Aos calouros!!!!
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Calourinhos, eu sei que esse texto pode estar ENORME,
mas leiam tudo, vai valer a pena!!! Pra quem não me conhece
eu fui monitora de JMA em 2013 e vivi durante meus quatro
últimos períodos rodeada por fichamentos, citações, provas
de IED. Então, nada mais justo do que eu compartilhar um
pouco da minha experiência de dois com a cadeira e com o
meu grande mestre, porque largar a monitoria não implica
largar IED.
Bem, primeiramente eu gostaria de dar as boas-vindas a
todas e a todos e dizer que vocês têm que aproveitar não
somente a casa de Tobias para enriquecer seus
conhecimentos, mas, também, para construir uma vida ali
dentro, afinal, é a nossa casa. Hoje vocês se apresentam
apreensivos, com aqueles olhares encabulados de dúvida e
receio, sem saber se o que escolheram pra vida é o certo ou
o errado, mas cada um tem um brilho, uma estrela jurídica
dentro do coração e é isso que vocês precisam encontrar
durante o curso; não somente na cadeira de IED, mas em casa
passo dado na famosa FDR, encontrar aquele gostinho pelo
Direito. Muitos irão odiar a cadeira de IED, muitos irão
amar e outros irão apenas ser indiferentes quanto a ela,
mas eu vos digo, não por ter sido monitora da cadeira, mas
por amar a matéria, que a cadeira de Introdução é a porta
para o mundo jurídico e aquela brechinha que abrirá o
coração de vocês mais facilmente ao amor pelo Direito.
Bem, e esse primeiro período? Vida amarga de fichas
(famigerados fichamentos), provas de economia, aquela
vontade de largar os livros e esquecer que citações
existem, mas não se preocupem tudo passa, ah sim, tudo
passa e eu sou prova disso (amém haha). Eu sei que muitos
de vocês devem estar quase arrancando os cabelos com os
benditos fichamentos de Joao Mauricio Adeodato, que devem
estar desorientados sem nem ao menos saber por onde começar
a aventura de entender esses textos muitas vezes vistos
como incompreensíveis, que devem pensar: aiii meu deus, ai
vem meus Is. Mas gente, não acreditem nos boatos que
escutam por ai, IED é sim a cadeira que mais toma o tempo
precioso de vocês, com certeza é a cadeira para a qual
vocês mais vão estudar, mesmo que inconscientemente, mas
não é o monstro do Lago Ness. Eu diria, não por ter sido
monitora da matéria, mas por ter sentido isso no segundo e
no terceiro períodos, que essa é a matéria mais importante
que vocês pagam no primeiro período. Não, não estou de
maneira alguma dizendo que vocês devem esquecer as outras
cadeiras, até porque TGE será MUITO útil para
Constitucional, além de filosofia para IED2 e Hermenêutica
e tantas outras cadeiras, economia para Direito Comercial,
Sociologia para compreender um pouco mais o Direito Penal e
não apenas memorizar os inúmeros artigos que os professores
lerão em sala..., também, ao dizer que vocês não devem
acreditar nos boatos que fazem dos fichamentos a morte, não
digo que é fácil passar em IED ou tirar bons conceitos nos
fichas, não digo que você não precisa ligar pra eles ou não
tocar em livros, mas que não há necessidade de se
estressar, nem de virar noites fazendo os fichamentos (mas
você não será anormal se virar kk) tudo é questão de
organização e comprometimento.
Professores
Introdução ao Estudo do Direito:
João Maurício Adeodato:
Minha avaliação: É um professor de tirar o chapéu, eu
diria que o melhor professor que já tive na FDR até hoje.
Ele apresenta um domínio incrível do conteúdo e não apenas
o domina como o transmite de maneira exemplar, eu diria que
as aulas dele são ouro pra quem quer ter uma boa base para
o nosso belíssimo curso. Infelizmente ele apresenta alguns
pontos negativos, entre eles o fato de que ele, apesar de
não muito, falta as aulas para ir a congressos
internacionais. :/ O ponto que torna essas faltas menos
danosas ao curso é que ele coloca estagiários docentes para
ministrar as aulas no seu lugar, alguns são ótimos (Laila),
mas tudo é questão de sorte. Outro ponto que eu
consideraria negativo, mas que para quem estuda
regularmente, ou seja, pra quem se empenha nos fichamentos
acaba sendo um ponto que conta a favor, é a irregularidade
na pontuação das provas. JMA coloca as notas mais pelos
conceitos dos fichamentos do que pelo o que se encontra
escrito no exercício, uma pessoa que tirou 4 Es, por
exemplo, dificilmente conseguirá tirar menos de 7,0, embora
não seja impossível, assim como uma pessoa que tirou 4 Rs
também não tirará uma nota tão boa mesmo que tenha redigido
de forma exemplar a prova. Por isso que eu digo e ratifico:
SE ESFORCEM NOS FICHAMENTOS!!!! Eles vão ser MUITO
importantes pra vocês. Fora isso, JMA se porta como um
excelente professor, com uma ótima didática, atencioso às
duvidas e sempre disposto a ajudar todos seus alunos,
afinal de contas, JMA ama vocês, os calouros dele.
Avaliação do futuro monitor de vocês (espero haha),
Diego Lima: Excelente professor; passa o conteúdo de
maneira exemplar, contudo possui uma avaliação pesada
embora seja baseada na aula e seja relativamente fácil
passar com nota alta.
Teoria Geral do Estado:
Cláudio César: O considero um ótimo professor, há quem
diga que ele não sabe passar o conteúdo e que a aula dele é
um saco, mas isso é somente intriga da oposição! Sim,
admito que no começo eu viajava na maionese quando CC fazia
suas tão famosas digressões e que não conseguia prestar
atenção em nada e só queria dormir, mas depois, aprendendo
a viajar com ele, a tentar filosofar algo que nem filosofia
parecia, eu comecei a gostar da aula, então o segredo é:
viaje com ele e sempre pergunte algo do assunto quando ele
estiver distante do tópico inicial, não hesitem, levantem a
mão e tirem todas as duvidas, eles irá sempre responde-las,
ate mais do que deveria kkkk CC é um GÊNIO, ele domina
muito o conteúdo que ele ministra, mas vocês precisam ter
paciência para conseguir sobreviver todo período haha não é
difícil, isso eu tenho certeza!!! Um ponto positivo da
cadeira é o monitor dela: Jorge; as aulas dele são
excelentes e ele acaba sendo o professor de TGE de vocês,
explorem a inteligência de Jorge, ele é um gênio mesmo.
Breno: (opinião de Diego Lima)
O professor deixa a desejar, com aulas um tanto quanto
monótonas e que não abarcam de forma razoável o conteúdo. A
avaliação é fácil pra quem lê o livro de Dalari e quem foca
na questão aberta, disponibilizada anteriormente, não tira
menos de 8, sendo 5 páginas a media de paginas suficiente
para nota boa na prova aberta.
Economia:
Carlos Magno:
Cmg coloca medo em QUALQUER PESSOA!!! Eu mesma não
dormia direito pensando na prova de economia kkkkkk exagero
meu? Bem, até que foi, mas um exagero que valeu a pena. Cmg
não é nem de longe um professor que queira ser amigo dos
alunos, ele não vai medir esforços para agradar ninguém,
chegando a ser grosso e muito arrogante. Seu humor matinal
não é pra lá dos melhores e não acredito que ele fique
feliz de ir a noite também não.... masss ele é sim um ótimo
professor, consegue transmitir o conteúdo muito bem, apesar
da sua aula ser copia do livro indicado por ele (I
unidade). O que eu aconselharia: NÃO ACUMULEM ASSUNTO!!!!
Perguntem sempre que tiverem duvidas, porque ficar com
duvidas nessa cadeira se torna uma bola de neve e acredito
que ninguém queira se aventurar a fazer prova de Cmg sem
saber o assunto. Tentem tirar uma nota alta na primeira
prova, que é relativamente fácil, porque na segunda, bem,
brace yourselves...
Filosofia:
Anastácio -> Segundo fontes da M1 2013.1... “ótimo
professor, acabou de fazer um pos-doutorado na Itália sobre
Platão, bem humorado, aulas fluem bem..”
Thiago -> Não sei muito dele, mas sei que ele é bem
instável quanto as notas e que muita gente tirou 5 e 6 na I
unidade; mas ele passou boa parte da turma e a final foi um
trabalho sobre Wittgenstein.
Richard -> (opinião de Diego Lima) A correção da prova
é bem aleatória, ninguém entende a aula e nunca peçam
consulta na prova, porque ele tende a ficar com a mao mais
pesada na correção. Não entrega a prova e ninguém sabe o
que acertou ou o que errou, ele chuta as notas e pronto.
60% da antiga N1 foi pra final, mas todos passaram.
Provas
IED: Como eu já disse, o mais importante não é a prova
em si, mas a prova unida aos conceitos dos fichamentos. Uma
pessoa que consegue conceitos bons passa em IED sem
preocupações. Os conceitos variam entre I e E... I:
insuficiente; R: regular; B:bom; E:excelente. A prova
consiste em 3 questões, das quais duas devem ser
respondidas em uma folha de pautado e eu aconselho que
vocês escrevam todas as paginas porque JMA olha sim o
tamanho da resposta, responda tudo o que sabe e até o que
não sabe. Vocês receberão 3 questões e terão que escolher
2, geralmente uma é totalmente viajada e dá até medo de ler
mas as outras são tranquilas. Então o segredo é: usar todo
tempo e todo espaço ;) Para estudar pra prova têm vários
livros excelentes: Ética e Retórica abarca bem o conteúdo
da primeira avaliação, além do livro de Tercio (Introdução
ao Estudo do Direito) e de Hans Kelsen (Teoria Pura do
Direito)... Miguel Reale tem a parte de norma e acaba sendo
mais simples. Eu estudei pra primeira prova pelo resumão,
que esta na xerox, e pelo resumo de Silvia Lancastre, Ética
e Retorica e Miguel Reale e foi suficiente :D Pra segunda
avaliação o livro de Noberto Bobbio é perfeito!! Correm
boatos na FDR que JMA não lê a 2 prova, mas parece que ele
leu a de muitos da minha turma e leu a prova dos calouros
passados então não arrisquem, melhor estudar, vao por mim.
Eu também fiz um resumo de IED, melhor, dois: um pra
primeira unidade e um pra segunda unidade, espero que vocês
gostem ^^ (estão na Xerox e eu tenho o segundo no word,
posso mandar depois)
Somente uma última coisa que tenho pra alertar vocês.
Cuidado para não focar somente nos fichamentos, eles são
importantíssimos e ninguém passa sem eles, mas já vi
pessoas que tiraram EEEE e 6,5 na prova. Então, fichem bem,
mas não se esqueçam de estudar pra prova; os fichamentos
ajudam, mas não fazem milagre.
Então, retomando e resumindo; a avaliação consiste em
um acompanhamento constante dos alunos, não se restringindo
a uma prova, mas conta para a nota tanto os conceitos dos
fichamentos, corrigidos pelos monitores, quanto as provas
(uma para cada unidade). Desse modo, o aluno apresenta uma
avaliação constante, sendo privilegiado aquele que se
esforça durante todo curso e não apenas “decora o caderno”
na véspera da prova; a cadeira de IED I exige pesquisa,
esforço para além da sala de aula, buscando tornar os
alunos mais críticos e autônomos quanto ao seu estudo e não
bitolados ao que o professor leciona.
TGE: Cláudio César -> as provas estão na xerox,
inclusive coloquei a minha porque ele geralmente mantém as
questões mais recentes, apesar de já na minha prova terem
inúmeras questões repetidas de provas beeeeem antigas. Mas
ter a prova na xerox não é motivo pra não estudar, primeiro
porque é bom aprender neh? Kkk como eu já disse, as aulas
de TGE e os fichamentos serão SUPER uteis para
Constitucional, até porque antigamente Constitucional I era
TGE ;) tirem as próprias conclusões. Well, eu acho que
vocês devem sim estudar todo o assunto ate porque ele muda
as questões de vez em quando; as abertas, por exemplo, não
vieram idênticas na minha prova e as fechadas sofreram
modificações. Não, não é por ter a prova na xerox que todo
mundo se dá bem, vocês PRECISAM estudar, eu vi muita gente
que se confiou na xerox tirando notas razoáveis, mas não
boas, muita gente ficou com notas margeando a media... TGE
é fácil, mas não coloquem essa matéria de lado. A prova é
composta por 20 questoes de V ou F estilo segunda fase HAHA
ou seja.... Erre uma e leve outra errada de brinde, então,
às vezes, é melhor não chutar ;) e duas abertas. Na
primeira prova há 1 ponto “extra” que corresponde às notas
dos fichamentos e a prova vale 9 sendo 4 das questoes de V
ou F. Na segunda a prova vale 8,0 e é somada ao seminário
que vale 2 pontos.
Economia: Carlos Magno -> A prova não é ridícula, mas
não é o monstro. Uma nota boa na primeira prova, que é
sempre mais fácil, vai salvar muitos da final, não teve
ninguém que tirou 10 da minha turma, mas tiveram muitas
notas altas e a maioria não foi pra final, bem... nós nos
ajudamos, vocês sabem como ;) Mas saindo do mundo ilícito,
a primeira “confraternização “de Cmg, apelido carinhoso
dado ao seu exercício, é formada por 10 questões de
múltipla escolha, obviamente cada uma vale... UM :P não
queiram tirar menos de 7 nessa prova ou a vida de vocês
estará indo em direção à final... :// well, a segunda prova
é um pouco mais complicada, diria MUITO MAIS complicada,
tá.. é difícil kkkkk principalmente pelos livros indicados
serem mais chatos e não estarem relacionados com a aula
dele :/ triste!!! Copiem, copiem TUDO!! Eu deixei na Xerox
da FDR, na pasta de economia, a cópia do meu caderno e do
resumo dos capítulos do livro que eu fiz. Muitas pessoas
estudaram somente pelo meu caderno e resumos e foram bem,
mas não garanto NADA ate porque a única coisa que eu fiz
foi copiar o que Cmg falava.
Filosofia: Anastácio -> “Não fez prova com a minha
turma e sim um trabalho (pequeno, ele recomendou no máximo
2 ou 3 páginas). Agora foram menos de 2 meses com ele, não
sei o estilo de prova dele e se ele dá só Platão na cadeira
ou outros filósofos”
Thiago -> Não sei :/
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO I
Como exposto por Dimitri Dimolis, a Teoria Geral do
Direito, sendo denominada na Faculdade de Direito do Recife
como Introdução ao Estudo do Direito, tem por escopo a
análise dos conceitos jurídicos fundamentais que são comuns
aos diferentes sistemas jurídicos ou ramos do direito. É,
pois, por meio dessa disciplina que o horizonte jurídico se
abre aos olhos dos novos alunos do “Curso da Justiça.”
Munindo-se da metáfora realizada por Torquato de
Castro, o curso de Introdução ao Estudo do Direito seria
uma espécie de pantomima, na qual, fazendo aqui uma alusão
ao filme Blow up, há um jogo de tênis sem bola e sem
raquetes, no qual o professor de Introdução e até os
monitores, através das aulas extras e das dúvidas tiradas,
deixam os alunos maravilhados, sem realmente expor o
Direito de fato, o objeto de fato, mas realizando um jogo
sem bola permitido pela retórica.
A cadeira de Introdução ao Estudo do Direito busca,
pois, permitir que os alunos entrem em contato com diversas
questões relativas ao Direito, abarcando, aqui, não somente
as de caráter zetético, mas, também, dogmático, expondo
realmente uma Introdução àquilo que os acompanhará por toda
vida acadêmica e profissional, construindo uma espécie de
enciclopédia acadêmica, construindo conceitos comuns a todo
o Direito. A cadeira de IED I busca abordar os seguintes
temas:
» Primeira Unidade
Conceitos jurídicos fundamentais; normatização da vida
social e teoria da norma; teoria da norma jurídica e o
direito dogmaticamente organizado.
» Segunda Unidade
Teoria do ordenamento jurídico; o Direito como
expressão simbólica: a teoria das fontes do direito; as
fontes estatais do direito: a lei e a jurisprudência.
O curso de IED ministrado pelo mestre e doutor
João Maurício Leitão Adeodato busca trazer uma abordagem
mais zetética dos temas jurídicos de varias searas durante
as aulas, tentando, o professor, através da realização de
fichamentos acerca de temas que, em tese, não seriam
abordados pela cadeira, suprir um déficit da ementa
fornecida ao curso de Introdução. Posto isso, pode-se notar
que tanto assuntos claramente filosóficos quanto de caráter
eminentemente técnico são abordados, expondo alguns
assuntos de outros ramos do Direito de forma leve, como do
Direito Penal, Direito Civil e Direito Constitucional,
expondo uma didática que visa apresentar o Direito ao
alunado e não torna-los meros repetidores de regras e
citações.
Os temidos monitores de IED:
O monitor de Introdução ao Estudo do Direito seria uma
espécie de “orientador” de inicio de curso juntamente com o
professor, é uma espécie de liame entre o professor e o
aluno, mas não como único meio de se conectar o professor,
mas como uma espécie de auxilio tanto ao professor, para
que esse saiba como está o desenvolvimento continuo da
turma, quanto ao aluno, repassando informações importantes
a eles. Pelo fato do monitor ser menos atribulado do que o
professor, este pode esclarecer dúvidas e realizar um
“atendimento acadêmico” mais personalizado, buscando
acompanhar a turma em todos os aspectos relativos à
disciplina. Posto isso, os monitores de IED I possuem uma
função de facilitar o aprendizado dos alunos, indicando
textos complementares, expondo qual a melhor maneira de
proceder em uma pesquisa, elaborando resumos da matéria,
expondo qual a maneira adequada de se redigir um trabalho
cientifico, entre outros.
Pode-se notar que aqueles alunos que procuram os
monitores ao esclarecimento de suas dúvidas e buscam, de
alguma maneira, retificar aqueles aspectos expostos como
não adequados tendem a evoluir de maneira mais notável na
disciplina e a ter uma maior facilidade com esta. Logo, o
monitor é uma espécie de aluno-professor; que busca ensinar
o que tem domínio ao aprender, com o professor, aquilo que
ainda não o tem.
Uma dica: encham o inbox dos monis de vocês haha vocês
vao aprender muito mais perguntando do que tentando
descobrir tudo sozinhos.
Os fichamentos....
Bem, acho que chegou na hora de explicar o que são os
tão famosos fichamentos que tiram noites de sono dos
calouros :)
Os fichamentos da cadeira de Introdução ao Estudo do Direito
não são iguais àqueles definidos nos livros de metodologia,
apresentando características próprias, mas se aproxima mais
de uma resenha crítica, contudo com um pouco mais de
pesquisa, uma pesquisa para além do texto. O fichamento
busca forçar o aluno a estudar, a pesquisar e a aprender um
pouco mais do que o óbvio, é, mais ou menos, um resumo no
qual há a presença de comentários de relevância e criticas
ao pensamento externado no texto base (texto a ser
fichado), buscando tornar os alunos críticos frente ao
Direito e não meros receptores e reprodutores de
informação. Por isso, não é possível ver um fichamento como
uma coletânea de citações; não é suficiente ler muito e
expor o que leu, mas expor um entendimento daquilo que
escreve, logo, o fichamento não é um “mini TCC,” mas um
trabalho que procura uma criticidade acima do comum,
forçando a pesquisa de temas correlatos e não uma
reprodução de citações ou criação de teses brilhantes.
Desse modo, o texto base seria um ponto de referência, do
qual vocês irão elaborar toda uma defesa de um ponto de
vista de forma critica, concordando ou discordando com o
texto indicado.
Nessa cadeira vocês terão que fazer “alguns”
trabalhinhos já tradicionais, chamados fichamentos. Quem
corrige os fichamentos são os famigerados monitores de IED.
O fichamento NÃO é um “fichamento”, como se encontra
definido nos livros de metodologia, esqueçam isso. O
“nosso” fichamento é uma prática que se consolidou com o
tempo e ganhou características próprias, poderia ter
qualquer nome, mas é chamado de fichamento. Para aqueles
acostumados com as terminologias metodológicas, assemelha-
se mais, talvez, a uma resenha crítica; para a grande
maioria que não ouviu falar de uma coisa nem outra, um
fichamento é basicamente um resumo ao qual você acrescenta
comentários, criticando ou reiterando a opinião do autor.
Claro que toda nova informação que você incluir no texto
deve ser devidamente referenciada, a não ser que seja
realmente uma ideia sua. Para enriquecer o fichamento é
muito bom que você leia alguns textos sobre o mesmo assunto
e exponha com suas palavras a opinião de vários autores
sobre o tema do texto base, o que vai mostrar ao monitor
que você leu muita coisa antes de escrever, leu e soube
associar informações.
Um fichamento não é uma coleção de citações, não basta
ler muito e copiar o que leu, é preciso demonstrar
entendimento do texto base e da sua pesquisa. Existem duas
formas de citar, uma é diretamente que é quando você
simplesmente “copia e cola” as palavras de uma autor,
escreve da mesma forma que está escrito e entre aspas. Esse
tipo de citação é interessante quando você achar que as
palavras do autor são irretocáveis, ou contém algum
artificio literário, são poéticas, formam uma metáfora, uma
aliteração, etc. Elas não podem ser a regra, pois seu texto
vai parecer uma colcha de retalhos e você não vai
demonstrar muita compreensão do que se diz, por isso é
interessante que após, ou antes, de uma citação direta
tenha algum comentário que a ligue com o resto do texto.
(Não encha, POR FAVOR, o texto com citações diretas
enormes, nós estamos avaliando vocês e não Kelsen, ou
Reale, ou Luhmann..., então mostrem que entenderam!!). A
citação indireta é quando você introduz uma informação de
algum autor com as suas palavras, esse tipo de citação
demonstra sua capacidade de entendimento de outros autores,
mas mesmo assim, como é uma informação nova deve vir
devidamente referenciada.
As únicas informações no texto que NÃO PRECISAM (E NÃO
DEVEM SER REFERENCIADAS) de referencia são as concernentes
ao texto base e as suas próprias inferências, por exemplo,
se você achar que o autor do texto-base foi ambíguo em
algum momento e quiser explicitar essa ambiguidade no
texto, tal ideia é puramente sua, e não é necessário se
auto referenciar; afinal, supõe-se que tudo que está
escrito no fichamento, e não está referenciado vem da sua
cabeça, da sua interpretação do texto-base. Toda informação
não referenciada que constar na obra de outro autor pode
ser considerada plágio e ser punida; plágio configura I
automático, não importa se foi plagio de 1 linha ou de 15
páginas e acreditem, os monitores acham; eu já achei plagio
conceitual, o famoso “vamos mudar as palavras mas manter a
ideia,” então, cuidado.
Ao final da correção, o monitor dará uma “nota” a cada
fichamento, correspondente a um dos quatro conceitos:
Excelente, Bom, Regular e Insuficiente. Em geral, um
fichamento que consiga resumir bem o texto-base e
acrescenta informações interessantes demonstrando
compreensão do autor recebe B ou R, dependendo do mérito do
autor; E’s e I’s são situações excepcionais quando alguém
supera a “média” ou fica muito abaixo dela. É comum que a
“dificuldade” da correção aumente a cada novo fichamento,
acompanhando o “nível” da turma. Não existe um padrão
fixado de fichamento “Bom”, as notas sempre serão dadas
levando-se em conta a qualidade média da turma, não
esperamos que um aluno de primeiro período escreva teses
geniais, muito menos que em seu primeiro texto você já
domine toda a técnica de pesquisa e escrita. Caso não
concorde com alguma correção, ao fim de cada unidade você
pode “apelar” para João Mauricio, basta explicitar numa
nota em sua prova qual fichamento você quer que ele
recorrija e ele poderá mudar a nossa avaliação. Cada
fichamento terá, por convenção, um número máximo de quinze
páginas.
O domínio da “técnica” de fichar é primordial para o
decorrer de seu curso, então se esforce para aprendê-la
logo, para isso pode encher o saco dos seus monitores
pedindo orientação, aprendam com cada erro e questionem
seus monitores sobre o que está errado e como melhorar no
próximo fichamento, de modo que vocês evoluam a cada texto
escrito.
Agora, vamos entender alguns padrões básicos
utilizados nesses fichamentos, em geral o padrão formal do
texto é aquele das normas da ABNT, vou mostrar alguns
detalhes em especial às citações; antes de mais nada, peço
que leiam o ponto 6 desse texto de João Mauricio Adeodato:
http://www.planejamentotributario.ufc.br/
artigo_Bases_Metodologia_Pesquisa_em_Direito.pdf
O texto fala basicamente de tudo que precisam saber,
vou apenas acrescentar alguns detalhes técnicos. Bem, vocês
viram que podem citar de duas maneiras, eu prefiro o
“sistema completo” (e os monitores tendem a so aceitar essa
forma, perguntem a eles), que eu vou explicar aqui:
No sistema completo, após cada informação você coloca
a referencia inteira numa nota de rodapé, vejamos o
exemplo:
É importante destacar a diferença entre direito anglo-
saxão e Common Law, termos que são frequentemente
confundidos, este é gênero sendo aquele espécie, o direito
Inglês é uma parte do sistema do Common Law, com suas
devidas particularidades.1
Ora, o texto acima é uma citação indireta de um autor
chamado René David, observem que ao final da informação
existe um número “1” sobrescrito, e no rodapé existe uma
nota correspondente a esse número indicando a obra da qual
foi retirada a informação, explicitando na ordem: o nome do
autor (o último nome na frente em letras maiúsculas “,” e o
resto do nome na ordem normal; o nome René David tornou-se
1 DAVID, René. Os Grande Sistemas do Direito Contemporâneo. Trad.Hermínio A. Carvalho. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 358
DAVID, René; o nome Albus Percival Ulfric Brian Dumbledore
tornar-se-ia DUMBLEDORE, Albus Percival Ulfric Brian),
depois o título da obra em negrito, depois a nota de
tradução, em seguida a edição da obra, a cidade a editora,
o ano de publicação e a página.
(NÃO UTILIZAR O FORMATO DE REFERÊNCIA NO QUAL A
REFERÊNCIA VEM ENTRE PARÊNTESES – USE NOTAS DE RODAPÉ.)
Mostrarei agora como fazer isso no Word, pelo menos na
versão que tenho.
1. Deixe o marcador de escrita onde você quer
colocar o número sobreescrito
2. Aperte em “Referencias”
3. Clique em “Inserir nota de rodapé”
4. Automaticamente surgirá um número
sobrescrito que corresponderá à ordem de aparição de
citações no seu texto, e também um espaço correspondente no
rodapé, onde você deverá escrever a referencia.
Quanto a outros padrões, sugiro que siga o desse
texto, eu o envio em formato do Word para que observem
esses detalhes. Escrevi em Times New Roman 12, justificado,
com espaçamento automático entre parágrafos e de 1.5 entre
linhas o parágrafo eu deixei em 1,25 cm. No rodapé escrevi
com a mesma fonte mas com tamanho 10, sem parágrafo,
justificada e com espaçamento 0 entre parágrafos e simples
entre linhas. No caso de citação direta que supere 4 linhas
coloque deslocada em 4 cm, sem parágrafo e com fonte de
tamanho 10, por exemplo:
A Câmara dos lordes veio a admitir o caráter
vinculativo de suas decisões em 1861 em BeamishvsBeamish,
mas ganhou força em 1898 com London Street Tamways vs.
London CountyCouncil, quando o tribunal considerou devido
zelar pela segurança jurídica, como vê-se nas palavras do
LordChancellor, o LordHalsbury2:
I am of the opinion… that a decision of this House
once given upon a point of law is conclusive upon
this House afterwards, and that it is impossible to
raise that question again as if it was res integra
and could be reargued, and so the House be asked to
reverse its own decision. That is a principle which
has been, I believe, without any real decision to
the contrary, established now for some centuries,and I am therefore of opinion that in this case it
is not competent for us to rehear and for counsel
to reargue a question which has been recently
decided.(…)
Observe que minha citação direta do LordHalsburyera
superior a 4 linhas, então tive que deslocar a citação e
diminuir sua fonte. Observe também que como a citação
direta foi deslocada e teve sua fonte diminuída, não
precisei colocar aspas ou colocar em itálico. 2 HALSBURY, Hardinge Stanley Giffard .ApudWASSESTROM, Richard A..Thejudicial decision: toward a theory of legal justification. London:Oxford University Press, 1961, p. 82.
Bem, acho que já disse o básico. Não pretendo com esse
texto ter falado tudo o que se pode falar sobre
fichamentos, ademais leiam mesmo o ponto 6 do texto de João
Mauricio que eu falei acima, se possível leiam o texto
todo. Qualquer coisa, os monitores tem por dever estar a
sua disposição e sanar suas dúvidas com relação a isso,
então não hesitem em perguntar.
Uma parte do texto que fala dos fichamentos foi feito
pelo meu quase- monitor Vitor Galvão Fraga, como me ajudou
muito não podia deixar de compartilhar com vocês.
Modelo de Capa
Há um modelo básico de capa, que é o seguinte:
Deve ser I ao invés de 1º
Sumário e Bibliografia
O sumário e a bibliografia são obrigatórios. No caso
da bibliografia, não obstante vocês tenham citado os
autores ao longo do texto, é preciso fazer um apanhado dos
autores e obras que vocês utilizaram- o esquema é o mesmo
das notas de rodapé, mas não é preciso pôr a página. O
sumário deve anteceder o texto do fichamento, enquanto a
bibliografia deve vir no final do texto.
Obs: A subdivisão do fichamento em tópicos não é
obrigatória, mas é altamente indicada- até como uma forma
de tornar o texto mais organizado. Vocês não precisam
subdividir os tópicos da mesma forma que o autor (embora
seja preferível :D) e podem, inclusive, escolher dispor o
assunto de forma diversa, desde que os temas contemplados
ao longo do texto sejam os mesmos.
Obs2: a capa e a contracapa não devem vir no sumário.
Lembrem-se de colocar a pagina de inicio das Referências
Bibliográficas.
Fonte
A fonte a ser utilizada ao longo dos textos dos fichamentos
é arial ou times new roman 12. No caso das notas de rodapé
e das citações diretas, a fonte permanece a mesma, apenas o
tamanho muda (fonte tamanho 10).
Margens
As margens devem ser as seguintes:
Margem superior - 3 cm.
Margem inferior – 2 cm.
Margem direita – 2 cm.
Margem esquerda – 3 cm.
Notas de rodapé
Um dos objetivos do fichamento é que vocês tragam
ao texto novos autores, daí a necessidade de citações. O
modelo que deve ser utilizado na nota de rodapé é:
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. São Paulo:
Saraiva, 2002, p. 35.
ou
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do
Direito. 2ª Ed. P. 355. Editora Atlas.
Se vocês por acaso pegaram a citação não de um
livro, mas de um site, a indicação fica como a seguir:
CARVALHO, Paulo de Barros. Competência Tributária:
Fundamentos para uma teoria da nulidade. Disponível em:
http://www.editoranoeses.com.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=125&Itemid=74. Acesso
dia 26 de abril de 2010.
A fonte permanece sendo arial ou times, desde que
em tamanho 10.
As citações podem ser diretas (com mais de três
linhas, o que torna obrigatório a abertura de um novo
parágrafo, a mudança no tamanho da fonte- de 12 para 10-, e
a utilização de aspas.) ou indiretas (com menos de três
linhas, vocês só precisam indicar as informações indicadas
no esquema das notas de rodapé).
Caso ao longo do texto vocês façam várias citações
de um determinado livro de algum autor, é desnecessário
ficar repetindo o nome da obra diversas vezes. Logo, a
citação deve ficar assim:
REALE, Miguel. Op cit. P. 42.
Por outro lado, se vocês fizerem citações
subsequentes de um mesmo autor, não é preciso colocar de
novo toda a indicação na nota de rodapé. Deve ficar assim:
¹ REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. São Paulo:Saraiva, 2002, p. 35. ² Idem, ibidem. P. 37.³ Idem, ibidem. P. 40.
Há também os casos em que vocês vão pegar citações
de um determinado autor através de outro autor. Quando isso
ocorrer, é obrigatória a indicação de ambos os autores
(primeiro o autor da citação, depois o autor que o citou)
no seguinte formato:
CHISTENSEN, Ralph. Teoria estruturante do direito. Apud:
MÜLLER, Friedrich. O novo paradigma do direito: introdução
à teoria e metódica estruturantes do direito. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 243.
Encadernação
A encadernação é obrigatória !!!
Algumas ultimas dicas quanto a prova, acho que o ponto
que vocês mais se preocupam (vou copiar um post antigo que
fiz para os meus ex-calouros):
“A prova de JMA é segunda e eu vim aqui dar umas dicas,que podem vir a ajudar vocês. Bem, a prova consiste em três
questões das quais duas deverão ser respondidas em 1 folha de
pautado; eu aconselho que vocês usem “todo tempo e todo espaço,”
como bem diz o nosso mestre, JM. Eu notei que tem muita gente
surtando com a prova de JMA, bem, isso é normal, eu quase
arranquei todos meus cabelos quando vi uma questão "do kindle."
Então, eu queria dar umas dicas pra tentar acalmar vocês:
1- procurem elaborar alguns esqueminhas de resposta, assim comoa prova de monitoria, a prova de JMA é "previsível". Um esquemado que você falaria se caísse dogmática, um caso caísse adicotomia direito subjetivoxobjetivo, uma pra norma jurídicafocando nos critérios que a diferenciam, um focando nadiferenciação NormaxMoral...coisas mais gerais que possam serutilizadas em qualquer tipo de questão
2- feitos os modelos, na hora da prova, vocês podem começar comuma introdução mais geral do tema da pergunta, ex. Expor oaspecto histórico quando for falar de dogmática; falar dasoutras dicotomias antes de expor a que foi questionada na prova.
3- depois de introduzir o tema de maneira mais geral, respondama questão, preferencialmente no "meio" da resposta e depoisconcluam com um pouco mais de enrolação (enrolação útil, pfvr)kkkk
4- escrevam as 4 laudas, usem "todo tempo e todo o espaço"
5- procurem memorizar alguns conceitos chaves de alguns juristasrenomados: o que seria norma juridica pra Kelsen, o que seriaDogmática pra Tercio..nao precisa MEMORIZAR a citacaoliteralmente, mas saber de quem foi a idéia.
6- quando colocarem o nome de alguém "importante" realcem onome, HAHA isso ajuda
7- busquem escrever de maneira clara e formal
8- antes de começar a responder a questão escolham aquelas 2perguntas que te deixarem mais confortável não somente praresponder, mas pra “enrolar” kkk
Passado isso, eu vou falar o que caiu na minha prova
-Uma questão falava pra diferenciar a moral e o direito
-a outra pedia para explanar qual o significado da"inegabilidade dos pontos de partida" e da "proibição do nonliquet"
- teve uma que ele colocou um artigo da constituição, se n meengano o 5º e pediu pra expor o que seria o direito objetivo esubjetivo do sujeito conectando com as teorias de tal dicotomia(do interesse,da vontade, eclética, monista)
- e outra que perguntava, claro q tudo de forma bem maisformulada, a diferença de legalidade e legitimidade
Isso é o que eu lembro, mas nao deixem de estudar:
Direito subjetivoxobjetivo
Direito positivoxnatural
Norma juridica, os criterios que a diferencia dos outrossistemas
Dogmática juridica
Claro que vocês tem que estudar TUDO, mas isso ai de cima nãopode faltar :)) no mais, peguem ética e retórica de JMA, tercio(cap2) e outros pra quem quiser aprofundar norma, Reale pra quemquiser entender norma pq ele é bem facil e o resumao: NAO DEIXEMDE LER O RESUMAO! Nao precisa ler tudo em todos os livros,escolham um livro para cada tópico> dogmática é melhor por jma,o resto perguntem pros outros monis pq so dogmática é minhapraia kkkk estudei norma por titio Reale!
Esquema de divisão dos assuntos (fiz pra um calouro da M1 doslivros que ele tinha, pode ser útil):
- Conceitos Jurídicos Fundamentais -> Ética e Retórica (cap. 11,cap. 5, cap. 9)
- Dicotomias -> Introdução ao Estudo do Direito/ Tércio (Cap. 4– 4.2.4; 4.2.5; 4.2.6)
- Norma -> Reale/ Liçoes Preliminares (cap.4, cap. 5, cap.7,cap.9) e Tércio (cap. 4.1 e 4.2.1/4.2.2)
Dogmática -> Ética e Retórica (cap. 7, cap. 8, cap. 9) e Tércio(cap. 2)
Qualquer duvida perguntem :D. Bem, espero ter ajudado e acalmadovocês!
PS1: segue minha prova digitada pra vocês ^^
PS2: vou mandar vários arquivos, sim, sou exagerada kkkkkk
PS3: beijinhoooosss e boa sorte ^^
PS4: mto caro, tem n XD.”
Minha prova da I Unidade digitada ->
2) Exponha, focando nos postulados dogmáticos do
direito, a acepção que se tem pela “inegabilidade dos
pontos de partida” e pela “proibição do non liquet”
O direito dogmático como visto hoje, como sendo uma
forma sistemática de estudar o direito baseando-se em
normas jurídicas válidas, isto é, dogmas, não ocorreu
durante toda a história do Direito.
Nos primórdios da civilização o direito não se
diferenciava dos outros subsistemas sociais. Havia uma fase
de indiferenciação, na qual o conteúdo visto como ilícito
era, também, considerado imoral. Foi com Sófocles, na sua
obra Antígona, que o Direito assistiu a uma primeira ideia
de separação entre o que seria o direito posto e o que
seriam preceitos religiosos. “A César o que é de César e a
Deus o que é de Deus”. Tal passagem da Bíblia expõe que o
Direito estava sim, paulatinamente, se dissociando da
religião. Foi o que se notou em Roma com o direito
prudencial romano, visto também, como a jurisprudência
romana, na qual a religião não ditaria a norma, mas haveria
uma abstração do fato concreto sendo a decisão não a
divina, mas a mais prudente segundo certos critérios
lógicos. Segundo Tércio Sampaio, os primórdios da dogmática
podem ser encontrados de certa maneira, na Idade Média,
período o qual teve a dominação da Igreja sobre todos os
patamares normativos. Foi nessa época que ocorreu a
didatização do Direito e que surgiu o conceito tão
utilizado de dogmática jurídica atual: o dogma. Os dogmas
religiosos eram tomados como incontestáveis, eles seriam a
base para qualquer fundamentação, tendo a vontade de Deus
que ser seguida à risca. Com o advento da reforma
protestante, Thomasius e Pufendorf buscaram discernir
definitivamente o direito dos outros subsistemas através do
critério da exterioridade e interioridade. O Direito
estaria, pois, preocupado com o fórum externo, com a
externização das condutas humanas, não mais levando em
consideração a consciência ou crenças do indivíduo. Tais
critérios, utilizados como um entre os critérios
distintivos da norma jurídica, foram fundamentais para
separar o direito da moral, por exemplo.
Com isso em mente que surgiu a dogmática jurídica que
pode ser compreendida como um estudo sistematizado das
normas jurídicas, operando-as segundo certos princípios
para aplicá-las num caso concreto. A dogmática tem por
critério de existência o monopólio do direito pelo Estado,
a supremacia das fontes estatais sobre as demais fontes,
sendo tal princípio recorrente à pirâmide de Adolf Merkel,
na qual as normas estatais estariam no topo e como ultima
característica: a autonomia do direito em relação às outras
ordens normativas, isso é, a dogmática preza a autopoiese,
a autoreferenciação do direito. A dogmática é um sistema
fechado a influencias externas, só considerando como fonte
de seus estudos os próprios dogmas, isto é, só considerando
válidos os argumentos que tomam por ponto de partida uma
fonte válida e pertinente do sistema. Tais pontos de
partida seriam inegáveis, sendo isso o atestado pela
“inegabilidade dos pontos de partida”. Eles não podem ser
criticados pelo jurista, só podendo ser postos em dúvida
por outras normas ou por não corresponder aos critérios
formais-ritual de elaboração, emitido por autoridade
competente – ou aos materiais – seu conteúdo encontrar-se
válido , isto é, respeitar a norma máxima de um ordenamento
jurídico válido. Caso tais normas sejam válidas, é, pois,
impossível para a dogmática jurídica as negar.
Não se pode, todavia, confundir a dogmática com o
legalismo, no qual o sistema seria hermeticamente fechado.
A dogmática não responde a uma autopoiese extremista, mas,
se aceito pelo sistema dogmático como válidos pode haver
uma influência externa, como encontrado, por exemplo na
etapa de argumentação da dogmática que não se restringe ao
logos mas abarca o ethos e o pathos. A autopoiese seria um
controle homeostático entre a alopoiese extrema e a
autopoiese extrema. Como expôs Luhmann, o sistema dogmático
seria uma célula, seu núcleo seria formado pelas normas
válidas e inegáveis, tidas como dogmas, mas não seria um
sistema totalmente fechado; apresentaria um acoplamento
estrutural que serviria mais como uma membrana seletiva que
selecionaria, de acordo com o determinado pelos dogmas, o
que poderia influir no sistema dogmático ou não. Destarte
pode-se notar que o sistema dogmático não é mero aplicador
de dogmas, de normas válidas, mas apresenta etapas para uma
construção do pensamento dogmático que permite ao jurista
ser mais que mera “bouche de la Loi.” Primeiramente haveria
a escolha de fontes do direito, fontes essas que deveriam
ser válidas dentro de um ordenamento jurídico positivo.
Tais fontes seriam interpretadas em relação ao caso
concreto, mas nunca negadas, postas em dúvida pelo jurista,
a partir da interpretação haveria a argumentação expondo
tal interpretação feita por diversos critérios (logos,
pathos, ethos), todos os quais embasados nos preceitos
aceitos pela dogmática. Após isso haveria a decisão sobre
as interpretações que deveria obrigatoriamente ocorrer,
haja vista ser o non liquet (dizer “não sei”) proibido e
por ultimo haveria a fundamentação da decisão.
Note-se que o dogma jurídico não era totalmente
fechado aos “outros mundos” como era o religioso, mas que
não poderiam de maneira alguma ser negados como válidos e
pertinentes ao fato.
3) Com base no artigo 5 º da constituição federal
exponha a dicotomia existente entre o direito subjetivo e
objetivo, bem como as fases de seu desenvolvimento.
Art. 5º. - Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes.
- XV - é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
O artigo 5º da Constituição Federal expõe o que se
conhece pela relação entre direito objetivo e direito
subjetivo. Tal artigo, sendo um direito objetivo,
relacionado a um direito posto, vigente, resguarda o
direito subjetivo, a faculdade do indivíduo de “locomover”,
não admitindo que tal faculdade seja desrespeitada.
O direito objetivo é o direito vigente, o direito
posto, o que estabelece os deveres jurídicos. Dado por uma
fonte do direito o indivíduo X deverá se comportar de uma
maneira y para que não sofra uma sanção w, tal princípio
expõe a coercitividade da norma jurídica, pela qual o
indivíduo tem que agir de determinada maneira, sobre pena
de que, caso não se porte de tal forma, uma violência
legítima e irresistível paire sobre ele. Tal indivíduo será
um “delinquente potencial”, tendo o dever jurídico, isto é,
implantado pela lei, de agir segundo uma forma prescrita
anteriormente para que não sofra as consequências de tal
ato.
O direito objetivo se relaciona com as normas agendi
Romana, expondo como alguém deve se portar segundo o
exposto na lei, no ordenamento jurídico. O direito
subjetivo seria a faculdade de agir, a possibilidade de
agir segundo tal maneira, seria o facultas agendi Romano,
que é legitimado pela normas agendis, pelo direito
objetivo.
A primeira ocorrência de uma relação entre o direito
objetivo e o subjetivo remonta aos contratualistas. Thomas
Hobbes expunha o direito objetivo como superior, dizendo
que os direitos do homem foram garantidos pelo Estado, pelo
ordenamento. Por outro lado, Jean Jacques Rousseau expunha
que o homem tinha direitos somente por ser humano, sendo o
direito subjetivo superior ao objetivo. Tais teses que
iriam causar o debate contemporâneo tão conhecido:
Juspositivistas X jusnaturalistas. Para os primeiros o
direito posto era a parte que deveria ser suprema, o
direito posto existiria de fato, o natural podendo
relacioná-lo subjetivo não existiria sem esse primeiro. Os
jusnaturalistas, todavia, viram nas leis naturais, “direito
subjetivo” uma prevalência sobre o positivo. Voltando a
dicotomia direito objetivo X subjetivo, vale salientar
algumas teorias de supremacia de um com relação ao outro
para fechar tal discussão
A primeira teoria foi elaborada por Savingny e
Windscheid e recebe o nome de teoria da vontade, para ela a
vontade seria o critério para a existência do direito
subjetivo, sendo o direito objetivo o responsável por
legitimar tal vontade, vontade essa sendo a vontade
individual de cada um. Tal critério apresenta falhas,
primeiramente pela dificuldade em mensurar tal vontade e
depois pelo fato do direito subjetivo não desaparecer nem
quando não há vontade, há a negação da vontade e o
desconhecimento de algo, por exemplo: Imagine um recém-
nascido que apesar de não ter vontade, tem direito
subjetivo, ou um parente de um milionário falecido que
embora não reconheça ou tenha vontade de adquirir tal
herança, ainda tenha direito subjetivo sobre ela. Isso
mostra tal teoria como falha. Jhering buscou consertar tal
teoria estabelecendo a teoria do interesse que levaria em
consideração a vontade de um ser ideal como o interesse de
todos, o direito subjetivo seria o interesse que cada
indivíduo teria se perguntado. Tal teoria que expõe o
direito objetivo como legitimador do interesse é ainda
falha, haja vista ser o interesse muito genérico e haver,
por exemplo, direito objetivo que não tenha relação com a
legitimação de interesses e direito subjetivo que persiste
mesmo com a negação do interesse. A terceira teoria, a
Eclética de Jellinek, expunha o direito subjetivo sendo a
legitimação do interesse levando em consideração a vontade
individual. Tal teoria uniria a parte negativa das duas
primeiras, herdando seus percalços. A teoria mais aceita é
a Monista de Hans Kelsen, na qual ele estabelece uma
ligação inextirpável entre o direito objetivo e o subjetivo
na qual o objetivo salvaguardaria o subjetivo de tal forma
que ao expor a norma jurídica como prescrição, estaria
expondo o direito subjetivo, tais direitos seriam, pois
coincidentes. Embora expostos tais critérios, vale
salientar que tal dicotomia ainda é discutida nos dias de
hoje.
Enfim, podem encher seus monitores e podem se sentir
livres pra me perguntar tudo também, estarei aberta pra
ajudar o máximo possível :D Nós, veteranos, estamos aqui
pra ajudar EM TUDO, então podem contar comigo, seja por
inbox, seja depois da aula, seja durante o turno da manhã,
podem se sentir livres pra me chamar e perguntar todas as
duvidas, eu terei o maior prazer de ajudá-los. Ah e não
precisam ter medo dos monitores, eles já foram alunos, já
ficharam e passaram por tudo isso e serão apenas justos ao
avaliar vocês.