Competência Pedagógica do Professor Universitário
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COMPETÊNCIA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Nicanor Filadelfo Pereira
Paulo Botto Collaço
Ricardo Assumpção Vaz
1 INTRODUÇÃO
Este enunciado é tema recorrente nos meios acadêmicos. Existe, sobre
o assunto, grande quantidade de livros, artigos e textos publicados fisicamente
e de forma virtual pela internet. Porém, diante da variedade de pontos de vista
concernentes ao tema, surge-nos uma indagação: o que realmente implica em
competência profissional no ensino superior?
Procuraremos, neste artigo, dar uma resposta, senão definitiva, porém,
colocando no caldeirão das ideias a nossa visão sobre a competência do
professor universitário, partindo do pressuposto de que o desenvolvimento
tecnológico e, por conseguinte, a precocidade intelectual de nossos jovens,
somadas às novas formas socioeconômicas, que impactam diretamente a
relação trabalho/conhecimento, está a necessitar um novo enfoque
tecnopedagógico, com vistas à preparação dos educandos para o mercado de
trabalho.
A primeira questão a que devemos nos debruçar está em identificar se
compartilhamos de uma sociedade capitalista ou do conhecimento, ponto de
partida para as nossas pesquisas e reflexões sobre o ensinar e o aprender. Na
visão de (DUARTE, online, p. 6) “Aos educadores caberia conhecer a realidade
social não para fazer a crítica a essa realidade e construir uma educação
comprometida com as lutas por uma transformação social radical, mas sim
2
para saber melhor quais competências a realidade social está exigindo dos
indivíduos”.
Outra questão assaz importante é relativa à locução “aprender a
aprender”. Entendemos que aprender a aprender parte do pressuposto que o
aluno deva manter uma relação intelectual entre o seu repertório cognitivo e os
novos conhecimentos que lhe são propostos, de maneira a aquinhoar-se, por
um processo critico/racional, de um novo conhecimento, o espistemológico.
Newton Duarte, no seu texto As Pedagogias do “Aprender a Aprender” e
Algumas Ilusões da Assim Chamada Sociedade do Conhecimento, (DUARTE,
online, p. 3) assevera que são mais interessantes as aprendizagens realizadas
pelo próprio estudante, do que aquilo que lhe é transmitido por outrem, citando
(COLL, 1994:136) diz ele:
O primeiro posicionamento valorativo que define o lema “aprender a
aprender” pode ser assim formulado: são mais desejáveis as
aprendizagens que o indivíduo realiza por si mesmo, nas quais está
ausente a transmissão, por outros indivíduos, de conhecimentos e
experiências. O construtivista espanhol César Coll é um dos autores
que explicitam esse princípio. Esse autor chega mesmo a apresentar
o “aprender a aprender” como a finalidade última da educação numa
perspectiva construtivista:
Numa perspectiva construtivista, a finalidade última da intervenção
pedagógica é contribuir para que o aluno desenvolva a capacidade de
realizar aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama
de situações e circunstâncias, que o aluno “aprenda a aprender”.
(COLL, 1994:136) in DUARTE, online, p. 3
Isso nos leva a uma nova questão, a aprendizagem significativa, cuja
importância é real, no sentido de automotivação do aprendiz, visto que nada se
aprende sem o vivo interesse, fundamentado nas indagações naturais dos
indivíduos: o quê? - como? - por quê?
Na visão de Ausubel a aprendizagem significativa, ou seja, que tenha
real significado para o aprendiz, portanto, a motivação, nasce do princípio de
3
uma organização cognitiva de conhecimentos conceituais que se inter-
relacionam com os novos conceitos adquiridos, é o que afirmam Adriana
Pelizzari e outras no seu artigo Teoria da Aprendizagem Significativa Segundo
Ausubel:
[...] as proposições de Ausubel partem da consideração de que os
indivíduos apresentam uma organização cognitiva interna baseada
em conhecimentos de caráter conceitual, sendo que a sua
complexidade depende muito mais das relações que esses conceitos
estabelecem em si que do número de conceitos presentes. Entende-
se que essas relações têm um caráter hierárquico, de maneira que a
estrutura cognitiva é compreendida, fundamentalmente, como uma
rede de conceitos organizados de modo hierárquico de acordo com o
grau de abstração e de generalização. (PELIZZARI e outras, p. 38)
Há, ainda, uma quarta questão a ser estudada com relação à
proficiência do ensinante. Trata-se das relações entre professor e alunos, com
vistas à autonomia destes. Devemos ter em mente que o trato entre o docente
e os discentes realiza-se por uma intercomunicação humana, que perpassa por
vários fatores, desde a empatia às técnicas didático/pedagógicas. O Professor
Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia, elenca vários aspectos
imanentemente centrados nessas relações humanas, colocando para si
próprio, alguns questionamentos que exemplificam de forma clara o seu
pensamento nas relações professor/aluno:
O meu respeito de professor à pessoa do educando, à sua
curiosidade, à sua timidez, que não devo agravar com procedimentos
inibidores exige de mimo cultivo da humildade e da tolerância. Como
posso respeitar a curiosidade do educando se, carente de humildade
e da real compreensão do papel da ignorância na busca do saber,
temo revelar o meu desconhecimento? Como ser educador,
sobretudo numa perspectiva progressista, sem aprender, com maior
ou menor esforço, a conviver com os diferentes? Como ser educador,
se não desenvolvo em mim a indispensável amorosidade aos
educandos com quem me comprometo e ao próprio processo
formador de que sou parte? (FREIRE, 1996, p. 30)
Isso posto, estaremos analisando e discutindo doravante os diversos
pontos de vista defendidos por esses e outros autores, tendo em mira a
4
definição sobre sociedade capitalista ou sociedade do conhecimento; o
conceito do aprender a aprender; a aprendizagem significativa e os princípios
de humanidade, que entendemos imprescindíveis na relação professor/aluno,
com vistas à competência pedagógica, no atual contexto da educação no
Brasil.
2 Sociedade capitalista ou sociedade do conhecimento
Eis aqui uma questão de magna importância para a análise da atividade
docente no que tange aos princípios a serem adotados na composição do
currículo e até mesmo na forma de exposição dos conteúdos.
Não podemos nos furtar ao entendimento de que vivemos num sério
momento de transição de uma sociedade industrial para uma sociedade
mercantilista, num mundo completamente globalizado, tecnológico e
consumista. O célere desenvolvimento da tecnologia vem substituindo a mão
de obra humana por sofisticados equipamentos autogeridos, diminuindo
drasticamente a necessidade da intervenção humana. Este fato inegável e
irreversível passa a exigir, cada vez mais, maior especialização técnica, em
detrimento da mão de obra não qualificada.
Todo o aparato de produção e consumismo fomentado pelas facilidades
de transporte, assim como, a facilidade e a rapidez das comunicações estão
inegavelmente a serviço do capital em poder das grandes corporações
produtivas e bancárias, que o monopolizam de forma virtual.
Por outro lado, o conhecimento, mercê da grande rede de
comunicações, tecnicamente desenvolvidas e instantâneas, tornou-se
abrangente e altamente universalizado, corroborando, dessa forma, para a
manipulação do capital, ao mesmo tempo exigindo especificidade técnica.
Pudemos assim observar que a caracterização da sociedade atual é
inerente ao foco que lhe dermos, visto que ambas convivem e se completam,
5
cabendo ao docente e às IES o direcionamento dos seus alunos, objetivando a
sua empregabilidade diante da exiguidade atual dos postos de trabalho. De
forma bem objetiva Newton Duarte aclara o nosso ponto de vista:
[...] para caracterizar nossa sociedade dependa do “olhar” pelo qual
focamos essa sociedade: se for o “olhar econômico” então podemos
falar em capitalismo, se for o “olhar político” devemos falar em
sociedade democrática, se for o “olhar cultural” devemos falar em
sociedade pós-moderna ou sociedade do conhecimento ou sociedade
multicultural ou sei lá mais quantas outras denominações. Essa é
uma atitude idealista, subjetivista, bem a gosto do ambiente
ideológico pós-moderno.
Já, referendando nosso pensamento, encontramos ainda em (DUARTE,
online, p. 7) o reconhecimento dessa situação essencialmente capitalista em
que vivemos:
Eu reconheço, e não poderia deixar de fazê-lo, que o capitalismo do
final do século vinte e início do século vinte e um passa por
mudanças e que podemos sim considerar que estejamos vivendo
uma nova fase do capitalismo. Mas isso não significa que a essência
da sociedade capitalista tenha se alterado, isso não significa que
estejamos vivendo uma sociedade radicalmente nova, que pudesse
ser chamada de sociedade do conhecimento.
Considere-se, ainda, que a velocidade na qual são operadas as
transações mercantis, e o lançamento quase diário de novos produtos, com
novas tecnologias, requer do trabalhador um conhecimento polivalente,
mutável e adaptável permanentemente a novas circunstâncias, o que gera
também alta rotatividade nos postos de trabalho.
3 Aprender a aprender
Temos que na pedagogia do “aprender a prender” estão contidos,
implicitamente, dois importantes fatores: o primeiro, parte da ideia de que o
estudante tenha, por si mesmo, um vivo interesse na aquisição do
conhecimento, para que possa, por seus próprios esforços, encontrar fórmulas
6
que lhe sejam intrínsecamente capazes de motivar o seu intelecto; a segunda
hipótese consubstancia-se na prática do conhecimento adquirido, exercitando-o
de forma exitosa, e que o leve a um estado de satisfação pessoal.
No entanto, é importante frisarmos que a utilização desta pedagogia não
isenta o professor da imprescindível mediação, como tutor ou mediador, nem
ao menos o redime da não exposição teórica de conteúdos atraentes e que
tenham real significado em relação aos interesses dos alunos.
Convém que insistamos nos benefícios dessa nova filosofia educacional,
lembrando que o ensino tradicional era essencialmente voltado ao passado,
num processo de reprodução de geração a geração, que bastava para os
descendentes como subsídio de conhecimentos para suas lides profissionais.
Entretanto, o mundo moderno, cuja velocidade e a superacumulação de
conhecimentos, exige dos estudantes um olhar para frente e, de certo modo,
antecipando-se para não cair no anacronismo pela defasagem dos seus
conhecimentos. Isto é o que nos ensina Newton Duarte a esse respeito:
O quarto posicionamento valorativo contido no lema “aprender a
aprender” é o de que a educação deve preparar os indivíduos para
acompanharem a sociedade em acelerado processo de mudança, ou
seja, enquanto a educação tradicional seria resultante de sociedades
estáticas, nas quais a transmissão dos conhecimentos e tradições
produzidos pelas gerações passadas era suficiente para assegurar a
formação das novas gerações, a nova educação deve pautar-se no
fato de que vivemos em uma sociedade dinâmica, na qual as
transformações em ritmo acelerado tornam os conhecimentos cada
vez mais provisórios, pois um conhecimento que hoje é tido como
verdadeiro pode ser superado em poucos anos ou mesmo em alguns
meses. O indivíduo que não aprender a se atualizar estará
condenado ao eterno anacronismo, à eterna defasagem de seus
conhecimentos. (DUARTE, online, p. 5)
4 A aprendizagem significativa
Em tópicos anteriores já tocamos, de passagem, sobre essa teoria de
Ausubel, que reputamos importantíssima para um aprendizado efetivo e eficaz,
a qual consiste no princípio de que os conhecimentos já adquiridos pelos
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alunos sejam usados como meio de suporte conceitual sobre os quais os novos
conceitos possam ser acrescentados, pensamento a que se dá o nome de
aprendizagem significativa.
Em tese, Ausubel propõe que o conhecimento adquirido pela
incorporação aos já existentes torna-o significativo, à medida que provém do
próprio raciocínio do aluno. Já o ensino desligado desse mecanismo de suporte
conceitual produz a aprendizagem mecânica ou repetitiva. Nesse processo de
interação de conhecimentos específicos, em que a nova informação é
acrescentada ao repertório do aprendiz, dá ele o nome de “subsunçor”, termo
originário do Inglês “subsumer”.
Esse processo de aprendizagem significativa ocorre pela modificação do
conhecimento prévio do aluno, de forma crescente, por meio da reflexão
específica. Para que haja a aprendizagem significativa são necessárias duas
condições básicas: a primeira, parte do princípio de que o aluno tenha
disposição para aprender pelo processo racional, do contrário, pela
memorização do conteúdo de forma arbitrária e literal, esse aprendizado será
tido como mecânico ou repetitivo; a segunda condição, não menos importante,
é a de que o conteúdo seja potencialmente significativo, fundamentado na
“lógica e psicologicamente significativo” (PELIZARI, online, p. 38).
Com o objetivo de orientar a produção da aprendizagem, Ausubel
estabelece duas dimensões diferentes, as quais, a partir de diversos valores,
possam tomar, em cada caso, as diferentes classes de aprendizagem: a
aprendizagem significativa e a aprendizagem memorística.
No caso, a aprendizagem significativa consiste em organizar a
aprendizagem e a estrutura por meio da descoberta/aprendizagem receptiva,
para que a maneira como o aluno recebe os conteúdos mais se aproxime do
processo de descoberta, ensejando, assim. a oportunidade de descobrir, antes
de assimilá-lo. No entanto, quanto mais são dados ao aluno os conteúdos em
forma final, acabados, mais se tornam em aprendizagem receptiva. A distinção
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entre os dois processos está inerentemente ligada aos conceitos presentes na
estrutura cognitiva do aluno em relação ao conteúdo que deve aprender.
A aprendizagem significativa oferece algumas vantagens em relação a
aprendizagem receptiva “tanto do ponto de vista da estrutura cognitiva do aluno
como do ponto de vista da lembrança posterior” (Pelizzari, p. 39), propiciando
novas aprendizagens, tornando-a, portanto, mais adequada a ser aplicada em
sala de aula.
Segundo Ausubel, na aprendizagem significativa há, ainda, três
importantes aspectos a se destacar: primeiro, o conhecimento adquirido de
maneira significativa é retido por maior tempo; segundo, facilita a capacidade
de aprender outros conteúdos, mesmo em caso de esquecimento da
informação original; e em terceiro, facilita a reaprendizagem, em caso de
esquecimento.
Segundo as autoras Pelizzari e outras, a Educação precisa passar por
uma reforma drástica de conteúdos e de métodos, tendo em vista que a ação
educativa é diretamente relacionada ao nível do desenvolvimento dos alunos, o
qual, muitas vezes, não atinge o patamar ideal, devendo ser complementado
por uma análise dos seus conhecimentos prévios. Considerando-se que os
conhecimentos trazidos pelos alunos marcarão o grau do seu crescimento
escolar.
Por outro lado, a construção das aprendizagens significativas requer a
conexão dos seus conhecimentos básicos com os novos conhecimentos,
utilizando-se da autoestruturação significativa. Para tal, propõe-se que os
alunos “realizem aprendizagens significativas, por si próprios”, o que equivale
dizer que aprendam a aprender.
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5 Humanismo e autonomia no processo do ensino superior
Como dissemos na introdução deste artigo, devemos ter em mente que
o trato entre o docente e os discentes realiza-se por uma intercomunicação
humana, que perpassa por vários fatores, desde a empatia às técnicas
didático/pedagógicas. Em vão seria a aplicação de todas as técnicas, de toda
pedagogia ou didática, sem que houvesse uma comunicação perfeita,
integralmente isenta de ruídos, entre o professor e os seus alunos.
A comunicação pressupõe uma atividade essencialmente humana que
envolve variados aspectos. Muitas vezes criamos “barreiras” inconscientes que
impedem uma comunicação perfeita. Richard Dimbledy e Graeme Burton
afirmam que essas barreiras são fenômenos de ordem psicológica que criamos
antes mesmo de falarmos às pessoas, ou sequer ouvi-las:
“Os fatores que se colocam entre as pessoas no processo da
comunicação chamam-se barreiras. As palavras são “filtradas”,
porque raramente existem barreiras completas e totais no processo
da comunicação. São problemas que costumamos chamar de
“ruídos” ou “interferências”. [...] As bases desse „filtro” partem das
presunções que fazemos a respeito da outra pessoa.” (DIMBLEDY,
2008, p. 94)
Ora! Se não houver um perfeito diálogo entre os docentes e os
discentes, não há comunicação, há, sim, uma barreira que, certamente,
obstruirá o pleno sentido da aprendizagem. Como vimos anteriormente, a
comunicação se realiza por via de mão dupla, não somente por palavras, mas
por estas e pelos signos próprios da comunicação entre as pessoas. Paulo
Freire, em Pedagogia da Autonomia, narra uma conversa que teve com uma
professora em que observa a importância de o professor saber ouvir.
Destacamos abaixo parte desse comentário por julgá-lo pertinente à análise
que desenvolvemos:
Recentemente, em conversa com um grupo de amigos e amigas,
uma delas, a professora Ollgair Garcia, medisse que, em sua
experiência pedagógica de professora de crianças e de adolescentes,
10
mas também de professora de professoras, vinha observando quão
importante e necessário é saber escutar. Se, na verdade, o sonho
que nos anima é democrático e solidário, não é falando dos outros,
de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da
verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar,
mas é escutando que aprendemos a falar com eles. Somente quem
escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em
certas condições, precise falar a ele. (FREIRE, Online, p. 70)
Na mesma linha de pensamento Magda Soares (2008), referindo-se a
Bourdieu, mostra-nos quão importante é a linguagem como instrumento de
comunicação, assim como, o simbolismo que determina sua força no
relacionamento entre os indivíduos:
“Uma relação de comunicação linguística não é, para Bourdieu,
simplesmente uma operação de codificação-decodificação; é,
fundamentalmente, uma relação de força simbólica, determinada pela
estrutura do grupo social em que ocorre a comunicação, ou seja,
pelas relações existentes entre os interlocutores”. (SOARES, 2008,
p.55)
Ainda no sentido de humanismo, característica intrínseca que perpassa
as obras de Freire, encontramo-lo comentando sobre o espírito de alegria,
aberta à sensibilidade, que deve permear as atividades docentes,
subentendendo-se, nisto, o espírito de simpatia e satisfação do professor nas
suas ministrações, as quais devem intermediar a relação professor/aluno.
Assim se expressa o autor:
A atividade docente de que a discente não se separa é uma
experiência alegre por natureza. É falso também tomar como
inconciliáveis seriedade docente e alegria, como se a alegria fosse
inimiga da rigorosidade. Pelo contrário, quanto mais metodicamente
rigoroso me torno na minha busca e na minha docência, tanto mais
alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não chega apenas
no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E
ensinar e aprender não podem se dar fora da procura, fora da
boniteza e da alegria. O desrespeito à educação, aos educandos, aos
educadores e às educadoras corrói ou deteriora em nós, de um lado,
a sensibilidade ou a abertura ao bem querer da própria prática
educativa de outro, a alegria necessária ao que fazer docente.
(FREIRE, 1996, p. 90)
Pelo acima exposto, entendemos que um dos fatores primordiais da
competência do educador, sem prejuízo de outras técnicas
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pedagógico/didáticas, é o seu relacionamento com a classe, dentro do princípio
de confiabilidade e de empatia mútuas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sintetizando as análises procedidas ao longo deste artigo, entendemos
que a competência do professor universitário, independentemente da utilização
das várias técnicas e métodos disponíveis para a condução dos graduandos ao
pódio do conhecimento, passa pela interpretação do status sociocultural do
momento em que vivemos como sociedade capitalista, ao mesmo tempo em
que carece, a cada dia mais, do conhecimento, para a obtenção de uma
condição digna de sobrevivência através de sua empregabilidade.
Por outro lado, é inegável a supremacia da pedagogia do “aprender a
aprender”, por parte dos alunos, como forma de aquisição do
autoconhecimento e a apropriação de sua autonomia crítica, preparando-se
para a convivência neste mundo globalizado, tecnicista e consumista.
No entanto, para que ocorra a real aprendizagem, é necessário que o
docente tenha suficiente habilidade de conduzir os conteúdos de suas aulas,
fazendo-os com que se tornem significativos para os discentes, despertando-
lhes, dessa forma, o real interesse no seu aprendizado.
Para que tudo isto ocorra de forma natural e exitosa, há que o professor
se revista dos princípios humanistas no trato com os alunos, abrindo sempre
um canal de comunicação, sem interferências ou “ruídos” que possam criar
barreiras ou bloqueios intransponíveis.
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REFERÊNCIAS
DIMBLEDY, Richard e BURTON, Graeme. Teoria da Comunicação –
Anhanguera, 12ª ed. 1985, Summus, SP
HOHLFEDT, Luiz, org. Teoria da Comunicação – Conceitos, Escolas e
Tendências, 7ª ed. 2007, Vozes, Petrópolis.
MASETTO, Marcos Tarcísio. Competência Pedagógica do Professor
Universitário, 4ª ed.2003, Summus, SP.
SOARES, Magda. Linguagem e Escola – na escola, diferença é deficiência,
17ª, Ática, São Paulo, 208.
DUARTE, Newton. As pedagogias do aprender a aprender. Online
http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE18/RBDE18_05_NEWTON_DUAR
TE.pdf - acesso em 20/05/2013
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Online
http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf%5Cpedagogia_da_autonomia_-
_paulofreire.pdf – acesso em 21/05/2013
Teoria da Aprendizagem significativa segundo Ausubel
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf - acesso
em 16/03/2013
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http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf - acesso
em 16/03/2013
Sorocaba, 25/05/2013