A favela é um problema social? A favela é um problema espacial?

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PARA ONDE VÃO OS ESPAÇOS DE POBREZA? O CRESCIMENTO POPULACIONAL RECENTE E SEUS IMPACTOS NA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DE GRANDES CIDADES BRASILEIRAS nov-2011 1 Introdução 3 2 Aspectos metodológicos 5 3 Indicadores básicos 6 4 Distribuição espacial da população 9 5 O modelo monocêntrico de localização residencial e configuração urbana 10 6 O gradiente de densidade 11 7 Conclusão 14 Figura 1 Setores Censitários com favelas para a RMSP ..... 12 Figura 2 Distribuição da população e densidade para a RM de São Paulo .......................... 13 Figura 3 Distribuição da população e densidade para a RM do Rio de Janeiro ....................... 15 Figura 4 Distribuição da população e densidade para a RM de Belo Horizonte ....................... 17 Figura 5 Distribuição da população e densidade para a RM de Porto Alegre ........................ 18 1

Transcript of A favela é um problema social? A favela é um problema espacial?

PA R A O N D E VÃ O O SE S PA Ç O S D E P O B R E Z A ? O

C R E S C I M E N TOP O P U L A C I O N A L R E C E N T E

E S E U S I M PA C TO S N AO R G A N I Z A Ç Ã O E S PA C I A L

D E G R A N D E S C I DA D E SB R A S I L E I R A S

fernando cardoso cotelojuciano martins rodrigues

nov-2011

sumário1 Introdução 3

2 Aspectos metodológicos 5

3 Indicadores básicos 6

4 Distribuição espacial da população 9

5 O modelo monocêntrico de localização residencial e configuraçãourbana 10

6 O gradiente de densidade 11

7 Conclusão 14

lista de figurasFigura 1 Setores Censitários com favelas para a RMSP . . . . . 12

Figura 2 Distribuição da população e densidade para a RM deSão Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Figura 3 Distribuição da população e densidade para a RM doRio de Janeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Figura 4 Distribuição da população e densidade para a RM deBelo Horizonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Figura 5 Distribuição da população e densidade para a RM dePorto Alegre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

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Lista de Tabelas 2

Figura 6 Distribuição da população e densidade para a RIDEde Brasília . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Figura 7 Distribuição da população e densidade para a RM deCuritiba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Figura 8 Distribuição da população e densidade para a RM deSalvador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Figura 9 Distribuição da população e densidade para a RM deRecife . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Figura 10 Distribuição da população e densidade para a RM deFortaleza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Figura 11 Distribuição da população e densidade para a RM deBelém . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Figura 12 Distribuição da população e densidade para a RM deGoiânia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Figura 13 Distribuição da população e densidade para a RM daBaixada Santista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

lista de tabelasTabela 1 População nas Regiões Metropolitanas em 2000 - (Por-

centagens entre parênteses) . . . . . . . . . . . . . . . 7

Tabela 2 População nas Regiões Metropolitanas em 2010 . . . 8

Tabela 3 População nas Regiões Metropolitanas em 2010 . . . 8

Tabela 4 densidades médias estimadas para 12 Regiões Metro-politanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Tabela 5 distâncias médias estimadas para 12 Regiões Metro-politanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

resumoEste artigo discute o crescimento populacional recente e seus impactos naorganização espacial de grandes cidades brasileiras considerando duas di-cotomias presentes no discurso acadêmico em estudos urbanos no Brasil,as dicotomias “asfalto – favela” e “centro – periferia”. Na literatura de an-tropologia urbana essas dicotomias fazem parte de estudos que utilizam ametáfora “cidade partida” como expediente interpretativo. É verdade quena maioria dos casos a ausência dos mesmos serviços públicos afeta favelase periferias de forma semelhante, mas há casos em que favelas apresentammelhores condições do que certos bairros pobres localizados na periferia.Neste trabalho propomos uma metodologia que sistematiza a produção dealguns indicadores que lançam luz a certas regularidades observadas naescala da região metropolitana como um todo. A metodologia utiliza con-ceitos bastante gerais e consagrados na teoria econômica aplicada a questõesurbanas, a partir do modelo monocêntrico de localização residencial. A ela-boração aqui exposta também, de uma certa forma, é uma expressão de umteste empírico deste modelo monocêntrico. Para todas as regiões metropo-litanas pesquisadas, em que pese suas diferenças morfológicas, sendo algu-mas delas costeiras, outras montanhosas, outras entrecortadas por canaise rios, umas mais antigas e outras mais novas, todas quando tomadas emtoda sua extensão apresentaram gradientes de densidade negativos, sendo

introdução 3

isto uma evidência de que as distâncias a centros importantes de empregosão muito importantes na determinação de sua configuração. Independen-temente da morfologia da cidade, os gráficos deixam claro o padrão típicoque é a preferência de se morar próximos ao centro de emprego, ou seja,uma clara pressão por moradia nas áreas centrais. Os resultados apontampara a expansão das metrópoles com acúmulo maior de população em áreasmais distantes de seus centros.

Palavras-chave: configuração urbana. dispersão intraurbana. gradiente dedensidade.Classificação JEL: R23

1 introduçãoTransformações mais recentes na organização espacial das grandes cidadestêm despertado cada vez mais a atenção de acadêmicos, policy makers e sãoobjeto de investigação de urbanistas, economistas, geógrafos, demógrafos eplanejadores urbanos.

Em linhas gerais, o ambiente recente de reflexão teórica e de investigaçãoempírica, tem se defrontado com duas questões principais e correlatas sobreas transformações na organização espacial dessas grandes cidades. Primei-ramente, têm se questionado até que ponto o modelo norte-americano de es-trutura urbana estaria se reproduzindo em outras partes do mundo e quaisas consequências sociais e econômicas desse fenômeno. Em segundo lugar,questionam se as forças dos processos que envolvem a formação deste mo-delo estariam rompendo com o paradigma de desenvolvimento compactodas cidades européias.

Em uma série de estudos Alain Bertaud (Bertaud, 2001), (Bertaud andMalpezzi, 2003) e (Bertaud, 2004) desenvolve argumentos que relacionam aestrutura e a organização espacial das cidades ao seu desempenho econô-mico e à possibilidade de seus planejadores implementarem políticas urba-nas estratégicas no intuito de melhorar a qualidade ambiental, a infraestru-tura urbana – notadamente capacidade de transporte intraurbano - , promo-ver a criação de empregos, habitação com padrões mínimos de qualidade epreços acessíveis ao mais pobres, entre outros objetivos.

Levando em consideração o fato de que a cidade é um objeto muito com-plexo e que esta complexidade advém de sua estrutura e forma em cons-tante mutação, o autor sugere a adoção de modelos “simples o suficientepara que sejam facilmente compreendidos e precisos o suficiente para quesejam operacionalmente úteis” para representar sua organização espacial.

Devemos considerar, ao mesmo tempo, que compreender a organizaçãoespacial de grandes espaços urbanos torna-se também uma tarefa complexa.Desta maneira, mesmo que olhando apenas para uma das suas dimensõesexplicativas, neste caso a distribuição da população no território, é justificá-vel e aceitável a utilização de olhares mais sintéticos, como o que pretende-mos lançar aqui.

Para Bertaud (2001), o trabalho do planejador urbano seria identificar otipo de organização espacial compatível com a estratégia municipal e asferramentas regulatórias e investimentos em infraestrutura que permitiriam

* Pesquisador Visitante do Observatório das Metrópoles no IPPUR – UFRJ (Pós Doutorado)+ Pesquisador do Observatório das Metrópoles no IPPUR – UFRJ (Pós Doutorado)

introdução 4

que a cidade evoluísse de sua organização espacial atual para outra impli-cada pela estratégia escolhida pelos planejadores urbanos.

Parte-se do princípio de que as relações econômicas e sociais que deramorigem ao surgimento das grandes cidades produziram no passado e per-manentemente produzem o espaço construído. Esse espaço construído podeser mapeado e medido.

O Brasil, que ultrapassou a primeira década do século XXI com mais de190 milhões de habitantes, vem se consolidando como um país metropoli-tano. Além disso, a concentração populacional permanece nas principaisregiões metropolitanas. Em 1970, 15 principais regiões metropolitanas con-centravam 27,2% da população brasileira, em 1980 esse percentual chegoua 31,7%, passando a 34,9% em 1991 e 36,1% em 2000. O Censo 2010 reve-lou que população dessas 15 metrópoles continua respondendo por 36,3%da população brasileira, portanto, não é correto afirmar que as metrópo-les estariam passando por um processo de esvaziamento populacional. Pelocontrário, estes espaços tenderiam a manter sua força polarizadora, não ape-nas na dimensão demográfica, mas também econômica (de Queiroz Ribeiroet al., 2011).

Ao mesmo tempo que não seria correto considerar esse esvaziamento, épreciso dizer que há profundas alterações na distribuição populacional nointerior de cada um desses espaços urbanos onde, embora não seja possívelainda afirmar um movimento de reversão da predominância dos núcleos,as periferias passam a crescer de maneira mais acelerada, com isso, tomamaior relevância, nas análises sobre as transformações urbanas, as variáveisde distância e densidade.

O presente artigo procura uma forma de medir e representar o cresci-mento de metrópoles brasileiras baseado em dados dos Censos de 2000 e2010. Queremos particularmente procurar responder a questão: a cidadecresce para o alto ou se espalha? Ao mesmo tempo recortamos a análiseseparando os espaços considerados favelas (segundo a classificação do IBGE,que as considera “setores subnormais”) dos espaços considerados comoparte da cidade formal.

Neste artigo, portanto, pretendemos olhar para a dinâmica interna docrescimento das cidades na última década considerando as duas dicotomiaspresentes no discurso acadêmico brasileiro em estudos urbanos. Lembra-mos que, na literatura de antropologia urbana, por exemplo, essas dicoto-mias fazem parte de estudos que utilizam a metáfora “cidade partida” comoexpediente interpretativo (Low, 1999). Asfalto é, na verdade, uma metoní-mia que se refere a territórios bem servidos de utilidades públicas, comoruas pavimentadas, iluminação pública, água e esgoto, escolas, postos desaúde e assim por diante, em oposição à favela, territórios onde reina acarência absoluta ou relativa desses mesmos serviços.

Centro e periferia têm seu significado literal: lugares centrais e lugaresperiféricos, geralmente se referindo à proximidade ou distância de um localonde predomina a oferta de emprego em uma área urbana. No Brasil otermo periferia carrega um significado pejorativo, uma vez que representaum território de pobreza. Ao contrário dos Estados Unidos, as áreas peri-féricas das cidades não são habitadas pela classe média afluente, mas pre-dominantemente por pessoas pobres, uma vez que o padrão de distribuiçãoespacial da população de diferentes grupos de renda no Brasil e na AméricaLatina é invertido, com os grupos mais ricos ocupando o núcleo, sobretudosuas áreas centrais.

aspectos metodológicos 5

O trabalho recente de Neri (2007) utiliza microdados do Censo Demográ-fico do IBGE para o ano 2000 e apresenta evidências de como a populaçãonas favelas exibe renda mais baixa e piores indicadores de educação do quea parte “formal” do município do Rio de Janeiro. Preteceille e Valladares(2000) Preteceille and Valladares (2000), analisando dados do Censo Demo-gráfico de 1991 e notando grande diversidade das favelas cariocas fizeramas seguintes perguntas: “Será que as diferenças entre as favelas e os de-mais bairros pobres da cidade são suficientemente marcantes para que elascontinuem a ser tratadas como conjuntos distintos?” e “Será que o graude concentração da pobreza nas favelas justificaria a assimilação do gruposocial ao tipo de espaço?”. É bem possível que na maioria dos casos aausência dos mesmos serviços públicos afeta favelas e periferias de formasemelhante, mas segundo esses autores há casos em que favelas apresentammelhores condições do que certos bairros pobres localizados na periferia.

Nesse sentido, o presente artigo procura uma forma de medir e represen-tar o crescimento de metrópoles brasileiras baseado em dados dos Censosde 2000 e 2010. Como dissemos acima queremos particularmente procurarresponder a questão se a cidade “cresce para o alto”, mantendo altas densi-dades, ou se espalha, a partir de densidades menores mas, ao mesmo tempo,recortamos a análise separando os espaços considerados favelas (segundo aclassificação do IBGE, que as considera “setores subnormais”) dos espaçosconsiderados como parte da cidade formal. Assim, nos permitimos tambémperguntar qual cidade cresce, a formal ou a informal?

O artigo apresenta inicialmente uma série de indicadores básicos de po-pulação para os setores urbanos de 11 Regiões Metropolitanas Brasileiras e aRegião Integrada de Desenvolvimento de Brasília. Estes indicadores procu-ram mostrar como variaram a população das regiões estudadas, bem comosua composição segundo o critério de classificação de setores subnormaisdo IBGE.

Propomos, desta maneira, uma metodologia que sistematiza a produçãode alguns indicadores que lançam luz a certas regularidades observadas naescala da região metropolitana como um todo. A metodologia utiliza con-ceitos bastante gerais e consagrados na teoria econômica aplicada a ques-tões urbanas, a partir do modelo monocêntrico de localização residencialoriginalmente desenvolvido por Von Thünen no final do século dezenoveem sua versão moderna consagrada a partir dos trabalhos de (Alonso andothers, 1964), (Muth, 1969) e (Mills, 1967).

A vantagem da metodologia utilizada é que ela permite que dois aspectoscruciais relativos à configuração urbana sejam analisados simultaneamentepara as favelas e para as periferias, permitindo comparações que, acredita-mos, nos levam a responder a essas duas perguntas de forma positiva. Aelaboração aqui exposta também, de certa forma, é uma expressão de umteste empírico do modelo monocêntrico.

2 aspectos metodológicos: o uso da malhadigital de setores censitários do ibgepara o cálculo dos indicadores

A única base de dados disponível no Brasil que permite a construção deíndices como os que apresentamos aqui, e que possui certo grau de compa-rabilidade entre as regiões metropolitanas estudadas, é a base de agregados

indicadores básicos 6

de setores censitários do CENSO demográfico do IBGE conjugada com suamalha digital dividida por setores censitários.

A divisão dos setores censitários do IBGE consiste de uma malha de re-giões onde se procuram extrair poucas informações sobre a maior parte (sepossível a totalidade) dos domicílios e das pessoas residentes em cada umdos polígonos da malha para tornar possível o desenho da amostra de umquestionário maior, onde são recolhidas as informações que serão tratadaspor técnicas de amostragem. Nosso interesse nessa base de dados está nofato de que ela se compõe das menores regiões em que é possível desagregarinformações na dimensão geográfica.

Ocorre que o desenho da malha obedece a critérios que se relacionamcom a conveniência da coleta de informações em termos de organização deequipes e logística do IBGE e não a critérios geográficos ou urbanísticos.Isto significa que não há uma regra rígida para a estipulação do tamanhode cada setor censitário. Existem setores da extensão de uma fração de qua-dra até vários quilômetros quadrados com densidades demográficas muitopequenas. Nestes casos, ainda que estejam classificados como urbanos, oterritório efetivamente construído costuma estar próximo a um dos vérticesdo setor. Há por outro lado, diferenças entre as malhas censitárias utilizadasnos Censos de 2000 e de Censo 2010.

Tomemos como exemplo Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Nestecaso, o menor setor censitário em 2000 tinha apenas 231m2 e ficava no cen-tro de Niterói. O maior setor tem 128km2 e está praticamente na zona ruralabrangendo alguns subdistritos do município de Nova Iguaçu. Essa enormediferença de escala introduz uma série de distorções nas medidas que com-põem os índices que calculamos. Os setores pequenos aparecem nas áreasde maior densidade demográfica e os setores grandes aparecem nas partesmais periféricas e também, no caso dessa região topograficamente aciden-tada, nas partes altas dos morros e nas lagoas da cidade.

Ocorre que, para que seja viável a agregação dos valores de densidadepopulacional e distâncias que compõem os índices a serem estimados, énecessário fazer a hipótese de que toda a população se encontra no centrodos setores, o que obviamente não é verdade.

Uma fonte de erros de medida decorrentes da metodologia aqui utilizadaé o fato de as distâncias serem calculadas a partir do centro geométrico enão do centro de massa do setor, uma vez que o IBGE trata os setores comose tivessem uma distribuição uniforme de habitantes. Como as periferiastendem a ser divididas em setores maiores, porém com densidades baixas aagregação tenderá a fornecer uma distância média por habitante do setor aoCentro da Cidade (aqui chamado de CBD, abreviatura de Central BusinessDistrict) ligeiramente maior do que a distância real.

Em 2010, os setores censitários foram construídos de maneira que não con-templassem grandes vazios urbanos. Assim, acreditamos que o problemadescrito acima é amenizado.

3 indicadores básicos da distribuição dapopulação no interior das regiões me-tropolitanas

As Tabelas 1, 2 e 3 abaixo mostram, respectivamente, a composição da popu-lação nas regiões metropolitanas que habitavam os setores urbanos formais

indicadores básicos 7

e favelas segundo o Censo de 2000, segundo o Censo de 2010 e suas respec-tivas taxas de crescimento.

Como podemos observar na Tabela 1, há consideráveis diferenças entre acomposição da população, levando em consideração a dicotomia não-favela-favela, entre as regiões metropolitanas analisadas. Há lugares onde há umamaior presença da população em favela, como são os casos de Belém, Re-cife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e na Baixa Santista. Considerandoa comparação entre as informações do Censo 2000 e o Censo 2010, percebe-mos que a população que habita favelas cresceu mais do que a populaçãoque habita as outras áreas da cidade em todas as RMs pesquisadas, comexceção de Curitiba e Goiânia.

Em Curitiba a população das favelas cresce em ritmo menor do que a dachamada “cidade formal”. Em Goiânia, há que se destacar, houve uma di-minuição significativa do número absoluto de moradores de favelas. Nestaregião metropolitana, segundo os critérios do IBGE, não há população mo-radora em favelas em 2010.

Em algumas metrópoles há uma diminuição no número de habitantes nossetores não favela e um grande crescimento no número de habitantes dossetores favela. É notável o aumento na participação do número de pessoasmoradores em favelas entre 2000 e 2010 em Recife e Salvador, onde o per-centual passa, respectivamente, de 7% para 24% e de 9% para 27%. Além deBelém, onde a população residente em favela passa de 33%, em 2000,para55% em 2010. Isso aponta para uma possibilidade de reclassificação de seto-res realizada neste último Censo.

Tabela 1: População nas Regiões Metropolitanas em 2000 - (Porcentagens entre pa-rênteses)

RM ou RIDE todos os setores setores não-favela setores favela

São Paulo 16.976.490 15.364.620 (91) 1.611.870 (9)Rio de Janeiro 10.581.594 9.345.800 (88) 1.235.800 (12)Salvador 2.951.814 2.696.898 (91) 254.916 (9)Belo Horizonte 4.222.745 3.795.076 (90) 427.669 (10)Fortaleza 2.867.687 2.507.330 (87) 360.357 (13)Brasília 2.706.663 2.674.645 (99) 32.018 (1)Curitiba 2.480.357 2.316.699 (93) 163.658 (7)Recife 3.214.317 2.987.877 (93) 226.440 (7)Porto Alegre 3.526.069 3.324.512 (94) 201.557 (6)Belém 1.747.863 1.167.534 (67) 580.329 (33)Goiânia 1.614.677 1.596.671 (99) 18.006 (1)Baixada Santista 1.460.505 1.271.407 (87) 189.098 (13)

Fonte: Elaborado a partir do Censo Demográfico do IBGE – ano 2000

A Tabela 4 apresenta as densidades médias calculadas para as regiõesmetropolitanas como um todo. Foram utilizados dois métodos de cálculo.Um, mais grosseiro, toma a população e divide pela soma das áreas dossetores censitários urbanos. O outro, mais preciso, divide a população dos

indicadores básicos 8

Tabela 2: População nas Regiões Metropolitanas em 2010

RM ou RIDE todos os setores setores não-favela setores favela

São Paulo 19.583.202 17.410.754 (89) 2.172.448 (11)Rio de Janeiro 11.739.289 10.028.117 (85) 1.711.172 (15)Belo Horizonte 4.798.866 4.308.318 (90) 490.548 (10)Porto Alegre 3.841.185 3.597.869 (94) 243.316 (6)Brasília 3.512.652 3.375.527 (96) 137.125 (4)Curitiba 2.954.511 2.772.552 (94) 181.959 (6)Salvador 3.493.694 2.562.814 (73) 930.880 (27)Recife 3.590.779 2.738.776 (76) 852.003 (24)Fortaleza 3.469.847 3.039.684 (88) 430.163 (12)Belém 2.037.376 906.784 (45) 1.130.592 (55)Goiânia 2.124.791 2.121.296 (100) 3.495 (0)Baixada Santista 1.662.299 1.360.426 (82) 301.873 (18)

Fonte: Elaborado a partir do Censo Demográfico do IBGE – ano 2000

Tabela 3: População nas Regiões Metropolitanas em 2010

todos os setores setoresRM ou RIDE setores não-favela favela

São Paulo 13 12 26

Rio de Janeiro 10 7 28

Belo Horizonte 12 12 13

Porto Alegre 8 8 17

Brasília 23 21 77

Curitiba 16 16 10

Salvador 16 -5 73

Recife 10 -9 73

Fortaleza 17 18 16

Belém 14 -29 49

Goiânia 24 25 -415

Baixada Santista 12 7 37

Fonte: Elaborado a partir do Censo Demográfico do IBGE – ano 2000

setores urbanos por uma estimativa da área da mancha urbana obtida apartir da análise de fotos de satélite 1 .

Como se pode notar, a densidade medida pelas imagens de satélite obti-das através de sensoriamento remoto produz estimativas consideravelmentemaiores do que a densidade medida pelos setores censitários. O fato é queos setores considerados urbanos e de expansão urbana apresentam extensasáreas pouco povoadas. A medição feita a partir de fotos de satélite excluiáreas que os setores censitários não excluem.

1 ais dados foram gerados a partir do projeto Sistema de Informação para Planejamento Territo-rial (SISPLAMTE-METRO), desenvolvido pela rede de pesquisa Observatório das Metrópoles.

distribuição espacial da população 9

Tabela 4: densidades médias estimadas para 12 Regiões Metropolitanas

mancha áreas pop. dens. dens.estimada setores setores média média

RM ou RIDE 2008, km2 urbanos urbanos sens. malha2010, km2 2010 remoto digital

São Paulo 1885 4882 19.583.202 113,9 40,1Rio de Janeiro 1424 3035 11.739.289 82,5 38,7Belo Horizonte 1040 2162 4.798.866 46,2 22,2Porto Alegre 792 2289 3.841.185 48,5 16,8Brasília 923 2287 3.512.652 38,0 16,8Curitiba 654 1360 2.954.511 45,1 21,7Salvador 479 1313 3.493.694 72,9 26,6Recife 355 811 3.590.779 101,2 44,3Fortaleza 579 1665 3.469.847 59,9 20,8Belém 400 483 2.037.376 50,9 42,1Goiânia 522 1118 2.124.791 40,7 19,0Baixada Santista 299 967 1.662.299 55,6 17,2

Fonte: Elaborado a partir do Censo Demográfico do IBGE – ano 2010

4 distribuição espacial da populaçãoA Tabela 5 mostra a distância média do centro para cada cidade para todosos setores, para os setores não favela e para os setores favela. As colunas emporcentagem mostram a proporção do deslocamento das distâncias médiascalculadas para o Censo 2010 em relação àquelas calculadas para o Censode 2000

Tabela 5: distâncias médias estimadas para 12 Regiões Metropolitanas

todos os cresc setores cresc setores crescRM ou RIDE setores em (%) não-favela em (%) favela em (%)

São Paulo 18,5 3 18,5 3 18,4 3

Rio de Janeiro 23,4 4 24,2 4 18,8 11

Belo Horizonte 14,7 6 14,7 3 10,6 7

Porto Alegre 20,8 3 21,7 4 12,8 -12

Brasília 30,8 1 31,1 2 23,5 -1Curitiba 12,4 10 12,5 10 10,5 6

Salvador 14,8 18 16,5 32 10,0 -17

Recife 12,1 -2 12,1 -4 12,3 21

Fortaleza 14,4 11 15,1 10 9,8 17

Belém 11,6 18 12,6 24 10,8 18

Goiânia 11,9 19 11,9 19 4,5 -25

Baixada Santista 15,5 8 16,6 10 10,6 10

Fonte: Elaborado a partir do Censo Demográfico do IBGE – ano 2010

Essa medida é calculada segundo a fórmula:

d̃ =

n∑i=1

diwi (1)

o modelo monocêntrico de localização residencial e configuração urbana 10

Onde di é a distância do centro do setor até o CBD e wi é a fração da po-pulação no setor. Calculamos três estimativas para cada uma das 12 regiõesmetropolitanas aqui consideradas, uma para a cidade como um todo, umalevando em consideração apenas os setores da cidade formal e outra apenasos setores favela. A observação desses valores mostra como, sem exceções,a distância média para a cidade como um todo é sempre maior do que a dis-tância média para os setores favela. Isso sugere a moradia na favela comouma possibilidade de morar mais próximo das áreas centrais concentrado-ras de emprego, aproveitando vantagens desta proximidade, entre elas a depoder economizar em custos de transporte, ainda que para isso seus mora-dores tenham que estar submetidos a outras desvantagens, principalmenteas relacionadas a infraestrutura urbana.

Em Porto Alegre, Brasília, Salvador e Goiânia a distância média ao centropara os moradores de favelas diminuiu em relação ao ano 2000, sendo queem Goiânia isso se dá pela praticamente não existência de setores favela. EmCuritiba e Belém a distância cresceu menos que o crescimento da distânciados setores não favela. Em São Paulo e na Baixada Santista as distânciascresceram no mesmo ritmo. No Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife eFortaleza as distâncias nos setores favela cresceram mais rápido do que nossetores não favela. Isso aponta para condições específicas de cada RegiãoMetropolitana que criam melhores ou piores condições para que favelas seinstalem, seja na periferia ou no centro.

5 o modelo monocêntrico de localizaçãoresidencial e configuração urbana

Não há espaço aqui para demonstrar formalmente o modelo de localizaçãoresidencial desenvolvido por Alonso and others (1964), Muth (1969) e Mills(1967). A seguir apresentamos de uma forma intuitiva a lógica deste modelomonocêntrico de localização residencial.Este modelo é o “cavalo de batalha”da economia urbana tradicional é já foi bastante estudado. Há muitas dis-cussões formais acerca de suas propriedades e o leitor interessado deve con-sultar, por exemplo, as ótimas exposições de Fujita (1989) Brueckner (1987)ou Glaeser (2008). Aqui indicaremos apenas intuitivamente o mecanismoque faz com que as densidades estruturais na cidade descrevam uma traje-tória descendente e côncava partir do centro de emprego.

Se o único atributo da terra fosse sua localização, todos os empregos deuma área urbana estivessem concentrados em uma pequena região (cha-mada na literatura de Cental Business District, ou CBD) e o transporte decasa para o trabalho e do trabalho para casa tivesse um custo proporcio-nal à distância do local onde se concentram os empregos, todos desejariammorar perto do centro para economizar em custos de transporte. Em umacidade onde existe um mercado imobiliário desenvolvido, padrões espaci-ais de densidade surgem em virtude do diferencial de preços da terra e dacompetição entre os habitantes por ofertas de renda aos proprietários.

Se for possível substituir capital por terra os incorporadores (e indireta-mente os consumidores) procurarão economizar no uso da terra mais cara.Como a terra mais cara é justamente a que se situa próxima ao centro deemprego, mais capital será adicionado a essa terra e os prédios aí serão maisaltos. Essa relação entre diferenciais de preços e custos de transporte é su-ficiente para gerar gradientes de densidade decrescentes a partir do local

o gradiente de densidade 11

onde se encontram os empregos. Isto significa que a intensidade do uso daterra, segundo o modelo, deve diminuir à medida que se afasta do centro.

Assim o modelo é capaz de prever, entre outras coisas, que o aluguelpago por unidade de terra, a razão capital-terra, a densidade populacionale as alturas dos prédios, todos diminuem à medida que se afasta da regiãocentral onde estão concentrados os empregos, produzindo um gradiente dedensidade negativamente inclinado e côncavo em relação à origem.

6 o gradiente de densidadeEstimar a densidade de uma área urbana não é trivial, pois as áreas urba-nas têm muitos usos. Apesar da maior parte da área de uma cidade serdestinada à habitação, existem lotes destinados a usos comerciais e industri-ais, ruas e avenidas, parques, escolas, etc. A forma mais simples de medira intensidade de uso do solo é simplesmente dividir a população do setorcensitário pela área do setor. Além dos erros de medida mencionados naseção acima, deve-se notar que, ao utilizar toda a área do setor estaremosmedindo a intensidade incluindo todos os usos, sendo apenas uma aproxi-mação.

Para o cálculo dos gradientes das regiões metropolitanas aqui estudadasforam considerados os centros históricos das cidades como ponto central ecalculadas as médias das densidades habitacionais para círculos concêntri-cos com incrementos de 1km em seus raios, formando anéis concêntricos de1km de espessura cada. Esse procedimento foi pela primeira vez utilizadopor Colin Clark (1959) e é uma forma de representar o espaço bidimensio-nal em uma dimensão, para que se possa evidenciar suas propriedades emrelação ao outras variáveis na forma de gráficos.

A equação a ser estimada é:

d(r) = d0e−γr (2)

onde d(r) é a densidade de habitantes média dentro de cada anel em tornodo CBD, que em nosso modelo é “explicada” por r, a distância do centro decada anel. O parâmetro d0 é a densidade estimada no CBD e a funçãoexponencial assume que essa densidade cai exponencialmente a partir doCBD segundo um gradiente dado por γ e que não varia com a distância.O gradiente para cada região metropolitana estudada é o que queremosestimar através da forma estocástica e linearizada da equação acima:

lnd(r) = ln(d0) − γr+ ε (3)

Onde lnd(r) é o logaritmo natural da densidade à distância r do CBD e εé o erro do processo estocástico. A função exponencial foi utilizada porqueé a especificação mais simples que possui as propriedades requeridas paramanter a consistência lógica do modelo.

A Figura 1 mostra os setores censitários urbanos da RMSP e os anéisconcêntricos utilizados para agregar e produzir a média da densidade paratodas as distâncias do centro e em todas as direções

Para a produção de uma análise mais apurada das mudanças na organiza-ção espacial das Regiões Metropolitanas estudadas elaboramos três gráficos

o gradiente de densidade 12

Figura 1: Setores Censitários com favelas para a RMSP

Fonte: elaboração própria a partir de dados do Censo Demográfico do IBGE para2000

para cada região. Um relaciona a distância do centro à quantidade de pes-soas que habitam o anel, o segundo mostra a relação entre a densidademédia do anel e a distância do centro e o terceiro mostra a diferença entre aquantidade de pessoas no anel entre os anos 2000 e 2010.

Interpretaremos mais detalhadamente os perfis das RMs de São Pauloe do Rio de Janeiro porque, além de serem as principais do Brasil e tam-bém por possuírem topologias bastante distintas, consideramos que para oespaço deste artigo representam dois “retratos-tipo” das metrópoles brasi-leiras.

As três figuras abaixo representam esse perfil morfológico para a RegiãoMetropolitana de São Paulo. Na Figura 2 (a) está representada a populaçãototal segundo sua distância ao CBD. Cada barra no gráfico representa ototal da população encontrada em cada anel de 1km de espessura em tornodo centro. Como os anéis aumentam sua área à medida que se afastamdo centro, mantendo uma densidade constante, a população em cada anelcresceria na forma de uma parábola. Entretanto, a densidade média tendea diminuir com a distância, formando uma distribuição com um ou maisvalores máximos. A Figura 2 (b) mostra a população total no ano de 2010

em azul e a diferença da população em cada anel para os setores não favelaem verde e para os setores favela em vermelho. A Figura 2 (c) representaas densidades médias calculadas para cada distância bem como curvas queestimam gradientes de densidade para a cidade como um todo, para ossetores que não são considerados favelas e para os setores consideradosfavela.

Ainda no caso da Região Metropolitana de São Paulo, o pico da distribui-ção da população ocorre próximo ao anel do km 18, como mostra a Figura2 (a). Como vimos na Tabela 5, a distância média da cidade como um todoé 18,5km, 18,5km para os setores não favela e um valor ligeiramente menor,18,4km para os setores favela. A Figura 2 (c) mostra que a densidade média

o gradiente de densidade 13

Figura 2: Distribuição da população e densidade para a RM de São Paulo

(a)

(b)

(c)

conclusão 14

próxima a este anel está estimada em aproximadamente 300 habitantes porhectare. Por volta do km 13 as densidades médias passam a estar acima doprevisto pela exponencial de uma forma nivelada até o km 22, variando de300 a quase 400 habitantes por hectare. Isso é refletido na Figura 2 (b) ondeas colunas verdes passam a ser sensivelmente maiores, mostrando a popu-lação acrescentada aos anéis ao longo dos últimos dez anos. Como essapopulação se acumula para além da distância média, isso tende a elevar amédia. Foi o que ocorreu. A distância média aumentou 3% nos últimos dezanos em São Paulo.

O gradiente de densidade é o mesmo para os setores favela e setores nãofavela, em níveis distintos, sendo que o dos setores favela passa por cima.

As Figuras 3 (a), 3 (b) e 3 (c) representam o perfil morfológico da RM doRio de Janeiro.

Na Figura 3, a primeira diferença que se percebe em comparação com SãoPaulo é que a distribuição da população possui dois picos bastante pronun-ciados. Isso se deve à topográfica acidentada da cidade. No Rio de Janeiroa diferença entre a distância média ao centro para os setores não favela efavela é maior, respectivamente 24,2km e 18,8km, quase 5,5km. De fato, asfavelas do Rio de Janeiro tendem a ser bastante densas até o km 20, cri-ando condições para que a distância média ao centro seja significativamentemenor do que para os setores não favela.

A Figura 3 mostra que a maior parte dos acréscimos de população ocorrea partir do km15. Entretanto, o crescimento de população nos setores favelacomeça a uma distância bem menor. Quanto ao crescimento negativo dossetores não favela, acreditamos que pode-se tratar de reclassificação de seto-res, pois há um aumento correspondente da população em setores favela. Oacréscimo de população a distâncias maiores do que a média faz que a mé-dia tenha crescido nos últimos dez anos. Em particular, a distância médianos setores não favela cresceu 4% enquanto que nos setores favela cresceu11%, mostrando uma expansão do crescimento das favelas em locais maisdistantes.

A análise dos gráficos para as outras regiões metropolitanas pode ser feitade maneira análoga e as Figuras de 4 a 12 no apêndice mostram seus perfis.

7 conclusãoAinda que o modelo monocêntrico seja bastante abstrato e pouco realista eleé uma base teórica útil para a compreensão de certos fenômenos urbanosimportantes. O principal deles é o fenômeno da queda de densidade coma distância do centro. As estimativas feitas pelo método de agregação emanéis mostram que, de fato, as densidades tendem a cair com o afastamentodo centro e se aproximam, em alguns casos bem, outros não tão bem, a umacurva exponencial.

Esses indicadores e perfis nos permitem dar uma resposta preliminar àprimeira pergunta. Nos casos que estudamos, os gradientes mostram umatendência das cidades estudadas, sem exceção, a se espalhar pela periferia,aumentando suas densidades em lugares mais afastados do centro. Emtodas as regiões estudadas, com exceção de Recife, a distância média docentro para todos os setores aumentou de 2000 a 2010. A razão para isto teracontecido é o fato de que o acúmulo de população percebido ao longo dosúltimos dez anos ter-se dado a distâncias maiores do que a média, indicandocrescimento das cidades em áreas menos centrais.

conclusão 15

Figura 3: Distribuição da população e densidade para a RM do Rio de Janeiro

(a)

(b)

(c)

referências 16

Por outro lado, as favelas se apresentam como um contramovimento deresistência, procurando aumentar as densidades nas regiões centrais. Em al-gumas regiões, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém nossos dadosmostram o que acreditamos que seja reclassificação de setores, uma vez quepopulações que apareciam em setores não favela diminuem numa ordemde grandeza compatível com o crescimento da população em setores favela.Para ter mais certeza sobre isso seria necessário um estudo com dados maisdesagregados.

referênciasAlonso, W. and others (1964). Location and land use. toward a general

theory of land rent. Location and land use. Toward a general theory of landrent.

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de Queiroz Ribeiro, L. C., da Silva, r. T., and Rodrigues, J. M. (2011). Metró-poles brasileiras: diversificação, concentração e dispersão. Revista parana-ense de desenvolvimento, (120):177–207.

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referências 17

Figura 4: Distribuição da população e densidade para a RM de Belo Horizonte

(a)

(b)

(c)

referências 18

Figura 5: Distribuição da população e densidade para a RM de Porto Alegre

(a)

(b)

(c)

referências 19

Figura 6: Distribuição da população e densidade para a RIDE de Brasília

(a)

(b)

(c)

referências 20

Figura 7: Distribuição da população e densidade para a RM de Curitiba

(a)

(b)

(c)

referências 21

Figura 8: Distribuição da população e densidade para a RM de Salvador

(a)

(b)

(c)

referências 22

Figura 9: Distribuição da população e densidade para a RM de Recife

(a)

(b)

(c)

referências 23

Figura 10: Distribuição da população e densidade para a RM de Fortaleza

(a)

(b)

(c)

referências 24

Figura 11: Distribuição da população e densidade para a RM de Belém

(a)

(b)

(c)

referências 25

Figura 12: Distribuição da população e densidade para a RM de Goiânia

(a)

(b)

(c)

referências 26

Figura 13: Distribuição da população e densidade para a RM da Baixada Santista

(a)

(b)

(c)