UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAL GERAIS Faculdade de Educação Nossa Escola Pesquisa sua Opinião –...

20
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAL GERAIS Faculdade de Educação Nossa Escola Pesquisa sua Opinião Polo MG DIREITOS E DEVERES DOS ALUNOS NA EMCDA Professora responsável: Cristine Dantas Jorge Madeira Escola: Municipal Carlos Drummond de Andrade 1ª PARTE: CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade 1 (EMCDA) está localizada na Rua José Galding, 21, bairro Letícia, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Atualmente atende 20 turmas (496 alunos) do 3º Ciclo Ensino Fundamental (EF) no diurno e 7 turmas (177 alunos) da Educação de Jovens e Adultos, no noturno. Para esse atendimento, a Escola possui um quadro de 15 professores em cada turno do diurno, 10 professores no noturno, 3 professores em laudo-médico, 9 estagiários, 3 funcionários na secretaria, 1 agente de informática, 1 agente de saúde, 1 bibliotecária, 3 auxiliares de biblioteca e 11 auxiliares de serviço, 2 porteiros, 2 vigias, 1 guarda municipal. A biblioteca da EMCDA oferece atendimento nos três turnos e também funciona como biblioteca polo. No noturno, são atendidas 3 turmas do 1º segmento da EJA e 4 de 2º. Dos 10 professores, 2 atuam apenas no 1º segmento, 5 atendem os dois segmentos, 1 fica apenas no 2º e os outros 2 estão na coordenação, mas também dão aulas. Além disso, 1 professor em laudo-médico acompanha o trabalho no laboratório de informática. No diurno da EMCDA, período em que trabalho, dos 15 professores: um assume a coordenação de turno, outro a coordenação pedagógica e os demais atuam em sala de aula. Os professores de Ciências, Geografia, História, Português e Matemática se dividem em 2 equipes para atender um grupo de 5 turmas e os professores de Arte, Educação Física e Inglês atendem as 10 turmas do turno. Neste ano, no 1º turno, em cada equipe, estamos trabalhando com 3 turmas de 7º ano e 2 de 9º ano; no 2º turno, cada equipe atende 3 turmas de 8º ano e 2 de 9º ano. É importante 1 Contatos: [email protected], http://bibliotecadodrummond.blogspot.com; 3277-5596 (telefax) e 3277-5597. Atualmente está em construção outro blog da Escola: http://drummondear.blogspot.com.

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAL GERAIS Faculdade de Educação Nossa Escola Pesquisa sua Opinião –...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAL GERAIS Faculdade de Educação Nossa Escola Pesquisa sua Opinião – Polo MG

DIREITOS E DEVERES DOS ALUNOS NA EMCDA

Professora responsável: Cristine Dantas Jorge Madeira

Escola: Municipal Carlos Drummond de Andrade

1ª PARTE: CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade1 (EMCDA) está localizada na Rua José

Galding, 21, bairro Letícia, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

Atualmente atende 20 turmas (496 alunos) do 3º Ciclo Ensino Fundamental (EF) no diurno e

7 turmas (177 alunos) da Educação de Jovens e Adultos, no noturno. Para esse atendimento, a

Escola possui um quadro de 15 professores em cada turno do diurno, 10 professores no noturno, 3

professores em laudo-médico, 9 estagiários, 3 funcionários na secretaria, 1 agente de informática, 1

agente de saúde, 1 bibliotecária, 3 auxiliares de biblioteca e 11 auxiliares de serviço, 2 porteiros, 2

vigias, 1 guarda municipal.

A biblioteca da EMCDA oferece atendimento nos três turnos e também funciona como

biblioteca polo.

No noturno, são atendidas 3 turmas do 1º segmento da EJA e 4 de 2º. Dos 10 professores, 2

atuam apenas no 1º segmento, 5 atendem os dois segmentos, 1 fica apenas no 2º e os outros 2 estão

na coordenação, mas também dão aulas. Além disso, 1 professor em laudo-médico acompanha o

trabalho no laboratório de informática.

No diurno da EMCDA, período em que trabalho, dos 15 professores: um assume a

coordenação de turno, outro a coordenação pedagógica e os demais atuam em sala de aula. Os

professores de Ciências, Geografia, História, Português e Matemática se dividem em 2 equipes para

atender um grupo de 5 turmas e os professores de Arte, Educação Física e Inglês atendem as 10

turmas do turno. Neste ano, no 1º turno, em cada equipe, estamos trabalhando com 3 turmas de 7º

ano e 2 de 9º ano; no 2º turno, cada equipe atende 3 turmas de 8º ano e 2 de 9º ano. É importante

1 Contatos: [email protected], http://bibliotecadodrummond.blogspot.com; 3277-5596 (telefax) e 3277-5597.

Atualmente está em construção outro blog da Escola: http://drummondear.blogspot.com.

2

ainda destacar que os alunos geralmente são acompanhados pela mesma equipe de professores

durante os três anos do 3º ciclo do EF.

Geralmente, na EMCDA, direção, coordenação e professores oferecem apoio e incentivam a

realização de atividades significativas no cotidiano escolar que são apresentadas e discutidas na

reunião pedagógica2 semanal. Mas, não me senti à vontade em propor um trabalho mais coletivo

devido ao período conturbado no qual o trabalho foi realizado: retorno da greve de professores;

fechamento do 1º trimestre letivo; realização do conselho de classe; aplicação das provas de

recuperação; preenchimento do boletim escolar; reunião de pais para entrega dos boletins. Mesmo

assim, a professora de Português da minha equipe me ajudou na elaboração do roteiro para

construção da notícia para divulgação do trabalho realizado. A direção se prontificou a atender a

dupla de entrevistadores que os abordou e aproveitou a oportunidade para incentivá-los. A

coordenação já se dispôs a nos ajudar na execução do plano de ação. Além disso, contei com a

ajuda do agente de saúde3 para fotografar os alunos durante a realização da pesquisa de campo.

2ª PARTE: CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

De 29/04 a 09/05/2010, nas aulas de matemática, os 23 alunos (Anexo 1 – Foto 1) da turma

311 (7º ano do Ensino Fundamental), orientados por mim, realizaram uma pesquisa de opinião

sobre os Direitos e Deveres dos Alunos na EMCDA. Ao todo seis duplas entrevistaram 70 pessoas

do turno da manhã4: 50 alunos (sendo 20 da própria turma), 4 professores e 12

funcionários/estagiários.

Inicialmente, minha expectativa é que essa pesquisa de opinião estivesse ligada ao foco da

aprendizagem, pois objetivava trabalhar com habilidades ligadas ao Bloco Tratamento da

Informação: coletar e registrar informações; elaborar, registrar, ler e interpretar as opiniões

coletadas na pesquisa; transformar listas e/ou tabelas simples em gráficos de colunas; produzir

registros escritos (desenhos, frases, textos etc.) a partir da interpretação dos gráficos e tabelas

utilizados; elaborar análises e juízos com base nas informações numéricas encontradas; conceituar

pesquisa estatística, pesquisa de opinião e amostra. Porém, ao longo do seu desenvolvimento,

verifiquei que a pesquisa também estava associada ao foco da identidade, uma vez que contribuiu

para a compreensão e formação da identidade dos alunos.

2 Na EMCDA, conseguimos nos organizar, contando também com o apoio de bibliotecários e oficineiros, para viabilizarmos,

no próprio turno de trabalho, uma reunião semanal de uma hora por equipes. Além disso, garantimos no calendário um

encontro mensal com todos os professores do turno. Nesse momento, os alunos são atendidos por oficineiros. 3 O agente de saúde foi contratado para atuar no Projeto Saúde-Escola da Secretaria Municipal de Educação de BH.

4 No 1º turno, estudam 250 alunos, há 17 professores (incluindo direção e coordenação) e 16 funcionários/estagiários.

3

3ª PARTE: RESUMO DA PESQUISA

Direitos e Deveres dos Alunos na EMCDA

De 29/04 a 09/05/2010, os alunos da turma 311 realizaram uma pesquisa de opinião sobre Direitos e

Deveres dos Alunos na EMCDA (Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade). Esse tema foi

escolhido por votação porque a turma o considerou importante para garantir um bom aproveitamento

em matemática e, também, porque queriam saber se os alunos conheciam seus direitos na EMCDA.

Como é o primeiro ano dessa turma na EMCDA, inicialmente fizemos uma discussão sobre o assunto

tomando como referência o Projeto Político-Pedagógico da Escola. Depois, os alunos elaboraram as

perguntas para o questionário, formaram duplas de entrevistadores e duas duplas foram sorteadas

para realizar o pré-teste. Cada dupla recebeu uma prancheta, crachás de identificação e

questionários; treinaram em sala entrevistando os próprios alunos da turma; durante o recreio,

entrevistaram alunos de outras turmas, professores, funcionários e estagiários da escola. Ao todo

foram entrevistadas 70 pessoas: 50 alunos (sendo 20 da própria turma), 8 professores e 12

funcionários/estagiários. Ao voltar para sala, foram divididos em grupos que ficaram responsáveis

pela tabulação de 14 questionários. Após essa primeira etapa de tabulação, individualmente,

calcularam os totais e converteram os dados em porcentagem. Novamente em grupos, montaram

gráficos e construíram textos para divulgar os resultados de algumas das 16 questões pesquisadas.

Detectaram que, na opinião dos alunos entrevistados: 26% não sabem a diferença entre direitos e

deveres; 30% não conhecem totalmente seus direitos; 24% não conhecem totalmente seus deveres;

82% acham que os alunos não cumprem seus deveres adequadamente. Além disso, os resultados

revelaram uma diferença entre opiniões de alunos e professores: a maioria dos alunos (64%) acha

que têm mais deveres enquanto a maioria dos professores (62,5%) acha que os alunos têm mais

direitos. No encerramento, apresentei para a turma um pequeno vídeo que produzi contendo o

registro do trabalho realizado.

Plano de Ação

Na tentativa de contribuir para que todos na EMCDA conheçam os direitos e deveres dos alunos e

que saibam a diferença entre eles, a turma pretende solicitar o apoio das equipes da rádio da escola,

dos professores e da coordenação, para a divulgação dos resultados da pesquisa e para o

desenvolvimento de um trabalho de esclarecimento. Além disso, a notícia produzida no final do

trabalho será divulgada no jornal da Escola (CaDrum) e também postada, juntamente com o vídeo,

no blog da escola (http: //drummondear.blogspot.com).

4

4ª PARTE: DESCRIÇÃO DA PESQUISA

I. Apresentação da realização da pesquisa de opinião

No dia 27/04/2010, iniciei a aula conversando com os alunos sobre a pós-graduação que estou

cursando e as atividades que deveria realizar com eles: o Plano de Ação e a Pesquisa de Opinião.

Expliquei que inicialmente faríamos uma Pesquisa de Opinião e perguntei o que era isso para

eles. Os alunos disseram que pesquisa se referia a uma investigação e opinião, ao que as pessoas

pensam. Assim, concluímos que ao realizar uma Pesquisa de Opinião estaríamos investigando o que

as pessoas pensam sobre um determinado tema.

II. Escolha do tema

Inicialmente, combinamos que escolheríamos um assunto mais ligado às aulas de matemática

para aprendermos a realizar uma Pesquisa de Opinião e que, no futuro, investiríamos em outros temas

mais abrangentes.

Para começar os alunos sugeriram algumas questões que consideravam importantes para

garantir um bom aproveitamento nas aulas de matemática e, junto com eles, fui extraindo o tema

correspondente às suas indagações e listando no quadro.

Alguns alunos queriam saber como estava a adesão à Campanha Mulambo Zero5. Outros

achavam importante levantar se os alunos traziam todos os materiais necessários para aula primeira

questão. Uma aluna queria investigar se as aulas de reforço estavam ajudando os alunos com

dificuldades em matemática. Um grupo queria descobrir o que a turma estava achando das aulas, das

atividades propostas e, também, de mim. Um aluno insistia em afirmar que o maior problema para a

aprendizagem de matemática era não assistir as aulas. Outro aluno queria descobrir o que a turma

pensava sobre o que eu pedia nas provas e atividades dadas em sala. Dessas indagações surgiram

respectivamente os seguintes temas: (1) Mulambo Zero; (2) Material escolar; (3) PIPE-MAT6;

(4) Aulas de matemática; (5) Frequência às aulas e (6) Atividades e provas.

Após a listagem do sexto tema, um aluno disse que tudo que tinha sido falado até aquele

momento se resumia aos deveres dos alunos e que se todos os cumprissem seria mais fácil aprender

matemática. Outro aluno contestou afirmando que na escola os alunos têm muitos deveres e que

gostaria de saber se também tinham direitos. A polêmica se instaurou. Enquanto alguns queriam saber

se os alunos cumpriam seus deveres, outros queriam saber se conheciam seus direitos. Essa discussão

deu origem ao último tema: (7) Direitos e deveres dos alunos na EMCDA.

5 Campanha que lancei, no início do ano, com orientações para organização do caderno de matemática.

6 Projeto de Intervenção Pedagógica em Matemática, coordenado pela Secretaria Municipal de Educação de BH,

realizado no extraturno com alunos que têm maior dificuldade em conteúdos básicos dessa disciplina.

5

Para definir o tema, a turma sugeriu que fosse feita uma votação e que também houvesse

segundo turno entre os dois temas mais votados. Percebi então que para eles não conheciam as regras

para a realização do segundo turno, pois não consideraram que não seria necessário realizá-lo se um dos

temas já obtivesse a maioria dos votos no primeiro turno. Por isso, expliquei o que representava

matematicamente a maioria dos votos e debatemos sobre o que representava o primeiro e o segundo

turnos em uma eleição. Calculamos então quanto seria a maioria de votos na turma. Como havia 19

alunos presentes, verificamos que 50% +1 = 9,5 + 1 = 10,5, mas como não existe “meia pessoa” ou

“meio voto” arredondamos para 11. Assim se um tema obtivesse 11 votos, ele já seria eleito no 1º turno.

A seguir, perguntei como seria realizada a eleição. Alguns sugeriram que “bastava levantar os

braços”. Outros discordaram, afirmando que alguns colegas só votam no que está ganhando.

Conversamos, então, sobre a diferença entre votação aberta e votação fechada. Levantamos

vantagens e desvantagens de cada um. Os alunos concluíram que se adotassem fizessem uma votação

aberta seria mais rápido, pois bastaria levantar os braços, mas como acreditavam que alguns poderiam

ser influenciados, decidiram utilizar fazer a votação aberta apenas para definir qual seria o regime de

votação utilizado para definir o tema. A maioria optou pela votação fechada.

Depois, distribuí pedaços de papel para os alunos anotarem o número do tema, uma aluna

recolheu os papéis, um aluno “cantou” os votos enquanto outro os registrava no quadro (Anexo 1 –

Fotos 2 a 5). A escolha do tema foi definida em primeiro turno, pois 11 alunos escolheram o tema:

(7) Direitos e deveres dos alunos na EMCDA (Anexo 1 – Foto 6).

III. Definição da amostra

A partir da definição do tema, a turma percebeu que precisava entrevistar outros alunos além

deles mesmos, bem como professores, funcionários e estagiários. Mas, como era difícil ir à escola em

outros turnos, decidiram que, além de todos os alunos da turma, entrevistariam as demais pessoas

citadas durante o recreio de dois dias consecutivos.

Passamos para a definição de quem entrevistaria as pessoas citadas. Como muitos alegavam

que iam ficar envergonhados, sugeri que fizessem duplas “para criar coragem”. Sete duplas se

ofereceram para realizar as entrevistas, mas como todas queriam entrevistar os professores, fizemos

um sorteio para definir qual seria e, outro, para definir quem ouviria os funcionários/estagiários. As

demais ficaram encarregadas de entrevistar os alunos.

IV. Qualificação do tema

A princípio a turma dizia se sentir devidamente informada sobre seus direitos e deveres na

EMCDA. Porém, ao conversamos sobre o que pretendiam pesquisar, percebi que esse assunto não

estava muito claro para todos. Por isso, tomando como referência o Projeto Político Pedagógico da

6

Escola, organizei e distribuí um texto, no dia 28/04/2010, para os alunos completarem a listagem de

direitos e deveres que eu já havia iniciado.

Os alunos completaram a listagem individualmente e, depois, utilizando um data show,

projetei o texto no quadro e cada aluno foi acrescentando suas anotações7. No início tiveram

dificuldade em listar seus direitos, mas, aos poucos, foram percebendo que a cada dever que tinham

correspondia um direito. Por exemplo: se tinham o dever de ouvir e respeitar os outros também

ganhavam o direito de serem ouvidos; se deviam usar o uniforme escolar tinham o direito de ter um

uniforme escolar. Dessa forma, ficou muito mais fácil listar seus direitos. No final, a turma se

surpreendeu ao conseguir listar mais direitos do que deveres e resolveu resumir todos os seus deveres

em uma frase: “Cumprir com suas obrigações escolares.” (Anexo 1 – Foto 7).

7 As contribuições dos alunos estão em itálico.

7

V. Elaboração do questionário

Assim, após uma discussão mais qualificada sobre o tema, iniciamos a construção do

questionário, apontando as questões que serviriam para identificar o sexo, a idade e a função do

entrevistado na escola. Nesse momento, alguns alunos levantaram a preocupação sobre a

informação da idade, pois sabiam que geralmente as pessoas mais velhas não gostam de revelar sua

idade. Por isso, após um amplo debate, montaram a seguinte questão: “Idade: ( )Até 30 anos.

Qual?_____ ( )Mais de 30 anos”.

Antes de continuarmos, alertei sobre a necessidade de uma pergunta filtro já que a pesquisa

seria realizada durante o recreio por diversas duplas e propus a questão: “Você já respondeu essa

pesquisa antes? ( )Sim ( )Não”. Decidimos que se a resposta fosse Sim, a dupla de pesquisadores

deveria agradecer o entrevistado pela colaboração, mas não marcaria nada para não desperdiçar a

folha.

Para montar as questões seguintes, entreguei uma folha para cada aluno colocar pelo menos

cinco perguntas que gostaria de pesquisar. No final da aula, recolhi essas folhas.

8

A partir da leitura das questões propostas, percebi que os alunos não tinham experiência

anterior na elaboração desse tipo de questionário. Por isso, organizei um questionário com as

questões propostas por eles e coloquei algumas sugestões de resposta.

No dia seguinte, 29/04/2010, projetei esse questionário no quadro utilizando um data show. A

primeira reação dos alunos foi de encantamento, pois, baseados na própria produção, não esperavam

que a turma tivesse conseguido elaborar as questões para construir o questionário.

Aproveitando os recursos tecnológicos, data show e notebook, discutimos e alteramos na

hora as questões iniciais, verificando a pertinência em relação ao tema, pois algumas questões se

referiam aos deveres e direitos dos professores na EMCDA. Verificamos um interesse em investigar

sobre esse tópico, mas resolvemos que essa seria o tema para uma nova pesquisa que realizaríamos

em outro momento.

9

Além de analisar cada questão, também construímos as alternativas de resposta.

Propositalmente, priorizei as perguntas formuladas pelos alunos que permitiam as respostas sim, às

vezes ou não. Propus a palavra parcialmente para substituir respostas como mais ou menos e às

vezes. Como essa palavra era nova para a turma, discutimos um pouco sobre o significado dela.

O maior desafio foi decidirmos como seriam as respostas da última questão “Como o aluno

pode defender seus direitos sem deixar de cumprir seus deveres?”. A turma levantou algumas

possibilidades de resposta, mas, após uma ampla discussão, decidiu por duas alternativas. Na

primeira, deixariam um espaço para escrever a resposta da pessoa e, na segunda, apresentariam a

opção NÃO SEI.

No final, o questionário que ficou com 17 questões sendo 1 de “filtro” e 4 de identificação.

Com o questionário definido, sorteamos duas duplas para realizar o pré-teste no dia seguinte.

10

VI. Realização do pré-teste

No dia 30/04/2010, durante a aula de Geografia, aproveitei o meu tempo de planejamento

para acompanhar as duplas sorteadas na realização do pré-teste do questionário (Anexo 1 – Foto 8).

Antes de iniciar as entrevistas, orientei os alunos sobre como abordar as pessoas e distribuí

pranchetas e os crachás de identificação que confeccionei para eles.

Circulamos pela escola e cada dupla entrevistou dois alunos (um menino e uma menina),

dois professores e dois funcionários/estagiários (Anexo 1 – Fotos 9 a 13).

Os alunos não encontraram problemas com as questões propostas e ficaram muito

entusiasmados com as entrevistas. Apenas ficaram chateados com as pessoas que não autorizaram a

fotografia8.

VII. Desenvolvimento do trabalho de campo

Na aula do dia 03/04/2010, as duplas envolvidas no pré-teste relataram tudo o que aconteceu

e afirmaram que não havia problemas nas questões propostas.

Para treinar as outras duplas, dividimos a turma em grupos de 4 ou 5 alunos, para que os

pesquisadores pudessem entrevistar os próprios colegas de sala. Pedi que, os dois alunos da dupla

que cada um entrevistasse o outro e que revezasse com o outro para entrevistar os demais colegas

do grupo.

A seguir, as seis duplas9, devidamente identificadas com crachás, foram realizar a pesquisa

durante o recreio10

(Anexo 1 – Fotos 14 a 21). Vale destacar que a importância que eles deram aos

crachás. Fizeram questão de utilizá-lo durante o recreio dos dois dias, mesmo quando não estavam

entrevistando as pessoas.

Nesse primeiro dia, foram entrevistadas 48 pessoas: 42 alunos (sendo 20 da própria turma),

2 professores e 2 funcionários/estagiários.

As duplas que entrevistaram os alunos relataram que foi muito tranquilo, as que

entrevistaram professores e funcionários/estagiários ficaram decepcionados, pois tiveram

dificuldade em encontrar pessoas que pudessem atendê-los durante o recreio. Por isso, achamos

mais fácil concluir a pesquisa, no dia seguinte, no momento da própria aula.

Ao todo foram entrevistadas 70 pessoas: 50 alunos (sendo 20 da própria turma), 8

professores e 12 funcionários/estagiários.

Durante os relatos sobre o trabalho de campo, os pesquisadores informaram que um aluno

entrevistado pediu para acrescentar a opção mais ou menos na questão 5 – “Você conhece a

8 Eu sempre pedia a autorização para fotografar os entrevistados.

9 No dia, faltaram dois alunos que se ofereceram para a entrevista. Por isso, ao invés de 7 duplas, ficamos com 6.

10 O agente de saúde fotografou os alunos durante o trabalho de campo.

11

diferença entre direitos e deveres?” – e que cinco professores responderam iguais na questão 8 –

“Para você, na escola, os alunos têm mais deveres ou direitos?”. Verificamos assim, que, apesar do

pré-teste apontar que o questionário estava certo, poderíamos melhorar nossas opções de resposta.

VIII. Tabulação e organização dos resultados

No próprio dia 04/05/2010, enquanto duas duplas encerravam as entrevistas, dividi o

restante da turma em cinco grupos de 4 ou 5 alunos, numerei os questionários de 1 até 60 e os

reparti igualmente entre os grupos. Os 10 questionários restantes (61 a 70) foram tabulados pelas

duplas que realizaram as últimas entrevistas.

Os grupos receberam também a tabela para tabulação11

, bem como as orientações para

preenchê-la. Oralmente, solicitei que revezassem na tarefa de completar as linhas, mas que todos

estivessem atentos e conferissem a marcação feita pelos colegas. Além disso, combinamos que, para

facilitar a análise dos dados, as respostas do sexo feminino fossem marcadas em vermelho e que as do

sexo masculino fossem marcadas em azul. (Anexo 1 – Fotos 22 a 27).

No dia 10/05/2010, apresentei e entreguei para cada aluno uma nova tabela e conversamos

sobre o significado dos símbolos ♀ (feminino) e ♂ (masculino).

11

Como foi a primeira vez que a turma realizou uma Pesquisa de Opinião, optei por elaborar as tabela para tabulação

dos dados.

12

Ditei os resultados tabulados pelos seis grupos para ♀ e ♂. Depois, com o auxílio de uma

calculadora, cada aluno individualmente preencheu as linhas com o total de: alunos;

professores/funcionários/ estagiários; geral. No final, fizemos a correção dos resultados

encontrados.

Analisando os dados resolvemos descartar a separação das respostas entre os sexos, pois não

percebemos muita diferença entre as respostas. Porém, mantivemos a opção por separar os dados

dos segmentos dos alunos dos professores/funcionários/estagiários. E, para possibilitar essa

comparação, no dia 14/05/2010, discutimos sobre a importância de representar esses dados em

forma percentual.

Apresentei um novo instrumento de tabulação para registrar os dados em porcentagem.

13

Fizemos uma breve discussão sobre o significado de 100% e concluímos que cada resposta

de aluno correspondia a 2%, já que foram entrevistados 50 alunos. Por sua vez, cada resposta de

professor/funcionário/estagiário correspondia a 5%, pois ao todo eram 20.

Assim, para preencher a primeira linha de cada questão, os alunos, individualmente, com o

auxílio da calculadora, multiplicaram o total de alunos por 2% e registraram os resultados a caneta

azul. Na segunda linha, multiplicaram o total de professores/ funcionários/estagiários por 5% e

escreveram os dados a caneta vermelha.

No dia 17/05/2010, conferimos todos os resultados das duas linhas iniciais e conversamos

sobre como calcular o percentual do total “geral”. Verificamos que como tínhamos que dividir por

70 e depois multiplicar por 100, seria o mesmo que dividir por 7 e depois multiplicar por 10. E, para

ficar mais fácil, era só dividir por 7 na calculadora e, mentalmente, “andar com a vírgula uma casa”.

Para esse preenchimento, também foi necessário relembrarmos as regras de arredondamento

dos números. Também conferimos se o total das opções em cada questão totalmente respondida

dava 100%. Em duas dessas questões, acrescentamos 0,1% no maior valor.

IX. Divulgação dos resultados e estabelecimento do plano de ação

No dia 19/05/2010, organizei a turma novamente nos mesmos 5 grupos citados

anteriormente e pedi que cada grupo escolhesse uma questão para analisar os resultados. Orientei

que para a questão escolhida o grupo deveria construir um gráfico de colunas, criar uma manchete e

o lead de uma notícia, bem como apontar um plano de ação. Antes de iniciar o trabalho, expliquei

detalhadamente como construir um gráfico de colunas simples e um gráfico comparativo de

colunas, como criar uma manchete e o lead de uma notícia e, também, o que era e a importância de

se estabelecer um plano de ação.

Durante 2 aulas, auxiliei os grupos no trabalho de análise da questão escolhida por eles

(Anexo 1 – Fotos 28 a 34). Aos poucos foram percebendo quando era interessante fazer uma

comparação entre as respostas dadas por alunos com aquelas dadas pelos

professores/funcionários/estagiários. Nesses casos, perceberam a necessidade de utilizar os

resultados em porcentagem para permitir a comparação dos mesmos.

No dia 25/05/2010, os grupos apresentaram o seu trabalho para a turma, explicando suas

conclusões, mostrando o gráfico construído e lendo a sua notícia. Em geral, tiveram dificuldade em

apresentar um plano de ação (Anexo 1 – Fotos 35 a 40). O grupo 2 não soube dizer o que fazer para

amenizar a diferença de opinião entre alunos e professores/funcionários/estagiários na questão 14:

12% dos alunos acham que seus direitos não são respeitados e 40% disseram que os direitos são

respeitados parcialmente, no entanto nenhum professor/funcionário/estagiário afirmou que os

14

direitos dos alunos não são respeitados e apenas 30% falaram que os direitos são respeitados

parcialmente.

GRUPO 2 – Questão 14 – Você acha que os direitos dos alunos são respeitados?

DIREITOS E DEVERES DOS ALUNOS:

VOCÊ OS CONHECE?

Durante as aulas de matemática, entrevistamos alunos, professores, funcionários e

estagiários da nossa escola. Foram respondidas 16 questões e a que nos chamou mais

atenção foi a 14 – Você acha que os direitos dos alunos são respeitados?

Analisamos as respostas, construímos um gráfico e obtivemos o seguinte resultado:

48% dos alunos acham que os direitos são respeitados, 12% acham que não e 40% que são

respeitados parcialmente; 70% dos professores/funcionários/estagiários acham que os

direitos dos alunos são respeitados, 30% acham que são parcialmente respeitados e

nenhum deles acha que não são respeitados.

O grupo 3 também destaca a diferença de opinião dois segmentos na questão 8 sem

apresentar um plano de ação: A maioria dos alunos acha que têm mais deveres. Já a maioria dos

professores acha que os alunos têm mais direitos. Quem estará certo?.

GRUPO 3 – Questão 8 – Para você, na escola, os alunos têm mais deveres ou direitos?

DEVERES E DIREITOS

DOS ALUNOS

A maioria dos alunos

acha que têm mais deveres. Já

a maioria dos professores acha

que os alunos têm mais direitos.

Quem estará certo?

Da mesma forma, os grupos 4 e 5 ficaram assustados ao descobrirem que 79% das pessoas

acham que os alunos não cumprem seus deveres adequadamente (questão 13), mas não conseguiram

propor ações que modifiquem esse quadro.

15

GRUPOS 4 e 5 – Questão 13 – Você acha que a maioria dos alunos cumpre seus deveres

adequadamente?

Há um grande número de alunos que não cumpre seus deveres adequadamente.

No entanto, os grupos 1 e 512

conseguiram apontar um plano de ação para a análise da

questão 5. Eles verificaram que 26% dos alunos não conhecem a diferença entre direitos e deveres,

por isso o grupo 1 sugeriu que a coordenação e os professores realizassem um trabalho de

esclarecimento com os alunos e o grupo 5 propôs a divulgação na rádio13

e no jornal da Escola – o

CaDrum.

GRUPO 1 – Questão 5 – Você conhece a diferença entre direitos e deveres?

OS ALUNOS DA ESCOLA CDA

CONHECEM OS DIREITOS E

DEVERES?

Nós descobrimos que a maioria

dos alunos do CDA conhece a diferença

entre direitos e deveres, mas uma boa

parte não conhece essa diferença. Por

isso, a coordenação e os professores

podem contribuir para diminuir a

porcentagem dos que não conhecem a

diferença entre os direitos e os deveres,

propondo trabalhos, discutindo em sala

e fazendo palestras.

12

O grupo 5 construiu o gráfico da questão 13, mas escreveu a notícia sobre a questão 5. 13

Durante o recreio, a cada dia da semana, um grupo de alunos assume a programação da rádio da Escola. Esses grupos

são definidos pelos próprios alunos e recebem uma orientação dos alunos que estão há mais tempo no projeto.

16

GRUPO 5 – Questão 5 – Você conhece a diferença entre direitos e deveres?

OS DIREITOS E OS DEVERES DOS ALUNOS: QUAIS SERIAM?

Na EMCDA os alunos fazem uma pesquisa de opinião.

Os resultados foram surpreendentes!

Na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, os alunos da sala 3, da turma

311, fizeram uma pesquisa de opinião sobre os Direitos e Deveres dos Alunos na EMCDA.

Mas, fazer uma pesquisa de opinião não é tão fácil quanto parece! Além de escolher

o tema, os alunos formaram duplas para entrevistar alunos, professores, funcionários e

estagiários da escola, tabularam os resultados e montaram um gráfico a partir de uma das

dezesseis questões pesquisadas.

O trabalho gastou quatro semanas para ficar pronto.

Os resultados foram surpreendentes. Analisem esta questão: “Você conhece a

diferença entre deveres e direitos?”. Resultado: 80% das pessoas responderam SIM e 19%,

NÃO. Através da rádio da escola, podemos esclarecer as diferenças entre direitos e deveres.

Os alunos estão muito empolgados com o término da pesquisa, pois querem que

seus textos sejam publicados no CADRUM, o jornal da escola.

No dia seguinte, levei o registro dos grupos para ler e debater com a turma. Analisando os

resultados observamos que: 26% dos alunos da EMCDA não sabem a diferença entre direitos e

deveres; 30% não conhecem totalmente seus direitos; 24% não conhecem totalmente seus deveres;

82% acham que os alunos não cumprem seus deveres adequadamente. Além disso, a maioria dos

alunos (64%) acha que têm mais deveres enquanto a maioria dos professores (62,5%) acha que os

alunos têm mais direitos. Quem estará certo? Para responder a essa questão formulada pelo grupo

3, a turma apontou que é necessário que todos conheçam os direitos e deveres dos alunos e que

saibam a diferença entre eles. Por isso, concluíram que as ideias do plano de ação dos grupos 1 e 5

podem ajudar na resolução dos problemas detectados. Dessa forma, conseguiram entender a

importância de se estabelecer um plano de ação como forma de dar um retorno às pessoas

pesquisadas. De acordo com um texto produzido por dupla de alunos: “O trabalho foi muito

interessante e, a partir dele, descobrimos que fazer uma pesquisa não é só perguntar para as

pessoas e divulgar as suas respostas. Mas, sim, ajudá-las a saber um pouco mais a respeito do

tema pesquisado.”

Como durante o trabalho, eu recolhi todos os materiais que os alunos produziram e nada foi

registrado no caderno, nesse mesmo dia, iniciamos a “retrospectiva” da pesquisa de opinião.

Começamos pelo registro das quatro primeiras etapas: (1) Apresentação da realização da pesquisa

de opinião; (2) Escolha do tema; (3) Definição da amostra; (4) Qualificação do tema. Oralmente,

resgatamos o que havia acontecido e eu fui escrevendo no quadro para que os alunos copiassem.

No dia seguinte, para ganhar tempo, levei as outras etapas da pesquisa já digitadas (Anexo

2): (5) Elaboração do questionário; (7) Realização do pré-teste; (8) Desenvolvimento do trabalho de

campo; (9) Tabulação e organização dos resultados; (10) Divulgação dos resultados e

17

OPINIÃO 1. O que se pensa a respeito

de algo ou alguém.

2. Parecer, avaliação. 3. Consenso.

4. Conceito.

5. Ponto de vista sobre um determinado assunto.

6. Presunção.

Fonte: http://aulete.uol.com.br

Consultado em 12/05/2010.

estabelecimento do plano de ação. No caderno dos alunos, as partes digitadas foram intercaladas

com os materiais produzidos por eles: questionário e tabelas de tabulação.

Por último, propus a construção, em duplas, de uma notícia que resumisse tudo o que

fizemos e que também apontasse o que deveria ser feito a partir dos resultados encontrados.

MATEMÁTICA – 7º ANO – PROFª. CRISTINE

PESQUISA DE OPINIÃO

Estamos desenvolvendo uma pesquisa de opinião na sua

turma há quatro semanas. Como já vimos, a pesquisa de opinião é

uma ferramenta estatística que possibilita a vocês descrever e

interpretar a sua realidade usando conhecimentos matemáticos. Através

da utilização de questionários, tabelas e gráficos, você pode investigar,

coletar, organizar, comunicar e interpretar dados referentes à opinião

das pessoas que o cercam.

Agora, vocês construirão uma matéria para o CADRUM

descrevendo todo o trabalho desenvolvido.

Para ajudá-los nessa tarefa, vamos recordar algumas características de um bom texto

jornalístico. Primeiro, sejam criativos ao escolher o título da notícia. Ele deve ser curto, claro e

direto, mas também instigante.

A seguir, abaixo do título, coloquem o lead: uma abertura da matéria trazendo as

informações mais importantes. Essa abertura deve permitir ao leitor uma informação rápida do

acontecimento: o quê, quem, quando, onde, como e por quê.

Depois, para redigir o texto ou corpo da notícia, desdobrem os fatos apresentados no lead e

também os detalhes secundários da matéria. Utilizem uma linguagem clara, simples, enxuta e

objetiva. Apresentem os fatos em uma sequencia lógica que torne a reportagem gostosa e atrativa.

Para isso, use frases, períodos e parágrafos curtos para que o leitor possa entender melhor a matéria.

Esgote um ou dois itens da sua reportagem em cada parágrafo e arremate-os num parágrafo final.

Para isso, sugiro que vocês elaborem um texto que contemple todas as partes abaixo.

1ª. APRESENTAÇÃO – Para iniciar o texto, descrevam como eu apresentei a proposta da

pesquisa de opinião para vocês.

2ª. ESCOLHA DO TEMA – Descrevam como a turma definiu o tema da pesquisa. Não se

esqueçam de contar quais foram os temas sugeridos e como foi feita a votação.

3ª. DEFINIÇÃO DA AMOSTRA – Relatem quais foram as pessoas entrevistadas e expliquem o

motivo.

4ª. QUALIFICAÇÃO DO TEMA – Falem um pouco sobre o que discutimos sobre o tema

escolhido antes de iniciar a construção do questionário.

5ª. ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO – Expliquem em detalhes como elaboramos as

perguntas e respostas do questionário da pesquisa.

6ª. REALIZAÇÃO DO PRÉ-TESTE – Contem sobre como o questionário foi pré-testado.

7ª. COLETA DE DADOS – Descrevam a coleta de dados, ou seja, como os questionários foram

respondidos.

8ª. TABULAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS RESULTADOS – Contem sobre vocês fizeram para

tabular os dados. Falem sobre o preenchimento das tabelas, a contagem dos resultados e a

transformação em porcentagem.

9ª. DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS – Comentem sobre as questões que vocês selecionaram

para analisar e o gráfico utilizado para registrar os resultados encontrados. Não se esqueçam

de acrescentar as suas conclusões sobre a pesquisa realizada.

10ª. PLANO DE AÇÃO – Para encerrar o texto, falem o que pode ser feito para melhorar o

contexto pesquisado a partir dos resultados encontrados.

Finalmente, façam uma leitura atenciosa do texto escrito e corrijam erros de português

encontrados. Para tirar as dúvidas, tenham sempre em mãos um dicionário.

18

Pretendia selecionar cinco notícias para que a turma escolhesse a melhor. Mas como os

alunos produziram textos muito parecidos com o registro feito no caderno e, também, em função do

grande tempo já gasto com a realização da pesquisa, eu mesma organizei uma notícia fazendo uma

coletânea de todos os textos produzidos e acrescentando as análises feitas.

MATEMÁTICA – 7º ANO – PROFª. CRISTINE

UMA ATIVIDADE DIFERENTE

Os alunos da turma 311 encontram resultados surpreendentes ao pesquisar

a opinião das pessoas sobre os Direitos e os Deveres dos Alunos na EMCDA

Na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade,

nas aulas da professora Cristine, os alunos da turma 311

fizeram uma pesquisa de opinião sobre os Direitos e Deveres

dos Alunos na EMCDA.

O trabalho durou quatro semanas. Fazer uma pesquisa

de opinião não é tão fácil quanto parece! Além de escolher o

tema, os alunos: elaboraram um questionário; formaram duplas

para entrevistar alunos de outras turmas, professores,

funcionários e estagiários da escola; tabularam os resultados;

montaram gráficos e construíram textos para divulgar os

resultados de algumas das dezesseis questões pesquisadas.

Os alunos estão muito empolgados com o término da pesquisa, pois os resultados

foram surpreendentes: 26% dos alunos da EMCDA não sabem a diferença entre direitos e

deveres; 30% não conhecem todos os seus direitos; 24% não conhecem todos os seus

deveres; 82% acham que os alunos não cumprem seus deveres adequadamente. Além disso,

a maioria dos alunos (64%) acha que têm mais deveres enquanto a maioria dos professores

(62,5%) acha que os alunos têm mais direitos. Quem estará certo?

Para responder essa pergunta todos precisam conhecer os direitos e deveres dos

alunos e saber a diferença entre eles. Para esse trabalho de esclarecimento, os alunos

contam com o apoio da rádio da escola, do CaDrum, dos professores e da coordenação.

Alunos e alunas da turma 311

Finalmente, encerrei o trabalho no dia 09/06/2010, com a leitura da notícia acima e com a

apresentação de um “vídeo”14

sobre a realização da pesquisa de opinião. A turma ficou encantada e

adorou o rap “Pesquise a Pesquisa”15

. Aproveitei a oportunidade para agradecer e parabenizar a

turma pela brilhante participação.

14

Para produzir o vídeo utilizei o software Windows live movie maker.

15 Rap produzido pela estudante Atiely Santos, conhecida comoT.L.Queen sobre o programa Nossa Escola Pesquisa Sua

Opinião. Disponível em http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=3.08.03.00.00&ver=por; consultado em

30/05/2010.

19

A seguir, no meu horário de planejamento, apresentei para a coordenadora pedagógica o

vídeo e o registro da pesquisa realizada pela turma 311. Ao saber dos resultados ela reforçou sua

preocupação com a adaptação dos alunos de 7º ano às regras da Escola e já está pensando em como

pode aproveitar os resultados para fazer um trabalho eles.

Agora, aguardamos a execução do plano de ação: a turma pretende solicitar o apoio das

equipes da rádio da escola, dos professores e da coordenação, para a divulgação dos resultados da

pesquisa e para o desenvolvimento de um trabalho de esclarecimento. Além disso, a notícia

produzida no final do trabalho será divulgada no jornal da Escola (CaDrum) e também será

postada, juntamente com o vídeo, no blog da escola (http: //drummondear.blogspot.com).

X. Observações gerais

Ao iniciar o trabalho com a pesquisa de opinião, esperava apenas aproveitar a oportunidade

para abordar o Bloco Tratamento de Informação possibilitando aos alunos

o desenvolvimento da capacidade de interpretar, analisar e avaliar dados

matemáticos inseridos em diferentes contextos, de estabelecer inferências e

conexões lógicas, de realizar previsões e de argumentar, expressando ideias e

pontos de vista a partir das análises produzidas. (PBH/SMED, 2009, p.37)

Mas, felizmente, esse trabalho superou minhas expectativas iniciais até mesmo em relação

às habilidades matemáticas. Durante a tabulação dos dados foi necessário retomar o trabalho com

adição, multiplicação, porcentagem, arredondamento e cálculo mental.

Na dimensão formativa, observei que a realização da pesquisa de opinião estimulou e

revelou a participação, o empenho e a criatividade dos meus alunos. De acordo com Lopes (2002,

p.12) “a vivência de coletar, representar e analisar dados que sejam significativos e inseridos em seu

contexto podem ampliar o universo de competências e acentuar o potencial criativo de nossos

estudantes.” Foi isso que verifiquei nesse trabalho realizado com a turma 311.

A aceitação do trabalho por parte dos alunos foi tão significativa que, em seus registros, eles

destacaram que gostaram muito de realizar a pesquisa de opinião e que estavam ansiosos em ver os

resultados divulgados no CaDrum. Manifestaram também o desejo de realizar outra pesquisa de

opinião e, por isso, firmei um acordo com eles me comprometendo a repetir essa atividade nas aulas

de matemática assim que for possível. Mas também ressaltei que agora que eles já conhecem o

processo, poderão utilizá-lo sempre que for preciso para resolver situações ligadas a sua vida

cotidiana e/ou escolar, até mesmo em outras disciplinas.

20

XI. Referências bibliográficas

ESCOLA MUNICIPAL CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Projeto Político-Pedagógico. Belo

Horizonte: EMCDA, 2003.

LOPES, Celi Aparecida Espasandin & MOURA, Anna Regina Lanner de Moura (org.). Encontro das

crianças com o acaso, as possibilidades, os gráficos e as tabelas. Campinas: Gráfica FE/Unicamp, 2002.

p. 12.

LOPES, Celi Aparecida Espasandin e CARVALHO, Carolina. Literacia Estatística na educação

básica. IN: NACARATO, Adair Mendes e LOPES, Celi Aparecida Espasandin (org.) Escritas e

Leituras na Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 87 a 90.

LOPES, Celi Aparecida Espasandin. Literacia estatística e o INAF 2002. IN: FONSECA, Maria da

Conceição F. R. (org.) Letramento no Brasil – Habilidades Matemáticas. São Paulo: Global,

2004. p. 187 a 197.

MONTENEGRO, Fabio & RIBEIRO, Vera Masagão (Ed). Nossa escola pesquisa sua opinião.

Manual do professor. 2 ed. São Paulo: Global, 2002. 22pp.

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Educação. Desafios da

formação: Proposições Curriculares do 3º Ciclo do Ensino Fundamental – Matemática. Texto

Preliminar. Belo Horizonte: SMED, 2009.

_____. Tratamento da Informação. Cadernos de Educação Matemática – Ensino Fundamental –

volume 6. Belo Horizonte; SMED, 2008. 36pp.

INSTITUTO PAULO MONTENEGRO. NEPSO. Pesquise a Pesquisa. Disponível em <

http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=3.08.03.00.00&ver=por >. Acesso em: 30 maio

2010.

XII. Anexos

Anexo 1 – Foto 1: Turma 311

Fotos 2 a 6: Escolha do tema

Foto 7: Qualificação do tema

Fotos 8 a 13: Pré-teste do questionário

Fotos 14 a 21: Desenvolvimento do trabalho de campo

Fotos 22 a 27: Tabulação e organização dos resultados

Fotos 28 a 34: Análise dos resultados e estabelecimento do plano de ação

Fotos 35 a 40: Apresentação dos resultados na turma

Anexo 2 – Folhas do registro do trabalho realizado na turma 311 que os alunos colaram no caderno.