XENOPOLÍTICA PELA ÓTICA JURÍDICA

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1 HUGO FERNANDO ALVES CRUZ XENOPOLÍTICA PELA ÓTICA JURÍDICA como exigência parcial para a obtenção do grau de bacharel em Direito, sob a orientação de conteúdo do Professor Kelery Dinarte da Pascoa Freitas e orientação metodológica da Professorra Tereza Monnica X. B. Carvalho.

Transcript of XENOPOLÍTICA PELA ÓTICA JURÍDICA

1HUGO FERNANDO ALVES CRUZ

XENOPOLÍTICA PELA ÓTICA JURÍDICA

como exigência parcial para a obtenção do graude bacharel em Direito,sob a orientação de conteúdo do Professor Kelery Dinarte da Pascoa Freitas e orientação metodológicada Professorra Tereza Monnica X. B. Carvalho.

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Fortaleza -CE

3HUGO FERNANDO ALVES CRUZ

XENOPOLÍTICA PELA ÓTICA JURÍDICA

Monografia apresentadaà banca examinadora e àCoordenação do Curso deDireito do Centro deCiências Jurídicas daUniversidade deFortaleza, adequada eaprovada para suprirexigência parcialinerente à obtenção dograu de bacharel emDireito, emconformidade com osnormativos do MEC,regulamentada pela Res.Nº R028/99 daUniversidade deFortaleza.

Fortaleza (CE), 10 de Dezembro de 2012.

Kelery Dinarte da Pascoa FreitasProf. Orientador da Universidade de Fortaleza

4Feliciano de CarvalhoProf. Examinador da Universidade de Fortaleza

Marcelo Lopes BarrosoProf. Examinador da Universidade de Fortaleza

Tereza Monnica X. B. CarvalhoProfa. Orientadora de Metodologia

Núbia Maria Garcia Bastos Supervisora de Monografia

Coordenação do Curso de Direito

5

AGRADECIMENTOS

Aos professores e orientadores, Kelery Dinarte e Tereza

Monnica, pela compreensão, paciência, ajuda e conhecimentos na

produção desta monografia.

Aos demais mestres da casa, pelos conhecimentos

transmitidos durante o curso de direito, tendo alguns

verdadeiramente mudado a minha vida.

À Diretoria do curso de graduação da Universidade de

Fortaleza, pelo apoio institucional e pelas facilidades

oferecidas, sempre proporcionando soluções aos problemas de

percurso.

À família pela ajuda física, mental, financeira,

psicológica, pelo companheirismo, amizade, amor e pelos

ensinamentos, liberdades e entendimentos atribuídos a mim,

gostaria de coração ainda dar-lhes muitos orgulhos.

Aos amigos e amigas pelo apoio, brincadeiras e alegrias

neste caminho de altos e baixos que chamamos de vida.

6

7Se somos apenas peixes nos rios dodestino, dancemos nas águas destes,sempre conscientes de que a corrente fluipor ilimitadas possibilidades.

Desconhecido

8

RESUMO

As infinitas possibilidades que cercam a vida humana a cadainstante nos fazem imaginar quais outras surpresas estãoescondidas nos confins da criação. Quais outras vidas estãoespalhadas pelo universo, como são, pensão ou vivem? Após oestabelecimento de contato com seres extraterrestres, comonós, seres humanos, lidaremos com esta nova relação é o temadeste texto. Nossa civilização já filosofou, analisou eteorizou de diversas formas como a comunidade humana iria secomportar com tal possibilidade. Apesar do escasso conteúdo denível acadêmico, este trabalho visa estudar o impacto de umpossível contato com seres vivos de outros planetas sobre odireito, a sociedade e a cultura. O foco na ótica jurídica nosleva a necessidade da divisão das possíveis relações jurídicasque possuiríamos. Logo temos que a resposta humana ao contatoserá delimitada pela vida encontrada, conforme se atestará nodecorrer do trabalho, nossa reação poderá ser pacífica,exploratória ou neutra. Tudo dependerá do que acharmos nainfinitude do universo.

Palavras-chave: Direito Internacional. Relação entre espécies.Xenopolítica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................71 XENOPOLÍTICA..................................................................................................................13

1.1 Astrobiologia...........................................................................................................17

1.2 Xenopolítica e o Direito..........................................................................................182 RELAÇÕES ASTROBIOLÓGICAS.....................................................................................203 RELAÇÕES XENOPOLÍTICAS..........................................................................................28CONCLUSÃO..........................................................................................................................47REFERÊNCIAS........................................................................................................................49APÊNDICE...............................................................................................................................52

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11

INTRODUÇÃO

O ser humano sempre olhou para as estrelas maravilhado com

sua infinitude, atraído pelas suas luzes e cores, mas

interessado também pelo seu mapeamento e dimensionamento, que

tanto nos ajudou desde a idade da pedra até os tempos

modernos. Sempre observamos o céu em busca de conhecimento,

criamos mitos e histórias referentes ao sol, à lua e aos

corpos celestes, imaginamos como seria vivermos no outro lado

daquelas distâncias, se lá haveria vida como aqui e como seria

tal existência, como pensariam, viveriam e se relacionariam

tais seres extra-terrenos.

Existem inúmeras discussões a favor e contra a vida fora

deste planeta. Inúmeros trabalhos científicos que tentam

provar tal possibilidade utilizando desde a ciência avançada

como a matemática probabilística1, a biologia padrão dos seres1 Equação de Drake: N = R x Fp x Ne x Fl x Fi x Fc x L. Em que N é onúmero de civilizações extraterrestres em nossa galáxia com as quaispoderíamos ter chances de estabelecer comunicação. R é a taxa de formaçãode estrelas em nossa galáxia. Fp é a fração de tais estrelas que possuemplanetas em sua órbita. Ne é o número médio de planetas que potencialmentepermitem o desenvolvimento de vida por estrela que tem planetas. Fl é afração dos planetas com potencial para vida que realmente desenvolvem vida.Fi é a fração dos planetas que desenvolvem vida inteligente. Fc é a fraçãodos planetas que desenvolvem vida inteligente e que têm o desejo e os meiosnecessários para estabelecer comunicação. L é o tempo esperado de vida detal civilização.

12vivos2, a química dos gases atmosféricos, a geologia deixada

por possíveis civilizações, até as provas ditas mais leigas e

simples como provas visuais, descobertas de artefatos e

relatos de pessoas.

Mesmo tomando em consideração que alguns acadêmicos do meio

científico são irrazoavelmente contra sequer a especulação de

vida fora do planeta terra, inclusive chamando a mera

possibilidade de pura “ficção científica”, é imprescindível

também considerarmos um outro dado sociológico relevantíssimo:

Uma parcela significativa da sociedade humana, incluindo

inteiras civilizações indígenas, como demonstrado pelos

estudiosos da Teoria dos Antigos Astronautas, acredita em tal

existência.

Quando se fala em vida extraterrestre, muitas vezes as

pessoas já se separam nos que acreditam e nos que não

acreditam na existência de “ETs” da forma em que o tópico é

visto pelo imaginário popular sobre os recorrentes tipos de

criaturas da cultura popular, como vemos nos filmes e livros

de ficção científica. No entanto, raramente se atenta aos

estudos sérios, que inclusive já possuem campos científicos

especializados, como a astrobiologia3, que tenta prever como e

aonde poderia ocorrer vida fora de nosso planeta.

2 Campo de estudo da exobiologia, tradução nossa do termo exobiology.3 Tradução nossa do termo astrobiology.

13Até termos certeza da não existência de outras formas de

vida em todo o universo não podemos descartar a hipótese da

existência. Portanto, podemos supor que a vida fora de nosso

planeta poderia ser de inúmeras formas, que incluem desde a

vida bacteriana à inteiras sociedades de complexos indivíduos

organizados e tecnológicos. Inclusive imagina-se que, se a

vida externa também for baseada em carbono, já que

estatisticamente tal constituição corpórea compõe a maior

parte da ocorrência da vida na Terra, talvez os seres

extraterrestres poderão ser classificados segundo os reinos já

existentes, apenas com algumas adaptações necessárias para

compensar pelas incongruências óbvias oriundas das diferenças

de atmosfera, composição gasosa, temperatura etc, que podem

ser apresentadas por outros planetas em paralelo ao nosso.

Nas últimas décadas temos enviado sondas a Marte com

avançados aparelhos capazes de detectar as composições gasosas

e sólidas de diversos materiais que compõe o ar e o solo

daquele planeta. Já foi provado há anos a existência de água

em estado sólido nos pólos do planeta, sendo esta o primeiro

requisito para a existência de vida como a conhecemos.

Ocorre que recentemente foi provada a existência de metano

no ar de Marte, o que significa necessariamente que há

atividade geológica ou ocorrência de vida naquele planeta. O

que se pensava um planeta morto, certamente já não é mais

visto como tal, no mínimo a nível geológico. Tal gás pode ser

14sinônimo de vida pois as bactérias mais primitivas do nosso

planeta liberam metano após suas reações químicas, podendo a

presença do químico em questão naquele planeta significar a

existência de seres similares aos nossos.

A descoberta abriu a mente da comunidade científica para a

possibilidade real e atual de encontrarmos seres vivos abaixo

da superfície de Marte. E se realmente o fizermos? Se

encontrarmos vida não inteligente ou pelo menos não

tecnológica que seja nativa aquele planeta? Quais as leis que

regeriam a forma como manteríamos relações com tais

organismos? Por tais motivos, estamos começando a estudar tais

possibilidades em uma escala global, começando a criar

respostas a estas e muitas outras perguntas que poderão vir.

Recentemente vários movimentos ufológicos internacionais

estão ganhando força, inclusive fazendo uso do ordenamento

jurídico interno de alguns países, que permitem o pedido de

abertura de informações, para requerer conhecimentos

governamentais referentes a tal temática. A necessidade de

estudos neste ramo se observa ainda mais quando medimos o

quanto já foi feito e investido por alguns governos, como os

Estados Unidos da América e a União Européia e os seus

respectivos estudos e programas espaciais, desenvolvidos

oficialmente pela NASA4 e pela Agência Espacial Européia, que

4 Incluindo a sua subdivisão de busca e estudos de vida inteligenteextraterrestre, respectivamente, SETI e a NASA Astrobiology Institute.

15investem milhões no esforço de busca e comunicação com seres

vivos de outros planetas.

Devido às recentes aberturas de informações por parte do

FBI e da NASA dos Estados Unidos, do Ministério da Defesa do

Brasil e de vários países como Nova Zelândia e Inglaterra,

cresce a especulação de vida exterior, inclusive com muitos

pesquisadores sérios afirmando que existe sim vida

extraterrestre e que esta já está ou esteve presente em nosso

planeta, necessariamente possuindo avançada inteligência, pois

suas máquinas foram capazes de trazê-los até aqui. Ocorre que

por este ainda ser um processo em andamento e não aceito pela

comunidade científica como verdadeiro, consideraremos para os

efeitos deste trabalho que o homem nunca manteve contato com

seres de outros planetas.

As consequências de uma descoberta genuína ou da abertura

direta e global da informação de vida extraterrestre teria

impactos sociais em todas as áreas do conhecimento humano,

abrindo novas portas em todas as fronteiras científicas do

conhecimento humano. Mudaríamos a nossa relação com o planeta,

com o universo e principalmente com nós mesmos, se quiséssemos

nos adaptar à nova realidade.

Inúmeras e complexas perguntas aflorariam do dia para a

noite. É com o interesse de expandir a mente para tais

possibilidades que tentaremos analisar na constância deste

trabalho os impactos da xenopolítica, ou exopolítica, que é o

16estudo de uma possível relação política entre duas espécies

inteligentes, sobre o mundo e o meio político jurídico.

Portanto temos que a antiga pergunta “Estamos sozinhos

neste universo?” não é facilmente verificável e provavelmente

assim continuará até “revirarmos cada pedra” do universo em

busca de vida, mas este não é o tópico principal deste

trabalho. A justificativa deste trabalho não é a prova ou a

negação de vida extraterrestre, mas sim um estudo dirigido às

novidades trazidas por tal possibilidade ao direito e à

sociedade.

Como consequência lógica, logo nos deparamos com a

pergunta: como nos preparar e quais as mudanças políticas e

jurídicas que necessitarão vir nas relações humanas

imediatamente após tal descoberta, principalmente se a vida

descoberta for inteligente?

Dessa forma, no decorrer deste trabalho monográfico,

procuraremos responder a questionamentos relevantes, tais

como: qual o papel das ciências atuais perante o tema? Quais

são as conseqüências que envolvem o estabelecimento de contato

extraterrestre? Qual a importância e o impacto cultural? De

que forma a humanidade irá reagir? Como poderíamos responder

juridicamente a tal possibilidade de forma rápida?

Veremos então que a maneira mais prática para adequarmos

esses novos conceitos ao nosso sistema jurídico político

17global é fazermos uma relação das organizações e leis já

existentes com as leis que se tornam necessárias com a

novidade.

A justificativa para a apresentação deste trabalho decorre

da necessidade humana de sempre estar preparado para todas as

possibilidades, mesmo que sejam as hipóteses mais remotas. Tal

fator é importante pois qualquer adição que pudermos dar ao

conhecimento humano é útil, bem vindo e necessário. É a

ciência que nos proporciona a maior vantagem humana, aquela

que nos eleva sobre todas as outras espécies deste planeta: a

tecnologia. A compreensão de que devemos sempre evoluir,

repensar e melhorar, necessitando cada vez mais de melhores

tecnologias é crucial. Este é o fator que nos proporcionou o

domínio global, enquanto espécie, e nos proporcionará o

domínio das estrelas. O futuro da humanidade somente estará a

salvo se nos prepararmos para as possibilidades que este nos

reserva.

Em razão disso, tem-se como objetivo geral demonstrar a

relevância do estudo da matéria, do impacto social e das

possibilidades de reação que o contato com seres vivos de outros

planetas nos proporcionaria. Já o objetivo específico é teorizar

qual seria a função e como seria a adaptação do Direito

imediatamente após o estabelecimento de contato, observando o

que já possuímos em leis e tratados internacionais e adaptando-

18os ao novo conceito de acordo com a forma de vida que

encontrarmos.

No que diz respeito aos aspectos metodológicos, as

hipóteses são investigadas através de pesquisa em diversos

ramos do conhecimento humano. Em relação à tipologia da

pesquisa, esta é, devido ao alto grau de abstratismo

hipotético, pura, visto ser realizada com o intuito de

aumentar o conhecimento, buscando, entretanto, uma

transformação da realidade de nosso planeta, apontando falhas

em nosso sistema social global.

Por meio de pesquisa bibliográfica a várias fontes como

constituições de diversos países, mestres doutrinadores e

figuras internacionais, notícias de credibilidade mundial,

tratados internacionais e leis de grandes organizações

multinacionais, buscaremos confirmar a idéia, de caráter puro

e qualitativo, de como a humanidade reagiria ao caso de

contato com organismos de outros planetas, teorizando que

necessitaríamos de uma união global e provando que não apenas

já possuímos capacidade para tal, mas também que já existem

até mesmo delimitações de como a mesma seria organizada.

No primeiro capítulo, apresentam-se o conceito de

xenopolítica, algumas considerações para efeitos nesta

monografia, o conceito de astrobiologia e a aplicação destes

dois conceitos para as possibilidades de vida que

encontrarmos. Veremos também a importância dos temas

19conceituados, seu respaldo global e o crescimentos dos mesmos

enquanto novas ciências do conhecimento humano.

No segundo capítulo, discutiremos a respeito do primeiro

grupo de seres vivos que poderemos vir a ter contato, os seres

não tecnológicos ou primitivos, baseando-nos na reação humana,

em que nós seríamos exploradores daquelas formas de vidas e

tentando adaptar as leis e normas humanas para tais seres.

No terceiro capítulo, abordaremos o caso de contato com

seres vivos tecnológicos, momento em que poderíamos ser

políticos, consumando na prática o que é teorizado sobre o

termo xenopolítica, observando o impacto social e jurídico do

contato.

O foco principal do presente trabalho é iniciar as

discussões no Brasil sobre este tema, que apesar de não

angariar grande respaldo social atualmente, certamente será

mais importante e discutido de acordo com os avanços da

humanidade no espaço ou se realizarmos contato.

20

1 XENOPOLÍTICA

Xenopolítica é a ciência que estuda as relações entre dois

grupos de seres vivos organizados e políticos, mas de

territórios e culturas diferentes. Ao estudarmos a etimologia

da palavra, vemos que xeno significa aquele ou aquilo que é de

fora, exterior, inclusive temos no português palavras como

xenofobia ou xenófilo, que significa respectivamente aversão e

admiração/desejo pelo de fora, enquanto política, apesar de

possuir vários e amplos significados, será por nós considerado

como uma atividade social organizada voltada à administração

das relações. Ocorre que boa parte dos povos da humanidade já

se conhecem e se organizam, exceções à parte, somos uma

comunidade global, em que todas as sociedades estão

intrinsecamente conectadas, o que faz com que toda a nossa

organização ou política seja global.

Com o advento desta sociedade global não possuímos mais o

conceito de culturas externas ao ponto de serem consideradas

completamente independentes. O que fez com que a palavra

xenopolítica ganhe um novo contexto, ainda mais amplo,

passando a denominar a relação da humanidade, enquanto apenas

um povo, uma espécie política, com outros povos, outros grupos

21de seres vivos também organizados politicamente. Ou seja,

agora o tema de estudo da xenopolítica é a possível relação do

ser humano com qualquer outro povo inteligente, mesmo que de

outra espécie. Claro que se trata de uma ciência puramente

abstrata, cujo tema de estudo supõe o estabelecimento futuro

de contato com seres vivos de outros planetas ou pelo menos

ainda não conhecidos.

Para efeitos desta monografia desconsideraremos a definição

de exopolitics apresentada por Andrew Hennessey (2012, online)

que, dentre outras características, considera que nós já temos

relações com seres extraterrestres e que estas são mantidas em

segredo. Também iremos desconsiderar os comentários do

proeminente estudioso Steven M. Greer (2012, online) a

respeito do tema, em seu artigo “Exopolitics or Xenopolitcs”, que

também conceituou a matéria como se já houvéssemos realizado o

primeiro contato com seres inteligentes de outros planetas.

Para fim de que lembremos que este é um trabalho puramente

teórico, cuja disciplina busca prever como a sociedade irá se

reorganizar após o estabelecimento do primeiro contato.

Para aqueles que já estudam o tema, observa-se que existe

também a chamada exopolítica, que para os efeitos deste

trabalho será considerado um sinônimo de xenopolítica, devido

ao desejo de diminuirmos a complexidade do tema, em um

primeiro momento e por tratar, lato sensu, do mesmo modelo

ideológico: a possibilidade de vida e contato fora da terra.

22Mas lembremos também que devemos desvincular ambos os

conceitos de suas traduções norte-americanas, tendo em vista

que xenopolitics e exopolitics já possuem a conotação da existência

de contato.

Percebamos que as divergências na delimitação da área de

estudo e conhecimento desta ciência-em-formação ainda são

bastante divergentes, pelo menos na América Latina, exatamente

pela não expansão acadêmica da matéria, já que esta ainda está

em fase inicial, embrionária.

Por ser uma ciência teórica há a necessidade de analisarmos

a xenopolítica de forma conceitual, nos desvinculando do que

acreditamos já saber sobre o assunto, tendo em vista que

nossas fontes de conhecimento sobre o mesmo, na maior parte

das vezes, não passam de filmes e livros de ficção científica.

Precisamos compreender tal ciência desvinculados dos vícios e

prejuízos que a mídia nos apresenta. Inicialmente, há que se

verificar que o surgimento desta ciência está diretamente

relacionado com fatos que envolvem o imaginário popular, ou

seja, apesar de que a imaginação humana foi a fonte da idéia,

precisamos perder este vínculo e estudar academicamente a

possibilidade.

A cultura popular nos apresenta uma visão bastante limitada

das inúmeras possibilidades que o estabelecimento de contato

nos abriria. As mudanças sociais, os novos paradigmas, a

revisão de ideologias, as novas ciências, as reformas

23religiosas seriam apenas o começo do que iria acontecer em

nossa civilização humana.

Infelizmente temos pouquíssimas fontes acadêmicas sérias,

que não possuam uma agenda ou objetivo que macule a

possibilidade de vida fora de nosso planeta. Menos ainda se

considerarmos apenas o Brasil. Por tal motivo, e também para

sempre lembrarmos que somos uma sociedade global, utilizaremos

estudos, comentários e textos de várias nacionalidades e

origens culturais no decorrer desta análise.

Finalmente o conceito que consideraremos para

xenopolítica/exopolítica é o estudo das interações organizadas

entre duas espécies oriundas de biosferas diferentes. Pelo

fato de que tal conceito apenas abrange as relações

organizadas precisaremos também discutir como seriam as

relações não organizadas, o que ocorreria se encontrássemos

seres vivos não sociais, não racionais ou não tecnológicos, ou

seja, em um estado de ainda não consciência, ou de tecnologia

primitiva. É mais fácil considerarmos esta possibilidade

quando lembramos que em nosso planeta temos milhares de

espécies e apenas uma racional, consciente e tecnologicamente

avançada.

Historicamente, a palavra e a idéia da exopolítica tem

origem documentada com o PhD. Timothy Leary1, que cunhou o

1 Indivíduo que foi proclamado pelo ex-presidente dos Estados Unidos RichardNixon como “o homem mais perigoso na América”. Tal autor ficou famoso porpopularizar frases como “pense por você mesmo” e “questione a autoridade” e

24termo no livro infra citado. Seu conceito era de que a idéia

de política externa deve ter um escopo universal, abrangendo a

possibilidade de vida fora da terra. Timothy era autor e

psicólogo estudioso de várias teorias científicas

alternativas, como o potencial terapêutico da droga LSD na

psiquiatria, além de professor de Harvard e filósofo. Leary

escreveu livros de diversos temas que abrangeu até mesmo as

ciências de borda, como por exemplo no livro Exo-Psychology, de

1977.

Diferente do que é observado no Brasil, os estudos

ufológicos no mundo são bastante amplos e abrange um grande

número de acadêmicos e intelectuais. Tomemos como exemplo a

China aonde 50% de sua população acredita na possibilidade de

seres extraterrestres, possuindo inclusive vários clubes de

estudos ufológicos, como a Sociedade Nacional de Estudos

Ufológicos, financiada pelo governo chinês, que foi fundada há

25 anos e somente aceita membros que sejam cientistas ou

engenheiros profissionais, precisando também possuir PhD em

ciências e vários artigos publicados sobre UFOs, possuindo

dentre os seus membros Sun Shili, famoso ufólogo, diplomata e

tradutor pessoal de Mao Zedong (2012, online).

Outro dado importante é a criação de grandes agências

oficiais de busca por vida fora da Terra, como o SETI, que é o

maior grupo de busca extraterrestre dos Estados Unidos ou o

por ter sido preso em mais de vinte e nove prisões diferentes do mundo.

25GEIPAN, que é parte da agência aeroespacial da França, o que,

dentre várias outras agências espalhadas pelo mundo, está

sedimentando pela primeira vez na história da humanidade órgãos

oficiais que investigam a possibilidade de vida extraterrestre.

Aos poucos os governos do mundo inteiro estão liberando

informações sobre um fenômeno chamado de UFO2, fenômeno este

que alimenta a “teoria ufológica extraterrestre”, que é a

crença de que objetos voadores detectados no mundo inteiro são

veículos espaciais, logo, aceitando a possibilidade de que

atualmente já existe a presença de seres extraterrestres em

contato com nossa espécie. Não levaremos esta teoria a fundo

pois a mesma é no momento inverificável, impossível de ser

provada sem maiores explicações governamentais e não aceita

pela comunidade científica. Mas informamos que alguns

pesquisadores como o Sr. Steven M. Greer3 e o Sr. Ademar J.

Gevaerd4 afirmam categoricamente possuir dados que comprovem

tal teoria.

O avanço tecnológico humano, que atualmente aumenta em

progressão geométrica, permite que procuremos de maneiras cada

vez mais eficientes por vida não originária deste planeta,

tendo em vista que seria um absurdo matemático considerar a

2.........Cuja tradução da sigla significa: Objeto Voador Não Identificado.3. . .Fundador do “Disclosure Project”, que afirma possuir mais de quinhentostestemunhos de indivíduos do governo, exército ou inteligência atestandopela veracidade da alegação.4 Fundador do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores e da RevistaUFO, a primeira revista sobre o tema do mundo.

26existência de apenas um planeta com condições ideais para a

formação de vida, em um universo que se demonstrou até agora

imensurável.

O crescente número de importantes pesquisas na área, o

início de uma era espacial, em que já se estuda a

possibilidade de mineração de asteróides, luas e planetas e a

crença cada vez maior da população terrestre em tais

possibilidades abrem margens para que haja cada vez maiores

investimentos na busca, exploração, estudo e estabelecimento

de contato com seres vivos no universo.

Uma vez compreendida a importância da Exopolítica dentro do

contexto científico, como ciência puramente teórica, faz-se

necessário desvincular a mesma do enorme preconceito social,

já que, quando observamos puramente do ponto de vista

científico este torna-se ilógico, tendo em vista que a

inexistência de provas da vida extraterrestre não

necessariamente significa que estamos sozinhos no universo,

logo não poderemos descartar a possibilidade de entrar em

contato com outras espécies em momento algum.

Importante frisar que a necessidade de nos distanciarmos

das fontes não científicas como a mídia e o folclore popular,

pois diferente do que nos é apresentado pelas mesmas, é mais

provável que encontremos vida em estados de desenvolvimento

tecnológico e intelectual ainda não tão avançados quanto o

nosso. Portanto a xenopolítica deve ser associada a estudos

27como a astrobiologia, pois provavelmente não iremos ter

relações diplomáticas com os seres que encontrarmos, tendo em

vista a probabilidade de que encontraremos apenas bactérias ou

seres semelhantemente pouco desenvolvidos.

No decorrer do trabalho tenderemos a dar uma ótica jurídica

ao estudo da xenopolítica e da astrobiologia, observando os

aspectos legais que envolvem tal possibilidade, bem como a

questão inerente as mudanças sociais e políticas.

1.1 Astrobiologia

Este ramo da ciência tenta prever como poderá ser a vida

no universo. O termo exobiologia é similar, mas possui maior

especificidade ao caso de vida desenvolvida, logo a

exobiologia será tratada pelo ramo da exopolítica, enquanto a

astrobiologia estudará as relações que teremos com seres vivos

de uma forma geral, incluindo os menos tecnológicos e

desenvolvidos.

Conforme editorial do periódico “Astrobiology” este é um ramo

que integra astrônomos, biólogos, químicos, geólogos,

microbiologistas, paleontólogos e cientistas planetários em um

estudo com o objetivo de avançar nosso conhecimento e

entendimento da origem, evolução e distribuição da vida no

universo. (2012, online)

Uma ótima conceituação nos é dada pela Nasa, em seu

informativo about astrobiology, em que é explicado que

28“Astrobiologia é o estudo da origem, evolução, distribuição e

futuro da vida no universo, tanto vida terrestre ou

extraterrestre. Este campo de estudo multidisciplinar abrange

a busca por mundos habitáveis dentro e fora de nosso sistema

solar, a busca laboratorial e de campo pela origem e evolução

inicial da vida na Terra e estudos do potencial da vida em se

adaptar aos desafios da Terra e do espaço sideral.

Astrobiologia tenta responder três questões fundamentais: Como

a vida inicia e desenvolve? Existe vida fora da Terra e, se

sim, como a encontraremos? Qual é o futuro da vida na Terra e

no Universo?”5 (2012, online)

Consideraremos portanto a astrobiologia como o ramo que

estudará a vida fora da Terra, caso cheguemos a encontrá-la.

Tal ramo utiliza-se da biologia, que nos ensinou que a vida

pode ocorrer mesmo em lugares extremamente inadequados a vida

como a conhecemos e sem a necessidade de luz solar, como foi

provado em 1970 com a descoberta dos seres extremófilos6, para

teorizar que poderá existir vida extraterrestre escondida até

mesmo em nosso sistema solar, em luas como Europa ou planetas

como Marte.

Pelo fato de que o único exemplo que temos de planeta com

vida é a Terra, aonde 99,9% dos seres vivos são considerados5 Tradução nossa.6 Organismos extremamente resistentes. Nesta categoria estão inclusosseres que sobrevivem em locais com leveis de pH abaixo de 3 ou acima de 9,ou cujos esporos são viáveis mesmo após 40 milhões de anos, ou que podemsobreviver em temperaturas abaixo de -15 ºC ou acima de 122 ºC, ou nasenormes pressões do fundo do oceano. (2012, online)

29irracionais e apenas uma espécie dentre milhares é tecnológica

e inteligente ao ponto de poder ler este trabalho, temos que

se cria um precedente estatístico de que vida inteligente e

intelectual é uma raridade no universo, logo, devemos nos

preparar para criar mais laboratórios de pesquisas

biotecnológicas do que embaixadas.

1.2 Xenopolítica e o Direito

Com a evolução do Direito como instrumento regulamentador

das relações pessoais, surgem as leis que visavam organizar a

sociedade, ultimamente transformando-a em civilização, ou seja

o direito ajudou a sociedade a evoluir. Semelhantemente a

xenopolítica, que a princípio será apenas uma ciência teórica

irá, no momento do contato com outros seres ou do crescimento

da população humana para fora da Terra, guiar a civilização

humana em seu próximo passo, criando uma civilização

expandida, que aceita não apenas os seres vivos da nossa

biosfera como a vida no universo.

Na medida em que avançaremos neste trabalho analisaremos as

possibilidades de contato e suas conseqüências sócio-jurídicas

à luz dos ordenamentos que já possuímos, adaptando as normas,

princípios e diretrizes que já possuímos à nova relação. Tal

raciocínio deriva da idéia de que a humanidade, na hipótese de

contato iria necessitar de uma resposta jurídica urgente, que

melhor satisfizesse à novidade, logo precisaríamos utilizarmos

de nossos já existentes ordenamentos, ou de rápidas

30adaptações, para, em primeira instância, termos diretrizes

jurídicas.

Portanto veremos nos capítulos seguintes qual a provável

relação que o Direito, enquanto ciência prática, teria com a

xenopolítica, enquanto ciência teórica, estudando e adaptando

as normas e ordenamentos jurídicos que já possuímos para esta

nova possibilidade.

As possibilidades das relações que viríamos a possuir com

tais seres foram divididas em dois grandes grupos de acordo

com a matéria que melhor engloba cada caso. A xenopolítica e a

astrobiologia serão as duas ciências base para os estudos que

realizaremos circundando a questão: Como a nossa sociedade irá

se organizar perante o estabelecimento de contato

extraterrestre? Neste estudo dividimos as relações de acordo

com a complexidade do ser vivo encontrado.

No caso de contato com seres que variem dos mais simples,

similares as bactérias unicelulares procariontes, até os que

se assemelhem com nossos animais irracionais ou plantas

utilizaremos a astrobiologia, já que não haverão relações

políticas entre nós e eles, apenas utilizando a ciência da

xenopolítica quando expandirmos para os seres inteligentes e

tecnológicos, capazes de manter comunicação conosco.

31

2 RELAÇÕES ASTROBIOLÓGICAS

Todas as relações humanas com seres vivos extraterrestres

devem ser classificadas como astrobiológicas, logo podemos

considerar tal grupo de relações como um gênero, em que as

subdivisões consistem em relações apenas astrobiológicas,

stricto sensu, ou astrobiológicas xenopolíticas. Neste momento

analisaremos as relações não xenopolíticas, por considerarmos

que somente há xenopolítica aonde existem relações

inteligentes entre seres vivos tecnológicos de biosferas

diferentes, ou seja, aqui estudaremos como deverão ser as

relações e seus impactos em nossa sociedade jurídica caso

tenhamos contato com seres extraterrestres não tecnológicos.

Considerando tecnologia o fator que difere a humanidade de

todos os outros animais do planeta terra temos que apenas uma

espécie intelectualmente semelhante ou superior a nossa

poderia possuir algo semelhante ao nosso conceito de

tecnologia. Para todos os outros casos teremos relações muito

próximas as que possuímos com os animais em nosso planeta, ou

seja, já que seríamos os seres dominantes da relação, haveria

uma situação de exploração, em que apenas os direitos básicos

seriam protegidos, podemos observar tal dominação racial até

32mesmo em nosso cotidiano, nas várias situações em que apenas

protegemos os direitos mais fundamentais dos coabitantes

irracionais desta biosfera.

Prova desta relação de dominação é a existência de diversos

grupos de proteção ao meio-ambiente, pois caso não houvesse

tal exploração estes movimentos não seriam necessários nem

concebidos ou pelo menos possuiriam objetivos menos óbvios ou

obsoletos, exemplos desses grupos, de variados tamanhos,

objetivos e alcance, são o Greenpeace, o Save the Whales, o projeto

TAMAR e o The Animals Rights Movement.

Ao notarmos a maneira que tratamos os animais de nosso

planeta, que são os seres mais semelhantes a nós, logo os que

deveríamos possuir maior compaixão e afeição, podemos concluir

que todos os outros seres serão tratados de maneira igual ou

inferior, o que indiretamente causa danos à própria

humanidade, inclusive maculando as nossas próprias chances de

sobrevivência enquanto espécie, devido aos continuados danos

ao meio-ambiente e a aos seres vivos deste planeta. Importante

notar que não haveria continuação da espécie humana sem nossa

simbiose, termo utilizado em sentido amplo, com todos os

outros seres vivos, de todos os reinos, devidos aos vastos

usos que damos aos animais, fungos, bactérias e vegetais em

nosso estilo de vida moderno.

Apesar de amplos esforços de grupos como o exemplificado

The Animals Right Movement, estes são ainda desaparelhados e

33ínfimos perante os interesses de grandes empresas e grupos

internacionais, que quase sempre detêm mais poder político,

social e financeiro, vejamos trecho da filosofia por trás

deste movimento (2012, online):

Who are we that we have set ourselves up on this pedestal and webelieve that we have a right to take from others everything—including their life—simply because we want to do it? Shouldn't westop and think for a second that maybe they are just others like us?Other nations, other individuals, other cultures. Just others. Not sub-human, but just different from being human.7

Juridicamente um dos objetivos do grupo é a retirada da

caracterização de propriedade dada aos animais, em que estes

são objetos de direitos de possuidores de direitos e não eles

mesmos possuidores de direitos. No Brasil são dados apenas os

direitos mais básicos aos animais, quando há o respeito à lei,

o que nem sempre ocorre. Como por exemplo podemos observar em

vários artigos da Lei Federal de nº 9.605, chamada de Lei de

Crimes Ambientais.

O desrespeito à vida é uma característica humana que

precisa ser abolida se quisermos ser respeitados em uma

possível comunidade universal pacífica, como bem notaram Carl

Sagan e Iosif Shklovskii (2012, online) que, em 1966,

propuseram que civilizações tecnológicas tendem a, ou se auto-

destruírem um século após desenvolverem capacidade de7 Quem somos nós para nos colocarmos acima no pedestal e acreditarmosque temos o direito de tomar dos outros tudo – incluindo suas vidas –simplesmente porque o queremos? Não deveríamos parar e pensar por umsegundo que talvez eles não sejam apenas outros como nós? Outras nações,outros indivíduos, outras culturas. Apenas outros. Não sub-humanos, mas simdiferentes de ser humano. (tradução nossa)

34comunicação interestelar, ou controlar suas tendências auto-

destrutivas e sobreviver por milhares de anos, ou seja, se

houver tal comunidade universal, está tenderá a ser pacífica,

ou nunca teria se formado.

O conhecimento de que precisamos mudar nossos métodos de

interação com os seres vivos de nosso planeta e com nós mesmos

já são antigos, são comuns exemplos como os temerosos

comentários de Thomas Jefferson, intelectual e ex presidente

norte-americano, que foi um dos principais autores da

independência daquele país: "Eu temo pela minha espécie quando

penso que Deus é justo.", outro comentário válido de ser

apontado é o de François Marie Arouet, mais conhecido como

Voltaire, sob a palavra “irracionais” em seu livro “dicionário

filosófico” de 1764, discursando sobre o tratamento que damos

aos animais (2012, online):

Que ingenuidade, que pobreza de espírito, dizer queos animais são máquinas privadas de conhecimento esentimento, que procedem sempre da mesma maneira,que nada aprendem, nada aperfeiçoam! Será porquefalo que julgas que tenho sentimento, memória,ideias? Pois bem, calo-me. Vês-me entrar em casaaflito, procurar um papel com inquietude, abrir aescrivaninha, onde me lembra tê-lo guardado,encontrá-lo, lê-lo com alegria. Percebes queexperimentei os sentimentos de aflição e prazer,que tenho memória e conhecimento. Vê com os mesmosolhos esse cão que perdeu o amo e procura-o portoda parte com ganidos dolorosos, entra em casaagitado, inquieto, desce e sobe e vai de aposentoem aposento e enfim encontra no gabinete o enteamado, a quem manifesta sua alegria pela ternurados ladridos, com saltos e carícias. Bárbarosagarram esse cão, que tão prodigiosamente vence o

35homem em amizade, pregam-no em cima de uma mesa edissecam-no vivo para mostrarem-te suas veiasmesentéricas. Descobres nele todos os mesmos órgãosde sentimentos de que te gabas. Responde-memaquinista, teria a natureza entrosado nesse animaltodos os órgãos do sentimento sem objectivo algum?Terá nervos para ser insensível? Não inquines ànatureza tão impertinente contradição.

Agora citação do neurocientista Sam Harris (2012, online),

que nós dá uma importante luz científica ao caso:

Inevitavelmente, cientistas tratam a consciênciacomo mero atributo de certos animais de cérebrogrande. O problema, entretanto, não é sobre océrebro, como ele sobreviveu como sistema físico,através do que é o portador peculiar, a dimensãointerna de cada um de nós experiência comoconsciência em seu próprio caso.... A definiçãooperacional de consciência.... é reportabilidade.Mas consciência e reportabilidade não são a mesmacoisa. É uma estrela do mar consciente? Não háciência que dê conta da consciência comreportabilidade que irá oferecer uma resposta aesta questão. Para olhar para a consciência nomundo com base em seus sinais externados é a únicacoisa que podemos fazer. E então, quando nóssabemos muitas coisas sobre nós mesmos [e outrosanimais] em termos anatômicos, psicológicos eevolucionários, nós não estamos tendo idéia doporque é "parecido com algo" para ser o que somos.O fato do universo ser iluminado onde você está, ofato de seus pensamentos, modos e sensações teremuma característica qualitativa é um absolutomistério.

Contudo temos que a vida deve ser respeitada em nosso

planeta, tanto pela questão ética-filosófica de respeito à

vida, como pelo lado egoístico de que sem outros seres vivos

nossa espécie estaria extinta.

36Se continuarmos a nos desenvolver tecnologicamente na mesma

velocidade que estamos atualmente, no caso de nosso

conhecimento científico não encontrar barreiras como extinção

da espécie humana, falta de matéria-prima para a criação

tecnológica, descontinuidade da civilização moderna, etc, nós

inevitavelmente iremos atingir as estrelas. O espaço será

apenas mais uma fronteira a ser ultrapassada pelo nosso

desenvolvimento, como foram os oceanos, como está sendo a

destruição do meio ambiente, como necessariamente terá de ser

as guerras.

Cientistas como o famoso físico teórico Michio Kaku, autor

de vários livros e mundialmente conhecido por sua habilidade

de explicar complexos temas científicos de maneira simples e

prática, que nos ensina, em seu livro “Physics of the Future: How

Science Will Shape Human Destiny and Our Daily Lives by the Year 2100” que se a

humanidade ainda existir daqui há cem anos, provavelmente

seremos uma civilização de classe um na escala Kardashev8, ou

seja iremos extrair de forma sustentável toda a energia

proveniente de nosso planeta natal, tudo isto enquanto

buscamos novas fontes de energia e matérias-primas e iniciando

uma civilização de exploração espacial.

8 Escala criada pelo astrônomo soviético Nikolai Kardashev, em que ascivilizações são classificadas pela quantidade de energia que consomem,sendo o tipo 1 para civilizações que consomem a energia de seu planetanatal, o tipo 2 para as que consomem a energia de seu sistema solar natal edo tipo 3 para as que consomem a energia de todo uma galáxia. (2012,online)

37Quando levamos estes conceitos ao nível universal,

percebemos que também devemos respeitar a vida em outros

planetas, talvez até com maior afinco, já que se foi

inevitável atrapalharmos a vida deste planeta para nosso

crescimento enquanto espécie, o mesmo não seria verdadeiro em

outras biosferas.

Não podemos ter o mesmo senso de domínio sobre a vida

extraterrestre como o que possuímos com os seres vivos deste

planeta, pois, se não pelos motivos éticos e morais, pelo

menos pelo senso de justiça que outras espécies poderiam

possuir, em que estaríamos abrindo margem de sermos

desrespeitados se desrespeitássemos.

É evidente que não podemos formar expectativas quanto a

classificação, constituição química, agressividade, nível

tecnológico, estado de desenvolvimento físico, etc, de uma

possível espécie extraterrestre, pois como estamos lidando com

números probabilísticos que, até onde sabemos, podem beirar ao

infinito, a forma como encontraremos vida fora de nosso

planeta pode ser vastamente diferente do que estamos

acostumados ou bem parecida, discussões estas que cientistas

ainda debatem longamente, tendo em vista que não há

determinações nem consensos sobre quais os fatores que levam à

vida e as formas em que a mesma ocorre, estimativas estas que

apenas saberemos com certeza absoluta quando observarmos na

prática.

38Devido a esta impossibilidade de previsão devemos estar

preparados para todas as situações. Não importando como

encontremos vida extraterrestre esta será passível de ser

classificada, e da forma como é visto pela astrobiologia,

muito provavelmente será semelhante a algum exemplar que

possuímos em nossa biosfera, principalmente se for uma forma

de vida baseada em carbono. O que nos leva a crer que

poderemos analisarmos a vida e adequarmo-la em alguma

classificação já existente, como os reinos da biologia

moderna. Se a vida for simplória por exemplo, poderíamos

tentar encaixá-la como uma nova bactéria, se for mais complexa

talvez classifiquemo-la como um fungo, um vegetal ou um

animal.

É devido a estas possibilidades que podemos iniciar uma

comparação dos nossos seres vivos com os habitantes de outros

planetas, que se forem semelhantes a Terra, provavelmente

possuirá vida semelhante, possivelmente até mesmo vida baseada

em carbono. Partindo desta premissa temos que podemos

facilmente adaptar nossa legislação para melhor responder a

nova demanda.

A ocorrência da descoberta de vida não tão avançada

tecnologicamente quanto nós, permitiria que impuséssemos

nossas vontades sobre os mesmos, tratando-os de maneira

semelhante ao tratamento que reservamos aos seres vivos de

nosso planeta, o que nos serve e convém, mas nem sempre vai de

39encontro à ética e aos interesses que presumimos ser de tais

seres.

Se a vida encontrada for minimamente compatível com a nossa

não demorará a termos a iniciativa privada objetivando a

exploração biotecnológica da mesma, logo será necessário que

tenhamos um amplo controle sobre as divisões do biodireito já

conhecidas, adaptando-as a nova situação.

A título de exemplo podemos citar o método como a revista

“Biotechnology Law Report” divide as áreas mais importantes que o

poder judiciário deve regular sobre o desenvolvimento da

biotecnologia, sendo: regulação farmacêutica, regulação da

agricultura, regulação do meio-ambiente, patentes e litígios

jurídicos sobre as mesmas e licenciamento e colaboração de

pesquisas de tecnologia da vida.

Temos então que a adaptação do ordenamento jurídico pela

astrobiologia será feito sobre as normas que já possuímos para

os seres vivos não tecnológicos que já descobrimos, ou seja,

todos os outros seres desta biosfera.

O biodireito brasileiro possui representação no ordenamento

jurídico na lei 9.605 de 1998, em que se vê importantes

artigos de proteção ao meio-ambiente, pelo método da

instituição de sanções penais e administrativas às condutas e

atividades lesivas ao ecossistema.

40Já em escala global temos tentativas como a Declaração

Universal dos Direitos dos Animais, importante documento

proposto à UNESCO, que foi adotado pela International League of

Animal Rights em uma reunião internacional sobre os direitos dos

animais em 1977, que nunca foi ratificado, assim trata a vida

animal (2012, online):

Preamble:Considering that Life is one, all living beings having a common originand having diversified in the course of the evolution of the species, -Considering that all living beings possess natural rights, and that anyanimal with a nervous system has specific rights,Considering that the contempt for, and even the simple ignorance of,these natural rights, cause serious damage to Nature and lead mento commit crimes against animals,Considering that the coexistence of species implies a recognition bythe human species of the right of other animal species to live,Considering that the respect of animals by humans is inseparablefrom the respect of men for each other,It is hereby proclaimed:Article 1All animals are born equal and they have the same rights toexistence.Article 2a) Every animal has the right to be respected.b) Man, like theanimal species, cannot assume the right to exterminate otheranimals or to exploit them, thereby violating this right. He should usehis conscience for the service of the animals.c) Every animal has theright to consideration, good treatment and the protection of man.Article 3a) No animal should be submitted to bad treatment or cruelactions.b) If the death of an animal is necessary, this should besudden and without fear or pain.Article 4a) All animals belonging to a wild species have the right tolive free in their natural environment, and have the right toreproduce.b) Each deprivation of freedom, even for educationalpurposes, is in opposition to this right.Article 5a) Every animal that usually lives in a domestic environmentmust live and grow to a rhythm natural to his species.b) Any changeto this rhythm and conditions dictated by man for mercantilepurpose, is a contradiction of this law.Article 6a) All animals selected by man, as companions must have alife corresponding to their natural longevity.b) To abandon an animalis a cruel and degrading action.

41Article 7Working animals must only work for a limited period andmust not be worked to exhaustion. They must have adequate foodand rest.Article 8a) Experiments on animals that cause physical and mentalpain, are incompatible with animal rights, even if it is for medical,scientific, commercial or any other kind of experiment.b) A substitutetechnique must be investigated and developed.Article 9 In the eventuality of an animal bred for food, it must be fed,managed, transported and killed without it being in fear or pain.Article 10a) No animal should be used for entertainment.b) Animalexhibitions and shows that use animals are incompatible with anÊanimal's dignity.Article 11Every action that causes the unnecessary death of ananimal, is cruel which is a crime against life.Article 12a) Every action that causes the death of a lot of wild animalsis genocide, that is a crime against the species. b) Pollution anddestruction leads to the extinction of the species.Article 13a) Dead animals must be treated with respect.b) Violentscenes, where animals are the victims, must be forbidden at thecinema and on TV, unless they are for the demonstration of animalrights.Article 14a) Protection and safeguarding associations must berepresented at government level. b) Animal rights must be defendedby law as are human rights.1

1 Preâmbulo: Considerando que a vida é una, tendo todos os seres vivosuma origem comum que foi diversificada durante a evolução das espécies.Considerando que todos os seres vivos possuem direitos naturais e quequalquer animal com sistema nervoso possui direitos específicos;Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levadoe continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra anatureza; Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direitoà existência das outras espécies animais constitui o fundamento dacoexistência das outras espécies no mundo; Considerando que os genocídiossão perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros;Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado aorespeito dos homens pelo seu semelhante; Proclama-se o seguinte: Artigo 1ºTodos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos àexistência. Artigo 2º 1.Todo o animal tem o direito a ser respeitado. 2.Ohomem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ouexplorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentosao serviço dos animais 3.Todo o animal tem o direito à atenção, aoscuidados e à proteção do homem. Artigo 3º 1.Nenhum animal será submetidonem a maus tratos nem a atos cruéis. 2.Se for necessário matar um animal,ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia. Artigo 4º 1.Todo o animal pertencente a uma espécie selvagemtem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre,

42

Observamos pela lei brasileira e pela proposta apresentada

à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO) que há a necessidade de respeito à vida, seja

qual o formato em que a mesma se apresentar. Devido ao fato de

que tal proposta nunca foi ratificada pela Organização das

Nações Unidas (ONU) ou pelos seus países membros conseguimos

estabelecer um importante paralelo de como a teoria e a

aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir. 2.toda a privação deliberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.Artigo 5º 1.Todo o animal pertencente a uma espécie que vivatradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e decrescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias dasua espécie. 2.Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que foremimpostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito. Artigo6º 1.Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito auma duração de vida conforme a sua longevidade natural. 2.O abandono de umanimal é um ato cruel e degradante. Artigo 7º Todo o animal de trabalho temdireito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, auma alimentação reparadora e ao repouso. Artigo 8º 1.A experimentaçãoanimal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com osdireitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica,comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação. 2.As técnicas desubstituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas. Artigo 9º Quando oanimal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado,transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.Artigo 10º 1.Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento dohomem. 2.As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais sãoincompatíveis com a dignidade do animal. Artigo 11º Todo o ato que impliquea morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contraa vida. Artigo 12º 1.Todo o ato que implique a morte de grande um número deanimais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie. 2.Apoluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio. Artigo13º 1.O animal morto deve de ser tratado com respeito. 2.As cenas deviolência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema ena televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aosdireitos do animal. Artigo 14º 1.Os organismos de proteção e de salvaguardados animais devem estar representados a nível governamental. 2.Os direitosdo animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.(tradução nossa)

43prática nem sempre são baseadas nos interesses mais éticos e

humanos.

Concluímos então que a resposta para as mudanças jurídicas

após o encontro de vida extraterrestre seria dada por meio de

adaptações de Leis ou propostas como estas. Em que poderia se

proceder por meio de observações aos princípios e diretrizes

por trás das mesmas: Como o respeito a vida, a liberdade à

espécie, a preservação do habitat, a exploração saudável, o

cuidado com a exploração material, a engenharia genética, etc.

44

3 RELAÇÕES XENOPOLÍTICAS

Finalmente nos resta estudar as relações xenopolíticas

propriamente ditas. Tendo em vista que é necessário

comunicação entre dois seres vivos inteligentes ao ponto de

possuir raciocínio lógico e consciência filosófica,

considerando como uma boa demonstração de tal o uso e criação

de tecnologia, para que haja a consumação do conceito de

relação criado.

A humanidade sempre idealizou se estamos sozinhos no

universo. As duas respostas possíveis são incrivelmente

importantes aos seres humanos. Caso não estejamos sozinhos e

se nossos companheiros de fora forem inteligentes e

comunicáveis, poderíamos ser políticos com os mesmos?

Poderíamos ter uma relação de união, formar uma comunidade

interplanetária? Estas afirmações parecem preceitos da ficção

científica, mas muitos cientistas de verdade já investiram

consideráveis esforços e recursos na tentativa de desvendar

tais mistérios.

A mídia periodicamente nos lembra da possibilidade de

contato, mas quase sempre de maneira cômica, jocosa,

incompleta, desinformativa, acientífica, etc. Por tais motivos

45é tão comum desconsiderar as informações sérias a respeito do

tema, o medo de cair no ridículo é um fator bastante motivante

em uma sociedade tão baseada em valores superficiais. Ocorre

que enquanto as massas sociais são levadas a crer que não há

nada a ser visto, nos bastidores vários governos do mundo

inteiro investem recursos tão expressivos que a soma de tais

valores poderia fazer a diferença para, por exemplo, melhorar

a qualidade de vida de países inteiros. Se não é um tema de

importância científica porque há tamanho investimento?

Os avanços em vários setores da tecnologia humana cada vez

nos aproxima às estrelas. Muitos dizem que o próximo passo da

humanidade é a ida à Marte, a volta a Lua ou a mineração de

asteróides. Independentemente de qual seja o próximo marco da

história humana, a astrobiologia é uma das ciências que mais

cresce e ganha credibilidade no mundo.

Considerando que há um grande crescimento do interesse da

comunidade científica nesta ciência, seria razoável

considerarmos que esta está cada vez mais cercada de dados

importantes, que abrem margem à crença da existência de vida

fora da Terra. Logo podemos considerar como real a

possibilidade de acharmos vida inteligente, o que nos leva à

prática: devemos estar minimamente preparados para caso de

contato.

A ideia de que podemos ter companhia fora de nosso planeta

é tão antiga como a filosofia, como bem demonstra o comentário

46do filósofo grego Metrodorus de Chios (2012, online) do século

IV a.C.: “A single ear of corn in a large field is as strange

as a single world in infinite space”9.

Temos também verdadeiros movimentos que já criaram

complexos esboços de leis para o caso de contato, como por

exemplo um que apresentou este projeto de lei ao congresso

norte-americano, chamado de contact act (2012, online), de um

extinto grupo cujo diretor era o Sr. Darryl Anka10:

Be it enacted by the Senate and House of Representatives of theUnited States of America in Congress assembled.SECTION 1. SHORT TITLE.This Act may be cited as the ‘Extraterrestrial Contact Act of 2005’.SEC. 2. ESTABLISHMENT OF PUBLIC RIGHTS AND PROCEDURES PRIORTO ACTIVATION OF CONTACT PROTOCOL.(1) Upon enactment of this Act, all members of the public, whetherindividual or in groups, shall immediately have -- (a ) The irrevocable right to freely interact, associate andcommunicate with Extraterrestrial Intelligences, whether on or off theEarth, within the guidelines set forth in the Contact Protocol; and(b ) The irrevocable right to freely discuss, record, transcribe andcommunicate to others, within the guidelines of the Contact Protocol,the nature and content of such interactions, associations andcommunications with Extraterrestrial Intelligences.(2) Upon enactment of this Act, the Extraterrestrial Contact Actorganization (“ECA”) shall immediately and irrevocably have –(a ) The right to globally promote similar versions of this Act and itsContact Protocol and to lobby for its adoption by other nations ofEarth; and(b) The right to suggest additions, deletions and/or other changes tothe Contact Protocol, and the right to receive and coordinatesuggestions for additions, deletions and/or changes to the ContactProtocol from the citizens of each nation; and

9. .A suposição de que somente existe um mundo na infinitude do espaço é tãoestranha quanto a existência de um único grão de trigo num vasto campo.(tradução nossa)10.Ator de cinema e escritor com mais de trezentos mil livros vendidos sobrea temática metafísica e extraterrestre.

47(c ) The right to establish, oversee and conduct an internationalvoting procedure by which the leaders of each nation, asrepresentatives of its citizens, can cast one vote per nation either foror against such additions, deletions and/or other changes; and (d ) The right to officially add, delete and/or make changes to theContact Protocol upon the ECA’s confirmation of majority approval ofsuch additions, deletions and/or other changes.SEC. 3. CONTACT PROTOCOL.In the event that an Extraterrestrial Intelligence makes, attempts tomake, or expresses a desire to make peaceful contact with the peopleof Earth, the President of the United States shall -- (1) Make every reasonable effort to establish contact with theExtraterrestrial Intelligence and to confirm, in a timely manner, theirpeaceful intentions and that such Intelligence poses no biologicaldanger or other unintended threat or harm to Earth; and(2) Upon confirmation of the Extraterrestrial’s peaceful intentions andabsence of biological or other danger, threat or harm, immediatelyorder the stand down and cessation of all military, agency,departmental, public, corporate or private activities that might bereasonably interpreted by the Extraterrestrial as a refusal of contactor a threat to the Extraterrestrial’s safety and security; and(3) Immediately inform the leaders of all other nations, therepresentatives of the United Nations, NASA, SETI and the ECA, via theorganization’s Executive Director (“Director”), of the existence andnature of the Extraterrestrial contact and to include the aboveindividuals and organizations in any discussions with respect to thecontent of all public announcements revealing the Extraterrestrial’sexistence or nature to the public; and(4) Within twenty four hours thereafter, make a globally-televisedpublic announcement of the existence and nature of theExtraterrestrial contact; and(5) Immediately schedule and facilitate a globally-televised interactionbetween the Extraterrestrial Intelligence, the President, therepresentatives of the United Nations, NASA, SETI and the ECA inorder to freely negotiate, establish, coordinate and conduct aprotocol for peaceful, continuing, global and mutually beneficialrelations with the Extraterrestrial Intelligence and its respectivesociety.Upon establishment of contact and interaction with anyExtraterrestrial Intelligence, the ECA shall --(1) Create reports containing all the details of contact and theprogress of the interaction with the Extraterrestrial Intelligence, ifany, not later than 90 days after the initiation of such contact andevery six months thereafter for the duration of the interaction; and(2) Make those reports a matter of public record and available to thepublic upon request for a reasonable fee to cover costs of duplication,mailing, on-line services and other reasonable charges; and

48(3) Announce the progress of the interaction, if any, to the publicevery six months via televised and website-posted reports.SEC. 4. DEFINITIONS.(1) The term ‘Extraterrestrial Intelligence’ means any consciousness,entity or sentient being, whether individual or collective, physicallycorporeal, incorporeal or inter-dimensional, whose point of origin isother than from Earth or Earth’s spatial or temporal plane ofexistence.(2) The term ‘Earth’ means the planet in its entirety and its distinctcomponents, including the people of Earth and all natural andartificial infrastructures, biosystems, ecosystems and geosystems.(3) The term ‘biological danger’ means a pathogen, chemical, or otherorganism, substance, procedure, device or agent that would causephysical threat, harm, death or destruction to Earth, its people, itsnatural and artificial infrastructures, biosystems, ecosystems andgeosystems.(4) The term ‘peaceful’ means inclined or disposed to peace; devoid ofviolence or force; without recourse to warlike methods. SEC. 5. RELATED SUBJECTS INCLUDED IN THIS ACT.The potential impact and effects of contact with an ExtraterrestrialIntelligence on the social, political, economic, religious, cultural,psychological and other aspects of human society are difficult topredict and thus, these subjects are beyond the scope of this Act,excepting that --(1) In the understanding that such open contact and subsequentinteraction with an Extraterrestrial Intelligence might conceivablygenerate both profound and subtle changes in the above aspects ofsociety as a whole, or to individuals within it, it is the intention andpurpose of this Act that --(a) Its enactment will mitigate, or lessen, any such changes and/oreffects that might be deemed harmful to those aspects; and (b) Its enactment will help to generate positive and constructivechanges and effects by preparing human society in advance for suchinitial changes and their effects; and (c ) Its enactment will allow for such preparation by educating thepublic as to the possibility of contact with Extraterrestrial Intelligenceand through the establishment and promotion of the ContactProtocol that will provide for an official, globally approved andunified response to such contact; and(d ) Its enactment and/or adoption will supercede and replace anyother policy or procedure pertaining to such contact presently inplace within any nation or organization; and(e ) Its enactment will guarantee the irrevocable right of the public tofreely interact with Extraterrestrial Intelligences without punitiveconsequences of any kind, barring infractions of laws in force that donot contravene nor contradict the purpose and intention of theContact Protocol.

49Sincerely,Darryl AnkaExecutive DirectorExtraterrestrial Contact Act11

E para os que afirmam que uma legislação para o caso de

contato seria um passo muito grande já que esta é apenas uma

situação hipotética, vejamos uma lei que entrou em vigor nos

11 Que seja esta Lei promulgada pelo Senado e Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América no Congresso. SECÇÃO 1. Título curto. Esta Lei pode ser citada como a "Lei de contato extraterrestre de 2005". SEC. 2.ESTABELECIMENTO DE DIREITOS E PROCEDIMENTOS PÚBLICOS ANTES DA ATIVAÇÃO DO PROTOCOLO DE CONTATO. (1) Após a promulgação desta Lei, todos os membros dopúblico, seja individual ou em grupo, devem possuir de imediato - (A) O direito irrevogável de interagir livremente, associar-se e comunicar-se cominteligências extraterrestres, dentro ou fora da Terra, dentro das diretrizes estabelecidas no Protocolo de Contato, e (B) O direito irrevogável de discutir livremente, gravar, transcrever e comunicar com os outros, dentro das diretrizes do Protocolo de Contato, a natureza e o conteúdo de tais interações, associações e comunicação com inteligências extraterrestres. (2) Após a promulgação desta Lei, a Organização da Lei de Contato Extraterrestre ("LCE") será imediata e irrevogavelmente terá - (A) O direito de promover globalmente Leis semelhantes a esta e seu Protocolo de Contato e fazer lobby para a sua adopção por outras nações da Terra, e (B) o direito de sugerir inclusões, exclusões e / ou outras alterações ao Protocolo de contato, bem como o direito de receber e coordenar sugestões de inclusões, exclusões e / ou alterações no Protocolo de Contato dos cidadãos de cada país, e (C) O direito de estabelecer, supervisionar e conduzir um processo de votação internacional pelo qual os líderes de cada nação, como representantes de seus cidadãos, pode lançar um voto por nação a favor ou contra tais adições, exclusões e / ou outras alterações, e (D) Odireito de oficialmente adicionar, excluir e / ou fazer alterações ao Protocolo de Contato após a confirmação da aprovação da maioria de tais adições, exclusões e / ou outras alterações. SEC. 3. PROTOCOLO DE CONTATO. No caso em que uma inteligência extraterrestre faz, tenta fazer, ou expressa um desejo de fazer contato pacífico com o povo da Terra, o presidente dos Estados Unidos deve - (1) Fazer todos os esforços para estabelecer contato com a inteligência extraterrestre e para confirmar, em tempo hábil, as suas intenções pacíficas e que tal inteligência não representa qualquer perigo ou ameaça biológica não intencional ou outros danos para a Terra, e (2) Após a confirmação das intenções pacíficas do Extraterrestre e da ausência de perigo biológico ou outro perigo, ameaça oudano, imediatamente solicitar a cessação de toda e qualquer agência, militar, departamentais, público, actividades empresariais ou privados que

50Estados Unidos em 1969 chamada de “Extra-Terrestrial Exposure

Law”12(2012, online), que obrigava a ocorrência de quarentena

em caso de contato com seres extraterrestres, inclusive com

penalidade para quem não cumprisse a norma.

possam ser razoavelmente interpretado pelo extraterrestre como uma recusa de contato ou uma ameaça para a saúde e segurança do Extraterrestre, e (3) Informar imediatamente aos líderes de todas as outras nações, aos representantes das Nações Unidas, NASA, SETI e do LCE, através de Diretor Executivo da organização ("Diretor"), da existência e natureza do contato extraterrestre e incluir os indivíduos e organizações acima em qualquer discussão com relação ao conteúdo de todo e qualquer anúncio público, que revele a existência e natureza dos extraterrestres para o público, e (4) Dentro de 24 horas depois, fazer um anúncio televisionado globalmente pública da existência e natureza do contato extraterrestre, e (5) Imediatamente programar e facilitar uma interação globalmente televisionadaentre a Inteligência Extraterrestre, o presidente, os representantes das Nações Unidas, NASA, SETI e do LCE, a fim de negociar livremente, estabelecer, coordenar e conduzir um protocolo para a paz, continuando as relações globais e mutuamente benéficas com a inteligência extraterrestre esua respectiva sociedade. Ao estabelecimento de contato e interação com qualquer Inteligência Extraterrestre, o LCE deve - (1) Criar relatórios contendo todos os detalhes do contato e do progresso da interação com a Inteligência Extraterrestre, e se for o caso, no mais tardar, 90 dias após o início do contato, e a cada seis meses pela duração da interação, e (2) Fazer dos relatórios uma matéria de registro público, disponível para o público sob pedido por uma taxa razoável para cobrir os custos de duplicação, de discussão, serviços on-line e outros encargos razoáveis e (3) Anunciar o progresso da interação, se houver, para o público a cada seis meses através de relatórios de televisão e publicação pelo site. SEC. 4. DEFINIÇÕES. (1) "Inteligência Extraterrestre" O termo significa qualquerconsciência, entidade ou ser senciente, seja individual ou coletiva, fisicamente corpóreo, incorpóreo ou inter-dimensional, cujo ponto de origemé diferente do da Terra ou do plano de existência temporal ou espacial da Terra. (2) 'Terra' o termo significa o planeta em sua totalidade e de seus componentes distintos, incluindo as pessoas da Terra e todas as infra-estruturas naturais e artificiais, de biossistemas, ecossistemas e geossistemas. (3) "perigo biológico" O termo significa um produto químico, patógeno, ou outro organismo, substância, processo, dispositivo ou agente que poderia causar ameaça física, dano, morte ou destruição para a Terra, seu povo, suas infra-estruturas naturais e artificiais, biossistemas , os

51Na mesma temática citamos também um relatório oficial

encomendado pelo congresso norte-americano, chamado de “Proposed

Studies on the Implications of Peaceful Space Activities for Human Affairs13”, ou

“Brookings Report”, de 1960, em que existe uma seção chamada “The

implications of a discovery of extraterrestrial life” (2012, online):

The implications of a discovery of extraterrestrial life

ecossistemas e Geosystems. (4) "pacífica" O termo significa inclinado ou disposto a paz; desprovido de violência ou força, sem recorrer a métodos bélicos. SEC. 5. ASSUNTOS RELACIONADOS INCLUÍDOS NESSA LEI. O impacto potencial e os efeitos do contato com uma inteligência extraterrestre nos aspectos social, político, econômico, religioso, cultural, psicológico e outros da sociedade humana são difíceis de prever e, portanto, estes assuntos estão fora do âmbito da presente lei, com exceção de que - - (1) No entendimento de que tal contato aberto e interação posterior com uma inteligência extraterrestre poderia concebivelmente gerar tanto as mudançasprofundas e sutis nos aspectos acima da sociedade como um todo, ou a indivíduos dentro dela, é a intenção e propósito desta Lei que - (A) Sua promulgação irá atenuar, ou diminuir, quaisquer alterações e / ou efeitos que possam ser considerados prejudiciais para os aspectos e (B) Sua promulgação irá ajudar a gerar mudanças positivas e construtivas e efeitos,preparando a sociedade humana com antecedência para essas mudanças iniciaise seus efeitos, e (C) Sua promulgação permitirá tal preparação pela educação do público quanto à possibilidade de contato com a inteligência extraterrestre através da criação e promoção do Protocolo de Contato que dará origem a uma resposta oficial globalmente aprovada e unificada a esse contato, e (D) a sua promulgação e / ou aprovação irá suplantar e substituir qualquer outra política ou procedimento relativo a esse contato actualmente em vigor dentro de qualquer nação ou organização, e (E) sua promulgação irá garantir o direito irrevogável de o público interagir livremente com inteligências extraterrestres sem conseqüências punitivas dequalquer espécie, exceto as infrações de leis em vigor que não contrariem nem contradizem o propósito e intenção do Protocolo de Contato. Atenciosamente, Darryl Anka. Diretor Executivo. Lei de Contato Extraterrestre. (tradução nossa)

12 Title 14 Section 1211 of the Code of Federal Regulations, emportuguês: título 14 da seção 1211 do Código de Regulamentos Federais.(tradução nossa)13 Estudos Propostos sobre as implicações de atividades espaciaispacíficas nas questões humanas. (tradução nossa)

52Recent publicity given to effects to detect extraterrestrial messagesvia radio telescope has popularized -- and legitimized -- speculationsabout theimpact of such a di5coverv on human values.It is conceivable that there is semi-intelligent life In some part of oursolar system or highly intelligent l i f e which is not

technologically oriented, and many cosmologists andastronomers think it very likely that these is intelligent life in manyother solar systems.While face-to-face meetings with it will not occur within the nexttwenty years (unless its technology is more advanced than ours,qualifying it to visit earth), artifacts left at some point in time by theselife forms might possibly be discovered through our space activitieson the Moon, Mars, or Venus. If there is any contact to be madeduring the next twenty years it would most likely be by radio --whichwould indicate that these beings had at least equaled our owntechnological level.An individual's reactions to such a radio contact would in partdepend on his cultural, religious, and social background, as well ason the actionsof those he considered authorities and leaders,and their behavior, inturn would in part depend on their cultural, social, and religiousenvironment. The discovery would certainly be front-page newseverywhere; the degree of political or social repercussion wouldprobably depend on leadership's interpretation of (1) its own role, (2)threats to that role, and (3) national and personal opportunities totake advantage of the disruption or reinforcement of the attitudesand values of others. Since leadership itself might have great need togauge the direction and intensity of public attitudes, to strengthen itsown morale and for decision making purposes, it would be mostadvantageous to have more to go on than personal opinions aboutthe opinions of the public and other leadership groups.The knowledge that life existed in other parts of the universe mightlead to a greater unity of men on earth, based on the "oneness" ofman or on the age-old assumption that any stranger is threatening.Much would depend onwhat, if anything, was communicated between man and the otherbeings: since after the discovery there will be years of silence (becauseeven the closest stars are several light years away, an exchange ofradio communication would take twice the number of light yearsseparating our sun from theirs),the fact that such beings existedmight become simply one of the facts of life but probably not onecalling for action. Whether earthmen would be inspired to all-outspace efforts by such a discovery is a moot question. Anthropologicalfiles contain many examples of societies, sure of their place in theuniverse, which have disintegrated when they have had t o associatewith previously unfamiliar societies espousing different ideas and

53different life ways; others that survived such an experience usuallydid so by paying the price of changes in values and attitudes andbehavior.Since intelligent life might be discovered at any time via the radiotelescope research presently under way, and since the consequencesof such a discovery are presently unpredictable because of ourlimited knowledge of behavior under even an approximation of suchdramatic circumstances, two re- search areas can be recommended:1.Continuing studies to determine emotional and intellectualunderstanding and attitudes – regarding the possibility andconsequences of discovering intelligent extraterrestrial life.2.Historical and empirical studies of the behavior of peoples and theirleaders when confronted with dramatic and unfamiliar events ofsocial pressures. Such studies might help to provide programs formeeting and adjusting to the implications of such a discovery.Questions one might wish to answer by such studies would include:How might such information,under what circumstances,he presentedto or withheld from the public for what ends? What might be the roleof the discovering scientists and other decision makers regardingrelease of the fact of discovery?14

14 As implicações da descoberta de vida extraterrestre. Recentepublicidade devido a popularização da detectação de mensagensextraterrestres via rádio telescópio legitimou as especulações relativas aoimpacto de tais descobertas sobre os valores humanos. É concebível que hajavida semi-inteligente em alguma parte de nosso sistema solar ou ainda quehaja vida altamente inteligente que não é tecnologicamente orientada,inclusive com muitos cosmólogos e astrônomos achando bastante provável quehaja vida inteligente em vários outros sistemas solares. Enquanto encontrosface-a-face com eles não vao ocorrer dentro dos próximos 20 anos (a menosque a tecnologia deles seja mais avançada do que a nossa, qualificando-ospara visitar a terra), os artefatos deixados em algum ponto no tempo poressas formas de vida poderão ser, eventualmente, descobertos através denossas atividades espaciais na Lua, Marte ou Vênus. Se houver qualquercontato realizado durante os próximos 20 anos será mais provável que sejapor rádio - o que poderia indicar que esses seres tenham pelo menosigualdade ao nosso próprio nível tecnológico. As reações de um indivíduo atal contato de rádio seria, em parte, depende de sua formação cultural,religiosa e social, bem como sobre as ações daqueles que ele considereautoridades e líderes, e seu comportamento, por sua vez, em parte, dependedo seu meio cultural, social e religioso. A descoberta certamente serianotícia de primeira página em todos os lugares. O grau de repercussãopolítica ou social iria provavelmente depender da interpretação dos líderessobre (1) o seu próprio papel, (2) as ameaças a esse papel, e (3) asoportunidades nacionais e pessoais sob as quais o mesmo possa tomarvantagem dependendo da perturbação ou reforço das atitudes e valores dosoutros. Como a liderança em si pode ter grande necessidade de avaliar a

54A possibilidade é vista de maneira bastante séria pelo

mundo inteiro, então, supondo que verdadeiramente

estabelecêssemos uma relação política, quais os impactos

culturais que poderíamos esperar? Além do citado “Brookings

Report”, que estipula algumas possibilidades sobre o assunto

temos também várias outras tentativas de previsão, como esta

direção e a intensidade das atitudes públicas, para reforçar a sua própriamoral e para fins de tomada de decisão, seria mais vantajoso ter maisinformações sobre as quais se basear do que as próprias opiniões e asopiniões do público e de outros grupos de liderança. O conhecimento de quea vida existe em outras partes do universo pode levar a uma maior unidadedos homens na terra, baseado na "singularidade" do homem ou na antigasuposição de que qualquer estranho é ameaçador. Muito dependeria do que, sealguma coisa, foi comunicado entre o homem e os outros seres: uma vez queapós a descoberta haverá anos de silêncio (porque até mesmo as estrelasmais próximas estão há vários anos-luz de distância, uma troca decomunicação de rádio levaria o dobro do número de anos-luz separando nossosol do deles), o fato de que tais seres existam pode se tornar simplesmenteum dos fatos da vida, mas provavelmente não uma chamada para agir. Seterráqueos seriam inspirados aos esforços espaciais por tal descoberta éuma questão discutível. Arquivos antropológicos possuem muitos exemplos desociedades que, antes seguras de seu lugar no universo, desintegraramquando tiveram de se associar a sociedades anteriormente não familiarespossuidores de idéias e modos de vida diferentes, aquelas sociedades quesobreviveram a tal experiência geralmente o fizeram mediante o pagamento dopreço de mudanças de valores e atitudes e comportamento. Já que a vidainteligente pode ser descoberta a qualquer momento através das pesquisas derádio telescópio atualmente em curso, e uma vez que as conseqüências de taldescoberta são atualmente imprevisíveis devido ao conhecimento limitado quepossuímos de nosso comportamento, por não haverem circunstâncias dramáticasaproximadas a esta, duas áreas da pesquisa podem ser recomendada:1.Continuar os estudos para determinar compreensão emocional e intelectuale as atitudes perante a possibilidade e as consequências de se descobrirvida extraterrestre inteligente. 2.Estudar os comportamentos históricos eempíricos dos povos e seus líderes, quando confrontados com acontecimentosdramáticos e desconhecidos, causadores de pressões sociais. Esses estudospodem ajudar a fornecer programas para atender e adaptar-se as implicaçõesde tal descoberta. Perguntas que se queiram responder por tais estudosincluem: Como poderia tal informação, e em que circunstâncias, seremapresentadas ou retidas do público e para que fins? Qual poderia ser opapel dos cientistas que descobrirem e dos outros tomadores de decisão emrelação à libertação do fato da descoberta? (tradução nossa)

55reportagem do importante jornal britânico “the guardian”, que nos

dá um rápido ponto de vista sobre a visão do vaticano e do

impacto religioso (2012, online):

Questions about extra-terrestrial life are "very interesting and deserveserious consideration" the Vatican said yesterday, as one of itsofficials presented a summary of its first conference on astrobiology.Speaking at the conclusion of a study week, organized by thePontifical Academy of Sciences and the Vatican Observatory, FatherJose Funes explained why the Vatican had turned its attention to thesubject."Although astrobiology is an emerging field and still a developingsubject, the questions of life's origins and of whether life existselsewhere in the universe are very interesting and deserve seriousconsideration. These questions offer many philosophical andtheological implications".Funes has previously said there is no clash between believing inCatholic doctrine and believing in the possibility of alien life.In an interview published last year with L'Osservatore Romano hesaid: "I think there isn't [a contradiction]. Just as there is a multiplicityof creatures over the earth, so there could be other beings, evenintelligent [beings], created by God.""This is not in contradiction with our faith, because we cannotestablish limits to God's creative freedom. To say it with St Francis, ifwe can consider some earthly creatures as 'brothers' or 'sisters', whycould we not speak of a 'brother alien'? He would also belong to thecreation."Not everyone agrees. Paul Davies, who was one of the speakers at theVatican event, told the Washington Post: "I think the discovery of asecond genesis would be of enormous spiritual significance."The theoretical physicist and cosmologist from Arizona StateUniversity added: "The real threat would come from the discovery ofextraterrestrial intelligence, because if there are beings elsewhere inthe universe, then Christians, they're in this horrible bind.""They believe that God became incarnate in the form of Jesus Christ inorder to save humankind, not dolphins or chimpanzees or little greenmen on other planets."15

15 Perguntas sobre a vida extra-terrestre são "muito interessantes emerecem consideração séria" disse o Vaticano ontem, quando um dos seusfuncionários apresentou um resumo de sua primeira conferência sobreastrobiologia.Falando no final de uma semana de estudos, organizado pela PontifíciaAcademia de Ciências e do Observatório do Vaticano, o padre José Funesexplicou por que o Vaticano tinha prestado atenção no assunto. "Embora a

56Já existem também protocolos para o caso de contato, como

este da Academia Astronáutica Internacional que se transcreve

a seguir (2012, online):

Any individual, public or private research institution, or governmentalagency that believes it has detected a signal from or other evidence ofextraterrestrial intelligence (the discoverer) should seek to verify thatthe most plausible explanation for the evidence is the existence ofextraterrestrial intelligence rather than some other naturalphenomenon or anthropogenic phenomenon before making anypublic announcement. If the evidence cannot be confirmed asindicating the existence of extraterrestrial intelligence, the discoverermay disseminate the information as appropriate to the discovery ofany unknown phenomenon. Prior to making a public announcement that evidence ofextraterrestrial intelligence has been detected, the discoverer shouldpromptly inform all other observers or research organizations thatare parties to this declaration, so that those other parties may seek toconfirm the discovery by independent observations at other sites andso that a network can be established to enable continuousmonitoring of the signal or phenomenon. Parties to this declaration

astrobiologia seja um campo emergente e ainda um assunto emdesenvolvimento, as questões sobre a origem da vida e se a mesma existe emoutras partes do universo são muito interessantes e merecem consideraçãoséria. Estas perguntas oferecem muitas implicações filosóficas eteológicas". Funes disse anteriormente que não há conflito entre crer nadoutrina católica e acreditar na possibilidade de vida alienígena. Em umaentrevista publicada no ano passado com o L'Osservatore Romano disse: "Euacho que não há [contradição] assim como há uma multiplicidade de criaturassobre a terra, de modo que pode haver outros seres, até mesmointeligentes , criados por Deus. " "Isso não está em contradição com anossa fé, porque não podemos estabelecer limites à liberdade criadora deDeus. Dizendo como São Francisco: se podemos considerar algumas criaturasterrestres como 'irmãos' ou 'irmãs', por que não poderíamos falar de uma'irmão alien'? Ele também pertence à criação". Nem todos concordam. PaulDavies, que foi um dos oradores no evento do Vaticano, disse ao WashingtonPost: "Eu acho que a descoberta de uma segunda gênese seria de enormesignificado espiritual". O físico teórico e cosmólogo da UniversidadeEstadual do Arizona, acrescentou: "A verdadeira ameaça viria a partir dadescoberta de inteligência extraterrestre, porque se há seres em outraspartes do universo, então os cristãos, eles estarão em um dilema horrivel.""Eles acreditam que Deus se encarnou na forma de Jesus Cristo, a fim desalvar a humanidade, não golfinhos ou chimpanzés ou homenzinhos verdes emoutros planetas." (tradução nossa)

57should not make any public announcement of this information until itis determined whether this information is or is not credible evidenceof the existence of extraterrestrial intelligence. The discoverer shouldinform his/her or its relevant national authorities. After concluding that the discovery appears to be credible evidence ofextraterrestrial intelligence, and after informing other parties to thisdeclaration, the discoverer should inform observers throughout theworld through the Central Bureau for Astronomical Telegrams of theInternational Astronomical Union, and should inform the SecretaryGeneral of the United Nations in accordance with Article XI of theTreaty on Principles Governing the Activities of States in theExploration and Use of Outer Space, Including the Moon and OtherBodies. Because of their demonstrated interest in and expertiseconcerning the question of the existence of extraterrestrialintelligence, the discoverer should simultaneously inform thefollowing international institutions of the discovery and shouldprovide them with all pertinent data and recorded informationconcerning the evidence: the International Telecommunication Union,the Committee on Space Research, of the International Council ofScientific Unions, the International Astronautical Federation, theInternational Academy of Astronautics, the International Institute ofSpace Law, Commission 51 of the International Astronomical Unionand Commission J of the International Radio Science Union. A confirmed detection of extraterrestrial intelligence should bedisseminated promptly, openly, and widely through scientificchannels and public media, observing the procedures in thisdeclaration. The discoverer should have the privilege of making thefirst public announcement. All data necessary for confirmation of detection should be madeavailable to the international scientific community throughpublications, meetings, conferences, and other appropriate means. The discovery should be confirmed and monitored and any databearing on the evidence of extraterrestrial intelligence should berecorded and stored permanently to the greatest extent feasible andpracticable, in a form that will make it available for further analysisand interpretation. These recordings should be made available to theinternational institutions listed above and to members of the scientificcommunity for further objective analysis and interpretation. If the evidence of detection is in the form of electromagnetic signals,the parties to this declaration should seek international agreement toprotect the appropriate frequencies by exercising proceduresavailable through the International Telecommunication Union.Immediate notice should be sent to the Secretary General of the ITUin Geneva, who may include a request to minimize transmissions onthe relevant frequencies in the Weekly Circular. The Secretariat, inconjunction with advice of the Union's Administrative Council, shouldexplore the feasibility and utility of convening an Extraordinary

58Administrative Radio Conference to deal with the matter, subject tothe opinions of the member Administrations of the ITU. No response to a signal or other evidence of extraterrestrialintelligence should be sent until appropriate internationalconsultations have taken place. The procedures for suchconsultations will be the subject of a separate agreement, declarationor arrangement. The SETI Committee of the International Academy of Astronautics, incoordination with Commission 51 of the International AstronomicalUnion, will conduct a continuing review of procedures for thedetection of extraterrestrial intelligence and the subsequent handlingof the data. Should credible evidence of extraterrestrial intelligencebe discovered, an international committee of scientists and otherexperts should be established to serve as a focal point for continuinganalysis of all observational evidence collected in the aftermath of thediscovery, and also to provide advice on the release of information tothe public. This committee should be constituted from representativesof each of the international institutions listed above and such othermembers as the committee may deem necessary. To facilitate theconvocation of such a committee at some unknown time in the future,the SETI Committee of the International Academy of Astronauticsshould initiate and maintain a current list of willing representativesfrom each of the international institutions listed above, as well asother individuals with relevant skills, and should make that listcontinuously available through the Secretariat of the InternationalAcademy of Astronautics. The International Academy of Astronauticswill act as the Depository for this declaration and will annuallyprovide a current list of parties to all the parties to this declaration.16

16 Qualquer agência individual, pública ou instituição privada depesquisa, ou governamental que acredita ter detectado um sinal ou outrasevidências de inteligência extraterrestre (o descobridor) deve procurarverificar se a explicação mais plausível para a prova é a existência deinteligência extraterrestre, ou algum outro fenômeno natural ou antrópicoantes de fazer qualquer anúncio público. Se a prova não pode ser confirmadacomo a indicação da existência de inteligência extraterrestre, odescobridor pode divulgar as informações conforme apropriado para adescoberta de qualquer fenômeno desconhecido. Antes de fazer um anúnciopúblico de que evidências de inteligência extraterrestre foi detectado, odescobridor deve informar prontamente todos os outros observadores ouorganizações de investigação que sejam partes na presente declaração, paraque as outras partes possam solicitar a confirmação da descoberta porobservações independentes em outros locais e de modo que uma rede possa serestabelecida para permitir a monitorização contínua do sinal ou fenómeno.Os partidos desta declaração não devem fazer qualquer anúncio público destainformação até que seja determinado se essa informação é ou não provacredível da existência de inteligência extraterrestre. O descobridor deve

59Já ocorreram extensos debates dos impactos sociais e

políticos, como estes realizados pela imensamente respeitada

Royal Society17, que é uma associação de cientistas fundada em

1660, cuja sede situa-se em Londres, que junta grandes

autoridades científicas mundiais em discussões a cerca de

vários temas de interesse para a humanidade. Dentre os vários

informar suas autoridades nacionais competentes. Após concluir que adescoberta parece ter evidência crível de inteligência extraterrestre, edepois de informar outros partidos desta declaração, o descobridor deveinformar observadores em todo o mundo, através da Agência Central deTelegramas Astronômicos da União Astronômica Internacional, e deve informaro Secretário-Geral das Nações Unidas, em conformidade com o artigo XI doTratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados naExploração e Uso do Espaço Exterior, Incluindo a Lua e outros corpos. Porcausa de seu interesse demonstrado e conhecimentos sobre a questão daexistência de inteligência extraterrestre, o descobridor deve informarsimultaneamente às seguintes instituições internacionais da descoberta efornecer-lhes todos os dados pertinentes para o registro das informaçõessobre as provas: a União Internacional de Telecomunicações, a Comissão deInvestigação Espacial, o Conselho Internacional de Uniões Científicas, aFederação Astronáutica Internacional, a Academia AstronáuticaInternacional, o Instituto Internacional de Direito Espacial, a Comissão 51da União Astronômica Internacional e a Comissão J da Rádio da UniãoInternacional de Ciências. A detecção confirmada de inteligênciaextraterrestre deve ser divulgada amplamente, imediatamente, livrementeatravés de canais científicos e meios de comunicação públicos, observandoos procedimentos nesta declaração. O descobridor deve ter o privilégio defazer o primeiro anúncio público. Todos os dados necessários para aconfirmação de detecção devem ser disponibilizados para a comunidadecientífica internacional através de publicações, reuniões, conferências, eoutros meios adequados. A descoberta deve ser confirmada e monitorada e osdados tendo as provas de inteligência extraterrestre devem ser registradase armazenadas permanentemente na medida do possível e praticável, de umaforma que vai torná-la disponível para posterior análise e interpretação.Essas gravações devem ser disponibilizadas para as instituiçõesinternacionais listadas acima e para os membros da comunidade científicapara futura análise e interpretação. Se a prova de detecção é na forma desinais eletromagnéticos, os partidos desta declaração devem procurar umacordo internacional para proteger as freqüências apropriadas peloexercício de procedimentos disponíveis através da União Internacional deTelecomunicações. Notificação imediata deve ser enviada ao Secretário-Geralda UIT em Genebra, que pode incluir um pedido para minimizar as

60temas que os cientistas abordaram nas discussões que ocorreram

em janeiro de 2010, teorizou-se sobre os impactos da

descoberta na religião, a forma mais provável de vida pelo

estudo da exobiologia, a escala de risco contra a importância

da descoberta, as nações unidas e os atos realizados pelos

grupos internacionais sobre o tema18, as implicações para a

ciência e a sociedade etc. (2012, On-line)

Após estipularmos a importância do assunto, algumas

tentativas de normatividade jurídica e o impacto cultural,transmissões nas freqüências relevantes no Jornal Semanal. O secretariado,em conjunto com aconselhamento do Conselho de Administração da União, deveexplorar a viabilidade e utilidade de convocar uma ConferênciaExtraordinária da Administração de Rádio para tratar do assunto, semprejuízo das opiniões das Administrações membros da UIT. Nenhuma resposta aum sinal ou outras evidências de inteligência extraterrestre deverá serenviada até consultas internacionais apropriadas terem ocorrido. Osprocedimentos para essas consultas vão ser objecto de um contrato,declaração ou arranjo em separado. O Comitê SETI da Academia AstronáuticaInternacional, em coordenação com a Comissão 51 da União InternacionalAstronômica, fará uma revisão contínua dos procedimentos para a detecção deinteligência extraterrestre e do tratamento posterior dos dados. Se provascredíveis de inteligência extraterrestre forem descobertas, um comitêinternacional de cientistas e outros especialistas deve ser criado paraservir como um ponto focal para continuar a análise de todas as evidênciasobservacionais coletadas na sequência da descoberta, e também para darconselhos sobre a liberação da informação ao público. Essa comissão deveser constituída por representantes de cada uma das instituiçõesinternacionais enumeradas acima e de outros membros de acordo como o comitêjulgue necessário. Para facilitar a convocação de tal comissão, em algummomento desconhecido no futuro, o Comitê SETI da Academia AstronáuticaInternacional deve iniciar e manter uma lista atual de representantesdispostos de cada uma das instituições internacionais listados acima, bemcomo outros indivíduos com competências relevantes, e deve fazer essa listacontinuamente disponível através da Secretaria da Academia AstronáuticaInternacional. A Academia Astronáutica Internacional será o depositáriopara esta declaração e vai fornecer anualmente uma lista atual dos partidosde todas as partes a presente declaração. (tradução nossa)17 Sociedade Real (tradução nossa)18 Destacando-se a 32ª sessão da assembléia geral da ONU em 1977

61finalmente vejamos como podemos adaptar nossos ordenamentos

atuais, de forma global, para finalmente criarmos nosso Estado

de Direito Interplanetário.

Primeiramente lembremos das mudanças modernas que trouxeram

o Direito ao seu estado atual. Temos como um bom exemplo de

mediador destes novos paradigmas, o mestre Norberto Bobbio,

que, juntamente com o advento da criação de uma linha de

raciocínio jurídico nomeada de Estado Promocional de Direito,

dá cada vez mais ênfase à perspectiva funcionalista, pois

passa aceitar a integração do direito à sociologia, economia e

política de forma que as reflexões destas mudanças são

indispensáveis para o direito. Logo seria possível concluirmos

que podemos integrar o direito às ciências atuais da nossa

idade moderna, assim como Bobbio indicou com as ciências de

sua época.

Para iniciarmos nossa adaptação temos que lembrar que no

direito atual as relações humanas possuem o direito de

igualdade entre si, mas são inferiores se comparadas as suas

respectivas nações, já que são regulados e limitados por estas

últimas. Ocorre também que apesar de regular suas populações,

tais nacionalidades não possuem um poder superior a si, que

delimite suas ações com efetiva autoridade, possuindo apenas

tratados que pregam pela igualdade entre o poder das mesmas,

devido ao conceito externo de soberania, que coloca todas as

62nações em um mesmo patamar, no caso das atuações

internacionais.

Logo, se adicionarmos à equação um novo ser vivo

inteligente e tecnológico que não seja humano, ou seja, que já

não esteja incluído sob uma bandeira ou nação não teremos como

proporcionar uma resposta padrão, em nome de toda a

humanidade. Desta forma faz-se necessária a criação de normas

que irão reger sobre toda a humanidade, pois, por uma visão

externa, independentemente de divisões em nações ou

territórios, todos somos membros da mesma espécie, fazendo com

que a ação de uma pessoa ou grupo venha a representar/vincular

positiva ou negativamente a todos nós.

.É importante que toda e qualquer ação humana em um cenário

com mais de uma espécie inteligente seja pensado e efetuado

por um grupo com autoridade suficiente para tal, que

represente a maior parcela da humanidade, gerando então uma

maior possibilidade de eficiência da ação reacionária.

A visão da possibilidade de união da humanidade se faz

observar, dentre várias outras fontes, nos discursos do atual

secretário-geral da ONU, o Sr. Ban Ki-moon: “Our times demand a

new definition of leadership - global leadership. They demand a new constellation of

international cooperation - governments, civil society and the private sector, working

together for a collective global good.”19 (2012, On-line)19 “Nossos tempos demandam uma nova definição de liderança – uma queseja global. Eles demandam uma nova constelação de cooperação internacional– governos, sociedade civil e setor privado trabalhando juntos para um

63Seguindo o raciocínio, visamos a criação ou adaptação de

protocolos e normas de comunicação internacional, que estejam

acima de todos os governos nacionais e que seja capaz de

proporcionar uma rápida resposta para o caso de contato,

criando um poder supranacional global capaz de responder em

nome de toda a humanidade e de nossos interesses, dando um

efetivo cumprimento à importante demanda das relações entre as

espécies.

Por exemplo, poderíamos utilizar uma adaptação da regra

geral das leis, expresso aqui pela diretriz da ONU, chamada

Rule of Law20, para criar um código de conduta internacional, que

vise a imposição de uma Lei Internacional que vincule todos os

Estados a agir da maneira que seja mais favorável à humanidade

nas relações xenopolíticas, a seguir, a norma mencionada:

(2012, On-line)

For the United Nations, the rule of law refers to a principle ofgovernance in which all persons, institutions and entities, public andprivate, including the State itself, are accountable to laws that arepublicly promulgated, equally enforced and independentlyadjudicated, and which are consistent with international humanrights norms and standards. It requires, as well, measures to ensureadherence to the principles of supremacy of law, equality before thelaw, accountability to the law, fairness in the application of the law,separation of powers, participation in decision-making, legalcertainty, avoidance of arbitrariness and procedural and legaltransparency.21

maior bem coletivo global.” (tradução nossa)20 Estado de Direito21 Para as Nações Unidas o Estado de Direito se refere a um princípiogovernante, no qual todas as pessoas, instituições e entidades, públicas ouprivadas, incluindo o próprio Estado são responsabilizados por leis quesejam publicamente promulgadas, igualmente impostas e independentemente

64

A ONU criou um tratado internacional (2012, On-line) que

regula o uso comum do espaço, da lua e dos corpos celestes

pelos Estados da Terra, que dentre outros regulamentos,

informou uma presunção que deve haver pelos Estados Nacionais,

tratando os astronautas como embaixadores da humanidade:

Treaty on Principles Governing the Activities of Statesin theExploration and Use of Outer Space, including the Moon and OtherCelestial Bodies”...Article VStates Parties to the Treaty shall regard astronauts as envoys ofmankind in outer space and shall render to them all possibleassistance in the event of accident, distress, or emergency landing onthe territory of another State Party or on the high seas. (grifonosso)22

Deste artigo podemos perceber que apesar de ser um tópico

brevemente tratado, há o entendimento de que os astronautas

possuem legitimidade como embaixadores, ou enviados, da

humanidade no espaço, provavelmente para o caso de contato.

processadas, que sejam consistentes com as normas e costumes dos direitoshumanos internacionais. São requeridas também medidas que garantamaderência aos princípios da supremacia da lei, igualdade perante a lei,processamento da lei, justiça na aplicação da lei, separação dos poderes,criação de decisões participativas, garantias legais, evasão dearbitrariedade e transparência legal e procedimental. (tradução nossa)22 Tratado sobre os princípios governantes das atividades dos Estados naexploração e uso do espaço sideral, incluindo a Lua e outros corposcelestes. Artigo V. Os Estados Membros deste tratado devem considerar osastronautas como enviados da humanidade ao espaço sideral e devem dar-lhestoda a assistência possível no evento de acidente, perigo ou pouso deemergência em território de outro Estado Membro ou em alto mar. (traduçãonossa)

65Vejamos as famosas palavras do presidente norte americano

Ronald Reagan, em assembléia na ONU, momento em que ele disse

o quanto a humanidade poderia se unir em uma resposta comum a

uma intervenção extraterrestre (2012, On-line):

In our obsession with antagonisms of the moment, we often forgethow much unites all the members of humanity. Perhaps we needsome outside, universal threat to make us recognize this commonbond. I occasionally think how quickly our differences worldwidewould vanish if we were facing an alien threat from outside thisworld.

Speech to the United Nations General Assembly, 42nd

GeneralAssembly, September 21, 1987.23

Tal união seria a mais provável opção capaz de proporcionar

uma resposta coerente e efetiva a qualquer que seja o

resultado da relação com outros povos. Na organização global

dos Estados, o direito internacional24 nos ensina que cada

Estado Nacional é soberano sobre o seu povo, atuando de acordo

com ordenamento jurídico próprio, com suas características

específicas.

. De acordo com Jean Bodin25, soberania refere-se a entidade

que não conhece superior na ordem externa nem igual na ordem23 Em nossa atual obsessão por antagonistas, freqüentemente esquecemos oquanto une todos os membros da humanidade. Talvez precisemos de algumaameaça de fora, universal a todos, que nos faça reconhecer esta uniãocomum. Ocasionalmente penso o quão rápido nossas diferenças de nívelmundial se esvairiam se estivéssemos enfrentando uma ameaça alienígena defora deste mundo. Discurso à 42ª Assembléia Geral da ONU, 21 de Setembro de1987. (tradução nossa)24 Traduzido do francês “droit international”, ao adaptar o termo originalcunhado por Jeremy Bentham “international law”, que significa a tentativa deorganização das relações entre os personagens internacionais.25 Jurista francês, considerado por muitos o pai da ciência política

moderna.

66interna. Analisemos por exemplo aonde se dá a soberania no

caso do Brasil, cuja diretriz é legislada ao art. 1º da

Constituição Federal brasileira:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formadapela união indissolúvel dos Estados e Municípios edo Distrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:1.Soberania2...”Constituição Federal da Republica Federativa doBrasil de 1988.

Percebemos deste artigo constitucional as especificidades

do Brasil: Trata-se de uma República, logo tem presidente,

Federativa, ou seja, no nosso caso é formado pela união de

Estados, Municípios e Distrito Federal, Estado, o que

demonstra a soberania e igualdade aos outros Estados

internacionais, Democrático, em que seus representantes são

eleitos pelo povo, de Direito, baseia-se em um conjunto de

leis, lato sensu, que regem seu povo.

Já para a França temos que no preâmbulo de sua mais moderna

constituição, datada de 1958, há o trecho que informa não

apenas ser este um Estado soberano, mas também que este é o

Estado que, nas sociedades modernas, foi o pioneiro na

implementação do conceito de soberania, lembrando da

importância que tal constituição tem, por até hoje adotar em

seu inteiro teor a Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão, criado em conseqüência da Revolução Francesa:

Préambule et article 1er

67Le peuple français proclame solennellement son attachement auxDroits de l'homme et aux principes de la souveraineté nationale telsqu’ils ont été définis par la Déclaration de 1789, confirmée etcomplétée par le préambule de la Constitution de 1946, ainsi qu'auxdroits et devoirs définis dans la Charte de l'environnement de 2004....Article 3La souveraineté nationale appartient au peuple qui l'exerce par sesreprésentants et par la voie du référendum.Aucune section du peuple ni aucun individu ne peut s'en attribuerl'exercice.26

Mesmo no caso dos Estados Unidos da América, que apesar de

possuir grandes diferenças, se comparado ao Direito Europeu e

ao Brasileiro, por sua normatividade civil se basear na

jurisprudência e não nas leis, o que é chamado de “common law”,

eles também possuem o mesmo sistema de soberania, que implica

superioridade do Estado sobre o povo e igualdade entre as

nações.

O padrão que vemos é que a nível interno os Estados

Nacionais são soberanos, logo, atuam como poder maior dentro

de sua circunferência, mas a nível internacional, devido ao

Princípio da Igualdade Jurídica dos Estados, há uma igualdade

entre os poderes estatais de cada nação, que em conjunto

decidem suas ações perante os outros Estados Nacionais.

26 O povo francês solenemente proclama sua ligação aos Direitos Humanose aos princípios da soberania nacional como definido pela declaração de1789, confirmado e complementado pelo preâmbulo da Constituição de 1946 epelos direitos e deveres definidos na carta do meio-ambiente de 2004.Artigo Terceiro. Soberania nacional é realizada pelo povo, que a exercepelos seus representantes e referendos. Nenhum grupo ou indivíduo pode searrolar ao seu exercício. (tradução nossa)

68.Portanto, temos que no direito moderno, em geral, os seres

humanos, são iguais entre si, mas há um nível superior de

ordem, já que somos representados por nossas respectivas

Nações, somos também regulados e limitados por estas. Ocorre

que não há atualmente um órgão, ou poder, ou grupo legítimo,

que regule as ações dos Estados, havendo apenas igualdade no

poder entre as mesmas, devido ao conceito da soberania, em seu

formato exterior, ou seja, para as atuações internacionais.

Portanto se adicionarmos à equação um novo ser vivo

inteligente e tecnológico que não seja humano, ou seja, que já

não esteja incluído sob uma bandeira ou nação? Precisaremos,

como já constatado, de uma resposta multinacional, em nome de

todos os povos, que nos vincule ao que for decidido em

consenso prévio.

Haverá então a necessidade da criação de um Direito

Interespecífico, ou seja, entre espécies, que faça com a

xenopolítica o mesmo paralelo que o Direito Internacional faz

com os seres humanos, para que possamos ter um estado

supranacional legítimo e forte o suficiente para regular a

pacífica e benéfica integração das espécies.

Uma decorrência lógica do contato inicial seria uma

resposta do povo humano de forma uniforme, para que não haja

uma desnecessária maior complexidade a esta importante nova

relação político-jurídica. Portanto passemos a estudar qual

69entidade melhor poderia se qualificar ao proporcionamento de

tal demanda.

Vejamos as palavras da Dra. Mazlan Othman, astrofísica, que

é atualmente a diretora do pouco conhecido United Nations Office for

Outer Space Affairs27 (2012, on line): “When we do, we should have in place

a coordinated response that takes into account all the sensitivities related to the

subject. The UN is a ready-made mechanism for such coordination.”28

Após este esclarecedor comentário de que a ONU seria a

melhor candidata a coordenação gloval no caso de contatos

extraterrestres, temos as palavras do Professor Richard

Crowther, especialista em leis espaciais da agência espacial

do Reino Unido, que lidera as delegações desta agência à ONU:

“Othman is absolutely the nearest thing we have to a ‘take me to your leader’

person”.29

Portanto faz-se possível a utilização do conhecimento

jurídico atual da humanidade de forma adaptada à nova situação

para a criação de um novo ordenamento jurídico que esteja apto

à hipótese de contato. Por meio da hermenêutica jurídica

iremos dar exemplos de como poderemos atuar nesta nova

categoria do direito, que estamos chamando de xenopolítica.

27 UNOOSA, em português: Escritório das Nações Unidas para Assuntos doEspaço Sideral. (tradução nossa)28 Quando nós fizermos (contato), devemos ter alocado uma respostacoordenada que leva em consideração todas as sensibilidades relativas aoassunto. A ONU é o mecanismo pronto para tal coordenação. (tradução nossa)29 Othman é absolutamente a coisa mais perto que nos temos de uma pessoa“leve-me ao seu líder”. (tradução nossa)

70Como é de suma importância observar a necessidade da

imediata nomeação de alguma entidade que responda as novas

necessidades globais no caso da ocorrência da hipótese deste

trabalho, temos que, como demonstrado pelos pioneiros

cientistas acima, concluímos que dentre as associações

internacionais capazes de melhor satisfazer uma representação

dos povos da terra, na pressa de um contato não esperado, a

Organização das Nações Unidas é o órgão que melhor preenche os

requisitos para tal intermédio. Portanto passemos a analisar o

porque da maior probabilidade de escolha deste órgão

internacional:

Aquela é a maior organização internacional, sem poder

exclusivo direto de nenhum país ou grupo, com maior número de

estados membros30, que representa o maior quantitativo

populacional dos seres humanos, sendo bem organizado por

ordenamento interno e composto por órgãos com a maior

probabilidade de assegurar a pacífica transição para a

aceitação, conhecimento e integração deste novo conhecimento à

sociedade humana.

Os órgãos da ONU seriam os mais preparados do mundo para

responder rapidamente às instantâneas ocorrências globais,

tais quais as possíveis crises fundamentais religiosas,

revoltas sociais, inúmeras possibilidades de desavenças e

litigâncias jurídicas, etc.

30 Atualmente 193, ou seja, a maioria dos estados soberanos do mundo.

71A possibilidade da rápida resolução de tais manifestações

populacionais, quando não sanadas pelos próprios países

membros, pelo Secretariado das Nações Unidas, que por possuir,

dentre outros direitos a resolução de disputas internacionais,

também poderá clamar pela intervenção de uma força

pacificadora do Conselho de Segurança, nos casos em que os

países membros não seguirem as doutrinas impostas pelos

artigos 24, 25 e 26 do capítulo 5 da Carta das Nações Unidas

(2012, On-line). Tais normas clamam, fazendo uma análise

resumida, pela preservação e manutenção da paz entre os seres

humanos, independentemente do Estado que as governa.

Poderíamos então estender tal conceito e tentando adaptar tais

diretrizes à criação de uma situação de paz entre as espécies

descobertas e a humanidade.

A importância da presença do Tribunal Internacional de

Justiça é imensurável devido ao fato de que este é o melhor

candidato dentre todos os poderes jurídicos do mundo para

sanar as inúmeras disputas jurídicas possíveis, até criação de

órgão específico, abertas pela descoberta e conseqüências de

vida externa à Terra.

O fato de que os objetivos gerais da ONU resumem exatamente

a noção de paz visada à ocorrência da descoberta de uma nova

espécie, desta vez de fora do nosso planeta, sendo estes

ótimos princípios norteadores para tal caso. Vejamos os

objetivos da ONU (On-line, 2012):

72To keep peace throughout the world;To develop friendly relations among nations;To help nations work together to improve the lives of poor people, toconquer hunger, disease and illiteracy, and to encourage respect foreach other’s rights and freedoms;To be a centre for harmonizing the actions of nations to achieve thesegoals.31

Bastando apenas uma simples adaptação do texto, inserindo

o novo fator hipotético, para termos o efeito desejado, qual

seja, abrir a capacidade de possuirmos diretrizes gerais para

possibilitarmos uma criação de ordenamento que sirva de base

ao tratamento de todas as espécies do universo, pondo em

paralelo não somente o ser humano em si, mas outras possíveis

espécies a serem descobertas:

To keep peace throughout the universe;To develop friendly relations among species;To help intelligent species work together to improve the lives of it`smembers, to conquer biological necessities, spread knowledge amongtechnological species, and to encourage respect for each other’srights and freedoms;To be a centre for harmonizing the actions of humanity`s nations toachieve these goals.32

31 Para manter a paz pelo mundo; Para desenvolver amistosas relações entre as nações; Para ajudar as nações a trabalharem juntas para melhorar avida das pessoas pobres, para conquistar a fome, a doença e a iliteracia, epara encorajar respeito pelos direitos e liberdades dos outros; Para ser umcentro de harmonia das ações das nações que vise alcançar estas metas.32 Para manter a paz pelo universo; Para desenvolver relações amistosasentre as espécies; Para ajudar as espécies inteligentes a trabalharemjuntas para melhorar a qualidade de vida dos seus membros, para conquistaras necessidades biológicas, espalhar o conhecimento entre as espéciestecnológicas e encorajar respeito pelos seus direitos e liberdades; Paraser um centro de harmonia das ações das nações humanas que vise alcançartais metas.

73Portanto para mantermos uma relação xenopolítica nossa

primeira meta deveria ser a criação de uma resposta válida e

eficiente para toda a humanidade. Isto será realizado por meio

de uma utilização modificada das normas que já possuímos para

o novo contexto político, ou seja, é tornando universal as já

globais diretrizes do maior órgão internacional da humanidade,

a ONU, que alcançaríamos na prática a maneira mais fácil de, a

curto prazo, delinearmos os princípios norteadores da

xenopolítica, ou política entre seres de espécies diferentes,

iniciando então a trilha para o caminho da criação de um

Estado Global de Direito que nos representaria num possível

Estado Interplanetário de Direito.

74

CONCLUSÃO

O impacto social, político e jurídico que o estabelecimento

de contato com seres extraterrestres ocasionaria seria imenso

em todas as áreas da vida humana. Devido ao fato de que o ser

humano precisa estar preparado para todas as possibilidades,

principalmente as que mudaria tanto sua sociedade, devemos

começar os estudos sérios sobre tais possibilidades.

No primeiro capítulo observamos que existe a chance de

encontrarmos seres vivos fora do planeta Terra em qualquer

momento, inclusive que esta chance está crescendo, pois

estamos começando a sair da área de nosso planeta. Vimos

também que existem estudos científicos e áreas da ciência que

levam tal possibilidade a sério. Para efeitos desta monografia

decidimos também simplificar a reação humana em dois grandes

segmentos, dependendo da forma em que encontramos vida.

No primeiro grupo, estudado no segundo capítulo, temos a

descoberta de seres não tecnológicos, ou seja seres que variem

desde os mais primitivos até os complexos, desde que não

possuem inteligência tecnológica. Para estes casos há a

oportunidade de sermos exploratórios, utilizando tais seres de

forma a avançar nossa própria agenda tecnológica por meio da

75nossa indústria biotecnológica, mas, como citado

anteriormente, esta não seria uma escolha ética, pois a vida

deve ser respeitada independentemente do local em que a mesma

foi gerada.

Já no terceiro capítulo estudamos o caso de estabelecermos

contato com o segundo grupo possível: a descoberta de seres

inteligentes, com capacidade tecnológica. Aqui teríamos o

maior impacto em nossa civilização, já que o que fizermos

poderá ser usados contra nós, o que nos levou aos protocolos e

estudos que vimos. Foi comentado também que neste caso a nossa

maior probabilidade de sucesso na relação xenopolítica seria

em caso de união de toda a espécie humana, pois do contrário

nossa resposta ao acontecimento seria muito caótico e

inconstante.

Apesar do alto grau hipotético do objeto de estudo devemos

sempre nos lembrar dos temas comentados em uma visão ampla.

Como vimos nossa sociedade humana ainda é muito conflitante

entre si e os outros seres vivos deste planeta. Nós não apenas

nos desrespeitamos como desrespeitamos todos os seres vivos ao

destruir o meio ambiente de nosso planeta.

Nossas normas não apenas faltam em defender os interesses

dos outros seres vivos de maneira global como também não há

policiamento efetivo das poucas referências jurídicas que

possuímos. A nossa espécie, apesar de ser a dominante

76tecnologicamente, está atrapalhando mais do que ajudando ao

desenvolvimento saudável dos outros seres vivos deste planeta.

Lembremos sempre que apesar de improvável, se fôssemos

vistos por uma avançada espécie extraterrestre pacífica nós

seríamos reprimidos pelo nosso descaso com nosso único

planeta. Nos próximos anos iremos ter de lutar diretamente

contra nossos meios de vida predatórios que, caso sejamos

derrotados, nos levará a extinção.

A importância de um ordenamento jurídico forte, inteligente

e adaptável será imensurável em nossa futura luta contra a

extinção.

77

REFERÊNCIAS

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79ONU. Objetivos da ONU. Em(http://www.un.org/en/aboutun/index.shtml) Último acesso em04/06/2012.

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UDAR. Texto original da Declaração Universal dos Direitos DosAnimais, em Inglês Universal Declaration of Animal Rights(UDAR). Em(http://jose.kersten.free.fr/aap/pages/uk/UDAR_uk.html) Últimoacesso em 30/11/2012.

UNOOSA. Treaty on principles governing the activities of states in the explorationand use of outer space, including the moon and other celestial bodies, emportuguês: Tratado dos princípios governantes das atividadesdos Estados na exploração e uso do espaço sideral, incluindo alua e outro corpos celestiais (tradução nossa). Em(http://www.oosa.unvienna.org/oosa/SpaceLaw/gares/html/gares_21_2222.html) Último acesso em 04/06/2012

80UNOOSA. Reportagem sobre embaixador da humanidade pelo jornalThe Telegraph em(http://www.telegraph.co.uk/science/space/8025832/UN-to-appoint-space-ambassador-to-greet-alien-visitors.html) acessoem 04/06/2012.

VOLTAIRE. Trecho em que discute a irracionalidade,originalmente de seu dicionario filosófico de 1764, contido nosite Pensador.info. Em(http://pensador.uol.com.br/frase/NjA0MDg2/) Último acesso em30/11/2012.

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Wikipedia. Conceito de Escala Kardashev. Em(http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Kardashev) Últimoacesso em 30/11/2012.

81

APÊNDICE

APÊNDICE A – Projeto de Pesquisa

1FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZUNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFORCENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJCurso de Direito

PROJETO DE PESQUISAXenopolítica pela ótica jurídica

O ALUNO DE ENSINO MÉDIO NÃO PROFISSIONALIZANTE

E A PSSIBILIDADE DE ESTÁGIO

EM ÓRGÃOS PÚBLICOS OU PRIVADOSHugo Fernando Alves Cruz

Matrícula 0820417-9

2

Ori Orientadores: Ivanilda Sousa(metodologia)

Kelery Dinarte da Pascoa Freitas(conteúdo)

Machado NovaisMatrícula 0021100-1

Fortaleza – CEMaio, 2012

HUGO FERNANDO ALVES CRUZ

Xenopolítica pela ótica jurídica

Projeto de Pesquisaapresentado como

3exigência da disciplinaMonografia I, sob aorientação de conteúdodo professor KeleryDinarte da PascoaFreitas e orientaçãometodológica daprofessora IvanildaSousa.

Fortaleza – Ceará2012

1 JUSTIFICATIVA

O ser humano sempre olhou para as estrelas maravilhado com

sua infinitude, atraído pelas suas luzes e cores, mas

interessado também pelo seu mapeamento e dimensionamento, que

4tanto nos ajudou desde a Idade da Pedra até os tempos

modernos. Sempre observamos o céu em busca de conhecimento,

sempre criamos mitos e histórias referentes ao sol, a lua e

aos corpos celestes, sempre imaginamos como seria vivermos no

outro lado daquelas distâncias, se lá haveria vida como aqui e

como seria tal existência, como pensariam, viveriam e se

relacionariam tais seres extra-terrenos.

Existem inúmeras discussões a favor e contra a vida fora

deste planeta. Inúmeros trabalhos científicos que tentam

provar tal possibilidade utilizando desde a ciência avançada

como a matemática probabilística33, a biologia padrão dos seres

vivos34, a química dos gases atmosféricos, a geologia deixada

por possíveis civilizações, até as provas ditas mais leigas e

simples como provas visuais, descobertas de artefatos e

relatos de pessoas.

Mesmo tomando em consideração que alguns acadêmicos do

meio científico são irrazoavelmente contra sequer a

33 Equação de Drake: N = R x Fp x Ne x Fl x Fi x Fc x L. Em que N é onúmero de civilizações extraterrestres em nossa galáxia com as quaispoderíamos ter chances de estabelecer comunicação. R é a taxa de formaçãode estrelas em nossa galáxia. Fp é a fração de tais estrelas que possuemplanetas em sua órbita. Ne é o número médio de planetas que potencialmentepermitem o desenvolvimento de vida por estrela que tem planetas. Fl é afração dos planetas com potencial para vida que realmente desenvolvem vida.Fi é a fração dos planetas que desenvolvem vida inteligente. Fc é a fraçãodos planetas que desenvolvem vida inteligente e que têm o desejo e os meiosnecessários para estabelecer comunicação. L é o tempo esperado de vida detal civilização.34 Campo de estudo da exobiology, traduzido como exobiologia.

5especulação de vida fora do planeta terra, inclusive chamando

a mera possibilidade de pura “ficção científica”, é

imprescindível também considerarmos um outro dado sociológico

relevantíssimo: Uma parcela significativa da sociedade humana,

incluindo inteiras civilizações indígenas, como demonstrado

pelos estudiosos da Teoria dos Antigos Astronautas, acredita

em tal existência.

Quando se fala em vida extraterrestre, muitas vezes as

pessoas já se separam nos que acreditam e nos que não

acreditam na existência de “ETs” da forma em que o tópico é

visto pelo imaginário popular sobre os recorrentes tipos de

criaturas da cultura popular, como vemos nos filmes e livros

de ficção científica. No entanto, raramente se atenta aos

estudos sérios, que inclusive já possuem campos científicos

especializados, como a citada astrobiologia35, que tenta prever

como e aonde poderia ocorrer vida fora de nosso planeta.

Supomos que a vida fora de nosso planeta poderia ser de

inúmeras formas, que incluem desde a vida bacteriológica até

mesmo a inteiras sociedades organizadas e tecnológicas, logo,

até termos certeza da não existência de nenhuma forma de vida

em todo o universo, não podemos descartar a hipótese da

existência. Inclusive imagina-se que, se a vida externa também

for baseada em carbono, já que estatisticamente tal

35 Tradução nossa do termo astrobiology.

6constituição corpórea compõe a maior parte da ocorrência de

vida na Terra, talvez os seres poderão ser classificados

segundo os reinos já existentes, apenas com algumas adaptações

necessárias para compensar pelas incongruências óbvias devido

as diferenças de atmosfera, composição gasosa, temperatura

etc, apresentadas pelos outros planetas, em paralelo ao nosso.

Recentemente vários movimentos ufológicos internacionais

estão ganhando força, inclusive fazendo uso do ordenamento

jurídico interno de alguns países, que permitem o pedido de

abertura de informações, para requerer conhecimentos

governamentais referentes a tal temática. A necessidade de

estudos neste ramo se observa ainda mais quando medimos o

quanto já foi feito e investido por alguns governos, como os

Estados Unidos da América e a União Européia e os seus

respectivos estudos e programas espaciais, desenvolvidos

oficialmente pela NASA36 e pela Agência Espacial Européia, que

investem milhões no esforço de busca e comunicação com seres

vivos de outros planetas.

De acordo com as recentes aberturas de informações por

parte do FBI e da NASA dos Estados Unidos, Do Ministério da

Defesa do Brasil e de vários países como Nova Zelândia e

Inglaterra, tudo aponta para a possibilidade de que há sim

vida extraterrestre, e de que esta já está ou esteve presente36 Incluindo a sua subdivisão de busca e estudos de vida inteligenteextraterrestre, respectivamente, SETI e a NASA Astrobiology Institute.

7em nosso planeta, necessariamente possuindo avançada

inteligência, pois suas máquinas são capazes de trazê-los até

aqui, tecnologia esta que nós humanos não teríamos em situação

contrária, já que não conseguimos sequer chegar a Marte.

Contudo temos que a antiga pergunta “Estamos sozinhos

neste universo?” não é facilmente verificável e provavelmente

assim continuará até “revirarmos cada pedra” do universo em

busca de vida, mas este não é o tópico principal deste

trabalho. A justificativa deste trabalho não é a prova ou a

negação de vida extraterrestre, mas sim um estudo dirigido às

novidades trazidas por tal possibilidade ao direito e à

sociedade.

Como consequência lógica, logo nos deparamos com a

pergunta: como nos preparar e quais as mudanças políticas e

jurídicas que necessitarão vir nas relações humanas

imediatamente após tal descoberta, principalmente se a vida

descoberta for inteligente?

As consequências de uma descoberta genuína ou da abertura

direta e global da informação de vida extraterrestre teria

impactos sociais em todas as áreas do conhecimento humano,

abrindo novas portas em todas as fronteiras científicas do

conhecimento humano. Mudaríamos a nossa relação com o planeta,

8com o universo e principalmente conosco, para podermos nos

adaptar ao novo conceito.

Inúmeras e complexas perguntas aflorariam do dia para a

noite após tal descoberta. É com o interesse de expandir a

mente para tais possibilidades que tentaremos analisar na

constância deste trabalho os impactos da Xenopolítica (ou

Exopolítica), que é o estudo de uma possível relação política

entre duas espécies inteligentes, sobre o meio político

jurídico.

Apesar de que o leque de questões abertas por tal

ocorrência parece não ter fim, no decorrer do trabalho

passaremos as mais importantes conseqüências e possibilidades

previsíveis. Portanto, a partir do exposto, buscar-se-á

desenvolver pesquisa monográfica que responda a pergunta:

1.Quais as mudanças previsíveis à sociedade e ao direito no

caso hipotético de contato com outros seres inteligentes?

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Primeiramente lembremos das mudanças modernas que

trouxeram o Direito ao seu estado atual. Temos como o mediador

dessas mudanças o mestre Norberto Bobbio juntamente com o

advento da criação de uma linha de raciocínio jurídico nomeada

9de Estado Promocional de Direito, que dá cada vez mais ênfase

à perspectiva funcionalista, já que aceita cada vez mais a

integração do direito à sociologia, economia e política de

forma que as reflexões destas mudanças são indispensáveis

para o direito.

É devido a esta maior integração do meio jurídico com a

sociedade, a política e a cultura que se observa a

possibilidade do estudo hipotético do impacto sobre a vida

humana, no caso do estabelecimento de contato. O foco do nosso

trabalho será na hipótese do estabelecimento de contato pela

ótica jurídica, tendo em vista que já existem extensos debates

dos impactos sociais e políticos de tal hipótese, realizados

por vários grupos, dentre eles a imensamente respeitada Royal

Society37, que é uma associação de cientistas fundada em 1660,

cuja sede situa-se em Londres, que junta grandes autoridades

científicas mundiais em discussões a cerca de vários temas de

interesse para a humanidade.

Dentre os vários temas que os cientistas abordaram nas

discussões que ocorreram em janeiro de 2010, teorizou-se sobre

os impactos da descoberta na religião, a forma mais provável

de vida pelo estudo da exobiologia, a escala de risco contra a

importância da descoberta, as nações unidas e os atos

37 Sociedade Real, em tradução nossa.

10realizados pelos grupos internacionais sobre o tema38, as

implicações para a ciência e a sociedade etc. (2012, On-line)

Portanto temos que no direito atual, as relações humanas

possuem o direito de igualdade entre si, mas são inferiores se

comparadas as suas respectivas nações, já que são regulados e

limitados por estas últimas. Ocorre também que apesar de

regular suas populações, tais nacionalidades não possuem um

poder superior a si, que delimite suas ações com efetiva

autoridade, possuindo apenas tratados que pregam pela

igualdade entre o poder das mesmas, devido ao conceito externo

de soberania, que coloca todas as nações em um mesmo patamar,

no caso das atuações internacionais.

Logo, se adicionarmos à equação um novo ser vivo

inteligente e tecnológico que não seja humano, ou seja, que já

não esteja incluído sob uma bandeira ou nação não teremos como

proporcionar uma resposta padrão, em nome de toda a

humanidade.

Desta forma faz-se necessária a criação de normas que irão

reger sobre toda a humanidade, pois, por uma visão externa,

independentemente de divisões em nações ou territórios, todos

somos membros da mesma espécie, fazendo com que a ação de uma

38 Destacando-se a 32ª sessão da assembléia geral da ONU em 1977

11pessoa ou grupo venha a representar/vincular positiva ou

negativamente a todos nós.

É importante que toda e qualquer ação humana em um cenário

com mais de uma espécie inteligente seja pensado por um grupo

com autoridade suficiente para tal, que represente a maior

parcela da humanidade, gerando então uma maior possibilidade

de eficiência da resposta.

A visão da possibilidade de união da humanidade se faz

observar, dentre várias outras fontes, nos discursos do atual

secretário-geral da ONU, o Sr. Ban Ki-moon: “Our times demand a

new definition of leadership - global leadership. They demand a new constellation of

international cooperation - governments, civil society and the private sector, working

together for a collective global good.”39 (2012, On-line)

Seguindo o raciocínio, visamos a criação ou adaptação de

protocolos e normas de comunicação internacional, que estejam

acima de todos os governos nacionais e que seja capaz de

proporcionar uma rápida resposta para o caso de contato,

criando um poder supranacional global capaz de responder em

nome de toda a humanidade e de nossos interesses, dando um

efetivo cumprimento à importante demanda das relações entre as

espécies.39 “Nossos tempos demandam uma nova definição de liderança – uma queseja global. Eles demandam uma nova constelação de cooperação internacional– governos, sociedade civil e setor privado trabalhando juntos para ummaior bem coletivo global.”

12

Por exemplo, poderíamos utilizar uma adaptação da regra

geral da Lei, expresso aqui pela diretriz da ONU, chamada Rule

of Law40, para criar um código de conduta internacional, que vise

a imposição de uma Lei Internacional que vincule todos os

Estados a agir da maneira que seja mais favorável à humanidade

nas relações xenopolíticas, a seguir, a regra mencionada:

(2012, On-line)

For the United Nations, the rule of law refers to a principle ofgovernance in which all persons, institutions and entities, public andprivate, including the State itself, are accountable to laws that arepublicly promulgated, equally enforced and independentlyadjudicated, and which are consistent with international humanrights norms and standards. It requires, as well, measures to ensureadherence to the principles of supremacy of law, equality before thelaw, accountability to the law, fairness in the application of the law,separation of powers, participation in decision-making, legalcertainty, avoidance of arbitrariness and procedural and legaltransparency.41

A ONU também já criou um tratado internacional (2012, On-

line) que regula o uso comum do espaço, da lua e dos corpos

celestes pelos Estados da Terra, que dentre outros

40 Estado de Direito41 Para as Nações Unidas o Estado de Direito se refere a um princípio governante, no qual todas as pessoas, instituições e entidades, públicas ouprivadas, incluindo o próprio Estado são responsabilizados por leis que sejam publicamente promulgadas, igualmente impostas e independentemente processadas, que sejam consistentes com as normas e costumes dos direitos humanos internacionais. São requeridas também medidas que garantam aderência aos princípios da supremacia da lei, igualdade perante a lei, processamento da lei, justiça na aplicação da lei, separação dos poderes, criação de decisões participativas, garantias legais, evasão de arbitrariedade e transparência legal e procedimental.

13regulamentos, informou uma presunção que deve haver pelos

Estados Nacionais, tratando os astronautas como embaixadores

da humanidade:

Treaty on Principles Governing the Activities of Statesin theExploration and Use of Outer Space, including the Moon and OtherCelestial Bodies”...Article VStates Parties to the Treaty shall regard astronauts as envoys ofmankind in outer space and shall render to them all possibleassistance in the event of accident, distress, or emergency landing onthe territory of another State Party or on the high seas. (grifo nosso)42

Deste artigo podemos perceber que apesar de ser um tópico

brevemente tratado, há o entendimento de que os astronautas

possuem legitimidade como embaixadores (ou enviados) da

humanidade no espaço, certamente para o caso de contato.

Vejamos as famosas palavras do presidente norte americano

Ronald Reagan, em assembléia na ONU, momento em que ele disse

o quanto a humanidade poderia se unir em uma resposta comum a

uma intervenção extraterrestre (2012, On-line):

In our obsession with antagonisms of the moment, we often forgethow much unites all the members of humanity. Perhaps we needsome outside, universal threat to make us recognize this commonbond. I occasionally think how quickly our differences worldwide

42 Tratado sobre os princípios governantes das atividades dos Estados naexploração e uso do espaço sideral, incluindo a Lua e outros corposcelestes. Artigo V. Os Estados Membros deste tratado devem considerar osastronautas como enviados da humanidade ao espaço sideral e devem dar-lhestoda a assistência possível no evento de acidente, perigo ou pouso deemergência em território de outro Estado Membro ou em alto mar.

14would vanish if we were facing an alien threat from outside thisworld.

Speech to the United Nations General Assembly, 42nd

GeneralAssembly, September 21, 1987.43

Tal união seria a mais provável opção capaz de

proporcionar uma resposta coerente e efetiva a qualquer que

seja o resultado da relação com outros povos. Na organização

global dos Estados, o direito internacional (traduzido do

francês “droit international”, ao adaptar o termo original cunhado

por Jeremy Bentham “international law”, que significa a tentativa

de organização das relações entre os personagens

internacionais) nos ensina que cada Estado Nacional é soberano

sobre o seu povo, atuando de acordo com ordenamento jurídico

próprio, com suas características específicas.

De acordo com Jean Bodin (jurista francês, considerado por

muitos o pai da ciência política moderna), soberania refere-se

a entidade que não conhece superior na ordem externa nem igual

na ordem interna. Analisemos por exemplo aonde se dá a

soberania no caso do Brasil, cuja diretriz é legislada ao art.

1º da Constituição Federal brasileira:

43 Em nossa atual obsessão por antagonistas, freqüentemente esquecemos oquanto une todos os membros da humanidade. Talvez precisemos de algumaameaça de fora, universal a todos, que nos faça reconhecer esta uniãocomum. Ocasionalmente penso o quão rápido nossas diferenças de nívelmundial se esvairiam se estivéssemos enfrentando uma ameaça alienígena defora deste mundo. Discurso à 42ª Assembléia Geral da ONU, 21 de Setembro de1987.

15Art. 1º A República Federativa do Brasil, formadapela união indissolúvel dos Estados e Municípios edo Distrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:1.Soberania2...”Constituição Federal da Republica Federativa doBrasil de 1988.

Percebemos deste artigo constitucional as especificidades

do Brasil: Trata-se de uma República, logo tem presidente,

Federativa, ou seja, no nosso caso é formado pela união de

Estados, Municípios e Distrito Federal, Estado, o que

demonstra a soberania e igualdade aos outros Estados

internacionais, Democrático, em que seus representantes são

eleitos pelo povo, de Direito, baseia-se em um conjunto de

leis, lato sensu, que regem seu povo.

Já para a França temos que no preâmbulo de sua mais

moderna constituição, datada de 1958, há o trecho que informa

não apenas ser este um Estado soberano, mas também que este é

o Estado que, nas sociedades modernas, foi o pioneiro na

implementação do conceito de soberania, lembrando da

importância que tal constituição tem, por até hoje adotar em

seu inteiro teor a Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão, criado em conseqüência da Revolução Francesa:

Préambule et article 1erLe peuple français proclame solennellement son attachement auxDroits de l'homme et aux principes de la souveraineté nationale telsqu'íls ont été définis par la Déclaration de 1789, confirmée et

16complétéé par le préambule de la Constitution de 1946, ainsi quáuxdroits et devoirs définis dans la Charte de l'environnement de 2004....Article 3La souveraineté nationale appartient au peuple qui l'exerce par sesreprésentants et par la voie du référendum.Auxune section du peuple ni aucun individu ne peut s'en attribuerl'exercice.44

Mesmo no caso dos Estados Unidos da América, que apesar de

possuir grandes diferenças, se comparado ao Direito Europeu e

ao Brasileiro, por sua normatividade civil se basear na

jurisprudência e não nas leis, o que é chamado de “common law”,

eles também possuem o mesmo sistema de soberania, que implica

superioridade do Estado sobre o povo e igualdade entre as

nações.

O padrão que vemos é que a nível interno tais Estados

Nacionais são soberanos, logo, atuam como poder maior dentro

de sua circunferência, mas a nível internacional, devido ao

Princípio da Igualdade Jurídica dos Estados, há uma igualdade

entre os poderes estatais de cada nação, que em conjunto

decidem suas ações perante os outros Estados Nacionais.

44 O povo francês solenemente proclama sua ligação aos Direitos Humanose aos princípios da soberania nacional como definido pela declaração de1789, confirmado e complementado pelo preâmbulo da Constituição de 1946 epelos direitos e deveres definidos na carta do meio-ambiente de 2004.Artigo Terceiro. Soberania nacional é realizada pelo povo, que a exercepelos seus representantes e referendos. Nenhum grupo ou indivíduo pode searrolar ao seu exercício. Parte do preâmbulo e do artigo 3º daConstituição francesa de 1958.

17Portanto, temos que no Direito moderno, em geral, os seres

humanos, são iguais entre si, mas há um nível superior de

ordem, já que somos representados por nossas respectivas

Nações, somos também regulados e limitados por estas. Ocorre

que não há atualmente um órgão, ou poder, ou grupo legítimo,

que regule as ações dos Estados, havendo apenas igualdade no

poder entre as mesmas, devido ao conceito da soberania, em seu

formato exterior, ou seja, para as atuações internacionais.

Portanto se adicionarmos à equação um novo ser vivo

inteligente e tecnológico que não seja humano, ou seja, que já

não esteja incluído sob uma bandeira ou nação? Precisaremos,

como já constatado, de uma resposta multinacional, em nome de

todos os povos, que nos vinculem ao que for decidido em

consenso prévio.

Haverá então a necessidade da criação de um Direito

Interespecífico (entre espécies) que faça com a Xenopolítica

(relação entre espécies diferentes que desenvolveram

inteligência racional) o mesmo paralelo que o Direito

Internacional faz com os seres humanos, para que possamos ter

um Estado supranacional legítimo o suficiente para a pacífica,

regulamentada e benéfica integração das espécies.

3 OBJETIVOS

Geral

18

Teorizar, sob um ponto de vista jurídico, político e

social os prováveis planos de atuação às conseqüências

imediatas da descoberta e difusão da informação do contato com

formas de vida exteriores a nossa biosfera. Aliando a

xenopolítica à orquestra da sociedade político-jurídica já

existente, norteando os métodos de adaptação do direito

conhecido às novas relações jurídicas criadas.

Específicos

Teorizar qual seria a função e como seria a adaptação do

Direito imediatamente após o estabelecimento de contato,

observando o que já possuímos em leis e tratados

internacionais e adaptando-os ao novo conceito.

4 HIPÓTESES

1.Nas últimas décadas temos enviado sondas a Marte com

avançados aparelhos capazes de detectar as composições gasosas

e sólidas de diversos materiais que compõe o ar e o solo

19daquele planeta. Já foi provado há anos a existência de água

em estado sólido nos pólos do planeta, o que significa o

requisito número um para a existência de vida como a

conhecemos.

Ocorre que recentemente foi provada a existência de metano

no ar de Marte, o que significa necessariamente que há

atividade geológica ou a ocorrência de vida naquele planeta

neste segundo, logo o que se pensava um planeta morto,

certamente já não é mais visto como tal, no mínimo a nível

geológico. Tal gás é sinônimo de vida, pois as bactérias mais

primitivas do nosso planeta azul liberam metano após suas

reações químicas. (2012, On-line)

A descoberta abriu a mente da comunidade científica para a

possibilidade real e atual de encontrarmos seres vivos abaixo

da superfície de Marte. E se realmente o fizermos? E se

encontrarmos vida não inteligente ou pelo menos não

tecnológica que seja nativa aquele planeta? Poderíamos trazê-

la ao nosso planeta? Poderíamos modificá-la geneticamente?

Quais as leis que regeriam as relações supranacionais quanto

as nossas relações com tais organismos? Por tais motivos,

estamos começando a estudar tais possibilidades em uma escala

global, começando a criar respostas a estas e muitas outras

perguntas que poderão vir.

20Vemos então que a maneira mais prática para adequarmos

esses novos conceitos ao nosso sistema jurídico político

global é fazermos uma relação das organizações e leis já

existentes com as leis que se tornam necessárias com a

novidade. Por meio da hermenêutica jurídica iremos dar

exemplos de como poderemos atuar nestas novas categorias do

direito, atualmente conhecidas como Xenopolítica ou

Exopolítica45

Uma decorrência lógica do contato inicial seria uma

resposta do povo humano de forma uniforme, para que não haja

uma desnecessária maior complexidade a esta importante nova

relação político-jurídica. Portanto passemos a estudar qual

entidade melhor poderia se qualificar ao proporcionamento de

tal demanda.

Vejamos as palavras da Dra. Mazlan Othman, astrofísica,

que é atualmente a diretora do pouco conhecido United Nations Office

for Outer Space Affairs46 (2012, on line): “When we do, we should have in

place a coordinated response that takes into account all the sensitivities related to

the subject. The UN is a ready-made mechanism for such coordination.”47

45 Do inglês Xenopolitics e Exopolitcs, que são, respectivamente, traduçõeslivres das idéias apresentadas por Andrew Hennessey e Timothy Leary.46 UNOOSA, traduzindo-se como Escritório das Nações Unidas para Assuntos

do Espaço Sideral.47 Quando nós fizermos (contato), devemos ter alocada uma respostacoordenada que leva em consideração todas as sensibilidades relativas aoassunto. A ONU é o mecanismo feito pronto para tal coordenação.

21

Após este esclarecedor comentário de que a ONU seria a

melhor candidata a coordenação gloval no caso de contatos

extraterrestres, temos as palavras do Professor Richard

Crowther, especialista em leis espaciais da agência espacial

do Reino Unido, que lidera as delegações desta agência à ONU:

“Othman is absolutely the nearest thing we have to a ‘take me to your leader’

person”.48

Portanto faz-se possível a utilização do conhecimento

jurídico atual da humanidade de forma adaptada à nova situação

para a criação de um novo ordenamento jurídico que esteja apto

à hipótese de contato. Como é de suma importância observar a

necessidade da imediata nomeação de alguma entidade que

responda as novas necessidades globais no caso da ocorrência

da hipótese deste trabalho, temos que, como demonstrado pelos

cientistas pioneiros da ciência, concluímos que dentre as

associações internacionais capazes de melhor satisfazer uma

representação dos povos da terra, na pressa de um contato não

esperado, a ONU é o órgão que melhor preenche os requisitos

para tal intermédio. Portanto passemos a analisar o porque da

maior probabilidade de escolha deste órgão internacional:

Esta é a maior organização internacional, sem poder

exclusivo direto de nenhum país ou grupo, com maior número de48 Othman é absolutamente a coisa mais perto que nos temos de uma pessoa“leve-me ao seu líder”.

22estados membros49, que representa o maior quantitativo

populacional dos seres humanos, sendo bem organizado por

ordenamento interno e composto por órgãos com a maior

probabilidade de assegurar a pacífica transição para a

aceitação, conhecimento e integração deste novo conhecimento à

sociedade humana.

Os órgãos da ONU seriam os mais preparados do mundo para

responder rapidamente às instantâneas ocorrências globais,

tais quais as possíveis crises fundamentais religiosas,

revoltas sociais, inúmeras possibilidades de desavenças e

litigâncias jurídicas, etc.

A possibilidade da rápida resolução de tais manifestações

populacionais, quando não sanadas pelos próprios países

membros, pelo Secretariado das Nações Unidas, que por possuir,

dentre outros direitos a resolução de disputas internacionais,

também poderá clamar pela intervenção de uma força

pacificadora do Conselho de Segurança, nos casos em que os

países membros não seguirem as doutrinas impostas pelos

artigos 24, 25 e 26 do capítulo 5 da Carta das Nações Unidas

(2012, On-line). Tais normas clamam, fazendo uma análise

resumida, pela preservação e manutenção da paz entre os seres

humanos, independentemente do Estado que as governa.

Poderíamos então estender tal conceito e tentando adaptar tais

49 Atualmente 193, ou seja, a maioria dos estados soberanos do mundo.

23diretrizes à criação de uma situação de paz entre as espécies

descobertas e a humanidade.

A importância da presença do Tribunal Internacional de

Justiça é imensurável devido ao fato de que este é o melhor

candidato dentre todos os poderes jurídicos do mundo para

sanar as inúmeras disputas jurídicas possíveis, até criação de

órgão específico, abertas pela descoberta e conseqüências de

vida externa à Terra.

O fato de que os objetivos gerais da ONU resumem

exatamente a noção de paz visada à ocorrência da descoberta de

uma nova espécie, desta vez de fora do nosso planeta, sendo

estes ótimos princípios norteadores para tal caso. Vejamos os

objetivos da ONU (On-line, 2012):

To keep peace throughout the world;To develop friendly relations among nations;To help nations work together to improve the lives of poor people, toconquer hunger, disease and illiteracy, and to encourage respect foreach other’s rights and freedoms;To be a centre for harmonizing the actions of nations to achieve thesegoals.50

Bastando apenas uma simples adaptação do texto, inserindo

o novo fator hipotético, para termos o efeito desejado, qual

50 Para manter a paz pelo mundo; Para desenvolver amistosas relações entre as nações; Para ajudar as nações a trabalharem juntas para melhorar avida das pessoas pobres, para conquistar a fome, a doença e a iliteracia, epara encorajar respeito pelos direitos e liberdades dos outros; Para ser umcentro de harmonia das ações das nações que vise alcançar estas metas.

24seja, abrir a capacidade de possuirmos diretrizes gerais para

possibilitarmos uma criação de ordenamento que sirva de base

ao tratamento de todas as espécies do universo, pondo em

paralelo não somente o ser humano em si, mas outras possíveis

espécies a serem descobertas:

To keep peace throughout the universe;To develop friendly relations among species;To help intelligent species work together to improve the lives of it`smembers, to conquer biological necessities, spread knowledge amongtechnological species, and to encourage respect for each other’srights and freedoms;To be a centre for harmonizing the actions of humanity`s nations toachieve these goals.51

Chegamos a conclusão que: é tornando universal as já

globais diretrizes do maior órgão internacional da humanidade,

a ONU, que alcançaríamos na prática a maneira mais fácil de, a

curto prazo, delinearmos os princípios norteadores da

Xenopolítica, ou política entre seres de espécies diferentes,

iniciando então a trilha para o caminho da criação de um

Estado Global de Direito que nos representaria num possível

Estado Interplanetário de Direito.

5 ASPECTOS METODOLÓGICOS51 Para manter a paz pelo universo; Para desenvolver relações amistosasentre as espécies; Para ajudar as espécies inteligentes a trabalharemjuntas para melhorar a qualidade de vida dos seus membros, para conquistaras necessidades biológicas, espalhar o conhecimento entre as espéciestecnológicas e encorajar respeito pelos seus direitos e liberdades; Paraser um centro de harmonia das ações das nações humanas que vise alcançartais metas.

25Por meio de pesquisa bibliográfica a várias fontes como

constituições de diversos países, mestres doutrinadores e

figuras internacionais, notícias de credibilidade mundial,

tratados internacionais e leis de grandes organizações

multinacionais, buscaremos confirmar a idéia, de caráter puro

e qualitativo, de como a humanidade reagiria ao caso de

contato com organismos de outros planetas, teorizando que

necessitaríamos de uma união global e provando que não apenas

já possuímos capacidade para tal, mas também que já existem

até mesmo delimitações de como a mesma seria organizada.

6 POSSÍVEL SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1 XENOPOLÍTICA

1. Astrobiologia

2. Xenopolítica e o Direito

2 RELAÇÕES ASTROBIOLÓGICAS

3 RELAÇÕES XENOPOLÍTICAS

CONCLUSÃO

APÊNDICES

REFERÊNCIAS

26

Ki-moon B., Secretário Geral da ONU, em discurso ao Fórum deEconomia Mundial, Davos, Suíça aos 29/01/2009 em(http://www.un.org/en/civilsociety/index.shtml) acesso em:04/06/2012.

Nasa, comprovação de Metano em Marte e suas implicações em (http://www.nasa.gov/mission_pages/mars/news/marsmethane.html)acesso em 04/06/2012.

ONU, Nações Unidas e o Estado de Direito em(http://www.un.org/en/ruleoflaw/index.shtml) acesso em:04/06/2012.

ONU, Carta das Nações Unidas em(http://www.oas.org/dil/port/1945%20Carta%20das%20Nações%20Unidas.pdf) acesso em: 04/06/2012.

ONU, Objetivos da ONU em(http://www.un.org/en/aboutun/index.shtml) acesso em:04/06/2012.

Reagan R., Presidente dos Estados Unidos na 42ª Assembléia Geral da ONU, em (http://www.youtube.com/watch?v=j5uzdWqhY8s) acesso em 04/06/2012.

Sociedade Real, The detection of extra-terrestrial life and the consequences for science and society. Discponível em (royalsociety.org/event.aspx?id=1887) acesso em: 04/06/2012.

27UNOOSA, Treaty on principles governing the activities of states in the exploration and use of outer space, including the moon and other celestial bodies em (http://www.oosa.unvienna.org/oosa/SpaceLaw/gares/html/gares_21_2222.html) acesso em: 04/06/2012)

UNOOSA, Reportado pelo jornal The Telegraph em (http://www.telegraph.co.uk/science/space/8025832/UN-to-appoint-space-ambassador-to-greet-alien-visitors.html) acesso em 04/06/2012.