UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Origami na Coordenação Motora de Crianças do 1º Segmento
do 1º Grau
Por: Evelin Marcos Gomes Pereira
Orientador
Profª Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Origami na Coordenação Motora de Crianças do 1º Segmento
do 1º Grau
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Arteterapia em Educação e Saúde.
Por: Evelin Marcos Gomes Pereira
3
AGRADECIMENTOS
...ao casal Eduardo e Adriana, pelo
incentivo e colaboração e as amigas de
turma pelo apoio, que muito me ajudou
ao longo deste caminho.
4
DEDICATÓRIA
...dedico as minhas filhas Aline e Clarisse
e as minhas netas; fãs, amigas e
companheiras.
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RESUMO
Este estudo tem como objetivo apresentar a importância do Origami, como
prática pedagógica possível nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Como
está arte milenar pode colaborar com as diferentes fases do desenvolvimento
motor infantil e com o processo ensino/aprendizagem. Demonstrar aos
profissionais envolvidos com a educação, que o trabalho com dobradura
contribui para o desenvolvimento cognitivo da criança e consequentemente a
ajuda a desenvolver a aprendizagem de vários conteúdos curriculares. Além de
entender o Origami , como instrumento da aprendizagem e inserção da cultura
de um povo na sala de aula. Procura contar um pouco da história desta milenar
arte oriental e sua introdução em nosso país, por entender sua importância no
processo de significação do seu ensino.
Palavras-chave: Origami – Aprendizagem – Criatividade.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho foi basicamente pesquisa bibliográfica
(enfoque teórico). O conhecimento sobre o tema abordado, Origami, foi trazido
em anos de experiência em sala de aula, fazendo uso desta Arte com crianças
e jovens, além de pesquisa em livros.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Arte Milenar do Origami e sua 10
Influência Atual
CAPÍTULO II - O Origami no Desenvolvimento 23
da coordenação Motora
CAPÍTULO III –Origami na Aprendizagem 30
E Criatividade
CONCLUSÂO 39
REFERÊNCIAS 41
ATIVIDADES CULTURAIS 42
INDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43
8
INTRODUÇÃO
O Origami, uma arte da cultura japonesa, oferece recursos para auxiliar
o desenvolvimento cognitivo e motor, de todo aquele que dele se utiliza. Tanto
professor quanto aluno, se enriquecem com a utilização desse tipo de arte – a
arte da dobradura.
Sendo o professor o mediador no processo de aprendizagem, o
trabalho com dobraduras de papel é um recurso pertinente para auxiliá-lo, nos
conteúdos a serem trabalhados em sala de aula.
O origami, a linguagem gráfica e a educação, se articulam num
propósito comum, que é transformar o saber fragmentado, encontrado nas
disciplinas escolares, tais como: Língua Portuguesa, Matemática, Educação
Artística, Desenho, Música, etc; num saber, totalizante em que o objetivo das
disciplinas específicas passe para as histórias desenvolvidas, fazendo com que
elas criem outras histórias que, por sua vez, se interligarão com as histórias de
vida dos alunos.
A partir da educação infantil, a cada etapa do desenvolvimento das
crianças, as dificuldades das dobraduras diminuem e a criança vai ficando
fascinada com um pedaço de papel a se transformar, com as dobras, em
figuras do seu cotidiano.
Na fase de alfabetização, por exemplo, a dobragem pode ser
estimuladora do esquema corporal, da motricidade fina, da coordenação viso-
motora, da discriminação visual e auditiva e ainda da percepção tátil.
A coordenação fina diz respeito à habilidade e à destreza manual e
constitui um aspecto particular da coordenação global. É preciso ter condições
de desenvolver formas diversas de pegar os diferentes objetos. Uma
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coordenação elaborada dos dedos das mãos facilita a aquisição de novos
conhecimentos. É por meio do ato de pressão que uma criança vai
descobrindo, pouco a pouco, os objetos de seu meu ambiente.
Além de ser muito criativa, esta arte permite que todos dêem asas a
imaginação e realiza uma perfeita integração entre professor e aluno. Faz com
que o aluno tenha mais interesse no que está sendo proposto, pois desperta a
vontade de aprender e criar.
Este estudo está focado em crianças do 1º segmento do 1º grau, por
acreditar que o Origami pode colaborar no desenvolvimento do potencial pleno
de cada indivíduo, enfatizando a observação, a forma de se expressar, a
persistência, a meticulosidade, a concentração e atenção, a autoconfiança, o
esforço pessoal,a coordenação motora fina e, sobretudo, a criatividade. No
desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas as idéias já produzidas por
teóricos como: Froebel (1852), Vigostski (1984), Kanegai (1988), Gênova
(2000), Piaget (1954), os PCNs e a LDB, nos quais foram procurados subsídios
para descrever o papel do origami na Educação Fundamental.
O objetivo é tentar mostrar as pessoas envolvidas em educação, as
inúmeras possibilidades de aplicação das dobraduras, além de levá-las a
motivar o aluno a se envolver com essa atividade, porém não só a criança que
temos ao nosso lado, mas a criança que cada um traz dentro de si.
A arte do Origami é, portanto uma atividade criativa que transmite
curiosidade e alegria e finalmente leva o executante a ter orgulho diante da
obra concluída.
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CAPITULO I
A Arte Milenar do Origami e sua influência Atual
O termo arte, derivado do latim arts, comporta o sentido originário do
grego arte manual, ofício, habilidade (adquirida pelo estudo ou pela prática),
trabalho, obra. Em sua acepção mais geral, arte significa todo conjunto de
regras capazes de dirigir uma atividade humana qualquer.
Era nesse sentido que Platão compreendia a arte e, por essa razão,
não fez distinção entre are e ciência. Arte para Platão é a arte do raciocínio
(Fed. 90 b).
Segundo Platão, a poesia é uma arte, assim como a política, a guerra,
a medicina, a justiça etc. Platão identificava duas artes no domínio global do
conhecimento: a Judicativa e a Dispositiva ou Imperativa das quais a primeira
consiste simplesmente em conhecer e a segunda em dirigir determinada
atividade com base no conhecimento (POL.,260 a, b;292 c). Desse modo, para
Platão, a arte abrange todas as atividades humanas.
A arte é uma das manifestações de uma cultura, que o homem cria
para satisfazer uma necessidade de beleza. Com uma simples estrutura, a arte
deslumbra todos que a conhecem, pois representa um momento na vida
daquele povo e naquela sociedade em que ocorre a manifestação, mesmo que
este objeto não tenha nada prático e útil na criação.
“Assim é que vamos encontrar, mesmo nos povos mais primitivos, o
gosto pela decoração, pelo emprego de linhas, formas e cores que nada têm a
ver com o desempenho prático do objeto, e que apenas sevem para lhe
conferir uma categoria ou uma superioridade. Não se pode deixar de
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considerar outros fatores importantes, como o sentido místico, espiritual,
religioso da obra de arte.” (SOUZA,1980,p.3)
Tudo que o homem cria, nessa criação ele expressa sua imaginação e
sua criatividade. Muitas vezes este é o momento em que está refletindo sobre
os assuntos sociais e culturais e, com este ato, transmite o seu pensamento
publicamente, podendo ser ou não censurado na sua liberdade artística, pois
o público alvo deste trabalho às vezes não consegue vê-lo, como diz o artista
crítico Ferreira Gullar,(1994) (-) quando situa muito bem essa junção entre o
pensamento e a execução: “O que define o modo de formulação estética – e
determina a vitalidade da expressão – é essa unidade do pensar e do fazer: o
artista não sabe a solução senão quando termina a obra – ela é a resposta a
indagação que a fez nascer. Se o artista já sabe a resposta, antes de fazer a
obra, a obra é desnecessária.” (GULLAR, p.78,1944)
Estética, a partir da filosofia, é o que Chauí (2004) nos informa quando
diz que é o: “estudo das formas de arte, do trabalho artístico; idéia de obra de
arte e de criação; relação entre matéria e forma nas artes; relação entre arte e
sociedade, arte e política; arte e ética.” (p.58)
A sensibilidade artística do homem na relação com a natureza leva o
artista a exercer o jogo estético com a realidade para produzir suas imagens.
“No histórico que se segue, vemos que a arte caminha cada vez mais em
direção a uma representação mais abstrata, icônica ou simbólica.”
(BUORO,1998. p24).
A partir disso, pode-se contar um pouco das influências artísticas da
China no Japão no início do século VI, as bases religiosas e culturais chinesas
foram assimiladas pelos japoneses, entre elas a importância da gravura e o
caráter popular que representa uma vida alegre e feliz, pois o que importa para
eles é o ritmo e a linha, com total ausência de sombra, sem a preocupação
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com o relevo e a perspectiva, sendo uma gravura convencional, mas ao
mesmo tempo com muitas cores e com obras notáveis.
Num levantamento biográfico inicial, foi possível perceber que a arte do
Origami é tão antiga quanto o surgimento da primeira folha de papel, que
ocorreu há 1800 anos na China pela maceração de cascas de árvores e
restos de tecido. Com a sua chegada ao Japão no século VI e X, foram sendo
utilizadas fibras de Koco. Gampi e Mitsumata (plantas das montanhas das
florestas do Japão) que eram somente utilizados pela nobreza por ser um
produto de luxo, para molde dos quimonos e eventos religiosos. (SÁ,1997)
Essa arte começou quando, na Era Heian (794-1192) passa-se a
produzir a matéria prima, que é o papel. O Período Muromachi (1338-1392)
difundiu as 70 primeiras dobraduras de papel. Com isso ampliou o número das
famílias que faziam Origami, porque cada criança aprende com a sua mãe. É
uma arte que passa de geração para geração, e em 1876 começou a ser
utilizada nos currículos escolares. (KANEGAE, 1988)
Esta arte milenar japonesa significa “ori=dobrar / kami=papel” e é uma
prática que relaxa e aumenta a autonomia do aluno, sendo empregada em
diversas atividades, podendo transformar-se em enfeites, auxiliar na sala de
aula, nos consultórios, nas decorações e, geral. (GILBERT, 1991)
Ainda segundo o autor,quando escreve sobre a tradição das
dobraduras de papel (Origami), que ocorre há muitas gerações, mostra-se que
na confecção desta arte seguem-se passos na hora de executá-la e têm-se
uma seqüência para se aprender esta técnica, começando nas dobraduras
mais simples, para as mais complexas. Com isso, o indivíduo terá uma maior
habilidade manual e poderá assim desenvolver a capacidade de persistência e
paciência para conseguir aprimorar, criar e imaginar novas peças.
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O Origami pode colaborar para o desenvolvimento do potencial pleno
de cada indivíduo, Vigotski fala sobre isso desta forma:
Desenvolvimento Potencial: é o que a criança faz com ajuda de alguém
mais experiente. Como exemplo um quebra-cabeça para uma criança de três
anos que realiza a tarefa apenas com a ajuda de seu irmão mais velho ou de
um adulto. Esse nível é bem mais indicativo no desenvolvimento mental do que
aquilo que a criança realiza sozinha. (VIGOTSKY, 1984,p.26).
É necessário, a partir desse desenvolvimento mental, enfatizar no
desenvolvimento da criança a observação, a persistência, a meticulosidade, a
concentração e atenção, a autoconfiança, o esforço pessoal, tornando-as
capazes de aprender e compreender esta arte fascinante. (FOELKER,2003)
Esta técnica das dobraduras de papel auxilia ao professor de educação
artística, pois desperta nas crianças a construção da identidade cultural, com
trabalhos sistemáticos a respeito das diversas culturas, para criarem objetos
artísticos e decorativos para a sala de aula, que podem ilustrar a narração das
histórias, lembrar eventos comemorativos e principalmente ser um momento de
concentração, criação e divulgação de uma arte, como bem coloca Iavelberg
(2003).
“Sabe-se que a formação cultural é indispensável, porque remete o
professor e o aluno à única forma possível de aprender, que é o criar” (SANS,
1994). Assim o Origami pode ser utilizado em sala de aula motivado, tanto
pelos alunos como pelo educador para o conhecimento da cultura local e da
cultura artística mundial
É provavelmente este o caminho que mais de perto os professores
deverão seguir, se utilizando desta técnica japonesa, que atualmente está
presente no mundo todo, mas que ainda não tem o seu valor cultural milenar
considerado, como dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais:
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“O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de
aprendizagem limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força
comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das
criações musicais,das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o
sentido da vida.” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1996)
As dobragens praticadas em grupo permitem o debate de idéias, o
esclarecimento de conceitos e o desenvolvimento de estratégias individuais e
coletivas. Acredita-se serem estas atividades de aprendizagem que
rentabilizam a autonomia e a responsabilidade do aluno. Além disso, elas
permitem o desenvolvimento da criatividade, da concentração e persistência,
capacidades fundamentais para cada vez mais eficiente e eficaz no seu dia a
dia.
1.1 - PCNs - Arte e Ensino
A arte nos Parâmetros Curriculares Nacionais, tem como objetivo:
“Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural bem como
aspectos socioculturais de outros povos e nações.” (PCN,1997,p.5)
Como dizem os PCNs, os educadores, devem ter um conhecimento
maior das artes, de outras nações e de outros povos, tal como as dobraduras
de papel, que pode também ser usado para desenvolver a concentração, a
motricidade fina e a partir disso, podermos construir o nosso dia-a-dia na sala
de aula com os nossos alunos mais interessados e com um melhor
desenvolvimento.
“Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a
relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e
agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é
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próprio e favorecer abertura à riqueza e à diversidade da imaginação humana.”
(PCN, 1997, p.19).
A partir do que foi relatado acima, será possível perceber que a arte de
uma nação expressa o seu modo de pensar e agir. O Origami, entre os
japoneses, frequentemente usado nas cerimônias, nas exposições, na sala de
aula e em sua casa é transmitido pelos avós, pelos tios, pelos pais desde que a
criança completa os quatro anos de idade, por ser este o momento em que a
criança já consegue coordenar seus movimentos e ter uma maior noção
espacial dos elementos que o rodeiam, como por exemplo, um animal, uma
flor, um meio de transporte,uma forma geométrica, etc., e apesar de ainda não
conhecer muitas desta coisas “ao vivo”, já consegue, através do Origami,
reproduzir com perfeição situações cotidianas do seu povo.
Estes comentários sobre o Japão, nos informa, um modo de vida
distante, mas com grande contribuição para a nossa educação e para as
nossas crianças que se encantam com esta arte milenar.
Através deste tradicional conhecimento japonês, que contribui muito
por ser uma arte que pode se utilizar de um pedacinho de papel e transformá-lo
numa linda e pessoal obra de arte, podendo ser trabalhado nas salas de aula
como colocam os PCNs: “As escolas brasileiras têm manifestado a influência
das tendências ocorridas ao longo da história do ensino de Arte em outras
partes do mundo.” (PCN,1997,p.21)
1.2 - A História do Origami
Segundo alguns estudiosos do Origami, o costume de dobrar papéis é
tão antigo quanto o surgimento do papel na China, há aproximadamente 1800
anos.
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No Japão o papel foi introduzido entre os séculos VI e V por monges
budistas chineses. Entretanto, somente a nobreza tinha acesso, por ser
considerado um artigo de luxo, utilizado em festas religiosas e na confecção de
moldes de quimonos.
Os japoneses transmitiam as figuras que criavam através da tradição
oral, que eram passadas de mãe para filha. Nesta época, somente as
dobraduras mais simples eram trabalhadas. As primeiras instruções escritas
sobre o Origami surgiram em 1797, com a publicação do “Senbazaru Orikata”
(Como Dobrar Mil Garças). A partir daí a população japonesa começou a
aprimorar as técnicas do Origami, com a facilidade de que começaram a
fabricar o seu próprio papel. Desde 1876, o Origami deixou de ser transmitido
apenas dentro da família, passando a ser disciplina integrante do currículo
escolar do Japão.
Foram os árabes, no entanto, os responsáveis pela divulgação dessa
arte, quando trouxeram o segredo da fabricação do papel para o Norte da
África.
Quando os mouros invadiram a Espanha (por volta do ano 711),
introduziram a ciência matemática (álgebra, astronomia e os números árabes)
e papel com sua técnica de dobrar. Os mouros foram expulsos em 1492, mas
as artes e ciências desse povo já haviam sido incorporadas à cultura local e os
espanhóis desenvolveram uma técnica de dobradura de papel que ficou
conhecida como “papiroflexia”, uma arte popular até hoje na Espanha e na
Argentina.
Em 1797 surgiu a primeira instrução escrita de um origami e em 1845 foi
publicado o primeiro livro reunindo uma ampla coleção de figuras tradicionais
do Japão.
O origami moderno é creditado ao mestre japonês, Akira Yoshizawa,
considerado uma divindade no Japão. Nascido em 1911 e criador de dezenas
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de milhares de modelos. Na década de 30, junto com o norte-americano Sam
Randlett, Yoshizawa desenvolveu um sistema de esquema que simplificou as
instruções escritas para confecção de um origami. O sistema foi adotado
mundialmente e abriu caminho para a disseminação do origami
Para Yoshizawa, o origami envolve uma filosofia de vida, diz ele que
passou vários anos observando um cisne que viveu no reservatório de sua
casa até que decidiu dobrá-lo. Suas figuras resumem vida, transmitindo uma
sensibilidade assombrosa.
Nos dias atuais encontramos vários mestres nesta arte pelo mundo
afora. Novas e aprimoradas técnicas de dobrar o papel foram desenvolvidas,
produzindo assim modelos que surpreendem até os mais antigos, sendo
considerada uma arte em constante evolução.
1.3 - O que é Origami?
Origami é a arte de dobrar o papel sem o auxilio de tesoura ou cola
(origami puro). Não existe tamanho, formato ou tipo de folha específica para
fazer uma peça. É a forma de interpretar através de dobras no papel,
elementos existentes em nosso meio, reproduzindo flores, animais e objetos.
Assim como aquilo que o homem busca em si mesmo: formas orgânicas,
simétricas, assimétricas, abstratas ou que sugerem movimentos e som.
Aqui no Brasil, o origami é muito utilizado na educação, como
facilitador pedagógico, possibilitando ao professor mais opções para se
trabalhar com o aluno.
É uma arte apaixonante que atrai crianças, adultos e idosos. O
interessante é que de uma folha de papel é possível se fazer coisas
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magníficas, que muitas vezes são rápidas de fazer e outras vezes demoram
horas para serem feitas e nos dois casos, frações de segundo para serem
destruídas. Essa arte trabalha também a atenção e o zelo.
Em família, torna-se um lazer descontraído, pleno de poesia e
afetividade, reunindo pessoas de gerações diferentes em torno de uma mesma
atividade.
Para isso precisamos ter força de vontade, paciência, persistência e
um simples pedaço de papel.
Ori significa papel e Kami significa dobrar, portanto origami é a arte de
dobrar papel.
Arte vem de artus que significa fazer bem feito, com perfeição e
excelência. É um ato de organização estética e de domínio do conhecimento, e
cria impacto de excelência e de inovação criativa.
A Simbologia do Tsuru (Grou)
A figura do Tsuru em Origlami é uma das mais populares. A sua forma
básica serve de base para outras figuras de papel, desde animais até plantas.
Antigamente costumava-se pendurar estas aves de papel no teto, para
distrair as crianças, especialmente os bebês.
Eram oferecidas também em templos e altares juntamente com as
orações, para pedir proteção.
Acredita-se que originalmente elas tinham apenas a função decorativa
e só mais tarde foram associadas às orações.
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Atualmente, nas festas de Ano Novo, casamento, nascimento e em
comemorações festivas em geral, a figura do Grou está presente nos enfeites
ou nas embalagens de presentes, simbolizando saúde e fortuna. Costuma-se
dizer que esta ave, assim como a tartaruga, é símbolo de longevidade.
Quando uma pessoa se encontra hospitalizada, lhe são oferecidos mil
origamis de grou para que ela se restabeleça o quanto antes.
Ao dobrar cada figura, a pessoa deposita nela toda a fé e esperança na
recuperação do doente.
Nos monumentos à Paz em Hiroshima, onde caiu a bomba atômica, há
vários conjuntos de mil grous vindos de todas as partes do Japão. São feitos
por alunos de escolas e associações, enfim por um grupo de pessoas que se
uniram para pedir uma coisa: Paz.
Para a confecção destas mil aves é preciso união, esforço e fé de
muitas pessoas, formando-se assim uma corrente de pensamento positivo.
A LENDA
Uma das histórias mais famosas do Origami, mais propriamente do
tsuru, aconteceu em Hiroshima em 1945.
A menina Sadako Sasaki, estava em Hiroshima quando a primeira
bomba atômica foi lançada sobre a população humana, no final da II Guerra
Mundial, a 6 de Agosto de 1945.
Sadako sobreviveu à explosão, mas aos 12 anos, quando era uma
jovem corajosa e atleta, adoeceu devido aos efeitos da radiação e foi-lhe
diagnosticada uma leucemia.
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Na época a leucemia estava sendo chamada de “doença da bomba
atômica” e muitas crianças que apresentavam os sintomas estavam a morrer.
Sadako acreditava numa crença tradicional japonesa de que uma
pessoa doente se dobrar um milhar de grous de papel cura-se. Por isso, a
menina começou a dobrar grous de papel, mas a sua saúde não melhorava.
Cada grou que ela dobrava era como uma prece.
Dizem que ao dobrar cada um dos grous, ela dizia-lhe: “Vou escrever
PAZ nas tuas asas e vais voar à volta do mundo”. E assim a sua prece era não
só pela cura e pela felicidade, mas também pela PAZ.
Sadako não viveu para dobrar todos os seus mil grous e os seus
companheiros de escola completaram a tarefa.
Mas o caso de Sadako e de muitas outras crianças em situação
idêntica chegou ao conhecimento de todo o Japão e foi criado um fundo para
construir um instituto para o tratamento das vítimas das radiações.
Criaram em Hiroshima o Parque da Paz, em 1958, onde ergueram um
monumento à criança e à Paz no Mundo.
O grou de papel transformou-se num símbolo de paz e reconciliação.
No Japão e no ocidente muitas crianças e adultos decidem dobrar mil grous de
papel para enviar para o Parque da Paz em Hiroshima como prova de
solidariedade e defesa da Paz no mundo.
Neste monumento está escrito o desejo das crianças:
Este é o nosso Grito
Esta é a nossa Prece
Paz no Mundo
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1.4 - Origami chega ao Brasil
Segundo Mari Kanegae, acredita-se que no Brasil, a arte do Origami foi
introduzida de duas maneiras: uma através de nosso país vizinho, a Argentina
que possui muita influência da cultura espanhola e outra, através dos
imigrantes japoneses que aqui vieram, a partir de 1908.
Na Argentina, uma das heranças culturais trazidas pelos espanhóis foi
a tradição de dobrar papel, que na época foi influenciada pelos artigos escritos
pelo filósofo espanhol Miguel Unamuno, que era reitor da Universidade de
Salamanca. Mais tarde dois europeus emigraram para a Argentina: Dr. Vicente
Sólorgano Sagredo e Giordano Lareo que publicaram livros no final da década
de 30 sobre o assunto. Estes conhecimentos acabaram se espalhando por
alguns países da América do Sul.
Por outro lado, quando os japoneses emigraram para o Brasil,
trouxeram com eles vários costumes japoneses que aqui procuraram preservar,
entre eles, o Origami. Um destes imigrantes, chamado Takao Kamikawa,
chegou com a família no ano 9 da era Showa para trabalhar nas fazendas de
café.
Dizem que ele costumava aos domingos reunir as crianças na Fazenda
Barracão na cidade de Bauru e com pedaços de jornais que ele ajuntava e
cortava em quadrados, entretia a criançada com figuras como “damashibune,
hakama, tsuru, etc”. Trouxe consigo do Japão, um livro chamado
“Konreikagami” de Matsuaki Futaba, da editora Reisetsu Gakuin Shupan-bu
sobre todo o cerimonial religioso do casamento, onde aparece o modo de
dobrar algumas figuras como o Moshi e outros ornamentos feitos de papel
utilizados na cerimônia. Ele costumava fazer todos estes enfeites e em festas
decorava o salão com vários tsurus.
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Este é apenas um exemplo, mas muitos outros imigrantes passaram o
Origami para os seus filhos e assim por diante.
Na década de 60, a professora Yachiyo Koda, começou a ensinar
origami oficialmente pela Aliança Cultural Brasil-Japão e com apoio do
Consulado Geral do Japão, em São Paulo, em várias cidades do Brasil.
Realizou algumas exposições e participou de programas de TV.
Na década de 80, os alunos de origami eram na maioria pessoas
ligadas à educação ou donas de casa que queriam aprender origami para
ensinar a seus filhos.
No início dos anos 90, houve uma diversidade de público: pessoas das
mais variadas profissões procuravam os cursos, muitos diziam que era para
relaxar, para combater o estresse. Além de professores, havia médicos,
psicoterapeutas, bancários, engenheiros, etc.
Hoje já existem vários grupos de Origami em várias cidades e isto
demonstra o crescente interesse dos brasileiros pelo o Origami.
No Brasil fomos ainda mais beneficiados na aprendizagem do Origami
pela grande contribuição trazida pelos imigrantes japoneses, principalmente
nos estados de São Paulo e Paraná. Essa influência se mantém viva até os
dias de hoje, através, inclusive, das promoções da Aliança Cultural Brasil-
Japão, que regularmente realiza cursos de Origami, trazendo, até mesmo,
especialistas japoneses ao nosso país.
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CAPÍTULO II
O Origami no Desenvolvimento da Coordenação Motora
Move-se é uma característica essencial à criança, desde sua vida intra-
uterina. Antes do nascimento, o feto estava em formação, logo estava em
movimento, e estes já se coordenavam para alcançar gestos preciosos.
Britta Holle, afirma em seu livro que o sistema nervoso está longe de
seu desenvolvimento total ao nascimento.
Para ocorrer um movimento bem coordenado, deve-se existir uma
estreita relação entre as funções sensoriais e musculares. A boa coordenação
não é inata, ela se desenvolve em conjunto com a maturação do sistema
nervoso central e é auxiliada pelo sentido cinestésico, assim como pelos
sentidos do tato, visão e da audição e igualmente pela experiência. A melhora
da coordenação ocorre com a repetição do movimento correto. Cada novo
conceito que se aprende deve ser repetido, quantas vezes forem necessárias
para automatizar-se.
A coordenação motora da criança é estimulada desde cedo, mesmo
que involuntariamente, ou seja, mesmo que os pais não tenham esta
consciência. Através de movimentos com as mãozinhas para pegar objetos, os
primeiros passinhos, o rastejar no tapete, tudo isso engloba o desenvolvimento
da coordenação motora. Já em fase escolar a coordenação é “treinada” em
atividades especificas para a idade, com exercícios motores de desenhos,
símbolos, etc. Para compreender melhor o significado da coordenação motora
mostro a seguir uma explicação mais detalhada.
24
Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos
decorrentes da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras
dos músculos e articulações.
Classifica-se a coordenação motora em três grupos.
- Coordenação Motora Geral, este tipo de coordenação permite a
criança ou adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais
rudes. Ex: andar, pular, restajar, etc.
- Coordenação motora geral específica, permite controlar movimentos
específicos de uma atividade. Ex: chutar uma bola (futebol), bandejar
(basquete), etc.
- Coordenação fina e óculo-manual, Gislene de Campos Oliveira, em
seu livro nos mostra que a coordenação fina diz respeito à habilidade e
destreza manual e constitui um aspecto particular da coordenação global.
Temos que ter condições de desenvolver formas diversas de pegar os
diferentes objetos. Uma coordenação elaborada dos dedos da mão facilita a
aquisição de novos conhecimentos. É através do ato de preensão que uma
criança vai descobrindo pouco a pouco os objetos de seu meio ambiente.
Brandão (1984,p.5) analisa a mão como um dos instrumentos mais
úteis para a descoberta do mundo, afirmando que ela é um instrumento de
ação a serviço da inteligência.
Só possuir uma coordenação fina não é suficiente. È necessário que
haja também um controle ocular, isto é, a visão acompanhando os gestos da
mão. Chama-se a isto de coordenação óculo-manual ou viso-motora.
A coordenação óculo-manual se efetua com precisão sobre a base de
um domínio visual previamente estabelecido ligado aos gestos executados
facilitando, assim, uma maior harmonia do movimento. Esta coordenação é
primordial para a escrita.
25
Para Ajuriaguerra (in Condemarém e Chadwick,1987), o
desenvolvimento da escrita depende de diversos fatores : maturação geral do
sistema nervoso, desenvolvimento psicomotor geral em relação à tonicidade e
coordenação dos movimentos e desenvolvimentos da motricidade fina dos
dedos da mão.
O uso das mãos e dedos é considerado por estudiosos, ser de grande
importância para o desenvolvimento das percepções cerebrais, porque
estimula e realiza novas conexões entre os neurônios, trançando novos
caminhos. Aprende-se muito com o tato e a sua coordenação com a visão e os
outros sentidos, estimula a estética, a habilidade social, a criatividade, por ser
uma atividade rica em possibilidades inovadoras.
Quando as duas mãos se movimentam ao mesmo tempo enviam
impulsos para o cérebro, e ativam os hemisférios direitos e esquerdos. As
zonas Táteis, Visuais e Motoras estão ativas.
Uma folha de papel dobrada e desdobrada com pinceladas artísticas
de criatividade, mostra as inúmeras possibidades da arte do origami para o
crescimento e desenvolvimento dos talentos e potenciais humanos.
A geometria das dobras no plano e espaço, a paciência, o relaxamento,
a memorização, a exatidão e a coordenação motora necessárias, contribuem
para a integração de grupos, para criar histórias, poemas, dramatizações,
construções coletivas, analisar a qualidade de processos e outros benefícios.
O ato de dobrar, exigindo coordenação de mãos e mente, “focaliza a
atenção auxiliando a pessoa a encontrar o seu próprio centro de equilíbrio.
Depois do encontro consigo mesmo é fácil encontrar o outro.
26
2.1 – Psicomotricidade e Origami
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e
estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a
prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio
das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se
relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os
educadores recomendam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de
destaque no programa escolar desde a Educação Infantil.
A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação,
como um meio de tomada de consciência que une o corpo, a mente, o espírito,
a natureza e a sociedade. A Psicomotricidade está associada à afetividade e à
personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que
sente.
Vitor da Fonseca (1988) comenta que a “PSICOMOTRICIDADE” é
atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de
uma relação inteligível entre a criança e o meio.
Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio
corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem
da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse
corpo, localizando-se no tempo e no espaço.
O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a
formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e
psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de atividades
lúdicas, se conscientize sobre seu corpo.
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Segundo Barreto (2000), “O desenvolvimento psicomotor é de suma
importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do
tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo”. A educação
da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio
corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus
interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam
utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois
assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas,
indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar
consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas
e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas,
expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o
indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
A psicomotricidade objetiva que o sujeito se relacione com seu corpo
no espaço. Cada indivíduo possui uma relação diferente com o meio, e esta
depende da percepção de cada um com o espaço que ocupa.
O desenvolvimento psicomotor se processa através de uma sequência
ascendente, conduzindo atividades mais complexas, elaboradas e
aperfeiçoadas. Cada nova aquisição ocorre por integração ao conjunto,
resultando num processo de assimilação progressiva. Estímulos provenientes
do meio externo, se faz necessário para um bom desenvolvimento psicomotor.
O ato de manipular uma folha de papel lisa, amasada, torcida ou
mesmo dobrada é de grande valia ao desenvolvimento sensório-motor da
criança, levando-a a executar movimentos e a produzir ruídos. É a partir
desses movimentos que a criança começa a tomar consciência do próprio
corpo, do próprio ritmo.
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Os movimentos de dobrar contribuem para que, nessa fase, a criança
afirme a dominância lateral, oriente-se em relação a si mesma, adquira controle
sobre suas ações, etc.
É este o momento propício para se iniciar a dobradura, pois é quando a
criança participa ativamente da brincadeira com papel, redescobrindo
experiências que vive no seu dia-a-dia.
O manuseio do papel numa brincadeira despretensiosa conduz à
estimulação das funções psicomotoras, contribuindo por excelência para o
desenvolvimento da coordenação motora fina.
Várias são as atividades para dobrar corretamente uma folha de papel,
em sua fase inicial, tais como: atividades do cotidiano como, amarrar e
desamarrar cadarços de sapatos, puxar o nariz e a orelha, dar beliscões, virar
a meia do lado avesso, a barra da manga da camisa, a gola do agasalho, fazer
movimentos de pinça semelhantes aos empregados para colocar pregador em
roupa e o gesto de chamar o pai e a mãe puxando-lhes a roupa. De um modo
geral, esses gestos são muito usados nas dobraduras.
A estimulação gestual, poucas vezes trabalhada em nosso cotidiano
escolar, que se exime de lidar com o corpo do aluno, é um dos principais
colaboradores no desenvolvimento da expressão oral, da escrita e do
raciocínio. Além disso, pode transformar a sala de aula num lugar alegre, onde
a criança sente prazer em estar porque é respeitada como pessoa,
participante do grupo-classe.
A dobragem não se trata apenas de uma brincadeira não intencional,
mas de uma atividade dirigida, que assegura à criança uma aprendizagem
significativa e prazerosa. Não há limites para a imaginação e a fantasia. A
criança poderá deslaçar-se no tempo e no espaço, como num passe de
mágica.
29
CAPÍTULO III
Origami na aprendizagem e Criatividade
Piaget é um dos muitos teóricos que explicam o processo de
Aprendizagem.
As etapas do desenvolvimento são descritas por Piaget:
A partir da Educação Infantil, na etapa do Pré-operatória, com sua
imaginação fluindo, ela se torna capaz de iniciar o contato com o papel e
dobrar algumas peças simples e, através de poucos passos, irá vendo o
Origami pronto, e assim criará historinhas e cenas de situações vividas.
Na etapa Operatória – concreta, a criança consegue nomear as formas
geométricas e entender, a partir delas, como ocorrem as fases da dobradura e
também a base que foi usada como início para se concluir uma figura de
Origami.
A criança, por sua vez, faz com que o aluno repare mais nos detalhes
da natureza que o rodeia e que ele agora poderá reproduzir num pedaço de
papel.
Nesta outra fase, que é o Operatório – formal, o aluno, com algumas
dobras completadas, já consegue, a partir da sequência do gráfico , entender
como irá terminar uma dobradura, pois partimos de diferentes bases e
formamos muitas outras figuras em cada uma delas.
Assim, a cada etapa do seu desenvolvimento, as dificuldades das
dobraduras diminuem e a criança vai ficando fascinada com um pedaço de
papel a se transformar, com as dobras, em figuras e imagens do seu cotidiano.
30
Respeitando essas etapas, o professor pode utilizar em sala de aula
essa arte milenar e trabalhar, com mais interesse dos alunos, uma metodologia
que irá enriquecer a aula, torná-la prazerosa e satisfazer a proposta do
professor
3.1 – Possibilidades Pedagógicas do Origami
Na feitura de um origami, diversas disciplinas podem ser beneficiadas,
como:
“Na matemática, a geometria das obras o plano e no espaço; a noção
de grande e pequeno, maior e menor, a compreensão de 1/2, 1/3, 1/4...”
Na Educação Artística, as cores; preocupação em fazer o trabalho da
melhor maneira possível ; a busca da originalidade, da beleza.
Na Língua Portuguesa, fazer com os origamis dramatização com os
colegas.
A Criatividade do professor é fundamental. Ele deve dar inúmeras
oportunidades para a criança tentar ser bem-sucedida, enfatizando a ajuda
recíproca no processo de aprendizagem.
Deve dar ênfase no processo de ensinar o alunado a repartir e
cooperar, de forma que as relações interpessoais sejam boas. No origami isto é
fácil. Uma boa idéia individual pode ser enriquecida com a contribuição de
outras tantas vindas do grupo. “Isto, certamente, levará a um bom
relacionamento.” (GÊNOVA, 1998)
GÊNOVA (1998) diz que:
Utilizar esta técnica do Origami, nas disciplinas acima citadas auxilia no
despertar das noções de equilíbrio, espaço e na fixação das dobras na sua
programação do que será feito e a ordem para executá-lo até chegar ao
resultado final. Além disso, acalma quem faz e agrada a quem recebe, pois
cada peça tem intencionalmente um significado. (p.12)
Este autor ainda afirma que:
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Por ter um significado próprio cada Origami pode ser aplicado em
escolas, livrarias, papelarias, associações, clínicas, eventos. Neste estudo
enfatizamos seus benefícios no ensino Fundamental (1º ao 5º ano), pois todas
as crianças que estão cursando estes períodos trabalham separadamente cada
disciplina e, assim, podem utilizar esta arte fascinante para desenvolver a
criatividade, aprimorar a coordenação motora fina, tornando-se mais
organizadas. Estes ganhos são favorecidos pela ordem de execução que o
Origami, enquanto técnica, exige. (GÊNOVA, 2001)
Ainda sobre isso Gênova,(2000) afirma que:
Atualmente o Origami é reconhecido como uma ciência. Além dos
benefícios no aprendizado escolar, sua arte além do divertimento e prazer,
pode transformar-se em enfeites. O fascínio proporcionado pela transformação
de um simples pedaço de papel, por meio de dobras parece contribuir para os
ganhos acima relatados. Nesta transformação observamos surgirem as mais
variadas figuras como animais, flores, caixas, brinquedos utilitários, figuras
geométricas decorativas e ilustrativas e o que mais a imaginação permitir.
(p.09)
Sabemos o quanto é importante para o indivíduo que ele desenvolva
de forma equilibrada e possa exercer todo seu potencial e criatividade. O
Origami pode ser um excelente recurso pedagógico. Seu valor tem sido
apontado há muitos anos por estudiosos da área de educação.
Para o autor, o fato de se exigir todo o tempo concentração do aluno,
obrigatoriamente se faz que o mesmo se discipline em virtude de ter que seguir
os passos da sequência de dobraduras, conduzindo ao trabalho final.
Outro fator implícito nesta técnica é a cooperação que se estabelece
entre o grupo, o que contribui para as relações interpessoais tão importantes
nesta (e em todas as outras...) etapas da vida. A partir de uma idéia individual,
o trabalho pode crescer com a participação dos outros membros do grupo.
32
Como conseqüência, certamente a auto-estima e autoconfiança serão afetadas
de forma bastante positiva.
Com esta arte japonesa será possível que a turma que trabalhe com as
dobraduras tenham um melhor relacionamento e que compreenda, com maior
interesse, as “disciplinas” que forem ensinadas através dele.
Estas dobras podem ser executadas com o auxílio do professor(a) e
cada aluno que quiser pode criar a partir das bases novas figuras e novos
papéis, pintando-os de forma única e pessoal.
Cada aluno auxiliará o seu amigo na execução das sequências dos
diagramas e também irá pesquisar mais sobre essa arte transmitida por
gerações passadas e que estará sendo inserida no dia-a-dia nas salas de aula
com o conhecimento especializado do professor sobre esta arte, que tem
muitos valores e significados.
As salas de aula que trazem esta arte milenar para o dia a dia
conseguem desenvolver em seus alunos a autonomia, pois esta criança,
sozinha, segue as etapas e conclui a peça, mesmo não conhecendo japonês
(que geralmente é a língua utilizada nos folhetos que acompanham os papéis
utilizados para o Origami). Ela poderá fazer isso com o domínio dos símbolos
específicos da arte do Origami. Esta aprendizagem se reflete em outros
momentos da sua vida escolar.
Piaget (1954) nos diz que:
“A educação artística deve ser, antes de tudo, a educação da
espontaneidade estética e da capacidade de criação cuja presença é manifesta
na criança pequena; e ela não pode, menos ainda que outras formas de
educação, se contentar com a transmissão e aceitação passiva de uma
33
verdade ou de um ideal totalmente elaborado: a beleza, como a
verdade, somente tem valor quando recriada pelo sujeito que conquista.”
(p.34)
O trabalho com Origami contribui para o desenvolvimento cognitivo da
criança e consequentemente a ajuda a desenvolver a aprendizagem de
qualquer conteúdo curricular.
Quando se trabalha com o quadrado que se transforma em triângulo,
por exemplo, e exemplo, e explorando-o de todas as formas possíveis,
percebe-se um encadeamento lógico matemático no qual, passo a passo, o
aluno chega à construção do conhecimento e à compreensão do conceito em
seu aspecto formal, e não como uma verdade pronta e acabada.
3.2 – Surdos, geometria e origami
A Educação Inclusiva consiste na idéia de uma escola que não
selecione crianças em função de suas diferenças individuais, sejam elas
diferenças orgânicas, sociais ou culturais. A sua implementação na rede
municipal, sugere uma nova postura da escola regular, valorizando a
diversidade em vez da homogeneidade.
Os alunos com deficiência auditiva, assistidos pela Educação Especial
constituem 11%, dos quais aproximadamente um terço está incluído em
classes regulares, recebendo suporte especializado em salas de recurso.
Seguindo no tema sobre o papel da escola e sobretudo da presença do
professor, enquanto elo no processo ensino-aprendizagem, na direção de uma
consciência de cidadania, a inclusão só terá êxito com seu total engajamento;
34
pois “se o professor não é um incluído, como ajudar a promover a inclusão? “
(Demo, 2000).
É neste contexto que o Origami, se torna uma ferramenta importante
no ensino da geometria para alunos surdos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (2000) consideram que
dentre os componentes curriculares, a geometria se destaca por estimular os
estudantes a observar, perceber semelhanças e diferenças, bem como
relacionar outras áreas do conhecimento a partir da exploração de objetos do
mundo físico.
“Apesar de, para os matemáticos, não haver dúvida de que os
elementos geométricos (ponto, reta, sólidos, etc) pertencem ao mundo das
idéias matemáticas, estes elementos tiverem sua origem no mundo físico e
representam abstrações de objetos materiais”. (KALEFF, 1998 p. 16).
Por meio da manipulação de objetos concretos, acredita-se que os
estudantes surdos criarão os sinais adequados aos objetos geométricos. Tais
sinais só aparecem mediante a compreensão dos conceitos.
“O significado de cada palavra é uma generalização ou um conceito”
(Vygotsky, 1998,p.104).
O origami permite a construção desses conceitos por meio da
confecção de variadas peças, da manipulação, tanto como da observação das
formas assumidas pelo papel. Além de favorecer, o desenvolvimento intelectual
do estudante, uma vez que desenvolve a capacidade criadora, assim como
contribui para o desenvolvimento da psicomotricidade.
O estudante surdo possui habilidade e memória visual superior, devido
ao uso de uma língua visual-espacial que se identifica com a linguagem visual
35
universal contida nos esquemas do origami. “As atividades geométricas podem
contribuir também para o desenvolvimento de procedimentos de estimativas
visual,... Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de trabalhos com
dobraduras...”(PCN, 2000,p.128).
A utilização do origami como ferramenta para a construção de
conceitos geométricos cria a oportunidade de explorar uma outra linguagem
simbólica universal, como a linguagem matemática e de exercitar uma forma de
comunicação que difere da oral e escrita formais.
“Penrose, ele próprio geômetra, conclui que as palavras são quase
inúteis para o pensamento matemático (...)” (SACKS, 1998,p.54).
O origami serve como instrumento de mediação, ao passo que permite
fazer associações entre as formas geométricas e as peças construídas,
estabelecendo uma relação entre o campo do significado e o campo da
percepção produzindo sentidos. O objetivo é que o estudante se desenvolva a
ponto de, ao ver uma figura geométrica em qualquer posição, saber identificá-
la, bem como reconhecer suas propriedades. Será ainda, um estimulador para
o desenvolvimento dos signos internos. As diferentes formas assumidas pelo
papel serão assimiladas em um processo de memorização visual semelhante
ao que ocorre com a língua de sinais.
As formas geométricas contêm uma diversidade de conceitos com
vocabulário próprio, em que cada palavra possui um significado, que remete às
características e propriedades dos objetos. Não basta manipular os objetos – é
necessário saber para que servem e como podem ser usados, isto é, conhecer
o seu conceito. Ao entender o conceito, se este for construído com a turma, os
próprios estudantes criarão os sinais, ou mesmo classificadores para descrever
os objetos geométricos. Se o professor impõe os sinais, ele corre o risco de a
turma ser apenas uma repetidora, sem compreender o conceito estudado.
36
Segundo os PCN (2000), é multiplicando suas experiências sobre os
objetos do espaço em que vive, que a criança aprenderá a construir uma rede
de conhecimentos relativos à localização, à orientação, que lhe permitirá
penetrar no domínio da representação dos objetos e, assim, distanciar-se do
espaço sensorial ou físico.
É o aspecto experimental que colocará em relação esses dois espaços:
o sensível e o geométrico. De um lado, a experimentação permite agir,
antecipar, ver, explicar o que se passa no espaço sensível, e de outro
possibilita o trabalho sobre as representações dos objetos geométrico e assim,
desprender-se da manipulação dos objetos reais para raciocinar sobre
representações mentais.
3.3 – Origami na Criatividade e na Vida
O aluno criativo é aquele que...
Não fica preso a estereótipos, que consegue estabelecer relações, que
surpreende, que encanta, que não fica preso às explicações. É aquele que
interage e contribui para a constituição de conhecimento do grupo. Não apenas
memoriza, como também apreende e reelabora segundo seus próprios valores
e universo de interesses.”
“O professo criativo é ...
Aquele que sabe ser flexível quando a situação exige, que sabe
trabalhar com o inesperado e que, sobretudo, incentiva e aposta no processo
criativo de seus alunos. (Revista Nós da Escola – Multi Rio)
A dobradura é uma atividade que pode começar como uma simples
forma de recreação e de repente, transformar-se numa varinha de condão, com
a qual se pode construir mil objetos, dos mais comuns, usados nos nossos
sonhos e do nosso imaginário. Por exemplo, a partir da dobradura do sapo,
37
dobrar novamente e obter uma nova espécie de batráquio. Esta é a intenção:
permitir que a criança descubra a criatividade que está escondida no mais
profundo do seu inconsciente.
O campo criativo e as inúmeras possibilidades que apresentam com as
variedades do origami são enormes, pois pode-se fazer maravilhas e originais
figuras, pequenas obras de arte que além de serem atraentes aos olhares, são
também úteis para enfeites e para realizar trabalhos em equipes.
Quando a criança entra no mundo mágico do origami, ela é levada a se
expressar de maneira cada vez com maior exatidão, com concentração e
paciência, buscando sempre aprimorar a qualidade e sua criatividade.
O que mais chama atenção com a arte do origami, é o seu poder de
transformação. Com materiais simples e baratos pode-se criar e inovar,
produzindo objetos encantadores.
Ao mesmo tempo em que se desenvolve a comunicação nas relações
e a motivação criativa, que surge da compreensão da possibilidade de gerar
novas idéias e da crença no potencial criativo do ser humano.
Ao jogar aviões de papéis pela sala, apreciar os trabalhos realizados
por si e pelos colegas, trabalha-se com processos e com a integração de
grupos.
“Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a
relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e
agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é
próprio e favorecer abertura à riqueza e à diversidade da imaginação humana.”
(PCN,1997, p.19)
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A arte do origami é, portanto, uma atividade criativa que transmiti
curiosidade e alegria e finalmente leva o aluno a ter orgulho e satisfação diante
da obra concluída.
Nos primeiros anos de escolarização, a criança necessita de atividades
que lhe proporcionem o treinamento de algumas habilidades básicas para
atingir seu pleno desenvolvimento físico, sócio-afetivo e cognitivo.
Nesse sentido, a dobradura poderá constituir um recurso didático
simples mas eficaz para o treinamento dessas habilidades.
Na fase de alfabetização, a dobragem pode ser estimuladora do
esquema corporal, da motricidade fina, da coordenação viso-motora, da
discriminação visual e auditiva e ainda da percepção tátil.
Dewey destaca que “o jogo constitui o ambiente natural da criança, ao
passo que as referências abstratas e remotas não correspondem aos
interesses dela”. Para esse grande educador todas as formas de ocupação
ativa permitem à criança vivenciar sua própria realidade, de forma natural e
sadia.
É importante lembrar que todas as atividades que a criança inventar,
ou pelas quais se interessa, são verdadeiros estímulos para aprimorar suas
habilidades de discriminação e memória auditiva e visual, de imaginação e
concentração, de análise e síntese, de equilíbrio e de socialização.
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CONCLUSÃO
O Origami, uma arte milenar da cultura japonesa, proporciona inúmeros
benefícios para todos que dele se utiliza. Quando se trabalha com uma
dobradura recebemos vários estímulos.
No nível Corporal, as duas mãos se movimentando ao mesmo tempo
enviam impulsos para o cérebro, e ativam os hemisférios direito e esquerdo.
As zonas Táteis, Visuais e Motoras são ativadas.
No emocional as nossas emoções estão sendo exploradas e o trabalho
é feito com alegria, satisfação e orgulho. Esses sentimentos desenvolvem
nossa auto estima.
No nível Mental; a memória, o raciocínio não-verbal, atenção,
compreensão espacial e a imaginação estão trabalhando bastante.
Olhar e entender as possibilidades do Origami, como alternativa de um
trabalho pedagógico, me parece muito importante, pois devemos ressaltar o
fato de que através das dobraduras aproximam-se os conteúdos do educando,
propiciando assim, um ambiente favorável para que o processo de ensino
aprendizagem se desenvolva de maneira consistente; contando com
professores dispostos a não só transmitir conhecimentos, mas sim serem
orientadores e com isso estabelecer um contexto em sala de aula onde pode
contar com alunos motivados.
Além de ser muito criativa, esta arte permite que todos dêem asas a
imaginação e realiza uma perfeita integração entre professor e aluno. Faz com
que o aluno tenha mais interesse no que está sendo proposto, pois desperta a
vontade de aprender e criar.
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Achei muito importante para mim este estudo, pois ele está focado em
crianças do 1º segmento do 1º grau, por acreditar que o Origami pode
colaborar no desenvolvimento do potencial pleno de cada indivíduo,
enfatizando a observação, a forma de se expressar, a persistência, a
meticulosidade, a concentração e atenção, a autoconfiança, o esforço pessoal,
a coordenação motora fina e, sobretudo, a criatividade.
A Arte do Origami é, portanto, uma atividade criativa que transmite
curiosidade , alegria e finalmente leva o executante a ter orgulho e satisfação
diante da obra concluída.
O origamista Kunihiko Kasahara nos diz que “Dobrar o papel parece um ato
extremamente simples, mas este simples movimento na realidade nos fornece
uma grande alegria que invade nossa alma”.
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REFERÊNCIAS
ASCHENBACH, M.; Fazenda I.; Elias.M; A Arte-Magia das Dobraduras Editora
Scipione, São Paulo: 1992.
ASCHENBACH, Maria Helena Costa Valente, As Dobraduras de Papelino, São
Paulo, Nobel,1993.
BUORO, Anamélia Bueno, O olhar em Construção: Uma experiência de ensino
e aprendizagem da arte na escola, 3ª edição, São Paulo, Cortez, 1998.
GENOVA A. Carlos, Origami escolar; dobraduras, 1ª edição, São Paulo,1998.
GENOVA A. Carlos, Origami; A milenar arte das dobraduras, São Paulo:
Escrituras, Editora,2001.
KANEGAE, Mari. A arte dos mestres de Origami, Maringá, Ediouro, 1998.
OLIVEIRA, Gislene de Campos, Psicomotricidade, Educação e Reeducação
num enfoque Psicopedagógico, 4ª edição, Editora Vozes, Petrópolis, 2000.
REGO, Teresa Cristina, Vygotsky – Uma Perspectiva Histórica- Cultural da
Educação, Petrópolis, Vozes, 2000.
SÁ, Dário de, Origami: Arte Japonesa em de Papel, 12ª edição, Editora
Ediouro, Rio de Janeiro,1997.
SANS, Paulo de Tarso Cheida. A criança e o Artista; fundamentos para o
ensino das artes plásticas, Campinas, SP , Papirus, 1994. ), Papirus, 1994.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 10
A Arte Milenar do Origami e sua Influência Atual
1.1 - PCNs – Arte e Ensino
1.2 - A História do Origami
1.3 - O que é Origami?
1.4 - Origami chega ao Brasil
CAPÍTULO II 23
O Origami no Desenvolvimento da Coordenação motora
2.1 - Psicomotricidade e Origami
CAPÌTULO III 30
Origami na Aprendizagem e Criatividade
3.1 - Possibilidades Pedagógicas do Origami
3.2 - Surdos, Geometria e Origami
3.3 – O Origami na Criatividade e na Vida
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