2º RELATÓRIO PRELIMINAR DAS INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS NA RIBEIRA DAS CHITAS

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2º RELATÓRIO PRELIMINAR DAS INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS NA RIBEIRA DAS CHITAS 18 de Outubro de 2002 Plataforma do Pinheiro Grande Abrigo do Pinheiro Plataforma do Abrigo da Palha Casa da Epígrafe Abrigo do Poço Sondagens de avaliação ao longo do vale Ana Filipa Braz Rita Gaspar Telmo Pereira STEA, Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia

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2º RELATÓRIO PRELIMINAR DAS INTERVENÇÕES

ARQUEOLÓGICAS NA RIBEIRA DAS CHITAS

18 de Outubro de 2002

Plataforma do Pinheiro Grande Abrigo do Pinheiro

Plataforma do Abrigo da Palha Casa da Epígrafe

Abrigo do Poço Sondagens de avaliação ao longo do vale

Ana Filipa Braz Rita Gaspar

Telmo Pereira

STEA, Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia

Associação científica de utilidade pública Torres Novas

INTRODUÇÃO Este relatório apresenta os resultados preliminares dos trabalhos

arqueológicos desenvolvidos no Vale da Ribeira das Chitas, no âmbito das obras de instalação do saneamento básico na área. Finalizadas as 60 sondagens propostas torna-se necessário realizar uma caracterização sumária do vale e sublinhar uma série de medidas de minimização de forma a atenuar o impacto causado pelos futuros trabalhos, de modo a que estes possam decorrer com a maior brevidade possível.

A informação está aqui sistematizada segundo as duas categorias de sondagens realizadas. Assim, apresentamos primeiramente os resultados, já conhecidos através do primeiro relatório preliminar, das sondagens realizadas nos sítios arqueológicos já conhecidos. Seguindo-se a descrição dos trabalhos no âmbito do pacote de 35 sondagens, com o objectivo de identificar níveis arqueologicamente preservados em profundidade.

A apresentação dos resultados dos trabalhos no Vale da Ribeira das Chitas será posteriormente mais aprofundada, aquando da elaboração do relatório final.

Pacote de 25 sondagens atribuídas a sítios já identificados As intervenções aqui mencionadas incluem-se no conjunto de locais já

anteriormente identificados pela STEA no âmbito do seu PNTA. A identificação destes sítios deveu-se à presença de manchas de concentração de materiais arqueológicos à superfície, na sua maioria artefactos líticos, ainda que por vezes não conclusivos quanto à caracterização do local.

A necessidade de proceder às sondagens era premente tendo em conta a afectação que o vale irá sofrer aquando da implantação da tubagem para o saneamento básico. Procedeu-se então à abertura de cinco metros quadrados em cada local identificado, no eixo da vala, bem como na área afectada pela pista de serventia à obra quando tal se justificava. Plataforma do Pinheiro Grande (Parcela 84)

Fig. 1 : Vista geral da plataforma do Pinheiro grande

A escolha desta plataforma deve-se à grande concentração de líticos à

superfície, tanto em sílex como em quartzito, registados pela STEA aquando de visitas ao local no âmbito do seu PNTA. Foram recolhidas algumas lascas e lamelas de sílex retocadas, um entalhe em quartzito e alguns núcleos. Porém, as peças recolhidas eram fracos indicadores de uma cronologia precisa para a estação.

Procedeu-se então à abertura das cinco sondagens ao longo da plataforma de modo avaliar o local. As sondagens apresentam entre si uma sequência sedimentar coerente, apesar de algumas pequenas variações, que se desenvolve entre deposições coluvionares e as aluvionares. Genericamente todas apresentam no inicio uma pequena sequência de coluviões, de onde foi exumada a grande maioria do espólio arqueológico (lascas e alguns utensílios em sílex, quartzito e quartzo). A cronologia do mesmo parece apontar para a Pré-História antiga, facto corroborado também pela ausência de cerâmica pré-histórica. Sob esta sequência coluvionar inicial surge uma sequência de deposições aluvionares, consequência de transgressões da ribeira. Estas camadas apresentam-se arqueologicamente estéreis, à excepção de uma lasca de quartzito, presente na sondagem 1, cuja relevância no total do conjunto é diminuta. Na base da sequência sedimentar da plataforma surge novamente uma coluvião que assenta imediatamente sobre o afloramento rochoso de calcário, e que foi cortada antes das deposições aluvionares.

Fig. 2: Corte Sw da sondagem 1

1 2 3 4 5 Fig. 3: Esquema da implantação das sondagens ↗N

Conclui-se, pois, que o material exumado desta plataforma não se encontra em posição primária, devendo a sua presença provavelmente a acções de escorrência a partir da sua posição original, ou seja, a partir do abrigo sobranceiro e do pacote sedimentar que o preenche. O preenchimento do abrigo termina na plataforma sob a forma de talude onde a presença de artefactos arqueológicos é visível.

Assim esta plataforma encontra-se já liberta para o inicio dos trabalhos de implantação do saneamento básico.

Medidas de minimização: Como medida de minimização de impacte

considera-se o balizamento com fita sinalizadora de todo o talude adjacente à plataforma desde a sua base, pois será nele que a ocupação humana, cujos vestígios se encontram junto à ribeira, poderá estar melhor preservada.

Abrigo do Pinheiro (Parcela 83)

Fig.1: Vista geral do Abrigo do pinheiro

Esta plataforma, relativamente mais elevada em relação ao curso da

ribeira, apresentava também materiais à superfície bem como nos cortes dos taludes a NW. Era, pois imperativo abrir sondagens de avaliação do local de modo a compreender as condições de preservação do mesmo. Assim, três das sondagens foram implantadas no eixo da vala de saneamento, e as duas restantes na área da pista. Tal decisão prende-se com o facto de que toda esta plataforma será desmantelada até ao nível do caminho de serventia para se proceder então à implantação da tubagem.

1 3 5 2 4

Fig. 2: Esquema da implantação das sondagens ↗N

A intervenção neste local relevou a ausência, até ao momento, de um nível arqueológico preservado, sendo que os materiais exumados encontravam-se exclusivamente nas camadas coluvionares superiores. O espólio é pouco explícito para avançar qualquer conclusão. Porém, a sua presença nesta plataforma deve-se, provavelmente, a escorrências da plataforma superior, de cujo talude se recolheu fauna queimada bem como industria lítica. Na plataforma inferior o afloramento calcário encontra-se a uma cota algo elevada na zona junto ao abrigo, reduzindo em muito a potência sedimentar do local.

Fig. 3: Plano final da sondagem 1 (afloramento)

Genericamente, na base da sequência sedimentar, nas sondagens mais

próximas da ribeira, surgem deposições aluvionares arqueologicamente estéreis que encostam ao provável afloramento rochoso.

No entanto, a sondagem 2 não revelou o afloramento até ao momento, surgindo sim um abatimento a cerca de um metro, o que nos leva a questionar se de facto se trata de bancada ou de um abatimento da pala do abrigo. Se realmente for possível demonstrar que se trata da pala, esta poderá ter preservado sob si níveis arqueológicos, relacionados com a ocupação do abrigo.

Fig. 4: Corte NE da sondagem 5

Medidas de minimização: Uma vez que não foi possível ainda determinar a efectiva ocupação humana nesta plataforma, já que a abertura de sondagens de um por um não nos forneceu uma leitura estratigráfica conclusiva, propõe-se assim a realização de um corte transversal ao abrigo, de forma a tentar compreender se se trata de um abatimento, que poderá selar níveis arqueológicos, ou do afloramento rochoso. Julgamos necessário tomar esta medida, pois todo o talude do abrigo será arrasado, para se criar a zona da serventia da pista. Há que salvaguardar ainda a plataforma superior e como tal todo o seu talude através do balizamento com fita sinalizadora.

Plataforma do Abrigo da Palha (parcelas 81 e 82)

Fig. 1: Vista geral da plataforma do Abrigo da Palha

Identificado pela STEA no âmbito do PNTA, esta plataforma apresentava-se, antes do início dos trabalhos, muito promissora.

Não só o aspecto e localização do abrigo se aproximava muito de outros que, por toda a Europa, se tinham revelado de extrema importância para a compreensão da Pré-história, alguns com extraordinárias surpresas como o Abrigo do Lagar Velho – Lapedo, mas também toda a plataforma se encontrava repleta de artefactos líticos, bem como de fauna malacológica e mamalógica.

Tendo em conta as características dos trabalhos a efectuar pela SIMLIS,S.A., importava perceber, primeiro, qual o grau de preservação do sítio, segundo, qual a extensão da ocupação, terceiro, qual a situação do nível ou níveis arqueológicos nas zonas da pista e da vala.

Assim, foi decidido abrir cinco sondagens na área delimitada pelas estacas a fim de perceber a extensão da ocupação humana, que não foi identificada na sondagem 1, situada mais a jusante. Os resultados foram quase imediatos, tendo o nível arqueológico surgido nas sondagens 3 e 5 a pouca profundidade, o mesmo não acontecendo nas 4 e 6. Estes dados levantaram a possibilidade de os materiais procederem da lavagem do abrigo pela dinâmica da ribeira. Pareceu-nos pertinente a abertura de uma sondagem no abrigo (considerando este um sítio por si só – Sondagem 1 do Abrigo da Palha) a fim de detectar, aqui, um nível arqueológico uma vez que não existiam materiais à superfície. Este acabou por surgir a cerca de 30 cm.

A riqueza do sítio a nível arqueológico levou à convocação ao local das entidades envolvidas no processo, tendo sido discutidas as possíveis medidas de minimização para a afectação do local.

Havendo já uma leitura grosso modo da sequência estratigráfica e dos potenciais arqueológicos, restava, então, saber o que se passava exactamente no eixo da vala. Dentro da nossa estratégia e também a pedido do IPA, foram abertas mais duas sondagens no enfiamento das sondagens já existentes.

O nível arqueológico surge sensivelmente na mesma posição estratigráfica nas sondagens 2, 4, 5, 6 e 7 aumentando a potência sedimentar das camadas à medida que nos aproximamos da linha de água. Tal como na Plataforma do pinheiro grande, genericamente todas as sondagens apresentam no início uma pequena sequência de coluviões, tendo sido exumada uma grande quantidade de espólio arqueológico lítico e cerâmica moderna na primeira camada. Sob esta

sequência coluvionar inicial surge uma sequência de deposições aluvionares, consequência de transgressões da ribeira. Estas camadas apresentam-se quase estéreis. Na base desta sequência sedimentar surge o nível arqueológico, abaixo do qual há novamente uma coluvião que assenta sobre momentos de aluvião. O afloramento rochoso não se encontra ainda visível a não ser na sondagem 3 a qual está mais próxima do abrigo. Aqui identificaram-se apenas as quatro primeiras camadas, todas com pouca potência mas com materiais.

No que concerne ao nível arqueológico, este destaca-se não só por uma clara diferença no pacote sedimentar que o envolve, mas também pela qualidade e quantidade do espólio exumado. A indústria lítica forma um conjunto coerente atribuível ao Magdalenense, com lamelas de dorso, núcleos prismáticos e raspadeiras. Associada surge uma grande quantidade de fauna mamalógica (muito fracturada), microfauna (roedores) e fauna malacológica, na sua maioria berbigão e amêijoa com a mesma ganga, estando algumas conchas ainda intactas. Alguns dos ossos apresentam-se com marcas de corte ou transformados em utensílios. A identificação de um pequeno seixo de arenito provavelmente pintado a vermelho, levantou uma nova questão: a da arte móvel. No entanto, este facto só será comprovado após a análise do mesmo pelos especialistas do CNART. Verifica-se, ainda, a presença de alguns fragmentos de cerâmica manual cuja relação ainda não está totalmente esclarecida. Grande parte do conjunto total apresenta-se queimado e associado a termoclastos.

A potência sedimentar do nível arqueológico não é ainda totalmente conhecida porque as condições climatéricas obrigaram à interrupção dos trabalhos. Quatro das sete sondagens (sondagem 2, 4, 6 e 7) encontram-se inundadas pela chuva que se fez sentir nos últimos tempos, contribuindo também para tal o facto de estas se encontrarem abaixo do nível da ribeira, logo sobre um nível freático.

Na sondagem 5 surgiu uma concentração de elementos pétreos, cujas características e associação apontam para uma possível lareira, conclusão a que só se poderá chegar com total certeza no caso de uma abertura em área junto ao talude.

A sondagem 2 apresenta uma bolsa de carvões sem qualquer espólio que permita o seu enquadramento cronológico, inserida nas camadas coluvionares que se sobrepõem ao nível arqueológico. À mesma cota, encostada a esta, surgem canais fluviais encaixados num pacote coluvionar.

Fig. 2 : Bolsa de carvões da sondagem 2

Esta plataforma não se encontra ainda liberta para o inícios dos trabalhos de saneamento uma vez que, devido à grande riqueza e importância do nível arqueológico, se justifica a abertura da vala manualmente, de forma a tentar compreender que tipo de ocupações sofreu o abrigo, mas também para minimizar o impacto que terão os remeximentos de subsolo no local.

Medidas de minimização: Tendo em conta o que acima foi apresentado e a

importância do local para o conhecimento da Pré-História antiga local sugere-se como medida de minimização a abertura manual em área no eixo da vala. Propõe-se uma área de intervenção de 20 x 2 metros, seguindo o eixo da vala, pois apesar do emissário não ultrapassar o metro de largura, há que proteger os pacotes sedimentares adjacentes à mesma, uma vez que a máquina trabalhará por cima do eixo. Julgamos pertinente frisar a necessidade de se iniciarem os trabalhos arqueológicos rapidamente, uma vez que com a chegada das chuvas e a subida da ribeira (e consequentemente do nível freático que atinge o nível arqueológico) o trabalho tornar-se-á muito difícil e será essencial a utilização de bombas para retirar a água que se acumula no interior das sondagens. Paralelamente à abertura manual torna-se premente a protecção da área de abertura de pista para a serventia da obra com geotêxtil sobre a actual superfície, seguido de uma camada de material inerte com 50 cm de espessura mínima. Tal medida prende-se com a afectação que irá sofrer o subsolo aquando do trânsito de maquinas e camiões, que poderão ainda afectar a estabilidade do talude. Assim, e paralelamente deverá ser balizado todo o talude na zona em frente ao abrigo, uma vez que poderá tratar-se do preenchimento do mesmo. Toda a obra de instalação do saneamento deverá ter acompanhamento arqueológico permanente.

Fig. 4: Sondagem 2 após condições climatéricas adversas

Fig. 3: Concha de grandes dimensões Fig.4: Berbigão e amêijoa (cerastodema edule e Venerupis decussata)

Fig.6: Fauna malacológica

Fig. 5: Fauna mamalógica

Fig. 7: Pontas em chifre polidas e com estrias (a da esquerda)

Fig. 8: Entalhe Fig. 9: Lamela

Fig. 10: Lamelas e lascas

Fig. 11: Núcleo em quartzo Fig. 12: Núcleos prismáticos em sílex

Fig. 13: Lâmina em sílex Fig. 14: Lamela em sílex

Fig. 15: Raspadeira Fig. 16: Raspadeira

Fig. 17: Seixo pintado a vermelho?

Casa da Epígrafe (parcela 73 e 74)

Fig. 1: Vista geral da plataforma

Situada face a uma casa com uma inscrição na porta, proveniente de uma igreja das redondezas (informação local), esta plataforma foi indicada como sítio arqueológico por elementos da Ocrimira, aquando os trabalhos de prospecção no início do vale.

À superfície encontravam-se fragmentos de cerâmica moderna e abundantes fragmentos de sílex, alguns dos quais talhados mas, na sua maioria, fracturados, muito provavelmente, devido a trabalhos agrícolas não só na plataforma mas também na vertente por cima da escarpa onde se encontram os abrigos. Restava saber se a indústria lítica identificada provinha do subsolo ou da vertente da margem direita da ribeira.

Para isso, implantaram-se cinco sondagens, quatro na zona da vala e outra na pista, que se afundaram. Umas até ao afloramento e outras até dez centímetros abaixo da base da vala. As 1, 2 e 3 acabaram até a 1,40cm. As 1 e 2 até aos 60cm.

Fig. 2: Corte norte da sond. 1

Geologicamente, logo após a camada superior segue-se uma espessa camada coluvionar que é cortada, mais ou menos na perpendicular do curso de água, por fenómenos fluviais ou de enxurrada proveniente da vertente. Esta assenta numa

outra de origem fluvial, por vezes, com blocos de calcário, que encosta ao afloramento rochoso.

O espólio é escasso e constituído, aproximadamente, pela mesma quantidade de líticos e cerâmica moderna, os quais surgem sempre em associação. A maioria dos materiais foram exumados da camada 1, distribuindo-se os restantes pelas outras, sem que se tenha identificado um nível arqueológico.

Tendo estes dados em consideração, considera-se esta plataforma liberta para os trabalhos de saneamento a efectuar pela SIMLIS, S.A..

Novos Sítios identificados

Abrigo do Poço (Parcela 71)

Fig. 1: Vista do Abrigo e do corte preservado

Identificado pela equipa da STEA no decorrer dos trabalhos de

sondagem no vale da ribeira das Chitas, este abrigo reveste-se de suma importância para o estudo da ocupação humana no local durante a Pré-História antiga. Apresenta testemunhos sedimentares na sua entrada cuja riqueza arqueológica é bem visível. A grande densidade de fauna malacológica alia-se à presença de industria lítica formando um conjunto homogéneo.

Fig. 2: Núcleo bipolar

Apesar do abrigo propriamente dito se encontrar fora do eixo da vala, o

seu preenchimento avança bastante em direcção à ribeira, logo será cortado pelo actual traçado do emissário.

Medidas de minimização: Tendo em conta que o depósito arqueológico

do abrigo será afectado pela obra, considera-se necessário a alteração do traçado na zona da câmara de visita 5m para uma área o mais próxima possível da ribeira. É fundamental que o talude se mantenha intacto. Deverá ser também balizado com fita sinalizadora e ter acompanhamento arqueológico permanente no local durante a execução da obra. Acresce-se a necessidade de sondar a plataforma inferior em cinco metros quadrados na área afectada pelos trabalhos.

PACOTE DE 35 SONDAGENS ALEATÓRIAS: Este pacote foi proposto pela STEA aquando da apresentação do

projecto, tendo em vista o potencial arqueológico do vale a sua inserção num Plano Plurianual de Trabalhos Arqueológicos. Estas sondagens estavam previstas para locais onde, não havendo materiais à superfície, apresentassem características que potenciassem a preservação em profundidade, no contexto estratigráfico, de vestígios de ocupação humana pré-histórica. Tendo em consideração os novos achados efectuados pela equipa da STEA no decorrer dos trabalhos de sondagem, foi pedido à Ocrimira, Lda. um levantamento dos locais de interesse para posterior implantação destas sondagens. Procurava-se, desta forma, a rentabilização do tempo e das sondagens de modo a se obter uma leitura o mais lata possível de todo o vale da Ribeira das Chitas, com o objectivo de libertar o mais rapidamente possível área para a obra.

Assim sendo, recebemos no dia 30 Setembro uma lista de doze manchas de materiais à superfície, que seriam afectadas pelos trabalhos da SIMLIS, S.A.. Ficou, então, acordado com esta equipa e com o IPA que as 28 sondagens deste pacote que restavam na altura seriam implantadas nestes locais de concentração. Porém, no decorrer dos trabalhos nestas áreas verificou-se que nenhuma delas correspondia a uma ocupação humana efectiva que se tivesse conservado em estratigrafia, sendo que ficou acordado verbalmente com a equipa de fiscalização do IPA da extensão de Torres Novas, a deslocação de algumas das sondagens para outras plataformas onde, não havendo materiais à superfície, se revestiam de possível interesse arqueológico.

Foram realizadas no total 40 sondagens aleatórias, uma vez que não foi possível a concretização dos trabalhos no sítio por nós já conhecido, a saber, a Plataforma do Sílex, localizada na parcela 45, actualmente em litígio.

Neste pacote de sondagens 17 foram abertas com meios mecânicos com a ajuda de uma mini retro- escavadora com balde de 60cm operada pelo manobrador Sérgio Ferreira e pelo arqueólogo Telmo Pereira. A escolha desta metodologia residiu no facto dos resultados obtidos nas sondagens manuais serem negativos.

Todas as sondagens foram implantadas no eixo da vala quando este se encontrava devidamente identificado pelas estacas sinalizadoras ou em situação aproximada quando estas não existiam. As intervenções no subsolo só atingiram, na maior parte dos casos, a profundidade da vala.

De salientar ainda que os trabalhos mais a jusante no vale foram realizados sob condições de grande humidade dos terrenos, tendo a descrição das camadas sido condicionada por este factor.

De seguida se descrevem os trabalhos efectuados ao longo do vale da

Ribeira das Chitas:

Parcela 1: Mancha de concentração identificada pela Ocrimira. Não foi possível intervencionar devido à falta de autorização dos proprietários (contactados via telefónica e pessoalmente), apesar de existir um acordo com a SIMLIS, S.A..

Como medida de minimização propõem-se a realização de sondagens, numa fase posterior, após acordo entre o proprietário e a SIMLIS, S.A..

Parcela 3: Mancha de concentração identificada pela Ocrimira. Apesar

de se encontrar em litígio com o dono da obra, foi intervencionada após autorização dada no local por um dos familiares (proprietário do lote 4). Foi aberta uma sondagem mecânica com 160cm de profundidade, a cerca de 3 metros da ribeira no eixo do emissário, junto de uma estaca de câmara de visita. Não foi identificado nenhum nível arqueológico.

Fig. 1: Corte Este

Nesta sondagem foram identificadas duas camadas: Camada 1: De matriz areno-argilosa, semi-compacta, de cor castanha-

escura, correspondente a um horizonte lavrado, de remeximento recente. Verifica-se uma abundante presença de raízes e frequentes os elementos pétreos de pequena dimensão de calcário, quartzite e nódulos de sílex com fracturas mecânicas. A sua potência é de 40cm. Regista-se apenas a presença de cerâmica recente, descontextualizada.

Camada 2: De matriz argilosa, compacta e castanha esverdeada, foi bastante influenciada na sua constituição pela dinâmica da ribeira, apresentado hidromorfismo a partir dos 40cm. Apresenta uma potência sedimentar maior que 120 cm. Na base da sondagem interceptou-se o nível freático, com consequente rápida inundação da mesma. Esta camada é arqueologicamente estéril.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 4: Trata-se da mesma mancha de ocupação identificada pela Ocrimira na Parcela 3. Foi aberta uma sondagem mecânica com 170cm de profundidade, a cerca de 4 metros da ribeira, no eixo do emissário, junto de uma estaca de câmara de visita. Também aqui não foi identificado nenhum nível arqueológico preservado.

Fig. 2: Corte Norte À semelhança da sondagem anterior, apenas foram identificadas duas

camadas: Camada 1: De matriz humosa, solta, de cor castanha-acinzentada,

correspondente a um horizonte lavrado, de remeximento recente. Verifica-se uma abundante presença de raízes e são frequentes os elementos pétreos de pequena dimensão de calcário, quartzite e nódulos de sílex com fracturas mecânicas. A sua potência é de 40cm. Regista-se apenas a presença de cerâmica recente, descontextualizada.

Camada 2: De matriz argilosa, compacta e castanha esverdeada, foi bastante influenciada na sua constituição pela dinâmica da ribeira, apresentado hidromorfismo a partir dos 40cm. Apresenta uma potência sedimentar superior a 130 cm. Na base da sondagem interceptou-se o nível freático, com consequente rápida inundação da mesma. Esta camada é arqueologicamente estéril.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 5: Mancha de materiais identificada pela Ocrimira. Não foi intervencionada pela STEA, como estava previsto, pois esta parcela encontra-se em litígio com a SIMLIS, S.A..

Como medida de minimização propõem-se a realização de sondagens, numa fase posterior, após acordo entre o proprietário e a SIMLIS, S.A..

Parcela 7: Mancha de concentração de materiais identificada pela

Ocrimira aquando da sua prospecção prévia. Realização de uma sondagem manual, com 130 cm de profundidade. Esta sondagem implantou-se a cerca de 4 metros da ribeira, aproximadamente no eixo da vala para o saneamento, visto não estarem presentes as estacas de sinalização.

Fig. 3: Corte Oeste Foram identificadas três camadas: Camada 1: De matriz humosa, pouco compacta, de cor castanha-muito

escura. Corresponde a um nível de remeximento recente, consequência dos trabalhos agrícolas. Presença de cerâmica recente. Espessura aproximada de 25 cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, semi-compacta, castanha-escura, também afectada pelas lavras. Presença de cerâmica recente, alguma vidrada. Espessura aproximada de 65 cm.

Camada 3: De matriz arenosa, de grão fino, muito compacta e de cor castanha-clara. Contém pequenos e médios elementos pétreos de calcário bem como alguns carvões. Presença de cerâmica recente, por vezes queimada. A relativa quantidade desta cerâmica parece indicar estarmos perante um nível de escorrência de materiais provenientes de uma altimetria superior. A potência sedimentar excede os 65cm.

Não foi identificado qualquer nível arqueológico nesta sondagem, nem a presença de artefactos em sílex.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 8: Trata-se da mesma mancha identificada pela Ocrimira na

parcela 7. Porém, não foi intervencionada visto não termos tido autorização do proprietário da mesma apesar do acordo com a SIMLIS, S.A..

Como medida de minimização propõem-se a realização de sondagens, numa fase posterior, após acordo entre o proprietário e a SIMLIS, S.A..

Parcela 10: Mancha de materiais identificada pela Ocrimira. Daí, levou-

se a cabo uma sondagem manual de um metro quadrado com objectivo de perceber o que encontrou à superfície. Implantou-se a mesma no eixo aproximado da vala

visto não existirem actualmente as estacas de sinalização. Esta atingiu os 140 cm de profundidade, sendo que foram identificadas apenas 3 camadas:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, solta, e de cor castanha-escura. Com presença de alguns elementos pétreos de pequena dimensão, e raízes. Espessura aproximada de 25cm.

Camada 2: De matriz arenosa, solta, e de cor amarela acinzentada. Com presença de alguns seixos rolados de quartzite. Esta corresponde a um pacote de deposição aluvionar sendo que estão patentes vários momentos. No contacto com a camada 3 torna-se mais acinzentada apresentando alguns nódulos de sílex com fractura natural provenientes, provavelmente, das encostas mais a Norte. Continha alguma cerâmica recente. Espessura aproximada de 105cm.

Camada 3: De matriz arenosa, semi-compacta, de cor cinzenta. Apresenta também seixos de quartzite, porém, de grandes dimensões. No seu topo foram recolhidos escassos fragmentos de cerâmica recente. Apenas foram escavados 10cm desta camada, sendo a que a sua potência será mais elevada.

Fig. 4: Corte Este Também nesta sondagem não foi identificado nenhum nível arqueológico. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 11: Corresponde à mesma mancha de materiais apresentada

pela Ocrimira na Parcela 10, porém não foi sondada pelo facto dos resultados na parcela 9 serem negativos.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 12: Mancha de ocupação apresentada pela Ocrimira. Como tal a sondagem foi efectuada manualmente, num local aproximado ao eixo da vala, visto as estacas de sinalização não se encontrarem presentes. Foi implantada a cerca de 5 metros da ribeira, e atingiu os 120cm de profundidade. Foram reconhecidas 3 camadas neste local:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, bastante orgânica, e semi compacta. De cor castanha escura apresenta bastantes raízes, que derivam do facto de esta camada ser o actual solo agricultável. Na sua constituição encontra-se também uma densidade média de elementos pétreos de dimensão muito reduzida. O único material recolhido corresponde a fragmentos de cerâmica recente. A espessura desta camada ronda os 23 cm.

Camada 2: De matriz argilosa e compacta, com coloração castanha clara, não apresenta qualquer material arqueológico. A sua espessura é de, aproximadamente, 75 cm.

Camada 3: De matriz argilosa e muito compacta, castanha acinzentada. Incluí alguns elementos pétreos de pequena dimensão. Foi exumado desta camada um fragmento de tijolo. A potência varia entre os 15 e os 40 cm.

Fig. 5: Corte Norte Nesta sondagem também não foi identificado qualquer nível

arqueológico. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcelas 18 a 31: Mancha de concentração de materiais identificada

pela Ocrimira, Lda aquando das suas prospecções no local. Tendo em conta que os materiais presentes nas várias parcelas foram consideradas como pertencentes à mesma concentração de materiais apenas foram sondadas 4 parcelas.

Parcela 19: Aberta sondagem manual junto a uma estaca de câmara de visita. A profundidade total da intervenção foi de 140 cm, sendo que não foi identificado nenhum nível arqueológico preservado. Foram identificadas 6 camadas:

Camada 1: De matriz areno- argilosa, semi- compacta e coloração castanha escura esta camada foi afectada pelas lavras recentes no local. Apresenta raros elementos pétreos de pequena dimensão e alguma cerâmica vidrada. A espessura desta camada é de 28 cm.

Camada 2: De matriz arenosa, semi- compacta e cor castanha esverdeada contém alguns elementos pétreos de pequena dimensão, carvões e raízes. Sem qualquer espólio arqueológico. Com 34 cm de espessura aproximada.

Camada 3: De matriz arenosa, solta e cor castanha amarelada. Esta camada é de deposição fluvial e arqueologicamente estéril. Com 18cm de espessura aproximada.

Camada 4: De matriz arenosa, solta e coloração castanha amarelada mas com algumas tonalidades de castanho escuro. Na sua base tal situação é mais visível. Também de formação aluvionar esta camada encontra-se igualmente arqueologicamente estéril. Com 22 cm de espessura aproximada.

Camada 5: De matriz arenosa, solta e castanha amarelada mas mais clara que as anteriores. Com raros carvões. Também de formação aluvionar apresenta algumas lentículas de grão mais grosseiro, indicadoras de diferentes momentos deposicionais, aqui considerados como o mesmo pacote fluvial. Apresenta na base características de contacto com a camada que lhe subjaz. Camada arqueologicamente estéril. Com 27 cm de espessura aproximada.

Camada 6: De matriz argilosa e semi- compacta, de coloração cinzenta com alguns nódulos laranjas, esta camada encontra-se saturada de água. Existe também nas sondagens das parcelas 20 e 29, parecendo tratar-se da camada geológica de base. É arqueologicamente estéril. Excede os 23 cm de espessura.

Fig. 6: Corte Este Nesta sondagem não foi identificado nenhum nível arqueológico

conservado.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 20: Também aberta manualmente esta sondagem foi implantada

aproximadamente no eixo do emissário (a cerca de 4 metros da ribeira) devido à ausência das estacas sinalizadoras. Esta intervenção atingiu apenas os 100 cm pois a enorme saturação de água da camada 3 não permitiu o avanço dos trabalhos. Foram detectadas 3 camadas:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, semi-compacta e cor castanha acinzentada, esta camada foi afectada pelas lavras recentes. Contém alguns elementos pétreos de pequenas dimensões. Foi recolhida alguma cerâmica recente. A espessura da camada ronda os 38 cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, semi-compacta. De cor castanha acinzentada apresenta também alguns nódulos de cor cinzenta. É uma camada de remeximento com mistura de sedimento da camada 3. Apresenta alguns elementos pétreos de pequena e média dimensão. Surgem apenas algumas cerâmicas recentes. A sua espessura é de cerca de 34cm.

Camada 3: De matriz argilosa, compacta e coloração cinzenta, com nódulos de cor laranja, esta camada apresenta também sinais de remeximento (presença de cerâmica recente). Contém seixos rolados de pequenas e médias dimensões e encontra-se saturada de água. A sua espessura excede os 60cm.

Fig. 7: Corte Oeste Não foi registada qualquer camada arqueológica nesta sondagem. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 22: Foi aberta manualmente uma sondagem nesta parcela, com

localização aproximada em relação ao eixo da vala. Atingiram-se os 112 cm de profundidade, tendo sido identificada apenas uma camada:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, compacta, de coloração castanha-acinzentada, apresenta elementos pétreos de pequena e média dimensão. Foi exumada cerâmica recente e alguns nódulos de sílex com fractura mecânica. Os últimos 30 cm da sondagem encontravam-se saturados de água, o que impossibilitava a continuação dos trabalhos.

Fig. 8: Corte Oeste Não existia nível arqueologicamente preservado. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 29: De abertura manual esta sondagem foi implantada junto a

uma estaca de câmara de visita. Apenas se aprofundou até aos 90 cm visto que a Camada 3 (aparentemente comum a toda esta zona do vale) estar saturada de água e ter sido considerada como a camada geológica de base. Assim sendo, foram identificadas três camadas:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, semi-compacta e de coloração castanha-acinzentada. Esta camada apresenta-se um pouco mais humosa junto à superfície, estando afectada pelas lavras. Exumou-se cerâmica recente. A sua espessura é de cerca de 28 cm.

Camada 2: De matriz arenosa, compacta e cor castanha amarelada, contém ainda nódulos de cor laranja. De origem aluvionar, apresenta uma lentícula castanha-ferrosa no seu interior, o que demonstra a existência de vários momentos deposicionais neste mesmo pacote fluvial. No contracto com a Camada 3 surgem alguns nódulos castanho-escuros e alaranjados. Esta camada é arqueologicamente estéril. A sua espessura atinge os 31 cm.

Camada 3: De matriz argilosa, compacta e coloração cinzenta com nódulos laranja. Esta camada encontra-se saturada de água. É arqueologicamente estéril. A sua espessura excede os 30 cm.

Fig. 9: Corte Oeste

Não existia nível arqueologicamente preservado. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 32: Esta parcela foi sondada para avaliar a potencialidade

arqueológica local. A localização foi escolhida pela equipa da STEA no âmbito dos objectivos propostos no pacote das 35 sondagens aleatórias. Realizou-se uma sondagem mecânica, aproximadamente no eixo da vala, que atingiu os 155 cm de profundidade.

Foram registadas 3 camadas: Camada 1: De matriz silto-argilosa, semi-compacta, de cor castanha

escura, apresenta raízes e alguns elementos pétreos de calcário de pequena dimensão. Interpretada como tendo sofrido um remeximento recente, pela lavoura. A sua espessura ronda os 70 cm.

Camada 2: De matriz silto-argilosa, semi-compacta. De coloração castanha escura, a sua formação aparenta ser aluvionar, com possível hidromorfismo. Arqueologicamente estéril, a sua espessura é de cerca de 30 cm.

Camada 3: De matriz arenosa, solta e cor amarela esbranquiçada, apresenta abundantes seixos rolados de diversas dimensões em quartzo e alguns nódulos de sílex. A sua formação deriva de vários momentos de deposição aluvionar em lentículas. A sua espessura ultrapassa os 55 cm. O espólio arqueológico é composto por telha e cerâmica recente.

Fig. 10: Corte Sul Não foi registado nenhum nível arqueologicamente preservado.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 34: Foi efectuada uma sondagem mecânica com o objectivo de

compreender se existia algum nível arqueológico conservado em estratigrafia. Tal não se verificou. A intervenção atingiu os 155 cm de profundidade, sendo que a sua localização foi, mais uma vez, aproximada em relação ao eixo do emissário, a cerca de 6 metros da ribeira. Foram identificadas 5 camadas:

Camada 1: de matriz humosa, solta e de colororação catanha escura, , apresenta raízes e alguns elementos pétreos em calcário e quartzo angulosos, de médias dimensões. Apresenta-se afectada por remeximentos recentes. Não foram detectados quaisquer vestígios arqueológicos. A sua espessura ronda os 35 cm.

Camada 2: De matriz silto-argilosa, solta, de cor catanha esverdeada, contém raízes e seixos sub-rolados de calcário, quartzo e quartzite. Interpretada como uma formação coluvionar, esta camada apresenta cerâmica recente. A sua espessura atinge os 40 cm.

Camada 3: De matriz silto-arenosa, solta, castanha alaranjada, apresenta fraca bioturbação. Caracteriza-se por possuir carvões. Mostra presença de hidromorfismo e clay-coating. É arqueologicamente estéril. Espessura de 29 cm.

Camada 4: De matriz arenosa, solta, de tonalidade castanha avermelhada, apresenta fraca bioturbação vegetal, e algum manguanês. Interpretada como camada de aluvião, com hidromorfismo, a sua espessura atinge os 39 cm. Arqueologicamente estéril.

Camada 5: De matriz silto-argilosa, semi-compacta, castanha amarelada. De formação aluvionar, apresenta hidromorfismo. Sem qualquer espólio arqueológico. De espessura superior a 10 cm.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 11: Corte Sudoeste Parcela 36: Consoante os objectivos anteriormente expostos realizou-

se nesta parcela uma sondagem mecânica, cuja profundidade atingiu os 170 cm. A

sua implantação foi aproximadamente no eixo da vala, devido à falta de estacas de sinalização. Foram identificadas 4 camadas:

Camada 1: De matriz humosa e solta de coloração castanha escura. Apresenta seixos rolados de quartzo e quartzito, bem como alguns blocos de calcário de média dimensão. Foi afectada pelos trabalhos agrícolas. A sua espessura ronda os 30 cm.

Camada 2: De matriz argilosa, solta, de cor castanha esverdeada. Com algumas raízes e abundantes elementos pétreos de pequena e média dimensão em calcário e quartzo. Foi considerada como um remeximento antigo. A sua potência varia entre os 30 e os 75 cm.

Camada 3: De matriz areno-siltosa, semi-compacta, castanha clara. Contém raros seixos rolados de quartzo de média dimensão, e alguns carvões. Presença ainda de carbonatos. Esta camada apenas de detecta no quadrante Oeste. A sua espessura varia entre os 10 e 40 cm.

Camada 4: De matriz arenosa, solta, com variações cromáticas entre o beije e o castanho escuro. Trata-se de um pacote aluvionar com 3 momentos deposicionais, com variações granulométricas e de compactação. Na base foi registado hidromorfismo Redox. Esta camada excede os 55 cm.

Não foi registado qualquer nível arqueológico conservado. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 12: Corte Norte

Parcela 40: Realizou-se uma sondagem mecânica com o mesmo objectivo que a anteriormente referida. Esta chegou aos 190 cm de profundidade. A sua implantação verificou-se aproximadamente no eixo do emissário, a cerca de 10 metros da ribeira. Foram registadas 5 camadas:

Camada 1: De matriz humosa, solta, de cor castanha escura. Apresenta abundantes elementos pétreos de calcário e quartzo de pequenas dimensões. Corresponde a uma camada de remeximento, consequente das lavras. A sua espessura ronda os 50 cm.

Camada 2: De matriz silto-argiloso, semi-compacta, castanha esverdeada. Apresenta abundantes elementos pétreos em calcário. Interpretada como um coluvião, a sua espessura ronda os 50 cm.

Camada 3: De matriz arenosa, fina, solta, de coloração castanha escura. De origem aluvionar, atinge uma espessura de 30 cm, sendo arqueologicamente estéril.

Camada 4: De matriz arenosa, também de textura mais fina, solta, castanha avermelhada. Igualmente de origem aluvionar, apresenta uma espessura de cerca de 40 cm. Também nesta camada não se registou a presença de qualquer espólio arqueológico.

Camada 5 : De matriz argilosa, compacta e de cor castanha muito escura esta camada apresenta elementos de calcário em grande quantidade. Arqueologicamente estéril foi interpretada como uma coluvião, sendo que a sua potência excede os 40 cm.

Fig. 13: Corte Sul Não foi registado qualquer nível arqueológico nesta sondagem. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 43: Nesta parcela foi identificada pela Ocrimira, Lda. uma

mancha de concentração de materiais. Porém, apesar do acordo existente com a SIMLIS, S.A., não obtivemos autorização do proprietário para efectuar sondagens no local.

Como medida de minimização propõem-se a realização de sondagens, numa fase posterior, após acordo entre o proprietário e a SIMLIS, S.A..

Parcela 44: A mesma situação se verifica nesta parcela, onde foi

também identificada pela Ocrimira uma mancha de concentração. Assim, como medida de minimização propõem-se a realização de sondagens, numa fase posterior, após acordo entre o proprietário e a SIMLIS, S.A..

Parcelas 46 a 49: Nesta parcela foi identificada pela Ocrimira, Lda.

uma mancha de concentração de materiais, ainda que reconhecida como proveniente de um local superior. Porém, devido à presença de diversos abrigos com bom potencial implantaram-se quatro sondagens, sendo que três de abertura

manual e outra, posterior, mecânica. Todas foram instaladas no eixo da futura vala e atingiram a profundidade a que esta será instalada. Apenas a parcela 46 não foi sondada visto estar à margem do que será o futuro traçado do emissário.

Parcela 47: Foi implantada uma sondagem mecânica, atingindo os 140cm

de profundidade. Foram identificadas quatro camadas: Camada 1: De matriz areno-argilosa, semi-compacta e de coloração

castanha-escura, encontra-se afectada pelos trabalhos agrícolas. Contém pequenos elementos pétreos de calcário. Sem registo de material arqueológico. A sua espessura ronda os 40cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, com maior componente de argilosa, semi-compacta e cor castanha, com algumas nuances mais escuras. Constitui um pacote aluvionar com vários momentos de deposição. A sua espessura ronda os 40cm.

Camada 3: De matriz arenosa, de textura grosseira, semi-compacta e coloração castanha-alaranjada, corresponde também a uma deposição aluvionar. Arqueologicamente estéril. A sua espessura é de cerca de 15cm.

Camada 4: De matriz silto-arenosa, semi-compacta e cinzenta com nódulos de coloração laranja, apresenta hidromorfismo do tipo redox. Igualmente de formação fluvial. Arqueologicamente estéril. A espessura ultrapassa os 45 cm.

Não foi registado qualquer nível arqueológico preservado em estratigrafia.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 14: Corte Sul Parcela 48: Implantou-se uma sondagem no eixo do emissário em frente

a uma bancada de calcário e junto a um poço. Inicialmente aberta de modo manual até aos 100cm, foi, a posteriori, terminada com a mini rectro-escavadora. Atingiu os 155cm. Foram identificadas quatro camadas:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, semi-compacta e castanha-escura, apresenta elementos pétreos de calcário de pequenas e médias dimensões. Foi afectada pelos trabalhos agrícolas. Recolheu-se alguma cerâmica recente. De espessura aproximada de 26cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, semi-compacta, de coloração castanha-esverdeada e com elementos pétreos de calcário de pequena e média dimensão, foi considerada uma coluvião. Espessura de cerca de 75cm.

Camada 3: De matriz areno-argilosa, tornando-se gradualmente mais argilosa, é compacta. De coloração castanha-escura, contém blocos de calcário de médias e grandes dimensões, provenientes de antigos despreendimentos das bancadas adjacentes. Foi interpretada como de formação coluvionar. É arqueologicamente estéril.

Camada 4: De matriz areno-argilosa, semi-compacta de coloração castanha-avermelhada, apresenta também pequenos elementos pétreos de calcário. Esta camada é bastante húmida e a base da sondagem ficou facilmente inundada devido à proximidade com o poço. Camada arqueologicamente estéril.

Não se registou qualquer nível arqueológico. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 15: Corte Sul

Parcela 49: Nesta parcela foram implantadas duas sondagens, tendo sido ambas iniciadas manualmente, e terminadas com a ajuda da máquina. Localizam-se ambas no eixo da vala para o saneamento básico, apartadas cerca de 30 metros.

Sondagem 1: situada mais a jusante, esta sondagem atingiu os 146 cm de profundidade. Tendo sido registadas 7 camadas:

Camada 1: De matriz humosa e solta, de cor castanha escura. As raízes são abundantes, bem como os elementos pétreos de calcário de pequena e média dimensão. Regista-se ainda a presença de carvões. Esta camada foi objecto de remeximento recente. Surge cerâmica recente. A espessura chega aos 40 cm.

Camada 2: De matriz arenosa e solta, de coloração castanha. Trata-se de um pacote de formação aluvionar, composto por diferentes lentículas. Encontra-se cortada a Sul por uma outra deposição sedimentar. Não foram exumados quaisquer vestígios arqueológicos. A sua espessura é de 20 cm.

Camada 3: De matriz arenosa (de textura média) e solta, de cor castanha alaranjada, esta camada apresenta elementos pétreos em calcário de média dimensão. Foi interpretada como sendo uma coluvião, com possível remobilização de sedimento fluvial. A espessura ronda os 5 cm.

Camada 4: De matriz arenosa, de textura fina e média, solta e de coloração castanha acizentada, esta camada foi considerada como de formação aluvionar. È arqueologicamente estéril, e a sua espessura média é de 20 cm.

Camada 5: De matriz silto-argilosa e compacta, apresenta coloração castanha esverdeada. Contém componentes de calcário de pequenas e médias dimensões, bem como alguns carvões. Foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica recente. A espessura ronda os 20 cm também.

Camada 6: De matriz silto-arenosa, solta, castanha muito escura. Foi interpretada como de formação aluvionar. É arqueologicamente estéril, e a sua espessura é cerca de 20 cm.

Camada 7: De matriz areno-argilosa, solta,castanha avermelhada escura. A deposição é também aluvionar, com presença de hidromorfismo e saturação de água. A espessura é superior a 6 cm.

Não foi registado nenhum vestígio de presença humana conservada em estratigrafia nesta sondagem.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 16: Corte Norte

Sondagem 2: Esta sondagem atingiu a profundidade total de 170cm, sendo que foram registadas 5 camadas:

Camada 1: De matriz areno-argilosa e cor castanha escura, o sedimento encontrava-se semi-compacto. Integrava alguns elementos pétreos de pequena e média dimensão. Foi recolhida escassa cerâmica recente. Com cerca de 20 cm de espessura aproximada.

Camada 2: De matriz argilosa, compacta e coloração castanha-amarelada, esta coluvião também continha pequenos elementos de calcário. Presença também de escassa cerâmica recente. Apresenta potência reduzida, com apenas 12 cm..

Camada 3: De matriz areno-argilosa e compacta, a cor apresenta-se castanha-avermelhada. Interpretada como coluvião, continha em si, alguns carvões e raros elementos pétreos de dimensão reduzida. A sua espessura é aproximadamente de 40 cm..

Camada 4: De matriz areno-argilosa, mas mais arenosa que a 3, encontrava-se muito compacta e com coloração castanha- alaranjada. Na sua base

surge uma lentícula de areão grosseiro. Presença de raros elementos pétreos. Foi exumada alguma cerâmica recente. De espessura aproximada de 40 cm..

Camada 5: De matriz argilosa e muito compacta. De cor castanha-esverdeada escura, com alguns carbonatos. Do topo para a base a camada apresentava-se progressivamente mais argilosa. É arqueologicamente estéril. Com potência estratigráfica superior a 60 cm..

Não foi identificado nenhum nível de ocupação humana preservado em estratigrafia.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 17: Corte Norte Parcela 57 a 60: Nestas parcelas situa-se uma das manchas de

concentração de materiais identificada pela Ocrimira. Porém, optou-se por sondar apenas duas delas, sendo que se achou suficiente o estudo de dois metros quadrados para a compreensão da situação geo- arqueológica do local.

Parcela 59: Procedeu-se à implantação de uma sondagem manual

aproximadamente no eixo do emissário. A sua profundidade total atingiu os 138cm. Foram identificadas cinco camadas:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, semi-compacta e de cor castanha-esverdeada. Apresentava alguns elementos pétreos de pequena dimensão em calcário e quartzite. Foi recolhida alguma cerâmica recente e uma lasca cortical de quartzite. A espessura situa-se nos cerca de 35cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, também semi-compacta, mas de coloração castanha-avermelhada. O contacto desta camada com a que a cobre parece ser gradual, o mesmo sucede com a base desta e o topo da Camada 3. Contém também alguns elementos pétreos de pequena dimensão em calcário. A sua espessura ronda os 12 cm.

Camada 3: De matriz areno-argilosa, semi-compacta, de cor castanha-alaranjada. Apresenta bioturbação vegetal e foi interpretada como sendo uma coluvião. Arqueologicamente estéril. A sua espessura é cerca de 25cm.

Camada 4: De matriz arenosa e solta, assenta sobre uma superfície de erosão. Este aluvião tem coloração castanha muito avermelhada e contém, em si, algumas raízes. A sua espessura é de cerca de 27cm.

Camada 5: De matriz arenosa, de grão muito fino, a sua compactação varia entre o compacto e o muito compacto. Também a cor apresenta variações entre o creme e o castanho. Apesar de se tratar de um pacote aluvionar com diferentes fases de deposição, foi considerada como a mesma camada. Distinguem-se, então, várias lentículas cuja inclinação parece pender para Norte. Entre estas lentículas surgem algumas, no canto NW, de matriz mais argilosa. Encontram-se nesta camada alguns seixos de rio em quartzite de pequena e média dimensão. A espessura deste pacote excede os 35cm.

Não se registou a presença de qualquer camada arqueológica. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 18: Corte Oeste Parcela 60: Implantação de uma sondagem manual, aproximadamente no

eixo da vala, cuja profundidade atingiu os 138cm. Foram registadas 4 camadas: Camada 1: De matriz argilosa, e muito solta, esta camada sofreu

alterações devido aos trabalhos agrícolas. É pois um remeximento recente onde são visíveis elementos pétreos de calcário de pequena e média dimensão. A sua coloração é castanha-escura. A espessura aproximada ronda os 30 cm. Foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica recente.

Camada 2: De matriz areno-argilosa e solta, esta coluvião apresenta uma coloração castanha. Também estão presentes elementos pétreos pequenos e médios em calcário. A espessura é de cerca de 75cm. Raros fragmentos de cerâmica recente.

Camada 3: De matriz areno-argilosa, compacta e de cor castanha-esverdeada. Esta coluvião integrava, em si, carbonatos, bem como elementos de calcário de médias dimensões. Camada arqueologicamente estéril. Espessura média de cerca de 10cm.

Camada 4: De matriz argilosa e cor avermelhada (que aclara gradualmente), esta camada encontrava-se muito compacta. A presença de carbonatos e elementos de calcário torna-se mais densa do que na camada anterior. É arqueologicamente estéril. A sua espessura é superior a 40 cm.

Não foi encontrado nesta sondagem nenhum nível arqueológico conservado.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 19: Corte Norte Parcela 64: A implantação de uma sondagem manual nesta parcela

decorreu de uma opção da equipa de modo a cumprir os objectivos de caracterização do vale e avaliação de locais com potencial arqueológico. A mesma situa-se junto a uma estaca de câmara de visita, a cerca de dois metros da ribeira. A profundidade da intervenção foi de 120cm, tendo sido identificadas apenas duas camadas:

Camada 1: De matriz areno-argilosa, progressivamente mais argilosa, apresenta-se semi-compacta e de coloração castanha-clara. Inclui alguns carvões e raízes. A sua potência ronda os 88cm. Presença de rara cerâmica recente.

Camada 2: De matriz arenosa, compacta e cor beije, foi interpretada como uma coluvião. Existência de alguns carvões, carbonatos e elementos de calcário de pequenas dimensões. Regista-se a presença de uma telha de cerâmica. A sua espessura excede os 30cm.

Não foi detectado nenhum nível arqueológico conservado. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 20: Corte Este Parcela 68: A implantação de uma sondagem neste local foi sugerido

verbalmente pela Dr.ª Vânia Carvalho visto que a mancha de concentração de materiais à superfície, identificada pela Ocrimira, se encontrar situada na parcela 69, a qual se encontra em litígio. Optou a equipa da STEA por implantar uma sondagem mecânica que atingiu os 140cm de profundidade, interceptando quatro camadas:

Camada 1: De matriz humosa, solta, com abundantes raízes. De coloração castanha-acinzentada. Encontra-se afectada pelas lavras. A sua espessura ronda os 30 cm. Verificou-se a presença de alguns fragmentos cerâmicos de cronologia recente.

Camada 2: De matriz silto-argilosa, compacta de coloração castanha-clara. Trata-se de um remeximento antigo com abundantes raízes e raros elementos pétreos de calcário, de pequenas dimensões. A sua espessura ronda os 30cm.

Camada 3: De matriz siltosa com componente de saibro, formando um pacote muito compacto, castanho-claro. Trata-se de uma coluvião com abundantes raízes, carbonatos e elementos pétreos de calcário de pequenas e médias dimensões. Arqueologicamente estéril. A sua potência é de cerca de 60 cm.

Camada 4: De matriz argilosa muito fina e muito compacta, de cor castanha-avermelhada. Trata-se de uma cobertura de um terraço. Não foram identificados quaisquer materiais arqueológicos. A sua potência excede os 20cm.

Não foi encontrado nesta sondagem nenhum nível arqueológico conservado.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 21: Corte Este Parcela 70: A implantação de uma sondagem nesta plataforma foi

decidida pela equipa da STEA uma vez que se trata de uma plataforma próxima à do Abrigo do Poço e, consequentemente, poderia apresentar uma ocupação humana conservada em estratigrafia. Situada no eixo do emissário, esta sondagem foi efectuada com meios mecânicos, tendo atingido os 155cm de profundidade, interceptando quatro camadas:

Camada 1: De matriz humosa, solta, de cor castanha. Apresenta raízes. Trata-se de um remeximento recente devido a trabalhos de lavra. Identificou-se a presença de cerâmica recente. A sua potência é de 25cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, solta, de cor castanha clara. Apresenta ainda, no topo, algumas raízes. Considerada como uma coluvião, a sua espessura atinge os 70cm.

Camada 3: De matriz argilosa, compacta, de cor cinzenta. Trata-se de uma formação aluvionar sob a forma de um canal erosivo, que contém, em si, uma considerável percentagem de saibro. Não foram identificados materiais arqueológicos. A sua espessura ronda os 30 cm.

Camada 4: De matriz argilosa, muito compacta e de cor castanha escura. Trata-se de um fenómeno aluvionar com surgência de água devido à intersecção do nível freático. A potência da camada excede os 15 cm. Encontra-se arqueológicamente estéril.

Fig. 22: Corte Sul

Não se registou qualquer nível de ocupação humana nesta sondagem. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 72: Foram implantadas neste local três sondagens manuais, visto se tratar de uma plataforma adjacente a uma correnteza de abrigos que se encontram actualmente lavados. Procurava-se algum vestígio de antigas ocupações do local. A implantação fez-se no eixo da vala para o saneamento.

Sondagem 1: situada mais a jusante, esta atingiu os 160 cm de

profundidade. Identificaram-se três camadas: Camada 1: De matriz humosa , com importante componente argiloso,

solta e cor castanha acinzentada, apresenta uma importante bioturbação vegetal e animal e abundantes elementos de calcário, bem como seixo de quartzo rolados. Foi afectada por um remeximento recente. Recolheram-se fragmentos de cerâmica recente. A sua potência é de cerca de 20 cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, semi-compacta e de coloração castanha clara. Encontra-se presente bioturbação vegetal. Os carbonatos também estão presentes, sendo os seixos rolados frequentes. Foi interpretada como sendo uma coluvião. É arqueologicamente estéril, sendo a sua espessura de 100 cm.

Camada 3: De matriz areno-argilosa, compacta, castanha escura, apresenta uma componente pétrea equivalente à da camada 2, bem como carbonatos. Foi interpretada como uma coluvião, com espessura de 40 cm. É arqueologicamente estéril.

Também aqui não se registou a presença de vestígios humanos.

Fig. 23: Corte Sul

Sondagem 2: implantada relativamente a meio da plataforma, esta intervenção no subsolo. Interceptou cinco camadas:

Camada 1: De matriz humosa, com uma importante componente argilosa, e de cor castanha acinzentada clara. Apresenta uma abundante presença de raízes e seixos de quartzo e calcário de pequenas dimensões. Estamos perante um remeximento recente. Foi recolhida cerâmica recente. A sua potência é de cerca de 30cm.

Camada 2: De matriz areno-argilosa, solta, de cor castanha clara. Apresenta frequente seixo rolados de calcário e quazto de pequenas dimensões. A bioturbação animal e vegetal também está presente. Foi interpretada como coluvião e a sua espessura é de 40 cm.

Camada 3: De matriz silto-argilosa, solta, castanha escura. Apresenta raros e diminutos seixos de calcário e quartzo, bem como carbonatos e bioturbação vegetal. Não se identificaram quaisquer materiais arqueológico. A espessura desta camada é de cerca de 20 cm.

Camada 4: De matriz siltosa, solta de cor castanha amarelada. Caracteriza-se pela presença de carbonatos. É arqueologicamente estéril. De espessura aproximada de 20 cm.

Camada5: De matriz silto-argilosa, semi-compacta, de cor castanha acinzentada. Apresenta na sua composição abundantes elementos pétreos de calcário de médias dimensões. Com mais de 35 cm de espessura, esta camada é estéril.

Não se identificou nenhum nível arqueológico preservado.

Fig. 24: Corte Este Sondagem 3: a profundidade total desta sondagem foi de 90 cm.

Foram identificadas três camadas: Camada 1: De matriz humosa, com importante componente argilosa,

solta, apresenta raízes e frequentes elementos de calcário. De cor castanha acinzentada clara. Trata-se de um remeximento recente com bioturbação vegetal, e alguns carbonatos. Foram recolhidos fragmentos de cerâmica recente. A sua potência é de cerca de 20cm.

Camada 2: de matriz argilosa, compacta e cor amarela. Foi interpretado como um remeximento recente com bioturbação vegetal e carbonatos. Não foram recolhidos materiais arqueológicos. A sua potência varia entre os 13 e os 25 cm.

Camada 3: De matriz humosa, com uma importante componente areno-argilosa, solta e de cor cinzenta. Apresenta uma considerável bioturbação vegetal e animal e elementos calcários. Foi interpretada como uma coluvião que sofreu remeximentos antigos e que assentou sobre o afloramento rochoso horizontal que se encontra a 90 cm da superfície. Não foram identificados quaisquer materiais arqueológicos.

Fig. 25: Corte Este Não se registou qualquer nível de ocupação humana nesta sondagem. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Emissário 7.2.3.1: A implantação de duas sondagens neste local prende-se com o facto de se ter detectado alguns fragmentos de sílex à superfície. Visto tal, era necessário sondar em profundidade, para tentar compreender a origem dos achados. As intervenções realizaram-se com meios mecânicos.

Sondagem 1: situada mais a sul, atingiu os 170 cm de profundidade interceptando quatro camadas:

Camada 1: De matriz humosa, solta, de cor castanha acinzentada clara. Apresenta abundantes raízes e raros fragmentos calcários de pequena e média dimensão. Trata-se de uma coluvião afectada por remeximentos recentes sem que tivessem sido detectados materiais arqueológicos . A sua espessura é de 20 cm.

Camada 2: De matriz silto-argilosa, semi- compacta, cor castanha clara. Apresenta raízes. Trata-se de um coluvião afectado por um remeximento recente, sem que tivessem sido detectados materiais arqueológicos. Sendo a sua espessura de cerca de 20 cm.

Camada 3: Cascalheira de blocos de calcário, de pequena e média dimensão, embalada numa matriz argilosa, semi- compacta e de cor castanha acinzentada. Significativa presença de carvões. Foi interpretada como uma coluvião, sendo a sua espessura de cerca de 40 cm.

Camada 4: Trata-se de um matriz saibrosa de calcário e quartzo, com importante componente siltosa. Muito compacta e de cor cinzenta escura. Presença de raízes. Foi interpretada como um pacote coluvionar com diferentes momentos. A sua potência ultrapassa os 90 cm.

Não foi identificado nenhum nível arqueológico conservado nesta sondagem.

Fig. 26: Corte Este

Sondagem 2: localizada mais a norte, numa zona onde a vertente é mais inclinada. Atingiu em profundidade os 155 cm, tendo sido identificadas cinco camadas:

Camada 1: De matriz humosa, solta e cor castanho acinzentada clara, apresenta raízes. Também presentes os nódulos de sílex, frequentemente fracturados. Trata-se de uma coluvião, afectada por remeximentos recentes, sendo a sua potência de cerca de 50 cm. Não foram detectados mateirais arqueológicos.

Camada 2 : Trata-se de uma cascalheira semi-compacta, embalada num sedimento castanho, e constituída por elementos calcários de pequena e média dimensão. Considerou-se como um fenómeno aluvionar, correspondente a uma antiga linha de água. A sua espessura é de cerca de 30 cm.

Camada 3: De matriz siltosa e semi-compacta. De cor beije. Foi interpretada como coluvião. Arqueologicamente estéril. A potência ronda apenas os 10 cm.

Camada 4: De matriz argilosa, compacta, de cor castanha clara. Constituída por abundantes fragmentos calcários de diversa dimensões. Trata-se de uma coluvião. É arqueologicamente estéril. Com espessura de 40 cm.

Camada 5: De matriz saibrosa constituída por abundantes fragmentos de calcário de diversas dimensões, compacta e de cor castanha avermelhada. É arqueologicamente estéril. A sua potência excede os 25 cm.

Não foi identificado nenhum nível com ocupação humana preservada nesta sondagem.

Esta área encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 27: Corte Este

Parcela 73 (Plataforma do poço engenho): A escolha deste local prende-se com o facto de estarmos próximo de uma bancada de calcário, formando alguns abrigos, actualmente lavados. A decisão da equipa STEA relacionou-se com a possível conservação de níveis arqueológicos preservados em estratigrafia. Implantaram-se duas sondagens, uma no eixo da vala, próximo de uma estaca de câmara de visita, e outra na área da pista.

Sondagem 1: Situa-se no eixo de emissário, e atingiu os 135 cm de profundidade. Foram registadas 5 camadas:

Camada 1: De matriz humosa e solta, de cor cinzenta avermelhada, com raros elementos de calcário. Apresenta bioturbação animal e vegetal. O espólio arqueológico recolhido constituí-se por faianças e cerâmica recente. A sua potência varia entre os 25 e os 47 cm.

Camada 2: De matriz silto-argilosa, semi-compacta, de cor castanha clara. Constituída por raros elementos de calcário de pequena e média dimensão. O espólio arqueológico resume-se a alguns termoclastos. A sua espessura varia entre os 7 e os 32 cm.

Camada 3: De matriz areno-siltosa, muito compacta, de coloração beije, que embala abundantes fragmentos de calcário de pequena e média dimensão. Foi interpretada como coluvião, arqueologicamente estéril. A sua potência varia entre os 5 e os 14 cm.

Camada 4: De matriz areno-siltosa, compacta, de coloração castanha avermelhada. Apresenta abundantes elementos de calcário (degradado) de pequena dimensão. Interpretado como possível coluvião, com deposições de ferrro e manguanês do tipo clay cloting. Foi recolhida alguma cerâmica recente A sua espessura ronda os 17 cm.

Camada 5: De matriz variável. O sedimento siltoso com lentículas de areia, de pequenas e médias dimensões. Apresenta raros elementos de calcário de pequena dimensão. Foi interpretada como uma deposição coluvionar. A sua potência ultrapassa os 50 cm.

Não foi registado qualquer nível arqueológico preservado.

Fig. 28: Corte Este

Sondagem 2: com profundidade total de 135 cm, interceptou seis camadas:

Camada 1: De matriz humosa e solta, de coloração cinzenta avermelhada. Apresenta alguns elementos de calcário de pequena dimensão, e raízes. O espólio arqueológico recolhido é constituído por cerâmica recente e alguma indústria litíca. A sua potência ronda os 35 cm.

Camada 2: De matriz limo-argilosa, semi-compacta e coloração castanha clara. Contém alguns elementos de calcário de pequena e média dimensão. Visível também a presença de bioturbação animal. Arqueologicamente estéril, a sua espessura varia entre os 20 e os 30 cm.

Camada 3: De matriz siltosa, semi-compacta e de tonalidade beije. Elementos pétreos pouco abundantes, de calcário algo degradado. Novamente presente bioturbação animal. Recolhida cerâmica recente. Interpretada como de formação aluvionar, a sua espessura varia entre os 8 e os 17 cm.

Camada 4: De matriz arenosa, semi-compacta, de coloração castanha-clara. Apresenta raros elementos de calcário de pequena e média dimensão. Trata-se de um pacote fluvial com várias lentículas deposicionais. Não foi registado qualquer material arqueológico nesta camada, cuja potência é de cerca de 30 cm.

Camada 5: De matriz siltosa, solta e tonalidade castanha avermelhada, esta camada corresponde a uma formação aluvionar, arqueológicamente estéril. A espessura é cerca de 25 cm.

Camada 6: De matriz franco-argilosa e apresentando-se semi-compacta, a cor pende para o castanho acinzentado. Surgem alguns elementos pétreos de dimensão média. Igualmente de deposição aluvionar, não apresentou qualquer material arqueológico. A potência desta camada excede os 15 cm.

Não se registou nenhum nível arqueologicamente conservado. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Fig. 29: Corte Sul Parcela 79 (Caneiro) : Esta plataforma incluía-se nos locais de potencial

ocupação humana deste vale, daí a decisão de sondar dois metros quadrados na mesma. Foram implantadas duas sondagens, que distam entre si 34 metros, no eixo da vala de saneamento visto ser este o local mais afectado pelas

Sondagem 1: situada mais a jusante na plataforma. Atingiu os 105 cm, tendo sido identificadas quatro camadas:

Camada 1: De matriz siltosa, solta e coloração beije acinzentada, esta camada encontra-se bastante afectada pelas lavras. Estão presentes os seixos de quartzite e quartzo, bem como os blocos de calcário de pequena dimensão. Trata-se, então, de um remeximento onde se identificaram tanto cerâmica recente como materiais líticos em quartzite. A espessura aproximada é de 20cm.

Camada 2: De matriz silto-arenosa semi-compacta, de cor beije-acinzentada escura. Foi considerada a mesma camada geológica que a anterior pertencendo, porém, a um momento diferente de antropização. Assim sendo, as características são as mesmas. Foi recolhida cerâmica hiistórica. Apresenta uma espessura aproximada de 20 cm.

Camada 3: De matriz arenosa, solta, de cor alaranjada. Presença também de elementos pétreos de pequenas e médias dimensões. Na sua base, surge uma transição mais suave para a Camada 4, tornando-se o sedimento mais arenoso. Foram recolhidos fragmentos de cerâmica recente. Espessura aproximada de 60cm.

Camada 4: De matriz arenosa, solta, de cor laranja-acastanhada. Foram identificados alguns elementos de pequena e média dimensão, sendo que na base da sondagem estes aumentam de densidade. Esta camada pode corresponder ao antigo leito da ribeira. A sua espessura ultrapassa os 15cm.

Fig. 30: Corte Nordeste Sondagem 2: Com 100cm de profundidade, foram identificadas as

mesmas quatro camadas que na sondagem anterior, sendo que o material arqueológico exumado é também em tudo idêntico

.

Fig. 31: Corte Sudoeste Não foram registados quaisquer níveis arqueológicos conservados.

Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento, sendo que a única medida de minimização é o acompanhamento arqueológico da obra.

Parcela 85: A decisão de implantar neste local algumas sondagens deveu-se ao facto de este se localizar junto a um abrigo em frente ao qual se situa um talude de dimensões consideráveis que, muito provavelmente, encerra níveis arqueológicos pré-históricos preservados. Este facto, foi não só observado pela equipa da STEA aquando da visita ao local, como também pela equipa da Ocrimira. Tendo em vista, então, esses factos, decidiu-se abrir, com meios mecânicos, sondagens de montante para jusante, uma vez que o abrigo em causa se situar em frente à parcela 84. Foram abertas seis sondagens, quer no eixo da vala como próximas ao talude, que atingiram profundidades variáveis, sempre mais abaixo da cota a que passará a vala.

Sondagem 1: atingiu a cota de 160 cm a partir da superfície. Interceptou, então, cinco camadas:

Camada 1: De matriz humosa e solta, de coloração castanha-escura, apresenta abundantes raízes e raros elemento de calcário de médias dimensões. Trata-se de uma coluvião que sofreu de remeximentos recentes. Não foram detectados quaisquer vestígios arqueológicos. A potência desta camada ronda os 20 cm.

Camada 2: De matriz siltosa, solta de cor castanha avermelhada. Regista-se a presença de raízes e raros elementos de calcário de pequenas e média dimensão. Foi interpretado como uma coluvião, tendo sofrido remeximentos antigos. A sua espessura é de 50 cm.

Camada 3: De matriz silto-arenosa, muito compacta, castanha acizentada com tonalidades laranja. Apresenta uma grande abundância de blocos de calcário de pequena e média dimensão, e carvões. Trata-se de uma coluvião, com cerca de 60 cm de espessura.

Camada 4 : De matriz siltosa, compacta, de coloração castanha alararanjada, interpretada como coluvião, com cerca de 10 cm de potência.

Camada 5 : De matriz siltosa , também compacta, de cor castanha muito escura. Apresenta alguns elementos de calcário de média dimensão. Interpretada como uma coluvião, excede os 40 cm de espessura.

Não foi registado qualquer nível arqueológico preservado.

Sondagem 2: Tendo atingido os 160 cm de profundidade, foram detectadas seis camadas:

Camada 1: De matriz humosa, solta, de coloração castanha-escura. Apresenta abundantes raízes e elementos pétreos de calcário e quartzo de pequena dimensão. Trata-se de um coluvião afectado por remeximentos recentes, sendo a sua espessura de 20 cm.

Camada 2: De matriz siltosa, solta e abundante presença de raízes. Os elementos de calcário e quarzto de pequena e média são comuns. Foi interpretado

como uma coluvião. Ronda os 70 cm de espessura, com uma coloração castanha clara.

Camada 3: Presente apenas no quadrante SW, de matriz areno-argilosa, muito compacta, de cor castanha acizentada escura. Contém raízes e elementos calcários de pequena dimensão. Existem ainda abundantes carvões. Sem material arqueológico, a sua espessura ronda 17 cm.

Camada 4: De matriz siltosa e compacta, com a presença frequente de elementos de pequena e média dimensão de calcário, bem como de carbonatos. Interpretada como uma coluvião, ronda os 30 cm de espessura de cor castanha alaranjada.

Camada 5: De matriz saibrosa e semi-compacta, castanha acizentada, embala um pacote constituído por abundantes seixo rolados de quartzo e quartzito. Foi considerada de formação aluvionar. De potência atinge os 10 cm.

Camada 6: De matriz silto-argilosa, compacta, de tonalidade castanha avermelhada. Não apresenta qualquer elemento estranho ao sedimento. Interpretada como coluvião, sendo que excede os 30 cm.

Não se registou qualquer nível arqueológico preservado. Sondagem 3: atingiu os 180 cm, tendo sido registadas 4 camadas: Camada 1: De matriz humosa, solta, de coloração castanha-escura.

Apresenta abundantes raízes e elementos pétreos de calcário e quartzo de pequena dimensão. Trata-se de um coluvião afectado por remeximentos recentes, sendo a sua espessura de 25 cm.

Camada 2: De matriz siltosa e solta, castanha clara. Com abundante presença de raízes. Os elementos de calcário e quarzto de pequena e média são comuns. Foi interpretado como uma coluvião. Recolheu-se aqui um fragmento mesial de lâmina retocada. Ronda os 50 cm de espessura.

Camada 3: De matriz siltosa, compacta com a presença frequente de elementos de pequena e média dimensão de calcário, bem como de carbonatos. Interpretada como uma coluvião, que assenta a Norte num grande bloco ou afloramento calcário, registando-se um desnível em socalco no sentido da ribeira de 40 cm. A camada ronda os 35 cm de espessura, de coloração beije.

Camada 4: De matriz siltosa e muito compacta, embala um pacote de elementos de calcário de pequenas e médias dimensões. Contém carbonatos. Trata-se de um pacote coluvionar, sub-horizontal, que encosta ao bloco. A sua potência é superior a 70 cm, de cor castanha acizentada escura.

Não se registou nenhum nível arqueológico preservado.

Fig. 32: Corte Norte

Sondagem 4: Atingiu os 170cm, tendo sido registadas nove

camadas: Camada 1: De matriz humosa, solta, de coloração castanha-escura.

Apresenta abundantes raízes e elementos pétreos de calcário e quartzo de pequena dimensão. Trata-se de um coluvião afectado por remeximentos recentes, sendo a sua espessura de 20 cm.

Camada 2: De matriz De matriz siltosa e solta . Com abundante presença de raízes. Os elementos de calcário e quarzto de pequena e média são comuns. Foi interpretado como uma coluvião. Ronda os 45 cm de espessura, de coloração castanha alaranjada.

Camada 3: De matriz silto-argilosa, semi-compacta, castanha escura. Apresenta abundantes elementos de calcário de pequenas, médias e grandes dimensões. Apresenta carbonatos e carvões. Foi interpretado como coluvião. A sua potência ronda os 25cm.

Camada 4: De matriz saibrosa, solta, de cor beije. Trata-se de um pacote aluvionar pouco espesso e irregular. A sua espessura ronda os 5 cm.

Camada 5: De matriz silto-arenosa, semi-compacta, castanha acinzentada escura. Apresenta abundantes elementos em quartzo e calcário de muito pequenas dimensões. Apresenta uma importante densidade de carbonatos e de carvões. Interpretado como uma coluvião. A sua espessura ronda os 25 cm.

Camada 6: De matriz silto-arenosa, compacta, de coloração castanha alaranjada. Trata-se de um pacote coluvionar cuja espessura varia ente os 3 e os 10 cm.

Camada 7: De matriz siltosa, compacta, de cor castanha escura. Contém em, grande quantidade, pequenos elementos de calcário e carbonatos, sendo que estes formam um nível mais intenso de cerca de 10 cm. A sua espessura ronda os 15 cm.

Camada 8: De matriz siltosa, compacta, de tonalidade castanha clara. Foi interpretado como uma coluvião. A sua espessura é de cerca de 14 cm.

Camada 9: Cascalheira de quartzite composta por seixos rolados, embalada por um saibro, formando uma unidade semi-compacta de coloração castanha avermelhada. Foi interpretado como um fenómeno aluvionar. A sua potência é superior a 15 cm.

Não se registou nenhum nível arqueológico preservado.

Fig. 33: Corte Este

Sondagem 5: atingiu os 120 cm, tendo sido registadas 2 camadas: Camada 1: De matriz humosa, solta, de coloração castanha-escura.

Apresenta abundantes raízes e elementos pétreos de calcário e quartzo de pequena dimensão. Trata-se de um coluvião afectado por remeximentos recentes, sendo a sua espessura de 65 cm. Não foram identificados quaisquer materiais arqueológicos.

Camada 2: De matriz siltosa e solta, de cor castanha-amarelada. Os elementos de calcário de pequena e média dimensão são comuns. Foi interpretado como uma coluvião que assenta directamente sobre o afloramento rochosos ou sobre um grande abatimento. Não foram identificados quaisquer materiais arqueológicos. A sua potência ronda os 65 cm.

Não se registou nenhum nível arqueológico preservado. Sondagem 6: atingiu os 150 cm, tendo sido registadas 3 camadas: Camada 1: De matriz humosa, solta, de coloração castanha-escura.

Apresenta abundantes raízes e elementos pétreos de calcário e quartzo de pequena dimensão. Trata-se de um coluvião afectado por remeximentos recentes, sendo a sua espessura de 90 cm. Não foram identificados quaisquer materiais arqueológicos.

Camada 2: De matriz siltosa e compacta, de cor castanha-acinzentada. É constituída por seixos de quartzito de médias dimensões. Apresenta uma intensa presença de carvões. Foi interpretado como um fenómeno aluvionar. Não foram identificados quaisquer materiais arqueológicos. A sua potência ronda os 30 cm.

Camada 3: De matriz arenosa, solta, de coloração castanha-clara. É constituída por elementos calcários de médias dimensões. Foi interpretado como um fenómeno aluvionar. Não foram identificados quaisquer materiais arqueológicos. A sua potência ronda os 30 cm, sendo que assenta directamente sobre o afloramento calcário.

Não se registou nenhum nível arqueológico preservado. Esta parcela encontra-se liberta para os trabalhos de saneamento,

sendo que as medidas de minimização propostas são o balizamento de todo o talude por forma a impedir qualquer afectação deste pelas máquinas e o acompanhamento arqueológico da obra.

Dão-se por concluídos os trabalhos de campo abarcados pela 1ª Fase. Estando completas as 60 sondagens é perceptível que apenas alguns dos pontos afectados pela futura obra no vale em questão são passíveis de conter ocupação humana preservada. É bem visível que a zona mais a montante apresenta maior potencial arqueológico, devido às óptimas condições geológicas do mesmo.

Anexo:

Parcela Situação do terreno

Razões da intervenção Intervenção Material recolhido Situação

arqueológica 1 Acordo,

sem autorização

Mancha de materiais identificada por Ocrimira

Não - -

3 Litígio Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. mecânica (autorização de um familiar)

Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

4 Acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. mecânica

Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

5 Litígio Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

7 Acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente por vezes queimada

Provável escorrência de ocupação mais a norte

8 Acordo, sem autorização

Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

10 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

11 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

12 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente e de construção

Ocupação humana não confirmada

18 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

19 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente Ocupação humana não confirmada

20 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente e 1 frag. lâmina de sílex (superfície)

Ocupação humana não confirmada

22 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

23 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

24 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

29 acordo Mancha de materiais 1 sond. manual Cerâmica recente e Ocupação

identificada por Ocrimira

nódulos de sílex com fractura mecânica

humana não confirmada

30 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

31 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

32 acordo Plataforma com interesse geo-arqueológico

1 sond. mecânica

Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

34 acordo Plataforma com interesse geo-arqueológico

1 sond. mecânica

Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

36 acordo Plataforma com interesse geo-arqueológico

1 sond. mecânica

Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

40 acordo Plataforma com interesse geo-arqueológico

1 sond. mecânica

Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana não confirmada

43 Acordo, sem autorização

Mancha de materiais identificada por Ocrimira (bastante desviada da área afectada pela obra)

não - -

44 Acordo, sem autorização

Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

45 litígio Identificado pela STEA (plat. do sílex)

não - -

46 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não (traçado do emissário alterado recentemente)

- -

47 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. mecânica

Cerâmica recente Ocupação humana não confirmada

48 acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual terminada à máquina

Cerâmica recente Ocupação humana não confirmada

49 Acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

2 sond. manuais terminadas à máquina

Cerâmica recente Ocupação humana não confirmada

57 Acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

59 Acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente e lascas de quartzito

Ocupação humana não confirmada

60 Acordo Mancha de materiais identificada por Ocrimira

1 sond. manual Cerâmica recente Ocupação humana não confirmada

64 Acordo Local com potencial 1 sond. manual Cerâmica recente -

de ocupação 68 Acordo Sondagem perto da

mancha de concentração, como proposto pela Drª Vânia Carvalho

1 sond. mecânica

- Ocupação humana não confirmada

69 Litígio Mancha de materiais identificada por Ocrimira

não - -

70 Acordo Local com potencial de ocupação

1 sond. mecânica

- -

71 (Abrigo do Poço)

acordo Local identificado pela STEA no decurso dos trabalhos

não Fauna malacológica e indústria lítica preservada em corte

Ocupação humana preservada

72 litígio Local com potencial ocupação

3 sond. manuais Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana inexistente

Emissário 7.2.1.3

? Área afectada pela obra com sílex à superfície

2 sond. mecânica

Cerâmica recente e nódulos de sílex com fractura mecânica

Ocupação humana inexistente

73 acordo Local com potencial ocupação (plt. Poço do engenho)

2 sond. manuais Cerâmica recente Ocupação humana inexistente

73+74 (Casa da Epígrafe)

acordo Identificado pela Ocrimira antes do início dos trabalhos

5 sond. manuais Cerâmica recente, alguns fragmentos de sílex talhados e, na sua maioria, fracturados mecanicamente

Ocupação humana não confirmada

79 acordo Local com potencial ocupação

2 sond. manuais Cerâmica recente e algumas lascas em sílex

Ocupação humana não confirmada

81-82 (plt. do Abrigo da Palha)

acordo Local identificado pela STEA

5+3 sond. manuais

Fauna malacológica e mamalógica , indústria lítica atribuível ao magdalenense, com termoclastos

Existência de ocupação humana

83 (Abrigo do Pinheiro)

acordo Local identificado pela STEA

5 sond. manuais Escassa indústria lítica e termoclastos

Possível ocupação humana

84 (plt. Do Pinheiro grande)

acordo Local identificado pela STEA

5 sond. manuais Indústria lítica em sílex e quartzito

Escorrências do talude adjacente

85 acordo Local com potencial ocupação

6 sond. mecânicas

Indústria lítica à superfície e na Camada 1. Camada 3 com intensa presença de carvões.