Clad 2012 - Governança eletronica movel no Brasil

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XVII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Cartagena, Colombia, 30 oct. - 2 Nov. 2012 Governança eletrônica móvel no Brasil: situação atual e perspectivas Everson Lopes de Aguiar 1 - INTRODUÇÃO Registros apontam que o Estado brasileiro vem utilizando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) desde a década de 1960 por intermédio de empresas publicas de processamento de dados. Em nível federal, a instituição pioneira, foi o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) criado em dezembro de 1964. Já nos estados, a instituição que iniciou o uso desses recursos foi a Companhia de Processamento de Dados do Paraná (CELEPAR) criada por lei estadual, também no segundo semestre daquele ano.  Desde o final da década de 1980 as diversas esferas do governo brasileiro vem paulatinamente utilizando as TICs como instrumento de modernização administrativa dos processos e trâmites de governo bem como, para as interações com o Estado e a sociedade. Na década seguinte, de forma mais acentuada, ocorreu o movimento de reforma do Estado, de redução da máquina administrativa e de mudanças político-administrativas em paralelo ao desenvolvimento da Internet. No âmbito federal, esses avanços nos processos de gestão e de melhoria da prestação de serviços públicos estavam sob a coordenação da antiga Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, que atualmente corresponde ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Para Diniz et al (2009) o conceito de governo eletrônico está relacionado ao uso das TICs e extrapola essa perspectiva. Eles retomam o pensamento de alguns teóricos e associam tal compreensão a modernização do Estado, a melhoria da eficiência dos processos operacionais e a prestação de serviços públicos eletrônicos disponibilizados por meio da internet. Segundo esses autores esse conceito emergiu após a consolidação e disseminação do comércio eletrônico e do uso das tecnologias nos diversos níveis de governo. Este conceito recebeu na literatura a simples denominação de ‘e-gov’ e tornou-se objeto de várias áreas do conhecimento sendo que essas podem ter várias dimensões. Estudiosos do assunto afirmam que o governo eletrônico emergiu entre a segunda e a terceira geração de reformas do Estado mais propriamente após o Consenso de Washington. Essas reformas da administração pública se sucederam com características, métodos e técnicas de naturezas diversas, no intuito de modernizar e flexibilizar a organização estatal para adequá-la às novas possibilidades e demandas que emergiram com a sociedade da informação. Ressalte-se que na década de 1990 o Brasil teve projeção internacional devido ao desenvolvimento de casos de sucesso em governo eletrônico tais como: a declaração do imposto de renda em meio eletrônico e seu envio pela internet, os portais Rede Governo e Comprasnet do Governo Federal, a votação eletrônica, as centrais de atendimento integrado como o Serviço de Atendimento ao Cidadão da Bahia (SAC), além de outros. 1

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XVII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Cartagena, Colombia, 30 oct. - 2 Nov. 2012

Governança eletrônica móvel no Brasil: situação atual e perspectivas

Everson Lopes de Aguiar

1 ­ INTRODUÇÃO

Registros   apontam   que   o   Estado   brasileiro   vem   utilizando   as   Tecnologias   da   Informação   e Comunicação (TICs) desde a década de 1960 por intermédio de empresas publicas de processamento de dados. Em nível federal, a instituição pioneira, foi o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) criado em dezembro de 1964. Já nos estados, a instituição que iniciou o uso desses recursos foi a Companhia de Processamento de Dados do Paraná (CELEPAR) criada por lei estadual, também no segundo semestre daquele ano.  

Desde   o   final   da   década   de   1980   as   diversas   esferas   do   governo   brasileiro   vem   paulatinamente utilizando  as  TICs como  instrumento  de  modernização  administrativa  dos  processos  e   trâmites  de governo bem como, para as interações com o Estado e a sociedade. Na década seguinte, de forma mais acentuada, ocorreu o movimento de reforma do Estado, de redução da máquina administrativa e de mudanças  político­administrativas  em paralelo  ao desenvolvimento  da Internet.  No âmbito  federal, esses avanços nos processos de gestão e de melhoria da prestação de serviços públicos estavam sob a coordenação   da   antiga   Secretaria   da   Administração   Federal   da   Presidência   da   República,   que atualmente corresponde ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Para Diniz et al (2009) o conceito de governo eletrônico está relacionado ao uso das TICs e extrapola essa   perspectiva.   Eles   retomam   o   pensamento   de   alguns   teóricos   e   associam   tal   compreensão   a modernização do Estado, a melhoria da eficiência dos processos operacionais e a prestação de serviços públicos   eletrônicos   disponibilizados   por   meio   da   internet.   Segundo   esses   autores   esse   conceito emergiu após a consolidação e disseminação do comércio eletrônico e do uso das  tecnologias  nos diversos níveis de governo. Este conceito recebeu na literatura a simples denominação de ‘e­gov’ e tornou­se objeto de várias áreas do conhecimento sendo que essas podem ter várias dimensões. 

Estudiosos do assunto afirmam que o governo eletrônico emergiu entre a segunda e a terceira geração de   reformas   do   Estado   mais   propriamente   após   o   Consenso   de   Washington.   Essas   reformas   da administração pública se sucederam com características, métodos e técnicas de naturezas diversas, no intuito  de modernizar  e   flexibilizar  a  organização estatal  para adequá­la  às  novas  possibilidades  e demandas que emergiram com a sociedade da informação.

Ressalte­se que na década de 1990 o Brasil teve projeção internacional devido ao desenvolvimento de casos   de   sucesso   em   governo   eletrônico   tais   como:   a   declaração   do   imposto  de   renda   em   meio eletrônico e seu envio pela internet, os portais Rede Governo e Comprasnet do Governo Federal, a votação eletrônica, as centrais de atendimento integrado como o Serviço de Atendimento ao Cidadão da Bahia (SAC), além de outros.

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Vale enfatizar que esse último caso, baseado no conceito de one­stop­government, isto é, prestação de serviços a cidadãos e empresas em janela única, foi o que maior impacto gerou na sociedade, pois se tornou uma boa pratica de ‘e­gov’ e se replicou para todo o Brasil. Essas centrais colocam a disposição da sociedade uma série de serviços e informações antes dispersos em diversos órgãos do governo. Isso corresponde   mais   propriamente,   às   primeiras   iniciativas   de   governo   eletrônico   focados   nas necessidades da sociedade. Exemplos desse modelo são: o Poupatempo, em São Paulo; o Na Hora, em Brasília; o Rio Simples, no Rio de Janeiro; além de outros.

1.1 ­ A Tendência Tecnológica da Mobilidade nos Governos

Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT) o Brasil ocupa atualmente a sexta posição no ranking mundial  de linhas habilitadas  de celulares.  O país é  superado apenas por China,  Índia, Estados  Unidos,  Rússia   e   Indonésia.  Na  América  Latina,  o  país   se  situa  na   liderança   seguido  de México, Argentina, Colômbia, Venezuela e Chile, segundo o portal da consultoria Teleco. (Teleco s.d.)

O  potencial   dos   aparelhos   celulares   para   a   entrega   de   serviços  públicos   é   apontado   na  Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílio ­ PNAD (2009). A análise dos dados desta pesquisa, demonstrou que a posse do telefone móvel se apresentou mais difundida na população (41,2%) que o acesso a Internet.  Este   estudo  demonstrou   também que  em  todas  as  grandes   regiões  brasileiras   a  posse  de telefone móvel está em crescimento conforme a elevação do nível de instrução e que a uma relação direta da posse desse dispositivo com o aumento da faixa de rendimento mensal domiciliar per capita.

Corroborando a última afirmação acima, a pesquisa sobre o ‘Cenário atual das telecomunicações no Brasil’, realizada pelo Ibope Mídia no final do ano de 2006, revelou que pelo menos um quarto dos domicílios brasileiros tem ao menos duas linhas de telefone móvel. No entanto, o acesso a Internet por intermédio de celular ocorre apenas em 5,4% dos entrevistados. 

Entre   as   funcionalidades   proporcionadas   por   esses   aparelhos   que   poderiam   ou   já   estão   sendo exploradas em iniciativas de governo móvel estão o envio do SMS, o desenvolvimento de aplicativos GPRS/EDGE,   de   apps   e   o   acesso   a   Internet   móvel   por   intermédio   das   tecnologias   WAP   em dispositivos simples. Não obstante pode ser explorando também o acesso a páginas HTML, XHTML­MP ou WML. Vale destacar  que a experiência  de mensagens com assinatura de notícias  e  leilões reversos na tv brasileira demonstrou que as pessoas podem estar dispostas a pagar pela utilização de serviços nesse canal. 

Zago (2008) cita pesquisa do IDC Brasil realizada junto a empresas de médio e grande porte cujos resultados   indicam   que   o   mercado   corporativo   de   mobilidade   está   em   franco   desenvolvimento   e apresentou grande potencial no ano de 2008. O estudo destacou que o setor de serviços e o governo dispõem de parcela significativa de funcionários com atividades externas de campo uma vez que os empregados   realizam   aproximadamente   23%   de   suas   atividades   distantes   de   seus   escritórios.   O relatório apontou que há também um movimento de investimentos em redes sem fio internas e em aplicações como e­mail pelo celular e acesso à Internet, destaca­se ainda, o uso de smartphones para acessar intranets das empresas e suas aplicações. 

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Tanto  no   setor  de  serviços,  quanto  no  âmbito  governamental,  os   investimentos   se   justificam pelo aumento de eficiência em alguns processos gerados pela adoção de tecnologias móveis. Assim, já tarda o   momento   em   que   os   gestores   públicos,   bem   como   a   sociedade   aproveitem   e   promovam   a massificação dos benefícios advindos pela mobilidade tecnológica.

Segundo   pesquisa   da   consultoria   Gartner   Group   (Giurlanie,   2006)   com   CIOs,   as   aplicações   que suportam mobilidade estavam em terceiro lugar no ranking das 15 tecnologias com maior  índice de crescimento de investimentos até o ano de 2009. Desta forma, retoma­se os argumentos de Holanda & Souto   (2006,  p.  11)  os  quais   afirmam que as   “telecomunicações,  computadores  e   softwares  estão convergindo numa infraestrutura que tem, não apenas mudado o paradigma de comunicação, como construído uma plataforma para o desenvolvimento econômico e um meio para ampliar as interações sociais.”

O potencial de exploração de serviços de governo através de celulares é bastante amplo, haja vista que a penetração de celulares em 16 das unidades da federação é superior a um aparelho por pessoa (Atlas Brasileiro de Telecomunicações, 2011), pois a densidade nacional de celulares é de 123,87/ 100 hab (ANATEL, Dez­2011). Dados da UIT apontam que o Brasil situa­se entre os 98 países do mundo com densidade maior  que  100 cel/100 hab.  Em dezembro passado o  total  de  linhas  habilitadas  no ano totalizou 242,2 milhões (ANATEL). Somente em 2011 foram adicionadas a base mais de 29 milhões de novas linhas, o que correspondeu a um recorde desde o início do levantamento, pois ocorreu um crescimento de 19,36% em relação ao ano anterior. 

Os serviços de terceira geração alcançaram no mesmo período 41,1 milhões dos quais 7,87 milhões equivalem a terminais de dados para acesso a web. Atualmente, a quase totalidade (99,99%) dos 5.565 municípios   possuem   serviços   de   telefonia   móvel   devido   a   mais   de   53   mil   estações   rádio   base (ANATEL,   Dez­11).   Segundo   Takayanagi   (2007)   o   cenário   do   setor   de   telecomunicações   é   tão promissor que a agëncia reguladora prevë um crescimento exponencial até 2022 que ultrapassará os 320 milhões.  Não obstante  é   importante  destacar   também que a  ANATEL publicou o  edital  para licitação   da   Quarta   geração   de   telefonia   móvel   de   maneira   que   as   cidades   sedes   das   copas   das confederações e da copa do mundo tenham os serviços disponíveis até o final de 2013. 

O setor privado já percebeu a importância desse canal eletrônico e vem desde 2006 disponibilizando serviços bancários. Somente naquele período foram realizadas cerca de 25 milhões de transações em dispositivos portáteis. Apenas uma iniciativa de um banco governamental respondeu por quase 80% dessa demanda. Essa instituição realizava, na ocasião, mensalmente, algo em torno de 2 milhões de transações entre consultas, transferências, pagamentos e recargas. Esta boa prática de capilaridade em massa   de   serviços   bancários   atingiu   em   2006   regularmente   340   mil   usuários   (Ferreira,   2007). Atualmente,  esse  banco envia  mensalmente  20 milhões  de mensagens  de   texto  para  seus  clientes. (informação verbal).

A Pesquisa ‘TIC domicílios  & Usuários  de 2010’ do Comitê  Gestor  de  Internet  do Brasil   (CGI), apontou que 79% dos entrevistados utilizaram telefone celular nos últimos três meses e 49% desses aproveitaram as facilidade do serviço de envio e recebimento de mensagens de texto. Todavia, apenas 26% dos entrevistados acessaram serviços de governo pela internet (CGI.br) 

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Enfim,   a   evolução   das   tecnologias   móveis,   a   facilidade   de   uso   dos   aparelhos   celulares,   a   alta comunicabilidade e o baixo custo de aquisição desses dispositivos vêm provocando uma nova dinâmica no mercado ao passo que os cidadãos começam a pressionar o Estado pelas mesmas facilidades na prestação   de   serviços   governamentais.   Junto   a   isso,   a   comoditização   de   tecnologias   integradas   e convergentes em detrimento a canais tradicionais de contato com cidadãos e empresas pode ser um excelente caminho para ampliar a interação entre governo e sociedade. 

Em pesquisa   realizada   recentemente   junto  as  principais   fontes  públicas   eletrônicas  em bibliotecas virtuais   e   junto  a   sites   de  governos   estaduais   foram detectados  poucos   trabalhos   acadêmicos  que abordem casos específicos de iniciativas de governo móvel. Aliado a isso, há uma grande dicotomia entre as necessidades e a realidade da disponibilização de serviços públicos eletrônicos. Diante disso, esta   investigação   se   apresenta   como   de   grande   relevância   uma   vez   que   há   poucas   produções acadêmicas sobre a governança eletrônica móvel no país, sobre o estágio atual dessa, bem como sobre iniciativas de M­serviços em governos. 

2 ­ DESENVOLVIMENTO2.1 ­ Governança, Governança eletrônica, Governança Eletrônica Móvel e o Governo móvel

BARBOSA, FARIA & PINTO (2007) afirmam que a governança se refere ao aperfeiçoamento da capacidade das instituições públicas através da adoção de princípios gerenciais centrados em resultados com destaque para mecanismos de controle, na adoção de boas práticas de gestão que possibilitem o efetivo monitoramento das iniciativas por parte da sociedade. Para a UNESCO o termo governança trata da autoridade econômica, política e administrativa compreendendo também, a participação cidadã e o exercício dos direitos  e deveres. Bento (2003) afirma que esse termo refere­se ao conjunto de procedimentos   e   mecanismos   relacionados   com   a   dimensão   participativa   e   plural   da   sociedade. Segundo as três fontes supracitadas os avanços das TICs e da internet geraram oportunidades para transformar  as   relações  entre  governos e  cidadãos colaborando para  a  boa governança.  Para  VAZ (2005) as principais questões no que tange a promoção da governança eletrônica e da Internet estão relacionadas aos impactos na forma como os cidadãos se relacionam com os governos. 

No   documento   intitulado   ‘Gobernabilidad   electrónica   –   fortalecimiento   de   la   capacidades   de governabilidad   electrônica’   a   UNESCO   apresenta   características   de   uma   boa   governança   com destaques para participação, transparência e informação. Nesse documento se realça a oportunidade de otimização  da  mesma  com   os  novos   recursos   tecnológicos,   pois   esses   melhoraram   a   fluidez  das interações, aprimoraram a prestação de serviços e estão promovendo a redução gradativa dos custos transacionais que por conseqüência  tornam os serviços mais acessíveis. Para essa instituição o conceito de e­governança é mais amplo que o de governo eletrônico.

Frey   (2007)  alude  a  Hirst   (2007)  e  Rhodes   (2000)  para  afirmar  que  o  conceito  de  governança  é multifacetado. Todavia, esse autor chama atenção para o fato de que tal compreensão tende para uma gestão compartilhada e interinstitucional que envolve governo, empresas e o terceiro setor. Para as Nações Unidas a governança eletrônica “se refere ao uso das tecnologias da informação e comunicação para transformar e suportar os processos e estruturas de um sistema de governança” (UNPAN, s.d.). 

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No entanto, esse organismo de cooperação internacional chama atenção para o fato de existirem muitas definições para esse termo. Ela depende estritamente da dimensão adotada de governança. Registre­se que   esse   conceito   inclui   governo   eletrônico   agregando­se   a   ele   a   participação,   interação   e   o engajamento das partes interessadas.

Segundo   Ruediger(2007,   p.   4)   a   governança   eletrônica   (e­governance)   é   “   uma   oportunidade   de constituir um ‘estado virtual’, extensão do estado real, como ente facilitador de mudanças institucionais e espaço de promoção de uma reinvenção do próprio governo real.” Já para Fountain (2005) ela está associada ao uso estratégico das TICs como elemento que possibilita a institucionalização de um novo modelo de gestão.

Por  fim,  Gamos (2009,  p.  2)  compreende a  e­governance como “a forma em que o setor  público emprega TICs para melhorar a prestação de contas, a transparência, a eficácia, a prestação de serviços públicos e a participação cidadã  na tomada de decisões.”  Seja qual  for o conceito  considerado de governança eletrônica,  ela   trata  das interações  entre  governo,  cidadãos e  empresas,  bem como das operações internas do próprio governo para simplificar e melhorar a gestão. A governança eletrônica deve perseguir os mesmos objetivos da boa governança. 

Para que a e­governance tenha bons resultados se faz necessário a celebração de compromissos dos líderes   políticos,   do   setor   privado   e   da   sociedade   civil   a   fim   de   que   sejam   implementadas transformações nas relações entre os atores. Isso é importante, pois como aponta Prates (2007, p. 117), ao discutir os dilemas da administração pública no país, o sistema de formulação e implementação de políticas  públicas  é   fortemente  centralizador.  Para  ele  a  solução perpassa “a  motivação  dos  atores políticos   para   mobilizar   energias   que   alimentam   novos   ou   velhos   sistemas   de   participação   e representação na sociedade”. 

Neste contexto a sociedade civil vem contribuindo para a elaboração de estratégias e agendas nacionais ao dar ênfase nas TICs. Ela deixa de ser espectadora e assume um papel protagônico no processo de tomada de decisões  e na formulação e implementação de agendas digitais.

Derivado do conceito de e­governance a governança eletrônica móvel ou simplesmente M­governance é uma espécie de subconjunto da primeira. Shukla (2008) compreende a governança eletrônica móvel como o uso “das tecnologias e serviços móveis como uma plataforma de comunicação para melhorar a eficiência   e   a   eficácia   da   governança.”   Ao   passo   que   para   VIJAYAKUMAR,   SABARISH   & KRISHNAN (s.d.) a governança eletrônica móvel se define como “uma estratégia e sua implementação envolve a utilização de todos os tipos de serviços, aplicações e dispositivos sem fio para melhorar os benefícios para cidadãos, empresas e para todas as unidades do governo.” 

Segundo   Rannu   (2004)   a   governança   eletrônica   complementa   a   governança   eletrônica   móvel principalmente, na entrega de serviços para a sociedade, bem como em novas formas de participação que emergem. Para esse estudioso isso se torna mais evidente em serviços de M­democracia e M­administração.   Ele   destaca   que   no   primeiro   caso   podem   ser   explorados   feedbacks   de   políticas   e especificações,  pesquisas  de  opinião,  votações  via  celular,  entre  outras.  Ao passo que no seguinte podem ser disponibilizados alertas climáticos, informações sobre trafego, entre outros.

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Cabe explicitar também neste marco teórico uma compreensão de governo móvel. Para isso revisita­se a percepção de Aguiar (2009) segundo o qual o conceito permeia o uso intensivo de tecnologias e dispositivos portáteis por parte dos governos. Esse acesso pode ocorrer diretamente pelo usuário, como por exemplo, por intermédio de envio de um SMS ou por meio da interação humana em que unidades móveis (veículos) do Estado se deslocam para áreas longínquas para entregar serviços públicos. Se ressalte que esse autor apresenta em estudo sobre barreiras em iniciativas de governo móvel, todo um constructo teórico e destaca que o governo móvel se encontra em desenvolvimento.

Obstante Tavares (2009) chama atenção para o fato de que o cidadão pouco apóia a tomada de decisão governamental.   Isso   fica   claro   devido   ao   baixo   índice   de   participação   social   nos   processos democráticos seja por problemas de acesso aos ambientes ou devido a dificuldades de manifestação concisa por intermédio de portais e sítios públicos. No entanto, os canais portáteis poderão ser novos meios alternativos para os cidadãos acessaram a benefícios de participação e de apoio ao governo em suas decisões. 

Cabe destacar que segundo Lallana (s.d.­a) o governo das Filipinas vem estimulando a participação política por meio da exploração de iniciativas de governo móvel para expressar a opinião dos cidadãos em   assuntos   políticos,   como   ferramenta   em   processos   eleitorais   e   meios   para   aprimorar   a governabilidade democrática.

A exploração de iniciativas de governo móvel no Brasil teve início por volta do ano 2000. Naquele período o Estado da arte tecnológica era a tecnologia Wap. Mas foi somente em 2003 que se alavancou o   desenvolvimento   de   iniciativas   disponibilizadas   por   intermédio   de   canais   móveis   com   a implementação  de  ambientes   Java   (GSM) e  Brew (CDMA) os  quais  possibilitaram downloads  de aplicações para aparelhos portáteis. Entretanto, Blazoudakis (2006, s.d.) afirma que somente em 2006 é que  ocorreu  a popularização  do acesso  a   todas  essas  aplicações   intermediadas  de  números únicos (unique short codes). CUNHA; ANNENBERG & AGUNE (2007) consideram que foi apenas naquele ano que se deu a consolidação de serviços de governo móvel ou M­serviços no país por meio do envio de mensagens de texto.

Enfim, compreende­se por governança eletrônica móvel as diversas interações do governo realizadas por intermédio de tecnologias portáteis ou sem fio gerando transparência, eficácia, participação cidadã e a melhoria da prestação de serviços públicos. Com isso, se conclui  a apresentação e o debate sobre o conceito de governança eletrônica móvel, primeiro objetivo intermediário deste estudo.

No entanto pesquisas nas três esferas do governo brasileiro demonstraram que ainda são poucas as iniciativas que exploram a interação com a sociedade por intermédio de canais móveis. Aguiar (2010) realizou levantamento de iniciativas de governo móvel por ocasião da 2ª Conferência Web W3C Brasil e   identificou   pouco   mais   de   70   serviços   eletrônicos   disponibilizados   à   sociedade   por   meio   de dispositivos portáteis. Todavia, desses apenas quatro possibilitavam a interação bidirecional para fazer denúncias. São eles: o ‘SMS – Denúncia’ da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos; o ‘Sistema de   automação   de   fiscalização   com   uso   de   PDA’s   da   Empresa   de   Tecnologia   da   Informação   e Comunicação do Município de São Paulo – PRODAM /SP e da Secretaria de Gestão do Município de São   Paulo;   e   a   Secretaria   do   Meio   Ambiente   em   conjunto   com  a  Companhia   de   Tecnologia   de 

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Saneamento   Ambiental   de   São   Paulo   (Cetesb)   que   permite   a   apuração   de   denúncias   relativas   a posturas.  Também pode ser  considerado  o  serviço  ‘ordem do dia  e  correio  eletrônico’  do Senado Federal.

Entre os casos pioneiros no Brasil Aguiar (2012) destaca o Projeto fortalecimento da cidadania, do governo de Paraná;  Siscomex Móbile,  do SERPRO;’Sefaz Móvel’,  do governo da Bahia;  Móvel  ­ governo estadual de Alagoas; SIGO, em Mato Grosso do Sul; em São Paulo o ‘Poupatempo móvel’, o ‘e­Poupatempo Wireless’, o ‘Cidadão Móvel’, o ‘Perto de você’ e o ‘Labihc móvel’; a iniciativa ‘onde está seu bloco’ do governo da Bahia; o ‘Informa fácil’ do estado do Piauí e o ‘Pronto Atendimento Itinerante   (PAI)’,   do   governo   do   Amazonas.   Essas   aplicações   já   demonstraram   o   quanto   podem melhorar a vida da sociedade e ampliar a interação com o Estado. A seguir serão apresentadas algumas dessas iniciativas:

2.2 ­ Alguns Casos Pioneiros de Aplicações de Governo Móvel no País2.2.1 ­ Projeto fortalecimento da cidadania do governo do Paraná

Lanza (2007) afirma que o projeto de governo móvel do estado do Paraná denominado ‘Fortalecimento da cidadania’ teve início no ano de 2001. Tal projeto tinha o objetivo de promover a simplificação de processos  e   o   foco  no   cidadão.  A  pesquisadora   afirma  que  havia   até   2007  os   seguintes   serviços disponibilizados pelo canal celular: aviso de vagas de emprego; andamento de processo de concurso público; cotações de produtos hortifrutigranjeiros da central de abastecimento agrícola (CEASA); a programação cultural do teatro Guaíra; notícias do governo estadual; informações sobre licenciamento e multas de veículos; alerta para a possibilidade de intempéries tais como: enchentes, secas e geadas; notícias da Secretaria de Comunicação do Governo; e, agendamento de reuniões de e­gov. Ortolani (2002) cita ainda, entre os serviços prestados por aquele governo, a consulta de antecedentes criminais por parte das autoridades de segurança; informações de detentos e sua situação; capacidade de unidades penitenciarias   e   vagas;   localização   de   detentos;   e,   situação   de   empresas   com   relação   a   tributos estaduais.

O uso da tecnologia SMS para entrega de serviços públicos aos cidadãos no Paraná foi pioneiro, com o envio de torpedo para a CEASA. Ferrari & Sermoud (2006) em entrevista a Lanza afirmam que a cada 12 mensagens enviadas, uma vaga de emprego é preenchida. Eles ressaltam também que o número de agricultores cadastrados para o serviço de cotações agrícolas foi superior a 900 pessoas.

Para Lanza (2007), entre 2001 e 2007, aquele estado teve os seguintes avanços no projeto de governo móvel a: parceria com as operadoras, a identificação do cidadão/serviço, a padronização dos pontos menos polêmicos, a licitação pública e a definição de regras de uso corporativo. Informações recentes de janeiro de 2012 divulgadas no portal da CELEPAR relatam o lançamento do novo portal móvel daquele estado. Esse apresenta como diferencial a conversão do catálogo do portal de serviços para um ambiente multiplataforma. 

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2.2.2 ­ Siscomex mobile

Bosch   (2007)   apresentou   no   M­gov   2007   a   aplicação   piloto   Siscomex   Mobile   customizada   pelo SERPRO. Essa ação possibilita o acesso a informações de comércio exterior brasileiro para  empresas de pequeno, médio e grande porte e a despachantes. Ela foi projetada para permitir o acesso a qualquer conteúdo de uma operação de comércio exterior de forma simples e rápida.

A ação desenvolvida pela integradora de conteúdo Mobigate consiste numa aplicação que utiliza o conceito de formulário e atalhos off­line intercalado com comunicação GPRS de acesso a dados em tempo real. Isso faz com que o desenvolvimento tenha baixo custo, pois há uma redução do tráfego visto que as informações estáticas não trafegam e as características dos celulares são adquiridas apenas no momento da execução,   isto é,  sem a necessidade de arquivos de configuração.  Segundo Bosch (2007)   ela   permite   ainda,   alta   portabilidade   uma   vez   que   apresenta   interface   padronizada   de comunicação com alta qualidade em textos, imagens e gráficos, independente do modelo do dispositivo e da operadora. Situa­se entre suas características a possibilidade de personalização de conteúdo e a flexibilidade do modelo de negócio. 

2.2.3 ­ Sefaz móvel

Além de  iniciativas  de  governo eletrônico  no modelo  one­stop­government,   como mencionado  na contextualização,  o estado da Bahia apresenta iniciativas  de M­serviços de governo como a ‘Sefaz Móvel’.  Essa   consiste  numa  aplicação   eletrônica   concebida  para   a  área  de   fiscalização   tributaria. Desenvolvida   pela   Secretaria   de   Fazenda   daquele   estado   brasileiro,   a   aplicação   é   utilizada   em iniciativas de campo e garante maior portabilidade, flexibilidade, velocidade de resposta e uma boa relação custo benefício. Para isso, segundo Oliveira (2007), houve a substituição dos dispositivos de comunicação via rádio por palms com recursos de comunicação de voz e dados. Esses últimos recursos permitem   uma   maior   confiabilidade   e   segurança.   O   ‘Sefaz   Móvel’   permite   a   consulta   a   dados cadastrais,   compras,   arrecadação,   antecipação   tributária,   equipamento   emissor   de   cupom   fiscal, deferimento, passe fiscal, imposto sobre veículos entre outras consultas. Essa ação demonstrou uma satisfatória redução de custeio em 44% entre a antiga forma de comunicação e o uso de palms. Ela apresenta maior amigabilidade, facilidade e rapidez de reposição, possibilitou a elevação da quantidade de consultas e ampliou a motivação dos servidores. 2.2.4 ­ Móvel – governo estadual de Alagoas

Percebendo o excelente instrumento de acesso a informações e serviços públicos que possibilitam os dispositivos móveis na nova ordem social, o governo do estado de Alagoas criou por intermédio do Instituto de Tecnologia em Informática e Informação (ITEC),  um microportal  wap. Segundo Ávila (2007)   esse   microportal   permite   o   acesso   a   informações   sobre   processos   administrativos, acompanhamento de trâmite no sistema de protocolo geral do estado, notícias, portarias, extrato de Leis e Decretos, consulta a informações sobre sinistro de roubo em veículos e informações sobre condutor.

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2.2.5 ­ Sistema integrado de gestão operacional (SIGO)

Carneiro (2006) apresentou a iniciativa de governo móvel denominada Sistema Integrado de Gestão Operacional ‘SIGO’, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do estado de Mato Grosso do  Sul.  Ela  consiste  numa rede  que  compila   informações  do   instituto  de   identificação,  da  polícia técnica, do núcleo de inteligência, da área de patrulhamento, de abordagens e capturas de suspeitos bem como, informações de trânsito e de carceragem.  

O SIGO possibilita  o   registro  de   infrações,   a   identificação  de  veículos,   condutores   e  passageiros, permite   o   levantamento   comportamental   de   crimes   e   objetos   para   Polícia   técnica   e   auxilia   no cumprimento de mandados de prisão para o setor de patrulhamento e para os agentes daquela secretaria de estado.

Com essa rede foram padronizadas as entradas de dados, as entregas de informações e as consultas legais. Ela foi desenvolvida com softwares Java, PHP e .Net em banco de dados MS SQL Server 2005 e trafega numa VPN com firewall. Por meio dela ocorre a comunicação de voz e dados em um único equipamento de forma que, o agente de segurança pública poderá estar em qualquer lugar ou meio de transporte e acessar a informação que desejar de maneira completa e instantânea.

2.2.6 ­ São Paulo e seu governo multicanal

Annenberg (2006) cita  as   iniciativas  de governo móvel  do estado de São Paulo dentre as  quais  o ‘Poupatempo móvel’, o ‘e­poupatempo wireless’, ‘o cidadão móvel’, o ‘Perto de Você’ e o ‘Labihc móvel – Laboratório Interação Homem Computador’. O ‘Poupatempo móvel’, também destaque entre as iniciativas de one­stop­government, foi inaugurado no segundo semestre de 2004 e percorre a região periférica  da  cidade com um caminhão e um ônibus adaptados.  O atendimento  ocorre  em horário comercial   e   o   veículo   fica   aproximadamente   15   dias   estacionado   em   cada   localidade.   Segundo Annenberg aquele serviço realizou mais  de 250.000 atendimentos  até  meados de 2006. A unidade móvel   oferece   serviços   de   emissões  de   documentos  pessoais,   acesso  gratuito   a   Internet,   serviços públicos eletrônicos, recolhimento de taxas e serviços públicos eletrônicos do ‘e­Poupatempo’.

Segundo   esse   estudioso   o   projeto   ‘e­Poupatempo’   consiste   na   disseminação   de   serviços   públicos entregues a sociedade em salas construídas com conectividade sem fio onde os usuários são orientados para uso de suas necessidades em desktops. Nesse ambiente os atendentes dispõem de PDAS para registro do perfil dos usuários e principais dificuldades. O pesquisador afirma que já foram atendidas mais de 500 mil pessoas ate aquela apresentação (abril/ 2006). A coleta de dados ocorre por intermédio de 28 PDAS, 38 atendentes e 45 salas de atendimento de postos do ‘e­Poupatempo’. Algumas unidades dispõem também de tablets wi­fi. Dentre as vantagens dessas salas de atendimento estão a aproximação do atendimento ao cidadão, a viabilidade para atendimento onde não há espaço físico para salas e a redução de filas nos postos do ‘Poupatempo’.

Em seqüência esse mesmo autor (idem) destaca o portal do cidadão do governo do estado de São Paulo em   sua   versão   móvel   construída   para   acesso   via   pdas   e   por   celulares   disponível   pelo   endereço http://m.cidadao.sp.gov.br/. O acesso por este canal ocorre desde o primeiro semestre de 2006. 

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Essa  ação  de  governo móvel  disponibiliza   atualmente   (janeiro/2012)  1.381  serviços  públicos  para cidadãos e empresas.

O   ‘Labihc   móvel’   consiste   num   outro   projeto   desse   governo   que   realiza   testes   de   usabilidade   e acessibilidade com cidadãos  na unidade do ‘Poupatempo’  da cidade de Guarulhos.  Essa ação visa identificar os perfis, as necessidades e as dificuldades populacionais quanto ao uso de serviços públicos eletrônicos entregues pelo canal Internet. A iniciativa se desdobra em um laboratório semelhante em uma unidade móvel. O mesmo pesquisador destaca também, entre as vantagens desses laboratórios, a possibilidade de compreender as dificuldades e os perfis dos usuários de áreas rurais ou em eventos específicos. Esses laboratórios móveis acompanham os trabalhos do ‘Poupatempo Móvel’. 

O governo do estado de São Paulo também desenvolveu o serviço ‘Perto de Você’ o qual consiste num projeto em parceria com diversos órgãos e com uma fábrica de celulares para prestar informações sobre serviços públicos  por  meio de  um portal  de voz,  de  dispositivos  portáteis  e   também por meio  da Internet.   Annenberg   (2006)   afirma   que   essa   ação   tem   por   finalidade   tornar   os   serviços   públicos acessíveis,  promover  a  expansão dos  meios  de  se obter   serviços  públicos  e   facilitar  a  procura  de informações no local mais conveniente segundo seu contexto. O atendimento se dá por intermédio do fornecimento do endereço de onde o usuário se encontra ou pelo endereço informado por esse. 

O serviço foi desenhado inicialmente com um rol de oito categorias, freqüentemente demandadas ao serviço  190 da  Polícia  Militar.  Entre   tais   informações  destaque  para   informações   sobre  hospitais, delegacias, escolas públicas, e demais equipamentos de utilidade pública. Por fim, esse pesquisador expõe entre as principais dificuldades dessa ação o localizador geográfico automático do cidadão que demanda o serviço, a base de dados da Polícia e da Fundação SEADE, bem como a definição de parcerias com empresas de telecomunicações.

Posteriormente, no final de 2008 a Secretaria de Gestão Pública do estado de São Paulo (SGP) criou o projeto   ‘SMS   ­   Utilização   de   SMS   em   serviços   públicos’.   Esse   projeto   consiste   numa   solução corporativa daquele estado para o emprego de SMS em serviços públicos. Os parceiros provedores de conteúdo foram o Instituto do Coração (Incor), o Departamento de Trânsito do estado, o Poupatempo e a   unidade   de   recursos   humanos   da   Secretaria   de   Saúde.   Ele   tem   o   apoio   técnico   do   Centro   de Tecnologia Aplicada da Companhia de Processamento de Dados de São Paulo (PRODESP).

Este projeto disponibilizava informações sobre seu andamento por intermédio do blog do projeto: SMS Mensagens   por   celular   em   serviços   do   governo   paulista,   acessado   pelo   endereço http://smsigovsp.blogspot.com/. Segundo aquele diário eletrônico foram realizados os seguintes pilotos na ocasião: agendamento de serviços de 2a via de carteira de identidade no Poupatempo; resultado de concurso   de   bolsas   de   estudo   a   candidatos   ao   Programa   Jovem   Acolhedor;   alerta   de   consultas agendadas no hospital InCor, serviços do departamento de trânsito (consulta de pontuação em carteira e multas de veículo) e alerta de cotação de preços de produtos agrícolas.

Bolliger (2008) aponta em relatório ‘Proposta de solução corporativa do Estado’ disponível naquele blog que tal projeto visa a realização de pilotos de soluções tecnológicas e de negócios. 

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Ele teve a finalidade também de disseminar a tecnologia de mensagens de texto junto aos provedores de serviços públicos. Segundo este autor entre os benefícios dessas aplicações figuram: o aumento da qualidade   e   da   satisfação   dos  usuários   de   serviços   públicos   estaduais;   uma   maior   efetividade   na comunicação do Estado com os usuários;  a  maior  eficiência  na utilização de recursos públicos  na comunicação   com   os   usuários   dos   serviços   públicos   e   conseqüente   economia   de   recursos;   a incorporação  de   inovação  aos   serviços  públicos  e   a   promoção  da   cultura  da   inovação  entre   seus provedores.  Durante a  execução do projeto  foram realizadas  entrevistas  com usuários  a   fim de se avaliar a aceitação dos serviços, verificar usabilidade e coletar sugestões sobre cada piloto. Os serviços que estavam em prototipação foram aviso de vaga de emprego a candidatos do Programa Emprega São Paulo e o envio e recebimento de cotação de preços de produtos agrícolas.

Segundo o  blog   foi   realizado  a   licitação  para  compra  das  mensagens  de   texto.  A modalidade  de contratação  foi  por  Ata de  Registro de Preço sendo que essa  resultou num preço de R$ 0,09 por mensagem. O edital teve por órgãos participantes a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, a Secretaria de Gestão Pública e a PRODESP. A licitação permitiu a contratação de 4,603 milhões de mensagens que poderiam ser utilizadas em até doze meses por tais instituições. Essa modalidade de licitação facilitará a contratação das mensagens uma vez que  eliminará os principais fatores jurídico­administrativos que desestimulam a adoção dessa inovação. Cabe destacar que o valor unitário obtido por mensagem naquela ocasião era  inferior  a  qualquer  consulta  às  operadoras  para as quantidades contratadas. 

Enfim, a investigação das iniciativas desse governo estadual demonstrou a nítida preocupação com mobilidade e portabilidade. Em geral existe uma tentativa de que os projetos e os benefícios advindos pelos  mesmos  alcancem  classes   econômicas  menos   favorecidas.  Percebeu­se  que  há   uma   atenção especial a forma de disponibilização dos serviços com foco no cidadão o que denota a séria percepção estratégica de que o governo eletrônico deve ser multicanal. 

2.2.7 ­ O carnaval da Bahia também é móvel ­ projeto ‘onde está seu bloco’

Ventura (2006) afirma que aproximadamente 900 mil turistas se deslocaram para o estado da Bahia no período de carnaval de 2006. Soma­se a isso a população local de aproximadamente 2,6 milhões de habitantes. Diante disso a Companhia de Governança Eletrônica de Salvador (COGEL) disponibilizou um serviço inovador denominado ‘onde está seu bloco.’ Aquele consiste no envio de informações sobre o horário do desfile e o percurso dos blocos de carnaval na cidade de Salvador. 

O   acesso   ao   serviço   se   dá   por   intermédio   de   cadastramento   do   número   do   celular   no   portal http://www.carnaval.salvador.ba.gov.br/v3.asp. A partir daí, o serviço envia uma mensagem de texto para o celular, conforme a solicitação. A consulta também pode ser realizada pela tecnologia Wap em celulares.  Ventura  (2006) afirma que somente  no período de  carnaval  de 2006 (cinco dias)   foram enviadas mais de 8.500 mensagens de texto. 

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2.2.8 ­ Informa fácil

O projeto Serviço Piauiense de Informações e Dados ­ SPID via celular, também denominado ‘Informa fácil’, consiste em um suíte de microaplicativos desenvolvido sobre a plataforma Java Me (J2ME) que pode ser instalado em dispositivos portáteis. De forma que cada órgão público dispõe de um micro programa que possibilita  a  consulta  a  determinada  base  de dados.  Essa  ação móvel  possibilita  ao usuário  o acesso a notícias  do governo do estado;  informações  do departamento de trânsito  como: multas, impostos, licenciamentos de veículos, seguro, dados de condutores de veículos; o acesso ao contra­cheque de servidores do estado, entre outros serviços.

Sousa (2006) afirma que a ação utiliza tecnologia GPRS (General Packet Radio Service), pois o custo para o usuário é somente do trafego de dados. Essa tecnologia também é considerada em aplicações de governo móvel por não ser tarifada por tempo de conexão. Entre as vantagens da utilização de tal tecnologia estão a utilização da rede independente da operadora,  o serviço é  disponível em toda a cobertura das redes das operadoras e por ele não trafegar tags de WAP, o que reduz o tráfego. Diniz & Gregório (2007) afirmam que o custo da ação desse projeto tornou a consulta mais acessível. Ainda, no que   tange   as   ações  ofertadas  via   sms   é   limitador   a   quantidade   de   caracteres   de   apenas   150  por mensagem de texto.

Segundo Sousa (2006) a ação tem possibilitado para a sociedade comodidade, facilidade de acesso, rapidez da informação, mobilidade, baixo custo e o fato de permitir o acesso a órgãos do governo ‘no bolso’. Ao passo que para o governo melhorou a integração da informação para segurança, auxilia na gestão e regularização da frota e do trafego do estado, ampliação da receita e da análise de pagamento de impostos de veículos e propicia a identificação do proprietários de veículos.

2.2.9 ­ Pronto Atendimento Itinerante (PAI)

Cavalcante (2006) cita entre as iniciativas de governo móvel o ‘Pronto Atendimento Itinerante – PAI’, da Secretaria de Estado do Trabalho e Cidadania do governo do estado do Amazonas. O projeto foi concebido com o objetivo de prestar serviços aos cidadãos interioranos com foco em pessoas excluídas, que não dispõe de acesso a políticas públicas e programas sociais. O processo de entrega dos serviços se dá por intermédio de embarcações adaptadas com acomodação confortável, tecnologia de ponta para transmissão e recepção de dados via satélite, pessoal técnico qualificado e capacitado de forma a dispor em um único local de informações e serviços de governo das esferas federal e estadual e de instituições não governamentais. 

Essa ação de governo móvel possibilita as populações ribeirinhas o acesso a serviços previdenciários, atendimento   médico,   exames   laboratoriais   e   de   imagem   de   diversas   especialidades,   emissão   de documentos pessoais, assistência jurídica, acesso a lazer, entre outros benefícios sociais. O pesquisador afirma que aquela ação realizou até  aquela palestra mais de 875 mil atendimentos em mais de 255 localidades. O aporte de recursos injetados no PAI superou R$ 16 bilhões de reais. A conectividade ocorre por   intermédio  do sistema Globalstar  a  qual   interliga  48 satélites  móveis  de baixa órbita  e tecnologia CDMA, o que permite redundância tripla do sinal de forma simultânea. 

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Os gestores da ação estão estudando a migração da conectividade para um serviço com frame relay, uma   vez   que   este   suporta   múltiplos   aplicativos   com   interconexão   de   LAN/IP,   acesso   a   Internet, videoconferência, voz corporativa e possibilita a transição para uma tecnologia de banda larga de maior velocidade.

2.2.10 ­ Outras iniciativas

Outros  projetos  que   também   merecem  destaque   são   as   aplicações   em  nível  Federal   do   Supremo Tribunal Federal que disponibiliza informações sobre o andamento de processos; a Polícia Federal que utiliza uma aplicação instalada em PDAs desenvolvida com tecnologias abertas com padrão XML para realizar perícias; a Caixa Econômica Federal, um banco público, que disponibiliza o saldo do fundo de garantia do trabalhador do setor privado, resultados de loterias, calendários de pagamentos do Bolsa Família,   entre  outros   serviços  por   intermédio  de  celulares.  Foram encontrados   registros   ainda,  da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que utilizou aplicações móveis durante a cobertura das eleições de 2010 e do envio de mensagens de texto para os inscritos na prova do ENEM com informações sobre os locais de prova, por parte do INEP/ MEC. Por fim, registre­se o envio de mensagem de texto sobre a liberação de lotes de restituição do imposto de renda da Receita Federal do Brasil.

Contundo, mesmo diante de tais projetos Diniz & Gregório (2007, p. 690) enfatizam que “as iniciativas de governo móvel se tratam de projetos pontuais e não compõe estratégias de governo eletrônico sejam em nível de país ou de governos locais.” 

2.3 A Estratégia Geral de Tecnologia da Informação (EGTI) do Governo Federal

Desenvolvida sob a gestão da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), a EGTI foi publicada pela primeira vez em 2008. Ela estabeleceu um plano de metas para o SISP com a finalidade de promover a melhoria da governança de TICs dessas organizações. Ressalte­se que segundo BARBOSA, FARIA & PINTO (2007) esse tipo de governança   é   fundamental   para   estabelecimento   da   governança   eletrônica,   pois   compreende perspectivas tanto interna quanto externa das instituições públicas. A primeira relacionada a área de tecnologia e as demandas das unidades de negócios. Enquanto a outra procura estruturar os processos dela própria.

A EGTI se tornou obrigatória por intermédio da Portaria SLTI n° 11, de 30 de dezembro de 2008. O processo de construção da mesma ocorreu em etapas. A primeira incluiu a elaboração de uma versão preliminar por equipe da SLTI. Em seguida, o documento recebeu contribuições de gestores de TICs dos órgãos seccionais e setoriais que compõem o SISP através de audiência pública presencial. Por fim, a mesma foi submetida a consulta publica virtual no portal das Comunidades Virtuais do Setor Publico,  na comunidade do SISP, a fim de captar a percepção dos interessados em geral. 

Essa estratégia é composta pelos seguintes itens: princípios norteadores, o modelo de governança do SISP e a sustentação desse modelo. Destaque entre os anexos para a orientação de constituição de comitês de TICs nos órgãos desse sistema normativo e as  leis e normas vigentes,  que deverão ser consideradas para a melhor gestão de TICs.

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Durante a descrição do modelo de Governança do SISP foram estruturados grupos de práticas para aperfeiçoamento   da   gestão   de   TICs;   aprimoramento   quali­quantitativo;   melhoria   do   processo   de contratação  de   TICs;   construção   e   adoção  de   Padrões   e   modelos  de   apoio   à   gestão   de  TICs;   e, segurança da informação. Também é destacado nessa agenda metas de referência para o exercício de 2009 para cada um desses grupos de práticas.

Ao   tratar   da   sustentação   do   modelo,   o   documento   aponta   a   estruturação   de   alguns   recursos institucionais, de conhecimento e humanos tais como: alinhamento do planejamento institucional do órgão com a gestão de TICs; elaboração de Plano diretor de TICs; capacitação nesse último; elaboração do formulário de autodiagnóstico; elaboração do modelo mínimo de Plano de Metas; orientação aos órgãos   sobre   a   importância   da   criação   de   fóruns  gestores   de   TICs,   com  envolvimento  de   atores estratégicos; a estruturação da comissão de coordenação do SISP; entre outros. A EGTI também aponta que frameworks consagrados de governança de TICs são considerados referências para a construção do modelo de governança do SISP. Por fim, se aborda a gestão da informação sobre TICs do SISP e se conclui que esse documento visa ampliar a maturidade de TICs das instituições pertencentes a esse sistema normativo.

Conforme afirmado pouco acima, a EGTI trata da governança de TICs e não da governança eletrônica. Enquanto a governança de TICs estrutura os ativos de tecnologia da informação e comunicação, os pensamentos teóricos de governança eletrônica e por consequência de governança eletrônica móvel se referem às  diversas   interações  do  governo,  que envolve  a   transparência,  a  eficácia,  a  participação cidadã  e a melhoria  da prestação de serviços públicos. Ressalte­se que a governança de TICs para BARBOSA, FARIA & PINTO (2007) é essencial para o estabelecimento da governança eletrônica uma vez que apresenta uma visão externa, que trata da relação entre a área de tecnologia e as unidades de negócio, e a outra interna, que se refere a organização dos processo de TICs. Para esses autores a governança eletrônica no âmbito público compreende as seguintes dimensões: e­serviços públicos, e­administração pública e e­democracia.

Então percebe­se que o governo federal brasileiro não efetua uma gerência sistematizada e coordenada de   sua  governança  eletrônica.  A  leitura  de   relatório  de  atividades  do  Ministério  do  Planejamento referente ao ano 2009 demonstrou que embora haja avanços significativos da governança de TICs do SISP, essa não dispõe de um sistema de informação que suporte a operação, o apoio a tomada de decisões ou a gestão estratégica de tal sistema. Esse mesmo documento faz referência a Agenda Brasil Digital, que caso seja implementada poderá tratar propriamente, da governança eletrônica em âmbito federal e que talvez possa contemplar ou tratar da governança eletrônica móvel ou de aspectos referente a essas como por exemplo, de  aplicações portáteis.

3 ­ METODOLOGIA 

Este capítulo trata da metodologia do estudo. Para isso revisitou­se alguns teóricos para fundamentar conceitos como: pesquisa, tipos e classificação de pesquisa, a estratégia do estudo de múltiplos casos, o instrumento   de   coleta   de   dados   e   sua   estruturação,   a   lista   dos   casos   estudados,   o   universo   e   a classificação da amostra. A população­alvo e a justificativa para a seleção da amostra também são expostos. Enfim, comenta­se a testagem e o perfil dos entrevistados.

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3.1 Tipos de Pesquisa 

Visando o rigor científico e a credibilidade desta pesquisa se estabeleceu “um processo metodológico rígido que permita levar de maneira precisa uma investigação que seja desde o começo coerente, com o que se deseja realizar” (Arenas et al, 2004, p. 2). Então este estudo tentará tratar com excelência as questões teóricas e metodológicas. A relevância também será perseguida buscando gerar contribuições para as questões práticas de implementação de políticas públicas inovadoras visando a melhoria da prestação de serviços públicos disponibilizados por intermédio de canais automáticos. 

Embora haja uma vasta literatura sobre metodologia científica revisitou­se apenas alguns teóricos para construção deste capítulo como: Santos, Gil, Groves, Marconi & Lakatos, Gil, Appolinário e Vergara. Dentre esses destaque­se a compreensão de Gil (1991) para quem a pesquisa deve ser um procedimento racional   e   sistemático  com o objetivo  de  proporcionar   respostas   a  problemas.  Enquanto  que  para Groves et al (2004) a pesquisa consiste num processo sistemático a fim de se obter informações de unidades de uma determinada população. 

Marconi & Lakatos (2009) afirmam que a classificação dos tipos de pesquisa varia de acordo com o enfoque do autor e as subdivisões dependem de interesses, metodologias, condições, objetivos, objetos de estudo, campos, situações, entre outros. No caso desta pesquisa considerou­se a classificação de Appolinário (2007) segundo a qual a natureza da pesquisa equivale a qualitativa e será realizada em campo uma vez que ocorrerá  em uma situação natural.  Os estudos qualitativos permitem múltiplos significados  que  apresentam caráter   exploratório   isto  é,   que  merecem estudos  mais   aprofundados. Ressalte­se que na pesquisa qualitativa todos os detalhes são importantes.

A pesquisa foi do tipo transversal, pois avaliou a mesma variável numa única ocasião e em grupos diferentes de sujeitos, conforme classifica Vergara (2010). A estratégia de pesquisa será o estudo de múltiplos casos a fim de se realizar uma comparação entre eles sobre o estágio da M­governança nas esferas de governo. Os casos estudados foram dos governos do Paraná, de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Alagoas, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, bem como do município de Salvador – BA, da percepção da diretoria de governo eletrônico da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Ministério das Cidades e do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/ MEC). A seleção de um representante do Ministério do Planejamento se deu pelo fato dessa ser responsável pelo SISP que tem abrangência em todo o Poder Executivo Federal e por esse órgão exercer a função de Secretaria­Executiva do Comitê Executivo de Governo Eletrônico (CEGE). Portanto, cabe a ele zelar pela implementação das diretrizes de governo eletrônico definidas por esse fórum. Segundo Santos (2005) por meio do estudo de caso é possível analisar fatos com profundidade a fim de se buscar conhecimento com uma grande riqueza de detalhes do objeto estudado.

O instrumento de coleta de dados utilizado no estudo foi a entrevista, uma vez que para Marconi & Lakatos (2009, p. 80) essa “é um procedimento utilizado na investigação social para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.” A seleção dessa forma de coleta de dados deve­se ao fato de que ela capta informações relevantes que não estão disponíveis em outras fontes documentais. 

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Ela possibilita também, a coleta de informações mais precisas e permite ao entrevistador esclarecer a compreensão de eventuais perguntas do roteiro. Além disso, o uso da entrevista como instrumento de coleta de dados foi escolhido por permitir estudos mais precisos.

A   literatura   metodológica   aponta   que   as   entrevistas   podem   ser   de   três   tipos:   estruturada,   semi­estruturada  ou  aberta.  No caso  desta  pesquisa  as  entrevistas   foram semiestruturadas  uma vez  que apresentaram um roteiro de perguntas fechadas, abertas e fáceis de responder. Esse tipo de entrevista possibilitou  um espaço  para  discussão  livre   e   informal.  A definição  desse   tipo  de  entrevista   com questões padronizadas facilitou a comparação de respostas entre os respondentes dos casos analisados. Ela permitiu a reordenação das questões durante a entrevista, a formulação de perguntas flexíveis, o ajuste   do   nível   de   linguagem   e   o   fato   de   poder   esclarecer   ou   levantar   dúvidas   entre   assuntos subseqüentes  no processo de coleta.  O roteiro da entrevista  contemplou questões  abertas  devido a riqueza e utilidade de dados gerados, embora isto tenha provocado uma maior dificuldade na análise.

As perguntas da entrevista apresentaram linguagem simples e direta. O roteiro evitou questões longas e múltiplas, palavras desconhecidas, questões com viés e de opiniões. A coleta de informações procurou ser neutra a fim de se evitar induções a certas respostas. As perguntas foram do tipo informação, pois “buscam estabelecer o que as pessoas sabem sobre algo ou evento”, como afirma Santos (2005, p. 22).

3.2 Universo e Amostra

Para Vergara (2010, 46) população é “um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características que serão objeto de estudo”. O Universo considerado para o estudo foram os gestores, analistas e técnicos públicos das diversas esferas de governo que trabalham ou trabalharam em iniciativas brasileiras de governo móvel. A população­alvo foram servidores ou gestores das diversas esferas do governo brasileiro. A população de pesquisa foi pelo menos um gestor, analista ou técnico que estejam ou tenham exercido esses cargos.

A amostra analisada foi não­probabilística ou por julgamento, conforme classifica Santos (2005). Ela se   baseou   nos   seguintes   critérios:   pioneirismo   e   tempo   de   operação   da   iniciativa;   potencial   de capilaridade; e, portfólio de e­serviços disponibilizados. Segundo esse autor, essa amostra ocorreu de forma intencional e por quotas. Nos casos em estudo ela foi intencional, pois atingiu apenas elementos disponíveis para compor a amostra. Marconi & Lakatos (2009) afirmam que essa amostragem permite ao pesquisador descobrir a opinião do entrevistado em determinados elementos da população, embora esses não sejam representativos dela.

3.3 Coleta de Dados

Appolinário (2007) afirma que a entrevista possibilita uma discussão livre e informal do tema que está sendo pesquisado o que permitiu  a comparabilidade dos resultados.  O pesquisador ficou atento,  na medida do possível, a inflexões da voz, pois a expressão não verbal foi considerada na análise das respostas.

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Seguindo as boas práticas metodológicas esse roteiro foi pré­testado, pois como argumenta Marconi & Lakatos   (2009)   o   instrumento   de   coleta   precisa   ser   aplicado   em   populações   com   características semelhantes a que será analisada, mas nunca na que será alvo de estudo. Para esses autores, a testagem deve apresentar três importantes elementos a saber: fidedignidade, validade e operatividade. Segundo elas (idem) o roteiro da entrevista deve ser centrado na avaliação dos instrumentos a fim de se garantir o   que   se   deseja   medir.   Santos   (2007)   acredita   que   esse   procedimento   evita   erros   e   desvios incontroláveis no processo de coleta propriamente. A testagem preliminar foi aplicada em dois técnicos que se envolveram direta ou indiretamente em projetos de M­serviços sendo um do governo federal e o outro que trabalhou no governo municipal de Salvador. No caso em questão, o pré­teste correspondeu propriamente ao roteiro da entrevista que foi focado no que se desejava mensurar. 

Enfim, a realização do estudo ocorreu através de 11 entrevistas com gestores, ex­gestores, técnicos e ex­técnicos dos governos listados no item ‘3.1 tipos de pesquisa’. 

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 

As   entrevistas   foram   realizadas   em   dezembro   de   2011.   A   principal   forma   de   implementação   do instrumento de coleta de dados se deu por meio de contato telefônico. Também ocorreram entrevistas por intermédio de mensagens de correio eletrônico. O tempo médio de duração da interação de cada caso foi em torno de 20 a 30 minutos. Nos casos de interação por correio eletrônico, essas geraram em média   três  mensagens.  Esse  último cômputo   inclui,  desde  a   interação   inicial  até   a   identificação  e resposta por parte do perfil adequado para a entrevista, isto é, aquele definido pelo pesquisador.

A análise das respostas ocorreu por intermédio da comparação dos registros de cada entrevista através do   software   livre   WEFT­QDA   na   versão   para   sistema   operacional   Windows.   Em   arquivo   dessa ferramenta foi compilado documento único com as percepções de todos os entrevistados sobre cada pergunta.   O   estudo   sobre   a   governança   eletrônica   móvel   demonstrou   ainda,   que   o   método   e   o instrumento  utilizados  foram eficazes,  embora  essa seja  uma nova  temática   relacionada  a governo eletrônico.

A apresentação dos dados ocorrerá de forma textual nos próximos parágrafos, de acordo com os quatro itens destacados a seguir:

4.1 Vantagens e Benefícios da Exploração de Canais Móveis

Para os respondentes da pesquisa as principais vantagens e benefícios da exploração de canais móveis para cidadãos e empresas são: a conveniência e a comodidade gerada para cidadãos e empresas que com isto podem melhor usufruir de seu tempo; a redução dos deslocamentos desses para as centrais de atendimento   ao   cidadão   ou  para   as   instituições   públicas   responsáveis   pela   prestação  de   serviços; praticidade;   e,   a   possibilidade   de   rápida   comunicação   entre   governo   e   sociedade   sendo   essa preferencialmente   bidirecional.   Figuram   entre   essas   vantagens   ainda,   a   facilidade   de   uso   e   a flexibilidade de acesso de dispositivos portáteis em qualquer contexto. 

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Segunda   a   entrevistada   de  Minas  Gerais   a   principal   vantagem  dos   canais   móveis   é   aproximar   a sociedade dos governos ou como essa bem destacou em sua entrevista, é promover a aproximação entre as iniciativas de governo e a quem esses serviços públicos se destinam.

Ao passo que para os governos o uso de dispositivos e plataformas móveis vem permitido a oferta de M­serviços de grande impacto,  personalizados, com abrangência e com bastante alcance,  devido ao grande   uso   dos   dispositivos   portáteis   na   população   brasileira,   em   especial   os   celulares.   A personalização foi inclusive uma das principais vantagens apontadas pelo entrevistado do governo de Alagoas.   Não   obstante,   o   uso   de   iniciativas   de   governo   móvel   tem   propiciado   a   ampliação   da visibilidade, a abertura e a maior transparência dos governos. 

Segundo a percepção do entrevistado do Rio de Janeiro, o governo móvel é um canal complementar do governo eletrônico. Nesse sentido é oportuno retomar o pensamento de Aguiar (2011) segundo o qual as vantagens e benefícios do governo eletrônico são consolidados e ampliados com o governo móvel, uma vez que esse novo canal permite a entrega de serviços de forma personalizada, flexível e portátil. Alguns  desses   elementos   foram destacados  durante   as   entrevistas.  Compreende­se  que  o  governo móvel no Brasil tem potencial para tornar o acesso a serviços eletrônicos universal, caso a tecnologia adotada seja o envio de mensagens de texto, uma vez que essa é a mais massificada na população.

Lallana (s.d.­b) destaca entre as vantagens do governo móvel a ampliação dos canais de interação com o público;  a  otimização  do  serviço  em  termos  de   rapidez,  melhora  e  economia;  o   incremento  da produtividade e da efetividade do serviço público, graças a personalização na entrega; o baixo custo na condução para alta participação popular;  o acesso a informações críticas para cidadãos e empresas, inclusive   para   tomadas   de   decisões,   por   vezes   necessárias   a   cidadãos   e   empresas   e   para   formar opiniões. 

Ferrari et al (2005) destacam ainda, algumas vantagens e benefícios da utilização de serviços públicos móveis compreendidas no projeto Use­Me, dentre elas: o M­gov é um novo e complementar canal de disseminação de informações e serviços públicos de várias naturezas (informações em geral, críticas e notificações específicas);  elevação da acessibilidade,  da transparência e da satisfação dos cidadãos; ampliação da imagem das cidades, organizações e governos; canal de comunicação entre autoridades e cidadãos/   empresas;   redução   do   tempo   médio   de   processamento,   principalmente   em   simples notificações;   instantaneidade e ubiqüidade do contato;  redução de custos; maior  disponibilidade de tempo   para   ser   gasto   em   atividades   particulares;   satisfação   de   cidadãos   e   usuários;   estímulo   a participação democrática nos processos políticos; facilidade na detecção de problemas relatados por cidadãos; promoção e suporte a empresas; contribuição para sustentabilidade; e, por fim, o governo móvel  pode  também ser  utilizado como veículo de promoção local  (cultural,   feiras,  eventos,  entre outros).

Enfim,  embora  exista  a  percepção por  parte  dos entrevistados,  de que o governo móvel  apresenta muitas vantagens e benefícios, as iniciativas não apresentam coesão e sinergia entre si e muita menos uma orquestração mínima da governança eletrônica móvel por parte de um fórum multi stakeholder. Alguns desses projetos chegam ao ponto de não serem nem projetizados metodologicamente, durante o processo de desenvolvimento.

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4.2   A   Participação   dos   diversos   Atores   Sociais   no   Processo   de   Definição   de   Estratégias   ou Políticas de Governança Eletrônica Móvel

Os relatos dos entrevistados do Rio Grande do Sul, de Alagoas e do INEP/ MEC foram de que as políticas de tecnologia da informação e comunicação (TICs) de seus governos ou das instituições em que trabalharam são discutidas por comitês interistitucionais ou câmaras técnicas que tratam dentre outras questões da disponibilização de M­serviços. O entrevistado de Alagoas afirmou inclusive que o plano diretor de tecnologia do estado está sendo revitalizado neste momento. Todavia, o debate sobre iniciativas  de governo móvel  e  de governança eletrônica  móvel  nesses fóruns não é  uma regra.  O desenvolvimento   dos   serviços   é   independente   na   instituição   proponente,   com   o   envolvimento   no máximo das empresas de tecnologia da esfera de governo. 

No caso da CELEPAR, o fórum que discute a disponibilização de novos serviços eletrônicos é interno a instituição. Esse por sua vez interage com o demandante do serviço e com o ator temático responsável pelo  conteúdo que se deseja  disponibilizar.  Segundo a  entrevistada  daquele  estado,  até  2006  todo serviço que era disponibilizado passava anteriormente por testes. Já no caso do Rio Grande do Sul, se pretende estender a discussão sobre estratégias e políticas de mobilidade à Secretaria de Comunicação e o Comitê de Governança de TIC do Estado.

A participação cidadã  no estado do Paraná  considera a interação entre os atores no delineamento e definição de estratégias e políticas de governo móvel por meio dos feedbacks da central de atendimento telefônico, do chat do portal institucional da empresa, do portal serviços do estado e de mensagens enviadas por correio eletrônico. Outra forma de interlocução citada pelo respondente do Paraná foram os retornos do programa de governo ‘Paraná em ação’. A entrevistada desse estado relatou ainda, que no passado havia reuniões periódicas com todos os atores do comitê e que está sendo estruturada uma câmara técnica. Ao passo que a entrevistada de Minas Gerais também externalizou preocupação do governo em receber as percepções da sociedade visando a contínua melhoria da prestação de serviços. Para   isso,   aquele   governo   informou   realizar   diversas   pesquisas   de   satisfação   e   ter   canais   de comunicação abertos e disponíveis para a sociedade.

O entrevistado do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Rio de Janeiro (PRODERJ) afirmou   que   a   participação   das   demais   secretarias   de   estado   em   M­serviços   ocorre   por   meio   da priorização de demandas definidas pelo ‘Planejamento Estratégico Plurianual’ daquele governo. Essa percepção estratégica da temática da governança eletrônica também é percebida no governo de Minas Gerais que criou um projeto estruturador de governo eletrônico, no âmbito do planejamento estratégico do estado, segundo descrevem Da Rocha & Batista (2011). Os três serviços de governo móvel desse estado – avisos de licitação, agendamento de serviços de seguro­desemprego e versão móvel do portal do estado, estão em operação desde 2009.

A percepção do Ministério do Planejamento sobre a participação é de que a sociedade pode e deve contribuir   significativamente  para  disponibilização  de  novas  aplicações.  O   entrevistado  destaca   as consultas públicas já realizadas pela Internet pelo governo federal que tratam de normas, especificações técnicas, entre outros assuntos. Todavia, ainda é baixa a participação nessas. 

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Então se   infere  que a cidadania  parece  estar  pouca habilitada  ou  interessada  em colaborar  nessas discussões, mas estudiosos afirmam que a participação tende a crescer exponencialmente, pelo fato das TICs estarem fortalecendo paulatinamente, a democracia participativa e a direta.

Obstante, alguns dos casos estudados relataram a importância da abertura e da participação social na discussão de políticas ou na disponibilização de serviços de governo móvel. O governo de São Paulo, por exemplo, está disposto a colaborar no desenvolvimento de aplicativos tal como ocorrido no Metrô de   SP   onde   a   sociedade   customizou   uma   aplicação   para   acesso   a   esse   serviço   de   governo   e   a disponibilizou no Android Market.  Na opinião de uma dos entrevistados daquele  estado os canais móveis não serão uma outra opção de acesso a serviços, mas tendem a ser tornar o principal canal de interação com os governos.

Registre­se que no caso do Ministério  das  Cidades  o processo de disponibilização   tem discussões apenas internas à aquele órgão da administração direta,  mas já considera o envolvimento futuro de universidades federais.  Essa poderá  ser, num primeiro momento,  agentes de capacitação no uso da iniciativa ‘Brasil em Cidades móbile’ – um app disponibilizada para uso no sistema operacional aberto da Google e no da Sistema IOS da Apple. Essa aplicação permite registro e análise de informações e indicadores   sobre   saneamento,  habitação  e  mobilidade  urbana.  Ressalte­se  que  o  desenvolvimento dessa   iniciativa   surpreendeu   inclusive   os   gestores   do   projeto   que   obteve   uma   boa   aceitação   da sociedade tendo sido baixado por quase dez mil usuários no mês de lançamento, a partir do Android Market e da Apple Store. Sobre essa iniciativa,  o entrevistador mencionou o fato dela ter bastante potencial de exploração devido ao seu baixo custo.

Enfim,  no caso do RS Móvel  a  informação repassada pela entrevistada sobre consulta  de serviços demandados  pela   sociedade,  é   que   a  mesma   é   feita  por   intermédio  do  portal  do  gabinete   digital acessado   pelo   endereço   http://www.gabinetedigital.rs.gov.br/.   Após   avaliação   os   serviços   são disponibilizados para acesso por celulares.

4.3  Estágio  Atual  da Governança  Eletrônica  Móvel  no Brasil,  Ações  para Aprimoramento e Recomendações

Tanto em nível  federal  como em estados e municípios  se subentende que a governança  eletrônica móvel se apresenta em estágio bastante inicial o que se reflete também no âmbito federal. Alguns casos estudados sofreram descontinuidade como ‘o projeto piloto de sms’ de São Paulo e os serviços de Alagoas. Outros ainda estão sendo reestruturados neste momento ou se focaram numa tecnologia como o Paraná que utilizava WAP e SMS e usufrui agora apenas dessa última. Cabe destacar que algumas iniciativas desenvolvidas recentemente como: RS Móvel, o Brasil em Cidades Mobile e as iniciativas do governo de Minas Gerais, vem trazendo novas perspectivas para a disponibilização de serviços de governo móvel. 

Em geral os representantes dos governos apontam como tendência imediata a disponibilização de novas iniciativas de governo móvel. Isso com certeza exigirá um aprimoramento da governança eletrônica móvel no Brasil. 

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Contudo, os entrevistados de alguns governos como São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro apontaram a necessidade  urgente  de   redução  de  preços  e   tarifas  de  uso  de  serviços  móveis  principalmente,  de pacotes de tráfego de dados e de mensagens de texto. Cabe destacar também que aparelhos com maior sofisticação tecnológica como smartphones ainda não são acessíveis sob o aspecto financeiro. Para a entrevistada do governo do Paraná, a agência reguladora deveria se envolver nessa discussão. Nesse sentido revisita­se o pensamento de Aguiar (2009) segundo o qual há necessidade de que haja uma redução fiscal sobre o setor de telecomunicações, pois os tributos desse segmento se constitui nos mais elevados do mundo. Estudo sobre barreiras em iniciativas de governo móvel desse estudioso apontou em 47,30% dos respondentes que isso tem ‘média’  ou ‘muita   importância’  no desenvolvimento de iniciativas de governo móvel.

Os   entrevistados   do   Paraná,   de   Alagoas,   de   Minas   Gerais   e   do   INEP/   MEC   compreendem   a necessidade de que haja uma política federal de uso de dispositivos móveis com ações de envergadura ou pelo menos a definição de diretrizes. O representante do Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas (ITEC) defende a necessidade de que haja uma discussão mais intensa e ampla, por meio de um evento com estudiosos, representantes das diversas esferas de governo e atores chaves empoderados, visando o desenvolvimento de uma política nacional de disponibilização de serviços públicos para acesso multiplataforma. Nesse sentido, a entrevistada de Minas sugeriu a criação de fóruns para discussão de políticas e estratégias de governo móvel, a fim de se estimular o compartilhamento de experiências e a discussão da governança eletrônica nacional.  Dessa forma, o Estado terá um canal unificado de comunicação com a sociedade.

Registre­se que nenhum dos entrevistados relatou a existência de uma política formalizada ou uma estratégia  de  governo  móvel.  Um dos   entrevistados  de  São  Paulo  mencionou   a  preocupação   e  o alinhamento  com o   consórcio   internacional   para   a  Web   (W3C).  Enquanto  o  outro   recomendou   a criação de um fórum comum de discussão para políticas de disponibilização de serviços com foco em canais móveis.

Os entrevistados sugeriram a criação de uma infraestrutura nacional comum de serviços eletrônicos – uma plataforma integrada de governo orientada a serviços, nos moldes da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais ou da Infraestrutura Nacional de Dados Abertos, ambas para otimizar esse projeto. Poderia ser definido conjuntamente com as esferas de governo, uma aplicação padronizada. Com isso, se elevaria a sofisticação tecnológica dos serviços eletrônicos disponibilizados pelo estado brasileiro, o que foi lembrado pela entrevistada de Salvador. Os representantes dos governos do Paraná, de Minas e do Rio de Janeiro também mencionaram a necessidade de desenho de um plano de comunicação para tal política ou estratégia, tal como é recomendado em projetos de governo eletrônico contemplando inclusive, a exploração de mídias sociais, como sugerido pela entrevistada do município de Salvador, bem como pela   representante  do  Rio  Grande  do  Sul.   Isso  permitiria   ainda,   a  disponibilização  de serviços multicanais.

Ao passo que o  relato  do  representante  do Ministério  do  Planejamento  descreveu  o  início  de  um processo de contratação conjunta, de vários órgãos federais, de volume significativo de mensagens de texto e de definição de serviços eletrônicos que poderão ser disponibilizados por canais móveis. 

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É salutar destacar ainda, que na opinião de alguns entrevistados dos estados de São Paulo, Alagoas e do município de Salvador,  que algumas políticas  de governança eletrônica ou de governança de TICs podem melhorar a governança eletrônica móvel e o governo móvel como as iniciativas de Governo Aberto, crowdsourcing e a criação de prêmios para aplicativos desenvolvidos pela sociedade, como o BigApps na cidade de Nova Iorque e o Rio Idéias, criado recentemente pela prefeitura da cidade do Rio de  Janeiro,  descrita  por  um dos  entrevistados  de  São Paulo.  Referência   foi   feita   também para  as políticas   e   diretrizes   de   governo   eletrônico   do   governo   federal   brasileiro   como:   a   arquitetura   de interoperabilidade de governo eletrônico (e­Ping), o uso de tecnologias abertas e livres, entre outras. A entrevistada que trabalhava no governo de Salvador também defendeu a necessidade de definição de padrões e métricas para eficiência e eficácia dos processos de atendimento público, que podem ser oriundos de dados das centrais de atendimento ao cidadão.  

No caso  do  serviço  RS Móvel  do  Rio  Grande  do Sul  as   informações  obtidas   foram de  que  será ampliado o portfólio  de serviços sempre com uma preocupação de integração com outras áreas de governo. Enquanto o Paraná disponibilizará, em breve, serviços inéditos, isto é que não são acessados pela internet. O entrevistado do Rio de Janeiro destaca a necessidade de maior interação e transparência entre as instituições, bem como de  melhora da infraestrutura de comunicação de dados das instituições.

Segundo o  entrevistado  do Ministério  das  Cidades,  em 2012  será   lançado  duas  novas  versões  do software sob sua gestão, além de outras duas aplicações. Aquele ministério também corrigirá possíveis falhas da solução e será mais efetivo em relação aos questionamentos feitos pelos usuários. Ele chama atenção   para   a   necessidade   de   convencimento   dos   gestores   das   instituições   públicas   sobre   a importância da mobilidade em governo e para as dificuldades de organização e acesso as informações de forma geral.

Cabe recomendar o registro de boas práticas e de lições aprendidas para posterior compartilhamento como ocorrido no governo de Minas, descritas por Da Rocha & Batista (2011) que pesquisaram outras iniciativas de governo móvel durante o desenvolvimento de seu projeto e documentaram as lições com destaque para: agilidade de procedimentos, redução de tarefas sobre os serviços disponibilizados na central   de   atendimento  presencial,   transparência,   crescimento  na   participação   das   concorrências   e maior nível de publicidade das licitações. Eles também realizaram um estudo prévio do contexto em que   foram   disponibilizados   os   serviços   e   se   focaram   em   necessidades   prioritárias   que   gerassem impactos positivos para a sociedade.

Enfim, cabe ressaltar a percepção do entrevistado do INEP/ MEC segundo o qual o país apresenta uma realidade   bastante   heterogênea   geográfica   e   sócio­economicamente.   Esses   fatores   são   de   suma importância e precisam ser considerados no processo de disponibilização de M­serviços de governo móvel. 

4.4 Expectativas da Sociedade em Relação a Governança Eletrônica Móvel

De forma geral, os entrevistados compreendem que a exploração de serviços de governo móvel tendem a se massificar e que a sociedade pode esperar um portfólio amplo de serviços disponíveis por canais 

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móveis. Isto ocorrerá também devido a demanda das novas gerações. Todavia, como ressalta um dos entrevistados de São Paulo, isso dependerá de apoio político e de aportes orçamentários e financeiros.

A entrevistada do governo do Rio Grande do Sul afirmou que aquele estado vem aprimorando seu governo móvel para a disponibilização de soluções georeferenciadas. Enquanto o entrevistado sobre o projeto de governo móvel de Alagoas afirmou vislumbrar condições de avanços de serviços móveis nas áreas de trânsito, registro de empresas e agropecuária. Já a representante do governo de Minas Gerais enfatizou   a   preocupação   daquele   estado   em   investir   em   tecnologias   e   na   prestação   de   serviços tecnicamente e financeiramente viáveis com foco na cidadania.

É   importante   registrar  que na percepção  do entrevistado de Alagoas  a  governança  eletrônica  deve considerar  o desenvolvimento de ações estruturantes  e prioritárias  de governo que potencializem a mobilidade para as áreas de teletrabalho, teleducação e telemedicina. A prestação de M­serviços de governo também podem ser explorados para dar alertas, lembrar compromissos agendados, permitir consulta   a   informações,   avisar   de   alterações   e   operações   originadas   no   poder   público,   informar acompanhamentos  de   processos,   enviar   comunicados   de   utilidade   pública,   entre   outros,   conforme descrito no documento ‘Possíveis aplicações do SMS em serviços públicos’ vinculado ao projeto ‘SMS ­ Utilização de SMS em serviços públicos’, já comentado entre os casos de sucesso. De forma mais imediata também poderia apoiar a gestão de catástrofes climáticas, pois essas estão se tornando cada vez mais comum no país e o Ministério da Ciência e Tecnologia já dispõe de sistema de informação que monitora intempéries. Dessa forma, além das sirenas de alerta à sociedade os governos poderiam enviar mensagens de texto para cidadãos informando previamente incidentes ou como proceder durante e após esses.

Diniz   et   al   (2009)   destacam   a  perda   de   prioridade  da   agenda  de  governo   do   programa  governo eletrônico   demonstrado   pela   ausência   do   Ministro   Chefe   da   Casa   Civil   nas   reuniões   do   Comitê Executivo de Governo Eletrônico,  no período da crise energética de 2001, o que por conseqüência provocou a redução das ações do programa. O MP também, não resistiu a coordenação do CEGE por parte da participação da Casa Civil. Enfim, isto impactou diretamente tanto na governança eletrônica quanto na governança eletrônica móvel.

Por fim, o diretor de governo eletrônico do Ministério do Planejamento, afirmou que o governo federal vem trabalhando na definição de serviços móveis pilotos. Enquanto o representante do governo do Rio de Janeiro destacou a necessidade de conscientização dos gestores sobre os benefícios que podem advir com a governança eletrônica por ela estreitar o relacionamento estado­sociedade, promover inovação e modernidade no acesso a serviços de governo e melhorar a própria imagem dos governos.

5 ­ CONCLUSÕES E PRÓXIMOS PASSOS 

Este  capítulo   trata  das   conclusões  do  estudo  apresentando  uma  rápida  percepção   sobre  o  método utilizado e proposições  para políticas  de governança  eletrônica  móvel.  A entrevista  se demonstrou como um excelente método de pesquisa de campo. Todavia, a qualidade dos resultados poderia ter sido melhor se o entrevistador tivesse um pouco mais de experiência no uso deste instrumento, bem como se as pessoas entrevistadas pudessem ter dedicado um pouco mais de atenção para com o estudo. 

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No que tange as proposições para políticas de governança eletrônica móvel se apresenta a seguir um item que detalhará sugestões para políticas dessa natureza.

5.1 Proposições para Políticas de Governança Eletrônica Móvel

O estudo permitiu concluir que de fato o governo móvel trás uma nova dinâmica para a prestação de serviços públicos eletrônicos. Compreende­se que a governança eletrônica móvel, mesmo em estágio inicial e com pouca estruturação, fortalece a governança e a governabilidade eletrônica em qualquer esfera de governo, o que contribui para o aprimoramento do estado democrático de direito no país. Percebe­se   também,   que   a   governança   eletrônica   móvel   se   trata   de   uma   compreensão   em desenvolvimento semelhante as concepções de governo móvel.

A análise dos casos demonstrou também que o tema mobilidade em governo e seus desdobramentos ainda é considerado com reservas. Mesmo existindo no país cerca de 87 iniciativas de governo móvel categorizadas   em:   eletrônicas,   físicas   e   espaciais,   segundo   levantamento   feito   por  Aguiar   (2010). Faltam aos  gestores   públicos  de  alto   nível,  percepção  estratégica  e  visão   sobre  a  necessidade  de implementação de um governo único e multicanal.

Observou­se   ainda,   que   a   estruturação  de   comitês   de  TICs  nas  diversas   esferas   de  governo  vem melhorando a governança de TICs, a governança eletrônica e podem aprimorar a governança eletrônica móvel. Todavia, esses fóruns precisam ser mais empoderados, conter respaldo político e vínculos, na medida do possível, com os principais líderes do poder executivo. Os comitês devem também ampliar a participação de mais instituições públicas e desenvolverem planos estruturantes, considerando as TICs como suporte a modernização dos governos.

Os  governos  devem considerar  em suas  políticas  ou  estratégias  de governança  eletrônica  móvel  a percepção de cidadãos e empresas,  pois como relatado na análise  das entrevistas  e ao longo deste estudo,  a   sociedade  cada  vez  mais  exige  do  Estado  eficiência  e  melhores  serviços  públicos.  Essa colaboração   pode   ocorrer   tanto   no   processo   de   formulação   de   políticas   públicas   como   na implementação e avaliação dessas.  Iniciativas exitosas de governo eletrônico requerem um minucioso processo de planejamento envolvendo diferentes atores. Isso se aplica também as iniciativas de governo móvel.  Essas últimas  por sua vez devem considerar  as expectativas  sociais  a fim de aperfeiçoar  a governança eletrônica móvel.

É importante registrar também a importância da sustentabilidade da iniciativa que apresenta relação direta com o modelo de negócio. O custo do serviço pode ser uma barreira para o uso e a continuidade da iniciativa, como destaca Aguiar (2009). Não obstante essa barreira apresenta relação direta com a barreira vontade política, pois muitas iniciativas de M­serviços, pioneiras no país, foram interrompidas, como descrito na análise dos resultados. 

Os  múltiplos  casos  analisados  permitem afirmar  que as   iniciativas  de  governo móvel  no país   são pontuais,  desenvolvidas  em instituições  que são referências  ou ilhas de excelência.  Em geral  essas iniciativas   foram  implementadas  de   forma  reativa  a  demandas   institucionais   isoladas,  das  diversas esferas de governos. 

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Enfim, não há uma política ou estratégia articulada e sinérgica de disponibilização de serviços públicos por meio de dispositivos portáteis e com visão de futuro de onde se deseja atingir. Num projeto bem estruturado de M­governança essas iniciativas devem ser consideradas como objetivo estratégico de programas de governo eletrônico tal como fizeram os governos de Malta, Dubai, Reino Unido, Coréia, a Nova Zelândia, a China, Cingapura, a Suécia, o Japão, a África do Sul e Hong Kong. Para se ter uma noção de como o tema está evoluindo internacionalmente, em El Salvador o Estado definiu em sua estratégia   de   governo   eletrônico   normas   para   ampliar   o   uso   de   celular   para   prover   serviços principalmente, em aplicações para a gestão interna. Assim, se faz necessário que o governo brasileiro tenha a mesma percepção.

Neste  sentido   se   ressalte  a  necessidade  urgente  de   reformulação  do CEGE –  fórum de  alto  nível responsável   pela   formulação  das  políticas   de   e­gov   em nível   federal.  Essa,   inclusive,   é   uma  das recomendações do Tribunal de Contas da União explicitada no Acórdão no 1.386 de 2006, resultado de uma auditoria operacional daquele órgão de controle e direcionada para o Ministério do Planejamento, Orçamento   e   Gestão   e   à   Casa   Civil   da   Presidência   da   República.   Esse   fórum   deverá   ter   nova composição e sua gerência exercida pelo Ministro do Planejamento. Nesse sentido sugere­se que esse fórum disponibilize assento para participantes da sociedade civil, como já vem ocorrendo em conselhos de   agências   reguladoras.   Isso   contribuirá   para   que   a   governança   eletrônica   móvel   no   país   seja estruturada.

O novo modelo do programa governo eletrônico brasileiro deverá  propiciar  uma fluída e sinérgica interação entre os atores e fatores influenciadores de suas diretrizes e políticas, pois como defendem Diniz et al (2009) um programa dessa natureza deve compreender um processo composto que engloba várias etapas onde se apresentam processos políticos,  técnicos e organizacionais dentro do ciclo de políticas, isto é, formulação, implementação e avaliação, que podem variar de acordo com o número de etapas e o enfoque que se deseja atribuir à temática. Esses autores propõem um modelo composto por três níveis de atores: a alta cúpula do governo, a alta cúpula local e a equipe técnica.

Essas diretrizes poderão ser implementadas por intermédio de um plano de ação que contemple uma política   federativa,   uma   vez   que   a   maioria   dos   serviços   prestados   pelo   Estado   brasileiro   são disponibilizados por estados e  municípios.  Para tanto poderão ser desenvolvidos  inicialmente,  uma cesta de serviços móveis, identificados a partir da pesquisa TIC Governo eletrônico 2010 (CGI.br), conforme propõe Aguiar & Oliveira  (2011),   isto é  mensagens de  texto para envio de informações sobre: locais de prova de concursos públicos federais; endereços de órgãos de defesa do consumidor; vagas de emprego registradas no Sistema Nacional de Empregos (SINE); e chamadas do Serviço Móvel de Urgência (SAMU). Cabe enfatizar que um dos entrevistados de São Paulo mencionou a discussão, neste momento, de uma plano de ação para serviços de governo móvel. A preocupação com a demanda e o consumo dos M­serviços são de fundamental importância para os projetos, como ressaltado pelo entrevistado de Alagoas. Esse último colaborador argumenta que: “nem todo serviço eletrônico pode ser móvel.” 

O   uso   desses   protótipos   deverá   ganhar   escala,   pois   neste   momento,   as   principais   operadoras   de telefonia móvel do país, fazem promoções de pacotes de mensagem de texto (R$ 0,10/unid) e para acesso a redes sociais (R$ 9,90/ mês) para os usuários de serviços pré­pago da telefonia celular. 

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Então se sugere  que o governo federal  solicite  as  operadoras  a   incorporação  de  tais  protótipos  as páginas iniciais de seus portais móveis visando facilitar o acesso a tais M­serviços. 

Outra   recomendação   é   que,   após   a   implementação   desses   pilotos   poderá   ser   desenvolvida   uma plataforma de serviços eletrônicos que será  uma entrada única de acesso a serviços públicos como ocorrido no estado de Kerala na Índia, onde foi desenvolvido um projeto que convergiu iniciativas de governo  móvel  de  mais  de  60  departamentos.  Segundo Kofuji   (2006)  a  plataforma   é  um  recurso compartilhado e sua exploração ocorre por  intermédio  de modelos  de negócios  que possibilitam a entrega de serviços móveis a baixo custo em localidades com pouca penetração da Internet conciliando, a  diversidade de   interesses  entre  atores  e  participantes  na  exploração  dessa estrutura.  Poderão ser desenvolvidas   também,  versões   simplificadas  dos  portais   de   serviços  das   três   esferas   do  governo brasileiro. 

Pesquisou­se   ainda,   informações   complementares   ao   relato   do   entrevistado   do   Ministério   do Planejamento e descobriu­se que a contratação conjunta de mensagens de texto foi deixada em segundo plano naquela pasta devido a outras agendas prioritárias (informação verbal). Assim, recomenda­se a priorização de tal iniciativa em 2012. Cabe enfatizar neste sentido que segundo Da Rocha & Batista (2011) o governo de Minas realizou pregão eletrônico e conseguiu adquirir mensagens de texto para a entrega de serviços móveis no valor de R$ 0,0899.

Para facilitar a implementação de uma boa governança eletrônica móvel se propõe o desenvolvimento de iniciativas de governo móvel orientadas a cidadãos e empresas, afim de se promover o máximo de sinergia possível e de complementaridade entre governos, iniciativa privada e a sociedade civil, o que foi lembrado pela entrevistada do município de Salvador.

Segundo relatórios de atividades do Ministério do Planejamento a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação vem desenvolvendo desde 2008 uma Agenda Brasil Digital. Assim, sugere­se que esse documento  de  planejamento  estratégico  seja  um norteador  da  governança  eletrônica  e   também da governança eletrônica móvel no Brasil e aponte diretrizes para disponibilização de serviços públicos eletrônicos por múltiplos meios de acesso, inclusive os canais móveis, tendo em conta a capilaridade dos celulares no país. 

Por fim, conforme defende Aguiar (2010), as iniciativas de governo móvel devem ser construídas e consolidadas como projeto de Estado para que sejam garantidas a continuidade, a confiabilidade e a credibilidade  das  mesmas.  Assim,   finalizamos   este   estudo  parafraseando   colega  do  Ministério   do Planejamento que colaborou no pré­teste do roteiro da entrevista, segundo o qual a mobilidade não é uma tendência e sim uma realidade que os governos precisam aderir urgentemente. 

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RESENHA BIOGRÁFICA

Everson Lopes de AguiarCoordenador­Geral da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério  do Planejamento,  Orçamento  e  Gestão do Governo Federal  brasileiro.  Graduado em Filosofia   pela   Universidade   Católica   de   Brasília,   Especialista   em   Sistemas   de   Informação   e   em Administração Pública  pela Fundação Getúlio  Vargas.  Apresenta diversos  diplomas de  instituições internacionais na  área de governo eletrônico e está finalizando Magíster en Gobierno Electrónico pela Universidad Tecnológica Metropolitana do Chile. É funcionário público vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior desde 1995. O autor pode ser contatado pelo telefone: 55   61   2020­1562,   pelo   e­mail   [email protected]   ou   por   carta   no   endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco C 9º andar sala 906, Brasília ­ DF, Brasil.

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TABELA

A seguir se apresenta tabela com os colaboradores da pesquisa e as instituições que esses estão ou estiveram vinculados:

Nome Cargo Instituição Período* Álvaro Gregório Técnico do GATI Secretaria de Gestão/ SP 2011Beatriz Barreto B. Lanza Analista Organizacional Celepar 2011Gerson Barrey ex­Diretor de Tecnologia INEP/ MEC 2007/09Gleide Bacelar de Mello ex­Gerente de Projetos COGEL 2001/09

João Batista F. de Oliveira Diretor de Governo Eletrônico Ministério do Planej., Orçamento e Gestão 

2011

Karen Gross Lopes Analista de planejamento PROCERGS 2011

Keren Oliveira BatistaEspecialista   em   Políticas Públicas   e   Gestão Governamental

Superintendência de Governança Eletrônica/ 

SEPLAN­MG2011

Márcio Oliveira Gerente de Projetos MinCidades 2011Sérgio Bolliger Técnico do GATI Secretaria de Gestão/ SP 2011Thiago Ávila Ex­Diretor de Tecnologia ITEC 2006/08Umberto Casellato Gerente de Inov.Tecnológica PRODERJ 2011* Corresponde ao período em que a pessoa colaborou ou gerenciou o projeto

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