo vigor, cada grupo defendia a 10­calizaçá<J para a Capital das Províncias mais importantes - Bahia,Rio de Janeiro, Minas Gerais, etc. Procrastinou-se o velho e ad­mirávei sonho por quase quatro anos, mercê, inclusive, das mudan­ças do regime. ooncretízou-se, enfim, a aspiração, em 11 de agostode 1827, com a lei do seguinte teor:

"D. Pedra I, por graça de Deus e unânime aclamação dospovos, imperador constitucional e defensor perpétuo doBrasil: fazemos saber a todos os nossas súditos que a As­sembléia-Geral decretou e nós queremos a lei seguinte:Art. 1.0 Orlar-se-ão dois cursos de Ciências Jurídicas eSociais, um na cidade de São Paulo e outro na de Olínda,e neles, no espaça de cinco anos, e em nove cadeiras, seensinarão as matérias seguintes:

l,0 ano - La Cadeira: Direito natural, público, análise daConstituição do Império, direito das gentes e diplomacia.2.° ano - La Cadeira: continuação das matérias do anoantecedente .2.'" Cadeira: Direito público e eclesiástico.3.0 ano - La Cadeira: Direito pátrio civil.2.'" Cadeira: Direito pátrio criminal, com a teoria do pro­cesso criminal.4.° ano - 1.'" Cadeira: continuação de Direito pátrio civil.2." Cadeira: Direito mercantil e maritimo.5.° ano - La Cadeira: Economia política.2.a Cadeira: Teoria e prática do processo adotado pelasleis do Império.Art. 2.° Para a regência destas cadeiras o governo no­meará nove lentes proprietários e cinco substitutos ..Art. 3.° Os lentes proprietários vencerão o ordenado quetiverem os desembargadores das Relações e gozarão dasmesmas honras. Poderão jubilar-se com o ordenado porinteiro, findos 20 anos de serviço. .Art. 4.° Cada um dos lentes substitutos vencerá o orde­nado anual de 800$000.Art. 5.° Haverá um secretário, cujo ofício seri encarre­gado a um dos lentes substitutos, com a gratificação men­sal de 20$000.

Art. 6.° Haverá um porteiro com o ordenado de 400$000anuais, e para o serviço haverão os mais empregados quese julgarem necessários.Art. 7.0 Os lentes farão a escolha dos compêndios da suaprofissão, ou os arranjarão, não existindo já feitos, C011l­tanto que as doutrinas estejam de acordo com o sistemajurado pela nação. Estes compêndios, depois de aprova­dos pela congregação, servirão interinamente, submeten­do-se, porém, à aprovação da Assembléia Gerai, e o Go­verno os fará imprimir e fornecer às escolas, competindoaos seus autores o privilégio exclusivo da obra, por lO anos.Art. 8.0 Os estudantes que se quiserem matricular nosCursos Juridicos devem apresentar as certidões de idade,porque mostrem ter a de 15 anos completos, e de aprova­ção da língua francesa, gramática latina, retórica, filoso­fia racional e moral e geometria.Art. 9.° Os que freqüentarem os cinco anos de qualquerdos cursos, com aprovação, conseguirão o grau de bacha­réis formados. BJaverá também o grau de doutor, que seráconferido àqueles que se habilitarem com os requisitos quese especificarem nos Esta:tutos, que devem formar-se, e sóos que (I obtiverem poderão ser escolhidos para lentes.Art. 10. Os Estatutós do Visconde de Cachoeira ficarãoregulando por ora naquilo em que forem aplicáveis e senão opuserem à presente lei. A Congregação dos lentesformará quanto antes uns Estatutos completos, que serãosubmetidos à deliberação da Assembléia.Art. 11. O governo criará nas cidades de São Paulo e Olin­da as cadeiras necessárias para as estudos preparatórtosdeclarados na art. 8,0Mandamos, portanto, a todas as autoridades,. a quem (I

conhecimento e execução da referida lei pertencer, que acumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente co­mo nela se contém. O secretário de Estado dos Negóciosdo Império a faça imprimir, publicar e correr.Dada no palácio do Rio de Janeiro, aos 11 dias do mês deagosto de 1827, 6.° da Independência e do Império."

A criação dos cursos jurídicos no Brasil completa hoje 153anos. É quase tão antiga quanto a nossa independência polítíea,A Faculdade de Direito de São Paulo instalou-se a 1.° de marçode 1828. A de Ollnda, núcleo inicial da Faculdade de Direito doRecife, se instalou no dia 15 de mato de 1828. Foram· elas ascélulas de outras F.scolas de Direito, os doís pólos de Irradiaçãodo ensino juridi<:o no País, os dois pontos de partida para o mo­vimento universitário brasileiro.

O desenvolvimento da grande Pátria que hoje somos multolhes deve. Sem elas não teríamos chegada a realizar as grandesaspirações nacionais, os objetivos superiores de um povo que sen­te orgulho da sua cultura jurídica e geral e da sua pujança comoNação.

Os mais belos movimentos que plasmaram a nacionalidade: I)

aprimoramento de nossa vocação libertária, a abolição da escra­vatura, a República e a Federação; as notáveis construções legis­lativas que despertaram a admiração do mundo, nosso constítu­cíonalísmo histórico, o Código Civil de 1916 e outros estatutos; anossa índole pacifista, a nossa destacada atuação nos eonclavesinternacionais resolvendo sempre com êxito as pendências e osconflitos pela arbitragem e por gestões diplomáticas; o nosso cultoà Justiça, tudo isso e mais a nossa maturidade revelada no cons­tante aperfeiçoamento das instituições, se deve, sem dúvida al­guma, aos juristas nacíonaís.

Exerceram eles um papel de guardas vigilantes e íntímoratosda ordem jurídica e democrática, de guardíões da constituição e'da Lei, reagindo contra o despotismo, contra a força, contra o ar­bitrio, oontra a supremacia dos economicamente fortes e a oní­potência dos opressores.

No momento hístóríco em que vivemos, quando pruridos to­talitários ameaçam todos os povos, predicando-se uma nova es..truturaçâo da sociedade em termos de prevalência do fator- eco­nômico sabre o espiritual e de desprezo às supremas eonquístas

.do homem, no seu longo e tormentoso caminho em busca da Ií­berdade, é oportuno recordar a fundação dos cursos juridioos noBrasil. Comemorar esse evento marcante para a nossa formaçãoe reverenciar a posição do jurista - o seu papel, a sua obra _.na construção da nacionalidade, é imperioso dever.

O SR. ALEXANDRE MACHADO (PDS - as. Pronuneia o se..fUÍnte díseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a PrevidênciaSocial perfeita, para todas as pessoas e classes, é impossivel, mes­mo nos mais ricos e desenvolvidos países do mundo. Num paíscarente e pobre como é o Brasil, ocorrem, por certo, fatos terríveis,em todas os escalões da nossa sociedade, oriundo de falhas naPrevidência Social.

8226 Terça-feira 12 DIA'IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II Agosto de 1980

Quando o atual Ministro Jair Soares esteve na chefia da Se­cretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, houve com tal e rarobrilho, tais foram seus dotes de administrador, que lancei seunome para oovernador do nosso Estado.

Destaque-se de seu trabalho o que fez pelos alienados no Hos­pital São Pedro, que era, antes dele, tão somente um depósito deloucos que ali eram simplesmente jogados, sem nenhum cuidadoou proteção.

Jair Soares reformulou, através de sua Secretaria de Estado,o Hospital Psiquiátrico São Pedro. Os alienados que ocupavamem média quatro ou cinco para apenas um leito, passaram a tercada um sua própria cama, assistência médico-hospitalar perma­nente, tendo sido para aquele grande Hospital contratados fun­cionários técnicos e até burocráticos. Até mesmo um serviço Iu­rídleo foi ali instalado, para proteção do patrimônio do alienadaque vinha sendo roubado em seus bens, até mesmo por familiaresseus.

Ocupava eu naquela época a Presidência da Comissão deSaúde, Trabalho e Bem-Estar Social da Assembléia Legislativa doRio Grande do Sui, de onde pude acompanhar com atenção todoo enorme trabalho que ali esetava sendo feito.

O objeto desta carta é o de consultar ao amigo, colega e com­petente Ministro, da possibilidade de agora, através de seu Mi­nistério, criar um importante departamento para c.uidarem todaa extensão geográfica de nosso Pais da situação de penúria amais lamentável em que estão vivendo os idosos do Brasil nosasilos que proliferam, muitos dos quais abrigando até velhos pen­sionistas de nossa Previdência.

Estão referidos idosos em alguns casos simplesmente amon­toados sem proteção à sua saúde, alimentação ou higiene, sendosua situação de verdadeira calamidade, como o era a seu tempoa dos alienados do Hospital São Pedro, na cidade de Porto Alegre.Assinam procurações a seus procuradores e às próprias pseudo­unidades hospitalares, entregando a eles tudo o que têm e ganham,,ficando à mercê da falta de escrúpulos de pessoas que as explo­ram e que hoje, infelizmente, infestam parte de nossa sociedade.

Esse departamento visitaria de pronto todos os asilos do Bra­sil, fechando os que tívessem de ser fechados, deslocando os ve­lhos com suas pensões e bens a locais compatíveis com a digni­dade humana. A velhice é a hora precisa em que o homem ficaesperando na Justiça de Deus o juizo final. A decrepitude ante­cede a morte. Se a vida já é dura, terrível, difícil de ser vívida, oque dizer então da decrepitude, extremo momento da vida em queo homem não mais sonha, nem espera mais nada, de si próprio,nem de ninguém. Ponha, meu prezado !'4inistro, sua mão porbaixo dos velhos do nosso Pais. Nomeie alguém com independên­cia, inteligência e capacidade, para bem conduzir o novo setor,que iluminaria o Governo do Presidente João Figueiredo.

Velhos foram os que passaram. Velhos somos ou seremosnós todos. Velhos foram nossos pais e nossos maiores. Pensemosneles com carinho e respeito. Façamos deles os vasos que devemcolher as flores do nosso carinho. Façamos por eles tudo o quantobem pudermos, eles bem 1) merecem. São o passado de todos nóse, por certo, a inelutável presença em nossos próprios futuros.

O SR. GERALDO GUEDES (PDS - PE. Sem revísão d,o Or;J.­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, acredito que, se um diativermos de fixar uma qualidade assencíaí à pessoa do político,sobretudo do político de nosso tempo, que vive nesta sociedadechamada "sociedade desenvolvlmentista", sem dúvida será a ..tei­mosia. O político é muito teimoso. Somos teimosos e vivemos sem­pre a pedir. Pedimos, não somos atendidos, continuamos a pedir,sempre a pedir. Então, essa teimosia do pedir, muito melhor queoutras, é que me faz chegar à conceituação de que, realmente, todopolítico não se pode afastar dessa condição humana da teimosia.E porque sou teimoso, -venho pedir, de novo, ao Sr. Ministro doInterior, ao Sr. Diretor-Geral do Departaménto Nacional de Obrase Saneamento que tenham a bondade de mandar executar o pro­jeto de limpeza do rio Ipojuca, na cIdade de Caruaru, no Estadode Pernambuco. Não é possível àquela população resistir ao quevem ocorrendo até hoj e. A partir de dezessete horas, nInguém podevíver mais lá, pois é chupado pelos ·pernilongos, é dominado pelasmuríçocas, Ou a pessoa se serve dos corttnados, que são tambémuma forma de insalubridade, porque o cortinado fecha, limita,diminui a área de respiração, ou se serve de inseticidas, que é pior,pela possibilidade de se criar uma lesão respiratória ou criar umm'al de respiração. Creio que isto não é coisa tão dificil, tão pesada,que tanto onere o Governo. Não é uma estrada, não é um palácio:é um serviço mais importante, é a limpeza de um rio que passapela cidade. É tirar do rio as "baronesas", hospedeiros-mores da­queles pernilongos, daqueles mosquitos. Não tivemos ainda a sorte,segundo li no "Jornal do Brasil", de ter lá uma pessoa como oexpedito funcionário de um departamento de Apucarana, que estáquerendo comprar todos os mosquitos que atacam o homem, paradeles tirar um antibiótico. Ainda por lá, não surgiu esse homemque, sem dúvida nenhuma, poderia aparecer, para alegria nossa.

Como Isso não aconteceu, estamos pedindo que apareça outro tipode homem, que nem seja um cientista de laboratórIo de Apucara­na, mas, ao menos um técnico do Departamento Nacional deObras e Saneamento, que vá para lá fazer um levantamento dasituação em que se encontra aquela população. A questão já nãoé mais de competência do município ou do Estado. Pois, de fato,se o Estado não pode resolver o problema, que dirá o município.Mas é uma questão de saúde pública, é uma questão que toca fun­do a sobrevIvência de 180 mil pessoas. E todos se queixam, tododia, toda hora. É também uma questão que não tem o minimo decoloração política. CreIo que a mim se assocíarlam, pois somos damesma terra e disputamos o mesmo mandato, o Deputado Fer­nando Lyra, da Oposição, e todos os deputados do PDS que aquiestivessem.

De modo que. nesta situação, eu me permito ser teimoso denovo, e pedir ao Governo que, de imediato, cuide desse município.É um municípIo grande, importante, o maior do Estado. É minhaterra natal, modéstia à parte. Tenho a obrigação e o dever Impe­rioso de zelar por ela, pelo seu futuro, pelo seu destino, pelo des­tino dos meus irmãos, que não podem mais suportar essa situação,que se agrava dia a dia. O Governo sabe disso. O Governo, agoramesmo, recebeu 3 milhões de dólares do BIRD. Não é possível quenão possa superar uma parcela mínima dessa importância, paraatender a esse problema, tão sério e grave, que está consumindoaté as esperanças de um povo pobre e humilde, mas que. trabalha,que luta, que se interessa pela prosperidade e pelo desenvolvimen­to do País. De modo que agradeço muito a V. Ex.a a fineza detransmitir ao Sr. Ministro, ao Sr. Diretor do DNOS, ao Delegadodo órgão no Recife, às autoridades que estiverem nesse ciclo, o nos­so apelo, no sentido de se lembrarem dessa gente, que quer, pelomenos, ficar livre dos pernilongos, já que, multas vezes, não ficamlivres de outras coisas piores que muríçocas. .

O SR. HEITOR ALENCAR FURTADO (PMDB - PR. Pronun­cia o seguinte díseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a edu­cação em qualquer país deveria ter tratamento privilegiado. So­mente com uma sólida base neste setor as comunidades podemalcançar um nível de desenvolvImento que atinja todas as camadassociais. Caso contrário não se atingirá um real desenvolvimento esim, no' máximo, um crescimento deformado, elItista e, portanto,injusto.

No Brasil dos golpistas de 64 a educação foi desprezada, foIcomercializada, foi mercantilizada. Deixou de ser instrumento deformação e passou a ser instrumento de concorrência comercial.Virou comércio num mercado de novos empresários. Não se desen-volveu, definhou. '

A educação, durante todos esses anos, involuiu não porque osdetentores do poder entendem que ela não é fundamental para oprogresso do povo. Mas, justamente, por assim concluírem, é queo sistema educacional foi autocratIzado de forma que liberdade nãohouvesse para o bom florescImento da cultura. Foi impregnado peloautoritarismo para q-ue estudantes e professores não discutissempoliticamente os problemas do País.

Querem a formação de tecnocratas distantes dos problemassociais, O bacharel em direito formado sem ter discutido sequer acausa de não possuirmos uma Constituição. O engenheiro civil for­mado sem ter discutido a carência de habitação popular, no campoe na cidade, ou mesmo ter debatido a necessidade de uma reformaurbana. O agrônomo formado sem conhecer os problemas dos mi­lhões de bóias-frias, dos camponeses expulsos de suas terras, dasconseqüências da mecanização do campo, ou nem mesmo da ur­gência de uma reforma agrária radical. O médico formado paraexercitar a medicina curativa e não a preventiva, dentro de umavisão elitista, impulsionado a especializações de doenças da mino­ria privilegiada, enquanto milhões padecem das conseqüências dasubnutrição e da fome, morrendo em razão de doenças primárias.Enfim uma universidade completamente divorciada da realidadesocial.

Como fator agravante deste quadro tivemos, durante os últi­mos dezesseis anos, a vigência de leis de exceção que, índubítavel­mente, transformaram as universidades de instituições de ensinoem instituições repressoras. Entidades de alunos, professores e fun­cionários foram desfiguradas, quando não extintas; a prática dapolítica universitária passou a ser crime contra a instituição; aslegítimas lideranças passaram a ser retiradas, pela força, das uni­versidades. Instalaram um verdadeiro clima de terror com o obje­tivo de Inibir a participação e impedir o debate político.

Apesar da revogação de algumas leis excepcionais o quadropouco mudou, pois o arbítrio já estava institucIonalizado nos regi­mentos internos de cada uníversídade. E a repressão continua, coa­gindo aqueles alunos e professores que buscam a participação poli­tíca; utilizando, inclusive, o seu direito de critica à universidade.Falo que ocorreu na Universidade Estadual de Maringá quando,através da utilização de métodos policialescos, a direção arbitráriae autocrátIca daquela instituição demitiu sumariamente, semsequer permitir o direito de defesa, dois professoras do Curso de

A(Osto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçã.o I) Terça-feira 12' 82~:1

Psicologia. A reação do corpo docente, do corpo discente e dapopulação em geral foi imediata, repudiando enérgica e violenta­mente ato tão vil e injusto.

Os professores demitidos, Abel Antônio de Oliveira e Ideli Do­mingues, são respeitados pelos alunos, admirados pelos seus cole­gas e como frisa a nota de protesto da Assoclacâo dos Docentesda U~iversidade Estadual de Maringá - ADUEM: "conhecimentoespecifico, cultura, disponibilidade para trabalhos, fácil relacio­namento, interesse. eram as características' desses competentesprofessores".

Ideli e Abel transformam-se em novas vitimas do processo au­tocrático pelo qual passamos. SOfrem represálias por ousarem le­vantar a voz, por terem firmeza suficiente para criticar o quereputam errado; dignificaram-se, portanto. A Reitoría da UEM,ao contrário, aviltou-se com a prática de ato tão torpe; envileceu­se na medida em que se coloca contra toda a comunidade.

Levantamos, também, desta tribuna, nosso protesto contra tais'demissões, exigindo, como detentor de um mandato popular, ocumprimento, pela Reitoria, da reivindicação que a AnUEM e apopulação estão a fazer: "a imediata reintegração dos professoresAbel e Adeli".

Lemos agora, para inserção, nos Anais desta Casa, a importan­te e bem fundamentada "Carta aberta à população de Marfngá",assinada pelo Profesor Tarcisio Trindade, Presidente da ADUlEM:

"A Associação dos Docentes da Universidade Estadual deMaringá - AnUEM - em reunião extraordinária da As­sembléia-Geral de 22 de julho, vem a público manifestarseu repúdio a' demissão de dois professores do recém­criado Curso de Psicologia. Tendo por objetivo manifes­tado em seu Estatuto a defesa dos seus associados, essaentidade de classe sente-se no dever de esclarecer e pedirapoio a essa tão nobre população de Maringá que tantojá' nos tem apoiado e tanto se orgulha de sua Universi­dade.Todos sabemos o quão difícil é hoje ser trabalhador semgarantia de emprego já que a CLT nos deixa todos amercê do "Deus dará". Quando o trabalhador por qual­quer motivo deixa de ser simpático aos mandatários cor­re sempre sério risco: o de se ver, de repente, jogado aojá tão numeroso grupo de desempregados, privado dotrabalho, por sinal garantida em Constituição. No ca~ode professores universitários a coisa se agrava mais: nao'há um grande número de empregados disponíveis já quea edueaçâo do povo não é meta prioritária dos gover­,.abtês; o professor dedica toda uma vida ~ se prepararprofissionalmente e da noíte para o dia ve desmoronartoda uma carreira que tinha pela frente. E isto é injus­to. Mais injusto ainda quando se trata, como neste caso,de professores que contam com o respeito de todos sE;.usalunos dado suas qualificações a nível de pós-graduação.

Que quer Maringá? O que sua população espera de suaUniversídade? Que absorva bons professores mesmoquando são crítícos (a erítíca vísa sempre o aperteíçoa­mento, nunca é gratuita se quem a recebe souber repen­sar) ou ao contrário, demite-os embora competentes,quando 'não agradam aos mandantes? Maringá, nos pa­rece, merece melhor tratamento.É nosso dever esclarecer os fatos que culminaram coma dispensa dos doís professores. Dias atrás sofreram porparte da direção do Centro de Glências Humanas sindi­cância que visava apurar não sabemos o que já que sin­dicâncias e inquéritos são sempre sigilosas. Nada foiapurado já que nada havia a apurar. Os alunos de Psi­cologia movimentaram-se, tomaram a defesa dos pro­fessores quer em ações no âmbito da UEM, quer fora de­nuncian'do a coisa toda em jornais da cidade.Mas as coisas se passaram a partir disto como na co­nhecída fábula do Lobo e o Cordeiro - "se não foivocê foi seu avô" e invocou-se novas questões já que oobjetivo final era mesmo o afastamento dos "não dese­[ados". Desta vez os professores tériam "desacatado" ochefe de Departamento. se isto ocorreu, por que então aUEM sumariamente os demitiu sem lhes dar o direitode defesa como manda o Regimento Geral e o Regula­mento do Pessoal?Toda vez que alguém é acusado no sigilo dos gabinetessem que venha a público (no mínimo para os Interessa­dos) a acusação; toda vez que alguém é acusado e nãolhe dão o direito à defesa temos não só o direito comoo dever de denunciar o arbítrio. Ontem foram vários osdemitidos que não pudemos defender por não estarmosorganizados, hoje são os dois - Ideli e Abel - e ama­nhã, quem será? Você.

A revolta é geral com essa situação de insegurançaque reina para os trabalhadores. Não podemos aceitar debraços cruzados o arbítrio. A reintegração dos professo­res punidos e o direito à defesa em caso de acusações éo mínímo que podemos exigir.

ADUEM - J. Tarcísio T. Trindade, Presidente da AnUEM."

O SR. LOURElImERG NUNES ROOHA (PP - MT. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presídente.. Srs. Deputados, a desorien­tação em que se debate este Governo tem tornado até as palavrassem sentido, palavras ocas.

[Parece entender o Governo que, à força de se repetir, certasfrases, elas se tornem, por passe de mágica, coisas reais.

Assim vem ocorrendo com a agricultura. Â força de repetirque a produção agrícola é prioridade, imagina o Governo que sópor si ela assim se transforme. Os .fatos demonstram, entretanto,que só com palavras não se muda a realidade.

Mato Grosso agrícola se debate nas teias do insuficiente ValorBásico de Custeio, negador de qualquer prioridade e ameaçador decaos total na economia agrícola.

Os produtores se revoltam, buscam o Governo, comprovam ásaciedade e a sua insuficiência.

Mas a insensibilidade campeia em todos os organismos.Como igualar Mato Grosso, com sua falta de estradas, com

suas distâncias, com os Estados centrais. do Brasil?iPor que não regtonalízar, considerando-se os custos reais de

cada região?Que esforço magníríco realizam os produtores de Mato Grosso,

buscando plantar, colher,contribuir, pelo aumento de mercadorias,para a queda da inflação, para a amenização da galopante dívídaexterna do Brasil.

'Para um custeio verdadeíramente calculado acima de Crll14.000,00 se oferece menos da metade.

Os produtores, desesperados, esgotados 08 recursos da razão edo diálogo, querem hoje entregar suas máquinas, parar, premidospela desesperança, pois num país agrícola, de prioridade agrícola,não se ouve o produtor, não se contesta os seus argumentos.

Produtores de várias regiões se unem. Bravos sulistas, em suamaioria, querem alargar a fronteira agrícola, mas param por totaldesestímulo.

Já se calcula que em Mato Grosso não se plantará nem 2~metade do que se ,plantou no ano passado.

, O Banco do Brasil, por sua vez, tem a sua ação inibida.'Recebeu apenas 40% de acréscimo para aplicação em Investi­

mentos no setor agrícola, neste exercícío, para uma inflação suoperior a 100%. Mas, pior ainda, depende do retorno de investi·mentos do ano passado para fazer as aplicações do corrente ano.Os financiamentos aprovados não são liberados.

Este o quadro, aterrador para todo o País, do setor agrícola.Poder-se-á afirmar que este é um setor príoritário da economia?

Só mesmo num pais em que até as palavras perderam o sen­tido, se tomaram palavras ôcas ,

Sr. Presidente, Brs;,Deputados, ao Governo impõe-se que hajaseriedade nas suas afirmações.

Praticar a agricultura em Mato Grosso hoje é ato de heroísmo.Que se dê a esses heróis anônimos aquilo que é justo, pois só

isto relnvindícam. Nada mais.O SR. JOÃO GILBERTO (P.MDB - RiS. Pronuneía o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Brs. Deputados, viajando recentementepela região centro-fronteira oeste do Rio Grande do Bul, tivemosoportunidade de constatar os graves prejuízos trazidos pela aftosa,este ano, no gado bovino gaúcho.

Infelizmente, a moléstia voltou a incidir mais violentamente.após alguns anos de relativa trégua e de apenas casos isolados.

Combater a aftosa deve ser prioridade na polítíca braslleírude carnes e de pecuária.

A doença. além de causar prejuízos diretos e de ameaçar atéa saúde humana, cria problemas internacionais para o Brasil coma não aceitação de produtos animais daquí e com medidas restri­tivas à eireulaçâo de animais brasileiros.

Maior rigor nas campanhas de vigilância sanitária anima!faz-se necessário. Mas, príorítáríoé também um rígido controle dequalidade nas vacinas que circulam no Brasíl contra a aftosa.

Acostumamo-nos na fronteira gaúcha a ver criadores de gadobovino comprarem e jogarem fora as vacinas daqui, substituindo­as na hora da vacinação por produtos de origem uruguaia ou

8228 ~a-feira 12 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Afosto de 1980(

argentina, sob a alegação de que as vacinas brasíleíras não pro­duziam a nscessárta imunização de seus rebanhos.

A volta da aftosa depõe contra a produção pecuária do Brasile, principalmente, contra a capacidade técnica dos órgãos oficiaisque se tornam assim derrotados diante de uma doença animalcontrolada na maioria dos países produtores de carne e de grandesrebanhos.

O SR. JOEL FERREmA(PDS - AM. Sem revisão do orader.)- Sr. Presidente, no Estado do Amazonas, afora Manaus, há ape­nas quatro cidades, com portos, precários ainda, que atendem aopequeno movimento dessas comunidades. Há, portanto, cerca de·40 outras cídades que não possuem portos de espécie alguma.

O MinistérIo dos Transportes, apesar da crise financeira emque a Nação se encontra, está com planos de construir, até oprincipio do ano, portos nas cidades de Benjamin Constant, Bar­celos, ManIcoré e Lábrea.

Sei da situação financeIra que o Pais atravessa, Sr. Presídente,mas aproveito exatamente a época da elaboração do Orçamento,em que o Governo está arrumando as finanças nacionais, paradirigir ao Sr. Ministro dos Transportes um apelo no sentido de quenas atividades do próximo ano do seu Ministério possa ser Incluídaa construção de pelo menos outros quatro portos em municípiosdo Amazonas de movimento mais acentuado, entre os quais destacoas cidades de Manacapuru e Tefé.

Estou certo de que o Estado reconhecerá o trabalho que oGoverno, através do Ministério dos Transportes, possa dispensara essas comunidades que, durante centenas de anos, estão utili­zando, precariamente, escadas de terra para embarque e desem­barque da população.

Deixo, nesta oportunidade, pois, ao Sr. Ministro dos"Transpor-. tes, o apelo para que, além dos quatro portos citados - Manicoré,

Barcelos, Benjamin Constant e Lábrea - sejam incluídos maisquatro 'muníeípíos do Amazonas na lista dos benetíeíadcs comportos.

O SR. JOAO LINHARlilS (PP - se. Pronuncia o seguinte dis­curse.) - Sr. Presidente, Brs. Deputados, o Brasil, na palavra enas reiteradas afirmações de homens do próprio Governo, incluin­do o Presidente Figueiredo, que em Mossoró reconheceu o estado defalência do Pais, vive a mais grave crise financeira, social e poli­tíca de sua história. O mesmo podemos dizer com relação à eco­nomia agrícola e pecuária. Ela não vive somente seus dias maisdifíceis, mas sua grande decepção, desilusão e desesperança nestegoverno, tanto no âmbito federal quanto no estadual.

!Eleitas como a meta prioritária número um pelo então can­didato João Figueiredo, nossa agricultura e nossa pecuária nuncareceberam, em tão pouco tempo, golpes tão profundos e duroscomo agora.

!Em dezembro instituiu-se o confisco cambial, de triste lem­brança, e que também custou a cabeça do jovem ruralista LuizFernando Cirne Lima, que, como MinIstro da Agricultura, nãoconcordou com tal decisão, coincidentemente tomada pelo mesmoDelfim Netto; mas ficou a mobílízaçâo dos colonos gaúchos queacabaram derrubando o confisco da soja; aumentou-se a ';axa dojuro do empréstimo agrícola e pecuário, de 15% para 26 e 38%,como se o nosso colono fosse um aventureiro, dono de um negóciocujo dinheiro gira a cada noventa dias; acabou-se com todo osubsidio à pecuária (hoje não existe um centavo de crédito ban­cário para os investImentos e para a própria pecuária); os colonosdiminuíram suas áreas de plantio, porque não confiam na políticado Governo, que só cuida de. suprir, engordar o seu caixa à custada bolsa do povo, dos pequenos e médios.

Mas a todo este quadro desolador acrescente-se a repetiçãode uma crise cíclica sobre a pecuária do Sul do País, pois a suíno­cultura outra vez entra em pânico, como se já não bastassem osobstáculos e dificuldades criadas pelo Governo, eis que os preçosdo suíno vivo é o mesmo do ano passado, quando tudo aumentouem maís de 200% (sais minerais, ração, milho, torta de soja, stc.).

Sei que o Sr. Presidente e colegas aqui ao meu lado se mos­tram incrédulos, mas esta é.a verdade. O quilo do suíno vivo custa­va, no ano passado,Cr$ 36,00 a Cr$ 3S,OO, e agora está entreCr$ 37,00 e Cr$ 39;00; o milho, em 1979, custava Cr$ 200,O{) a saca,e neste ano está por volta de Or$ 430,00 a Cr$ 600,00; a raçãobalanceada, os sais minerais sofreram um' aumento de 300%; ocrédito bancário, quando .ainda existiu; era taxado em 3f>%, e fazbem uns seis meses que desapareceu. Mas o que ninguém entendeé por que os frigori·fitos continuam aumentado o preço de seusprodutos industrializados ou manufaturados.

A crise que no ano passado abalou a avicultura em razão dospreços aviltantes que os trustes pagavam e que mereceu de nossaparte contundentes e veementes discursos já está se repetindo.

Os criadores de gado bovtno estão perdidos e sem rumo, graçasà verdadeira perseguíçâo que lhes fazem, pois recentemente o pró-

prío Ministro da Agrícultura aconselhou, muito simplorIamente,que a solução para o alto preço da carne bovina era o povo nãocomer carne de boi. O mesmo foi feito com relação ao feijâopreto: substituí-lo pela soja. Estranha forma esta de resolveros problemas, cuja solução, se adotada. e seguida amanhã, levariao Brasil a não produzir nem plantar produto algum.

Ou o Governo resolve a crise agrícola e verdadeiramente assis­te nosso produtor, ou então que tenha a humfldade de confessarsua incompetência e renuncie, deixando lugar para outros que seproponham a vencer esta triste crise.

Tenho dito.O SR. ÉDSON VIDIGAL (PP - MA. Pronuncia o seguinte

dlscurso.) - Sr. Presidente, Brs. Deputados, temos conhecimento,por meio de correspondência enviada do meu Estado, o Maranhão,de flagrante injustiça cometida contra servidores federais absor­vidos pela Caixa Econômica Federal, em sua fiUal localizada emSão Luís.

Esses servidores pertenciam aos quadros do Serviço de Assis­tência e seguro Social dos Economiários, conhecido por SASSE.autárquía federal extinta em 1:977. Com o desaparecimento doSASSE, tais funcionários foram aproveitados pela Caixa Econô­rníea Federal, nos termos da Lei n.O 6A3a, de 7 de julho de 1977.No processo de absorção, os servidores não tiveram Interrupção ouperda do vínculo empregatício, adquirindo, inclusive, a possíbílí­dade de gozar férias nos prazos previstos pelo extinto 8AB8E. Noentanto, esses mesmos funcionários até hoje não receberam, daCaixa Econômica Federal, '0 pagamento de qüinqüênio, nem o

. direito à licença-prêmio, vantagens que já estavam asseguradaspelo antigo empregador.

Não é justo que servidores dedicados, na constrangedora sí­tuação de terem de mudar de trabalho devido à extinção de umaautarquia federal, ainda serram prejuízos financeiros ou percambeneficios adquiridos anteriormente, para se enquadrarem nos no­vos empregos.

!Por esses motivos, aqui manifesto meu apoio aos ex-servidoresdo SA8BE, aguardando que as autoridades competentes adotem asprovidências necessárias para sanar os problemas apontados coma maior brevidade.

A .SRA. LÚCIA VIVEIROS (PP - PA. Pronuncia. o seguintedlseurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, toda organização oumudança social que se pretende fazer implica 11 existência deautonomia institucional. Considerando-se que o Legislativo tempor característica o fato de ser uma instituição colegiada, cujosmembros são selecionados através de eleições, de maneira a po­derem servír a seus eleitores, torna-se indispensável a existência.da autonomia necessária para o cumprímento dessas obrigações.

O problema, no caso do Legislativo, talvez nem seja tanto deextensão, mas da propriedade da autonomia em determinadas es­feras do estabelecimento de decisões políticas, considerando-se seurelacionamento com outras instituições politicas e sociais. Emqualquer circunstância, não há dúvida de que a forma. do esta­belecimento de decisões é decisivamente afetada pela existênciasegundo a qual "todas as decisões importantes devem ser ratifica­das pelo assentimento majoritário'.

De acordo com os maiores estudiosos da ciência política, seos corpos legislativos contemporâneos tiveram de desempenharqualquer função eficazmente, o Executivo deverá governar atra­vés deles, ao mesmo tempo partilhando com eles as rédeas do Go­verno. portanto, há razões para se duvidar que uma instituiçãoessencialmete impotente tenha os recursos ou o apoio popular In­dlspenséveís à aprovação necessária para os programas governa­mentais, pois a mobilização etetíva do consenso reside na capa­cidade do Legislativo de atuar no processo de elaboração de leis ede articular interesses no contexto de um sistema político maisaberto.

O momento político, econômico e social que o País atravessaexige a participação ativa e responsável do Poder Legislativo, hámuito asfixiado pelas restrições Impostas pela Emenda n.O 1 àConstituição de 1967.

. Solapado em seus poderes, um Legislativo claudicante sobre­viveu aos longos e difíceis anos de humilhação que lhe foi aleívo­samente atríbuída pelo movimento de 1964.

A luta do Congresso Nacional pela volta de suas prerrogativas,não é, pois, mais do que uma legítima obrigação nossa, como re­presentantes do povo brasileiro, para que possamos voltar a de­sempenhar as atribuições constitucionais que nos estão afetas,bem como as decorrentes da natureza do governo representativo edo princípio de divisão de poderes.

O SR. ALCEBtADES DE OLIVEmA (PDS - RS. Prenuncla oseguinte díseurso.) - Sr. Presidente, Brs, Deputados, com referên­cia à região produtora do Rio Grande do Sul, na área noroeste

Arosto de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I). Terça-(eira. 12 8229

do Estado, recebo manifestações do Grande Santa Rosa e das Mis­sões, dos Srs. Prefeitos e Vereadores, pedindo não só ao MinistroDelfim Netto como ao Ministro dos Transportes e ao DNER a li­beração de recursos para o prosseguimento de obras produtivasnaquela região e inicio imediato da BR-392, na fronteira com a Re­pública da Argentina.

Sr. Presidente, passo a ler a manifestação que pessoalmentefiz entrega ao Presidente João Baptista Figueiredo, com refe­rência ao assunto na semana passada. lt a seguinte:

"Excelentíssimo Senhor Presidente da República:

O prosseguimento da BR-392, no trecho Santo Angelo aPorto Xavier, obra há longos anos sonhada e reivindicadajá no Governo de Vossa Excelência, constitui motivo desatisfação e alegria para as populações daquela área,uma vez que referida rodovia representará elevada signí­ficação para o desenvolvimento regional e para o inter­câmbio comercial e .turistico com a Argentina.

2. Ao longo de mais de 10 anos de tentativas frustradas,foram tantas as promessas e os compromissos não cum­pridos que muitos só passaram a acreditar na realizaçãoda importante obra quando ouviram do próprio Ministrodos Transportes a notícia de que já haviam sido autoriza-

• das inclusive as dotações orçamentárias indispensáveis, equando conheceram os acordos de intenções firmados porVossa Excelência, na recente visita que realizou à Argen­tina.3. Esses dois posicionamentos ensejaram a que se anun­ciasse como COnquista e obra do atual Governo, o breveinício do trecho previsto, para o que a empresa vencedorada concorrência já iniciava as medidas preliminares e in­dispensáveis.

4. Assim, particularmente, a decisão representou motivode euforia, porque, corno bem o sabe Vossa Excelência,sempre fui um defensor e um batalhador por essa obra,tendo-a incluído como um dos temas prioritários de mi­nha plataforma, nas campanhas políticas em minha Re-gião. .

5. Agora, quando se aproxima a época para o início dostrabalhas da empreiteira, surgem rumores de que entreas obras suspensas no último dia 31 de julho, pelo DNER,encontra-se a da BR-392. A se confirmar esta noticia.o que esperamos não aconteça, estará sendo perpetradamaís de uma vez a preterição àquela importante Regiãoprodutíva. E dessa feita de forma mais surpreendente.porque anunciarmos em recentes e reiteradas vezes a de­cisão final e favorável do Governo em realizar tão rele­vante empreendimnto.6. Ao que parece, as dificuldades que ora se apresentamnão se prendem propriame:nte a disponibilidades globaisde recursos, mas a aspectos puramente tecnocráticos queidentificam e especificam rubricas diversas na formulaçãoorçamentária.

7. Como explicar às populações dos municípios direta­mente interessados que a estrada não mais sairá? Prin­cipalmente depois que Vossa Excelência explicitou suadecisão favorável e o Ministro dos Transportes anunciouo breve início das obras, o que faria proporcionar opor­tunidades de trabalho para quase 1.000 homens, no mo­mento em que a Região, tipicamente agrícola, vive sériacrise econômica com reflexos na oferta de empregos.8. Expresso o meu apelo, portanto. a Vossa Excelência,para que sejam liberados 6:5 recursos previstos para o iní­cio das obras da BR-392, evitando-se, dessa forma, o des­crédito definitivo quanto à sua realização, O' que poderáperfeitamente ocorrer caso se confirmem as informaçõessobre o seu cancelamento.Colho o ensejo para apresentar os protestos da mais altaestima e consideração.

Brasília - DF, 7 de agosto de 1980. - José Alcebía.des deOliveim, Deputado Federal."

O SR. LUIZ LEAL (PP - MG. Pronuncia o seguinte díseurse.)- Sr. Presidente, srs, Deputados, ao ocupar a Tribuna desta Casado Congresso, quero outra vez levar ao conhecimento da Nação oabsolutismo de que se têm revestido os representantes da Revolu­ção de 64, diante dos compromissos assumidos com o povo, vítimapermanente de um modelo obsoleto que de quase nada tem ser­vído senão para enriquecer alguns em prejuízo da maioria.

O Governo, em face do fracasso de seus dirigentes máximos, epela reconhecida mediocridade que compõe a equipe do primeiroescalão, vem debitando à OPEP - Organização dos Produtores de

Petróleo - as causas do aumento desenfreado dos gêneros deprimeira necessidade do Pais.

Verifica-se, lamentavelmente, que o Governo, não podendotomar a iniciativa de assumir o ônus de todas as falhas e errosque vem cometendo, insiste em alinhar o custo do petróleo comofator fundamental da deterioração de sua política monetária.

Não é justa a alegação de que à crise petrolífera,que atingetodos os países do mundo - inclusive os de economia mais sólida- restrinja-se no Brasil e seja colocada em termos especiais e atédesafiadores; falhando, como se comenta, as medidas salvadorasque o Governo diz colocar em vigor a toda hora durante todos asdias.

O Governo brasileiro vem colocando a crise do petróleo comobarreira de .proteção ou como pára-choque de todos os seus tra­casses, debitando-lhe a causa dos desastres diários da sua polití­ca. Mas é bom verificar que em alguns países do mundo, onde otransporte rodoviário é fundamental e onde a dependência pe··trolífera é tão importante quanto no Brasil, o custo de vida nãosobe nas mesmas proporções daquele do nosso País. E o Brasil, quejá foi campeão mundial de futebol, que já conquistou medalhasem algumas olimpíadas e que também já foi campeão de basquete'.agora é campeão da inflação. .

Os analistas em economia dizem que a espiral ínrlaeíonártanunca subiu tanto quanto agora, em nosso Pais. Que a pirâmideda dívida externa nunca atingiu nível tão elevado como ultima­mente. Mas, enquanto isso, ainda se sabe que através de gran­des e amplas vias aquáticas. como as do Tocantins, Araguaia, SãoFrancisco e Paranaíba, registra-se crescente, razoável e até ím­pressionante escoamento de produção através de balsas ou barcasque funcionam sem o consumo de petróleo. Por que então são ta..xados esses produtos da mesma forma que os outros onerados peloconsumo do petróleo? Já não é possível que o petróleo esteja aípara esconder os desacertos de um Governo que perdeu a razão deser. Ou então, de outra forma, os Ministros do Presidente JoãoFigueiredo não sabem que até aqui devem assumir o Governo; de­vem assumir a direção de seus postos; assumindo a responsabílí­dade pelas loucuras e leviandades que têm cometido criando umasituação de desespero e de angústia para as grandes massas, gra­dualmente descapitalizadas, do Pais.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a panela do povo, de tantoesperar, já furou. Não resistiu à intensidade do calor das pro­messas infundadas e irresponsáveis de representantes de um mo..delo - inspirador de pacotes - que há muito extrapolou os li..mites do ridículo e da confiança do povo.

O SR. IRAM SARAIVA (PMDB - GO. Pronuncia o seguintedíscurso.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, está o Governo do Ge..neral João Baptista Figueiredo no dever inadiável de esclarecera opinião pública nacional sobre a séria acusação formulada peloSenador Hector Borda, da Bolívia, de que o Governo brasileirotería, juntamente com o governo militarista cio General Jorge Ra··fael Videla, contribuido para a vitória do golpe militar naquelepaís.

Quando da queda do Governo constitucional de José Torres,mais tarde assassinado em Buenos Aires, a mesma acusação foifeita contra o governo brasileiro. Naquela época, nada era de seduvidar, pois no Brasil imperava, a ferro e fogo, a repressão obs­curantísta. Mas, agora, quando o General Figueiredo insiste quesua política de abertura democrática é um comprornísso seu quenão aceita recuo, torna-se Inconcebível a partícípação num golpemilitar contra as eleições democráticas bolívíanas,

'E a acusação do senador Hector Borda toma caráter maisgrave devido ao fato de que, segundo entrevista por ele conce..,cliJda ao jornal EI País, de Madri, o apoio golpista do Brasil e daArgentina visava a beneficiar empresas multínacíonaís, com notó..ria atuação nas fronteiras do nosso pais, com a espoliada naçãoboliviana.

Está, portanto, a nação brasileira à espera de uma explicação,por parte das autoridades brasileiras, especialmente do MinistroSaraiva Guerreiro e do próprio Presidente J'Oão Figueiredo. OBrasil, que sempre foi vitima da ação maléfica das empresas muI..tínacíonaís, não aceita e. mesmo, repudia as intervenções nos as ..suntos internos de uma nação - no caso, a Bolívia - que rein..gressava na democracia através de eleições lívres,

O SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDS - GO. Pronuncia o seguintedíseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, meses atrás, fui co­signatário de documento dirigido ao Ministro Eliseu Resende, dosTransportes, em que era pedida providência em favor da restau­ração dos trechos Anápolis-Jaraguá e Gurupi-Paraíso do Norteda rodovia Belém--Brasilia.

Antes de viagem que empreendi à Asía, dirigi ao Ministro dosTransportes, por carta, insistente apelo em favor da medida, por­quanto já era lastimável a situação da rodovia, quase que total ..

8230 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Ai'ostll. de 1981)

mente danífícada. com as chuvas do inicio ~íieste ano. em seutrecho goiano.

Volto a reclamar, agora, providências urgentes ao DNER 8 aoMinistério dos Transportes em favor da imediata restauração dotrecho goiano da rodovia Belém-i-Brasília, tendo em vista que otráfego, naquela importante artéria, será cortado, SE! àntes daspróximas chuvas não houvera recapearnento do seu leito pavi­mentado.

Leio, para qUE'" conste dos' 'Anais e chegue ao conhecimentodo' Diretor-Geral do DNER, Eng.o David Elkind, e do Ministrodos Transportes. Dr.Eli&l!u· 'Resende, o inteiro teor' do expedienteque dirigi a esta última autoridade em 8 de julho próximo passado.se é que já não chegou às suas mãos es·~e documento.

.P.asso à leitura. ."Brasíüa.t Dê'r. 8 de julho de 1980.

Exmo. Sr..Dr;Eliseu .Rezende.DD. Mirústro dos'TransportesNesta. '...Senhor MinistroEm razão de viagem que ora começo a empreender à Ãsia.permito-me tratar par esta via de assunto da maior im­portância para o norte-goiano, Goiás e o Pais: a precáriasituação da .rodovía Belêm-Brasilia.Como sabe V, Ex.", há pouco tempo atrás. a Bancada Goia­na, do pns, no Congresso Nacíonal, por todos os seusdeputados federaIs e pelo. seu senador, encaminhou expe­diente ao ilustre Ministro, reclamando urgentes providên­cias do DNER para restauração de toda a pista da BR-153,

.quase que totalmente destruída pelas inclementes chuvasde 79/80.Infelizmente, nenhuma providência chegou em qualquerparte do trecho goiano daquela rodovia e os serviços queainda estavam em execução foram inexpIlcavelmente pa­ralisados.De todos os munlcípíos do Norte de Goiás, tenho recebi­do reclamações. Os seus prefeitos, vice-prefeitos, vereado­res, líderes e homens do povo me. têm dirigido, por cartas.telegramas, telefonemas e éontactos diretos, os mais vee­mentes protestos. pelo 'abandono a que está relegado otrecho goIano da BR-153.· '.' .Pentre as trezentas e doze cartas que recebí-sobre o, as­sunto, selecionei a que anexo a esta, em razão de suaequilibrada e bem informativa redação e por ter oseu-au­tor, Sr. Ulisses MQreira Milhomem, Caixa postll-I82,Gu­rupí, GoIás, juntado fotos que comprovam a precariedadedaquela via.

Encareço a V. Ex." as mais urgentes providências juntoao DNER, especialm.ente quanto a recursos, os quais pareceo órgão não ter, para que sejam feitos os serviços de re­capeamento e restauração da BR-153, principalmente natrecho que vai do km 572 ao 672.

Certo das prontas providências do emínente MInistro, an­tecipo agradecimentos e reitero-Ihe protestos de perma­nente admiração e elevado apreço.

Atenciosas Saudações. - Siqueira Campos."

Era o que tinha a dizer, Sr. P-residente.

O SR. ERNESTO DE MARCO (PMDB - SC. Pronuncia o se­guinte díseurso.) - Sr. Presidente, srs, Deputados, aproveitandoo recesso parlamentar do mês de julho, visitei o meu Estado de'Santa Catarina, mais a:l1'eCisament;es o oeste! eatarínense, cujapopulação generosa e amiga conferiu-me a honra deste man­dato parlamentar. Ali mantive contatos 'com os dirigentes muni­clpalístas, comerciantes, presIdentes de cooperativas e líderes sin­dicais, e também conversei com pequenos e médios empresários,suinocultores, agricultores e trabalhadores sem terra.

Nesses contatos pude sentir os problemas do povo, e consta­tei que embora o Governo Federal, tanto quanto Estadual, faleem desenvolvimento global do Pais, esse é um desiderato que estálonge, muito longe da realidade nacional no interior brasileiro.Foram elaborados planos e mais planos, são elaborados projetos emais projetos, mas infelizmente o que se nota é que piora, a cadadia que passa, a situação do povo brasileiro.

Por isso ocupo a tribuna nesta Casa, como representanteuopovo, para fazer sentir às autoridades deste Pais a intensidade dosangustiantes problemas que estão sendo enfrentados por deter­minados setores da agrlcultura catarínense, Tenho reecbído, cons­tantemente, apelos vindos de nada menos que uma centena deagricultores do Município de Campo Erê, no extremo oeste ca­tarínense.

o referido Municipio está sendo palco de um serro conflitode terras. Cerca de 200 famílias estão ameaçadas de serem ex­pulsas da Fazenda Burro Branco. Consta que a área daquelas ter­ras pertence às famílias Taborda Ribas e T'abcrda França, porherança, havendo ação judicial que já dura 20 anos, passando osdireitos agora à terceira geração das famílias. Entretanto, essesdois ramos familiares não entram em acordo quanto à divisãodas terras, tendo em vista que os plnheíros natos são mais aoun­dantes numa parte que ninguém quer perder. Por isso existe ademanda' judicial que já dura tanto tempo.

Por outro lado, segundo informações do advogado da famíliaTaborda Ribas, Roberto Machado Filho, referindo-se às 200 fa­mílias invasoras da área, a verdade é que muitas delas ali estão hámais de 30 anos trabalhando, derrubando árvores, construindo ca­sas, plantando; a verdade é que até escolas edificaram naquelepedaço de chão.

Quando os primeiros agricultores começaram a construir suascasas ria referida área havIa certa dúvida quanto ao legítimo pro­prietário das terras, Uns diziam que as terras eram do Estado,outros diziam que elas pertenciam à família Taborda Ribas.

De minha parte, acredito que as terras sejam de propriedadeda familia Taborda Ribas, mas a verdade é que anteriormente asterras não tinham valor, e por isso foram praticamente abando­nadas pelos proprietários. Foi assim que muitos agricultores vin­dos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul passaram a ocuparas glebas, construíndo casas, escolas, igreja. Atualmente estãomorando na referida área mais de 200 famílias, compreendendomais de mil pessoas distribuidas em 600 alqueires de terra.

'Realmente, é de se lamentar que após tantos anos de ocupa­ção da terra por aquelas famílias venha o advogado da familiaTabord'a Ribas, Dr. Roberto Machado Filho, com uma ação dedespejo impetrada em 21 de julho próximo passado na Comarcade São Lourenço do Deste. É de se lamentar também que esseadvogado queira responsabilizar o clero católico, principalmenteo vigário da paróquia de Campo Erê, Padre Afonso, juntamentecom a Comissão de Justiça e Paz e a 'Mitra Diocesana de Chapecópela invasão das terras.

Como representante do povo do oeste catarínense, tenho cons­tatado que o que as autoridades religiosas fizeram foi apenas oato humano e compreensível de dar apoio material e moral parasuavIzar a situação daqueles agricultores, atualmente angustiadose desesperados em face da ameaça de expulsão de suas casas.

Quero registrar aqui parte de uma entrevista dada ao jornalDiário da Manhã, de Chapecó, edição do dia 23 de julho próximopassado, pelo Presidente da Comissão de Justiça e Paz, advogadoValdir Valdameri, quando ele disse que o advogado Roherto Ma­chado Filho está tumultuando a situação, usando a Il 'ia paraacobertar a possível desapropriação da área da F'azenr; "urroBranco, do Município de Campo Erê, como reserva flores ..1. OPresidente da Comissão de Justiça e Paz. rebatendo as acusações.afirmou que 'a grande maioria das familias que residem na áreatem a posse remota, com mais de 20 anos... "

Por isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, como representantede Santa Catarina, preocupado com a situação daquelas famíliasde agricultores que se acham ameaçadas de expulsão, formulo umapelo ao Presidente da República, ao Presidente do mCRA e aoGoverno do Estado de Santa Catarina, para que tomem as provi­dências devidas a fim de se resolver a situação dos posseiros deCampo Erê. É preetao entender que a maioria desses posseiros égente muito pobre, que não tem outra terra para trabalhar e, con­seqüentemente, não tem outro meio de vida e de sustento.

Eis uma boa oportunidade para o Governo exercer a justiça emfavor dos menos abonados, uma vez que o propósito de combatera inflação e conter a elevação do custo de vida não vem sendoconfirmado pelos fatos. O povo sofre o reajuste constante dos gê­neros de prímeíra necessidade, e as estatísttcas anunciadas ultima­mente têm sido desastrosas.

O Governo pede à Oposição uma fórmula para combater ainflação e o aumento do custo de vida. Mas a única solução que vejoé que os Ministros do Planejamento, da Fa:renda e da Agriculturacumpram as promessas feitas anteriormente; que se abra uma fai­xa maior de crédito, com juros mais baixos para agrícultores, avi­cultores e suinocultores; que haja uma fiscalização maior quantoà aplicação dos empréstimos para que eles, de fato, cumpram asua 1inalidade, de modo que se possa produzir mais, para expor­tarmos e deixarmos de importar milho, feijão, trigo, arroz, ce­bolas, alho, manteiga, carne, e tantos outros produtos de primei­ra necessidade. E por ser esta a úníca solução, apelo às autorida­des competentes para que esse problema que tanto castiga a Na­ção brasileira sela resolvido com a máxima urgência.

Considerando o problema da desapropriação das terras da fa­mília Tabürda Ribas no Município catarlnense de Campo Erê,que seja seguido o exemplo deixado pelo ex-Presidente ErnestoGeisel. Em 1976 existia um problema muito sério a ser resolvido

AJOsto de 1980 :f}IARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira. 12 823:1

nos Municípios de Mondaí, Itapiranga e Descanso, engl0b:andomaís de 3.000 agricultores que moravam em terras de propríeda­de' da Madeireira Ohapecó Pipiri Ltda. Mas a terra foi desapro­priada pelo Governo Federal, através do l!NCRA, com participaçãopositiva do Governo do Estado sendo distribuídos títulos aos agri­cultores que estavam explorando a área. Hoje, graças à medida to­mada pelo Governo na época, aqueles municípios são consideradosceleiros agrícolas do Estado de Santa Oatarína .

Entendo que essa seria a única solução viável para resolvera situação daquelas 200 familias que compreendem mais de milpessoas vivendo em desespero no Município de Campo Erê. l!J pre­ciso que se rapí.tam acontecimentos verificados em 1976, quandoa FlUNAI expulsou mais de 300 agricultores no Município de Nonoai,no Rio Grande do Sul. Na mesma época foram expulsas mais de140 ramílías de posseiros em Xanxerê, em Santa Catarina. Muitas.dessas famílias possuíam casas de alvenaria e lavouras, mas tive­ram que abandonar tudo, com a promessa de serem transferidaspara Barra do Garça, em Mato orosso, promessãque não se cum­priu, sendo os agricultores jogados na rua ou na beira das estradas.

l!J preciso evitar que isso se repita com os agricultores ~eCampó Erê que tanto trabalham e contribuem para o desenvolvi­mento do nosso Estado e da Nação como um todo. Quero acreditarqueo Presidente da República cumpra as promessas feitas em seupronunciamento de 26 de julho próximo passado, em Recife, quan­do prometeu fazer a reforma agrária, em reconhecimento de queesta sería lima verdadeira conciliação no setor fundiário. Na. opor­tunidade lembrava 8. Ex.a que devemQS pensar um pouco nestenosso Bl"Mll, tão carente da união da nossa gente. Poís bem: nósbrastleíros somos uma só família, e eu também acredito que a re­forma agrária servírâ para unlr mais .a nossa gente, eliminandoatrítos e favorecendo a produção de sarras maiores.

Ei-a o que tinha a dízer,

O SR. PEDlW LUCENA (IPP - RN. prpnuncia o !leguinteãíseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, mais. ur:t;La seca se·abate sobre o nosso Nordeste, pondo à .prov.a a paeíêneía de maisde 3{) mílnões de brasileiros que vívem naquela região e subme­tendo a mais esse teste os nossos igovernantes, Desde a épocado nosso descobrimento já se 'têm notícias de secas que perodí­eamente castigam a região nordestina, mas registrada através de-eorresponôêncías ou de outras modalidades tomou-se conheci­mento das secas de .1'1'10, 1725, 1744, !1777, 17f}3, !lB77, 1915, c, flnal~

mente a maior de todas, a de '1877 em que mais de 100 mil nor­destinOs morreram de fome. Só que ·a hístõría registra a prímeíraprovidência tomada pelos poderes públicos quando o Conde D'eureuniu um grupo para providenciar ajuda. ness,a época ,por diantemuitas secas se abateram sobre o lNordeste e providências palia­tivas foram tomadas. oríou-se a Inspetoria de Obras Contra asseca's posteriormente transformada em Departamento de ObrasCOntra Secas. As medidas mais eficientes que se [úlgou tomarfOl'am as construções. de açudes. 'Mas pouco se ,pensou em a;pro­vettar racjonajmente esses ,grandes volumes d'álgua parlli Irrigação.Enquanto represados no Nordeste há os maiores açudes do País,a pouca distâmcia se lV'ê a terra seca com lavoura morta. No Nor­deste deveria existir ·a maior área irdgada do Bl'asll, mas de seus'30 milhões de hectares írrlgávets somente 530 mil estão eoncre­tízados. Enquanto isso, mantém o Rio Grande do SUl 65% de todaa área írrtgada da 'União.

P,ara se arvallar como a 'União abandona essa região, .lembroneste pronuncteenento que, segundo estudos realízados e publi­cados peto río-grandínc Barreto Campelo, em 1976, no ~tad'O

gaúcho o DNOS, para regularizar o rio Guaiba. empregou umasoma total superior a todo investimento do DNOCS em todo oPolígono das Secas num período de 4S anos! !Pasmem QS Srs.Deputados, como se abandona uma região tão imr>«;rtante ~o

P·aís. Ainda mais. Sr. Presidente, o lPoroleto oamaguã, tambémaplicado naquele Estado sulino durante 2 anos, custou aos cofrespúblicos a im<portânci.a de Cr$ 400 milhões de cruzeiros, o equiva­lente a 2' anos de aplicação de toda SUDENE em todo o Polígonodas Secas.

oam isso, Sr. P.resitlente, lllpesar de todas as promessas doGoverno atual, o 'PQvo do Nordeste adnda não crê nas ~romessasque foram 'f,elta·s para resoíver esse grande problema. Nunca tere­mos um País rico se o !Nordeste permanecer pobre como está. Noentanto, se essa .região ficasse independente do resto do !País,ainda seria o f.aminto Pads mais rico dI() mundo, com sua. riquezamineral. E mesmo crono está ainda não é pesada ;à INação, poisexporta mais que importa. Flalta o reconhecimento de todo oPiais, melhor .!llplicação de recursos. No entanto, pouco recebe,e dentre os que têm ditooo soluções para suas crises há o absurdo'dos que desejam o seu despovoamento.

O que falta paIla o Nordeste é mais conscientização de nOlSSOShomens públicos. Quase todas as medidlllS propostas não sã.oaplicadas. Há ·alguns a.nos, um engenheiro brasileiro encontrouum meio de pereniza,r os rios nordestinos com água do rio Tocan-

tíns, através de um canal aberto até .à região. Mas nenhuma. ini­ciativa ou estudo oficial foram realízados. Finalmente, quase tudo'que 'se tem feito é paliativo, casuístico, das' horas de emergência.O Nordeste é rico em água subterrânea; só o meu Estado ° RioGrande do Norte tem mais de 300 milhões de metros cúbicosde água em seu subsolo. No entanto são pouquíssímos os poçoscavados e em funcionamento. Lá no meu !Estado,onde existe umdesses poços .surgíu uma cidade, fixando I) homem no campo.

O Instituto Tecnológico. de 'Aeronáutic(v tornou público ummétodo que resolveria o problema de seca no Nordeste, mas poucose fala nos meios governamentaís; apenas se toma algum palia­tivo para o momento. E esses são por demais cri.ticwV'eis, pois asua aplicação nem sempre é criteriosa, servindo mais para oenriquecimento dos homens do poder do que para. amparar umruricola do Nordesile. Foi assim que a revista RN Econômico tra­touessa ajuda governamental '\Emergênda - um rio cheio dedinheiro mal empregado", chamando ,a atenção para o !a.to deque se gasta tanto com a admínístraçâo da ajuda quanto coma ajuda ao flagelado. O que é um absurdo, 'POis se é administradapor homens do Governo ou funcionários do Governo. por que segastar tanto com essa administração? Daí se deduz que toma umrumo diferente para que se destina.

Por que não se tomam iniciativas mais .efetivas, duradouras'?Talvez porque a "indústria de seca" vai beneficiar muitos qU1~

estão no poder.Ora, Sr. !Presidente, todos nós sabemos que o Colorado, nos

Estados 'Unidos é muito semelhante ao nosso Nordeste, sendo osseus rios temPórários como os nossos e o seu solo também é semí­árido, mas lá houve iniciativas definitLv,as. :A água do subsolo ébombeada para fazer irrigação. !E hoje aquele Estado ameríeanoé um celeiro dos USA; só com a sua agricultura, se se tornasseIndependente. seria o 5.° pais mais rico do mundo. O mesmo severifica em Israel, que seu deserto transformou em um grandeOásis.

O SR. DASO COIMBRA - PP - RJ. Pronuncia o segulntedlscurso.) - Sr. Presidente, 8rs. !Deputados, lVÍ'II'endo em Brasílíadesde antes de sua inauguração, o jornalista E. D'Almeida Vito:rtem procurado dar dimensão de serviço ao amor por que se tomoupeta terra que fez sua, onde procurarta, ademais, multiplicar-sena. família, em. filhos e netos aqui nascidos.

Além de conferências feitas em 'Universidades brasileiras sobreas implicações da mudança nos aspectos econômico, político esocial, como fixando Brasília como uma cultura em processo deformação e desenvolvímento, em 1968 publlcava. em forma de Iívroo resultado de uma pesquisa muíto expressíva - "Notícia Histó··ríca sobre a Imprensa Brasíliense" (19'57/1967) - onde registranada menos de 126 publicações, ocorrtdas nos primeiros anos danova Capital. Esse estudo, alíás, por sua importante-contribuição.tem servido de texto auxílíar 1I10Scursos uníversítáríos de oomunt­cação, obrigando, .annal, .ã reedição, atualizada, que ora se ·anu1!.'eía, Também desse [oenalísta foi a iniciativa de uma nova edíçãodo livro de Varnhagen "A Questão da Carpltal: marítíma ou nointerior?", de 1877, a qual fez ·preceder de um ensaio s0!Jre oeminente historiador e diplomata, a quem coube a looaçao da.nova Capital 'Federal. '

A Ipresença de :O'Almeida Vitor na. Rádio Educooora de Bra··sílía doMEC, na televisão - canal 8, 'I1V Regional - desde sua.fase inicial como TV Alvorada. em palestras na Universidade de:'Brasília e no 0ElUB ou através da imprensa, em sua revísta decultura Mbaecuaba' e no Correio Braziliense, e na fundaçãodo Sindicato dos Jornalistas !Profissionais do Distrito 'Federal edo Sindicato de Escritores do Distrito Federal, bastaria para Iden­tifieá-Io com Brasílía e dela merecer reconhecimento por seu pro­fícuo e desinteressado trabalho de dívulgação e engrandecimento.Contudo, íE. D'Almeida Vitor vem de acrescentar nova e alentadaparcela de contríbuíção à história da ClIIPital, com uma precursora"História de Brasília", lançada pela editora Thesaurus.

. Se é certo que extensa bibliografia se tem .formado em louvorde Brasília - criação de poetas, cronistas, repórteres e .ficcion'Is­'tas - narealidad~lestestrabalh.os são tnterpretações pessoaisda paisagem física ou humana da Cidade, quando não estóriasvividas ou testemunhadas por uns e outros, visando, principal­mente, a ligar seus autores ao grande empreendimento. Contraria­mente, este novo, livro de l~. i1)'A1meida. Vitor, essa "História deBrasília" que vem de /publicar não é um trabalho de cronista dehistória, mas sim de um historiógrafo, de um historiador, de umprofessor de História. Mergulhando fundo no passado da nacio­nalidade, de lá emergiu trazendo para as comemorações do vig1é­slmo aniJversário de fundação da nova Capital eilementos elucida­tivos do processo histórico d.e que resultou 'Brasília, partindo daanterioridade do fàliO, precisando a evolução da idéía, oferecendouma perspectiva geral da História do Brasil, em cujo contexto seinclui Brasília. O objetivo anunciado alcançou-o pLenamente:o dar uma descrição exa'ta dos Ifatos históricos.

8232 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Se~io I) A~to de 198t

Numa linguagem eloqüente, erudita e aüeíante pela sua ex­pressão quase didática, E. D'Almeida Vitor fez de sua "Históriade Brasília" um livro-fonte. de inexcedivel importância. A do­cumentação em que se apóia, a ordenação e sistematização dotexto, o equilíbrio dos conceitos tornam esta obra imprescindívelpara professores ou ·alunos, de modo a merecer -o voto de louvorque aqui registro para esse autor brasillense e seu livro.

O Sr. Peixoto Filho ('F'P - RJ. PllOJl\tlncia G seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, há vinte e sete anos "O Globo,vibrante órgão da imprensa fluminense, criava o Dia da Papai.Foi em 1953 que sentdu a necessidade de lançar no calendáriode comemorações brasileiras uma data em que o centro das home­nagens fosse a fLgura do pai: O Dia do Papai, Visava a iniciativaa fortalecer os laços de ramíüa num mundo em que ascíreuns­tâncías 'e os problemas ameaçam muitas vezes comprometer essestaçcs, A data foi recebida com entusiasmo e já no segundo anoera celebrada não apenas no Rio de J,aneiro, mas em todo o Brasil,tornando-se uma das mais decantadas do calendário brasileiro.

Ressalte-se que, na escolha da data, por analogia com o Diadas Mães, festej.ado no segundo domingo de maio, fixou-se naconveniência de ser também um segundo domingo. E, de acordocom os sentimentos do nosso povo, buscou uma data que tivesseinspiração cristã. E assim chegou ao segundo domingo de agostopela sua proximidade do dia de São Joaquim (16 de agosto),pai de Nosso Senhor.

Ainda.: na 'Primeirap{ígina da véspera do primeiro Dia doPapai, o O Globo destacava: pela primeira vez, os filhos, no enter­necido reconhecimento que devem a quem lhes consagra energiase desvelos, 'preocupações e esperanças, manifestarão aos pais todaa extensão do seu amor.

E durante os últimos vínte e seteanos, o Dia do Papai trans­formou-se numa testa anual de amor e gratidão, como preconizarao seu idealizador.

Sr. Presidente, ao destacar a autação do jornal O Globo eomoverdadeiro arauto das aspirações populares. permito-me ressaltarigualmente a figura de um insigne magistrado que, por SU!llSperegrinas vürtudes, foi chamado de o "Bom Juiz", quando dis­tribuía Justiça em uma das Varas Criminais da Comarea do lRiode Janeiro. Trata-se do nr. E:liezer Rosa, que foi o orador oficialdo Grande Expediente da sessão de sexta-feira última, da CâmaraMunicipal da ex-Capital da República em 'homenagem aos paisbrasileiros.

"Eduquemos as erlanças e não será necessário castigar oshomens". Esta frase de Pitágoras se ajusta aos conceitos emitidospelo Bom Juiz.

"O nosso mal está em .pensar que se corrige o homem enjau­lando-o como fera dentro de prisões, castigando-o ·fisica e moral­mente. A redenção do homem não está no Código Penal, na lei pe­nal ou na vigilância da policia. iA redencão do homem está no lar,na escola, na Igreja" - disse o Juiz Eliel'Jer Rosa, que ficou emo­ciaonado e chorou ao ouvir os Pequenos Cantores do Coréglo deAplicação Luso-Brasileiro interpretando o fino Nacional.

Ao falar da vida em família, disse ainda o Bom Juiz: "iFaçouma ligeira d1stinçáD entre casa e lar. se se ,fizesse uma estatísticacorreta, desoobríríamos multo poucos lares, porque casa não ésinônimo de Jar. Lar é algtUma coisa espiritual que necessita deuma. casa para habitar. Mas aquilo a que me refiro e reclamo,e que só a morte fará calar minha voz, é que em vez de casashaja lares é nesses lares haja amor. O que se vê hoje é pai paraum lado e mãe para o outro. lNão ,por desamor ou ódio, mas pornecessidades financel.ras e econõmícas. Uma socíedade em quese absorve mais de 30 'POr cento da renda com aluguel de casa éuma sociedade falida".

Sr. Presidente, ao registrar o 'transcurso, ontem, do iDiro doPapal n-os Anais da 'Câmara dos Deputados, renovo a prImeirasaudação de O Globo: "Que cada qual medite no que deve ao ;paLde proteção na infância, de orientação nal mocidade e de carinhoe apoio durante a vída toda e obedeça aos impulsos gratos docoração".

Era o que tilIlha dízer.

O SR. WALDIR WAU.rER (PMDB - RS. Pronuncia o SlegUintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, segundo publicaramos jornais do Pais, o Senador Jarbas Passarinho, Líder do Gover­no no Senado, está prevendo uma grande comoção social em con­seqüência da crise econômica. Se a inflação continuar em sentidogalopante e os meios de controle do Governo falharem, o destaca­do porta-voz do regime prevê que todos seremos envolvidos numacomoção social, porque OI; assalariados não vão poder esperar in­definidamente que as coisas melhorem.

Em vista disso, o Senador Lider do Governo preconiza umaunião entre o Governo e a Oposíeâo para evitar a comoção social,mas salienta que não aceita a proposta da Constituinte, a não seratravés da transformação do atual Congresso, onde o Governoainda mantém maioria.

Nos termos da união nacional de Passarinho, a Oposição devedeixar de lado as críticas gratuitas e não apresentar propostas ir­realizáveis, para não dizer demagógicas, porque, nesse caso, nãohaverá para o País uma perspectiva senão sombria. Concluindoseu pensamento, o representante paraense sugeriu que o entendi­mento em torno de uma saída para a crise se faça entre Oposiçãoe Governo, ombro a ombro, com e.sp~ito desarmado e critica cons­trutiva. Nessas condições - sustentou - o Governo não terá dú­vida em aproveitar sugestões da Oposição que considerar justas erealizáveis, aceitando-as como contribuições.

Para se ter uma noção exata do crédito que pode merecer es­sa proposta de união nacional, por parte da Oposição e da opiniãopública, é bom examinar quem é seu ilustre autor na vida políticabrasileira e como tem se comportado nos últimos dezesseis anos.Verifica-se, então, que essa proposta. de união parte de uma ·fi­gura das que mais se distinguiram no trabalho de desunião dacomunidade nacional Homem de direita confesso e extremado porsua conduta política, o Senador Jarbas Passarinho foi e continuasendo, sem a menor dúvida, uma das peças mais importantes eproemientes do regime que roubou a tranqüilidade do povo brasi­leiro através de um golpe de estado. Integrando sempre os altosesceãões do governo ditatorial, calejou suas mãos assinando atosinstitucionais, cassando mandatos populares e punindo estudan­tes de todo o País. Sua palavra, por outro lado, sempre foi usadapara defender o regime autoritário que ele ajudou a montar, úni­co responsável peJo empobrecimento e pela crise que assola a Na­ção, cuja reação o Benador parece começar a temer.

É evidente, Sr. presidente, que a palavra desse ilustre Sena­dor não merece nenhum crédito por parte dos democratas destePaís. Quem tudo fez para desunir durante tantos anos, da formamais cruel e desumana, não se converteria em democrata de umahora para outra.

União nacional, como a própria expressão indica, há de ser,nada mais nada menos, o respeito à vontade da Nação. Esta, porsua vez, se expressa pela opinião da maioria do povo, idéia que oSenador Lider do. Governo sempre detestou.

Sendo a deturpação dos fatos uma das características cons­tantes dos autoritários, o nobre Senador Passarinho não poderiafugir à regra, deixando evidente, em suas próprias declarações, osverdadeiros papéis políticos exercidos pela Oposição e pelo Go­verno. União nacional, convem destacar, tem sido tese perma­nente da Oposição e jamais aceita pelo regime. Sua expressãomais alta está na proposta da Constituinte, única forma atéagora conhecida pela ciência politlca para que uma nação possase institucionalizar jurídica e legitimamente. Mas essa união porser democrática demais, não serve ao Senador Passarinho e 'nemao Governo .que ele defende. A união que ambos desejam é apenaso silêncio oposicionista e o seu apoio a todas as iniciativas absur­das do regime. Não é a união em torno da vontade da Nação esim em torno do Presidente que ela não escolheu. Realmente oilustre Líder. do Governo no Senado está muito longe de se con­verter em democrata.

Não é de se crer que tenha passado despercebido à lucidez donobre Senador o fato de sua sugestão ter sido feita momentos apósa 'tomada de algumas decisões oficiais que por /li só destroem apretensa sinceridade de sua proposta. A lei dos estrangeiros foiimposta à Nação sob os mais veementes protestos da Oposição,ao mesmo tempo em que o Governo tudo faz para suspender aseleições deste ano. O General Figueiredo, em vez de vir ao en­contro do povo, respeitando sobretudo sua vontade, prefere ir aoencontro dos generais Vidella e Garcia Meza. As propostas demo­cráticas da Oposição, que tramitam no Congresso em forma deemendas constitucionais, vão sendo sistematicamente rejeitadaspela representação governista sobre o comando do Senador Pas­sarinho.

Não será depois de dezesseis anos de violências praticadas con­tra integrantes da Oposição, acompanhadas de absoluto menos­prezo a todas as propostas dos seus membros rsobrevíventes, queo Governo 'passaria agora a acolher suas sugestões. Só os demo­cratas são capazes de atos de grandeza dessa ordem. A marca dasditaduras, como o regime brasileiro tem evidenciado tão· bem, érejeitar sempre o que a OposIção propõe, nem que seja para emseguida apresentar as mesmas idéias como suas. A vida políticanacional está cheia desses exemplos nos últimos anos.

A crise brasileira, que se agrava dia a dia, é toda ela da ex­clusiva responsabilidade dos onicIentes que assumiram o poderatravés do golpe de 1964. Essa crise, aliás, não afeta em absoluto

A,osto de 1980 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (SeçiLo I) Terça-feira 12 8233

a minoria privilegiada que do Governo tudo recebe. Ela atinge,em verdade, a grande massa de trabalhadores brasileiros, para osquais o Governo oferece a "lei de segurança" e cadeia. Com eles,no entanto, o Senador Passarinho não está preocupada.

Onde estão os homens que derrubaram um governo legitimopara acabar com a inflação?

Por tudo isso, Sr. Presidente, que o povo brasileiro pode con­fiar na sinceridade de muitas idéias, menos na proposta de uniãonacional do Lider do Governo no Senado.

O SR. CELSO PEÇANHA (PMDlJ - RJ. Pronuncia o seguintedíseurse.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, a Ordem dos Advoga­dos do Brasil, secção de Minas Gerais, já se manifesta pela con­denação à extinção da obrigatoriedade do inventário judicial, co­mo deseja o Governo, através. de-projeto de lei. Considera a medi­da um retrocesso, em nota assinada pelo presidente da entidade

Conclamo todos os advogados, com mandato no Congresso, pa­ra que evitem a aprovação desta medida, que tem a repulsa de to­dos tJs colegas e dos que trabalham nos fóruns do Pais. Ela nãoatinge a sua finalidade desburocratizante. Prejudicará, tão-so­mente, a numerosa classe, forçando prejuízos aos avaliadores e aoutros que vivem das atividades forenses.

Espero que outras secções da OAB se manifestem e se diri­jam, como faço agora, ao Ministro da Justiça, pedindo a retiradado projeto de lei.

De acordo com a entidade, o projeto, mantendo a exigênciado inventário apenas para os casos em que haja herdeiro incapaz,sucessão testamentária ou divergência entre herdeiros capazes,impede a publicidade, prejudicando interessados, que "ficariamdesarmados, sem condição de saber realmente o que aconteceu,após a morte do inventariado".

Também critica o atendimento estabelecido pelo projeto deque o processo de inventário é uno, argumentando que, na reali­dade, envolve o inventário propriamente dito e a partilha, nãose confundindo. Acrescenta que, "quando se dá a morte, não bastadizer que os bens transmitidos pela sucessão são todos os bensdeixados pelo falecido. li: necessário conhecer quais sejam e sabercomo serão dístríbuídos, entre os diversos sucessores, atendidas asforças dos títulos concorrentes".

A OAB---JMG defende a manutenção do inventário judicial tam­bém para preservar Os direitos de credores do Inventariado ou fi­lhos adulterinos, que só podem ser postulados com a abertura doprocesso. Para a entidade, o projeto, "tal como foi elaborado, im­porta num retrocesso, pois, há 50 anos, a mesma tese foi defen­dida pelo jurista Astoifo Rezende, sem que conseguisse vingar".

Recebi carta do jurista Macário Pícanço, a propósíto do as-sunto, vazada nos seguintes termos:

"Niterói, 311 de julho de 1960. Celso, segundo vi nos jor­nais, o Governo teria enviado à Câmara projeto de leicom nova redação do art. 982 do Código de Processo Ci­vil, para estabelecer como regra o inventário por escritu­ra pública.

O projeto é de simplicidade pasmosa, quando seriam in­dispensáveis certos detalhes, para atendimento de proble­mas de ordem prática.

Assim, peço ir à Comissão ele Justiça e levar ao relator as'seguintes questões, que me parecem de alta relevância:

V' - Se houver apenas um herdeiro, como se lhe adjudí­carão os bens, se ele não poderá ser, na escritura, a umsó tempo, outorgante e outorgado?

2.& - Em caso de testamento, mas sem ínstítuíçâ» de her­deiro, e daí a inexistência da sucessão testamenjáríaçJímí­tando-se o testador a dísposíções que não interferem coma transmissão dos bens, tais como cláusulas de inaliena­bilidade, íncomunícabílídade e impenhorabilidade, ou re­serva de usufruto, nessas hipóteses, se o projeto fala emsucessão testamentária, o inventário poderá ser por es­critura pública? Em caso afirmativo, quem fiscalizará ocumprimento do testamento, se a escritura de inventárionão estará sujeita à homologação do juiz competente?

3." - Se os herdeiros não dispuserem de recursos finan­ceiros 'para o atendimento das despesas, a quem competi­rá autorização para que determinado bem seja alienado?

4." - Como se processará ao inventário em caso de se­paração judicial ou divórcio?

Cordialmente. - Macário Pícançe,"

O avaliador judicial Jarbas Santos do Couto, de Itacoara, R.iode Janeiro, assim se expressou sobre a mensagem governamental:

"Itaocara, 30 de julho de 1980.

Ex.mo Sr. nr.Celso PeçanhaDD. Deputado Fed,eral.Prezado Deputado:Na qualidade de seu eleitor assíduo e um admirador eter­no, em conseqüêncía de ter sido nomeado Avaliador J1I1­dicial da Comarca de Itacoara, por V. Ex.", respeitosa­mente venho solicitar de V. Ex." o seguinte:Foi enviado pelo Governo, ao Congresso Nacional, umamensagem dando fim aos inventá:rios. Essa medida iráatingir severamente não só os advogados como tambémos próprios avaliadores judiciais do País,

será uma derrocada final para todos nós, se esse projetose transformar em lei, a não ser que haja algum substitu­tivo relacionado à nossa posição.Contando, como sempre, com a colaboração de V. Ex,a,aguardo confiantemente a não-aprovação desse sínístrosoprojeto.Aqui colocando-me à disposição de V. Ex ...., subscrevo-meatenciosamente. - Jarbas Santos do Couto."

Creio que esta não é a hora para o Governo levar mais 111­tranqüíüdade ao seio da família brasileira. 'rodos os Congressistasdevem unir-se para rejeitar este projeto. A OAB, que defende osinteresses da Justiça e dos seus servidores, já se pronunciou, jul­gando-o prejudicial à classe,

O SR. PAULO GUERRA (PDS - AP. Pronuncia I) seguinllediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, continuando a per­seguir os objetivos no sentido de dotar o Amapá dos instrumentose condições para o seu desenvolvimento, durante a semana pas­sada tivemos a oportunidade de participar, ao lado do ilustre Go­vernador do Amapá, Comandante Annibal Barcellos, do secretá­rio de Planejamento, Dl'. Antero Lopes, do Representante do Go­verno do Amapá em Brasília e do nosso colega Deputado AntônlioPontes, de inúmeros contatos e audiências nos Ministérios do In­terior, da Justiça, do Trabalho, da Fazenda, <lo Planejamento, dasComunicações, no DASP, INCRA e Tribunal de Justiça, além decontato com o Ex.mo Sr. Governador de 8ão paulo.' ,

Animados pelo propósito de buscar soluções que viabilizemou instrumentalizem o Território do Amapá no sentido de atin­gir a sua emancipação econômica e política, o Governador Bar­cellos e os representantes do Amapá na Câmara Federal objetiva­ram, nos contatos mantidos, a assinatura de protocolo sobre aarrecadação de tributos, definição e regularização da politica fun-·diária no Território, a regularização da. situação dos funcionáriospúblicos quanto à classificação de cargos, assunto que demanda amaior urgência com vistas a suprir o funcionalismo das condiçõesnecessárias e justas para a .sua sobrevivência e desempenho; aotimização da estrutura e dos serviços da Previdência e Assistên­cia Social; a dinanúzação do Conselho Penitenciário e construçãodo Fórum de Macapá; a criação das Companhias de Desenvolvli-'menta e de Navegação do Amapá, que se constituem pilares parao desenvolvimento do Território e que ensejarão a expansão e se,­dimentação da infra-estrutura desejável como resposta a curtoprazo e ascensão do Amapá à condição de l<::stado. .

A criação do Distrito Agropecuário do Amapá é 'outro aspectode relevância e grande repercussão para a consecução dos pro­pósitos perseguidos. Assim sendo, buscamos junto ao Governo deSão Paulo o caminho para a sensibilização de empresários com afinalidade de carrearmos novas indústrias para o Amapá.

Sr. Presidente, 8rs. Deputados, ao fazermos o presente regis­tro queremos deixar patenteado o nosso agradecimento ao Go­verno Federal e aos seus Ministros, aos demais órgãos que hojese ombreiam a nós do Amapá. e demonstram a sua sensibilidadepara com os problemas que, nos afligem.

Esperamos que os pleitos apresentados -encontrem a ressonân­cia que desejamos e se transformem em medidas efetivas em proldo progresso do Território e do bem-estar do nosso povo.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente e 81'S. Deputados.O SR. GERSON CAMA1.'A (PMDB - ES. Pronuncia o-seguinte

díseurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, para qualquer obser­vador, mesmo o maís desatento, as moedas e o papel-moeda emitidoultimamente dão bem uma idéia da desorganização da vida finan­ceira e econômica elo Brasil. As autoridades monetárias brasileirasparecem querer, de propósito, mostrar, nas moedas e nos papéiscirculantes, a situação confusa a que nos tem levado o quadrofinanceiro naeíonal.

8234 Terça-feira 12 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) A{osto de 1980

É necessário que se diga, inicialmente, que, no Brasil, algumasdas notas de papel-moeda emitidas ultimamente estão totalmentefora do padrão internacional. As notas de papel circulante sãosempre maiores que as carteiras vendidas no comércio e des~i~a­

elas aguardá-las. Assim, o brasileiro que cultivar o saluta~ e C~V1CO

hábito de usar carteira - a fim de conservar melhor o dírihelro eaté facilitar a vida dos "trombadinhas" e batedores - não encon­tra no mercado carteiras nas quais caibam as notas de 500 cruzei­ros. Elas são tão grandes, sim tamanho é tão fora do padrão que asnotas de 1.000 cruzeiros emitidas ultimamente são menores queelas. Isso foge à lógica e comprova que não existe, no Pais. uma or­denação do seu meio circulante.

No setor das moedas a coisa é gritante e chega às raias dairregularidade cometida de propósito. Há moedas de 1 cruzeiromenores que moedas de 10 centavos. Moedas de 10 cruzeiros me­nores que moedas de 20 centavos e moedas de 5 cruzeiros menoresque as moedas de 20 centavos, de 50 centavos e de 1 cruzeiro. E,há ainda uma incrível moeda de 20 cruzeiros, emissão comemora­tiva, que 'não é aceita em alguns lugares no interior do Brasil.

São inúmeras as reclamações que temos recebido em conse­qüência dos problemas trazidos por essa desorganização. Recla­mam as cadernetas de poupança e bancos cujas máquinas decontar moedas ficaram desatualizadas com as recentes emissões;reclamam os trocadores de ônibus e caixas de lojas e lanchonetes,em conseqüência dos erros a que são levados na emissão do troco;reclamam, enfim, os consumidores, freqüentemente logrados, poucoacostumados que estão a lidar com a parafernália que amoedagemnacional colocou em suas mãos. Os poucos numismatas existentesno Brasil também reclamam e o fazem com outro fundamento:acostumados a lidar com moedas do mundo inteiro, se apavoramdiante da falta de padrão e de crit-ério para as emissões de moedasno Brasil. As irregularidades em tamanho e peso são gritantes echegam a provocar risos nos conhecedores do assunto. Segundoesses entendidos e colecionadores, as moedas e papéis-moedasdevem ter os valores que representam diferenciados, para fácilconhecimento dos seus manuseadores, A maioria das moedas dosdemais países se tornam facilmente reconheciveis ao simples toquee peso, o que facilita enormente os usuários, principalmente osdel'icientes visuais. Isso não acontece no Brasil.

Bastaria aos moedeíros brasileiros e às autoridades monetáriasnacionais darem uma simples olhada na coleção de moedas exis­tentes no Banco do Brasil. Lá estão as moedas do Brasil-Impérioe do Brasil-República. Se observarem as moedas cunhadas até1940 vão observar uma coerência em termo de peso e tamanho decad~ moeda, correspondendo sempre ao seu valor. Os antigos "réis",nesse ponto, tinham muito mais lógica e coerência do que os nossosatuais "cruzeiros". Se tal observação lhes for difícil, basta convocarà Casa da Moeda um numismata brasileiro e terã-o, as autoridadespara auxiliá-las no ordenamento das emissões, -

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não nos parece essencial queas moedas e o papel-moeda circulante reflitam tão bem a desor­ganização da economia nacional. Há que existir um pouco_ de ló­gica nas emissões, que devem ser feitas dentro de um padrão pre­estabelecido e não ao sabor dos pendores artísticos do eventualpresidente da Casa da Moeda. Em nome; portanto, dos cons~mi~o­

res brasileiros, freqüentemente vítimas dessa falta de orgamzaçao:dos artistas plásticos brasileiros, envergonhados diante de tantafalta de ordenamento; dos numismatas, vítimas do humor dos seuscolegas de outros paises; dos bancos e cadernetas de poupança,que tiveram que aposentar suas vistosas máquinas de contar moe­das, estamos pedindo o restabelecimento da lógíca, se seja, um or­denamento definitivo dos sistemas de emissao do meio CIrculantenacional.

O Sr. Ministro da Fazênda bem que podeira criar um grupode trabalho, formado por artistas, colecionadores, para que se es­belecesse um padrão definitivo para tais emissões. Uma norma aser obedecida por todos os eventuais presidentes da Casa da Moeda.

A irregularidade dessas emissões é tão gritante, e o estabele­cimento de normas e padrões é tão fácil, que nos parece ser aatual desorganlzação não obra da desídia e do relaxamento, masfruto da má vontade proposital dos que lidam com as finanças na­cionais.

o SR. ALBÉR1CO CORDE'IRO PRONUNCIA DISCURSOQUE, EN'I1REGUE A REVISAO DO ORADOR, SERA PUBLI­CADO POSTERIORMENTE.

O SR. OSVALDO MELO (PDS - PA. Pronuncia o seguintedíseurso.) - Sr, Presidente, srs, Deputados, através da Lei n.o 6.226,de 1975, foi instituída a contagem recíproca de tempo de serviçopara efeito de aposentadoria, o que significa que o tempo de ser­viço prestado às empresas privadas passou a ser contado pelo fun­cionário público, bem como o tempo de serviço público passou apoder integrar o período necessário para a aposentadoria do tra­balhador regido pela CLT.

Trata-se, sem dúvida, de uma vitória do funcionário públicofederal a categoria mais beneficiada pela nova medida. vitóriaque veio premiar uma luta de longos anos. todavia, ainda assim.vitória- pela metade, eis que afastados ficaram os funcionários es­taduais e municipais.

Indiscutivelmente, é uma discriminação que está prejudicandomilhares de funcionários e empregados de empresas privadas eque reclama urgentes providências saneadoras. Na realidade, a apo­sentadoria não é um prêmio a quem ganha muito ou pouco, não édevida em razão do salário recebido pelo funcionário ou pelotrabalhador, mas uma conquista social em conseqüência do tempodurante o qual trabalhou e que, em nossa legislação, vai de 25 ,a 35anos, na conformidade do trabalho exercido.

Não existe, Sr. Presidente, Srs. Deputados, nenhuma razão ló­gica para que do beneficio não possam gozar os funcionários esta­duais e municipais, eis que uma das alegadas como óbice a suaconcretização - a dívida dos Estados e Municipios para com aPrevidéncia Social - pode muito bem desaparecer, se adotado omesmo critério que beneficiou clubes de futebol e entidade declasse, isto é, o escalonamento para sua quitação.

Nesta oportunidade, apelo para o Ministro Jair Soares, daPrevidência e Assistência Social, cuja atuação tem demonstradosua competência e atenção aos problemas do trabalhador, paraque determine aos órgãos competentes de seu Ministério estudosdestinados a resolver o problema, levando a milhares de brasileiroso benefício que tão ansiosamente esperam.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

O SR. BRABO DE CARVALHO IPDS - PA. Pronuncia o se­guínte discurso.).- Sr. Presidente, Srs. Deputados, estamos seria­mente preocupados com a situação do ensino superior no Pais. Acrise no ensino é geral, do primeiro ao último grau, expressandodificuldadcs tanto no processo de educação básica, alfabetizaçãona idade adequada, até a formação universitária. As universidades,todavia, estão em profunda crise. Crise bastante séria que comovetoda li comunidade nacional e exige medidas urgentes e satisfató­rias para que não presenciemos o fechamento da mais importanteinstituição, a Universidade.

Não desconhecemos as dificuldades financeiras que atravessao País. Acompanhamos com preocupação os esforços do Governo

,no sentido de resolver os problemas econômicos que vivemos. Masnão podemos sacrificar, mais ainda, a educação, que sempre foi aárea mais sacrificada nos momentos difíceis. Os orçamentos des­tinados à educação são geralmente os que mais cortes sofrem nosmomentos de aperto. Estamos agora em condições delicadas, masa educação precisa ser preservada. Preservar a educação, espe­cialmente a universitária, é questão de sobrevivência nacional.

É na universidade que vamos encontrar as fontes de desen­volvimento da sociedade como um todo, as bases de todo o pro­gresso. Não podemos abrir mão das pesquisas, da formação uni­versitária, quando, exatamente, mais dele se necessita. Há muitoas universidades estão perdendo sua autonomia por falta absolutade recursos. Perdem seus melhores mestres, por falta de uma po­lItica salarial estímuladora do magistério. Seus recursos sequersão suficientes para o pagamento do pessoal, pagamento mesmoinsuficiente. As pesquisas estão paralisadas em quase todas. O es­pírito universitário se deteriora progressivamente. Os recursos sãoinsuficientes até para as mínimas despesas administrativas. Nãopodemos continuar assim.

O Reitor da Universidade do Pará, o Prof. Aracy Barreto, ementrevista à imprensa de Belém, revela suas mais que justaspreocupações. Teme ele que a Universidade possa ser fechada den­tro de pouco tempo, caso os recursos solicitados pelo MInistro daEducação não sejam liberados. Fechar uma Universidade Federalcomo a do Pará é um crime que precisamos a qualquer custo evitar.A Universidade Brasileira precisa de atenção imediata e a popula­ção toda se sente ameaçada com a sua crise. De todas elas, Infeliz­mente, a que mais corre ríscos é a do Parà, cujos recursos sãoabsolutamente insuficientes para manter suas portas abertas.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, trazemos a esta Tribuna umveemente apelo ao Sr. Presidente da República, no sentido de queS. Ex.a ouça as justas, justíssimas reivindicações do Ministério queocupa, na sua luta pela educação nacional. Que os recursos pedi­dos lhe sejam concedido, que seja salva a Universdade Brasileira,

"restttuíndo-se-Ihe a grandeza que sempre ostentou.Era o que tinha a dizer.

O SR. JERôNIMO SANTANA (PMDB - RO. Pronuncia o se­guinte díscurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, o Territóriode Rondônia vive numa situação de crises permanentes. Uma des­sas crises é causada pela falta de energia e luz nas cidades dointerior. O exemplo mais flagrante é, hoje, a situação de Guajará­Mirim, que vive às escuras, com os motores estacionários em panepor falta de peças de reposição.

Arosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) 'I'erça-Ieíra 12 8235

Esses motores. para funcionar. dependem de peças importadas.São conjuntos geradores Villares, motores Cumíns, cuja duraçãoem funcionamento não vai além de cinco anos. Depois deste períodoVem a reposição das peças. Lamentavelmente. a Cerrtraís Elétricasde Rondônia. numa desídía invejável, não dispõe de um estoquede peças para fazer face aos desgastes que ocorrem. fataimente.como com os pistões e suas camisas.

Visitei as usinas da CERON em Guajará-Mirim, durante orecesso de julho último. e pude constatar a situação de descalabroe abandono do setor de geração de luz para aquela importante ci­dade de .nosso território. Existem ali duas casas de máquinas.Numa se acham instalados os motores Villares com capacidadede 1.000 Kwa cada. Nesta usina os conjuntos geradores se achamem pane e estão desmontados, aguardando peças que deverão virdo exterior. peças essas esperadas há mais de seis meses. que nãochegam.

Os motores Cumins Villares para funcionarem gastam cercade 120 litros de óleo lubrificante, durante 24 horas. e consomem700 litros de óleo diesel a cada seis horas, sendo que à noite esseconsumo chega a 1.200 litros. O consumo de óleo diesel na CERONde Guajará-Mirim chega a mais de 7.000 litros de óleo por dia,sem falar nos lubrltícantes.

Em outra casa de máquina, próxima ao posto.. existem doismotores marca Skoda com capacidade .de 360 Kwa e consomem 40litros de óleo lubrificante e 2.330 litros de óleo díesel. Nesta casade máquinas apenas um motor Skoda está em funcionamento. ltpreciso ressaltar. a excelente qualidade destes motores que ali fun­cionam há mais de 20 anos e não apresentam defeitos, como aque­les de marca Cumins Villares. O outro motor. Skoda, com igualcapacidade, se encontra vergonhosamente paralisado há três anos.embora sem qualquer defeito, porque o seu gerador queimou equeimado se acha por todo esse período, sem as providências desubstituição do gerador.

Oabería a indagação: o que anda fazendo a CERON que hátrês anos sabe que um gerador queimou em Guajará-'Mlrim e nãoprovidenciou a sua substituição? Trata-se de uma Central Elétricacom diretoria bem remunerada, mordomias e tudo mais, e não vêo mínimo que é de suas atribuições providenciar.

Por que um motor se acha parado há três anos apenas porfalta de um gerador? lt a desídia e o abandono do setor. É a crise,não de material, mas de hoinem; é o festival da incompetência.das mordomias dos governos itinerantes, com os quais gastam ab­surdos em -avíões, festas e banquetes e não são resolvidos os pro­blemas fundamentais que afligem as populações.

O resultado desta desídia e Incompetência é que a cidade estásem luz. Metade da cidade recebe luz uma parte do dia e a outrametade recebe em outros períodos. O comércio é sacrificado, bemassim as poucas \l1dústrias existentes.

. A desídia maior é do Governo do .Território que não destinanovos conjuntos geradores para Guadurá-Mirlm. Recentementeenviaram novos motores para Ji-Paraná e deixaram Guajará-Mí­rim esquecida. Até quando?

o. mais grave é que a CERON fornece apenas 15 dias por mêsaos consumidores e está cobrando dos usuários preços como se ofornecimento fosse de 30 dias, A grande crise de Gualará-Mírtm.hoje, é a falta de luz. Toda a população reclama, e as providênciasnão surgem..lt o império da burocracia, da incompetência, do de­sinteresse, da marginalização e do esquecimento das necessidadesbásicas da população da cidade e do munícípío,

A situação da geração da energia à base de óleo diesel é real­mente criminosa para os interesses do país. Os gastos de óleo dieselcom o funcionamento de usinas geradoras de energia, em Rondô­nia e Acre, são assombrosos, para não falar no Estado do Ama­zonas e Roraima.

A solução prática e econômica está na adoção de locomóveiscom caldeiras movidas a lenha, resíduos da madeira. Essa é umasolução prática víável e econômica para a nossa região, que temcarência de energia e excesso de lanha para acionar os loco­móveis. Seria uma das mil maneiras de o país economizar com-bustível e oferecer energia barata às nossas cidades. .

A ELETRONORTE poderia estudar um plano que visasse asubstituir os motores a diesel por locomóveis a lenha em Rondôniae Acre, visando à economia de combustíveis, uma vez que a CentraisElétricas da região é altamente deficitária economicamente e estáfuncionando com o combustivel subsidiado pela ELETROBRAS.ELETROBRAS.

A solução dos locomóveis, além de econômica, viria a dar ori­gem a empregos e mão-de-obra regional na extração da lenha,que é abundante nos projetos agrícolas.

Essa solução livraria a Centrais Elétricas da situação de fa­lência em que se encontra, até que o Governo resolvesse encarara produção de energia de fontes hídricas, solução que foi lamen-

tavelmente desacelerada depois dos estudos da ELETROBRAScom vistas à implantação das mini-hidrelétricas para a Região'Amazônica. Neste particular, o Território de Rondônia é direta­mente afetado e prejudicado.

Daí a nossa afirmação, nunca desmentida. de que a falta deenergia é um ientrave fundamental ao nosso desenvolvimento.'Até quando?

V - O SR. ~RESIDENTE IEpitácio Cafeteira) - Passa-se ao"Grande Expediente.

Tem .a palavra do Sr. Nivaldo Krüger.

O SR. NIVA:LI)() KRilGER (PMDB - ~R. Prnnuncla o seguinte'discurso.j - Sr. Presidente. Srs. Deputados:

"0 bem comum de uma sociedade exige que ela seja justa.Onde falta a justiça, a socíedade está ameaçada ... "

A formação humanística e. a consciência do povo brasileiro'foram sacudidas pela pregação de S. S. o Papa João Paulo II, emsua peregrinação pelo Brasil. .

Os efeitos mais profundos desse acontecimento, pela sua re­'centídade, ainda não podem ser medidos em toda a extensão,'mas o vazio deixado pela sua ausência física. infunde tênue sen­timento de saudade filial no seio das massas que, emocionadas.'viram-no passar e ouviram-no falar. seja esse espaço preenchido'agora, passados os entusiasmos, pelo conteúdo de sua pregação que,'apostólica e prorétíca, confortou na certeza da fé e inquietou pela'veracidade das advertências.

Confortante e inquietante a um tempo só, pôs-se em ebulição,'sentimento e razão. Do atríto das idéias ao impacto do chamado,'desencadearam-se energias dormentes, moveu-se a inércia e tudo'já não pode ficar como .antes. Porque, se, de uma' forma, recon­fortou o espirito pela promessa de vida e paz, de outra açulou a'consciência para a realidade do próximo que, vítima de dominação,'se debate carente de solidariedade e de justiça - e' eles são mi­lhões.

Sua mensagem forte e lírica. fraterna e pacifista, é enérgica'chamada aos esquecidos valores.da étIca do amor e espírttualídade,'cernes do conceito cristão de vida que o consumismo desta socíe­'dade do "ter" desvirtua e quer assumir em. lugar da perene rea­Ildade do "sêr" e que, por isso, confunde, abala, angustia, desor­'dena e conflita.

Sua lição é cristalina:" ... é indispensável saber vencer a tentação da chamada"sociedade de consumo"; da ambição de ter sempre mais,em vez de procurar ser sempre mais, da ambição de ter'sempre mais, enquanto outros têm sempre menos."

Questáo de fé e religião, Sr. presidente, dizem respeito ao toro'íntimo de cada pE!SSOa, não se discute; só a ela cabe decidir eon­'forme sua responsabilidade e entendimento. Não é, portanto,' o'que abordarei. Mas abordarei suas advertências, que, feitas com'isenção e seriedade, não podem perder-se com a evaporação dos'entusiasmos, precisam ser refletidas, porque .expressam valor de'inspiração profética. Trago-as para o seio do Parlamento por te­'rem sido dirigidas também aos que detêm poder de influir, para'serem consideradas numa dimensão solidária, como imperativo, de'forma a ser resgatado por quantos detêm esse privilégIo.

Como continuar insensivel ante a autoridade deste apelo que'ressoou pelos quadrantes?

"Vós todos, que vos chamais construtores da sociedade,tendes nas mãos um certo poder, por causa das vossas ati­vidades. E:mpregai-o a serviço da justiça social. Rejeitaio raciocínio inspirado pelo egoísmo coletivo de um grupo,de uma classe ou baseado na motivação do proveito ma­terial unílateral.Recusai a violência como melo de resolver os problemas,da sociedade, pois a violência é contra a vida, é destruidorado homem. yosSo poder, seja político, econômico ou cultural,aplica-o a serviço da solidariedade que abrange todo ohomem, e, em primeiro lugar aqueles que são os maísnecessitados e cujos direitos são mais freqüentemente vío­lados."

Dirigindo-se diretamente aos políticos e dirigentes, prossegue:"A vós, líderes e militantes políticos, quero recordar queO' ato politico por excelência é ser coerente com uma voca­ção moral e fiel a uma consciência. ética que, para alémdos interesses pessoais e dos grupos, visa à totalidade dobem comum de todos os cidadãos."

Essa vibrante convocação para a incorporação à causa do bemcomum, sob a égide da filosofia cristã, preenche um espaço maisamplo e profundo do que os programas disponíveis e leva-nos àanálise da contemporaneidade social na sua instabilidade e in­subsistência como fulcro da crise universal, cujas proporções e

8236 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Agosto de 1980

complexidade abalam cientistas, políticos e estadistas. E nela es­tamos envolvidos, como parcela da humanidade, como Pais, Es­tado, Nação e como homens.

É sob a dimensão do respeito à dignidade desse homem quese deve fundar a sociedade do bem comum, em que a organizaçãodo Estado e a instituição do Governo sejam seus meios pelo únicosistema coerente com esses princípios, o democrático.

"O compromisso fundamental de Cristo é com o homem.Coincidentemente, a democracia é substancialmente cristã,porque a democracia é criatura 'do homem e nela o homemé fim e não meio." (Deputado Ulysses Guimarães)

Concedo o aparte ao nobre Deputado Celso Peçanha,

O Sr. Celso Peçanha -- Nobre Deputado Nivaldo Krüger, nãoquero, de maneira nenhuma, interromper a palavra de V. Ex ....ainda mais quando cita João Paulo 11. Mas, quando 8.S. visitou oBrasil, eu estava na Europa e pude ler nos jornais de todo o mun­do páglnas inteiras sobre sua passagem pelo Brasil. Na França,todos os jornais ocuparam a primeira página com os discursos doPapa no Brasil. "LeMonde" ocupou 2 páginas descrevendo toda asua viagem, o seu contato com os intelectuais, enfim, a sua vi­vência com o povo brasileiro. Nos países comunistas, os jornaisregistravam também o fato na primeira página. como na Hungriae Tchecoslováquia. Na Austría, como na Inglaterra, havia largoscomentários na imprensa sobre a visita do Papa ao Brasil. A Ale­manha se ocupou fartamente do assunto. E todos focalizavam amiséria da nossa gente e I. esperança que S.S. incutia no senti­mento popular para se erguer, para elevarmos esta Nação, paraconduzi-la a novos rumos. V. Ex." num discurso sereno e isentode sectarismo, diz como foi a passagem do Papa por este País.Numa hora tão triste para nós, em dias tumultuosos, quando es­tamos mergulhados numa crise profunda, a palavra daquele ho­mem. que tem uma projeção divina extraordinária, significou pa­ra todos nós um sursum corda, para trabalharmos melhor para oBrasil. Agora é preciso que o Governo leia e releia as palavras doPapa e sobre elas medite, porque elas contêm um sentimento dereligiosidade que nos eleva, e assim possa exercitar. a serviço denossa Pátria e de nosso povo, alguma coisa do que S.S. pregou.

O SR. NIVALDO KRtiGER - Muito obrigado. E é nesse sentidoque resolvi, valendo-me deste horário. trazer ao seio do Congressonão a pregação religiosa de S. S .. como disse inicialmente. porquea religião é questão de foro íntimo de cada um. mas as suas ad­vertências,do ponto de vista social. que têm uma profundidademuito grande e que foram dirigidas aos homens do Brasil. entreeles os governantes, parlamentares e outros que exerçam cargode Ilderança.

Dirigindo-se aos homens do Brasil. 8.S. se expressou, preo-cupado com nosso futuro, desta forma:

"Toda sociedade. se não quiser ser destruída a partir dedentro, deve estabelecer uma ordem social justa. Este ape­lo não é uma justificação à luta de classes, pois a lutade classes é destinada à esterilidade e à destruição. Masé um apelo à luta nobre em prol da justiça social na so­ciedade inteira."

Se assim precisa ser, "uma ordem social justa", e se ela não-o é, aos homens da Nação cabe urgentemente reformá-la. E semudanças se impõem - e elas não devem ser violentas, mas pre­cisam ser feitas - que se façam como pacto comum das forçasem confronto pela solução pacífica. Mas que não seja esse pactotransformado em ponto de inércia, garantia dos privilégios porlongo tempo. Porque esses privilégios concentrados em poucasmãos são a contrapartida injusta da escassez partilhada por mi­lhares. Pobres sempre haverá, mas que não o sejam por força dadominação ou conseqüência de modelos impróprios.

E o Papa concitou as massas a não aceitarem passivamenteessa condição de miserabilidade que as circunstâncias sociais lhesimpõem:

"O bem comum de uma sociedade exige que ela seja justa.Onde falta a [ustíça, a sociedade está ameaçada interna­mente. Isto não quer dizer que as transformações neces­sárias para produzir uma justiça maior devam operar-secom violência, revolução, efusão de sangue, porque a vio­lência leva a uma sociedade de violência. e nós, os cristãos.não podemos subscrevê-la. Mas isso quer dizer que hátransrormações sociais, às vezes profundas, a serem rea­lizadas constantemente, progressivamente, com eficáciae realismo, por r~formas pacíficas."

Justiça social e reforma, prega o Papa em sua passagem peloBrasiL

À espera de reformas a Nação foi envolvida durante longoperíodo. muitas delas foram até esboçadas. mas não se realizarame nosso País foi dominado por um sistema que se impôs. anun-

ciando o compromisso de "fazer face a uma crise nacional parasalvá-lo e suas instituições de uma derrocada iminente,"

"Passados quinze anos, durante os quais se procurou justi­ficar o arbítrio como meio de enfrentar a crise, o fato éque a Nação se encontra na expectativa de uma crise maisgrave que as anteriores," (Palavras do Gen. Hugo Abreu).

É examinando a divisão da renda nacional, 8r. Presidente eSrs. Deputados, que encontraremos as raizes da Injustiça a que serefere o Papa, pela sua forma privilegiante em favor de poucose ernpobrecedora das maiorias trabalhadoras. O sistema se carac­terizou pelo prêmio aos ganhos de capital e pelo sacrificlo à forçade trabalho. O conhecimento dessa injusta realidade é que fun­damenta a advertência de Sua Santidade e se comprova no se­guinte confronto: entre 1960 e 1970. 1% apenas da população tevesua renda elevada, e a participação no produto global elevou-sede 11,7% para 17%, sendo que a categoria seguinte, formada pelaminoria de 4% da população, teve sua parte aumentada de 15%para 18%. Os 15% seguintes, que correspondem, de certo modo. àbaixa classe média, viram sua parte diminuir de 27% para 26,9%.Porém, os 30% seguintes, que formam a massa trabalhadora e osartesões, tiveram sua parte diminuída de 17% para 13,7%. Emnúmeros absolutos, a renda dos pobres, constituídos de trabalha­dores e classe média, aumentou de forma insignificante, por voltade 9%, enquanto a renda da maioria dos mais ricos aumentou em112%, no mesmo período. Assim. o Governo implantou a injustiça.premiando poucos às custas do sacrifício de muitos.

Na' década de 70, a situação tendeu a agravar-se com a perdado poder aquisitivo dos salários. Nos seus primeiros cinco anos.:osalário mínimo caiu de 100 para 82, em termos reais. Já em 1978,o nivel salarial estava muito longe dos índices de 1964. podendose adquirir 70% do que se adquiria naquele ano. Em contrapartida,houve, é verdade. cresctmento do Produto Interno Bruto, mas quefoi beneficiar apenas os bancos, as empresas estrangeiras, umapequena parcela do empresariado nacional e o capitalismo doEstado.

O arrocho salarial, na área do trabalho, o confisco e os tabe­lamentos na agricultura, foram os sustentáculos dessa política,que gerou empobrecimento daqueles e a descapitalização desta,com a restrição do mercado interno e a escassez de alimentos.

Falou. em Teresina, da fome fisiológica que debilita o corpoe o espírito e faz .massas carentes - 30 milhões em nosso País:

"Ao lado desta e de outras formas de subalimentação doespírito, é necessário consíderar o grave estado de de­pressão em que se encontram inteiras populações por cau­sa de suas condições econômicas ... "

Em São Paulo, aos intelectuais, falou-nos da carência educa­cional que avilta o espírito: "Um analfabeto é um espírito subali­mentado",

Em Belo Horizonte, aos jovens:

"A maior riqueza deste País, intensamente rico, são vocês.O futuro real deste País do futuro se encerra no presentede vocês ... "

O Sr. Tarcísio Delgado - Permite-me V. Ex."?

O SR. NIVALDO KRtiGER - Concedo o aparte ao ilustreLíder.

O Sr. Tarcísio Delgado - Nobre Deputado Nivaldo Krüger, fo­caliza V. Ex.", no seu pronunciamento de hoje, tema da maiorimportância. O Papa João Paulo li visitou o Brasil quando estáva­mos em recesso. Era de se esperar maior desdobramento nestaCasa, na sua reabertura, sobre a presença do Papa na terra bra­sileira. O Santo Papa, percorrendo nosso país, atraiu ao seu en­contro o maior número de pessoas que nossa História até hoje re­gistrou. Sua Santidade deixou-nos uma mensagem sobre a qualdevemos refletir demoradamente. É importante, na sua sabedoria,na altura em que se encontra como autoridade. analisarmos suamensagem. Veremos então que as autoridades S.S. advertiu, aomesmo tempo que se solídarízou com os pobres e consolou os mi­seráveis. Enfim. dirigiu-se a todos, trazendo uma mensagem pró­pria a cada classe, a cada categoria. fazendo uma advertência.com a autoridade que tem, sobre nossos problemas sociais, sobreos problemas de hoje. Nobre Deputado, neste rápido aparte, nãopoderia deixar de ressaltar a palavra do Santo Padre na Capitaldo meu Estado, Belo Horizonte, quando aos jovens indicou SuaSantidade o caminho certo. pedindo, inclusive, que eles não en­trem por atalhos para alcançar seus objetivos; devem caminharno camínho reto, porque nunca os meios justificam os fins. Tam­bém ali, na jovem Capital do meu Estado, o Papa falou de liber­dade - e não poderia ser em outro lugar que não a terra deTiradentes - ressaltando a importância de os povos caminharemnum ambiente de liberdade. A Liderança do partido a que perten­cemos solidariza-se com V. Ex.", por trazer a esta Casa o desde-

Arosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira. 12 8237

bramento dos comentários referentes à palavra do papa, na suapresença no Brasil, palavra que por muito tempo devemos dis­cutir, analisar, debater e seguir, para podermos caminhar ao en­centro de uma sociedade justa e livre.

O SR. NIVALDO KROGER - Nobre Deputado. agradeço aV. Ex.a o aparte.

Voltando ao meu pronunciamento, Sr. Presidente. reportava­me às palavras de S.S. acerca da nossa juventude, quando diziaque a maior riqueza deste País intensamente rico são os seus jo­vens. O futuro real deste País do futuro se encerra no presentedos [ovens, .

Prossigo, Sr. Presidente.Meditar sobre esta mensagem à luz da política governamental.

com recursos cada vez menores para a educação - no ano pas­sado, 5,8%; este ano, 4,2% - é constatar-se o seu descaso paraa importância de valores reais. A educação não é prioritária paraos do Governo. Desprezam a "maior riqueza do País", não estãopreocupados com o futuro. O usorruto do poder lhes é suficiente.

Arremata Sua Santidade. dizendo: !"A autêntica cultura animi é cultura de liberdade, queemana das profundezas do espírito, da lucidez do pensa­mente e do generoso desinteresse do amor. Fora da li­berdade não pode haver cultura. A verdadeira cultura deum povo, a sua plena humanização, não se podem desen­volver em um regime de coerção."

A prioridade ao urbanismo e à industrialização fez a agri­cultura perder posição na formação do PIB, baixando de 27%para escassos 11%, assumindo a indústria excepcional relevância,crescendo o valor da sua produção, de 7 bilhões de dólares para77, numa evolução de 1000%. 11: a supremacia da industrializaçãoe do urbanismo, e seu produto para competir no mercado continuasubsidiado por um consumidor cada vez mais empobrecido. 11: a po­lítica injusta imposta pelo Governo ao povo brasileiro. Os pequenosproprietários viram-se forçados a abandonar o campo. A cidadenão absorveu essa mão-de-obra que foi colocada pelo modelo doGoverno, ao dispor do processo industriallzante. O campo se esva­zrou, a periferia das cidades inchou. A indústria, para exportar,exige cada vez maiores volumes de importação, a balança comer­cial se desequilibrou, todas as nossas exportações não cobrem. se·gundo o próprio Presidente da República, os gastos com os- jurose a importação de combustiveis. A produção de alimentos é insu­ficiente, o Governo anuncia a exportação de material bélico e aimportação de volumes cada vez maiores de alimentos. Chegamosao absurdo de importar os cinco elementos essenciais da mesa dobrasileiro: leite,.feijão, arroz, milho 'e carne.

Concedo o aparte ao ilustre Líder do Governo, Deputado Atrí­aío Vieira. Peço a V. Ex.a que seja breve, tendo em vista o curtoespaço de tempo de que disponho.

O Sr. Afrísio Vieira - Vou tentar ser breve, talvez não tantoquanto deseja V. Ex.a Deputado Nivaldo Krüger, V. Ex.a sabe quesou um grande admirador de V. Ex.a. pela seriedade dos seus pro­nunciamentos nesta Casa.

O SR. N1VALDO KROGER - Muito obrigado, ilustre Deputado.

O Sr. Afrísio Vieira - Todavía, permita-me que faça um li­geiro reparo. No exórdio do seu discurso V. Ex.a invoca a autori­{jade papal para dizer que Sua Santidade, no Brasil, proclamoujustiça e reformas. Evidentemente, o povo brasileiro o ouviu aten­tamente, bem como o Governo. Reconheço que V. Ex.a tem razãono que diz. Todavia, quero fazer um reparo. V. Ex.a se refere aoBrasil. Realmente, no Brasil, além di. divida externa, que hoje jáatinge mais de 50 bilhões de dólares, existe uma divida internade mais de 500 milhões de dólares, e existe, sobretudo. uma dividasocial. O povo brasileiro é carente. Há dívida social em todos ossetores da vida humana. Quanto à Educação, a Constituição Fe­deral prega, no seu art. 176. se não me engano, que a educação éobrigatória e gratuita de 7 a 14 anos, No entanto, existem noBrasil 6 milhões de crianças analfabetas sem freqüentar escola.As carências são evidentes e o Governo brasileiro procura corrigi­las, No dia oito deste mês o Presidente Figueiredo reuniu seuConselho de Desenvolvimento Social e distribuiu uma série de ver­bas, como foi salientado pelo Depubado João Faustino, hoje, nestasessão. para justamente debelar as carências sociais. Trata-se deverbas para hospitais e para as escolas, no montante de 4,4 bi­lhões de cruzeiros. Conseqüentemente, o Brasil tem procuradoafastar esse desnível social e atacar as carências sociais. Mas.lembro a V. Ex.a que, se no Brasil é assim, muito pior é a situaçãomundial e aí é que peço um pouco da atenção de V. Ex.a , umpouco de paciência para comigo. Vou citar - já que V. Ex,u estáJazendo um discurso escrito - um reparo feito pelo Presidente doClube de Roma, que tem prestado relevantes serviços à humani­dade.

o SR. NIVALDO KROGER - Nobre Deputado, permita-meum esclarecímento. Na abertura do meu discurso, teci considera­ções sobre a crise universal e disse que estadistas e líderes sociaisestão perplexos diante de uma realidade de convulsão. Mas vive­mas no Brasil e cabe-nos encontrar solução para os nossos pro­blemas.

O Sr. Afrísio Vieira Lima - Perfeito. V. Ex.a, então, comun­ga no meu racíoeínío. O Governo brasileiro tem procurado soluções,mas quero demonstrar a V. 'Ex.a que no Brasil esse problema aindaé esmaecido, apesar de grave. Agora vamos verificar as estatísticasmundiais. Vou ser breve. No momento, mais de um terça da popula­ção mundial está vivendo .abaixo dos limites da pobreza; 570 mi­lhões de pessoas não se alimentam suficientemente, um bilhão I~meio de pessoas não têm cuidados médicos eficientes. Um bilhãof' 300 milhões de pessoas têm um rendimento anual inferior a 90dólares. E mais de um bilhão de pessoas não têm habitação ade­quada. O número de adultos analfabetos é ele 800 milhões, e daíem diante. Então, o Presidente do Clube' de Homa diz que só exís­tem duas soluções: primeiro, o combate ao 'armamento desenfrea­do, porque metade dos cientistas mundiais se dedicam, sob a rotula­g'em de defesa, ...

O SR. NIVALDO KROGER - E o Brasil é o maior compradorde armas da América Latina.

O Sr. Afrísia Vieira Lima - .,. a pesquisas para aumentar ()poderio de guerra das nações portentosas e potentadas, dentre asquais a Rússia e os Estados Unidos.

O SR. NIVALDO KROGER - E o Brasil, de exportador de ali­mentos, passou a exportador de armas.

O Sr. Afrísio Vieira Lima - E devemos cuidar, sobretudo, doplanejamento familiar, para propiciar boa qualidade de vida aopovo em todo o mundo. Conseqüentemente, quero demonstrar aV. Ex.a que o problema no Brasil é esmaecido, apesar de grave,Maior é o problema em todo o mundo. É isto apenas o que euqueria observar.

O SR. NIVALDO KROGER - Agradeço a V. Ex.a e respeitoo ponto de vista de cada um, como é próprio em um Congresso.Simplesmente, o tempo não permite o debate. Poderíamos promo­ver um debate muito interessante em torno desta questão e po­deríamos demonstrar que a posição do Brasil se agravou nos últi-mos tempos. .

A inflação assume proporções inéditas. No mês passado, 8,4'7<,com 107% acumulada ao ano. As promessas do modelo do "desen­volvimento com segurança" apresentam-nos esse quadro que, setem algo de crescimento, nada possui em termos de desenvolvi­mento. Finalmente, a segurança prometida se transformou namaior das inseguranças dos cidadãos, expressa na incerteza e nasdesesperanças de que está possuído o homem brasileiro.

'Para não se atribuir tais conceitos ao pessimismo de cassan­dras ou à maledicência do oposicionismopolítieo, invoco o tss­itemunho de um militar, o gen. Hugo Abreu:

"Apesar das 'Promessas de democratízacão reafirmadassolenemente por todos os Presidentes, em vez de defendera democracia ameaçada, instituíram e fortaleceram cadavez mais um sistema de governo 'autoritário divorciado darealidade nacional." -

Prossegue:

"A luta contra a corrupção foi abandonada; esta constitui'hoje uma praga daninha a minar a autoridade do Go­verno."

São palavras do Gen. Hugo Abreu, Sr. Presidente. em sua re­cente obra.

Concedo o aparte ao Deputado Louremberg Nunes Rocha, pe­dindo-lhe que seja breve.

O Sr. Louremberg Nunes Rocha - Nobre Deputado, gostariaapenas de citar um fato concreto sobre o agravamento das rela­ções sociais no Brasil. Acabo de receber notícia de Mato Grosso,de que agricultores, desesperados com o valor básico de custeio,entraram hoje em greve naquele Estado, com a solidariedade docomércio das cidades de Barra do Garça, Rondonópolis e Diaman­tino, Hoje, aqueles agrícultores deixaram suas máquinas em fren­te ao Banco do Brasil, à margem das estradas, e se recusam aplantar. em vírtude do custo a que chegam lá os adubos e outrosimplementosagricolas. O meu aparte foi para trazer-lhe nossasolidariedade e comunicar este fato a V. Ex.a, homem da agri­cultura e ex-Presidente da Comissão de Agricultura.

O Slt. NIVALDO KROGER - Muito obrigado, Deputado.Prossigo. Sr. Presidente.As recentes publicações do O Estado de 8. Paulo confirmam

essa assertiva. Ess~ modelo político não só consolidou o autorítarís-

8238 Terça-feira 12 DIARIO no CONGRESSO NACWNAL <Seção 1) Agosto de 1980

mo. mas produziu a injusta concentração da rlqueza, da proprie­dade da terra. d desalentador centralismo da força administrati­va, abalando os prtncípíos basilares do sistema federativo e oânimo construtivo do povo, pela brutal redução dos recursos des­tinados a Municípios e Estados, de tai forma que os municípiospartilham em 1.2% os recursos públicos nacionais e a totalidadedos Estados brasileiros não possui renda' tributária para garantirsequer suas despesas de custeio.

Essa terrível concentração de poder e riqueza engendrou omais dramático enfraquecimento do povo. que, contido e desespe­rado, Se abate em profundo sentimento de impotência. descrendo doGoverno, porque este não lhe diz respeito, c, por associação. des­confia da autoridade dos políticos e dos magistrados, porque o sis­tema subordinou o Judiciário e esvaziou o Parlamento. A economiase desnacíonalíaa, o empresário vive ante o espectro da bancarrota,a classe média, da proletarísação, e o trabalhador, do desemprego.

se tudo isso não for suncíente para justÍ!ficar a proposta de re­forma lançada pelo PMDB, restará ante o imobilismo, a opção vio­lenta dos desesperados ...

Porque, segundo Erich Fromm, na análise "Revolução da Es-perança", a

"reação destrutiva à esperança destruida é o caminhodos que. por razões sociais ou econômicas, estão excluídosdos confortos da maioria e não têm para onde ir social eeconomicamente". ( ... ) "Outro resultado muito mais drás­tico da destruição de esperança é a destrutíbílídade e aviolência. Ele quer vingar-se pela sua vída não vivida ee o faz lancando-se à destrutibllidade total. de modo quepouco se lhe dá se ele destrói outros ou é destruído". ( ... )"Precisamente porque os homens não podem viver sem 3S­perança, aquele cuia esperança foi totalmente destruídaodeia a vida:'

Nossa realidade social se enquadra nessa perspectiva. Sr. Pre­sidente e Srs. Deputados.

A medida que o sistema se aprofunda na crise que engendrou,cresce a onda de violência e acentua-se a sensação geral de in­segurança. .

Campeia por toda parte uma atmosfera de incerteza e ansie­dade, como prenuncio de acontecimentos. Há uma crise de autori­dade. Abalam-se. nas contradíçôes, as bases do Sistema, que, so­berbo, ainda posa de forte. Mas sua fraqueza já não maIs esca­j", à perspicácia popular, que, na sua sabedoria ínstíntíva. se In­ri.:lga do destino que os aguarda. lt a Nação sobressaltada. sentindo­se desprotegida por um Governo que não a representa.

Foi preocupado com nosso futuro, e compreendendo esse dra­"a com que se defronta o povo brasileiro, que, certamente, João.'aulo II nos advertiu e convocou, num de seus mais inquietanteschamados:

"Depende de vós todos e de cada um que o futuro do Bra­sil seja um futuro de paz, que a sociedade brasileira sejauma convivência na justiça. Creio que é chegada a hora detodo homem e toda mulher deste imenso País tomar umaresolução e empenhar decididamente as riquezas do pró­.prlo talento e da própria consciência para dar à vida daNação uma base que há de garantir um desenvolvimentodas realidades e estruturas sociais na justiça. Alguémque reflete sobre a realidade da América Latina, tal comose apresenta na hora atual, é levado a concordar com aafirmação de que a realização da justiça neste Continen­te está diante de um claro dilema: ou se faz através dereformas profundas e corajosas. segundo príneíplos queexprimem a supremacia da dignidade humana, ou se faz- mas sem resultado duradouro e sem beneficio para ohomem, disto estou convencido - pelas forças da violên­cia. Cada um de vós deve sentir-se interpelado por estedilema. Cada um de vós deve fazer a sua escolha nestahora histórica:'

De nossa parte. como políticos. da parte do Movímento De­mocrático Brasileiro, já tornamos a nossa decisão, oferecendo acontribuição da reforma profunda de que fala, pacífica como sequer, democrática como se almeja. Contida em nosso programapartídárío e pela Assembléia Nacional Constituinte, reordenandoo Estado, a economia. o social, o direito, em busca da ardem justacom que alimentamos nossas esperanças.

Será que o Governo ainda não se apercebeu do dilema em queestá colocado?

Ou abre ao povo uma porta de esperança, para remoção dascausas que o afligem, com sua participação e das forças dernocrá­tlcas pela via das reformas, ou entregará a Nação, logo mais adi­ante, desesperada, nas mãos dos golplstas, por não terem visãonem grandeza para perceber as implicações do momento histórico.(Palmas.)

Durante o disCUTf;) do Sr. Nivaldo Kriiqer, o sr. Bpi­tácio Cafeteira. zv-Secreuuio. deixa a cadeira da presi­dência. que é ocupada pelo Sr. Daso Coimbra, Suplentede Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Daso Coimbra) - Tem a palavra o Sr.Geraldo Fleming.

. O SR. GERALDO FLEMING (PMDB - AO. Pronuncia o se­guinte díseurso.) - 81'. Presldente, 81'S. Deputados, há exatamen­te um ano ocupei esta mesma tribuna para fazer uma denunciamuito séria, levando ao conhecimento da Câmara e, através dosAnais desta Casa. ao Governo, um fato gravísslmo que estava en­tão ocorrendo no Acre: o problema social gerado pela injustiçaque vinha sendo cometida contra os que trabalham a terra na­quele Estado que temos a honra de representar no CongressoNacional.

No dia 15 de agosto do ano passado, já dizíamos que, desde acríação do Estado do Acre, em 15 de junho de 1962, os que tra­balham a terra naquela Unida.cle da Federação esperam ver suaspropriedades tituladas, mas a cada dia que passa mais longe secoloca a esperança, pois nem o Governo acreano, nem o INCRAadotou qualquer medida para que isso viesse a acontecer.

Dizíamos também, Sr. Presidente - e volto a afirmar que istofoi há exatamente um ano - que o problema a cada dia mais seagrava, chegando a gerar conflitos que poderão transformar-seem convulsão social.

Naquele dia pedíamos ao Governo do Acre e ao próprio Go­verno Federal que tomassem nota daquela data em que abordá­vamos o assunto. para bradar um alerta, a fim de que mais tardenão se viesse a dizer que os representantes do povo acreano comassento no Congresso Nacional calavam-se diante de um perigoiminente.

Para ilustrar nossa advertência para as conseqüências do pro­blema, mostramos. então, o caso verírícado nas vésperas do dia15 de agosto do ano passado, quando um pecuarista começou odesmatamento dos primeiros hectares de floresta para transror­má-los em pasto para o gado. Quando o trabalho já estava sendoiniciado, ele recebeu a visita de 85 seringueiros que roi ..·.pntearmados. aconselnaram-no a desistir da derrubada. Depois ,)C fa­zer uma rápida avaliação da potência de fogo dos seringueiros eda sua própria. chegou à conclusão de que deveria aceitar o con­selho.

81'. Presidente, àquela época não houve derramamento de san­gue. porque o pecuarista não resistiu. Mas este é um dos muitoscasos que se vertrícam no Acre, em conseqüência da inércia, dafalta de providências concretas que possam resolver o serííssímoproblema fundíário que atormenta os acreanos e 'impede o desen­volvimento do Estado.

O temor que revelamos há um ano, porém, tornou-se reali­dade agora, e a luta armada já começou.

O que prevemos está acontecendo agora. e, se providênciasimediatas não forem tomadas. poderemos chegar ao pior, que é aconvulsão social, à luta fratricida.

Sr. Presidente e 81'S. Deputados. no flnal do mês passado foiassassinado o Presidertte do Sindicato dos Trabalhadores Ru­rais de Brasília. Sr. Wilson de Souza Pinheiro, na sede da pró­pria entidade.

Alguns dias depois um outro assassinato verificava-se naque­la região. atingindo, desta vez. um membro da classe patronal, Sr.Ní1? 8érgio de Oliveira,

Devemos indagar, então, Sr. Presidente, se seriam estes doiscasos o início de uma .verdadeíra guerra que poderá enlutar todoo Estado do Acre. com sérios prejuízos para a sua economia e suatranqüilidade social.

E tanto isto é aiarmante que até mesmo a proteção do Exér­cito já foi solicitada por alguns pecuaristas, que se dirigiram aoComandante do Quarto Batalhão Especial de Fronteiras para pe­dir que interviesse.

Isto foi feito, Sr. Presidente, porque os próprios pecuaristasadmitem que o Governador do Estado se mostra impotente paracontornar a situação de conflito, que mais e mais se agrava, nes­tes ultimas dias.

Sr. Presidente e 81'S. Deputados, infelizmente temos de dizerque no Acre a Intranqüllídade hoje é um fato incontestável.

E de quem a culpa? Quem seria o responsável por todos estesfatos Iamentáveis?

Só podemos debitar tudo isso a falta de medidas concretasque viessem derínír os problemas fundiários do Estado, que sevêm arrastando há muitos anos. Esta a causa principal dos sériosproblemas a que hoje estamos assistindo e que envergonham osacreanos e mostram uma face negativa daquela brava com uni-

Acosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 12 82Sl9

dade, daquela sofredora gente que luta pelo desenvolvimento do'Estado mais ocidental do Pais;

O Sr. Arnaldo Schmitt - Nobre Deputado Geraldo Fleming,permite-me V. Ex." um aparte?

O SR. GEltALDO FLEMING - Ouço V. Ex," com muita honra.O Sr. Arnaldo Sebmitt - Deputado Geraldo Fleming, V. Ex.'"

, é um dos parlamentares desta Casa que mais se tem destacado naluta em prol de um desenvolvimento fundiário harmônico, cor­reto, nesta Nação, em especial no Acre, haja vista sua atuação naCOmissão de Agricultura e na CPI da Agropecuária. Vem hojeV. Ex." novamente relatar os fatos qUe ocorrem no Acre, pergun­tando: de quem é a culpa? Eu me permito dizer-lhe que, na rela­ção dos maiores proprietários de terras no Acre, consta em pri­meiro lugar o nome do Sr. Altevir Leal, ex-Senador e atual su­plente de Senador pelo PDS do Estado do Acre. Esse Senhor tempróximo a um mUhão de hectares de terras no Estado do Acre, oque eorresponde a mais de 10% da área do meu Estado, San1;a Ca­tarina. Eu pergunto a V. Ex.": qual a produção que esse ex-Se­nador, atuai suplente de Senador do PDS pelo E3tado do Acre,traz para a Nação brasileira? No entanto, os órgãos públícos nãopodem atuar e fazer comque esse Senhor, que é um exemplo' en­tre tantos neste Pais, subdivida as suas terras, ou faça com queelas cumpram a sua função social, produzindo. Por que ? Gover­no não pressiona este Senhor neste sentido? Porque ele e suplen­te de Senador e, amanhã, quem sabe, estará no Senado Federal,e o GOverno poderá precisar de voto dele. Por isso, hoje ele éimune; essa imunidade, de que hoje, nós, parlamentares, precísa­mos para denunciar, e não temos, e ele a tem. E tem com 935 milhectares de terras. São fatos desta natureza que fazem com queV. Ex," pergunte: por que não .se atua neste Pais? CumprimentoV. Ex." pelo seu pronuncíamento.vpela atuação dedicada que temdemonstrado nesta Casa em prol da solução dos noSSOS proble­mas fundiários.

O SR. GERALDO FLEMING - Agradeço o oportuno apartea V. Ex.", nobre Deputado Arnaldo Schmitt. Só gostaria de acres­centar que o ex-Senador e atual suplente de Senador, Sr. AltevirLeal, realmente possui no momento 900 mil hectares de terras,afora os outros 900 mil que ele vendeu a um grupo que vem ten­tando explorar a agropecuária na cidade de Tarauacá. Ora, se oSr. Altevir Leal estivesse explorando racionalmente aquele sertn­gal, eu nada teria a dizer aqui, mas, com a falta de condições deexploração da borracha nativa, houve uma decadência nos serin­gais do Sr. Altevir Leal, que não vem acompanhando o progresso,não vem procurando plantar novas seringueiras para que se nor­malize a produção da borracha dos seus .seringais. Portanto, nobreDeputado Arnaldo Schmitt, agradeço a V. Ex." o aparte, que commuita honra incorporo ao meu pronunciamento.

O Sr. Brabo de Carvalho - Permite V. Ex.a um aparte?

O SR. GERALDO FLEMING - Com multo prazer.

O Sr. Brabo de Carvalho - Nobre Deputado Geralào Fleming,há um ano e meio, nesta Casa, desde o primeiro momento quepassamos a participar das reuniões da Câmara, temos ouvido pro­nunciamentos de vários Srs. Deputados, do Sul, do Norte, do Les­te, do Oeste, do Centro, enfim, de todo o Brasil, criticando a po­lítica fundiária do Governo, criticando especialmente o INCRA,que, no dizer desses parlamentares, se tornou um órgão encra- 'vado, dada a forma de atuação para distribuir ou licitar das ter­ras públicas da União. Nobre Deputado, estão enganando o Pre­sidente da República. Durante a última visita que S. EJe." fez ao'meu Estado houve muitas manchetes dos jornais para uma dis­tribuição p~quena de terras: uns duzentos e poucos títulos. Issose faz apenas em momentos solenes' e, passados estes momentos,tudo pára tudo volta à situação inicial, e o INCRA permanece

. sem uma' política correta, que objetive a solução do probl~maagrário brasileiro. Acredíto mesmo, Deputado Geraldo Flémmg,que não se resolverá este problema a não ser através da violên­cia, porque é com ela que se tem resolvido alguns cas?s,. algunsproblemas neste País, ora um colono matando um grileíro, oraum grileiro matando um colono. E só há um responsável para isso:é Q W.cRA, cuja politíca objetiva mais o enriquecimento pes:soaldaqueles que o dirigem do que propriamente os interesses SOCiais.O pronunciamento de V. Ex.a vem somar-se aos que já fizemosnesta Casa denunciando a politica negativa do INCRA com rela­ção ao problema agrário brasileiro. Isso ocorre no Acre, no pa:á,em toda parte. Em nenhum Estado vamos encontrar o povo_satis­feito; pelo contrário em todos eles vamos encontrar a tensao so­cial, precisamente por não existir dentro do órgão encarregadoda política agrária o apoiamento, a decisão firme, correta, justa,humana, para a solução desse problema que está trazendo fomeao povo brasileiro, principalmente aos colonos que vivem :r:a Ama­zônia. Meus parabéns a ,v. Ex.", Deputado Geraldo Flemmg.

O SR. GERALDO FLEMING - Agradeço o aparte ao nobreDeputado Brabo de Carvalho.

Prossigo, Sr. Presidente.Vivemos momentos graves na história acreana, Sr. Presidente.

E momentos que não representam surpresa, pois já eram previs­tos, se a situação fundiária permanecesse sem uma solução..Epodemos prever ainda que, se uma providência rápida não foradotada para resolver o problema da posse da terra naquela re­gião, outros fatos - talvez mais graves - ocorrerão.

SI'. Presidente a, tensão social no Acre é palpável, e só os ce­gos ou os inconscientes não vêem ou não querem ver.

Volto a afirmar, no entanto, que o Governo do Acre tem umagrande culpa em tudo isso, porque jamais tentou solucionar a si­tuação das terras, cuja obrigação era sua, porque, quando da san­ção da Lei n.o 4.070, de 1'5 de junho de 1952, que criou o Estado doAcre, ficou claro que todos os bens móveis e imóveis, encargos erendimentos, inclusive os de natureza fiscal, direitos e obrigaçõesrelativos aos serviços mantidos pela União no Territórío passa­vam, naquela data, ao patrimônio do novo Estado, sem indeni­zação.

É claro, é cristalino mesmo o texto da Lei, e por ele as .terrasque pertenciam à União passavam para o domínio estadual, o qUI~

quer dizer também sua responsabilidade.

Mas o que se fflZ desde aquela data, Sr. Presidente?

Nada, ou praticamente nada, porque, desde 1962 até agora,nenhuma medida concreta, séria, foi adotada Timitando-se. o Go­verno a resolver casos isolados.

Esta, a grande e triste realidade.

E por isso os problemas se avolumam e se agravam. Por isso,a intranqüilidade. Por isso as lutas pela posse da terra. Por issoos assassinatos e a convulsão social.

O mais grave, no entanto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, éque o Governo acreano, para surpresa de todo o Estado, firmouum convênio com o INCHA, em 5 de junho de 1975, dando-lhe depresente a atríbuíção de titular as terras de toda aquela Unidadeda Federação.

Exatamente isto, Sr. \Presidente: um presente ao IN'CRA, ab­dicando de um direito do Estado; um direito que lhe Pertenciapor lei. E, como se fosse milionário, o Estado do Acre entregou aomCRA a titulação das suas terras, titulação esta que poderia seruma grande fonte de renda para as suas combalídas finanças,

Ouço o Deputado Afrisio Vieira Lima.

O Sr. AJlrisio Vieira Lima. - Deputado Geraldo Fleming, re­conheço que o problema' fundiário no Brasil é grave. Todavia,V. Ex.a há de compreender que a gravidade não tem a dimensãoalardeada no seu discurso. Apontou V. Ex." no Território do Acre,se não me engano, apenas dois casos, que, tenho certeza, já sãoobjeto de estudos por parte do mCRA. Quero dizer a V. Ex.a queo INCRA é um órgão dinâmico e atuante. Tanto é assim que ela­borou, e o Sr. Presidente da República enviou ao Congresso Na­cional um projeto de lei reformulando a política tributária, a fimde permitir e obrigar a melhor utilização da terra. Evidentementeproblemas de posse existem no Estado de V. Ex."', bem como emoutras Unidades da Federação onde está havendo explosão de­mográfica e desenvolvimento excepcional: Pará, Amazonas e tan­tos outros. Devo esclarecer a V-.Ex." que Estados como São Paulo,Rio Grande do Sul, Santa Oatarina e Paraná e, de certa forma,a Bahia, já têm mais ou menos o problema fundiário resolvido.porque a propriedade está consolidada. Mas há de convir V. Ex.aem que a solução do problema possessório e fundiário não é comfacilidade que se desata. Devo dizer que o nosso colega IbrahimAbí-Ackel já está estudando a criação da Justiça Agrária. No dia'que Isto ocorrer no País, tenho certeza de que, todos esses proble­mas de ordem fundiária desaparecerão do cenário nacional. É acontribuição que queria dar a V. Ex."

O SR. GERALDO FLEMING - Agradeço a V. Ex.a o aparte,mas devo dizer ao nobre colega que fiz parte daquela reunião deViçosa, quando da criação do novo Estatuto da Terra: E há de­zesseis anos, nobre Deputado, o Brasil continua na mesma situa­ção, ou pior. Pelo menos, naquela época, não havia graves con­flitos socíaís em quase todos os Estados da Federação.

O Sr. Afrísio Vieira Lima - E V.'Ex.a, hoje, aponta a convul­são social apenas no !Acre e em alguns IDstados. Nos outros Esta.­dos a propriedade está consclídada. Apontei diversos Estados emque não existem esses problemas. V. Ex.a há die compreender, 00- .tão, que houve desenvolvímento e progresso nesse setor.

O SR. GERALDO FLEMING - Houve progresso da Nação, dopovo, mas não dos !Poderes lPúblicos, nobre Deputado. Pelo con­trário, houve regressão na administração pública brasileira. Todomundo sabe disso. Ai está a inflação, a situação difícil do País.

824() Terça-feira. 12 DIARIO DO CONGRR$SO NACIONAL (Seçio I) Arosto de 1~80

Prossigo, Sr. Presidente.Sr. Presidente, IPode-se considerar. sem temor de erro. que

este convênío significa um verdadeiro crime que se praticoucontra o Acre.

Contra o seu patrímõnío, contra sua gente e contra sua his­tória, porque, em conseqüência desse convênio. o problema fun­diário se agravou e 3l luta pela terra se intensificou. chegandoao ponto em que estamos. assístíndo a 'Uma guerra que envolvetoda a comunidade. com prejuízos graves tanto para os trabalha­doru rurais. 'quanto para os integrantes da classe patronal.

Ouço o Deputado Alexandre Machado.O Sr. Alexandre Machado - Como o Rio Grande do Sul foi

lembrado pelo meu nobre e querido colega de bancada AfrisioVieira de Lima, brilhante Vice-Lider, devo declarar que aU o pro­blema estaria .resolvído, a despeito do meRA. 'que, no meu en­tender - já cansei de dizer - é um órgão "enfeitatório", preju­dicial,à re,formulação agrária no Brasil e só veio para atrapalhar.No Rio Grande, agora, descobrimos uma nova tabela de impostos.Um criador que .paga :IO mil cruzeiros, por exemplo, vai passara pagar 30;:0 mil cruzeiros. Não tem com-o se compensar. As tabelasde produtividade só .existem na cabeça doida de elementos lá doINORA. gente criada na cidade, Que não sabe nada de campo.conhece lavoura de fotografia. Devem ter um poster no gabinete,baseado no qual eles recebem uma boa remuneração. Agora, esseINeRA, ipara mim, hoje, com a introdução dessa: nova tabela,passa a ser, no Rio Grande do Sul, caso de políeía. Veja V. Ex.aque estarão mobilizados contra ele. no 'Rio Grande do Sul, todosos smdícatos de trabalhadores rurais, toda a classe rural. :6: muitodifícil que só oINCRA esteja de passo certo e todos os produtoresnão entendam nada de' agricultura. Criticando o lUCRA, temV. Ex." todo o prestígio, toda a solidariedade da classe agropecuá­ria do Rio Grande do Sul (Palmas.)

O SR. GERALDO FLEMING - Agradeço a V. 'Ex.a , nobreDeputado, o aparte, porque são poucos os representantes do povoque vêm para esta Casa dizer a verdade. Inclusive um Deputadodo nosso .Estado veio aqui elogiar os feitos do INCRA, que na rea­lidade, lá não existem.

O Sr. Afrísro Vieira Lima -- Permite-me V. Ex.a um aparte?O SR. GERALDO FLEMING - Gostaria de atender agora ao

pedido do nobre Deputado Nabor Júnior. representante do Acre.

O Sr. Nabor Júnior - Nobre Deputado Geraldo Fleming. senão fossem os argumentos oferecidos por V. Ex.a em seu pronun­ciamento, com o qual nos brinda esta tarde. para demonstrar ainépcia do INORA com referência à solução dos problemas agrá­rios na Amazônía e no Brasil, bastava o aparte que lhe foi ofere­cido pelo Deputado Alexandre Machado. da bancada do iPDS doRio Gramde do Sul. para demonstrar que nem sempre essa óticaque se tem da atuação do INCRA "é verdadeira. no que tange aoproblema fundiário. Sabemos que. no Acre, toda essa convulsãosocial que o Estado está vivendo. neste momento. resulta da; faltade definição fundiária cio meRA, haja vísta que ali arrecadou,conforme depoimento que foi prestado na CPI da Amazônia porum (los seus diretores, Sr. Odatr Zanata. há poucos dias, 850 milhectares de terra, e o Governo Federal 1 milhão de hectares e,mesmo assim. os agricultores não têm terra para trabalhar. Nãoexiste .alí um projeto ~undiário ainda assentado. Está em vãasde assentamento, mas não hácondíções por ·falta de infra-estru­tura, a fim de que sejam alocados os agricultores que estão emIíbigâo com os proprietários de terras.

O SR. GERALDO FIr.EMING - Agradeço o aparte ao nobrecolega. Realmente ,nobre Deputado. V. Ex.a tem toda a razão.Existe apenas dois projetos do INCRA no Estado do Acre. Todoseles vão comemorar. agora, neste fim doe ano, seu 4.° aniversário.sem nenhum resultado positivo ;Palra os' agropecuaristas e para acomunidade acreana, Re,almente V. Ex.a tem toda a razão.

Concedo o aparte ao nobre colega Nósser Almeida.O Sr. Nosser Almeida - Estou ouvindo V. Ex.a com muita

atenção. Parabenizo-o ,porque traz à colação sempre temas abran­gentes do nosso Estado. Mas quero discordar de V. Ex." quandocita um representante do Governo que veio a esta> tribuna parafazer elogios'! Talvez não sejam elogios, mas o reconhecimentodaquilo quo.« INCRA vem realizando no Estado nesses três ouquatro últimos meses de 1980. V. Ex.a há de convir que eu,várias vezes, tracei crítrca ao 'lNCRA aqui desta mesma tribuna.Faz 12 anos que venho eritícando o mORA, mostrando o que estáerrado. Mas agora, no recesso. estive no Estado e pude observarque o INCRA está fazendo uma politlca certa, ou seja, está desa­propriando os seríngaís e locando sermguelros '€ posseiros naque­las áreas. O próprio Governador do Estado, através. do mCRA,está loteando, na iBR-364, no km 95, uma área para 500 famílias,dando 30 hectares, com .1\ plantados de seringueiras, para que ocolono tenha para sua -família os beneficios da exploração pessoal'

daquela área. V. Ex.a há de convir que no Acre existem cinco.tipos de títulos, entre os quais figura o titulo falso. Por isso oINCRA precisa ter cuidado, para não praticar tníusüçae tambéme cair no descrédito de nossa gente. Veja, nobre Deputado, o queestá ocorrendo agora mesmo em Rio Branco. Aqui está o do­cumento: "Terras no Acre. Gleba São Luiz e Gleba Santa Clara.Desenvolvimento, colonização - Rio Branco, Capital do Acre.Localizadas na BR-~4. em asfaltamento, a 100 km da Capital,Rio Branco, cidade que possui 180 mil habitantes".

"Tipo de tenra: massapé - sabão. Ph-6,8. Preço: áreas apartir de 42 alqueires: à vista, B mil cruzeiros por alqueire, comescritura na compra. Por ano. '10 mil cruzeiros por alqueire, com150% de entrada e o restante num ano. sem juros; e por doisanos: 12 mil cruzeiros por alquere, com 50% de entrada e o res­tante em dois anos, sem .juros. Compre terras no Acre e chegará,à conclusão de valorização certa, rápida e garantida. Finan­ciamentos abravás dos bancos de Rio Branco. Você, agricultor,seja indenizado ou não, vá conhecer as terras do Acre, CaopitalRio Branco. viajando com ônibus de turismo do Expresso Media­neira, pagando a paassagern de ida e volta a 8 mil cruzeiros. Casovocê compre, será descontada a passagem de 8 mil cruzelros.Informações sobre as terras e sobre os dias de saída da caravana,procure o nosso representante da região". V. Ex.a deve saber queessas terras estão sendo vendidas no Paraná. por um ex-Depu­tado do PMDB, cassado. Está vendendo-as a colonos paranaen­.ses, 'quando devia ·fazê-Io a colonos acreanos. V. Ex." 'Poderádizer o contrárío, mas deve considerar o que o mCRA está fazendode fato, nobre Deputado. V. iEx." praticou outra injustiça, quandoacusou o Governador do Estado do Acre, o ex-Deputado JoaquimFalcão Macedo, que faz uma política acertada, uma política justa,uma politica séria com relação aos pequenos agricultores, nobreDeputado. Haja vista, em jornais de 4 dias passados, as declara­ções do Presidente da CONTAG, Dr, João Maia, enaltecendo a polí­tica tundíácía executada pelo Governador do Estado, o nobre ex­Deputado Joaquim Falcão Macedo. Parabenizo V. Ex.a pelo pro­nunciamento, mas gostaria de deixar aquí as nossas" palavras tam­'bérn de !protesto, porque V.·Ex.a acusou' um dos representantesdo PDS. este Deputado que o aparteia. E quero também defendero Benador Altevir Leal quanto ao problema de suas terras emTarauacá, porque S. Ex.a sempre prestou grandes serviços à popu­lação Tarauacaense. 'Muito obrigado a V. Ex.'"

O SR. GERALDO FLEMING - Aceito o aparte de V. Ex.a comrestrições com Telação ao tema que abordou. Gostaria de dizerque, .se a síbuaçâo fosse tão boa, o Governador do Acre. filiado aomesmo partido que V. Ex.a apóia, o PDS, não teria enviado tele­grama ao Sr. Presidente da República. reclamando contra a ino­perância e a falta de condições de trabalho do INORA naquele

.Estado, onde o Instituto nada tem produzido. Assim, DeputadoNôsser Almeida, seu Governador contrariou tudo o que V. Ex.aafirmou dessa tribuna. quando disse que o !NORA tem trabalhadoacertadamente. resolvendo os problemas fundiários do Estado.

O Sr. Nosser Almeida - V. Ex.a está distorcendo os fatos.O telegrama não se !referia ao !NORA.

O SR. GERALDO FLEMING - É algo que tenho a declarare não posso deixar. de maneira alguma, de citar o nome de V. Ex.a,!pois o eminente colega ocupou a tribuna de apartes para dizerque o liNGRAestá trabalhando acertadamente no Estado do Acre.!Seria a exceção do Brasíl. Até um Deputado pelo Rio Gran.cle doSui, o Sr. Alexandre Machado, confirmou esse fato. E o fez commuita coragem, porque S. Ex.a, .aqui, não é o porta-voz do PDS,mas apenas um representante do povo do Rio Grande do Sul.

O Sr. Nosser Almeída - Não tenho procuração para respon­der pelo Rio Grande do Sul. 'Respondo pelo Acre.

O SR. GERALDO FLEMING - É por isso que aqui estou, repre­sentando o Acre, para dizer quê o INCRA nada tem feito lá em'favor do ,povo. O methor que o Presidente da República teria a,fazer seria extdnguír essa instituição - o Instituto 'Nacional deColonização e Reforma Agrária.

Prossigo, Sr. Presidente.A 'Verdade é que ninguém está tranqüilo naquela região, e

ninguém conseguirá tranqüilidade enquanto não se tomar umadecisão global no que diz respeito à posse da terra.

Sr. Preside·nte, e meus nobres pares, para se ter uma idéiado que está acontecendo no Estado que represento basta dizerque um Secretário do Município de Xapuri, o Sr. Guilherme Ro­drigues Lopes, num infeliz momento, chegou a defender a soluçãoarmada para resolver os problemas de terras no Acre.

·Cheg.amos ao ponto, Srs. Deputados, de um integrante doPoder Público, de um homem com a responsabilidade de umaSecretaria Munictp.al Incitar o povo à luta, àguerra, ao assassinatoem grande escala.

A isto, a este absurdo está reduzido o Estado do Acre!

AI'osto de 1980 DIARIODOCONGRESSO NACIONAL. (Se<,~:io l) Terça,-feira. U 8241

"'", O próprio Governo parece ter 'perdido o controle da situação.

e tudo indica que assistimos ,à falência total da autoridade!Chegou-se a falar, inclusive, na possibilidade de ínterveneâo

,policial para solucionar os problemas aereanos, mas não podemossequer admitir esta hipótese, porque o equacionamentc da ques­,tão jamais estará no emprego da força, mas, sim, no cumpri­mento da Lei, príncípelmente da 'que criou o Estado. em 1& dejunho de 1962.

É exatamente o cumprimento desta Lei que resolverá todo oproblema, reassumindo o Governo estadual o direito que lhe per-otence de titular suas próprias terras, pois ficou provado que o'lNCRA é incapaz de fazê-lo, gerando, com isso, os fatos que hojeobservamos e lamentamos. O Acre nem sequer tem a sua próprialei de terras.

Sr. Presidente, vale relembrar - para que fique provada aIncapaeldade do INORA na solução dos problemas acreanos - queo Instituto desapropriou 700 mil hectares próximo a 'Rio Brancoe Sena 'Madureir:a para {) assentamento de dois projetos que rece­ij)eram o nome de Pedro Peíxobo e Redenção. 'Neste ano estes pro­jetos deverão estar completando o seu quarto aniversário.

Mas aniversário de paralisação, porque nem o INCRA, nem"O Governo do Estado a eles deu contlnuida:de.

Precisa falar-se mais, Sr. :FIresidente? Ai está mais uma prova-de que há necessídade de se cumprir a Lei n.o 4.070.

Há alguns dias, o Sr. Deputado Nósser Almeida elogiava, destamesma tribuna, uma portaria assinada pela Diretoria de Recur­sos 'Fundiários do mCRA e que arrecadava como terra devoluta.incorporando-a ao patrimônio da UlIlião, 38 mil e 700 hectarescompreendidos nos Munieipios de Cruzeiro do Sul e Mâncio!Lima, para ,providenciar, posteriormente, o devido registro noCartório de Cruzeiro do Sul. O Sr. Nósser Almeida chegou, ínclu­sive,a consíderar o documento, o ato administrativo, "de grandeimportância" .

Chega-se, então, à triste conclusão de que um representantedo povo, um parlamentar govemísta considera talvez um simples'ato admínístratívo, 'uma simples portaria de uma simples diretoriamais importante do que a própria Lei que criou o Estado que repre­senta.

Sr. Presidente, a realidade é que o IíNCRA praticamente nadaífez de positivo no 'cumprimento de sua "míssâo delegada" nocAcre. E digo "missão delegada". quando deveri-a dizer "presen­teada pelo Governo acreano. Tanto assim que ele mesmo deveriaadmitir o fracasso dos seus "projetos de assentamento", pois·raríssimos são aqueles trabalhadores da terra, pouquíssímcs sãoos colonos que estão aceitando o chamado Assentamento Dirigidoque vem sendo aplicado pelo Instituto de Colonização e Ref=.aAgrárla no Acre.

O que deve e tem de ser feito é a regularização das terras pelopróprio Governo Estadual.

O que deve e tem de ser feito é o cumprimento da Lei.O que deve e tem de ser feito 'é eliminar-se esta esdrúxula

situação de se entregar gracíosaments o direito que têm os acrea­nos de titular suas próprias glebas.

Somente assim, Sr. Presidente e Srs. Deputados. conseguiremosresolver a grave problemática que verificamos atualmente noEstado, que se' vê à beira de uma convulsão social das mais sériase das mais prejudiciais para o seu povo.

E, para que se equacione o problema, para que se terminecom a luta :para que se evite a morte, os assassinatos, basta que setome 'Uma só providência: Cumprir a Lei.

Cumprira Lei n.o 4,070, de '15 de junho de 1962', pois somenteassim veremos tituladas as terrasecreanas. '

Somente assim poderemos dizer que o Acre· conseguiu resolvero problema f1!ndi,ãJTio, a mais séria questão endrentada por aquelasofrida gente.

Era o que tínhamos a dizer.

Durante o discurso do Sr. Geraldo Fleming, o Sr. DasoCoimbra, Suplente de Secretário, deixa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. Homero Santos, 19-Vice­Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Está findo o tempodestinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.Comparecem mais os 51'S.:

Alll"e

Geraldo F'Iemlng - P:MJDB

AmazonasVivaldo Frota - PDS,

'Pará

Antônio Amaral - PDS; Brabo de Carvalho - PDS.Maranhão-

Naglb Haickel - PDS.Piauí

Joel Ribeiro - PDS; Ludgero Raulino - PDS.Ceará

Oláudto Philomeno - PDS; Paulo Studart - PDS.Rio Grande do Norte

Pedro Lucena - PP; Vingt Rosado - PDS.Paraíba

Arnaldo Lafayette - PDT.

Pernambuco

Fernando Lyra - PMDB; Josias Leite - PDS.Alagoas

Geraldo Bulhões.Sergipe

'Francisco Rollemberg - PDS; Jackson Barreto - PMDBBahia

Djalma Bessa - PDS; Honorato Vianna - PDS: MarceloCordeiro.

Espírito SantoFeu Rosa - PDS.

Ri& de Janeir&

Álvaro Valle - PDS; Jorge Cury - PMDB; Osmar Leitão- PDS.

Minas' Gerais

Delson Scarano - PDS; José Carlos Fagundes -: PDS; SilvioAbreu Júnior - f'P

São 'Paulo

Antônio Zacharias ----!PDS: Jayro Maltoni - PDS.Goiás

Paulo Borges - PM'DB.Mato Grosso

Louremberg Nunes Rocha - PP.

Paraná.

Heitor Alencar Furtado - PMIDiB; Hélio Duque - PMDB; Os­valdo Macedo - P,MDB.

Santa, CatarinaPedro Ivo - FMDB.

Rio Grande do Sul

'Aldo Fagundes - PMDB; Fernando Gonçalves - PDS. Lido­víno Fanton - PD'I'; Waldir Walter - PMDfi.

Roraima

Júlio Martins -- PDS.

VI - ORDEM DO DIAO SR. PRESIDl&NTE (Homero Santos) - A lista de presenca

acusa o comparecimento de 186 SrS. Deputados.Os senhores Deputados que tenham proposições a apresentar

poderão fazê-lo.

O SR. EViA'NDR:O DE MOURA - Projeto de lei que institui ,i.obrigatoriedade de seguro, nos financiamentos de investimentosrusaís, cobrindo o risco de morte ou ínvaltdez permanente.

O SR. ADHiEMJlR GH'I5I - Projeto de lei que introduz altera­ção na Lei n.v 5.10'i•.de 13 de setembro de 1H66, que cria o Fundode Garantia do Tempo de Serviço. .

O SR 8M'iTIIJLI SOBiRliN'HO - Projeto de lei que define comoinsalubres as atividades dos Manobreiros e 'l~ruqueiros das ferro..vias, para efeito do adicional correspondente.

O SR. PACHECO CHAVES - Projeto de lei que introduz alte..ração na Lei n.o 5.107, de 13 de setembro de 1966, para o fim deaumentar a taxa de juros incidentes sobre os depósitos em conta.vinculada.

8242 Terça-feira 1Z DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Arosto de 1980

o SR. MAC DOWELL lJEI'l1E DE OASTRO - Projeto de lei quealtera a redação do § 2.0 do art. 61 da Consolidação das Leis doTrabalho.

O SR. H!IDNRfQUE EDUlARDO ALVES - Projeto de lei quemodifica e revoga dispositivos da Consolidação das Leis do Tra­balho.

O SR. PEIXOTO FILHO - Projeto de lei que destina ao Minis­tério da Educação e Cultura: parte da renda liquida obtida com aexploração da Loteria Esportiva Federal. para aplicação no esporteamador. .

O SR. JORGE PAULO -- Projeto de lei que concede isenção dasmultas previstas nos arts. 7.0 e 8.0 da Lei n,v 4.737, de 15 de julhode 196<5 - Código Eieitoral - nas condições que especifica.

O SR. FREITAS NOBRE - Projeto de lei que acrescenta pará­grafo ao art. 1.0 da Lei n,v 6.683, de 28 de agosto de 1979 (Lei deAnistia) .

O SR. GUIDO ARANTES - Projeto de lei que dispõe sobre aconcessão e pagamento de gratificações federais pelo exercicio dejurisdição eleitoral e trabalhista pelos Juízes de Direito nos Esta­dos, e estabelece outras provldêncías,

() SR. PRESIDENTE (Homero Santos). - Não havendo quo­rum para votação da matéria constante da Ordem do Dia, em re­gime de urgência e de prioridade, concedo a palavra ao Sr. AirtonReis, na qualidade de Lider do Partido Popular.

O SR. AIRTON REIS (PP - MT. Como Líder. Pronuncia o se­,ruinte díseurso.) - Sr. Presidente, 8rs. Deputados, com um mistode humíldade, mas também de orgulho, ocupamos hoje, pela pri­meira vez, a tribuna desta Casa do congresso Nacional, em ho­rárlo gentilmente cedido pela Liderança de nosso partído, o Par­tido Popular.

Humildade perante a magnificência deste augusto plenário ede tudo o que ele representa, como parcela de poder, ante a cons­cíêneía nacional: humildade pelo respeito que tributo à sua MesaDiretora, às lideranças aqui acreditadas e a todos os Deputados quenesta Casa têm assento; humildade pela admiração aos grandesvultos da política nacional que, no passado e no presente, aquípontítíearam e ponti!1cam, como expressões maiores da inteligên­cia pátria a: serviço da causa popular; humildade pela responsa­bilidade que temos - e dIsso estamos bem conscientes - de nãodeslustrar o trabalho, mesclado de dedicação e amor, que aquidesenvolveram em favor de nosso Estado de Mato Grosso, aquelesque, oriundos da nossa Cáeeres, na fronteira ocidental da Pátria,souberam e bem aqui representar, com altivez, a bancada de nossoEstado, pequena, mas atuante e aguerrida, e com ela marchar, ca­dencíadamente, na batalha comum da conquista das aspiraçõesdo povo mato-grossense, com destaque especial, nesta represen­tação - e até mesmo pela identidade de propósitos - aos bravoscompanheiros do PP, Deputados Milton Figueiredo e Louremberg'Nunes Rocha, e aos ímpoíutos pares do PMDB, Deputados Gílsonde Barros e Carlos Bezerra; humildade, enfim, pela oportunidadede podermos formar, como companheiro menor.vnessa grande ins­tituição política que é o Partido Popular- sob a liderança se­gura e capaz do eminente Deputado Thales Ramalho.

E orgulhn, Sr. Presidente e 8rs. Deputados, pela oportunidadeque ora temos, em substituindo o valoroso e culto Deputado BentoLobo, atualmente licenciado. de representar ponderável parcelado povo mato-grossense e, em especial e com autenticidade, já queali temos como nenhum outro nossas raízes, a região da GrandeOáceres.vsltuada na Microrregião 333 (Alto Guaporé-Jauru), comárea de 101.009 km2 que compreende 11,5% do Estado, populaçãoaproximada de 200.000 habitantes, e rormada pelos Municípios deCáceres, Vila' Bela, MiraSlSol d'Oeste, .Tauru, Rio Branco, Salto doCéu, Araputanga, São .José dos Quatro Marcos, e Pontes e Lacerda.

Integrante da classe política e Deputado Estadual pela le­genda arenista em nosso Estado no período 197'5/1979, chegamoshoje à Cãmara dos Deputados, na qualidade de Suplente con­vocado. Neste instante, em que, como parlamentar, falamos à Na­ção da tribuna do povo, do púlpito de nossa consciência e comocristão falamos a Deus, o Grande Arquiteto do Universo e Senhordos M~dos, para lhe pedir que nos dê sempre luz e força para odesempenho profícuo de nossa missão no Congresso Nacional, nãotraindo, nunca, as esperanças dos que em nós acreditaram eainda acreditam, e colaborando, ao lado de nossos pares, com oaperfeiçoamento das instituições democráticas, a defesa de nossoterritório e a valorização do homem, como fundamentos gerais dopoder nacional e elementos essenciais da nacionalidade! Aquiestaremos sempre, de pé e à ordem, observando e apreendendo,lutando e participando, buscando na experiência dos pósteros seuserros e acertos, para lhes acrescentar o vigor e a propriedade dosensinamentos contemporàneos e assim transmitir aos futuros quepor nossa região vierem a falar nesta augusta Casa:, um acervotalvez não rico e brilhante, mas pleno de amor e dedicação ànossa terra e ao nosso povot Dignificaremos a legenda de Rondon.de "honrar a Mato Grosso, servindo ao Brasil!".

O nosso Mato Grosso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, após aLei Complementar n. O 31, é um Estado com área de a8l.001 km»,população aproximada de 1.2.50.000 habitantes, 4.000 km de di­visas com os Estados do Amazonas, Pará. Goiás, Mato Grosso doSul e Território Federal de Rondônia. e 750 km de fronteira coma República da Bolívia. Está, em tese, assistido pelos ProgramasEspeciais PROCAL, PROTERRA, POLOCENTRO, POLOAlMA,ZONIA.PROALCOOL. PRONAZEM, PROBOR, PROPEC, PROGffiO, .POLONOROESTE e, ainda, se situa na jurisdição dos órgãos re­gionais SUDAM e 8UDECO, aqui compreendido ainda o P,ROMAT(Programa Especial de Desenvolvimento do Estado de Mato Gros­SO), que tem o objetivo de garantir o desenvolvimento auto-sus­tentado do Estado, com a promoção dos aspectos sócio-econômicose apoio à principal atividade de sua economia, o setor agropecuário.

No entanto, o Estado de Mato Grosso vai mal, muito mal mes­mo e, pior ainda, está a Grande Cáceres! O Estado, porque, malgovernado e dirigido, não tem sabido cobrar, com pedido ou atéexigência, o que lhe deve o Governo Federal a despeito da divisãoque lhe ímpôs e até mesmo como conseqüência normal da assis­tência que o Poder Central tem a obrigação de lhe propiciar; vaimal porque a administração, embora bem intencionada, está t0­talmente perdida nos meandros da política menor, que corrompeIntenções, desvirtua propósitos, avassalá interesses e diminui oshomens que a fazem e dela se servem.

O Sr. Milton Figueiredo - Nobre Deputado, V. Ex." faz umagrande estréia nesta Casa, e esta se sente engrandecida e maiorcom a sua presença. As suas candentes palavras estão ainda res­soando, na história da Câmara dos Deputados, como das maisautênticas, das mais válidas e das mais 'verdadeiras pronunciadasneste plenário. Além disso, V. Ex." tem toda razão quando diz queMato Grosso vai mal. Para conhecimento do Brasil, desejo parti­cipar que a classe produtora de Mato Grosso se encontra em greve.Todos os plantadores de grãos daquele Estado levaram os seustratores às agências do Banco do Brasil, onde se encontram para­dos, aguardando uma solução quanto ao valor básico de custeio.INo ano passado, este valor era de 6.3; hoje, é de 7.0 um aumentoridículo, tendo em vista que um hectare de arroz' plantado, naminha região, custa 15 mil eruzeíros, De modo que Mato Grossorealmente vai mal. O Governo Federal está sem nenhuma preo­cupação. Mato Grosso, que produz 1/3 do arroz consumido noBrasil, está entregue às baratas, sem regionalização da agriculturae. do valor básico de custeio. Muito obrigado a V. Ex."

O SR. AIRTON REIS - Agradeço, Deputado Milton Figueiredo,a oportunídade e a propriedade do seu aparte, que enriquece onosso pronunciamento.

O Sr. Edson Vidigal - Permite-me V. Ex." um aparte?

O SR. AIRTON REJiS .:.... Com muita honra, nobre Deputado.

() Sr. Edson Vidigal - Nobre Deputado Airton dos Reis. é comprazer que saudamos a estréia de V. Ex." na tribuna da Câmarados Deputados, onde chega para manter a tradição de luta dopovo de Mato Grosso, tão bem representado no Congresso Na­cional, e a resistência da comunidade da sua região, especial­mente da de Cáceres. Infelizmente, a análise que V. Ex." faz doEstado de Mato Grosso nos mostra que ele vai mal; mas não só oseu Estado vai mal, é o Brasil inteiro. Se procurarmos saber, nestaFederação de vinte e tantos Estados - hoje já é difícll memorizarquantos, porque o casuísmo fez com que o número das estrelasque se conferem na Bandeira e que têm como definitivas, de re­pente reduz ou aumenta, de acordo com as necessidades do mo­mento, regra estabelecida neste País há tanto-tempo - é difícil,repito, saber qual, dentre os Estados da Federação está hoje emsituação pior, dentre as piores situações. As vezes, ouvindo colegasde V. Ex." - como os Deputados Mílton Figueiredo e LourembergNunes Rocha - falarem, da tribuna ou no plenário, sobre as po­tencialidades do Estado de Mato Grosso, chego a sentir certa.ponta de inveja, com referência às do meu Estado, o Maranhão,quer dizer, das possibilidades que cada. Estado possui, que todostemos de, empregando a mão-de-obra disponível, deflagrar umprocesso de desenvolvimento condizente com as nossas necessida­des. Infelizmente, chegamos a esta conclusão: o <País vai mal; osEstados entregues a donatários - não é demasiado dizer - agovernadores nomeados à revelia da vontade popular, porquantonão consagrados pelas urnas. Tal nomeação é resultante dessesistema extremamente centralizador e dessa política tributária ex­tremamente centralizadora também, que esvaziou a Federação,retirando, na prática, a autonomIa dos Estados e Municípios. Agora,vem o Governo dizer que faz questão de realizar eleições diretas.Nós também, mas no quadro politico atual isso pouco vai adiantar.A alteração que poderá haver será no sentido de os governadoresdeixarem realmente de ser nomeados e, de certo modo, refletiremas tendências do eleitorado. Mas não quer dizer que o status quode cada UnIdade da Federação se alterará porquanto governado­res, do Governo ou da Oposição, neste sistema vigente, estarãotodos em fila, em Brasilia, de pires na mão, a pedir esmola aoGoverno Federal. Com estas palavras, saúdo a estréia de V. Ex."nesta Casa, na certeza de que, com o seu mandato, haverá de

Acosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 12 8243

manter bem acesas as tradições de luta e de resistência que MatoGrosso demonstra no Congresso Nacional. Muito obrigado.

O SR. AIRTON REIS - Agradeço a V. Ex.", nobre DeputadoEdison Vidigal, as palavras de solidariedade, de conforto e de ca­rínho com que me recebe nesta tarde de estréia no Congresso Na-cional. .

Continuo, Sr. Presidente.A Grande Cáceres, parte integrante do mesmo Estado, está

pior ainda, tanto peia omissão dos Parlamentares que, estranhosà região, ali buscaram e obtiveram votos para se eleger e, hoje.abrigados à sombra do Poder, se esquecem dos compromissos as­sumidos como pelo desprezo e descaso que lhe vota um oovema­dor Insensível ao clamor popular e descomprometido com as mas­sas, sem qualquer tradição ou experiência político-partidária, por-que nunca exposto ao risco de uma pugna eleitoral. .

Com efeito, os órgãos regionais e os programas especiais, pelopouco ou quase nada que nos deram, muito ainda deixam a dese­jar para um Estado de dimensões continentais como o nosso, comum dos mais baixos índíces de densidade demográfica e, parado­xalmente, nos últimos anos, com as mais elevadas taxas de imi­gração, recebendo em continuados fluxos levas e levas de brasi­leiros que ali vão em busca de suas matas ubérrímas e de seuscampos férteis, deixando em seus Estados de origem a 'bagagemdas desilusões e dos insucessos e carregando para o novo lar, como farneI das esperanças,' o coração repleto de fé, na certeza dosfrutos que lhes propiciará o cultivo da terra dadivosa, amalgamadacom o próprio suor e o sangue dos que tombam. Não apenas pornós, nativos e bugres da região, que à custa dos nossos ancestraisgarantimos para o território nacional a integridade daquela re­gião, como sentinelas vivas da própria soberania na fronteira,mas também pelos novos patrícios que ali se integraram, numprocesso de miscigenação, ao nosso Estado, é que nos permitimosbradar desta tribuna, para exigir que maior atenção nos sejadada!

Com muita honra e prazer, ouço o Líder em exercício do meupartido, o Partido Popular, o eminente Deputado Figueiredo Cor­reia.

O Sr. Flgueíreâo Correia - Nobre Deputado, congratulo-mecom o seu Estado e, de modo particular, com o nobre DeputadoBento Lobo, PresIdente da nossa agremiação partidária em MatoGrosso, pela oportunIdade que dá i!. Câmara e ao povo mato-gros­sense de ter V. Ex." pronunciando-se, na tribuna desta Casa epondo os interesses gerais do seu Estado acima dos interesses po­lítico-partidários. No discurso que profere, V. Ex." leva ao seupovo a credibilidade que lhe merece para ser reconduzido a essatribuna, eis que o político se acredita peio que realiza em pro­veito da coletividade que representa. Estreando nesta Casa nessa~r;buna c<!m o discurso que profere e com outros que, certamente,Ira proferir ao longo do seu mandato, V. Ex." haverá de testemu­nhar à sua gente as condições Intelectuais de que dispõe e o es­pírito público que possuí. Desta forma, V. Ex." estar-se-á dandocondições para, concorrendo a outras pugnas eleitorais, ter as­segurada sua presença nesta Casa, para satisfação de todos nós.Em nome da LIderança do Partido Popular, rendo homenagens aV. Ex.", pelo discurso que profere, e congratulo-me com o valorosopovo do seu E~t~do pela representação que tem, hoje, nesta Casa.sempre se posícíonando na defesa dos seus superiores interesses.

. O. sa, Am~N RiEIS - Agradeço a V. Ex.", nobre DeputadoZ;:lgueIredo Correia, as palavras com que enriquece o nosso pronun­cíamento e as creditamos não só à sua benevolência mas ao es­timulo que se dá, quase sempre, àquele que estréia' em algumacoisa. Muito obrigado.

Prossigo, Sr. Presidente.

Problemas, não nos faltam. Vamos enumerá-los. Soiuções?Existem e nós as cobraremos.

No eienco dos primeiros, podemos registrar:

1 - Dispomos apenas de 35,62% de nossa área territorial de881.001 kms, ístoporque 42% estão sob jurisdição do meRA (Dec.nP ~ .164/71), .12% estão sob jurisdição do Conselho de SegurançaNacional (!FaIxa de Fronteira) e 10,4% estão sob jurisdição daFUNAI (31 Parques e Reservas Indígenas).

Digna de nota é a proposição do Deputado Louremberg NunesRocha, de nossa Bancada, consubstancíada no Projeto de Lein.? 3.098/80, visando à redução das terras de domínio da Uniãoao longo das rodovias federais no Estado. '

Ainda digno de registro é o voto do eminente Ministro CordeiroGuerra, que apreciando, em 4-6-80, g Mandado de Segurança n.O20.235-M'I', textualmente afirma: ..... nós somos um Pais de imi­gração, um Pais Continental, em que o homem civilizado abre ca­minho para a criação de seu império. Isto se fez sempre atravésda História, à custa do aborígene, não só no Brasil, como na Amé­rica do Norte, na Austrália, na Arnca, na Sibéria, em qualquer

parte do mundo. O que está dito no art. 198 ·é mais ou menos oque está dito no art. 1.0 do primeiro decreto bolchevique: "fl(:aabolida a propriedade privada. Revogam-se as disposições em con­trário". Isto entra em choque, evidentemente, com o art. 153. § 22,da ConstituIção Federal, que assegura a propriedade prIvada. OCódigo Civil assegura a posse" ...

2 - A rede rodoviária federal em Mato Grosso conta com5.562.4 km, dos quais apenas 530,3 km pavimentados, A rodoviaCuiabá-Porto Velho. cujas obras estão a cargo do 9.° BEC, re­cebeu em 1978 apenas 50,00 .km de pavimentação, previstos paraeste Exercicio (aliá.s, já em execução I, tão-somente mais 35,00 km,Dada a importância dessa obra, de elevado interesse sócio-econô­mico e estratégico, não se compreende porque tanto descaso. con­ferido ainda às outras rodovias.

3 - A total falência da polítíca fundiária. do meRA, tanto naemaranhada discriminação de terras públicas quanto no paterna­lismo burocrático de sua colonização oficial com assentamento di..rigido.

A ausência de infra-estrutura básica, para fixação do homemà terra e seu desenvoivimento integrado sócio-econômico, contraria.merídíanamente. qualquer projeto de colonização. Que o digam osbravos gaúchos de Nonoai, transportados em avião a jato até Cuia­bá e em confortáveis ônibus até Terra Nova; e ali deixados à suaprópria sorte, destino este que, incompreensivelmente, não tiveramos colonos mato-grossenses que se digladíam até hoje em inúmerosfocos de tensão em nosso próprio território. Aí estão Cascalheira,Gieba União, Salto do Céu, Pontes e Lacerda, Fazenda Floresta.dentre outros perigosos focos onde irmãos brasileiros se matam pelodireito de conquista da terra! .

Ao insucesso das "agrovilas", "agrópolis" e "rurópolis"; oficial­mente tentadas na Região Amazônica, se contrapõem os núcleosde Mirassol do Oeste, São José dos Quatro iMarcos, Araputanga,Jauru, Sinop, Alta Fioresta, cujo sucesso atesta e bem o acerto e aprevidência da iniciativa particular em matéria de colonízação.

4 - A grande concentração de renda, pelo poder de arrecada­ção, do Poder Central - o que deixa, em todo o Pais, tanto osEstados como principalmente os Municipios, na condição de clien­tes do Governo Federal. Impõe-se a dinamização na elaboração deprojetos para obtenção de incentivos fiscais a cargo do FINAM e doPIN, assim como obtenção de linhas de financiamento a fundo per­dido para execução de programas municipais de desenvolvimento.

S -- Necessidade de eleição de novos Distritos Fiorestais eobtenção de Incentivos fiscais para reflorestamento. Mato Grossodispõe de 340.000 hectares de área de cerrado (com Insgnífícantepotencial madeireiro) e conta com apenas um Distrito Fiorestalno Eixo Cuiabá/Barra do Garças, já com plantio programado de16.000 hectares entre 1980/84.

6 - Ausência quase que total de organismos e sistemas de pes­quisas. Ainda em fase de criação e instalação, temos apenas umaEmpresa Estadual de Pesquisa. Enquanto isso, subordinados àEMBRAPA e ao Sistema Nacional de Pesquisa AgropecuárIa, o vi­zinho e irmão Estado de Mato Grosso do Sul conta com quatroUnidades em Campo Grande, Corumbá e Dourados. A EMBRAPAdetém em Cáceres, nossa região, uma fazenda com 10.700 hecta­res, que abrigava a hoje desativada Estação Experimental de Ipe­ca. A área foi totalmente invadida e pacificamente ocupada porcolonos, que, sem oposição alguma, ali implantaram um promissornúcleo com 300 famílias, em franca produção agrícola.

7 - Deficiência de utilização navegável nas bacias hidrográ­ficas, 'que permita integração rodoterrovíáría, Impõe-se a corre­ção, retificação, dragagem e balizamento de nossos rios, todos deplanície.

8 - Imperiosa necessidade de interligação das Bacias Ama­zônica e Platina, através dos Rios Jauru e Alegre, para permitir otráfego fluvIal até o Porto de Manaus, com imediato aproveita­mento de terminais portuários em Cuiabá, Cáceres e Vila Bela,

9 - Estabilização ele preços adstrita ao custo de produção dosprodutos agrícolas, observado o componente inflacionário. De tra­dição eminentemente agrícola, Mato Grosso produziu, em 1979,472.053 t de arroz em área plantada de 362.780 lia. Os produtoreshoje se sentem desestimulados com o aviltamento do preço de seuproduto.

No elenco das segundas - e desde 'que já não propostas ouinduzidas nos itens anteriores - podemos apontar para MatoGrosso e a Grande Cáceres, em .. especial, as seguintes reivindica­ções, protestando desde já, pela nossa volta.a esta Tribuna, tantasvezes quanto seja necessário à sua defesa:

1 - Encampação do IElSC (Instituto de Ensino Superim deOáceres) pela Fundação Universidade Federal de Mato Grosso;

2 - Incorporação, ainda pela Fundação Universidade Federalde Mato orosso, do Colégio Agrícola "Dr. Francisco Eduardo Rangel

8244 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

Torres", de Cáceres, para oferecimento de cursos a nível médio esuperior, adequados à nossa economia agropecuária.

3 - Instalação, imediata, de uma agência da Caixa Econô­mica Federal em Cáceres, já autorizada desde 1978;

4 - Reativação, junto ao Ministério da Aeronáutica, dos pla­nos de construção do Aeroporto de Cáceres, por razões não sóeconômicas. como também estratégicas, considerando-se a necessi­dade de defesa da fronteira oeste brasileira e o fato de estar Cá­ceres a meio caminho da rota Rlo--Limaí sem qualquer outroaeródromo atlernativo nas imediações;

5 - Doação à Prefeitura Municipal de cáceres, pelo Ministériodos Transportes-DNER. de área urbana no Distrito de Porto Espe­rídíão, para efeito de regularização possessória;

6 - Instalação, pelo INiORA. de um PAC na região dos RiosVermelho e 8epotuba, em Cáceres, em área de 10.700 ha daEMBRAPA. onde antes funcionava a Estação Experimental da!PECA;

7 - Ampliação. pelo !NCRA, dos Projetos 'Fundiários de Cá­ceres e Pontes e Lacerda e criação de novo Projeto em Vila Bela,para permítír uma atuação mais precisa na eliminação de focosde tensão social em zona rural, implantando-se, ainda. a curtoprazo, colônias agrícolas nas regiões da "Morrarla" rcáeereei eRio Verde (Vila Bela) ;

8 - Instalação, pelo Banco do Brasil SIA, da CACEX na cidadede Cáceres, vizinha à República da Bolívia. considerando-se que noEstado todo tal serviço inexiste;

9 - Instalação de uma agência do Banco do Brasil S/A emMirassol do OCSte-'MT;

10 - Instalação de uma agência do Banco da Amazônia S/Aem Pontes e Lacerda-M'I';

11 - Autorização, pelo Banco Central, para que o Banco do:l!lstado de Mato Grosso SIA instale uma Carteira de Desenvolvl­mento:

12 - Atualização, a justo nivel, do Valor Básico de Custeio,para que não seja desestimulada a produção do Estado.

Sr. Presidente e srs, Deputados, falando por Mato Grosso, de­fendemos a Grande Cál:eres, região que em 1979 foi responsávelpor mais de 12,00% da arrecadação estadual, mas que não recebeuem contrapartida de obras e serviços públicos nem 4,00% do in­vestmento global do Estado.

Reverenciamos o cidadão E'rederico Campos, respeitamos a au­toridade de que se acha ele hoje investido bíoníéamente como Go­vernador de Mato Grosso, mas, data vênia. reconhecemos seu totaldespreparo para o exercício daquelas elevadas funções, à vista deseu irretutável desconhecimento político - ou seja - da arte debem governar os povos e ainda dos fundamentos racionais e éticosque a política como fUo80fía nos ensina. Ao seu lema de Fé, Cora­gem e Perseverança falta. talvez, a acoplagem da trilogia de lógi­ca, que conduz à primeira. de Razão, que arma a segunda, e de Jus­tiça, que explica a terceira. Ressente-se S. Ex." da condição deestadista e, o que é mais grave, da experiência que só os que sesubmetem ao crivo do voto popular, livre e direto. podem ostentar.Oxalá, possa S. Ex.", mercê de sua excelente formação profissional,moral e religiosa, se desvincular de sentimentos e conotações in­feriores que amesquinham e apequenam certos atos de sua admi­nistração, lembrando-se da llção bíblíea de que toda autoridadeprovém do Alto e que o exercício do Poder de Mando, algumas ve­zes atrabillário, é assaz passageiro, como de resto o são as glóriasterrenas. .

Enquan·to nos permitir a continuidade de nossa atuação par­lamentar nesta Casa. fiel à posição pragmática e doutrinária doPartido Popular em nosso Estado, nos constituiremos em críticoda ação governamental de nosso atual Governa1ior, embora aele nos aliemos, incondicionalmente, sempre que assim o determínara necessidade de defesa Intransígente dos interesses maiores deMato Grosso junto aos mais altos escalões administrativos da Re-pública. .

Desta Tribuna iremos analisar, expor, acusar, defender, aplau­dir ou condenar e, ainda, pedir e exigir com a humildade dos pe­quenos, mas, com o orgulho dos fortes - tudo quanto Mato Grossotem direito. mas que até hoje lhe foi negado, talvez até por faltade participação. A:o lado de nossos dois bravos companheiros doPartido popular, aliados e coligados aos outros dois eminentes co­legas do FlMDB, não nos furtaremos a, eventualmente, nos asso­ciar aos três cultos representantes do Partido G1:lvemista nestaCasa, nossos coestaduanos, na trincheira comum de defesa donosso Estado.

Integrando nossa Bancada nesta Casa, estaremos fiel à orien­tação préeísa de nossa Liderança, na aprecíaçâo de importantesnlll.t6J'!as que, por certo, irão prender, mais do que "este enfoque

regíonal, a atenção de nossos eminentes pares. Aos companheirosde Mato Grosso, as homenagens da Bancada do Partido Popular edeste seu representante. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Airton Reis, o Sr. HomeroSantos, l'.'-Vice-Presídente, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Nasser Almeida, Suplente de Se­cretário.

o SR. PRESIDENTE (Nesser Almeida) -Concedo a palavraao Sr. Getúlio Dias, na qualidade de Líder do Partido Democráti­co Trabalhista.

O SR. GETOLIO DIAS (PDT - as. Corno Líder. Sem revisãodn"JU'ador.) '- Sr. Presidente, Srs. Deputados, 11U verdade, todosnos debruçamos e ficamos a refletir seriamente sobre o momentopolítico, a crise que vive este Pais. A crise é abrangente. eis quevem da sua matriz mais importante: a direção dos negócios públi­cos através da política. Refiro-me ao impasse econômíeo, que geraInconformismo e agrava os problemas socíaãs.

Tenho dito, por aí, que o maior mal do regime é não ter sexo.Trata-se de um regime híbrido. Essa criança precisa ter sexo. ll:macho? 11: fêmea? O que é este regime? Meia-ddt-adura. meia-de­mocracia, ele gera impasse político e econômico. dai advindo con­seqüências sociais. Por sinal, em 1964, apontava-se como raiz, co­mo grande motivo do impasse a inflação desenfreada que, segun­do alguns, era da ordem de 94%, segundo Celso Furta{l.o, de 87%.O que dizer, hoje, de uma inflação de 107%, decorrente dos últi­mos 12 meses, quando se registra o maior índice íntlacíonárío deque se tem conhecimento na nossa História, ao alcançarmos 8,4%em 30 dias? O que dizer da, divida externa, a maior já atingida naHistória deste País? E temos o quê? Um regime que se deteriorana confiança popular, porque, afinal de contas, meus patrícios,principalmente Deputados do Governo, a responsabilidade pelo po­der também é nossa, já que somos personagens desta hora da His­tória investidos de um mandato político.

Não há dúvida. a opinião públíca naeíonaí tem consciência deque são responsáveis pejos destinos deste País os militares quechegaram ao poder. Pode-se sofisticar doa. torma que se queirapara ludibriar a opinião pública, mas ela só tem consciência deuma realidade: a ,partir de 64, para chegar ao Palácio do Planalto,é preciso ser General de algumas estrelas, já que errtre os ml1lta­res há preocupação com a hierarquia. Tanto que alguns milita­res, não obstante sua vívêncía pclitãca, porque não tinham aconstelação necessária - parece-me que são qu-atro estretas: nãosou muito entendirlo neste assunto - não puderam chegar ao Pa­láclo do Planalto. E até um Vice-Presidente, que havia sido eleitocom um militar, apoiado pelo regime, o tão famoso, conhecido eproclamado Pedro Aleíxo, foi impedido de assumir a Presldêneíada República - ele; repito, um homem consagrado pelo' regime.

Ora, meus patrícios do Governo. quando fazemos críticas aoGoverno, não as fazemos por diletantismo. mas porque, como co­responsáveis, como personagens da história polítlea, desses mo­mentos que estamos vivendo (muito bem), temos 'l!. responsabílt­dade de advertir, de chamar a atenção do regime. Não se trataapenas de lembrar 64, quando a inflação era da ordem de ~%,

pois a de hoje é de 107%, nem somente de observar que o desassos­sego social se multiplica, atingindo índices de violênela, nem se­quer de proclamar que, fundamentalmente, neste País há neees­sídade de mudança de estrutura fundiária, de estrutura de renda,de tributação.

O que temos hoje? Nós, s. classe política, homens que vive­mos da confiança popular, que V'Il.mos buscar na fonte, na vonta­de popular a investídura do mandato de representante do povo,ou, mais do que de representante d,opovo, representànte de umahora da História, assim falamos. Nadoa há de deletério na criticada Oposição, quando reconhecemos que os próprios partidários doGoverno, afinal de contas, têm eonscíêneía, conosco, dessea pro­blemas, Mas, mais que ísso, a nossa advertência é ~a que nãose repítam os atos de subordinação cega, 'l1ogmática, sectária, dóspartidários do GQverno, como ao aprovarem iniciativas como a doEstatuto dos Estmngeiros, que, brevemente. para vergonha dopartido do Governo, vai voltaI: à Casa. eom modífícações Introdu­zidas pelo próprio oovemo que a esse vexame subordina o seupartido. Que processo é este que visa a valorizar o homem públicocom a abertura, se se' coloca Deputados-e senadores do Governogenuflexos ante o autoritarismo do Palácio do Planalto?

Concedo o aparte ao nobre Lider do PMDB,Peputado NivaldoKrliger.

O Sr. Nivaldo Krüger - Ilustre Deputado oetúll0 Dias, acom­panhamos o raeíocínío qUe V. Ex." desenvolve e estamos de acor­do com os pontos abordados por V. Ex.... porque coloca a mãosobre a ferida: a inflação, com suas conseqüências sociais; a diviàaexterna, com suas conseqüências econômicas, de ordem interna­cional. desmoralizando o Pais. V. !Ex." focaliza a gravidade do dé­ficit da balança comereíal do Pais. A propósito, é muito oportunolembrar a declaração do Ministro que disse que o problema da ba-

Acosto de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçã.o I) Terça-feira. 12 824,1r

lança comercial é mais grave do que o da inflação, reconhecendoo Presidente da República que o produto de toda a exportação nãoé suficiente para pagar os juros nem para cobrir os juros acresci­dos da importação de petróleo. Estas declarações do Presidente edo Ministro dão a extensêo e a protundídade da crise em que osistema mergulhou o Pais. V. Ex.", ao falar da forma que fala,cumpre o dever de cidadão brasileiro de chamar a atenção dos quetêm responsabilidade na condução da coisa pública, aliás, a únicacoisa que nos resta. V. Ex." falou também sobre um problema que'me parece de grande ímportâncía e de fundamental reflexo navida politica do País, o problema da conüança. Desanimado, deses­perado, Q povo já não confia no Governo e. por associação, diziahá pouco dessa tribuna, nos envolve, envolve os politícos na suadescrença, ,porque o povo entende que o Governo é tudo, como defato é: é o Governo instituído no Executivo; é ° Governo no Le­gislativo, exercido pela Situação. E como não se solucionam osproblemas do povo, o povo nos associa a esta realidade. E tambémdesconfia do Judiciário. E um povo que não acredita no seu Go­verno um povo que não acredita no seu Parlamento. não acre­dita na Justiça do seu Pais é um povo a um passo do desespero,é uma sociedade desesperada. E a soma dos cidadãos forma estasociedade desesperada que leva fatalmente à eclosão da violên­cia - citada por V. EX." muito propriamente, há poucos instantes.Aí está, anho, o memento de 'll. Situação ouvir e conduzir estamensagem sincera de brasileiros que querem salvar a Nação dessaeclosão, pois ao desesperado só resta a violência. Já não lhe im­porta nem sequer a vida, porque nada mais tem a perder. Então,ilustre Deputado, este aparte tem o sentido de colaborar comV. Ex.'" e com seu partido nesse alerta que V. Ex.'" endereça aosque têm a responsabilidade de conduzir o País; E não se iludameles, que não será. com a liberação de pequenas verbas que sal­varão a Nação. Jáll;gora é necessário não o tratamento dos efeitos,mas a remoção das causas por um tratamento profundo. contidonas reformas que nós pregamos - a reforma geral através da As­sembléia Nadonal Constituinte, as reformas profundas do Direitona Justiça, na Economi~ e no Social da Nação brasileira.

O SR. GET(JLlO DIAS - Deputado Nivaldo Krüger, o aparte-de V. Ex)- enriquece as nossas despretensiosas reflexões. O aparte-de V. Ex. reflete o pensamento de um patriota convencido de queé preciso falar a verdade, a linguagem que nasce da observação decada brasileiro. E precisamente porque este País nos pertenceestamos vinculados ao seu destino, que nos indica o desastre so­cial ou a prosperidade, que diz respeito à nossa vida, à vida dosnossos familiares, que nos ooncerne, e não ao Presidente General-Figueiredo ou a qualquer outro general. A mim pouco preocupam as-estrelas dos generais. Preocupa-me, sim, o destino de minha Pá-tria porque a ele estou vinculado, como me vinculo também aodestíno da minha famílla e dos meus contemporâneos. Nunca fizcoro com aqueles que, mal informados, acham que um Presidenteda Repúbllca está agindo dessa ou daquela maneira por interessessubalternos. Sei que quem chega à principal magistratura do Paisquer passar à História como um homem de bem. Não conheço nin­guém que quisesse chegar à Presidência da República para satis­fazer os seus instintos inferiores de prosperidade pessoal, de vai­-dade, ou para satisfazer um grupo ou um grupelho de amigos.Não. Quem chega "à principal magistratura do l"ais quer passar àHistória como alguém que realiza o bem comum. Mas ocorri quese forma em torno daquele que chega ao poder um círculo de açode interesses.

" Tenho sempre a preocupação de crltícar os militares que che­'gam ao poder porque sei que o militar, efetivamente, é um homemdespreparado para chegar ao poder (mui~ bemt), porque não temconhecimento, não tem "know-how" da vida pública; não conheceos charlatães da economia, os tecnocratas de circo - não os co­nhece. O militar é um homem que "fez a sua cabeça" a partir dos17 anos para cumprís-com o seu dever, os mais respeitáveis, doHino Nacional, do alvorecer até quarta-feira, quando folga para

, gozar o convívio da sua família e do seu lazer. Respeito ao profis­são de cada um, a opinião de cada um. O que não admito - e issovou continuar não admitindo, de forma nenhuma, porque agridemeu patriotismo, agride o desejo de segurança e de prosperidadeque tenho para minha pátria e para meus filhos - é que se trans­forme a Presidência da República numa discriminação odiosa e quesó possamos chegar lá se tivermos o patriotismo dos que têm' qua­tro estrelas. Não. Isto é inaceitável, meus patricios e meus irmãosDeputados. A História ensina, e ensina a todos nós, que os paísesque emprestam dinheiro, os, países de economia forte, os paísesque progridem no campo da tecnologia, são dirigidos por políticos.Pode até, eventualmente, um militar ser político. ,Admito isto. Atéfui cabo eleitoral do General Duffles Teixeira Lott. 'tenho até al­guma vocação para apoiar alguns militares. Já apoiei o GeneralEuler 'Bentes Monteiro. E me sinto multo honrado por ter feitoaquela opção, naquela oportunidade. De forma que não tenho essa

. discriminação odiosa que eles têm contra mim. Eu, que, sendo Ge­túlio, posso querer chegar à Presidência da República, escolhi apolítica e não a escola militar. Vejam que tragédia na minha voca­ção. Eu, com o nome Getúlio, imaginando um dia chegar à Presi­dência da República, vejo-me vetado por essa discriminação odío-

sa que eles fazem contra nos, Mas não a fazemos contra eles, poisjá votei em dois generais - e já estou votando em generais de­mais: em Henrique Duff1es Teixeira Lott, e recentemente apoieiEuler Bentes Monteiro. Mas os militares são educados para servirneste universo do País em outro setor e têm de ter a humildade d\~

reconhecer que são incompetentes polticamente, que são vítimasdos sofismas dos malabaristas. dos tecnocratas, estes, sim, que vís­cejam nas rodas oficiais pretendendo ensinar política, eles, quenão conhecem o povo, que têm excelentes currículos, Pessoalmente,sempre desconfiei ele quem tem currlcuío muito extenso. Oonheçomuitos que têm extensos currículos e que são incompetentes.

O ,Sr. Milton Fi,gueiredo _ Até os da Academia Brasileira deLetras.

O SR. GETúLIO DIAS - O problema da Academia é com oSarney. Só para não faltar o registro: o Sarney, na verdade, éum homem privilegiado. Vinicius de Morais, que foi poeta e cantorneste Pai,s, não conseguíu chagar 11 Academia de Letras. O Sarne~r

chegou, bem como vários generais. Depois da Revolução, já dois ge..neraís se tornaram membros da Academia de Letras e Imortais.

O consagrado escritor gaúcho 1l:rlco Veríssimo não conseguiuser membro da Academia de Letras. e sua obra é traduzida nomundo inteiro. O Vinicius de Morais é conhecido em toda as Iín­guas deste universo e não conseguiu chegar à Academia de Letras..Mas o ex-Ministro da Gu~.rra, Lira Tavares, que ocupou também oposto de EmbalxadorLl.o'llrasil na França, chegou à Academia de,Letras.

Então. transformaram o regime num regime dos militares, ehá esta desfaçatez de se negar que o Governo brasileiro é umgoverno militar. Não. É um governo militar. Os militares chegamà Academia de Letras e aos cargos mais importantes da R.epúblíca,distribuem pistolões à vontade e pistolas também, segundo alguns.Além de pistolões, muitas pistolas.

O Sr. !ram 'Sal'aiva - Para a Bolívia. inclusive.

O SR. GETúLIO DIAS - Dizem que até para a Bolivia. É umadenúncia de um parlamentar boliviano. O Brasil está convidado aorepto, está desafiado a responder à denúncia, e acredito que osDeputados do Governo terão esta informação para trazer à Casana oportunidade devida. O que aconteceu na Bolivía lá é comum.Tem sido comum naquela triste República, em que se sucedem osgolpes, a tal ponto que lá já se conta uma anedota segundo a qual,quando um turista vai comprar o seu carnê, perguntam-lhe se elequer fazer turismo com golpe ou sem golpe; com golpe, terá depagar uma taxa extra para se comprar um general e fazer umgolpe. (Risos.)

De maneira que esta é a realidade brasileira, a realidade dos107% da Inflação. -

Colocava eu o problema naquela linha de raciocínio de que nãoposso discutir questões lie balística e de apoio logístico. Sou in­competente no assunto. Ouço com muito agrado alguns patrícíosmilitares que me explicam. Afinal de contas, respeito-os na suaprofissão. Em certa ocasião, estava preso no Batalhão Tulutl, e oCoronel que me fazia o IiPM assumiu aquela sua posição, aquelasua postura e me disse: "Política, Deputado, é isto, Isto e isto". Eu,então, lhe respondi: "Coronel, quando se trata de assuntos refe­rentes a balística, apoio logístico, o senhor fala com autoridade;mas, para falar de politica, eu sou catedrático. 'Ü senhor é 'que temque me ouvir. E aqui o senhor. está invertendo os papéis. -Está-mehumilhando porque me encontro na eondição de preso. político.Mas não vou continuar ouvindo essa arrogância desse cursinho queo senhor fez na Escola Superior de Guerra, que é uma espécie derevista "Eu Sei Tudo" do Pais, Não vou admitir, porque consideroisso um desrespeito para com um político profissional e vocacío­nal da coisa pública, um desrespeíto que não aceito".

Eles, donos da verdade, chegaram ao Governo e produziramesse desastre. O pior é que esse desastre, essa tragédia nos diz res­peito, diz respeito à vida de cada um, diz respeito aos 40 milhões debrasileiros que vivem em pobreza absoluta. E não foi um Deputadoda Oposição quem disse isso. For Karlos Rischbieter. que, por cer­to, caiu até em desagrado do Poder, por ter reconhecido essascoisas, quem sabe. A gente nunca sabe. O Gov€!rno é um Governoesotérico, um Governo fechado.

Proclama o Presídente Joiío Figueiredo que tem compromissoscom a abertura. Eu inclusive chego a admitir que seus propósitossejam até os mais sérios: Mas, por amor de Deus, por que cami­nhos vai-se chegar à abertura. Pelo pluripartidarismo deformado,pelo decurso de prazo, pela submíssão, que colocam em estado dechoque a consciência dos parlamentares do seu partido.

Que abertura é esta, quando eu, que nasci agasalhado na ,sigla gloriosa do meu partido, o Partido Trabalhista Brasileíro,pelas manipulações do poder, sofro uma tragédia, da qual aindaresulta contra mim um processo, por haver proferido um justo ehumano desabafo. ' '

8246 Te~a-feira l~ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) ArOlltu de 1180

, Mas que Pais é este, que técnicos são estes que orientam osnossos generais que estão na Presidência da República? Que tec­nocratas são estes, incapazes de quantificar as necessidades donosso mercado interno? Estamos a importar feijão, batata, milho,tudo. Que. técnicos são estes? Temos 40 milhões de pessoas vivendoem pobreza absoluta, num País de 8 milhões de quilômetros qua­dros. O Japão, com 110 milhões de habitantes. tem um territórioigual ao do meu Rio Grande. Meu Estado tem uma área de 284 milquilômetros quadrados, e o Japão, de 300. Naquelas ilhas vulcâ­nicas vivem 110 milhões de habitantes. dirigidos por políticos.

O SR. ~RESIDENTE (Nosser Almeida) - Nobre Deputado, otempo de V. Ex." está esgotado. A Mesa solicita que conclua o seupronunciamento.

O SR. GETúLIO DIAS - Ooncluo, Sr. Presidente. O Japão éum país que está exportando tecnologia para o mundo. E estão fa­lando que vão exportar 10 milhões de japoneses para o cerrado.Japoneses entendem de muita coisa, - mas pelo amor de Deus ­de cerrado, não. Eies não têm cerrado. Lá, naquele arquipélago deilhas vulcânícas, eles não têm "know-how" de cerrado. Quem tem"know-how" de cerrado é o nosso agricultor, faminto e desassisti­do. (Palmas.) É este que precisa receber o respeito e a consideraçãodo Governo.

Se quiser concluir o governo, o Presidente Figueiredo tem aoportunidade de passar à História através da união de todos osbrasileiros .em torno da legitimação do processo político, mediantea instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte. (Palmas.)

Sr. Presidente, a Assembléia Nacional Constituinte não signifi­ca um confronto, mas um encontro desta Nação com o Estado. Não-queremos o incêndio que as minorias da direita e as minorias daesquerda possam pretender. Prefiro o encontro da Constituinte. Aodesencontro do confronto, prefiro o encontro. 'Não sou um banzoa pedir um incêndio: Preciso construir com a minha energia, di­zendo a minha verdade de brasileiro, para que nos ouçam enquan­to é tempo. (Muitlo beml Palmas. O 'Olladtor é cumprimoentado.)

O SR. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - Concedo a palavraao Sr. Gilson de Barros, na qualidade de Líder do Partido do Mo~

vímento Democrático Brasileiro.O SR. GIDSON DE BARROS (PMDB - 'MT. Como Líder. Pro­

nuncia o seguinte díseurso.) - Sr Presidente, Srs. Deputados, pordesignação do meu nobre Líder Freitas Nobre, ocupo esta tribunada Câmara dos Deputados, em nome da liderança do PMDB, a fimde dar seqüência às denúncias, já formuladas por mim e por ou­tros companheiros peemedeblstas, sobre os atos de barbarismos,de esbulho, de violências e assassinatos cometidos contra as nos­sas populações indígenas, com a omissão ou mesmo com a coni­vência da FUNAI - Fundação Nacional do índio.

li: por isso que, de início, quero reafirmar aqui, em nome dabancada do PMDB nesta Casa, a denúncia feita há poucos dias:polo eminente Vice~LiderDeputado Marcondes Gadelha, que trou­xe ao conhecimento da Nação o covarde e premeditado assassíníode mais 'um indio Kayoá, no Município· de Amambaí, em MatoGrosso do Sul. Assim, Sr. Presidente. o PMDB está cumprindo oseu programa partidário, inspirado nos mais puros sentimentoshumanos e patrióticos, por isso que agasalha a defesa das mino­rias discriminadas e dasmaiorâas abandonadas e injustiçads destePais.

Morreu em Mato Grosso mais um indio, fato que não serianovidade em um Estado onde, quase diariamente, vidas humanassão ceifadas nas lutas pela posse da terra. li: por ísto que temosdito, constantemente, que Mato Grosso é o lugar onde o filhochora e a mãe. não vê nem escuta. Os clamores•. os gritos dedor, saídos de peitos dilacerados pelas balas e pelas baionetas dejagunços e policiais, quase nunca são ouvidos pelos poderosos daRepública, muito mais preocupados com o usufruto das mordomiaspalacianas, custeadas com os minguados recursos dos assaltadoscofres públicos do Brasil. As selvas e os pantanais mato-grossenses,locais preferidos por algumas altas autoridades federais de Brasí­lia para os seus devaneios, para as suas caçadas e pescarias, nosdispendiosos fins de semanas, ao que se vê, escondem a acústicade sons Indescrltíveís, de tiros e de gritos de mortes. E, apenas dequando em vez, graças ao heroísmo profissional de alguns jorna­listas-correspondentes, os fatos que denunciamos ganham as pá­ginas dos jornais nacionais para estarrecerem a opinião públicabrasíleíra, Estes jornalistas, coítadosl, ameaçados e perseguidospelos poderosos propríetáríos de terras, encontram ainda pelafrente, não raras vezes, a presença do Governo de Mato Grosso,que, através dos seus agentes, tentam suborná-los e intimidá-los,do mesmo modo como procede em relação à Imprensa local, quasesempre amordaçada pelas verbas e subvenções da Casa Civil. Mas,mesmo assim, ainda existem em Mato Grosso jornalistas de fibrae responsabílídade profissional, capazes de estampar, todas as se­manas, em manchetes, as notícias de novas atrocidades contraíndtos e posseiros. Mas é fato deveras lamentável que, no Brasil,as emissoras de rádio e televisão permaneçam nas mãos do Go~

vemo da atual ditadura militar, els que os seus proprietários sãomeros detentores de concessões, por isso que psicologicamentecoagidos a esconder certos acontecimentos da opinião pública.Mesmo assim, muitos rádíojornalíatas se insurgem contra essaopressão. E quando se amordaça a Imprensa, pelo suborno, pelacensura ou pela intimidação terrorista, como agora faz a extrema­direita no Governo contra a chamada "Imprerosa alternativa",comete-se um crime contra a História ou contra a verdade daHistória. E é neste contexto de obscurecimento dós fatos que va­mos provar, desta tribuna, a irresponsável omissão da FundaçãoNacional do índio no desempenho das suas atribuições legais. Pordesídia. tornou-se responsável pelo assassinato de mais um índio,de mais um brasileiro, legítimo proprietário das terras de santaCruz e que. por ironia da sorte, não tem terra e morreu por ela.

Desde janeiro do corrente ano, o CIM! - Conselho Missioná­rio Indígenísta - vem alertando sobre os perigos que correriamos índios Kayoás, caso o órgão tutor não agilizassem as providên­cías necessárias à regularização das suas terras no Município deAmambai, no Mato Grosso do Sul.

Em 8-8-79, o Sr. Joel de Oliveira, Delegado Regional da 9.°D.R., comunicou ao Sr. Diretor do DGQ, da FUNAI, problemas en­frentados pelos índíos Kayoás e Guaranis, que, expulsos das ter­ras da Fazenda Laranjal, onde moraram por longos anos, ocupa­ram terras pretendidas pela Fazenda Paraguassu, onde foram trans­formados em empregados, Solicitou a criação de um Grupo deTrabalho para estudar o assunto.

Em 16-8-79, a Pesquisadora Moema Von Atzingen opínou fosseretirado da área o Economista Rubem Tomás de Almeida, pois,segundo parece, este cidadão estava-se tornando incômodo, já queconscientizava os índios dos seus direitos e propugnava por umasolução honesta da questão.

Em 30-8-79, o Sr. Nestor da Silva, diretor-substituto, encami­nhou o Processo, sem formalizar Parecer, à consideração do Sr.Superintendente Administrativo, tendo sido juntado ao Processon.? 003942 o de n,v 003350(79, no qual figura como interessado, oSr. Carlos Queteschiner, da Comissão Pastoral Indígena da Diocesede Dourados - MS.

O Processo n.o 003350 está consubstanciado, originariamente,na carta da Equipe da Pastoral Indigenista, encarecendo provi­dências urgentes em defesa dos Kayoás, vitimas de novas agres­sões patrocinadas pelo novo administrador da Fazenda Para­guassu. Carlos Queteschiner conta toda a longa história dos índiosnaquela região, uma verdadeira "via-cruc.ls", inclusive sobre o de­sencanto dos Kayoás, quando a FUNAI, na gestão do generalJsmarth, lhes negou apoio. Na ocasião, o antropólogo Rubem deAlmeida esteve assessorando os índíos.

Em 18-9-79, Pedro Paulo Carneiro, Superintendente adm/FUNAI, solicitou ao diretor do DG'PC e do DGa?I a designação deservidores "para integrarem o Grupo de Trabalho destinado aproceder à eleição da área dos índios Kayoás do P.I. Piraju'y... "(cópias - doc. de fls. 14 a 49 do Processo 3942/79).

Em ofício, n.o 437/9.° DR/79, Joel de Oliveira, Delegado Re­gional 9.° DR, encaminha, conforme consta à página 17 do Pro­cesso 3942, um Relatório de Ocorrência, assinado por Manoel Nu­nes de Freitas, Chefe do Posto Indígena Píraju'y, datado este'de 4-9-76 e versando sobre violências perpetradas a mando doproprietário da Fazenda Laranjal, no dia 6-8-76. O relatório falada intervenção de militares do 17 RC, unidade militar do Exército,no atendimento da ocorrência. Desde 1976, no mínímo, portanto,havia conturbações, já comunicadas orícíalmente,

Em longo e substancioso Relatório, da pág. 19 "usque" 30, oantropólogo Rubem de _Almeida analisa, com visível seriedade, aquestão e, em 13/out/79, a Pastoral Indi.genista volta à presençado Presidente da FUNAI, desta feita sugerindo, após ouvir os ín­dios interessados, uma área que, devidamente regularizada a fa­vor dos mesmos, lhes contentariam plenamente, inclusive porrazões de ordem sentimental, eis que, nessa faixa, situavam-secemitérios indígenas, locais sagrados.

Em 31-10-79, foi juntado os processos em exame o de ~."FUNAI/BSB/1479/79.

Pela Portaria Presidencial n." 641/E, constituiu-se um Grupode Trabalho "para eleição de uma área a ser demarcada como Re­serva Indígena para os índíos Kayoás, que vivem nas terras hojeocupadas pela F'azenda Paraguassu ... ", formado pelos Sra. Cláu­dio dos Santos Remero, Joel de Olíveíra, Reinaldo Florindo e, co­mo colaborador; António Brand, membro da Pastoral da Diocesede Dourados, sendo este último indicado por Egydio Schwand, doCIM!, no dia 1.°~nov-79 (fls. 53-P 3942/79).

Aqui, Sr. Presidente e ars. Deputados, acontece um fato notá­vel: ao que se constata, conforme relatório da Comissão. o Sr. JoeIde Oliveira ausentou-se deste Colegiado e, ele mesmo, designou um

Alosio de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira. 1Z 824~'

seu substituto. na 'pessoa do Sr. watter Neto. Por outro lado, o ser­vidor Reinaldo Florindo, embora designado, também esteve ausen­te. Pior. nesse descontrole de pessoal, é que a fazenda estava sen­do vendida. tato que, indubitavelmente, poderia precipitar novose indesejáveis conflitos. além dos que a Imprensa já tinha noti­ciado. No Relatório assinado por Cláudio dos Santos Romero, cons­ta a informação da existência de cerca de 2.800 índios na região(informação da FUNAI) ou de 3.750 (cálculo da SUCAM), viven­do em condições vexaminosas, trabalhando para fazendeiros emregime de escravidão, como, aliás, é o que ocorre com os peõesbrancos em vários pontos de Mato Grosso.

Vamos transcrever, por interessante, um trecho do Relatório:

"O capataz Zé da Grana, tido na região como homem vio­lento, visitou o acampamento dos Kayoás, falando para o'cacique Pancho que eles tinham que sair daquelas terrase que o Sr. Pinho já tinha falado com o Joel, Delegado da9:a Delegacia Regional da F'UNAI, em Campo Grande, eque ele mandou dar Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros I paracada um colocar as coisas deles no trator e levar paraonde quisessem... "

.com relação a esta grave acusação, não consta tenha tidonenhuma providência.

Vejam bem, aqui. a dedução que se faz do número de autori­dades, de órgãos, de dependências, sessões e departamentos queexiste na mordômíca repartição chamada F'UNAI.

segundo ainda o Relatório, o INCRA, através do seu represen­tante em Dourados. manifesta a possibilidade de abrir mão das'terras que possui na região a favor dos índios. Mais uma soluçãoaventada. portanto. .

.zm 13-fev-SO, Joel de Oliveira comunicou ao DGO, em Brasí­lia, que designou o auxiliar técnico indígenísta Luiz Rogério Pe­reira para que. acompanhado de' Agentes do DPF, fosse verificar"possíveís" atritos, mais uma vez surgidos entre índios e peõesda Fazenda. Ao que se constata; nada foi feito.

Contudo, logo após isso, um dos coronéis da F'UNAI, de nomeAmaro aarbetas Ferreira. efetivamente iniciou. a partir de Bra­sília, uma viagem à região conflagrada. Mas, no finai, não con­cluiu sobre nada, e nada sugeriu de concreto e útil.

Tem o aparte o nobre Deputado Mílton Figueiredo.

O Sr. Míiton Figueiredo - Nobre Deputado, V. Ex.a traz a estaCasa, pela primeira vez, algo comprovadamente verdadeiro. V. Ex.a

traz dados. datas. eventos, personalidades envolvidas, para queesta Casa e o Brasil tomem conhecimento da situação difícil emque o Governo Federal e o Governo Estadual deixam as minoriasno Estado de Mato Grosso. V. Ex.a tem o meu apoio, notadamentepela veracidade das palavras de V. Ex.a

O SR. GILSON DE BARROS - Agradeço o aparte a V. Ex.a,Deputado Milton Figueiredo. V. Ex.... como eu, conhece tudo aquiloque se passa em nossas selvas, nos pantanais do nosso Estado.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra.

O Sr. Carlos Bezerra - Nobre Deputado Gilson de Barros, ape­nas para parabenizá-lo pelo seu pronunciamento voltado para essegrande número de injustiçados e marginalizados pelo atual re­gime vigente em nosso Pais. Os índios, principalmente os que ha­bitam o nosso Estado, Mato Grosso, têm sido vitimas constante­mente de injustiças, de assassinatos. Suas terras são invadidas.Não somente índios morreram. mas até aqueles que os defendiam.como padres da Igreja Católica. L€mbro-me do Padre Rodolpho,que morreu no Merure, juntamente com o índio bororó Simão,atacados por jagunços. Mas tudo isto constitui o fruto amargoque o golpe militar de 1964 deixou ao povo brasileiro. aos possei­ros, aos lavradores sem terras. aos índios, aos operários dos nos­sos centros urbanos. 11: preciso denunciar as injustiças, como a queV. Ex." aponta neste instante. da tribuna da Câmara dos Depu­tados. Dai a razão do meu aparte - quero expressar meu integralapoio a V. Ex."

O SR. GiLSON DE BARROS - l~u já esperava o apoio de V.Ex.a para esta colocação.

Prossigo. Sr. Presidente.

Foi assim que, abandonados e traídos. totalmente desassisti­dos, os índios Kayoás tornaram-se presas fáceis e indefesas dosfacínoras a serviço dos poderosos fazendeiros. Iniciou-se, na área,o processo de extermínio, interrompido milagrosamente pelas de­núncias feitas pelas entidades que, contra muitos obstáculos. aindapromovem a defesa contra nossos irmãos Indígenas, dentro e forado Brasil. Evidentemente que se desencadearia uma matança se­melhante às que aconteceram em outras regiões e em outros tempos,como nos Municipios de São Félix do Araguaia e Barra do Garças,também em Mato Grosso, quando centenas de xavantes foramdizimados a tiros, bombas e veneno. Como aconteceu com os cinta-

largas. no norte mato-grossense. Neste último caso, convém lem­brar que os executores dos crimes foram presos e, posteriormenterecolhidos ao quartel do 16.0 BC em Cuiabá {hoje 4.0 BI Mz). naépoca em que o comandante daquela Unidade do Exército era oentão Coronel Meira Mattos, homem de extrema-direita nacional­mente conhecido, Os criminosos foram liberados. Os autores inte­lectuais (mandantes), poderosos altifundiários mato-grossenses,não foram sequer molestados pela FUNAI, nem naquela ocasiãonem agora. Ora. Sr. Presidente e 81'S. Deputados, o crime de ho­micídio, como é o caso, só prescreve após 20 anos, Há tempo, por­tanto. de se adotar alguma providência. Nas regiões de conflitosentre poderosos fazendeiros brancos. protegidos pelo Governo,através da F'UNAI, e indefesos silvícolas. sempre se preparam con­dições para o extermínio, lento, gradual e seguro do índio brasi­leiro, que. por ser, repito, o mais legitimo proprietário das terrasbrasileiras, ironicamente passou a ser visto como um entrave âambição dos gananciosos. E justamente para protegê-lo criou-se

. o órgão que mais o humilha: a F'UNAI, hoje transformada em ca­bide de empregos de coronéis, alguns tidos e havidos como notó­rios torturadores, que enxovalharam a honra das nossas ForçasArmadas.

O Sr. Alrisio Vieira de Lima - Deputado Gilson de Barros.data venía, discordo integralmente de V. Ex." no que tange às con­síderacões que está fazendo sobre a FU'NAI. V. Ex." apresentadenúncia. asseverando que índíos foram mortos neste País: Devodeclarar a V. Ex." que o Presidente João ~aptista Figueiredo temo maior carinho, a maior atenção com os indígenas do Brasil.Conseqüentemente, já que V. Ex." articula denúncias nesta Casa.tenho a obrigação. corno Vice-'Llder, respondendo pela Liderança.de levá-las ao Ministro da Justiça, a fim de serem apuradas. Seforem procedentes. V. Ex.a fique certo de que serão adotadas asprovidências necessárias e indispensáveis à preservação dessa ri­queza nacional. que são os índios brasileiros.

O SR. GILSON DE BARROS - Nobre Líder do PDS, eu gos­taria de acreditar em V :Ex.a. mas sinto-me decepcionado e desen­cantado com a bancada que V. Ex." representa nesta tarde, naCâmara dos Deputados. Todos os jornais denunciam esses fatostodos os dias. Não é possível que o Ministro da Justiça não tomeconhecimento deles.

O Sr. Alrisio Vieira de Lima - O desencanto é reciproco.Estou tendo uma atenção especial com V. Ex.a pois me proponho alevar à consideração do Ministro da Justiç'a as denúncias queV. Ex." articula, e V. Ex." se mostra desencantado.

O SR. GILSON JI)E BARROS - Agradeço a V, Ex." a atençãoe me ofereço para colaborar em qualquer circunstância, terreno esituação.

Sr. Presidente, prossigo.

Eis que surge agora o Cei. Nobre da Veiga para dizer, em entre­vista os jornais, que nos últimos meses já foram assassinados "per­to de três dezenas de índios." Ora, Sr. Presidente e srs. Deputados.todas as informações chegadas ao p:.MDa e às entidades que real­mente defendem os Indígenas denunciam que, nos últímos novemeses (de 2'6 de dezembro até hoje). foram assassínados dez índios.quase todos capitães ou caciques, o que evidencia ações desmobí­lijEldoras e desnorteadoras, adrede preparadas. com astúcia deespecialistas. para sufocar a reação e a defesa. Mas não vamos nósduvidar das declarações do Presidente da F.tJN1AI quanto ao númerode mortos.

E sobre isso, nobre Líder do PDS. convém que o Presldente daPUNA.! informe o Presidente da República.

Alfinal, até agora, ainda não temos nenhum dado sobre a ope­ração policial-militar desencadeada na Boca do Acre. no Estadodo Amazonas, no dia 1.0 de julho úitimo. Sabemos apenas. 81'S.Deputados. que uma das camionetas militares utilizadas voltou àcidade com treze perfurações de balas e transportando um soldadoferido. O que teria acontecido? Quantas pessoas morreram? Afavor de quem ou de qual grupo foi realizada a operação? Estarãoaqui os vinte índios mortos que raltam em nossos levantamentos?

Na semana passada, o índio Antonio Lopes Guaj aj ara, daaldeia Ypu, foi baleado por um fazendeiro do Município de orajaú,Maranhão, e nenhuma providência foi tomada. Talvez porque esta­mos em temporada de "caça ao índio" e foram mortos, naquelaregião. apenas dois e feridos apenas cinco. Não é sem razão, por­tanto, que um sacerdote, dos mais respeitáveis da Igreja Católica,num gesto de autêntico desespero e revolta, pediu recentementeque se aplicasse, a favor do índio. a legislação que proteje a faunae disciplina a caça. 'ralvez, como animal. o índio fosse mais res­peitado. Mas, Senhores. não seria melhor e maís inteligente. para,os coronéis da F'UINIAX. que eles decidissem proteger os índios, cum­prindo as suas obrigações? Ora, sem os índios não existiria aFUNAI e. sem esta vaca gorda, onde arranjariam tão bem remune­rados empregos? Teriam que disputar. com tantos outros, outras

8248 Terça- feira U DlARIO 00 CONGRESSO NACIONAL ISl:'ÇI\O I) Agosto de 1980

"bocas" em outros órgãos públicos ou nas empresas multlriacíonais.aliás sempre dóceis para proteger aqueles que lhes prestaremserviços.

Agora, o Sr. Veiga anuncia que vai tomar bolsas de estudos emandar para as aldeias todos os indios estudantes filiados à UNIND- União das Nações Indígenas, O telegrama desta comunicação éassinado pelo Ce\. Ivan Zanoni Hausen, reformado da Aeronáutica,ganhando vencimentos também da FUlNAI. ex-membro da CIBA,autor do livro "Brasil, Por Que os Militares", no qual pretendejustificar a atual ditadura militar brasileira. Pretende ainda o CeLVeiga "emancipar" dezenas de índios que trabalham no órgão quedirige, sob pretexto de regularizar as situações trabalhistas _ Mas.Senhores, alguém reclamou? Por acaso o Tribunal de Contas daUnião glosou as contas daquela Repartição, com relação às verbasde custeio? Ou será que os motivos são outros? Este gesto não serao embríâo, ou seja, o projeto-piloto de um outro. muito mais a­brangente, de há muito pretendido pelo atual desgoverno dita­torial? Todos nós sabemos o que representará a integração ou aemancipação dos índios brasileiros. Todos nós sabemos a que.ninteressa essa emancipação. Mais uma covardia ...

'Por outro lado. Sr. Presidente e Srs. Deputados, temos denun­ciado a existência de corrupção na Fundação Nacional do índio.

Os índios Guajajara, do rio Pindarê, Município de Santa Inês,no Maranhão, por exemplo, vendiam cascalhos e areias retiradosdas suas terras a Cr$ 150,00 a carrada de 5 m 3 . A FUNAI interferiue fez um contrato "especial", sem licitação, contrário a pareceresde técnicos do próprio órgão, com a firma C.lR. Almeida, de pro­priedade do Sr. Cecílio Rego Almeida, dileto amigo pessoal do Sr.CeI. Nobre da Veiga. E o preço passou a ser de apenas Cr$ 100,00...

Ora, pois, o preço na região {" de Cr$ 600,000. Haja vista, ofato de a Prefertura Municipal de Bom Jardim, no Maranhão,que é um órgão público, ter apresentado à Fundação uma propostapai'a compra de areia ao preço unitário de Cr$ 400.00 a carrada de5m3 .

Vejam aqui uma proposta, Sr- Presidente e Srs. Deputados, daPrefeitura Municipal de Bom Jardim. no Estado do Maranhão,por sinal, devidamente autenticada em cartório.

-Estão lesando o índio. Estão lesando o País, favorecendo-separticulares. Por outro lado, afírma C. R. Almeida, acusada decorrupção no Paraná, quando construíu a Estrada de Ferro Cen­tral do Paraná, é uma das atuais empreiteiras das obras daEstrada de Ferro Serra dos Carajás-Itaqul. Pela extensão daestrada e do trecho entregue à responsabilidade da C. R. Almeida,é fácil calcularmos o volume da "coisa" ...

O Sr. Nivaldo Krüger - Permite um aparte, nobre DeputadO?

O SR GILSON J)E BARROS - 'Com muito prazer.O Sr. Nivaldo Krügcr - A abordagem que V. Ex. a faz. a res­

peito de um tema da maior importância que vem preocupandotodos os humanistas deste País, não sensibiliza, entretanto. algu­mas áreas, de forma especial aquela responsável pela condução doproblema no País, que é a FU'NiAI. V. Ex." cita assassinatos deíndios no Mato Grosso, no Maranhão e em outros lugares, e eume lembrava - e quero ínsertr neste aparte - o que aconteceuno Paraná, quando o Caigangue, cacique de uma tribo da regiãode Palmeirinha, no Município de Mangueirinha, defendia o inte­resse da Sua tribo, reduzida a nem uma centena de índios. contraempresas que pretendiam tomar-lhes as árvores, os pinheiros agrande fortuna sobre aquele solo. O que aconteceu ali? Nada me­nos do que o assassinato desse Caclque, o que foi, depois, classifi­cado como um simples acidente. A opinião pública nacional tomouconhecimento dele assim. Logo depois, os índios, sem liderança,sem quem os conduzisse, assistiram, pasmados - e a opinião pú­blica do Paraná e a nacional também - à sentença dada pelo Tri­bunal de Justiça do Paraná contra os indios e em ravos, de umaempresa, que acabou ficando com todas as árvores - uma fortunaimensa - das áreas dominadas por aqueles índios. Então, o queV. Ex." retrata neste Instante é uma. realidade que ocorre em todosos quadrantes do País. Congratulo-me com V. Ex.a pela importân­cia do pronunciamento que faz em defesa desses desprotegidosirmãos nossos que vivem no terrilJório nacional.

O SR. GILSON DE BARROS - Agradeço o aparte e o apoio aonobre Líder da minha bancada, Deputado Nivaldo Krüger, indis­cutivelmente, um dos melhores representantes do Estado do :Paranánesta Casa.

Prossigo, Sr. Presíderrte.Mas, ao que parece, no entender dos coronéis da FUNAI, "ami­

go é amigo prá tudo". Talvez por isso, há poucos dias, a Dra, Laia. Mattar Rodrigues, já acusada de ter vendido as terras dos índios

xavantes, em Pimentel Barbosa, lá no meu Mato Grosso, foi sim­plesmente promovida a assessora, com função FAS - Assesso­ramento Superior, da Secretaria Geral do Ministério do Interior,órgão dirigido pelo Cel. Rocha Mala, diretamente subordinado ao

CeL Mário Andreazza, Ministro do General Figueiredo. e assimpor diante..

Contra a servidora Laia Mattar consta, ainda, várias outrasacusações. Mas. Sr. presidente, de que adiantam as acusações se.

" para o inefável Coronel. o mais importante é a disciplina? S. sadeclara, publicamente. que reconhece ser a FUNAI "um mar delama", "um mar de corrupção". que tudo ali fede a crime. Noentanto, nada faz para aplícar os dispositivos da lei estatutáriacivil que obriga a autoridade a mandar apurar, via inquérito admi­nistrativo, todas as irregularidades de que tiver conhecimento. Paraele, ao que se vê, moralização nada tem a ver com disciplina.Funcionário que faz denúncia, ou seja, que não lhe bate continên­cia, é um indisciplinado. O funcionário tem que ser servil, acomo­dado e quieto, porque ele é Coronel e este é um Pais dos coronéise generais. E a FUNAI é um órgão dos coronéis. 'Ai ele demite.Por isto, tem que ser punido, tem que ser demitido, para salvar f.

gloriosa e resplandecida "disciplina" do Cel. Veiga, essa mesma"disciplina" criada pelo golpe militar de 64, suficientemente fortepara proteger as vestais deste País paridas dos templos, para pro­teger ímpudícícías e ilicitudes.

Lembro-me aqui, Srs. 'Deputados, da colocação Que costumafazer o nosso grande companheiro peemedebista Padre RaimundoPombo, dizendo que "antes, quem roubava os cofres públicos, eraconsiderado "ladrão". Agora, P. consider-ado "esperto" _ E comoexistem "espertos" nas admíntstracões públicas deste País. "Es­pertos" que fazem contratos prejudiciais ao povo; "espertos" quesupertaturam nos vencimentos; "espertos" que emitem certidõesnegativas mentirosas - crimes de falsidade ideológica, definidosna lei penal brasileira, beneficiando pessoas e grupos privados,inclusive empresas multinacionais ...

Não faz muito tempo, a PUNAI adquiriu, para os seus servi­ços no Rio de Janeiro, um automóvel Fiat. O Cel. Veiga, acusadode utilizar este carro em proveito de sua família, declarou publi­camente que, apenas em poucas oportunidade, valeu-se do auto­móvel para apanhar sua filha no colégio. e que, nessas ocasiões.pagou a gasolina com dinheiro do seu bolso. Isto quer dizer, Sr.Presidente, que o automóvel ficou danificado, pois o mesmo émovido a álcool e não a gasolina ...

E por gostar multo mais do Rio de Janeiro do que de Brasília,fato que, aliás, acontece conosco também, o "homem da discipli­na", Cal, Veiga, viaja todas as quintas ou sextas-feiras para a Ci­dade Maravilhosa, retornando à Capital Federal na segunda à

tarde ou na terça-feira. Mordomia que não seria tão escandalosa,afinal. não soubéssemos nós que, muitas e várias vezes. à falta devaga no avião da hora da Ponte Aérea, o disciplinado Coronelaluga no Aeroporto de Brasilía, às custas da FUNAI, um moder­no e confortável táxi-aéreo para a sua viagem semanal de mere­cido repouso. Mas, talvez isto não seja nada demais, pois o pró­prio General Figueiredo, apesar da "ecO'llomia de guerra" do com­bustível, costuma utilizar o jatão presidencial, deslocando-se parao Rio d-e Janeiro, São Paulo ou Porto Alegre, com alegre comitiva,para assistir a partidas de futeboL ..

Na FUNAI não se admite indisciplina. Não se admite funcio­nários indisciplinados. Nenhum funcionário pode dizer, por exem­plo, que um avião Bandeirante, pertencente ao órgão, é utilizadoem viagens sem qualquer utilidade. viagens turístícas pela Ama­zônia. Nessas ocasiões, o "ás da aviação, Cel. Zanoni Rausen - otorturador, o matador de estudantes - dá, às suas convidadas,demonstrações de vôos cegos 'e outras acrobacias, provando assima sua coragem indômita... Em um desses vôos de lazer, às custasdo dinheiro do povo, o Cel. Hausen tapou o pára-brísa do avião,para assustar as meninas, enquanto, comandando o aparelho, emvôo cego, sensibilizava a todos pela sua bravura e perícia. Lá atrás.ao fundo, o Cel. Veiga cantava tangos de Garel, indo de "La Cum­parclta" a Mano a Mano", pois, afinal, não somos todos irmãos?Menos os iridíos, é claro. Estes são meras espécies rauníanas, cujasobrevivência devemos preservar para o equilíbrio do ecossistema.da ecologia, e para alegria da petízada ...

O 8R. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - V. Ex." dispõe dedois minutos para concluir o seu pronunciamento.

O-SR. GILSON DE BARROS - É o tempo de que preciso pa­ra denunciar uma parte do que vem ocorrendo. em termos de des­graça, na FUNAI e neste Pais.

E como, Sr. Presidente. não admitirmos que o Cel, Veiga pen­sa assím dos índios? Ainda ontem, alguns jornais publicam seujocoso apelo "para que a sociedade envolvente não mate os in­aios". Que absurdo! Que terrível manifestação de insanidade! Écomo se estivéssemos ouvindo o representante do IBDF dizer:"Senhores, não matem, não cassem as antas, os tucanos e as on­ças pintadas, pois estes são animais em extinção ... "

O Comandante Limoeiro deixou a direção da DTA -"- Divisãode Transportes Aéreo da FUNAI - ao que parece revoltado comas peripécias de" Zanoni Hausen com os seus aviões. Dezenas deindigenistas, antropólogos, médíeos e sociólogos também fizeram

DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira. 12 8249

o mesmo. em protesto cívíco contra os absurdos da Fundação Na­cional do índio. Enviaram. alguns categortzados servidores, comtoda a lealdade funcional. ao Sr. Ministro do Interior, um do­cumento contendo dezenove denúncias de Irregularidades naFUNAI. Mas foram sumariamente demitidos, em nome da "dis­ciplina". como se pudesse haver disciplina num órgão onde reinaa corrupção. campeiam os desmandos. viscejam as bajulações.prospera a incompetência e se avilta a honra do Serviço Públicobrasileiro.

Sr. presidente. Srs. Deputados, os' documentos, inclusive al­guns autenticados, existentes em nosso poder, nesta tribuna. nomeu gabinete e em um cofre em algum outro lugar, porque euposso ser assaltado, como outros parlamentares têm sido, pelaeficiente extrema-direita. amparam e justificam estas acusações.Por certo, alguns delicados Deputados e outros-eantos Senadores.do PDS. haverão de dizer que somos violento, que agredimos de­mais. Mas nós estamos apenas reagindo contra os que nos agri­dem todos os dias. lá em Mato Grosso e por todo o Brasil. Esta­mos reagindo contra os que. incapazes de justificar ou mesmode explicar os seus erros. os seus desacertos, os seus desmandos eabusos. valem-se da violência - com artificios como a. Lei de se­gurança Nacional - na tentativa de calar a boca da Oposiçãobrasileira.

Estamos reagíndo, Sr. Presidente, contra a apatia abúlíca eamorfa dos que deveriam vibrar em' emoções. Estamos reagindocontra o silêncio desta noite escura. onde cantaremos sempre.por sabermos "que o amanhã vai chegar ... "

Era o que tínhamos a dizer. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Nasser Almeida) - Concedo a palavraao Sr. Augusto Lucena. na qualidade de Lider do Partido Demo­crático Bocíal.

O SR. AUGUSTO LUCENA (PDS - PE. Como Líder. Pronun­cia o seguinte discur!JO.) - Sr. Presidente, Brs. Deputados. hoje' écomemorado em todo o Brasil a instituição dos cursos jurídicos.

OCupar esta tribuna, na qualidade de parlamentar, represen­tante de Pernambuco na Câmara dos Deputados, e por honrosaincumbência da liderança do meu partido. na ocasião em que.mais uma vez, se comemora a criação dos cursos jUlridicos noBrasil, é missão que cumpro com especial agrado e justificadOorgulho cívico.

seja do ponto de vista da formação do Estado brasileiro, sejapor constituir "obra exclusiva e grandiosa do Poder Legislativo".seja, enfim por ter representado, como diz Haroldo Valladáo, "abase da nossa emancipação cultural. da nossa independência ju­ridíca, o fundamento Indestrutível da nossa unidade política", acriação dos cursos jurídicos foi o passo essencial para a formaçãode uma nova ordem social no país, e para a rutura detíntttva dasestruturas institucionais e legais até então marcadas por contor-nos nitidamente colonizantes. .

Mal saída a Nação das lutas da Independência. e lançadas.por assim dizer. as bases políticas da sociedade recém-emancipa­da, os organizadores do novo Império manifestaram preocupaçãomáxima em elaborar os fundamentos teóricos da estrutura legaldo Estado, demonstrando particular interesse pelo desenvolvimen­to da educação e propugnando pela instalação de cursos superio­res no território nacional.

Entenderam, efetivamente, os governantes e legisladores da.época que a educação representava motor tnsubstítuível no qua­dro das mudanças sociais e que, por outro lado. no campo insti­tucional e político não caberiam posições importadas, dissociadasda realidade nacional.

Compreenderam, enfim. os estadistas do Império. que se fa­zia mister a formação de juristas, magistrados. parlamentares ehomens públicos que, na complexidade política do País. que aca­bara de ingressar no conceito das nações livres, tivessem condi­ções de responder realmente aos melhores e mais diretos inte­resses nacionais.

Como afirmou, com muita propriedade, o historiador capis­trano de Abreu. foi o "derramamento da instrução e a liberdadede imprensa" uma das preocupações imediatas da Independência.

Dentro deste quadro, os Constituintes de 1823 buscaram, comlucidez patriótica. deslocar de Coimbra para o Brasil "o antigo eúnico centro oficial da cultura brasileira", mediante a criaçãode grandes focos de desenvolvimento intelectual. que seriam oscursos superiores.

Assim, durante os trabathos da Assembléia Constituinte, cou­be à visão de estadista de José Felíciano Fernandes Pinheiro.Visconde de São Leopoldo, fundador e primeiro Presidente doInstituto Histórico e Geográfico Brasileiro. a iniciativa do pro­jeto de criação de duas universidades, uma em Olinda, outra emSão Paulo, onde se ensinassem "todas as ciências e belas artes".

Dissolvida a Assembléía e interrompido o processo legíslatí­vo que se esperava culminasse com a instalação dessas ínstttuí­ções, nem por isso morreria a idéia da universidade. legítima as­piração da nacíonalídade e anseio permanente das elites eultu..raís desde a Colônia.

A questão. pois, bruscamente interrompida pela violência doPoder imperial, dissolvendo a Constituinte, foi reaberta, em maiode 1826, na Assembléia Geral e Legislativa. por iniciativa do Depu­tado Teixeira de Gouveia, numa demonstracão evidente de que oassunto, gerado nos movimentos de emancipação política, conví­nha aos interesses e ao futuro da Pátria.

Note-se.. a esse respeito, que a proposta' de Teixeira de oou..veia. vazada em termos amplos, não se referia especificamente ~t

criação de universidades, mas encarecia que "a Comissão de Ins­trução Pública, revendo os trabalhos da AssembléIa Constituinte",submetesse à consideração da Câmara o proj eto de Ieí "que foldiscutido e sancionado por aquela Assembléia sobre instrução pú­blica, fazendo-lhe as adições e emendas que julgar convenientes".

Não cabe recordar aqui, Sr. Presidente, a evolução dos deba­tes parlamentares em torno da matéria, merecendo destaque ELvontade politica dos. legisladores de concretizá-la e, em particular,o espíríto.de realismo e flexibilidade que souberam imprimir a es..se notável empreendimento.

Assim, embora sem o sentido inicial de universidade, a 11 deagosto de 1827 "Dom Pedro I, por graça de Deus e unânime acla­mação dos povos, Imperador constitucional e Defensor PerpétUCIdo Brasil", fazendo saber que a Assembléia Geral havia decretado,criou dois cursos de ciências juridicas e sociais, um na cidade di:Olinda, outro na cidade de São Paulo, ambos com duração de eín­co anos Iatívos, integrados por nove cadeiras.

Ressalte-se que, resguardadas as perspectivas liberais da íní­dativa, as díscussões a respeite da matéria, sob a liderança ilustrede Silva Lisboa, versaram basicamente sobre a localização doscursos e' a organização dos currículos escolares,

A escolha dos locais dos cursos. obedecendo a critérios geo..gráficos e politicos relevantes, teve o seguinte comentário de Olá..vis Bevilácqua:

"A escolha realmente foi 'felicíssima. Em primeiro lugar,atendeu à grande divisão do Pais, que é, ao mesmo tem­po, geográfica e sociológica. Em segundo lugar, em cada.uma dessas divisões foi escolhido ponto muito adequadoa desenvolver qualidades próprias da raça .•. "

Com relação especificamente à indicação de Olinda, parece­me oportuno ressaltar não apenas a: tradição humanistica e a per­manente posição pernambucana em defesa da liberdade e do di.·reíto, mas também a tradição cultural de que gozava o Seminá­rio Diocesano daquela cidade, fundado em 1800, por Dom Aze­redo Coutinho.

Oapístrano de Ab.reu destaca a influência desse notável bisposobre a mentalidade política da época, chegando a afirmar que"sem Azeredo .Coutinho não surgiria a geração idealista de 1li17....

N.!1quele seminário Diocesano. com efeito. afirma Nilo Pereí­ra, nao Se formavam apenas sacerdotes, mas todos aqueles quedesejassem ingressar na vida pública, com sólido conhecimentode humanidades.

" No que se refere à organização curricular desses estudos, re­cusaram os legisladores os ,lJ:statutos de Coimbra, condenaram odireito estacionado do Corpus Juris Civi.l.es ou das Ordenações Fi­lipinas, consagrando o direito emanado dos princípios constitu­cionais e levando em consideração o fator econômico e sua influ­ência sobre a ordem jurídica.

Caberia, destarte, ao Brasil. sem tradição universitária. daràs suas primeiras instituições de ensino superior um enfoque' his­tórico exato e realista, com a introdução de cadeiras novas, taiscomo Direito Constitucional, Direito Público e Economia Política.

J!: de notar-se. ademais. a preocupação desses cursos com oestudo das instituições politicas pátrias, "no imperativo naciona­lista desbordante", sempre ao lado de conhecimentos largos e are­jados do fato poli ti co. social e econômico.

As duas escolas, que se abrigaram respectivamente no Mos­teiro de São Bento, em Ollnda, e no Convento de São Francisco.em São Paulo. como num retorno à tradição religiosa da cultura.que remonta à Idade Média, modelaram os grandes estadistas JoImpério e da Primeira República. Autênticos celeíros de homens ede idéias livres, a serviço da Pátria i! da consolidação da nacíona­lidade, Olinda e São Paulo "formaram uma população intelectual­mente ativa. ávida de ciência e de erudição, em continua ererves­cêncía espiritual". de extraordinária ímportãncía no campo [urídi­co, literário e politãco,

Recordemos. com reverência. nos nomes de Euzébio de Quei­roz. Joaquim Nunes 'Machado, Nabuco de Araújo, Saldanha Mari-

825(1 Terça-feira 12 DIARIO DO CONGRESSO NAOIONAL (SeçíW I)

nho, Barão de Cotegipe, Zacharias, Teixeira de Freitas, Paula Ba­tista, Cândido Mendes de Almeida, que saíram de Olínda paraa política e para a j urlsprudêncía.

De São Paulo vieram os juristas Pimenta Bueno, Furtado deMendonça, Alencar Araripe, o Barão de Penedo, e os políticos 8011­za Ramos, José Antônio Saraiva, Joaquim Delfino, entre tantosoutros.

As maiores expressões da cultura pátria, políticos, juristas.oradores, jornalistas, literatos, matricularam-se nessas' academias.Como, ainda, Evaristo da Veiga, Afonso Celso, Silveira Martins.Couto de Magalhães, Campos Salles, Salvador de Mendonça, Ba­rão do Rio Branco, Clóvis Bevilácqua, Castro Alves, Tobias Barre­to, Ruy Barbosa, Qulntino Bocaiúva, Fagundes Varela, José Bo­nifácio, o Moço, e tantos outros, todos, sem exceção, dedicadosao apostolado grandioso "dos mais sublímesídeaís [urídíco-soeíaís".

Seria realmente cansativo enumerar os grandes brasileirosque freqüentaram os cursos de Olinda e São Paulo, donde a abalí­zarla opinião de Sylvl0 Romero:

"A criação de Faculdades brasileiras foi de um alcanceextraordinário; logo na esfera política e administrativacomeçamos a ter homens como Euzébio de Queiroz, RioBranco e oitenta outros que são filhos das 'academias na­cionais, e alguns deles não puseram os pés na Europa, oupuseram rapidamente. Foram sempre os melhores. O mes­mo se deu na literatura."

Ressalte-se, a propósito, que essas duas Faculdades não fo-ram iguais em sua maneira de ser. '

Miguel Reale destaca ter sido a de Olinda mais filosófica, en­quanto a de São Paulo era talvez mais polítíca.

Em que pese a esta realidade, foi comum e permanente o in­tercâmbio de alunos' e professores entre as duas instituições.

O Sr. Afrisio Vieira Lima - Permite-me V. Ex.a um aparte?

O SR. AUGUSTO LUCENA - Ouço o nobre Lider com muitoprazer. .

O Sr. Afrisio Vieira Lima. _. Permita-me, sem que fira 'a suamodéstia, proclamar, porque sou Deputado há vários anos nestaCasa, que sobre o assunto ainda não assisti a um pronunciamento

. tão competente e tão profundo 'como o' de V; Ex;a 'Quero parabení­zá-Io pelo belíssimo discurse e dizer que o pronunciamento deV. Ex.a honra as tradições de inteligência e cultura desta Casa,

O SR. AUGUSTO LUCENA - Agradeço ao nobre DeputadoAfrlsio Vieira Lima, emocionado, o aparte e o incorporo ao meumodesto discurse como uma grande contríouíção de estimulo, deentusiasmo e de continuidade, para que nós, Deputados, nós, bra­sileiros, juristas, e os homens que dirigem o pensamento nacional,possamos cada vez mais continuar firmes nesta senda promissora.c defender os grandes ideais democráticos da Nação brasileira, àluz do Direito e da Justlç-a, que, foram as aspirações maiores emOlínda, no passado ,e agora continuam a servir. consciente e hon­radamente, ao Brasil.

Prossigo, Sr. Presidente.

Babemos, por exemplo, que Teixeira de Freitas matriculou-seem Olinda, cursou três séries em São Paulo, retornou a Ollnda,onde se formou. José de Alencar, o Barão de Penedo, Silveira Mar­tins, Ruy Barbosa, o Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Fa­gundes Varela e Oastro lIlves, para citar apenas alguns dos maiscélebres nomes, freqüentaram as duas academías,

Alenear Brotello e José Bonifácio, o Moço, professores em Per­nambuco, tralllSfeoriram-8<l para 6ão.;paulo, enquanto peçl!,oCa-: .valcantl de Albuquerque, nomeado para a Faculdade do Largo deSão Francisco, lecionou depois em Pernambuco.

E, assim, no dizer de Haroldo Valladão, numa verdadeira co­munhão espiritual de estudantes e professores, críundos de todosos quadrantes do País, foi plasmada I. unidade cultural, literária,jurídica e política, "base indestrutivel da nacionalidade brasileira".

Oom clara consciência do papel do ensino jurídico no Brasil,as duas instituições moldaram a soeredude brasileira em algunsde seus valores fundamentais, não tendo sido, como soe pensa,"oficinas alheadas do presente, de mera formação baeharelesca,voltadas, exclusivamente, para o cultivo das letras".

Como já disse, na tribuna desta Casa, o Ministro Ibrahím Abi­Ackel, essas Faculdades, além de fornecerem os pressupostos in­dispensáveis à estruturação legal do Pais, asseguraram à Nação"condições de liberdade, de iniciativa e de respeito à ordem [urt­dica, indispensáveis às transformações operadas em todos os pla­nos pelo Império e pela República. Atuaram não apenas como cen­tros de formação de advogados, mas como mstícutos em que vice­javam as atividades filooóficas; políticas, jomaíístãcas, econômicas,Iíterárías e sociológicas, englobando sob o si-gno da jurisprudên­cia todas as humanidades",

Dentre seus frutos, não poderia deixar de mencionar a ela­boração do Código Criminal, em 18302, justamente considerado omais completo ordenamento juridico penal de seu tempo; a Con­solidação das Leis Civis, monumental obra efetuada pelo talentode Teixeira de Freitas; o Código Civil de 1916, que deve ser cre­ditado aos egressos das Faculdades de São Paulo e Ollnda, man­dando a justiça que se faça referência especial aos nomes de Cló-

. vis Bevilácqua - autor do projeto e considerado o seu melhor in­térprete, e de Ruy Barbosa, os -quats fizeram do Código um mo­numento jurídico a par de um modelo vernáculo; e, sobretudo, "aextraordinária conpecção politico-Institucional vigente no Segun­do Império", a composição do Poder Judiciário nos dois Reinadose na República, as reconhecidas conquistas sociais das primeirasConstituições republícanas.

Assim, isentolj"Jje veleidades de primazia, nunca deixando' deconsagrar a estrita observância aos principias de eqüidade e dejustiça, que informam tradicionalmente o sentir do povo brasi­leiro, podem orgulhar-se tais cursos de ter sabido dar contextojurídico adequado aos elevados ideais de fraternidade, liberdade edignidade da pessoa humana, que regem a vida nacional.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, como já se dísse, a profundanoção de justiça na ordem Interna e no <campo Internacional, osentimento brasileiro de repúdio à violência, à agressão e ao ser­vilismo, o espírito pátrio de concórdia e de entendímento cal­dearam-se em Pernambuco e em São Paulo, desde 1828, expandi­ram-se, solidificaram-se e se cristalizaram pelas demais institui­ções de ensino do Direito, irradiando-se daí pelo Poder LegIslati­vo, pelos tribunais, pela administração, "na forma gloriosa da His­.tória do Brasil",

1iJ realmente tarefa difícil, se não Impossível, descrever amarcante ínrluêncía dessas escolas pioneiras no caminhar denossa vida como Nação independente.

Consciente da importância do empreendimento como fontegeradora de principias básicos da nacionalidade, bem pôde o Vis­conde de São Leopoldo escrever em suas "Memórias":

"Ao tempo desse meu Ministério pertence o ato, que repu­to o mais glorioso da minha carreira política, e que pe­netrou-me do mais íntimo júbilo que pode sentir o ho­mem públlco no desempenho de suas funções. Refiro-meà. instalação dos dois cursos jurídicos de São Paulo e'OUMa; eonsagraçâó aefihitlva da ídêíà 'que eu' aventarana Assembléia Constituinte, em sessão de 11 de junho."

Sr. president,e, Srs. Deputados, consoante os ensinamentos .do Professor pernambucano Nilo Pereira, a lei que criou os cursosjurídicos emanou de um Parlamertto em que o Legislativo-Executi­vo se relevou em toda a sua pragmatlcídade, sem que com isso ainiciativa perdesse seu sentido culturallsta, por vezes abstrato.

Sob esse enfoque, como demonstrou Haroldo Va:lladão, oscursos vieram "não para criar uma cultura, mas para servir a umacultura desenvolvendo-a", já que, apesar da proibição da Corteportugúesa quanto à entrada de livros ou a existência de típo­grafias no Pais, a cultura brasileira Unha conseguido elevar-sede maneira notável nos fins do século XVIII e princípios do sé­culo'"XIX, no dizer de Robert Southey, suplantando mesmo a dametrópole, como proclamam Latino Coelho e Oliveira Martins.

Em que pese a tais fatos, os cursos representaram um âni­mo novo, uma nova vida no ambiente Intelectual do Pais, ou, porassim dizer, o marco definitivo de nossa evolução social, atuandocomo luzeiros da nacionalidade e da identidade cultural de nossopovo.

Sr. Presidente, 81'S. Deputadca, ao deter-me nessas condiçõese reminiscências, não quero dar a entender que a Importânciados cursos-jurídleos-seja eoísa-dn-passado'-e que seu:' viço estejaesgotado.

J.~áo sou dos que crêem que as tradições e os fatos passada.devem ser louvados sem escolha, como se.,o tempo tudo sagrasse.

Acredito que as instituições, como as sociedades, devem saberrenovar-se, para atender às exigências de cada momento histórico,forjando o comportamento das gerações não somente para a vene­ração do feito, mas para a preocupação sobre o que fazer.

Dentro desse quadro, é-me sumamente grato constatar que oensino jurídico hoje ministrado no Brasil, atento para as profun­das transformações por que o Pais vem atravessando, guardandoas raízes profundas da civilização brasileira, prossegue, sem des­falecimento, na tarefa iniciada em Olínda e São Paulo, semprena linha de frente da defesa dos interesses nacionais.

De forma extraordinária, os cursos juridicos hoje existentesem todo o território nacional, num total superior a cento e cin­qüenta, têm sabido rejuvenescer-se, beneficiando-se do inesgotávelmanancial de sua brilhante tradição, e Isso sem perder aquelesentimento essencial de sua missão, qual seja, a de solidificar, demaneira definitiva, o império do Direito, como instrumento derealização da Justiça, numa sociedade verdadeiramente livre e

Arosto d~ 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) T.eri)a-feira 12 82.51

democrática. comprometida com a dignidade da pessoa humana ecom os valores básicos da civilização cristã.

Não é. pois, sem motivo que. na data da críacão dos cursosjurídicos, a homenagem se estenda à brilhante e digna classedos profissionais do Direito, os quais, no exercicio da atividadepública ou privada. com esforço de vontade. pureza de propósitose saber acumulado. sob os signos dos ideais eternos da Justiça eda verdade. continuam a ser suporte e lastro do patrimônio cul­tural e democrático do povo brasileiro.

Com trabalho incessante, esforço reiterado e ânimo Imbatível.mantendo uma tradição de estrita observância com o que é es­sencial à carreira - os interesses nacionais, dentro de parâmetrosculturais e éticos bem definidos - atuando isoladamente ou atra­vés das entidades de classe, os advogados, os magistrados, os ju­risconsultos, os bacharéis em direito vêm aumentando sua parti­-eípaeâo positiva no encaminhamento das questões bras'ileiras.·;com plena consciência de nossas peculiaridades e necessidadesifundamentais.

Assim, se os estadistas, parlamentares e juristas de ontem.formados nas grandes escolas de civismo que foram as Faculdadesde Olinda e de São Paulo, souberam compreender, com a Abolição,a República e o Federalismo, o ideal braslIeiro de democracia ede liberdade, merecendo, por isso, a homenagem da nossa gratidãoe do nosso respeito, podemos continuar a colocar nossas melhoresesperanças nos atuais cultores do direito, na certeza de seu em­penho consciente em favor do desenvolvimento da justiça e daeqüidade' entre nós, principias sobre os quais devem alicerçar-seas nações e as sociedades.

O SR. PRESIDENTE (Nosser 1lIlmeida) - Nada mais havendoa tratar, vou levantar a sessão.

Compareceram, ainda, os Senhores';Acre

Aluízio Bezerra - P.MDB.

AmazonasMário Frota - PMDB.

Pará.Jader Barbalho - PMDB; João Menezes - PP; Manoel Ri­

beiro - PDS; Nélio Lobato - P,P.

MaranhãoEdison Lobão - PDS; José Ribamar' Machado - PDS; Marão

Filho - POO; Temistocles Teixeira; Victor Trovão - PDS; Vieirada SlIva - POO.

Piauí

Carlos Augusto; Correia Lima - PDS; Milton Brandão ­PDS.

CearáAdauto Bezerra - PDS; Furtado Leite - PDS; Iranlldo Pe­

reira - PMDB; Manoel Gonçalves - PP; Mauro Sampaio ­:F'DS;Paes de Andrade - PiMDB.

Ri\} Grande do NorteAntônio Florêncio - PDS; Henrique Eduardo Alves -~P;

Wanderley Mariz - PDS.Paraíba

Alvaro Gaudêneío - PDS; Antônio GOmes - PDS; AntônioMariz - PiP; Carneiro Arnaud - P.P.

PernambucoAiron Rios - PDS; Geraldo Guedes - POO; João Carlos de

Carli - PDS; Joaquim Coutinho - PDS; Joaquim Querra ­PDS; José Mendonça Bezerra - PDS; Oswaldo Coelho- - PDS;Pedro Corrêa - PDS; Ricardo Fiuza - PDS; Thales Ramalho-PP.

AlagoasAntônio Ferreira - PDS; Divaldo Suruagy - PDS; Mendonça

Neto - PMDB.·Sergipe

Celso Carvalho' - PP.Bahia

Angelo Magalhães - PDS; Elquisson Soares - PMDiB; Fer­nando Magalhães - PDS; Henrique Brito - iPDS; Horácio 'Matos- PDS; Jorge Vianna; José Amorim - PDS; Leur Lomanto ­PDS; Menandro Minahim - PDS; Ney Ferreira - PDS; OdulfoDomingues - PDS; Raymundo Urbano; Rogério Rego - PDS;Ruy Bacelar - POO; Ubaldo Dantas - PP; Vasco Neto ~ PDS;Wilson Falcão - iPDS.

Espírito Santo

Christiano Lopes - PDS; Gerson Camata - PMDB; Luiz Bap­tista - PMDB; Theodorico Ferraço - PDS.

Rio de .JaneiroAlair Ferreira - PDS; Alcir Pimenta ..- F'P; Célio Borja

PDS; Daniel Silva - PP; Darcílio Ayres - PDS; Edison Khair .­PMDB; Fellppe Penna - PP; Florim Coutinho; Hydekel Freitas- PDS; Joel Lima - PP; Joel Vivas - P1P; Jorge Gama .­PMDB; Jorge Moura - PP; José Maria de Carvalho - PMDB;José Maurício - PDT; José Torres - PDS; Léo Simões - PDl:l;Leônidas Sampaio - PP; Mac Dowel Leite de Castro - PP; Mar­ceIlo Cerqueira - pMDB; Marcelo Medeíros - PP; Márcio Ma­cedo - PP; Miro Teixeira - PP; Paulo R!l.ttes - PMDB; PauloTorres - PP; Pedro Faria - PP; Rubem Dourado - pp. Rubem-Medina - ,PDS; saramago Pinheiro - PDS; Simão séssim ._PDS; Walter Silva - p,MDB.

,Minas Gerais

Aécio Cunha - PDS; Altair Chagas - POO; Batista Miranda;Bento Gonçalves -- PP; Bias Fortes - PDS; Bonifácio de Andrada- PDS; Castejon Branco - ros; Ohristóvam Chiaradia - PDS'Edgard Amorim - PMDB; Edilson Lamartine Mendes - PD!:;:Fued Dib - PMDB; Genlval Tourinho - PDT; Hélio Garcia .....:PP; Hugo Rodrigues da Cunha - PDS; João Hercullno - PMDB;Jorge Ferraz - PP; Júnia Marise - PMDB; Leopoldo 'Bessone _.PP; Luiz Baccarini - PP; Luiz Leal - PP; Luiz Vasconcellos .__iPDS; Moacir Lopes - PDS; Navarro Vieira !Filho - PDS; NewtonCardoso - PP; Itaul Bernardo - PDS; lwnan Tito -PMDB;Sérgio Ferrara - PP; Tarcísio Delga-do - PMDB; Telêmaco Pom­pei-PDS.

São Paulo'Adalberto Camargo -OOS; Adhemar de Barros Filho _

P'DS; Airton Soares -FI'; Alcides Franciscato - PDS; AlbertoGoldman - PMDB; Antônio Morimoto - PDS; Antônio Russo- PMDB; ·Athié Goury - PDS; Aurélio Peres - PMDB; BaldaccíFllho - PDS; Bezerra de Melo - PDS; Caio Pompeu - PJ);

-Canti.dio Sampaio - PDS; Cardoso Alves -- PMDB; Cardoso deAlmeida - PDS; Garlos Nelson - PMDB; i!Jdogo Nomura - PDS;Erasmo Dias- PDS; Flávio Chaves - F\MDB; Francisco Leão .­PDS; Henrique Turner - PDS Helbert Levy - iPP;Horácio Ortit- PMDB; Israel OrUz - PMDB; Israel Dias-Novaes - PMDB;João Arruda - PDS; Jorge Paulo - PDS; José Camargo - PDS;José de Castro Ooímbra -t-r- PDS; Maluly Neto; Mário Hato ._­PMDB; Natal Gale - P,DS; Octávio Torrecilla - 1"DB; PacheeoChaves - P:MDB; Pedro Carola - PDS; Pedro Geraldo Costa .:....PD8; Ralph Biasi .- PMiDB; 'Ruy Gôdo; Ruy Silva; Salvador Julia~

nelli - PDS; Samir iAchôa - BMDB; Tida 4~ Lima - PMDB;Ulysses Guimarães - PM!DB; Valter 'Garcia - iPlMDB.

GoiásAnísio de SOuza - PD8; Fernando Cunha - P.MDiB; Guido

Arantes - PIOS; Hélio Levy - 'PDS; 'Iturl:val NascimentoPMDB; Rezende 'Monteiro - 'PDS; WiImar Gulmarães - PDS.

Mato GrossoAirton dos Reis - p,p; Oorrêa da costa - PDS; Cristlno Oortes

- IDS; Júlio Campos - :PIOS.

Mato Grosso do Sul

Levy Dias - PMDB; Ubaldo Barém - iP[)8; Walter de castro-PDS.

Paraná.Adriano Valente - PDS; \ÃlVlaro Dias ~ PMDB; Alipio Car­

valho - PiOS; Antõnio Annibelli; Antõnio 'Ueno - IDS; AroldoMoletta - 'PiDS; Braga H.amos ~ PD8;Ernesto Dall'Ogllo .­PMDB; Hermes 'Macedo - PDS; 19o Losso -- PDS; ítalo Conti ...PDS;Lúcio Cionl - PiOS; Nivaldo Kruger - BMDB; Norton Ma­cedo - PDS; OUvir Gabardo - PMDB; Paulo Marques - P,MDB;Paulo Pimentel - PDS; Roberto Galvani - PD8; Vilela de Ma­galhães - PTB; Waldmir Belinati - POS.

Santa Catarina.Angelina Rosa - ms; Artenir Werner - roS;Ernesto de

Marco - PMDB; J'oão Linhares - PP; Luiz Cechinel - PT; Men­des de Melo - P.P; Pedro Collin - PDS; Victor Fontana - PDS.

Rio Grande do SulAlexandre Machado - PDS; AlUÍJZ!o Paraguassu - PD1r;

Cardoso Fregapani - PMDB; Cláudio Btrassburgur - PDS; DarcyPozza - PDS; Eloar Guazelli - PMDB; Emíd!o Perondi - PDS;Harry Sauer; Jairo Brum - PMDB; Jorge Uequed '- P,MDB; JúlioCostamilan - PMDB; Magnus Guimarães - PiDT; !Pedro Germano- PDS; Rosa Flores - PMDB; Túlio Barcellos - PDS.

AmapáAntônio Pontes - PDS; Paulo Guerra .- PDS.

8252 Terça.-feira. 12 DIA&IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçi.o I) Á.l'ooo l1fl 1'"

Bahia

Claudino Sales - ·PDS.

GRANDE EXPEDIENTE

Francisco Castro.

11

PROJETO DE IJEI N.o 1.194-A. DE 1979Discussão única do Projeto de Lei n. O 1. 194-A. de 1979. Que

confere a denominação de Aeroporto Internacional de BrasíliaJuscelino Kubitschek ao da capital da República. e determinaoutras providências: tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça. pela constitucionalidade, jurldicidade e técnica legl.sla.­tiva; e. da Comissão de Transportes, pela aprovação. (Do sr.Genival Tourinho.) - Relatores; 8rs. Gomes da Silva e RaulBernardo.

'l

PROJETO DE LEI N.o 3. 769-A. DE 1977

Discussão única do Projeto de Lei n.O 3.769-A. de 1977, queacrescenta parágrafo ao art. 8.0 da Lei n.O 5.004, de 5 de novembrode 196fl, que "dispõe sobre o exereícío da profissão doe TécnicoIndustríal de Nível Médio"; tendo pareceres da Comissão de Cons­tituição e Justiça. pela constitucionalidade. [urídíeídade e técnicalegislativa; e. da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pelaaprovação. - Relatores: Srs. Gomes da Silva e Arnaldo Latayette.

8

PROJETO DE LEI N,o 3.7'H-A, roo: 1977

Discussão única do Projeto de Lei .0,0 3. 771-A. de 1977, queproíbe que os diretores das empresas públicas e sociedades deeconomia mista participem dos respectivos lucros; tendo pareceres;da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade.juridicidade e técnica legislativa: da Comissão de Economia, Indús­tria e comércío, pela aprovação, com emendas: e. da Comissão deFt.nanças. pela aprovação. - Relator; Sr. A:thiê coury.

9

l'IROJETO DE LEI N.o l.M5-A. 'DE Hl79

Discussão única do Projeto de Lei n. o 1.045-A. de 19179, quealtera o § 2.0 do inciso IV do art. 100 da Lei n.O 4.15!H, de 16 dedezembro de 1'964, que dispõe sobre o condomínio em edíflcaçõese incorporações imobiliárias, aereseenta-Ihe novos parágrafos, re­gulamentendo a realização de obras externas nos edifícios. oquorum para decisões nas reuniões de condomínio. e dá outras pro­vidências; tendo pareceres; da Comissão de Constituição e Justiça.pela constitucionalidade, juridicidade, e técnica legislativa e. nomérito, pela aprovação, com Substitutivo; e, da. Comissão do Inte­rior. pela aprovação, com adoção do Substitutivo da Comíssão deConstituição e Justiça. (Do Sr. JG de Araújo Jorge.) - Relatores:Srs. Brabo de Carvalho e Délio <los Santos.

10PROJlETO DE I1EI N.o lS7-A, DE 19>79

.Discussão única do Projeto de Lei n,v 167-A. de 1979. que tornaobrigatório o plantio de 5% de árvores frutíferas nos florestamen­tos e reflorestamento oficiais. nos financiados pelos cofres pú­blícos. e nos provimentos em razão de estímulos fiscais, e deter­mina outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Cons­tituição e Justiça. pela constitucionalidade, juridicidade e técnicalegislativa, com emendas; da Comissão de Agricultura e PolíticaRural. pela aiprovaçâo, com adoção das emendas da Comissão deConstituição e Justiça: e. da Comissão de Finanças, pela aprovação.liDo Sr. Flávio Ohaves.i - Relatores: Srs. Claudino Sales, BentoLobo e .Ollvir Gabardo.

Comissão de Transportes, pela aprovação, com adoção. da emendada Comissão de Constituição e Justiça. (Do Poder Executivo.)Relatores; Srs, Francisco Benjamin e Raul Bernardo.

ORDlNARIA

Votação

5

PROJETO DE LEI iN.o lIAl92-A, '])E 1979

Votação, em díscussão prévia, do Pareêer da Comissão de Oons­tltuícão e Justiça, concluindo pela ínoonstítucíonalídade do Projetode Lei n.v 1. 892-A. de 1979. que autoriza o Poder ~ecutivo aorganizar um sistema de fiscalização no interior do E$tado do Pará.parte do Território do Amapá. abrangendo o Projeto Jari. 100Sr. João Menezes. I - Relator: Sr. Francisco Benjamin.

Discussão

6PROJETO DE RESOLUÇAO N.o U5-A. DE BISO

Discussão única do Projeto de Resolução n." aS-A, de 1000.que altera dispositivo da Resolução n,o 18. de 1976; tendo parecerda Mesa. pela aprovação. 100 Sr. Pacheco Chaves. I _. Relator: Sr.Homero Santos.

Levanto a

Oradores:

1 - Iranildo Pereira2 - Adhemar Santillo

Parana.

OltDEM DO DIA

1. _

Adolpho Franco - PDS.Rio Grande do Sul

Carlos Chiarelli - PDS; Hugo Mardlni - PDS.

VII - O SR. PRESIJ)ENTE (Nasser Almeida)sessão deslgnando para amanhã a seguinte

Espirito Santo

Walter de Prá - Pilll.

Minas Ger" is

Jairo Magalhães - PDS.São Paulo

Del Bosco Amaral ..:.... ·PMbB.Goiás

Roque Aras.

Deixam de comparecer os Senhores:

'Ç.lll~O

4PROJETO DE LEI N.o l.94a-A, DE 1979

. Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.v 1.948-A. de1979, que dá nova redação ao art. 50 do Decreto-lei n.> 32. de 18de novembro de 1966, que Institui o Código Brasileiro do Ar; tendopareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, juridicidade E! técnica legislativa. com emenda; e. da

Sessão em 12 de agosto de 1980(Terça-feira)

TRAMITAÇAOJEM URGgNCIA

Votação

1PROJErO nm LEI N.o 1.408-0. DE 1979

Votação. em discussão única. do Projeto de Lei n.v 1.408-0. de1979. que altera o art. 2.° da Lei n,v 5.173. de 27 de outubro de,1006, que dispõe sobre o Plano de Valorização Econômica da Ama­zônia; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça.pela constitucionalidade, [urídícídade e técntca 1egislativa; e, daComIssão do Interior, pela aprovação. Pareceres às Emendas de Ple­nário: da Comissão de Constituição e Justiça. pela constítucíona­Iídade, [urtdícídede e técnica legislativa das de n.as 1. 2 e 4 e pelarejelção, por falta de técnica legislativa da de n.O 3; e. do Relato!designado pela Mesa. em substítutção il. Comissão do Interior. pelaaprovação das de n.os 1 e 2, com subemenda, e da de n5' 4; pelarejeição da de n.O 3. (·Do Senado Federal., - Relatores: Srs. Li­dovíno Fanton e Henrique Brito.

2

PROJErO DE RESOLUÇAO N.o 137. DE 1980Votação, em discussão única, do Projeto de ReSOlução n,v 1~'t.

de 1980, que cria Comissão Parlamentar de Inquérito destinada' a'nvestigar as causas das elevadas taxas de juros nos diversos setores do Sistema Financeiro Nacional (Do Sr. Edson Vidígal.:

PRIORIDADEDiscussão

3PROJ!ETO DE I'MiJSOLUÇAO N.o 15>3. DE 1980

Votação, em discussão única. do Projeto de Resolução n,v 153.de 1980, que autoriza o Sr. Deputado Pedro Germano a participarde missão cultural no exterior. (Da Mesa.) - Relator: Sr. EpitácioCafeteira.

DL4.RIO DO CQNGRt:8S0 NACIONAL <Seçá.o Il Terça-felra 12 82li3

12

PROJETO DE LEI N.o 5-32-A. DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei n/' 532-A, de 1979. que Ins­títuí o Seguro de Acidentes, nos astabeleclmeritos de ensino técnicoprofissional; tendo pareceres: da Comissâo de Constituição e Jus­tiça. pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.com emendas ; da comíssão de Trabalho e Legisiação Social, pelaaprovação, com adoção das emendas da Comissão de Constituiçãoe Justiça; e, da Comissão de Economia. Indústria e Comércio, pelaaprovação, com emendas. ('Do Sr. José Maria de Carvalho.> - Re­latores: Srs. Cardoso Alves, Audálio Dantas e Pedro Sampaio.

1.3

PROJErO 'DE LEI N.o 4.,524-A. DE 1977

Dlscussão única do Projeto de Lei n.o 4.524-A. de 1977. quedispõe sobre a gratuidade na expedição de documentos pelas re­partições públicas, nos casos e condições que específlea ; tendopareceres: da Comissão de Constituição e J'Ustiça. pela constltu­cionaUdade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pelaaprovação; e, da Comissão de Finanças. pela aprovação. comemendas. IDo Sr. Jorge Arbage.i - Relatores: Srs. Tarcísio Del­gado e Florim Coutinho.

14

PROJETO DE LEI NY 369-A. DE l9079

Discussão única do Projeto de Lei n.0369-A, de J.979 , quealtera dispositivo de aposentadoria da Lei Orgàntca da PrevidênciaSocial: tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça.pela constítucíonalídade e [urídíeídade: e,das Oomíssôcs de Tra­balho e Legislação Social e de Finanç.as, pela aprovação, IDo Br .Alcir Pimenta.' - Relatores: Srs. Osvaldo Melo. Túlio Barcelos eJosé Torres

15PROJETO DE LEI N.o '1.3ll2~A, DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei n.o 1';,312-A. de 1979. queinstitui o "Dia do Aposentado"; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justtça, pela constitucionalidade, juridicidade, téc­nica legislativa e, no m-érito. pela aprovação do de n. O 1..451/79 epela prejudicialidade deste e do de n.O ] .452/79; e, da Comissãode Trabalho e. Legislação ·Social.pela aprovação. com substitutivo,IDo Sr. Antônio Russo.j -Relatores: Srs. Nilson Gibson e AdhemarOhis!.

16PROJETO DE LEI N.o 4.625-A, DE 1:977

Segunda discussão do Projeto de Lei n.o 4. 62õ-A, de 1977. queacrescenta § 5.° ao art. 1:69, da Lei n. O 4.7,37. de 15 de julho de 1965--' Código Eleitoral. (Do Sr. Igo Losso.:

17PROJETO DE LEI N,o 68-'D. DE 197'9

Segunda discussão do Projeto de Lei n,v 68-C, de 1'971l. queproíbe a propaganda de cigarros e bebidas alcoólicas no cinema.rádio e televisão. e determina outras providências". tDa Comissãode Constituição e Justiça.) - Relator: Sr. Nilson Gibson.

18PROJETO DE RJESOLUÇ.AO N,o 106, DE 10980

Primeira discussão do Projeto de Resolução n.O 136, de 1980.que altera o ~ 2.0 do art, 3.0 da Resolução n.v 30, de 31 de outubrode 1!r72 IRegimento Interno), estabelecendo formalidade para aposse dos suplentes durante o recesso do Con~resso Nacional. (DaMesa. 1 - Relator: Sr. Renato Azeredo.

19PROJETO DE LEI N,o 2.001-A, DE, 1976

Primeira discussão do :Projeto de Lei n,v 2.00l-A, de 1<97'6. quealtera a redação do item I do art. lO da Lei n.o 5.890, de 8 de junhode 1973, assegurando à mulher o direito de aposentar-se pelaPrevidência Social aos 25 anos de serviço com 80% do salário-de­benetícío: tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela tnconstícucíonalídade, contra os votos dos Srs. Noíde Cerqueíra,José Bonifácio Neto e Joaquim Bevilacqua; da Comissão de Tra­balho e Legislação Social, pela, aprovação: e, da Comissão deFinanças, pela aprovação, contra o voto em separado do Sr. Milt<mSteinbruch. (,Do Sr. Léo Simões. I - lR-elatores:Srs. Gomes da Silva.Pedro Carolo e Odacir Klein.

20PROJErO DE LEI N.o 1. 76Gl-A. DE 1979

Primeira discussão do Projeto de Lei n. o 1.762-A, de 11),79. quecondiciona a filiação partídáría apenas aos que estiverem no gozo

dos direitos .pulitlcos, alterando a redação do art. 62 da. Lei n."5,682. de 21 de julho de 1971 .- Lei Orgânica dos Partidos Políticos:tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade, juridicidade. técnica legislativa e. no mérito. pejaaprovacáo. I Do Sr. Nilson Gibson. I ~- Relator: Sr. Luiz Leal.

21

PROJETO DE LE,I N." 4./1'ÓO-A. DE 1977

Primeira discussão do Projeto de Lei n.v 4. IM-A, de 1977. queacrescenta dispositivo ao vigente Código Civil ILei n,v 3.0'1-1, de1.0 de janeiro de 19'161: tendo parecer. da Comissão de oonstttuteãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade. técnica legislativaí', no mérito. pela aprovaçâo. - Relator: Sr. Gomes da Silva

22

P>ROJiETO !DE RESOLUÇAO N.o 1'16, DE 1980

Primeira discussão do Projeto de Resolução n.O 1/16. de 1980.que altera e acrescenta dispositivos do Regimento Intemo daCâmara dos Deputados (Resolução n.v 30, de 119'121. IDa Mesa.'

23

PROJ·ETO DE LEI N." 422-A, DE 1979

Primeira discussão do Projeto de Lei n.v 42Q-A. de 1>979, quealtera o art. 482 da Consolidação das' Leis do Trabalho; tendopareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constítueío­nalídade, juridicidade e técnica legislativa; e. da Comissão de Tra,­balho e Legislação SOCial. pela aprovaçâo, com SUbstitutivo. contrao voto do Sr. Flávio Chaves. IDo Sr. Peixoto Filho.> _. Relatores:Srs. Jorge Arbage e Tertuliano Azevedo.

24PROJETO DE LEI N.o 2. U14-A. DE 1,979

Primeira discussão do Projeto de Lei n." 2.014-A. de 1979, queacrescenta parágrafo ao art. 145, do Código de Processo CivJ:l:tendo parecer. da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade, juridicidade. técnica legislativa e. no mérito, pelaaprovação. t Do Sr. Horácio Ortiz. J- Relator: Sr. Joaci! Pereíra.

25

P>ROJETO DE LEI N." 1,233-,A. DE 1!r79

Discussão prévia do Parecer da Comissão de Constituição eJustiça, concluindo pela inconstitucionalidade do Projeto de Lein.v 1.233-A, de 1979, que autoriza o Conselho Monetário Nacionala abrir linha especial de financiamento às pequenas e médiasempresas genuinamente brasileiras. I Do Sr. Elpitâcio Cafetelrn.r- Relator: Sr. Jorg-e Arbage.

Avisos

CÂMARA DOS D,EPUTADOS

SECRETAIUA GERAL DA l\iESA

~ela~ãO"dos Deputados Inscritos no Grande Expediente

Agosto/1980

DATA DIA DA SEMANA NOME,-'_.'-._--- ,._--

12 Terça-feira Iraníldo PereiraAdhemar Santillo

13 Quarta- feira Nosser AlmeidaModesto da Silveira

14- Quinta-feira Benedito MarcílioMilton Figueiredo

15 Sexta-feira Milton BrandãoCristina Tavares

11:1 Segunda..feira Louremberg Nunes RochaNabor Júnior

19 Terça-feira Elquísson SoaresCarlos Bererra

20 Quarta-feira Rosa FloresArtenir Werner

21 Quinta-feira Ruben FigueiróJorge Vianna

22 Sexta-feira Nilson GibsonTheodorico Ferraco

25 Segunda..feira Airton SandovalGilson de Barros

8254 Terça-feira 12- DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

PDTDATA DIA DA SEMANA

Líder Alceu Co1l3lres

(escala>

Murilo Mendes

Murilo Mendes

Murilo Mendes

Murilo Mendes

Vice-Líderes

5.a-feira

4."-feira

3.a -feir a

Quarta-feira

Terça-feira

27

26 Vivaldo FrotaEdilson Lamartíne Mendes

Igo LossoBrabo de Carvalho

28 Quinta-feira Feu RosaNélio Lobato

29 Sexta-feira Paulo Lustosastoessel Dourado

Inscrl"ões Automáticas para. o mês de setembro. nos termosda Resolução n.O 37, de 1979.

DATA DIA DA SEMANA NOME B."-felra Murilo Mendes

Segunda-feira1.0 Santilli SobrinhoValter Garcia

LIDERANÇAS

PD.S

Lider

Vice-Lideres

PT

Airton SOares

(escala)

LIder Neloon Marchezan Z.a-feira

Vice-Lideres

Z.a-feira

(escala)

Claudino BalesNarton MacedoAfrislo .Vieira Lima

3.a-feira

i.a-feira

5.a-feira

6.a-feira

CPIs

CPI - Indústria FarmaeêutleaReunião: 12-8-80

Hora: 9:30 hPauta: Comparecimetno do Dr. José Gimenez Sanches -­

Presidente da Johnson & Jchnson e Dr, João B. Leopoldo Figuei-redo - Presidente da CIBA-GEIGY. "

--x--Freitas NobreLider

4.a-feira

2.a-feira

S.a-feira

.••a·.feiraHugo NapoleãoMarcelo LinharesAlcides Franclscato

________...:.._Jorge A,_r_b_a..:;:g_e _

PMDB

l BonlfáClo de Andrada._________. D,;....iv...;;a.;;;l.;;;do;;...;.S;;.;u;;;;r...;;u;;;;agy;.:;:::. _

LCan tidio sampaío________-!. Edison Lobão

IRicardo FiuzaDj alma BessaHugo Mardlnl

CPI - Amazônia.Reunião: 13-8-80

Hora: 1O:0D hPauta: COmpa:recimento do Dr. José Lindoso - Governador

do Amazonas.

Reunião: 14-8-80

Hora: 10:00 hPauta: COmparecimento do Dr. Murilo Macedo - Ministro de

Estado do Trabalho.

C1OlfO....O If.l.OIOlfAJ.1

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIQAO N.o lO/lO"Suprime a. letra "d" do parárrafo único do art. :10 da OOJU­

titulçáo Federal." (S/Requerimentos de Informações aos Minlltt­rio •.) Autor: Deputado Wilaon Brai•.

Reunião: 13-8-80

Hora: 10:00 h

Pauta: Comparecimento do Dr. Antônio Delfim Netto - Mi~nistro-Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência daRepública.

COMISSÕES TÉCNICASCemlssãe de Trabalho e Legisl~ão Social

Reunião: 12-8-80

Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dr. Maurício Corrêa - Presi­

dente da OAB - Seção DF.--x--

(escala)

João Linhares

Thales Ramalho

(escala)

Jackson BarretoTarcísio Delgado

Vice-Lideres

LIder

Vice-Lideres

I.a-feira

I.a-feira

I.a-feira

4.a-feira

••a-feira

S.a-feira

S.a-feira

%.a-fein.

LFigueiredo Correia._______--J Carlos Cotta

Walber Guimarães

"•.a-feira

_________1_AnWnio Ma.riz

I Carlos Sant'Anna.------_.........

Llsrael Dias-Novaes_________. ,.;;OS~va::;l:..:d:..:o_M=a:..:c~ed.::.;o~....;. _

L

Fern an do Lyra._______.;.-_. Odacir Klein

L

Marcon des Gadelha_________. ,.;.W;..;;a.::.;l.;,;te:..:r...;S::;I;;;.lv;..;;a,;.... _

I Odacir Klein_________..!.....Flávio Chaves

pp

DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)AfoIto de 1980

00milIsi.0 MiltaPresidente: Senador Cunha Lima.Vice-Presidente: Deputado Sarunago PinheiroRelator: Deputado Alberto Hoffmann

Prazo

Até dia 12-8-80 - no Congresso 'Nacional.J

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.Os 11, 14 E 15/80

"Dá nova redação ao inciso vm do art. 13; acrescenta pará­grafo ao art. 32; acrescenta parágrafo ao a:rt. 13 da ConstituiçãoFederal (S/imunidades p/vereadores). Autores: Srs. Mário Moreira.Christóvam Chiaradia e Nilson Gil;lson.

CDIDÍIIIiO Mista

Presidente: Deputado Cardoso AlveaViee-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Senador .Tl;lrge Ralume

PranAté dia 12-8-80 - no Conll"easo Nacional.

SPROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 12/80

"Dispõe sobre a aplicação de recursos, pelos Estados e Mu·níeípíos, em programas de alimentação escolar, acrescentando pa­rágrafo ao art. 13 e alterando a redação da alínea f do parágrafo3.0 do art. ·1'5 da Constituição Federal." Autor: Sr. Samir Achôa.

Comissão MistaPresidente: Senador Adalberto Senil.Vice-Presidente: Deputado Adolpho FrancoRelator: Deputado Honorato Vianna

PrazoAté dia 12-8-80 - no Congresso Naclonal

4

PROPOSTA 'DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 13/80

"Revoga o inciso V do art. 46 e o art. 55, seus incisos e pari.­Irafos, da Constituição FederaL" Autor: Deputado Ado1pho Franco,

Comissão MistaPresidente: Deputado João GllbertoVice-Presidente: Senador Louriva.l BaptistaRelator: Senador Jutahy Magalhães

PrazoAté dia 12-8-80 - no congresso Nacional

5PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO

N.Os 16, 20, 21, 22, 23, 24E 2<5/80

"Alteram os arts. 23 e 24 da Constituição Federal." (S/comp.­têncía de Estados, Distrito Federal e Municípios instituírem ím­postos.) Autores: Senador Affonso Camargo, Deputados WilsonBraga, Francisco Libardoni, AntônIo Russo, Senador Lomanto Jú­níor, Deputado Caía Pompeu e Senador Jutahy Magalhães, respec­tivamente.

00Iniuã0 MistaPresidente: Senador Itamar FrancoViee.,.Presidente: Senador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado Alberto Hottmann

PralO

Até, dia 20-8-80 - no Congresso Nacional.6

moPOS'M.S DE EMENDA A CONSTITUIÇAON.os 17, 28, 29, 30 E 31/80

"Alteram a redação dos artigos 35 e 152 da Constituiçáo ...­deral." (S/ mandato de parlamentares e si organização e funcio­namento dos partídos políticos.) Autores: Srs. Affonso Camar­go, Roberto Freire, Genival Tourinho, ROgério Rego e AdhemarGhisí, respeetívamente,

Ooaduio MistaPresidente: Deputado antônIo MarizVice-Presidente: Deputado Afrisio VieIra LimaRelator.; Senador Aderbal Jurema

Praso

Até dia %0-8-80 - no Congresso NacIonal.

Terça-feira U 8?..55

,PROP08TAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO

N.oS 18, 32, 33, 34 E 35/8-0

"Altera a redação da letra: a do § 1.0 do art. 15 da Consti­tuíção Federal. e dá outras provídêncías,' (S/ nomeação de Pre~t1­

tos das Capitais, dos Estados e Municípios, considerados estânciashídromíneraís.l Autores: Deputado Navarro Vieira Filho, SenlLllorlutahy Magalhães, Deputado Flávio Chaves, Deputado EpitieioCafeteira e Senador Mauro Benevides.

Comissão Mista

Presidente: senador Lázaro BarbozaVice-PresIdente: Senador Passos Pôrl;o ,Relator: Deputado Nosser AlmeIda

PrazoAté 'dia. 26-8-80 - no Congresso Nacional.

8

~ROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 19/80

"Altera a redação do f 1.0 do art. 36 da Constituição hderal."<S/ convocação de suplente de Deputado e senaõor.) Auror: Depu­tado !'!'\mir Achôa.

()omilsáo Mista

Presidente: Deputado Iranildo PereiraVice-Presidente: Deputado Claudino 8ale.1Relator: Senador Tarso Dutra

PrallO

Af; dia 26-8-80 - no Congresso Nacional.9

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 26/80

"Acrescenta parágrafo único ao art. 160 da Constituição I'e..deral, dispondo sobre a criação de Conselhos de Defesa do coa­sumíôor". (Apresentada pelo Senhor Deputado Airton SandovaJl.lAutor: Deputado Airton Sa;ndoval.

Comissão MistaPresidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: senador Lomanto Jú.niorRelator: Deputado Altair Chagas

Pra'.liOAté dia 26-8-80 - no Congresso Nacional.

IIPROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 27/80

"Dá nova redação ao art. 5.° da Constituição FederaI." (fI/bens dos Estados'> Auror: Senador PassosPôrto.

Comissão MistaPresidente: Deputado Octaeílío QueirozVict..-Preside:nte: Deputado Nelson MOI'roRellótor: ~enador Bernardino Viana.

PrazoAté dia 26-8-80 - no Congresso Nacional.

11PROPOSTA Dl~ EMENDA A CONl'lTITUIÇAO N.O 3G/80-CN"Institui, em caráter obrigatório, o ensino pré-escolar, e a.tua­

lIza..a nomenclatura da legislação do ensino, alterando a. redaçiíodos Iténs I a VI ,do I 3." do art. 176 da (~onstitulção FederaL"Aurora: Deputada Lygla Lessa Bastos. '

Comissão MistaPresidente: aenador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Aderbal JuremaRelator: Deputado Bezerra de Melo

Prat:o

Até dia ·9-9-811 - no Oongressc Nacional;11

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.OII 37 E 40/80

"Dispõem sobre estabilidade de Servidores Públicos." Autore~l:Deputados Hugo Mardini e Juarez Furtado, respectívamente.

Ctlmíssáo Mista.Presidente: Deputado Juarez FurtadoVice-Presidente: Deputado Ossían Ara,rlpeRelator: Senador Bernardino Viana.

8256 Terça-leira 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção, I) Arosto de USO

Prazo

Até dia 9-9-80 -- no COngresso Nacional.

11PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 38.80

"Acrescenta art. 211 lia Título V da Constituição .Federal."tS/ projetos de irrigação da Região Nordeste.) Autor: senadorHumberto Lucena.

Comissão Mista

Presidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador pa.ssos PôrtoRelator: Deputado Darcilio Ayres

Prazo

Até dia 9-9-80 - no Congresso Nacional.U

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N."" 39 E 41/80

"Acrescentam artigos ao Título V - Das Disposições Gerais eTransitórias." Autores: Senador Orestes Quércia e Deputado Tar­císto Delgado.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Tarcísio DelgadoVice-Presidente: Deputado Afrísio Vieira Lima

Relator: senador Aloysio ChavesPrazo'

Até dia 9-9-80 - no Congresso Nacional.15-

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 42/80

"Restabelece benefícios flscaís ao Nordeste e à Amazônia."Auoor: Deputado Iranildo Pereira.

Comissão Mista

Presidente: Senador Cunha LimaVice-Presidente: Senador Helvídio NunesRelator: Deputado Saramago Pinheiro'

PrazoAté dia 16-9-86 - no Congresso Nacional.

16PROPOSTA DE EMENDA 1\ CONSTITUIÇAo N.o 43/80

"Introduz modificações no Capítulo VII - Do Poder Judiciá.­rio; suprime os arts. 94, 95, 96, 111., 203, 204 e 207, e segundaparte do § 4.° do art. 153; e acrescenta dispositivos ao Titulo V- Disposições Gerais e Transitórias - da Constituição Federal."Autor: Deputado Sérgio Murilo.

Comíssãe Mista

Presidente: Deputado Waldir WalterVlee-Presídente: Deputado Antônio DiasRelator: Senador Aderbal Jurema

Prazo. Até dia 16-9-80 - no Congresso Nacional.

17PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 44/80

"Altera o f 5.° do art. 51 e acrescenta parágrafo ao art. 56da Constituição Federal.'" Autor: Senador Humberto Lucena.

Comissão Mista.Presidente: Senador Orestes Quérc1aVice-Presidente: Senador Passos PôrtoRelator: Deputado Altair Chagas·

Praso

Até dia 16-9-80 - no Congresso Nacional.

18

PROPOSTAS DE EMENDAS À CONSTITUIÇÃO N,os 45 E 46/80

"Restabelecem as normas de votos dos membros do CongressoNacional, considerados juntamente, para aprovação de Emenda àConstituição." Autores: Deputado Benedito Marcíllo e DeputadeSamir Achôa.

Comissão Mista

Presidente: Deputado José CostaVice-Presidente: Deputado Francisco RossiRelator: Senador Eelvídio Nunes

·PrazoAté dia 16-9·80 -~- no Congresso Nacional.

1tPROPOSTA DE E;MENlDA A ,OONSTITUIÇAO N.o 47/80

"Introduz modificações no art. 30 da Constituição Federa1."(Será de 1 ano o mandato das Mesas da. CID e do SF, bem comodas Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais.) Autor: Depu­tado Iturival Nascimento.

Comissão Mista

Presidente: Senador Cunha Lima.Vice-Presidente: Senador Bernardino Vh:tnaRelator: Deputado Raul B€rnardo

PrazoAté dia 23-9-80 - no COngresso Nacional.

20

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 48/80"Altera -a redação do § 35 do art. 153 da Constituição Federal,"

(Assegura ao cidadão o direito às Informações de caráter pessoal.)Autor: Deputado Hélio Duque.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Audálio DantasVice-Presidente: Deputado Odulto DomínguesRelator: Senador Jorge Kalume

PrazoAté dia 23-9-80 - no Congresso Nacional.

21

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 49/BO

"Restaura o pleno direito de greve sem restrição de qualquernatureza." Autor: Deputado Benedíto Marcílio.

. Comissão Mista

Presidente: Senador Franco MontoraVice-Presidente: senador Aloysio ChavesRelator: Deputado Ricardo Fiúza

Prazo.Até dia 15-8-80 - na Comissão Mista;

Até dia 14-10-80 - no Congresso Nacional.

22PROPOSTAS DE EMmlNDA A CONSTITUIÇAO N.os 50. 54 E 55/80

"Modificam dispositivos dos arts. 101. 102 e 165 do TextoConstitucional, estabelecendo aposentadoria dos professores aosvInte e cinco anos de servIço.". Autores: Srs. Alexandre Machado.João Faustino e Simão Sessim, respectivamente.

Comissão MistaPresidente: Senador Lázaro BarbozaVice-presidente: Senador Lenoir VargasRelator: Deputado Afrísio Vieira Lima

PrazoAté dia 30-9-80 - no COngresso Nacional.

UPROPOSTAS DE EMENDA A CüNSTITUIÇAO N.os 51. 52 E 53/80

"Dispõem sobre prorrogação de mandatos e eleições de pre­feitos. Vice-Prefeitos e Vereadores." Autores: Senhores DeputadosAnisio de Souza, Henrique BrIto e Pacheco Chaves.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Alberto GoldmanVice~Presidente: Deputado Nilson GibsonRelator: Senador Moacyr Dalla

Prazo

Até dia 30-9-80 - no Congresso Nacional.Z4

PROPOSTA-S DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.Os 56 E 57/80"Acrescenta parágrafo, sob n,o 4.0, ao art. 176 da Constituição

Federal, estabelecendo a obrigatoriedade de a União aj;}licar partede sua receita na área da educação." Autores: Deputada JúniaMarise e Deputado Celso Peçanha.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Celso PeçanhaVice-Presidente: Deputado Oswaldo CoelhoRelator: Senador Jutahy Magalhães

AfOito de 1980 IHARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Terça-feira 12 82!í'l

""Prazo

Até dia 15-S-S0 - na oomíssãc Mista;

Até dia 14-10-S0 - no Congresso Nacional.25

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 58/80

"Acrescenta item ao art. 44 da Constituição Federal, relati­vamente à autorização para empréstimo, aval ou operação deJcré­dito em favor de Empresa Privada. Autor: Deputado Hélio Duque.

Comissão MistaPresidente: Senador Mauro Benevides

'Vice-Presidente: Senador Lenoir VargasRelator: Deputado Jos11l.s Leite

Prazo

Até dia 17-S-S0 - na Comissão Mista;Até dia 16-10-S0 - no Congresso Nacional.

26PROPOSTAS D!E EMíElNDA A CONiSTlTUIÇAO

N.os 59, 60, 61, 62 E 63/80

"Alteram a redação do dispositivos do Capitulo VII do Titulo I,e acrescenta item ao art. SI da Constituição Federal." Autores:Deputados Djalma Marinho, Epitácio Cafeteira, Octaeilio Queiroz:-oomes da Silva, Mauricio Fruet, respectivamente.

Comissão MistaPresidente: Deputado Pimenta da VeIgaVice-Presidente: Deputado Siqueira CamposRel'l1tor: Senador Aloysio Chaves

PrazoAté dia 17-8-S0 - na Comissão Mista;Até dia 16-10-S0 - no Congresso Nacional.

27

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 64/80"Acrescenta inciso ao art. 20 da Constituição Federal." Autor:

Deputado Albérico Cordeiro.Comissão Mista

Presidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Senador pas-'lOS PõrtoRelator: Deputado Fernando Magalhães

Prazo

Até dia 22-8-80 - na Comissão Mista;Até dia 21-10-S0 - no Congresso Nacional

2S

PROPOSTA DE EMENDA A CONt>TlTUIÇAO N,o 65/80

"Assegura às Polícias civis e militares a. percepção de umadicional de risco de vida". Autor: Deputado Walter de Prá.'

Comissão Mista

Presidente: Deputado Geraldo FlemingVice-Presidente: Deputado Paulo StudartRelator: Senador Raimundo Parente

PrazoAté dia. 22-8-S0 - na COmissão Mista;

Até dia 21-10-80 - no Oongressc Nacional28

PROPOSTA DE EMENDA A OONSTlTUIÇAO N." 67/80

"Dá nova redação ao art. 169 da Constituiçâo Federal". (Ex­tingue ri monopólio estatal do petróleo - a pesquisa e li lavra depetróleo em territ. nacional s/reservadas a brasüeíros.i Autor:Deputado Feu Rosa.

Comissão Mista

Presidente: Senador ROberto SatUrl}1noVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Deputado Horácio Matos

CalendárioDias 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12-S-80 - Apresentação das emendas.

perante a Comissão;Prazo

Até dia 29-8-110 - na Comissão Mista;

Até dia 28-10-80 - no Congresso Nacional.

30PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISL&.TIVA. N.<' 2/'111

"Propõe deleraçáo de poderes ao senhor Pl'Hld.nie da Blptl­bl1ca para elaboraçâo de leí, Instituindo normas fundamenta..para. o zoneamento industrial nas ãreaa criUcu d. polU101O••d.termina outras providências". Autor: Depútado J'r.ltu Nobr •.

Comi.io MiataPruidente: Denador Dirceu OardosoVIce-Presidente: Senador Pauoa PÔrtoRelator: Deputado A:~ri.lio VieIra Lima

31PROPOSTA. DE DELEGAÇAO LEGISLA.TIVA N.o 41711

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da Rep6.bR.apara elaboração de lei, criando o Ministério da Produção Animal.• d.terminando outru provld~nclal." Autor: Deputado Rub.n 1\\­lu.Iró.

Comissão Mida

Presidente: Deputado Cardoso Fregapan1Vice-PresIdente: Deputado Genésio de BarrolRelator: Senador Affonso Camarlro

32PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 1/71

"Propõe de~egação de poderes ao Presidente da RepúbRca paraela.boração de lei, dispondo sobre o desdobramento do M1.nIa~rlodaa Minas e Energia. em Ministério d'as MInas e Mlnlat6rlo d.Il:nerlia." Autor: Deputado Horácio Ortlz.

Comissão Mista

Presidente: Senador Henrique SantilloVice-Presidente: Senador Alberto Sih'8.Relator: Deputado Carlos Sant'Anna

33

PROPOSTAS DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.os e, 7 E 8/7g,

, "Propõem delegação de poderes ao Presidente da República pa­ra elaboração de lei, dispondo sobre a criação do Ministério da Mu­lher e d2t Criança." Autores: Deputada Lúcia Viveiros, SenadorLá,zaro Barbosa ') Deputada Júnia Marise, respectivamente.

Comi.io Mista

Presidente: Deputada Júnia Mari!eVice-Presidente: Deputado Leur LomantoRelator: Senador Almir Pinto

34PROPOSTA DE DELEGAÇAO IJEGISLliTIVA N,o 1/80

"Propõe delegação de poderes ao, Presidente da RePÚbl1lll',criando um parque alcoolquímíco no litoral do Estado do Píauí,"Autor; Deputado Carlos Augusto.

Comissão Mista.

Presidente: Senador .lI.genor MariaVice-Presidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Osmar Leitão

35

PROPOSTA DE DELE:GAÇAO LEGISLATIVA N.o 2/80"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para

elaboração de lei criando o Instituto Nacional do Babaçu, e deter­minando outras providências." Autor: Deputado João Alberto.

Comissão MistaPresidente: Deputado Gilson de Barros .Vice-Presidente: Deputado João carros de CarliRelator: Senador Raimundo Parente

.36

PROPOSTA DE DEúEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 3/80

"propõe delegação de poderes ao Presidente da República paracriação do Ministério do Desenvolvimento do Nordeste, e dá outrasprovidências." Autor: Deputado Sérgio Murl1o"

Comissão Mista.

Presidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador Bernardino VianaReiator: Deputado Ni!lson Morro

825& Terça-feira 12 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) A&'osto de 1981

lI'PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.O 13/80-00

"Altera o Decreto-1ei n.o 406, de 31 de dezembro de 1966, .queestabelece normas gerais de Direito Tributário, e dá outras provi­dências." IMens. n.O 81/B0-0N.) Autor: Poder Executivo.

.Oomlssão MistaPresidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador José LinsRelator: Deputado Honorato Vianna

PralloAté dia 26-8-80 - no Congre5l:o Nacional.

38

PROJETO DE 1.EI N.o 14/80-CN

"Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da FazendaPública, e dá outras providências". (Mens. n.O 88/S0-CN e 233/S0­PE.J

Comissão MistaPresidente: Deputado Felippe PennaVice-Presidente: Deputado' Airon Rios,Relator: Senador José Lins

Calendário

Dias 6, " 8, 9, 10. 11, 12 e 13 - Apresentação das emendas,perante à Comissão.

PrazoAté dia 24-8-80 - na Comissão Mista;Até dia 13-9-80 - no Congresso Nacional.

39PROJETO DE I.EI N.o 15/80-CN

"Dispõe sobre a cobrança executiva dos débitos fixados emacórdãos do Tribunai de Contas da União, e dá outras provídên­das". (Mens. n,v 88/S0-CN e 233/80-PE.)

Comissão MistaPresidente: Senador Cunha LimaVice-Presidente: Seinador Raimundo ParenteRelator: Deputado Rafael Fa.raco

CalendárioDias 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14-8-80 - Apresentação da semen­

<ias, peralllte à ComiSSão.Prazo

Até dia 24-8-80 - na Comissão Mista;Até dia 13-9-80 - no Congresso Nacional.

40MENSAGEM N.o 51/S0-CN

"Submete à deliberação do, Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.755, de 31 de dezembro de 1979, que dispõe sobre• arrecadação e restituição das receitas lederals, e dA outru pro­rtd6ncias." Autor: Poder Executivo.

Comissão MUIta

Presidente: Deputado José Carlos Fa&UJ1detVice-Presidente: Deputado Nosser AlmeidaRelator: Senador Raimundo Parente

Plruo

Até dia 18-8-8Q - no Congresso Nacional.

U

MENE>AGEM N.o 52/80-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­

creto-lei n,o 1. 756, de 31 de dezembro de 1979, que aumenta OIIímítes do Decreto-lei n.o 1.312, de 15 de fevereiro de 1974, alte­rados pelos Decretos-leis n.08 1.46<J, de 22 de abril de 1976, 1.562,de 19 de julho de 1977, e 1.651, de2il de dezembro de 1975, e dáoutras providências." Autor: Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: Senador José LinsVice-Presidente: Senador Murilo BadaróRelator: Deputado Athiê Coury

PrazoAté dia. 18-8-80 - no Congresso Nacional.

42

MENSAGEM N.o 53/80-CN"SuDmete, à deliberação do Congresso Nacional, o texto do

Decreto-lei n.O 1. 757, de 3 de janeiro de 19S0, que reajusta OI ven­cimentos, salários e proventos dos servidores da Secretaria-Geraldo Tribunal de Contas da União, e dá outras providências." Au­tor: Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: Senador Bernardino VianaVice-Presidente: Senador Lourival Baptista.Relator: Deputado Horácio Matos

Pra.zoAté dia 18-8-80 - no Congresso Nacional.

43

MENSAGEM N.o 54í80-CN

"Submete, à deliberação do Congresso Nacional, o texto doDecreto-lei D.O 1. 75S, de 3 de janeiro de 1980, que reajWlta OIvencimentos, salários e proventos dos servidores das Secret:arialdo Tribunal Federal de Reeursos e do Conselho da Justiça Fe­deral, e dá outras providências:' Autor: Poder Executivo.

Comissão Mis14lPresidente: Deputado Oswaldo MeloVice-Presidente: Deputado Guido ArantesRelator: Senador Helvídio Nunes

PralloAté dia 18-8-80 - no Congresso Nacional.

44

MENSAGEM N.o 55/80-CN

"Submete, à deliberação do Congresso N'aclonal, o texto doDecreto-lei n.O 1.759, de 7 de janeiro de 1980, que reajusta. OIvencimentos e proventos dos servidores das Secretarlas das ~­

eões Judiciárias da Justiça Federal de Primeira Instância, e dáoutras provídênelas.' Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Jutahy MagalhãesVice-Presidente: Senador Aderbal JuremaRelator: Deputado Darcílío AYFes

PralloAté dia 19-8-80 - no Congresso Nacional.

45MENSAGEM N.° 56/80-CN

"Submete, à deliberação do Oongresso Nacional, o texto doDecreto-lei n.O 1. 760, de 7 de janeiro de 1980, que reajusta OInnéimentos, salários e proventos dos servidore.s dos Tribunaildo Trabalho, e dá outras providências." Autor: Poder ExecutlTO.

Comissão MistaPresidente: Deputado Francisco RollemberrVice-Presidente: Deputado Ruben FigueiróRelator: Senador Bernardino Via.na

PralloAté dia 19-8-80 - no Congresso Nacional.

46MENSAGEM 'N.o 57/S0-CN

"Submete à deliberação do Congresso NacIonal o texto doDecreto-lei n.o 1.761, de 7 de janeiro de 1980, que reajusta ~nncimentos e proventos dos funcionários da. Secretaria do Tri­bunal Superior Eleitoral, e dá outras providências." Autor: PoderExecutivo.

Oonüssão MinaPresidente: Senadora Eunice MichilesVice-Pr~ldente: Senador Almir PintoRelator: Deputado Alcebiades de Oliveira

PrazoAté dia 19-8-80 - no Congresso Nacional.

4'1MENSAGEM N.o 58/80-CN

"Submete à dellberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei nU 1.762, de 7 de janeiro de 1980, que reajusta OIvencimentos e proventos dos funcionários das Secretarias d08

Arosto de 19811 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) TerfJ'l\-feira 12 8259

Tribunais Regionais, e dá outras provtdêneías." AutOlr: PodsrExecutivo.

Oomissão Mista.Presidente: Deputado Feu RosaVice-Presidente: Deputado Octávio TorrecillaRelator: Senador Jorge Kalume

PrazoAté dia. 19-8-80 - no Congresso Nacional.

48MENSAGEM N.o 60/S0-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1. 763. de 16 de janeiro de 1980, que altera a re­dação do art. 91 do Decreto-lei n,O 200, de 25 de fevereiro de 1967,modífícado pelo Decreto-lei n.O 900, de 29 de setembro de 1969,"Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista.Presidente: Senador Jutahy MagalhãesVice-Presidente: Senador Lomanto Júnior.Relator: Deputado Adhem",r Ghisi

PrazoAté dia 25-8-80 -- no Congresso Nacional.

49

MENSAGEM N.o 61/S0-CN"Submete à delíberaçâo do Congresso Nacional o texto do

Decreto-lei n.O 1.764, de 17 de janeiro de 1980, que reajusta IMvencimentos e proventos dos servidores da Secretaria. do Tribunalde Justiça do Distrito F'ederaã." Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Claudino SalesVice-Presidente: Deputado Ossíàn AraripeRelator: Senador Aderbal Jurema

PrazolUé dia 25-8-80 - no Congresso Nacional.

50

MENSAGEM N.o 62/S0-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­

creto-lei n,o 1.765, de 17 de janeiro de 1980, que rea.justa os veneí­mentos, salários e proventos dos servidores <Im Orgios AuX111a.r• .!Ida Justiça de Primeira Instância do Distrito Federal e dos Terri­tórios." Autor: Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: senadora Eunice MichilesVice-Presidente: senador Passos PôrtoRelator: Deputado Joel Ferreira

PrazoAté dia 25-8-80 - no Congresso Nacional.

51

MENSAGEM N.o 63/S0-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1. 766, de 2S de janeiro de 1980, que dispõe sobredoação de imóveis em pagamento de débitos relativos ao ImpostoIObre a Propriedade Territorial Rural, ",a Taxa de Serviços Ca­dastrais, a Contribuição Sindical Rural e a contribuição de quetrata. o art. 5.° do Decreto-lei n.o 1.146, de 31 de deze1Jlbro de11170, e dá. outras providências." Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Athiê CouryVice-Presidente: Deputado João Carlos de CarliRelator: senador Almir Pinto .

PrazoAté dia 25-8-80 - no Congresso Nacional.

52MENSAGEM .N.o 65/S0-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.s 1. 767. de 1.0 de fevereiro de 19S0, que cria. grupoexecutivo para regularização fundiária no sudeste do Pará, nortede Goiás e oeste do Maranhão, e dá. outras providências." Autor:Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: Senador Aloysio ChavesVice-Presidente: Senador José Calxeh.Relator: Deputado Siqueira Campos

PrazoAté dia 26-8-80 - no Oongreaso Nac1onal.

53MENSAGEM N.o 66/80-C:N

;;Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.768, de 14 de fevereiro de 19S0, que ll.utoriza aEMBRAER - Empresa Brasllelra de Aeronáutica S.A., a CrllLruma sociedade subsidiária no exterior." Autor: Poder l!lll:ecutivo.

ComilJoSão 'MistaPresidente: Deputado Hélio CamposVice-Presidente: Deputado Igo LossoRelator: Senador. Murilo Badaró

PrazoAté .Ciia 26-8-8'0 - no Congresso Nacional.

54

MENSAGEM N.o 67/S0-CNüSubmete à deliberação do congresso Nacional o texto dlo

Decreto-lei n,> 1. 769, de 14 de fevereiro de 19S0, que autoriza. aEMBRAER - Empresa Brasileira' de Aeronáutica SIA. a partící­par aclonarlamente do capital social da Indústria Aeronáutica.NEIVA SIA. nas condições que estabelece," Autor: Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: Senador Luiz CavalcanteVice-Presidente: Senador Passos PôrtoRelator: Deputado Alipio Carvalho

PrazoAté dia 26-8-80 - no Congresso Nacional.

55

MENSAGEM N.o 68/S0-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do

Decreto-lei n.O 1. 770, de 20 de fevereiro de l!ISO, que "dispõe sobre" criação de cargos, não remunera-dos. de Juiz de Paz, na Justiç,ado Distrito Fedetal e dos Territórios, e dá outras providências."Autor: Poder Executivo.

Cc.misI5ão Mista

Presidente: Deputado Júlio CamposVice-Presidente: Deputado Hélio CamposRelator: Senador Bernardino Viana

PrazoAté dia 26-8-80 - no Congresso Nacional.

56

MENSAGEM N.o 69/S0-CN"Submete à. deliberação do Congresso Nacional o texto do

Decreto-lei n.O 1.7'11, de 20 de fevereiro de 19S0, que estende IIgratificação instituída pelo Decreto-lei n.O 1.714, de 21 de novembrode .1979, aos integrantes da Polícia Rodoviária Federal." Autor:Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: &mador Jutahy MagalhãesVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado Osslan Ararlpe

PrazoAté dia 1."-9-80 - no Congresso Nacional.

5'7

MENSAGEM N.o 70/S0-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto de

Decreto-lei n.? 1.772, de 26 de fevereiro de 19S0, que dispõe sobreIsenção ou redução ttscal na importação." Autor: Poder Executivo,

Comissão MistaPresidente: Deputado Evandro Ayres de MouraVice-Presidente: Deputado Marão FilhoRelator: Senador Jorge Kalume

PrazoAté dia 1.°-9-80 - no Congresso NacionaX'-

8260 Terça-feira 12 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL {Seção 11 Atosto de 1989

58

MENSAGEM N.o 7l/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional Q texto doDecreto-lei nP 1.773, de 3 de março de .1980, que regula a incidên­cia de contribuição previdenciária sobre a Representaçào Mensalprevista no Decreto-lei n.U 1.445. de 13 de fevereiro ele 1976,"Autor: Poder Executivo.

Oomissão Mista

Presidente: Senador Lornanto JúniorVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Deputado Horácio Matos

PI'8.Z0

Até dia 1,u-9-80 -no Congresso Nacional.

59

MENSAGEM N.o 72!80-CN

"Submete á deliberação do Congresso Naeíonal o texto doDecreto-lei n,v 1.774, de 5 de março de 1980, que altera. o Iímíteda Gratificação de Produtividade instituída pelo Decreto-lei n ....1.544, de 15 de abril de 1977. e dá outras provídênclas." Autor:Poder Executivo,

Comissão Mista.

Presidente: Deputado Vasco NetoVice-Presidente: Deputado Amilcar de QueIrozRelator: Senador Almir Pinto

63

MENSAGEM N." 79/80-CN

"Submete a deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.? 1,778, de 18 de março de 1980, que cria o Sistemade Defesa Aeroespacial Brasileiro - SrSDABRA. e dá outras pro­vidências:' Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Paulo StudartVice-Presidente: Deputado Joel RibeiroRelator: Senador Passos Pórto

Prazo

Até dia 15-9-80 - no Congresso Nacional.

64

MENSAGEH N.o 82/80-CN

"Submete a deliberação do Congresso Naciona.l o texto doDecreto-lei n.O 1.779, de 26 de março de 1980. que concede incenti­vos fiscais às empresas de mineração, e dá outras providências",Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Senador José LinsVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Deputado Wilcty Vianna

Prazo

Prazo Até dia 13-8-80 na Comissão Mista:

Até dia. l,u-9-80-·· no Congresso Nacional.

61l

MEN8AGEM N!' 75i80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o text-o do'Decreto-Ieí n,v 1.775, Ode l2 de março de 1980, que altera alíquotasdo Imposto de Importação. e dá outras provídênclas." Autor:Poder Executivo.

Comissão. Mista

Presidente: Senador Passos PõrtoVice-Presidente: Senador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado Airon Rios

Prazo

A~ dia 8-9-80 - no Congresso Nacíonal.

61

MENSAGEM N;D 76/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-Ieí u,u 1.776, de 17 de marco de 1980, que dispõe sobrepagamento da Gratificação de Produtividade, nos casos que men­ciona, e dá outras providências:' Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Ossian ArarípeVice-Presidente: Deputado Adhemar PereiraRelator: Senador Murllo Badaró

l>razo

Até dia 8-9-80 - no Congresso Nacional.

62

:MENSAGEM N,o 78/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.o 1,777 de 18 de março de 1980, que tixa. o valor dosoldo dos postos de Coronel PM da Policia Militar li de Coronel BMdo Corpo de Bombeiros do Di,Strito Federal, e dá outras provi­dências,"

Conússáo Mista.

Presidente: Senador Almir PintoVice-Presidente: Senador João LúcioRelator: Deputado Odulfo Domíngues

Prazo

Até dia 15-9-80 - no Congresso Nacional.

Até dia 22-9-81l .- no Congresso Nacional.

65

MENSAGEM N.o 83/80

"Submete a deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.v 1.'180, de 14 de abril de 1980, que concede isençãodo imposto sobre a renda às empresas de pequeno porte e dispensaobrigações acessórias". Autor: Poder Execuivo.

Comissão Mista

Presíríerrte: Deputado Luiz VasconcellosVice-Presidente: Deputado João AlbertoRelator: Senador João Lúcio

Prazo

Até dia 13-8-80-- na Comissão Mist'a;

Até dia 22-9-8ll - no Congresso Nacíonal.

66

MENSAGEM N.o 84/80-CN

"Submete á deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.v 1.781, de 16 de abril de IMO, que dispõe sobre re­cursos. recebidos pela Companhia do Amapá ICEA', e dá outras

.provídênetas." Autor: Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Paulo Guerra:Vice..JPresidente: Deputado Antõnío PontesRelator: Senador Jutahy Magalhães

Prazo

Até dia 13"8-80 - na Comissão Mista;

Até dia 22-9-80 - no Congresso Nacional.

67

MENSAGEM N.o 85/80-CN

"Submete a deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.7812. de 16 de abril de 1980, que institui emprés­timo compulsório para: absorção temporária de poder aquisitivo,"Autor: Poder Executivo,

Comissão Mista

Presidente: Deputado Antõnio DiasVice-Presidente: Deputado Vingt RosadoRelator: Senador Raimundo Parente

A,rosto de 19S«) DlARIO DQ CONGRESSO NACIONAL (Seçã.o 11 Terça-feira 12 8261!I

,Prazo

Até dia 13-S-S0 - na Comissão Mista;Até dia. 22-9-80 - no Congresso Nacional.

68

VETO TOTAL - PROJETO DE LEI OOMPLEMElNTARN.o l/BO..cN

"Estabelece normas para oficialização progressiva das serven­. tlM da Justiça dos Estados, do Dístríto Federal e dos Tcrritórioll.

e dá. outras providências." j'Mensagl~m n.o 74. de 1980-CN.1 Autor:Poder Executivo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Alceu Col1aresVíce..[>resldente; Deputado Cantidlo SampaioRelator: Senador Almir Pinto

PrazoAté dia 24-8-80 - no Congresso Nacional.

69VETO PARCIAL - PROJETO N.o 1.066/75

I Mensagem n.? 86/80-CN

"Dispõe sobre causa de especial aumento de pena, quanto aoscrimes contra a Administração Pública, praticados por ocupantesde cargos em comissão da admlnístracào direta e indireta. regulaa forma de seu procedimento, e dá outras providências".

Comissão MistaPresidente: Deputado Pimenta da VeigaVice-presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Senador Bernardino Viana

PrazoAté dia 24-8-80 - na Comissão Mista;

Até dia 18-9-80 - no Congresso Nacional.VIII - Levanta-se a Sessão às 17 horas e 25 minutos.

8262 Terça- feira 12 DIARIO DO CONGRESSO S,\ClONAL (Seção 11 "Iosto de 111811

MESA LIDERANÇAS

NebiOll rnarchezan

Vice-Lideres;

Vice-Líderes:

PDS

Líder:PP

Lider :

'I'hafes Ra.malhnVice-Lideres:

An tónío MarizFigueiredo Correia

Herbert LevyJoão Linhares

Carlos Sant'AnnaWalber Guimarães

Carlos Cotta

PDTLíder:

Alceu CoJlaresvíce-Líderes:

JG de Araújo JorgeMurilo Mendes

PTLíder:

Airton Snares

Vice-UderJoão Cunha

Odacir KleinOsvaldo MacedoTarcisio Delgado

Walter SilvaF'lá vio Chaves

Edison LouàoHugo MardiniHugo NapoleãoJorge Arbage

Marcelo LinharesNorton MacedoRicardo Fiuza

PMDB

Líder:

Freitas Nobre

Marcondes GadelhaFernando Lyra

Israel Dias-NovaesJackson Barreto

Alrisio Vieira LimaAlcides FranciscaLo

Bonifácio de AndradaCantrdío Sampaio

Claudino SalesDivaldo Suruagy

Djalma Bessa

Presidente:FIávia l\1arcilio - PUS1."-Vice-Presiden te:

Homero Santos - PDS

2.o- Vlc e - P r e s id e n t e :

Renato Azeredo - PP

l.°-Secretário:

Wilson Braga - PDS

2,o-Secretário:

Epitácio Cafeteira - PMDB

3.o-S e c retário:

Ari Kffuri - P1)S4.o-Secretário:

Walmor de Luca. - PMDB

SUPLENTgS

Nosser Almeida - PDSDaso Coimbra -- PPJoel Lima - PPNabor Junior - PMDB

2) COMISSÃO DE mNClA E TECNOLOGIA

REUNlúES

, Quartas e quintas-feiras. ás 10:00 horas

Local: Anexo TI Sala n : 11 - R. 621 e 62!

, Secretário: José Salomão Jacobina Aires

3) COMISSÃO DE COMUNICAÇAO

Presidente. Milton Figueiredo - pp'Viee-Presíríente: Samir Achoa _. PMDBVice-Presidente: Alcebiades de Oliveil·3.- POO

PP

Vago

Vieira da SilveiraVago

PMDB

Israel Días-Novaes

'I'it ulares

PDS

Suplentes

PDS

Audàlío DantasCristina 'Tavares,

Antonio AmaralGióia JúniorJorge PauloLúcio CioniRoberto Ga lvam

PP

Pedro LucenaUbaldo DantasWalber Guimaráes

PT

'PMDB

Mario HatoPimenta da VeigaRonan TitoSantilll Sobrinhn

Aurélio PeresErnesto. de MarcoGeraldo FlemingLevy Dias

Carlos WilsonJorge VargasLourernberg Nunes

Rocha.

Coordenação de Comi..sôes Permanentes

Diretora; silvia Barroso Martins

Local: Anexo II -, Telefones: 224-5179 e225-4805 - Ramais 601 e 619

COMISSÕES PERMANENTES

DEPARTAMENTO DI: COMISSOES

1) COMISSAO DE AGRKUl.TURA E POLlTKARURAL

Presidente: Carlos Bezerra - PMDBVice-Presidente; Melo Freire - PPVice-Presidente: Baramago Pinheiro -- PDS

.Diretor: Jolimar Corrêa Pinto

Local; Anexo II - Tel~fones: 224-2848 e225-4805-, Ramal 6<i1

Titulares

Suplentes

Titulares

Supl..ntes

Jairo Magaltiâes­Joacü PereiraNatal GaleNelson MorroOswaldo MeloPaulo PimentelTheodorico Fer'raçowumar GuimarãesVago

PDS

João GilbertoMarcello Cerqueira

PP

Paulo PimentelRômulo GalváoTelmo Jose Kir~l,

Vago

PMDB

Alair FerreiraAnt omo ZachartasJoão ArrudaMtlnoel Ribeiro

Lúcía Viveiros

Fernando LyraGerson Camata

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras. as 10 :00 horasLocal: Anexo TI _. Sala 6 - Ramais 653 e íi54Secretária: Iole Lazzariní

Titulares

Presidente' Ernani Satyro - PDS.Vice-Presidente: Gomes da Silva- PDSVice-Presidente' Mendonça Neto - .. PMDB

..Afr ísío Vreít-a LimaAltair Chaga.'Antonio DiasAntonio MorimotoBonifàcio de AndradaBrabo de CarvalhoClaudino SalesDjalma BessaDjalrna M'HinhoFrancisco Benjamin

Nelson Morrovtngt Rosado

Herbert Levy

Octacíl io Queiroz

Mário Moreira

.Jose PenedoWalter ele Pra.

PP

PP

PDS

PDS

PMDB

PMDB

REUNIOES

Haroldo SanfordMoacyr Lopes

Felipe Penna

Pedro Farra

Quartas. e qutntas-tetras. às ]0':00 horas

Local: Anexo II -- Sala 3 - Ramal 62[1.5

Secretário: Ivan Roque Alves

Alexandre MachadoHugo Mardini

Cristina 'Tavares

Presidente: EdsOlI Vidigal .. PP

Vice-Presidente: Mariu Frot a - PMDBVice-Presidente: Antônio Florêncio PUS

Fernando CunhaJorge Uequed

Francisco LeãoHenrique BritoJúliu MartinsLúcio CioniStoessel DouradoWildy Vianna

PP

.Iua.rez BatistaMendes de Meln

PDS'

PDSJoão Carlos de CarlrJoaquim Guerr-aJosé ArnorimJúlio CamposLuiz RochaPedro GermanoSebastião AndradeTelérnaco PompeiVictor Fontana

PMDB

Itunvãr NascimentoMarcus CunhaNivaldo KrügerPacheco ChavesPaulo Rattes

Albérico CordeiroAntonio GomesAntonio MazurekAroldo MolettaCardoso de AlmeidaDelson ScaranoEdilson Lamartine

MendesEmílio PerondiHugo Rodrigues

da Cunha

Alberto HoffmannAlexandre MachadoAntonio DiasAntonio UenoCorreia LimaEvaldo Amaral

Cardoso AlvesDel Bosco AmaralErnesto Dall'OglioFrancisco LibardoniGerson Camata

Airton ReisArnaldo Schmit tCelso Carvalho

""'Oi!:Ito dl' 1980 lHÁRIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seção 1I Terça-feira 12 826:1

PMDB PT 7) COMISSÃO DE FINANÇAS

Suplente".

Antônio Carlos deOliveira

PMDB

PDS

.José Carlos' Fagundes

.José Mendonça Bezerra.Marão FilhoVicente Guabíroba

Airon RiosAthié CouryChrlstovarn ChiaradiaFernando MagalhãesHonora.to Vianna

Presidente: Jorge Vargas - PPVice-Presidente: Alberto Goldman - PMDBVice-Presidente: Leorne Belém - PDS

Titulares

Edilson Lamart lneMendes

Honorato ViannaNagíb HaiekelRogério RegoVictor Trovão4 vagas

PDS

Aíron RiosAlbéríoc CordeiroAntonio MazurekCardoso de AlmeidaDivaldo Suruagy

Pimenta da VeigaTarcisio DelgadoVagoVago

Lázaro CarvalhoLuiz LealMiro TeixeiraPérrcles Gonçalves

PP

PDT

Antônio MarizJorge MouraLouremnerg NUnes

Rocha .

Antõnio RussoElquissoll SoaresJoão GilbertoMarceIlo CerqueíraOsvaldo Macedo

Lídovíno Fanton

PT

Suplentes

Alberto GoldmanI Euclides Scalco

Flávio ChavesPacheco Chaves

PMDB

Rosa FloresSebastião ROdrigues

Júnior

Odacir KleinOlívír Gabardo

Hélio Garcia

VagoVago

PP

Luiz Baccarini

PT

REUNIõES

·Tltülàr';" ,

6) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Presidente: Braga Ramos - PDSVice-Presidente: Darcílio Ayres - PDSVíce-Presideribe : Luis Cechinel PT .

Mauricio FruetPaulo Marqueg

PT

PP

Silvio Abreu Junior

Suplentes

PMDB

Antônio Carlos deOliveira'

Presidente: Josias Leite - PDSVice-Presidente: Alberto Hoffmann _. PDSVice-Presidente: Peixoto Filho .- PP

8) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

Antônio RussoJader BarbalhoJoão Herculino

João Cunha

Celso CarvalhoPedro Faria

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horusLocal: Anexo II - Sala 16 - Ramais 642 e 643

, . (Direlo. 226c8117'. . . . . . . . . . . .Secretário: Ruy Ornar Prudêncío da Silva

Mac Dowell Leite deCastro

Pinheiro Machado

Leur LomantoLygia Lessa BastosRõmulo GalvãoSalvador J uJianelliVago

PP,

PDS

Aécio CunhaAlvaro ValleAnísio de SouzaBezerra de MeloJosE' Torres

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horasLocal: Anexo Ir - Sala 4 - Ramal 631Secretária: Delzuite Macedo de Avelar viiia"

Boas

Arnaldo SchmittI . Juarez Batista

POT

.pp.

Marcelo .MedeírosMárcio MacedoRubem DouradoSérgio Ferrara

Juarez FurtadoRoberto FreireValter GarciaWaldir WalterWalter Silva

PDS

José MendollçaBezerraNilson GibsonNey FerreiraOsmar LeitãoPedro CollinRaimundo Dini..-.Ricardo FiuzaVagoVagoVagoVago

PMDB

José Mauricio

Amadeu GearaCardoso AlvesDélio dos SantosEdgard ArnorímJosé Costa

Adhemar de BarrosFilho

Cantidio SampaioCarlos ChiarelliCélio BorjaDarcílio AyresFeu RosaGeraldo GuedesHugo NapoleãoIgo .LossoJor.ge Arbage

Caio PompeuCarlos WilsonHenrique Eduardo

Alves

REUNIõES

5} COMISSÃO DE ECONOMIA, INDOSTRIA ECOM~RCIO

Quartas e quintas-feiras, ás 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 63!,Secretária.: Maria rnüta Pessoa César

Presidente: Ralph Biasi - PMDBVke~Presidente':'PedroSampaio ._ PP"'7

Vice-Presidente: Cláudio Stl'assburger - PDS

PDS

Humberto SoutoJorge ArbageNosser AlmeidaHafa.el FaracoTelmo José KirstVasco Neto

PMDB

Rosa. FloresRonan Tito'.Walter..,silva .

PPMarcelo.Medeiros

Suplentes

PMD:B

.José Carlos VasconcelosPaulo BorgesVago

PP

Mendes de MeloMilton Figueiredo

PT

REUNIôES

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 665i:!ect'etário: Wa1ter Gouvêa Costa

Vago

Daso CoimbraMàrcio Macedo

João MenezesMelo. Freire

Titulares

Helio DuqueJairo BrumJorge Uequed

Adhemar de BarrosFilho

Amilcar QueirozAngelina, RosaCastejon BrancoClaudio PhiiomenoFurtado Leite

Airton SandovalErnesto de Marco.Irll-.tIlldQ, Pereira

José BrunoRosernburgo Ronlano

Nivaldo KrligerOctacílio Almeida

Carlos Sant'AnnaDaniel Silva .

Luiz BaptistaPaulo Marquei'

PP

PP

PDS

PMDB

PMDB

Suplentes

Jader BarbalhoJoão HerculínoJosé Mal'ia de

Carvalho

Airton ReisDaso Coimbra

Alcir PimentaCaio Pompeu

Secretária: Marta Clé lia Orrico

REUNIOES

Quartas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo U - Sala 9 - '224-0769 I

Ramal 639

Alvaro Dias, Iram Saraiva

Mário Moreira

.. ) -Baldacci Filho ' .',-No5ser AímeídaBonifácio de Andrada Ossían AraripeHydeckel Freitas Pedro GermanoJairo Magalhães Rafael FaracoJoão Faustino Simão SesslmNorton Macedo Vieira da Silva

PT

PP

Sílvio Abreu Júnior

PDS

João ArrudaJosé CamargoLéo SimõesLuiz VasconcellosPaulo LustosaRicardo FiuzaRuy Silva

PMDB

Marcondes GadelhaSantilJi Sobrinho

Titulares

Luiz Cechinel

Aldo F'agundesFernando CoelhoHélio Duque

'Pelippe PennaManoel Gonçalves

Adolpho FrancoCesário BarretoEvaldo AmaralEvandro Ayres de

MouraIgo LossoJoão Alberto

8264 Terça- f eira 12 Dl,.\RIO DO CONGRESSO NoU'lONAL (Seção I) "\~to dr 1980

9) COMISSÃO DO INTERIOR Suplentes PP

Presidente: Inocêncio Oliveira ,- PDSVice-Presidente: Julio Martins - P08Vice-Presidente: Newton Cardoso - PP

Titulares

PMDB

Carlos Nelson Mário Frota

Heitor Alencar Furtado Ralph BiasiJerônimo Santana Tidei de Lima

Figueiredo CorrêaJoão LinharesJoão MenezesLeopoldo Besson e

Mac Dowell Leite deCastro

Magalhães PintoVago

PT

Suplentes

PMDB

Presidente: Iranildo Pereira - PMDB, Vice-Presidente: Daso Coimbra - 1'1', Vice-Presidente: Atron Rios - PDS

Titulares

11) COMISSAO DE REDAÇÃO

Miro TeixeiraPedro SampaioVagoVago

Leur LomantoPaulo StudartRaul BernardoRoberto GalvaníRuben FigueiróSiqueira CamposTheodorico PerraçoVasco NetoWl1mar Guimarães7 vagas

José FreireMarcus CunhaPaulo RattesSamir Achoa4 vagas

PP

PMDB

Daniel SilvaHélio GarciaJorge MouraLázaro de Carvalho

Suplentes

1'08

Anisio de SouzaAugusto LucenaCláudio PhílomenoErnani SatyroFernando MagalhãesGuido ArantesHermes MacedoJosé CamargoLeorne Belém

REUNIOES

Elqulsson SoaresFrancisco Pintotrraet Dias-NovaesJ ackson Barreto

Airton SoaresPP

Vago

'Furtado LeiteVago

PMDB

PDS

1'00

Suplentes

REUNIOES

Djalma Bessa

Freitas Nobre

Newton CardosoLeônidas Sampaio

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 -' Ramal 660

Secretária: Allia Felício Tobias

iI

i

José FreireModesto da SilveiraOctacilio Queiro:oPedro IvoRobE,rto Freire

José BrunoLucia ViveirosWalher Guimarães

PP

PDS

Milton BrandãoNagib HaickelOdacir SoaresOswaldo CoelhoPaulo FerrazPaulo GuerraRuben FigueiróVictor TrovãoVingt RosadoWanderley MarizVago

PMDB

Carlos WilsonHenrique Eduardo

AlvesHerbert Levy

Carlos NelsonDélio dos SantosJackson BarretoJerônimo Santana,José Carlos Vascon-

celos

Adauto BezerraAdroaldo Campos..ngelo Magalhães­Baldacci FilhoCorreia LimaCristina CortesEdison LobãoHenrique BritoJosué de SouzaManoel Novaes

REUNIóES

Aluizio BezerraCarlos BezerraIranlldo PereiraIturival NascimentoJorge Gama

Bento GonçalvesLeopoldo BessoneManoel Gonçalves

Julio CostamilanNabor JúniorOsvaldo MacedoVagoVago

PP

Nélio LobatoTertuliano AzevedoVago

Cantidlo SampaioClaudino Sale.~

Ulysses Guimarães

AICÍr Pimenta

Hugo NapoleáoPrisco Viana

?MDB

Vago

1'1'

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 677Secretária: Edna Medeiros Barreto

13) COMISSÃO DE SAüDE

Presidente: Max Mauro - PMDBVice-Presidente: Dario Tavares - PDSVice-Presidente: Rosernburgo Romano - PI'

Titulares

REUNIõES

10) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8 -- Ramal 6333

Secretário: Edson Nogueira da Gama

Presidente: Genésio de Barros - POOVice-Presidente: Antônio zncnarías - PDSVice-Presidente: Fued Dib -- PMDB

Inocêncio OliveiraJoão AlvesSalvador JulianelliWaldmir Beltnati

Menandro MinahimNavarro Vieira FilhoPedro CorreaWilson Falcão

PP

Ubaldo Dantas

PDS

PDS

PMDB

Marcondes GadelhaVago

PP

Carlos couaJoel Vivas

PMDB

Mário Hato

Suplentes

REUNIÕES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramais 681 e 682Secretária: Iná Fernandes Costa

Borges da SilveiraCarneiro Arnaud

Athlé CouryBraga RamosCastejon BrancoFrancisco RollembergGenésio de Barros

Leónídas Sampaiopedro Lucena

Euclides Scalco

Adernar PereiraJosé de Castro

CoimbraLudgero RaulinoMauro Sampaio

Ernesto Dall'Ogl;oI Luiz Baptista

Joaquim CoutinhoJosé Ribamar MachadoMarcelo LinharesNorton MacedoPedro CollinRaymundo DlnízRoberto CarvalhoStoessel DouradoUbaldo BaremWaldmir Belínatí

Vago

Sebastião RodriguesJUnior

Ulysses GuimarãesWaldir Walter:3 vagas

PMDB

Titulares

Presidente: Rogério Rego - 1'08Vice-Presidente: Pinheiro Machado - PPVice-Presidente: Nogueira de R,ezelide - PD?

PDS

12) COMISSAO DE RELAÇÕES EXTERIORES

Aluizio BezerraCarlos AlbertoCarlos SantosIram SaraivaJairo BrumLevy Dias

Adalberto CamargoAdriano ValenteAntonio UenoAry AlcántaraBias FortesCélio BorjaDiogo NomuraFeu RosaGeraldo GuedesHenrique TurnerHugo Napoleãoítalo oonu

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Rs. 671. 672 e 673Secretária: Laura Perrela Parlst

Jorge Ferraz

Mauricio FruetOswaldo Limavaao

PP

PT

PT

PDSHorácio MatosJoão FaustinoPrisco VianaSiqueira CamposVago

PMDB

Titulares

Nélio LobatoRubem Dourado

Freitas Dini:o

Alvaro DiasHorácio Ortiz

Antonio FerreiraCantídlo SampaioDivaldo SuruagyGuido Arantes

Freitas Dniiz

.-\,("510 d e 1980 OI:\RIO no ('OSGRt;SS(JI S.-\CIONAl. I Seção 1I Terça-feira 12 826':;

14) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONAL

Presidente: Erasmo Dias ._. PDSVice-Presidente: Joel Ferreira .- PD8Vice-Presiden te:

Titulares

16) (OMISSAO DE TRABALHO E LEGISLA(ãOSOCI,AL '

Presidente: Nilson Gibson - PDSVice-Presidente: Osmar Leitão .- PDSVice-F'rE,sidente: Amadeu Geara - PMDB

Titulares

PTAirton Soares.

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 5 _. RS. 696, 697 e 69&Secretãrio: Carlos Brasil de Araújo

REUNIõES'

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramais 688 e 689Secretário: Paulo Ernani Fonseca Aires

PMDB

Celso Peçanha VagoEloar Guazzellí Vago

Supferrtes

Diretor: Abeguar Machado MasseraLocal: Anexo II - Tél.: 226-2912 I direto,

Ramal - 749

COMISSOES DE INQUÉRITO1) COMIISSÃO PARLAMENTAR DE INQUtRITO

DESTINADA A PROCEDER À AVALlAÇAO CRI­TICA DA PROBLEMÁTfCA DA AGROPtCUÁ­RIA NO BRASIL

REQUERIMENTO N," 22. DE 1979

(CPIl

Prazo: 30-5-79 a 1."-8-80

Presidente: Antônio Morimoto - PDSVice-Presidente: João Carlos de Carli - PDS

Relator: Paulo Rattes - PMDB

Titulares

Seçâo de Comissões Especiais

Chefe: Stella Prata da Silva LopesLocal: Anexo II - Sala 8-B - Tel.: 223-8289

(direto I Ramal 604

Seçãe de Comissões Parlamentaresde Inquérito

Chefe: Lucy Stumpf Alves de Souza·Local: Anexo II - Tel.: 223-7289 (direto.

Ramal 612

(()ORDENAÇÃO DE COMISSÕESTEMPORÁRIAS

Octávio TorreeillaPedro carotoTúlio BarcelosUbaldino MeirelesVivaldo FrotaVago

PDS

José CostaJúlio CostamilanValter Garcia.

Max MauroOswaldo LimaTarcísio Delg-ado

PP

PT

PMDB

PP

Joel VivasTertuliano Azevedo

Joacil Pereira.José Carlos FagundesJulio CamposLygia Lessa BastosNatal GaleRezende MonteiroVago

PMDB

Suplentes

PDS

Adhemar GhisiAlvaro GaudéncíoArt.enirWernerCarlos ChiarelliF'ranctsco Rollemberg­.toão Alves

Borges ela SilveiraCarneiro Arnaud

Vago

Aurélio PeresEdgard ArnorírnFIá vio C'haves

Audálio DantasDel Bosco AmaralElnar GuazzelltFernando Cunha

Antonio GomesArolde Moletta·Bezerra de MeloBrabo de Carvalho

: Furtado LeiteGióia .rüníorJayro Maltoní

Péricles Gonçalves

Ney FerreiraOdulfo DomínguesPaulo Studart.

3 vagas

Vago

.Túlio BarcelosVicente Guabiroba­Walter de PráVago

PP

PP

PD8

PDS

PMDB

Alípio CarvalhoAntonio PontesHaroldo SanfordHélio Campos

Luiz BaccariniEdson Vidigal

Modesto da Silveira

Carlos Cot taPaulo Torres

ítalo ContiMilton BrandãoOctavio TurreclllaPaulo GuerraTelêmaco Pompei

PDS

Titulares

15) COMISSAO DE SERViÇO POBLlCO

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694Secretário: Hélio Alves RibeirO

Pimenta da Veiga

Odulfo DnmiriguesVictor Fontana

PP

Walber Guimarães

PDS

Norton MacedoRuben Figueiró

PMDB

Hélio Duque

PP

PMDB

Suplentes

PDS

Mendes de Melo

REQUERIMENTO N.o 25, DE 1979

ICPIl

Prazo: 8-8-79 a 5-9-80

Presidente: Inocêncio Oliveira - PDSVice-Presidente: Ubaldo Dantas - PPRelator: Sebastião Rodrigues Junior-PMDBRelator-Substituto: Max Mauro - PMDB

2) COMIISSÃO PARLAMENTAR DE INQUtRITODESTINADA A INVESTfGAR AS ATIVIDADESLIGADAS À INDOSTRIA FARMA(~UTICA EMTODCI O TERRITÓRIO NACIONAL

REUNIõES

Quintas··feiras. às 09 :00 horasLocal: Anexo II - Sala das CPIsRamais: 497 - 509 - 547 - Anexo UISecretária: . Myrthes Hooper Silva

Arnaldo scnmutBento Lobo

Iturival NascimentoPacheco Chaves

Carlos Bezerra

Gomes ela SilvaMário Stamm

Cardoso de AlmeidaEdilson .Lamartine

Mendes

José Maria de CarvalhoOdacir KleinVagoVago

PP

Luiz LealNélio Lobato

PMDB

Octacílio de AlmeidaPaulo BorgesTidei de LimaVago

PP

.roei RibeiroManoel RibeiroRezende MonteiroRaul BernardoRuy BacelarSilnâo Sessinl

'J.'itulares

PDS

Sérgio Ferrara.Vago

Suplente-s

J>MDB

Jorge FerrazUbaldo Dantas

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras.' as 10 :00 horasLocal: Anexo U - Sala 15 - Ramal 647Secretário: Agassís Nylander Brito

Francisco LibardoniGilson de BarrosHorácio Ortíz

Antônio MarizJoel Lima

Presidente: Hydekel Freitas - PDSVice-Presidente: Mário Siamm - 1"08vice-Presidente:

17) (0l'lnSS10 DE TRANSPORTES

Alair FerreiraAlcides F'rancisca toDarcy PozzaFrancisco LeãoHélio LevyHermes MacedoJayro Maltoni

Bento GonçalvesJoel Lima

Fernando LyraGeraldo FlemingNabor Júnior

Carlos Sant'AnnaJoão Línhares

Djalma MarinhoHorácio MatosOsvaldo MeloPaulo Ferraz

Pedro IvoVago

.Jorge GamaPaes de Andrade

PP

PP

PDS

PMDB

PMDB

Suplentes

REUNIõES

Peixoto Filho

Vago

Francisco PintoGilson de Barros

Carlos SantosFernando CoelhoFreitas Nobre

Presidente: Juarez Furtado - PMDBVice-Presidente: Heitor Alencar Furtado .­

PMDBVice-Presidente: Fernando Gonçalves - PDS

Augusto Lucena VagoMoacyr Lopes VagoOssian Ararípe VagoWildy Vianna

Adauto BezerraAdernar PereiraAry AlcântaraClaudinó Sales

8266 Terça-feira 12 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) ApIto de 1980

Titulares Titulares Titulares

3) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQU'IITODESTINADA A INVESTIGAR DISTOtlÇõESOCORRIDAS NA EXECupO DOS PLANOS DEDESENVOLVIMENTO DA AMAZôNIA

REUNIóES

Quartas e quintas-feiras, às 9 :30 horasLocal: Anexo II - Sala das CPISRamais: 497 - 509 - 547 - Anexo IIISecretário: Sebastião Augusto Machado

RESOLUÇÃO N." 18,79

Prazo: 13-09-79 a 7-10-80

Presidente: Josué de Souza - PDSVice-Presidente: Brabo de Carvalho - POS

Relator: Jader Barbalho - PMDB

PMDB

Epitácio Cafeteira Geraldo Flemnig

pp

Valter Garcia

Fernando GonçalvesGenésio de BarrosJorge ArbageSimão 8essimStoessel Dourado

Paulo LustosaPrisco VianaTheodoríeo FCl'l'aço

Jorge UequedJosé Costa

PP

PT

PP

PDS

PMDB

PMBD

Suplentes

PDS

Freitas Diniz

Adroaldo CamposErasmo DiasJoel RibeiroOctavio Torrecilla

Horácio OrttzMarcello Cerqueira

Daso Coimbra

REUNIõES

Antônio DiasAntônio FlorêncioAntônio ZachariasCantidio SampaioCarlos Chiarelli

Tertuliano Azevedo

Terças-feiras. àS 9:30 horasLocal: Anexo II - Sala das CPIsRamais: 497 - 509 - 547 - Anexo !IrSecretário: Manoel Augusto Campelo Neto

Fernando CunhaHélio Duque.rackson Barreto

Freitas Diniz

Nélio Lobato

PT

Mário Frota

PDS

Rafael FaracoWildy Vianna

PMDB

Aluizio BezerraJerônimo Santana

Antônio PontesJúlio MartinsManoel Ribeiro

Supleutes

PDS

Amilcar de Queiroz Paulo GuerraNosser Almeida Vivaldo FrotaOdacir Soares

Antônio Carlos

4) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU'RITODESTINADA A INVESTIGAR A ACAO DAPETROBRÁS 1: SUAS SUBSIDIÁRIAS >

REQUERIME;NTO N." 20 79

Prazo: 19-09"79 a 08-09-80

Presidente Francisco Benjamin - PDSVice-Presidente Paulo Studart - PDS

Relator João Cunha -- PT

REUNIóES

Terças-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Plenário das CPIsRamais: 497. 509 e 547 (Anexo lII'Secretária: Maria da Conceição Azevedo

Bento Lobo

PPCarneíro Arnaud

Dario TavaresWaldmir Belínat í

PPVago

PDS

Menandro MinahimNavarro Vieira FilhoPedro CorreaWilson Falcão

PDS

PMDB

Suplentes

Borges da Silveira

Mário Hato

Carlos Cotta

Adernar PereiraCantidio Sampaio

José de CastroCoimbra

Ludgero RaulinoMauro Sampaio

Terea-feira 12 82G'tArosto de 1980 DIA RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I)

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olARIO DO CI~NGRESSO NAC~ONAL

PREÇO '11)E ASSINATURA

SeçAo I (iC:Amara dos Deputados)

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Semestre

Ano ..

Exemplar avulso

...... Cr$ 400,00

.... Cr$ SOO,CiO

... , .. Cr$ 3,00

Via-Aérea:

Semestre ...

Ano .'

Exemplar avulso

... cdt 1.200,00

.CrSt 2.400.00

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Seção 11 (Senado Federal)

Via-Superfície:

Semestre Cr$ 400,00

Ano , ,... . . c-s BOO,OOExemplar avulso ..... , Cr$ 3,00

Via-Aérea:

Semestre Cr$

Ano . Cr$

Exemplar avulso .' .Cr$

1.200,00

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