As dietas que você ainda não tentou - Revista Seleções

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Grandes enganos Erros que mudaram a História Combinações perfeitas: para você ter mais saúde EXCLUSIVO OBESIDADE INFANTIL Questão de equilíbrio Para ele, o filho podia ir além de um diagnóstico O que as pessoas são capazes de fazer para emagrecer As dietas que você ainda não tentou

Transcript of As dietas que você ainda não tentou - Revista Seleções

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Grandes enganos Erros que mudaram a História

Combinações perfeitas: para você ter mais saúde

EXCLUSIVO

OBESIDADE

INFANTIL

Questão de equilíbrio

Para ele, o filho podia ir além de um diagnóstico

O que as pessoas são capazes de fazer

para emagrecer

As dietas que você

ainda não tentou

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S E L E Ç Õ E S   s e l e c o e s . c o m . b r     0 1 / 1 2

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Setembro 2012

148 AartedoarrozNos arrozais espalhados pela Ásia, usam­se métodos seculares para produzir um alimento que sustenta nações.

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LeitoresdeSeleçõesescolhempelo11 -ºanoconsecutivoasMarcasMaisConfiáveisdoPaís.Conheçaasvencedorasnapágina96.

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Aprovado pelos leitores em pesquisa prévia à publicação.

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5 Daeditora 10 Interaja 15 SónoBrasil 

Ideias, tendências, fatos interessantes

21 Meuplaneta 25 EssênciadeHeloisa 56P&RCharlize Theron

139 Entreaspas 167 Enriqueçaseuvocabulário  

170 Livros  Minirresenhas  

174 English! 

176 Sorrisofinal

30 Saúde  Guia para combater alergias; Poder da aveia; Notícias  do mundo da medicina.

36 Mix  A taça certa para a bebida.

38 Comida  Novidades para grelhar;     Bolo em 5 minutos; Água com sabor.   

44 Tecno  Fotos para manter no celular.      

46 Carreira  Como organizar uma reunião.    

47 Humor 

48Flagrantesdavidareal 

50Riréomelhorremédio 52Ossosdoofício

EMREVISTA

DEPARTAMENTOS

AsdietasmaisestranhasdomundoConfira algumas modas  esquisitas e perigosas para  emagrecer.

HoradeacabarcomaobesidadeinfantilCerca de 6 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão  acima do peso. Fique de olho no prato do seu filho!

CombinaçõesperfeitasEspecialistas revelam que juntar  determinados alimentos traz mais benefícios à saúde.

QuestãodeequilíbrioAbalado pelo diagnóstico de  autismo do filho, Joel tenta  aprender a ser um pai melhor.

FrenteeversoConsegue descobrir o que aparece  na fotografia?

Grandesenganos!Erros que mudaram o  rumo da História.

VitrinesfrancesasNa França, nem todas as obras­­primas estão nas galerias de arte.

AerofantasmaTripulantes de voo que amam o  perigo levam em seus cargueiros  a jato qualquer coisa para qualquer  lugar, voando entre o bem e o mal. 

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ARTIGOS

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Como nos contatar

WITH TRANSPARENCY EFFECT IN ‘S’ OVERLAPPING ‘e’ AND CLIPPING THE LEFT EDGE OF ‘S’

REGULAR / COVER

REGULAR / TOC 1ST PAGE

REGULAR / TOC 2ND PAGE / MASTHEADEditora-ExecutivaJornalista Responsável

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Diretora de Publicidade Executivos de Negócios

Assistente de Publicidade

Gerente de Assinaturas Gerente de Novos Negócios e Circulação Avulsa

Superintendente de OperaçõesGerente de Serviço ao Cliente

Diretor-Executivo Diretor Financeiro e Administrativo

Diretor de Marketing

President and Chief Executive OfficerPresident, International

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THE READER’S DIGEST ASSOCIATION, INC. – PROIBIDA A REPRODUÇÃO, TOTAL OU PARCIAL, DE FOTOGRAFIAS E TEXTO EM PORTUGUÊS OU OUTRAS LÍNGUAS. DIREITOS RESERVADOS EM TODO O MUNDO. EFETUADAS AS FORMALIDADES NECESSÁRIAS, INCLUSIVE DEPÓSITO QUANDO REQUERIDO. PROTEÇÃO GARANTIDA PELAS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS (DE BERNA) E PAN-AMERICANA DE DIREITOS AUTORAIS. SELEÇÕES, READER’S DIGEST É UMA MARCA REGISTRADA DE THE READER’S DIGEST ASSOCIATION, INC. TOMO CXXXVI, Nº- 848 – IMPRESSO NO BRASIL POR LOG & PRINT GRÁFICA E LOGÍSTICA S.A.

Assinatura anual: R$ 106,80

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Raquel [email protected]

Apreocupação com a forma do corpo não é exclusiva do nosso século. Há tempos o homem vem se empenhando em controlar seu peso. Fizemos um

levantamento das dietas do último milênio e tivemos várias surpresas (algumas nada agradáveis). Confira na página 62.

Mas o que nos deixa mais apreensivos é o índice de obesidade que nossas crianças estão alcançando. Na página 68, veja por que é necessário cuidar do que colocamos no prato de nossos filhos. E mais: não basta ficar atento à alimentação e à atividade física, é essencial o comprometimento da família.

E, seja por questões estéticas ou de saúde, vale a pena bater na mesma tecla (página 78): melhor prestar atenção à qualidade do que à quantidade.

Da editoraMês da dieta (saudável)

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Job: 15490-053 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFC-15490-053-SMARTPHONE-RV-SELECOES-268X184_pag001.pdfRegistro: 88717 -- Data: 19:46:21 21/08/2012

Job: 15490-053 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFC-15490-053-SMARTPHONE-RV-SELECOES-268X184_pag001.pdfRegistro: 88717 -- Data: 19:46:21 21/08/2012

A VIDA COMEÇA AOS50“O importante é nunca ficar parada!”

Já passei dos 50 anos, mas parece que não me conscientizo do fato. Trabalho em assessoria de imprensa e, nas horas vagas, também gosto de escrever. Meu dia a dia é corrido. Vou à academia pelo

menos três vezes por semana, e procuro sair para dançar com as amigas. Quanto à alimentação, escolho arroz integral, salada e frutas variadas. Uma taça de vinho tinto nas refeições também é de lei, pois já foi com-provado que faz bem para a saúde.

Nos � ns de semana, adoro caminhar e brincar com minha neta Manuela, que tem 5 anos. Ela é muito ativa, então preciso ter um fôlego daqueles. Os domingos são dedicados à jardinagem. Enquanto aduba-mos a terra, Manuela e eu conversamos sobre viagens: minha grande paixão. Um dia, ela sugeriu: “Vamos viajar juntas!”

Então fomos para Porto Seguro. Nadamos e � zemos castelos de areia, participamos das brincadeiras que o hotel oferecia (até aula de hidrogi-nástica ela fez comigo!) e éramos as primeiras na � la dos shows após o jantar. Já planejo levá-la para outra viagem. O importante é nunca � car parada!

Luci Molina esbanja animação e fôlego para dançar e brincar com a neta.

Conte você também sua história sobre a felicidade depois dos 50. Ela poderá ser publicada nesta página. E-mails para [email protected]

INFORME PUBLICITÁRIO

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C A R T A S D O S L E I T O R E S

A edição de setembro de 2012 de Seleções é dedicada aos queridos leitores Maria da Anunciação da Silva e João Gonçalves da Silva, de Recife (PE), e Antonio Palinski, de Virmond (PR).

Interaja

VerdePrecisamos mesmo de pes-soas que tentem construir um futuro melhor, como os “Heróis verdes” (agosto). Sustentabilidade não pode ser só uma moda, tem de ser uma ideia fixa na cabeça das pessoas. A n a J u l i a C a m p o s

CarinhoAdorei a matéria “Amor de mãe” da edição de agosto! Sou mãe há pouco tempo e achei a história linda: nos ensina a ter paciência e dedicação.

C l a r a L e m o s

EducaçãoGostei muito da reportagem sobre as escolas na Finlândia (agosto). Estão de parabéns!

H u m b e r t o C a p e l l a r i , v i a Tw i t t e r

O mundo num só lugarCurto Seleções há mais de 40 anos! Meus irmãos, meus filhos e eu somos fãs. Como não ser? Tem de tudo: alegria, tristeza, aventura, emoção, culinária, humor. O mundo todo cabe em Seleções! S e l m a L a r a

MúsicaA matéria sobre medicina musical (julho) está demais!

N a t h a n T h o m a z , v i a Tw i t t e r

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Heróisverdes

Conheça nove pessoas cujos negócios ajudam a criar um

futuro mais sustentável para o nosso planeta.

P O R D A V I D D E R B Y S H I R E

A energia do ventoArjen van der Veen, 37 anos, HolandaEm 2009, Arjen van der Veen, juntamente com dois amigos, lançou o veleiro Tres Hombres de 32 metros para sua viagem inaugural. Alguns meses depois, o barco transportava ajuda para o Haiti após o terremoto devastador, de onde voltava carregado de rum – tudo usando apenas o poder do vento.

“É possível produzir e vender bens de forma sustentável, mas, se não se consegue fazer o transporte desses bens de uma forma que seja amiga do ambiente, é uma cadeia com um elo partido”, explica Arjen.

Atualmente, a empresa que mantém com os amigos, a Fairtransport, utiliza dois veleiros e uma tripulação de 15 pessoas que transportam todo o tipo de produtos, desde cobertores a azeite, chocolate ou café, através do Atlântico. Há planos em estudo para uma frota de “Ecoliners”, navios de 8 mil toneladas movidos a vento.

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Para ter a palavra, entre em contato conosco por:n e-mail: [email protected] correio: Revista Seleções – Caixa Postal 13.525 CEP 20217-970 – Rio de Janeiro – RJn site: selecoes.com.br

Inclua nome completo, endereço, CPF e telefone. Cartas e e-mails podem ser editados por motivo de concisão e usados em mídia impressa e eletrônica.

Você também pode ter seu nome na dedicatória de Seleções. Basta escrever para nós e torcer para que sua carta seja escolhida!

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Em breve o Brasil terá mais idosos do que crianças. Mais pessoas acima de 60 anos trabalhando, divertindo-se, cuidando da família e da saúde.

Essa é a verdadeira NOVA GERAÇÃO. E o mundo precisa se preparar para suas vontades e necessidades.

Ensure® oferece nutrição completa e balanceada desenhada para essa fase da vida.

Em breve o Brasil terá mais idosos do que crianças. Mais pessoas acima de 60 anos trabalhando, divertindo-se, cuidando da família e da saúde.

Essa é a verdadeira NOVA GERAÇÃO. E o mundo precisa se preparar para suas vontades e necessidades.

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Faça contato conosco no Facebook e no Twitter Todo dia uma surpresa!

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Estude no exterior (em casa)

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Bras lSó noBras lSó noBras lideias � tendências � fatos interessantes

De acordo com o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (CETIC), 66% dos

internautas brasileiros usam a rede para educação ou treinamento. Mas, quando o assunto é grau de instrução, a Organi-sation for Economic Co-operation and Development (OECD) aponta que apenas 9,6% da população do Brasil tem curso superior completo, o que representa 18,1 milhões de pessoas. Diante deste cenário, Carlos Souza, 31 anos, enge-nheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), decidiu investir no segmento educacional aliado à tecnologia.

Idealizado por ele e fun-dado com outros três sócios – André Tachian, Eduardo Zancul e Marcelo Mejlacho-wicz –, o portal Veduca reúne mais de 4,8 mil videoaulas de escolas do exterior e do Brasil, que já foram

vistas por mais de 65 milhões de pessoas no YouTube. Parte do material está legen-dado e o acesso é gratuito.

“O objetivo é levar conteúdo de quali-dade para a maior parte dos brasileiros. A expectativa é de que até o fi m deste ano metade do material já esteja legendado e, no fi m de 2013, tudo seja concluído”, afi rma Carlos.

As videoaulas são divididas por cursos e oferecem mais de 200 opções. No portal, é

possível encontrar aulas de universidades como Stanford, Columbia, Michigan,

Harvard, Yale, Princeton, entre outras. O site foi lançado ofi cialmente no início de março e já no primeiro mês atingiu a marca de 73 mil acessos.

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educação ou treinamento. Mas, quando o assunto é grau de instrução, a Organi-sation for Economic Co-operation and Development (OECD) aponta que apenas 9,6% da população do Brasil tem curso superior completo, o que representa 18,1 milhões de pessoas. Diante deste cenário, Carlos Souza, 31 anos, enge-nheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), decidiu investir no segmento educacional aliado à tecnologia.

Idealizado por ele e fun-dado com outros três sócios – André Tachian, Eduardo Zancul e Marcelo Mejlacho-wicz –, o portal Veduca reúne mais de 4,8 mil videoaulas de escolas do exterior e do Brasil, que já foram

dade para a maior parte dos brasileiros. A expectativa é de que até o fi m deste ano metade do material já esteja legendado e, no fi m de 2013, tudo seja concluído”, afi rma Carlos.

As videoaulas são divididas por cursos e oferecem mais de 200 opções. No portal, é

possível encontrar aulas de universidades como Stanford, Columbia, Michigan,

Harvard, Yale, Princeton, entre outras. O site foi lançado ofi cialmente no início de março e já no primeiro mês atingiu a marca de 73 mil acessos.

Carlos Souza, idealizador do Veduca

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• VÁ DE BIKESegundo a Abraciclo, 24 mil brasileiros pedalam todos os dias e, destes, cerca de 53% usam a bicicleta como transporte. Entre as cidades brasilei-ras, o Rio de Janeiro é a que possui maior malha ci-cloviária, com 270 quilômetros de pistas exclusivas para os ciclistas. No ranking feito pela consultoria Copenhagenize, a cidade ocupou a 18 -ª posição mundial em relação à estrutura para bikes.

A Telhado verde: raciona-

liza o uso de água e dimi-

nui o calor no prédio no

centro da cidade do Rio

de Janeiro.

B Horta aerada: agricultor

mineiro acredita que se

plantadas em nível mais

elevado, as plantas terão

mais nutrientes.

C Condomínio autossus-

tentável no centro da ci-

dade de São Paulo: os

moradores podem fazer

feira sem sair do prédio.

Você consegue adivinhar

a legenda desta foto?

Resposta: letra A.

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Um cafezinho, por favor...Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Café mos-trou que o consumo da bebida presente em 95% dos la-res brasileiros cresceu 3,11% no último ano. Sorte nossa, pois uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer dos EUA associou o café a um aumento da expectativa de vida. Os homens que participaram do estudo e ingeriram três doses diárias da be-bida tiveram, em média, uma vida 10% mais longa do que quem não tomava. Somos o segundo lugar na lista de maiores consumidores globais do café, atrás somente dos EUA.

OBrasil está na linha de frente dos projetos tecnológicos mais quentes do momento. E,

sim, isso tem a ver com o nosso jeiti-nho – no bom sentido. É graças a esse estilo e grandes doses de esforço que os brasileiros estão conquistando o Vale do Silício.

Mike Krieger e sua família saíram de São Paulo para Portugal quando ele tinha apenas 4 anos. Estudou na Universidade Stanford, nos EUA, onde conheceu Kevin Systrom e tive-ram a ideia de criar um aplicativo que deixava as fotos parecendo filme an-tigo. Nascia o Instagram, que já no primeiro dia teve 20 mil downloads. E em abril deste ano, foi comprado pelo Facebook por US$ 1 bilhão.

O mineiro Hugo Barra, 35 anos, cur-sou engenharia elétrica na Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG). Depois começou a estudar

para entrar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), o que conseguiu um ano depois. Lá trabalhou no labora-tório de inteligência artificial e montou uma empresa de softwares de reconhe-cimento de voz. Chamou a atenção do Google, que em 2008 o contratou. Hoje é o gerente mundial do Android.

O curitibano Alex Kipman começou a refletir sobre como a tecnologia às ve-zes escraviza as pessoas, com botões e comandos aos quais temos de nos adap-tar – e não o contrário. Assim surgiu o Kinect, o aparelho da Microsoft que permite controlar games com os movimentos do corpo, e já vendeu 18 milhões de unidades. Alex fez faculdade de engenharia de software no Rochester Institute of Technology, em Nova York. A entrada na Microsoft foi inesperada. Hoje, é responsável por novas tecnologias.

A n d r é G r a va t á , Superinteressante

O silício é nosso!F

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CAMINHOS PARA VIVER MAIS E MELHORNos 70 anos de Seleções, um espaço para discutir a importância

da qualidade de vida para uma vida longa e feliz.

“Bem-estar e longevidade” foi um dos

temas abordados no evento “Seleções:

um olhar sobre os próximos 70 anos”,

que aconteceu em 5 de junho, em São

Paulo. O painel, comandado pelo jor-

nalista Caco Barcellos, reuniu duas au-

toridades sobre o assunto: o cientista

José Carlos Libâ-

nio, que apresen-

tou sua pesquisa

sobre longevida-

de, e a geneticista

Mayana Zatz, que

trouxe as desco-

bertas mais recen-

tes do genoma humano.

O painel foi aberto pelo Dr. Libânio que

lembrou que, diferentemente das proje-

ções anteriores, estamos vivendo mais,

ao passo que a natalidade está caindo (a

média atual é de 1,8 � lhos por mulher),

diminuindo assim o ritmo de crescimen-

to populacional – inclusive no Brasil.

“Em um futuro muito próximo, teremos

um país com mais pessoas maduras

do que jovens, ou

seja, mais brasilei-

ros acima dos 50

anos do que abai-

xo dos 30”, expli-

ca Libânio. E esse

envelhecimento da

população traz um

grande desa� o, como apontou o cientis-

ta. Questões como o alto custo da pre-

vidência social, investimentos em saúde

pública e até infraestrutura adaptada

a esse público impactam diretamente

a economia de um país. “Não pode-

mos contar apenas com o Estado e,

portanto, cada vez

mais o papel da fa-

mília é fundamen-

tal. Hoje 25% das

famílias têm idosos

morando em casa,

sendo que muitas

vezes são eles que

sustentam os pa-

rentes, não o contrário”, a� rma ele.

Vivemos mais, é fato. Mas estamos

vivendo bem? Dados trazidos pelo Dr.

Libânio mostram que uma vida longe-

va e feliz envolve atenção com o corpo

– alimentação, atividade física, entre

outras questões – e, sobretudo, cuida-

dos com o que ele chama de “estado

de espírito”. “Como ensina a atriz Jane

Fonda, não devemos ver a vida como

um arco, em que o declínio é inevitável,

mas como uma escada, que nos leva

ao auge da sabedoria, plenitude, tran-

quilidade. Isso é possível desde que a

velhice seja encarada com otimismo,

como um privilégio, e sem pendências

com o passado”, disse ele, passando a

palavra para a Dra. Mayana Zatz.

A geneticista começou destacando

as novas descobertas genéticas que

dizem respeito a to-

dos nós, “pois muito

do que somos e das

doenças que vamos

desenvolver tem ori-

gem genética”. Ela

falou dos resultados

do projeto Genoma

Humano e especi-

� camente de estudos mais recentes

sobre o genoma funcional, que envol-

vem questões como “Por que � camos

doentes?”, “Quanto de nossa perso-

nalidade e de nosso comportamento

recebe a in ̈uência dos genes?”, “Por

que envelhecemos e o que podemos

fazer para evitar esse processo?”.

Segundo a Dra. Mayana, “já sabe-

mos que não existe raça superior,

somos apenas diferentes, e sabe-

mos também que, por causa dos ge-

nes, apresentamos respostas distin-

tas aos medicamentos. No futuro, é

possível que o médico peça um teste

genético para prescrever remédios”.

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CAMINHOS PARA VIVER MAIS E MELHORNos 70 anos de Seleções, um espaço para discutir a importância

da qualidade de vida para uma vida longa e feliz.

“Bem-estar e longevidade” foi um dos

temas abordados no evento “Seleções:

um olhar sobre os próximos 70 anos”,

que aconteceu em 5 de junho, em São

Paulo. O painel, comandado pelo jor-

nalista Caco Barcellos, reuniu duas au-

toridades sobre o assunto: o cientista

José Carlos Libâ-

nio, que apresen-

tou sua pesquisa

sobre longevida-

de, e a geneticista

Mayana Zatz, que

trouxe as desco-

bertas mais recen-

tes do genoma humano.

O painel foi aberto pelo Dr. Libânio que

lembrou que, diferentemente das proje-

ções anteriores, estamos vivendo mais,

ao passo que a natalidade está caindo (a

média atual é de 1,8 � lhos por mulher),

diminuindo assim o ritmo de crescimen-

to populacional – inclusive no Brasil.

“Em um futuro muito próximo, teremos

um país com mais pessoas maduras

do que jovens, ou

seja, mais brasilei-

ros acima dos 50

anos do que abai-

xo dos 30”, expli-

ca Libânio. E esse

envelhecimento da

população traz um

grande desa� o, como apontou o cientis-

ta. Questões como o alto custo da pre-

vidência social, investimentos em saúde

pública e até infraestrutura adaptada

a esse público impactam diretamente

a economia de um país. “Não pode-

mos contar apenas com o Estado e,

portanto, cada vez

mais o papel da fa-

mília é fundamen-

tal. Hoje 25% das

famílias têm idosos

morando em casa,

sendo que muitas

vezes são eles que

sustentam os pa-

rentes, não o contrário”, a� rma ele.

Vivemos mais, é fato. Mas estamos

vivendo bem? Dados trazidos pelo Dr.

Libânio mostram que uma vida longe-

va e feliz envolve atenção com o corpo

– alimentação, atividade física, entre

outras questões – e, sobretudo, cuida-

dos com o que ele chama de “estado

de espírito”. “Como ensina a atriz Jane

Fonda, não devemos ver a vida como

um arco, em que o declínio é inevitável,

mas como uma escada, que nos leva

ao auge da sabedoria, plenitude, tran-

quilidade. Isso é possível desde que a

velhice seja encarada com otimismo,

como um privilégio, e sem pendências

com o passado”, disse ele, passando a

palavra para a Dra. Mayana Zatz.

A geneticista começou destacando

as novas descobertas genéticas que

dizem respeito a to-

dos nós, “pois muito

do que somos e das

doenças que vamos

desenvolver tem ori-

gem genética”. Ela

falou dos resultados

do projeto Genoma

Humano e especi-

� camente de estudos mais recentes

sobre o genoma funcional, que envol-

vem questões como “Por que � camos

doentes?”, “Quanto de nossa perso-

nalidade e de nosso comportamento

recebe a in ̈uência dos genes?”, “Por

que envelhecemos e o que podemos

fazer para evitar esse processo?”.

Segundo a Dra. Mayana, “já sabe-

mos que não existe raça superior,

somos apenas diferentes, e sabe-

mos também que, por causa dos ge-

nes, apresentamos respostas distin-

tas aos medicamentos. No futuro, é

possível que o médico peça um teste

genético para prescrever remédios”.

An_CacoBarcelos_268X184MM.indd 1-2 08/08/12 10:48

Novas pesquisas mostram uma re-

lação entre o otimismo e a genética.

“Estudos dizem que pessoas que têm

células com dois alelos longos trans-

portam mais serotonina e são, portan-

to, mais otimistas. Na Inglaterra, 16%

da população possui essa característi-

ca. No Brasil, o número chega a 40%,

o que talvez prove que nosso otimismo

não vem apenas do samba, futebol e

carnaval”, brinca a Dra. Mayana. E falar

em genética é re� etir também sobre éti-

ca. Por meio de tes-

tes, é possível saber

se temos propensão a

desenvolver doenças.

“Mas devemos saber

disso? Empregado-

res, empresas de se-

guro-saúde, parceiros

afetivos... eles têm o

direito de saber? E a

escolha do sexo de embriões é válida?

São perguntas que devemos fazer sem-

pre”, enfatiza a geneticista.

Apoio:Patrocínio:

Ao término da palestra, a Dra. Mayana

Zatz falou sobre sua pesquisa com pes-

soas de 80 anos ou mais, em busca prin-

cipalmente de respostas para a longevi-

dade. “Queremos saber o segredo dos

centenários, mas por enquanto o que

descobrimos é que em algumas famílias

a genética tem grande in� uência para a

vida longa. Para a maioria de nós, porém,

a maior in� uência é das questões am-

bientais: alimentação correta e com pou-

cas calorias, atividades físicas regulares,

ingestão moderada

de vinho tinto – e eu

complemento essa

receita e recomendo

rir bastante”, � nali-

zou a Dra. Mayana,

muito aplaudida.

Mais conteúdo para

você: na próxima edi-

ção você irá conferir

o resumo da apresentação de um dos

maiores neurocientistas do mundo: o

brasileiro Miguel Nicolelis.

An_CacoBarcelos_268X184MM.indd 3 07/08/12 18:17

21

Querido leitor, aprovei-tando que a limpeza urbana está sempre em

pauta, gostaria que reparás-semos no estado de nossas calçadas e passeios públicos, sejam eles de paralelepípedo, de asfalto ou mesmo sem pavimentação...

Tenho observado bastante os caminhos, os locais reservados ao trânsito de pedestres e mui-tas vezes também de ciclistas. Esses espaços tão úteis e precio-sos (que seria de nós sem eles?) estão carentes de atenção.

Mundo afora, encontrei calçadas dos mais variados estilos: simples, mais elaboradas, próprias para uso simultâneo de pedestres e ciclistas, monocromáticas ou bem coloridas, com piso antiderrapante, inscrições no chão ou simplesmente com a placa de pedestre em alguma es-quina. Mas limpas, bem limpas. E aqui no Brasil?

Pensando nisso, deixei o carro de lado por uns dias e resolvi caminhar pelas calçadas e passeios. O fato é que, apesar de ter visto alguns

bonitos, limpos, com o piso bem assentado, às vezes até desenhados, poucos não foram os passeios com um hóspede frequente: o lixo.

Se você tem visto pisos inade-quados, falta de manutenção, uso da calçada para estacionamento ou descargas – sobretudo na frente de restaurantes –, estamos vendo coisas bem parecidas, não é?

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M A R I U S A C O L O M B O

Meuplaneta

◗Mariusa Colombo é bióloga, especialista em Saneamento Ambiental e mestre

em Desenvolvimento Sustentável e Gestão de Sistemas Agroambientais pela Universidade de Bolonha, Itália.

De olho nas calçadas

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22 S E L E Ç Õ E S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

Os passeios públicos, tão úteis e preciosos,

estão precisando de nossa atenção.

A manutenção das calçadas é um assunto de interesse público e local. Por isso, cabe às prefeituras a responsabilidade pela edificação e conservação dos passeios, fazendo valer as leis. E a quantidade de cal-çadas com lixos de todos os tipos

espalhados, que raramente são varri-das – e às vezes não têm pavimento –, é assustadora!

Algumas prefeituras fazem cam-panhas para tentar divulgar que “cuidar de calçada é legal” (lema de uma delas), incentivando a conser-vação e a melhoria do aspecto das calçadas, além de criar espaços para denúncias de eventuais irregularida-des. Isso também serve de lembrete para as pessoas, pois a tarefa de manter o local limpo e transitável também é do proprietário do imóvel próximo ao passeio.

A campanha “Minha calçada: eu curto, eu cuido”, lançada há algum tempo no Sul, poderia servir de

exemplo para várias outras prefei-turas. É uma proposta com atitudes concretas de conscientização e de alerta, que informa a população sobre como pavimentar, como con-servar a limpeza e o que fazer em caso de descartes indevidos sobre

os passeios públicos. Ela deixa claro que todos precisam cola-borar para que os entulhos de obra ou de poda, por exemplo, não se acumulem nesse espaço tão sagrado.

Por isso, faço mais uma vez um apelo: Entre no site da

prefeitura de sua cidade, veja quais são as propostas, as sugestões, os telefones de contato – espero que tenha algo lá! Caso nada conste, questione, peça informações, exija atitudes.

Lembre-se de que estamos em setembro, mês dedicado à civi-lidade, a palavras e atos que os cidadãos adotam entre si para de-monstrar respeito e consideração mútuos, e também da primavera, mês de plantarmos boas ideias. Independentemente das ações das prefeituras, é necessário fazer o lixo parar no local correto – que, com certeza, não é sobre as calça-das! Plante você também esta ideia.

P O U P A N D O P A L A V R A S

Minha mulher e eu trocávamos torpedos até que tive de parar alguns minutos. Quando peguei o celular, havia uma mensagem: “OGCSD?”

Respondi: “O quê?” Ela mandou de volta: “O Gato Comeu Seu Dedo?”

P a u l B r o u n

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A comunidade onde Luana mora é uma região castigada pela seca. Quase nunca chove, e para conseguir água, é preciso caminhar durante horas sob o calor forte, e, muitas vezes, ela está contaminada. Além disso, a produção de alimentos é escassa e as crianças estão desnutridas.

Uma dessas crianças precisa de você. Apadrinhando uma criança pela Visão Mundial, você apoia programas que visam à superação da pobreza infantil, ligados ao desenvolvimento comunitário, segurança alimentar, educação, saúde e esporte.

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Revista Selecoes - LUANA 134x184.indd 1 17/08/2012 14:46:02

25

Odia começou com um corre­­corre, como quase todos os dias da vida dela, das nossas

vidas. Estava apressada naquela manhã. Tinha um compromisso im­portante, uma reunião de trabalho que podia significar uma transferên­cia para o exterior. Talvez por isso, pelo nervosismo e pela ansiedade que antecediam a reunião, esquecera o celular no sofá da sala. Por isso, quando já estava na portaria, teve de voltar. Deu um suspiro de impa­ciência. Não podia chegar atrasada de jeito nenhum.

Deu meia ­volta para pegar outra vez o elevador. Já estava abrindo a porta quando ouviu passos atrás de si. Era um casal, bem jovem ainda, que chegava da praia. A mulher esperou, segurando a porta para eles, mas no fundo estava impaciente. O rapaz aproximou ­se e agradeceu. A moça veio logo atrás, um pouco esfogueada, segurando nas mãos um papel que o porteiro acabara de lhe entregar.

Entraram. E o elevador afinal co­meçou a subir.

– Um telegrama para mim – disse

Fragmentos

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a moça, mostrando ao rapaz o papel que tinha na mão.

– Telegrama?– É. Estranho, não é? Um tele­

grama para mim, aqui? E quem é que ainda passa telegramas? – continuou a moça. Tinha um ar perplexo no rosto ainda avermelhado pelo sol.

Os dois se entreolharam durante

◗Heloisa Seixas é romancista e já publicou mais de dez livros. Os mais recentes são

O prazer de ler e Terramarear.

iH E L O I S A S E I X A S

Essênc ade Helo sa

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26 S E L E Ç Õ E S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

Por um momento, estava só com a

pergunta que faiscava na mente.

alguns segundos, sem dizer nada. No silêncio constrangido do cubículo, a mulher observava o casal com o canto dos olhos. Nunca os vira no prédio. Podiam ter alugado um apartamento por temporada. Talvez

estivessem em lua de mel. A moça era quase loura. Devia ser do Sul.

– Não é estranho? – insistiu a moça, agora não mais olhando para o rapaz e sim para o pedaço de papel.

– É. Por que você não abre logo? – perguntou o rapaz.

E a mulher atenta, ouvindo.– Hum... Não estou gostando

disso! – exclamou a moça, de re­pente, baixando a mão, como se quisesse tirar o telegrama de seu campo de visão.

O rapaz ia dizer alguma coisa, mas

naquele instante o elevador parou. A porta de metal se abriu. O ruído me­tálico pareceu ecoar ainda por uma fração de segundo, antes que o casal começasse a se mover, antes que o rapaz estendesse o braço e abrisse a porta. Era o andar deles. A moça tinha o rosto contraído, o olhar dis­tante. O rapaz sorriu para a mulher, com uma quase imperceptível me­sura. E os dois saíram, a moça com o telegrama fechado ainda apertado na palma da mão.

E a mulher ficou só, entre as pare­des do elevador.

Por um momento, esquecera a ansiedade, a reunião de trabalho, a viagem, tudo. Por um momento, es­tava só com a pergunta que faiscava em sua mente, e cuja resposta talvez jamais viesse a saber.

O que havia naquele telegrama? Era assim a vida, de repente. Pri­vacidade nenhuma. Todo mundo participando um pouco da vida alheia. Mas só um pouco. Só um pouco. Só através de fragmentos. O que é ainda mais inquietante.

T U D O E X P L I C A D O

Meu cachorro Vizsla, grande e imponente, embora seja manso e encabulado com estranhos, sempre late para os carros que param na entrada da nossa casa no campo. Um dia, chegou um rapaz para ver uns móveis que tínhamos colocado à venda, e se recusou a sair do veículo por causa do cachorro que não parava de latir. Foi embora antes mesmo que eu conseguisse prender o cão. Mais tarde, quando falei com ele ao telefone, ele concordou em voltar se eu prendesse o cachorro no canil. Compreendi o receio dele quando me disse que era carteiro. E l i z a b e t h S z e k e r e s

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29

Urso à mínguaEm Manitoba, no litoral oeste da Baía de Hudson, Canadá, uma ursa -polar faminta caminha em meio a um campo de epilóbios. Que tenha boa sorte.

Com o gelo do mar derretendo mais cedo na primavera e se formando mais tarde no outono, a temporada de caça às focas fi cou mais curta, e os

ursos são forçados a procurar alimento em terra.

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RevistaEmRevistaEmRevistaO melhor de setembro

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� Os anti -histamínicos ajudam, mas me deixam com sono. O ingre‑diente ativo varia nos anti‑histamíni‑cos vendidos sem receita, e passar para um medicamento que contenha loratadina, fexofenadina ou cetirizina pode ajudar a fi car mais desperto. Ou tome o remédio à noite. Também é possível usar colírios e gotas nasais, que podem ser menos sedativos. Se nada funcionar, pergunte ao médico se ele pode receitar um corticoste‑roide que não cause sonolência.� Estou cansado de tomar tantos remédios. Tente enxaguar a parte interna dos seios da face com uma so‑lução de água destilada e sal não ioni‑zado. Esse método não substitui a medicação, mas pode reduzir a neces‑sidade de remédios. Num estudo, os participantes que lavaram os seios da face duas vezes por dia durante três a seis semanas sentiram menos conges‑tão nasal. (Veja ao lado mais trata‑mentos naturais.)

REMÉDIOS

Guia do paciente para combater alergias P O R K A R E N R A V N

Saiba como se

prevenir na mudança de

estação.

SaúdeRevista

Tratamentos naturaisPergunte ao médico se esses trata‑mentos são seguros para você:� CHÁ DE LIMÃO Uma xícara de chá de limão com mel pela manhã desperta os pelos do nariz que expulsam a poeira das vias nasais.� VAPOR CALMANTE Misture água quente, sal e mel numa vasilha grande. Ponha uma toalha pequena sobre a ca‑beça e inale o vapor da vasilha para lim‑par os seios da face. � MEZINHA CONTRA SINTOMASNuma panela, aqueça alho esmagado, gengibre, suco de limão, pimenta‑‑malagueta, mel e água. Beba 4 colheres (sopa) da mistura uma vez por dia.

� O meu spray nasal piora a coriza. Talvez você esteja usando demais. Quem usa o spray mais tempo do que o recomendado pode desenvol‑ver rinite medicamentosa.

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32 S e l e ç õ e S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

SaúdeRevista o poder da aveia

Contra todos os males

Poucos alimentos são tão recon-fortantes quanto um mingau de aveia quentinho. Não só re-

conforta como também faz bem à saúde. A aveia contém betaglucana, um tipo especial de fibra com pro-priedades que reforçam a imuni-dade, estabilizam a glicemia e baixam os níveis sanguíneos de co-lesterol. As avenantramidas, antioxi-dantes encontrados apenas na aveia, destroem os radicais livres. Também ajudam a evitar a aterosclerose (o “endurecimento das artérias”). Combinadas, essas duas proprieda-des ajudam a fortalecer a saúde do coração. Além disso, a aveia é boa fonte de selênio, um poderoso antio-xidante que repara danos causados ao DNA. O selênio também está re-lacionado à redução do risco de cân-

Truques par a dieTa

Como perder peso Com pequenas mudançasA chef de cozinha Paula Deen conta o que fez para emagrecer 15 kg:rearrumou o praTo. Deen se serve de porções menores de carboidratos e porções duplas de salada ou legumes, principalmente quiabo, mostarda, couve e feijão ‑fradinho, além de brócolis, pepino e tomate. Criou um “dia de folga”. Nos domingos, Deen convida a família para refei‑ções feitas em casa, como arroz com molho, bife à moda country, sopa de feijão‑‑manteiga e macarronada.fez TroCas saudáveis. Junto com os filhos, Jamie e Bobby, Deen torna mais leves as receitas favoritas: faz purê de couve ‑flor em vez de batata e usa carne bem magra e massa integral na lasanha para reduzir a gordura e aumentar as fibras.

cer, sobretudo do câncer de cólon. Finalmente, alguns estudos mostram que as avenantramidas reduzem co-ceiras e inflamações quando a aveia é aplicada na pele.

Fonte: A cura no armário da cozinha, Seleções do Reader’s Digest

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SaúdeRevista

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QUEM ESTÁ CERTO?

Os remédios genéricos são seguros?● O que já lhe disseramTrocar os remédios de marca pelos genéricos é seguro e econômico. No Brasil, o preço médio de um genérico varia entre 20% a 40% do preço da medicação de marca. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) só aprova medicamentos genéricos que atendem aos critérios estabelecidos em seu regulamento técnico, garantia que torna a troca atraente.

● Mas esperemO Colégio Americano de Cardiologia advertiu que a taxa de absorção e a potência dos genéricos podem ser di‑ferentes de alguns medicamentos de

marca, divergência que, em certos casos, pode ser arriscada. Pequenas mudanças do nível sanguíneo

de alguns remédios

podem provocar efeitos colaterais. Por exemplo, é possível que uma dose baixa demais de anticoagulante deixe o paciente vulnerável a um infarto ou AVC; já uma dose alta demais pode provocar hemorragia interna.

● Agora nas manchetesAté o fim do ano, dez medicamentos de marca muito vendidos nos EUA estarão disponíveis como genéricos. Para quem toma Lipitor para baixar o colesterol, o médico talvez reco‑mende o genérico atorvastatina. No Brasil o mercado cresce tanto que a previsão para a receita dos medica‑mentos genéricos neste ano é de 11 bilhões de reais.

● Então, o que fazer?Todo medicamento, genérico ou de marca, traz risco de complicações, diz Sheila Weiss Smith, ex ‑diretora do Centro de Segurança de Medicamen‑tos da Universidade de Maryland, nos EUA. Mas, se seu médico recomenda a troca pelo genérico, faça a mudança

sem preocupações. Os genéricos não são cópias exatas das versões de marca, mas, como têm a mesma quantidade dos mesmos ingredientes ativos, são igual‑

mente seguros e eficazes. Nos raros casos em que a potência do

medicamento tenha de ser exata – como nos anticoagulantes e em cer‑

tos remédios para insuficiência cardíaca –, o médico deve acom‑panhar atentamente a mudança

para os genéricos. C h r i s W o o l s t o n

Em 2011, o

mercado brasileiro de

genéricos cresceu

32%

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Descubra as cores e as notas frutais e quentes

do figo da turquia

Creme para mãos, novo produto da linha inspirada no MediterrâneoFigo da Turquia, Limão Siciliano, Alfazema Provençal e Tuberosa do Egito.

36 S E L E Ç Õ E S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

MixRevistaA taça certa para cada tipo de bebidaP O R R E N A T A D I V A N

Quando você vai servir espu-mante, champanhe ou vinho, a taça certa faz toda a dife-

rença. Algumas características das taças devem ser observadas em to-das: o corpo deve ser separado da base por uma haste; ela deve ser feita de cristal ou de vidro fino,

sempre incolor; o volume deve ser de aproximadamente 350 ml; a aber-tura deve ser mais estreita do que o corpo. E mais duas dicas fundamen-tais: as taças precisam de uma lim-peza cuidadosa e, na hora de servir, o líquido não deve ultrapassar a me-tade da taça.

● VINHO TINTO em geral

● BORDEAUX TINTO

● VINHO BRANCO

● Modelo ISO (International Standard Organization)

● CHAMPANHE OU ESPUMANTES

O formato não deixa escapar o aroma e a taça favorece a aná-lise da cor.

O bojo é amplo mas as paredes são paralelas, para realçar o aroma.

A taça deve ser bojuda, porém menor do que a dos vinhos tintos, pois o teor alcoólico dos brancos é mais baixo.

Serve tanto para vinhos tintos quanto para brancos. É ideal para degustação técnica.

A taça alta (flauta ou flute) preserva o sabor da bebida, pois evita que as borbulhas saiam do copo.

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CULINÁRIA SA ZONAL

5 coisas que você não sabia que pode grelhar

1MelanciaCalor, fumaça e uma pitada de sal

deixam esta fruta inesperadamente apetitosa e até substancial. Grelhada, “ela fica sem aquela doçura mo‑lhada”, escreve Mark Bittman no New York Times. Ele unta fatias de 4 cm de espessura com azeite, cobre com cebolas, sal e pimenta ‑do ‑reino e deixa na churrasqueira por uns 5 minutos de cada lado, até carameliza‑rem e começarem a secar. Sirva como acompanhamento ou no estilo Bitt‑man: com queijo derretido no pão.

Surpreenda os convidados com melancia no churrasco.

2Alface ‑romanaEsta verdura aceita surpreenden‑

temente bem o calor e, quando gre‑lhada, fica com um sabor defumado perfeito para uma salada substancial, como esta de Alton Brown, do site Food Network: corte ao meio 2 pés de alface ‑romana e passe azeite, sal e pimenta na parte cortada. Ponha na churrasqueira com a parte cortada para baixo e deixe 1 ou 2 minutos no fogo. Polvilhe com parmesão ralado e vinagre tinto. Sirva cada metade num prato. >>

ComidaRevistaE D I T A D A P O R R A C H E L M O U N T

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ComidaRevista

3Queijo Não precisa de pão! Pôr o queijo

diretamente na grelha faz o sabor fi‑car mais rico e a textura, mais suave. Segundo o site finecooking.com, para deixar marcas perfeitas sem derreter o queijo e sem fazer sujeira, use fatias grossas de queijos firmes, como pro‑volone curtido ou queijo coalho.

Passe azeite no queijo e asse em fogo médio para

alto, virando uma vez, até surgirem as

marcas da grelha. Sirva com pão, uvas e picles.

4BoloA grelha deixa o

bolo com o miolo quente e uma crosta caramelizada, contra‑balançando o sabor adocicado e o defu‑mado. Corte fatias de

2,5 cm de espessura de bolo branco ou pão de ló. Passe manteiga nos dois lados e grelhe em fogo moderado até dourar, virando uma vez, por cerca de 2 minutos de cada lado, segundo a re‑vista Food & Wine. Cubra com frutas, sorvete ou calda de chocolate.

5Batata ‑doceSteven Raichlen, especialista em

churrasco, submete essas raízes a um tratamento que chama de “defumas‑sar”, combinando as duas técnicas – defumar e assar – para obter uma batata cremosa e melíflua que não fica doce demais. Ele recomenda co‑brir as batatas ‑doces com manteiga e deixar durante 40 minutos a 1 hora em fogo médio para alto, até a casca ficar marrom e a polpa, macia. Retire da churrasqueira, fatie no sentido do comprimento e cubra com manteiga e açúcar mascavo. .

Mantenha o fogo da

churrasqueira aceso para a sobremesa

RECOMMENDS RECOMMENDS

RECOMENDA PASSE MANTEIGAPor que os bifes que

você grelha em casa nunca ficam tão gostosos quanto aqueles feitos por um profissional? Eis uma dica simples de chef para conseguir o sabor e a tex‑tura desejados: assim que o filé estiver no ponto que você gosta, tire ‑o da grelha, pegue uma colher de chá de manteiga, passe no bife e deixe der‑reter. A carne ficará extrassuculenta e saborosa.

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Job: 309077 -- Empresa: Burti RJ -- Arquivo: 309077-12678-1-1_pag001.pdfRegistro: 84797 -- Data: 12:17:16 19/07/2012

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TENDÊNCIA

Prepare sua água com saborAprimore seus oito copos de água diários com estes sabores refrescantes

● LIMÃO E ERVAS A revista Sunset sugere acrescentar a um jarro de água fatias finas de pe‑pino e limão e ramos de menta e alecrim amassados. Deixe na ge‑ladeira até servir.● CREME E LARANJA O blog Preppy Pink Crocodile inventou uma bebida que lembra sorvete. Ponha fatias de laranja e 1 fava (ou 1 gota de essência) de bauni‑lha num jarro de água.● MANGA INSTANTÂNEA Zac Zaidman, da Kopali Organics, gosta de pôr um pedaço da fruta num copo de água mineral. Isso dá um toque de sabor em segundos.

ComidaRevista

Uma jarra de

água com limão, pepino e

ervas ajuda a vencer o

calor.

EXPERIMENTE ESTA RECEITA!

Bolo de chocolate de 5 minutosP O R S A R A H J A M E S

● adaptado de instructables.com

Eis mais uma façanha do micro ‑ondas: uma ca‑neca de bolo fofinho, na medida certa para sa‑tisfazer aquele desejo por um bolo quentinho: ¼ dexícaradefarinhadetrigo ¼ dexícaradeaçúcar ¼ decolherdechádesal 2 colheresdesopadecacauempó semaçúcar 2 colheresdesopadeovosbatidos 3 colheresdesopadeleite 3 colheresdesopadeóleo 3 colheresdesopadelascasde chocolateoubarradechocolate empedaços. ¼ decolherdechádeessência debaunilhaCaldadechocolateousorvete

1. Misture os quatro primeiros ingredientes em uma caneca grande. Adicione os ovos e misture até formar uma pasta. Acrescente o leite e o óleo e mexa. Em seguida, junte as lascas de chocolate e a baunilha. 2. Ligue o micro ‑ondas em potência média por 3 minutos, até que o bolo cresça acima da borda da caneca. Retire do forno, cubra com calda de chocolate ou sorvete, se desejar, e aproveite.

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44 S E L E Ç Õ E S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

VIDA MODERNA

Boas ideias para a câmera do seu smartphoneAproveite os recursos fotográficos do celular P O R L U I Z A M I R A N D A

Eis uma atividade que se dis-seminou nesta era dos smart-phones: a fotografi a. Agora

registramos freneticamente tudo que acontece diante de nós. No entanto, além da função “álbum de foto”, a câmera do seu celular pode ter outras utilidades:

Onde o carro foi estacionado Todos os estacio-namentos de shoppings são parecidos e, depois de ter passado horas lá dentro, nem sempre lem-bramos de onde

deixamos o carro. Fotografando as colunas, não tem erro.

Livros para comprar depoisSe não quiser correr o risco de

anotar em um pedaço de papel e depois perder, fotografe a capa ou lombada dos livros que de-seja comprar e evite aquela per-gunta: “Qual era o título daquele livro mesmo?”

Casaco das criançasQuase toda mãe já passou por

uma situação as-sim: o fi lho sai com o casaco (ou outra peça) e volta para casa sem ele. Nessa situação, você provavelmente lamenta, na tentativa de localizá-lo,

não poder mostrar como era. Afi nal, “azul com capuz” não aumenta muito as chances de ele ser encontrado.

O melhor corte de cabeloPorque uma ima-gem às vezes vale mais que mil pala-vras. Fica muito mais fácil para o barbeiro ou cabe-leireiro acertar no corte vendo o que você quer e não ouvindo a descrição.

TecnoRevista

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“Se for necessário identifi‑car numa palavra por que a raça humana não atingiu e nunca atingirá todo o seu potencial, essa palavra será ‘reunião’.” Assim fa‑lou o humorista Dave Barry, e muitos concor‑dam. Mas não precisa ser assim. Veja aqui algumas dicas para preparar uma boa reunião:

● Comece e termine com objetividade. Organizar uma reunião produtiva não é ciência avançada. Como observa a assessora Teri Schwartz, boa parte se resume a ini‑ciar e conduzir cada reu‑nião com um objetivo e encerrá ‑la com um plano para “ir em frente”. Os problemas surgem quando isso é esquecido. “É como pilotar um avião”, diz ela. “A maioria dos acidentes acontece na decolagem e no pouso.”

● Escolha um líder. Há quatro anos, o banco KeyCorp de Cleveland, nos EUA, adotou um novo princípio: sempre indique

alguém para comandar. “A pior coisa é uma reu‑nião sem ninguém no co‑mando”, diz Charles Hyle, vice ‑presidente executivo e diretor de riscos do banco. “Ela se transforma numa com‑petição de gritos.”

● Pense pequeno. Seja realista a respeito do que se pode fazer. “Não se consegue resol‑ver a fome do mundo em uma hora”, diz Teri Schwartz. Do mesmo modo, mantenha adminis‑trável o número de partici‑pantes para estimular a discussão. “Com gente demais na sala, todos se calam”, diz Hyle.

● Direcione. “As pessoas odeiam quando não conse‑guem cumprir suas tarefas porque têm de ir à reunião de alguém”, diz o profes‑sor Michael Feiner, da Es‑cola de Administração de Colúmbia, nos EUA. Por‑tanto, estimule os outros a falar e se envolver, princi‑palmente os de cargo mais baixo. “Eles precisam acre‑

ditar que a reunião não é de fulano nem de sicrano, mas ‘nossa’”, diz Feiner.

● Estabeleça as regras da participação. Todos têm de saber quem fará anotações e como serão tomadas as decisões. Lem‑bre‑se de que, geralmente, o consenso é ruim. “Ele significa que não há diá‑logo nem debate sufi‑ciente”, diz Feiner, “e os dois são a base de toda or‑ganização inovadora.” Jon Petz, autor do livro Boring Meetings Suck (Reuniões chatas são o fim), sugere distribuir as tarefas futu‑ras nos últimos cinco a dez minutos e depois reiterá‑‑las num e ‑mail de grupo, para não haver confusão.

COMO FA ZER

Organizar uma reuniãoP O R G R A H A M B U C K

CarreiraRevista

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Humor:)

Flagrantes da vida real

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OG eralmente, quando preciso

ligar para a escola do meu filho, quem me atende é a

secretária. Mas, certa vez, falei com uma voz desconhecida ao telefone. Tentando descobrir de quem se tra-tava, perguntei ao meu filho:

– Sabe quem atendeu o telefone na escola ontem?

– Hum, pode ter sido a Sra. Campbell – ele respondeu, pen-sativo. – A voz

dela era de quem estava com um casaco azul? M a n d y W i l l i a m s

Eu estava no Tribunal de Peque-nas Causas e, no balcão de recep-ção, havia um cartaz com os dizeres “Aceita-se gato para adoção”. Uma

senhora de uns 80 anos se aproximou e perguntou

à recepcionista: – É você que

quer adotar um gato?

– Não, é para a minha amiga

Alguns

textos não deve-riam ser abreviados.

Vejam só este torpedo do meu primo: dizia apenas “T J M”. Não

entendi nada, até que meu pai ligou para dizer: “Tia June morreu.”

M e l o d i e D i a z C r u z

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– ela respondeu. – Eu só estou inter-mediando.

– Pena que meu marido já não é mais um gato. Está com 85 anos, não serve mais!

M a r i l e n e A n j o s d a S i l va , Salvador (BA)

DescoladosPérolas de sabedoria de alunos da pré-escola.

■■ “Quer saber como sei que as fadas são de verdade? É que sou uma delas.”

■■ “Não tem mais nenhum elfo no meu ouvido. Eles foram passar férias no meu nariz.”

■■ “Quando crescer, quero ser cana-dense.”

■■ “Tenho dois amigos imaginários que vêm procurar ovinhos de Pás-coa comigo. Eles se chamam Nada e Ninguém.”

Do livro Preschool Gems, de L e s l i e M c C o l l o m

Numa revendedora de automóveis:Cliente: Quero o carro, mas não

tenho como pagar.Vendedor: Tem certeza?Cliente: Se eu comprar, acho que

terei de vender meu apartamento.Vendedor: Não dá para morar

com seus pais? Do site burbia.com

Quem consegue resistir?■■ Cartaz pregado num orelhão do

meu bairro: “Bazar na porta de casa neste sábado – das 7 da manhã até 40 graus.”

■■ Seria difícil não divulgar este texto realmente honesto que vi outro dia no Craigslist, um site de anúncios gratuitos: “Ford Escort

1990, US$ 250. Pode ser dirigido. Deve ser rebocado.”

■■ O folheto convidava para um se-minário intitulado “Tudo o que você sempre quis perguntar sobre crema-ção”. Local: Churrascaria Casa da Fumaça.

■■ Anúncio do meu amigo: “À venda: Mitsubishi Eclipse Spyder 96. Capô conversível e pneus novos em folha. Precisa de pequenos consertos. Só ligar se for sério!” K a t h y R i c h e y ;

R ya n M a l l o y ; L. J. ; N a v j o t G i l l

NO FACEBOOKNem todo mundo entende as mídias sociais

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Pai, aqui é o facebook, não o google.Curtir – 3 horas atrás

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Mercado Fiesta, na rua Kirby, 8.130.Curtir – 3 horas atrás

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Humor:)

Rir é o melhor remédio

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Meu amigo que-ria comprar uma peça

nova para decorar seu apartamento. Então foi a um antiquário e começou a procurar coisas diferentes, até que encontrou uma estátua de rato. Per-guntou ao vendedor quanto custava, e ele disse que era apenas 50 reais, mas a história do rato custava 1.000 reais. Meu amigo recu-sou e disse que queria apenas a estátua.

Saindo dali, reparou que alguns ratos o se-guiam. Andando mais rápido viu outros ratos vindo de vários lugares. Desesperado, começou a correr e os ratos cor-reram atrás. Sem saber o que fazer, jogou a estátua no rio e os ratos pularam atrás dela, morrendo todos afogados. Imediatamente, ele voltou à loja e o vendedor começou a falar:

– Já sei, veio atrás da história da estátua, não é?

– Claro que não, vim saber se vo-cês têm estátua de sogra!

E l u a n a P a c h e c o, Miguel do Oeste (SC)

Já me disseram que, quando a gen-te conhece a pessoa certa, sabe na mesma hora. Então por que, quando conhecemos a pessoa errada, leva-mos um ano e meio para descobrir?

P h i l H a n l e y

Meu divórcio foi complicado porque havia uma criança envolvida: meu marido. We n d y L i e b m a n

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�Sua história pode valer até R$ 400. Visite o site selecoes.com.br ou veja os

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do mês– Mãe, me disseram na escola que sou muito distraído.

– Menino, eu não sou sua mãe. Sua casa é a do lado! @ R o g e r i o A n d r a d e

Para ter a chance de ser selecionado e ganhar até R$ 400, siga @revistaselecoes e dê RT dos seus tweets mais divertidos e inteligentes.

Soube que estava fi cando careca quando passei a

demorar cada vez mais para lavar o rosto.

H a r r y H i l l

– Por que o míope não pode ir ao zoológico?

– Porque ele usa lentes divergen-tes e não de ver bichos. A r i a d n e B e c k m a n , Belém (PA)

O promotor foi implacável ao inter-rogar a testemunha:

– O que o acusado fez quando descobriu que as joias tinham sido roubadas? – perguntou.

– Fez o que toda pessoa honesta faria – respondeu a testemunha.

– E o que seria?– Achei mesmo que o senhor não

ia saber. G e n e N e w m a n

Li algo sobre uma nova creche 24 horas que abriram na Índia. Pois é, uma gracinha. Em vez de brincar de telefone, as crianças brincam de su-porte técnico. J i m m y F a l l o n

A mulher pergunta ao marido:– Por que você arrancou dois

dentes de uma vez?E ele responde:– É que não tinham troco para

cem. J o s é E r n e s t o Z a f a n i ,

Espírito Santo do Pinhal (SP)

MUNDO ANIMAL

O novo bichinho de estimação do fotó-grafo Scott Cromwell, um louva-a-deus, tenta se impor em casa. Mas Winston, o labra-dor, só quer voltar a dormir.

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Humor:)

Ossos do ofício

“O senhor é exatamente o tipo de pessoa que procuramos para testar os assentos de nosso avião.”

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Recebemos uma senhora de 84 anos no centro

cirúrgico com uma fratura no fêmur. Se-guindo o protocolo, o cirurgião perguntou à paciente:

– Qual a perna que vai ser operada?

– A quebrada – ela respondeu pronta-mente.

Ele tentou abordar de outra forma:

– Qual a perna boa? – A outra, claro!

E m í l i a N o g u e i r a , Aracaju (SE)

Outro dia, minha mu-lher, que é professora de muscula-ção, estava fazendo a avaliação física de uma aluna nova. A última per-gunta era para quem deveriam ligar se ela se sentisse mal. A resposta foi:

– 192!L e a n d r o d o s S a n t o s, Cruzeiro do Sul (AC)

Minha mãe é advogada e, um dia, chegou em casa com um me-morando para uma audiência que haveria no dia seguinte.

Então colou-o na porta da geladei-ra para não se esquecer.

Olhei distraidamente para o papel e voltei a cabeça para ler melhor: “Das 8h30 ao meio-dia – assédio sexual.” M a n d y S m i t h

Eu estava em um evento esportivo e um senhor atrás de

mim se desequilibrou e caiu. Passei por

cima da cadeira e verifiquei primeiro se ele estava respiran-

Ficar de pijama com um chapéu engraçado em

casa = esquisito.

Ficar de pijama com um chapéu en-graçado no trabalho = chefe.

J u l i e a n n e S m o l i n s k i

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◗Sua história pode valer até R$ 400. Visite o site selecoes.com.br ou veja os

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do. Enquanto eu media o pulso, uma mulher veio correndo e me empurrou.

– Afaste-se! Sou enfermeira! – ela gritou e passou a examinar o homem.

Enquanto recuava para o meu lu-gar, anunciei:

– Quando chegar a hora de gritar “Chamem um médico!”, estarei bem aqui. D r. K a r l J. P i z z o l a t t o

Minha filha é bibliotecária de uma escola e uma vez atendeu uma menina com um pedido bem específico.

– Tem certeza de que quer esse livro? – perguntou minha filha. – Ele é muito assustador.

– Não tenho medo de nada – disse a menina. – Já vi minha avó pelada.

A l f r e d K . H a r we l l

Aguarde nossa ligaçãoEstá muito difícil conseguir um emprego. Assim, na entrevista, não cometa estas gafes, contadas por quem faz as seleções para as vagas:

■■ “A candidata chegou usando um macacão colante de vinil.”

■■ “O candidato mandou a irmã para ser entrevistada em seu lugar.”

■■ “O candidato chegou para a entrevista com uma cacatua no ombro.”

■■ “O indivíduo se candidatou a uma vaga no atendimento ao cliente e, quando lhe perguntamos o que não gostaria de fazer no emprego, ele respondeu: ‘Lidar com pessoas.’”

Fonte: Robert Half Technology

ATENÇÃO!Os funcionários de campos de golfe têm de tomar cuidado com bolas fora e com telefonemas de clientes como estes:

Funcionário: Campo de golfe. Em que posso ajudá-lo?Do outro lado da linha: Quanto custa para usar o campo?Funcionário: Trinta e oito dólares.Do outro lado da linha: O golfe está incluído?

Funcionário: Campo de golfe. Em que posso ajudá-lo?Do outro lado da linha: Preciso de algumas informações. Para come-çar, esse número de telefone está certo?

Funcionário: Campo de golfe. Em que posso ajudá-lo?Do outro lado da linha: Os meus filhos acabaram de chegar em casa com os bolsos cheios de bolas de golfe e disseram que roubaram daí. Quer comprá-las de volta?

Funcionário: Campo de golfe. Em que posso ajudá-lo?Do outro lado da linha: Olha, te-mos um jogo marcado para daqui a quinze dias, na sexta-feira. Como vai estar o tempo nesse dia?

E d T h o m p s o n

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Charlize TheronEssa atriz premiada encontra o sucesso ao buscar papéis complicadosP O R G A B R I E L D E L E R M A

Charlize Theron é linda e alta. Seus atributos bastariam para uma carreira encenando namoradas ou esposas submissas, mas desde o começo ela queria algo diferente. Não teve receio de parecer feia para dar realismo à personagem que representou em Monster - Desejo As-sassino, fi lme que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz em 2004.

Em Jovens adultos, ela é outra dessas personagens desagradáveis que sabe representar tão bem: Mavis Gary, escritora que volta à cidade natal decidida a reconquistar o na-morado da adolescência, embora isso signifi que acabar com a família dele. A personagem foi rejeitada pelo público, mas o trabalho de Theron no fi lme foi reconhecido com prêmios e indicações.

Charlize Theron, 36 anos, nascida na África do Sul, é muito devotada ao trabalho de embaixadora cultural de seu país natal e apoia com de-dicação o projeto Africa Outreach,

entidade benefi cente que, por meio da educação, tenta reduzir a alar-mante epidemia de aids e impedir a violência sexual entre os jovens.

Recentemente ela conversou com Seleções sobre seu trabalho dentro e fora das telas.

P: Você sumiu das telas por algum tempo. Precisou se distanciar para recomeçar?R: Não, não foi nada consciente. Eu aceitara participar do fi lme de George Miller que seria rodado durante um ano na Austrália. Mas houve atrasos. Depois de 16 meses, meu agente disse que eu não podia mais esperar sem fazer nada.

P: Por que procura sempre papéis complicados?R: Tenho 36 anos, mas sinto que mal estou iniciando. Acho que ape-nas começo a ver para onde quero evoluir como atriz e trabalhar com quem me interessa.

P R&P E R G U N T A & R E S P O S T A

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P: Como consegue encontrar essas personagens dentro de você?R: Acho que isso se resume ao meu modo obsessivo de trabalhar. Assim que aceito um projeto, fico obcecada e penso nele o tempo todo. Aplico essa obsessão a tudo o que vejo e a tudo o que já vi na vida, como obras de arte, música etc. E assim vai até o dia em que termino de filmar.

P: Você tende a representar perso-nagens com quem não gostaria de passar nem um segundo na vida real. Por que conviver com elas durante meses?R: Discordo. Adoraria tomar um drinque com Mavis ou Aileen. Você pode até pensar que eu não gostaria de dividir nada com elas porque as vê como personagens de ficção. Mas, quando começo a estudá-las mais profundamente, percebo que temos muito em co-mum, que muitas coisas não são tão incompreensíveis quanto parecem e simplesmente têm a ver com o comportamento humano.

P: Foi difícil provar que você poderia ser mais do que um rostinho bonito?R: Não. Para quem faz o que real-mente gosta, é difícil ver o trabalho como emprego ou um grande es-forço. Acho que comigo não poderia ser diferente. Meu orgulho não me deixaria aceitar nada de graça. Pre-ciso trabalhar para conquistar o que mereço, e isso é algo que meus pais me ensinaram. Também ajudou ter sido dançarina por algum tempo, ter

vivido num mundo disciplinado, em que tudo exige trabalho duro.

P: Você queria ser dançarina e trabalhou como modelo. Quando criança, chegou a pensar em se tornar atriz?R: Não. Na cultura em que fui criada, não líamos o tempo todo sobre ato-res e atrizes famosos, não sabíamos como os filmes eram feitos. Estáva-mos muito longe disso. E acho que o fato de não saber me deu coragem de tentar.

P: Você faz muito trabalho beneficente.R: Acho que, em todos os aspectos da vida, é preciso fazer aquilo de que se gosta, e amo esse aspecto da minha vida. É uma desculpa para voltar ao meu país, e acho que cons-titui uma parte enorme da minha espiritualidade. Alguns vão à igreja. Eu gosto de ir a essas comunidades e estar junto das pessoas.

P: Como vai o projeto Africa Outreach?R: Maravilhosamente bem. Agora meu diretor está lá, pensando em três projetos novos. Adoro o que fazemos e acredito nisso. Num país onde a aids é tão generalizada, acho que esse é o meu dever, principal-mente porque muita gente nem sabe evitar o contágio. É por isso que tentamos apoiar organizações não governamentais que trabalham lá para intensificar a campanha de prevenção ao vírus HIV. n

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Das tênias até a mastigação minuciosa, a história está cheia de modas esquisitas e perigosas para emagrecer. Prepare o estômago...

as dietas mais estranhasdo mundo

p o r H e l e n S i g n y

entre as modas malucas (e perigosas) para emagrecer, engolir uma tênia viva leva o troféu.

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AS DIETAS MAIS ESQUISITASDO MUNDO

Só se alimentar de sucos, ingerir parasitas, contar com refeições imagi-nárias: sempre que houver um modo radical de alterar a ingestão diária de alimentos em nome do emagreci-mento rápido, em algum lugar alguém já tentou. Os regimes não são sintoma apenas da obsessão do século 21 para ser magro. Há pelo menos mil anos, as pessoas adotam hábitos alimenta-res esquisitos – o que põe em risco a saúde e, ironicamente, a capacidade futura de emagrecer. Eis algumas das piores dietas da moda que alguém já seguiu:

Dieta do álcoolQuando: Por volta de 1086.Quem: Guilherme, o Conquistador, pelo que dizem.Como é: Gordo demais para montar a cavalo, parece que Guilherme, o Conquistador, se trancou nos seus aposentos e se alimentou exclusiva-mente de álcool.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: A longo prazo, é provável que se so-fra de alcoolismo, falência do fígado e colapso físico completo, mas Gui-lherme não chegou a esse ponto. Ainda gordo, morreu em 1087, depois de cair do cavalo.

Dieta de GrahamQuando: 1829.Quem: Reverendo Sylvester Graham, pastor presbiteriano dos Estados Uni-dos que pregava o vegetarianismo e a temperança a seus seguidores, os grahamistas.Como é: Frutas e legumes frescos,

trigo integral e nada de carne nem temperos fortes. Acreditava-se que esse regime, além de trazer saúde, impediria “pensamentos impuros” e a masturbação.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Esperar que a nutrição “combata” o desejo sexual é muito duvidoso. O clamor público contra a natureza pu-ritana das crenças de Graham acabou levando a dieta ao fim, embora o le-gado do pastor, o pão integral Graham, continue a ser apreciado até hoje.

Dieta da têniaQuando: De 1900 a 1920.Quem: Em 2009, Tyra Banks renovou o interesse por essa dieta, falando dela no seu programa de TV, mas sem dúvida não a defendeu.Como é: Engolir uma tênia. Isso mesmo, uma solitária, o parasita que é um flagelo em muitos países subde-senvolvidos. Há um século, elas eram vendidas em cápsulas, com a teoria de que as criaturas se alojariam no intestino e comeriam parte da co-mida engolida antes que esta fizesse engordar.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: A tênia pode provocar diarreia, dor de estômago, vermes visíveis nas fezes e, talvez, até larvas no cérebro. Além disso tudo, é simplesmente nojento!

Dieta de FletcherQuando: Por volta de 1910.Quem: Entre os seguidores, estavam o grande empresário John D. Rocke-feller e os escritores Franz Kafka e Henry James.

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Como é: O médico americano Horace Fletcher era especialista em dietética e, principalmente, em mastigação. Ele acreditava que mastigar o alimento durante muito tempo – no mínimo 32 vezes a cada garfada, ou até várias centenas de vezes – faria as pessoas comerem menos. Também dizia que isso ajudava a absorver a nutrição total da comida e afirmava ter se ali-mentado somente de batatas durante 58 dias.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: A mandíbula fica dolorida. E nos tor-namos companheiros de mesa muito chatos. (Não faz mal mastigar muitas vezes, mas não é preciso exagerar.)

Dieta de Hollywood (também dieta da toranja ou da clínica Mayo)Quando: De 1930 até hoje.Quem: Astros e candidatos a celebri-dades no decorrer das décadas.

Como é: Afirma-se que a toranja con-tém uma substância que, ingerida com a proteína, acelera a queima de gor-dura e o emagrecimento. Na verdade, a dieta só permite a ingestão de pou-quíssimas calorias e, provavelmente, a perda de peso se deve a isso, sem relação com a toranja.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Os especialistas dizem que a maior parte do “emagrecimento” é apenas perda de água e que toda a gordura perdida retorna assim que se interrompe a dieta. Além disso, a toranja pode in-teragir de forma negativa com alguns medicamentos, inclusive remédios para pressão.

Dieta do limão (ou detox)Quando: Da década de 1940 até hoje.Quem: Beyoncé.Como é: Tomar água, xarope de bordo, limão e pimenta-de-caiena, e não co-mer nada durante três a sete dias.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: A base científica das dietas de desin-toxicação que utilizam o limão é, no mínimo, frágil. Não há provas de que elas livrem o corpo de toxinas com mais eficiência do que o próprio fígado

e os rins. Jejuar pode ser perigoso, e todo o peso perdido voltará assim

que se interromper o jejum.

Dieta da Bela AdormecidaQuando: Década de 1950.Quem: Elvis Presley, pelo que dizem.

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Como é: Simples assim: quem dorme 24 horas por dia, sete dias por semana, não come. Dizem que Elvis tomou soníferos para conseguir esse “emagreci-mento milagroso”.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Tomar sedativos sem necessidade raramente acaba bem. O vício é um risco real. E quando final-mente acordamos estamos famintos!

Dieta do Exército IsraelenseQuando: Década de 1970.Quem: As adolescentes adoraram, achando que era o plano que os re-crutas seguiam para entrar em forma. O Exército israelense negou termi-nantemente.Como é: Num regime de oito dias, comem-se apenas maçãs nos dias um e dois, queijo nos dias três e quatro, frango nos dias cinco e seis e salada nos dias sete e oito. Chá preto e café são permitidos o tempo todo.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Além de ser difícil segui-la, o regime ignora a necessidade da ingestão equilibrada de todos os grupos de alimentos.

Dieta do Dr. AtkinsQuando: Décadas de 1970 a 1990.Quem: Renée Zellweger, Robbie Williams.Como é: Muita proteína e gordura, e praticamente nenhum carboidrato

(nem das frutas). Isso leva a um es-tado chamado “cetose”, no qual o corpo queima gordura em vez de gli-cose. A teoria do Dr. Robert Atkins gerou uma grande indústria de baixo carboidrato que continua a prosperar até hoje.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: A ce-tose pode prejudicar os órgãos vitais. E, para fazer os vaidosos desistirem de vez, provoca um mau hálito horrível.

Dieta da sopa de repolhoQuando: Da década de 1980 até hoje.Quem: As atrizes Jaime Pressly e Sa-rah Michelle Gellar, pelo que dizem.Como é: Pode tomar sopa de repolho

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à vontade quando tiver fome, o que ajuda a manter uma dieta de poucas calorias. Fora a sopa, os outros ali-mentos são estritamente controlados durante sete dias.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Quem é que gosta de sopa de repolho?

Além disso, o repolho tende a provo-car flatulência, o que é capaz de fazer todo mundo sair correndo.

Dieta AleluiaQuando: Da década de 1990 até hoje.Quem: Os devotos.Como é: Louvada pelos fiéis como “O caminho de Deus para a saúde perfeita”, essa dieta vegana e pratica-mente crudívora se baseia num único versículo da Bíblia (Gênesis 1,29: “E disse Deus: Eu vos dou todas as ervas que dão semente, que estão sobre toda a superfície da terra, e todas as árvo-res que dão fruto que dão semente: isso será vosso alimento”) e pretende trazer vários benefícios à saúde.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Ela não atende a todas as necessidades nutricionais do ser humano e os pra-ticantes são estimulados a comprar suplementos caros (que a Bíblia deixa de mencionar).

Dieta da papinha de bebêQuando: Década de 2000.Quem: Jennifer Aniston e Reese Wi-therspoon, pelo que dizem.Como é: Lanches e refeições são subs-tituídos por vidrinhos de papinha de bebê.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Já comeu papinha de bebê? Que gosto têm frango e nabo liquidificados? Eca!

Dieta de Shangri-láQuando: Década de 2000.Quem: Várias pessoas desconhecidas,

“Sempre consigo saber só de olhar, antes mesmo que digam al-guma coisa, quem já fez muitas dietas da moda”, afirma a nutri-cionista Melanie McGrice. “Essas pessoas têm o metabolismo len-tíssimo e pouca massa muscular, e assim é muito difícil trazê-las de volta aos trilhos.”

As dietas incompletas em termos nutricionais acabam fazendo mais mal do que bem: o organismo en-tende que há subnutrição e, quando a dieta termina, passa a acumular mais gordura do que antes.

Também fica fácil perder massa muscular e retardar permanente-mente o metabolismo, o que torna ainda mais difícil emagrecer.

Além disso, Melanie explica que não comer o que precisamos traz vários riscos à saúde a curto e longo prazos, de depressão a sistema imu-nológico ineficaz, deficiência de ferro, osteoporose e doença cardíaca. “As dietas da moda defendem padrões alimentares realmente insustentá-veis”, diz ela. “Há maneiras saudáveis de perder peso rapidamente, mas é preciso procurar a orientação de um nutricionista ou médico.”

O DANO FEITO

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inclusive o escritor e palestrante mo-tivacional Tim Ferriss.Como é: Afirmando basear-se na ciên-cia que liga o sabor dos alimentos à ingestão de calorias, o psicólogo Seth Roberts defende que beber água com açúcar ou óleo de cozinha uma hora antes de cada refeição reduz o apetite.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Óleo (gordura) ou açúcar (glicose) para ajudar a emagrecer? Faça-me o favor...

Dieta da banana matinalQuando: Década de 2000.Quem: Muitos japoneses.Como é: Comer pelo menos uma ba-nana no desjejum, concentrando-se atentamente no seu sabor. Embora só se possa beber água para acompanhar a banana, não há outras restrições. Essa dieta virou mania no Japão.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Pri-meiro porque a expressão “a preço da banana” já perdeu o sentido faz tempo, não é? E, caso não haja outras mudanças na alimentação, é pouco provável perder peso e se manter magro só assim.

Dieta dos biscoitosQuando: Fim de 2009 até hoje.Quem: Kim Kardashian.Como é: Duas das três refeições do dia são substituídas por biscoitos doces supostamente formulados para redu-zir a fome. A ingestão total é de 1 a 1,5 kcal por dia.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Pe-tiscos para mudar quem come demais?

A chance de apenas confirmar maus hábitos, sem levar a um padrão nutri-cional saudável, é muito grande.

Dieta do arQuando: 2010.Quem: A revista Grazia publicou na França uma foto de Madonna fingindo comer numa campanha da Dolce & Gabbana.Como é: É preciso fingir que come. A comida é colocada no prato, picada e levada à boca – mas não se come. No entanto, pode-se tomar “sopa de água”.POR QUE É UMA PÉSSIMA IDEIA: Isso tem outro nome: passar fome. Vamos falar sério, muita gente morre ten-tando viver só de ar. Não tente fazer isso em casa. nF

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Cerca de 6 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão acima do peso.

HORA DE

COM AINFANT IL

ACABA ROBESID ADE

POR DIRLEY FERNANDES

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COM AINFANT IL

ACABA ROBESID ADE

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udo começou de maneira inocente. Há três anos a engenheira civil Priscilla Ro-cha, de Salvador, começou a ganhar peso. Sempre que se sentia ansiosa, ela respon-

dia comendo de forma cada vez mais descontrolada. Bolos e tortas, por exemplo, eram alguns dos alimentos favoritos. E a cada fatia que comia, ela dava outra para o filho, João Victor, então com 6 anos.

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TQuando o garoto chegou aos 9 anos,

media 1,45 m e pesava 55 quilos, ao mesmo tempo que a mãe atingira 116 quilos. Ambos se enquadravam na classificação de obesos. Os exames de sangue de João Victor mostraram a Priscilla a realidade: taxas de co‑lesterol e de triglicerídeos em níveis altíssimos. “Eu me sentia a pior mãe do mundo. Sabia o que tinha passado na adolescência por conta do meu peso e via meu filho em situação ainda pior”, diz ela.

João Victor se tornou mais um dos cerca de 6 milhões de crianças e ado‑lescentes brasileiros em idade escolar que estão acima do peso. Como todos os jovens com sobrepeso, João Victor está sete vezes mais sujeito a sofrer de hipertensão do que as crianças em forma. Diabetes e apneia do sono são males que já podem atingi ‑lo. Na fase adulta, virão as alterações na coluna vertebral e nas articulações. Nas meninas, a obesidade contribui ainda com o desequilíbrio hormonal, que pode acarretar, mesmo em ado‑lescentes, a síndrome dos ovários

policísticos, irregularidade menstrual e infertilidade. Sem falar do risco aumentado de cânceres como os de mama, endométrio e intestino.

“As consequências do excesso de peso surgem muito cedo, ainda na infância”, diz a Dra. Zuleika Halpern, endocrinologista do Departamento de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Um estudo com 863 adolescentes da rede de ensino do município de Ar‑coverde, em Pernambuco, publicado em 2010, mostrou que 38,8% dos estu‑dantes obesos eram hipertensos. “Os casos de crianças e adolescentes que chegam ao consultório com coleste‑rol e triglicerídeos altos, assim como resistência à insulina, tornaram ‑se comuns nos últimos anos”, ressalta a nutricionista Mariana Del Bosco, tam‑bém integrante da Abeso.

Os problemas do excesso de peso na infância, no entanto, vão além da questão física. O sergipano Thibé‑rio Menezes era, até os 13 anos, uma criança obesa que, ao contrário dos ou‑

ADAPTADO DE ARTIGO DE ANNE CASSLEMAN

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tros garotos da escola, não gostava de futebol e preferia passar a maior parte do tempo em casa. “Eu era um seden‑tário completo. E, além de gordinho, ainda usava óculos. O pessoal tirava onda comigo. Isso foi muito cons‑trangedor. Eu sou uma pessoa tímida, então não reclamava. Mas não aceitava aquilo bem”, conta o atual estudante de marketing.

O sentimento de vergonha de Thibé‑rio não estava simplesmente em sua cabeça. As pessoas realmente discri‑minam os obesos.

“A percepção das pessoas em rela‑ção ao excesso de peso ainda é muito simplista”, diz Camila Mareze, psicó‑loga clínica e responsável pelo site Psicobesidade. “Isso inclui até mesmo profissionais de saúde, que deveriam estar mais bem treinados para lidar com tais casos.” Ela diz que comer de‑

mais não é necessariamente o centro do problema, como acredita o senso comum. “Os alimentos funcionam como uma espécie de compensação para muitas pessoas que enfrentam questões mais profundas.”

Por outro lado, Camila lembra que não é verdadeira – e chega a ser peri‑gosa – a ideia de que todas as pessoas com problemas de peso se alimentam em excesso. “Já recebi mães que pas‑sam essa noção para o filho, o que os leva a se sentirem culpados ao comer e acarreta outros transtornos alimen‑tares, como a bulimia.”

Sofrendo o peso da discriminação desde cedo, as crianças obesas crescem mais propensas à baixa autoestima, o que influencia em seu relacionamento com os colegas e, no futuro, levará à insegurança profissional.

“Antes de se considerar a obesidade infantil como resultado de excesso ali‑

“Sem o engajamento da família não há chance de sucesso.”

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mentar, devem ser pesquisadas causas secundárias – como doenças endócrinas ou neurológicas e síndromes genéticas – e, quando houver indicação, deve ser feita uma avaliação psiquiátrica de transtornos alimentares”, diz a Dra. Vera Leal, endocrinologista e ex‑‑presidente da Sociedade Brasileira de

Endocrinologia e Metabologia/Regio‑nal Rio de Janeiro (SBEM ‑RJ).

A epidemia de obesidade vem au‑mentando nos últimos anos. “O fato é que estamos passando por uma fase de transição nutricional no Brasil”, diz Elizabeth Bismarck, coordenadora do programa Municipal de Nutrição

de São José dos Campos (SP). “A desnutrição está cedendo espaço para o aumento das doenças crônicas ligadas ao excesso de peso.”

A Dra . Vera ressalta que há diversos fatores que contribuem para a obesidade, como a facilidade de consumo dos produtos industria‑lizados, com baixa qualidade nutri‑tiva, excesso de sal, gordura e açúcar; e a diminuição do gasto energético nas atividades da vida doméstica, no deslocamento de casa para o traba‑lho, e em opções de lazer que não requerem esforço físico. “Os com‑portamentos da vida moderna não têm sido benéficos F

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ao peso corporal, especialmente para os indivíduos cujos ancestrais viviam em áreas com extrema escassez de ali‑mentos, onde o pouco que comiam era totalmente aproveitado para garantir a sobrevivência. Talvez isso explique geneticamente por que determinados indivíduos tendem a um ganho corpo‑ral com mais facilidade.”

De fato, uma pesquisa com estu‑dantes do nono ano na cidade do Rio de Janeiro mostrou que 71,7% deles passam mais de quatro horas diárias assistindo à TV, jogando videogame ou diante do computador. Outro estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) comprovou que passar mais de duas horas por dia entre o com‑putador e o videogame aumenta em até 2,6 vezes a chance de desenvolver sobrepeso.

Pais e familiares sempre estarão na linha de frente na batalha contra

a obesidade. “O tratamento começa pela mãe”, diz Camila Mareze. Em março deste ano, Priscilla fez uma cirurgia de redução do estômago – considerada arriscada pelos médicos –, mudou a alimentação e trouxe João Victor com ela. “Agora, estou con‑seguindo ajudar meu filho. Eu não proíbo nada, porque minha mãe fazia isso comigo e não deu certo. O que faço é incentivar hábitos melhores. Ele já mudou a qualidade dos alimen‑tos que come e até gosta de saladas. Além disso, está fazendo judô, mas ainda passa muito tempo na frente da TV”, conta Priscilla.

Em muitos casos, os pais não sabem que atitude tomar. E a complexidade do tratamento, que envolve profis‑sionais de áreas diversas, também dificulta a vida dos pais. Aurea Dayse Maciel, mãe de Alexandre, 16 anos, en‑frentou esse problema há um ano. O filho dela estava com 83 quilos e vestia calças tamanho 46. “Ele não se sentia bem e eu queria ajudar, mas não sa‑bia como”, diz a carioca radicada em Uberlândia (MG).

No Brasil, não há associações de‑dicadas exclusivamente à obesidade infantil, e as informações e iniciativas ligadas ao tema são pulverizadas.

“Não existem centros onde as pes‑soas possam buscar informações, nem entidades médicas ou do go‑verno tratando dessa questão que é tão importante”, diz João Elias Dias Nunes, professor de Educação Física que faz parte da equipe do programa Tratamento Multiprofissional do F

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O que quer dizer IMC?

O Índice de Massa Corporal é uma ferramenta de medida que compara a altura com o peso e ajuda a indicar se o indivíduo está acima ou abaixo do peso, ou com um peso ideal em relação à sua altura. Para calcular o IMC, pegue os valores de peso e al-tura e faça o seguinte cálculo:

Encontre o valor do resultado na ta-bela e cruze com a idade de seu filho para ver em que faixa ele está.

IMC = Peso (kg)

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Adolescente Obeso: Avaliação e In‑tervenção, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O projeto en‑volve profissionais de educação física, nutrição, medicina e psicologia.

Em junho do ano passado, Alexandre e outros 43 jovens foram selecionados – entre 1.150 inscritos – para o programa, com duração de um ano. Durante a se‑mana, eles passam por quatro dias de trabalho físico e um de atendimento psicológico e nutricional.

“Em um ano, mais da metade dos garotos deixou o programa. Todos di‑zem que vão seguir em frente, mas, quando encaram as dificuldades, aca‑bam criando desculpas e desistindo”, diz João Elias.

Na avaliação de seis meses do pro‑

grama, a perda de peso média foi de 6%, porém os mais assíduos emagre‑ceram a ponto de não se perceberem sinais de que já foram obesos. O acompanhamento médico mostra os índices de hipertensão, glicemia e co‑lesterol em queda livre.

Alexandre perdeu quase 20 quilos e agora veste calças tamanho 38. “As transformações nele vão desde a forma de lidar com a alimentação – que mu‑dou radicalmente em quantidade – até a autoestima, que é outra. Ele achava que nenhuma menina namoraria um gordi‑nho”, conta a mãe, Aurea, orgulhosa.

João Elias, para quem o modelo de Uberlândia não é difícil de ser implan‑tado em outros locais, ressalta que os efeitos do programa se tornam perma‑

Da esquerda para a direita: Alexandre, ao lado da irmã Gabriela, quando pesava 83 quilos, há um ano. Hoje com 16 anos, está 18 quilos mais magro.

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nentes. “Esses garotos vão sair daqui com hábitos diferentes e serão adultos mais saudáveis”, acredita ele.

De fato, as despesas com o trata‑mento da obesidade e com doenças ligadas ao excesso de peso não param de crescer. As internações ligadas à obesidade saltaram de 292 em 1998 para 5.984 em 2009. Ao longo desses anos, isso representou 17% do total de internações nos serviços públicos de saúde, a um custo estimado em R$ 1,99 bilhão, segundo dados levantados por Cintia Hiromi Mizuno, especialista em gestão pública.

“Prevenir é muito mais barato”, afirma Elizabeth Bismarck. A nutri‑cionista comanda o Projeto Alecrim (Alimentação e Criançada Mais Saudável) que, desde 2007, leva infor‑mação sobre os riscos da obesidade para crianças, pais e profissionais de educação e saúde de São José dos Campos. O Alecrim tem sua base nas unidades de saúde municipais, mas as escolas exercem um papel fundamen‑tal na disseminação das boas práticas.

“A cada semestre, todos os estudan‑tes têm dias reservados para trabalhar a questão da alimentação. Isso faz parte do calendário oficial. Além disso, os professores passam por seminários so‑bre o tema todos os anos”, diz Elizabeth, que, de início, precisou convencer os profissionais de que o excesso de peso tinha se tornado um problema crônico.

Outra das poucas iniciativas de combate ao excesso de peso de ca‑ráter permanente na área da saúde pública é o Centro de Atendimento à

Obesidade Infantil (Caoim), em Ma‑rília (SP). Criado em 2007 a partir da percepção de que o excesso de peso já atingia mais de 30% dos estudantes do município, o projeto tem como foco a remodelação da família. “As crianças vêm até nós e buscamos levá ‑las a um reaprendizado da convivência social, do ato de brincar e da relação familiar. A perda de peso é um efeito colateral do apoio da família, além da melhor escolha alimentar”, diz a coordena‑dora do projeto, Dra. Luciana Pfeifer, especialista em obesidade, perda de peso e síndrome metabólica.

As crianças só podem frequentar o Caoim acompanhadas dos pais ou responsáveis. “Acreditamos que sem o engajamento da família não há chance de sucesso”, diz Luciana. Neste semes‑tre, 240 jovens entraram no projeto e estão recebendo assistência de profissionais das áreas de nutrição, psicologia, enfermagem, odontologia, fisioterapia e educação física.

A iniciativa privada também deu uma força: o transporte dos garotos para o Caoim é gratuito, com a ajuda de uma empresa de ônibus local, e uma indústria de alimentos financiou, em parte, os primeiros passos do projeto.

Enquanto nos damos conta de que a obesidade infantil se tornou um problema grave de saúde pública, na Europa as iniciativas contra o ex‑cesso de peso se multiplicam e alguns países, a exemplo da França e da Ale‑manha, já colheram indícios de que as taxas de sobrepeso podem ter parado de crescer. O Brasil está entrando na luta com atraso. F

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Em março, o governo federal pro‑moveu a Semana de Mobilização Saúde na Escola. Lançado em 2007, o programa é fruto de uma parceria dos ministérios da Saúde e da Educação para prevenir e controlar a obesidade em estudantes de 5 a 19 anos da rede pública de ensino (estadual e munici‑pal) – que, segundo o Censo de 2011, reúne 42.054.071 estudantes. Até o fim do ano passado, quase metade dos municípios do país – 2.495 cidades – já havia aderido ao programa que prevê visitas periódicas de profissionais de saúde e realização de exames.

Em abril, um acordo assinado pelo Ministério da Saúde e a Federação Nacional das Escolas Particulares ampliou as ações de combate à obe‑sidade infantil a estudantes da rede privada, que somam 6,5 milhões no país. Com o objetivo de oferecer lanches mais saudáveis nas cantinas, as escolas participantes receberão uma cartilha com dicas para deixar o cardápio atraente.

E o exemplo de São José dos Cam‑pos é um incentivo: por lá, as taxas de sobrepeso medidas em crianças de 8 anos se mantêm estáveis em 25% desde 2009, abaixo da média nacional, em torno de 33%. Entre as crianças que participaram das atividades do Projeto Alecrim, 60% registraram perda de peso.

Voltando ao caso de Thibério: quando ele tinha 13 anos, o irmão mais velho começou a praticar bodyboard. Ele resolveu tentar também, mas teve muita dificuldade com as manobras

por conta do peso. Cansado de engolir água e de ouvir as piadas cruéis da turma da praia, decidiu emagrecer. Melhorou a alimentação – a mãe, que proibia refrigerantes durante a se‑mana, apoiou a iniciativa – e começou um programa de exercícios na acade‑mia. Com 15 anos, tinha atingido um peso normal para a idade.

Hoje, o estudante de marketing Thi‑bério tem 22 anos, mede 1,80 m e pesa 74 quilos. Ele continua preferindo ali‑mentos leves e dividindo seu tempo entre a faculdade e a prática de espor‑tes. À medida que perdeu peso, ganhou agilidade nas ondas a ponto de disputar competições de bodyboard. Em março deste ano, conseguiu seu maior feito: o vice ‑campeonato do Noronha Am‑biental Bodyboard Pro, um dos mais importantes torneios da modalidade no país.

“Precisei enfrentar muitas batalhas. Tive disciplina para passar a dormir cedo, comer direito e treinar muito. Ou seja, mudei tudo o que eu fazia. Mas quem me chamava de gordinho agora bate palmas”, diz.

Se não fosse sua própria motivação para perder peso e os pais que o in‑centivaram, quem poderá dizer que tipo de vida Thibério estaria levando hoje ou quanto ele estaria pesando? Enquanto isso, João Victor se prepara para entrar na natação, e sua mãe, Priscilla, pensa em formas de deixá‑‑lo menos tempo diante da TV e dos videogames. Ele emagreceu três qui‑los nos últimos três meses e, se seguir nesse ritmo, sairá da faixa de obesi‑dade em mais seis meses. n

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Quando a gente passa por

alguma difi culdade

a primeira coisa que pensa é em ligar para a mãe, para o pai, ou para qualquer pessoa que possa nos ajudar. Mas a mulher do Leandro dos Santos, de Cruzeiro do Sul (AC), ouviu uma resposta bem inusitada na academia onde trabalha. Quer saber como termina a história? Leia em Ossos do ofício, na página 52. E se você também tem uma boa história para contar, envie para nós e concorra a um prêmio em dinheiro.

Quando

alguma difi culdade

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Na palavra de especialistas, combinações de alimentos que fazem muito bem à saúde

Por Helen Sandstrom

Combinações PERFEITAS

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“Comidos separadamente, o

brócolis e o tomate são saudáveis, mas, se ingeridos juntos, a

capacidade de combater o câncer pode aumentar

exponencialmente.”

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Na vida, algumas parcerias tinham de acontecer, como a de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. O que surpreende é o mesmo ocorrer no nosso prato, e podemos aproveitar para dar uma incrementada na saúde.

Faz tempo que os jardineiros conhecem a vantagem das plantas compa-nheiras: duas plantas diferentes, como manjericão e tomate, crescem muito melhor juntas do que separadas. Agora os cientistas descobriram que o mesmo acontece com a comida e seu efeito sobre o organismo.

Isso se chama sinergia alimentar, e o benefício é grande, capaz talvez de prevenir doenças crônicas importantes como o câncer, cardiopatias e acidente vascular cerebral. “Quando determinados alimentos são ingeridos juntos, seus

Combinações PERFEITAS

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compostos são absorvidos ao mesmo tempo e circulam simultaneamente no nível celular”, diz a nutricionista americana Elaine Magee, autora de Food Synergy (Sinergia alimentar). “Brócolis e tomates são um exemplo.

Comidos separadamente, ambos são saudáveis, mas, quando ingeridos juntos, a capacidade de combater o câncer pode aumentar exponencial-mente. É como somar um mais um e obter quatro como resultado.”

SEM MEDO DA GORDURANossa relação com a gordura deu uma cambalhota: agora, gorduras e óleos bons têm seu lugar à mesa. Precisamos da gordura para reter os nutrientes dos alimentos frescos, e os pesquisadores

descobriram que ela é essencial para a

absorção do licopeno e dos carote-nos alfa e

beta.Alguns petiscos

saudáveis, como as minicenou-ras, precisam ser comidos com alguma fonte de gordura para absorvermos o be-tacaroteno, explica a Dra. Wendy White, professora -assistente de ciência dos alimentos e nutrição humana da Univer-sidade de Iowa. Ela verifi cou que, quando se comem saladas com molhos gorduro-sos, há uma absorção muito maior dos carotenoides que combatem o câncer e protegem o coração do que quando se usam molhos sem gordura.

Quem prefere a salada sem molho pode acrescentar um pouco de abacate, castanhas ou queijo, diz ela. Ou misturar rúcula, tomate e cogumelo com queijo numa pizza.

OUTRAS COMBINAÇÕES ÓTIMAS PARA A SAÚDE

REFORÇO ÀS PROTEÍNASO humilde prato de arroz com feijão é uma combinação poderosa. Ele dá ao organismo os aminoácidos essenciais necessários para formar as proteínas, como explica a Dra. Diane Birt, pro-fessora que trabalha com a Dra. Wendy White. “Para sintetizar proteínas, o organismo precisa de todos os aminoácidos disponíveis ao mesmo tempo. Os que faltam no arroz estão no feijão – e vice-versa. Juntos, eles formam um todo, ou seja, uma proteína de elevado valor biológico.” Cozidos em fogo baixo com cebola, pimenta -malagueta, alho e massa de tomate, ainda oferecem antioxidantes como bônus.

O sanduíche de manteiga de amendoim com pão integral é outra combinação que fornece os aminoáci-dos essenciais.

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Com o exemplo do brócolis e do to-mate, o Dr. John Erdman, professor de ciência dos alimentos e nutrição hu-mana da Universidade de Illinois, nos EUA, explica como a coisa funciona. Os compostos sulfurosos do brócolis

ativam enzimas do organismo que de-compõem carcinógenos. O licopeno, que dá cor ao tomate, pode prevenir o surgimento de certos cânceres, prin-cipalmente os de próstata, pulmão e estômago.

OUTRAS COMBINAÇÕES ÓTIMAS PARA A SAÚDECHÁ E TOFU CONTRA TUMORES

Alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata, são muito menos frequen-tes em países asiáticos, nos quais o povo costuma comer soja e tomar chá verde, diz Elaine Magee, que pergunta: “Há alguma si-nergia anticancerígena em ação entre esses dois alimentos asiáticos básicos?”

Pesquisadores que estudam o câncer de mama dependente de estrogênio em fêmeas de camundongo verifi caram que os fi toquímicos derivados da soja reduzi-ram em 23% o crescimento dos tumores e que o chá o diminuiu em 56%. Juntos, eles reduziram em 72% o crescimento dos tumores.

O Dr. Jin -Rong Zhou, diretor do Labo-ratório de Metabolismo e Nutrição do Centro Médico Diaconisa Beth Israel, em Boston, EUA, diz que a combinação de soja e chá pode ser melhor para “alvejar moléculas diferentes ou assinalar vias” do que cada um deles sozinho. “A soja

é um sinergista unissex”, afi rma

a Dra. Magee, e deveria ser incluída também na alimentação masculina.

LANCHE DEPOISDO EXERCÍCIO

Se os exercícios o deixam irritado, delicie -se com um café com leite cremoso e uma torrada de pão com passas. Junto dos carboidratos, a cafeína ajuda os músculos a se recu-perarem mais depressa de exercícios extenuantes, diz John Hawley, profes-sor de fi siologia do exercício do Real Instituto de Tecnologia de Melbourne, na Austrália. Essa combinação de cafeína com carboidrato pode armaze-nar para o dia seguinte até 66% mais glicogênio, a principal fonte de com-bustível dos músculos.

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Quando estudou amostras de sangue de quem tomou vinho para acompanhar um cheeseburger duplo, ela verifi cou que o vinho parecia deter o oxicolesterol no meio do caminho. (Naturalmente, exagerar no vinho provocará outra série de problemas.)

Fritas com suco de laranja As refei-ções ricas em gordura e carboidratos, como um desjejum com ovos fritos,

“Comidos juntos, vemos um efeito aditivo”, diz ele. “Achamos que os com-ponentes bioativos [que agem sobre o tecido vivo] desses dois alimentos atuam em vias diferentes para reduzir o risco de câncer. Ingerir cerca de três porções de cada um no decorrer da semana é um começo maravilhoso – comê--los na mesma refeição é ainda melhor. Tomates cozidos são melhores do que crus. Em casa, minha mulher e eu preparamos muitos refogados que sempre incluem tomate e brócolis. O co-zimento leve é o mais indicado e o acréscimo de um pouco de óleo aumenta ainda mais a bio-disponibilidade [ou capacidade de absorção] desses alimentos.”

Minimizar os danosA sinergia alimentar não só envolve combinações alimentares nutritivas, como reduz o mal causado por exces-sos ocasionais. Eis alguns exemplos:

Aceita um vinho com hambúrguer?Se você sucumbiu à tentação de comer fast -food, o vinho tinto pode desfazer parte dos danos. “Os polifenóis do vi-nho tinto podem reduzir a circulação do oxicolesterol depois da absorção”, diz a Dra. Fausta Natella, do Instituto Nacional de Pesquisa em Alimentos e Nutrição, de Roma. Essa forma peri-gosa de colesterol oxidado se encontra em alimentos fritos e industrializa-dos. “O oxicolesterol pode provocar aterosclerose e também tem efeito carcinogênico”, diz a Dra. Fausta.

COMIDA E REMÉDIOS: MISTURAS QUE DEVEM SER EVITADASDiversos alimentos também podem ter efeito negativo sobre o funcionamento

dos remédios, e é bom evitar certas combina-ções. “Alguns antibióticos não são bem absorvidos quando tomados com um copo de leite ou com laticínios”, diz o Dr. Mark Naunton, professor--assistente de farmácia da Universidade de Canberra, na Austrália. “O leite tam-bém prejudica a absorção de suplementos de ferro.”

Refeições ricas em gordura podem retardar bastante o ritmo de esva-

ziamento do estômago e a absorção de alguns medicamentos. “No entanto, alguns remédios (como o antifúngico griseofulvina, tomado por via oral no tratamento de micoses) funcionam me-lhor quando ingeridos com uma refeição gordurosa, porque passam mais tempo no estômago e podem ser decompostos”, diz o Dr. Naunton.

ponentes bioativos [que agem sobre o tecido vivo] desses dois alimentos atuam em vias diferentes para reduzir o risco de câncer. Ingerir cerca de três porções de cada um no decorrer da semana é um começo maravilhoso – comê--los na mesma refeição é ainda melhor. Tomates cozidos são melhores do que crus. Em casa, minha mulher e eu preparamos muitos refogados que sempre incluem tomate e brócolis. O co-zimento leve é o mais indicado e o acréscimo de um pouco de óleo aumenta ainda mais a bio-disponibilidade [ou capacidade de absorção] desses alimentos.”

SER EVITADASDiversos alimentos também podem ter efeito negativo sobre o funcionamento

dos remédios, e é bom evitar certas combina-ções. “Alguns antibióticos não são bem absorvidos quando tomados com um copo de leite ou com laticínios”, diz o Dr. Mark Naunton, professor--assistente de farmácia da Universidade de Canberra, na Austrália. “O leite tam-bém prejudica a absorção de suplementos de ferro.”

Refeições ricas em gordura podem retardar bastante o ritmo de esva-

ziamento do estômago e a absorção

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bacon, torradas e panquecas, podem bagunçar o organismo, provocando infl amações e gerando um aumento de SOCS3 – proteína que contribui para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. “O interessante é que o suco de laranja neutraliza esse efeito”, diz o Dr. Paresh Dandona, diretor do Cen-tro de Diabetes e Endocrinologia de Nova York.

Depois de obter amostras de san-gue de um grupo que tomou suco de laranja com um desjejum de 900 calorias, composto de ovo, linguiça e batata rosti, o Dr. Dandona não encontrou aumento signifi cativo da SOCS3 nem de radicais livres infl a-matórios, como seria esperado nesse tipo de refeição.

Fique de olho em...Naunton explica que a toranja (inclu-sive o suco) pode bloquear enzimas que controlam a absorção no trato gastrointestinal de vários remédios, provocando nível mais alto do me-dicamento no organismo e um risco maior de efeitos colaterais. Vários tipos de remédios para a pressão, ansiolíticos, medicamentos contra a malária, estatinas e triazolam, subs-tância usada para tratar a insônia, reagem com a toranja.

É bom prestar atenção também no alcaçuz. Pode parecer uma gu-loseima inofensiva, mas ele não se mistura bem com a digoxina e pode aumentar sua toxicidade. No caso de diuréticos e medicamen-tos para a pressão, o alcaçuz tem efeito oposto e reduz sua efi cácia. �

maior de efeitos colaterais. Vários tipos de remédios para a pressão, ansiolíticos, medicamentos contra a malária, estatinas e triazolam, subs-tância usada para tratar a insônia,

É bom prestar atenção também no alcaçuz. Pode parecer uma gu-loseima inofensiva, mas ele não se mistura bem com a digoxina e pode aumentar sua toxicidade. No caso de diuréticos e medicamen-tos para a pressão, o alcaçuz tem

O PODER DO CRU � Em muitas culturas, a combinação de alimentos é praticada há tempos. Muitas vezes a comida é servida de uma maneira específi ca para auxiliar a digestão ou a absorção dos alimentos, por exemplo, como explica Karen Inge, nutricionista de Melbourne. “Ao examinar a dieta ja-ponesa, vemos que o peixe cru costuma ser combinado com wasabi. O wasabi é feito com raiz -forte, que tem as enzimas necessárias para digerir o peixe cru.”� Tabule, a salada do Oriente Médio que combina trigo, salsa, tomate e suco de limão, é outro bom exemplo de prato sinérgico. “O tabule é uma salada rica em ferro”, afi rma Karen. “A vitamina C do tomate e do suco de limão ajuda o corpo a absorver o ferro da salsa. O tabule costuma acompanhar carne, e sabemos que comer uma fonte de ferro animal (carne) com uma fonte vegetal (salsa) promove ainda mais a absorção.”� A combinação alimentar favorita de Karen Inge? Uma salada de legumes rica em carotenoides servida com uma gordura saudável. “Muita gente quer emagrecer e come saladas sem ne-nhuma fonte de gordura”, diz ela. “Mas a gordura é realmente importante para ajudar a absorver muitos dos compo-nentes protetores das hortaliças.”

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Questão de equilíbrio

P O R J O E L Y A N O F S K YD E B A D A N I M A L S

Joel Yanofsky não aceitou bem o diagnóstico de autismo dado ao

filho Jonah. No seu premiado livro de memórias, ele conta que, embora

tenha abalado seu moral e seu casamento, a doença de Jonah também o ensinou a se tornar

um pai melhor.

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Pouco depois de Jonah começar o quinto ano na escola, Cynthia instalou uma barra de exercícios numa das portas dentro de casa. É o tipo de produto anunciado

na TV para aqueles que acreditam que conseguirão emagrecer com facilidade no conforto do lar, fazendo dez minutos de flexões uma vez por semana.

DE “BAD ANIMALS: A FATHER’S ACCIDENTAL EDUCATION IN AUTISM”, © 2011 BY JOEL YANOFSKY. PUBLICADO COM PERMISSÃO DE PENGUIN GROUP (CANADÁ). WWW.PENGUIN.CA

A barra está lá porque Jonah parece incapaz ou sem vontade de se balan‑çar na escada horizontal do pátio da escola, como as outras crianças da sua turma. Fica apreensivo, tem medo de cair ou, se bem conheço meu filho, de errar. O problema é que a moda agora é se balançar. Por alguma razão, todos os garotos de 10 e 11 anos fazem fila na escada horizontal, como recrutas do Exército no início da instrução.

No dia em que a barra para exercí‑cios foi instalada, Jonah a olhou com desconfiança. Supôs com sensatez que essa mudança na decoração de casa ti‑nha algo a ver com ele (sempre pensa assim, e geralmente acerta) – em consequência, a evitou. Eu também tinha minhas dúvidas. Para treinar o balanço na escada horizontal, de barra em barra, ele não precisaria de mais do que uma única barra? Não era para isso que servia uma escada horizon‑tal, afinal de contas? E para que servia,

exatamente, aquela barra ali na porta? Queríamos que Jonah fosse trapezista quando crescesse? Sabiamente, guar‑dei para mim essas objeções. Ainda assim, como para provar meu ponto de vista, na primeira vez que conven‑cemos Jonah a se pendurar na barra, foi só isso que ele fez. Pendurou ‑se nela, o corpo mole, e apenas por al‑guns segundos antes de descer.

– O que foi? – me perguntou Cyn‑thia quando ele se afastou.

– Nada. Só que esse tipo de coisa não parece ser o que temos de lhe ensinar.

– Temos de lhe ensinar tudo – disse Cynthia, e não pela primeira vez.

Depois de insistir com ele durante seis semanas, não conseguimos mais tirar Jonah da barra. Eu o chamo para fazer o dever de casa ou para jantar e, se ele não aparece, sempre sei onde encontrá ‑lo. Agora tenho medo de que se solte em pleno balanço e voe

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Cynthia enfrentou o diagnóstico arrasador entrando em ação, fazendo contatos, brigando com professores e diretores, lendo livros, pesquisando terapias. Minha tática foi emburrar.

pela janela mais próxima, fazendo um pouso perfeito em algum ponto da horta do vizinho. Às vezes ele pede nossa ajuda. Outras vezes, arrasta sua pequena cama elástica para debaixo da barra e pula até ela. Isso ajuda a ganhar velocidade. Com certa insis‑tência de Cynthia, ele aprendeu a dobrar os joelhos e depois estender totalmente as pernas. Jonah gosta principalmente do movimento de pêndulo, a ideia de que só podemos avançar até certo ponto e que então, inevitavelmente, acabamos voltando – e vice ‑versa, é claro. Essa suave sur‑presa, assim como a constância, lhe agradam. Para trás ou para a frente, na barra ele é puro impulso.

O diagnóstico veio sete anos antes, quando Jonah estava com quase 4 anos, e ainda

não sabíamos direito o que enfrentá‑vamos. No hospital, entramos na lista de espera para obter uma segunda opinião, e houve dias em que tentei deixar de lado tudo o que tivesse a ver com autismo até essa segunda consulta. Na época, era difícil dis‑tinguir o comportamento autista do comportamento típico de um aluno do

jardim de infância. (Eu deveria dizer neurotípico, já que atualmente essa é a palavra politicamente correta, usada para descrever todo mundo que não tem autismo.) Mas, quando olho para trás, desconfio que tentávamos nos enganar.

O autismo é um conjunto de trans‑tornos (geralmente chamado de TEA, transtornos do espectro autista), e, dentro de uma ampla faixa de sin‑tomas e déficits, em geral Jonah é considerado de alto desempenho. A primeira psicóloga a fazer o diagnós‑tico nos disse isso numa única sessão, uma aula introdutória ao autismo, com menos de duas horas. Explicou que ele provavelmente teria problemas de

comunicação e interação social. Ten‑deria ao comportamento repetitivo, também chamado de comportamento autoestimulatório. Como exemplo, ela disse que bastava ver o modo como ele arrumava os brinquedos. Também teria problemas de empatia. Agora, ele é levado a acreditar que tudo o que vivencia os outros estão vivenciando também. Em indivíduos com autismo, isso se chama cegueira mental. Mas eu sou exatamente assim, pensei.

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Joel, Jonah e Cynthia nas férias de verão em Vermont.

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Cynthia enfrentou o diagnóstico arrasador entrando em ação: de‑senvolveu táticas, criou uma rede de contatos, importunou órgãos do governo e conselhos escolares, bri‑gou com professores e diretores, pesquisou terapias, encontrou um especialista, contratou terapeutas, conversou com outras famílias em si‑tuação parecida, entrou em salas de

bate ‑papo na Internet, pediu dinheiro, alimentou esperanças, leu livros, ar‑tigos de revistas, blogs, tudo o que podia. A casa se encheu de listas de afazeres e lembretes; títulos de livros e estranhos números apareciam em post­‑its, calendários e bloquinhos junto ao telefone.

Minha tática foi emburrar. E suspi‑rar ou falar sozinho com frequência, só que alto o suficiente para Cynthia ouvir. Em geral, ela tentava ignorar meu mau comportamento, assim como fazemos com um animal de esti‑mação desobediente. Tentou dizer a si mesma que eu não fazia por mal. Por exemplo, ninguém discute com o gato porque ele afiou as garras no sofá nem com o cão que fez xixi no tapete. Em consequência dessa forma de pensar,

brigamos bem menos do que tería‑mos feito na verdade. Graças à sua pesquisa, Cynthia também sabia que ignorar o mau comportamento era a forma mais eficaz de lidar com Jonah e, aliás, comigo. Ambos buscávamos atenção, acima de tudo, e, do ponto de vista comportamental, a pior coisa que ela poderia fazer era nos recom‑pensar com essa atenção.

Certa noite, levei Jonah para a cama e observei ‑o seguir sua rotina, arrumando a prateleira

de livros de histórias que se enfi‑leiravam de uma parede a outra do quarto. Ele se dedicava a essa tarefa aparentemente sem sentido com a determinação de um mestre de xa‑drez. Calculava meticulosamente cada movimento e mantinha a mão no livro posicionado na fila até que estivesse exatamente onde ele queria. Aos poucos, percebi que tudo o que eu desejava era me intrometer na sua rotina, dar um jeito de interrompê ‑la. Assim, peguei um exemplar de Green­Eggs­and­Ham, o livro que sempre fi‑cava no fim da fila, e o abri. Depois, me sentei na cama e o pus no colo, como se fosse ler para ele. Jonah

Não haveria milagres. Haveria apenas a rotina diária, os altos e baixos, o

desespero seguido de esperança e tudo de novo. Por mais difícil que seja para nós, é muito mais difícil para Jonah.

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não gostou, pois não estava na hora de contar as histórias para dormir. Elas vinham depois, em geral com a mãe. Fez cara feia e murmurou entre dentes: “Ponha de volta.” Como essa tática não funcionou, tentou fechar o livro na minha mão. Mas, quanto mais tentava, com mais força eu o segurava. Assim, li para Jonah a história de Sam ‑I ‑Am – o personagem de quem ninguém gostava aonde quer que ele fosse, usando todo tipo de veículo ou

animal, fizesse sol ou chovesse torren‑cialmente.

Quando cheguei ao fim, eu trin‑cava os dentes e segurava Jonah com tanta força, com tamanho desespero, que podia tê ‑lo machucado. Green­Eggs­and­Ham também é uma bata‑lha de vontades. Fala de teimosia, mas também de persistência. Por‑tanto, persisti. Fiz de mim uma praga. Quando terminei a história, Jonah chorava baixinho. Mas, quando lhe

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devolvi o livro para que o pusesse no lugar certo, ele hesitou antes de pegá‑‑lo. Por um instante, vi como isso era difícil para ele, como era corajoso por fazer esse simples gesto, essa minús‑cula concessão à mudança. Também vi como a vida lhe seria difícil, como precisaria de uma coragem extraordi‑nária. Não haveria milagres. Haveria apenas a rotina diária, o de sempre, os altos e baixos, o desespero seguido de esperança, e depois tudo de novo. Ainda esqueço que, às vezes, ele está conosco na mesma montanha ‑russa e, por mais que seja difícil para nós, é muito mais difícil para ele. Por‑que ele não aprendeu que está numa montanha ‑russa. Ninguém consegue lhe explicar isso, nem mesmo nós.

Finalmente, Jonah me devolveu o livro e se deitou.

– De novo, papai – disse. Foi difícil saber se ele se rendia ou

apenas demonstrava espírito espor‑tivo. Tomara banho antes de ir para a cama e as bochechas ainda estavam coradas por causa da água quente. O cabelo também estava molhado e grudado em vários lugares. Alisei e arrumei o cabelo dele na testa e tive um vislumbre do rapaz em que se transformava. A expressão do seu rosto estava atipicamente decifrável. Na verdade, ainda era um menininho tentando decidir se dormia ou não. Decidiu que não: ficaria acordado mais um pouco se eu tivesse algo in‑teressante para lhe oferecer. Então se sentou, agarrou o travesseiro junto ao peito e esperou que eu lesse para ele.

– De novo, claro, de novo! – eu disse,

falando como imaginei que o triun‑fante Sam ‑I ‑Am falaria.

Cynthia escutava à porta do quarto de Jonah e ainda me esperava lá de‑pois que o acomodei na cama.

– Você merece um abraço, ou mais... – cochichou no meu ouvido, com os braços no meu pescoço. – Na nossa cama... De vermelho...

Jonah começa os dias sozinho no pátio da escola. Tento me con‑centrar nele até soar o sinal de

entrada, mas em geral minha atenção se divide. Vejo ‑me observando os ou‑tros garotos que poderiam ser amigos dele. Os meninos se empurram e se socam. As meninas implicam umas com as outras e riem dos meninos. Alguns meninos correm atrás de al‑gumas meninas. Algumas se deixam pegar. Outras é que correm atrás. Ou‑tras, ainda, olham e fofocam.

Quando termina o dia de Jonah na escola, é como se ele nunca tivesse estado lá. Só fala da escola quando pressionado e concede o mínimo possível de informação. “Estudei ma‑temática”, dirá. Ou “estudei muito”. Às vezes, revela que algum menino foi castigado por puxar o cabelo da colega ou por dizer palavrão. Sempre acha fascinante a má conduta dos outros.

De vez em quando, temos notí‑cias pelos professores de Jonah. Em geral, as observações ocasionais são animadoras, assim como os boletins, mas eles não têm nosso nível de ex‑pectativa. O fato é que têm bem pouca expectativa. Para eles, nosso filho está codificado: TEA, no espectro. A pala‑

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De vez em quando, temos notícias pelos professores de Jonah. Em geral, as

observações ocasionais são animadoras, assim como os boletins, mas o fato é

que eles têm bem pouca expectativa.

vra autismo não é muito usada. Ele se esforça bastante, costumam dizer os professores. Comparado aos outros garotos, é uma maravilha tê ‑lo na classe, geralmente bem ‑comportado, geralmente feliz. Doce é a palavra que sempre escutamos. Nos dias em que vou buscá ‑lo, gosto de dizer a mim mesmo que sua postura solitária, sua estranheza só são visíveis para

mim. Se estou ao lado de outros pais e mães, dou uma olhada neles para ver se prestam atenção em Jonah. Não costumam prestar. Na maioria das vezes, tento não cruzar os olhos com eles, principalmente para evitar aquele olhar “Então, qual é o seu?” de que antes tanto gostava, quando era natural me gabar do meu filho.

De acordo com as informações que recebemos dos professores de Jonah, todos gostam dele. Só que fazer ami‑zade com ele exige esforço, atenção e empatia demais por parte das outras crianças. Mas, até agora, elas têm sido extraordinariamente gentis com ele e até protetoras. Ainda assim, sempre vejo as outras crianças se afastarem de Jonah, depois do que pretendia ser uma conversa, balançando a cabeça e

erguendo os olhos para o céu. Mas, embora para mim seja visível, para Jo‑nah não é. Para ele, amigos são apenas mais pessoas que, provavelmente, se tornarão uma distração desnecessá‑ria, que lhe farão perguntas que não entende e exigirão respostas que ele não está preparado para dar. Não digo que não goste da companhia das ou‑tras crianças, ele simplesmente ainda

não aprendeu a entender sua impor‑tância pragmática. É imune à pressão dos colegas, o que, ao mesmo tempo, é admirável e preocupante. Ele é im‑permeável à vergonha.

Jonah termina os dias sozinho no pátio da escola. Depois de tocar o sinal da saída, tenho de me concen‑trar para encontrá ‑lo na enxurrada de crianças. Quando o avisto, ele costuma estar cantando sozinho. Às vezes, está girando, alegre mas solitário. Às ve‑zes, passa os dedos pelo espaço, como se tentasse se libertar de tudo o mais – equações complicadas, pronúncia francesa – que é obrigado a fazer du‑rante o longo dia na escola. Há seis horas de instruções confusas, cinco dias por semana, para enfrentar. Há regras ocas, avisos indecifráveis, pro‑

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O movimento de Jonah não é suave, mas ele avança, devagar e

deliberadamente. Vejo uma expressão desconhecida no rosto do meu filho:

determinação absoluta.

fessores tensos para evitar. Imagino ‑o todos os dias, ao sair por aquela porta às 14h17, recebendo de volta seu eu au‑têntico. Seu eu autista?

Em março, durante a semana de férias, Cynthia leva Jonah ao par‑que todos os dias. Estamos em

Montreal e ainda há muita neve e lama gelada no chão. Também faz um frio

incomum, mas os dois vestem muitas roupas, levam lanches e cobertores e ficam horas fora. Tudo é mais fácil para todos nós quando Jonah faz exercícios físicos, e Cynthia diz que eles precisam sair de casa por algum tempo.

– Então, o que andaram fazendo no parque? – pergunto a Cynthia certo dia, quando voltam tarde.

– Não posso dizer. É surpresa.– Ora, vamos! Estou muito ente‑

diado.– Você?– Vamos, me surpreenda.– Tudo bem, eu queria que você

visse pessoalmente. Ia arrastar você até o parque amanhã, mas veja isso.

Ela me senta no sofá e me entrega o celular. Depois, grita o nome de Jonah duas vezes. Ele vem correndo e para

de repente, inclinando ‑se como Char‑les Chaplin. Olha cada um de nós com um misto de desespero e frustração. Isso é desconhecido e preocupante. E agora? Ele só quer voltar para o vídeo do YouTube a que está assis‑tindo – Katy Perry cantando Hot’n­Cold – e se sente frustrado porque o interrompemos. Percebo por que não reconheci o olhar; é sua careta de des‑

dém pré ‑adolescente. Ele ainda não a aperfeiçoou, mas é tranquilizador saber que está se esforçando.

– Vamos mostrar ao papai o que você fez – diz Cynthia. Sentamos aconchegados para observar juntos a telinha do celular. – Jonah, diga ao papai quem é e onde está.

– Aqui é Jonah no parque – diz ele, ainda distraído. A mãe o olha e ele re‑pete: – Aqui sou eu no parque.

Escuto ‑o no vídeo, cantando, an‑tes de entender o que faz. Depois o vejo se movendo, balançando de uma barra a outra. Deve haver uma dúzia de barras na escada horizontal dessa pracinha. O movimento não é suave, mas ele avança, devagar e delibera‑damente. Usa roupas de inverno e luvas, que provavelmente dificultam

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a tarefa. Ainda assim, não demonstra sentir a tensão. Os braços estão fortes com todo o treino que fez em casa. Cynthia dá um close e então vejo ou‑tra expressão desconhecida no rosto do meu filho: determinação absoluta.

Em seguida, observo dois meninos, um pouco maiores que Jonah, vi‑rem atrás dele na escada horizontal. Mesmo sabendo que tudo já aconte‑ceu, sinto um nó de preocupação se instalar no meu peito, como se nesse momento eu estivesse lá com ele. Não está indo muito rápido, e quase grito para se apressar. Mas os outros meninos o observam com atenção. Também cantarolam uma música que não consigo identificar. Quando Jonah finalmente chega à última barra e pula

no chão, os dois meninos pulam com ele e lhe dão tapinhas nas costas.

– Essa foi a primeira vez que ele foi até o fim da escada horizontal. Não foi, Jonah? – pergunta Cynthia.

– Foi.– E quem são esses aí? – pergunto.– Jonah, diga ao papai quem são

eles. – Cynthia sorri para mim e me dá uma cutucada com o ombro.

– Os meus amigos do parque.Certo, então quero o nome deles,

o telefone – celular e fixo –, o e­‑mail, a conta do Twitter, todos os dados. Cynthia pega a minha mão e a aperta. Mas, antes que eu possa perguntar mais alguma coisa a Jonah, ele volta ao computador, como se nada daquilo tivesse muita importância.

D I L E M A S D A V I D A A D O I S

Enquanto fazíamos compras no shopping, meu marido e eu nos perdemos um do outro. Fui para o carro, mas me dei conta de que não estava com as chaves. Então, voltei à sua procura na loja a que fomos juntos. A mulher responsável pelos carrinhos de compras sorriu, com conhecimento de causa.

– Vejo que terminou antes de seu marido – disse ela. – Bem, eu tenho três homens esperando ali, naquele banco. Escolha um. No fim, é tudo farinha do mesmo saco. N o r m a R a t c h

No casamento de minha filha, o padre fez um sermão sobre a vida de casado e perguntou aos presentes:

– Quais são os três erres essenciais para se ter um relacionamento conjugal feliz?

A resposta esperada era Romance, Respeito e Religião, mas, para surpresa de todos, um menino de 7 anos levantou a mão e sugeriu o seguinte:

– Reduzir o peso, Reutilizar e Reciclar. Yv e t t e Va l i q u e t t e

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Erick Luan da Silva Rocha Aluno da Escolinha de Futsal dos Correios, de Caucaia – CE

SÓ SEDEX SABE ONDE ENCONTRAR O PRÓXIMO FALCÃO DO FUTSAL.

Erick Luan pode ser o próximo Falcão, eleito duas vezes o melhor jogador de futsal do mundo. Ele é uma das milhares de crianças beneficiadas em projetos sociais desenvolvidos pelas confederações esportivas patrocinadas pelos Correios. Só SEDEX é SEDEX.

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A Ypê agradece a sua con� ança que garantea nossa qualidade, que

gera a sua con� ança.

Cuidando bem da nossa casa.Cuidando bem da nossa casa.

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DETERGENTE YPÊ. PELA 9a VEZ CONSECUTIVA,VENCEDOR DO PRÊMIO MARCAS DE CONFIANÇA.

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Faz 11 anos que contamos com você, leitor, para participar de uma pesquisa – trabalhosa, de certa forma – que requer o preenchimento de vários itens, e, portanto, exige tempo e dedicação. E nesses 11 anos o resultado foi o mesmo: a resposta quase imediata dos leitores, sempre comprometidos e dispostos. A verdade é que, cada vez mais, o prêmio Marcas de Con­ ança se torna objeto de desejo de todo o mercado. E nossa pesquisa, ano a ano, ganha força e relevância.

Para chegar aos vencedores que vamos conhecer nas próximas páginas, o IBOPE Inteligência coordenou o estudo realizado em maio de 2012, via web, contando com 1.500 entrevistas realizadas, amostra que representa os mais de um milhão de leitores de Seleções.

Este ano, apuramos a con­ abilidade de produtos divididos em 36 categorias, mais 5 categorias especiais e 7 grupos de personalidades brasileiras. Logo a seguir estão algumas votações surpreendentes – outras nem tanto – e a consolidação de verdadeiros sinônimos de con­ ança. Este é um panorama da sua relação, leitor, com marcas, pessoas, instituições e organizações do nosso país.

100

Em busca do seu voto de con� ança.

“Estou muito feliz com 11-ª edição do Prêmio Marcas de Con� ança. Primeiro, porque terei o prazer e a honra de entregar pessoalmente o troféu aos vencedores: as marcas de maior con� ança eleitas pelos nossos mais de um milhão de leitores. E também porque a premiação deste ano coroa a celebração do aniversário de 70 anos de Seleções.”Luis Henrique Fichman - presidente da Reader’s Digest Brasil

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Job: 312860 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 312860-03685-134x184 Guitarra_pag001.pdfRegistro: 88705 -- Data: 18:29:14 21/08/2012

Natura 21%Petrobras 12%Nestlé 6%

Nestlé 16%Petrobras 9%Banco do Brasil 7%

“Qual empresa você escolhe como sendo a marca mais con� ável do Brasil?” É com essa pergunta aberta, lançada na edição de 2007 da pesquisa, que chegamos à grande vencedora do Marcas de Con� ança. E desde aquele ano, a resposta se mantém a mesma: Nestlé, hexacampeã.

Também em 2007 lançamos uma nova pergunta na pesquisa: “Qual a marca/empresa você considera a mais responsável socialmente?” No ano seguinte, Natura já aparecia na ponta, dividindo a liderança com Petrobras - fato que não acontece desde 2010, já que Natura é a campeã absoluta dessa categoria que ganha cada vez mais importância.

A campeã das campeãs

A campeã sustentável

A marca mais con� ável do Brasil

102

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Correios 79%Real (moeda nacional) 77%Forças Armadas 69%Casamento 62%Igreja 56%

Instituições / OrganizaçõesInstituições / Organizações

Bombeiros 95%Pilotos de Avião 86%Dentistas 81%Professores 81%Médicos 74%

S P

Pro�ssõesPro�ssões

Fortes e con� áveis

CATEGORIAS ESPECIAIS

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A categoria Instituições/Organizações conhece apenas duas vencedoras em 11 anos de pesquisa: os Correios, vitoriosos em todas as edições, e nossa moeda, o Real, que, desde o ano passado, divide a liderança e ganha a con� ança de todos nós.

Não existe pro� ssional mais con� ável do que os bombeiros, vencedores da nossa pesquisa em todos os anos – e cada vez mais distantes do segundo lugar, os pilotos de avião.

Em boas (e con� áveis) mãos

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Correios 79%Real (moeda nacional) 77%Forças Armadas 69%Casamento 62%Igreja 56%

Instituições / OrganizaçõesInstituições / Organizações

Bombeiros 95%Pilotos de Avião 86%Dentistas 81%Professores 81%Médicos 74%

S P

Pro�ssõesPro�ssões

CATEGORIAS ESPECIAIS

A cada ano, incrementamos nossa pesquisa para conhecer melhor nossos leitores. Assim, recentemente lançamos novos itens, como “Redes Sociais” e “Organizações Não Governamentais”.

Serviços de con ança

105

Facebook 42%Twitter 26%Orkut 24%LinkedIn 18%MySpace 11%

Redes SociaisRedes Sociais

APAE 88%AACD 80%Doutores da Alegria 77%Projeto Tamar 73%SOS Mata Atlântica 67%

ONGS - Organizações Não GovernamentaisONGS - Organizações Não Governamentais

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O Teste do Pezinho é um exame muito importante para a saúde do seu bebê. É rápido e gratuito. Deve ser feito logo após as primeiras 48 horas de vida. O teste ajuda a detectar várias doenças antes mesmo de os sintomas aparecerem, auxiliando no controle e tratamento. Se você também quer o melhor para o seu bebê, comece a pegar no pé dele desde o nascimento. Mais que um exame, uma verdadeira prova de amor.

O primeiro passo pela saúdedo seu bebê é você quem dá.

Não deixe de fazer o Teste do Pezinho.Claudia Leitte, cantora e mãe de Davi e Rafael,apoia a Campanha do Teste do Pezinho.

Teste do PezinhoUm direito de todo recém-nascido.Um dever de todas as mamães.

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Quem é mãe coruja pega no pé.

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Três vezes campeões

Personalidades de Con� ança / Hall da Con� ança

Desde 2005, pesquisamos sua con ança em personalidades brasileiras dentro de seus ramos de atuação. Um dos critérios, porém, é que ao vencer por três vezes, esses nomes deixariam a competição, dando chance a outros. Assim, criamos o Hall da Con ança, homenagem aos campeoníssimos da nossa pesquisa. Lá estão Lima Duarte, Tony Ramos e Fernanda Montenegro na categoria “artista”; Jô Soares e Marília Gabriela entre os “apresentadores”; os escritores Drauzio Varella e Luis Fernando Veríssimo; os jornalistas William Bonner e Ana Paula Padrão; e os cantores Roberto Carlos e Milton Nascimento.

Na categoria “executivo de con ança”, o nobre espaço, que já tinha Antônio Ermírio de Moraes, acaba de ganhar a presença do presidente da Natura, o tricampeão Alessandro Carlucci. Outra novidade desse ano é Roberto Justus que, ao lado de Washington Olivetto, é publicitário de con ança ‘hors-concours’.

Alessandro Carlucci(Natura)Roberto Justus

107

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Marieta Severo 83%Glória Pires 82%Antonio Fagundes 81%Lilian Cabral 80%Marco Naninni 79%

Marieta Severo 83%Glória Pires 82%Antonio Fagundes 81%Lilian Cabral 80%Marco Naninni 79%Marco Naninni 79%

Chico Buarque 71%Marisa Monte 67%Caetano Veloso 65%Ivete Sangalo 64%Gal Costa 62%

Grandes nomes das artes, do esporte, da mídia, das corporações e da publicidade foram colocados novamente à prova na nossa pesquisa. Pessoas previamente indicadas por jornalistas de todo o país passaram pela sua análise, leitor. Quais são os mais con� áveis de 2012, a� nal?

Eles são de con� ança

Patricia Poeta 74%Luciano Huck 73%Serginho Groissman 69%Zeca Camargo 62%Silvio Santos 62%Silvio Santos 62%

Patricia Poeta 74%Luciano Huck 73%Serginho Groissman 69%Zeca Camargo 62%

62%62%

Personalidades de Con� ança

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Marieta Severo 83%Glória Pires 82%Antonio Fagundes 81%Lilian Cabral 80%Marco Naninni 79%

Chico Buarque 71%Marisa Monte 67%Caetano Veloso 65%Ivete Sangalo 64%Gal Costa 62%

Patricia Poeta 74%Luciano Huck 73%Serginho Groissman 69%Zeca Camargo 62%Silvio Santos 62%

Cesar Cielo 88%Marta 84%Robert Scheidt 80%Maureen Maggi 78%Falcão 73%

Lygia Fagundes Telles 70%Rubem Fonseca 64%Ignácio Loyola Brandão 61%Pedro Bandeira 55%Carlos Heitor Cony 54%

109

Nizan Guanaes • Grupo ABC 40%Roberto Dualibi • DPZ 39%Eduardo Fischer • FISCHER 37%Julio Ribeiro • TALENT 33%Celso Loducca • LODUCCA 33%

40% 39%

37% 33%

33% 33%

Jorge Gerdau Johannpeter • Gerdau 71%Luiza Helena Trajano • Magazine Luiza 70%Abilio Diniz • Gruço Pão de Açúcar 64%Ricardo Nunes • Ricardo Eletro 60%João Carlos Neves • Ambev 56%

Personalidades de Con� ança

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Coca- Cola 54%Antártica 29%Pepsi 4%

Del Valle 25%Maguary 17%AdeS 14%

Refrigerantes Suco Concentrado

Zero-Cal 36%Adocyl 22%Finn 10%

Pilão 20%Melitta 17%Três Corações 11%

Skol 38%Brahma 23%Antartica 13%

Adoçantes Cafés Cervejas

110

São 36 categorias de produtos pesquisadas, com duas estreias: cervejas e lojas de departamentos. Telefonia � xa e móvel uni� caram a categoria no estudo. No mais, o processo segue como nos anos anteriores. A pesquisa Marcas de Con� ança, consagrada como o panorama mais respeitado da relação de con� ança dos brasileiros com as marcas do mercado, apresenta as grandes campeãs de 2012.

Alimentos / Bebidas

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Nestlé 52%Garoto 21%Lacta 12%

Danone 36%Nestlê 29%Batavo 7%

Liza 36%Soya 22%Sadia 10%

Chocolates Iogurtes Óleos de Cozinha

Alimentos / Bebidas

112

Ypê 51%Limpol 26%Minuano/Bombril 6%

Omo 79%Ariel 7%Brilhante/Ace 3%

Detergentes Líquidos Sabão em Pó

Limpeza Doméstica

AF-EditMC2012-v2-1.indd 14 23/08/2012 09:36:47

Higiene Pessoal e Beleza

Colgate 62%Oral-B 12%Close up 8%

Natura 26%Nivea 23%Avon 13%

Avon 35%Natura 26%O Boticário 9%

Cremes Dentais Cremes para Pele Maquiagens

114

Sony 28%Samsung 19%Philips 18%

Fiat 24%GM 23%Volkswagen 21%

Brastemp 53%Consul 20%Eletrolux 18%

Aparelhos Eletrônicos Automóveis Eletrodomésticos

Bens Duráveis

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Higiene Pessoal e Beleza

116

Seda 24%Dove 9%Pantene 9%

Shampoos/Condicionadores

L’Oréal 28%Koleston 14%Wellaton 14%

Tinturas para Cabelos

AF-EditMC2012-v2-1.indd 18 23/08/2012 09:37:30

Seda 24%Dove 9%Pantene 9%

Shampoos/Condicionadores

L’Oréal 28%Koleston 14%Wellaton 14%

Tinturas para Cabelos

Higiene Pessoal e Beleza

Dove 24%Lux 18%Protex 11%

Sabonetes

Sundown 35%Nivea 13%Natura 11%

Protetores Solar

117

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Unimed 48%Amil 10%Bradesco 9%

Assistências Médicas

Serviços

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Banco do Brasil 32%Itaú 23%Bradesco 18%

Bancos

Visa 59%Mastercard 23%Credicard 6%

Cartões de Crédito

TAM 56%GOL 30%Azul 6%

Companhias Aéreas

Porto Seguro 27%Bradesco 15%Sul América 13%

Companhias de Seguros

Vivo 34%OI 20%TIM 19%

Operadoras de Telefonia

CVC 46%Decolar 2%Itapemirim 1%

Operadoras de Viagens

Bradesco 24%Brasilprev (BB) 16%Itaúprev (Itaú) 11%

Previdência Privada

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Unimed 48%Amil 10%Bradesco 9%

Assistências Médicas

Banco do Brasil 32%Itaú 23%Bradesco 18%

Bancos

Visa 59%Mastercard 23%Credicard 6%

Cartões de Crédito

TAM 56%GOL 30%Azul 6%

Companhias Aéreas

Porto Seguro 27%Bradesco 15%Sul América 13%

Companhias de Seguros

Serviços

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Vivo 34%OI 20%TIM 19%

Operadoras de Telefonia

CVC 46%Decolar 2%Itapemirim 1%

Operadoras de Viagens

Bradesco 24%Brasilprev (BB) 16%Itaúprev (Itaú) 11%

Previdência Privada

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Dor�ex 17%Neosaldina 11%Anador 11%

Analgésicos/Comprimidos para a Dor

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Vitaminas e Remédios

Medley 35%EMS 11%Eurofarma/Teuto 4%

Laboratórios de Medicamentos Genéricos

UMA EMPRESA SANOFI

Centrum 20%Cebion 8%Redoxon 4%

Vitaminas

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A maior prova de que uma marca está no caminho certo é quando ela é eleita a mais confiável de novo. E de novo. E de novo.

Este agradecimento é para todos que votaram. Dorflex®. Vencedorpela quarta vez consecutiva do prêmio Marcas de Confiança da Seleções.1

DORFLEX® É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.Dorflex® (dipirona mono-hidratada, citrato de orfenadrina, cafeína anidra). USo ADUlTo. Indicações: dor associada a contraturas musculares decorrentes de processos traumáticos ou inflamatórios e dores de cabeça tensionais. M.S.: 1.1300.0183. Farm. Resp.: Antonia A. Oliveira – CRF–SP nº 5854. Última revisão: 05/03/12. em caso de febre ou alergia, procure seu médico.

referências bibliográficas: 1. Pesquisa realizada via web em 2012 através de autopreenchimento de um questionário estruturado, com 1.500 leitores da Revista Seleções em todo o Brasil. 2. Fonte: IMS_PMB – R$/Mat Dez/11.

BR -

MEM

b -

12.0

8.04

- A

go/2

012

Job: PM39_30166-Anuncio.pdf, page 1 @ Preflight - August 20, 2012_16:46:57

122

Pedigree 34%Purina 12%Whiskas 10%

Extra 21%Carrefour 16%Walmart 8%

Suvinil 55%Coral 24%Renner 6%

Ração para Animais Domésticos Supermercados Tintas para Pintura de Paredes

Petrobras/BR 46%Ipiranga 24%Shell 20%

Renner 21%C&A 20%Riachuelo 11%

Bandeiras de Postos de Gasolina Lojas de Departamentos

Outras Categorias

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Medley. O Genérico que os médicos mais con� am e recomendam.1

1) Pesquisa realizada entre 18/5 e 9/6/2010 com 1.001 médicos e entre 1/8 e 2/9/2011 com 1.000 médicos, por telefone, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Fortaleza, Belém e Brasília. 2) Revista Seleções 2012. Medicamento Genérico Lei 9.787/99. ©Medley 2012. ®Marca Registrada. ANÚNCIO – 50515212 – 21/08/2012.

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Material destinado ao consumidor.

Pelo terceiro ano consecutivo, os leitores da Revista Seleções elegeram o Genérico Medley como o genérico de maior con� ança na categoria. A Medley agradece aos leitores a con� ança e retribui com um trabalho criterioso, desenvolvido com rígidos padrões de qualidade na fabricação dos medicamentos.

MO_0424_12A.indd 1 8/21/12 11:00 AM

“Pelo terceiro ano consecutivo tenho a honra de ganhar este prêmio. Por ser votação popular de uma revista que há tantos anos mostra um Brasil que só agora o mercado resolveu perceber e dar atenção, tem um sabor ainda mais especial. Obrigado pela con� ança de todos. E contem comigo sempre.”Luciano Huck

“É para isso que nós, jornalistas, trabalhamos a vida inteira: para conquistar e honrar a con� ança de quem nos vê ou lê todos os dias. Muito obrigada.” Patrícia Poeta

“Todo o meu trabalho é criado para conquistar e encantar o público e construir grandes marcas e produtos. Então � co muito feliz com o reconhecimento desse trabalho. Podem ter certeza que continuarei trabalhando muito para o crescimento e desenvolvimento do nosso mercado, dos nossos clientes e do nosso País”Nizan Guanaes - chairman do Grupo ABC

“O prêmio Marcas de Con� ança honra, eleva e exalta o premiado. Fico muito agradecido Roberto Duailibi - sócio da DPZ Propaganda

“Ser eleita pelo consumidor brasileiro como a marca de maior con� ança pelo décimo ano consecutivo coroa nossa dedicação para entregar produtos de qualidade, saborosos e nutritivos.”Ricardo Vasques - diretor de marketing da Danone

“A Fiat estabelece uma comunicação aberta e divertida, que permite a construção de relacionamentos cada vez mais duradouros. Receber, pelo terceiro ano consecutivo, o reconhecimento dos leitores da revista Seleções dá ainda mais motivação para continuarmos inovando e aperfeiçoando nossos produtos e serviços.”João Batista Ciaco - diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat para América Latina

Palavra do Vencedor

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“Reconhecida mundialmente como fabricante do primeiro creme hidratante do mundo, a Nivea sempre teve como seu principal ativo a credibilidade construída ao longo de seus 101 anos de história. E conquistar esse prêmio retrata a assertividade do compromisso da empresa: entender o consumidor e oferecer os produtos mais e� cazes existentes no segmento cosmético.”Tatiana Ponce - diretora de marketing da Nivea Brasil

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“Com um produto desenvolvido no nosso país e formulado especialmente para a pele dos brasileiros, inauguramos a categoria de proteção solar no Brasil, em 1984. Desde então, Sundown construiu uma relação de carinho com o público.”Fernanda Pincherle - gerente de marketing de Sundown

“Estar presente em mais uma edição do Prêmio Marcas de Con� ança, para nós da Unilever, é principalmente o reconhecimento de um trabalho que vem sendo construído há 20 anos, desde que a marca Dove chegou no país. Em nome de Dove, agradeço a preferência”Bianca Shen - gerente de Dove

“Ser lembrada pelos consumidores como a operadora de viagens mais con� ável, pelo terceiro ano consecutivo, é o melhor reconhecimento que uma marca pode ter, e reforça que estamos no caminho certo, sempre buscando proporcionar as melhores experiências de viagens aos nossos clientes.”André Ribeiro - diretor de marketing da CVC

“Receber pela 11-ª vez consecutiva o prêmio promovido pela revista Seleções é uma grande honra para a P� zer Consumer Healthcare. Centrum conta com uma fórmula exclusiva e especí� ca para a nossa realidade. Assim conquistou a con� ança do consumidor e fortaleceu sua posição no mercado.”Rodolfo Hrosz - Gerente Geral P� zer Consumer Healthcare

“Recebi com grande prazer a notícia da nossa conquista, pela décima vez, do prêmio Marcas de Con� ança. Em seus 90 anos de existência, a revista Seleções sempre privilegiou temas ligados à superação humana em seus embates individuais ou coletivos. Portanto, obter o reconhecimento de leitores que compartilham valores como a ética, a transparência e o respeito à vida – justamente alguns dos que norteiam as ações da Petrobras Distribuidora - sinaliza que estamos no caminho certo.” José Lima de Andrade Neto - presidente da Petrobras Distribuidora

“Este prêmio reforça a liderança da marca e o compromisso em desenvolver produtos inovadores para facilitar o dia a dia do consumidor. Resultados como este re¢ etem nossa paixão em um ciclo que se renova a cada sucesso.”Fábio Gomes - diretor de marketing da Suvinil

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Tudo por uma boa viagem.Mais que um slogan, é uma missão.Se você já voltou de uma viagem com uma lembrança inesquecível, você sabe exatamente como a gente está se sentindo. Obrigado aos leitores da SELEÇÕES por elegerem a CVC a operadora de turismo mais confi ável do Brasil.

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vendo o mundo de maneira diferente

Frente>>

128 S e l e ç õ e S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

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130 S e l e ç õ e S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

O nome dessa flor não condiz com a alegre explosão verde e amarela: cravo-de-defunto. Por causa de sua durabilidade, é muito usada em coroas fúnebres. Aqui, um batalhão de trabalhadores rurais colhe as flores em imensos campos em los Mochis, cidade do estado de Sinaloa, México, onde elas são cultivadas desde o tempo dos astecas.

<<Verso

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f o t o s : © W . e . G a r r e t t / n a t i o n a l G e o G r a p h i c s t o c k 131

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I L U S T R A D O P O R J A N B A Z I N G

Grandes enganos!

Erros que mudaram o rumo da história mundialP O R M I C H A E L K N E I S S L E R

O imperador austríaco José II podia ser boa pes�soa, mas era péssimo general. Em 20 de setembro de 1789, durante a guerra com os turcos, ele e seus soldados chegaram ao Rio Timiş, perto da cidade de Caransebeş, no sudoeste da Romênia. Ele achou que o inimigo estava do outro lado do rio e mandou à frente cavaleiros húngaros montados. Mas, em vez de soldados turcos, os húngaros só encontraram

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134 S E L E Ç Õ E S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

O erro é como um passo essencial no caminho da verdade.

ciganos, que lhes ofereceram aguar�dente. Quando a infantaria avançou e também aceitou um trago, os cava�leiros, que a essa hora já estavam bem tontos, começaram a perseguição. A infantaria reagiu com tiros para o ar e gritos de “Turci! Turci!” (Turcos! Turcos!). Então os húngaros também começaram a atirar loucamente para o céu noturno. O grosso da tropa imperial achou que os tiros assina�lavam o início da batalha e disparou um bombardeio intenso sobre o outro lado do rio.

Quando as unidades de infan�taria tentaram voltar pela água na escuridão, os colegas do outro lado pensaram que eram turcos atacando e reagiram com fogo pesado. Alguns oficiais perceberam o erro e grita�ram “Halt! Halt!” (Alto! Alto!), mas

muitos mercenários do Exército do imperador José não falavam alemão e entenderam “Alá! Alá!”. De repente, todos atiravam em todos. Ao nascer do sol, havia milhares de mortos e fe�ridos, sem que os turcos disparassem um único tiro.

A história humana é uma história de erros. Alguns estudiosos acreditam que o fato de cometermos erros é que nos torna humanos. As máquinas são capazes de cometer erros de cálculo, mas, diferentemente do ser humano,

não conseguem incorrer em erros de avaliação, com base em pressupostos falsos ou informações que acredita�vam ser verdadeiras.

Os erros já tiveram péssima ima�gem. Os antigos filósofos os viam como prova da imperfeição da huma�nidade. Sêneca, o pensador romano, achava que os erros eram causados, por exemplo, pela apatia e pelo com�portamento do tipo “maria vai com as outras”. Entretanto, desde aquela época, cometer erros se tornou total�mente aceitável. Hoje os estudiosos consideram o princípio da tentativa e erro não apenas perfeitamente normal como absolutamente necessário. Para o modo de pensar moderno, todas as teorias não passam de modelos da realidade. �unca deveríamos esque� �unca deveríamos esque��unca deveríamos esque�cer que podem estar erradas. O bom é

que verdade e erro estão interligados. O erro é como um passo essencial no caminho da verdade. Sem erros, a ver� Sem erros, a ver�Sem erros, a ver�dade jamais poderá ser encontrada.

A Invencível Armada espanholaEm 1588, o rei Filipe II da Espanha achou que conseguiria derrubar a rainha da Inglaterra enviando para o norte navios e soldados em número suficiente. Foi um erro. Sua pode� Foi um erro. Sua pode�Foi um erro. Sua pode� Sua pode�ua pode�rosa armada de 130 navios, com mais

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de 2.400 canhões e 26 mil homens a bordo, foi frustrada por ventos desfa�voráveis e pelos navios ingleses, mais rápidos e mais manobráveis. Somente 60 belonaves conseguiram voltar à Es�panha, e metade dos soldados pereceu. Isso marcou o começo da derrocada do poderio imperial espanhol.

O comunismo torna o mundo melhor�a verdade, o comunismo é uma ideia brilhante: todos são iguais, toda propriedade é compartilhada e todos se envolvem na tomada de decisões. Mas, na prática, isso nunca funcionou direito. �os países comunistas, sem� �os países comunistas, sem��os países comunistas, sem�pre houve quem quisesse ser mais igual que os outros. �a sua maioria, eram políticos que queriam ter os privilégios e o poder de decidir como

deveria ser o verdadeiro comunismo. Quem se opusesse era preso, tortu�

rado ou morto.Entre 1937 e 1938, cerca de

700 mil pessoas foram mortas na União Soviética por serem “indignas de confiança” em termos políticos ou adversá�rias do regime, no chamado Grande Terror. O “expurgo stalinista” eliminou entre 12

milhões e 20 milhões de vidas.�a China, o “Grande Salto

Adiante” de Mao, um programa ambicioso que visava a aumentar a

produção agrícola, também foi um fracasso. �evou a um dos maiores pe� �evou a um dos maiores pe��evou a um dos maiores pe�

ríodos de fome da história humana, na qual morreram pelo menos 30 milhões de chineses.

Também ficou claro que havia dois problemas insuperáveis no comunismo. Em primeiro lugar, quem vivia sob esse regime político não parecia ter muita motivação para cuidar corretamente da propriedade comunitária, e mui�tas instituições públicas, assim como campos e fábricas, se arruinaram. Em segundo lugar, a economia planejada não deu certo. Enquanto a economia de mercado reage rapidamente às exi�gências do consumidor, a produção sob o comunismo era fixada por políticos e burocratas com cinco anos de antece�dência. Isso levava a uma longa espera por bens como carros e, ao mesmo tempo, a excesso de outras coisas que quase ninguém queria.

�o fim, o comunismo acabou des�moronando por causa de um erro fundamental: ninguém quer ser igual.

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Sigmund Freud considerava a cocaínaum remédio para anemia.

Todos são diferentes por natureza e querem levar vidas diferentes.

A Terra é planaO povo da Mesopotâmia – atual Iraque – acreditava que a Terra era um disco que flutuava no oceano primordial. Os seres humanos viviam sobre o disco, acima do qual ficava o arco do céu, onde residiam os deuses, e debaixo dele ficava o submundo. Durante mi� Durante mi�Durante mi�lhares de anos, a crença de que a Terra era plana impediu o ser humano de se aventurar longe das águas costeiras para explorar o oceano. Eles temiam cair no submundo pela borda do disco ou, pior ainda, cair no vácuo.

Entretanto, ainda na Antiguidade ficou claro que a Terra não podia ser plana. Pitágoras e Aristóteles decla� Pitágoras e Aristóteles decla�Pitágoras e Aristóteles decla�

raram que ela era redonda. A partir de então, a teoria de que a Terra era plana ficou bastante desacreditada, até mesmo pela Igreja Católica.

Assim, em 1492, quando navegou para oeste em busca do caminho marítimo para as Índias, Cristóvão Colombo não tinha o mínimo medo de cair no fim do mundo. Os primei� Os primei�Os primei�ros globos terrestres começaram a aparecer naquela época. Mas neles não havia a América. Então, embora ti� Então, embora ti�Então, embora ti�vesse encontrado a América, Colombo passou a vida inteira acreditando que

tinha navegado até as Índias, mas o en�gano só foi percebido depois de sua morte.

Cocaína é remédioEm 1887, o famoso Dr. Sigmund Freud considerava a cocaína um remédio para histeria, depressão, neurastenia, anemia e hipocondria. Ele mesmo a tomava, às vezes, como remédio para indigestão. Também tratava com co� Também tratava com co�Também tratava com co�caína os viciados em morfina, como o colega Dr. Ernst von Fleischl. Em dez dias, Freud afirmou que o vício em morfina de Fleischl fora curado. A notícia do sucesso contribuiu para o aumento do uso de cocaína em toda a Europa, o que destruiu muitas vidas. Von Fleischl morreu em 1891, e o vício em cocaína apressou sua morte.

O Sol gira em torno da TerraAté o século 17, acreditava �se que a Terra ficava no centro do Universo. Mesmo quando cientistas como �i�colau Copérnico, Johannes Kepler e Galileu Galilei provaram de forma bastante inequívoca que a Terra gira em torno do Sol, ninguém quis escu�tar, muito menos a Igreja Católica. Aos seus olhos, isso contradizia a História da Criação, e os inquisido�

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res perseguiam quem pensasse o contrário. “O pressuposto de que o Sol está no centro e não gira em torno da Terra é tolo, absurdo, teologicamente insen�sato e herético”, disse a Inquisição a Galileu.

Em 1600, o polímata Giordano Bruno foi quei�mado na fogueira, e suas obras ficaram, até 1966, no Índex – a lista de livros proibidos. Ele afirmara, corretamente, que o Universo é infi�nito no tempo e no espaço e composto de um número incontável de sistemas solares. Ao receber a pena, ele deu uma resposta famosa: “Vocês talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi �la.”

O Alasca não vale nadaEm 1867, a Rússia vendeu aos Estados Unidos, por apenas 7,2 milhões de dólares, o vasto território do Alasca. Todos achavam que o Alasca não valia quase nada por causa do frio e de todas as geleiras. Um erro e tanto. Hoje esse estado americano rende num único dia mais que o valor por que foi vendido, só com a produção de petróleo.

As mulheres são inferioresPlatão, o filósofo grego, acreditava que as mulheres teriam sido homens libertinos em vidas anteriores e, como

punição, haviam voltado ao mundo como mulheres. “Só os homens são feitos diretamente pelos deuses e têm alma. Os virtuosos voltam às estrelas, mas pode �se corretamente supor que os covardes e os não virtuosos são transformados em mulheres na se�gunda encarnação.”

A situação não melhora na Bíblia, que diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e nele so�prou o seu espírito. A mulher, por sua vez, foi feita com uma das costelas do homem e também não recebeu alma. Portanto, as mulheres, consideradas inferiores, foram oprimidas, maltra�tadas e mortas durante milhares de anos. Há apenas 80 anos, as brasileiras não tinham direito de voto, e até hoje é difícil ou impossível para as mulhe�res participar de votações na Arábia Saudita, no Butão e no Brunei.

Pelo menos já se provou cientifica�mente que a teoria de que as mulheres são inferiores é falsa.

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Cheiro ruim provoca doençasHipócrates era o médico mais fa�moso do mundo antigo, mas isso não o impediu de ser fonte de várias con�cepções erradas. Ele acreditava que o mau cheiro da água parada e o ar fétido contido nela adoeciam quem o respirasse. Ele o chamava de miasma, e esse foi um conceito médico aceito até o século 19.

O lado bom é que a teoria do miasma levou as autoridades a ten�tar drenar os pântanos e aprimorar o sistema de esgotos para se livrar do cheiro. O lado ruim é que essas mesmas ações provocaram novos contágios.

Foi assim em 1832, durante a epide�mia de cólera em �ondres. Quando os primeiros pacientes morreram, as autoridades locais ordenaram que o lixo e a lama dos esgotos malcheirosos

fossem jogados no Rio Tâmisa. Assim se livraram do fedor, mas milhares de pessoas ainda morreram, pois a água potável da cidade vinha do rio, contaminado a partir de então pela tentativa de erradicar o miasma.

A cólera é causada por bactérias e não por cheiros, mas demorou muito para que isso fosse aceito.

Fumar faz bemFoi essa a afirmação do cirurgião americano Ian MacDonald na década de 1950. Dizia �se que a fumaça do ci�garro era eficaz contra a doença de Parkinson, estimulava a capacidade intelectual e aumentava a eficiência no trabalho.

A verdade é que o uso de nicotina é responsável por 5 milhões de mor�tes por ano no mundo inteiro, e 25% a 30% de todas as mortes por câncer são causadas pelo tabagismo.

O D I T O P E L O N Ã O D I T O

Numa loja de materiais de construção, vi um casal procurando telhas. Falei que tinha algumas sobras e que poderia vendê ‑las a 1,20 dólar cada. Dei meu endereço e disse que podiam passar lá caso estivessem interessados. As telhas estavam do lado de fora da casa. No dia seguinte, encontrei um bilhete na caixa do correio: “Nós nos conhecemos ontem na loja. Passamos aqui e levamos 18 telhas. Pechinchamos e chegamos a 15 dólares. Esperamos que concorde.” A l a n M . L. G u r n e y

Certa vez dirigi um ônibus com a trava da porta do motorista quebrada, presa à sustentação do volante por um cordão. Quando reclamei com o supervisor, fui orientado a levá‑lo à oficina para o conserto. O ônibus foi devolvido com o dispositivo ainda quebrado, e a porta presa à sustentação do volante por um novo cordão. P e t e r D o n a l d s o n

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Confiança é 10% trabalho duro e 90% ilusão. T i n a F e y

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TUDO O QUE JÁ FIZ......nunca estive disposto a fazer.

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...não me traz arrepen-dimento, desde que eu tenha gostado na época. K a t h a r i n e H e p b u r n

Me acostumei com meus defeitos. O negócio nessa vida é se amar.

F e r n a n d a V a s c o n c e l l o s

Não gosto de dizer que estou chegando aos 60, prefiro dizer que estou aban-donando os 59. W h i t S t i l l m a n

Os líderes podem deixar que você falhe, mas não que seja um fracasso. S t a n l e y M c C h r y s t a l

Um estudo de economia revelou que o melhor momento para comprar alguma coisa é no ano passado.

M a r t y A l l e n

Dizer “que chatice” é inútil. Vivemos num mundo vasto e grandioso do qual ainda não vimos nada. A l i s o n G o p n i k

Para ser vitorioso, muitas vezes é preciso ser ousado e até um pouco louco – se atirar mesmo, sem saber se vai dar certo. B r u n o S e n n a

Entre Aspas

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Vitrines140 S E L E Ç Õ E S s e l e c o e s . c o m . b r 0 9 / 1 2

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francesas

Dê uma espiada pelo vidro. Na França, nem todas as obras‑‑primas estão nas galerias de arte.

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Visitar Paris na época do inverno nem sempre é fácil. A maioria dos funcio­nários da empresa local que opera os trens e ônibus – muito mimados, é o que dizem – está em greve. Poucos ônibus circulam e há menos trens ainda, apenas os automáticos, que não precisam de condutor. A fila para pegar um táxi é comprida e tenho de ficar ali tremendo no frio congelante de novembro. Consigo pegar o metrô para chegar à Catedral de Notre­­Dame. Mas faço a pé a maior parte do longo trajeto do meu hotel até o Louvre, para ver obras de arte famosas como a Vênus de Milo e a Mona Lisa de Leonardo da Vinci.

Depois de andar dois dias por Pa­ris, descubro que consigo ver muito mais do que veria de metrô. As ci­dades francesas são feitas com bom gosto. O que me deliciou tanto quanto a arte nos museus foi a exposição nas vitrines que adornavam o caminho. As lojas e estações ferroviárias exibem imagens muito instigantes, e paro para fitar todo tipo de vitrine, gênero a que a maioria dos visitantes não dá maior atenção, com tantas atrações turísti­cas normais. As plataformas dos trens têm muitos anúncios criativos. Não consigo deixar de sorrir com um do trem Eurostar que atravessa o Canal da Mancha. A mensagem diz: “Tudo

O quadro de Krishna (à direita) envidraçado na escadaria de um hotel é obra de um artista francês. A loja (página ao lado, no alto) cria uma natureza ‑morta com gravuras, pinturas a óleo em tons pastel, pincéis e outros itens. As capas de revista (embaixo) são boa leitura.

muda em Londres” – e vemos um po­licial londrino tirar a roupa e correr num campo de futebol. Bela alfinetada nos britânicos. A vitrine tentadora de uma loja exibe uma natureza ­morta artisticamente arrumada com pintu­ras a óleo em tons pastel, pincéis e outros itens, inclusive gravuras im­pressionistas.

No Louvre, tive minha cota de quadros de verdade. Meus favoritos foram aqueles de que nunca ouvira falar, como O sonambulismo de Lady Macbeth e um do século 16, sem as­

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sinatura – o Retrato de uma moça – da Escola de Milão. Mas o quadro do Louvre que fica detrás do vidro, guardado e fora de alcance, em torno do qual havia sempre uma multidão, era a Mona Lisa.

Quando cheguei lá, fiquei desa­pontado. Para mim, muitos outros quadros em exposição eram bem mais impressionantes. Mas todos admiravam a Mona Lisa, talvez por ser a pintura mais reconhecível do mundo, aquela obra de que a maioria dos visitantes do museu já ouviu fa­lar. Como não precisava de uma foto do quadro, tirei uma de toda aquela gente empolgada que não parava de fotografar a dama.

Para mim, as vidraças das vitrines da França são também criativas: uma representação viva do país e de seu povo. Podem me chamar de louco por comparar as lojas de hoje com

Acima: O salão Donatello Coiffure ficou mais interessante fechado, à noite. Abaixo: O vermelho domina a vitrine de lingeries da Passionata. No alto à esquerda: Anúncio do trem Eurostar exibido numa estação subterrânea em Paris. Abaixo à esquerda: A multidão no Louvre, diante da Mona Lisa.

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obras ­primas do Renascimento e por admirar vitrines de estabelecimentos comerciais, salões de beleza e lojas de lingerie. A arte tem de permanecer subjetiva.

Em Nice, outra cidade francesa cheia de arte, não consegui decidir como descrever o Hotel Negresco,

à beira ­mar, onde fiquei: museu, ga­leria de arte ou apenas hotel? Entre as inumeráveis obras exibidas, havia um Senhor Krishna de jeans, tocando flauta, feito pelo artista francês Tomasz Kawiak. “Para simbolizar nossa época”, explicava a placa em francês ao lado. Imaginei o jovem Krishna enviando

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as gopis (devotas de Krishna) para um êxtase na Índia moderna. Por que não? Ele poderia mesmo usar jeans.

Uma noite, eu andava em uma rua tranquila e isolada quando parei para olhar o Atelier de Maroquinerie Brandone. Na porta, a placa “Ouvert” indicava ainda estar aberto, mas de­

cidi não entrar para não perturbar o artista que fazia mais um cinto de alta­­costura, as hábeis mãos iluminadas pela luminária no alto.

Na esperança de que ele não erguesse os olhos, ajustei a câmera em silêncio e dei alguns passos para trás a fim de captar uma última vitrine francesa. n

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P O R R O B E RT F RY

Neste campo de arroz, como em 250 milhões de outros em toda a Ásia, ainda se usam métodos seculares para produzir um alimento humilde que sustenta nações.

ArteArrozArteAArte

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ão cinco da manhã e a escuridão envolve a ci‑dadezinha interiorana de Cabangan, nas Filipinas. Localizada a cerca de qua‑tro horas de Manila, essa comunidade rural abriga cerca de 21 mil pessoas, a

maioria delas envolvida na produ‑ção de arroz. Embora alguns optem por cultivar arroz em grande escala, muitos simplesmente transformam o quintal em arrozal para ganhar o sustento.

Depois de vários meses em Manila, acho o ar do campo fresco e perfu‑mado, uma mistura de cheiro de terra molhada e de brasas ardentes de um fogão a lenha. Antes da aurora, ainda no escuro, serve ‑se o desjejum: uma porção de arroz branco, arroz com alho, vagem refogada e café preto, tudo cultivado no local.

Praticamente recém ‑chegado às Filipinas, fico muito curioso com o caso de amor entre esse país e o ar‑roz. Há mais de 100 mil variedades cultivadas no mundo inteiro, porém a mais comum é a família Oryza sativa L. Embora no mundo se plante mais milho, a maior parte dele serve como ração animal, o que torna o arroz o

cereal mais importante do planeta em termos de consumo humano.

Por sorte, a família de minha amiga Julie possui alguns hectares de cam‑pos de arroz e todos ficam muito contentes em me mostrar os segredos do cultivo desse cereal.

“Aqui é roça, não usamos eletrici‑dade para cozinhar, a lenha funciona bem”, diz Julie, minha bondosa an‑fitriã, em resposta ao meu olhar inquisitivo na direção do fogo.

Pergunto ‑lhe se ela mesma plantou o arroz. “É claro”, diz perplexa, mas achando graça. “De onde mais ele viria?”

Para entender por que o arroz é tão importante para os filipinos, basta olhar a cozinha. Até nas refei‑ções mais básicas, há sempre dois componentes: kanin (arroz cozido) e ulam (cobertura de arroz). A palavra ulam também é usada para se referir à comida como um todo, insinuando que toda comida é servida com ar‑roz. Os filipinos pobres demais para comer ulam guarnecem o arroz com sal grosso, pois até os mais pobres conseguem comprar arroz a 30 pesos (pouco mais de um real) o quilo.

Embora o arroz seja comum na Europa e nas Américas, só na Ásia es‑

“O arroz é um belo alimento. É belo quando cresce enfileirado com as hastes verdes cintilantes se erguendo para alcançar o sol quente de verão. É belo quando colhido em feixes de ouro outonal empilhados nos arrozais cercados de diques. É belo quando, depois de debulhado, entra nos compartimentos do celeiro como uma inundação de minúsculas pérolas barrocas. É belo quando cozido por mão experiente, de um branco puro e aroma suave.”

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peramos vê ‑lo em todas as refeições: desjejum, almoço, lanche, jantar, ceia e até na sobremesa. Em aldeias como Cabangan, o arroz não é apenas a base alimentar – é um meio de vida.

Seis da manhã é cedo demais para mim. Ainda assim, é difícil não apre‑ciar a beleza natural: uma extensão gigantesca de campos de arroz cer‑cados por uma serra estonteante que diminui tudo o que está ao redor. Os picos íngremes e os morros verdes que se sucedem são de tirar o fôlego e uma distração para o dia de trabalho.

Avanço de um jeito meio desligado, ainda não muito desperto, tentando acompanhar meu grupo. Mas no caminho para o campo sou ultrapas‑sado por um senhor de 73 anos. Ele se chama Robert Opinga e ainda tem seu papel no cultivo anual de arroz.

Robert passou a vida inteira em Ca‑bangan. Quando não está cultivando arroz, é salva ‑vidas (isso mesmo, um salva ‑vidas de 73 anos!) na praia local.

Você sabia?>> A Ásia possui 250 milhões de campos produtores de arroz. A maioria tem menos de um hectare.>> Vinte por cento das calorias consumidas pela raça humana vêm do arroz.>> A cultura do arroz data do ano 5.000 a.C.>> Em mandarim, há uma só pala‑vra para “arroz” e “comida”.>> O arroz é cultivado em todos os continentes, com exceção da Antártida.>> Um saco de 1 kg de arroz con‑tém mais de 64 mil grãos.>> Em várias culturas, jogar ar‑roz nos recém ‑casados simboliza prosperidade.>> Mais de 90% do arroz do mundo é cultivado e consumido na Ásia.>> Em média, cada asiático con‑some 150 kg de arroz por ano. Na Europa, a média é de apenas 5 kg.

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Os agricultores usam o búfalo para arar o solo submerso.

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Hoje, ele leva um búfalo de 5 anos, seu orgulho e alegria, para outro campo. O búfalo ‑asiático é usado para arar os campos, pois a maquinaria moderna é desconhecida por aqui.

Cultivar arroz é uma das formas mais trabalhosas da agricultura. Da semeadura à maturação, são neces‑sários 90 a 120 dias. Para completar o plantio de um hectare de terra, é preciso empregar 15 trabalhadores durante 12 horas por dia. O paga‑mento por trabalhar o dia inteiro sob o sol abrasador é de apenas 200 pesos (nove reais).

Quanto às instruções, o plantio de arroz é bem simples:

1. Não pise nas mudas.2. Tire duas mudas da trouxa e

plante ‑as de modo que fiquem em pé no solo lamacento (debaixo d’água).

3. Deixe mais ou menos um palmo de distância entre as mudas.

Embora pareça simples, não é bem assim. Depois de meia hora tentando enfiar mudas de arroz no chão, meu respeito pelos agricultores que o cultivam cresce. Em uma hora, meu corpo está ainda mais exausto. Ao tentar, valentemente, não pisar numa muda, cambaleio e caio de cara sobre cinco delas.

Todo enlameado e sem conseguir cumprir o primeiro passo, sinto o sol da manhã tostar cruelmente a minha pele. É óbvio que essa não é minha vocação.

Partindo de um dos cantos do campo pré ‑arado, avançamos hori‑zontalmente e em zigue ‑zague até o serviço terminar. Quando tudo dá certo, um hectare de terra basta para produzir cerca de 150 sacos de 40 kg de arroz. Um saco de arroz pode ser vendido no atacado a 500 pesos (23 reais). São duas safras por ano, a prin‑

É um trabalho desgastante: os campos de arroz ainda são cultivados quase exclusivamente à mão.

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cipal delas plantada nos meses mais úmidos da estação chuvosa, para au‑mentar a produção. A estação seca é usada para cultivar hortaliças.

Muitas famílias daqui recorrem aos alimentos que produzem ou obtêm mais facilmente, complementando a dieta com os peixes do rio local.

No campo de arroz, o chefe nos dá uma hora de folga para o almoço: alguns trabalhadores acendem um cigarro e outros preferem dormir de‑baixo da árvore. Sinto que um cochilo junto à árvore é imperativo para mi‑nha sobrevivência, mas agora estou faminto demais para dormir.

Por sorte, uma vendedora passa pelo campo e a cada toque de sua buzina é possível sentir um efeito no círculo de fumantes e no meu. So‑mos atraídos pela vendedora como abelhas pelo mel, e checamos o que está à venda. Um prato descartável com arroz branco é uma pechincha a 10 pesos (45 centavos), mas as outras opções parecem exóticas demais para o meu gosto.

“A salada saltitante é um prato fa‑moso de Luzon!”, diz Buboy, meu amigo e mentor no campo. Depois dos habitantes de Visayas e Tagalog, os de Luzon formam o terceiro maior grupo étnico das Filipinas – conhecido pela culinária e pela música folclórica. A receita famosa usa camarão ‑d’água‑‑doce vivo, suco de limão, vinagre e sal. O resultado: camarõezinhos pulando pelo prato, tentando fugir desespera‑damente. Não faz meu gênero, mas é um bom momento quando os outros riem do meu excesso de sensibilidade.

Em vez disso, opto por engolir dois pratos de arroz puro em tempo recorde, antes de voltar para a árvore do cochilo. Sou mais uma vez detido no caminho por Robert seguido por seu búfalo. Faço ‑lhe a pergunta que fiz a todos na cidade:

– De onde vem seu arroz?– Consigo colher quatro sacos por

safra só no meu quintal – diz ele. – O que não comemos vendemos na feira. – Ele ri e divide comigo um copo de aguardente tirada do saco pendu‑rado no búfalo. Então afirma que essa aguardente é o segredo da longevi‑dade e da juventude duradoura.

Apesar do trabalho desgastante e do parco pagamento, o povo que trabalha nesses campos é um dos mais felizes que já tive o prazer de conhecer. Tal‑vez a aguardente tenha me amolecido, mas quando olho os campos e vejo os colegas agricultores dando tapinhas nas costas uns dos outros, batendo palmas e cantando canções folclóri‑cas de Luzon, a vida parece perfeita. E tudo se resume à arte do arroz. n

“Consigo colher quatro sacos por safra só no meu quintal. O que não comemos, vendemos.”

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FANTASMA

Em 1991, quando desmoronou, a União Soviética liberou no mundo centenas de tripulantes que amam o perigo, dispostos a voar com seus cargueiros a jato para qualquer lugar transportando qualquer coisa, desde que o preço fosse bom.

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DE THE OUTLAWS INC.: UNDER THE RADAR AND ON THE BLACK MARKET WITH THE WORLD’S MOST DANGEROUS SMUGGLERS, DE MAT T POT TER. COPYRIGHT © 2011 BY MAT T POT TER. PUBLICADO POR BLOOMSBURY, NOVA YORK, N.Y. 10010.

guinada para o alto quando aban-donamos a pista. Uma luz vermelha

se acende na cabine. Os instrumentos dizem que voamos sobre Cabul, no Afe-

ganistão, onde deveríamos estar pousando, só que estamos subindo – e subindo depressa demais, num ângulo demasiadamente agudo.

N ÃO HÁ AVISO, SÓ UMA

– O que está acontecendo? – per‑gunto, em russo.

Mas Serguei, um dos sete tripulan‑tes, não consegue me ouvir por causa do barulho do combalido Ilyushin ‑76, avião cargueiro soviético em que voam desde a época do Exército Ver‑melho. O gigante com um excesso de carga suspeito é erguido na noite, quase na vertical, por quatro motores que se sacodem. Sob meus pés, o ve‑ículo de 20 anos, sujo e remendado com fita isolante, range e pipoca.

Então Serguei chega mais perto.– Mísseis! – grita mais alto que o

barulho do jato, como se mostrasse uma casa onde já morou ou um bar à beira da estrada. – É aqui que come‑çam a lançar.

Pela primeira vez, noto seu cheiro forte não só de graxa e suor como também de bebida. Já li a respeito: notinhas vagas sobre quedas inex‑plicáveis de cargueiros na África, na Rússia, nos Bálcãs. Culpa de granadas lançadas em terra, da vodca no ar.

– Céus! Quem? – pergunto. Ele dá de ombros.– Mujahedins. Rebeldes. Soldados.

Nunca se sabe. Mas sempre há al‑guém. – Depois, sorri. – Mas Mikhail é um excelente piloto. Conhece a rota desde a guerra. Tem esse método de pousar subindo bem alto acima do ae‑roporto e depois mergulhando sobre a pista como um saca ‑rolhas. – Ser‑guei ri. – Ninguém é atingido assim. O truque dele é saber a hora de in‑terromper o mergulho. É incrível! Observe.

De repente, o avião se nivela. Os motores agora estão quase silen‑ciosos, e uma sensação esquisita de leveza passa pela sola dos meus pés. Levo um instante para registrar a sú‑bita guinada para baixo e ver as luzes de Cabul no vidro da cabine. Dizem que esses mergulhos em que o piloto tenta parar pouco antes que o nariz atinja a pista resultaram em várias mortes horríveis. Enquanto despen‑camos rumo ao solo e meu estômago

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SUBA! PELO AMOR DE DEUS, SUBA! INVOLUNTARIAMENTE, FECHO O PUNHO, ESTICO AS PERNAS, CERRO OS OLHOS. ACABOU. VAMOS CAIR.

quase vai parar na cabeça, tento calcu‑lar a probabilidade cada vez menor de nos nivelarmos antes de cair.

Contrariando o bom senso, me in‑clino para olhar por cima do ombro do piloto. Mikhail está curvado para a frente, como quem reza ou lê no banheiro. Seja como for, estou junto dele. Agora o chão está mais do que muito perto: apenas metros à frente do nariz. Suba! Pelo amor de Deus, suba! Involuntariamente, fecho os pu‑nhos, estico as pernas, cerro os olhos. Acabou.

Vamos cair.

Ogigantesco Ilyushin ‑76 era o supremo cavalo de batalha da URSS. Cargueiro a jato mons‑

truoso que começou a ser construído no início da década de 1970, ele par‑ticipou da ação em todas as frentes de batalha, fazendo de tudo, desde missões de combate a coleta de in‑formações militares, lançamento de explosivos, transporte de armas e até treinamento de cosmonautas. Com mais de 46 metros de comprimento e envergadura de 50 metros, é um dos maiores aviões do planeta. Pode voar nas tempestades de gelo do Ártico e no calor africano. Consegue usar pis‑tas mais curtas e mais danificadas por

bombas do que aviões com metade do seu tamanho. É capaz de levar 60 to‑neladas de armas, soldados, tanques, bombas e tudo o mais até o outro lado do mundo. E, hoje em dia, com meio milhão de dólares, qualquer um pode comprá ‑lo. Mas o IL ‑76 também tem um segredo: debaixo do piso do compartimento de carga, no fundo da barriga do avião, seus criadores soviéticos acrescentaram espaços a mais. Projetados originalmente para equipamento de escape, armamen‑tos e cargas proibidas, essas câmaras secretas não aparecem na papelada;

não são vistoriadas pela alfândega; oficialmente, não existem. Mas estão lá. E, se alguém for temerário a ponto de enchê ‑las e voar, o avião levará até 15 toneladas a mais de carga fantasma – embora isso signifique pôr a vida em risco.

Mikhail é um desses homens.“Algumas pessoas entregam cartas.

Isso é o que faço”, explica, andando pela pista de Cabul. “Sou apenas um carteiro. Só que as encomendas são mais pesadas.”

Na verdade, não sei como esperava que fosse um aviador fora da lei e contrabandista de armas, mas Mikhail definitiva e quase comicamente não se

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encaixa no perfil. De cabelos grisalhos e corpo curvado, parece ter 50 anos, talvez mais. O rosto magro e pálido tem uma expressão permanente de leve desapontamento, mais adequada aos anúncios contra o cigarro das sa‑las de espera de hospital do que aos tipos que figuram nas listas de procu‑rados da ONU. As mãos enormes são rachadas e imundas, as unhas não são cortadas; com um macacão cinzento, boné surrado e botas velhas do exér‑cito, o mundo inteiro o confundiria com um operário da indústria au‑

tomobilística na hora do almoço. E, embora seja um fora da lei esquisito, Mikhail (que passo a chamar de Mi‑ckey) é um empresário mais esquisito ainda. Veterano da guerra russo ‑afegã e piloto de IL ‑76 desde que chegou à idade adulta, é um operário típico, dos ombros caídos ao suor alcoólico. Mas aí está ele, sócio de uma empresa de transportes extremamente lucra‑tiva que se estende pelos Emirados, o Leste Europeu, a Ásia e a África, e cujas operações nos pontos mais pro‑blemáticos do mundo transformaram Mickey e sua tripulação, sediada nos Emirados Árabes Unidos, nos agen‑tes secretos do mercado livre global. Eles voaram juntos durante mais de

um quarto de século, com mais de 300 missões hostis nas mesmas monta‑nhas, aldeias e cidades afegãs em que se especializaram em navegar hoje – e no mesmo avião.

“Quando a União Soviética come‑çou a se desfazer”, explica Mickey, “alguns de nós perceberam a mudança de clima e aproveitaram a oportuni‑dade para fazer algo diferente.” Esse algo foi uma fuga dramática das for‑ças armadas e uma aposta na empresa privada. “Não foi difícil. Conhecíamos algumas pessoas e, quando elas ‘ad‑

quiriram’ um avião militar, voamos com ele até o Cazaquistão e, pode ‑se dizer, mudamos de ramo.”

Quando chamados, eles levam o que for preciso – armas, drogas, equipamento médico – aonde for preciso. “Fazemos muito frete”, conta Mickey. “Material militar. E muita ajuda.” E isso teve o efeito estranho de também transformar Mickey, sua equipe e os “sócios” em santos bas‑tante obstinados. Afinal, do Paquistão à Somália, das fomes aos tsunamis, o surrado Ilyushin de Mickey costuma ser o primeiro a chegar a áreas de de‑sastre com auxílio humanitário para salvar vidas. Contratados por todos, de ONGs a governos ocidentais, são

“CONHECÍAMOS PESSOAS”, DIZ MICKEY. “ELAS ‘ADQUIRIRAM’ UM AVIÃO MILITAR. VOAMOS A BORDO DELE ATÉ O CAZAQUIS‑TÃO E MUDAMOS DE RAMO.”

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considerados ágeis, com reações rá‑pidas e, principalmente graças ao histórico de missões militares es‑peciais, mais capazes de levar ajuda até zonas de desastre mais arrisca‑das e de difícil acesso. Ainda assim, as baixas são muitas: para quem pensa em acompanhar as missões dessas tripulações clandestinas, a lista de mortos é uma leitura que dá muito o que pensar. Só em 2009, dois IL ‑76 com tripulação russa colidiram no aeroporto de Makhachkala, perto da fronteira tchetchena. Toda a tri‑pulação de ex ‑soviéticos e todos os passageiros morreram quando um IL ‑76 explodiu em pleno ar em Uganda. Um Antonov ‑12 ucraniano (avião cargueiro de construção russa parecido com o IL ‑76) que ia para Uganda caiu durante a decolagem no Egito e matou todos a bordo. Em outro voo, três dos quatro tripulantes mor‑reram ao tentar um pouso no Congo. Em novembro de 2010, um IL ‑76 com registro na Geórgia, numa missão de auxílio no Sudão, pegou fogo em pleno voo no Paquistão, matando os oito tri‑pulantes russos e ucranianos. Mickey interrompe meus pensamentos.

“É claro que existem riscos, como em qualquer emprego, não dê tanta importância a eles.” Ele lista os peri‑gos, contando nos dedos: “cansaço, fogo inimigo, erros estúpidos, excesso de carga, falha mecânica, tempo ruim, carga ruim, azar”, mas acrescenta que “o álcool e uma vida ruim mataram a mesma quantidade de gente no ramo de aviação”.

Entretanto, poucos desses avia‑

dores arriscam a vida por questões apenas humanitárias. Um ex ‑piloto ri quando lhe pergunto sobre a agilidade do IL ‑76 nos pousos e decolagens e a independência que dá à tripulação, aos operadores e aos clientes.

“Quem quer mesmo”, diz ele, “con‑segue decolar com qualquer coisa a bordo, esperar até sair do alcance do radar, ganhar tempo dando indicações erradas da posição, se desviar para ter um encontro ilícito, pousar, descarre‑gar, entregar, carregar outra coisa e voltar ao plano de voo original. Nos lugares onde esses camaradas operam, ninguém percebe se alguém se atrasa 40 minutos. É assim que os aviões decolam com uma carga a bordo e pousam com outra. Digamos, só para argumentar, que a comida vira algo ilícito e algo ilícito logo vira dinheiro.”

Nesse ramo, nem tudo é o que parece. Um monitor internacional identificou recentemente “os bandos migratórios de aviões Ilyushin ‑76 im‑possíveis de rastrear” como um canal importantíssimo no transporte ilícito de “mercadorias desestabilizadoras” como narcóticos, armas proibidas, diamantes de fontes suspeitas, arma‑mento para terroristas ou exércitos ilegais e linhas de suprimento secretas para furar sanções impostas a regimes delinquentes como o Talibã, a Líbia de Kadafi e a Coreia do Norte.

Nesse mundo, uma carga de co‑bertores para uma zona de desastre consegue se transformar aparente‑mente no ar em 15 toneladas de minas terrestres para a milícia rebelde local ou mercadorias contrabandeadas para

“CONHECÍAMOS PESSOAS”, DIZ MICKEY. “ELAS ‘ADQUIRIRAM’ UM AVIÃO MILITAR. VOAMOS A BORDO DELE ATÉ O CAZAQUIS‑TÃO E MUDAMOS DE RAMO.”

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a Máfia. E o mesmo voo com a capaci‑dade máxima preenchida por médicos e remédios também pode conjurar magicamente os fuzis Kalashnikov que serão usados para executar os pa‑cientes. Esse é um mundo em que as palavras mercenário, piloto, trabalha‑dor de auxílio e traficante se tornaram perigosamente intercambiáveis.

Para os chefões dos cargueiros, depois do Onze de Setembro, o ramo do transporte fantasma,

oficial ou clandestino, mudou drasti‑camente. Com a queda do Afeganistão diante da coalizão encabeçada pelos Estados Unidos em novembro de 2001 e a invasão do Iraque em 2003, estabeleceu ‑se rapidamente nos dois países um sistema enorme e complexo de interesses militares, humanitários, comerciais, diplomáticos e dos meios de comunicação. E esses eram ecossis‑temas que exigiam quantidade diária inimaginável de pessoal e suprimen‑tos cuja demanda era permanente. Toda uma série de campos militares e de refugiados no Afeganistão pre‑cisava de provisões, equipamentos necessitavam de transporte, e entre escombros, revolução e reconstrução os negócios prosperaram. Agora tudo precisava ser transportado. Começava a segunda invasão soviética do Afe‑ganistão. E, dessa vez, o Ocidente e a tripulação de Mickey marcharam do mesmo lado, sob uma grande bandeira capitalista movida a dinheiro.

John é um agente de transpor‑tes de Surrey, na Inglaterra, um dos intermediários que recebem as es‑

pecificações iniciais dos serviços prestados a exércitos, entidades de auxílio, importadores ‑exportadores e indivíduos, e depois encontram avi‑ões e tripulações para executá ‑los. Ele afirma ter visto de tudo nos anos que vem organizando esse tipo de trans‑porte e relata um serviço clandestino com um IL ‑76 que deixou o comando militar americano no sul do Afeganis‑tão admirado.

“As forças armadas americanas pre‑cisavam levar um gerador enorme ao terreno de um campo de pouso que estavam planejando no Sul”, conta ele. “Era uma área remota e, fora alguns bolsões de soldados americanos, es‑tava totalmente sob o controle dos bandidos. Não havia combustível dis‑ponível num raio de quilômetros em volta do local do pouso e nenhuma das equipes que abordamos quis sequer ouvir falar do assunto. Todas disse‑ram: ‘Nunca vamos conseguir sair; como decolar de um campo de pouso em más condições e sem combustí‑vel?’ O serviço estava orçado entre 60 mil e 70 mil dólares, mas certo dia recebi um telefonema desses russos, que disseram: ‘Faremos o serviço, mas vai custar 2 milhões, adiantados.’ Naquele estágio os americanos não tinham opção e pagaram. E, de fato, na hora marcada essa tripulação da ex ‑força aérea soviética chegou num IL ‑76 velho e surrado, descarregou o gerador e sentou ‑se para fumar um cigarrinho.”

Bem na hora em que todos os ame‑ricanos se perguntavam como é que eles iam decolar de novo, surge uma

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“COMO É QUE VÃO RECUPERAR O AVIÃO?” A TRIPULAÇÃO RES‑PONDEU: “NÃO VAMOS. SÓ O COMPRAMOS PARA ESTE SER‑VIÇO E VAMOS DEIXÁ ‑LO AQUI.”

nuvem de pó e lá vem o barulhão do velho micro ‑ônibus dirigido por um afegão, e a tripulação simplesmente embarca nele para ir embora.

“Os ianques todos gritaram: ‘Ei, como é que vocês vão recuperar o avião?’ E eles responderam: ‘Não va‑mos. É velho demais. Só o compramos para esse serviço e vamos deixá ‑lo aqui.’ O avião lhes custara meio mi‑lhão de dólares. Deram uma ajeitada nele, o suficiente para pousar, apura‑ram um lucro de um milhão e meio e o deixaram lá enferrujando. Está lá até hoje.”

Não importava a que custo, as for‑ças de ocupação buscavam a imagem de que melhoravam a situação de‑pressa. Para dar a impressão de que economizavam os valiosos dólares dos contribuintes, depois da invasão elas receberam ONGs do mundo todo como parceiras no trabalho de auxí‑lio e reconstrução. Donald Rumsfeld disse que queriam convidar “agentes não estatais” para desempenhar um papel importante. Antes mesmo que terminasse a frase, os telefones come‑çaram a tocar, da Bielorrússia a Benin.

A equipe de Mickey se viu à frente do trabalho de ajuda e reconstru‑ção. Conheciam bem o Afeganistão

– a situação, as pistas, os locais que, numa emergência, podiam ser usados como pista de pouso. Conheciam os centros comerciais e as vielas cheias de mísseis. E, ao contrário de muitas tripulações, estavam dispostos a en‑frentar o desafio. Mickey, dando de ombros, diz não foi nada. Ele brinca que, depois de 2001, voou mais para o Afeganistão e a Ásia Central do que nos anos que estava de fato es‑tacionado lá. Foi ótimo fazer missões legalizadas em voos de boa reputação e o dinheiro foi bom, tanto o paga‑mento oficial quanto o que ganhavam

por fora, enchendo os compartimen‑tos extras do avião com cigarros, bebidas, armas ilegais, mercadorias de luxo e todas as outras coisas pelas quais se vende a alma no Afeganistão.

Para os governos da coalizão, a pos‑sibilidade de esses cargueiros, que iam ao Afeganistão e apenas alguns meses depois ao Iraque, conterem um tesouro malvisto – sob a forma de armas não registradas para che‑fes guerreiros e munição chegando e ópio saindo – foi convenientemente ignorada. Ainda que fosse a última das prioridades de uma coalizão que combatia uma insurgência, deveriam ter verificado onde é que os insurgen‑

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tes conseguiam armas. Talvez nunca tenham percebido mesmo. Talvez, no meio de uma ocupação que já se de‑fendia de acusações de imprevisão, fosse um segredo embaraçoso do qual era melhor não falar. Não importa. Na época em que Bagdá caiu e a segunda onda cargueira da corrida do ouro patrocinada pela coalizão começou, ninguém pensou em perguntar quais IL ‑76 e Antonovs recolhiam vales de combustível como “fornecedores preferenciais” nas pistas de Bagram e Bagdá. Ou onde e com quem andavam fazendo negócios.

O bar Four Turkeys talvez seja o mais popular dos pé s‑sujos frequentados por pilotos de

toda Entebbe, em Uganda. O bar e boate fica aberto 24 horas por dia, é lendário entre ex ‑aeronautas sovié‑ticos, traficantes e prostitutas, e fica convenientemente perto da maior e menos regulamentada base aérea es‑tratégica da África Oriental.

A noite está quente e úmida no fim de outra temporada de chuvas. Mi‑ckey, que parou em Uganda indo do Congo aos Emirados Árabes Unidos, está chapado com a melhor erva de Entebbe e mal consegue ficar em pé. Estou aqui com cinco “mercs”, como a mídia local apelidou esses aeronautas mercenários, todos carregadíssimos, e seus idiomas se fundem misticamente com o meu numa série de balbucios inacabados, sorrisos automáticos de reconhecimento e gritos de exortação à bebida. Ao examinar a sala escura e estreita, avisto prostitutas ugandenses

e um punhado de fornecedores sul‑‑africanos de material bélico cobertos de tatuagem. Um personagem à porta se oferece para nos vender Viagra a granel. Há um cheiro tão forte e pun‑gente de maconha saindo de tantos bolsos que meus olhos ardem, e tam‑bém há aeronautas russos suficientes para formar um esquadrão. Muitas dessas tripulações soviéticas privati‑zadas criaram lares pelo mundo afora, registrando seus aviões em países com controles sabidamente desleixados, obscuros e corruptos (como a Geórgia e o Cazaquistão) e abrindo empresas no Golfo Pérsico e na África Subsaa‑riana, onde formaram uma nova classe de empresários.

Como razões para se mudar para a Península Arábica, Mickey citará a troca de cenário e o encanto por um sol nada russo, mas vale notar que o aeroporto de Sharjah, que é praticamente sua casa, fica perto de costumeiros destinos clandestinos como Somália, Afeganistão e Irã.

Em pontos estratégicos da África – onde quer que haja problemas e uma pista decente para lucrarem –, brotou um circuito movimentado de cafés, escritórios e oficinas de russos para atender a essas estranhas aglo‑merações de aviadores expatriados. Complementados por bares, lojas e prostitutas locais, esses postos sovi‑éticos avançados e extraoficiais, com nomes como Pequena Minsk e Rus‑siaville, são lares longe de casa. Bares como o Four Turkeys ladeiam as pla‑nícies e litorais e exibem canais de TV de esportes russos.

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Esta noite, Mickey e os rapazes se divertem berrando com o jogo de fu‑tebol na televisão e tomando cerveja Club com vodca. Hoje Mickey não vai voar, mas diz que conseguiria: é prática comum das tripulações relaxar no Four Turkeys, cambalear poucos metros até a base aérea conjunta ci‑vil e militar, e papear com os guardas antes de embarcar no avião e ligar os motores para a decolagem.

O terminal, frequentado pela mesma matilha de cães de rua que

choramingam para obter restos de comida diante do Four Turkeys, dá para filas e filas de cabanas da ONU. Ali perto, num corredor dilapidado e com goteiras, fica o escritório sur‑preendentemente elegante do único homem que consegue fazer a liga‑ção entre os voos pela África dos aeronautas mercenários do mercado negro, como Mickey, e o burburinho de Wall Street. Sul ‑africano com cara de menino, cabelos claros e muscu‑loso, Clark mais parece um treinador de tênis do que uma engrenagem es‑sencial do ramo global de transporte de cargas. Como diretor na África de uma empresa respeitadíssima de frete aéreo global, é Clark quem chama os camaradas com os aviões quando um

cliente seu precisa transportar alguma coisa. Mas também se mantém atento e sabe de tudo o que passa por aqui e para onde vai.

Ele explica que um voo feito na primavera de 2010 ressalta a capaci‑dade de equipes como a de Mickey irem a qualquer hora para qualquer lugar. Ele contratou uma delas para jogar do alto um resgate em dinheiro a alguns piratas somalis. Como sem‑pre, a tripulação de fala russa recebeu informações sobre a missão, só que,

dessa vez, não puderam conhecer o destino. Receberam simplesmente um conjunto de coordenadas de GPS e um celular barato.

“Tiveram de voar segundo as coor‑denadas dadas pelo navio pirata”, diz Clark. “Quando lá chegassem, teriam de baixar até uns mil pés de altitude. Então um dos piratas mandaria um SMS com novas coordenadas do lugar aonde teriam de ir.”

O piloto e a tripulação deram de ombros. Sem problemas. E se, quando atravessaram um dos maiores pontos cegos de radar do mundo carregando combustível e 20 milhões de dólares em notas miúdas dentro de uma caixa‑‑forte, fugir chegou a lhes passar pela cabeça, a ideia logo se foi.

TERIAM DE VOAR SEGUNDO CERTAS COORDENADAS. ENTÃO OS PIRATAS LHES MANDARIAM UM SMS. O PILOTO DEU DE OMBROS. SEM PROBLEMAS.

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“JÁ ENTREGAMOS MUITOS RESGATES”, DIZ ZAKHAROV. “ACREDITE: ABRIR A PORTA DO AVIÃO E EMPURRAR OS 100 QUILOS DE DINHEIRO É FÁCIL.”

O avião desviou o curso gradu‑almente rumo às coordenadas de GPS: foram para leste, sobrevoaram o Quênia e as fronteiras selvagens da Etiópia, depois a Somália e baixaram sobre o mar controlado por piratas. Enquanto seguiam para o destino, o celular na mão do navegador vibrou. A mensagem continha apenas as no‑vas coordenadas. O piloto fez uma curva ampla com o avião e seguiu as novas instruções. Em baixa altitude, os olhos da tripulação examinavam a

água à procura de barcos, foguetes de magnésio, granadas, qualquer coisa. Nesse momento, só podiam torcer para não ser uma armadilha. O ritual se repetiu. Então, no próximo con‑junto de coordenadas, avistaram dois barcos pequenos e velozes lá embaixo.

O celular do navegador tocou e uma voz disse simplesmente, em inglês: “Não pare. Só jogue o dinheiro.” Era o que esperavam. A caixa ‑forte presa a um paraquedas já estava posicionada na porta aberta. Cortaram os cabos e 20 milhões de dólares foram largados no céu.

A última coisa que o piloto viu ao fazer a volta com o avião foi a forte movimentação da água azul zinha quando os barcos piratas aceleraram,

apressando ‑se para convergir sobre a caixa ‑forte.

“E foi isso”, diz Clark com um sor‑riso. “Eles receberam a grana e foram embora.” Como toda a operação foi executada com informações dadas por partes, ninguém, nem mesmo Clark, sabia realmente o que estava acontecendo. Mas Evgeny Zakharov, aviador russo e empresário sediado em Johannesburgo, África do Sul, me conta que o resgate foi pago, nada mais, nada menos, em nome da

Lloyd’s de Londres, que calculou que valia a pena pagar o resgate aos piratas e recuperar o navio, pois, mais tarde, poderiam vendê‑lo para compensar o que tiveram de pagar.

“Parece coisa de James Bond”, diz Zakharov, “mas não é. Para os pilotos russos na África, isso é normal. Ape‑nas mais um dia de trabalho. Quer saber? Já fizemos muitos lançamen‑tos de resgate para piratas somalis, e pode acreditar: para um ex ‑piloto da força aérea soviética acostumado a lançar tanques do avião, abrir a porta e empurrar uma caixa de 100 quilos de dinheiro é fácil.”

É um contraponto interessante que dá destaque ao modo como as grandes empresas de transporte de

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cargas ocidentais e os ex ‑pilotos so‑viéticos, as multinacionais legítimas de primeira linha e os piratas soma‑lis coexistem: talvez não satisfeitos, mas de um jeito que mantém lubrifi‑cadas e funcionando as engrenagens comerciais de todos. Também é um retrato fascinante do estranho campo de força de opostos que se repelem mutuamente, o qual sustenta no ar equipes como a de Mickey. Quando há transações regulares entre a ins‑tituição financeira que talvez seja a mais venerável do mundo e bandi‑dos com AK ‑47 em lanchas ao largo do litoral somali, só há um grupo de intermediários pronto, disposto, mutuamente aceitável e capaz. E com certeza não é nenhuma multinacional do ramo de logística.

A gora, onde quer que pouse, é provável que haja alguém à espera do IL ‑76 de Mickey,

tentando acompanhar, vigilante, cada movimento seu: a Interpol, o DEA – ór‑gão de controle de entorpecentes dos Estados Unidos –, o MI5 – órgão britâ‑nico de espionagem –, todos tentando impedir esse comércio clandestino. E quase sempre são frustrados pelas leis internacionais, os funcionários corruptos dos aeroportos, as deco‑lagens e os pousos não registrados.

Mas também enfrentam um problema mais incômodo: se conseguirem des‑baratar o fluxo do contrabando aéreo, também se arriscam a acabar com as únicas tripulações com habilidade e ousadia para levar remédios vitais, auxílio de emergência e os próprios negociadores de paz com seu equipa‑mento aonde for necessário. É como diz o ditado: Acabe com o pecador e o santo desaparece.

Ainda assim, os observadores inter‑nacionais estão perplexos com o modo como armas pequenas e produtos do mercado negro conseguem chegar tão depressa a zonas de desastre e como os recursos locais – dinheiro, tesouros saqueados, ópio – dão um jeito de sair.

Mas Mickey sabe.E é por isso que, enquanto você

lê este texto, um rugido misterioso rasga a madrugada sobre outra pista empoeirada e cheia de rachaduras, em algum canto do planeta onde não haja radar. E, depois de subir acima de mais uma cortina de fogo de granada, um Ilyushin ‑76 cinzento, anônimo e com excesso de peso, levando dois carregamentos muito diferentes no porão, está prestes a pousar num ân‑gulo inviável.

N A S N U V E N S

Meu pai, um historiador de arte, andava distraído. Certa vez, numa livraria, a palavra “arte” na capa de um livro chamou sua atenção. Ele apanhou o volume e foi direto ao caixa. Em casa, ao sentar-se para ler, descobriu que era ele o autor. E l i z a b e t h C h e n e y

Alguns nomes e características identificadoras foram alterados para preservar o anonimato.

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*Valor bruto de IR (25%), vinculado a Títulos de Capitalização. *Sulacap, CNPJ nº 03.558.096/0001-04 e Processo SUSEP nº 15414.004204/2010-13. Regulamento completo no site www.selecoes.com.br

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ILU

ST

RA

DO

PO

R F

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Desafio CharadaO que estas palavras têm em comum?

BAIA – COLO – ÉTER

As cinco vogais foram retiradas de cada uma das palavras abaixo. Você é capaz de identificá-las?

FR – GLSM

P O R R I C A R D O S A L L E SEnriqueça seu vocabulário

As palavras abaixo vieram dos primeiros capítulos do romance O mis-sionário, de Inglês de Souza (1853-1918), considerado o introdutor do natura-lismo na nossa literatura. Determine o respectivo significado. Respostas no verso.

1. aviltamento s.m. – A: re-baixamento; B: louvação; C: gritaria.2. canoro adj. – A: que cheira mal; B: que emite som agradável; C: que tem cor muito forte.3. capivara s.f. – A: tipo de peixe; B: tipo de roedor; C: tipo de ave. 4. enlear vb – A: subir muito rápido; B: afinar; C: amarrar.5. epíteto s.m. – A: qualifi-cação; B: tipo de reza; C: nervosismo.6. escaldar vb – A: gelar; B: temperar; C: produzir grande calor.7. exator s.m. – A: fazen-deiro; B: cobrador de impostos; C: vendedor ambulante.8. gaifona s.f. – A: música muito lenta; B: tipo de

poema; C: gesticulação cômica. 9. madraço adj. e s.m. – A: preguiçoso; B: muito ativo; C: muito bonito.10. mameluco s.m. – A: mestiço de preto com branco; B: mestiço de branco com índio; C: mes-tiço de preto com índio.11. ornar vb – A: apressar; B: quebrar; C: enfeitar.12. parietal adj. 2 gên. – A: relativo à perna; B: rela-

tivo aos pares; C: relativo à parede.13. taquara s.f. – A: canoa muito grande; B: tipo de planta; C: mamífero da Amazônia.14. tição s.m. – A: pedaço de madeira queimada; B: flor aquática; C: ração para a selva.15. xerimbabo s.m. – A: ca-valo selvagem; B: cobra venenosa; C: animal de estimação.

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O meu xerimbabo.

Uma capivara?

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Some os pontos gerais e CONHEÇA SEU NÍVEL:● 5-10 bom ● 11-15 excelente ● 16-23 excepcional

Respostas (vale 1 ponto cada)

1. aviltamento – A: rebaixamento (na raiz, o adjetivo ‘vil’, do latim vilis, -e, ‘desprezível’ [pelo baixo valor]).2. canoro – B: que emite som agradável (do latim cano-rus, -a, -um, idem; é deverbal de canere, propriamente rezar cantando).3. capivara – B: tipo de roedor (do tupi kapii, ‘capim’, e gwara, ‘comedor’).4. enlear – C: amarrar (do latim illigare, idem [propria-mente atar fazendo um lio, um feixe]).5. epíteto – A: qualificação (remo-tamente, do grego epitheton, propria-mente o que se junta a um nome para explicá-lo melhor, o adjetivo).6. escaldar – C: produzir grande calor (do latim excaldare, propriamente la-var com água quente, cognato de calidus, ‘quente’).7. exator – B: cobrador de impostos (do latim exator, -oris, ‘cobrador’, de-verbal de exigere, ‘empurrar para fora’ e, por metonímia, ‘exigir’).

8. gaifona – C: gesticulação cômica (de etimologia obscura).9. madraço – A: preguiçoso (de eti-

mologia pouco clara, pretendendo alguns que

tenha origem árabe [cf. matrah, ‘colchão’]).

10. mameluco – B: mestiço de branco com índio (na ori-gem remota árabe, mamluk, ‘escravo’).11. ornar – C: en-feitar (do latim ornare, ‘equi-par’ e, por extensão, ‘em-belezar’).

12. parietal – C: relativo à parede

(do latim parieta-lis, -e, idem,

derivado de paries, parietis, ‘parede’).

13. taquara – B: tipo de planta (na verdade, um tipo de

bambu, do tupi takwara, idem, em que o elemento kwara significa ‘oco’). 14. tição – A: pedaço de madeira queimada (do latim titio, -onis, idem).15. xerimbabo – C: animal de estima-ção (do tupi xereimbawa, idem [segundo uma fonte, significa pro-priamente, ‘minha coisa querida’).

Desafio (vale 5 pontos)Resposta: Quando adicionadas de “no” originam palavras de diferentes significados.

Charada (vale 3 pontos)Resposta: Euforia e Guloseima.

Exator?

Exato.

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Violão.psE:\Daniel\Revistas\Seleções\2010\Violão\Violão.cdrquarta-feira, 15 de setembro de 2010 15:41:37

Composição Tela padrão

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LivrosMinirresenhas P O R C L A U D I A N I N A

UMA/DUASEliane Brum, Leya, 175 páginas

“Não é assim que eu sonhava escrever. Os livros sem-pre foram a janela por onde eu escapava desta mãe que agora, enquanto escrevo com o sangue pingando, me espreita atrás da porta.”

Dizer que este romance é uma surpresa não é bem a palavra certa; espera-se sempre o melhor de uma jornalista como Eliane Brum. No romance, ela manteve a linha. A palavra cortante, sem excessos, é o tom perfeito para sondar o abismo da morte. Tudo tão bem urdido que não se pode, nem deve, perder – saltar ou esquecer-se de – nenhum parágrafo. O único porém é a escolha pela fonte vermelha, que causa estranhamento. Vale seguir a escrita em “sangue pingando”.

SAGRADA FAMÍLIAZuenir Ventura, Alfaguara, 228 páginas

“A lembrança dessa cena iria perturbar muitas de minhas noites adolescentes. Ela vinha mistu-rada com sonhos e desejos que mexiam não ape-nas com emoções e sentimentos, mas sobretudo com os hormônios, causando alvoroço interno. (...) Uma parte de mim sentia grande prazer nes-sa transformação, outra se angustiava.”

É estimulante ver o escritor em excelente forma neste ro-mance que mistura elementos autobiográficos, ficção e história. Os personagens parecem tridimensionais de tão intensos e verdadeiros – tia Nonoca, viúva aos 37 anos, e, claro, o jovem narrador Manuéu, que vai crescendo à me-dida que faz suas descobertas.

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O ESPÍRITO DA PROSACristovão Tezza, Record, 220 páginas

“No colégio, cheguei a vender a alguns colegas essas historinhas datilografadas e grampeadas. E lembro que, pelo menos uma vez, vendi um conto de amor, escrito sob encomenda para um colega que queria presentear a namorada. Nenhuma ilusão: antes que se pense que havia aqui um sinal pitoresco de precocidade literá-ria, tudo aquilo que eu escrevia era exaspera-damente ruim.”

Um mergulho no mistério da criação e na busca do en-tendimento da passagem: em que momento um não escritor vira escritor? Tudo a partir da experiência pes-

soal, voltando o autor no tempo de sua própria história e tirando dali os pontos mais importantes de sua formação. O medo, o desejo de agradar, a busca da autenticidade, a sobre-vivência no mercado – aqui estão os principais elementos que montam a tortuosa caminhada de um autor na procura de sua alma literária. Imprescindível para quem vive da escrita, deli-ciosa confissão para todos.

SOFIA E O DENTE DE LEITEHenrique Rodrigues, Ilustrações de Bruna Assis Brasil, Memória Visual, 23 páginas

“E acordou num sobressalto. ‘Seria estrela cadente?’,Pensou, ainda dormente.Até que então, de repente,Sofia sentiu uma estranhaDor no seu dente da frente.”

História singela e bem rimada para ler agarradinho com o filho, especialmente se o próprio estiver naquela fase de-licada em que os dentes amolecem, doem e tornam muito difícil a tarefa de comer. A poesia ajuda pequenos e adul-tos a lidar com a problemática – as fadas fazem o restante do trabalho. No fim, sonhos embalados por estrelas cadentes. Lindo trabalho que tem nas ilustrações um ponto forte, com uma técnica que cria um ambiente de leitura divertidíssimo.

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Acredite, sua ligacão faz milagres.

Se você acredita, nossas crianças

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0800 771 7878ou acesse aacd.org.brtwitter.com/aacdfacebook.com/ajudeaacd

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Poor Little Rich Girl

Chat Room

Uma compilação de fatos curiosos desta língua em constante evolução.By Jennifer Lynn Castro

Since her parents’ divorce nothing has been the same for Kimberly Palmer. Her life has been a bipolar coaster – never knowing if she should be smiling or crying. But Kimberly decides things are going to change. She has just started her first year of college at Penn State, following her father’s footsteps and studying Law.

Sweet, right? Not really. It’s more like a bittersweet dream. Mostly when your father is one of the richest men in the state and thinks he is so boss. Everyone at her school knows who he is, but Kimberly, having an eye for the different, wants to step out of the “Benjamin Palmer” spotlight and be her-self. But how is she going to do that?

Desde o divórcio dos pais, nada tem sido mais o mesmo para Kimberly

Palmer. A vida tem se mostrado uma montanha-russa bipolar – nunca sabendo se ela deveria estar sorrindo ou chorando. Mas Kimberly decide que as coisas vão mudar. Ela acaba de iniciar o primeiro ano de faculdade na Penn State, seguindo os passos do pai e estudando Direito.

Legal, né? Não exatamente. Isso está mais para um sonho

acridoce. Principalmente quando seu pai é um dos homens mais ricos do esta-do e se acha tão superior. Todo mundo na faculda-de sabe quem ele é, mas

Kimberly, tendo um olho aber-to para o diferente, quer sair do

foco do holofote de “Benjamin Palmer” e ser ela mesma. Mas como fará isso?

Kimberly and her dad are having an argument…

English!

need to live with. Don’t get so bent outof shape!Kimberly: Maybe not for long, ’cause I have a plan…Benjamin: What are you planning, Kimmy? Don’t do anything stupid!Kimberly: Oh, don’t worry! I wouldn’t do anything to hurt your rep, dad!Benjamin: Watch your ’tude with me, missy!

Benjamin: Kim, you need to relax.Kimberly: Relax? Are you for real? There are always people following me.Benjamin: It’s part of your life, dear.Kimberly: No! It’s part of your life, dad!Benjamin: Well, it’s something that you

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A linguagem colo-quial lança mão de várias utilizações diferenciadas de palavras ou ex-pressões comuns. Além das expressões idiomáticas, repare no uso de abreviações (rep, ’tude), subs-tantivos como adjetivos (boss) e adje-tivos como substantivos (different).

Quick Quiz

Know How: Informally Different

Connect the words and expres-sions to their meanings.

Helpful dictionaryLet’s practise1. Don’t get so ______ with me. I didn’t mean any harm.

2. She _______ arts. No wonder she’s mak- ing a lot of money with her art gallery.

3. He thinks he is so _____ with that expen- sive car.

4. I don’t believe his honest rep is ____ .

argument discussão bittersweet acridoce coaster montanha-russafollow one’s seguir os passos footsteps de alguémLaw Direito missy mocinha rep reputação’tude atitude

ILU

ST

RA

DO

PO

R M

AR

CE

LO

BA

DA

RI

Colloquial lan-guage draws on various different usages of com-mon words or expressions. Be-

sides the idioms, notice here the use

of short forms (rep, ’tude), nouns as adjectives (boss) and adjectives as nouns (different).

Relacione as palavras e expressões a seus significados corretos.

ANSWER KEY: 1. BENT OUT OF SHAPE, 2. HAS AN EYE FOR, 3. BOSS, 4. FOR REAL.

1. spotlight

2. bipolar coaster

3. have an eye for

4. boss

5. bent out of shape

6. for real

A. ( ) angry, insultedB. ( ) have the ability to appreciate distinctions inC. ( ) something or someone that is superiorD. ( ) sincere, genuine E. ( ) experience of extreme emotional highs

and lowsF. ( ) that calls attention to A

NSW

ER K

EY:

1. F

, 2. E

, 3. B

, 4. C

, 5. A

, 6. D

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