Aula de Direito Civil: Parte Geral 2º Bimestre

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UNIEURO Lições de Direito Civil: Fatos Jurídicos 2º Bimestre Prof. Leonardo Gomes de Aquino https://unieuro.academia.edu/LeonardoGomesdeAquino 01/01/2015

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UNIEURO

Lições de

Direito Civil:

Fatos Jurídicos

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Aula 01 do 2º Bimestre: Fatos jurídicos. Plano da existência, validade e eficácia.

Prescrição e decadência. Prova

Direito Civil – Fatos Jurídicos. Apresentação do plano de Ensino e metodologia de

ensino e demais regras

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AULA 02

Conceito de Fato jurídico: é todo acontecimento da vida que o ordenamento

jurídico considera relevante para o campo de direito, ou seja, é todo acontecimento

em virtude do qual começam ou terminam as relações jurídicas, bem como

modifica-las ou transforma-los

Classificação de Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho:

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Classificação de Silvio Rodrigues e Silvio de Salvo Venosa

Classificação de Maria Helena Diniz

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Classificação de Washington de Barros

Classificação de Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias

Classificação de Carlos Roberto Gonçalves e Flávio Tartuce

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Classificação de Posição do Professor

Classificação de Posição do Professor

• Fatos jurídicos da natureza ordinários: São aqueles que ocorrem frequentemente

na vida real, ou seja, são comuns à própria realidade fática, acontecendo de forma

continuada ou sucessiva. São fatos naturais, provenientes da própria natureza,

apesar do homem participar na formação de alguns deles. Há dois tipos de fatos

ordinários: nascimento e morte.

• Os fatos jurídicos extraordinários caracterizam-se pela sua eventualidade, não

acontecendo necessariamente no dia-a-dia. Também não são provenientes da

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volição humana, podendo, porém, apresentar a intervenção do homem em sua

formação. São eles: caso fortuito ou força maior.

• Segundo Maria Helena Diniz, na força maior por ser um fato da natureza, pode-se

conhecer o motivo ou a causa que deu origem ao acontecimento, como um raio que

provoca um incêndio, inundação que danifica produtos ou intercepta as vias de

comunicação, impedindo a entrega da mercadoria prometida ou um terremoto que

ocasiona grandes prejuízos, etc. Por outro lado o caso fortuito tem origem em

causa desconhecida, como um cabo elétrico aéreo que sem saber o motivo se

rompe e cai sobre fios telefônicos causando incêndio explosão de caldeira de usina,

provocando morte.

De acordo com Pablo Stolze, a diferença entre caso fortuito interno e externo é

aplicável, especialmente, nas relações de consumo. O caso fortuito interno

incide durante o processo de elaboração do produto ou execução do serviço, não

eximindo a responsabilidade civil do fornecedor. Já o caso fortuito externo é

alheio ou estranho ao processo de elaboração do produto ou execução do

serviço, excluindo a responsabilidade civil. (STJ, REsp 726.371/RJ, Rel. Ministro

Hélio Quaglia Barbosa, DJ 05/02/2007).

Atos Humanos : são aqueles praticados a partir da ação da pessoa, ou seja, é toda ação

humana capas de criar, extinguir, manter, alterar ou transferir direitos. São os atos humanos

que causam consequências jurídicas.

– São ilícitos que tange atos ilícitos, descrevendo-os como aqueles que

são contrários ao Direito, ou seja, atos que são considerados como

condenáveis pela moral ou ainda pela lei. Ou seja, à ação humana

antijurídica, inclusive pelo fato de o seu tratamento ser autônomo no

Código Civil.

– São lícitos Ato lícito. Ato justo ou permitido. Ato que é conforme

à lei, aos princípios do direito

• Os Atos Jurídicos em Sentido Estrito são aqueles que derivam de um

comportamento humano, nos quais os efeitos jurídicos (criação, conservação,

modificação ou extinção de direitos) estão fundamentalmente previstos na lei.

– Material (real) consiste na simples atuação humana, baseada em

uma vontade consciente, tendente a produzir efeitos jurídicos previstos

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em lei (ocupação, fixação de domicilio, despedida de empregado sem

justca causa, percepç]ao de fruto pra consumo em árvore)

– Participações é ato não negocial responsavel pela comunicação, são

exemplos a notificação, a oposição, o aviso, a confissão, a citação.

• O ato-fato desenvolvida por Pontes de Miranda, traduz um

comportamento que, posto derive do homem, é desprovido de

vontade consciente na sua realização ou na projeção do resultado

jurídico alcançado. Exemplos: segundo o professor Jorge Ferreira,

um perfeito exemplo de Ato-Fato é a compra de um doce por uma

criança em tenra idade (absolutamente incapaz), por conta da

ausência de uma vontade consciente que justificasse o complexo

processo formativo de um contrato. Outro exemplo clássico é o

achado despropositado de um tesouro, o que geraria a posse como

Ato-Fato Jurídico.

– Atos reais são os decorrentes de situações fáticas, tais como

achar um tesouro, incapaz adquire a propriedade pintado

um quadro.

– Atos Indenizáveis s]ao os decorrentes de atos lícitos mas

que geram indenizações, tais como destruição de algo pra

salvar alguém de perigo iminente.

– Atos Caducificantes são aqueles cujo efeitos consistem na

extinção na extinção de um direito.

• Os Negócios Jurídicos, ao contrário dos Atos Jurídicos em

Sentido Estrito, condicionam seus efeitos jurídicos, principalmente,

à livre manifestação de vontade dos agentes.

É a declaração de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de

existência, validade e eficácia, como o propósito de produzir efeitos admitidos pelo

ordenamento jurídico e pretendidos pelo agente.

Tricotomia ======== Existência »»»»» Validade »»»»»»» Eficácia

Existência = o negócio não surge do nada, exigindo-se para que seja considerado como

tal, o atendimento a certos requisitos mínimos (agente, objeto e forma)

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Validade = o fato do negócio jurídico existir não quer dizer que é perfeito, ou seja, com

aptidão legal para produzir efeitos. (art.104 do CC)

Eficácia = Ainda que o negócio jurídico existente seja considerado valido, ou seja, prefeito

para o sistema que o concebeu, isto não importa em produção imediata de efeitos, pois

estes podem estar limitados por elementos acidentais.

Efeitos aquisitivos, modificativos, conservatórios e extintivos dos fatos jurídicos:

• Aquisição de direitos:

– Quanto a incorporação - Pode ser derivada (ex. Compra e venda) ou

originária (ex. Avulsão/aluvião)

– Quanto ao custo - Pode ser gratuita (doação) ou onerosa (ex. Comissão)

– Quanto à sua extensão - Pode ser a título universal ou singular

– Quanto à quantidade de atos - Pode ser simples ou complexa

• Modificação de direitos:

– Modificação objetiva (refere-se ao objeto – quantitativa ou qualitativa) –

Modificação subjetiva (refere-se ao sujeito – causa mortis ou inter vivos)

• Conservação de direitos:

– Atos de conservação – Cautelares – esbulho e turbação

– Atos de defesa preventiva – Clausulas contratuais

– Atos de defesa de direito – ações de conhecimentos e execuções

– Autotutela – desforço imediato

• Extinção de direitos:

– Renuncia, abandono, etc.

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AULA 03

• Segundo Silvio Sávio Venosa (Direito Civil: Parte geral. Saraiva: Atlas, p. 2006, p.

202.) “É enorme a variedade dos negócios jurídicos, dai a necessidade de classificá-

los, pois as várias categorias possuem disciplina diversa e própria”. Deve -se registrar

que essa classificação não é convergente por parte dos doutrinadores.

A) Quanto ao número de Declarantes:

• a.1) Unilaterais: são os negócios jurídicos que se perfazem ou se concretizam por

uma única declaração de vontade, podendo ser divididos em:

– a.1.1) receptivos, quando aqueles em que a declaração de vontade tem de

se tornar conhecida do destinatário para produzir efeitos (ex: promessa de

recompensa); e

– a.1.2) não receptivos são aqueles em que o conhecimento por outra parte

é irrelevante (ex. testamento, confissão de divida);

• a.2) Bilaterais: são os negócios jurídicos que há a exteriorização de duas

declarações de vontades por coincidentes sobre o objeto ou bem jurídico tutelado,

ou seja, deve existir o consentimento mútuo ou acordo de vontades. Podem existir

varias pessoas no polo ativo e no passivo, sem que o negócio jurídico deixe de ser

bilateral, pois a há existência de duas declarações contrapostas (ex. contrato de

compra e venda, locação, prestação de serviço).

– a.2.1) simples são aqueles em que somente uma das partes aufere

vantagens, enquanto a outra arca com os ônus, como (ex. contrato de

comodato, o de doação);

– a.2.2) sinalagmaticos são aqueles em que há uma reciprocidade de direitos

e obrigações, estando as partes em situação de igualdade (ex: contrato de

compra e venda e o de locação).

• a.3) Plurilaterais: quando se conjugam, no mínimo duas vontades paralelas,

admitindos e em número superior, todas direcionadas para a mesma finalidade.

Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro. 6ª ed. v. 01. São Paulo: Saraiva,

2008, p. 290), afirma que “a doutrina menciona os negócios jurídicos plurilaterais

como figura diferenciada dos contratos e os trata como acordos, em razão de se

destinarem à adoção de decisões comuns em assuntos de interesse coletivo” (ex:

contrato de sociedade e contrato de consórcio).

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b) Quanto ao exercício de direitos

• b.1) Os negócios de disposição é quando autorizam o exercício de amplos

direitos, inclusive de alienação, sobre o objeto transferido. Em regra, são negócios

jurídicos translativos (ex: contrato de doação).

• b.2) Os negócios de administração admitem apenas a simples administração e

uso do objeto cedido (ex: contrato de mútuo e no comodato).

c) Quanto às vantagens patrimoniais

• c.1) Gratuitos são os negócios jurídicos que somente uma das partes é beneficiada,

ou seja, outorgam vantagens sem impor ao beneficiario à obrigação de uma

contraprestação. Não envolvem, portanto, sacrifício patrimonial de todos os

envolvidos (ex: Contrato de comodato e no contrato de Doação).

c.2) onerosos são os negócios que envolvem sacrifícios e vantagens patrimoniais

para todos os envolvidos, podendo ser divididos em:

– c.2.1) Comutativos são os negócios jurídicos de prestações certas e

determinadas, ou seja, existe um equilíbrio subjetivo entre as prestações

pactuadas, de forma que as vantagens auferidas pelos declarantes equivalem

entre si (ex: contrato de compra e venda)

– c.2.2) Aleatórios são os negócios jurídicos que a prestação de uma das

partes fica condicionada a um acontecimento exterior, não havendo o

equilíbrio subjetivo, ou seja, a prestação de uma das partes dica dependendo

de um acontecimento incerto e inesperado.

– c.2.3) Parciários são aqueles negócios que se concretizam pela participação

de uma ou de ambas as partes no resultado de uma atividade econômica

(sociedade e consorcio)

• c.3) Neutros são os negócios jurídicos que falta atribuição patrimonial e por isso

não podem ser considerados gratuitos ou onerosos. São chamados de neutros e se

caracterizam pela destinação dos bens. (ex: instituição do bem de família, de forma

a vincular um bem, tornando-o inalienável).

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• c.4) Bifrontes são os negócios jurídicos que podem ser onerosos ou gratuitos,

segundo a vontade das partes (ex: contrato de mandato, o de deposito e o de

mútuo).

d) Quanto à forma de celebração

• d.1) Negócio jurídico solene ou formais são os negócios jurídicos : quando a lei

determina certas formalidades para a validade do negócio jurídico (ex. testamento, a

renúncia de herança e o contrato de compra e venda de imóveis acima de 30

salários mínimos);

• d.2) Negócio jurídico não solene ou de forma livre: não há nenhuma

formalidade especial para ser válido o negócio jurídico (contrato de locação e

comodato).

e) Quanto ao momento de produção de efeitos

• e.1) Inter vivos são os negócios jurídicos destinados a produzir efeitos desde logo,

isto é, durante a vida dos declarantes (ex: contrato de compra e venda, o de

casamento etc.)

• e.2) Mortis causa são os negócios jurídicos destinados a produzir efeitos a morte

do declarante, (ex: testamento)

f) Quanto à existência do negócio jurídico

f.1) Principais são os negócios jurídicos que tem vida própria e não dependem de

qualquer outro negócio jurídico para ter existência e validade ( ex:contrato de

locação, o de compra e venda).

• f.2) Acessórios são os negócios jurídicos que têm a sua existência subordinada a do

negócio jurídico principal. Seguem o destino do principal. Nulo este, nulo também

será o negócio acessório, sendo que a recíproca não é verdadeira (ex: contrato de

fiança e penhor).

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g) Quanto ao Conteúdo

• g.1) patrimoniais são os negócios jurídicos relacionados como bens ou direitos

aferíveis pecuniariamente (ex: direitos reais e obrigacionais).

• g.2) extra-patrimoniais são aqueles relacionados a direitos sem conteúdo

econômico (ex: direitos da personalidade e o de família ).

h) Quanto à eficácia

• h.1) constitutivos são os negócios jurídicos que geram efeitos a partir do momento

da celebração, ou seja, efeitos ex nunc (contrato de compra e venda).

• h.2) declarativos são os negócios jurídicos que os efeitos retroagem ao momneto

da ocorrência fática a que se vincula a declaração de vontade, ou seja, efeitos ex

tunc (ex: partilha do inventário).

i) Quanto à pessoa:

• i.1) impessoais – não importa quem sejam as partes

• i.2) intuitu personae são aqueles realizados de acordo com as qualidades especiais

de quem o celebra.

j) Quanto ao número de atos

• j.1) simples são os negócios jurídicos que se constituem por um ato único.

• j.2) complexos são os que resultam da fusão de vários atos sem eficácia

independente. Compõem-se de várias declarações de vontade, que se completam,

emitidas pelo mesmo sujeito, ou diferentes sujeitos, para obtenção dos efeitos

pretendidos na sua unidade (alienação de imóvel em prestação).

• j.3) Coligados segundo Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro. 6ª ed. v.

01. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 293.) o negócio jurídico coligado compõe-se de

vários negócios jurídicos, ”como por exemplo, o arrendamento de posto de

gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locação de bombas de

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gasolina, de comodato de área para funcionamento de lanchonete, de fornecimento

de combustível, de financiamento etc.”

k) Quanto ao modo de obtenção de resultado

• k.1) negócio fiduciário abrange um leque vastíssimo de negócios. “é aquele em

que alguém, o fiduciante, transmite um direito a outrem, o fiduciário, que se obriga

a devolver esse direito ao patrimônio do transferente ou a destiná-lo a outro fim”.

(Francisco Amaral, Direito civil. cit., p. 382 apud GONÇALVES, Carlos Roberto.

Direito civil brasileiro. 6ª ed. v. 01. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 293)

• k.2) negócio jurídico simulado segundo Carlos Roberto Gonçalves “é o que tem

aparência contrária a realidade. Embora nesse ponto haja semelhança com o

negócio fiduciário, as declarações de vontade são falsas”, o que acarreta a nulidade

do negócio jurídico celebrado.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6ª ed. v. 01. São Paulo:

Saraiva, 2008, p. 298.

l) Quanto à tipicidade

• l.1) Negócio jurídico típico: contratos determinados em lei

• l.2) Negócio jurídico atípico: negócios jurídicos não estabelecidos em norma,

guiados pelas partes, desde que tratem de objeto possível, lícito e determinado.

m) Quanto à causa de criação

• m.1) Negócios jurídicos causais (concretos ou materiais), vinculados a uma

causa, são os contratados de maneira geral (contrato de empreitada, emissão de

duplicata).

• m.2) Abstratos (ou formais) têm sua existência desvinculada de sua causa, ou

origem. Ex: títulos de créditos (emissão de cheque).

n)Quanto à legalidade

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• n.1) Válidos são os negócios jurídicos que preenchem os requisitos de validade:

Agente Capaz, objeto licito, possível determinado ou determinável (art. 104, do

CC).

• n.2) Nulos são os desprovido dos requisitos substanciais ou que fere a norma

jurídica, sendo inquinado de ineficácia absoluta. O Código Civil exige, no art. 104,

para a validade do negócio jurídico, agente capaz, objeto lícito, determinado ou

determinável e forma prescrita ou não defesa em lei (art. 166, CC).

• n.3) Anuláveis são os praticados em desatendimento a formalidades legais, e que,

embora ratificável, pode ser anulado por quem tenha interesse na sua ineficácia.

o) Quanto ao momento de eficácia

o.1) Consensuais são os negócios jurídicos que geram efeitos a partir do memento

que há o acordo de vontade entre as partes (ex: compra e venda)

• o.2) Reais são os negócios jurídicos que geram efeitos a partir da entrega do

objeto, do bem jurídico tutelado (ex: contrato de comodato ou o de deposito).

p) Quanto ao tempo da execução

• p.1) Instantâneos

• Compreendem as relações jurídicas contratuais cujos efeitos são produzidos de uma

só vez. (ex. Contrato de compra e venda à vista)

• p.2) Duração

• Pelo menos uma das relações jurídicas de realização do contrato se dá no futuro ou

de forma periódica no tempo. O contrato de duração se dá de forma deferida ou

continuada (trato sucessivo):

– p.2.1) Execução diferida: ocorre quando a execução é adiada para outro

momento ou subordinada a termo (ex. compra e venda a prazo);

– p.2.2) execução continuada: ocorre quando as prestações são cumpridas

em etapas durante um período de tempo (ex. locação).

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Interpretação dos negócios jurídicos

O negócio jurídico origina-se de ato volitivo (vontade), que colima a realização de certo

objetivo, criando, com base na norma jurídica, direito subjetivo, e impondo, por outro lado,

dever-jurídico (obrigações).

A interpretação de acordo com Maria Helena Diniz (Curso de direito civil brasileiro. 22ª ed.

1º v. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 419.) pode ser vista das seguintes formas: “declaratória,

se tiver por escopo expressar a intenção dos interessados; integrativa, se pretender

preencher lacunas contidas no negócio, por meio de normas supletivas, costumes, etc, e

construtiva, se objetivar reconstruir o ato negocial com o intuito de salva-lo”.

– O Enunciado 26 da I Jornada de Direito Civil “Art. 422: a cláusula geral

contida no art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz interpretar e,

quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva,

entendida como a exigência de comportamento leal dos contratantes.”

Teoria da manifestação X Teoria da declaração

“Nas declarações de vontade se atenderá mais a intenção nelas consubstanciada do que ao

sentido literal da linguagem” (art.112, do CC)

• Assim, segundo Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro. 6ª ed. v. 01. São

Paulo: Saraiva, 2008, p. 300.) não se pode afirmar que o Código Civil tenha adotado

a teoria da declaração ou a da vontade, mas na realidade se trata de aplicação das

duas, pois não se pode aplicar separadamente a teoria da vontade e a da declaração,

mas “conjuntamente, visto que constituem faces de um mesmo fenômeno”.

• Boa-fé : art. 113, do CC “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a

boafé e os usos do lugar de sua celebração”.

• A confiança, Venere contra factum próprio

• Reserva mental X Dolo X Simulação:

• O silêncio : Quando a declaração de vontade expressa não é necessária, o silêncio

importa anuência do sujeito de direito se as circunstancias ou os usos os autorizam

essa interpretação, ou seja, o silêncio, em si, é uma omissão, mas se as

circunstâncias que o acompanham são fatos positivos, aptos a conferir-lhe a

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natureza de um meio de expressão, haverá então, um silêncio qualificado que

poderia ser colocado entre as manifestações da vontade, de natureza totalmente

distinta daquela do silêncio simples.

• O artigo 114, do CC dispõe que “os negócios benéficos e a renúncia interpretam-

se estritamente”. Conclui-se que esse preceito veda que se amplie o beneficio ou a

renuncia quando maior alcance não esteja claramente na linguagem adotada pelos

interessados. Assim , por exemplo se Rodrigo declarou doar a Leonardo os livros

de sua biblioteca, não se compreende na doação, por exemplo, as estantes, armários

e sistema de catalogação dos livros.

Interpretação dos negócios jurídicos segundo a visão dos princípios do CC:

• a. Princípio da sociabilidade - é aquele que impõe prevalência dos valores

coletivos sobre os individuais, respeitando os direitos fundamentais da pessoa

humana. Ex: princípio da função social do contrato, da propriedade.

• b. Princípio da eticidade - é aquele que impõe justiça e boa-fé nas relações civis

("pacta sunt servanda"). No contrato tem que agir de boa-fé em todas as suas fases.

Corolário desse princípio é o princípio da boa-fé objetiva.

• c. Princípio da operabilidade - é aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e

sem grandes dificuldades na aplicação do direito. A regra tem que ser aplicada de

modo simples. Exemplo: princípio da concretude pelo qual deve-se pensar em

solucionar o caso concreto de maneira mais efetiva.

AULA 04

Tricotomia do negócio jurídico (Pressupostos Fáticos do Plano da Existência e do

Plano da Validade do Negócio Jurídico):

PLANO DA EXISTÊNCIA

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Nesse plano estariam os pressupostos para a caracterização de um negócio jurídico,

ou seja, os seus elementos mínimos. O negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se

para que seja considerado como tal, o atendimento de certos requisitos.

Elementos que compõe esse plano:

• Agente, declaração de vontade, objeto e forma.

• Exemplo:

• O casamento celebrado por autoridade incompetente, como um delegado de polícia

ou por Juiz do Trabalho, por exemplo, é considerado inexistente, pois, não se

indaga se é nulo ou ineficaz, nem se exige a desconstituição judicial, por se tratar de

nada jurídico.

DECLARAÇÃO DE VONTADE

É o elemento essencial do negócio jurídico. É seu pressuposto de existência, pois

quando não existir pelo menos a aparência de declaração de vontade, não podemos sequer

falar em negócio jurídico. A vontade é um elemento de caráter subjetivo, que se revela

através de uma declaração, mas nem toda manifestação de vontade pode ser aceita como

negocial, isto é, capaz de produzir efeitos jurídicos.

A vontade não manifestada ou não aceita pela a norma, não tem qualquer influência no

mundo jurídico e só após essa declaração é que passa a ter influência, quando, então,

começa a dar vida (existência) ao negócio jurídico.

• Forma Expressa: palavra escrita ou falada, gestos ou sinais

• Forma tácita: resulta do comportamento do agente.

AGENTE EMISSOR e RECEPTOR (QUANDO NECESSÁRIO) DA

VONTADE

Não há como existir declaração de vontade sem que exista um sujeito (pessoa

natural ou jurídica), pois é indispensável para a configuração existencial do negócio

jurídico. Sem sujeito não se pode falar em negócio jurídico, mas tão somente em fato

jurídico natural.

• Exemplo : Testamento deixado a um animal, falta agente receptor da vontade.

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OBJETO

De igual modo, todo negócio jurídico pressupõe a existência de um objeto, em

razão do qual giram os interesses das partes. Assim, se a intenção das partes é arrendar

um bem para residência, o objeto deve ser um imóvel, mas se pretenderem realizar um

negócio jurídico de mútuo o objeto deverá ser um bem fungível.

• Exemplo: A venda de um imóvel no Céu.

FORMA

Sem uma forma pela qual se manifesta a declaração de vontade, o negócio jurídico

inexiste, uma vez que a simples intenção encerrada na mente do agente não interessa

para o direito.

Nesse aspecto, a forma deve ser entendida como o meio pelo qual a declaração se

exterioriza, ou seja, o tipo de manifestação por meio do qual a vontade chega ao mundo

exterior.

• Exemplo: Reserva mental não possui relevância na concretização do negócio.

PLANO DA VALIDADE

A fim de se considerarem válidos os negócios jurídicos, alguns requisitos devem conter,

sendo essenciais os que dizem respeito com a sua própria formação. A não observância

desses requisitos traz sérias consequências para o negócio celebrado, aplicando-se a teoria

das nulidades e anulabilidades do negócio jurídico. Esses elementos essenciais ou

qualificativos estão descritos no art. 104, do CC: Agente capaz, objeto licito, possível e

determinável ou determinado e forma prescrita ou não defesa em lei. Já Liberdade da

vontade ou do consentimento, decorre da declaração de vontade não poder estar eivada de

defeitos jurídicos (art. 142 a 159, do CC).

• Elementos: agente capaz, objeto licito, possível e determinável ou determinado,

forma prescrita ou não defesa em lei e declaração da vontade.

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ELEMENTOS DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO:

A CAPACIDADE DO AGENTE

É a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratário. Trata -

se de capacidade necessária para que uma pessoa possa exercer, por si só, os atos da vida

civil.

Assim, a pessoa ao nascer com adquire personalidade, ou seja, possui capacidade de

direito. Entretanto, nem todos têm capacidade de fato, isto é, a capacidade, por si só, de

praticar os atos da vida civil.

• Exemplo: A capacidade superveniente à prática do negócio não é suficiente para

sanar a nulidade, no entanto, a incapacidade superveniente não invalida o negócio

(34, da Lei do Cheque).

A CAPACIDADE

• REPRESENTAÇÃO DO AGENTE: É geralmente o próprio

interessado, com a sua declaração de vontade que atua em negócio

jurídicos. A noção fundamental, pois, é a de que o representante atue em

nome do representando, no lugar do representado. O representante conclui

o negócio não em seu próprio nome, mas com pertencente ao

representado. O representante é um substituto do representado.

• Classificação: A representação pode ser legal (incapazes) ou voluntária

(contratual) conforme se resulte de disposições da lei ou da vontade da

parte.

• A legal pode ser por imposição do sujeito pela lei (representação legal - pai

e mãe) ou pela justiça (representação judicial - no caso do tutor, curador ou

administrador judicial)

• Convencional é o que recebe mandato outorgado pelo credor, expresso ou

tácito, verbal ou escrito (art. 115 e 656, do CC)

Auto contrato ou contrato de consigo mesmo:

• A regra no instituto da representação, é que o representante deve atuar em

nome do representado, respeitando e agindo dentro dos interesses do

representado. E a princípio o representante não pode atuar em seu próprio

interesse, não podendo celebrar contrato consigo mesmo ou autocontrato,

afim de que não haja um conflito de interesses. O contrato consigo mesmo

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ou autocontrato, ocorre quando alguém figure em um contrato como

representante do representado e também como a outra parte do contrato,

ou seja, figure como representante do outorgante diretamente ou através de

interposta pessoa indiretamente, e também figure no contrato de per si

como outorgado. Havendo então, duas partes no negócio jurídico, porém

um único emitente de vontade que regulará dois interesses contrapostos.

• O Código Civil regulou este instituto no art. 117, a saber: Salvo se o

permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o

representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar contrato

consigo mesmo. Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado

pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes

houverem sidos substabelecidos.

• Súmula 60 do STJ (de 1992) que enuncia: “É nula a obrigação

cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao

mutuante, no exclusivo interesse deste”.

REPRESENTAÇÃO

– Classificação

• Forma Direta: quando o próprio representante atua de per si

emitindo duas vontades, como representante e ao mesmo tempo

sendo a outra parte no negócio jurídico

• Forma indireta: quando o representante atua sozinho declarando

duas vontades, porém através de uma interposta pessoa que lhe foi

substabelecida.

• Quanto às consequências jurídicas é indiferente tenha o negócio

sido praticado pela própria pessoa ou por seu representante.

• Exemplo: Atos ultra vires = Significa dizer que se o terceiro com

quem o representante praticou o ato exorbitante, tomou

conhecimento prévio do limite de poderes, não poderá pleitear

contra o representante eventuais perdas e danos (ex: art. 1.015, do

CC).

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– A hipótese versada pelo art. 119, do CC é o conflito entre o representado e

o representante. A lei distingue duas situações para o ato negocial que

realiza não obstante o impedimento: a) se a situação conflitiva era do

conhecimento da pessoa com que o representante praticou o negócio

jurídico, o ato será anulável por iniciativa do representado; b) se o agente

que praticou se encontrava de boa-fé, o ato será válido, resolvendo-se a

pendência entre as partes da representação segundo os princípios da

responsabilidade civil.

• O prazo para se intentar a anulação é de 180 dias, conforme

parágrafo único do art. 119, do CC.

CAPACIDADE E LEGITIMIDADE

Por último se faz necessário a distinção entre capacidade e legitimidade.

• É enquanto a capacidade constitui um estado pessoal relacionado ao poder de,

pessoalmente, exercer os direitos e praticar os atos da vida civil, a legitimidade

consiste em uma posição do sujeito relativamente ao objeto do direito, que se

traduz, em geral, na titularidade do direito, posição esta que tem como conteúdo o

poder de disposição, bem como assim, o poder de aquisição.

• A Legitimação pode ser direta ou indireta.

– A legitimação direta é aquela que, também chamada de ordinária, permite

que toda pessoa capaz de regular seus negócios disponha seus direitos e

contraia obrigações.

– A legitimidade indireta existe quando o negócio é realizado por pessoa que

foi investida nos poderes necessários para sua realização. Assim, enquanto a

capacidade é genérica, a legitimidade é específica.

• Exemplo: O homem casado pelo regime da comunhão parcial de bens é capaz para

a prática dos atos da vida civil (atos em geral), mas não tem legitimidade para

vender bem imóvel sem a autorização de sua esposa (outorga uxória prevista no

artigo 1647). Falta-lhe legitimidade e não capacidade.

OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINÁVEL OU

DETERMINADO

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– Segundo o art. 106, do CC, a impossibilidade inicial do objeto não gera a

nulidade do negócio se for relativa, ou se cessar antes da realizada a

condição a que ele estiver subordinado. Esse dispositivo traz em seu

conteúdo o princípio da conservação negocial ou contratual, segundo o qual

se deve sempre buscar a manutenção da vontade dos envolvidos, o que

mantém relação direta com o principio da função social do contrato.

– o objeto do negócio jurídico deve ser determinado ou, pelo menos,

determinável, sob pena de prejudicar não apenas a validade, mas, em último

plano, a própria executoriedade do pacto. Todo objeto deve, pois, conter

elementos mínimo de individualidade que permitam caracteriza-lo (ex:

venda de uma casa, situada na ua X, n.13, com X quartos;venda da safra de

cereais)

FORMA

• É requisito de validade dos negócios jurídicos obedecerem à forma prescrita, ou não

adotarem a forma proibida pela lei. A forma do negócio jurídico é o meio técnico

que o direito institui para a externação da vontade.

– A regra é a forma livre. É o que determina o art. 107 do CC: "A validade

da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a

lei expressamente a exigir“

– O próprio silêncio, sob determinadas condições, pode ser apto a criar

negócio jurídico.

– Assim, a lei dispõe que: “não dispondo a lei em contrário, a escritura

pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à

constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre

imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no

País”.

MANIFESTAÇÃO OU DECLARAÇÃO DA VONTADE

– A manifestação ou a declaração de vontade exerce papel importante no

negócio jurídico, sendo seu elemento basilar. Alias, a vontade é que

diferencia o negócio jurídico, enquadrado dentro dos fatos humanos, dos

fatos naturais. A vontade quando não manifestada ou declarada não tem

qualquer influência no mundo jurídico. No entanto não basta a simples

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manifestação ou declaração de vontade, para se considerar válido o negócio

jurídico, é necessária que essa manifestação seja livre e não esteja

impregnada de vícios ou defeitos jurídicos.

– Ocorrendo vício na manifestação da vontade estaremos perante a invalidade

do negócio jurídico.

• A divergência intencional se caracteriza por três modos: simulação; reserva mental

e; declarações não sérias.

– Na simulação o declarante conscientemente e de má-fé, ostenta uma

declaração que não coincide com o seu real propósito e sempre de conluio

com outra parte, visando a prejudicar terceiro.

– Na reserva mental, a declaração é feita, onde o declarante não quer o

resultado contido na declaração e nem seu conteúdo corresponde a real

intenção do declarante, sendo que este a faz com o objetivo de enganar o

declaratário ou terceiros. O que o declarante quer é diferente do que ele

declara. O Código Civil dá prevalência a vontade declarada, não sendo

passível este negócio de nulidade ou anulação (art. 110, CC).

– Já na declaração não séria, o nosso ordenamento não a disciplinou, ela

ocorre, por exemplo, quando uma pessoa compra um carro novo e ao

mostrar ao seu amigo, fala, em tom de brincadeira, é seu. Todavia, essa

manifestação de vontade não produz efeitos jurídicos.

– SILÊNCIO

• Como todas as manifestações de vontade exige-se cuidadosa interpretação, a fim

de que a conclusão coincida coma realidade. Para

ter significado é preciso que o silêncio seja voluntário e não uma

mera impossibilidade ou simples ausência. No CC o silêncio é

admitido como forma de manifestação de vontade sempre que para

o ato não for exigida declaração expressa.

AULA 05

Tricotomia do negócio jurídico (Plano da Eficácia do Negócio Jurídico):

• PLANO DA EFICÁCIA

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A eficácia pode se dar de forma instantânea ou ficar condicionada a uma condição,

um termo ou a um encargo, a doutrina chama esse plano elementos acidentais.

• Dessa forma, por exemplo, celebrado um contrato de compra e venda existente e

válido, será também juridicamente eficaz se não estiver subordinado a um

acontecimento futuro a partir do qual passa a ser exigível.

• Esse acontecimento é considerado como elemento acidental do negócio jurídico,

pois é capaz de modificar-lhe os respectivos efeitos. São cláusulas que, apostas ao

negócio jurídico por declaração unilateral ou pela vontade das partes, acarretam a

modificação do negócio no que se refere à sua eficácia ou em sua abrangência.

Elementos acidentais do negócio jurídico (plano da eficácia):

Condição

É o acontecimento futuro e incerto que subordina a eficácia de determinado negócio

jurídico, ou seja, é o elemento acidental do negócio jurídico, que faz o mesmo depender de

um evento futuro e incerto (art. 121, do CC).

São quatro os elementos fundamentais para que se possa caracterizar a condição: a

voluntariedade, a incerteza, a futuridade e a possibilidade.

Em relação à voluntariedade se faz necessário esclarecer que cabe à parte ou às

partes determinar nas suas declarações de vontade o evento, pois se a eficácia do negócio

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jurídico for subordinada a uma determinação legal, não haverá condição, mas sim conditio

iuris (condição legal).

Assim, não será a condição o evento futuro, ainda que incerto quanto ao momento,

cuja eficácia esteja subordinada, mas aquele decorrente da própria natureza do negócio

jurídico, como, por exemplo, a morte em relação ao testamento. Sem o evento morte, o

testamento não poderá ser aberto, não produzindo os efeitos previstos nele.

À incerteza se relaciona um acontecimento incerto que pode ocorrer ou não.

Assim, não deve existir somente na mente da pessoa, mas na realidade, de forma objetiva.

Por exemplo: pagar-te-ei a dívida se a próxima colheita de milho não me trouxer prejuízo.

Pois, se o acontecimento fosse certo, ainda que tal certeza não fosse conhecida das partes,

teríamos uma condição necessária.

Devemos deixar claro que a morte, em regra, é considerada um termo, mas, poderá se tornar

uma condição. Imaginemos o seguinte exemplo: Antônio irá doar alguns bens a Manuel

caso José de tal venha a falecer dentro de dez dias ou mesmo até o décimo quinto dia do

próximo mês. Trata-se de condição uma vez que, neste caso, haverá incerteza quanto à

própria ocorrência do fato dentro do prazo fixado.

Em relação à futuridade, só deve ser considerado um fato futuro, se fizer menção

ao fato passado ou presente não é condição. Um exemplo é quando alguém promete para

alguém doar uma casa, sendo que esse alguém só receberá essa casa quando se casar, ou

seja, a promessa está feita, agora depende de um evento futuro no caso o casamento.

Francisco Amaral (2006 p. 448) acrescenta a possibilidade do evento. Assim, o

evento “há de ser natural é juridicamente possível. Se impossível, não há incerteza e não

se verificará o estado de pendência, próprio do ato condicionado”.

• Classificação da condição

A condição é classificada quanto à licitude (lícita ou ilícita), à afetação da eficácia

(resolutiva ou suspensiva), à possibilidade (possível ou impossível), à origem do fato

(causal, potestativa ou mista) e à ocorrência do fato (positiva ou negativa).

• Art. 121 “Considera–se condição a cláusula que derivando exclusivamente da vontade

das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto”.

a) quanto à licitude: esta classificação divide em: a condições lícitas ou ilícitas que

por sua vez pode ser vista como perplexa ou puramente potestativa.

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• A condição lícita são aquelas que estão de acordo com o ordenamento jurídico,

conforme o art. 122, do CC. Não geram qualquer conseqüência de invalidade do

negócio jurídico a ela relacionado (ex: venda dependente da aprovação do

comprador, Devo, não nego, pago quando puder). Assim, também será lícita a

condição que não seja contrária à ordem pública, aos bons costumes.

• A condição ilícita são aquelas que contrariem a lei, a ordem pública ou os bons

costumes, gerando, dessa forma, a nulidade do negócio jurídico, a ela relacionado

(ex: venda dependente de um crime a ser praticado pelo comprador).

– Também são consideradas ilícitas as condições perplexas, onde a

própria condição inserida no negócio jurídico é incompreensível ou

contraditória de tal forma que privam todo o efeito do negócio jurídico

(art. 123, III, do CC), por exemplo, temos: empresto o imóvel deste que

não more nele e nem alugue.

– Igualmente são consideradas ilícitas as condições puramente

potestativas, pois são aquelas que derivam do exclusivo arbítrio de

uma das partes. Esta condição se caracteriza pelo uso das expressões

“se eu quiser”, caso seja do interesse deste declarante. Nestes casos há

um arbítrio injustificado.

b) quanto à afetação da eficácia: esta classificação divide em: a condições

resolutivas e suspensivas.

• As condições resolutivas são aquelas que enquanto não se verificarem não traz

qualquer consequência para o negócio jurídico, vigorando o mesmo, cabendo

inclusive o exercício de direitos dele decorrentes, conforme art. 127, do CC. Vale

citar que no campo dos direitos reais, quando o título de aquisição da propriedade

estiver subordinado a uma condição resolutiva, estaremos diante de uma

propriedade resolúvel (ex: poderá morar no apartamento até a conclusão do curso

de graduação).

• As condições suspensivas podem-se definir como sendo acontecimento futuro e

incerto que subordina a aquisição de direitos, deveres e a deflagração de efeitos de

um determinado negócio jurídico. Desta forma enquanto não se verifica a condição,

o negócio é, ainda, pendente. Ocorrendo a condição tem-se o implemento e se não

realizar estamos perante frustração (ex: Dar-te-ei o apartamento se casares ou nos

casos de venda a contento e venda sujeita a prova).

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– A jurisprudência do STJ tem entendido que, “não sobressaindo, com toda

evidência, o elemento incerteza, não há como dizer que as partes

contrataram sob condição suspensiva”. (BRASIL. STJ. 3ª T. REsp 182174-

SP, v.u., j. 21/09/2000, DJU 27/11/200, p. 156.)

c) quanto à possibilidade: esta classificação divide-se em: possível ou impossível.

• As condições possíveis são aquelas que podem ser cumpridas, física e

juridicamente, não influindo na validade do negócio (ex: venda subordinada a uma

viagem do comprador à Europa).

• As condições impossíveis são aquelas que não podem ser cumpridas, por razão

natural (física) ou jurídica, influindo na validade do negócio jurídico e gerando a sua

nulidade absoluta, nos temos do que prevê a Lei.

– As condições impossíveis fisicamente são aquelas irrealizáveis por

qualquer pessoa, ou seja, cujo implemento exigirá esforço sobrenatural (ex:

o sujeito dar uma volta completa e pé em torno do Estádio Mane Garrincha

em 10 segundos). Se for resolutiva será considerada inexistente, mas se for

suspensiva será considerada nula de pleno direito.

– As condições impossíveis juridicamente são aquelas que ferem a moral,

os bons costumes e a lei (ex: dar-te-ei tal quantia, se emancipares teu filho

antes dos 16 anos).

d) quanto à origem do fato: esta classificação divide-se: causal, potestativa ou mista.

• As condições causais são aquelas que dependem de um evento futuro natural,

alheio à vontade das partes (ex: alguém se compromete a dar R$100,00 (cem reais)

se chover amanhã).

• As condições potestativas são aquelas que dependem da vontade de uma das

partes, podendo ser classificada como simplesmente potestativa ou puramente

potestativa.

– As condições simplesmente potestivas são aquelas admitidas por

dependerem não só da manifestação de vontade de uma das partes como

também de um acontecimento ou circunstância exterior que escapa ao seu

controle, por exemplo, “dar-te-ei esta casa se fores a Lisboa”, tal viagem

não depende somente da vontade, mas também da obtenção de tempo e

dinheiro.

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– As condições puramente potestativas são aquelas que dependem de uma

vontade unilateral, sujeitando-se ao puro arbítrio de uma das partes,

conforme art. 122, parte final, do CC (ex: dou-lhe um veiculo, se eu quiser).

É considerada condição ilícita.

As condições mistas são aquelas que derivam não somente da vontade de uma

das partes, mas, também, de um fator ou circunstância exterior, como a vontade de

terceiros (ex: dou-lhe um veículo se você cantar amanhã, devendo estar chovendo

durante o espetáculo).

• A Súmula 294 do STJ demonstra que “não é potestativa a cláusula contratual que

prevê a comissão de permanência, calculada pela taxa média de mercado apurada

pelo Banco Central do Brasil, limitando à taxa do contrato”.

Qual a diferença entre condição mista e condição simplesmente potestativa?

Condição potestativa: Dá-se a condição potestativa quando o acontecimento depende

do concurso de uma das partes, cuja vontade infiltra-se na produção do evento. A parte

dirige a geração do acontecimento, porque depende de sua vontade, sem a qual não nasce e,

por conseguinte, se deixa de eclodir os efeitos do negócio ou ato jurídico. Cumpre realçar

que a condição potestativa parte-se em arbitrária ou discricionária, que se diferenciam na

natureza e no efeito jurídicos. A discricionária, também conhecida por simplesmente

potestativa, é aquela que resulta exclusivamente da vontade do agente, que a concebe sem

casuísmo e sem puro arbítrio, que lhe toldam a validade. A arbitrária, também chamada de

puramente potestativa, considera-se a que decorre exclusivamente da vontade do agente,

que a produz imprestavelmente segundo o seu personalíssimo líbito, pejado de

arbitrariedade, que lhe compromete a existência, haja vista que a qualidade de seu desejo

escraviza e domestica a vontade da outra parte. Admite-se a condição discricionária,

porquanto se trata de uma condição que se classifica como lícita. No entanto, rejeita-se a

condição arbitrária, eis que se sujeita ao puro arbítrio de uma das partes. A condição

arbitrária, por conseguinte, é considerada condição defesa, sem validade e inapta para gerar

efeito juridicamente eficaz.

Assim, tolera-se a condição discricionária, mas se veda a condição arbitrária. Condição

mista: Ocorre, simultaneamente, a composição dos eventos gerados por força natural e por

volição da parte. A condição mista enquadra-se na classificação das condições lícitas, mas,

se acham sob o abrigo da ordem jurídica, são extremamente raras, eis que dependem do

duplo concurso.

e) quanto à ocorrência do fato: esta classificação divide em: a condições positivas ou

negativas.

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• As condições positivas são aquelas que estabelecem a realização de fato futuro e

incerto (ex: aferição de rendas até a colação de grau).

• As condições negativas é a que se caracteriza pela negação de realização de um

fato, isto é implementação se dá pela não ocorrência do fato previamente

estabelecido (ex:

empréstimo de uma casa a um amigo, até que a enchente deixe de assolar a cidade).

f) Condição pode ser perplexa e promiscua.

• A condição perplexa é aquela que priva de todo o efeito o negócio jurídico, sendo

proibida no direito (art. 122).

• A condição promiscua é aquela que no momento inicial é puramente potestativa,

vindo a perder tal caráter por motivo alheio à vontade do agente, dificultando sua

realização (ex: dar-te-ei R$1.000,00 (mil reais) se você jogar no próximo torneio. Se

o jogador quebrar a perna, a condição potestativa passa a ser promiscua, pois regida

pelo acaso). Não se confunde com a mista, pois nesta a conjugação do acaso e da

vontade é proposital.

Elementos acidentais do negócio jurídico (plano da eficácia)

Termo é o elemento acidental do negócio jurídico que faz com que a eficácia

desses negócios fique subordinada à ocorrência de acontecimento futuro e certo que

subordinada o início ou termino da eficácia jurídica de determinado negócio jurídico.

Primeira classificação: Termo legal e termo convencional.

Termo legal é o fixado pela norma jurídica. Ex.: termo inicial para a atuação de um

inventariante (mandato judicial ) ocorre quando esse assume o compromisso.

Termo convencional é fixado pelas partes, como o termo inicial e final de um

contrato de locação.

A Segunda classificação tem o termo exato ou determinado (certo) ou inexato ou

indeterminado (incerto).

O termo será exato quando se tem uma certeza da ocorrência do evento futuro e

do período de tempo em que se realizará, ou seja, quando se reporta a uma data do

calendário ou quando é fixado tendo por base o decurso de certo lapso temporal

(ex: dar-te-ei um imóvel quando completares a maioridade).

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O termo será inexato quando existe uma indeterminação quanto ao momento de

ocorrência do fato, embora seja certo que existirá (ex: dar-te-ei uma casa quando Antonio

Falecer).

Buscando uma terceira classificação:

há o termo inicial ou suspensivo (dies a quo), quando se tem início dos efeitos

negociais. É o que marca o momento do exercício do direito (ex: celebro contrato de

arrendamento comercial no dia 30 de maio de 2008 para ter vigência no dia 1º de junho de

2008, esta data ser á o termo inicial).

E o termo final ou resolutivo (dies ad quem), que põe fim às conseqüências

derivadas do negócio jurídico. É quando determina o fim do exercício do direito (ex: o

contrato de arrendamento cessará no dia 30 de maio de 2009, a data da cessação será o

termo final).

PRAZO:

Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos,

excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.

• § 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até

o seguinte dia útil.

• § 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.

• § 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no

imediato, se faltar exata correspondência.

• § 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

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Encargo

É a determinação acessória acidental do negócio jurídico que impõe a beneficiário um

ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior (ex: dôo o terreno ao Município

com a obrigação de nele ser edificado uma escola).

Assim, o encargo pode ser:

• a) principal: é o imposto como a razão determinante do negócio jurídico.

• b) secundário: é o imposto como sendo uma obrigação de somenos importância

do negócio, de modo que a liberalidade se realizaria ainda que o estipulante

soubesse de antemão da nulidade dessa cláusula.

Ex.: Doação de um imóvel no centro da cidade de Varginha, Minas Gerais, feita com o

encargo de que ali se construa uma pista de pouso de OVNIs, deve seve ser

considerada como pura e simples.

Ex. A doação desse prédio esmo com o encargo de que o donatário provoque a morte

de algumas pessoas, nesse caso será nulo o encargo.

AULA 06

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

A vontade é a mola propulsora dos atos e dos negócios jurídicos. Essa vontade

deve ser manifesta ou declarada de forma idônea para que o ato tenha vida normal na

atividade jurídica e no universo negocial. Se essa vontade não corresponder ao desejo do

agente, o negócio jurídico torna-se susceptível de nulidade ou anulabilidade.

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Espécie de defeitos:

Erro, dolo, coação, estado de perigo,lesão e fraude contra credores

2. Classificação dos defeitos do negócio jurídico

• Os defeitos dos negócios jurídicos se classificam em:

I. Vícios do Consentimento: são aqueles em que a vontade não é expressa de

maneira absolutamente livre, podendo ser eles: Erro; Dolo; Coação; Lesão e;

Estado de Perigo.

II. Vícios Sociais: são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade, a

intenção pura e de boa-fé que enuncia, sendo eles: Fraude contra Credores e

Simulação.

Não há dúvida de que é de vital importância o estudo dos vícios que maculam o

negócio jurídico celebrado, atingindo a sua vontade ou gerando uma repercussão social,

tornando o mesmo passível de ação anulatória pelo prejudicado ou de nulidade absoluta no

caso de simulação (art. 166, do CC).

2) Erro ou Ignorância

2.1) Conceito: O erro é um engano fático, uma falsa noção da realidade, ou seja,

em relação a uma pessoa, negócio, objeto ou direito, que acomete a vontade de uma

das partes que celebrou o negócio jurídico.

O erro é o vício de consentimento que se forma sem induzimento intencional de

pessoa interessada. É o próprio declarante quem interpreta equivocadamente uma

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situação fática ou lei e, fundado em sua cognição falsa, manifesta a vontade, criando,

modificando ou extinguindo vínculos jurídicos. O Código Civil equipara o erro à

ignorância. O erro é considerado como causa de anulabilidade ou nulidade relativa do

negócio jurídico se for: essencial ou substancial (art. 138, do CC) e escusável ou

perdoável.

O erro essencial ou substancial é aquele que incide sobre a essência (causa) do

negócio que se prática, sem o qual este não teria se realizado. É o caso do colecionados

que, pretendo adquirir uma estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de

material sintético.

Sendo, assim, o erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a

quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da

vontade real do manifestante (art. 144, do CC).

Por exemplo, João pensa que comprou o lote nº 2 da quadra A, quando na verdade

adquiriu o lote nº 2 da quadra B. Trata-se de erro substancial, mas antes de anular o

Negócio jurídico, o vendedor entrega-lhe o outro lote.

O Erro escusável ou perdoável é aquele que dentro do que se espera do homem

médio que atue com grau normal de diligencia. Não se admite, outrossim, a legação de erro

por parte daquele que atuou com acentuado grau de displicência, pois o direito não deve

amparar o negligente.

– Enunciado nº. 12, do I Jornada de Direito Civil realizada no Superior

Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 138: na sistemática do art. 138, é

irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o

princípio da confiança.”

Espécie: As hipóteses de erro substancial estão enumeradas no art. 139, do CC e segundo

Roberto de Ruggiero (2005, p. 341) o erro substancial se caracteriza por uma das seguintes

modalidades:

• Error in negotio: neste tipo de falsa representação intelectual diz respeito à

natureza do negócio jurídico celebrado. Ex. Pensa o agente que o imóvel lhe está sendo

entregue a titulo de comodato e na realidade se trata de contrato de locação.

• Error in corpore: o dissenso entre a vontade real e a declarada refere-se à

identidade do objeto do negócio, como no caso de que se (ex.) declara que quer

comprar o animal que está diante de si, mas acaba levando outro, trocado.

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• Error in substantia: o agente identifica corretamente a natureza do vinculo

estabelecido, bem como o objeto em função do qual se opera o negócio, todavia,

desconhece algumas qualidade ou características essenciais, por exemplo: alguém

adquire um aparelho televisor na crença de ser LCD, verificando se tratar de TV apenas de

Plasma.

• Error in persona: Esta espécie diz respeito à identiddade da pessoa com que o

agente pratica o negócio jurídico ou alguma de suas qualidades, por exemplo, A

sociedade XY Eletrônica LTDA contrata José latrina pensando se tratar do famoso José

latinhas.

• Erro juris ou erro de direito: consiste no desconhecimento das implicações

jurídicas trazidas pelo negócio jurídico. Em regra o erro de direito não é causa de

anulabilidade

ou nulidade relativa do negócio, porem, às vezes a doutrina e a jurisprudência

flexibilizam esse entendimento.

• Desta forma, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2008, p. 138)

afirmam que “desde que não se pretenda descumprir preceito legal, se o agente, de

boa-fé, prática o ato incorrendo em erro substancial e escusável, há que reconhecer,

por imperativo de equidade, a ocorrência do erro de direito”. (ex: alguém

eventualmente celebra contrato de importação de uma determinada mercadoria,

sem saber que, recentemente, for expedido decreto proibindo a entrada de tal

produto no território nacional. Neste exemplo, tem aplicação o erro de direito). (art.

139, III, do CC).

O falso motivo nos negócios jurídicos: “Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração

de vontade quando expresso como razão determinante.” Podendo até mesmo ser um

acontecimento futuro, desde que seja a causa determinante da realização do Negócio

jurídico (ex:. aluga um imóvel para instalar um restaurante, pressupondo que em frente terá

uma escola, quando na verdade isto não ocorre).

VÍCIO REDIBIDITÓRIO X ERRO

Vício redibitório é garantia legal prevista para os contratos comutativos em geral. Se

o agente compra coisa que vem defeituosa, pode rejeitá-la, redibindo o contrato, ou exigir

abatimento no preço. Nesse caso não existe erro, pois o agente recebe exatamente o que

pretendia comprar. O vício rebiditório não toca o psiquismo do agente.

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Transmissão errônea da vontade: “Art. 141. A transmissão errônea da vontade por

meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.” (ex.

telégrafo, rádio, TV, fone, mensageiro (quem transmitiu errado pode vir a responder por

perdas e danos.)

– - Se houver culpa do emitente prevalece o Negócio Jurídico.

– - Se aplica na hipótese do mero acaso e não quando há dolo, neste caso a

parte que escolheu o emissário fica responsável pelos prejuízos que tenha

causado à outra parte por sua negligência na escolha feita.

O erro pode ser convalescido: Há a possibilidade de convalescimento do erro conforme

se prevê o art. 144 do C.C. em razão do princípio da conservação dos atos e negócios

jurídicos e ainda pelo princípio da segurança jurídica.

• devido ao meio de comunicação empregado para a transmissão de vontade

negocial, assim diante de mensagem truncada.

• Outras vezes o erro decorre de culpa in eligendo ou in vigilando de quem escolhe o

mensageiro para levar a declaração de vontade.

• O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade (art. 143,

do CC). ex: empréstimo bancário onde as prestações sofrem vários encargos que

não se imaginava.

3) Dolo

Conceito: Nossa lei não define dolo, limitando-se o art. 145, do CC a estatuir que “são os

negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a causa”.

Sendo assim, podemos qualificar dolo como pos artifícios ou manobras de uma pessoa

visando a induzir outra em erro a fim de tirar proveito para si ou pra terceiro na realização

do negócio jurídico.

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• Não se pode confundir erro com o dolo, pois naquele o equivoco se

forma espontaneamente, no dolo ele é induzido.

O silêncio intencional de uma das partes sobre fato relevante ao negócio também constitui

dolo (RT 634/130).

Requisitos: A conduta dolosa deve apresentar os seguintes requisitos:

Intenção de enganar o outro contratante;

Induzir o outro contratante em erro em virtude do dolo;

Causar prejuízo ao outro contratante;

Angariar benefício para o seu autor ou terceiro;

Que o dolo tenha sido a causa determinante da realidade do negócio.

Espécie: São espécie de dolo: Positivo ou comissivo; Negativo ou omissivo; Essencial;

Acidental; Dolo de terceiro; Dolo de Representante; dolo bonus; dolo malus; Dolo Bilateral

ou recíproco; dolo positivo ou negativo.

• O dolo pode ocorrer, de forma genérica, nos seguintes casos:

• 1. dolo direto, ou seja, de um dos contratantes; anulação

• 2. dolo de terceiro, ou seja, artifício praticado por estranho ao negócio, com a

cumplicidade da parte; anulação

• 3. dolo de terceiro, com mero conhecimento da parte a quem aproveita; anulação

• 4. dolo exclusivo de terceiro, sem que dele tenha conhecimento o favorecido :

perdas e danos com ou sem anulação do negócio

• Contudo, se a vítima previamente tomou conhecimento do artificio a ser

perpetrado. (VENOSA, 2012, p. 412).

• Dolo principal: é aquele determinante do negócio jurídico celebrado, isto é, a

vítima do engano não teria concluído o negócio ou o celebraria em condições

essencialmente diferentes, se não houvesse incidido o dolo do outro contratante. È

assim, porque o dolo é um vício de consentimento, e, como tal, necessita ser fator

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determinante do ato voluntário de quem foi a sua vítima. Gera a anulação do

negócio com efeitos ex nunc.

• Dolo acidental: é aquele em que as maquinações empreendidos não tem o poder

de alterar o consentimento da vítima, que de qualquer maneira teria celebrado o

negócio, apenas de maneira diversa, não gera a anulação do negócio, mas apenas a

satisfação em perdas e danos.

• Dolo de terceiro: ocorre quando o artifício ardil é pratica por uma terceira pessoa

que não integra a relação jurídica, gerando os seguintes efeitos.

I - se beneficiário da vantagem indevida tinha ciência do dolo ou tinha como saber,

trata-se de dolo que torna anulável o negócio;

II - porém, se o beneficiário não tinha conhecimento da existência do dolo praticado

pelo terceiro, de modo que o negócio é mantido válido e o terceiro provocador do dolo

responderá pelas perdas e danos causados ao lesado.

– O dolo de terceiro, para se constituir em motivo de anulabilidade, exige

a ciência de uma das partes contratantes (RT 485/55).

Ex: Caio, colecionador de vasos antigos, contrata os serviços de Ticio, profissional

especializado em intermediar a compra de objetos raros. Após alguns meses de busca

infrutífera, Ticio, atuando dolosamente e objetivando não perder a remuneração, promoveu

a negociação de um falso jarro da dinastia Ming (replica do original), entre Caio, tomador

de seus serviços, e Orfeu, proprietário do referido artefato. Note-se que Caio fora induzido

em erro pelo intermediário Ticio, pessoa em deposita sincera confiança.

Dessa situação podemos tirar as seguintes conclusões:

– 1. Se Orfeu tinha conhecimento da atuação maliciosa de Tício, caracterizando

verdadeiro conluio entre ambos, o negócio será anulado.

– 2. Se Orfeu não tinha conhecimento direto do dolo de Tício, mas poderia presumi-

lo, em face das circunstâncias, o negócio será anulado.

– 3. Se Orfeu não sabia, e nem tinha como presumir, em fase da boa-fé de Orfeu, o

negócio subsiste, respondendo Tício apenas pela perdas e danos devidas a Caio.

Observação: no dois primeiros itens Orfeu poderá ser civilmente

responsabilizado (perdas e danos), juntamente com Tício, a respeito da

manobra ardilosa, por não ter avisado a vítima (Caio).

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Dolo de Representante: pode ter origem numa representante legal ou

convencional. Assim, o representante é aquela pessoa (outorgante) que possui

capacidade negocial e, portanto, age em nome do representando. Assim, o

representante é o sujeito que emite uma declaração em nome do representando.

Exemplo: Dolo de representante convencional

Ex: Mario, contratou Nelson para representá-lo na aquisição de um quadro de Salvador

Dali. Após alguns meses de busca infrutífera, Nelson, atuando dolosamente e objetivando

não perder a remuneração, promoveu a negociação de um falso quadro de Salvador Dali

(replica do original), entre Mario, tomador de seus serviços, e Paulo, proprietário do

referido quadro. Note-se que Mario fora induzido em erro pelo intermediário Nelson,

pessoa em deposita sincera confiança.

Dolo de representante legal:

Ex: Um pai cujo filho é menor de 16 anos, ao celebrar contrato em nome do filho e agindo

dolosamente, ele responderá civilmente; ao passo que quando o representante convencional

celebrar contrato em nome do representado agindo dolosamente, este responderá

solidariamente com aquele, ficando obrigados a indenizar a parte prejudicada.

– Se o representante for legal, ouse já, importo pela lei, a sua declaração só

obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito

que teve.

– Se, porém a o representante for convencional, ou seja, escolhido pelo

representado, haverá responsabilidade solidária, em decorrência da culpa in

elegendo.

Dolo bônus e malus: o bonus não induz anulabilidade; é um comportamento

lícito e tolerado, consistente em reticências, exageros nas boas qualidades,

dissimulações de defeitos; é o artifício que não tem a finalidade de prejudicar; o

malus consiste no emprego de manobras astuciosas destinadas a prejudicar alguém;

é desse dolo que trata o Código Civil, erigindo-o em defeito do ato jurídico, idôneo

a provocar sua anulabilidade.

Dolo positivo ou negativo: os positivos, ou seja, afirmações falsas sobre a

qualidade da coisa; o negativo se constitui numa omissão dolosa ou reticente; dá-se

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quando uma das partes oculta alguma coisa que o co-contratante deveria saber e se

sabedor não realizaria o negócio; para o dolo negativo deve haver intenção de

induzir o outro contratante a praticar o negócio, silêncio sobre uma circunstância

ignorada pela outra parte, relação de causalidade entre a omissão intencional e a

declaração de vontade e ser a omissão de outro contratante e não de terceiro

(VENOSA, 2012, p. 410)

Dolo Bilateral ou recíproco: Se ambas as partes procederam com dolo, há

empate, igualdade na torpeza. A lei pune a conduta de ambas, não permitindo a

anulação do ato. "Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma

pode alegá-lo, para anular o negócio, ou reclamar indenização" Note que não se

compensam dolos. O que a lei faz é tratar com indiferença de ambas as partes que

foram maliciosas, punindo-as com a impossibilidade de anular o negócio, pois

ambos os partícipes agiram de má-fé.

4) Coação

Conceito: A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão de ordem moral,

psicológica, que se faz mediante ameaça de mal serio e grave, que poderá atingir o agente,

membro da família ou a pessoa a ele legada, ou, ainda, ao patrimônio, para que a pessoa

pratique determinado negócio jurídico.

Devemos salientar que no conceito de coação é importante distinguir a coação

absoluta, que tolhe totalmente à vontade, da coação relativa, que é vicio da vontade

propriamente falando.

Espécie:

• Na coação absoluta, coação física ou vis absoluta, não vontade, pois trata-se de

violência física que não concede escolha do coagido. Nesta espécie de violência

não permite ao coagido liberdade de escolha, pois passa a ser mero instrumento nas

mãos do coator. NEGÓCIO NULO

– Imagine a hipótese de um lutador de boxe pegar a mão de uma velhinha

analfabeta, à força, para apor a sua impressão digital m um instrumento de

contrato que ela não quer assinar.

• Na coação moral, coação relativa ou vis compulsiva acarretará a anulabilidade

do negócio jurídico. É aquela que incute na vítima um temor constante e capaz de

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perturbar seu espírito, fazendo com que ela manifeste seu consentimento de

maneira viciada. ANULÁVEL

– Ex. um sujeito é ameaçado de sofrer um mal físico se não assinar

determinado contrato. Embora se lhe reconheça a opção de celebrar ou não

o negócio, se o fizer não se poderá dizer que externou livremente a sua

vontade. Poderá, pois anular o contrato.

Requisito: De acordo com o art. 151, do CC “a coação para viciar a declaração de

vontade, há de ser tal inócua ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à

sua pessoa, à sua família, ou a seus bens”. No parágrafo único deste artigo também se

admite a coação quando dirigida a uma pessoa ligada ao declarante. Dai podemos extrair

três requisitos caracterizadores da coação: violência psicológica, declaração de vontade

viciada seja a causa do negócio e receio sério e fundado de dano grave à pessoa, a família

ou a pessoas próximas do coagido ou então a bens pertencentes a este.

I. Violência psicológica: esta deve ser injusta, pois se o autor da coação moral

acena com a possibilidade de exercer regularmente um direito, tal atitude não tem o

poder de configurar o vício de consentimento. Se a ordem jurídica reconhece o

legítimo e regular exercício de um direito, não se poderá considerar abusiva

a ameaça de seu exercício (ex: se o locatário, tornando-se inadimplente, não

poderá alegar haver sido coagido pelo fato de o locador tê-lo advertido de que se

não pagar os aluguéis em atraso recorrerá à justiça).

II. Declaração de vontade viciada seja a causa do negócio: a declaração, sob coação

moral, é um ato viciado de vontade. Está não se expressa espontaneamente, livre e

de acordo com a vontade real do declarante. Este declara o que não quer, mas por

se achar premido diante de uma alternativa que lhe parece grave. Ao fazer a

declaração, o agente opta pelo sacrifício que lhe parece menor.

III. Bem ameaçado: este deve ser relevante. Se ordem patrimonial logicamente, o

bem ameaçado pode ser valor superior ao do negócio feito. Se o alvo da ameaça

for a pessoa do declarante ou algum membro de sua família ou, ainda, individuo de

sua ligação.

• Coação por terceiro: A coação por terceiro pode levar a anulação do negócio,

desde que o declarante tivesse ou devesse dela tomar conhecimento.

Quer dizer, se o declarante não tomou ciência da violência moral, nem dela devia

conhecer o negócio jurídico não será anulado. É o que dispõe o art. 154, do CC “vicia o

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negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento

a parte que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos”.

Assim, só se admite a nulidade relativa do negócio se o beneficiário soube ou devesse

saber da coação, respondendo solidariamente com o terceiro pelas perdas e danos. Se a

parte coagida de nada sabia, subsiste o negócio jurídico, respondendo o autor da coação

por todas as perdas e danos que houver causado ao coagido, conforme preceitua o art. 155,

do CC.

– (ex: Quando O sujeito “A” ameaça o sujeito “B” para que este celebre o

negócio jurídico com ”D”).

Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc.

Distinção entre as espécies de defeitos a) Erro X dolo:

– No erro o engano é espontâneo e deriva de um equívoco da própria vítima,

sem que a outra parte tenha concorrido para isto; a vítima se engana

sozinha.

– O dolo o engano é provocado; é intencionalmente provocado na vítima

pelo autor do dolo ou terceiro; a vítima se equivoca, mas ilaqueada por

alguém. b) Dolo X Coação:

– No dolo é causa exclusivamente incidente ma inteligência da vítima.

– Já a coação age sobre a liberdade, tendo influência maior na elaboração da

vontade (é de maior gravidade que o dolo).

AULA 07

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

A vontade é a mola propulsora dos atos e dos negócios jurídicos. Essa vontade

deve ser manifesta ou declarada de forma idônea para que o ato tenha vida normal na

atividade jurídica e no universo negocial. Se essa vontade não corresponder ao desejo do

agente, o negócio jurídico torna-se susceptível de nulidade ou anulabilidade.

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Estado de Perigo

• Conceito: Configura o estado de perigo quando alguém premido ela forte

necessidade de livrar-se de grave dano à pessoa, realiza negócio jurídico com

outrem, sabedor dessa necessidade, em condições excessivamente onerosas. O

agente pratica o negócio fortemente influenciado pelas circunstâncias que lhe são

adversas. Embora a figura em exame não se confunde com o vício de coação, o

declarante expressa a sua vontade sob efeito de forte pressão psicológica. No

entanto, no estado de perigo, diferentemente do que ocorre com a coação, o

beneficiário não empregou violência psicológica ou ameaça para que o declarante

assumisse a obrigação excessivamente onerosa. O perigo de não se salvar-se, não

causado pelo favorecido, embora de seu conhecimento, é que determinou a

celebração do negócio jurídico prejudicado.

• Requisitos: à vista do disposto do art. 156, do CC, são elementos ou requisitos

essenciais à caracterização deste vício do consentimento.

a) Perigo de dano grave e atual: o defeito em questão pressupõe o

estado de perigo que se revela quando o agente, membro de sua família ou

pessoa de sua ligação, necessita de salvar-se de grave dano, que pode ser

atual ou iminente (ex: Ocorre quando alguém para se livrar de forte dor de

dente e por falta de opção aceita as condições excessivamente onerosa do

cirurgião dentista ou, então, uma pessoa almejando salvar seu filho de

doença que necessita de cirurgia urgente promete um milhão de reais ao

médico e este aceita sabendo da situação emocional em se encontra o pai).

b) Obrigação excessivamente onerosa: o negócio jurídico há de ser

firmado em condições acentuadamente desvantajosas para o agente e

apenas justificáveis diante de sua preeminente necessidade. As condições

hão de ter sido impostas pelo declarante e de forma abusiva, visando tirar

proveito da situação do declarante. AS hipóteses serão outras se as

condições impostas pelo declaratário não decorreram da necessidade

urgente da parte onerosa. Sendo, assim, a obrigação assumida por aquele e

que se encontra em estado de perigo é de dar ou de fazer e a obrigação do

outro (contra prestação) será de fazer.

c) Perigo deve ter sido a causa do negócio: Se não houvesse o

perigo o não teria sido realizado.

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d) Que a parte contrária tenha ciência da situação de perigo e

dela se aproveita: O dano possível pode ser físico e moral, ou seja, dizer

respeito a integridade À física do agente, à sua honra e a sua liberdade.

Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc.

Segundo o Enunciado nº. 148, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior

Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 156: Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por

analogia, o disposto no § 2º do art. 157”. Isto significa dizer que o negócio jurídico que foi

celebrado em estado de perigo pode sofre a convalidação se houver suplemento suficiente

ou se houver redução do proveito alcançado pela parte favorecida.

Distinção entre Estado de perigo e Coação: No estado de perigo, não ocorre o

constrangimento para a prática de um negócio, tal como se dá na coação. Assim, a lesão

diferencia-se do estado de perigo porque a causa que originou o negócio é de natureza

patrimonial.

Lesão

• Conceito: É vício do negócio jurídico que se caracteriza pela obtenção de um lucro

exagerado por se valer uma das partes da inexperiência ou necessidade econômica

da outra. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob preeminente necessidade, ou

inexperiência, se obriga à prestação manifestamente desproporcional ao valor da

prestação oposta, sendo que a avaliação dessa desproporção será feita segundo os

valores vigentes ao tempo em que foi celebrado.

• Requisitos:

a) Requisito subjetivo: Deve haver uma deficiência, desequilíbrio psicológico de uma

das partes proveniente de inexperiência para o negócio ou de sua premente necessidade

econômica.

b) Requisito Objetivo: É a manifesta desproporção ente as prestações. Consiste em

ofensa à comutatividade dos contratos, pois não há equivalência entre prestações, uma

das partes irá experimentar um empobrecimento desproporcional (ex: venda de imóvel

por quantia 50% inferior ao valor de mercado para poder quitar dívida com instituição

financeira. A desproporção entre as prestações deve ser verificada de acordo com os

valores vigentes à época do negócio.

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O vício é concomitante à formação do contrato, pois se for superveniente À celebração

do contrato estaremos perante a teoria do hardship (teoria imprevisão) através da qual se

procura manter o equilíbrio econômico e financeiro do negócio (art. 478, do CC).

Segundo o Enunciado nº. 150, do III Jornada de Direito Civil realizada no Superior

Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157: A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil

não exige dolo de aproveitamento”.

Efeito: Diante das normas prevista no Código Civil se o negócio jurídico estiver viciado

com a lesão será, em regra, anulável, ou seja, terá a sua nulidade relativa declarada com

efeito ex nunc (art. 171, II). Porém o parágrafo 2º do art. 157 estabelece que “não se

decretará a anulação do negócio, se foi oferecido suplemento suficiente, ou se a parte

favorecida concordar coma redução do proveito”.

Segundo o Enunciado nº. 149, do III Jornada de Direito Civil realizada no

Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157: Em atenção ao princípio da

conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à

revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar

os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.”

Segundo o Enunciado nº. 290, do IV Jornada de Direito Civil realizada no

Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157. A lesão acarretará a anulação do

negócio jurídico quando verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as

prestações assumidas pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a

inexperiência do lesado”

Segundo o Enunciado nº. 291, do IV Jornada de Direito Civil realizada no

Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 157. Nas hipóteses de lesão previstas no art.

157 do Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio

jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio

da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço.”

Segundo o Enunciado nº. 292, do IV Jornada de Direito Civil realizada no

Superior Tribunal de Justiça afirma que o “Art. 158. Para os efeitos do art. 158, § 2º, a

anterioridade do crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, independentemente

de seu reconhecimento por decisão judicial.”

Fraude Contra credores: A fraude contra credores é um vício social.

Conceito: É a prática de qualquer negócio jurídico pelo devedor insolvente ou na

iminência de o ser, que importe em diminuição de seu patrimônio, coma finalidade

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de frustrar o direito de seus credores ou represente violação da igualdade dos

credores quirografários.

• Requisito: A existência de divida antes da prática do ato negocial, mesmo que

ainda não vencidas.

Nesse caso é objetivo e subjetivo.

Assim, por exemplo, se novo credor (fornecedor), em conluio fraudulento com o

devedor (consilium fraudis), emitir nota fiscal de, por exemplo, R$100 mil e, na verdade,

entregar apenas o equivalente a R$30 mil. Obviamente que a diferença (R$70 mil)

constituir-seá desvio em prejuízo dos demais credores quirografários.

a) Requisitos objetivos ou eventus damini: é o prejuízo que causa aos

credores. Não é o simples fato de ser devedor, capaz de congelar o patrimônio do

mesmo. O que a lei exige é que o devedor seja insolvente, ou seja, que seu passivo

supere o seu ativo de modo que qualquer disposição patrimonial que venha fazer

ponha em risco os créditos de seus credores.

b) Requisitos subjetivos, concilum fraudis ou scientia fraudes: é exigido

que o adquirente esteja de má-fé ou que tenha ciência da intenção do devedor de

prejudicar seus credores. Esse requisito subjetivo é dispensado dos negócios

jurídicos gratuitos e de remição de dívidas, casos em que o terceiros mesmo de boa-

fé pode perder o bem ou ficar sem validade a remição. Nos demais casos a má-fé

será presumida quando a insolvência for notória como nos casos de certidões

negativas positivas de inexecução de títulos protestados, ou quando houver motivos

para que lê a conheça como em havendo relação de parentesco ou houver

comprado bem a preço vil.

• Hipóteses legais: Diversas são as hipóteses de configuração do vício ora

mencionado, podendo apontar como denominador comum a proteção ao credor

face de atos negociais do devedor comprometedores de seu patrimônio e capazes

de inviabilizarem a satisfação do crédito.

a) atos de doação e remissão de dívidas. Tais atos são anuláveis desde que o

benfeitor, ao praticá-los, já esteja ou fique em estado de insolvência. Este se

caracteriza quando o passivo se torna superior ao ativo. Para a configuração do

vicio não é necessário qualquer elemento subjetivo, uma vez que os atos de

benemerência podem ter sido praticados pelo devedor até com desconhecimento

dos riscos criados para os credores.

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b) Garantia Real. Constituição de garantia pelo devedor insolvente em favor de

determinado credor (art. 163, do CC).

c) Pagamento antecipado de dívida. Se algum credor quirografário receber o seu

credito do devedor insolvente antes do vencimento será obrigado a reverter em

proveito do acervo de bens a ser partilhado no concurso de credores (art. 162, do

CC).

d) d) Disposições de bens em atos onerosos. Encontrando-se o devedor em estado

de insolvência e sendo está notória ou susceptível de conhecimento por parte de

quem com ele venha a praticar o negócio jurídico oneroso, este pode ser anulado

por iniciativa de seus credores quirografários.

Ação Pauliana ou Revocatória: A ação anulatória de atos praticados em fraude

contra credores é denominada revocatória, também chamada de ação pauliana. O

prazo para ajuizamento da ação é de quatro anos e é decadencial., contado a partir

da data de realização do negócio jurídico que se pretende anular. O litisconsórcio

na ação pauliana é obrigatório

Só estão legitimados a ajuizá-la (legitimação ativa) os credores quirografários e que já

o eram ao tempo da alienação fraudulenta. (...) Os credores com garantia real não podem

ajuizála porque já existe um bem determinado, especialmente afetado à solução da dívida,

salvo se a garantia se tornar insuficientes a garantia. Cumpre-nos lembrar que, no caso dos

credores preferenciais, uma vez verificada a insuficiência do bem dado em garantia para a

satisfação do crédito, podem demandar através da ação pauliana.

No que tange a legitimação passiva (art. 109 do CC.) é certo que a ação deve ser

intentada não só contra o devedor como também contra aquele que com ele celebrou a

estipulação fraudatária, bem como contra terceiros adquirentes que tenham agido de má fé.

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Ação Pauliana ou Revocatória:

Os requisitos para a propositura da ação pauliana:

a) a anterioridade do crédito;

b) o consilium fraudis (má fé) e

c) o eventus damni (insolvência do devedor).

• Não obstante, sustentam alguns doutrinadores que a propositura da ação pauliana

dispensa a intenção precisa e determinada de prejudicar (má-fé), bastando a

consciência da insolvência para a caracterização da fraude.

O Enunciado nº. 151, do II Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de

Justiça afirma que o “Art. 158: O ajuizamento da ação pauliana pelo credor com garantia

real (art. 158, § 1o) prescinde de prévio reconhecimento judicial da insuficiência da garantia.

Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc.

Não se pode confundir a fraude aos credores com fraude à execução.

Posto que essa última, é instituto do direito processual, pressupõe a emanda em

andamento e devedor devidamente citado, também por ter requisitos o eventual consilium

fraudis e o prejuízo do credor.

A fraude à execução independe de ação revocatória e, apenas é aproveitada pelo

credor exeqüente. E, por fim, acarreta a nulidade absoluta onde a má fé é presumida. Ao

passo que a fraude aos credores acarreta a nulidade relativa do negócio jurídico e, é

aproveitada indistintamente por todos credores.

Apesar da controvérsia, prevaleceu no STJ o entendimento que não é possível a

discussão de fraude aos credores em sede de embargos de terceiro, sendo necessário,

portanto, o ajuizamento da competente ação pauliana (Súmula 195 do STJ de 1997).

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49

Simulação

• Não obstante o Código Civil ter retirado o vicio da simulação do capitulo afeto aos

defeitos dos negócios jurídicos, transportando-o para o da invalidade, o seu estudo

se faz mais adequado nessa oportunidade, pois na verdade não se tem dúvida de

que a simulação é um vicio social.

• Conceito:

É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do

efetivamente desejado. Negócio jurídico simulado, assim, é o que tem aparência contrária à

realidade. A simulação é o produto de um conluio entre contratantes, para lesar terceiro ou

obter efeito diferente que a lei estabelece, ou ainda, a simulação pode ser real, onde não há

efetivamente o conluio entre as partes, mas o tempo, demonstram que uma realidade fática,

que foi o sustentáculo do negócio jurídico nunca se concretizou (ex. adoção efetuada em

juízo, mas que nunca se concretizou de maneira factual, pois o adotado e adotante nunca

mantiveram uma relação familiar, ou seja, não há relação de affectio familiares).

• Classificação: No direito civil a simulação pode ser classificada como absoluta ou

relativa (objetiva ou subjetiva).

a) Absoluta: é uma situação jurídica irreal e lesiva a direito de terceiro, formada por

ato jurídico perfeito, porém ineficaz. Por exemplo, o sujeito que simula com outro a

locação de um bem, sem que de fato o contrato exista; da pessoa que emite títulos de

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crédito em seu desfavor para demonstrar à determinado credor que existem outras dívidas a

serem pagas. Nulo, devendo ser anulado todo o ato.

b) Relativa: É uma declaração de vontade ou confissão falsa, com o objetivo de

encobrir ato de natureza diversa. As partes pretendem atingir efeitos jurídicos concretos,

embora vedados por lei. Assim, existem dois atos distintos: um rela, que efetivamente se

pretende praticar e outro simulado, cujas características servirão única e exclusivamente

para iludir. Podendo esta simulação ser dividida em objetiva ou subjetiva conforme o ato

praticado.

• b.1) objetiva: Quando a simulação diz respeito à natureza do negócio jurídico, a

seu objeto ou algumas características. No caso, por exemplo, do sujeito que

realiza uma doação, simulando uma compra e venda; vende um bem simulando a

venda de outro; faz constar cláusulas não verdadeiras, tais como o preço mais baixo,

com objetivo de burlar o fisco, menciona datas diferentes ou realiza outras

mudanças, tudo para lesar terceiro.

• b.2) Subjetiva: Verifica-se quando a pessoa declarada no negócio não é real

parte ou beneficiaria do mesmo. Trata-se do que a doutrina chama de interposta

pessoa. É o caso, por exemplo, do sujeito que desejando fazer uma doação à sua

amante, transfere o bem a uma amigo que, por sua vez, o transmite à real

destinatária da liberalidade, com o objetivo de fugir da aplicação do 550, do CC.

Hipóteses: o art. 167, do CC traz três modalidades de simulação, que subsistirá o que se

simulou, se válido for na forma ou substancia.:

• a) simulação por interposta pessoa (relativa subjetiva): para a realização de fins

ilegais é comum o agente valer-se de conluio com outra pessoa, utilizando o

negócio jurídico simulado.

b) simulação por declaração não verdadeira (relativa objetiva): Tal modalidade pode

dizer À própria natureza do contrato ou apenas a alguns de seus itens.

• c) simulação por data fictícia (relativa objetiva): visando fraudar a lei ou terceiro a

aposição de data em documento particular, seja ante-datado ou pos-datando.

Terceiros de Boa-fé: com a nulidade do negócio jurídico celebrado por simulação, a lei

visa coibir que a fraude prevaleça e que terceiros de boa-fé sejam prejudicados pela

manobra ilícita. Assim, declarada a nulidade do ato negocial à situação jurídica deve

retornar ao status quo ante.

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Legitimidade Ativa: O artigo 168 estabelece que qualquer interessado e o Ministério

Público podem alegar a nulidade do negócio jurídico, devendo mesmo o juiz pronunciá-la

ex officio, ainda que contra o requerimento das partes.

• Efeitos: Nulo ou nulidade absoluta com efeitos ex tunc.

• Estabelece o art. 167, CC "é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que

se dissimulou se válido for à substância e à forma".

• Nota-se do preceito do Código Civil que os efeitos do negócio jurídico simulado

variam conforme o tipo de simulação em análise.

Na simulação absoluta, considerava a doutrina tratar-se de negócio jurídico Nulo. A

afirmação parece procedente em relação ao Código Civil, que vislumbra no parágrafo 2º do

artigo 167 que são ressalvados "os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes

do negócio jurídico simulado".

Na simulação relativa o negócio jurídico não é causa de nulidade se a simulação for

inocente, ou seja, se o negócio aparente não tiver sido realizado para ocultar uma relação

jurídica que causaria prejuízos a terceiros ou contrariaria imperativo legal, não sendo

considerado nulo, por não trazer prejuízo a ninguém.

• Pela disposição do artigo 167 do CC, não se considera a relação jurídica aparente,

que as partes quiseram transparecer à coletividade, mas subsistiria a relação jurídica

dissimulada desde que esta fosse inocente, ou seja, "válida na substância e na

forma". Distinção entre as espécies de defeitos

• a) Erro X dolo: no erro o engano é espontâneo e deriva de um equivoco da

própria vítima, sem que a outra parte tenha concorrido para isto; a vítima se engana

sozinha. O dolo o engano é provocado; é intencionalmente provocado na vítima

pelo autor do dolo ou terceiro; a vitima se equivoca, mas ilaqueada por alguém.

• b) Dolo X Coação: no dolo é causa exclusivamente incidente ma inteligência da

vítima. Já a coação age sobre a liberdade, tendo influência maior na elaboração da

vontade (é de maior gravidade que o dolo).

• c) Estado de Perigo X Lesão: Na lesão ocorre o quando não há estado de perigo,

proveniente de uma necessidade de salvar-se, além do que, a lesão exige prestações

recíprocas desproporcionais, diferentemente do estado de perigo, em que a

prestação pode ser apenas unilateral. Assim, resumidamente podemos diferenciar

lesão do estado de perigo porque a causa que originou o negócio é de natureza

patrimonial.

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d) Lesão X Dolo: no dolo, há intenção à pratica de ato lesivo; já na lesão não ocorre

tal indução, mas o contratante apenas tira proveito da situação.

• e) Coação X Estado de Perigo: no estado de perigo, não ocorre o

constrangimento para a prática de um ato como se dá na coação.

• f) Dolo X fraude contra credores: em ambos tem-se o emprego de manobras

insidiosas e desleais. No dolo essas manobras conduzem a própria pessoa que delas

é vitima a concorrer para formação do ato, geralmente antecedente a pratica do ato,

ou no máximo, é comitante a ela (não há dolo posterior). Já a fraude contra

credores se consuma sem a intervenção pessoal do prejudicado; é sempre

subsequente aos atos de onde se originam os direitos das pessoas prejudicadas.

AULA 08

Invalidade do Negócio Jurídico

A expressão “invalidade” abrange a nulidade e a anulabilidade do negócio jurídico.

Empregada para designar o negócio jurídico que não produz os efeitos desejados pelas

partes, o qual pode ser classificado pela forma retro mencionada conforme o grau de

imperfeição verificado.

• O negócio Inexistente: é falta de algum elemento estrutural do negócio jurídico,

como

p. ex. quando não houver manifestação ou declaração de vontade.

• O negócio nulo (nulidade absoluta) é negócio jurídico praticado com ofensa a

preceitos de ordem pública, é a falta de elemento substancial ao ato jurídico (art.

166 e 167, do CC). O negócio anulável (nulidade relativa) é o negócio jurídico que

ofende o interesse particular de pessoa que o legislador buscou proteger. O negócio

anulável pode se tornar válido se suprida a deficiência (art. 171, do CC).

• Refira-se que Carlos Alberto da Mota Pinto (PINTO, Carlos Alberto da Mota.

Teoria Geral do Direito Civil. Coimbra, Almedina, 2005, p. 325), definia ineficácia em

sentido amplo como tendo lugar "sempre que um negócio não produz, por

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impedimento decorrente do ordenamento jurídico, no todo ou em parte, os efeitos

que tenderia a produzir, segundo o teor das declarações respectivas".

Significa dizer que o negócio jurídico foi celebrado, está valido, mas a sua eficácia está

pendente a um termo, condição ou encargo, se este verificar estaremos perante um negócio

jurídico existente valido e eficaz, mas se não se verificar teremos apenas a existência e

validade do negócio, mas não teremos alcançado a sua eficácia.

Classificação

• A) Nulidade Absoluta (nulo) Em sentido amplo a nulidade é conceituada pela

doutrina como sendo a sanção imposta pela lei que determina a privação dos efeitos

jurídicos do ato negocial, praticado em desobediência ao que ela prescreve. Na

nulidade absoluta o negócio jurídico não produz efeitos pela ausência dos requisitos

para o seu plano de validade (art.104, do CC).

– O Código Civil prevê as hipóteses de nulidade absoluta. Art. 166 e 167.

• Efeitos: Os Efeitos da nulidade absoluta: quando há nulidade absoluta, deve ser

proposta uma ação declaratória de nulidade que segue em regra geral, o rito

ordinário. Essa ação diante de sua natureza predominantemente declaratória é

imprescritível.

As nulidades absolutas por envolver ordem pública, podem ser alegadas por

qualquer interessado ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

Também por envolver interesse de todos as nulidades absoluta devem ser

pronunciadas pelo juiz quando conhecer do negócio jurídico ou de seus efeitos (art.

168, do CC).

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• B) Nulidade relativa (anulabilidade) . Envolve preceitos de ordem privada, de

interesse das partes, o que altera totalmente o seu tratamento legal, se confrontada

com a nulidade absoluta.

As hipóteses de nulidade relativa estão descritas no art. 171, do CC:

– Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o

negócio jurídico:

– I - por incapacidade relativa do agente;

– II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou

fraude contra credores.

Nos casos de anulabilidade, o seu reconhecimento deverá ser preiteado por meio da

denominada ação anulatória, que também segue o rito ordinário, em geral. Tal ação tem

natureza desconstitutiva, razão pela qual deve ser aplicado os prazos decadenciais, previstos

nos artigos 178 a 179, do CC.

Por este mesmo dispositivo, verifica-se que nulidade absoluta não pode ser suprida, pelo

magistrado mesmo a pedido da parte interessada.

O art. 169 prevê que “O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação,

nem convalesce pelo decurso do tempo”.

Inovação importante, pois o CC no at. 170 permite a conversão do negócio

jurídico em outro de natureza diferente.

Uma vez confirmado o negocio jurídico, essa é irrevogável, extinguindo-se todas as

ações e exceções de que contra ele dispusesse o devedor. Não caberá mais, portanto,

qualquer requerimento posterior de anulabilidade do negocio anterior.

Assim, se o sujeito celebrar contrato de compra e venda de imóvel acima de 30

salários mínimos por instrumento particular este será convertido em promessa de compra e

venda no qual é perimido a forma particular de instrumento.

• De acordo com o art. 172, do CC, o negócio jurídico anulável pode ser confirmado

pelas partes, salvo direitos de terceiros. Trata-se da convalidação livre da

anulabilidade, a qual pode ser feita até por meio tácito.

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Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio

jurídico, contado:

• I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

• II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em

que se realizou o negócio jurídico;

• III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para

pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos

termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que

contra ele dispusesse o devedor.

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será

validado se este a der posteriormente.

Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado

se este der posteriormente. Esse artigo constitui uma novidade e faz com que o negócio

jurídico celebrado por menor púbere sem autorização do pai ou do tutor , seja validado se

autorização ocorrer posteriormente.

Também quando menor púbere (16 anos a 18anos incompletos) não pode o mesmo

valerse da própria torpeza, beneficiando-se de ato malicioso. Não pode, portanto, para

eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido

pela outra parte, ou se no ato de celebração, declarou maior. O negocio jurídico reputa-se

válido e gera efeitos, afastando qualquer anulabilidade (art. 180, do CC).

Completando este dispositivo prevê o art. 181 que, “Art. 181. Ninguém pode reclamar

o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em

proveito dele a importância paga”. Diante da vedação do enriquecimento sem causa,

reconhece-se a possibilidade da pessoa reaver o dinheiro pago, se provar que o menor dele

se beneficiou.

Finalizando podemos fazer um quadro comparativo entre a nulidade absoluta

(nulidade) e nulidade relativa (anulabilidade).

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AULA 09

Prescrição e Decadência

O tempo em si não pode ser um fato jurídico, porque é de outra dimensão. Mas o

seu transcurso integra com muita frequência o suporte fático.

Segundo o novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1986, p. 1660) o tempo é

“a sucessão dos anos, dos dias, das horas, etc., que envolve, para o homem, a noção de

presente, passado e futuro: o curso do tempo; é um meio contínuo e indefinido no qual os

acontecimentos parecem suceder-se em momentos irreversíveis”.

De Plácido e Silva (2006: 1371) demonstra que o termo “tempo” na linguagem

jurídica exprime em princípio, “duração, percurso, período, ou prazo, em que as coisas se

cumprem, ou ainda o momento, a oportunidade, ou a época, em que as coisas e os fatos se

registram”.

O tempo é um ato-fato jurídico, pois o decurso de certo lapso temporal no

exercício de determinadas faculdades jurídicas pode ser fato gerador da aquisição de

direitos (usucapião), pode modificar uma situação jurídica (aquisição da maioridade),

extinção do direito (decadência e prescrição).

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Não iremos estudar nesse momento a aquisição de direitos, pois segundo a doutrina

dominante não se trata de prescrição e nem decadência e sim outros institutos como a

usucapião.

A topologia da decadência e da prescrição: Distinções entre os institutos

A perempção é absolvição da instância, ou seja, retira-se qualquer efeito prejudicial

ao interesse do beneficiado por tal fato. Assim, perempção é o modo de extinção da relação

jurídica, em virtude de abandono da causa, ou inatividade do autor durante certo lapso

temporal, ou ainda por inércia da petição inicial, repetida e indeferida por três vezes.

A preclusão é a extinção do efeito jurídico que possibilita o avanço do processo e

impede o retrocesso de questionamentos já superados pela falta de controvérsia ou por

decisão judicial que não mais se sujeita a recurso. A preclusão gera a perda de uma

faculdade ou ônus processual e sempre ocorre incidentalmente no processo e se refere à

prática de determinado ato.

A distinção entre prescrição e decadência é uma das questões mais controvertidas

da dogmática jurídica. Mas é certo que o Código Civil optou por uma solução de ordem

prática, enumerando taxativamente as hipóteses de prescrição e determinando que a fixação

de prazo para exercício de direito, quando a norma legal não explicitar sua natureza

(decadencial ou prescritivo), será decadencial (LÔBO, 2010:345).

Uma distinção material:

• A prescrição decorrer da perda da pretensão decorrente de direitos prestacionais,

pode ser renunciado. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr

contra o seu sucessor.

• A decadência faz desaparecer o direito potestativo, não admite renuncia na legal,

no caso da convencional pode ser renunciado.

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Diferenças entre Prescrição e Decadência

A doutrina e jurisprudência pátrias adotaram inúmeros métodos para diferenciar os

institutos da prescrição e da decadência, já que ambos envolvem efeitos do decurso do

tempo nas relações jurídicas, sendo muitas vezes confundidos.

O Código Civil de 1916, ao tratar em setor específico exclusivamente o tema da

prescrição, contribuiu para a nebulosidade que acostumou acompanhar o tema, posto que

em muitos dos casos previstos no art. 178, não se tratava de prescrição, mas sim de

decadência.

A seguir serão vistas as principais diferenças entre ambos os institutos jurídicos.

1º - A decadência começa a correr, como prazo extintivo, desde o momento em que o

direito nasce. Enquanto a prescrição não tem seu início com o nascimento do direito, mas a

partir de sua violação, porque é nesse momento que nasce a ação contra a qual se volta a

prescrição.

• 2º - Diversa é a natureza do direito que se extingue, pois a decadência supõe um

direito que, embora nascido, não se efetivou por falta de exercício, ao passo que a

prescrição supõe um direito nascido e efetivo, mas que pereceu por ausência de

proteção pela ação, contra a violação sofrida.

• 3º - A decadência, como regra geral, não é suspensa nem interrompida e só é

impedida pelo exercício do direito a ela sujeito. A prescrição pode ser suspensa ou

interrompida pelas causas expressamente colocadas em lei.

• 4º - A decadência pode ser fixada pela lei ou pela vontade das partes bilateralmente

ou unilateralmente. Enquanto a prescrição só se estabelece por lei.

• 5º - A decadência legal pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e independe da

argüição do interessado. Porém a prescrição poderá ser reconhecida de ofício

apenas nos casos de interesses de absolutamente incapazes, conforme art. 194 do

Código Civil de 2002.

• 6º - A prescrição admite renúncia depois de consumada, não sendo admitida antes

ou no curso do prazo, porque é instituto de ordem pública, decorrente da lei, a

decadência legal não pode ser renunciada.

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• 7º - A decadência opera contra todos, salvo contra absolutamente incapazes, ex vi

art. 208 do Código Civil de 2002, enquanto que a prescrição não opera para

determinadas pessoas elencadas pelo art. 198 do Código Civil de 2002.

O Código Civil de 2002 foi mais prático, ao determinar serem os prazos de prescrição,

apenas e exclusivamente, os taxativamente discriminados na Parte Geral, nos arts. 205

(regra geral, prazo de 10 anos) e 206 (regras especiais), sendo de decadência todos os

demais, estabelecidos como complemento de cada artigo que rege a matéria, tanto na Parte

Geral como na Especial. Essa foi uma das principais inovações trazidas pelo Código Civil

em vigor.

Enfim, para evitar a discussão sobre se a ação prescreve ou não, adotou-se a tese da

prescrição da pretensão, por ser considerada a mais condizente com o direito processual

contemporâneo, afastando a possibilidade de envolver o direito subjetivo público abstrato

de ação.

Prescrição

Espécies:

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• Extintiva - Como o próprio nome indica, faz desaparecer direitos. É a prescrição

propriamente dita, tratada no novo Código Civil, na parte geral, aplicada a todos os

direitos.

• Intercorrente - É a prescrição extintiva que ocorre no decurso do processo, ou

seja, já tendo o autor provocado a tutela jurisdicional por meio da ação.

Obviamente, se autor utiliza a ação para fugir à prescrição e, já sendo processada

essa ação, o processo ficar paralisado, sem justa causa, pelo tempo prescricional,

caracterizada está a desídia do autor, a justificar a incidência da prescrição.

• Aquisitiva - Corresponde ao usucapião, previsto no Código Civil, na parte relativa

ao direito das coisas, mais precisamente no tocante aos modos originários de

aquisição do direito de propriedade. Está prevista também nos arts. 183 e 191 da

Constituição Federal de 1988, continuando restrita a direitos reais. Nessa espécie,

além do tempo e da inércia ou desinteresse do dono anterior, é necessária a posse

do novo dono.

• Ordinária - Aquela cujo prazo é genericamente previsto em lei. No Código Civil

de 2002 o prazo genérico encontra-se previsto no art. 205, que confirmou a

tendência de diminuição do prazo prescricional (de 20, 15 ou 10 anos para 10 anos),

além de acabar com o tratamento diferenciado entre ações pessoais e ações reais.

• Especial -- Os prazos prescricionais são pontualmente previstos. O Código Civil

de 2002 disciplina a prescrição especial no art. 206, merecendo destaque o prazo

prescricional de três anos (§ 3°) relativo à pretensão de ressarcimento de

enriquecimento sem causa (inciso IV) e à pretensão de reparação civil (inciso V).

Impedimento, Suspensão e Interrupção

As causas que impedem ou suspendem estão apontadas nos arts. 197 a 201 e as que

interrompem nos arts. 202 a 204, todos do Código Civil de 2002. E aplicam-se tanto à

prescrição extintiva, quanto à aquisitiva. Discute-se se estes prazos são taxativos ou

enunciativos. A maioria entende serem enunciativos, pois a força maior, o caso fortuito e a

negligência judicial não podem interferir prejudicando o direito de outrem, tais como o

preso por inundação que não propõe a ação a contento, a desídia do escrivão.

Impedimento e Suspensão

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Ambos fazem cessar, temporariamente, o curso da prescrição. Uma vez

desaparecida a causa de impedimento ou da suspensão, a prescrição retoma seu curso

normal, computado o tempo anteriormente decorrido, se este existiu.

O estatuto civil não faz distinção entre impedimento e suspensão , que é feita

pela doutrina. Ou preexiste ao vencimento da obrigação o obstáculo ao início do curso

prescricional, e o caso será de impedimento, ou se esse obstáculo surge após o vencimento

da obrigação e durante a fluência do prazo, ocorrendo nessa hipótese a suspensão da

prescrição.

Segundo o art. 197 do Código Civil de 2002, não corre a prescrição entre cônjuges

na constância da sociedade conjugal; entre ascendentes e descendentes, durante o poder

familiar; entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou

curatela. Estão presentes a confiança e a amizade.

Não corre a prescrição, ainda, contra todos na condição suspensiva, estando o prazo ainda

vencido, pendendo evicção, conforme o art. 199 do Código Civil de 2002.

Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição

Art. 197. Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante

a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos

Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:

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I - pendendo condição suspensiva;

II - não estando vencido o prazo;

III - pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal,

não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só

aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Interrupção

Em relação à interrupção da prescrição, que se dará apenas uma única vez, de

acordo com o art. 202 do Código Civil de 2002, quando houver qualquer comportamento

ativo do credor, destacando-se que a citação válida interrompe a prescrição, não mais se

considerando interrompida a partir da propositura da ação, mas sim retroagindo ao

despacho do juiz que ordenar a citação.

Tal modificação acabou com a alegação de prescrição intercorrente quando na

demora da citação quando a própria parte não dera causa. Portanto agora, o simples

despacho, ou como muitos entendem à luz do art. 219, § 1º do Código de Processo Civil, a

distribuição protocolar, é suficiente para interromper a prescrição.

Agora, se o juiz demora a despachar a inicial e operara-se a prescrição, não poderá ser

alegada, conforme súmula 106 do STJ. Proposta a ação no prazo fixado para o seu

exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não

justifica o acolhimento da argüição de prescrição ou decadência.

A opção do art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 2002, quando possível,

será verificada em favor do devedor.

Das Causas que Interrompem a Prescrição

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63

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez,

dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o

interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em

concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe

reconhecimento do direito pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato

que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros;

semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro,

não prejudica aos demais coobrigados.

§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim

como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e

seus herdeiros.

§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não

prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de

obrigações e direitos indivisíveis.

§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Alegação

A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem

aproveita, conforme dispõe o art. 193 do Código Civil de 2002. Logo, poderá ser argüida

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em qualquer fase, na segunda ou primeira instância, mesmo que não levantada na

contestação. Porém, se não alegar de imediato, ao réu não caberá honorários advocatícios

em seu favor,ex vi art. 22 do Código de Processo Civil.

A regra geral comporta exceções. Na fase de liquidação da sentença é

inadmissível a alegação de prescrição, que deve ser objeto de deliberação se argüida na fase

cognitiva do processo. A prevista no art. 741, inciso VI, do Código de Processo Civil, que

pode ser alegada mesmo na fase de execução, é a prescrição superveniente à sentença.

Tampouco é admissível a alegação em sede de recurso especial ou extraordinário, ou em

ação rescisória, se não foi suscitada na instância ordinária por total falta de

prequestionamento.

A prescrição só poderá era arguida pelas partes, exceto se for reconhecida no

interesse de absolutamente incapazes, quando poderá fazê-lo o juiz, de ofício. O

ministério público, em nome do incapaz ou dos interesses que tutela, e o curador da lide,

em favor do curatelado, ou o curador especial, também poderão invocar a prescrição.

Entretanto o ministério público não poderá argüi-la, em se tratando de interesse

patrimonial, quando atuar como fiscal da lei;

Disposições legais:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado

prazo menor.

Art. 206. Prescreve:

§ 1o Em um ano:

2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data

em que se vencerem.

§ 3o Em três anos:

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da

aprovação das contas.

§ 5o Em cinco anos:

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I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento

público ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,

curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão

dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em

juízo.

Decadência

• Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as

normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.

• Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

• Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

• Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por

lei.

• Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la

em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

Prazos Decadências:

• Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de

interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de

quem com aquele tratou.

• Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da

cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista

neste artigo.

• Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do

negócio jurídico, contado:

• I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

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• II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em

que se realizou o negócio jurídico;

• III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

• Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer

prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da

conclusão do ato.

• Art. 1.122. Até noventa dias após publicados os atos relativos à incorporação, fusão

ou cisão, o credor anterior, por ela prejudicado, poderá promover judicialmente a

anulação deles.

As normas de suspensão, impedimento e interrupção não são aplicáveis à decadência,

que envolve prazos fatais, peremptórios, salvo disposição em contrário, como a exceção

encontrada no art. 26, § 2°, do Código de Defesa do Consumidor.

• Espécies

• 1. Legal - Quando é prevista em lei, sendo reconhecida de ofício pelo juiz, ainda

que se trate de direitos patrimoniais; de acordo com o arts. 210 do Código Civil de

2002. O prazo decadencial legal é irrenunciável, segundo o art. 209 do Código Civil

de 2002.

• 2. Convencional - Estipulada pelas partes, somente a parte beneficiada poderá

alegála, sendo vedado ao juiz de Direito suprir a alegação da parte, consoante o art.

211 do Código Civil de 2002. O prazo decadencial convencional pode ser

renunciado, a teor do art. 209 do Código Civil de 2002, a contrario sensu.

Direito Intertemporal

O art. 2.028 das disposições transitórias do Código Civil de 2002 contém normas que

devem ser aplicadas aos prazos em curso quando da vigência do estatuto civil em vigor.

Os prazos serão os da lei anterior, quando reduzidos pelo Código Civil de 2002 e se na data

de sua entrada em vigor houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei

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revogada. Caso contrário, serão aplicados os prazos estabelecidos pelo Código Civil de

2002.

AULA 10

Da Prova – Instituto Jurídico

Código Civil dedicou-se a tratar da prova judiciária nos artigos 212 a 232 (Título V

– Das provas, do Livro III – Dos fatos jurídicos, do Livro I - Parte geral).

CONCEITO DE PROVA JUDICIÁRIA

Humberto Theodoro Júnior diz que provar "é conduzir o destinatário do ato (o

juiz, no caso dos litígios sobre negócios jurídicos) a se convencer da verdade acerca de um

fato. Provar é conduzir a inteligência a descobrir a verdade".

FUNÇÃO DA PROVA

Pode-se afirmar, portanto, que a função da prova é a de formar a convicção do

julgador, a fim de que este faça incidir a norma jurídica ao fato.

PROVA EMPRESTADA

A prova emprestada, portanto, é espécie de prova documental . Permitida no direito

privado, pois há seguinte afirmação no CC segundo o qual todos os meios legais, bem

como os moralmente legítimos são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda

a ação ou a defesa.

PRESUNÇÕES

Repetindo o art. 136, inc. V, do Código revogado, o art. 212, inc. IV, do CC-2002

reabre a discussão acerca da presunção ser, ou não, forma de prova. Presunção é o

raciocínio desenvolvido pelo magistrado. A partir do conhecimento de um fato deduz ele a

existência de outro fato que lhe é desconhecido e que, normalmente, está associado ao

primeiro.

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Cândido Rangel Dinamarco: "Nenhuma presunção é meio de prova, quer as

absolutas ou as relativas, as legais ou as judiciais. Nenhuma delas se resolve em técnica de

exame das fontes probatórias, a ser realizado segundo as regras do procedimento e com a

participação dos litigantes em contraditório. Todas elas constituem processos de raciocínio

dedutivo que levam a concluir que um fato aconteceu, quando se sabe que outro haja

acontecido".

CONFISSÃO

Por definição legal, confissão é o fenômeno processual em que a parte admite a

verdade de um fato contrário ao seu interesse e favorável ao adversário.

• Capacidade para confessar: para que a confissão produza efeitos deve a parte ser

capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados

• Confissão e representante: a confissão feita pelo representante somente é eficaz

nos limites em que este pode vincular o representado.

A confissão é IRREVOGAVEL.

DOCUMENTOS

Documento é toda coisa capaz de representar um fato. A cópia fotográfica de

documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade.

As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral,

quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova

plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão

TESTEMUNHAS

Testemunha é toda a pessoa que, pelos sentidos, tomou conhecimento de algum

fato. Prova exclusivamente testemunhal:

Segundo a regra do art. 227 do CC (idêntica à do art. 401 do CPC (essa restrição

não se aplica no direito do trabalho):

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a) salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite

nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo

vigente no País ao tempo em que foram celebrados (caput).

b) qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é

admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito (parágrafo

único).

Pessoas não admitidas como testemunhas – Art. 228 do CC

PERÍCIAS

• Conceito

Perícia é o meio de prova feita pela atuação de técnicos ou doutos promovida pela

autoridade policial ou judiciária, com a finalidade de esclarecer à Justiça sobre o fato de

natureza duradoura ou permanente.

• Finalidades da perícia técnica

Levar conhecimento técnico ao juiz, produzindo prova para auxiliá-lo em seu livre

convencimento e levar ao processo a documentação técnica do fato, o qual é feito através

de documentos legais.

• Classificação das perícias:

Judicial – é determinada pela justiça de ofício ou a pedido das partes envolvidas;

Extrajudicial – é feita a pedido das partes, particularmente.

Necessária (ou obrigatória) – imposta por lei ou natureza do fato, quando a

materialidade do fato se prova pela perícia. Se não for feita, o processo é passível de

nulidade.

Facultativa – quando se faz prova por outros meios, sem necessidade da perícia;

Oficial – determinada pelo juiz;

Requerida – solicitada pelas partes envolvidas no litígio;

Contemporânea ao processo – feita no decorrer do processo;

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Cautelar – realizada na fase preparatória da ação, quando realizada antes do

processo (ad perpetuam rei memorian); e

Direta – tendo presente o objeto da perícia; Indireta – feita pelos indícios ou

sequelas deixadas.

Pensamento:

Neste mundo não existe nenhuma tarefa impossível, se existe persistência.

Provérbio Chinês