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300
Angra-1 pode Bxpeciauvanmre» usmas nuc . , b . r inicio d&Aniga I implantada iniciar processo Angra-I começam u |de fissão amanhã pia 110 nucieaf **& tatta so um teste pamAngra I será liberada p Anera-1 dar a Reator de AngraI contínua fissão ?\ Angra 1já preparada Angra COntínUará v S^mTcôm^T em testes até 1983 Angra I faz nOVO teste Potência de A adia a fiSSãO MM*» a 30% entre ij jsinft Nacional de Energia Nuclear. A usina Angra-f em ODeracáo com potência reduzida. A potência reduzida. A<!k ^j^ ^-~- f confirma cpie Angra I funciona hoi ESTUDO DAS INFLUÊNCIAS DA IMPLANTAÇÃO DA USINA NUCLEAR EM ANGRA DOS REIS (ANGRA l)

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Angra-1 pode Bxpeciauvanmre» usmas nuc. ,b . r inicio d&Aniga I implantadainiciar processo Angra-I começam u

|de fissão amanhã pia 110 nucieaf **&tatta so um teste pamAngra I será liberada pAnera-1 dar aReator de Angra I contínua fissão ?\Angra 1já preparada Angra COntínUarávS^mTcôm^T em testes até 1983

Angra I faz nOVO teste Potência de Aadia a fiSSãO MM*» a 30% entre ij

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em ODeracáo com potência reduzida. Apotência reduzida. A < ! k ^ j ^ ^ - ~ - f

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ESTUDO DAS INFLUÊNCIASDA IMPLANTAÇÃO DA USINA NUCLEAREM ANGRA DOS REIS (ANGRA l)

IISMIII IIISIUIII IE IMIIISIIICII 1IIKIPIL

ESTUDO DAS INFLUÊNCIAS DA IMPLANTAÇÃO

DA USINA NUCLEAR EM ANGRA DOS REIS

(ANGRA I)

- MAIO DE 1982 -

MO01004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIfl» IIISILEIII IE IIIIIISTIICll MIICIPIl

EQUIPE TÉCNICA

Lino Ferreira Netto - Coordenador Geral

Alcides Redondo Rodrigues - Técnico de Administração

Eliar.e Faerstein - Arquiteta e Urbanista

GleiPi Heisler Neves - Técnica de Administração

Jaerson Lucas Bezerra - Economista

Lúcio Brãulio de Lima - Técnico de Administração

Maria Thereza Larque de Souza Lobo - Socióloga

Regina Lanzilloti Alvarenga - Estatística

Danilo Basto Silva - Desenhista

mo wo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSmifl IIISIIEIII If IMIIISIIICll IIIKiril

APRESENTAÇÃO

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)

e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM)

firmaram contrato para a realização, por este último, de

"Estudo das Influências Causadas pela Construção da Usina

Nuclear no Município de Angra dos Reis (Angra I)".

A CNEN teve a iniciativa do trabalho, demons

trando vivo interesse pelo que a construção de Angra I pode

representar de positivo e negativo para o Município. As

preocupações da entidade são amplas e determinaram a esco

lha dos aspectos que se tornaram objeto do estudo: politi

co-institucionais, flsico-territoriais e sõcio-econômicos.

Foram utilizadas fontes secundárias e prima

rias de informação. Consideradas as limitações de tempo e

recursos, desenvolveu-se intenso trabalho de campo. 0 ano

de 1960, que assinalou o começo do ciclo de grandes investi,

mentos no Município, foi tomado como marco inicial do perIo

do pesquisado, embora a construção de Angra I tenha princi

piado na década de 1970.

A Parte I deste relatório contém a descrição

da metodologia utilizada no estudo. A Parte II alinha os

achados de forma sucinta. 0 leitor que se interessar por

detalhes poderá encontrá-los nas Partes IV, V e VI. Na Pa£

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismni iiisiuiii if iMinsiucii uiicirii

te III são apresentadas recomendações que dizem respeito

ao relacionamento entre os responsáveis pela construção da

Usina e o Governo Municipal e, também, a comunidade. A in

tenção é que possam contribuir para minimizar efeitos nega

ti vos do empreendimento e maximizar os positivos.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iisfifin iiisiiEiM M iwinsfiKli Mwciru

S 0 H A R I O

PÃG.

X - INTRODUÇÃO 1

1 - FINALIDADE DO ESTUDO 2

2 - METODOLOGIA ADOTADA 2

2.1- Fontes Documentais 3

2.2 - Trabalho de Campo 4

3 - ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 7

4 - OBJETO DA ANALISE: O MUNICÍPIO DE ÀlWRADOS REIS - UMA VISÃO GERAL 7

II - OS ACHADOS DO ESTUDO 10

1 - DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL 11

2 - DIMENSÃO FlSICO-TERRITORIAL 15

3 - DIMENSÃO SÕCIO-ECONOMICA 18

4 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 20

III - RECOMENDAÇÕES 22

IV - DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL 37

1 - SISTEMA FEDERATIVO BRASILEIRO - CONSIDERA

ÇÕES GERAIS 38

1.1 - O Município e suas Funções 39

2 - ANGRA DOS REIS, MUNICÍPIO DE INTERESSE DASEGURANÇA NACIONAL 422.1 - A Autonomia Política dos Municípios 422.2 - Explicando a Perda da Autonomia Po

lítica 7 44. 2.3 ** Uma Versão mais Convincente 502.4 - Implicação da Perda da Economia Po

lítica 7 552.5 - Desejo de Reconquista da Autonomia

Política , 57

MOO1004 I S A M - 30 A N O t VALORIZANDO O MUNtCfrtO

iisnnn iiisiiEni K IMHIISHKM mcmi

3 - ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - ESTRUTURAS EFUNÇÕES 59

3.1 - Estrutura Administrativa 653.2 - Estrutura de Planejamento 713.3 - Quadro de Pessoal 733.4 - Serviços Sociais e Urbanos 76

4 - INFLUENCIAS SOBRE AS FINANÇAS MUNICIPAIS 89

4.1 - Receitas Orçamentárias 894.2 - Evolução das Receitas Municipais . 954.3 - As Influências da Construção da

Central Nuclear nas Receitas Municipais 97

4.4 - Despesas Orçamentárias 99

5 - A USINA E O MUNICÍPIO 107

5.1 - Uma visão Pessoal do Atual Prefei 115to „ 107

5.2 - A Câmara Municipal 1155.3 - Percepção da Associação Comercial. 1215.4 - Percepção da População de Angra

dos Reis 122

- DIMENSÃO FlSICO-TERRITORIAL 131

1 - INTRODUÇÃO 132

2 - MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS - CARACTERISTICAS GFRAIS T 133

3 - OCUPAÇÃO DO SOLO MUNICIPAL - CARACTERÍSTICAS DA SEDE E DISTRITOS 136

3.1 - Angra dos Reis - Sede 1393.2- Cunhambebe 1463.3- Jacuecanga 1493.4 - Mambucaba 1563.5 - Abraão e Praia de Araçatiba 162

4 - 0 PLANEJAMENTO FlSICO-TERRITORIAL DE ANGRA DOS REIS 7 164

5 - CONCLUSÃO 168

MOD (004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSflfltl IIKIlflM IE INIIISIUCM MIICIPIl

PAG.

VI - DIMENSÃO SOCIO-ECONOMICA 176

1 - INTRODUÇÃO 177

2 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ECONOMIA ANGRENSE 178

3 - METODOLOGIA 184

4 - POPULAÇÃO E RENDA 189

5 - CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA LOCAL 201

6 - CONCLUSÕES 216

ANEXOS 216

1 - QUADROS REFERENTES AS DIMENSÕES 221

2 - ESTIMADORES DE MAXIMA VEROSSIMILHANÇAPARA DISTRIBUIÇÃO MULTINOMIAL 262

3 - OPINIÕES DA POPULAÇÃO, EM RELAÇÃO & CENTRAL NUCLEAR, RECOLHIDAS PELA PESQUISADE CAMPO 272

MOO too* IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

inniiii uisium M IMHIISIUCU mcim

I - INTRODUÇÃO

MOD toO4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisnriii msiiHM K IMIIISTUCM unam

x. nmtoDuçJto

1 - FINALIDADE DO ESTUDO

O presente estudo, segundo o disposto nos tei

de referência, objetiva avaliar as influências causadas pela

construção da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - An

gra I - no Município de Angra dos Reis.

Espera-se que seus resultados venham a ser úteis

para empreendimentos futuros, alia de subsidiarem possíveis

alterações nas estratégias de ação relativas â primeira

Central Nuclear.

2 - METODOLOGIA ADOTADA

Com respeito ã metodologia, a primeira observa

ção a ser registrada refere-se ao enfoque dimensional, que

se caracterizou como orientação básica aos trabalhos.

Nos termos de referência foram propostas três di

mensões de análise: político-institucional, físico-territo

rial e sócio-econômica. Iniciados os trabalhos, no entanto,

verificou-se a necessidade de se recorrer a outra: a tempo

ral. Assim, embora a construção de Angra I tenha tido inl

cio na década de 70, o estudo teve que recuar até antes de

I960, quando começaram a surgir grandes investimentos no Mu

nicípio.

ISAM - 30 ANOt VALORIZANDO O MUNKfffO

wsrnira lusuEtti K mnistucit m c m i

3

Cada dimensão exigiu o uso de técnicas diferen

tes» de acordo com as necessidades exploratórias. Em todas,

entretanto, foram utilizadas fontes documentais e levantamen

tos de campo para a coleta de informações. A seguir mencio

nam-se ma principais fontes consultadas e os problemas encon

trados.

2.1 - Fontes Documentais

Consistiram basicamente em anuários estatísticos,

censos demográficos, estudos realizados sobre o Município

por diferentes instituições (federai3, estaduais e munici

pais), estatísticas do Fundo de <;*rantia do Tempo de Servi

ço - FGTS - e movimento de Cadernetas de Poupança. Vários

desses dados estavam agregados a nível estadual e nacional,

o que significou, em algumas circunstâncias, dificuldades pa

ra o estudo.

A nível de Administração municipal foram coleta

dos os dados sobre as diversas funções de governo, enfatizan

do-se o estudo dos serviços públicos. A comparação destas

informações com outras provenientes de agências distintas (fe

derais e estaduais) permitiu â equipe técnica do IBAM formar

um quadro do atendimento ã população de Angra dos Reis.

Em busca de possíveis influências da construção

de Angra I sobre o Município foram examinados, ainda, notí

cias dos jornais locais, fotografias do Município em diferen

I M M - 30 ANOS VALOWtZANPO O MUNfCfPfO

iismoro HISIIEIRO OÍ IBÜIIISTIICII MIICIMI

4

tee períodos, anais da Câmara de Vereadores e legislação mu

nlclpal. Recorreu-se, também, ao levantamento dos registros

çartoriais com o intuito de estudar as possíveis repercus

soes do empreendimento nas transações imobiliárias.

2,2 " Trabalho de campo

Para complementar os dados colhidos em fontes do

cumentais, realizaram-se levantamentos de campo. Os métodos

e instrumentos utilizados vão desde a observação direta até

a aplicação de questionários, passando pela realização de en

trevistas e o registro iconográfico de aspectos importantes»

do Município.

Numa primeira etapa, a equipe do IBAM estabele

ceu contato global com o Município, buscando apreender e ana

Usar suas características básicas.

Mum segundo momento, aprofundou-se a pesquisa,

reçorrendo-se a entrevistas com empresários, gerentes de ban

cos, políticos, autoridades, servidores públicos e cidadãos

çpmuns. 0 objetivo foi apurar as percepções das influências

da construção da Usina.

Por último, realizou-se pesquisa domiciliar me

diante a aplicação de questionários, por amostragem, ã popula

ção do Município. A amostra constituiu-se de 400 unidades,

numero estabelecido segundo critérios estatísticos, conforme

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITOIO BRASILEIRO IE IDMIlISTMÇftB MIIICIPIL

estudo do item 2 do Anexo. Convém observar que a amostra

escolhida possui confiabilidade de 95%.

Para determinar o número de domicílios que se

riam pesquisados em cada distrito, recorreu-se a dados sobre

a população residente colhidos no Censo Demográfico de 1980,

procurando-se manter, na amostra, a mesma distribuição per

centual observada no universo, conforme se verifica abaixo:

QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DO TAMANHO DA AMOSTRA (D

DISTRITOS DO MU

NIClPIO DE AN

GRA DOS REIS

POPULfiÇfo RESIDENTE (*)

1980

Valor absoluto (%)

DOMICÍLIOS PARTICULARES

RESIDENCIAIS NA AMDS

TRAGEM

(D (2) (3) (4) (3) x 400

Angra dos ReisCunhambebe

Mambucaba

Jacuecanga

28.86213.760

4.495

9.745

5124

8

17

20496

28

72

TOTAL 56.862 100 100

FONTE: IBGE, Censo Demográfico de 1980

(*) Corresponde ao Universo da Pesquisa

Utilizou-se a "população residente" dos d is t r i

tos do Município de Angra dos Reis, uma vez que o "numero

de domicílios", a nível d i s t r i t a l , não se encontrava na épo

ca em disponibilidade. Há uma correlação significante entre

Ver no Anexo explicação detalhada dos procedimentos adotados para asestimativas de proporção.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTITIII BIISIIEIII IE HMIIISTIICll illlCIPIL

6

as variáveis domicilio e população, superior a 0,90.

No distrito-sede foram aplicados 104 questiona

rios nos morros do Carmo, Caixa D'Água, Carioca, Santo ntô

nio e nos bairros do Bonfim, Jardim Balneário, Parque das

Palmeiras e Praia Jardim, além da área denominada Japuiba.

No de Cunhambebe, foram preenchidos 96 questionários, todos

na Vila do Frade. Em Mambucaba, os 72 questionários foram

divididos entre a sede do distrito, o Parque Mambucaba e c

Morro Boa Vista. No distrito de Jacuecanga, os 72 questiona

rios foram aplicados no Camorim.

Os distritos de Abraão e Praia de Araçatiba não

foram incluídos na amostra, uma vez que, localizados na Ilha

Grande, sofreram processo econômico-social totalmente diver

so dos situados no continentes.

Como se verifica nos relatórios sobre as dimen

soes flsico-territorial e sõcio-econômica, os grandes empre

endimentos instalados no Município nas duas últimas décadas,

entre os quais se inclui a construção da Usina, trouxeram pa

ra a Ilha Grande problemas como perda de população e decH

nio das atividades anteriormente desenvolvidas, tais como a

pesca, na medida em que criaram novas alternativas de empre

go no continente.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIII IE IINIIISTIICll MIICIMl

3 - ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Este documento encontra-se dividido em sete

partes, constituindo esta Introdução a primeira. A segun

da reúne os principais achados do estudo. Em seguida, há

uma seção dedicada a recomendações e sugestões. Os três

itens seguintes são os relatórios das análises politico-

ins ti tucional, físico-territorial e sõcio-econômica. FinaJL

mente, o /.nexo é composto de quadros com dados quantitati

vos apurados no estudo, além de dois documentos: um sobre

estatística amostrai e outro contendo as opin:5es da popu

lação sobre a Usina, colhidas através da pesquisa domici

liar.

4 - OBJETO DA ANALISE: O MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS- UMA

VISÃO GERAL

O Município de Angra dos Reis esta localiza

do no extremo sul do Estado do Rio de Janeiro. Seus limi

tes são dados ao norte pelo Estado de São Paulo e pelo Mu

nicípio de Rio Claro, a leste pelo Município de Mangarati^

ba (RJ), ao sul pelo oceano Atlântico e a oeste pelo Muni.

clpio de Parati (RJ). Em área de 819 km - cerca de 2%

da superfície estadual - localiza-se uma população que,

pelo Censo de 1980, atinge 60.998 habitantes, dos quais

29,26A na área urbana.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTI IIISILEIII IE IIHIIISTIICll MIIICIPIl

8

Atualmente dividido em seis distritos - Angra

dos Reis, Cunhambebe, Jacuecanga, Mambucaba, Abraão e Praia

de Araçatiba -, o Município viveu praticamente isolado do

resto do Pais durante mais de 400 anos. Até 1929, quando

foi concluída a construção do ramal ferroviário unindo a ei

dade à então Rede Mineira de Viação, o único meio de acesso

era o mar. A primeira rodovia que o ligou ã antiga estrada

Rio-Sao Paulo foi construída em 1945, ou seja, 443 anos

apôs a chegada de André Gonçalves ã localidade, em 1502.

A economia do Município caracteriza-se pelo

acentuado crescimento do setor secundário (indústrias e cons

trução civil) nos últimos anos, em detrimento de ativida

des anteriormente desenvolvidas, como a pesca. O fenômeno

pode ser atribuído, em grande parte, por influência de gran

des empreendimentos instalados no Município, como a Verol.

me, a Usina, o Terminal Marítimo da PETROBRAS, bem como ã

construção da BR-101. Atualmente Angra dos Reis exerce pa

pel polarizador sobre núcleos periféricos de outros Municí

pios, como Mangaratiba, Rio Claro e Parati, deles importan

do mão-de-obra.

A agricultura e a pecuária - atividades tradi

cionais nos Municípios brasileiros - são pouco significat_i

vas em Angra dos Reis, com exceção do cultivo da banana,

nas vertentes da Serra do Mar. A exploração madeireira e a

produção do carvão vegetal têm devastado a floresta

cal primitiva.

MOD too4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISMITI IIISILEtll IE IIMIIISTIICll IIIICIML

9

O setor terciârio do Município encontra-se bas

tante diversificado. A abertura dá BR-101 propiciou o in

cremento do fluxo turístico. Para tanto também contribui a

Ilha Grande, com sua costa rica em enseadas, sacos e praias.

O local é de reconhecida beleza, compondo extraordinário p £

trimônio paisagístico e fazendo com que 3 população flutuan

te do Município se compare à residente, sobretudo nos fins-

de-semana e nos meses de verão.

MO0,004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITITI IIISIIEIII I I IIMIIISTIICll IlllClfll

II - OS ACHADOS DO ESTUDO

MOO ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiri iiisiiEiii li iiimsiiicii iiiicini

11

II - OS ACHADOS DO ESTUDO

1 " DIMENSÃO POLITICO-INSTITUCIONAL

No plano polltico-institucional, o fato mais

marcante ocorrido em Angra dos Reis nas ultimas déca

das foi a perda de parte da autonomia, quando o Município

foi declarado de interesse da segurança nacional, em julho

de 1969, passando o seu Prefeito a ser nomeado.

Ao contrário do que se poderia pensar, a Usina

não foi a causadora da medida. 0 relatório da dimensão po

lltico-institucional reúne fatos convincentes de que a per

da parcial da autonomia se relaciona a dificuldades da cias

se política local em resolver as próprias dissenções.

Verificou-se que problemas e divergências entre

grupos de relevo na comunidade acabavam sendo levados ao

Colégio Naval, transformando seu dirigente em mediador de

crises locais. 0 próprio pedido de corte na autonomia mun.i

cipal, proveniente de segmento da classe política de Angra

dos Reis, foi dirigido, de inicio, a essa entidade. Pode

ser interpretado como gesto de agradecimento o fato de ter

•ido o Comandante do Colégio Naval, na época, agraciado com

o título de cidadão angrense na mesma data da edição do de

creto que declarou Angra dos Reis Município de interesse

da segurança nacional.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIM IE IIMIIISTIICU 1IIICIPII

12

O corte na autonomia, no entanto» janais chegou

• resolver as dificuldades políticas. Apurou-se no traba

lho de campo que os prefeitos nomeados não conseguiram maior

integração com a comunidade local, o que acabou acarretando

descontinuidade administrativa ao Município no período pos

terior a 1969.

Atualmente lideranças políticas, empresariais e

intelectuais estão empenhadas em recuperar a autonomia que

Angra perdeu. A Usina ocupa lugar de destaque na argumenta

ção contrária ã medida. Entretanto, se esse empreendimento

não foi a causa da perda da autonomia, também não deve ser

vir de pretexto para que se perpetue a situação. Grupos Io

cais mais entusiasmados chegam a propor que se crie o Terri

tõrio Federal de Itaorna, com redução da área do Município,

como alternativa para a restituição da autonomia perdida.

No que se refere especificamente â Prefeitura

Municipal, esperava-se que a presença de empreendimentos de

vulto no Município, entre os quais a Usina, deflagrasse um

processo de modernização administrativa, que resultasse em

melhoria substancial dos serviços públicos prestados â popu

lação. Tal não ocorreu na prática. Os métodos de trabalho,

estruturas organizacionais e quadro de pessoal não foram aJL

terados de forma significativa.

Outra expectativa que os levantamentos não con

firmam refere-se ã infra-estrutura urbana. Acreditava-se

Mootcx» IBAM- 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIII IE IIHIIISTIICal IIIICIPIl

13

que o alto nível de atendimento nas vilas constituídas em

função dos projetos realizados no Município nos últimos

•nos aotivasse reivindicações por parte da população.

Tal não ocorreu. £ plausível admitir que a pou

ca integração física, econômica e social entre os núcleos

urbanos do Município e as vilas referidas tenha contribui

do para abrandar o efeito de demonstração.

Na análise da situação financeira da Prefeitu

ra procurou-se identificar possíveis influências da Usina

sobre receitas e despesas municipais. Não foram encontra

das evidências de impacto, contribuindo para isso o fato de

FURNAS e das empreiteiras responsáveis pelas obras não par

ticiparem da economia local de forma que implique geração

direta de recursos para os cofres municipais.

Em primeiro lugar, as obras da construção da

Central Nuclear estão isentas do pagamento do imposto muni

cipal sobre serviços (ISS), que poderia constituir importan

te fonte de recursos para a Prefeitura. Em segundo, os ma

teriais utilizados no empreendimento não são adquiridos no

comércio local, deixando de contribuir para o aumento do In

dice de participação do Município no produto da arrecadação

do imposto estadual sobre circulação de mercadorias (ICM).

Finalmente FURNAS e a Fundação Real Grandeza não pagam im

posto predial e territorial urbano sobre imóveis de sua pro

priedade.

MOO -004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IIS1IIIII IIISIUIII IE IlilllSIMCll MHICiril

14

Na parte da despesa, esperava-se que a constru

ção da Usina afetasse a alocação de recursos por funções

de governo. Realmente ocorreram modificações nesse campo;

entretanto, como são inúmeras as variáveis intervenientes

no processo de tomada de decisões sobre alocação de recur

sos, i difícil identificar as conseqüências de uma única,

considerados os empreendimentos de vulto instalados no Muni

cipio e, principalmente, as mudanças nas políticas governa-

mentais .

Parece claro que as principais alterações nesse

setor decorreram de mudanças no relacionamento entre Estado

e Município, especialmente no campo da educação e da saúde.

O Estado vem deixando paulatinamente de prestar certos ser

viços, obrigando o Município a suprir a lacuna.

Quanto ãs relações entre a Usina e o Prefeito,

a Câmara Municipal e a comunidade, parece nítido o distan

ciamento. O Prefeito e os responsáveis pelo empreendimento

Ignoram-se mutuamente. 0 exame dos anais da Câmara Muniei

pai revelou apenas uma referência ã Usina, desde a época do

início de sua construção.

E a população do Município? Os agentes econo

micos percebem o empreendimento como um enclave que pouco

tem a ver com a economia local. Em outras palavras, não

sentem que a Usina beneficie seus negócios. Os cidadãos co

muns, por sua vez, manifestam sentimentos ambíguos em rela

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIITI IIISIIEIRI IE IlilllSTIICll IlllCiril

15

ção a ela, neles mesclando-se medo, satisfação e descrença.

Jtedo porque ouviram falar de riscos e não foram informados

adequadamente sobre sua extensão. Satisfação porque o em

preendimento aumentou as oportunidades de emprego. Oescren

ça porque acham que a Central Nuclear não vai ser colocada

em funcionamento, dadas as noticias de dificuldades.

Grupos contrários ã Instalação da Usina aparen

tenente têm se mostrado eficazes, conseguindo difundir ati

tudes negativas em relação ao empreendimento. Há, inclusi_

ve# tentativas de se organizar um grupo de oposição direta.

FURNAS não faz muito - ou quase nada - para esclarecer a

opinião pública local sobre o empreendimento.

2 - DIMENSÃO FlSICO-TERRITORIAL

0 marco mais significativo do processo de ocupa

ção do território do Município foi o conjunto de grandes

Investimentos públicos realizados nos últimos 20 anos em An

gra dos Reis, dentre os quais a construção da Usina. Na de

cada de 1960 destacaram-se a instalação da Verolme e a rea

tivação do porto, influindo na região, principalmente em

Monsuaba. Na de 197CV a construção de Angra I, da BR-101 e

do Terminal da PETROBR&S acelerarou o processo de ocupação.

A construção da BR-101 - talvez o fato mais siçj

nificativo dessas últimas décadas - parece relacionar-se à

M0D ,004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIM l i IMIIISIUCM MlICiril

16

Usina. Além de tornar mais barato e ficil o transporte de

materiais para os canteiros de obras da Central Nuclear, be

seficiou, de modo geral, o acesso ao Município, incrementan

do o turismo e ausentando a população residente, especial^

•ente a de renda «ais baixa. Permitiu, ainda, comunicação

mais rápida entre os diferentes distritos de Angra dos Reis,

exercendo importante função interna. Praticamente todas as

vilas e povoados se interligam através da rodovia.

Ao contrario do que se esperava, a Usina, ape-

sar das noticias dos riscos, não desencorajou os ioteamen

tos no Município; pelo contrario, duplicara» depois do ter

aino da construção da BR-101. No período 1950-1969, foram

aprovados 14; durante a implantação da rodovia, 1970/1975,

o numero se elevou para 16; depois do término da obra, em

apenas 5 anos, foram realizados 37 loteamentos.

Nas décadas de 1950 e 1960 e maior parte dos

loteamentos ocorreu no distrito-sede; entre 1970 e 1975 con

centraram-se em área próxima ã Verolme; de 1976 em diante

proliferaram os loteamentos de veraneio localizados na orla

marítima.

Registre-se um dado importante: de acordo com

as entrevistas realizadas, a Usina não parece ter repercuti

do diretamente nos preços dos terrenos.

As influencias do empreendimento são mais visj[

MOO ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

•USUENN K IMIIIISIIICil JHHIHI

17

veis no Frade, cuja população quase triplicou nos últii

20 anos. Boa parte dela veio de fora do Município ou de ou

trás localidades de seu território, como da Ilha Grande.

Quando da instalação de todos os empreendimen

tos já mencionados, inclusive da Usina, não houve preocupa

ções maiores com o que existia em termos de ocupação urbana.

As vilas residenciais foram localizadas sem qualquer plane

jamento que visasse integrá-las às comunidades existentes.

Com isso, o Município cc opõe-se agcra de pequenos núcleos

urbanos, industriais ou de veraneio, sem hierarquia ou ín

terdependência.

Grande parte da população, principalmente a de

baixa renda, atraída pela Usina e pelos outros empreendimen

tos, localizou-se fora das vilas que FURNAS e as outras em

presas construíram. Esse acréscimo populacional represen

ta incremento considerável na demanda de serviços. As res

postas da Prefeitura têm ficado aquém das necessidades. Em

decorrência, os núcleos urbanos do Município apresentam pa

drões bastante heterogêneos de atendimento. Alguns possuan

infra-estrutura e padrões de construção de bom nível como

os das Praias do Bonfim, Grande e Vila Velha, na sede, os

núcleos residenciais da Verolme, em Jacuecanga, da PETRCBR&S,

em Mambucaba e de Furnas, na Praia Brava. Outros, muitas

vezes vizinhos, apresentam padrões muito baixos de serviços

públicos e habitações como os do Camorim, demais localida

des de Monsuaba e Mambucaba.

MOO'004 « A M - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIiOIO BMSIIEIRO IE IBMIIISTUCll MMICIPIL

1 8

3 - DIMENSÃO SOCIO-ECONOMICA

Nessa dimensão, foram examinadas as seguintes

variáveis: mão-de-obra, salários, valor da produção, renda

e poupança. Procurou-se ainda analisar a participação dos

diferentes setores na economia local - agropecuário, indus

trial e comercial - bem como as alterações ocorridas desde

o inicio da construção da Usina.

Observou-se, na análise efetuada, que no perlo

do de 1960-1970 o crescimento econômico do Município foi

mais acentuado que no de 1970-1980, apesar de neste último

terem sido realizados vários projetos importantes. A única

explicação plausível para o fenômeno baseia-se na suposição

que no primeiro período o Município era tão inexpressivo

economicamente que a implantação da Verolne redundou em

grande impacto.

Angra dos Reis é hoje um Município basicamente

industrial. As atividades de pesca e agropecuária estão em

franca decadência. Tal fato talvez se deva ã não integra

ção entre os grandes empreendimentos e as atividades econô

micas tradicionais. Enquanto nas primeiras são utilizadas

tecnologias modernas, nas segundas prevalece a tradição.

A construção da Usina não se encontra articula

da ao comércio local, sobretudo por uma questão de escala.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTITIII IIISILEIII IE IIMIIIS1IKII illlCINL

19

As encomendas, por ordem de grandeza, estão muito além da

capacidade de atendimento dos comerciantes de Angra.

0 contato com agentes econômicos locais mostrou

que percebem a Usina como enclave no Município. Considera

ram, inclusive, que o turismo constitui elemento mais im

portante para a economia locai do que os grandes empreendi

mentos, salvo a BR-101.

Com respeito à distribuição de renda, verifi

cou-se que o Município se encontra em posição de destaque

dentro do Estado. Não surpreende, portanto, que o saldo me

dio de poupança em Angra dos Reis seja maior que o do Esta

do do Rio de Janeiro e, mesmo, do Brasil. Como hã correia

ção entre renda e poupança e condições de habitação, as mo

radias subnormals existentes no Município estão em melho

res condições do que as favelas cariocas.

Apesar de opinião pouco favorável dos agentes

econômicos locais, parece evidente que o alto nível de ren

da e de poupança se relaciona com os grandes investimentos

realizados no Município nos últimos 20 anos, uma vez que as

atividades tradicionais estão em franca decadência e o se

tor secundário em ascensão. Embora não tenha sido poss^

vel determinar em que medida a Usina tem contribuído para

isso, é certo que sua influência foi positiva.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIITI IIISIIEIRI IE HMIIISTRKftl MIIICIPIl

20

4 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

As influências mais visíveis da Usina ocorre

ram na dimensão físico-territorial; na área sócio-econômica,

são menos aparentes e mensuráveis. Em termos politico-

ins tit ucionais o estudo não detectou evidências de impac

to significativo.

Ê evidente que Angra dos Reis sofreu grandes

transformações nos últimos 20 anos. A maior parte delas se

refere ã própria estrutura da economia local. Angra é atual

mente um Município industrializado, com a quase totalidade

de sua população empregada no setor secundário (indústria e

construção civil). Essa transformação ocorreu de maneira

tal que uma característica básica de Angra dos Reis i a fal.

ta de articulação entre os grandes empreendimentos públicos

e privados e o contexto geral do Município. Este achado

foi constante em todas as dimensões estudadas.

0 desentrosamento mencionado acima revelou-se

bastante explicito no nível espacial. Os distritos são se

parados, quase auto-suficientes. 0 distrito-sede não de

monstra o grau elevado de capitalização dos empreendimen

tos. Não se observam efeitos multiplicadores desses invés;

timentos na medida em que seria de se esperar.

MOD1004 I B A M - 3 0 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIM II limilSIIICll NIIICIPIl

21

Acredita-se, todavia, que a integração venha a

ocorrer com o passar do tempo, à semelhança do processo ye

rifiçado em Volta Redonda. Como se sabe, a construção da

Siderúrgica de Volta Redonda ocorreu em meados da década de

1940. A integração com o Município, contudo, em termos eco

nômicos ou administrativos, só veio a completar-se cerca de

20 anos depois, como constatou o IBAM que participou da ex

periência, realizando uma série de trabalhos de assessoria

técnica para a Prefeitura Municipal de Volta Redonda.

O processo de integração entre os empreendimen

tos diretamente relacionados com a Siderúrgica e a comunidci

de foi gradual e lento. As vilas da Companhia eram, de inl

cio, completamente isoladas dos núcleos urbanos existentes

no Município de Barra Mansa (onde o distri to de Volta Redon

da se localizava) e dispunham de auto-suficiincia em ter

nos de serviços públicos, pois a empresa se encarregava de

seu provimento. Com a ocupação dos espaços vazios, estabe

leceu-se progressiva articulação flsico-terri torial , restan

tando a político-administrativa que só foi ter inicio no fi

nal dos anos 1950, com a criação do Município de Volta Re

donda e instalação da respectiva Administração, estendendo-

se até a década de 1970.

De 1967 em diante o IBAM_elaborou diversos projetos nas mais variadas áreas da administração pública, visando ampla reorganização a3ministrativa da Prefeitura Municipal.

M0D1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIBTI M I M E M IE IIMIIISIIICll MIICIP1L

22

Algum tempo depois de emancipado o de Barra

Mansa, o Município de Volta Redonda passou a assumir a res»

ponsabilidade pela prestação dos serviços públicos, antes

a cargo da Siderúrgica, e a cobrar os tributos de sua com

petência - principalmente impostos e taxas - pela presta

ção potencial ou efetiva de serviços públicos e o exerci

cio do poder de policia. A medida provocou impacto posjL

tivo sobre a Administração municipal. Por motivos politi

cos, interessava ã Prefeitura manter o mesmo padrão de ser

viços estabelecido pela Siderúrgica; para tanto, precisou

modernizar-se.

Tudo indica que o exemplo de Volta Redonda

pode ser repetido em Angra dos Reis, desde que haja esfor

ço conjunto de ambas as entidades - FURNAS e Prefeitura Mu

nicipal - o que, sem dúvida, resultará em benefício para a

população local como um todo.

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismiii iiisiuni IE IIMIIISIIICII iiiitirii

III - RECOMENDAÇÕES

MOO toe» IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismm iiisiiEiii IE umiisfiicii wiiciru

23

III. RECOMENDAÇÕES

As recomendações abaixo dirigem-se ao programa

nuclear brasileiro como um todo. Algumas são de caráter pre

ventivo; outras apresentam características corretivas, vi

sando ao aperfeiçoamento das políticas e estratégias de ação

relacionadas com Angra I. São elas:

• Restituir a autonomia política de Angra dos

Reis

A comunidade almeja voltar a eleger o seu Pre

feito e vê a Usina como obstáculo ãs suas pretensões, fato

extremamente prejudicial à imagem do empreendimento. Nas

iniciativas futuras, o programa nuclear brasileiro deve pro

curar formas de compatibilizar as aspirações políticas da

população local com a segurança dos novos empreendimentos.

• Envolver as lideranças locais nos empreendi

mentos nucleares, desde a etapa de planejamen

to até a de operação

Convém que se estabeleça um processo de consul

tas mútuas, debate de alternativas de ação e intercâmbio de

informações entre a entidade responsável pelo eropreendimen

to e grupos comunitários de relevo, lideres informais e au

toridades executivas e legislativas do Município. Assim,

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IKIIIITI IMSIUIM IE 1IHIIISIIICII IlllCiril

24

evita-se imprimir cunho autoritário às decisões, reduzindo-

se o receio e a oposição populares. Infelizmente esse en

volvimento não ocorreu no caso de Angra I; não é tarde, no

entanto, para que sejam revistas políticas, adotando-se pro

cedimentos adequados para cooptar as lideranças locais, pois

são as que mais fortemente influenciam a opinião pública.

• Colaborar na solução dos desequilíbrios sócio-

econômicos no Município

O Município de Angra dos Reis carece de unidade

econômica, pelo descompasso existente entre os novos empre

endimentos, as atividades tradicionais em franca decadência

e o turismo, ainda em início de ascensão.

0 fato de não terem sido canalizados recursos

para atividades como a pesca e o porto, aliado aos altos in

vestimentos na construção naval e indústria energética, cola

borou para que a mão-de-obra local se transferisse em peso

das atividades anteriormente desenvolvidas no Município pa

ra as recém-implantadas.

Teme-se que com o término de Angra I, II e III

venham a ocorrer graves problemas sociais no Município, com

o desemprego do pessoal utilizado na construção civil e na

montagem de equipamentos, caso não sejam abertos novos cam

pos de trabalho. 0 turismo - grande esperança e vocação do

MOD ioO4 IBAM - 30 ANOS VALOR IZANDO 0 MUNICÍPIO

iismifi IIISIIEIII IE iiiiiisiucii

25

Município - não tem recebido o apoio necessário das agên

cias federais e estaduais, deixando de contribuir decisiva

•ente para a economia local.

Parece evidente, â vista dos fatos acima, que o

desenvolvimento sõcio-econõmico do Município depende de in

vestimentos em áreas alternativas, entre as quais a mais pro

missora parece ser a do turismo, podendo os responsáveis pe

Io programa nuclear ajudar no sentido de a Prefeitura obter

recursos das fontes de financiamento disponíveis. Entxe tais

fontes destacam-se o Fundo de Turismo - FUNGETUR - da Empre

sa Brasileira de Turismo - EMBRATUR, destinado a prover re

cursos para empreendimentos, obras e serviços que sejam:

. declarados de interesse turístico pela empre

sa ou sua delegatãria;

. enquadrados em planos e programas de desenvol^

vimento turístico do Estado ou de seus Municí^

pios, conforme declaração da EMBRATUR;

. situados em cidades onde existam condições fa

voráveis de mercado parA a sua implantação.

O desenvolvimento das atividades portuárias do

Município pode ser perfeitamente incrementado pelas entida

des responsáveis por Angra I, II e III. Basta que passem a

desembarcar as mercadorias no Porto de Angra dos Reis.

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSflflll IllSllflll IE INIIISIIICftl illlCIPH

26

• Incentivar a Modernização administrativa da

• Prefeitura

Existe interesse por parte das autoridades e ser

vidores municipais na revisão de estruturas e métodos de tra

balho da Prefeitura, todos defasados em conseqüência do rá

pido crescimento do Município nos últimos anos e dos proble

mas de descontinuidade administrativa por ele enfrentados.

Faltam, porém, os recursos financeiros para se obter a as»

sisténcia técnica necessária.

As entidades responsáveis pelo programa nuclear

podem colaborar com os trabalhos de modernização administra

tiva, usando de sua influência para que a Administração mu

nicipal obtenha a ajuda financeira de órgãos federais que

desenvolvem programas nesse campo. £ o caso da Secretaria

de Articulação com os Estados e Municípios - SAREM, órgão

da Secretaria de Planejamento da Presidência da República,

que patrocina trabalhos de assistência técnica aos Municí^

pios, e do Programa de Apoio a Usuários de Serviços de Con

sultoria - AUSC, da Financiadora de Estudos e Projetos -

FINEP.

• Apoiar a institucionalização do processo de

planejamento a nível municipal

Apesar das tentativas realizadas, a Prefeitura

de Angra dos Reis não conseguiu até hoje implantar seu si£

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTITITI •IftSllElie IE IIMIIISTIICal MIIICIPIl

27

tema de planejamento. Os problemas que enfrenta no momen

to - ocupação rápida e desordenada do território municipal,

déficit crescente de serviços públicos, desequilíbrios en

tre atividades econômicas tradicionais e recentes, insufjL

ciência de fontes de captação de receitas - exigem que o

faça com urgência, imprimindo maior racionalidade ao process

so de tomada de decisões e alocação de recursos, sob pena

de colapso de suas atividades.

Da mesma forma que no item anterior, as entida

des responsáveis pelo programa nuclear podem auxiliar a Pre

feitura,direta ou indiretamente, seja fornecendo recursos

para o trabalho, seja facilitando-lhe acesso aos organismos

federais competentes. 0 Banco Nacional de Habitação, por

exemplo, financia, através do FIPLAN - Financiamento para o

Planejamento Urbano, investimentos destinados a planos,

programas e projetos de desenvolvimento urbano que objetl.

vem:

. melhorar a qualidade da vida urbana, através

do desenvolvimento harmônico e equilibrado das

cidades;

. adequar as cidades aos objetivos do PND e ãs

diretrizes da Política Nacional de Desenvolvi

mento Urbano;

MOD ,004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiti msiuiii li imiiisiiicii MIIICIPII

28

. viabilizar investimentos financeiros através

de outros programas do BNH, especialmente os

relacionados ao Plano Nacional de Habitação

Popular.

0 próprio Conselho Nacional de Desenvolvimento

Urbano, apesar de considerar prioritárias as cidades de por

te médio do Nordeste, pode vir a se interessar pelo finan'

ei ame n to desse trabalho, considerada a importância estraté_

gica do Município. Pode ser tentado também o patrocínio da

SAREM e da FINEP, já mencionadas.

• Colaborar na ampliação ou aperfeiçoamento dos

serviços públicos municipais

Como forma de compensar o governo local pelos

problemas provocados pelo processo de atração de habitantes

de Municípios vizinhos, em decorrência da notícia de poss_í

veis oportunidades de emprego na construção de Angra I, su

gere-se que as autoridades ligadas ao programa nuclear bra

sileiro colaborem na ampliação ou aperfeiçoamento dos servi

ços públicos municipais. Caso o.apoio financeiro seja eco

nomicamente inviável, é conveniente que ajudem a Prefeitura

a obter recursos junto a fontes federais de financiamento.

Entre as mais importantes a que se pode recorrer estão as

seguintes:

MOD 1004 IBAM - 30 ANO8 VALORIZANDO O MUNICÍPIO

HSflflfl IIISIIEIM « MIIIISIUCII IIIICIPIl

29

- Banco do Brasil S.A., através do Fundo de Do

senvolvimento Urbano (FDU), cujo objetivo é

financiar projetos relativos a infra-estrutu

ra e obras prioritárias dos principais centros

urbanos compreendidos nas regiões Leste, Cen

tro-Oeste e Sul do Brasil, compreendendo ira

plantação ou reroanejamento da rede viária, in

fra-estrutura básica, serviços essenciais de

utilidade pública, equipamentos comunitários,

tratamento e manutenção de rios e vias navegá_

veis, recuperação de alagados e áreas degene

rescentes e obras ligadas a desenvolvimento

urbano, exceto no que se refere a serviços de

água e esgotos e metrôs.

- Banco Nacional de Habitação, através, princi_

palmente, dos seguintes programas:

. Financiamento para Urbanização - FINURB -

destinado a investimentos na infra-estrutu

ra urbana que se incluam em planos gerais

previamente definidos e que objetivem: o de

senvolvimento de cidades de porte médio; a

instalação de novas comunidades urbanas; a

expansão de áreas urbanas; a complementaçao

de equipamentos urbanos; a recuperação e re

novação de áreas deterioradas; a ampliação

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

innmi Nisiuin K INIIISIUCII

30

da disponibilidade de terrenos urbanizo

dos.

. Programa de Complementação Urbana - CURA -

cuja finalidade c o financiamento de obras e

serviços relativos a sistemas viários e seus

complementos: transporte, redes de energia

elétrica e iluminação pública,comunicações,

drenagem pluvial, água potável (apenas rema

nejamento ou ampliação), equipamentos comu

nitários (lazer, recreação, saúde,educação,

comércio e serviços), bem como de desapro

priações ou aquisição de imóveis para a in

plantação de projetos.

. Financiamento para Saneamento - FINANSA -

destinado ao financiamento e refinanciamen

to para implantação ou melhoria de sistemas

de abastecimento de água (REFINAG), de esgo

tos (REFINESG) e drenagem que visem ao con

trole de inundações em núcleos urbanos

(FIDREN).

- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico,

através do Programa de Infra-Estrutura Urba

na, cujo objetivo c financiar projetos de cons

trução ou melhoramento de estradas vicinais,

armazenagem e transportes, entre outros.

MOO «ex» ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

l lSniUIO BRASILEIRO DE IDMIIISIRICIO MIIICIPIL

31

• Planejar a localização e acomodação do pessoal

necessário ã instalação das Usinas, em conjun

to com a Prefeitura, e considerando o Municl

pio de forma global

Os resultados do planejamento das vilas e aloja

mentos de Furnas e de outros empreendimentos de vulto insta

lados no Município demonstram a necessidade de se começar a

pensar no Município como um todo e não apenas tomar decisões

com base eir variáveis como a proximidade física ou a faciljL

dade de acesso aos locais de trabalho e a adequação da topo

grafia do terreno. É preciso que as entidades responsáveis

pelo programa nuclear estudem, em conjunto com a Prefeitura,

as conseqüências do empreendimento sobre a estrutura espa

ciai, a ocupação urbana e o uso do solo no Município, levan

do em conta os núcleos urbanos, a rede de serviços eos equi

paiiientos sociais já existentes. Não é demais lembrar que

cabe ao Governo local controlar o desenvolvimento urbano em

seu território, bem como resolver c- roblemas que a ocupa

ção desordenada acarreta. Logo, não se pode alijá-lo do pro

cesso de tomada de decisões nesse campo.

• Reestudar a conveniência de contruir vilas re

sidenciais

A construção de vilas residenciais exclusivas,

como as da Verolme, PETROBRÂS e do FURNAS contribuiu para

a segregação urbana e estratificação social no Município de

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IBSTITBTB BRASILEIRO BE IBMIIISTIIClB M I I C I N l

32

Angra dos Reis, ao separar o pessoal relacionado aos novos

empreendimentos do restante da população, concedendo aos pri

meiros tratamento privilegiado em termos de serviços públi^

cos e equipamentos comunitários.

De acordo com as correntes urbanísticas mais mo

dernas, sugere-se que os responsáveis pelo programa nuclear

brasileiro examinem a possibilidade de distr ibuir o pessoal

relacionado aos empreendimentos futuros pelos núcleos urba

nos já existentes, aproveitando os serviços públicos e equ:L

pamentos instalados e ajudando o Governo local a ampliá-los,

quando necessário ao atendimento da nova demanda. Com isso,

estenderão os benefícios dos investimentos a toda a comuni

dade. Por outro lado, a medida apresentará duas grandes van

tagens diretas para as empresas responsáveis pelos empreen

dimentos:

. tornará desnecessária a manutenção de uma unidade admi

nistrativa especialmente para gerenciar vilas e aloja

mentos, liderando-as para que se dediquem unicamente

aos objetivos para os quais foram de fato criadas;

. evitará problemas futuros, decorrentes da transferên

cia ao Município da responsabilidade de prestar servi

ços nos núcleos urbanos por elas criados. Tais proble

mas são comuns quando a população passa de um regime

de atendimento quase paternalista para outro, em que

é indispensável a colaboração sob a forma de inpostos,

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIllfO IRISILEIRI IE IIMIIISIIICll MIIICIPIL

33

taxas e contribuições de melhoria.

Para substituir os atuais benefícios concedidos

ao pessoal empregado nesses empreendimentos, ta^s como con

servação das casas, aluguéis e serviços por preços simbóli_

cos, poderia ser concedida uma ajuda de custo, que contrjL

buiria certamente para incrementar a economia local.

• Participar da solução dos problem-s habitacio

nais do Município

Esse tipo de problema tende a se agravar com o

início das obras de Angra II e III, em decorrência da atra

ção de novos migrantes para o Município, bem como pelo fato

de muitos operários contratados para a construção da primei_

ra Usina Nuclear estarem constituindo família, abandonando

os alojamentos próprios e sediando-se definitivamente nas

áreas mais carentes da cidade, de forma desordenada.

A ajuda das entidades participantes do programa

nuclear, neste caso, pode ser direta, através da constitui^

ção de uma Cooperativa Habitacional, com a participação dos

Municípios afetados, como o de Angra dos Reis e Parati, ede

outras instituições interessadas como talvez a PETROBRAs e

a Verolme.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmifB HftSllEIRI IE IBHIIISTRICU M1ICIMI

34

Também pode ser útil uma ajuda indireta, que

consiste em facilitar o acesso do Município a programas f£

derais de habitação popular e interesse social, dentre os

quais se destacam os seguintes, patrocinados pelo Banco Na

cional de Habitação:

- Financiamento da Construção, Conclusão, Am

pliação ou Melhoria da Habitação de Interesse

Social - FICAM, destinado a famílias enquadra

das no Plano Nacional de Habitação Popular -

PLANHAP.

- Financiamento para Urbanização de Lotes Urba

nizados - PROFILURB, que objetiva conceder re

cursos para a aquisição e urbanização de áreas

loteadas ou não, de áreas ocupadas por aglome

rados de sub-habitações e para a compra de

lotes já urbanizados.

• Urbanizar e doar áreas ao Município

A exemplo do que vem. fazendo o Metrô do Rio de

Janeiro, FURNAS pode estudar a possibilidade de urbanizar e

doar ao Município, para uso comum de sua população, algumas

áreas utilizadas atualmente como canteiros de obras comple

mentares ã Usina (alojamentos, por exemplo). É o caso da

localizada na Vila do Frade que, segundo depoimentos de en

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISILEIII IE IIMIIISTIICll NIIICIPIl

3S

trevistados, esta causando transtornos aos moradores,

palmente em períodos de chuvas. Se aprovada, a medida sem

dúvida contribuirá para que o empreendimento conquiste a sim

patia da comunidade.

preferência ã mão-de-obra local

Os levantamentos de campo demonstraram que o

grande argumento favorável ã Usina entre os habitantes do

Município é o fato de propiciar empregos para a mão-de-obra

local. Recomenda-se, portanto, cuidado para que n£o se re

pitam incidentes como o narrado pelo Presidente do Sindica^

to dos Estivadores. Segundo ele, quando FURNAS desembarcou

material importado no Porto de Angra dos Reis, não empregou

os estivadores locais, preferindo recorrer apenas ao pessoal

de suas empreiteiras.

Diante das reclamações do Sindicato, baseadas na

legislação em vigor que obriga o emprego de profissionais do

ramo nesse tipo de trabalho, FURNAS tomou a decisão de pas

sar a utilizar o Porto do Rio de Janeiro. Essa medida vem

sendo considerada pela classe como lesiva a seus interesses

e ã economia do Município. Sugere-se, portanto, que o a£

sunto seja reexaminado e que, no futuro, dê-se preferência

ã mão-de-obra local.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIITI IIISIIEIII IE IMIIISIIICII MIICINl

36

• Aropliar as compras no comércio local

Apesar de ter contribuído, assim como os demais

empreendimentos, para a ampliação do comércio local e prin

cipalmente do relativo a material de construção, o fato é

que FURNAS adquire a maior parte dos bens e mercadorias de

que necessita fora do Município, uma vez que as quantidades

encomendadas extrapolam a capacidade de atendimento do co

mércio de Angra dos Reis.

Recomenda-se que a empresa procure articular-se

com os comerciantes sediados no Município, através, por exem

pio, da Associação Comercial, para estudar, em conjunto,for

mas de ampliar suas compras no mercado local.

MOD TOO4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismin insulin IE iiHiiisiiicii iiiiciru

IV - DIMENSÃO POLlTICO-INSTITUCIONAL

MOD 1004 IBAM - 30 ANO8 VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIIII IIISILEIII IE IIHIIISTIICII MIIICIPIl

38

1 - SISTEMA FEDERATIVO BRASILEIRO - CONSIDERAÇÕES GERAIS

O sistema federativo brasileiro caracteriza-

se pela existência de entidades autônomas de governo pró

prio e competências privativas expressas na Constituição

Federal. Essas entidades representam os três níveis de go

verno existentes no Brasil: federal, estadual e muni

cipal.

As competências prive tivas da União estão

formalmente expressas no art. 89 da Constituição. Os Esta

dos-membros exercem funções que, explícita ou implicitamen

te, não lhes sejam vedadas pela Constituição, ou seja, é

de sua competência o que não o é de forma privativa da Un_i

ão ou do Município. Quanto a esse último, suas competên

cias privativas são enunciadas de forma genérica no artigo

15 da Constituição, item II, letra b, especificamente quan

to ã organização dos serviços públicos locais.

Além do elenco de competências privativas,exis_

tem as que são exercidas de forma concorrente pelas três

esferas governamentais: saúde, educação, assistência soci

ai, segurança pública e outras. No exercício dessas compe

tências está imülícita a idéia de subordinação da esfera

de governo menor à maior.

M0D '004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIIII IIISIUIM IE IIIIIISTIICll •IIKiril

39

1 . 1 - 0 Município e suas Funções

O Município como entidade governamental do

sistema politico-administrativo brasileiro tem sua autono

mia definida pela Constituição em três princípios bás_i

cos:

- a eleição direta de Prefeitos, Vice-Pre

feitos e vereadores;

- a decretação dos tributos de sua competên

cia bem como a aplicação de suas rendas;

- a organização dos serviços públicos locais.

A Constituição estabelece, entretanto, algu

mas restrições ã autonomia municipal. A primeira delas re

fere-se aos Municípios das capitais, aos considerados em

lei estadual como estâncias hidrominerais e aos declarados

de interesse da segurança nacional, que não elegem os seus

Prefeitos. Estes são nomeados pelo Governador do Estado

com prévia aprovação da Assembléia Legislativa, nas duas

primeiras hipóteses, e do Presidente da República, na ocor

rência da terceira.

A segunda restrição diz respeito â autono

mia financeira. A decretação dos tributos municipais está

MOO -004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisriiiii iiisiiEiii K immsfiicii •incirii

40

sujeita a princípios contidos na Constituição, na Lei nV

5172/66 - Código Tributário Nacional, e em legislação pos

terior.

O Município tem, ainda, a obrigação de pu

blicar balancetes e de prestar contas da aplicação dos re

cursos provenientes de transferências federais. Ao Estado,

o Município deve observância ao que dispuser a lei estadu

ai quanto ã tomada de contas da sua administração.

A Constituição assegura ao Município autono

mia para organização do» serviços públicos locais. Esses

serviços são aqueles que a tradição, a doutrina e a juris;

prudência têm definido como tais. Na relação desses ser

viços incluem-se: limpeza pública; abertura, pavimentação

e conservação de vias; iluminação pública; construção de

parques e jardins; regulamentação do uso do solo urbano;

construção e administração de cemitérios; regulamentação

dos serviços funerários e outros que, juntamente com as

atividades de administração interna da Prefeitura e da Câ

mara, são competências privativas do Município. Sobre esse

elenco de funções cabe-lhe legislar, dispondo sobre sua

prestação e organização da forma que melhor lhe aprouver

ou julgar conveniente. Qualquer invasão da União ou do Es

tado no campo de competências privativas do Município con

figura-se como espúria. A lei municipal sobrepõe-se ã es

tadual e ~ federal nessa hipótese.

M°° '004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

nsrififi iiisiiEiii IE iimiisiiicâi mucirii

41

A Constituição Federal defere competência

para organizar o Município (não confundir com organização

da Prefeitura) ao Estado. Este o faz mediante a Lei Orgâ

nica dos Municípios . Normalmente consta dessa lei discri

minação das competências municipais. Essa discriminação ê

meramente didática e de efeitos práticos inconseqüentes,

uma vez que, como já observado, os serviços tradicionais

de competência exclusiva do Município estão consagrados pe

Ia doutrina e pela jurisprudência; os demais devem ser en

tendidos como mera enumeração por parte do Estado e o úni-

co resultado prático é aue se os Municípios se dispuserem

a prestar tais serviços, o Estado não lhes embaraçará a

ação ou duplicará esforços. Fica, entretanto, a critério

do Governo Municipal assumir ou não a prestação desses servi

ços.

As leis de organização municipal, embora va

riem em alguns pontos, apresentam grande semelhança entre

si no que diz respeito ã definição de funções e serviços

de competência do Município. No Estado do Rio de Janeiro,

a Lei Orgânica dos Municípios - Lei Complementar n9 1 de

17/12/75 - enumera exaustivamente, nos artigo 35 e 36, as

competências privativas e concorrentes qu ; compõem o elen

co de funções que cabe aos governos locais desempenhar.

• - A única exceção é o Estado do Rio Grande do Sul, onde cada Município edita sua própria Lei Orgânica.

M001004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIflTO IIISILEIII IE MMIIISTIICll MIIICIPIl

42

Além das limitações constitucionais citadas,

os Municípios brasileiros sofrem, ainda, de outras que têm

se configurado como crônicas para o atual sistema de repar

tição de competências. Essas limitações são de ordem f_i

nanceira que, na maioria das vezes, torna os Municípios in

capacitados e impotentes a exercer com eficiência e eficâ

cia as funções que lhes são próprias.

Esse fator restritivo assume maior importância

por ocorrer com a entidade governamental que mais próximo

dos cidadãos atua, posi;ão que a identifica como responsa

vel por prover os serviços e equipamentos públicos de in

teresse da comunidade. É ao Governo Municipal que,via-de-

regra, a população demonstra seus interesses e aspirações

e reclama o atendimento de suas necessidades e carên

cias.

2 - ANGRA DOS REIS, MUNICÍPIO DE INTERESSE DA SEGURANÇA NA

CIONAL

2.1 - A Autonomia Política dos Municípios

0 Município de Angra dos Reis foi declarado

Município de interesse da segurança nacional pelo Decreto-

lei n9672, de 03/07/69. Isso significa que perdeu parte

de sua autonomia, deixando de ter capacidade de eleger o

seu Prefeito.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

l lSmifl IIISIIEIM IE IHIIISTIICll illlCIPIl

43

A figura de Município de interesse da segu

rança nacional foi criada pela Constituição de 1967. E uma

versão revista e ampliada do princípio constante d<~ § 29

do art. 28 da Constituição de 1946,nue preceituava:

"Art. 28 - A autonomia dos Municípios será

assegurada:

I -

II-

§ 19 -

§ 29 - Serão nomeados pelos Governadores dos

Estados ou dos territórios os Prefeitos dos

Municípios que a lei federal, mediante pare

cer do Conselho de Segurança Nacional, decla

rar bases ou postos militares de excepcional

importância para a defesa externa do Dais.'H

Na Constituição de 196 7 a matéria foi posta

nos seguintes termos:

"Art.16- A autonomia municipal será assegura

da:

I -

II-

§ 19 - Serão nomeados pelo Governador, com

prévia aprovação:

a)

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISILEIM K IMHIISriUU NWCIPll

44

b) do Presidente da República, os Prefeitos

dos Municípios declarados de interesse da

segurança nacional, por lei de iniciativa

do Poder Executivo."

A Emenda Constitucional n9 1, promulgada em

17 de outubro de 1969, manteve a redação da Carta de 1967;

apenas iudou o número do artigo, que passou a ser o 15.

2.2 - Explicando a Perda da Autonomia Política

Muito se tem especulado sobre a perda de au

tonomia política de Municípios apôs a promulgação da Con£

tituição de 1967. O dispositivo constitucional que £acul

ta a declaração de Municípios de interesse da segurança na

cional foi regulamentado pela Lei n9 5449/68, posteriormen

te modificada pelo Decreto-lei n9560/69. Há que se regis

trar, ainda, o Decreto-lei n9 1866/81 que faculta ao Presi_

dente da República a designação de Prefeito pro tempore st*

a nomeação do respectivo titular. Este último foi regu

lamentado pelo Decreto n9 85952/81. A Lei n9 5449, além

de regulamentar o disposto na letra b, § 19, ao art. 16 da

Constituição de 1967, enumera como de interesse da seguran

ça nacional 68 Municípios em 10 Estados da Federação .

2- Os Estados que tiveram Municípios considerados de interesse da se

çurança nacional pela Lei 5449/68 foram: Acre-5; Amazonas-9;Bobiíi- 2; Mato Grosso-10; Pará-3; Paraná-10; Rio Grande do Sul-21;Riode Janeiro-1; Santa Catarina-5 e São Paulo-2.

MOO too* I B A M - 3 0 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

BRASILEIRO DE IDMIIISTRIClO M H I C i r i l

45

A grande maioria desses Municípios está situ

ada em faixa de fronteira, com exceção dos de Paulo Afonso

e São Francisco do Conde, na Bahia; Duque de Caxias, no E£

tado do Rio de Janeiro; Cubatão e São Sebastião, em São

Paulo. Observe-se que a declaração desses Municípios como

de interesse da segurança nacional não se baseou em atos

de exceção, decorrendo de lei regularmente votada pelo Con

gresso Nacional com fulcro na Constituição .

Editado o Ato Institucional n9 5, em 13 de

dezembro de 1968, posteriormente incorporado à Constitui^

ção pela Emenda n9 1, de 17/10/69, as declarações de inte

resse da sp^v^ança nacional passaram a ser efetuadas median

te., decretos-lei.-, por conseguinte t sem a participação do

Congresso. Por esse meio, 17 Municípios, dentre os quais

Angra dos Reis e Volta Redonda, no Estado do Rio de Jane_i4

ro, foram acrescidos dos 68 constantes da Lei n9 5449 .

Como o assunto não foi discutido no Congres-

so, os motivos da declaração desses 17 Municípios como de

interesse da segurança nacional só podem ser conhecidos se

consultados os respectivos processos, arquivados na Secre

- 0 mesmo não sucede com os Municípios de Santos, em São Paulo, ede Santarém, no Pará, decretados de interesse da Segurança Nacio-nal em 12 de setembro de 1969, respectivamente pelos Decretos -leis n9s 865 e 866, cujo fundamento é o ar t . 19 do AI-12, oombi

. nado com § 19 do art . 29 do AI-5.- Nessa situação se incluem: Angra dos Reis, Ladãrio, Paulínia,

Castilho, Três Lagoas, Itaituba, Santa Helena, Volta Redonda,Lauro Freitas, Candeias, Simões Filho, Camaçari, Guaraciaba, Ta-racá, Anápolis, Santos e Santarém.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIOIO BRISIIEIRO DE IDMIIISTMCll MIIICIPIL

46

taria de Conselho de Segurança Nacional. Em alguns casos,

pode-se presumir o motivo, como por exemplo: em Ladário,

Mato Grosso do Sul, existe importante base da Marinha de

Guerra; fcm Lauro Freitas, Candeias, Simões Filho e Camaça

ri, no Recôncavo Baiano, instala-se o polo petroquímico;

em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, na divisa com São Pau

Io, localiza-se a represa de Urubupungá.

Em outros casos, as razões que poderiam ser

alegadas parecem ainda mais tênues. Volta Redonda, por

exemplo^ se distingue por abrigar em seu território a Compa

nhia Siderúrgica Nacional. Mas os Municípios onde se loca

lizam a USIMINAS, a Belgo-Mineira e outras usinas siderúr

gicas não são considerados de interesse da segurança nacio-

nal. Afigura-se válido concluir que, em alguns casos, co

mo no de Santos, em São Paulo, e Santarém, no Pará, os mo

tivos foram,em essência,oolíticos.

Por que motivos, então, Angra dos Reis foi

declarado de interesse da segurança nacional? Terá sido

por esquecimento ou "cochilo" das autoridades que elabora

ram a Lei n9 5449/68?

Em recente entrevista o Ministro da Mari

nha, Almirante Maximiano da Fonseca, manifestando-se sobre

a concessão de autonomia política para Angra dos Reis, de

clarou que, a princípio, a usina nuclear, o porto de Angra

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIITITO SMSILEIM IE IIMIIISTRICftl MIIICIPIl

47

dos Reis e o Colégio Naval não recomendariam a exclusão do

Município da relação dos pertencentes à área de segurança

nacional. Esses declarações foram feitas quando da soleni^

dade de formatura de cadetes em Angra .

São dignas de registro, também, as declarai

ções prestadas pela mesma autoridade, quando das festivida

des de comemoração do 309 aniversário do Colégio Naval, em

agosto de 1981;

"Não sei se Angra deixou ou não de ser área

de segurança nacional e nem por que foi eri

quadrada (O repórter da TV Globo

perguntou se a razão foi a Central Nuclear)

"Você lembrou bem" - continuou o Ministro -

"as usinas de são importantes para

a segurança nacional, mas não sei se foi

por isso. Acho que alguns Municípios pode

rão sai r e outros deverão continuar como

áreas de segurança nacional"

Além das declarações do Ministro da Marinha,

o Jornal Maré, na mesma edição, publica artigo com o seguin

te t í t u lo : "Arcuida: Angra deve continuar área de segurança1.'

- MINISTRO da Marinna acha desvantaioso para Angra deixar áreas desegurança. Jomal do Brasil, Rio de Janeiro, 20 de dezembro, 1981.

- ARAUDA: Angra deve continuar área de segurança. Maré, Angra dosReis, n9 29, 20 de agosto, 1981, p. 5. Este é o único jornal queé editado no Município.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

II5NÍÍI0 IRISIUIRI IE lOMIUSMIÇAl MHICIfll

47

" Se depender da opinião do Almirante José

Calvente Aranda, Diretor de Pessoal e Secre

tário Geral da Marinha, Angra dos Reis não

vai eleger seu prefeito nas eleições de

1982 quando quase todo o país escolherá seus

vereadores, prefeitos, deputados fede

rais e estaduais, senadores e governadores

de estado, segundo o compromisso assumido

pelo Presidente João Figueiredo dentro do

processo de abertura política.

O Almirante Aranda, ex-diretor do Colégio

Naval, que marcou sua passagem em Angra dos

Reis e foi o artífice principal do enquadra

mento do Município entre os considerados

áreas de segurança nacional,acredita que os

motivos que o levaram a propor a perda de

autonomia política permanecem. Suas decla

rações foram feitas durante as festividades

de 30 anos de fundação do Colégio Naval, no

último sábado, quando relacionou entre ra

zões dessa Segurança, que, basicamente, im

pedem a eleição do prefeito da cidade, o

próprio Colégio Naval, o porto e a situação

geoestrategica.

Esses três pontos levantados nos anos de

M ° D 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iisnmi iiisiiEiii K iBMiiisrucii muciru

46

1967 e 1968, quando fez a proposta(posterior

nente aprovada), foram acrescidos de ou

tros dois importantes, segundo Aranda: a Cen7

trai Nuclear e o TEBIG. Portanto ha moti^

vos de sobra, ainda na opinião do ex-diretor

do Colégio Naval, para que Angra fique sem

escolher o seu prefeito."

Da declaração do Almirante Aranda depreende-

se que, na época, 1969, nem a usina nuclear, ne.n o termi^

nal da PETROBRÃS constituíram motivos para a inclusão de

Angra dos Reis entre os Municípios de inceresse da segurari

ça nacional.

Com respeito aos motivos alegados, algumas

observações podem ser feitas. O Colégio Naval não parece

razão suficiente. Se fosse, Resende, no Estado do Rio de

Janeiro, onde se encontra a Academia Militar das Agulhas

NegraseBarbacena, em Minas Gerais e Pirassununga, em São

Paulo, onde existem estabelecimentos de formação de oficiais

da Força Aérea também não estariam gozando de autonomia

plena.

0 argumento de que o porto teria sido um dos

motivos também carece de fundamento. Itajaí, em Santa Ca

- TEBIG: Terminal de Petróleo, pertencente à PETPOBRAS, localizadona Baía da Ilha Grande.

MOD 1004IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiTi iMsutiii if iiHiiisfiicu iincirii

49

tarina, tal como Angra, tem porto de grande movimento e e£

tá fora da relação de Municípios que não elegem o seu Pre

feito. O mesmo pode-se dizer com respeito a Paranaguá, no

Paraná.

E o caso de Santos? Pode-se argumentar que é

Município de segurança nacional porque possui o mais impo£

tante porto do país. Então poder-se-ia perguntar por que a

limitação da autonomia política de Angra dos Reis precedeu

a de Santos? Aquela ocorreu em julho e esta em setembro de

1969.

A sucessão política da Prefeitura de Santos

leva a acreditar que o porto nada tem a ver com a supres_

são de sua autonomia política.

Em 15 de novembro de 1968, foram realizadas

eleições municipais em São Paulo. Elegeu-se Prefeito de

Santos, pela legenda do Movimento Democrático Brasileiro,

Esmeraldo Tarquínio de Campos Filho, que tomaria posse em

14 de maio de 1969. No interregno - eleição e posse- foi e

ditado o Ato Institucional n9 5, em 13 de dezembro de 1968,

e em 14 de abril de 1969, um mês antes da posse, o Prefei^

to eleito teve os seus direitos políticos cassados. Em 15

de maio de 1968, com base no AI-5, foi decretada interven

ção federal em Santos, sendo nomeado interventor o General

Clóvis Bandeira Brasil.

MOD -004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISMIll IIISIIEIII IE IIMIIISTIICII 1IIICIPU

50

Santos foi declarado Município de interesse

da segurança nacional pelo Decreto-lei n9 865/69, um ano e

três meses apôs a aprovação da Lei n9 5449/68. Fosse a

existência de um porto variável significativa para a def_i

nição de um Município como de interesse da segurança nacio

nal, dificilmente Santos teria escapado à inclusão no gru

po previsto pela Lei 5449. Os fatos políticos que tocaram

o pais no final de 1868 e a vitória oposicionista na segun

da maior cidade de São Paulo parecer: constituir explica

ções mais plausíveis que a existência do porto para a su

pressão da autonomia política de Santos. Se a existência

do porto não explica o caso de Santos, tampouco se aplica

ao de Angra dos Reis.

A situação geoestratégica do Município tam

béin parece pouco convincente. O Brasil tem um extenso 1^

toral e não consta que todos os Municípios sejam considera

dos de interesse da segurança nacional.

2.3 - Uma Versão mais Convincente

7- verdade sobre os fatos que motivaram a in

clusão do Município de Angra dos Reis entre os de interes_

se da segurança nacional talvez só venha a ser conhecida

quando o Conselho de Segurança Nacional trouxer a público

o processo em que se baseou a decisão. As declarações dos

Almirantes Maximiano da Fonseca e José Calvente Aranda susci

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSmill IIISILflll IE IIMIIISTIICll MIIICiriL

51

tarn dúvidas sobre as causas da perda de autonomia política

por Angra dos Reis. A cronologia e a análise dos fatos

tornam os motivos alegados ainda mais obscuros.

Contatos mantidos com a classe política e em

presarial de Angra dos Reis revelaram uma outra versão. Pa

ra compreendê-la, um recuo no tempo torna-se necessário.

Em 1958 foi eleito prefeito de Angra dos

Reis, pela então União Democrática Nacional, Jorge Paulo

Wishart, e vice-prefeito, Heitor Chagas da Rocha. O pri

meiro era proprietário e gozava do conceito de homem bom,

e de grande honestidade. Como administrador, deixava a de

sejar, segundo opiniões locais. Rocha, já falecido era

Fiscal de Rendas do Estado, e considerado administrador d_i

nâmico e eficaz. Imputavam-lhe, entretanto, certa liberei

lidade quanto ã administração financeira do Município e de

promover registros ilegais de terrenos no cartório do 29

ofício de Angra dos Reis, onde sua esposa é titular.

Em I960, Wishart, convidado da Verolme do

Brasil, visitou a Holanda. Rocha assumiu por 40 dias a

chefia do Executivo. Durante esse período, realizou uma

série de pequenas obras nos morros da cidade, tais como a

construção de escadas, redes de águas pluviais, a coloca

ção de bancos nas praças, que por indecisão de Wishart não

haviam sido realizadas. O tempo foi curto, mas suficiente

MOD 1004 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

llSmifl IIISIIEIII IE IIIIIISIIICll MIICIPIl

52

para que Rocha criasse em seu redor uma aura de bom admi

nistrador, sucedendo Wishart no período de 1963-1967, pela

legenda do Partido Social Progressista, pois havia rompido

politicamente com Wishart.

Wishart, como candidato da ARENA, novamente

elegeu-se prefeito, governando o Município de 1967 a 1971.

Foi o último Prefeito eleito de Angra dos Reis. No início

de seu segundo mandato foi promulgr.da a Constituição de

1967 e editado o Ato Institucional n9 5.

Na ocasião, denúncias de corrupção e de sub

versão começaram a ser apuradas pelo Colégio Naval e, em

conseqüência, Rocha ficou detido durante 33 dias. Ao que

parece nada se apurou que o incriminasse, pois não teve os

seus direitos políticos cassados, penalidade aplicável na

época. Assim como Rocha, outras pessoas foram chamadas a

prestar depoimentos no Colégio Naval. Nessas circunstân

cias, segundo informações colhidas através de entrevistas,

um grupo integrado por João Luís Gibrail Rocha, Jair Nata

lino Travassos, Orlando Gonçalves (já falecido) e liderado

por Luís Elias Miguel, então ©residente da Associação Co

mercial, teria solicitado ao Diretor do Colégio Naval, Ca

pitão de Mar e Guerra José Calvente Aranda, a inclusão do

Município entre os de interesse da segurança nacional. É

opinião corrente na cidade que esse grupo jamais chegaria

ã Prefeitura pelo voto.

MOO too4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IMITIU IllSllflll IE IlilllSTIICll IIIKIPII

53

A argumentação junto ao Diretor do Colégio

Naval se baseava no fato de que Angra dos Reis iria ser

objeto de grandes investimentos e que não poderia continu

ar nas mãos da classe política dominante. Necessitava de

um administrador capaz e honesto. Wishart preenchia uma

dessas condições, era honesto.

Rocha aanhara outra aura, a de mártir e de

injustiçado, como reparação aos 33 dias de detenção e, ain

da mais, nada fora apurado que o comprometesse. Todos e£

ses acontecimentos reforçavam a tese de que ele seria um

candidato imbatlvel numa eleição.

Wishart apoiou o movimento pela inclusão do

Município entre os de interesse da segurança nacional. Al_i

mentava esperanças de continuar Prefeito após o término do

seu mandato. Após a edição do Decreto-lei 672/69, no en

tanto, percebeu que os políticos locais não teriam vez.

Num golpe de político experiente, convidou o Almirante Ja

ir Carneiro Toscano de Brito para a presidência do Mobral

de Angra dos Reis. Este foi o primeiro Prefeito nomeado

no Município.

Como se pode depreender desta versão, a idéia

não foi gerada e desenvolvida no seio das Forças Armadas

ou do Conselho de Segurança Nacional. Havia, isto sim,

clima político-institucional que lhe era propício. 0 país

MOO ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISMIII IIISILEIII IE IIMIIISIUCII MIIICIPIL

54

se encontrava em regime de exceção.

Deve-se atentar também para o fato que,

na época, qualquer questiuncula local acabava sendo levada

ao Colégio Naval, e seu Diretor funcionava como árbitro

dos políticos e empresários locais. Talvez o hoje Almiran

te José Calvente Aranda tenha visto na solicitação que lhe

foi apresentada, um meio de se ter um Prefeito capaz de so

lucionar os problemas locais que fugiam de sua alçada. Sua

interveniência em assuntos do Município poderia estar com

prometendo o seu trabalho como Diretor do Colégio Naval.

A decisão de incluir Angra dos Reis entre os

Municípios de interesse da segurança nacional parece ter

sido bem aceita pelos políticos locais. Se assim não fos

se, não haveria como justificar a apresentação na sessão

da Câmara Municipal do dia 0 3/0 7/69 - data da edição do De

creto-lei n9 672, que declarou o Município de interesse da

segurança nacional - os seguintes projetos:

09/69 - Concedendo título de cidadão angren

se ao Capitão de Mar e Guerra José Calvente

Aranda. Autor: Vereador Valter Maia.

10/69 - Concedendo título de cidadãos angren

ses ao Capitão de Mar e Guerra José Calvente

Aranda, ao Coronel Mário David Andreazza e

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIIIO BRASILEIRO IE l i m i l S T I I C l l MIIICIPIL

55

ao Governador Jeremias de Matos Pontes. Au

tor:: Vereador Carlos Alberto Gibrail Rocha.

12/69 - Concedendo título de cidadão angren

se ao Capitão de Mar e Guerra José Calvente

Aranda. Autor: Executivo Municipal.

O Vereador Carlos Alberto Gibrail Rocha, ao

tomar conhecimento da mensagem do Executivo Municipal, so

licitou a retirada de seu projeto. O Presidente da Câmara,

Léo Correia e Silva, solicitou ao Vereador que não retiras^

se o referido projeto, e sim que o juntasse ã mensagem do

8 -

Executivo Municipal. O Parecer n9 32/69 da Comissão de

Justiça da Câmara, favorável ã mensagem 12/69 do Executivo

Municipal, foi aprovado por unanimidade em primeira discus^- 9

sao na sessão realizada no dia 24/07/69.

2.4 - Implicação da Perda de Autonomia Política

0 primeiro Prefeito nomeado de Angra dos

Reis, Almirante Toscano de Brito, tomou posse em 19/0 3/71.

Com a fusão do antigo Estado do Rio de Janeiro e do Estado

da Guanabara, promovida pela Lei Complementar n920/75, foi

confirmado no cargo pelo Almirante Faria Lima, nomeado Go

o- Ata da 3a. Reunião, 2a. Sessão Ordinária, realizada em 3/7/69; Livro n<? 29, pág. 166.

- Ata da 15a. Reunião, 2a. Sessão Ordinária, realizada em 24/7/69;Livro 29, pág. 187 v.

MOD 004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIIII IIISIIEIII IE IIIIIISTIICll IIIICIPIl

56

vernador do novo Estado.

O Almirante Toscano governou até 30 de abril

de 1979 e foi sucedido pelo Almirante Ellis Bauzer, que go

vernou até junho de 1980. Sua substituição foi motivada

por uma campanha de opinião pública liderada pela Associa

ção Comercial. Era acusado de não viver o dia-a-dia do Nu

nicíp{o, onde permanecia apenas dois ou três dias por sema

na, e de não ser bom administrador.

O Almirante Ellis Bauzer foi substituido pe

Io Capitão de Mar e Guerra, Roberto Carlos Valle Ferreira,

que governou o Município até setembro de 1981, quando soljl

citou exoneração. Seu período de governo, no início, foi

marcado por uma grande euforia que logo se desvaneceu. Foi

alvo de intensa campanha, sendo acusado de megalomaníaco,

perdulário e de realizar contratações e nomeações além das

necessidades do Município, inclusive de pessoas estranhas ã

comunidade angrense, para postos importantes.

Era visto pelas lideranças locais como homem

do então Partido Popular,ao qual também pertencia o Govern^

dor do Estado. Não é de estranhar, pois, que o seu período

de governo tenha sido politicamente tumultuado, porque de

um total de 13 vereadores, a bancada do Partido Popular era

10 - BAUZBR: Angra derruba um prefeito. Maré, Angra dos Reic, n9 1,10 de outubro, 1980. p.7.

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismin nisiiiiN if awiiisrucli MMCIMI

57

composta de três vereadores, e a do Partido Democrático So

dal, de dez. Havia interesses políticos locais e regio

nais na substituição do Prefeito Valle Ferreira, ao contra

rio da substituição de Bauzer, cuja motivação político-par

tidâria foi nula.

Em substituição ao Comandante Valle Ferreira,

foi nomeado novamente o Almirante Toscano de Brito. Algu

mas lideranças locais - políticas, empresariais e intelec

tuais - fazem certas restrições ao estilo de aemínistração

do Almirante Toscano. Acusam-no de ser um administrador au

to-suficiente, impermeável ao diálogo cota os políticos, e

que tem como característica administrativa a parcimônia

nos gastos da Prefeitura. Em outras palavras, ignora as

sugestões e indicações da Câmara, entesoura os recursos mu

nicipaís e não realiza as obras de que o Município necessi_

ta e tampouco se utiliza de seu prestígio pessoal junto ao

Governo do Estado e ao Governo Federal para reivindicar re

cursos à realização de obras. £ visto como proconsul do

Governo Federal, representando-o no Município. Nesta qua

1idade é-lhe defeso reivindicar. Em maior ou menor grau,

os demais Prefeitos nomeados são percebidos desta mesma

forma.

2.5 - Desejo de Reconquista da Autonomia Política

A classe empresarial, as lideranças nolíti_

"°° '°°* IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTITÜTO BRiSILEIRO DE IDMIlISTRICâO M I I C I M l

58

cas e os intelectuais locais estão desencantados com o de

sempenho administrativo dos Prefeitos nomeados, segundo se

depreende dos contatos mantidos. 0 país respira novos ares

em conseqüência do processo de abertura política. É

natural, então, que surjam movimentos reivindicatórios pci

ra o restabelecimento da autonomia política dos Municípios

considerados de interesse de segurança nacional. Em Angra

dos Reis esse movimento já foi iniciado e dele particinam

a classe empresarial, os profissionais liberais, os intelec

tuais e, naturalmente, os políticos locais e do Estado.

0 movimento denomina-se "Anistia para Angra1.1

Ê apoiado pelo Maré, jornal local, de circulação semanal.

A campanha tem um logotipo idealizado pelo cartunista Zi

raldo que impresso em forma de adesivo encontra-se colado

nos vidros dos automóveis dos adeptos da campanha.

As informações coletadas sugerem que a cons_

trução da usina nuclear não se constituiu, como se pode

pensar ã primeira vista,em elemento decisivo na inclusão

de Angra dos Reis entre os Municípios de interesse da se

gurança nacional. As lideranças locais têm consciência

clara do fato. Com o processo de abertura política, não

será surpresa se o Governo federal achar por bem devolver

a autonomia plena aos Municípios, hoje considerados de in

teresse da segurança nacional, num processo de valorização

das lideranças políticas municipais.

M 0 D '00" IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIITO IRISilEIM IE IOMIIISTRICII MIIICIPIL

Atente-se, entretanto, para a entrevista do

Almirante Aranda, referida no inicio deste item em que

•aponta a usina nuclear e o terminal petrolífero da PETRO

BRAS como motivos suficientes para a manutenção do Municá

pio no status atual. 0 desejo de volta ã autonomia plena

é forte entre as lideranças. Chega-se ao ponto de ver pre

ferida a perda do território â manutenção da condição de

Município de interesse da segurança nacional. Nesse senti

do adeptos da campanha "Anistia para Angra" sugerem que o

Distrito de Cunhambebe seja transformado em território fe

deral, caso a usina nuclear seja alegada como motivo para

que o Município seja mantido em regime de autonomia limita

da.

3 - ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - ESTRUTURAS E FUNÇÕES

Até recentemente o desenvolvimento econômico

de Angra dos Reis foi determinado pelo mar, quer como fori

te de exploração, quer como entreposto de escoamento ou re

cepção de produtos de outros Municípios da região. A pess

ca se constitui numa prática de longa tradição no Municú

pio, e as atividades portuárias chegaram a determinar a ca

racterística da cidade, fomentando seu crescimento e motí

v^ndo o surgimento de uma estrutura de comércio de apoio

âs suas atividades.

Embora o isolamento em que viveu Angra dos

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTITITO BRASILEIRO DE IDMIlISTRIÇll M I I C I N l

60

Reis possa sugerir que a presença do Governo na área fosse

marcada pelas instituições municipais, tal fato não ocor

reu. Somente hoje a presença do Governo municipal se faz

mais visível que a das outras esferas governamentais no

que diz respeito à prestação de serviços ã Dopulação, com

forme se verá ao longo deste trabalho.

A análise do desempenho do governo local de_

monstra que a Prefeitura não se tem voltado para atividíi

des de promoção direta do desenvolvimento econômico da co

munidade. O esforço da administração municipal tem sido

orientado essencialmente para a prestação de serviços e a

realização de pequenas obras públicas de interesse local

que não consegue executar integralmente,como todo Municí^

pio brasileiro

Enquanto o desenvolvimento do Município foi

decorrência quase natural do incremento dos negócios Io

cais, gerado em função de iniciativas da comunidade, o com

portamento quase de omissão do poder público local pouco

alterava o quadro constituído durante esses mais de 400

anos. A presença mais evidente de uma unidade de governo

nesse período parece ter sido patrocinada pelo Estado nos

setores de educação, saúde e assistência social, abaste

cimento de água e na ligação do continente às ilhas que in

- Ver INSTITUTO BRASILEIRO CE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - ServiçosUrbanos - Estudo Comparativo de Municípios Brasileiros. Rio deJaneiro,1974. 112 p.

MOD too4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIHTO BRASILEIRO DE UMIlISTRICll M I IC INL

61

tegram o território municipal.

Seria de esperar que a instalação da Verolme

Estaleiros Reunidos do Brasil, em 1959, dada a irrmortância

do empreendimento, viesse a ter impacto sobre a Administra

ção municipal. 0 estaleiro expandiu sobremaneira o merca

do de trabalho local e atraiu mão-de-obra qualificada com

padrões distintos dos locais, o que poderia ter elevado os

níveis de exigência da comunidade quanto a padrões de ser

viço público. Além disso, significou a presença de uma or

ganizaçao moderna no Município que poderia, via efeito-de

monstração, ter inspirado os administradores municipais

quanto ao desempenho de suas funções.

Ao contrário, os problemas antigos de falta

d'água, sistema de esgoto precário e insuficiente, ilumina

ção publica deficiente, rede de ensino e equipamentos de

saúde inadequados ã demanda, entre outros, persistiram e

até mesmo se agravaram diante do crescimento populacional

por que passou o Município e, em especial, o distrito de

Jacuecanga, nos anos 60.

Na Administração municipal não se registra,

ram maiores esforços no sentido de aumentar sua capacidade

para atender ãs novas demandas. Em 1970, o quadro de pe£

soai da Prefeitura quanto âs proporções e â composição di_

zia da simplicidade dos serviços municipais e de sua pouca

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISrillTB IMSIIEIM IE lOMIIISTRlCll MIIICIPIl

62

capacidade para atender às necessidades das 40.803 pessoas

que habitavam o Município; eram pouco mais de 100 os funcio

nários,. sendo que nenhum com formação superior.

É verdade que a presença da Verolme não re

presentou reforço significativo e imediato às finanças Io

cais, uma vez que ê isenta do Imposto de Circulação de Me£

cadorias - ICK. Também, ao que parece, o Governo munici

pai ignorou durante anos o empreendimento, pois somente em

1968 tomou a iniciativa de construir estrada integrando o

distrito de Jacuecanga, onde se encontra o estaleiro, â se

de municipal. Até então, essa ligação era feita pelo mar.

A partir de 1969 o Município assistiu a vá

rios outros eventos que, em pouco mais de três anos, alte_

raram radicalmente a realidade político-institucional e in

fluíram em sua economia. Em julho daquele ano,o Município

12foi declarado de interesse da segurança nacional . Em

1970 iniciou-se a construção da Usina Nuclear e, em 1972,a

da BR-101. Um pouco mais tarde, em 1976, coincidindo com

a inauguração da estrada, foi instalado um terminal maríti^

mo da PETROBRÁS.

Era certo que tais investimentos cicarretaríam

transformações no Município. Assim, formaram-se núcleos

habitacionais em condições precárias e cresceu a deman

12~ Ver seção 2 - Angra dos Reis, Município de interesse de Segurança

Nacional.

von tnn4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiii iiisiLEin IE iiiinsfiicii iincirii

63

da pelos serviços e equipamentos urbanos jâ escassos e ina

dequados.

A racionalidade administrativa diz que a re£

lização dos empreendimentos e suas conseqüências deveriam

ter sido objeto de estudos detalhados, por parte do poder

público local, de forma a, dentre outras coisas, orientar

e disciplinar a localização da população em seu território;

prover os serviços e equipamentos públicos necessários ao

bem-estar da comunidade-; fornecer dados que subsidiassem e

reforçassem a articulação com as demais esferas de governo,

objetivando obter assistência técnica e financeira de apoio

as suas ações; e formular propostas concretas nos cairoos

sõcio-econômico e físico-urbanístico.

A administração municipal de Angra, a exem

pio de outras, não foi capaz de dar respostas â altura dos

novos desafios. Não se registram ainda iniciativas, por

parte das instituições que investiram no Município, no sen

tido de ajudarem a administração local a suplantar suas li

mitações.

Os fatos analisados sugerem que o comporta

mento tanto do Governo municiDal como dos resoonsaveis pe

los emoreendimentos, em qualquer fase, foi tíoico de siste

mas fechados, que se mantêm sem qualquer articulação com o

meio em que atuam ou exercem influência.

u00,004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIII IE IIHIIISTIICU illlCIPIL

64

Estudos efetuados não oferecem evidência de

que alterações ocorridas na estrutura administrativa da

Prefeitura, no seu funcionamento interno, na composição

do seu quadro de pessoal ou na prestação de novos servi

ços públicos sejam decorrências das mudanças que vêm acon

tecendo no Município nas duas ultimas décadas.

Diagnósticos anteriores, confirmando acha

dos deste estudo, revelam que as autoridades municipais

têm se mantido â distância dos empreendimentos realizados

no Município. Em nenhum momento se empenharam em pesqui

sar suas conseqüências e passar a ações práticas no senti

do de resolver os problemas deles decorrentes.

Para as autoridades municipais a construção

da Central Nuclear constituiu apenas mais uma obra de

grande porte, dentre outras, não merecendo, como as de

mais, qualquer estudo ou planejamento especial. Essa cons

tatação não significa que hoje o Prefeito não sinta ne

cessidade de fazer algo para solucionar problemas decor

rentes dos empreendimentos e para atender ã demanda de

MOO '004

- TERMDS CE REFERÊNCIA PARA 0 PLANO CE AÇ&> INEDIATA DO MUNICÍPIOCE ANGRA DOS REIS. Serviço Federal de Habitação e Urbanismo -SERFHAU. Rio de J a n e i r o . 1971. 116p. DIAGNOSTICO DO MUNICÍPIOCE ANGRA DOS REIS. I n s t i t u t o B r a s i l e i r o de Administração Muni eipal-IBAM. Documento elaborado por alunos do Curso de Engenhariade Serviços Urbanos. Rio de J a n e i r o . 1976. Não e d i t a d o . Sem paginação. ESTUDOS PARA O PLANEJAMENTO MUNICIPAL. Fundação I n s t it u t o para o Desenvolvimento Econômico e Socia l do Estado do Riode Janeiro-FIDERJ. 1971. 73p. PLANO DE DESENN/OLVIMENTO FÍSICD-TERRITORIAL DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS. S e c r e t a r i a de Planejamento e Coordenação Geral do Estado do Rio de Janeiro-SECPLAN.1978. 88p.

IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismua •iisiiEiii IE iimnsTiicii miiciru

65

serviços do grande contingente populacional que acorreu ao

Município em busca de trabalho. De alguns meses para cã,

a Administração municipal esta procedendo a estudos dos

núcleos habitacionais que surgiram nos anos 70. A inten

ção é buscar ajuda junto ao Governo federal para melhorar

as condições ali existentes.

A seguir procura-se historiar os movimentos

de reorganização administrativa desenvolvidos na Prefeitu-

ra, a evolução das funções municipais e as ações empreen

didas no sentido de dotar o Município dos serviços e equi

pamentos públicos.

3.1 - Estrutura Administrativa

Diagnóstico elaborado pelo SERFHAU, em 1971,

classifica a falta de estrutura administrativa como uma das

maiores deficiências da Prefeitura Municipal. Em sua anã

lise considera que "a estrutura administrativa vem se man

tendo a mesma há muito tempo, não tendo passado por nenhu

ma reestruturação nos últimos anos. Apesar do discreto

crescimento do Município, é possível constatar a incapaci-

dade dessa estrutura administrativa em acompanhar o incre

mento da demanda dos serviços e equipamentos dele de corre n

te.»14

1 4 SERFIIAU, op. c i t . p . 4 /2 .

VOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISiLEIII IE IIIIIISIIICII IIIICIPIL

66

Algum tempo apôs o estudo do SERFHAU (1973 e

1974) o IBAN desenvolveu uma reestruturação administrate

va na Prefeitura, organizando os serviços de administração

de pessoal, contabilidade, comunicações administrativas e

reformulando o sistema de administração tributária do Muni

cipio. Note-se que a organização administrativa anterior

ao trabalho do IBAM era rudimentar e inadequada.

Na ocasião, o IBAM desenvolveu pesquisas jun

to aos moradores do Município com o objetivo de identificar

necessidades de atendimento, bem como expectativas e opirvi

ões em relação aos serviços públicos prestados pela Prefe_i

tura. O objetivo era coletar subsídios para a elaboração de

propostas de trabalho do governo local. Era intenção que

a reforma administrativa não se limitasse a produzir efei_

tos internos, mas que contribuísse para melhorar a presta

ção dos serviços considerados prioritários pelos munícipes,

identificados nos levantamentos.

Com base nos dados coletados, uma das princi

pais inovações propostas pelo IBAM foi a criação de órgãos

de descentralização administrativa e desconcentração ter ri.

torial encarregados de representar <• Governo municipal nos

distritos. As administrações distritais foram concebidas,

IBAM. Convênio de Assessoria Técnica â Prefeitura de Angra dos Reis.1973.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIII IE IIHIIISTIICll MIICINl

67

principalmente, para executar ou fazer executar as delibera

ções, posturas e atos de acordo coro as instruções recebidas

do Prefeito; superintender ou fiscalizar a construção e con

servação de obras públicas e estradas municipais; arrecadar

os tributos e rendas dentro dos limites de sua jurisdição;

e executar os serviços públicos distritais. Sua criação ob

jetivava reforçar a presença do Governo junto aos moradores

mais distantes da sede municipal. Hoje, os responsáveis pe

Ias administrações exercem importante papel na fiscalização

de obras, limpeza pública, coleta de lixo e na realização

de pequenas obras públicas.

A assessoria do IBAM culminou com uma série

de cursos para os servidores municipais. Dentre eles, des

tacam-se os sobre fiscalização de rendas municipais e de

obras particulares, contabilidade, tributação e fundamentos

de administração municipal. Preparando-se os servidores mu

nicipais, esperava-se que os instrumentos deixados à dispo

sição da Administração fossem observados e implementados sem

descontinuidades. Contudo, isso não ocorreu.

A partir da época desse trabalho de reorga

nização administrativa o Município começou a receber maior

contingente de mão-de-obra de outras localidades para se

instalar nos canteiros de obra, morros e distritos distan

tes da sede municipal. Sua administração passou, também, a

dispor do instrumental necessário para influir nos a con te ei.

MOO '004 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIITI IRISIIEIM IE IIMIIISTMCll MIIICIPIl

68

mentos, porém isso nem sempre foi feito, como se verifica a

seguir.

Em 1976, Angra foi escolhido como local para

estágio de campo dos alunos de um curso de nivel de pós-gra

duaçao ministrado pelo IBAM. Na ocasião foram desenvolvi-

dos novos diagnósticos sobre a administração municipal, ten

do-se concluído que a estrutura administrativa e outros ins

trumentos administrativos estavam subutilizados, provocando

sérios problemas quanto ã prestação de serviços.

Em 1978, a Administração municipal voltou a

ser analisada com o objetivo de se identificarem os proble

mas locais no que se refere a condições urbanísticas. Na

ocasião, atribuiu-se o desempenho da administração ã "postu

ra pragmática" do Prefeito, e não ã utilização de recu£

sos humanos capacitados, de técnicas ou instrumentos adequa

dos que permitissem sistematizar informações sobre as nece£

sidades e expectativas da comunidade, planejar ações e evi

tar imediatismos na solução dos problemas.

Oom a posse do terceiro Prefeito nomeado, em

1980, a Prefeitura passou por intensa alteração em sua ess

trutura e funcionamento interno. Tentou-se adotar métodos

sistêmicos de organização; alterou-se o status dos Departa

- SECPIAN. op. d t . p . 70.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IRISIIEIII IE IIMIIISIMCll MIIICIPIL

69

mentos para Secretarias; criaram-se uma Secretaria de Plane

jamento em substituição à Assessoria existente, mas inope

rante, e um Conselho Comunitário, com 4 8 membros represen

tando as mais diversas correntes de opinião da comunidade.

Com a substituição do Prefeito, um ano e

três meses após sua posse, não foi possível implantar com

pletamente a nova filosofia de trabalho, nem consolidar a

estrutura implantada. Mesmo que mais tempo houvesse, dada

a fragilidade do que se propunha realizar, poucos seriam os

benefícios no quadro geral do Município. Pessoas que parti

ciparam daquela gestão manifestaram, em entrevistas, que as

proposições técnicas do trabalho careciam de redução às con

dições reais do Município.

Hoje, com a volta do primeiro Prefeito nomea

do, têm sido despendidos esforços no sentido de fazer a Pre

feitura voltar ao que era em 1973. Percebe-se que é inten

ção da administração reduzir a estrutura e o quadro de pes

soai herdados da administração anterior.

0 atual Prefeito entendeu que a estrutura ad

ministrativa vigente, quando de sua posse, estava superdi.

mensionada. Enviou projeto de lei â Câmara Municipal, suge

rindo uma nova estrutura, menos complexa. A reformulação

implicou a extinção do Conselho Comunitário e da Secreta

ria de Planejamento e a desativação da Secretaria de Admi

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIIII IIISIIEIII I! IIIIIISIIICll IIIICIPIl

70

nistração. Os órgãos integrantes desta última foram colo

cados sob supervisão do Chefe de Gabinete do Prefeito, rea

vivando, em certa medida, a proposta do IBAM de 1973. Naque

Ia época, o modelo se justificava; atualmente necessitaria

ajustes ã nova realidade do Município.

A análise da dinâmica administrativa da Pre

feitura, levada a efeito pelo IBAM durante o presente tra

balho, demonstrou falta de coordenação entre órgãos, aliada

â indefinição de competência decisória dos ocupantes de

cargos de primeiro escalão hierárquico, o que resulta em

centralização da tomada de decisões.

As freqüentes mudanças de Prefeito parecem

explicar as disfunções agora constatadas. Não seria exage

ro afirmar que o atual Prefeito tomou posse no cargo em SJL

tuação de emergência, encerrando uma crise política no Mu

nicípio. Nessas circunstâncias, não é de estranhar que as

decisões estejam concentradas em suas mãos.

Entre as autoridades municipais está ganhan

do corpo, neste momento, a idéia de se rever novamente a es

trutura administrativa da Prefeitura. 0 Prefeito manifes-

tou ã equipe do IBAM sua intenção nesse sentido.

Os acontecimentos das duas últimas décadas,

segundo se pôde apurar, não chegaram a tocar a estrutura e

MOO too* IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiti iiisiiiiii IE IMHIISIUCM imcirii

71

as praticas da Administração municipal de forma significa

tiva.

3.2 - Estrutura de Planejamento

Somente em 1973 a Prefeitura passou a dis

por, em sua estrutura organizacional, de um órgão de plane

jamento. Este foi concebido como Assessoria, com competên

cias amplas no campo do desenvolvimento físico-urbanístico.

Cabia-lhe promover todas as ações relativas ã elaboração,

execução e controle do Plano de Desenvolvimento Fisico-Ter

ritorial; fiscalizar o cumprimento das normas referentes

às construções particulares e ã estética urbana, aos zonea

mentos e loteamentos; promover a concessão de licenciamen

to e a fiscalizrção de obras particulares, dentre outras

atribuições.

A concepção dessa Assessoria, voltada prin

cipalmente para a área urbanística, justificava-se àquela

época, porque já se percebia a tendência ao agravamento de

problemas relativos a ocupação desordenada do solo urbano,

que mais tarde viria a se concretizar, trazendo sérias con

seqüências para a Administração municipal.

Não se tem registro de qualquer trabalho

mais sério desenvolvido pela Assessoria no campo da

disciplina da ocupação urbana ou em outro qualquer de

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIUTO BRASILEIRO DE IDMIIISTRIClO M I I C I N l

72

sua competência. Nem o Plano de Desenvolvimento Fisico-Ter

ritorial elaborado pela Secretaria de Planejamento do Esta

do do Rio de Janeiro, em 1978, chegou a ser aproveitado.

Com a reforma administrativa de 1980, foi

criada a Secretaria de Planejamento em substituição ã Assei»

soria, com competência para elaborar o Plano de Desenvolvi

mento Integrado; elaborar a proposta orçamentária e acompa

nhar sua execução; elaborar estatísticas municipais; e ar

ticular-se com órgãos dos Sistemas de Planejamento federal

e estadual.

Desse elenco de competências, a Secretaria

assumiu a elaboração orçamentária e o acompanhamento de

sua execução, e promoveu a atualização do Plano de Desenvo^

vimento FÍsico-Territorial, que sõ lograria aprovação no

Governo seguinte. A Secretaria teve sua atuação prejudica-

da pela substituição do Secretário, seis meses após a posse,

e pela destituição do próprio Prefeito um pouco mais ta£

de.

Com a volta do Almirante Toscano como Prefei.

to, em setembro de 1981, foi extinta a Secretaria. A pri.

meira conseqüência evidente dessa decisão foi a falta de

integração do elenco de intenções que as Secretarias eiabo

raram para o ano de 1982 e que foram incluídas na Mensagem

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITOTB IRISILEIRO DE IDMIIISTRlClO Ml l lCir i l

73

do Executivo ã Câmara Municipal. Apesar da existência do

órgão especifico, extinto recentemente, as atividades de

planejamento jamais lograram institucionalização.

3.3 - Quadro de Pessoal

Dos estudos de 1971, 19 76 e 1978 depreen

dem-se deficiências no quadro de pessoal da Prefeitura, re

gistrando-se limitações qualitativas e quantitativas. Embo

ra hoje a situação apresente sensível melhora em alguns se

tores, ainda está muite aquém do mínimo necessário para

acompanhar o processo acelerado de mudanças por que vem pas

sando o Município. Além disso inexiste uma política clara

e coerente de recursos humanos. É larga a disparidade en

tre os vencimentos do primeiro e do segundo escalões. FaJL

tam critérios racionais para contratação e remuneração de

pessoal.

0 quadro abaixo dá o número de servidores

com formação superior, excluindo-se professores:

17 SEREHAU, op. c i t . p 4/2 , IBfiM, op. c i t . e SECPLAN, op. c i t . p . 73

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIUTO IRISIIEIRI DE IBMIIISTIIClt MHCIfll

74

QUADRO 1 - PESSOAL COM FORMAÇÃO SUPERIOR-1971/1982

FORMAÇÃO A N 0 S

1971 1976 1982

Tec. Administração - 1 2

Advogado l 2

Contador - 1 1

Engenheiro 1 2 4

Médico 1 4

Dentista 3

Outros - - 5

TOTAL ! 6 2 1

FONTES:1971 - SERFHAU - Termos de Referência para o Plano

de Ação Imediata do Município de Angra dos

Reis

1976 - IBAM - Diagnóstico elaborado pelos alunos do

curso de Engenharia de Sistemas Urbanos (não

editado)

1982 - Prefeitura Municipal

O Quadro 2 diz de certo descaso quanto ao

controle da ocupação do solo, ã arrecadação de recursos e

aq controle das condições de higiene dos estabelecimentos

comerciais, vez que é irrisório o número de servidores a

ela decicados.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICfPiO

IISTITITO BRASILEIRO DE IBMIIISIRftCll M l l lC i r i l

QUADRO 2 - FISCAIS DA PREFEITURA - 1970/1982

FUNÇÃO1970

Fiscal de Rendas

Fiscal de Obras

Vigilância Sanitária

TOTAL

ANOS

1975

4

2

1982

4

6

10

75

FONTE: Prefeitura Municipal

O Quadro geral de servidores apresenta

ficações significativas no efetivo de professores e mos

tra preferência pela contratação de pessoal pelo regime

da CLT. O último concurso para admissão, nos termos do

estatuto, foi realizado antes de 1970. 0 grupo " outros

servidores registrados i ela CLT " reúne pessoal encarreg£

do das atividades-meio da Prefeitura.

QUADRO 3 - N0KERO DE SERVIDORES MUNICIPAIS • 1970/198J

IERVI DORESANOS

Eetatuárlos (exceto professores 21 16

Pessoal da Obras {Contratados p/CLT) 49 90

Professores 23 323

Outro* servidores regidos p/CLT 50 191

TOTAL 143 (20

FONTESi 1971 - SBRFKAU - Temos do Referência para o Plano

d* Ação Imediata para o Município da Angra

dos Rala

1962 - Prefeitura Kunlclpal

MOD 1004 (BAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismsu iiisttEiRi BE iiMiitsrucli miicim

76

3.4 - Serviços Sociais e Urbanos

• Educação

O Prefeito Municipal tem posto a educação em

alta prioridade, tentando sanar um déficit crônico que vem

de longa data. A estrutura do ensino municipal tem passe,

do por mudanças sensíveis nos últimos anos, tanto no que

diz respeito ã quantidade do pessoal e dos equipamentos

utilizados como, principalmente, à sua qualidade. De uma

posição claramente desfavorável em relação ao Estado, de

sempenha hoje papel preponderante no ensino de 19 grau,

tendo inclusive assumido a responsabilidade por vinte esco

Ias estaduais a pa r t i r de 1976.

O quadro abaixo, preparado a par t i r de docu

mentos produzidos pelo Estado, de dados do Censo e de in

formações do órgão responsável pelo ensino municipal, de

18monstra a evolução no período 1970 a 1982

- Os dados de 1970 e 1975 referentes a escolas, salas de aula e matrículas devem ser observados cora cautela quanto i sua exatidão.Isso decorre da perda, em 1976, dos registros elaborados pala Secretaria Municipal de Educação. Esses dados foram recuperados através das Cadernetas de Classe arquivadas na Secretaria, admitindo-se uma margem de erro para menos nos itens.

MOD <004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICfPIO

IISTIIIII IIISIIEIII IE limilSIIICll MlllCiril

77

QUADRO 4 - EVOLUÇÃO DA REDE DE ENSINO MUNICIPAL - 1970A982

INDICADORES ANOS197J 1975 1982

Escolas 15 17 37

Salas de Aula 16 24 94

Matrículas 491 955 4.071

Professores 26 36 323

Professores Leigos 26 10

FONTES: 19 71 - SERFHAU-Termos de Referência para o Plano de

Ação Imediata do Município de Angra dos Reis

1977 - SECPLAN-Estudos Para o Planejamento Munici^

pai

1982 - Secretaria Municipal de Educação e Cultura

Identifica-se alguma influência da constru

ção da usina na utilização das escolas localizadas no Fra

de e em Mambucaba. No caso específico do Frade, a escola

existente passou do Estado par. i a Prefeitura, em 1976, em

decorrência de convênio. As salas de aula eram três e os

alunos 230. Eir. 1978, em face do aumento da demanda, foi

construída mais uma sala; em 1979, mais quatro; e neste

ano mais duas para abrigar cerca de 800 alunos. Nesse es_

forço, Furnas participou da reforma do prédio e da con£

trução de três salas.

MOD .004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTiriri IIISILEIH IE limilSTIICU MIIICIPH

78

O maior problema de educação cm Angra dos

Reis, segundo o responsável pela pasta, tem sido a migra

ção dos moradores das ilhas para os morros e para Japuíba,

no distrito sede. Esse movimento tem resultado na subuti

lização dos equiDamentos montados nas ilhas e na saturação,

principalmente, da rede escolar de Jaouíba.

Para o Prefeito, o maior problema do setor ê

o Estado. Convênio assinado em 1976 previa que o Municí^

pio passaria a administrar 20 escolas estaduais, mediante

reembolso das despesas realizadas pela Prefeitura. Entre

tanto, desde 1979 o Estado não tem cumprido a sua parte,

obrigando o Governo municipal a arcar com encargo mensal

de aproximadamente 15 milhões de cruzeiros. A construção

da usina nuclear como também a execução dos demais empre

endimentos têm incrementado a demanda de serviços de edu

cação. Essa tendência deverá continuar com a construção

de Angra II e III.

Os equipamentos estaduais de ensino, como de

monstra o quadro abaixo, são insuficientes oara atender à

demanda existente, encontrando-se completamente saturados.

A última obra realizada pelo Estado destinou-se a benefici^

ar os moradores das vilas residenciais de FURNAS, não ten

do sido construída nenhuma outra escola ou sala de aula pa

ra atender ã comunidade em geral nos últimos sete anos.

Alem disso, os equipamentos existentes aparentam estar

MOD .004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

l l S m i l l IIISIIEIII IE IIMIIISTIICll IIIICIPIl

79

mal conservados, e a comunidade reclama da queda de qual_i

dade do nível de ensino ministrado.

0 quadro apresentado a seguir serve para de

monstrar a posição dos equipamentos e do corpo docente man

tido pelo Estado no período de 1970 a 1979. Cabe ressal.

tar, ainda, que a redução do número de escolas registradas

em 1979 decorre de convênio assinado com o Municímo em 1976.

QUADRO 5 - EVOLUÇÃO DA REDE ESTADUAL DE ENSINO-1970/1979

INDICAÇÕES

Escolas

Salas de Aula

Matrículas

Professores

1970

19qrau 29arau

27

-

2.567

220

1

-

610

59

ANOS

1975

I9grau

28

-

7.883

239

29grau

1

-

614

36

1979

I9grau

10

76

7.714

288

29grau

3

23

1.379

56

FONTES: 1971 - SERFHAU-Termos de Referência para o Plano

de Ação Imediata do Município de Angra dos

Reis

1977 - SECPLAN-Estudos para o Planejamento Munici^

pai

1980 - Anuário Estatístico do Estado do Rio de Ja

neiro.

1982 - CRECAR-Centro Regional de Educação e Cultu

ra de Angra dos Reis

MO0 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

HSIIIIfl IMSIIEIII IE limilSIIKll IIIICIMl

80

A Diretoria do Centro Regional de Educação e

Cultura - CRECAR, órgão responsável pela coordenação do en

sino estadual na microrregiao em que Angra dos Reis se s_i

tua, aponta a falta de pessoal, em todos os níveis, como o

maior problema do setor. Não foi capaz de identificar qual

quer influência da construção da Usina na demanda ã rede

estadual de ensino.

• Saúde

No setor saúde a alteração do quadro é com

pleta. De uma participação nula, em 1970, hoje o Municí

pio coloca ã disposição da comunidade um pronto-socorro, em

convênio com a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia, com

10 leitos, seis postos de saúde, um gabinete odontológico,

um médico e uma unidade móvel para atendimento médico-

odontolõgico. Está construindo ainda uma Unidade de Tra

tamento Intensivo no pronto-socorro.

Atribui-se a mudança do quadro ã tentativa

do Prefeito de oferecer ã comunidade um serviço de que ela

não dispunha, sem vinculá-lo a qualquer demanda especifica.

Contudo, tem-se atribuído â construção da Usina a satura

ção do posto de saúde do Frade.

A Prefeitura atribui também ãs obras da ^

na a poluição dos mananciais que abastecem o Município, da

da a ocupação dos locais próximos por pessoas atraídas pe

MOD too* IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIITITI IIISIIEIII IE IMIlISTIlCâl HIKIPII

81

Io empreendimento. Como resultado de estudos sobre as

causas da contaminação, estão sendo desalojadas famílias

de localidades vizinhas aos reservatórios de água.

Quanto ao quadro patológico do Município, não

foi identificada qualquer alteração nos últimos anos. As

maiores incidências continuam sendo as decorrentes de defi

ciências de proteínas da população, falta de saneamento bã

sico, problemas psiquiátricos e tuberculose.

É intenção do Secretário de Saúde construir

mais seis postos de saúde em Japulba, Belém, Parque Mambu

caba. Praia Grande, Ilha da Gibóia e Proveta. A constru

ção do posto no Parque Mambucaba é atribuída ã necessidade

de atender â demanda estabelecida pelo pessoal que se in£

talou rio distrito em decorrência da construção da Usina.

Cabe ainda apontar o papel do Estado no se

tor. O governo estadual ainda mantém equipamento anterior

a 1970, sem alterações. 0 Município tem-se ressentido da

dificuldade de obter vacinas e medicamentos atravc^ do Poss

to de Saúde do Estado. Em função disso, tem tentado assi_

nar convênio diretamente com a Central de Medicamentos

CEME, para fornecimento de remédios ã população.

• Equipamentos urbanos

Diagnóstico de 1970 informa que "no abasteci.

MOD too4 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisriTin iiisiicfii ic iimiisrucli mitcirai

82

mento de água reside um dos mais graves problemas de Angra

dos Reis e, possivelmente, o mais sentido por sua populain _

ção . Hoje o quadro esta mudado, quer pela ação (peque

na) da Prefeitura ou por iniciativa da própria população

e dos novos empreendimentos.

O serviço de água de Angra dos Reis é expio

rado pelo Estado, através da CEDAE, que abastece a parte

central da cidade, e pela própria Prefeitura, que fornece

água aos morros e alguns distritos . Essa duplicidade na

prestação dos serviços é antiga e atribuída ã omissão do

Estado que, segundo o Secretário Municipal de Obras Públi^

cas, "não investe, não conserva, nem trata como devia, só

arrecada." 0 Prefeito,por sua vez, afirma que "o abasteci

raento da CEDAE sofre entupimentos, entrada de ar, arras

tamento do tubulações, justamente quando há ocorrência de

grandes chuvas, não havendo carência de armazenamento e

sim deficiência de distribuição"

Segundo informações coletadas na CEDAE, a em

presa atende a 2.817 economias, sendo 2.165 de pequenos

consumidores e 652 de grandes. A rede distribuidora não

se ampliou muito nos últimos 10 anos. Com respeito ao

atendimento feito pelo Estado sabe-se que a barragem, a

1 9 - SEOTIAU, op. c i t . p.3/24.20

- As análises desses serviços sao decorrentes de observações e ent revis tas . Tanto o escr i tór io da CEDAE como o órgão municipal

2 1 não dispunham de registros de dados.- Mensagem 01/79 do Chefe do Exscutivo ã Câmara Municipal.

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiti iiisiuiii ii iimiisiucfti iiiicini

83

adutora e o método de tratamento são os mesmos de antes de

1970. Segundo dados do Anuario Estatístico do Estado do

Rio de Janeiro, de 1980, a CEDAE atendia, em 1970, a 2.376

economias com uma rede de 33.778 metros de extensão.

Quanto ao serviço mantido pela Prefeitura,

não se encontra em melhor situação. A administração é de

responsabilidade do Departamento de Serviços Urbanos que,

no momento, não dispõe de dados sobre o número de ligações,

população atendida e extensão da rede.

Nos últimos 10 anos foram executadas peque

nas obras de ampliação da rede. Segundo levantamento de

1979, a rede mantida pela Prefeitura atendia a 1.679 liga

ções residenciais, 36 comerciais e uma industrial. Todos

os empreendimentos realizados no Município dispõem de sis>

tema próprio de captação e distribuição de água, não one

rando, pois, o serviço municipal.

A Prefeitura sente necessidade de ampliar a

rede que serve ã Vila do Frade por estar saturada com a rá

pida expansão urbana. Não foi elaborado qualquer projeto

específico para esse ou outro distrito.

0 Município mantém, ainda, uma rede de esgo

tos que atende apenas a parte do centro da cidade. Não há

dados sobre a extensão da rede e o número de unidades ser

MOD '004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IKfirill IIISILEIII IE IIIIIISTIICU MIICIPIl

84

vidas. Os efluentes são lançados in natura no Rio do Cho

ro que corta toda a cidade.

• Sistema de coleta de lixo e limpeza públi

ca

Estudos anteriores, já citados, qualificaram

a limpeza pública como "razoável" ou "deficiente". Em

verdade. Angra não é padrão de limpeza. Entretanto, não fo

ge ã média das cidades brasileiras. O aspecto geral da ei

dade é prejudicado pela má conservação das vias públicas

e das edificações. A destinação final do lixo, vazado a

céu aberto nas margens da BR-101, constitui problema mais

grave no setor.

Os equipamentos são insuficientes para a co

leta e o transporte de aproximadamente 60 ton/dia de lixo.

Dispõe-se de três caminhões compactadores com capacidade de

6 ton, um poliguindaste com seis caçambas, um trator com

reboque e um caminhão basculante. São utilizadas 25 pesso

as na coleta diária e três na destinação final.

• Estrutura viária e transporte

O fato de a principal via de acesso aos dis_

tritos do Município ser uma rodovia federal (BR-101) tirou

22 - SERFHAU, op. Cie. p . 3/29 e IBAM, op. c i t .

MOO tot» IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISILEIII IE IBMIIISTIICll MIIICIPIl

85

da responsabilidade do governo local a realização de obras

de grande porte nesse setor. Em face disso, tem-se volta

do para obras de pavimentação de vias urbanas periféricas

do distrito sede.

O trabalho do SERFHAU chamava atenção pa

ra o fato de a estrutura viária encontrar-se sobrecarrega

da, começando a criar problemas de circulação no centro e

23na periferia da cidade . Essa situação perdura ate hoje,

não se identificando ações da Prefeitura voltadas para s£

nar a deficiência. As ruas da parte central do distrito

sede são estreitas e irregulares, não estando em bom esta

do de conservação. Aliás, as vias pavimentadas da cidade

estão mal conservadas. Outro fato que chama atenção é a

falta de padronização do tipo de material usado na pavi

mentação; ora é asfalto, ora concreto, ora paralelepídedo,

ora "blocker", acontecendo caso de uma mesma rua (Cel. Car

valho) estar calçada com três materiais diferentes.

Essa constatação, contudo, não tira o mérito

da ação do Governo municipal no setor. Muito tem sido fei

to para abrir, pavimentar e conservar ruas, apesar das di

ficuldades financeiras da Prefeitura, da conformação topo

gráfica ingrata e do acelerado aparecimento de novos núcleos

habitacionais em locais de difícil acesso e, muitas ve

«- SERFHAU, op. C i t . p . 3 / 1 1 .

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSmill IIISILEIIi IE limilSTIICll MIICIMl

86

zes, fruto de invasão de terrenos. O quadro geral do Mun£

cípio, entretanto, ainda se apresenta insatisfatório.

fi interessante notar o contraste entre a

ação estadual e a municipal em Angra dos Reis. Praticamer»

te a metade da Vila Abraão, sede do distrito de mesmo nome,

encontra-se sob a administração do Estado, por localizar -

se ali o Instituto Penal Cândido Mendes. A outra metade é

administrada pelo Municíoio.

A parte sob administração estadual não é pa

vimentada, não dispõe de galerias pluviais, o mato chega a

cobrir até metade das ruas e sua única praça e, completan

do o aspecto de abandono, as casas e os prédios parecem

não receber uma mão de tinta há um bom tempo. Do outro Ia

do de uma linha divisória imaginária está a área sob res_

ponsabilidade municipal, onde quase tudo contribui para

uma imagem de limpeza e conservação: ruas bem calçadas e

capinadas, meio-fio caiado, galerias pluviais que fazem as

vezes de rede de esgoto, praças bem conservadas, casas pin

tadas e, embora mais pobres, dando impressão de bem conse£

vadas.

• Abastecimento alimentar

A única participação do Governo municipal

nesse setor ocorre através da manutenção de um pequeno mer

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismiTi IIISIIEIII li iimiisiucii miam

87

cado público, não desenvolvendo qualquer política de fomen

to à agricultura. O único matadouro do Município foi fe

chado em 1976 e praticamente todos os produtos alimentí^

cios consumidos em Angra dos Reis são provenientes de ou

trás regiões.

A pesca, embora tradicional no Município, es_

tá decadente e não dispõe de nenhum incentivo do governo

local. Quase toda sua produção é vendida no Município do

Rio de Janeiro, em função do preço e da possibilidade de se

adquirir gelo em maior quantidade e a um preço menor. E in

tenção do Prefeito construir uma fábrica de gelo com capa

cidade para produzir 120 ton/dia para atender não só ã de

manda de Angra dos Reis como ã dos Municípios vizinhos. A

Prefeitura mantém, ainda, um mercado de peixe que exerce

mais função de peça do patrimônio histórico da cidade que

de ponto de venda do pescado.

• Obras públicas

As principais obras públicas realizadas pelo

Município são as de pavimentação e conservação das vias pú

blicas e construção e conservação de muros de arrimo. Dado

o alto índice pluviometrico da região e a formação monta

nhosa do território municipal, a Prefeitura vê-se obrigada

a dispensar atenção permanente a essas atividades. Para o

ano de 1982 estão previstos a construção de sete muros de

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIII IE IIMIIISTIICll illlCiril

88

arrimo, trabalhos de manutenção de aproximadamente 1.500

m /mês de ruas pavimentadas com paralelepípodo, calçamento

de algumas outras vias e a abertura de rua de acesso a um

dos morros da cidade, dentre outros. Obras desse tipo têm-

se constituído atividade prioritária e permanente nos úl

timos 10 anos.

Apesar de todo esforço por parte do Prefei_

to, no sentido de fornecer ã população os serviços de equi

pamentos urbanos e comunitários de sua responsabilidade, per

cebe-se, ainda, grande defasagem, em todos os setores, en

tre o que existe e o que os moradores ainda necessitam. Esse

descompasso entre a oferta e a demanda de equipamentos pú

blicos parece advir do intenso crescimento populacional

por que vem passando o Município nos últimos anos e pela

O A

própria ação retardada da administração local . Aliada a

isso, existe, ainda, uma demanda insatisfeita da população

originária do próprio Município que, inclusive, parece ter

induzido a tomada de consciência do Poder Público Municipal

no sentido de empreender todas as suas ações.

24- O citado crescimento populacional se manifesta nos equipamentos de

segurança pública, sob responsabilidade do Estado: quartel do Corpo de Bombeiros, delegacia de policia, dois postos policiais e quartel da Polícia Militar.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IKIIIIII IIISIIEIII IE IMIIISItlCll IIHCiril

89

4 - INFLUÊNCIAS SOBRE AS FINANÇAS MUNICIPAIS

4.1 - Receitas Orçamentárias

O Município brasileiro, a fim de atender ãs

suas funções, dispõe de recursos de origem orçamentária,

classificados em receitas correntes e receitas de capital,

de acordo com a Lei n9 4 320/64. Os demais ingressos muni^

cipais, além dos citados, classificam-se como indeoenden

tes da execução orçamentária, pois não integram o orÇü.

mente, e seu recebimento independe de autorização orça

mentária. Esses ingressos procedem de cauções, valores

consignados ou arrecadados em favor ou por conta de tercei^

ros. Como não são utilizados para atender às atividades

da Administração Pública, uma vez que deverão ser devolvi^

dos ou pagos a qualquer momento ao credor ou depositante,

não são objeto de cogitação nesta análise, que se restrin

gira ãs receitas orçamentárias.

Quanto ã origem, as receitas municipais são

classificadas em duas categorias: receitas próprias e re

celtas transferidas. Receita própria é aquela que decor

re de competência legal, no caso em análise, do Município,

para promover todos os atos necessários ã sua arrecadação.

Neste grupo incluem-se: a receita tributária, constituída

dos impostos municipais, das taxas arrecadadas pelo exercí^

cio do poder de polícia ou pela prestação de serviços e da

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIITIII IIISIUIM IE IMIIISTIICftl MllCiril

90

contribuição de melhoria, arrecadada dos proprietários de

inoveis valorizados pelas obras publicas municipais que os

beneficiarem; a receita de serviços de natureza industrial,

mediante a cobrança de preços ou tarifas; a receita patri_

monial, originaria de valores mobiliários e imobiliários

pertencentes ao Município, bem como do produto das Dartici_

pações e dividendos auferidos; as receitas diversas consti

tuidas pelas multas, eventuais, contribuições diversas, a

nulações ou cancelamentos de Restos a Pagar e da cobrança

da Dívida Ativa proveniente de tributos e outros valores

não pagos dentro dos prazos legais. Receita transferida

compreende as parcelas da arrecadação de certos tributos,

que o Estado e a União, por força de mandamento constitucio

nal, entregam aos Municípios.

A receita própria e a receita trasferida po

dem ser classificadas como receitas correntes e de capital,

dependendo de sua origem econômica ou da destinaçio que

lhes será dada no financiamento de uma despesa. Exemplify

cando: a receita proveniente da alineaçao de um bem imóvel

do Município é uma receita de capital, classificada no gru

po das receitas próprias. A participação do Município no

imposto estadual sobre circulação de mercadorias é uma re

ceita corrente, independente da destinação que lhe é dada.

0 mesmo não acontece com os recursos provenientes do Fundo

de Participação dos Municípios. As parcelas do Fundo, que

se destinam ao custeio da administração, são classificadas

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

llSmifl IIISIIEIII IE IIIIIISIIICll MIKIPIl

91

como transferências correntes e as que se destinam a aten

der despesas de capital são c las s i f i cadas como transferên

c ias de c a p i t a l .

A dicotomia - rece i ta corrente e rece i ta de

capi ta l - embora prevista em l e i , na presente anál ise tor

na-se irre levante . Nos quadros que se seguem, a referên

cia a essas duas categorias é meramente i l u s t r a t i v a . No

período analisado, 1970/1980, o Municíoio de Angra dos

Reis não realizou recei ta própria, c l a s s i f i c á v e l como de

capital, em montante s i g n i f i c a t i v o

O imposto predial e t e r r i t o r i a l urbano e o

imposto sobre serviços são tr ibutos municipais. O orimei_

ro tributa a propriedade imobil iária urbana. O segundo

tributa as atividades econômicas do setor t erc iár io e tem

como fato gerador a prestação, por empresa ou prof iss ional

autônomo, com ou sem estabelecimento f ixo , de serviço que

não configure, por s i s ó , fato gerador de imposto de compe

tência da União ou dos Estados.

0 cenário onde ocorrem as transações econônú

cas pass íve i s de tributação é o t e r r i t ó r i o municipal. Po£

tanto, a maior ou menor participação desse tr ibuto no elen

- O Anexo X do Balanço Geral do Município do exercício de 1973 registra operações de crédito no valor de CR$85.000,00, para una reccita total de CR$3.139.823,88. Como o fato ocorreu uma única vez aolongo de 11 exercícios financeiros, essa receita de capital nãofoi levada em consideração.

MODIQO* IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismm uisimii K imiisTiicii micirii

92

co das receitas municipais é função das seguintes variáveis:

a) existência no Município de atividades eco

nômicas passíveis de tributação;

b) legislação tributária local que fixa ali

quotas adequadas â cobrança desse tributo;

c) fiscalização municipal atuante a fim de

evitar a sonegação.

No elenco das receitas municipais, as mais

expressivas se constituem do importo »-er?ial e territorial

urbano - IPTU, do imposto sobre serviços de qualquer natu

reza - ISS, ambos de competência municipal e da participa

ção no produto da arrecadação do imposto estadual sobre

circulação de mercadorias e das quotas-partes do Fundo de

Participação dos Municípios.

No caso específico de Angra dos Reis, verify

ca-se uma oarticularidade, ou seja, a elevada participação

das receitas diversas na composição das receitas próprias.

Esse fato explica-se pela prática local de contabilizar co

mo receita proveniente da cobrança da divida ativa os paga

men tos feitos após a data de vencimento, sem que os déM

tos estejam inscritos como tal. 0 usual é que se

faça a inscrição somente no final do exercício, embora a

MOO «jo* IBAM - 30 ANOS VALOR IZANDO 0 MUNICÍPIO

iismiti iiisiiEin K iMiiiiSTucii MMCINI

93

lei não proíba que se proceda dessa forma logo após o venci_

•ento do prazo para cumprimento de obrigação tributária. E£

se procedimento atípico do Município redunda em diminuição

percentual da receita tributária e aumento das receitas di.

versas, dando impressão de que há um desempenho significati_

vo na cobrança dos créditos tributários. Na realidade, é

questão de prática contábil incomum.

A Constituição determina que 80% do imposto

estadual sobre circulação de mercadorias constituirão recei

ta dos Estados e 20%, dos Municípios. As parcelas perten

centes aos Municípios são creditadas em contas especiais,

abertas em estabelecimentos oficiais de crédito, na propor

ção do valor adicionado nas operações de circulação de mer

cadorias, realizadas no território de cada Município. Para

efeito de cálculo do valor adicionado são computadas:

a) as operações que constituem fato gerador

do imposto, mesmo quando o pagamento for

antecipado ou diferido, reduzido, ou exclu

ido em virtude de insençao;

b) as operações não sujeitas ao imposto oelo art.

19, item III, letra d (Imunidade tributária

relativa ao livro, ao jornal e aos z>erio

dicos, assim como o papel destinado â sua

impressão) e art. 23, § 79, (isenção do ICM

MOD 1004 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSmill IIISIlflH I I IMHIISIMCM •IMCIMI

94

sobre operações que destinem ao exterior

produtos industrializados e outros que a

lei indicar) da Constituição.

A parcela do ICM pertencente a cada Município

é função de uma relação percentual entre o valor adicionado

em cada um deles e o valor total do Estado, que se consti_

tui num índice percentual de participação dos Municípios na

distribuição do produto de arrecadação do ICM.

O Fundo de Participação dos Municípios é uma

transferência oriunda de Governo Federal. Foi criado pela

Emenda Constitucional n9 18, de 1965. Originalmente era

constituído por 10% do produto de arrecadação do imposto de

renda e do imposto sobre produtos industrializados. 0 Ato

Complementar n9 40, de dezembro de 1968, diminuiu o percen

tual para 5%, que vigorou até a promulgação da Emenda Con£

titucional n? 5, de 1975, aumentando-o para 9%. O aumento

da percentagem ocorreu na razão de 1% ao ano, a partir de

1976, atingindo os 9% no exercício de 1979. Posteriormente,

a Emenda Constitucional n9 17, de dezembro de 1980, aumen

tou o percentual para 11%. 0 aumento será realizado na ra

zão de 1% no exercício de 1981, de 0,5% no de 1982 e de

0,5% no exercício de 1984.

O coeficiente de participação de cada Munieí

pio é função da população e reajustado sempre que, por meio

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iisntifi IUSIIEIM K iwiiisiiicit wmciru

95

de recenseamento demográfico geral, seja conhecida oficial^

•ente a população total do país. Isso eqüivale dizer que o

coeficiente de participação do Municipio de Angra dos Reis

permaneceu inalterado durante o período de 1C71 a 1980. Os

aumentos das importâncias transferidas nesse período devem

ser creditados não só ao aumento da arrecadação dos tribu

tos de que provêm como a maiores percentagens destinadas ã

constituição do Fundo, de 1976 até 1979.

4.2 - Evolução das Receitas Municipais

O Quadro 6 - índices de Evolução das Rece_i

tas Municipais - demonstra que até o exercício de 1972 a re

ceita derivada do IPTU foi superior ã do ISS. A partir de

1973 inverte-se a posição, e as diferenças entre este e

aquele tributo gradativãmente se acentuam. Os maiores índji

ces de crescimento do ISS ocorrerem aoõs o exercício de 1975.

A explicação para esse fato pode estar relacionada â entra

da em vigência de novo Código Tributário, ã reorganização

dos serviços fazendários do Municipio e ao crescimento das

26atividades de construção civil . O imposto e cobrado quan

do do licenciamento da obra pelo Municipio, o que evita a*

evasão de rece i ta .

- 0 Código Tributário e a reorganização doe serviços tributários decorreram de essessoria do IBAM nos anos 1973 e 1974. ~

MOD 1004 I B A M - 30 AWOt VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

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96

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Deve-se ainda notar que levantamento realiza

do na Prefeitura Municipal de Angra dos Reis revela que

até 1970 existiam 6 hotéis cadastrados; em 1975, o número

de hotéis passa a 18 e em 1980, a 35. Em 1970 as empresas

dedicadas ã administração de imóveis eram 3; em 1975, so

mam 6, às quais devem ser acrescentadas mais uma especiali

zada em avaliação de imóveis, e mais 6, cuja razão social

indica que o campo de atuação ê a corretagem e a incorpora

ção imobiliária. Em 1980 o total de empresas especializa

das em administração, avaliação, corretagem e incorporação

imobiliária, registradas no cadastro da Prefeitura, era de

25.

Não é de estranhar, pois, que os maiores ín

dices de crescimento, na arrecadação do ISS, vão ocorrer a

pôs 1974, fato que coincide com a abertura ao tráfego da

BR-101, viabilizando os investimentos imobiliários. A cons

trução do Terminal Petrolífero da Baía da Ilha Grande -

MOQIQO4 ItAM - 30 ANOt VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISriTVfO IMSIIEIM IE IIMIIISTRICll MIICINL

97

TEBIG, cujas obras não foram isentas do pagamento do ISS,

inicia-se nesse período.

Em relação à participação do Município no

ICM, o quadro demonstra um incremento significativo no

exercício de 1974, atingindo o pico máximo em 1978. O In

cremento verificado em 1974, segundo o Prefeito, foi fruto

de sua ação junto ao Governo do ex-Estado do Rio de Jane^

ro, que até aquela data não incluía a produção da Verolme

na composição do índice de participação do Município. A

partir de então o lapso foi corrigido e as flutuações exijs

tentes passaram a depender das atividades desenvolvidas pe

Ia empresa, embora isenta do pagamento do ICM incidente so

bre a construção de navios.

4.3 As Influências da Construção da Central Nuclear nas

Receitas Municipais

As obras de construção civil constituem fato

gerador do ISS. A construção da Central Nuclear e a abertu

ra e pavimentação da BR-101 se enquadram nessa hipótese,

27estando isentas, porem,do pagamento desse tributo . Dire

- Dãcreto-Lei n<? 406, de 31 de dezembro de 1968."Art. 11 - Fica isenta do imposto a execução por adminis.

tração ou empreitada de obras hidráulicas ou de construção civilcontratadas com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios,autarquias e empresas concessionárias de serviços públicos, assimcomo as respectivas subempreitadas."NOTA: 0 imoosto citado no ar t . 11 é o ISS.

M0°<°04 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITITI IIISIIEIRI IE IINIIISTRICll illlCIPIl

98

tamente, portanto, essas obras não são responsáveis pelo au

mento real que se verifica na arrecadação desse tributo a

partir de 1974.

Os materiais aplicados na construção da Cen

trai Nuclear estão sujeitos ao imposto estadual sobre circu

lação de mercadorias. Se os materiais empregados houvessem

sido adquiridos por FURNAS, no Município, por certo essa o

Deração teria aumentado os índices de valor adicionado do

Município, porque a maior ou menor participação do Município

depende da ocorrência em seu território de transações eco

nômicas que sejam fato gerador desse tributo. A comparação

entre as receitas próprias e as transferidas revela certa

28regularidade

As pequenas variações percentuais verificadas

ao longo de onze exercícios financeiros sugerem que a evolu

ção das receitas municipais não foi diretamente influencia

da pela implantação da Central Nuclear Almirante Álvaro Al

berto. Essa conclusão é reforçada quando se constata que:

- as obras de construção da Central Nuclear

foram isentas do pagamento do imposto muni

cipal sobre serviços;

26- Ver quadros referentes a gastos municipais em Anexo.

M 0°1 0°4 iBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iiSMiTi iiasiLEina IE I I Í I I ISTI ICI I miiurii

99

os ma te r i a i s empregados na construção não

foram adquiridos na praça de Angra dos Reis;

os imóveis de propriedade de * RNAS na Vila

da P ra i a Brava não pagaram impostos;

o coe f i c i en te do Município no r a t e i o do Fun

do de Par t i c ipação dos Municípios não se a_l

te rou durante o período ana l i sado .

4.4 - Despesas Orçamentárias

As despesas orçamentárias do Município de An

gra dos Reis são aqui anal isadas segundo as Funções de Go29verno es tabe lec idas no Anexo 5 da Lei n9 4 320/64. A cias;

s i f i cação compreende 16 Funções de Governo e os quadros de

talham aquelas a que o Município alocou recursos durante o

período em es tudo.

As funções serão ana l i sadas por se to res de

- 0 Anexo 5 da Lei 320/64 foi modificado pela Portaria 9/74, baixadapelo Ministro do Planejamento e Coordenação Geral. Em março de 1975foi baixada pelo Subsecretário de Orçamento e Finanças,da Secretariade Planejamento da Presidência da República, a Portaria 4/75 queatualizou a Portaria 9/74. Os Municípios com menos de 200 mil habitantes só estavam obrigados a adotar a nova classificação a partirdo exercício de 1976. Em julho de 1975 foi baixada a Portaria 25/75,que mais uma vez atualizou a classificação estabelecida pela portaria9/74. A nova classificação tornou-se obrigatória a partir do exercicio de 1977. Na presente análise procurou-se agregar os dados deacordo com a nova terminologia.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITIII IIISIIEIII IE ftlMIIISfllCll HlllCiril

100

atuação de Governo. O primeiro setor compreende as Funções

Legislativas e as de Administração e Planejamento. O segun

do setor' compreende as funções voltadas para o campo social,

como Educação e Cultura, Saúde e Saneamento, e Assistência

e Previdência. O terceiro setor engloba as funções Habita

ção e Urbanismo e a função Transporte. As funções Agricul

tura. Defesa e Segurança bem como Indústria, Comércio e Ser

viços não apareceram no período com oarcelas de gastos oer

centualmente significativas. O Quadro 7 apresenta a part:L

30cipaçao percentual de cada uma das funções aqui tratadas.

Função Administração e Planejamento - Aqui es_

tão compreendidos programas de trabalho, cujas funções se

destinam à manutenção, funcionamento, aperfeiçoamento e ex

pansão dos setores administrativos dos órgãos e atividades-

meio do Poder Executivo, envolvendo despesas correntes e de

capital. Observa-se na série histórica 1970-1980, enfocada

nesta analise, que em 1980 ocorreu a sua maior participação

no total dos gastos ocorridos no exercício. Esse fato teve lugar

na gestão do Prefeito Roberto Carlos Valle Ferreira e repre

senta tentativa de reforçar a estrutura administrativa do

Município, julgada na época subdimensionada.

Função Legislativa - Compreende ações destin£

das a manutenção e funcionamento da Câmara Municipal. A par

30- Em anexo podem ser vistos estes mesmos gastos em i.ocoa corrente.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

QUADRO 7 - GASTOS MUNICIPAIS POR FUNÇÕES DE GOVERNO - EM % - 1970/1980 ; SQUADRO VZX 5

O

- ^ ^ ^ E X E R C l C I O

FUNÇÃO DE GOVERNO -~^_^^

01 - LEGISLATIVA

03 - ADMIN. E PIANEJAMENTO

04 - AGRICULTURA

06 - DEFFSA E SEGURANÇA

08 - EDUCAÇÃO E CULTURA

10 - HABITAÇÃO E URBANISMO

11 - IND., COM. E SERVIÇOS

13 - SAOOE E SANEAMENTO

15 - ASSIST. S PREVIDÊNCIA

16 - TRANSPORTE

TOTAL

1970

1,83

32,40

0,01

-

8.23

40,35

-

2,16

-

15,02

100,00

1971

2,14

23,93

0,01

-

18,65

32,33

-

1,64

12,62

8,68

100,00

1972

1,76

17,98

0,01

-

19,01

41,68

-

1,05

10,67

7,84

100,00

1973

1,55

27,57

-

-

16,00

41,70

-

2,12

-

11,06

100,00

1974

0,90

17,57

-

-

16,41

47,41

-

6,50

7,31

3,90

100,00

1975

2,31

20,59

-

-

16,60

45,68

-

7,29

-

7,53

100,00

1976

3,04

16,94

-

-

21,49

39,36

-

14,83

-

4,34

100,00

1977

2,78'

11,03

-

0,23

16,80

43,83

0,01

9,20

3,97

12,15

100,00

1978

3,05

14,55

-

0,03

26,73

34,77

0,68

6,94

8,45

4,85

100,00

1979

3,88

16,63

-

0,04

25,64

28,08

0,93

5,74

13,40

5,36

100,00

i

1980

3,99

31,79

(I

!

36,42 |

17,04 :

0,38

i6,04

1,82 '

2,52

100,00

I

FONTE: Balanços Municipais, 1970 a 1980.

iismiii iiisiiEiii IE iimii$TMcii imcirii

102

ticipação desta função em cada total anual de gastos orça

Mentários foi pequena atê o exercício de 1974. A expansão

dos gastos deu-se a partir de 1975 quando foi sancionada a

Lei Complementar n9 25, regulamentando a remuneração de Ve

readores dos Municípios com menos de 200 mil habitantes, ob

servando-se nos exercícios subseqüentes participação crês;

cente.

Função Educação e Cultura - Abrange as ações

destinadas a manutenção, funcionamento, expansão e aperfei.

çoamento do sistema de ensino local e das atividades volta

das para a disseminação da cultura. Das três funções agru

padas no Setor Social (educação e cultura, saúde e saneamen

to e assistência e previdência) nos exercícios de 1970 -

1980, a função ora enfocada é a que vem merecendo da admi

nistração local as maiores somas de recursos. De fato, Edu

cação e Cultura, em todos os exercícios e em razão dos mari

damentos constitucionais e legais que determinam destina

ções mínimas de 20% (vinte por cento) da receita tributária

e igual percentagem dos recursos provenientes do F.P.M., te

ve participações nos gastos orçamentários bastante volume

sas, ocorrendo a maior em 1980. Isso indica que está em ex

pansão, conseqüentemente exigindo da Prefeitura maiores so

mas de recursos para sua manutenção. Convém ressaltar que

o Município aplicou, durante o período analisado, importSn

cias sempre superiores as que esta constitucional e legal.

mente obrigado a fazer.

MOO ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisririn iiisiuin « iimiisiiicfti MIICIPII

103

Função Saúde e Saneamento - Os dados de gas

tos nesta função devem ser examinados com reservas devido

às sucessivas mudanças na classificação da despesa. Na ori

ginal do Anexo 5 da Lei 4320/64, os serviços de água, esgo-

to e controle da poluição integravam a função 9 - Serviços

Urbanos. Os projetos e atividades dessa função assemelham-

se aos da atual função Habitação e Urbanismo. Da mesma for

ma, a classificação anterior ã Portaria 9/74 abrangia a fun

ção 7 - Saúde, e dentre os seus programas incluía-se o sa

neamento.

Convém ressaltar que a Prefeitura de Angra dos

Reis somente adotou a classificação funcional-programática

a partir do exercício de 1980, embora devesse fazê-lo a par

tir de 1976.

A maior percentagem dos gastos em saneamento

é observada com a implantação ou extensão das redes de água,

de esgotos sanitários, galerias de águas pluviais e outras

obras de drenagem. 0 órgão municipal encarregado de execu

tar essas obras era o Departamento de Obras e Serviços Urba

nos. É possível - os balanços municipais disponíveis não

permitem análise a esse nível de detalhe - que os gastos

com saneamento tenham sido alocados na antiga função Servi

ços Urbanos, conforme se viu acima, corresponde ã atual fun

ção Habitação e Urbanismo. Neste caso, por exclusão, os

gastos levados â conta da função Saúde e Saneamento devem

ser considerados na análise relativa à assistência médica.

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiH IIISILEIII IE IIMIIISIIKll MIICIMl

104

Função Assistência e Previdência - Nesta fun

ção classificam-se as ações que constituem os programas de

trabalho destinados a manutenção e funcionamento da infra-

estrutura voltada para a assistência social e previdenciâria.

A função em análise, necessário se torna esclarecer, envoi.

ve gastos de atendimento a servidores públicos municipais

e a pessoas da comunidade local. Nessa função é que são

contabilizados os gastos com inativos, pensionistas e com o

Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público ao

qual devem ser alocados 2% das receitas municipais. As par

ticipações de gastos nesta função apresentam-se irregulares.

Em alguns exercícios da série em análise, os balanços não in

dicam destinaçao de recursos. Iso ocorreu nos exercícios de

1970, 1973 e 1976. Nos demais, com exclusão de 1980, as

participações foram relevantes. Em 1980 houve um acentuado

descréscimo.

Função Habitação e Urbanismo - Compreende as

ações voltadas para a manutenção, funcionamento, aperfeiçoa

mento e expansão das áreas de habitação e urbanismo no Mu

nicípio. Na área da Habitação as ações destinam-se a criar

infra-estrutura habitacional para a população, visando dar-

lhe melhores condições de moradia. A atuação do Poder Pu

blico se realiza, portanto, mais no sentido social. Ao que

tudo indica, os gastos do Município nesta função não signi

ficam que tenha sido dada ênfase aos programas habitacionais,

entendidos como tais aqueles destinados à construção de mo

radia, e sim com obras e serviços urbanos. 0 comentário fejL

to quando da análise da função Saúde e Saneamento aqui se

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iisnnri msiuiii K IMIIISIIICII mncirii

105

aplica iii totan. Os gastos realizados nesta função guardam

muito mais relação com a classificação original do Anexo 5

da Lei 4320/64 na função 9 - Serviços Urbanos, que englo

bava os gastos com: Serviços de Água e Esgoto; Limpeza Pú

blica, iluminação Pública, Ruas e Avenidas, Praças Parques

e Jardins, Mercados, Feiras e Matadouros, Cemitérios, Con

trole da Poluição e Diversos. £ necessário ressaltar que

essa função, ao longo dos exercícios analisados, foi, ao

lado da função Educação e Cultura, a que mais absorveu re

cursos do Poder Püblicu angrense. Comparando-se os gastos

efetuados nos exercícios de 1979 e 1980, nesta função, com

os realizados na função Administração e Planejamento,

observa-se acentuada modificação nas políticas de alocação

de recursos.

Função Transporte - Compreende as ações de!>

tinadas à manutenção, funcionamento e aperfeiçoamento da

infra-estrutura básica para o desenvolvimento local. Qual^

quer que tenha sido a classificação adotada pela Prefeitu

ra, ao longo dos exercícios, nota-se que os gastos efetua

dos nesta função têm recebido grande atenção do Município.

Nessa função estão enquadradas as despesas com abertura e

manutenção de estradas municipais, terminais rodoviários,

não se devendo esquecer que parte do território de Angra

dos Reis é constituída por ilhas, e a Prefeitura mantinha

uma lancha de sua propriedade que fazia transporte maríti_

mo até elas.

MOD mo4 - IBAM- 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

llSmill IIISIWM IE IMIIISfllCll MIICIPll

106

O Quadro 7 demonstrou que, durante o perío

do analisado, o Município destinou'dotações para 10 Funções

de Governo, integrantes de um elenco de 16. As seis res

tantes não se constituem em campos de atuação típicos do

Governo Municipal, como, por exemplo, a função Judiciária,

a função Energia e Recursos Minerais ou a função Relações

Exteriores.

A inexpressividade dos recursos aplicados na

função Agricultura se explica por ser essa atividade econô

mica pouco significativa na economia local. Na função De

fesa e Segurança também não se justificam grandes gastos mu

nicipais. É uma função que abrange programas típicos da

União e do Estado, restando ao Município o custeio das des_

pesas com a Junta de Alistamento Militar.

O raciocínio desenvolvido para as funções an

teriores aplica-se ã função Indústria, Comércio e Serviços.

Nesta, os únicos programas em que o Município teria atuação

mais ampla seria o Turismo. As pequenas percentagens de

gastos alocados a esta função foram diretamente ã promoção

turística. 0 espaço para aplicações no subprograms empre

endimentos turísticos tem sido ocupado pela iniciativa pri

vada. Além do mais, não se pode afiançar que outros pro

gramas realizados pelo Município não se destinem indireta

mente a promoção e ao incentivo turístico.

M00 tQ04 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSmill IIISIUIII IE IMIIISTIICftl IIIICiriL

107

As demais Funções de Governo que acusam per

centagens de gastos mais significativas são típicas da Admi

nistração municipal, quer se enquadrem no âmbito das compe

tências privativas do Município, ou concorrentes com o Esta

do.

Muitas variáveis atuam no processo decisõrio

de alocação de recursos públicos, podendo ter diversas natu

rezas; algumas, são de ordem legal. Há que se considerar

também as políticas e demandas ou pressões que cristalizam

os anseios da comunidade. Angra dos Reis não está imune

a esse fenômeno.

Durante o período analisado o Município foi

objeto de investimentos de vulto, que mudaram e estão mudan

do a face do Município. Esse fenômeno tem reflexos no pro

cesso de alocação de recursos. Determinar qual deles tem

maior influência nas decisões é praticamente impossível.

5. A USINA E O MUNICÍPIO

5.1 - Uma Visão Pessoal do Atual Prefeito

Na opinião do atual Prefeito Municipal de An

gra dos Reis, Almirante Jair Carneiro Toscano de Brito, a

instalação da central nuclear no Município nada trouxe de

positivo. Essa conclusão do Prefeito resume-se nos seguin

tes pontos:

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISflTIII IIISILEIH IE limilSTIKll illlCIPIl

108

a) as obras de construção civil não concorre

ram para o aumento da arrecadação municipal porque estão

isentas do pagamento do imposto sobre serviços;

b) Furnas não paga imposto predial das casas

que possui na Vila da Praia Brava;

c) a Fundação Real Grandeza, entidade de pre

vidência social privada, criada para atender aos empregados

de Furnas, não paga imposto predial dos apartamentos que

possui no Parque das Palmeiras;

d) a existência da Vila da Praia Brava pro

piciou a ocupação desordenada das localidades do Frade e da

Mambucaba, e o Município não tem condições financeiras para

levar os serviços públicos básicos a essas localidades.

Além do mais as pessoas ali residentes não desfrutam do

atendimento hospitalar proporcionado por Furnas. Tampouco

as crianças em idade escolar são admitidas nas escolas exis

tentes nas vilas.

Concluindo, declara que "existe o Brasil gran

de e desenvolvido dentro das vilas residenciais de Furnas

e o Brasil pequeno, pobre, do lado de fora das cercas."

Com relação ao ISS sabe-se que o artigo 11

do Decreto-Lei 406/68 isenta do imposto sobre serviços de

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSfltlll IIISHEIM IE IMIIISIUCll MIKIPIl

109

qualquer natureza a execução, por administração ou emprejL

tada, de obras hidráulicas ou de construção civil contrata

das com a União, Estados, Distrito Federal ' Municípios, au

tarquias e empresas concessionárias de serviços públicos,

assim como as respectivas subempreitadas. A Lei Complemen

tar n? 22/74 acrescentou parágrafo único ao artigo 11, es

tendendo a isenção de que trata o artigo aos serviços de en

genharia consultiva.

Pode-se, no entanto, tecer algumas observa

ções a respeito da situação do Imposto Predial incidente so

bre as casas na Vila da Praia Brava.

Desde o exercício de 1974 a Prefeitura tem

efetuado o lançamento deste imposto. Furnas o tem julgado

indevido. Anualmente, ao receber a notificação, deposita a

importância lançada na Tesouraria da Prefeitura e ingressa

em juízo contra o Município, propondo Ação Anuiatoria de De

bito Fiscal. No Fórum de Angra dos Reis existem os seguin

tes processos propostos por Furnas onde o Município de An

gra dos Reis é réu:

PROCESSO VALOR DA CAUSA

411/79 Cr$ 21.869,78

1081/77 Cr* 54.656,00

609/79 CrS115.316,00

597/79 Cr$ 24.112,00

415/80 Cr$169.946,00

381/81 CrS252.079,00

MOD '004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iBTIflll MUSllim K IMIIIISTUCla MMCIMI

110

Turnas argumenta que a existência da vila

residencial é essencial ao funcionamento da central nuclear

e portanto esta isenta do pagamento do tributo, por força do

Decreto-Lei n9 2281/40.

Este tipo de questão não é novo. A Súmula 78

do Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudência, reconhecer»

do a isenção das empresas de energia elétrica referente a in

gostos locais, no que respeita ãs suas atividades específi -

cas. A dúvida que tem surgido é se a existência das vilas

residenciais diz respeito ãs atividades especificas das era

presas de energia elétrica.

Furnas enfrentou problema idêntico com o Mu-

nicípio de Planura, Minas Gerais, e foi beneficiada com Re-

curso Extraordinário 90 551, julgado em sessão de 9 de outu-

bro de 1979, do qual doi relator o Ministro Cordeiro Guerra.

As ações propostas por Furnas contra o Município de Angra

dos Reis estão, ainda, por ser decididas em primeira instân

cia e é possível que mais uma vez o Supremo Tribunal Federal

venha a pronunciar-se sobre o assunto.

Deixando de lado o aspecto jurídico, é de se

assinalar que, ao propor as ações contra a Prefeitura,

MOO'004 I M M - M A N O S VAUHIIZANOO O MUNICfnO

iismiii lusiiEiii if iimiisiucii

in

Furnas tem perdido a oportunidade de manter boas relações

com o governo local. O valor das ações deve significar

muito pouco para a Concessionária.

Ainda com relação a esse problema, Furnaa

mantêm uma entidade de previdência social privada, denomi_

nada Fundação Real Grandeza, que é proprietária de dois

edifícios de apartamentos situados no Parque das PalmejL

ras. Essas unidades residenciais são habitadas por fun cio

hários de Furnas.

0 funcionamento das entidades de previdência

privada é regulado pela Lei 6435/77. A Fundação, como

entidade fechada, qualifica-se como instituição de assij»

tência social para os efeitos da letra c, item II, art.19

da Constituição, conforme dispõe a Lei n9 6435/77. Vale

dizer que goza de imunidade tributária no que diz raspei

to a SÍ.U patrimônio e rendas. Neste caso não cabe ao Mu

nicípio lançar imposto sobre os dois edifícios.

Com relação â queixa do Prefeito sobre o

atendimento médico-hospitalar, as informações levantadas

indicam que Furnas mantém um hospital com 30 leitos, loca_

lizado na vila da Praia Brava. No hospital trabalham 27

médicos com as seguintes especialidades: clínica médica,

cirurgia geral, pediatria, ginecologia, ortopedia, aneste

sia, gastroendoscopia, endocrinologia, cardiologia e ne

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISNflfl IIISIUIM IE IlilllSIIICU IIIICIPIL

112

frologia. O hospital também possui um laboratório de aná

lises clínicas.

0 INAMPS mantém convênio com Furnas e a im

portância recebida por esta cobre 17% das despesas hosp£

talares. Pelo atendimento ambulatorial, Furnas recebe a

quantia mensal de CR$2.440.000,00. As internações hospita

lares e intervenções cirúrgicas são cobradas à parte, co:n

forme tabela constante do convênio.

Os dados disponíveis sobre o atendimento ho£

pitalar são os seguintes:

QUADRO í - ATENDIMENTO «10 HOSPITAL DE FURNAS - 1901/1982

P R O C E D Ê N C I A y " - N S < ^DOS PACIKNTKS ^ » v v ^

Vilas Residenciais

Angra dos Reis

Parati

Frade

Outras Localidades

unelonárlos de Furna» oDependentes

Beneficiários do INAMI>S

CONSULTAS

MfiDICAS

10.428

2.018

1.710

6.006

J.535

17.065

6.682

INTERNAÇÕES

226

54

99

197

273

419

430

EMERGEM

CIA » >

7.231

6.125

TOTAL 23.747 849 11.306

fONTKi FURNAS - Control* Klútrlr.in

(I) - N.V) fol fiinvt-ltl) o lrir.il i>i rrsl.i'iu.l.i iiw p.icloi)U':i ,

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIII IE IIIIIISTIKll 1IIICIPU

113

O quadro revela 6.637 atendimentos ambulato

riais e 193 internações de funcionários de Furnas e seus

dependentes não residentes nas vilas da Praia Brava ou da

Mambucaba. Dos atendimentos conroutados à conta do INAMPS,

70% referem-se a empregados da NUCON e de emoresas emprei_

teiras desta e de Furnas. A direção do hospital limitou

em 30% o atendimento de pessoas que não têm qualquer víncu

Io, direto ou indireto, com as atividades de construção ou

operação da central nuclear.

No que tange ao ensino, os números reunidos

nos dois quadros apresentados abaixo revelam as dimensões

do ensino nas vilas da Praia Brava e da Mambucaba. Em mar

ço de 1982, havia 2.078 alunos matriculados no pré-esco

lar, no 19 grau e no 29 grau. Os professores eram 137

contratados por FURNAS e 24 pelo Estado.

QUADRO 9 - QUADRO GKKAf, DO F.NSTNO HAS VI I .AS R K S I P K W T ' T S - 1982

^ 'VKSTABKLF.CIMKNTO DK

fMStNO >vMINISTRADO \ .

Classe cie altabctlzaçâo

19 Grau

29 Grau

TOTAL

VILA DA

P R O ••>•!?!;

on'URNAS

15

60

-

75

•liV-mtJCABA

~>»t.r.

i; •VTADO

-

8

-

8

AMJKOS

MATRICDr.ADOS••lARi;o/B2

316

821

-

1.137

VILA

rnon:

FUHNA

13

24

25

62

DA PRAIA

ssonrs

DO

ÍSTADO

-

16

-

16

•BRAVA

'wrntcut.AS

MAKÇO/82

245

560

136

941

fOHTKi Furnas Ccntr.i ln Üléixluaa

* Número de s.ila» Aa au l . i : ca M.imbucnbn 26, um Pr.ila Arava 24.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

HStimi IIISIUIII IE IIMIIISIIICM KIIICIPIl

QUADRO 10- DISTRIBUIÇÃO DE ALUNOS SECUKDO h ORIGEM- 19C2 <*»

^"~-~^^^ ESCOLAS

ORIGEM DOS ALUSÒS"-

Furnas

Hucon(2>

Westln^housa

Ebe

Kanobra

Kcllcn»

Confab

Comércio Local

Periferia

TOTAL

•MHBUCABA

229

2«4

S

cs

-

-

-

46

128

740

PRAIA BRAVA

13S

229

3

14

C

C

3

71

537

TOTAL

3(4

493

11

149

C

*

3

«6

199

1.277

FONTE: Furnas Centrais Elétricas

(1)

(2)

Nõo inclui alunos roatriculaJos no pse-escoiar

Inçluuivu olmos das c-I -.-p

FURNAS mantém convênio com a Secretaria de

Educação do Estado do Rio de Janeiro, que reembo"sa a empre

sa das despesas com professores por ela contratados. Por

força do convênio correm ã conta de FURNAS as despesas com

alimentação escolar, fornecimento do mobiliário, conserva

cão e vigilância das instalações, apoio administrativo e

transporte de alunos, no qual são empregados 14 ônibus. 0

custo médio mensal, por aluno, levantado por FURNAS em de

zembro de 19 81, era de CR*3.466,22.

FURNAS mantém um Fundo Escolar que se desti_

na a atender aos alunos carentes das escolas das vilas na

aquisição de uniformes e material escolar. Os recursos do

Fundo são provenientes da renda proporcionada pelos cine

mas existentes nas vilas. A aplicação dos recursos do Fun

do e fiscalizada pela empresa. A renda mensal do Fundo é

aproximadamente CRíl.200.000,00.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIITI IIISILIIM II IMIIISTIICH MIICIPIl

115

Os quadros apresentados nao incluem o ensino

maternal, que é ministrado por escola particular. O respon

sãvel pelo aluno matriculado na escola maternal paga uma

mensalidade de Cr$ 4.000,00. Furnas não tem qualquer res

ponsabilidade por esse tipo de ensino; somente cedeu insta

lações a titulo gratuito e precário para atender a uma rei_

vindicação da comunidade existente nas vilas.

Os dados do quadro de distribuição de alunos

segundo a origem, que não inclui os alunos matriculados no

curso pré-escolar, mostram que 199 alunos, cujos responsa

veis não têm nenhum vinculo com a central nuclear, freqüen-

tam, em igualdade de condições com os demais, as escolas

existentes nas vilas.

5.2 - A Câmara Municipal

A composição da Câmara Municipal de Angra

dos Reis no que diz respeito à profissão de seus vereado

res foi muito variada durante as quatro últimas legislaturas,

conforme pode ser visto no Quadro 11, compreendendo ocupa

çÕes geralmente de nível médio de renda.

Nesse mesmo período, o partido do Governo Fe

deral tem tido maioria no legislativo. Dos 13 vereadores

atuais,sete se elegeram pela legenda da extinta ARENA e

seis pela do MDB. Com o pluripartidarismo, dez filiaram-se

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIITI IUSIIEIU If IIIIIISTIKII •IIICIPIl

a m m o 11 - COMPOSIÇÃO PA CAR RA MUNICIPAL DC AMGRA m s

116

NOME DO VEREADOR

1 - Benedito Adelino dos S. Souza

2 - Ayrton José Coelho de Brito

i - leo Corrêa da Silva

4 - Vaiter Ferreira da Rocha

S - José Belmlro da Paisão

• - Osvaldo Neves Martins

7 - Kaclb Monteiro de Oueiroz

• - Carlos Alberto Clbrail Rocha

• - Halter Mala

10 - Clcio Frederico do Hascimento

11 - Renan Corrêa da Silva

12 - Milton Cones Alonso

1] - Amoacir Lage Vieira

14 - Evilásio L. Conceição Mendes

li - Orlando Soares Moreira

1C - Koaclr Rodrigues Laranjeira

17 - Adilson Katnllno Jordão

lt - Eduardo Calindo filho

19 - Orlovaldlno Pereira da Silva

20 - Jorge dos Reis V. Monteiro

21 - Sérgio Antônio C. Teles

22 - Milton Paes de Souza

?3 - Jose' Ellas Rnbha

24 - Boanerges P. dc Carvalho

24 - Manuel JordTio Sobrinho , .

2f - Euclldcs Nascimento

27 - TI to Santiago Karçal

20 - Renato Ramos da Silva (1)

29 - Edil da Fonseca

30 - Arqullcu Moreira Come*

31 - Carlos Alberto T. Carneiro (2)

32 - Claudcmiro R. Clprlano

33 - Artur Jordão da Costa

34 - Benedito Carneiro Filho

35 - Irene Paiva JonlSo Sousa

3( - Jorgn Kartlnn

PROFISSÃO .

Comerciante

F-.tc. Público Estadual

Advogado

Portuário

Func. Público Estadual

Armador de Pesca

Cuarda de Presidio

Advogado

Sargento da Exército

Industrlirlo - VEB

Comerciante

Advogado

Advogado

Carteiro

Func. Público Estadual

Comerciante

Conferente

Comerciante

Estivador

Func. Autárquico

Administrador de Empresas

Servidor da CFDAE

NÃO Identificada

Militar Aposentado

Oficial do Exército

runclonãrio Público Federal

Industriaria - V.E.B.

Estivador

Dentista

Induütriárlo - V.E.B.

Comcrciãrlo

lndustriárlo - V.E.B.

Kcdlco

Armador dtr Penca

A«lvo,«d.

ComrrcIantP

•7/70

ARENA

ARENA

ARENA

ARENA

ARENA

AREKA

AREKA

AREKA

MDB

HOB

M «

MDB

HOB

71/7J

ARENA

AREKA

ARENA

ARENA

ARENA

AREKA

ARENA

ARENA

ARENA

AREKA

AREKA

MDB

74/77

AREKA

ARENA

ARENA

AREKA

AREKA

ARENA

ARENA

AREKA

ARENA

MDB

ARENA

ARKNA

MOB

70/»

ARENA/lUlG

ARENA/FDS

ARENA/PDS

ARENA/PP

MDB/PDS

MDB/PDS

ARENA

ARENA/TP

MUI/PDS

MDB

MDB/PDS

AKEKA/PtW

KOB/PDS

MDB/PP

MHM/ri*PDNTBÍ r.ccrrl.irl.i d.i rimara Municipal de Snttit Ot>n Wciu(1) I f vi m.ind.il» c.ir.r..iih> rin vlrtml.- <lr cnndcnAç.io Jurllclal.12) J.ilirc» no turr;.> do m.indolo.V.K.H. Vcrolme i;»li)«lru» iio nr.ii.U.

MOD 1004 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSflllll IIISIIEIII I I IIIIIISIIKII illlCIPIl

117

ao PDS e três ao antigo P P .

O exame das Atas das Sessões da Câmara Munici^

pai, no período de 1968 a 1981, revela que as discussões do

plenário da Câmara, bem como as indicações, moções e reque

rimentos apresentados pelos vereadores restringiram-se a

problemas locais, como por exemplo: a. limpeza de ruas, a

ocupação desordenada dos morros da cidade, a deficiência dos

serviços públicos locais (água, esgoto, iluminação pública,

transportes coletivos), a necessidade de urbanização de

áreas carentes e, ainda, a solicitação de providências aos con

cessionários de serviços públicos Dará a melhoria do padrão

de prestação dos serviços e outros assuntos da mesma natu

reza. Ê importante ressaltar que o ensino de 19 grau minis;

trado pelo Município não tem sido objeto de debates na Câina

ra Municipal, o que sugere que os vereadores julgam-no sa

tisfatõrio.

Verifica-se também oposição sistemática a to

dos os Prefeitos nomeados, o que não ocorreu com relação ao

último prefeito eleito. A aprovação de mensagens oriundas

do Executivo não tem sido tranqüila nos últimos anos. A Cã

mara, por exemplo, negou ao Comandante Valle Ferreira auto

rizaçao para a abertura de crédito suplementar e realização

de operações de crédito oor antecipação de receita quando da

aprovação orçamentária proposta para o exercício de 1981.

Essa autorização, facultada pelo art, 79 da Lei 4320/64 é

MOD ioo4 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismifi msiiEiM IE umiisTiicii miicini

118

quase que um chavão nas leis orçamentárias municipais, esta

duais e federal. Ainda ao Comandante Valle Ferreira foi ne

gada autorização para assinatura de convênio, com a Secreta

ria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e com a

Flumitur, para recuperação da área da Mambucaba.

Nos anos de 1973 e 1974, em trabalho já men

cionado, o IBAM elaborou por solicitação da Prefeituras vá

rios projetos de lei. Todos foram aprovados por decurso de

prazo. Por oposição ao Prefeito Toscano de Brito, a Câmara

recusava-se a discuti-los. Na época, 11 vereadores perten

ciam à ARENA, partido do Governo Federal. O Pre'eito fora

nomeado pelo Governador, com prévia aprovação do Presidente

da República.

As atas da Câmara Municipal não registram de

bates sobre a implantação da Central Nuclear Almirante Alva

ro Alberto, suas influências positivas ou negativas. A ún^

ca preocupação com o empreendimento acha-se materializada

no requerimento 22/79 de autoria do vereador Moacyr Rodri

gues Laranjeira, na página seguinte.

O atual consultor jurídico da Câmara Munici

pai, vereador em duas legislaturas, explica a falta de pro

nunciamento de vereadores acerca da implantação da Central

Nuclear como resultado de um prudente autocondicionamento

dos edis locais. Para justificar sua afirmação conta que,

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismira insulin li IIIIIISIIICII miiciru

ISTADO DOIIOM JANEIRO . • 1 1 9

ClUIKl UBEICiriL BE IICKI BIS INS. • ~ • *

HCOUCRIHEMTO N* 7 3 / 7 9• • •

CXHO. SENHOR PRCSIDCNTC OA CÂMARA MUNICIPAL DC AKCRA DOS RE 15

•' '.'. Requairo a Kesa, após ouvido o Plenário, seja onviado

ao EXBO. Sr. Presidente do República Federativa do Brasil, DD. CansraLJOÃO/

BATISTA DC OLIVEIRA FIGUEIREDO, o Oficio abaixo: ' . _.

' ••. Sr. Prnsidente

' •".- "•• ' * - Nesta oportunidade, danos ciência a . • / -

Vocsa Excelência*da nossa preocupação no futuro da Usina em Itaorna, face /

•Váos acontecimentos ocorridos aa une dos Usinas.nos,Estodo6_Unidos ca Anórica,

nuito «raboro, a nosso coounidatío confie plenamente nas futuras aedidas quo /

Vosso Excelência tomará para qua o sisteas da segurança da Usina Nuclear ea

nosso Município, seja rBOxaninedo, assegurando a todos nós a tranqüilidade /

de qua tanto precisemos como também o Progresso do nosso Pois.

\ . . ' - • '

Si ia rf-.s riSssõ*R3, ea 10 de Abril ds 1979

/KOACYR RODRIGUES LARANCLIRA

* Vereador

Cópias porá:

Senador José Sarnoy - Sanado Bracilit • •'"

Deputado Saramago Pinheiro - Câmara dos Deputados Bres/iia

Deputado Célio Borja - Cêbora dos Deputados Brasilia

Deputado Froitas Nobre - Casara dos Deputados B-esília

Senador Franco Montoro

bornel "0 CLOBO"

Dornal "0 FLUMIHENSE"

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

llSmill IIISIIEIII IE IIIIIISIIICll MIICIPIl

120

em 1967, ele e outros vereadores, pertencentes ã extinta

ARENA, foram convidados para uma reunião no Colégio Naval,

da qual participou, entre outras pessoas, representantes de

Furnas. Nessa reunião foi-lhes dito que não deveriam apro

var qualquer projeto de edificação na área da praia de Ita

orna e adjacências.

Isto foi suficiente para motivar o então ve

reador a apresentar um Projeto de Deliberação, que tomou o

n9 24/67, declarando non aedificandi a faixa de marinha

que acompanha toda a extensão das praias de Itaorna, Brava

e Mambucaba, no 49 Distrito, e Frade, no 29 Distrito. O

projeto foi aprovado, transformando-se na Deliberação 491,

sancionada pelo Prefeito era 18 de de smbro de 196 7. O pro

jeto original sofreu emendas, incluindo-se na área non aedi

ficondi toda a faixa que acompanha as praias do Município.

Segundo o consultor jurídico, a reunião no

Colégio Naval fez precipitar uma idéia que vinha acalentari

do a fim de coibir a implantação de condomínios fechados

na orla marítima, qi 3 poderiam vir a impedir o acesso da

população às praias. Acrescentou, ainda, que sua intenção

original era estender a proibição de edificar a toda fai

xa marítima, como afinal foi aprovado. Porém, os convoca

dores da reunião foram tão enfáticos que, quando redigiu o

projeto/mencionou somente as áreas do 29 e do 49 distritos.

- A expressão utilizada pelo depoante é que foi dada uma ordem nósentido literal da palavra.

M 0 0 ,0 0 4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

l lSni l l l IIKIIEIII IE IIMIIISTIICil MlllCiril

121

5.3 - percepção da Associação Comercial

Existem aproximadamente 1. 200 estabelecimeri

tos comerciais em Angra dos Reis. A Associação Comercial

conta com 180 associados, número bastante inexpressivo em

relação ao de estabelecimentos existentes.

Entretanto não se pode ignorar a força políti^

co-institucional da Associação. Em tempos idos um de seus

presidentes conseguiu ser ouvido e Angra dos Reis foi inclu

ido entre os Municípios de interesse da segurança nacional.

Recentemente o movimento liderado pela Associação Comercial

culminou na substituição do Prefeito Ellis Bauzer. A Asso

ciação hoje, como entidade de classe, não participa de ne

nhum movirusnto político local. Tampouco assume qualquer po

sição em relação ã implantação da central nuclear em Angra

dos Reis.

Segundo o atual presidente, as compras efetujj

das por FURNAS durante a construção da central nuclear no

comércio angrense foram e continuam sendo inexpressivas. Na

época da construção de Angra I as compras eram feitas em

Volta Redonda e Resende porque eram centros fornecedores de

acesso mais fácil do que Angra. Com a construção da BR-101

essa dificuldade desapareceu; FURNAS e seus sucessores na

construção de Angra II e Angra III não têm procurado incen

tivar o comércio local.

MOD t004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IRISIUIII IE IBMIIISIIICII MIIICIPII

122

A Associação vê na instalação da Verolme um

marco no desenvolvimento do Município muito mais expressivo

do que a construção do terminal petrolífero e a implantação

da central nuclear. Também sustenta a opinião de que o por

to é muito mais significativo para o comércio local do que

esses dois empreendimentos. Estima que cerca de 1.500 fantí

lias dependem diretamente das atividades portuárias.

A implantação das vilas residenciais na Praia

Brava e na .Mambucaba emorajou alguns comerciantes a abri

rem lojas nesses locais/ o que tem sido considerado um bom

negócio. A despeito disso, o presidente da Associação sus

tenta que o movimento portuário tem reflexos mais significa

tivos sobre o comércio local. O comércio ressente-se da

falta de mão-de-obra qualificada. Os mais capazes senlem-

se atraídos pelos empregos oferecidos pela Verolme, pelos

bancos, por FURNAS e empreiteiros de construção civil.

5.4 - Perccncão da População de Anqra dos Reis

Esta seção se baseia em pesquisa de campo reja

l izada com a população do Município, conforme mencionado ari32ter iormente .

Um dos quesitos, o último, foi vazado nos se

- Ver seção Metodologia, capítulo 1.

MOO tOO4 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisiitiii •iisiiuii n IMIIISIIICII ••iicini

123

guintes termos: "Na sua opinião, quais são as influências

causadas pela construção da usina nuclear de Angra dos Reis?"

As respostas eram em aberto e parte dos entrevistados de

ram mais de uma opinião. Isto explica por que se coletaram

405 respostas, a despeito de 78 respondentes alegarem não

possuir, na época, opinião formada.

As respostas foram analisadas quanto ao con

teúdo e classificadas em três grupos conforme as percepções

que revelam, segundo o quadro abaixo. No grupo"A" incluera-

se as que denotam percepção favorável. No "C", as decorren

tes de visão negativa, tanto para o Município como para o

Pais. Finalmente, no grupo "B", há dois tipos de respostas.

Uma revela descrédito: "não importa, a usina não vai funcio

nar". 0 outro, "não temos qualquer problema com o funciona

mento da usina", denota certa neutralidade. Contaram-se 232

respostas positivas, 155 negativas e 17 dos outros tipos.

É de se observar que muitas pessoas, que emi

tiram opiniões positivas, mencionaram, a seguir, também as;

pectos negativos. Assim houve quem afirmasse sobre a cons

truçao da usina: "É positiva porque oferece trabalho, porém,

o perigo é muito grande"; "A usina gerou empregos. Não há pe

rigo. Os técnicos são bons e há muita segurança"; "Eu vivo de

Ia, mas tenho medo"; "Un pouco perigosa, mas onde não há perigo?"

O Jornal Maré a propósito de discutir o plano

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

nsimn iiisiutti M IMHIISIUCAI124

QUADRO 1 2 - PERCEPÇÃO DE INFLUÊNCIAS POR PARTE DA POPULAÇÃO - 1 9 8 2

^ ^ \ ^ ^ DISTRITOS

GRUPOS DE ^ ^ * ^ ^ ^ ^

PERCEPÇÕES ^ ^ * ^ ^

A - Gerou caprcgos

A - Progresso para o HunúTpio

A - Positivas para o Município,•as sen ospcrifica-las

A - Positivas para o paTs e so-lução do problew» energéti-co

B - Não me importa. A Usina nãovai funcionar

B - Kão temo qualquer proble-na com o funcionamento dausina

C - Gerou desemprego

C - Dã prejuízo â nação. Invcstimenlo improdutivo

C - Aumentou o custo de vida

C - Pode prejudicar o turismo

C - ffedo de vazamento, explo-são, remoção forçada c ou-tros

C - Receio do que possa aconteecr no futuro

C - Deterioração de meio ambiente

C - A Usina í uma grande ameaça

TOTAIS

CUNHAM

BEBE

48

18

1

1

1

7

-

1

3

-

28

4

6

3

121

ANGRADOS

REIS

56

32

19

7

4

2

-

1

15

4

30

7

13

14

204

MAMBU

CABA

14

3

1

1

-

-

-

-

-

-

4

1

1

3

28

JACUE

CANGA

11

19

1

-

-

3

1

2

2

-

2

9

2

-

52

TOTAL

129

72

22

9

5

12

1

4

20

4

64

21

22

20

405

FONTE: Instituto Brasileiro de Administração Municipal, 1982.

MC» 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTfllTI BRASILEIRO BE IIMIIISIMCâl M I IC IN l

125

de evacuação, em caso de acidente na usina, entrevistou mo

radores do Município. Os resultados publicados pelo semana

rio revelam temor e desconfiança quanto â eficácia do pia

no. Eis algumas das opiniões:

Que sicmifica esta segurança toda, este plano, construção de outra estrada, de um aeroporto, etc? ETsinal que o perigo existe; então por que foram fazer essa usina num lugar com tanta população? Agoravão gastar mais trilhões e estamos em crise. Ficorevoltado com isto. O povo continua sem saber nada.O pessoal J3 FURNAS convida para visitar a usina,mas só quem é a favor. Tem que debater mesmo comos que são contra também. O plano não funcionaria,não vai dar tempo. Não sabemos se quem trabalha látem consciência da gravidade e da responsabilidadeque carie^a, independentemente das diferença;; de SEIlário. Será que na hora do acidente vai funcionaro famoso jeitinho brasileiro? E a contaminação radiotiva? 0 povo vai ficar sabendo? E uma perguntafinal: na hora de evacuar, quem serão os primeirosa sair da cidade? Sei que não serei eu..."

Acho que estão falando estas coisas (o plano de evacuação) é para o pessoal ficar apavorado e ir embora. A vontade deles é tirar-nos daqui."

11 0 que acontec " som os cruardas aue ficarão tomandoconta enquant. . oovo estiver lonqe? Então eles vãoter que se contaminar? Oue coisa horrível! Aliás,eu já fiz até promessa oara esta usina não entrarem funcionamento nunca1."

" Fico triste pensando que algum dia terei de sair deAngra por causa deste perigo. Os operários brasilei^ros não sabem o que estão construindo. Os cursosde esclarecimento são só para a cúpula. Esta usinaestá sendo feita "no peito" e sem necessidade. 0 piai

33 ~- ANGRA discute o plano de evacuação. Maré, Angra dos Reis, n9 828 de janeiro, 1981, P 12-13.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

I ISt lHI l BBISILEIRB BE IBMIIISIMÇIB MIIICIP1L

126

no não vai funcionar, inclusive porque o povo nãovai acreditar na necessidade das medidas. A segurança lá é falha, ê possível burlar. Mulher, eles naorevistam. Um dia houve um incêndio e os bombeiros(lã chamados de "trapalhões") só chegaram depois quequeimou tudo. Li muito sobre testes e experiênciasem outros países adiant .dos, tenho muita preocupaçãocom a ecologia, o perigo de câncer e leucemia, as gerações futuras..."

Olha aí, soldados vão ficar tomando conta das casase coisas do pessoal evacuado. Acha que eles vão searriscar? Ctonhece a Bíblia? O trecho sobre o Apocaliose? E isto aí! "

Sou enfermeira e sou cristã. Portanto, me preocupocom a saúde e o futuro dos seres humanos. Além diísto acredito ainda na ética. Se foi feito um planopara evacuar a população em caso da acidente, istoé mais uma prova de ser imoral a construção destausina, porque o perigo e as conseqüências são detal ordem que não justificara correr-se o risco: orisco de expor as pessoas aos efeitos da radiaçãoapenas para gerar eletricidade, ainda mais que existem tantos outros meios de obtê-la."

0 plano é perfeito para os planejadores, perfeitoem teoria Angra com turistas e sem turistas.Se o acidente ocorrer num domingo vai dar a maiorconfusão porque os turistas não estarão sabendo denada, mesmo que a população fixa saiba o que fazer."

Em duas casas do Bracuí, diversas pessoas nunca ouviram falar em acidente nuclear, nem no plano deevacuação. A pergunta sobre o que é a usina, algunsdizem que não sabem, outros só sabem que é para gerar luz; uma senhora comenta que "dizem que é parafazer bombas."

" Una moça que trabalha no hotel de Praia Brava dizque lá não se conversa sobir» usina. Não sabe comofunciona a usina. Uma vez ouviu um rumor que haveriauma explosão e todos teriam de sair, mas foi boato."0 pessoal já não liga muito, não tem medo".

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismin iiisiiEiii IE iiiinsTiicii miiciru

127

Seria de se indagar se a população foi, de al_

gutna forma, ouvida pelos autores do plano. Parece que não.

O conhecimento das diretrizes do plano restringe-se ao que

foi publicado no Maré n9 27.

O Prefeito municipal declarou possuir um exem

plar do plano e que para entendê-lo teve de lê-lo Lrês ve

zes.. Na süa opinião o plano nada difere de um estudo maior

para evacuação de áreas que o inimigo está prestes a ocunar.

A retirada da população, se houver, será feita por transpor

te terrestre. Na opinião do Prefeito, isto é um erro. Sen

do o Município dotado de um porto, a retirada, segundo o

prefeito, deveria processar-se era navios, devido ã capací_

dade que têm de transportar grande número de pessoas. Ao

discorrer sobre o assunto, o Prefeito revela uma atitude

crítica em relação ã eficácia do plano de evacuação.

Inexistem até o momento em Angra dos Reis mo

vimentos organizados contra a implantação da usina. Algu

mas pessoas estão tentando estruturar a Sociedade Angrense

de Defesa ã Natureza, inspirada em similar que alegam exi£

tir em São Paulo. Embora não tenha existência legal, a So

ciedade distribuiu, recentemente, cartazes com os dizeres

"Usinas nucleares - crime de lesa humanidade". Uns poucos

estabelecimentos comerciais ostentam o cartaz.

Em setembro de 1981, no dia da posse do atual

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTI ItlSllEIM IE IIMIIISTMCll NIIICIPIL

128

P r e f e i t o , promoveu-se passea ta cont ra a c e n t r a l nuc l ea r . O

evento esvaz iou-se por s i mesmo. A r e s p e i t o , o J o r n a l do

34B r a s i l publ icou:

" Para o novo Prefeito de Angra dos Reis, AlmiranteJair Carneiro Tbscano de Brito, são normais os protestos da população angrense oontra a instalaçãoda usina nuclear na cidade, apesar de garantir quea mesma não trará prejuízos ã comunidade, mas, cono até Jesus Cristo protestou, acho natural que opovo também proteste".

A pesquisa do IBAM reve la desconhecimento,

por p a r t e da população, do que se ja uma c e n t r a l nuc lea r , S£

j a no que tem de p o s i t i v o , se ja no que r ep resen ta de ris_

cos . Os rece ios ex ternados , pelo menos em p a r t e , t a lvez de

corram d a í . É o medo do desconhecido. Levantamento r e a l i

zado reve la que assuntos r e l a t i v o s a c e n t r a i s nuc leares têm

merecido destaque no Jorna l Maré . Isi

t e as preocupações da comunidade l o c a l .

merecido destaque no Jorna l Maré . I s t o , por c e r t o , r e f l e

Os meios de comunicação ultimamente têm noti^

ciado ac iden tes ocorr idos em centros nuc leares de outros pa

í s e s . As n o t í c i a s ve iculadas não se referem aos benef íc ios

que e s sa s us inas têm proporcionado, pelo c o n t r á r i o , ressajL

tam os r i s c o s que e l e s representam para as comunidades que

34- NOVO Prefeito de Angra acha natural protestos da população contra aUsina. Rio de Janeiro, 4 de set., 1981.

35- Foram pesquisadas as edições desde outubro de 1980, quando o Jornal

iniciou a sua circulação.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIITI IIISILEIII IE IlllllSfllCll illlCiril

129

lhes são próximas.

Ê interessante relatar experiência vivida por

alguns angrenses na época da construção da usina. Quando

da abertura da BR-101 era comum, à noite, dirigindo-se de

automóvel para Parati, as pessoas errarem o caminho, face

aos desvios existentes. Quando davam conta, estavam dentro

do canteiro de obras da usina, cercados de vigilantes arnu»

dos. Invariavelmente, as pessoas e automóveis eram revista

dos, não sem algumas agressões verbais. Dado o clima poli

tico de época, possivelmente os vigilantes confundiam os mo

toristas desnorteados com algum subversivo. A falta de sji

nalização e o despreparo dos vigilantes parecem ter sido a

causa desses fatos traumáticos para a população, com efe L

tos negativos na imagem de FURNAS.

O presidente do Sindicato de Estivadores rela

ta que quando FURNAS desembarcou material importado - trans_

portado por dois navios - não empregou a mão-de-obra local.

0 Sindicato, quando soube da chegada dos navios, argumentou

que a legislação obriga o emprego de profissionais do setor.

Foi em vão. A tripulação dos barcos efetuou o descarrega

mento com ajuda do pessoal das empreiteiras de FURNAS. A

partir desse episódio os equipamentos passaram a ser desem

barcados no oorto do Rio de Janeiro.

Inexistem em Angra dos Reis grupos que de

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llStltlfl IIISIUIM IE IIMIIISIMCll MIICIPIL

130

fendam a central nuclear. A despeito disso, a pesquisa

realizada revela opiniões favoráveis. Várias oessoas ner

cebem o empreendimento como alargador de trabalho - tema de

grande importância neste momento. A atitude do Prefeito,

considerando a passeata de protesto um fato normal, eitan

do Jesus Cristo como exemplo, é uma forma de silenciar-se

sobre o assunto. Qualquer comentário, aprovando ou conde

nando o movimento, poderia não ser bom para um Prefeito

que iniciava sua gestão. Indispor-se-ia com a comunidade

ou atritaria suas relações com FURNAS.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIIII IIISILEIII IE IIMIISTIKll illtCiril

V - DIMENSÃO FÍSICO-TERRITORIAL

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

l l S m i l l IIISIIEIII IE IIMIIISTIICH MIIICIPIl

1321. INTRODUÇÃO

As transformações flsico-territoriais na re

gião foram estudadas como um processo global em que ficou

evidenciado o impacto da implantação da Verolme, da BR-101,

do Terminal da PETROBRÃS, da Central Nuclear, procurando-se,

sempre que possível, particularizar este ultimo empreend_i

mento.

O estudo se estende da época do inicio da

construção da usina ao momento atual. Buscou-se reconsti

tuir as características físico-territoriais do Município no

início da década de 70, e a partir daí identificar as trans;

formações ocorridas, adensamento de manchas urbanas, ocupja

ção de áreas, construção de núcleos habitacionais e mudan

ças de uso do solo.

Neste sentido, a dimensão físico-territorial

se ocupara de observações a respeito da ocupação do solo

municipal em todos os distritos, bem como de inferências re

tiradas dos questionários aplicados pela equipe do IBAM du

rante a pesquisa domiciliar. Cabe observar que as referên

cias numéricas podem ser encontradas nos quadros 6 a 22 no

Anexo.

1-Ver seção scbre Metodologia no capítulo I .

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismifi iiisiiEiii li umiisfiicli iiiiciru

133

2. MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS -CARACTERÍSTICAS GERAIS

O Município de Angra dos Reis localiza-se no

extremo sul do Estado do Rio de Janeiro, limitando-se ao

norte com o Estado de São Paulo e com o Município de Rio

Claro; a leste, com o Município de Mangaratiba; ao sul com

o Oceano Atlântico e a oeste, com o Município de Parati .(Ver

Mapa n9 1)

O Município está dividido em seis distritos;An

gra dos Reis (distrito sede), Cunhambebe (29 distrito), Ja

cuecanga (39 distrito), Mambucaba (49 distrito), Abraão ( 59

distrito) e Praia de Araçatiba (69 distrito), estando os

dois últimos localizados na Ilha Grande. (Ver Mapa n9 2)

Os seis distritos perfazem um total de 819 Km ,

o que corresponde a 2% da superfície estadu-1. A Ilha Gran

de, acentuadamente montanhosa, possui uma área de 179 Kra ,

com uma costa rica em enseadas, sacos e praias. O trecho

do litoral onde se localiza o Município, nas proximidades da

Serra do Mar, forma uma costa montanhosa recortada por su-

cessões de reentrâncias e pontões rochosos.

A topografia acidentada da região impossibili-

tou qua a cana-de-açúcar fosse cultivada da mesma forma que

em outros pontos do litoral brasileiro. Por outro lado, a

economia do Município desenvolveu-se basicamente em função

M0D (004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IllSllilll IE IlllllSfllCil MIICIPIl

134

da pesca e do porto, atividades que definiram o quadro de

ocupação do Município e caracterizaram a estrutura da cidade

de Angra dos Reis. Com a queda da atividade cafeeira no

Vale do Paraíba e a utilização mais intensa dos portos do

Rio de Janeiro e Santos, Angra dos Reis sofreu um declínio

em suas atividades portuárias .

A instalação da Verolme na Baía de Jacuecan

ga, aproximadamente a 15 Km da sede municipal, em 1960, a

reativação portuária, a pavimentação da rodovia ligando An

gra dos Reis ã antiga Rio-São Paulo e, mais recentemente,a

construção da usina nuclear (iniciada em 1970), a constru-

ção da BR-101 (1972/1976) e finalmente a instalação do Ter

minai da Baía da Ilha Grande - TEBIG em 1976 geraram gran

des transformações que definem o atual quadro de ocupação

do Município.

As transformações se fizeram sentir fundamen

talmence na década de 70,sendo que a implantação da BR-101

no trecho Rio-Santos significou um salto fundamental no

processo, facilitando o acesso a diversas vilas e localida

des do Município. O advento da estrada, além de propiciar

o incremento da população fixa, especialmente a de renda

mais baixa, acarretou igualmente o aumento do aproveitamen

2 ~ <»- Ver"Dimensão Sõcio-Econômica", neste estudorpara um deta

lhamento deste aspecto.

MO0 ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITITI IIISIIEIII IE limilSTIICll IIIICIPIl

135

to do potencial paisagístico da região, através do turismo

e do veraneio, fato que genericamente explicaria o cresci-

mento da população flutuante no período e o surgimento de

inúmeros loteamentos destinados especificamente a popula-

ções de al ta renda, que se servem apenas eventualmente do

solo.

Para se ter uma idéia do que era o Município

há 20 anos atrás , vale a pena observar um trecho do "Estu-

do de Localização da Usina Nücleo-Elétrica, Projeto Mambu-

caba" realizado em 1961 pela ECOTEC - Economia e Engenharia

Industrial S/A para a Comissão Nacional de Energia Nuclear

-CNEN:

"...foi organizada a primeira visita aolocal. A bordo do navio hidrográfico 'Orion1 seguiupara o local, em companhia de elementos da OHN o grupo de especialistas em aspectos pertinentes ao em-preendimento, pois havia-se constatado desde logo queo acesso ã região só se poderia efetuar por v.i~t marítina, ou então a cavalo em longa e penosa descida partindo de São José do Barrero. A estrada estadual RJ-129 havia sido apenas atacada em curto trecho partin-do da estrada Federal de Angra dos Reis, impossibili-tando o acesso por via terrestre em veículo, pelo l itoral."

Angra dos Reis - com exceção da Ilha Grande

- conta atualmente com uma ligação viária que tem como e i -

xo principal e bastante eficiente a BR-101 que corta todo

o Município pelo l i t o r a l . Praticamente todas as v i las , po

voados e localidades se interligam através desta rodovia.

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IRISIIEIM IE IlilllSTMCll illlCIPIl

136

Da análise anterior e focalizando os momen

tos mais recentes, poder-se-ia depreender que â implanta-

ção da estrada estaria atribuída a maior parte das tran£

formações no espaço físico do Município de Angra dos Reis.

Entretanto, é possível estabelecer-se uma relação próxima

entre a construção da Usina Angra-I e a agilização da com;

trução da estrada, pois é certo que um empreendimento do

porte e natureza da Usina não se viabilizaria independente

mente da existência de ligações viárias eficientes que re

dundctssem em facilidades de transporte. Assim, parece que

a opção de localizar em Angra dos Reis a usina atômica con

tribuiu decisivamente para a implantação da BR-101.

3. OCUPAÇÃO DO SOLO MUNICIPAL - CARACTERÍSTICAS DA SEDE E

0 processo de ocupação do solo no Município

de Angra dos Reis vem ocorrendo de forma desordenada, sen

do bastante extensa a faixa litorânea comprometida com a

urbanização. Tal fato é confirmado no Plano de Desenvolvi^

mento Físico-Territorial aprovado pela Câmara Municipal,em

dezembro de 1981, que inclui todo o litoral do Município no

perímetro urbano.

A cronologia das aprovações dos loteamentos

leva â identificação de três etapas distintas: antes da

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IKTIIITI IMSILEIII IE IlilllSTIICU NIIICIPIl

137

construção da BR-101 (1950/1969), durante as suas obras

(1970/1975) e após a abertura da estrada (1976/1978). Nos

primeiros 20 anos foram aprovados 14 loteamentos, sendo

apenas 2 destinados a veranistas. No segundo período, fo

ram aprovados outros 16 parcelamentos, sendo a metade of£

recida a veranistas. Após a abertura da BR-101, em ape

nas 5 anos, foram aprovados 37 loteamentos , a maior par_

te destinada a atender â demanda de veranistas.

Verificando-se o Mapa n9 3, pode-se faciliaom

te perceber como ocorreu o processo de ocupação do Municí^

pio. Os loteairtGntos aprovados até 1970 são parte da sede

urbana; aqueles aprovados entre 1970 e 197 5 st dividem en

tre o distrito-sede e o distrito de Jacuecanga e, final-

mente, os aprovados a partir de 1976 espalham-se por toda

a extensão da orla.

A ocupação da orla está diretamente ligada

ã implantação da BR-101. A estrada facilitou o acesso ã

área, que vem sendo considerada de grande potencial turís;

tico em todas as análises do Município, estando incluída

- Para maiores detalhes examinar o documento "Parcelamentos de Terra Aprovados pela Prefeitura Municipal" e o Mapa n9 3 - "Uso doSolo Municipal", ao final desta Dimensão.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismiti nisiiEin K IMHIISHKM •warn

138

inc lus ive no Projeto TORIS - Desenvolvimento Turíst ico Rio-

Santos4 , da EMBRATUR.

A vocação t u r í s t i c a do Município fo i refor-

çada COM a elaboração do Projeto TURIS principalmente com a

implementação da BR-101, que criou as condições objet ivas pa

ra a ocupação do l i t o r a l , transformando a paisagem natural

através da ocupação, como também propiciando o adensamento

dos núcleos urbanos já e x i s t e n t e s .

Diversos empreendimentos imobil iários cora

f ins t u r í s t i c o s vem sendo realizados no Município, dentre

e l e s Porto Bracuhí e Porto Frr.de. O fato de alguns de les

ainda não estarem ocupados por i n t e i r o pode ser atribuído ao

superdimensionamento da demanda, agravado pela retração eco

nómica do p a í s . Além d i s s o , de acordo com depoimento de

corretores l o c a i s , há interesse em especular. A medida que

a ocupação se in tens i f i ca , o preço dos imóveis tende a su-

b i r . Até o momento nenhuma conseqüência parece ter a Cen

tra i Nuclear causado ao veraneio no Município.

- O Projeto TURIS, elaborado pela EMBRATUR em 1972/1973, tem comoobjetivo disciplinar o aproveitamento do litoral no trecho considerado Zona Prioritária de Interesse Turístico pelo Gonselho Nacio-nal de Turismo (Resolução n9 413, de 13 de fevereiro de 1973) .Abarca a área mais densamente ocupada do Município, quando estabeleceuma linha imaginária de 1 km a partir do eixo da BR-101, incluindotoda a faixa litorânea. As praias são classificadas em três cate-gorias distintas e têm parâmetros de ocupação diferenciadas. Praticamcntc todas as praias do Município estão incluídas nesta classiTicação, com exceção das localizadas em Jacuccanga (vila de funciona"rios da Verolme), nas áreas urbanas da sode municipal e na Praiade Itaorna.

_ IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIOWOO'00*

ISTIlülO IRISIIEIRO Df IDNIlISlRICàO MIIICIPIl

139

PORTO BRACUHY

Pode-se agora passar âs observações sobre

cada um dos diferentes distritos do Município. Estarão ai

registradas informações sobre a ocupação do solo no local,

bem como sobre algumas variáveis da pesquisa de campo.

3.1 - Angra dos Reis - Sede

O estudo relativo ao 19 distrito limitou-se

ã sede municipal, ou seja, â cidade de Angra dos Reis. A

principal característica física da cidade é estar implanta

MOD 1004ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISHTITO IRISUEIRI DE IDMIIISIRICftl MlllCiril

140

da em estreita faixa de terra entre a montanha e o roar.

Tendência registrada em 1971 e que atualmente se coloca

como uma situação de fato é o adensamento do antigo centro

urbano e a ocupação cada vez mais intensa dos morros que o

cercam. Na época, a ocupação dos morros do Carmo, Santo

Antônio, Bole e de outros se iniciava de maneira rápida e

desordenada.

Estudos realizados em 1978 pela Secretaria

Estadual de Planejamento indicam que a ocupação dos morros

de São Bento, Santo Antônio, Caixa D'Agua, Carmo, Fortale

za, Tatu, Peres, Glória, Volta Fria e da Cruz se caracter^

za por áreas invadidas, posse não legalizada e loteamentos

de baixo padrão. 0 núcleo central da sede do Município, o

mais antigo assentamento, concentra atualmente atividades

de comércio e serviço e se encontra densamente ocupado. As

vias de circulação são bastante estreitas de modo que du

rante as épocas de maior afluência turística a área cen

trai fica completamente congestionada. Estudos anteriores

já davam conta da sobrecarga da estrutura viária.

A« tendências de crescimento apontadas em

- SERFHAU- Termos de Referência para o Plano de Ação Imediata do Município de Angra dos Reis Rio de Janeiro, 1971.

- SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E «XORDENAÇÃO GERAL-Plano de Desenvolvimento Físico-Territorial do Município de Angra dos Reis, Rio de Ja_neíro, 1978.

7 - SERFHAU, op. cit.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANOO 0 MUNICÍPIO

IISmiTB IRISILEIRI IE IIMIIISTRICll MIIICIPIl

141

1971 vêm se concretizando conforme se pode verificar atra

vés de exame do Mana n9 4. Além da ocupação dos morros, o

núcleo inicial expandiu-se contornando a oenísula além do

Colégio Naval, atingindo as Praias do Bonfim, Grande e Vi

Ia Velha, criando uma ocunacão de Dadrão mais elevado onde

coexistem habitações de residentes e veranistas. A cidade

ampliou-se ainda em direção ao bairro Jardim Balneário

através da recente implantação do Parque das Palmeiras. O

crescimento previsto em direção ã área conhecida como Japu

íba vem se concretizando de forma descontrolada e com

xo padrão habitacional.

PARQUE DAS PALMEIRAS E JARDIM BALNEÁRIO

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIITITB miSILEIIO I ! IIMIIISTRICll MIIICIUl

142

A s i tuação a tua l da área urbana da sede muni

c i p a l , no que diz r e spe i to ã ocupação e uso do so lo , não di

fere da que foi apurada pela S e c r e t a r i a de Planejamento do

— 8Estado em 1978. 0 uso r e s i d e n c i a l do a l t o padrão r e s t r i n

ge-se ã área s i t u a d a além do Colégio Naval, que compreende

a Pra ia do Bonfim, P ra ia Grande e P ra i a de Vi la Velha. 0

uso r e s i d e n c i a l de Dadrão médio concen t ra - se nos b a i r r o s

Jardim Ba lneá r io , Parque das Palmeiras e P r a i a do Jardim,

além de e s t a r p r e s e n t e no cent ro da c idade , que se c a r a c t e r i

za basicamente como área de comércio e s e r v i ç o s .

PARQUE DAS PALMEIRAS

- A caracterização corro alto, médio e baixo padrão habitacional utili_zada neste trabalho baseia-se na classificação estabelecida na Proposta Plano de Desenvolvimento Fisico-Territorial, elaborada pelaSECPLAN em 1978.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiTi iiisiiEiii IE iiiinsTiicii muciriL

143

Os dados da pesquisa domiciliar realizada pelo

IBAM apontam que os bairros - Jardim Balneário, Parque das

Palmeiras, Praia do Jardim e Praia do Bonfim - possuem situa

ção privilegiada em relação ãs outras áreas pesquisadas. As

construções são de nível superior e ali se encontram bons p£

drões de urbanização. Há rede de energia elétrica, de di£

tribuição de água, e a maior parte dos domicílios possui fo£

sa séptica.

A pesquisa revelou também forte contraste

quanto à renda familiar dos habitantes dos quatro bairros

com os de outras localidades estudadas. Das famílias entre

vistadas nos bairros, 20% declararam rendimentos na faixa de

6 a 8 salários mínimos e 40%, acima desta faixa. Os bairros

se distinguem também pelo nível de escolaridade da população,

superior ao dos habitantes das outras áreas pesquisadas. A

grande maioria dos entrevistados nasceu em outros Municípios

do Rio de Janeiro ou veio de outros Estados. Cerca de 50%

chegaram ao Município de Angra dos Reis a partir de 1976.

Com relação ao motivo da migração verificou-se

que 40% foram previamente contratados para trabalhar em An

gra; destes, trinta por cento na construção da usina nuclear.

Vinte e sete por cento trabalham diretamente para FURNAS ou

empreiteiras. A pesquisa indicou também que FURNAS é respon

sável pelo pagamento de 41% dos imóveis alugados pesquisados

nos bairros. Depreende-se que o crescimento físico ali

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

INTUIU IIISIIEIII IE UMIlSTIlÇâl MIICINl

144

verificado pode ser atribuído em parte a construção da

na, que vein provocando constante incremento na demanda por

habitação de padrão médio no núcleo-sede do Município.

à primeira vista pode-se imaginar relações en

tre as obras da Usina e a ocupação e adensamento desordenei

dos dos morros da cidade de Angra dos Reis bem como da área

denominada Japuíba. 0 que se apurou com relação aos morros da

Caixa D*Água, do Carmo, da Carioca e de Santo Antônio e na

Japuíba não dã base ã suposição. A ocupação destas áreas

iniciou-se antes de 1960. Dos entrevistados, 54% ali fix;»

ram residência na década de 1970. Entretanto, diferenteraen

te dos outros locais pesquisados, os entrevistados na sua

maioria, 57%, são nascidos no Município. Em boa parte po

vêm da Ilha Grande e de localidades do litoral, áreas que

progressivamente estão sendo ocupadas por veranistas. Expul.

sos do seus lugares de origem, procuraram os morros próxi

mos ao centro da cidade. Observe-se que 59% dos entrevista

dos responderam ter-se dirigido ã área atraídos pela facili

dade de moradia. Esses dados sugerem que as atividades l_i

gadas ao turismo e ao veraneio, muito mais que as obras de

Angra I, contribuíram para o adensamento da ocupação das

áreas mencionadas acima.

Aduza-se que nos domicílios pesquisados na

área em consideração, apenas 6% dos chefes de família traba

lham para FURNAS e empreiteiras e 5% trabalharam anterior

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIUIII IE IIMIIISTIICll illlCIPIL

145

mente. A renda de 62% das famílias entrevistadas situa-se

entre 2 e 6 salários mínimos. A maior parte declara não

ter completado o 19 grau. No que se refere ã qualidade da

habitação e infra-estrutura urbana, os dados da pesquisa apon

tam padrões inferiores aos dos outros bairros da sede munici

pai. Tal fato é agravado pela forma inadequada e perigosa

como a encosta vem sendo ocupada, tendo há muito ultrapassa

do a cota 60, limite máximo estabelecido na legislação urba

na vigente para a ocupação dos morros.

MORRO DA VOLTA FRIA

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITITI IMSIIEIM IE IMIIISTMCll illlCIPIL

146

3.2 - Cunhambebe

Em 1960 a população do distrito era de 5.057

habitantes tendo passado para 6.725 em 19 70 e para 12.422 em9

1980 . É neste distrito que se encontra implantada a usina

nuclear. O crescimento dos anos 70 concentrou-se principal

mente na Vila do Frade, sede do distrito, localizado no km

121 da BR-101, expandindo-a e adensando-a. Lã estão locaH

zados diversos alojamentos de FURNAS e suas empreiteiras, o

que contribuiu para o referido crescimento. Estudo do SERFHAU

mencionava em 1971 que "o traçado da Vila, irregular e desordenei

do, não apresenta características urbanas relevantes, nem

dispõe de serviços públicos"

Desde então a situação mudou consideravelmente.

Hoje a Vila do Frade e o segundo núcleo urbano do Município.

Seu crescimento mereceu destaque no "Padrão de Decenvolvimen

to Físico-Territorial" aprovado recentemente pela Câmara Mu

nicipal . No capítulo dos objetivos, lê-se:

"Art. 79 - Ficam estabelecidos os seguin

tes objetivos específicos para a consecução

g- IBGE - Sinopses Preliminares dos Censos Demográficos de 1960, 1970 e

1980.

11

10- SERFHAU, op. cit. p.3/12.

- O Plano de Desenvolvimento Físico-Territorial foi aprovado pela Camara Municipal em dezembro de 1981 e é composto de Lei do Zoneamento;Lei de Planejamento do Solo; Código de Obras; Caracterização, Proposição; Objetivos Básicos e Medidas Executivas.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIIfl IMSILEIM IE IIUWSTIlÇll illlCIPIL

147

dos fins previstos no artigo anterior:

I - Ordenar a ocupação indiscriminada

do solo na faixa litorânea.

II- Orientar a expansão urbana da cida

de de Angra dos Reis e da Vila do Frade".

A Vila do Frade é cortada pela Rio-Santos,pos_

suindo o trecho localizado â direita padrão habitacional

bastante baixo. O trecho situado ã esquerda da estrada

apresenta, por seu turno, padrão de ocupação um pouco melhor.

VILA DO FRADE

MOD I004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismin insulin if HMiiisiiicii miiciriL

146

nas ainda caracterizado como baixo. Inexiste rede de esgo

tos em toda a área. Setenta e um por cento (71%) dos donú

cílios pesquisados dispõem de fossas rudimentares. Todos

estão ligados ã rede de energia elétrica. Quanto ao abas_

tecimento de água, 65% dos domicílios estão ligados ã rede

geral e 31% obtêm água de poço ou nascente.

Dos chefes de família entrevistados, 75% não

são do Município. Quase a metade veio para Angra dos Reis

sem contratação p}"via, movida pela possibilidade de con

seyuir trabalho. Dentre os que vieram contratados, 73% es

tavam vinculados a FURNAS ou ãs suas empreiteiras. Cerca

de 70% declararam não ter completado o 1? grau. A renda

familiar situa-se na faixa de 2 a 6 salários mínimos, seri

do 37% entre 2 a 4 e 20%, de 4 a 6 salários. Dos imóveis

pesquisados constatou-se que 482 são próprios e 45%, alugõi

dos. Dentre os alugados, FURI'AS e suas empreiteiras são

responsíivoj s pelo pagamento õe 18%.

Os resultados da pesquisa sugerem relações

entre o crescimento da Vila do Frade e as obras da Usina.

Primeiro, aourou-se que o crescimento populacional acele

rou-se depois de 1970, principalmente no período de 1976 a

1980, provavelmente pela facilidade de acesso representada

pela conclusão das obras da BR-101 na região. Segundo, boa

parte da população, conforme se pode inferir dos dados

da pesquisa, trabalha direta ou indiretamente, na constru

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIIII IIISIUIII IE IIMIIISTIICII MIIICIPIL

149

çao da usina. Escolheram a Vila para residir, segundo de

clarações colhidas, em razão de sua proximidade com o Io

cal de trabalho.

VILA DO FRADE

3.3 - Jacuecanga

0 distrito de Jacuecanga tem apresentado um

crescimento demográfico bastante elevado. Em 1960 sua po

pulação era de 2.964 habitantes, tendo passado para 6.571,

em 1970, e para 11.166, em 198012.

12- IBGE op. c i t .

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTirUTO BliSILCIRO BE IINIIISrRICll HlllCiril

150

Em I960 a Verolme Estaleiros Reunidos do ^

sil se instalou no local em terreno de 15.000 m cedido pe

la União, dando origem ao local hoje denominado Jacuecanga.

Atualmente a empresa ocupa uma área de 10 milhões de m ,

dos quais 450 mil são destinados ao parque industrial . Na

época da implantação, o local estava absolutamente isolado;

todo pessoal e material ali chegava por via terrestre atra

vês da Estrada Lídice - Angra dos Reis e daí, por via marí

tima, em chatas, até o estaleiro. Apenas em 1968 foi aber

ta uma estrada que ligava Angra dos Reis a Jacuecanga, atu

JACUECANGA

13 - As informações sobre a Verolme foram obtidas no escritório da Empresa no RÍo de Janeiro e no estaleiro em 7-ungra dos Reis.

MOD on» 40 000-8/8I

IISTIIITI IIISIIEIII IE IMIIISIIICII I I Ml Ml

151

almente incorporada à BR-101. Em 1962 a Verolme iniciou a

construção de habitações e alojamentos para seus funciona

rios, sendo que atualmente existem cerca de 200 moradias, en

tre apartamentos e casas, servindo ao pessoal técnico de vá

rios níveis. Aproximadamente 1.800 funcionário de um total

de 6.000 residem próximo ao estaleiro.

VILA RESIDENCIAL DA VEROLME

Pode-se dizer que a localidade denominada Ja

cuecanga, que dá nome ao 39 distrito, vive basicamente em

função do estaleiro. Praticamente toda a área é ocupada pe

Ia Verolme com suas instalações industriais e vila residen

MOD 1904-40.000-S/SI

IISII1III IIISIUIM M IMUIISlliCtt IPIl

152

ciai. O padrão de urbanização ê elevado, contrastando com

os núcleos urbanos próximos como Monsuaba e Camorim. Em

1970 a área foi integrada ã rede de energia do Município e

a própria Verolme foi responsável pela instalação de rede

de distribuição de água em 1978. O esgotamento sanitário

é realizado através de fossas sépticas. A escola local

foi instalada pela Empresa em cooperação com o Governo E£

tadual.

IEM05 CONVÊNIO C A«PO.ME P CíSCCMO -EM FOLHA DESDE JA

JACÜECANGA

A Vila da Monsuaba, sede do 39 distrito, Io

caliza-se entre a Verolme e o Terminal da PETROBRAS. O Ter

minai foi implantado em 1976, tendo sido construída uma ví_

Ia residencial com 267 casas para funcionários da Enroresa,

1014 • 40 000 ••/Ml

IISTIIUTO BRISILEIRO DE IDMIIISTRIClO MI I IC IN l

is:14

em sua maioria provenientes do Rio de Janeiro . Ha clube

e escolas construídas pela PETROBRAS, sendo a escola atual

mente administrada pelo Município. O padrão construtivo da

vila residencial é bastante elevado e contrasta com o das

residências da Monsuaba. De acordo com levantamento reali

zado pela Prefeitura Municipal, 50% dos chefes de famílias

entrevistados na Monsuaba disseram trabalhar na Verolme e

25% na PETROBRAS15.

MONSUABA

- As informações referentes ao Terminal da Baía da Ilha Grande-TEBIGforam obtidas no escritório da PETRDBRSS em Angra dos Reis

- A Prefeitura Municipal vem realizando desde dezembro de 1981 levantamento sócio-econômico nas localidades mais carentes do Município.Até fevereiro de 1982 a pesquisa já havia sido realizada na Mambucaba, Frade, Camorim, Monsuaba e Jupufba,e a equipe da Prefeituraprosseguia o levantamento em outras localidades.

MOO I004-40 000-8/8I

IISII1ÜÍ0 IRISIlfllO IE ftlMIIISTMCll i l l lCIFIl

154

Outra localidade que se destaca no 39 distri

to é o Camorim. Da mesma forma que o Frade, é dividido pe

Ia BR-101. O trecho ã direita da Rio-Santos está em precã

rias condições, podendo mesmo ser considerado uma grande fa

vela. As ruas não são pavimentadas e as queixas dos morado

res são constantes em relação ã lama bem como ã falta de co

leta de lixo. As instalações sanitárias são precárias, sen

do a maior parte composta de fossas rudimentares e havendo

casos onde não há nenhum tipo de instalação. Ha energia

elétrica em praticamente toda a área.

CAMORIM

O trecho à esquerda da estrada é de padrão

médio e suas residências divididas entre a população local e

veranista. Nesta área há uma escola municipal, as ruas são

MOD 1004 • 40.000-8/81

iismiTO BRflSiLEine BE IDNI I ISTMCI I MII ICIML

155

pavimentadas, há energia elétrica e a coleta de lixo é £

lizada regularmente pela Prefeitura. A ãrea não dispõe de

rede de esgotos, sendo utilizadas fossas sépticas e

mentares.

No jã citado estudo do SERFHAU não são ^

tas referências ao Camorim, embora se tenha noticias da

existência de alguns poucos moradores no local há pelo me

nos 20 anos. Verificou-se através da pesquisa domiciliar

que 62% dos chefes de família entrevistados sao proceden

tes de outros municípios e que o grau de escolaridade des

te," é baixo, sendo que 59% têm o 19 grau incompleto. A reri

Ca familiar se concentra na faixa de 2 a 6 salários mini

mos.

Os motivos da vinda dos entrevistados para o

Município são vários - 7% vieram contratados para traba

lhar, 30%, com a expectativa de conseguir algum trabalho e

2/1, por motivos pessoais. Entre os que vieram previamen-

te contratados, 42% estavam vinculcidos ã Verolme e 28%, â

PETROBRÃS. 77% dos que vieram com a expectativa de traba

lhar, não tendo idéia de onde conseguir emprego. Atualmeri

te 4 7% trabalham na Verolme, 2%, na PETROBRÃS e 2%, na Us_i

na Nuclear. 94% declararam não ter trabalhado anteriormeri

te para FURNAS e suas empreiteiras.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTO IIISIUIM DE IDMIIISTRflCiO MIIICIPIL

156

O contato com a população local, os result^

dos do levantamento realizado pela Prefeitura local e a pes

quisa domiciliar realizada pelo IBAM sugerem que o cresci^

mento urbano verificado no distrito de Jacuecanga se relacio

na diretamente com a implantação da Verolme e em menor e£

cala com a implantação do Terminal da PETROBRÁS. Pouca in

fluência parece ter tido a construção da usina nuclear na

expansão e adensamento dos núcleos urbanos do distrito de

Jacuecanga.

3.4 - Mambucaba

A população do d i s t r i t o de Mambucaba cresceu

consideravelmente na última década. Em 1960 lá moravam

582 pessoas, passando para 885, ern 19 70, e para 3.87 3, em

1980 . Este crescimento acentuado na década de 70 pode

ser creditado basicamente ã instalação da Vila Residencial

de Praia Brava e dos alojamentos de FURNAS e empreiteiras.

A Vila possui 2.160 moradores e 540 residências, aproxirna

damentt, e os alojamentos situados neste d i s t r i t o dispõem

de 5.350 vagas , sendo 5.000 destinadas ao pessoal ligado

ã construção de Angra I I . Além disso há também a chamada

Vila Residencial de .Mambucaba, localizada já no Município

de Para t i , e que conta com cerca de 1.928 moradores e 482

1 6 - IBCE op. cit.

' - As informações sobre as vilas residenciais e alojamentos foramobtidas na sede de FURNAS, no Rio de Janeiro.

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTITVTO IIISILEIRO IE IIMIIISIRftÇll MIIICIPIl

157

residências. Vale ressaltar que as Vilas Residenciais pos_

suem infra-estrutura e equipamento comunitário orõprios, de

comércio e serviços diversificados.

VILA RESIDENCIAL DE MAMBUCABA

Além das Vilas Residenciais de FURNAS, os

principais núcleos urbanos são a própria sede do distrito e

a área hoje denominada Parque Mambucaba. Sobre a área lia-

1 8se em estudo de 1971 que "0 povoado de Mambucaba mantêm

ainda o aspecto das cidades que pararam em virtude do esgota

mento dos ciclos econômicos ou do abandono dos caminhos

18 - SERFHAU, op. c i t . pg. 3/18.

M00 1001- 40 000- 8/81

iismin iiisiiEiii IE iimiisTiicii MHICIPIL

156

que lhes deram origem." De fato ainda hoje verifica-se que

o crescimento da sede distrital tem-se dado de forma bastan

- - 19te lenta. A area e tombada pela União e deverá ser obje

to de um estudo especial para divisão do seu território e de

finição das atividades e usos permissiveis na zona.,20

MAMBÜCABA

A Câmara Municipal rejeitou mensagem encamp

nhada pelo então Prefeito, Comandante Valle Ferreira, soli^

citando autorização para celebração de convênio com a SPHAN

e a FLUMITUR, objetivando a recuperação da área. A falta de

19

20

- A Vila da Mambucaba foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional - IPHAN, atual SPHAN, através do processo 816 - T - 69.

- Lei Municipal nÇ 146/81, artigo 45.

MOD • 40.000-8/81

iismiiQ msiiEiio BE imiiisiiicii miicirii

159

acordo entre o Município e as citadas agências governamentais

tem imoedido a implantação de serviços públicos, como por

exemplo o de energia elétrica. Os moradores locais informam

que a Prefeitura não concede licença para reformas e novas

construções. Outro não pode ser o comportamento da Prefeitu

ra oorque se trata de ã~ea tombada; mesmo que o Município e

as demais agências reúnam seus esforços, devolvendo ã área

suas características originais, as reformas e a construção de

novas edificações somente poderão ser efetivadas apôs o pro

nunciamento da SPHAN.

MAMBUCABA

Ao que parece há variáveis de natureza social en

volvidas na recuperação dessa área. É digno registrar o comen

tário sobre o assunto feito por um dos atuais vereadores na

MOD 1004-40 000-8/íl

IISmiTI IIISILEIII IE IBHIIISTIICll MIICIMl

160

presença de técnicos do IBAM na Secretaria da Câmara. O

edil comentou que votaria contra qualquer matéria sobre o

assunto porque,uma vez concretizada a recuperação, os atu

ais moradores viriam a ser expulsos da área.

Próximo ã sede do distrito há um loteamento

denominado Parque Marnbucaba e que em parte foi invadido. Es_

ta área, que não foi sequer referida no estudo de 1971,

apresenta um crescimento mais acelerado que o da sede distri

tal.

A pesquisa realizada no distrito de Mambucaba

abrangeu a sede, o Parque Mambucaba e o morro Bca Vista e

teve os resultados a seguir especificados.

O nível de escolaridade é o mais baixo de to

do o Município: 82% dos entrevistados possuem o 19 grau in

completo e 10% são analfabetos. A renda familiar de 45%

dos entrevistados está na faixa de 2 a 4 salários mínimos e

de 28% na faixa de 1 a 2 salários mínimos.

Dos chefes de família entrevistados, 89% não

são do Município. Pouco mais da metade veio para Angra dos

Reis sem contratação prévia, apenas com a expectativa de

conseguir algum trabalho. Dentre estes, 45% pensavam traba

lhar para a usina nuclear. Entre os que vieram previamente

contratados, 55% estavam vinculados a FURNAS ou seus emprejl

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIITiri IIISILEIII IE IIMIIISTIICll IIIICIPIl

161

teiros e 22% vieram trabalhar na construção da BR-101. A

maior parte dos entrevistados chegou ao Município a partir

de 1970, sendo que 46%, no período 1976/1980, fato que pode

ser explicado pela facilidade de acesso ao local criada pe

la BR-101.

Os motivos da migração para o distrito são

diversificaros. Enquanto 35% alega^tm facilidade de moradi

a, 39S referiram-se ã proximidade do trabalho. Atualmente,

35Ç. dos entrevistados trabalham para a Usina e 35* disseran

ter trabalhado anteriormente. Sobre a questão áe moradia,

53fi dos imóveis pesquisados são próprios e entro os alur;£i

dos não EC encontrou nenhum sondo pago por FURNAS ou empre_i

teirac. Os aluguéis são os ma is baixos ( '--ctaclos no Muni

cípio, sendo 70% até CRÍ5.000,00 e 30S entre CRS5.000,00 c

CRÍIO.000,00.

Não foi rcíilizacl.1 ptvquisa dentro das Vilas

Residenciais e alojamentos no sentido de verificar a rela

ção de seus moradores com o comércio e serviços "do lado do

fora da cerca". De qualquer maneira, através cie contatos

informais, foi possível constatar que os moradores das Vi_

Ias Residenciais se utilizou do equipamento da própria Vila

e eventualmente do da cidade de Angra dos Reis, indo por ve

zes ao Rio de Janeiro para as compras. 0 que se verifica é

uma quantidade razoável de não moradores dns Vilas e aloja

mentos se utilizando dos equipamentos de saúde e educação

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiii iiisiiiiii IE iiimsiiicli imcirii

162

ali existentes.

Através dos dados obtidos pela pesquisa ante

riorntínto apresentados pode-se pensar numa relação entre o

crescimento urbano do distrito de Í4ambucaba e a construção

da usina nuclear em Angra dos Reis. Além do crescimento

através de loteamentos, caso do Parque Mambucaba, e de invíi

soes, como o Morro Boa Vista, o maior impacto relativo à im

plantação da Usina neste distrito parece ter sido a instai".

ção âaa próprias Vilas Residenciais e alojamentos, seja pelo

contingente populacional que ali reside, seja pela infra-es;

trutura e equipamento comunitário insta]ados em áreas até en

tão desocupadas.

3.5 - Abraão e Praia de Araçatiba

O processo que vem ocorrendo nos distritos de

Abraão e Praia de Araçatiba, locr-li zados na Ilha Grande, ê

basicamente diferente dos que ocorrem nos outros distritos do

Município. A atividade econômica da Ilha tem decrescido e

sua população diminuído. Em 1960, a população do distrito

de Abraão era de 3.876 habitantes e a de Praia de Araçatiba,

de 4.373. Em 1970, a população era de 2.963 e 4.512 habi.

tantes, respectivamente, e o censo de 1980 registrou 2.540

residentes em Abraão (sendo 1.252 dete.^os e funcionários do

Instituo Penal) e 3.477 em Araçatiba.

MO0,004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismiri iiisiuiit if IIMIIISTIICII miiciru

163

Para o estudo do SERFHAU os principais proble_

mas apontados na Ilha Grande eram o isolamento, o transporte

precário entre o continente e a Ilha, a falta de ligação en

tre as localidades dentro da própria Ilha e a ausência total

de infra-estrutura urbana. O único estabelecimento medico

era o do Instituto Penal Cândido Mendes . Hoje, passados 11

anos, a situação ainda é precária: continuam as dificuldades

de acesso â Ilha e de contato entre as diferentes localida^

des. Não há nenhuma estrada em seu interior; somente alguns

caminhos. A sede de distrito de Abraão é melhor servida no

que se refere ã infra-estrutura, dispondo de rede de energia

elétrica, abastecimento de água, escola, unidade de atendi_

mento médico, unidade de atendimento policial e correio. As

outras localidader; são apenas dotadas de escola municipal.

0 processo cie esvaziamento da Ilha Grande pode,

em parto, ser creditado ã implantação dos grandes empreendji

mentos que vêm ocorrendo no continente. A Verolme e a usina

nuclear funcionam como pólos de atração não apenas para a po

pulação de outros municípios como também para a população da

Ilha Grande. Além disso, a Ilha foi "descoberta" como local

privilegiado para o turismo, e muitos moradores estão venderi

do suas terras e se dirigindo para a cidade de Angra dos

Reis. Na pesquisa realizada nos morros da cidade e nos

diversos distritos foram encontrados antigos moradores àa

Ilha Grande que abandonaram seu local de origem pelo fato de

terem vendido suas terras ou mesmo por terem abandonado a

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIII BE IIMIIISTRICll MIIICIPH

164

pesca, principal atividade econômica do local, atraídos pe

la possibilidade de trabalho em FURNAS ou na Verolme.

4 - 0 PLANEJAMENTO FlSICO-TERRITORIAL DE ANGRA DOS REIS

A avaliação das referências ã usina nuclear

encontradas nos diversos trabalhos que visam ao planejaraen

to físico-territorial do Município fornece um quadro de co

mo sua implantação vem sendo pensada desde o início da deer»

da de 70 até o momento atu 1.

Em 19 71, quando o documento contendo os " Ter

mos de Referência para o Plano de Ação Imediata do Município"

foi elaborado pelo SERFHAU,n construção da primeira usi_

na nuclear se iniciava. Naquele trabalho rua implantação ê

apenas referida, não havendo uiaa avaliação dar. transforma

ções sõcio-econômicas e físico-territoriais que então se

iniciavam, ou que poderiam vir a ocorrer.

No trabalho da FIDERJ de 1977 - "Estudos para

o Planejamento Municipal" - hã duas referências â constru

ção da Usina em Angra dos Reis. Numa delas a questão é ape

nas mencionada, enquanto a outra ressalta a importância do

empreendimento como atividade econômica, sem fornecer maio

res detalhes.

É na proposta de Plano de Desenvolvimento F_í

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIII IE IMIIISTIICII HIICIPIl

165

sico-Territorial, elaborada pela Secretaria de Planejamento

do Estado, em 1978, que as influências a nível fisico-terri^

torial da implantação da central nuclear são analisadas

mais profundamente. Desta fe i ta , são abordados os proble

mas relativos ao uso do solo municipal decorrentes de sua

implantação como, por exemplo, a possibilidade de parte do

contingente de mão-de-obra que vive nos alojamentos permane

cer no Município, criando problemas de ocupação habitacio

nal . A questão da procura de residências urbanas na cidade

de Angra dos Reis em fui.^ão cia construção da Usina Nuclear

ê colocada nos seguintes termos:

"A crescente d?nsificação, por uso misto, dovelho centro, carente db infra-estrutura urbana, oombinada 5 fixação de moradores do alto, ntxlio e baixo padríío de renda, em diferentes partes da cidade, n?cl£mam normas diferenciadas õa utilização do solo quo pormitam ordenar o desenvolvimento urbano de forma racional, embora condi/ante cesn a realida:?o local. A extravasão acima da cota altiroótrica 60, da ocupação habitacional nos morros da cidade e a procura recente do rcsidôncios urbana em vista de construção da Usina Nuclooelétrioa {FURNAS/fc5UCI£BRÁS) mostram ainda a necessidaclj de esparn actefuado para a exoansõo habitacionalde «nédio e baixo status sõcio-econô;'ri.co." 21

A ent~io recente procura de residências urba_

nas referida no trecho acima c confirmada com os dados for

necidos por FURNAS, segundo os quais em 1978 a Empresa era

responsável pelo pagamento do aluguel de 600 casas e de 200

vagas em hoté is . A estimativa de FURNAS para 1982 é de 200

- SECPLftN, op. cit . D.83.

MOD toe» IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

inmiTi msium M iMimrucM

166

casa alugadas e 50 vagas e* hotéis.

A proposta de Plano Písico-Territorial foi re

vista e atualizada por una equipe da Prefeitura Municipal

juntamente con a SECPLAN. Em dezembro de 1981 o Plano foi

finalmente aprovado pela Câmara Municipal compondo-se dos

sequintes instrumentos normativos: Lei de Zoneamento, Lei

de Planejamento do Solo; Código de Obras; Caracterização,

Proposição, Objetivos Básicos e Medidas Executivas.

A ãr?a onde se encontra implantada a central

nuclear está referida no Título IV da Lei de Zoneamento,nos

seguintes termos:

"Artigo 36-Consitferam-se Areas 5E:>ciais paraos efeitos desta Lei aquela*- regidas por legislaçãoprt-;--ria, vinculr'las a Decreto de Criação que lhes emprestam características c dsstinação próprias.

Artigo 37 - A Ârer- Especial apresenta seis t ipos:

. . . . - AE-3 - Conçreendínclo os terrenos situados no49 di.rt.rito às atividades da Central Nuclear Alntirante Álvaro Alberto, cujas delimitações estão fixadasno mapa a Divisão Territorial da Minicípio de aoorcbcom o Decreto n<? 77.098, de 2 de fevereiro de 1976."

A Lei es tabelec ia como áreas Especiais

aquelas vinculadas ãs atividades do Terminal da PETROBRÁS -

TEBIG, da Verolme Estale iros Reunidos do Brasi l S/A, da Cen

tra i Nuclear Almirante Álvaro Alberto e os terrenos que inte

IRAM- 30 ANOS VALORIZAMOO 0 MUNICÍPIO

IISMOII BRASILEIRO OE IDMIIISTRIClO MIIICINl

167

gram o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Estadu

ai da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual da Praia do

Sul e a Vila da Mambucaba. Estas áreas são regidas por le

gislação própria e seus l imites fixados em decretos espec£

ficos de criação, que contêm, ainda, suas ca rac te r í s t i cas e

destinações.

"Artigo 41 - Na AE-3 as diversas atividades euso serã •• permitidos segundo o indicado no quadro IIpara a Zona Residencial 2 - ZR-2 da Area Comprometidacom a Ocupação Urbana-ACCX,.

Parr.grafo Único - Para as atividades e usos referidos no carmt ã.-ste artigo, a altura das edificações, a dimensão dos lotes e a ocupação destes obedec£rão ao estabelecido no artigo 19 desta Lei e nos quadros I e II pesra a ZR-2 da ACOU.

Artigo 42 - Para as utilizações diretamente relecionadas com a produção nuclear de energia a alturadas construções e a ocupação dos terrenos ficam a crdtérío da Prefeitura Municipal que os estabelecerá conjuntamente com a NUCLEBRSS. "

0 art igo 19 referido no parágrafo único do ar

tigo 41 estabelece para as zonas res idenc ia i s , entre as

quais a ZR-2, condições quanto a número máximo de pavimen

tos , afastamento frontal mínimo, afastamento de fundos ntí

nimo e afastamentos l a t e r a i s mínimos. Os Quadros I e II,

também referidos no mesmo parágrafo, estabelecem dimensão

dos lotes (testada mínima e lote mínimo), além de usos e

atividades permitidos e não permitidos, bem como taxas mi

nimas de ocupação.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTIIIfl BRISIMII IE IIHIIISTIICII MIICIUl

168

Toda a região comprometida com a central nu

clear, inclusive a vila residencial, é classificada como

Zona Residencial e, portanto, sujeita a normas de

ocupação dos terrenos, mesmo sendo considerada "Área Espe

cfal". Tal fato reflete a tentativa por parte do poder püblJL

co local de controlar a ocupação gerada pela instalação da

Usina no Município, pelo menos no que se refere às ativid£

des não ligadas diretamente ã produção de energia nuclear,

ou seja, nas áreas ocupadas pelas Vilas Residenciais, alojja

mentos, escritórios, e outros. Em relação a área onde se

localiza a Usina propriamente dita, a Lei se omite quanto

ao estabelecimento de limitações ou padrões da utilização.

Estes deverão ser fixados em negociações com a NUCLEBRÂS.

5 - CONCLUSÃO

A instalação da Usina Nuclear cm Angra dos

Reis foi responsável pela ida, para o Município, de grande

contigente populacional que, conforme sugere a pesquisa rea

lizada pelo IBAM, se instalou não apenas nas vilas residen

ciais e alojamentos criados por FURNAS, como também nos nü

cleos urbanos já existentes. A criação de vilas dotadas de

infra-estrutura e equipamento comunitário resolveu parte da

demanda gerada pela instalação da Usina no Município, pois

nestes casos nio se registrou demanda alguma ao poder públi_

co local.

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISflTIII IMSIIEIII IE IIMIIISIIICII illlCINl

169

No que se refere aos alojamentos, a realida_

de é distinta: foram instalados independentemente de mobi

lização de recursos municipais, mas constituíram para uma

parte dos operários uma moradia provisória. Na realização

da pesquisa, foi possível identificar que um número signi^

ficativo deles constituiu família ou a trouxe para que se

instalasse definitivamente no Município, ocupando áreas ur

banas obviamente externas aos alojamentos.

Vale ressaltar que o adensamento ocorrido

principalmente nos clistritor. de Cunhanibebe e Mambucaba pri

rece ter sido provocado não apenas por aqueles que efetiva

mente trabalham para a Usina como por muitos que para lá

se dirigiram apenas com expectativas cie conseguir trabalho.

A instalação da Usina no Município, como a

do qualquer outro grande empreendimento, gerou processos

de ocupação desordenada do solo e adenr.amonto populacional

incontroláveie. Não se trata, no entanto, de considerar

sua implantação, do ponto de vista das transformações fís_i

co-territoriais, como um fator negativo em si. 0 cresci^

mento e o adensamento urbano não trazem necessariamente

conseqüências negativas. Pelo contrário, a instalação de

uma grande empresa gera em qualquer Município possibilída

des de trabalho e de desenvolvimento urbano. É preciso,

entretanto, que este desenvolvimento seja planejado.

IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTI IIISILEIII IE IIMIIISIIICll MIIICIPIl

170

Na escolha dos locais para intalação das vi

las e alojamentos foram levados em conta apenas aspectos

como proximidade da Usina, topografia adequada e facilida

de de transportes. O Município não foi pensado como um to

do e os processos de ocupação do solo que a implantação ge

raria não foram considerados,.como costuma ocorrer com em

preendimentos do vulto da central nuclear.

A Prefeitura Municipal de Angra dos Róis,

por seu turno, não dispunha de instrumentos eficazes de

controlo do uso cio solo. Somente em dezembro de 1981 foi

aprovado p^la Câmara Municipal o Plano de Desenvolvimento

Fisico-Tcrritorial do Município, que é " o instrumento

têcnico-administrativo destinado a orientar, ordenar e cori

trolar <• ocupação e o uso do solo urbano e promover o do

22senvolvimento físico-territorial do Município" . Sua im

plantação é uma tentativa, por parte do poder público Io

cal, de promover no Município um desenvolvimento mais ord£

nado, ao contrario do que vem ocorrendo.

fi de se considerar também que a Prefeitura

nao dispunha do recursos administrativos e financeiros pa

ra suportar o impacto do crescimento populacional do Muni

cípio e atender à demanda da população. Tampouco pode-se

afirmar que as carências institucionais tenham sido supera^

das em seu conjunto. Seria por demais ingênuo afirmar que

22 - Lei Municipal n9 145/81, art. 29

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIITI IHSIIEIM IE IIMIIISTIICll IIIICIPII

171

a Lei por si sõ poderia pôr freios à ocupação desordenada

do solo.

O processo de crescimento dos núcleos urbci

nos continua em curso. Com a construção das centrais Ari

gra II e III vêm sendo realizadas obras de expansão na

chamada vila residencial da Marnbucaba. As obras da ceri

trai nuclear permanecera como pólo rie atiação de mão-de-

obra para o Município. É possível que após sua conclu

são parte do pessoal hoje instalado nos alojamentos perrnn

neça - nura roprod ^so do procer-oo anteriormente descrito

- no Município, aumentando ainda mais a demanda por habõ

tações e infra-estrutura urbrn ..

Não r.o trata apenas de: tentar resolver os

problemas existentes. É necessário avtl.iír como reporcii

tirão, a nível da ocupação do solo municipal, decisões

que venham a ser tomadas na ampliação das vilas residen

ciais,construção de novos alojamentos ou qualquer outra me

dida que gere mudanças significativas na apropriação e

uso do solo municipal.

MOD too4 ISAM - 30 ANOS VALOR IZANDO O MUNICÍPIO

IISMITI IIISIIEIII IE IMIIISrilCll IIIICIPIl

172

MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REISPARCELAMENTOS DE TERRA APROVADOS PELA PREFEITURA MUNICIPAL1950/1981

NO DE PARCELAMENTOS, NOME E LOCALIZAÇÃO DISTRITO DATA DEORDEM APROVAÇÃO

1 Província Franciscana c' Imaculada Conceição do Brasil/morro de Santo Anto- 19 abr. 51nio

2 Loteamento da Chácara Carioca/morro daCarioca 19 jun. 52

3 Recreio dos Pescadores/enseada do Ari-ro 29 mar. 56

4 Acréscimo do Loteamento da Chácara daCarioca/morro da Carioca 19 jun. 59

5 Loteamento do Convênio do Carmo/morrodo Carr.:'j 19 Déc.de 50

6 Loí^omento da Fazondinha Anyra dosReis/Encruzo da Enseada 29 Dec.de 50

7 Terrenos da Prefeitura/morro da CaixaD'Água 19 Déc.de 50

8 Desmembramento dos Terras de São Ber-nardino Sena/morro de Santo Antônio... 19 agos. 61

9 Loteamento Jardim Fortaleza/morro da

Fortaleza (AR) 19 Após 61

10 Loteamento Bonfim/pr. do Bonfim 19 jan. 63

11 Loteamento Ponta do Calafdte/ponta doCalafate 19 jun. 65

12 Acréscimo do Loteamento da Chácara daCarioca/morro da Carioca 19 Déc.de 60

MOO too4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisiimi iiisiifiii if iimnsfiicit micini

173

H9 DE PARCELAMENTO, NOME E LOCALIZAÇÃO M C T D T T OORDEM DISTRITO

13 Loteamento Monsuaba Verolrae/Monsuaba.. 39

14 Condomínio da Marina/praia do Sal gema. 19

15 Loteamento do Camorim/Camorim 39

16 CondomTnio do ICAR/Pontal 29

17 Recreio Azul/Monsuaba 39

18 Loteamento TEBIG/Jacuecanga 39

19 Parque Cr,:tpo Belo/Gamboa 29

20 Centro Turístico Praia do Jardim/pr. ia

do Jardim 19

21 Jardim Angrense/mo. ro da Caixa D'figua 19

22 Bairro Residencial da Verolme/Jacuecanga 39

23 Condomínio da Ilha dos Macacos/Ilh? dosMacacos 69

24 Condomínio Mombaça/praia da Momb:."? .. 19

25 Praia da Itinga/enseada do Bracuí 29

26 Projetos Retiro/enseada do Retiro 29

27 Parque das Palmeiras/praia da Chácara. 19

28 Loteamento - espólio de J. Estevês doNascimento/Vila do Frade 29

29 Condomínio Praia Dourada/enseada do fomorim 19

30 Porto Galo/Itapinhoacanga 39

31 Loteamento Ponta do Pasto/Ilha da Gi-

põia 19

32 Porto Galo/Itapinhoacanga 39

33 Enseada do Camorim/enseada do Camorim. 2934 Fazenda I tapicu - Parque Mambucab-r/Mam

bucaba 49

35 S í t i o Recreio da I lha / I lha da Gipóia.. 19

DATA DEAPROVAÇÃO

Dec.de 60

Dec.de 60

jun.

set.

Após

Após

set.

nov.

70

70

70

70

72

72

73

març. 74

agos. 74

jun . 74

sot . 74

set . 74

fev. 75

ags. 75

75

75

abr. 76

ma- 76

j u n . 76

jun. 76

jun. 76

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IHSIIEIII IE IlilllSTIICll illlCIPIl174

ORDEM PARCELAMENTOS, NOME E LOCALIZAÇÃO DISTRITO APROVAÇÃO

36 Porto Bracuhy/BracuT

37 Condomínio Praia Vermelha/Mambucaba ..

38 Condomínio MarielIa/enseada do Arirõ..

39 Parque Belém/Belém

40 Loteamento Balneário Gamboa/enseada deJapuíba

41 Vila Bracuí/Bracuí

42 Condomínio Praia Sol/Monsuaba

43 Itanana/enseadc do ArirÕ

44 Centro Turístico Integrado Itacara/enseada do ArirÕ

45 Reloteamento da Gleba 6/Frade

46 Rploteamer.to da Gleba 3 e parte da Gl<;ba 2/Frade

47 Fazenda do Frade/Frade

48 Loteamento da Ilha da Caieira/enseadade Japuíba

49 Loteamento Nelson Bruno/Vila do Frade.

50 Centro Turístico Integrado Intacarã/eiiseada do Ari rõ

51 Praia da Tartaruga/baía de Jacuecanga.

52 Loteamento Praia Fazenda/Ilha da Gi-põi a

53 Condomínio da Espia/Itapinhoacanga ...

54 Maria Coleta e outros/ponta da VoltaGrande ,

55 Ponta do Cantador/Vila Velha

29

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abr.

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MOO <oo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISILEIM IE IIMIISIIICftl MIICINL

175

PARCELAKENTO, NOME E LOCALIZAÇÃO

56 Enseada dos Girassóis

57 Ilha da Caieira

58 Ilha Comprida

59 Biscaia

60 Praia das Goiabas

61 Guariba

6? Refujio do Imperador/Serra D'Água

63 Sandri

64 Ponta do Leste

65 Ponta dos Ubãs

66 Praia do Sul/Ilha Grande

67 Condomínio Cachoeira

DISTRITO

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DATA DEAPROVAÇÃO

dez. 78

jan. 79

•ar. 79

abr. 79

abr. 79

jun. 79

fev. 80

mar. 80

out. 80

nov. 80

mar. 81

abr. 81

FONTE: Plano de Desenvolvimento Fís ico-Ter r i to r ia l de Angra dos ReisSECPLAN-1978 e Prefeitura Municipal de Angra dos Reis.

MOD (004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

S E C T I O N 1

MINAS GERAIS

OCEANO ATLÂNTICO

jySortfo»

ESTUDO DAS INFLUÊNCIAS DA IMPLANTAÇÃO

DA USINA NUCLEAR EM ANGRA DOS REIS

LEGENDA

• CAPITAL 00 ESTAOO

SEDE MUNICIPAL

LIMITE ESTADUAL

LIMITE MUNICIPAL

RODOVIA

FERROVIA

!MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS

S E C T I O N 3

N

0ESCALA GRAFICA

o «km

MAPA ILOCALIZAÇÃO DO MUNÍCIPIO NO ESTADO

ESCALA I 250 000 IBAM-I982

FONTE SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL DO RIO DE JANEIRO

ESTADO DE SAO PAULO

y ) J

s Iv.. _. s

2 * DISTRITO

" "*t

N ^

PARATI

BAIA DA ILHA GRANDE

S E C T I O N 1

OCEANO ATLÂNTICO

DA

ISÃO PAULO

RIO CLARO

MANGARATIBA

\ '

ILHA GRANDE

'' ABRAÃO

/ 59 DISTRITODISTRITO /

icoMAl0

ESCAJ

ESTUDO DAS INFLUÊNCIAS DA IMPLANTAÇÃODA USINA NUCLEAR EM ANGRA DOS REIS

LEGENDA

• SEDE MUNICIPAL

• SEDE DISTRITAL

LIMITE ESTADUAL

LIMITE MUNICIPAL

LIMITE DISTRITAL

RODOVIA FEDERAL PAVIMENTADA

RODOVIA ESTADUAL OU MUNICIPAL PAVIMENTADA

RODOVIA MUNICIPAL NÃO PAVIMENTADA

FERROVIA

• AREA VINCULADA À CENTRAL NUCLEARiv"T

N 3

ESCALA GRAFICAO . 2 3 4 9 Km

MAPA 2O MUNICÍPIO

ESCALA I 200000 IBAM-I982

FONTE SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL DO RIO DE JANEIRO

ESTADO DL SÂO R

PMROUE NACIONAL D» \ SERRA OA BOCAINA

S E C T I O N 1

IA\SERfM OA BtkCAtNA

RIO CLARO

S E C T I O N 3

MANGARATIBA

PETROSRjfe

O

ESTUDO DAS INFLUÊNCIAS DA IMPLANTAÇÃO

DA USINA NUCLEAR EM ANGRA DOS REIS

LEGENDA

PARCELAMENTOS DE TERRA APROVADOS PELA PREFEITURA MUNICIPAL

DE ©50 A 1969

DE B70 A «75

DE 1976 A 1961mm

(?) N? DE ORDEM DO LOTEAMENTO IvCR RELAÇÃO OOS «wcCUMOm* APMJMOOS)

SEDE MUNICIPAL

SEDE DISTRITAL

: AREA ABRANGIDA PELO PARQUE NACIONAL•: DA SERRA DA BOCAINA

£ ÁREA VINCULADA A VEROLME, PETROBRAS OU CENTRAL NUCLEAR

RODOVIA FEDERAL PAVIMENTADA

RODOVIA ESTADUAL OU MUNICIPAL PAVIMENTADA

RODOVIA MUNICIPAL NÀO PAVIMENTADA

cSCALA GRAFICA

0 I 21 • I I

s km

MAPA 3OCURAÇÁO DO SOLO MUNICIPAL

S E C T I O N 4

ESCALA li 100 000 IBAM- 1982

FONTE : SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL 00 RIO OE JANEIROE PREFEl

ikiiiiiiiiiiiiiiii

*DNM 00 cS E C T I O N 1

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SECTION Z

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S E C T I O N 3n.N* O* FMMÇISC*

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ESTUDO DAS INFLUÊNCIAS DA IMPLANTAÇÃODA USINA NUCLEAR EM ANGRA DOS REIS

S E C T I O N 5

ESCALA GRAFICAO «o

MAPA 4A SEDE MUNICIPAL

ESCALA I IOOOO ISAM- 1982

PONTE ; SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO OERAL 00 RIO OE JANEIRO

V I - DIMENSÃO SÓCIO-ECONÔMICA

WAM-JOANOSVAUMItZANOOOMUNICfftO

IISTIIITI IIISIIEIRI IE IIMIIISIRICII MIIICIPflL

177

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo identificar

as variações registradas na economia do Município de Angra

dos Reis em decorrência da construção da Usina Nuclear. O

estudo dessas relações consiste no entendimento prévio da

evolução das atividades locais, no diagnóstico econômico do

Município em anos mais recentes e, finalmente, nas altera

ções ocorridas em função do fenômeno que se pretende estu

dar.

O exame das fontes secundárias e os levanta

mentos efetuados durante a pesquisa de campo tiveram por

finalidade a análise dos índices econômicos locais, em pe

ríodos anteriores e atuais, buscando-se uma correspondência

entre o comportamento dos mesmos e as possíveis influências

resultantes da construção da Usina.

0 termo "influência" pode ser entendido

aqui como um fator capaz de gerar modificações ou altera

ções na economia do Município. É importante salientar que

esse trabalho não procurou ver a Usina Nuclear como um fenô

meno capaz de gerar reflexos ambientais na área, mas apenas

como uma grande obra do setor da industria da construção c.i

vil, inclusive porque durante o período estudado a Usina

nâo estava em operação, mas em fase de construção.

MOD 1004 IBAM-30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIUIII IE IIHIIISTIICll WIICIMl

178

A reunião dos dados secundários objetiva

agregar informações disponíveis que possam situar as prin-

cipais variáveis econômicas no período 1960/1980. Deve-se

ter em conta que os resultados da análise de uma economia

municipal são bastante relativos. Os elevados custos da

produção estatística fazem com que os principais agentes co

letores e produtores de informações se situem nas esferas

estaduais e federais, não havendo preocupação em desagregar

as informações a nível municipal. Desta forma, os objeti-

vos iniciais do trabalho tiveram que se conformar ã dispo-

nibilidade dos dados. Procurou-se, entretanto, a busca de

coerência das informações, indicando em alguns casos o li

mite e abrangência das conclusões.

As modificações sócio-econômicas registradas

no Município foram avaliadas através de indicadores sociais

- demografia e renda - e a partir de indicadores econômicos

que demonstram o comportamento dos setores agropecuário,in

dustrial, comercial e de serviços; cada um desses setores

foi avaliado segundo as variáveis: pessoal ocupado, número

de estabelecimentos e valor da produção.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ECONOMIA ANGRENSE

As breves notas sobre a história econômica

do Município de Angra dos Reis visam subsidiar a análise e

a compreensão das atuais características da economia local.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

llSflllll IIISIIEIII IE IlilllSIIICH HUMPH

179

Talvez o fator mais relevante para' o entendimento dessa evo

lução consista na própria situação e traçado geográfico do

Município. Desde o século XVI, na região hoje t ihecida co

mo Litoral Sul ou Baía da Ilha Grande, os Municípios de Pji

rati e Angra dos Reis serviram de intermediação ou entrepots

tos comerciais ãs atividades de mineração, tráfico de e£

cravos e escoamento de produtos agrícolas tradicionais co

mo o açúcar e café, assemelhando-se a outras regiões brasi_

leiras que conheceram o mesmo processo. Aos períodos de

expansão econômica sucediam-se et. nas de declínio e comple

ta estagnação da região, pelo simples fato de o Município

não possuir uma economia própria e depender exclusivamente

de ciclos econômicos, cuja exploração e mercado se encon

travam fora dos seus limites espaciais.

A pesca e, mais recentemente, o turismo - de

correntes dos próprios recursos naturais - aparecem como as

únicas atividades que, se bem exploradas, seriam capazes de

proporcionar ao Município um desenvolvimento integrado.

Nos primeiros decênios do século XX há in

formações sobre a existência de um número expressivo de in

dústrias de pesca na região, exploradas com a iniciativa

dos imigrantes japoneses. Esta atividade utilizava a in

fra-estrutura do porto local, propiciando oportunidades de

emprego, embora tudo leve a crer que a sua exploração se

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSflflll IllSllilll IE IlilllSIIKll IIIICIPIl

180

guia moldes artesanais. A justificativa da não prosperida

de da indústria pesqueira é imputada ao aparecimento e aos

subsídios oferecidos ãs indústrias congêneres situadas em

outros Municípios do Estado do Rio de Janeiro e em Santa

Catarina e, ao mesmo tempo, à ausência de serviços locais

de eletricidade, de transporte e de apoio que permitissem

a utilização de métodos de fabricação mais modernos e a

realização de uma estocagem adequada.

De qualquer forma o insucesso desta ativida

de não pode ser explicado exclusivamente pela ausência de

serviços locais que servissem de apoio ã sua expansão mas,

principalmente, pela inexistência de formas empresariais

mais modernas, que pudessem suprir a região de serviços com

plementares à sua exploração. Nas atividades de pesca, e

não na indústria pesqueira, ainda se encontra empregada ra

zoãvel parcela de mão-de-obra local, cuja remuneração é

pouco significativa.

Entre as atividades tradicionais do Municí-

pio de Angra dos Reis deve-se indicar o movimento portuário

que ainda hoje, mesmo se submetendo a períodos cíclicos,se

apresenta como relevante fonte de sobrevivência da popula-

ção local. Conformando-se ao declínio das atividades tra-

dicionais e perdendo parte do seu movimento para Santos,

o mesmo conheceu uma fase de modernização no segundo quar-

MOD '004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iisnroii IIISIIEIII if iwiiisiucii miiciPii

181

tel do século XX em função da criação da Companhia Siderúr

gica Nacional no Município de Volta Redonda. As importa

ções e exportações de minério bruto e beneficiado e de ou-

tros produtos transformaram o Porto de Angra dos Reis na

principal atividade econômica do Município. Nos dias atu-

ais, o porto perdeu relevo e, segundo informações locais,

os últimos anos foram marcados por períodos de "estiagem"

que variam de três a quatro meses por ano. Entre os moti-

vos alegados, de acordo com as mesmas fontes, fo^am indica

dos problemas políticos que acarretam a ociosidade do por_

to pela transferência de parcelas substanciais das cargas

para o porto do Rio de Janeiro, ainda que este último este

ja saturado.

A situação de emprego no Município sõ come-

çou a estabilizar-se a partir da década de 1960, coincidin

do com os grandes programas de abertura da economia brasi-

leira para o capital estrangeiro. Parte do distrito de

Jacuecanga foi cedido ã Verolme Estaleiros Reunidos do Bra

sil S/A, que ali instalou um complexo industrial numa área2

de 15.200.000 m . 0 local privilegiado, a meio caminho en

tre o Rio de Janeiro e São Paulo, veio naturalmente facili^

tar a construção de navios, contando ainda com a isenção de

impostos federais e estaduais, de acordo com a Lei n<? 244,

de 1959.

MOO ioo4 I B A M - 3 0 ANO» VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IIStllHI IIISIIEIII IE II1IIISTIICII MllCiril

182

Com a implantação da Verolme, o Município de

Angra dos Reis começou a presenciar um processo que perdu-

ra, qual seja, a instalação de grandes investimentos de ca

pitai nos setores da indústria, da construção civil e imo-

biliária que, aproveitando os recursos naturais da região,

são quase que completamente desvinculados das atividades

tradicionais da região. Os seus efeitos sociais, econômi-

cos e políticos, na esfera municipal, são de difícil avalia

çao.

Posteriormente, a implantação do terminal da

PETROBRSS, a construção da Usina Nuclear e, principalmente,

a construção de trechos da Rodovia BR-101 (Rio-Santos) pa

recém ter repetido o mesmo fenômeno da indústria da constru

ção naval. Com relação ã construção da BR-101, alguns agen

tes entrevistados falam do período como "a segunda época

dourada" de Angra. A primeira teria sido a do café, quan-

do todos se beneficiaram, mesmo reconhecendo que, após a

conclusão dos trabalhos da Rodovia, as populações migran

tes e sem qualificação tenham ficado desempregadas, sendo

responsáveis pelo aparecimento de algumas favelas no Muni

cípio.

A relativa distância que separa o distrito-

sede de Angra dos Reis dos demais distritos e a possibili-

dade de acesso permitida pela abertura da BR-101 dão ao

Município uma característica sui generis: percorrendo-o,

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

llSmill IIISIIEIM II llllllSIUCál MllltIPIl

183

tejQ-se a impressão que se trata de várias pequenas cidades

industriais ou de veraneio, sem qualquer hierarquia ou in

terdependência. Cada local possui seu comércio, suas ati-

vidades de lazer, além de infra-estrutura urbana que,em al_

guns casos, ê quase superior ã da sede municipal.

£ interessante observar que o distrito-sede

não reflete o grau de importância dos investimentos implan

tados no Município. As atividades comerciais e de servi

ços atendem ã população local ou pessoas de baixa renda

que habitam na Ilha Grande. A rede de transportes urbanos

atende principalmente ãs pessoas ali residentes que traba-

lham em distritos vizinhos. Cada um dos empreendimentos in

dustriais, localizados nos diversos distritos, possui suas

vilas operárias, alojamentos, vilas residenciais, comércio

próprio, clubes de esporte, escolas e, principalmente, in

fra-estrutura de serviços e padrões habitacionais que va

riam em função da renda dos seus habitantes.

Os grandes empreendimentos imobiliãrios,quéJ

se todos localizados nas margens da BR-101 ou nas ilhas,já

são planejados com os respectivos serviços e se abastecem,

em longa escala, na cidade do Rio de Janeiro. O distrito-

sede, ao contrário de Parati e de outros Municípios situa-

dos na Região dos Lagos, parece não se beneficiar do fluxo

turístico atraído pelas vantagens da região, constituindo-

se apenas como local de passagem, não dispondo de serviços

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IMITIU IIISILEIII IE IIIIIISTUCll HllCiril

184

que possam fixar os visitantes ou concorrer com outras lo-

calidades.

3. METODOLOGIA

As análises efetuadas ao longo do estudo pro

curam sempre expor situações e oferecer argumentos capazes

de elucidar controvérsias sobre as influências decorrent»-

do fenômeno que se pretende estudar. A análise do desempe

nho da economia municipal, através de indicadores sõcio-

econômicos, nem sempre permite uma visão especifica de cau

sa-efeito da realização de cada investimento. É claro que

qualquer investimento diferencial provoca modificações no

local de aplicação dos recursos. No entanto, as fontes se

cundárias das estatísticas regionais, reunidas através de

grandes "agregados", não permitem indicações isoladas do

tipo "quem foi responsável por determinada ocorrência".

A dimensão econômica procura, a partir de

comparações, situar períodos anteriores à presente situa

ção, com a finalidade de verificar transformações na econo

mia do Município de Angra dos Reis, que possam ser credita

dos â construção da Usina Nuclear.

Em estudos sõcio-econômicos, quando se tra

balha com dados secundários visando ao conhecimento de de

terminada realidade, o procedimento usual de avaliação con

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iisnraii iiisiiEtn K INIIISIUCM Mitciru

185

siste en organizar séries temporais que permitam a verifi-

cação das alterações ocorridas nas principais variáveis.As_

sim, delimita-se o período de implantação da Usina Nuclear

e estabelecem-se comparações entre os índices e taxas do

período com os registrados em períodos anteriores.

De acordo com a disponibilidade dos dados,os

períodos estudados incluem: 1960/1970 e 1970/1980. Alguns

indicadores das atividades econômicas foram estimados para

1980, uma vez que os últimos censos econômicos datam de

1975.

0 confronto dos índices de crescimento Io

cal com os de outras regiões permite também verificar se a

economia do Município apresenta valores significativos ou

se houve apenas um crescimento vegetative As informações

coletadas compreendem o Município de Angra dos Reis, inclu

indo os distritos, a micxorxegião conhecida pelos nomes de

Baía Grande ou Litoral Sul, a mesorregião Periferia doGrari

de Rio, o Estado do Rio de Janeiro e o Brasil.

A microrregião Baía da Ilha Grande é assim

caracterizada pela Fundação IBGE na Sinopse Preliminar do

Censo Demográfico do Estado do Rio de Janeiro de 1980:

"Abrange o trecho do Sudeste fluminense, onde a Serra do Mar mais se aproxima do oceano. Esta microrregião, que sempre teve o seu desenvolvimento muito dependente do mar, outrora conseguiu ser

IBAM- 30 ANOt VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

nsnnii •iisiiEiii M miiisnicia micirii

186

próspera, per efeito da sua função intermediária para o planalto atravês de Parati (ciclo do ouro, séculos XVI e XVII) e de Angra dos Reis(ciclo do café, fins do século XVIII e meados do século XIX). QuandoMelhores vias de acesso (vale do Paraíba) foram aproveitadas, começouseu declínio e posterior estagnação, sô superada coro o ressurgimentodo porto de Angra dos Reis, como receptor de carvão para Volta Redon-da (Cia. Siderúrgica Nacional) e mais recentemente coro a instalação deenpresas de construção naval (Jacuecanga, município de Angra dos Reis),da usina nuclear (em Itaorna) e o desenvolvimento da atividade de turismo e veraneio estimulada rela melhoria da acessibilidade, em função da abertura do trecho Rio-Santos da BR-101. Esta atividade vem-se refletindo no aumento de população, que no último período intercensitário foi, em termos relativos, 38,67%, posicionando a microrregiaoem segundo lugar entre as demais microrregioes, quanto ao crescimentopopulacional. 0 incremento da população urbana foi de 60,24% e da rural 23,29%. A densidade demográfica registrada em 1980 é de 45,09%"nab/km 2.

Em decorrência da posição marítima, nuna costa ondese multiplicam pequenas enseadas, a pesca adquire expressão. Estaatividade bastante antiga tea sua produção enviada para são Paulo eRio de Janeiro, além de atender às indústrias de conservas locais.

A cultura da banana, que encontrou nas encostas superúmidas da Serra do Mar condições favoráveis, é o principal produto agrícola da área. Entretanto, seu cultivo acha-se em retração, oque se comprova pela rectu io em 36% da área plantada entre 70 e 80,em função da implantação de estabelecimentos industriais eda instalação do Parque Nacional da Bocaina, que motivou a proibição da ocupação agrícola nas encostas serranas acima de 200m de altitude.

Angra dos Reis, com 24.894 habitantes, é o principai núcleo urbano da microrregiao; van, com a abertura do trechoRio-Santos da Rodovia BR-101, ampliando o seu espaço e expandindo oseu equipamento de serviços para o atendimento ã demanda do fluxo depopulação ligado ao turismo e veraneio.

Parati, durante tantos anos estagnada, tende a seexpandir como centro turístico, dado o seu papel de cidade históri-ca, tombada pelo IPI1AN, a que se pode atribuir a alta taxa de cresci-mento registrada, de 7,88 ao ano".

A mesorregião onde se situa o Município de

Angra dos Reis - Periferia do Grande Rio - é constituída pe

Ias microrregioes da Baía da Ilha Grande (Angra dos Reis e

Parati); Vassouras e Pirt»! (Engenheiro Paulo de Frontin,

Mendes, Miguel Pereira, Piral, Rio Claro e Vassouras) e

Três Rios (Paraíba do Sul, Sapucaia e Três Rios).

MOD T004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

llSflflll IIISIIEIII I I IIMIIISTIICll IIIICIPIl

187

Além dos dados secundários obtidos junto ao

IBGE, FAPERJ, BNH e outras fontes, foi consultado o cadas

tro da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, no período

1967/1981, r e l a t ivo aos estabelecimentos comerciais, indu£

t r i a i s , prestadores de serviços e de prof iss ionais autôno

nos. Os valores a preços constantes foram obtidos a p a r t i r

dos índices publicados pela Fundação Getúlio Vargas ~ Indi

ce geral de preços e disponibilidade in terna, segundo os

dados encontrados no quadro a seguir:

QUADRO 1 - ÍNDICE GERAL DE PREÇOS - DISPOIJIBILID.iDE INTERNA1960/1980

ANDS BASE 6 5 / 6 7 BASE 77 BASE 70 BASE 80

1960 6,6 0,5 2,9 0,161 9,1 0,7 3,8 0,262 13,8 1,1 5,9 0,363 24,2 2,0 10,8 0,564 46,2 3,7 19,9 0,965 72,3 5,8 31,2 1,466 99,7 8,1 43,4 1,967 128,5 10,4 55,7 2,468 159,4 12,9 69,4 3,069 191,6 15,5 83,3 3,670 229,9 18,6 100,0 4,471 276,9 22,4 118,3 5,272 323,8 26,2 140,9 6,173 373,2 30,2 162,4 7,174 479,6 36,8 208,6 9,175 613,1 49,6 266,7 11,676 866,0 70,1 376,9 16,477 1.236,0 100,0 537,6 23,478 1.714,0 138,7 745,7 32,479 2.638,9 213,5 1.147,9 49,980 5.283,9 427,5 2.298,4 100,081 11.089,4 397,2 4.823,7 209,982 19.975,0 1.616,1(1) 8.688,7 378,0

FONTE: FGV, Conjuntura Econômica, separata 8.d.(1) Previsão

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisniiii iiisiiEiii H IIIHISTIIÇII micirii

188

A análise relativa a Renda e Trabalho da po

pulação do Município de Angra dos Reis tomou por base os

resultados de pesquisa por amostragem realizada pelo IBAM,

que forneceu estimativas de proporções, permitindo avaliar

a posição dos chefes de famílias quanto a migração para o

Município, local de trabalho e renda auferida.

Os dados relativos a Poupança Compulsória e

Poupança Voluntária foram obtidos através das apurações es_

peciais, realizadas no Banco Nacional de Habitação, das va

riáveis pertinentes a Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

e a Caderneta de Poupança. Finalmente, foram entrevistados

alguns agentes representativos das atividades comerciais c

de serviços do Município. Este levantamento teve por obje-

tivo a confirmação das análises efetivadas a partir dos da

dos secundários e, paralelamente, o conhecimento das possí.

veis relações entre a construção da Usina Nuclear e seus

respectivos ramos de negócios.

A seleção dos entrevistados baseou-se no co

nhecimento prévio do perfil da economia municipal. Os agen

tes contatados estão ligados ãs atividades terciárias de

maior reprcsentatividade na economia local, tais como: pro

prietãrios de hotéis e restaurantes, agentes imobiliários,

presidentes de sindicatos, gerentes de bancos, profissio

nais autônomos, proprietários de lojas de eletrodomésticos

c de material de construção.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

innnit iiàsiuiii K imiisraicn MMCINI

189

4. POPULAÇÃO E RENDA

A população do Município de Angra dos Reis

cresceu, no período 1960/1980, a t axas super io res às r eg i s

t r adas a n íve l nacional . Explica-se t a l fenôneno p r i n c i p a l

• e n t e pelo elevado grau de urbanização decorrente do apare

cimento das a t iv idades l igadas ao s e t o r secundário - indús

t r i a naval e i ndús t r i a da construção c i v i l . Ainda que de

1970 a 1980 , i n t e rva lo em que foi construída a Usina Nu

c l e a r , a taxa geométrica anual de crescimento da população

tenha sido bas tan te elevada (3,60%), pode-se observar que

e s t e indicador j á apresentava nos anos a n t e r i o r e s , 1960/1970,

uma ordem de grandeza bem mais s i g n i f i c a t i v a , 7,29%.

O Município de Angra dos Reis r e g i s t r a taxas

de crescimento bem super iores ao Município de P a r a t i . Em

termos de densidade demográfica, o primeiro apresenta índi_

ce de 49,45 e 70,40 habAm2 para os anos de 1970 e 1980;2

e P a r a t i , 17,40 e 22,49 habAm para os mesmos anos. Tor

na-se evidente que no i n t e r i o r da microrregião, ambos os Mu

nic íp ios conheceram um grande crescimento demográfico devi

do aos investimei tos nos se to res mencionados.

Os dados absolutos que permitem o calculo de índices, taxas c participnção percentual em diferentes níveis espaciais encontram-se emanexo.

MOO'*» IBAM- 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

190

A reconstrução da economia ao Município, tra

dicionalmente concentrada na agricultura e na pesca, passan

do nos últimos decênios para atividades industriais e de

serviços essencialmente urbanas, foi o fator responsável p*

Ia atração de Mão-de-obra local ou originária de Municípios

vizinhos.

Esta observação fica M i s evidente quando se

passa ã análise dos Quadros 1 e 2. Denota* que o crescimen

to da população municipal ocorreu de forma desigual e, natu

ralmente, os distritos mais populosos - distrito-sede, Curtuse

bebe, Jacuecanga e Mambucaba - corresponde» aos locais onde

estão situados os centros de serviços e outros investiu».-n

tos de capital.

QUADRO 2 - INDICADORES DEMOGRÁFICOS PARA A POPULAÇÃO RESIDENTE A MlVEL DISTRITAL, MUNICIPAL E MICRORREGIONAL - 196071980

ESPECIFICAÇÃO

Bala da Ilha Grande

Angra dos ReisAngra dos Reis

Abraão

Ctrtunbebo

JacuecangaMaRbucaba

TAXA ANUAL GBGM&KICACE CBESOMENTO (%)

60/70

6,807,29--

-

-

-

Praia de Araçatü^*

Parati 5,54

70/80

3,323,603,67

- 1,626,123,25

14,52- 2,58

2,60

DQSIDRDE DEMDGRfiFICA(HAB/KK2)

70

32,549,45

780,0032,1718,5873,795,70

48,0217,40

80

45,0970,40

1.118,8827,3133,66

101,5822,1136,9922,49

FONTE: IBGE, Sinopses Preliminares dos Cut^os Demográfi,cos - 1960, 1970 e 1980

VA1MM7

iismin iiisiiEiii i i HMiiisTiicii miiciriL

191

Os distritos de Abraão e Praia de Araçatiba

foram os únicos que conheceram taxas anuais negativas e re

duçio da densidade demográfica. Este fenômeno se justifica

pelo decréscimo da atividade pesqueira e pelas oportunida

des de emprego em outros distritos.

Ê impossível fixar um paralelo entre a cons;

trução da Usina Nuclear e o acentuado crescimento da popula

çio do Município de Angra dos Reis. Se por um lado, confor

me já foi observado, as taxas de crescimento no período

1960/1970 foram superiores às do decênio 1970/1980, deve-se

lembrar também que o crescimento da população em época mais

recente pode ser creditado aos seguintes fatores: constru

ção da BR-101, movimento portuário, atividade de serviços

e edificações do setor de turismo e da indústria de constru

ção naval que, implantada anteriormente, tem aumentado sua

capacidade de produção e ampliado seu quadro de funciona

rios.2

Embora não se possa quantificar a demanda

de mão-de-obra por parte da construção da Usina Nuclear, ob

serva-se que Jacuecanga e Mambucaba conheceram fortes in

crementos demográficos no período 1970/1980, sendo que es

2 ~Segundo informações fornecidas pela Verolme, cerca de 800 pessoas residem em casas e apartamentos da empresa; 1.800 funcionários vivemem alojamentos; e as restantes 3.400 residem em áreas vizinhas aoEstaleiro, totalizando aproximadamente 6.000 funcionários.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIflTI IHSIUIII IE IIMIIISTUCll 1IIICIPII

192

te ultimo distrito teve a maior taxa de crescimento, quadru

plicando sua densidade demográfica.

QUADRO 3 - INDICADORES DEMOGRÁFICOS PARA A POPULAÇÃO TOTALRESIDENTE A NÍVEL DISTRITAL, MICRORREGIONAL, ESTADUAL E NACIONAL - 1960/1980

TAXA ANUAL GEOMÉTRICA DE DENSim^E-DEMDGRÂflT2SPECIFICI&O CRESCIMENTO (%) CA (ha/k*2)

60/70 70/80 70 80

Angra dos ReisBaía da Ilha GrandePeriferia cb GrandeRio

Rio de JaneiroBrasil

7,296,80

1,913,1]",90

3,603,32

1,699,062,48

49,4532,52

44,44112,6611,02

70,4045,09

52,56260,88

14,08

PONTE: IBGE, Sinopses Preliminares dos Censos Demográficos -1960, 1970 e 1980

Os indicadores demográficos do Município fo

ram superiores - com exceção do Estado do Rio de Janeiro

aos resultados obtidos na microrregião, mesorregião e até

mesmo aos registrados no país como um todo.

Com relação ã renda, tentou-se estabelecer uma

comparação entre as faixas salariais auferidas pela populç»

ção do Município de Angra dos Reis e do Estado do Rio de Ja

neiro. A nível municipal, os dados foram obtidos através do

questionário utilizado na pesquisa domiciliar, reunidos no Qua

dro 4. As informações relativas aos rendimentos mensais da

População Economicamente Ativa do Estado são provenientes

das Tabulações Avançadas do Censo Demográfico de 1980.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

Io

I

Io

QUADRO 4 - CHEFES DE FAMÍLIA RESIDENTES EM DISTRITOS DE ANGRA DOS REIS SEGUNDO A RENDAFAMILIAR - 1982

CLASSE DE RENDAFAMILIAR MENSAL

A b a i x o de 1 SM

1 a 2 SM

2 a 4 SM

4 a 6 SM

6 a 8 SM

Acima d e 8 SM

S/declaração

TOTAL

MORROS

2,42

4,84

33,06

29,84

14,52

11,29

4,03

100,00

ANGRA DOS REISOUTROSBAIRROS

1,25

2,50

15,00

8,75

20,00

46,25

6,25

100,00

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL

TOTAL

1,96

3,92

25,9821,57

16,67

25,004,90

100,00

CUNHAMBEBE(FRADE)

2,08

16,67

37,50

20,83

13,54

2,087,29

100,00

JACUECANGA

1,39

15,28

41,67

25,00

11,11

1,394,17

100,00

MAMBUCRBA"

-

28,5746,4317,86-

3,573,57

100,00

TOTAL

1 , 7 5

10,7533,0021,75

13,7513,755,25

100,00

Si

s

FONTE: Pesquisa de Campo - CEP/IBAM, 19 82

NOTA: Salário mínimo regional = Cr$ 11.928,00

õ w

IISIIIIII IIISIUIII IE IIMIIISIIICII illlCIPIl

194

Comparando-se os resultados da renda fami_

liar do Município com a distribuição da população Econômica

mente Ativa do Estado, verifica-se que em Angra dos Reis

apenas 1,75% da população empregada recebe rendimentos infe

riores a 1 salário mínimo; este percentual alcança 16,72%

da população trabalhadora do Estado. Na classe de renda fa

miliar mensal que recebe de 1 a 2 salários mínimos encon

tram-se apenas 10,75% da população empregada na cidade de

Angra dos Reis, atingindo, no Estado, 31,95% da População

Economicamente Ativa. No Município, 45% da população empre

gada ganha salários mensais superiores a 5 salários mini

mos, sendo que apenas 18,17% recebe esse valor no Estado.

Um dos indicadores das flutuações de mão-de-

obra diz respeito ãs arrecadações e saques do Fundo de Ga

rantia de Tempo de Serviço (FGTS). Os dados dos valores

arrecadados e sacados no FGTS permitem avaliar o desempe

nho das atividades econômicas, particularmente quanto ao

pessoal ocupado na área urbana. O número de saques efetua

dos indica a situação do desemprego, uma vez que a maioria

diz respeito a dispensas e poucos correspondem a aposenta

dorias, não estando aí considerados os saques para aqui si.

ção de casa própria.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

imitiu iiisiuiii it

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8

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MOO 1004IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iisniiti MISIUIII li iimisiiicii imcirii

196

As taxas anuais de crescimento do numero de

saques efetuados no FGTS e dos valores de saque e arrecada

ção foram plotadas no Gráfico 1 e permitem avaliar a sua

evolução no período de 1972 a 1980. As maiores taxas de

crescimento para o número de saques são encontradas nos pe

rlodos 1974/75 e 1976/77, podendo ser atribuídas ã dispensa

do pessoal ocupado na indústria da construção civil quando

do término da BR-101 e da conclusão das obras do Terminal

da PETROBRÃS.

A partir desta data as taxas dos saques co

meçam a mostrar uma tendência significativamente decresceri

te, período que coincide com a construção da Usina Nuclear.

Os valores arrecadados do FGTS, por sua vez, mostram taxas

de crescimento ascendentes para quase todos os períodos,

exceto para os biênios 1973/74 e os dois últimos da série,

fenômeno que também pode ser atribuído ao término das obras

dos grandes investimentos industriais alocados em Angra. No

último biênio verificou-se taxa anual negativa para os valo

res sacados, fato que só se observou no período 1976/77,coin

cidindo com o pico da elevação das taxas relativas ao nume

ro de saques efetuados, podendo ser explicado pela grande

dispensa da população empregada que percebia baixos saljá

rios.

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIUIII IE IMIIISIIICll MIICIPIl

197

A expressividade do Município de Angra em re

lação à Baía da Ilha Grande e ã Periferia do Grande Rio no

que tange à arrecadação do FGTS é mostrada pelas participa

ções percentuais de 99% e 63,82%, respectivamente. Os valo

res dos saques mostram que a maioria dos efetuados na mi

crorregião corresponde às dispensas realizadas no Município

de Angra dos Reis. A evolução da participação dos saques

efetuados neste Município em relação ao total da Periferia

do Grande Rio mostra um comportamento crescente, levando a

crer no aumento do desemprego nesta região.

QUADRO 6 - PARTICIPAÇÃO PERCEt'TUU. OE ANGRA DOS SETS E.1 RE

LAÇAO & HICRORREGIÃO, Ã KESORRESlAO £ AO ESTACO

PARA ARRECADAÇÃO £ SAQUE - 1972/1980

ESPECIFICAÇÃO

HCfH DOt; K E I S ^

.-"•^"uÃlA IA«""•"'""' IIHA o w e e

« O t A C C S R E I S ^ .

_^»»"""ffftlFTRXA^ ^ - " " " " " D D CRAMS

ANGRA DOE VERBS'

ANO

727374757677787980

727374757t77787980

727374757677787980

ARRECADAÇto"

97.7693,8491,3494,9896,9997,7199,1098,7699,00

SI,0355,57S0,38SB,IS55,8459,7164,6564,9363,82

0,490,650,550,740,720,851,140,980,96

SAQUE

VALOR

98,8192,8387,87C6,8496,0095,2198,2398,8697,01

28,2218,0618,3717,4727,1719,6820,5132,4824,98

0,270,210,200,220,350,280,360,490,38

KCHERO

93,5286,5383,7987,2292,3993,7998,0897,4496,96

38,8546,2440,7847,ti39,3457,3652,2551,1253,68

0,480,460,390,770,951,110,971,161,13

BNH, DRC - Relatório de Apropriação Municipal de Saquês Kédlos - FCA 11

MOD1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIM IE IWIIISTIKll MIICIMl

GRÁFICO 1 -

198

DA ARRECADAÇÃO £ DO SAQUE (VADOR E N C M Q O ) DO FGTS

1973/72 A 1980/79

ANGRA DOS REIS

TAXAS ANUAIS DE CRESCIMENTO

70 -

60

VALOR Eft ARRECABVÇfiO

40

30

20

1 0 •

-10 -

-20 .

-30 -

FONTE:ODS;

73/72 74/73 75/74 76/75 77/76 78/77 79/78 80/79

PERÍODOS

DNH - DRCAB taxas foram obtidas através dos valores constantes

MOD 1004 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

nsmiti IIISIIEIII ii iiimsiticii iiiicirii

199

A poupança voluntária dos moradores de Angra

dos Reis pode ser avaliada em função dos saldos e quantidc*

des de Cadernetas de Poupança existentes no Município. A

distribuição do número e saldo das Cadernetas de Poupança,

por faixa, permite avaliar o perfil da renda da população

residente, sobretudo quando comparada com as distribuições

para outras regiões.

A distribuição percentual do número de con

tas de poupança e dos saldos verificados para o Município

de Angra pouco difere da encontrada para a Baía da Ilha Gran

de e Periferia do Grande Rio, havendo apenas algumas dife

renças em relação ao Estado do Rio de Janeiro e Brasil.

QUADRO 7 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE PONTOS DECAPTAÇÃO, DAS CONTAS E DOS SALDOS DO MUNICÍPIODE ANGRA DOS REIS EM RELAÇÃO Ã MICRORREGIÃO, ÃMESORREGIÃO E AO ESTADO - 1980

ESPECIFICAÇÃO

ANGRA D O S M S ,

"BftlAlDA ILHAGRANDE

ANGRA DOS R E I S ^ _

^^-~—" PERIFERIADO GRANDE RIO

ANGRA DOS R E K ^ - —

—-— ""TÜSTADO

N 9DE

DE PONTOSCAPTAÇÃO

66

12

0

,67

,90

,54

CADERNETAS

W? DE

85

15

o

CONTAS

,99

r91

,21

DE POUPANÇA

SALDO

86

19

0

TOTAL

,04

,68

.15

FONTE: BNH - SAPPE, Cadernetas de Poupança - Censo Nacional, jul/1960

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismui IIISIIEIII IE iMiiisiiicii iiiiciru

200

No Município de Angra dos Reis existem 66,67%

dos pontos de captação da Bala da Ilha Grande, congregando

85,99% das contas e 86,04% do salto total. Em relação â Pe

riferia do Grande Rio, participa com 12,90% dos pontos de

captação e com apenas 15,91% das contas, detendo 19,68% do

saldo total.

QUADRO 8 - PROMÊDIOS DO SALDO EM CADERNETAS DE POUPANÇA -1980

PRDMÊDIOS

Media

Moda

Mediana

ANGRA DOSREIS

27.903,58

1.421,49

2.715,96

BAÍA DAI.GRANDE

27.885,43

1.651,35

1.324,71

PERIF.GRANDEDE RIO

22.556,35

1.167,44

2.546,59

RIO DEJANEIRO

38.380,27

592,79

1.887,26

BRASIL

29.881,57

562,55

1.687,64

FONTE: BNH-SAPPE, Cadernetas de Poupança - Censo Nacional-jul/1980

O saldo médio de poupança do Município de An

gra é mais elevado do que o da Perifereia do Grande Rio e do

Brasil, sendo pouco menos do que o pertencente ã cidade do

Rio de Janeiro. Quanto ao saldo modal, é bem superior ao do

Estado e ao Brasil, mostrando um poder aquisitivo maior do

que o das demais regiões brasileiras.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIflTI IIISIIEIII IE IIMIISIIICll MIICINl

201

5. CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA LOCAL

Entre as var iáveis constantes dos Censos Agro

pecuários , i n d u s t r i a i s , Comerciais e de Serviços , discrimi

nadas no Quadro 9, não há in t e res se em ana l i sa r a var iável

numero de estabelecimentos por se t r a t a r de uma medição que

não considera o porte do estabelecimento e, assim sendo po

de levar a conclusões errôneas . Na maioria dos casos, os se

to res primário e t e r c i á r i o possuem a quase to ta l idade dos

estabelecimentos, embora o pessoal ocupado e a r e c e i t a gera

da nos poucos estabelecimentos do setor secundário sejam su

per iores aos dois outros s e t o r e s .

Seguindo a mesma tendência das médias naeio

n a i s , o Município de Angra dos Reis teve no período 1960/

1980 um crescimento reduzido nas at ividades l igadas ao setor

primário. As at ividades i n d u s t r i a i s , confirmando as evidên

c ias constantes do capí tulo r e l a t ivo a população e renda, fo

ram aquelas que conheceram maior crescimento. Desde o ano

de 1970 é o se tor secundário que emprega a maior parcela da

população economicamente a t iva do Município. O se to r t e rc i ã

As atividades ligadas ã construção civil não estão incluídas na pesquisa e fazem parte de um questionário especial onde as informaçõessão agregadas a nível estadual, não discriminando os Municípios.Desta forma, reconhece-se a limitação dos dados utilizados, una vezque a industria da construção civil constitui-se em um dos ramosmais importantes da economia de Angra dos Reis. Os resultados do"Inquérito da Indústria da Construção Civil", que tem como finalidade complementar as estatísticas primárias do setor secundário, ainda não se encontram em disponibilidade. ~

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

iismiii iiisiiEiii IE IIMIIISIIICII iiiicini

202

rio, com atividades desempenhadas nas áreas urbanas, já ul

trapassa, em 1980, o pessoal ocupado no setor primário.

Os crescentes índices das oportunidades de

emprego nos setores secundário e terciário podem ser expli

cados pela própria canalização de novos investimentos nas

atividades industriais, comerciais e de serviços. Como se

sabe, o crescimento do setor industrial em Angra dos Reis

não foi decorrente nem integrado às atividades tradicionais

do Município.

Os dados absolutos que permitiram o cálculo dos índices, taxas e participaçâb das atividades econômicas encontram-se em anexo.

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

QWDRO 9 - NOMEIO OE ESTABELECIMENTOS, PESSOAL OCUPADO, SALÁRIOS, VALOR DA PRODUÇjto, VALOR DA TOMBFOWBCrto E RECEITO W SATIVIDADES ECONÔMICAS A NlVEL MUNICIPAL, MICRORHEGIONAL, ESTADUAL E NACIONAL - 1960, 1970, 1975 e 1980

riCAçÃo

ANGRA DOS• M S

•At». BAH.HA CRAXOE

PSRITCRIACO G3XS9K«O

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BRASIL

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3.337.7(9

4.924.019

4.993.252

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14.097

15.053

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1*7.217

212.77)

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941.7»)

l.tn.m

1.353.03»

TOTAL

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1.244

1.274

1.045

a. ai»

3.140

3.111

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«.237

10.47»

10.374

10.2»S

135.51»

1M.07)

IM.077

19». IM

«.«31.520

«.0)0.411

«.309.312

•.«01.112

PESSOAL OCVPAOO

PRXNARZO

l.»30

1.709

1.971

2.274

4.977

S.990

«.179

«.34*

33. I M

33.10»

25.7*9

19.2*7

1*4.370

259.041

U7.471

31S.0I4

15.(33.9*5

17.M1.009

K.345.«92

23.540.470

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2.091

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13.192

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354.997

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TOTAL

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1.714

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SECUNDÁRIO

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SOTASi ( I ) valor astta-ado atravia «ta taxa anual,»co»4trle« «• craf«lr.«nto da 70/7*

<2) A-v> aasa M

204

As informações do ite» salários sib has tan

te elucidativas da situação: no período 1970/1975, os sala

rios pagos na indústria representava» quase 80% do total

salários pagos es todos os setores.

A preços constantes, o valor da produção in

dustrial do Município de Angra dos Reis, no período 1960/

1975, foi superior às aidias obtidas a nível estadual e na

cional, conform se pode verificar nas inforaações contidas

no Quadro 10.

MOOtoo«

IISTITITI IRISIIEIRI IE UMIIISTRIÇII MIIICIPIl 205

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I•I25

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIITI IIISILEIII IE IIMIIISIIICll MIICINL

206

A concentração de investimentos no setor se

cundãrio - industriais e imobiliários - a partir da década de

60, transformou o Município no principal pólo industrial

dentro da microrregião. Em 1975, o setor secundário de An

gra dos Reis era responsável por 78,95% do número de estabe

lecimentos, 98,27% do pessoal ocupado e 99,53% do total de

salários pagos na microrregião. Com relação à mesorregião,

em 1975, do total dos 11 Municípios componentes, Angra dos

Reis possuía 12,28% do total dos estabelecimentos, empregava

76,26% do pessoal ocupado e pagava 31,40% do total dos sa

lãrios.

A participação do Município de Angra dos Reis

no Estado do Rio de Janeiro, no período 1960/1975, foi crês;

cente nas variáveis número de estabelecimentos e pessoal oeu

pado. Em 1960, 0,50% dos estabelecimentos estaduais estavam

situados em Angra dos Reis, percentual que se elevou para

0,65% no exercício de 1975. Com relação ao pessoal ocupado

a evolução foi mais significativa: 0,33% do total dos empre

gos estaduais estavam situados no Município, percentual que

se desloca para 0,50% no ano de 1975, segundo consta do Qua

dro 11.

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IIMIINI IIMIUIM IE UWIISIUCII •Illtiril

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207

MOD 1004 IBAM - 30 ANO£ VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIflll IIISIIEIII IE imillSIIICll NIIICIPIl

208

O perfil da economia municipal tem-se modifi

cado ao longo dos últimos vinte anos. Os dados relativos

ãs receitas das atividades setoriais constantes do Quadro

12 podem ilustrar essa situação.

QUADRO 12 - RECEITAS SETORIAIS A NlVEL MUNICIPAL, MICRORREGIONAL,

MESORREGIONAL, ESTADUAL E NACIONAL - 1970/1980

ESPECIFICAÇÃO

ANGRA DOS REIS

BAlA DA ILHA GRANDE

PERIFERIA DO GRANDE RIO

ESTADO

BRASIL

ANOS

707580(1)

707580(1)

707560(1)

707580(1)

707580(1)

RECEITA.' EM Cr$ I O 6 DE 1 9 8 0 NAS ATIVIDADES ECONÔMICAS

VALORES PERCENTUAIS ' 7SL..ÍBSCL.

PRIMARIAS

1,620,680,27

4,812,150,67

9,178,687,66

1,631,260,97

8,497,486,56

SECUNDARIAS

65,3976,2984,47

60,6873,1882,79

51,3164,2675,07

35,3839,4943,72

40,2842,6545,03

TERCIARIAS

32,9923,0315,26

34,5124,6716,54

39,5227,0617,27

62,9959,2555,31

51,2349,8748,41

TOTAL

3.02210.12935.772

3.26610.59436.631

15.18731.48369.965

927.7902.153.8455.039.131

6.759.60216.042.19838.185.275

FONTE: IBGE, Censos Agropecuário, Industrial, Serviços e Comerciai - 1960, 1970 e 1975

NOTA: (1) Em função de valores estimados

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIII II IIIIIISIIICll MIICIMl

209

Em 1970, o setor primário contribuía com 1,62%,

o setor secundário com 65,39% e o setor terciário com 32,99%

do total das receitas geradas no Município. Essa situação

se modifica segundo os dados estimados para 1980, quando o

setor secundário passa a contribuir com 84,47% do total das

receitas, enquanto a participação dos setores primário e

terciário decresceu para 0,27% e 15,26%, respectivamente.

As características atuais do Município confir

mam estas modificações: as atividades agrícolas e de pesca

têm sofrido reduções significativas; as atividades comerei

ais e de serviços do setor terciário não evoluíram e, final

mente, são os setores da construção civil e da indústria que

registram substanciais incrementos em suas atividades.

As tendências registradas no Município são co

rouns às outras áreas consideradas no estudo: as receitas

provenientes do setor primário acusam redução na microrre

gião, mesorregião, estado e pais. As atividades industriais

conhecem crescimento em todas as unidades políticas conside

radas, ainda que a níveis inferiores ãs do Município de Angra

dos Reis.

No tocante ao setor terciário, em 1980 é im

portante observar que, a nível estadual, 55,31% das receitas

geradas decorrem das atividades comerciais e de serviços; a

nível nacional, o setor terciário contribui com 48,41% do to

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIM I I IMIIISTUCII HIKIPIl

210

tal das receitas, enquanto no Município de Angra dos Reis,

o setor terciário contribuiu apenas con 15,26% do total das

receitas, conforme os valores do Quadro 12. Além das atiyi

âades industriais, comerciais e de serviços e de um acanha

do setor agrícola, o turismo vem tentando desenvolver-se,

apesar da falta de um planejamento eficiente para a sua con

secuçio. Bcistan duas áreas de "camping", uma no Frade e ou

tra em Monsuaba. Das 19 praias existentes, algumas permi

tem o "camping" natural. Na cidade de Angra, próximo ao

terminal rodoviário, encontra-se um Centro de Informações

Turísticas, porém de pouca expressividade, confirmando a au

sência de ações governamentais no setor.

A BR-101 propiciou incentivo ao turismo,

pois facilitou o acesso ao Município. Pode esta atividade

econômica vir a ser a principal empregadora de mão-de-obra,

contribuindo para o desenvolvimento do Município. Segundo

depoimento do gerente de um restaurante situado próximo ao

Porto, morador antigo da cidade, não se verificou qualquer

iniciativa quanto à exploração do turismo na região, ocorren

do até uma redução no movimento turístico, por falta de in

fra-cstrutura básica.

Dos 12 hotéis existentes, apenas quatro são

classificados como razoavelmente confortáveis. Os 11 ress

taurantes da cidade não podem ser considerados como Iocali

zados em pontos agradáveis, estando distribuídos pelo cen

tro da cidade; somente um deles encontra-se na estrada do

MOD10O4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISIIIIII IIISIIEIII IE MilllSIMCftl IlllCiril

211

Contorno, via dos bairros que congregam as melhores residên

cias. Parte da população de Angra pode ser considerada co

•o população flutuante, pois utiliza o imóvel como um segun

do domicilio. Empreendimentos imobiliários têm procurado

explorar trechos do litoral, proporcionando ao comprador

formas de lazer, sobretudo lugar para atracar sua própria

embarcação. A cidade não possui casas de diversões, exis;

tindo apenas um cinema, contribuindo grandemente para o de

sestlmulo do turismo na região. No lado nobre da cidade en

contra-se o Iate Clube e, no centro, outro clube de menor

valor patrimonial.

Os pescadores e os comerciantes declararam

que sobrevivem em função dos meses de novembro a março, quan

do a cidade hospeda grande número de pessoas, ficando os de

mais meses sem grandes expectativas comerciais. A diminui

çao da população flutuante, fora da temporada, conduz a uma

fase de desemprego, agravando-se ainda mais com as freqüen

tes paralisações do Porto.

0 transporte urbano do Município é realiza

do por uma companhia de ônibus que liga o distrito-sede aos

demais, excetuando-se os distritos de Abraão e Praia de Ara

çatiba que estão localizados na Ilha Grande. Estas duas Io

calidades são servidas por uma embarcação que efetua o trans

porte em dias alternados ou por barcos particulares.

M001004 I B A M - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

HSflllfl IIISIIEIII IE IIIIIISIIKII illlCIPIL

212

As opiniões sobre o transporte urbano, apre

sentadas no Quadro 13, dizem respeito ao fluxo realizado

através dos ônibus que ligam os distritos de Cunhambebe,

Jacuecanga e Mambucaba com a sede municipal.

QUADRO 13 - OPINIÕES DOS CHEFES DE FAMÍLIA RESIDENTES NOSDISTRITOS DE ANGRA DOS REIS QUANTO AO ACESSO ATRANSPORTE - 1982

^^S. DISTRITO*»

ACESSO^s.AO TRANS ^ vPOR E \ ^

Bom

Regular

SubtotalRuim

S/declaração

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL

ANGRA DOS

MDERDS

47,58

31,45

79,0317,74

3,23

OÜTRDSBAIRRCB

36,25

27,50

63,7535,00

1,25

REIS

TOTAL

43,14

29,90

73,04

24,51

2,45

CUNHAMBEBE

33,

21,55,44,

33

88

2179

JACUECANGA

41

29

7029

,66

,17,83

,17» •

MAMBUCABA

42,

28,

71,28,

••

86

57

4357

TOTAL

40,50

27,7568,2530,50

1,25

FONTE: Pesquisa de Campo - CEP/IBAM - 1982

As pessoas entrevistadas manifestaram pou

co descontentamento com relação ã rede de transportes cole

tivos, excetuando-se os moradores da Vila do Frade, situada

no distrito de Cunhambebe. A cidade de Angra dos Reis di£>

põe de um terminal rodoviário, localizado no Largo da Lapa,

e de uma estação ferroviária para transporte de carga, si_

tuada na Praia do Anil. As viagens intermunicipais têm co

mo principais destinos as cidades do Rio de Janeiro e Volta

Redonda.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IIS1IIIII ItlSllEIM IE illlllSIUdl MIICIPIl

213

Uma pesquisa de origem-destino, realizada

en 1978 , mostrava que dos 44.695 passageiros que partiram

de Angra dos Reis, 59,47% destinavam-se ao Rio de Janeiro,

8,09% a Volta Redonda e o restante para outros municípios.

Em 1979, o mesmo levantamento indicava que o numero de pass

sageiros caiu para 42.023, sendo que 58,48% se dirigiam ao

Rio de Janeiro, 17,22% a Volta Redonda e o restante a ou

trás localidades.

Tentou-se verificar as influências da cons

trução da Usina Nuclear iia economia do Município, ou, mais

precisamente, os incrementos na indústria da construção ei

vil do período. Esperava-se dessa maneira e a partir dos

recolhimentos de ISS e IPTU verificar os incrementos da re

ceita municipal provocados pela construção da Usina. Sabe-

se que as obras de construção civil da Usina não concorrem

para o aumento da arrecadação, porque estão isentas do paga

mento do imposto sobre serviços e não pagam impostos predi_

ai das casas construídas .

Os dados encontram-se no Anuário Estatístico do Estado doRio de Janeiro de 1979 e 1980, FAPERJ.

Vide "Dimensão Polltico-Institucional"

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISmiTI IIISIIEIII IE IIIIIISIIICH MIICiriL

214

A análise dos dados coletados na Prefeitu

ra Municipal de Angra dos Reis permitiu apenas conhecer, no

período 1967/1981 , a evolução dos estabelecimentos comer

ciais e de serviços diretamente ligados à indústria da com;

trução civil. Os dados disponíveis foram alinhados em três

qüinqüênios que correspondem aos períodos 1967/1971, 1972/

1976 e 1977/1981.

Na realidade, as atividades comerciais e

de serviços que prestam apoio direto ã construção civil re

gistram aumentos significativos a partir do ano ue 1972,

ainda que não seja possível isolar as influências causadas

pelos diversos projetos implantados no Município. Como foi

evidenciado no inicio desse estudo, a década de 70 corres

ponde simultaneamente ã construção da Usina Nuclear, ã im

plantação do terminal da PETROBRAS e, finalmente, a grandes

empreendimentos imobiliários propiciados pela facilidade de

acesso decorrente da construção da estrada Rio-Santos.

Os estabelecimentos que comercializam ar ti.

gos para construção civil no Município - material de cons

trução, serralherias e outros - eram apenas 10, em 1971,

Os dados obtidos junto ã Prefeitura Municipal permitemapenas a relação dos estabelecimentos comerciais, induE.trials e de serviços. Essas informações são igualmentepassíveis de critica, sobretudo porque os dados podem es_tar superdímensionados, pois, sabe-se que alguns estabe-lecimentos ao encerrarem suas atividades "não dão baixa"no Cadastro Municipal.

woo 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

INTUIU IIISIIEIM IE I l i l l lSIIKll MIIICIPIl

215

passando para 44, em 1981. Os estabelecimentos de serviços

e profissionais autônomos - construtoras, administração de

imóveis, engenheiros, pedreiros, pintores, agências locado

ras de mão-de-obra, técnico em edificações e outros - eram

85, em 1971, passando para 1.526, em 1981, segundo os dados

do Quadro 14.

QUADRO 14 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS, COMERCIAIS E DE SERVIÇOS NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOSREIS - 1967/1981

ATIVIDADES

Idustriais

Comerciais

Ligadas à construçao civil

Outras

Serviços

Ligados â construção civilOutros

TOTAL

PERÍODOS

1967 A 1971

23

329

10

319

251

85166

603

1972 A 1976

29

334

22

312

1.118

483

635

1.481

1979 A 1981

45

389

44

345

3.330

1.526

1.783

3.743

FONTE: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismifi iHSimn if umiisnicii mucirii

216

6. CONCLUSÕES

As influências causadas pela construção da

Usina Nuclear no Município de Angra dos Reis não são pass_í

veis de uma avaliação quantitativa. As características da

economia municipal anteriores ao período de implantação * da

Usina e, principalmente, o advento de grandes capitais em

pregados em atividades dos ramos industrial e imobiliário,

nos anos mais recentes, imprimiram ao Município uma situa

ção excepcional em relação a outros Municípios periféricos.

Os efeitos positivos decorrentes da cons

trução da Usina Nuclear não diferem daqueles deixados por

outros investimentos realizados na região, desde que guardei

das as proporções do montante dos capitais e das condições

sócio-econômicas do Município no período em que cada proje-

to foi implantado. As justificativas e decisões de tais em

preendimentos não podem ser encontradas a nível local, pois

os mesmos são decorrentes de momentos conjunturais da econo

mia brasileira, cujo crescimento exigia a exploração de se

tores estratégicos.

As condições excepcionais de localização do

Município de Angra dos Reis parecem ser o fator mais impor-

tante para explicar a localização desses capitais. Do pon

to de vista econômico, o Município parece não sofrer gran

des modificações; pode-se mesmo afirmar que, a cada novo

MOD <oo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismira iiisiuiM u iMinsiucli Nmciru

217

investimento, cresce o descompasso entre as atividades tra

dicionais e as Modernas tecnologias recentemente introdu

sidas. De qualquer forma, a falta de adequação entre o pia

nejamento idealizado a nível nacional e as reais necessida

des dos Municípios não e UM problema peculiar a Angra dos

Reis. Por outro lado, a ideologia desenvolvimentista c cs

sa nos planos nacionais nos últimos 30 anos tem marcado o

país com desequilíbrios regionais e setoriais cada vez mais

ostensivos. E o Município de Angra dos Reis se prer ta so

bremaneira como exemplo dessa contradição: se não foram in

centivados os serviços de apoio às atividades t: adicionais

do porto e da pesca, foram criadas as infra-estruturas bási_

cas para a implantação dos mais modernos ramos da constru

ção naval e da indústria energética.

As transformações registradas no Município,

em decorrência da construção da Usina, foram percebidas du

rante o levantamento de campo: transferência de mão-de-

obra empregada nos setores tradicionais para as obras de

construção civil; aumento da densidade demográfica das

áreas vizinhas â obra; elevação dos preços dos aluguéis e

outros problemas que se encontram enfocados nas dimensões

físico-territorial e politico-institucional.

0 próprio montante de capital utilizado no

período de 1972/1981 com obras civis e de montagem das üsi

nas Angra I, II e III não são desprezíveis e certamente ti

MOD 1004 I 0 A M - 3 0 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

218

veram «feito multiplicador na economia local. Fora* implan

tadas as atividades de comerdo e serviços nas vilas resjL

denciais da Usina, be* COB» O equip—nto comunitário e de

infra-estrutura tais como: educação, saúde, laser, água,

esgoto, transporte e comunicações.

A localização de atividades comerciais e

de serviços em função direta de um determinado empreendimen

to não é um fato novo no Município de Angra dos Reis. Antes

da Usina Nuclear este processo jí havia ocorrido no distri-

to de Jacuecanga, na ép~>ca da implantação da VEROLME, e,

mais recentemente, durante a construção do Terminal da

PETROBRÂS.

As entrevistas realizadas junto a diversos

agentes econômicos do Município - setor hoteleiro, comercian

tes, gerentes de bancos, proprietários de restaurantes e

profissionais autônomos -, na tentativa de captar suas per

cepções a respeito das influências da Usina na economia Io

cal, mostram de maneira inequívoca que o novo empreendimen

to foi concebido e realizado sem qualquer integração com as

atividades existentes no Município. A meíoria dos entrevis

tados no distrito-sede vê a Usina como algo muito distante

da realidade do Município e alega que o porte do investimen

to exige matérias-primas e materiais que não são disponí^

veis no comércio local ou, quando são, os estoques estão

muito aquém do volume procurado. O maior ressentimento da

MOO'004 M A M - 30 ANOS VALOflIZANOO O MUNICÍPIO

HSmifl IRISIIEIII DE IIMIIISIRIÇII NIIICIPIL

219

classe dos comerciantes é dirigido às agências federais e

estaduais de turismo, que não procuram assistir o Município

de infra-estrutura capaz de atrair os turistas que poderiam

aumentar o rendimento dos seus negócios. A opinião geral,

entre os agentes que exploram as diversas categorias de ne

gõcios, é que a Usina Nuclear tem vida própria, e se a mes»

ma está situada em Angra dos Reis é porque o Município se

localiza no "eixo energético" e, assim sendo, a escolha do

local coincide plenamente com a racionalidade que comanda

a localização dos investimentos.

Com relação às ofertas de empregos decorren

tes das obras civis e da montagem dos equipamentos, todos

são v "-rimes em reconhecer que a Usina Nuclear tem emprega

do grande quintidade de pessoas, ainda que alguns expressem

a preocupação com o término das obras, a exemplo do que

aconteceu na construção da BR-101, que por se tratar de in

vestimento que não fixa mão-de-obra pode provocar desempre

go e trazer problemas sociais para o Município. 0 parecer

dos entrevistados coincide com a tendência apontada pela

análise dos dados secundários, ou seja: com o advento da

Usina Nuclear, o Município de Angra dos Reis tem reforçado

o seu papel de pólo industrial da região. A ausência de in

teração física e econômica entre esses empreendimentos bem

como as atividades locais imprimem ao Município o aspecto

de um espaço sem unidade econômica, formado por centros in

dustriais e de veraneio.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTITITI IIISIIEIII IE IIMIIISTIICII MIIICIPIl

A N E X O S

1 - QUADROS REFERENTES ÂS DIMENSÕES

2 - ESTIMADORES DE MAXIMA VEROSSIMILHANÇA PARA

DISTRIBUIÇÃO MULTINOMIAL

3 - OPINIÕES DA POPULAÇÃO, EM RELAÇÃO Ã CENTRAL

NUCLEAR, RECOLHIDAS PELA PESQUISA DE CAMPO

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIflTI IIISIlilM IE IIMIIISIIICll MlllCiril

1. QUADROS REFERENTES AS DIMENSÕES

MO01004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

oo

QCWRO ot tvouiçfto DM RECEITAS MUNICIPAIS • M M i , n

S3D

8O

szõ5

" ^ ^ EXERCÍCIOS

RECEITAS ""* •—

RECEITAS CORRENTES

Rectlta Tributária

l*p. Pred. e Ter. Urbano

Ir.p. Sobre Serviços

Tamas Exerc. Poder de Polida

Taxas Prestação de Serviço*

Contribuição de Melhoria

Receita Patrimonial

Receita Industrial

Transferências Correntes

fecp. Renda Retido na Fonte

Funco de Part, dos Kunlclplos

Xep. Territorial Rural

Icp. s/Circ.de Mercadoria*

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Contribuições Diversas

Receitas Diversas

Multas

lnd«ntxacõe* • Restltulçõe*

Cobaança da Divida Ativa

Cenltêrlos

Outras Receitas Diversas

RBCEIT«S DE CAPITAL

Transferenciai de Capital

Fundo de Part, dos Município*

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223

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224

MOD 1004« A M - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

QUADRO 4

8

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COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DAS RECEITAS MUNICIPAIS, SEGUNDO A ORIGEM

EXERCÍCIOSRECEITAS "

. PRÓPRIAS

- TRIBUTARIA

- PATRIMONIAL

- INDUSTRIAL

- DIVERSAS

. TRANSFERIDAS

- CORRENTES

- CAPITAL

TOTAL

1970

24,45

12,34

0,42

0,38

11,31

75,55

53,02

22,53

100,00

1971

32,70

13,11

0,67

0,30

18,63

67,30

50,91

16,33

100,00

1972

26,98

16,79

0,80

2,72

6,66

73,02

58,14

14,86

100,00

1973

32,05

20,06

0,97

2,62

8,40

67,95

53,80

14,15

100,00

1974

21,05

14,26

0,44

1,31

5,04

78,95

71,12

7,83

100,00

1975

19,47

14,82

0,40

0,88

3,38

80,53

66,77

13,76

100,00

1976

21,92

12,18

0,84

0,5-

8,37

78,08

75,58

2,51

.

100,00

1977

24,71

15,97

0,63

0,70

7,41

75,29

69,01

6,28

100,00

i,

1976

21,15

13,13

0,98

1,39

5,65

78,85

71,90

6,95

100,00

1979

23,54

14,55

0,62

0,88

7,49

76,46

67,49

í,97

100,00

1980

26,74

18,72

0,34

0,94

«,75

73,26

64,98

8,27

100,00

FONTE: Balanços Municipais, 1970 a 1980.

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IISTIflTI IRISIIEIII IE limiISTUÇll IIRICIPII

226

MO01004 « A M -30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

QUADRO 6

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMÍLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS

POR NlVEL DE ESCOLARIDADE - 1982

S30sios

I5

NlVEIS DE ESCOLARIDADE

ANALFABETOS

19 GRAU

29 GRAU

39 GRAU

INCOMPLETO

COMPLETO

INCOMPLETO

COMPLETO

INCOMPLETO

COMPLETO

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

LOCAL DE RESIDÊNCIA

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

5,65

75,00

7,26

1,61

3,23

1,610,81

4,83

100,00

BAIRROS

1,25

27,50

12,50

5,00

26,25

8,75

18,75

-

100,00

TOTAL

3,92

56,38

9,31

2,94

12,26

4,41

7,34

2,9<,

100,00

CUNHAMBEBE

3,13

73,95

11,46

3,13

7,29

1,04

-

100,00

JACUECANGA

16,67

59,72

11,11

4,17

8,33

-

-

-

100,00

MAMBUCABA""

10,71

82,15

7,14

mm

-

-

100,00

TOTAL

6,50

63,00

10,00

3,00

9,50

2,25

4,25

1,50

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo - CEP/IBAM - 1982

o

IQUADRO 7

II

59

IozÕ

5

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMtLIA RESIDENTES EM DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS

POR LOCAL DE NASCIMENTO - 1982

LOCAL DE NASCIMENTO

NATURAIS DE ANGRA DOS REIS

IMIGRANTES PARAANGRA DOS REIS

DEMAIS MUNICÍPIOSDO RIO DE JANEIRO

OUTRAS UNID.FED.

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

LOCAL DE RESIDÊNCIA

ANGRA DOSSEDE

MORROS

57,26

24,19

15,32

3,23

100,00

BAIRPOS

20,00

40,00

40,00

- •

100,00

REIS

TOT."L

42,65

30,39

25, 0C

1,96

100,00

CUNHAM3EBE "*

25,00

20,83

54,17

-

100,00

JACUECANGA

37,50

29,17

33,33

-

100,00

MAMBUCABA"

10,71

14,29

75,00

-

100,00

TOTAL

35,25

26,75

37,00

1,00

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

09

I

8

i

8o

5

QUADRO 8

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRADOS REIS POR DATA DE CHEGADA AO MUNICÍPIO - 1982.

LOCAL DE NASCIMENTO

NATURAIS DE ANGRA DOS REIS

IMIGRANTES

PARA

ANGRA DOS

REIS

ANTES DE 1960

1960 A 1969

1970 A 1975

1976 A 1980

APÔS 1980

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

LOCAL

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

57,26

8,87

4 , 0 3

11,29

8,87

4,84

4,84

100,00

BAIRROS

20,00

5,00

7,50

12,50

36,25

18,75

-

100,00

TOTAL

42,66

7,35

5,39

11,76

19,61

10,29

2,94

100,00

DE RESIDÊNCIA

CUNHAMBEBE ~~

25,00

4,17

3,13

16,67

43,74

7,29

-

100,00

JACUECANGA

37,50

6,94

12,50

13,89

16,67

11,11

1,39

100,00

MAMBUCABA"

10,71

3,57

7,14

• 21,43

46,44

10,71

-

100,00

TOTAL

35,25

6,25

6,25

14,00

26,75

9,75

1,75

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

SO

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i

8

WOO 1004IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

5

o

i

QUADRO 10

• • '

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS

POR LOCAL DE MORADIA ANTERIOR A IDA PARA O LOCAL DE RESIDÊNCIA ATUAL - 1982

LOCAL DE MORADIA ANTERIOR

NATURAIS DE

ANGRA DOS REIS

EMIGRANTES PARA ANGRA DOSRSIS

SEMPRE MOROUNO LOCAL

OUTRO LOCAL

MUNICÍPIO R.J.

OUTRA U.F

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

LOCAL DE RESIDÊNCIA

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

13,71

63,70

16,24

2,42

3,23

100,00

BAIRROS

7,50

61,25

23,75

6,25

1,25

100,00

TOTAL

11,27

62,75

19,61

3,92

2,45

100,00

CUNHAMBEBE ""

12,50

31,25

36,46

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100,00

JACUECANGA

23,61

52,77

18,06

5,56

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100,00

MAMBUCABA"

7,14

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25,00

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100,00

TOTAL

13,50

51,00

24,75

9,50

1,25

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

MV»

QUADRO 11

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES EM DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRADOS REIS POR DATA DE CHEGADA AO LOCAL DE RESIDÊNCIA ATUAL

DATA DE CHEGADA AO BAIRRO

NATURAIS DO BAIRRO

IMIGRANTES

PARA

AKGRA DOSREIS

ANTES DE 1960

1960 A 1969

1970 A 1975

1976 A 1980

APÔS 1980

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

13,71

11,29

8,06

24,19

29,84

9,68

3,23

100,00

BAIRROS

7,50

2,50

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38,75

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100,00

TOTAL

11,27

7,84

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18,63

32,36

21,08

2,45

100,00

CUNHAMBEBE "

12,50

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18,75

44,79

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100,00

JACUECANGA

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11,11

41,67

20,83

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MAMBUCABA"

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7,14

10,71

60,72

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100,00

TOTAL

13,50

5,25

4,00

16,75

39,00

20,00

1,50

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

|

U

oo

oaoN

1O

o

5

QUADRO 12

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRADOS REIS POR MOTIVO DA IDA PARA O LOCAL DE RESIDÊNCIA ATUAL - 1982

RESIDÊNCIA ATUAL

MOTIVO DA IDA

PROXIMIDADE DO TRABALHO

FACILIDADE

DE

MORADIA

TRANSPORTE

EDUCAÇÃO DOSFILHOS

MOTIVOS FAMILIARES

SEMPRE MOROU NO LOCAL

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

ANGRA DOS ]

MORROS

17,74

59,67

0,81-

4,84

13,71

3,23

100,00

SEDE

BAIRROS

10,00

60,00-

1,25

18,75

7,50

. 2,50

100,00

5UEIS

TOTAL

14,71

59,80

0,49

0,49

10,29

11,27

2,95

100,00

CUNHAMBEBE

59,38

19,79-

2,08

6,25

12,50

100,00

JACUECANGA

20,83

43,06-

-

12,50

23,61

100,00

MAMBUCABA

32,29

35,71-

-

17,86

7,14

-

100,00

TOTAL

28,25

45,50

0,25

0,75

10,25

13,50

1,50

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

to

oo

Is

oaN

ios

QUADRO 1'3

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRADOS REIS EM RELAÇÃO AO TRABALHO ANTERIOR NA CONSTRUÇÃO DA USINA - 1982

TRABALHO ANTERIOR NAUSINA

SIM

NÃO

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

ANGRA DOSSEDE

MORROS

5,65

89,51

4,84

100,00

BAIKRDS

7,50

92,50

-

100,00

REIS

TOTAL

6,37

90,69

2,94

100,00

CUNHAMBEBE

12,50

87,50

-

100,00

JACUECANGA

5,56

94,44

-

100,00

MAMBUCABA

35,71

64,29

-

100,00

TOTAL

9,75

88,75

1,50

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

o

õNi

i

o

õ

QUADRO 14

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMÍLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRADOS REIS POR LOCAL DE TRABALHO ATUAL - 1982.

tOCAL DE TRABALHO ATUAL

FURNAS, NUCON OU EMPREITEIRA

VEHOLME

PETROBRÃS

PORTO

OUTRO

APOSENTADOS E DESEMPREGADOS

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

6,54

24,19

0,81

5,65

41,94

17,74

3,23

100,00

BAIRROS

27,50

10,00

3,75

1,25

37,50

18,75

1,25

100,00

TOTAL

14,71

18,63

1,96

3,92

40,20

18,14

2,44

100,00

CUNHAMBEBE ~"

52,08

4,17

1,04

-

29,17

13,54

-

100,00

JACUECANGA

2,78

47,22

2,78

-

36,11

11,11

-

100,00

MAMBUCABA"

42,86

3,57

-

-

28,57

21,43

3,57

100,00

TOTAL

23,50

19,25

1,75

2,00

36,00

16,00

1,50

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982OBS.: O item "outro" inclui todas as demais atividades nos setores prinãrio, secun

dãrio e terciãrio.to

u>

QUADRO 15

OB

I

oaN

iosI

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRADOS REIS POR TEMPO DE SERVIÇO NO EMPREGO ATUAL - 1982

TEMPO DE SERVIÇO

MENOS DE 1 ANO

DE 1 A 2 ANOS

ACIMA DE 2 a 4 ANOS

MAIS DE 4 ANOS

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

2,42

6,45

10,48

68,55

12,10

100,00

BAIRROS

12,50

10,00

17,50

41,25

18,75

100,00

TOT;X

6,37

7,84

13,24

57,84

14,71

100,00

CUNHAMBE3E "

8,33

8,33

16,67

51,04

15,63

100,00

JACUECANGA

20,83

9,72

13,89

47,23

8,33

100,00

MAMBUCABA

28,57

21,43

14,29

10,71

25,00

100,00

TOTAL

11,00

9,25

14,25

51,00

14,50

100,00

FONTE: Pescuisa de Campo CEP/ISAM - 1982OBS.: O iten "sem declaração" inclui os araposentados e desempregados.

tou>

QUADRO 16

DISTRIBUIÇÃO DOS CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRADOS REIS POR CLASSES DE RENDA FAMILIAR - 1982'

s9

õ

5

CLASSES DE

(SM =

RENDA

Cr$

A3AIX0 DE :

DE 1 A 2

ACIMA DE

ACIMA DE

ACIMA DE

ACIMA DE

S

2

4

6

8

L S

.M.

A

A

A

S.

11.

5.M

4 S

6 S

8 S

M.

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

FAMILIAR

928,00)

.M.

• M.

.M.

ANGRA DOS REIS

MORROS

2,42

4,84

33,06

29,84

14,52

11,29

4,03

100,00

SEDE

BAIRROS

1,25

2,50

15,00

8,75

20,00

46,25

6,25

100,00

TOTAL

1,

3,

25,

21,

16,

25

4

100

96

92

98

57

67

,00

,90

,00

CUNHAMBESE "

2,08

16,67

37,51

20,83

13,54

2,08

7,29

100,00

JACUECANGA

1,39

15,28

41,66

25,00

11,11

1,39

4,17

100,00

MAMBUCAIBA

-

28,57

46,43

17,86

-

3,57

3,57

100,00

TOTAL

1,75

10,75

33,00'

21,75

13,75.

13,75

5,25

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

o

I

sioao

3Io

QUADRO 17

MORADORES NÃO CHEFES DE FAMlLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DE ANGRA DOS REIS POR LOCAL DE TRABALHO - 1982 ~

LOCAL DE TRABALHO

FURNAS, NUCON OU EMPREITEIRA

VEROLME

PETR03RAS

PORTO

OUTRO

TOTAL

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

2,00

34,00

4,00

8,00

52,00

100,00

BAIRROS

13,04

21,74

-

-

65,22

100,00

TOTAL

4,07

31,71

3,25

6,50

54,47

100,00

CUNHAMBEBE

8,33

4,17

-

-

87,50

100,00

JACUECANGA

40,91

-

59,09

100,00

MAMBUCABA""

10,00-

-

-

50,00

100,00

TOTAL

4,4727,37

2,23

4,47

61,46

100,00

FONTE; Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 198203S.: O item "outro" inclui todas as demais atividades nos setores primário, secun

s5

dario e terciario.

Iio

QUADRO 18

DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES NÃO CHEFES DE FAMÍLIA RESIDENTES NOS DISTRITOS DE ANGRA DOS REIS POR TIPO DE ESCOLA - 1982

TIPOS DE ESCOLA

MUNICIPAL

ESTADUAL

PARTICULAR

TOTAL

ANGRA DOS REISSEDE

MORROS

28,00

61,78

10,22

100,00

BAIRROS

7,69

44,87

47,44

100,00

TOTAL

22,77

57,43

19,80

100,00

CUNHAMBEBE

72,60

24,44

2,96

100,00

JACUECANGA

80,65

10,75

8,60

100,00

MAMBUCABA"

26,32

73,68

100,00

TOTAL

44,91

42,00

13,09

100,00

FONTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAK - 1982

S5

5

õ5

VO

IIS1ITITI IIISIUIII IE IIMIIISTIICll240

DOMICÍLIOS PAIITIVULMIUi RiCMblKClAlS titrJ UlNTIUTOf. I>K AKCKA IXiS KltlU MlfiUliW) MIAS CA

KACTtKlCTICAS I1C COKÜTHIM.XO »: INKKA-tSTKUTlíRA HuliAKA -

CARACTERÍSTICAS DO tlOMICll.IO

TIPO

DC

•AREI*

TIPO

DE

PISO

IJPO

DE

COBERTURA

ABASTECI

KENTO DE

ACUA

IKSTAI.A

ÇAO f.A

DITARIA

r.KFKCIA

M.fcTRICA

COr.L'TA

DE

MXO

ALVENARIA

KADCIKA PRt.PAkAOA

KAICIRA AMCNLITMA

TAIPA

OUTRO

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

TACO/CERÂMICA

C1KKNTO

IWOKIRA ATRCWUTAUTi

TKKKA

OUTHO

SI:M DECLARAÇÃO

TOTAL

LACE

TEMIA DAKRO

Tti.iiA FIBHO-CIKÍ.TO

OUTRO

EI.M DKCLARAÇAO

TOTAL

REI»: GERAL

FOCO OU KASCKNTK

OUTKA rORHA

SKM DFCLAKAÇAO

TOTAL

M:i>t CKRAL

FOSCA SF.PTICA

FOSSA RUDIKENTAH

OUTRO

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95.16

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-

-

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-

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44,35

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-

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70,59

27,45

-

1,96

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27,45

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100.00

44,44

51.39

1.39

2,76

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-

100,00

44,44

15,15

40,78

-

-

100,00

15, IS

64,72

-

-

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-

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TOTAL

«6.75

3,00

4.75

2.50

1.75

1.25

100,00

54,50

41.00

1,25

0,50

0.75

1,00

100,00

42,2P»

23,75

33,00

-

1,03

100,03

51,7S

43,50

0,75

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25.P0

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2,25

5,00

2,50

100,00

95,49

4,5

1,00

103,00

48,7r.

25,50

24,00

l ,7 i

MO01004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISIIIIII IMSIUIII IE IMIIISIIICII MIIICIPIL

241

20

OPINlXO DOS CHKf ES DE FAMÍLIA RKSIDKNTIS KO:.' DJSTH1TOS DO KVNJClPJO DE AUCRA DOS KE1S

QUANTO AO ACESSO AO COMERCIO F. SERVIÇOS UKltlttiOS EXISTKÍ.TKí; - 1 9 0 2

OPINIÕES EMITIDAS

ACESSO

A

TRAKSPORTE

ACESSO

A

EPOCAÇAO

ACESSO

A

HOSPITAIS/PÔSTOS DE SAOUL

ACESSO

AO

COMf:RCIO

BOM

REGULAR

RUIR

SEM DECLARAÇÃO

TOTAL

BOM

REGULAR

RUIM

SEJI DECLARÍ-^RO

TOTAL

BOM

KEGULAK

RUIM

SfcM DKCI.AKAÇ.AO

TOTAL

BOM

REGULAR

RUIM

SEM DKCIJVKAÇ/AO

TOTAL

27,42 36,25

33,87

34,*» 33,75

4,03

100,00

FONTEs Pcsquicn tlc Cotnpo Cl:i'/M'AM - 1982

ANGRA l)Cr. KKI5

SEIM:

M.4Ü

17.74

3,23

100,00

S&,(4

100.00

2S.0O

«5,97

2S,00

4.0>

100,00

3Í.ÍJ

27.»

100,00

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TOTAL

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100,00

31.37

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3.43

100,00

CUSi'lAM

33.33

21. K

44,79

100.00

59.37

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10.42

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23.5C

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29.17

100.00

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24.25

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100,00

79,00

35.50

33.7'^

1.75

100,00

33.W

34,25

3O,5fl

1,75

100,00

MO01004 ISAM - 30 ANOI VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISmiTI IIISUIIII IE

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242

IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

I8

QUADRO 22

DOMICÍLIOS PARTICULARES RESIDENCIAIS NOS DISTRITOS DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS

POR FAIXAS DE ALUGUEL DO IMÓVEL - 1982

FAIXAS DE ALUGUEL

ATE Cr$ 5 . 0 0 0

AOMV DE Cr$5.000 A Cr$10.000

ACIMA DE Cr$10.000 A Cr$20.000

ACLMà DE Cr$20.000 A Cr$40.000

ACIMA DE Cr$ 40.000

SKl DECLARAÇÃO

TOTAL

ANGRA DOS R E I S

SEDE

MORROS

13,58

50,00

34,62

100,00 .

BAIRROS

2,17

39,14

28,26

2,17

28,26

100,00

TOTAL

6,94

18,06

37,49

18,06

1,39

18,06

100,00

CUNHAMBEBE "

9,09

52,27

25,00

4,55

9,09

100,00

JACUECANGA

15,00

35,00

50,00

100,OU

MAMBUCABA"

70,00

30,00

100,00

TOTAL

13,01

31,51

32,89.

10,27

3,42

8,90

100,00

Is

FOXTE: Pesquisa de Campo CEP/IBAM - 1982

K>

llSIirill IMSILEIII IE IIMIIISIIICII MIICINl

QUhDRO 23

tOTVLAÇto RESIDENTE TOTAL. TAXA DE URBANIZAÇÃO. DENSIDADE DEHOCMriCA TOTAL

TAXA ANUAL GEOMÉTRICA DE CRESCIMENTO - 1970 E l»iO

244

ESPECIFICAÇÃO

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MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

QUADRO 27

TAXAS ANUAIS GEOXÍTRICAS DE CRESCIMENTO PARA AS VARIÁVEIS ECONÔMICAS A NlVEL MUNICIPAL, KXCRORRBGXOKAL, MESORRECIONAL,E5TA3UAZ. E NACIONAL - 80/70 E 70/75

ESPECIFICAÇÃO PERÍODO

SCffiRO DE ESTABELECIMENTOS

par Saiosaxs

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QUADRO 29

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COMERCIAIS

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24.444.490

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16.061.4Í6

6.320.490

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245.4931.1156.517

225.4Í4

1.0O7

5.734

20.029

108763

TOTAL

47.292.571

5.041.115

24.236.£45

12.303.9CO

1.0S9.980

. 4.246.792

332.955

7.724

34.OS1

38.5924.097

17.271

27.0552.3479.639

2C7.3OR1.2607.141

247.279

1.155

6.236

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12590S

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MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

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QUADRO 31

RECEITAS SETORIAIS A NÍVEL MUNICIPAL, MICRORREGIONAL,

NAL, ESTADUAL E NACIONAL - 1960, .1970, 1975 E 1980

252

MESORREGIO

ESPKCllvCAÇfó

.TCRA DOSREIS

BAIA DAILHA GRftNDE

PERIFERIADO GRATISRIO

ESTftCO

BRASIL

ANOS

60707580(1)

60707580(1)

60707580(1)

60707580(1)

60707580(1)

RECEITAS EM Cr$

PRIMARIAS

496997

157228246

1.3932.7325.358

15.14627.20848.876

573.9751.199.1942.505.451

ATIVIDADKS(2)

SECUNDARIAS

1571.9767.727

30.216

1601.9827.753

30.327

3.9247.792

20.23352.538

147.419328.276850.448

2.203.213

919.0652.722.4736.841.768

17.193.849

IO 6 de 1980ECONÔMICAS

•iraCIÁRIAS

212997

2.3335.459

2301.1272.6136.058

1.8706.0028.518

12.089

207.799584.368

1.276.1692.787.042

1.045.3Sr>3.463.1548.001.236

18.485.97b

NAS

TOTOL

• • •3.022

10.12935.772(3)

3.26610.59436.631(3)

• • •15.18731.48369.985(3)

• * •927.790

2.153.8455.039.131(3)

6.759.60216.0-12.19838..1 US. 275 '3)

FONTE: IBGK, Censos Agropecuário, Industrial, Serviços c Comercial -1960, 1970 e 1975

NOTAS : (1) Valores obtidos cm função das estimativas realizadasvós da taxa anual geométrica de crescimento 70/75.

atrageome

(2) Valor da produção industrial.

(3) Soma das estimativas para 1980.

MOD 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

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IISIIIITI IIISIUIII I I IMIIISIUCM NMCiril

253

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MOD 1004 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

QUADRO 33

PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS CONSUMIDORES E DO CONSUMO DS ENERGIA EL5TRICA DO MUNICÍPIO OS ANGRA DOS RSZS'EM KBZAA A KICRORRSSlSO, A MESORREGlRO S AO ESTADO - 1975 A 1979 E 1981

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ESPECIFICAÇÃO

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12,6414.5715,6021,102<J.S6

0,220,250,290,44C.--.-5

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EESIDENC I A I , "

83,02S3.9084,6484,1683,18

12,6114,5016.5721,2425.51

0,210,240,20

o..;.i

roNsyxiroRi

INDUSTRIAL

97,3091,4693,65ao, 2281,90

19.8622,0614,6917,9420.38

0,440.410.280,260,39

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CCMEBCIAL

76,3877,4978,53eo,6779,67

12,8615.2418,7222,9223.31

0,250.320,330,470,47

CX.TBD6

67,4770,9368,5467,?66 7 , "JO

9,129,436,078.619,17

0,500,530,460,510,55

TOTAL

93,7092,2094,7695,8390,27

15,6911,9317,9525,0025,37

0,330,260,40O,C>10,6.1

CON'SUKO (KWr)

RE5XBENCXAlT

8^,7883,3384,9035,6565,10

12,4614,0515,1418,9518,23

0,170,200,210,280.23

ITOUSTRIAL

99,1099,7199,8299,5399,31

15,869,70

19,7954,6428,66

0,660,390,751,081,0$

cctzaczAL

60,4584,0852,6992,548?, 31

13,3917,6016,9537,2030,30

0,130,190,220,550,42

8

OUTROS •>

93,47 _93,53 587,<0 S74,7« 263,J8 2

12,9012,049,623,73

10,78

0,210,180,140,060,18

FONTE: FAPERJ. AnuSrio Estatístico do Estado da Rio de Janeiro - 1978, 1979 E 1980Cia. Eletricidade do Estado do Pio de Janeiro (LIGHT)

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257

QUADRO 36

ARRECADAÇÃO DO FGTS A PREÇOS CONSTANTES - 1972 A 1980

ANOS

72

73

74

75

76

77

78

79

80

ARRECADAÇÃO DO FGTS - p r e ç o s c o n s t a n t e s d eCr$ 103

BRASIL

3.571.848

4.246.063

4.736.884

5.632.765

5.969.288

6.551.843

7.235.703

7.549.970

7.105.4S5

RIO DEJANEIRO

758.371

878.909

906.605

1.069.365

1.126.421

1.233.583

1.344.283

1.391.155

1.264.686

PERIFERIADD GRM&1S RIO

7.350

10.329

10.091

13.600

14.495

17.467

23.779

21.060

19.078

BAIA DAIIJIA GKW3DL

3.837

6.117

5.566

8.326

8.345

10.674

15.512

13.847

12.299

1970

ANGtt COSBEIS

3.751

5.740

5.084

7.90B

8.094

10.430

15.373

13.676

12.176

FONTE: BNH, DRC. Relatório de Apropriação Municipal de Saques Hédios - FGAll

MO0I004 IBAM - 30 ANOt VALORIZANDO 0 MUNICÍHO

iismiii iiisiuiii ii iHinsiudi miicirii

258

QUADRO 37

SAQUES DO FGTS A PREÇOS CONSTANTES - 1972 A 1980

AMOS

72

73

74

75

76

77

78

79

80

SAQUES DO FGTS -

BRASIL

1 .553 .447

1 .809 .700

2.005.7S3

2.558.238

2.626.678

3.027.554

3.322.131

3.363.597

2.944.886

RIO DEJANEIRO

756.371

878.909

906.605

1.069.385

1.126.421

1.233.583

1.344.283

1.391.155

1.264.686

preços constantes Io 1970Cr$l03PFRKTERIA

DO GRANDE RIO

7.350

10.329

10.091

13.600

14.495

17.467

23.779

21.060

19.078

BAIA U?Yiritft GRANDE

2.099

2.009

2.110

2.736

4.102

3.610

4.964

6.519

4.913

ANSViDOSREIS

2.074

1.865

1.854

2.376

3.938

3.437

4.876

6.840

4.766

FONTE: BNB, DRC. Relatório de Apropriação Municipal de Saques Mêdios - FGAll

MOD 1004 ISAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

QUADRO 38

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS SALDOS E DO NUMERO DE CADERNETAS DE POUPANÇA DO TIPO LIVRE - 1980i

I

S

SALDOS EMCRUZEIROSDS I960

Até 3.024

3024 — 30.244

30244 — 181.467

181467 — 604.899

604809 — 13.024.450

acirra 3.024.450

ANGRA DOS REIS

NP DEG\D.

53,42

31,36

11,86

2,67

^,68

0 , C l

SALDO

1,68

12,17

30,80

30,14

2 3 , 8 3

1 , 3 8

BAÍA DAILHA GRANDE

N9 DECAD.

52 ,83

31 ,68

1 2 , 1 1

2,70

0 ,67

0,01

SALDO

1,68

12,34

31,61

30,35

22 ,83

1 , 1 9

PERIFERIA DOGRANDE RIO

K<? DECAD.

59,4 3

27,88

10,07

2,13

0 , 4 8

0,01

SALDO

2 , 0 7

13,26

32,54

29,17

21 ,45

1 ,51

RIO DE JANEIRO

K9 CECAD.

61,05

23,79

10,45

3,49

1,17

0 , 0 5

SALDO

1 , 1 1

6 , 7 3

2 0 , 7 3

29,56

31,84

10,03

BRASIL

W DECAD.

6 3 , 1 9

2 3 , 5 1

9 ,70

2,75

0 , 8 2

0 , 0 3

SALDO

1 , 4 4

8,52

24,29

29,64

28,55

7,56

FONTS: 3NH . SAFPE, Cadernetas de Poupança - Censo Nacional, julho/1980.-KOTA: As faixas foran discriminadas considerando uma analogia con o «alario mínimo regio

nal - Cr$ 4.149,00.

IISTITITI IIISIIEIII IE IIHIIISfllCll IlllCiril

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260

MOD 1004 IBAM - 3 0 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

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261

MOD 1004 - IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO

IISTIIITI IIISIIEIII IE IIMIIISIIICII IIIICIPIL

2. ESTIMADORES DE MAXIMA VEROSSIMILHANÇA PARA

DISTRIBUIÇÃO MULTINOMIAL

nsmiTi IIISIIIIM n iHiiisiiicii MIKIPII

263

ESTIMADORES DE MAXIMA VEROSSIMILHANÇA

PARA DISTRIBUIÇÃO MULTINOMIAL

A Distribuição Multinomial

Existem k resultados possíveis na ocorrência de um

evento e as probabilidades desses resultados são denotados por

P , P P . Assim, deve-se ter:I Z k

O evento é repetido "n" vezes e seja:

sct o n9 de vezes de ocorrência do resultado associado a P

x.^ o n9 de vezes de ocorrência do resultado associado a P

ou o n9 de vezes de ocorrência do resultado asso* ciado a P

K

A função de densidade para as varáveis atA x-_ c

A função de densidade envolve somente (k-1) dos xjç

uma vez que somente (k-1) deles são funcionalmente^independentes.

Assim, "a:" é exatamente determinado pela relação «£—< se-ri- quan

do 3cx X-zj oc'ttri são especificados. Então,

esta é uma distribuição multivariada envolvendo (k-1) variáveis.

O "se" do lado direito de (2) deverá ser interpretado pela ex

pressão

A expressão (2) é uma distribuição de uma família, de "k" parâme

tros, sendo rt; pt }px) / 4 , esses parâmetros. A outra va

•»/» l l l /U tf Al ABI41Í1HA l\ UIIUI/lhM

llSmill •IISIIEIN II IWIIISTIICM HIKIPIl

264

riável fí ê como q da distribuição binominal, exatamente determi

nada por

Bstimadores de Máxima Verossimilhança para grandes Amostras

Os estimaãores de máximo-verossimilhança ©ijQj *

para os parâmetros de uma função de densidade / C x / ^ ) ^ v e*)

das amostras de tamanho "n", para grandes amostras possuem apro

ximadamente distribuição normal mui ti variada com médias i.,©*

O e com matriz n.R na sua forma quadratica, onde

* ~ ~* L *3©* 99j

As variâncias e covariâncias estimadas são obtidas de

Vss V , onde v«. fC , sendo R uma

matriz de elementos <£;

Estimadores de máxiroo verossimilhança para os parâmetros da dis

tribuição multinomial

Os elementos de uma dada população são classificados

dentro de k+1 categorias Al} A

2, jA ^. Descreveremos um ele

mento pelo grupo de variáveis (x1)a^j ^nt»)' o n d e' s e °

elemento pertence a ^i.x.(-L e nos outros =*?, são zero.

Se a probabilidade de um elemento ser selecionada na amostra per

tença a A é "p, ", então a função de densidade conjunta de ^ 5 ^

e:

i/L ~ - \» 0* pA C «-í' '

J p 2 «-' /' « ^' 21 iA-. i

Assume-se que -f (*, s%^%) sobre todos os pos_

slveis grupos de x's, principalmente, (1,0,0,0 ...0), (0,1,0... 0)

e assim por diante, teremos:

>*„<)-- T, ft: -1

• AU «I lil/W l/ll ABIflIlIM <l UIIUIKlkM

innrari lusuiin n IMIIISIUCM MIKINI265

A distribuição • multivariada COB k parâmetros de funcionalidade independentes. Tomaremos, então, que P , P .... Pe pensemos e» p^, com a expressão 1-P -P - . . . - P .

Seja a amostra de tamanho "n" e seja "n^" o númerode elementos da amostra com a categoria A , então 2-n. «*•- e °

Ã. •'estimador de máximo-verossimilhança da amostra e

o logaritmo é dado por:

Igualando-se a primeira derivada* de L a zero e resolvendo o sistema de equações, encontraremos os estimadores de

P. .A

9 fi & P**i

Deveremos lembrar que P - 1-P -P - ... -P

Multiplicando a primeira equação por P -Pa segunda equação por P -P

a késima equação por P -P^ esomando os resultados, chega-se a:

4w ~ '"t*1

Assim:

llSnilll IIISIIEIM If 1MIIISTUCU MMCirU

266

A distribuição normal multivariada com médias P po

dera ser encontrada determinando os coeficientes n*<j da forma

quadratica através de:

Onde

Assim

Pt

Somando as expectativas:

M-•i*i

Assim:

- . . / , / se/l"J JS -f

- / se

Escreveremos estas equações, usando o símbolo

P*

iisnim iiisiuiii K imimucit unam2(7

O valor do tentinante |R| pode ser nostrado coao

«endo Iz*Assim a distribuição aproximada para grandes anos

trás dos estivadores é dada por:

« * . * . •

A inversa de R tem como elementos os parâmetros abai_

xo, como podemos verificar pelo cálculo de V.R, onde V=R~

As variâncias e covariâncias estimadas são obtidast, / I » * i

através de: G*/ =. oaf*. e c.j« o.j/n.

Regiões de Confiança para grandes amostras

Se a distribuição envolve vários parâmetros («j.©i ;

I°H), sob condições gerais, as estimativas de máximo-verossinví

lhança ô , ô , ...» 8 possuem distribuições aproximadamente Nor

mais com médias 6 , 6 , ..., 6 e coeficientes da forma quadráti

ca dada por:

A« » _ -n . E©e.

A forma quadratica de uma variável Normal de ordem k

tem distribuição Quiquadrado com "k" graus de liberdade. Podemos

concluir que a quantidade *. K

tem distribuição aproximadamente Quiquadrado com "k" graus de

liberdade para grandes amostras. A acuracidade da aproximação

não será comprometida pela substituição das estimativas de 9's pç

los 0's em jL,i . A quantidade• I t U I _ <UI AâlrtC t/Al ABI9AI

nisium K iMiiisnícn •Mttni268

«"•I

tea distribuição Quiquadrado COB k graus d« liberdade.

A variável "V" permite obter uaa regiio de confiança

para os 0 . Se Xl .v • ° ponto que corresponde a I-» da dis

tribuição quiquadrado entio a

te confiança no espaço paramétricô. O liaite da região de con

fiança é dada pela expressão

que é a equação de uma elipsoide no espaço (G , 6 ,

centro em (ô , ô , ..., Ô ).

O ) com

Determinação da região de confiança para as estimativas de pro

porção obtidas na Pesquisa

O quadro abaixo discrimina os dados relativos ao le

vantamento da Prefeitura e as estimativas que permitiram avaliar

a fidedignidade da amostra através da pesquisa por amostragem

realizada no Município de Angra dos Reis.

QUADRO - Distribuição dos Chefes de Família Residentes no Distri

to de Mambucaba do Município de Angra dos Reis

LOCAL DE NASCIMENTO

Naturais de Angra dosReis

Imigrantes para Angrados Reis

Sem declaração

LEVANTAMENTO DA PREFEITURA

Pi

9,00%

91,00%

-

ESTIMATIVAS

Pi

10,71%

89,29%

-

Fonte: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis - IBAM/1982MAU _ M áliAtwti ftkni«nAAuiiauihiA

nsnrati lusiuni K IWIIISTIKM MMCIML269

As estimativas de proporções para cada categoria fo

ram obtidas através dos estimadores de máximo verossimilhança pa

ra a distribuição multinomial meuiante o emprego da expressão;

conforme os critérios já expostos anteriormente.

pt a -2£- onde i* 1,2,..., k+1' •n, «t» tamanho da amostra

4*i« n9 de elementos da amostra da categoria A^

A acuracidade das estimativas foi realizada pela

determinação da região de confiança dos parâmetros estimados, que

impõe o cálculo da quantidade "V que possui distribuição Quiqua

drada com k graus de liberdade.

v I I

onde os /c^. são obtidos em função de:

/*</ •= ^ .». - 1 s e

t - í _ se

NOTA: Deve-se lembrar que

Assim:/ t" "" ~pT Pa

Pa 0,$<}29 O.9QS9

Logo:

ÍUM I/AI

mtifiii MISUENN M IMHUSIBKII W W M

270

Adotando-se o nível de significincia de 51 d* distri

buiçio Quiquadrado COM 2 graus de liberdade, encontr.t-se JT. «5,99

• a região de confiança de 95% para os parâmetros P e P é deter

Binada por:

que define vmm elipsoide no espaço paraaetrico COM seu centro «•

Pi « 0,1071 c P2 » 0,8929.

Utilizando-se os dados relativos ao levantamento rea

lixado pela Prefeitura de Angra dos Reis para aferir a quantida

de "v" e coaparar seu valor COM O valor do quiquadrado estabele

cido, te»-se:

_ 10^5(0,10 71-

= O.OO31

Se o valor de "V" é menor que o valor do quiquadrado,

aceita-se as estimativas obtidas com uma confiabilidade de 95%.

MStifin nistum M mmsmcii mrnm

3. OPINIÕES DA POPULAÇÃC, EM RELAÇÃO A CENTRAL

NUCLEAR, RECOLHIDAS PELA PESQUISA DE CAMPO

IISmiTI IIISILEIII I ! ftlMIISIIICftl MIIICIPIL272

OPINIÕES DA POPULAÇÃO, EM RELAÇÃO A CENTRAL NUCLEAR, RECOLHI^

DAS PELA PESQUISA DE CAMPO

-É uma ameaça ã população.

-fi positiva porque oferece trabalho, porém operigo é rauito grande. Considero negativa a implantação.

-Agora não trouxe mal nenhum, mas futuramentevamos ver.

-Estou mudando por causa dela. Espero estarlonge; vim procurar sossego e encontrei perigo.

-A Usina gerou emprego. Não há perigo;os técnicos são bons e há muita segurança.

-Formidável!

-Eu vivo dela, mas tenho medo.

-Acho que somente quando uma explodir aqui éque vão parar com isso.

-Pelo que ouvi falar vai acabar com o problema da energia.

-Foi bom porque abriu empregos onde podemos ganhar mais, no entanto,há um certo receio.

-Aumentou os aluguéis, o custo de vida, mastambém aumentou o nível de vida.

-Quanto mais eu puder ficar longe dela melhor.

-Deu bastante emprego ao povo. Sem a Usina,Angra nao teria o progresso que tem hoje.

-Acho que a Verolme e a construção da BR foram bem mais benéficas.

-Na parte técnica foi muito bom e promete serpromissor, pois sendo um campo novo no Brasil estimula a es_peclalização, mas no lado prático foi ruim,pois Angra sendouma cidade turística de veraneio onde tira grande parte desua renda ficou um pouco abalada.

-Se for somente para produzir energia como tenho ouvido, acho que é uma boa, ~"

-O perigo que oferece compensa outras coisas.

-Não sei porque, acho bom, mas tenho medo deque possa explodir.

MOD ioo4 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

iismiu iiisiiEiii ii iiNiiisriicii MIIICIPIL

273

-Tenho muito medo sõ de pensar.

-Para Angra sõ trouxe muito prejuízo até agora. A luz aqui é horrível e não acho que vá melhorar.

-Só serviu para aumentar as coisas.

-Um pouco perigosa, mas onde não tem perigo?

-De modo geral ela trouxe muitos benefíciospara a cidade, mas o povo tem medo do que pode haver maistarde.

^-A Usina ê perigosa, as pessoas que trabalhamlã dentro estão ficando doentes.

-É perigosa e não dá emprego para ninguém dacidade.

-Maneira de aumentar a dívida externa, maspara o Município melhorou.

-A Usina foi boa para Angra porque a cidadecresceu, aumentou o mercado de trabalho, mas hã risco deacidente.

-No Brasil não temos necessidade disso.

-Foi bom. Tenho um filho que trabalha lá eque ganha bem, mas tenho medo que aconteça algum problema.

-Enquanto não estourar vai ser bom para opaís.

-Acredito no desenvolvimento dessa novidade;acho bom porque,no futuro, o Brasil poderá resolver seuiproblemas de energia.

-Em questão de trabalho melhorou, mas na reportagem da televisão nós ficamos com medo de dar problemas.

-Foi bom por abrir o mercado de trabalho; peIo que tenho ouvido sobre outras usinas, deixou a população receosa.

-Pode ser boa por causa da energia, mas é perigosa.

-Influenciou no mercado de trabalho. Podeprejudicar Angra no futuro; pode causar danos como a contaminação do mar e com isso prejudicará os pescadores.

-Mais uma desculpa para não dar autonomia âcidade.

MOO 1004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISTI1ITI IIISIIEIII IE IIMIIISTIICII MIICIPIl

274

-Acho que não foi benéfica para Angra, porque tirou um pouco do sossego da cidade; por outro ladotrouxe emprego.

-No mercado de trabalho não influenciou,masacho que foi mal empregado o dinheiro gasto. Poderia sermelhor aproveitado. Foi um orgulho nu tar.

-Angra ficou mais conhecida; deu emprego para muita gente. Não vai prejudicar Angra no futuro.

-A vida em Angra seria melhor sem ela.

-Pelos problemas em outros parses acho quenão devíamos tê-la aqui.

-A Usina é uma grande obra.

-É um grrmde avanço para o país.

-Se eu tivesse realmente certeza de alguna coisa,eu acho que não estar:3 morando mais aqui.

-Se ela fosse mais longe daqui, melhor.

-Pelo que a gente vê é uma boa porcaria.

-O assunto é polêmico. 0 Brasil não nrecjLsava aplicar seu capital na construção da Usina. Há outros problemas mais importantes.

-Furnas dá muito conforto aos empregados. 0que sobra em Furnas falta no Município.

-Deu desenvolvimento para o Município, sabendo que mais tarde vai dar dor de cabeça.

-Em matéria de serviço é bom, mas pode serruim.

-Não tenho conhecimento, mas tenho medo.

-Em se tratando de comércio,melhorou bastante, mas fora disso não vai melhorar não Sõ desejo é quenão aconteça nenhum mal.

-A gente não sabe explicar porque não conhece.

-A Usina é boa porque pode resolver o problema de luz no município, porém é perigosa. Se acontecer alguma coisa, um vazamento, não dá tempo de correr.Tomara que não aconteça nada. Em também não sei se a luzvai ser para Angra ou para outros Estados.

IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO 0 MUNICÍPIO

IISMITI IIISIIEIII IE IMIIISfllCll illlCiril

275

MO01004 IBAM - 30 ANOS VALORIZANDO O MUNICÍPIO