Post on 17-Feb-2023
A gestão urbanística municipal na lógica do Estado mínimo: privatiza-se ou reinventa-se?
Jorge Gonçalves1, Jorge Baptista e Silva1, Luís Sanchez Carvalho2
1: CESUR- Núcleo de Urbanismo e Ambiente, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa 2: Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design, Faculdade de Arquitetura, Universidade de Lisboa
XVI Congresso Ibero-americano de Urbanismo SOCIEDADE E TERRITÓRIO: NOVOS DESAFIOS Centro Cultural Olga Cadaval e Museu das Artes, Sintra, Portugal / 1 a 4 de Outubro de 2014
“Menos Estado, melhor Estado” contexto
Meados dos anos 70: fim dos “30 gloriosos”. Welfare state em
questão Início dos anos 90: segunda
transformação neoliberal
Liberalização, desregulação, competitividade, privatização e individualismo
neoliberals made the argument for a clean break from the abstract
intellectualism to the state-authored restructuring projects of Thatcher and
Reagan
neoliberal project itself gradually metamorphosed into more socially
interventionist and ameliorative forms, epitomized by the Third-Way
“Menos Estado, melhor Estado” limite público/privado
Limite marcado pela convergência na forma e no conteúdo: da organização do sistema económico e da necessidade de competir num mercado capitalista global
Dupla ligação
Neoliberalismo como redentor do duplo falhanço: do estado-providência e da cidade modernista
Entre a vigência do neoliberalismo e a
consequente necessidade de implementar uma
administração local de carácter empresarial
Entre a gestão privada como solução para os problemas
da gestão urbanística municipal e a abdicação da “ditadura” da administração
pública
Tipos de reconfiguração do Estado
TC transferência de competências P privatização C concessão de serviços a privados A Amalgamar serviços e/ou autarquias (agrupando) ou, no sentido complementar, criando novos e subdividindo
Gestão Municipal de Urbanismo e Ordenamento do Território: Uma questão de recursos?
Estrutura de recursos
humanos
Contratação externa de serviços
Alteração de instrumentos de gestão do
território
Elaboração
dos instrumentos e estudos pelos interessados
Elaboração de estudos de
planeamento informais
p.15
Exemplos do caso português
Sociedade de reabilitação Urbana (SRU)
Comunidades Intermunicipais (CIM)
Sociedades POLIS
Projetos de Potencial Interesse Nacional (PIN)
Exemplos do caso português
Sociedades POLIS: os “territórios POLIS e os “outros”
Dois regimes de gestão urbanística Autonomização do planeamento territorial e da gestão urbanística • RCM 26/2000 de 16/05 (que enuncia o
conceito do Programa) • RCM 58/2000 de 16/05 (que dispõe
sobre o modelo de gestão) • DL 119/2000 de 04/07 (que aplica as
Medidas Preventivas nas “Áreas Polis”) • DL 314/2000 de 02/12 (que estabelece
o regime excecional das entidades gestoras no processamento dos IGT)
• Lei 18/2000 de 20/08, (que aplica o Regime Excecional nas “Áreas Polis”)
• Instrumento de Intervenção Urbanística
• Instrumentos Empresariais
• Instrumentos de Protocolização com os Municípios
• Estrutura de instrumentos de gestão
• Instrumentos Jurídicos
Exemplos do caso português
Projetos de Potencial Interesse Nacional (PIN)
2009: estavam já aprovados 82 PIN num investimento
total de quase 18 mil milhões de euros
2012: aprovados 46 PIN, num investimento de mais de 20 mil milhões de euros e a criação de 80.000 postos de trabalho
Dupla-divergência: o plano/programa não corresponde nem ao perspetivado pela administração nem à intenção expressa dos particulares
triplo-prejuízo: o mau uso dos recursos da administração; não aplicação dos recursos do privado; custos da não realização
Fonte: Semanário Expresso, 30 de Janeiro de 2009 http: // expresso.sapo.pt
Fonte: Google Earth, Global Images 2014
O plano e as estruturas seguiam uma visão normativa/regulamentar, tecnocrática e rígida
O plano e a sua gestão eram o instrumento nuclear do processo
Município estava sobretudo pensado para dar resposta às enormes exigências da expansão urbana
A expansão urbana
Contexto mudou radicalmente:
o declínio urbano
Mudança traduzida pela substituição de política de coesão por competitividade assente no sector privado
Hermetismo das diversas partes levando a que o todo acabe por não beneficiar de forma adequada
Problemas resultantes de fraco controlo, objetos difusos e instrumentalização por parte da autarquia
Fonte: Google Earth, Global Images 2014
“Menos Estado, melhor Estado”
“Melhor Estado (para podermos ter) melhor Estado”
A externalização de funções é uma atitude política e uma opção ideológica que merece:
Um esforço de avaliação sobretudo no que se refere aos critérios de economia, de eficiência e de qualidade de serviços oferecidos
A definição de uma estratégia de desenvolvimento para um futuro de médio prazo a ser construído pelo município
A gestão urbanística municipal na lógica do Estado mínimo: privatiza-se ou reinventa-se?
Jorge Gonçalves1, Jorge Baptista e Silva1, Luís Sanchez Carvalho2
1: CESUR- Núcleo de Urbanismo e Ambiente, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa 2: Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design, Faculdade de Arquitetura, Universidade de Lisboa
XVI Congresso Ibero-americano de Urbanismo SOCIEDADE E TERRITÓRIO: NOVOS DESAFIOS Centro Cultural Olga Cadaval e Museu das Artes, Sintra, Portugal / 1 a 4 de Outubro de 2014