COMO IMPLEMENTAR A GESTÃO DE MANUTENÇÃO da PERFURATRIZ

98
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS ESPECIALIZAÇÃO EM SISTEMAS MÍNERO- METALÚRGICOS – MANUTENÇÃO PEDRO JOSE AVILA Gestão da Manutenção: COMO IMPLEMENTAR A GESTÃO DE MANUTENÇÃO da PERFURATRIZ em POTÁSSIO RIO COLORADO U FOP - CETEC - UEMG

Transcript of COMO IMPLEMENTAR A GESTÃO DE MANUTENÇÃO da PERFURATRIZ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OUROPRETO

ESCOLA DE MINASREDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE

MATERIAISESPECIALIZAÇÃO EM SISTEMAS MÍNERO-

METALÚRGICOS – MANUTENÇÃO

PEDRO JOSE AVILA

Gestão da Manutenção: COMO IMPLEMENTAR AGESTÃO DE MANUTENÇÃO da PERFURATRIZ em

POTÁSSIO RIO COLORADO

U FO P - C E TE C - U E M G

II

VITORIA – ES2012

III

PEDRO JOSE [email protected]

Gestão da Manutenção: COMO IMPLEMENTAR

A GESTÃO DE MANUTENÇÃO da PERFURATRIZ

em POTÁSSIO RIO COLORADO

Monografia submetida àapreciação da bancaexaminadora do Curso deEspecialização Profissionalem Sistemas Mínero-Metalúrgicos Área:Manutenção.

Professor Orientador: JOÃO ESMERALDO DA SILVA

IV

VITORIA - ES2012

V

MODELO DA FICHA CATALOGRÁFICA(após preenchimento e entrega na biblioteca do requerimentopara obtenção da ficha catalográfica, o aluno a receberá

por email )

(No verso da folha de rosto, na metade inferior da folha,

centralizada).

M357r Gonçalves, Rosangela (nome do autor)

Manual para elaboração dos trabalhosacadêmico-científicos do curso de engenharia deprodução, administração e economia da UniversidadeFederal de Ouro Preto (título do trabalho) /Rosangela Gonçalves (nome do autor) – Ouro Preto:UFOP, 2007 (ano do depósito).

53f.: il. (número de folhas)Orientador: Nome do Orientador

Monografia/Dissertação (Mestrado em Engenhariade Produção) - Universidade Federal de Ouro Preto,Escola de Minas.

1. Educação ambiental 2. Impactos na

VI

PEDRO JOSE AVILA

GESTÃO DA MANUTENÇÃO: CÓMO IMPLEMENTAR A GESTÃODE MANUTENÇÃO DA PERFURATRIZ EM POTÁSSIO RIO

COLORADO

Monografia para ser julgada e apresentada de 4 a 8 demarço de 2013 como parte dos requisitos necessários para aobtenção do grau de Especialização Profissional em SistemasMínero-Metalúrgicos. Área: Manutenção. Universidade Federalde Ouro Preto.

BANCA EXAMINADORA

JOÃO ESMERALDO DA SILVAUniversidade Federal de Ouro Preto

Orientador

Lourival TavaresEspecialista Independente

Coorientador

VII

VIII

Dedico este trabalhoa todos aqueles que

me apoiaram pararealizar essa tarefae, especialmente, à

minha esposa, que

IX

sempre me acompanhouem minhas atividades

profissionais.

X

AGRADECIMENTOS

- A Deus por me dar a chance de fazê-lo;

- A minha família pelo seu apoio;

- Aos professores do curso, pelo apoio e por me orientarnas aulas;

- A meus amigos por sua companhia e alento;

XI

"O mundo não é, está sendo."

Paulo Freire

XII

R E S U M O

AVILA, Pedro José. Gestão da Manutenção: Implantação da

Gestão de Manutenção na Perfuratriz de Potássio Rio

Colorado S.A. Monografia. (Graduação em Engenharia de

Manutenção em Sistemas Mínero-Metalúrgicos). Universidade

Federal de Ouro Preto.

Este trabalho tem como objetivo analisar as contribuições

da Gestão de Manutenção no processo de perfuração dos furos

de produção de cloreto de potássio no projeto Potasio Río

Colorado que a companhia VALE possui na Província de

Mendoza, República Argentina.

Para isso, foram realizadas pesquisas acerca dos conceitos

e aplicação de gestão de manutenção, que contêm, entre

outros: Instalação de novos ativos; Planejamento da

Manutenção (Estratégia; Planejamento a Médio Prazo;

Orçamento de Manutenção); Gerenciamento da Rotina (Inspeção

de Ativos; Planejamento e Programação; Execução de

Atividades); Monitoramento e Controle; Gestão de Recursos

(Gestão de Materiais; Gestão de Componentes; Gestão de

Contratos; Gestão de Conteúdo Técnico); Gestão de Projetos

(Mudanças de Ativos; Manutenção Relevante); Gestão das

Perdas e Utilização, Ordem e Limpeza.

XIII

A resposta obtida na disponibilidade e confiabilidade dos

equipamentos da perfuratriz foi evidenciada pelos

indicadores específicos e, qualitativamente, pelas opiniões

do pessoal e gerentes das áreas de perfuração e manutenção.

Palavras-chave: gestão da manutenção . gestão de ativos .

excelência em manutenção.

XIV

A B S T R A C T

This work has as objective to analyze the contributions of maintenance

Management in the process of drilling the holes for the production of

potassium chloride in Potassium Río Colorado, which the company VALE has in

the province of Mendoza, Argentina Republic. To this end, surveys were carried

out about the maintenance management concepts, which contain, inter alia:

Installation of New Assets; Maintenance planning (strategy; Medium-term

planning; Maintenance budget); Routine management (asset Inspection;

Planning and programming; Implementation of activities); Monitoring and

control; Resource management (management of materials; Management of

components; Management of contracts; Technical Content Management);

Project management (asset Changes; Relevant Maintenance); Management of

losses and use, order and cleanliness.

The response in the availability and reliability of the equipment of the drilling

rig was evidenced by specific indicators, and by the qualitatively opinions of

staff and managers of drilling and maintenance areas.

Key-words: maintenance management . asset management . maintenance

excellence.

XV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Cadeia de Valor de Porter....................18

Figura 2 - Cadeia de Valor de Kotler....................19

Figura 3 - Representação de um sistema de informação aplicado à manutenção...................................29

Figura 4 - Polígono da Produtividade da manutenção......31

Figura 5 - Uma aproximação estruturada para alcançar a excelência em manutenção................................36

Figura 6 - O ciclo PDCA.................................38

Figura 7- A estrutura sistêmica do Programa Baldrige .................................................39

Figura 8- . Triângulo de manutenção e estágios de implantação....................................42

Figura 9- Desenvolvimento progressivo de uma caverna...............................................50

Figura 10-. Processo simplificado adotado....................................................................53

Figura 11- Perfuratriz de Potássio Rio Colorado........................................................... 54

Figura 12- Plano de Implantação Global........................................................................59

XVI

Figura 13- Disponibilidade Rapid Rig (Perfuratriz).......................................................63

Figura 14- MTBF Rapid Rig (Perfuratriz)......................................................................64

XVII

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Evolução da manutenção.......................27

Quadro 2 - Detalhamento dos processos...................31

Quadro 3 - Itens de avaliação do Programa Baldrige......41

Quadro 4 - Macrofluxo da função manutenção..............42

Quadro 5 – Características técnicas da perfuratriz......55

Quadro 6 - Exemplo de requisitos do VPS-M...............60

Quadro 7 - Avaliação Manutenção 2010....................61

Quadro 8 - Avaliação Manutenção 2011....................62

Quadro 9 - Pontos nas auditorias anuais.................63

XVIII

XIX

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela de Pontos de VPS-M....................43

SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................IX

ABSTRACT...............................................................................................................X

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................XI

LISTA DE QUADROS...........................................................................................XII

LISTA DE TABELAS...........................................................................................XIII

CAPÍTULO 1 –

INTRODUÇÃO.........................................

.....................17

1 Introdução.......................................17

1.1 Formulação do Problema...........................17

1.1.1 Cadeia de Valor..................................17

1.1.2 Manutenção dos equipamentos......................20

21

1.1.3 A importância da Manutenção nas empresas industriais............................................21

1.1.3.1..................................O caso Petrobras21

1.1.3.2......................................O caso Exxon22

1.1.3.3.......................................O caso Vale23

1.2 Conclusão........................................24

1.3 Justificativa (Importância do trabalho)..........25

1.4 Objetivos........................................25

1.4.1 Objetivo Geral...................................25

1.4.2 Objetivos Específicos............................25

1.5 Estrutura do Trabalho............................25

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................27

2 Fundamentação Teórica............................27

2.1 Manutenção.......................................27

2.1.1 Sistema e processo...............................29

2.2 A análise da manutenção..........................31

22

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA..........................................................44

3 Procedimentos Metodológicos......................44

3.1 Natureza da Pesquisa.............................44

3.2 Tipos de Pesquisa................................44

3.3 Área da Pesquisa.................................45

3.4 Coleta de Dados..................................45

3.5 Variáveis e Indicadores..........................45

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................46

4 Resultados e Discussões..........................46

4.1 O Projeto Potássio Rio Colorado..................46

4.1.1 Aquisição........................................46

4.1.2 Descrição técnica do projeto....................48

4.1.2.1........................................Introdução48

4.1.2.2.......................................Metodologia48

4.1.2.3....................................Plano de Lavra51

4.1.3 Processo de solução de KCl.......................51

23

4.1.3.1............................................Resumo51

4.1.3.2.............................Descrição do processo52

4.1.4 O equipamento perfuratriz........................53

4.1.4.1.........................Características técnicas:54

4.1.5 A gestão de manutenção...........................56

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES....................65

5 Conclusões e Recomendações.......................65

5.1 Conclusões.......................................65

5.2 Recomendações....................................66

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................67

6 Referências......................................67

24

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1- Introdução

Ao longo deste capítulo serão apresentados: a Formulação

do Problema; a Justificativa da escolha do problema e os

Objetivos que se procuram alcançar com o presente trabalho.

1.1 – Formulação do Problema

Nas empresas industriais do mundo atual existe uma

cadeia de valor onde há áreas que tem atividades principais

na produção de bens e serviços e outras áreas que dão

serviços em outros itens da gestão empresária.

Distintos autores tem proposto a cadeia de valor como o

instrumento básico para identificar a maneira de criar mais

valor para o cliente.

1.1.1 – Cadeia de Valor

O funcionamento de uma empresa é dividido em uma série

de atividades, tais como: seus vendedores fazendo chamadas

de vendas, técnicos de serviço fazendo reparações, os

cientistas que trabalham no desenvolvimento de produtos ou

processos em laboratório e diretores financeiros

trabalhando na captação de capitais (PORTER, 1990).

As empresas criam valor para seus compradores através da

realização destas atividades. O valor definitivo que cria

uma empresa se mede pelo preço que os compradores estão

dispostos a pagar por seu produto ou serviço. Uma firma é

25

rentável se este preço superar o custo coletivo de

realização de todas as atividades requeridas (PORTER,

1990).

Para obter vantagem competitiva sobre seus rivais, uma

empresa tem de oferecer um valor comparável ao comprador

para realizar atividades de forma mais eficiente do que

seus concorrentes (menor custo), ou realizar atividades de

uma forma peculiar para criar mais valor para o comprador e

para obter um prêmio (diferenciação) (PORTER, 1990).

As atividades desenvolvidas para competir em um

determinado setor podem ser agrupadas por categorias, como

mostrado na Figura 1, que Porter chamou "Cadeia de Valor"

(Porter, 1990).

Todas as atividades da cadeia de valor contribuem para

aumentar o valor para o comprador. As atividades podem ser

divididas basicamente em dois grupos: as que se referem à

produção, comercialização, entrega e serviço pós-venda do

produto, dentro de um nível diário (atividades primárias) e

aqueles que fornecem recursos humanos, tecnologia e insumos

adquiridos ou funções de infraestrutura geral para apoiar

outras atividades. Cada atividade emprega insumos

adquiridos, recursos humanos, alguma combinação de

tecnologias e aproveitam a infraestrutura da empresa, tais

como administração geral e financeira.

26

Figura 1. Cadeia de Valor de PorterFonte: PORTER, 1991, p.73

Outros autores seguem a ideia de PORTER:

Cada empresa consta de uma série de atividades

desenvolvidas para desenhar, produzir, comercializar,

entregar e respaldar os produtos da empresa (KOTLER, 1996).

A figura seguinte, segue os conceitos do autor citado:

Figura 2. Cadeia de Valor de KotlerFonte: KOTLER e ARMSTRONG, 1996, p. 663

27

Cada empresa tem desenvolvido uma série de atividades

para projetar, produzir, comercializar, entregar e suportar

os produtos da empresa. A cadeia de valor divide a empresa

em nove atividades que criam valor, a fim de compreender o

comportamento dos custos específicos de negócios e fontes

potenciais de diferenciação da concorrência. As nove

atividades para criar valor inclui cinco atividades

primárias e quatro atividades secundárias (Kotler, 1996).

As atividades primárias envolvem a sequência de

transportar materiais para o negócio (logística terrestre),

operar com eles (as operações), enviá-los ao exterior

(logística exteriores), o marketing deles (marketing e

vendas) e mantê-los (serviços). Atividades secundárias

ocorrem dentro de cada uma dessas atividades primárias, o

departamento de compras lida apenas com uma fração da

compra. O desenvolvimento da tecnologia e da gestão de

recursos humanos também é apresentado em todos os

departamentos. A infraestrutura da empresa abrange os

custos fixos de administração geral e os departamentos de

planejamento, finanças, contabilidade e questões legais e

de governança para todas as atividades primárias e

secundárias (Kotler, 1996).

Com este conceito de cadeia de valor, a empresa deve

estudar o seu custo e desempenho para cada atividade que

cria valor, procurando maneiras de melhorá-los (Kotler,

1996).

28

1.1.2 – Manutenção dos equipamentos

Dentro das atividades operacionais estão as atividades

da manutenção e conserto dos equipamentos necessários para

produzir os produtos e serviços. O destaque dessa atividade

principal tem fundamento não somente no atendimento dos

objetivos operacionais, mas também pela sua influência nos

custos que são muito significativos.

Algumas estatísticas situam os custos de manutenção

entre 3% a 50% do valor dos custos totais adicionados ao

produto ou serviço (CAMPBELL, 1995). Também, de outro

ponto de vista, o custo de manutenção foi estimado em 3,95%

do faturamento bruto das empresas pesquisadas pela Abraman

no ano 2011 em seu Documento Nacional anual (Abraman,

2011). Na mesma pesquisa, foi identificado um custo de

3,52% sobre os ativos imobilizados das empresas. O Ativo

Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos

necessários à manutenção das atividades da empresa,

caracterizados por apresentar-se na forma tangível

(edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também,

os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou

arrendados. É importante comentar que Abraman (Associação

Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos) lança a cada

dois anos o “Documento Nacional – A situação da Manutenção

no Brasil” a partir de ampla pesquisa realizada entre

empresas representantes dos principais setores da economia

29

de todo o país. O Documento Nacional “propõe fornecer,

através de um conjunto de indicadores, uma avaliação de

desempenho dos órgãos de Manutenção das Empresas, nos

vários setores da economia, possibilitando a comparação

entre as Empresas a partir dos resultados dos indicadores

nas diversas áreas de abordagem” (ABRAMAN, 2012).

No relatório anual do ano 2011, documento publicado pela

VALE, o faturamento total foi de 60.389 milhões de dólares

americanos (VALE, 2012). Considerando a porcentagem de

3,95% do parágrafo anterior, os custos de manutenção poder-

se-iam estimar em quase 2.400 milhões da mesma moeda.

Depois de identificar a relevância dos custos da

manutenção nas empresas industriais pesquisadas no Brasil

pela Abraman, vamos tentar identificar seguidamente o alvo

da função manutenção, ou seja, vamos tentar entender como a

atividade de manutenção administra esses custos:

“A Manutenção é uma função empresarial, da qual se

espera o controle constante das instalações assim como

conjunto de trabalhos de reparação e revisão necessários

para garantir o funcionamento regular e o bom estado de

conservação das instalações produtivas, serviços e

instrumentações dos estabelecimentos (OCDE 1963).”

“Todas as ações necessárias para que um item seja

conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de

acordo com uma condição especificada (ABNT-TB116).” (A TB-

116 de 1975 foi substituída pela ABNT-5462 de 1994).

30

“Combinação de todas as ações técnicas e

administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a

manter ou recolocar um item em um estado no qual possa

desempenhar uma função requerida. A Manutenção pode incluir

uma modificação de um item (ABNT-5462).”

Observa-se que houve uma evolução sutil, uma atualização

conceitual do tema nas normas brasileiras. Enquanto que, em

1975, a ABNT fala sobre a condição especificada, a revisão

de 1994 comenta sobre a função requerida e modificação de

itens.

Kardec & Nascif (2002) expõem que a missão da Manutenção

é “Garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e

instalações de modo a poder atender a um processo de

produção ou de serviço, com confiabilidade, segurança,

preservação do meio ambiente e custos adequados”.

1.1.3 – A importância da Manutenção nas empresas

industriais

No final do século passado, depois de diferentes

estágios, a função da manutenção adquiriu muita

importância. Neste final de século, com as exigências do

incremento da qualidade dos produtos e serviços, feitos

pelos consumidores, a manutenção passou a ser um elemento

importante ao desempenho dos equipamentos, em um grau de

importância equivalente ao que tem sido praticado em

operação (TAVARES, 1999).

31

Empresas globais têm focado o conceito de cadeia de

valor e da atividade de manutenção como uma parte dessa e

desenvolveram modelos de gestão de manutenção baseados no

mapeamento global dos diferentes processos e das atividades

primárias e de apoio.

1.1.3.1 – O caso Petrobras

Tal o caso da Petrobras que estabeleceu a partir do ano

2009 um modelo de gestão por processos denominados PROANI,

e inseriu a manutenção dentro dos processos e atividades

mapeadas.

Na área internacional, enfatiza a coordenação da gestão

da mudança em projetos de implementação do Programa de

Processos de Integração Internacional (Proani). O Proani

estabeleceu-se como um modelo único de gestão de processos

em todas as operações da Área de Negócio Internacional. A

partir deste programa, a empresa possui as ferramentas

necessárias para facilitar e melhorar o seu global

(PETROBRAS, 2009).

Para o caso da manutenção dos ativos industriais, o

PROANI inclui “ desde a identificação da necessidade de

manutenção até o controle e análise do mesmo” (UBA, 2008).

1.1.3.2 – O caso Exxon

Um modelo de gestão de ativos similar tem sido

desenvolvido na empresa Exxon, Segundo esse modelo, nomeado

32

Operations Integrity Management System (OIMS) EXXON

estabelece expectativas comuns para tratar a segurança, o

meio ambiente, a saúde e riscos sociais. OIMS fornece uma

abordagem sistemática, estruturada e disciplinada para

medir o progresso e responsabilidade entre linhas de

negócios, instalações e projetos.

A ExxonMobil tem uma vasta experiência na identificação

e análise de riscos em todos os tipos de operações de

petróleo e produção de gás, e estabelecendo práticas

preventivas e processos para gerenciar e mitigá-los.

ExxonMobil faz análise de cada operação significativa e se

compromete corporativamente através do Sistema de Gestão de

Integridade nas Operações (OIMS). Aplicando OIMS ela

obriga-se a identificar potencial de riscos em segurança,

ambientais e impactos sociais e implementar procedimentos e

processos para mitigá-los.

ExxonMobil utiliza um processo de avaliação abrangente

de risco para identificar perigos, avaliar os níveis de

risco e acompanhamento para assegurar que decisões de

gestão de risco sejam implementadas. Com a filosofia de que

"não podemos consertar o que não sabemos", a ênfase é

colocada em um processo saudável de investigação de riscos.

Identificação de perigos vem de várias fontes, incluindo

revisões de perigo de unidades operacionais, inspeções de

equipamentos, auditorias de campo, aprendizados de

incidentes e quase acidentes, e de funcionários e

fornecedores. Os trabalhadores também assistem no local, a

33

treinamento prático para garantir que eles possam realizar

o trabalho com competência e segurança. ExxonMobil

concentra-se em processos eficazes, incluindo as melhores

práticas para atividades de maior risco, tais como start-up

de operações. (EXXON, 2011).

1.1.3.3 – O caso Vale

A companhia Vale tem desenvolvido para a gestão de seus

sistema de produção um modelo de gestão nomeado Vale

Production System (VPS).

Para as atividades de manutenção, como uma parte do

sistema de produção, existe o padrão REG-00081, baseado no

modelo geral que VPS estabelece, e que tem por objetivo

definir diretrizes para a implantação da gestão de

manutenção na Vale de forma evolutiva, considerando

estágios pré-definidos (VALE, 2011).

Esses estágios, aplicáveis para cada função manter

(conjunto de responsabilidades necessárias para garantir a

disponibilidade, confiabilidade e custo de um parque de

ativos específicos, seguindo uma estratégia de produção a

curto, médio e longo prazo) são:

Básico: Nesta fase, o objetivo da função é garantir e

manter o negócio de produção, atendendo os requisitos

mínimos para a manutenção de ativos por meio do

planejamento e controle.

34

Intermediário: Nesta fase, a função de manutenção visa

melhorar os processos através de manutenção pró-ativa,

de atividades de desenvolvimento e de melhoria.

Avançado: Nesta fase, a função de manutenção começa a

trabalhar com os clientes e áreas de fornecedores da

empresa, assegurando o tratamento de obstáculos

operacionais e maximizando o desempenho do ativo.

Excelência: Neste estágio, a função de manutenção

executa a gestão integrada de ativos baseada em

ferramentas financeiras e de risco, utilizando

ferramentas de custo e ferramentas avançadas de

confiabilidade. (VALE, 2012)

Em forma geral, VALE definiu os requisitos que tem que

ser cumpridos no desenvolvimento dos diferentes processos

da gestão de manutenção inseridos nos diferentes estágios

apresentados nos parágrafos anteriores.

Para maior informação do leitor, existem diferentes

autores que tem apresentados modelos semelhantes baseados

em triângulos de excelência para a gestão de ativos.

O Professor Andrew Jardine, por exemplo, proporciona um

modelo semelhante baseado num triângulo de excelência onde

a liderança, o controle, a melhoria contínua e ganhos

quânticos são os estágios que são percorridos no modelo

para chegar a uma manutenção de excelência (JARDINE &

TSANG, 2006, p.5).

35

Brad Peterson oferece também uma visão dos modelos de

gestão de manutenção atuais nas diferentes regiões do mundo

e apresenta O Triângulo da Preservação da Saúde dos Ativos

(PETERSON, 2013).

No caso do Australian Asset Management Collaborative

Group (AAMCoG), órgão que é uma colaboração de vários

órgãos de avançada da Austrália interessados em programas

de trabalho na gestão de ativos e que tem a missão de -

"Facilitar a colaboração entre as organizações interessadas

em promover e melhorar a gestão de ativos para a Austrália,

tem desenvolvidos conceitos análogos (AAMCoG, 2013).

Assuntos como avaliação do estado dos ativos, critérios de

avaliação, avaliação da condição, realização de inspeções,

gestão de custos, gestão do ciclo de vida, planejamento de

manutenção, benchmarking e auditorias da gestão são itens

de interesse nessa instituição.

1.2 – Conclusão

Podem-se desenvolver outros casos de gestão de ativos

industriais, mas é evidenciado que múltiplas companhias e

órgãos nacionais e multinacionais têm aplicado sistemas de

gestão de manutenção (também chamados em forma mais geral

como gestão de ativos), baseados em triângulos de

excelência e que esses sistemas são implementados

progressivamente no tempo.

36

1.3 – Justificativa (Importância do trabalho)

O estudo de caso tem como finalidade mostrar a

importância da gestão de manutenção baseada nos modelos de

excelência mostrados acima, em uma perfuratriz, bem como

as vantagens de sua utilização.

Este estudo é uma forma do pesquisador de relevar o que

acontece no mundo na área de manutenção, aprimorar os

conhecimentos adquiridos no curso, adicionar valor para os

órgãos organizadores dele e para todo aquele interessado

nos assuntos da manutenção de classe mundial.

1.4 – Objetivos

1.4.1 – Objetivo Geral

Analisar as contribuições da Gestão de Manutenção moderna

no processo de perfuração dos furos de produção de cloreto

de potássio no projeto Potasio Río Colorado que a companhia

VALE possui na Província de Mendoza, República Argentina.

1.4.2 – Objetivos Específicos

Realizar um levantamento bibliográfico a respeito da área

da manutenção abordando os itens componentes da gestão

moderna de manutenção e comparar a gestão de manutenção

desenvolvida pela empresa com aqueles identificados nos

estágios atuais da disciplina, confirmando a validez do

37

modelo e sugerindo aqueles pontos de melhoria identificados

na pesquisa.

1.5 – Estrutura do Trabalho

O trabalho será dividido em quatro capítulos e

apresenta-se conforme a estrutura a seguir:

No primeiro capítulo é apresentada a formulação do

problema, a justificativa para a realização do trabalho e

seus objetivos geral e específico.

O segundo capítulo trata da fundamentação teórica dos

conceitos e teorias a respeito da manutenção.

O terceiro capítulo apresenta o processo metodológico

adotado na pesquisa, bem como as ferramentas utilizadas

para a coleta de dados que são partes essenciais na

obtenção dos resultados.

No quarto capítulo são relatadas as discussões e

resultados encontrados a partir da coleta de dados na

pesquisa.

O quinto capítulo finaliza o trabalho com as conclusões

e recomendações.

38

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2 - Fundamentação Teórica

Neste capítulo é apresentada a fundamentação teórica

sobre o tema abordado. Dessa forma foram abordados

conceitos presentes na gestão de manutenção, entre outros:

Controle Inicial; Planejamento da Manutenção; Estratégia;

Planejamento do Médio Prazo; Orçamento de Manutenção;

Gerenciamento da Rotina; Inspeção de Ativos; Planejamento e

Programação; Execução de Atividades; Monitoramento e

Controle; Gestão de Recursos; Gestão de Materiais; Gestão

de Componentes; Gestão de Contratos; Gestão de Conteúdo

Técnico; Gestão de Projetos; Mudanças de Ativos; Manutenção

Relevante; Gestão das Perdas e Utilização, Ordem e Limpeza.

2.1 Manutenção

A abrangência de manutenção foi evoluindo e

desenvolvendo-se com o passar do tempo. Mas, o que é a

manutenção?

A manutenção é a combinação de ações técnicas,

administrativas e de supervisão, com o objetivo de manter

ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar

uma função requerida, ou seja, fazer o que for preciso para

assegurar que um equipamento ou máquina opere dentro de

condições mínimas de requerimentos e especificações (ABNT,

2004).

39

Mas a definição e abrangência que tem a manutenção

mudaram ao longo do tempo. Para KARDEC (2002, p.5) existem

três gerações ou estágios, ilustradas na tabela x.y

seguinte:

Quadro 1. Evolução da manutenção

Primeira Geração Segunda Geração Terceira GeraçãoAntes de 1940 1940

1970

Depois de 1970

AUMENTO DA EXPECTATIVA EM RELACAO COM A MANUTENÇÃO Reparo depois

da quebra

Disponibilidade

Crescente

Maior vida útil

do equipamento

Maior

disponibilidade

e

confiabilidade.

Melhor custo-

rentabilidade

Melhor qualidade

dos produtos

Preservação do

meio ambienteMUDANÇAS NAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO

Reparo depois

da quebra

Computadores

grandes e lentos

Sistemas manuais

de planejamento

e controle do

trabalho

Monitoramento da

condição

Projetos

orientados a

confiabilidade e

manutenção

40

Monitoramento

por tempo

Análise do risco

Computadores

pequenos e

rápidos

Softwares

potentes

Análise de modos

e efeitos da

falha (FEMEA)

Equipes de

trabalho

multidisciplinar

es

Antes de 1940 1940

1970

Depois de 1970

AUMENTO DA EXPECTATIVA EM RELAÇÃO COM A MANUTENÇÃOFonte: KARDEC e NASCIF (2002, p.5)

Mas, segundo o autor, a disponibilidade e confiabilidade

do sistema desenvolvido no terceiro estágio dependem da

correta realização de cada fase: projeto, fabricação,

instalação, operação e manutenção e a interação delas.

Nas fases de manutenção e operação vão ter como objetivo

garantir a função dos equipamentos, sistemas e instalações

durante o decorrer de sua vida útil e evitar a diminuição

do desempenho. Nestas fases da existência dos sistemas é

41

onde são identificadas as deficiências geradas no projeto e

na seleção de equipamentos e instalação deles.

Esse conceito do autor será útil para entender os

requisitos que têm que ser cumpridos nos padrões atuais de

manutenção em relação ao relacionamento com outras funções

da organização.

TAVARES (1999, p15) faz detalhamento das mudanças na

gestão de manutenção. Inicialmente apresenta a evolução da

organização da função de manutenção e seu relacionamento

com clientes e fornecedores internos e externos. A

organização corporativa global é vista atualmente como uma

cadeia com vários elos: marketing, operações, vendas,

patrimônio, suprimentos, materiais, contratações, recursos

humanos e, manutenção, que é um dos mais importantes.

2.1.1 Sistema e processo

No aspecto da organização das empresas, pode se definir

um sistema como um conjunto de processos que interagem e

relacionam-se para alcançar objetivos definidos.

Assim, por outro lado, os processos são formados por um

conjunto de tarefas executadas em forma ordenada. Os

métodos são os meios utilizados para o desenvolvimento

ordenado das tarefas de um sistema, ou seja, os

regulamentos, padrões e informações disponíveis na

organização. TAVARES (2002, p.25).

A figura x.y seguinte representa um sistema de

informações aplicado à manutenção.

42

Figura 3. Representação de um sistema de informação

aplicado à manutenção

Fonte: TAVARES (2002, p.25)

O projeto Potássio Rio Colorado pertence à companhia

VALE e foi definido por esta última que, serão de

aplicação no projeto, os requisitos desenvolvidos para o

resto das operações que a empresa possui no Brasil e no

mundo.

O Vale Production System, dimensão manutenção (VPS-M),

e o modelo de gestão definido pela companhia que inclui

esses requisitos.

A dimensão-manutenção regulamenta o sistema de gestão

da manutenção definindo os processos considerados como

críticos e fundamentais para a manutenção de classe

mundial.

43

Os processos básicos, definidos no sistema de gestão,

são baseados nas premissas do sistema de gestão da

qualidade total. São também incorporados processos de

manutenção classe mundial visando à otimização dos

ativos através de técnicas de diagnóstico e prevenção de

falhas. O nível de complexidade dos processos aumenta à

medida que tais técnicas são implantadas (VALE, 2011).

O modelo de Detalhamento dos Processos define quais

são os Fornecedores (Supliers), Entradas (Inputs),

Processo (Process), Saídas (Outputs) e Clientes

(Clients).

No modelo, as entradas, os fornecedores, as saídas e

os clientes servem como orientação para descrever o

processo esclarecendo os insumos e o tipo de produto

esperado pelo processo:

QUADRO 2. Detalhamento dos processos

44

ClientesSaídasFornecedores Entradas Requisitos

1.3.1 -Rotina de M anutenção – Inspeção de Ativos

1. Avaliar os riscos envolvidos antes de iniciar a tarefa de m anutenção;

2. Executar o serviço de inspeção, incluindo preditiva e estrutural, conform e a O S do sistem a inform atizado da m anutenção;

3. Identificar desvios da condição operacional da função do ativo, registrar laudo técnico e a intervenção necessária, através de OS do sistem a inform atizado da m anutenção;

4. Interditar ou solicitar interdição do ativo em condições de risco e inform ar as pessoas apropriadas;

5. Verificar carteira de serviço no sistem a inform atizado de m anutenção antes de abrir um a nova O S;

6. Definir, coletar e registrar pontos de m onitoram ento no sistem a especialista de preditiva ou no sistem a inform atizado de m anutenção, caso não exista sistem a especialista de preditiva para o ponto m onitorado;

7. Utilizar o coletor de dados na inspeção de ativos.8. Encerrar a O S de inspeção no sistem a

inform atizado de m anutenção segundo norm ativo de sistem a;

9. Capacitar em pregados envolvidos na inspeção preditiva e estrutural;

10. Acom panhar e tratar os m odos de falhas ocorridos relacionados às funções m onitoradas por técnicas preditivas;

11. G erar OS's de inspeção com previsibilidade suficiente para planejam ento.

O rçam ento de m anutençãoOrçam ento da M anutenção

O rdens de Serviço O rdens de Serviços de M anutenção abertas (condicional, corretiva, m elhoria, etc);

Planejam ento e Program ação

Planejam ento e Program ação

Docum entação técnica dos ativos

Docum entação técnica de ferram entas e instrum entos

G estão do Conteúdo Técnico

Ferram entas e instrum entos disponiveis para execução das atividades de m anutenção

G estão de Ferram entas

M odificação em Ativos

M odificações em ativos im plem entadas

M elhoria de processos im plantadas

Padronização de Ativos

Padronização dos ativos e suas partes

Dem andas de novas ferram entas e instrum entos

Dem anda de baixa de ferram entas e instrum entos

G estão de Ferram entas

M odificação em Ativos

Dem andas de m odificações nos ativos

Gestão de Risco

Operacional

Integridade dos ativos

M elhoriasde Processos daM anutenção

Objetivo: Verificar condição dos ativos para identificar dem andas de m anutenção

Fonte: VALE (2012)

2.2 A análise da manutenção.

A análise e diagnóstico foi originalmente concebidocomo está apresentado na figura seguinte (TAVARES,2011), nomeada “Polígono da produtividade damanutenção” ou “Radar da manutenção” (também chamadodiagrama de aranha de Bell-Mason)(CAMPBELL, 2004),segundo a Figura 4 seguinte:

45

Figura 4. Polígono da Produtividade da manutenção(análise e diagnóstico)

Fonte: TAVARES (2011, p.90)

Como aplicação de uma metodologia apropriada para umacorreta avaliação do estado da gestão de manutenção epara gerar uma análise para contribuir a melhorar osmétodos aplicados são avaliados, entre outros, osseguintes aspectos:

Tipo de estrutura organizacional existente; Situação administrativa e financeira da empresa e

seu ambiente de atuação; Cliente (níveis de exigência e padrões da

qualidade de produtos e serviços); Modernidade x obsolescência de equipamentos,

maquinaria e ferramentas; Participação de manutenção no processo de compra

de novos ativos; Participação de manutenção nos projetos de

ampliação e modificação dos equipamentos; Documentação (manuais, catálogos, recomendações,

metodologia de ordens de trabalho, fluxo dedocumentação, tratamento informatizado,elaboração de relatórios, avaliação de serviços,avaliação de resultados, estabelecimento demetas, ações administrativas);

46

Calculo ou estimativas de índices tradicionais(custo de manutenção por faturamento, porcentagemde manutenção preventiva, corretiva e outrosserviços, etc.);

Delegação da autoridade para a solicitação deserviços de manutenção;

Identificação objetiva dos serviços solicitados; Comunicação entre o pessoal de manutenção e os

clientes de seus serviços; Recursos humanos e materiais disponíveis; Relacionamento entre as diversas áreas de

manutenção com órgãos externos; Posição do pessoal de manutenção em relação a

outros órgãos (responsabilidade, salários,benefícios, etc.)

Existência de troca de informações entre osfuncionários da fábrica com os outros da mesmaempresa;

Os níveis dos profissionais da educação; A experiência prática do nosso próprio pessoal; Eficiência e produtividade do pessoal de

manutenção; Delegação de responsabilidade em todos os níveis

hierárquicos; Relações entre a equipe de supervisão e

subordinados; Existência e eficácia dos métodos de avaliação de

desempenho do pessoal; Existência de uma experiência interna com um

programa de transferência; Existência de um programa contínuo de formação do

pessoal de manutenção; Existência de programas de formação para o

fabricante do equipamento instalado na empresa eentidades de educação;

Incentivos para fazer sugestões através de:prêmios, participação em eventos (conferências,simpósios, seminários, mesas-redondas eworkshops), visitas, etc.;

Motivação do pessoal próprio e contratado;

47

As relações entre os serviços realizados pelanossa equipe própria e de terceiros;

Vantagens e desvantagens da terceirização; Participação na elaboração de contratos de

manutenção para a prestação de serviços; Problemas com prestadores de serviços (critérios

de elaboração de contratos, documentação,avaliação dos serviços);

Nível de utilização de horas extras; Critérios para o estabelecimento de orçamentos,

de previsão na área de manutenção (monitoramento,critérios para a criação de contas e centro decusto);

Critérios de gestão de custos em diferentesníveis de supervisão;

Critérios de aumento do custo da perda deprodução devido à manutenção;

Existência de um sistema de débitos de custos deserviços de manutenção aos seus usuários;

Delegação do nível de responsabilidades paracompras de pequeno valor (material de usocontínuo);

Peças (níveis de estoque e pontos de reposiçãoadequada, localização física do armazém, armazénsparalelos de materiais, peças de manutenção doplano de reposição, ferramentas, permutabilidade,nacionalização);

Padronização das tabelas para identificar oscódigos de registro, da equipe de manutenção,

A ocorrência de atrasos, cancelamentos ereescalonamentos;

Identificação de equipamentos com as mesmoscaracterísticas construtivas ("famílias" deequipamentos);

Conscientização da necessidade de manutençãopreventiva;

Lista de temas para a implementação de manutençãoplanejada e seus respectivos padrões de tempo;

Existência e eficácia dos processos demonitoramento para a medição manual ouautomatizada;

48

Métodos adotados para intervenção de equipamentoprevista (por lapso de tempo – intervalosprefixados, para oportunidade - o papel demonitorar o estado do equipamento, ou ambos);

Estabelecimento de recomendações de segurança; Emissão de ordens de trabalho programadas e não

programadas das atividades; Existência e eficácia de um plano de inspeção

contínua; Existência e eficácia de uma lubrificação; Critérios de arquivo de dados de atividades

programadas e não programadas; Critério de Armazenamento de Dados:

disponibilidade de equipamento, duração dasatividades, homem-hora usados em cada atividade,o material utilizado, os custos trabalhistas,serviços contratados e cobrança de receitas;

Oportunidade de pedidos de assistência; Avaliação da qualidade dos serviços; Existência de uma estrutura de análise de

anormalidades em equipamentos e intervenções; A investigação sistemática das falhas mais

frequentes; Seleção e montagem de relatórios de gestão para a

área de produção, sistema operacional denegócios, e da indústria, com suas definiçõesrelativas à apresentação (tabelas, gráficos econsultas específicas);

Estruturação da área de Engenharia de Manutençãopara análise dos relatórios, sugerir alternativase estabelecimento de metas;

Identificação do processo desejado deinterconexão do sistema de manutenção com outrossistemas da empresa, estabelecimento de metas,custos e prazos;

Identificação do interesse na criação de umsistema em rede;

Interesse em automatização e implementação deplano de monitoramento de equipamento (manutençãopreditiva);

49

Identificação do interesse na obtenção deprograma de tipo de "ocorrências de alertaindesejável na área manutenção";

Análise de conveniência de ajustes de tempospadrões e desenvolvimento e implementação doprograma de distribuição homogênea de mão de obrade serviço de manutenção ao longo do tempo.

O autor sugere a formação de um grupo de Análise eDiagnóstico da Área de Manutenção (A&D) e logo, paratransformar as reuniões do grupo mais produtivo A&D, deveestar disponível um questionário previamente preparado paraorientar as discussões. Como temas ricos nesse questionáriosugere-se: organização de manutenção, perfil de estoque,critérios e registro de equipamentos, instalações,materiais (especialmente as peças) e planejamento pessoal eprogramação para manutenção, os métodos de coleta de dadose metodologia de arquivamento; critérios e análise dacomposição de relatórios de gestão e processamento deinformações do processo.

Em um modelo similar ao apresentado pelo professor TAVARES,o autor John Campbell revisa os elementos principais nodesenho de um programa de gestão de manutenção de classemundial, desde uma perspectiva centrada nas necessidadesdos gerentes de negócio.No livro, é citado que uma estratégia focada nosequipamentos somente pode surgir quando os planejadores donegócio conhecem as fortalezas e debilidades dos sistemasde gestão de manutenção da companhia, a condição presente eos níveis de desempenho dos equipamentos de produçãocríticos (CAMPBELL, 1995, p. IX). A estratégia surge de:

Projetar as condições atuais contra o pano de fundo derealizações de classe mundial em gestão deequipamentos;

Quantificar o valor de alcançar essas metas para aempresa;

Fazer um investimento realista em apoio aos novossistemas, atividades e funções que vai realizá-los.

50

Ele propõe um modelo composto por quatro partes: começandocom uma Liderança Eficaz, em seguida, Ganhar o Controle dasfunções de manutenção, avançando para a Melhoria Contínua,que prepararam o terreno para Saltos de Qualidade naprodutividade de ativos.

Antes de embarcar em um programa de melhoria, avaliarcuidadosamente os pontos fortes e fracos do sistema atual eas áreas que devem liderar a lista de melhorias. Seudiagnóstico deve ser um roteiro claro do próximo passo paraalcançar a visão. Deve ser abrangente e cobrir estratégias,questões processuais, técnicas, administrativas eculturais.

O autor propõe um diagnóstico que inclui:

Características do negócio. Estratégia e ambiente da manutenção. Estrutura organizacional e gestão de recursos humanos. Administração da manutenção. Planejamento, programação e gestão das ordens de

manutenção. Manutenção preventiva e preditiva. Registros de manutenção e história. Compra, armazenamento e controle de estoque de peças. Medição de desempenho e satisfação do cliente. Automação e tecnologia da informação.

Também existem outras ideias semelhantes às exposta acimacomo a Figura 5 inserida abaixo:

51

Figura 5. Uma aproximação estruturada para alcançar aexcelência em manutençãoFonte: JARDINE (2006, p.5)

Jardine faz defesa dos conceitos de Campbell e tambémsugere a construção de uma visão a alcançar na gestão demanutenção e estabelece a necessidade de apurar os níveisatuais nas diferentes áreas do setor para gerar os gapsconhecidos como gaps de desempenho. A companhia seráresponsável de gerar o plano para fechar esses gaps(JARDINE, 2006, p.4).

Para a melhoria contínua na gestão de ativos, KARDEC afirmaque é preciso conhecer o status onde a manutenção está eaonde a empresa quer chegar, estabelecendo indicadores paraque possa se medir o resultado do plano de ação e se esse écompatível com as metas a curto e longo prazo.Ele afirma que “quem não mede, não administra” (KARDEC eNASCIF, 2002, p.138).Também assina que é preciso ter indicadores que meçam adisponibilidade, confiabilidade, qualidade, custo, serviço,humor de grupo e segurança. Dentro de indicadoressistêmicos também precisa ter a produção e faturamento daempresa como um todo, entre outros.

52

Ele entende que esses indicadores têm que ter algumascaracterísticas básicas:

Possuir a definição da meta. Ter dados de anos anteriores. Indicar qual é o benchmark. Apontar qual é a melhor tendência Ser facilmente medido.

Também aponta exemplos de indicadores:

53

QUALIDADE

Índice de Disponibilidade.Volume de negócios da empresa.Perda de produção devido à manutenção.Índice de retrabalho.MTBF.Índice de defeitos.Taxa de reclamações de clientes.

CUSTOS

O custo total da empresa.O custo total de manutenção.Os custos de manutenção por unidade produzida.Custo por unidade operacional.Custo para a especialidade.Custo efetivo de manutenção.

SERVIÇOA Percentagem de cumprimento da programação.Índice de satisfação do cliente.Percentagem de queixas tratadas em menos de uma semana (porexemplo).

HUMORAbsenteísmo.Licenças médicas.Índice de satisfação do empregado.

SEGURANÇATaxa de acidentes e sem licençaTaxa de gravidadeFuncionários de indexação com perda auditiva

Mas também para o autor, uma empresa é um grande processoque é dividido em tópicos menores, e a atividade demanutenção é um desses tópicos, que pode chegar até o nívelde tarefa individual. Um processo só se justifica se forservir um cliente (interno ou externo). A atividade demanutenção tem sobre o cliente interno - a operação -, a

54

razão para a sua existência, a não ser no caso de umaempresa que presta serviços de manutenção. Kardec apoia o conceito de que administrar esses processosé planejar, controlar a execução, avaliar os desvios, e,quando necessário, fazer as correções devidas. Isto é oconhecido ciclo PDCA: Plan (Planejar), Do (Executar), Check(Analisar) e Action (Corrigir).

Figura 6. O ciclo PDCAFonte: KARDEC e NASCIF (2002, p.141)

Adicionalmente, pode ser mencionado que o Programa

Baldrige, que é um órgão de parceria público-privada dos

Estados Unidos, dedicada a excelência do desempenho, e que

tem como finalidade: aumentar a consciência sobre a

importância da excelência do desempenho na condução dos EUA

e da economia global; oferecer ferramentas de avaliação e

critérios organizacionais; educar líderes em empresas,

escolas, organizações de saúde e agências governamentais e

sem fins lucrativos sobre as práticas em organizaçõesde

classe mundial e que, tem definidos critérios para a

avaliação do desempenho da empresa.

55

Os Critérios são utilizados para construir o alinhamento

em toda a organização, fazendo conexões entre reforçar as

medidas derivadas de processos de sua organização e

estratégia. Estas medidas atrelam diretamente o cliente e

valor para os stakeholders e para o desempenho global. Quando

você usa essas medidas, você canaliza as atividades

diferentes em direções consistentes com menor necessidade

de procedimentos detalhados, tomada de decisão

centralizada, ou gestão de processos muito complexos. As

medidas são, portanto, tanto uma ferramenta de comunicação

e uma maneira de implantar os requisitos de desempenho

consistentes. O alinhamento resultante garante a

consistência de propósito em toda a sua organização,

enquanto o apoio à inovação, agilidade e tomada de decisão

descentralizada.

Quando você usa os critérios, o feedback entre seus

processos e seus resultados leva à ação orientada aos

ciclos de melhoria com quatro etapas:

1. Projetar e selecionar processos eficazes, métodos e

medidas (abordagem)

2. Execução de sua abordagem com consistência

(implantação)

3. Avaliar o seu progresso e capturar novos

conhecimentos, incluindo a busca de oportunidades para a

inovação (aprendizagem)

56

4. Revisar seus planos com base em resultados da

avaliação e desempenho organizacional, harmonizar processos

e operações das unidades de trabalho, e selecionando os

melhores processos e as medidas resultantes (de

integração).

O Programa Baldrige estabelece os critérios de avaliação

desde uma perspectiva de sistemas:

Figura 7. A estrutura sistêmica do Programa BaldrigeFonte: Baldrige (2013, p.1)

O desempenho do sistema consiste em seis categorias, no

centro da Figura 7. Estas categorias definem seus processos

e os resultados alcançados.

57

A seta horizontal no centro mostra a ligação fundamental

entre a tríade da liderança (categorias 1, 2 e 3) e a

tríade de resultados (categorias 5, 6 e 7) e o

relacionamento central entre a liderança e as categorias de

resultados.

As setas de duas cabeças mostram a importância do

feedback em um sistema eficaz de gestão de desempenho.

Finalmente, no quadro mostrado abaixo, podem se

identificar os itens sobre os quais é feita a avaliação do

estado do nível de desempenho da organização segundo os

critérios do programa.

58

Quadro 3. Itens de avaliação do Programa

Baldrige

Fonte: Baldrige (2013, p.3)

No caso do modelo VPS-M desenvolvido pela VALE e

aplicável ao projeto Potássio Rio Colorado, é considerado o

macrofluxo do processo da função manter (Quadro 4 abaixo)

e, a fim de criar um mecanismo capaz de proporcionar a

evolução constante para busca da excelência utiliza-se o

59

Triângulo de Manutenção, que busca a implantação do modelo

conceitual em 4 estágios (Figura 8).

60

Quadro 4. Macrofluxo da função manutenção

Fonte: VALE (2011)

61

Figura 8. Triângulo de manutenção e estágios de implantaçãoFonte: VALE (2011)

Cada um dos estágios tem um alvo principal e a

implantação progressiva vai permitir alcançar a excelência

ao final do processo:

• Estágio 1 – Básico: neste estágio, o objetivo da

Função Manter é garantir e atender a produção cumprindo os

requisitos mínimos para a manutenção dos ativos através do

planejamento e controle.

• Estágio 2 – Intermediário: neste estágio, a

Função Manter visa à melhoria dos processos através da

manutenção proativa, atividades de desenvolvimento e

melhoria.

• Estágio 3 – Avançado: neste estágio, a Função

Manter começa a trabalhar com as áreas clientes e

fornecedores da companhia (Suprimentos, Eng. Implantação,

Operação) garantindo maximização do desempenho do ativo.

• Estágio 4 – Excelência: neste estágio, a Função

Manter realiza a gestão integrada dos ativos sob a ótica

financeira e de risco através de ferramentas de custo,

ferramentas avançadas de confiabilidade e tratamento de

gargalos operacionais.

Finalmente, o modelo especifica uma série de requisitos

que têm que ser alcançados em cada um dos processos

identificados, seguindo a estrutura conceitual da pontuação

a figura seguinte:

Tabela 1. Tabela de Pontos de VPS-M

62

Fonte: VALE (2012)

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA

3 Procedimentos Metodológicos

Este capítulo descreve as características do

desenvolvimento da pesquisa, dando ênfase à sua natureza e

classificação, à área em que foi desempenhada a pesquisa,

aos instrumentos de coleta utilizados e às variáveis e

indicadores adotados.

3.1 – Natureza da Pesquisa

Para se realizar uma pesquisa existem dois métodos, o

quantitativo e o qualitativo.

A partir das definições temos que o método qualitativo

difere, principalmente, do método quantitativo por não

63

empregar nenhum instrumental estatístico como base do

processo de análise de um problema.

Com base nessas informações, e com os conceitos que

recebemos no curso, o presente trabalho apresenta-se como

de tipo qualitativo, já que se utiliza de técnicas de

pesquisa, deixando de lado a utilização de instrumentos

estatísticos.

3.2 - Tipos de Pesquisa

Em uma pesquisa busca-se analisar os fenômenos que

ocorrem em diferentes âmbitos de formas distintas. Os

autores que retratam o assunto classificam as pesquisas

quanto aos processos de diferentes formas, quais sejam:

explicativa, exploratória, descritiva, estudo de caso,

bibliografia, participante e pesquisa-ação.

O presente trabalho é classificado como exploratório,

seguindo as dicas do curso.

Outra classificação adotada neste trabalho é o estudo de

caso, que é um estudo profundo e exaustivo de objetos de

maneira que se permita o seu amplo e detalhado

conhecimento.

Este trabalho classifica-se também como bibliográfico

por apresentar embasamento em conhecimentos teóricos

adquiridos em pesquisas em diferentes tipos de livros,

monografias, artigos e internet *citação. As fontes e

64

documentos consultados estão todos relacionados com o

objeto geral de trabalho.

3.3 – Área da Pesquisa

Este trabalho foi realizado nas instalações da mina de

Cloreto de POTÁSSIO que a VALE possui na Argentina, na

província de Mendoza, Departamento de Malargüe e, mais

precisamente, na Gerência de Manutenção de Operações da

mesma.

3.4 – Coleta de Dados

A coleta de dados, que procura as informações e dados

necessários para atingir os objetivos deste trabalho, foi

executada utilizando pesquisa de documentos oficiais da

companhia, procura dos dados estatísticos e análise de

relatórios de auditorias.

3.5 – Variáveis e Indicadores

Para que fosse possível desenvolver melhor o

questionário que foi aplicado nos locais estudados, foram

selecionadas algumas variáveis e indicadores. Nossa

variável escolhida é mesma um conceito operacional que

apresenta ou contém valores, a partir das propriedades que

são específicas. Nosso estudo tem principalmente como alvo

estudar gestão da manutenção, como variável principal sob

análise.

65

Para a mensuração e o estudo da variável foi adotado o

esquema definido pelo modelo de gestão da VALE, o VPS-M

(Vale Production System, Dimensão Manutenção).

66

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

4 Resultados e Discussões

4.1 – O Projeto POTÁSSIO Rio Colorado

4.1.1 Aquisição

Em 30/01/2009 foi anunciada no site da Vale na internet,

que essa adquirira ativos de minério de ferro e potássio

(VALE, 2009).

A aquisição dos ativos de potássio compreende:

100% do projeto Rio Colorado (Rio Colorado), localizado

nas províncias de Mendoza e Neuquén, Argentina, e 100% do

projeto Regina (Regina), província de Saskatchewan, Canadá.

Rio Colorado compreende o desenvolvimento de mina com

capacidade inicial de produção de 2.4 Mtpa de potássio

(cloreto de potássio, KCI) e potencial para expansão até

4,35 Mtpa, construção de ramal ferroviário com extensão de

350 km, porto e planta de geração de energia elétrica. Os

recursos minerais estimados chegam a 410 Mt.

A VALE informou também o racional estratégico para

investir em fertilizantes:

A Vale opera Taquari-Vassouras, no estado de Sergipe,

que em 2008 produziu 607.000 toneladas métricas de

potássio. Adicionalmente, estamos estudando a viabilidade

de projetos de potássio no Brasil (Carnalita) e na

Argentina (Neuquén), que envolverá o uso de mineração por

67

dissolução, a mesma tecnologia planejada para ser empregada

em Rio Colorado.

O potássio contribui para aumentar a produtividade das

safras, ajuda no combate a doenças e pragas, ao mesmo tempo

em que melhora o sabor e o valor nutricional dos alimentos.

A produção mundial de alimentos e combustíveis, onde

qualidade é um fator crítico, necessita de significativas

quantidades de potássio. Milho, soja, cana de açúcar e

palma, por exemplo, são produzidos em larga escala e suas

lavouras necessitam muito de aplicações de potássio. A cana

de açúcar – matéria prima da produção do etanol brasileiro

– consome por hectare quatro vezes mais potássio do que a

soja. Países como a China e a Índia, por exemplo, ainda

usam bem menos potássio que os EUA, que possui uma

agricultura de alta tecnologia e produtividade.

As reservas de potássio são concentradas em três grandes

produtores – Canadá, Rússia e Bielorússia – que juntos

representam 80% das reservas mundiais totais.

China, Estados Unidos, Brasil e Índia são os maiores

consumidores e importadores mundiais. O crescimento da

renda per capita tende a provocar mudanças nos hábitos

alimentares, o que contribui, em última instância, para

aumentar o consumo de fertilizantes. Recentemente, a

produção de biocombustíveis tornou-se outro fator a

influenciar o comportamento da demanda por fertilizantes. O

etanol é produzido a partir da cana de açúcar no Brasil e

68

nos EUA do milho, enquanto o biodiesel é feito a base de

soja, palma e canola.

A América do Sul e a Ásia emergente deverão se

constituir nos principais responsáveis pelo aumento do

consumo global de potássio no futuro. Dentro deste

contexto, o Brasil terá um papel importante, dada à

importância de sua agricultura – entre outros produtos, é

um dos maiores produtores mundiais de cana de açúcar, soja

e milho – onde a modernização tem acontecido de forma

rápida nos últimos anos e consideráveis investimentos na

infraestrutura de logística estão programados.

A recessão global não altera os fundamentos que

determinam o crescimento a longo prazo da demanda por

fertilizantes e em particular do potássio. Do lado da

oferta, a capacidade de expansão da produção através da

ampliação de operações existentes é limitada, o que se soma

às restrições de caráter geológico, financeiro e

institucional para o desenvolvimento de novos projetos.

A aquisição de ativos de potássio está alinhada com

nossa estratégia de crescimento, permitindo aproveitar os

benefícios da exposição à expansão do consumo global.

A concessão de mineração de Potasio Rio Colorado SA está

situada no sul da província de Mendoza e norte da província

de Neuquén, dentro da área de exclusividade provincial. A

profundidade dos níveis do mineral varia entre 750 e 1150

MBBP (metros abaixo da cabeça do poço), com espessura de

69

12-25 metros e leis de K2O 20-32%. A mineralização é

silvinita (KCl) em proporções de 10% a 60%. Cada uma das

camadas têm níveis de sais de potássio interestratificados

com halite estéril. A camada inferior (K1) é o mais

importante para o projeto pela sua continuidade lateral e

regularidade de espessura e leis. A espessura varia entre

11 e 15 metros e suas leis são cerca de 25% de K2O. A

camada é separada da K1 e separada da K3 por 5-8 metros de

halite, sua distribuição areal e espessura são irregulares

e sua lei varia de 17 a 22% de K2O. Na província de Mendoza

este projeto definiu uma área de 1.800 hectares, localizado

a 6 km ao norte da área de exclusividade provincial de

Neuquén, onde a empresa praticamente pré tornou factível o

projeto, fez o cálculo das reservas (138Mt KCl) e um estudo

de viabilidade da lavra pela dissolução (VALE,Memória

técnica potasio.pdf).

4.1.2 Descrição técnica do projeto

4.1.2.1 Introdução

Mineração por dissolução é um processo no qual o mineral

alvo é levado em solução in situ por injeção de um solvente

adequado para a formação subterrânea, o solvente

enriquecido, ou salmoura de produção, é então recuperado

para posterior processamento e recuperação em instalações

de superfície. O uso original do termo se restringiu à

mineração de evaporar minerais como halita, silvinita,

trona, etc., usando água como solvente - frio ou aquecido

70

-, mas agora foi estendido para incluir outros minerais e

outros solventes. A técnica tem sido utilizada com sucesso

em muitos minerais que podem evaporar, em vários locais de

todo o mundo. Comparado com os métodos de extração

convencionais, extração por dissolução cria muito menos

perturbação na superfície e volumes comparativamente

pequenos de materiais residuais que necessitam de

eliminação. Além disso, a economia é geralmente mais

favorável, e é utilizado com sucesso em muitos casos em que

a mineração convencional não é viável devido a

considerações técnicas.

4.1.2.2 Metodologia

O método escolhido para a mineração de solução no

projeto de PRC é bem adequado para um depósito

relativamente liso e é uma tecnologia comprovada, tendo

sido utilizado durante um período de tempo considerável na

indústria de mineração de POTÁSSIO no Canadá. Teste-piloto

realizado no local utilizando o sistema de dois furos

proposto para a operação em escala comercial tem gerado

dados significativos, que constitui a base da estratégia

comercial operacional. Basicamente, o teste piloto

confirmou todos os principais pressupostos feitos sobre o

método de mineração por dissolução selecionada.

De particular interesse para o presente processo é o

tempo necessário para o desenvolvimento de novos poços, a

ponto de poder ser iniciada a mineração primária ou bem

71

colocada em operação comercial. Enquanto o desvio do prazo

previsto é relativamente sem importância dada uma vida

caverna projetada superior a cinco anos, ele foi muito

importante para o desenvolvimento do campo comercial bem

que o programa piloto foi demonstrar isso dentro de limites

razoáveis e se aproximava muito no trabalho de modelagem

baseado em outras operações utilizando uma tecnologia

semelhante. A este respeito, o trabalho piloto gerou um

período previsível de desenvolvimento da caverna; ver

figura abaixo para fins de ilustração. O volume da caverna

para poços comerciais baseia-se principalmente sobre a

quantidade de material argila insolúvel antecipado, uma vez

que é desejável armazenar este material no subsolo, em vez

de tê-lo arrastado na salmoura produzida, o reservatório

irá proporcionar uma fixação e uma área de armazenamento

para esse material. Figura 9 mostra o desenvolvimento

progressivo de uma caverna.

72

Figura 9. Desenvolvimento progressivo de uma cavernaFonte: VALE (2010)

Quando a ligação é estabelecida na caverna, a água

quente é injetada para um poço e retirada do outro poço no

par a expandir a área de silvinita exposta no teto da

caverna para aproximadamente o tamanho alvo para a fase de

mineração primária. O desenvolvimento do teto da caverna

piloto exigiu apenas 67 dias, enquanto o plano inicial foi

para 100 dias, o que significa que o tempo necessário para

73

preparar a par bem para a mineração primária foi

ligeiramente menor do que as previstas no plano.

Uma vez que as cavernas estão totalmente desenvolvidas e

prontas para operação comercial, os planos da PRC para

realizar mineração primária pela injeção de água aquecida

em torno a 65 ºC a 70 °C evita o problema das perdas de

calor importantes para a formação a ser extraída. Esta é

uma área onde há um potencial significativo de ocorrência

de erros que podem afetar negativamente a economia do

projeto e mais de um projeto de mineração de solução sofreu

este destino.

4.1.2.3 Plano de Lavra

Perfuração direcional para completar 16 poços para o

desenvolvimento de oito cavernas em uma localização

central, mesmo que os custos de perfuração sejam mais

elevados, foi selecionado por diversas razões: em primeiro

lugar, houve considerações ambientais com a área impactada

associada aos poços individuais verticais, em segundo

lugar, os custos de infraestrutura (estradas, oleodutos,

etc.) favorece a perfuração centralizada, e terceiro,

restrições topográficas são mais facilmente superadas

usando o esquema de perfuração direcional.

O campo inicial está localizado na proximidade da

instalação de processamento, por razões óbvias várias: em

primeiro lugar, esta é uma área de elevada tonelagem

primária projetada por caverna e isso vai dar mais tempo

74

para o desenvolvimento de cavernas adicionais, em segundo

lugar, ele minimiza o potencial de problemas de transporte

de água salgada durante as fases críticas de arranque

quando os problemas são mais propensos a ser vividos com

todos os sistemas, e terceiro, que é perto da área de

teste-piloto onde o maior nível de confiança atualmente

existe a respeito do comportamento da caverna. Propõe-se a

desenvolver 88 cavernas neste bloco de 12 blocos de

perfuração.

4.1.3 Processo de solução de KCl

4.1.3.1 Resumo

A tecnologia escolhida para o processamento das

salmouras da operação de mineração por dissolução da PRC é

baseada em que é utilizada em todo o mundo em várias

operações que estiveram em funcionamento durante muitos

anos. Em resumo, é uma tecnologia comprovada que tem sido

provada eficaz e economicamente atraente em aplicações

muito semelhantes à proposta para a PRC. O equipamento é

concepção normalizada e, na maioria dos casos, disponível a

partir de vários fornecedores, não há um "primeiro de um

tipo" equipamento envolvido na planta de processamento

proposto e, por isso, o risco de falha de desempenho é

essencialmente inexistente. Uma vez que os sistemas estão

todos em operação em outro lugar, estimativa precisa da

energia necessária - incluindo gás, elétrico natural e

outros combustíveis - é possível, reduzindo o risco de

75

custos maiores de operação que os previstos. A não ser que

ocorram mudanças radicais e localizadas nos custos de

energia, o risco para o projeto é pequeno.

A escolha, para dispor o sal de resíduo (NaCl) para o

local de eliminação, em oposição a bombear como lodo, irá

eliminar uma responsabilidade ambiental significativa,

assim como um grande potencial de problemas operacionais

associados a dutos obstruídos.

4.1.3.2 Descrição do processo

Uma vez que a decisão foi tomada para usar a mineração

de solução, deve-se escolher entre vários métodos de

recristalização e separação dos sais. Talvez a forma mais

econômica de cristalização, pelo menos em termos de

exigência de energia, seja o uso de piscinas de

arrefecimento que, no Canadá, tira proveito de baixas

temperaturas ambientes encontradas lá, especialmente

durante os longos invernos. Nesta forma de realização,

simplesmente arrefece se a salmoura sem perda por

evaporação significativa de água, o que geralmente resulta

na coprecipitação de uma pequena quantidade de NaCl -

seguido de colheita do KCl precipitado a partir do fundo do

tanque. As desvantagens são: 1) geralmente aplicável apenas

às minas de temperatura mais altas, solução com bastante

elevadas concentrações de KCl, 2) limitado a determinadas

regiões geográficas, e 3) área de lagoa grande necessária

para a produção de alto volume.

76

A segunda opção seria a evaporação solar para precipitar

silvinita de alto grau com essencialmente nenhum material

insolúvel presente. Isto é seguido pela colheita mecânica

do material precipitado e separação por flotação do

silvinita (potássio). O principal benefício deste processo

é o baixo consumo de energia. No entanto, exige área da

lagoa substancial e um clima quente e árido.

A terceira opção, e o escolhido para o projeto PRC, é,

basicamente, a que foi pioneira na mina Kalium no Canadá há

40 anos, segundo a Figura 10 seguinte:

Figura 10. Processo simplificado adotadoFonte: VALE (2010)

4.1.4 O equipamento perfuratriz

77

O equipamento que foi comprado pela anterior operadora

do projeto, a companhia mineradora Rio Tinto no ano 2006,

segundo documento “Original Contract for Rig -

7_20_2006.pdf” a produtora National Oilwell Varco, e é uma

perfuratriz que tem algumas características diferenciais

daquelas que se encontram na indústria petrolífera, por

quanto tem equipamento de avançada, tanto nas fases de

transmissão de potência como de automação e um sistema de

movimentação que permite perfurar furos contíguos

eficientemente.

Na Figura 11 pode-se observar a perfuratriz comprada:

78

Figura 11 – Perfuratriz de POTÁSSIO Rio ColoradoFonte: VALE (2010)

4.1.4.1 Características técnicas:

As características técnicas estão especificadas pelo

fabricante da perfuratriz são ilustradas no Quadro 5

seguinte, incluído no arquivo “(NEW)RAPID RIG Fact

Sheet(4)-pdf” que pode se pesquisar no site do NOV na web.

79

Quadro 5. Características técnicas da perfuratriz

RAPID RIGWell-Type

1. Conventional 5. Horizontal

2. Shale

3. Geothermal

4. SAGD

Size 250 Tons

Horsepower 1,000

Rig Power AC (Alternating Current)

Engine Type CAT 3512, 1200 RPM

Mast Singles

Mast Type Telescopic

Mast Raising System Cylinder-Raised

Mast Height 80 ft

Substructure Type Slingshot-Cylinder

Setback Capacity None

Drilling Moving System Skidding

Drill Floor Height 20 ft

NOV Drawworks Type DSGD-250

Horsepower 1150 HP

Hoisting Capacity 407,000 lbs on 8 lines

500,000 lbs with10 lines

Driller's Controls Amphion

80

Driller’s cabin HVAC

NOV Top Drive TDS-10SH

Capacity 250 tons

Continuous Drilling Torque

22,288 ft-lbs@ 88 RPM

Rotary Table

none

NOV Iron Roughneck ST-80

Makeup Torque 60,000 ft-lbs NOV Mud Pumps

F-1000

Breakout Torque 80,000 ft-lbs Horsepower 1000

BOP Type SBOP/LXT 11 Optional Equipment

Bore Size 11 1

Working Pressure 5,000 2

Fonte: NOV (2013)

4.1.5 A gestão de manutenção

Segundo o explicitado acima (parágrafo 1.3.1) a VALE

adquiriu o projeto Potasio Rio Colorado no inicio do ano 2009.

Até essa data, a manutenção era feita pelos operadores e

pelo pessoal de manutenção segundo as dicas do fabricante,

mas apenas seguindo as especificações de lubrificação dos

equipamentos.

Com a criação de uma função de engenharia de manutenção

inserida na gerência de perfuração da área no ano 2009,

começou um processo de implantação de manutenção de classe

mundial que considerou as lacunas na gestão desenvolvida

81

até esse momento. Um engenheiro de manutenção foi

incorporado para desenvolver boas práticas na gestão de

manutenção e, no mês de maio do ano seguinte um técnico em

manutenção foi incorporado ao setor para contribuir junto

com o engenheiro no desenvolvimento da gestão manutenção.

Um dos itens que considerou a nova equipe de manutenção

foi a implantação de um software específico para a

manutenção da perfuratriz (RigMs) desenvolvido pela NOV,

fornecedora do equipamento. Imediatamente, toda vez que o

software estivesse funcionando, a equipe teria que resolver

a execução das tarefas de planejamento e programação das

ordens de manutenção que começaram-se a utilizar a partir

desse momento.

A versão do software RigMS™ que a VALE adquiriu do

fornecedor é uma aplicação de manutenção de ativos baseado

na web que gera ordens de instruções fornecidas por

procedimentos. Estes procedimentos são definidos pelo

usuário e ajudam a cadastrar e controlar os ativos

(inventário de equipamento) dentro de um equipamento de

perfuração, plataforma de perfuração, facilidade, planta,

estação ou frota. RigMS fornece uma plataforma amigável

para gerenciar os procedimentos de manutenção (rotinas)

dentro de uma corporação. Os procedimentos são inseridos no

sistema da mesma forma em que estão (NOV, gerenciamento de

ativos de guia do usuário e do sistema de gestão de

manutenção preventiva).

82

Porém, no tempo da aquisição do software à manutenção, a

operação ainda não tinha desenvolvido boas práticas

recomendadas para a gestão de ativos industriais como são

aquelas relacionadas com: a instalação de novos ativos; a

organização da documentação técnica; a execução de testes;

a definição dos sobressalentes necessários; a identificação

das políticas de fornecimento dos sobressalentes; a

definição da criticidade dos equipamentos; a definição de

uma política de sobressalentes e o estabelecimento dos

contratos com fornecedores de materiais e serviços

requisitados pela função de manutenção; o sistema de

informações baseado nas ordens de manutenção; a programação

e prioridade das ordens e tarefas de manutenção combinada

com as áreas de operação; os planos gerais de manutenção

alinhados com o programa de produção; a aplicação da

avaliação dos riscos nas tarefas de manutenção; as análises

das perdas da manutenção baseados nos históricos da

produção; a análise das quebras e paradas baseados nos

dados de falha cadastrados nas ordens de manutenção; a

confecção dos indicadores de resultado da gestão de

manutenção; o estabelecimento de um sistema de gestão de

componentes para reparação; a gestão da qualidade nas

ferramentas utilizadas na rotina pelos operadores de

manutenção; a elaboração da justificativa das modificações

nos ativos; o planejamento das modificações que inclui a

análise dos riscos operacionais; na segurança e meio

ambiente das mudanças e o cadastramento no sistema

informatizado; etc..

83

Algumas das pendências identificadas foram resolvidas,

caso da definição da criticidade dos equipamentos, o

estabelecimento de um sistema de ordens de trabalho para a

execução das tarefas de manutenção o que incluiu o

planejamento e programação dos planos de manutenção básicos

(baseados nas recomendações do fornecedor) e das tarefas

corretivas.

Ao final do ano 2010, a VALE criou a Gerência de

Manutenção da área com o propósito da implementação do

modelo de gestão da VALE para o setor: o Vale Production

System, para Manutencao (VPS-M), segundo os princípios

gerais do VPS.

O plano inicial da gestão estabelecido pela Gerência de

Manutenção foi lançado e como início de sua aplicação foram

executadas ações quase simultâneas que procuravam inserir a

gestão da área de manutenção nos padrões específicos de

VALE no projeto:

O desenvolvimento de um plano de ação (VALE; 2010)

O desenvolvimento de um treinamento específico em

VPS-M para os funcionários da área de manutenção

(VALE; 2011);

Ainda quando a VALE tinha um plano oficial de auditorias

de implantação do sistema em cada uma das operações

nacionais e internacionais e que não incluíam nesse

momento a Potasio Rio Colorado segundo figura x.y seguinte,

(lâmina 33 do arquivo

84

treinamento_vps_manutencao_v0_20110131_pfspREV1.ppt),

foram desenvolvidas no ano 2010 e 2011 auditorias

preliminares para fazer um diagnóstico inicial que

guiasse para a tomada de decisões na priorização das

tarefas de preparação do projeto para o modelo.

Figura 12. Plano de Implantação GlobalFonte: VALE (2011)

Assim, no mês de maio do ano 2010, foi desenvolvida uma

auditoria que teve uma aderência de 18,4% enquanto o

valor requerido era, no regulamento vigente nessa data,

fora de 70% (VALE, arquivo Diagnóstico PRC.ppt). Esse

valor media a adequação dos procedimentos da área

analisada aos padrões de VPS-M. Por exemplo, para o

85

primeiro estágio analisado, Manutenção Planejada, foi

identificado o bloco Instalação de Ativos, que

considerava um só processo: Instalar Ativos. Neste

processo foram identificados os requisitos apontados no

Quadro 6 abaixo, por exemplo: “Definir critérios de

aceite contendo competências técnicas, planos de

manutenção, sobressalentes (peças e conjuntos),

documentação técnica e conformidade com a especificação

técnica”. Nele foi requerido um método padrão para

aceitar os novos equipamentos. Em outro requisito do

mesmo processo e bloco, estava requerida uma ferramenta

“Sistema informatizado de manutenção” para cadastrar

esses ativos.

86

Quadro 6. Exemplo de requisitos do VPS-M

Tipo

Requisito

REQUISITO

Método

Definir critérios de aceite contendo competências técnicas, planos de manutenção, sobressalentes (peças e conjuntos), documentação técnica e conformidade com a especificação técnica;

Método Definir a política de sobressalentes

Método Tratar os desvios da entrega técnica

Método

Definir criticidade, classe de falha, planos detrabalho, planos de manutenção preventiva e procedimentos operacionais conforme estratégia de ativos;

Método Cadastrar dados do ativo conforme normativo do sistema informatizado.

Método Inserir o ativo no planejamento de manutenção

Método Realizar inspeção técnica (Testes em vazio, Teste e ajuste, etc.);

Método Identificar e padronizar atividades críticas deexecução da manutenção.

Ferramenta

Ferramentas:Sistema informatizado de manutenção

Fonte: VALE (2010)

87

O presente trabalho não busca definir se a estrutura do

VPS-M desenhada pela VALE é a melhor, embora não exista

um padrão nacional ou internacional que a estabeleça,

por isto não será detalhado em particular os restantes

requisitos dos diferentes processos e subprocessos. No

entanto deve-se dizer que o requisito exemplificado e os

restantes estabelecidos no sistema, estão suportando o

triângulo da excelência em manutenção no modelo

aplicado.

A metodologia foi aplicada para todos os requisitos dos

diferentes processos do estágio um do sistema de gestão

VPS-M.

É conveniente aclarar que a adequação media o

desenvolvimento de padrões específicos da área de

manutenção e era preciso atingir um mínimo de 70% de

atendimento dos requisitos para poder acessar a medição

da aplicação desses padrões, o que também requeria um

mínimo de 70% para poder continuar na evolução da gestão

passando ao estágio dois do triângulo de excelência já

mostrado anteriormente.

O auditor assinou, para esta auditoria de maio 2010 em

análise, no seu relatório, que foram avaliados 159

requisitos no primeiro estágio, sendo avaliados 15

processos de manutenção contidos em 7 blocos, com os

resultados segundo o seguinte quadro:

88

Quadro 7. Avaliação Manutenção 2010

Fonte: VALE (2010)

No caso da auditoria realizada no ano 2011, o valor

cresceu consideravelmente até o valor de 44,3% segundo o

quadro seguinte (VALE, 2011):

Quadro 8. Avaliação Manutenção 2011

89

Fonte: VALE (2011)

Já no ano 2012, foi considerada formalmente a

implantação do sistema de gestão VPS-M em Potasio Rio

Colorado e, neste caso, o modelo não considerava a

divisão do cumprimento dos requisitos em adequação e

aplicação: agora os requisitos teriam que ser atingidos

globalmente, com os padrões e práticas locais que

evidenciaram seu atendimento. Assim, posteriormente e

com o novo critério e segundo o quadro seguinte, se

obtiveram:

90

Quadro 9. Pontos nas auditorias anuais

Maio 2012 15,65%

Agosto 2012 27,18%

Dezembro 2012 27,0%

Fonte: VALE (2012)

Mas, para explicitar o resultado global dos requisitos

que foram atingidos por Potasio Rio Colorado, podem-se

ilustrar seguidamente alguns indicadores de processo

obtidos a consequência da aplicação do modelo (Figura 13

e Figura 14).

Alguns dos indicadores da manutenção são:

disponibilidade, tempo médio entre falhos, falha x

quebras, tempo médio para reparação e índice da taxa de

produção. Nas figuras seguintes serão ilustrados alguns

dos indicadores obtidos no desempenho da perfuratriz de

Potasio Rio Colorado e que são sugeridos pela bibliografia

especializada.

91

Figura 13. Disponibilidade Rapid Rig(Perfuratriz)

Fonte: VALE (2012)

Figura 14. MTBF Rapid Rig (Perfuratriz)Fonte: VALE (2012)

92

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5 – Conclusões e Recomendações

5.1 Conclusões

Neste capítulo são apresentadas as conclusões obtidas ao

término do trabalho e algumas sugestões para trabalhos

futuros.

Ao longo do presente trabalho é possível concluir que:

1. Os modelos de gestão de classe mundial estão baseados

no desenvolvimento e aplicação de padrões de

excelência.

2. Esses modelos são aplicados pelas companhias

multinacionais.

3. As bases do modelo de excelência em manutenção são

principalmente:

A identificação da visão desejada pela companhia

em sua área de negócio;

O alinhamento da gestão de manutenção com a

visão e missão da companhia;

A identificação dos processos e resultados a

atingir pelas áreas operacionais que incluam a

manutenção;

A geração de um relevamento do estado atual da

atividade na área operacional alvo;

93

A identificação dos gaps do estado atual como o

modelo desejado;

A geração de um plano de ação baseado em modelos

de excelência (triângulo de excelência) para o

desenvolvimento progressivo dos padrões e

práticas de classe mundial.

Que esses modelos preveem uma aplicação gradual

no tempo para alcançar finalmente, nos estágios

finais, a excelência na gestão de manutenção.

4. Os resultados alcançados no caso de Potasio Rio Colorado

sejam os mesmos na gestão evidenciada nas auditorias

como também nos indicadores de resultados com

disponibilidade e confiabilidade (mtbf) são

concordantes com o modelo escolhido.

5.2 Recomendações

Ao longo da realização deste trabalho identificaram-se

algumas possibilidades para o desenvolvimento de melhorias

no modelo de gestão de manutenção:

Desenvolver uma maior interfase com os processos de

identificação, planejamento, construção e

comissionamento de projetos novos;

Promover processos sinérgicos de análise nas

diferentes práticas de manutenção com o objetivo de

gerar padrões comuns nas diferentes operações da

94

companhia, como: práticas relacionadas com o

conceito de integridade dos ativos; padrões comuns

relacionados com falhas e seu cadastramento no

sistema informatizado de manutenção.

95

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