UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO TECNOLÓGICO DE GASTRONOMIA NUTRIÇÃO BÁSICA – UPO 8534 Material de Suporte Teórico para o Aluno 2010.1

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO TECNOLÓGICO DE GASTRONOMIA

NUTRIÇÃO BÁSICA – UPO 8534

Material de Suporte Teórico para o Aluno

2010.1

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Índice

Introdução à Nutrição, 3 Carboidratos, glicídios ou açúcares, 7 Proteínas, 14 L i p í d i o s, 18 V i t a m i n a s, 22 M i n e r a i s, 25 Pigmentos e Cocção de Hortaliças, 30 Alimentação Saudável, 33 Cardápios e Ficha Técnica, 39 Alterações de Nutrientes no Processamento de Alimentos, 46

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Introdução à Nutrição

1. Definições

1.1. Nutrição

É a ciência que estuda os alimentos quanto a sua composição química e o seu

aproveitamento no organismo humano. É um processo involuntário e inconsciente

que abrange a digestão, absorção, utilização dos nutrientes e a excreção.

1.2. Alimentação

É um processo voluntário e consciente pelo qual o ser humano obtém os

alimentos.

2. Sistema Digestório Humano

3. Nutrientes

São substâncias químicas com funções específicas e que funcionam associadamente.

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São eles:

Carboidratos,

proteínas,

lipídios,

vitaminas,

sais minerais e

água.

4. Leis de Pedro Escudero

1ª Quantidade - Tem relação com a quantidade de alimentos que uma dieta oferece, devendo ser

suficiente para atender as necessidades calóricas do organismo humano.

2ª Qualidade - Refere-se à alimentação ser planejada de forma a conter todos os princípios

nutritivos necessários à saúde.

3ª Harmonia – Relaciona-se à quantidade em que os nutrientes estarão na alimentação, devendo

guardar proporções adequadas entre si.

4ª Adequação – Refere-se à alimentação estar adequada às condições de cada indivíduo, ou seja,

compatível com sua idade, sexo, atividade física , hábitos e condição sócio-cultural.

5. Fatores que interferem nas necessidades de Nutrientes na alimentação

As necessidades energéticas do indivíduo variam em função de:

Idade;

atividade;

estado patológico;

sexo;

estado fisiológico

biótipo.

6. Educação Alimentar

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6.1. Pirâmide de Alimentos

6.2. Grandes refeições: Almoço e jantar

Carboidratos complexos – 55 a 58%

Arroz integral, massa integral, feijão, Aveia, lentilhas, grão-de-bico

Proteínas – 12 a 15%

Carnes magras, aves, ovos

Peixes: carpa, hadoque, Arenque, cavala, salmão, sardinha, truta, atum, namorado,

corvina, Tainha. Nozes

Lipídios

Óleos vegetais, azeite.

Fibras

Saladas cruas, à vontade; broto de feijão.

Porções para fazer uma alimentação equilibrada:

Saladas – 100g

Proteínas – 120 a 140 g

Guarnição – 80 a 100g

Acompanhamentos – 60 a 100g

Sobremesas – Frutas

6.3 Pequenas refeições

Café-da-manhã

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Leite, café, chá, frutas, pães integrais e cereais matinais

Lanches saudáveis

Leite, café, chá, frutas, pães integrais, suco de frutas ou de vegetais, vegetais folhosos e

legumes crus.

Evitar - Açúcar simples: Doces, tortas, balas, confeitos

Orientações para lembrar:

o Mantenha-se hidratado

o Mantenha grande variedade de alimentos em seu cardápio

o Coma com frequência

o Não deixe de fazer o café-da-manhã

o Faça exercícios

o Crie tempo para comer

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Carboidratos, glicídios ou açúcares

1. Definições

Os carboidratos são as moléculas mais frequentes na natureza, sua fórmula é CnH2n0n, e

por isso o nome "carboidrato", ou "hidratos de carbono”.

2. Funções

2.1. Fonte de energia

Fontes de Energia para o metabolismo e as atividades diárias.

o 1 g = 4 Cal.

O carboidrato é a única fonte de energia para cérebro.

Nosso corpo armazena carboidratos apenas:

No fígado (300 a 400g), músculo (glicogênio) e sangue (glicose).

Os carboidratos evitam que os músculos sejam utilizados para produção de energia.

Assim se a dieta for pobre em carboidratos irá queimar as proteínas.

3. Classificação

3.1. Monossacarídeos (açúcares simples) – Fórmula CnH2nOn

Ex: Glicose, frutose, manose, galactose

Alimentos em que estão presentes:

Mel, milho, doces, frutas.

3.2. Oligossacarídeos

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São carboidratos formados por dois ou três monossacarídeos.

São exemplos:

Sacarose = Glicose + Frutose – É o açúcar de mesa

Lactose = glicose + galactose

Maltose = glicose + glicose

3.3. Polissacarídeos (Carboidratos Complexos)

São os carboidratos complexos, macromoléculas formadas por milhares de

unidades de monossacarídeos ligadas entre si e unidas em longas cadeias lineares ou

ramificadas. Os polissacarídeos possuem duas funções biológicas principais, como forma

armazenadora de combustível e como elementos estruturais.

Exemplos:

Amido: É o polissacarídeo de reserva da célula vegetal. Glicogênio: É o polissacarídeo de reserva da célula animal. Muito semelhante ao

amido. Celulose: É o carboidrato mais abundante na natureza. Possui função estrutural na

célula vegetal, como um componente importante da parede celular. Semelhante ao amido e ao glicogênio em composição. Forma fibras insolúveis em água e não digeríveis pelo ser humano.

Exemplos de alimentos ricos em polissacarídeos:

Amido, celulose e frequente em vegetais: trigo, grãos, batatas, ervilhas, feijões e verduras, em

geral.

Exemplo de amido

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4. Classificação dos alimentos quanto ao teor de Glicídios

4.1. Vegetal A – 0 a 5 %

Acelga

agrião

aipo

alface

aspargo

berinjela

bertalha

brócolis

champignon

chicória

couve

couve-flor

espinafre

nirá

palmito

pepino

repolho

rúcula

tomate

pimentão

rabanete

jiló

nabo.

4.2. Vegetal B – 10 a 15 %

Abóbora beterraba

cebola cenoura

chuchu quiabo

Vagem ervilha verde

abobrinha

4.3. Vegetal C – 15 a 20 %

aipim (mandioca)

batata baroa

batata inglesa

batata doce

cará

inhame

5. Fibras Dietéticas

Compostos presentes nas paredes celulares dos vegetais, não-digeríveis pelo organismo.

5.1. Funções

Melhoram a motilidade intestinal;

Fator de proteção contra o colesterol;

Promovem saciedade.

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Exemplos: Celulose, hemicelulose, pectina, gomas, mucilagens, lignina, amido resistente.

Recomendação 20 a 30 g / dia – em cereais, pães integrais, frutas, vegetais e legumes.

5.2. Características da fibras – Solúveis em água

Pectina, gomas e mucilagens.

Fontes: leguminosas, sementes, frutas (polpa de maçã, banana e laranja ) e hortaliças (

cenoura e batata).

Formam gel e permanecem por mais tempo no estômago, favorecendo a saciedade. O gel

atrai gorduras e açúcares e os elimina nas fezes, por isso reduzem os níveis de colesterol

e glicemia do sangue.

Inulina e frutooligossacarídeos (FOS) – Prebióticos

o Os FOS são produzidos a partir da inulina fermentada por bifidobacterias

(microorganismos presentes na flora intestinal). Estimulam o crescimento da flora

saudável no intestino.

o Funções:

- favorecer a imunidade

- atuar na prevenção da diarréia e constipação

- reduzir o colesterol do sangue

- favorecer a absorção e produção de nutrientes (B1,B2,B3,B6,B9 e B12)

- melhorar a tolerância à lactose

o O consumo de 5 a 20g/dia (durante 15 dias)

o Inulina e frutooligossacarídeos (FOS) – Prebióticos

o Fontes: Alcachofra, raízes de chicória, aspargos, alho-poró, cebola, alho e trigo.

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5.3. Características da fibras – Insolúveis em água

São de textura firme – Celulose, hemicelulose e lignina

Fontes: Farelo de trigo e hortaliças, grãos integrais, nozes, amêndoas, amendoim, vários

tipos de frutas (pêra, maçã com casca, etc.) e as hortaliças (ervilha, cenoura, brócolis).

Retêm água produzem fezes macias e com volume ajudando o intestino a funcionar

melhor.

Atenção: ao comer fibra aumente muito a ingestão de água.

Em excesso, podem aumentar a excreção de zinco, cálcio, magnésio, fósforo e ferro.

6. Índice Glicêmico

O índice glicêmico (IG) é um fator que diferencia os carboidratos e está relacionado com o

nível de açúcar no sangue (glicemia).

Sempre que ingerimos carboidratos, estes entram na corrente sanguínea com diferentes

velocidades.

Desta forma é possível classificá-los: quanto mais rápido o seu ingresso, maior será a

libertação de insulina pelo pâncreas, pois o corpo tenta equilibrar os níveis de açúcar.

A escala, indicada em %, utiliza como referência a ingestão do pão branco ou glicose,

assumindo-se IG igual a 100.

Alimentos que afetam pouco a resposta de insulina no sangue são considerados de baixo

valor glicêmico, e os que afetam muito, de alto valor glicêmico.

A insulina é um hormônio que tem o poder de transportar o açúcar para dentro das células

dos músculos. No fígado, se deposita na forma de glicogênio; estes depósitos, entretanto, têm

uma capacidade limitada, o que faz com que todo o excesso de glicose no sangue seja convertido

em ácidos gordurosos e triglicerídeos que serão armazenados sob a forma de gordura.

Risco - Caso o indivíduo continue ingerindo alimentos de alto IG, o seu organismo começa a

adquirir resistência à insulina, uma vez que o seu corpo começa a produzir uma quantidade

maior de insulina.

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Curva de índice glicêmico no sangue.

6.1. Alimentos com índice glicêmico – Baixo

Soja - 18

Lentilha - 29

Cereja - 22

Feijão Preto - 30

Damasco seco - 31

Fettuccine – 32

Iogurte - 36

Pêra - 37

Maçã - 38

Sopa de tomate – 38

Ameixa - 39

Ravioli -39

6.2. Alimentos com índice glicêmico – Médio

Pêssego - 42

Laranja - 44

Macarrão - 45

Arroz instantâneo - 46

Cenoura - 49

Inhame - 51

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Kiwi - 53

Banana - 54

Pipoca - 55

Manga - 56

Damasco - 57

Arroz branco - 58

6.3. Alimentos com índice glicêmico – Alto

Pizza de Queijo - 60

Sorvete de Creme - 61

Passas - 64

Beterraba - 64

Sopa de feijão preto - 64

Abacaxi - 66

Nhoque - 67

Croissant - 67

Purê de batata - 70

Pão branco de trigo - 71

Melancia - 72

Abóbora - 75

Waffles - 76

Corn flakes – 83

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Proteínas

1. Definições

São macromoléculas complexas formadas pela junção de aminoácidos, também

denominadas de polipeptídios e possuem funções essenciais para a vida.

A proteína é formada no mínimo por 20 aminoácidos.

1.1. Estrutura do aminoácido

Aminoácidos essenciais

o Triptofano

o Treonina

o Metionina

o Lisina

o Fenialanina

o Leucina

o Isoleucina

o Valina

Aminoácido limitante - É a menor quantidade encontrada em um alimento do aminoácido

essencial, em relação ao referencial.

2. Classificação das Proteínas quanto à estrutura

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2.1. Simples – Hidrólise fornece aminoácidos.

Exemplos de proteínas simples:

Albuminas, globulinas, glutelinas, prolaminas, escleroproteínas, histonas,

protaminas.

Albuminas:

albumina de ovo, albumina do soro do sangue, albumina do leite, legumelina de ervilhas,

leucosina de trigo, etc.

Ovo-globulina de gema de ovo, globulina de soro de sangue,

miosina de músculo, faseolina de feijões, legumina de ervilhas, excelsina de nozes ,

amandina de amêndoas, etc.

glutenina de trigo, orizenina de arroz.

Prolaminas :São proteínas vegetais encontradas principalmente em sementes.

Exemplos: zeína de milho, hordeina e gliadina do trigo.

As escleroproteinas são componentes principais de estruturas externas como

cabelo, córnea, cascos e unhas. Também são comuns nos tecidos conjuntivos,

tecidos fibrosos, cartilagem e osso.

Exemplos: queratinas de cabelo, da córnea, de cascos e de unhas; elastina de

tecido conjuntivo e ligamentos; colágeno de ossos, cartilagem, e tendões.

2.2. Conjugadas

Dão origem a outros componentes além de aminoácidos.

Nucleoproteínas - Proteínas + Ácidos Nucleicos

Glicoproteínas – Proteína + Carboidrato

Lipoproteínas – Proteína + triglicerídeos; colesterol

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Fosfoproteínas – Proteína + Ácido fosfórico

Cromoproteínas – Proteínas + grupo prostético

3. Classificação das Proteínas de acordo com a função biológica

Enzimas – lipase, amilase, tripsina

Ptn transportadoras – Hemoglobina, lipoproteínas, mioglobina

Ptn contrácteis ou de movimento – Actina e miosina

Ptns estruturais – Colágeno e elastina

Ptns de defesa – anticorpos

Hormônios – insulina, hormônio de crescimento

Ptns nutricionais – gliadina ( trigo); ovoalbumina (ovo); caseína (leite)

4. Fontes Alimentares

4.1. Proteínas Completas

Possuem todos os aa essenciais.

Caseína (leite)

Ovoalbuminas e ovovitelinas (ovo)

Glicinina (soja)

Lactoalbuminas (leite e queijo)

Albumina e miosina (carne)

Excelsina (castanha do Pará)

4.2. Proteínas Parcialmente completas

Possuem os aminoácidos essenciais, porém em quantidade insuficiente para a

manutenção da saúde.

Gliadina (trigo)

Legunina (ervilha)

Faseolina (feijão)

Legumelina (soja)

4.3. Proteínas Incompletas

Não possuem todos os aminoácidos essenciais e as quantidades dos que possuem

são insuficientes para a manutenção da saúde.

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Zeína (milho – falta triptofano e tirosina)

Gelatina (falta triptofano e tirosina)

5. Influência do Processamento sobre a composição das Proteínas nos alimentos

5.1. Calor , Cozimento – Causam desnaturação (inativação de enzimas e fatores anti-

nutricionais).

O calor melhora a palatabilidade e digestibilidade dos alimentos.

Promove - Reação de Maillard

o Conversão do colágeno em gelatina

o Desnaturação de proteínas

5.2. Acidez e alcalinidade elevados – Desnaturação e degradação.

5.3. Oxidação

5.4. Ação da luz – Reações de oxidação

5.5. Atividade de água – Influenciam as reações de decomposição (microorganismos).

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L i p í d i o s

1. Definições

São substâncias insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, de origem animal

e vegetal.

Encontram-se distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas membranas celulares

e nas células de gordura. Ingerimos na forma de triglicerídeos e fosfolipídios.

São formados de Ácidos graxos.

2. Funções

Formação de energia (1g – 9 kcal);

Como agentes transportadores: vitaminas, hormônios.

Melhorador do sabor dos alimentos;

Diminui o volume dos alimentos;

Aumenta o tempo de digestão;

Fornece ácidos graxos essenciais – linolênico ( ômega -6) e linoléico ( ômega -3)

3. Tipos

3.1. Ácidos graxos saturados

Não possuem duplas ligações;

São geralmente sólidos à temperatura ambiente;

Gorduras de origem animal são geralmente ricas em ácidos graxos saturados.

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Exemplos:

o Ác. Butírico;

o ác. Cáprico;

o ác. Laurico,

o ác. Palmítico,

o ác. Esteárico.

Fontes Alimentares

• Manteiga,

• toucinho, bacon,

• banha de porco,

• óleo de coco e

• óleo de palma

3.2. Ácidos Graxos Insaturados

Possuem uma ou mais duplas ligações e são mono, di ou poliinsaturados.

São geralmente líquidos à temperatura ambiente: óleos e azeites.

Fornecem ácidos graxos essenciais: linolênico ( ômega -6) e linoléico ( ômega -3).

São encontrados nas gorduras polinsaturadas:

Ác. linoléico : Óleos de milho, girassol e soja

Ác. linolênico: Óleo de linhaça

Os óleos de peixes - São ricos em ác. Gráxo eicosapentanóico (EPA) e ác.

Docosahexaenóico (DHA), que formas insaturadas da série ômega -3.

o Os peixes que contêm maior quantidade de EPA e DHA são os de águas frias:

Salmão, truta e bacalhau.

3.2.1. Configuração geométrica Cis e Trans

Os ác. gráxos insaturados podem ser classificados de acordo com a posição dos átomos

de hidrogênio ligações como cis e trans.

Diferem quanto à solubilidade, ponto de fusão, propriedades biológicas e nutricionais.

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Alimentação rica em ác. monoinsaturados Cis pobres em ác. graxos saturados diminuem

os riscos de doenças cardíacas.

4. Classificação quanto ao tipo de lipídio

4.1. Lipídios Simples

Sua hidrólise total dá origem a ácido graxo + alcoóis.

Óleos e gorduras – Ác. graxo + glicerol , são chamados de glicerídeos.

4.2. Lipídios Compostos

Fosfolipídios - Ác. Graxos que contém ác.fosfórico e um composto nitrogenado.

4.3. Lipídios Derivados

São substâncias obtidas pela hidrólise dos lipídios simples e compostos.

Álcoois : glicerol, esteróis; prostaglandinas

Vitaminas lipossolúveis;

Pigmentos;

Compostos nitrogenados.

5. Utilização

Desde a época dos Faraós, há quase 5 mil anos, a palma oleaginosa vem sendo aplicada à

alimentação. O óleo chegou ao Egito vindo da África Ocidental.

Alimentação: como óleos de cozinha, margarina, manteiga, banha.

Produtos manufaturados: sabões, resinas, cosméticos, lubrificantes.

No século XX a palma oleaginosa foi introduzida na Malásia e plantada

comercialmente em 1917, o que deu origem ao óleo de palma da Região.

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No Brasil, chamada de Palmeira do Dendê , foi introduzida pelos escravos no

século XVI .

Existem indícios de produção de manteiga de cerca de 2 mil a.C.

As primeiras fontes de obtenção de gordura foram das carcaças de animais

selvagens, substituídos por animais domésticos.

No Brasil a manteiga tem 100 anos de utilização e para a fritura utilizava-se banha

de porco.

A primeira margarina foi fabricada 1869 por um farmacêutico francês, que tinha

como objetivo, produzir uma gordura barata que não estragasse facilmente.

6. Óleos e azeites

Azeite é a denominação de óleos obtidos de frutos.

Azeite de oliva

Azeite de dendê (dendezeiro e de outras palmas ),

A concentração de ác. gráxos no azeite de oliva ocorre de acordo com o método de

extração:

RDC n°27/2005 - Anvisa

o Azeite extra-virgem, de primeira prensagem a frio, deve apresentar no máximo 0,8g/100g

de acidez em ácido oléico.

o Azeite de oliva virgem, obtido por outras prensagens, deve ter no máximo 2,0g/100g de

acidez em ácido oléico.

o Azeite de Oliva refinado, obtido pelo refino do azeite virgem, deve ter no máximo 0,3

g/100 g de acidez em ácido oléico.

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V i t a m i n a s

1. Definições

Compostos orgânicos de natureza diversa, exigidos pelo organismo em quantidades pequenas

na dieta com funções de manutenção, crescimento e reprodução.

Quadro resumo da classificação das vitaminas de acordo com a função.

2. Função

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2.1. Vit. A ( β-caroteno, retinol ) e Vit. B2 Riboflavina

Crescimento Normal;

Visão – cegueira noturna;

Fontes alimentares: Carnes, cereais integrais, ovos, cenoura, óleo de fígado de

bacalhau, leite e derivados, vegetais verdes.

2.2. Vit. D – Previne o raquitismo

Ossos – Cálcio e fósforo;

Fontes: Sol, ovos, manteiga, fígado, óleo de fígado de bacalhau.

2.3. Vit. B2 Riboflavina – Crescimento das hemácias

Vit. B6 Piridoxina – Alivia os sintomas pré- menstruais;

Vit. B12 – Cianocobalamina – desenv. de hemácias;

Vit. E – Evita anemia;

Sangue;

Fontes Alimentares: Ovos, óleo de fígado de bacalhau, cenoura, carnes, banana,

nozes, vegetais folhosos.

2.4. Vit. C – Previne o escorbuto

Manutenção de dentes e gengivas;

Fontes Alimentares: frutas cítricas; pimentão, tomate.

2.5. Vit. B1 Tiamina –

Vit. B2 Riboflavina – transforma em energia

Vit B3 Niacina –

Vit B5 Ácido Pantotênico

Vit B7 Biotina

Metabolismo de carboidratos;

Fontes alimentares – Leite, carne, ovos, vegetais folhosos, nozes, cenoura, aves,

cereais integrais.

2.6. Vit. E

Vit. B2 Riboflavina – transforma em energia

Vit B3 Niacina

Vit B5 Ácido Pantotênico

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Vit B7 Biotina

Metabolismo de gorduras;

Fontes alimentares – Leite, ovos, queijos, nozes, castanha do Pará,

vegetais folhosos, cereais integrais, fígado, cereais integrais.

2.7. Vit. B2 Riboflavina – transforma em energia

Vit B3 Niacina

Vit B7 Biotina

Metabolismo de proteínas;

Fontes alimentares – Leite, ovos, queijos, nozes, castanha do Pará, vegetais

folhosos, cereais integrais, fígado, cereais integrais.

2.8. Vit. B9 Ácido Fólico – Importante no bom desenvolvimento do embrião e feto.

Vit. B12 Cianocobalamina – Desenvolvimento normal de medula óssea, intestinos

e SNC.

DNA;

Fontes alimentares – Leite, ovos, queijos, nozes, castanha do Pará, vegetais

folhosos, cereais integrais, fígado, cereais integrais.

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M i n e r a i s

1. Definições

Elementos com funções orgânicas essenciais que atuam como constituintes de enzimas,

hormônios, secreções e proteínas do tecido orgânico.

2. Classificação

2.1. Macro-elementos:

Cálcio

Fósforo

Enxofre

Potássio

Cloro

Sódio

Magnésio

2.2. Micro-elementos:

Ferro Vanádio

Flúor Estanho

Zinco Selênio

Cobre Manganês

Iodo Níquel

Cromo Molibdênio

Cobalto

Silício

2.3. Elementos Traços

Chumbo

Mercúrio

Boro

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Lítio

Estrôncio

Cádmio

Arsênio

3. Funções dos Minerais

3.1. Cálcio

99% nos ossos e dentes

Função

o Auxilia a formação e manutenção dos ossos;

o Atua na coagulação sanguínea;

o Atua nas contrações musculares;

o Importante na prevenção de osteoporose.

Fontes Alimentares

o Leite e derivados, brocolis, couve, ervilhas secas, feijões, castanhas e peixes

(sardinha ), mariscos.

3.2. Cloro

Função

o Funciona como ativador de enzimas;

o Faz parte do ácido clorídrico (estômago).

Fontes Alimentares

o Sal de cozinha, Alimentos do mar;

o Leite, carne, ovos.

3.3. Enxofre

Função

o Faz parte da estrutura de aminoácidos e vitaminas hidrossolúveis.

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Fontes Alimentares

o Alimentos proteicos ( carnes, peixes, ovos, aves, ovos);

o Queijos; legumes, nozes.

3.4. Fósforo

Função

o A maior parte encontra-se juntos com o cálcio nos óssos;

o São importantes para regular o pH.

Fontes Alimentares

o Carnes, peixes;

o Leite, ovos;

o leguminosas e cereais integrais; Nozes.

3.5. Magnésio

Função

o Formação e manutenção de ossos e dentes;

o Ativa reações químicas que produzem energia dentro da célula;

o Controla a transmissão dos impulsos nervosos e as contrações musculares.

Fontes Alimentares

o Peixes, leite, pães, cereais integrais, leguminosas;

o Verduras e nozes.

3.6. Potássio

Função

o Atua no controle do equilíbrio de água do corpo;

o Ajuda nos impulsos nervosos e nas contrações musculares;

o Mantém o ritmo cardíaco normal.

Fontes Alimentares

o Pães, cereais integrais, verduras, leguminosas; carnes e leite;

o Frutas, principalmente banana e laranja.

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3.7. Sódio

Função

o Auxilia no controle do equilíbrio da água do corpo;

o Atua na formação de impulsos;

o Normaliza o ritmo cardíaco.

Fontes Alimentares

o Sal de cozinha, pães, cereais, queijos;

o Carnes e peixes defumados;

o Alimentos embutidos e enlatados;

o picles, alimentos industrializados em geral.

3.8. Ferro

Função

o Encontram-se nas hemácias formando a hemoglobina;

o ajuda na formação de enzimas que estimulam o metabolismo.

Fontes Alimentares

o Carnes vermelhas, vísceras (fígado, coração), peixe, gema de ovo;

o Espinafre, agrião;

o Cereais e feijões;

3.9. Iodo

Função

o Contribui para a produção de hormônios tireoidianos, que controlam o

crescimento e o desenvolvimento mental,

o Contribui para a produção de enzimas que estimulam o metabolismo.

Fontes Alimentares

o Peixes, frutos do mar, algas;

o Sal de cozinha, adicionado de iodo por medida de saúde pública.

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3.10. Flúor

Função

o Protege contra cáries, pelo fortalecimento do esmalte dos dentes;

o Fortalecimentos dos ossos.

Fontes Alimentares

o Peixes, água de abastecimento, em regiões onde é adicionada;

o chá, café, arroz, soja, espinafre, gelatina, cebola, alface.

3.11. Zinco

Função

o Ajuda a cicatrização.

o Favorece que o crescimento e o desenvolvimento sexual;

o Conserva a pele e o cabelo;

o Controla a atividade de várias enzimas.

Fontes Alimentares

o Carnes magras, ovos, leite;

o Peixes e frutos do mar;

o Cereais integrais;

o Feijões, pães integrais; castanhas.

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Pigmentos e Cocção de Hortaliças

1. Pigmentos

São substâncias que dão cor aos alimentos.

Não apresentam propriedades nutritivas.

São importantes na prevenção e combate a doenças.

1.1. Pigmento – Beta-caroteno ( Pró-vitamina A )

Cor: Amarelo, alaranjado e verde escuro

Alimentos: Mamão, manga, damasco, cenoura, abóbora, mandioquinha,

brócolis, couve, escarola, almeirão, espinafre

Benefícios: Fortalece o sistema imunológico, é antioxidante e ajuda na

prevenção do câncer (principalmente de pulmão) e da cegueira noturna,

além de deixar a pele saudável.

1.2. Pigmento – Licopeno

Cor: Vermelho

Alimentos - Tomate (principalmente em forma de molho), melancia,

goiaba;

Benefícios – Antioxidante. Combate os radicais livres, auxiliando na

prevenção do câncer de próstata, de mama e no combate ao

envelhecimento. Em conjunto com outros antioxidantes ajuda a diminuir o

colesterol.

1.3. Pigmento Flavonóide – Antocianina

Cores - Vermelho, roxo, azulado

Alimentos - Uva, vinho tinto, framboesa, amora, açaí, beterraba

Benefícios - Antioxidante, combate os radicais livres, ajuda na redução do

colesterol, na prevenção do câncer e da aterosclerose (degeneração das

artérias)

31

1.4. Pigmento Flavonóide – Antoxantina

o Cor – Branco

o Alimentos - Cebola, alho, couve-flor

o Benefícios - Antioxidante, combate os radicais livres, ajuda na redução do

colesterol e na prevenção do câncer

2. Estudo da Célula Vegetal

Plastídios

Cromoplastos – Carotenóides e licopeno;

Cloroplastos – Clorofila

Leucoplastos – Amido

Vacúolo

seiva vegetal = água, sais minerais, vitaminas e ácidos.

pigmentos = flavonóides – antocianinas e antoxantinas.

Membrana Celular

Celulose,

Hemicelulose,

Lignina.

3. Cocção

Acidificação natural na cocção

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Fatores na cocção de hortaliças

o Tempo e temperatura - ;

o Volume de água – Quanto maior, mais dissolução;

o Composição da água – Dura (+ cálcio, magnésio e potássio);

Mole (+ sódio – potássio).

Cuidados na Cocção de Hortaliças

o Cozinhar de acordo com os pigmentos;

o Ferver a água antes do cozimento;

o Quantidade suficiente de água;

o Cozinhar o alimento com casca e inteiro.

Valores Nutricionais na Cocção das Hortaliças

o Vitaminas lipossolúveis = retidas no alimento;

o Vitaminas complexo B = pouco retidas no alimento;

o Vitaminas C = muito solúvel;

o Cálcio = poderá passar para a água .

33

Alimentação Saudável

1. Funções da alimentação

Adquirir substâncias essenciais: Proteínas, lipídios, vitaminas e minerais;

Obtenção de energia para atividades.

2. Riscos associados à alimentação

Obesidade

o De acordo com a OMS 300 milhões de pessoas são obesas no mundo;

o IBGE – 17 milhões no Brasil.

Doenças cardiovasculares e hipertensão

o De acordo com a OMS, 16,7 milhões de pessoas morreram de doenças

cardíacas no Mundo em 2002; destes, 8,5 milhões foram mulheres.

o No Brasil em 2004, 249 mil morreram devido a problemas cardiovasculares.

Diabetes Mellitus Tipo 2

o É bastante associada à obesidade. Sabe-se que 60 a 90% dos diabéticos são

obesos.

o A incidência é maior após os 40 anos.

o É 8 a 10 vezes mais comum que o Diabetes Tipo 1.

3. Necessidades e Recomendações de Energia e Nutrientes

Foram criadas Recomendações com o objetivo de:

Permitir a manutenção do peso

Prevenir a obesidade, doenças cardiovasculares, o Diabetes Mellitus tipo 2 e a

osteoporose.

Função: Criar hábitos de alimentação saudáveis ao invés de criar proibições.

34

3.1. De acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição - (SBAN :)

Necessidades Nutricionais

Quantidade de energia e Nutrientes disponíveis nos alimentos que o individuo sadio

deve ingerir para satisfazer todas as necessidades fisiológicas.

Recomendações Nutricionais

Quantidade de Energia e nutrientes que devem conter os alimentos consumidos para

satisfazer as necessidades da maioria dos indivíduos de uma população sadia.

3.2. Recomendações Nutricionais Diárias

(RDAs – Recomendeed Dietary Allowances )

A RDA são as recomendações de ingestão diária de nutrientes para a população

americana saudável, estabelecidas pela (FNB) Food and Nutrition Board /National

Research Council (NRC) da Academia nacional de Ciências do Estados Unidos.

Em 1990, a RDA passou por modificações e passou a se chamar DRI (Dietary

Reference Intakes) ou Consumações de Referência Dietéticas. ( EUA e Canada )

Em 1990 a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição ( SBAN ), analisou as

recomendações nutricionais vigentes adaptando-as à população brasileira.

4. Passos para Calcular o Gasto Energético Diário

4.1. Calcular o Índice de Massa Corporal

4.2. Calcular o Peso

4.3. Calcular a Taxa Metabólica Basal

4.4. Calcular o Gasto Energético Diário

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4.1. Cálculo de Índice de Massa Corporal

O IMC é uma fórmula que indica se um adulto está acima do peso, se está obeso ou abaixo

do peso ideal considerado saudável.

4.2. Cálculo de Peso

PT = IMC médio x H 2

4.3. Cálculo de Taxa Metabólica Basal

É o mínimo de energia utilizada na manutenção dos processos corporais vitais:

respiração, metabolismo celular, circulação, manutenção da temperatura.

Taxa Metabólica Basal (OMS/FAO 1985)

IMC Kg/ m2 Classificação

< 16,0 Magreza grau III

16,0 -16,9 Magreza grau II

17,0 -18,9 Magreza grau I

19,0 - 24,9 Eutrofia

25,0 - 29,9 Pré-obeso

30,0 – 34,9 Obesidade grau I

35,0 – 39,9 Obesidade grau II

≥ 40,0 Obesidade grau III

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Recomendada pela Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição SBAN

4.4. Gasto Energético Diário segundo a Atividade Física

Nível de Atividade Física ( RDA) Fator Atividade

Repouso e sono TMB x 1,0

Leve

Trabalhar sentado, cozinhar, dirigir, digitar, costurar

TMB x 1.55 H

TMB x 1.56 M

Moderada

Caminhar entre 5 e 6 Km/h , carregar peso, praticar ciclismo,

jogar tênis, dançar

TMB x 1.78 H

TMB x 1.64 M

Intensa

Carregar peso em subida, jogar basquete, praticar alpinismo,

futebol

TMB x 2.1 H

TMB x 1.82 M

Gênero/ idade (anos) TMB

Masculino

10-18 (17,5 x peso) + 651

18-30 (15,3 x peso) + 679

30-60 (11,6 x peso) + 879

> 60 (13,5 x peso) + 487

Feminino

10-18 (12,2 x peso) + 746

18-30 (14,7 x peso) + 496

30-60 (8,7 x peso) + 829

> 60 (10,5 x peso) + 596

Durante a gestação Atividade Física normal Atividades Física reduzida

+ 285 Kcal + 200 Kcal

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Nos indivíduos sadios, o gasto energético é determinado por 3 fatores:

o Gasto energético basal - GEB (60 - 75%)

GEB é a energia necessária para a manutenção das funções fisiológicas basais;

o Termogênese dos alimentos (cerca de 10%);

o Atividade física (15 - 30%).

5. Orientações

Consumir alimentos variados em 4 refeições ao dia;

Manter um peso saudável e evite ganhar peso após os 20 anos de idade.

Realização de Atividade Física diárias e incluir caminhada à pé, subir escada, jogar bola,

dançar, e outros;

Ingestão de 4 a 5 porções diárias de frutas;

Ingestão de grãos, legumes e verduras todos os dias;

Redução de açúcar e refrigerantes;

Consumir pouco sal;

Usar óleos e azeites ao invés de outras gorduras;

Beber leite e comer produtos lácteos, com baixo teor de gordura, pelo menos 3 vezes ao

dia. REF.: (Arq Bras Endocrinol Metab 2000;44/3: 227-32)

6. Necessidades de Proteínas

CDR= 0,8g /Kg de peso ideal/dia (adulto);

Proteína= 10 a 12% da dieta.

7. Necessidades de Carboidratos

50 a 60% das calorias totais devem ser derivadas dos carboidratos;

Cada grama de carboidrato fornece 4 Kcal.

8. Necessidades de Lipídios

Ingestão ideal: máx 30%

Gordura saturada e gordura trans < 10%

Poliinsaturada < 10%

Monoinsaturadas: restante da ingestão

9. Necessidade de Líquidos

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São necessários pelo menos 500 ml/dia de excreção urinária

Perdas insensíveis: 500 a 1000 ml/dia

Consumo: de 2000 a 3000 ml/dia e adicionar 150-200ml/dia para cada grau

centígrado acima dos 37 graus Celsius.

10. Recomendações - National Academy of Science - EUA

Ingestão acima das Recomendações para alguns nutrientes associados a redução de

doenças crônicas

Ácido Fólico - Elevado no consumo de feijão preto – Proteção a doenças

cardiovasculares

Vitamina E – Ajuda na redução de LDL

Vitamina C – Podem reduzir doenças cardiovasculares e câncer, especialmente de

estômago.

Sódio – 6 g / dia. Estimativa de consumo no Brasil 12 g/ dia. Reduzir o consumo de

alimentos industrializados, defumados, enlatados, chips e adicionar sal aos alimentos

prontos.

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Cardápios e Ficha Técnica

1. Planejamento de Cardápio

2 . F i c h a T é c n i c a

Fatores a considerar

- Definição de uma linha mestra ou conceito do cardápio, com o tipo de cozinha que será seguido,

- Público; - Localização; - Poder aquisitivo; - Idade; - Hábitos

- Pesquisar as preparações que farão parte do cardápio,

- Montar as fichas técnicas; - Planejar a aquisição de equipamentos; - Definir a equipe.

Pesquisa de

Mercado

- Ingredientes; - Unidade; - Peso líquido ( Per capita ou total ); - Peso Bruto ( Per capita ou total ); - Fator de Correção; - Fator de Cocção; - Medida Caseira; - Rendimento; - Valor Nutricional; - Custo de preparação.

Fatores a considerar

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2.1. Indicadores no Preparo dos Alimentos

Indicador da Parte Comestível (IPC)

Denominado comumente de Fator de Correção é a constante obtida pela relação do peso bruto

(g) e peso líquido (g) do alimento.

2.2. Indicador de Conversão (IC) ou Fator de Cocção (FCÇ)

As modificações ocorridas no alimento em função de agentes físicos, químicos e biológicos, o

método de preparo, a intensidade de calor, interferem no produto final.

A conversão pode ser obtida pela relação entre o peso do alimento processado (g) e o peso do

alimento no estado inicial (g).

2.3. Indicador de Reidratação (IR)

É utilizado para cereais, leguminosas e alimentos deixados de remolho ( imersos em água ).

Quanto maior o tempo de reidratação, menor o tempo de cocção.

Ex. Tabule ou trigo para quibe, ao ficar de remolho pode duplicar ou triplicar seu volume.

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Explicando a ficha técnica simplificada. Rendimento: 1 porção - 23,1g

INGREDIENTES Quant. Medida caseira

F.C. P.B. Preço

Farinha de

mesa

560 g 4 xíc. - 560 g

Cebola batida 27,8 g 1 unid.

peq.

1.08 30 g

Manteiga 15 g 1 c. sopa - 15 g

Banana d’água 206,9 g 3 unid. 1.45 300 g

VCT Kcal

Gli. g.

Lip. g.

Prot. g.

2.486,32 54,05 61,95 428,83

Lista de ingredientes que farão parte da receita.

Valor Calórico Total

Quantidade dos alimentos em peso líquido, ou seja, já descontadas as perdas por limpeza.

Conteúdo de Glicídios

É um índice que determina as perdas por limpeza, descascamento, sementes. Obtido pelo peso bruto / peso líquido.

Conteúdo de Lipídios

Peso Bruto - É o peso do alimento antes da limpeza. Refere-se às quantidades a serem compradas.

Conteúdo de Proteínas

Coluna de preços a ser usada pelo restaurante.

Determina o rendimento da receita, poderá vir acompanhado do peso da porção, sendo que este foi obtido pelo somatório dos pesos dos ingredientes.

Técnica de Preparo Refogar todos os ingredientes numa panela, depois adicionar

3 litros de água e deixar cozinhar por uma hora,...

Descrição do modo de preparo de cada receita

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L e g e n d a s e a b r e v i a t u r a s c. - Colher. c. sobrem. - colher de sobremesa. Unid. - Unidade. g. - Gramas. xíc. - xícara. peq. - pequeno. Q.S. - Quantidade suficiente. G l o s s á r i o Colher rasa - Significa que a colher foi cheia até abaixo da borda Colher nivelada - A colher foi preenchida até a borda e depois foi passado objeto de superfície

reta para nivelar. Colher cheia - A colher foi preenchida acima da borda.

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PEITO DE FRANGO GRELHADO COM MOLHO GORGONZOLA Rendimento: 1 porção - 141 g.

INGREDIENTES Quant. Medida caseira

F.C. P.B. Preço

Peito de frango 140 g 1 filé 1.09 152,6 g

Sal 1,0 g 1 pitada 1.0 1,0 g

pimenta-do-reino 0,5 g 1 pitada 1.0 0,5 g

Molho de Gorgonzola

Queijo Gorgonzola 40 g. 1 fatia média 1.0 40 g.

Manteiga 7,5 g. ½ c. de

sopa.

1.0 7,5 g.

Creme de leite 7,5 g. ½ c. de sopa 1.0 7,5 g.

Caldo de carne 50 ml ¼ de xícara 1.0 50 ml

Salsa picada 0,5 g. ½ c. chá 1.0 0,5 g.

VCT Kcal

Gli. g.

Lip. g.

Prot. g.

434,29 0,37 33,02 33,93

Técnica de Preparo

Temperar o peito de frango com sal e pimenta-do-reino.

grelhar e servir com molho; Molho Gorgonzola

Derreter a manteiga e desmanchar o queijo gorgonzola;

acrescentar o caldo de carne, deixar ferver por 3 minutos em fogo brando;

desligar o fogo e acrescentar o creme de leite. Adicionar a salsa;

Está pronto para servir.

_____________________________________________________________________________________ UPO8534 – Nutrição Básica 44

ESTABELECIMENTO: FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO PREPARAÇÃO:__________________________________________

Per Capita Quant. Custo Ingredientes Unid. PL FC PB Total Unit. Total Medida Caseira

Rendimento: ____________ FCÇ:_______ Porção: ___________

_____________________________________________________________________________________ UPO8534 – Nutrição Básica 45

Técnica de Preparo

Valor Nutricional

Nutrientes Proteínas Glicídios Lipídios g

Calorias Total

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Alterações de Nutrientes no Processamento de Alimentos

Importância do Processamento

Conservação do alimento

o Melhor aproveitamento da matéria-prima;

o Menor preço;

o Facilidade de consumo;

o Complementação do valor nutritivo.

.1. Processamento de Alimentos

Processo Térmicos

o Branqueamento;

o Pasteurização;

o Esterilização.

Processos não-térmicos

o Ozonização;

o Ultravioleta;

o Congelamento;

o Secagem.

Nutrientes alterados no processamento

o Vitaminas;

o Carotenóides;

o Fibras Alimentares.

A presença de Vitaminas nos alimentos varia conforme:

o Variedade da planta;

_____________________________________________________________________________________ UPO8534 – Nutrição Básica 47

o Condições de cultivo;

o Grau de maturação do vegetal;

o Condições de estocagem;

o Estação do ano;

o Alimentação do animal;

o Métodos de preparo dos alimentos.

Perdas de Nutrientes no Processamento - Vitaminas

As perdas podem ser influenciadas pela:

o estrutura física do alimento,

o localização e quantidade da vitamina no alimento,

o nível de oxigênio intracelular,

o atividade das enzimas oxidativas,

o relação de Atividade de Água,

o temperatura e tempo de cocção.

Podem ocorrer alterações nas dosagens desde a pós-colheita dos vegetais,

abate de animais até a distribuição dos alimentos aos clientes.

Perdas mais significativas: Vitaminas do complexo B - Tiamina e ácido

fólico e Vitamina C, assim são freqüentemente usados como indicadores da

severidade do processamento dos alimentos.

Carotenóides

É o grupo de pigmentos mais difundido na natureza, com mais de 600

estruturas químicas diferentes e 50 com atividade biológica.

São importantes na: prevenção de câncer, doenças cardiovasculares,

catarata, radicas livres.

Devido à alta capacidade de oxidação dos carotenóides, o valor

nutricional desses alimentos pode ser reduzido durante as diversas etapas a

que são submetidos desde a colheita até a ingestão pelo consumidor.

Há perdas de Fibras alimentares no processamento de polpa de fruta

congelada.

_____________________________________________________________________________________ UPO8534 – Nutrição Básica 48

Cocção em restaurante e domicílio

.1. Cocção em água

Ocorre pela cocção do alimento em grande quantidade de água.

.1.1. Água fria: quando a água está fria, as perdas são maiores.

Aproximadamente 35% de carboidratos, vitaminas hidrossolúveis e minerais transferem-se

para a água de cocção.

Utilizar a água fria para fazer um caldo saboroso,

Não é indicado para cozinhar legumes se a água for desprezada.

_____________________________________________________________________________________ UPO8534 – Nutrição Básica 49

.1.2. Água fervente:

adicionar o alimento à panela quando a água já está fervente permite que as perdas

por difusão sejam menores.

Utilizar quando queremos obter uma carne saborosa, ou vegetais mais nutritivos.

As perdas de nutrientes são menores quando o alimento absorve a água de cocção ao

invés de perder a água já presente em sua composição.

.1.3. Cocção na panela de pressão:

A pressão promovida no interior da panela de pressão é maior que a pressão

atmosférica, o que aumenta a temperatura de ebulição para mais de 100ºC, reduzindo

assim, o tempo de cocção.

É um método que conserva melhor as vitaminas, uma vez que estas resistem mais às

temperaturas elevadas por um tempo de exposição curto do que temperaturas mais

baixas durante um tempo mais longo.

.1.4. Cocção á vapor

Os minerais, as vitaminas e os aromas dos alimentos são mais bem conservados

neste método, já que não há perdas por difusão.

Cozinhar a vapor não requer a utilização de gorduras, podendo deixar as preparações

menos calóricas.

.1.5. Frituras

A qualidade nutricional dos alimentos fritos não diminui, pois a temperatura

alcançada dentro do alimento, em geral, não é elevada e o tempo de fritura é curto.

Se o óleo está suficientemente quente, a absorção de gordura pelo alimento é menor,

com exceção dos fritos congelados, pois são levados à fritura a -18º C e acabam

absorvendo mais gordura.

Para que a fritura seja eficaz deve-se: escolher um óleo que suporte bem as altas

temperaturas: o óleo de canola,

Não deixar que o óleo chegue ao ponto de fumaça, podendo formar produtos

indesejáveis.

_____________________________________________________________________________________ UPO8534 – Nutrição Básica 50

Filtrar o óleo depois de cada uso: as partículas e resíduos que podem conter

fazem com que o óleo torne-se rançoso e se estes resíduos se queimam numa

nova fritura formam sustâncias tóxicas.

1.6. Assados

A cocção no forno favorece a conservação dos nutrientes, pois é formada uma

"crosta protetora" no alimento concentrando os minerais.

Ao assar uma carne, é possível desprezar grande parte de sua gordura sem que

ela perca o sabor.

2. Restauração de Nutrientes

Dá-se pela reposição de nutrientes essenciais perdidos no processamento,

armazenamento, manipulação, em quantidades equivalentes ao que existia no

alimento antes dos processos.

Ex.: Vitaminas B em cereais; Vitamina C em suco de laranja.