na INTEGRADO – COLÉGIO E
FACULDADE
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IVANA CARLA DA ROSA
COAÇÃO E OUTROS VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
CAMPO MOURÃO
2015
INTEGRADO – COLÉGIO E FACULDADE
_______________________________________________________________
IVANA CARLA DA ROSA
Coação e outros vícios do Negócio Jurídico
Trabalho apresentado pelo acadêmico IvanaCarla da Rosa, do 2º. período, Turma A, comorequisito parcial para a aprovação nadisciplina Projeto Integrador 2, do Curso de
Direito da Faculdade Integrado de CampoMourão, ministrada pela Professora LucianaFante e pelo Professor Alexandre Linhares.
CAMPO MOURÃO
2015
RESUMO
A presente pesquisa acadêmica analisou os defeitos do
Negócio Jurídico em geral detendo-se especificamente em
conceituar a coação relativa e mencionar sua repercussão no
meio jurídico. Os objetivos do estudo foram apresentar as
normas legais que fundamentam o Negócio Jurídico e seus
defeitos com foco na disciplina de Direito Civil, expor
suas características e requisitos e é justificado por ser
de fundamental importância que conheçamos as normas que
regem os negócios jurídicos, de forma a não sermos lesados
e também a não lesar a outrem e também como estudantes da
mencionada cadeira é fator condicionante para boa formação,
para a evolução acadêmica. Esta pesquisa foi realizada
através de um estudo bibliográfico, utilizando a
sistematização de dados teóricos de materiais disponíveis
como livros, artigos científicos, legislação,
jurisprudência, e-books e internet. Usando o método de
interpretação sistemático, buscando através de a pesquisa
compreender o que rege a norma, como o sentido da lei faz
parte de um conjunto de regras e também sua aplicação.
Concluímos que se faz realmente necessário o conhecimento
por parte do cidadão comum e não apenas do advogado dos
direitos que lhe asseguram a legislação para anular um
negócio viciado ou defeituoso.
Palavras chaves: Direito Civil. Negócio Jurídico. Vícios.
Defeitos. Coação.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................5
2. CONCEITO DE NEGÓCIO JURÍDICO..........................6
3. DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO..........................7
3.1 ERRO OU IGNORÂNCIA..................................7
3.2 DO DOLO.............................................8
3.3 DA COAÇÃO...........................................8
3.4 DO ESTADO DE PERIGO................................11
3.5 DA LESÃO...........................................11
3.6 DA FRAUDE CONTRA CREDORES..........................12
4. SIMULAÇÃO............................................12
CONCLUSÃO...............................................14
INTRODUÇÃO
O Código Civil Brasileiro (CCB) visa atender aos
cidadãos de forma a protegê-los de negócios injustos, ou
até mesmo abusivos, nesta pesquisa iniciamos com a
definição do que é o negócio jurídico adentrando
posteriormente nos seus defeitos, fazendo uma breve
descrição de cada um destes. O CCB de 2002 aprimorou seu
antecessor incluindo como defeitos do negócio jurídico o
estado de perigo e a lesão, tratados nos art. 156 e 157 do
referido código e também retirou dos defeitos a simulação,
passando esta a integrar o Capítulo V, da Invalidade do
Negócio Jurídico (art.167). Os objetivos do estudo foram
apresentar as normas legais que fundamentam o Negócio
Jurídico e seus defeitos com foco na disciplina de Direito
Civil.
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2. CONCEITO DE NEGÓCIO JURÍDICO
O negócio jurídico é fato jurídico lícito
caracterizado pela manifestação de vontade qualificada, sem
vícios e com finalidade negocial, ou seja, cria, adquire,
transfere, modifica ou extingue direitos. Essa vontade deve
ser expressa de forma clara e ter sua manifestação
espontânea e livre. O negócio jurídico que cumpre os
requisitos constantes no art.104 do CCB, não é considerado
nulo.
De acordo com Carlos Roberto Gonçalves1 o CCB,
depois de verificar os requisitos de validade do negócio
jurídico, trata:
‘ [...] da interpretação do negócio jurídico e darepresentação. Em seguida, disciplina a condição, otermo e o encargo, que são autolimitações davontade, isto é, uma vez apostos à manifestação devontade, tornam-se inseparáveis dela. Finalmente, aparte patológica do negócio jurídico: defeitos einvalidade’.
Passamos então à análise da manifestação em si,
pois se a mesma não corresponder ao desejo das partes
contratantes, ou se este for ainda mal formulado ou
expresso, o negócio jurídico torna-se passível de anulação
ou anulabilidade, pois tais situações não produzem os
efeitos esperados pelo contratante sendo que para que tal
1 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro Parte Geral 1, p.320; José Carlos Moreira Alves, A Parte geral do Projeto do Código Civil Brasileiro, p.101.
8
aconteça quem sentir-se prejudicado deve pedir sua
anulação, conforme o art.178 do CCB:
CCB. Art.178. É de quatro anos o prazo dedecadência para pleitear-se a anulação do negóciojurídico, contado:I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;II - no de erro, dolo, fraude contra credores,estado de perigo ou lesão, do dia em que serealizou o negócio jurídico;III - no caso de incapazes, do dia em que cessar aincapacidade.
3 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Os defeitos do negócio jurídico são tratados no
plano de validade acometendo a manifestação da vontade e
segundo Silva (2011, p.48) classificam-se em:
a) Vícios do consentimento: são aqueles em que a
manifestação da vontade não está livre de vícios,
ou seja, não corresponde ao que efetivamente o
contratante almeja com a celebração do negócio
jurídico. São eles: Erro, Dolo, Coação, Lesão e
Estado de Perigo (os dois últimos sendo
introduzidos pelo CCB 2002). Ao invalidar estes a
lei tem como objetivo cuidar de quem não se
expressou de forma livre e consciente.
b) Vício Social: são aqueles em que a manifestação
da vontade é expressa livremente, mas não é feita
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de boa-fé. Fraude contra credores é o único que
atualmente é enquadrado nessa classificação.
Neste caso a lei trata de cuidar dos interesses
dos credores que não participam da relação
negocial inválida.
3.1 ERRO OU IGNORÂNCIA
Entendemos que erro é quando o contratante tem
uma visão distorcida dos fatos e a ignorância quando o
mesmo desconhece os mesmos e o tratamento legal para ambos
é o mesmo. Nesses casos quem erra é ele próprio sem que
outra pessoa interfira no negócio jurídico implicando em
defeito que gera a anulação conforme preceitua o art.138 do
CCB. Segundo Tartuce (2010, p.372) “o erro é um engano
fático, uma falsa noção, em relação a uma pessoa, ao objeto
do negócio ou a um direito, que acomete a vontade de uma
das partes que celebrou o negócio jurídico”.
Os artigos 140 e 143 do CCB tratam de erros que
não anulam o negócio sendo o primeiro relacionado ao falso
motivo, que nada mais é que uma declaração de vontade
baseada numa razão equivocada e o segundo do erro de
cálculo, que apenas autoriza a retificação da vontade,
sendo que este último só poderá anular o negócio, caso esse
recálculo estabeleça um valor impossível de ser cumprido.
Temos ainda a transmissão enganada da vontade,
igualada ao erro pelo artigo 141 do novo CCB, que também
inova ao tratar da preservação da manifestação da vontade e
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em razão do princípio da conservação ao permitir a
manutenção da validade do negócio jurídico quando o
fornecedor se oferece para executar o negócio conforme a
vontade real do contratante. Encerrando os erros é
necessário deixar clara a diferença entre erro e vício
redibitório, o erro, como já dito anteriormente, é quando a
pessoa se engana sozinha, já o vício redibitório trata do
objeto do contrato, sendo que o problema é descoberto após
a celebração do mesmo.
3.2 DO DOLO
Para Tartuce (2010, p.378), “o dolo pode ser
conceituado como sendo o artifício ardiloso empregado para
enganar alguém, com intuito de benefício próprio”. Dessa
forma entendemos o dolo como um erro cometido por uma das
partes visto que esta foi induzida pela outra a cometê-lo,
pois esta tem a intenção de causar prejuízo à primeira.
Conforme o art.145 do CCB, “são os negócios jurídicos
anuláveis por dolo, quando este for sua causa”, então
resumindo, temos que para que o negócio jurídico seja
anulável o dolo deve ser induzido em busca de benefício
para o autor ou terceiros (art.148 do CCB) e ter sido a
causa determinante do negócio, se o terceiro não tinha
ciência do dolo o negócio não se nula, mas este responderá
por perdas e danos causados. Ainda temos conforme o CCB,
art.149 o dolo causado pelo representante legal ou pelo
convencional, sendo que no caso do legal o representado só
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arca conforme os valores do proveito que teve e no
convencional ambos arcam solidariamente por perdas e danos.
Cabe neste momento salientar que apesar de erro e dolo
serem parecidos, difere justamente que no erro a pessoa se
engana e no dolo ela é induzida ao erro.
3.3 DA COAÇÃO
É a manifestação da vontade motivada pelo uso de
violência psicológica, conforme Tartuce (2010, p.381), “a
coação pode ser conceituada como sendo uma pressão física
ou moral exercida sobre o negociante, visando obrigá-lo a
assumir uma obrigação que não lhe interessa”. Advém então
que, para assinalar defeito do negócio jurídico a coação
deve, segundo o art.151 do CCB “ser tal que incuta ao
paciente fundado temor de dano iminente e considerável à
sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens”. A coação pode
ser física ou moral também chamada de psicológica, a física
implica na inexistência do negócio, pois, segundo Maria
Helena Diniz (2002, p.395) “é o constrangimento corporal
que retira toda capacidade de manifestação da vontade”, já
a psicológica constrange o coagido tal como descrito acima;
é possível que a coação seja exercida por terceiro e de
acordo com o CCB, art.154 será considerado viciado o
negócio e a parte que aproveitar dos benefícios responderá
por perdas e danos se souber da coação e art.155 o negócio
ainda existirá, mas se a pessoa que aproveitou dos
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benefícios não souber da coação quem arca com as perdas e
danos será o autor.
O parágrafo único do art.151 e o art. 152 do CCB
preceituam que eventualmente, quando o temor for
relacionado à pessoa que não faz parte da família do
coagido, o juiz apreciará diversas circunstâncias e
características para determinar se houve ou não coação. O
art.152 do CCB infere que “no apreciar a coação, ter-se-ão
em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias
que possam influir na gravidade dela”.
Como a coação que invalida o negócio é a relativa é
desta que trataremos. Primeiramente vamos nos ater ao
exteriorizado no art.151:
O dano deve ser próximo e com probabilidade efetiva
de se concretizar, com relação à própria pessoa ou a sua
família, que extensivamente podem ser parentes por
afinidade, namorados, ou qualquer pessoa que gere no
coagido um temor real. O art. 153 do CCB não considera
coação “a ameaça do exercício normal de um direito, nem o
simples temor reverencial”, ao que devemos compreender como
sendo ameaça de ser protestado pelo não pagamento de
dívida, é um direito do cobrador atrelado a uma relação de
consumo, desde que esteja de acordo com o art.42 do Código
de Defesa do Consumidor, CDC; já o respeito refere-se a
autoridades, como patrão, superior, pai, mãe, padre, etc.,
sendo que estas não podem ser seguidas de ameaças ou
violência.
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A coação pode ser, segundo a doutrina, principal ou
acidental, e segundo Gonçalves (2015, p.429), “aquela seria
a causa determinante do negócio; esta influenciaria apenas
as condições da avença, ou seja, sem ela o negócio assim
mesmo se realizaria, mas em condições menos desfavoráveis à
vítima”. Assim a principal gera anulação do negócio
jurídico e a acidental, obrigações indenizatórias.
Para que a ameaça seja considerada coação deve ter
uma relação entre a coação e o ato em si, ela deve ter sido
determinante na realização do negócio, grave o suficiente
para incutir temor real e ser obviamente injusta. Trazemos
as seguintes citações jurisprudenciais para auxiliar na
interpretação:
“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.REGIME DE CASAMENTO. ESCOLHA. ERRO, DOLO E COAÇÃO.NÃO RECONHECIMENTO NA ORIGEM. REVISÃO NESTA CORTE.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. IMPROVIMENTO. 1.A revisão do julgado, que decidiu pela nãoocorrência de dolo, coação e erro quando da escolhado regime de casamento, perpassa pelo revolvimentofático probatório da lide, vedado, nesta sede, anteo que dispõe a Súmula nº 7 desta Corte. 2. Agravoregimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg noAREsp: 201709 MS 2012/0144701-1, Relator: MinistraMARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento:12/11/2013, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação:DJe 26/11/2013)”. 2
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO - EMBARGOS ÀEXECUÇÃO - VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇOS - DECADÊNCIA- COMPROVAÇÃO DO VÍCIO - INEXISTÊNCIA - COAÇÃO -NÃO VERIFICAÇÃO - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO -EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO - NÃO APLICAÇÃO -RECURSO NÃO PROVIDO. -Não tendo a embargante
2 Disponível em http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia. Acessado em03-04-2015, 23:13 h
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reclamado dos alegados vícios de produto e serviçono prazo de noventa dias, nos termos do art. 26, IIdo CDC, houve a decadência do eventual direito. -Oônus da prova dos alegados vícios de produto eserviço incumbe à embargante nos termos do art.333, I do CPC. -A coação só é apta a viciar onegócio jurídico quando acarreta o temor de danoeminente ao coagido, sua família ou aos seus bensnos termos do art. 151 caput do CC/02. -O exercícioregular de um direito não caracteriza coação. -Nãose aplica a teoria da exceção do contrato nãocumprido se a exequente já cumpriu a obrigaçãocontratualmente ajustada. -Recurso não provido.(TJ-MG - AC: 10040080690734001 MG , Relator: MárciaDe Paoli Balbino, Data de Julgamento: 28/02/2013,Câmaras Cíveis Isoladas / 17ª CÂMARA CÍVEL, Data dePublicação: 12/03/2013).” 3
3.4 DO ESTADO DE PERIGO
O estado de perigo é identificado quando o coato na
ânsia de salvar a si próprio ou a alguém de sua família
acaba por assumir uma obrigação excessivamente onerosa para
com alguém que conheça a situação, importante ressalvar que
o negócio só foi celebrado em função do perigo iminente. De
acordo com Tartuce (2010, p.384), “o estado de perigo
constitui, segundo nosso entendimento, uma forma especial
de coação [...]. Entretanto, com a coação moral não se
confunde”.
Assim como no caso de coação, o parágrafo único do
art.156 CCB determina que quando o incidente não for
relacionado à pessoa que faz parte da família do coato, o
3 Disponível em http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia. Acessado em03-04-2015, 23:17 h
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juiz apreciará as circunstâncias e tomará a decisão,
podendo o negócio ser convalidado caso haja suplemento
suficiente ou se a parte favorecida tiver seu proveito
reduzido. Importante não confundir estado de perigo e
coação, no primeiro o perigo não foi causado pelo
beneficiário, embora ele se aproveite do conhecimento da
situação na coação p beneficiário é o agente da ação.
3.5 DA LESÃO
A lesão é fundamentada no conceito de abuso de
poder econômico, onde uma das partes aufere lucro
exorbitante que se prevalece da inexperiência ou
necessidade econômica da outra parte. Tartuce (2010, p.388)
afirma que:“[...] para a caracterização da lesão é necessáriaa presença de um elemento objetivo, formado peladesproporção das prestações e gerar uma onerosidadeexcessiva, um prejuízo a uma das partes; em como umelemento subjetivo: a premente necessidade ouinexperiência conforme previsto no caput doart.157”.
No o negócio jurídico em que se confirma a tese de
lesão é feita a revisão do mesmo podendo acarretar no
aumento do preço ou na redução das vantagens do
lesionador.
3.6 DA FRAUDE CONTRA CREDORES
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Até então estudamos os chamados vícios de
consentimento, aqueles em que o defeito é caracterizado na
manifestação da vontade de uma das partes, a fraude a
credores é atualmente a única representante dos vícios
sociais, haja vista que a simulação, a partir do CCB de
2002, foi deslocada para o capítulo que trata da invalidade
dos negócios jurídicos. A fraude contra credores é
caracterizada na vontade de gerar prejuízo a outrem.
Segundo Tartuce, (2010, p.391):
“constitui fraude a credores a atuação maliciosa dodevedor, em estado de insolvência ou na iminênciade assim tornar-se, que dispõe de maneira gratuitaou onerosa o seu patrimônio, para afastar apossibilidade de responderem os seus bens porobrigações assumidas em momento anterior àtransmissão”.
Nesta situação o devedor assumiu várias obrigações
junto a credores a aliena gratuitamente ou onerosamente
bens que poderiam ser usados como pagamento a seus
credores. Para caracterizar tal situação é necessário o
conluio (má fé) entre o devedor e o adquirente do bem e
também gerar prejuízo ao credor. Nesses casos cabe ação
anulatória, também chamada de ação pauliana ou revocatória,
o art.158 do CCB garante igual direito aos credores
quirografários (aqueles que não possuem garantia) e também
a aqueles que já o eram antes da fraude ocorrer.
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4 SIMULAÇÃO
Já comentamos anteriormente sobre o novo tratamentodado pelo CCB de 2002, art.167 à simulação que a deslocoupara o capítulo da Invalidade do Negócio Jurídico:
CCB. Art.167. É nulo o negócio jurídico simulado,mas subsistirá o que se dissimulou, se válido forna substância e na forma.§ 1. ° - Haverá simulação nos negócios jurídicosquando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos apessoas diversas daquelas às quais realmente seconferem, ou transmitem;II - contiverem declaração, confissão, condição oucláusula não verdadeira;III - os instrumentos particulares foremantedatados, ou pós-datados.§ 2. °- Ressalvam-se os direitos de terceiros deboa-fé em face dos contratantes do negócio jurídicosimulado.
Esta decisão está sendo amplamente debatida pelos
autores em geral, para muitos a simulação deveria
permanecer como causa de anulação do negócio jurídico e não
causa de nulidade, para o presente trabalho a trataremos
como Tartuce (2010, p.400), “a simulação continua sendo um
vício social do negócio jurídico, mas que causa sua
nulidade”. A simulação ocorre quando é feita uma declaração
enganosa de vontade, visando conseguir alguma coisa
diferente do que foi acordado, aparenta uma coisa, mas na
realidade é outra. O CCB de 2002 trata toda simulação como
grave e consequentemente tal situação invalida o negócio
jurídico.
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CONCLUSÃO
Ao estudarmos as normas legais que fundamentam o
negócio jurídico e seus defeitos, percebemos o quanto a
matéria se faz presente no dia a dia de todos, é simples de
encontrarmos os mais diversos exemplos práticos, e ainda,
que uma parte considerável da população não tem ao menos
uma noção básica de seus direitos frente aos negócios
jurídicos praticados, não buscando assim valer-se do amparo
da lei. Concluímos que se faz realmente necessário o
19
conhecimento por parte do cidadão comum e não apenas do
advogado dos direitos que lhe asseguram a legislação para
anular um negócio viciado ou defeituoso.
REFERÊNCIAS
20
BRASIL. Código Civil (2002). In: Vade Mecum Saraiva. 19. ed.atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2015.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil: parte geral, volume 1. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
Portal Jusbrasil, disponível em: < http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia > Acessado em 03-04-2015.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte Geral 1. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
SILVA, Patrick Lendl. Fatos jurídicos: teoria e prática. 1.Ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Lei de Introdução e Parte Geral 1.6 ed.rev. atual e ampl. São Paulo: Meteoro, 2010.
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