Conselho Nacional de Justiça - CNJ Na Mídia
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8
Correio Braziliense | NacionalJudiciário - Judiciário, Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
STF decide 4ª feira sobre CPIPolítica - 11/04/2021
10
Folha de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Rosa Weber /
Kassio agrada bolsonaristas ao contrariar STF em dicisõesPoder - 11/04/2021
1313
Judiciário - STF, CNJ - Rosa Weber /
Ataques ao STF por fazer cumprir a Constituição são retrato do cenário institucional napandemiaPoder - 11/04/2021
15
Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
CPI da Covid dá maior poder de fogo ao Senado sobre governo BolsonaroPoder - 11/04/2021
18
O Estado de S. Paulo | NacionalCNJ - Luiz Fux /
Fux antecipa aval do plenárioPolítica - 11/04/2021
19
Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
'STF cumpriu seu papel ao ordenar abertura de CPI'Política - 11/04/2021
21
O Globo | NacionalJudiciário - STF, CNJ - Luiz Fux /
STF antecipa julgamento sobre instalação de CPI da PandemiaPaís - 11/04/2021
22
Diário de Cuiabá | Mato GrossoCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialNoticias - 10/04/2021
24
Estadão Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a Polícia JudicialPolítica - 10/04/2021
2626
Folha de Pernambuco | PernambucoCNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para produzir imunizantecontra CovidNoticias - 10/04/2021
Folha Online | Nacional
2828
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para produzir imunizantecontra Covid-19equilibrioesaude - 10/04/2021
30
Gazeta do Povo | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Resolução do CNJ libera criação da Polícia JudicialRepública - 10/04/2021
31
Isto é Dinheiro Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialpolítica - 10/04/2021
3333
O Estado CE Online | CearáCNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para produzir imunizantecontra Covid-19Nacional - 10/04/2021
35
O Liberal online - Americana (SP) | São PauloCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialPolítica - 10/04/2021
37
Tribuna da Bahia Online | BahiaCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialNoticias - 10/04/2021
39
Tribuna do Norte | Rio Grande do NorteCNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Coluna Rosalie ArrudaNoticias - 11/04/2021
42
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Coluna Anelly MedeirosNoticias - 11/04/2021
44
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialNoticias - 10/04/2021
46
UOL | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialcotidiano - 10/04/2021
Valor Online | Nacional
4848
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para produzir dose contracovid-19Brasil - 10/04/2021
49
Bem Paraná Online | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialNoticias - 10/04/2021
5151
Consultor Jurídico | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Resolução altera composição do Fórum Nacional da Infância e da JuventudeNoticias - 10/04/2021
52
Correio Popular | São PauloCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialPOLÍTICA - 10/04/2021
54
Folha Rondoniense | RondôniaCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a Polícia JudicialNoticias - 10/04/2021
56
Gaúcha ZH | Rio Grande do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialPolítica - 10/04/2021
58
Jornal de Brasília | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicialNoticias - 10/04/2021
60
Correio Braziliense | NacionalJudiciário - Judiciário, Judiciário - STF /
Conta de Bolsonaro com Centrão só crescePolítica - 11/04/2021
63
Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF /
Moraes: Supremo respeita e exige respeitoPolítica - 11/04/2021
64
Judiciário - Judiciário /
Praça dos Dois PoderesEsportes - 11/04/2021
Folha de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /
66Elio Gaspari - O governo já soube lidar com epidemiaPoder - 11/04/2021
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Judiciário - STF /
Incompetência da Vara de Curitiba é limitadaPoder - 11/04/2021
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Judiciário - Judiciário /
A lorota do comitêOpinião - 11/04/2021
73
Judiciário - STF /
Fé em tempos de pandemiaIlustríssima - 11/04/2021
78
Judiciário - STF /
CPI DA PANDEMIAFolha Corrida - 11/04/2021
7979
Judiciário - Judiciário /
Romeu Zema Bolsonaro podería ter capitaneado a crise, mas há certa perseguição a elePoder - 11/04/2021
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O Estado de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /
Desgastar o governo via CPI é estratégia legítima da oposiçãoPolítica - 11/04/2021
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Judiciário - STF /
Em live, nova crítica ao STFPolítica - 11/04/2021
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Judiciário - STF /
Bolsonaro age como 'monarca', diz CelsoPolítica - 11/04/2021
88
Judiciário - STF /
Aparecida 'quebra' com ausência de peregrinosPolítica - 11/04/2021
90
Judiciário - STF /
Dízimo alimenta lobby por abertura de templosPolítica - 11/04/2021
93
Judiciário - STF /
COLUNA DO ESTADÃOPolítica - 11/04/2021
95
O Globo | NacionalJudiciário - Judiciário /
DORRIT HARAZIM - Terra em transe
Opinião - 11/04/2021
97
Judiciário - STF /
Um ano depois, pautas citadas em reunião avançaramPaís - 11/04/2021
100
Judiciário - STF /
LAURO JARDIMPaís - 11/04/2021
103103
Judiciário - Judiciário /
'HÁ MOVIMENTOS PARA CONTER AVANÇOS DA FORÇA-TAREFAPaís - 11/04/2021
105105
Folha de Londrina Online | ParanáJudiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para produzir imunizantecontra Covid-19Noticias - 10/04/2021
107107
Notícias do Dia | Santa CatarinaJudiciário - Presos, Judiciário - Sistema Prisional, Judiciário - Socioeducativo, Judiciário - Covid-19 /
Covid-19: mortes de profissionais de penitenciárias aumentou em quase 6 vezes, diz CNJNoticias - 10/04/2021
108108
O Tempo online | Minas GeraisJudiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal contra Covid-19Noticias - 10/04/2021
110
Consultor Jurídico | NacionalJudiciário - Covid-19 /
É preciso desjudicializar ou descentralizar a execução civilopinião - 10/04/2021
114114
O Tempo - Super Notícia | Minas GeraisJudiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal contra Covid-19super tv - 10/04/2021
116116
Portal do Holanda | AmazonasJudiciário - Covid-19, Judiciário - Coronavírus /
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para produzir imunizantecontra Covid-19Noticias - 10/04/2021
STF decide 4ª feira sobre CPI
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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Autor: Renato Souza;
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Luiz Fux, marcou para a próxima quarta-feira o
julgamento no plenário da decisão liminar do ministro
Luís Roberto Barroso, que determinou que o presidente
do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instale a
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
investigar ações e omissões do governo federal durante
a pandemia de covid-19. A decisão do colegiado é
aguardada pelos senadores para que os trabalhos
avancem com mais segurança.
A comissão ainda não foi instalada no Senado. O
governo e seus aliados tentam impedi-la e fazer com
que parlamentares retirem as assinaturas -- são
necessárias 27 para que a CPI seja formalizada e, até
agora, já foram obtidas 32. No entanto, mesmo
contando com o número necessário, o presidente do
Senado não determinou o início dos trabalhos. Diante
da demora, parlamentares recorreram ao Supremo e
obtiveram a decisão pela instalação.
Barroso determinou a formalização, destacando que a
Constituição não prevê aval do presidente da Casa para
que as diligências sejam iniciadas, mas apenas os
apoios necessários, delimitação de tempo de duração e
assunto a ser investigado. A decisão do ministro foi
tomada após ouvir todos os demais magistrados da
Corte, o que reforça a tendência para que os pares
aprovem, na próxima quarta, a decisão que autorizou a
criação da CPI.
Nos bastidores, o governo corre contra o tempo para
oferecer verbas e cargos para tentar impedir o
andamento da comissão. Parlamentares confessaram,
em conversas reservadas com o Correio, que foram
procurados por apoiadores do Executivo. Alguns
disseram não ter a intenção de retirar o nome do
requerimento, mas não descartam essa possibilidade.
Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), um
dos que ingressaram com o pedido de liminar no
Supremo, as ações revelam um temor pelo avanço das
investigações. "Não é o primeiro governo que faz isso.
Governos, tradicionalmente, não gostam de ser
investigados", disse.
O parlamentar também destacou que o caso foi levado
ao Supremo para garantir o cumprimento de regras
constitucionais. "O presidente da Casa não estava
cumprindo a sua função. Ele usava o argumento de que
não existe no ordenamento jurídico, que é o de
conveniência. Por isso, como qualquer um que se sente
prejudicado, procuramos o Judiciário", explicou.O
senador Reguffe (Podemos-DF) destacou que apurar os
fatos é importante, mas defendeu que as investigações
incluam estados e municípios. "Tem que investigar a
todos. A União, mas também a aplicação dos recursos
federais pelos estados, municípios e Distrito Federal",
destacou.
Em entrevista à Rede Globo, o presidente Rodrigo
Pacheco disse que vai ler em plenário, na terça-feira, o
requerimento para criação da CPI -- o primeiro passo
para a instalação da Comissão.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,
Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux
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Kassio agrada bolsonaristas ao contrariar STF em dicisões
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: Matheus Teixeira
brasília Em cinco meses como integrante do STF
(Supremo Tribunal Federal), o ministro Kassio Nunes
Marques acumula polêmicas e passa por cima da
jurisprudência da corte para dar decisões que agradam
a aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Na última semana, ele contrariou o próprio voto para
declarar a Anajure (Associação Nacional de Juristas
Evangélicos) apta a acionar o Supremo e para permitir a
realização de missas e cultos na pandemia. Em
fevereiro, por n ao, o Supremo havia decidido que a
entidade não tinha legitimidade para apresentar ações.
Em dezembro, Kassio ignorou decisões dos ministros
Celso de Mello (a quem ele substituiu) e Rosa Weber e
liberou a pesca de arrasto no litoral do Rio Grande do
Sul.
A ordem judicial foi dada em uma ação do PL articulada
pelo senador Jorginho Mello (PDSC), aliado de
Bolsonaro, e foi comemorada nas redes sociais pelo
congressista e pelo presidente.
Kassio também foi na contramão do tribunal ao restringir
o alcance da Lei da Ficha Limpa, no fim de dezembro.
A atuação do mais novo ministro do STF tem sido alvo
de críticas internas e estremecido sua relação com os
colegas. A Folha questionou-o se as decisões que deu
desde que chegou à corte o desgastaram, mas não
obteve resposta até a publicação deste texto.
Ministros avaliam como natural o indicado pelo governo
em curso fazer gestos em direção ao Palácio do
Planalto. No entanto, dizem acreditar que Kassio tem
exagerado nesse sentido e, com isso, exposto
publicamente o Supremo em situações consideradas
desnecessárias.
A nomeação de Kassio para o STF pegou de surpresa a
maior parte do mundo político e jurídico. Ele estava
cotado para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Após a indicação, Bolsonaro ainda sofreu pressão para
mudar a escolha por causa de inconsistências no
currículo do ministro. Ao final, porém, Kassio foi
aprovado pelo Senado.
Já no Supremo, na questão da liberação de celebrações
religiosas em meio à pandemia da Covid, a decisão do
ministro incomodou.
A avaliação interna é que, mesmo o tribunal tendo uma
extensa jurisprudência em favor da liberdade religiosa, o
entendimento de Kassio obrigou a corte a contrariar a
vontade de boa parte dos fiéis e da bancada evangélica
no Congresso, que é próxima de Boisonaro.
A decisão fez com que Kassio fosse criticado pelo
ministro Gilmar Mendes, um dos padrinhos de sua
indicação. O ministro afirmou que apenas uma "postura
negacionista" declararia inconstitucionais decretos que
proíbem missas e cultos como forma de conter o avanço
da Covid.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
O decano do tribunal, ministro Marco Aurélio Mello,
seguiu a mesma linha. Ele questionou por que Kassio
não remeteu o caso ao plenário: "Que pressa foi essa?".
As decisões de Kassio, por outro lado, agradam a
Bolsonaro e o fazem ganhar influência junto ao
presidente na escolha, por exemplo, do sucessor de
Marco Aurélio, que irá se aposentar em julho.
A aposta é que Kassio tem se cacifado com Bolsonaro
também para influenciar outras indicações, como as três
cadeiras vagas no STJ e o assento que deixou aberto
no TRF-i (Tribunal Regional Federal da ia Região) ao ir
para o STF.
As decisões e votos que satisfizeram Bolsonaro foram
dados logo que chegou ao STF.
No julgamento no início de dezembro sobre a
possibilidade de reeleição dos presidentes da Câmara e
do Senado, por exemplo, ele se posicionou conforme os
interesses do Planalto.
Kassio defendeu que Davi Alcolumbre (DEM-AP), aliado
do governo, podería ser reconduzido ao comando do
Senado, mas que Rodrigo Maia (DEM-RJ), adversário
do Executivo, não podería continuar à frente da
Câmara.
Na discussão sobre a possibilidade de imposição de
vacina obrigatória contra a Covid, Kassio também deu o
voto que mais agradou ao Planalto.
Na ocasião, o STF decidiu que o Estado não pode
imunizar as pessoas à força, mas tempoder para
aprovar legislação que estabeleça restrições, como
impedimento de frequentar determinados lugares, a
quem não se vacinar.
A maioria votou para que estados e municípios tenham
autonomia para aprovar leis nesse sentido. Kassio, por
sua vez, foi o único a defender que a medida só podería
ser adotada se houvesse prévia oitiva do Ministério da
Saúde.
Ainda em 2020, o ministro também ajudou, de maneira
indireta, a defesa do senador Flávio Bolsonaro
(Republicanos-RJ), denunciado pelo Ministério Público
do Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro e
organização criminosa. Esse é o ponto fraco da família
do presidente, que tenta abafar as investigações.
Em dezembro, o ministro interrompeu o julgamento da
ação penal contra o deputado Silas Câmara
(Republicanos-AM) que serviría de baliza para a análise
do caso de Flávio. O deputado é acusado de recolher
parte dos salários de seus servidores, como no caso em
que Flávio é investigado. A análise do tema indicaria
aposição do STF sobre a prática.
O voto de Kassio no julgamento sobre a parcialidade do
ex-juiz Sérgio Moro no processo do tríplex que levou à
prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
também foi visto internamente como uma sinalização a
Bolsonaro.
Desde que havia chegado à corte, o magistrado só tinha
dado votos contrários à Lava Jato, operação com quem
o chefe do Executivo passou a antagonizar após o
pedido de demissão de Moro do Ministério da Justiça.
No julgamento que podería beneficiar o petista e deixá-
lo mais próximo de disputar as eleições de 2022 contra
Bolsonaro, porém, Kassio mudou de posição - e acabou
derrotado. A Segunda Turma declarou a suspeição de
Moro, o que pode ter aberto o caminho para Bolsonaro
ter um concorrente de peso na eleição presidencial do
ano que vem.
Bolsonaro já elogiou publicamente decisões de Kassio.
Na decisão tomada pelo Supremo com um placar de 6 a
5 contrário à possibilidade de amante dividir a pensão
com viúva, por exemplo, o presidente enalteceu apenas
o voto do ministro que indicou.
"Você sabe como foi o voto do Kassio? Procura saber.
Se tivesse lá o Celso de Mello [que se aposentou em
outubro passado] , teria sido aprovado o direito da
amante", disse Bolsonaro.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
N a manhã da última sexta-feira (9), a Folha questionou
Kassio por que ele votou em fevereiro contra a
legitimidade da Anajure para acionar o STF e, agora,
decidiu no sentido contrário no caso dos decretos das
igrejas.
Kassio também preferiu não opinar sobre a decisão do
ministro Luís Roberto Barroso de determinar ao Senado
a instalação da CPI da Covid e sobre as mudanças
feitas por Bolsonaro no Ministério da Defesa e no
comando das Forças Armadas.
Além disso, o ministro não respondeu ao
questionamento relativo às afirmações de Gilmar em
relação ao seu voto no julgamento que declarou a
parcialidade de Moro.
Quer me parecer que apenas uma postura negacionista
autorizaria resposta em sentido afirmativo. Uma
ideologia que nega a pandemia que ora assola o país, e
que nega um conjunto de precedentes lavrados por este
tribunal durante a crise sanitária que se coloca
Gilmar Mendes ministro do STF, em decisão que vetou
cultos religiosos presenciais no estado de São Paulo
dois dias após Kassio autorizara realização dessas
cerimônias em todo o país
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Rosa Weber
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Ataques ao STF por fazer cumprir a Constituição são retrato do cenário
institucional na pandemia
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: Eloísa Machado de Almeida
A decisão liminar que determinou ao presidente do
Senado a instalação da CPI da Covid para investigar
atos do governo de Jair Bolsonaro gerou um embate
entre os Três Poderes que, de alguma forma,
representa o cenário institucional brasileiro na
pandemia.
A Constituição determina que, mediante requerimento
de um terço de deputados ou senadores, serão criadas
as comissões parlamentares de inquérito nas
respectivas Casas Legislativas.
Trata-se, assim, de um direito resguardado pela
Constituição às minorias parlamentares, justamente por
relegar a um terço dos deputados ou senadores a
possibilidade de iniciar o processo de investigação no
âmbito do Legislativo.
Na dinâmica constitucional de controles mútuos entre os
Poderes, as minorias parlamentares - que comumente
não fazem parte da base de apoio do governo -
possuem o poder de fiscalização dos atos do Executivo.
É um dos poucos poderes dado s às minorias no âmbito
do Legislativo, já que regras da Constituição e dos
regimentos internos de Câmara e Senado privilegiam,
como não poderia deixar de ser, as maiorias: leis
ordinárias, complementares, emendas constitucionais e
impeachment são instrumentos das maiorias; o poder
de fiscalização foi garantido constitucionalmente às
minorias, à oposição.
Em 15 de janeiro de 2021, quando o país contava 1.131
mortos por Covid-19 em 24 horas e acompanhava
pessoas morrendo asfixiadas, 30 senadores
apresentaram requerimento de instalação de CPI para
"apurar as ações e omissões do governo federal no
enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil e, em
especial, no agravamento da crise sanitária no
Amazonas com a ausência de oxigênio para os
pacientes internados".
O requerimento atendia aos critérios constitucionais:
pelo menos um terço de signatários, objeto determinado
e prazo certo.
O pedido aguardou pela eleição do novo presidente do
Senado. Eleito, Rodrigo Pacheco deveria promover a
instalação da CPI; entretanto, não o fez. Em 11 de
março de 2021, quando o Brasil computava 2.207
mortos por Covid em 24 horas, senadores recorreram
ao Supremo Tribunal Federal, solicitando a ordem
para Pacheco cumprir seu dever.
Em 8 de abril, com 4.190 mortos por Covid em 24 horas,
o ministro Luís Roberto Barroso determinou nada mais
do que manda o texto constitucional: presentes os
requisitos constitucionais, a CPI deve ser instalada.
O Supremo tem decidido assim há décadas. Em 2005,
maioria parlamentar tentava impedir a instalação da CPI
13
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
dos Correios.
O então ministro Celso de Mello decidiu, em voto
histórico, que "a maioria legislativa não pode frustrar o
exercício, pelos grupos minoritários que atuam no
Congresso Nacional, do direito público subjetivo que
lhes é assegurado pelo art. 58, § 3º, da Constituição e
que lhes confere a prerrogativa de ver efetivamente
instaurada a investigação parlamentar, por período
certo, sobre fato determinado".
Da mesma forma, em 2014, o então presidente do
Senado queria submeter a instalação da CPI da
Petrobras à deliberação da maioria. A ministra Rosa
Weber decidiu que, por se tratar de um direito de
minoria parlamentar, deveria ser imediatamente
instalada, já que presentes os requisitos constitucionais.
Não há dúvidas, seja no texto constitucional, seja na
jurisprudência do Supremo, que, mediante fatos
determinados e suficientes subscritores, o presidente do
Senado tem o dever de instalar a CPI. Por isso, não
deixa de ser surpreendente areação do senador Rodrigo
Pacheco, contrariado com a decisão judicial que não
podería ser diferente.
Já a reação do presidente Jair Bolsonaro, cujos atos
compõem o objeto de investigação do requerimento de
CPI, não surpreende. Pouco afeito a investigações e
controle, o presidente ameaçou o ministro Barroso com
impeachment.
Não deixa de ser irônico tal ameaça vir logo de
Bolsonaro, o presidente que acumula mais de cem
pedidos de impeachment, todos aguardando despacho
de Arthur Lira, presidente da Câmara, depois de terem
repousado por dois anos na gaveta de Rodrigo Maia.
Sobram ameaças a Barroso, faltam fundamentos. CPIs
são direitos de minorias; impeachment, não. Ademais -
e mais importante - , uma decisão judicial que cumpre a
Constituição e segue a jurisprudência do Supremo não
configura crime de responsabilidade. E impeachment,
sem crime de responsabilidade, é golpe.
Areação de Bolsonaro não só não surpreende como é
compreensível; afinal, CPIs existem para expor os
crimes do governo e promover responsabilização.
Dotadas de poderes de investigação, as CPIs podem
requisitar documentos, demandar depoimentos e até
promover quebras de sigilo. Em se tratando de uma CPI
sobre os atos do governo federal em relação à
pandemia de Covid-19, não serão poucos os atos a
serem investigados.
Resta saber, entretanto, se a CPI da Covid sobreviverá,
isto é, se pelo menos um terço dos senadores manterá
seu apoio às investigações (o endosso ao requerimento
pode ser retirado até a efetiva instalação da CPI), e qual
o comprometimento dos mesmos com os seus
trabalhos.
Uma CPI que cumpra com seu papel constitucional
poderá conduzir o presidente da República à
responsabilização - política ou até mesmo criminal - que
tem sido adiada pelos órgãos de controle.
O descontrole total da pandemia, a ausência de
campanhas efetivas de prevenção e vacinação, os
tratamentos ineficientes, a resistência às vacinas, a falta
de medicamentos e de oxigênio merecem investigação
apropriada: quase 350 mil mortes assim exigem.
O embate entre os Poderes na CPI exemplifica o
cenário institucional brasileiro na pandemia de Covid-19:
um presidente que descoordena a política de saúde e
repudia controles sobre seus atos e omissões, um
Congresso resistente a fiscalizar ou responsabilizar o
presidente, e um Supremo Tribunal Federal agindo
para garantir o mínimo de resposta à pandemia - e
sofrendo ataques dos demais Poderes por isso.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Rosa Weber
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CPI da Covid dá maior poder de fogo ao Senado sobre governo Bolsonaro
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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Autor: Daniel Carvalho
brasília A decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do
STF (Supremo Tribunal Federal), de mandar o Senado
instalar a CPI da Covid deu ao chefe da Casa, Rodrigo
Pacheco (DEM-MG), um poder de fogo sobre o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que antes
estava mais restrito ao presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL).
Para auxiliares de Bolsonaro, além de um novo capítulo
da crise entre os Poderes, a medida do Judiciário
permite ao Senado chegar com mais poder de barganha
à mesa de negociações para pressionar o governo pela
concessão de cargos e verbas.
Assessores no Palácio do Planalto lembram que não há
nenhum ministro senador e que, hoje, deputados têm
mais facilidade na liberação de emendas parlamentares,
recursos públicos usados para irrigar bases eleitorais.
O entorno de Bolsonaro considera que essa relação
tende a ficar mais equilibrada a partir da instalação da
comissão parlamentar de inquérito, prevista para esta
terça-feira (13).
Todos os ministros oriundos do Congresso são da
Câmara —Tereza Cristina (DEM-MS), da Agricultura;
Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Secretaria-Geral; Fábio
Faria (PSD-RN), das Comunicações; e, mais
recentemente, João Roma (Republicanos- BA), da
Cidadania; e Flávia Arruda (PD DF), da Secretaria de
Governo.
O principal motivo dessa maior atenção aos deputados,
salienta um assessor do presidente, é porque é na
Câmara que começa um eventual processo de
impeachment contra o chefe do Executivo.
Foi por esse raciocínio que a Secretaria de Governo,
responsável pela negociação de cargos e emendas, foi
entregue a uma deputada —o líder do governo no
Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO),
chegou a ser considerado para o posto.
Pacheco, que chegou ao comando do Senado com
apoio explícito do Planalto, sempre se disse contrário à
instalação de uma comissão neste momento, mas, em
entrevista à Folha na última sexta-feira (9), afirmou que
não vai "trabalhar um milímetro para mitigar a CPI nem
para que não seja instalada nem para que não
funcione”.
A pressão para instalar uma CPI para investigar a
atuação do governo no enfrentamento da pandemia
representou um dos primeiros desafios de Pacheco no15
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
comando da Casa.
Três dias após tomar posse, em 4 de fevereiro,
senadores anunciaram que o requerimento do líder da
oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), havia
recolhido as assinaturas necessárias.
Em sua decisão na última quinta (8), Barroso disse que
estão presentes os requisitos necessários para a
abertura da comissão parlamentar de inquérito,
incluindo a assinatura favorável de mais de um terço
dos senadores, e que o chefe do Senado não pode se
omitir em relação a isso.
O julgamento da decisão pelo plenário do Supremo será
nesta quarta (14).
O gesto de Barroso deixou Bolsonaro furioso, segundo
pessoas que trabalham no Planalto.
"Pelo que me parece, falta coragem moral para o
Barroso e sobra ativismo judicial”, disse Bolsonaro a
apoiadores. Em rede social, disse que “falta-lhe
coragem moral e sobra-lhe imprópria militância política”.
O presidente seguiu nos ataques pessoais ao ministro
do Supremo.
"Barroso, nós conhecemos teu passado, a tua vida, o
que você sempre defendeu, como chegou ao STF,
inclusive defendendo o terrorista Cesare Battisti. Então,
use a sua caneta para boas ações em defesa da vida e
do povo brasileiro, e não para fazer politicalha dentro do
Senado Federal.”
Horas mais tarde, o magistrado afirmou que seu
entendimento era baseado na jurisprudência do
Supremo e que havia consultado todos os colegas da
corte antes de tomara decisão.
Ao menos dois ministros do STF discordaram da
decisão de Barroso por ter sido monocrática e por
avaliarem que o momento não é o ideal para abrir uma
CPI e provocar conflitos entre Poderes.
Não é a primeira vez que o STF determina a instalação
de CPIs a pedido da oposição. Em 2005, o Supremo
mandou instaurar a dos bingos, em2007, a do apagão
aéreo, e, em 2014, a da Petrobras.
Em sua fala raivosa, Bolsonaro também pressionou
Barroso a determinar que o Senado desengavetasse um
dos processos de impeachment de ministro do Supremo
que se acumulam na Casa.
A declaração, segundo auxiliares presidenciais, é jogo
de cena. Eles dizem que o chefe do Executivo sabe que
Pacheco não vai abrir um processo de impedimento de
magistrado, embora bolsonaristas radicais insistam há
quase dois anos para que o Senado entregue a cabeça
de um ministro como maneira de intimidar a corte.
Sem efeito prático real, o ataque de Bolsonaro a
Barroso teve dois objetivos: marcar posição de que
considera a decisão do ministro uma interferência de um
Poder em outro e jogar para seu público.
O governo sabe que será difícil conseguir reverter a
decisão de Barroso pelo plenário do STF e começou a
agir no Congresso.
Nova articuladora política do governo, Flávia Arruda
passou a fazer telefonemas ainda na noite de quinta.
O Planalto quer ganhar tempo. Além de querer adiar o
desgaste do governo, o Executivo está preocupado com
os impactos que o aumento da tensão política podem
ter nas negociações sobre o Orçamento 2021, que
ainda não foi sancionado.
Na operação de procrastinação, partidos aliados devem
retardar as indicações dos membros do colegiado.
Se a articulação de governistas funcionar, a CPI da
Covid não deve ser efetivamente criada antes do
julgamento do caso pelo plenário do Supremo.Em outra
frente há uma tentativa de inviabilizar a comissão
alegando questões sanitárias, pois a pandemia já matou
três senadores, além de funcionários dos gabinetes da
Casa. Continua na pag. A6
CPI da Covid dá maior poder de fogo ao Senado sobre
governo Bolsonaro
Emissários do Executivo também tentam convencer
alguns dos 32 signatários do requerimento de criação
da CPI a recuar —a decisão de Barroso só vale se a
comissão tiver assinatura de ao menos 27 dos 81
senadores.
Outro argumento é que a Comissão Parlamentar Mista
de Inquérito das Fake News está parada.
O governo também tem tentado convencer senadores
pelo medo, alegando a possibilidade de ampliação do
escopo da CPI para atingir prefeitos e governadores, o
que comprometería aliados importantes dos
congressistas, inclusive os da oposição, pouco mais de
um ano antes das eleições de 2022.
O próprio Bolsonaro manifestou apoio à estratégia de
ampliar o escopo da comissão.
Neste sábado (10), em frente ao Alvorada, disse que a16
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
CPI foi feita pela "esquerda para perseguir e tumultuar”.
“Conversei com alguns [senadores] e a ideia é
investigar todo mundo, sem problema nenhum”, disse.
Pela manhã, Bolsonaro passeou de moto pela periferia
de Brasília. Em uma das paradas, ele se reuniu com um
grupo de venezuelanas que migraram ao Brasil devidoà
crise econômica e política em seu país. No local,
Bolsonaro repetiu o roteiro e criticou o STF, atacou
Doria, chamando-o de patife, falou em "nosso Exército”
e ignorou o uso de máscara.
Caso a comissão parlamentar de inquérito seja
instalada nesta semana, a intenção é esvaziar as
sessões, não garantindo o quórum sob o argumento de
que não há segurança para os senadores estarem
presentes por conta da pandemia.
Paralelo a isso, o senador Oriovisto Guimarães
(Podemos-PR) desengavetou uma proposta para que
nenhum ministro do Supremo Tribunal Federal possa,
isoladamente, suspender um ato normativo, como lei ou
decreto. Isso só seria possível após apoio da maioria
absoluta da corte, ou seja, seis votos.
Fux antecipa julgamento no plenário do STF
O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal
Federal, marcou para quarta (14) o julgamento sobre a
instalação da CPI da Covid no Senado. Autor da liminar
que determinou ao Senado a instalação da comissão.
Luís Roberto Barroso havia submetido sua decisão para
a análise da corte por meio do plenário virtual. O caso
seria julgado na próxima sessão virtual, que começa em
16 de abril e vai até o dia 26 do mesmo mês.
Agora, com a decisão de Fux, a decisão será no
plenário físico, quando os ministros votam um em
seguida do outro. O caso da CPI da Covid será o
primeiro item da pauta.
A CPI [é] para apurar omissões do presidente Jair
Bolsonaro, isso que está na ementa. Toda CPI tem que
ter um objeto definido. Não pode por exemplo, por essa
CPI que está lá, você investigar prefeitos e
governadores, onde alguns desviaram recursos. Eu
mandei recursos para lá e eu sou responsável?
Jair Bolsonaro presidente, a apoiadores, neste sábado
(10)
Não vou trabalhar um milímetro para mitigar a CPI nem
para que não seja instalada nem para que não funcione.
Eu considero que a decisão judicial deve ser cumprida
Rodrigo Pacheco presidente do Senado, em entrevista à
Folha na última sexta-feira (9)
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,
Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux
17
Fux antecipa aval do plenário
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021CNJ - Luiz Fux
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Após conversas com ministros, o presidente do STF,
Luiz Fux, antecipou a discussão e marcou para quarta-
feira o julgamento no plenário da Corte sobre a
instalação da CPI da Covid.
Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
protocolou, ontem, pedido para que a CPI da Covid
também apure ações dos governos de Estados, do
Distrito Federal e dos municípios, além das ações do
governo Bolsonaro.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Luiz Fux
18
'STF cumpriu seu papel ao ordenar abertura de CPI'
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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Autor: Bianca Gomes
Ao contrário do que sustenta o presidente Jair
Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal "cumpriu seu
papel" ao determinar a abertura da Comissão
Parlamentar de Inquérito para investigar a atuação do
governo federal na pandemia. A avaliação é da cientista
política e professora doutora da Universidade de São
Paulo Maria Tereza Sadek. Estudiosa do sistema de
justiça, ela defendeu o papel da Corte na atual crise de
enfrentamento da covid-19. Maria Tereza lembra que o
STF só age se for provocado, o que tem ocorrido com
frequência por causa da atuação dissonante entre os
Poderes, a União, Estados e municípios. "O Judiciário
tem sido provocado porque o governo não tem
respeitado as medidas demonstradas pela ciência." Leia
os principais trechos da entrevista ao Estadão a seguir:
Como a sra. avalia a atuação do Judiciário na
manutenção das garantias constitucionais e
democráticas no Brasil?
Vivemos um clima de muita incerteza. Veja a liminar do
ministro Kassio Nunes Marques sobre a realização de
missas e cultos presenciais. Sou capaz de apostar que,
se não estivesse em jogo a aposentadoria do ministro
Marco Aurélio (Mello), a discussão não teria tomado
esse rumo. Muitas vezes é complicado entender a pauta
e os argumentos se ficamos presos na letra da lei. É
preciso olhar o contexto.
Por que teria sido diferente?
Marco Aurélio vai se aposentar e há vários candidatos
ao posto. O presidente Bolsonaro já falou que queria um
ministro "terrivelmente evangélico", e os discursos no
julgamento (de André Mendonça , ministro da
Advocacia-Geral da União , e Augusto Aras ,
procurador-geral da República) foram assim. Tinha um
recado ali.
O Judiciário tem contribuído para esse clima de
incerteza?
O Judiciário é mais um ator nesse grau de instabilidade
e incerteza que vivemos. Deveria ser um fator de
previsão, pois trabalha com as leis e a Constituição.
Quando isso não ocorre, aumenta a instabilidade no
País. Entretanto, hoje, todos os Poderes estão
contribuindo para esse cenário.
A insegurança se aplica só ao STF ou a todo o
Judiciário?
É do primeiro ao último grau. A insegurança jurídica é a
ideia de uma roleta. Ou seja, a decisão sobre uma
mesma questão pode variar de juiz para juiz. E isso cria
áreas de incerteza.
Como resolver essa questão?
O Judiciário tem mecanismos para tomar decisões
mais previsíveis. Por exemplo, a utilização da súmula
vinculante (interpretação pacífica ou majoritária adotada
por um tribunal a respeito de um tema específico), da
reforma de 2004. A pergunta é: por que são tão poucas
as súmulas vinculantes?19
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
Luis Roberto Barroso invadiu as atribuições do Senado
ao ordenar a abertura da CPI da Covid?
O ministro cumpriu seu papel, assim como o STF, que
só age se provocado. Todos os requisitos
constitucionais foram cumpridos para a instalação da
CPI. Não houve "ativismo jurídico".
Decisões monocráticas recentes causaram grande
repercussão. As liminares não deveriam ser exceção?
Sim. Quando o atual presidente assumiu (Luiz Fux),
disse que mudaria essa estrutura, mas não conseguiu
ainda. Cada um age voltado para os interesses aos
quais está sujeito. Quando um ministro ou juiz não quer
que determinada questão seja discutida, ele engaveta.
A questão da colegialidade vem sendo desrespeitada há
muito tempo. E as reviravoltas (decisões monocráticas
revistas pelo plenário) aumentam a descrença na
Justiça.
O STF tem cumprido adequadamente seu papel na
pandemia?
Sobre o direito à saúde tem respondido, assim como na
questão federativa. Mas vivemos uma situação tão
pouco previsível que alguns obedecem e outros se
acham no direito de não obedecer e até contestar.
Todas as deficiências por parte do Executivo acabaram
no Judiciário. Se o governo federal tivesse dado
prioridade a minimizar os efeitos da pandemia,
certamente não teríamos tantos processos. O
Judiciário só age por provocação. E tem sido
provocado porque o governo não tem respeitado as
medidas demonstradas pela ciência.
Há "ativismo jurídico" do STF?
Toda vez que se fala em ativismo é como se a
instituição estivesse extrapolando os limites. Não é o
caso nessa pandemia. O Supremo tem sido muito
provocado. Quanto maior o grau de negacionismo,
maior a probabilidade de se entrar com questões a
serem resolvidas no Judiciário. E ele tem de
responder.
No dia 14, o STF deve decidir sobre a anulação das
condenações da 13ª Vara de Curitiba contra Lula na
Lava Jato. Qual sua avaliação?
Não arrisco fazer previsões. Os ministros estão
divididos, e a decisão provocará consequências,
algumas desconhecidas, já que poderão afetar outros
processos. Mas a Lava Jato, desde sua origem,
provocou divisões entre os ministros. Não há como
ignorar que toda a Lava Jato provocou impactos,
bastaria observar as profundas alterações na arena
politico-partidária decorrentes da última decisão da 2a
turma do STF (que considerou o ex-juiz Sérgio Moro
suspeito no caso do triplex de Lula).
Era clara a divisão do tribunal antes da Lava Jato?
Desde sua origem, o STF nunca foi um colegiado
marcado pela unanimidade. O que caracteriza os
últimos tempos é o grau e a forma em que são
explicitadas as divisões. Foram as questões criminais
que provocaram esse grau de cisão. Ter divergência é
normal em um colegiado, numa democracia. O que se
supõe é que os embates ocorram obedecendo
parâmetros de civilidade.
Quando o STF começou a ter uma atuação mais
política?
A criação da TV Justiça foi uma variável importante,
mas não a única. A Constituição de 1988 responde em
grande parte por isso. A TV aumentou o grau de
transparência, o que é positivo, e os ministros tornaram-
se mais conhecidos da população. Por outro lado, a TV
Justiça alimentou um grau de exposição e competição
entre eles, e, segundo pesquisas, os votos ficaram mais
longos.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,
Judiciário - STF, CNJ - Luiz Fux
20
STF antecipa julgamento sobre instalação de CPI da Pandemia
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: ANDRÉ DE SOUZA
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Luiz Fux, marcou para quarta-feira o
julgamento sobre a criação da CPI da Pandemia no
Senado. Ao determinar a instalação da comissão, em
decisão publicada na última quinta-feira, o ministro Luís
Roberto Barroso havia marcado o início do julgamento
do caso para o dia 16, sexta-feira, no plenário virtual.
Em razão da urgência e da relevância do tema, no
entanto, os ministros conversaram, e Fux antecipou a
análise o tema agora será julgado em uma sessão
tradicional, realizada por videoconferência desde o
início da pandemia.
Barroso determinou o funcionamento da comissão
argumentando que o requerimento apresentado pelos
senadores reunia todos os requisitos estabelecidos na
Constituição: assinatura de, no mínimo, um terço dos
parlamentares; prazo definido para os trabalhos; e
objeto determinado a ser investigado. O presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no entanto, ainda
não havia determinado a instalação - após a decisão,
ele disse que não vai trabalhar "um milímetro" para
atrapalhar o andamento.
O primeiro passo é a leitura do requerimento em
plenário, o que está previsto para ocorrer na terça-feira.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra
(MDBPE), disse que vai atuar para convencer colegas a
retirarem as assinaturas - há, hoje, 32 apoios.
O objetivo dos senadores é apurar eventuais omissões
do governo federal na pandemia. Ontem, o senador
Alessandro Vieira (Cidadania-SE), signatário da CPI e
um dos autores da ação que provocou a decisão de
Barroso, apresentou um pedido para aumentar o escopo
da comissão, investigando também a atuação de
estados e municípios.
"CUMPRO A CONSTITUIÇÃO"
Bolsonaro, que já havia afirmado que Barroso fez
"ativismo judicial" e "politicalha" ao tomar a decisão,
voltou a reclamar ontem do que chamou de
"interferência" do STF no Senado. Na sexta-feira, a
Corte, em nota, saiu em defesa do ministro. No mesmo
dia, Barroso também se posicionou após a reação do
presidente: - Na minha decisão, limitei-me a aplicar o
que está previsto na Constituição, na linha de pacífica
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, e após
consultar todos os Ministros. Cumpro a Constituição e
desempenho o meu papel com seriedade, educação e
serenidade. Não penso em mudar.
A sessão de quarta estava reservada para julgar
recursos do Ministério Público contra a decisão do
ministro Edson Fachin que anulou as condenações e
outras decisões tomadas pelo juiz Sérgio Moro contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF, CNJ -
Luiz Fux
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Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário de Cuiabá/Mato Grosso - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Por Marcelo Godoy. Colaboraram Fábio Grellet e José
Maria Tomazela e Danielle Ferreira, João Renato
Jácome, Leonardo Augusto e Pedro Jordão, especiais
para AE
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar "procedimentos preliminares
apuratórios" e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta "o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial".
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um "passo
além", após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
"É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua", disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: "caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (. .) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais".
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. "Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da
Casa."
22
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário de Cuiabá/Mato Grosso - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. "Confunde-se o poder de
polícia no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia", disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada "Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição."
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. "O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição", afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
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Tribunais utilizam resolução para criar a Polícia Judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstadão Online/Nacional - Política
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Marcelo Godoy, O Estado de S.Paulo
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar 'procedimentos preliminares
apuratórios' e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta 'o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial'.
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um 'passo
além', após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
'É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua', disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: 'caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (...) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais'.
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. 'Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da Casa.'
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem24
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nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. 'Confunde-se o poder de polícia
no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia', disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. 'Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição.'
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. 'O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição', afirmou. /
COLABORARAM FÁBIO GRELLET e JOSÉ MARIA
TOMAZELA e DANIELLE FERREIRA, JOÃO RENATO
JÁCOME, LEONARDO AUGUSTO e PEDRO JORDÃO,
ESPECIAIS PARA O ESTADÃO
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
25
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para
produzir imunizante contra Covid
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Clique aqui para abrir a imagem
Autor: Folhapress
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
se reuniu neste sábado (10) com o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, para debater a possibilidade de uso
de fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas.
Também participou do encontro o senador Confúcio
Moura (MDB-RO), presidente da comissão temporária
criada para acompanhar as ações contra a Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. "É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde", disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
"Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo", afirmou.
"É muito importante nós não perdermos o foco, nós
mantermos a união, a pacificação, o diálogo
permanente, com as soluções efetivas para o problema
maior dos brasileiros, que é a pandemia."
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal),
ordenar a instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá
"um milímetro" para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento.
Pacheco foi o articulador inicial da ideia de instituir um
comitê nacional para enfrentamento da Covid-19,
anunciado em 24 de março pelo presidente Jair
Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
26
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê -a
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
municipais será feita por Pacheco.
Hoje, no Brasil, a produção de vacinas é feita pela
Fiocruz, responsável por doses da Astrazeneca, e pelo
Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário -
Coronavírus
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Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para
produzir imunizante contra Covid-19
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Online/Nacional - equilibrioesaude
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Danielle Brant
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
se reuniu neste sábado (10) com o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, para debater a possibilidade de uso
de fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas.
Também participou do encontro o senador Confúcio
Moura (MDB-RO), presidente da comissão temporária
criada para acompanhar as ações contra a Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. 'É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde', disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
'Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo', afirmou. 'É muito
importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a
união, a pacificação, o diálogo permanente, com as
soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros,
que é a pandemia.'
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal),
ordenar a instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá
"um milímetro" para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento.?
Pacheco foi o articulador inicial da ideia de instituir um
comitê nacional para enfrentamento da Covid-19,
anunciado em 24 de março pelo presidente Jair
Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê -a
28
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Online/Nacional - equilibrioesaude
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
municipais será feita por Pacheco.
Hoje, no Brasil, a produção de vacinas é feita pela
Fiocruz, responsável por doses da Astrazeneca, e pelo
Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário -
Coronavírus
29
Resolução do CNJ libera criação da Polícia Judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - República
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Uma resolução publicada pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) permite que tribunais possam criar a
Polícia Judicial. Com isso, esses policiais poderão atuar
em casos de crimes ocorridos no interior de tribunais,
instaurar "procedimentos preliminares apuratórios" e até
mesmo realizar diligências.
Segundo um levantamento do jornal O Estado de São
Paulo, o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-
2), com sede no Rio, é o primeiro do Brasil a instalar
sua polícia com base na resolução. Segundo o tribunal,
há cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-
2 e pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo.
Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5 (Nordeste) - estudam
adotar o modelo, assim como seis Tribunais de Justiça:
Sergipe, Rio Grande do Sul, Roraima, Maranhão, Acre e
Distrito Federal.
A resolução, elaborada pelo ministro Dias Toffoli,
regulamenta "o exercício do poder de polícia
administrativa no âmbito dos tribunais, dispondo sobre
as atribuições funcionais dos agentes e inspetores da
polícia judicial". Antes de sua criação, em 2020, o poder
de polícia administrativa era exercido por agentes de
segurança judiciária. Esses técnicos eram servidores
concursados e passaram a compor a Polícia Judicial.
Por isso, conforme o TRF-2, os gastos não
aumentaram.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
30
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJIsto é Dinheiro Online/Nacional - política
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Estadão Conteúdo
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar 'procedimentos preliminares
apuratórios' e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta 'o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial'.
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um 'passo
além', após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
'É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua', disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: 'caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (?) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais'.
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. 'Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da Casa.'
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem31
Conselho Nacional de Justiça - CNJIsto é Dinheiro Online/Nacional - política
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. 'Confunde-se o poder de polícia
no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia', disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. 'Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição.'
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. 'O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição', afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
32
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para
produzir imunizante contra Covid-19
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado CE Online/Ceará - Nacional
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: O Estado CE
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
se reuniu neste sábado (10) com o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, para debater a possibilidade de uso
de fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas.
Foto: Reprodução/ Internet
Também participou do encontro o senador Confúcio
Moura (MDB-RO), presidente da comissão temporária
criada para acompanhar as ações contra a Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. 'É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde', disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
'Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo', afirmou. 'É muito
importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a
união, a pacificação, o diálogo permanente, com as
soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros,
que é a pandemia.'
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal),
ordenar a instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá
'um milímetro' para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento.
Pacheco foi o articulador inicial da ideia de instituir um
comitê nacional para enfrentamento da Covid-19,
anunciado em 24 de março pelo presidente Jair
Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado CE Online/Ceará - Nacional
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê -a
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
municipais será feita por Pacheco.
Hoje, no Brasil, a produção de vacinas é feita pela
Fiocruz, responsável por doses da Astrazeneca, e pelo
Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac.
Mais conteúdo sobre: Ministro da Saúde Vacinação
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário -
Coronavírus
34
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal online - Americana (SP)/São Paulo - Política
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Por Agência Estado
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar 'procedimentos preliminares
apuratórios' e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta 'o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial'.
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um 'passo
além', após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
'É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua', disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: 'caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (?) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais'.
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. 'Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da Casa.'
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem35
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal online - Americana (SP)/São Paulo - Política
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. 'Confunde-se o poder de polícia
no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia', disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. 'Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição.'
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. 'O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição', afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
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Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna da Bahia Online/Bahia - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar "procedimentos preliminares
apuratórios" e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta "o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial".
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um "passo
além", após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
"É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua", disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: "caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (. .) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais".
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. "Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da
Casa."
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse37
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna da Bahia Online/Bahia - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. "Confunde-se o poder de
polícia no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia", disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada "Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição."
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. "O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição", afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
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Coluna Rosalie Arruda
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
domingo, 11 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Nascituro
Mais polêmica à vista. A ministra Damares, do Ministério
da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, quer
criar o Dia Nacional do Nascituro e de Conscientização
sobre os Riscos do Aborto. Para isso, abriu consulta
pública para a sociedade se manifestar até o dia 05 de
maio, pelo site www.gov.br/participamaisbrasil. A partir
disso, se cria a lei e passa então a valer a data de 08 de
outubro para as celebrações.
A ideia da criação da Lei é proteger o feto, antes de
nascer, e promover uma conscientização sobre os
riscos da prática do aborto. Ou seja, Damares quer
instituir o dia contra o aborto e a favor da vida.
'Assuntando'
Enquanto as cadeiras se mexem no Rio Grande do
Norte visando as acomodações em 2022, o presidente
da Assembleia Ezequiel Ferreira contempla o horizonte
do Seridó. Fechado com Rogério Marinho (sem partido)
para o Senado, aguarda a definição do bloco da
governadora que conversa com o PDT potiguar nos
bastidores.
Violência
desconsiderada
O Conselho Nacional de Justiça, por meio do Plano
Nacional de Atenção à Vítima, determinou a criação de
centros de atenção à vítima nos tribunais brasileiros. A
intenção é facilitar a interlocução com os movimentos de
mães de vítimas de homicídio e melhorar a formação de
magistrados e servidores para o tratamento, com
especial atenção, às violências tradicionalmente
desconsideradas como: racismo, violência sexual, trans
e homofobia.
Covid no Sistema
Prisional
O número de mortes por Covid-19 entre profissionais de
estabelecimentos de privação de liberdade acumulou
alta de 487% no último trimestre quando comparado ao
trimestre anterior, segundo o CNJ. Foram 94 novos
óbitos nos últimos três meses, contra 16 entre outubro
de 2020 e janeiro de 2021.
Atividade pesqueira
A deputada federal Natália Bonavides (PT/RN)
encaminhou requerimento ao Ministério da Agricultura e
a ministra Tereza Cristina solicitando a atualização do
Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) no Rio
Grande do Norte.
Somente no RN, de acordo com dados da Federação
dos Pescadores Artesanais, há mais de 30 mil
pescadores e apenas um terço deles possui registro
atualizado. Ou seja, cerca de 20 mil trabalhadoras e
trabalhadores estão com seu cadastro desatualizado, o
que impede que possam exercer de forma regular sua
profissão.39
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
domingo, 11 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Transporte público
Com a deficiência no transporte público estadual, a
Ebserh, que gerencia os hospitais públicos federais,
contratou a empresa KGA - Desenvolvimento e
Tecnologia, por meio da Maternidade Escola Januário
Cicco, para serviços de transporte terrestre dos
servidores, empregados e colaboradores, no âmbito do
município de Natal.
Advogados
O advogado Hagaemerson Magno é o novo diretor da
Associação Brasileira de Advogados. Ele foi nomeado
pela presidência nacional da entidade e substitui Kaio
Paiva, que estava como gestor local desde 2019.
Bolsista da CGE
A Controladoria-Geral do Estado vai realizar de 20 a 25
de abril de 2021 inscrição (via internet) em processo
seletivo para contratação de quatro pesquisadores-
bolsistas em projetos de pesquisa e inovação. O prazo
total das bolsas é de 24 meses, com valor de R$ 2 mil
reais e carga horária presencial de 30 horas semanais.
TCU condena
1ª Câmara do TCU determinou ao ex-prefeito de Alto do
Rodrigues, Abelardo Rodrigues Filho (DEM), que
restitua aos cofres públicos o valor de R$99 mil, mais
multa de R$7 mil, pela omissão no dever de prestar
contas de recursos do Programa de Ensino para Jovens
e Adultos (Peja), no exercício de 2013.
Leilão
Se você tem 'pano pras mangas' pode se interessar por
isso. A Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) vai
realizar de 13 a 15 de abril leilões para venda de
imóveis, carros de luxo, fazendas, engenhos, galpões,
terrenos e até um avião através do site
www.gracieleiloes.com.br. Os bens estão localizados
em Pernambuco.
Doses de poesia
Como forma de incentivar a produção dos artistas
locais, o Natal Shopping estampou versos de poetas
potiguares em um tapume em seu corredor no piso L2.
Desta forma, quem passa por ali pode contemplar obras
de autoria de nomes como Maíra Dal'maz, Adélia
Danielli, Anna Zêpa, Regina Azevedo, Gessyka Santos,
Eveline Sin, Marina Rabelo e Iara Carvalho. Intitulado
'Doses de poesia no seu dia', o espaço dispõe de um
QR Code onde é possível ter acesso a mais
informações sobre a ação.
Contestação
O Ministério Público do RN e a Defensoria Pública viram
"discriminação por motivo de deficiência" no decreto do
prefeito Álvaro Dias que restringiu o trânsito de idosos
durante a pandemia, como forma de resguardá-los dos
riscos de contrair o coronavírus.
... e ajuste
As promotoras recomendaram que fosse extraído do
texto: "os idosos e as demais pessoas enquadradas no
grupo de risco da Covid-19 se sujeitarão a um dever
especial de proteção, devendo restringir sua circulação,
com o uso obrigatório de proteção facial, apenas ao
deslocamento para atividades e serviços essenciais".
Para o MPRN, deve-se manter a liberdade de
locomoção, exceto durante o toque de recolher.
Dica da coluna
Para quem gosta de filme de suspense, vale a pena
conferir 'O Recepcionista', novo longa da Netflix.
A história de Bart Bromley (Tye Sheridan), um jovem
funcionário que tem síndrome de Asperger e trabalha à
noite na recepção de um hotel, longe de ser
excepcional, torna-se cativante diante da magnífica
interpretação do ator.
40
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
domingo, 11 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Na trama, uma mulher é assassinada durante o seu
turno e ele se torna o principal suspeito pelo crime.
Enquanto a investigação prossegue, Bart percebe que
precisa deter o assassino antes que ele faça sua
próxima vítima, enquanto tenta desviar do detetive.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário -
Coronavírus
41
Coluna Anelly Medeiros
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
domingo, 11 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Acúmulo de função
Um ex-motorista de carreta do Posto Frei Damião Ltda.
conseguiu na Justiça o acúmulo de função com a de
frentista. O direito foi reconhecido pela Primeira Turma
do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-
RN). Para o desembargador José Barbosa Filho, as
provas deixaram claro que, nos dias em que não estava
viajando, o motorista atendia os clientes do posto,
abastecendo os veículos, recebendo o pagamento e
entregando ao caixa.
Acúmulo de função II
Para a advogada empresarial trabalhista Janaína
Barbosa, a tarefa adicionada de frentista não é
conciliável com a de motorista, originalmente ajustada,
portanto, fere o contrato de trabalho na essência,
caracterizando, assim, acúmulo de função. Não é
vedado ao empregador a alteração unilateral das
condições de trabalho com o fito de adaptá-las às
necessidades que surgem na empresa, todavia, para
que isso tenha respaldo a atividade acrescida deve ser
condizente com a função para a qual o trabalhador foi
inicialmente contratado.
Sem justa causa
A juíza Maria Rita Manzarra de Moura Garcia, da Vara
do Trabalho de Macau (RN), homologou acordo para
que o município de Guamaré pague o valor de R$ 1,68
milhões a ex-empregados da SS Empreendimentos e
Serviços Eireli (nova denominação social - SERVITE),
que prestaram serviços à Prefeitura. O montante
disponibilizado refere-se à parte do crédito que a
empresa possui junto ao Município, relativo ao contrato
de prestação de serviços firmado entre ambos e
destina-se ao pagamento das rescisões contratuais dos
378 trabalhadores dispensados sem justa causa.
Abuso de poder
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) condenou o
juiz Marcelo Testa Baldochi, do Tribunal de Justiça do
Maranhão, à pena de disponibilidade, com proventos
proporcionais, por agir com abuso de poder durante a
cobrança de uma dívida pessoal. "As provas
constituídas nos autos sobre a prisão do devedor,
conhecido por 'Mineiro', e a apropriação de gado pelo
magistrado processado após essa prisão, revelam-se
suficientes para afirmar a prática de infração disciplinar
pelo magistrado", destacou o relator, o conselheiro Luiz
Fernando Bandeira de Mello Filho.
Advogado fica pelado em sessão do TJ-DFT
Mico grande! Um advogado que participava da sessão
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
(TJ-DFT), na última quinta-feira (8), resolveu ir ao
banheiro tomar banho, enquanto aguardava a vez de
defender o seu cliente, e ligou a câmera acidentalmente.
Imaginem o espanto! 'Só um instantinho doutor, tem um
cidadão nu', disse o desembargador Humberto Adjuto
Ulhôa interrompendo a fala do desembargador José
Jacinto Costa Carvalho.
42
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
domingo, 11 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Advogado II
O desembargador Humberto Adjuto Ulhôa chamou à
atenção dizendo que "Tem que desconectar. Esses
advogados só têm que entrar aí quando for fazer
sustentação oral. Não pode ficar passeando aí. O cara
estava nu aí na frente."O advogado foi retirado da
reunião virtual na hora e não retornou mais.
Revista abusiva
Um comerciário que trabalhou por 12 anos para os
Supermercados Mundial Ltda., no Rio de Janeiro (RJ),
tem direito a receber indenização por revista abusiva em
seus armários. A Sexta Turma do Tribunal Superior do
Trabalho negou provimento a agravo de instrumento da
empresa, que buscava rediscutir a condenação no TST.
O comerciário, cuja última função foi de operador de
perecíveis, afirmou que todos os dias, ao término do
expediente, era revistado por um fiscal de prevenção de
perdas do supermercado, que inspecionava seus
pertences dentro da bolsa, 'na frente da loja, perante os
demais funcionários e clientes". A empresa 'punha em
dúvida sua honestidade' e a dos demais empregados ao
também revistar, indistintamente, seus armários, sem
prévia autorização, com a intenção de localizar
mercadorias da loja possivelmente desviadas.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem,
necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE,
sendo de responsabilidade total do autor.
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de Justiça
43
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar "procedimentos preliminares
apuratórios" e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta "o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial".
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um "passo
além", após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
"É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua", disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: "caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (...) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais".
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. "Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da
Casa."
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse44
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna do Norte/Rio Grande do Norte - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. "Confunde-se o poder de
polícia no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia", disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. "Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição."
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. "O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição", afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão Conteúdo
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de Justiça
45
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - cotidiano
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar "procedimentos preliminares
apuratórios" e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta "o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial".
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um "passo
além", após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
"É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua", disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: "caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (...) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais".
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. "Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da
Casa."
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse46
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - cotidiano
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. "Confunde-se o poder de
polícia no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia", disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. "Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição."
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. "O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição", afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
47
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para
produzir dose contra covid-19
Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Online/Nacional - Brasil
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Autor: Folhapress
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
se reuniu neste sábado com o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, para debater a possibilidade de uso
de fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas.
Também participou do encontro o senador Confúcio
Moura (MDB-RO), presidente da comissão temporária
criada para acompanhar as ações contra a covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. "É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde", disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
"Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo", afirmou. "É muito
importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a
união, a pacificação, o diálogo permanente, com as
soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros,
que é a pandemia."
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
ordenar a instalação de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à 'Folha', Pacheco disse que não mexerá
"um milímetro" para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento.
Pacheco foi o articulador inicial da ideia de instituir um
comitê nacional para enfrentamento da covid-19,
anunciado em 24 de março pelo presidente Jair
Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê -a
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
municipais será feita por Pacheco.
Hoje, no Brasil, a produção de vacinas é feita pela
Fiocruz, responsável por doses da AstraZeneca, e pelo
Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça, Judiciário - Covid-19, Judiciário -
Coronavírus
48
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Autor: Marcelo Godoy. Colaboraram Fábio Grellet e
José Maria Tomazela e Danielle Ferreira, João Renato
Jáco
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar "procedimentos preliminares
apuratórios" e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta "o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial".
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um "passo
além", após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
"É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua", disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: "caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (...) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais".
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. "Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da
Casa."
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal49
Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Noticias
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de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. "Confunde-se o poder de
polícia no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia", disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. "Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição."
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. "O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição", afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Resolução altera composição do Fórum Nacional da Infância e da
Juventude
Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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O Plenário do Conselho Nacional de Justiça aprovou,
na última terça-feira (6/4), durante a 328ª Sessão
Ordinária, resolução que inclui representantes de cinco
entidades na composição do Fórum Nacional da
Infância e da Juventude (Foninj).
ReproduçãoResolução altera composição do Fórum
Nacional da Infância e da Juventude
A partir de agora, a Associação dos Magistrados
Brasileiros, a Associação dos Juízes Federais do Brasil,
a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho o Fórum Nacional da Justiça Protetiva e Fórum
Nacional da Justiça Juvenil terão assento no grupo.
Relatora do ato normativo, a conselheira Flávia Pessoa
destacou a importância da medida. "Tem-se que a
participação de entes da sociedade civil em muito
contribuirá para a melhoria da articulação e da
interlocução entre órgãos e atores que, diretamente ou
indiretamente, autuam na temática da Infância e da
Juventude, com o intuito de potencializar as políticas
públicas voltadas a promover garantias expressas no
artigo 227 da Constituição Federal". Com informações
da assessoria do CNJ.
0002409-41.2021.2.00.0000
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
51
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Popular/São Paulo - POLÍTICA
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Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Publicado 10/04/2021 13:00:00 - Atualizado 10/04/2021
14:21:15
Estadão Conteúdo
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar "procedimentos preliminares
apuratórios" e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta "o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial".
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um "passo
além", após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
"É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua", disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: "caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (...) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais".
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. "Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da52
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Popular/São Paulo - POLÍTICA
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Casa."
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. "Confunde-se o poder de
polícia no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia", disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. "Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição."
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. "O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição", afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Escrito por:
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
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Tribunais utilizam resolução para criar a Polícia Judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Rondoniense/Rondônia - Noticias
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Autor: Marcio Martins martins
Decisão do CNJ autoriza a abertura de apurações
preliminares e a realização de diligências sobre crimes
ocorridos dentro das Cortes
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar 'procedimentos preliminares
apuratórios' e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta 'o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial'.
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um 'passo
além', após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
'É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua', disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: 'caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (?) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais'.
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. 'Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da Casa.'
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Rondoniense/Rondônia - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. 'Confunde-se o poder de polícia
no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia', disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. 'Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição.'
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. 'O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição', afirmou.
FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO
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Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Política
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Autor: Estadão Conteúdo
Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar "procedimentos preliminares
apuratórios" e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta "o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial".
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um "passo
além", após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
"É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua", disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: "caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (...) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais".
No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. "Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da
Casa."
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia56
Conselho Nacional de Justiça - CNJGaúcha ZH/Rio Grande do Sul - Política
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
Inconstitucional
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. "Confunde-se o poder de
polícia no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia", disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada. "Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição."
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. "O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição", afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
57
Tribunais utilizam resolução para criar a polícia judicial
Conselho Nacional de Justiça - CNJJornal de Brasília/Distrito Federal - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) abriu espaço para o nascimento de um novo tipo
de polícia no País: a Polícia Judicial. Essa polícia
poderá, em casos de crimes ocorridos no interior de
tribunais, instaurar 'procedimentos preliminares
apuratórios' e até mesmo realizar diligências.
Levantamento do Estadão mostra que o Tribunal
Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), com sede no
Rio, é o primeiro do Brasil a instalar sua polícia com
base na resolução. Outros dois TRFs - o 4 (Sul) e o 5
(Nordeste) - estudam adotar o modelo, assim como seis
Tribunais de Justiça: Sergipe, Rio Grande do Sul,
Roraima, Maranhão, Acre e Distrito Federal.
A resolução 344 é de 2020. Elaborada na gestão do
ministro Dias Toffoli, ela regulamenta 'o exercício do
poder de polícia administrativa no âmbito dos tribunais,
dispondo sobre as atribuições funcionais dos agentes e
inspetores da polícia judicial'.
Sob críticas, a publicação da resolução foi vista por
especialistas como um risco à democracia e um 'passo
além', após o Supremo Tribunal Federal ampliar suas
atribuições para investigar crimes cometidos também os
contra ministros, no chamado inquérito da fake news.
Neste, porém, as diligências são feitas pela Polícia
Federal, a pedido do relator, o ministro Alexandre de
Moraes.
'É um passo além. Estão criando uma polícia própria
para chamar de sua', disse o professor Floriano de
Azevedo Marques, diretor da Faculdade de Direito da
USP. Com a resolução, nas apurações, as diligências
poderão ser feitas pela Polícia Judicial, inspirada na
Polícia Legislativa. O artigo 2.º diz: 'caso sejam
necessárias à instrução do procedimento apuratório
preliminar (. .) poderá a autoridade judicial determinar
aos agentes e inspetores da polícia judicial a realização
de diligências de caráter assecuratório que se entendam
essenciais'.
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No Rio, o TRF-2 informou que já tem Polícia Judicial
criada nos moldes da resolução. Segundo o tribunal, há
cerca de 230 agentes distribuídos pela sede do TRF-2 e
pelas Seções Judiciárias do Rio e Espírito Santo. Antes
de sua criação, em 2020, o poder de polícia
administrativa era exercido por agentes de segurança
judiciária. Esses técnicos eram servidores concursados
e passaram a compor a Polícia Judicial. Por isso,
conforme o tribunal, os gastos não aumentaram.
Um dos tribunais que estudam adotar a medida, o TJ-
DF afirmou que possui 300 servidores com
especialidade em segurança. 'Atualmente, as funções
de segurança institucional são exercidas com apoio de
agentes e inspetores de segurança judiciária, os quais
possuem competência para efetuar prisões, sejam em
flagrante delito, sejam as determinadas por autoridade
judicial, na esfera da competência jurisdicional da Casa.'
Segundo a desembargadora Ivana David, do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os magistrados
sempre detiveram o chamado poder de polícia
administrativa, que é a autoridade para manter a ordem58
Conselho Nacional de Justiça - CNJJornal de Brasília/Distrito Federal - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021CNJ - Conselho Nacional de Justiça
nos tribunais. A presidência do TJ de São Paulo disse
que não pensa em criar a Polícia Judicial. A segurança
de desembargadores e das dependências da Corte é
feita pela Polícia Militar.
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'Inconstitucional'
Nenhum tribunal consultado abriu até agora apuração
com base na resolução. 'Confunde-se o poder de polícia
no âmbito da competência administrativa com o
exercício concreto de polícia', disse Azevedo Marques.
Para ele, a resolução pode ser contestada 'Como as
polícias têm assento constitucional, a norma é
inconstitucional, pois cria polícia que não está prevista
na Constituição.'
O delegado Henrique Hoffmann, professor da Escola da
Magistratura do Paraná, também não vê previsão legal
para a nova polícia. 'O princípio da legalidade diz que a
autoridade só pode fazer o que está expressamente
autorizado em lei. Não adianta a resolução estabelecer
algo sem previsão legal. O que está sendo aberto é
mais uma possibilidade de investigação sem
autorização da Constituição', afirmou. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho Nacional
de Justiça
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Conta de Bolsonaro com Centrão só cresce
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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Autor: Jorge VasconcellosIngrid Soares
Os projetos políticos do presidente Jair Bolsonaro
sofreram um abalo com a iminente instalação da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a
apurar a atuação do governo na pandemia da covid-19.
A ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal (STF), para o Senado instalar o
colegiado rompeu a blindagem do mandatário, que tem
aliados à frente das duas Casas do Congresso e conta
com o apoio do Centrão, bloco partidário que detém
postos importantes no Executivo. Com a popularidade
em queda e ante o risco de desgastes com as
investigações da CPI, o presidente, talvez, precise
pagar uma fatura ainda maior para manter essa
sustentação, com mudanças em mais ministérios e a
concessão de outras contrapartidas.
Bolsonaro tem colhido os frutos da opção que fez de
politizar as discussões sobre a pandemia, confrontando
governadores, prefeitos e a comunidade científica. O
presidente vem colecionando uma série de derrotas
políticas e judiciais, por tentar sobrepor suas posições
pessoais ao dever de liderar um esforço nacional para o
país vencer a crise. Na sexta-feira, ao atacar e desafiar
Barroso, o presidente deixou transparecer que sentiu o
golpe da ordem judicial -- e, de "bônus", aumentou o
fosso entre o Palácio do Planalto e o STF, além de
conquistar a antipatia de vastos setores do Judiciário,
como verbalizou a Associação dos Juízes Federais
(Ajufe) em nota.
A decisão do ministro foi tomada no momento em que o
presidente esperava colher os frutos da recente reforma
em seis ministérios. Entre outras mudanças, ela levou o
Centrão a despachar nos gabinetes vizinhos ao seu,
com a nomeação da deputada Flávia Arruda (PL-DF)
como chefe da Secretaria de Governo.
Mesmo após a posse da ministra, porém, a avaliação
dentro do Centrão, conforme parlamentares ouvidos
pelo Correio, é de que, com o enfraquecimento político
do governo e o aprofundamento da crise, o presidente
terá que fazer mais concessões se quiser manter o
apoio no Congresso e formar alianças para disputar a
reeleição em 2022. Agora, com o fantasma da CPI
batendo à porta, essa barganha deverá ser ainda mais
dura.
Na última sexta-feira, um dia depois da ordem de
Barroso para o Senado instalar a comissão de inquérito,
o Centrão já deu demonstrações de que pode ajudar
Bolsonaro em mais um momento difícil. O senador Ciro
Nogueira (PI), presidente do Progressistas, passou a
fazer pressões para que a investigação parlamentar não
se atenha só à atuação federal na pandemia, mas
também alcance governadores e prefeitos. É o mesmo
discurso de Bolsonaro, que defende que a CPI
investigue gestores locais suspeitos de desviar recursos
da saúde.
Além da CPI, um outro componente que deve dar mais
cacife político ao Centrão -- um bloco formado por
legendas como Progressistas, PL, PSD, PTB, PROS,
PSC, Avante e Patriota -- é o assédio de virtuais
adversários de Bolsonaro na corrida presidencial do ano
que vem. O PSD do ex-ministro Gilberto Kassab, por60
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
exemplo, é um dos alvos preferenciais do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lista de desejosTendo o presidente da Câmara, Arthur
Lira (Progressistas-AL), como um de seus principais
líderes, o Centrão mira posições de peso na
administração federal. Estão no alvo, por exemplo, os
comandos dos ministérios do Turismo, de Minas e
Energia, da Educação e possíveis desmembramentos
nas superpastas da Economia e da Infraestrutura,
chefiadas, respectivamente, por Paulo Guedes e
Tarcísio de Freitas. Há também uma articulação do
bloco pela criação do Ministério da Integração Nacional.
Para o cientista político Rodrigo Prando, da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, o apetite do
Centrão aumenta a cada dia com Bolsonaro acuado e
em seu pior momento. "O Centrão começou a cobrar a
demissão do Ernesto (Araújo, ex-chanceler) e ele foi
demitido. Conseguiu colocar uma deputada de primeiro
mandato para despachar seus interesses. Com a
possibilidade de uma CPI, o preço político do Centrão
fica maior. Quanto mais ganha, mais quer", observa.
Prando explica que a CPI da covid é um grande revés
para o governo, pois enfraquece e coloca Bolsonaro nas
cordas. "Vai convocar ex-ministros da pasta, médicos
renomados, especialistas, governadores. Uma CPI bem
conduzida traz problemas, porém, quem tem a caneta
na mão, recursos, cargos, pode conseguir diminuir a
intensidade e anular alguma ação política. O governo
está fragilizado, no pior momento e, ainda assim, não
aprende com os erros", explicou.
Pouco mais de dois anos depois de assumir a
Presidência da República com a promessa de acabar
com a velha política, Bolsonaro depende cada vez mais
do "toma lá dá cá" para garantir a sobrevivência do seu
governo e conseguir um segundo mandato. Um dos
interlocutores frequentes do presidente, o deputado
Bibo Nunes (PSL-RS), considera que não houve um
abandono das promessas de campanha. Embora o
chefe do governo tenha sido deputado federal por 28
anos, Nunes disse que o aliado não tinha conhecimento
da realidade política.
"O presidente Bolsonaro, quando chegou ao poder, viu
como é a realidade. E, aí, teve que se adaptar para ter
governabilidade. Se é um aliado, tem que participar do
governo, o que é natural. O presidente tinha uma ideia,
chegou lá, viu que não era tão fácil assim e tocou a
realidade ao seu estilo, bem diferente do antigo 'toma lá
dá cá'. O que eu acho normal", diz.
Novo ataque ao Supremo
Ainda irritado com a decisão do ministro Luís Roberto
Barroso de determinar a instalação, pelo Senado, da
CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro voltou a
criticar, ontem, o Supremo Tribunal Federal. Ele
atacou a decisão da Corte de determinar o fechamento
de templos religiosos em todo o país, em razão da
pandemia de covid-19. Para ele, é o "absurdo dos
absurdos".
"Lamento os superpoderes que o Supremo Tribunal
Federal deu a governadores e prefeitos para fechar,
inclusive, salas, igrejas, de cultos religiosos. É um
absurdo dos absurdos. É o artigo quinto da
Constituição. Não vale o artigo quinto da Constituição,
não está valendo mais. Está valendo o decreto do
governador lá na frente", reclamou, durante a visita à
casa de imigrantes venezuelanos moradores de São
Sebastião, no Distrito Federal.
Bolsonaro voltou a insistir que o Exército -- que
novamente classificou como "meu Exército" -- não
atuará para assegurar lockdowns, caso sejam
decretados em estados e municípios. "Eu tenho o poder
de, numa canetada, fazer um lockdown no Brasil todo,
mas isso não será feito. O nosso Exército não vai para a
rua para obrigar o povo a ficar em casa. Quem está
fazendo isso tudo são governadores e alguns prefeitos.
Eu acho que chegou no limite, essa política não está
dando certo".
E acrescentou: "Nosso Exército nunca irá à rua para
forçar você a ficar em casa. Nunca. O nosso Exército
(não) fará qualquer coisa contra a liberdade individual
de vocês. E vocês sabem que, em todos os momentos61
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
que vocês precisaram das Forças Armadas do Brasil,
elas estiveram do seu lado e não ao lado de possíveis
governantes com viés ditatorial", disse. (IS)
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário,
Judiciário - STF
62
Moraes: Supremo respeita e exige respeito
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), disse, ontem, que a decisão individual
do colega de Corte Luís Roberto Barroso, que mandou
o Senado Federal abrir a CPI da covid-19 para
investigar a gestão da pandemia pelo governo federal,
foi tomada por "obrigação". E classificou a reação do
presidente Jair Bolsonaro como "lamentável".
"É lamentável a forma e o conteúdo das ofensas
pessoais que foram dirigidas ao ministro Luís Roberto
Barroso. É um conteúdo falso, absolutamente
equivocado, mas a forma também, a forma grosseira, a
forma descabida de relacionamento entre os Poderes.
Quem quer respeito deve respeitar também. O
Supremo Tribunal Federal respeita o Poder Executivo,
respeita o Poder Legislativo e exige respeito de ambos",
criticou Moraes, em transmissão ao vivo promovida pelo
grupo Prerrogativas para discutir o papel do tribunal na
defesa da democracia.
Ele também repreendeu os ataques ao colega, dirigidos
por apoiadores do governo e pelo próprio presidente
Jair Bolsonaro, que acusou Barroso de fazer "militância
política" e "politicalha". "Decisões judiciais nós podemos
discordar, criticar acidamente, recorrer. Agora, uma
decisão judicial fundamentada, pública, transparente,
não cria o direito de ninguém ofender da forma que se
ofendeu o ministro Luís Roberto Barroso. Lamentáveis
as agressões, que acabaram se multiplicando por
fanáticos milicianos digitais", salientou.
Moraes procurou deixar claro que o Poder Judiciário
age somente quando provocado e que, por esta
característica, não pode se omitir. "O Poder Judiciário
é inerte, mas não pode ser omisso. Tem que decidir,
com base na Constituição. Nesse caso específico, o
ministro Luís Roberto Barroso foi provocado, via
mandado de segurança, por vários senadores. A
função, a obrigação era analisar a concessão ou não da
liminar", afirmou.
Enquanto Barroso tem evitado dar declarações públicas
sobre o assunto, o STF divulgou, na última sexta-feira,
uma nota para defender a legalidade da decisão.
Moraes disse que todos os integrantes da Corte foram
consultados sobre o texto e sublinhou que as relações
harmônicas entre os Poderes exigem respeito.
"Nós podemos concordar ou discordar da decisão, mas
é assim que funciona o mecanismo judiciário. Não foi o
ministro Luís Roberto Barroso que acordou de manhã e
disse: estou com vontade de instalar uma CPI",
observou.
"É lamentável a forma e o conteúdo das ofensas
pessoais que foram dirigidas ao ministro Luís Roberto
Barroso. Quem quer respeito deve respeitar também. O
Supremo Tribunal Federal respeita o Poder Executivo,
respeita o Poder Legislativo e exige respeito de ambos"
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal
Federal
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Judiciário - STF
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Praça dos Dois Poderes
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Esportes
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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Autor: Marcos Paulo Lima
Apraça do povo é dos Três Poderes. A praça da final
sem torcida, dos dois clubes mais poderosos do país.
Vazio nas arquibancadas devido à pandemia, mas cheio
de ingredientes nas quatro linhas para a receita de uma
saborosa iguaria, o Mané Garrincha servirá pelo
segundo ano consecutivo, hoje, no banquete das 11h, a
quarta edição da Supercopa do Brasil.
Lançado em 1990 e 1991, abandonado por 29 anos e
ressuscitado no ano passado, o torneio tradicional no
cardápio das ligas nacionais da Europa tem tudo para
colar em gramados tupiniquins. Na abertura desta
temporada, opõe os campeões de 2020 do Brasileirão,
Flamengo, do atacante Gabi; e da Copa do Brasil,
Palmeiras, liderado pelo goleiro Weverton.
É impossível dissociar os candidatos ao título, em jogo
único, com decisão por pênaltis se houver empate no
tempo normal, do contexto político da capital. Os
tentáculos de Flamengo e Palmeiras vão muito além da
montagem de elencos e times milionários. Ambos estão
entre os maiores lobistas do futebol nacional. Jogam
livres, leves e soltos na esfera pública de Brasília.
Apesar de trocar camisa de time como quem muda de
roupa, o presidente da República, Jair Bolsonaro, é
torcedor do Palmeiras. Participou da festa do título da
Série A, em 2018, após derrotar o petista Fernando
Haddad nas eleições, no gramado do Allianz Parque.
Vira-casaca, também usou farda rubro-negra, no Mané
Garrincha, para atrair a simpatia do clube mais popular
do país. Deu até "manto sagrado" para o presidente da
China, Xi Jinping, em Pequim.
O governador do DF, Ibaneis Rocha, é torcedor do
Flamengo daqueles de tirar o jatinho particular do
hangar para ver jogo da Libertadores. Em 2019, chefiou
a delegação, no Equador. Na final do torneio, licenciou-
se do Buriti para ir ao Peru testemunhar a conquista do
bi.
A diretoria do Flamengo tem passe livre no Palácio do
Planalto. Foi até criticada pela cúpula do Palmeiras por
forçar a volta do futebol e a criação da Medida
Provisória do Mandante (MP 984/2020) em meio à
pandemia. Meses depois, o clube paulista pegou carona
na abertura política e liderou caravana com outros sete
clubes até o gabinete de Bolsonaro.
Flamengo e Palmeiras movimentam-se com facilidade
no poder executivo, mas também são articulados no
legislativo. Fazem tabelinhas no Programa de
Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal
do Futebol Brasileiro (Profut). A suspensão do
pagamento das dívidas na pandemia tem influência
deles. Também acompanham com lupa a confecção de
uma nova MP do Mandante. A anterior, feita a trancos e
barrancos, caducou no Congresso Nacional.
Os dois clubes são fortes, ainda, no poder judiciário.
Na última quinta-feira, o Tribunal Federal da 1ª Região
(TRF1) determinou novo lockdown no DF. Impedia a
Supercopa do Brasil e rejeitou recurso. O GDF apelou
ao Superior Tribunal de Justiça. O processo caiu nas
mãos do presidente do STJ, Humberto Martins. A64
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Esportes
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
caneta do ministro liberou a decisão em Brasília.
Os protagonistas da Supercopa também transitam
facilmente no mercado financeiro público e privado.
Graças ao governador rubro-negro Ibaneis Rocha, o
Flamengo tem a vida econômica turbinada pelo Banco
de Brasília -- parceiro estatal máster da camisa.
Patrocinado pela Crefisa, o Palmeiras tenta aumentar a
exposição da marca justamente na casa do BRB. Por
sinal, dinheiro não falta à CBF. O campeão fatura R$ 5
milhões. O vice, R$ 2 milhões.
O que esperar do jogo?
O jogo será um choque de estilos, de propostas na linha
do que foi Bayern x PSG. O Flamengo versão 2021 já
deixou claro que tem o objetivo de "morar" no campo
adversário, jamais abrir mão da bola, criar situações
seguidas de gol e, assim, vencer os jogos. O Palmeiras
será o mesmo de 2020, como demonstrou na vitória
sobre o Defensa y Justicia, quarta-feira, fechado e até
acuado em determinados momentos do cotejo, mesmo
diante de um oponente inferior tecnicamente. O jogo
poderá ter um grande impacto nas discussões se a
imposição rubro-negra prevalecer. Caso contrário,
sairão até das tumbas os negacionistas da bola, os
defensores do jogo da rejeição à pelota, do
pragmatismo, de tudo o que impera no futebol praticado
no país desde o começo do século, pelo menos.
Mauro Cezar Pereira é blogueiro do UOL, colunista do
Estadão e comanda o canal do Mauro Cezar no
YouTube
O que esperar do jogo?
A Supercopa não é tradição no Brasil, mas tem tudo
para ser um torneio muito legal. Entenda, muito bacana.
Não é base para nada. Na Inglaterra, festeja-se o início
da nova temporada, como um torneio de preparação,
não como objetivo. Em 2017, José Mourinho festejou o
título da Liga Europa levantando três dedos, em
referência aos três troféus conquistados. Um deles, a
Community Shield, a Supercopa inglesa. Não foi levado
a sério. A Supercopa é o início, não é o objetivo final.
Na Espanha, no início da década de 2000, Real Madrid
e Barcelona duelavam com ódio, em busca do troféu da
Supercopa. Era mais uma briga Guardiola x Mourinho.
Na temporada passada, o Athletic Bilbao venceu. Não
quis dizer nada, nem que a temporada seria boa nem
ruim. Perdeu a final da Copa do Rey para a Real
Sociedad. Tudo isso mostra que o Brasil terá de
construir uma história com a Supercopa a partir de
agora. Flamengo e Palmeiras esboçam uma rivalidade
que não é a maior do país. Longe, bem longe disso.
Não contabilize como um título nacional. É o início da
temporada. É muito mais uma festa do que a exposição
de uma raiva sobre um rival.
Paulo Vinicius Coelho, o PVC, é comentarista do Grupo
Globo, blogueiro do GE e colunista da Folha de S. Paulo
e rádio CBN
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário
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Elio Gaspari - O governo já soube lidar com epidemia
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: Elio Gaspari
Sérgio Buarque de Holanda já ensinou: conservador é
uma coisa, atrasado é outra. Bolsonaro e seu pelotão
têm os dois pés no atraso. Outrodiao jornal francês Le
Monde publicou uma reportagem que faria a alegria do
general Eduardo Ramos, aquele que não gosta de
fotografias de sepultamentos. Louvava a campanha de
vacinação brasileira que imunizou8o milhões de
pessoas em poucos meses com uma mistura de
'ambição, audácia e paixão" Só que isso aconteceu
em1975, quando o Brasil estava numa ditadura que
tinha o outro pé no progresso.
A reportagem está no site do jornal (só para
assinantes), mas na rede há um trabalho que conta a
história da fabricação de uma vacina contra a meningite
pelo laboratório francês Mérieux ('Histoire du
développement, de la production, et de Vutilisation du
vacein contre la méningite A (1963-1975)', de Baptiste
Baylac-Paouly).
Ema1973, quando a epidemia de meningiteainda era
chamadade surtono Brasil, o laboratório francês testava
uma vacinaea aplicava com sucesso na África. No ano
seguinte, a ditadura lidou com a doença.
O pé fincado no atraso, tendo reconhecido a epidemia
(2. 000 casos em São Paulo), chamavaas notícias de
'alarmantes'. Em julho do ano seguinte, a censura vetou
uma longa reportagem de Clóvis Rossi. Ela falava de
200 pessoas mortas naquele mês.
Como pé que tinha no progresso, em agosto o ministro
da Saúde, Paulo de Almeida Machado, foi a Lyon, onde
ficava a sede do Mérieux. Em São Paulo morriam 20
pessoas por dia no hospital Emílio Ribas. Sem apostas
em tratamentos precoces ou parolagens, o Brasil correu
atrás da vacina, que só era produzida pelo Mérieux.
Tratava-se de imunizar 8o milhões de pessoas. Não se
discutiram detalhes nem dinheiro. Os dois lados
confiaram na boa-fé.
O laboratório de Lyon não tinha instalações para
produzir 60 milhões de vacinas em menos de um ano.
Tratava-se de multiplicar por cem sua capacidade. Fez
as obras e começou a operar em 9o dias. Em meados
de setembro (um mês depois da visita de Almeida
Machado), remanejando estoques, despachou dois
milhões de vacinas e começou a imunização de 500 mil
crianças em São Paulo.
O governo começou uma campanha nacional e em12
dias de janeiro de 1975 foram vacinadas quatro milhões
de pessoas no Rio. No Carnaval daquele ano, os casos
de meningite na cidade começaram a cair. O Mérieux
associou-se ao Instituto Oswaldo Cruz, e produziram
dez milhões de vacinas por mês. Em abril (nove meses
depois da ida de Almeida Machado a Lyon), começou a
vacinação em São Paulo e em cinco dias foram
vacinados 10, 3 milhões de pessoas.
Em julho de 1975 o Brasil tinha recebido 90 milhões de
vacinas. Estava concluído um dos maiores programas
de vacinação em massa do mundo.
Como a ditadura tinha um pé no progresso e outro no66
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
atraso, um mês antes da ida de Almeida Machado a
Lyon para descascar o abacaxi, o Serviço Nacional de
Informações reclamava das tais 'notícias alarmantes'
'Esses fatos, constantemente explorados pelos meios
de comunicação social, e, em particular, as sucessivas
notícias divulgadas sobre a existência de doenças
graves, principalmente sobre a meningite, normalmente
acompanhados de boatos, poderão criar ou manter a
população em estado de insegurança, intranquilidade e
apreensão, que pressupõe uma falsa noção de que,
quando houver necessidade, não se contará com
assistência médica, hospitalar ou preventiva por parte
dos setores responsáveis do país'.
Passou o tempo, a epidemia é outra eo atraso
prevaleceu. Eremildo, o idiota Eremildo é um idiota e
sempre acreditou em todas as teorias de conspiração
de Ubaldo, o Paranoico, inesquecível personagem do
humorista Henfil.
Quando o idiota soube que o governo tem planos para
transformar o prédio do Museu Nacional, no Rio, num
simulacro de Palácio Imperial, teve seu momento de
Ubaldo, associando paranoia à sua cretinice.
A paranoia seria a seguinte: como em 2022 comemora-
se o bicentenário da Independência e em São Paulo
será reinaugurado o Museu do Ipiranga, seria
aconselhável evitar que o governador João Doria (o da
vacina chinesa que não seria comprada) sediasse uma
festa.
A cretinice é outra.
Antes de pegar fogo, em2018, o Museu Nacional
funcionava no casarão onde moraram dom João 6º e os
dois dom Pedro. No incêndio, as poucas lembranças
dos imperadores viraram cinzas. Do prédio, sobrou
parte da carcaça da edificação que um mercador de
negros escravizados doou (ou foi obrigado a doar) a
dom João. Ademais, o que havia ali era um museu de
história natural, com meteorito, múmias e objetos
indígenas.
Museu Imperial, o Brasil já tem um, e é muito bom. Fica
em Petrópolis, no casarão onde dom Pedro 2º se
protegia do calor e das epidemias. Lá estão seu trono,
sua coroa, as carruagens e a luneta com que via as
estrelas. Não há por que mexer nele.
Tirar peças de um acervo para satisfazer vaidades
políticas é oportunismo.
BBB no Supremo
Em julho, Bolsonaro indicará o substituto do ministro
Mar co Aurélio Mello para a vaga no Supremo Tribunal
Federal.
Essa escolha era feita com discrição, comparando-se
currículos, mas as coisas mudaram. O procurador geral
Augusto Aras e o advogado-geral da União, André
Mendonça, disputam a vaga com tamanha ferocidade
que o espetáculo assemelha-se às disputas do
programa BBB, para ver quem vai para o paredão.
Privataria na pandemia A pandemia estimulou a
mobilização de empresários para colaborar com a
saúde pública. Estimulou também a entrada de
vigaristas.
Basta lembrar o aparecimento de duas girafas. No ano
passado havia um inglês oferecendo 40 milhões de
testes por mês. Em janeiro, apareceram 33 milhões de
vacinas da AstraZeneca que seriam intermediadas por
um fundo a um consórcio de empresas que repassariam
metade ao SUS e ficariam com a outra parte. A dose
sairia a US$ 23, 79, enquanto no mercado ela custava
US$ 5, 25. A AstraZeneca disse que não vendia as
vacinas e o fundo denunciou a malandragem.
Finalmente, em março, vigaristas arrebanharam otários
para serem vacinados clandestinamente numa garagem
da Viação Saritur, em Belo Horizonte. Cada um pagou
R$ 600 (cerca de US$100) pela picada. A enfermeira-
frentista esteve presa, e os otários esconderam-se.
Em princípio, empresário entende de dinheiro. Quem
quiser meter sua reputação nessas aventuras deve
saber que elas têm duas balizas: numa ponta ficou o
Itaú Unibanco, que tirou R$ 1 bilhão do seu caixa,67
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
formou um conselho e deu-lhe poderes para distribuir o
dinheiro. Na outra está a turma da garagem da Saritur.
No meio ficam as girafas dos testes ingleses, das
vacinas do consórcio, dos projetos de isenções
tributárias, leitos privatizados e outros avanços na Bolsa
da Viúva.
Como dizem os crupiês: façam seu jogo, senhores.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
68
Incompetência da Vara de Curitiba é limitada
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: Marcelo Rocha
brasília Ainda pendente de análise no plenário do STF
(Supremo Tribunal Federal), a decisão do ministro
Edson Fachin de retirar da 13ª Vara Federal de Curitiba
as ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) faz parte de um conjunto de casos da
Lava Jato transferidos do Paraná para outras
localidades do país nos últimos anos.
Situações envolvendo, entre outros investigados, os ex-
ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo ou caciques
do MDB também deixaram de ser processadas na vara
responsável pela operação após o tribunal concluir, em
deliberações colegiadas, que ela não tinha competência
para conduzi-las.
Até o fim de 2018, o titular da 13ª Vara era o então juiz
Sérgio Moro, depois ministro da Justiça do governo Jair
Bolsonaro (sem partido).
O julgamento no Supremo está marcado para a próxima
quarta-feira (14). Integrantes da corte e criminalistas
avaliam que, por se tratar de tema sem grande
controvérsia, a margem para interpretações é estreita e
a possiblidade de repercutir sobre outras apurações,
limitada.
A análise do tribunal, porém, mexe no jogo eleitoral.
Duas condenações impostas ao ex-presidente, j á
confirmadas em instâncias superiores, foram
derrubadas com o despacho de Fachin, devolvendo ao
petista os direitos políticos. Isso eleva o grau de
incerteza sobre o debate a ser travado pelos 11
ministros.
Para os críticos da Lava Jato e aliados de Lida, a
decisão de Fachin foi tomada tardiamente, tendo como
principal consequência a prisão do petista em 2018.
Lava-jatistas, por sua vez, destacaram o risco de as
acusações prescreverem, uma vez que as ações penais
terão de recomeçar do zero em Brasília.
Nos últimos cinco anos, em mais de uma dúzia de
casos, seja no plenário, seja na Segunda Turma, o
colegiado encarregado da Lava Jato, o Supremo aplicou
o raciocínio usado por Fachin em relação aos processos
de Lida: a 13ª Vara não p ode conduzir investigações
sem conexão direta com desvios na Petrobras.
"Aplico aqui o entendimento majoritário que veio se
formando e agora já se consolidou no colegiado
[Segunda Turma]. E o faço por respeito à maioria, sem
embargo de que restei vencido em numerosos
julgamentos", afirmou Fachin na decisão.
Ele citou precedentes na peça de 46 páginas. Entre eles
está o caso sobre irregularidades no Ministério do
Planejamento envolvendo a presidente nacional do PT e
deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-ministro
Paulo Bernardo. A parte relativa às pessoas sem
prerrogativa de foro foi remetida para São Paulo.
O STF enviou para São Paulo e Brasília acusações
contra o ex-ministro Guido Mantega, titular da Fazenda
no s governos Lula e Dilma Rousseff Assim também69
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
procedeu para fixar na capital do país a tramitação de
ações penais contra os envolvidos nos chamados
quadrilhão do PT e do MDB, ou processos relacionados
a desvios naTranspetro, subsidiária da Petrobras.
"O excesso de atribuição de Curitiba vem, aos poucos,
sendo reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal",
afirmou o criminalista Pierpaolo Bottini. "Ainda que a
conta-gotas, é o reconhecimento das regras de
competência previstas no Código do Processo Penal."
O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região),
instância revisora das decisões da Justiça Federal no
Paraná, também incorpora a questão em sua
jurisprudência e retirou um caso da 13a Vara após
analisar um habeas corpus. O caso envolve Fábio Luís
Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente.
Conhecido como Lulinha, ele foi investigado pela força-
tarefa da Lava Jato em Curitiba sob a suspeita de
receber valores ilegais de empresas de telefonia.
O tribunal determinou o envio para a Justiça Federal de
São Paulo, sede da Gamecorp, empresa em que
Lulinha foi sócio, por intermédio da qual teriam sido
feitas as transferências ilegais.
Advogado de Fábio Luís no caso, Fábio Toffic Simantob
disse que a competência da Lava Jato de Curitib a
atrelada à Petrobras é tema pacificado.
"Você pode, sim, discutir se há ou não Petrobras
envolvida no caso concreto", afirmou o criminalista, para
quem a análise sobre o caso Lula cabería à Segunda
Turma. "Qual seria a questão relevante a demandar o
plenário? O envio ao pleno deve ser motivado por
questão jurídica relevante."
Ao recorrer da decisão de Fachin, a subprocuradora-
geral da República Lindôra Araújo argumentou que a
LavaJato apontou crimes praticados no âmbito do
esquema criminoso que pilhou a Petrobras.
Segundo a acusação, contratos da estatal com a
construtora OAS estão na origem de valores ilícitos para
Lula.
A denúncia, frisou a representante do Ministério Público
Federal, relata elos entre os contratos da OAS com a
Petrobras e a vantagem ilícita obtida por Lula. "Há de
ser preservada a competência do juízo de origem",
afirmou Lindôra.
A defesa do ex-presidente afirmou que aguarda a
manutenção da decisão de Fachin que retirou os
processos da 13ª Vara Federal de Curitiba.
"[A 13a Vara] Sempre foi apontada pela defesa como
incompetente para julgar os casos", disseram Cristiano
Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, em nota
enviada pela assessoria do petista.
"[A decisão] está amplamente fundamentada em
critérios estabelecidos pelo plenário do STF e que foram
reafirmados em cerca de duas dezenas de diferentes
casos julgados na Segunda Turma."
Os advogados disseram ainda que pediram ao Supremo
que o recurso da PGR seja julgado pela Segunda
Turma, e não pelo plenário.
Procurados, Moro e a Procuradoria da República no
Paraná não quiseram se manifestar sobre o assunto.
STF julgará decisão de Fachin pró-Lula
O que será julgado?
A decisão de transferir da 13ª Vara Federal de Curitiba
quatro ações penais contra Lula na Operação Lava Jato
Porque Fachin tomou essa decisão?
O relator entendeu que a 13ª Vara não tem atribuição
para processar o petista porque as acusações não têm
relação com os desvios na Petrobras. Em linguagem
técnica, não tem competência jurisdicional
Quais as consequências da decisão?
O despacho de Fachin anulou todos os atos e decisões70
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tomadas em quatro processos contra o ex-presidente
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71
A lorota do comitê
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Opinião
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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Durante um dos surtos de indignação do pais contra o
desgoverno do combate à epidemia, Jair Bolsonaro
anunciou a criação de um comitê de integrantes dos três
Poderes a fim de atenuar o problema. Ao que tudo
indica, tratava-se apenas de permitir que o presidente
escapulisse das críticas, escamoteasse sua
responsabilidade pelo desastre e iludisse a opinião
pública com nova promessa de coordenação sanitária
nacional, com diálogo federativo e observância do
aconselhamento científico.
Bolsonaro teve algum sucesso. Conseguiu a
cumplicidade do comando do Congresso, fez
propaganda para seus seguidores e abafou por uns dias
parte das críticas.
O Comitê de Coordenação Nacional para
Enfrentamento da Pandemia daCovid-19, anunciado em
24 de março e criado por decreto no dia seguinte, por
ora não passa de mais uma farsa para desviar a
atenção da incompetência e das sabotagens
presidenciais.
No anúncio dos resultados da primeira reunião do
comitê, de 31 de março, os presidentes do Senado,
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira (PP-AL) , preferiram dar ênfase à
propaganda de projetos para facilitar a compra de
vacinas pela iniciativa privada e ao financiamento
privado de leitos de UTI com incentivo tributário.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que teria
autonomia técnica, que enfrentaria os problemas de
escassez de insumos e vacinas e que estava criando
uma "secretaria extraordinária" para a epidemia, com o
que reuniria os maiores especialistas no assunto.
O comitê reuniu-se uma vez. Segundo Bolsonaro, as
reuniões seriam semanais. Ainda no mesmo dia do
anúncio da criação do grupo, o mandatário retomou o
ataque ao distanciamento social.
Não houve anúncio de oferta de mais vacinas - a
vacinação depende em larga medida das doses do
Butantan. Os estoques de medicamentos e
equipamentos de tratamento intensivo escasseiam.
O ministro não propôs política de coordenação nacional
ou mudança de rumos, nem demonstrou sua
"autonomia técnica". Parte da indignação nacional
tomou a forma de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito a ser instalada por determinação do
Judiciário.
Como se disse aqui, as CPIs dos últimos tempos
conseguiram mais barulho do que resultados palpáveis.
O Congresso não precisa desse instrumento
extraordinário para fiscalizar e até investigar as ações
do Executivo. Basta que seu comando não se omita
nem se deixe cooptar pelo Palácio do Planalto.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário
72
Fé em tempos de pandemia
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Ilustríssima
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: Anna Virgínia Balloussier
[resumo] Debate sobre liberação ou não de cultos e
missas presenciais na pandemia, que chegou ao STF,
divide os grupos religiosos e renova um dilema milenar
da humanidade a respeito de socorro espiritual e
responsabilidade social em tempos de catástrofes
sanitárias
"A Bíblia diz que quem tem fôlego louve ao Senhor,
então vamos louvar ao Senhor dentro do ônibus", disse
o pastor Eduardo Silva em março, até então o mês mais
letal de uma pandemia que clama o fôlego de suas
vítimas.
O estado de São Paulo, a mando do governador João
Doria (PSDB), havia paralisado atividades religiosas. Foi
aí que o líder de um pequeno ministério evangélico na
capital paulistana, o Aviva, abarrotou um ônibus de fiéis
e, em afronta registrada em vídeo ao decreto estadual,
celebrou ali mesmo seu culto - não havia impedimento
para tais atos em transportes coletivos.
Em movimento estava também o lobby evangélico que
culminou, na véspera da Páscoa, na liberação de
práticas presenciais de fé no país em meio à chacina
viral da Covid-19. A decisão partiu do ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques,
que reagiu a uma ação proposta pela Anajure
(Associação Nacional de Juristas Evangélicos).
Dois dias depois, o colega Gilmar Mendes se agregou
ao script judicial, validando a constitucionalidade do
decreto paulista que vetava reuniões religiosas. O
debate foi levado ao plenário da corte e, na quinta-feira
(8), a maioria dos ministros decidiu que estados e
municípios podem barrar cultos e missas.
A Covid-19 arrastou para o século 21 um dilema que
perseguiu a humanidade em outras catástrofes
sanitárias: fechar templos quando o socorro espiritual é
mais do que nunca necessário ou abri-los e destrancar
o caminho para um patógeno descarrilado em sua
sanha mortífera?
Amais apocalíptica das previsões para o flagelo atual
desbota perto do estrago que a peste negra fez no
século 14. Estima-se que a doença dizimou entre um73
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
terço e metade de europeus de todas as idades,
enquanto a Covid, até aqui, matou menos de 0,2% da
União Européia e do Reino Unido.
A Igreja Católica medieval se infiltrava em todos os
poros sociais, da política à cultura, e foi a ela que o
continente em apuros recorreu. Na época, a medicina
tinha um conhecimento grosseiro do corpo humano, já
que médicos, proibidos de realizar autópsias, pouco
compreendiam de anatomia. O melhor remédio era ser
um bom cristão, que contribuía financeiramente com a
igreja e mantinha a oração em dia.
"Em geral, a peste era vista como um instrumento da
cólera divina", diz o médico e historiador Francisco
Moreno de Carvalho, pesquisador associado ao Centro
de Estudos Judaicos da U SE "Homero aponta a
moléstia como punição do deus Apolo aos gregos. Na
Bíblia, há várias referências a doenças coletivas como
um corretivo. Em Tebas, na história de Édipo, a peste é
um castigo pelo incesto involuntário."
Pandemias, portanto, eram comumente aceitas como
uma merecida marretada de Deus. "Mas também como
uma outra face desta mesma moeda", pondera
Carvalho. "Podem ser momentos de prova para testar a
fé dos crentes na divindade: em que medida ela pode
enviar sua cura aos que se arrependem e praticam o
bem."
O surto bubônico, contudo, acabou por derreter maiores
expectativas com a deidade. Padres não sabiam
responder por que tantos fiéis morriam, bebês inclusive.
Os mais devotos morriam tanto quanto os piores
devassos. Quando clérigos começaram a perecer em
massa, estraçalharam ilusões de que a salvação estava
na igreja.
Como na crise de hoje, era necessário encontrar
culpados por tanta ruína, afirma Carvalho. No primeiro
relato considerado histórico de uma epidemia, uma
praga que arrasou Atenas 430 a.C., o grego Tucídides
atribui o surgimento da doença a estrangeiros - no caso,
etíopes. "Em diversos episódios de pestilência, sempre
o 'outro é o causador. Agora temos a 'gripe chinesa.
Assim foi com a peste negra em relação aos judeus.
Todo preconceito é gerador de fake news. Na Idade
Média, sem WhatsApp, já as havia."
Judeus eram acusados de envenenar poços para
provocar a enfermidade. Milhares foram chacinados.
Havia ainda uma falsa avaliação de que o grupo seria
mais imune à doença do que cristãos, "o que reforçava
a acusação de que eles eram os promotores da peste,
visando destruir o cristianismo".
Um milênio antes, outra pandemia ajudou a construir a
ideia de cristandade. Apraga de Cipriano se alongou por
duas décadas no século 3° e ghggou a matar mais de
5.000 pessoas por dia no Império Romano. Convertido
ao credo monoteísta e feito bispo de Cartago, Cipriano
escreveu "Sobre a Mortalidade".
Neste ensaio, descreve "intestinos agitados com
contínuos vômitos", "olhos em fogo com o sangue
injetado" e outros efeitos da peste que historiadores
suspeitam ter sido varíola ou sarampo.
É verdade que cristãos tombavam tanto quanto pagãos
adeptos de crenças greco-romanas. Cipriano, no
entanto, procurou acalmálos com a promessa da vida
após a morte para os que têm fé em Deus. Muitos se
infectaram porque não deixaram doentes para trás, o
que é apontado por pastores contemporâneos como um
ato último de amor pelo próximo.
A imagem do sacrifício é bem explorada pelo pastorado.
É conhecida a história do povoado inglês de Eyam. No
verão de 1665, apeste chegou ao vilarej o por meio de
umapeça, lotada de pulgas de ratos infectados, enviada
a um alfaiate.
Eyam, então, isolou-se numa quarentena autoimposta,
incentivada por dois pastores protestantes. As vilas
vizinhas ajudavam colocando alimentos em buracos
feitos na cerca de pedra construída ao redor do
povoado. O isolamento custou caro: quase metade dos
cerca de 750 moradores morreu.
Dois séculos e meio depois, os médicos ainda pouco74
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tinham a oferecer ante umapandemia que ceifou 50
milhões de vidas. Laura Spinney, autora do livro "Pale
Rider: the Spanish Flu of 1918 and How It Changed the
World ("Cavaleiro Pálido: a Gripe Espanhola de 1918 e
Como Ela Mudou o Mundo", sem edição no Brasil) ,
aponta Samora, uma cidade bastante devota da
Espanha, como símbolo de um choque letal entre
religião e ciência.
O bispo local desafiou autoridades sanitárias ao
convocar orações, al- gumas que se estendiam por mais
de uma semana, em homenagem a são Rocco, protetor
contra apeste. As novenas envolviam filas para beij ar
relíquias do santo no auge do contágio. Samora perdeu
quase 6% dapopulação, uma taxa de mortalidade quase
15 vezes maior que a da capital, Madri.
A etimologia dapalavraigreja vem do grego "ekklesia",
que significa assembléia, amesmaquelesus pregou
quando, segundo o Evangelho de Mateus, disse: "Onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali eu
estouno meio deles". Em 1930, o teólogo luterano
Dietrich Bonhoeffer cravou: "Um cristão que se mantém
afastado da assembléia é uma contradição em termos".
Presidente da Anajure, a entidade evangélica que
advoga pelo funcionamento de templos, Edna Zili saca a
imagem de Jesus e seus 12 apóstolos para ilustrar o
pendor coletivista do cristianismo, desde reuniões em
templos relatadas no Antigo Testamento até a formação
das primeiras igrejas cristãs no Novo Testamento.
"Parte da importância da manutenção das igrejas
abertas se vincula à pro eminência conferida à adoração
coletiva entre os fiéis, de modo que meios virmais,
apesar de úteis, não conseguem substituir tais aspectos
essenciais."
O que fazem as religiões,no entanto, senão se
adaptarem? "Todo momento de crise é de
transformação também, e isso estamos cansados de ver
na história", diz o professor emérito da USP Reginaldo
Prandi, sociólogo da religião que é também um ogã no
candomblé, tíndo que nos terreiros equivale ao de
auxiliar nos rituais.
Essa espécie de darwinismo social também se aplica às
religiões, mesmo à Igreja Católica, uma placa maciça
que custa ase mover, em contraposição às células
evangélicas miúto mais ágeis em reagir ao espírito do
tempo.
A cena do papa Francisco rezando numa praça São
Pedro esvaziada, eternizadano começo dapandemia e
repetida em 2021, é uma amostra recente da
capacidade de acomodação da Santa Sé. No Brasil,
lideranças como dom Odilo Scherer, arcebispo de São
Paulo, viram bom senso no veto a missas presenciais
enquanto o morticínio não arrefecer.
Agruras sanitárias apressam aggiornamentos, mas não
só. O Concilio Vaticano 2°, conferência que se
descrevia como a abermra de janelas numa sala
malventilada, marcou a flexibilização de ritos que
pareciam inabaláveis para consecutivas gerações de
católicos.
Lideradopelaigrejanos anos 1960, removeu uma série
de tradições, das missas emlatim, com o padre de
costas ao público, ao uso de véu pelas mulheres. "Para
as solteiras, supostamente virgens, o branco. Para
outras, o preto. Isso mudou completamente", diz Prandi.
E hoje? "Com véu ou sem véu? Com máscara ou sem
máscara?"
Com mais ou menos ligeireza, as grandes religiões dão
um jeito de não perder o bonde da história. As crenças
de matriz africana tiveram de mudar na marra com a
diáspora compulsória provocadapela escravidão,
exemplifica o sociólogo.
"Antigamente, todos de uma família de sangue
possuíam o mesmo orixá [como guia espirimal] . No
Brasil escravagista, essa herança não podiamais ser
determinada pela família, que foi desfeita, roubada. O
escravo ganhava nome cristão e o sobrenome do
proprietário. Seu orixá pessoal agora podia ser
comunicado por meio de um oráculo."
Dizia o filósofo alemão Georg Hegel que ahistórianos
ensina que nada aprendemos com a história. Professor75
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de cultura da medicina em Harvard, Davidjones vê certo
chiste histórico em como muitas pessoas, mesmo tendo
dez semanas de aviso, pareciam surpresas em março
de 2020, quando a Covid mostrou as asas em Nova
York e depois em outros estados. "Por algummotivo,
pensamos que isso não iria acontecer conosco", afirmou
num podcast da universidade.
Alertas não faltaram. Na época, outro podcast, do jornal
The New York Times, entrevistou um médico da Itália
sobre o mal que se avizinhava dos EUA. Ele contou
como os pacientes em seu hospital estavam morrendo
sozinhos: "Tentamos ligar, todos os dias, para seus
parentes. Mas preciso dizer que às vezes, no meio da
confusão, ninguémlembra de telefonar. Então acontece
do filho ligar paraohospital, e apessoa já estar morta".
A escalada do drama italiano, segundo o doutor,
começou no dia 23 de fevereiro, o domingo de
Carnaval. Era questão de tempo até aportamos EUA,
hoje anaçãomais atingida pela Covid emnúmeros
absolutos, com quase 560 mil óbitos (projeta-se que o
Brasil irá ultrapassar essa marca).
O histórico epidemiológico da humanidade reforça essa
descrença cíclica. Em 1832, amesma Nova York, diante
de um rompante de cólera prenunciado com meses de
antecedência, respondeu com espanto. É o mesmo
filme: "Pensaram que isso não aconteceria com eles,
que eram de alguma forma diferentes", afirma Jones. A
confiança numa providência divina que nos livrará de
todo o mal é um espólio cukural legado mesmo àqueles
sem filiação religiosa, segundo o professor.
A ordem socialpode entrar em curto-circuito quando a
expectativana onipotência divina não se confirma, como
aconteceu quando o Vaticano foi incapaz de dar uma
justificativa espiritual à aluira para o massacre bubônico.
Via de regra, porém, quando uma crise como a da
Covid-19 brota, a praxe é ver uma leva de tementes a
algum deus, ou múltiplos deles, buscarem guarida na fé.
Hospitais que tratam o espírito podem fazer tão bem
quanto os que cuidam do corpo físico, argumenta Pedro
Luis Barreto Litwinczuk, teólogo e pastor da
Comunidade Batista do Rio.
Daí o disparate em comparar templos como outros
estabelecimentos fechados por decreto napandemia,
diz. "É óbvio que todaigreja que defende o nome de
Cristo deve primar pelo bem-estar de suas ovelhas,
respeitando distanciamento, limite de pessoas, uso de
máscaras e álcool em gel. Mas elas não devemnem
podem ser fechadas. Opovo estápadecendo como
nunca visto antes. Muitos estão em depressão,
apavorados, inseguros, e aigrejamostra que, mesmo
nas lutas, Deus está ao nosso lado."
Na visão de Litwinczuk, um argumento recorrente para
defender fechar todos os templos, o surto de Covid
ligado a superigrejas na Coréia do Sul, é falacioso
porque elas desrespeitavam o protocolo sanitário. Já
outra linha argumentativa, que equipara templos a um
botequim que traz alegria para boêmios em tempos
difíceis - "por que não abrilos também?"-, beiraria o
escárnio.
"O [jurista] Ives Gandra Martins disse que pandemia é
igual guerra, se não tiver uma voz de comando, vira
zona. Num bar é diferente, não tem uma liderança, nem
regras. As ovelhas ouvem a orientação do seu pastor."
Congregações que não zelam pelas normas sanitárias
precisam ser enquadradas, afirma.
Não dáparaignorar que a canetada de Kassio Nunes
Marques atendia a uma agenda evangélica, diz Pai
Rodney de Oxóssi, babalorixá e doutor em ciências
sociais pela PUC-SP que toda segunda-feira reza para
Obaluiê, orixá da cura. "Claro que o ministro nem se
lembrou dos terreiros quando tomou essa decisão, né?
Os cristãos sempre mandaram."
Há, conmdo, espaço para convergência: também Pai
Rodney diz que preservar alguns ritos presenciais "tem
sido importante para a saúde mental de muita gente".
Um deles é o bori ("literalmente, oferenda à cabeça"),
que busca apaziguar tormentas mentais e requer um
período hospedado na casa de candomblé.
"Normalmente, aspessoas chegam num dia, dormem no
terreiro e seguem no outro. Muitas com desequilíbrios76
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
emocionais epsíquicosrecorrem a esse rimai. Neste
momento, uma pessoa chegou da Itália para fazer o
bori."
Se neste momento o menor contato físico pode
representar uma ogiva viral, a realização de uma
cerimônia presencial não é só eticamente errada, diz
Ruben Sternschein, rabino da Congregação Israelita
Paulista. "Segundo a lei judaica, todos os preceitos
religiosos ficamrelegados a segundo plano se a vida
está em jogo. Do shabat ao casamento, nadapode
justificar o risco de contaminar pessoas."
Digamos que uma pessoa está anêmicano Yom Kipur, o
Dia do Perdão. Espera-se nessa data, a mais sagrada
do calendário judaico, um período de oraçõesintensas e
25horas de jejum. Para alguém fisicamente debilitado,
contudo, privar-se de alimentos seria uma transgressão,
afirma Sternschein "A vida está acima de tudo, inclusive
acima do judaísmo."
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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CPI DA PANDEMIA
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Jair Bolsonaro
presidente (sem partido), na sexta (9), sobre
determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Luís Roberto Barroso para que o Senado
instale CPI| da pandemia de Covid19g
'Pelo que me parece, falta coragem moral para o
Barroso e sobra ativismo judicial'
Luís Roberto Barroso
ministro do STF, na sexta (9), sobre afirmação de
Bolsonaro
'Limitei-me a aplicar o que está previsto na Constituição,
na linha de pacífica jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, e após consultar todos os ministros'
Rodrigo Pacheco
presidente do Senado (DEM-MG), na sexta (9), em
entrevista à Folha, sobre determinação da CPI por
Barroso
'Não vou trabalhar um milímetro para mitigar a CPI nem
para que não seja instalada nem para que não funcione.
Eu considero que a decisão judicial deve ser cumprida'
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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Romeu Zema Bolsonaro podería ter capitaneado a crise, mas há certa
perseguição a ele
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Autor: Fernanda Canofre
belo horizonte Na mesa do gabinete, o governador de
Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem enfileirados os
jornais do dia. Só consegue abrir para ler em casa, diz
ele. No momento mais crítico da pandemia em Minas,
os vídeos do governador no TikTok diminuíram e estão
mais institucionais. Ele aparece com mais frequência
agora no Instagram, onde compartilha frases que
coleciona desde adolescente.
Em março, Zema anunciou a onda roxa, com maiores
restrições de circulação - pela primeira vez, para todos
os 853 municípios mineiros. Também se reuniu com o
presidente Jair Bolsonaro e viu seu secretário da Saúde
cair por denúncias de fura-fila na vacinação.
No início de março, o senhor anunciou a onda roxa. Foi
uma mudança no tom de falas anteriores do senhor
sobre enfrentamento à pandemia. Em abril de 2020, o
senhor disse que era preciso que o vírus viajasse um
pouco. Neste ano, disse que quem sai às ruas podería
ser considerado assassino. O que mudou?
O que mudou foi a pandemia. Nunca havíamos tido uma
quantidade de casos, internações e óbitos tão elevada,
e o colapso do sistema hospitalar. Você tem de tomar
ações de acordo com a situação, não pode deixar
pessoas sem atendimento médico. Está muito claro que
essa nova cepa do vírus [a de Manaus] , que é muito
mais transmissível, veio com uma força maior que a
primeira onda.
O senhor criticou várias vezes prefeitos que adotaram
medidas mais rígidas de isolamento social, como foi o
caso de BH, em falas no decorrer de 2020. Comove
essas decisões hoje?
Vejo que o prefeito conhece a cidade dele melhor que
eu. Cada cidade é um caso, não me cabe ficar
criticando os prefeitos, mas houve casos extremos nos
dois sentidos. Temos um acompanhamento diário dos
853 municípios, então fica fácil perceber o que alguns
prefeitos parecem ignorar.
Em entrevista à Folha em abril de 2020, o senhor
defendeu que o Brasil era um dos países que melhor
estava conduzindo a pandemia no mundo. Nesta
semana, o senhor afirmou: "O governo federal
subestimou a periculosidade desse vírus. Deveria dar
mais atenção ao inimigo. Nesse ponto houve uma
deficiência, algo a mais podería ter sido feito". O que
podería ter sido feito?
Primeiro, temos de contextualizar o Brasil no mundo.
Vamos pegar morte por milhão de habitantes e vamos
ver que temos países até mais desenvolvidos, que têm
mais recursos, e estão piores.
Na última quinta (8), o senhor usou esse parâmetro e
disse que ficava claro que o desempenho do país não
era bom.
79
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
Está [ruim]. Como a nossa população é maior do que a
grande maioria dos países, é de se esperar que
venhamos a ter mais casos, como os EUA, que diga-se
de passagem, é um país muito mais rico e, mesmo
assim, teve dificuldades. Sabemos que, realmente, o
que estamos vivenciando no Brasil podería ter sido
conduzido de uma forma melhor. Faltou uma unicidade
na condução da pandemia, termos procedimentos - nós
aqui temos orientação para os 853 municípios.
Faltou isso do governo federal, ele deveria ter tido um
cuidado, ter chamado os governadores, os secretários
de Saúde. Aqui em Minas, desde o início da pandemia,
deixei a cargo da Secretaria de Saúde, com
especialistas.
Vejo que quem conduz um estado, um país, deve estar
muito mais na posição de técnico do que de jogador,
que é lateral direito, centroavante etc. Sem a
centralização, governadores e prefeitos tiveram de
assumir de uma forma um tanto quanto descoordenada
a condução da pandemia.
Quem são os responsáveis por este algo a mais não ter
sido feito?
Vejo que é o governo federal, de um modo geral. Não
arriscaria dizer nomes, até porque estou distante, não
participei das reuniões, os nossos secretários de Saúde,
o ex e o atual, é que estavam. O que sempre falei é que
faltou essa coordenação central. Eu me sinto
incapacitado, desinformado para estar fazendo essa
avaliação mais aprofundada.
O senhor é um dos governadores mais próximos a
Bolsonaro, foi um dos únicos que não quis assinar
cartas e notas críticas a ele sobre ações adotadas na
pandemia. Como o senhor avalia o papel e a postura
dele na condução da crise sanitária?
Com relação às cartas, vamos deixar claro que assinei
várias e não assinei várias. Muitas vezes, elas têm um
cunho político e, como eu tenho contato com os
ministros, é muito mais fácil se comunicar do que
escrever cartas.
Há um número expressivo de governadores que fazem
uso desse instrumento, respeito, mas vejo que você
sentar, dialogar, pode ser muito mais produtivo do que
ficar escrevendo. Muitas pessoas querem mais
visibilidade do que solucionar o problema.
Mas como o senhor avalia o papel e a postura de
Bolsonaro na condução da crise?
Ele podería ter capitaneado essa questão de ter
centralizado o combate à pandemia. Ter chamado para
o governo federal, [o vírus] é um inimigo que não
conhecemos tão bem, vamos tomar todos os cuidados
e, principalmente, ter colocado um ministro da Saúde
com mais autonomia para decidir.
O senhor o defendeu anteriormente de críticas, disse à
Folha que não concordava com a forma como batiam
nele [Bolsonaro]. O que acha das críticas atuais, que o
chamam, inclusive, de genocida?
Eu acho que são exageradas. Se for esse o caso,
podemos ter situação semelhante em vários países, que
têm taxas de óbitos maiores que o Brasil. Aqui no Brasil
mesmo temos estados que têm taxas de óbitos
completamente diferentes de outros, e cidades também.
Não vi nenhum governador ser chamado de genocida e
nenhum prefeito. Me parece que há uma certa
perseguição a uma pessoa. Ficar xingando, acusando a
esta aluna do campeonato não vai melhorar a situação.
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, determinou
que o Senado instalasse a CPI da Covid, para apurar se
houve omissão do governo. O senhor acha a comissão
necessária ou há interferência entre Poderes?
Opinião minha, dentro do Estado já temos uma série de
controles, órgãos específicos para tratar de controles,
como o TCU ou TCE, o MPF, os MPs estaduais, a CGU.
Será que esses órgãos já não são suficientes para fazer
as apurações? Eu questiono se não está havendo uma
super-redundância em apurações.
O setor público vive muito dessa questão de apontar o80
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dedo. Temos reforma tributária, administrativa paradas,
uma reforma talvez política, eleitoral, que [o Congresso]
podería aperfeiçoar, isso vai ficar congelado.
Como avalia o papel do Supremo na crise?
O Brasil continua sendo esse país em que muitas
vezes, por ausência de um Legislativo que legisla, o
Judiciário começa a legislar. Uma deficiência leva à
outra. Ainda há essas interferências indevidas que
precisavam ser mais bem conduzidas, cada um assumir
de fato seu papel. As cortes em outros países trabalham
em silêncio, julgam só casos expressivos. Aqui nós
temos uma Constituição disfuncional, caso de um
traficante de drogas vai ocupar um ministro do STF. Na
minha opinião, ele deveria tratar só de questões
constitucionais. A culpa é de um modelo que foi sendo
construído nas últimas décadas. A Constituição de 1988
deixou algumas coisas difíceis de serem alteradas, que
provocam tanta ineficiência.
O senhor disse que o ritmo da vacinação em Minas está
lento por questões das prefeituras, mas alguns prefeitos
responderam que doses são insuficientes. Como avalia
o tempo que o governo levou para negociar as vacinas?
Com relação às prefeituras, temos muitas
eficientíssimas na vacinação, e outras em que a
questão não evoluiu. Temos que lembrar que todo país
do mundo hoje gostaria de ter mais vacinas do que tem.
Não é exclusividade do Brasil.
Talvez poderiamos estar melhores, mas, mesmo que
tivéssemos acertado no passado, seria pouco provável
que estaríamos com tudo solucionado.
Minas demitiu em março o secretário da Saúde devido a
denúncias de fura-fila na vacinação, quando o próprio
secretário Carlos Eduardo Amaral e o adjunto dele,
Marcelo Cabral, foram imunizados. O senhor afirmou
que não sabia do caso. Foi cogitado que o senhor
também fosse imunizado?
Se procurar nas minhas redes sociais, vai ver um vídeo
em que eu digo que quero ser vacinado, quando chegar
a hora e com a vacina que estiver disponível. Se é
aprovada pela Anvisa, não tenho nenhuma restrição.
Desde que o processo de vacinação começou, eu
sempre disse ao secretário que íamos acompanhar o
PNI [Programa Nacional de Imunização] e ele me disse
que era o que estava fazendo. Nenhum secretário meu
foi vacinado, anão ser o de Saúde, que alega que o
motivo é por ser médico e porque estava sempre dentro
de hospitais.
Em BH, nas últimas semanas, veio à tona o caso de
uma suposta enfermeira que feria vacinado empresários
de forma ilegal. O senhor é empresário, qual sua
posição na discussão sobre aquisição de vacinas por
entes privados?
Sou contrário. Na minha opinião, uma vacina que salva
vidas deve ser exclusividade de nações que têm de ter
critérios de vacinação, como foi criado aqui no Brasil.
Senão, vamos cair numa situação em que vai se salvar
quem tem mais dinheiro. Seria mais uma desigualdade
provocada por questões financeiras.
A Polícia Militar de Minas, segundo reportagem do
Estado de Minas, elaborou um protocolo sugerindo o
chamado "tratamento precoce", com uso de
hidroxicloroquina e ivermectina, entre outros, que não
têm eficácia científica comprovada. O senhor, como
governador, apoia esse protocolo? Não sou médico.
Mesma coisa que você me perguntar se eu quero
revólver calibre .38 ou .40 para essa operação. Não
estou apto. Profissionais de saúde é que têm que
responder.
O senhor usaria esses medicamentos? Se o meu
médico recomendasse, usaria.
Houve um telefonema entre o senhor e o prefeito de
Belo Horizonte, Alexandre Kalil, em março, mas o
senhor deu uma alfinetada nele nesta semana ao falar
sobre municípios não pararem de vacinar nos fins de
semana [BH fez isso no fim de semana de Páscoa] . O
prefeito disse algumas vezes que o senhor teria um
gabinete do ódio que causou o afastamento. Como está
a relação entre vocês?81
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Nosso relacionamento é bom, civilizado, não tenho nada
contra o prefeito Kalil e, na minha opinião, temos de
trabalhar juntos neste momento de pandemia. Eu
desconheço [gabinete de ódio]. Se tiver aqui é gabinete
do amor.
Kalil é apontado como um nome para disputar o
governo do estado no ano que vem. O senhor pretende
concorrer à reeleição?
Neste momento de pandemia, não é hora de se falar em
reeleição, mas, pela velocidade das reformas que temos
conseguido em Minas Gerais, eu muito provavelmente
serei candidato porque quero deixar meu trabalho
completo. Quatro anos eu já vi que não serão
suficientes.
O senhor já disse ser contra o impeachment do
presidente. Apoiará a reeleição dele, como em 2018?
Está muito longe, vamos aguardar. A política muda de
um dia para o outro.
Faltou uma unicidade na condução da pandemia,
termos procedimentos. Faltou isso do governo federal,
ele deveria ter tido um cuidado, ter chamado os
governadores, os secretários de Saúde.
[...] Vejo que quem conduz um estado, um país, deve
estar muito mais na posição de técnico do que de
jogador, que é lateral direito, centroavante etc. Sem a
centralização, governadores e prefeitos tiveram de
assumir de uma forma um tanto quanto descoordenada
a condução da pandemia
Acho que são exageradas [críticas de Bolsonaro
genocida] . Se for esse o caso, podemos ter situação
semelhante em vários países, que têm taxas de óbitos
maiores que o Brasil. Aqui temos estados que têm taxas
de óbitos completamente diferentes de outros, e cidades
também. Não vi nenhum governador ser chamado de
genocida e nenhum prefeito. Me parece que há uma
certa perseguição a uma pessoa. Ficar xingando,
acusando a esta altura do campeonato não vai melhorar
a situação
Romeu Zema, 56 Natural de Araxá (MG), formado em
administração pela Fundação Getúlio Vargas, é dono do
Grupo Zema, que tem negócios nas áreas de varejo e
combustíveis, entre outras. Foi eleito governador em
2018, na primeira eleição que disputou
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário
82
Desgastar o governo via CPI é estratégia legítima da oposição
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: CARLOS PEREIRA
O ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou que
o Senado instalasse a CPI da Covid em reação a um
mandado de segurança impetrado pelos senadores
Alessandro Vieira e Jorge Kajuru, ambos do partido
Cidadania. Neste sentido, não houve interferência
indevida do STF no Legislativo ou ativismo judicial como
sugere o presidente Jair Bolsonaro.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
fez uso do argumento do juízo de conveniência e
oportunidade ao interpretar como inconveniente a
instalação da CPI da Covid em plena pandemia que já
matou quase 350 mil pessoas no Brasil. Mas o que foi
realmente conveniente ao senador foi a decisão liminar
de Barroso, pois permitiu que Pacheco não se
desgastasse politicamente com Bolsonaro, que atuou
ativamente na sua recente eleição para presidir o
Senado. A procrastinação de Pacheco em instalar a CPI
sob o argumento de distensionar o ambiente político foi,
na realidade, estratégica. Não cabia ao presidente do
Senado a inação, pois os requisitos constitucionais para
a sua instalação já tinham sido cumpridos pela minoria.
O caminho mais "curto" para a oposição deixar para trás
esta condição e virar governo é expor até as vísceras as
vulnerabilidades do governo de plantão o mais cedo
possível. Sugerir autocontenção ou esperar
responsabilidade de quem está na oposição implica
aumentar o tempo em que este grupo minoritário
continuará nesta posição indesejável.
Enquanto o impeachment, seja do chefe do Executivo
ou de ministros da Suprema Corte, é o instrumento
político da maioria, a Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) é o que resta à minoria para expor as
potenciais mazelas do governo.
CPI e impeachment têm requisitos e seguem ritos
procedimentais distintos. Se o governo não consegue
implementar impeachment de ministro da Suprema
Corte é porque o governo não dispõe de maioria
legislativa para tanto e, portanto, essa ameaça
simplesmente não é crível.
A composição de todas as comissões no Congresso,
sejam elas permanentes ou especiais, como uma
comissão parlamentar de inquérito, obedece à regra da
proporcionalidade, levando-se em consideração o
número de cadeiras ocupadas por partidos na Casa.
Portanto, se o presidente da República, que raramente
dispõe sozinho de maioria legislativa, monta e gerencia
adequadamente uma coalizão majoritária no Congresso,
não tem o que temer de uma CPI, pois a preferência do
presidente tenderia a sempre prevalecer em qualquer
comissão legislativa.
Os receios e potenciais problemas para o presidente
Bolsonaro se devem ao fato de ele não dispor, até o
momento, de uma coalizão majoritária. O Centrão
proporciona apenas uma maior minoria. Ou seja, é uma
coalizão fundamentalmente "negativa", com capacidade
de bloquear iniciativas legislativas não desejáveis pelo
Palácio do Planalto. Além do mais, os termos de troca e
os propósitos de sua coalizão minoritária com o Centrão
ainda não estão claros. Não é, portanto, uma coalizão83
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majoritária com poder de gerar governabilidade, mas
apenas de sobrevivência.
CIENTISTA POLÍTICO E PROFESSOR TITULAR DA
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
E DE EMPRESAS (FGV EBAPE)
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84
Em live, nova crítica ao STF
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Jair Bolsonaro conversa com venezuelanos que vivem
no Brasil, em São Sebastião, região administrativa do
DF. Na visita, o presidente fez uma live e voltou a
criticar decisão do STF por ter dado aval sobre veto a
cultos e missas na pandemia.
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85
Bolsonaro age como 'monarca', diz Celso
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Autor: Rafael Moraes Moura
Na decisão em que mandou o Senado abrir uma CPI
para investigar a atuação do governo na pandemia, o
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal, mencionou 12 vezes o nome de Celso de
Mello. O ministro aposentado foi relator de três casos
que embasaram a decisão do colega, que se tornou
alvo do presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo
acusou Barroso de "militância política" e "politicalha". Ao
Estadão, Celso disse que Bolsonaro age como um
"monarca presidencial" e "revela a face sombria de um
dirigente político que não admite nem tolera limitações
ao seu poder".
Na avaliação de Celso, a determinação, por Barroso, de
abertura da CPI da Covid no Senado foi uma decisão
"corretíssima" e ancorada em uma série de precedentes
firmados pelo próprio Supremo. O ministro aposentado
também rechaçou os ataques feitos por Bolsonaro ao
seu ex-colega de Corte.
"Um presidente da República que não tem o pudor de
ocultar suas desprezíveis manifestações de desapreço
pela Constituição da República e pelo princípio
fundamental da separação de Poderes, que atribui aos
seus adversários a condição estigmatizante de inimigos
e que se mostra disposto a atingir, levianamente, o
patrimônio moral de um dos mais notáveis juízes do
Supremo Tribunal Federal, que proferiu corretíssima
decisão em tema de CPI, inteiramente legitimada pelo
texto constitucional e amplamente sustentada em
diversos precedentes firmados pelo plenário de nossa
Corte Suprema, revela, em seu comportamento, a face
sombria própria de um dirigente político que não admite
nem tolera limitações ao seu poder, que não é absoluto,
comportando-se como se fosse um paradoxal 'monarca
presidencial!", escreveu o ministro apo- sentado à
reportagem.
"Mais do que nunca, torna-se necessário que o
Supremo Tribunal Federal, agindo, como sempre agiu,
nos estritos limites de sua competência institucional,
atue com o legítimo objetivo de repudiar
comportamentos presidenciais quando estes se
revelarem transgressores do princípio da separação de
Poderes ou se mostrarem lesivos à supremacia da
ordem constitucional!", acrescentou Celso.
Ainda de acordo com o ex-decano do Supremo, um
verdadeiro líder político, que ostente o perfil de
estadista, "há de preocupar-se em respeitar a
institucionalidade legitimamente estabelecida, em
submeter-se à autoridade da Constituição e das leis da
República, em cumprir fielmente e sem tergiversações
os comandos judiciais a ele dirigidos e em exaltar a
liberdade dos cidadãos, o primado dos valores
democráticos e a dignidade essencial do ser humano".
Apagão.
Em 2007, o então ministro Celso de Mello deu decisão
similar à de Barroso, dirigida ao então presidente
Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT), que
tentava contornar a instalação da CPI do Apagão Aéreo
com uma votação em plenário, embora a oposição já
tivesse levantando as assinaturas necessárias para86
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abrir a investigação sobre a crise do sistema de tráfego
aéreo do País.
Na época, Bolsonaro era deputado, atuava em oposição
ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e defendeu uma atuação do Supremo no caso. "Eu
espero que o Supremo tenha, apesar do que eu falei
aqui, é o Supremo ... Espero que tenha uma decisão lá
voltada para a razoabilidade e deixe instalar a CPI",
disse Bolsonaro durante uma entrevista à TV Câmara,
veiculada em 2007.
Hoje, Bolsonaro comanda o Palácio do Planalto, Lula
está na oposição e a CPI da Covid conta com o apoio
de mais de um terço dos senadores, mas sofre
resistência do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco
(DEM- MG), aliado do governo que chegou ao cargo
com apoio do chefe do Executivo.
Poderes.
Anteontem, Bolsonaro afirmou, em suas redes sociais,
que falta "coragem moral" a Barroso por se omitir de
também ordenar a abertura de processos de
impeachment contra integrantes da Corte. Após os
ataques, o Supremo divulgou uma nota institucional em
que afirma que seus integrantes tomam decisões
conforme a Constituição e ressalta que, dentro do
Estado Democrático de Direito, questionamentos sobre
essas decisões devem ser feitos no âmbito dos
processos, "contribuindo para que o espírito republicano
prevaleça" no País.
Barroso, por sua vez, afirmou que, ao ordenar a
abertura da CPI da Covid, se limitou a "aplicar o que
está previsto na Constituição, na linha de pacífica
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, e após
consultar todos os ministros".
Celso de Mello se despediu do Supremo em outubro do
ano passado, ao completar 75 anos. Entre seus últimos
atos no tribunal, cuidou do inquérito que investiga
acusações de interferência política indevida de
Bolsonaro na Polícia Federal e determinou que o
presidente prestasse depoimento presencial. Até hoje, o
plenário da Corte não resolveu a controvérsia. /
COLABORARAM PAULO ROBERTO NETTO e
RAYSSA MOTTA
'Transgressores
"Mais do que nunca, torna-se necessário que o STF
atue com o legítimo objetivo de repudiar
comportamentos presidenciais quando estes se
revelarem transgressores do princípio da separação de
Poderes."
Celso de Mello MINISTRO APOSENTADO DO
SUPREMO
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87
Aparecida 'quebra' com ausência de peregrinos
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Autor: Vinícius Valfré
Sem os turistas católicos, o mercado da fé entrou em
ruína e o impacto da pandemia de coronavírus na
arrecadação quebrou uma cidade. Aparecida, município
de 36 mil habitantes localizado a 170 km de São Paulo,
vive da peregrinação de fiéis ao Santuário Nacional. Ali,
a receita e os postos de trabalho são atrelados à rotina
do templo construído em homenagem à santa surgida
no Rio Paraíba do Sul, no século 18.
Em tempos normais, o Santuário atrai 13 milhões de
pessoas por ano. Em 2020, no entanto, permaneceu
sete meses fechado. Agora, na fase mais dura da covid-
19, uma série de restrições de funcionamento voltou a
ser imposta, conforme os critérios do plano emergencial
do governo do Estado. A prefeitura foi à Justiça contra o
decreto do governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), e ganhou uma liminar, mas perdeu em seguida.
Antes, eram 2,5 mil comerciantes e outros 600
vendedores ambulantes vivendo da devoção dos
peregrinos e pagando licenças de funcionamento à
prefeitura. Atualmente, só 5% dos 150 hotéis estão
abertos. A maioria fechou e demitiu funcionários. De
acordo com a administração municipal, o desemprego
em Aparecida alcança a taxa de 80%.
"Com esse fechamento agora, a cidade acabou de
quebrar.
Está socioeconomicamente destruída", afirmou o
prefeito Luiz Carlos de Siqueira (Podemos), o "Piriquito".
Siqueira estima que, com a paralisação das atividades
do Santuário, entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões
deixaram de entrar nos cofres da prefeitura, que tem
orçamento anual de aproximadamente R$ 140 milhões.
No dia 29 de março, por exemplo, só 10% da cidade
pagou o IPTU. A adimplência das taxas de alvarás de
funcionamento, fonte de receita importante do
município, nem sequer alcançou esse patamar.
"O pessoal fica falando que o Santuário tinha que
ajudar. O povo sabe da minha ligação com o Santuário",
afirmou o prefeito de Aparecida. "Eu estive outro dia
com o reitor. E ele me disse: 'Também estamos
sofrendo, não estamos tendo receita."
Cestas básicas.
No "desespero" e sem agenda marcada, Siqueira foi até
Brasília apelar para o ministro da Cidadania, João Roma
(Republicanos). Conseguiu 7 mil cestas básicas. Ligado
ao presidente do DEM, ACM Neto, Roma foi
pessoalmente a Aparecida fazer a entrega, levando a
tiracolo deputados e a primeira-dama, Michelle
Bolsonaro.
Em busca de imprimir uma marca à frente da pasta, o
ministro Roma aproveitou para usar a cidade como
palco para o lançamento do programa Brasil Fraterno.
Trata-se de uma parceria entre o governo federal e o
Sistema S que prevê a distribuição de alimentos para
famílias em situação de vulnerabilidade social.
Assim como fez em São Paulo o pastor Valdemiro88
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, o
arcebispo de Aparecida, d. Orlando Brandes, abriu o
Santuário na Páscoa com o respaldo da decisão liminar
do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo
Tribunal Federal. No templo, que acomoda mais de 30
mil pessoas e tem área externa para outras 300 mil, 154
ocuparam seus lugares.
Com a decisão do plenário do STF que derrubou a
liminar de Nunes Marques, porém, o Santuário voltou a
suspender as missas presenciais. E o reflexo foi a
queda na arrecadação.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e
a Igreja Mundial do Poder de Deus não se manifestaram
até a conclusão desta edição.
Santuário
"O pessoal fica falando que o Santuário tinha que
ajudar. Eu estive outro dia com o reitor e ele me disse:
'Também estamos sofrendo, não estamos tendo
receita."
Luiz Carlos de Siqueira (Podemos) PREFEITO DE
APARECIDA (SP)
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89
Dízimo alimenta lobby por abertura de templos
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: Vinícius Valfré
Com a decisão liminar que permitia a abertura de
templos ainda em vigor, o pastor Valdemiro Santiago
convocou seus fiéis para um culto presencial, no
domingo de Páscoa, prometendo "um tempo poderoso
de milagres e salvação" na pandemia de covid19. Em
São Paulo, a imponente sede da Igreja Mundial do
Poder de Deus, que abriga até 10 mil pessoas, encheu.
Ao final de mais de duas horas de sermões e
testemunhos, Valdemiro pediu doações.
"Queria dizer que estamos dando um duro danado para
pagar aluguéis, funcionários, fornecedores. Está tão
difícil para todo mundo...", implorou o pastor. Dentro da
igreja, números das contas bancárias foram projetados
em telões. Valdemiro, no entanto, se concentrou no
método tradicional, e seus colaboradores passaram a
percorrer o templo com envelopes, alforges - sacolas de
pano - e gazofilácios pequenas urnas de madeira. "Você
vai colocar uma oferta generosa, com muita alegria. Vai
colocar e dar um beijinho: 'Essa é para o Senhor Jesus",
orientou.
Na última quinta-feira, porém, o plenário do Supremo
Tribunal Federal derrubou a liminar que havia sido
concedida pelo ministro Kassio Nunes Marques. Ao
afastar os fiéis das celebrações presenciais, o
coronavírus reduziu a arrecadação de instituições
evangélicas e católicas (mais informações na pág. As) .
O presidente Jair Bolsonaro ajudou na pressão sobre a
Corte. "Supremo fechar igrejas é o absurdo do
absurdo", insistiu ele ontem. Na prática, a limitação das
receitas é um dos panos de fundo do lobby religioso
para que templos não sejam fechados no pior momento
da covid-19.
Apoiar organizações religiosas é a causa mais popular
de doações no Brasil, segundo a pesquisa Brasil Giving
Report 2020, realizada antes da pandemia pelo Instituto
para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).
Na rotina das igrejas, depósitos em espécie feitos
durante as celebrações são importante modalidade de
arrecadação, principalmente nos templos frequentados
por pessoas mais pobres. O impacto é acentuado pela
crise econômica, que aumentou o desemprego e
diminuiu a renda.
Contribuições de fiéis de todas as denominações
religiosas levam cerca de R$ 15 bilhões para dentro das
instituições. O valor equivale a 65% de tudo o que as
entidades arrecadam, de acordo com os mais recentes
dados da Receita Federal, de 2018. Líderes religiosos
admitem encolhimento de 5% a 40% nas receitas.
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus
Vitória em Cristo, confirmou a redução nas ofertas, mas
disse que é mínima, não justificando sua defesa pela
abertura de templos. "O mundo mudou. Para ter uma
ideia, 80% de tudo o que recebo de oferta e dízimo é
por dispositivos eletrônicos. A queda na arrecadação é
ínfima. A prova é que, do ano passado até aqui, eu
inaugurei 20 igrejas", destacou.
A doação online não é a mais comum no Brasil. O
estudo do IDIS indica que a contribuição em dinheiro é a90
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
opção de 65% dos fiéis. Transferências bancárias e
pagamento via cartão de crédito são escolhidos por
23%. Boletos, por 7%.
Interlocutor de Malafaia na Câmara, o deputado
Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse que sua igreja
não amarga mais do que 10% de redução. "A maioria
das igrejas de capitais teve alguma diminuição da
receita, coisa de 5% ou 10%. Não conheço uma que
tenha despencado 50%", afirmou. "Dizem que a gente
quer a presença física das pessoas por causa
financeira. Não faz sentido. Isso é preconceito contra o
segmento evangélico. Nos veem como gente atrás de
dinheiro."
Deputado estreante, o pastor e sargento aposentado
Isidório (Avante-BA), da Assembleia de Deus, diz ter
ouvido dos pares queixas sobre a baixa arrecadação,
por causa da redução de até 60% nas presenças. "A
igreja é o hospital da alma", comparou Isidório, que
perambula pela Câmara sempre levando uma Bíblia.
Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o
deputado Cezinha de Madureira (PSDSP) minimizou a
questão dos recursos: "O prejuízo maior é para o
próprio fiel, que tem seu direito fundamental de
aconselhamento espiritual atingido, suas liberdades de
culto e liturgia embaraçadas. As igrejas querem cultuar
Deus, interceder pelo País neste momento de crise. O
financeiro vem depois".
Nos Estados Unidos, o encolhimento já foi constatado
em pesquisa. Levantamento da Lifeway Research,
consultoria voltada para igrejas, apontou que, em 60%
dos templos, as doações caíram 25%. Em outros 30%,
a redução superou os 50%. O estudo ouviu 400
pastores protestantes na fase inicial da pandemia.
"A maneira de minimizar isso é por doações remotas,
mas, evidentemente, a perda é maior do que a
capacidade de doação por esses mecanismos", disse
André Miceli, coordenador do MBA de marketing e
negócios digitais da FGV. "Por mais que haja prática
remota, híbrida, e as igrejas estejam se reinventando,
não conseguimos ver uma transferência na mesma
proporção."
Discurso.
Para o pastor Ricardo Gondim, da Igreja Betesda -
dissidência da Assembleia de Deus -, o interesse de
alguns líderes religiosos em abrir templos na pior fase
da pandemia vai além do aspecto arrecadatório. "Deve-
se levar em conta não apenas o esforço de pagar as
contas, mas a necessidade de manter o discurso",
afirmou. "Por anos, neopentecostais prometeram uma
espécie de proteção contra outros males que nos
acossam e agora, mais do que nunca, precisam
continuar a dizer que quem frequentar aquela
determinada igreja ficará imune ao coronavírus."
Para Gondim, a sobrevivência institucional das igrejas
deve ficar abaixo da salvação de vidas. Mas ele alerta
que os prejuízos são imensos: "Não se deve medir o
movimento evangélico por igrejas ricas, que estão na
TV e já diversificaram suas rendas. Os pastores de
igrejas em garagens, galpões e que nem conhecem a
internet se encontram em uma situação de extrema
fragilidade".
Com mais de 20 mil templos, a Igreja Pentecostal Deus
é Amor agiu para que templos menores não fechassem.
A cúpula da instituição emitiu comunicado aos pastores
informando que arcaria com várias despesas. A sede da
igreja no Distrito Federal fica em Taguatinga. Líder da
congregação, o pastor Gumercindo do Prado estima
queda de 35% a 40% nas receitas, enquanto crescem
demandas por cestas básicas.
Quando eram permitidos cultos presenciais, a igreja
exigia a limpeza dos sapatos, álcool em gel e aferição
da temperatura na entrada. Em maio passado, sua
capacidade foi reduzida de 600 para 115 pessoas.
"Estamos cientes do perigo que corremos, com tanta
gente morrendo. De forma alguma concordaria em ter
igreja cheia, sem distanciamento", afirmou o pastor
Gumercindo.
PARA LEMBRAR
91
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
Decisão acabou derrubada
Há uma semana, o ministro do Supremo Tribunal
Federal Kassio Nunes Marques autorizou a realização
de celebrações religiosas presenciais em todo o País,
mesmo com o agravamento da pandemia. A decisão do
ministro foi tomada em ação movida pela Associação
Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). A entidade
alegava que a suspensão de cultos e missas violava o
direito fundamental à liberdade religiosa. A Anajure
havia questionado decretos de governadores e prefeitos
que tinham proibido a realização presencial desses
eventos.
Na quinta-feira passada, no entanto, o plenário do STF
decidiu, por 9 votos a 2, que Estados e municípios
podem vetar a realização presencial de missas e cultos
em um esforço para evitar a propagação da covid-19 no
País. Na ocasião, Nunes Marques voltou a defender a
abertura de igrejas e templos, mas foi acompanhado
apenas pelo voto do ministro Dias Toffoli.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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COLUNA DO ESTADÃO
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Autor: COM MARIANA HAUBERT
Governadores querem serenidade em CPI
Wellington Dias (PT-PI) resume o que a maior parte dos
governadores e gestores da área de saúde espera da
CPI no Senado. A mando do STF, a comissão a ser
instalada vai apurar descalabros do poder público, com
foco em Jair Bolsonaro e no combate à pandemia da
covid-19. "Se a decisão foi de abrir a CPI, que ela não
se desvie do seu caminho. O Brasil precisa de muita
serenidade, equilíbrio e foco para vencer o coronavírus.
Não dá para perder tempo com falsas guerras diárias",
disse. Em resumo, ninguém quer ver uma "CPI das
Fake News 2".
Lost.
Apesar de atentos para as prováveis omissões do
governo federal, os Estados temem que um desvio de
rota da CPI possa atrapalhar ainda mais o já confuso
Ministério da Saúde.
Caneta.
Também há o medo de que, entre os técnicos, surja o
receio de tomar decisões e assinar despesas. Afinal,
Bolsonaro é mestre em levantar suspeitas, muitas sem
comprovação, de desvios nas verbas.
No ventilador.
Ao menos nove Estados já têm comissões similares à
do Senado, como mostrou o Estadão em março, mas
gestores avaliam que a CPI da Covid-19 deve acabar
mirando Estados e municípios também.
Na trilha.
O MDB no Senado quer a presidência ou a relatoria da
CPI. Os nomes de Eduardo Braga (AM) e Renan
Calheiros (AL) têm circulado. Mas o último, pelo
discurso abertamente de oposição, não deve assumir a
dianteira.
Poker face.
A decisão de Luís Roberto Barroso sobre a CPI da
Covid-19 ajudou a embaralhar todas as cartas da
articulação política do governo, nas palavras de um
assessor palaciano. Em especial, no Orçamento.
Pesou...
Pesquisa do Instituto Renoma mostra que os moradores
da cidade de São Paulo, de alta e de baixa renda,
perceberam queda nas receitas das famílias. A
sensação é maior entre as mulheres e demais cidadãos
com mais de 30 anos.
...no bolso.
"O ganho mensal familiar dos brasileiros diminuiu. Está
difícil para todos, independentemente da renda", afirma
o sociólogo Fábio Gomes, fundador do Bateiah, instituto
ligado ao Renoma.
93
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Estudo.
Foram entrevistados 205 eleitores de bairros com
moradores de alto e de baixo poder aquisitivo, em 30 de
março último. O nível de confiança é de 95%.
Menu.
A parcela do empresariado crítica a Jair Bolsonaro se
incomodou com o jantar nesta semana por um motivo
especial: o mal gosto de um convescote em meio a
quase 350 mil mortes por covid-19 no País.
Como?
Para o senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão do
presidenciável Ciro Gomes, "empresário que defende a
política de Bolsonaro é suicida". "Impossível que alguém
veja momento favorável aos negócios neste momento",
disse.
Oi...
Aloizio Mercadante, ex-ministro de Lula, disse que
alguns dos empresários que estiveram no jantar
"sempre tiveram excelente diálogo ( com o PT) e o fato
não mudará isso".
...sumidos.
"Tínhamos muito mais dificuldade de dialogar com o
empresariado em 2002 do que agora", afirmou
Mercadante.
Click.
Marina Silva prestou homenagem ao Príncipe Philip,
com lembrança de 2008, quando ele entregou-lhe
medalha da ONG WWF pela defesa da Amazônia.
SINAIS PARTICULARES.
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal
Federal
PRONTO, FALEI!
Danilo Medeiros Conselheiro do Instituto de Formação
de Líderes (IFL)
"O leilão de concessões de aeroportos é positivo. Mas é
importante que ele seja acompanhado de proposta de
privatização ou liquidação da Infraero."
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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DORRIT HARAZIM - Terra em transe
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Opinião
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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Autor: DORRIT HARAZIM
O capitão Jair e o Dr. Jairinho têm algo em comum:
gostariam de virar a página. O primeiro é presidente do
Brasil. Como a responsabilidade pelo caos pandêmico
não sai de seu colo, ele explora tentativas cada vez
mais bizarras de virar a página, de varrer a realidade
fúnebre do país nem que seja aprofundando ao extremo
o precipício. A mortandade que o capitão semeia é
coletiva.
Já o Dr. Jairinho prefere semear terror individual. Por
espancamento. Foi preso com a mulher esta semana
pelo assassinato do enteado Henry, de 4 anos.
Vereador carioca no quinto mandato e habituado a
trafegar nas paralelas, Jairo Souza Santos Junior
procurou varrer a realidade de seu crime ainda no
hospital - pediu, ao arrepio da lei, que o corpo do
menino não fosse encaminhado para o Instituto Médico-
Legal. Pretendia encaminhá-lo a um legista particular
para, em suas próprias palavras, "poder virar a página
logo". Felizmente, não foi atendido. Mais tarde, segundo
relato do devastado pai biológico da criança, o vereador
teria se dirigido a ele em termos ainda mais crus :
"Mermão, vira essa página, vida que segue. Você faz
outro filho".
Frieza insaciável existe.
Jair e Jairinho têm em comum uma desumanidade
doentia. Ela parece não ter fim neste Brasil em transe,
resignado a chorar. É natural chorar pelo menino Henry
mesmo sem tê-lo conhecido, pois os elementos
conhecidos do caso geram empatia universal: o horror e
medo de uma criança brutalizada até desfalecer, a
animalidade de um padrasto espancador, a frieza
criminosa da mãe. Como não querer escancarar os
braços para proteger o miudinho indefeso?
Mais complexa é a subtração diária de vidas brasileiras
levadas pela Covid-19, esse matador silencioso,
invisível, não humano. Mesmo quando tentamos
individualizar alguma morte anônima igualmente cruel, o
pranto não vem fácil em meio aos outros 350 mil que já
se foram. Tome-se o caso da menina de 4 anos, mesma
idade de Henry, cujo corpo foi encontrado no Hospital
Materno Infantil de Brasília por vigilantes da instituição.
Segundo o portal "Metrópoles", o corpo sem vida estava
há mais de 24 horas numa salinha sem ventilação na
entrada da emergência pediátrica, à vista de pacientes
que por ali passassem. Só que o pavor da menina com
suspeita de Covid-19, sua solidão e asfixia antes de
morrer são mais difíceis de imaginar. Permaneceu
anônima, exceto para quem a perdeu.
Tinha razão o dramaturgo e romancista Max Frisch
quando escreveu que, mais cedo ou mais tarde, todo
mundo inventa uma história que acredita ser sua vida.
Nesse sentido - e apenas nesse sentido - , Jair
Bolsonaro não é diferente do resto do mundo. Para
manter sua vida ficcional vedada, ele precisaria "virar a
página" de sua responsabilidade na tragédia brasileira.
Não vai conseguir. Basta responder a uma pergunta de
simplicidade cristalina que aponta a responsabilidade
única do presidente da República no abandono do país:
qual o único brasileiro que poderia ter mudado o curso
da voracidade do vírus? A resposta independe das95
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Opinião
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
complexas deliberações do Judiciário e das
tortuosidades do Legislativo. Ela se fundamenta no
senso comum.
Desde o início da pandemia, a parte dos brasileiros em
condição de optar pelo iluminismo entendeu a seriedade
do perigo, adotou medidas protetivas individuais,
assumiu sua responsabilidade coletiva. Sempre se
manteve decidida a não compactuar com o
obscurantismo. Para que o combate à Covid-19 tivesse
alguma chance de êxito ou racionalidade, teria bastado
convencer o outro Brasil. Esse outro Brasil em estado
de mitomania, aguerrido, porém fiel, teria seguido com
disciplina religiosa qualquer ordem de distanciamento,
uso de máscara ou confinamento emanada da boca do
seu líder. Tamanho poder e privilégio somente o
presidente tinha, com tudo à disposição - cadeia
nacional de rádio e TV diária, se quisesse, redes
sociais, confiança cega de seguidores. Nenhum ministro
da Saúde, nenhuma sumidade científica, nenhum
acadêmico, celebridade ou vencedor do "BBB" teria,
sozinho (nem em conjunto), eficácia semelhante. O
presidente da República preferiu incentivar o
descarrilamento de vidas.
Muito acima das lambanças generalizadas deste Brasil
esgarçado, a responsabilidade de Bolsonaro é única.
Apenas ele, sem precisar de mais ninguém, dado que o
governo o seguiría, teve a chance de evitar o naufrágio.
Nem sequer tentou. Optou pela morte.
Muito acima das lambanças generalizadas deste Brasil
esgarçado, a responsabilidade de Bolsonaro é única
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário
96
Um ano depois, pautas citadas em reunião avançaram
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
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Autor: DIMITRIUS DANTAS E JULIA LINDNER
Há um ano, todos os ministros do governo Bolsonaro se
reuniram para a discussão de um plano que
acreditavam ser o caminho para a superação da
pandemia: obras e investimentos públicos focados no
reaquecimento da economia. A época, o Brasil
registrava 2 .924 mortes pelo coronavírus - não por dia,
mas ao todo - , e as lideranças do governo acreditavam
que o pior já tinha passado. As imagens da reunião, que
vieram a público por decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF), mostram que, apesar de avaliações
equivocadas sobre a extensão dos efeitos do vírus,
políticas defendidas no encontro, como a flexibilização
de acesso às armas, foram implementadas.
Marcada pela desorganização, xingamentos e ameaças
a outras instituições, como o Supremo Tribunal
Federal (STF), o encontro, que ocorreu em 22 de abril
de 2020, causou uma crise política que tensionou a
relação com outros Poderes e, dois meses depois, teve
como efeito a demissão de Abraham Weintraub do
Ministério da Educação.
O "responsável" pela divulgação da reunião, Sérgio
Moro - a determinação do então ministro Celso de Mello
partiu de um pedido dele - , também não está mais no
governo, e foi na área que esteve sob sua alçada em
que uma das diretrizes anunciadas pelo presidente Jair
Bolsonaro passará a vigorar. No encontro, o chefe do
Executivo defendeu "armar a população" - a partir de
amanhã, passará a vigorar um decreto que estende
para seis armas o limite que um cidadão pode ter em
casa.
No encontro, Bolsonaro também evidenciou que faria
mudanças em cargos ligados ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública, declaração que Moro apresenta
como uma das provas da interferência do presidente na
Polícia Federal. O inquérito que apura o caso ainda está
em aberto no Supremo. De lá para cá, o ex-juiz foi
substituído por André Mendonça, que na semana
passada deu lugar a Anderson Torres - delegado que é
adversário de Moro.
No comando da PF, a tentativa de emplacar Alexandre
Ramagem foi barrada pelo STF, o que levou o posto a
ser ocupado, na ocasião, por Rolando de Souza. Na
semana passada, foi oficializada nova troca: Paulo
Maiurino assumiu a chefia da corporação.
"PASSAR A BOIADA"
Outra frase marcante da reunião partiu do ministro do
Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ao afirmar que a
imprensa estava focada na pandemia, ele defendeu que
seria um bom momento para "passar a boiada",
flexibilizando regras ambientais. Pesquisadores da
UFRJ encontraram 57 dispositivos legais de
desregulação e flexibilização, enfraquecendo regras de
preservação - mais da metade foi publicada após a
frase de Salles.
Já no combate à pandemia, o Ministério da Saúde
voltou para as mãos de um médico Nelson Teich,
presente ao encontro, foi substituído no mês seguinte
pelo general Eduardo Pazuello - , mas apresença de97
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - STF
Marcelo Queiroga não foi capaz de alterar
completamente a postura de Bolsonaro. O presidente
segue se manifestando contra medidas de isolamento
social e, ontem, circulou sem máscara por Brasília.
Divulgação de imagens da reunião elevou tensão entre
governo e
STF BOLSONARO E MINISTROS CUMPRIRAM O
QUE PROMETERAM DURANTE O ENCONTRO
"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de
Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu
não vou esperar foder minha família toda de
sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar
alguém da segurança na ponta da linha que pertence à
estrutura. Vai trocar, se não puder trocar, troca o chefe
dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto
final. Não estamos aqui para brincadeira" POLÍTICA
ARMAMENTISTA "Olha, eu tô, como é fácil impor uma
ditadura no Brasil. Como é fácil. 0 povo tá dentro de
casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e
ministro da Defesa, que o povo se arme! Que é a
garantia que não vai ter um filho da puta aparecer para
impor uma ditadura aqui! Que é fácil impor uma
ditadura! Facílimo! Um bosta de um prefeito faz um
bosta de um decreto, algema, e deixa todo mundo
dentro de casa"
MAIS DINHEIRO PARA OBRAS "Pró-Brasil. É um
programa para integrar, aprimorar ações estratégicas,
os senhores vão ver que o foco, ele não é de Governo,
ele é de Estado. Eu tô tentando fazer uma projeção de
dez anos, tá? É ... eu tô tentando não, nós vamos ter
que fazer isso aí. É ... pra retomada do crescimento
socioeconômico em resposta aos impactos relacionados
ao coronavírus, tá?"
A BOIADA N0 MEIO AMBIENTE "Então pra isso precisa
ter um esforço nosso aqui enquanto estamos neste
momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de
imprensa, porque só fala de Covid e ir passando a
boiada e mudando todo o regramento e simplificando
normas. De Iphan, do ministério da Agricultura, do
ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de
ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços para
dar de baciada a simplificação... É de regulatório que
nós precisamos, em todos os aspectos."
CONFRONTO COM STF "Eu, por mim, botava esses
vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é
isso que me choca. Era só isso presidente, eu
realmente acho que toda essa discussão de "vamos
fazer isso", "vamos fazer aquilo", ouvi muitos ministros
que vi, chegaram, foram embora. Eu percebo que tem
muita gente com agenda própria. Eu percebo que tem,
assim, tem o jogo que é jogado aqui, mas eu não vim
pra jogar o jogo. Eu vim aqui pra lutar."
COMBATE ÀPANDEMIA "No que depender de mim,
nunca feríamos lockdown. Nunca. É uma política que
não deu certo em lugar nenhum do mundo. (Nos)
Estados Unidos vários estados anunciaram que não tem
mais. Mas não quero polemizar esse assunto aí."
COMO FICOU No início deste mês, Bolsonaro trocou
pela terceira vez o ministro da Justiça. Anderson Torres
assumiu a vaga de André Mendonça, que substituiu
Sérgio Moro após o ex-juiz afirmar que o presidente
tentou interferir na PF. Para o comando da corporação,
foi nomeado Alexandre Ramagem, mas o STF barrou a
indicação por causa da proximidade dele com os
Bolsonaro. Rolando de Souza assumiu o cargo e, agora,
foi substituído por Paulo Maiurino.
Bolsonaro editou quatro decretos que flexibilizam as
regras de compra e posse de armas. 0 limite de armas
para compra passou de quatro para seis. Se a pessoa
atuar na segurança pública, sobre para oito. Produtos
antes vendidos sob o monitoramento do Exército
deixaram de ser controlados. Flouve um crescimento
recorde de 90% de novos registros de armas de fogo
em 2020, em comparação com o ano anterior.
BRAGA NETTO Pelo Orçamento deste ano, R$ 11
bilhões foram destinados a áreas ligadas aos ministérios
comandados por Rogério Marinho (Desenvolvimento
Regional) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), que
pressionaram por mais recursos ao longo de 2020.
Também tiveram o Orçamento aumentado os98
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ministérios de Defesa; Minas e Energia; Agricultura,
Pecuária e Abastecimento; Relações Exteriores e
Economia.
RICARDO SALLES 0 ministro do Meio Ambiente
destacou que, com a atenção da imprensa voltada para
a Covid, o governo poderia "passar a boiada" e publicar
normas de desregulamentação e simplificação que não
precisam de aprovação do Congresso. Pesquisadores
da UFRJ encontraram 57 dispositivos legais de
desregulação e flexibilização, enfraquecendo regras de
preservação. Mais da metade foi publicada após a frase
de Salles.
ABRAHAM WEINTRAUB
Vários foram os momentos de atritos entre STF e
governo Bolsonaro, como o pedido para que Weintraub
explicasse as agressões contra ministros da Corte, o
que terminou com a sua demissão; a diminuição do
prazo para que ministros militares fossem ouvidos no
inquérito da PF aberto após denúncias de Moro; o
pedido de análise sobre a apreensão do celular do
presidente; e buscas e apreensões nas casas de
apoiadores de Bolsonaro.
JAIR BOLSONARO
Por várias vezes, Bolsonaro afirmou que a cobrança
sobre as mortes provocadas pelo novo coronavírus no
Brasil deveria ser feita a governadores e prefeitos que
adotaram medidas de isolamento para tentar conter o
contágio pela Covid-19. O presidente chegou a
apresentar uma ação ao Supremo Tribunal Federal
contra medidas restritivas adotadas por governadores,
que incluem toques de recolher no agravamento da
pandemia. O STF negou o pedido.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
99
LAURO JARDIM
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Briga de estrelas
No dia seguinte à demissão de Eduardo Pazuello do
Ministério da Saúde, o gabinete presidencial foi palco de
uma acalorada discussão entre ele e o ministro Luiz
Eduardo Ramos - tudo devidamente testemunhado por
Jair Bolsonaro. A reunião havia sido tensa por causa
das menções à corrupção feitas no discurso de
despedida de Pazuello do ministério. Mas foi na saída
da sala que o tempo esquentou. "Ramos", disse o ex-
ministro tentando reiniciar a conversa. "Ramos, não.
General Ramos. Você é general de divisão, eu sou de
Exército e não vou falar com você". O papo acabou por
aí. Ou, para usar a célebre frase de Pazuello, dita para
descartar a chance de ele discordar de Bolsonaro: "É
simples assim: um manda e o outro obedece".
BRASIL
Sem função A
liás, quase um mês depois de ser demitido, Pazuello
continua sem função definida.
Na semana passada, esteve no Palácio do Planalto.
Mas permanece perambulando como um morto-vivo.
Evento "pauta-bomba"
O Ministério da Economia trabalha pelo veto de um
projeto classificado por técnicos da pasta como a nova
"pauta-bomba" do Congresso. E um pacote de socorro
ao setor de eventos, que fez intenso lobby entre os
parlamentares sob alegação de prejuízos com a
pandemia. Ocorre que, para a equipe de Guedes, os
congressistas foram muito generosos. Entre outros
pontos, zeraram impostos federais por cinco anos.
Pelas contas de técnicos, uma perda de R$ 100 bilhões
em arrecadação no período.
JUDICIÁRIO
Alta velocidade
O STF recebeu na segundafeira passada o pedido de
habeas corpus 200 mil. Trata-se de uma tentativa de
revogar a prisão preventiva de um homem detido com
um revólver. Mas o que esse número revela? Uma
explosão de HCs na Corte. O primeiro pedido desse tipo
de que se tem notícia no Supremo foi impetrado em
1870. Somente em 2009, chegouse à marca de 100 mil
HCs protocolados. Ou seja, foram precisos 139 anos
para chegar aos primeiros 100 mil pedidos de habeas
corpus. E apenas doze anos para atingir os 200 mil.
Súmulas desprezadas Internamente e em público, os
ministros vêm criticando o excesso de HCs que tomam
o trabalho na Corte. Dizem que eles têm tornado o
Supremo uma "quarta instância". Para os magistrados,
muitos são protocolados porque tribunais inferiores
deixam de seguir súmulas do STF.
Fim da lua de mel
Bem recebido como novo presidente do Senado pelo
Supremo, Rodrigo Pacheco terminou a semana sob
olhar de desconfiança de magistrados. A avaliação feita100
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em conversas entre ministros é que, na tentativa de ficar
bem com todos os lados, ele jogou a crise no colo do
STF. Não só no episódio da CPI da Pandemia. Na
última semana, Pacheco desistiu de votar propostas que
sustam decretos de armas de Bolsonaro. Eles entram
em vigor esta semana. A expectativa é que o tema seja
decidido, mais uma vez, pelo STF.
GOVERNO
Tempo quente
Para que o leitor entenda melhor como estão
tensionadas as relações no governo, vale repetir a
expressão com a qual Paulo Guedes já se referiu várias
vezes a Rogério Marinho nas últimas semanas - e
diante de outros ministros: "batedor de carteira". O
epíteto refere-se a uma suposta maneira desleal de
Marinho em conseguir mais verbas para o seu
ministério.
Nova reforma
Jair Bolsonaro deu o o.k. para uma reforma no Palácio
do Planalto - desta vez, não uma reforma ministerial,
mas na ocupação do prédio principal. Alguns órgãos e
assessorias serão transferidos para os anexos. E
outros, como a AGU, deixam os anexos para ganhar
salas localizadas mais perto do presidente. A propósito,
Hamilton Mourão permanece na periferia, ou seja, no
Anexo II.
A brasileira As cerca de 40 pessoas que se reuniram na
semana passada para jantar com Jair Bolsonaro em
São Paulo, entre empresários e ministros, tinham uma
característica em comum: eram todos homens e todos
brancos.
ELEIÇÕES 2022
Nem de centro, nem de direita e nem...
A interlocutores, Gilberto Kassab tem revelado que o
PSD não terá candidato a presidente no primeiro turno
de 2022.
SAÚDE
Vai passar
Na quarta-feira, completa um ano que Osmar Terra
lustrou sua bola de cristal e, numa sessão da Câmara,
previu boas novas em relação à Covid: "O pico da
pandemia já passou em São Paulo. O pico é quando
mais de 60% das pessoas já estão contaminadas. É a
imunidade de rebanho. O colapso anunciado não irá
acontecer. A epidemia está terminando dentro de duas,
três semanas em São Paulo". Duas semanas atrás, o
oráculo Terra foi recebido em audiência por Jair
Bolsonaro.
O escritor Lázaro Ramos vai começar a dar um enfoque
maior à sua carreira de escritor. Está escrevendo uma
obra inédita para adultos e vai lançar seu primeiro título
para adolescentes. O novo livro tem "Medida
Provisória", a recente estreia de Lázaro na direção
cinematográfica, como ponto de partida para reflexões
sobre as linguagens e abordagens dele como artista. Ao
longo do filme, o ator gravou um diário do diretor para si
mesmo, que será usado na obra. A ideia é pensar como
proporcionar diálogos em tempos de caos usando a arte
como meio. Já o livro infantojuvenil foi finalizado em
janeiro e sairá pela Companhia das Letras. Há cinco
anos sendo rascunhado, "Você não é invisível", título
provisório, fala sobre dois irmãos que moram sob o
mesmo teto, mas não conseguem se relacionar. Além
dos lançamentos, seus títulos infantis serão publicados
no exterior. "Edith e a Velha Sentada" já está em
negociações com editoras africanas. O foco na literatura
é fruto da parceria com Pascoal Soto, que passa a ser
seu agente literário e vai gerenciar a carreira de Lázaro
como autor.
Caminhos cruzados João Marcelo, o mais velho dos três
filhos de João Gilberto, está tentando produzir um
documentário sobre o pai, que comemoraria os 90 anos
no dia 10 de junho. Os convites para amigos e artistas
próximos do pai da Bossa Nova já estão sendo feitos -
como NanaCaymmi, por exemplo. Não será uma tarefa
fácil para João Marcelo, 61 anos e há décadas morando101
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nos EUA. A feroz disputa judicial dele com a irmã Bebel
deve levar alguns contatados a ficar de fora do projeto.
Semgeosmina São dois os candidatos que estão
disputando para valer o controle da Cedae, no maior
leilão do setor de infraestrutura deste ano no Brasil, que
será realizado no dia 30: a Aegea Saneamento
(sociedade do grupo Equipav com o Fundo Soberano de
Cingapura) e o consórcio que reúne a BRK Ambiental e
a Vinci Partners. O lance mínimo é de R$ 10,6 bilhões e
o vencedor terá a obrigação de investir R$ 31 bilhões
nos próximos doze anos.
Comfibra Sem alarde, a EB Fibra, empresa provedora
de fibra ótica, que anunciou dias atrás Pedro Parente
como o seu novo presidente, iniciou seu road show com
vistas a abrir o capital em2022.
O mistério de Luna O general Silva e Luna, que assume
a presidência da Petrobras nos próximos dias, ouviu
numa das reuniões que fez com diretores da estatal que
é fundamental a manutenção da política de preços
alinhada dos combustíveis com a variação do preço do
petróleo no mercado internacional - numa dessas
reuniões, até Roberto Castello Branco, o atual CEO,
participou. Luna ouviu, mas, enigmático, não deu sinais
do que fará. Como ele vai se equilibrar entre as
demandas do mercado financeiro e as exigências de
Jair Bolsonaro de controle de preços, ninguém ainda
descobriu - ainda que seja óbvio que a balança penderá
para o lado do presidente.
Problema a menos O bilionário Lirio Parisotto já havia
vendido há algum tempo seu jato. Passara a voar em
aviões de carreira, como um comum mortal.
Só que surgiu a Covid e, com ela, os riscos de se voar
em aviões lotados. Parisotto resolveu o problema:
comprou um jato novamente.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
102
'HÁ MOVIMENTOS PARA CONTER AVANÇOS DA FORÇA-
TAREFA
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domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
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ENTREVISTA
Eduardo El Hage/ Procurador e ex-chefe da Lava-Jato
O firn da força-tarefa da Lava-Jato no Rio, em março,
não representa uma trégua aos agentes públicos
envolvidos em corrupção, diz o procurador da República
Eduardo El Hage. Depois de coordenar por cinco anos o
grupo do Ministério Público Federal no Rio que prendeu
o ex-governador Sérgio Cabral, entre mais de 300
pessoas que integravam esquemas criminosos no
estado, El Hage assume agora, por dois anos, o
comando do Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco) no âmbito do MPF-RJ.
Quais são as suas expectativas no Gaeco federal?
Vamos ampliar as linhas de investigação produzidas
nas ações da 7- Vara Federal Criminal, com os casos
do ex-governador Sérgio Cabral e da construção da
usina nuclear de Angra 3. Podemos atuar agora em
corrupção em estatais, crimes financeiros, tráfico
internacional de armas e drogas e outros da esfera
federal.
O chamado caso "vaza-jato" atrapalhou as operações
anticorrupção no Rio?
No Rio, apesar de termos sido vítimas de tentativas de
ataques, não tivemos os dispositivos invadidos. Quanto
às mensagens, é difícil atestar a cadeia de custódia da
prova. Tanto no material divulgado pelos hackers
quanto na Operação Spoofing, houve violação da
cadeia de custódia. Nessas condições, os invasores
podiam fazer o que quisessem com o conteúdo. Material
sem validade jurídica.
O senhor identifica alguma ação orquestrada para
esvaziar a Lava-Jato?
Há um movimento para conter alguns avanços originado
de frentes no Legislativo, Executivo e Judiciário.
Alguns até com bons propósitos, como a decisão do
ministro Gilmar Mendes (do STF) de restringir a
condução coercitiva, uma medida acertada para
preservar o direito do acusado. Mas outras medidas
impuseram um prejuízo grande.
O que representou a prisão de Sérgio Cabral?
O afastamento da política fluminense do líder de uma
grande organização criminosa, que comandou
esquemas que tinham braços na Alerj, no Ministério
Público do Estado do Rio, no Tribunal de Contas do
Estado, em secretarias e empresas de ônibus. As
operações mostraram que havia um jogo de cartas
marcadas com o dinheiro público. O problema se repetiu
com o governo estadual no ano passado. Nossas
operações, pelo visto, não tiveram o esperado efeito
dissuasório.
Porque os corruptores fluminenses não recuaram?
No Brasil, a impunidade ainda é regra. Há uma
dualidade entre prisões preventivas e impunidade
absoluta. O dito pacote anticrime aumentou garantias
individuais, especialmente, nos crimes de colarinho103
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
domingo, 11 de abril de 2021Judiciário - Judiciário
branco, mas falhou em não prever a possibilidade de
prisão após julgamento em segunda instância. Hoje,
temos, então, restrições a prisões preventivas e um
sistema que impõe o esgotamento de quatro instâncias
para o cumprimento de pena.
Como vê os ataques que a Lava-Jato recebeu?
Setores da esquerda veem o combate à corrupção
como uma bandeira da direita e afirmam que o mal do
Brasil é a desigualdade social. Ocorre que nenhuma
política pública é capaz de ser implementada se o
governador, a Assembléia Legislativa e o Tribunal de
Contas estiverem mais preocupados em se locupletar
de recursos públicos do que de criar programas sociais.
Não haverá redução da desigualdade social enquanto a
política for povoada por pessoas que têm uma única
bandeira: a própria. ( Chico Otávio)
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Judiciário
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Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal para
produzir imunizante contra Covid-19
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Londrina Online/Paraná - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Covid-19
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se reuniu neste
sábado (10) com o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, para debater a possibilidade de uso de
fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas.
Também participou do encontro o senador Confúcio
Moura (MDB-RO), presidente da comissão temporária
criada para acompanhar as ações contra a Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. "É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde", disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
"Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo", afirmou. "É muito
importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a
união, a pacificação, o diálogo permanente, com as
soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros,
que é a pandemia."
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal),
ordenar a instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá
"um milímetro" para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento.
Pacheco foi o articulador inicial da ideia de instituir um
comitê nacional para enfrentamento da Covid-19,
anunciado em 24 de março pelo presidente Jair
Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê --a
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Londrina Online/Paraná - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Covid-19
municipais será feita por Pacheco.
Hoje, no Brasil, a produção de vacinas é feita pela
Fiocruz, responsável por doses da Astrazeneca, e pelo
Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Covid-19,
Judiciário - Coronavírus
106
Covid-19: mortes de profissionais de penitenciárias aumentou em quase 6
vezes, diz CNJ
Conselho Nacional de Justiça - CNJNotícias do Dia/Santa Catarina - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Presos
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No último trimestre, segundo dados do CNJ (Conselho
Nacional de Justiça), o número de mortes de
profissionais do sistema penitenciário e socioeducativo
em decorrência da Covid-19 cresceu 487%.
O balanço aponta 94 novos óbitos nos últimos três
meses, contra 16 entre outubro de 2020 e janeiro de
2021. Somente em março, 42 servidores e servidoras
de estabelecimentos prisionais morreram em
decorrência da doença segundo dados oficiais.
Em unidades socioeducativas, o número total de óbitos
no período saltou de 38 para 53.
Leia mais
Desde o início da pandemia, foram 78.029 casos da
Covid-19 confirmados em estabelecimentos do sistema
prisional e unidades do sistema socioeducativo.
Somente no sistema penitenciário foram registradas 70
mil ocorrências, sendo 51 mil de presos e 18 mil de
profissionais.
As mortes, em unidades penitenciárias, são 322, sendo
159 de presos e 163 de funcionários, enquanto no
socioeducativo foram registrados 1.846 casos de
contaminação entre adolescentes em privação de
liberdade, além de 6.128 entre funcionários, com 53
mortes, sendo todas de funcionários.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Presos,
Judiciário - Sistema Prisional, Judiciário -
Socioeducativo, Judiciário - Covid-19
107
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal contra
Covid-19
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Tempo online/Minas Gerais - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Covid-19
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Autor: FOLHAPRESS
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
se reuniu neste sábado (10) com o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, para debater a possibilidade de uso
de fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas. Também participou do encontro o senador
Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da comissão
temporária criada para acompanhar as ações contra a
Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. "É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde", disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
"Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo", afirmou."É muito
importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a
união, a pacificação, o diálogo permanente, com as
soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros,
que é a pandemia."
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal),
ordenar a instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá
"um milímetro" para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento. Pacheco foi o articulador inicial da ideia de
instituir um comitê nacional para enfrentamento da
Covid-19, anunciado em 24 de março pelo presidente
Jair Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê -a
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
municipais será feita por Pacheco. Hoje, no Brasil, a
produção de vacinas é feita pela Fiocruz, responsável
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sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Covid-19
por doses da Astrazeneca, e pelo Instituto Butantan,
que fabrica a Coronavac.
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Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Covid-19,
Judiciário - Coronavírus
109
É preciso desjudicializar ou descentralizar a execução civil
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sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Covid-19
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Autor: Juliana Melazzi Andrade
A desjudicialização da execução consiste na retirada do
processo de execução do Poder Judiciário para que
outros sujeitos passem a ser responsáveis por auxiliar
credores a satisfazer créditos contidos em títulos
executivos. O objetivo precípuo dessa mudança é
"desafogar" o Judiciário, haja vista a alta carga de
processos executivos em trâmite por longos anos, e
tornar a execução mais efetiva e eficiente para credores
e devedores [1].
O tema da desjudicialização da execução vem se
tornando mais comum nos debates jurídicos. Desde o
início da pandemia da Covid-19, temos observado
diversas lives e congressos virtuais sobre o tema,
acompanhados de importantes contribuições e
sugestões ao projeto de lei em tramitação no Congresso
Nacional (PL 6.204/2019).
Fato é que essas propostas em palestras, somadas a
poucas reflexões teóricas mais elaboradas, evoluíram
para que a desjudicialização da execução se converta
em uma possibilidade real no médio prazo. o que exige
a elaboração de propostas sólidas pelos juristas a fim
de evitar que a alta carga de processos executivos no
Brasil não seja apenas transposta para uma outra
seara. Sem diagnosticar os problemas e sem propor
soluções adequadas, desjudicializar poderia revelar-se
mudar a ineficiência de lugar: do Judiciário para outra
sede. É necessário pensar, portanto, como podemos
efetivamente contribuir para a melhoria do dia a dia dos
advogados, magistrados, promotores e procuradores.
O mencionado PL 6.204/2019 previu como responsável
pela execução o tabelião de protestos, com o objetivo
de retirar os processos de execução do Poder
Judiciário.
Uma outra proposta foi por nós desenvolvida no Grupo
de Pesquisa Transformações nas Estruturas
Fundamentais do Processo, na Universidade Estadual
do Rio de Janeiro (Uerj), coordenada pelo professor
Antonio Cabral, com a elaboração de um anteprojeto de
lei sobre o tema [2].
A proposta do anteprojeto da Uerj é no sentido de que o
processo de execução seja iniciado perante o juiz, que
exercerá uma cognição inicial para certificar se estão
presentes os requisitos para a caracterização do título
executivo de modo a autorizar a prática dos atos
executivos [3] [4]; determinar que se prove a
implementação de termo ou condição que interferem na
exigibilidade do título; converter a execução em
procedimento comum ou monitório; ou extinguir o
processo sem a resolução do mérito.
Em seguida, haveria uma delegação da competência
para a prática de atos executivos a um agente de
execução por meio de livre distribuição, o que se
diferencia do artigo 6º do PL 6.204/2019, que prevê que
os títulos executivos seriam apresentados diretamente
ao tabelionato, com prévio protesto do título. No modelo
do anteprojeto da Uerj, portanto, o processo seguiria
como um processo judicial normal, com número do CNJ,
mas a condução dos atos executivos se daria por um
agente de execução, sob supervisão do juiz. Há, assim,110
Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - opinião
sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Covid-19
uma verdadeira descentralização da execução, sem que
haja propriamente exclusão do juiz (descentralização
sem desjudicialização, portanto).
De fato, pela óptica de uma execução conduzida por
sujeitos externos ao Judiciário, muito se discute se a
execução deveria ser conduzida por agentes públicos
ou por agentes privados. Os formatos já existentes em
outros países variam, havendo modelos em que órgãos
administrativos públicos conduzem a execução, como
Finlândia, Suécia, Polônia e Suíça; modelos em que são
profissionais liberais, como Macedônia, Lituânia,
Letônia, Portugal, Bélgica, Eslováquia, Holanda, França;
e modelos mistos, como Ucrânia, Albânia, Bulgária e
Cazaquistão.
Nesse sentido, já defendemos que a condução da
execução pode se dar por agentes privados, o que não
parece tão estranho à realidade brasileira. Temos, por
exemplo, o administrador judicial na recuperação judicial
e falência, que é um agente privado que efetivamente
conduz o processo junto ao juiz. O administrador judicial
atua desde o início da recuperação judicial e falência
até o término do procedimento, sobretudo como
responsável pela consolidação do quadro-geral de
credores após a apresentação das habilitações,
divergências e impugnações, mas também ao auxiliar
na prática de outros atos. Inclusive, o administrador
judicial adquiriu novas e importantes funções com a Lei
nº 14.112.2020, como estímulo a autocomposição e
resposta a ofícios e solicitações de outros juízos e
órgãos públicos sem a intermediação do juiz (artigo 22,
I, "j" e "m", da Lei nº 11.101/05).
Mas o CPC também prevê agentes privados para
atuação pontual, como se vê na nomeação de um
administrador, em processos de execução, quando há
penhora de quotas e ações de sociedades empresárias
(artigo 861, §3º, do CPC), de estabelecimento (artigo
862 do CPC), de percentual de faturamento de empresa
(artigo 886, §2º, do CPC) ou de frutos e rendimentos de
coisa móvel ou imóvel (artigo 868 do CPC),
Assim, admite-se no ordenamento jurídico brasileiro,
sem maiores discussões, a atuação de agentes
privados auxiliando o Poder Judiciário, com exigências
de qualificação e controle sobre quem exercerá tais
funções, como no caso do administrador judicial, pois
deverá ser profissional "idôneo, preferencialmente
advogado, economista, administrador de empresas ou
contador, ou pessoa jurídica especializada" (artigo 21 da
Lei nº 11.101/05), na mesma linha do que viemos
defendendo em relação aos agentes de execução.
Na verdade, seja como agentes públicos externos ao
Judiciário, seja como agentes privados ou profissionais
liberais delegatários de uma função pública, deve ser
buscado um modelo que melhor atenda às
necessidades do processo civil brasileiro.
Nesse sentido, é importante termos um processo de
execução efetivo, sendo absolutamente fundamental
que o agente de execução tenha acesso a uma base de
dados de bens do devedor - até mesmo para que se
saiba se vale a pena prosseguir na execução -, a fim de
evitar que os processos de execução continuem sendo
um encadeamento de tentativas frustradas de localizar e
penhorar bens, sem que previamente se tenha certeza
sobre a sua solvência.
Ao nosso ver, parece ser mais simples a implementação
de um modelo em que continuemos com os processos
judiciais, principalmente por hoje termos a maior parte
dos processos eletrônicos, de modo que teríamos uma
plataforma digital única (CNJ) com acesso igualitário
pelas partes, juiz e agente de execução [5].
Na prática, o processo seria constituído e ganharia
número no Poder Judiciário, e se seguiria a "abertura da
conclusão" ao agente de execução, em vez do juiz, para
a prática da maior parte dos atos processuais.
A manutenção de um único sistema eletrônico até
mesmo facilitaria a supervisão judicial sobre a atuação
do agente de execução. Já haveria um juízo para o qual
distribuído o processo, caso fosse necessário que o juiz
fosse chamado a decidir alguma impugnação dos atos
praticados pelo agende de execução.
Além disso, seguindo o modelo proposto pelo111
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anteprojeto da Uerj, o processo de execução continuaria
a abranger e a dar um tratamento uniforme a todos os
devedores, com exceção, é claro, da execução
concursal regida pela Lei nº 11.101/05, o que não
ocorre no PL 6.204/2019, que faz expressa ressalva a
participação de incapaz, condenado preso ou internado,
pessoas jurídicas de direito público, massa falida e
insolvente civil.
Da mesma forma, a proposta do anteprojeto continuaria
a abranger todas as obrigações, e não apenas a
obrigação de pagar quantia líquida, certa, exigível, como
consta no artigo 6º do PL ora em tramitação no
Congresso Nacional.
Acrescente-se que entendemos ser impossível retirar
por completo o processo de execução do Poder
Judiciário. Embora desejável delegar a um agente de
execução a prática concreta de atos executivos,
inevitavelmente surgirão impugnações e embargos que
deverão ser decididos pelo magistrado, lembrando
ainda a impossibilidade de eliminar por completo as
competências executivas do juiz para decretação de
prisão civil do devedor de alimentos, sem falar nos
questionamentos que podem surgir sobre a
possibilidade de um agente de execução decidir pela
implementação de medidas executivas atípicas (artigos
139, IV, 536 e 537 do CPC). Daí parecer ser mais
correto falar-se em descentralização, e não
propriamente desjudicialização.
De todo modo, um ponto que todos concordam é que o
aprimoramento da execução civil, a fim de atribuir-lhe
mais eficiência, deve estar entre as preocupações mais
urgentes do legislador. A questão a ser debatida, nos
próximos anos, é o modelo mais adequado ao Brasil, se
um formato de maior exclusão dos juízes ou um modelo
de descentralização e supervisão judicial.
[1] Sobre o tema no Brasil, por todos: RIBEIRO, Flávia
Pereira. Desjudicialização da execução civil. 2. ed.,
Curitiba: Juruá, 2019.
[2] Anteprojeto publicado na Civil Procedure Review, v.
12, n. 1, jan.-abr./2021, p. 212-234, e disponível em:
https://www.academia.edu/44477847/ANTEPROJETO_
DE_LEI_ATRIBUI%C3%87%C3%83O_DA_PR%C3%81
TICA_DE_ATOS_EXECUTIVOS_PARA_AGENTES_DE
_EXECU%C3%87%C3%83O_NO_CUMPRIMENTO_D
E_SENTEN%C3%87A_OU_NO_PROCESSO_DE_EXE
CU%C3%87%C3%83O_PROPOSTA_DE_ALTERA%C
3%87%C3%95ES_AO_C%C3%93DIGO_DE_PROCES
SO_CIVIL_E_%C3%80_LEI_DE_EXECU%C3%87%C3
%95ES_FISCAIS.
[3] O anteprojeto teve como ponto de partida muitas das
sugestões desenvolvidas pela autora deste artigo
publicadas em: ANDRADE, Juliana Melazzi. A
delegação do exercício da competência no processo
executivo brasileiro. Revista de Processo, vol. 296,
out./2019, p. 111-147; ANDRADE, Juliana Melazzi. A
condução do processo de execução por agentes
privados. In: MEDEIROS NETO, Elias Marques de;
RIBEIRO, Flávia Pereira. Reflexões sobre a
desjudicialização da execução civil. Curitiba: Juruá,
2020, p. 545-470. As ideias desenvolvidas nesses
artigos constaram em Parecer do Conselho Federal da
OAB sobre o PL 6.204/2019 e tiveram como importante
referência teórica o tema da delegação de
competências desenvolvido por Antonio Cabral em sua
tese de titularidade na UERJ, recentemente publicada
como livro: CABRAL, Antonio do Passo. Juiz natural e
eficiência processual: flexibilização, delegação e
coordenação de competência no Processo Civil. São
Paulo: RT, 2021.
[4] SICA, Heitor Vitor Mendonça. Cognição do juiz na
execução civil. São Paulo: RT, 2017, p. 191-192.
[5] Essa foi uma das sugestões feitas pelo professor
Miguel Teixeira de Souza (Universidade de Lisboa) ao
comentar o anteprojeto em discussão na academia.edu.
Juliana Melazzi Andrade é mestranda em Direito
Processual pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ), pesquisadora do Grupo de Pesquisa
Transformações nas Estruturas Fundamentais do
Processo Civil-UERJ.
Revista Consultor Jurídico, 10 de abril de 2021, 15h10112
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Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Covid-19
113
Pacheco e Queiroga discutem uso de fábricas de vacina animal contra
Covid-19
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Autor: FOLHAPRESS
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
se reuniu neste sábado (10) com o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, para debater a possibilidade de uso
de fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas. Também participou do encontro o senador
Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da comissão
temporária criada para acompanhar as ações contra a
Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. "É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde", disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
"Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo", afirmou."É muito
importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a
união, a pacificação, o diálogo permanente, com as
soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros,
que é a pandemia."
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal),
ordenar a instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá
"um milímetro" para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento. Pacheco foi o articulador inicial da ideia de
instituir um comitê nacional para enfrentamento da
Covid-19, anunciado em 24 de março pelo presidente
Jair Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê -a
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
municipais será feita por Pacheco. Hoje, no Brasil, a
produção de vacinas é feita pela Fiocruz, responsável
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por doses da Astrazeneca, e pelo Instituto Butantan,
que fabrica a Coronavac.
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produzir imunizante contra Covid-19
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Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se reuniu neste
sábado (10) com o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, para debater a possibilidade de uso de
fábricas de vacina animal para produzir imunizantes
contra a Covid-19 e também o cronograma de aquisição
de vacinas.
Também participou do encontro o senador Confúcio
Moura (MDB-RO), presidente da comissão temporária
criada para acompanhar as ações contra a Covid-19.
Na conversa, foi tratada a antecipação de fornecimento
de doses, além da conversão de parques industriais de
vacinas para animais para a fabricação de imunizantes
contra o novo coronavírus. "É uma possibilidade
concreta trabalhada pelo Ministério da Saúde", disse
Pacheco.
Pacheco também ouviu a posição do Ministério da
Saúde sobre patentes, em especial um projeto que
tramita no Senado sobre o tema, e discutiu insumos
para sedação, medicamentos para atendimento dos
pacientes de Covid-19 e a distribuição de oxigênio aos
hospitais onde estão internados doentes.
"Esse cronograma de trabalho, de maneira coordenada
e inteligente, colaborativa do Congresso Nacional e do
Ministério da Saúde é que nos fará sair desse momento
crítico que nós estamos vivendo", afirmou. "É muito
importante nós não perdermos o foco, nós mantermos a
união, a pacificação, o diálogo permanente, com as
soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros,
que é a pandemia."
A reunião ocorreu dois dias depois de o ministro Luís
Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal),
ordenar a instalação de uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) pelo presidente do Senado.
Na decisão, o ministro do STF afirmou que já estavam
presentes os requisitos necessários para a abertura da
comissão, como a assinatura favorável de mais de um
terço dos senadores, e argumentou que o chefe do
Senado não poderia se omitir em relação ao tema.
Em entrevista à Folha, Pacheco disse que não mexerá
"um milímetro" para impedir a atuação da CPI da Covid,
embora diga ser contrário à sua instalação neste
momento.
Pacheco foi o articulador inicial da ideia de instituir um
comitê nacional para enfrentamento da Covid-19,
anunciado em 24 de março pelo presidente Jair
Bolsonaro após uma reunião com ministros, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o
presidente do STF, Luiz Fux. A princípio, o grupo será
formado por Bolsonaro, pela cúpula do Legislativo e por
um representante do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça).
Governadores e prefeitos foram excluídos do comitê --a
interlocução das demandas dos Executivos estaduais e
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Conselho Nacional de Justiça - CNJPortal do Holanda/Amazonas - Noticias
sábado, 10 de abril de 2021Judiciário - Covid-19
municipais será feita por Pacheco.
Hoje, no Brasil, a produção de vacinas é feita pela
Fiocruz, responsável por doses da Astrazeneca, e pelo
Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - Covid-19,
Judiciário - Coronavírus
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