CURSO COMPLETO DE PECAS E QUESTOES

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES 2º EXAME DE ORDEM DE 2009 PRÁTICA DE DIREITO DO TRABALHO Prezado Aluno, Além da parte expositiva, a apostila contém: 1. Estrutura das peças – além da disposição das principais peças do processo do trabalho, contém exemplos com explicações detalhadas a fim de auxiliá-lo na elaboração destas. 2. Peças completas também são modelos, mas são baseados em casos concretos, ou seja, são peças prontas. 3. Guia de artigos – a própria apostila é um guia de artigos, súmulas e orientações jurisprudenciais com maior incidência nas provas do Cespe. Os dispositivos estão inseridos de acordo com o desenvolvimento do conteúdo. 4. Dicas de estudos – são conselhos e métodos de estudo, com o intuito de melhorar o rendimento do aluno. 5. Bibliografia – contém a referência bibliográfica indicada para estudar e levar para o exame de ordem. 6. Proposta de peças e questões – a 2ª faze do Exame de Ordem refere-se à prova prática-profissional, sendo esta integralmente discursiva, portanto é essencial que o aluno exercite este modelo de prova. Portanto, encontram-se na apostila, peças e questões já cobradas no exame de ordem, que deverão ser corrigidas pelo curso e posteriormente serão revisadas nas aulas de assistência e de correção em sala, conforme o calendário em anexo. 1

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES

2º EXAME DE ORDEM DE 2009

PRÁTICA DE DIREITO DO TRABALHO

Prezado Aluno,

Além da parte expositiva, a apostila contém:

1. Estrutura das peças – além da disposição das principais

peças do processo do trabalho, contém exemplos com

explicações detalhadas a fim de auxiliá-lo na elaboração

destas.

2. Peças completas – também são modelos, mas são baseados em

casos concretos, ou seja, são peças prontas.

3. Guia de artigos – a própria apostila é um guia de artigos,

súmulas e orientações jurisprudenciais com maior

incidência nas provas do Cespe. Os dispositivos estão

inseridos de acordo com o desenvolvimento do conteúdo.

4. Dicas de estudos – são conselhos e métodos de estudo, com

o intuito de melhorar o rendimento do aluno.

5. Bibliografia – contém a referência bibliográfica indicada

para estudar e levar para o exame de ordem.

6. Proposta de peças e questões – a 2ª faze do Exame de Ordem

refere-se à prova prática-profissional, sendo esta

integralmente discursiva, portanto é essencial que o aluno

exercite este modelo de prova. Portanto, encontram-se na

apostila, peças e questões já cobradas no exame de ordem,

que deverão ser corrigidas pelo curso e posteriormente

serão revisadas nas aulas de assistência e de correção em

sala, conforme o calendário em anexo.

1

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7. Folhas pautadas – estas folhas, localizadas ao final da

apostila, deverão ser destacadas e utilizadas para o

desenvolvimento das peças e questões propostas, as quais

serão protocoladas na recepção do curso, no prazo previsto

no calendário em anexo.

8. Canhotos destacáveis com os números de peças e questões a

serem protocoladas na recepção do Curso: ao realizar o

protocolo, o aluno deve destacar da apostila e grampear o

canhoto correspondente ao conjunto de peças e questões

recebendo o carimbo de protocolo na segunda via do

canhoto.

ÍNDICE

Parte I

PARTE EXPOSITIVA

Processo do Trabalho

1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO

TRABALHO ........................................4

2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO

TRABALHO.........................................5

2.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL

2.2 CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

3. TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO

TRABALHO ....................11

3.1 PROCEDIMENTO SUMÁRIO

2

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3.2 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

3.3 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

3.3.1 COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

3.3.2 COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA

3.3.3 ATOS, PRAZOS E TERMOS

Parte II

PEÇA PASSO A PASSO

Explicação detalhada de como elaborar as principais peçasprocessuais

4. PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA

TRABALHISTA...........................32

4.1 ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

4.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

I. ENDEREÇAMENTO

II. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

III. PRELIMINAR DE MÉRITO

IV. MÉRITO

ORGANIZAÇÃO DO MÉRITO

V. PEDIDO

VI. REQUERIMENTOS FINAIS

VII. VALOR DA CAUSA

5. RESPOSTAS DO

RECLAMADO....................................................

.....124

3

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5.1 CONTESTAÇÃO

5.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA CONTESTAÇÃO

I. ENDEREÇAMENTO

II. QUALIFICAÇÃO

III. PRELIMINAR DE MÉRITO

IV. PREJUDICIAL DE MÉRITO

V. MÉRITO

VI. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

VII. REQUERIMENTOS FINAIS

5.3 EXCEÇÃO

5.4 RECONVENÇÃO

6. TEORIA GERAL DOS

RECURSOS.....................................................

....162

7. RECURSO

ORDINÁRIO....................................................

......................178

8. AGRAVO DE

INSTRUMENTO..................................................

...............205

9. EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO...................................................

..........217

10. RECURSO DE

REVISTA......................................................

....................222

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11. EXECUÇÃO NO PROCESSO DO

TRABALHO......................................239

12. EMBARGOS À

EXECUÇÃO.....................................................

...............243

13. AGRAVO DE

PETIÇÃO......................................................

....................... 253

14. EMBARGOS AO

TST .........................................................

.....................260

15. AÇÕES ESPECIAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO

RESCISÓRIA...................................................

.................................................. 269

Parte III

Otimização do estudo

DICAS E MÉTODOS DE

ESTUDO.......................................................

............289

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS...............................................

...................291

Parte IV

5

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

PEÇAS

Propostas de exercícios para treinamento do candidato

Propostas ...................................................

...................................................291

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PROCESSO DO TRABALHO

1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A justiça do trabalho é composta pelo juiz do trabalho,

Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho,

conforme o artigo 111, CF/88.

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:I – o Tribunal Superior do Trabalho;II – os Tribunais Regionais do Trabalho;III – Juízes do Trabalho.

Este artigo demonstra claramente que o STF não é um

órgão da Justiça do Trabalho.

São órgãos da Justiça do Trabalho:

JUIZ DO TRABALHO TRT TST

Atenção: Existem comarcas que não possuem varas da

Justiça do Trabalho. Nestes casos, os juízes de direito serão

investidos da jurisdição trabalhista. A sentença proferida é

recorrível através da interposição de Recurso Ordinário para

o respectivo Tribunal Regional do Trabalho, de acordo com o

artigo 112 da CF e artigo 668, CLT.

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Art. 112, CF. A lei criará varas daJustiça do Trabalho, podendo, nascomarcas não abrangidas por suajurisdição, atribuí-las aos juízes dedireito, com recurso para o respectivoTribunal Regional do Trabalho.

Art. 668, CLT. Nas localidades nãocompreendidas na jurisdição das Juntasde Conciliação e Julgamento, os Juízosde Direito são os órgãos deadministração da Justiça do Trabalho,com a jurisdição que lhes fordeterminada pela lei de organizaçãojudiciária local.

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2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A competência da Justiça do Trabalho é determinada em

razão da matéria, ou seja, se a demanda versa sobre a relação

de emprego, bem como sobre as verbas de natureza trabalhista

a competência para processar e julgar esta lide é da Justiça

do Trabalho, conforme o artigo 114, CF.

Neste tópico, é fundamental tratar da Emenda

Constitucional nº 45/2004, que foi responsável por uma

significativa ampliação da competência da Justiça do

Trabalho, pois a Justiça do Trabalho passou a ser competente

para processar e julgar não apenas as ações oriundas das

relações de emprego, mas também as ações oriundas das

relações de trabalho.

Note que a relação de emprego é espécie, enquanto a

relação de trabalho é gênero, uma vez que abrange os

empregados, os autônomos, os temporários, os avulsos, etc. A

relação de trabalho envolve um trabalhador e um tomador de

serviços, que remunera o trabalho prestado.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os

entes de direito público externo e da administração pública

direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios;

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;

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III – as ações sobre representação sindical, entre

sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre

sindicatos e empregadores;

IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data,

quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua

jurisdição;

V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição

trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,

decorrentes da relação de trabalho;

VII – as ações relativas às penalidades administrativas

impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das

relações de trabalho;

VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais

previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais,

decorrentes das sentenças que proferir;

IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,

na forma da lei.

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão

eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva

ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,

ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a

Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as

disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como

as convencionadas anteriormente.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§ 3º. Em caso de greve em atividade essencial, com

possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério

Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,

competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

O STF, na ADI n.º 3.395-6/DF, suspendeu toda e qualquer

interpretação dada ao inciso I do art. 114 da Constituição

Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.º

45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a

apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus

servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem

estatutária ou de caráter

jurídico administrativo. Logo, este artigo, ampliado pela EC

45/2004, sofreu uma restrição proveniente da ADI 3.395-6, a

qual excluiu da apreciação da Justiça do Trabalho as relações

trabalhistas entre o Poder Público e seus servidores, quando

esta estiver baseada no regime estatutário ou jurídico

administrativo.

CONCLUSÃO: eventuais demandas entre o Poder Público e o

servidor público estatutário não serão de competência da

Justiça do Trabalho; no entanto as demandas entre o Poder

Público e o servidor público celetista a competência é da

Justiça do Trabalho.

É importante destacar que é competência da Justiça do

Trabalho processar e julgar as ações que visem uma

indenização pelo não cadastramento do empregado no PIS.

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Súmula 300, TST. Compete à Justiça doTrabalho processar e julgar ações deempregados contra empregadores,relativas ao cadastramento no Plano deIntegração Social (PIS).

Também é competência da Justiça do Trabalho a lide que

verse sobre a não concessão das guias do seguro desemprego.

Súmula 389, TST. I - Inscreve-se nacompetência material da Justiça doTrabalho a lide entre empregado eempregador tendo por objeto indenizaçãopelo não fornecimento das guias doseguro desemprego.II - O não fornecimento pelo empregadorda guia necessária para o recebimentodo seguro desemprego dá origem aodireito à indenização.

A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser

declarada pelo Juízo, de ofício, ou mediante alegação das

partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 795, §

1º da CLT e art. 113 do CPC).

Alegada a incompetência material na contestação, deverá

sê-lo como preliminar e não como exceção, pois no âmbito do

processo trabalhista, sob a forma de exceção, alega-se a

incompetência em razão do lugar e o impedimento ou suspeição

do juiz.

2.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL

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A competência territorial na Justiça do Trabalho é

determinada pelo local de PRESTAÇÃO dos serviços. Esta regra

geral está disposta no caput do artigo 651, CLT:Art. 651. A competência das Juntas deConciliação e Julgamento é determinadapela localidade onde o empregado,reclamante ou reclamado, prestarserviços ao empregador, ainda que tenhasido contratado noutro local ou noestrangeiro.

Este artigo da CLT é composto por três parágrafos que

prevêem exceções a regra geral apresentada pelo caput.

a) Empregados agente ou viajante comercial – art. 651, §

1º:

§ 1º – Quando for parte no dissídioagente ou viajante comercial, acompetência será da Junta da localidadeem que a empresa tenha agência oufilial e a esta o empregado estejasubordinado e, na falta, serácompetente a Junta da localização emque o empregado tenha domicílio ou alocalidade mais próxima.

b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os

empregados brasileiros trabalhando no estrangeiro – art.

652, § 2º, CLT:

§ 2º – A competência das Juntas deConciliação e Julgamento, estabelecidaneste artigo, estende-se aos dissídiosocorridos em agência ou filial noestrangeiro, desde que o empregado seja

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brasileiro e não haja convençãointernacional dispondo em contrário.

Em regra, o empregado brasileiro que presta serviços no

exterior subordina-se as normas do direito material do país

onde está prestando serviços, conforme Súmula 207 do TST

(princípio da lex loci executionis). Pode, todavia, propor a

ação no Brasil, desde que não haja tratado internacional em

sentido contrário. Para alguns o foro será o sede ou filial

da empresa no Brasil ou do local da contratação antes do

empregado ir para o exterior.

Invocando lei material estrangeira, deverá provar a sua

vigência, conforme previsto no CPC.

Súmula 207, TST. A relação jurídicatrabalhista é regida pelas leisvigentes no país da prestação deserviço e não por aquelas do local dacontratação.

c) Empregador que promove realização de atividade fora do

lugar do contrato – art. 651, § 3º:§ 3º – Em se tratando de empregador quepromova realização de atividades forado lugar do contrato de trabalho, éassegurado ao empregado apresentarreclamação no foro da celebração docontrato ou no da prestação dosrespectivos serviços.

São exemplos, as companhias teatrais ou circos. A regra

do § 3º, do art. 651, aplica-se também aos motoristas de

ônibus, contratados em Curitiba, para fazer a linha Curitiba

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

– Recife. Estes poderão propor a ação tanto em Curitiba como

em Recife.

2.2 CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

No processo do trabalho, a competência territorial pode

sofrer prorrogação legal ou voluntária tácita.

a) Prorrogação Legal: mudança operada em virtude de

conexão, ou continência. A lei atribui competência a um órgão

jurisdicional quando ele normalmente não a teria, objetivando

evitar decisões conflitantes entre dois órgãos distintos.

Diante do fenômeno da conexão ou continência aplica-se,

subsidiariamente, o CPC, artigos 105 e 106:

Art. 105. Havendo conexão oucontinência, o juiz, de ofício ou arequerimento de qualquer das partes,pode ordenar a reunião de açõespropostas em separado, a fim de quesejam decididas simultaneamente.Art. 106. Correndo em separado açõesconexas perante juízes que têm a mesmacompetência territorial, considera-seprevento aquele que despachou emprimeiro lugar.

Apesar da norma prevista pelo artigo 106, no processo do

trabalho a prevenção é fixada em razão da distribuição e não

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

do despacho, pois não há um despacho inicial ordenando a

citação do réu, o que é feito automaticamente.

b) Prorrogação voluntária tácita: Como a competência em

razão do lugar é relativa, não havendo, no momento oportuno,

a argüição de incompetência territorial por parte do réu,

prorroga-se a competência territorial para aquele Juízo que

originariamente não a teria. Portanto, o réu deverá

apresentar na primeira audiência a exceção de incompetência,

sob pena de ser prorrogada e o juízo tornar-se competente

para julgar a demanda.

No processo do trabalho em regra não é admitido foro de

eleição (que seria hipótese de prorrogação de competência

expressa), porque as normas de fixação de competência são de

ordem pública, ditadas no interesse do empregado.

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3. TIPOS PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO

SUMÁRIO até 2 salários mínimos PROCEDIMENTO

COMUM SUMARÍSSIMO 2 a 40 salários mínimos

ORDINÁRIO mais de 40 sal. mínimos

O rito do processo é estabelecido em função do valor da lide.

Observação: o salário mínimo é nacional e corresponde a R$

678,00.

SUMÁRIO

Lei 5.584/70

DISPOSITIVOS LEGAIS SUMARÍSSIMO Artigo 852-A e ss,

CLT

ORDINÁRIO

Artigo 837 e ss, CLT

3.1 PROCEDIMENTO SUMÁRIO

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O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70,

tem a finalidade de garantir maior celeridade aos processos

trabalhistas cujo valor não ultrapasse dois salários mínimos.

Estas causas trabalhistas, também chamadas de “causas de

alçada”, possuem uma característica relevante determinada

pelo artigo 2°, §4° desta Lei.

Nenhum recurso é cabível da decisão proferida nas causas

que seguem o rito sumário, EXCETO se versar sobre matéria

constitucional, caso em que caberá a interposição de recurso

extraordinário para apreciação pelo STF.

§ 4º. Salvo se versarem sobre matériaconstitucional, nenhum recurso caberádas sentenças proferidas nos dissídiosda alçada a que se refere o parágrafoanterior, considerado, para esse fim, ovalor do salário mínimo à data doajuizamento da ação.

Observe que a possibilidade de interposição de recurso

extraordinário se dá por força da disposição constitucional,

estabelecida no artigo 102, III, segundo o qual compete ao

STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas

decididas em única ou última instância. Portanto, as decisões

proferidas nas causas trabalhistas que não ultrapassem dois

salários não cabem nenhum recurso trabalhista, uma vez que o

STF não é um órgão da Justiça do Trabalho.

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Corroborando a disposição deste §4, tem-se a súmula 640

do STF:

É cabível recurso extraordinário contradecisão proferida por juiz de primeirograu nas causas de alçada, ou por turmarecursal de juizado especial cível ecriminal.

Note que a promulgação da Constituição é posterior a

referida Lei. O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

(art. 5º, LV, CF), bem como o impedimento da vinculação do

salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV, CF), gerou

dúvidas quanto a constitucionalidade do §4º, art. 2º desta

Lei. O entendimento do TST, proferido através da súmula 356,

afirma que a norma foi recepcionada pela Constituição.

Sinteticamente, a fundamentação da súmula sustenta que o

Princípio do Duplo Grau de Jurisdição não é um princípio

constitucional, ademais o contraditório e a ampla defesa

podem ser exercidos em uma única instância. E, em relação ao

salário mínimo, a intenção do legislador era de vedar a

utilização do mesmo como critério de reajustes dos salários

daqueles empregados que percebem mais do que o mínimo legal.

Nada impede que o salário mínimo seja utilizado como base

para a fixação do rito do processo, inclusive a Lei 9.957/00

que incluiu o rito sumaríssimo no processo do trabalho, tem o

salário mínimo como base, fato que reforça o entendimento do

TST.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 356. O artigo 2°, §4°, da Lei n.5.584, de 26.6.1970 foi recepcionadopela CF/88, sendo lícita a fixação dovalor da alçada com base no saláriomínimo.

O artigo 4º desta Lei também traz uma informação

importante, pois autoriza o juiz a impulsionar o processo ex

officio, desde que os empregados ou empregadores reclamarem

pessoalmente.

Art. 4º. Nos dissídios de alçadaexclusivos das Juntas naqueles em queos empregados ou empregadoresreclamarem pessoalmente, o processopoderá ser impulsionado de ofício pelojuiz.

Por fim, faz-se necessária a análise da súmula 303, TST:

Súmula 303. I - Em dissídio individual,está sujeita ao duplo grau dejurisdição, mesmo na vigência daCF/1988, decisão contrária à FazendaPública, salvo: a) quando a condenaçãonão ultrapassar o valor correspondentea 60 (sessenta) salários mínimos; b)quando a decisão estiver em consonânciacom decisão plenária do SupremoTribunal Federal ou com súmula ouorientação jurisprudencial do TribunalSuperior do Trabalho.

Influenciada pela nova redação do artigo 475 do CPC, a

referida súmula resolve que “não há remessa necessária nas

causas de valor até 60 salários mínimos. Logo, na esteira da

súmula 303, TST, não se mostra incompatível a adoção do

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

procedimento sumário nas causas em que figurem entes

públicos, desde que o valor da causa seja igual ou inferior a

2 salários mínimos. A razão é simples: não há vedação legal

expressa, tal como ocorre com o procedimento sumaríssimo

(art. 852-A, § único, CLT).”1

A súmula possui mais dois incisos, que apresentam duas

exceções em relação a dispensa da remessa necessária.

II - Em ação rescisória, a decisãoproferida pelo juízo de primeiro grauestá sujeita ao duplo grau dejurisdição obrigatório quandodesfavorável ao ente público, excetonas hipóteses das alíneas "a" e "b" doinciso anterior.

Tratando-se de decisão desfavorável ao ente público, na

ação rescisória, é obrigatório o reexame necessário pelo

Tribunal Regional do Trabalho jurisdicionalmente competente.

III - Em mandado de segurança, somentecabe remessa ex officio se, na relaçãoprocessual, figurar pessoa jurídica dedireito público como parte prejudicadapela concessão da ordem. Tal situaçãonão ocorre na hipótese de figurar nofeito como impetrante e terceirointeressado pessoa de direito privado,ressalvada a hipótese de matériaadministrativa.

1 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7.ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 299.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A exceção prevista neste inciso exige dois requisitos: o

ato contra o qual se insurge deve ter causado algum prejuízo

ao ente público; a discussão de matéria administrativa no

mandado de segurança.

Não há legislação específica quanto ao procedimento da

audiência no procedimento sumário, portanto, aplica-se,

subsidiariamente, as normas do procedimento ordinário.

3.2 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

A Lei nº 9.957, de 12 de janeiro de 2000, trouxe uma

série de alterações no texto da Consolidação das Leis do

Trabalho, com a inserção dos seguintes artigos: 852-A até

852-I, CLT, 895, § 1º, I e II, CLT e § 2º, 896, CLT, § 6º,

897-A, CLT. O procedimento sumaríssimo, assim como o

procedimento sumário, visa a celeridade e economia

processual.

Art. 852-A, CLT. Os dissídiosindividuais cujo valor não exceda aquarenta vezes o salário mínimo vigentena data do ajuizamento da reclamaçãoficam submetidos ao procedimentosumaríssimo.Parágrafo único. Estão excluídas doprocedimento sumaríssimo as demandas emque é parte a Administração Públicadireta, autárquica e fundacional.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A compreensão da exceção prevista no § único exige o

domine a idéia de administração pública direta e

administração pública indireta.

Verifique o seu conhecimento em relação a este assunto

através do exercício:

( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a

administração indireta.

( ) O procedimento sumaríssimo não se aplica a

administração direta.

( ) O procedimento sumaríssimo é aplicado na

administração indireta.

A administração pública federal está prevista no

Decreto-Lei 200/67, no artigo 4 º:Art. 4º. A administração federalcompreende:I - a administração direta, que seconstitui dos serviços integrados naestrutura administrativa da Presidênciada República e dos ministérios;II - a administração indireta, quecompreende as seguintes categorias deentidades, dotadas de personalidadejurídica própria:a) autarquias;b) empresas públicas;c) sociedades de economia mista;d) fundações públicas.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A administração direta, portanto, abrange o poder

executivo da União, dos Estados e dos Municípios e as

demandas, em que figurarem, seguirão o procedimento ordinário

ou sumário.

Já a administração indireta abarca quatro entidades,

dentre estas estão excluídas da exceção prevista pelo artigo

a sociedade de economia mista e a empresa pública. Isto

ocorre porque estas entidades exploram a atividade econômica,

de modo que não seria lógico gozarem dos benefícios

concedidos a administração pública no exercício de funções

públicas, ocasionaria uma desigualdade de mercado em relação

aos particulares. Conclui-se que a sociedade de economia

mista e a empresa pública equiparam-se ao particular.

O professor Bittencourt, com maestria, leciona que

“sociedades de economia mista e empresas públicas são pessoas

jurídicas de direito privado cuja criação é autorizada por

lei específica (art. 37, XIX, CF), submetidas ao controle

estatal, com vinculação aos fins definidos na lei

instituidora, para exercer atividade econômica, seja para

intervenção do Estado no domínio econômico (art. 173, CF),

seja para prestação de serviço público (art. 175, CF).”2

2 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008. p. 62.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 852-B. Nas reclamações enquadradasno procedimento sumaríssimo:I - o pedido deverá ser certo oudeterminado e indicará o valorcorrespondente;II - não se fará citação por edital,incumbindo ao autor a correta indicaçãodo nome e endereço do reclamado;III - a apreciação da reclamação deveráocorrer no prazo máximo de quinze diasdo seu ajuizamento, podendo constar depauta especial, se necessário, deacordo com o movimento judiciário daJunta de Conciliação e Julgamento.§ 1º O não atendimento, peloreclamante, do disposto nos incisos I eII deste artigo importará noarquivamento da reclamação e condenaçãoao pagamento de custas sobre o valor dacausa.§ 2º As partes e advogados comunicarãoao juízo as mudanças de endereçoocorridas no curso do processo,reputando-se eficazes as intimaçõesenviadas ao local anteriormenteindicado, na ausência de comunicação.

No procedimento sumaríssimo é fundamental que os pedidos

formulados sejam líquidos. Cada pedido do reclamante deverá

especificar qual é o valor requerido, sob pena de

arquivamento da reclamatória trabalhista. Também resultará o

arquivamento do processo, se o reclamante não fornecer o

endereço correto do reclamado, tendo em vista que é vedada a

citação por edital neste procedimento.

Art. 852-C. As demandas sujeitas a ritosumaríssimo serão instruídas e julgadasem audiência única, sob a direção de

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

juiz presidente ou substituto, quepoderá ser convocado para atuarsimultaneamente com o titular.

Art. 852-E. Aberta a sessão, o juizesclarecerá as partes presentes sobreas vantagens da conciliação e usará osmeios adequados de persuasão para asolução conciliatória do litígio, emqualquer fase da audiência.

Art. 852-H. Todas as provas serãoproduzidas na audiência de instrução ejulgamento, ainda que não requeridaspreviamente.§ 1º Sobre os documentos apresentadospor uma das partes manifestar-se-áimediatamente a parte contrária, seminterrupção da audiência, salvoabsoluta impossibilidade, a critério dojuiz.§ 2º As testemunhas, até o máximo deduas para cada parte, comparecerão àaudiência de instrução e julgamentoindependentemente de intimação.§ 3º Só será deferida intimação detestemunha que, comprovadamenteconvidada, deixar de comparecer. Nãocomparecendo a testemunha intimada, ojuiz poderá determinar sua imediatacondução coercitiva. § 4º Somente quando a prova do fato oexigir, ou for legalmente imposta, serádeferida prova técnica, incumbindo aojuiz, desde logo, fixar o prazo, oobjeto da perícia e nomear perito. § 5º (VETADO)§ 6º As partes serão intimadas amanifestar-se sobre o laudo, no prazocomum de cinco dias.§ 7º Interrompida a audiência, o seuprosseguimento e a solução do processodar-se-ão no prazo máximo de trintadias, salvo motivo relevantejustificado nos autos pelo juiz dacausa.

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O procedimento sumaríssimo caracteriza-se pela audiência

una, ou seja, todos os atos da audiência inicial, bem como os

de instrução e julgamento, realizar-se-ão em uma audiência.

As partes devem observar o limite máximo de duas

testemunhas, as quais deverão comparecer espontaneamente na

audiência. Caso a testemunha não se apresente, o juiz só

determinará a intimação da mesma, diante da apresentação do

convite. Se porventura, após a intimação a testemunha não

compareça na audiência, será ordenada a condução coercitiva e

o pagamento de multa.

O artigo 852-E, CLT instrui que o juiz detém a faculdade

de realizar a tentativa conciliatória em qualquer momento da

audiência.

1. Tentativa

conciliatória

AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não

for dispensada)

PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado

SUMARÍSSIMO 4. Impugnação aos documentos *

5. Depoimento das partes

6. Oitiva das testemunhas

peritos e técnicos

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

7. Razões Finais

8. Sentença

* Impugnação aos documentos: a audiência una obriga o

reclamante a impugnar todos os documentos apresentados pelo

reclamado oralmente naquela sessão.

3.3 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

No procedimento ordinário, a audiência pode ser una ou

até tripartida, da seguinte maneira: “audiência de

conciliação” ou “inicial”, “audiência de instrução” e

“audiência de julgamento”, cujas normas do rito ordinário

estão dispostas nos artigos 837 ao 852 da CLT.

1. Primeira tentativa

conciliatória

AUDIÊNCIA NO 2. Leitura da petição inicial (se não

for dispensada)

PROCEDIMENTO 3. Resposta do reclamado

ORDINÁRIO 4. Depoimento das partes

5. Oitiva das

testemunhas, peritos e técnicos

6. Razões finais

7. Segunda tentativa

conciliatória

8. Sentença

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

→ Primeira tentativa conciliatória

Aberta a sessão, o juiz deverá conciliar as partes. Além

desta, o juiz antes de proferir a sentença, logo após as

razões finais fará a segunda tentativa conciliatória. Ambas

são obrigatórias e devem ser propostas nos momentos legais

mencionados, em face dos artigos 846 e 850, CLT,

respectivamente.

Art. 846. Aberta a audiência, o juiz oupresidente proporá a conciliação.§ 1º Se houver acordo lavrar-se-átermo, assinado pelo presidente e peloslitigantes, consignando-se o prazo edemais condições para seu cumprimento. § 2º Entre as condições a que se refereo parágrafo anterior, poderá serestabelecida a de ficar a parte que nãocumprir o acordo obrigada a satisfazerintegralmente o pedido ou pagar umaindenização convencionada, sem prejuízodo cumprimento do acordo.

Art. 850. Terminada a instrução,poderão as partes aduzir razões finais,em prazo não excedente de 10 (dez)minutos para cada uma. Em seguida, ojuiz ou presidente renovará a propostade Conciliação, e não se realizandoesta, será proferida a decisão.Parágrafo único. O Presidente da Junta,após propor a solução do dissídio,tomará os votos dos Juízes classistase, havendo divergência entre estes,poderá desempatar ou proferir decisãoque melhor atenda ao cumprimento da leie ao justo equilíbrio entre os votosdivergentes e ao interesse social.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

→ Resposta do reclamado

O reclamado sempre oferecerá a sua defesa na audiência

para a qual foi notificado. Há três modalidades de resposta

que o reclamado poderá apresentar em juízo: contestação,

exceção e reconvenção (art. 297, CPC).

As espécies de resposta do réu serão analisadas no

decorrer do curso. Por ora, basta mencionar que é comum

apresentar ao juiz do trabalho a contestação/exceção escrita.

No entanto, destaca-se que é direito do reclamado aduzir a

sua defesa oralmente no prazo de 20 minutos.

Art. 847. Não havendo acordo, oreclamado terá vinte minutos paraaduzir sua defesa, após a leitura dareclamação, quando esta não fordispensada por ambas as partes. Art. 849. A audiência de julgamentoserá contínua; mas, se não forpossível, por motivo de força maior,concluí-la no mesmo dia, o juiz oupresidente marcará a sua continuaçãopara a primeira desimpedida,independentemente de nova notificação.

→ Depoimento das partes

O depoimento das partes dá início a audiência de

instrução e julgamento, quando o ato for fracionado. A

finalidade do depoimento pessoal é extrair da outra parte a

sua confissão. Portanto, é direito do reclamante o depoimento

pessoal do reclamado e vice-versa, de forma que o depoimento

pessoal do reclamado só pode ser dispensado pelo reclamante,

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

assim como o depoimento pessoal do reclamante só poderá ser

dispensado pelo reclamado.

A reclamante dará o seu depoimento pessoal e, em

seguida, o reclamado.

→ Oitiva de testemunhas peritos e técnicos

As partes devem respeitar o limite de três testemunhas,

SALVO quando se tratar de inquérito de apuração de falta

grave em que o limite é de seis testemunhas para cada uma das

partes.

A testemunha que não comparecer na data da audiência

será intimada de ofício ou a requerimento da parte, sendo

possível a sua condução coercitiva.

Art. 821. Cada uma das partes nãopoderá indicar mais de 3 (três)testemunhas, salvo quando se tratar deinquérito, caso em que esse númeropoderá ser elevado a 6 (seis).

Art. 825. As testemunhas comparecerão àaudiência independentemente denotificação ou intimação.Parágrafo único. As que nãocomparecerem serão intimadas, exofficio ou a requerimento da parte,ficando sujeitas a condução coercitiva,além das penalidades do Art. 730, caso,sem motivo justificado, não atendam àintimação.

Não confunda: no procedimento sumaríssimo, o juiz só ordenará

a intimação de testemunha se restar comprovado o convite. Já

31

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

no procedimento ordinário, não há a exigência deste

requisito.

LIMITE DE SUMARÍSSIMO 2

TESTEMUNHAS

TESTEMUNHAS ORDINÁRIO 3

TESTEMUNHAS

INQUÉRITO

6 TESTEMUNHAS

→ Razões finais, 2ª tentativa conciliatória e sentença

Após a oitiva das testemunhas, peritos e técnicos,

finaliza-se a instrução do processo. Neste momento é direito

das partes apresentar suas razões finais no prazo máximo de

10 minutos para cada uma das partes. Em seguida o juiz

proporá a segunda tentativa conciliatória e, caso esta reste

infrutífera, proferirá sua decisão.

A eventual conciliação entre as partes não obrigará o

juiz a homologar o acordo celebrado, uma vez que a

homologação de acordo é uma faculdade do juiz. Súmula 418. A concessão de liminar ou ahomologação de acordo constituemfaculdade do juiz, inexistindo direitolíquido e certo tutelável pela via domandado de segurança.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A homologação do juiz de um acordo celebrado na Justiça

do Trabalho dá origem a sentença homologatória de acordo, que

transita em julgado na data da homologação e,

conseqüentemente, é irrecorrível para as partes . Somente a

União é que poderá recorrer desta sentença, por meio do

recurso ordinário, cuja matéria versará exclusivamente em

relação as contribuições previdenciárias. Art. 831. A decisão será proferidadepois de rejeitadas pelas partes aproposta de conciliação.Parágrafo único. No caso deconciliação, o termo que for lavradovalerá como decisão irrecorrível, salvopara a Previdência Social quanto àscontribuições que lhe forem devidas.

Súmula 100, inciso V. O acordohomologado judicialmente tem força dedecisão irrecorrível, na forma do art.831 da CLT. Assim sendo, o termoconciliatório transita em julgado nadata da sua homologação judicial.

Nota: apesar de constar no texto legal que a Previdência

Social poderá recorrer desta sentença, desde 2007, a União

que é parte neste processo, em virtude da Lei 11.457/07 (Lei

da Super Receita), que unificou a arrecadação e fiscalização

dos tributos da antiga Receita Federal e contribuições da

Previdência Social.

3.3.1 COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O escopo da comissão de conciliação prévia é a

realização de acordo extrajudicial entre as partes

conflitantes. A CCP é competente para conciliar apenas os

conflitos individuais do trabalho.

Possuem formação paritária, sendo que metade dos seus

membros são indicados pelo empregador e a outra metade é

eleita pelos empregadores e pode ser constituída no âmbito da

empresa ou do sindicato. Apenas os empregados eleitos são

detentores de estabilidade, que lhe é garantida até um ano

após o término do mandato, exceto diante de falta grave.

Art. 625-A. As empresas e os sindicatospodem instituir Comissões deConciliação Prévia, de composiçãoparitária, com representantes dosempregados e dos empregadores, com aatribuição de tentar conciliar osconflitos individuais do trabalho.Parágrafo único. As Comissões referidasno caput deste artigo poderão serconstituídas por grupos de empresas outer caráter intersindical.Art. 625-B. A Comissão instituída noâmbito da empresa será composta de, nomínimo, dois e, no máximo, dez membros,e observará as seguintes normas:I - a metade de seus membros seráindicada pelo empregador e a outrametade eleita pelos empregados, emescrutínio secreto, fiscalizado pelosindicato da categoria profissional;II - haverá na Comissão tantossuplentes quantos forem osrepresentantes titulares;III - o mandato dos seus membros,titulares e suplentes, é de um ano,permitida uma recondução.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membrosda Comissão de Conciliação Prévia,titulares e suplentes, até um ano apóso final do mandato, salvo se cometeremfalta grave, nos termos da lei.§ 2º O representante dos empregadosdesenvolverá seu trabalho normal naempresa, afastando-se de suasatividades apenas quando convocado paraatuar como conciliador, sendo computadocomo tempo de trabalho efetivo odespendido nessa atividade.

Art. 625-C. A Comissão instituída noâmbito do sindicato terá suaconstituição e normas de funcionamentodefinidas em convenção ou acordocoletivo.

A passagem pela comissão de conciliação prévia era

obrigatória, segundo a disposição do artigo 625-D, CLT. O

reclamante não tinha acesso a Justiça do Trabalho sem a

submissão preliminar a comissão de conciliação prévia.

Recentemente o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em

duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI

2160), a fim de restringir a aplicabilidade deste artigo da

CLT. O STF reputou caracterizada a ofensa ao princípio do

livre acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Portanto

concedeu liminar, por maioria de votos, com o objetivo de

suspender a obrigatoriedade de submissão da lide à comissão

de conciliação prévia.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

CONCLUSÃO: o caput do artigo 625-D, CLT está suspenso, por

força da liminar concedida, de modo que a passagem pela

comissão de conciliação prévia é facultativa.

→ Para informações sobre a ADI 2139 e a ADI 2160:

informativo nº 546 STF.

Art. 625-D. Qualquer demanda denatureza trabalhista será submetida àComissão de Conciliação Prévia se, nalocalidade da prestação de serviços,houver sido instituída a Comissão noâmbito da empresa ou do sindicato dacategoria.§ 1º. A demanda será formulada porescrito ou reduzida a termo porqualquer dos membros da Comissão, sendoentregue cópia datada e assinada pelomembro aos interessados.§ 2º. Não prosperando a conciliação,será fornecida ao empregado e aoempregador declaração da tentativaconciliatória frustrada com a descriçãode seu objeto, firmada pelos membros daComissão, que deverá ser juntada àeventual reclamação trabalhista.§ 3º. Em caso de motivo relevante queimpossibilite a observância doprocedimento previsto no caput desteartigo, será a circunstância declaradana petição inicial da ação intentadaperante a Justiça do Trabalho.§ 4º. Caso exista, na mesma localidadee para a mesma categoria, Comissão deempresa e Comissão sindical, ointeressado optará por uma delas parasubmeter a sua demanda, sendocompetente aquela que primeiro conhecerdo pedido.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A CCP possui o prazo de 10 dias para realizar a sessão

conciliatória, a partir da data de entrada do processo.

Durante este lapso temporal, o prazo prescricional do

reclamante será suspenso. Note que o prazo volta a ser

contado, após os 10 dias, independente da realização da

sessão conciliatória. Diante disso, o reclamante possui a

faculdade de requerer uma declaração de tentativa

conciliatória frustrada ou de aguardar a realização da

sessão. Esta declaração de tentativa conciliatória frustrada

também é fornecida quando, realizada a sessão, esta resta

infrutífera (art. 625-D, § 2, CLT).

Mas se as partes acordarem, a CCP lavrará o termo do

acordo, o qual constituíra um título executivo extrajudicial.

Este título, proveniente do acordo celebrado na CCP, tem

EFICÁCIA LIBERATÓRIA GERAL, ou seja, dá quitação ao contrato

de trabalho como um todo. Logo, impede que o reclamante

ingresse com nova reclamação na Justiça do Trabalho. Somente

diante de ressalvas expressas no acordo é que seria possível

ingressar com uma RT, que estaria restrita a matéria

ressalvada, tendo em vista que o restante encontra-se quitado

pelo acordo celebrado.Art. 625-E. Aceita a conciliação, serálavrado termo assinado pelo empregado,pelo empregador ou seu preposto e pelosmembros da Comissão, fornecendo-secópia às partes.Parágrafo único. O termo de conciliaçãoé título executivo extrajudicial e teráeficácia liberatória geral, exceto

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

quanto às parcelas expressamenteressalvadas.Art. 625-F. As Comissões de ConciliaçãoPrévia têm prazo de dez dias para arealização da sessão de tentativa deconciliação a partir da provocação dointeressado.Parágrafo único. Esgotado o prazo sem arealização da sessão, será fornecida,no último dia do prazo, a declaração aque se refere o § 2ºdo Art. 625-D.Art.625-G. O prazo prescricional serásuspenso a partir da provocação daComissão de Conciliação Prévia,recomeçando a fluir, pelo que lheresta, a partir da tentativa frustradade conciliação ou do esgotamento doprazo previsto no Art. 625-F.

COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

AcordoNão há acordo

Título Executivo Extrajudicial Declaração de tentativa

(art.876, CLT)Conciliatória frustrada

Eficácia liberatória geral: dáquitação ao contrato de trabalho, exceto

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

quanto às parcelas expressamente ressalvadas.

3.3.2 COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA

O não comparecimento do reclamante na audiência inicial

gerará o arquivamento da reclamatória. E, se o reclamante der

causa ao segundo arquivamento do processo em razão do não

comparecimento, perderá o direito de ingressar com nova ação

pelo período de seis meses.

O não comparecimento do reclamado importará na revelia e

na confissão ficta, ou seja, é uma confissão presumida e não

uma confissão real. Caso o reclamante não compareça na

audiência em prosseguimento (instrução e julgamento)

acarretará a confissão ficta, conforme os ensinamentos da

súmula 74, TST.

Obs: se o reclamante apresentar uma RT verbal ao distribuidor

e não comparecer à Vara do Trabalho para reduzir a termo,

mesmo que seja a primeira vez que o fato tenha ocorrido, será

impedido de ingressar com nova ação por seis meses (art. 731,

CLT).Art. 844. O não comparecimento doreclamante à audiência importa oarquivamento da reclamação, e o nãocomparecimento do reclamado importarevelia, além de confissão quanto àmatéria de fato.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto,motivo relevante, poderá o presidentesuspender o julgamento, designando novaaudiência.

Súmula 74. I - Aplica-se a pena deconfissão à parte que, expressamenteintimada com aquela comunicação, nãocomparecer à audiência emprosseguimento, na qual deveria depor. II - A prova pré-constituída nos autospode ser levada em conta para confrontocom a confissão ficta (art. 400, I,CPC), não implicando cerceamento dedefesa o indeferimento de provasposteriores.

Note que as situações apresentadas acima referem-se as

conseqüências do não comparecimento das partes, quadro

totalmente distinto daqueles em que as partes se fazem

substituir na audiência.

O reclamante será escusado do comparecimento em

audiência somente por causa de doença ou outro motivo

poderoso e será representado pelo sindicato ou outro

empregado da mesma profissão. Já o reclamado pode ser

substituído sempre pelo gerente ou qualquer outro preposto, é

uma faculdade legal do reclamado. Art. 843. Na audiência de julgamentodeverão estar presentes o reclamante eo reclamado, independente docomparecimento de seus representantes,salvo nos casos de ReclamatóriasPlúrimas ou Ações de cumprimento,quando os empregados poderão fazer-serepresentar pelo Sindicato de suacategoria.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§ 1º. É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualqueroutro preposto que tenha conhecimentodo fato, e cujas declarações obrigarãoo proponente.§ 2º. Se por doença ou qualquer outromotivo poderoso, devidamentecomprovado, não for possível aoempregado comparecer pessoalmente,poderá fazer-se representar por outroempregado que pertença à mesmaprofissão, ou pelo seu sindicato.

O preposto deverá estar com a carta de preposição e suas

declarações obrigarão o proponente. Além disso, a súmula 377,

TST exige que este seja empregado do reclamado, excetuando-se

desta exigência o micro e pequeno empresário, que poderá ser

substituído por qualquer terceiro que tenha conhecimento dos

fatos; e as reclamações de domésticas, nas quais o reclamado

poderá ser substituído por outro membro família.

Súmula 377. Exceto quanto à reclamaçãode empregado doméstico, ou contra omicro e pequeno empresário, o prepostodeve ser necessariamente empregado doreclamado. Inteligência do art. 843, §1º, da CLT e do art. 54 da LeiComplementar nº 123, de 14 de dezembrode 2006.

Quando Por quemRECLAMANTE Em caso de doença,

ou outro motivopoderoso.

Por outro empregadoda mesma profissãoou pelo sindicato.

RECLAMADO Gerente ou outropreposto. Será

41

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Sempre necessariamenteempregado daempresa, salvo oscasos previstosSúmula 377, TST.

3.3.3 ATOS, PRAZOS E TERMOS

CITAÇÃO X INTIMAÇÃO

É o ato pelo qual se chama a juízo É o ato

pelo qual se dá ciência a

o réu ou o interessado a fim de se alguém

dos atos e termos do

defender (art. 213, CPC)

processo, para que faça ou deixe

de fazer alguma coisa (art. 234, CPC).

Observe que a CLT utiliza o vocábulo “notificação” ora

como sinônimo de citação, ora como sinônimo de intimação.

A notificação postal é a regra no processo do trabalho.

O reclamante ajuíza a reclamatória trabalhista perante a

Justiça do Trabalho, esta será distribuída para uma Vara do

Trabalho. A partir do momento em que a petição inicial foi

recebida, o escrivão possui um prazo de 48 horas para enviar

uma notificação postal ao reclamado, na qual constará a

42

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

segunda via da RT, bem como a data de audiência para a

apresentação de defesa.

Art. 841. Recebida e protocolada areclamação, o escrivão ou chefe desecretaria, dentro de 48 (quarenta eoito) horas, remeterá a segunda via dapetição, ou do termo, ao reclamado,notificando-o ao mesmo tempo, paracomparecer à audiência de julgamento,que será a primeira desimpedida, depoisde 5 (cinco) dias.§ 1º. A notificação será feita emregistro postal com franquia. Se oreclamado criar embaraços ao seurecebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, insertono jornal oficial ou no que publicar oexpediente forense, ou, na falta,afixado na sede da Junta ou Juízo.§ 2º. O reclamante será notificado noato da apresentação da reclamação ou naforma do parágrafo anterior.

A data da audiência será designada a partir de cinco

dias, contados somente após 48 horas do envio da notificação

postal, este prazo configura a 1ª desimpedida. A contagem do

prazo inicia-se depois de 48 horas, pois a partir deste

momento presume-se recebida a notificação postal pelo

reclamado, garantindo-lhe o prazo de cinco dias para a

elaboração de sua defesa.

A notificação por qualquer pessoa: empregados,

zeladores, pessoa com poderes, caixa postal.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 16, TST. Presume-se recebida anotificação 48 (quarenta e oito) horasdepois de sua postagem. O seu nãorecebimento ou a entrega após o decursodesse prazo constitui ônus de prova dodestinatário.

Verifique o esquema com todas as fases para facilitar a

memorização:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

distribuição

VARA DO TRABALHO

48 horas

NOTIFICAÇÃO POSTAL

48 horas

PRESUNÇÃO DE RECEBIMENTO

5 dias – 1ª DESIMPEDIDA

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

AUDIÊNCIA(apresentação de defesa)

Atenção: em relação aos prazos existem vários dispositivos

relevantes!

A súmula 1 do TST afirma que se o reclamado for intimado

na sexta-feira a contagem do prazo iniciará no próximo dia

útil (por exemplo, segunda-feira, salvo se não houver

expediente).

Súmula 1. Quando a intimação tiverlugar na sexta-feira, ou a publicaçãocom efeito de intimação for feita nessedia, o prazo judicial será contado dasegunda-feira imediata, inclusive,salvo se não houver expediente, caso emque fluirá do dia útil que se seguir.

A súmula 262 do TST também se refere ao início da

contagem de prazo, no entanto quando a intimação é realizada

no sábado. Nestes casos, entende o TST que a intimação será

considerada realizada no próximo dia útil (segunda-feira, por

exemplo) e que, diante disso, o prazo começa a fluir no dia

seguinte (terça-feira, por exemplo).

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 262. I - Intimada ou notificadaa parte no sábado, o início do prazo sedará no primeiro dia útil imediato e acontagem, no subseqüente. II - O recesso forense e as fériascoletivas dos Ministros do TribunalSuperior do Trabalho (art. 177, § 1º,do RITST) suspendem os prazosrecursais.

A OJ 310 da SDI – I do TST traz importante norma em

relação aos prazos processuais. O processo do trabalho admite

o litisconsórcio, isto é, a pluralidade de litigantes no pólo

da lide. Também é permitido que os litisconsortes possuam

procuradores diferentes, contudo não gozaram do benefício de

ter seus prazos contados em dobro como ocorre no processo

civil, posto que é contrário ao princípio da celeridade

processual. OJ 310, SDI – 1, TST. A regra contidano art. 191 do CPC é inaplicável aoprocesso do trabalho, em face de suaincompatibilidade com o princípio daceleridade inerente ao processotrabalhista.

Apesar de o prazo ser simples para os litisconsortes com

procuradores diferentes no processo do trabalho, o mesmo não

se aplica a Fazenda Pública, pois quando esta for parte seu

prazo para contestar será quadruplicado e para recorrer será

dobrado.

46

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 188, CPC. Computar-se-á emquádruplo o prazo para contestar e emdobro para recorrer quando a parte fora Fazenda Pública ou o MinistérioPúblico.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

4. PETIÇÃO INICIAL – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

4.1 ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

A redação da Reclamatória Trabalhista sempre começará

pelo endereçamento, do mesmo modo que qualquer petição. Em

seguida, é fundamental a qualificação completa das partes,

lembre-se que é uma RT, logo é a peça que dará inicio ao

processo. O corpo, propriamente dito da RT, é formado pelos

seguintes tópicos: Preliminar de Mérito, Mérito, Pedidos,

Requerimentos Finais e Valor da Causa.

I. Preliminar de Mérito

RECLAMATÓRIA II. Mérito

TRABALHISTA III. Pedidos

IV. Requerimentos Finais

V. Valor da causa

PETIÇÃO INICIAL: Os requisitos fundamentais para a

elaboração da petição inicial trabalhista estão presentes

nos artigos 840 da CLT e 282 do CPC.

Reclamação Trabalhista escrita: art. 840, caput e §1°, da

CLT

Reclamação verbal: art. 840, caput e § 2°, da CLT

48

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia de uma RT no processo do trabalho. Esclarece-se que é

apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização, assim como

na produção de suas próprias peças.

Obs: o modelo foi redigido com espaços maiores e “pulando

linhas” apenas por motivos didáticos e para facilitar a

visualização, NÃO SE ACONSELHA PULAR LINHAS NO EXAME DE

ORDEM.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DOTRABALHO DE ________.

NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil,

profissão, portador da Cédula de Identidade RG

nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº,

portador da CTPS nº, residente e domiciliado no

endereço completo, vem respeitosamente perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado

adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com

escritório profissional no endereço completo, com

fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de

direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº,

estabelecida no endereço completo, pelas razões

de fato e de direito a seguir expostos.

I – PRELIMINAR DE MÉRITO

a) Comissão de Conciliação Prévia

b) Tramitação Preferencial do Feito: Idoso(art. 71, Lei 10741/2003)

c) Dissídio que verse exclusivamente sobresalário ou empregador falido: art. 652,§único, CLT

II – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vezque o mérito é dependente da proposta)

1. DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no

dia ________ para exercer a função de _________,

a remuneração percebida era de _______ até a data

_________, quando foi dispensado sem justa causa

pelo Reclamado.

2. DO VÍNCULO DE EMPREGO

§1 Fato

§2 Fundamento

50

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§3 Pedido

ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda inicial)

3. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

4. MULTA DO ART. 467, CLT

Nos termos deste artigo, o Reclamante

requer que o pagamento das verbas incontroversas

seja realizado em primeira audiência, sob pena da

incidência de multa de 50% sobre o valor

correspondente.

5. MULTA DO ART. 477, CLT

O Reclamado não respeitou o prazo para

pagamento das parcelas rescisórias previsto no

artigo 477, §6º da CLT. Diante deste fato, o

Reclamante requer a condenação do Reclamado ao

pagamento de multa no valor equivalente ao seu

salário, conforme o §8º do artigo 477 da CLT.

6. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

O Reclamante requer a incidência de

juros e correção monetária na forma da Lei.

7. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS

O Reclamante requer que as retenções

51

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

fiscais, bem como as contribuições

previdenciárias sejam calculadas na forma da Lei.

III – PEDIDOS

VI - REQUERIMENTOS FINAIS

O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da

Reclamada para apresentar resposta a presente

Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.

A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVAS em

direito admitidos, em especial o depoimento

pessoal do representante legal da Reclamada, sob

pena de confissão, oitiva de testemunhas, prova

pericial e juntada de novos documentos.

Por fim, requer a PROCEDÊNCIA da ação, e a

condenação da Reclamada em todos os pedidos

supra, acrescidos de juros e correção monetária.

Atribui-se a causa valor superior a 40

salários mínimos.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

Nome do Advogado

OAB nº

52

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

4.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

I. ENDEREÇAMENTO

O endereçamento é uma análise da competência, tendo em

vista que diante de um caso concreto é necessário verificar a

qual órgão pertence a apreciação daquela lide. O artigo 651

da CLT afirma que a competência é fixada pelo local em que o

empregado presta serviços ao empregador, independente do

local de contratação. Art. 651. A competência das Juntas deConciliação e Julgamento é determinadapela localidade onde o empregado,reclamante ou reclamado, prestarserviços ao empregador, ainda que tenhasido contratado noutro local ou noestrangeiro.§ 1º. Quando for parte no dissídioagente ou viajante comercial, acompetência será da Junta da localidadeem que a empresa tenha agência oufilial e a esta o empregado estejasubordinado e, na falta, serácompetente a Junta da localização emque o empregado tenha domicílio ou alocalidade mais próxima.§ 2º. A competência das Juntas deConciliação e Julgamento, estabelecidaneste artigo, estende-se aos dissídiosocorridos em agência ou filial noestrangeiro, desde que o empregado sejabrasileiro e não haja convençãointernacional disposto em contrário.§ 3º. Em se tratado de empregador quepromove realização de atividades forado lugar do controle de trabalho, éassegurado ao empregado apresentar

53

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

reclamação no foro da celebração docontrato ou no da prestação dosrespectivos serviços.

Isto nos permite concluir que o endereçamento da RT é

simples, pois geralmente a competência é do juízo de 1º grau

da localidade onde o empregado prestava o serviço.

Exemplo:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE

______________. → Local da prestação do serviço, se a

proposta não

informar deixar em

branco.

Não há vara

definida, pois não distribuição.

Observação: No caso da petição inicial, a maioria dos casos é

de competência do órgão de primeiro grau. No entanto, vale

ressaltar que algumas ações são de competência originária dos

Tribunais, por exemplo: dissídios coletivos, mandados de

segurança, ações rescisórias, habeas corpus, conflitos de

competência, etc.

O mandado de segurança sempre será impetrado perante as

instâncias superiores, salvo em um caso específico: quando o

MS for impetrado contra o ato de agentes fiscalizadores do

54

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Ministério do Trabalho, situação em que o MS será endereçado

ao juiz do trabalho.

II. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Normalmente, a prova da OAB não informa todos os dados

necessários para a qualificação completa das partes. Diante

disso, o examinando deverá utilizar o gênero destes dados

(ex: nacionalidade, estado civil, etc.). Não devem ser

inventados dados que não estejam na proposta, sob pena de

identificação de prova.

Exemplo:

NOME DO RECLAMANTE (completo e sem abreviações - caixa

alta), nacionalidade, estado civil, profissão (nota:

desempregado não é profissão), portador da Cédula de

Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o

nº, portador da CTPS nº, residente e domiciliado no

endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado adiante

assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório

profissional no endereço completo, com fulcro no artigo

840 da CLT, propor:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

em face de NOME DO RECLAMADO (completo e sem abreviações -

55

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

caixa alta), pessoa jurídica de direito privado (pessoa

física, fundação privada etc.), inscrita no CNPJ sob o nº,

estabelecida no endereço completo, pelas razões de fato e

de direito que passa a expor.

Observação: se porventura a ação trabalhista for proposta

contra a massa falida, a inicial deve revelar o nome do

síndico e o endereço onde receberá as notificações. Na

qualificação deve constar a razão social precedida da

expressão “Massa Falida”.

III. PRELIMINAR

A preliminar de mérito depende do caso concreto, logo

não serão todas as peças que deverão conter o tópico da

preliminar. Na RT existem três questões que devem ser

avaliadas a fim de determinar se há necessidade de abrir este

tópico na peça.

a) Comissão de Conciliação Prévia

Já foi abordado que a passagem pela CCP era obrigatória

em função do artigo 625-D, CLT. Contudo, recente concessão de

liminar do STF suspendeu a eficácia deste dispositivo, de

modo que a tentativa conciliatória pela CCP nada mais é do

que uma faculdade para o Reclamante.

Observe que, anteriormente, era imprescindível mencionar

a passagem do Reclamante pela CCP e que a tentativa

56

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

conciliatória foi frustrada, conforme a declaração em anexo.

No entanto, se a proposta fizer qualquer menção a CCP ou

ainda afirme que o cliente não deseja tentar a conciliação, é

fundamental que o examinando redija o tópico das

preliminares, explanando que o STF deferiu parcialmente

medidas cautelares em duas ações diretas de

inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160), de forma que a

passagem pela CCP é uma faculdade do autor. Exemplo:

III. PRELIMINAR DE MÉRITO

O Reclamante esclarece que não buscou a

conciliação com o Reclamado, por meio da CCP, tendo

em vista que esta é uma faculdade do autor, por

força da concessão de duas liminares do STF em face

à ADI 2139 e à ADI 2160, as quais suspenderam a

obrigatoriedade imposta pelo artigo 625-D, CLT.Este item deve ser elaborado de acordo com as

informações trazidas no problema, não sendo possível criar

fatos não constantes na prova.

b) TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO

TRAMITAÇÃO Idoso

PREFERENCIAL Dissídio sobre salário

57

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Dissídio originado pela

falência do empregador

Na Justiça do Trabalho é garantida uma tramitação mais

célere para os idosos, por força do Estatuto do Idoso (Lei

10.741/2003); para os dissídios que versem exclusivamente

sobre o pagamento de salário (art. 652, § único, CLT), em

razão do caráter alimentar da parcela e, por último, as

demandas derivadas da falência do empregador (art. 652, §

único, CLT).

Art. 71, Lei 10.741/2003. É asseguradaprioridade na tramitação dos processose procedimentos e na execução dos atose diligências judiciais em que figurecomo parte ou interveniente pessoa comidade igual ou superior a 60 (sessenta)anos, em qualquer instância.§ 1˚. O interessado na obtenção daprioridade a que alude este artigo,fazendo prova de sua idade, requererá obenefício à autoridade judiciáriacompetente para decidir o feito, quedeterminará as providências a seremcumpridas, anotando-se essacircunstância em local visível nosautos do processo.§ 2˚. A prioridade não cessará com amorte do beneficiado, estendendo-se emfavor do cônjuge supérstite,companheiro ou companheira, com uniãoestável, maior de 60 (sessenta) anos.§ 3˚. A prioridade se estende aosprocessos e procedimentos naAdministração Pública, empresasprestadoras de serviços públicos einstituições financeiras, aoatendimento preferencial junto à

58

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Defensoria Publica da União, dosEstados e do Distrito Federal emrelação aos Serviços de AssistênciaJudiciária.§ 4˚. Para o atendimento prioritárioserá garantido ao idoso o fácil acessoaos assentos e caixas, identificadoscom a destinação a idosos em localvisível e caracteres legíveis.

Art. 652, CLT. Compete às Juntas deConciliação e Julgamento:a) conciliar e julgar:I - os dissídios em que pretende oreconhecimento da estabilidade deempregado;II - os dissídios concernentes aremuneração, férias e indenizações pormotivo de rescisão do contratoindividual de trabalho;III - os dissídios resultantes decontratos de empreitadas em que oempreiteiro seja operário ou artífice;IV - os demais dissídios concernentesao contrato individual de trabalho;V -as ações entre trabalhadoresportuário e os operadores portuários ouo Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMOdecorrentes da relação do trabalho. b) processar e julgar os inquéritospara apuração de falta grave;c) julgar os embargos opostos às suaspróprias decisões;d) impor multas e demais penalidadesrelativas aos atos de sua competência;e) (Suprimida pelo DL-006.353-1944)Parágrafo único. Terão preferência parajulgamento os dissídios sobre pagamentode salário e aqueles que derivarem dafalência do empregador, podendo oPresidente da Junta, a pedido dointeressado, contrair processo emseparado, sempre que a reclamaçãotambém versar sobre outros assuntos.

IV. MÉRITO

59

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A CLT só faz referência aos fatos, mas estes, conjugados

com os fundamentos jurídicos, compõe o fator mais importante

da peça inicial: a causa de pedir.

Fatos + Fundamentos Jurídicos = Causa de Pedir

Desta forma, redija um tópico para cada questão do

problema, abordando o fato, o direito e o pedido. Demonstrar

a ligação entre o fato e o fundamento jurídico, que alicerça

o requerimento (pedido).

É aconselhável listar todos os pontos que serão

abordados na peça, com o intuito de apresentá-los em ordem

cronológica e da maneira mais lógica possível (primeiramente,

expor os pedidos principais e, logo após, os pedidos

acessórios). O ideal é ser claro e objetivo, limite-se as

informações essenciais.

Atenção: os fatos narrados não podem ser inventados, o

examinando está restrito as informações da proposta.

Na falta de dados o mais indicado é deixar um espaço

em branco, como no tópico DO CONTRATO DE TRABALHO.

A seguir serão abordados os principais aspectos dos

pedidos a serem realizados na reclamatória trabalhista.

a) CONTRATO DE TRABALHO

60

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Este é o primeiro tópico a ser abordado no mérito e

sempre deverá estar presente na RT, sendo necessário

relacionar as seguintes informações da relação jurídica

mantida pelas partes: data de admissão e dispensa, função

exercida e remuneração.

CONTRATO Admissão

DE TRABALHO Função

Salário

Demissão

O Reclamante foi admitido em 01 de dezembro

de 2004, para exercer a função de auxiliar

administrativo. Em 30 de novembro de 2006 foi dispensado

sem justa causa. Sua última remuneração foi equivalente

a R$ 600,00 (seiscentos reais).

É possível que a prova não traga todos estes dados ou

talvez não informe nenhum deles. Suponha que a proposta tenha

informado apenas a função do Reclamante, veja o exemplo:

O Reclamante foi admitido pelo

Reclamado no dia ________ para exercer a função de

61

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

auxiliar administrativo, a remuneração percebida era de

_______ até a data _________, quando foi dispensado sem

justa causa pelo Reclamado.

b) RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO

Sempre que o problema mencionar que o Reclamante foi

contratado como autônomo ou estagiário, etc, mas no decorrer

da proposta consta que o autor era subordinado e prestava o

serviço com habitualidade, é necessário pleitear o

reconhecimento do vínculo de emprego, bem como a anotação na

CTPS do Reclamante.

É indispensável que neste tópico estejam presentes os

arts. 2º e 3º da CLT, os quais caracterizam a relação de

emprego através da subordinação, habitualidade, pessoalidade

e contraprestação pelos serviços.

Exemplo:

A Reclamante foi admitida como diarista para

trabalhar na residência da Reclamada. Nos últimos dois

anos, a Reclamante laborava todos os dias da semana,

salvo os sábados e domingos. (Fato)

A Reclamante cumpria a jornada de trabalho diária

executando as ordens emitidas pela Reclamada,

62

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

demonstrando claramente a subordinação. Laborava de

segunda a sexta-feira e diante de qualquer imprevisto

não podia se fazer substituir por outra pessoa, nota-se

não só a habitualidade como também a pessoalidade deste

contrato de trabalho. Sua remuneração era paga

mensalmente pela Reclamada. Restam comprovados todos os

requisitos legais exigidos pelo artigo 3º da CLT.

(Fundamento)

Diante do exposto, requer o reconhecimento do

vínculo empregatício, com base nos artigos 2º e 3º da

CLT, bem como requer que a Reclamada seja compelida a

realizar as devidas anotações na CTPS da Reclamante, sob

pena da anotação ser realizada pela Secretaria desta

MM.ª Vara, conforme determina o artigo 39 e seus

parágrafos, da CLT. (Pedido)

Nota: repare que o exemplo possui três parágrafos, sendo que

o primeiro aborda, resumidamente, os fatos; o segundo abrange

a fundamentação jurídica e o último contém o pedido.

Estabeleça este padrão, pois facilitará a elaboração da peça,

além de economizar tempo no momento da prova.

c) RESPONSABILIDADE PATRONAL

63

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

São aquelas relações mais complexas que envolvem mais de

um empregador, logo é preciso analisar a situação do

empregador e a extensão da responsabilidade em relação aos

créditos trabalhistas.

Sucessão de

empregadores

RESPONSABILIDADE Grupo econômico

PATRONAL Terceirização

Empreitada e

Subempreitada

► Sucessão de empregadores

No Direito do Trabalho a sucessão não possui o mesmo

significado que nos demais ramos do Direito. Aqui, exprime a

idéia de substituição de empregadores.

Segundo os ensinamentos de Alice Monteiro de Barros, a

sucessão pressupõe os seguintes requisitos: “mudança na

estrutura jurídica ou na propriedade da empresa; continuidade

do ramo do negócio; continuidade dos contratos de trabalho

com a unidade econômica de produção e não com a pessoa

natural que a explora. Este último requisito não é

imprescindível para que haja sucessão, pois poderá ocorrer

que o empregador dispense seus empregados antes da

64

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

transferência da empresa, sem lhes pagar os direitos

sociais”.3

Os artigos 10 e 448 da CLT afirmam que a sucessão não

alterará os direitos adquiridos de seus empregados e que a

responsabilidade trabalhista é do sucessor. São normas

imperativas, portanto não cabe às partes a disposição destes

artigos, conforme a sua vontade individual.

Art. 10. Qualquer alteração naestrutura jurídica da empresa nãoafetará os direitos adquiridos por seusempregados.

Art. 448. A mudança na propriedade ouna estrutura jurídica da empresa nãoafetará os contratos de trabalhos dosrespectivos empregados.

A sucessão transfere para o sucessor todas as obrigações

decorrentes do contrato de trabalho, não há nenhuma

responsabilidade do sucedido. Diante disso, a RT deve ser

sempre proposta somente em face do sucessor.

Lembrete: caso o problema aborde a sucessão de bancos, a OJ

261 da SDI-1 expressa o entendimento do TST, que corrobora a

disposição dos artigos da CLT.

OJ 261, SDI – 1, TST. As obrigaçõestrabalhistas, inclusive as contraídas à

3 BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. rev eampl. São Paulo: Ltr, 2009. p. 390.

65

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

época em que os empregados trabalhavampara o banco sucedido, são deresponsabilidade do sucessor, uma vezque a este foram transferidos osativos, as agências, os direitos edeveres contratuais, caracterizandotípica sucessão trabalhista.

► Grupo econômico

A melhor definição de grupo econômico encontra-se no

artigo 2, §2º da CLT: “Sempre que uma ou mais empresas,

tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração

de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de

qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da

relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa

principal e cada uma das subordinadas.”

Grupo econômico é considerado um empregador único, logo

nada mais lógico do que sua responsabilidade ser solidária.

Inclusive, é possível que uma empresa componente do grupo

econômico responda com seu patrimônio uma execução

trabalhista, mesmo que não tenha sido sujeito passivo na RT.

Neste sentido, o TST editou a súmula 129, a qual afirma

que o trabalho prestado pelo empregado, durante a mesma

jornada, para mais de uma empresa do grupo econômico, não

gera duplo contrato de trabalho por se tratar de empregador

único, salvo disposição em contrário.

66

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 129. A prestação de serviços amais de uma empresa do mesmo grupoeconômico, durante a mesma jornada detrabalho, não caracteriza acoexistência de mais de um contrato detrabalho, salvo ajuste em contrário.

Nota: O grupo econômico de empresas rurais está previsto no

art. 3º, § 2º da Lei 5.889/73.

Assim, conclui-se que nas hipóteses em que restar

configurado o grupo econômico a RT deve ser proposta em face

de todas as empresas do grupo, requerendo a condenação

solidária destas empresas.

► Terceirização

A terceirização consiste em uma relação jurídica

triangular em que a empresa prestadora dos serviços realiza

determinado e específico serviço à empresa tomadora, podendo

ser lícita ou ilícita. A diferenciação entre a terceirização

lícita e a terceirização ilícita é muito importante, tendo em

vista que influenciará diretamente na responsabilidade da

empresa tomadora dos serviços.

Não há legislação específica acerca da terceirização, de

modo que o TST, por intermédio da Súmula 331, regulou esta

prática.

67

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

SÚMULA 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DESERVIÇOS. LEGALIDADE. I - A contratação de trabalhadores porempresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomadordos serviços, salvo no caso de trabalhotemporário (Lei nº 6.019, de03.01.1974). II - A contratação irregular detrabalhador, mediante empresainterposta, não gera vínculo de empregocom os órgãos da administração públicadireta, indireta ou fundacional (art.37, II, da CF/1988).III - Não forma vínculo de emprego como tomador a contratação de serviços devigilância (Lei nº 7.102, de20.06.1983) e de conservação e limpeza,bem como a de serviços especializadosligados à atividade meio do tomador,desde que inexistente a pessoalidade ea subordinação direta.IV - O inadimplemento das obrigaçõestrabalhistas, por parte do empregador,implica a responsabilidade subsidiáriado tomador dos serviços, quanto àquelasobrigações, inclusive quanto aos órgãosda administração direta, dasautarquias, das fundações públicas, dasempresas públicas e das sociedades deeconomia mista, desde que hajamparticipado da relação processual econstem também do título executivojudicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de21.06.1993).

No inciso I, o TST pondera que a terceirização é

ilícita, exceto diante de trabalho temporário. O inciso III,

por sua vez, também apresenta hipóteses que caracterizariam

terceirizações lícitas: serviços de vigilância, serviços de

68

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

conservação e limpeza e os demais serviços especializados que

não estejam relacionados com a atividade fim do tomador de

serviços.

O inciso II visou garantir efetividade ao artigo 37, II

da CF/88, o qual afirma que o vínculo de emprego com a

Administração Pública depende de prévia aprovação em concurso

público. Portanto, entendeu o TST que mesmo diante de uma

terceirização ilícita, se a Administração Pública Direta ou

Indireta for a tomadora de serviços não haverá vínculo de

emprego.

Em relação à responsabilidade da empresa tomadora de

serviços quanto aos débitos trabalhistas, sustenta o TST, no

inciso IV, que a responsabilidade será subsidiária, inclusive

para a Administração Pública. Fundamenta o Tribunal que o

tomador de serviços tem culpa in elegendo e in vigilando, isto é, o

tomador de serviços que optou pela empresa terceirizada, além

de ter o dever de fiscalizar o pagamento aos empregados.

69

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Notas:

1. Trabalhador temporário: a Lei 6019/74 admite este tipo de

contratação para atender uma necessidade transitória de

substituição de pessoal ou quando houver um acréscimo

extraordinário de serviços, por exemplo fábrica de

chocolate no mês da páscoa. Este contrato de trabalho não

pode ultrapassar o prazo máximo de três meses.

2. Serviços de vigilância: o TST não se refere ao vigia, mas

sim ao vigilante que possui treinamento, porte de armas,

etc. É uma atividade altamente especializada, regulada

pela Lei 7102/83. Ademais, não podem estar presentes a

subordinação e a pessoalidade na prestação de serviços.

3. Responsabilidade Subsidiária: é aquela em que a empresa

tomadora de serviços será responsabilizada pelo passivo

trabalhista apenas se o patrimônio da empresa terceirizada

não for suficiente para quitar o débito.

Observe o quadro de resumo das hipóteses de

terceirização lícita e terceirização ilícita.

TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA

70

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Serviços especializados

ligados à atividade meio do

tomador

Trabalho temporário

Atividades de vigilância

Conservação e limpeza

Qualquer terceirização que não

esteja de acordo com uma das

exceções previstas na Súmula

331 do TST.

Também será ilícita se nas

hipóteses de vigilância,

conservação e limpeza e

serviços especializados

ligados a atividade meio do

tomador estiverem presentes a

pessoalidade e subordinação

direta entre trabalhador

terceirizado e tomador de

serviços.

Qualquer terceirização que

esteja relacionada a atividade

fim do tomador de serviços

será considerada ilícita.

Principais Características da Terceirização (segundo a

Instrução Normativa nº 03, de 1º de setembro de 1997, advinda

do Ministro de Estado de Trabalho)

71

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

• A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e

dirige o trabalho realizado por seus empregados (art. 2º,

§5º);

• As relações de trabalho entre a empresa prestadora de

serviços e seus empregados são disciplinadas pela

Consolidação das Leis do Trabalho (art. 2º, §2º);

• Os empregados da empresa prestadora de serviços não estão

subordinados ao poder diretivo, técnico e disciplinar da

empresa contratante (art. 2º, § 6º);

• Em se tratando de empresas do mesmo grupo econômico, onde a

prestação de serviços se dê junto a uma delas, o vínculo

empregatício se estabelece entre a contratante e o

trabalhador colocado à sua disposição nos termos do art. 2º

da CLT (art. 3º, §3º); e

• As relações entre a empresa prestadora de serviços e a

empresa contratante são regidas pela lei civil (art. 2º,

§1º).

Conclui-se que se a problema apresentar um caso de

terceirização é fundamental a definição se está é lícita ou

ilícita. Veja:

Terceirização Lícita: a RT será proposta em face da empresa

prestadora de serviços, e, sucessivamente,

em face da empresa tomadora de serviços,

72

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

requerendo a sua responsabilização de forma

subsidiária.

Terceirização Ilícita: a RT deverá postular o reconhecimento

do vínculo de emprego com o tomador de

serviços, e, sucessivamente, caso não seja

reconhecida a ilicitude da terceirização,

condenação subsidiária da tomadora de

serviços.

Exemplo – Terceirização Lícita: condenação Subsidiária

Muito embora o Reclamante tenha sido contratado

pela primeira Reclamada (empresa terceirizada), prestou

serviços de vigilância para a segunda Reclamada (tomadora de

serviços) durante todo o pacto laboral, assim como os demais

vigilantes empregados pela primeira Reclamada. (Fato)

Resta caracterizada a hipótese de

terceirização prevista na Súmula 331, inciso III do TST,

segundo a qual não há formação direta de vínculo de emprego

com o tomador na contratação de serviços de vigilância, desde

que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. No

entanto, diante do inadimplemento das obrigações

trabalhistas, por parte do empregador, há responsabilidade

subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas

73

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

obrigações, nos termos do inciso IV da súmula 331, TST.

(Fundamento)

Deste modo, requer a condenação subsidiária

da empresa tomadora de

serviços, com base no inciso IV da Súmula 331, TST, para que

diante do inadimplemento da empresa prestadora de serviços,

seja a segunda Reclamada responsável pelo pagamento, uma vez

que tem culpa in elegendo e in vigilando. (Pedido)

► Empreitada e subempreitada

O contrato de empreitada é aquele em que “uma das partes

(o empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou dependência, a

realizar certo trabalho para a outra (dono da obra), com

material próprio ou por este fornecido, mediante remuneração

global ou proporcional ao trabalho executado.”4

O artigo 455, CLT prevê a responsabilidade do

empreiteiro, bem como do subempreiteiro nesta modalidade de

“contrato pelo qual o empreiteiro principal, não considerando

conveniente executar todas as obras ou serviços que lhe foram

confiados, os transfere para outrem (pessoa física ou

jurídica) chamado subempreiteiro, que se encarrega de

4 PEREIRA. Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. v. 3. Riode Janeiro: Forense, 1998. p. 201.

74

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

executá-los com seus próprios elementos, inclusive com seus

trabalhadores.”5

Art. 455. Nos contratos desubempreitada responderá osubempreiteiro pelas obrigaçõesderivadas do contrato de trabalho quecelebrar, cabendo, todavia, aosempregados, o direto de reclamaçãocontra o empreiteiro principal peloinadimplemento daquelas obrigações porparte do primeiro.

Além deste dispositivo, o TST editou a OJ 191, SDI – 1,

a fim de interromper a interpretação analógica de parte da

doutrina, segundo a qual o dono da obra também seria

responsável pelo passivo trabalhista nesta modalidade de

contrato. O Tribunal interpretou o artigo restritivamente

afirmando que o dono da obra não tem responsabilidade nestes

casos, exceto quando o dono da obra for construtora ou

incorporadora.

Note que a exceção prevista pela OJ é coerente, uma vez

que as construtoras e incorporadoras possuem como atividade

fim a mesma atividade dos contratos de empreitada. Logo, esta

seria uma hipótese de terceirização ilícita, o que geraria

não apenas a responsabilização do dono da obra, mas também a

formação de vínculo de emprego diretamente com o mesmo, de

acordo com o entendimento proferido pela súmula 331 do TST.

5 BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. rev eampl. São Paulo: Ltr, 2009. p. 383.

75

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

OJ 191, SDI – 1, TST. Diante dainexistência de previsão legal, ocontrato de empreitada entre o dono daobra e o empreiteiro não ensejaresponsabilidade solidária ousubsidiária nas obrigações trabalhistascontraídas pelo empreiteiro, salvosendo o dono da obra uma empresaconstrutora ou incorporadora.

Com base no artigo 455, CLT, consolida-se que nos casos

de contrato de empreitada, a Reclamatória Trabalhista deverá

ser proposta em face do empreiteiro principal e do

subempreiteiro. A inicial será proposta em face do dono da

obra somente nos casos de empresas construtoras ou

incorporadoras, exceção prevista pela OJ 191 da SDI-1 do TST.

d) REMUNERAÇÃO

► Salário, salário in natura e remuneração

A sistemática adotada pela CLT (art.457), salário é a

retribuição dos serviços prestados paga diretamente pelo

empregador, enquanto a remuneração seria a soma dos salários

pagos pelo empregador incluindo outras importâncias auferidas

de terceiros em decorrência do contrato de trabalho, por

exemplo as gorjetas.

Firmou-se a prática de se utilizar a expressão salário

para designar o salário-base, ou seja, o salário em sentido

76

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

estrito e a expressão remuneração, ou conjunto remuneratório,

para designar o conjunto de parcelas salariais que

eventualmente compõem a remuneração: salário-base, adicional

de periculosidade, adicional de produtividade, etc.

Art. 457. Compreendem-se na remuneraçãodo empregado, para todos os efeitoslegais, além do salário devido e pagodiretamente pelo empregador, comocontraprestação do serviço, as gorjetasque receber.§ 1º. Integram o salário não só aimportância fixa estipulada, comotambém as comissões, percentagens,gratificações ajustadas, diárias paraviagens e abonos pagos pelo empregador.§ 2º. Não se incluem nos salários asajudas de custo, assim como as diáriaspara viagem que não excedem decinqüenta por centro do saláriopercebido pelo empregado.§ 3º. Considera-se gorjeta não só aimportância espontaneamente dada pelocliente ao empregado, como tambémaquela que for cobrada pela empresa aocliente, como adicional nas contas aqualquer título, e destinada àdistribuição aos empregados.

Depreende-se dos artigos 457 e 458 da CLT que a

remuneração do empregado é composta das seguintes verbas:

→ salário pago diretamente pelo empregador, incluindo-se o

salário em sentido estrito e os adicionais de

insalubridade, periculosidade, por tempo de serviço, de

transferência, etc.;

77

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

→ as gorjetas, a legislação vigente estabelece que as

gorjetas pagas pelos clientes da empresa, mesmo que

diretamente ao empregado, integram a remuneração do

mesmo, para cálculo de férias e 13º salários (art. 29,

§1º, CLT e Súmula 354, TST);

→ as comissões, percentagens, gratificações, diárias de

viagem (desde que ultrapassem a 50% do salário) e os

abonos pagos pelo empregador;

→ a alimentação, a habitação, o vestuário, bem como outras

parcelas ditas in natura, fornecidas habitualmente ao

empregado, sendo proibido o pagamento com bebidas

alcoólicas ou drogas nocivas.

Art. 458. Além do pagamento emdinheiro, compreende-se no salário,para todos os efeitos legais, aalimentação, habitação, vestuário ououtras prestações in natura que aempresa, por força do contrato oucostume, fornecer habitualmente aoempregado. Em caso algum será permitidoo pagamento com bebidas alcoólicas oudrogas nocivas.§ 1º. Os valores atribuídos àsprestações in natura deverão ser justose razoáveis, não podendo exceder, emcada caso, os dos percentuais dasparcelas componentes do salário mínimo(arts. 81 e 82).§ 2º. Para os efeitos previstos nesteartigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidadesconcedidas pelo empregador:I – vestuários, equipamentos e outrosacessórios fornecidos aos empregados e

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

utilizados no local de trabalho, para aprestação do serviço;II – educação, em estabelecimento deensino próprio ou de terceiros,compreendendo os valores relativos amatrícula, mensalidade, anuidade,livros e material didático;III – transporte destinado aodeslocamento para o trabalho e retorno,em percurso servido ou não portransporte público;IV – assistência médica, hospitalar eodontológica, prestada diretamente oumediante seguro-saúde;V – seguros de vida e de acidentespessoais;VI – previdência privada;VII – (vetado)§ 3º. A habitação e a alimentaçãofornecidas como salário utilidadedeverão atender aos fins a que sedestinam e não poderão exceder,respectivamente, a 25% (vinte e cincopor cento) e 20% (vinte por cento) dosalário contratual.§ 4º. Tratando-se de habitaçãocoletiva, o valor do salário utilidadea ela correspondente será obtidomediante a divisão do justo valor dahabitação pelo número de co-ocupantes,vedada, em qualquer hipótese, autilização da mesma unidade residencialpor mais de uma família.

O caput do artigo 458, CLT trata do salário pago em

utilidades como habitação, alimentação, vestuário, etc. é o

chamado salário in natura. O §2º, deste artigo, apresenta um

rol de utilidades, que não têm natureza salarial, ainda que

sejam concedidas pelo trabalho.

79

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Em relação ao salário é relevante o conhecimento de

algumas súmulas do TST. A súmula 241 e 367 do TST estão

relacionadas ao artigo 458, CLT:

Súmula 241, TST. O vale para refeição,fornecido por força do contrato detrabalho, tem caráter salarial,integrando a remuneração do empregado,para todos os efeitos legais.

Súmula 367, TST. I - A habitação, aenergia elétrica e veículo fornecidospelo empregador ao empregado, quandoindispensáveis para a realização dotrabalho, não têm natureza salarial,ainda que, no caso de veículo, seja eleutilizado pelo empregado também ematividades particulares. II - O cigarronão se considera salário utilidade emface de sua nocividade à saúde.

Atenção: a OJ 133 da SDI – 1, TST prevê uma exceção à

súmula 241, em relação as empresas inscritas no PAT (programa

de alimentação ao trabalhador).

OJ 133, SDI – 1, TST. A ajudaalimentação fornecida por empresaparticipante do programa de alimentaçãoao trabalhador, instituído pela Lei6321/76, não tem caráter salarial.Portanto, não integra o salário paranenhum efeito legal.

Já a súmula 258 do TST está interligada ao §3º do artigo

458, CLT:

Súmula 258, TST. Os percentuais fixadosem lei relativos ao salário "in natura"

80

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

apenas se referem às hipóteses em que oempregado percebe salário mínimo,apurando-se, nas demais, o real valorda utilidade.

O art. 457, § 3º estabelece que as gorjetas cobradas do

cliente ou pagas diretamente sob a forma de taxa de serviço

ou dada espontaneamente por este integram a remuneração do

empregado. Neste sentido, tem-se a súmula 354 do TST, segundo

a qual as gorjetas não servem de base de cálculo para as

parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e

repouso semanal remunerado. CONTUDO, integram o cálculo de

férias e 13º salário.

Súmula 354, TST. As gorjetas, cobradaspelo empregador na nota de serviço ouoferecidas espontaneamente pelosclientes, integram a remuneração doempregado, não servindo de base decálculo para as parcelas de avisoprévio, adicional noturno, horas extrase repouso semanal remunerado.

É necessário tecer algumas considerações gerais sobre o

pagamento dos salários:

a) o pagamento não poderá ser estipulado por período

superior a um mês, salvo comissões, percentagens e

gratificações, e deve ser feito até o quinto dia útil do

mês subseqüente ao vencido (art. 459, CLT); após esta

data incidirá o índice de correção monetária do mês

81

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

posterior ao da prestação dos serviços (Súmula 381,

TST);

b) o pagamento dos salário será efetuado em dia útil e no

local de trabalho, dentro do horário do serviço ou

imediatamente após o encerramento deste, podendo ser

realizado através de depósito bancário, caso em que terá

força de recibo o comprovante de depósito (art. 464 e

art. 465, CLT);

c) O pagamento do salário deverá ser efetuado contra

recibo, assinado pelo empregado. Caso este seja

analfabeto a prova do pagamento se dá mediante impressão

digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo (art.

464, CLT).

d) Não se encontra mais em vigor o art. 503 da CLT que

permitia a redução do salário em caso de força maior ou

prejuízos devidamente comprovados, ante a

irredutibilidade salarial prevista no art. 7º, VI da

Constituição Federal.

► Salário complessivo

O salário em sentido amplo pode ser composto de diversas

parcelas: salário-base, adicionais diversos (de

insalubridade, de periculosidade, adicional noturno, etc.),

comissões, horas extras, etc.

82

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Ocorre o chamado salário complessivo quando se

estabelece uma retribuição fixa para quitar, de forma global,

vários direitos do empregado.

O salário complessivo é vedado pelo direito brasileiro,

por conseguinte a cláusula contratual que estabelece o

chamado salário complessivo é nula. Neste caso, a parcela

fixa representa tão somente o salário-base do empregado, como

prevê a Súmula 91 do TST:Súmula 91, TST. Nula é a cláusulacontratual que fixa determinadaimportância ou percentagem para atenderenglobadamente vários direitos legaisou contratuais do trabalhador.

► Equiparação salarial

Art. 461, CLT. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de

igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma

localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de

sexo, nacionalidade ou idade.

§ 1º – Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo,

será o que for feito com igual produtividade e com a mesma

perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de

serviço não for superior a 2 (dois) anos.

§ 2º – Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o

empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira,

83

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios

de antigüidade e merecimento.

§ 3º – No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão

ser feitas alternadamente por merecimento e por antigüidade,

dentro de cada categoria profissional.

§ 4º – O trabalhador readaptado em nova função por motivo de

deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente

da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de

equiparação salarial.

Interpretação do TST quanto aos requisitos da equiparação

salarial

(Súmula 6, TST)

Súmula 6, TST. I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461

da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em

carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho,

excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira

das entidades de direito público da administração direta,

autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da

autoridade competente.

84

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II - Para efeito de equiparação de salários em caso de

trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não

no emprego.

III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o

paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas

tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma

denominação.

IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre

equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a

serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione

com situação pretérita.

V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial,

embora exercida a função em órgão governamental estranho à

cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do

reclamante.

VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é

irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha

origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto

se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica

superada pela jurisprudência de Corte Superior.

VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é

possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que

pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição

terá critérios objetivos.

VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo,

modificativo ou extintivo da equiparação salarial.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial

e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5

(cinco) anos que precedeu o ajuizamento.

X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461

da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a

municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma

região metropolitana.

e) REFLEXOS

AVISO PRÉVIO

PARCELAS REFLEXOS 13° SALÁRIO

HABITUAIS

FÉRIAS + 1/3

FGTS (DEPÓSITOS E MULTA)

Os reflexos das verbas trabalhistas estão interligados a

natureza jurídica desta verba. As parcelas de cunho

indenizatório, por exemplo, não refletem nas outras verbas

oriundas do contrato de trabalho.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Já o adicional de insalubridade é uma parcela devida ao

empregado que trabalha sob condições nocivas à saúde. Este

acréscimo integra o salário do empregado, que reflete em

diversas verbas trabalhistas como o aviso prévio, férias,

décimo terceiro salário, etc.

Outra característica dos reflexos é a habitualidade. Por

exemplo, as horas extras prestadas com habitualidade também

refletirão nas demais verbas trabalhistas.

Os reflexos atingem as seguintes verbas: aviso prévio,

décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

► Reflexos e o Descanso Semanal Remunerado

O repouso semanal remunerado é o valor do salário dia, o

empregado recebe no seu descanso o mesmo valor do dia

trabalhado. Portanto, é necessário analisar se a verba

pleiteada já engloba ou não o DSR.

De um modo geral, as verbas que incidem sobre o valor do

salário automaticamente incluirão o DSR, por exemplo:

adicional de periculosidade, adicional de insalubridade,

equiparação salarial, salário in natura, dentre outros.

Contudo, as verbas que incidem sobre a hora de trabalho

não incluem o DSR. São exemplos: horas extras, intervalo

87

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

intrajornada, intervalo interjornada, horas in itinere, horas de

sobreaviso, etc. Nestes casos, os reflexos serão pleiteados

no descanso semanal remunerado E COM ESTE EM aviso prévio,

décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

Os quadros abaixo apresentam alguns exemplos da forma do

pedido das verbas trabalhistas e seus reflexos.

ADICIONAL CALCULADO SOB O INCLUÍDO O PERICULOSIDADE SALÁRIO BASE DSR

Diante do exposto, requer a condenação do

Reclamado ao pagamento do adicional de

periculosidade, calculada sob o salário base na

razão de 30%, BEM COMO os reflexos em aviso prévio,

décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

HE CALCULADA SOB ODSR

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

HABITUAIS VALOR DA HORAEXCLUÍDO

Diante do exposto, requer a condenação

do Reclamado ao pagamento de horas extras assim

consideradas as excedentes a oitava diária e a

quadragésima quarta semanal, acrescidas de 50%, BEM

COMO os reflexos em DSR E COM ESTE EM aviso prévio,

décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

INTERVALO SUPRESSÃO REFLEXOSDSR

INTRAJORNADA HABITUALEXCLUÍDO

Diante do exposto, requer a condenação

do Reclamado ao pagamento da hora cheia, acrescida

do adicional de 50%, BEM COMO os reflexos em DSR E

COM ESTE EM aviso prévio, décimo terceiro salário,

férias acrescidas do terço constitucional e FGTS

(depósitos e multa de 40%).

89

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

f) DURAÇÃO DO TRABALHO

Vários doutrinadores distinguem as expressões: jornada

de trabalho e horário de trabalho.

Alice Monteiro de Barros leciona que “jornada é o

período, durante um dia em que o empregado permanece à

disposição do empregador, trabalhando ou aguardando ordens

(art. 4°, CLT). Já o horário de trabalho abrange o período

que vai do início ao término da jornada, como também os

intervalos que existem durante o seu cumprimento.”6

Art. 4, CLT. Considera-se como deserviço o período em que o empregadoesteja à disposição do empregador,aguardando ou executando ordens, salvodisposição especial expressamenteconsignada.Parágrafo único. Computar-se-ão, nacontagem de tempo de serviço, paraefeito de indenização e estabilidade,os períodos em que o empregado estiverafastado prestando serviço militar epor motivo de acidente do trabalho.

No Brasil o limite diário da jornada de trabalho é de 8

(oito) horas diárias, enquanto o limite semanal não deve

6 BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5.ed. rev eampl. São Paulo: Ltr, 2009. p. 662.

90

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

ultrapassar 44 horas, conforme o art. 7º, XIII da

Constituição Federal.

Art. 7, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social: XIII – duração do trabalho normal nãosuperior a oito horas diárias equarenta e quatro semanais, facultada acompensação de horários e a redução dajornada, mediante acordo ou convençãocoletiva de trabalho[...]

O art. 58, caput, CLT corrobora a norma constitucional:

Art. 58, CLT. A duração normal dotrabalho, para os empregados emqualquer atividade privada, nãoexcederá de 8 (oito) horas diárias,desde que não seja fixado expressamenteoutro limite.§ 1º Não serão descontadas nemcomputadas como jornada extraordináriaas variações de horário no registro deponto não excedentes de cinco minutos,observado o limite máximo de dezminutos diários. § 2º O tempo despendido pelo empregadoaté o local de trabalho e para o seuretorno, por qualquer meio detransporte, não será computado najornada de trabalho, salvo quando,tratando-se de local de difícil acessoou não servido por transporte público,o empregador fornecer a condução. § 3º Poderão ser fixados, para asmicroempresas e empresas de pequenoporte, por meio de acordo ou convençãocoletiva, em caso de transportefornecido pelo empregador, em local dedifícil acesso ou não servido por

91

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

transporte público, o tempo médiodespendido pelo empregado, bem como aforma e a natureza da remuneração.

Observe que há dois limites legais para a jornada de

trabalho: o limite diário de 8 horas e o limite semanal de 44

horas. Ambos devem ser respeitados para que não haja a

obrigação de pagar as horas extras.

Atenção: alguns empregados, elencados no artigo 62, CLT,

estão excluídos da proteção da jornada de trabalho:

a) os empregados que exercem atividade externa

incompatível com a fixação de horário de trabalho;

b) os gerentes que exerçam cargos de gestão e recebem

acréscimo salarial igual ou superior a 40% do cargo

efetivo;

c) empregado doméstico.

Art. 62. Não se compreendem no regimedeste capítulo:I - os empregados que exercem atividadeexterna incompatível com a fixação dehorário de trabalho, devendo talcondição ser anotada na Carteira deTrabalho e Previdência Social e noregistro de empregados;II - os gerentes, assim considerados osexercentes de cargos de gestão, aosquais se equiparam, para efeito dodisposto neste artigo, os diretores echefes de departamento ou filial.Parágrafo único. O regime previstoneste capítulo será aplicável aosempregados mencionados no inciso II

92

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

deste artigo, quando o salário do cargode confiança, compreendendo agratificação de função, se houver, forinferior ao valor do respectivo salárioefetivo acrescido de 40% (quarenta porcento).

A ressalva é relevante, pois estes empregados não têm

direito às horas extras, SALVO quando o empregador tem

controle das horas trabalhadas. Em relação ao controle de

jornada realizado pelo empregador é importante mencionar a OJ

332, SDI – 1, TST:OJ 332. Motorista. Horas extras.Atividade externa. Controle de jornadapor tacógrafo. Resolução n. 816/86 doCONTRAN. O tacógrafo, por si só, sem aexistência de outros elementos, nãoserve para controlar a jornada detrabalho de empregado que exerceatividade externa.

Os horários de trabalho do empregado devem ser

observados minuciosamente, com o intuito de examinar se todos

os limites legais foram impostos e, se for o caso, pleitear

as horas extras ou intervalos legais (intrajornada e

interjornada) ou adicional noturno ou domingos e feriados

trabalhados ou horas in itinere ou horas de sobreaviso, etc.

O pedido de pagamento dessas verbas deve ser realizado,

com integração à remuneração do trabalhador, para todos os

efeitos legais, com reflexos em descanso semanal remunerado e

com este em aviso prévio, décimo terceiro salário, férias

93

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa

de 40%), conforme será analisado nos exemplos abaixo.

► Horas extras

A hora extraordinária é aquela que ultrapassa a jornada

normal de cada empregado, seja ela legal (oito horas diárias)

ou convencional. Esta hora trabalhada em sobretempo à jornada

regular será acrescida do adicional de, no mínimo, 50%

(cinquenta por cento).

Art. 7, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social:XVI – remuneração do serviçoextraordinário superior, no mínimo, emcinqüenta por cento à do normal; [...]

Art. 59, CLT. A duração normal dotrabalho poderá ser acrescida de horassuplementares, em número não excedentede duas, mediante acordo escrito entreempregador e empregado, ou mediantecontrato coletivo de trabalho.§ 1º. Do acordo ou do contrato coletivode trabalho deverá constar,obrigatoriamente, a importânciaremuneração da hora suplementar, queserá, pelo menos, 50% (cinqüenta porcento) superior à da hora normal.§ 2º. Poderá ser dispensado o acréscimode salário se, por força de acordo ouconvenção coletiva de trabalho, oexcesso de horas em um dia forcompensado pela correspondentediminuição em outro dia, de maneira que

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

não exceda, no período máximo de umano, à soma das jornadas semanais detrabalho previstas, nem sejaultrapassado o limite máximo de dezhoras diárias.§ 3º. Na hipótese de rescisão docontrato de trabalho sem que tenhahavido a compensação integral dajornada extraordinária, na forma doparágrafo anterior, fará o trabalhadorjus ao pagamento das horas extras nãocompensadas, calculadas sobre o valorda remuneração na data da rescisão.§ 4º. Os empregados sob o regime detempo parcial não poderão prestar horasextras.

Súmula 264, TST. A remuneração doserviço suplementar é composta do valorda hora normal, integrado por parcelasde natureza salarial e acrescido doadicional previsto em lei, contrato,acordo, convenção coletiva ou sentençanormativa.

Conclui-se que o adicional de, no mínimo, 50% calculado

sobre a hora normal será devido em todas as hipóteses de

prorrogação de jornada, EXCETO diante de acordo de

compensação de horas.

Súmula 85, TST. REGIME DE COMPENSAÇÃODE HORÁRIO SEMANAL - PAGAMENTO DASHORAS EXCEDENTES. I - A compensação de jornada detrabalho deve ser ajustada por acordoindividual escrito, acordo coletivo ouconvenção coletiva.II - O acordo individual paracompensação de horas é válido, salvo sehouver norma coletiva em sentidocontrário.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

III - O mero não-atendimento dasexigências legais para a compensação dejornada, inclusive quando encetadamediante acordo tácito, não implica arepetição do pagamento das horasexcedentes à jornada normal diária, senão dilatada a jornada máxima semanal,sendo devido apenas o respectivoadicional.IV - A prestação de horas extrashabituais descaracteriza o acordo decompensação de jornada. Nesta hipótese,as horas que ultrapassarem a jornadasemanal normal deverão ser pagas comohoras extraordinárias e, quanto àquelasdestinadas à compensação, deverá serpago a mais apenas o adicional portrabalho extraordinário.

Súmula 349, TST. VALIDADE DO ACORDO OUCONVENÇÃO COLETIVA DE COMPENSAÇÃO DEJORNADA DE TRABALHO EM ATIVIDADEINSALUBRE. A validade de acordocoletivo ou convenção coletiva decompensação de jornada de trabalho ematividade insalubre prescinde dainspeção prévia da autoridadecompetente em matéria de higiene dotrabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988;art. 60 da CLT).

OJ/SDI-I 323, SDI – 1, TST. ACORDO DECOMPENSAÇÃO DE JORNADA. SEMANAESPANHOLA. VALUDADE. É válido o sistemade compensação de horário quando ajornada adotada é a denominada “semanaespanhola”, que alterna a prestação de48 horas em uma semana e 40 em outra,não violando os art. 59, § 2º, da CLT e7º, XIII, da CF/88 o seu ajustemediante acordo ou convenção coletivade trabalho.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Acrescenta-se, ainda, que o caput do artigo 59 determina

que a duração do trabalho extraordinário não poderá exceder

duas horas diárias. No entanto, o descumprimento desta norma

não exime o empregador de indenizar ao empregado todas as

horas suplementares trabalhadas. Neste sentido é o

entendimento do TST proferido na súmula 376:

Súmula 376, TST. I - A limitação legalda jornada suplementar a duas horasdiárias não exime o empregador de pagartodas as horas trabalhadas. II - O valor das horas extrashabitualmente prestadas integra ocálculo dos haveres trabalhistas,independentemente da limitação previstano "caput" do art. 59 da CLT.

→ Para aperfeiçoar o estudo das horas extras, vide o

entendimento do TST proferido nas seguintes súmulas e

OJ’s:

● Súmulas: 24, 45, 56, 61, 63, 76, 85, 94, 102, 109,

110, 113, 115, 118, 151, 172, 199, 215, 226, 253, 264,

287, 291, 338, 340, 347, 354, 366, 376.

● OJ da SDI – 1, TST: 23, 47, 48, 49, 60, 63, 89, 97,

117, 206, 233, 234, 235, 239, 240, 242, 267, 275, 306,

332.

● OJ 5, SDI – 2, TST.

Exemplo – Horas Extras

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O Reclamante, durante todo o pacto laboral, cumpriu

a jornada de trabalho, que se estendia de segunda-feira a

sábado, das 08h00às 20h00, sendo que nunca recebeu pelas

horas suplementares trabalhadas. (Fato)

Claramente houve violação do art. 7º, XIII da CF e

do artigo 58, CLT, os quais determinam que é um direito

do trabalhador a duração máxima do trabalho de oito horas

diárias e 44 horas semanais. (Fundamento)

Ante ao descumprimento dos dispositivos supra,

postula-se o pagamento das horas extraordinárias, assim

consideradas todas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª

semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos termos do

art. 7º, XVI da Constituição Federal. Ademais, requer os

devidos reflexos, diante da habitualidade, em descanso

semanal remunerado e com este em aviso prévio, décimo

terceiro salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

(Pedido)

► Horas in itinere

O tempo despendido pelo empregado até o local de

trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de

transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo

98

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido

de transporte público, o empregador fornecer a condução (art.

58, § 2˚, CLT).

As horas in itinere possuem dois requisitos, sendo que

ambos devem coexistir para caracterizar a exceção prevista

neste dispositivo:

Local de difícil acesso ou não

servido por transporte público

regular

+Condução fornecida pelo

empregador de forma gratuita ou

onerosa

Neste sentido é o entendimento jurisprudencial enunciado

pelas súmulas 90 e 320, TST.

Súmula 90. I - O tempo despendido peloempregado, em condução fornecida peloempregador, até o local de trabalho dedifícil acesso ou não servido portransporte regular público, e para oseu retorno, é computável na jornada detrabalho.II - A incompatibilidade entre oshorários de início e término da jornadado empregado e os do transporte públicoregular é circunstância que também gerao direito às horas "in itinere".

99

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

III - A mera insuficiência detransporte público não enseja opagamento de horas "in itinere".IV - Se houver transporte públicoregular em parte do trajeto percorridoem condução da empresa, as horas "initinere" remuneradas limitam-se aotrecho não alcançado pelo transportepúblico. V - Considerando que as horas "initinere" são computáveis na jornada detrabalho, o tempo que extrapola ajornada legal é considerado comoextraordinário e sobre ele deve incidiro adicional respectivo.

Súmula 320. O fato de o empregadorcobrar, parcialmente ou não,importância pelo transporte fornecido,para local de difícil acesso, ou nãoservido por transporte regular, nãoafasta o direito à percepção dopagamento das horas "In itinere".

Exemplo – Horas in itinere

A empresa Reclamada está localizada muito distante

do centro urbano e devido à falta de transporte

público, a condução era fornecida gratuitamente pela

empresa aos empregados. Ocorre que o tempo despendido

no percurso era de 1 hora e 30 minutos, totalizando 3

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

horas diárias que não eram computadas na jornada de

trabalho do Reclamante. (Fato)

O fato exposto preenche os requisitos legais

exigidos pelo artigo 58, § 2˚, CLT e pelo inciso I da

súmula 90 do TST, para o tempo do percurso seja

computado na jornada de trabalho, quais sejam: não há

transporte público e o empregador fornecer a condução.

(Fundamento)

Ante o cumprimento dos requisitos legais, requer que o

tempo do percurso seja computado na jornada de trabalho

e, nos termos do inciso V da súmula 90, TST, o

acréscimo do adicional respectivo às horas que

ultrapassarem a jornada legal, bem como os reflexos em

descanso semanal remunerado e com este em aviso prévio,

décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

(Pedido)

► Intervalo Intrajornada

O intervalo intrajornada é concedido para alimentação e

repouso durante a jornada. A concessão de intervalo de, pelo

menos, uma hora é obrigatória quando a duração do trabalho

ultrapassar seis horas. A jornada que varie entre quatro e

seis horas de trabalho terá um intervalo de quinze minutos.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O intervalo intrajornada não é computado na jornada de

trabalho. Contudo, se o empregador optar pela concessão de

intervalos não previstos em lei, estes serão computados na

jornada de trabalho, isto é, será considerado como tempo de

trabalho e será remunerado como hora suplementar se

ultrapassar os limites diários da jornada do empregado

(súmula 118 TST).

Art. 71, CLT. Em qualquer trabalhocontínuo cuja duração exceda de seishoras, é obrigatória a concessão de umintervalo para repouso ou alimentação,o qual será no mínimo, de uma hora e,salvo acordo ou contrato coletivo emcontrário, não poderá exceder de duashoras.§ 1º. Não excedendo de seis horas otrabalho, será, entretanto, obrigatórioum intervalo de quinze minutos quando aduração ultrapassar quatro horas.§ 2º. Os intervalos de descanso nãoserão computados na duração dotrabalho.§ 3º. O limite mínimo de uma hora pararepouso e refeição poderá ser reduzidopor ato do Ministério do Trabalho,quando, ouvido o Departamento Nacionalde Segurança e Higiene do Trabalho, severificar que o estabelecimento atendeintegralmente às exigênciasconcernentes à organização dosrefeitórios e quando os respectivosempregados não estiverem sob regime detrabalho prorrogado a horassuplementares.§ 4º. Quando o intervalo para repouso ealimentação, previsto neste artigo, nãofor concedido pelo empregador, esteficará obrigado a remunerar o períodocorrespondente com um acréscimo de no

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobreo valor da remuneração da hora normalde trabalho.

Súmula 118, TST. Os intervalosconcedidos pelo empregador, na jornadade trabalho, não previstos em lei,representam tempo à disposição daempresa, remunerados como serviçoextraordinário, se acrescidos ao finalda jornada.

Como regra geral, os intervalos concedidos para repouso

ou alimentação não são computados na jornada de trabalho

(art.71, § 2º, CLT). Há, todavia, diversas categorias

profissionais, que, diante das peculiaridades que as cercam,

tem intervalos (intrajornada, entre jornadas ou mesmo

semanal) diferenciados da generalidade dos trabalhadores.

Além disto, em alguns casos específicos, a própria lei

estabelece, como exceção à regra geral, que alguns intervalos

para descanso, intrajornada, serão computados na jornada de

trabalho. São exemplos: empregados que atuam no serviço

permanente de mecanografia e digitação têm 10 minutos de

intervalo para cada 90 minutos trabalhados consecutivamente

(art. 72 da CLT e Súmula 346, TST); empregados que trabalham

em câmaras frias têm 20 minutos de descanso para cada 1 hora

e 40 minutos de trabalho (art. 253, CLT); empregados que

trabalham em minas e subsolo têm intervalo de 15 minutos para

cada 3 horas de trabalho (art. 298, CLT), dentre outros.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O descumprimento do intervalo intrajornada obriga o

empregador a remunerar o período correspondente com um

acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o

valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71, §

4º, CLT). Mesmo que a supressão do intervalo seja parcial

(concede um intervalo de 45 minutos, quando deveria conceder

um intervalo de uma hora), o empregador será obrigado a

indenizar o empregado o período integral do repouso, ou seja,

uma hora, acrescida de cinquenta por cento. O TST entende que

a supressão do intervalo inviabiliza a sua finalidade,

portanto o empregador deverá remunerar a hora “cheia”

acrescida do adicional de 50%.

OJ 307, SDI – 1, TST. Após a edição daLei nº 8.923/94, a não concessão totalou parcial do intervalo intrajornadamínimo, para repouso e alimentação,implica o pagamento total do períodocorrespondente, com acréscimo de, nomínimo, 50% sobre o valor daremuneração da hora normal de trabalho(art. 71 da CLT).

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

► Intervalo Interjornada

Este é o intervalo entre jornadas, isto é, entre um dia

e outro. A duração do intervalo interjornada é de, pelo

menos, 11 horas.

Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas detrabalho haverá um período mínimo de 11(onze) horas consecutivas paradescanso.

Art. 7, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social:

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Exemplo – Intervalo Intrajornada

O Reclamante cumpria a jornada de 7 horas diárias,

no entanto usufruía apenas de 30 minutos para alimentação

e repouso. (Fato)

O artigo 71 da CLT não foi respeitado, tendo em

vista que este obriga a concessão de um intervalo para

repouso ou alimentação de, pelo menos, 1 hora em qualquer

trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas.

(Fundamento)

Diante da exposição, requer a condenação do

Reclamado ao pagamento do tempo integral do intervalo,

nos termos da OJ 307, SDI – 1, TST, pois a não concessão

total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo implica

o pagamento total do período correspondente, com

acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

XV - repouso semanal remunerado,preferencialmente aos domingos; [...]

Art. 67, CLT. Será assegurado a todoempregado um descanso semanal de 24(vinte e quatro) horas consecutivas, oqual, salvo motivo de conveniênciapública ou necessidade imperiosa doserviço, deverá coincidir com odomingo, no todo ou em parte.Parágrafo único. Nos serviços queexijam trabalho aos domingos, comexceção quanto aos elencos teatrais,será estabelecida escala derevezamento, mensalmente organizada econstando de quadro sujeito àfiscalização.

Súmula 146, TST. O trabalho prestado emdomingos e feriados, não compensado,deve ser pago em dobro, sem prejuízo daremuneração relativa ao repousosemanal.

O descanso semanal remunerado e o intervalo interjornada

devem ser somados, ou seja, quando o empregado tiver direito

ao repouso semanal remunerado de 24 horas, este será somado

ao intervalo interjornada de 11 horas. Portanto, o empregado

só retornará ao trabalho após 35 horas. Caso o retorno ocorra

em prejuízo a este período de descanso consecutivo, as horas

serão consideradas extraordinárias, acrescidas do respectivo

adicional.

Súmula 110, TST. No regime derevezamento, as horas trabalhadas emseguida ao repouso semanal de 24 (vintee quatro) horas, com prejuízo dointervalo mínimo de 11 (onze) horas

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

consecutivas para descanso entrejornadas, devem ser remuneradas comoextraordinárias, inclusive com orespectivo adicional.

► Trabalho Noturno (Adicional)

O horário noturno, no meio urbano, inicia-se às 22 horas

e termina às 5 horas.

A hora noturna não é computada como 60 minutos, mas sim

como 52 minutos e trinta segundos.

A redação do artigo 73 da CLT exclui os empregados que

trabalham sob o regime de revezamento da percepção do

adicional noturno. Lembre que a CLT foi aprovada em 1943,

época em que vigorava a Constituição de 1937. Esta ressalva

prevista no caput do artigo foi abolida, tendo em vista que

não foi recepcionada pela CF/88, conforme a súmula 213 do

STF.

Todavia, permanece em vigência o art. 73 da CLT quanto

às seguintes disposições:

a) o adicional noturno é de, no mínimo, 20% (vinte

por cento) sobre a hora diurna.

b) a hora de trabalho noturno será computada como

sendo 52 minutos e 30 segundos.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

c) considera-se noturno, para efeitos deste

artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de

um dia e as 5 horas do dia seguinte.

Art. 7º, CF. São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de suacondição social: IX - remuneração do trabalho noturnosuperior à do diurno; [...]

Súmula 213, STF. É devido o adicionalde serviço noturno, ainda que sujeito oempregado ao regime de revezamento.

Art. 73, CLT. Salvo nos casos derevezamento semanal ou quinzenal, otrabalho noturno terá remuneraçãosuperior à do diurno e, para esseefeito, sua remuneração terá acréscimode 20% (vinte por cento), pelo menos,sobre a hora diurna.§ 1º. A hora do trabalho noturno serácomputada como de 52 (cinqüenta dois) e30 (trinta) segundos.§ 2º. Considera-se noturno, para osefeitos destes artigos, o trabalhoexecutado entre as 22 (vinte e duas)horas de um dia e as 5 (cinco) horas dodia seguinte.§ 3º. O acréscimo a que se referia opresente artigo, em se tratando deempresas que não mantêm, pela naturezade atividade, trabalho noturnohabitual, será feito tendo vista osquantitativos pagos por trabalhosdiurnos de natureza semelhante. Emrelação às empresas cujo trabalhonoturno decorra da natureza de suasatividades o aumento será calculadosobre o horário mínimo geral vigente naregião, não sendo devido quando exceder

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

desse limite, já acrescido dapercentagem.§ 4º. Nos horários mistos, assimentendidos os que abrangem períodosdiurnos e noturnos, aplica-se às horasde trabalho noturno o disposto nesteartigo e seus parágrafos.§ 5º. Às prorrogações do trabalhonoturno aplica-se o disposto nesteCapítulo.

Súmula 60, TST. I - O adicionalnoturno, pago com habitualidade,integra o salário do empregado paratodos os efeitos.II - Cumprida integralmente a jornadano período noturno e prorrogada esta,devido é também o adicional quanto àshoras prorrogadas. Exegese do art. 73,§ 5º, da CLT.

O empregado que recebe o adicional de periculosidade em

razão da sua atividade e ainda labora no horário noturno,

terá seu adicional noturno calculado sob o valor da hora

acrescida com o adicional de periculosidade, tendo em vista

que neste horário o empregado também estará sob condições de

risco.

OJ 259, SDI – 1, TST. O adicional depericulosidade deve compor a base decálculo do adicional noturno, já quetambém neste horário o trabalhadorpermanece sob as condições de risco.

O artigo 468, CLT veda qualquer alteração no contrato de

trabalho, salvo quando houver concordância de ambas as partes

e, desde que, não cause nenhum prejuízo ao empregado. Diante

disso, surgiu uma divergência em relação a possibilidade de

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

transferir o empregado do horário noturno para o horário

diurno com a supressão do respectivo adicional.

O trabalho noturno tem caráter excepcional. O empregador

ao transferir este empregado para o horário diurno estaria

beneficiando o mesmo, pois o trabalho diurno é mais saudável

para o empregado. Neste sentido o TST enunciou a súmula 265:Súmula 265, TST. A transferência para operíodo diurno de trabalho implica aperda do direito ao adicional noturno.

Observações:

● O doméstico não faz jus ao adicional noturno (art. 7°, §

único, CF)

● É vedado o trabalho noturno do menor (art. 7º, XXXIII,

CF).

● Trabalho noturno rural: não existe redução da hora

noturna para o trabalhador rural e o acréscimo é de 25%

sobre a remuneração normal (Art. 7º, Lei 5889/73)

● Súmula 214, STF: A duração legal da hora de serviço

noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem

suplementar, que não dispensa o salário adicional.

● OJ 97, SDI – 1, TST: O adicional noturno integra a base

de cálculo das horas extras prestadas no período

noturno.

● Súmula 402, STF: O vigia noturno tem direito a salário

adicional.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

● Advogados – art. 20, §3, Lei 8906/94: O trabalho noturno

é o compreendido entre as 20:00 e 5:00 horas, com

adicional de 25% (vinte cinco por cento).

● Portuário – art. 4º, Lei 4860/65 e OJ 60, SDI – 1, TST:

Hora noturna de sessenta minutos.

A jornada do Reclamante iniciava às 22

horas e encerrava às 5 horas do dia seguinte, quando

chegava o outro empregado do Reclamado. Apesar de

trabalhar no período noturno, o Reclamante sempre

recebeu o mesmo salário que o empregado que laborava

no período diurno. (Fato)

O art. 7º da Constituição Federal assegura aos

trabalhadores uma remuneração superior para o

trabalho noturno em relação ao trabalho diurno. Não

obstante, o artigo 73 da CLT aduz que o trabalho

noturno terá remuneração superior à do diurno e,

para esse efeito, sua remuneração terá acréscimo de

20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora

diurna. (Fundamento)

Deste modo, requer a condenação do Reclamado ao

pagamento do adicional noturno, durante todo o pacto

laboral, bem como os devidos reflexos em aviso

prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas

do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

40%). (Pedido)

g) DANO MORAL

A EC 45/04 ampliou a competência da Justiça do Trabalho,

incluindo as ações de indenização por danos morais, quando

originarem da relação de trabalho, conforme determina o

artigo 114, VI, CF.

Art. 114, CF. Compete à Justiça doTrabalho processar e julgar: VI - as ações de indenização por danomoral ou patrimonial, decorrentes darelação de trabalho; [...]

O pedido de dano moral resta caracterizado na presença

dos três requisitos da responsabilidade civil: culpa, dano e

nexo causal. Os fundamentos jurídicos do dano moral estão

positivados no art. 5°, X, CF e nos arts. 186 e 927 do CC.

Art. 5, CF. Todos são iguais perante alei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileirose aos estrangeiros residentes no País ainviolabilidade do direito à vida, àliberdade, à igualdade, à segurança e àpropriedade, nos termos seguintes:X - são invioláveis a intimidade, avida privada, a honra e a imagem daspessoas, assegurado o direito aindenização pelo dano material ou moraldecorrente de sua violação; [...]

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 186, CC. Aquele que, por ação ouomissão voluntária, negligência ouimprudência, violar direito e causardano a outrem, ainda que exclusivamentemoral, comete ato ilícito.

Art. 927, CC. Aquele que, por atoilícito (arts. 186 e 187), causar danoa outrem, fica obrigado a repará-lo.

Atenção. Avaliar a necessidade do pedido de dano moral

no seguintes casos:

● a proposta indique o abalo emocional do

empregado;

● o empregador pratica falta grava;

● o empregado foi demitido por justa causa.

Veja o exemplo – 3º EXAME DA ORDEM 2005/PR:

Em razão dos atrasos nos salários, Tomi tornou-se

inadimplente no pagamento das mensalidades escolares vendo-se

obrigado a retirar seu único filho do colégio particular em

que estudava, sendo que esta situação está lhe causando

profunda humilhação perante seus familiares e colegas,

pretendendo por isto, ser indenizado em valor a ser fixado

pelo juiz.

CRITÉRIO DE CORREÇÃO: Pagamento de indenização por danos

morais, em valor a ser fixado pelo

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

juiz, com fundamento na

responsabilidade civil do empregador

(ausência de pagamento de salário –

culpa; humilhação por tirar o filho do

colégio – dano; nexo causal).

Observe que o examinando não deve arbitrar nenhum valor

no pedido de danos morais (veja o exemplo abaixo). A

indicação de valores não pontuará no gabarito, além da

possibilidade de ser considerada identificação de prova.

ATENÇÃO: sempre que a RT contiver pedido de dano moral, o

rito do processo será o ordinário.

Exemplo 1:

A empresa Reclamada já invadia a

privacidade da Reclamante em virtude da intensa

vigilância por câmeras. Sobretudo, a Reclamada

tentou submetê-la a uma revista íntima por

funcionários do sexo oposto. A Reclamante não

aceitou tal constrangimento, motivo pelo qual

foi dispensada por justa causa. (Fato)

O artigo 5, X, CF declara que a

intimidade, a honra e a imagem das pessoas são

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

invioláveis, sendo-lhes assegurado o direito a

indenização pelo dano material ou moral

decorrente de sua violação. Neste mesmo sentido

aduz o artigo 927 do CC, que aquele que pratica

ato ilícito fica obrigado a reparar o dano

causado a outrem. A conduta da Reclamada violou

direito da Reclamante e, portanto, constitui

ato ilícito, nos termos do artigo 186 do CC.

Não obstante, avoca-se o artigo 373-A, VI da

CLT, o qual veda expressamente a revista íntima

nas empregadas. (Fundamento)

Diante da comprovação da responsabilidade

civil da Reclamada, requer a sua condenação da

Reclamada ao pagamento de indenização por danos

morais em valor a ser arbitrado por este Juízo.

(Pedido)

Exemplo 2:

A reclamada a partir de janeiro de 2006

passou a descumprir o contrato de trabalho, uma

vez que não efetuou o pagamento do salário do

Reclamante, o qual está inadimplente e obrigou-

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

se a fazer empréstimos de familiares e amigos,

o que está lhe causando profunda humilhação.

(Fato)

A conduta da Reclamada atinge um direito

fundamental do Reclamante, violando o artigo

5°, X da CF, segundo o qual a honra das pessoas

é inviolável. Ressalta-se que a ausência de

pagamento constitui falta grave, de acordo com

o art. 483, “d”, CLT, pois afirma que o

empregado poderá considerar rescindido o

contrato e pleitear a devida indenização quando

o empregador não cumprir as obrigações do

contrato.

Assim, dispõe o artigo 927, CC, que a

prática de ato ilícito gera a obrigação de

reparar o dano causado a outrem. Resta

comprovado que a atitude da Reclamada constitui

ato ilícito, nos termos do artigo 186 do CC,

uma vez que viola o artigo 5, X da CF e

descumpre as obrigações advindas do contrato de

trabalho, de acordo com o artigo 483, “d”, CLT.

(Fundamento)

Isto posto, requer a sua

condenação da Reclamada ao pagamento de

indenização por danos morais em valor a ser

arbitrado por este Juízo. (Pedido)

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

h) ESTABILIDADE – REINTEGRAÇÃO – INDENIZAÇÃO

A demissão sem justa causa é direito potestativo do

empregador, SALVO quando o empregado for detentor de

estabilidade, o que significa que o empregado tem direito ao

EMPREGO.

Estabilidade no emprego consiste no direito do

trabalhador de permanecer no emprego, mesmo contra a vontade

do empresário, enquanto inexistir causa relevante que

justifique a sua despedida.

Note que só é possível postular a reintegração do

empregado, se este for detentor de estabilidade e a demissão

não tenha justo motivo.

Assim, antes de expor o pedido da peça processual, é

fundamental uma breve análise dos principais exemplos de

estabilidade.

► Membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de

Acidente)

O art. 10, II, “a”, ADCT estabelece que até que seja

promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I,

da Constituição fica vedada a dispensa arbitrária ou sem

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

justa causa do empregado eleito para o cargo de direção das

comissões internas de prevenção de acidente (CIPA), desde o

registro de sua candidatura até um ano após o final do seu

mandato.

Art. 10, ADCT. Até que seja promulgadaa lei complementar a que se refere oArt. 7º, I, da Constituição:II - fica vedada a dispensa arbitráriaou sem justa causa:a) do empregado eleito para cargo dedireção de comissões internas deprevenção de acidentes, desde oregistro de sua candidatura até um anoapós o final de seu mandato;

Da mesma forma, a CLT dispõe que os titulares da

representação dos empregados na CIPA não poderão sofrer

despedida arbitrária, entende-se como tal a que não se fundar

em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

Ressalte-se que apenas o membro da CIPA represente dos

empregados é eleito; o representante do empregador é

simplesmente indicado, não gozando de qualquer estabilidade.

O empregador designará, anualmente, dentre os seus

representantes, o presidente da CIPA e os empregados

elegerão, dentre eles o Vice-Presidente, de acordo com o

artigo 164, §5° da CLT. Conclui-se, portanto, que apenas o

vice-presidente é detentor de estabilidade.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 164, CLT. Cada CIPA será compostade representantes da empresa e dosempregados, de acordo com os critériosque vierem a ser adotados naregulamentação de que trata o parágrafoúnico anterior.§ 1º. Os representantes dosempregadores, titulares e suplentes,serão por ele designados.§ 2º. Os representantes dos empregados,titulares e suplentes, serão eleitos emescrutínio secreto do qual participem,independentemente de filiação sindical,exclusivamente os empregadosinteressados.§ 3º. O mandato dos membros eleitos daCIPA terá a duração de 1 (um) ano,permitida uma reeleição.§ 4º. O disposto no parágrafo anteriornão se aplicará ao membro suplente que,durante o seu mandato, tenhaparticipado de menos da metade donúmero de reuniões da CIPA.§ 5º. O empregador designará, anualmente, dentre os seusrepresentantes, o Presidente da CIPA eos empregados elegerão, dentre eles, oVice-Presidente.

O TST entende que o suplente da CIPA também goza da

estabilidade prevista no art. 10, II, “a”, ADCT.Súmula 339, TST. CIPA. SUPLENTE.GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988. I - O suplente da CIPA goza da garantiade emprego prevista no art. 10, II,"a", do ADCT a partir da promulgação daConstituição Federal de 1988. II - A estabilidade provisória docipeiro não constitui vantagem pessoal,mas garantia para as atividades dosmembros da CIPA, que somente tem razãode ser quando em atividade a empresa.Extinto o estabelecimento, não severifica a despedida arbitrária, sendo

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

impossível a reintegração é indevida aindenização do período estabilitário.

► Membro da CCP (Comissão de Conciliação Prévia)

Os empregados que compõem a CCP gozam de estabilidade

provisória até um ano após o final do seu mandato. O

benefício visa garantir as atividades dos membros da CCP.

Art. 625-B, CLT. A Comissão instituídano âmbito da empresa será composta de,no mínimo, dois e, no máximo, dezmembros, e observará as seguintesnormas:I - a metade de seus membros seráindicada pelo empregador e a outrametade eleita pelos empregados, emescrutínio secreto, fiscalizado pelosindicato da categoria profissional;II - haverá na Comissão tantossuplentes quantos forem osrepresentantes titulares;III - o mandato dos seus membros,titulares e suplentes, é de um ano,permitida uma recondução.§ 1º. É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membrosda Comissão de Conciliação Prévia,titulares e suplentes, até um ano apóso final do mandato, salvo se cometeremfalta grave, nos termos da lei.§ 2º. O representante dos empregadosdesenvolverá seu trabalho normal naempresa, afastando-se de suasatividades apenas quando convocado paraatuar como conciliador, sendo computadocomo tempo de trabalho efetivo odespendido nessa atividade.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

► Gestante

O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

também veda a demissão sem justa causa da empregada gestante

desde a confirmação (concepção) da gravidez até cinco meses

após o parto.

A empregada gestante não goza de estabilidade quando for

admitida mediante um contrato de experiência, conforme a

súmula 244, TST.

Art. 10, ADCT. Até que seja promulgadaa lei complementar a que se refere oArt. 7º, I, da Constituição:II - fica vedada a dispensa arbitráriaou sem justa causa: b) da empregada gestante,desde aconfirmação da gravidez até cinco mesesapós o parto.

Súmula 244, TST. I - O desconhecimentodo estado gravídico pelo empregador nãoafasta o direito ao pagamento daindenização decorrente da estabilidade.II - A garantia de emprego à gestantesó autoriza a reintegração se esta seder durante o período de estabilidade.Do contrário, a garantia restringe-seaos salários e demais direitoscorrespondentes ao período deestabilidade. III - Não há direito da empregadagestante à estabilidade provisória nahipótese de admissão mediante contratode experiência, visto que a extinção darelação de emprego, em face do términodo prazo, não constitui dispensa.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

► Acidente do Trabalho

A estabilidade do empregado acidentado refere-se apenas

aos acidentes de trabalho. Os acidentes ocorridos no percurso

do trabalho para casa e vice versa também são considerados

acidentes de trabalho.

Além disso, o empregado só gozará do benefício caso

fique mais do que 15 dias afastado do serviço, situação em

que perceberá o auxílio doença acidentário do INSS. A

estabilidade do empregado acidentado é de no mínimo 12 meses

após a cessação do auxílio doença.

Art. 118, Lei 8213/91. O segurado quesofreu acidente de trabalho temgarantida, pelo prazo mínimo de dozemeses, a manutenção de seu contrato detrabalho na empresa, após a cessação doauxílio doença acidentário,independentemente de percepção deauxílio-acidente.

Súmula 378, TST. I - É constitucional oartigo 118 da Lei nº 8.213/1991 queassegura o direito à estabilidadeprovisória por período de 12 meses apósa cessação do auxílio-doença aoempregado acidentado. II - São pressupostos para a concessãoda estabilidade o afastamento superiora 15 dias e a conseqüente percepção do

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

auxílio doença acidentário, salvo seconstatada, após a despedida, doençaprofissional que guarde relação decausalidade com a execução do contratode emprego.

Acidente 16° dia ESTABILIDADE ♦♦ 15 dias sem trabalhar Suspensão do contrato Empregador paga o salário Percepção do auxílio doença acidentário

E mais, a súmula 32 do TST também é relevante, pois

afirma que após a cessação do auxílio, isto é, a partir do

momento em que o empregado estiver apto para retornar ao

trabalho, este terá o prazo de 30 dias para retornar ao

serviço, sob pena de perder o direito a estabilidade

provisória, uma vez que o TST entende que caracterizaria

abandono de emprego.

Súmula 32, TST. Presume-se o abandonode emprego se o trabalhador nãoretornar ao serviço no prazo de 30(trinta) dias após a cessação dobenefício previdenciário nem justificaro motivo de não o fazer.

► Dirigente Sindical

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O dirigente sindical também é detentor de estabilidade

provisória, a qual vigora a partir do registro de sua

candidatura até um ano após o seu mandato, caso eleito.

Contudo, se o registro da candidatura ocorrer durante o aviso

prévio o empregado não terá estabilidade no emprego.

A entidade sindical tem a obrigação de comunicar o

empregador da candidatura do empregado no prazo de 24 horas.

O art. 543 determina que, além da estabilidade no

emprego, o empregador não poderá transferi-lo. Neste sentido,

destaca-se o art. 659, inciso X da CLT, o qual prevê a

concessão de medida liminar visando reintegrar dirigente

sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.

Corrobora o pensamento a OJ 65, SDI – 2 do TST que ressalvada

a hipótese do art. 494 da CLT, não fere direito líquido e

certo a determinação liminar de reintegração no emprego de

dirigente sindical, em face da previsão do inciso X do art.

659 da CLT.

Art. 8, CF. É livre a associaçãoprofissional ou sindical, observado oseguinte: [...]VIII - é vedada a dispensa do empregadosindicalizado a partir do registro dacandidatura a cargo de direção ourepresentação sindical e, se eleito,ainda que suplente, até um ano após ofinal do mandato, salvo se cometerfalta grave nos termos da lei.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 543, CLT. O empregado eleito paracargo de administração sindical ourepresentação profissional, inclusivejunto a órgão de deliberação coletiva,não poderá ser impedido do exercício desuas funções, nem transferido paralugar impossível o desempenho das suasatribuições sindicais.§ 1º. O empregado perderá o mandato sea transferência for por ele solicitadaou voluntariamente aceita.§ 2º. Considera-se de licença nãoremunerada, salvo assentimento daempresa ou cláusula contratual, o tempoem que o empregado se ausentar dotrabalho no desempenho das funções aque se refere este artigo.§ 3º. Fica vedada a dispensa doempregado sindicalizado ou associado, apartir do momento do registro de suacandidatura a cargo de direção ourepresentação de entidade sindical oude associação profissional, até 1 (um)ano após o final do seu mandato, casoseja eleito, inclusive como suplente,salvo se cometer falta gravedevidamente apurada nos termos destaConsolidação. § 4º. Considera-se cargo de direção ourepresentação sindical aquele cujoexercício ou indicação decorre deeleição prevista em lei.§ 5º. Para os fins deste artigo, aentidade sindical comunicará porescrito à empresa, dentro de 24 (vintee quatro) horas, o dia e a hora doregistro da candidatura do seuempregado e, em igual prazo, suaeleição e posse, fornecendo, outrossim,a este, comprovante no mesmo sentido. OMinistério do Trabalho fará no mesmoprazo a comunicação no caso dadesignação referida no final do § 4º.§ 6º. A empresa que, por qualquer modo,procurar impedir que o empregado seassocie a sindicato, organize

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

associação profissional ou sindical ouexerça os direitos inerentes à condiçãode sindicalizado, fica sujeita àpenalidade prevista na letra (a) doArt. 553, sem prejuízo da reparação aque tiver direito o empregado.

Súmula 369, TST. I - É indispensável acomunicação, pela entidade sindical, aoempregador, na forma do § 5º do art.543 da CLT. II - O art. 522 da CLT, que limita asete o número de dirigentes sindicais,foi recepcionado pela ConstituiçãoFederal de 1988.III - O empregado de categoriadiferenciada eleito dirigente sindicalsó goza de estabilidade se exercer naempresa atividade pertinente àcategoria profissional do sindicatopara o qual foi eleito dirigente.IV - Havendo extinção da atividadeempresarial no âmbito da baseterritorial do sindicato, não há razãopara subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura doempregado a cargo de dirigente sindicaldurante o período de aviso prévio,ainda que indenizado, não lhe asseguraa estabilidade, visto que inaplicável aregra do § 3º do art. 543 daConsolidação das Leis do Trabalho.

O dirigente sindical só perderá a estabilidade por falta

grave, que será analisada por meio de Inquérito de Apuração

de Falta Grave.

Súmula 379, TST. O dirigente sindicalsomente poderá ser dispensado por faltagrave mediante a apuração em inquérito

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

judicial, inteligência dos arts. 494 e543, §3º, da CLT.

Atenção: membro do conselho fiscal do sindicato não é

detentor de estabilidade, pois, conforme o art. 522,

§ 2 da CLT, este não possui qualquer cargo de

direção, limita-se a gestão financeira (OJ 365 da

SDI-1 do TST). O mesmo ocorre com os delegados

sindicais, cuja função restringe-se a defesa dos

interesses da entidade perante os poderes públicos e

as empresas, EXCETO nas situações em que mediante

procuração representem a diretoria do sindicato.

Art. 522, CLT. A administração doSindicato será exercida por umadiretoria constituída, no máximo, de 7(sete) e, no mínimo, de 3 (três)membros e de um Conselho Fiscalcomposto de 3 (três) membros, eleitosesses órgãos pela Assembléia Geral.§ 1º. A diretoria elegerá, dentre osseus membros, o Presidente doSindicato.§ 2º. A competência do Conselho Fiscalé limitada à fiscalização da gestãofinanceira do Sindicato.§ 3º. Constituirão atribuirão exclusivada Diretoria do Sindicato e dosDelegados Sindicais, a que se refere oArt. 523, a representação e a defesados interesses da entidade perante ospoderes públicos e as empresas, salvomandatário com poderes outorgados porprocuração da Diretoria, ou associadoinvestido em representação prevista emlei.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Estes são os exemplos mais comuns nas provas da Ordem em

relação a estabilidade provisória. Sempre que houver

necessidade de pleitear o reconhecimento de garantia de

emprego, deverá ser apresentado o aspecto fático de que

decorre o direito do trabalhador e, em seguida, efetuar os

pedidos: reconhecimento da garantia de emprego e a

conseqüente declaração da nulidade da dispensa, requerendo a

reintegração do autor ao emprego com o pagamento de todos os

salários e demais haveres trabalhistas relativos aos meses

entre a dispensa e o retorno às atividades e, sucessivamente,

requerer o pagamento de uma indenização substitutiva, pelo

número de meses relativos à garantia postulada, acrescida dos

consectários legais.

Observação: se o problema mencionar que já acabou o período

de estabilidade, o pedido será apenas da

indenização substitutiva referente ao período

estável em que o empregador o demitiu sem justo

motivo (súmula 396 do TST).

O Reclamante sofreu sério acidente de trabalho e

por isto ficou afastado por 25 dias do serviço,

percebendo auxílio doença acidentário durante este

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

período. No dia seguinte a cessação do auxílio o

Reclamante compareceu na empresa, momento em que o

empregador o demitiu sem justa causa. O Reclamado não

poderia ter demiti-lo, tendo em vista que o Reclamante é

detentor de estabilidade. (Fatos)

O artigo 118 da Lei 8213/91 aduz que o empregado

que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo

prazo mínimo de doze meses, a manutenção de seu contrato

de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio

doença acidentário, independentemente de percepção de

auxílio-acidente. Confirma o entendimento a súmula 378

do TST, segundo a qual é garantida a estabilidade

provisória quando o afastamento for superior a 15 dias e

a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário.

(Fundamento)

Assim, requer a nulidade da dispensa sem justa

causa e a conseqüente reintegração do Reclamante ao

emprego com o pagamento de todos os salários dos meses

havidos entre a rescisão e o retorno às atividades. Caso

não seja este o entendimento deste Juízo,

sucessivamente, requer o pagamento de indenização

substitutiva referente ao período de estabilidade

provisória.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

i) RESCISÃO INDIRETA

A rescisão indireta será pleiteada quando o empregador

praticar alguma falta grave, nos termos do artigo 483, CLT.

Neste caso, o empregado poderá requerer para o Poder

Judiciário a rescisão do contrato de trabalho, bem como a

condenação do empregador ao pagamento de todas as verbas

rescisórias de uma demissão sem justa causa.

Observe que o pedido de rescisão indireta pressupõe um

contrato de trabalho em curso, isto é, só ocorrerá se o

empregado estiver prestando serviços para o empregador.

Art. 483. O empregado poderá considerarrescindido o contrato e pleitear adevida indenização quando:a) forem exigidos serviços superioresàs suas forças, defesos por Lei,contrários aos bons costumes ou alheiosao contrato;b) for tratado pelo empregador ou porseus superiores hierárquicos com rigorexcessivo;c) correr perigo manifesto de malconsiderável;d) não cumprir o empregador asobrigações do contrato;e) praticar o empregador ou seusprepostos, contra ele ou pessoas de suafamília ato lesivo da honra e boa fama;f) o empregador ou seus prepostosofenderem-no fisicamente, salvo em casode legítima defesa, própria ou deoutrem;

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

g) O empregador reduzir o seu trabalho,sendo este por peça ou tarefa, de formaa afetar sensivelmente a importânciados salários.§ 1º. O empregado poderá suspender aprestação dos serviços ou rescindir ocontrato, quando tiver de desempenharobrigações legais, incompatíveis comcontinuação do serviço.§ 2º. No caso de morte do empregadorconstituído em empresa individual, éfacultado ao empregador rescindir ocontrato de trabalho.§ 3º. Nas hipóteses das letras d e g,poderá o empregado preitear a rescisãode seu contrato de trabalho e opagamento das respectivas indenizações,permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.

Veja o exemplo:

O Reclamante está com muitas dificuldades

financeiras, pois há três meses a Reclamada não efetua o

pagamento de seu salário. Apesar disso, o Reclamante

ainda está laborando para a Reclamada, que continua

descumprindo o contrato de trabalho. (Fatos)

A principal obrigação do empregador em uma relação

de trabalho é a contra prestação, mediante salário, pelos

serviços realizados pelo empregado. A ausência de

pagamento é, portanto, o descumprimento de uma obrigação

do empregador. Tal fato motiva o pedido de rescisão

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

indireta da relação contratual, conforme o artigo 483,

“d” da CLT, pois quando o empregador não cumprir as

obrigações do contrato o empregado poderá considerar

rescindido o contrato e pleitear a devida indenização.

(Fundamento)

Diante do exposto, requer seja declarada

judicialmente a rescisão indireta do contrato de

trabalho, bem como a condenação da Reclamada ao pagamento

de todas as verbas rescisórias provenientes de uma

dispensa sem justa causa. (Pedido)

Exemplo de questão da OAB: Caso o empregado considere seu

contrato de trabalho rescindido, imputando ao empregador

descumprimento de obrigação imposta por lei e cessando, de

imediato, a prestação de serviço, pode ainda pretender

receber o pagamento de valor correspondente ao aviso prévio?

Critérios de Correção: A questão apresenta uma situação de

rescisão indireta, prevista pelo artigo 483

da CLT. Nestes casos, o empregador será

obrigado a pagar todas as verbas

rescisórias de uma demissão sem justa

causa, inclusive o aviso prévio, norma

imposta pelo art. 487, § 4º, da CLT: ”Édevido o aviso prévio na despedida indireta.”

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

j) REVERSÃO DA JUSTA CAUSA

O empregado só pode ser demitido por justa causa diante

da prática de uma falta grave e, para que a conduta seja

considerada falta grave, deve haver previsão legal. O artigo

482 da CLT apresenta hipóteses de demissão por justo motivo,

destaca-se que este rol é exemplificativo, posto que outras

legislações também regulamentam situações consideradas falta

grave.

Sempre que o empregado for dispensado por justa causa é

necessário postular a reversão para demissão sem justa causa

e, consequentemente, o pagamento de todas as verbas

rescisórias.

Art. 482. Constituem justa causa pararescisão do contrato de trabalho peloempregador:a) ato de improbidade;b) incontinência de conduta ou mauprocedimentoc) negociação habitual por contaprópria ou alheia sem permissão doempregador, e quando construir ato deconcorrência à empresa para a qualtrabalha o empregado, ou forprejudicial ao serviço;d) condenação criminal do empregado,passada em julgado, caso não tenhahavido suspensão da execução da pena;e) desídia no desempenho dasrespectivas funções;f) embriaguez habitual ou em serviço;g) violação de segredo da empresa;

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

h) ato e indisciplina ou deinsubordinação;i) abandono de emprego;j) ato lesivo da honra ou da boa famapraticado no serviço contra qualquerpessoa, ou ofensas físicas, nas mesmascondições, salvo em caso de legítimadefesa, própria ou de outrem;k) ato lesivo de honra e boa fama ouofensas físicas praticada contra oempregador e superiores hierárquicos,salvo em caso de legítima defesa,própria ou de outrem:l) prática constante de jogos de azar.Parágrafo único. Constitui igualmentejusta causa para dispensa de empregadoa prática, devidamente comprovada eminquérito administrativo, de atosatentatórios à segurança nacional.

Atenção: se a proposta apresentar um caso de demissão por

justa causa de empregado estável, deve-se requerer a

nulidade da dispensa e a reintegração ao emprego. Por

conseguinte, a indenização substitutiva.

Exemplo:

A Reclamante foi dispensada por justa causa,

pois não se submeteu a revista íntima imposta pelo

Reclamado, que a demitiu alegando que se tratava de

ato de indisciplina e insubordinação. (Fatos)

A Reclamante não cometeu nenhuma falta grave,

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

tendo em vista que apenas estava defendendo um

direito garantido pelo artigo 373-A, VI da CLT,

segundo o qual é vedado ao empregador realizar

revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.

Ademais, a atitude do Reclamado viola a disposição

do artigo 5°, X da CF, pois a submissão da

Reclamante a revista íntima atinge a sua honra.

Diante disso, a alegação do Reclamado não deve

prosperar, posto que a conduta da Reclamante não

constitui ato de indisciplina e insubordinação.

(Fundamento)

Assim, requer a reversão da demissão por justa

causa para demissão sem justa causa, bem como a

condenação do Reclamante ao pagamento de todas as

verbas rescisórias. (Pedido)

l) TUTELA CAUTELAR E TUTELA ANTECIPADA

Ambas são tutelas de urgência, entretanto possuem

finalidades distintas. A CLT é omissa em relação à tutela

cautelar e à tutela antecipada, de forma que as normas do

Código de Processo Civil são aplicadas subsidiariamente.

Art. 769, CLT. Nos casos omissos, odireito processual comum será fonte

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

subsidiária do direito processual dotrabalho, exceto naquilo em que forincompatível com as normas desteTítulo.

“Não são raras as situações em que, a ter-se de aguardar

a composição definitiva da lide por sentença, o provimento

final da justiça se tornará vão e inútil, porque o bem

disputado terá desaparecido ou a pessoa a que era destinado

já não mais terá condições de ser beneficiada pelo ato

judicial.

Outras vezes é o direito material mesmo que reclama gozo

imediato, sob pena de não poder fazê-lo o respectivo titular,

se tiver de aguardar o estágio final, ulterior à coisa

julgada.

Para estas duas situações, o direito processual moderno

concebeu uma tutela jurisdicional diferenciada, que recebe o

nome de tutela de urgência, desdobrada, no direito

brasileiro, em duas espécies distintas: a) a tutela cautelar,

que apenas preserva a utilidade e eficiência do futuro e

eventual provimento; b) a tutela antecipada, que, por meio de

liminares ou de medidas incidentais, permite à parte, antes

do julgamento definitivo de mérito, usufruir,

provisoriamente, do direito subjetivo resistido pelo

adversário. ”7

7 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – TeoriaGeral do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. 50ª ed.Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 53.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

► Tutela Cautelar

A tutela cautelar é, na realidade, uma ação própria.

Portanto, o pedido de tutela cautelar é realizado através de

uma petição inicial, cuja ação é dependente da Reclamatória

Trabalhista. A ação cautelar pode ser instaurada antes do

processo principal (preparatória) ou no curso do processo

principal (incidental).

Art. 796, CPC. O procedimento cautelarpode ser instaurado antes ou no cursodo processo principal e deste é sempredependente.

Art. 801, CPC. O requerente pleiteará amedida cautelar em petição escrita, queindicará:I - a autoridade judiciária, a que fordirigida;II - o nome, o estado civil, aprofissão e a residência do requerentee do requerido;III - a lide e seu fundamento;IV - a exposição sumária do direitoameaçado e o receio da lesão;V - as provas que serão produzidas.Parágrafo único. Não se exigirá orequisito do nº III senão quando amedida cautelar for requerida emprocedimento preparatório.

A finalidade da ação cautelar restringe-se apenas em

assegurar o resultado útil do processo, sendo a prevenção seu

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

elemento específico. O doutrinador Humberto Theodoro Junior

conceitua que “consiste, pois, a ação cautelar no direito de

provocar, o interessado, o órgão judicial a tomar

providências que conservem e assegurem os elementos do

processo (pessoas, provas e bens), eliminando a ameaça de

perigo ou prejuízo iminente e irreparável ao interesse

tutelado no processo principal.”8

A ação cautelar apresenta dois requisitos específicos:

fumus boni iuris e periculum in mora . A fumaça do bom direito é,

sinteticamente, uma aparência de direito, um grau mínimo de

certeza onde há uma possibilidade de que as alegações do

autor sejam verdadeiras. Já o perigo da demora é o fundado

receio de dano irreparável ou de difícil reparação diante de

uma decisão tardia.

Art. 797, CPC. Só em casosexcepcionais, expressamente autorizadospor lei, determinará o juiz medidascautelares sem a audiência das partes.

Art. 798, CPC. Além dos procedimentoscautelares específicos, que este Códigoregula no Capítulo II deste Livro,poderá o juiz determinar as medidasprovisórias que julgar adequadas,quando houver fundado receio de que umaparte, antes do julgamento da lide,cause ao direito da outra lesão grave ede difícil reparação.

8 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Processode Execução e Cumprimento da Sentença. Processo Cautelar e Tutela deUrgência. 41ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. v 2, p. 540.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Por fim, cita-se o artigo 808 do CPC, que aduz as causas

que extinguem os efeitos de eventual tutela cautelar

concedida à parte.

Art. 808, CPC. Cessa a eficácia damedida cautelar:I - se a parte não intentar a ação noprazo estabelecido no Art. 806;II - se não for executada dentro de 30(trinta) dias;III - se o juiz declarar extinto oprocesso principal, com ou semjulgamento do mérito.Parágrafo único. Se por qualquer motivocessar a medida, é defeso à parterepetir o pedido, salvo por novofundamento.

1. Endereçamento 2. Qualificação ESTRUTURA DA 3. MéritoAÇÃO CAUTELAR 4. Pedido 5. RequerimentosFinais 6. Valor da Causa

No pedido da ação cautelar requer-se a concessão de

liminar (in limine litis – no início da lide) e, posteriormente,

confirmação dos termos da liminar.

► Tutela Antecipada

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Antecipação de Tutela é o ato do juiz, por meio de

decisão interlocutória, que adianta ao Reclamante os efeitos

do julgamento de mérito, ou seja, a concessão de tutela

antecipada tem caráter satisfativo e não assecuratório como

as ações cautelares, uma vez que no “âmbito da tutela

antecipatória as medidas permitem a imediata satisfação da

pretensão (direito material) da parte, embora em caráter

provisório e revogável.” 9

Observe que a antecipação de tutela é uma medida mais

gravosa para o réu do que a medida cautelar, pois concede

liminarmente a pretensão final do autor. Assim, para não

transformar a liminar satisfativa em regra geral, o que

afetaria a garantia do Devido Processo Legal e o Princípio do

Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5°, LIV e LV, CF), a

tutela antecipatória submete a parte interessada às

exigências dos seguintes requisitos: prova inequívoca dos

fatos, verossimilhança das alegações, receio de dano

irreparável ou de difícil reparação ou abuso do direito de

defesa ou manifesto propósito protelatório, possibilidade de

reversão do provimento antecipado (revogar a concessão de

liminar).

9 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – TeoriaGeral do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. 50ª ed.Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 53.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 273, CPC. O juiz poderá, arequerimento da parte, antecipar, totalou parcialmente, os efeitos da tutelapretendida no pedido inicial, desdeque, existindo prova inequívoca, seconvença da verossimilhança da alegaçãoe: I - haja fundado receio de danoirreparável ou de difícil reparação ; ouII - fique caracterizado o abuso dedireito de defesa ou o manifestopropósito protelatório do réu.§ 1º. Na decisão que antecipar atutela, o juiz indicará, de modo claroe preciso, as razões do seuconvencimento. § 2º. Não se concederá a antecipação datutela quando houver perigo deirreversibilidade do provimentoantecipado.§ 3º. A efetivação da tutela antecipadaobservará, no que couber e conforme suanatureza, as normas previstas nos arts.588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A. § 4º. A tutela antecipada poderá serrevogada ou modificada a qualquertempo, em decisão fundamentada.§ 5º. Concedida ou não a antecipação datutela, prosseguirá o processo atéfinal julgamento.§ 6º. A tutela antecipada também poderáser concedida quando um ou mais dospedidos cumulados, ou parcela deles,mostrar-se incontroverso. § 7º. Se o autor, a título deantecipação de tutela, requererprovidência de natureza cautelar,poderá o juiz, quando presentes osrespectivos pressupostos, deferir amedida cautelar em caráter incidentaldo processo ajuizado.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

a) provainequívoca dos fatos b)

verossimilhança das alegações

REQUISITOS DA c) receio de dano irreparável

ou de difícil

TUTELA ANTECIPADA reparação ou abuso do

direito de defesa

ARTIGO 273,CPC ou manifesto propósito

protelatório

d)possibilidade de reversão do provimento

antecipado (revogar a concessão de liminar)

Importante: a CLT prevê duas situações em que serão

concedidas a antecipação da tutela no processo do

trabalho (artigo 659, IX e X, CLT).

Art. 659, CLT. Competem privativamenteaos Presidentes das Juntas, além dasque lhes forem conferidos neste Títuloe das decorrentes de seu cargo, asseguintes atribuições:I - presidir às audiências das Juntas;II - executar as suas própriasdecisões, as proferidas pela Junta eaquelas cuja execução lhes fordeprecada;III - dar posse aos Juízes classistasnomeados para a Junta, ao chefe de

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Secretaria e aos demais funcionários daSecretaria;IV - convocar os suplentes dos Juízesclassistas no impedimento destes;V - representar ao Presidente dotribunal regional da respectivajurisdição, no caso de falta dequalquer Juiz classista a 3 (três)reuniões consecutivas, sem motivojustificado, para os fins do Art. 727;VI - despachar os recursos interpostospelas partes, fundamentando a decisãorecorrida antes da remessa ao tribunalregional, ou submetendo-os à decisão daJunta, no caso do Art. 894;VII - assinar as folhas de pagamentodos membros e funcionários da Junta;VIII - apresentar ao Presidente doTribunal Regional, até 15 de fevereirode cada ano, o relatório dos trabalhosdo ano anterior;IX - conceder medida liminar, atédecisão final do processo emreclamações trabalhistas que visem atornar sem efeito transferênciadisciplinada pelos parágrafos do Art.469 desta Consolidação.X – conceder em medida liminar, atédecisão final do processo emreclamações trabalhistas que visemreintegrar no emprego dirigentesindical afastado, suspenso oudispensado pelo empregador.

A primeira baseia-se na possibilidade do Juiz do

conceder medida liminar que visem a tornar sem efeito

transferência de empregado para localidade diversa da que

resultar do contrato, sem a sua anuência e comprovação da

necessidade do serviço (art. 469, CLT e súmula 43).

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A seguinte refere-se à concessão de liminar para

reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso

ou dispensado pelo empregador.

Situações em que a RT deve conter o

pedido de Antecipação de Tutela

● artigo 659, IX, CLT (sustação de transferência

abusiva);

● artigo 659, X, CLT (dirigente sindical que foi

despedido a fim de frustrar a reivindicação da

categoria que deveria ocorrer dentro de 10 dias);

● reintegração do empregado portador de estabilidade

ou garantia no emprego, como os membros eleitos

das comissões internas de prevenção de acidentes,

a empregada gestante, o empregado acidentado;

● expedição de guias do Fundo de Garantia do Tempo

de Serviço – FGTS ou do seguro-desemprego

(empregador dispensou sem justa causa o empregado

e não lhe forneceu a guia para levantamento do

FGTS, tampouco a guia para percepção do seguro

desemprego);

● entrega de equipamento de proteção individual a

empregado (empregador mantém os equipamentos de

proteção em local inacessível aos empregados);

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

● empregador mantém trabalhador adolescente em

ambiente insalubre ou perigoso;

● abstenção de exigir atestado de esterilização de

empregadas em idade fértil;

● o empregador retém ilegalmente a CTPS do

empregado.

Empregado estável: quando é necessário postular a tutela

antecipada?

É possível afirmar que, de um modo geral, sempre que a

estabilidade se dá em razão do cargo do empregado (dirigente

sindical, membro da CCP, representante dos empregados na

CIPA) deve-se pleitear antecipação de tutela. E diante do

direito à estabilidade por razões pessoais (gestante,

acidente do trabalho) não haverá urgência na reintegração,

logo não será postulada a tutela antecipada. Todavia a

análise do caso concreto é fundamental para avaliar a

urgência da medida.

A súmula 414 do TST trata dos recursos cabíveis contra

as decisões de concessão liminar de tutela antecipada.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 414, TST. MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

(OU LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA.

I – A antecipação da tutela concedida na sentença não

comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser

impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o

meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.

II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida

antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança,

em face da inexistência de recurso próprio.

Comentários: A antecipação de tutela pode ser concedida no

momento da prolação da sentença. Neste caso, por

existir um recurso próprio para impugnar a decisão

(Recurso Ordinário) não caberá a impetração de

mandado de segurança. Contudo, se a liminar for

concedida antes da sentença trata-se de uma decisão

interlocutória, que é irrecorrível de imediato no

processo do trabalho. Portanto, nesta hipótese,

seria cabível a impetração de MS.10

III - A superveniência da sentença, nos autos originários,

faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a

concessão da tutela antecipada (ou liminar).

Comentários: A sentença de resolução do mérito tem caráter

terminativo, logo qualquer decisão concedida,10 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Súmulas do TST comentadas. 10. ed.São Paulo: Ltr, 2008. p. 351.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

provisoriamente, por meio de liminar terá sua

eficácia cessada, pois prevalecerá a sentença.

Assim o mandado de segurança impetrado contra o

ato de concessão de liminar, que ocorreu no curso

do processo por meio de uma decisão

interlocutória, perderá seu objeto, tendo em vista

que a liminar já fora revogada pela decisão

proferida na sentença. Suponha que na sentença o

Juiz confirmou os termos da liminar concedida no

curso do processa, neste caso a outra parte terá o

seu MS prejudicado e terá que reiterar o pedido

por meio de RO, porque a confirmação foi proferida

na sentença, da qual há recurso próprio para

impugnar a decisão.

O pedido de tutela antecipada, conforme já demonstrado,

deverá ser realizado na própria Reclamatória Trabalhista.

Exemplo:

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão,

portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob

nº e no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, residente e

domiciliado no endereço completo, vem respeitosamente perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante

assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional

no endereço completo, com fulcro no artigo 840 da CLT,

propor:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA com pedido de antecipação de tutela

em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de direito

privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço

completo, pelas razões de fato e de direito que passa a

expor.

O pedido propriamente dito, isto é, os fatos,

fundamentos e pedidos devem ser inseridos no mérito da RT. É

preciso apontar todos os requisitos exigidos pelo artigo 273,

CPC, quais sejam: prova inequívoca dos fatos (FATOS),

verossimilhança das alegações, receio de dano irreparável ou

de difícil reparação ou abuso do direito de defesa ou

manifesto propósito protelatório (FUNDAMENTOS).

Prova inequívoca dos fatos

FATOS

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Verossimilhança das alegações

+FUNDAMENTOS

Receio de dano irreparável (difícil reparação)

Veja o exemplo:

O Reclamante exercia o cargo de dirigente

sindical, quando fora dispensado sem justa causa pelo

Reclamado. Ocorre que o Reclamante desenvolveu diversos

projetos para sua categoria, que seriam reivindicados

dentro de 15 dias, contudo a dispensa do Reclamante

inviabilizará a manifestação dos empregados. (Fatos)

Destaca-se a presença de todos os requisitos legais

exigidos pelo artigo 273 do CPC, que autoriza o juiz

diante de requerimento da parte, antecipar, total ou

parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido

inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se

convença da verossimilhança da alegação e haja fundado

receio de dano irreparável ou de difícil reparação.

O Reclamante é dirigente sindical, cujo mandato

está em curso, logo trata-se de empregado estável e tem

direito a reintegração, conforme o art. 8 da CF, que

veda a dispensa do empregado sindicalizado a partir do

14

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

registro da candidatura a cargo de direção ou

representação sindical até um ano após o final do

mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Corrobora o texto constitucional o artigo 543 da CLT,

segundo o qual o empregado eleito para cargo de

administração sindical ou representação profissional não

poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem

transferido para lugar impossível o desempenho das suas

atribuições sindicais.

A reintegração imediata é fundamental, sob pena de

causar danos irreparáveis ao Reclamante, bem como a toda

a categoria, tendo em vista que a reivindicação será

cancelada. Ressalta-se que o artigo 659, X da CLT

autoriza especificamente para esta hipótese a concessão

de medida liminar, até decisão final do processo em

reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego

dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo

empregador. (Fundamentos)

Diante de todo o exposto, requer a concessão

liminar, com fulcro no artigo 659, X, CLT, que ordene a

reintegração do Reclamante e, em sentença, a confirmação

dos termos da liminar ora requerida. (Pedido)

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

m) ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA e JUSTIÇA GRATUITA

A concessão da assistência judiciária na Justiça do

Trabalho foi disciplinada pela Lei 5584/70. O artigo 14, § 1º

desta Lei 5584/70 regulamentou a concessão de assistência

judiciária na Justiça do Trabalho, estabelecendo que o

benefício da justiça gratuita será fornecido para o empregado

cujo salário seja igual ou inferior ao dobro do mínimo legal,

ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior

salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe

permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da

família e que tenha como patrono advogado de sindicado. A

assistência judiciária gratuita é monopólio dos sindicatos.

Os §’s seguintes do artigo 14 não são mais aplicados,

tendo em vista que a OJ 304, SDI – 1, TST dispensa as

exigências realizadas por estes dispositivos, firmando a

posição de que atendidos os requisitos da Lei 5584/70 para a

concessão da assistência judiciária, basta a simples

afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição

inicial, para se considerar configurada a sua situação

econômica.

Art. 14, Lei 5584/70. Na Justiça doTrabalho, a assistência judiciária aque se refere a Lei 1.060, de 5 defevereiro de 1950, será prestada peloSindicato da categoria profissional aque pertencer o trabalhador.

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§ 1º. A assistência é devida a todoaquele que perceber salário igual ouinferior ao dobro do mínimo legal,ficando assegurado igual benefício aotrabalhador de maior salário, uma vezprovado que sua situação econômica nãolhe permite demandar, sem prejuízo dosustento próprio ou da família.§ 2º. A situação econômica dotrabalhador será comprovada em atestadofornecido pela autoridade local doMinistério do Trabalho e PrevidênciaSocial, mediante diligência sumária,que não poderá exceder de 48 (quarentae oito) horas.§ 3º. Não havendo no local a autoridadereferida no parágrafo anterior, oatestado deverá ser expedido peloDelegado de Polícia da circunscriçãoonde resida o empregado.

OJ 304, SDI – 1, TST. Atendidos osrequisitos da Lei 5584/70 (art. 14, §2), para a concessão da assistênciajudiciária, basta a simples afirmaçãodo declarante ou de seu advogado, napetição inicial, para se considerarconfigurada a sua situação econômica.

Já o art. 790, §3 da CLT dispõe sobre a Justiça

Gratuita, observe:

Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho,nos Juízos de Direito, nos Tribunais eno Tribunal Superior do Trabalho, aforma de pagamento das custas eemolumentos obedecerá às instruções queserão expedidas pelo Tribunal Superiordo Trabalho. § 1º. Tratando-se de empregado que nãotenha obtido o benefício da justiçagratuita, ou isenção de custas, osindicato que houver intervindo no

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

processo responderá solidariamente pelopagamento das custas devidas. § 2º. No caso de não-pagamento dascustas, far-se-á execução da respectivaimportância, segundo o procedimentoestabelecido no Capítulo V desteTítulo.§ 3º. É facultado aos juízes, órgãosjulgadores e presidentes dos tribunaisdo trabalho de qualquer instânciaconceder, a requerimento ou de ofício,o benefício da justiça gratuita,inclusive quanto a traslados einstrumentos, àqueles que perceberemsalário igual ou inferior ao dobro domínimo legal, ou declararem, sob aspenas da lei, que não estão emcondições de pagar as custas doprocesso sem prejuízo do sustentopróprio ou de sua família.

Exemplo:

Ante a declaração do reclamante, conforme

determina a OJ 304, SDI – 1, TST, de que não pode

demandar sem prejuízo do sustento próprio e de sua

família, faz jus à concessão dos benefícios da justiça

gratuita, nos termos do artigo 790, §3º da CLT.

n) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Na Justiça do Trabalho vigora o Ius Postulandi, ou seja,

não exige a representação por advogado, a parte pode

acompanhar a Reclamatória até o final (salvo eventual Recurso

Extraordinário), de acordo com o artigo 791, CLT. Observe que

somente as partes podem demandar na Justiça do Trabalho, este

direito não pode ser exercido por terceiros.

Art. 791, CLT. Os empregados e osempregadores poderão reclamarpessoalmente perante a Justiça doTrabalho e acompanhar as suasreclamações até o final.

Além de a parte ter a faculdade de demandar sem a

presença de procurador, os honorários advocatícios na Justiça

do Trabalho também apresentam características distintas das

outras esferas do Poder Judiciário.

Na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios podem

ser chamados de honorários assistenciais, uma vez que estão

condicionados a dois requisitos: o benefício da justiça

gratuita e a assistência de advogado do sindicato

(assistência judiciária gratuita). Este entendimento foi

consolidado nas Súmulas 219 e 329 do TST.

Os honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho

pressupõem a representação da parte por advogado de sindicato

e a percepção de remuneração inferior a dois salários mínimos

ou que não consiga demandar a Reclamatória sem prejuízo ao

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

seu sustento e de sua família. Nestes casos os honorários

advocatícios nunca ultrapassarão o limite de 15% (quinze por

cento).

Súmula 219, TST. I - Na Justiça doTrabalho, a condenação ao pagamento dehonorários advocatícios, nuncasuperiores a 15% (quinze por cento),não decorre pura e simplesmente dasucumbência, devendo a parte estarassistida por sindicato da categoriaprofissional e comprovar a percepção desalário inferior ao dobro do saláriomínimo ou encontrar-se em situaçãoeconômica que não lhe permita demandarsem prejuízo do próprio sustento ou darespectiva família. II - É incabível a condenação aopagamento de honorários advocatícios emação rescisória no processotrabalhista, salvo se preenchidos osrequisitos da Lei nº 5.584/70.

Súmula 329, TST. Mesmo após apromulgação da Constituição daRepública de 1988, permanece válido oentendimento consubstanciado na Súmula219 do Tribunal Superior do Trabalho.

OJ 305, SDI – 1, TST. Na Justiça doTrabalho, o deferimento de honoráriosadvocatícios sujeita-se à constataçãoda ocorrência concomitante de doisrequisitos: o benefício da justiçagratuita e a assistência por sindicato.

Atenção: o advento da EC 45/2004 alterou a competência da

Justiça do Trabalho, que não se restringia mais as

relações entre empregados e empregadores. Diante

disso, o TST aprovou a Instrução Normativa 27/2005,

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

cujo art. 5º estabelece que os honorários são devidos

pela mera sucumbência, exceto nas lides decorrentes

da relação de emprego.

Portanto, para as relações de trabalho em geral, EXCETO

as relações de emprego, os honorários advocatícios devem ser

postulados e, nos termos do artigo 20, § 3 do CPC limite dos

honorários advocatícios é de 20%.

Art. 20, CPC. A sentença condenará ovencido a pagar ao vencedor as despesasque antecipou e os honoráriosadvocatícios. Essa verba honorária serádevida, também, nos casos em que oadvogado funcionar em causa própria.§ 1º. O juiz, ao decidir qualquerincidente ou recurso, condenará nasdespesas o vencido.§ 2º. As despesas abrangem não só ascustas dos atos do processo, comotambém a indenização de viagem, diáriade testemunha e remuneração doassistente técnico.§ 3º. Os honorários serão fixados entreo mínimo de 10% (dez por cento) e omáximo de 20% (vinte por cento) sobre ovalor da condenação, atendidos:a) o grau de zelo do profissional;b) o lugar de prestação do serviço;c) a natureza e importância da causa, otrabalho realizado pelo advogado e otempo exigido para o seu serviço.§ 4º. Nas causas de pequeno valor, nasde valor inestimável, naquelas em quenão houver condenação ou for vencida aFazenda Pública, e nas execuções,embargadas ou não, os honorários serãofixados consoante apreciação eqüitativa

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

do juiz, atendidas as normas dasalíneas a, b e c do parágrafo anterior.§ 5º. Nas ações de indenização por atoilícito contra pessoa, o valor dacondenação será a soma das prestaçõesvencidas com o capital necessário aproduzir a renda correspondente àsprestações vincendas (Art. 602),podendo estas ser pagas, tambémmensalmente, na forma do § 2º doreferido Art. 602, inclusive emconsignação na folha de pagamentos dodevedor.

Na prova da Ordem, o candidato deve estar atento as

informações que constam no problema, a fim de identificar a

necessidade ou não de formular o

pedido de honorários advocatícios. O requerimento de

honorários deve estar inserido no mérito da RT e o candidato

deve evidenciar o preenchimento dos pressupostos legais,

exigidos pelas súmulas 219 e 329 do TST e OJ 305 da SDI – 1,

TST.

o) SEGURO DESEMPREGO

O seguro desemprego foi instituído pelas Leis 7998/90 e

8900/94. Sinteticamente, determinam que o empregado

dispensado sem justa causa, e que preencher os requisitos

legais do artigo 3º da Lei 7998/90, faz jus ao recebimento

das guias para requerimento deste benefício.

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 3º, Lei 7998/90. Terá direito àpercepção do seguro-desemprego otrabalhador dispensado sem justa causaque comprove:I - ter recebido salários de pessoajurídica ou pessoa física a elaequiparada, relativos a cada um dos 6(seis) meses imediatamente anteriores àdata da dispensa;II - ter sido empregado de pessoajurídica ou pessoa física a elaequiparada ou ter exercido atividadelegalmente reconhecida como autônoma,durante pelo menos 15 (quinze) mesesnos últimos 24 (vinte e quatro) meses;III - não estar em gozo de qualquerbenefício previdenciário de prestaçãocontinuada, previsto no Regulamento dosBenefícios da Previdência Social,excetuado o auxílio-acidente e oauxílio suplementar previstos na Lei nº6.367, de 19 de outubro de 1976, bemcomo o abono de permanência em serviçoprevisto na Lei nº 5.890, de 8 de junhode 1973;IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; eV - não possuir renda própria dequalquer natureza suficiente à suamanutenção e de sua família.

Oportuno mencionar que caso o empregador se recuse a

entregar as guias, impossibilitando o recebimento deste

benefício, o empregado poderá pleitear uma indenização pelo

dano causado, nos termos da súmula 389, II, TST.

Súmula 389, TST. I - Inscreve-se nacompetência material da Justiça doTrabalho a lide entre empregado eempregador tendo por objeto indenização

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

pelo não-fornecimento das guias doseguro-desemprego.II - O não-fornecimento pelo empregadorda guia necessária para o recebimentodo seguro-desemprego dá origem aodireito à indenização.

Observação: empregados domésticos também têm direito ao

seguro desemprego, mas somente na hipótese de o

empregador anotar a CTPS e efetuar os depósitos do

FGTS (alteração trazida pela Lei 10.208/2001 ao

texto da Lei 5859/72, que regula o trabalho

doméstico).

Exemplo:

A Reclamada não forneceu as guias para

percepção do seguro desemprego ao reclamante,

impossibilitando que o autor percebesse o benefício.

(Fatos)

O Reclamante preenche todas as exigências legais

previstas pelo artigo 3º da Lei 7998/94, quais sejam:

percepção de salário nos últimos 6 meses, não goza de

nenhum benefício previdenciário de prestação continuada

ou auxílio-desemprego, nos últimos 15 meses exerceu

atividade legalmente reconhecida como autônoma. Ademais

não possui renda própria de qualquer natureza

15

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

suficiente à sua manutenção e de sua família.

(Fundamentos)

Assim, requer a concessão das guias para saque de

beneficio e, sucessivamente, pagamento de indenização

correspondente, nos termos da Súmula 389, II do TST.

(Pedido)

ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda inicial)

p) VERBAS RESCISÓRIAS

As verbas rescisórias são provenientes da extinção do

contrato de trabalho, ou seja, são as parcelas que devem ser

pagas pelo empregador na ocasião da rescisão contratual.

Saldo de salário

VERBAS Aviso Prévio

RESCISÓRIAS 13º Salário proporcional

Férias + 1/3

constitucional

Multa de 40% do FGTS

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

As parcelas rescisórias podem variar em função da causa

de dissolução do contrato, isto é, as verbas rescisórias de

um contrato de trabalho por prazo indeterminado rescindido

sem justa causa não são as mesmas do que as verbas

rescisórias de um contrato extinto por justa causa.

► DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA: saldo de salário, aviso

prévio, 13º salário, férias

+ 1/3 constitucional e multa

de 40% do FGTS. No tópico

das verbas rescisórias deve-

se pleitear também a

liberação da guia do FGTS e

da guia do seguro

desemprego.

► DEMISSÃO COM JUSTA CAUSA: saldo de salário, férias

vencidas e ao 13º salário

vencido, além é claro, de

eventuais parcelas salariais

devidas no próprio mês da

despedida (horas extras, por

exemplo). Não possui direito a

multa de 40% e também as guias

para liberação do FGTS e do

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

seguro-desemprego. O empregado

dispensado por justa causa não

tem direito a nenhuma verba

proporcional.

► RESCISÃO INDIRETA (culpa do empregador): são devidas as

mesmas parcelas que lhe seriam devidas

no caso de demissão sem justa causa,

ou seja, saldo de salário, aviso

prévio, 13º salário, férias + 1/3

constitucional e multa de 40% do FGTS,

inclusive, a liberação da guia do FGTS

e da guia do seguro desemprego.

► CULPA RECÍPROCA: são devidas todas as verbas da

dispensa sem justa causa, no entanto

são reduzidas pela metade, EXCETO o

saldo de salário.

A culpa recíproca ocorre quando empregado e empregador,

concomitantemente, incorrem em justa causa e dessa situação

complexa resultar o término do contrato de trabalho. O

exemplo clássico é a agressão mútua.11

11 JORGER NETO. Francisco Ferreira. Direito do Trabalho. 3 ed. Rio deJaneiro: Lúmen Júris, 2005. p. 664.

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O artigo 484 da CLT que regula as verbas oriundas do contrato

rescindido por culpa recíproca.

Art. 484, CLT. Havendo culpa recíprocano ato que determinou a rescisão docontrato de trabalho, o tribunal dotrabalho reduzirá a indenização à queseria devido em caso de culpa exclusivado empregador, por metade.

Portanto, se restar comprovada a culpa recíproca, o

empregado terá direito:

a) 50% do valor do aviso prévio, décimo terceiro salário e

das férias proporcionais acrescidas do terço

constitucional (Súmula 14, TST);

b) multa do FGTS a razão de 20%, calculada sobre os

depósitos fundiários realizados no período contratual

(art. 18, § 2º, Lei 8036/90); e

c) movimenta a conta vinculada do FGTS (art. 20, Lei

8036/90). Súmula 14, TST – Redução à Metade do 13º,

Aviso Prévio e Férias Proporcionais.

O tópico das verbas rescisórias é atípico, pois é

dispensável o parágrafo da fundamentação, veja o exemplo:

O Reclamante foi dispensado sem justa

causa pelo Reclamado no dia _____. (Fatos)

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Diante disso, requer a condenação do Reclamado

ao pagamento de todas as verbas rescisórias

provenientes desta dissolução do contrato de

trabalho, quais sejam saldo de salário, aviso

prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas

do terço constitucional e multa de 40% do FGTS.

Ademais, requer a guia para levantamento do FGTS e

a guia para percepção do seguro desemprego.

(Pedido)

Observação: no tópico das verbas rescisórias o requerimento

refere-se apenas aos proporcionais das parcelas

devidas, portanto se a proposta mencionar que há

falta de pagamento de férias ou 13º salário, por

exemplo, será necessário um tópico específico para

pleitear a verba atrasada.

q) MULTA DO ART. 467 DA CLT

O artigo 467 da CLT afirma que as verbas rescisórias

incontroversas, isto é, que não forem contestadas pelo

empregador e, portanto, devidas ao empregado, deverão ser

quitadas em primeira audiência, sob pena da multa prevista

neste artigo.

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O § único prevê uma exceção importante, esta multa não é

aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos

Municípios e as suas autarquias e fundações públicas.

Art. 467, CLT. Em caso de rescisão decontrato de trabalho, havendocontrovérsia sobre o montante dasverbas rescisórias, o empregador éobrigado a pagar ao trabalhador, à datado comparecimento à Justiça doTrabalho, a parte incontroversa dessasverbas, sob pena de pagá-las acrescidasde cinqüenta por cento.

Parágrafo único. O disposto no caputnão se aplica à União, aos Estados, aoDistrito Federal, aos Municípios e assuas autarquias e fundações públicas.

Assim, quando as parcelas rescisórias incontroversas não

forem pagas pelo empregador em primeira audiência, o

empregado passará a fazer jus ao recebimento de uma

indenização no valor de 50% das mesmas verbas.

Exemplo:

Nos termos deste artigo, o Reclamante

requer que o pagamento das verbas incontroversas seja

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

realizado em primeira audiência, sob pena da

incidência de multa de 50% sobre o valor

correspondente, nos termos do artigo 467 da CLT.

r) MULTA DO ART. 477 DA CLT

A multa deste artigo só incidirá se o empregador não

respeitar o prazo legal previsto para o pagamento das verbas

rescisórias.

Art. 477, CLT. É assegurado a todoempregado, não existindo prazoestipulado para a terminação dorespectivo contrato, e quando não hajaele dado motivo para cessação dasrelações de trabalho, o direito dehaver do empregador uma indenização,paga na base da maior remuneração quetenha percebido na mesma empresa. § 1º. O pedido de demissão ou recibo dequitação de rescisão do contrato detrabalho, firmado por empregado commais de 1 (um) ano de serviço, só seráválido quando feito com a assistênciado respectivo Sindicato ou perante aautoridade do Ministério do Trabalho.§ 2º. O instrumento de rescisão ourecibo de quitação, qualquer que seja acausa ou forma da dissolução docontrato, deve ter especificada anatureza de cada parcela paga aoempregado e discriminado o seu valor,sendo válida a quitação, apenas,relativamente às mesmas parcelas. § 3º. Quando não existir na localidadenenhum dos órgãos previstos nesteartigo, a assistência será prestada

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

pelo representante do MinistérioPúblico ou, onde houver, pelo defensorpúblico, e, na falta ou impedimentodestes, pelo juiz de paz.§ 4º. O pagamento a que fizer jus oempregado será efetuado no ato dahomologação da rescisão do contrato detrabalho, em dinheiro ou em chequevisado, conforme acordem as partes,salvo se o empregado for analfabeto,quando o pagamento somente poderá serfeito em dinheiro. § 5º. Qualquer compensação no pagamentode que trata o parágrafo anterior nãopoderá exceder o equivalente a um mêsde remuneração do empregado. § 6º. O pagamento das parcelasconstantes do instrumento de rescisãoou recibo de quitação deverá serefetuado nos seguintes prazos:a) até o primeiro dia útil imediato aotérmino do contrato; oub) até o décimo dia, contado da data danotificação da demissão, quando daausência do aviso prévio, indenizaçãodo mesmo ou dispensa de seucumprimento.§ 7º. O ato da assistência na rescisãocontratual (§§ 1º e 2º ) será sem ônuspara o trabalhador e empregador.§ 8º. A inobservância do disposto no §6º deste artigo sujeitará o infrator àmulta de 160 BTN, por trabalhador, bemassim ao pagamento da multa a favor doempregado, em valor equivalente ao seusalário, devidamente corrigido peloíndice de variação do BTN, salvo quandocomprovadamente, o trabalhador dercausa à mora. § 9º. (Vetado).

O § 6º deste artigo estabelece dois prazos

diferenciados em função do aviso prévio. A alínea “a” trata

da hipótese de aviso prévio cumprido, ou seja, o empregado

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

laborou durante 30 dias. Neste caso o pagamento das verbas

rescisórias deve ser até o primeiro dia útil imediato ao

término do contrato.

A alínea “b”, por sua vez, refere-se a hipótese de aviso

prévio indenizado, aquele em que o empregador paga o aviso

prévio e dispensa o empregado do seu cumprimento. Nesta

situação o pagamento deverá ser efetuado até o décimo dia,

contado da data da notificação da demissão. Note que NÃO é o

décimo dia útil, a contagem do prazo é de dez dias a partir

da dispensa.

Observação: o aviso prévio é de 30 dias e não um mês!

O § 6º prevê os prazos de pagamento, conforme

exposto, já o § 8º impõe a multa em que incorrerá o

empregador que não efetuar o pagamento dentro do prazo legal.

A penalidade prevista corresponde ao valor de um salário do

empregado percebido à época da dissolução do contrato de

trabalho.

Exemplo:

O Reclamado não respeitou o prazo para

pagamento das parcelas rescisórias previsto no

artigo 477, §6º da CLT. Diante deste fato, o

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Reclamante requer a condenação do Reclamado ao

pagamento de multa no valor equivalente ao seu

salário, conforme o §8º do artigo 477 da CLT.

s) JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Todas as parcelas concedidas em sentença/acórdão devem

ser devidamente atualizadas monetariamente, bem como

acrescidas dos juros legais. Embora a doutrina e

jurisprudência majoritária entendam que se trata de pedido

implícito, para fins de exame da Ordem este pedido deve ser

requerido expressamente pelo candidato.

Exemplos:

O Reclamante requer a incidência de juros e

correção monetária na forma da Lei.

OU

Sobre o montante da condenação apurado em

liquidação de sentença, requer-se a incidência de

juros e correção monetária, conforme disciplinou o

art. 39 da Lei 8.177/91.

16

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

t) RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS

As verbas reconhecidas como devidas ao autor nas

decisões proferidas pela Justiça do Trabalho constituem fato

gerador de tributos, como imposto de renda e contribuições

previdenciárias. Portanto, o juiz determinará as respectivas

retenções fiscais e previdenciárias no crédito do autor. Por

isto mesmo, o reclamante que se sentir prejudicado, pode, por

exemplo, postular a condenação da reclamada em indenização

capaz de reparar este prejuízo sofrido.

Exemplos:

O Reclamante requer que as retenções fiscais,

bem como as contribuições previdenciárias sejam

calculadas na forma da Lei.

OU

A falta de pagamento durante o contrato de

trabalho que ensejou as verbas ora postuladas, bem

como as suas retenções fiscais e previdenciárias.

Portanto, nos termos do artigo 186 do CC, requer que

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

a Reclamada seja condenada a indenizar o Reclamante

pelos correspondentes valores.

Sucessivamente, não sendo este o entendimento

deste Juízo, requer que as retenções fiscais sejam

calculadas mês a mês e, por outro lado, que as

contribuições previdenciárias sejam calculadas sobre

o valor total da condenação.

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA – PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

No capítulo 3 desta apostila foi abordado o procedimento

sumaríssimo e suas peculiaridades. Neste momento é oportuno

relembrar que no rito sumaríssimo é fundamental que os

pedidos formulados sejam líquidos. Cada pedido do reclamante

deverá especificar qual é o valor requerido, sob pena de

arquivamento da reclamatória trabalhista, de acordo com o

artigo 852-B, CLT.

A estrutura da RT é a mesma, a única diferença estará no

mérito, pois cada pedido formulado pelo Reclamante deverá

especificar o valor exato da verba postulada. Veja o exemplo:

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DOTRABALHO DE ________.

NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil,

profissão, portador da Cédula de Identidade RG

nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº,

portador da CTPS nº, residente e domiciliado no

endereço completo, vem respeitosamente perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado

adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com

escritório profissional no endereço completo, com

fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

em face de NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de

direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº,

estabelecida no endereço completo, pelas razões

de fato e de direito a seguir expostos.

I – PRELIMINAR DE MÉRITO

a) Comissão de Conciliação Prévia

b) Tramitação Preferencial do Feito: Idoso(art. 71, Lei 10741/2003)

c) Dissídio que verse exclusivamente sobresalário ou empregador falido: art. 652,§único, CLT

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vezque o mérito é dependente da proposta)

1. DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no

dia ________ para exercer a função de _________,

a remuneração percebida era de _______ até a data

_________, quando foi dispensado sem justa causa

pelo Reclamado.

2. DAS HORAS EXTRAS

§1 Fato

§2 Fundamento

§3 Pedido

§4 Atribui-se ao pedido o valor de R$______

3. DO 13º SALÁRIO

§1 Fato

§2 Fundamento

§3 Pedido

§4 Atribui-se ao pedido o valor de R$______

ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda inicial)

4. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§1 Fato

§2 Fundamento

§3 Pedido

§4 Atribui-se ao pedido o valor de R$______

5. MULTA DO ART. 467, CLT

Nos termos deste artigo, o Reclamante

requer que o pagamento das verbas incontroversas

seja realizado em primeira audiência, sob pena da

incidência de multa de 50% sobre o valor

correspondente.

6. MULTA DO ART. 477, CLT

O Reclamado não respeitou o prazo para

pagamento das parcelas rescisórias previsto no

artigo 477, §6º da CLT. Diante deste fato, o

Reclamante requer a condenação do Reclamado ao

pagamento de multa no valor equivalente ao seu

salário, conforme o §8º do artigo 477 da CLT.

7. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

O Reclamante requer a incidência de

juros e correção monetária na forma da Lei.

8. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS

O Reclamante requer que as retenções

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

fiscais, bem como as contribuições

previdenciárias sejam calculadas na forma da Lei.

III – PEDIDOS

VI - REQUERIMENTOS FINAIS

O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da

Reclamada para apresentar resposta a presente

Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.

A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVAS em

direito admitidos, em especial o depoimento

pessoal do representante legal da Reclamada, sob

pena de confissão, oitiva de testemunhas, prova

pericial e juntada de novos documentos.

Por fim, requer a PROCEDÊNCIA da ação, e a

condenação da Reclamada em todos os pedidos

supra, acrescidos de juros e correção monetária.

Atribui-se a causa valor superior 2 e

inferior a 40 salários mínimos.

Termos em que, Pede deferimento.Local e data.Nome do Advogado

OAB nº

V. PEDIDOS

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Encerrado o mérito, é oportuno desenvolver o tópico dos

PEDIDOS. Os requerimentos devem ser apresentados na mesma

ordem em que foram abordados no mérito. Enumerados com

critério diferente daquele utilizado nos tópicos da RT (se os

tópicos foram relacionados com números romanos, os pedidos

podem ser relacionados por letras, por exemplo).

Este tópico é, na realidade, a cópia dos pedidos feitos

durante o desenvolvimento da peça processual (terceiro

parágrafo). É importante pedir a parcela principal, bem como

os seus reflexos, acrescidos de juros e correção monetária.

Observação: o tópico dos pedidos não é fundamental a

Reclamação Trabalhista, cabe ao examinando

ponderar, na hora do exame, a sua disponibilidade

de tempo e de linhas, para decidir se é viável

redigi-lo. Exemplos:

Diante todo o exposto, reitera-se o seguinte:

a) Requer o reconhecimento de vínculo de emprego

entre as partes, conforme exposto no item supra;

b) Requer a anotação na CTPS do Reclamante, no

período de xx/xx/xx a xx/xx/xx;

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

c) Requer a condenação subsidiária da empresa _____,

ao pagamento de todas as verbas trabalhistas ora

pleiteadas, diante do inadimplemento da empresa

prestadora de serviços;

d) Requer a equiparação salarial, inclusive os

reflexos no aviso prévio, 13º. Salário, férias

acrescidas do terço constitucional e FGTS

(depósitos e multa de 40%);

e) Requer a integração do adicional de insalubridade

à remuneração do Autor, com reflexos no aviso

prévio, 13º. Salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%);

f) Requer a condenação da Reclamada ao pagamento das

parcelas rescisórias devidamente corrigidas;

g) Requer a liberação de guia para levantamento do

FGTS, bem como a guia para a percepção do seguro

desemprego.

h) Requer a condenação da Reclamada ao pagamento da

multa do artigo 467, CLT.

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

VI. REQUERIMENTOS FINAIS

NOTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DE PROVAS

PROCEDÊNCIA

Ao contrário do tópico dos pedidos, os requerimentos

finais são indispensáveis a RT. Neste momento, deve-se

requerer a notificação da reclamada, a produção de todos os

meios de prova em direito admitidos, a condenação da

Reclamada e a procedência de todos os pedidos. Exemplo:

Deste modo, requer a notificação da Reclamada para,

querendo, responder a presente Reclamatória Trabalhista,

sob pena de revelia.

E a produção de todos os meios de prova em direito

admitidos, em especial a prova pericial e a oitiva de

testemunhas.

Por fim, requer a condenação da

Reclamada, bem como a procedência de todos os pedidos

supra, acrescidos de juros e correção monetária.

Observação: caso a Reclamação Trabalhista contenha pedido de

adicional de periculosidade ou adicional de

insalubridade a prova pericial é obrigatória.

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Portanto, procure mencioná-la nos requerimentos

finais quando for especificar algumas modalidades

de prova em direito admitidas.

VII. VALOR DA CAUSA

A Consolidação das Leis Trabalhistas é omissa no tocante

ao valor da causa. Contudo, com advento da Lei 5584/70, que

fixa o valor de alçada e da Lei 9957/00, que instituiu o

procedimento sumaríssimo, o valor da causa deve ser apontado

na Reclamação Trabalhista.

Cuidado: não é aconselhável atribuir valores específicos a

RT, sob pena de identificar a prova. É mais adequado

usar expressões ou valores genéricos, como os

exemplos abaixo:

Procedimento Ordinário

→ Atribui-se a causa o valor superior a 40 salários

mínimos.

Procedimento Sumaríssimo

Atenção: se a proposta indicar que o valor da causa está

entre 2 a 40 salários mínimos, o rito será o sumaríssimo.

Logo, cada pedido deve ser líquido, conforme demonstrado

anteriormente. Apesar de que os pedidos realizados

17

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

estejam líquidos e certos, deve-se atribuir um valor a

causa no final da peça. Vide:

→ Atribui-se a causa valor superior a 2 salários

mínimos e inferior a 40 salários mínimos.

FINALIZE A SUA PEÇA!

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data

Nome do Advogado

OAB Nº

Cuidado: Não identifique a prova. Não faça riscos / traços

sobre o nome. Não pule linhas. É importante seguir as

orientações descritas na prova. Não deve ser feito

qualquer espécie de marca na assinatura da peça além

de “Nome do Advogado – OAB nº”, sob pena de ser

considerada identificação de prova.

18

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

5. RESPOSTAS DO RECLAMADO

CONTESTAÇÃO

EXCEÇÃO

RECONVENÇÃO

5.1 CONTESTAÇÃO – ESTRUTURA COMPLETA

O endereçamento e a qualificação sempre serão os

primeiros passos de qualquer petição. O conteúdo da

contestação é composto pela Preliminar de Mérito, Prejudicial

de Mérito, Mérito, Impugnação aos Documentos, Requerimentos

Finais.

I. Preliminar de Mérito

CONTESTAÇÃO II. Prejudicial de Mérito

III. Mérito

IV. Impugnação aos

Documentos

V. Requerimentos Finais

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia de uma contestação no processo do trabalho. Esclarece-

18

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,

assim como na produção de suas próprias peças.

Obs: o modelo foi redigido com espaços maiores e “pulando

linhas” apenas por motivos didáticos e para facilitar a

visualização, NÃO SE ACONSELHA PULAR LINHAS NO EXAME DE

ORDEM.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DOTRABALHO DE ________.

Reclamante: OPCIONAL

Reclamado: Avalie a disponibilidade

Autos nº do espaço físico.

NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de direito

privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida

no endereço completo, vem respeitosamente perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado

adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com

escritório profissional no endereço completo, com

fulcro no artigo 847 da CLT, OFERECER:

CONTESTAÇÃO

à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO

18

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

RECLAMANTE, já qualificado nos autos em epígrafe,

pelas razões de fato e de direito a seguir

expostos.

I – PRELIMINAR DE MÉRITO

a) Artigo 301, CPC

b) Pedido líquido e certo (art. 852-B, I, CLT)

Exclusivos do

c) Correta indicação do nome e endereço

Procedimento

do Reclamado (art. 852-B, II, CLT)

Sumaríssimo

II – PREJUDICIAL DE MÉRITO

a) Prescrição Bienal

b) Prescrição Quinquenal

c) Prescrição Total

d) Decadência (Ação Rescisória, Mandado de

Segurança, Inquérito para apuração de Falta

Grave)

III – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vezque o mérito é dependente da proposta)

1. DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

dia ________ para exercer a função de _________.

No dia ______ foi demitido sem justa causa,

ocasião em que sua remuneração somava R$_____.

2. DA REINTEGRAÇÃO

§1 Fato O Reclamante

postulou...

§2 Fundamento Não assiste razão ao

Reclamante, pois...

§3 Pedido Diante do exposto requer a

improcedência do pedido do

Reclamante.

3. DA ALTERAÇÃO DA JORNADA

§1 Fato O Reclamante

postulou...

§2 Fundamento Não assiste razão ao

Reclamante, pois...

§3 Pedido Diante do exposto requer a

improcedência do pedido do

Reclamante.

ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda contestação)

4. DA COMPENSAÇÃO

A Reclamada já efetuou o pagamento de

18

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

todas as verbas rescisórias devidas ao

Reclamante. No entanto, caso não seja este o

entendimento deste Juízo, requer seja feita a

compensação dos valores pagos com as eventuais

verbas deferidas, nos termos do artigo 767, CLT e

das súmulas 18 e 48, TST.

5. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Por cautela, diante de eventual

condenação, requer que os juros e a correção

monetária sejam aplicados de acordo com a

previsão do artigo 459, CLT e da súmula 381, TST.

6. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS

Por conseguinte, requer que as

retenções fiscais, bem como os descontos

previdenciários ocorram em conformidade com a

súmula 368, TST.

7. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

O Reclamado impugna todos os pedidos e

documentos apresentados pelo Reclamante na

inicial, eis que destoam da realidade do contrato

de trabalho.

VI - REQUERIMENTOS FINAIS

18

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Ante o exposto, requer provar as

alegações por todos os meios de PROVA em direito

admitidos, inclusive o depoimento pessoal do

Reclamante, sob pena de confissão, nos termos da

Súmula 74 do TST, bem como a juntada de novos

documentos em contraprova, de acordo com o art.

397 do CPC.

Por fim, requer o julgamento IMPROCEDENTE de

todos os pedidos do Reclamante, condenando-o ao

pagamento de custas processuais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

Nome do Advogado

OAB nº

5.2 ANÁLISE DOS TÓPICOS DA CONTESTAÇÃO

I. ENDEREÇAMENTO

Na contestação o endereçamento da peça não apresenta

dificuldades, pois deverá ser dirigida para o mesmo juízo em

que está tramitando a inicial.

Existem duas possibilidades: o problema informa o local

em que a RT foi proposta ou não informa o local de

18

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

proposição. Neste último caso o endereçamento será genérico,

assim como na RT, diante da ausência de dados. Exemplo:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO

DE ______________.

Mas se a proposta mencionar o juízo que está apreciando

o processo, o examinando deverá incluir todos os dados

informados no endereçamento. Exemplo:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2ª VARA DO TRABALHO

DE CURITIBA – PR.

Além disso, é importante verificar, diante da informação

do local de ajuizamento da RT, se a competência territorial

(art. 651 da CLT) está correta, pois caso o art. 651 e seus

parágrafos não tenham sido observados o réu argüirá exceção

de incompetência (art. 799 da CLT), que será estudada no

decorrer do curso.

II. QUALIFICAÇÃO

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A contestação é a primeira manifestação do réu nos

autos, de modo que apesar de já estar qualificado na inicial,

o reclamado deve preencher seus dados da forma mais completa

possível, pois neste momento que poderá informar sua

qualificação precisa, como o autor na petição inicial.

Dispensa-se a qualificação completa do reclamante, a

qual será substituída pela expressão "já qualificado nos

autos em epígrafe".

Atenção: Não devem ser inventados dados que não estejam na

proposta, sob pena de identificação de prova.

Exemplo:

NOME DA RECLAMADA (completo, sem abreviações e em caixa

alta), pessoa jurídica de direito privado (pessoa

física; fundação pública ou privada, etc.), inscrita no

CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, vem

respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio

de seu advogado adiante assinado, com escritório

profissional no endereço completo, (PROCURAÇÃO EM

ANEXO), com fulcro no art. 847 da Consolidação das Leis

Trabalhistas, oferecer:

CONTESTAÇÃO

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

à Reclamatória Trabalhista que lhe move NOME DO

RECLAMANTE (completo e sem abreviações - caixa alta), já

qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato

e fundamentos de direito a seguir expostas.

III. PRELIMINAR DE MÉRITO

Neste tópico da contestação argúem-se todos os aspectos

processuais. A defesa do reclamado está relacionada com os

problemas do processo (vícios, nulidades, etc).

A preliminar de mérito dependerá da proposta, logo não

serão todas as peças que apresentarão preliminar de mérito.

Na contestação todas as matérias que devem ser analisadas

antes do mérito estão elencadas no rol do art. 301, CPC.Art. 301. Compete-lhe, porém, antes dediscutir o mérito, alegar:I - inexistência ou nulidade dacitação;II - incompetência absoluta;III - inépcia da petição inicial;IV - perempção;V - litispendência;VI - coisa julgada;VII - conexão;VIII - incapacidade da parte, defeitode representação ou falta deautorização;IX - convenção de arbitragem;

18

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

X - carência de ação;XI - falta de caução ou de outraprestação, que a lei exige comopreliminar.§ 1º - Verifica-se a litispendência oua coisa julgada, quando se reproduzação anteriormente ajuizada. § 2º - Uma ação é idêntica à outraquando tem as mesmas partes, a mesmacausa de pedir e o mesmo pedido. § 3º - Há litispendência, quando serepete ação, que está em curso; hácoisa julgada, quando se repete açãoque já foi decidida por sentença, deque não caiba recurso. § 4º - Com exceção do compromissoarbitral, o juiz conhecerá de ofício damatéria enumerada neste artigo.

Comentários ao artigo 301, CPC

a) Inciso I: inexistência ou nulidade da citação

O reclamado recebeu a notificação um dia antes

da audiência, desrespeitando a desimpedida. Portanto,

a citação não pode ser considerada válida.

b) Inciso III: inépcia da petição inicial

A petição inicial será considerada inepta quando

lhe faltar pedido ou causa de pedir, ou quando da

narração dos fatos não decorrer logicamente a

conclusão, ou se o pedido for juridicamente

impossível e, ainda, quando contiver pedidos

incompatíveis entre si(art. 295, §único, CPC).

c) Inciso V: litispendência

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Ocorre a litispendência quando duas causas são

idênticas quanto às partes, pedido e causa de pedir,

ou seja, quando se ajuíza uma nova ação que repita

outra que já fora ajuizada, sendo iguais as partes, o

conteúdo e pedido formulado. A lide ainda não foi

julgada, está pendente de julgamento.

d) Inciso VI: coisa julgada

A lide já não está pendente de julgamento, não

só foi apreciada, como sua decisão transitou em

julgado e, portanto, está protegida pelo manto da

coisa julgada. Fato que impede a propositura desta

ação novamente.

e) Inciso IX: convenção de arbitragem

Este inciso não é aplicável na Justiça do

Trabalho.

f) Inciso X: carência de ação

A carência de ação ocorre quando não houver

legitimidade da parte ou diante da impossibilidade

jurídica do pedido ou diante da falta de interesse de

agir da parte.

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O raciocínio desenvolvido em relação a preliminar de

mérito estabelece que:

PROBLEMA PRELIMINARESART. 301, CPCNO PROCESSO DE MÉRITO

O próximo passo trata-se do requerimento na preliminar

de mérito. Qual é o pedido do Reclamado neste tópico?

O Reclamado deseja a EXTINÇÃO DO PROCESSO, com

fundamento no artigo 267 ou 269 do CPC (dependendo da

hipótese apresentada no problema).

ARTIGO 267, CPC

ARTIGO 269, CPC

Hipóteses de extinção doHipóteses de extinção do processo SEM resolução doprocesso COM resolução do méritomérito

Observação: a extinção do processo sem resolução do mérito,

isto é, com fundamento no artigo 267 do CPC, não

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

obsta nova propositura da ação, eis que ainda não

foi apreciada pelo judiciário, SALVO as hipóteses

do inciso V. Este inciso apresenta os chamados

pressupostos negativos impedem a nova propositura

da ação, quais sejam a perempção, coisa julgada e

a litispendência.

Nota: a eficácia do artigo 625-D, CLT está suspensa por força

da concessão de liminar do STF, logo a ausência de

declaração de tentativa de conciliatória frustrada não

pode mais ser alegada como preliminar de mérito, tendo

em vista que a passagem pela comissão de conciliação

prévia é facultativa.

Exemplo:

O Reclamado recebeu a notificação somente

três dias antes da data de audiência, conforme a data

constante no aviso de recebimento. (Fato)

O Reclamado tem o prazo legal de, pelo menos,

cinco dias após o recebimento da notificação, para

elaborar a sua defesa. O artigo 841 da CLT impõe que a

audiência será marcada após a primeira desimpedida, ou

seja, 5 dias após o recebimento da notificação. A

análise prévia deste fato se dá por força de lei, tendo

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

em vista que o artigo 301, I do CPC, afirma que a

inexistência ou nulidade de citação deve ser analisada

antes do mérito, objeto da lide. (Fundamento)

Diante do exposto, requer a extinção do

processo sem resolução do mérito, com fulcro no artigo

267, IV do CPC, tendo em vista que a nulidade de citação

é pressuposto de desenvolvimento válido e regular do

processo. Sucessivamente, caso não seja este o

entendimento deste Juízo, requer a apreciação do mérito.

(Pedido)

No exemplo acima, note que o pedido de extinção se

refere ao processo como um todo. Isto ocorre porque a citação

inválida é atinge todo o processo e não parte dele. Todavia é

possível que um vício processual atinja apenas parte do

processo. Os casos mais comuns ocorrem quando há

litisconsórcio passivo nos autos. Veja o exemplo:

O Reclamante propôs a presente Reclamatória

Trabalhista em face do Reclamado, a fim de requerer o

pagamento das verbas rescisórias provenientes de um

contrato de trabalho, cujo objeto era a reforma da casa do

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Reclamado. (Fato)

Ocorre que o Reclamado desconhece a

existência de qualquer contrato com o Reclamante, pois

celebrou o contrato de empreitada com a empresa X, também

Reclamada neste processo. A empresa X contratou os

serviços do Reclamante, portanto o Reclamado não possui

nenhuma responsabilidade com as obrigações trabalhistas

pleiteadas. O embasamento legal para tal afirmação

encontra-se na OJ 191 do TST, segundo a qual o dono da

obra não será considerado responsável pelos débitos

trabalhistas oriundos das contratações realizadas pelo

empreiteiro.

Conclui-se que o Reclamado é parte ilegítima

no processo. E, diante da carência de ação, faz-se

necessária a apreciação deste fato antes da discussão do

mérito da lide, conforme o artigo 301, X do CPC.

(Fundamento)

Com todo o exposto, requer a extinção do

processo sem a resolução do mérito em relação ao dono da

obra, com base no artigo 267, VI, eis que o mesmo não

possui legitimidade para figurar no pólo passivo desta

ação. Caso não seja este o entendimento deste Juízo,

sucessivamente, requer a análise do mérito. (Pedido)

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Observe que o pedido é de extinção do processo APENAS em

relação ao dono da obra. Supondo que o juiz acolha a

preliminar, o processo continuará normalmente em relação a

empresa X, que é parte legitima na ação.

PRELIMINAR NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

O procedimento sumaríssimo apresenta um requisito

próprio, exigido pelo artigo 852-B, I e II da CLT:

I. pedido certo ou determinado e

indicará o valor correspondente a

cada um deles;

II. cabe ao reclamante a correta

indicação do nome e endereço do

reclamado, eis que não se fará a

citação por edital.

Diante do não atendimento de qualquer um destes

requisitos, o reclamado deverá alegar em Preliminar de Mérito

o fato, requerendo o arquivamento da reclamação, bem como a

condenação do Reclamante ao pagamento das custas processuais

sobre o valor da causa, conforme o artigo 852-B, § 1º da CLT.

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

IV. PREJUDICIAL DE MÉRITO

PREJUDICIAIS PRESCRIÇÃO

DE MÉRITO DECADÊNCIA

Neste tópico alegam-se circunstâncias que, se acolhidas

pelo juiz, impedem a análise dos demais itens, isto é,

prejudica a análise do mérito.

Todo e qualquer assunto relacionado com a prescrição ou

decadência deverá estar sob o tópico das prejudiciais de

mérito, no qual o reclamado requer a extinção do processo COM

resolução do mérito, de acordo com o artigo 269, IV, CPC. Os

exemplos serão apresentados a seguir.

DECADÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO

Só há três hipóteses de prazos decadenciais no processo

do trabalho:

a) Inquérito para apuração de falta grave: prazo

decadencial de 30 dias para a sua propositura,

quando o empregador optar pela suspensão do

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

empregado estável, contados a partir da data de

suspensão (art. 853, CLT);

b) Ação Rescisória: prazo decadencial de 2 (dois) anos

para o seu ajuizamento, contados do dia

imediatamente subseqüente ao trânsito em julgado da

última decisão proferida na causa, seja de mérito

ou não (art. 495, CPC e súmula 100, TST);

c) Mandado de Segurança: o prazo decadencial de 120

(cento e vinte) dias contados a partir da ciência

do ato ilegal praticado pela autoridade pública

coatora.

PRESCRIÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

- Prescrição Bienal

- Prescrição Qüinqüenal

- Prescrição Total

a) Prescrição Bienal

A prescrição bienal está prevista no artigo 7º, XXIX,

CF. Este dispositivo estabelece que o empregado tem o prazo

de dois anos, contados a partir da extinção do contrato de

trabalho, para pleitear qualquer verba resultante desta

relação jurídica.

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 7º. São direitos dos trabalhadoresurbanos e rurais, além de outros quevisem à melhoria de sua condiçãosocial:XXIX - ação, quanto a créditosresultantes das relações de trabalho,com prazo prescricional de cinco anospara os trabalhadores urbanos e rurais,até o limite de dois anos após aextinção do contrato de trabalho;

Assim, qualquer reclamatória trabalhista que seja

proposta após este prazo será considerada prescrita em

relação a todo o processo, pois a prescrição se dá em face do

direito de propor a ação. Exemplo:

O Reclamante postulou o pagamento das verbas

originadas pela extinção do contrato de trabalho ocorrida

no dia 02 de setembro de 2006. (Fato)

Todas as verbas pleiteadas estão fulminadas pela

prescrição bienal, prevista no art. 7º, XXIX da

Constituição Federal, que a ação, quanto a créditos

resultantes das relações de trabalho, com prazo

prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e

rurais, até o limite de dois anos após a extinção do

contrato de trabalho. A Reclamatória Trabalhista em tela

foi proposta no dia 02 de setembro de 2009, sendo que já se

passaram três anos desde o desligamento do Reclamante,

ultrapassando o limite legal. (Fundamento)

19

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Desta feita, requer a extinção do processo com

resolução do mérito, nos termos do artigo 269, IV do Código

de Processo Civil. E, sucessivamente, caso não seja

acolhida a prejudicial de mérito, requer a análise dos

demais itens a seguir expostos. (Pedido)

b) Prescrição Qüinqüenal (art. 7º, XXXIX, CF; art. 11, CLT;

súm. 308, TST)

A prescrição qüinqüenal refere-se ao período durante o

qual as parcelas são exigíveis na Justiça do Trabalho.

O próprio nome indica que este lapso temporal é de 5

anos, contados da DATA DO AJUIZAMENTO DA RECLAMAÇÃO, conforme

a súmula 308, TST.

Súmula 308, TST. I – Respeitado obiênio subseqüente à cessaçãocontratual, a prescrição da açãotrabalhista concerne às pretensõesimediatamente anteriores a cinco anos,contados da data do ajuizamento dareclamação e, não, às anteriores aoqüinqüênio da data da extinção docontrato. II - A norma constitucional que ampliouo prazo de prescrição da açãotrabalhista para 5 (cinco) anos é de

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

aplicação imediata e não atingepretensões já alcançadas pelaprescrição bienal quando da promulgaçãoda CF/1988.

Art. 11 O direito de ação quanto acréditos resultantes das relações detrabalho prescreve: I - em cinco anos para o trabalhadorurbano, até o limite de dois anos apósa extinção do contrato;II - em dois anos, após a extinção docontrato de trabalho, para otrabalhador rural.§ 1º O disposto neste artigo não seaplica às ações que tenham por objetoanotações para fins de prova junto àPrevidência Social.§ 2º (vetado)§ 3º (vetado)

Observação: FALTA DE RECOLHIMENTO DO FGTS – a prescrição

qüinqüenal não se aplica ao direito de reclamar o

não recolhimento do FGTS, pois a súmula 362, do

TST afirma que esta é trintenária (30 anos), desde

que seja respeitado o prazo de 2 (dois) anos após

o término do contrato de trabalho.

Súmula 362. É trintenária a prescriçãodo direito de reclamar contra o não-recolhimento da contribuição para oFGTS, observado o prazo de 2 (dois)anos após o término do contrato detrabalho.

Exemplo:

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O Reclamante postulou o pagamento de horas

extras desde 07 de agosto de 2001. Ocorre que o

contrato de trabalho foi extinto em 07 de agosto de

2008 e a presente Reclamatória Trabalhista, por sua

vez, foi proposta no dia 07 de agosto de 2009. (Fato)

As supostas horas extras pleiteadas anteriores ao

dia 07 de agosto de 2004 estão fulminadas pela

prescrição qüinqüenal. A súmula 308, I do TST

consagra que respeitado o biênio subseqüente à

cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista

concerne às pretensões imediatamente anteriores a

cinco anos, contados da data do ajuizamento da

reclamação e, não, às anteriores ao qüinqüênio da

data da extinção do contrato. Corrobora o

entendimento do TST o artigo 11, I da CLT, segundo o

qual o direito de ação quanto a créditos resultantes

das relações de trabalho prescreve em cinco anos para

o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após

a extinção do contrato. (Fundamento)

Diante do exposto, requer a extinção das verbas

anteriores a 07 de agosto de 2004 com resolução do

mérito, conforme o artigo 269, IV, CPC. E,

sucessivamente, caso não seja acolhida a prejudicial

de mérito, requer a análise dos demais itens a seguir

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

expostos. (Pedido)

Observação: o pedido neste caso é específico. Assim como nas

Preliminares de Mérito deve-se observar se o pedido

de extinção do processo se dá em relação a todo ele

ou apenas em relação a algum pedido específico.

Oportuno ressaltar que os prazos prescricionais podem

ser interrompidos ou suspensos em determinados casos. A

interrupção caracteriza-se pelo impedimento da fluência do

prazo e será REINICIADA a partir do momento em que cessar a

causa interruptiva. Nas palavras de Francisco Amaral, a

interrupção da prescrição é o fato que impede o fluxo normal

do prazo, inutilizando o já decorrido.12

A CLT é omissa no tocante a interrupção do prazo

prescricional, sendo aplicado, subsidiariamente, as hipóteses

do art. 202 do Código Civil. Ainda, a Súmula 268 do TST,

afirma que a Reclamatória Trabalhista quando proposta

interromperá a prescrição em relação aos pedidos realizados,

mesmo que a ação seja arquivada. Observe que a súmula admite

a interrupção da prescrição somente em relação aos pedidos

idênticos.

12 AMARAL. Francisco. Direito Civil: introdução. 5 ed. rev., atual. e aum.Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 586.

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 202, CC. A interrupção daprescrição, que somente poderá ocorreruma vez, dar-se-á:I - por despacho do juiz, mesmoincompetente, que ordenar a citação, seo interessado a promover no prazo e naforma da lei processual;II - por protesto, nas condições doinciso antecedente;III - por protesto cambial;IV - pela apresentação do Título decrédito em juízo de inventário ou emconcurso de credores;V - por qualquer ato judicial queconstitua em mora o devedor;VI - por qualquer ato inequívoco, aindaque extrajudicial, que importereconhecimento do direito pelo devedor.Parágrafo único. A prescriçãointerrompida recomeça a correr da datado ato que a interrompeu, ou do últimoato do processo para a interromper.

Súmula 268, TST. A ação trabalhista,ainda que arquivada, interrompe aprescrição somente em relação aospedidos idênticos.

A suspensão, por sua vez, é a “cessação temporária do

curso do prazo prescricional sem prejuízo do tempo já

decorrido. Cessando as causas suspensivas, a prescrição

continua a correr, aproveitando-se o tempo anteriormente

decorrido".13

O artigo 625-G da CLT prevê uma hipótese de suspensão do

prazo prescricional por, no máximo, 10 dias, prazo em que o13 AMARAL. Francisco. Direito Civil: introdução. 5 ed. rev., atual. e aum.Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 584.

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

trabalhador aguarda a sessão de tentativa de conciliação

perante a Comissão de Conciliação Prévia (art. 625-F, CLT).

Art. 625-F, CLT. As Comissões deConciliação Prévia têm prazo de dezdias para a realização da sessão detentativa de conciliação a partir daprovocação do interessado.Parágrafo único. Esgotado o prazo sem arealização da sessão, será fornecida,no último dia do prazo, a declaração aque se refere o § 2º do Art. 625-D.

Art.625-G, CLT. O prazo prescricionalserá suspenso a partir da provocação daComissão de Conciliação Prévia,recomeçando a fluir, pelo que lheresta, a partir da tentativa frustradade conciliação ou do esgotamento doprazo previsto no Art. 625-F.

c) Prescrição Total - Súmula 294, TST

A prescrição total é proveniente de uma alteração

unilateral do contrato de trabalho, no qual ocorre a

supressão de uma parcela paga ao empregado.

Nesta situação a natureza salarial da parcela suprimida

é fundamental, pois a prescrição é total se a parcela não

estiver prevista na lei, mas se a parcela suprimida for

legal, isto é, tiver previsão na lei a prescrição será

parcial.

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O entendimento do TST, enunciado na súmula 294, sustenta

que se a parcela suprimida não está prevista em lei e,

portanto, é proveniente de uma mera liberalidade do

empregador, a prescrição é total no prazo de 5 anos, contados

a partir da supressão da parcela.

No entanto, se a parcela suprimida for legal, ou seja,

está prevista na lei a prescrição será parcial sendo que o

empregado não terá direito apenas as parcelas anteriores aos

últimos 5 anos, contados a partir da data de ajuizamento da

reclamatória trabalhista.

Súmula 294. Tratando-se de demanda queenvolva pedido de prestações sucessivasdecorrente de alteração do pactuado, aprescrição é total, exceto quando odireito à parcela esteja tambémassegurado por preceito de lei.

DISPOSITIVOS IMPORTANTES – PRESCRIÇÃO

Art. 440, CLT. Contra os menores de dezoito anos não corre nenhum prazo de prescrição.

Súmula 153, TST. Prescrição Trabalhista - Instância

Ordinária. Não se conhece de prescrição não argüida na

instância ordinária.

Súmula 156, TST. Extinção - Contrato de Trabalho - Prazo

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Prescricional - Direito de Ação. Da extinção do último

contrato é que começa a fluir o prazo prescricional do

direito de ação objetivando a soma de períodos descontínuos

de trabalho.

Súmula 382, TST. Mudança de Regime Celetista para

Estatutário - Extinção do Contrato. Prescrição Bienal. A

transferência do regime jurídico de celetista para

estatutário implica extinção do contrato de trabalho,

fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de

regime.

Súmula 114, TST. Justiça do Trabalho - Prescrição

Intercorrente. É inaplicável na Justiça do Trabalho a

prescrição intercorrente.

A Súmula 114, TST é contrária a súmula 327

do STF. Note que ambas estão em vigência e, portanto,

válidas. Defronte de qualquer questionamento, é

aconselhável fazer menção as duas súmulas, bem como a

divergência entre os Tribunais.

Vide os comentários do Juiz do

Trabalho Raymundo Antonio Carneiro Pinto, no

livro de Súmulas do TST Comentadas.

Súmula 327, STF. Direito Trabalhista - Admissibilidade -

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Prescrição Intercorrente. O direito trabalhista admite a

prescrição intercorrente.

Atenção: Na peça processual, a fim de manter coerência entre

as idéias, a finalização do tópico das prejudiciais

de mérito, bem como das preliminares de mérito,

SEMPRE deverão concluir de forma que possibilite a

discussão do mérito da causa, caso o Juízo não aceite

as alegações destes tópicos. Exemplo:

Caso não seja este o entendimento deste

Juízo, sendo superadas a preliminar e/ou a

prejudicial de mérito. Sucessivamente, requer a

análise em relação ao mérito.

V. MÉRITO

Ultrapassadas as questões preliminares e prejudiciais,

inicia-se o desenvolvimento do mérito da contestação, que é

mais simples de ser ordenado do que o mérito da petição

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

inicial, uma vez que os pedidos formulados pelo autor são

diretrizes do conteúdo deste tópico da contestação.

O mérito da resposta do Reclamado deve atacar todos os

pedidos invocados na exordial, negando a pretensão do

Reclamante, ponderando, ainda, as razões de direito que

fundam a sua insurgência.

Assim como na RT, redija um tópico para cada questão do

problema, abordando o fato reclamado, a inexistência do

direito do autor e o pedido de improcedência.

É aconselhável listar todos os pontos que serão

abordados na peça, com o intuito de apresentá-los em ordem

cronológica e da maneira mais lógica possível (primeiramente,

contestar os pedidos principais e, logo após, os pedidos

acessórios). O ideal é ser claro e objetivo, limite-se as

informações essenciais.

Atenção: não é possível inventar fatos que não foram expostos

na proposta, examinando está restrito a estas

informações. Diante da falta de dados o mais indicado

é deixar um espaço em branco, como no tópico DO

CONTRATO DE TRABALHO, ou utilizar frases genéricas,

conforme o exemplo:

Não assiste razão ao Reclamante, pois não são

20

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

verdadeiros os fatos alegados. Destaca-se que o ônus da

prova é do Reclamante, conforme dispõe o artigo 818 da

CLT, bem como o artigo 333, I, CPC.

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido

do Reclamante.

Nota: não esqueça que se o Reclamado aduzir FATOS

MODIFICATIVOS, IMPEDITIVOS OU EXTINTIVOS do direito do

autor atrairá para si o ônus da prova, devendo comprovar

as suas alegações (artigo 333, II, CPC).Art. 818, CLT. A prova das alegaçõesincumbe à parte que as fizer.

Art. 333, CPC. O ônus da prova incumbe:I - ao autor, quanto ao fatoconstitutivo do seu direito;II - ao réu, quanto à existência defato impeditivo, modificativo ouextintivo do direito do autor.Parágrafo único. É nula a convenção quedistribui de maneira diversa o ônus daprova quando:I - recair sobre direito indisponívelda parte;II - tornar excessivamente difícil auma parte o exercício do direito.

A seguir serão abordados os principais aspectos dos

pedidos a serem realizados na contestação.

► DO CONTRATO DE TRABALHO

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Este é o primeiro tópico a ser abordado no mérito e

sempre deverá estar presente na contestação, sendo necessário

relacionar as seguintes informações da relação jurídica

mantida pelas partes: data de admissão e dispensa, função

exercida e remuneração.

CONTRATO Admissão

DE TRABALHO Função

Salário

Demissão

O Reclamante foi admitido em 05 de

fevereiro de 2006 pela Reclamada, para exercer a função

de auxiliar administrativo. Em 30 de novembro de 2007

foi dispensado com justa causa. Sua última remuneração

foi equivalente a R$ 600,00 (seiscentos reais).

É possível que a prova não traga todos estes dados ou

talvez não informe nenhum deles. Suponha que a proposta tenha

informado apenas a função do Reclamante.

Exemplo:

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no

dia ________ para exercer a função de auxiliar

administrativo, a remuneração percebida era de _______

até a data _________, quando foi dispensado com justa

causa pelo Reclamado.

As alegações seguintes dependerão da proposta, sendo que

o examinando deverá atacar todos os pedidos formulados pelo

autor. Com o intuito de facilitar o aprendizado seguem alguns

exemplos padronizados.

DAS HORAS EXTRAS

O Reclamante postulou o pagamento de horas

extras, acrescidas do adicional de 50% (cinquenta por

cento). (Fato)

Não assiste razão ao Reclamante, pois as horas

extras pleiteadas foram devidamente compensadas em

seguida, conforme o prévio acordo individual escrito

firmado entre as partes. Destaca-se que, nos termos da

súmula 85, I do TST, a compensação de jornada de

trabalho deve ser ajustada por acordo individual

escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

(Fundamento)

Diante do exposto requer a improcedência do

pedido do Reclamante. (Pedido)

DA ALTERAÇAO DE JORNADA

O Reclamante postulou o pagamento de adicional

noturno a partir de janeiro de 2009. (Fatos)

Não assiste razão ao Reclamante, posto que a Súmula

265 do TST autoriza a transferência do empregado para o

período diurno com a perda do direito ao adicional

noturno, pois o entendimento do Tribunal assevera que

tal alteração é mais benéfica para a saúde do empregado.

(Fundamentos)

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido

do Reclamante. (Pedido)

DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O Reclamante postulou o pagamento de adicional de

insalubridade, afirmando que havia muitos ruídos no

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

ambiente de trabalho, o que o tornava um local

insalubre. (Fatos)

Não assiste razão ao Reclamante, pois laborava em

ambiente com pouquíssima incidência de ruídos e sempre

utilizava EPI fornecido pela Reclamada, cuja utilização

é fiscalizada. Assim, nos termos do artigo 80 do TST, o

adicional não é devido, uma vez que a eliminação da

insalubridade, pelo fornecimento de aparelhos protetores

aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo,

exclui a percepção do adicional respectivo.

(Fundamentos)

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido

do Reclamante, bem como os reflexos postulados. (Pedido)

► Justiça Gratuita e Honorários Advocatícios

O pedido de Justiça Gratuita, bem como o pedido de

Honorários Advocatícios, serão contestados apenas se a

proposta mencionar expressamente que o Reclamante os

postulou. Exemplos:

JUSTIÇA GRATUITA

O Reclamante postulou a concessão do

benefício da justiça gratuita. (Fatos)

Não assiste razão ao Reclamante, pois este não

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

preenche os requisitos estabelecidos pelo § 3º do

art. 790 da CLT que concede o benefício somente

àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao

dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas

da lei, que não estão em condições de pagar as

custas do processo sem prejuízo do sustento próprio

ou de sua família. (Fundamento)

Diante do exposto, requer a

improcedência do pedido do Reclamante. (Pedido)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O Reclamante postulou honorários advocatícios,

na razão de 15% (quinze por cento). (Fatos)

Não assiste razão ao Reclamante, pois não há

qualquer amparo legal à pretensão. Os honorários

advocatícios no processo trabalhista exigem o

preenchimento de dois requisitos básicos,

estabelecidos pela súmula 219, I do TST, segundo a

qual serão devidos os honorários assistenciais

apenas se a parte estiver assistida por advogado do

sindicato da categoria profissional e comprovar a

percepção de salário inferior ao dobro do salário

mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não

lhe permita demandar sem prejuízo do próprio

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

sustento ou da respectiva família. Oportuno

salientar que, nos termos da OJ 305, SDI – 1 do TST,

o deferimento de honorários advocatícios, na Justiça

do Trabalho, sujeita-se à constatação da ocorrência

concomitante de ambos requisitos supra mencionados.

(Fundamentos)

Diante do exposto, requer a

improcedência do pedido do Reclamante. (Pedido)

CUIDADO: a proposta poderá afirmar que ambos os requisitos

estão presentes, contudo pleitear porcentagem

superior ao limite permitido, que é de 15% para as

relações de emprego, conforme a súmula 219 e 329 do

TST.

ITENS PARA MEMORIZAR(Devem estar presente em toda contestação)

► Da Compensação

A compensação é matéria de defesa e visa descontar

das verbas eventualmente deferidas o valor das verbas já

quitadas. No tocante a compensação, três dispositivos são

essenciais: artigo 767 da CLT e súmulas 18 e 48 do TST.

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 767, CLT. A compensação, ouretenção, só poderá ser arguida comomatéria de defesa.

Súmula 18, TST. A compensação, naJustiça do Trabalho, está restrita adívidas de natureza trabalhista.

Súmula 48, TST. A compensação sópoderá ser arguida com a contestação.

Exemplo:

A Reclamada já efetuou o pagamento de todas

as verbas rescisórias devidas ao Reclamante. No

entanto, caso não seja este o entendimento deste Juízo,

requer seja feita a compensação dos valores pagos com

as eventuais verbas deferidas, nos termos do artigo

767, CLT e das súmulas 18 e 48, TST.

Ad cautelam, caso algum direito seja reconhecido à

reclamante, requer-se a compensação de todos os valores

pagos nos termos do artigo 767, CLT e das súmulas 18 e

48, TST.

► Juros e Correção Monetária

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Na contestação deve-se pleitear que a incidência de

juros e correção monetária do valor eventualmente deferido

deve ser realizada de acordo com a súmula 381 do TST, ou

seja, a correção monetária ocorrerá a partir da data do

pagamento da prestação e não a partir da data do início da

prestação dos serviços como deseja o Reclamante.

Artigo 459, CLT. O pagamento do salárioqualquer que seja a modalidade dotrabalho, não deve ser estipulado porperíodo superior a 1(um) mês, salvo noque concerne a comissão, percentagens egratificações.§1º - Quando o pagamento houver sidoestipulado por mês, deverá serefetuado, o mais tardar, até o quintodia útil do mês subsequente ao vencido.

Súmula 381, TST. O pagamento dossalários até o 5º dia útil do mêssubseqüente ao vencido não está sujeitoà correção monetária. Se essa datalimite for ultrapassada, incidirá oíndice da correção monetária do mêssubseqüente ao da prestação dosserviços, a partir do dia 1º.

Exemplos:

Diante de eventual condenação do

Reclamado, este requer a incidência de juros e correção

monetária na forma da súmula 381, TST.

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Por cautela, diante de eventual

condenação, requer que os juros e a correção monetária

sejam aplicados de acordo com a previsão do artigo 459,

CLT e da súmula 381, TST.

Por cautela, em caso de eventual condenação, os

juros e a correção monetária devem seguir os ditames da

legislação pertinente em vigor, devendo, quanto à

correção monetária, ser aplicado o índice relativo ao

mês imediatamente posterior ao da prestação do serviço,

na esteira do artigo 459, da CLT e Súmula 381 do TST.

► Retenções Fiscais e Previdenciárias

Súmula 368, TST. DescontosPrevidenciários e Fiscais - Competência- Responsabilidade pelo Pagamento -Forma de Cálculo. I - A Justiça doTrabalho é competente para determinar orecolhimento das contribuições fiscais.A competência da Justiça do Trabalho,quanto à execução das contribuiçõesprevidenciárias, limita-se às sentençascondenatórias em pecúnia que proferir eaos valores, objeto de acordohomologado, que integrem o salário decontribuição.

21

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II - É do empregador a responsabilidadepelo recolhimento das contribuiçõesprevidenciárias e fiscais, resultantede crédito do empregado oriundo decondenação judicial, devendo incidir,em relação aos descontos fiscais, sobreo valor total da condenação, referenteàs parcelas tributáveis, calculado aofinal, nos termos da Lei 8.541/1992,art. 46 e Provimento da CGJT nº03/2005.III - Em se tratando de descontosprevidenciários, o critério de apuraçãoencontra-se disciplinado no art. 276,§4º, do Decreto 3.048/99 queregulamentou a Lei 8.212/91 e determinaque a contribuição do empregado, nocaso de ações trabalhistas, sejacalculada mês a mês, aplicando-se asalíquotas previstas no art. 198,observado o limite máximo do salário decontribuição.

Exemplos:

Por conseguinte, diante de eventual condenação

do Reclamado, requer que as retenções fiscais, bem como os

descontos previdenciários ocorram em conformidade com a

súmula 368, TST.

Urge ressaltar que, na eventual possibilidade de

condenação, o abatimento das contribuições previdenciárias

e retenções fiscais dos valores devidos ao Reclamante,

deverá ser feito nos termos da Súmula 368 do TST.

22

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

VI. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

A contestação SEMPRE deve conter um tópico específico,

no entanto sintético, para impugnar todos os documentos

apresentados na exordial.

Exemplos:

Impugnam-se todos os documentos

apresentados na petição inicial, uma vez que não

exprimem a realidade dos fatos.

OU

O Reclamado impugna todos os pedidos e

documentos apresentados pelo Reclamante na

inicial, eis que destoam da realidade do contrato

de trabalho.

OU

Todos os documentos apresentados na

22

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Reclamatória Trabalhista não correspondem a

realidade dos fatos, logo são impugnados.

VII. REQUERIMENTOS FINAIS

PRODUÇÃO DE PROVAS

IMPROCEDÊNCIA

O reclamado, tal qual o autor, também tem uma pretensão

em face do órgão jurisdicional, que é, basicamente, o

julgamento improcedente da ação.

Os requerimentos finais da contestação apresentam o

pedido de produção de provas e de improcedência de todos os

pedido do Reclamante. Apenas com o intuito de complementar,

citam-se dois dispositivos que podem ser inseridos nos

requerimentos finais da contestação.

Súmula 74, TST. Pena de confissãotrabalhista. I - Aplica-se a pena deconfissão à parte que, expressamenteintimada com aquela comunicação, nãocomparecer à audiência emprosseguimento, na qual deveria depor.II - A prova pré constituída nos autospode ser levada em conta para confrontocom a confissão ficta (art. 400, I,CPC), não implicando cerceamento dedefesa o indeferimento de provasposteriores.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 397, CPC. É lícito às partes, emqualquer tempo, juntar aos autosdocumentos novos, quando destinados afazer prova de fatos ocorridos depoisdos articulados, ou para contrapô-losaos que foram produzidos nos autos.

Exemplo:

Ante o exposto, requer provar as alegações por

todos os meios de PROVA em direito admitidos, inclusive

o depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de

confissão, nos termos da Súmula 74 do TST, bem como a

juntada de novos documentos em contraprova, de acordo

com o art. 397 do CPC.

Por fim, requer o julgamento IMPROCEDENTE de todos

os pedidos do Reclamante, condenando-o ao pagamento de

custas processuais.

Lembrete: caso a contestação apresente o tópico de preliminar

de mérito é imprescindível que o examinando reitere

o acolhimento do mesmo nos requerimentos finais.

Exemplo:

Com todo o exposto, requer a produção de todos os

22

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

meios de PROVA em direito admitidos, inclusive o

depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de

confissão, nos termos da Súmula 74 do TST, bem como a

juntada de novos documentos em contraprova, de acordo

com o art. 397 do CPC.

Por fim, requer o acolhimento da Prejudicial de

Mérito, extinguindo o processo com julgamento de

mérito. E, sucessivamente, caso não seja este o

entendimento deste Juízo, requer a análise do mérito,

julgando IMPROCEDENTE todos os pedidos do Reclamante.

FINALIZE A SUA PEÇA!

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data

Nome do Advogado

OAB Nº

Cuidado: Não identifique a prova. Não faça riscos / traços

sobre o nome. Não pule linhas. É importante seguir as

orientações descritas na prova. Não deve ser feito

qualquer espécie de marca na assinatura da peça além

22

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

de “Nome do Advogado – OAB nº”, sob pena de ser

considerada identificação de prova.

22

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

5.3 EXCEÇÃO

► Conceito

O doutrinador Humberto Theodoro Junior leciona que

“exceção é a indireta contradição do réu à ação do autor, por

meio da qual se perime a mesma ação ou dilata o seu

exercício. Mas, no sentido estrito em que a expressão foi

utilizada no artigo 297 do CPC, exceção é o incidente

processual destinado à arguição de incompetência relativa do

juízo, e de suspeição ou impedimento do juiz (art. 304,

CPC).” 14

No processo do trabalho, apenas a arguição da exceção de

incompetência e de impedimento gerará a suspensão do feito

(art. 799, CLT), o exceto terá um prazo improrrogável de 24

horas para se manifestar (art. 800, CLT), enquanto o juiz ou

Tribunal deverá designar audiência de instrução e julgamento

da exceção dentro de 48 horas (art. 802, CLT). As demais

exceções deverão ser apresentadas como matéria de defesa

(art. 799, §1º, CLT).

Art. 799, CLT. Nas causas da jurisdiçãoda Justiça do Trabalho somente podem

14 THEODORO JUNIOR. Humberto. Curso de Direito Processual Civil: TeoriaGeral de Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. Rio deJaneiro: Forense, 2009. p. 379.

22

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

ser opostas, com suspensão do feito, asexceções de suspeição ou incompetência.§ 1º. As demais exceções serão alegadascomo matéria de defesa.§ 2º. Das decisões sobre exceções desuspeição e incompetência, salvo,quanto a estas, se terminativas dofeito, não caberá recurso, podendo, noentanto, as partes alegá-las novamenteno recurso que couber da decisão final.

Art. 800, CLT. Apresentada a exceção deincompetência, abrir-se-á vista dosautos ao exceto, por 24 (vinte equatro) horas improrrogáveis, devendo adecisão ser proferida na primeiraaudiência ou sessão que se seguir.

Art. 802, CLT. Apresentada a execuçãode suspeição, o juiz ou Tribunaldesignará audiência dentro de 48(quarenta e oito) horas, para instruçãoe julgamento da exceção.§ 1º. Nas Juntas de Conciliação eJulgamento e nos Tribunais Regionais,julgada procedente a exceção desuspeição, será logo convocado para amesma audiência ou sessão, ou para aseguinte, o suplente do membrosuspeito, o qual continuará a funcionarno feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dosmembros se declarar suspeito.§ 2º. Se tratar de suspeição de Juiz deDireito, será este substituído na formada organização judiciária local.

► Hipóteses de Cabimento

As hipóteses de cabimento das exceções estão previstas

no artigo 801 da CLT e nos artigos 134 e 135 do CPC.

22

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 801, CLT. O juiz, presidente oujuiz classista, é obrigado a dar-se porsuspeito, e pode ser recusada, poralgum dos seguintes motivos, em relaçãoà pessoa dos litigantes:a) inimizade pessoal;b) amizade íntima;c) parentesco por consangüinidade ouafinidade até o terceiro grau civil;d) interesse particular na causa.Parágrafo único. Se o recusante houverpraticado algum ato pelo qual hajaconsentido na pessoa do juiz, não maispoderá alegar exceção de suspeição,salvo sobrevindo novo motivo. Asuspeição não será também admitida, sedo processo constar que o recusantedeixou de alegá-la anteriormente,quando já a conhecia, ou que, depois deconhecida, aceitou o juiz recusado ou,finalmente, se procurou de propósito omotivo de que ela se originou.

Art. 134, CPC. É defeso ao juiz exerceras suas funções no processo contenciosoou voluntário:I - de que for parte;II - em que interveio como mandatárioda parte, oficiou como perito,funcionou como órgão do MinistérioPúblico, ou prestou depoimento comotestemunha;III - que conheceu em primeiro grau dejurisdição, tendo-lhe proferidosentença ou decisão;IV - quando nele estiver postulando,como advogado da parte, o seu cônjugeou qualquer parente seu, consangüíneoou afim, em linha reta; ou na linhacolateral até o segundo grau;V - quando cônjuge, parente,consangüíneo ou afim, de alguma daspartes, em linha reta ou, na colateral,até o terceiro grau;

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

VI - quando for órgão de direção ou deadministração de pessoa jurídica, partena causa.Parágrafo único. No caso do nº IV, oimpedimento só se verifica quando oadvogado já estava exercendo opatrocínio da causa; é, porém, vedadoao advogado pleitear no processo, a fimde criar o impedimento do juiz.

Art. 135, CPC. Reputa-se fundada asuspeição de parcialidade do juiz,quando:I - amigo íntimo ou inimigo capital dequalquer das partes;II - alguma das partes for credora oudevedora do juiz, de seu cônjuge ou deparentes destes, em linha reta ou nacolateral até o terceiro grau;III - herdeiro presuntivo, donatário ouempregador de alguma das partes;IV - receber dádivas antes ou depois deiniciado o processo; aconselhar algumadas partes acerca do objeto da causa,ou subministrar meios para atender àsdespesas do litígio;V - interessado no julgamento da causaem favor de uma das partes.Parágrafo único. Poderá ainda o juizdeclarar-se suspeito por motivo íntimo.

► EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - Procedimento

1. Apresentação em peça apartada dentro do prazo de

resposta

2. O juiz recebe a exceção

3. Suspende o feito (art. 799,caput, da CLT)

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

4. Abre vista a parte contrária (excepto) pelo prazo

de 24 horas

5. Prolata decisão

6. Caso o juiz acolha a exceção, remeterá os autos

para o juízo declinado como competente.

A decisão proferida em sede de julgamento de exceção de

incompetência é interlocutória. Portanto, seria irrecorrível

de imediato (art. 893, § 1º da CLT). No entanto, a decisão do

juiz que acolhe a exceção apresenta uma peculiaridade, a

súmula 214, “c” do TST prevê uma ressalva em relação à estes

casos, que desde que preenchido alguns requisitos, caberá a

interposição de Recurso Ordinário.

Súmula 214, TST. Na Justiça doTrabalho, nos termos do art. 893, § 1º,da CLT, as decisões interlocutórias nãoensejam recurso imediato, salvo nashipóteses de decisão: a) de TribunalRegional do Trabalho contrária à Súmulaou Orientação Jurisprudencial doTribunal Superior do Trabalho; b)suscetível de impugnação medianterecurso para o mesmo Tribunal; c) queacolhe exceção de incompetênciaterritorial, com a remessa dos autospara Tribunal Regional distinto daquelea que se vincula o juízo excepcionado,consoante o disposto no art. 799, § 2º,da CLT.

Se o juiz acolher a exceção de incompetência, remetendo

os autos para juiz que esteja subordinado à TRT distinto

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

daquele TRT que anteriormente seria competente para julgar

eventual recurso do processo, isto é, o processo será

remetido para a 1ª instância de outra Região.

Neste caso, é cabível a interposição de RO em face de

uma decisão interlocutória, o qual será julgado pelo TRT

originariamente competente, ou seja, pelo TRT à que está

subordinado o juiz que acolheu a exceção de incompetência, de

acordo com a alínea “c” da súmula 214 do TST.

Observação: nas exceções de suspeição e impedimento, os

sujeitos passivos são juízes, promotores, peritos

judiciais, intérpretes e os próprios serventuários

da justiça (art. 138 do CPC). Opostas exceções de

suspeição e impedimento contra o juiz, haverá a

suspensão da marcha processual. No entanto, quando

for oposta em relação a qualquer outro dos sujeitos

passivos, não haverá a suspensão do processo (art.

138, §1º do CPC).

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

5.4 RECONVENÇÃO

► Conceito

A reconvenção é a “ação do réu contra o autor, proposta

no mesmo feito em que está sendo demandado” 15, ou seja, duas

ações no mesmo processo, que serão julgadas por uma sentença.

Enquanto a contestação do réu é uma simples resistência a

pretensão do autor, a reconvenção é considerada um “contra-

ataque, uma verdadeira ação ajuizada pelo réu (reconvinte)

contra o autor (reconvindo), nos mesmos autos.”16

Em outras palavras, a reconvenção constitui uma ação

proposta pela parte demandada em face da parte autora dentro

da mesma relação processual, que será julgada pela mesma

sentença. Portanto, deverá preencher os mesmos requisitos de

uma petição inicial (art. 840, § 1º da CLT c/c art. 282,

CPC). Ainda, a reconvenção deve ter conexão com a petição

inicial ou com os fundamentos da defesa.

► Previsão Legal

15 THEODORO JUNIOR. Humberto. Curso de Direito Processual Civil: TeoriaGeral de Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. Rio deJaneiro: Forense, 2009. p. 386.

16 THEODORO JUNIOR. Humberto. Curso de Direito Processual Civil: TeoriaGeral de Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. Rio deJaneiro: Forense, 2009. p. 386.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A reconvenção está prevista nos artigos 315 ao 318 do

CPC, aplicados, subsidiariamente, ao processo do trabalho por

força do artigo 769 da CLT.

Art. 315, CPC. O réu pode reconvir aoautor no mesmo processo, toda vez que areconvenção seja conexa com a açãoprincipal ou com o fundamento dadefesa.Parágrafo único. Não pode o réu, em seupróprio nome, reconvir ao autor, quandoeste demandar em nome de outrem.

Art. 316, CPC. Oferecida a reconvenção,o autor reconvindo será intimado, napessoa do seu procurador, paracontestá-la no prazo de 15 (quinze)dias.

Art. 317, CPC. A desistência da ação,ou a existência de qualquer causa que aextinga, não obsta ao prosseguimento dareconvenção.

Art. 318, CPC. Julgar-se-ão na mesmasentença a ação e a reconvenção.

O artigo 317 do CPC expõe uma característica importante

da reconvenção: a autonomia. A reconvenção não é uma ação

acessória, tendo em vista que a desistência da ação do autor

(reconvindo), ou a existência de qual quer causa que a

extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

6. TEORIA GERAL DOS RECURSOS

As decisões proferidas na Justiça do Trabalho admitem os

seguintes recursos: RO, RR, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EMBARGOS

AO TST, AGRAVO DE PETIÇÃO E AGRAVO DE INSTRUMENTO.

Sentença RO RREmb. TST

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Juiz TRT TSTTST

Somente as decisões definitivas são passíveis de recurso

na Justiça do Trabalho. Esta conclusão extrai-se da redação

do artigo 893, §1º da CLT, segundo o qual os incidentes do

processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal,

admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões

interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva.

Portanto, as decisões interlocutórias são irrecorríveis DE

IMEDIATO.

Lembrete: súmula 214, TST que dispõe algumas exceções para

esta regra, conforme explanado anteriormente.

Art. 893, CLT. Das decisões sãoadmissíveis os seguintes recursos:I. embargos;II. recurso ordinário;III. recurso de revista;IV. agravo.§ 1º. Os incidentes do processo sãoresolvido pelo próprio Juízo ouTribunal, admitindo-se a apreciação domerecimento das decisõesinterlocutórias somente em recurso dadecisão definitiva.§ 2º. A interposição de recurso para oSupremo Tribunal Federal nãoprejudicará a execução do julgado.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O efeito suspensivo dos recursos é antagônico ao

Princípio da Celeridade que norteia o Processo do Trabalho.

Portanto, os recursos no processo do trabalho, em geral, têm

efeito meramente devolutivo (art. 899, CLT), ou seja, apenas

devolvem a matéria para nova apreciação do Poder Judiciário.

Assim, pactua-se que é cabível a execução provisória no

Processo do Trabalho.

A execução provisória se desenvolve da mesma forma que a

execução definitiva, CONTUDO limita-se aos atos de

constrição, ou seja, na execução provisória não podem ocorrer

os atos de expropriação (venda dos bens).

Art. 899, CLT. Os recursos serãointerpostos por simples petição e terãoefeito meramente devolutivo, salvo asexceções previstas neste Titulo,permitida a execução provisória até apenhora.§ 1º. Sendo a condenação de valor até10 (dez) vezes o valor de referênciaregional, nos dissídios individuais, sóserá admitido o recurso, inclusive oextraordinário, mediante préviodepósito da respectiva importância.Transitada em julgado a decisãorecorrida, ordenar-se-á o levantamentoimediato da importância do depósito, emfavor da parte vencedora, por simplesdespacho do juiz.§ 2º. Tratando-se de condenação devalor indeterminado, o depósitocorresponderá ao que for arbitrado paraefeito de custas, pela Junta ou Juízode Direito, até o limite de 10 (dez)vezes o valor de referência regional.§ 3º. (Revogado)

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§ 4º. O depósito de que trata o § 1ºfar-se-á na conta vinculada doempregado a que se refere o Art. 2º daLei nº 5.107, de 13 de setembro de1966, aplicando-se-lhe os preceitosdessa lei, observado, quanto aorespectivo levantamento, o disposto no§ 1º.§ 5º. Se o empregado ainda não tiverconta vinculada aberta em seu nome, nostermos do Art. 2º da Lei nº 5.107, de13 de setembro de 1966, a empresaprocederá à respectiva abertura, paraefeito do disposto no § 2º.§ 6º. Quando o valor da condenação, ouo arbitrado para fins de custas,exceder o limite de 10 (dez) vezes ovalor de referência regional, odepósito para fins de recurso serálimitado a este valor.

6.1 PRAZOS RECURSAIS

Os recursos no processo do trabalho possuem um prazo

único, determinado pelo artigo 6º da Lei 5584/70, que é de 8

dias. Os embargos de declaração, no entanto, são exceção à

regra, pois o seu prazo é de 5 dias.

Na Justiça do Trabalho o prazo para apresentar contra

razões de um recurso é o mesmo que o prazo para a sua

interposição.

Art 6º, Lei 5584/70. Será de 8 (oito)dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso (CLT, art.893).

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 900, CLT. Interposto o recurso,será notificado o recorrido paraoferecer as suas razões, em prazo igualao que tiver o recorrente.

Atenção: quando a União, Estados, Municípios, Distrito

Federal, Autarquias, ou Fundações de Direito Público

que não explorem a atividade econômica, forem parte

do processo na Justiça do Trabalho, o prazo para

estes entes federativos interpor recurso, bem como

para apresentar contra razões será em dobro, conforme

o Decreto Lei 779/69. Inclusive para interpor

embargos de declaração (OJ 192, SDI – 1, TST).Art. 1º, Dec. Lei 779/69. Nos processosperante a Justiça do Trabalho,constituem privilégio da União, dosEstados, do Distrito Federal, dosMunicípios e das autarquias oufundações de direito público federais,estaduais ou municipais que nãoexplorem atividade econômica:I - a presunção relativa de validadedos recibos de quitação ou pedidos dedemissão de seus empregados ainda quenão homologados nem submetidos àassistência mencionada nos parágrafos1º, 2º e 3º do artigo 477 daConsolidação das Leis do Trabalho;II - o quádruplo do prazo fixado noartigo 841, "in fine", da Consolidaçãodas Leis do Trabalho;III - o prazo em dobro para recurso;IV - a dispensa de depósito parainterposição de recurso;V - o recurso ordinário "ex officio"das decisões que lhe sejam total ouparcialmente contrárias;

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

VI - o pagamento de custas a finalsalva quanto à União Federal, que nãoas pagará.

Art. 188, CPC. Computar-se-á emquádruplo o prazo para contestar e emdobro para recorrer quando a parte fora Fazenda Pública ou o MinistérioPúblico.

OJ 192, SDI – 1, TST. É em dobro oprazo para a interposição de embargosdeclaratórios por pessoa jurídica dedireito público.

O artigo 775, § único da CLT dispõe que os prazos

vencidos em sábados, domingos ou feriados, terminará no

primeiro dia útil seguinte. Ocorre que além de feriados

nacionais, existem feriados estaduais e municipais, diante

disso incumbe à parte comprovar que não houve expediente em

dia útil ou o feriado local, a fim de confirmar que seu

recurso não fora interposto a destempo (Súmula 385, TST).

Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidosneste Título contam-se com exclusão dodia do começo e inclusão do dia dovencimento, e são contínuos eirreleváveis, podendo, entretanto, serprorrogados pelo tempo estritamentenecessário pelo juiz ou tribunal, ou emvirtude de força maior, devidamentecomprovada.Parágrafo único. Os prazos que sevencerem em sábado, domingo ou feriado,terminarão no primeiro dia útilseguinte.

Súmula 385, TST. Cabe à partecomprovar, quando da interposição do

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

recurso, a existência de feriado localou de dia útil em que não hajaexpediente forense, que justifique aprorrogação do prazo recursal.

Ainda, em relação aos prazos é relevante o conhecimento

da OJ 357, SDI – 1, TST, cuja redação afirma que o recurso

interposto antes da publicação da decisão não será conhecido.OJ 357, SDI – 1, TST. É extemporâneorecurso interposto antes de publicado oacórdão impugnado.

→ Extemporâneo = que vem fora de tempo; inoportuno;

inesperado.17

6.2 REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL

Na Justiça do Trabalho vigora o ius postulandi, no entanto

nada impede que a parte seja representada por advogado, caso

em que é indispensável o instrumento de mandato.

Em relação à representação processual alguns

apontamentos são essenciais para o exame de II fase da prova

da OAB.

O artigo 37 do CPC admite a juntada tardia de

procuração, a fim de evitar prescrição ou decadência do

direito do autor ou para praticar um ato reputado urgente.

Este artigo só poderá ser avocado subsidiariamente na Justiça

do Trabalho em 1ª instância, uma vez que a súmula 383, I do17 Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <

http://www.priberam.pt/DLPO/>. Acesso em 20 de agosto de 2009.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

TST não permite a juntada posterior na fase recursal, pois o

entendimento do Tribunal não considera a interposição de

recurso um ato urgente.

Neste mesmo sentido, tem-se o inciso II da súmula 383 do

TST que veda a concessão de prazo para a regularização de

representação, nos termos do artigo 13 do CPC, que também só

é aplicável na Justiça do Trabalho em 1ª instância.

Art. 37, CPC. Sem instrumento demandato, o advogado não será admitido aprocurar em juízo. Poderá, todavia, emnome da parte, intentar ação, a fim deevitar decadência ou prescrição, bemcomo intervir, no processo, parapraticar atos reputados urgentes.Nestes casos, o advogado se obrigará,independentemente de caução, a exibir oinstrumento de mandato no prazo de 15(quinze) dias, prorrogável até outros15 (quinze), por despacho do juiz.Parágrafo único. Os atos, nãoratificados no prazo, serão havidos porinexistentes, respondendo o advogadopor despesas e perdas e danos.

Art. 13, CPC. Verificando aincapacidade processual ou airregularidade da representação daspartes, o juiz, suspendendo o processo,marcará prazo razoável para ser sanadoo defeito. Não sendo cumprido odespacho dentro do prazo, se aprovidência couber:I - ao autor, o juiz decretará anulidade do processo;II - ao réu, reputar-se-á revel;III - ao terceiro, será excluído doprocesso.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 383, TST. I - É inadmissível, eminstância recursal, o oferecimentotardio de procuração, nos termos doart. 37 do CPC, ainda que medianteprotesto por posterior juntada, já quea interposição de recurso não pode serreputada ato urgente. II - Inadmissível na fase recursal aregularização da representaçãoprocessual, na forma do art. 13 do CPC,cuja aplicação se restringe ao Juízo de1º grau.

Na hipótese de juntada posterior de mandato em caso de

urgência, algumas determinações legais devem ser respeitadas,

por exemplo, apresentar a procuração no prazo de 15 dias (§

1º artigo 5º do Estatuto da OAB), a fim de que o mandato seja

considerado eficaz, pois caso contrário todos os atos serão

reputados inexistentes, conforme a súmula 164, TST.

Súmula 164, TST. O não-cumprimento dasdeterminações dos §§ 1º e 2º do art. 5ºda Lei nº 8.906, de 04.07.1994 e doart. 37, parágrafo único, do Código deProcesso Civil importa o não-conhecimento de recurso, porinexistente, exceto na hipótese demandato tácito.

Há uma exceção prevista na súmula 164, TST dispensando

as exigências deste dispositivo quando se tratar de mandato

tácito. Na Justiça do Trabalho, se o advogado acompanha-se a

parte em audiência, entendia-se como concedida uma procuração

tácita, que autoriza apenas a estrita atuação no foro

(cláusula ad iudicia). Portanto, o procurador investido por meio

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

de mandato tácito não pode substabelecer, eis que tal poder

não está incluído nos poderes concedidos pela cláusula ad

iudicia (OJ 200, SDI – 1, TST).

OJ 200, SDI – 1, TST. É inválido osubstabelecimento de advogado investidode mandato tácito.

A parte pode conceder uma procuração ao advogado,

contendo um prazo de validade, todavia entende o TST que é

possível que a procuração confira poderes ao procurador para

que atue até o final do processo, hipótese em que está

dispensada a fixação de um prazo determinado para o mandato

(súmula 395, I, TST).

O inciso III da súmula 395 do TST fixa que o advogado

poderá substabelecer seu mandato, mesmo que não haja previsão

expressa para tanto e, ainda, que os atos do substabelecido

serão considerados válidos. O Código Civil (artigo 667, §’s)

faz referência as obrigações do advogado com a parte diante

de qualquer prejuízo que provoque, bem como as suas

responsabilidades no caso de prejuízos causados pelo

substabelecido.

Súmula 395, TST. I - Válido é oinstrumento de mandato com prazodeterminado que contém cláusulaestabelecendo a prevalência dos poderespara atuar até o final da demanda. II - Diante da existência de previsão,no mandato, fixando termo para sua

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

juntada, o instrumento de mandato sótem validade se anexado ao processodentro do aludido prazo. III - São válidos os atos praticadospelo substabelecido, ainda que nãohaja, no mandato, poderes expressospara substabelecer (art. 667, eparágrafos, do Código Civil de 2002). IV - Configura-se a irregularidade derepresentação se o substabelecimento éanterior à outorga passada aosubstabelecente.

A OJ 52 da SDI – 1, TST afirma que os entes federativos

(União, Estados, Municípios e Distrito Federal, sua

autarquias e fundações públicas), quando representados em

juízo por seus procuradores, são dispensados de apresentar

procuração nos autos. “Em geral, os procuradores que

representam as pessoas jurídicas de direito público junto aos

órgãos do Poder Judiciário são funcionários nomeados

especialmente para desempenhar tal função. O mandato,

portanto, decorre de um ato do ente público (União, Estados,

etc.), devidamente publicado na imprensa oficial. É evidente

que a exigência de procuração torna-se despicienda.”18

OJ 52, SDI – 1, TST. A União, Estados,Municípios e Distrito Federal, suaautarquias e fundações públicas, quandorepresentadas em juízo, ativa epassivamente, por seus procuradores,estão dispensadas da juntada deinstrumento de mandato.

6.3 RECURSO ADESIVO18 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Orientações Jurisprudenciais do TST:comentadas. São Paulo: Ltr, 2009. p. 71.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Não há previsão legal na CLT sobre o recurso adesivo, de

forma que se aplicam as normas do CPC de forma subsidiária.

Destaca-se que o recurso adesivo não é um novo recurso, mas

sim uma forma de interposição, isto é, um modo diferente de

interpor um recurso.

A possibilidade de interpor um recurso na sua forma

adesiva exige, basicamente, dois requisitos: sucumbência

recíproca e a interposição de recurso por uma das partes.

Na Justiça do Trabalho a forma adesiva de interposição é

compatível com o recurso ordinário, recurso de revista,

embargos ao TST e agravo de petição (Súmula 283, TST). Súmula 283, TST. O recurso adesivo écompatível com o processo do trabalho ecabe, no prazo de 8 (oito) dias, nashipóteses de interposição de recursoordinário, de agravo de petição, derevista e de embargos, sendodesnecessário que a matéria neleveiculada esteja relacionada com a dorecurso interposto pela partecontrária.

Preenchidos os requisitos do recurso adesivo, o seu

procedimento será o mesmo que o recurso independente.

O prazo para a interposição é o mesmo que a parte dispõe

para responder o recurso principal, ou seja, após a análise

dos pressupostos de admissibilidade, abre-se vista à parte

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

para que apresente contra razões no prazo de 8 dias, momento

em que, se quiser, deverá interpor o recurso adesivo (art.

500, I do CPC).

O recurso adesivo é dependente do recurso principal, de

forma que se o recurso principal não for conhecido, o adesivo

restará prejudicado ou se a parte desistir do recurso

principal, o adesivo também não será analisado (art. 500,

III, CPC).

Art. 500, CPC. Cada parte interporá orecurso, independentemente, no prazo eobservadas as exigências legais. Sendo,porém, vencidos autor e réu, ao recursointerposto por qualquer deles poderáaderir a outra parte. O recurso adesivofica subordinado ao recurso principal ese rege pelas disposições seguintes: I - será interposto perante aautoridade competente para admitir orecurso principal, no prazo de que aparte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, nosembargos infringentes, no recursoextraordinário e no recurso especial;III - não será conhecido, se houverdesistência do recurso principal, ou sefor ele declarado inadmissível oudeserto.Parágrafo único. Ao recurso adesivo seaplicam as mesmas regras do recursoindependente, quanto às condições deadmissibilidade, preparo e julgamentono tribunal superior.

O recurso adesivo não dispensa a parte do preparo,

pagamento do depósito e custas (art. 500, § único, CPC).

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

6.4 PRESSUSPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Os pressupostos de admissibilidade são exigências

legais, que devem ser cumpridas, a fim de que seja analisado

o mérito do recurso.

Os pressupostos são subdivididos em pressupostos

intrínsecos e pressupostos extrínsecos. Todos devem ser

preenchidos, sob pena do não conhecimento do recurso.

► Pressupostos de Admissibilidade Intrínsecos

Estes estão relacionados às partes, apenas avaliam as

características das partes e sua aptidão para buscar a tutela

jurisdicional naquela lide. São pressupostos de

admissibilidade intrínsecos: LEGITIMIDADE DA PARTE,

CAPACIDADE DA PARTE e INTERESSE DA PARTE.

► Pressupostos de Admissibilidade Extrínsecos

Os pressupostos de admissibilidade extrínsecos referem-

se ao recurso, a análise do cumprimento das exigências legais

para a interposição de determinado recurso. São pressupostos

de admissibilidade extrínsecos: TEMPESTIVIDADE, DEPÓSITO

RECURSAL, CUSTAS e REGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

a) Tempestividade

O conhecimento do recurso é dependente da interposição

dentro do prazo legal. Conforme visto anteriormente, o prazo

dos recursos no processo do trabalho é unificado e

corresponde ao período de 8 dias, salvo os embargos de

declaração, cujo prazo é de 5 dias.

Nota: há vários dispositivos relevantes em relação aos

prazos, em caso de dúvida consulte a seção 6.3 Prazos

Recursais.

b) Depósito Recursal

O depósito recursal tem natureza de garantia do juízo e,

portanto, só é realizado pelo reclamado e se for o empregador

(empregado não realiza depósito recursal).

Os recursos que exigem o depósito recursal são: recurso

ordinário, recurso de revista, Embargos ao TST, Rext e

recurso ordinário em ação rescisória.

O prazo para o recolhimento do depósito recursal

corresponde ao mesmo prazo do recurso, ou seja, 8 dias. A

súmula 245 do TST assevera que eventual interposição

antecipada do recurso não exige o recolhimento antecipado do

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

depósito, que poderá ser efetuado a qualquer tempo,

independente da data de interposição, desde que seja

respeitado o prazo legal.

Portanto, no prazo de 8 dias deve ser efetuado o

recolhimento do depósito, por meio da GUIA GFIP, e comprovado

nos autos.

Súmula 245, TST. O depósito recursaldeve ser feito e comprovado no prazoalusivo ao recurso, sendo que ainterposição antecipada deste nãoprejudica a dilação legal.

A massa falida é isenta do recolhimento do depósito, bem

como das custas processuais, por força da súmula 86 do TST.

Súmula 86, TST. Não ocorre deserção derecurso da massa falida por falta depagamento de custas ou de depósito dovalor da condenação. Esse privilégio,todavia, não se aplica à empresa emliquidação extrajudicial.

Na sentença, o juiz arbitrará o valor da condenação e a

partir deste valor é que são estabelecidos o valor do

depósito, bem como o valor das custas. No tocante ao

depósito, a súmula 161 do TST estabelece que o depósito

recursal só é exigível da parte quando houver condenação

pecuniária.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 161, TST. Não havendo condenaçãoem pecúnia, descabe o depósito préviode que tratam os parágrafos 1º e 2º doArt. 899 da Consolidação das Leis doTrabalho.

A súmula 128, I do TST também apresenta uma hipótese em

que descabe o recolhimento do depósito. A partir do momento

em que a parte realizar o depósito do valor integral da

condenação nada mais poderá ser exigido.

O inciso III desta súmula refere-se ao depósito recursal

diante de uma condenação solidária, isto é, há litisconsórcio

passivo na lide. O depósito realizado por um dos

litisconsortes, geralmente, será aproveitado pelos demais. No

entanto, se este recorrente estiver pleiteando a sua exclusão

da lide, o depósito recursal não beneficiará os outros

litisconsortes, que também deverão garantir o juízo para

recorrer da decisão. Súmula 128, TST. I - É ônus da parterecorrente efetuar o depósito legal,integralmente, em relação a cada novorecurso interposto, sob pena dedeserção. Atingido o valor dacondenação, nenhum depósito mais éexigido para qualquer recurso. II - Garantido o juízo, na faseexecutória, a exigência de depósitopara recorrer de qualquer decisão violaos incisos II e LV do art. 5º daCF/1988. Havendo, porém, elevação dovalor do débito, exige-se acomplementação da garantia do juízo.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

III - Havendo condenação solidária deduas ou mais empresas, o depósitorecursal efetuado por uma delasaproveita as demais, quando a empresaque efetuou o depósito não pleiteia suaexclusão da lide.

O valor do recolhimento deve ser exato, eis que qualquer

diferença, mesmo relativa a centavos, ensejará a deserção do

recurso, nos termos da OJ 140 da SDI – 1 do TST.OJ 140, SDI – 1, TST. Ocorre deserçãodo recurso pelo recolhimentoinsuficiente das custas e do depósitorecursal, ainda que a diferença emrelação ao quantum devido seja ínfima,referente a centavos.

Assim, se o reclamado (empregador) for condenado, em

sentença, ao pagamento de um determinado valor o seu recurso

estará condicionado ao recolhimento do depósito recursal, com

o intuito de garantir o juízo.

O reclamado depositará o valor da condenação, ainda não

depositado até o limite do teto estabelecido pelo TST.

Teto RO

R$ 5.621,90

TST RR, Emb. TST, Rext, ROAR R$

11.243,81

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

c) Custas

As custas processuais SEMPRE serão pagas pela parte

vencida. O recolhimento é efetuado por meio de GUIA DARF após

o trânsito em julgado da decisão ou dentro do prazo de

interposição de recurso (art. 789, § 1º, CLT).

A transição entre as partes as custas serão rateadas,

salvo se dispuserem de forma diversa (art. 789, § 3º, CLT). A

extinção do processo sem resolução de mérito gerará ao

reclamante a obrigação de recolher as custas.

O reclamante beneficiário da justiça gratuita, mesmo que

vencido, poderá recorrer sem o recolhimento das custas. A

massa falida também é isenta do recolhimento de custas

(súmula 86, TST).

O valor das custas processuais corresponde a 2% do valor

da condenação ou, na ausência deste, 2% do valor da causa.

Art. 789, CLT. Nos dissídiosindividuais e nos dissídios coletivosdo trabalho, nas ações e procedimentosde competência da Justiça do Trabalho,bem como nas demandas propostas perantea Justiça Estadual, no exercício dajurisdição trabalhista, as custasrelativas ao processo de conhecimentoincidirão à base de 2% (dois porcento), observado o mínimo de R$ 10,64(dez reais e sessenta e quatrocentavos) e serão calculadas: I. quando houver acordo ou condenação,sobre o respectivo valor;

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II. quando houver extinção do processo,sem julgamento do mérito, ou julgadototalmente improcedente o pedido, sobreo valor da causa;III. no caso de procedência do pedidoformulado em ação declaratória e emação constitutiva, sobre o valor dacausa;IV. quando o valor for indeterminado,sobre o que o juiz fixar.V. acima de 10 (dez) vezes o valor-de-referência regional, 2% (dois porcento). § 1º. As custas serão pagas pelovencido, após o trânsito em julgado dadecisão. No caso de recurso, as custasserão pagas e comprovado o recolhimentodentro do prazo recursal. § 2º. Não sendo líquida a condenação, ojuízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará omontante das custas processuais. § 3º. Sempre que houver acordo, se deoutra forma não for convencionado, opagamento das custas caberá em partesiguais aos litigantes. § 4º. Nos dissídios coletivos, aspartes vencidas responderãosolidariamente pelo pagamento dascustas, calculadas sobre o valorarbitrado na decisão, ou peloPresidente do Tribunal.

Observação: na fase de EXECUÇÃO as custas processuais SEMPRE

serão recolhidas pelo executado e seu valor será

determinado pela tabela do artigo 789 – A da CLT.

Art. 789-A, CLT. No processo deexecução são devidas custas, sempre deresponsabilidade do executado e pagasao final, de conformidade com aseguinte tabela:

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

I - autos de arrematação, deadjudicação e de remição: 5% (cinco porcento) sobre o respectivo valor, até omáximo de R$ 1.915,38 (um mil,novecentos e quinze reais e trinta eoito centavos);II - atos dos oficiais de justiça, pordiligência certificada:a) em zona urbana: R$ 11,06 (onze reaise seis centavos);b) em zona rural: R$ 22,13 (vinte edois reais e treze centavos);III - agravo de instrumento: R$ 44,26(quarenta e quatro reais e vinte e seiscentavos);IV - agravo de petição: R$ 44,26(quarenta e quatro reais e vinte e seiscentavos);V - embargos à execução, embargos deterceiro e embargos à arrematação: R$44,26 (quarenta e quatro reais e vintee seis centavos);VI - recurso de revista: R$ 55,35(cinqüenta e cinco reais e trinta ecinco centavos);VII - impugnação à sentença deliquidação: R$ 55,35 (cinqüenta e cincoreais e trinta e cinco centavos);VIII - despesa de armazenagem emdepósito judicial - por dia: 0,1% (umdécimo por cento) do valor daavaliação;IX - cálculos de liquidação realizadospelo contador do juízo - sobre o valorliquidado: 0,5% (cinco décimos porcento) até o limite de R$ 638,46(seiscentos e trinta e oito reais equarenta e seis centavos).

Conforme visto, a parte vencida deverá recolher as

custas para recorrer da decisão. Suponha que este recurso

tenha sido favorável ao vencido, que agora é vencedor,

ocorreu uma inversão da sucumbência. No caso da interposição

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

de novo recurso pela parte que havia sido vencedora em 1ª

instância, as custas devem ser recolhidas novamente?

Não. Esta hipótese é regulada pela súmula 25 do TST e

pela OJ 186 da SDI – 1, TST:

Súmula 25, TST. A parte vencedora naprimeira instância, se vencida nasegunda, está obrigada,independentemente de intimação, a pagaras custas fixadas na sentençaoriginária das quais ficará isenta aparte então vencida.

OJ 186 SDI – 1, TST. No caso deinversão do ônus da sucumbência emsegundo grau, sem acréscimo ouatualização do valor das custas e seestas já foram devidamente recolhidas,descabe um novo pagamento pela partevencida, ao recorrer. Deverá ao final,se sucumbente, ressarcir a quantia.

Conclui-se que a partir do recolhimento das custas

processuais descabe novo recolhimento (salvo quando houver

acréscimo), diante de uma inversão do ônus da sucumbência em

instância superior. A quantia será ressarcida após o trânsito

em julgado para a parte que efetuou o pagamento e resultou

vencedora na lide.

d) Regularidade de Representação

Na Justiça do Trabalho a parte pode exercer os seus

direitos independente de advogado (ius postulandi). Esta é uma

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

faculdade da parte, que, se preferir, poderá ser assistida

por advogado devidamente constituído nos autos, mediante

instrumento de mandato. Salienta-se que não se exige mais o

reconhecimento de firma do constituinte.

→ Para informações sobre a regularidade de representação

consulte a seção 6.2 Representação Processual.

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

7. RECURSO ORDINÁRIO

O recurso ordinário equivale à apelação do processo

civil (não há apelação no processo do trabalho). É o recurso

interposto das decisões que resolvem o processo, com ou sem

resolução de mérito (definitivas ou terminativas), isto é,

das sentenças de primeiro grau e das decisões proferidas

pelos Tribunais Regionais do Trabalho (segundo grau) em

processos de sua competência originária (dissídio coletivo,

mandado de segurança, ação rescisória, dentre outras).

Todos os recursos do processo do trabalho, exceto os

Embargos de Declaração, são compostos por duas partes: a

folha de rosto e a folha de razões. Esta forma dos recursos

se justifica quando analisamos o seu trâmite.

Primeiramente, o recurso será encaminhado para o Juízo a

quo (que proferiu a decisão), com a finalidade de que seja

realizado o primeiro exame dos pressupostos de

admissibilidade do recurso (tempestividade, depósito, custas

e regularidade de representação, etc.). Preenchidos todos

estes requisitos, o Juízo abre vista à outra parte para

apresentar as contra razões no mesmo prazo do recurso (8

dias). Após o cumprimento destas etapas é que o recurso será

remetido para o Tribunal ad quem que analisará a folha de

razões e julgará o recurso.

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Note que o trâmite dos recursos no processo do trabalho

exige do causídico um conhecimento da organização da Justiça

do Trabalho para não cometer equívocos no endereçamento da

peça. É necessário reconhecer a localização do processo e à

qual órgão este Juízo está subordinado, bem como qual é o

recurso adequado para devolver a matéria ao Poder Judiciário.

Sentença RO RREmb. TST Rext Juiz TRT TSTTST STF

Assim, o RO teria a sua folha de rosto dirigida ao juiz

de 1º grau, enquanto que sua folha de razões deve ser

endereçada ao TRT, nos termos do artigo 895, “a” da CLT.

RECURSO ORDINÁRIO

Juiz do Trabalho Tribunal Regional doTrabalho da __ Região

Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso

7.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

As hipóteses de cabimento do recurso ordinário

encontram-se previstas no artigo 895 da CLT. Art. 895, CLT. Cabe recurso ordináriopara a instância superior:a) das decisões definitivas outerminativas das Varas e Juízos noprazo de 8 (oito) dias;b) das decisões definitivas outerminativas dos Tribunais Regionais,em processos de sua competênciaoriginária, no prazo de 8 (oito) dias,quer nos dissídios individuais, quernos dissídios coletivos.§ 1º. Nas reclamações sujeitas aoprocedimento sumaríssimo, o recursoordinário:I - (vetado)II - será imediatamente distribuído,uma vez recebido no Tribunal, devendo orelator liberá-lo no prazo máximo dedez dias, e a Secretaria do Tribunal ouTurma colocá-lo imediatamente em pautapara julgamento, sem revisor;III - terá parecer oral dorepresentante do Ministério Públicopresente à sessão de julgamento, seeste entender necessário o parecer, comregistro na certidão;IV - terá acórdão consistenteunicamente na certidão de julgamento,com a indicação suficiente do processoe parte dispositiva, e das razões dedecidir do voto prevalente. Se asentença for confirmada pelos própriosfundamentos, a certidão de julgamento,registrando tal circunstância, serviráde acórdão.§ 2º. Os Tribunais Regionais, divididosem Turmas, poderão designar Turma parao julgamento dos recursos ordináriosinterpostos das sentenças prolatadasnas demandas sujeitas ao procedimentosumaríssimo.

25

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O artigo prevê duas situações para a interposição do

recurso. A hipótese da alínea “a” fixa que as sentenças

(decisões definitivas) proferidas pelo Juiz de 1º grau

poderão ser impugnadas por meio do RO.

A hipótese da alínea “b” é mais complexa, pois

estabelece que diante de uma decisão proferida pelo TRT em

uma ação de sua competência originária cabe o Recurso

Ordinário, que será julgado pelo TST.

Cumpre salientar, o que é uma ação de competência

originária do TRT e quais são elas. As ações de competência

originária são aquelas PROPOSTAS perante o Tribunal, ou seja,

não são analisadas pelo juiz do trabalho, tendo em vista que

a LEI ordena que o TRT julgue tais litígios.

CONCLUSÃO: para que seja uma ação de competência originária

do TRT deve haver previsão legal e sua propositura

se fará diretamente neste órgão.

A decisão definitiva do Tribunal nestas ações poderá

ser impugnada por meio de RO, que será julgado pelo TST.

Observe que este RO será dirigido para órgãos distintos do

que o RO previsto pela aínea “a”. Veja o esquema:

Decisão definitiva ROEMB. TST TRTTST TST

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

RECURSO ORDINÁRIO

TRT TribunalSuperior do Trabalho

Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso

A ação rescisória e o mandado de segurança são os

exemplos mais comuns de ação de competência originária de

Tribunais.

Ação Rescisória

Cada Tribunal detém a competência para julgar ação

rescisória oriunda de sua decisão. Portanto, se a decisão a

ser desconstituída foi proferida pelas Varas do Trabalho a

interposição da ação rescisória deverá ser dirigida ao

Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.

Se a decisão a ser rescindida foi proferida pelo TRT

(ação de sua competência originária) a competência será do

próprio Tribunal de onde se originou o acórdão.

Por fim, se o acórdão a ser desconstituído foi proferido

pelo Tribunal Superior do Trabalho (ação de sua competência

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

originária) a competência para rescindir a decisão é do

próprio Tribunal Superior do Trabalho.

Sentença Ação Rescisória Juiz 1º Grau TRTCada Tribunal

Decisão Definitiva Ação Rescisóriaé competente TRT TRT para julgar AR

Decisão Definitiva Ação Rescisóriade suas decisões TST TST

A súmula 158 do TST sustenta o esquema acima, pois

afirma que em face da organização da Justiça do Trabalho

caberá RO ao TST diante de decisão proferida pelo TRT em aça

rescisória de sua competência originária.

Súmula 158, TST. Da decisão do TribunalRegional do Trabalho, em açãorescisória, cabível é o recursoordinário para o Tribunal Superior doTrabalho, em face da organizaçãojudiciária trabalhista.

Sentença Trânsito em Ação RescisóriaRO Emb. TST

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Juiz julgado TRTTST TST

Apenas a título de esclarecimento, destaca-se que o

Recurso Ordinário será remetido para uma das turmas dos TST,

enquanto que os Embargos ao TST serão analisados pela Seção

de Dissídios Individuais.

Turmas do TST

TST SDI (Seções de Dissídios Individuais)

SDC (Seções de Dissídios Coletivos)

Mandado de Segurança

O Mandado de Segurança não é um recurso, mas sim uma

AÇÃO, proposta contra um ato praticado por uma autoridade

coatora. Assim como na ação rescisória, cada Tribunal é

competente para julgar seus próprios mandados de seguranças

provenientes de atos praticados por seus membros ou

subordinados.

Um mandado de segurança impetrado contra um ato

praticado por um juiz do trabalho deve ser dirigido ao TRT à

que está subordinado àquela autoridade.

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Ato do MSJuiz 1º Grau TRT

Um mandado de segurança impetrado contra um ato

praticado por um membro do TRT deve ser dirigido ao próprio

TRT à que está pertence àquela autoridade.

Ato do membro MSdo TRT TRT

Um mandado de segurança impetrado contra um ato

praticado por um membro do TST deve ser dirigido ao próprio

TST à que pertence àquela autoridade.

Ato do membro MS

do TST TST

Ante a exposição, percebe-se que o MS impetrado contra

ato de juiz do trabalho, bem como o MS impetrado contra o ato

de membro do TRT são casos de ações de competência originária

do TRT. Diante do desenvolvimento do estudo e a redação do

artigo 895, “b” da CLT, é possível concluir que da decisão

proferida pelo TRT em mandado de segurança cabe Recurso

Ordinário para o TST (Súmula 201, TST).

Súmula 201, TST. Da decisão do TribunalRegional do Trabalho em mandado desegurança cabe recurso ordinário, noprazo de 8 (oito) dias, para o TribunalSuperior do Trabalho, correspondendo

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

igual dilação para o recorrido einteressados apresentarem razões decontrariedade.

Mandado de Segurança ROEmb. TST

TRT TSTTST

(Turma)(SDI)

7.2 ESTRUTURA DO RECURSO ORDINÁRIO

O Recurso Ordinário é formado pela folha de rosto e pela

folha de razões. Logo, inicia-se o seu desenvolvimento pela

folha de rosto, que será endereçada ao Juízo que proferiu a

decisão recorrida. O conteúdo da folha de rosto tem a função

de apresentar (comprovar) o cumprimento dos pressupostos de

admissibilidade e requerer a remessa do recurso para o Juízo

ad quem .

A folha de razões, por sua vez, é o recurso propriamente

dito e será constituído da seguinte forma:

♦ I. Preliminares de Mérito ♦ II. Prejudiciais de Mérito

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

♦ III. Mérito ♦ IV. Requerimentos Finais

.

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia de uma contestação no processo do trabalho. Esclarece-

se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,

assim como na produção de suas próprias peças.

Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e

“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e

para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA

PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.

RECURSO

ORDINÁRIOFolha de Rosto (Juízo a

quo)

Pressupostos de Admissibilidade

(tempestividade, depósito recursal, custas e

regularidade)

Folha Razões (Juízo ad quem)

I. Preliminares de MéritoII. Prejudiciais de

Mérito III. Mérito

IV. Requerimentos Finais

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _________ VARA DO

TRABALHO DE ______________.

Recorrente: OPCIONAL

Recorrido: Avalie a disponibilidade

Autos nº: de espaço físico

NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DO RECORRIDO,

também qualificado, vem respeitosamente perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado adiante

assinado, com fulcro no artigo 893 e 895, alínea “a”

da CLT, INTERPOR

RECURSO ORDINÁRIO

para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.

Encontram-se presentes todos os pressupostos de

admissibilidade do recurso, dentre os quais de

destacam:

a) Tempestividade, tendo em vista que as razões ora

apresentadas respeitaram o prazo legal de 8 dias

contados a partir da data de publicação da

sentença, ocorrida em _____.

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

b) Depósito Recursal, no valor de R$ _____ foi

efetuado no prazo do recurso e está comprovado

pela guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245

do TST.

c) Custas Processuais no importe de R$ _____,

correspondentes a 2% do valor da condenação,

foram recolhidas dentro do prazo do recurso,

comprovado pela guia DARF anexa.

Diante do exposto, requer o recebimento do

presente recurso e a sua posterior remessa ao Egrégio

Tribunal Regional do Trabalho.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

Local e Data.

Nome do Advogado

OAB nº

___________________________________________

____

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.

Recorrente:

Recorrido: OPCIONAL

Autos nº: Avalie a

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

disponibilidade

Origem: de espaço físico

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Colenda Turma

Eméritos Julgadores

(ELOGIO A SENTENÇA + PEDIDO DE REFORMA)

I – PRELIMINAR DE MÉRITO

Nulidades Processuais Error in Procedendo

Anulação da

Sentença

II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO

a) Prescrição Bienal

b) Prescrição Quinquenal

III – MÉRITO (os tópicos são exemplificativos, uma vez que omérito é dependente da proposta)

1. DA ESTABILIDADE

§1 Fato O juízo a quo julgou

(im)procedente

26

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§2 Fundamento A sentença não merece ser

mantida, pois

§3 Pedido Diante do exposto, requer

a reforma da

sentença para incluir

(excluir) da condenação

2. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

§1 Fato O Juízo a quo julgou

(im)procedente

§2 Fundamento A sentença não merece ser

mantida, pois

§3 Pedido Diante do exposto,

requer a reforma da

sentença para incluir

(excluir) da condenação

IV - REQUERIMENTOS FINAIS

Conhecimento do Recurso;

Acolhimento da Preliminar de Mérito;

Acolhimento da Prejudicial de Mérito;

Total provimento do mérito, para fins de reforma

da sentença.

Nestes Termos,

Pede Deferimento,

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Local e Data

Nome do Advogado

OAB nº

7.3 ANÁLISE DOS TÓPICOS DO RECURSO ORDINÁRIO

► Folha de Rosto do Recurso Ordinário

I. ENDEREÇAMENTO

Já foi mencionado que a folha de rosto deve ser

endereçada para o Juízo que proferiu a decisão. Portanto, se

a proposta apresentar um caso em que tenha sido proferida uma

sentença (art. 895, “a”, CLT) o endereçamento não traz

novidades.

Exemplos:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO

DE ______________.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Ou caso o problema forneça os dados do juízo que

proferiu a decisão, o examinando deverá incluir todos os

dados informados no endereçamento.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4ª VARA DO TRABALHO

DE CURITIBA – PR.

II. QUALIFICAÇÃO

A qualificação do Recurso Ordinário é simples, uma vez

que tanto o Recorrente, quanto o Recorrido, já se

manifestaram nos autos, de modo que se dispensa a

qualificação completa das partes, que será substituída pela

expressão "já qualificado nos autos em epígrafe" para o

recorrente e “também qualificado” para o recorrido.

Exemplo:

NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DO RECORRIDO,

também qualificado, vem respeitosamente perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado

adiante assinado, com fulcro no artigo 895, alínea

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

“a” da CLT, interpor

RECURSO ORDINÁRIO

para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.

Na qualificação da folha de rosto do RO é importante

observar a fundamentação, incluir a alínea do artigo 895 da

CLT. Além de expor que a parte está interpondo o recurso PARA

O TRT.

III. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Os pressupostos de admissibilidade que SEMPRE estarão

presentes na folha de rosto do Recurso Ordinário são:

tempestividade, depósito recursal e custas processuais. A

regularidade de representação deve ser mencionada se a

proposta o sugerir, por exemplo, com a menção de que o

advogado acaba de ser contratado.

O primeiro pressuposto, TEMPESTIVIDADE, não exige

muitos dados, basta mencionar que o recurso é tempestivo,

pois respeitou o prazo legal de 8 dias contados a partir da

publicação da sentença.

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Em relação ao DEPÓSITO RECURSAL três informações são

necessárias: valor do depósito, prazo do recolhimento do

depósito, guia de recolhimento.

DEPÓSITO no valor de R$____

RECURSAL no prazo de _____

(Súmula 245) por meio da guia GFIP

Ocorre que a exigibilidade do depósito pode variar de

acordo com alguns fatores, por exemplo, se o recorrente é o

empregado ou o empregador, se há ou não condenação em

pecúnia, etc.

Exemplo 1: O Reclamante (empregado) é o recorrente

O depósito recursal não foi efetuado,

posto que não é exigível do Recorrente, tendo em

vista a sua natureza de garantia do Juízo.

Exemplo 2: O Reclamado (empregador) é o recorrente,

contudo não há condenação em pecúnia.

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O depósito recursal não foi

efetuado, pois nos termos da súmula 161 do TST,

descabe a sua exigibilidade quando não houver

condenação em pecúnia.

Exemplo 3: O Reclamado (empregador) é o recorrente e há

condenação em pecúnia.

O depósito recursal, no valor de R$ _____

foi efetuado no prazo do recurso e está comprovado

pela guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245 do

TST.

Por fim, as CUSTAS PROCESSUAIS, assim como no depósito

recursal, podem variar em razão da parte e em razão da fase

processual.

Lembrete: as custas processuais SEMPRE serão pagas pela parte

vencida ou pelo reclamado, no caso de sucumbência

recíproca. Na hipótese de acordo entre as partes as

custas serão rateadas. O reclamante beneficiário da

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

justiça gratuita e a massa falida estão isentos do

recolhimento das custas. O recolhimento é efetuado

por meio de GUIA DARF dentro do prazo de

interposição de recurso no importe de 2% do valor da

condenação ou, na ausência deste, 2% do valor da

causa.

Exemplo 1: Sentença totalmente improcedente – Reclamante

é o vencido

As custas processuais foram

recolhidas, por meio de guia DARF, no importe de R$

_____, correspondente a 2% do valor da causa,

dentro do prazo do recurso ora interposto.

Exemplo 2: Sentença parcialmente improcedente –

sucumbência recíproca, Reclamado é a parte vencida

– RO interposto pelo Reclamado (empregador)

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

As custas processuais foram recolhidas no

valor de R$ _____, correspondente a 2% do valor da

condenação, no mesmo prazo do alusivo recurso,

conforme demonstra a guia DARF anexa.

Exemplo 3: Sentença parcialmente improcedente –

sucumbência recíproca, Reclamado é a parte vencida

– RO interposto pelo Reclamante (empregado)

As custas processuais não foram

recolhidas, tendo em vista que o Recorrente não é a

parte vencida em 1ª instância, portanto incumbe ao

Recorrido o seu adimplemento, nos termos do artigo

789, §1º, CLT.

IV. PEDIDO

A parte que interpõe um recurso deseja a sua apreciação

pelo Juízo ad quem. Entretanto, é obrigatória a passagem pelo

Juízo que proferiu a decisão recorrida, cuja função é

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

examinar a presença dos pressupostos de admissibilidade. Após

a verificação, o recurso será remetido para o Tribunal.

Portanto, o requerimento da folha de rosto deve

evidenciar o cumprimento dos pressupostos, requerendo o seu

recebimento, bem como a sua remessa para o Juízo ad quem.

Exemplo:

Diante do exposto, tendo em vista que foram

observados todos os pressupostos de

admissibilidade, requer-se o recebimento do

presente recurso e a sua posterior remessa ao

Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da _____

Região.

► Folha de Razões do Recurso Ordinário

I. ENDEREÇAMENTO

A folha de razões do Recurso Ordinário deve ser

endereçada para o TRT, na hipótese do artigo 895, “a”, CLT

(decisão definitiva proferida por um juiz do trabalho –

sentença) ou para o TST, na hipótese do artigo 895, “b”, CLT

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

(decisão definitiva proferida pelo TRT em ações de sua

competência originária).

Exemplos:

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.

OU

AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.Observe que não há qualquer menção a qualificação das

partes na folha de razões, pois a folha de rosto já

apresentou todas as informações necessárias. Deste modo a

parte introdutória conterá um elogio a sentença, seguido do

pedido de reforma.

Exemplo:

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____

REGIÃO.

Recorrente:

Recorrido: OPCIONAL

Autos nº: Avalie a

27

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

disponibilidade

Origem: de espaço físico

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Colenda Turma

Eméritos Julgadores

A respeitável sentença proferida na

Reclamatória Trabalhista nº ___ não merece ser

mantida, motivo pelo qual se expõe os fatos e as

razões jurídicas para, ao final, requerer a reforma

da decisão de 1ª instância.

OU

A respeitável sentença não merece ser

mantida, pois o Juízo de 1ª instância equivocou-se

na apreciação das provas constantes nos autos,

merecendo reforma à sentença de primeira instância.

OU

A respeitável sentença não merece ser

mantida, razão pela qual requer a sua reforma.

II. PRELIMINARES DE MÉRITO

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A Preliminar de Mérito do RO abrange todos os assuntos

relacionados às nulidades processuais e aos problemas no

processo. De um modo geral, a nulidade de um ato ou de um

processo ocorre quando lhe falta algum requisito, que lhe é

exigido, conforme previsão legal.

Logo, a defesa da parte na Preliminar de Mérito é

processual, não ataca o mérito, ou seja, o direito material.

Aborda questões de ordem formal, que em algum momento

descumpriu um dispositivo legal, causando prejuízo à parte

(art. 794, CLT).Art. 794, CLT. Nos processos sujeitos àapreciação da Justiça do Trabalho sóhaverá nulidade quando resultar dosatos inquinados manifesto prejuízo àspartes litigantes.

Cabe advertir que o processo do trabalho contempla um

capítulo próprio dedicado às nulidades processuais (arts. 794

a 798, CLT)19, todavia as normas do CPC também são aplicadas

subsidiariamente, desde que compatíveis com as normas do

processo do trabalho, por exemplo, o artigo 301 do CPC.

Preliminar Problema no processo

Artigo 301, CPC

de Mérito Error in procedendo Nulidade da sentença

19 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7.ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 337.

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

(Arts. 794 – 798, CLT)

No tópico da Preliminar de Mérito requer-se a nulidade

da sentença. Porém, este pedido está incompleto, pois a

anulação da sentença gera duas possibilidades:

♦ retorno dos autos ao Juízo a quo; ou

♦ imediato julgamento pelo TRT (quando a causa

versar sobre questão exclusivamente de direito

e o processo estiver em condições de

julgamento – artigo 515, § 3º, CPC).

Art. 515, CPC. A apelação devolverá aotribunal o conhecimento da matériaimpugnada.§ 1º. Serão, porém, objeto deapreciação e julgamento pelo tribunaltodas as questões suscitadas ediscutidas no processo, ainda que asentença não as tenha julgado porinteiro.§ 2º. Quando o pedido ou a defesa tivermais de um fundamento e o juiz acolherapenas um deles, a apelação devolveráao tribunal o conhecimento dos demais.§ 3º. Nos casos de extinção do processosem julgamento do mérito (art. 267), otribunal pode julgar desde logo a lide,se a causa versar questãoexclusivamente de direito e estiver emcondições de imediato julgamento.§ 4º. Constatando a ocorrência denulidade sanável, o tribunal poderádeterminar a realização ou renovação doato processual, intimadas as partes;cumprida a diligência, sempre que

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

possível prosseguirá o julgamento daapelação.

Retorno dos autos ao Juízo a quoPreliminar Nulidade da de Mérito Sentença Julgamento pelo TRT questão exclusivamente de direito + processo “maduro”

Isto posto, conclui-se que o requerimento da Preliminar

de Mérito deverá pleitear a nulidade da sentença, bem como o

retorno dos autos ao Juízo a quo ou o julgamento pelo TRT , se

estiverem preenchidos os requisitos do art. 515, § 3º do CPC.

Os exemplos mais comuns na prova da Ordem são a nulidade

da citação ou o cerceamento de defesa.

Exemplo:

O Juízo a quo julgou procedente o pedido de

adicional de periculosidade do Recorrido, com base

em um laudo desprovido de qualquer informação

técnica. (Fatos)

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A sentença não merece ser mantida, pois o

Juiz do Trabalho encerrou a instrução processual

antecipadamente, obstando a Recorrente de

questionar o Senhor Perito. Violando, desta forma,

o seu direito de ampla defesa, assegurado pelo

art. 5º, LV, da CF/88, segundo o qual aos

litigantes, em processo judicial, são assegurados

o contraditório e ampla defesa, com os meios e

recursos a ela inerentes. (Fundamento)

Diante do exposto, com fulcro no artigo 794

da CLT, requer seja decretada a nulidade da

sentença, bem como sejam remetidos os autos para o

Juízo de 1ª instância, a fim de reabrir a

instrução processual. Sucessivamente, caso não

seja acolhida a Preliminar, requer a análise do

mérito. (Pedido)

Com o intuito de manter coerência entre as idéias, a

finalização do tópico das preliminares de mérito, bem como

das prejudiciais de mérito, SEMPRE deverão concluir de forma

que possibilite a discussão do mérito da causa, na hipótese

do Juízo não acolher as alegações destes tópicos. Exemplo:

Caso não seja este o entendimento deste

Juízo, sendo superadas a preliminar e/ou a prejudicial

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

de mérito. Sucessivamente, requer a análise em relação

ao mérito.

Atenção: A semelhança do tópico das Preliminares de Mérito do

RO e do tópico das Preliminares de Mérito da

contestação pode gerar confusão no momento de redigir

a peça.

Note que, apesar da semelhança em relação ao assunto

abordado, o pedido realizado é totalmente diferente

para cada peça. Em linhas gerais:

♦ Na contestação requer-se a extinção do processo

(com ou sem a resolução do mérito).

♦ No recurso ordinário requer-se a nulidade da

sentença.

PRELIMINAR DE MÉRITO

RECURSO ORDINÁRIO

CONTESTAÇÃO

Requer a NULIDADERequer a EXTINÇÃO

DA SENTENÇADO PROCESSO

(arts. 794 e SS., CLT)(arts. 267 ou 269, CPC)

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

III. PREJUDICIAIS DE MÉRITO

As prejudiciais de mérito englobam qualquer assunto

referente à prescrição e decadência, matéria que, se

acolhida, obsta a análise do direito material, pois enseja a

extinção do processo COM resolução do mérito.

Tanto o Reclamado, quanto o Reclamante poderão interpor

RO, a fim de tratar sobre prejudiciais de mérito. Por

exemplo, da sentença que acolhe a prescrição bienal

extinguindo o processo com resolução do mérito, poderá ser

interposto RO pelo Reclamante, com o objetivo de afastar o

acolhimento da prescrição e a consequente extinção do

processo.

Por outro lado, da sentença que não acolhe a prescrição

bienal, poderá ser interposto RO pelo Reclamado, requerendo o

seu acolhimento. Oportuno destacar a súmula 153 do TST, que

dispõe:

Súmula 153, TST. Não se conhece deprescrição não argüida na instânciaordinária.

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Na Justiça do Trabalho as instâncias ordinárias abrangem

o Juízo de 1º grau, bem como os Tribunais Regionais do

Trabalho. Portanto, a prescrição poderá ser arguida pela

primeira vez no Recurso Ordinário.

Exemplo 1: RO interposto pelo Reclamante em face de sentença

que acolheu a prescrição bienal.

O Juízo a quo acolheu a prejudicial de mérito

alegada pelo Recorrido, afirmando que o direito do

ora Recorrente encontra-se fulminado pela prescrição

bienal. (Fatos)

A sentença não merece ser mantida, pois o

artigo 7º, XXIX da CF e o artigo 11 da CLT sustentam

que a ação, quanto a créditos resultantes das

relações de trabalho, prescreve dois anos após a

extinção do contrato de trabalho. (Fundamento)

Diante do exposto, requer a reforma da

sentença, a fim de que seja afastada a prescrição

bienal. Sucessivamente, caso não seja este o

entendimento deste Juízo requer a análise do mérito.

(Pedido)

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Exemplo 2: RO interposto pelo Reclamado em face de sentença

que acolheu a prescrição quinquenal, contada a

partir da extinção do contrato de trabalho.

O Juízo a quo acolheu a prescrição quinquenal a

partir da rescisão do contrato de trabalho. (Fatos)

A sentença não merece ser mantida, pois o

artigo 7º, XXIX da CF, bem como a súmula 308 do TST

regulamentam que a prescrição da ação trabalhista

concerne às pretensões imediatamente anteriores a

cinco anos, é contada a partir da data do

ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao

qüinqüênio da data da extinção do contrato.

(Fundamento)

Diante do exposto, requer a reforma da

sentença, a fim de que seja acolhida a prescrição

quinquenal, contada da data do ajuizamento da ação,

extinguindo o processo com resolução do mérito em

relação às parcelas anteriores aos últimos cinco

anos, desde a propositura da Reclamatória

Trabalhista. Sucessivamente, caso não seja este o

entendimento deste Juízo requer a análise do mérito.

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

(Pedido)

IV. MÉRITO

Superadas as preliminares e prejudiciais, inicia-se o

desenvolvimento do mérito do Recurso Ordinário.

O mérito do RO deve conter alegações fundamentadas e

demonstrar os motivos que pelos quais a decisão, no tocante

ao mérito, também merece reforma pelo Egrégio Tribunal

Regional do Trabalho.

Cada argumento deve ser desenvolvido em um tópico

específico, o qual será nominado de forma a evidenciar os

interesses do cliente e conter dispositivos legais

pertinentes. Finalize os tópicos com frases que demonstrem

coesão e coerência do texto, evidenciando a necessidade de

reforma da sentença.

Exemplo: RO do Reclamante

O Juízo a quo julgou improcedente o pedido de

condenação do Reclamado ao pagamento de horas

extras, bem como os seus reflexos em descanso

28

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

semanal remunerado e com este em aviso prévio, 13º

salário, férias acrescidas do terço

constitucional, FGTS (depósitos e multa de 40%).

(Fatos)

A sentença não merece ser mantida, pois

restou comprovada a jornada extraordinária, por

meio da confissão do preposto do Recorrido, o qual

afirmou que a jornada de trabalho semanal do

Recorrente 50 horas semanais. Claramente houve

violação do art. 7º, XIII da CF e do artigo 58,

CLT, os quais determinam que é um direito do

trabalhador a duração máxima do trabalho de oito

horas diárias e 44 horas semanais. (Fundamento)

Diante do exposto, requer a reforma da

sentença para incluir na condenação o pagamento

das horas extraordinárias, assim consideradas

todas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª

semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos

termos do art. 7º, XVI da Constituição Federal.

Ademais, requer também a inclusão dos devidos

reflexos, diante da habitualidade, em descanso

semanal remunerado e com este em aviso prévio,

décimo terceiro salário, férias acrescidas do

terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de

40%). (Pedido)

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Atenção: não é possível inventar fatos que não foram expostos

na proposta, examinando está restrito a estas

informações. Diante da falta de dados o mais indicado

é deixar um espaço em branco ou utilizar frases

genéricas, conforme o exemplo:

A sentença não merece ser mantida, pois a

jornada extraordinária restou comprovada pelos demais

elementos constantes nos autos, uma vez que a jornada

extrapolava 8ª hora diária e 44ª semanal, violando o

artigo 7º, XIII da CF e do artigo 58, CLT.

Diante do exposto, requer a reforma da sentença

para incluir na condenação o pagamento das horas

extraordinárias, bem como os reflexos em descanso

semanal remunerado e com este em aviso prévio, décimo

terceiro salário, férias acrescidas do terço

constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

V. REQUERIMENTOS FINAIS

Os requerimentos finais do Recurso Ordinário reclamam ao

TRT o conhecimento do recurso, bem como o seu total

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

provimento em relação ao mérito, com o objetivo de reformar a

decisão de 1ª instância.

Exemplo:

Ante o exposto, requer o conhecimento do recurso e,

no mérito, o seu provimento, reformando-se a sentença

nos pontos supra atacados.

Lembrete: caso o RO apresente preliminar de mérito e/ou

prejudicial de mérito é imprescindível que o

examinando reitere o acolhimento destes tópicos nos

requerimentos finais.

Conhecimento do Recurso

REQUERIMENTOS Acolhimento da Preliminar de Mérito

FINAIS RO Acolhimento da Prejudicial de

Mérito

Total provimento do mérito

p/ fins de reforma da sentença

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Exemplo:

Com todo o exposto, requer conhecimento do

recurso, bem como o acolhimento da Preliminar de

Mérito. Caso seja superada a Preliminar,

sucessivamente requer, no mérito, o seu provimento,

para fins de reforma da sentença.

FINALIZE A SUA PEÇA!

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local, data

Nome do Advogado

OAB Nº

Cuidado: Não identifique a prova. Não faça riscos / traços

sobre o nome. Não pule linhas. É importante seguir as

orientações descritas na prova. Não deve ser feito

qualquer espécie de marca na assinatura da peça além

de “Nome do Advogado – OAB nº”, sob pena de ser

considerada identificação de prova.

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

8. AGRAVO DE INSTRUMENTO

8.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO

O agravado de instrumento no processo de trabalho tem

uma finalidade específica: “destrancar” outro recurso.

Salvo os embargos de declaração, os demais recursos do

processo do trabalho são dirigidos, previamente, para o Juízo

que proferiu a decisão impugnada, a fim de que seja analisado

o cumprimento dos pressupostos de admissibilidade do recurso.

Caso o Juízo a quo impeça a tramitação regular do recurso,

pois entendeu que os pressupostos não estão presentes, o meio

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

apropriado para impugnar este despacho que nega seguimento ao

recurso é o agravo de instrumento (artigo 897, “b”, CLT).

O cabimento do agravo de instrumento é limitado, uma vez

que cabe somente dos despachos que denegarem a interposição

de recurso.

Art. 897, CLT. Cabe agravo, no prazo de8 (oito) dias:a) de petição, das decisões do Juiz ouPresidente, nas execuções;b) de instrumento, dos despachos quedenegarem a interposição de recursos.§ 1º. O agravo de petição só serárecebido quando o agravante delimitar,justificadamente, as matérias e osvalores impugnados, permitida aexecução imediata da parte remanescenteaté o final, nos próprios autos ou porcarta de sentença.§ 2º. O agravo de instrumentointerposto contra o despacho que nãoreceber agravo de petição não suspendea execução da sentença.§ 3º. Na hipótese da alínea a desteartigo, o agravo será julgado pelopróprio Tribunal, presidido pelaautoridade, salvo se tratar de decisãode decisão de Juiz do Trabalho de 1ªInstância ou do Juiz de Direito, quandoo julgamento competirá a uma das Turmasdo Tribunal Regional a que estiversubordinado o prolator da sentença,observado o disposto no Art. 679 destaConsolidação, a quem este remeterá aspeças necessárias para o exame damatéria controvertida, em autosapartados, ou nos próprios autos, setiver sido determinada a extração decarta de sentença. § 4º. Na hipótese da alínea b desteartigo, o agravo será julgado peloTribunal que seria competente para

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

conhecer o recurso cuja interposiçãofoi denegada.§ 5º. Sob pena de não conhecimento, aspartes promoverão a formação doinstrumento do agravo de modo apossibilitar, caso provido, o imediatojulgamento do recurso denegado,instruindo a petição de interposição: I - obrigatoriamente, com cópias dadecisão agravada, da certidão darespectiva intimação, das procuraçõesoutorgadas aos advogados do agravante edo agravado, da petição inicial, dacontestação, da decisão originária, dacomprovação do depósito recursal e dorecolhimento das custas;II - facultativamente, com outras peçasque o agravante reputar úteis aodeslinde da matéria de méritocontrovertida.§ 6º. O agravado será intimado paraoferecer resposta ao agravo e aorecurso principal, instruindo-a com aspeças que considerar necessárias aojulgamento de ambos os recursos. § 7º. Provido o agravo, a Turmadeliberará sobre o julgamento dorecurso principal, observando-se, sefor o caso, daí em diante, oprocedimento relativo a esse recurso. § 8º. Quando o agravo de petição versarapenas sobre as contribuições sociais,o juiz da execução determinará aextração de cópias das peçasnecessárias, que serão autuadas emapartado, conforme dispõe o § 3º, partefinal, e remetidas à instância superiorpara apreciação, após contraminuta.

O agravo de instrumento poderá ser interposto em face

das “decisões que denegarem seguimento a recurso ordinário,

de revista, extraordinário, adesivo, agravo de petição e, por

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

óbvio, contra as decisões que denegarem seguimento ao próprio

agravo de instrumento. Não cabe agravo de instrumento das

decisões que denegarem seguimento ao recurso de embargos ao

TST, pois, nesse caso, o recurso adequado é o agravo

regimental”. 20

O artigo 269 do Regimento Interno do TST prevê a

hipótese de cabimento do agravo de instrumento contra

despacho denegatório do recurso extraordinário.

Art. 269, Regimento Interno TST. Cabeagravo de instrumento contra despachodenegatório do recurso extraordinário,no prazo de dez dias, contados de suapublicação no órgão oficial.

8.2 TRÂMITE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

O agravo de instrumento será dirigido para o juiz

prolator do despacho, no prazo de oito dias, para que este

reforme ou confirme a decisão que denegou seguimento ao

recurso principal. Note que o juiz poderá reformar a decisão,

logo o agravo de instrumento admite juízo de retratação.

Caso o juiz confirme a decisão e conheça o agravo, o

agravado será intimado para apresentar a contra minuta ao

20 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7.ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 731.

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

agravo de instrumento, bem como as contrarrazões ao recurso

principal, no prazo de 8 dias (art. 897, § 6º, CLT).

O agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente

para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada (art.

897, § 4º, CLT).

SENTENÇA RECURSO ORDINÁRIO

Juiz do TrabalhoNão recebeu o RO AGRAVO DEINSTRUMENTO (trancado)

Juiz do TrabalhoTRT

Agravo de Instrumento + Contra Minuta do Agravo de Instrumento Recurso Ordinário + Contra razões do Recurso Ordinário

Provido o agravo pelo Juízo ad quem, a Turma deliberará

sobre o julgamento do recurso principal (art. 897, § 7º,

CLT). Logo, se não for provido, o recurso principal restará

prejudicado.

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Oportuno interpretar, neste momento, a súmula 218 e 353

do TST. A primeira veda a interposição de recurso de revista

em face de uma decisão do TRT que julga o agravo de

instrumento, eis que não se trata de decisão que aprecie o

mérito. Súmula 218, TST. É incabível recurso derevista interposto de acórdão regionalprolatado em agravo de instrumento.

Nesta esteira, a súmula 353 veda a interposição de

Embargos ao TST (SDI) em face de uma decisão do TST (turma)

que julga o agravo de instrumento, EXCETO:

♦ quando a decisão que não conhece do agravo deinstrumento se fundamentar na ausência dospressupostos extrínsecos deste recurso;

♦ quando a decisão que nega provimento ao agravo forcontrária à decisão monocrática do Relator esustentar a ausência dos pressupostos extrínsecosdeste recurso;

♦ para revisão dos pressupostos extrínsecos deadmissibilidade do recurso de revista, cujaausência haja sido declarada originariamente pelaTurma no julgamento do agravo;

♦para impugnar o conhecimento de agravo deinstrumento;

♦ para impugnar a imposição de multas previstas noart. 538, parágrafo único, do CPC, ou no art. 557,§ 2º, do CPC.

29

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 353, TST. Não cabem embargospara a Seção de Dissídios Individuaisde decisão de Turma proferida emagravo, salvo: a) da decisão que nãoconhece de agravo de instrumento ou deagravo pela ausência de pressupostosextrínsecos; b) da decisão que negaprovimento a agravo contra decisãomonocrática do Relator, em que seproclamou a ausência de pressupostosextrínsecos de agravo de instrumento;c) para revisão dos pressupostosextrínsecos de admissibilidade dorecurso de revista, cuja ausência hajasido declarada originariamente pelaTurma no julgamento do agravo; d) paraimpugnar o conhecimento de agravo deinstrumento; e) para impugnar aimposição de multas previstas no art.538, parágrafo único, do CPC, ou noart. 557, § 2º, do CPC.

8.3 DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

O § 5º do artigo 897 da CLT estabelece quais os

documentos obrigatórios que formarão o instrumento do agravo,

cujo objetivo é possibilitar o imediato julgamento do recurso

principal diante o provimento do agravo.

Peças obrigatórias: cópias da decisão agravada, da certidão

da respectiva intimação, das procurações

outorgadas aos advogados do agravante e do

agravado, da petição inicial, da contestação,

da decisão originária, da comprovação do

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

depósito recursal e do recolhimento das

custas;

Peças facultativas: outras peças que o agravante reputar

úteis ao deslinde da matéria de mérito

controvertida.

O instrumento do agravo, se imperfeito, pode ensejar o

não conhecimento do mesmo.

Observação: o comprovante de depósito recursal, bem como do

recolhimento de custas, mencionado no § 5º, I,

artigo 897 da CLT, refere-se ao recurso principal,

pois O AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO EXIGE PREPARO.

A procuração do agravante e do agravado são peças

obrigatórias do instrumento do agravo. No entanto, é comum na

prática trabalhista o mandato tácito, que se configura quando

o advogado comparece a audiência com a parte. Nestes casos,

não consta nos autos um mandato expresso, portanto entende o

TST que a juntada da ata de audiência, na qual compareceu o

procurador é suficiente para suprir a procuração expressa (OJ

286, SDI – 1, TST)

OJ 286, SDI – 1, TST. A juntada da atade audiência, em que está consignada apresença do advogado do agravado, desdeque não estivesse atuando com mandatoexpresso, torna dispensável a

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

procuração deste, porque demonstrada aexistência de mandato tácito.

8.4 ESTRUTURA DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

A folha de rosto do Agravo de Instrumento expõe apenas

os pressupostos de admissibilidade, ou seja, as peças

obrigatórias do traslado. Será dirigida ao Juízo negou

seguimento ao recurso principal.

Já a minuta será endereçada ao Juízo ad quem, competente

para julgar o Agravo de Instrumento, bem como o recurso

principal. A minuta do agravo será formada apenas pela

exposição da falta de fundamentação dos motivos que negou

seguimento ao recurso e pelo pedido provimento do agravo, a

fim de dar seguimento ao recurso principal.

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia de um agravo de instrumento no processo do trabalho.

Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na

memorização, assim como na produção de suas próprias peças.

Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e

“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e

para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA

PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Modelo: Agravo de Instrumento interposto contra decisão do

Juiz do Trabalho que negou seguimento ao Recurso

Ordinário interposto em face da sentença.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO

TRABALHO DE _________.

Agravante OPCIONAL

Agravado Avalie a disponibilidade

Autos nº de espaço físico

NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DO AGRAVADO, vem

respeitosamente perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado adiante assinado, para com

fulcro no artigo fulcro no artigo 897, alínea “b” da

CLT, INTERPOR:

AGRAVO DE INSTRUMENTO

conforme minuta anexa.

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Para tanto indica as seguintes peças do translado,

conforme exige o art. 897, § 5º da CLT:

- Decisão agravada

- Certidão de intimação

- Procurações de ambas as partes

- Petição inicial

- Contestação

- Decisão originária

- Guia deposito recursal

- Comprovante recolhimento das custas.

Presentes os pressupostos de admissibilidade,

requer o recebimento do presente agravo de instrumento,

com sua posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional

do Trabalho.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local e data.

Nome do Advogado

OAB n°

____________________________________________

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA _____ REGIÃO.

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Agravante OPCIONAL

Agravado Avalie a disponibilidade

Autos nº de espaço físico

Origem

MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Colenda Turma

Eméritos Julgadores

(ELOGIO AO DESPACHO + PEDIDO DE REFORMA )

I – FRASE DE EFEITO (exemplo: DA TEMPESTIVIDADE, DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL)

§1 Fato O juízo a quo julgou não

recebeu o recurso

§2 Fundamento O despacho não merece ser mantido,

pois

§3 Pedido Diante do cumprimento de todosos pressupostos deadmissibilidade, requer a reforma do

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

despacho.

II – REQUERIMENTOS FINAIS

Ante o exposto, requer o conhecimento do presente

agravo, bem como o seu provimento, determinando o

recebimento e o processamento do Recurso Ordinário.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local e data.

Nome do Advogado

OAB n°

Observe que o conhecimento da organização da Justiça do

Trabalho, bem como da Teoria Geral dos Recursos, é essencial

para que o Agravo de Instrumento seja endereçado

corretamente.

Sentença RO RREmb. TST Rext Juiz TRT TSTTST STF

A seguir, uma peça completa, considerando um caso

hipotético: um Recurso de Revista foi interposto em face de

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

um acórdão do TRT, cuja fundamentação encontra divergência

jurisprudencial nos acórdãos da SDI do TST. Este RR não foi

recebido pelo presidente do TRT (a folha de rosto do RR é

endereçada ao presidente do TRT), pois os pressupostos de

admissibilidade não estariam presentes, logo o recurso está

“trancado”.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL

PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA

_________ REGIÃO.

Agravante OPCIONAL

Agravado Avalie a disponibilidade

Autos nº de espaço físico

NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DO AGRAVADO, vem

respeitosamente perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado adiante assinado, para com

fulcro no artigo fulcro no artigo 897, alínea “b” da

CLT, INTERPOR:

AGRAVO DE INSTRUMENTO

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

conforme minuta anexa.

Para tanto indica as seguintes peças do

translado, conforme exige o art. 897, § 5º da CLT:

- Decisão agravada

- Certidão de intimação

- Procurações de ambas as partes

- Petição inicial

- Contestação

- Decisão originária

- Guia deposito recursal

- Comprovante recolhimento das custas.

Presentes os pressupostos de admissibilidade,

requer-se o recebimento do presente agravo de

instrumento, com sua posterior remessa ao Colendo TST.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local e data.

Nome do Advogado

OAB n°

____________________________________________

__

30

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Agravante OPCIONAL

Agravado Avalie a disponibilidade

Autos nº de espaço físico

Origem

MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Colenda Turma

Eméritos Julgadores

O respeitável despacho que denegou seguimento ao

Recurso de Revista não merece ser mantido, razão pela

qual requer a sua reforma, a fim de que seja

processado regularmente o recurso.

I – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL

O presidente do Egrégio Tribunal Regional do

Trabalho da ____ Região denegou seguimento ao Recurso

de Revista interposto pelo ora agravante, sob a

alegação de que não o agravante não conseguira

demonstrar a divergência jurisprudencial que o

fundamentasse. (Fatos)

O despacho não merece ser mantido, pois os

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

acórdãos da Seção de Dissídios Individuais deste

Colendo TST, trazidos à colação, demonstram claramente

divergências de interpretação do art. 76 da CLT. Logo,

o agravante cumpriu o art. 896, § 4º da CLT, que exige

uma divergência apta a ensejar o recurso de revista,

ou seja, atual, eis não pode estar ultrapassada por

súmula ou superada por iterativa e notória

jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.

(Fundamento)

Diante do cumprimento de todos os pressupostos de

admissibilidade do Recurso de Revista, inclusive em

relação a hipótese de cabimento prevista pelo artigo

896, “a” da CLT, pois trata-se de divergência

jurisprudencial atual entre os acórdãos da SDI, requer

a reforma do despacho. (Pedido)

II – REQUERIMENTOS FINAIS

Ante o exposto, requer o conhecimento do presente

agravo, bem como o seu provimento, determinando o

recebimento e o processamento do Recurso de Revista.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local e data.

Nome do Advogado

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

OAB n°

31

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

9. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Os embargos de declaração estão previstos no artigo 897-

A, CLT, embora os dispositivos do CPC (artigos 535-538)

também sejam aplicados subsidiariamente.

No processo do trabalho, os embargos de declaração

representam o meio adequado para impugnar, no prazo de cinco

dias, sentença ou acórdão quando estas decisões apresentarem

omissão, contradição, obscuridade ou manifesto equívoco na

análise dos pressupostos extrínsecos do recurso. Pondera-se

que esta última hipótese de cabimento, exclusiva do processo

do trabalho, trata dos PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DO RECURSO

(tempestividade, depósito recursal, custas e regularidade de

representação).

Art. 897-A, CLT. Caberão embargos dedeclaração da sentença ou acórdão, noprazo de cinco dias, devendo seujulgamento ocorrer na primeiraaudiência ou sessão subseqüente a suaapresentação, registrado na certidão,admitido efeito modificativo da decisãonos casos de omissão e contradição nojulgado e manifesto equívoco no examedos pressupostos extrínsecos dorecurso. Parágrafo único. Os erros materiaispoderão ser corrigidos de ofício ou arequerimento de qualquer das partes.

Outra hipótese de cabimento dos embargos declaratórios

está na súmula 421, I do TST. Diante de uma decisão

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

monocrática do relator (artigo 557, CPC) é cabível a

interposição de embargos de declaração para suprir omissão,

que também serão julgados por decisão monocrática.

Súmula 421, TST. Embargos Declaratórios- Justiça do Trabalho - DecisãoMonocrática – Cabimento. I - Tendo adecisão monocrática de provimento oudenegação de recurso, prevista no art.557 do CPC, conteúdo decisóriodefinitivo e conclusivo da lide,comporta ser esclarecida pela via dosembargos de declaração, em decisãoaclaratória, também monocrática, quandose pretende tão somente suprir omissãoe não, modificação do julgado.II - Postulando o embargante efeitomodificativo, os embargos declaratóriosdeverão ser submetidos aopronunciamento do Colegiado,convertidos em agravo, em face dosprincípios da fungibilidade eceleridade processual.

Art. 557, CPC. O relator negaráseguimento a recurso manifestamenteinadmissível, improcedente, prejudicadoou em confronto com súmula ou comjurisprudência dominante do respectivotribunal, do Supremo Tribunal Federal,ou de Tribunal Superior. § 1º - A. Se a decisão recorridaestiver em manifesto confronto comsúmula ou com jurisprudência dominantedo Supremo Tribunal Federal, ou deTribunal Superior, o relator poderá darprovimento ao recurso.§ 1º. Da decisão caberá agravo, noprazo de cinco dias, ao órgãocompetente para o julgamento dorecurso, e, se não houver retratação, orelator apresentará o processo em mesa,

31

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

proferindo voto; provido o agravo, orecurso terá seguimento. § 2º. Quando manifestamenteinadmissível ou infundado o agravo, otribunal condenará o agravante a pagarao agravado multa entre um a dez porcento do valor corrigido da causa,ficando a interposição de qualqueroutro recurso condicionada ao depósitodo respectivo valor.

A súmula 297, II do TST, por sua vez, admite a

interposição dos Embargos Declaratórios com o intuito de

prequestionar a matéria. Adiante, será analisado o Recurso de

Revista, ocasião em que será mencionado outro pressuposto

extrínseco exclusivo deste recurso e dos Embargos ao TST.

Sinteticamente, o prequestionamento exige que “o acórdão

contra o qual se recorre deve conter, de forma explícita,

referência à tese que se deseja impugnar. Às vezes, o

Tribunal Regional, ao julgar, omite-se a respeito de um

argumento utilizado nas razões ou contra razões do recurso.

Tal ocorrendo, compete à parte oferecer embargos de

declaração, sob pena de preclusão.” 21 Corrobora este

entendimento a Súmula 184, TST. Súmula 297, TST. I - Diz-seprequestionada a matéria ou questãoquando na decisão impugnada haja sidoadotada, explicitamente, tese arespeito.II - Incumbe à parte interessada, desdeque a matéria haja sido invocada norecurso principal, opor embargos

21 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Súmulas do TST comentadas. 10. ed.São Paulo: Ltr, 2008. p. 251.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

declaratórios objetivando opronunciamento sobre o tema, sob penade preclusão.III - Considera-se prequestionada aquestão jurídica invocada no recursoprincipal sobre a qual se omite oTribunal de pronunciar tese, nãoobstante opostos embargos dedeclaração.

Súmula 184, TST. Embargos de DeclaraçãoTrabalhista – Omissão em Recurso deRevista ou Embargos – Preclusão. Ocorrepreclusão quando não forem opostosembargos declaratórios para supriromissão apontada em recurso de revistaou de embargos.

Como visto, este recurso é uma exceção em relação à

unificação dos prazos na Justiça do Trabalho (cinco dias).

Ademais, importante relembrar a OJ 192 da SDI – 1 do TST que

confirma a contagem do prazo em dobro para os entes públicos

que não exploram a atividade econômica, tendo em vista que os

embargos declaratórios são considerados um recurso.

OJ 192, SDI – 1, TST. EmbargosDeclaratórios. Prazo e dobro. PessoaJurídica de Direito Público. Decreto-Lei 779/69. É em dobro o prazo para ainterposição de Embargos Declaratóriospor pessoa jurídica de Direito Público.

Entretanto, o prazo diferenciado não é a única distinção

dos embargos de declaração em relação aos outros recursos do

processo do trabalho. Observe que este recurso não será

julgado por um órgão superior àquele que proferiu a decisão,

31

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

pois não se trata de nova apreciação da matéria, mas tão

somente de eliminar eventual vício na decisão originado por

omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco em

relação aos pressupostos extrínsecos. O julgamento cabe ao

àquele membro do Poder Judiciário, que proferiu a decisão

embargada, logo a folha de rosto não é necessária, eis que o

recurso é dirigido diretamente ao Juízo que o apreciará.

Portanto, o recurso é formado apenas pela folha de razões.

Atenção: a interposição de embargos de declaração INTERROMPE

(zera) o prazo para interposição de outros recursos

até que seja proferida a decisão relativa aos

embargos. Com o intuito de evitar um aproveitamento

inadequado deste recurso, há previsão para aplicação

de multa se os embargos forem manifestamente

protelatórios.

Art. 538, CPC. Os embargos dedeclaração interrompem o prazo para ainterposição de outros recursos, porqualquer das partes. Parágrafo único. Quando manifestamenteprotelatórios os embargos, o juiz ou otribunal, declarando que o são,condenará o embargante a pagar aoembargado multa não excedente de 1% (umpor cento) sobre o valor da causa. Nareiteração de embargos protelatórios, amulta é elevada a até 10% (dez porcento), ficando condicionada ainterposição de qualquer outro recursoao depósito do valor respectivo.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

► EMBARGOS DECLARATÓRIOS COM EFEITO MODIFICATIVO

Os embargos de declaração, geralmente, visam apenas

suprir uma omissão, obscuridade, contradição ou manifesto

equívoco em relação aos pressupostos extrínsecos. Contudo,

existem situações, que a fim de suprir a lacuna da decisão

embargada, ensejará, por conseguinte, a sua reforma.

Por exemplo, “a ré argúi prescrição na contestação e a

sentença, omissa quanto a esse ponto, julga procedente o

pedido do reclamante. Interpostos os embargos declaratórios

pela ré contra tal omissão, e se eles forem providos para

sanar a omissão, o juiz pode, de fato, pronunciar a

prescrição e julgar extinto o processo com resolução do

mérito, nos termos do artigo 269, IV do CPC. Houve, assim, a

reforma da sentença e, nesse caso, o recurso de embargos

declaratórios devolveu ao juiz o conhecimento da matéria

impugnada.“ 22

Observação: a Súmula 278 do TST foi enunciada anteriormente a

Lei 9957/2000, que acrescentou o artigo 897-A da

CLT, cuja redação prevê, expressamente, o efeito

modificativo deste recurso não só em relação ao

julgamento de embargos que supre a omissão, mas

também nos casos de contradição e manifesto

22 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 747.

31

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do

recurso. Apesar de a súmula estar superada, pois

dispõe sobre matéria que já encontra previsão

legal, continua em vigor. Portanto, perante uma

questão, que aborde os embargos de declaração, que

visam suprir omissão é válido citar a Súmula 278 do

TST, além do artigo 897-A da CLT, que

obrigatoriamente constará na resposta.

Súmula 278, TST. A natureza da omissãosuprida pelo julgamento de embargosdeclaratórios pode ocasionar efeitomodificativo no julgado.

No trâmite regular dos embargos de declaração não há

manifestação da outra parte. Contudo, diante de embargos

declaratórios com efeito modificativo deve ser concedida

vista à parte contrária, sob pena de nulidade da decisão que

acolheu este recurso. Este é o entendimento da OJ 142 da SDI

– 1 do TST , cujo fundamento está na violação do Princípio do

Contraditório (artigo 5º, LV, CF).

OJ 142, SDI – 1, TST. EmbargosDeclaratórios. Efeito Modificativo.Vista à parte contrária. É passível denulidade decisão que acolhe EmbargosDeclaratórios com efeito modificativosem oportunidade para a parte contráriase manifestar.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Outra peculiaridade dos embargos de declaração com

efeito modificativo é a possibilidade de interposição de RO

complementar.

Por exemplo, o Reclamado interpôs um RO após o terceiro

dia da publicação da sentença. No entanto, no quinto dia, o

Reclamante interpôs embargos de declaração com efeito

modificativo. Nesta hipótese, se o juiz do trabalho acolher o

recurso, alterando a decisão, o Reclamado poderá interpor um

RO Complementar, contudo versará exclusivamente sobre a

matéria acrescida pelos embargos declaratórios.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

10. RECURSO DE REVISTA

O recurso de revista tem o objetivo de uniformizar a

jurisprudência. É interposto em face de decisões em recursos

ordinários proferido pelos Tribunais Regionais do Trabalho em

DISSÍDIOS INDIVIDUAIS DO TRABALHO.

Sentença RO RREmb. TST Juiz TRT TST(Turma) TST (SDI)

Turmas do TST

TST SDI (Seções de Dissídios Individuais)

SDC (Seções de Dissídios Coletivos)

Registre-se que os dissídios coletivos são ações de

competência originária dos Tribunais, quando de competência

do TRT, de seu acórdão caberá recurso ordinário (artigo 895,

“b”, CLT) para uma das turmas do TST. E desta decisão caberia

o recurso de Embargos ao TST para a Seção de Dissídios

Coletivos.

Dissídio Coletivo RO

Emb. TST

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

TRT TST(Turma) TST (SDC)

10.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO

Antes de especificar as hipóteses específicas de

cabimento do RR, destaca-se que este é um recurso de

instância extraordinária, logo não há reapreciação de fatos e

provas, a análise é restrita às questões exclusivamente de

direito (súmula 126, TST).Súmula 126, TST. Incabível o recurso derevista ou de embargos (CLT, artigos896 e 894, “b”, CLT) para reexame defatos e provas.

O artigo 896 da CLT estabelece em quais circunstâncias é

cabível o Recurso de Revista, no prazo de oito dias contados

a partir da publicação da decisão do TRT.

Art. 896, CLT. Cabe recurso de revistapara Turma do Tribunal Superior doTrabalho das decisões proferidas emgrau de recurso ordinário, em dissídioindividual, pelos Tribunais Regionaisdo Trabalho, quando:a) derem ao mesmo dispositivo de leifederal interpretação diversa da quelhe houver dado outro TribunalRegional, no seu Pleno ou Turma, ou aSeção de Dissídios Individuais doTribunal Superior do Trabalho, ou aSúmula de Jurisprudência Uniforme destaCorte;

32

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

b) derem ao mesmo dispositivo de leiestadual, Convenção Coletiva deTrabalho, Acordo Coletivo, sentençanormativa ou regulamento empresarial deobservância obrigatória em áreaterritorial que exceda a jurisdição doTribunal Regional prolator da decisãorecorrida, interpretação divergente naforma da alínea "a"; e c) proferidas com violação literal dedisposição de lei federal ou afrontadireta e literal à ConstituiçãoFederal.§ 1º. O recurso de revista, dotado deefeito apenas devolutivo, seráapresentado ao Presidente do Tribunalrecorrido, que poderá recebê-lo oudenegá-lo, fundamentando, em qualquercaso, a decisão.§ 2º. Das decisões proferidas pelosTribunais Regionais do Trabalho ou porsuas Turmas, em execução de sentença,inclusive em processo incidente deembargos de terceiro, não caberárecurso de revista, salvo na hipótesede ofensa direta e literal de norma daConstituição Federal.§ 3º. Os Tribunais Regionais doTrabalho procederão, obrigatoriamente,à uniformização de sua jurisprudência,nos termos do Livro I, Título IX,Capitulo I do CPC, não servindo asúmula respectiva para ensejar aadmissibilidade do recurso de revistaquando contrariar Súmula daJurisprudência Uniforme do TribunalSuperior do Trabalho. § 4º. A divergência apta a ensejar orecurso de revista deve ser atual, nãose considerando como tal a ultrapassadapor súmula ou superada por iterativa enotória jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho. § 5º. Estando a decisão recorrida emconsonância com enunciado da Súmula daJurisprudência do Tribunal Superior do

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Trabalho, poderá o Ministro Relator,indicando-o, negar seguimento aorecurso de revista, aos Embargos, ou aoagravo de instrumento. Será denegadoseguimento ao recurso nas hipóteses deintempestividade, deserção, falta dealçada e ilegitimidade derepresentação, cabendo a interposiçãode agravo.§ 6º. Nas causas sujeitas aoprocedimento sumaríssimo, somente seráadmitido recurso de revista porcontrariedade a súmula dejurisprudência uniforme do TribunalSuperior do Trabalho e violação diretada Constituição da República.

Não cabe Recurso de Revista no procedimento sumário,

pois é rito de instância única. Assim, o único recurso

cabível da decisão proferida sob o procedimento sumário, por

força do artigo 102, III, CF, é o Rext.

PROCEDIMENTOORDINÁRIO

(Art. 896, “a”,“b”, “c”)

PROCEDIMENTOSUMARÍSSIMO

(Art. 896, §6º,CLT)

EXECUÇÃO

(Art. 896, §2º,CLT)

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

TRT ≠ TRT“a”AC

TRT ≠ SDI

OJ

__________

“b” TRT ≠ SÚMULA

___________“c”

CONTRARIEDADE ACONSTITUIÇÃOFEDERAL OU ALEI FEDERAL

OFENSA A

CONSTITUIÇÃOFEDERAL

E A SÚMULAS

OFENSA ACONSTITUIÇÃO

FEDERAL

“Recurso de Revistana execução, sóquando ofender aConstituição!”

♦ Procedimento Ordinário

O recurso de revista é cabível quando o acórdão do TRT

contrariar a Constituição Federal, Lei Federal, Súmulas, OJ’s

e ainda quando contrariar acórdão da SDI ou de outro TRT.

Observação: se a divergência ocorrerentre acórdãos de Tribunais Regionaisdo Trabalho, estes devem ser,necessariamente, distintos (OJ 111,SDI – 1, TST). O TST entende que osTRT’s devem uniformizar a suajurisprudência.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

OJ 111, SDI – 1, TST. Não é servível aoconhecimento do recurso de revistaaresto oriundo do mesmo TribunalRegional do Trabalho, salvo se orecurso houver sido interpostoanteriormente à vigência da Lei9756/98.

A possibilidade de interposição de RR prevista no artigo

896, alíneas “a” e “b” configuram uma divergência

jurisprudencial entre os órgãos do Poder Judiciário.

O entendimento do TST, consagrado pela súmula 296 e

súmula 337, afirma que esta divergência jurisprudencial há de

ser específica e não basta ser alegada, mas deve ser

comprovada por meio de juntada da certidão ou cópia

autenticada do acórdão paradigma ou citação da fonte oficial

ou o repositório autorizado em que foi publicado; além da

transcrição, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos

dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio,

demonstrando o conflito de teses que justifique o

conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se

encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso.

Súmula 296, TST. I - A divergênciajurisprudencial ensejadora daadmissibilidade, do prosseguimento e doconhecimento do recurso há de serespecífica, revelando a existência deteses diversas na interpretação de ummesmo dispositivo legal, emboraidênticos os fatos que as ensejaram. II - Não ofende o art. 896 da CLTdecisão de Turma que, examinandopremissas concretas de especificidadeda divergência colacionada no apelo

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

revisional, conclui pelo conhecimentoou desconhecimento do recurso.

Súmula 337, TST. I - Para comprovaçãoda divergência justificadora dorecurso, é necessário que o recorrente:a) Junte certidão ou cópia autenticadado acórdão paradigma ou cite a fonteoficial ou o repositório autorizado emque foi publicado; eb) Transcreva, nas razões recursais, asementas e/ou trechos dos acórdãostrazidos à configuração do dissídio,demonstrando o conflito de teses quejustifique o conhecimento do recurso,ainda que os acórdãos já se encontremnos autos ou venham a ser juntados como recurso. II - A concessão de registro depublicação como repositório autorizadode jurisprudência do TST torna válidastodas as suas edições anteriores.

♦ Procedimento Sumaríssimo

O recurso de revista é cabível quando o acórdão do TRT

contrariar a Constituição Federal ou Súmulas.

♦ Execução

Nesta fase do processo, o recurso de revista é cabível

somente diante de ofensa literal e direta a Constituição

Federal.

32

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 266, TST. A admissibilidade dorecurso de revista contra acórdãoproferido em agravo de petição, naliquidação de sentença ou em processoincidente na execução, inclusive osembargos de terceiro, depende dedemonstração inequívoca de violênciadireta à Constituição Federal.

Atenção: na execução o recurso cabível para impugnar a

sentença é o agravo de petição. Portanto, o RR será

interposto em face do acórdão proferido no agravo de

petição.

Sentença AG. DE PETIÇÃORR Juiz TRTTST

10.2 PREQUESTIONAMENTO

O prequestionamento é um pressuposto extrínseco do

Recurso de Revista, que impõe como condição para

admissibilidade do recurso de revista, o pronunciamento

prévio e explícito sobre a matéria veiculada no recurso.

Assim, o TST só conhecerá o recurso, perante a manifestação

32

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

explícita do TRT no acórdão sobre a discussão abordada no RR.

Inclusive, diante da omissão do Tribunal sobre o assunto, a

Súmula 297, II do TST, prevê hipótese de cabimento de

embargos de declaração, a fim de provocar o pronunciamento

para fins de questionamento. Súmula 297, TST. I - Diz-seprequestionada a matéria ou questãoquando na decisão impugnada haja sidoadotada, explicitamente, tese arespeito.II - Incumbe à parte interessada, desdeque a matéria haja sido invocada norecurso principal, opor embargosdeclaratórios objetivando opronunciamento sobre o tema, sob penade preclusão.III - Considera-se prequestionada aquestão jurídica invocada no recursoprincipal sobre a qual se omite oTribunal de pronunciar tese, nãoobstante opostos embargos dedeclaração.

Súmula 184, TST. Ocorre preclusãoquando não forem opostos embargosdeclaratórios para suprir omissãoapontada em recurso de revista ou deembargos.

Registre-se que a palavra “explicitamente” no inciso I

da súmula 297 do TST não faz alusão ao dispositivo legal, o

que deve estar em evidência é a tese sustentada na decisão,

sendo indiferente a referência expressa da norma legal, este

é o entendimento da OJ 118, SDI – 1 do TST:

OJ 118, SDI – 1, TST. Havendo teseexplícita sobre a matéria, na decisão

32

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

recorrida, desnecessário contenha nelareferência expressa do dispositivolegal para ter-se como prequestionadoeste.

A interpretação desta OJ é válida somente para as

alíneas “a” e “b” do artigo 896, CLT, eis que a súmula 221, I

do TST “fixou posição no sentido de, em se tratando de

violação a lei federal ou à CF (alínea “c”, art. 896, CLT),

deve ser feita a indicação expressa do dispositivo legal

violado ou da norma constitucional afrontada.” 23

Súmula 221, TST. I - A admissibilidadedo recurso de revista e de embargos porviolação tem como pressuposto aindicação expressa do dispositivo delei ou da Constituição tido comoviolado. II - Interpretação razoável de preceitode lei, ainda que não seja a melhor,não dá ensejo à admissibilidade ou aoconhecimento de recurso de revista oude embargos com base, respectivamente,na alínea "c" do art. 896 e na alínea"b" do art. 894 da CLT. A violação háde estar ligada à literalidade dopreceito.

23 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Orientações Jurisprudenciais do TST:comentadas. São Paulo: Ltr, 2009. p. 89.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Recomendação

Leitura das seguintes Orientações

Jurisprudenciais, relacionadas ao

RR:

♦ 62, SDI – 1, TST;

♦ 119, SDI – 1, TST;

♦ 219, SDI – 1, TST;

♦ 334, SDI – 1, TST.

10.3 ESTRUTURA DO RECURSO DE REVISTA

RECURSO DEREVISTA

Presidente do TRTTST Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso

O Recurso de Revista, assim como o RO e o agravo de

instrumento é composto pela folha de rosto e pela folha de

Razões. O RR não possui o efeito suspensivo, sendo que a

norma legal prevê apenas o efeito devolutivo para este

recurso.

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A folha de rosto deve ser apresentada ao Presidente do

Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo,

fundamentando, em qualquer caso, a decisão (art. 896, §1º,

CLT). O Presidente do TRT analisará a presença dos

pressupostos de admissibilidade do RR (tempestividade,

depósito recursal, custas processuais, regularidade de

representação, prequestionamento e etc.). O Presidente do TRT

pode delegar o exame dos pressupostos do RR para o Vice

Presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno.

§ 1º. O recurso de revista, dotado deefeito apenas devolutivo, seráapresentado ao Presidente do Tribunalrecorrido, que poderá recebê-lo oudenegá-lo, fundamentando, em qualquercaso, a decisão.

* TempestividadePRESSUPOSTOS DE * Depósito RecursalADMISSIBILIDADE * Custas DO RR * Regularidade deRepresentação *PREQUESTIONAMENTO

“Admitido o processamento do RR pelo Presidente do TRT,

será intimado o recorrido para tomar ciência da decisão e,

querendo, contra-arrazoar, oportunidade em que poderá

apresentar recurso adesivo (Súmula 283 TST). Em seguida, os

autos serão remetidos ao TST. Neste, o RR será submetido a

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

dois novos exames de admissibilidade: o primeiro é exercido

monocraticamente pelo Ministro Relator; o segundo, pela

Turma.” 24

Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado

da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,

poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao

Recurso de Revista. O mesmo ocorrerá com os Embargos e o ao

Agravo de Instrumento. Também será denegado seguimento ao

Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de

alçada e ilegitimidade de representação, casos em que caberá

a interposição (art. 896, §5º, CLT). § 5º. Estando a decisão recorrida emconsonância com enunciado da Súmula daJurisprudência do Tribunal Superior doTrabalho, poderá o Ministro Relator,indicando-o, negar seguimento aorecurso de revista, aos Embargos, ou aoagravo de instrumento. Será denegadoseguimento ao recurso nas hipóteses deintempestividade, deserção, falta dealçada e ilegitimidade derepresentação, cabendo a interposiçãode agravo.

24 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 712.

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia de um recurso de revista no processo do trabalho.

Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na

memorização, assim como na produção de suas próprias peças.

Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e

“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e

para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA

PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.

RECURSODE

REVISTA

Folha de RostoPresidente do TRTPressupostos de Admissibilidade(tempestividade, depósito, custas, regularidade de representação e PREQUESTIONAMENTO)

Folha RazõesTST

I. Preliminares de MéritoII. Prejudiciais de

Mérito III. Mérito

IV. Requerimentos Finais

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL

PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___

REGIÃO

Recorrente OPCIONALRecorrido Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem

NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DA RECORRIDA,

também qualificada, vem respeitosamente perante Vossas

Excelências, por intermédio de seu advogado abaixo

assinado, com fulcro no artigo 893 e artigo 896,

alínea “c” da CLT, INTERPOR:

pode variar dependendo do rito e da hipótese de cabimento.

RECURSO DE REVISTA

para o Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

Encontram-se presentes todos os pressupostos de

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

admissibilidade deste recurso, dentre os quais se

destacam:

1) Tempestividade – a publicação do acórdão ocorreu no

dia _____. Logo, o presente recurso é tempestivo,

tendo em vista que a interposição ocorreu dentro do

prazo oito dias, ou seja, ______.

2) Depósito Recursal, foi efetuado no valor de R$

_____, no prazo do recurso e está comprovado pela

guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245 do

TST.

3) Custas Processuais já foram recolhidas quando da

interposição do recurso ordinário, no valor de R$

____. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das

custas e, portanto, não há valor algum a ser

recolhido.

4) Prequestionamento. A matéria objeto do presente

recurso foi devidamente prequestionada no Tribunal

Regional do Trabalho, tendo sido atendida,

portanto, a Súmula nº 297 do Colendo TST.

Diante do exposto, requer o RECEBIMENTO do

presente recurso e a sua posterior REMESSA ao Colendo

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Tribunal Superior do Trabalho.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local e Data.

Nome do Advogado

OAB nº.

AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Recorrente OPCIONALRecorrido Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem

RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA

Colenda Turma

Eminentes Ministros.

(ELOGIO A SENTENÇA + PEDIDO DE

REFORMA)

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

I – PRELIMINARES DE MÉRITO

II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO

II – MÉRITO

§1º O acórdão (in)deferiu

§2º Tal decisão caracteriza (...). Observe-se:

§3º O (dispositivo legal) estabelece o seguinte:

(transcrever o dispositivo)

§4º Apesar de (dispositivo legal), dispor que (...),

o acórdão posicionou-se de forma contrária,

estabelecendo que (...)

§5º Diante do exposto, requer a reforma da decisão

a fim de (...).

III – REQUERIMENTOS FINAIS

Em face de todo o exposto, requer seja conhecido

e provido o presente recurso de revista, reformando-se

o acórdão nos pontos supra atacados.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Local e Data.

Nome do Advogado

OAB nº

OBSERVAÇÕES

1) A fundamentação do RR pode variar, conforme o

procedimento e ainda com em relação a matéria de direito

(ofensa a CF, divergência jurisprudencial, etc.).

2) Depósito Recursal: não há condenação em pecúnia, logo

descabe o depósito (súmula 161 do TST) OU há condenação

em pecúnia, mas todo o valor já foi depositado, o juízo

está garantido (súmula 128, I, TST) OU há condenação e o

juízo ainda não está garantido – no valor de, no prazo

de, guia GFIP (súmula 245, TST).

3) As custas são recolhidas pela parte vencida, diante de

um RR é preciso analisar todo o processo para

estabelecer se as custas já foram recolhidas.

4) A questão de direito que ensejou o RR determinará em

qual tópico a tese será inserida. Por exemplo, se a

discussão versar sobre prescrição, a tese será inserida

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

sob o tópico das Prejudiciais de Mérito; se versar sobre

salário será inserida no Mérito, etc.

5) Para o §2º do modelo padrão – Tal decisão caracteriza

(...) – utilize o esquema abaixo.

Tal decisão caracteriza (...)

CF – ofensa literal e direta a CF LF – ofensa literal a Lei Federal (CLT) PARA ASúmulas OJ’s divergência PEÇATRT jurisprudencialSDI

Para finalizar o Recurso de Revista, expõe-se uma peça

completa, baseada em uma situação hipotética.

33

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL

PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___

REGIÃO

Recorrente Recorrido Autos nº Origem

NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DA RECORRIDA, também

qualificada, vem respeitosamente perante Vossas

Excelências, por intermédio de seu advogado abaixo

assinado, com fulcro no artigo 896, alínea “c” da CLT,

interpor:

RECURSO DE REVISTA

para o Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

Encontram-se presentes todos os pressupostos de

admissibilidade deste recurso, dentre os quais se

destacam:

1) Tempestividade – a publicação do acórdão ocorreu no

dia _____. Logo, o presente recurso é tempestivo,

tendo em vista que a interposição ocorreu dentro do

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

prazo oito dias, ou seja, ______.

2) Depósito Recursal não foi efetuado, eis que todo o

valor da condenação já está depositado e, por

conseguinte, está garantido o juízo. Assim, nos

termos da Súmula 128, I do TST, mais nenhum depósito

será exigido para qualquer recurso.

3) Custas Processuais já foram recolhidas quando da

interposição do recurso ordinário, no valor de R$

____. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das

custas e, portanto, não há valor algum a ser

recolhido.

4) Prequestionamento. A matéria objeto do presente

recurso foi devidamente prequestionada no Tribunal

Regional do Trabalho, tendo sido atendida, portanto,

a Súmula nº 297 do Colendo TST.

Diante do exposto, requer o recebimento do

presente recurso e a sua posterior remessa ao Colendo

Tribunal Superior do Trabalho.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local e Data.

Nome do Advogado

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

OAB nº

_______________________________________

AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Recorrente Recorrido Autos nº Origem

RAZÕES DO RECURSO

Colenda Turma

Eminentes Ministros,

O Recorrente, não se conformando com o respeitável

acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região,

que reformou parcialmente a decisão do juízo de

primeiro grau, recorre ao Colendo TST, buscando um

melhor entendimento na presente ação.

I – MÉRITO

01. Devolução dos Descontos

O acórdão recorrido entendeu que os descontos

realizados nos salários do Reclamante a título de

assistência médica hospitalar são ilícitas uma vez que

não autorizadas pelo artigo 462 da CLT, condenando a

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Reclamada a sua devolução.

Tal entendimento caracteriza divergência

jurisprudencial. Observe-se:

A súmula 342 do TST dispõe que os “descontos

salariais efetuados pelo empregador, com a autorização

prévia e por escrito do empregado, para ser integrado

em planos de assistência odontológica, médico

hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de

entidade cooperativa, cultural ou recreativa

associativa dos seus trabalhadores, em seu benefício e

dos seus dependentes, não afrontam o disposto no art.

462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de

coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico.”

Apesar da súmula 342 do TST estabelecer que os

descontos salariais efetuados pelo empregador, com a

autorização prévia e por escrito do empregado não

afrontam o disposto no art. 462 da CLT, o respeitável

acórdão adotou posicionamento contrário por entender

que o desconto foi ilícito.

Diante do exposto, merece reforma o acórdão para

afastar a condenação da Reclamada a devolução dos

descontos.

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II – REQUERIMENTOS FINAIS

Em face do exposto, requer seja conhecido e

no mérito provido, reformando-se a respeitável decisão

proferida pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da

___ Região nos pontos supra atacados.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e Data.

Nome do Advogado

OAB nº

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

11. EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Na execução do processo do trabalho aplicam-se os

artigos 876 e seguintes da CLT. Subsidiariamente, aplica-se a

Lei de Cobrança Judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública

(Lei 6830/80) e, depois, o CPC. Assim, ordena o artigo 889 da

CLT.

Art. 889, CLT. Aos trâmites eincidentes do processo da execução sãoaplicáveis, naquilo em que nãocontravierem ao presente Título, ospreceitos que regem o processo dosexecutivos fiscais para a cobrançajudicial da dívida ativa da FazendaPública Federal.

Além das condições da ação em geral, notadamente a

legitimidade das partes e o interesse de agir, a execução no

processo do trabalho pressupõe o inadimplemento do devedor e

a existência de um título executivo.

11.1 EXECUÇÃO PROVISÓRIA E EXECUÇÃO

A execução é provisória quando há um recurso pendente de

julgamento, ou seja, a sentença não transitou em julgado.

Considerando que os recursos no processo do trabalho possuem

efeito meramente devolutivo, é possível a execução provisória

que segue apenas até a penhora (art. 899, CLT). A corrente

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

majoritária da doutrina e jurisprudência entende que o “até a

penhora” compreende o julgamento dos eventuais embargos ou da

impugnação à sentença de liquidação, pois somente com tal

julgamento é que a penhora (atos de constrição) se

aperfeiçoaria.

A execução provisória SEMPRE será requerida pela parte

interessada, posto que o juiz não pode determiná-la ex officio.

Sentença ROEXECUÇÃO Juiz TRTPROVISÓRIA

Art. 899, CLT. Os recursos serãointerpostos por simples petição e terãoefeito meramente devolutivo, salvo asexceções previstas neste Titulo,permitida a execução provisória até apenhora.§ 1º. Sendo a condenação de valor até10 (dez) vezes o valor de referênciaregional, nos dissídios individuais, sóserá admitido o recurso, inclusive oextraordinário, mediante préviodepósito da respectiva importância.Transitada em julgado a decisãorecorrida, ordenar-se-á o levantamentoimediato da importância do depósito, emfavor da parte vencedora, por simplesdespacho do juiz.§ 2º. Tratando-se de condenação devalor indeterminado, o depósitocorresponderá ao que for arbitrado paraefeito de custas, pela Junta ou Juízode Direito, até o limite de 10 (dez)vezes o valor de referência regional.§ 3º. (Revogado pela L-007.033-1982)

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§ 4º. O depósito de que trata o § 1ºfar-se-á na conta vinculada doempregado a que se refere o Art. 2º daLei nº 5.107, de 13 de setembro de1966, aplicando-se-lhe os preceitosdessa lei, observado, quanto aorespectivo levantamento, o disposto no§ 1º.§ 5º. Se o empregado ainda não tiverconta vinculada aberta em seu nome, nostermos do Art. 2º da Lei nº 5.107, de13 de setembro de 1966, a empresaprocederá à respectiva abertura, paraefeito do disposto no § 2º.§ 6º. Quando o valor da condenação, ouo arbitrado para fins de custas,exceder o limite de 10 (dez) vezes ovalor de referência regional, odepósito para fins de recurso serálimitado a este valor.

A execução é definitiva, quando a sentença ou acórdão

transitou em julgado, esta pode ser determinada de ofício

pelo juiz ou a requerimento do interessado (art. 878, CLT). Art. 878, CLT. A execução poderá serpromovida por qualquer interessado, ouex officio pelo próprio Juiz ouPresidente ou Tribunal competente, nostermos do artigo anterior.Parágrafo único. Quando se tratar dedecisão dos Tribunais Regionais, aexecução poderá ser promovida pelaProcuradoria da Justiça do Trabalho.

Execução definitiva

Sentença não há Trânsito em Juiz recurso julgado

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Ação Rescisória

11.2 TRÂMITE DA EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Manifestação das

partes (10 dias)Sentença Liquidação ApresentaçãoJuiz de sentença do cálculo Sem manifestação

União Contribuições Juiz Apreciação Homologação Previdenciárias dos cálculos dos cálculos

A sentença transitada em julgado faz COISA JULGADA

MATERIAL, portanto não na liquidação, não se poderá

modificar, ou inovar a sentença liquidanda, nem discutir

matéria pertinente à causa principal (art. 879, § 1º, CLT).

A liquidação de sentença é utilizada quando a sentença

condenatória não apresenta um valor líquido, isto é, são

necessários cálculos para determinar o quantum condenatório. A

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

apuração poderá ser apresentada pelo juiz ou pela parte ou

pelo perito (art. 879, § 3º, CLT).

Há três modalidades liquidação de sentença: cálculos,

artigos e arbitramento. (art. 879, caput, CLT).

a) Cálculos: é a modalidade mais utilizada. A liquidação

mediante cálculos depende apenas de simples

operações aritméticas, pois a sentença oferece

todos os elementos necessários para determinar o

valor condenatório.

b) Arbitramento: consiste em exame pericial, de pessoas ou

coisas, com a finalidade de apurar o quantum

relativo à obrigação pecuniária que deverá ser

adimplida pelo devedor, ou, em determinados

casos, de individualizar, com precisão, o

objeto da condenação.

c) Artigos: impõe-se a liquidação mediante artigos, quando há

necessidade de provar fatos novos, para quantificar

ou individualizar o objeto da condenação.

Após a apresentação dos cálculos, o juiz possui a

FACULDADE de conceder um prazo de 10 dias, para que as partes

peticionem acerca dos cálculos apresentados (art. 879, §2º,

CLT). Caso seja concedido este prazo, as partes deverão se

manifestar, sob pena de preclusão do direito de impugnar a

34

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

liquidação da sentença. No entanto, o juiz, se considerar

conveniente, poderá postergar a manifestação das partes.Art. 879, CLT. Sendo ilíquida asentença exeqüenda, ordenar-se-á,previamente, a sua liquidação, quepoderá ser feita por cálculo, porarbitramento ou por artigos.§ 1º. Na liquidação, não se poderámodificar, ou inovar, a sentençaliquidanda, nem discutir matériapertinente à causa principal.§ 1º-A. A liquidação abrangerá, também,o cálculo das contribuiçõesprevidenciárias devidas. § 1º-B. As partes deverão serpreviamente intimadas para aapresentação do cálculo de liquidação,inclusive da contribuiçãoprevidenciária incidente. § 2º. Elaborada a conta e tornadalíquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicaçãodos itens e valores objeto dadiscordância, sob pena de preclusão.§ 3º. Elaborada a conta pela parte oupelos órgãos auxiliares da Justiça doTrabalho, o juiz procederá à intimaçãoda União para manifestação, no prazo de10 (dez) dias, sob pena de preclusão.§ 4º. A atualização do crédito devido àPrevidência Social observará oscritérios estabelecidos na legislaçãoprevidenciária. § 5º. O Ministro de Estado da Fazendapoderá, mediante ato fundamentado,dispensar a manifestação da Uniãoquando o valor total das verbas queintegram o salário de contribuição, naforma do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24de julho de 1991, ocasionar perda deescala decorrente da atuação do órgãojurídico.

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Em seguida, nos termos do 3º do artigo 879, a União será

intimada para se manifestar, no prazo de 10 dias, em relação

às contribuições previdenciárias, sob pena de preclusão.

Após o retorno, os autos serão conclusos, momento

destinado a apreciação e homologação dos cálculos pelo juiz.

PagamentoSentença de Mandado Embargos à ExecuçãoLiquidação de Citação Garantia do Juízo (prazo de 5 dias) Impugnação à Sentença de Liquidação

A homologação dos cálculos é proferida por meio de uma

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.

Atenção: embora a denominação de sentença, a sentença de

liquidação no Processo do Trabalho tem natureza de

decisão interlocutória, pois não põe termo ao

processo e não é recorrível de imediato. Portanto,

desta decisão interlocutória NÃO cabe nenhum

recurso. Tal sentença de liquidação só poderá ser

impugnada nos embargos à execução ou na impugnação à

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

sentença de liquidação pelo credor, caso não tenha

ocorrido a preclusão.

A partir da sentença de liquidação é expedido o mandado

de citação, que é a cobrança do valor apurado na sentença de

liquidação. O mandado, cumprido pelo oficial de justiça (art.

880, §2º, CLT), ordena que o executado efetue o pagamento ou

garanta o juízo, no prazo de 48 horas.

Art. 880, CLT. Requerida a execução, ojuiz ou presidente do tribunal mandaráexpedir mandado de citação doexecutado, a fim de que cumpra adecisão ou o acordo no prazo, pelo modoe sob as cominações estabelecidas ou,quando se tratar de pagamento emdinheiro, inclusive de contribuiçõessociais devidas à União, para que ofaça em 48 (quarenta e oito) horas ougaranta a execução, sob pena depenhora. § 1º. O mandado de citação deveráconter a decisão exeqüenda ou o termode acordo não cumprido.§ 2º. A citação será feita pelosoficiais de Justiça.§ 3º. Se o executado, procurado por 2(duas) vezes no espaço de 48 (quarentae oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado nojornal oficial ou, na falta deste,afixado na sede da Junta ou Juízo,durante 5 (cinco) dias.

A garantia do juízo é fundamental para o trâmite regular

da execução. Observe que, mesmo diante de cálculos errôneos,

o executado só poderá impugná-los se nomear bens à penhora

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

até que o juízo esteja garantido. Diante da omissão do

executado, o juiz promoverá as diligências necessárias, a fim

de encontrar tantos bens quantos bastem para a garantia do

juízo. Na falta de bens que sejam capazes de garantir o

juízo, o processo será arquivado, posto que não há

possibilidade de prosseguimento do feito.

Art. 882, CLT. O executado que nãopagar a importância reclamada poderágarantir a execução mediante depósitoda mesma, atualizada e acrescida dasdespesas processuais, ou nomeando bensà penhora, observada a ordempreferencial estabelecida no art. 655do Código Processual Civil.

Art. 883, CLT. Não pagando o executado,nem garantindo a execução, seguir-se-ápenhora dos bens, tantos quantos bastemao pagamento da importância dacondenação, acrescida de custas e jurosde mora, sendo estes, em qualquer caso,devidos a partir da data em que forajuizada a reclamação inicial.

A execução dos bens passíveis de penhora, no processo do

trabalho, segue a ordem de preferência do artigo 655 do CPC.

Art. 655, CPC. A penhora observará,preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósitoou aplicação em instituição financeira;II - veículos de via terrestre; III - bens móveis em geral; IV - bens imóveis; V - navios e aeronaves; VI - ações e quotas de sociedadesempresárias;

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

VII - percentual do faturamento deempresa devedora; VIII - pedras e metais preciosos; IX - títulos da dívida pública daUnião, Estados e Distrito Federal comcotação em mercado; X - títulos e valores mobiliários comcotação em mercado; XI - outros direitos.§ 1º. Na execução de crédito comgarantia hipotecária, pignoratícia ouanticrética, a penhora recairá,preferencialmente, sobre a coisa dadaem garantia; se a coisa pertencer aterceiro garantidor, será também esseintimado da penhora. § 2º. Recaindo a penhora em bensimóveis, será intimado também o cônjugedo executado.

BENS Artigo 469, CPC +IMPENHORÁVEIS Lei 8009/90 (Bem de Família)

IMPORTANTE

Súmula 417, TST. Mandado de Segurança - Penhora em

Dinheiro - Justiça do Trabalho. I - Não fere direito

líquido e certo do impetrante o ato judicial que

determina penhora em dinheiro do executado, em

execução definitiva, para garantir crédito

exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

no art. 655 do CPC.

II - Havendo discordância do credor, em execução

definitiva, não tem o executado direito líquido e

certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem

depositados no próprio banco, ainda que atenda aos

requisitos do art. 666, I, do CPC.

III - Em se tratando de execução provisória, fere

direito líquido e certo do impetrante a determinação

de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens

à penhora, pois o executado tem direito a que a

execução se processe da forma que lhe seja menos

gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.

Registre-se que a desconsideração da personalidade

jurídica no processo do trabalho é automática. Assim, se a

empresa não possuir bens para garantir o juízo, a

personalidade jurídica poderá ser desconsiderada em face de

descumprimento de lei (sentença), situação em que serão

encaminhados mandados de citação em nome dos sócios da

empresa.

Garantido o juízo, as partes serão intimadas para se

manifestar no prazo de cinco dias (art. 884, 3º). Esta

manifestação se dará por meio de simples petição, chamada de

Embargos à Execução para o executado e Impugnação à Sentença

de Liquidação para o exequente. Nestas petições, as partes

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

insurgir-se-ão à sentença de liquidação ou a qualquer matéria

de fato ou de direito referente à execução. Contudo, caso o

juiz já tenha concedido 10 dias de prazo para a manifestação

das partes em relação aos cálculos apresentados, nos termos

do artigo 879, § 2º da CLT, esta matéria não poderá ser

impugnada neste momento devido à preclusão do direito.

- EMBARGOS À EXECUÇÃO: manifestação do executado.

- IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO: manifestação do

exequente.

Art. 884, CLT. Garantida a execução oupenhora os bens, terá o executado 5(cinco) dias para apresentar embargos,cabendo igual prazo ao exeqüente paraimpugnação.§ 1º. A matéria de defesa será restritaàs alegações de cumprimento da decisãoou do acordo, quitação ou prescrição dadívida.§ 2º. Se na defesa tiverem sidoarrolada testemunhas, poderá o Juiz ouo Presidente do Tribunal, caso, julguenecessário seus depoimentos, marcaraudiência para a produção das provas, aqual deverá realizar-se dentro de 5(cinco) dias.§ 3º. Somente nos embargos à penhorapoderá o executado impugnar a sentençade liquidação, cabendo ao exeqüenteigual direito e no mesmo prazo.§ 4º. Julgar-se-ão na mesma sentença osembargos e a impugnação à liquidaçãoapresentadas pelos credores trabalhistae previdenciário.§ 5º. Considera-se inexigível o títulojudicial fundado em lei ou atonormativo declarados inconstitucionais

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

pelo Supremo Tribunal Federal ou emaplicação ou interpretação tidas porincompatíveis com a ConstituiçãoFederal.

Sentença Agravo de PetiçãoRecurso de Revista

Juiz TRTTST

Após a manifestação das partes é que o juiz proferirá a

sentença na execução, na qual será julgada concomitantemente

os embargos à execução e a impugnação à liquidação de

sentença. A sentença na execução poderá ser impugnada por

meio do AGRAVO DE PETIÇÃO (Art. 897, “a”, CLT).

O acórdão proferido pelo TRT em agravo de petição poderá

ser impugnado por meio do Recurso de Revista para o TST,

DESDE QUE haja ofensa a Constituição no julgado.

“Recurso de Revista na execução, só quando

ofender a

Constituição!”

11.3 EMBARGOS DE TERCEIROS

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Os embargos de terceiros é um recurso que não está

previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, razão pela

qual se aplica subsidiariamente os artigos 1046 e seguintes

do CPC.

Sempre que ocorrer a penhora de um bem que pertença à

terceiro, ou seja, parte alheia ao processo, o meio adequado

para impugnar esta apreensão judicial são os embargos de

terceiros. O prazo de interposição deste recurso é de cinco

dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas

sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 1048,

CPC).

Art. 1046, CPC. Quem, não sendo parteno processo, sofrer turbação ou esbulhona posse de seus bens por ato deapreensão judicial, em casos como o depenhora, depósito, arresto, seqüestro,alienação judicial, arrecadação,arrolamento, inventário, partilha,poderá requerer lhes sejam manutenidosou restituídos por meio de embargos.

Art. 1048, CPC. Os embargos podem seropostos no processo de execução, até 5(cinco) dias depois da arrematação,adjudicação ou remição, mas sempreantes da assinatura da respectivacarta.

11.4 EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

A exceção de pré-executividade é uma construção da

doutrina e da jurisprudência, motivo pelo qual não há

previsão legal na CLT.

A exceção de pré-executividade é utilizada pelas partes

para arguir matéria de ordem pública ou comprovar a quitação

sem precisar garantir o juízo novamente. Nesta última

hipótese a comprovação deve ser realizada de forma cabal,

isto é, por meio de prova incontestável, por exemplo, o

recibo de pagamento.

Diante da ausência de normas positivadas, a exceção de

pré-executividade não possui prazo para a interposição, assim

poderá ser empregada a qualquer momento da execução.

35

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

12. EMBARGOS À EXECUÇÃO

No capítulo anterior foi mencionado que os embargos à

execução é a petição do executado destinada a impugnar a

sentença de liquidação, bem como qualquer outra matéria de

fato ou de direito relacionada ao cumprimento da decisão,

quitação ou prescrição da dívida (art. 884, §1º, CLT). Sua

interposição é dependente da garantia do juízo, eis que seu

prazo de cinco dias se inicia somente após o cumprimento

deste requisito.

Ao lado dos embargos à execução, tem-se a figura da

impugnação à sentença de liquidação (art. 884, §3º e §4º,

CLT). A impugnação é a petição do exequente, destinada a

discutir a extensão da sentença de liquidação, que estabelece

o quantum condenatório.

Observação 1: ao contrário do processo civil, os embargos à

execução no processo do trabalho tramitam nos

mesmos autos da execução.

Observação 2: Embargos à Arrematação e à Adjudicação

representam meio processual de oposição aos atos

expropriatórios (alienação judicial). A

legitimidade para interpor é do devedor e devem

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

ser fundados em nulidade da execução, pagamento,

novação, transação, ou prescrição, desde que

supervenientes à penhora. A competência e o

procedimento devem observar as regras atinentes

aos embargos à execução.

O juízo competente para a execução é o mesmo que tiver

julgado o dissídio originariamente (art. 877, CLT) Assim, os

embargos à execução serão dirigidos ao juízo proferiu a

sentença, que se encontra na fase de execução, diante do

inadimplemento do devedor.Art. 877, CLT. É competente para aexecução das decisões o Juiz ouPresidente do Tribunal que tiverconciliado ou julgado originariamente odissídio.

Art. 877-A, CLT. É competente para aexecução de título executivoextrajudicial o juiz que teriacompetência para o processo deconhecimento relativo à matéria.

Esta peça processual não é um recurso, é uma petição do

executado na execução do processo do trabalho, assim não há

folha de rosto, pois a petição será endereçada ao juízo que

analisará o seu requerimento.

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

I. Garantia do Juízo

EMBARGOS II. Tempestividade

À EXECUÇÃO III. Custas

IV. Mérito

V. Requerimentos Finais

O exemplo seguinte tem a finalidade de esboçar uma idéia

desta petição no processo do trabalho. Esclarece-se que é

apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização, assim como

na produção de suas próprias peças.

Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e

“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e

para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA

PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _________ VARA

DO TRABALHO DE ______________.

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Embargante OPCIONAL

Embargado Avalie a disponibilidade

Autos nº de espaço físico

NOME DO EMBARGANTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DO EMBARGADO, vem

respeitosamente perante Vossa Excelência, através de

seu advogado adiante assinado, com fulcro no artigo

884, caput, CLT, INTERPOR:

EMBARGOS À EXECUÇÃO

pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos:

I – GARANTIA DO JUÍZO

O embargante recebeu o mandado de citação, que

ordenava o pagamento ou garantir deste juízo. A

importância homologada foi depositada dentro do

prazo de 48 horas, de acordo com o artigo 880, CLT,

no importe de R$_____, conforme revela o documento

juntado aos autos.

II – TEMPESTIVIDADE

A garantia do juízo foi realizada no dia ____,

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM 36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

13. AGRAVO DE PETIÇÃO

O agravo de petição é o recurso adequado para impugnar a

sentença proferida na execução no processo do trabalho.

Sentença AGRAVO DE PETIÇÃORR Juiz TRTTST

Este recurso tem um pressuposto de admissibilidade

específico, qual seja a delimitação das matérias e valores

impugnados, sob pena de não ser recebido (Art. 897, §1º,

CLT). Este pressuposto tem a finalidade de permitir a

imediata e definitiva execução dos valores incontroversos.

Neste sentido, o TST enunciou a Súmula 416 do TST, que

veda a impetração de mandado de segurança impetrado pelo

executado, a fim de impedir a execução em relação aos valores

incontroversos.

Art. 897, CLT. Cabe agravo, no prazo de8 (oito) dias:a) de petição, das decisões do Juiz ouPresidente, nas execuções;

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

§ 1º. O agravo de petição só serárecebido quando o agravante delimitar,justificadamente, as matérias e osvalores impugnados, permitida aexecução imediata da parte remanescenteaté o final, nos próprios autos ou porcarta de sentença.§ 8º. Quando o agravo de petição versarapenas sobre as contribuições sociais,o juiz da execução determinará aextração de cópias das peçasnecessárias, que serão autuadas emapartado, conforme dispõe o § 3o, partefinal, e remetidas à instância superiorpara apreciação, após contraminuta.

Súmula 416 do TST. MANDADO DESEGURANÇA. EXECUÇÃO. LEI Nº 8.432/1992.ART. 897, § 1º, DA CLT. CABIMENTO.Devendo o agravo de petição delimitarjustificadamente a matéria e os valoresobjeto de discordância, não feredireito líquido e certo oprosseguimento da execução quanto aostópicos e valores não especificados noagravo.

Exceção ao art. 897, §1º, CLT: contudo, se a matéria

impugnada no agravo de petição for

EXCLUSIVAMENTE DE DIREITO, este

requisito não é exigido e, portanto,

não será necessário delimitar os

valores impugnados.

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

AGRAVO DE PETIÇÃO

Juiz do Trabalho Tribunal Regional doTrabalho da __ Região

Juízo de AdmissibilidadeRazões do Recurso

O Agravo de Petição endereçará sua folha de rosto ao

Juízo que proferiu a decisão recorrida. O conteúdo da folha

de rosto apresentará o cumprimento dos pressupostos de

admissibilidade, inclusive, o pressuposto exigido pelo artigo

897, §1º, CLT, e requerer a remessa do recurso para o Juízo

ad quem (TRT).

Observação: nos pressupostos de admissibilidade do Agravo de

Petição não há o depósito recursal, tendo em vista

que o juízo já está garantido. Portanto, serão

apenas a tempestividade, custas processuais e o

artigo 897, §1º, CLT.

A folha de razões (minuta) tem a seguinte estrutura:

♦ I. Preliminaresde Mérito

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

♦ II. Prejudiciaisde Mérito ♦ III. Mérito ♦ IV. Requerimentos

Finais

.

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia de um agravo de petição no processo do trabalho.

Esclarece-se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na

memorização, assim como na produção de suas próprias peças.

AGRAVODE

PETIÇÃO

Folha de Rosto (Juízo a quo)

Pressupostos de Admissibilidade

(tempestividade, custas processuais e ART. 897,

§1º, CLT)

Folha Razões (Juízo ad quem)

I. Preliminares de Mérito II. Prejudiciais de Mérito III. Mérito

IV. Requerimentos Finais

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e

“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e

para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA

PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _________ VARA DO

TRABALHO DE ______________.

Agravante: OPCIONAL

Agravado: Avalie a disponibilidade

Autos nº: de espaço físico

NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos em epígrafe,

em que contende com NOME DO AGRAVADO, também

qualificado, vem respeitosamente perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado adiante

assinado, com fulcro no artigo 897, alínea “a” da CLT,

INTERPOR

AGRAVO DE PETIÇÃO

para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.

Encontram-se presentes todos os pressupostos de

admissibilidade do recurso, dentre os quais de destacam:

a) Tempestividade, tendo em vista que o agravo ora

apresentado respeitou o prazo legal de 8 dias

36

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

contados a partir da data de publicação da

sentença, ocorrida em _____.

b) Garantia integral do Juízo na forma exigida pelo

artigo 884 da CLT.

c) Custas Processuais no valor de R$ 44,26, serão

pagas pelo executado ao final da execução, como

determinado pelo art. 789-A, IV, da CLT.

d) Art. 897, § 1°, da CLT: a fim de delimitar as

matérias e valores impugnados, esclarece que

presente agravo versa exclusivamente sobre

___________, abrangendo o valor de R$_________.

Diante do exposto, requer o recebimento do presente

agravo e a sua posterior remessa ao Egrégio Tribunal

Regional do Trabalho.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

Local e Data.

Nome do Advogado

OAB nº

_____________________________________________

__

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.

Agravante:

Agravado: OPCIONAL

Autos nº: Avalie a disponibilidade

Origem: de espaço físico

MINUTA DO AGRAVAO DE PETIÇÃO

Colenda Turma

Eméritos Julgadores

(ELOGIO A SENTENÇA + PEDIDO DE REFORMA )

I – PRELIMINAR DE MÉRITO

Nulidades Processuais Error in Procedendo

Anulação da

Sentença

II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO

Argüição de qualquer matéria que esteja relacionada a

prescrição e decadência.

Por exemplo, se os cálculos do perito aplicaram a

prescrição quinquenal somente a partir do término do

contrato de trabalho e a sentença julgou os cálculos

procedentes. O erro deve ser demonstrado no tópico das

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

prejudiciais de mérito. Requerendo o acolhimento da

prejudicial, bem como a extinção, com resolução do

mérito em relação as verbas anteriores aos últimos cinco

anos contados da data do ajuizamento da ação.

III – MÉRITO

§1 Fato O juízo da execução julgou (im)procedente

os Embargos à

Execução, sob os seguintes

argumentos

é necessário especificar sobre qual decisãoo Agravo de Petição está recorrendo, pois

pode ser interposto dos Embargos à Execução,Embargos de Terceiros, etc.

§2 Fundamento A sentença não merece ser mantida,

pois

§3 Pedido Diante do exposto, requer a

reforma da sentença de

Embargos para

IV - REQUERIMENTOS FINAIS

Conhecimento do Recurso;

Acolhimento da Preliminar de Mérito;

Acolhimento da Prejudicial de Mérito;

Total provimento do mérito, para fins de reforma da

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

sentença.

Nestes Termos,

Pede Deferimento,

Local e Data

Nome do Advogado

OAB nº

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

14. EMBARGOS AO TST

Cumpre recordar, de início, a organização da Justiça do

Trabalho, bem como do Tribunal Superior do Trabalho:

Turmas do TST

Juiz do TRT TST SDI(Seções de Dissídios Individuais)Trabalho SDC (Seções de Dissídios Coletivos)

Mudanças recentes modificaram o processamento do recurso

de Embargos ao Tribunal Superior do Trabalho. A Lei

11496/2007 alterou a redação do artigo 894 da CLT, bem como o

artigo 3º, III, “b” da Lei 7701/88, para modificar o

processamento dos Embargos ao TST.

Os dispositivos supramencionados determinam quais são as

hipóteses específicas de cabimento dos Embargos ao TST:

Art. 894, CLT. No Tribunal Superior doTrabalho cabem embargos, no prazo de 8dias:I – de decisão não unânime dejulgamento que:a) conciliar, julgar ou homologarconciliação em dissídios coletivos queexcedam a competência territorial dosTribunais Regionais do Trabalho eestender ou rever as sentenças

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

normativas do Tribunal Superior doTrabalho, nos casos previstos em lei; eb) (vetado)II – das DECISÕES DAS TURMAS quedivergirem entre si, ou das decisõesproferidas pela SEÇÃO DE DISSÍDIOSINDIVIDUAIS, salvo se a decisãorecorrida estiver em consonância comSÚMULA ou ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL doTribunal Superior do Trabalho ou doSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

Art. 3º, Lei 7701/88. Compete à Seçãode Dissídios Individuais julgar:I - originariamente:a) as ações rescisórias propostascontra decisões das Turmas do TribunalSuperior do Trabalho e suas próprias,inclusive as anteriores àespecialização em seções; eb) os mandados de segurança de suacompetência originária, na forma dalei.II - em única instância:a) os agravos regimentais interpostosem dissídios individuais; eb) os conflitos de competência entreTribunais Regionais e aqueles queenvolvem Juízes de Direito investidosda jurisdição trabalhista e Juntas deConciliação e Julgamento em processosde dissídio individual.III - em última instância:a) os recursos ordinários interpostoscontra decisões dos Tribunais Regionaisem processos de dissídio individual desua competência originária;b) os embargos das decisões das Turmasque divergirem entre si, ou dasdecisões proferidas pela Seção deDissídios Individuais; c) os agravos regimentais de despachosdenegatórios dos Presidentes dasTurmas, em matéria de embargos, naforma estabelecida no RegimentoInterno;

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

d) os embargos de declaração opostosaos seus acórdãos;e) as suspeições argüidas contra oPresidente e demais Ministros queintegram a seção, nos feitos pendentesde julgamento; ef) os agravos de instrumentointerpostos contra despacho denegatóriode recurso ordinário em processo de suacompetência.

A redação destas normas é muito concisa, uma vez que

oferece diversas hipóteses de cabimento em poucas palavras, o

que torna os artigos confusos. Portanto, analise o esquema:

DECISÃO Contrariar entendimento de uma das Turmas do TST DE Contrariar acórdão da SDI TURMA Contrariar súmula do STF DO TST Contrariar súmula do TST(Art. 894, CLT) Contrariar OJ

Outra hipótese de ressalte está prevista no art. 3º,

III, “a” da Lei. Observe que esta situação já foi ponderada

no estudo em duas situações anteriores (Capítulo 7 – RO e

Capítulo 10 – RR). Refere-se aos dissídios coletivos, que são

de competência originária do TRT, logo deste acórdão caberá

recurso ordinário (artigo 895, “b”, CLT) para uma das turmas

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

do TST. E desta decisão caberia o recurso de Embargos ao TST

para a Seção de Dissídios Coletivos.

Art. 3º, III, “a”, Lei 7701: os recursos ordinários

(art. 895, “b”, CLT) interpostos contra decisões dos

Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de

sua competência originária.

Dissídio Coletivo RO

Emb. TST

TRT TST(Turma) TST (SDC)

► Embargos ao TST: Súmulas e Orientações Jurisprudenciais

O recurso de Embargos ao TST apresenta diversas

semelhanças com o Recurso de Revista, pois apesar de serem

recursos distintos, julgados por setores diferentes do TST em

hipóteses de cabimento que são singulares, ambos possuem

natureza extraordinária.

Assim, boa parte das súmulas e orientações

jurisprudenciais aplicadas ao RR também servirão aos

Embargos.

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

♦ Não há exame de fatos e provas nos embargos ao TST, a

matéria é restrita às questões exclusivamente de direito

(Súmula 126, TST).

♦ A divergência jurisprudencial há de ser específica,

revelando a existência de teses diversas na interpretação de

um mesmo dispositivo legal (Súmula 296, I, TST).

♦ Ademais, a divergência jurisprudencial deve ser comprovada

por meio de juntada da certidão ou cópia autenticada do

acórdão paradigma ou citação da fonte oficial ou o

repositório autorizado em que foi publicado; além da

transcrição, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos

dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio,

demonstrando o conflito de teses que justifique o

conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se

encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso

(Súmula 337, TST).

♦ PREQUESTIONAMENTO também é um pressuposto extrínseco dos

Embargos ao TST, que impõe como condição para

admissibilidade do recurso o pronunciamento prévio e

explícito sobre a matéria veiculada no mesmo (Súmula 297,

TST).

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

♦ Súmula 184, TST: Ocorre preclusão quando não forem opostos

embargos declaratórios para suprir omissão apontada em

recurso de revista ou de embargos.

♦ Súmula 221, TST: I - A admissibilidade do recurso de

revista e de embargos por violação tem como pressuposto a

indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição

tido como violado.

II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que

não seja a melhor, não dá ensejo à admissibilidade ou ao

conhecimento de recurso de revista ou de embargos com base,

respectivamente, na alínea "c" do art. 896 e na alínea "b"

do art. 894 da CLT. A violação há de estar ligada à

literalidade do preceito.

♦ Súmula 23, TST: Não se conhece da revista ou dos embargos,

se a decisão recorrida resolver determinado item do pedido

por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não

abranger a todos.

♦ OJ 219, SDI – 1, TST: Recurso de Revista ou de Embargos

fundamentado em Orientação Jurisprudencial do TST. É válida,

para efeito de conhecimento do Recurso de Revista ou de

embargos, a invocação de Orientação Jurisprudencial do

Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razões

recursais, conste o seu número ou conteúdo.

14.1 ESTRUTURA DOS EMBARGOS AO TST

37

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

EMBARGOS AOTST

Presidente da Turma do TST SDIdo TST Juízo de AdmissibilidadeRazões dos Embargos

A folha de rosto deve ser apresentada ao Presidente da

Turma do TST, que proferiu a decisão recorrida, este

analisará a presença dos pressupostos de admissibilidade

(tempestividade, depósito recursal, custas processuais,

regularidade de representação e prequestionamento).

* TempestividadePRESSUPOSTOS DE * Depósito RecursalADMISSIBILIDADE * Custas DOS EMBARGOS * Regularidade de Representação *PREQUESTIONAMENTO

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Nos termos do artigo 896, §5º da CLT, poderá o Ministro

Relator negar seguimento ao Recurso de Revista quando a

decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da

Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. O mesmo

ocorrerá com os Embargos e o Agravo de Instrumento. Também

será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de

intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade

de representação, casos em que caberá a interposição de

agravo regimental.Art. 896, § 5º, CLT. Estando a decisãorecorrida em consonância com enunciadoda Súmula da Jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho, poderá o MinistroRelator, indicando-o, negar seguimentoao recurso de revista, aos Embargos, ouao agravo de instrumento. Será denegadoseguimento ao recurso nas hipóteses deintempestividade, deserção, falta dealçada e ilegitimidade derepresentação, cabendo a interposiçãode agravo.

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia dos Embargos ao TST no processo do trabalho. Esclarece-

se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,

assim como na produção de suas próprias peças.

Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e

“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e

para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA

PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.

EMBARGOSAOTST

Folha de RostoPresidente da Turma

Pressupostos de Admissibilidade(tempestividade, depósito, custas, regularidade de representação e

PREQUESTIONAMENTO)

Folha RazõesSDI do TST

I. Preliminares de MéritoII. Prejudiciais de

Mérito III. Mérito

IV. Requerimentos Finais

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DA

TURMA DO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.

Embargante OPCIONALEmbargado Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem

NOME DO EMBARGANTE, já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende com NOME DO EMBARGADO,

também qualificado, vem respeitosamente perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo

assinado, com fulcro no artigo 894, II da CLT,

INTERPOR:

EMBARGOS AO TST

para a Colenda Seção de Dissídios Individuais do TST.

Encontram-se presentes todos os pressupostos de

admissibilidade deste recurso, dentre os quais se

destacam:

1) Tempestividade – a publicação do acórdão ocorreu no

dia _____. Logo, o presente recurso é tempestivo,

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

tendo em vista que a interposição ocorreu dentro do

prazo oito dias, ou seja, ______.

2) Depósito Recursal, foi efetuado no valor de R$

_____, no prazo do recurso e está comprovado pela

guia GFIP anexa, conforme exige a Súmula 245 do

TST.

3) Custas Processuais já foram recolhidas quando da

interposição do recurso ordinário, no valor de R$

____. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das

custas e, portanto, não há valor algum a ser

recolhido.

4) Prequestionamento. A matéria objeto do presente

recurso foi devidamente prequestionada na Turma do

TST, que proferiu o r. acórdão recorrido, tendo

sido atendida, portanto, a Súmula nº 297 do TST.

Diante do exposto, requer o RECEBIMENTO dos

Embargos e a sua posterior REMESSA à Colenda Seção de

Dissídios Individuais do TST.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local e Data.

Nome do Advogado

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

OAB nº.

À COLENDA SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS DO TRIBUNAL

SUPERIOR DO TRABALHO.

Embargante OPCIONALEmbargado Avalie a disponibilidadeAutos nº de espaço físicoOrigem

RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA

Colenda SDI

Eminentes Ministros.

(ELOGIO A DECISÃO + PEDIDO DE

REFORMA)

I – PRELIMINARES DE MÉRITO

II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO

II – MÉRITO (Veja a

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

observação 1 abaixo)

§1º O acórdão (in)deferiu

§2º Tal decisão caracteriza divergência

jurisprudencial. Observe-se:

§3º O (dispositivo legal) estabelece o seguinte:

(transcrever o dispositivo)

§4º Apesar de (dispositivo legal), dispor que (...),

o acórdão posicionou-se de forma contrária,

estabelecendo que (...)

§5º Diante do exposto, requer a reforma da decisão

a fim de (...).

III – REQUERIMENTOS FINAIS

Em face de todo o exposto, requer seja conhecido

e provido o presente recurso de Embargos, reformando-

se o acórdão nos pontos atacados.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local e Data.

Nome do Advogado

OAB nº

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

OBSERVAÇÕES

1) Ao contrário do RR, os Embargos ao TST, normalmente, são

oriundos de uma divergência jurisprudencial (decisão

contrária ao entendimento de uma das Turmas do TST ou

acórdão da SDI ou súmula do STF ou súmula do TST ou

Orientação Jurisprudencial). Informação que facilita o

§2º do modelo padrão – Tal decisão caracteriza (...)

Tal decisão caracteriza divergência jurisprudencial.

2) Depósito Recursal – hipóteses: não há condenação em

pecúnia, logo descabe o depósito (súmula 161 do TST) OU

há condenação em pecúnia, mas todo o valor já foi

depositado, o juízo está garantido (súmula 128, I, TST)

OU há condenação e o juízo ainda não está garantido – no

valor de, no prazo de, guia GFIP (súmula 245, TST).

3) As custas são recolhidas pela parte vencida, diante da

interposição de Embargos ao TST é preciso analisar todo

o processo para estabelecer se as custas já foram

recolhidas.

4) A questão de direito que ensejou os Embargos ao TST

determinará em qual tópico a tese será inserida. Por

exemplo, se a discussão versar sobre prescrição, a tese

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

será inserida sob o tópico das Prejudiciais de Mérito;

se versar sobre salário será inserida no Mérito, etc.

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

15. AÇÕES ESPECIAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO RESCISÓRIA

O presente capítulo visa tratar, brevemente, do mandado

de segurança e da ação rescisória. Ações, que apesar de não

serem exclusivas do processo do trabalho, lhe são

admissíveis.

Assevera-se que o estudo deste capítulo versa sobre

AÇÕES e não recursos. Neste diapasão, a fim de manter a mesma

didática fixamos um modelo padrão para estruturar as ações

especiais.

I. Fatos II. Requisitos Específicos Ações III. MéritoEspeciais IV. Liminar V. Requerimentos Finais VI. Valor da Causa

A estrutura será detalhada, por ocasião, do estudo da

ação rescisória.

15.1 MANDADO DE SEGURANÇA

38

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5º, LXIX

da CF e está disciplinado pela Lei 1533/51. Antecipa-se que

esta legislação foi alterada recentemente pela Lei

12.016/2009 sancionada em agosto deste ano.

Art. 5º, LXIX, CF. Conceder-se-ámandado de segurança para protegerdireito líquido e certo, não amparadopor habeas-corpus ou habeas-data,quando o responsável pela ilegalidadeou abuso de poder for autoridadepública ou agente de pessoa jurídica noexercício de atribuições do PoderPúblico; [...]

Este remédio constitucional visa proteger qualquer

direito líquido e certo do cidadão, salvo o direito de

locomoção e o direito de acesso a informações pessoais, que

são protegidos pelo habeas corpus e habeas data, respectivamente.

“Direito líquido e certo é aquele que não demanda

posteriormente a produção de prova, uma vez que o direito já

está comprovado documentalmente ou reconhecido pela

autoridade coatora.” 25

Observação: a Carta Magna também prevê o mandado de segurança

coletivo, que pode ser impetrado pela organização

sindical, dentre outras entidades.

25 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Curso de Direito Constitucional.2. ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2008. p. 90.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Art. 5º, LXX, CF. O mandado desegurança coletivo pode ser impetradopor:a) partido político com representaçãono Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade declasse ou associação legalmenteconstituída e em funcionamento há pelomenos um ano, em defesa dos interessesde seus membros ou associados;

Conclui-se que o mandado de segurança é ação utilizada,

diante da inexistência de outro meio jurídico, para proteger

um direito líquido e certo, que fora violado por um ato de

autoridade. O MS pode compelir a autoridade pública a

praticar ou deixar de praticar algum ato.

► Mandado de Segurança – Competência da Justiça do

Trabalho

Inicialmente, apenas os Tribunais Regionais do Trabalho

e o Tribunal Superior do Trabalho tinham competência para

apreciar e julgar mandado de segurança, uma vez que o artigo

652 e 653 da CLT não incluem o mandado de segurança no âmbito

da atuação jurisdicional dos órgãos de primeira instância.

Contudo, “o advento da EC 45/2004, que modificou

substancialmente o artigo 114 da CF, parece-nos que a Vara do

Trabalho será funcionalmente competente para processar e

julgar mandado de segurança em que o empregador pretenda

39

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

discutir a validade do ato praticado – penalidade – pela

autoridade administrativa encarregada da fiscalização das

relações do trabalho.” 26

Art. 114, VII, CF. Compete à Justiça doTrabalho processar e julgar: [...] VII- as ações relativas às penalidadesadministrativas impostas aosempregadores pelos órgãos defiscalização das relações de trabalho;[...]

Agente de Juiz doEXCEÇÃO – Art. 114, VII, CFFiscalização Trabalho

Ato do TRT Juiz 1º Grau

Ato do membro TRT do TRT Ato do membro TST do TST

► Lei 12.016/2009

A Lei 12.016/2009 sancionada pelo presidente Luiz Inácio

Lula da Silva em agosto deste ano, alterou a disciplina do

mandado de segurança individual e coletivo.

26 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 997.

39

NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Cumpre salientar que o estudo das súmulas e OJ’s

relativas ao Mandado de Segurança são fundamentais para o

Exame de Ordem de II fase.

Alguns Dispositivos Relevantes

Art. 18, Lei 1533/51. O direito de requerer mandado de

segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias contados da

ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

Súmula 632, STF. É constitucional lei que fixa PRAZO DE

DECADÊNCIA para a impetração do Mandado de Segurança.

Súmula 512, STF. Não cabe condenação em honorários de

advogado na ação de mandado de segurança.

Súmula 105, STJ. Na ação de mandado de segurança não se

admite condenação em honorários advocatícios.

Súmula 266, STF. Não cabe mandado de segurança contra lei em

tese.

Súmula 267, STF. Não cabe mandado de segurança contra ato

judicial passível de recurso ou correição.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 268, STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão

judicial com trânsito em julgado.

Súmula 33, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão

judicial transitada em julgado.

OJ 99, SDI – 2, TST. Mandado de segurança. Esgotamento de

todas as vias recursais disponíveis. Trânsito em julgado

formal. Descabimento. Esgotadas as vias recursais existentes,

não cabe mandado de segurança.

OJ 140, SDI – 2, TST. Não cabe mando de segurança para

impugnar despacho que acolheu ou indeferiu liminar em outro

mandado de segurança.

Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho

em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8

(oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho,

correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados

apresentarem razões de contrariedade.

OJ 148, SDI – 2, TST. É responsabilidade da parte, para

interpor recurso ordinário em mandado de segurança, a

comprovação do recolhimento das custas processuais no prazo

recursal, sob pena de deserção.

Súmula 414, TST. I - A antecipação da tutela concedida na

sentença não comporta impugnação pela via do mandado de

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A

ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito

suspensivo a recurso.

II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida

antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança,

em face da inexistência de recurso próprio.

III - A superveniência da sentença, nos autos originários,

faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a

concessão da tutela antecipada (ou liminar).

Súmula 417, TST. I - Não fere direito líquido e certo do

impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro

do executado, em execução definitiva, para garantir crédito

exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art.

655 do CPC.

II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva,

não tem o executado direito líquido e certo a que os valores

penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco,

ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC.

III - Em se tratando de execução provisória, fere direito

líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em

dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o

executado tem direito a que a execução se processe da forma

que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de

acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito

líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.

OJ 67, SDI – 2, TST. Não fere direito líquido e certo a

concessão de liminar obstativa de transferência de empregado,

em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT.

OJ 92, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança contra

decisão judicial passível de reforma mediante recurso

próprio, ainda que com efeito diferido.

OJ 98, SDI – 2, TST. É ilegal a exigência de depósito prévio

para custeio dos honorários periciais, dada a

incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o

mandado de segurança visando à realização da perícia,

independentemente do depósito.

OJ 137, SDI – 2, TST. Constitui direito líquido e certo do

empregador a suspensão do empregado, ainda que detentor de

estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em

que se apure a falta grave a ele imputada, na forma do art.

494, caput e § único, da CLT.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

15.2 AÇÃO RESCISÓRIA

A ação rescisória está prevista pelo artigo 836 da CLT,

e seu processamento no processo do trabalho segue as normas

do processo civil, com aplicação subsidiária dos dispositivos

485 ao 495, no que for compatível aos princípios do processo

do trabalho. Além destes, por se tratar de uma nova ação deve

atender também aos requisitos do artigo 282 do CPC, que

regula a petição inicial.

Execução definitiva

Sentença não há Trânsito em Juiz recurso julgado

Ação Rescisória

A ação rescisória no processo civil, de acordo com o

artigo 488, II do CPC, está sujeita ao depósito prévio de 5%

sobre o valor da causa. No entanto, no processo do trabalho o

depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa (art. 836,

CLT).

Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos daJustiça do Trabalho conhecer dequestões já decididas, excetuados os

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

casos expressamente previstos nesteTítulo e a ação rescisória, que seráadmitida na forma do disposto noCapítulo IV do Título IX da Lei nº5.869, de 11 de janeiro de 1973 –Código de Processo Civil, sujeita aodepósito prévio de 20% (vinte porcento) do valor da causa, salvo provade miserabilidade jurídica do autor. Parágrafo único. A execução da decisãoproferida em ação rescisória far-se-ános próprios autos da ação que lhe deuorigem, e será instruída com o acórdãoda rescisória e a respectiva certidãode trânsito em julgado.

Art. 488, CPC. A petição inicial seráelaborada com observância dosrequisitos essenciais do Art. 282,devendo o autor:I - cumular ao pedido de rescisão, sefor o caso, o de novo julgamento dacausa;II - depositar a importância de 5%(cinco por cento) sobre o valor dacausa, a título de multa, caso a açãoseja, por unanimidade de votos,declarada inadmissível, ouimprocedente.Parágrafo único. Não se aplica odisposto no nº II à União, ao Estado,ao Município e ao Ministério Público.

As hipóteses de cabimento da ação rescisória no processo

do trabalho estão previstas no artigo 485 do CPC.

Art. 485, CPC. A sentença de mérito,transitada em julgado, pode serrescindida quando:I - se verificar que foi dada porprevaricação, concussão ou corrupção dojuiz;

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II - proferida por juiz impedido ouabsolutamente incompetente;III - resultar de dolo da partevencedora em detrimento da partevencida, ou de colusão entre as partes,a fim de fraudar a lei;IV - ofender a coisa julgada;V - violar literal disposição de lei;VI - se fundar em prova, cuja falsidadetenha sido apurada em processo criminalou seja provada na própria açãorescisória;VII - depois da sentença, o autorobtiver documento novo, cuja existênciaignorava, ou de que não pôde fazer uso,capaz, por si só, de lhe assegurarpronunciamento favorável;VIII - houver fundamento para invalidarconfissão, desistência ou transação, emque se baseou a sentença;IX - fundada em erro de fato,resultante de atos ou de documentos dacausa.

Comentários ao artigo 485, CPC

a) Inciso I: prevaricação e concussão

Prevaricação: “delito especial próprio e funcional”27,

cometido pelo servidor público consistente

retardar ou deixar de praticar,

indevidamente, ato de ofício, ou praticá-

lo contra disposição expressa de lei, para

satisfazer interesse ou sentimento pessoal

(art. 319, CP). 27 PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal. 3. ed. reform.,

atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais: 2006. p. 860.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Concussão: “delito especial próprio, funcional e de

mera atividade”28, praticado contra a

Administração Pública, que consiste em

exigir, para si ou para outrem, vantagem

indevida, fora de sua função ou antes de

assumi-la (art. 316, CP).

b) Inciso III: colusão

É o conluio entre as partes, a fim de

fraudar a lei e/ou enganar o juiz.

A ação rescisória não é um recurso. É uma ação que tem

por finalidade a desconstituição de sentença ou acórdão. O

direito de propor ação rescisória se extingue em 2 anos

(prazo decadencial), contados do trânsito em julgado da

decisão rescindenda (art. 495 do CPC, Súmula 100, TST e OJ 12

da SDI – 2, TST).

A observância do disposto nas Súmulas 100 e 299 do TST é

indispensável para a propositura de ação rescisória.

Súmula 100, TST. I - O prazo dedecadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente aotrânsito em julgado da última decisãoproferida na causa, seja de mérito ounão.

28 PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal. 3. ed. reform.,atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais: 2006. p. 849.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II - Havendo recurso parcial noprocesso principal, o trânsito emjulgado dá-se em momentos e emtribunais diferentes, contando-se oprazo decadencial para a açãorescisória do trânsito em julgado decada decisão, salvo se o recurso tratarde preliminar ou prejudicial que possatornar insubsistente a decisãorecorrida, hipótese em que flui adecadência a partir do trânsito emjulgado da decisão que julgar o recursoparcial. III - Salvo se houver dúvida razoável,a interposição de recurso intempestivoou a interposição de recurso incabívelnão protrai o termo inicial do prazodecadencial.IV - O juízo rescindente não estáadstrito à certidão de trânsito emjulgado juntada com a ação rescisória,podendo formar sua convicção através deoutros elementos dos autos quanto àantecipação ou postergação do "dies aquo" do prazo decadencial. V - O acordo homologado judicialmentetem força de decisão irrecorrível, naforma do art. 831 da CLT. Assim sendo,o termo conciliatório transita emjulgado na data da sua homologaçãojudicial. VI - Na hipótese de colusão das partes,o prazo decadencial da ação rescisóriasomente começa a fluir para oMinistério Público, que não interveiono processo principal, a partir domomento em que tem ciência da fraude. VII - Não ofende o princípio do duplograu de jurisdição a decisão do TSTque, após afastar a decadência em sedede recurso ordinário, aprecia desdelogo a lide, se a causa versar questãoexclusivamente de direito e estiver emcondições de imediato julgamento. VIII - A exceção de incompetência,ainda que oposta no prazo recursal, sem

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

ter sido aviado o recurso próprio, nãotem o condão de afastar a consumação dacoisa julgada e, assim, postergar otermo inicial do prazo decadencial paraa ação rescisória. IX - Prorroga-se até o primeiro diaútil, imediatamente subseqüente, oprazo decadencial para ajuizamento deação rescisória quando expira em fériasforenses, feriados, finais de semana ouem dia em que não houver expedienteforense. Aplicação do art. 775 da CLT. X - Conta-se o prazo decadencial daação rescisória, após o decurso doprazo legal previsto para ainterposição do recurso extraordinário,apenas quando esgotadas todas as viasrecursais ordinárias.

OJ 12, SDI – 2, TST Ação Rescisória.Decadência. Consumação antes ou depoisda edição da medida provisória nº1.577/1997. Ampliação do prazo. I - Avigência da Medida Provisória nº1.577/1997 e de suas reedições implicouo elastecimento do prazo decadencialpara o ajuizamento da ação rescisória afavor dos entes de direito público,autarquias e fundações públicas. Se obiênio decadencial do art. 495 do CPCfindou após a entrada em vigor dareferida medida provisória e até suasuspensão pelo STF em sede liminar deação direta de inconstitucionalidade(ADIn 1753-2), tem-se como aplicável oprazo decadencial elastecido àrescisória. II - A regra ampliativa do prazodecadencial para a propositura de açãorescisória em favor de pessoa jurídicade direito público não se aplica se, aotempo em que sobreveio a MedidaProvisória nº 1.577/1997, já seexaurira o biênio do art. 495 do CPC.Preservação do direito adquirido da

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

parte à decadência já consumada sob aégide da lei velha.

Súmula 299, TST. I - É indispensável aoprocessamento da ação rescisória aprova do trânsito em julgado da decisãorescindenda.II - Verificando o relator que a parteinteressada não juntou à inicial odocumento comprobatório, abrirá prazode 10 (dez) dias para que o faça, sobpena de indeferimento.III - A comprovação do trânsito emjulgado da decisão rescindenda épressuposto processual indispensável aotempo do ajuizamento da açãorescisória. Eventual trânsito emjulgado posterior ao ajuizamento daação rescisória não reabilita a açãoproposta, na medida em que oordenamento jurídico não contempla aação rescisória preventiva. IV - O pretenso vício de intimação,posterior à decisão que se pretenderescindir, se efetivamente ocorrido,não permite a formação da coisa julgadamaterial. Assim, a ação rescisória deveser julgada extinta, sem julgamento domérito, por carência de ação, porinexistir decisão transitada em julgadoa ser rescindida.

► Competência da Ação Rescisória

A ação rescisória é uma ação originária dos Tribunais,

ou seja, a ação rescisória jamais será proposta para um juiz

do trabalho. Assim, perante uma ação rescisória proposta em

face de sentença que transitou em julgado, a competência será

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

do TRT à que está subordinado o juízo de 1º grau que proferiu

a decisão.

Sentença Trânsito em Ação RescisóriaRO Emb. TST Juiz julgado TRTTST TST

Cada tribunal é competente para julgar ação rescisória

de suas decisões. Atente-se para o fato de que “se o acórdão

do TST NÃO apreciar o mérito da causa, como ocorre, quando

aquela Corte não conhece do recurso interposto, a ação

rescisória voltar-se-á contra o acórdão regional que tenha

adentrado no mérito, sendo competente o TRT para processá-la

e julgá-la.” 29

Sentença Ação Rescisória Juiz 1º Grau TRTCada Tribunal

Decisão Definitiva Ação Rescisóriaé competente TRT TRT

29 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 1029.

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para julgar AR

Decisão Definitiva Ação Rescisóriade suas decisões TST TST

► Súmulas e Orientações Jurisprudenciais relacionadas ao

CABIMENTO da Ação Rescisória

Súmula 100, TST + Art. 495, CPC

Súmula 259, TST. Só por rescisória é atacável o termo de

conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da

Consolidação das Leis do Trabalho.

Súmula 407, TST. A legitimidade "ad causam" do Ministério

Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido

parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não

está limitada às alíneas "a" e "b" do inciso III do art. 487

do CPC, uma vez que traduzem hipóteses meramente

exemplificativas.

Art. 487, CPC. Tem legitimidade para propor a ação:

I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título

universal ou singular;

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

II - o terceiro juridicamente interessado;

III - o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória

a intervenção;

b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim

de fraudar a lei.

Súmula 514, TST. Admite-se ação rescisória contra sentença

transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham

esgotado todos os recursos.

Súmula 219, TST. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao

pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15%

(quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da

sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da

categoria profissional e comprovar a percepção de salário

inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em

situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo

do próprio sustento ou da respectiva família.

II - É incabível a condenação ao pagamento de honorários

advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista,

salvo se preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70.

Súmula 329, TST. Honorários advocatícios. Art. 133 da CF/1988

(mantida). Mesmo após a promulgação da CF/1988, permanece

válido o entendimento consubstanciado na Súmula nº 219 do

Tribunal Superior do Trabalho.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Histórico:

Súmula 299, TST + OJ 84, SDI – 2, TST. Açãorescisória. Petição inicial. Ausência da decisão rescindenda

e/ou da certidão de seu trânsito em julgado devidamente

autenticadas. Peças essenciais para a constituição válida e

regular do feito. Argüição de ofício. Extinção do processo

sem julgamento do mérito. A decisão rescindenda e/ou a

certidão do seu trânsito em julgado, devidamente

autenticadas, à exceção de cópias reprográficas apresentadas

por pessoa jurídica de direito público, a teor do art. 24 da

Lei nº 10.522/02, são peças essenciais para o julgamento da

ação rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de

qualquer delas, cumpre ao Relator do recurso ordinário

argüir, de ofício, a extinção do processo, sem julgamento do

mérito, por falta de pressuposto de constituição e

desenvolvimento válido do feito.

► Súmula relacionada a hipótese de INTERPOSIÇÃO DE RECURSO

em Ação Rescisória

Súmula 158, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho,

em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário para o

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização

judiciária trabalhista.

O recurso ordinário previsto nesta súmula tem previsão

no artigo 895, “b”, CLT). Contra decisões dos Tribunais

Regionais em processos de dissídio individual de sua

competência originária é cabível a interposição de RO para o

TST.

Ação Rescisória RO

Emb. TST

TRT TST(Turma) TST (SDC)

15.3 ESTRUTURA DA AÇÃO RESCISÓRIA

Consoante o que foi mencionado, não é um recurso, logo

não há folha de rosto e folha de razões, pois se trata de uma

petição inicial.

I. Fatos II. Requisitos Específicos Ação III. MéritoRescisória IV. Liminar V. Requerimentos Finais VI. Valor da Causa

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

O quadro a seguir tem a finalidade de materializar a

idéia de uma ação rescisória no processo trabalho. Esclarece-

se que é apenas um modelo para auxiliá-lo na memorização,

assim como na produção de suas próprias peças.

Observação: o modelo foi redigido com espaços maiores e

“pulando linhas” apenas por motivos didáticos e

para facilitar a visualização, NÃO SE ACONSELHA

PULAR LINHAS NO EXAME DE ORDEM.

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____

REGIÃO.

NOME DO AUTOR, nacionalidade, estado civil,

profissão, portador da Cédula de Identidade RG nº,

inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº, portador

da CTPS nº, residente e domiciliado no endereço

completo, vem respeitosamente perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado adiante

assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório

profissional no endereço completo, com fulcro no

artigo 836 da CLT combinado com o artigo 485, ____

do CPC, PROPOR:

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

AÇÃO RESCISÓRIA

em face de NOME DO RÉU, pessoa jurídica de direito

privado, inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no

endereço completo, pelas razões de fato e de direito

a seguir expostos.

I – DOS FATOS

O autor ajuizou reclamatória trabalhista em

face da empresa ré postulando (...). A sentença, que

julgou (im)procedente o pedido, transitou em

julgado.

II – REQUISITOS ESPECÍFICOS

A presente ação rescisória foi proposta com

observância das disposições legais.

LEGITIMIDADE – Art. 487, I, CPC.

TEMPESTIVIDADE – Art. 495, CPC + Súmula 100,TST.

DEPÓSITO PRÉVIO – Art. 836, CLT (20% do valor da

causa).

DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS – Súmula 299, TST + OJ 84,SDI – 2, TST: (cópia da decisão rescindenda e

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

certidão de transito em julgado).

III – MÉRITO (é aconselhável que o título do tópico domérito faça alusão ao inciso do art. 485, CPC,que sofreu violação)

01. DA VIOLAÇÃO LITERAL A DISPOSIÇÃO DE LEI (exemplo)

§1º Fato

§2º Fundamento (ex: violação do artigo 440, CLT)

§3º Autorizando assim, conforme artigo 485, inciso

____ do CPC, a desconstituição da decisão

transitada em julgado.

§4º Pedido

IV – LIMINAR

Artigo 489, CPC - Analise se há necessidade de

requerer a concessão de liminar (urgência do

pedido): ● Fumus Boni Iuris e

● Periculum in Mora

V – REQUERIMENTOS FINAIS

● Art. 491, CPC – citação

● Produção de provas (mesmo pedido da RT)

● Requerer o julgamento procedente da ação

rescisória, a fim de rescindir a decisão

transitada em julgado.

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VI – VALOR DA CAUSA

Atribui-se a causa o valor de R$ ______.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data

Nome do Advogado

OAB nº

OBSERVAÇÕES

1) Endereçamento: o endereçamento da ação deve ser

realizado de acordo com a competência para processar e

julgar a ação rescisória. Portanto, conforme visto, a

interposição da ação rescisória deverá ser dirigida ao

TRT diante de uma decisão que foi proferida pelas Varas

do Trabalho. Caso a decisão a ser rescindida tenha sido

proferida pelo próprio TRT, a competência será do

próprio Tribunal de onde se originou o acórdão (ação de

competência originária). Por fim, perante um acórdão,

que foi proferido pelo TST, a competência para rescindir

a decisão é do próprio TST.

2) Artigo 489, CPC: “a Lei 11.280/2006 deu nova redação ao

artigo 489 do CPC, para esclarecer, de maneira

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

definitiva, que o fato de o ajuizamento da ação

rescisória não impedir o cumprimento da sentença ou

acórdão rescindendo não exclui a concessão, caso

imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei,

de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de

tutela. A regra do artigo 489 deixa claro que o

ajuizamento da rescisória não tem o condão de suspender

a execução da sentença nela atacada. Uma vez, porém, que

os pressupostos da tutela cautelar ou da antecipação de

tutela se façam presentes, claro é que a competente

medida de urgência haverá de ser tomada, para impedir

que o resultado da ação rescisória perca a sua utilidade

para a parte e para a própria jurisdição.” 30

Art. 489, CPC. O ajuizamento da açãorescisória não impede o cumprimento dasentença ou acórdão rescindendo,ressalvada a concessão, casoimprescindíveis e sob os pressupostosprevistos em lei, de medidas denatureza cautelar ou antecipatória detutela.

3) Valor da causa: o trâmite da ação rescisória no processo

do trabalho é disciplinado pelas normas do CPC, com isso

não há preocupação com o valor da causa. Sempre utilize

uma frase genérica, sem indicação de valors específicos,

salvo se a proposta mencionar o valor da causa.

30 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual doTrabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 712.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA PARA O EXAME DE ORDEM – II FASE

1. CLT “seca” de 2009

2. CLT Comentada: ● Eduardo Gabriel Saad –Editora LTr

OU

● Valentin Carrion

– Editora Saraiva

3. Livro de Súmulas e Orientações Jurisprudenciais –

Comentadas

● Súmulas do TST Comentadas, Raymundo Antonio Carneiro Pinto,

Editora: LTR.

● Orientações Jurisprudenciais do TST: Comentadas, Raymundo

Antonio Carneiro Pinto, Editora: LTR.

4. Direito Material

● Alice Monteiro de Barros, Curso de Direito do Trabalho -

Editora LTr

● Maurício Godinho Delgado, Curso de Direito do Trabalho –

Editora LTr

● Amauri Mascaro Nascimento, Iniciação ao Direito do

Trabalho - Editora LTr (para leitura antes da prova)

● Amauri Mascaro Nascimento – Curso de Direito do Trabalho –

Editora Saraiva

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5. Direito Processual do Trabalho

● Carlos Henrique Bezerra Leite, Curso de Direito Processual

do Trabalho, Editora LTr;

● Mauro Schiavi, Manual de Direito Processual do Trabalho –

Editora LTr;

● Renato Saraiva, Curso de Direito Processual do Trabalho,

Editora Método;

● Wagner Giglio e Claudia Giglio Veltri Corrêa, Curso de

Direito Processual do Trabalho – Editora Saraiva;

● Amauri Mascaro Nascimento, Curso de Direito Processual do

Trabalho – Editora Saraiva

6. Vade Mecum

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DICAS E MÉTODO DE ESTUDO

Algumas dicas e sugestões para uma boa prova de II Fase.

- Não menospreze as questões. Procure fazê-las da maneira

mais completa e correta. Muitas vezes, é o excelente

aproveitamento em suas respostas que leva à aprovação, mesmo

que a peça não tenha sido bem avaliada.

- A caligrafia e a ortografia, bem como o correto emprego

da língua portuguesa, são um ponto de partida importante para

o êxito na 2a fase da OAB/PR.

- Evite frases longas. A prolixidade é uma das grandes

causas de reprovação na 2a fase de Exame de Ordem. Frases

curtas, objetivas e claras são essenciais.

- Cada argumento deve ser desenvolvido em um tópico

específico, o qual será nominado de forma a evidenciar os

interesses de seu cliente (frases de efeito) e conter

dispositivos legais pertinentes (sempre com a devida

subsunção dos fatos a norma).

- Ao formar os “capítulos” de sua peça (Síntese dos

fatos, preliminares, prejudiciais de mérito, mérito e

pedidos), procure dividir bem os tópicos. Procure seguir uma

ordem esquemática lógica, desenvolvendo primeiro os assuntos

principais e, em seguida, os acessórios.

- Evite juízos de valor na síntese dos fatos. Procure

finalizar os tópicos com frases que demonstrem coesão e

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

coerência do texto, evidenciando, quando for o caso, a

necessidade de reforma da sentença.

- Se bem administrado, o tempo da prova é suficiente.

- A melhor maneira de resolver as peças e questões da

apostila é: a) resolva a primeira proposta de peça e as 05

questões. Não interrompa a resolução e cronometre o seu tempo

de realização. Você deve encarar esta atividade como um

simulado. Isto tornará o treinamento eficaz e auxiliará na

administração do tempo de prova. b) Resolva a segunda

proposta de peça, sem preocupação com o tempo de prova. Isto

o ajudará a disciplinar o seu estudo. Não deixe de resolver

nenhuma das peças ou questões.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL. Francisco. Direito Civil: introdução. 5 ed. rev.,atual. e aum. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.

BARROS. Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho.5.ed. rev e ampl. São Paulo: Ltr, 2009.

BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de DireitoAdministrativo. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008.

JORGE NETO. Francisco Ferreira. Direito do Trabalho. 3 ed.Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005.

LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processualdo Trabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009.

PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. OrientaçõesJurisprudenciais do TST: comentadas. São Paulo: Ltr, 2009.

PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Súmulas do TST comentadas.10. ed. São Paulo: Ltr, 2008.

PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal. 3. ed.reform., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais:2006.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil– Teoria Geral do Direito Processual Civil e Processo deConhecimento. 50ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009.

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