CURSO COMPLETO DE PECAS E QUESTOES
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES
2º EXAME DE ORDEM DE 2009
PRÁTICA DE DIREITO DO TRABALHO
Prezado Aluno,
Além da parte expositiva, a apostila contém:
1. Estrutura das peças – além da disposição das principais
peças do processo do trabalho, contém exemplos com
explicações detalhadas a fim de auxiliá-lo na elaboração
destas.
2. Peças completas – também são modelos, mas são baseados em
casos concretos, ou seja, são peças prontas.
3. Guia de artigos – a própria apostila é um guia de artigos,
súmulas e orientações jurisprudenciais com maior
incidência nas provas do Cespe. Os dispositivos estão
inseridos de acordo com o desenvolvimento do conteúdo.
4. Dicas de estudos – são conselhos e métodos de estudo, com
o intuito de melhorar o rendimento do aluno.
5. Bibliografia – contém a referência bibliográfica indicada
para estudar e levar para o exame de ordem.
6. Proposta de peças e questões – a 2ª faze do Exame de Ordem
refere-se à prova prática-profissional, sendo esta
integralmente discursiva, portanto é essencial que o aluno
exercite este modelo de prova. Portanto, encontram-se na
apostila, peças e questões já cobradas no exame de ordem,
que deverão ser corrigidas pelo curso e posteriormente
serão revisadas nas aulas de assistência e de correção em
sala, conforme o calendário em anexo.
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7. Folhas pautadas – estas folhas, localizadas ao final da
apostila, deverão ser destacadas e utilizadas para o
desenvolvimento das peças e questões propostas, as quais
serão protocoladas na recepção do curso, no prazo previsto
no calendário em anexo.
8. Canhotos destacáveis com os números de peças e questões a
serem protocoladas na recepção do Curso: ao realizar o
protocolo, o aluno deve destacar da apostila e grampear o
canhoto correspondente ao conjunto de peças e questões
recebendo o carimbo de protocolo na segunda via do
canhoto.
ÍNDICE
Parte I
PARTE EXPOSITIVA
Processo do Trabalho
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO
TRABALHO ........................................4
2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO.........................................5
2.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL
2.2 CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
3. TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO
TRABALHO ....................11
3.1 PROCEDIMENTO SUMÁRIO
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3.2 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
3.3 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
3.3.1 COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
3.3.2 COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA
3.3.3 ATOS, PRAZOS E TERMOS
Parte II
PEÇA PASSO A PASSO
Explicação detalhada de como elaborar as principais peçasprocessuais
4. PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA
TRABALHISTA...........................32
4.1 ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
4.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
I. ENDEREÇAMENTO
II. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
III. PRELIMINAR DE MÉRITO
IV. MÉRITO
ORGANIZAÇÃO DO MÉRITO
V. PEDIDO
VI. REQUERIMENTOS FINAIS
VII. VALOR DA CAUSA
5. RESPOSTAS DO
RECLAMADO....................................................
.....124
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5.1 CONTESTAÇÃO
5.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA CONTESTAÇÃO
I. ENDEREÇAMENTO
II. QUALIFICAÇÃO
III. PRELIMINAR DE MÉRITO
IV. PREJUDICIAL DE MÉRITO
V. MÉRITO
VI. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS
VII. REQUERIMENTOS FINAIS
5.3 EXCEÇÃO
5.4 RECONVENÇÃO
6. TEORIA GERAL DOS
RECURSOS.....................................................
....162
7. RECURSO
ORDINÁRIO....................................................
......................178
8. AGRAVO DE
INSTRUMENTO..................................................
...............205
9. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO...................................................
..........217
10. RECURSO DE
REVISTA......................................................
....................222
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11. EXECUÇÃO NO PROCESSO DO
TRABALHO......................................239
12. EMBARGOS À
EXECUÇÃO.....................................................
...............243
13. AGRAVO DE
PETIÇÃO......................................................
....................... 253
14. EMBARGOS AO
TST .........................................................
.....................260
15. AÇÕES ESPECIAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO
RESCISÓRIA...................................................
.................................................. 269
Parte III
Otimização do estudo
DICAS E MÉTODOS DE
ESTUDO.......................................................
............289
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS...............................................
...................291
Parte IV
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PEÇAS
Propostas de exercícios para treinamento do candidato
Propostas ...................................................
...................................................291
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PROCESSO DO TRABALHO
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A justiça do trabalho é composta pelo juiz do trabalho,
Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho,
conforme o artigo 111, CF/88.
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:I – o Tribunal Superior do Trabalho;II – os Tribunais Regionais do Trabalho;III – Juízes do Trabalho.
Este artigo demonstra claramente que o STF não é um
órgão da Justiça do Trabalho.
São órgãos da Justiça do Trabalho:
JUIZ DO TRABALHO TRT TST
Atenção: Existem comarcas que não possuem varas da
Justiça do Trabalho. Nestes casos, os juízes de direito serão
investidos da jurisdição trabalhista. A sentença proferida é
recorrível através da interposição de Recurso Ordinário para
o respectivo Tribunal Regional do Trabalho, de acordo com o
artigo 112 da CF e artigo 668, CLT.
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Art. 112, CF. A lei criará varas daJustiça do Trabalho, podendo, nascomarcas não abrangidas por suajurisdição, atribuí-las aos juízes dedireito, com recurso para o respectivoTribunal Regional do Trabalho.
Art. 668, CLT. Nas localidades nãocompreendidas na jurisdição das Juntasde Conciliação e Julgamento, os Juízosde Direito são os órgãos deadministração da Justiça do Trabalho,com a jurisdição que lhes fordeterminada pela lei de organizaçãojudiciária local.
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2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A competência da Justiça do Trabalho é determinada em
razão da matéria, ou seja, se a demanda versa sobre a relação
de emprego, bem como sobre as verbas de natureza trabalhista
a competência para processar e julgar esta lide é da Justiça
do Trabalho, conforme o artigo 114, CF.
Neste tópico, é fundamental tratar da Emenda
Constitucional nº 45/2004, que foi responsável por uma
significativa ampliação da competência da Justiça do
Trabalho, pois a Justiça do Trabalho passou a ser competente
para processar e julgar não apenas as ações oriundas das
relações de emprego, mas também as ações oriundas das
relações de trabalho.
Note que a relação de emprego é espécie, enquanto a
relação de trabalho é gênero, uma vez que abrange os
empregados, os autônomos, os temporários, os avulsos, etc. A
relação de trabalho envolve um trabalhador e um tomador de
serviços, que remunera o trabalho prestado.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os
entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
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III – as ações sobre representação sindical, entre
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data,
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das
relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
na forma da lei.
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão
eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como
as convencionadas anteriormente.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§ 3º. Em caso de greve em atividade essencial, com
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
O STF, na ADI n.º 3.395-6/DF, suspendeu toda e qualquer
interpretação dada ao inciso I do art. 114 da Constituição
Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.º
45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a
apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus
servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem
estatutária ou de caráter
jurídico administrativo. Logo, este artigo, ampliado pela EC
45/2004, sofreu uma restrição proveniente da ADI 3.395-6, a
qual excluiu da apreciação da Justiça do Trabalho as relações
trabalhistas entre o Poder Público e seus servidores, quando
esta estiver baseada no regime estatutário ou jurídico
administrativo.
CONCLUSÃO: eventuais demandas entre o Poder Público e o
servidor público estatutário não serão de competência da
Justiça do Trabalho; no entanto as demandas entre o Poder
Público e o servidor público celetista a competência é da
Justiça do Trabalho.
É importante destacar que é competência da Justiça do
Trabalho processar e julgar as ações que visem uma
indenização pelo não cadastramento do empregado no PIS.
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Súmula 300, TST. Compete à Justiça doTrabalho processar e julgar ações deempregados contra empregadores,relativas ao cadastramento no Plano deIntegração Social (PIS).
Também é competência da Justiça do Trabalho a lide que
verse sobre a não concessão das guias do seguro desemprego.
Súmula 389, TST. I - Inscreve-se nacompetência material da Justiça doTrabalho a lide entre empregado eempregador tendo por objeto indenizaçãopelo não fornecimento das guias doseguro desemprego.II - O não fornecimento pelo empregadorda guia necessária para o recebimentodo seguro desemprego dá origem aodireito à indenização.
A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser
declarada pelo Juízo, de ofício, ou mediante alegação das
partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 795, §
1º da CLT e art. 113 do CPC).
Alegada a incompetência material na contestação, deverá
sê-lo como preliminar e não como exceção, pois no âmbito do
processo trabalhista, sob a forma de exceção, alega-se a
incompetência em razão do lugar e o impedimento ou suspeição
do juiz.
2.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL
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A competência territorial na Justiça do Trabalho é
determinada pelo local de PRESTAÇÃO dos serviços. Esta regra
geral está disposta no caput do artigo 651, CLT:Art. 651. A competência das Juntas deConciliação e Julgamento é determinadapela localidade onde o empregado,reclamante ou reclamado, prestarserviços ao empregador, ainda que tenhasido contratado noutro local ou noestrangeiro.
Este artigo da CLT é composto por três parágrafos que
prevêem exceções a regra geral apresentada pelo caput.
a) Empregados agente ou viajante comercial – art. 651, §
1º:
§ 1º – Quando for parte no dissídioagente ou viajante comercial, acompetência será da Junta da localidadeem que a empresa tenha agência oufilial e a esta o empregado estejasubordinado e, na falta, serácompetente a Junta da localização emque o empregado tenha domicílio ou alocalidade mais próxima.
b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os
empregados brasileiros trabalhando no estrangeiro – art.
652, § 2º, CLT:
§ 2º – A competência das Juntas deConciliação e Julgamento, estabelecidaneste artigo, estende-se aos dissídiosocorridos em agência ou filial noestrangeiro, desde que o empregado seja
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brasileiro e não haja convençãointernacional dispondo em contrário.
Em regra, o empregado brasileiro que presta serviços no
exterior subordina-se as normas do direito material do país
onde está prestando serviços, conforme Súmula 207 do TST
(princípio da lex loci executionis). Pode, todavia, propor a
ação no Brasil, desde que não haja tratado internacional em
sentido contrário. Para alguns o foro será o sede ou filial
da empresa no Brasil ou do local da contratação antes do
empregado ir para o exterior.
Invocando lei material estrangeira, deverá provar a sua
vigência, conforme previsto no CPC.
Súmula 207, TST. A relação jurídicatrabalhista é regida pelas leisvigentes no país da prestação deserviço e não por aquelas do local dacontratação.
c) Empregador que promove realização de atividade fora do
lugar do contrato – art. 651, § 3º:§ 3º – Em se tratando de empregador quepromova realização de atividades forado lugar do contrato de trabalho, éassegurado ao empregado apresentarreclamação no foro da celebração docontrato ou no da prestação dosrespectivos serviços.
São exemplos, as companhias teatrais ou circos. A regra
do § 3º, do art. 651, aplica-se também aos motoristas de
ônibus, contratados em Curitiba, para fazer a linha Curitiba
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
– Recife. Estes poderão propor a ação tanto em Curitiba como
em Recife.
2.2 CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
No processo do trabalho, a competência territorial pode
sofrer prorrogação legal ou voluntária tácita.
a) Prorrogação Legal: mudança operada em virtude de
conexão, ou continência. A lei atribui competência a um órgão
jurisdicional quando ele normalmente não a teria, objetivando
evitar decisões conflitantes entre dois órgãos distintos.
Diante do fenômeno da conexão ou continência aplica-se,
subsidiariamente, o CPC, artigos 105 e 106:
Art. 105. Havendo conexão oucontinência, o juiz, de ofício ou arequerimento de qualquer das partes,pode ordenar a reunião de açõespropostas em separado, a fim de quesejam decididas simultaneamente.Art. 106. Correndo em separado açõesconexas perante juízes que têm a mesmacompetência territorial, considera-seprevento aquele que despachou emprimeiro lugar.
Apesar da norma prevista pelo artigo 106, no processo do
trabalho a prevenção é fixada em razão da distribuição e não
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
do despacho, pois não há um despacho inicial ordenando a
citação do réu, o que é feito automaticamente.
b) Prorrogação voluntária tácita: Como a competência em
razão do lugar é relativa, não havendo, no momento oportuno,
a argüição de incompetência territorial por parte do réu,
prorroga-se a competência territorial para aquele Juízo que
originariamente não a teria. Portanto, o réu deverá
apresentar na primeira audiência a exceção de incompetência,
sob pena de ser prorrogada e o juízo tornar-se competente
para julgar a demanda.
No processo do trabalho em regra não é admitido foro de
eleição (que seria hipótese de prorrogação de competência
expressa), porque as normas de fixação de competência são de
ordem pública, ditadas no interesse do empregado.
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3. TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO
SUMÁRIO até 2 salários mínimos PROCEDIMENTO
COMUM SUMARÍSSIMO 2 a 40 salários mínimos
ORDINÁRIO mais de 40 sal. mínimos
O rito do processo é estabelecido em função do valor da lide.
Observação: o salário mínimo é nacional e corresponde a R$
678,00.
SUMÁRIO
Lei 5.584/70
DISPOSITIVOS LEGAIS SUMARÍSSIMO Artigo 852-A e ss,
CLT
ORDINÁRIO
Artigo 837 e ss, CLT
3.1 PROCEDIMENTO SUMÁRIO
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O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70,
tem a finalidade de garantir maior celeridade aos processos
trabalhistas cujo valor não ultrapasse dois salários mínimos.
Estas causas trabalhistas, também chamadas de “causas de
alçada”, possuem uma característica relevante determinada
pelo artigo 2°, §4° desta Lei.
Nenhum recurso é cabível da decisão proferida nas causas
que seguem o rito sumário, EXCETO se versar sobre matéria
constitucional, caso em que caberá a interposição de recurso
extraordinário para apreciação pelo STF.
§ 4º. Salvo se versarem sobre matériaconstitucional, nenhum recurso caberádas sentenças proferidas nos dissídiosda alçada a que se refere o parágrafoanterior, considerado, para esse fim, ovalor do salário mínimo à data doajuizamento da ação.
Observe que a possibilidade de interposição de recurso
extraordinário se dá por força da disposição constitucional,
estabelecida no artigo 102, III, segundo o qual compete ao
STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
decididas em única ou última instância. Portanto, as decisões
proferidas nas causas trabalhistas que não ultrapassem dois
salários não cabem nenhum recurso trabalhista, uma vez que o
STF não é um órgão da Justiça do Trabalho.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Corroborando a disposição deste §4, tem-se a súmula 640
do STF:
É cabível recurso extraordinário contradecisão proferida por juiz de primeirograu nas causas de alçada, ou por turmarecursal de juizado especial cível ecriminal.
Note que a promulgação da Constituição é posterior a
referida Lei. O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
(art. 5º, LV, CF), bem como o impedimento da vinculação do
salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV, CF), gerou
dúvidas quanto a constitucionalidade do §4º, art. 2º desta
Lei. O entendimento do TST, proferido através da súmula 356,
afirma que a norma foi recepcionada pela Constituição.
Sinteticamente, a fundamentação da súmula sustenta que o
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição não é um princípio
constitucional, ademais o contraditório e a ampla defesa
podem ser exercidos em uma única instância. E, em relação ao
salário mínimo, a intenção do legislador era de vedar a
utilização do mesmo como critério de reajustes dos salários
daqueles empregados que percebem mais do que o mínimo legal.
Nada impede que o salário mínimo seja utilizado como base
para a fixação do rito do processo, inclusive a Lei 9.957/00
que incluiu o rito sumaríssimo no processo do trabalho, tem o
salário mínimo como base, fato que reforça o entendimento do
TST.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 356. O artigo 2°, §4°, da Lei n.5.584, de 26.6.1970 foi recepcionadopela CF/88, sendo lícita a fixação dovalor da alçada com base no saláriomínimo.
O artigo 4º desta Lei também traz uma informação
importante, pois autoriza o juiz a impulsionar o processo ex
officio, desde que os empregados ou empregadores reclamarem
pessoalmente.
Art. 4º. Nos dissídios de alçadaexclusivos das Juntas naqueles em queos empregados ou empregadoresreclamarem pessoalmente, o processopoderá ser impulsionado de ofício pelojuiz.
Por fim, faz-se necessária a análise da súmula 303, TST:
Súmula 303. I - Em dissídio individual,está sujeita ao duplo grau dejurisdição, mesmo na vigência daCF/1988, decisão contrária à FazendaPública, salvo: a) quando a condenaçãonão ultrapassar o valor correspondentea 60 (sessenta) salários mínimos; b)quando a decisão estiver em consonânciacom decisão plenária do SupremoTribunal Federal ou com súmula ouorientação jurisprudencial do TribunalSuperior do Trabalho.
Influenciada pela nova redação do artigo 475 do CPC, a
referida súmula resolve que “não há remessa necessária nas
causas de valor até 60 salários mínimos. Logo, na esteira da
súmula 303, TST, não se mostra incompatível a adoção do
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
procedimento sumário nas causas em que figurem entes
públicos, desde que o valor da causa seja igual ou inferior a
2 salários mínimos. A razão é simples: não há vedação legal
expressa, tal como ocorre com o procedimento sumaríssimo
(art. 852-A, § único, CLT).”1
A súmula possui mais dois incisos, que apresentam duas
exceções em relação a dispensa da remessa necessária.
II - Em ação rescisória, a decisãoproferida pelo juízo de primeiro grauestá sujeita ao duplo grau dejurisdição obrigatório quandodesfavorável ao ente público, excetonas hipóteses das alíneas "a" e "b" doinciso anterior.
Tratando-se de decisão desfavorável ao ente público, na
ação rescisória, é obrigatório o reexame necessário pelo
Tribunal Regional do Trabalho jurisdicionalmente competente.
III - Em mandado de segurança, somentecabe remessa ex officio se, na relaçãoprocessual, figurar pessoa jurídica dedireito público como parte prejudicadapela concessão da ordem. Tal situaçãonão ocorre na hipótese de figurar nofeito como impetrante e terceirointeressado pessoa de direito privado,ressalvada a hipótese de matériaadministrativa.
1 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7.ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 299.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A exceção prevista neste inciso exige dois requisitos: o
ato contra o qual se insurge deve ter causado algum prejuízo
ao ente público; a discussão de matéria administrativa no
mandado de segurança.
Não há legislação específica quanto ao procedimento da
audiência no procedimento sumário, portanto, aplica-se,
subsidiariamente, as normas do procedimento ordinário.
3.2 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
A Lei nº 9.957, de 12 de janeiro de 2000, trouxe uma
série de alterações no texto da Consolidação das Leis do
Trabalho, com a inserção dos seguintes artigos: 852-A até
852-I, CLT, 895, § 1º, I e II, CLT e § 2º, 896, CLT, § 6º,
897-A, CLT. O procedimento sumaríssimo, assim como o
procedimento sumário, visa a celeridade e economia
processual.
Art. 852-A, CLT. Os dissídiosindividuais cujo valor não exceda aquarenta vezes o salário mínimo vigentena data do ajuizamento da reclamaçãoficam submetidos ao procedimentosumaríssimo.Parágrafo único. Estão excluídas doprocedimento sumaríssimo as demandas emque é parte a Administração Públicadireta, autárquica e fundacional.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A compreensão da exceção prevista no § único exige o
domine a idéia de administração pública direta e
administração pública indireta.
Verifique o seu conhecimento em relação a este assunto
através do exercício:
( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a
administração indireta.
( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a
administração direta.
( ) O procedimento sumaríssimo é aplicado na
administração indireta.
A administração pública federal está prevista no
Decreto-Lei 200/67, no artigo 4 º:Art. 4º. A administração federalcompreende:I - a administração direta, que seconstitui dos serviços integrados naestrutura administrativa da Presidênciada República e dos ministérios;II - a administração indireta, quecompreende as seguintes categorias deentidades, dotadas de personalidadejurídica própria:a) autarquias;b) empresas públicas;c) sociedades de economia mista;d) fundações públicas.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A administração direta, portanto, abrange o poder
executivo da União, dos Estados e dos Municípios e as
demandas, em que figurarem, seguirão o procedimento ordinário
ou sumário.
Já a administração indireta abarca quatro entidades,
dentre estas estão excluídas da exceção prevista pelo artigo
a sociedade de economia mista e a empresa pública. Isto
ocorre porque estas entidades exploram a atividade econômica,
de modo que não seria lógico gozarem dos benefícios
concedidos a administração pública no exercício de funções
públicas, ocasionaria uma desigualdade de mercado em relação
aos particulares. Conclui-se que a sociedade de economia
mista e a empresa pública equiparam-se ao particular.
O professor Bittencourt, com maestria, leciona que
“sociedades de economia mista e empresas públicas são pessoas
jurídicas de direito privado cuja criação é autorizada por
lei específica (art. 37, XIX, CF), submetidas ao controle
estatal, com vinculação aos fins definidos na lei
instituidora, para exercer atividade econômica, seja para
intervenção do Estado no domínio econômico (art. 173, CF),
seja para prestação de serviço público (art. 175, CF).”2
2 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008. p. 62.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradasno procedimento sumaríssimo:I - o pedido deverá ser certo oudeterminado e indicará o valorcorrespondente;II - não se fará citação por edital,incumbindo ao autor a correta indicaçãodo nome e endereço do reclamado;III - a apreciação da reclamação deveráocorrer no prazo máximo de quinze diasdo seu ajuizamento, podendo constar depauta especial, se necessário, deacordo com o movimento judiciário daJunta de Conciliação e Julgamento.§ 1º O não atendimento, peloreclamante, do disposto nos incisos I eII deste artigo importará noarquivamento da reclamação e condenaçãoao pagamento de custas sobre o valor dacausa.§ 2º As partes e advogados comunicarãoao juízo as mudanças de endereçoocorridas no curso do processo,reputando-se eficazes as intimaçõesenviadas ao local anteriormenteindicado, na ausência de comunicação.
No procedimento sumaríssimo é fundamental que os pedidos
formulados sejam líquidos. Cada pedido do reclamante deverá
especificar qual é o valor requerido, sob pena de
arquivamento da reclamatória trabalhista. Também resultará o
arquivamento do processo, se o reclamante não fornecer o
endereço correto do reclamado, tendo em vista que é vedada a
citação por edital neste procedimento.
Art. 852-C. As demandas sujeitas a ritosumaríssimo serão instruídas e julgadasem audiência única, sob a direção de
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
juiz presidente ou substituto, quepoderá ser convocado para atuarsimultaneamente com o titular.
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juizesclarecerá as partes presentes sobreas vantagens da conciliação e usará osmeios adequados de persuasão para asolução conciliatória do litígio, emqualquer fase da audiência.
Art. 852-H. Todas as provas serãoproduzidas na audiência de instrução ejulgamento, ainda que não requeridaspreviamente.§ 1º Sobre os documentos apresentadospor uma das partes manifestar-se-áimediatamente a parte contrária, seminterrupção da audiência, salvoabsoluta impossibilidade, a critério dojuiz.§ 2º As testemunhas, até o máximo deduas para cada parte, comparecerão àaudiência de instrução e julgamentoindependentemente de intimação.§ 3º Só será deferida intimação detestemunha que, comprovadamenteconvidada, deixar de comparecer. Nãocomparecendo a testemunha intimada, ojuiz poderá determinar sua imediatacondução coercitiva. § 4º Somente quando a prova do fato oexigir, ou for legalmente imposta, serádeferida prova técnica, incumbindo aojuiz, desde logo, fixar o prazo, oobjeto da perícia e nomear perito. § 5º (VETADO)§ 6º As partes serão intimadas amanifestar-se sobre o laudo, no prazocomum de cinco dias.§ 7º Interrompida a audiência, o seuprosseguimento e a solução do processodar-se-ão no prazo máximo de trintadias, salvo motivo relevantejustificado nos autos pelo juiz dacausa.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O procedimento sumaríssimo caracteriza-se pela audiência
una, ou seja, todos os atos da audiência inicial, bem como os
de instrução e julgamento, realizar-se-ão em uma audiência.
As partes devem observar o limite máximo de duas
testemunhas, as quais deverão comparecer espontaneamente na
audiência. Caso a testemunha não se apresente, o juiz só
determinará a intimação da mesma, diante da apresentação do
convite. Se porventura, após a intimação a testemunha não
compareça na audiência, será ordenada a condução coercitiva e
o pagamento de multa.
O artigo 852-E, CLT instrui que o juiz detém a faculdade
de realizar a tentativa conciliatória em qualquer momento da
audiência.
1. Tentativa
conciliatória
AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não
for dispensada)
PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado
SUMARÍSSIMO 4. Impugnação aos documentos *
5. Depoimento das partes
6. Oitiva das testemunhas
peritos e técnicos
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
7. Razões Finais
8. Sentença
* Impugnação aos documentos: a audiência una obriga o
reclamante a impugnar todos os documentos apresentados pelo
reclamado oralmente naquela sessão.
3.3 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
No procedimento ordinário, a audiência pode ser una ou
até tripartida, da seguinte maneira: “audiência de
conciliação” ou “inicial”, “audiência de instrução” e
“audiência de julgamento”, cujas normas do rito ordinário
estão dispostas nos artigos 837 ao 852 da CLT.
1. Primeira tentativa
conciliatória
AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não
for dispensada)
PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado
ORDINÁRIO 4. Depoimento das partes
5. Oitiva das
testemunhas, peritos e técnicos
6. Razões finais
7. Segunda tentativa
conciliatória
8. Sentença
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
→ Primeira tentativa conciliatória
Aberta a sessão, o juiz deverá conciliar as partes. Além
desta, o juiz antes de proferir a sentença, logo após as
razões finais fará a segunda tentativa conciliatória. Ambas
são obrigatórias e devem ser propostas nos momentos legais
mencionados, em face dos artigos 846 e 850, CLT,
respectivamente.
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz oupresidente proporá a conciliação.§ 1º Se houver acordo lavrar-se-átermo, assinado pelo presidente e peloslitigantes, consignando-se o prazo edemais condições para seu cumprimento. § 2º Entre as condições a que se refereo parágrafo anterior, poderá serestabelecida a de ficar a parte que nãocumprir o acordo obrigada a satisfazerintegralmente o pedido ou pagar umaindenização convencionada, sem prejuízodo cumprimento do acordo.
Art. 850. Terminada a instrução,poderão as partes aduzir razões finais,em prazo não excedente de 10 (dez)minutos para cada uma. Em seguida, ojuiz ou presidente renovará a propostade Conciliação, e não se realizandoesta, será proferida a decisão.Parágrafo único. O Presidente da Junta,após propor a solução do dissídio,tomará os votos dos Juízes classistase, havendo divergência entre estes,poderá desempatar ou proferir decisãoque melhor atenda ao cumprimento da leie ao justo equilíbrio entre os votosdivergentes e ao interesse social.
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
→ Resposta do reclamado
O reclamado sempre oferecerá a sua defesa na audiência
para a qual foi notificado. Há três modalidades de resposta
que o reclamado poderá apresentar em juízo: contestação,
exceção e reconvenção (art. 297, CPC).
As espécies de resposta do réu serão analisadas no
decorrer do curso. Por ora, basta mencionar que é comum
apresentar ao juiz do trabalho a contestação/exceção escrita.
No entanto, destaca-se que é direito do reclamado aduzir a
sua defesa oralmente no prazo de 20 minutos.
Art. 847. Não havendo acordo, oreclamado terá vinte minutos paraaduzir sua defesa, após a leitura dareclamação, quando esta não fordispensada por ambas as partes. Art. 849. A audiência de julgamentoserá contínua; mas, se não forpossível, por motivo de força maior,concluí-la no mesmo dia, o juiz oupresidente marcará a sua continuaçãopara a primeira desimpedida,independentemente de nova notificação.
→ Depoimento das partes
O depoimento das partes dá início a audiência de
instrução e julgamento, quando o ato for fracionado. A
finalidade do depoimento pessoal é extrair da outra parte a
sua confissão. Portanto, é direito do reclamante o depoimento
pessoal do reclamado e vice-versa, de forma que o depoimento
pessoal do reclamado só pode ser dispensado pelo reclamante,
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
assim como o depoimento pessoal do reclamante só poderá ser
dispensado pelo reclamado.
A reclamante dará o seu depoimento pessoal e, em
seguida, o reclamado.
→ Oitiva de testemunhas peritos e técnicos
As partes devem respeitar o limite de três testemunhas,
SALVO quando se tratar de inquérito de apuração de falta
grave em que o limite é de seis testemunhas para cada uma das
partes.
A testemunha que não comparecer na data da audiência
será intimada de ofício ou a requerimento da parte, sendo
possível a sua condução coercitiva.
Art. 821. Cada uma das partes nãopoderá indicar mais de 3 (três)testemunhas, salvo quando se tratar deinquérito, caso em que esse númeropoderá ser elevado a 6 (seis).
Art. 825. As testemunhas comparecerão àaudiência independentemente denotificação ou intimação.Parágrafo único. As que nãocomparecerem serão intimadas, exofficio ou a requerimento da parte,ficando sujeitas a condução coercitiva,além das penalidades do Art. 730, caso,sem motivo justificado, não atendam àintimação.
Não confunda: no procedimento sumaríssimo, o juiz só ordenará
a intimação de testemunha se restar comprovado o convite. Já
31
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
no procedimento ordinário, não há a exigência deste
requisito.
LIMITE DE SUMARÍSSIMO 2
TESTEMUNHAS
TESTEMUNHAS ORDINÁRIO 3
TESTEMUNHAS
INQUÉRITO
6 TESTEMUNHAS
→ Razões finais, 2ª tentativa conciliatória e sentença
Após a oitiva das testemunhas, peritos e técnicos,
finaliza-se a instrução do processo. Neste momento é direito
das partes apresentar suas razões finais no prazo máximo de
10 minutos para cada uma das partes. Em seguida o juiz
proporá a segunda tentativa conciliatória e, caso esta reste
infrutífera, proferirá sua decisão.
A eventual conciliação entre as partes não obrigará o
juiz a homologar o acordo celebrado, uma vez que a
homologação de acordo é uma faculdade do juiz. Súmula 418. A concessão de liminar ou ahomologação de acordo constituemfaculdade do juiz, inexistindo direitolíquido e certo tutelável pela via domandado de segurança.
32
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A homologação do juiz de um acordo celebrado na Justiça
do Trabalho dá origem a sentença homologatória de acordo, que
transita em julgado na data da homologação e,
conseqüentemente, é irrecorrível para as partes . Somente a
União é que poderá recorrer desta sentença, por meio do
recurso ordinário, cuja matéria versará exclusivamente em
relação as contribuições previdenciárias. Art. 831. A decisão será proferidadepois de rejeitadas pelas partes aproposta de conciliação.Parágrafo único. No caso deconciliação, o termo que for lavradovalerá como decisão irrecorrível, salvopara a Previdência Social quanto àscontribuições que lhe forem devidas.
Súmula 100, inciso V. O acordohomologado judicialmente tem força dedecisão irrecorrível, na forma do art.831 da CLT. Assim sendo, o termoconciliatório transita em julgado nadata da sua homologação judicial.
Nota: apesar de constar no texto legal que a Previdência
Social poderá recorrer desta sentença, desde 2007, a União
que é parte neste processo, em virtude da Lei 11.457/07 (Lei
da Super Receita), que unificou a arrecadação e fiscalização
dos tributos da antiga Receita Federal e contribuições da
Previdência Social.
3.3.1 COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
33
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O escopo da comissão de conciliação prévia é a
realização de acordo extrajudicial entre as partes
conflitantes. A CCP é competente para conciliar apenas os
conflitos individuais do trabalho.
Possuem formação paritária, sendo que metade dos seus
membros são indicados pelo empregador e a outra metade é
eleita pelos empregadores e pode ser constituída no âmbito da
empresa ou do sindicato. Apenas os empregados eleitos são
detentores de estabilidade, que lhe é garantida até um ano
após o término do mandato, exceto diante de falta grave.
Art. 625-A. As empresas e os sindicatospodem instituir Comissões deConciliação Prévia, de composiçãoparitária, com representantes dosempregados e dos empregadores, com aatribuição de tentar conciliar osconflitos individuais do trabalho.Parágrafo único. As Comissões referidasno caput deste artigo poderão serconstituídas por grupos de empresas outer caráter intersindical.Art. 625-B. A Comissão instituída noâmbito da empresa será composta de, nomínimo, dois e, no máximo, dez membros,e observará as seguintes normas:I - a metade de seus membros seráindicada pelo empregador e a outrametade eleita pelos empregados, emescrutínio secreto, fiscalizado pelosindicato da categoria profissional;II - haverá na Comissão tantossuplentes quantos forem osrepresentantes titulares;III - o mandato dos seus membros,titulares e suplentes, é de um ano,permitida uma recondução.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membrosda Comissão de Conciliação Prévia,titulares e suplentes, até um ano apóso final do mandato, salvo se cometeremfalta grave, nos termos da lei.§ 2º O representante dos empregadosdesenvolverá seu trabalho normal naempresa, afastando-se de suasatividades apenas quando convocado paraatuar como conciliador, sendo computadocomo tempo de trabalho efetivo odespendido nessa atividade.
Art. 625-C. A Comissão instituída noâmbito do sindicato terá suaconstituição e normas de funcionamentodefinidas em convenção ou acordocoletivo.
A passagem pela comissão de conciliação prévia era
obrigatória, segundo a disposição do artigo 625-D, CLT. O
reclamante não tinha acesso a Justiça do Trabalho sem a
submissão preliminar a comissão de conciliação prévia.
Recentemente o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em
duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI
2160), a fim de restringir a aplicabilidade deste artigo da
CLT. O STF reputou caracterizada a ofensa ao princípio do
livre acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Portanto
concedeu liminar, por maioria de votos, com o objetivo de
suspender a obrigatoriedade de submissão da lide à comissão
de conciliação prévia.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
CONCLUSÃO: o caput do artigo 625-D, CLT está suspenso, por
força da liminar concedida, de modo que a passagem pela
comissão de conciliação prévia é facultativa.
→ Para informações sobre a ADI 2139 e a ADI 2160:
informativo nº 546 STF.
Art. 625-D. Qualquer demanda denatureza trabalhista será submetida àComissão de Conciliação Prévia se, nalocalidade da prestação de serviços,houver sido instituída a Comissão noâmbito da empresa ou do sindicato dacategoria.§ 1º. A demanda será formulada porescrito ou reduzida a termo porqualquer dos membros da Comissão, sendoentregue cópia datada e assinada pelomembro aos interessados.§ 2º. Não prosperando a conciliação,será fornecida ao empregado e aoempregador declaração da tentativaconciliatória frustrada com a descriçãode seu objeto, firmada pelos membros daComissão, que deverá ser juntada àeventual reclamação trabalhista.§ 3º. Em caso de motivo relevante queimpossibilite a observância doprocedimento previsto no caput desteartigo, será a circunstância declaradana petição inicial da ação intentadaperante a Justiça do Trabalho.§ 4º. Caso exista, na mesma localidadee para a mesma categoria, Comissão deempresa e Comissão sindical, ointeressado optará por uma delas parasubmeter a sua demanda, sendocompetente aquela que primeiro conhecerdo pedido.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A CCP possui o prazo de 10 dias para realizar a sessão
conciliatória, a partir da data de entrada do processo.
Durante este lapso temporal, o prazo prescricional do
reclamante será suspenso. Note que o prazo volta a ser
contado, após os 10 dias, independente da realização da
sessão conciliatória. Diante disso, o reclamante possui a
faculdade de requerer uma declaração de tentativa
conciliatória frustrada ou de aguardar a realização da
sessão. Esta declaração de tentativa conciliatória frustrada
também é fornecida quando, realizada a sessão, esta resta
infrutífera (art. 625-D, § 2, CLT).
Mas se as partes acordarem, a CCP lavrará o termo do
acordo, o qual constituíra um título executivo extrajudicial.
Este título, proveniente do acordo celebrado na CCP, tem
EFICÁCIA LIBERATÓRIA GERAL, ou seja, dá quitação ao contrato
de trabalho como um todo. Logo, impede que o reclamante
ingresse com nova reclamação na Justiça do Trabalho. Somente
diante de ressalvas expressas no acordo é que seria possível
ingressar com uma RT, que estaria restrita a matéria
ressalvada, tendo em vista que o restante encontra-se quitado
pelo acordo celebrado.Art. 625-E. Aceita a conciliação, serálavrado termo assinado pelo empregado,pelo empregador ou seu preposto e pelosmembros da Comissão, fornecendo-secópia às partes.Parágrafo único. O termo de conciliaçãoé título executivo extrajudicial e teráeficácia liberatória geral, exceto
37
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
quanto às parcelas expressamenteressalvadas.Art. 625-F. As Comissões de ConciliaçãoPrévia têm prazo de dez dias para arealização da sessão de tentativa deconciliação a partir da provocação dointeressado.Parágrafo único. Esgotado o prazo sem arealização da sessão, será fornecida,no último dia do prazo, a declaração aque se refere o § 2ºdo Art. 625-D.Art.625-G. O prazo prescricional serásuspenso a partir da provocação daComissão de Conciliação Prévia,recomeçando a fluir, pelo que lheresta, a partir da tentativa frustradade conciliação ou do esgotamento doprazo previsto no Art. 625-F.
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
AcordoNão há acordo
Título Executivo Extrajudicial Declaração de tentativa
(art.876, CLT)Conciliatória frustrada
Eficácia liberatória geral: dáquitação ao contrato de trabalho, exceto
38
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
3.3.2 COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA
O não comparecimento do reclamante na audiência inicial
gerará o arquivamento da reclamatória. E, se o reclamante der
causa ao segundo arquivamento do processo em razão do não
comparecimento, perderá o direito de ingressar com nova ação
pelo período de seis meses.
O não comparecimento do reclamado importará na revelia e
na confissão ficta, ou seja, é uma confissão presumida e não
uma confissão real. Caso o reclamante não compareça na
audiência em prosseguimento (instrução e julgamento)
acarretará a confissão ficta, conforme os ensinamentos da
súmula 74, TST.
Obs: se o reclamante apresentar uma RT verbal ao distribuidor
e não comparecer à Vara do Trabalho para reduzir a termo,
mesmo que seja a primeira vez que o fato tenha ocorrido, será
impedido de ingressar com nova ação por seis meses (art. 731,
CLT).Art. 844. O não comparecimento doreclamante à audiência importa oarquivamento da reclamação, e o nãocomparecimento do reclamado importarevelia, além de confissão quanto àmatéria de fato.
39
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto,motivo relevante, poderá o presidentesuspender o julgamento, designando novaaudiência.
Súmula 74. I - Aplica-se a pena deconfissão à parte que, expressamenteintimada com aquela comunicação, nãocomparecer à audiência emprosseguimento, na qual deveria depor. II - A prova pré-constituída nos autospode ser levada em conta para confrontocom a confissão ficta (art. 400, I,CPC), não implicando cerceamento dedefesa o indeferimento de provasposteriores.
Note que as situações apresentadas acima referem-se as
conseqüências do não comparecimento das partes, quadro
totalmente distinto daqueles em que as partes se fazem
substituir na audiência.
O reclamante será escusado do comparecimento em
audiência somente por causa de doença ou outro motivo
poderoso e será representado pelo sindicato ou outro
empregado da mesma profissão. Já o reclamado pode ser
substituído sempre pelo gerente ou qualquer outro preposto, é
uma faculdade legal do reclamado. Art. 843. Na audiência de julgamentodeverão estar presentes o reclamante eo reclamado, independente docomparecimento de seus representantes,salvo nos casos de ReclamatóriasPlúrimas ou Ações de cumprimento,quando os empregados poderão fazer-serepresentar pelo Sindicato de suacategoria.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§ 1º. É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualqueroutro preposto que tenha conhecimentodo fato, e cujas declarações obrigarãoo proponente.§ 2º. Se por doença ou qualquer outromotivo poderoso, devidamentecomprovado, não for possível aoempregado comparecer pessoalmente,poderá fazer-se representar por outroempregado que pertença à mesmaprofissão, ou pelo seu sindicato.
O preposto deverá estar com a carta de preposição e suas
declarações obrigarão o proponente. Além disso, a súmula 377,
TST exige que este seja empregado do reclamado, excetuando-se
desta exigência o micro e pequeno empresário, que poderá ser
substituído por qualquer terceiro que tenha conhecimento dos
fatos; e as reclamações de domésticas, nas quais o reclamado
poderá ser substituído por outro membro família.
Súmula 377. Exceto quanto à reclamaçãode empregado doméstico, ou contra omicro e pequeno empresário, o prepostodeve ser necessariamente empregado doreclamado. Inteligência do art. 843, §1º, da CLT e do art. 54 da LeiComplementar nº 123, de 14 de dezembrode 2006.
Quando Por quemRECLAMANTE Em caso de doença,
ou outro motivopoderoso.
Por outro empregadoda mesma profissãoou pelo sindicato.
RECLAMADO Gerente ou outropreposto. Será
41
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Sempre necessariamenteempregado daempresa, salvo oscasos previstosSúmula 377, TST.
3.3.3 ATOS, PRAZOS E TERMOS
CITAÇÃO X INTIMAÇÃO
É o ato pelo qual se chama a juízo É o ato
pelo qual se dá ciência a
o réu ou o interessado a fim de se alguém
dos atos e termos do
defender (art. 213, CPC)
processo, para que faça ou deixe
de fazer alguma coisa (art. 234, CPC).
Observe que a CLT utiliza o vocábulo “notificação” ora
como sinônimo de citação, ora como sinônimo de intimação.
A notificação postal é a regra no processo do trabalho.
O reclamante ajuíza a reclamatória trabalhista perante a
Justiça do Trabalho, esta será distribuída para uma Vara do
Trabalho. A partir do momento em que a petição inicial foi
recebida, o escrivão possui um prazo de 48 horas para enviar
uma notificação postal ao reclamado, na qual constará a
42
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
segunda via da RT, bem como a data de audiência para a
apresentação de defesa.
Art. 841. Recebida e protocolada areclamação, o escrivão ou chefe desecretaria, dentro de 48 (quarenta eoito) horas, remeterá a segunda via dapetição, ou do termo, ao reclamado,notificando-o ao mesmo tempo, paracomparecer à audiência de julgamento,que será a primeira desimpedida, depoisde 5 (cinco) dias.§ 1º. A notificação será feita emregistro postal com franquia. Se oreclamado criar embaraços ao seurecebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, insertono jornal oficial ou no que publicar oexpediente forense, ou, na falta,afixado na sede da Junta ou Juízo.§ 2º. O reclamante será notificado noato da apresentação da reclamação ou naforma do parágrafo anterior.
A data da audiência será designada a partir de cinco
dias, contados somente após 48 horas do envio da notificação
postal, este prazo configura a 1ª desimpedida. A contagem do
prazo inicia-se depois de 48 horas, pois a partir deste
momento presume-se recebida a notificação postal pelo
reclamado, garantindo-lhe o prazo de cinco dias para a
elaboração de sua defesa.
A notificação por qualquer pessoa: empregados,
zeladores, pessoa com poderes, caixa postal.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 16, TST. Presume-se recebida anotificação 48 (quarenta e oito) horasdepois de sua postagem. O seu nãorecebimento ou a entrega após o decursodesse prazo constitui ônus de prova dodestinatário.
Verifique o esquema com todas as fases para facilitar a
memorização:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
distribuição
VARA DO TRABALHO
48 horas
NOTIFICAÇÃO POSTAL
48 horas
PRESUNÇÃO DE RECEBIMENTO
5 dias – 1ª DESIMPEDIDA
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
AUDIÊNCIA(apresentação de defesa)
Atenção: em relação aos prazos existem vários dispositivos
relevantes!
A súmula 1 do TST afirma que se o reclamado for intimado
na sexta-feira a contagem do prazo iniciará no próximo dia
útil (por exemplo, segunda-feira, salvo se não houver
expediente).
Súmula 1. Quando a intimação tiverlugar na sexta-feira, ou a publicaçãocom efeito de intimação for feita nessedia, o prazo judicial será contado dasegunda-feira imediata, inclusive,salvo se não houver expediente, caso emque fluirá do dia útil que se seguir.
A súmula 262 do TST também se refere ao início da
contagem de prazo, no entanto quando a intimação é realizada
no sábado. Nestes casos, entende o TST que a intimação será
considerada realizada no próximo dia útil (segunda-feira, por
exemplo) e que, diante disso, o prazo começa a fluir no dia
seguinte (terça-feira, por exemplo).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 262. I - Intimada ou notificadaa parte no sábado, o início do prazo sedará no primeiro dia útil imediato e acontagem, no subseqüente. II - O recesso forense e as fériascoletivas dos Ministros do TribunalSuperior do Trabalho (art. 177, § 1º,do RITST) suspendem os prazosrecursais.
A OJ 310 da SDI – I do TST traz importante norma em
relação aos prazos processuais. O processo do trabalho admite
o litisconsórcio, isto é, a pluralidade de litigantes no pólo
da lide. Também é permitido que os litisconsortes possuam
procuradores diferentes, contudo não gozaram do benefício de
ter seus prazos contados em dobro como ocorre no processo
civil, posto que é contrário ao princípio da celeridade
processual. OJ 310, SDI – 1, TST. A regra contidano art. 191 do CPC é inaplicável aoprocesso do trabalho, em face de suaincompatibilidade com o princípio daceleridade inerente ao processotrabalhista.
Apesar de o prazo ser simples para os litisconsortes com
procuradores diferentes no processo do trabalho, o mesmo não
se aplica a Fazenda Pública, pois quando esta for parte seu
prazo para contestar será quadruplicado e para recorrer será
dobrado.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 188, CPC. Computar-se-á emquádruplo o prazo para contestar e emdobro para recorrer quando a parte fora Fazenda Pública ou o MinistérioPúblico.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
4. PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
4.1 ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
A redação da Reclamatória Trabalhista sempre começará
pelo endereçamento, do mesmo modo que qualquer petição. Em
seguida, é fundamental a qualificação completa das partes,
lembre-se que é uma RT, logo é a peça que dará inicio ao
processo. O corpo, propriamente dito da RT, é formado pelos
seguintes tópicos: Preliminar de Mérito, Mérito, Pedidos,
Requerimentos Finais e Valor da Causa.
I. Preliminar de Mérito
RECLAMATÓRIA II. Mérito
TRABALHISTA III. Pedidos
IV. Requerimentos Finais
V. Valor da causa
PETIÇÃO INICIAL: Os requisitos fundamentais para a
elaboração da petição inicial trabalhista estão presentes
nos artigos 840 da CLT e 282 do CPC.
Reclamação Trabalhista escrita: art. 840, caput e §1°, da
CLT
Reclamação verbal: art. 840, caput e § 2°, da CLT
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia de uma RT no processo do trabalho. Esclarece-se que é
apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização, assim como
na produção de suas próprias peças.
Obs: o modelo foi redigido com espaços maiores e “pulando
linhas” apenas por motivos didáticos e para facilitar a
visualização, NÃO SE ACONSELHA PULAR LINHAS NO EXAME DE
ORDEM.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DOTRABALHO DE ________.
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil,
profissão, portador da Cédula de Identidade RG
nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº,
portador da CTPS nº, residente e domiciliado no
endereço completo, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com
escritório profissional no endereço completo, com
fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº,
estabelecida no endereço completo, pelas razões
de fato e de direito a seguir expostos.
I – PRELIMINAR DE MÉRITO
a) Comissão de Conciliação Prévia
b) Tramitação Preferencial do Feito: Idoso(art. 71, Lei 10741/2003)
c) Dissídio que verse exclusivamente sobresalário ou empregador falido: art. 652,§único, CLT
II – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vezque o mérito é dependente da proposta)
1. DO CONTRATO DE TRABALHO
O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no
dia ________ para exercer a função de _________,
a remuneração percebida era de _______ até a data
_________, quando foi dispensado sem justa causa
pelo Reclamado.
2. DO VÍNCULO DE EMPREGO
§1 Fato
§2 Fundamento
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§3 Pedido
ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda inicial)
3. DAS VERBAS RESCISÓRIAS
4. MULTA DO ART. 467, CLT
Nos termos deste artigo, o Reclamante
requer que o pagamento das verbas incontroversas
seja realizado em primeira audiência, sob pena da
incidência de multa de 50% sobre o valor
correspondente.
5. MULTA DO ART. 477, CLT
O Reclamado não respeitou o prazo para
pagamento das parcelas rescisórias previsto no
artigo 477, §6º da CLT. Diante deste fato, o
Reclamante requer a condenação do Reclamado ao
pagamento de multa no valor equivalente ao seu
salário, conforme o §8º do artigo 477 da CLT.
6. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
O Reclamante requer a incidência de
juros e correção monetária na forma da Lei.
7. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS
O Reclamante requer que as retenções
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
fiscais, bem como as contribuições
previdenciárias sejam calculadas na forma da Lei.
III – PEDIDOS
VI - REQUERIMENTOS FINAIS
O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da
Reclamada para apresentar resposta a presente
Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.
A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVAS em
direito admitidos, em especial o depoimento
pessoal do representante legal da Reclamada, sob
pena de confissão, oitiva de testemunhas, prova
pericial e juntada de novos documentos.
Por fim, requer a PROCEDÊNCIA da ação, e a
condenação da Reclamada em todos os pedidos
supra, acrescidos de juros e correção monetária.
Atribui-se a causa valor superior a 40
salários mínimos.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Nome do Advogado
OAB nº
52
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
4.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
I. ENDEREÇAMENTO
O endereçamento é uma análise da competência, tendo em
vista que diante de um caso concreto é necessário verificar a
qual órgão pertence a apreciação daquela lide. O artigo 651
da CLT afirma que a competência é fixada pelo local em que o
empregado presta serviços ao empregador, independente do
local de contratação. Art. 651. A competência das Juntas deConciliação e Julgamento é determinadapela localidade onde o empregado,reclamante ou reclamado, prestarserviços ao empregador, ainda que tenhasido contratado noutro local ou noestrangeiro.§ 1º. Quando for parte no dissídioagente ou viajante comercial, acompetência será da Junta da localidadeem que a empresa tenha agência oufilial e a esta o empregado estejasubordinado e, na falta, serácompetente a Junta da localização emque o empregado tenha domicílio ou alocalidade mais próxima.§ 2º. A competência das Juntas deConciliação e Julgamento, estabelecidaneste artigo, estende-se aos dissídiosocorridos em agência ou filial noestrangeiro, desde que o empregado sejabrasileiro e não haja convençãointernacional disposto em contrário.§ 3º. Em se tratado de empregador quepromove realização de atividades forado lugar do controle de trabalho, éassegurado ao empregado apresentar
53
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
reclamação no foro da celebração docontrato ou no da prestação dosrespectivos serviços.
Isto nos permite concluir que o endereçamento da RT é
simples, pois geralmente a competência é do juízo de 1º grau
da localidade onde o empregado prestava o serviço.
Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE
______________. → Local da prestação do serviço, se a
proposta não
informar deixar em
branco.
Não há vara
definida, pois não distribuição.
Observação: No caso da petição inicial, a maioria dos casos é
de competência do órgão de primeiro grau. No entanto, vale
ressaltar que algumas ações são de competência originária dos
Tribunais, por exemplo: dissídios coletivos, mandados de
segurança, ações rescisórias, habeas corpus, conflitos de
competência, etc.
O mandado de segurança sempre será impetrado perante as
instâncias superiores, salvo em um caso específico: quando o
MS for impetrado contra o ato de agentes fiscalizadores do
54
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Ministério do Trabalho, situação em que o MS será endereçado
ao juiz do trabalho.
II. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Normalmente, a prova da OAB não informa todos os dados
necessários para a qualificação completa das partes. Diante
disso, o examinando deverá utilizar o gênero destes dados
(ex: nacionalidade, estado civil, etc.). Não devem ser
inventados dados que não estejam na proposta, sob pena de
identificação de prova.
Exemplo:
NOME DO RECLAMANTE (completo e sem abreviações - caixa
alta), nacionalidade, estado civil, profissão (nota:
desempregado não é profissão), portador da Cédula de
Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o
nº, portador da CTPS nº, residente e domiciliado no
endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado adiante
assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório
profissional no endereço completo, com fulcro no artigo
840 da CLT, propor:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
em face de NOME DO RECLAMADO (completo e sem abreviações -
55
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
caixa alta), pessoa jurídica de direito privado (pessoa
física, fundação privada etc.), inscrita no CNPJ sob o nº,
estabelecida no endereço completo, pelas razões de fato e
de direito que passa a expor.
Observação: se porventura a ação trabalhista for proposta
contra a massa falida, a inicial deve revelar o nome do
síndico e o endereço onde receberá as notificações. Na
qualificação deve constar a razão social precedida da
expressão “Massa Falida”.
III. PRELIMINAR
A preliminar de mérito depende do caso concreto, logo
não serão todas as peças que deverão conter o tópico da
preliminar. Na RT existem três questões que devem ser
avaliadas a fim de determinar se há necessidade de abrir este
tópico na peça.
a) Comissão de Conciliação Prévia
Já foi abordado que a passagem pela CCP era obrigatória
em função do artigo 625-D, CLT. Contudo, recente concessão de
liminar do STF suspendeu a eficácia deste dispositivo, de
modo que a tentativa conciliatória pela CCP nada mais é do
que uma faculdade para o Reclamante.
Observe que, anteriormente, era imprescindível mencionar
a passagem do Reclamante pela CCP e que a tentativa
56
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
conciliatória foi frustrada, conforme a declaração em anexo.
No entanto, se a proposta fizer qualquer menção a CCP ou
ainda afirme que o cliente não deseja tentar a conciliação, é
fundamental que o examinando redija o tópico das
preliminares, explanando que o STF deferiu parcialmente
medidas cautelares em duas ações diretas de
inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160), de forma que a
passagem pela CCP é uma faculdade do autor. Exemplo:
III. PRELIMINAR DE MÉRITO
O Reclamante esclarece que não buscou a
conciliação com o Reclamado, por meio da CCP, tendo
em vista que esta é uma faculdade do autor, por
força da concessão de duas liminares do STF em face
à ADI 2139 e à ADI 2160, as quais suspenderam a
obrigatoriedade imposta pelo artigo 625-D, CLT.Este item deve ser elaborado de acordo com as
informações trazidas no problema, não sendo possível criar
fatos não constantes na prova.
b) TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO
TRAMITAÇÃO Idoso
PREFERENCIAL Dissídio sobre salário
57
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Dissídio originado pela
falência do empregador
Na Justiça do Trabalho é garantida uma tramitação mais
célere para os idosos, por força do Estatuto do Idoso (Lei
10.741/2003); para os dissídios que versem exclusivamente
sobre o pagamento de salário (art. 652, § único, CLT), em
razão do caráter alimentar da parcela e, por último, as
demandas derivadas da falência do empregador (art. 652, §
único, CLT).
Art. 71, Lei 10.741/2003. É asseguradaprioridade na tramitação dos processose procedimentos e na execução dos atose diligências judiciais em que figurecomo parte ou interveniente pessoa comidade igual ou superior a 60 (sessenta)anos, em qualquer instância.§ 1˚. O interessado na obtenção daprioridade a que alude este artigo,fazendo prova de sua idade, requererá obenefício à autoridade judiciáriacompetente para decidir o feito, quedeterminará as providências a seremcumpridas, anotando-se essacircunstância em local visível nosautos do processo.§ 2˚. A prioridade não cessará com amorte do beneficiado, estendendo-se emfavor do cônjuge supérstite,companheiro ou companheira, com uniãoestável, maior de 60 (sessenta) anos.§ 3˚. A prioridade se estende aosprocessos e procedimentos naAdministração Pública, empresasprestadoras de serviços públicos einstituições financeiras, aoatendimento preferencial junto à
58
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Defensoria Publica da União, dosEstados e do Distrito Federal emrelação aos Serviços de AssistênciaJudiciária.§ 4˚. Para o atendimento prioritárioserá garantido ao idoso o fácil acessoaos assentos e caixas, identificadoscom a destinação a idosos em localvisível e caracteres legíveis.
Art. 652, CLT. Compete às Juntas deConciliação e Julgamento:a) conciliar e julgar:I - os dissídios em que pretende oreconhecimento da estabilidade deempregado;II - os dissídios concernentes aremuneração, férias e indenizações pormotivo de rescisão do contratoindividual de trabalho;III - os dissídios resultantes decontratos de empreitadas em que oempreiteiro seja operário ou artífice;IV - os demais dissídios concernentesao contrato individual de trabalho;V -as ações entre trabalhadoresportuário e os operadores portuários ouo Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMOdecorrentes da relação do trabalho. b) processar e julgar os inquéritospara apuração de falta grave;c) julgar os embargos opostos às suaspróprias decisões;d) impor multas e demais penalidadesrelativas aos atos de sua competência;e) (Suprimida pelo DL-006.353-1944)Parágrafo único. Terão preferência parajulgamento os dissídios sobre pagamentode salário e aqueles que derivarem dafalência do empregador, podendo oPresidente da Junta, a pedido dointeressado, contrair processo emseparado, sempre que a reclamaçãotambém versar sobre outros assuntos.
IV. MÉRITO
59
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A CLT só faz referência aos fatos, mas estes, conjugados
com os fundamentos jurídicos, compõe o fator mais importante
da peça inicial: a causa de pedir.
Fatos + Fundamentos Jurídicos = Causa de Pedir
Desta forma, redija um tópico para cada questão do
problema, abordando o fato, o direito e o pedido. Demonstrar
a ligação entre o fato e o fundamento jurídico, que alicerça
o requerimento (pedido).
É aconselhável listar todos os pontos que serão
abordados na peça, com o intuito de apresentá-los em ordem
cronológica e da maneira mais lógica possível (primeiramente,
expor os pedidos principais e, logo após, os pedidos
acessórios). O ideal é ser claro e objetivo, limite-se as
informações essenciais.
Atenção: os fatos narrados não podem ser inventados, o
examinando está restrito as informações da proposta.
Na falta de dados o mais indicado é deixar um espaço
em branco, como no tópico DO CONTRATO DE TRABALHO.
A seguir serão abordados os principais aspectos dos
pedidos a serem realizados na reclamatória trabalhista.
a) CONTRATO DE TRABALHO
60
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Este é o primeiro tópico a ser abordado no mérito e
sempre deverá estar presente na RT, sendo necessário
relacionar as seguintes informações da relação jurídica
mantida pelas partes: data de admissão e dispensa, função
exercida e remuneração.
CONTRATO Admissão
DE TRABALHO Função
Salário
Demissão
O Reclamante foi admitido em 01 de dezembro
de 2004, para exercer a função de auxiliar
administrativo. Em 30 de novembro de 2006 foi dispensado
sem justa causa. Sua última remuneração foi equivalente
a R$ 600,00 (seiscentos reais).
É possível que a prova não traga todos estes dados ou
talvez não informe nenhum deles. Suponha que a proposta tenha
informado apenas a função do Reclamante, veja o exemplo:
O Reclamante foi admitido pelo
Reclamado no dia ________ para exercer a função de
61
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
auxiliar administrativo, a remuneração percebida era de
_______ até a data _________, quando foi dispensado sem
justa causa pelo Reclamado.
b) RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO
Sempre que o problema mencionar que o Reclamante foi
contratado como autônomo ou estagiário, etc, mas no decorrer
da proposta consta que o autor era subordinado e prestava o
serviço com habitualidade, é necessário pleitear o
reconhecimento do vínculo de emprego, bem como a anotação na
CTPS do Reclamante.
É indispensável que neste tópico estejam presentes os
arts. 2º e 3º da CLT, os quais caracterizam a relação de
emprego através da subordinação, habitualidade, pessoalidade
e contraprestação pelos serviços.
Exemplo:
A Reclamante foi admitida como diarista para
trabalhar na residência da Reclamada. Nos últimos dois
anos, a Reclamante laborava todos os dias da semana,
salvo os sábados e domingos. (Fato)
A Reclamante cumpria a jornada de trabalho diária
executando as ordens emitidas pela Reclamada,
62
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
demonstrando claramente a subordinação. Laborava de
segunda a sexta-feira e diante de qualquer imprevisto
não podia se fazer substituir por outra pessoa, nota-se
não só a habitualidade como também a pessoalidade deste
contrato de trabalho. Sua remuneração era paga
mensalmente pela Reclamada. Restam comprovados todos os
requisitos legais exigidos pelo artigo 3º da CLT.
(Fundamento)
Diante do exposto, requer o reconhecimento do
vínculo empregatício, com base nos artigos 2º e 3º da
CLT, bem como requer que a Reclamada seja compelida a
realizar as devidas anotações na CTPS da Reclamante, sob
pena da anotação ser realizada pela Secretaria desta
MM.ª Vara, conforme determina o artigo 39 e seus
parágrafos, da CLT. (Pedido)
Nota: repare que o exemplo possui três parágrafos, sendo que
o primeiro aborda, resumidamente, os fatos; o segundo abrange
a fundamentação jurídica e o último contém o pedido.
Estabeleça este padrão, pois facilitará a elaboração da peça,
além de economizar tempo no momento da prova.
c) RESPONSABILIDADE PATRONAL
63
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
São aquelas relações mais complexas que envolvem mais de
um empregador, logo é preciso analisar a situação do
empregador e a extensão da responsabilidade em relação aos
créditos trabalhistas.
Sucessão de
empregadores
RESPONSABILIDADE Grupo econômico
PATRONAL Terceirização
Empreitada e
Subempreitada
► Sucessão de empregadores
No Direito do Trabalho a sucessão não possui o mesmo
significado que nos demais ramos do Direito. Aqui, exprime a
idéia de substituição de empregadores.
Segundo os ensinamentos de Alice Monteiro de Barros, a
sucessão pressupõe os seguintes requisitos: “mudança na
estrutura jurídica ou na propriedade da empresa; continuidade
do ramo do negócio; continuidade dos contratos de trabalho
com a unidade econômica de produção e não com a pessoa
natural que a explora. Este último requisito não é
imprescindível para que haja sucessão, pois poderá ocorrer
que o empregador dispense seus empregados antes da
64
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
transferência da empresa, sem lhes pagar os direitos
sociais”.3
Os artigos 10 e 448 da CLT afirmam que a sucessão não
alterará os direitos adquiridos de seus empregados e que a
responsabilidade trabalhista é do sucessor. São normas
imperativas, portanto não cabe às partes a disposição destes
artigos, conforme a sua vontade individual.
Art. 10. Qualquer alteração naestrutura jurídica da empresa nãoafetará os direitos adquiridos por seusempregados.
Art. 448. A mudança na propriedade ouna estrutura jurídica da empresa nãoafetará os contratos de trabalhos dosrespectivos empregados.
A sucessão transfere para o sucessor todas as obrigações
decorrentes do contrato de trabalho, não há nenhuma
responsabilidade do sucedido. Diante disso, a RT deve ser
sempre proposta somente em face do sucessor.
Lembrete: caso o problema aborde a sucessão de bancos, a OJ
261 da SDI-1 expressa o entendimento do TST, que corrobora a
disposição dos artigos da CLT.
OJ 261, SDI – 1, TST. As obrigaçõestrabalhistas, inclusive as contraídas à
3 BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. rev eampl. São Paulo: Ltr, 2009. p. 390.
65
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
época em que os empregados trabalhavampara o banco sucedido, são deresponsabilidade do sucessor, uma vezque a este foram transferidos osativos, as agências, os direitos edeveres contratuais, caracterizandotípica sucessão trabalhista.
► Grupo econômico
A melhor definição de grupo econômico encontra-se no
artigo 2, §2º da CLT: “Sempre que uma ou mais empresas,
tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da
relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa
principal e cada uma das subordinadas.”
Grupo econômico é considerado um empregador único, logo
nada mais lógico do que sua responsabilidade ser solidária.
Inclusive, é possível que uma empresa componente do grupo
econômico responda com seu patrimônio uma execução
trabalhista, mesmo que não tenha sido sujeito passivo na RT.
Neste sentido, o TST editou a súmula 129, a qual afirma
que o trabalho prestado pelo empregado, durante a mesma
jornada, para mais de uma empresa do grupo econômico, não
gera duplo contrato de trabalho por se tratar de empregador
único, salvo disposição em contrário.
66
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 129. A prestação de serviços amais de uma empresa do mesmo grupoeconômico, durante a mesma jornada detrabalho, não caracteriza acoexistência de mais de um contrato detrabalho, salvo ajuste em contrário.
Nota: O grupo econômico de empresas rurais está previsto no
art. 3º, § 2º da Lei 5.889/73.
Assim, conclui-se que nas hipóteses em que restar
configurado o grupo econômico a RT deve ser proposta em face
de todas as empresas do grupo, requerendo a condenação
solidária destas empresas.
► Terceirização
A terceirização consiste em uma relação jurídica
triangular em que a empresa prestadora dos serviços realiza
determinado e específico serviço à empresa tomadora, podendo
ser lícita ou ilícita. A diferenciação entre a terceirização
lícita e a terceirização ilícita é muito importante, tendo em
vista que influenciará diretamente na responsabilidade da
empresa tomadora dos serviços.
Não há legislação específica acerca da terceirização, de
modo que o TST, por intermédio da Súmula 331, regulou esta
prática.
67
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
SÚMULA 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DESERVIÇOS. LEGALIDADE. I - A contratação de trabalhadores porempresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomadordos serviços, salvo no caso de trabalhotemporário (Lei nº 6.019, de03.01.1974). II - A contratação irregular detrabalhador, mediante empresainterposta, não gera vínculo de empregocom os órgãos da administração públicadireta, indireta ou fundacional (art.37, II, da CF/1988).III - Não forma vínculo de emprego como tomador a contratação de serviços devigilância (Lei nº 7.102, de20.06.1983) e de conservação e limpeza,bem como a de serviços especializadosligados à atividade meio do tomador,desde que inexistente a pessoalidade ea subordinação direta.IV - O inadimplemento das obrigaçõestrabalhistas, por parte do empregador,implica a responsabilidade subsidiáriado tomador dos serviços, quanto àquelasobrigações, inclusive quanto aos órgãosda administração direta, dasautarquias, das fundações públicas, dasempresas públicas e das sociedades deeconomia mista, desde que hajamparticipado da relação processual econstem também do título executivojudicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de21.06.1993).
No inciso I, o TST pondera que a terceirização é
ilícita, exceto diante de trabalho temporário. O inciso III,
por sua vez, também apresenta hipóteses que caracterizariam
terceirizações lícitas: serviços de vigilância, serviços de
68
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
conservação e limpeza e os demais serviços especializados que
não estejam relacionados com a atividade fim do tomador de
serviços.
O inciso II visou garantir efetividade ao artigo 37, II
da CF/88, o qual afirma que o vínculo de emprego com a
Administração Pública depende de prévia aprovação em concurso
público. Portanto, entendeu o TST que mesmo diante de uma
terceirização ilícita, se a Administração Pública Direta ou
Indireta for a tomadora de serviços não haverá vínculo de
emprego.
Em relação à responsabilidade da empresa tomadora de
serviços quanto aos débitos trabalhistas, sustenta o TST, no
inciso IV, que a responsabilidade será subsidiária, inclusive
para a Administração Pública. Fundamenta o Tribunal que o
tomador de serviços tem culpa in elegendo e in vigilando, isto é, o
tomador de serviços que optou pela empresa terceirizada, além
de ter o dever de fiscalizar o pagamento aos empregados.
69
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Notas:
1. Trabalhador temporário: a Lei 6019/74 admite este tipo de
contratação para atender uma necessidade transitória de
substituição de pessoal ou quando houver um acréscimo
extraordinário de serviços, por exemplo fábrica de
chocolate no mês da páscoa. Este contrato de trabalho não
pode ultrapassar o prazo máximo de três meses.
2. Serviços de vigilância: o TST não se refere ao vigia, mas
sim ao vigilante que possui treinamento, porte de armas,
etc. É uma atividade altamente especializada, regulada
pela Lei 7102/83. Ademais, não podem estar presentes a
subordinação e a pessoalidade na prestação de serviços.
3. Responsabilidade Subsidiária: é aquela em que a empresa
tomadora de serviços será responsabilizada pelo passivo
trabalhista apenas se o patrimônio da empresa terceirizada
não for suficiente para quitar o débito.
Observe o quadro de resumo das hipóteses de
terceirização lícita e terceirização ilícita.
TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA
70
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Serviços especializados
ligados à atividade meio do
tomador
Trabalho temporário
Atividades de vigilância
Conservação e limpeza
Qualquer terceirização que não
esteja de acordo com uma das
exceções previstas na Súmula
331 do TST.
Também será ilícita se nas
hipóteses de vigilância,
conservação e limpeza e
serviços especializados
ligados a atividade meio do
tomador estiverem presentes a
pessoalidade e subordinação
direta entre trabalhador
terceirizado e tomador de
serviços.
Qualquer terceirização que
esteja relacionada a atividade
fim do tomador de serviços
será considerada ilícita.
Principais Características da Terceirização (segundo a
Instrução Normativa nº 03, de 1º de setembro de 1997, advinda
do Ministro de Estado de Trabalho)
71
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
• A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e
dirige o trabalho realizado por seus empregados (art. 2º,
§5º);
• As relações de trabalho entre a empresa prestadora de
serviços e seus empregados são disciplinadas pela
Consolidação das Leis do Trabalho (art. 2º, §2º);
• Os empregados da empresa prestadora de serviços não estão
subordinados ao poder diretivo, técnico e disciplinar da
empresa contratante (art. 2º, § 6º);
• Em se tratando de empresas do mesmo grupo econômico, onde a
prestação de serviços se dê junto a uma delas, o vínculo
empregatício se estabelece entre a contratante e o
trabalhador colocado à sua disposição nos termos do art. 2º
da CLT (art. 3º, §3º); e
• As relações entre a empresa prestadora de serviços e a
empresa contratante são regidas pela lei civil (art. 2º,
§1º).
Conclui-se que se a problema apresentar um caso de
terceirização é fundamental a definição se está é lícita ou
ilícita. Veja:
Terceirização Lícita: a RT será proposta em face da empresa
prestadora de serviços, e, sucessivamente,
em face da empresa tomadora de serviços,
72
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
requerendo a sua responsabilização de forma
subsidiária.
Terceirização Ilícita: a RT deverá postular o reconhecimento
do vínculo de emprego com o tomador de
serviços, e, sucessivamente, caso não seja
reconhecida a ilicitude da terceirização,
condenação subsidiária da tomadora de
serviços.
Exemplo – Terceirização Lícita: condenação Subsidiária
Muito embora o Reclamante tenha sido contratado
pela primeira Reclamada (empresa terceirizada), prestou
serviços de vigilância para a segunda Reclamada (tomadora de
serviços) durante todo o pacto laboral, assim como os demais
vigilantes empregados pela primeira Reclamada. (Fato)
Resta caracterizada a hipótese de
terceirização prevista na Súmula 331, inciso III do TST,
segundo a qual não há formação direta de vínculo de emprego
com o tomador na contratação de serviços de vigilância, desde
que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. No
entanto, diante do inadimplemento das obrigações
trabalhistas, por parte do empregador, há responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas
73
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
obrigações, nos termos do inciso IV da súmula 331, TST.
(Fundamento)
Deste modo, requer a condenação subsidiária
da empresa tomadora de
serviços, com base no inciso IV da Súmula 331, TST, para que
diante do inadimplemento da empresa prestadora de serviços,
seja a segunda Reclamada responsável pelo pagamento, uma vez
que tem culpa in elegendo e in vigilando. (Pedido)
► Empreitada e subempreitada
O contrato de empreitada é aquele em que “uma das partes
(o empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou dependência, a
realizar certo trabalho para a outra (dono da obra), com
material próprio ou por este fornecido, mediante remuneração
global ou proporcional ao trabalho executado.”4
O artigo 455, CLT prevê a responsabilidade do
empreiteiro, bem como do subempreiteiro nesta modalidade de
“contrato pelo qual o empreiteiro principal, não considerando
conveniente executar todas as obras ou serviços que lhe foram
confiados, os transfere para outrem (pessoa física ou
jurídica) chamado subempreiteiro, que se encarrega de
4 PEREIRA. Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. v. 3. Riode Janeiro: Forense, 1998. p. 201.
74
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
executá-los com seus próprios elementos, inclusive com seus
trabalhadores.”5
Art. 455. Nos contratos desubempreitada responderá osubempreiteiro pelas obrigaçõesderivadas do contrato de trabalho quecelebrar, cabendo, todavia, aosempregados, o direto de reclamaçãocontra o empreiteiro principal peloinadimplemento daquelas obrigações porparte do primeiro.
Além deste dispositivo, o TST editou a OJ 191, SDI – 1,
a fim de interromper a interpretação analógica de parte da
doutrina, segundo a qual o dono da obra também seria
responsável pelo passivo trabalhista nesta modalidade de
contrato. O Tribunal interpretou o artigo restritivamente
afirmando que o dono da obra não tem responsabilidade nestes
casos, exceto quando o dono da obra for construtora ou
incorporadora.
Note que a exceção prevista pela OJ é coerente, uma vez
que as construtoras e incorporadoras possuem como atividade
fim a mesma atividade dos contratos de empreitada. Logo, esta
seria uma hipótese de terceirização ilícita, o que geraria
não apenas a responsabilização do dono da obra, mas também a
formação de vínculo de emprego diretamente com o mesmo, de
acordo com o entendimento proferido pela súmula 331 do TST.
5 BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. rev eampl. São Paulo: Ltr, 2009. p. 383.
75
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
OJ 191, SDI – 1, TST. Diante dainexistência de previsão legal, ocontrato de empreitada entre o dono daobra e o empreiteiro não ensejaresponsabilidade solidária ousubsidiária nas obrigações trabalhistascontraídas pelo empreiteiro, salvosendo o dono da obra uma empresaconstrutora ou incorporadora.
Com base no artigo 455, CLT, consolida-se que nos casos
de contrato de empreitada, a Reclamatória Trabalhista deverá
ser proposta em face do empreiteiro principal e do
subempreiteiro. A inicial será proposta em face do dono da
obra somente nos casos de empresas construtoras ou
incorporadoras, exceção prevista pela OJ 191 da SDI-1 do TST.
d) REMUNERAÇÃO
► Salário, salário in natura e remuneração
A sistemática adotada pela CLT (art.457), salário é a
retribuição dos serviços prestados paga diretamente pelo
empregador, enquanto a remuneração seria a soma dos salários
pagos pelo empregador incluindo outras importâncias auferidas
de terceiros em decorrência do contrato de trabalho, por
exemplo as gorjetas.
Firmou-se a prática de se utilizar a expressão salário
para designar o salário-base, ou seja, o salário em sentido
76
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
estrito e a expressão remuneração, ou conjunto remuneratório,
para designar o conjunto de parcelas salariais que
eventualmente compõem a remuneração: salário-base, adicional
de periculosidade, adicional de produtividade, etc.
Art. 457. Compreendem-se na remuneraçãodo empregado, para todos os efeitoslegais, além do salário devido e pagodiretamente pelo empregador, comocontraprestação do serviço, as gorjetasque receber.§ 1º. Integram o salário não só aimportância fixa estipulada, comotambém as comissões, percentagens,gratificações ajustadas, diárias paraviagens e abonos pagos pelo empregador.§ 2º. Não se incluem nos salários asajudas de custo, assim como as diáriaspara viagem que não excedem decinqüenta por centro do saláriopercebido pelo empregado.§ 3º. Considera-se gorjeta não só aimportância espontaneamente dada pelocliente ao empregado, como tambémaquela que for cobrada pela empresa aocliente, como adicional nas contas aqualquer título, e destinada àdistribuição aos empregados.
Depreende-se dos artigos 457 e 458 da CLT que a
remuneração do empregado é composta das seguintes verbas:
→ salário pago diretamente pelo empregador, incluindo-se o
salário em sentido estrito e os adicionais de
insalubridade, periculosidade, por tempo de serviço, de
transferência, etc.;
77
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
→ as gorjetas, a legislação vigente estabelece que as
gorjetas pagas pelos clientes da empresa, mesmo que
diretamente ao empregado, integram a remuneração do
mesmo, para cálculo de férias e 13º salários (art. 29,
§1º, CLT e Súmula 354, TST);
→ as comissões, percentagens, gratificações, diárias de
viagem (desde que ultrapassem a 50% do salário) e os
abonos pagos pelo empregador;
→ a alimentação, a habitação, o vestuário, bem como outras
parcelas ditas in natura, fornecidas habitualmente ao
empregado, sendo proibido o pagamento com bebidas
alcoólicas ou drogas nocivas.
Art. 458. Além do pagamento emdinheiro, compreende-se no salário,para todos os efeitos legais, aalimentação, habitação, vestuário ououtras prestações in natura que aempresa, por força do contrato oucostume, fornecer habitualmente aoempregado. Em caso algum será permitidoo pagamento com bebidas alcoólicas oudrogas nocivas.§ 1º. Os valores atribuídos àsprestações in natura deverão ser justose razoáveis, não podendo exceder, emcada caso, os dos percentuais dasparcelas componentes do salário mínimo(arts. 81 e 82).§ 2º. Para os efeitos previstos nesteartigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidadesconcedidas pelo empregador:I – vestuários, equipamentos e outrosacessórios fornecidos aos empregados e
78
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
utilizados no local de trabalho, para aprestação do serviço;II – educação, em estabelecimento deensino próprio ou de terceiros,compreendendo os valores relativos amatrícula, mensalidade, anuidade,livros e material didático;III – transporte destinado aodeslocamento para o trabalho e retorno,em percurso servido ou não portransporte público;IV – assistência médica, hospitalar eodontológica, prestada diretamente oumediante seguro-saúde;V – seguros de vida e de acidentespessoais;VI – previdência privada;VII – (vetado)§ 3º. A habitação e a alimentaçãofornecidas como salário utilidadedeverão atender aos fins a que sedestinam e não poderão exceder,respectivamente, a 25% (vinte e cincopor cento) e 20% (vinte por cento) dosalário contratual.§ 4º. Tratando-se de habitaçãocoletiva, o valor do salário utilidadea ela correspondente será obtidomediante a divisão do justo valor dahabitação pelo número de co-ocupantes,vedada, em qualquer hipótese, autilização da mesma unidade residencialpor mais de uma família.
O caput do artigo 458, CLT trata do salário pago em
utilidades como habitação, alimentação, vestuário, etc. é o
chamado salário in natura. O §2º, deste artigo, apresenta um
rol de utilidades, que não têm natureza salarial, ainda que
sejam concedidas pelo trabalho.
79
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Em relação ao salário é relevante o conhecimento de
algumas súmulas do TST. A súmula 241 e 367 do TST estão
relacionadas ao artigo 458, CLT:
Súmula 241, TST. O vale para refeição,fornecido por força do contrato detrabalho, tem caráter salarial,integrando a remuneração do empregado,para todos os efeitos legais.
Súmula 367, TST. I - A habitação, aenergia elétrica e veículo fornecidospelo empregador ao empregado, quandoindispensáveis para a realização dotrabalho, não têm natureza salarial,ainda que, no caso de veículo, seja eleutilizado pelo empregado também ematividades particulares. II - O cigarronão se considera salário utilidade emface de sua nocividade à saúde.
Atenção: a OJ 133 da SDI – 1, TST prevê uma exceção à
súmula 241, em relação as empresas inscritas no PAT (programa
de alimentação ao trabalhador).
OJ 133, SDI – 1, TST. A ajudaalimentação fornecida por empresaparticipante do programa de alimentaçãoao trabalhador, instituído pela Lei6321/76, não tem caráter salarial.Portanto, não integra o salário paranenhum efeito legal.
Já a súmula 258 do TST está interligada ao §3º do artigo
458, CLT:
Súmula 258, TST. Os percentuais fixadosem lei relativos ao salário "in natura"
80
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
apenas se referem às hipóteses em que oempregado percebe salário mínimo,apurando-se, nas demais, o real valorda utilidade.
O art. 457, § 3º estabelece que as gorjetas cobradas do
cliente ou pagas diretamente sob a forma de taxa de serviço
ou dada espontaneamente por este integram a remuneração do
empregado. Neste sentido, tem-se a súmula 354 do TST, segundo
a qual as gorjetas não servem de base de cálculo para as
parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e
repouso semanal remunerado. CONTUDO, integram o cálculo de
férias e 13º salário.
Súmula 354, TST. As gorjetas, cobradaspelo empregador na nota de serviço ouoferecidas espontaneamente pelosclientes, integram a remuneração doempregado, não servindo de base decálculo para as parcelas de avisoprévio, adicional noturno, horas extrase repouso semanal remunerado.
É necessário tecer algumas considerações gerais sobre o
pagamento dos salários:
a) o pagamento não poderá ser estipulado por período
superior a um mês, salvo comissões, percentagens e
gratificações, e deve ser feito até o quinto dia útil do
mês subseqüente ao vencido (art. 459, CLT); após esta
data incidirá o índice de correção monetária do mês
81
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
posterior ao da prestação dos serviços (Súmula 381,
TST);
b) o pagamento dos salário será efetuado em dia útil e no
local de trabalho, dentro do horário do serviço ou
imediatamente após o encerramento deste, podendo ser
realizado através de depósito bancário, caso em que terá
força de recibo o comprovante de depósito (art. 464 e
art. 465, CLT);
c) O pagamento do salário deverá ser efetuado contra
recibo, assinado pelo empregado. Caso este seja
analfabeto a prova do pagamento se dá mediante impressão
digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo (art.
464, CLT).
d) Não se encontra mais em vigor o art. 503 da CLT que
permitia a redução do salário em caso de força maior ou
prejuízos devidamente comprovados, ante a
irredutibilidade salarial prevista no art. 7º, VI da
Constituição Federal.
► Salário complessivo
O salário em sentido amplo pode ser composto de diversas
parcelas: salário-base, adicionais diversos (de
insalubridade, de periculosidade, adicional noturno, etc.),
comissões, horas extras, etc.
82
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Ocorre o chamado salário complessivo quando se
estabelece uma retribuição fixa para quitar, de forma global,
vários direitos do empregado.
O salário complessivo é vedado pelo direito brasileiro,
por conseguinte a cláusula contratual que estabelece o
chamado salário complessivo é nula. Neste caso, a parcela
fixa representa tão somente o salário-base do empregado, como
prevê a Súmula 91 do TST:Súmula 91, TST. Nula é a cláusulacontratual que fixa determinadaimportância ou percentagem para atenderenglobadamente vários direitos legaisou contratuais do trabalhador.
► Equiparação salarial
Art. 461, CLT. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de
igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma
localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de
sexo, nacionalidade ou idade.
§ 1º – Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo,
será o que for feito com igual produtividade e com a mesma
perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de
serviço não for superior a 2 (dois) anos.
§ 2º – Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o
empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira,
83
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios
de antigüidade e merecimento.
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão
ser feitas alternadamente por merecimento e por antigüidade,
dentro de cada categoria profissional.
§ 4º – O trabalhador readaptado em nova função por motivo de
deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente
da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de
equiparação salarial.
Interpretação do TST quanto aos requisitos da equiparação
salarial
(Súmula 6, TST)
Súmula 6, TST. I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461
da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em
carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho,
excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira
das entidades de direito público da administração direta,
autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da
autoridade competente.
84
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de
trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não
no emprego.
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o
paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas
tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma
denominação.
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre
equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a
serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione
com situação pretérita.
V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial,
embora exercida a função em órgão governamental estranho à
cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do
reclamante.
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é
irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha
origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto
se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica
superada pela jurisprudência de Corte Superior.
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é
possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que
pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição
terá critérios objetivos.
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo,
modificativo ou extintivo da equiparação salarial.
85
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial
e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5
(cinco) anos que precedeu o ajuizamento.
X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461
da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a
municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma
região metropolitana.
e) REFLEXOS
AVISO PRÉVIO
PARCELAS REFLEXOS 13° SALÁRIO
HABITUAIS
FÉRIAS + 1/3
FGTS (DEPÓSITOS E MULTA)
Os reflexos das verbas trabalhistas estão interligados a
natureza jurídica desta verba. As parcelas de cunho
indenizatório, por exemplo, não refletem nas outras verbas
oriundas do contrato de trabalho.
86
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Já o adicional de insalubridade é uma parcela devida ao
empregado que trabalha sob condições nocivas à saúde. Este
acréscimo integra o salário do empregado, que reflete em
diversas verbas trabalhistas como o aviso prévio, férias,
décimo terceiro salário, etc.
Outra característica dos reflexos é a habitualidade. Por
exemplo, as horas extras prestadas com habitualidade também
refletirão nas demais verbas trabalhistas.
Os reflexos atingem as seguintes verbas: aviso prévio,
décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
► Reflexos e o Descanso Semanal Remunerado
O repouso semanal remunerado é o valor do salário dia, o
empregado recebe no seu descanso o mesmo valor do dia
trabalhado. Portanto, é necessário analisar se a verba
pleiteada já engloba ou não o DSR.
De um modo geral, as verbas que incidem sobre o valor do
salário automaticamente incluirão o DSR, por exemplo:
adicional de periculosidade, adicional de insalubridade,
equiparação salarial, salário in natura, dentre outros.
Contudo, as verbas que incidem sobre a hora de trabalho
não incluem o DSR. São exemplos: horas extras, intervalo
87
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
intrajornada, intervalo interjornada, horas in itinere, horas de
sobreaviso, etc. Nestes casos, os reflexos serão pleiteados
no descanso semanal remunerado E COM ESTE EM aviso prévio,
décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
Os quadros abaixo apresentam alguns exemplos da forma do
pedido das verbas trabalhistas e seus reflexos.
ADICIONAL CALCULADO SOB O INCLUÍDO O PERICULOSIDADE SALÁRIO BASE DSR
Diante do exposto, requer a condenação do
Reclamado ao pagamento do adicional de
periculosidade, calculada sob o salário base na
razão de 30%, BEM COMO os reflexos em aviso prévio,
décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
HE CALCULADA SOB ODSR
88
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
HABITUAIS VALOR DA HORAEXCLUÍDO
Diante do exposto, requer a condenação
do Reclamado ao pagamento de horas extras assim
consideradas as excedentes a oitava diária e a
quadragésima quarta semanal, acrescidas de 50%, BEM
COMO os reflexos em DSR E COM ESTE EM aviso prévio,
décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
INTERVALO SUPRESSÃO REFLEXOSDSR
INTRAJORNADA HABITUALEXCLUÍDO
Diante do exposto, requer a condenação
do Reclamado ao pagamento da hora cheia, acrescida
do adicional de 50%, BEM COMO os reflexos em DSR E
COM ESTE EM aviso prévio, décimo terceiro salário,
férias acrescidas do terço constitucional e FGTS
(depósitos e multa de 40%).
89
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
f) DURAÇÃO DO TRABALHO
Vários doutrinadores distinguem as expressões: jornada
de trabalho e horário de trabalho.
Alice Monteiro de Barros leciona que “jornada é o
período, durante um dia em que o empregado permanece à
disposição do empregador, trabalhando ou aguardando ordens
(art. 4°, CLT). Já o horário de trabalho abrange o período
que vai do início ao término da jornada, como também os
intervalos que existem durante o seu cumprimento.”6
Art. 4, CLT. Considera-se como deserviço o período em que o empregadoesteja à disposição do empregador,aguardando ou executando ordens, salvodisposição especial expressamenteconsignada.Parágrafo único. Computar-se-ão, nacontagem de tempo de serviço, paraefeito de indenização e estabilidade,os períodos em que o empregado estiverafastado prestando serviço militar epor motivo de acidente do trabalho.
No Brasil o limite diário da jornada de trabalho é de 8
(oito) horas diárias, enquanto o limite semanal não deve
6 BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. rev eampl. São Paulo: Ltr, 2009. p. 662.
90
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
ultrapassar 44 horas, conforme o art. 7º, XIII da
Constituição Federal.
Art. 7, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social: XIII – duração do trabalho normal nãosuperior a oito horas diárias equarenta e quatro semanais, facultada acompensação de horários e a redução dajornada, mediante acordo ou convençãocoletiva de trabalho[...]
O art. 58, caput, CLT corrobora a norma constitucional:
Art. 58, CLT. A duração normal dotrabalho, para os empregados emqualquer atividade privada, nãoexcederá de 8 (oito) horas diárias,desde que não seja fixado expressamenteoutro limite.§ 1º Não serão descontadas nemcomputadas como jornada extraordináriaas variações de horário no registro deponto não excedentes de cinco minutos,observado o limite máximo de dezminutos diários. § 2º O tempo despendido pelo empregadoaté o local de trabalho e para o seuretorno, por qualquer meio detransporte, não será computado najornada de trabalho, salvo quando,tratando-se de local de difícil acessoou não servido por transporte público,o empregador fornecer a condução. § 3º Poderão ser fixados, para asmicroempresas e empresas de pequenoporte, por meio de acordo ou convençãocoletiva, em caso de transportefornecido pelo empregador, em local dedifícil acesso ou não servido por
91
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
transporte público, o tempo médiodespendido pelo empregado, bem como aforma e a natureza da remuneração.
Observe que há dois limites legais para a jornada de
trabalho: o limite diário de 8 horas e o limite semanal de 44
horas. Ambos devem ser respeitados para que não haja a
obrigação de pagar as horas extras.
Atenção: alguns empregados, elencados no artigo 62, CLT,
estão excluídos da proteção da jornada de trabalho:
a) os empregados que exercem atividade externa
incompatível com a fixação de horário de trabalho;
b) os gerentes que exerçam cargos de gestão e recebem
acréscimo salarial igual ou superior a 40% do cargo
efetivo;
c) empregado doméstico.
Art. 62. Não se compreendem no regimedeste capítulo:I - os empregados que exercem atividadeexterna incompatível com a fixação dehorário de trabalho, devendo talcondição ser anotada na Carteira deTrabalho e Previdência Social e noregistro de empregados;II - os gerentes, assim considerados osexercentes de cargos de gestão, aosquais se equiparam, para efeito dodisposto neste artigo, os diretores echefes de departamento ou filial.Parágrafo único. O regime previstoneste capítulo será aplicável aosempregados mencionados no inciso II
92
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
deste artigo, quando o salário do cargode confiança, compreendendo agratificação de função, se houver, forinferior ao valor do respectivo salárioefetivo acrescido de 40% (quarenta porcento).
A ressalva é relevante, pois estes empregados não têm
direito às horas extras, SALVO quando o empregador tem
controle das horas trabalhadas. Em relação ao controle de
jornada realizado pelo empregador é importante mencionar a OJ
332, SDI – 1, TST:OJ 332. Motorista. Horas extras.Atividade externa. Controle de jornadapor tacógrafo. Resolução n. 816/86 doCONTRAN. O tacógrafo, por si só, sem aexistência de outros elementos, nãoserve para controlar a jornada detrabalho de empregado que exerceatividade externa.
Os horários de trabalho do empregado devem ser
observados minuciosamente, com o intuito de examinar se todos
os limites legais foram impostos e, se for o caso, pleitear
as horas extras ou intervalos legais (intrajornada e
interjornada) ou adicional noturno ou domingos e feriados
trabalhados ou horas in itinere ou horas de sobreaviso, etc.
O pedido de pagamento dessas verbas deve ser realizado,
com integração à remuneração do trabalhador, para todos os
efeitos legais, com reflexos em descanso semanal remunerado e
com este em aviso prévio, décimo terceiro salário, férias
93
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa
de 40%), conforme será analisado nos exemplos abaixo.
► Horas extras
A hora extraordinária é aquela que ultrapassa a jornada
normal de cada empregado, seja ela legal (oito horas diárias)
ou convencional. Esta hora trabalhada em sobretempo à jornada
regular será acrescida do adicional de, no mínimo, 50%
(cinquenta por cento).
Art. 7, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social:XVI – remuneração do serviçoextraordinário superior, no mínimo, emcinqüenta por cento à do normal; [...]
Art. 59, CLT. A duração normal dotrabalho poderá ser acrescida de horassuplementares, em número não excedentede duas, mediante acordo escrito entreempregador e empregado, ou mediantecontrato coletivo de trabalho.§ 1º. Do acordo ou do contrato coletivode trabalho deverá constar,obrigatoriamente, a importânciaremuneração da hora suplementar, queserá, pelo menos, 50% (cinqüenta porcento) superior à da hora normal.§ 2º. Poderá ser dispensado o acréscimode salário se, por força de acordo ouconvenção coletiva de trabalho, oexcesso de horas em um dia forcompensado pela correspondentediminuição em outro dia, de maneira que
94
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
não exceda, no período máximo de umano, à soma das jornadas semanais detrabalho previstas, nem sejaultrapassado o limite máximo de dezhoras diárias.§ 3º. Na hipótese de rescisão docontrato de trabalho sem que tenhahavido a compensação integral dajornada extraordinária, na forma doparágrafo anterior, fará o trabalhadorjus ao pagamento das horas extras nãocompensadas, calculadas sobre o valorda remuneração na data da rescisão.§ 4º. Os empregados sob o regime detempo parcial não poderão prestar horasextras.
Súmula 264, TST. A remuneração doserviço suplementar é composta do valorda hora normal, integrado por parcelasde natureza salarial e acrescido doadicional previsto em lei, contrato,acordo, convenção coletiva ou sentençanormativa.
Conclui-se que o adicional de, no mínimo, 50% calculado
sobre a hora normal será devido em todas as hipóteses de
prorrogação de jornada, EXCETO diante de acordo de
compensação de horas.
Súmula 85, TST. REGIME DE COMPENSAÇÃODE HORÁRIO SEMANAL - PAGAMENTO DASHORAS EXCEDENTES. I - A compensação de jornada detrabalho deve ser ajustada por acordoindividual escrito, acordo coletivo ouconvenção coletiva.II - O acordo individual paracompensação de horas é válido, salvo sehouver norma coletiva em sentidocontrário.
95
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
III - O mero não-atendimento dasexigências legais para a compensação dejornada, inclusive quando encetadamediante acordo tácito, não implica arepetição do pagamento das horasexcedentes à jornada normal diária, senão dilatada a jornada máxima semanal,sendo devido apenas o respectivoadicional.IV - A prestação de horas extrashabituais descaracteriza o acordo decompensação de jornada. Nesta hipótese,as horas que ultrapassarem a jornadasemanal normal deverão ser pagas comohoras extraordinárias e, quanto àquelasdestinadas à compensação, deverá serpago a mais apenas o adicional portrabalho extraordinário.
Súmula 349, TST. VALIDADE DO ACORDO OUCONVENÇÃO COLETIVA DE COMPENSAÇÃO DEJORNADA DE TRABALHO EM ATIVIDADEINSALUBRE. A validade de acordocoletivo ou convenção coletiva decompensação de jornada de trabalho ematividade insalubre prescinde dainspeção prévia da autoridadecompetente em matéria de higiene dotrabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988;art. 60 da CLT).
OJ/SDI-I 323, SDI – 1, TST. ACORDO DECOMPENSAÇÃO DE JORNADA. SEMANAESPANHOLA. VALUDADE. É válido o sistemade compensação de horário quando ajornada adotada é a denominada “semanaespanhola”, que alterna a prestação de48 horas em uma semana e 40 em outra,não violando os art. 59, § 2º, da CLT e7º, XIII, da CF/88 o seu ajustemediante acordo ou convenção coletivade trabalho.
96
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Acrescenta-se, ainda, que o caput do artigo 59 determina
que a duração do trabalho extraordinário não poderá exceder
duas horas diárias. No entanto, o descumprimento desta norma
não exime o empregador de indenizar ao empregado todas as
horas suplementares trabalhadas. Neste sentido é o
entendimento do TST proferido na súmula 376:
Súmula 376, TST. I - A limitação legalda jornada suplementar a duas horasdiárias não exime o empregador de pagartodas as horas trabalhadas. II - O valor das horas extrashabitualmente prestadas integra ocálculo dos haveres trabalhistas,independentemente da limitação previstano "caput" do art. 59 da CLT.
→ Para aperfeiçoar o estudo das horas extras, vide o
entendimento do TST proferido nas seguintes súmulas e
OJ’s:
● Súmulas: 24, 45, 56, 61, 63, 76, 85, 94, 102, 109,
110, 113, 115, 118, 151, 172, 199, 215, 226, 253, 264,
287, 291, 338, 340, 347, 354, 366, 376.
● OJ da SDI – 1, TST: 23, 47, 48, 49, 60, 63, 89, 97,
117, 206, 233, 234, 235, 239, 240, 242, 267, 275, 306,
332.
● OJ 5, SDI – 2, TST.
Exemplo – Horas Extras
97
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O Reclamante, durante todo o pacto laboral, cumpriu
a jornada de trabalho, que se estendia de segunda-feira a
sábado, das 08h00às 20h00, sendo que nunca recebeu pelas
horas suplementares trabalhadas. (Fato)
Claramente houve violação do art. 7º, XIII da CF e
do artigo 58, CLT, os quais determinam que é um direito
do trabalhador a duração máxima do trabalho de oito horas
diárias e 44 horas semanais. (Fundamento)
Ante ao descumprimento dos dispositivos supra,
postula-se o pagamento das horas extraordinárias, assim
consideradas todas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª
semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos termos do
art. 7º, XVI da Constituição Federal. Ademais, requer os
devidos reflexos, diante da habitualidade, em descanso
semanal remunerado e com este em aviso prévio, décimo
terceiro salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
(Pedido)
► Horas in itinere
O tempo despendido pelo empregado até o local de
trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de
transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo
98
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido
de transporte público, o empregador fornecer a condução (art.
58, § 2˚, CLT).
As horas in itinere possuem dois requisitos, sendo que
ambos devem coexistir para caracterizar a exceção prevista
neste dispositivo:
Local de difícil acesso ou não
servido por transporte público
regular
+Condução fornecida pelo
empregador de forma gratuita ou
onerosa
Neste sentido é o entendimento jurisprudencial enunciado
pelas súmulas 90 e 320, TST.
Súmula 90. I - O tempo despendido peloempregado, em condução fornecida peloempregador, até o local de trabalho dedifícil acesso ou não servido portransporte regular público, e para oseu retorno, é computável na jornada detrabalho.II - A incompatibilidade entre oshorários de início e término da jornadado empregado e os do transporte públicoregular é circunstância que também gerao direito às horas "in itinere".
99
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
III - A mera insuficiência detransporte público não enseja opagamento de horas "in itinere".IV - Se houver transporte públicoregular em parte do trajeto percorridoem condução da empresa, as horas "initinere" remuneradas limitam-se aotrecho não alcançado pelo transportepúblico. V - Considerando que as horas "initinere" são computáveis na jornada detrabalho, o tempo que extrapola ajornada legal é considerado comoextraordinário e sobre ele deve incidiro adicional respectivo.
Súmula 320. O fato de o empregadorcobrar, parcialmente ou não,importância pelo transporte fornecido,para local de difícil acesso, ou nãoservido por transporte regular, nãoafasta o direito à percepção dopagamento das horas "In itinere".
Exemplo – Horas in itinere
A empresa Reclamada está localizada muito distante
do centro urbano e devido à falta de transporte
público, a condução era fornecida gratuitamente pela
empresa aos empregados. Ocorre que o tempo despendido
no percurso era de 1 hora e 30 minutos, totalizando 3
10
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
horas diárias que não eram computadas na jornada de
trabalho do Reclamante. (Fato)
O fato exposto preenche os requisitos legais
exigidos pelo artigo 58, § 2˚, CLT e pelo inciso I da
súmula 90 do TST, para o tempo do percurso seja
computado na jornada de trabalho, quais sejam: não há
transporte público e o empregador fornecer a condução.
(Fundamento)
Ante o cumprimento dos requisitos legais, requer que o
tempo do percurso seja computado na jornada de trabalho
e, nos termos do inciso V da súmula 90, TST, o
acréscimo do adicional respectivo às horas que
ultrapassarem a jornada legal, bem como os reflexos em
descanso semanal remunerado e com este em aviso prévio,
décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
(Pedido)
► Intervalo Intrajornada
O intervalo intrajornada é concedido para alimentação e
repouso durante a jornada. A concessão de intervalo de, pelo
menos, uma hora é obrigatória quando a duração do trabalho
ultrapassar seis horas. A jornada que varie entre quatro e
seis horas de trabalho terá um intervalo de quinze minutos.
10
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O intervalo intrajornada não é computado na jornada de
trabalho. Contudo, se o empregador optar pela concessão de
intervalos não previstos em lei, estes serão computados na
jornada de trabalho, isto é, será considerado como tempo de
trabalho e será remunerado como hora suplementar se
ultrapassar os limites diários da jornada do empregado
(súmula 118 TST).
Art. 71, CLT. Em qualquer trabalhocontínuo cuja duração exceda de seishoras, é obrigatória a concessão de umintervalo para repouso ou alimentação,o qual será no mínimo, de uma hora e,salvo acordo ou contrato coletivo emcontrário, não poderá exceder de duashoras.§ 1º. Não excedendo de seis horas otrabalho, será, entretanto, obrigatórioum intervalo de quinze minutos quando aduração ultrapassar quatro horas.§ 2º. Os intervalos de descanso nãoserão computados na duração dotrabalho.§ 3º. O limite mínimo de uma hora pararepouso e refeição poderá ser reduzidopor ato do Ministério do Trabalho,quando, ouvido o Departamento Nacionalde Segurança e Higiene do Trabalho, severificar que o estabelecimento atendeintegralmente às exigênciasconcernentes à organização dosrefeitórios e quando os respectivosempregados não estiverem sob regime detrabalho prorrogado a horassuplementares.§ 4º. Quando o intervalo para repouso ealimentação, previsto neste artigo, nãofor concedido pelo empregador, esteficará obrigado a remunerar o períodocorrespondente com um acréscimo de no
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobreo valor da remuneração da hora normalde trabalho.
Súmula 118, TST. Os intervalosconcedidos pelo empregador, na jornadade trabalho, não previstos em lei,representam tempo à disposição daempresa, remunerados como serviçoextraordinário, se acrescidos ao finalda jornada.
Como regra geral, os intervalos concedidos para repouso
ou alimentação não são computados na jornada de trabalho
(art.71, § 2º, CLT). Há, todavia, diversas categorias
profissionais, que, diante das peculiaridades que as cercam,
tem intervalos (intrajornada, entre jornadas ou mesmo
semanal) diferenciados da generalidade dos trabalhadores.
Além disto, em alguns casos específicos, a própria lei
estabelece, como exceção à regra geral, que alguns intervalos
para descanso, intrajornada, serão computados na jornada de
trabalho. São exemplos: empregados que atuam no serviço
permanente de mecanografia e digitação têm 10 minutos de
intervalo para cada 90 minutos trabalhados consecutivamente
(art. 72 da CLT e Súmula 346, TST); empregados que trabalham
em câmaras frias têm 20 minutos de descanso para cada 1 hora
e 40 minutos de trabalho (art. 253, CLT); empregados que
trabalham em minas e subsolo têm intervalo de 15 minutos para
cada 3 horas de trabalho (art. 298, CLT), dentre outros.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O descumprimento do intervalo intrajornada obriga o
empregador a remunerar o período correspondente com um
acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o
valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71, §
4º, CLT). Mesmo que a supressão do intervalo seja parcial
(concede um intervalo de 45 minutos, quando deveria conceder
um intervalo de uma hora), o empregador será obrigado a
indenizar o empregado o período integral do repouso, ou seja,
uma hora, acrescida de cinquenta por cento. O TST entende que
a supressão do intervalo inviabiliza a sua finalidade,
portanto o empregador deverá remunerar a hora “cheia”
acrescida do adicional de 50%.
OJ 307, SDI – 1, TST. Após a edição daLei nº 8.923/94, a não concessão totalou parcial do intervalo intrajornadamínimo, para repouso e alimentação,implica o pagamento total do períodocorrespondente, com acréscimo de, nomínimo, 50% sobre o valor daremuneração da hora normal de trabalho(art. 71 da CLT).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
► Intervalo Interjornada
Este é o intervalo entre jornadas, isto é, entre um dia
e outro. A duração do intervalo interjornada é de, pelo
menos, 11 horas.
Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas detrabalho haverá um período mínimo de 11(onze) horas consecutivas paradescanso.
Art. 7, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social:
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Exemplo – Intervalo Intrajornada
O Reclamante cumpria a jornada de 7 horas diárias,
no entanto usufruía apenas de 30 minutos para alimentação
e repouso. (Fato)
O artigo 71 da CLT não foi respeitado, tendo em
vista que este obriga a concessão de um intervalo para
repouso ou alimentação de, pelo menos, 1 hora em qualquer
trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas.
(Fundamento)
Diante da exposição, requer a condenação do
Reclamado ao pagamento do tempo integral do intervalo,
nos termos da OJ 307, SDI – 1, TST, pois a não concessão
total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo implica
o pagamento total do período correspondente, com
acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
XV - repouso semanal remunerado,preferencialmente aos domingos; [...]
Art. 67, CLT. Será assegurado a todoempregado um descanso semanal de 24(vinte e quatro) horas consecutivas, oqual, salvo motivo de conveniênciapública ou necessidade imperiosa doserviço, deverá coincidir com odomingo, no todo ou em parte.Parágrafo único. Nos serviços queexijam trabalho aos domingos, comexceção quanto aos elencos teatrais,será estabelecida escala derevezamento, mensalmente organizada econstando de quadro sujeito àfiscalização.
Súmula 146, TST. O trabalho prestado emdomingos e feriados, não compensado,deve ser pago em dobro, sem prejuízo daremuneração relativa ao repousosemanal.
O descanso semanal remunerado e o intervalo interjornada
devem ser somados, ou seja, quando o empregado tiver direito
ao repouso semanal remunerado de 24 horas, este será somado
ao intervalo interjornada de 11 horas. Portanto, o empregado
só retornará ao trabalho após 35 horas. Caso o retorno ocorra
em prejuízo a este período de descanso consecutivo, as horas
serão consideradas extraordinárias, acrescidas do respectivo
adicional.
Súmula 110, TST. No regime derevezamento, as horas trabalhadas emseguida ao repouso semanal de 24 (vintee quatro) horas, com prejuízo dointervalo mínimo de 11 (onze) horas
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
consecutivas para descanso entrejornadas, devem ser remuneradas comoextraordinárias, inclusive com orespectivo adicional.
► Trabalho Noturno (Adicional)
O horário noturno, no meio urbano, inicia-se às 22 horas
e termina às 5 horas.
A hora noturna não é computada como 60 minutos, mas sim
como 52 minutos e trinta segundos.
A redação do artigo 73 da CLT exclui os empregados que
trabalham sob o regime de revezamento da percepção do
adicional noturno. Lembre que a CLT foi aprovada em 1943,
época em que vigorava a Constituição de 1937. Esta ressalva
prevista no caput do artigo foi abolida, tendo em vista que
não foi recepcionada pela CF/88, conforme a súmula 213 do
STF.
Todavia, permanece em vigência o art. 73 da CLT quanto
às seguintes disposições:
a) o adicional noturno é de, no mínimo, 20% (vinte
por cento) sobre a hora diurna.
b) a hora de trabalho noturno será computada como
sendo 52 minutos e 30 segundos.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
c) considera-se noturno, para efeitos deste
artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de
um dia e as 5 horas do dia seguinte.
Art. 7º, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social: IX - remuneração do trabalho noturnosuperior à do diurno; [...]
Súmula 213, STF. É devido o adicionalde serviço noturno, ainda que sujeito oempregado ao regime de revezamento.
Art. 73, CLT. Salvo nos casos derevezamento semanal ou quinzenal, otrabalho noturno terá remuneraçãosuperior à do diurno e, para esseefeito, sua remuneração terá acréscimode 20% (vinte por cento), pelo menos,sobre a hora diurna.§ 1º. A hora do trabalho noturno serácomputada como de 52 (cinqüenta dois) e30 (trinta) segundos.§ 2º. Considera-se noturno, para osefeitos destes artigos, o trabalhoexecutado entre as 22 (vinte e duas)horas de um dia e as 5 (cinco) horas dodia seguinte.§ 3º. O acréscimo a que se referia opresente artigo, em se tratando deempresas que não mantêm, pela naturezade atividade, trabalho noturnohabitual, será feito tendo vista osquantitativos pagos por trabalhosdiurnos de natureza semelhante. Emrelação às empresas cujo trabalhonoturno decorra da natureza de suasatividades o aumento será calculadosobre o horário mínimo geral vigente naregião, não sendo devido quando exceder
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
desse limite, já acrescido dapercentagem.§ 4º. Nos horários mistos, assimentendidos os que abrangem períodosdiurnos e noturnos, aplica-se às horasde trabalho noturno o disposto nesteartigo e seus parágrafos.§ 5º. Às prorrogações do trabalhonoturno aplica-se o disposto nesteCapítulo.
Súmula 60, TST. I - O adicionalnoturno, pago com habitualidade,integra o salário do empregado paratodos os efeitos.II - Cumprida integralmente a jornadano período noturno e prorrogada esta,devido é também o adicional quanto àshoras prorrogadas. Exegese do art. 73,§ 5º, da CLT.
O empregado que recebe o adicional de periculosidade em
razão da sua atividade e ainda labora no horário noturno,
terá seu adicional noturno calculado sob o valor da hora
acrescida com o adicional de periculosidade, tendo em vista
que neste horário o empregado também estará sob condições de
risco.
OJ 259, SDI – 1, TST. O adicional depericulosidade deve compor a base decálculo do adicional noturno, já quetambém neste horário o trabalhadorpermanece sob as condições de risco.
O artigo 468, CLT veda qualquer alteração no contrato de
trabalho, salvo quando houver concordância de ambas as partes
e, desde que, não cause nenhum prejuízo ao empregado. Diante
disso, surgiu uma divergência em relação a possibilidade de
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
transferir o empregado do horário noturno para o horário
diurno com a supressão do respectivo adicional.
O trabalho noturno tem caráter excepcional. O empregador
ao transferir este empregado para o horário diurno estaria
beneficiando o mesmo, pois o trabalho diurno é mais saudável
para o empregado. Neste sentido o TST enunciou a súmula 265:Súmula 265, TST. A transferência para operíodo diurno de trabalho implica aperda do direito ao adicional noturno.
Observações:
● O doméstico não faz jus ao adicional noturno (art. 7°, §
único, CF)
● É vedado o trabalho noturno do menor (art. 7º, XXXIII,
CF).
● Trabalho noturno rural: não existe redução da hora
noturna para o trabalhador rural e o acréscimo é de 25%
sobre a remuneração normal (Art. 7º, Lei 5889/73)
● Súmula 214, STF: A duração legal da hora de serviço
noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem
suplementar, que não dispensa o salário adicional.
● OJ 97, SDI – 1, TST: O adicional noturno integra a base
de cálculo das horas extras prestadas no período
noturno.
● Súmula 402, STF: O vigia noturno tem direito a salário
adicional.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
● Advogados – art. 20, §3, Lei 8906/94: O trabalho noturno
é o compreendido entre as 20:00 e 5:00 horas, com
adicional de 25% (vinte cinco por cento).
● Portuário – art. 4º, Lei 4860/65 e OJ 60, SDI – 1, TST:
Hora noturna de sessenta minutos.
A jornada do Reclamante iniciava às 22
horas e encerrava às 5 horas do dia seguinte, quando
chegava o outro empregado do Reclamado. Apesar de
trabalhar no período noturno, o Reclamante sempre
recebeu o mesmo salário que o empregado que laborava
no período diurno. (Fato)
O art. 7º da Constituição Federal assegura aos
trabalhadores uma remuneração superior para o
trabalho noturno em relação ao trabalho diurno. Não
obstante, o artigo 73 da CLT aduz que o trabalho
noturno terá remuneração superior à do diurno e,
para esse efeito, sua remuneração terá acréscimo de
20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna. (Fundamento)
Deste modo, requer a condenação do Reclamado ao
pagamento do adicional noturno, durante todo o pacto
laboral, bem como os devidos reflexos em aviso
prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas
do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
40%). (Pedido)
g) DANO MORAL
A EC 45/04 ampliou a competência da Justiça do Trabalho,
incluindo as ações de indenização por danos morais, quando
originarem da relação de trabalho, conforme determina o
artigo 114, VI, CF.
Art. 114, CF. Compete à Justiça doTrabalho processar e julgar: VI - as ações de indenização por danomoral ou patrimonial, decorrentes darelação de trabalho; [...]
O pedido de dano moral resta caracterizado na presença
dos três requisitos da responsabilidade civil: culpa, dano e
nexo causal. Os fundamentos jurídicos do dano moral estão
positivados no art. 5°, X, CF e nos arts. 186 e 927 do CC.
Art. 5, CF. Todos são iguais perante alei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileirose aos estrangeiros residentes no País ainviolabilidade do direito à vida, àliberdade, à igualdade, à segurança e àpropriedade, nos termos seguintes:X - são invioláveis a intimidade, avida privada, a honra e a imagem daspessoas, assegurado o direito aindenização pelo dano material ou moraldecorrente de sua violação; [...]
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 186, CC. Aquele que, por ação ouomissão voluntária, negligência ouimprudência, violar direito e causardano a outrem, ainda que exclusivamentemoral, comete ato ilícito.
Art. 927, CC. Aquele que, por atoilícito (arts. 186 e 187), causar danoa outrem, fica obrigado a repará-lo.
Atenção. Avaliar a necessidade do pedido de dano moral
no seguintes casos:
● a proposta indique o abalo emocional do
empregado;
● o empregador pratica falta grava;
● o empregado foi demitido por justa causa.
Veja o exemplo – 3º EXAME DA ORDEM 2005/PR:
Em razão dos atrasos nos salários, Tomi tornou-se
inadimplente no pagamento das mensalidades escolares vendo-se
obrigado a retirar seu único filho do colégio particular em
que estudava, sendo que esta situação está lhe causando
profunda humilhação perante seus familiares e colegas,
pretendendo por isto, ser indenizado em valor a ser fixado
pelo juiz.
CRITÉRIO DE CORREÇÃO: Pagamento de indenização por danos
morais, em valor a ser fixado pelo
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
juiz, com fundamento na
responsabilidade civil do empregador
(ausência de pagamento de salário –
culpa; humilhação por tirar o filho do
colégio – dano; nexo causal).
Observe que o examinando não deve arbitrar nenhum valor
no pedido de danos morais (veja o exemplo abaixo). A
indicação de valores não pontuará no gabarito, além da
possibilidade de ser considerada identificação de prova.
ATENÇÃO: sempre que a RT contiver pedido de dano moral, o
rito do processo será o ordinário.
Exemplo 1:
A empresa Reclamada já invadia a
privacidade da Reclamante em virtude da intensa
vigilância por câmeras. Sobretudo, a Reclamada
tentou submetê-la a uma revista íntima por
funcionários do sexo oposto. A Reclamante não
aceitou tal constrangimento, motivo pelo qual
foi dispensada por justa causa. (Fato)
O artigo 5, X, CF declara que a
intimidade, a honra e a imagem das pessoas são
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
invioláveis, sendo-lhes assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação. Neste mesmo sentido
aduz o artigo 927 do CC, que aquele que pratica
ato ilícito fica obrigado a reparar o dano
causado a outrem. A conduta da Reclamada violou
direito da Reclamante e, portanto, constitui
ato ilícito, nos termos do artigo 186 do CC.
Não obstante, avoca-se o artigo 373-A, VI da
CLT, o qual veda expressamente a revista íntima
nas empregadas. (Fundamento)
Diante da comprovação da responsabilidade
civil da Reclamada, requer a sua condenação da
Reclamada ao pagamento de indenização por danos
morais em valor a ser arbitrado por este Juízo.
(Pedido)
Exemplo 2:
A reclamada a partir de janeiro de 2006
passou a descumprir o contrato de trabalho, uma
vez que não efetuou o pagamento do salário do
Reclamante, o qual está inadimplente e obrigou-
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
se a fazer empréstimos de familiares e amigos,
o que está lhe causando profunda humilhação.
(Fato)
A conduta da Reclamada atinge um direito
fundamental do Reclamante, violando o artigo
5°, X da CF, segundo o qual a honra das pessoas
é inviolável. Ressalta-se que a ausência de
pagamento constitui falta grave, de acordo com
o art. 483, “d”, CLT, pois afirma que o
empregado poderá considerar rescindido o
contrato e pleitear a devida indenização quando
o empregador não cumprir as obrigações do
contrato.
Assim, dispõe o artigo 927, CC, que a
prática de ato ilícito gera a obrigação de
reparar o dano causado a outrem. Resta
comprovado que a atitude da Reclamada constitui
ato ilícito, nos termos do artigo 186 do CC,
uma vez que viola o artigo 5, X da CF e
descumpre as obrigações advindas do contrato de
trabalho, de acordo com o artigo 483, “d”, CLT.
(Fundamento)
Isto posto, requer a sua
condenação da Reclamada ao pagamento de
indenização por danos morais em valor a ser
arbitrado por este Juízo. (Pedido)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
h) ESTABILIDADE – REINTEGRAÇÃO – INDENIZAÇÃO
A demissão sem justa causa é direito potestativo do
empregador, SALVO quando o empregado for detentor de
estabilidade, o que significa que o empregado tem direito ao
EMPREGO.
Estabilidade no emprego consiste no direito do
trabalhador de permanecer no emprego, mesmo contra a vontade
do empresário, enquanto inexistir causa relevante que
justifique a sua despedida.
Note que só é possível postular a reintegração do
empregado, se este for detentor de estabilidade e a demissão
não tenha justo motivo.
Assim, antes de expor o pedido da peça processual, é
fundamental uma breve análise dos principais exemplos de
estabilidade.
► Membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidente)
O art. 10, II, “a”, ADCT estabelece que até que seja
promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I,
da Constituição fica vedada a dispensa arbitrária ou sem
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
justa causa do empregado eleito para o cargo de direção das
comissões internas de prevenção de acidente (CIPA), desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final do seu
mandato.
Art. 10, ADCT. Até que seja promulgadaa lei complementar a que se refere oArt. 7º, I, da Constituição:II - fica vedada a dispensa arbitráriaou sem justa causa:a) do empregado eleito para cargo dedireção de comissões internas deprevenção de acidentes, desde oregistro de sua candidatura até um anoapós o final de seu mandato;
Da mesma forma, a CLT dispõe que os titulares da
representação dos empregados na CIPA não poderão sofrer
despedida arbitrária, entende-se como tal a que não se fundar
em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Ressalte-se que apenas o membro da CIPA represente dos
empregados é eleito; o representante do empregador é
simplesmente indicado, não gozando de qualquer estabilidade.
O empregador designará, anualmente, dentre os seus
representantes, o presidente da CIPA e os empregados
elegerão, dentre eles o Vice-Presidente, de acordo com o
artigo 164, §5° da CLT. Conclui-se, portanto, que apenas o
vice-presidente é detentor de estabilidade.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 164, CLT. Cada CIPA será compostade representantes da empresa e dosempregados, de acordo com os critériosque vierem a ser adotados naregulamentação de que trata o parágrafoúnico anterior.§ 1º. Os representantes dosempregadores, titulares e suplentes,serão por ele designados.§ 2º. Os representantes dos empregados,titulares e suplentes, serão eleitos emescrutínio secreto do qual participem,independentemente de filiação sindical,exclusivamente os empregadosinteressados.§ 3º. O mandato dos membros eleitos daCIPA terá a duração de 1 (um) ano,permitida uma reeleição.§ 4º. O disposto no parágrafo anteriornão se aplicará ao membro suplente que,durante o seu mandato, tenhaparticipado de menos da metade donúmero de reuniões da CIPA.§ 5º. O empregador designará, anualmente, dentre os seusrepresentantes, o Presidente da CIPA eos empregados elegerão, dentre eles, oVice-Presidente.
O TST entende que o suplente da CIPA também goza da
estabilidade prevista no art. 10, II, “a”, ADCT.Súmula 339, TST. CIPA. SUPLENTE.GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988. I - O suplente da CIPA goza da garantiade emprego prevista no art. 10, II,"a", do ADCT a partir da promulgação daConstituição Federal de 1988. II - A estabilidade provisória docipeiro não constitui vantagem pessoal,mas garantia para as atividades dosmembros da CIPA, que somente tem razãode ser quando em atividade a empresa.Extinto o estabelecimento, não severifica a despedida arbitrária, sendo
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
impossível a reintegração é indevida aindenização do período estabilitário.
► Membro da CCP (Comissão de Conciliação Prévia)
Os empregados que compõem a CCP gozam de estabilidade
provisória até um ano após o final do seu mandato. O
benefício visa garantir as atividades dos membros da CCP.
Art. 625-B, CLT. A Comissão instituídano âmbito da empresa será composta de,no mínimo, dois e, no máximo, dezmembros, e observará as seguintesnormas:I - a metade de seus membros seráindicada pelo empregador e a outrametade eleita pelos empregados, emescrutínio secreto, fiscalizado pelosindicato da categoria profissional;II - haverá na Comissão tantossuplentes quantos forem osrepresentantes titulares;III - o mandato dos seus membros,titulares e suplentes, é de um ano,permitida uma recondução.§ 1º. É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membrosda Comissão de Conciliação Prévia,titulares e suplentes, até um ano apóso final do mandato, salvo se cometeremfalta grave, nos termos da lei.§ 2º. O representante dos empregadosdesenvolverá seu trabalho normal naempresa, afastando-se de suasatividades apenas quando convocado paraatuar como conciliador, sendo computadocomo tempo de trabalho efetivo odespendido nessa atividade.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
► Gestante
O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
também veda a demissão sem justa causa da empregada gestante
desde a confirmação (concepção) da gravidez até cinco meses
após o parto.
A empregada gestante não goza de estabilidade quando for
admitida mediante um contrato de experiência, conforme a
súmula 244, TST.
Art. 10, ADCT. Até que seja promulgadaa lei complementar a que se refere oArt. 7º, I, da Constituição:II - fica vedada a dispensa arbitráriaou sem justa causa: b) da empregada gestante,desde aconfirmação da gravidez até cinco mesesapós o parto.
Súmula 244, TST. I - O desconhecimentodo estado gravídico pelo empregador nãoafasta o direito ao pagamento daindenização decorrente da estabilidade.II - A garantia de emprego à gestantesó autoriza a reintegração se esta seder durante o período de estabilidade.Do contrário, a garantia restringe-seaos salários e demais direitoscorrespondentes ao período deestabilidade. III - Não há direito da empregadagestante à estabilidade provisória nahipótese de admissão mediante contratode experiência, visto que a extinção darelação de emprego, em face do términodo prazo, não constitui dispensa.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
► Acidente do Trabalho
A estabilidade do empregado acidentado refere-se apenas
aos acidentes de trabalho. Os acidentes ocorridos no percurso
do trabalho para casa e vice versa também são considerados
acidentes de trabalho.
Além disso, o empregado só gozará do benefício caso
fique mais do que 15 dias afastado do serviço, situação em
que perceberá o auxílio doença acidentário do INSS. A
estabilidade do empregado acidentado é de no mínimo 12 meses
após a cessação do auxílio doença.
Art. 118, Lei 8213/91. O segurado quesofreu acidente de trabalho temgarantida, pelo prazo mínimo de dozemeses, a manutenção de seu contrato detrabalho na empresa, após a cessação doauxílio doença acidentário,independentemente de percepção deauxílio-acidente.
Súmula 378, TST. I - É constitucional oartigo 118 da Lei nº 8.213/1991 queassegura o direito à estabilidadeprovisória por período de 12 meses apósa cessação do auxílio-doença aoempregado acidentado. II - São pressupostos para a concessãoda estabilidade o afastamento superiora 15 dias e a conseqüente percepção do
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
auxílio doença acidentário, salvo seconstatada, após a despedida, doençaprofissional que guarde relação decausalidade com a execução do contratode emprego.
Acidente 16° dia ESTABILIDADE ♦♦ 15 dias sem trabalhar Suspensão do contrato Empregador paga o salário Percepção do auxílio doença acidentário
E mais, a súmula 32 do TST também é relevante, pois
afirma que após a cessação do auxílio, isto é, a partir do
momento em que o empregado estiver apto para retornar ao
trabalho, este terá o prazo de 30 dias para retornar ao
serviço, sob pena de perder o direito a estabilidade
provisória, uma vez que o TST entende que caracterizaria
abandono de emprego.
Súmula 32, TST. Presume-se o abandonode emprego se o trabalhador nãoretornar ao serviço no prazo de 30(trinta) dias após a cessação dobenefício previdenciário nem justificaro motivo de não o fazer.
► Dirigente Sindical
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O dirigente sindical também é detentor de estabilidade
provisória, a qual vigora a partir do registro de sua
candidatura até um ano após o seu mandato, caso eleito.
Contudo, se o registro da candidatura ocorrer durante o aviso
prévio o empregado não terá estabilidade no emprego.
A entidade sindical tem a obrigação de comunicar o
empregador da candidatura do empregado no prazo de 24 horas.
O art. 543 determina que, além da estabilidade no
emprego, o empregador não poderá transferi-lo. Neste sentido,
destaca-se o art. 659, inciso X da CLT, o qual prevê a
concessão de medida liminar visando reintegrar dirigente
sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.
Corrobora o pensamento a OJ 65, SDI – 2 do TST que ressalvada
a hipótese do art. 494 da CLT, não fere direito líquido e
certo a determinação liminar de reintegração no emprego de
dirigente sindical, em face da previsão do inciso X do art.
659 da CLT.
Art. 8, CF. É livre a associaçãoprofissional ou sindical, observado oseguinte: [...]VIII - é vedada a dispensa do empregadosindicalizado a partir do registro dacandidatura a cargo de direção ourepresentação sindical e, se eleito,ainda que suplente, até um ano após ofinal do mandato, salvo se cometerfalta grave nos termos da lei.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 543, CLT. O empregado eleito paracargo de administração sindical ourepresentação profissional, inclusivejunto a órgão de deliberação coletiva,não poderá ser impedido do exercício desuas funções, nem transferido paralugar impossível o desempenho das suasatribuições sindicais.§ 1º. O empregado perderá o mandato sea transferência for por ele solicitadaou voluntariamente aceita.§ 2º. Considera-se de licença nãoremunerada, salvo assentimento daempresa ou cláusula contratual, o tempoem que o empregado se ausentar dotrabalho no desempenho das funções aque se refere este artigo.§ 3º. Fica vedada a dispensa doempregado sindicalizado ou associado, apartir do momento do registro de suacandidatura a cargo de direção ourepresentação de entidade sindical oude associação profissional, até 1 (um)ano após o final do seu mandato, casoseja eleito, inclusive como suplente,salvo se cometer falta gravedevidamente apurada nos termos destaConsolidação. § 4º. Considera-se cargo de direção ourepresentação sindical aquele cujoexercício ou indicação decorre deeleição prevista em lei.§ 5º. Para os fins deste artigo, aentidade sindical comunicará porescrito à empresa, dentro de 24 (vintee quatro) horas, o dia e a hora doregistro da candidatura do seuempregado e, em igual prazo, suaeleição e posse, fornecendo, outrossim,a este, comprovante no mesmo sentido. OMinistério do Trabalho fará no mesmoprazo a comunicação no caso dadesignação referida no final do § 4º.§ 6º. A empresa que, por qualquer modo,procurar impedir que o empregado seassocie a sindicato, organize
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
associação profissional ou sindical ouexerça os direitos inerentes à condiçãode sindicalizado, fica sujeita àpenalidade prevista na letra (a) doArt. 553, sem prejuízo da reparação aque tiver direito o empregado.
Súmula 369, TST. I - É indispensável acomunicação, pela entidade sindical, aoempregador, na forma do § 5º do art.543 da CLT. II - O art. 522 da CLT, que limita asete o número de dirigentes sindicais,foi recepcionado pela ConstituiçãoFederal de 1988.III - O empregado de categoriadiferenciada eleito dirigente sindicalsó goza de estabilidade se exercer naempresa atividade pertinente àcategoria profissional do sindicatopara o qual foi eleito dirigente.IV - Havendo extinção da atividadeempresarial no âmbito da baseterritorial do sindicato, não há razãopara subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura doempregado a cargo de dirigente sindicaldurante o período de aviso prévio,ainda que indenizado, não lhe asseguraa estabilidade, visto que inaplicável aregra do § 3º do art. 543 daConsolidação das Leis do Trabalho.
O dirigente sindical só perderá a estabilidade por falta
grave, que será analisada por meio de Inquérito de Apuração
de Falta Grave.
Súmula 379, TST. O dirigente sindicalsomente poderá ser dispensado por faltagrave mediante a apuração em inquérito
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
judicial, inteligência dos arts. 494 e543, §3º, da CLT.
Atenção: membro do conselho fiscal do sindicato não é
detentor de estabilidade, pois, conforme o art. 522,
§ 2 da CLT, este não possui qualquer cargo de
direção, limita-se a gestão financeira (OJ 365 da
SDI-1 do TST). O mesmo ocorre com os delegados
sindicais, cuja função restringe-se a defesa dos
interesses da entidade perante os poderes públicos e
as empresas, EXCETO nas situações em que mediante
procuração representem a diretoria do sindicato.
Art. 522, CLT. A administração doSindicato será exercida por umadiretoria constituída, no máximo, de 7(sete) e, no mínimo, de 3 (três)membros e de um Conselho Fiscalcomposto de 3 (três) membros, eleitosesses órgãos pela Assembléia Geral.§ 1º. A diretoria elegerá, dentre osseus membros, o Presidente doSindicato.§ 2º. A competência do Conselho Fiscalé limitada à fiscalização da gestãofinanceira do Sindicato.§ 3º. Constituirão atribuirão exclusivada Diretoria do Sindicato e dosDelegados Sindicais, a que se refere oArt. 523, a representação e a defesados interesses da entidade perante ospoderes públicos e as empresas, salvomandatário com poderes outorgados porprocuração da Diretoria, ou associadoinvestido em representação prevista emlei.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Estes são os exemplos mais comuns nas provas da Ordem em
relação a estabilidade provisória. Sempre que houver
necessidade de pleitear o reconhecimento de garantia de
emprego, deverá ser apresentado o aspecto fático de que
decorre o direito do trabalhador e, em seguida, efetuar os
pedidos: reconhecimento da garantia de emprego e a
conseqüente declaração da nulidade da dispensa, requerendo a
reintegração do autor ao emprego com o pagamento de todos os
salários e demais haveres trabalhistas relativos aos meses
entre a dispensa e o retorno às atividades e, sucessivamente,
requerer o pagamento de uma indenização substitutiva, pelo
número de meses relativos à garantia postulada, acrescida dos
consectários legais.
Observação: se o problema mencionar que já acabou o período
de estabilidade, o pedido será apenas da
indenização substitutiva referente ao período
estável em que o empregador o demitiu sem justo
motivo (súmula 396 do TST).
O Reclamante sofreu sério acidente de trabalho e
por isto ficou afastado por 25 dias do serviço,
percebendo auxílio doença acidentário durante este
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
período. No dia seguinte a cessação do auxílio o
Reclamante compareceu na empresa, momento em que o
empregador o demitiu sem justa causa. O Reclamado não
poderia ter demiti-lo, tendo em vista que o Reclamante é
detentor de estabilidade. (Fatos)
O artigo 118 da Lei 8213/91 aduz que o empregado
que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção de seu contrato
de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio
doença acidentário, independentemente de percepção de
auxílio-acidente. Confirma o entendimento a súmula 378
do TST, segundo a qual é garantida a estabilidade
provisória quando o afastamento for superior a 15 dias e
a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário.
(Fundamento)
Assim, requer a nulidade da dispensa sem justa
causa e a conseqüente reintegração do Reclamante ao
emprego com o pagamento de todos os salários dos meses
havidos entre a rescisão e o retorno às atividades. Caso
não seja este o entendimento deste Juízo,
sucessivamente, requer o pagamento de indenização
substitutiva referente ao período de estabilidade
provisória.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
i) RESCISÃO INDIRETA
A rescisão indireta será pleiteada quando o empregador
praticar alguma falta grave, nos termos do artigo 483, CLT.
Neste caso, o empregado poderá requerer para o Poder
Judiciário a rescisão do contrato de trabalho, bem como a
condenação do empregador ao pagamento de todas as verbas
rescisórias de uma demissão sem justa causa.
Observe que o pedido de rescisão indireta pressupõe um
contrato de trabalho em curso, isto é, só ocorrerá se o
empregado estiver prestando serviços para o empregador.
Art. 483. O empregado poderá considerarrescindido o contrato e pleitear adevida indenização quando:a) forem exigidos serviços superioresàs suas forças, defesos por Lei,contrários aos bons costumes ou alheiosao contrato;b) for tratado pelo empregador ou porseus superiores hierárquicos com rigorexcessivo;c) correr perigo manifesto de malconsiderável;d) não cumprir o empregador asobrigações do contrato;e) praticar o empregador ou seusprepostos, contra ele ou pessoas de suafamília ato lesivo da honra e boa fama;f) o empregador ou seus prepostosofenderem-no fisicamente, salvo em casode legítima defesa, própria ou deoutrem;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
g) O empregador reduzir o seu trabalho,sendo este por peça ou tarefa, de formaa afetar sensivelmente a importânciados salários.§ 1º. O empregado poderá suspender aprestação dos serviços ou rescindir ocontrato, quando tiver de desempenharobrigações legais, incompatíveis comcontinuação do serviço.§ 2º. No caso de morte do empregadorconstituído em empresa individual, éfacultado ao empregador rescindir ocontrato de trabalho.§ 3º. Nas hipóteses das letras d e g,poderá o empregado preitear a rescisãode seu contrato de trabalho e opagamento das respectivas indenizações,permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.
Veja o exemplo:
O Reclamante está com muitas dificuldades
financeiras, pois há três meses a Reclamada não efetua o
pagamento de seu salário. Apesar disso, o Reclamante
ainda está laborando para a Reclamada, que continua
descumprindo o contrato de trabalho. (Fatos)
A principal obrigação do empregador em uma relação
de trabalho é a contra prestação, mediante salário, pelos
serviços realizados pelo empregado. A ausência de
pagamento é, portanto, o descumprimento de uma obrigação
do empregador. Tal fato motiva o pedido de rescisão
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
indireta da relação contratual, conforme o artigo 483,
“d” da CLT, pois quando o empregador não cumprir as
obrigações do contrato o empregado poderá considerar
rescindido o contrato e pleitear a devida indenização.
(Fundamento)
Diante do exposto, requer seja declarada
judicialmente a rescisão indireta do contrato de
trabalho, bem como a condenação da Reclamada ao pagamento
de todas as verbas rescisórias provenientes de uma
dispensa sem justa causa. (Pedido)
Exemplo de questão da OAB: Caso o empregado considere seu
contrato de trabalho rescindido, imputando ao empregador
descumprimento de obrigação imposta por lei e cessando, de
imediato, a prestação de serviço, pode ainda pretender
receber o pagamento de valor correspondente ao aviso prévio?
Critérios de Correção: A questão apresenta uma situação de
rescisão indireta, prevista pelo artigo 483
da CLT. Nestes casos, o empregador será
obrigado a pagar todas as verbas
rescisórias de uma demissão sem justa
causa, inclusive o aviso prévio, norma
imposta pelo art. 487, § 4º, da CLT: ”Édevido o aviso prévio na despedida indireta.”
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
j) REVERSÃO DA JUSTA CAUSA
O empregado só pode ser demitido por justa causa diante
da prática de uma falta grave e, para que a conduta seja
considerada falta grave, deve haver previsão legal. O artigo
482 da CLT apresenta hipóteses de demissão por justo motivo,
destaca-se que este rol é exemplificativo, posto que outras
legislações também regulamentam situações consideradas falta
grave.
Sempre que o empregado for dispensado por justa causa é
necessário postular a reversão para demissão sem justa causa
e, consequentemente, o pagamento de todas as verbas
rescisórias.
Art. 482. Constituem justa causa pararescisão do contrato de trabalho peloempregador:a) ato de improbidade;b) incontinência de conduta ou mauprocedimentoc) negociação habitual por contaprópria ou alheia sem permissão doempregador, e quando construir ato deconcorrência à empresa para a qualtrabalha o empregado, ou forprejudicial ao serviço;d) condenação criminal do empregado,passada em julgado, caso não tenhahavido suspensão da execução da pena;e) desídia no desempenho dasrespectivas funções;f) embriaguez habitual ou em serviço;g) violação de segredo da empresa;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
h) ato e indisciplina ou deinsubordinação;i) abandono de emprego;j) ato lesivo da honra ou da boa famapraticado no serviço contra qualquerpessoa, ou ofensas físicas, nas mesmascondições, salvo em caso de legítimadefesa, própria ou de outrem;k) ato lesivo de honra e boa fama ouofensas físicas praticada contra oempregador e superiores hierárquicos,salvo em caso de legítima defesa,própria ou de outrem:l) prática constante de jogos de azar.Parágrafo único. Constitui igualmentejusta causa para dispensa de empregadoa prática, devidamente comprovada eminquérito administrativo, de atosatentatórios à segurança nacional.
Atenção: se a proposta apresentar um caso de demissão por
justa causa de empregado estável, deve-se requerer a
nulidade da dispensa e a reintegração ao emprego. Por
conseguinte, a indenização substitutiva.
Exemplo:
A Reclamante foi dispensada por justa causa,
pois não se submeteu a revista íntima imposta pelo
Reclamado, que a demitiu alegando que se tratava de
ato de indisciplina e insubordinação. (Fatos)
A Reclamante não cometeu nenhuma falta grave,
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
tendo em vista que apenas estava defendendo um
direito garantido pelo artigo 373-A, VI da CLT,
segundo o qual é vedado ao empregador realizar
revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.
Ademais, a atitude do Reclamado viola a disposição
do artigo 5°, X da CF, pois a submissão da
Reclamante a revista íntima atinge a sua honra.
Diante disso, a alegação do Reclamado não deve
prosperar, posto que a conduta da Reclamante não
constitui ato de indisciplina e insubordinação.
(Fundamento)
Assim, requer a reversão da demissão por justa
causa para demissão sem justa causa, bem como a
condenação do Reclamante ao pagamento de todas as
verbas rescisórias. (Pedido)
l) TUTELA CAUTELAR E TUTELA ANTECIPADA
Ambas são tutelas de urgência, entretanto possuem
finalidades distintas. A CLT é omissa em relação à tutela
cautelar e à tutela antecipada, de forma que as normas do
Código de Processo Civil são aplicadas subsidiariamente.
Art. 769, CLT. Nos casos omissos, odireito processual comum será fonte
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
subsidiária do direito processual dotrabalho, exceto naquilo em que forincompatível com as normas desteTítulo.
“Não são raras as situações em que, a ter-se de aguardar
a composição definitiva da lide por sentença, o provimento
final da justiça se tornará vão e inútil, porque o bem
disputado terá desaparecido ou a pessoa a que era destinado
já não mais terá condições de ser beneficiada pelo ato
judicial.
Outras vezes é o direito material mesmo que reclama gozo
imediato, sob pena de não poder fazê-lo o respectivo titular,
se tiver de aguardar o estágio final, ulterior à coisa
julgada.
Para estas duas situações, o direito processual moderno
concebeu uma tutela jurisdicional diferenciada, que recebe o
nome de tutela de urgência, desdobrada, no direito
brasileiro, em duas espécies distintas: a) a tutela cautelar,
que apenas preserva a utilidade e eficiência do futuro e
eventual provimento; b) a tutela antecipada, que, por meio de
liminares ou de medidas incidentais, permite à parte, antes
do julgamento definitivo de mérito, usufruir,
provisoriamente, do direito subjetivo resistido pelo
adversário. ”7
7 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – TeoriaGeral do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. 50ª ed.Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 53.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
► Tutela Cautelar
A tutela cautelar é, na realidade, uma ação própria.
Portanto, o pedido de tutela cautelar é realizado através de
uma petição inicial, cuja ação é dependente da Reclamatória
Trabalhista. A ação cautelar pode ser instaurada antes do
processo principal (preparatória) ou no curso do processo
principal (incidental).
Art. 796, CPC. O procedimento cautelarpode ser instaurado antes ou no cursodo processo principal e deste é sempredependente.
Art. 801, CPC. O requerente pleiteará amedida cautelar em petição escrita, queindicará:I - a autoridade judiciária, a que fordirigida;II - o nome, o estado civil, aprofissão e a residência do requerentee do requerido;III - a lide e seu fundamento;IV - a exposição sumária do direitoameaçado e o receio da lesão;V - as provas que serão produzidas.Parágrafo único. Não se exigirá orequisito do nº III senão quando amedida cautelar for requerida emprocedimento preparatório.
A finalidade da ação cautelar restringe-se apenas em
assegurar o resultado útil do processo, sendo a prevenção seu
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
elemento específico. O doutrinador Humberto Theodoro Junior
conceitua que “consiste, pois, a ação cautelar no direito de
provocar, o interessado, o órgão judicial a tomar
providências que conservem e assegurem os elementos do
processo (pessoas, provas e bens), eliminando a ameaça de
perigo ou prejuízo iminente e irreparável ao interesse
tutelado no processo principal.”8
A ação cautelar apresenta dois requisitos específicos:
fumus boni iuris e periculum in mora . A fumaça do bom direito é,
sinteticamente, uma aparência de direito, um grau mínimo de
certeza onde há uma possibilidade de que as alegações do
autor sejam verdadeiras. Já o perigo da demora é o fundado
receio de dano irreparável ou de difícil reparação diante de
uma decisão tardia.
Art. 797, CPC. Só em casosexcepcionais, expressamente autorizadospor lei, determinará o juiz medidascautelares sem a audiência das partes.
Art. 798, CPC. Além dos procedimentoscautelares específicos, que este Códigoregula no Capítulo II deste Livro,poderá o juiz determinar as medidasprovisórias que julgar adequadas,quando houver fundado receio de que umaparte, antes do julgamento da lide,cause ao direito da outra lesão grave ede difícil reparação.
8 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Processode Execução e Cumprimento da Sentença. Processo Cautelar e Tutela deUrgência. 41ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. v 2, p. 540.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Por fim, cita-se o artigo 808 do CPC, que aduz as causas
que extinguem os efeitos de eventual tutela cautelar
concedida à parte.
Art. 808, CPC. Cessa a eficácia damedida cautelar:I - se a parte não intentar a ação noprazo estabelecido no Art. 806;II - se não for executada dentro de 30(trinta) dias;III - se o juiz declarar extinto oprocesso principal, com ou semjulgamento do mérito.Parágrafo único. Se por qualquer motivocessar a medida, é defeso à parterepetir o pedido, salvo por novofundamento.
1. Endereçamento 2. Qualificação ESTRUTURA DA 3. MéritoAÇÃO CAUTELAR 4. Pedido 5. RequerimentosFinais 6. Valor da Causa
No pedido da ação cautelar requer-se a concessão de
liminar (in limine litis – no início da lide) e, posteriormente,
confirmação dos termos da liminar.
► Tutela Antecipada
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Antecipação de Tutela é o ato do juiz, por meio de
decisão interlocutória, que adianta ao Reclamante os efeitos
do julgamento de mérito, ou seja, a concessão de tutela
antecipada tem caráter satisfativo e não assecuratório como
as ações cautelares, uma vez que no “âmbito da tutela
antecipatória as medidas permitem a imediata satisfação da
pretensão (direito material) da parte, embora em caráter
provisório e revogável.” 9
Observe que a antecipação de tutela é uma medida mais
gravosa para o réu do que a medida cautelar, pois concede
liminarmente a pretensão final do autor. Assim, para não
transformar a liminar satisfativa em regra geral, o que
afetaria a garantia do Devido Processo Legal e o Princípio do
Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5°, LIV e LV, CF), a
tutela antecipatória submete a parte interessada às
exigências dos seguintes requisitos: prova inequívoca dos
fatos, verossimilhança das alegações, receio de dano
irreparável ou de difícil reparação ou abuso do direito de
defesa ou manifesto propósito protelatório, possibilidade de
reversão do provimento antecipado (revogar a concessão de
liminar).
9 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – TeoriaGeral do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. 50ª ed.Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 53.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 273, CPC. O juiz poderá, arequerimento da parte, antecipar, totalou parcialmente, os efeitos da tutelapretendida no pedido inicial, desdeque, existindo prova inequívoca, seconvença da verossimilhança da alegaçãoe: I - haja fundado receio de danoirreparável ou de difícil reparação ; ouII - fique caracterizado o abuso dedireito de defesa ou o manifestopropósito protelatório do réu.§ 1º. Na decisão que antecipar atutela, o juiz indicará, de modo claroe preciso, as razões do seuconvencimento. § 2º. Não se concederá a antecipação datutela quando houver perigo deirreversibilidade do provimentoantecipado.§ 3º. A efetivação da tutela antecipadaobservará, no que couber e conforme suanatureza, as normas previstas nos arts.588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A. § 4º. A tutela antecipada poderá serrevogada ou modificada a qualquertempo, em decisão fundamentada.§ 5º. Concedida ou não a antecipação datutela, prosseguirá o processo atéfinal julgamento.§ 6º. A tutela antecipada também poderáser concedida quando um ou mais dospedidos cumulados, ou parcela deles,mostrar-se incontroverso. § 7º. Se o autor, a título deantecipação de tutela, requererprovidência de natureza cautelar,poderá o juiz, quando presentes osrespectivos pressupostos, deferir amedida cautelar em caráter incidentaldo processo ajuizado.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
a) provainequívoca dos fatos b)
verossimilhança das alegações
REQUISITOS DA c) receio de dano irreparável
ou de difícil
TUTELA ANTECIPADA reparação ou abuso do
direito de defesa
ARTIGO 273,CPC ou manifesto propósito
protelatório
d)possibilidade de reversão do provimento
antecipado (revogar a concessão de liminar)
Importante: a CLT prevê duas situações em que serão
concedidas a antecipação da tutela no processo do
trabalho (artigo 659, IX e X, CLT).
Art. 659, CLT. Competem privativamenteaos Presidentes das Juntas, além dasque lhes forem conferidos neste Títuloe das decorrentes de seu cargo, asseguintes atribuições:I - presidir às audiências das Juntas;II - executar as suas própriasdecisões, as proferidas pela Junta eaquelas cuja execução lhes fordeprecada;III - dar posse aos Juízes classistasnomeados para a Junta, ao chefe de
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Secretaria e aos demais funcionários daSecretaria;IV - convocar os suplentes dos Juízesclassistas no impedimento destes;V - representar ao Presidente dotribunal regional da respectivajurisdição, no caso de falta dequalquer Juiz classista a 3 (três)reuniões consecutivas, sem motivojustificado, para os fins do Art. 727;VI - despachar os recursos interpostospelas partes, fundamentando a decisãorecorrida antes da remessa ao tribunalregional, ou submetendo-os à decisão daJunta, no caso do Art. 894;VII - assinar as folhas de pagamentodos membros e funcionários da Junta;VIII - apresentar ao Presidente doTribunal Regional, até 15 de fevereirode cada ano, o relatório dos trabalhosdo ano anterior;IX - conceder medida liminar, atédecisão final do processo emreclamações trabalhistas que visem atornar sem efeito transferênciadisciplinada pelos parágrafos do Art.469 desta Consolidação.X – conceder em medida liminar, atédecisão final do processo emreclamações trabalhistas que visemreintegrar no emprego dirigentesindical afastado, suspenso oudispensado pelo empregador.
A primeira baseia-se na possibilidade do Juiz do
conceder medida liminar que visem a tornar sem efeito
transferência de empregado para localidade diversa da que
resultar do contrato, sem a sua anuência e comprovação da
necessidade do serviço (art. 469, CLT e súmula 43).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A seguinte refere-se à concessão de liminar para
reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso
ou dispensado pelo empregador.
Situações em que a RT deve conter o
pedido de Antecipação de Tutela
● artigo 659, IX, CLT (sustação de transferência
abusiva);
● artigo 659, X, CLT (dirigente sindical que foi
despedido a fim de frustrar a reivindicação da
categoria que deveria ocorrer dentro de 10 dias);
● reintegração do empregado portador de estabilidade
ou garantia no emprego, como os membros eleitos
das comissões internas de prevenção de acidentes,
a empregada gestante, o empregado acidentado;
● expedição de guias do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço – FGTS ou do seguro-desemprego
(empregador dispensou sem justa causa o empregado
e não lhe forneceu a guia para levantamento do
FGTS, tampouco a guia para percepção do seguro
desemprego);
● entrega de equipamento de proteção individual a
empregado (empregador mantém os equipamentos de
proteção em local inacessível aos empregados);
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
● empregador mantém trabalhador adolescente em
ambiente insalubre ou perigoso;
● abstenção de exigir atestado de esterilização de
empregadas em idade fértil;
● o empregador retém ilegalmente a CTPS do
empregado.
Empregado estável: quando é necessário postular a tutela
antecipada?
É possível afirmar que, de um modo geral, sempre que a
estabilidade se dá em razão do cargo do empregado (dirigente
sindical, membro da CCP, representante dos empregados na
CIPA) deve-se pleitear antecipação de tutela. E diante do
direito à estabilidade por razões pessoais (gestante,
acidente do trabalho) não haverá urgência na reintegração,
logo não será postulada a tutela antecipada. Todavia a
análise do caso concreto é fundamental para avaliar a
urgência da medida.
A súmula 414 do TST trata dos recursos cabíveis contra
as decisões de concessão liminar de tutela antecipada.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 414, TST. MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
(OU LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA.
I – A antecipação da tutela concedida na sentença não
comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser
impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o
meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida
antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança,
em face da inexistência de recurso próprio.
Comentários: A antecipação de tutela pode ser concedida no
momento da prolação da sentença. Neste caso, por
existir um recurso próprio para impugnar a decisão
(Recurso Ordinário) não caberá a impetração de
mandado de segurança. Contudo, se a liminar for
concedida antes da sentença trata-se de uma decisão
interlocutória, que é irrecorrível de imediato no
processo do trabalho. Portanto, nesta hipótese,
seria cabível a impetração de MS.10
III - A superveniência da sentença, nos autos originários,
faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a
concessão da tutela antecipada (ou liminar).
Comentários: A sentença de resolução do mérito tem caráter
terminativo, logo qualquer decisão concedida,10 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Súmulas do TST comentadas. 10. ed.São Paulo: Ltr, 2008. p. 351.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
provisoriamente, por meio de liminar terá sua
eficácia cessada, pois prevalecerá a sentença.
Assim o mandado de segurança impetrado contra o
ato de concessão de liminar, que ocorreu no curso
do processo por meio de uma decisão
interlocutória, perderá seu objeto, tendo em vista
que a liminar já fora revogada pela decisão
proferida na sentença. Suponha que na sentença o
Juiz confirmou os termos da liminar concedida no
curso do processa, neste caso a outra parte terá o
seu MS prejudicado e terá que reiterar o pedido
por meio de RO, porque a confirmação foi proferida
na sentença, da qual há recurso próprio para
impugnar a decisão.
O pedido de tutela antecipada, conforme já demonstrado,
deverá ser realizado na própria Reclamatória Trabalhista.
Exemplo:
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão,
portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob
nº e no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, residente e
domiciliado no endereço completo, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante
assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional
no endereço completo, com fulcro no artigo 840 da CLT,
propor:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA com pedido de antecipação de tutela
em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço
completo, pelas razões de fato e de direito que passa a
expor.
O pedido propriamente dito, isto é, os fatos,
fundamentos e pedidos devem ser inseridos no mérito da RT. É
preciso apontar todos os requisitos exigidos pelo artigo 273,
CPC, quais sejam: prova inequívoca dos fatos (FATOS),
verossimilhança das alegações, receio de dano irreparável ou
de difícil reparação ou abuso do direito de defesa ou
manifesto propósito protelatório (FUNDAMENTOS).
Prova inequívoca dos fatos
FATOS
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Verossimilhança das alegações
+FUNDAMENTOS
Receio de dano irreparável (difícil reparação)
Veja o exemplo:
O Reclamante exercia o cargo de dirigente
sindical, quando fora dispensado sem justa causa pelo
Reclamado. Ocorre que o Reclamante desenvolveu diversos
projetos para sua categoria, que seriam reivindicados
dentro de 15 dias, contudo a dispensa do Reclamante
inviabilizará a manifestação dos empregados. (Fatos)
Destaca-se a presença de todos os requisitos legais
exigidos pelo artigo 273 do CPC, que autoriza o juiz
diante de requerimento da parte, antecipar, total ou
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido
inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e haja fundado
receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
O Reclamante é dirigente sindical, cujo mandato
está em curso, logo trata-se de empregado estável e tem
direito a reintegração, conforme o art. 8 da CF, que
veda a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
14
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Corrobora o texto constitucional o artigo 543 da CLT,
segundo o qual o empregado eleito para cargo de
administração sindical ou representação profissional não
poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem
transferido para lugar impossível o desempenho das suas
atribuições sindicais.
A reintegração imediata é fundamental, sob pena de
causar danos irreparáveis ao Reclamante, bem como a toda
a categoria, tendo em vista que a reivindicação será
cancelada. Ressalta-se que o artigo 659, X da CLT
autoriza especificamente para esta hipótese a concessão
de medida liminar, até decisão final do processo em
reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego
dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo
empregador. (Fundamentos)
Diante de todo o exposto, requer a concessão
liminar, com fulcro no artigo 659, X, CLT, que ordene a
reintegração do Reclamante e, em sentença, a confirmação
dos termos da liminar ora requerida. (Pedido)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
m) ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA e JUSTIÇA GRATUITA
A concessão da assistência judiciária na Justiça do
Trabalho foi disciplinada pela Lei 5584/70. O artigo 14, § 1º
desta Lei 5584/70 regulamentou a concessão de assistência
judiciária na Justiça do Trabalho, estabelecendo que o
benefício da justiça gratuita será fornecido para o empregado
cujo salário seja igual ou inferior ao dobro do mínimo legal,
ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior
salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe
permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da
família e que tenha como patrono advogado de sindicado. A
assistência judiciária gratuita é monopólio dos sindicatos.
Os §’s seguintes do artigo 14 não são mais aplicados,
tendo em vista que a OJ 304, SDI – 1, TST dispensa as
exigências realizadas por estes dispositivos, firmando a
posição de que atendidos os requisitos da Lei 5584/70 para a
concessão da assistência judiciária, basta a simples
afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição
inicial, para se considerar configurada a sua situação
econômica.
Art. 14, Lei 5584/70. Na Justiça doTrabalho, a assistência judiciária aque se refere a Lei 1.060, de 5 defevereiro de 1950, será prestada peloSindicato da categoria profissional aque pertencer o trabalhador.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§ 1º. A assistência é devida a todoaquele que perceber salário igual ouinferior ao dobro do mínimo legal,ficando assegurado igual benefício aotrabalhador de maior salário, uma vezprovado que sua situação econômica nãolhe permite demandar, sem prejuízo dosustento próprio ou da família.§ 2º. A situação econômica dotrabalhador será comprovada em atestadofornecido pela autoridade local doMinistério do Trabalho e PrevidênciaSocial, mediante diligência sumária,que não poderá exceder de 48 (quarentae oito) horas.§ 3º. Não havendo no local a autoridadereferida no parágrafo anterior, oatestado deverá ser expedido peloDelegado de Polícia da circunscriçãoonde resida o empregado.
OJ 304, SDI – 1, TST. Atendidos osrequisitos da Lei 5584/70 (art. 14, §2), para a concessão da assistênciajudiciária, basta a simples afirmaçãodo declarante ou de seu advogado, napetição inicial, para se considerarconfigurada a sua situação econômica.
Já o art. 790, §3 da CLT dispõe sobre a Justiça
Gratuita, observe:
Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho,nos Juízos de Direito, nos Tribunais eno Tribunal Superior do Trabalho, aforma de pagamento das custas eemolumentos obedecerá às instruções queserão expedidas pelo Tribunal Superiordo Trabalho. § 1º. Tratando-se de empregado que nãotenha obtido o benefício da justiçagratuita, ou isenção de custas, osindicato que houver intervindo no
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
processo responderá solidariamente pelopagamento das custas devidas. § 2º. No caso de não-pagamento dascustas, far-se-á execução da respectivaimportância, segundo o procedimentoestabelecido no Capítulo V desteTítulo.§ 3º. É facultado aos juízes, órgãosjulgadores e presidentes dos tribunaisdo trabalho de qualquer instânciaconceder, a requerimento ou de ofício,o benefício da justiça gratuita,inclusive quanto a traslados einstrumentos, àqueles que perceberemsalário igual ou inferior ao dobro domínimo legal, ou declararem, sob aspenas da lei, que não estão emcondições de pagar as custas doprocesso sem prejuízo do sustentopróprio ou de sua família.
Exemplo:
Ante a declaração do reclamante, conforme
determina a OJ 304, SDI – 1, TST, de que não pode
demandar sem prejuízo do sustento próprio e de sua
família, faz jus à concessão dos benefícios da justiça
gratuita, nos termos do artigo 790, §3º da CLT.
n) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Na Justiça do Trabalho vigora o Ius Postulandi, ou seja,
não exige a representação por advogado, a parte pode
acompanhar a Reclamatória até o final (salvo eventual Recurso
Extraordinário), de acordo com o artigo 791, CLT. Observe que
somente as partes podem demandar na Justiça do Trabalho, este
direito não pode ser exercido por terceiros.
Art. 791, CLT. Os empregados e osempregadores poderão reclamarpessoalmente perante a Justiça doTrabalho e acompanhar as suasreclamações até o final.
Além de a parte ter a faculdade de demandar sem a
presença de procurador, os honorários advocatícios na Justiça
do Trabalho também apresentam características distintas das
outras esferas do Poder Judiciário.
Na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios podem
ser chamados de honorários assistenciais, uma vez que estão
condicionados a dois requisitos: o benefício da justiça
gratuita e a assistência de advogado do sindicato
(assistência judiciária gratuita). Este entendimento foi
consolidado nas Súmulas 219 e 329 do TST.
Os honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho
pressupõem a representação da parte por advogado de sindicato
e a percepção de remuneração inferior a dois salários mínimos
ou que não consiga demandar a Reclamatória sem prejuízo ao
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
seu sustento e de sua família. Nestes casos os honorários
advocatícios nunca ultrapassarão o limite de 15% (quinze por
cento).
Súmula 219, TST. I - Na Justiça doTrabalho, a condenação ao pagamento dehonorários advocatícios, nuncasuperiores a 15% (quinze por cento),não decorre pura e simplesmente dasucumbência, devendo a parte estarassistida por sindicato da categoriaprofissional e comprovar a percepção desalário inferior ao dobro do saláriomínimo ou encontrar-se em situaçãoeconômica que não lhe permita demandarsem prejuízo do próprio sustento ou darespectiva família. II - É incabível a condenação aopagamento de honorários advocatícios emação rescisória no processotrabalhista, salvo se preenchidos osrequisitos da Lei nº 5.584/70.
Súmula 329, TST. Mesmo após apromulgação da Constituição daRepública de 1988, permanece válido oentendimento consubstanciado na Súmula219 do Tribunal Superior do Trabalho.
OJ 305, SDI – 1, TST. Na Justiça doTrabalho, o deferimento de honoráriosadvocatícios sujeita-se à constataçãoda ocorrência concomitante de doisrequisitos: o benefício da justiçagratuita e a assistência por sindicato.
Atenção: o advento da EC 45/2004 alterou a competência da
Justiça do Trabalho, que não se restringia mais as
relações entre empregados e empregadores. Diante
disso, o TST aprovou a Instrução Normativa 27/2005,
15
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
cujo art. 5º estabelece que os honorários são devidos
pela mera sucumbência, exceto nas lides decorrentes
da relação de emprego.
Portanto, para as relações de trabalho em geral, EXCETO
as relações de emprego, os honorários advocatícios devem ser
postulados e, nos termos do artigo 20, § 3 do CPC limite dos
honorários advocatícios é de 20%.
Art. 20, CPC. A sentença condenará ovencido a pagar ao vencedor as despesasque antecipou e os honoráriosadvocatícios. Essa verba honorária serádevida, também, nos casos em que oadvogado funcionar em causa própria.§ 1º. O juiz, ao decidir qualquerincidente ou recurso, condenará nasdespesas o vencido.§ 2º. As despesas abrangem não só ascustas dos atos do processo, comotambém a indenização de viagem, diáriade testemunha e remuneração doassistente técnico.§ 3º. Os honorários serão fixados entreo mínimo de 10% (dez por cento) e omáximo de 20% (vinte por cento) sobre ovalor da condenação, atendidos:a) o grau de zelo do profissional;b) o lugar de prestação do serviço;c) a natureza e importância da causa, otrabalho realizado pelo advogado e otempo exigido para o seu serviço.§ 4º. Nas causas de pequeno valor, nasde valor inestimável, naquelas em quenão houver condenação ou for vencida aFazenda Pública, e nas execuções,embargadas ou não, os honorários serãofixados consoante apreciação eqüitativa
15
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
do juiz, atendidas as normas dasalíneas a, b e c do parágrafo anterior.§ 5º. Nas ações de indenização por atoilícito contra pessoa, o valor dacondenação será a soma das prestaçõesvencidas com o capital necessário aproduzir a renda correspondente àsprestações vincendas (Art. 602),podendo estas ser pagas, tambémmensalmente, na forma do § 2º doreferido Art. 602, inclusive emconsignação na folha de pagamentos dodevedor.
Na prova da Ordem, o candidato deve estar atento as
informações que constam no problema, a fim de identificar a
necessidade ou não de formular o
pedido de honorários advocatícios. O requerimento de
honorários deve estar inserido no mérito da RT e o candidato
deve evidenciar o preenchimento dos pressupostos legais,
exigidos pelas súmulas 219 e 329 do TST e OJ 305 da SDI – 1,
TST.
o) SEGURO DESEMPREGO
O seguro desemprego foi instituído pelas Leis 7998/90 e
8900/94. Sinteticamente, determinam que o empregado
dispensado sem justa causa, e que preencher os requisitos
legais do artigo 3º da Lei 7998/90, faz jus ao recebimento
das guias para requerimento deste benefício.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 3º, Lei 7998/90. Terá direito àpercepção do seguro-desemprego otrabalhador dispensado sem justa causaque comprove:I - ter recebido salários de pessoajurídica ou pessoa física a elaequiparada, relativos a cada um dos 6(seis) meses imediatamente anteriores àdata da dispensa;II - ter sido empregado de pessoajurídica ou pessoa física a elaequiparada ou ter exercido atividadelegalmente reconhecida como autônoma,durante pelo menos 15 (quinze) mesesnos últimos 24 (vinte e quatro) meses;III - não estar em gozo de qualquerbenefício previdenciário de prestaçãocontinuada, previsto no Regulamento dosBenefícios da Previdência Social,excetuado o auxílio-acidente e oauxílio suplementar previstos na Lei nº6.367, de 19 de outubro de 1976, bemcomo o abono de permanência em serviçoprevisto na Lei nº 5.890, de 8 de junhode 1973;IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; eV - não possuir renda própria dequalquer natureza suficiente à suamanutenção e de sua família.
Oportuno mencionar que caso o empregador se recuse a
entregar as guias, impossibilitando o recebimento deste
benefício, o empregado poderá pleitear uma indenização pelo
dano causado, nos termos da súmula 389, II, TST.
Súmula 389, TST. I - Inscreve-se nacompetência material da Justiça doTrabalho a lide entre empregado eempregador tendo por objeto indenização
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
pelo não-fornecimento das guias doseguro-desemprego.II - O não-fornecimento pelo empregadorda guia necessária para o recebimentodo seguro-desemprego dá origem aodireito à indenização.
Observação: empregados domésticos também têm direito ao
seguro desemprego, mas somente na hipótese de o
empregador anotar a CTPS e efetuar os depósitos do
FGTS (alteração trazida pela Lei 10.208/2001 ao
texto da Lei 5859/72, que regula o trabalho
doméstico).
Exemplo:
A Reclamada não forneceu as guias para
percepção do seguro desemprego ao reclamante,
impossibilitando que o autor percebesse o benefício.
(Fatos)
O Reclamante preenche todas as exigências legais
previstas pelo artigo 3º da Lei 7998/94, quais sejam:
percepção de salário nos últimos 6 meses, não goza de
nenhum benefício previdenciário de prestação continuada
ou auxílio-desemprego, nos últimos 15 meses exerceu
atividade legalmente reconhecida como autônoma. Ademais
não possui renda própria de qualquer natureza
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
suficiente à sua manutenção e de sua família.
(Fundamentos)
Assim, requer a concessão das guias para saque de
beneficio e, sucessivamente, pagamento de indenização
correspondente, nos termos da Súmula 389, II do TST.
(Pedido)
ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda inicial)
p) VERBAS RESCISÓRIAS
As verbas rescisórias são provenientes da extinção do
contrato de trabalho, ou seja, são as parcelas que devem ser
pagas pelo empregador na ocasião da rescisão contratual.
Saldo de salário
VERBAS Aviso Prévio
RESCISÓRIAS 13º Salário proporcional
Férias + 1/3
constitucional
Multa de 40% do FGTS
16
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
As parcelas rescisórias podem variar em função da causa
de dissolução do contrato, isto é, as verbas rescisórias de
um contrato de trabalho por prazo indeterminado rescindido
sem justa causa não são as mesmas do que as verbas
rescisórias de um contrato extinto por justa causa.
► DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA: saldo de salário, aviso
prévio, 13º salário, férias
+ 1/3 constitucional e multa
de 40% do FGTS. No tópico
das verbas rescisórias deve-
se pleitear também a
liberação da guia do FGTS e
da guia do seguro
desemprego.
► DEMISSÃO COM JUSTA CAUSA: saldo de salário, férias
vencidas e ao 13º salário
vencido, além é claro, de
eventuais parcelas salariais
devidas no próprio mês da
despedida (horas extras, por
exemplo). Não possui direito a
multa de 40% e também as guias
para liberação do FGTS e do
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
seguro-desemprego. O empregado
dispensado por justa causa não
tem direito a nenhuma verba
proporcional.
► RESCISÃO INDIRETA (culpa do empregador): são devidas as
mesmas parcelas que lhe seriam devidas
no caso de demissão sem justa causa,
ou seja, saldo de salário, aviso
prévio, 13º salário, férias + 1/3
constitucional e multa de 40% do FGTS,
inclusive, a liberação da guia do FGTS
e da guia do seguro desemprego.
► CULPA RECÍPROCA: são devidas todas as verbas da
dispensa sem justa causa, no entanto
são reduzidas pela metade, EXCETO o
saldo de salário.
A culpa recíproca ocorre quando empregado e empregador,
concomitantemente, incorrem em justa causa e dessa situação
complexa resultar o término do contrato de trabalho. O
exemplo clássico é a agressão mútua.11
11 JORGER NETO. Francisco Ferreira. Direito do Trabalho. 3 ed. Rio deJaneiro: Lúmen Júris, 2005. p. 664.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O artigo 484 da CLT que regula as verbas oriundas do contrato
rescindido por culpa recíproca.
Art. 484, CLT. Havendo culpa recíprocano ato que determinou a rescisão docontrato de trabalho, o tribunal dotrabalho reduzirá a indenização à queseria devido em caso de culpa exclusivado empregador, por metade.
Portanto, se restar comprovada a culpa recíproca, o
empregado terá direito:
a) 50% do valor do aviso prévio, décimo terceiro salário e
das férias proporcionais acrescidas do terço
constitucional (Súmula 14, TST);
b) multa do FGTS a razão de 20%, calculada sobre os
depósitos fundiários realizados no período contratual
(art. 18, § 2º, Lei 8036/90); e
c) movimenta a conta vinculada do FGTS (art. 20, Lei
8036/90). Súmula 14, TST – Redução à Metade do 13º,
Aviso Prévio e Férias Proporcionais.
O tópico das verbas rescisórias é atípico, pois é
dispensável o parágrafo da fundamentação, veja o exemplo:
O Reclamante foi dispensado sem justa
causa pelo Reclamado no dia _____. (Fatos)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Diante disso, requer a condenação do Reclamado
ao pagamento de todas as verbas rescisórias
provenientes desta dissolução do contrato de
trabalho, quais sejam saldo de salário, aviso
prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas
do terço constitucional e multa de 40% do FGTS.
Ademais, requer a guia para levantamento do FGTS e
a guia para percepção do seguro desemprego.
(Pedido)
Observação: no tópico das verbas rescisórias o requerimento
refere-se apenas aos proporcionais das parcelas
devidas, portanto se a proposta mencionar que há
falta de pagamento de férias ou 13º salário, por
exemplo, será necessário um tópico específico para
pleitear a verba atrasada.
q) MULTA DO ART. 467 DA CLT
O artigo 467 da CLT afirma que as verbas rescisórias
incontroversas, isto é, que não forem contestadas pelo
empregador e, portanto, devidas ao empregado, deverão ser
quitadas em primeira audiência, sob pena da multa prevista
neste artigo.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O § único prevê uma exceção importante, esta multa não é
aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios e as suas autarquias e fundações públicas.
Art. 467, CLT. Em caso de rescisão decontrato de trabalho, havendocontrovérsia sobre o montante dasverbas rescisórias, o empregador éobrigado a pagar ao trabalhador, à datado comparecimento à Justiça doTrabalho, a parte incontroversa dessasverbas, sob pena de pagá-las acrescidasde cinqüenta por cento.
Parágrafo único. O disposto no caputnão se aplica à União, aos Estados, aoDistrito Federal, aos Municípios e assuas autarquias e fundações públicas.
Assim, quando as parcelas rescisórias incontroversas não
forem pagas pelo empregador em primeira audiência, o
empregado passará a fazer jus ao recebimento de uma
indenização no valor de 50% das mesmas verbas.
Exemplo:
Nos termos deste artigo, o Reclamante
requer que o pagamento das verbas incontroversas seja
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
realizado em primeira audiência, sob pena da
incidência de multa de 50% sobre o valor
correspondente, nos termos do artigo 467 da CLT.
r) MULTA DO ART. 477 DA CLT
A multa deste artigo só incidirá se o empregador não
respeitar o prazo legal previsto para o pagamento das verbas
rescisórias.
Art. 477, CLT. É assegurado a todoempregado, não existindo prazoestipulado para a terminação dorespectivo contrato, e quando não hajaele dado motivo para cessação dasrelações de trabalho, o direito dehaver do empregador uma indenização,paga na base da maior remuneração quetenha percebido na mesma empresa. § 1º. O pedido de demissão ou recibo dequitação de rescisão do contrato detrabalho, firmado por empregado commais de 1 (um) ano de serviço, só seráválido quando feito com a assistênciado respectivo Sindicato ou perante aautoridade do Ministério do Trabalho.§ 2º. O instrumento de rescisão ourecibo de quitação, qualquer que seja acausa ou forma da dissolução docontrato, deve ter especificada anatureza de cada parcela paga aoempregado e discriminado o seu valor,sendo válida a quitação, apenas,relativamente às mesmas parcelas. § 3º. Quando não existir na localidadenenhum dos órgãos previstos nesteartigo, a assistência será prestada
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
pelo representante do MinistérioPúblico ou, onde houver, pelo defensorpúblico, e, na falta ou impedimentodestes, pelo juiz de paz.§ 4º. O pagamento a que fizer jus oempregado será efetuado no ato dahomologação da rescisão do contrato detrabalho, em dinheiro ou em chequevisado, conforme acordem as partes,salvo se o empregado for analfabeto,quando o pagamento somente poderá serfeito em dinheiro. § 5º. Qualquer compensação no pagamentode que trata o parágrafo anterior nãopoderá exceder o equivalente a um mêsde remuneração do empregado. § 6º. O pagamento das parcelasconstantes do instrumento de rescisãoou recibo de quitação deverá serefetuado nos seguintes prazos:a) até o primeiro dia útil imediato aotérmino do contrato; oub) até o décimo dia, contado da data danotificação da demissão, quando daausência do aviso prévio, indenizaçãodo mesmo ou dispensa de seucumprimento.§ 7º. O ato da assistência na rescisãocontratual (§§ 1º e 2º ) será sem ônuspara o trabalhador e empregador.§ 8º. A inobservância do disposto no §6º deste artigo sujeitará o infrator àmulta de 160 BTN, por trabalhador, bemassim ao pagamento da multa a favor doempregado, em valor equivalente ao seusalário, devidamente corrigido peloíndice de variação do BTN, salvo quandocomprovadamente, o trabalhador dercausa à mora. § 9º. (Vetado).
O § 6º deste artigo estabelece dois prazos
diferenciados em função do aviso prévio. A alínea “a” trata
da hipótese de aviso prévio cumprido, ou seja, o empregado
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
laborou durante 30 dias. Neste caso o pagamento das verbas
rescisórias deve ser até o primeiro dia útil imediato ao
término do contrato.
A alínea “b”, por sua vez, refere-se a hipótese de aviso
prévio indenizado, aquele em que o empregador paga o aviso
prévio e dispensa o empregado do seu cumprimento. Nesta
situação o pagamento deverá ser efetuado até o décimo dia,
contado da data da notificação da demissão. Note que NÃO é o
décimo dia útil, a contagem do prazo é de dez dias a partir
da dispensa.
Observação: o aviso prévio é de 30 dias e não um mês!
O § 6º prevê os prazos de pagamento, conforme
exposto, já o § 8º impõe a multa em que incorrerá o
empregador que não efetuar o pagamento dentro do prazo legal.
A penalidade prevista corresponde ao valor de um salário do
empregado percebido à época da dissolução do contrato de
trabalho.
Exemplo:
O Reclamado não respeitou o prazo para
pagamento das parcelas rescisórias previsto no
artigo 477, §6º da CLT. Diante deste fato, o
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Reclamante requer a condenação do Reclamado ao
pagamento de multa no valor equivalente ao seu
salário, conforme o §8º do artigo 477 da CLT.
s) JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
Todas as parcelas concedidas em sentença/acórdão devem
ser devidamente atualizadas monetariamente, bem como
acrescidas dos juros legais. Embora a doutrina e
jurisprudência majoritária entendam que se trata de pedido
implícito, para fins de exame da Ordem este pedido deve ser
requerido expressamente pelo candidato.
Exemplos:
O Reclamante requer a incidência de juros e
correção monetária na forma da Lei.
OU
Sobre o montante da condenação apurado em
liquidação de sentença, requer-se a incidência de
juros e correção monetária, conforme disciplinou o
art. 39 da Lei 8.177/91.
16
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
t) RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS
As verbas reconhecidas como devidas ao autor nas
decisões proferidas pela Justiça do Trabalho constituem fato
gerador de tributos, como imposto de renda e contribuições
previdenciárias. Portanto, o juiz determinará as respectivas
retenções fiscais e previdenciárias no crédito do autor. Por
isto mesmo, o reclamante que se sentir prejudicado, pode, por
exemplo, postular a condenação da reclamada em indenização
capaz de reparar este prejuízo sofrido.
Exemplos:
O Reclamante requer que as retenções fiscais,
bem como as contribuições previdenciárias sejam
calculadas na forma da Lei.
OU
A falta de pagamento durante o contrato de
trabalho que ensejou as verbas ora postuladas, bem
como as suas retenções fiscais e previdenciárias.
Portanto, nos termos do artigo 186 do CC, requer que
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
a Reclamada seja condenada a indenizar o Reclamante
pelos correspondentes valores.
Sucessivamente, não sendo este o entendimento
deste Juízo, requer que as retenções fiscais sejam
calculadas mês a mês e, por outro lado, que as
contribuições previdenciárias sejam calculadas sobre
o valor total da condenação.
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA – PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
No capítulo 3 desta apostila foi abordado o procedimento
sumaríssimo e suas peculiaridades. Neste momento é oportuno
relembrar que no rito sumaríssimo é fundamental que os
pedidos formulados sejam líquidos. Cada pedido do reclamante
deverá especificar qual é o valor requerido, sob pena de
arquivamento da reclamatória trabalhista, de acordo com o
artigo 852-B, CLT.
A estrutura da RT é a mesma, a única diferença estará no
mérito, pois cada pedido formulado pelo Reclamante deverá
especificar o valor exato da verba postulada. Veja o exemplo:
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DOTRABALHO DE ________.
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil,
profissão, portador da Cédula de Identidade RG
nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº,
portador da CTPS nº, residente e domiciliado no
endereço completo, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com
escritório profissional no endereço completo, com
fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº,
estabelecida no endereço completo, pelas razões
de fato e de direito a seguir expostos.
I – PRELIMINAR DE MÉRITO
a) Comissão de Conciliação Prévia
b) Tramitação Preferencial do Feito: Idoso(art. 71, Lei 10741/2003)
c) Dissídio que verse exclusivamente sobresalário ou empregador falido: art. 652,§único, CLT
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vezque o mérito é dependente da proposta)
1. DO CONTRATO DE TRABALHO
O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no
dia ________ para exercer a função de _________,
a remuneração percebida era de _______ até a data
_________, quando foi dispensado sem justa causa
pelo Reclamado.
2. DAS HORAS EXTRAS
§1 Fato
§2 Fundamento
§3 Pedido
§4 Atribui-se ao pedido o valor de R$______
3. DO 13º SALÁRIO
§1 Fato
§2 Fundamento
§3 Pedido
§4 Atribui-se ao pedido o valor de R$______
ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda inicial)
4. DAS VERBAS RESCISÓRIAS
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§1 Fato
§2 Fundamento
§3 Pedido
§4 Atribui-se ao pedido o valor de R$______
5. MULTA DO ART. 467, CLT
Nos termos deste artigo, o Reclamante
requer que o pagamento das verbas incontroversas
seja realizado em primeira audiência, sob pena da
incidência de multa de 50% sobre o valor
correspondente.
6. MULTA DO ART. 477, CLT
O Reclamado não respeitou o prazo para
pagamento das parcelas rescisórias previsto no
artigo 477, §6º da CLT. Diante deste fato, o
Reclamante requer a condenação do Reclamado ao
pagamento de multa no valor equivalente ao seu
salário, conforme o §8º do artigo 477 da CLT.
7. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
O Reclamante requer a incidência de
juros e correção monetária na forma da Lei.
8. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS
O Reclamante requer que as retenções
17
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
fiscais, bem como as contribuições
previdenciárias sejam calculadas na forma da Lei.
III – PEDIDOS
VI - REQUERIMENTOS FINAIS
O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da
Reclamada para apresentar resposta a presente
Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.
A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVAS em
direito admitidos, em especial o depoimento
pessoal do representante legal da Reclamada, sob
pena de confissão, oitiva de testemunhas, prova
pericial e juntada de novos documentos.
Por fim, requer a PROCEDÊNCIA da ação, e a
condenação da Reclamada em todos os pedidos
supra, acrescidos de juros e correção monetária.
Atribui-se a causa valor superior 2 e
inferior a 40 salários mínimos.
Termos em que, Pede deferimento.Local e data.Nome do Advogado
OAB nº
V. PEDIDOS
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Encerrado o mérito, é oportuno desenvolver o tópico dos
PEDIDOS. Os requerimentos devem ser apresentados na mesma
ordem em que foram abordados no mérito. Enumerados com
critério diferente daquele utilizado nos tópicos da RT (se os
tópicos foram relacionados com números romanos, os pedidos
podem ser relacionados por letras, por exemplo).
Este tópico é, na realidade, a cópia dos pedidos feitos
durante o desenvolvimento da peça processual (terceiro
parágrafo). É importante pedir a parcela principal, bem como
os seus reflexos, acrescidos de juros e correção monetária.
Observação: o tópico dos pedidos não é fundamental a
Reclamação Trabalhista, cabe ao examinando
ponderar, na hora do exame, a sua disponibilidade
de tempo e de linhas, para decidir se é viável
redigi-lo. Exemplos:
Diante todo o exposto, reitera-se o seguinte:
a) Requer o reconhecimento de vínculo de emprego
entre as partes, conforme exposto no item supra;
b) Requer a anotação na CTPS do Reclamante, no
período de xx/xx/xx a xx/xx/xx;
17
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
c) Requer a condenação subsidiária da empresa _____,
ao pagamento de todas as verbas trabalhistas ora
pleiteadas, diante do inadimplemento da empresa
prestadora de serviços;
d) Requer a equiparação salarial, inclusive os
reflexos no aviso prévio, 13º. Salário, férias
acrescidas do terço constitucional e FGTS
(depósitos e multa de 40%);
e) Requer a integração do adicional de insalubridade
à remuneração do Autor, com reflexos no aviso
prévio, 13º. Salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%);
f) Requer a condenação da Reclamada ao pagamento das
parcelas rescisórias devidamente corrigidas;
g) Requer a liberação de guia para levantamento do
FGTS, bem como a guia para a percepção do seguro
desemprego.
h) Requer a condenação da Reclamada ao pagamento da
multa do artigo 467, CLT.
17
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
VI. REQUERIMENTOS FINAIS
NOTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DE PROVAS
PROCEDÊNCIA
Ao contrário do tópico dos pedidos, os requerimentos
finais são indispensáveis a RT. Neste momento, deve-se
requerer a notificação da reclamada, a produção de todos os
meios de prova em direito admitidos, a condenação da
Reclamada e a procedência de todos os pedidos. Exemplo:
Deste modo, requer a notificação da Reclamada para,
querendo, responder a presente Reclamatória Trabalhista,
sob pena de revelia.
E a produção de todos os meios de prova em direito
admitidos, em especial a prova pericial e a oitiva de
testemunhas.
Por fim, requer a condenação da
Reclamada, bem como a procedência de todos os pedidos
supra, acrescidos de juros e correção monetária.
Observação: caso a Reclamação Trabalhista contenha pedido de
adicional de periculosidade ou adicional de
insalubridade a prova pericial é obrigatória.
17
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Portanto, procure mencioná-la nos requerimentos
finais quando for especificar algumas modalidades
de prova em direito admitidas.
VII. VALOR DA CAUSA
A Consolidação das Leis Trabalhistas é omissa no tocante
ao valor da causa. Contudo, com advento da Lei 5584/70, que
fixa o valor de alçada e da Lei 9957/00, que instituiu o
procedimento sumaríssimo, o valor da causa deve ser apontado
na Reclamação Trabalhista.
Cuidado: não é aconselhável atribuir valores específicos a
RT, sob pena de identificar a prova. É mais adequado
usar expressões ou valores genéricos, como os
exemplos abaixo:
Procedimento Ordinário
→ Atribui-se a causa o valor superior a 40 salários
mínimos.
Procedimento Sumaríssimo
Atenção: se a proposta indicar que o valor da causa está
entre 2 a 40 salários mínimos, o rito será o sumaríssimo.
Logo, cada pedido deve ser líquido, conforme demonstrado
anteriormente. Apesar de que os pedidos realizados
17
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
estejam líquidos e certos, deve-se atribuir um valor a
causa no final da peça. Vide:
→ Atribui-se a causa valor superior a 2 salários
mínimos e inferior a 40 salários mínimos.
FINALIZE A SUA PEÇA!
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Nome do Advogado
OAB Nº
Cuidado: Não identifique a prova. Não faça riscos / traços
sobre o nome. Não pule linhas. É importante seguir as
orientações descritas na prova. Não deve ser feito
qualquer espécie de marca na assinatura da peça além
de “Nome do Advogado – OAB nº”, sob pena de ser
considerada identificação de prova.
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
5. RESPOSTAS DO RECLAMADO
CONTESTAÇÃO
EXCEÇÃO
RECONVENÇÃO
5.1 CONTESTAÇÃO – ESTRUTURA COMPLETA
O endereçamento e a qualificação sempre serão os
primeiros passos de qualquer petição. O conteúdo da
contestação é composto pela Preliminar de Mérito, Prejudicial
de Mérito, Mérito, Impugnação aos Documentos, Requerimentos
Finais.
I. Preliminar de Mérito
CONTESTAÇÃO II. Prejudicial de Mérito
III. Mérito
IV. Impugnação aos
Documentos
V. Requerimentos Finais
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia de uma contestação no processo do trabalho. Esclarece-
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,
assim como na produção de suas próprias peças.
Obs: o modelo foi redigido com espaços maiores e “pulando
linhas” apenas por motivos didáticos e para facilitar a
visualização, NÃO SE ACONSELHA PULAR LINHAS NO EXAME DE
ORDEM.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DOTRABALHO DE ________.
Reclamante: OPCIONAL
Reclamado: Avalie a disponibilidade
Autos nº do espaço físico.
NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida
no endereço completo, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com
escritório profissional no endereço completo, com
fulcro no artigo 847 da CLT, OFERECER:
CONTESTAÇÃO
à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
RECLAMANTE, já qualificado nos autos em epígrafe,
pelas razões de fato e de direito a seguir
expostos.
I – PRELIMINAR DE MÉRITO
a) Artigo 301, CPC
b) Pedido líquido e certo (art. 852-B, I, CLT)
Exclusivos do
c) Correta indicação do nome e endereço
Procedimento
do Reclamado (art. 852-B, II, CLT)
Sumaríssimo
II – PREJUDICIAL DE MÉRITO
a) Prescrição Bienal
b) Prescrição Quinquenal
c) Prescrição Total
d) Decadência (Ação Rescisória, Mandado de
Segurança, Inquérito para apuração de Falta
Grave)
III – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vezque o mérito é dependente da proposta)
1. DO CONTRATO DE TRABALHO
O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
dia ________ para exercer a função de _________.
No dia ______ foi demitido sem justa causa,
ocasião em que sua remuneração somava R$_____.
2. DA REINTEGRAÇÃO
§1 Fato O Reclamante
postulou...
§2 Fundamento Não assiste razão ao
Reclamante, pois...
§3 Pedido Diante do exposto requer a
improcedência do pedido do
Reclamante.
3. DA ALTERAÇÃO DA JORNADA
§1 Fato O Reclamante
postulou...
§2 Fundamento Não assiste razão ao
Reclamante, pois...
§3 Pedido Diante do exposto requer a
improcedência do pedido do
Reclamante.
ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda contestação)
4. DA COMPENSAÇÃO
A Reclamada já efetuou o pagamento de
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
todas as verbas rescisórias devidas ao
Reclamante. No entanto, caso não seja este o
entendimento deste Juízo, requer seja feita a
compensação dos valores pagos com as eventuais
verbas deferidas, nos termos do artigo 767, CLT e
das súmulas 18 e 48, TST.
5. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
Por cautela, diante de eventual
condenação, requer que os juros e a correção
monetária sejam aplicados de acordo com a
previsão do artigo 459, CLT e da súmula 381, TST.
6. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS
Por conseguinte, requer que as
retenções fiscais, bem como os descontos
previdenciários ocorram em conformidade com a
súmula 368, TST.
7. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS
O Reclamado impugna todos os pedidos e
documentos apresentados pelo Reclamante na
inicial, eis que destoam da realidade do contrato
de trabalho.
VI - REQUERIMENTOS FINAIS
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Ante o exposto, requer provar as
alegações por todos os meios de PROVA em direito
admitidos, inclusive o depoimento pessoal do
Reclamante, sob pena de confissão, nos termos da
Súmula 74 do TST, bem como a juntada de novos
documentos em contraprova, de acordo com o art.
397 do CPC.
Por fim, requer o julgamento IMPROCEDENTE de
todos os pedidos do Reclamante, condenando-o ao
pagamento de custas processuais.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Nome do Advogado
OAB nº
5.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA CONTESTAÇÃO
I. ENDEREÇAMENTO
Na contestação o endereçamento da peça não apresenta
dificuldades, pois deverá ser dirigida para o mesmo juízo em
que está tramitando a inicial.
Existem duas possibilidades: o problema informa o local
em que a RT foi proposta ou não informa o local de
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
proposição. Neste último caso o endereçamento será genérico,
assim como na RT, diante da ausência de dados. Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO
DE ______________.
Mas se a proposta mencionar o juízo que está apreciando
o processo, o examinando deverá incluir todos os dados
informados no endereçamento. Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2ª VARA DO TRABALHO
DE CURITIBA – PR.
Além disso, é importante verificar, diante da informação
do local de ajuizamento da RT, se a competência territorial
(art. 651 da CLT) está correta, pois caso o art. 651 e seus
parágrafos não tenham sido observados o réu argüirá exceção
de incompetência (art. 799 da CLT), que será estudada no
decorrer do curso.
II. QUALIFICAÇÃO
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A contestação é a primeira manifestação do réu nos
autos, de modo que apesar de já estar qualificado na inicial,
o reclamado deve preencher seus dados da forma mais completa
possível, pois neste momento que poderá informar sua
qualificação precisa, como o autor na petição inicial.
Dispensa-se a qualificação completa do reclamante, a
qual será substituída pela expressão "já qualificado nos
autos em epígrafe".
Atenção: Não devem ser inventados dados que não estejam na
proposta, sob pena de identificação de prova.
Exemplo:
NOME DA RECLAMADA (completo, sem abreviações e em caixa
alta), pessoa jurídica de direito privado (pessoa
física; fundação pública ou privada, etc.), inscrita no
CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio
de seu advogado adiante assinado, com escritório
profissional no endereço completo, (PROCURAÇÃO EM
ANEXO), com fulcro no art. 847 da Consolidação das Leis
Trabalhistas, oferecer:
CONTESTAÇÃO
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO
RECLAMANTE (completo e sem abreviações - caixa alta), já
qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato
e fundamentos de direito a seguir expostas.
III. PRELIMINAR DE MÉRITO
Neste tópico da contestação argúem-se todos os aspectos
processuais. A defesa do reclamado está relacionada com os
problemas do processo (vícios, nulidades, etc).
A preliminar de mérito dependerá da proposta, logo não
serão todas as peças que apresentarão preliminar de mérito.
Na contestação todas as matérias que devem ser analisadas
antes do mérito estão elencadas no rol do art. 301, CPC.Art. 301. Compete-lhe, porém, antes dediscutir o mérito, alegar:I - inexistência ou nulidade dacitação;II - incompetência absoluta;III - inépcia da petição inicial;IV - perempção;V - litispendência;VI - coisa julgada;VII - conexão;VIII - incapacidade da parte, defeitode representação ou falta deautorização;IX - convenção de arbitragem;
18
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
X - carência de ação;XI - falta de caução ou de outraprestação, que a lei exige comopreliminar.§ 1º - Verifica-se a litispendência oua coisa julgada, quando se reproduzação anteriormente ajuizada. § 2º - Uma ação é idêntica à outraquando tem as mesmas partes, a mesmacausa de pedir e o mesmo pedido. § 3º - Há litispendência, quando serepete ação, que está em curso; hácoisa julgada, quando se repete açãoque já foi decidida por sentença, deque não caiba recurso. § 4º - Com exceção do compromissoarbitral, o juiz conhecerá de ofício damatéria enumerada neste artigo.
Comentários ao artigo 301, CPC
a) Inciso I: inexistência ou nulidade da citação
O reclamado recebeu a notificação um dia antes
da audiência, desrespeitando a desimpedida. Portanto,
a citação não pode ser considerada válida.
b) Inciso III: inépcia da petição inicial
A petição inicial será considerada inepta quando
lhe faltar pedido ou causa de pedir, ou quando da
narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão, ou se o pedido for juridicamente
impossível e, ainda, quando contiver pedidos
incompatíveis entre si(art. 295, §único, CPC).
c) Inciso V: litispendência
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Ocorre a litispendência quando duas causas são
idênticas quanto às partes, pedido e causa de pedir,
ou seja, quando se ajuíza uma nova ação que repita
outra que já fora ajuizada, sendo iguais as partes, o
conteúdo e pedido formulado. A lide ainda não foi
julgada, está pendente de julgamento.
d) Inciso VI: coisa julgada
A lide já não está pendente de julgamento, não
só foi apreciada, como sua decisão transitou em
julgado e, portanto, está protegida pelo manto da
coisa julgada. Fato que impede a propositura desta
ação novamente.
e) Inciso IX: convenção de arbitragem
Este inciso não é aplicável na Justiça do
Trabalho.
f) Inciso X: carência de ação
A carência de ação ocorre quando não houver
legitimidade da parte ou diante da impossibilidade
jurídica do pedido ou diante da falta de interesse de
agir da parte.
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O raciocínio desenvolvido em relação a preliminar de
mérito estabelece que:
PROBLEMA PRELIMINARESART. 301, CPCNO PROCESSO DE MÉRITO
O próximo passo trata-se do requerimento na preliminar
de mérito. Qual é o pedido do Reclamado neste tópico?
O Reclamado deseja a EXTINÇÃO DO PROCESSO, com
fundamento no artigo 267 ou 269 do CPC (dependendo da
hipótese apresentada no problema).
ARTIGO 267, CPC
ARTIGO 269, CPC
Hipóteses de extinção doHipóteses de extinção do processo SEM resolução doprocesso COM resolução do méritomérito
Observação: a extinção do processo sem resolução do mérito,
isto é, com fundamento no artigo 267 do CPC, não
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
obsta nova propositura da ação, eis que ainda não
foi apreciada pelo judiciário, SALVO as hipóteses
do inciso V. Este inciso apresenta os chamados
pressupostos negativos impedem a nova propositura
da ação, quais sejam a perempção, coisa julgada e
a litispendência.
Nota: a eficácia do artigo 625-D, CLT está suspensa por força
da concessão de liminar do STF, logo a ausência de
declaração de tentativa de conciliatória frustrada não
pode mais ser alegada como preliminar de mérito, tendo
em vista que a passagem pela comissão de conciliação
prévia é facultativa.
Exemplo:
O Reclamado recebeu a notificação somente
três dias antes da data de audiência, conforme a data
constante no aviso de recebimento. (Fato)
O Reclamado tem o prazo legal de, pelo menos,
cinco dias após o recebimento da notificação, para
elaborar a sua defesa. O artigo 841 da CLT impõe que a
audiência será marcada após a primeira desimpedida, ou
seja, 5 dias após o recebimento da notificação. A
análise prévia deste fato se dá por força de lei, tendo
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
em vista que o artigo 301, I do CPC, afirma que a
inexistência ou nulidade de citação deve ser analisada
antes do mérito, objeto da lide. (Fundamento)
Diante do exposto, requer a extinção do
processo sem resolução do mérito, com fulcro no artigo
267, IV do CPC, tendo em vista que a nulidade de citação
é pressuposto de desenvolvimento válido e regular do
processo. Sucessivamente, caso não seja este o
entendimento deste Juízo, requer a apreciação do mérito.
(Pedido)
No exemplo acima, note que o pedido de extinção se
refere ao processo como um todo. Isto ocorre porque a citação
inválida é atinge todo o processo e não parte dele. Todavia é
possível que um vício processual atinja apenas parte do
processo. Os casos mais comuns ocorrem quando há
litisconsórcio passivo nos autos. Veja o exemplo:
O Reclamante propôs a presente Reclamatória
Trabalhista em face do Reclamado, a fim de requerer o
pagamento das verbas rescisórias provenientes de um
contrato de trabalho, cujo objeto era a reforma da casa do
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Reclamado. (Fato)
Ocorre que o Reclamado desconhece a
existência de qualquer contrato com o Reclamante, pois
celebrou o contrato de empreitada com a empresa X, também
Reclamada neste processo. A empresa X contratou os
serviços do Reclamante, portanto o Reclamado não possui
nenhuma responsabilidade com as obrigações trabalhistas
pleiteadas. O embasamento legal para tal afirmação
encontra-se na OJ 191 do TST, segundo a qual o dono da
obra não será considerado responsável pelos débitos
trabalhistas oriundos das contratações realizadas pelo
empreiteiro.
Conclui-se que o Reclamado é parte ilegítima
no processo. E, diante da carência de ação, faz-se
necessária a apreciação deste fato antes da discussão do
mérito da lide, conforme o artigo 301, X do CPC.
(Fundamento)
Com todo o exposto, requer a extinção do
processo sem a resolução do mérito em relação ao dono da
obra, com base no artigo 267, VI, eis que o mesmo não
possui legitimidade para figurar no pólo passivo desta
ação. Caso não seja este o entendimento deste Juízo,
sucessivamente, requer a análise do mérito. (Pedido)
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Observe que o pedido é de extinção do processo APENAS em
relação ao dono da obra. Supondo que o juiz acolha a
preliminar, o processo continuará normalmente em relação a
empresa X, que é parte legitima na ação.
PRELIMINAR NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo apresenta um requisito
próprio, exigido pelo artigo 852-B, I e II da CLT:
I. pedido certo ou determinado e
indicará o valor correspondente a
cada um deles;
II. cabe ao reclamante a correta
indicação do nome e endereço do
reclamado, eis que não se fará a
citação por edital.
Diante do não atendimento de qualquer um destes
requisitos, o reclamado deverá alegar em Preliminar de Mérito
o fato, requerendo o arquivamento da reclamação, bem como a
condenação do Reclamante ao pagamento das custas processuais
sobre o valor da causa, conforme o artigo 852-B, § 1º da CLT.
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
IV. PREJUDICIAL DE MÉRITO
PREJUDICIAIS PRESCRIÇÃO
DE MÉRITO DECADÊNCIA
Neste tópico alegam-se circunstâncias que, se acolhidas
pelo juiz, impedem a análise dos demais itens, isto é,
prejudica a análise do mérito.
Todo e qualquer assunto relacionado com a prescrição ou
decadência deverá estar sob o tópico das prejudiciais de
mérito, no qual o reclamado requer a extinção do processo COM
resolução do mérito, de acordo com o artigo 269, IV, CPC. Os
exemplos serão apresentados a seguir.
DECADÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO
Só há três hipóteses de prazos decadenciais no processo
do trabalho:
a) Inquérito para apuração de falta grave: prazo
decadencial de 30 dias para a sua propositura,
quando o empregador optar pela suspensão do
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
empregado estável, contados a partir da data de
suspensão (art. 853, CLT);
b) Ação Rescisória: prazo decadencial de 2 (dois) anos
para o seu ajuizamento, contados do dia
imediatamente subseqüente ao trânsito em julgado da
última decisão proferida na causa, seja de mérito
ou não (art. 495, CPC e súmula 100, TST);
c) Mandado de Segurança: o prazo decadencial de 120
(cento e vinte) dias contados a partir da ciência
do ato ilegal praticado pela autoridade pública
coatora.
PRESCRIÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO
- Prescrição Bienal
- Prescrição Qüinqüenal
- Prescrição Total
a) Prescrição Bienal
A prescrição bienal está prevista no artigo 7º, XXIX,
CF. Este dispositivo estabelece que o empregado tem o prazo
de dois anos, contados a partir da extinção do contrato de
trabalho, para pleitear qualquer verba resultante desta
relação jurídica.
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 7º. São direitos dos trabalhadoresurbanos e rurais, além de outros quevisem à melhoria de sua condiçãosocial:XXIX - ação, quanto a créditosresultantes das relações de trabalho,com prazo prescricional de cinco anospara os trabalhadores urbanos e rurais,até o limite de dois anos após aextinção do contrato de trabalho;
Assim, qualquer reclamatória trabalhista que seja
proposta após este prazo será considerada prescrita em
relação a todo o processo, pois a prescrição se dá em face do
direito de propor a ação. Exemplo:
O Reclamante postulou o pagamento das verbas
originadas pela extinção do contrato de trabalho ocorrida
no dia 02 de setembro de 2006. (Fato)
Todas as verbas pleiteadas estão fulminadas pela
prescrição bienal, prevista no art. 7º, XXIX da
Constituição Federal, que a ação, quanto a créditos
resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho. A Reclamatória Trabalhista em tela
foi proposta no dia 02 de setembro de 2009, sendo que já se
passaram três anos desde o desligamento do Reclamante,
ultrapassando o limite legal. (Fundamento)
19
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Desta feita, requer a extinção do processo com
resolução do mérito, nos termos do artigo 269, IV do Código
de Processo Civil. E, sucessivamente, caso não seja
acolhida a prejudicial de mérito, requer a análise dos
demais itens a seguir expostos. (Pedido)
b) Prescrição Qüinqüenal (art. 7º, XXXIX, CF; art. 11, CLT;
súm. 308, TST)
A prescrição qüinqüenal refere-se ao período durante o
qual as parcelas são exigíveis na Justiça do Trabalho.
O próprio nome indica que este lapso temporal é de 5
anos, contados da DATA DO AJUIZAMENTO DA RECLAMAÇÃO, conforme
a súmula 308, TST.
Súmula 308, TST. I – Respeitado obiênio subseqüente à cessaçãocontratual, a prescrição da açãotrabalhista concerne às pretensõesimediatamente anteriores a cinco anos,contados da data do ajuizamento dareclamação e, não, às anteriores aoqüinqüênio da data da extinção docontrato. II - A norma constitucional que ampliouo prazo de prescrição da açãotrabalhista para 5 (cinco) anos é de
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
aplicação imediata e não atingepretensões já alcançadas pelaprescrição bienal quando da promulgaçãoda CF/1988.
Art. 11 O direito de ação quanto acréditos resultantes das relações detrabalho prescreve: I - em cinco anos para o trabalhadorurbano, até o limite de dois anos apósa extinção do contrato;II - em dois anos, após a extinção docontrato de trabalho, para otrabalhador rural.§ 1º O disposto neste artigo não seaplica às ações que tenham por objetoanotações para fins de prova junto àPrevidência Social.§ 2º (vetado)§ 3º (vetado)
Observação: FALTA DE RECOLHIMENTO DO FGTS – a prescrição
qüinqüenal não se aplica ao direito de reclamar o
não recolhimento do FGTS, pois a súmula 362, do
TST afirma que esta é trintenária (30 anos), desde
que seja respeitado o prazo de 2 (dois) anos após
o término do contrato de trabalho.
Súmula 362. É trintenária a prescriçãodo direito de reclamar contra o não-recolhimento da contribuição para oFGTS, observado o prazo de 2 (dois)anos após o término do contrato detrabalho.
Exemplo:
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O Reclamante postulou o pagamento de horas
extras desde 07 de agosto de 2001. Ocorre que o
contrato de trabalho foi extinto em 07 de agosto de
2008 e a presente Reclamatória Trabalhista, por sua
vez, foi proposta no dia 07 de agosto de 2009. (Fato)
As supostas horas extras pleiteadas anteriores ao
dia 07 de agosto de 2004 estão fulminadas pela
prescrição qüinqüenal. A súmula 308, I do TST
consagra que respeitado o biênio subseqüente à
cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista
concerne às pretensões imediatamente anteriores a
cinco anos, contados da data do ajuizamento da
reclamação e, não, às anteriores ao qüinqüênio da
data da extinção do contrato. Corrobora o
entendimento do TST o artigo 11, I da CLT, segundo o
qual o direito de ação quanto a créditos resultantes
das relações de trabalho prescreve em cinco anos para
o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após
a extinção do contrato. (Fundamento)
Diante do exposto, requer a extinção das verbas
anteriores a 07 de agosto de 2004 com resolução do
mérito, conforme o artigo 269, IV, CPC. E,
sucessivamente, caso não seja acolhida a prejudicial
de mérito, requer a análise dos demais itens a seguir
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
expostos. (Pedido)
Observação: o pedido neste caso é específico. Assim como nas
Preliminares de Mérito deve-se observar se o pedido
de extinção do processo se dá em relação a todo ele
ou apenas em relação a algum pedido específico.
Oportuno ressaltar que os prazos prescricionais podem
ser interrompidos ou suspensos em determinados casos. A
interrupção caracteriza-se pelo impedimento da fluência do
prazo e será REINICIADA a partir do momento em que cessar a
causa interruptiva. Nas palavras de Francisco Amaral, a
interrupção da prescrição é o fato que impede o fluxo normal
do prazo, inutilizando o já decorrido.12
A CLT é omissa no tocante a interrupção do prazo
prescricional, sendo aplicado, subsidiariamente, as hipóteses
do art. 202 do Código Civil. Ainda, a Súmula 268 do TST,
afirma que a Reclamatória Trabalhista quando proposta
interromperá a prescrição em relação aos pedidos realizados,
mesmo que a ação seja arquivada. Observe que a súmula admite
a interrupção da prescrição somente em relação aos pedidos
idênticos.
12 AMARAL. Francisco. Direito Civil: introdução. 5 ed. rev., atual. e aum.Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 586.
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 202, CC. A interrupção daprescrição, que somente poderá ocorreruma vez, dar-se-á:I - por despacho do juiz, mesmoincompetente, que ordenar a citação, seo interessado a promover no prazo e naforma da lei processual;II - por protesto, nas condições doinciso antecedente;III - por protesto cambial;IV - pela apresentação do Título decrédito em juízo de inventário ou emconcurso de credores;V - por qualquer ato judicial queconstitua em mora o devedor;VI - por qualquer ato inequívoco, aindaque extrajudicial, que importereconhecimento do direito pelo devedor.Parágrafo único. A prescriçãointerrompida recomeça a correr da datado ato que a interrompeu, ou do últimoato do processo para a interromper.
Súmula 268, TST. A ação trabalhista,ainda que arquivada, interrompe aprescrição somente em relação aospedidos idênticos.
A suspensão, por sua vez, é a “cessação temporária do
curso do prazo prescricional sem prejuízo do tempo já
decorrido. Cessando as causas suspensivas, a prescrição
continua a correr, aproveitando-se o tempo anteriormente
decorrido".13
O artigo 625-G da CLT prevê uma hipótese de suspensão do
prazo prescricional por, no máximo, 10 dias, prazo em que o13 AMARAL. Francisco. Direito Civil: introdução. 5 ed. rev., atual. e aum.Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 584.
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
trabalhador aguarda a sessão de tentativa de conciliação
perante a Comissão de Conciliação Prévia (art. 625-F, CLT).
Art. 625-F, CLT. As Comissões deConciliação Prévia têm prazo de dezdias para a realização da sessão detentativa de conciliação a partir daprovocação do interessado.Parágrafo único. Esgotado o prazo sem arealização da sessão, será fornecida,no último dia do prazo, a declaração aque se refere o § 2º do Art. 625-D.
Art.625-G, CLT. O prazo prescricionalserá suspenso a partir da provocação daComissão de Conciliação Prévia,recomeçando a fluir, pelo que lheresta, a partir da tentativa frustradade conciliação ou do esgotamento doprazo previsto no Art. 625-F.
c) Prescrição Total - Súmula 294, TST
A prescrição total é proveniente de uma alteração
unilateral do contrato de trabalho, no qual ocorre a
supressão de uma parcela paga ao empregado.
Nesta situação a natureza salarial da parcela suprimida
é fundamental, pois a prescrição é total se a parcela não
estiver prevista na lei, mas se a parcela suprimida for
legal, isto é, tiver previsão na lei a prescrição será
parcial.
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O entendimento do TST, enunciado na súmula 294, sustenta
que se a parcela suprimida não está prevista em lei e,
portanto, é proveniente de uma mera liberalidade do
empregador, a prescrição é total no prazo de 5 anos, contados
a partir da supressão da parcela.
No entanto, se a parcela suprimida for legal, ou seja,
está prevista na lei a prescrição será parcial sendo que o
empregado não terá direito apenas as parcelas anteriores aos
últimos 5 anos, contados a partir da data de ajuizamento da
reclamatória trabalhista.
Súmula 294. Tratando-se de demanda queenvolva pedido de prestações sucessivasdecorrente de alteração do pactuado, aprescrição é total, exceto quando odireito à parcela esteja tambémassegurado por preceito de lei.
DISPOSITIVOS IMPORTANTES – PRESCRIÇÃO
Art. 440, CLT. Contra os menores de dezoito anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Súmula 153, TST. Prescrição Trabalhista - Instância
Ordinária. Não se conhece de prescrição não argüida na
instância ordinária.
Súmula 156, TST. Extinção - Contrato de Trabalho - Prazo
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Prescricional - Direito de Ação. Da extinção do último
contrato é que começa a fluir o prazo prescricional do
direito de ação objetivando a soma de períodos descontínuos
de trabalho.
Súmula 382, TST. Mudança de Regime Celetista para
Estatutário - Extinção do Contrato. Prescrição Bienal. A
transferência do regime jurídico de celetista para
estatutário implica extinção do contrato de trabalho,
fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de
regime.
Súmula 114, TST. Justiça do Trabalho - Prescrição
Intercorrente. É inaplicável na Justiça do Trabalho a
prescrição intercorrente.
A Súmula 114, TST é contrária a súmula 327
do STF. Note que ambas estão em vigência e, portanto,
válidas. Defronte de qualquer questionamento, é
aconselhável fazer menção as duas súmulas, bem como a
divergência entre os Tribunais.
Vide os comentários do Juiz do
Trabalho Raymundo Antonio Carneiro Pinto, no
livro de Súmulas do TST Comentadas.
Súmula 327, STF. Direito Trabalhista - Admissibilidade -
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Prescrição Intercorrente. O direito trabalhista admite a
prescrição intercorrente.
Atenção: Na peça processual, a fim de manter coerência entre
as idéias, a finalização do tópico das prejudiciais
de mérito, bem como das preliminares de mérito,
SEMPRE deverão concluir de forma que possibilite a
discussão do mérito da causa, caso o Juízo não aceite
as alegações destes tópicos. Exemplo:
Caso não seja este o entendimento deste
Juízo, sendo superadas a preliminar e/ou a
prejudicial de mérito. Sucessivamente, requer a
análise em relação ao mérito.
V. MÉRITO
Ultrapassadas as questões preliminares e prejudiciais,
inicia-se o desenvolvimento do mérito da contestação, que é
mais simples de ser ordenado do que o mérito da petição
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
inicial, uma vez que os pedidos formulados pelo autor são
diretrizes do conteúdo deste tópico da contestação.
O mérito da resposta do Reclamado deve atacar todos os
pedidos invocados na exordial, negando a pretensão do
Reclamante, ponderando, ainda, as razões de direito que
fundam a sua insurgência.
Assim como na RT, redija um tópico para cada questão do
problema, abordando o fato reclamado, a inexistência do
direito do autor e o pedido de improcedência.
É aconselhável listar todos os pontos que serão
abordados na peça, com o intuito de apresentá-los em ordem
cronológica e da maneira mais lógica possível (primeiramente,
contestar os pedidos principais e, logo após, os pedidos
acessórios). O ideal é ser claro e objetivo, limite-se as
informações essenciais.
Atenção: não é possível inventar fatos que não foram expostos
na proposta, examinando está restrito a estas
informações. Diante da falta de dados o mais indicado
é deixar um espaço em branco, como no tópico DO
CONTRATO DE TRABALHO, ou utilizar frases genéricas,
conforme o exemplo:
Não assiste razão ao Reclamante, pois não são
20
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
verdadeiros os fatos alegados. Destaca-se que o ônus da
prova é do Reclamante, conforme dispõe o artigo 818 da
CLT, bem como o artigo 333, I, CPC.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido
do Reclamante.
Nota: não esqueça que se o Reclamado aduzir FATOS
MODIFICATIVOS, IMPEDITIVOS OU EXTINTIVOS do direito do
autor atrairá para si o ônus da prova, devendo comprovar
as suas alegações (artigo 333, II, CPC).Art. 818, CLT. A prova das alegaçõesincumbe à parte que as fizer.
Art. 333, CPC. O ônus da prova incumbe:I - ao autor, quanto ao fatoconstitutivo do seu direito;II - ao réu, quanto à existência defato impeditivo, modificativo ouextintivo do direito do autor.Parágrafo único. É nula a convenção quedistribui de maneira diversa o ônus daprova quando:I - recair sobre direito indisponívelda parte;II - tornar excessivamente difícil auma parte o exercício do direito.
A seguir serão abordados os principais aspectos dos
pedidos a serem realizados na contestação.
► DO CONTRATO DE TRABALHO
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Este é o primeiro tópico a ser abordado no mérito e
sempre deverá estar presente na contestação, sendo necessário
relacionar as seguintes informações da relação jurídica
mantida pelas partes: data de admissão e dispensa, função
exercida e remuneração.
CONTRATO Admissão
DE TRABALHO Função
Salário
Demissão
O Reclamante foi admitido em 05 de
fevereiro de 2006 pela Reclamada, para exercer a função
de auxiliar administrativo. Em 30 de novembro de 2007
foi dispensado com justa causa. Sua última remuneração
foi equivalente a R$ 600,00 (seiscentos reais).
É possível que a prova não traga todos estes dados ou
talvez não informe nenhum deles. Suponha que a proposta tenha
informado apenas a função do Reclamante.
Exemplo:
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no
dia ________ para exercer a função de auxiliar
administrativo, a remuneração percebida era de _______
até a data _________, quando foi dispensado com justa
causa pelo Reclamado.
As alegações seguintes dependerão da proposta, sendo que
o examinando deverá atacar todos os pedidos formulados pelo
autor. Com o intuito de facilitar o aprendizado seguem alguns
exemplos padronizados.
DAS HORAS EXTRAS
O Reclamante postulou o pagamento de horas
extras, acrescidas do adicional de 50% (cinquenta por
cento). (Fato)
Não assiste razão ao Reclamante, pois as horas
extras pleiteadas foram devidamente compensadas em
seguida, conforme o prévio acordo individual escrito
firmado entre as partes. Destaca-se que, nos termos da
súmula 85, I do TST, a compensação de jornada de
trabalho deve ser ajustada por acordo individual
escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
(Fundamento)
Diante do exposto requer a improcedência do
pedido do Reclamante. (Pedido)
DA ALTERAÇAO DE JORNADA
O Reclamante postulou o pagamento de adicional
noturno a partir de janeiro de 2009. (Fatos)
Não assiste razão ao Reclamante, posto que a Súmula
265 do TST autoriza a transferência do empregado para o
período diurno com a perda do direito ao adicional
noturno, pois o entendimento do Tribunal assevera que
tal alteração é mais benéfica para a saúde do empregado.
(Fundamentos)
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido
do Reclamante. (Pedido)
DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O Reclamante postulou o pagamento de adicional de
insalubridade, afirmando que havia muitos ruídos no
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
ambiente de trabalho, o que o tornava um local
insalubre. (Fatos)
Não assiste razão ao Reclamante, pois laborava em
ambiente com pouquíssima incidência de ruídos e sempre
utilizava EPI fornecido pela Reclamada, cuja utilização
é fiscalizada. Assim, nos termos do artigo 80 do TST, o
adicional não é devido, uma vez que a eliminação da
insalubridade, pelo fornecimento de aparelhos protetores
aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo,
exclui a percepção do adicional respectivo.
(Fundamentos)
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido
do Reclamante, bem como os reflexos postulados. (Pedido)
► Justiça Gratuita e Honorários Advocatícios
O pedido de Justiça Gratuita, bem como o pedido de
Honorários Advocatícios, serão contestados apenas se a
proposta mencionar expressamente que o Reclamante os
postulou. Exemplos:
JUSTIÇA GRATUITA
O Reclamante postulou a concessão do
benefício da justiça gratuita. (Fatos)
Não assiste razão ao Reclamante, pois este não
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
preenche os requisitos estabelecidos pelo § 3º do
art. 790 da CLT que concede o benefício somente
àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao
dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas
da lei, que não estão em condições de pagar as
custas do processo sem prejuízo do sustento próprio
ou de sua família. (Fundamento)
Diante do exposto, requer a
improcedência do pedido do Reclamante. (Pedido)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O Reclamante postulou honorários advocatícios,
na razão de 15% (quinze por cento). (Fatos)
Não assiste razão ao Reclamante, pois não há
qualquer amparo legal à pretensão. Os honorários
advocatícios no processo trabalhista exigem o
preenchimento de dois requisitos básicos,
estabelecidos pela súmula 219, I do TST, segundo a
qual serão devidos os honorários assistenciais
apenas se a parte estiver assistida por advogado do
sindicato da categoria profissional e comprovar a
percepção de salário inferior ao dobro do salário
mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não
lhe permita demandar sem prejuízo do próprio
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
sustento ou da respectiva família. Oportuno
salientar que, nos termos da OJ 305, SDI – 1 do TST,
o deferimento de honorários advocatícios, na Justiça
do Trabalho, sujeita-se à constatação da ocorrência
concomitante de ambos requisitos supra mencionados.
(Fundamentos)
Diante do exposto, requer a
improcedência do pedido do Reclamante. (Pedido)
CUIDADO: a proposta poderá afirmar que ambos os requisitos
estão presentes, contudo pleitear porcentagem
superior ao limite permitido, que é de 15% para as
relações de emprego, conforme a súmula 219 e 329 do
TST.
ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda contestação)
► Da Compensação
A compensação é matéria de defesa e visa descontar
das verbas eventualmente deferidas o valor das verbas já
quitadas. No tocante a compensação, três dispositivos são
essenciais: artigo 767 da CLT e súmulas 18 e 48 do TST.
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 767, CLT. A compensação, ouretenção, só poderá ser arguida comomatéria de defesa.
Súmula 18, TST. A compensação, naJustiça do Trabalho, está restrita adívidas de natureza trabalhista.
Súmula 48, TST. A compensação sópoderá ser arguida com a contestação.
Exemplo:
A Reclamada já efetuou o pagamento de todas
as verbas rescisórias devidas ao Reclamante. No
entanto, caso não seja este o entendimento deste Juízo,
requer seja feita a compensação dos valores pagos com
as eventuais verbas deferidas, nos termos do artigo
767, CLT e das súmulas 18 e 48, TST.
Ad cautelam, caso algum direito seja reconhecido à
reclamante, requer-se a compensação de todos os valores
pagos nos termos do artigo 767, CLT e das súmulas 18 e
48, TST.
► Juros e Correção Monetária
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Na contestação deve-se pleitear que a incidência de
juros e correção monetária do valor eventualmente deferido
deve ser realizada de acordo com a súmula 381 do TST, ou
seja, a correção monetária ocorrerá a partir da data do
pagamento da prestação e não a partir da data do início da
prestação dos serviços como deseja o Reclamante.
Artigo 459, CLT. O pagamento do salárioqualquer que seja a modalidade dotrabalho, não deve ser estipulado porperíodo superior a 1(um) mês, salvo noque concerne a comissão, percentagens egratificações.§1º - Quando o pagamento houver sidoestipulado por mês, deverá serefetuado, o mais tardar, até o quintodia útil do mês subsequente ao vencido.
Súmula 381, TST. O pagamento dossalários até o 5º dia útil do mêssubseqüente ao vencido não está sujeitoà correção monetária. Se essa datalimite for ultrapassada, incidirá oíndice da correção monetária do mêssubseqüente ao da prestação dosserviços, a partir do dia 1º.
Exemplos:
Diante de eventual condenação do
Reclamado, este requer a incidência de juros e correção
monetária na forma da súmula 381, TST.
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Por cautela, diante de eventual
condenação, requer que os juros e a correção monetária
sejam aplicados de acordo com a previsão do artigo 459,
CLT e da súmula 381, TST.
Por cautela, em caso de eventual condenação, os
juros e a correção monetária devem seguir os ditames da
legislação pertinente em vigor, devendo, quanto à
correção monetária, ser aplicado o índice relativo ao
mês imediatamente posterior ao da prestação do serviço,
na esteira do artigo 459, da CLT e Súmula 381 do TST.
► Retenções Fiscais e Previdenciárias
Súmula 368, TST. DescontosPrevidenciários e Fiscais - Competência- Responsabilidade pelo Pagamento -Forma de Cálculo. I - A Justiça doTrabalho é competente para determinar orecolhimento das contribuições fiscais.A competência da Justiça do Trabalho,quanto à execução das contribuiçõesprevidenciárias, limita-se às sentençascondenatórias em pecúnia que proferir eaos valores, objeto de acordohomologado, que integrem o salário decontribuição.
21
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II - É do empregador a responsabilidadepelo recolhimento das contribuiçõesprevidenciárias e fiscais, resultantede crédito do empregado oriundo decondenação judicial, devendo incidir,em relação aos descontos fiscais, sobreo valor total da condenação, referenteàs parcelas tributáveis, calculado aofinal, nos termos da Lei 8.541/1992,art. 46 e Provimento da CGJT nº03/2005.III - Em se tratando de descontosprevidenciários, o critério de apuraçãoencontra-se disciplinado no art. 276,§4º, do Decreto 3.048/99 queregulamentou a Lei 8.212/91 e determinaque a contribuição do empregado, nocaso de ações trabalhistas, sejacalculada mês a mês, aplicando-se asalíquotas previstas no art. 198,observado o limite máximo do salário decontribuição.
Exemplos:
Por conseguinte, diante de eventual condenação
do Reclamado, requer que as retenções fiscais, bem como os
descontos previdenciários ocorram em conformidade com a
súmula 368, TST.
Urge ressaltar que, na eventual possibilidade de
condenação, o abatimento das contribuições previdenciárias
e retenções fiscais dos valores devidos ao Reclamante,
deverá ser feito nos termos da Súmula 368 do TST.
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
VI. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS
A contestação SEMPRE deve conter um tópico específico,
no entanto sintético, para impugnar todos os documentos
apresentados na exordial.
Exemplos:
Impugnam-se todos os documentos
apresentados na petição inicial, uma vez que não
exprimem a realidade dos fatos.
OU
O Reclamado impugna todos os pedidos e
documentos apresentados pelo Reclamante na
inicial, eis que destoam da realidade do contrato
de trabalho.
OU
Todos os documentos apresentados na
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Reclamatória Trabalhista não correspondem a
realidade dos fatos, logo são impugnados.
VII. REQUERIMENTOS FINAIS
PRODUÇÃO DE PROVAS
IMPROCEDÊNCIA
O reclamado, tal qual o autor, também tem uma pretensão
em face do órgão jurisdicional, que é, basicamente, o
julgamento improcedente da ação.
Os requerimentos finais da contestação apresentam o
pedido de produção de provas e de improcedência de todos os
pedido do Reclamante. Apenas com o intuito de complementar,
citam-se dois dispositivos que podem ser inseridos nos
requerimentos finais da contestação.
Súmula 74, TST. Pena de confissãotrabalhista. I - Aplica-se a pena deconfissão à parte que, expressamenteintimada com aquela comunicação, nãocomparecer à audiência emprosseguimento, na qual deveria depor.II - A prova pré constituída nos autospode ser levada em conta para confrontocom a confissão ficta (art. 400, I,CPC), não implicando cerceamento dedefesa o indeferimento de provasposteriores.
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 397, CPC. É lícito às partes, emqualquer tempo, juntar aos autosdocumentos novos, quando destinados afazer prova de fatos ocorridos depoisdos articulados, ou para contrapô-losaos que foram produzidos nos autos.
Exemplo:
Ante o exposto, requer provar as alegações por
todos os meios de PROVA em direito admitidos, inclusive
o depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de
confissão, nos termos da Súmula 74 do TST, bem como a
juntada de novos documentos em contraprova, de acordo
com o art. 397 do CPC.
Por fim, requer o julgamento IMPROCEDENTE de todos
os pedidos do Reclamante, condenando-o ao pagamento de
custas processuais.
Lembrete: caso a contestação apresente o tópico de preliminar
de mérito é imprescindível que o examinando reitere
o acolhimento do mesmo nos requerimentos finais.
Exemplo:
Com todo o exposto, requer a produção de todos os
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
meios de PROVA em direito admitidos, inclusive o
depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de
confissão, nos termos da Súmula 74 do TST, bem como a
juntada de novos documentos em contraprova, de acordo
com o art. 397 do CPC.
Por fim, requer o acolhimento da Prejudicial de
Mérito, extinguindo o processo com julgamento de
mérito. E, sucessivamente, caso não seja este o
entendimento deste Juízo, requer a análise do mérito,
julgando IMPROCEDENTE todos os pedidos do Reclamante.
FINALIZE A SUA PEÇA!
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Nome do Advogado
OAB Nº
Cuidado: Não identifique a prova. Não faça riscos / traços
sobre o nome. Não pule linhas. É importante seguir as
orientações descritas na prova. Não deve ser feito
qualquer espécie de marca na assinatura da peça além
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
de “Nome do Advogado – OAB nº”, sob pena de ser
considerada identificação de prova.
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
5.3 EXCEÇÃO
► Conceito
O doutrinador Humberto Theodoro Junior leciona que
“exceção é a indireta contradição do réu à ação do autor, por
meio da qual se perime a mesma ação ou dilata o seu
exercício. Mas, no sentido estrito em que a expressão foi
utilizada no artigo 297 do CPC, exceção é o incidente
processual destinado à arguição de incompetência relativa do
juízo, e de suspeição ou impedimento do juiz (art. 304,
CPC).” 14
No processo do trabalho, apenas a arguição da exceção de
incompetência e de impedimento gerará a suspensão do feito
(art. 799, CLT), o exceto terá um prazo improrrogável de 24
horas para se manifestar (art. 800, CLT), enquanto o juiz ou
Tribunal deverá designar audiência de instrução e julgamento
da exceção dentro de 48 horas (art. 802, CLT). As demais
exceções deverão ser apresentadas como matéria de defesa
(art. 799, §1º, CLT).
Art. 799, CLT. Nas causas da jurisdiçãoda Justiça do Trabalho somente podem
14 THEODORO JUNIOR. Humberto. Curso de Direito Processual Civil: TeoriaGeral de Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. Rio deJaneiro: Forense, 2009. p. 379.
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
ser opostas, com suspensão do feito, asexceções de suspeição ou incompetência.§ 1º. As demais exceções serão alegadascomo matéria de defesa.§ 2º. Das decisões sobre exceções desuspeição e incompetência, salvo,quanto a estas, se terminativas dofeito, não caberá recurso, podendo, noentanto, as partes alegá-las novamenteno recurso que couber da decisão final.
Art. 800, CLT. Apresentada a exceção deincompetência, abrir-se-á vista dosautos ao exceto, por 24 (vinte equatro) horas improrrogáveis, devendo adecisão ser proferida na primeiraaudiência ou sessão que se seguir.
Art. 802, CLT. Apresentada a execuçãode suspeição, o juiz ou Tribunaldesignará audiência dentro de 48(quarenta e oito) horas, para instruçãoe julgamento da exceção.§ 1º. Nas Juntas de Conciliação eJulgamento e nos Tribunais Regionais,julgada procedente a exceção desuspeição, será logo convocado para amesma audiência ou sessão, ou para aseguinte, o suplente do membrosuspeito, o qual continuará a funcionarno feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dosmembros se declarar suspeito.§ 2º. Se tratar de suspeição de Juiz deDireito, será este substituído na formada organização judiciária local.
► Hipóteses de Cabimento
As hipóteses de cabimento das exceções estão previstas
no artigo 801 da CLT e nos artigos 134 e 135 do CPC.
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 801, CLT. O juiz, presidente oujuiz classista, é obrigado a dar-se porsuspeito, e pode ser recusada, poralgum dos seguintes motivos, em relaçãoà pessoa dos litigantes:a) inimizade pessoal;b) amizade íntima;c) parentesco por consangüinidade ouafinidade até o terceiro grau civil;d) interesse particular na causa.Parágrafo único. Se o recusante houverpraticado algum ato pelo qual hajaconsentido na pessoa do juiz, não maispoderá alegar exceção de suspeição,salvo sobrevindo novo motivo. Asuspeição não será também admitida, sedo processo constar que o recusantedeixou de alegá-la anteriormente,quando já a conhecia, ou que, depois deconhecida, aceitou o juiz recusado ou,finalmente, se procurou de propósito omotivo de que ela se originou.
Art. 134, CPC. É defeso ao juiz exerceras suas funções no processo contenciosoou voluntário:I - de que for parte;II - em que interveio como mandatárioda parte, oficiou como perito,funcionou como órgão do MinistérioPúblico, ou prestou depoimento comotestemunha;III - que conheceu em primeiro grau dejurisdição, tendo-lhe proferidosentença ou decisão;IV - quando nele estiver postulando,como advogado da parte, o seu cônjugeou qualquer parente seu, consangüíneoou afim, em linha reta; ou na linhacolateral até o segundo grau;V - quando cônjuge, parente,consangüíneo ou afim, de alguma daspartes, em linha reta ou, na colateral,até o terceiro grau;
22
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
VI - quando for órgão de direção ou deadministração de pessoa jurídica, partena causa.Parágrafo único. No caso do nº IV, oimpedimento só se verifica quando oadvogado já estava exercendo opatrocínio da causa; é, porém, vedadoao advogado pleitear no processo, a fimde criar o impedimento do juiz.
Art. 135, CPC. Reputa-se fundada asuspeição de parcialidade do juiz,quando:I - amigo íntimo ou inimigo capital dequalquer das partes;II - alguma das partes for credora oudevedora do juiz, de seu cônjuge ou deparentes destes, em linha reta ou nacolateral até o terceiro grau;III - herdeiro presuntivo, donatário ouempregador de alguma das partes;IV - receber dádivas antes ou depois deiniciado o processo; aconselhar algumadas partes acerca do objeto da causa,ou subministrar meios para atender àsdespesas do litígio;V - interessado no julgamento da causaem favor de uma das partes.Parágrafo único. Poderá ainda o juizdeclarar-se suspeito por motivo íntimo.
► EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - Procedimento
1. Apresentação em peça apartada dentro do prazo de
resposta
2. O juiz recebe a exceção
3. Suspende o feito (art. 799,caput, da CLT)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
4. Abre vista a parte contrária (excepto) pelo prazo
de 24 horas
5. Prolata decisão
6. Caso o juiz acolha a exceção, remeterá os autos
para o juízo declinado como competente.
A decisão proferida em sede de julgamento de exceção de
incompetência é interlocutória. Portanto, seria irrecorrível
de imediato (art. 893, § 1º da CLT). No entanto, a decisão do
juiz que acolhe a exceção apresenta uma peculiaridade, a
súmula 214, “c” do TST prevê uma ressalva em relação à estes
casos, que desde que preenchido alguns requisitos, caberá a
interposição de Recurso Ordinário.
Súmula 214, TST. Na Justiça doTrabalho, nos termos do art. 893, § 1º,da CLT, as decisões interlocutórias nãoensejam recurso imediato, salvo nashipóteses de decisão: a) de TribunalRegional do Trabalho contrária à Súmulaou Orientação Jurisprudencial doTribunal Superior do Trabalho; b)suscetível de impugnação medianterecurso para o mesmo Tribunal; c) queacolhe exceção de incompetênciaterritorial, com a remessa dos autospara Tribunal Regional distinto daquelea que se vincula o juízo excepcionado,consoante o disposto no art. 799, § 2º,da CLT.
Se o juiz acolher a exceção de incompetência, remetendo
os autos para juiz que esteja subordinado à TRT distinto
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
daquele TRT que anteriormente seria competente para julgar
eventual recurso do processo, isto é, o processo será
remetido para a 1ª instância de outra Região.
Neste caso, é cabível a interposição de RO em face de
uma decisão interlocutória, o qual será julgado pelo TRT
originariamente competente, ou seja, pelo TRT à que está
subordinado o juiz que acolheu a exceção de incompetência, de
acordo com a alínea “c” da súmula 214 do TST.
Observação: nas exceções de suspeição e impedimento, os
sujeitos passivos são juízes, promotores, peritos
judiciais, intérpretes e os próprios serventuários
da justiça (art. 138 do CPC). Opostas exceções de
suspeição e impedimento contra o juiz, haverá a
suspensão da marcha processual. No entanto, quando
for oposta em relação a qualquer outro dos sujeitos
passivos, não haverá a suspensão do processo (art.
138, §1º do CPC).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
5.4 RECONVENÇÃO
► Conceito
A reconvenção é a “ação do réu contra o autor, proposta
no mesmo feito em que está sendo demandado” 15, ou seja, duas
ações no mesmo processo, que serão julgadas por uma sentença.
Enquanto a contestação do réu é uma simples resistência a
pretensão do autor, a reconvenção é considerada um “contra-
ataque, uma verdadeira ação ajuizada pelo réu (reconvinte)
contra o autor (reconvindo), nos mesmos autos.”16
Em outras palavras, a reconvenção constitui uma ação
proposta pela parte demandada em face da parte autora dentro
da mesma relação processual, que será julgada pela mesma
sentença. Portanto, deverá preencher os mesmos requisitos de
uma petição inicial (art. 840, § 1º da CLT c/c art. 282,
CPC). Ainda, a reconvenção deve ter conexão com a petição
inicial ou com os fundamentos da defesa.
► Previsão Legal
15 THEODORO JUNIOR. Humberto. Curso de Direito Processual Civil: TeoriaGeral de Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. Rio deJaneiro: Forense, 2009. p. 386.
16 THEODORO JUNIOR. Humberto. Curso de Direito Processual Civil: TeoriaGeral de Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. Rio deJaneiro: Forense, 2009. p. 386.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A reconvenção está prevista nos artigos 315 ao 318 do
CPC, aplicados, subsidiariamente, ao processo do trabalho por
força do artigo 769 da CLT.
Art. 315, CPC. O réu pode reconvir aoautor no mesmo processo, toda vez que areconvenção seja conexa com a açãoprincipal ou com o fundamento dadefesa.Parágrafo único. Não pode o réu, em seupróprio nome, reconvir ao autor, quandoeste demandar em nome de outrem.
Art. 316, CPC. Oferecida a reconvenção,o autor reconvindo será intimado, napessoa do seu procurador, paracontestá-la no prazo de 15 (quinze)dias.
Art. 317, CPC. A desistência da ação,ou a existência de qualquer causa que aextinga, não obsta ao prosseguimento dareconvenção.
Art. 318, CPC. Julgar-se-ão na mesmasentença a ação e a reconvenção.
O artigo 317 do CPC expõe uma característica importante
da reconvenção: a autonomia. A reconvenção não é uma ação
acessória, tendo em vista que a desistência da ação do autor
(reconvindo), ou a existência de qual quer causa que a
extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
6. TEORIA GERAL DOS RECURSOS
As decisões proferidas na Justiça do Trabalho admitem os
seguintes recursos: RO, RR, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EMBARGOS
AO TST, AGRAVO DE PETIÇÃO E AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Sentença RO RREmb. TST
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Juiz TRT TSTTST
Somente as decisões definitivas são passíveis de recurso
na Justiça do Trabalho. Esta conclusão extrai-se da redação
do artigo 893, §1º da CLT, segundo o qual os incidentes do
processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal,
admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões
interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva.
Portanto, as decisões interlocutórias são irrecorríveis DE
IMEDIATO.
Lembrete: súmula 214, TST que dispõe algumas exceções para
esta regra, conforme explanado anteriormente.
Art. 893, CLT. Das decisões sãoadmissíveis os seguintes recursos:I. embargos;II. recurso ordinário;III. recurso de revista;IV. agravo.§ 1º. Os incidentes do processo sãoresolvido pelo próprio Juízo ouTribunal, admitindo-se a apreciação domerecimento das decisõesinterlocutórias somente em recurso dadecisão definitiva.§ 2º. A interposição de recurso para oSupremo Tribunal Federal nãoprejudicará a execução do julgado.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O efeito suspensivo dos recursos é antagônico ao
Princípio da Celeridade que norteia o Processo do Trabalho.
Portanto, os recursos no processo do trabalho, em geral, têm
efeito meramente devolutivo (art. 899, CLT), ou seja, apenas
devolvem a matéria para nova apreciação do Poder Judiciário.
Assim, pactua-se que é cabível a execução provisória no
Processo do Trabalho.
A execução provisória se desenvolve da mesma forma que a
execução definitiva, CONTUDO limita-se aos atos de
constrição, ou seja, na execução provisória não podem ocorrer
os atos de expropriação (venda dos bens).
Art. 899, CLT. Os recursos serãointerpostos por simples petição e terãoefeito meramente devolutivo, salvo asexceções previstas neste Titulo,permitida a execução provisória até apenhora.§ 1º. Sendo a condenação de valor até10 (dez) vezes o valor de referênciaregional, nos dissídios individuais, sóserá admitido o recurso, inclusive oextraordinário, mediante préviodepósito da respectiva importância.Transitada em julgado a decisãorecorrida, ordenar-se-á o levantamentoimediato da importância do depósito, emfavor da parte vencedora, por simplesdespacho do juiz.§ 2º. Tratando-se de condenação devalor indeterminado, o depósitocorresponderá ao que for arbitrado paraefeito de custas, pela Junta ou Juízode Direito, até o limite de 10 (dez)vezes o valor de referência regional.§ 3º. (Revogado)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§ 4º. O depósito de que trata o § 1ºfar-se-á na conta vinculada doempregado a que se refere o Art. 2º daLei nº 5.107, de 13 de setembro de1966, aplicando-se-lhe os preceitosdessa lei, observado, quanto aorespectivo levantamento, o disposto no§ 1º.§ 5º. Se o empregado ainda não tiverconta vinculada aberta em seu nome, nostermos do Art. 2º da Lei nº 5.107, de13 de setembro de 1966, a empresaprocederá à respectiva abertura, paraefeito do disposto no § 2º.§ 6º. Quando o valor da condenação, ouo arbitrado para fins de custas,exceder o limite de 10 (dez) vezes ovalor de referência regional, odepósito para fins de recurso serálimitado a este valor.
6.1 PRAZOS RECURSAIS
Os recursos no processo do trabalho possuem um prazo
único, determinado pelo artigo 6º da Lei 5584/70, que é de 8
dias. Os embargos de declaração, no entanto, são exceção à
regra, pois o seu prazo é de 5 dias.
Na Justiça do Trabalho o prazo para apresentar contra
razões de um recurso é o mesmo que o prazo para a sua
interposição.
Art 6º, Lei 5584/70. Será de 8 (oito)dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso (CLT, art.893).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 900, CLT. Interposto o recurso,será notificado o recorrido paraoferecer as suas razões, em prazo igualao que tiver o recorrente.
Atenção: quando a União, Estados, Municípios, Distrito
Federal, Autarquias, ou Fundações de Direito Público
que não explorem a atividade econômica, forem parte
do processo na Justiça do Trabalho, o prazo para
estes entes federativos interpor recurso, bem como
para apresentar contra razões será em dobro, conforme
o Decreto Lei 779/69. Inclusive para interpor
embargos de declaração (OJ 192, SDI – 1, TST).Art. 1º, Dec. Lei 779/69. Nos processosperante a Justiça do Trabalho,constituem privilégio da União, dosEstados, do Distrito Federal, dosMunicípios e das autarquias oufundações de direito público federais,estaduais ou municipais que nãoexplorem atividade econômica:I - a presunção relativa de validadedos recibos de quitação ou pedidos dedemissão de seus empregados ainda quenão homologados nem submetidos àassistência mencionada nos parágrafos1º, 2º e 3º do artigo 477 daConsolidação das Leis do Trabalho;II - o quádruplo do prazo fixado noartigo 841, "in fine", da Consolidaçãodas Leis do Trabalho;III - o prazo em dobro para recurso;IV - a dispensa de depósito parainterposição de recurso;V - o recurso ordinário "ex officio"das decisões que lhe sejam total ouparcialmente contrárias;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
VI - o pagamento de custas a finalsalva quanto à União Federal, que nãoas pagará.
Art. 188, CPC. Computar-se-á emquádruplo o prazo para contestar e emdobro para recorrer quando a parte fora Fazenda Pública ou o MinistérioPúblico.
OJ 192, SDI – 1, TST. É em dobro oprazo para a interposição de embargosdeclaratórios por pessoa jurídica dedireito público.
O artigo 775, § único da CLT dispõe que os prazos
vencidos em sábados, domingos ou feriados, terminará no
primeiro dia útil seguinte. Ocorre que além de feriados
nacionais, existem feriados estaduais e municipais, diante
disso incumbe à parte comprovar que não houve expediente em
dia útil ou o feriado local, a fim de confirmar que seu
recurso não fora interposto a destempo (Súmula 385, TST).
Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidosneste Título contam-se com exclusão dodia do começo e inclusão do dia dovencimento, e são contínuos eirreleváveis, podendo, entretanto, serprorrogados pelo tempo estritamentenecessário pelo juiz ou tribunal, ou emvirtude de força maior, devidamentecomprovada.Parágrafo único. Os prazos que sevencerem em sábado, domingo ou feriado,terminarão no primeiro dia útilseguinte.
Súmula 385, TST. Cabe à partecomprovar, quando da interposição do
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
recurso, a existência de feriado localou de dia útil em que não hajaexpediente forense, que justifique aprorrogação do prazo recursal.
Ainda, em relação aos prazos é relevante o conhecimento
da OJ 357, SDI – 1, TST, cuja redação afirma que o recurso
interposto antes da publicação da decisão não será conhecido.OJ 357, SDI – 1, TST. É extemporâneorecurso interposto antes de publicado oacórdão impugnado.
→ Extemporâneo = que vem fora de tempo; inoportuno;
inesperado.17
6.2 REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL
Na Justiça do Trabalho vigora o ius postulandi, no entanto
nada impede que a parte seja representada por advogado, caso
em que é indispensável o instrumento de mandato.
Em relação à representação processual alguns
apontamentos são essenciais para o exame de II fase da prova
da OAB.
O artigo 37 do CPC admite a juntada tardia de
procuração, a fim de evitar prescrição ou decadência do
direito do autor ou para praticar um ato reputado urgente.
Este artigo só poderá ser avocado subsidiariamente na Justiça
do Trabalho em 1ª instância, uma vez que a súmula 383, I do17 Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <
http://www.priberam.pt/DLPO/>. Acesso em 20 de agosto de 2009.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
TST não permite a juntada posterior na fase recursal, pois o
entendimento do Tribunal não considera a interposição de
recurso um ato urgente.
Neste mesmo sentido, tem-se o inciso II da súmula 383 do
TST que veda a concessão de prazo para a regularização de
representação, nos termos do artigo 13 do CPC, que também só
é aplicável na Justiça do Trabalho em 1ª instância.
Art. 37, CPC. Sem instrumento demandato, o advogado não será admitido aprocurar em juízo. Poderá, todavia, emnome da parte, intentar ação, a fim deevitar decadência ou prescrição, bemcomo intervir, no processo, parapraticar atos reputados urgentes.Nestes casos, o advogado se obrigará,independentemente de caução, a exibir oinstrumento de mandato no prazo de 15(quinze) dias, prorrogável até outros15 (quinze), por despacho do juiz.Parágrafo único. Os atos, nãoratificados no prazo, serão havidos porinexistentes, respondendo o advogadopor despesas e perdas e danos.
Art. 13, CPC. Verificando aincapacidade processual ou airregularidade da representação daspartes, o juiz, suspendendo o processo,marcará prazo razoável para ser sanadoo defeito. Não sendo cumprido odespacho dentro do prazo, se aprovidência couber:I - ao autor, o juiz decretará anulidade do processo;II - ao réu, reputar-se-á revel;III - ao terceiro, será excluído doprocesso.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 383, TST. I - É inadmissível, eminstância recursal, o oferecimentotardio de procuração, nos termos doart. 37 do CPC, ainda que medianteprotesto por posterior juntada, já quea interposição de recurso não pode serreputada ato urgente. II - Inadmissível na fase recursal aregularização da representaçãoprocessual, na forma do art. 13 do CPC,cuja aplicação se restringe ao Juízo de1º grau.
Na hipótese de juntada posterior de mandato em caso de
urgência, algumas determinações legais devem ser respeitadas,
por exemplo, apresentar a procuração no prazo de 15 dias (§
1º artigo 5º do Estatuto da OAB), a fim de que o mandato seja
considerado eficaz, pois caso contrário todos os atos serão
reputados inexistentes, conforme a súmula 164, TST.
Súmula 164, TST. O não-cumprimento dasdeterminações dos §§ 1º e 2º do art. 5ºda Lei nº 8.906, de 04.07.1994 e doart. 37, parágrafo único, do Código deProcesso Civil importa o não-conhecimento de recurso, porinexistente, exceto na hipótese demandato tácito.
Há uma exceção prevista na súmula 164, TST dispensando
as exigências deste dispositivo quando se tratar de mandato
tácito. Na Justiça do Trabalho, se o advogado acompanha-se a
parte em audiência, entendia-se como concedida uma procuração
tácita, que autoriza apenas a estrita atuação no foro
(cláusula ad iudicia). Portanto, o procurador investido por meio
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
de mandato tácito não pode substabelecer, eis que tal poder
não está incluído nos poderes concedidos pela cláusula ad
iudicia (OJ 200, SDI – 1, TST).
OJ 200, SDI – 1, TST. É inválido osubstabelecimento de advogado investidode mandato tácito.
A parte pode conceder uma procuração ao advogado,
contendo um prazo de validade, todavia entende o TST que é
possível que a procuração confira poderes ao procurador para
que atue até o final do processo, hipótese em que está
dispensada a fixação de um prazo determinado para o mandato
(súmula 395, I, TST).
O inciso III da súmula 395 do TST fixa que o advogado
poderá substabelecer seu mandato, mesmo que não haja previsão
expressa para tanto e, ainda, que os atos do substabelecido
serão considerados válidos. O Código Civil (artigo 667, §’s)
faz referência as obrigações do advogado com a parte diante
de qualquer prejuízo que provoque, bem como as suas
responsabilidades no caso de prejuízos causados pelo
substabelecido.
Súmula 395, TST. I - Válido é oinstrumento de mandato com prazodeterminado que contém cláusulaestabelecendo a prevalência dos poderespara atuar até o final da demanda. II - Diante da existência de previsão,no mandato, fixando termo para sua
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
juntada, o instrumento de mandato sótem validade se anexado ao processodentro do aludido prazo. III - São válidos os atos praticadospelo substabelecido, ainda que nãohaja, no mandato, poderes expressospara substabelecer (art. 667, eparágrafos, do Código Civil de 2002). IV - Configura-se a irregularidade derepresentação se o substabelecimento éanterior à outorga passada aosubstabelecente.
A OJ 52 da SDI – 1, TST afirma que os entes federativos
(União, Estados, Municípios e Distrito Federal, sua
autarquias e fundações públicas), quando representados em
juízo por seus procuradores, são dispensados de apresentar
procuração nos autos. “Em geral, os procuradores que
representam as pessoas jurídicas de direito público junto aos
órgãos do Poder Judiciário são funcionários nomeados
especialmente para desempenhar tal função. O mandato,
portanto, decorre de um ato do ente público (União, Estados,
etc.), devidamente publicado na imprensa oficial. É evidente
que a exigência de procuração torna-se despicienda.”18
OJ 52, SDI – 1, TST. A União, Estados,Municípios e Distrito Federal, suaautarquias e fundações públicas, quandorepresentadas em juízo, ativa epassivamente, por seus procuradores,estão dispensadas da juntada deinstrumento de mandato.
6.3 RECURSO ADESIVO18 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Orientações Jurisprudenciais do TST:comentadas. São Paulo: Ltr, 2009. p. 71.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Não há previsão legal na CLT sobre o recurso adesivo, de
forma que se aplicam as normas do CPC de forma subsidiária.
Destaca-se que o recurso adesivo não é um novo recurso, mas
sim uma forma de interposição, isto é, um modo diferente de
interpor um recurso.
A possibilidade de interpor um recurso na sua forma
adesiva exige, basicamente, dois requisitos: sucumbência
recíproca e a interposição de recurso por uma das partes.
Na Justiça do Trabalho a forma adesiva de interposição é
compatível com o recurso ordinário, recurso de revista,
embargos ao TST e agravo de petição (Súmula 283, TST). Súmula 283, TST. O recurso adesivo écompatível com o processo do trabalho ecabe, no prazo de 8 (oito) dias, nashipóteses de interposição de recursoordinário, de agravo de petição, derevista e de embargos, sendodesnecessário que a matéria neleveiculada esteja relacionada com a dorecurso interposto pela partecontrária.
Preenchidos os requisitos do recurso adesivo, o seu
procedimento será o mesmo que o recurso independente.
O prazo para a interposição é o mesmo que a parte dispõe
para responder o recurso principal, ou seja, após a análise
dos pressupostos de admissibilidade, abre-se vista à parte
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
para que apresente contra razões no prazo de 8 dias, momento
em que, se quiser, deverá interpor o recurso adesivo (art.
500, I do CPC).
O recurso adesivo é dependente do recurso principal, de
forma que se o recurso principal não for conhecido, o adesivo
restará prejudicado ou se a parte desistir do recurso
principal, o adesivo também não será analisado (art. 500,
III, CPC).
Art. 500, CPC. Cada parte interporá orecurso, independentemente, no prazo eobservadas as exigências legais. Sendo,porém, vencidos autor e réu, ao recursointerposto por qualquer deles poderáaderir a outra parte. O recurso adesivofica subordinado ao recurso principal ese rege pelas disposições seguintes: I - será interposto perante aautoridade competente para admitir orecurso principal, no prazo de que aparte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, nosembargos infringentes, no recursoextraordinário e no recurso especial;III - não será conhecido, se houverdesistência do recurso principal, ou sefor ele declarado inadmissível oudeserto.Parágrafo único. Ao recurso adesivo seaplicam as mesmas regras do recursoindependente, quanto às condições deadmissibilidade, preparo e julgamentono tribunal superior.
O recurso adesivo não dispensa a parte do preparo,
pagamento do depósito e custas (art. 500, § único, CPC).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
6.4 PRESSUSPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
Os pressupostos de admissibilidade são exigências
legais, que devem ser cumpridas, a fim de que seja analisado
o mérito do recurso.
Os pressupostos são subdivididos em pressupostos
intrínsecos e pressupostos extrínsecos. Todos devem ser
preenchidos, sob pena do não conhecimento do recurso.
► Pressupostos de Admissibilidade Intrínsecos
Estes estão relacionados às partes, apenas avaliam as
características das partes e sua aptidão para buscar a tutela
jurisdicional naquela lide. São pressupostos de
admissibilidade intrínsecos: LEGITIMIDADE DA PARTE,
CAPACIDADE DA PARTE e INTERESSE DA PARTE.
► Pressupostos de Admissibilidade Extrínsecos
Os pressupostos de admissibilidade extrínsecos referem-
se ao recurso, a análise do cumprimento das exigências legais
para a interposição de determinado recurso. São pressupostos
de admissibilidade extrínsecos: TEMPESTIVIDADE, DEPÓSITO
RECURSAL, CUSTAS e REGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
a) Tempestividade
O conhecimento do recurso é dependente da interposição
dentro do prazo legal. Conforme visto anteriormente, o prazo
dos recursos no processo do trabalho é unificado e
corresponde ao período de 8 dias, salvo os embargos de
declaração, cujo prazo é de 5 dias.
Nota: há vários dispositivos relevantes em relação aos
prazos, em caso de dúvida consulte a seção 6.3 Prazos
Recursais.
b) Depósito Recursal
O depósito recursal tem natureza de garantia do juízo e,
portanto, só é realizado pelo reclamado e se for o empregador
(empregado não realiza depósito recursal).
Os recursos que exigem o depósito recursal são: recurso
ordinário, recurso de revista, Embargos ao TST, Rext e
recurso ordinário em ação rescisória.
O prazo para o recolhimento do depósito recursal
corresponde ao mesmo prazo do recurso, ou seja, 8 dias. A
súmula 245 do TST assevera que eventual interposição
antecipada do recurso não exige o recolhimento antecipado do
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
depósito, que poderá ser efetuado a qualquer tempo,
independente da data de interposição, desde que seja
respeitado o prazo legal.
Portanto, no prazo de 8 dias deve ser efetuado o
recolhimento do depósito, por meio da GUIA GFIP, e comprovado
nos autos.
Súmula 245, TST. O depósito recursaldeve ser feito e comprovado no prazoalusivo ao recurso, sendo que ainterposição antecipada deste nãoprejudica a dilação legal.
A massa falida é isenta do recolhimento do depósito, bem
como das custas processuais, por força da súmula 86 do TST.
Súmula 86, TST. Não ocorre deserção derecurso da massa falida por falta depagamento de custas ou de depósito dovalor da condenação. Esse privilégio,todavia, não se aplica à empresa emliquidação extrajudicial.
Na sentença, o juiz arbitrará o valor da condenação e a
partir deste valor é que são estabelecidos o valor do
depósito, bem como o valor das custas. No tocante ao
depósito, a súmula 161 do TST estabelece que o depósito
recursal só é exigível da parte quando houver condenação
pecuniária.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 161, TST. Não havendo condenaçãoem pecúnia, descabe o depósito préviode que tratam os parágrafos 1º e 2º doArt. 899 da Consolidação das Leis doTrabalho.
A súmula 128, I do TST também apresenta uma hipótese em
que descabe o recolhimento do depósito. A partir do momento
em que a parte realizar o depósito do valor integral da
condenação nada mais poderá ser exigido.
O inciso III desta súmula refere-se ao depósito recursal
diante de uma condenação solidária, isto é, há litisconsórcio
passivo na lide. O depósito realizado por um dos
litisconsortes, geralmente, será aproveitado pelos demais. No
entanto, se este recorrente estiver pleiteando a sua exclusão
da lide, o depósito recursal não beneficiará os outros
litisconsortes, que também deverão garantir o juízo para
recorrer da decisão. Súmula 128, TST. I - É ônus da parterecorrente efetuar o depósito legal,integralmente, em relação a cada novorecurso interposto, sob pena dedeserção. Atingido o valor dacondenação, nenhum depósito mais éexigido para qualquer recurso. II - Garantido o juízo, na faseexecutória, a exigência de depósitopara recorrer de qualquer decisão violaos incisos II e LV do art. 5º daCF/1988. Havendo, porém, elevação dovalor do débito, exige-se acomplementação da garantia do juízo.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
III - Havendo condenação solidária deduas ou mais empresas, o depósitorecursal efetuado por uma delasaproveita as demais, quando a empresaque efetuou o depósito não pleiteia suaexclusão da lide.
O valor do recolhimento deve ser exato, eis que qualquer
diferença, mesmo relativa a centavos, ensejará a deserção do
recurso, nos termos da OJ 140 da SDI – 1 do TST.OJ 140, SDI – 1, TST. Ocorre deserçãodo recurso pelo recolhimentoinsuficiente das custas e do depósitorecursal, ainda que a diferença emrelação ao quantum devido seja ínfima,referente a centavos.
Assim, se o reclamado (empregador) for condenado, em
sentença, ao pagamento de um determinado valor o seu recurso
estará condicionado ao recolhimento do depósito recursal, com
o intuito de garantir o juízo.
O reclamado depositará o valor da condenação, ainda não
depositado até o limite do teto estabelecido pelo TST.
Teto RO
R$ 5.621,90
TST RR, Emb. TST, Rext, ROAR R$
11.243,81
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
c) Custas
As custas processuais SEMPRE serão pagas pela parte
vencida. O recolhimento é efetuado por meio de GUIA DARF após
o trânsito em julgado da decisão ou dentro do prazo de
interposição de recurso (art. 789, § 1º, CLT).
A transição entre as partes as custas serão rateadas,
salvo se dispuserem de forma diversa (art. 789, § 3º, CLT). A
extinção do processo sem resolução de mérito gerará ao
reclamante a obrigação de recolher as custas.
O reclamante beneficiário da justiça gratuita, mesmo que
vencido, poderá recorrer sem o recolhimento das custas. A
massa falida também é isenta do recolhimento de custas
(súmula 86, TST).
O valor das custas processuais corresponde a 2% do valor
da condenação ou, na ausência deste, 2% do valor da causa.
Art. 789, CLT. Nos dissídiosindividuais e nos dissídios coletivosdo trabalho, nas ações e procedimentosde competência da Justiça do Trabalho,bem como nas demandas propostas perantea Justiça Estadual, no exercício dajurisdição trabalhista, as custasrelativas ao processo de conhecimentoincidirão à base de 2% (dois porcento), observado o mínimo de R$ 10,64(dez reais e sessenta e quatrocentavos) e serão calculadas: I. quando houver acordo ou condenação,sobre o respectivo valor;
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II. quando houver extinção do processo,sem julgamento do mérito, ou julgadototalmente improcedente o pedido, sobreo valor da causa;III. no caso de procedência do pedidoformulado em ação declaratória e emação constitutiva, sobre o valor dacausa;IV. quando o valor for indeterminado,sobre o que o juiz fixar.V. acima de 10 (dez) vezes o valor-de-referência regional, 2% (dois porcento). § 1º. As custas serão pagas pelovencido, após o trânsito em julgado dadecisão. No caso de recurso, as custasserão pagas e comprovado o recolhimentodentro do prazo recursal. § 2º. Não sendo líquida a condenação, ojuízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará omontante das custas processuais. § 3º. Sempre que houver acordo, se deoutra forma não for convencionado, opagamento das custas caberá em partesiguais aos litigantes. § 4º. Nos dissídios coletivos, aspartes vencidas responderãosolidariamente pelo pagamento dascustas, calculadas sobre o valorarbitrado na decisão, ou peloPresidente do Tribunal.
Observação: na fase de EXECUÇÃO as custas processuais SEMPRE
serão recolhidas pelo executado e seu valor será
determinado pela tabela do artigo 789 – A da CLT.
Art. 789-A, CLT. No processo deexecução são devidas custas, sempre deresponsabilidade do executado e pagasao final, de conformidade com aseguinte tabela:
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
I - autos de arrematação, deadjudicação e de remição: 5% (cinco porcento) sobre o respectivo valor, até omáximo de R$ 1.915,38 (um mil,novecentos e quinze reais e trinta eoito centavos);II - atos dos oficiais de justiça, pordiligência certificada:a) em zona urbana: R$ 11,06 (onze reaise seis centavos);b) em zona rural: R$ 22,13 (vinte edois reais e treze centavos);III - agravo de instrumento: R$ 44,26(quarenta e quatro reais e vinte e seiscentavos);IV - agravo de petição: R$ 44,26(quarenta e quatro reais e vinte e seiscentavos);V - embargos à execução, embargos deterceiro e embargos à arrematação: R$44,26 (quarenta e quatro reais e vintee seis centavos);VI - recurso de revista: R$ 55,35(cinqüenta e cinco reais e trinta ecinco centavos);VII - impugnação à sentença deliquidação: R$ 55,35 (cinqüenta e cincoreais e trinta e cinco centavos);VIII - despesa de armazenagem emdepósito judicial - por dia: 0,1% (umdécimo por cento) do valor daavaliação;IX - cálculos de liquidação realizadospelo contador do juízo - sobre o valorliquidado: 0,5% (cinco décimos porcento) até o limite de R$ 638,46(seiscentos e trinta e oito reais equarenta e seis centavos).
Conforme visto, a parte vencida deverá recolher as
custas para recorrer da decisão. Suponha que este recurso
tenha sido favorável ao vencido, que agora é vencedor,
ocorreu uma inversão da sucumbência. No caso da interposição
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
de novo recurso pela parte que havia sido vencedora em 1ª
instância, as custas devem ser recolhidas novamente?
Não. Esta hipótese é regulada pela súmula 25 do TST e
pela OJ 186 da SDI – 1, TST:
Súmula 25, TST. A parte vencedora naprimeira instância, se vencida nasegunda, está obrigada,independentemente de intimação, a pagaras custas fixadas na sentençaoriginária das quais ficará isenta aparte então vencida.
OJ 186 SDI – 1, TST. No caso deinversão do ônus da sucumbência emsegundo grau, sem acréscimo ouatualização do valor das custas e seestas já foram devidamente recolhidas,descabe um novo pagamento pela partevencida, ao recorrer. Deverá ao final,se sucumbente, ressarcir a quantia.
Conclui-se que a partir do recolhimento das custas
processuais descabe novo recolhimento (salvo quando houver
acréscimo), diante de uma inversão do ônus da sucumbência em
instância superior. A quantia será ressarcida após o trânsito
em julgado para a parte que efetuou o pagamento e resultou
vencedora na lide.
d) Regularidade de Representação
Na Justiça do Trabalho a parte pode exercer os seus
direitos independente de advogado (ius postulandi). Esta é uma
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
faculdade da parte, que, se preferir, poderá ser assistida
por advogado devidamente constituído nos autos, mediante
instrumento de mandato. Salienta-se que não se exige mais o
reconhecimento de firma do constituinte.
→ Para informações sobre a regularidade de representação
consulte a seção 6.2 Representação Processual.
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
7. RECURSO ORDINÁRIO
O recurso ordinário equivale à apelação do processo
civil (não há apelação no processo do trabalho). É o recurso
interposto das decisões que resolvem o processo, com ou sem
resolução de mérito (definitivas ou terminativas), isto é,
das sentenças de primeiro grau e das decisões proferidas
pelos Tribunais Regionais do Trabalho (segundo grau) em
processos de sua competência originária (dissídio coletivo,
mandado de segurança, ação rescisória, dentre outras).
Todos os recursos do processo do trabalho, exceto os
Embargos de Declaração, são compostos por duas partes: a
folha de rosto e a folha de razões. Esta forma dos recursos
se justifica quando analisamos o seu trâmite.
Primeiramente, o recurso será encaminhado para o Juízo a
quo (que proferiu a decisão), com a finalidade de que seja
realizado o primeiro exame dos pressupostos de
admissibilidade do recurso (tempestividade, depósito, custas
e regularidade de representação, etc.). Preenchidos todos
estes requisitos, o Juízo abre vista à outra parte para
apresentar as contra razões no mesmo prazo do recurso (8
dias). Após o cumprimento destas etapas é que o recurso será
remetido para o Tribunal ad quem que analisará a folha de
razões e julgará o recurso.
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Note que o trâmite dos recursos no processo do trabalho
exige do causídico um conhecimento da organização da Justiça
do Trabalho para não cometer equívocos no endereçamento da
peça. É necessário reconhecer a localização do processo e à
qual órgão este Juízo está subordinado, bem como qual é o
recurso adequado para devolver a matéria ao Poder Judiciário.
Sentença RO RREmb. TST Rext Juiz TRT TSTTST STF
Assim, o RO teria a sua folha de rosto dirigida ao juiz
de 1º grau, enquanto que sua folha de razões deve ser
endereçada ao TRT, nos termos do artigo 895, “a” da CLT.
RECURSO ORDINÁRIO
Juiz do Trabalho Tribunal Regional doTrabalho da __ Região
Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso
7.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
As hipóteses de cabimento do recurso ordinário
encontram-se previstas no artigo 895 da CLT. Art. 895, CLT. Cabe recurso ordináriopara a instância superior:a) das decisões definitivas outerminativas das Varas e Juízos noprazo de 8 (oito) dias;b) das decisões definitivas outerminativas dos Tribunais Regionais,em processos de sua competênciaoriginária, no prazo de 8 (oito) dias,quer nos dissídios individuais, quernos dissídios coletivos.§ 1º. Nas reclamações sujeitas aoprocedimento sumaríssimo, o recursoordinário:I - (vetado)II - será imediatamente distribuído,uma vez recebido no Tribunal, devendo orelator liberá-lo no prazo máximo dedez dias, e a Secretaria do Tribunal ouTurma colocá-lo imediatamente em pautapara julgamento, sem revisor;III - terá parecer oral dorepresentante do Ministério Públicopresente à sessão de julgamento, seeste entender necessário o parecer, comregistro na certidão;IV - terá acórdão consistenteunicamente na certidão de julgamento,com a indicação suficiente do processoe parte dispositiva, e das razões dedecidir do voto prevalente. Se asentença for confirmada pelos própriosfundamentos, a certidão de julgamento,registrando tal circunstância, serviráde acórdão.§ 2º. Os Tribunais Regionais, divididosem Turmas, poderão designar Turma parao julgamento dos recursos ordináriosinterpostos das sentenças prolatadasnas demandas sujeitas ao procedimentosumaríssimo.
25
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O artigo prevê duas situações para a interposição do
recurso. A hipótese da alínea “a” fixa que as sentenças
(decisões definitivas) proferidas pelo Juiz de 1º grau
poderão ser impugnadas por meio do RO.
A hipótese da alínea “b” é mais complexa, pois
estabelece que diante de uma decisão proferida pelo TRT em
uma ação de sua competência originária cabe o Recurso
Ordinário, que será julgado pelo TST.
Cumpre salientar, o que é uma ação de competência
originária do TRT e quais são elas. As ações de competência
originária são aquelas PROPOSTAS perante o Tribunal, ou seja,
não são analisadas pelo juiz do trabalho, tendo em vista que
a LEI ordena que o TRT julgue tais litígios.
CONCLUSÃO: para que seja uma ação de competência originária
do TRT deve haver previsão legal e sua propositura
se fará diretamente neste órgão.
A decisão definitiva do Tribunal nestas ações poderá
ser impugnada por meio de RO, que será julgado pelo TST.
Observe que este RO será dirigido para órgãos distintos do
que o RO previsto pela aínea “a”. Veja o esquema:
Decisão definitiva ROEMB. TST TRTTST TST
26
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
RECURSO ORDINÁRIO
TRT TribunalSuperior do Trabalho
Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso
A ação rescisória e o mandado de segurança são os
exemplos mais comuns de ação de competência originária de
Tribunais.
Ação Rescisória
Cada Tribunal detém a competência para julgar ação
rescisória oriunda de sua decisão. Portanto, se a decisão a
ser desconstituída foi proferida pelas Varas do Trabalho a
interposição da ação rescisória deverá ser dirigida ao
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.
Se a decisão a ser rescindida foi proferida pelo TRT
(ação de sua competência originária) a competência será do
próprio Tribunal de onde se originou o acórdão.
Por fim, se o acórdão a ser desconstituído foi proferido
pelo Tribunal Superior do Trabalho (ação de sua competência
26
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
originária) a competência para rescindir a decisão é do
próprio Tribunal Superior do Trabalho.
Sentença Ação Rescisória Juiz 1º Grau TRTCada Tribunal
Decisão Definitiva Ação Rescisóriaé competente TRT TRT para julgar AR
Decisão Definitiva Ação Rescisóriade suas decisões TST TST
A súmula 158 do TST sustenta o esquema acima, pois
afirma que em face da organização da Justiça do Trabalho
caberá RO ao TST diante de decisão proferida pelo TRT em aça
rescisória de sua competência originária.
Súmula 158, TST. Da decisão do TribunalRegional do Trabalho, em açãorescisória, cabível é o recursoordinário para o Tribunal Superior doTrabalho, em face da organizaçãojudiciária trabalhista.
Sentença Trânsito em Ação RescisóriaRO Emb. TST
26
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Juiz julgado TRTTST TST
Apenas a título de esclarecimento, destaca-se que o
Recurso Ordinário será remetido para uma das turmas dos TST,
enquanto que os Embargos ao TST serão analisados pela Seção
de Dissídios Individuais.
Turmas do TST
TST SDI (Seções de Dissídios Individuais)
SDC (Seções de Dissídios Coletivos)
Mandado de Segurança
O Mandado de Segurança não é um recurso, mas sim uma
AÇÃO, proposta contra um ato praticado por uma autoridade
coatora. Assim como na ação rescisória, cada Tribunal é
competente para julgar seus próprios mandados de seguranças
provenientes de atos praticados por seus membros ou
subordinados.
Um mandado de segurança impetrado contra um ato
praticado por um juiz do trabalho deve ser dirigido ao TRT à
que está subordinado àquela autoridade.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Ato do MSJuiz 1º Grau TRT
Um mandado de segurança impetrado contra um ato
praticado por um membro do TRT deve ser dirigido ao próprio
TRT à que está pertence àquela autoridade.
Ato do membro MSdo TRT TRT
Um mandado de segurança impetrado contra um ato
praticado por um membro do TST deve ser dirigido ao próprio
TST à que pertence àquela autoridade.
Ato do membro MS
do TST TST
Ante a exposição, percebe-se que o MS impetrado contra
ato de juiz do trabalho, bem como o MS impetrado contra o ato
de membro do TRT são casos de ações de competência originária
do TRT. Diante do desenvolvimento do estudo e a redação do
artigo 895, “b” da CLT, é possível concluir que da decisão
proferida pelo TRT em mandado de segurança cabe Recurso
Ordinário para o TST (Súmula 201, TST).
Súmula 201, TST. Da decisão do TribunalRegional do Trabalho em mandado desegurança cabe recurso ordinário, noprazo de 8 (oito) dias, para o TribunalSuperior do Trabalho, correspondendo
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
igual dilação para o recorrido einteressados apresentarem razões decontrariedade.
Mandado de Segurança ROEmb. TST
TRT TSTTST
(Turma)(SDI)
7.2 ESTRUTURA DO RECURSO ORDINÁRIO
O Recurso Ordinário é formado pela folha de rosto e pela
folha de razões. Logo, inicia-se o seu desenvolvimento pela
folha de rosto, que será endereçada ao Juízo que proferiu a
decisão recorrida. O conteúdo da folha de rosto tem a função
de apresentar (comprovar) o cumprimento dos pressupostos de
admissibilidade e requerer a remessa do recurso para o Juízo
ad quem .
A folha de razões, por sua vez, é o recurso propriamente
dito e será constituído da seguinte forma:
♦ I. Preliminares de Mérito ♦ II. Prejudiciais de Mérito
26
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
♦ III. Mérito ♦ IV. Requerimentos Finais
.
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia de uma contestação no processo do trabalho. Esclarece-
se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,
assim como na produção de suas próprias peças.
Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e
“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e
para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
RECURSO
ORDINÁRIOFolha de Rosto (Juízo a
quo)
Pressupostos de Admissibilidade
(tempestividade, depósito recursal, custas e
regularidade)
Folha Razões (Juízo ad quem)
I. Preliminares de MéritoII. Prejudiciais de
Mérito III. Mérito
IV. Requerimentos Finais
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _________ VARA DO
TRABALHO DE ______________.
Recorrente: OPCIONAL
Recorrido: Avalie a disponibilidade
Autos nº: de espaço físico
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DO RECORRIDO,
também qualificado, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado adiante
assinado, com fulcro no artigo 893 e 895, alínea “a”
da CLT, INTERPOR
RECURSO ORDINÁRIO
para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.
Encontram-se presentes todos os pressupostos de
admissibilidade do recurso, dentre os quais de
destacam:
a) Tempestividade, tendo em vista que as razões ora
apresentadas respeitaram o prazo legal de 8 dias
contados a partir da data de publicação da
sentença, ocorrida em _____.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
b) Depósito Recursal, no valor de R$ _____ foi
efetuado no prazo do recurso e está comprovado
pela guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245
do TST.
c) Custas Processuais no importe de R$ _____,
correspondentes a 2% do valor da condenação,
foram recolhidas dentro do prazo do recurso,
comprovado pela guia DARF anexa.
Diante do exposto, requer o recebimento do
presente recurso e a sua posterior remessa ao Egrégio
Tribunal Regional do Trabalho.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado
OAB nº
___________________________________________
____
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.
Recorrente:
Recorrido: OPCIONAL
Autos nº: Avalie a
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
disponibilidade
Origem: de espaço físico
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
Colenda Turma
Eméritos Julgadores
(ELOGIO A SENTENÇA + PEDIDO DE REFORMA)
I – PRELIMINAR DE MÉRITO
Nulidades Processuais Error in Procedendo
Anulação da
Sentença
II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO
a) Prescrição Bienal
b) Prescrição Quinquenal
III – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vez que omérito é dependente da proposta)
1. DA ESTABILIDADE
§1 Fato O juízo a quo julgou
(im)procedente
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§2 Fundamento A sentença não merece ser
mantida, pois
§3 Pedido Diante do exposto, requer
a reforma da
sentença para incluir
(excluir) da condenação
2. DAS VERBAS RESCISÓRIAS
§1 Fato O Juízo a quo julgou
(im)procedente
§2 Fundamento A sentença não merece ser
mantida, pois
§3 Pedido Diante do exposto,
requer a reforma da
sentença para incluir
(excluir) da condenação
IV - REQUERIMENTOS FINAIS
Conhecimento do Recurso;
Acolhimento da Preliminar de Mérito;
Acolhimento da Prejudicial de Mérito;
Total provimento do mérito, para fins de reforma
da sentença.
Nestes Termos,
Pede Deferimento,
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Local e Data
Nome do Advogado
OAB nº
7.3 ANÁLISE DOS TÓPICOS DO RECURSO ORDINÁRIO
► Folha de Rosto do Recurso Ordinário
I. ENDEREÇAMENTO
Já foi mencionado que a folha de rosto deve ser
endereçada para o Juízo que proferiu a decisão. Portanto, se
a proposta apresentar um caso em que tenha sido proferida uma
sentença (art. 895, “a”, CLT) o endereçamento não traz
novidades.
Exemplos:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO
DE ______________.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Ou caso o problema forneça os dados do juízo que
proferiu a decisão, o examinando deverá incluir todos os
dados informados no endereçamento.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4ª VARA DO TRABALHO
DE CURITIBA – PR.
II. QUALIFICAÇÃO
A qualificação do Recurso Ordinário é simples, uma vez
que tanto o Recorrente, quanto o Recorrido, já se
manifestaram nos autos, de modo que se dispensa a
qualificação completa das partes, que será substituída pela
expressão "já qualificado nos autos em epígrafe" para o
recorrente e “também qualificado” para o recorrido.
Exemplo:
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DO RECORRIDO,
também qualificado, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado, com fulcro no artigo 895, alínea
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
“a” da CLT, interpor
RECURSO ORDINÁRIO
para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.
Na qualificação da folha de rosto do RO é importante
observar a fundamentação, incluir a alínea do artigo 895 da
CLT. Além de expor que a parte está interpondo o recurso PARA
O TRT.
III. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
Os pressupostos de admissibilidade que SEMPRE estarão
presentes na folha de rosto do Recurso Ordinário são:
tempestividade, depósito recursal e custas processuais. A
regularidade de representação deve ser mencionada se a
proposta o sugerir, por exemplo, com a menção de que o
advogado acaba de ser contratado.
O primeiro pressuposto, TEMPESTIVIDADE, não exige
muitos dados, basta mencionar que o recurso é tempestivo,
pois respeitou o prazo legal de 8 dias contados a partir da
publicação da sentença.
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Em relação ao DEPÓSITO RECURSAL três informações são
necessárias: valor do depósito, prazo do recolhimento do
depósito, guia de recolhimento.
DEPÓSITO no valor de R$____
RECURSAL no prazo de _____
(Súmula 245) por meio da guia GFIP
Ocorre que a exigibilidade do depósito pode variar de
acordo com alguns fatores, por exemplo, se o recorrente é o
empregado ou o empregador, se há ou não condenação em
pecúnia, etc.
Exemplo 1: O Reclamante (empregado) é o recorrente
O depósito recursal não foi efetuado,
posto que não é exigível do Recorrente, tendo em
vista a sua natureza de garantia do Juízo.
Exemplo 2: O Reclamado (empregador) é o recorrente,
contudo não há condenação em pecúnia.
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O depósito recursal não foi
efetuado, pois nos termos da súmula 161 do TST,
descabe a sua exigibilidade quando não houver
condenação em pecúnia.
Exemplo 3: O Reclamado (empregador) é o recorrente e há
condenação em pecúnia.
O depósito recursal, no valor de R$ _____
foi efetuado no prazo do recurso e está comprovado
pela guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245 do
TST.
Por fim, as CUSTAS PROCESSUAIS, assim como no depósito
recursal, podem variar em razão da parte e em razão da fase
processual.
Lembrete: as custas processuais SEMPRE serão pagas pela parte
vencida ou pelo reclamado, no caso de sucumbência
recíproca. Na hipótese de acordo entre as partes as
custas serão rateadas. O reclamante beneficiário da
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
justiça gratuita e a massa falida estão isentos do
recolhimento das custas. O recolhimento é efetuado
por meio de GUIA DARF dentro do prazo de
interposição de recurso no importe de 2% do valor da
condenação ou, na ausência deste, 2% do valor da
causa.
Exemplo 1: Sentença totalmente improcedente – Reclamante
é o vencido
As custas processuais foram
recolhidas, por meio de guia DARF, no importe de R$
_____, correspondente a 2% do valor da causa,
dentro do prazo do recurso ora interposto.
Exemplo 2: Sentença parcialmente improcedente –
sucumbência recíproca, Reclamado é a parte vencida
– RO interposto pelo Reclamado (empregador)
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
As custas processuais foram recolhidas no
valor de R$ _____, correspondente a 2% do valor da
condenação, no mesmo prazo do alusivo recurso,
conforme demonstra a guia DARF anexa.
Exemplo 3: Sentença parcialmente improcedente –
sucumbência recíproca, Reclamado é a parte vencida
– RO interposto pelo Reclamante (empregado)
As custas processuais não foram
recolhidas, tendo em vista que o Recorrente não é a
parte vencida em 1ª instância, portanto incumbe ao
Recorrido o seu adimplemento, nos termos do artigo
789, §1º, CLT.
IV. PEDIDO
A parte que interpõe um recurso deseja a sua apreciação
pelo Juízo ad quem. Entretanto, é obrigatória a passagem pelo
Juízo que proferiu a decisão recorrida, cuja função é
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
examinar a presença dos pressupostos de admissibilidade. Após
a verificação, o recurso será remetido para o Tribunal.
Portanto, o requerimento da folha de rosto deve
evidenciar o cumprimento dos pressupostos, requerendo o seu
recebimento, bem como a sua remessa para o Juízo ad quem.
Exemplo:
Diante do exposto, tendo em vista que foram
observados todos os pressupostos de
admissibilidade, requer-se o recebimento do
presente recurso e a sua posterior remessa ao
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da _____
Região.
► Folha de Razões do Recurso Ordinário
I. ENDEREÇAMENTO
A folha de razões do Recurso Ordinário deve ser
endereçada para o TRT, na hipótese do artigo 895, “a”, CLT
(decisão definitiva proferida por um juiz do trabalho –
sentença) ou para o TST, na hipótese do artigo 895, “b”, CLT
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
(decisão definitiva proferida pelo TRT em ações de sua
competência originária).
Exemplos:
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.
OU
AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.Observe que não há qualquer menção a qualificação das
partes na folha de razões, pois a folha de rosto já
apresentou todas as informações necessárias. Deste modo a
parte introdutória conterá um elogio a sentença, seguido do
pedido de reforma.
Exemplo:
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____
REGIÃO.
Recorrente:
Recorrido: OPCIONAL
Autos nº: Avalie a
27
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
disponibilidade
Origem: de espaço físico
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
Colenda Turma
Eméritos Julgadores
A respeitável sentença proferida na
Reclamatória Trabalhista nº ___ não merece ser
mantida, motivo pelo qual se expõe os fatos e as
razões jurídicas para, ao final, requerer a reforma
da decisão de 1ª instância.
OU
A respeitável sentença não merece ser
mantida, pois o Juízo de 1ª instância equivocou-se
na apreciação das provas constantes nos autos,
merecendo reforma à sentença de primeira instância.
OU
A respeitável sentença não merece ser
mantida, razão pela qual requer a sua reforma.
II. PRELIMINARES DE MÉRITO
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A Preliminar de Mérito do RO abrange todos os assuntos
relacionados às nulidades processuais e aos problemas no
processo. De um modo geral, a nulidade de um ato ou de um
processo ocorre quando lhe falta algum requisito, que lhe é
exigido, conforme previsão legal.
Logo, a defesa da parte na Preliminar de Mérito é
processual, não ataca o mérito, ou seja, o direito material.
Aborda questões de ordem formal, que em algum momento
descumpriu um dispositivo legal, causando prejuízo à parte
(art. 794, CLT).Art. 794, CLT. Nos processos sujeitos àapreciação da Justiça do Trabalho sóhaverá nulidade quando resultar dosatos inquinados manifesto prejuízo àspartes litigantes.
Cabe advertir que o processo do trabalho contempla um
capítulo próprio dedicado às nulidades processuais (arts. 794
a 798, CLT)19, todavia as normas do CPC também são aplicadas
subsidiariamente, desde que compatíveis com as normas do
processo do trabalho, por exemplo, o artigo 301 do CPC.
Preliminar Problema no processo
Artigo 301, CPC
de Mérito Error in procedendo Nulidade da sentença
19 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7.ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 337.
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
(Arts. 794 – 798, CLT)
No tópico da Preliminar de Mérito requer-se a nulidade
da sentença. Porém, este pedido está incompleto, pois a
anulação da sentença gera duas possibilidades:
♦ retorno dos autos ao Juízo a quo; ou
♦ imediato julgamento pelo TRT (quando a causa
versar sobre questão exclusivamente de direito
e o processo estiver em condições de
julgamento – artigo 515, § 3º, CPC).
Art. 515, CPC. A apelação devolverá aotribunal o conhecimento da matériaimpugnada.§ 1º. Serão, porém, objeto deapreciação e julgamento pelo tribunaltodas as questões suscitadas ediscutidas no processo, ainda que asentença não as tenha julgado porinteiro.§ 2º. Quando o pedido ou a defesa tivermais de um fundamento e o juiz acolherapenas um deles, a apelação devolveráao tribunal o conhecimento dos demais.§ 3º. Nos casos de extinção do processosem julgamento do mérito (art. 267), otribunal pode julgar desde logo a lide,se a causa versar questãoexclusivamente de direito e estiver emcondições de imediato julgamento.§ 4º. Constatando a ocorrência denulidade sanável, o tribunal poderádeterminar a realização ou renovação doato processual, intimadas as partes;cumprida a diligência, sempre que
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
possível prosseguirá o julgamento daapelação.
Retorno dos autos ao Juízo a quoPreliminar Nulidade da de Mérito Sentença Julgamento pelo TRT questão exclusivamente de direito + processo “maduro”
Isto posto, conclui-se que o requerimento da Preliminar
de Mérito deverá pleitear a nulidade da sentença, bem como o
retorno dos autos ao Juízo a quo ou o julgamento pelo TRT , se
estiverem preenchidos os requisitos do art. 515, § 3º do CPC.
Os exemplos mais comuns na prova da Ordem são a nulidade
da citação ou o cerceamento de defesa.
Exemplo:
O Juízo a quo julgou procedente o pedido de
adicional de periculosidade do Recorrido, com base
em um laudo desprovido de qualquer informação
técnica. (Fatos)
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A sentença não merece ser mantida, pois o
Juiz do Trabalho encerrou a instrução processual
antecipadamente, obstando a Recorrente de
questionar o Senhor Perito. Violando, desta forma,
o seu direito de ampla defesa, assegurado pelo
art. 5º, LV, da CF/88, segundo o qual aos
litigantes, em processo judicial, são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes. (Fundamento)
Diante do exposto, com fulcro no artigo 794
da CLT, requer seja decretada a nulidade da
sentença, bem como sejam remetidos os autos para o
Juízo de 1ª instância, a fim de reabrir a
instrução processual. Sucessivamente, caso não
seja acolhida a Preliminar, requer a análise do
mérito. (Pedido)
Com o intuito de manter coerência entre as idéias, a
finalização do tópico das preliminares de mérito, bem como
das prejudiciais de mérito, SEMPRE deverão concluir de forma
que possibilite a discussão do mérito da causa, na hipótese
do Juízo não acolher as alegações destes tópicos. Exemplo:
Caso não seja este o entendimento deste
Juízo, sendo superadas a preliminar e/ou a prejudicial
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
de mérito. Sucessivamente, requer a análise em relação
ao mérito.
Atenção: A semelhança do tópico das Preliminares de Mérito do
RO e do tópico das Preliminares de Mérito da
contestação pode gerar confusão no momento de redigir
a peça.
Note que, apesar da semelhança em relação ao assunto
abordado, o pedido realizado é totalmente diferente
para cada peça. Em linhas gerais:
♦ Na contestação requer-se a extinção do processo
(com ou sem a resolução do mérito).
♦ No recurso ordinário requer-se a nulidade da
sentença.
PRELIMINAR DE MÉRITO
RECURSO ORDINÁRIO
CONTESTAÇÃO
Requer a NULIDADERequer a EXTINÇÃO
DA SENTENÇADO PROCESSO
(arts. 794 e SS., CLT)(arts. 267 ou 269, CPC)
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
III. PREJUDICIAIS DE MÉRITO
As prejudiciais de mérito englobam qualquer assunto
referente à prescrição e decadência, matéria que, se
acolhida, obsta a análise do direito material, pois enseja a
extinção do processo COM resolução do mérito.
Tanto o Reclamado, quanto o Reclamante poderão interpor
RO, a fim de tratar sobre prejudiciais de mérito. Por
exemplo, da sentença que acolhe a prescrição bienal
extinguindo o processo com resolução do mérito, poderá ser
interposto RO pelo Reclamante, com o objetivo de afastar o
acolhimento da prescrição e a consequente extinção do
processo.
Por outro lado, da sentença que não acolhe a prescrição
bienal, poderá ser interposto RO pelo Reclamado, requerendo o
seu acolhimento. Oportuno destacar a súmula 153 do TST, que
dispõe:
Súmula 153, TST. Não se conhece deprescrição não argüida na instânciaordinária.
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Na Justiça do Trabalho as instâncias ordinárias abrangem
o Juízo de 1º grau, bem como os Tribunais Regionais do
Trabalho. Portanto, a prescrição poderá ser arguida pela
primeira vez no Recurso Ordinário.
Exemplo 1: RO interposto pelo Reclamante em face de sentença
que acolheu a prescrição bienal.
O Juízo a quo acolheu a prejudicial de mérito
alegada pelo Recorrido, afirmando que o direito do
ora Recorrente encontra-se fulminado pela prescrição
bienal. (Fatos)
A sentença não merece ser mantida, pois o
artigo 7º, XXIX da CF e o artigo 11 da CLT sustentam
que a ação, quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho, prescreve dois anos após a
extinção do contrato de trabalho. (Fundamento)
Diante do exposto, requer a reforma da
sentença, a fim de que seja afastada a prescrição
bienal. Sucessivamente, caso não seja este o
entendimento deste Juízo requer a análise do mérito.
(Pedido)
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Exemplo 2: RO interposto pelo Reclamado em face de sentença
que acolheu a prescrição quinquenal, contada a
partir da extinção do contrato de trabalho.
O Juízo a quo acolheu a prescrição quinquenal a
partir da rescisão do contrato de trabalho. (Fatos)
A sentença não merece ser mantida, pois o
artigo 7º, XXIX da CF, bem como a súmula 308 do TST
regulamentam que a prescrição da ação trabalhista
concerne às pretensões imediatamente anteriores a
cinco anos, é contada a partir da data do
ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao
qüinqüênio da data da extinção do contrato.
(Fundamento)
Diante do exposto, requer a reforma da
sentença, a fim de que seja acolhida a prescrição
quinquenal, contada da data do ajuizamento da ação,
extinguindo o processo com resolução do mérito em
relação às parcelas anteriores aos últimos cinco
anos, desde a propositura da Reclamatória
Trabalhista. Sucessivamente, caso não seja este o
entendimento deste Juízo requer a análise do mérito.
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
(Pedido)
IV. MÉRITO
Superadas as preliminares e prejudiciais, inicia-se o
desenvolvimento do mérito do Recurso Ordinário.
O mérito do RO deve conter alegações fundamentadas e
demonstrar os motivos que pelos quais a decisão, no tocante
ao mérito, também merece reforma pelo Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho.
Cada argumento deve ser desenvolvido em um tópico
específico, o qual será nominado de forma a evidenciar os
interesses do cliente e conter dispositivos legais
pertinentes. Finalize os tópicos com frases que demonstrem
coesão e coerência do texto, evidenciando a necessidade de
reforma da sentença.
Exemplo: RO do Reclamante
O Juízo a quo julgou improcedente o pedido de
condenação do Reclamado ao pagamento de horas
extras, bem como os seus reflexos em descanso
28
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
semanal remunerado e com este em aviso prévio, 13º
salário, férias acrescidas do terço
constitucional, FGTS (depósitos e multa de 40%).
(Fatos)
A sentença não merece ser mantida, pois
restou comprovada a jornada extraordinária, por
meio da confissão do preposto do Recorrido, o qual
afirmou que a jornada de trabalho semanal do
Recorrente 50 horas semanais. Claramente houve
violação do art. 7º, XIII da CF e do artigo 58,
CLT, os quais determinam que é um direito do
trabalhador a duração máxima do trabalho de oito
horas diárias e 44 horas semanais. (Fundamento)
Diante do exposto, requer a reforma da
sentença para incluir na condenação o pagamento
das horas extraordinárias, assim consideradas
todas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª
semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos
termos do art. 7º, XVI da Constituição Federal.
Ademais, requer também a inclusão dos devidos
reflexos, diante da habitualidade, em descanso
semanal remunerado e com este em aviso prévio,
décimo terceiro salário, férias acrescidas do
terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de
40%). (Pedido)
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Atenção: não é possível inventar fatos que não foram expostos
na proposta, examinando está restrito a estas
informações. Diante da falta de dados o mais indicado
é deixar um espaço em branco ou utilizar frases
genéricas, conforme o exemplo:
A sentença não merece ser mantida, pois a
jornada extraordinária restou comprovada pelos demais
elementos constantes nos autos, uma vez que a jornada
extrapolava 8ª hora diária e 44ª semanal, violando o
artigo 7º, XIII da CF e do artigo 58, CLT.
Diante do exposto, requer a reforma da sentença
para incluir na condenação o pagamento das horas
extraordinárias, bem como os reflexos em descanso
semanal remunerado e com este em aviso prévio, décimo
terceiro salário, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
V. REQUERIMENTOS FINAIS
Os requerimentos finais do Recurso Ordinário reclamam ao
TRT o conhecimento do recurso, bem como o seu total
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
provimento em relação ao mérito, com o objetivo de reformar a
decisão de 1ª instância.
Exemplo:
Ante o exposto, requer o conhecimento do recurso e,
no mérito, o seu provimento, reformando-se a sentença
nos pontos supra atacados.
Lembrete: caso o RO apresente preliminar de mérito e/ou
prejudicial de mérito é imprescindível que o
examinando reitere o acolhimento destes tópicos nos
requerimentos finais.
Conhecimento do Recurso
REQUERIMENTOS Acolhimento da Preliminar de Mérito
FINAIS RO Acolhimento da Prejudicial de
Mérito
Total provimento do mérito
p/ fins de reforma da sentença
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Exemplo:
Com todo o exposto, requer conhecimento do
recurso, bem como o acolhimento da Preliminar de
Mérito. Caso seja superada a Preliminar,
sucessivamente requer, no mérito, o seu provimento,
para fins de reforma da sentença.
FINALIZE A SUA PEÇA!
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data
Nome do Advogado
OAB Nº
Cuidado: Não identifique a prova. Não faça riscos / traços
sobre o nome. Não pule linhas. É importante seguir as
orientações descritas na prova. Não deve ser feito
qualquer espécie de marca na assinatura da peça além
de “Nome do Advogado – OAB nº”, sob pena de ser
considerada identificação de prova.
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
8. AGRAVO DE INSTRUMENTO
8.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO
O agravado de instrumento no processo de trabalho tem
uma finalidade específica: “destrancar” outro recurso.
Salvo os embargos de declaração, os demais recursos do
processo do trabalho são dirigidos, previamente, para o Juízo
que proferiu a decisão impugnada, a fim de que seja analisado
o cumprimento dos pressupostos de admissibilidade do recurso.
Caso o Juízo a quo impeça a tramitação regular do recurso,
pois entendeu que os pressupostos não estão presentes, o meio
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
apropriado para impugnar este despacho que nega seguimento ao
recurso é o agravo de instrumento (artigo 897, “b”, CLT).
O cabimento do agravo de instrumento é limitado, uma vez
que cabe somente dos despachos que denegarem a interposição
de recurso.
Art. 897, CLT. Cabe agravo, no prazo de8 (oito) dias:a) de petição, das decisões do Juiz ouPresidente, nas execuções;b) de instrumento, dos despachos quedenegarem a interposição de recursos.§ 1º. O agravo de petição só serárecebido quando o agravante delimitar,justificadamente, as matérias e osvalores impugnados, permitida aexecução imediata da parte remanescenteaté o final, nos próprios autos ou porcarta de sentença.§ 2º. O agravo de instrumentointerposto contra o despacho que nãoreceber agravo de petição não suspendea execução da sentença.§ 3º. Na hipótese da alínea a desteartigo, o agravo será julgado pelopróprio Tribunal, presidido pelaautoridade, salvo se tratar de decisãode decisão de Juiz do Trabalho de 1ªInstância ou do Juiz de Direito, quandoo julgamento competirá a uma das Turmasdo Tribunal Regional a que estiversubordinado o prolator da sentença,observado o disposto no Art. 679 destaConsolidação, a quem este remeterá aspeças necessárias para o exame damatéria controvertida, em autosapartados, ou nos próprios autos, setiver sido determinada a extração decarta de sentença. § 4º. Na hipótese da alínea b desteartigo, o agravo será julgado peloTribunal que seria competente para
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
conhecer o recurso cuja interposiçãofoi denegada.§ 5º. Sob pena de não conhecimento, aspartes promoverão a formação doinstrumento do agravo de modo apossibilitar, caso provido, o imediatojulgamento do recurso denegado,instruindo a petição de interposição: I - obrigatoriamente, com cópias dadecisão agravada, da certidão darespectiva intimação, das procuraçõesoutorgadas aos advogados do agravante edo agravado, da petição inicial, dacontestação, da decisão originária, dacomprovação do depósito recursal e dorecolhimento das custas;II - facultativamente, com outras peçasque o agravante reputar úteis aodeslinde da matéria de méritocontrovertida.§ 6º. O agravado será intimado paraoferecer resposta ao agravo e aorecurso principal, instruindo-a com aspeças que considerar necessárias aojulgamento de ambos os recursos. § 7º. Provido o agravo, a Turmadeliberará sobre o julgamento dorecurso principal, observando-se, sefor o caso, daí em diante, oprocedimento relativo a esse recurso. § 8º. Quando o agravo de petição versarapenas sobre as contribuições sociais,o juiz da execução determinará aextração de cópias das peçasnecessárias, que serão autuadas emapartado, conforme dispõe o § 3º, partefinal, e remetidas à instância superiorpara apreciação, após contraminuta.
O agravo de instrumento poderá ser interposto em face
das “decisões que denegarem seguimento a recurso ordinário,
de revista, extraordinário, adesivo, agravo de petição e, por
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
óbvio, contra as decisões que denegarem seguimento ao próprio
agravo de instrumento. Não cabe agravo de instrumento das
decisões que denegarem seguimento ao recurso de embargos ao
TST, pois, nesse caso, o recurso adequado é o agravo
regimental”. 20
O artigo 269 do Regimento Interno do TST prevê a
hipótese de cabimento do agravo de instrumento contra
despacho denegatório do recurso extraordinário.
Art. 269, Regimento Interno TST. Cabeagravo de instrumento contra despachodenegatório do recurso extraordinário,no prazo de dez dias, contados de suapublicação no órgão oficial.
8.2 TRÂMITE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
O agravo de instrumento será dirigido para o juiz
prolator do despacho, no prazo de oito dias, para que este
reforme ou confirme a decisão que denegou seguimento ao
recurso principal. Note que o juiz poderá reformar a decisão,
logo o agravo de instrumento admite juízo de retratação.
Caso o juiz confirme a decisão e conheça o agravo, o
agravado será intimado para apresentar a contra minuta ao
20 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7.ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 731.
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
agravo de instrumento, bem como as contrarrazões ao recurso
principal, no prazo de 8 dias (art. 897, § 6º, CLT).
O agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente
para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada (art.
897, § 4º, CLT).
SENTENÇA RECURSO ORDINÁRIO
Juiz do TrabalhoNão recebeu o RO AGRAVO DEINSTRUMENTO (trancado)
Juiz do TrabalhoTRT
Agravo de Instrumento + Contra Minuta do Agravo de Instrumento Recurso Ordinário + Contra razões do Recurso Ordinário
Provido o agravo pelo Juízo ad quem, a Turma deliberará
sobre o julgamento do recurso principal (art. 897, § 7º,
CLT). Logo, se não for provido, o recurso principal restará
prejudicado.
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Oportuno interpretar, neste momento, a súmula 218 e 353
do TST. A primeira veda a interposição de recurso de revista
em face de uma decisão do TRT que julga o agravo de
instrumento, eis que não se trata de decisão que aprecie o
mérito. Súmula 218, TST. É incabível recurso derevista interposto de acórdão regionalprolatado em agravo de instrumento.
Nesta esteira, a súmula 353 veda a interposição de
Embargos ao TST (SDI) em face de uma decisão do TST (turma)
que julga o agravo de instrumento, EXCETO:
♦ quando a decisão que não conhece do agravo deinstrumento se fundamentar na ausência dospressupostos extrínsecos deste recurso;
♦ quando a decisão que nega provimento ao agravo forcontrária à decisão monocrática do Relator esustentar a ausência dos pressupostos extrínsecosdeste recurso;
♦ para revisão dos pressupostos extrínsecos deadmissibilidade do recurso de revista, cujaausência haja sido declarada originariamente pelaTurma no julgamento do agravo;
♦para impugnar o conhecimento de agravo deinstrumento;
♦ para impugnar a imposição de multas previstas noart. 538, parágrafo único, do CPC, ou no art. 557,§ 2º, do CPC.
29
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 353, TST. Não cabem embargospara a Seção de Dissídios Individuaisde decisão de Turma proferida emagravo, salvo: a) da decisão que nãoconhece de agravo de instrumento ou deagravo pela ausência de pressupostosextrínsecos; b) da decisão que negaprovimento a agravo contra decisãomonocrática do Relator, em que seproclamou a ausência de pressupostosextrínsecos de agravo de instrumento;c) para revisão dos pressupostosextrínsecos de admissibilidade dorecurso de revista, cuja ausência hajasido declarada originariamente pelaTurma no julgamento do agravo; d) paraimpugnar o conhecimento de agravo deinstrumento; e) para impugnar aimposição de multas previstas no art.538, parágrafo único, do CPC, ou noart. 557, § 2º, do CPC.
8.3 DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
O § 5º do artigo 897 da CLT estabelece quais os
documentos obrigatórios que formarão o instrumento do agravo,
cujo objetivo é possibilitar o imediato julgamento do recurso
principal diante o provimento do agravo.
Peças obrigatórias: cópias da decisão agravada, da certidão
da respectiva intimação, das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do
agravado, da petição inicial, da contestação,
da decisão originária, da comprovação do
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
depósito recursal e do recolhimento das
custas;
Peças facultativas: outras peças que o agravante reputar
úteis ao deslinde da matéria de mérito
controvertida.
O instrumento do agravo, se imperfeito, pode ensejar o
não conhecimento do mesmo.
Observação: o comprovante de depósito recursal, bem como do
recolhimento de custas, mencionado no § 5º, I,
artigo 897 da CLT, refere-se ao recurso principal,
pois O AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO EXIGE PREPARO.
A procuração do agravante e do agravado são peças
obrigatórias do instrumento do agravo. No entanto, é comum na
prática trabalhista o mandato tácito, que se configura quando
o advogado comparece a audiência com a parte. Nestes casos,
não consta nos autos um mandato expresso, portanto entende o
TST que a juntada da ata de audiência, na qual compareceu o
procurador é suficiente para suprir a procuração expressa (OJ
286, SDI – 1, TST)
OJ 286, SDI – 1, TST. A juntada da atade audiência, em que está consignada apresença do advogado do agravado, desdeque não estivesse atuando com mandatoexpresso, torna dispensável a
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
procuração deste, porque demonstrada aexistência de mandato tácito.
8.4 ESTRUTURA DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
A folha de rosto do Agravo de Instrumento expõe apenas
os pressupostos de admissibilidade, ou seja, as peças
obrigatórias do traslado. Será dirigida ao Juízo negou
seguimento ao recurso principal.
Já a minuta será endereçada ao Juízo ad quem, competente
para julgar o Agravo de Instrumento, bem como o recurso
principal. A minuta do agravo será formada apenas pela
exposição da falta de fundamentação dos motivos que negou
seguimento ao recurso e pelo pedido provimento do agravo, a
fim de dar seguimento ao recurso principal.
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia de um agravo de instrumento no processo do trabalho.
Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na
memorização, assim como na produção de suas próprias peças.
Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e
“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e
para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Modelo: Agravo de Instrumento interposto contra decisão do
Juiz do Trabalho que negou seguimento ao Recurso
Ordinário interposto em face da sentença.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO
TRABALHO DE _________.
Agravante OPCIONAL
Agravado Avalie a disponibilidade
Autos nº de espaço físico
NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DO AGRAVADO, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado adiante assinado, para com
fulcro no artigo fulcro no artigo 897, alínea “b” da
CLT, INTERPOR:
AGRAVO DE INSTRUMENTO
conforme minuta anexa.
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Para tanto indica as seguintes peças do translado,
conforme exige o art. 897, § 5º da CLT:
- Decisão agravada
- Certidão de intimação
- Procurações de ambas as partes
- Petição inicial
- Contestação
- Decisão originária
- Guia deposito recursal
- Comprovante recolhimento das custas.
Presentes os pressupostos de admissibilidade,
requer o recebimento do presente agravo de instrumento,
com sua posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional
do Trabalho.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
Nome do Advogado
OAB n°
____________________________________________
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA _____ REGIÃO.
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Agravante OPCIONAL
Agravado Avalie a disponibilidade
Autos nº de espaço físico
Origem
MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Colenda Turma
Eméritos Julgadores
(ELOGIO AO DESPACHO + PEDIDO DE REFORMA )
I – FRASE DE EFEITO (exemplo: DA TEMPESTIVIDADE, DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL)
§1 Fato O juízo a quo julgou não
recebeu o recurso
§2 Fundamento O despacho não merece ser mantido,
pois
§3 Pedido Diante do cumprimento de todosos pressupostos deadmissibilidade, requer a reforma do
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
despacho.
II – REQUERIMENTOS FINAIS
Ante o exposto, requer o conhecimento do presente
agravo, bem como o seu provimento, determinando o
recebimento e o processamento do Recurso Ordinário.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
Nome do Advogado
OAB n°
Observe que o conhecimento da organização da Justiça do
Trabalho, bem como da Teoria Geral dos Recursos, é essencial
para que o Agravo de Instrumento seja endereçado
corretamente.
Sentença RO RREmb. TST Rext Juiz TRT TSTTST STF
A seguir, uma peça completa, considerando um caso
hipotético: um Recurso de Revista foi interposto em face de
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
um acórdão do TRT, cuja fundamentação encontra divergência
jurisprudencial nos acórdãos da SDI do TST. Este RR não foi
recebido pelo presidente do TRT (a folha de rosto do RR é
endereçada ao presidente do TRT), pois os pressupostos de
admissibilidade não estariam presentes, logo o recurso está
“trancado”.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA
_________ REGIÃO.
Agravante OPCIONAL
Agravado Avalie a disponibilidade
Autos nº de espaço físico
NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DO AGRAVADO, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado adiante assinado, para com
fulcro no artigo fulcro no artigo 897, alínea “b” da
CLT, INTERPOR:
AGRAVO DE INSTRUMENTO
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
conforme minuta anexa.
Para tanto indica as seguintes peças do
translado, conforme exige o art. 897, § 5º da CLT:
- Decisão agravada
- Certidão de intimação
- Procurações de ambas as partes
- Petição inicial
- Contestação
- Decisão originária
- Guia deposito recursal
- Comprovante recolhimento das custas.
Presentes os pressupostos de admissibilidade,
requer-se o recebimento do presente agravo de
instrumento, com sua posterior remessa ao Colendo TST.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
Nome do Advogado
OAB n°
____________________________________________
__
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Agravante OPCIONAL
Agravado Avalie a disponibilidade
Autos nº de espaço físico
Origem
MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Colenda Turma
Eméritos Julgadores
O respeitável despacho que denegou seguimento ao
Recurso de Revista não merece ser mantido, razão pela
qual requer a sua reforma, a fim de que seja
processado regularmente o recurso.
I – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL
O presidente do Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da ____ Região denegou seguimento ao Recurso
de Revista interposto pelo ora agravante, sob a
alegação de que não o agravante não conseguira
demonstrar a divergência jurisprudencial que o
fundamentasse. (Fatos)
O despacho não merece ser mantido, pois os
30
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
acórdãos da Seção de Dissídios Individuais deste
Colendo TST, trazidos à colação, demonstram claramente
divergências de interpretação do art. 76 da CLT. Logo,
o agravante cumpriu o art. 896, § 4º da CLT, que exige
uma divergência apta a ensejar o recurso de revista,
ou seja, atual, eis não pode estar ultrapassada por
súmula ou superada por iterativa e notória
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
(Fundamento)
Diante do cumprimento de todos os pressupostos de
admissibilidade do Recurso de Revista, inclusive em
relação a hipótese de cabimento prevista pelo artigo
896, “a” da CLT, pois trata-se de divergência
jurisprudencial atual entre os acórdãos da SDI, requer
a reforma do despacho. (Pedido)
II – REQUERIMENTOS FINAIS
Ante o exposto, requer o conhecimento do presente
agravo, bem como o seu provimento, determinando o
recebimento e o processamento do Recurso de Revista.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
Nome do Advogado
31
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
9. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração estão previstos no artigo 897-
A, CLT, embora os dispositivos do CPC (artigos 535-538)
também sejam aplicados subsidiariamente.
No processo do trabalho, os embargos de declaração
representam o meio adequado para impugnar, no prazo de cinco
dias, sentença ou acórdão quando estas decisões apresentarem
omissão, contradição, obscuridade ou manifesto equívoco na
análise dos pressupostos extrínsecos do recurso. Pondera-se
que esta última hipótese de cabimento, exclusiva do processo
do trabalho, trata dos PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DO RECURSO
(tempestividade, depósito recursal, custas e regularidade de
representação).
Art. 897-A, CLT. Caberão embargos dedeclaração da sentença ou acórdão, noprazo de cinco dias, devendo seujulgamento ocorrer na primeiraaudiência ou sessão subseqüente a suaapresentação, registrado na certidão,admitido efeito modificativo da decisãonos casos de omissão e contradição nojulgado e manifesto equívoco no examedos pressupostos extrínsecos dorecurso. Parágrafo único. Os erros materiaispoderão ser corrigidos de ofício ou arequerimento de qualquer das partes.
Outra hipótese de cabimento dos embargos declaratórios
está na súmula 421, I do TST. Diante de uma decisão
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monocrática do relator (artigo 557, CPC) é cabível a
interposição de embargos de declaração para suprir omissão,
que também serão julgados por decisão monocrática.
Súmula 421, TST. Embargos Declaratórios- Justiça do Trabalho - DecisãoMonocrática – Cabimento. I - Tendo adecisão monocrática de provimento oudenegação de recurso, prevista no art.557 do CPC, conteúdo decisóriodefinitivo e conclusivo da lide,comporta ser esclarecida pela via dosembargos de declaração, em decisãoaclaratória, também monocrática, quandose pretende tão somente suprir omissãoe não, modificação do julgado.II - Postulando o embargante efeitomodificativo, os embargos declaratóriosdeverão ser submetidos aopronunciamento do Colegiado,convertidos em agravo, em face dosprincípios da fungibilidade eceleridade processual.
Art. 557, CPC. O relator negaráseguimento a recurso manifestamenteinadmissível, improcedente, prejudicadoou em confronto com súmula ou comjurisprudência dominante do respectivotribunal, do Supremo Tribunal Federal,ou de Tribunal Superior. § 1º - A. Se a decisão recorridaestiver em manifesto confronto comsúmula ou com jurisprudência dominantedo Supremo Tribunal Federal, ou deTribunal Superior, o relator poderá darprovimento ao recurso.§ 1º. Da decisão caberá agravo, noprazo de cinco dias, ao órgãocompetente para o julgamento dorecurso, e, se não houver retratação, orelator apresentará o processo em mesa,
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proferindo voto; provido o agravo, orecurso terá seguimento. § 2º. Quando manifestamenteinadmissível ou infundado o agravo, otribunal condenará o agravante a pagarao agravado multa entre um a dez porcento do valor corrigido da causa,ficando a interposição de qualqueroutro recurso condicionada ao depósitodo respectivo valor.
A súmula 297, II do TST, por sua vez, admite a
interposição dos Embargos Declaratórios com o intuito de
prequestionar a matéria. Adiante, será analisado o Recurso de
Revista, ocasião em que será mencionado outro pressuposto
extrínseco exclusivo deste recurso e dos Embargos ao TST.
Sinteticamente, o prequestionamento exige que “o acórdão
contra o qual se recorre deve conter, de forma explícita,
referência à tese que se deseja impugnar. Às vezes, o
Tribunal Regional, ao julgar, omite-se a respeito de um
argumento utilizado nas razões ou contra razões do recurso.
Tal ocorrendo, compete à parte oferecer embargos de
declaração, sob pena de preclusão.” 21 Corrobora este
entendimento a Súmula 184, TST. Súmula 297, TST. I - Diz-seprequestionada a matéria ou questãoquando na decisão impugnada haja sidoadotada, explicitamente, tese arespeito.II - Incumbe à parte interessada, desdeque a matéria haja sido invocada norecurso principal, opor embargos
21 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Súmulas do TST comentadas. 10. ed.São Paulo: Ltr, 2008. p. 251.
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declaratórios objetivando opronunciamento sobre o tema, sob penade preclusão.III - Considera-se prequestionada aquestão jurídica invocada no recursoprincipal sobre a qual se omite oTribunal de pronunciar tese, nãoobstante opostos embargos dedeclaração.
Súmula 184, TST. Embargos de DeclaraçãoTrabalhista – Omissão em Recurso deRevista ou Embargos – Preclusão. Ocorrepreclusão quando não forem opostosembargos declaratórios para supriromissão apontada em recurso de revistaou de embargos.
Como visto, este recurso é uma exceção em relação à
unificação dos prazos na Justiça do Trabalho (cinco dias).
Ademais, importante relembrar a OJ 192 da SDI – 1 do TST que
confirma a contagem do prazo em dobro para os entes públicos
que não exploram a atividade econômica, tendo em vista que os
embargos declaratórios são considerados um recurso.
OJ 192, SDI – 1, TST. EmbargosDeclaratórios. Prazo e dobro. PessoaJurídica de Direito Público. Decreto-Lei 779/69. É em dobro o prazo para ainterposição de Embargos Declaratóriospor pessoa jurídica de Direito Público.
Entretanto, o prazo diferenciado não é a única distinção
dos embargos de declaração em relação aos outros recursos do
processo do trabalho. Observe que este recurso não será
julgado por um órgão superior àquele que proferiu a decisão,
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
pois não se trata de nova apreciação da matéria, mas tão
somente de eliminar eventual vício na decisão originado por
omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco em
relação aos pressupostos extrínsecos. O julgamento cabe ao
àquele membro do Poder Judiciário, que proferiu a decisão
embargada, logo a folha de rosto não é necessária, eis que o
recurso é dirigido diretamente ao Juízo que o apreciará.
Portanto, o recurso é formado apenas pela folha de razões.
Atenção: a interposição de embargos de declaração INTERROMPE
(zera) o prazo para interposição de outros recursos
até que seja proferida a decisão relativa aos
embargos. Com o intuito de evitar um aproveitamento
inadequado deste recurso, há previsão para aplicação
de multa se os embargos forem manifestamente
protelatórios.
Art. 538, CPC. Os embargos dedeclaração interrompem o prazo para ainterposição de outros recursos, porqualquer das partes. Parágrafo único. Quando manifestamenteprotelatórios os embargos, o juiz ou otribunal, declarando que o são,condenará o embargante a pagar aoembargado multa não excedente de 1% (umpor cento) sobre o valor da causa. Nareiteração de embargos protelatórios, amulta é elevada a até 10% (dez porcento), ficando condicionada ainterposição de qualquer outro recursoao depósito do valor respectivo.
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► EMBARGOS DECLARATÓRIOS COM EFEITO MODIFICATIVO
Os embargos de declaração, geralmente, visam apenas
suprir uma omissão, obscuridade, contradição ou manifesto
equívoco em relação aos pressupostos extrínsecos. Contudo,
existem situações, que a fim de suprir a lacuna da decisão
embargada, ensejará, por conseguinte, a sua reforma.
Por exemplo, “a ré argúi prescrição na contestação e a
sentença, omissa quanto a esse ponto, julga procedente o
pedido do reclamante. Interpostos os embargos declaratórios
pela ré contra tal omissão, e se eles forem providos para
sanar a omissão, o juiz pode, de fato, pronunciar a
prescrição e julgar extinto o processo com resolução do
mérito, nos termos do artigo 269, IV do CPC. Houve, assim, a
reforma da sentença e, nesse caso, o recurso de embargos
declaratórios devolveu ao juiz o conhecimento da matéria
impugnada.“ 22
Observação: a Súmula 278 do TST foi enunciada anteriormente a
Lei 9957/2000, que acrescentou o artigo 897-A da
CLT, cuja redação prevê, expressamente, o efeito
modificativo deste recurso não só em relação ao
julgamento de embargos que supre a omissão, mas
também nos casos de contradição e manifesto
22 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 747.
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equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do
recurso. Apesar de a súmula estar superada, pois
dispõe sobre matéria que já encontra previsão
legal, continua em vigor. Portanto, perante uma
questão, que aborde os embargos de declaração, que
visam suprir omissão é válido citar a Súmula 278 do
TST, além do artigo 897-A da CLT, que
obrigatoriamente constará na resposta.
Súmula 278, TST. A natureza da omissãosuprida pelo julgamento de embargosdeclaratórios pode ocasionar efeitomodificativo no julgado.
No trâmite regular dos embargos de declaração não há
manifestação da outra parte. Contudo, diante de embargos
declaratórios com efeito modificativo deve ser concedida
vista à parte contrária, sob pena de nulidade da decisão que
acolheu este recurso. Este é o entendimento da OJ 142 da SDI
– 1 do TST , cujo fundamento está na violação do Princípio do
Contraditório (artigo 5º, LV, CF).
OJ 142, SDI – 1, TST. EmbargosDeclaratórios. Efeito Modificativo.Vista à parte contrária. É passível denulidade decisão que acolhe EmbargosDeclaratórios com efeito modificativosem oportunidade para a parte contráriase manifestar.
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Outra peculiaridade dos embargos de declaração com
efeito modificativo é a possibilidade de interposição de RO
complementar.
Por exemplo, o Reclamado interpôs um RO após o terceiro
dia da publicação da sentença. No entanto, no quinto dia, o
Reclamante interpôs embargos de declaração com efeito
modificativo. Nesta hipótese, se o juiz do trabalho acolher o
recurso, alterando a decisão, o Reclamado poderá interpor um
RO Complementar, contudo versará exclusivamente sobre a
matéria acrescida pelos embargos declaratórios.
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10. RECURSO DE REVISTA
O recurso de revista tem o objetivo de uniformizar a
jurisprudência. É interposto em face de decisões em recursos
ordinários proferido pelos Tribunais Regionais do Trabalho em
DISSÍDIOS INDIVIDUAIS DO TRABALHO.
Sentença RO RREmb. TST Juiz TRT TST(Turma) TST (SDI)
Turmas do TST
TST SDI (Seções de Dissídios Individuais)
SDC (Seções de Dissídios Coletivos)
Registre-se que os dissídios coletivos são ações de
competência originária dos Tribunais, quando de competência
do TRT, de seu acórdão caberá recurso ordinário (artigo 895,
“b”, CLT) para uma das turmas do TST. E desta decisão caberia
o recurso de Embargos ao TST para a Seção de Dissídios
Coletivos.
Dissídio Coletivo RO
Emb. TST
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
TRT TST(Turma) TST (SDC)
10.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO
Antes de especificar as hipóteses específicas de
cabimento do RR, destaca-se que este é um recurso de
instância extraordinária, logo não há reapreciação de fatos e
provas, a análise é restrita às questões exclusivamente de
direito (súmula 126, TST).Súmula 126, TST. Incabível o recurso derevista ou de embargos (CLT, artigos896 e 894, “b”, CLT) para reexame defatos e provas.
O artigo 896 da CLT estabelece em quais circunstâncias é
cabível o Recurso de Revista, no prazo de oito dias contados
a partir da publicação da decisão do TRT.
Art. 896, CLT. Cabe recurso de revistapara Turma do Tribunal Superior doTrabalho das decisões proferidas emgrau de recurso ordinário, em dissídioindividual, pelos Tribunais Regionaisdo Trabalho, quando:a) derem ao mesmo dispositivo de leifederal interpretação diversa da quelhe houver dado outro TribunalRegional, no seu Pleno ou Turma, ou aSeção de Dissídios Individuais doTribunal Superior do Trabalho, ou aSúmula de Jurisprudência Uniforme destaCorte;
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b) derem ao mesmo dispositivo de leiestadual, Convenção Coletiva deTrabalho, Acordo Coletivo, sentençanormativa ou regulamento empresarial deobservância obrigatória em áreaterritorial que exceda a jurisdição doTribunal Regional prolator da decisãorecorrida, interpretação divergente naforma da alínea "a"; e c) proferidas com violação literal dedisposição de lei federal ou afrontadireta e literal à ConstituiçãoFederal.§ 1º. O recurso de revista, dotado deefeito apenas devolutivo, seráapresentado ao Presidente do Tribunalrecorrido, que poderá recebê-lo oudenegá-lo, fundamentando, em qualquercaso, a decisão.§ 2º. Das decisões proferidas pelosTribunais Regionais do Trabalho ou porsuas Turmas, em execução de sentença,inclusive em processo incidente deembargos de terceiro, não caberárecurso de revista, salvo na hipótesede ofensa direta e literal de norma daConstituição Federal.§ 3º. Os Tribunais Regionais doTrabalho procederão, obrigatoriamente,à uniformização de sua jurisprudência,nos termos do Livro I, Título IX,Capitulo I do CPC, não servindo asúmula respectiva para ensejar aadmissibilidade do recurso de revistaquando contrariar Súmula daJurisprudência Uniforme do TribunalSuperior do Trabalho. § 4º. A divergência apta a ensejar orecurso de revista deve ser atual, nãose considerando como tal a ultrapassadapor súmula ou superada por iterativa enotória jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho. § 5º. Estando a decisão recorrida emconsonância com enunciado da Súmula daJurisprudência do Tribunal Superior do
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Trabalho, poderá o Ministro Relator,indicando-o, negar seguimento aorecurso de revista, aos Embargos, ou aoagravo de instrumento. Será denegadoseguimento ao recurso nas hipóteses deintempestividade, deserção, falta dealçada e ilegitimidade derepresentação, cabendo a interposiçãode agravo.§ 6º. Nas causas sujeitas aoprocedimento sumaríssimo, somente seráadmitido recurso de revista porcontrariedade a súmula dejurisprudência uniforme do TribunalSuperior do Trabalho e violação diretada Constituição da República.
Não cabe Recurso de Revista no procedimento sumário,
pois é rito de instância única. Assim, o único recurso
cabível da decisão proferida sob o procedimento sumário, por
força do artigo 102, III, CF, é o Rext.
PROCEDIMENTOORDINÁRIO
(Art. 896, “a”,“b”, “c”)
PROCEDIMENTOSUMARÍSSIMO
(Art. 896, §6º,CLT)
EXECUÇÃO
(Art. 896, §2º,CLT)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
TRT ≠ TRT“a”AC
TRT ≠ SDI
OJ
__________
“b” TRT ≠ SÚMULA
___________“c”
CONTRARIEDADE ACONSTITUIÇÃOFEDERAL OU ALEI FEDERAL
OFENSA A
CONSTITUIÇÃOFEDERAL
E A SÚMULAS
OFENSA ACONSTITUIÇÃO
FEDERAL
“Recurso de Revistana execução, sóquando ofender aConstituição!”
♦ Procedimento Ordinário
O recurso de revista é cabível quando o acórdão do TRT
contrariar a Constituição Federal, Lei Federal, Súmulas, OJ’s
e ainda quando contrariar acórdão da SDI ou de outro TRT.
Observação: se a divergência ocorrerentre acórdãos de Tribunais Regionaisdo Trabalho, estes devem ser,necessariamente, distintos (OJ 111,SDI – 1, TST). O TST entende que osTRT’s devem uniformizar a suajurisprudência.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
OJ 111, SDI – 1, TST. Não é servível aoconhecimento do recurso de revistaaresto oriundo do mesmo TribunalRegional do Trabalho, salvo se orecurso houver sido interpostoanteriormente à vigência da Lei9756/98.
A possibilidade de interposição de RR prevista no artigo
896, alíneas “a” e “b” configuram uma divergência
jurisprudencial entre os órgãos do Poder Judiciário.
O entendimento do TST, consagrado pela súmula 296 e
súmula 337, afirma que esta divergência jurisprudencial há de
ser específica e não basta ser alegada, mas deve ser
comprovada por meio de juntada da certidão ou cópia
autenticada do acórdão paradigma ou citação da fonte oficial
ou o repositório autorizado em que foi publicado; além da
transcrição, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos
dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio,
demonstrando o conflito de teses que justifique o
conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se
encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso.
Súmula 296, TST. I - A divergênciajurisprudencial ensejadora daadmissibilidade, do prosseguimento e doconhecimento do recurso há de serespecífica, revelando a existência deteses diversas na interpretação de ummesmo dispositivo legal, emboraidênticos os fatos que as ensejaram. II - Não ofende o art. 896 da CLTdecisão de Turma que, examinandopremissas concretas de especificidadeda divergência colacionada no apelo
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
revisional, conclui pelo conhecimentoou desconhecimento do recurso.
Súmula 337, TST. I - Para comprovaçãoda divergência justificadora dorecurso, é necessário que o recorrente:a) Junte certidão ou cópia autenticadado acórdão paradigma ou cite a fonteoficial ou o repositório autorizado emque foi publicado; eb) Transcreva, nas razões recursais, asementas e/ou trechos dos acórdãostrazidos à configuração do dissídio,demonstrando o conflito de teses quejustifique o conhecimento do recurso,ainda que os acórdãos já se encontremnos autos ou venham a ser juntados como recurso. II - A concessão de registro depublicação como repositório autorizadode jurisprudência do TST torna válidastodas as suas edições anteriores.
♦ Procedimento Sumaríssimo
O recurso de revista é cabível quando o acórdão do TRT
contrariar a Constituição Federal ou Súmulas.
♦ Execução
Nesta fase do processo, o recurso de revista é cabível
somente diante de ofensa literal e direta a Constituição
Federal.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 266, TST. A admissibilidade dorecurso de revista contra acórdãoproferido em agravo de petição, naliquidação de sentença ou em processoincidente na execução, inclusive osembargos de terceiro, depende dedemonstração inequívoca de violênciadireta à Constituição Federal.
Atenção: na execução o recurso cabível para impugnar a
sentença é o agravo de petição. Portanto, o RR será
interposto em face do acórdão proferido no agravo de
petição.
Sentença AG. DE PETIÇÃORR Juiz TRTTST
10.2 PREQUESTIONAMENTO
O prequestionamento é um pressuposto extrínseco do
Recurso de Revista, que impõe como condição para
admissibilidade do recurso de revista, o pronunciamento
prévio e explícito sobre a matéria veiculada no recurso.
Assim, o TST só conhecerá o recurso, perante a manifestação
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
explícita do TRT no acórdão sobre a discussão abordada no RR.
Inclusive, diante da omissão do Tribunal sobre o assunto, a
Súmula 297, II do TST, prevê hipótese de cabimento de
embargos de declaração, a fim de provocar o pronunciamento
para fins de questionamento. Súmula 297, TST. I - Diz-seprequestionada a matéria ou questãoquando na decisão impugnada haja sidoadotada, explicitamente, tese arespeito.II - Incumbe à parte interessada, desdeque a matéria haja sido invocada norecurso principal, opor embargosdeclaratórios objetivando opronunciamento sobre o tema, sob penade preclusão.III - Considera-se prequestionada aquestão jurídica invocada no recursoprincipal sobre a qual se omite oTribunal de pronunciar tese, nãoobstante opostos embargos dedeclaração.
Súmula 184, TST. Ocorre preclusãoquando não forem opostos embargosdeclaratórios para suprir omissãoapontada em recurso de revista ou deembargos.
Registre-se que a palavra “explicitamente” no inciso I
da súmula 297 do TST não faz alusão ao dispositivo legal, o
que deve estar em evidência é a tese sustentada na decisão,
sendo indiferente a referência expressa da norma legal, este
é o entendimento da OJ 118, SDI – 1 do TST:
OJ 118, SDI – 1, TST. Havendo teseexplícita sobre a matéria, na decisão
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
recorrida, desnecessário contenha nelareferência expressa do dispositivolegal para ter-se como prequestionadoeste.
A interpretação desta OJ é válida somente para as
alíneas “a” e “b” do artigo 896, CLT, eis que a súmula 221, I
do TST “fixou posição no sentido de, em se tratando de
violação a lei federal ou à CF (alínea “c”, art. 896, CLT),
deve ser feita a indicação expressa do dispositivo legal
violado ou da norma constitucional afrontada.” 23
Súmula 221, TST. I - A admissibilidadedo recurso de revista e de embargos porviolação tem como pressuposto aindicação expressa do dispositivo delei ou da Constituição tido comoviolado. II - Interpretação razoável de preceitode lei, ainda que não seja a melhor,não dá ensejo à admissibilidade ou aoconhecimento de recurso de revista oude embargos com base, respectivamente,na alínea "c" do art. 896 e na alínea"b" do art. 894 da CLT. A violação háde estar ligada à literalidade dopreceito.
23 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Orientações Jurisprudenciais do TST:comentadas. São Paulo: Ltr, 2009. p. 89.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Recomendação
Leitura das seguintes Orientações
Jurisprudenciais, relacionadas ao
RR:
♦ 62, SDI – 1, TST;
♦ 119, SDI – 1, TST;
♦ 219, SDI – 1, TST;
♦ 334, SDI – 1, TST.
10.3 ESTRUTURA DO RECURSO DE REVISTA
RECURSO DEREVISTA
Presidente do TRTTST Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso
O Recurso de Revista, assim como o RO e o agravo de
instrumento é composto pela folha de rosto e pela folha de
Razões. O RR não possui o efeito suspensivo, sendo que a
norma legal prevê apenas o efeito devolutivo para este
recurso.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A folha de rosto deve ser apresentada ao Presidente do
Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo,
fundamentando, em qualquer caso, a decisão (art. 896, §1º,
CLT). O Presidente do TRT analisará a presença dos
pressupostos de admissibilidade do RR (tempestividade,
depósito recursal, custas processuais, regularidade de
representação, prequestionamento e etc.). O Presidente do TRT
pode delegar o exame dos pressupostos do RR para o Vice
Presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno.
§ 1º. O recurso de revista, dotado deefeito apenas devolutivo, seráapresentado ao Presidente do Tribunalrecorrido, que poderá recebê-lo oudenegá-lo, fundamentando, em qualquercaso, a decisão.
* TempestividadePRESSUPOSTOS DE * Depósito RecursalADMISSIBILIDADE * Custas DO RR * Regularidade deRepresentação *PREQUESTIONAMENTO
“Admitido o processamento do RR pelo Presidente do TRT,
será intimado o recorrido para tomar ciência da decisão e,
querendo, contra-arrazoar, oportunidade em que poderá
apresentar recurso adesivo (Súmula 283 TST). Em seguida, os
autos serão remetidos ao TST. Neste, o RR será submetido a
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
dois novos exames de admissibilidade: o primeiro é exercido
monocraticamente pelo Ministro Relator; o segundo, pela
Turma.” 24
Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado
da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,
poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao
Recurso de Revista. O mesmo ocorrerá com os Embargos e o ao
Agravo de Instrumento. Também será denegado seguimento ao
Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de
alçada e ilegitimidade de representação, casos em que caberá
a interposição (art. 896, §5º, CLT). § 5º. Estando a decisão recorrida emconsonância com enunciado da Súmula daJurisprudência do Tribunal Superior doTrabalho, poderá o Ministro Relator,indicando-o, negar seguimento aorecurso de revista, aos Embargos, ou aoagravo de instrumento. Será denegadoseguimento ao recurso nas hipóteses deintempestividade, deserção, falta dealçada e ilegitimidade derepresentação, cabendo a interposiçãode agravo.
24 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 712.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia de um recurso de revista no processo do trabalho.
Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na
memorização, assim como na produção de suas próprias peças.
Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e
“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e
para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
RECURSODE
REVISTA
Folha de RostoPresidente do TRTPressupostos de Admissibilidade(tempestividade, depósito, custas, regularidade de representação e PREQUESTIONAMENTO)
Folha RazõesTST
I. Preliminares de MéritoII. Prejudiciais de
Mérito III. Mérito
IV. Requerimentos Finais
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL
PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___
REGIÃO
Recorrente OPCIONALRecorrido Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DA RECORRIDA,
também qualificada, vem respeitosamente perante Vossas
Excelências, por intermédio de seu advogado abaixo
assinado, com fulcro no artigo 893 e artigo 896,
alínea “c” da CLT, INTERPOR:
pode variar dependendo do rito e da hipótese de cabimento.
RECURSO DE REVISTA
para o Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Encontram-se presentes todos os pressupostos de
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
admissibilidade deste recurso, dentre os quais se
destacam:
1) Tempestividade – a publicação do acórdão ocorreu no
dia _____. Logo, o presente recurso é tempestivo,
tendo em vista que a interposição ocorreu dentro do
prazo oito dias, ou seja, ______.
2) Depósito Recursal, foi efetuado no valor de R$
_____, no prazo do recurso e está comprovado pela
guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245 do
TST.
3) Custas Processuais já foram recolhidas quando da
interposição do recurso ordinário, no valor de R$
____. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das
custas e, portanto, não há valor algum a ser
recolhido.
4) Prequestionamento. A matéria objeto do presente
recurso foi devidamente prequestionada no Tribunal
Regional do Trabalho, tendo sido atendida,
portanto, a Súmula nº 297 do Colendo TST.
Diante do exposto, requer o RECEBIMENTO do
presente recurso e a sua posterior REMESSA ao Colendo
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Tribunal Superior do Trabalho.
Nesses Termos,
Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado
OAB nº.
AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Recorrente OPCIONALRecorrido Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem
RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
Colenda Turma
Eminentes Ministros.
(ELOGIO A SENTENÇA + PEDIDO DE
REFORMA)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
I – PRELIMINARES DE MÉRITO
II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO
II – MÉRITO
§1º O acórdão (in)deferiu
§2º Tal decisão caracteriza (...). Observe-se:
§3º O (dispositivo legal) estabelece o seguinte:
(transcrever o dispositivo)
§4º Apesar de (dispositivo legal), dispor que (...),
o acórdão posicionou-se de forma contrária,
estabelecendo que (...)
§5º Diante do exposto, requer a reforma da decisão
a fim de (...).
III – REQUERIMENTOS FINAIS
Em face de todo o exposto, requer seja conhecido
e provido o presente recurso de revista, reformando-se
o acórdão nos pontos supra atacados.
Nesses Termos,
Pede deferimento.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Local e Data.
Nome do Advogado
OAB nº
OBSERVAÇÕES
1) A fundamentação do RR pode variar, conforme o
procedimento e ainda com em relação a matéria de direito
(ofensa a CF, divergência jurisprudencial, etc.).
2) Depósito Recursal: não há condenação em pecúnia, logo
descabe o depósito (súmula 161 do TST) OU há condenação
em pecúnia, mas todo o valor já foi depositado, o juízo
está garantido (súmula 128, I, TST) OU há condenação e o
juízo ainda não está garantido – no valor de, no prazo
de, guia GFIP (súmula 245, TST).
3) As custas são recolhidas pela parte vencida, diante de
um RR é preciso analisar todo o processo para
estabelecer se as custas já foram recolhidas.
4) A questão de direito que ensejou o RR determinará em
qual tópico a tese será inserida. Por exemplo, se a
discussão versar sobre prescrição, a tese será inserida
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
sob o tópico das Prejudiciais de Mérito; se versar sobre
salário será inserida no Mérito, etc.
5) Para o §2º do modelo padrão – Tal decisão caracteriza
(...) – utilize o esquema abaixo.
Tal decisão caracteriza (...)
CF – ofensa literal e direta a CF LF – ofensa literal a Lei Federal (CLT) PARA ASúmulas OJ’s divergência PEÇATRT jurisprudencialSDI
Para finalizar o Recurso de Revista, expõe-se uma peça
completa, baseada em uma situação hipotética.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL
PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___
REGIÃO
Recorrente Recorrido Autos nº Origem
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DA RECORRIDA, também
qualificada, vem respeitosamente perante Vossas
Excelências, por intermédio de seu advogado abaixo
assinado, com fulcro no artigo 896, alínea “c” da CLT,
interpor:
RECURSO DE REVISTA
para o Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Encontram-se presentes todos os pressupostos de
admissibilidade deste recurso, dentre os quais se
destacam:
1) Tempestividade – a publicação do acórdão ocorreu no
dia _____. Logo, o presente recurso é tempestivo,
tendo em vista que a interposição ocorreu dentro do
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
prazo oito dias, ou seja, ______.
2) Depósito Recursal não foi efetuado, eis que todo o
valor da condenação já está depositado e, por
conseguinte, está garantido o juízo. Assim, nos
termos da Súmula 128, I do TST, mais nenhum depósito
será exigido para qualquer recurso.
3) Custas Processuais já foram recolhidas quando da
interposição do recurso ordinário, no valor de R$
____. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das
custas e, portanto, não há valor algum a ser
recolhido.
4) Prequestionamento. A matéria objeto do presente
recurso foi devidamente prequestionada no Tribunal
Regional do Trabalho, tendo sido atendida, portanto,
a Súmula nº 297 do Colendo TST.
Diante do exposto, requer o recebimento do
presente recurso e a sua posterior remessa ao Colendo
Tribunal Superior do Trabalho.
Nesses Termos,
Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
OAB nº
_______________________________________
AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Recorrente Recorrido Autos nº Origem
RAZÕES DO RECURSO
Colenda Turma
Eminentes Ministros,
O Recorrente, não se conformando com o respeitável
acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região,
que reformou parcialmente a decisão do juízo de
primeiro grau, recorre ao Colendo TST, buscando um
melhor entendimento na presente ação.
I – MÉRITO
01. Devolução dos Descontos
O acórdão recorrido entendeu que os descontos
realizados nos salários do Reclamante a título de
assistência médica hospitalar são ilícitas uma vez que
não autorizadas pelo artigo 462 da CLT, condenando a
34
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Reclamada a sua devolução.
Tal entendimento caracteriza divergência
jurisprudencial. Observe-se:
A súmula 342 do TST dispõe que os “descontos
salariais efetuados pelo empregador, com a autorização
prévia e por escrito do empregado, para ser integrado
em planos de assistência odontológica, médico
hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de
entidade cooperativa, cultural ou recreativa
associativa dos seus trabalhadores, em seu benefício e
dos seus dependentes, não afrontam o disposto no art.
462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de
coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico.”
Apesar da súmula 342 do TST estabelecer que os
descontos salariais efetuados pelo empregador, com a
autorização prévia e por escrito do empregado não
afrontam o disposto no art. 462 da CLT, o respeitável
acórdão adotou posicionamento contrário por entender
que o desconto foi ilícito.
Diante do exposto, merece reforma o acórdão para
afastar a condenação da Reclamada a devolução dos
descontos.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II – REQUERIMENTOS FINAIS
Em face do exposto, requer seja conhecido e
no mérito provido, reformando-se a respeitável decisão
proferida pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da
___ Região nos pontos supra atacados.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado
OAB nº
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
11. EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO
Na execução do processo do trabalho aplicam-se os
artigos 876 e seguintes da CLT. Subsidiariamente, aplica-se a
Lei de Cobrança Judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública
(Lei 6830/80) e, depois, o CPC. Assim, ordena o artigo 889 da
CLT.
Art. 889, CLT. Aos trâmites eincidentes do processo da execução sãoaplicáveis, naquilo em que nãocontravierem ao presente Título, ospreceitos que regem o processo dosexecutivos fiscais para a cobrançajudicial da dívida ativa da FazendaPública Federal.
Além das condições da ação em geral, notadamente a
legitimidade das partes e o interesse de agir, a execução no
processo do trabalho pressupõe o inadimplemento do devedor e
a existência de um título executivo.
11.1 EXECUÇÃO PROVISÓRIA E EXECUÇÃO
A execução é provisória quando há um recurso pendente de
julgamento, ou seja, a sentença não transitou em julgado.
Considerando que os recursos no processo do trabalho possuem
efeito meramente devolutivo, é possível a execução provisória
que segue apenas até a penhora (art. 899, CLT). A corrente
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
majoritária da doutrina e jurisprudência entende que o “até a
penhora” compreende o julgamento dos eventuais embargos ou da
impugnação à sentença de liquidação, pois somente com tal
julgamento é que a penhora (atos de constrição) se
aperfeiçoaria.
A execução provisória SEMPRE será requerida pela parte
interessada, posto que o juiz não pode determiná-la ex officio.
Sentença ROEXECUÇÃO Juiz TRTPROVISÓRIA
Art. 899, CLT. Os recursos serãointerpostos por simples petição e terãoefeito meramente devolutivo, salvo asexceções previstas neste Titulo,permitida a execução provisória até apenhora.§ 1º. Sendo a condenação de valor até10 (dez) vezes o valor de referênciaregional, nos dissídios individuais, sóserá admitido o recurso, inclusive oextraordinário, mediante préviodepósito da respectiva importância.Transitada em julgado a decisãorecorrida, ordenar-se-á o levantamentoimediato da importância do depósito, emfavor da parte vencedora, por simplesdespacho do juiz.§ 2º. Tratando-se de condenação devalor indeterminado, o depósitocorresponderá ao que for arbitrado paraefeito de custas, pela Junta ou Juízode Direito, até o limite de 10 (dez)vezes o valor de referência regional.§ 3º. (Revogado pela L-007.033-1982)
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§ 4º. O depósito de que trata o § 1ºfar-se-á na conta vinculada doempregado a que se refere o Art. 2º daLei nº 5.107, de 13 de setembro de1966, aplicando-se-lhe os preceitosdessa lei, observado, quanto aorespectivo levantamento, o disposto no§ 1º.§ 5º. Se o empregado ainda não tiverconta vinculada aberta em seu nome, nostermos do Art. 2º da Lei nº 5.107, de13 de setembro de 1966, a empresaprocederá à respectiva abertura, paraefeito do disposto no § 2º.§ 6º. Quando o valor da condenação, ouo arbitrado para fins de custas,exceder o limite de 10 (dez) vezes ovalor de referência regional, odepósito para fins de recurso serálimitado a este valor.
A execução é definitiva, quando a sentença ou acórdão
transitou em julgado, esta pode ser determinada de ofício
pelo juiz ou a requerimento do interessado (art. 878, CLT). Art. 878, CLT. A execução poderá serpromovida por qualquer interessado, ouex officio pelo próprio Juiz ouPresidente ou Tribunal competente, nostermos do artigo anterior.Parágrafo único. Quando se tratar dedecisão dos Tribunais Regionais, aexecução poderá ser promovida pelaProcuradoria da Justiça do Trabalho.
Execução definitiva
Sentença não há Trânsito em Juiz recurso julgado
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Ação Rescisória
11.2 TRÂMITE DA EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO
Manifestação das
partes (10 dias)Sentença Liquidação ApresentaçãoJuiz de sentença do cálculo Sem manifestação
União Contribuições Juiz Apreciação Homologação Previdenciárias dos cálculos dos cálculos
A sentença transitada em julgado faz COISA JULGADA
MATERIAL, portanto não na liquidação, não se poderá
modificar, ou inovar a sentença liquidanda, nem discutir
matéria pertinente à causa principal (art. 879, § 1º, CLT).
A liquidação de sentença é utilizada quando a sentença
condenatória não apresenta um valor líquido, isto é, são
necessários cálculos para determinar o quantum condenatório. A
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
apuração poderá ser apresentada pelo juiz ou pela parte ou
pelo perito (art. 879, § 3º, CLT).
Há três modalidades liquidação de sentença: cálculos,
artigos e arbitramento. (art. 879, caput, CLT).
a) Cálculos: é a modalidade mais utilizada. A liquidação
mediante cálculos depende apenas de simples
operações aritméticas, pois a sentença oferece
todos os elementos necessários para determinar o
valor condenatório.
b) Arbitramento: consiste em exame pericial, de pessoas ou
coisas, com a finalidade de apurar o quantum
relativo à obrigação pecuniária que deverá ser
adimplida pelo devedor, ou, em determinados
casos, de individualizar, com precisão, o
objeto da condenação.
c) Artigos: impõe-se a liquidação mediante artigos, quando há
necessidade de provar fatos novos, para quantificar
ou individualizar o objeto da condenação.
Após a apresentação dos cálculos, o juiz possui a
FACULDADE de conceder um prazo de 10 dias, para que as partes
peticionem acerca dos cálculos apresentados (art. 879, §2º,
CLT). Caso seja concedido este prazo, as partes deverão se
manifestar, sob pena de preclusão do direito de impugnar a
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
liquidação da sentença. No entanto, o juiz, se considerar
conveniente, poderá postergar a manifestação das partes.Art. 879, CLT. Sendo ilíquida asentença exeqüenda, ordenar-se-á,previamente, a sua liquidação, quepoderá ser feita por cálculo, porarbitramento ou por artigos.§ 1º. Na liquidação, não se poderámodificar, ou inovar, a sentençaliquidanda, nem discutir matériapertinente à causa principal.§ 1º-A. A liquidação abrangerá, também,o cálculo das contribuiçõesprevidenciárias devidas. § 1º-B. As partes deverão serpreviamente intimadas para aapresentação do cálculo de liquidação,inclusive da contribuiçãoprevidenciária incidente. § 2º. Elaborada a conta e tornadalíquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicaçãodos itens e valores objeto dadiscordância, sob pena de preclusão.§ 3º. Elaborada a conta pela parte oupelos órgãos auxiliares da Justiça doTrabalho, o juiz procederá à intimaçãoda União para manifestação, no prazo de10 (dez) dias, sob pena de preclusão.§ 4º. A atualização do crédito devido àPrevidência Social observará oscritérios estabelecidos na legislaçãoprevidenciária. § 5º. O Ministro de Estado da Fazendapoderá, mediante ato fundamentado,dispensar a manifestação da Uniãoquando o valor total das verbas queintegram o salário de contribuição, naforma do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24de julho de 1991, ocasionar perda deescala decorrente da atuação do órgãojurídico.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Em seguida, nos termos do 3º do artigo 879, a União será
intimada para se manifestar, no prazo de 10 dias, em relação
às contribuições previdenciárias, sob pena de preclusão.
Após o retorno, os autos serão conclusos, momento
destinado a apreciação e homologação dos cálculos pelo juiz.
PagamentoSentença de Mandado Embargos à ExecuçãoLiquidação de Citação Garantia do Juízo (prazo de 5 dias) Impugnação à Sentença de Liquidação
A homologação dos cálculos é proferida por meio de uma
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.
Atenção: embora a denominação de sentença, a sentença de
liquidação no Processo do Trabalho tem natureza de
decisão interlocutória, pois não põe termo ao
processo e não é recorrível de imediato. Portanto,
desta decisão interlocutória NÃO cabe nenhum
recurso. Tal sentença de liquidação só poderá ser
impugnada nos embargos à execução ou na impugnação à
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
sentença de liquidação pelo credor, caso não tenha
ocorrido a preclusão.
A partir da sentença de liquidação é expedido o mandado
de citação, que é a cobrança do valor apurado na sentença de
liquidação. O mandado, cumprido pelo oficial de justiça (art.
880, §2º, CLT), ordena que o executado efetue o pagamento ou
garanta o juízo, no prazo de 48 horas.
Art. 880, CLT. Requerida a execução, ojuiz ou presidente do tribunal mandaráexpedir mandado de citação doexecutado, a fim de que cumpra adecisão ou o acordo no prazo, pelo modoe sob as cominações estabelecidas ou,quando se tratar de pagamento emdinheiro, inclusive de contribuiçõessociais devidas à União, para que ofaça em 48 (quarenta e oito) horas ougaranta a execução, sob pena depenhora. § 1º. O mandado de citação deveráconter a decisão exeqüenda ou o termode acordo não cumprido.§ 2º. A citação será feita pelosoficiais de Justiça.§ 3º. Se o executado, procurado por 2(duas) vezes no espaço de 48 (quarentae oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado nojornal oficial ou, na falta deste,afixado na sede da Junta ou Juízo,durante 5 (cinco) dias.
A garantia do juízo é fundamental para o trâmite regular
da execução. Observe que, mesmo diante de cálculos errôneos,
o executado só poderá impugná-los se nomear bens à penhora
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
até que o juízo esteja garantido. Diante da omissão do
executado, o juiz promoverá as diligências necessárias, a fim
de encontrar tantos bens quantos bastem para a garantia do
juízo. Na falta de bens que sejam capazes de garantir o
juízo, o processo será arquivado, posto que não há
possibilidade de prosseguimento do feito.
Art. 882, CLT. O executado que nãopagar a importância reclamada poderágarantir a execução mediante depósitoda mesma, atualizada e acrescida dasdespesas processuais, ou nomeando bensà penhora, observada a ordempreferencial estabelecida no art. 655do Código Processual Civil.
Art. 883, CLT. Não pagando o executado,nem garantindo a execução, seguir-se-ápenhora dos bens, tantos quantos bastemao pagamento da importância dacondenação, acrescida de custas e jurosde mora, sendo estes, em qualquer caso,devidos a partir da data em que forajuizada a reclamação inicial.
A execução dos bens passíveis de penhora, no processo do
trabalho, segue a ordem de preferência do artigo 655 do CPC.
Art. 655, CPC. A penhora observará,preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósitoou aplicação em instituição financeira;II - veículos de via terrestre; III - bens móveis em geral; IV - bens imóveis; V - navios e aeronaves; VI - ações e quotas de sociedadesempresárias;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
VII - percentual do faturamento deempresa devedora; VIII - pedras e metais preciosos; IX - títulos da dívida pública daUnião, Estados e Distrito Federal comcotação em mercado; X - títulos e valores mobiliários comcotação em mercado; XI - outros direitos.§ 1º. Na execução de crédito comgarantia hipotecária, pignoratícia ouanticrética, a penhora recairá,preferencialmente, sobre a coisa dadaem garantia; se a coisa pertencer aterceiro garantidor, será também esseintimado da penhora. § 2º. Recaindo a penhora em bensimóveis, será intimado também o cônjugedo executado.
BENS Artigo 469, CPC +IMPENHORÁVEIS Lei 8009/90 (Bem de Família)
IMPORTANTE
Súmula 417, TST. Mandado de Segurança - Penhora em
Dinheiro - Justiça do Trabalho. I - Não fere direito
líquido e certo do impetrante o ato judicial que
determina penhora em dinheiro do executado, em
execução definitiva, para garantir crédito
exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
no art. 655 do CPC.
II - Havendo discordância do credor, em execução
definitiva, não tem o executado direito líquido e
certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem
depositados no próprio banco, ainda que atenda aos
requisitos do art. 666, I, do CPC.
III - Em se tratando de execução provisória, fere
direito líquido e certo do impetrante a determinação
de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens
à penhora, pois o executado tem direito a que a
execução se processe da forma que lhe seja menos
gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.
Registre-se que a desconsideração da personalidade
jurídica no processo do trabalho é automática. Assim, se a
empresa não possuir bens para garantir o juízo, a
personalidade jurídica poderá ser desconsiderada em face de
descumprimento de lei (sentença), situação em que serão
encaminhados mandados de citação em nome dos sócios da
empresa.
Garantido o juízo, as partes serão intimadas para se
manifestar no prazo de cinco dias (art. 884, 3º). Esta
manifestação se dará por meio de simples petição, chamada de
Embargos à Execução para o executado e Impugnação à Sentença
de Liquidação para o exequente. Nestas petições, as partes
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
insurgir-se-ão à sentença de liquidação ou a qualquer matéria
de fato ou de direito referente à execução. Contudo, caso o
juiz já tenha concedido 10 dias de prazo para a manifestação
das partes em relação aos cálculos apresentados, nos termos
do artigo 879, § 2º da CLT, esta matéria não poderá ser
impugnada neste momento devido à preclusão do direito.
- EMBARGOS À EXECUÇÃO: manifestação do executado.
- IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO: manifestação do
exequente.
Art. 884, CLT. Garantida a execução oupenhora os bens, terá o executado 5(cinco) dias para apresentar embargos,cabendo igual prazo ao exeqüente paraimpugnação.§ 1º. A matéria de defesa será restritaàs alegações de cumprimento da decisãoou do acordo, quitação ou prescrição dadívida.§ 2º. Se na defesa tiverem sidoarrolada testemunhas, poderá o Juiz ouo Presidente do Tribunal, caso, julguenecessário seus depoimentos, marcaraudiência para a produção das provas, aqual deverá realizar-se dentro de 5(cinco) dias.§ 3º. Somente nos embargos à penhorapoderá o executado impugnar a sentençade liquidação, cabendo ao exeqüenteigual direito e no mesmo prazo.§ 4º. Julgar-se-ão na mesma sentença osembargos e a impugnação à liquidaçãoapresentadas pelos credores trabalhistae previdenciário.§ 5º. Considera-se inexigível o títulojudicial fundado em lei ou atonormativo declarados inconstitucionais
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
pelo Supremo Tribunal Federal ou emaplicação ou interpretação tidas porincompatíveis com a ConstituiçãoFederal.
Sentença Agravo de PetiçãoRecurso de Revista
Juiz TRTTST
Após a manifestação das partes é que o juiz proferirá a
sentença na execução, na qual será julgada concomitantemente
os embargos à execução e a impugnação à liquidação de
sentença. A sentença na execução poderá ser impugnada por
meio do AGRAVO DE PETIÇÃO (Art. 897, “a”, CLT).
O acórdão proferido pelo TRT em agravo de petição poderá
ser impugnado por meio do Recurso de Revista para o TST,
DESDE QUE haja ofensa a Constituição no julgado.
“Recurso de Revista na execução, só quando
ofender a
Constituição!”
11.3 EMBARGOS DE TERCEIROS
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Os embargos de terceiros é um recurso que não está
previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, razão pela
qual se aplica subsidiariamente os artigos 1046 e seguintes
do CPC.
Sempre que ocorrer a penhora de um bem que pertença à
terceiro, ou seja, parte alheia ao processo, o meio adequado
para impugnar esta apreensão judicial são os embargos de
terceiros. O prazo de interposição deste recurso é de cinco
dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 1048,
CPC).
Art. 1046, CPC. Quem, não sendo parteno processo, sofrer turbação ou esbulhona posse de seus bens por ato deapreensão judicial, em casos como o depenhora, depósito, arresto, seqüestro,alienação judicial, arrecadação,arrolamento, inventário, partilha,poderá requerer lhes sejam manutenidosou restituídos por meio de embargos.
Art. 1048, CPC. Os embargos podem seropostos no processo de execução, até 5(cinco) dias depois da arrematação,adjudicação ou remição, mas sempreantes da assinatura da respectivacarta.
11.4 EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
A exceção de pré-executividade é uma construção da
doutrina e da jurisprudência, motivo pelo qual não há
previsão legal na CLT.
A exceção de pré-executividade é utilizada pelas partes
para arguir matéria de ordem pública ou comprovar a quitação
sem precisar garantir o juízo novamente. Nesta última
hipótese a comprovação deve ser realizada de forma cabal,
isto é, por meio de prova incontestável, por exemplo, o
recibo de pagamento.
Diante da ausência de normas positivadas, a exceção de
pré-executividade não possui prazo para a interposição, assim
poderá ser empregada a qualquer momento da execução.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
12. EMBARGOS À EXECUÇÃO
No capítulo anterior foi mencionado que os embargos à
execução é a petição do executado destinada a impugnar a
sentença de liquidação, bem como qualquer outra matéria de
fato ou de direito relacionada ao cumprimento da decisão,
quitação ou prescrição da dívida (art. 884, §1º, CLT). Sua
interposição é dependente da garantia do juízo, eis que seu
prazo de cinco dias se inicia somente após o cumprimento
deste requisito.
Ao lado dos embargos à execução, tem-se a figura da
impugnação à sentença de liquidação (art. 884, §3º e §4º,
CLT). A impugnação é a petição do exequente, destinada a
discutir a extensão da sentença de liquidação, que estabelece
o quantum condenatório.
Observação 1: ao contrário do processo civil, os embargos à
execução no processo do trabalho tramitam nos
mesmos autos da execução.
Observação 2: Embargos à Arrematação e à Adjudicação
representam meio processual de oposição aos atos
expropriatórios (alienação judicial). A
legitimidade para interpor é do devedor e devem
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
ser fundados em nulidade da execução, pagamento,
novação, transação, ou prescrição, desde que
supervenientes à penhora. A competência e o
procedimento devem observar as regras atinentes
aos embargos à execução.
O juízo competente para a execução é o mesmo que tiver
julgado o dissídio originariamente (art. 877, CLT) Assim, os
embargos à execução serão dirigidos ao juízo proferiu a
sentença, que se encontra na fase de execução, diante do
inadimplemento do devedor.Art. 877, CLT. É competente para aexecução das decisões o Juiz ouPresidente do Tribunal que tiverconciliado ou julgado originariamente odissídio.
Art. 877-A, CLT. É competente para aexecução de título executivoextrajudicial o juiz que teriacompetência para o processo deconhecimento relativo à matéria.
Esta peça processual não é um recurso, é uma petição do
executado na execução do processo do trabalho, assim não há
folha de rosto, pois a petição será endereçada ao juízo que
analisará o seu requerimento.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
I. Garantia do Juízo
EMBARGOS II. Tempestividade
À EXECUÇÃO III. Custas
IV. Mérito
V. Requerimentos Finais
O exemplo seguinte tem a finalidade de esboçar uma idéia
desta petição no processo do trabalho. Esclarece-se que é
apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização, assim como
na produção de suas próprias peças.
Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e
“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e
para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _________ VARA
DO TRABALHO DE ______________.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Embargante OPCIONAL
Embargado Avalie a disponibilidade
Autos nº de espaço físico
NOME DO EMBARGANTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DO EMBARGADO, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, através de
seu advogado adiante assinado, com fulcro no artigo
884, caput, CLT, INTERPOR:
EMBARGOS À EXECUÇÃO
pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
I – GARANTIA DO JUÍZO
O embargante recebeu o mandado de citação, que
ordenava o pagamento ou garantir deste juízo. A
importância homologada foi depositada dentro do
prazo de 48 horas, de acordo com o artigo 880, CLT,
no importe de R$_____, conforme revela o documento
juntado aos autos.
II – TEMPESTIVIDADE
A garantia do juízo foi realizada no dia ____,
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
13. AGRAVO DE PETIÇÃO
O agravo de petição é o recurso adequado para impugnar a
sentença proferida na execução no processo do trabalho.
Sentença AGRAVO DE PETIÇÃORR Juiz TRTTST
Este recurso tem um pressuposto de admissibilidade
específico, qual seja a delimitação das matérias e valores
impugnados, sob pena de não ser recebido (Art. 897, §1º,
CLT). Este pressuposto tem a finalidade de permitir a
imediata e definitiva execução dos valores incontroversos.
Neste sentido, o TST enunciou a Súmula 416 do TST, que
veda a impetração de mandado de segurança impetrado pelo
executado, a fim de impedir a execução em relação aos valores
incontroversos.
Art. 897, CLT. Cabe agravo, no prazo de8 (oito) dias:a) de petição, das decisões do Juiz ouPresidente, nas execuções;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
§ 1º. O agravo de petição só serárecebido quando o agravante delimitar,justificadamente, as matérias e osvalores impugnados, permitida aexecução imediata da parte remanescenteaté o final, nos próprios autos ou porcarta de sentença.§ 8º. Quando o agravo de petição versarapenas sobre as contribuições sociais,o juiz da execução determinará aextração de cópias das peçasnecessárias, que serão autuadas emapartado, conforme dispõe o § 3o, partefinal, e remetidas à instância superiorpara apreciação, após contraminuta.
Súmula 416 do TST. MANDADO DESEGURANÇA. EXECUÇÃO. LEI Nº 8.432/1992.ART. 897, § 1º, DA CLT. CABIMENTO.Devendo o agravo de petição delimitarjustificadamente a matéria e os valoresobjeto de discordância, não feredireito líquido e certo oprosseguimento da execução quanto aostópicos e valores não especificados noagravo.
Exceção ao art. 897, §1º, CLT: contudo, se a matéria
impugnada no agravo de petição for
EXCLUSIVAMENTE DE DIREITO, este
requisito não é exigido e, portanto,
não será necessário delimitar os
valores impugnados.
36
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
AGRAVO DE PETIÇÃO
Juiz do Trabalho Tribunal Regional doTrabalho da __ Região
Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso
O Agravo de Petição endereçará sua folha de rosto ao
Juízo que proferiu a decisão recorrida. O conteúdo da folha
de rosto apresentará o cumprimento dos pressupostos de
admissibilidade, inclusive, o pressuposto exigido pelo artigo
897, §1º, CLT, e requerer a remessa do recurso para o Juízo
ad quem (TRT).
Observação: nos pressupostos de admissibilidade do Agravo de
Petição não há o depósito recursal, tendo em vista
que o juízo já está garantido. Portanto, serão
apenas a tempestividade, custas processuais e o
artigo 897, §1º, CLT.
A folha de razões (minuta) tem a seguinte estrutura:
♦ I. Preliminaresde Mérito
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
♦ II. Prejudiciaisde Mérito ♦ III. Mérito ♦ IV. Requerimentos
Finais
.
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia de um agravo de petição no processo do trabalho.
Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na
memorização, assim como na produção de suas próprias peças.
AGRAVODE
PETIÇÃO
Folha de Rosto (Juízo a quo)
Pressupostos de Admissibilidade
(tempestividade, custas processuais e ART. 897,
§1º, CLT)
Folha Razões (Juízo ad quem)
I. Preliminares de Mérito II. Prejudiciais de Mérito III. Mérito
IV. Requerimentos Finais
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e
“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e
para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _________ VARA DO
TRABALHO DE ______________.
Agravante: OPCIONAL
Agravado: Avalie a disponibilidade
Autos nº: de espaço físico
NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos em epígrafe,
em que contende com NOME DO AGRAVADO, também
qualificado, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado adiante
assinado, com fulcro no artigo 897, alínea “a” da CLT,
INTERPOR
AGRAVO DE PETIÇÃO
para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.
Encontram-se presentes todos os pressupostos de
admissibilidade do recurso, dentre os quais de destacam:
a) Tempestividade, tendo em vista que o agravo ora
apresentado respeitou o prazo legal de 8 dias
36
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
contados a partir da data de publicação da
sentença, ocorrida em _____.
b) Garantia integral do Juízo na forma exigida pelo
artigo 884 da CLT.
c) Custas Processuais no valor de R$ 44,26, serão
pagas pelo executado ao final da execução, como
determinado pelo art. 789-A, IV, da CLT.
d) Art. 897, § 1°, da CLT: a fim de delimitar as
matérias e valores impugnados, esclarece que
presente agravo versa exclusivamente sobre
___________, abrangendo o valor de R$_________.
Diante do exposto, requer o recebimento do presente
agravo e a sua posterior remessa ao Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado
OAB nº
_____________________________________________
__
37
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.
Agravante:
Agravado: OPCIONAL
Autos nº: Avalie a disponibilidade
Origem: de espaço físico
MINUTA DO AGRAVAO DE PETIÇÃO
Colenda Turma
Eméritos Julgadores
(ELOGIO A SENTENÇA + PEDIDO DE REFORMA )
I – PRELIMINAR DE MÉRITO
Nulidades Processuais Error in Procedendo
Anulação da
Sentença
II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO
Argüição de qualquer matéria que esteja relacionada a
prescrição e decadência.
Por exemplo, se os cálculos do perito aplicaram a
prescrição quinquenal somente a partir do término do
contrato de trabalho e a sentença julgou os cálculos
procedentes. O erro deve ser demonstrado no tópico das
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
prejudiciais de mérito. Requerendo o acolhimento da
prejudicial, bem como a extinção, com resolução do
mérito em relação as verbas anteriores aos últimos cinco
anos contados da data do ajuizamento da ação.
III – MÉRITO
§1 Fato O juízo da execução julgou (im)procedente
os Embargos à
Execução, sob os seguintes
argumentos
é necessário especificar sobre qual decisãoo Agravo de Petição está recorrendo, pois
pode ser interposto dos Embargos à Execução,Embargos de Terceiros, etc.
§2 Fundamento A sentença não merece ser mantida,
pois
§3 Pedido Diante do exposto, requer a
reforma da sentença de
Embargos para
IV - REQUERIMENTOS FINAIS
Conhecimento do Recurso;
Acolhimento da Preliminar de Mérito;
Acolhimento da Prejudicial de Mérito;
Total provimento do mérito, para fins de reforma da
37
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
sentença.
Nestes Termos,
Pede Deferimento,
Local e Data
Nome do Advogado
OAB nº
37
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
14. EMBARGOS AO TST
Cumpre recordar, de início, a organização da Justiça do
Trabalho, bem como do Tribunal Superior do Trabalho:
Turmas do TST
Juiz do TRT TST SDI(Seções de Dissídios Individuais)Trabalho SDC (Seções de Dissídios Coletivos)
Mudanças recentes modificaram o processamento do recurso
de Embargos ao Tribunal Superior do Trabalho. A Lei
11496/2007 alterou a redação do artigo 894 da CLT, bem como o
artigo 3º, III, “b” da Lei 7701/88, para modificar o
processamento dos Embargos ao TST.
Os dispositivos supramencionados determinam quais são as
hipóteses específicas de cabimento dos Embargos ao TST:
Art. 894, CLT. No Tribunal Superior doTrabalho cabem embargos, no prazo de 8dias:I – de decisão não unânime dejulgamento que:a) conciliar, julgar ou homologarconciliação em dissídios coletivos queexcedam a competência territorial dosTribunais Regionais do Trabalho eestender ou rever as sentenças
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
normativas do Tribunal Superior doTrabalho, nos casos previstos em lei; eb) (vetado)II – das DECISÕES DAS TURMAS quedivergirem entre si, ou das decisõesproferidas pela SEÇÃO DE DISSÍDIOSINDIVIDUAIS, salvo se a decisãorecorrida estiver em consonância comSÚMULA ou ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL doTribunal Superior do Trabalho ou doSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Art. 3º, Lei 7701/88. Compete à Seçãode Dissídios Individuais julgar:I - originariamente:a) as ações rescisórias propostascontra decisões das Turmas do TribunalSuperior do Trabalho e suas próprias,inclusive as anteriores àespecialização em seções; eb) os mandados de segurança de suacompetência originária, na forma dalei.II - em única instância:a) os agravos regimentais interpostosem dissídios individuais; eb) os conflitos de competência entreTribunais Regionais e aqueles queenvolvem Juízes de Direito investidosda jurisdição trabalhista e Juntas deConciliação e Julgamento em processosde dissídio individual.III - em última instância:a) os recursos ordinários interpostoscontra decisões dos Tribunais Regionaisem processos de dissídio individual desua competência originária;b) os embargos das decisões das Turmasque divergirem entre si, ou dasdecisões proferidas pela Seção deDissídios Individuais; c) os agravos regimentais de despachosdenegatórios dos Presidentes dasTurmas, em matéria de embargos, naforma estabelecida no RegimentoInterno;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
d) os embargos de declaração opostosaos seus acórdãos;e) as suspeições argüidas contra oPresidente e demais Ministros queintegram a seção, nos feitos pendentesde julgamento; ef) os agravos de instrumentointerpostos contra despacho denegatóriode recurso ordinário em processo de suacompetência.
A redação destas normas é muito concisa, uma vez que
oferece diversas hipóteses de cabimento em poucas palavras, o
que torna os artigos confusos. Portanto, analise o esquema:
DECISÃO Contrariar entendimento de uma das Turmas do TST DE Contrariar acórdão da SDI TURMA Contrariar súmula do STF DO TST Contrariar súmula do TST(Art. 894, CLT) Contrariar OJ
Outra hipótese de ressalte está prevista no art. 3º,
III, “a” da Lei. Observe que esta situação já foi ponderada
no estudo em duas situações anteriores (Capítulo 7 – RO e
Capítulo 10 – RR). Refere-se aos dissídios coletivos, que são
de competência originária do TRT, logo deste acórdão caberá
recurso ordinário (artigo 895, “b”, CLT) para uma das turmas
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
do TST. E desta decisão caberia o recurso de Embargos ao TST
para a Seção de Dissídios Coletivos.
Art. 3º, III, “a”, Lei 7701: os recursos ordinários
(art. 895, “b”, CLT) interpostos contra decisões dos
Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de
sua competência originária.
Dissídio Coletivo RO
Emb. TST
TRT TST(Turma) TST (SDC)
► Embargos ao TST: Súmulas e Orientações Jurisprudenciais
O recurso de Embargos ao TST apresenta diversas
semelhanças com o Recurso de Revista, pois apesar de serem
recursos distintos, julgados por setores diferentes do TST em
hipóteses de cabimento que são singulares, ambos possuem
natureza extraordinária.
Assim, boa parte das súmulas e orientações
jurisprudenciais aplicadas ao RR também servirão aos
Embargos.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
♦ Não há exame de fatos e provas nos embargos ao TST, a
matéria é restrita às questões exclusivamente de direito
(Súmula 126, TST).
♦ A divergência jurisprudencial há de ser específica,
revelando a existência de teses diversas na interpretação de
um mesmo dispositivo legal (Súmula 296, I, TST).
♦ Ademais, a divergência jurisprudencial deve ser comprovada
por meio de juntada da certidão ou cópia autenticada do
acórdão paradigma ou citação da fonte oficial ou o
repositório autorizado em que foi publicado; além da
transcrição, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos
dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio,
demonstrando o conflito de teses que justifique o
conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se
encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso
(Súmula 337, TST).
♦ PREQUESTIONAMENTO também é um pressuposto extrínseco dos
Embargos ao TST, que impõe como condição para
admissibilidade do recurso o pronunciamento prévio e
explícito sobre a matéria veiculada no mesmo (Súmula 297,
TST).
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
♦ Súmula 184, TST: Ocorre preclusão quando não forem opostos
embargos declaratórios para suprir omissão apontada em
recurso de revista ou de embargos.
♦ Súmula 221, TST: I - A admissibilidade do recurso de
revista e de embargos por violação tem como pressuposto a
indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição
tido como violado.
II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que
não seja a melhor, não dá ensejo à admissibilidade ou ao
conhecimento de recurso de revista ou de embargos com base,
respectivamente, na alínea "c" do art. 896 e na alínea "b"
do art. 894 da CLT. A violação há de estar ligada à
literalidade do preceito.
♦ Súmula 23, TST: Não se conhece da revista ou dos embargos,
se a decisão recorrida resolver determinado item do pedido
por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não
abranger a todos.
♦ OJ 219, SDI – 1, TST: Recurso de Revista ou de Embargos
fundamentado em Orientação Jurisprudencial do TST. É válida,
para efeito de conhecimento do Recurso de Revista ou de
embargos, a invocação de Orientação Jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razões
recursais, conste o seu número ou conteúdo.
14.1 ESTRUTURA DOS EMBARGOS AO TST
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
EMBARGOS AOTST
Presidente da Turma do TST SDIdo TST Juízo de AdmissibilidadeRazões dos Embargos
A folha de rosto deve ser apresentada ao Presidente da
Turma do TST, que proferiu a decisão recorrida, este
analisará a presença dos pressupostos de admissibilidade
(tempestividade, depósito recursal, custas processuais,
regularidade de representação e prequestionamento).
* TempestividadePRESSUPOSTOS DE * Depósito RecursalADMISSIBILIDADE * Custas DOS EMBARGOS * Regularidade de Representação *PREQUESTIONAMENTO
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Nos termos do artigo 896, §5º da CLT, poderá o Ministro
Relator negar seguimento ao Recurso de Revista quando a
decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da
Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. O mesmo
ocorrerá com os Embargos e o Agravo de Instrumento. Também
será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de
intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade
de representação, casos em que caberá a interposição de
agravo regimental.Art. 896, § 5º, CLT. Estando a decisãorecorrida em consonância com enunciadoda Súmula da Jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho, poderá o MinistroRelator, indicando-o, negar seguimentoao recurso de revista, aos Embargos, ouao agravo de instrumento. Será denegadoseguimento ao recurso nas hipóteses deintempestividade, deserção, falta dealçada e ilegitimidade derepresentação, cabendo a interposiçãode agravo.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia dos Embargos ao TST no processo do trabalho. Esclarece-
se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,
assim como na produção de suas próprias peças.
Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e
“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e
para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
EMBARGOSAOTST
Folha de RostoPresidente da Turma
Pressupostos de Admissibilidade(tempestividade, depósito, custas, regularidade de representação e
PREQUESTIONAMENTO)
Folha RazõesSDI do TST
I. Preliminares de MéritoII. Prejudiciais de
Mérito III. Mérito
IV. Requerimentos Finais
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DA
TURMA DO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.
Embargante OPCIONALEmbargado Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem
NOME DO EMBARGANTE, já qualificado nos autos em
epígrafe, em que contende com NOME DO EMBARGADO,
também qualificado, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo
assinado, com fulcro no artigo 894, II da CLT,
INTERPOR:
EMBARGOS AO TST
para a Colenda Seção de Dissídios Individuais do TST.
Encontram-se presentes todos os pressupostos de
admissibilidade deste recurso, dentre os quais se
destacam:
1) Tempestividade – a publicação do acórdão ocorreu no
dia _____. Logo, o presente recurso é tempestivo,
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
tendo em vista que a interposição ocorreu dentro do
prazo oito dias, ou seja, ______.
2) Depósito Recursal, foi efetuado no valor de R$
_____, no prazo do recurso e está comprovado pela
guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245 do
TST.
3) Custas Processuais já foram recolhidas quando da
interposição do recurso ordinário, no valor de R$
____. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das
custas e, portanto, não há valor algum a ser
recolhido.
4) Prequestionamento. A matéria objeto do presente
recurso foi devidamente prequestionada na Turma do
TST, que proferiu o r. acórdão recorrido, tendo
sido atendida, portanto, a Súmula nº 297 do TST.
Diante do exposto, requer o RECEBIMENTO dos
Embargos e a sua posterior REMESSA à Colenda Seção de
Dissídios Individuais do TST.
Nesses Termos,
Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado
38
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
OAB nº.
À COLENDA SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS DO TRIBUNAL
SUPERIOR DO TRABALHO.
Embargante OPCIONALEmbargado Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem
RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
Colenda SDI
Eminentes Ministros.
(ELOGIO A DECISÃO + PEDIDO DE
REFORMA)
I – PRELIMINARES DE MÉRITO
II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO
II – MÉRITO (Veja a
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
observação 1 abaixo)
§1º O acórdão (in)deferiu
§2º Tal decisão caracteriza divergência
jurisprudencial. Observe-se:
§3º O (dispositivo legal) estabelece o seguinte:
(transcrever o dispositivo)
§4º Apesar de (dispositivo legal), dispor que (...),
o acórdão posicionou-se de forma contrária,
estabelecendo que (...)
§5º Diante do exposto, requer a reforma da decisão
a fim de (...).
III – REQUERIMENTOS FINAIS
Em face de todo o exposto, requer seja conhecido
e provido o presente recurso de Embargos, reformando-
se o acórdão nos pontos atacados.
Nesses Termos,
Pede deferimento.
Local e Data.
Nome do Advogado
OAB nº
38
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
OBSERVAÇÕES
1) Ao contrário do RR, os Embargos ao TST, normalmente, são
oriundos de uma divergência jurisprudencial (decisão
contrária ao entendimento de uma das Turmas do TST ou
acórdão da SDI ou súmula do STF ou súmula do TST ou
Orientação Jurisprudencial). Informação que facilita o
§2º do modelo padrão – Tal decisão caracteriza (...)
Tal decisão caracteriza divergência jurisprudencial.
2) Depósito Recursal – hipóteses: não há condenação em
pecúnia, logo descabe o depósito (súmula 161 do TST) OU
há condenação em pecúnia, mas todo o valor já foi
depositado, o juízo está garantido (súmula 128, I, TST)
OU há condenação e o juízo ainda não está garantido – no
valor de, no prazo de, guia GFIP (súmula 245, TST).
3) As custas são recolhidas pela parte vencida, diante da
interposição de Embargos ao TST é preciso analisar todo
o processo para estabelecer se as custas já foram
recolhidas.
4) A questão de direito que ensejou os Embargos ao TST
determinará em qual tópico a tese será inserida. Por
exemplo, se a discussão versar sobre prescrição, a tese
38
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
será inserida sob o tópico das Prejudiciais de Mérito;
se versar sobre salário será inserida no Mérito, etc.
38
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
15. AÇÕES ESPECIAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO RESCISÓRIA
O presente capítulo visa tratar, brevemente, do mandado
de segurança e da ação rescisória. Ações, que apesar de não
serem exclusivas do processo do trabalho, lhe são
admissíveis.
Assevera-se que o estudo deste capítulo versa sobre
AÇÕES e não recursos. Neste diapasão, a fim de manter a mesma
didática fixamos um modelo padrão para estruturar as ações
especiais.
I. Fatos II. Requisitos Específicos Ações III. MéritoEspeciais IV. Liminar V. Requerimentos Finais VI. Valor da Causa
A estrutura será detalhada, por ocasião, do estudo da
ação rescisória.
15.1 MANDADO DE SEGURANÇA
38
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5º, LXIX
da CF e está disciplinado pela Lei 1533/51. Antecipa-se que
esta legislação foi alterada recentemente pela Lei
12.016/2009 sancionada em agosto deste ano.
Art. 5º, LXIX, CF. Conceder-se-ámandado de segurança para protegerdireito líquido e certo, não amparadopor habeas-corpus ou habeas-data,quando o responsável pela ilegalidadeou abuso de poder for autoridadepública ou agente de pessoa jurídica noexercício de atribuições do PoderPúblico; [...]
Este remédio constitucional visa proteger qualquer
direito líquido e certo do cidadão, salvo o direito de
locomoção e o direito de acesso a informações pessoais, que
são protegidos pelo habeas corpus e habeas data, respectivamente.
“Direito líquido e certo é aquele que não demanda
posteriormente a produção de prova, uma vez que o direito já
está comprovado documentalmente ou reconhecido pela
autoridade coatora.” 25
Observação: a Carta Magna também prevê o mandado de segurança
coletivo, que pode ser impetrado pela organização
sindical, dentre outras entidades.
25 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Curso de Direito Constitucional.2. ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2008. p. 90.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Art. 5º, LXX, CF. O mandado desegurança coletivo pode ser impetradopor:a) partido político com representaçãono Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade declasse ou associação legalmenteconstituída e em funcionamento há pelomenos um ano, em defesa dos interessesde seus membros ou associados;
Conclui-se que o mandado de segurança é ação utilizada,
diante da inexistência de outro meio jurídico, para proteger
um direito líquido e certo, que fora violado por um ato de
autoridade. O MS pode compelir a autoridade pública a
praticar ou deixar de praticar algum ato.
► Mandado de Segurança – Competência da Justiça do
Trabalho
Inicialmente, apenas os Tribunais Regionais do Trabalho
e o Tribunal Superior do Trabalho tinham competência para
apreciar e julgar mandado de segurança, uma vez que o artigo
652 e 653 da CLT não incluem o mandado de segurança no âmbito
da atuação jurisdicional dos órgãos de primeira instância.
Contudo, “o advento da EC 45/2004, que modificou
substancialmente o artigo 114 da CF, parece-nos que a Vara do
Trabalho será funcionalmente competente para processar e
julgar mandado de segurança em que o empregador pretenda
39
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
discutir a validade do ato praticado – penalidade – pela
autoridade administrativa encarregada da fiscalização das
relações do trabalho.” 26
Art. 114, VII, CF. Compete à Justiça doTrabalho processar e julgar: [...] VII- as ações relativas às penalidadesadministrativas impostas aosempregadores pelos órgãos defiscalização das relações de trabalho;[...]
Agente de Juiz doEXCEÇÃO – Art. 114, VII, CFFiscalização Trabalho
Ato do TRT Juiz 1º Grau
Ato do membro TRT do TRT Ato do membro TST do TST
► Lei 12.016/2009
A Lei 12.016/2009 sancionada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em agosto deste ano, alterou a disciplina do
mandado de segurança individual e coletivo.
26 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 997.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Cumpre salientar que o estudo das súmulas e OJ’s
relativas ao Mandado de Segurança são fundamentais para o
Exame de Ordem de II fase.
Alguns Dispositivos Relevantes
Art. 18, Lei 1533/51. O direito de requerer mandado de
segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias contados da
ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
Súmula 632, STF. É constitucional lei que fixa PRAZO DE
DECADÊNCIA para a impetração do Mandado de Segurança.
Súmula 512, STF. Não cabe condenação em honorários de
advogado na ação de mandado de segurança.
Súmula 105, STJ. Na ação de mandado de segurança não se
admite condenação em honorários advocatícios.
Súmula 266, STF. Não cabe mandado de segurança contra lei em
tese.
Súmula 267, STF. Não cabe mandado de segurança contra ato
judicial passível de recurso ou correição.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 268, STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão
judicial com trânsito em julgado.
Súmula 33, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão
judicial transitada em julgado.
OJ 99, SDI – 2, TST. Mandado de segurança. Esgotamento de
todas as vias recursais disponíveis. Trânsito em julgado
formal. Descabimento. Esgotadas as vias recursais existentes,
não cabe mandado de segurança.
OJ 140, SDI – 2, TST. Não cabe mando de segurança para
impugnar despacho que acolheu ou indeferiu liminar em outro
mandado de segurança.
Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho
em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8
(oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho,
correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados
apresentarem razões de contrariedade.
OJ 148, SDI – 2, TST. É responsabilidade da parte, para
interpor recurso ordinário em mandado de segurança, a
comprovação do recolhimento das custas processuais no prazo
recursal, sob pena de deserção.
Súmula 414, TST. I - A antecipação da tutela concedida na
sentença não comporta impugnação pela via do mandado de
39
NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A
ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito
suspensivo a recurso.
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida
antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança,
em face da inexistência de recurso próprio.
III - A superveniência da sentença, nos autos originários,
faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a
concessão da tutela antecipada (ou liminar).
Súmula 417, TST. I - Não fere direito líquido e certo do
impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro
do executado, em execução definitiva, para garantir crédito
exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art.
655 do CPC.
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva,
não tem o executado direito líquido e certo a que os valores
penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco,
ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC.
III - Em se tratando de execução provisória, fere direito
líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em
dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o
executado tem direito a que a execução se processe da forma
que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de
acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito
líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.
OJ 67, SDI – 2, TST. Não fere direito líquido e certo a
concessão de liminar obstativa de transferência de empregado,
em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT.
OJ 92, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança contra
decisão judicial passível de reforma mediante recurso
próprio, ainda que com efeito diferido.
OJ 98, SDI – 2, TST. É ilegal a exigência de depósito prévio
para custeio dos honorários periciais, dada a
incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o
mandado de segurança visando à realização da perícia,
independentemente do depósito.
OJ 137, SDI – 2, TST. Constitui direito líquido e certo do
empregador a suspensão do empregado, ainda que detentor de
estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em
que se apure a falta grave a ele imputada, na forma do art.
494, caput e § único, da CLT.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
15.2 AÇÃO RESCISÓRIA
A ação rescisória está prevista pelo artigo 836 da CLT,
e seu processamento no processo do trabalho segue as normas
do processo civil, com aplicação subsidiária dos dispositivos
485 ao 495, no que for compatível aos princípios do processo
do trabalho. Além destes, por se tratar de uma nova ação deve
atender também aos requisitos do artigo 282 do CPC, que
regula a petição inicial.
Execução definitiva
Sentença não há Trânsito em Juiz recurso julgado
Ação Rescisória
A ação rescisória no processo civil, de acordo com o
artigo 488, II do CPC, está sujeita ao depósito prévio de 5%
sobre o valor da causa. No entanto, no processo do trabalho o
depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa (art. 836,
CLT).
Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos daJustiça do Trabalho conhecer dequestões já decididas, excetuados os
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
casos expressamente previstos nesteTítulo e a ação rescisória, que seráadmitida na forma do disposto noCapítulo IV do Título IX da Lei nº5.869, de 11 de janeiro de 1973 –Código de Processo Civil, sujeita aodepósito prévio de 20% (vinte porcento) do valor da causa, salvo provade miserabilidade jurídica do autor. Parágrafo único. A execução da decisãoproferida em ação rescisória far-se-ános próprios autos da ação que lhe deuorigem, e será instruída com o acórdãoda rescisória e a respectiva certidãode trânsito em julgado.
Art. 488, CPC. A petição inicial seráelaborada com observância dosrequisitos essenciais do Art. 282,devendo o autor:I - cumular ao pedido de rescisão, sefor o caso, o de novo julgamento dacausa;II - depositar a importância de 5%(cinco por cento) sobre o valor dacausa, a título de multa, caso a açãoseja, por unanimidade de votos,declarada inadmissível, ouimprocedente.Parágrafo único. Não se aplica odisposto no nº II à União, ao Estado,ao Município e ao Ministério Público.
As hipóteses de cabimento da ação rescisória no processo
do trabalho estão previstas no artigo 485 do CPC.
Art. 485, CPC. A sentença de mérito,transitada em julgado, pode serrescindida quando:I - se verificar que foi dada porprevaricação, concussão ou corrupção dojuiz;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II - proferida por juiz impedido ouabsolutamente incompetente;III - resultar de dolo da partevencedora em detrimento da partevencida, ou de colusão entre as partes,a fim de fraudar a lei;IV - ofender a coisa julgada;V - violar literal disposição de lei;VI - se fundar em prova, cuja falsidadetenha sido apurada em processo criminalou seja provada na própria açãorescisória;VII - depois da sentença, o autorobtiver documento novo, cuja existênciaignorava, ou de que não pôde fazer uso,capaz, por si só, de lhe assegurarpronunciamento favorável;VIII - houver fundamento para invalidarconfissão, desistência ou transação, emque se baseou a sentença;IX - fundada em erro de fato,resultante de atos ou de documentos dacausa.
Comentários ao artigo 485, CPC
a) Inciso I: prevaricação e concussão
Prevaricação: “delito especial próprio e funcional”27,
cometido pelo servidor público consistente
retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal
(art. 319, CP). 27 PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal. 3. ed. reform.,
atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais: 2006. p. 860.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Concussão: “delito especial próprio, funcional e de
mera atividade”28, praticado contra a
Administração Pública, que consiste em
exigir, para si ou para outrem, vantagem
indevida, fora de sua função ou antes de
assumi-la (art. 316, CP).
b) Inciso III: colusão
É o conluio entre as partes, a fim de
fraudar a lei e/ou enganar o juiz.
A ação rescisória não é um recurso. É uma ação que tem
por finalidade a desconstituição de sentença ou acórdão. O
direito de propor ação rescisória se extingue em 2 anos
(prazo decadencial), contados do trânsito em julgado da
decisão rescindenda (art. 495 do CPC, Súmula 100, TST e OJ 12
da SDI – 2, TST).
A observância do disposto nas Súmulas 100 e 299 do TST é
indispensável para a propositura de ação rescisória.
Súmula 100, TST. I - O prazo dedecadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente aotrânsito em julgado da última decisãoproferida na causa, seja de mérito ounão.
28 PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal. 3. ed. reform.,atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais: 2006. p. 849.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II - Havendo recurso parcial noprocesso principal, o trânsito emjulgado dá-se em momentos e emtribunais diferentes, contando-se oprazo decadencial para a açãorescisória do trânsito em julgado decada decisão, salvo se o recurso tratarde preliminar ou prejudicial que possatornar insubsistente a decisãorecorrida, hipótese em que flui adecadência a partir do trânsito emjulgado da decisão que julgar o recursoparcial. III - Salvo se houver dúvida razoável,a interposição de recurso intempestivoou a interposição de recurso incabívelnão protrai o termo inicial do prazodecadencial.IV - O juízo rescindente não estáadstrito à certidão de trânsito emjulgado juntada com a ação rescisória,podendo formar sua convicção através deoutros elementos dos autos quanto àantecipação ou postergação do "dies aquo" do prazo decadencial. V - O acordo homologado judicialmentetem força de decisão irrecorrível, naforma do art. 831 da CLT. Assim sendo,o termo conciliatório transita emjulgado na data da sua homologaçãojudicial. VI - Na hipótese de colusão das partes,o prazo decadencial da ação rescisóriasomente começa a fluir para oMinistério Público, que não interveiono processo principal, a partir domomento em que tem ciência da fraude. VII - Não ofende o princípio do duplograu de jurisdição a decisão do TSTque, após afastar a decadência em sedede recurso ordinário, aprecia desdelogo a lide, se a causa versar questãoexclusivamente de direito e estiver emcondições de imediato julgamento. VIII - A exceção de incompetência,ainda que oposta no prazo recursal, sem
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ter sido aviado o recurso próprio, nãotem o condão de afastar a consumação dacoisa julgada e, assim, postergar otermo inicial do prazo decadencial paraa ação rescisória. IX - Prorroga-se até o primeiro diaútil, imediatamente subseqüente, oprazo decadencial para ajuizamento deação rescisória quando expira em fériasforenses, feriados, finais de semana ouem dia em que não houver expedienteforense. Aplicação do art. 775 da CLT. X - Conta-se o prazo decadencial daação rescisória, após o decurso doprazo legal previsto para ainterposição do recurso extraordinário,apenas quando esgotadas todas as viasrecursais ordinárias.
OJ 12, SDI – 2, TST Ação Rescisória.Decadência. Consumação antes ou depoisda edição da medida provisória nº1.577/1997. Ampliação do prazo. I - Avigência da Medida Provisória nº1.577/1997 e de suas reedições implicouo elastecimento do prazo decadencialpara o ajuizamento da ação rescisória afavor dos entes de direito público,autarquias e fundações públicas. Se obiênio decadencial do art. 495 do CPCfindou após a entrada em vigor dareferida medida provisória e até suasuspensão pelo STF em sede liminar deação direta de inconstitucionalidade(ADIn 1753-2), tem-se como aplicável oprazo decadencial elastecido àrescisória. II - A regra ampliativa do prazodecadencial para a propositura de açãorescisória em favor de pessoa jurídicade direito público não se aplica se, aotempo em que sobreveio a MedidaProvisória nº 1.577/1997, já seexaurira o biênio do art. 495 do CPC.Preservação do direito adquirido da
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parte à decadência já consumada sob aégide da lei velha.
Súmula 299, TST. I - É indispensável aoprocessamento da ação rescisória aprova do trânsito em julgado da decisãorescindenda.II - Verificando o relator que a parteinteressada não juntou à inicial odocumento comprobatório, abrirá prazode 10 (dez) dias para que o faça, sobpena de indeferimento.III - A comprovação do trânsito emjulgado da decisão rescindenda épressuposto processual indispensável aotempo do ajuizamento da açãorescisória. Eventual trânsito emjulgado posterior ao ajuizamento daação rescisória não reabilita a açãoproposta, na medida em que oordenamento jurídico não contempla aação rescisória preventiva. IV - O pretenso vício de intimação,posterior à decisão que se pretenderescindir, se efetivamente ocorrido,não permite a formação da coisa julgadamaterial. Assim, a ação rescisória deveser julgada extinta, sem julgamento domérito, por carência de ação, porinexistir decisão transitada em julgadoa ser rescindida.
► Competência da Ação Rescisória
A ação rescisória é uma ação originária dos Tribunais,
ou seja, a ação rescisória jamais será proposta para um juiz
do trabalho. Assim, perante uma ação rescisória proposta em
face de sentença que transitou em julgado, a competência será
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
do TRT à que está subordinado o juízo de 1º grau que proferiu
a decisão.
Sentença Trânsito em Ação RescisóriaRO Emb. TST Juiz julgado TRTTST TST
Cada tribunal é competente para julgar ação rescisória
de suas decisões. Atente-se para o fato de que “se o acórdão
do TST NÃO apreciar o mérito da causa, como ocorre, quando
aquela Corte não conhece do recurso interposto, a ação
rescisória voltar-se-á contra o acórdão regional que tenha
adentrado no mérito, sendo competente o TRT para processá-la
e julgá-la.” 29
Sentença Ação Rescisória Juiz 1º Grau TRTCada Tribunal
Decisão Definitiva Ação Rescisóriaé competente TRT TRT
29 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 1029.
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para julgar AR
Decisão Definitiva Ação Rescisóriade suas decisões TST TST
► Súmulas e Orientações Jurisprudenciais relacionadas ao
CABIMENTO da Ação Rescisória
Súmula 100, TST + Art. 495, CPC
Súmula 259, TST. Só por rescisória é atacável o termo de
conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Súmula 407, TST. A legitimidade "ad causam" do Ministério
Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido
parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não
está limitada às alíneas "a" e "b" do inciso III do art. 487
do CPC, uma vez que traduzem hipóteses meramente
exemplificativas.
Art. 487, CPC. Tem legitimidade para propor a ação:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título
universal ou singular;
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória
a intervenção;
b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim
de fraudar a lei.
Súmula 514, TST. Admite-se ação rescisória contra sentença
transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham
esgotado todos os recursos.
Súmula 219, TST. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao
pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15%
(quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da
sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da
categoria profissional e comprovar a percepção de salário
inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em
situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo
do próprio sustento ou da respectiva família.
II - É incabível a condenação ao pagamento de honorários
advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista,
salvo se preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70.
Súmula 329, TST. Honorários advocatícios. Art. 133 da CF/1988
(mantida). Mesmo após a promulgação da CF/1988, permanece
válido o entendimento consubstanciado na Súmula nº 219 do
Tribunal Superior do Trabalho.
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Histórico:
Súmula 299, TST + OJ 84, SDI – 2, TST. Açãorescisória. Petição inicial. Ausência da decisão rescindenda
e/ou da certidão de seu trânsito em julgado devidamente
autenticadas. Peças essenciais para a constituição válida e
regular do feito. Argüição de ofício. Extinção do processo
sem julgamento do mérito. A decisão rescindenda e/ou a
certidão do seu trânsito em julgado, devidamente
autenticadas, à exceção de cópias reprográficas apresentadas
por pessoa jurídica de direito público, a teor do art. 24 da
Lei nº 10.522/02, são peças essenciais para o julgamento da
ação rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de
qualquer delas, cumpre ao Relator do recurso ordinário
argüir, de ofício, a extinção do processo, sem julgamento do
mérito, por falta de pressuposto de constituição e
desenvolvimento válido do feito.
► Súmula relacionada a hipótese de INTERPOSIÇÃO DE RECURSO
em Ação Rescisória
Súmula 158, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho,
em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário para o
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização
judiciária trabalhista.
O recurso ordinário previsto nesta súmula tem previsão
no artigo 895, “b”, CLT). Contra decisões dos Tribunais
Regionais em processos de dissídio individual de sua
competência originária é cabível a interposição de RO para o
TST.
Ação Rescisória RO
Emb. TST
TRT TST(Turma) TST (SDC)
15.3 ESTRUTURA DA AÇÃO RESCISÓRIA
Consoante o que foi mencionado, não é um recurso, logo
não há folha de rosto e folha de razões, pois se trata de uma
petição inicial.
I. Fatos II. Requisitos Específicos Ação III. MéritoRescisória IV. Liminar V. Requerimentos Finais VI. Valor da Causa
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a
idéia de uma ação rescisória no processo trabalho. Esclarece-
se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,
assim como na produção de suas próprias peças.
Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e
“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e
para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA
PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____
REGIÃO.
NOME DO AUTOR, nacionalidade, estado civil,
profissão, portador da Cédula de Identidade RG nº,
inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº, portador
da CTPS nº, residente e domiciliado no endereço
completo, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado adiante
assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório
profissional no endereço completo, com fulcro no
artigo 836 da CLT combinado com o artigo 485, ____
do CPC, PROPOR:
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
AÇÃO RESCISÓRIA
em face de NOME DO RÉU, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no
endereço completo, pelas razões de fato e de direito
a seguir expostos.
I – DOS FATOS
O autor ajuizou reclamatória trabalhista em
face da empresa ré postulando (...). A sentença, que
julgou (im)procedente o pedido, transitou em
julgado.
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS
A presente ação rescisória foi proposta com
observância das disposições legais.
LEGITIMIDADE – Art. 487, I, CPC.
TEMPESTIVIDADE – Art. 495, CPC + Súmula 100,TST.
DEPÓSITO PRÉVIO – Art. 836, CLT (20% do valor da
causa).
DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS – Súmula 299, TST + OJ 84,SDI – 2, TST: (cópia da decisão rescindenda e
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
certidão de transito em julgado).
III – MÉRITO (é aconselhável que o título do tópico domérito faça alusão ao inciso do art. 485, CPC,que sofreu violação)
01. DA VIOLAÇÃO LITERAL A DISPOSIÇÃO DE LEI (exemplo)
§1º Fato
§2º Fundamento (ex: violação do artigo 440, CLT)
§3º Autorizando assim, conforme artigo 485, inciso
____ do CPC, a desconstituição da decisão
transitada em julgado.
§4º Pedido
IV – LIMINAR
Artigo 489, CPC - Analise se há necessidade de
requerer a concessão de liminar (urgência do
pedido): ● Fumus Boni Iuris e
● Periculum in Mora
V – REQUERIMENTOS FINAIS
● Art. 491, CPC – citação
● Produção de provas (mesmo pedido da RT)
● Requerer o julgamento procedente da ação
rescisória, a fim de rescindir a decisão
transitada em julgado.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
VI – VALOR DA CAUSA
Atribui-se a causa o valor de R$ ______.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data
Nome do Advogado
OAB nº
OBSERVAÇÕES
1) Endereçamento: o endereçamento da ação deve ser
realizado de acordo com a competência para processar e
julgar a ação rescisória. Portanto, conforme visto, a
interposição da ação rescisória deverá ser dirigida ao
TRT diante de uma decisão que foi proferida pelas Varas
do Trabalho. Caso a decisão a ser rescindida tenha sido
proferida pelo próprio TRT, a competência será do
próprio Tribunal de onde se originou o acórdão (ação de
competência originária). Por fim, perante um acórdão,
que foi proferido pelo TST, a competência para rescindir
a decisão é do próprio TST.
2) Artigo 489, CPC: “a Lei 11.280/2006 deu nova redação ao
artigo 489 do CPC, para esclarecer, de maneira
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
definitiva, que o fato de o ajuizamento da ação
rescisória não impedir o cumprimento da sentença ou
acórdão rescindendo não exclui a concessão, caso
imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei,
de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de
tutela. A regra do artigo 489 deixa claro que o
ajuizamento da rescisória não tem o condão de suspender
a execução da sentença nela atacada. Uma vez, porém, que
os pressupostos da tutela cautelar ou da antecipação de
tutela se façam presentes, claro é que a competente
medida de urgência haverá de ser tomada, para impedir
que o resultado da ação rescisória perca a sua utilidade
para a parte e para a própria jurisdição.” 30
Art. 489, CPC. O ajuizamento da açãorescisória não impede o cumprimento dasentença ou acórdão rescindendo,ressalvada a concessão, casoimprescindíveis e sob os pressupostosprevistos em lei, de medidas denatureza cautelar ou antecipatória detutela.
3) Valor da causa: o trâmite da ação rescisória no processo
do trabalho é disciplinado pelas normas do CPC, com isso
não há preocupação com o valor da causa. Sempre utilize
uma frase genérica, sem indicação de valors específicos,
salvo se a proposta mencionar o valor da causa.
30 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 712.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
BIBLIOGRAFIA BÁSICA PARA O EXAME DE ORDEM – II FASE
1. CLT “seca” de 2009
2. CLT Comentada: ● Eduardo Gabriel Saad –Editora LTr
OU
● Valentin Carrion
– Editora Saraiva
3. Livro de Súmulas e Orientações Jurisprudenciais –
Comentadas
● Súmulas do TST Comentadas, Raymundo Antonio Carneiro Pinto,
Editora: LTR.
● Orientações Jurisprudenciais do TST: Comentadas, Raymundo
Antonio Carneiro Pinto, Editora: LTR.
4. Direito Material
● Alice Monteiro de Barros, Curso de Direito do Trabalho -
Editora LTr
● Maurício Godinho Delgado, Curso de Direito do Trabalho –
Editora LTr
● Amauri Mascaro Nascimento, Iniciação ao Direito do
Trabalho - Editora LTr (para leitura antes da prova)
● Amauri Mascaro Nascimento – Curso de Direito do Trabalho –
Editora Saraiva
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
5. Direito Processual do Trabalho
● Carlos Henrique Bezerra Leite, Curso de Direito Processual
do Trabalho, Editora LTr;
● Mauro Schiavi, Manual de Direito Processual do Trabalho –
Editora LTr;
● Renato Saraiva, Curso de Direito Processual do Trabalho,
Editora Método;
● Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Corrêa, Curso de
Direito Processual do Trabalho – Editora Saraiva;
● Amauri Mascaro Nascimento, Curso de Direito Processual do
Trabalho – Editora Saraiva
6. Vade Mecum
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
DICAS E MÉTODO DE ESTUDO
Algumas dicas e sugestões para uma boa prova de II Fase.
- Não menospreze as questões. Procure fazê-las da maneira
mais completa e correta. Muitas vezes, é o excelente
aproveitamento em suas respostas que leva à aprovação, mesmo
que a peça não tenha sido bem avaliada.
- A caligrafia e a ortografia, bem como o correto emprego
da língua portuguesa, são um ponto de partida importante para
o êxito na 2a fase da OAB/PR.
- Evite frases longas. A prolixidade é uma das grandes
causas de reprovação na 2a fase de Exame de Ordem. Frases
curtas, objetivas e claras são essenciais.
- Cada argumento deve ser desenvolvido em um tópico
específico, o qual será nominado de forma a evidenciar os
interesses de seu cliente (frases de efeito) e conter
dispositivos legais pertinentes (sempre com a devida
subsunção dos fatos a norma).
- Ao formar os “capítulos” de sua peça (Síntese dos
fatos, preliminares, prejudiciais de mérito, mérito e
pedidos), procure dividir bem os tópicos. Procure seguir uma
ordem esquemática lógica, desenvolvendo primeiro os assuntos
principais e, em seguida, os acessórios.
- Evite juízos de valor na síntese dos fatos. Procure
finalizar os tópicos com frases que demonstrem coesão e
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
coerência do texto, evidenciando, quando for o caso, a
necessidade de reforma da sentença.
- Se bem administrado, o tempo da prova é suficiente.
- A melhor maneira de resolver as peças e questões da
apostila é: a) resolva a primeira proposta de peça e as 05
questões. Não interrompa a resolução e cronometre o seu tempo
de realização. Você deve encarar esta atividade como um
simulado. Isto tornará o treinamento eficaz e auxiliará na
administração do tempo de prova. b) Resolva a segunda
proposta de peça, sem preocupação com o tempo de prova. Isto
o ajudará a disciplinar o seu estudo. Não deixe de resolver
nenhuma das peças ou questões.
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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL. Francisco. Direito Civil: introdução. 5 ed. rev.,atual. e aum. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho.5.ed. rev e ampl. São Paulo: Ltr, 2009.
BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de DireitoAdministrativo. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008.
JORGE NETO. Francisco Ferreira. Direito do Trabalho. 3 ed.Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005.
LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processualdo Trabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009.
PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. OrientaçõesJurisprudenciais do TST: comentadas. São Paulo: Ltr, 2009.
PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Súmulas do TST comentadas.10. ed. São Paulo: Ltr, 2008.
PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal. 3. ed.reform., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais:2006.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil– Teoria Geral do Direito Processual Civil e Processo deConhecimento. 50ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009.
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