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FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ (FAACZ)
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
THAIZ DOS SANTOS AQUINO NEVES
A RELEVÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA PRIMORDIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL
CASO PRÁTICO: TRIBUTAÇÃO NUMA EMPRESA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICA
ARACRUZ/ES
2014
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THAIZ DOS SANTOS AQUINO NEVES
A RELEVÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA PRIMORDIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL
CASO PRÁTICO: TRIBUTAÇÃO NUMA EMPRESA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICA
Trabalho de Conclusão de Curso, da discente Thaiz dos Santos Aquino Neves, do Curso de Ciências Contábeis - Faculdades Integradas de Aracruz. (FAACZ)
Orientador: Ms. Aldimar Rossi
ARACRUZ/ES
2014
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FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ (FAACZ)
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
THAIZ DOS SANTOS AQUINO NEVES
Autorização: Decreto n.º 97.770 de 22/05/1989
Reconhecimento: Portaria n.º 207 de 07/02/1994
Renovação de Reconhecimento: Portaria n° 110, de 25/06/2012 (publicado em 28/06/2012)
A RELEVÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA PRIMORDIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL
CASO PRÁTICO: TRIBUTAÇÃO NUMA EMPRESA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICA
Trabalho de Conclusão de Curso, do discente Thaiz dos Santos Aquino Neves, do Curso de Ciências Contábeis - Faculdades Integradas de Aracruz (FAACZ) como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Contabilidade.
Monografia aprovada em 24 de novembro de 2014.
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________
Prof.Ms.Aldimar Rossi
Orientador
______________________________
Prof.Ms. Mériton Soares da Silva
Membro
______________________________
Prof. Milton Araújo Junior
Membro
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AGRADECIMENTO
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, que me permitiu esta etapa de vida!
À minha família, principalmente a minha mãe pela compreensão quanto ao afastamento da rotina familiar em prol de objetivos e desafios pessoais e ainda pela
motivação e carinho. Ao meu pai, que mesmo distante está sempre a me apoiar.
Ao meu noivo, pelo companheirismo e amizade.
Aos professores que souberam partilhar seus conhecimentos e saberes nesta caminhada.
Aos colegas de sala e de corredor, com os quais tive o privilégio de conhecer e conviver dividindo e aprendendo conhecimentos.
Ao meu orientador, pela dedicação na construção desta pesquisa, pela confiança depositada no meu trabalho, pelo incentivo na postura cognitiva e, principalmente
por me oportunizar o desafio de galgar uma etapa tão grandiosa na busca de conhecimento.
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DEDICATÓRIA
A todos aqueles qυе dе alguma forma estiveram е estão próximos dе mim, fazendo
esta vida valer cada vеz mais а pena.
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O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas as
implicações futuras das decisões presentes.
Peter Drucker
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Resumo
O estudo da legislação tributária brasileira não é tarefa simples. O grande número de
leis voltadas à arrecadação e ao controle tributário representa exigências fiscais em
forma de leis federais, estaduais, distritais e municipais, decretos, resoluções e
instruções normativas. O planejamento tributário pode levar a dois resultados:
eliminação da incidência tributária e redução da carga tributária ou postergação da
incidência tributária e ganho financeiro. Observa-se uma enorme lacuna no
conhecimento por parte dos empresários frente à legislação tributária, o que acaba
por causar erros na definição da escolha tributária da empresa. Neste contexto, um
estudo sobre planejamento tributário, visa promover a difusão de procedimentos
amparados por lei, que venham a auxiliar os profissionais e ampliar suas
possibilidades de redução no recolhimento de seus impostos, através de
informações teóricas confiáveis e finalmente com um modelo aplicado a uma
situação real, o que irá garantir uma visão do todo, observando assim, possibilidade
perfeitamente aplicáveis e que mostrarão os benefícios oferecidos pela tributação
com base no tipo de tributação em que se enquadra a empresa. Todo trabalho está
pautado na premissa de que o planejamento tributário é uma atividade lícita do
contribuinte e deve, por isso, ser feita dentro dos parâmetros permitidos por lei, para
que tenha total segurança nas suas atividades.
Palavras- chave: Tributação, Planejamento tributário, Sistema Tributário Brasileiro.
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LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 Principais impostos cobrados no Brasil ........................................ 25
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LISTA DE TABELAS
TABELA 01 Faturamento Acumulado dos 12 (doze) meses mensalmente e Faixa de Faturamento do Simples Nacional inerente ao estudo de caso .............. 49
TABELA 02 Tributos, exceto o ICMS, Incidentes sobre a Receita com Vendas de Mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso ........ 50
TABELA 02.01 ICMS incidente sobre a Receita com Vendas de Mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso. ........................................ 51
TABELA 03 Tributos Incidentes sobre a Receita com Prestação de Serviço com base no Simples Nacional..................................................................................... 53
TABELA 04 Encargos com a Folha de Pagamento com Base no Simples Nacional ..................................................................................................... 56
TABELA 05 Total dos Tributos com Base no Simples Nacional ...................... 58
TABELA 06 Encargos sobre a Folha de Pagamento com Base no Lucro Presumido e no Lucro Real ................................................................................... 61
TABELA 07 Cálculo do ISS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso ....................................... 64
TABELA 08 Cálculo do ICMS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso ....................................... 67
TABELA 09 PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Presumido inerente ao estudo de caso ..................................................................................................... 70
TABELA 10 IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento do Comércio inerente ao estudo de caso ................................................................... 72
TABELA 11 IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento com Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso ............................................... 73
TABELA 12 CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento do Comércio inerente ao estudo de caso ................................................................... 74
TABELA 13 CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento com Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso ............................................... 75
TABELA 14 Total dos Tributos com Base com base no Lucro Presumido inerente ao estudo de ........................................................................................... 77
TABELA 15 PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Real inerente ao estudo de caso ..................................................................................................... 79
TABELA 15.01 Apuração de PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Real inerente ao estudo de caso ................................................................................... 80
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TABELA 16 Apuração do IRPJ no Regime de Tributação do Lucro Real Trismetral inerente ao estudo de caso .................................................................. 83
TABELA 17 Apuração da CSLL no Regime de Tributação do Lucro Real Trimestral inerente ao estudo de caso .................................................................. 84
TABELA 18 Total dos Tributos com Base com base no Lucro Real inerente ao estudo de caso ..................................................................................................... 86
TABELA 19 Comparativo entre os Regimes de Tributação do Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real inerente ao estudo de caso .................................. 88
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 01 - Arrecadação Tributária Mensal incidente sobre a Receita com Vendas de Mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso. .................................................................................................................................. 52
GRÁFICO 02 - Arrecadação Tributária Mensal incidente sobre a sobre a Receita com Prestação de Serviço com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso. .......................................................................................................................... 54
GRÁFICO 03 - Arrecadação Mensal de Encargos com a Folha de Pagamento com Base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso. ........................................... 57
GRÁFICO 04 - Representação de cada tributo no Simples Nacional inerente ao estudo de caso. ......................................................................................................... 59
GRÁFICO 05 - Arrecadação Mensal de Encargos com a Folha de Pagamento com Base no Lucro Presumido e no Lucro Real inerente ao estudo de caso. .................. 62
GRÁFICO 06 - Arrecadação Mensal do ISS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso. .......................................... 65
GRÁFICO 07 - Arrecadação do ICMS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso. .......................................... 68
GRÁFICO 08 - Arrecadação Mensal de PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Presumido inerente ao estudo de caso. .................................................................... 71
GRÁFICO 09 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento do Comércio inerente ao estudo de caso. ......................................... 72
GRÁFICO 10 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso. ......................... 73
GRÁFICO 11 - Arrecadação Trimestral de CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso. ......................... 75
GRÁFICO 12 - Arrecadação Trimestral de CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso. ......................... 76
GRÁFICO 13 - Representação de cada tributo no Lucro Presumido inerente ao estudo de caso. ......................................................................................................... 78
GRÁFICO 14 - Arrecadação Mensal de PIS/PASEP e COFINS para os Regimes de Tributação do Lucro Real inerente ao estudo de caso. ............................................. 81
GRÁFICO 15 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Real Trimestral inerente ao estudo de caso. ...................................................................................... 83
GRÁFICO 16 - Arrecadação de CSLL com base no Lucro Real Trimestral inerente ao estudo de caso. ......................................................................................................... 85
13
GRÁFICO 17 - Representação de cada tributo no Lucro Real inerente ao estudo de caso. .......................................................................................................................... 87
GRÁFICO 18 - Arrecadação entre os Regimes de Tributação do Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real inerente ao estudo de caso. ..................................... 89
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Art. Artigo
Arts. Artigos
CF Constituição Federal
CGSN Comitê Gestor do Simples Nacional
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CPP Contribuição Patronal Previdenciária
CSLL Contribuição Social Sobre Lucro Líquido
CTN Código Tributário Nacional
DARF Documento de Arrecadação de Receitas Federais
DAS Documento de Arrecadação
DRE Demonstração do Resultado do Exercício
EPP Empresas de Pequeno Porte
FAP Fator Acidentário de Prevenção
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
ICMS Imposto sobre Operações Relativas à circulação de Mercadorias e Sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
IN Instrução Normativa
INCRA Instituto Nacional de colonização e reforma agrária
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IOF Imposto sobre Operações Financeiras
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IPTU Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana
IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
IR Imposto de Renda
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica
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ITBI Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos
ITR Imposto Territorial Rural
ISS Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza
LALUR Livro de Apuração do Lucro Real
LC Lei Complementar
ME Microempresa
MEI Microempreendedor Individual
NCM Nomenclatura Comum do Mercosul
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PIB Produto Interno Bruto
PIS Programa de Integração Social
RAT Risco de Acidente do Trabalho
RICMS/ES Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do Estado do Espírito Santo
RIR Regulamento do Imposto de Renda
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESI Serviço Social da Indústria
SRF Secretária da Receita Federal
TIPI Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO _________________________________________________ 18
2. O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ______________________________ 21
2.1 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS .................................................................................. 22
2.1.2 Taxas ______________________________________________________ 25
2.1.3 Contribuição de Melhoria _____________________________________ 26
2.1.4 Empréstimos Compulsórios ___________________________________ 27
2.1.4 Contribuições Especiais ______________________________________ 28
3. A TRIBUTAÇÃO DAS EMPRESAS NO BRASIL ______________________ 30
3.1 SIMPLES NACIONAL.......................................................................................... 30
3.2 LUCRO PRESUMIDO ......................................................................................... 32
3.2 LUCRO REAL ..................................................................................................... 34
3.4 LUCRO ARBITRADO .......................................................................................... 35
4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ___________________________________ 37
4.1 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO .................................................................... 40
4.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ............................. 40
4.3 CLASSIFICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ..................................... 41
4.4 PARTICULARIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO .............................. 42
5. ESTUDO DE CASO - EMPRESA NO COMÉRCIO VAREJISTA DE
INFORMÁTICA ___________________________________________________ 47
5.1 CARACTERIZAÇÕES DA EMPRESA................................................................. 47
5.2 REGIMES TRIBUTÁRIOS ................................................................................... 48
5.2.1 Simples Nacional ____________________________________________ 48
5.2.2 Lucro Presumido X Lucro Real _________________________________ 60
5.2.3 Apuração dos tributos peculiares no Lucro Presumido ____________ 69
17
5.2.4 Apuração dos tributos peculiares no Lucro Real __________________ 78
5.2.5 Comparativo: Simples Nacional x Lucro Presumido x Lucro Real ____ 88
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________ 90
REFERÊNCIAS __________________________________________________ 92
ANEXOS ________________________________________________________ 96
18
1. INTRODUÇÃO
O planejamento tributário visa melhorar os níveis de eficiência e eficácia das
organizações focando melhores resultados nas empresas, através da manutenção
preventiva, para isso, são necessárias informações fiscais, comerciais e de
parâmetros contábeis com veracidade dos fatos contábeis ocorridos. Diminuir a
carga tributária e pagar menos tributos, dentro da lei, é uma prática lícita, e não deve
ser confundida com sonegação fiscal (SILVA, 1987).
Embora os gestores, tenham elevado espírito empreendedor, muitas vezes
necessitam de contribuições, informações ou mesmo ferramentas específicas para
gerir e alavancar seus negócios. Há necessidade de planejamento tributário no
cenário em que nos encontramos, pois é uma questão de sobrevivência, tendo em
vista as obrigatoriedades que vem surgindo, bem como a complexidade crescente
nos negócios. O planejamento tributário no Brasil deverá se profissionalizar ainda
mais, de forma que somente conhecimentos de cunho jurídico não bastem para a
planificação tributária (AMARAL, 2007).
Para a pessoa jurídica, o planejamento tributário pode conceber a
sobrevivência no mundo corporativo moderno, no qual a concorrência é acirrada-
hoje é dever de todo administrador identificar oportunidades para poupar o
pagamento do tributo, desde que as práticas adotadas não firam nenhum dispositivo
das normas tributárias (ANDRADE FILHO, 2009).
Esta pesquisa origunous-e da importância de tomarmos decisões que
envolvem tributos. Seja na vida profissional, seja na vida pessoal, como gestor de
uma empresa ou consumidor, certamente haverá um momento em que nos
deparamos com uma situação que envolva uma escolha a ser feita, uma decisão a
ser tomada que muito provavelmente, produzirá no presente ou no futuro, para si
próprio ou para a entidade que represente algum efeito tributário.
O planejamento tributário visa reduzir a carga tributária utilizando-se de um
estudo prévio de acordo com cada atividade empresarial. Sendo assim é
fundamental expor e responder ao seguinte problema: Qual a relevância do
planejamento tributário como ferramenta primordial na gestão empresarial?
19
O planejamento pressupõe trabalho, aprimoramento para se chegar a uma
finalidade, tendo como ferramenta o gerenciamento e acompanhamento para atingir
as metas. Sendo assim o objetivo geral deste trabalho é identificar o melhor regime
de tributação de uma empresa através de um comparativo, utilizando o
planejamento tributário como uma ferramenta primordial na gestão empresarial.
Além do objetivo geral é possível: descrever o Sistema Tributário Brasileiro;
caracterizar as empresas e seus aspectos tributários e destacar a particularidades
do planejamento tributário.
O processo de tomada de decisões tem fundamento nas informações
legítimas e é para isso que o uso do planejamento se faz indispensável nas
organizações. O presente estudo torna-se relevante, pois, atualmente no Brasil
devido à falta de um conhecimento da legislação tributária, muitas empresas deixam
de atender os fiscos municipais, estaduais e federais de maneira correta e completa.
Como metodologia para realização deste trabalho foi utilizada a pesquisa
bibliográfica que segundo Gil (1996, p. 48) é desenvolvido a partir de material já
preparado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, e Otani e Fialho
(2011, p. 38) complementam dizendo que a pesquisa bibliográfica, consiste na
aquisição de dados através de fontes secundárias, na qual se utiliza com fontes de
coleta de dados materiais publicados. Também é apresentado um estudo de caso
que assegura as habilidades desejadas extraindo do caso às informações relevantes
através de procedimentos fortemente baseados na percepção e na capacidade
analítica da tributação das empresas.
A pesquisa quanto aos objetivos e objeto realizou uma pesquisa bibliográfica
e um estudo de caso em uma empresa na área de informática, situada no município
de Aracruz - ES. Para realização do trabalho ainda foram realizadas as seguintes
etapas: caracterização da empresa de estudo, bem como o perfil tributário; estudo
transcritivo e transversal realizado por meio de entrevista estrutura com perguntas
abertas e fechadas aos proprietários da empresa. As entrevistas foram, transcritas e
posteriormente submetidas à análise; tabulação dos dados coletados através de
gráficos e tabelas.
Foram analisados os dados contábeis da empresa no ano-calendário de
2013 (Dois mil e treze), a fim de se verificar se o regime tributário que a mesma se
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encontra é o melhor para o seu desempenho. Para isso foram explanados os
cálculos nos três regimes de tributação: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro
Real.
O presente trabalho de pesquisa pode contribuir com informações para a
tomada de decisões envolvendo tributos, tendo em vista que a contabilidade, na sua
essência, tem o objetivo fundamental de produzir informações sobre a tomada de
decisões e a contabilidade tributária é entendida como um instrumento necessário
para identificar, mensurar e informar o impacto causado pelos tributos no patrimônio
das organizações.
O trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo refere-se
Sistema Tributário Nacional - que é a Lei norteadora, no Brasil, da aplicabilidade dos
tributos, extensão, alcance, limites, direitos e deveres dos contribuintes, atuação dos
agentes fiscalizadores e demais normas tributárias.
O segundo capítulo aborda a tributação das empresas no Brasil. Enfatiza o
conceito de Lucro Presumido, Lucro Real, Simples Nacional e Regime Arbitrário.
O terceiro capítulo destaca as particularidades do planejamento tributário,
tendo em vista o sistema tributário brasileiro até o presente ano.
O quarto capítulo aborda um estudo de caso em uma Empresa de Pequeno
Porte do ramo de comércio varejista de equipamentos de informática, bem com a
prestação de serviço sobre tais equipamentos, comparando os três regimes
tributários (Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional).
21
2. O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
A Constituição Federal (CF/88) dedica 18 de seus artigos (do 145 ao 162
Título VI, Capítulo I) ao Sistema Tributário Nacional, é definido por vários autores do
qual se destaca Harada que define o sistema tributário nacional como:
O conjunto de normas constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema jurídico global, formado por um conjunto unitário e ordenado de normas subordinadas aos princípios fundamentais reciprocamente harmônicos, que organiza os elementos constitutivos do Estado, que outra coisa não é senão a própria Constituição (HARADA, 2007, p.328)
A Expressão tributar tem sua gênese na expressão tribuere que significa
dividir tribos, repartir, distribuir, atribuir. A idéia presente nesta expressão é, portanto,
a de que o Estado distribuiu entre seus cidadãos o ônus de pagar o tributo na
condição de contribuintes - aqueles que contribuem (AMARO, 2005, p.16).
De acordo com Amaro (2005, p.25) [...] “tributo é a Expressão pecuniária não
sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou entidades não
estatais de fins de interesse público”.
O Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172 de 1966) conceituou tributo no
artigo 3º da seguinte forma:
Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (LEI n° 5.172, de 25 de outubro de 1966).
Harada (2005, p.21) destaca que o Sistema Tributário é o conjunto de leis
constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema jurídico global, formado
por um conjunto único e ordenado de normas subordinadas aos princípios
fundamentais, mutuamente harmônicos, que organiza os elementos constitutivos do
Estado, que outra coisa não é senão a própria Constituição. O que existe, portanto,
é um sistema parcial (sistema constitucional tributário) dentro de um sistema global
(sistema constitucional).
Melo (2007, p.12) não só identifica o sistema constitucional tributário, como
também observa sua importância destacando que o sistema constitucional tributário
constituído por princípios e regras específicas, é expressamente disciplinado em
22
capítulo próprio da Constituição Federal. Assim, os lineamentos, os contornos, os
padrões e os limites da tributação encontram-se descritos na Constituição. O exame
da matéria tributária impõe, necessariamente, a análise e a compreensão dos
princípios e normas hauridos na Constituição como lei fundamental e suprema do
Estado, conferindo poderes, concedendo competências e estabelecendo os direitos
e garantias individuais.
Coelho (2006, p.3-4) destaca que o Brasil, ao contrário, de outros países
inundou a Constituição com princípios e regras atinentes ao direito tributário. Somos
o país cuja Constituição é a mais extensa e minuciosa em tema de tributação.
De acordo Gassen et. al. (2013) a tributação sobre o consumo representa
hoje a principal fonte de receitas do Estado brasileiro. Atualmente, mais da metade
da arrecadação tributária advém de alguma forma na cadeia produtiva, sendo
repassadas, dessa forma, ao consumidor final por intermédio de mecanismos que
refletem economicamente o ônus fiscal no preço final de bens e serviços.
Como consequência calamitosa dessa escolha, acaba-se gerando uma
matriz tributária altamente regressiva, o que contribui enormemente no
aprofundamento do abismo social existente em nosso país. Em uma clara violação
ao princípio da capacidade contributiva, busca-se no Brasil, por meio da tributação
sobre o consumo, tributar de forma mais dispendiosa as camadas mais pobres da
população, fazendo com que elas sustentem em grande medida, o Estado brasileiro
(GASSEN, 2013).
Essa realidade alanceia, assim, um pressuposto lógico e óbvio seguido pela
grande maioria dos países desenvolvidos: onerar conforme a capacidade econômica
de cada um. Com isso, nega-se à grande parte de nossa população o mínimo
existencial que afiance seus meios de subsistência, comprometendo a existência
digna desses cidadãos (GASSEN, 2013).
De acordo com Gassen (2013), é necessário debater meios de se reformular
a matriz tributária, de maneira a melhor distribuir o ônus fiscal em nossa sociedade.
2.1 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
23
Bastos (1992) destaca que o Sistema Tributário nacional é o conjunto de
princípios e de normas unificados em torno da idéia de tributo. São cinco as
espécies de tributo: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais (sociais: previdência social; de intervenção
do Estado no domínio econômica e referente às categorias profissionais):
Impostos - não implicam em contraprestação por parte do Estado; são tributos não vinculados.
Taxas - constituem modalidade tributária vinculada à prestação por parte do Poder Público, do poder de polícia ou então utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.
Contribuição de Melhoria - é modalidade tributária indiretamente vinculada, sendo necessário que o Estado realize alguma obra, devendo esta obra gerar uma plus valia da propriedade individual. A atual Carta não faz estas duas exigências, mas elas continuam a funcionar como pressupostos da cobrança.
Empréstimos Compulsórios - devem ser criados por lei complementar, o que representa uma garantia para o contribuinte. Podem ser criados para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, ou então no caso de investimento público de caráter urgente de relevante interesse nacional.
Contribuições Especiais - As diretrizes das contribuições especiais estão na Constituição Federal. O artigo 149 da Carta Magna dispõe: Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. (BASTOS, 1992, p.35)
Segundo Art. 5º do Código Tributário Nacional (CTN), os tributos são
impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Sousa (1981, p.161) aborda seu conceito geral de tributo como sendo: "a
receita derivada que o Estado arrecada mediante o emprego da sua soberania, nos
termos fixados em lei, sem contraprestação diretamente equivalente, e cujo produto
se destina ao custeio das atividades próprias do Estado".
De acordo com Silva et al (2013, p.26) não é de hoje que a legislação
tributária provoca verdadeira insegurança nos contribuintes. Há muito tempo essa
“cultura” arrecadatória e de fiscalização vem promovendo maior alvoroço em
cumprimento dessa obrigação, quando exige o preenchimento freqüente de
formulários, guias fiscais, declarações tributárias, enfim, uma infinidade de ações
principais e acessórias que certamente frustra tal relação, seja porque sempre muito
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se paga a tal título, seja porque os serviços realizados pelo Estado simplesmente
não funcionam.
Pelo que se pode perceber, esse comportamento fiscal é atemporal. Prova
disso são as conclusões apresentadas por Becker.
Se fossem integralmente aplicadas as leis tributárias, todos os contribuintes seriam passíveis de sanções, inclusive de cárcere eitos, não tanto em virtude de fraude, mas principalmente pela desorientação que o caos da legislação tributária provoca no contribuinte. Tão defeituosa costumam ser a leis tributárias que o contribuinte nunca está seguro das obrigações a cumprir e necessita manter uma dispendiosa equipe de técnicos, especialistas, para simplesmente saber quais as exigências do Fisco (BECKER, 1998, p.8-9)
Mesmo embora Bercker tenha tratado do fenômeno da tributação na década
de 1950, os problemas afetos à arrecadação, à apuração, ao pagamento, ao
recolhimento e ás outras ações semelhantes continuam atormentando o contribuinte
nos dias atuais.
2.1.1 Imposto
É de competência privativa, atribuída pela CF/88, ou seja, é exclusivamente
da União ou dos Estados ou dos Municípios ou do Distrito Federal (arts. 153 a 155
da CF/88).
O imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, é o
que define o art. 16 do CTN.
De acordo com Amaro (2010, p.52), o fato gerador do imposto é uma
situação (por exemplo, aquisição de renda, prestação de serviços, etc.) que não
supõe nem se conecta com nenhuma atividade do Estado especificamente dirigida
ao contribuinte. Ou seja, para exigir imposto de certo indivíduo, não é preciso que o
Estado lhe preste algo determinado. A atuação do Estado dirigida a prover o bem
comum beneficia o contribuinte, mas este frui das utilidades que o Estado fornece
porque é membro da comunidade e não por ser contribuinte.
25
QUADRO 01 - Principais impostos cobrados no Brasil
O Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Atualmente, ela
corresponde a, aproximadamente, 37,5% do PIB (Produto Interno Bruto).
FEDERAIS ESTADUAIS MUNICIPAIS
IR Imposto sobre a renda de
qualquer natureza.
ICMS Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços
IPTU Imposto sobre
Propriedade Predial e Territorial
Urbana
IPI Imposto sobre Produtos
Industrializados.
IPVA Imposto sobre
Propriedade de Veículos
Automotores.
ITBI Imposto sobre
Transmissão Inter Vivos de
Bens e Imóveis e de Direitos
Reais e a eles relativos
IOF Imposto sobre Operações
Financeiras.
ISS Imposto Sobre Serviços.
ITR Imposto Territorial Rural.
FONTE: Portal Tributário.
2.1.2 Taxas
Os Arts. 77 e 78 do CTN definem as taxas, determina o fato gerador, o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos (art. 78).
26
Segundo Amaro (2010, p. 52), “(...) o fato gerador da taxa não é um fato do
contribuinte, mas um fato do Estado. O Estado exerce determinada atividade e, por
isso, cobra a taxa da pessoa a quem aproveita aquela atividade.”
Sabbag (2010, p. 405), diz que “a taxa é um tributo imediatamente vinculado
à ação estatal, atrelando-se à atividade pública, e não à ação do particular”.
O parágrafo único do art. 77 do CTN, estabelece que a taxa não pode ter
base de cálculo ou fato gerador idênticos ao imposto, nem ser calculada em função
do capital das empresas.
2.1.3 Contribuição de Melhoria
De acordo com Sabbag (2010, p.438), no século XX, a contribuição de
melhoria, nas suas mais diferentes variações, foi intensamente utilizada, em quase
todos os países, sob a crença de ser um tributo genuinamente justo, que vinha a
calhar na necessidade de urbanização (ou reurbanização) das cidades,
principalmente após as duas grandes guerras.
Os arts. 81 e 82 do CTN dispõem que a Contribuição de Melhoria, só pode
ser cobrada se, em virtude de obra pública, decorrer valorização imobiliária para o
contribuinte.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (LEI nº 5.172, de 25 de outubro de 1966).
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
27
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo (LEI nº 5.172, de 25 de outubro de 1966).
A contribuição de melhoria também está prevista no art. 145 da CF/88,
manifestando-se no poder impositivo de exigir o tributo dos proprietários de bens
imóveis valorizados com a realização de uma obra pública.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...)
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas (BRASIL, 1988).
Segundo Sabbag (2010, p.442), o fato gerador da contribuição de melhoria é
a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública. A valorização imobiliária é
parte integrante de hipótese de incidência do tributo, sem a qual o fato gerador não
se completa.
2.1.4 Empréstimos Compulsórios
O art. 148 da Constituição Federal prevê a instituição dos empréstimos
compulsórios, e o dispões da seguinte forma:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
28
Este tributo, para alguns, é considerada como coativa e forçada, uma
vez que sua origem não se dá mediante manifestação de livre vontade das
partes; entretanto, é instituído por determinação legal, logo que constatada a
ocorrência do fato gerador; que nada mais é quando resulta a obrigação, de
um lado, de realizar empréstimo de dinheiro ao Estado; e por outro, de ter o
seu pagamento adimplido pelo contribuinte.
O fator marcante do Empréstimo Compulsório é a obrigatoriedade de
restituição.
Amaro (2010, p.73), diz que o empréstimo compulsório é um ingresso
de recursos temporários nos cofres do Estado, pois a arrecadação acarreta
para o Estado a obrigação de restituir a importância que foi emprestada. Aqui,
mais uma vez, deparamo-nos com o qualificativo da compulsoriedade, que já
examinamos ao tratar do conceito de tributo e ao cuidar de taxas de serviços.
Na locução “empréstimo compulsório” (que a doutrina também costuma
designar como “empréstimo forçado”), o adjetivo quer expressar que o
nascimento da obrigação de prestar (a título de empréstimo, embora) é
determinado (forçado) pela lei, não sendo, pois, fruto da vontade dos sujeitos
da relação jurídica.
2.1.4 Contribuições Especiais
O art. 149 da Constituição Federal dispõe que:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Sabbag (2012, p.503), define as contribuições como tributos
destinados ao financiamento de gastos específicos, sobrevindo no contexto
29
de intervenção do Estado no campo social e econômico, sempre no
cumprimento dos ditames da política de governo.
As contribuições especiais, também conhecidas como contribuições
parafiscais, são designadas à aplicação de finanças públicas, de objetivos
extrafiscais, os quais visam arrecadar recursos que custeiem atividades, que
a princípio não eram de responsabilidade do Estado, mas, no entanto, se
desenvolvem através de entidades específicas.
30
3. A TRIBUTAÇÃO DAS EMPRESAS NO BRASIL
De acordo com a legislação federal, a apuração de impostos no Brasil pode
ser feita das seguintes formas: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real e
Lucro Arbitrado.
Para conhecer o melhor regime para apuração de impostos a ser adotado
nas empresas, é importante fazer análises mais profundas de acordo com as
atividades da empresa e também do montante das despesas que ela desembolsa,
bem como o a previsão de receitas esperadas.
Em seguida será abordada cada uma das formas de tributação citadas.
3.1 SIMPLES NACIONAL
O regime do Simples Nacional abrange a participação de todos os entes
federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É administrado por um
Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos
Municípios (RECEITA FAZENDÁRIA).
É uma forma de tributação permitida para empresas que atendam algumas
especificações exigidas pela legislação, instituída pela Lei nº. 9.317/1996,
regulamentada por posteriores atos normativos, mas a alteração mais expressiva foi
dada pela Lei Complementar (LC) nº. 123/2006, que normatizou as Microempresas
(ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Em seguida, a Resolução CGSN
(Comitê Gestor do Simples Nacional) nº. 58/2009 inseriu no Simples Nacional o
Microempreendedor Individual (MEI). Pouco depois a LC 123/2006 sofreu alteração
pela LC 139/2011.
A classificação entre ME, EPP e MEI, tem como base a receita bruta anual.
O art. 3º. Da LC 123/2006, faz a distinção entre ME e EPP:
Art. 3 º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de
31
2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos (LEI COMPLEMENTAR nº 123, DE 2006).
No art. 18-A, § 1º, da LC 123/2006, considera-se MEI o empresário
individual que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$
60.000,00 (sessenta mil reais),
Art. 18-A. (...)
§ 1º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo (LEI COMPLEMENTAR nº 123, DE 2006).
O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento
único de arrecadação, dos seguintes tributos:
• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
• Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS/Pasep);
• Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);
• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS);
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
32
Os tributos devidos, apurados na forma do Simples Nacional, deverão ser
pagos conforme artigo 21 da LC 123/2006.
Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei Complementar, deverão ser pagos:
I - por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê Gestor;
II - (REVOGADO);
III - enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente àquele a que se referir;
IV - em banco integrante da rede arrecadadora do Simples Nacional, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor (LEI COMPLEMENTAR nº 123, DE 2006).
Quando o recolhimento for por intermédio da matriz e na hipótese de a
empresa possuir filiais, o recolhimento dos tributos do Simples Nacional dar-se-á por
intermédio da matriz. Caso tenha havido a retenção na fonte do ISS, ele será
definitivo e deverá ser deduzida a parcela do Simples Nacional a ele
correspondente, que será apurada tomando-se por base as receitas de prestação de
serviços que sofreram tal retenção, não sendo o montante recolhido na forma do
Simples Nacional objeto de partilha com os municípios.
A opção no Simples Nacional se dará na forma a ser estabelecida em ato do
Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário.
A opção deverá ser realizada até o último dia útil do mês de janeiro,
produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. Em caso de
empresa recém-constituída, a opção produzirá efeitos a partir da data do início de
sua atividade, desde que exercida nos termos, nos prazos e nas condições a serem
estabelecidos no ato do Comitê Gestor.
3.2 LUCRO PRESUMIDO
Rodrigues et al (2008, p. 292) conceitua que “lucro presumido é uma forma
de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de
renda e da contribuição social das pessoas jurídicas que não estiveram obrigadas no
ano-calendário, à apuração do lucro real.”
33
Conforme Young (2003, p.36), “lucro presumido é o lucro que se presume
obtido pela empresa sem escrituração contábil, para efeito do pagamento do
imposto de renda, calculado por um coeficiente aplicado sobre a receita bruta.”
Na tributação de empresas pelo Lucro Presumido não importa
(tecnicamente) as despesas ou os custos que tenha, haja vista que o lucro é
determinado por presunção e o Imposto de Renda e a CSLL incidem diretamente
sobre as Receitas. Assim, mesmo que a empresa tenha prejuízo na sua atividade
deve pagar o IRPJ e a CSLL nos quatro trimestres do ano em que optou pelo
presumido.
De acordo coma Receita Fazendária o imposto de renda com base no lucro
presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31
de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.
Destaca-se que não são todas as empresas que podem optar pelo lucro
presumido. De acordo com o Decreto 3.000/1999, art. 516, “a pessoa jurídica cuja
receita bruta total, no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$
48.000.000,00 [...] poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro
presumido.”
As empresas que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real poderão
optar pelo regime de tributação no lucro presumido, conforme a legislação tributária,
precisamente o Decreto 3.000/1999.
Para realizar a opção pelo lucro presumido deve ser feito um estudo
detalhado sobre a lucratividade, sendo que o lucro da atividade da empresa deve ser
seguramente maior que o Lucro Presumido pela legislação. A empresa deve ficar
atenta que os ganhos de capital, receita financeira, descontos obtidos e demais
receitas não tem redução do percentual da base de cálculo, devendo ser calculado o
Imposto de Renda sobre a totalidade. A opção pelo Lucro Presumido se dá mediante
o pagamento da DARF, código Lucro Presumido, sendo que durante o ano-
calendário não pode alterar a opção para o Lucro Real (art.13, Lei 9.718/98).
34
3.2 LUCRO REAL
De acordo com a Receita Fazendária para fins da legislação do imposto de
renda, a expressão “lucro real” significa o próprio lucro tributável, e distingue-se do
lucro líquido apurado contabilmente. De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro
real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do
lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração
com observância das leis comerciais.
“Lucro Real é o lucro líquido do período, apurado com observância das
normas das legislações comercial e societária, ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas pela legislação do Imposto de Renda.” (SILVA, 2006,
p.01).
O art. 14 da lei nº. 9.718 de 1998 determina quais pessoas jurídicas estão
obrigadas ao lucro real.
Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:
I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 16 de maio de 2013) (Vide parágrafo único do art. 9º, da Lei nº 12.814/2013)
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996;
VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio (LEI nº. 9.718 de 1998).
35
Os impostos Federais incidentes nas empresas optantes pelo Lucro Real
são o PIS, a COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois primeiros apurados
mensalmente sobre o faturamento e os dois últimos anualmente ou trimestralmente,
tendo como base o Lucro Líquido contábil, ajustado pelas adições, exclusões e
compensações permitidas ou autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda.
A palavra “real” é utilizada em oposição ao termo presumido, com o principal
objetivo de exprimir o que existe de fato, verdadeiramente, no sentido de ser aceito
para todos os fins e efeitos de direito. A apuração do lucro real envolve maior
complexidade na execução das rotinas contábeis e tributárias, para a completa
escrituração das atividades e posterior apuração do lucro real, que é a base para
cálculo dos tributos como IRPJ e a CSLL das empresas que não podem ou não
querem optar pelo lucro presumido. Para que o resultado seja apurado
corretamente, o contador deve adotar uma série de procedimentos corriqueiros no
ambiente profissional, como a rigorosa observância aos princípios contábeis,
constituição de provisões necessárias, completa escrituração fiscal e contábil,
preparação das demonstrações contábeis e livros obrigatórios pela legislação.
3.4 LUCRO ARBITRADO
Segundo Murphy (2010) o arbitramento do lucro é um dos três métodos de
apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda previstos no art. 44 do CTN.
É uma medida excepcional; não pode ser utilizado pelo fisco a seu livre critério. Só
pode será dotado naquelas hipóteses estritamente previstas em lei, com base em
provas. Isto significa dizer que não basta ao fisco alegar que a pessoa jurídica
incorreu em uma das hipóteses de arbitramento do lucro. É preciso que se
fundamente em provas que assim o demonstrem.
Murphy (2010) ainda destaca que disciplinam, atualmente, o arbitramento do
lucro da pessoa jurídica a Lei n.º 8.981, de 1995, com as alterações introduzidas
pela Lei n.º 9.065, de 1995, artigo 1.º, a Lei n.º 9.249, de 1995, artigos 2.º, 3.º, 16 e
24; a Lei n.º 9.430, de 1996, artigos 1.º, 4.º, 27, 48 e 51 a 54 e a Lei n.º 9.779, de
36
1999, artigo 22, dispositivos esses regulamentados pelo Decreto n.º 3.000, de 1999
(RIR/1999), artigos 529 a 539.
O parágrafo 1.º do artigo 47 da Lei n.º 8.981, de 1995, faculta à própria
pessoa jurídica proceder ao autoarbitramento, quando conhecida a receita bruta.
Nem sempre foi assim. Nos anos-calendário de 1992 a 1994, o arbitramento
do lucro recebeu o seguinte tratamento:
a) ano de 1992 - revogada a possibilidade do autoarbitramento; a iniciativa do
arbitramento passou a ser exclusivamente da autoridade fiscal (Lei nº 8.383, de
1991, art.41);
b) anos de 1993 e 1994 - permaneceu como regra geral a exclusividade da iniciativa
da autoridade fiscal, sendo dada, por exceção, a possibilidade de o contribuinte
poder arbitrar seu lucro nos casos fortuitos ou de força maior, como definido na Lei
Civil (Lei n.º 8.383, de 1991, art. 41 c/c Lei n.º 8.541, de 1992, art. 21).
A legislação que atualmente rege o arbitramento do lucro da pessoa jurídica
prevê a sua aplicação nas hipóteses prescritas no artigo 47 da Lei n.º 8.981, de
1995:
Art. 47. O lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando:
I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real ou submetido ao regime de tributação de que trata o Decreto-Lei nº 2.397, de 1987 não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;
II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real.
III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o livro Caixa, na hipótese de que trata o art. 45, parágrafo único197;
IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;
V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de
cumprir o disposto no § 1º do art. 76 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de
1958 (LEI n.º 8.981, de 1995)
37
4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O Brasil sofre com a alta carga tributária, visto que é uma das mais elevadas
do mundo. O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam
atenuar o pagamento de tributos e surgiu como ferramenta para que o contribuinte
possa diminuir o exagerado valor pago de tributos e aumentar seu lucro. Sabe-se
que os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam importante parcela
dos custos das empresas, senão a maior. Com a globalização da economia, tornou-
se questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário
(SILVA, 2012).
O Planejamento Tributário aborda a forma de se planejar a redução de
impostos em uma empresa, o que deverá refletir positivamente ou negativamente
nos resultados. É uma ferramenta muito importante e que se faz necessária em
nossos dias devida à extrema competitividade que atinge os empreendimentos
(SILVA, 2012).
O Planejamento Tributário é afirmado como:
Atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais disponíveis, cuidando de implementar aquela menos onerosa, formando um conjunto de condutas, comissivas, da pessoa física ou jurídica, realizadas antes ou depois da ocorrência do fato gerador, destinadas a reduzir, mitigar, transferir ou postergar legalmente os ônus dos tributos (DOMINGUES,2000, p. 112, apud SILVA, 2012).
O planejamento tributário é conhecido também por "engenharia tributária" e se
constitui de uma série de procedimentos como formas de economia de impostos,
baseado na premissa, segundo Malkowski (2000, p.41-42), de que: ninguém é
obrigado a escolher condutas tributadas (ou mais severamente tributadas), quando
tenha possibilidade de ordenar suas atividades, seus negócios – sua vida, enfim –
percorrendo caminhos livres de tributação (ou com tributação mais branda), é aceita,
de modo generalizado, pelos autores.
Andrade Filho (2006) entende que uma das maneiras de se estabelecer as
bases de um bom planejamento nas empresas é instituir uma plataforma
denominada de "inteligência tributária", por meio de um departamento próprio de
38
análise e criação. Tal departamento poderia então viabilizar estudos relacionados ao
impacto dos tributos sobre as operações da empresa, bem como do setor em que
ela atua, com proposição de alternativas lícitas de redução da carga tributária.
A competitividade nos negócios requer cada vez mais esforços criativos,
inovadores e dinâmicos de estratégia das empresas. É sob este aspecto que o
planejamento tributário deve ser visto pelos empresários e gestores de negócios,
cabendo ao empresário, auxiliado pelo seu advogado, administrador e contador,
observar as limitações previstas na legislação tributária e delinear as estruturas e
formas legítimas para suas operações industriais e mercantis (MACHADO, 2006).
A ausência de planejamento tributário geralmente acarreta desvantagem no
campo da competitividade do mercado. Quando uma empresa prima por tal
planejamento surge forte perspectiva de ganhos significativos em relação aos seus
concorrentes. Não é compensador, portanto, o fato de determinada empresa
apresentar uma grande receita, se esta ficar comprometida por uma alta carga
tributária, vindo em conseqüência prejudicar o lucro líquido. Surge daí a
possibilidade de menor custo tributário, de forma a planejar com melhor capacidade
sua estratégia de atuação.
Com a redução das obrigações mediante o sucesso no planejamento
tributário, a empresa poderá aumentar sua liquidez e diminuir as necessidades de
recursos em curto prazo, tornando possível obter vantagem na formação do preço
final do produto ou mercadoria (MACHADO, 2006).
A necessidade de administrar dezenas de impostos, taxas e contribuições
leva à constatação de que cada vez mais as empresas devem concentrar seus
esforços na melhor forma de gerenciar seus tributos.
A evolução tecnológica e econômica vem exigindo cada vez mais de seus
profissionais a minimização de gastos e despesas e consequentemente a
maximização dos lucros. O planejamento tributário caracteriza-se como um dos
principais agentes para o sucesso ou não de uma empresa, pois a complexa e
elevada carga tributária no Brasil, dificulta e interpretação dos empresários e
contadores assim como as inúmeras alterações dificultam também de se
atualizarem. Aos profissionais da Contabilidade cabe contribuir com sua participação
na geração de informações que possam dar apoio aos administradores nas tomadas
39
de decisões, na continuidade dos empreendimentos, pois conhecendo a legislação
tributária, o cenário fiscal e a natureza do negócio, deve promover ações que
permitam validamente reduzir ou até eliminar tributos, e dessa forma proteger e
desencaixe das empresas (SILVA, 2012).
Andrade Filho (2006) entende que para o perfil do profissional dotado de
"inteligência tributária" são necessários, pelo menos, conhecimentos específicos de
caráter jurídico e negocial. Não basta conhecer a legislação tributária, é
especialmente necessário o domínio das categorias jurídicas do direito privado
empresarial (sobre contabilidade, inclusive) e das normas de direito público que
regem certas atividades; enfim, é requerida deste profissional formação jurídica
multidisciplinar. É necessário que o profissional conheça o funcionamento do
mercado (conhecer como as operações são formatadas economicamente e
juridicamente) e que possua aptidão para criar e desenvolver formas jurídicas novas
que se adaptem às necessidades da empresa e que atendam às leis vigentes.
Com base em tudo o que foi descrito anteriormente, torna-se notória a
percepção de que se trata o planejamento tributário, de direito particular do
contribuinte, involuntariamente do porte da empresa, podendo e devendo dele se
utilizar, ressaltando sua importância e necessidade para a manutenção da
viabilidade econômica e financeira de suas atividades profissionais:
O planejamento da carga tributária deve fazer parte da rotina de qualquer empreendimento, na medida da imposição legal ao administrador do dever de empregar todos os recursos que estiverem ao seu alcance, no sentido de lograr os fins e no interesse da empresa (MALKOWSKI 2000, p. 19 apud. MACHADO et.al., 2013)
Enfim, para uma empresa obter sucesso, é de fundamental importância ter
uma contabilidade bem feita e um bom planejamento tributário.
De acordo com Machado (2013), o planejamento tributário, além de
fundamentado juridicamente, deve ser elaborado vinculado ao planejamento
financeiro da empresa, estando intimamente relacionado ao controle do seu fluxo de
caixa, à apuração dos custos e à formação do preço de venda dos bens ou dos
serviços relacionados às atividades próprias do empreendimento.
40
4.1 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO
O Planejamento tributário, em tese, está diretamente ligado à lucratividade e
ao fato proporcionado pela possível redução de impostos, no entanto, há o
entendimento de que os procedimentos legais que proporcionem uma menor carga
tributária influenciam na formação do preço de venda de mercadorias.
Os objetivos do planejamento tributário estão evidenciados para:
a) Evitar a incidência do tributo – nesse caso adotam de procedimentos com o fim de evitar a ocorrência do fato gerador.
b) Reduzir o montante do tributo – as providências serão no sentido de reduzir a base de cálculo ou alíquota do tributo;
c) Retardar o pagamento do tributo – o contribuinte adota medidas que têm por fim postergar o pagamento do tributo, sem ocorrência da multa (SILVA, 2012)
O objetivo primordial do planejamento visa à redução ou transferência do
ônus econômico dos tributos, podendo igualmente ocorrer situações em que o ônus
não provém espontaneamente da obrigação tributária principal, e sim dos deveres
fiscais acessórios, a manutenção de escrituração contábil, a apresentação de
documentos (SILVA, 2012).
4.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Amaral (2001) apud Oliveira (2005, p.182) entende que a economia de
impostos desenvolvida por meio do planejamento tributário pode ser
operacionalizada sob a autorização e/ou averbação de três áreas, conforme segue:
- No âmbito da própria empresa, por meio de medidas gerenciais que
possibilitem a não ocorrência do fato gerador do tributo, que diminua o montante
devido ou que adie seu vencimento. Por exemplo, para possibilitar o adiamento do
tributo na prestação de serviços, o contrato deve estabelecer o momento da
realização da receita;
- No âmbito da esfera administrativa que arrecada o tributo, buscando a
utilização dos meios previstos em lei que lhe garantam uma diminuição legal do
41
ônus tributário. Por exemplo, para possibilitar o enquadramento de um produto em
uma alíquota menor do IPI, a empresa deve adequá-lo tecnicamente e requerer a
nova classificação da Receita Federal;
- No âmbito do Poder Judiciário, pela adoção de medidas judiciais, com o fim
de suspender o pagamento, diminuição da base de cálculo ou alíquotas e
contestação quanto à legalidade da cobrança. Por exemplo, como a ânsia do Poder
Público em arrecadar é imensa, nem sempre o legislador toma as cautelas devidas,
instituindo a quantidade de normas tributárias, ocorrendo, muitas vezes, contradição
entre elas. No direito tributário, vige o princípio da dúvida em favor do contribuinte;
assim, compete a ele descobrir essas condições.
Para o referido autor, quando se adota um sistema de economia de tributos é
necessário sempre analisar os seguintes aspectos:
a) Análise econômico-financeira - adotar procedimentos que visem a
maximizar o resultado do planejamento. Por exemplo: na maioria das vezes o
depósito judicial é prejudicial à empresa, pois, além do desencaixe do valor, a
empresa não poderá deduzir como despesas operacionais; entretanto, o rendimento
produzido pelo depósito deverá ser contabilizado como receitas financeiras, que
servirão de base de cálculo do PIS/COFINS;
b) Análise jurídica - deve existir sempre um fundamento jurídico a ser
alegado, pois o CTN estabelece que somente se pode operar compensação de
imposto após o trânsito em julgado da ação;
c) Análise fiscal - é preciso que as obrigações acessórias estejam cumpridas
em ordem, para não desencadear processo de fiscalização;
d) Análise fisco-contábil - adotar procedimentos que permitam a economia de
outros tributos, buscando a maximização do lucro e a minimização do risco.
4.3 CLASSIFICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Segundo Oliveira (2009), a classificação do planejamento tributário depende
do ponto de vista do observador e de critérios pré-estabelecidos. Portanto, toda
42
classificação pode ter falhas, mas dentro desse contexto, pode-se classificar o
planejamento tributário obedecendo aos seguintes critérios:
Considerando o objetivo, ele pode ser:
a) Anulatório – empregando-se estruturas e formas jurídicas a fim de impedir a concretização da hipótese de incidência da norma;
b) Omissivo ou Evasão imprópria – a simples abstinência da realização da hipótese de incidência; por exemplo: importação proibitiva de mercadorias com altas alíquotas, como carros importados;
c) Induzido – quando a própria lei favorece, por razões extrafiscais, a escolha de uma forma de tributação, por intermédio de incentivos e isenções, por exemplo: a compra de mercadorias importadas por meio da Zona Franca de Manaus;
d) Optativo – elegendo-se a melhor fórmula elisiva entre as opções dadas pelo legislador, por exemplo: opção entre a tributação do IR pelo lucro real ou presumido;
e) Interpretativo ou Lacunar – em que o agente se utiliza das lacunas e imprevisões do legislador, por exemplo: não incidência do ISS sobre transportes intermunicipais; e
f) Metamórfico ou Transformativo – forma atípica que se utiliza da transformação ou mudança dos caracteres do negócio jurídico, a fim de alterar o tributo incidente ou aproveitar-se de um benefício legal; por exemplo, a transformação da sociedade comercial em cooperativa (menor ônus tributário no regime jurídico pátrio). (OLIVEIRA, 2009)
Oliveira (2009) aborda que essa classificação não abrange todas as formas
de planejamento tributário, pois elas são limitadas somente pela lei e pelos
expedientes imaginativos do tributarista. O planejamento pode e, em geral, é o que
ocorre não se ater só a uma fórmula ou conduta, mas se utilizar de vários métodos
interligados.
O planejamento pode ser desenvolvido em qualquer empresa, desde que esta
seja compatível com o tipo de operações, tamanho das receitas, incentivos fiscais,
pagamentos de juros sobre capital, arrendamento mercantil, etc.
4.4 PARTICULARIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Segundo Oliveira (2009), o planejamento tributário pode abranger as
atividades de quaisquer empresas, desde uma lanchonete de pequeno porte,
estabelecida em uma pequena cidade do interior brasileiro até uma empresa de
grande porte, com filiais em todo o mundo, do ponto de vista empresarial, ou seja,
43
avaliando seus efeitos na estrutura gerencial e contábil-financeira, o planejamento
tributário pode ser:
a) Operacional – refere-se aos procedimentos formais prescritos pelas normas ou pelo costume, ou seja, na forma específica de contabilizar determinadas operações e transações, sem alterar suas características básicas; e
b) Estratégico – implica mudança de algumas características estratégicas da empresa, tais como: estrutura de capital, localização, tipos de empréstimos, contratação de mão de obra, etc.
Segundo Oliveira (2009), na visão jurídica, em que se consideram exclusivamente os efeitos fiscais no tempo, existe três tipos de planejamento tributário:
a) Preventivo: desenvolvem-se continuamente por intermédio de orientações, manuais de procedimentos e reuniões e abrange, sobretudo, as atividades de cumprimento da legislação tributária nas obrigações principais e acessórias;
b) Corretivo: detectada determinada anormalidade, procede-se ao estudo, e alternativas de correção da anomalia são indicadas; normalmente, não deve existir o tipo corretivo em uma empresa que adote o tipo preventivo; e
c) Especial: surge em função de determinado fato como, por exemplo, abertura de filiais, lançamento de novos produtos, aquisição e ou alienação da empresa, processos societários de reestruturação (cisão, fusão, incorporação, associação, etc). Consideradas a complexidade e a importância de cada caso, demandam dedicação exclusiva e conclusões precisas (OLIVEIRA, 2009).
Estabelecer, a divisão entre o lícito e o ilícito na órbita do planejamento
tributário, ou seja, elisão ou evasão em termos objetivos deve basear-se em
considerações dessas características.
Segundo entendimento dominante entre os juristas, elisão compreende a
prática de atos lícitos ocorridos antes da incidência tributária, de maneira a se obter
legítima economia de tributos, quer seja impedindo-se a ocorrência do fato gerador,
quer seja excluindo-se o contribuinte do âmbito de abrangência da norma tributária
ou reduzindo o tributo a ser recolhido pelo contribuinte.
Segundo Machado (2013) o planejamento tributário tem por finalidade obter a
maior economia fiscal possível reduzindo a carga tributária de forma lícita perante a
legislação conforme direciona a Constituição Federal.
Para tanto o contador tem que estar sempre atualizado na legislação fiscal
para encontrar soluções que possibilitem redução da carga tributária apoiada ao
abrigo da elisão fiscal, ficando fora da sonegação e fraude. Para Fabretti (2003,
p.133) “[...] a elisão fiscal é lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o
44
ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou utilizando-
se de lacunas na lei.”, sem um bom planejamento tributário e com a crescente e
difícil concorrência no mercado globalizado, as empresas têm que buscarem reduzir
os custos mantendo sua permanência no mercado e garantindo um bom retorno para o
capital investido.
Segundo Oliveira (2009), a elisão fiscal é um proceder legalmente autorizado,
que ajuda a lei tributária a atingir sua finalidade extrafiscal, quando presente.
Diferentes da evasão fiscal são utilizados meios legais na busca da
descaracterização do fato gerador do tributo. Implica a licitude do comportamento do
contribuinte, sendo uma forma correta de evitar a submissão a uma hipótese
tributária desfavorável.
Finalizando, Machado et. al (2013) relata que a elisão fiscal representa um
conjunto de sistemas legais, cujo objetivo é a redução, postergação e, até mesmo, a
eliminação do recolhimento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar seu
negócio da melhor maneira que lhe pareça, procurando reduzir os custos
empresariais. Se a forma adotada é jurídica e lícita, cabe a Fazenda Pública
respeitá-la.
Em se tratando de evasão, a prática dos atos ocorre concomitante ou
posteriormente à incidência tributária, na qual são utilizados meios ilícitos (fraude,
sonegação, simulação) para fugir dos pagamentos de tributos. Desta forma, pode-se
dizer que a evasão ocorre quando o ato é ilegítimo e as operações são consideradas
simuladas no sentido enganoso ou doloso de evitar a tributação.
Machado et al. (2013) diz que ao contrário da elisão fiscal, a evasão consiste
na prática contraria a lei, geralmente é cometida após a ocorrência do fato gerador
da obrigação tributária objetivando reduzir ou mesmo ocultar a carga tributária.
Fabretti (2003) apud Machado et. al (2013), diz que a evasão fiscal está
prevista na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária Econômica e Contra Relação
de Consumo (Lei 8.137/90) conforme algumas condutas ilegais, entre elas:
I - omitir informações ou prestar declaração falsa a Receita federal;
II - fraudar fiscalização tributária inserindo ou omitindo operações de natureza em livro ou documento exigido pela Lei fiscal; e
III - falsificar ou alterar nota fiscal (LEI nº 8.137/90)
45
Segundo Oliveira (2009), o conceito corrente na doutrina brasileira de evasão
fiscal obedece ao agente (contribuinte) que, por meios ilícitos, visa a eliminar,
diminuir ou retardar o recolhimento de um tributo, já devido pela ocorrência do fato
gerador.
Como a expressão evasão é oriunda das finanças, se torna difícil sua
conceituação, como é possível constatar:
A dificuldade de se conceituar o termo evasão fiscal, pois evasão de tributos é uma terminologia oriunda da ciência das finanças, fato quer explica sua contaminação com um significado econômico. A origem econômica da expressão é causa de uma determinada incerteza que se nota todas as vezes que os autores pretendem analisá-la, baseados em conseqüências eminentemente jurídicas (HUCK,1997) apud OLIVEIRA ,2009).
Oliveira (2009) relata que a conceituação genérica, centralizada apenas no
não recolhimento do tributo admite que alguns autores, ainda que de forma
imprecisa, admitam a existência de uma evasão legal quando o não pagamento do
imposto tenha sido obtido por meios e formas, pelos menos aparentemente legais. O
procedimento é chamado de elisão, embora alguns autores concordem com a
expressão evasão legal, uma corrente majoritária, porém, a considera como
contradição terminológica, já que uma classe não pode ser legal e ilegal ao mesmo
tempo, não havendo possibilidade de se falar em fraude fraudulenta e fraude não
fraudulenta.
Moreira (2010) esclarece que a evasão é caracterizada pelas seguintes
práticas:
- sonegação: ocultação de rendimentos na declaração de imposto de renda,
que leva ao pagamento de tributo a menor;
- fraude: corresponde a atos tais como adulteração ou falsificação de
documentos, através dos quais o contribuinte furta-se ao pagamento de tributo
devido por lei;
- simulação: pode ser absoluta (finge-se o que não existe) ou relativa (sob o
ato ou negócio praticado jaz outro negócio, oculto, que corresponde à real vontade
das partes).
Apesar de se dispor de vários dispositivos legais que coíbem atividades que
lesem o Erário Público, ainda assim esses eventos indesejáveis continuam
46
ocorrendo. Por fim, entende que é necessário possuir normas jurídicas
criteriosamente elaboradas e de acordo com a ocorrência dos casos concretos,
fundadas em princípios constitucionais tributários.
Portanto, o aspecto temporal é o que melhor traduz a cisma entre o legal e o
ilegal no âmbito do planejamento tributário, vale dizer, a ação preventiva do agente
econômico deve ser trabalhado de modo a evitar o fato gerador do tributo a tipificar a
elisão, na consecução da licitude do ato jurídico.
47
5. ESTUDO DE CASO - EMPRESA NO COMÉRCIO VAREJISTA DE
INFORMÁTICA
Segundo Gil (1996, p. 59) “a maior utilidade do estudo de caso é verificada
nas pesquisas exploratórias, mas também se aplica com pertinência a situação em
que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido aponto de ser enquadrado
em determinado tipo ideal”.
Nas últimas décadas diversos aspectos de nossa vida têm sofrido grandes
transformações e, sem dúvida, os computadores e a moderna tecnologia da
informática cumpre um papel decisivo nessas transformações. Atualmente pode-se
constatar o avanço tecnológico em diversas áreas como: medicina,
telecomunicações, transportes, educação etc. Sem dúvida, esta tecnologia que tem
nos acompanhado e avançará cada vez mais nos próximos anos, permitirá que
novos progressos venham a ser conquistados, em prazos cada vez mais curtos,
alterando ainda mais nossos hábitos e organização social, transformando o futuro
em presente. Tendo percebido a amplitude da informática no mercado atual, uma
empresa nesta área foi escolhida para o estudo de caso.
5.1 CARACTERIZAÇÕES DA EMPRESA
Esta pesquisa será realizada em uma empresa de pequeno porte, cuja
atividade principal é comércio varejista especializado de equipamentos e
suprimentos de informática situada no município de Aracruz/ES. A empresa foi
fundada em 14 de junho de 2000, e atualmente tem um faturamento médio anual de
R$ 2.247.854,64. O quadro de funcionários da empresa é composto por 10 (Dez)
colaboradores e a média salarial varia de R$ 815,00 (Oitocentos e quinze reais) a
R$ 1.500,00 (Hum mil e quinhentos reais).
A empresa objeto desse estudo, atualmente enquadrada no Simples
Nacional, opta corretamente por esse regime, pois não há nenhum impedimento
legal que não permita o enquadramento da mesma.
48
Com o intuito de recolher o máximo de informações possíveis para a
avaliação e conclusão das sugestões e recomendações sobre a análise tributária,
tomou-se como base a coleta de valores dos relatórios contábeis e demonstrações
acessórias, tais como: Livros de Entradas e Saídas, Balancetes, Balanços e DR
(Demonstração do Resultado).
Esses dados são essenciais para um bom Planejamento Tributário, as
informações devem ser confiáveis e analisadas por profissionais contábeis
realmente sérios e competentes, que possam demonstrar ao empresário qual o
melhor caminho a ser seguido, e que é possível sim, reduzir custos e despesas
através de alternativas legais.
Com isso, pode-se ter uma análise clara e precisa sobre o conceito de
Planejamento Tributário, sua importância dentro das organizações e como ele
influência diretamente na permanência de uma empresa no mercado de trabalho.
5.2 REGIMES TRIBUTÁRIOS
5.2.1 Simples Nacional
Para apuração dos impostos a serem arrecadados no documento de
arrecadação (DAS), foi levado em conta faturamento do comércio para o
enquadramento da empresa no anexo I da Lei Complementar 123 de 14 de
dezembro de 2006, bem como o faturamento da atividade de prestação de serviços
para o enquadramento da empresa no anexo III da lei em questão. A lei mencionada
apresenta as alíquotas dos tributos: IRPJ, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, ICMS
e ISS que serão aplicadas sobre a receita líquida de cada mês. As alíquotas são
identificadas a partir do faturamento acumulado dos últimos 12 (Doze) meses.
Em 2012 (Dois mil e doze) e 2013 (Dois mil e treze) a empresa apresentou o
seguinte faturamento mensal, tendo uma receita acumulada dos últimos 12 (Doze)
meses conforme segue a tabela abaixo, se enquadrando na 13ª. (Décima Terceira)
faixa de faturamento tanto para o Anexo I do Comércio como para o Anexo III da
Prestação de Serviços.
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É valido destacar que a faixa de faturamento do Simples Nacional poderá
alternar durante o ano-calendário, visto que para encontrar tal faixa é levado em
consideração o faturamentos dos últimos 12 meses.
TABELA 01 - Faturamento Acumulado dos 12 (Doze) meses mensalmente e Faixa
de Faturamento do Simples Nacional inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
MESES FATURAMENTO
2012
FATURAMENTO
2013
FATURAMENTO ACUMULADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES
FAIXA DE FATURAMENTO DO SIMPLES NACIONAL
JANEIRO R$ 192.776,20 R$ 185.503,25 R$ 2.322.842,20 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
FEVEREIRO R$ 196.319,85 R$ 169.648,80 R$ 2.315.569,25 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
MARÇO R$ 231.635,09 R$ 203.718,79 R$ 2.288.898,20 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
ABRIL R$ 177.257,50 R$ 217.654,91 R$ 2.260.981,90 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
MAIO R$ 215.925,15 R$ 190.423,36 R$ 2.301.379,31 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
JUNHO R$ 160.289,05 R$ 173.000,82 R$ 2.275.877,52 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
JULHO R$ 210.964,70 R$ 174.519,10 R$ 2.288.589,29 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
AGOSTO R$ 230.536,95 R$ 192.735,05 R$ 2.252.143,69 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
SETEMBRO R$ 192.870,68 R$ 167.736,48 R$ 2.214.341,79 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
OUTUBRO R$ 171.132,74 R$ 205.346,90 R$ 2.189.207,59 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
NOVEMBRO R$ 157.347,79 R$ 163.639,83 R$ 2.223.421,75 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
DEZEMBRO R$ 185.786,50 R$ 203.927,35 R$ 2.229.713,79 R$ 2.160.000,01 a
R$ 2.340.000,00
50
Depois de identificada a faixa de faturamento de acordo com o faturamento
acumulado nos últimos 12 (Doze) meses, será tributada separadamente a receita de
venda de mercadorias da receita da atividade da prestação de serviço. Após feito os
cálculos para cada Anexo são somados os valores de cada atividade e gerado um
único DAS a ser pago no Simples Nacional.
A tabela 02 abaixo mostrará os tributos, exceto o ICMS, incidentes sobre a
receita com vendas de mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao
estudo de caso.
A parcela que corresponde ao ICMS será calculada na tabela 02.01, visto
que, que algumas das mercadorias vendidas estão sobre o regime de substituição
tributária de ICMS, ou seja, ICMS recolhido antecipadamente, quer dizer que foi
recolhido no momento da saída da indústria. E, portanto, no momento da venda ao
revendedor e ao consumidor final não haverá mais incidência de ICMS, por que
quando o produto é adquirido, todo o imposto já é pago de acordo com a legislação
vigente de cada estado.
TABELA 02 - Tributos, exceto o ICMS, Incidentes sobre a Receita com Vendas de
Mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
MESES/2013 FATURAMENTO MENSAL
IRPJ
(0,47%)
CSLL
(0,47%)
COFINS
(1,40%)
PIS/PASEP
(0,33%)
CPP
(4,01%)
TOTAL DOS IMPOSTOS
JANEIRO R$ 180.232,25 R$ 847,09 R$ 847,09 R$ 2.523,23 R$ 594,76 R$ 7.227,31 R$ 12.039,48
FEVEREIRO R$ 165.478,80 R$ 777,75 R$ 777,75 R$ 2.316,68 R$ 546,08 R$ 6.635,70 R$ 11.053,96
MARÇO R$ 196.628,79 R$ 924,15 R$ 924,15 R$ 2.752,78 R$ 648,88 R$ 7.884,81 R$ 13.134,77
ABRIL R$ 209.655,91 R$ 985,38 R$ 985,38 R$ 2.935,19 R$ 691,86 R$ 8.407,20 R$ 14.005,01
MAIO R$ 186.656,86 R$ 877,26 R$ 877,26 R$ 2.613,19 R$ 615,97 R$ 7.484,94 R$ 12.468,62
JUNHO R$ 167.986,82 R$ 789,54 R$ 789,54 R$ 2.351,81 R$ 554,36 R$ 6.736,27 R$ 11.221,52
JULHO R$ 167.979,10 R$ 789,50 R$ 789,50 R$ 2.351,69 R$ 554,33 R$ 6.735,96 R$ 11.220,98
AGOSTO R$ 187.651,05 R$ 881,96 R$ 881,96 R$ 2.627,07 R$ 619,25 R$ 7.524,80 R$ 12.535,04
SETEMBRO R$ 161.943,98 R$ 761,14 R$ 761,14 R$ 2.267,23 R$ 534,42 R$ 6.493,95 R$ 10.817,88
OUTUBRO R$ 197.774,90 R$ 929,54 R$ 929,54 R$ 2.768,78 R$ 652,65 R$ 7.930,77 R$ 13.211,28
NOVEMBRO R$ 158.735,83 R$ 746,06 R$ 746,06 R$ 2.222,32 R$ 523,83 R$ 6.365,31 R$ 10.603,58
DEZEMBRO R$ 200.037,35 R$ 940,18 R$ 940,18 R$ 2.800,53 R$ 660,12 R$ 8.021,49 R$ 13.362,50
TOTAL R$ 2.180.761,64 R$ 10.249,55 R$ 10.249,55 R$ 30.530,50 R$ 7.196,51 R$ 87.448,51 R$ 145.674,62
51
A parcela equivalente às mercadorias no regime de substituição tributária é
deduzida do faturamento mensal e respectivamente é aplicado o percentual de
ICMS no montante restante do faturamento mensal, ao qual é denominado base de
cálculo do ICMS.
TABELA 02.01 - ICMS incidente sobre a Receita com Vendas de Mercadorias com
base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
Portanto, de acordo com os dados fornecidos pela empresa o valor total dos
impostos a serem arrecadados no ano de 2013 sobre a atividade de venda de
mercadorias foi de R$ 219.841,28 (Duzentos e dezenove mil e oitocentos e quarenta
e um reais e vinte e oito centavos).
MESES/2013 FATURAMENTO MENSAL
RECEITA COM ST DE ICMS
BASE DE CÁLCULO DO ICMS
ICMS
(3,45%)
JANEIRO R$ 180.232,25 R$ 1.734,49 R$ 178.497,76 R$ 6.158,17
FEVEREIRO R$ 165.478,80 R$ 1.040,12 R$ 164.438,68 R$ 5.673,13
MARÇO R$ 196.628,79 R$ 3.141,00 R$ 193.487,79 R$ 6.675,33
ABRIL R$ 209.655,91 R$ 3.315,47 R$ 206.340,44 R$ 7.118,75
MAIO R$ 186.656,86 R$ 1.963,00 R$ 184.693,86 R$ 6.371,94
JUNHO R$ 167.986,82 R$ 3.245,87 R$ 164.740,95 R$ 5.683,56
JULHO R$ 167.979,10 R$ 2.059,66 R$ 165.919,44 R$ 5.725,27
AGOSTO R$ 187.651,05 R$ 4.061,46 R$ 183.589,59 R$ 6.333,84
SETEMBRO R$ 161.943,98 R$ 3.008,00 R$ 158.935,98 R$ 5.483,29
OUTUBRO R$ 197.774,90 R$ 2.873,92 R$ 194.900,98 R$ 6.724,08
NOVEMBRO R$ 158.735,83 R$ 1.693,00 R$ 157.042,83 R$ 5.417,98
DEZEMBRO R$ 200.037,35 R$ 2.897,60 R$ 197.139,75 R$ 6.801,32
TOTAL R$ 2.180.761,64 R$ 26.972,13 R$ 2.149.728,05 R$ 74.166,66
52
R$0,00
R$5.000,00
R$10.000,00
R$15.000,00
R$20.000,00
R$25.000,00
4,65% 4,65% 4,67% 4,66% 4,67% 4,67% 4,66% 4,67% 4,67% 4,66% 4,66% 4,66%
4,65% 4,65% 4,67%, 4,66% 4,66% 4,67% 4,66% 4,67% 4,67%4,66%
4,66%4,66%
13,87%
13,85%
13,90%
13,90%
13,87%
13,91%
13,88%
13,92%
13,91% 13,89%
13,87%
13,89%
3,27%3,26%
3,28%3,28%
3,27%3,28% 3,27%
3,28%
3,28%
3,27%
3,27%
3,27%
39,72%
39,67%
39,80%
39,80%
39,73%
39,85%
39,75%
39,88%
39,84%
39,78%
39,73%
39,78%
33,84%
33,92%
33,70%
33,70%
33,82%
33,62%
33,78%
33,57%
33,64%
33,73%
33,82%
33,73%
ICMS
CPP
PIS/PASEP
COFINS
CSLL
IRPJ
GRÁFICO 01 - Arrecadação Tributária Mensal incidente sobre a Receita com
Vendas de Mercadorias com base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
53
É sobre modo importante analisar o gráfico 01, onde indica o mês que a
empresa arrecadou o maior valor de tributos sobre a receita com vendas de
mercadorias com base no simples nacional, foi no mês de Abril e o mês que efetuou
a menor arrecadação foi o de Novembro. É valido destacar que o tributo mais
oneroso é o CPP e o menos oneroso é o PIS/PASEP.
A tabela seguinte demonstra os tributos incidentes na Prestação de Serviços
com base no Simples Nacional.
TABELA 03 - Tributos Incidentes sobre a Receita com Prestação de Serviço com
base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso.
MESES/2013 FATURAMENTO
MENSAL IRPJ CSLL COFINS
PIS/
PASEP CPP ISS TOTAL
JANEIRO R$ 5.271,00 R$ 37,42 R$ 36,90 R$ 110,69 R$ 26,36 R$ 326,27 R$ 263,55 R$ 801,19
FEVEREIRO R$ 4.170,00 R$ 29,61 R$ 29,19 R$ 87,57 R$ 20,85 R$ 258,12 R$ 208,50 R$ 633,84
MARÇO R$ 7.090,00 R$ 50,34 R$ 49,63 R$ 148,89 R$ 35,45 R$ 438,87 R$ 354,50 R$ 1.077,68
ABRIL R$ 7.999,00 R$ 56,79 R$ 55,99 R$ 167,98 R$ 40,00 R$ 495,14 R$ 399,95 R$ 1.215,85
MAIO R$ 3.766,50 R$ 26,74 R$ 26,37 R$ 79,12 R$ 18,83 R$ 233,15 R$ 188,33 R$ 572,54
JUNHO R$ 5.014,00 R$ 35,60 R$ 35,10 R$ 105,29 R$ 25,07 R$ 310,37 R$ 250,70 R$ 762,13
JULHO R$ 6.540,00 R$ 46,43 R$ 45,78 R$ 137,34 R$ 32,70 R$ 404,83 R$ 327,00 R$ 994,08
AGOSTO R$ 5.084,00 R$ 36,10 R$ 35,59 R$ 106,76 R$ 25,42 R$ 314,70 R$ 254,20 R$ 772,77
SETEMBRO R$ 5.792,50 R$ 41,13 R$ 40,55 R$ 121,66 R$ 28,96 R$ 358,56 R$ 289,63 R$ 880,49
OUTUBRO R$ 7.572,00 R$ 53,76 R$ 53,00 R$ 159,01 R$ 37,86 R$ 468,71 R$ 378,60 R$ 1.150,94
NOVEMBRO R$ 4.904,00 R$ 34,82 R$ 34,33 R$ 102,98 R$ 24,52 R$ 303,56 R$ 245,20 R$ 745,41
DEZEMBRO R$ 3.890,00 R$ 27,62 R$ 27,23 R$ 81,69 R$ 19,45 R$ 240,79 R$ 194,50 R$ 591,28
TOTAL R$ 67.093,00 R$ 476,36 R$ 469,66 R$ 1.408,98 R$ 335,47 R$ 4.153,07 R$ 3.354,66 R$ 10.198,20
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
Portanto, de acordo com os dados fornecidos pela empresa o valor total dos
impostos a serem arrecadados no ano de 2013 sobre a atividade de prestação de
serviços foi de R$ 10.198,20 (Dez mil cento e noventa e oito reais e vinte centavos).
54
Para esclarecer melhor os dados da tabela 03 é importante analisar o gráfico
02 abaixo.
GRÁFICO 02 - Arrecadação Tributária Mensal incidente sobre a sobre a Receita
com Prestação de Serviço com base no Simples Nacional inerente ao estudo de
caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
R$0,00
R$200,00
R$400,00
R$600,00
R$800,00
R$1.000,00
R$1.200,00
R$1.400,00
ISS - 32,89%
CPP - 40,72%
PIS/PASEP - 3,29%
COFINS - 13,82%
CSLL - 4,61%
IRPJ - 4,67%
55
No gráfico 02, não foi necessário, expor a porcentagem correspondente a
cada tributo sobre as colunas do gráfico, uma vez que as mesmas não oscilam
mensalmente, foram expostas na legenda
Diante do gráfico, o mês que a empresa arrecadou o maior valor de tributos
sobre a receita com prestação de serviço com base no simples nacional foi no mês
de Abril e o mês que efetuou a menor arrecadação foi o de Maio. É valido destacar
que o tributo mais oneroso é o CPP e o menos oneroso é o PIS/PASEP.
A tabela 04 mostra o valor dos encargos com a folha de pagamento. No
Simples Nacional incide sobre a folha de pagamento apenas 8% (Oito por cento)
referente ao FGTS. O recolhimento do FGTS sobre o pró-labore é facultativo, e
como a empresa opta por não recolher, este não será calculado. Para obter o valor
do FGTS são somados os valores de salários e ordenados, férias, 1/3 (Um terço) de
férias e 13º. (Décimo terceiro) salário e respectivamente é aplicada a alíquota de 8%
(Oito por cento) sobre a soma obtida.
56
TABELA 04 - Encargos com a Folha de Pagamento com Base no Simples Nacional
inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
Os encargos com a folha de pagamento totalizaram R$ 7.996,00 (Sete mil
novecentos e noventa e seis reais) referente à FGTS.
MESES/2013 PRÓ-LABORE
SALÁRIO E ORDENADOS
PROV. DE FÉRIAS
PROV. 1/3 FÉRIAS
PROV. 13º.
SALÁRIO FGTS TOTAL
JANEIRO R$ 2.712,00 R$ 7.792,71 R$ 649,39 R$ 216,46 R$ 18,04 R$ 694,13 R$ 1.578,02
FEVEREIRO R$ 2.712,00 R$ 6.362,80 R$ 530,23 R$ 176,74 R$ 14,73 R$ 566,76 R$ 1.288,47
MARÇO R$ 2.712,00 R$ 7.665,19 R$ 638,77 R$ 212,92 R$ 17,74 R$ 682,77 R$ 1.552,20
ABRIL R$ 2.712,00 R$ 8.156,56 R$ 679,71 R$ 226,57 R$ 18,88 R$ 726,54 R$ 1.651,70
MAIO R$ 3.678,00 R$ 6.995,12 R$ 582,93 R$ 194,31 R$ 16,19 R$ 623,08 R$ 1.416,51
JUNHO R$ 3.678,00 R$ 7.353,13 R$ 612,76 R$ 204,25 R$ 17,02 R$ 654,97 R$ 1.489,01
JULHO R$ 3.678,00 R$ 7.893,59 R$ 657,80 R$ 219,27 R$ 18,27 R$ 703,11 R$ 1.598,45
AGOSTO R$ 3.678,00 R$ 6.734,02 R$ 561,17 R$ 187,06 R$ 15,59 R$ 599,83 R$ 1.363,64
SETEMBRO R$ 3.678,00 R$ 7.680,27 R$ 640,02 R$ 213,34 R$ 17,78 R$ 684,11 R$ 1.555,25
OUTUBRO R$ 3.678,00 R$ 7.015,97 R$ 584,66 R$ 194,89 R$ 16,24 R$ 624,94 R$ 1.420,73
NOVEMBRO R$ 2.748,00 R$ 8.025,45 R$ 668,79 R$ 222,93 R$ 18,58 R$ 714,86 R$ 1.625,15
DEZEMBRO R$ 2.748,00 R$ 8.093,25 R$ 674,44 R$ 224,81 R$ 18,73 R$ 720,90 R$ 1.638,88
TOTAL R$ 38.412,00 R$ 89.473,96 R$ 7.480,67 R$ 2.493,56 R$ 207,80 R$ 7.996,00 R$ 18.178,03
57
R$0,00
R$100,00
R$200,00
R$300,00
R$400,00
R$500,00
R$600,00
R$700,00
R$800,00
FGTS
GRÁFICO 03 - Arrecadação Mensal de Encargos com a Folha de Pagamento com
Base no Simples Nacional inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O gráfico 03 representa mensalmente a despesa com FGTS que a empresa
obteve, sendo que o gasto maior ocorreu em Abril e o menor em Fevereiro.
A tabela 05 apresenta resumidamente o valor de cada tributo apurado no
Simples Nacional.
58
TABELA 05 - Total dos Tributos com Base no Simples Nacional Inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
MESES/2013 IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS ISS TOTAL DAS FGTS
JANEIRO R$ 884,51 R$ 883,99 R$ 2.633,92 R$ 621,12 R$ 7.553,58 R$ 6.158,17 R$ 263,55 R$ 18.998,87 R$ 694,13
FEVEREIRO R$ 807,36 R$ 806,94 R$ 2.404,25 R$ 566,93 R$ 6.893,82 R$ 5.673,13 R$ 208,50 R$ 17.360,96 R$ 566,76
MARÇO R$ 974,49 R$ 973,78 R$ 2.901,67 R$ 684,33 R$ 8.323,68 R$ 6.675,33 R$ 354,50 R$ 20.887,81 R$ 682,77
ABRIL R$ 1.042,17 R$ 1.041,37 R$ 3.103,17 R$ 731,86 R$ 8.902,34 R$ 7.118,75 R$ 399,95 R$ 22.339,61 R$ 726,54
MAIO R$ 904,03 R$ 903,66 R$ 2.692,31 R$ 634,80 R$ 7.718,09 R$ 6.371,94 R$ 188,33 R$ 19.413,13 R$ 623,08
JUNHO R$ 825,14 R$ 824,64 R$ 2.457,10 R$ 579,43 R$ 7.046,64 R$ 5.683,56 R$ 250,70 R$ 17.667,21 R$ 654,97
JULHO R$ 835,93 R$ 835,28 R$ 2.489,03 R$ 587,03 R$ 7.140,79 R$ 5.725,27 R$ 327,00 R$ 17.940,36 R$ 703,11
AGOSTO R$ 918,06 R$ 917,55 R$ 2.733,83 R$ 644,67 R$ 7.839,50 R$ 6.333,84 R$ 254,20 R$ 19.641,71 R$ 599,83
SETEMBRO R$ 802,27 R$ 801,69 R$ 2.388,89 R$ 563,38 R$ 6.852,51 R$ 5.483,29 R$ 289,63 R$ 17.181,60 R$ 684,11
OUTUBRO R$ 983,30 R$ 982,54 R$ 2.927,79 R$ 690,51 R$ 8.399,48 R$ 6.724,08 R$ 378,60 R$ 21.086,39 R$ 624,94
NOVEMBRO R$ 780,88 R$ 780,39 R$ 2.325,30 R$ 548,35 R$ 6.668,87 R$ 5.417,98 R$ 245,20 R$ 16.766,94 R$ 714,86
DEZEMBRO R$ 967,80 R$ 967,41 R$ 2.882,22 R$ 679,57 R$ 8.262,28 R$ 6.801,32 R$ 194,50 R$ 20755,10 R$ 720,90
TOTAL R$ 10.725,94 R$ 10.719,24 R$ 31.939,48 R$ 7.531,98 R$ 91.601,58 R$ 74.166,66 R$ 3.354,66 R$ 230.039,69 R$ 7.996,00
59
A empresa no Simples Nacional arrecadou um total de tributos no valor de R$
238.035,70 (Duzentos e trinta e oito mil e trinta e cinco reais e setenta centavos).
Sendo que, deste valor R$ 230.039,69 (Duzentos e trinta mil e trinta mil e trinta e
nove reais e sessenta e nove centavos) são representados pelo DAS e R$ 7.996,00
(Sete mil novecentos e noventa e seis reais) são representados pelo FGTS.
O gráfico abaixo representa a arrecadação de cada tributo mostrado na tabela
05.
GRÁFICO 04 - Representação de cada tributo no Simples Nacional inerente ao
estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
De acordo com o gráfico 04, nota-se que o ISS é o tributo menos oneroso
para a empresa, representado uma fatia de apenas 1,40% (Um vírgula quarenta por
cento) sobre o total de tributos, e o CPP é o mais oneroso, ocupando uma fatia de
38,49% (Trinta e oito vírgula quarenta e nova por cento).
IRPJ4,50%
CSLL4,50%
COFINS13,42%
PIS 3,17%
CPP38,49%
ICMS31,16%
ISS1,40%
FGTS3,36%
IRPJ CSLL COFINS PIS CPP ICMS ISS FGTS
60
5.2.2 Lucro Presumido X Lucro Real
A apuração de alguns tributos na apuração do lucro presumido quanto no
lucro real são semelhantes. São eles: Tributos inerentes à folha de pagamento, ISS,
ICMS, estes serão explanados nos próximos tópicos.
5.2.2.1 Cálculo da Folha de Pagamento para os Regimes de Tributação do Lucro
Presumido e do Lucro Real
A tabela 06 demonstra os valores de encargos incidentes sobre a folha de
pagamento da empresa. Nos regimes de tributação do Lucro Presumido e do Lucro
Real, serão recolhidos 20% (Vinte por cento) de INSS Patronal, que será calculado
sobre o valor de pró-labore dos sócios da empresa, salários, férias, 1/3 (Um terço)
de férias e 13º. (Décimo terceiro) salário dos colaboradores. Também será recolhido
1% (Um por cento) de RAT (Risco Acidente do Trabalho) e FAP (Fator Acidentário
de Prevenção), que tem como base de cálculo o valor de salários, férias, 1/3 (Um
terço) de férias e 13º. (Décimo terceiro) salário dos trabalhadores. Além do INSS
Patronal e RAT/FAP, ainda temos 5,8% (Cinco vírgula oito por cento) sobre a folha
que representa os Terceiros, que é representada pelo Salário, Educação, Incra,
Senai, Sesi, Sebrae, e utiliza a mesma base de cálculo que o RAT/FAP. O INSS
Patronal, RAT/FAP e o valor de Terceiros são recolhidos em guia de INSS mensal,
em conjunto com o INSS descontado dos funcionários na folha de pagamento do
mês.
Também é devido pela empresa o valor de FGTS no valor de 8% (Oito por
cento) incidente sobre os salários, férias, 1/3 (Um terço) de férias e 13º. (Décimo
terceiro) salário dos trabalhadores. Sobre o pró-labore, o recolhimento do FGTS
nesses regimes de tributação também é opcional, podendo a empresa optar por
recolher ou não o valor, como a empresa não é optante, o FGTS não será calculado.
61
TABELA 06 - Encargos sobre a Folha de Pagamento com Base no Lucro Presumido e no Lucro Real inerente ao estudo de caso.
MESES/2013 PRÓ-LABORE SALÁRIO E ORDENADOS
PROV. DE FÉRIAS
PROV. 1/3 FÉRIAS
PROV, 13º.
SALÁRIO FGTS
INSS PATRONAL
(20%)
RAT/FAP
(1%)
TERCEIROS
(5,8%) TOTAL
JANEIRO R$ 2.712,00 R$ 7.792,71 R$ 649,39 R$ 216,46 R$ 18,04 R$ 694,13 R$ 2.277,72 R$ 86,77 R$ 503,24 R$ 14.950,46
FEVEREIRO R$ 2.712,00 R$ 6.362,80 R$ 530,23 R$ 176,74 R$ 14,73 R$ 566,76 R$ 1.959,30 R$ 70,85 R$ 410,90 R$ 12.804,31
MARÇO R$ 2.712,00 R$ 7.665,19 R$ 638,77 R$ 212,92 R$ 17,74 R$ 682,77 R$ 2.249,32 R$ 85,35 R$ 495,01 R$ 14.759,07
ABRIL R$ 2.712,00 R$ 8.156,56 R$ 679,71 R$ 226,57 R$ 18,88 R$ 726,54 R$ 2.358,74 R$ 90,82 R$ 526,74 R$ 15.496,56
MAIO R$ 3.678,00 R$ 6.995,12 R$ 582,93 R$ 194,31 R$ 16,19 R$ 623,08 R$ 2.293,31 R$ 77,89 R$ 451,74 R$ 14.912,56
JUNHO R$ 3.678,00 R$ 7.353,13 R$ 612,76 R$ 204,25 R$ 17,02 R$ 654,97 R$ 2.373,03 R$ 81,87 R$ 474,86 R$ 15.449,89
JULHO R$ 3.678,00 R$ 7.893,59 R$ 657,80 R$ 219,27 R$ 18,27 R$ 703,11 R$ 2.493,39 R$ 87,89 R$ 509,76 R$ 16.261,07
AGOSTO R$ 3.678,00 R$ 6.734,02 R$ 561,17 R$ 187,06 R$ 15,59 R$ 599,83 R$ 2.235,17 R$ 74,98 R$ 434,87 R$ 14.520,69
SETEMBRO R$ 3.678,00 R$ 7.680,27 R$ 640,02 R$ 213,34 R$ 17,78 R$ 684,11 R$ 2.445,88 R$ 85,51 R$ 495,98 R$ 15.940,90
OUTUBRO R$ 3.678,00 R$ 7.015,97 R$ 584,66 R$ 194,89 R$ 16,24 R$ 624,94 R$ 2.297,95 R$ 78,12 R$ 453,08 R$ 14.943,85
NOVEMBRO R$ 2.748,00 R$ 8.025,45 R$ 668,79 R$ 222,93 R$ 18,58 R$ 714,86 R$ 2.336,75 R$ 89,36 R$ 518,27 R$ 15.342,99
DEZEMBRO R$ 2.748,00 R$ 8.093,25 R$ 674,44 R$ 224,81 R$ 18,73 R$ 720,90 R$ 2.351,85 R$ 90,11 R$ 522,65 R$ 15.444,74
TOTAL R$ 38.412,00 R$ 89.473,96 R$ 7.480,67 R$ 2.493,56 R$ 207,80 R$ 7.996,00 R$ 27.672,41 R$ 999,50 R$ 5.797,10 R$ 180.827,09
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
62
Com a tabela 06 é possível identificar o valor mensal calculado para cada
contribuição e o valor total mensal e anual dos encargos sobre a folha de
pagamento. Verifica-se que o total com despesas sobre a folha de pagamento é de
R$ 42.465,01 (Quarenta e dois mil quatrocentos e sessenta e cinco reais e um
centavo), que corresponde a soma do FGTS, do INSS Patronal, do RAT/FAP e do
Valor a Terceiros.
GRÁFICO 05 - Arrecadação Mensal de Encargos com a Folha de Pagamento com
Base no Lucro Presumido e no Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
R$0,00
R$500,00
R$1.000,00
R$1.500,00
R$2.000,00
R$2.500,00
R$3.000,00
R$3.500,00
R$4.000,00
19,49%
18,84%
19,44%
19,62%
18,08%18,27%
18,53%
17,93%
18,43%
18,09%
19,54%
19,56%
63,95%
65,14%
64,04%
63,70%
66,55%
66,20%
65,72%
66,82%
65,90%
66,53%
63,86%
63,81%
2,44%
2,36%
2,43%
2,45%
2,26%2,28%
2,32%
2,24%
2,30%
2,26%
2,44%2,44%
14,13%
13,66%
14,09%
14,23%
13,11%
13,25%
13,44%
13,00%
13,36%
13,12%
14,16%
14,18%
TERCEIROS
RAT/FAP
INSS PATRONAL
FGTS
63
O gráfico 05 representa mensalmente a despesa com FGTS, INSS Patronal e
RAT/FAP que a empresa obteria optando por um dos dois regimes de tributação,
sendo a maior despesa referente a folha de pagamento ocorreria em Julho e a
menor despesa em Fevereiro.
5.2.2.2 Cálculo do ISS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e do
Lucro Real
A seguir será exposto o valor correspondente ao ISS (Imposto sobre Serviço
de Qualquer Natureza) sobre o faturamento sobre a atividade de prestação de
serviço, que possui a mesma incidência tributária para o Lucro Presumido como
para o Lucro Real.
A tabela 07 mostra os valores de ISS a serem arrecadados caso a empresa
estivesse enquadrada em um dos dois regimes de tributação no ano de 2013 (Dois
mil e treze). A Alíquota para cálculo do imposto esta disposta na Lei Municipal nº.
2.521 de 19 de dezembro de 2002, do município de Aracruz, Estado do Espírito
Santo, local onde a empresa possui sede. Segundo o art. 17, inciso III da referida lei,
a alíquota a ser utilizada é de 5% (Cinco por cento) sobre o faturamento.
64
TABELA 07 - Cálculo do ISS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e
do Lucro Real inerente ao estudo de caso.
MESES/2013 FATURAMENTO MENSAL ISS (5%)
JANEIRO R$ 5.271,00 R$ 263,55
FEVEREIRO R$ 4.170,00 R$ 208,50
MARÇO R$ 7.090,00 R$ 354,50
ABRIL R$ 7.999,00 R$ 399,95
MAIO R$ 3.766,50 R$ 188,33
JUNHO R$ 5.014,00 R$ 250,70
JULHO R$ 6.540,00 R$ 327,00
AGOSTO R$ 5.084,00 R$ 254,20
SETEMBRO R$ 5.792,50 R$ 289,63
OUTUBRO R$ 7.572,00 R$ 378,60
NOVEMBRO R$ 4.904,00 R$ 245,20
DEZEMBRO R$ 3.890,00 R$ 194,50
TOTAL R$ 67.093,00 R$ 3.354,65
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
Portanto, pode-se observar que, caso a empresa estivesse enquadrada no
regime do Lucro Presumido ou do Lucro Real no ano-calendário de 2013, o ISS a
pagar corresponderia a R$ 3.354,65 (Três mil trezentos e cinqüenta e quatro reais e
sessenta e cinco centavos).
No gráfico 06, observa-se que o mês que a empresa apresentou maior
faturamento com Prestação de Serviço foi o de Abril, e conseqüentemente pagou o
maior valor de ISS também neste mês.
65
R$0,00
R$1.000,00
R$2.000,00
R$3.000,00
R$4.000,00
R$5.000,00
R$6.000,00
R$7.000,00
R$8.000,00
FATURAMENTO MENSAL
ISS (5%)
GRÁFICO 06 - Arrecadação Mensal do ISS para os Regimes de Tributação do Lucro
Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
5.2.2.3 Cálculo do ICMS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e do
Lucro Real
A seguir serão apresentados os valores de ICMS a serem arrecadados tendo
com base os regimes de tributação do Lucro Real e do Lucro Presumido, visto que a
forma de apuração para os dois regimes de tributação é a mesma.
A tabela 08 apresenta os valores de ICMS a serem arrecadados, caso a
empresa estivesse inscrita em alguns dos regimes de tributação citados, no período
de janeiro a dezembro de 2013 (Dois mil e treze). Para o comércio varejista de
produtos de informática, de acordo com o RICMS/ES (Regulamento do Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do Estado
do Espírito Santo), utiliza-se uma alíquota de 17% (Dezessete por cento) para
apuração do ICMS, ou seja, é aplicado este percentual a parcela de vendas de
mercadorias que incidem ICMS.
66
Para realizar o cálculo de apuração do ICMS é possível utilizar-se dos
créditos de ICMS incidentes sobre as compras, este fato se dá pelo motivo de que a
empresa realizou a arrecadação do ICMS quando efetuou a aquisição da
mercadoria.
Na tabela 08 serão apresentado os valores de compras mensalmente e
respectivamente os créditos de ICMS sobre as mesmas, o faturamento referente ao
ano de 2013 (Dois mil e treze), a parcela de vendas de mercadorias sobre o regime
de substituição tributária, esta que será deduzida do faturamento para obter o valor
da base de cálculo do ICMS, em seguida o valor do ICMS sobre a alíquota de 17%
(Dezessete por cento), e finalmente o valor do ICMS a arrecadar, utilizando-se dos
créditos sobre as compras, ou seja, diminuiu-se o valor de ICMS sobre as vendas
pelo valor do ICMS sobre as compras para encontrar o valor a recolher.
67
TABELA 08 - Cálculo do ICMS para os Regimes de Tributação do Lucro Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa. (2014).
MESES/2013 VALOR DAS COMPRAS
CREDITO DE ICMS
VENDAS DE MERCADORIAS
VENDAS DE MERCADORIAS COM ST TRIBUTÁRIA
BASE DE CÁLCULO DO ICMS
DEBITO DE ICMS
ICMS A RECOLHER
JANEIRO R$ 147.918,74 R$ 8.686,19 R$ 180.232,25 R$ 1.734,49 R$ 178.497,76 R$ 30.344,62 R$ 21.658,43
FEVEREIRO R$ 124.774,81 R$ 7.665,93 R$ 165.478,80 R$ 1.040,12 R$ 164.438,68 R$ 27.954,58 R$ 20.288,65
MARÇO R$ 111.342,26 R$ 6.837,70 R$ 196.628,79 R$ 3.141,00 R$ 193.487,79 R$ 32.892,92 R$ 26.055,22
ABRIL R$ 187.244,48 R$ 11.743,55 R$ 209.655,91 R$ 3.315,47 R$ 206.340,44 R$ 35.077,87 R$ 23.334,32
MAIO R$ 108.836,48 R$ 6.576,98 R$ 186.656,86 R$ 1.963,00 R$ 184.693,86 R$ 31.397,96 R$ 24.820,98
JUNHO R$ 120.892,01 R$ 7.556,07 R$ 167.986,82 R$ 3.245,87 R$ 164.740,95 R$ 28.005,96 R$ 20.449,89
JULHO R$ 119.435,94 R$ 7.478,85 R$ 167.979,10 R$ 2.059,66 R$ 165.919,44 R$ 28.206,30 R$ 20.727,45
AGOSTO R$ 130.634,89 R$ 8.464,37 R$ 187.651,05 R$ 4.061,46 R$ 183.589,59 R$ 31.210,23 R$ 22.745,86
SETEMBRO R$ 123.705,86 R$ 7.505,73 R$ 161.943,98 R$ 3.008,00 R$ 158.935,98 R$ 27.019,12 R$ 19.513,39
OUTUBRO R$ 134.487,29 R$ 8.112,10 R$ 197.774,90 R$ 2.873,92 R$ 194.900,98 R$ 33.133,17 R$ 25.021,07
NOVEMBRO R$ 112.001,66 R$ 7.480,50 R$ 158.735,83 R$ 1.693,00 R$ 157.042,83 R$ 26.697,28 R$ 19.216,78
DEZEMBRO R$ 115.616,63 R$ 8.643,72 R$ 200.037,35 R$ 2.897,60 R$ 197.139,75 R$ 33.513,76 R$ 24.870,04
TOTAL R$ 1.536.891,05 R$ 96.751,69 R$ 2.180.761,64 R$ 26.972,13 R$ 2.149.728,05 R$ 365.453,77 R$ 268.702,08
68
R$0,00
R$50.000,00
R$100.000,00
R$150.000,00
R$200.000,00
R$250.000,00
VENDAS DE MERCADORIAS
ICMS A RECOLHER
Pode-se observar que no decorrer do ano de 2013 (Dois mil e treze) a
empresa arrecadaria, caso estivesse sobre o regime de tributação do Lucro
Presumido ou do Lucro Real, um montante total de R$ R$ 268.702,08 (Duzentos e
sessenta e oito mil e setecentos e dois reais).
GRÁFICO 07 - Arrecadação do ICMS para os Regimes de Tributação do Lucro
Presumido e do Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
No gráfico 07, visualiza-se com clareza o valor do ICMS a recolher em relação
ao faturamento das vendas com mercadorias nos regimes de tributação do Lucro
Presumido e do Lucro Real, apesar de que, a impressão que se tem ao visualizá-lo é
que a parcela recolher do ICMS é mínima em relação ao faturamento, ela é bem
maior nestas duas modalidades de tributação do que no simples nacional,
observando-se uma diferença relevante de R$ 194.535,42 (Cento e noventa e quatro
mil e quinhentos e trinta e cinco reais e quarenta e dois centavos).
69
5.2.3 Apuração dos tributos peculiares no Lucro Presumido
A seguir serão demonstrados os tributos a serem arrecadados, caso a
empresa estive enquadrada no Lucro Presumido, para posteriormente compará-lo
com o Lucro Real e o Simples Nacional, a fim de identificar em qual regime de
tributação está a menor carga tributária.
A tabela 09 apresenta os valores de PIS e COFINS a serem pagos pela
empresa no regime do Lucro Presumido. Neste regime, os valores de PIS e COFINS
são cumulativos, não havendo compensação de débitos originados pelas vendas e
nem créditos originados pelas compras.
A atividade de comércio varejista de equipamentos de informática, caso seja
inscrita no Lucro Presumido ou Real, tem o benefício de terem a alíquota de PIS e
COFINS reduzidas à zero sobre a receita de alguns produtos vendidos. De um modo
geral podemos dizer que a redução à zero é um regime especial com alíquotas
diferenciadas, ou seja, a alíquota é 0% (zero por cento). A alíquota reduzida a ZERO
do PIS e COFINS é um benefício fiscal que a RFB concede para determinados
produtos podendo ser apresentado na forma da descrição, da utilização e, também,
da nomenclatura da NCM ou de posições da TIPI. Para utilizar o benefício deve ser
observada a base legal na lei 11.196 de 21 de novembro de 2005, artigos 28 a 30,
regulamentada pelo Decreto 5.602 de 06 de dezembro de 2005.
No entanto, na tabela 09 será deduzido do valor do faturamento mensal o
valor equivalente às vendas dos produtos cuja alíquota de PIS e COFINS é reduzida
a zero, esta parcela corresponde a 60% (Sessenta por cento) da receita bruta
mensal, e em seguida será aplicado no resultado às alíquotas de PIS e COFINS no
regime cumulativo, que são respectivamente 0,65 % (Zero vírgula sessenta e cinco
por cento) e 3% (Três por cento). As alíquotas para a serem aplicadas sobre a base
cálculo do PIS e da COFINS estão fundamentadas pela Lei 9.718 de 27 de
novembro de 1998, artigo 2º.
70
TABELA 09 - PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Presumido inerente ao
estudo de caso
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
De acordo com o cálculo o total de PIS/PASEP a ser arrecadado no ano de
2013 (Dois mil e Treze) seria de R$ 5.669,98 (Cinco mil seiscentos e sessenta e
nove reais e noventa e oito centavos) e o total de COFINS seria de R$ 26.169,14
(Vinte e seis mil cento e sessenta e nove reais e quatorze centavos), caso a
empresa estivesse inscrita no Lucro Presumido.
MESES/2013 FATURAMENTO MENSAL
VENDAS DE PRODUTO A
ALIQUOTA ZERO
BASE DE CÁLCULO PARA O PIS E COFINS
PIS A PAGAR
(0,65%)
COFINS A PAGAR
(3%)
JANEIRO R$ 180.232,25 R$ 108.139,35 R$ 72.092,90 R$ 468,60 R$ 2.162,79
FEVEREIRO R$ 165.478,80 R$ 99.287,28 R$ 66.191,52 R$ 430,24 R$ 1.985,75
MARÇO R$ 196.628,79 R$ 117.977,27 R$ 78.651,52 R$ 511,23 R$ 2.359,55
ABRIL R$ 209.655,91 R$ 125.793,55 R$ 83.862,36 R$ 545,11 R$ 2.515,87
MAIO R$ 186.656,86 R$ 111.994,12 R$ 74.662,74 R$ 485,31 R$ 2.239,88
JUNHO R$ 167.986,82 R$ 100.792,09 R$ 67.194,73 R$ 436,77 R$ 2.015,84
JULHO R$ 167.979,10 R$ 100.787,46 R$ 67.191,64 R$ 436,75 R$ 2.015,75
AGOSTO R$ 187.651,05 R$ 112.590,63 R$ 75.060,42 R$ 487,89 R$ 2.251,81
SETEMBRO R$ 161.943,98 R$ 97.166,39 R$ 64.777,59 R$ 421,05 R$ 1.943,33
OUTUBRO R$ 197.774,90 R$ 118.664,94 R$ 79.109,96 R$ 514,21 R$ 2.373,30
NOVEMBRO R$ 158.735,83 R$ 95.241,50 R$ 63.494,33 R$ 412,71 R$ 1.904,83
DEZEMBRO R$ 200.037,35 R$ 120.022,41 R$ 80.014,94 R$ 520,10 R$ 2.400,45
TOTAL R$ 2.180.761,64 R$ 1.308.456,98 R$ 872.304,66 R$ 5.669,98 R$ 26.169,14
71
R$0,00
R$500,00
R$1.000,00
R$1.500,00
R$2.000,00
R$2.500,00
R$3.000,00
PIS A PAGAR
COFINS A PAGAR
GRÁFICO 08 - Arrecadação Mensal de PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro
Presumido inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O gráfico acima mostra que o mês que incidiria a maior carga tributária de
PIS/PASEP e COFINS, caso a empresa estivesse no Lucro Presumido, seria o mês
de Abril e a menor carga tributária seria o mês de Novembro.
As tabelas 10 e 11 apresentam o montante de IRPJ a ser arrecadado pela
empresa, caso ele estivesse no Lucro Presumido. Neste regime, o IRPJ é
arrecadado trimestralmente. O cálculo para apuração deste imposto origina-se da
soma da receita mensal e sobre o montante obtido, aplica-se um percentual para
determinação da base de cálculo e em seguida é aplicada a alíquota de 15% (quinze
por cento) sobre a base de cálculo obtida para determinação do IRPJ.
Para a receita com venda de mercadorias a base de cálculo do IRPJ é de 8%
(Oito por cento), já para as receitas obtidas pela prestação de serviços a empresa
utilizaria a alíquota de 32% (Trinta e dois por cento) para obter a base de cálculo. As
alíquotas para obter a base cálculo do IRPJ e da CSSL estão fundamentadas pela
Lei 9.249 de 26 de dezembro de 1995, artigos 15 e 20.
72
TABELA 10 - IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento do Comércio
inerente ao estudo de caso.
TRIMESTRES FATURAMENTO TRIMESTRAL
(Comércio)
BASE DE CALCULO DO IRPJ
(8%)
IRPJ A PAGAR
(15%)
1º TRIMESTRE R$ 542.339,84 R$ 43.387,19 R$ 6.508,08
2º TRIMESTRE R$ 564.229,59 R$ 45.138,37 R$ 6.770,76
3º TRIMESTRE R$ 517.574,13 R$ 41.405,93 R$ 6.210,89
4º TRIMESTRE R$ 556.548,08 R$ 44.523,85 R$ 6.678,58
TOTAL R$ 2.180.691,64 R$ 174.455,33 R$ 26.168,30
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
GRÁFICO 09 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Presumido para
o Faturamento do Comércio inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O gráfico 09 demonstra que o trimestre que incidiria a maior carga tributária
referente a IRPJ com as receitas de vendas de mercadorias caso a empresa
R$5.900,00
R$6.000,00
R$6.100,00
R$6.200,00
R$6.300,00
R$6.400,00
R$6.500,00
R$6.600,00
R$6.700,00
R$6.800,00
R$6.900,00
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE
IRPJ A PAGAR
73
estivesse no Lucro Presumido seria o 2º. Trimestre e o que teria e menor carga
tributária de IRPJ seria o 3º. Trimestre.
TABELA 11 - IRPJ com base no Lucro Presumido para o Faturamento com
Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso.
TRIMESTRES FATURAMENTO TRIMESTRAL
(Prestação de Serviço)
BASE DE CALCULO DO IRPJ
(32%)
IRPJ A PAGAR
(15%)
1º TRIMESTRE R$ 16.531,00 R$ 5.289,92 R$ 793,49
2º TRIMESTRE R$ 16.779,50 R$ 5.369,44 R$ 805,42
3º TRIMESTRE R$ 17.416,50 R$ 5.573,28 R$ 835,99
4º TRIMESTRE R$ 16.366,00 R$ 5.237,12 R$ 785,57
TOTAL R$ 67.093,00 R$ 21.469,76 R$ 3.220,46
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
GRÁFICO 10 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Presumido para
o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
R$760,00
R$770,00
R$780,00
R$790,00
R$800,00
R$810,00
R$820,00
R$830,00
R$840,00
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE
IRPJ A PAGAR
74
O gráfico 10 demonstra que o trimestre que incidiria a maior carga tributária
referente à IRPJ com as receitas com prestação de serviços caso a empresa
estivesse no Lucro Presumido seria o 3º. Trimestre e o que teria e menor carga
tributária de IRPJ seria o 4º. Trimestre.
O valor total de IRPJ a ser pago pela empresa, com as vendas de
mercadorias e prestação de serviços somou R$ 29.388,76 (Vinte e nove mil e
trezentos e oitenta e oito reais e setenta e seis centavos), sendo que R$ 26.168,30
(Vinte e seis mil e cento e sessenta e oito reais e trinta centavos) corresponde a
parcela sobre a venda de mercadorias e R$ 3.220,46 (Três mil duzentos e vinte
reais e quarenta e seis centavos) corresponde a receita com prestação de serviços.
As tabelas 12 e 13 apresentadas a seguir, demonstram o quanto de CSLL
seria pago caso a empresa estivesse inserida no regime do Lucro Presumido. A
CSLL, assim como o IRPJ, é recolhida trimestralmente.
Para a receita com venda de mercadorias a base de cálculo da CSLL é de
12% (Doze por cento), já para as receitas obtidas pela prestação de serviços a
empresa utilizaria a alíquota de 32% (Trinta e dois por cento) para obter a base de
cálculo.
TABELA 12 - CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento do Comércio
inerente ao estudo de caso.
TRIMESTRES FATURAMENTO TRIMESTRAL
(Comércio)
BASE DE CALCULO DA CSLL
(12%)
CSLL A PAGAR
(9%)
1º TRIMESTRE R$ 542.339,84 R$ 65.080,78 R$ 5.857,27
2º TRIMESTRE R$ 564.229,59 R$ 67.707,55 R$ 6.093,68
3º TRIMESTRE R$ 517.574,13 R$ 62.108,90 R$ 5.589,80
4º TRIMESTRE R$ 556.548,08 R$ 66.785,77 R$ 6.010,72
TOTAL R$ 2.180.691,64 R$ 261.683,00 R$ 23.551,47
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
75
GRÁFICO 11 - Arrecadação Trimestral de CSLL com base no Lucro Presumido para
o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O gráfico 11 demonstra que o trimestre que incidiria a maior carga tributária
referente à CSLL com as receitas de vendas de mercadorias caso a empresa
estivesse no Lucro Presumido seria o 2º. Trimestre e o que teria e menor carga
tributária de CSLL seria o 3º. Trimestre.
TABELA 13 - CSLL com base no Lucro Presumido para o Faturamento com
Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso.
TRIMESTRES FATURAMENTO TRIMESTRAL
(Prestação de Serviço)
BASE DE CALCULO DA CSLL
(32%)
CSLL A PAGAR
(9%)
1º TRIMESTRE R$ 16.531,00 R$ 5.289,92 R$ 476,09
2º TRIMESTRE R$ 16.779,50 R$ 5.369,44 R$ 483,25
3º TRIMESTRE R$ 17.416,50 R$ 5.573,28 R$ 501,60
4º TRIMESTRE R$ 16.366,00 R$ 5.237,12 R$ 471,34
TOTAL R$ 67.093,00 R$ 21.469,76 R$ 1.932,28
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
R$5.300,00
R$5.400,00
R$5.500,00
R$5.600,00
R$5.700,00
R$5.800,00
R$5.900,00
R$6.000,00
R$6.100,00
R$6.200,00
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE
CSLL A PAGAR
76
GRÁFICO 12 - Arrecadação Trimestral de CSLL com base no Lucro Presumido para
o Faturamento Prestação de Serviços inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O gráfico 12 demonstra que o trimestre que incidiria a maior carga tributária
referente à CSLL com as receitas com prestação de serviços caso a empresa
estivesse no Lucro Presumido seria o 1º. Trimestre e o que teria e menor carga
tributária de CSLL seria o 4º. Trimestre.
O valor total de CSLL a ser pago pela empresa, com as vendas de
mercadorias e prestação de serviços somou R$ 25.483,75 (Vinte e cinco mil
quatrocentos e oitenta e três reais e setenta e cinco centavos), sendo que R$
23.551,47 (Vinte e três mil e quinhentos e cinqüenta e um reais e quarenta e sete
centavos) corresponde a parcela sobre a venda de mercadorias e R$ 1.932,28 (Mil
novecentos e trinta e dois reais e vinte e oito centavos) corresponde a receita com
prestação de serviços.
A tabela 14 apresenta o montante total de tributos a serem arrecadados caso
a empresa optasse pelo regime do Lucro Presumido.
R$455,00
R$460,00
R$465,00
R$470,00
R$475,00
R$480,00
R$485,00
R$490,00
R$495,00
R$500,00
R$505,00
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE
CSLL A PAGAR
77
TABELA 14 - Total dos Tributos com Base com base no Lucro Presumido inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa. (2014).
MESES/2013 PIS/PASEP COFINS IRPJ CSLL ICMS ISS FGTS INSS
(Patronal+RAT/FAP+Terceiros) TOTAL
JANEIRO R$ 468,60 R$ 2.162,79 R$ 21.658,43 R$ 263,55 R$ 694,13 R$ 2.867,73 R$ 28.115,23
FEVEREIRO R$ 430,24 R$ 1.985,75 R$ 20.288,65 R$ 208,50 R$ 566,76 R$ 2.441,05 R$ 25.920,95
MARÇO R$ 511,23 R$ 2.359,55 R$ 7.301,57 R$ 6.333,36 R$ 26.055,22 R$ 354,50 R$ 682,77 R$ 2.829,68 R$ 46.427,88
ABRIL R$ 545,11 R$ 2.515,87 R$ 23.334,32 R$ 399,95 R$ 726,54 R$ 2.976,30 R$ 30.498,09
MAIO R$ 485,31 R$ 2.239,88 R$ 24.820,98 R$ 188,33 R$ 623,08 R$ 2.822,94 R$ 31.180,52
JUNHO R$ 436,77 R$ 2.015,84 R$ 7.576,18 R$ 6.576,93 R$ 20.449,89 R$ 250,70 R$ 654,97 R$ 2.929,76 R$ 40.891,04
JULHO R$ 436,75 R$ 2.015,75 R$ 20.727,45 R$ 327,00 R$ 703,11 R$ 3.091,04 R$ 27.301,10
AGOSTO R$ 487,89 R$ 2.251,81 R$ 22.745,86 R$ 254,20 R$ 599,83 R$ 2.745,02 R$ 29.084,61
SETEMBRO R$ 421,05 R$ 1.943,33 R$ 7.046,88 R$ 6.091,40 R$ 19.513,39 R$ 289,63 R$ 684,11 R$ 3.027,37 R$ 39.017,16
OUTUBRO R$ 514,21 R$ 2.373,30 R$ 25.021,07 R$ 378,60 R$ 624,94 R$ 2.829,15 R$ 31.741,27
NOVEMBRO R$ 412,71 R$ 1.904,83 R$ 19.216,78 R$ 245,20 R$ 714,86 R$ 2.944,38 R$ 25.438,76
DEZEMBRO R$ 520,10 R$ 2.400,45 R$ 7.464,15 R$ 6.482,06 R$ 24.870,04 R$ 194,50 R$ 720,90 R$ 2.964,61 R$ 45.616,81
TOTAL R$ 5.669,98 R$ 26.169,14 R$ 29.388,78 R$ 25.483,75 R$ 268.702,08 R$ 3.354,65 R$ 7.996,00 R$ 34.469,01 R$ 401.233,39
78
No Lucro Presumido a empresa pagaria o montante de R$ 401.233,49
(Quatrocentos e um mil e duzentos e trinta e três reais e quarenta e nove centavos).
O gráfico abaixo apresenta a representação de cada tributo mostrado na
tabela 14.
GRÁFICO 13 - Representação de cada tributo no Lucro Presumido inerente ao
estudo de caso
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
De acordo com o gráfico 13, nota-se que o ISS é o tributo menos oneroso
para a empresa, representado uma fatia de apenas 0,85% (Oitenta e cinco
centésimos por cento) sobre o total de tributos, e o ICMS é o mais oneroso,
ocupando uma faixa de 66,97% (Sessenta e seis vírgula noventa e sete por cento).
5.2.4 Apuração dos tributos peculiares no Lucro Real
Neste subitem serão demonstrados os tributos peculiares caso a empresa
estivesse enquadrada no Lucro Real no ano de 2013 (Dois mil e treze).
PIS/PASEP1,41% COFINS
6,52% IRPJ7,32%
CSLL 6,35%
ICMS66,97%
ISS0,85 %
FGTS1,99%
INSS8,59%
PIS/PASEP COFINS IRPJ CSLL ICMS ISS FGTS INSS
79
Em seguida será apresentado a tabela 15, demonstrando apuração do PIS e
COFINS no regime de tributação de Lucro Real. No Lucro Real esses tributos são
não-cumulativos havendo a compensação dos débitos gerados da revenda de
mercadorias com os créditos originados das compras. Algumas despesas também
geram direito ao crédito desde que esteja diretamente ligada a atividade da
empresa. As alíquotas são de 1,65% (Um vírgula sessenta e cinco por cento) para
PIS e 7,6% (Sete vírgula seis por cento) para COFINS. As alíquotas a serem
aplicadas sobre a base cálculo do PIS e da COFINS no regime não-cumulativo estão
fundamentadas pela Lei 10.637 de 30 de dezembro de 2002, artigo 2º, e pela Lei
10.833 de 26 de dezembro de 2003, artigo 2º, respectivamente.
TABELA 15 - PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Real inerente ao estudo de
caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
MESES/2013 FATURAMENTO MENSAL
VENDAS DE PRODUTO A ALIQUOTA ZERO
BASE DE CÁLCULO P/ O PIS
E COFINS
DÉBITO DE PIS
(1,65%)
DÉBITO DE COFINS
(7,6%)
JANEIRO R$ 180.232,25 R$ 108.139,35 R$ 72.092,90 R$ 1.189,53 R$ 5.479,06
FEVEREIRO R$ 165.478,80 R$ 99.287,28 R$ 66.191,52 R$ 1.092,16 R$ 5.030,56
MARÇO R$ 196.628,79 R$ 117.977,27 R$ 78.651,52 R$ 1.297,75 R$ 5.977,52
ABRIL R$ 209.655,91 R$ 125.793,55 R$ 83.862,36 R$ 1.383,73 R$ 6.373,54
MAIO R$ 186.656,86 R$ 111.994,12 R$ 74.662,74 R$ 1.231,94 R$ 5.674,37
JUNHO R$ 167.986,82 R$ 100.792,09 R$ 67.194,73 R$ 1.108,71 R$ 5.106,80
JULHO R$ 167.979,10 R$ 100.787,46 R$ 67.191,64 R$ 1.108,66 R$ 5.106,56
AGOSTO R$ 187.651,05 R$ 112.590,63 R$ 75.060,42 R$ 1.238,50 R$ 5.704,59
SETEMBRO R$ 161.943,98 R$ 97.166,39 R$ 64.777,59 R$ 1.068,83 R$ 4.923,10
OUTUBRO R$ 197.774,90 R$ 118.664,94 R$ 79.109,96 R$ 1.305,31 R$ 6.012,36
NOVEMBRO R$ 158.735,83 R$ 95.241,50 R$ 63.494,33 R$ 1.047,66 R$ 4.825,57
DEZEMBRO R$ 200.037,35 R$ 120.022,41 R$ 80.014,94 R$ 1.320,25 R$ 6.081,14
TOTAL R$ 2.180.761,64 R$ 1.308.456,98 R$ 872.304,66 R$ 14.393,03 R$ 66.295,15
80
Os valores correspondentes aos créditos de PIS e COFINS foram fornecidos
pela empresa, estes são tomados na aquisição de mercadorias e de algumas
despesas diretamente ligadas a atividade da empresa, e depois abatidos no
montante de PIS e COFINS a recolher. Veja o cálculo demonstrado na tabela
abaixo:
TABELA 15.01 - Apuração de PIS/PASEP e COFINS com base no Lucro Real
inerente ao estudo de caso
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
De acordo com a tabela acima a empresa somou o valor de R$ 4.249,55 de
PIS/PASEP (Quatro mil duzentos e quarenta e nove reais e cinqüenta e cinco
centavos e R$ 19.573,66 (Dezenove mil e quinhentos e setenta e três reais e
sessenta e seis centavo) de COFINS a serem arrecadados caso tivesse inscrita no
Lucro Real.
MESES/2013 CRÉDITOS DE
PIS CRÉDITOS DE
COFINS
DÉBITO DE PIS
(1,65%)
DÉBITO DE COFINS
(7,6%)
PIS A PAGAR
COFINS A PAGAR
JANEIRO R$ 976,26 R$ 4.496,73 R$ 1.189,53 R$ 5.479,06 R$ 213,27 R$ 982,33
FEVEREIRO R$ 823,51 R$ 3.793,15 R$ 1.092,16 R$ 5.030,56 R$ 268,65 R$ 1.237,41
MARÇO R$ 734,86 R$ 3.384,80 R$ 1.297,75 R$ 5.977,52 R$ 562,89 R$ 2.592,72
ABRIL R$ 1.235,81 R$ 5.692,23 R$ 1.383,73 R$ 6.373,54 R$ 147,92 R$ 681,31
MAIO R$ 718,32 R$ 3.308,63 R$ 1.231,94 R$ 5.674,37 R$ 513,62 R$ 2.365,74
JUNHO R$ 797,89 R$ 3.675,12 R$ 1.108,71 R$ 5.106,80 R$ 310,82 R$ 1.431,68
JULHO R$ 788,28 R$ 3.630,85 R$ 1.108,66 R$ 5.106,56 R$ 320,38 R$ 1.475,71
AGOSTO R$ 862,19 R$ 3.971,30 R$ 1.238,50 R$ 5.704,59 R$ 376,31 R$ 1.733,29
SETEMBRO R$ 816,46 R$ 3.760,66 R$ 1.068,83 R$ 4.923,10 R$ 252,37 R$ 1.162,44
OUTUBRO R$ 887,62 R$ 4.088,41 R$ 1.305,31 R$ 6.012,36 R$ 417,69 R$ 1.923,95
NOVEMBRO R$ 739,21 R$ 3.404,85 R$ 1.047,66 R$ 4.825,57 R$ 308,45 R$ 1.420,72
DEZEMBRO R$ 763,07 R$ 3.514,75 R$ 1.320,25 R$ 6.081,14 R$ 557,18 R$ 2.566,39
TOTAL R$ 10.143,48 R$ 46.721,49 R$ 14.393,03 R$ 66.295,15 R$ 4.249,55 R$ 19.573,66
81
R$0,00
R$500,00
R$1.000,00
R$1.500,00
R$2.000,00
R$2.500,00
R$3.000,00
PIS A PAGAR
COFINS A PAGAR
GRÁFICO 14 - Arrecadação Mensal de PIS/PASEP e COFINS para os Regimes de
Tributação do Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O gráfico 14 mostra que o mês que incidiria a maior carga tributária de
PIS/PASEP e COFINS, caso a empresa estivesse no Lucro Presumido seria o mês
de Março e a menor carga tributária no mês de Abril.
No regime tributário do Lucro Real para encontrar a base se cálculo do IRPJ e
da CSLL é necessário elaborar a DR (Demonstração de Resultado). Na DR o valor
obtido como “Resultado Operacional antes do IRPJ e da CSLL” é transcrito no
LALUR, onde são realizadas as adições e exclusões, para finalmente obter o
“Resultado Fiscal”, o qual é conhecido comumente como Lucro ou Prejuízo do
Exercício. Caso o resultado seja positivo é denominado Lucro, e se negativo, é
denominado Prejuízo. Quando é apurado Lucro, deverão ser aplicadas sobre o
mesmo as alíquotas de 15% (Quinze por cento) para o IRPJ e 9% (Nove por cento)
para a CSLL. As alíquotas para aplicar sobre a base cálculo do IRPJ e da CSSL no
Lucro Real estão fundamentadas pela IN SRF nº. 93 de 24 de dezembro de 1997 e
pela IN SRF nº. 390 de 30 de janeiro de 2004, artigos 23 e 31, respectivamente.
82
O período de apuração do IRPJ e da CSLL, calculado sobre o lucro real, é
trimestral ou anual por estimativa mensal. Quando trimestral, a base de cálculo do
imposto sobre a renda é o resultado (lucro ou prejuízo) apurado nos períodos
trimestrais encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
dezembro, com observância da legislação comercial, antes da provisão para o
pagamento do imposto de renda, ajustado extracontabilmente pelas adições,
exclusões e compensações autorizadas pela legislação. A apuração quando anual é
denominada de imposto de renda por estimativa. Embora o lucro real seja apurado
anualmente, nessa modalidade a pessoa jurídica está obrigada a recolher
mensalmente o imposto, calculado sobre uma base estimada. Anualmente a pessoa
jurídica deve levantar um balanço, compreendendo o período que vai de 01 de
janeiro a 31 de dezembro, apurar o lucro real e calcular o imposto devido. Do
imposto devido são deduzidos os valores dos recolhimentos mensais, do imposto
retido e dos incentivos fiscais.
A parcela do lucro real que exceder o valor da multiplicação de R$ 20.000,00
(Vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, ficará
sujeita à incidência do adicional do imposto de renda à alíquota de 10%.
A modalidade utilizada para aplicar no estudo de caso foi à apuração
trimestral, que está representada na tabela 16. As DR’s trimestrais encontram-se nos
anexos.
83
R$0,00
R$2.000,00
R$4.000,00
R$6.000,00
R$8.000,00
R$10.000,00
R$12.000,00
R$14.000,00
1º. TRIMESTRE 2º. TRIMESTRE 3º. TRIMESTRE 4º. TRIMESTRE
IRPJ TOTAL APAGAR
TABELA 16 - Apuração do IRPJ no Regime de Tributação do Lucro Real Trimestral
inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O valor a arrecadar referente a IRPJ no ano-calendário de 2013 caso a
empresa estivesse inscrita no Lucro Real seria de R$ 40.249,50. (Quarenta mil e
duzentos e quarenta e nove reais e cinqüenta centavos).
GRÁFICO 15 - Arrecadação Trimestral de IRPJ com base no Lucro Real Trimestral
inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
MESES/2013 BASE DE CÁLCULO
IRPJ A PAGAR
BASE DE CÁLCULO P/ ADICIONAL DE
IRPJ
IRPJ ADICIONAL A
PAGAR
(10%)
IRPJ TOTAL A PAGAR
1º. TRIMESTRE R$ 63.682,50 R$ 9.552,38 R$ 3.682,50 R$ 368,25 R$ 9.920,63
2º. TRIMESTRE R$ 74.223,55 R$ 11.133,53 R$ 14.223,55 R$ 1.422,36 R$ 12.555,89
3º. TRIMESTRE R$ 56.317,09 R$ 8.447,56 - - R$ 8.447,56
4º. TRIMESTRE R$ 61.301,70 R$ 9.195,26 R$ 1.301,70 R$ 130,17 R$ 9.325,43
TOTAL R$ 255.524,84 R$ 38.328,73 R$ 19.207,75 R$ 1.920,78 R$ 40.249,50
84
O gráfico 15 demonstra que o trimestre que incidiria a maior carga tributária
referente à IRPJ caso a empresa estivesse no Lucro Real Trimestral seria o 1º.
Trimestre e o que teria e menor carga tributária de IRPJ seria o 3º. Trimestre.
Para apurar a CSLL, toma-se a mesma base que o IRPJ. Vale ressaltar, que
a CSLL não está obrigada ao recolhimento adicional da Contribuição. Abaixo segue
uma tabela apresentado o cálculo.
TABELA 17 - Apuração da CSLL no Regime de Tributação do Lucro Real Trimestral
inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O valor devido referente a CSLL no ano-calendário de 2013 (Dois mil e treze).
caso a empresa estivesse inscrita no Lucro Real seria de R$ 22.997,24. (Vinte e dois
mil e novecentos e noventa e sete reais e vinte e quatro centavos).
MESES/2013 BASE DE CÁLCULO CSLL A PAGAR
(9%)
1º. TRIMESTRE R$ 63.682,50 R$ 5.731,43
2º. TRIMESTRE R$ 74.223,55 R$ 6.680,12
3º. TRIMESTRE R$ 56.317,09 R$ 5.068,54
4º. TRIMESTRE R$ 61.301,70 R$ 5.517,15
TOTAL R$ 255.524,84 R$ 22.997,24
85
GRÁFICO 16 - Arrecadação de CSLL com base no Lucro Real Trimestral inerente ao
estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
O gráfico 16 demonstra que o trimestre que incidiria a maior carga tributária
referente à CSLL caso a empresa estivesse no Lucro Real Trimestral seria o 1º.
Trimestre e o que teria e menor carga tributária de CSLL seria o 3º. Trimestre.
A tabela 18 demonstra o quanto a empresa recolheria de tributos caso fizesse
a opção pelo Lucro Real Trimestral no ano de 2013 (Dois mil e treze).
R$0,00
R$1.000,00
R$2.000,00
R$3.000,00
R$4.000,00
R$5.000,00
R$6.000,00
R$7.000,00
R$8.000,00
1º. TRIMESTRE 2º. TRIMESTRE 3º. TRIMESTRE 4º. TRIMESTRE
CSLL A PAGAR
86
Tabela 18 - Total dos Tributos com Base com base no Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
MESES/2013 PIS/PASEP COFINS IRPJ CSLL ICMS ISS FGTS INSS
(Patronal+RAT/FAP+Terceiros) TOTAL
JANEIRO R$ 213,27 R$ 982,33 R$ 21.658,43 R$ 263,55 R$ 694,13 R$ 2.867,73 R$ 26.679,44
FEVEREIRO R$ 268,65 R$ 1.237,41 R$ 20.288,65 R$ 208,50 R$ 566,76 R$ 2.441,05 R$ 25.011,02
MARÇO R$ 562,89 R$ 2.592,72 R$ 9.920,63 R$ 5.731,43 R$ 26.055,22 R$ 354,50 R$ 682,77 R$ 2.829,68 R$ 48.729,84
ABRIL R$ 147,92 R$ 681,31 R$ 23.334,32 R$ 399,95 R$ 726,54 R$ 2.976,30 R$ 28.266,34
MAIO R$ 513,62 R$ 2.365,74 R$ 24.820,98 R$ 188,33 R$ 623,08 R$ 2.822,94 R$ 31.334,69
JUNHO R$ 310,82 R$ 1.431,68 R$ 12.555,89 R$ 6.680,12 R$ 20.449,89 R$ 250,70 R$ 654,97 R$ 2.929,76 R$ 45.263,83
JULHO R$ 320,38 R$ 1.475,71 R$ 20.727,45 R$ 327,00 R$ 703,11 R$ 3.091,04 R$ 26.644,69
AGOSTO R$ 376,31 R$ 1.733,29 R$ 22.745,86 R$ 254,20 R$ 599,83 R$ 2.745,02 R$ 28.454,51
SETEMBRO R$ 252,37 R$ 1.162,44 R$ 8.447,56 R$ 5.068,54 R$ 19.513,39 R$ 289,63 R$ 684,11 R$ 3.027,37 R$ 38.445,41
OUTUBRO R$ 417,69 R$ 1.923,95 R$ 25.021,07 R$ 378,60 R$ 624,94 R$ 2.829,15 R$ 31.195,40
NOVEMBRO R$ 308,45 R$ 1.420,72 R$ 19.216,78 R$ 245,20 R$ 714,86 R$ 2.944,38 R$ 24.850,39
DEZEMBRO R$ 557,18 R$ 2.566,39 R$ 9.325,43 R$ 5.517,15 R$ 24.870,04 R$ 194,50 R$ 720,90 R$ 2.964,61 R$ 46.716,20
TOTAL R$ 4.249,55 R$ 19.573,66 R$ 40.249,50 R$ 22.997,24 R$ 268.702,08 R$ 3.354,65 R$ 7.996,00 R$ 34.469,01 R$ 401.591,69
87
No Lucro Real a empresa arrecadaria o montante de R$ 401.591,69
(Quatrocentos e um mil e quinhentos e noventa e um reais e sessenta e nove
centavos).
O gráfico abaixo apresenta a arrecadação de cada tributo mostrado na tabela
18.
GRÁFICO 17 - Representação de cada tributo no Lucro Real inerente ao estudo de
caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
De acordo com o gráfico 17, nota-se que o ISS é o tributo menos oneroso
para a empresa, representando uma fatia de apenas 0,85% (Oitenta e quatro
centésimos por cento) sobre o total de tributos, e o ICMS é o mais oneroso,
ocupando uma faixa de 66,91% (Sessenta e seis vírgula noventa e um por cento).
PIS/PASEP1,06%
COFINS4,87% IRPJ
10,02%
CSLL 5,73%
ICMS66,91%
ISS0,84 %
FGTS1,99%
INSS8,58%
PIS/PASEP COFINS IRPJ CSLL ICMS ISS FGTS INSS
88
5.2.5 Comparativo: Simples Nacional x Lucro Presumido x Lucro Real
Será apresentado em seguida uma tabela totalizando os tributos em cada
regime de tributação apresentado, para verificar qual o regime menos oneroso para
a empresa optar para realizar a arrecadação dos tributos por ela devidos.
TABELA 19 - Comparativo entre os Regimes de Tributação do Simples Nacional,
Lucro Presumido e Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
Através da tabela apresentada, identifica-se que se a empresa fosse optante
pelo Lucro Presumido arrecadaria R$ 401.233,39 (Quatrocentos e um mil e duzentos
e trinta e três reais e trinta e nove centavos), se optasse pelo Lucro Real arrecadaria
R$ 401.591,69 (Quatrocentos e um mil e quinhentos e noventa e um reais e
sessenta e nove centavos), e como optante do Simples Nacional a empresa
arrecadou R$ 238.035,54 (Duzentos e trinta e oito mil e trinta e cinco reais e
cinqüenta e quatro centavos), adquirindo uma economia de R$ 163.197,85 (Cento e
sessenta e três mil e cento e noventa e sete reais e oitenta e cinco centavos) em
TRIBUTOS SIMPLES NACIONAL LUCRO PRESUMIDO LUCRO REAL
PIS/PASEP R$ 7.531,98 R$ 5.669,98 R$ 4.249,55
COFINS R$ 31.939,48 R$ 26.169,14 R$ 19.573,66
IRPJ R$ 10.725,94 R$ 29.388,78 R$ 40.249,50
CSLL R$ 10.719,24 R$ 25.483,75 R$ 22.997,24
ICMS R$ 74.166,66 R$ 268.702,08 R$ 268.702,08
ISS R$ 3.354,66 R$ 3.354,65 R$ 3.354,65
CPP R$ 91.601,58 - -
INSS - R$ 34.469,01 R$ 34.469,01
FGTS R$ 7.996,00 R$ 7.996,00 R$ 7.996,00
TOTAL R$ 238.035,54 R$ 401.233,39 R$ 401.591,69
89
R$0,00 R$50.000,00 R$100.000,00 R$150.000,00 R$200.000,00 R$250.000,00 R$300.000,00
PIS/PASEP
COFINS
IRPJ
CSLL
ICMS
ISS
CPP
INSS
FGTS
LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO SIMPLES NACIONAL
relação ao Lucro Presumido e R$ 163.556,15 (Cento e sessenta e três mil e cento e
quinhentos e cinqüenta e seis reais e quinze centavos) em relação ao Lucro Real.
GRÁFICO 18 - Arrecadação entre os Regimes de Tributação do Simples Nacional,
Lucro Presumido e Lucro Real inerente ao estudo de caso.
Fonte: Elaborado pela autora baseado nos dados cedidos pela empresa (2014).
É perceptível que o ICMS é o que apresenta maior discrepância em relação
ao Simples Nacional, isso deve ao fato de que o Espírito Santo não concede
nenhum benefício e/ou incentivo fiscal para revenda de mercadorias de
equipamentos de informática.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não se pode negar a relevância da ciência contábil na promoção dos
lançamentos fiscais, bem como a importante função em definir a dinâmica tributária.
Toda tributação advêm da Constituição, dessa maneira o planejamento tributário
ampara-se em conceitos extraídos da constituição.
Não basta conhecermos o sistema tributário nacional tal como é
apresentado, é preciso aperfeiçoamento profissional e conceitual, principalmente
quando se tem o propósito de colocá-lo em prática nos interesses voltados às
pessoas jurídicas com finalidades lucrativas.
O ponto de partida para o estudo da legislação tributária tem ancoragem na
Constituição de 1988, isto é, todo e qualquer esforço de compreensão das normas e
dos comandos insertos desse sistema representam verdadeira medida para a
correta interpretação e aplicação de leis, voltada às tributações absolutamente servis
ao contador.
O exercício da competência tributária, por sua vez além de representar a
legitimidade para cada ente público interno, disciplina tributos relacionados à sua
“alçada”, regula a forma pelo qual os tributos deverão ser exigidos.
O planejamento tributário não se limita a agir de maneira preventiva no
exercício da atividade do agente econômico. Ele também encontra assento e ações
repressivas de maneira a recuperar o que foi indevidamente pago no campo do
direito tributário.
De qualquer maneira, o planejamento tributário, tal como abordado neste
trabalho, está pautado em conduta lícita, legitimando, com isso ações preventivas na
administração dos interesses do agente econômico.
Portanto, os postulados tributários, somados com a devida compreensão dos
sistemas, credenciam atitudes proativas que certamente facilitarão o
desenvolvimento de algum tipo de economia, que melhor evidencie o regime de
tributação fundamentado no planejamento tributário.
Sendo assim, a análise tributária da empresa em estudo de caso evidencia
que o regime tributário em que a mesma se encontra é o melhor para o seu
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desempenho, porém estudos e planejamentos devem ser constantes com o intuito
de garantir que ela aplique corretamente os seus tributos.
Através do desenvolvimento deste trabalho foi possível averiguar e analisar
o faturamento de uma empresa no ramo de informática, bem como o provável valor
a recolher de tributos com base no Lucro Presumido e no Lucro Real, bem como o
valor pago pela forma de tributação no Simples Nacional. Demonstrando assim, o
quanto recolheria se fosse optante pelo Lucro Presumido ou Real no ano-calendário
de 2013 (Dois mil e treze), além de comparações entre os regimes de tributação.
Após a realização das comparações pode-se observar que mesmo não
tendo sido feito um planejamento tributário anteriormente, a empresa se emoldura
na melhor forma de tributação.
A utilização de um planejamento tributário adequado, bem como uma gestão
econômica consciente é de vital importância para a manutenção, continuidade, e
crescimento da empresa no mercado no qual ela está inserida.
Para ampliar as informações acerca deste trabalho foi disponibilizado aos
sócios administradores um conjunto de informações com base nas análises e
comparações dos dados fornecidos por esta, que auxiliará na tomada de decisões
no que diz respeito à gestão de recursos financeiros oriundos da observação da
melhor forma de ajuste fiscal mais adequado a sua realidade.
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