UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EVIDÊNCIAS PARA DISTINGUIR CONSTRUÇÕES ANTICAUSATIVAS DAS INACUSATIVAS...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA EVIDÊNCIAS PARA DISTINGUIR CONSTRUÇÕES ANTICAUSATIVAS DAS INACUSATIVAS E PASSIVAS IMPESSOAIS EM KARITIANA Ivan Rocha [email protected] Orientadora: Profa. Dra. Luciana Storto [email protected] Apoio:

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA

EVIDÊNCIAS PARA DISTINGUIR CONSTRUÇÕES ANTICAUSATIVAS DAS

INACUSATIVAS E PASSIVAS IMPESSOAIS EM KARITIANA

Ivan Rocha [email protected]

Orientadora:

Profa. Dra. Luciana Storto [email protected]

Apoio:

1 INTRODUÇÃO

Karitiana é uma língua do tronco Tupi, família linguística

Arikém, localizada em Rondônia (95 Km de Porto Velho). A

língua é falada por aproximadamente 400 falantes/habitantes;

A língua foi estudada e descrita por D. Landin (1984), Storto

(1999, 2001, 2002, 2008, 2010, 2011, 2012) C. Everett (2006),

Coutinho-Silva (2008), Müller (Müller, Storto & Coutinho-

Silva 2006, Sanchez-Mendes & Müller 2007, Müller &

Sanchez-Mendes 2008, Müller & Negrão 2010), Sanchez-

Mendes (2008), Marques de Carvalho (2010), Rocha (2011),

Storto e Rocha (no prelo), Vivanco (dissertação de mestrado

em andamento); Sanchez-Mendes (Tese em andamento).

2 OBJETIVOS

O objetivo do trabalho é apontar evidências sintáticas,

morfológicas e semânticas para analisar um subconjunto de

verbos transitivos que tem se comportado, em alguns

contextos, como intransitivos. Assim, iremos mostrar que

esses verbos comportam-se sintaticamente como aqueles que

Alexiadou et al (2005) chamam de anticausativos.

Pretendemos diferenciá-los das construções inacusativas e

passivas através de evidências morfológicas e sintáticas.

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa foi a elicitação de

dados com colaboradores indígenas falantes de Karitiana e que

têm o português como segunda língua. Os dados apresentados

neste trabalho foram elicitados em 2010 (em Porto Velho),

2012 (São Paulo) e 2013 (Porto Velho) por Ivan Rocha.

Levaremos em conta tambéms os dados de Storto (2001) e

Rocha (2011).

A apresentação foi dividida em 6 partes: Nas partes 1, 2 e 3 apresentamos a Introdução, os objetivos e a metodologia, respectivamente; Na parte 4, as Evidências

Morfossintáticas para definir classes verbais. Na parte 5 apresentamos os dados, mostrando 3 paradigmas de verbos

‘anticausativos’; Na parte 6, por fim, faremos uma breve discussão do fenômeno frente a outras línguas.

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

A língua apresenta um padrão de mudança de valência verbal

bastante regular, diagnosticado pela causativização (1),

passivização (2), o padrão de concordância ergativo-absolutivo

(3) e testes com construção de cópula (4).

Nota 1:

O padrão verbal apresentado na seção 4 se aplica a todos os verbos intransitivos,

tanto aqueles verbos que em muitas línguas são inacusativos quantos os verbos que

são inergativos. Assim, Karitiana não faz nenhuma distinção (morfo-)sintática entre

os verbos do tipo ´ot ‘cair’, tat ‘ir’, yryt ‘vir’, otam ‘chegar’, som ‘amadurecer,

avermelhar’, yt ‘nascer’, syk ‘azedar’ e os verbos do tipo tarak ‘andar’, terekterek

‘dançar’, taktak ‘nadar’, pytim´adn ‘trabalhar’.

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

(1) Causativização de verbos inacusativos alternantes pelo morfema causativo {m}

(a) ∅-pyr<y>-´ot<y>-n kinda´o

3-ASSERT-<v>-cair-<v>-NFUT fruta

‘A fruta caiu.’

(b) ∅-pyr-<y>-m-´ot<y>-n kinda´o João

3-ASSERT-<v>-CAUS-cair<v>-NFUT fruta João

‘João fez a fruta cair/ derrubou a fruta.’

(c) *pyr-<y>-m-oky-dn ombaky taso

3-ASSERT-<v>-CAUS-matar-NFUT onça homem

Todos os verbos intransitivos (ex.: 1a) podem ser causativizados pelo morfema m-,

formando uma versão transitiva (ex.: 1b). Ao adicionar o morfema m- a um verbo

transitivo, o resultado é agramatical (ex.: 1c).

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

(2) Passivização de verbos transitivos pelo morfema {a-}

(a) ∅-pyr-oky-dn ombaky yn

3-ASSERT-matar-NFUT onça eu

‘Eu matei a onça.’

(b) ∅-pyr-a-oky-dn ombaky

3-ASSERT-PASV-matar-NFUT onça

‘A onça foi morta.’ (*by-phrase)

(c) *pyr-a-´ot-<y>-n kinda´o

3-ASSERT-PASV-cair-<v>-NFUT fruta

(d) ∅-pyr-a-m-´ot-<y>-n kinda´o

3-ASSERT-PASV-CAUs-cair-<v>-NFUT fruta

‘A fruta foi derrubada / derrubaram a fruta.’

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

O morfema a- pode ser adicionado a um verbo transitivo (ex.:

2a) para formar uma passiva impessoal (ex.: 2b). Verbos

intransitivos não podem ser passivizados por a- (ex.: 2c), a não

ser que tenham sido antes transitivizados pelo prefixo m- (ex.:

1b), formando uma construção como (2d).

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

(3) Padrão de concordância ergativo-absolutiva

(a) y-pyr-<y>-kerep-<y>-n yn

1-ASSERT-<v>-crescer-<v>-NFUT eu

‘Eu cresci.’

(b) a-pyr-<y>-m-kerep-<y>-n an yn

2-ASSERT-<v>-CAUS-crescer-<v>-NFUt você eu

‘Eu criei você/ fiz você crescer/ adotei você.’

(c) a-pyr-oky-dn an yn

2-ASSERT-matar-NFUT você eu

‘Eu matei você.’

(d) a-pyr-a-oky-dn an

2-ASSERT-PASV-matar-NFUt você

‘Você foi morto.’

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

Conforme Storto (1999) o sistema de caso em Karitiana é

ergativo-absolutivo, pois a concordância no verbo ocorre

sempre com o argumento absolutivo: o sujeito do verbo

intransitivo (ex.: 3a; 3d) ou o objeto do transitivo (exs.: 3b;

3c).

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

(4) Construção de cópula

(a) yn ∅-na-aka-t i-kerep-∅

eu 3-DECL-COP-NFUT NMZ-crescer-CONC.ABS

‘Eu cresci.’

(b) jonso ∅-na-aka-t i-se´a-t

mulher 3-DECL-COP-NFUT NMZ-bonita/bom-CONC.ABs

‘A mulher é bonita.’

(c) byyty ∅-na-aka-t kinda´o-t

mamão 3-DECL-COP-NFUT fruta-CONC.ABS

‘Mamão é uma fruta.’

(d) *ombaky ∅-na-aka-t i-oky-t

onça 3-DECL-COP-NFUT NMZ-matar-CONC.ABS

4 EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS

Conforme Storto (2010), as sentenças copulares são

bioracionais em Karitiana, já que a cópula aka seleciona um

complemento oracional na forma de uma minioração (Small

Clause) nominalizada por i-, que tem como núcleo uma raiz

verbal sintaticamente intransitiva (ex.: 4a), uma raiz adjetival

(ex.: 4b), ou um nome (ex.: 4c). Verbos transitivos quando

ocorrem no núcleo da minioração geram uma estrutura

agramatical (ex.: 4d).

5 PROBLEMATIZAÇÃO

Conforme o padrão morfossintático, nesta língua, é possível

identificar classes verbais, já que apenas verbos intransitivos

podem ocorrer no núcleo da minioração que funciona como

complemento da cópula. Assim, teríamos um problema com

um subconjunto de raízes verbais transitivas ocorrendo nesse

ambiente sintático.

5 PROBLEMATIZAÇÃO

Verbos transitivos elencados por Rocha (2011):

Tabela 1.

´y ‘comer’

´y ‘gastar’

ahoj ‘rir (de alguém)’

atik ‘jogar fora’

boit ‘enfeitar (com pintura e adereços)’

byjyt ‘amassar’

hãrajxa ‘enfeitar (consertar objetos (tv, rádio, etc.), arrumar a casa)’

hee/ hey ‘assoprar (fogo etc)’

jy ‘estar’ (algo ou alguém está em algum lugar ou com alguém)’

kapidyp ‘perguntar’, ‘procurar’

ko ‘quebrar’

kynõ ‘fechar’

kyrot ‘responder’

mi ‘bater em alguém

ohok ‘descascar’

okop ‘quebrar’

oky ‘matar’/’machucar’

5 PROBLEMATIZAÇÃO

Verbos transitivos elencados por Rocha (2011):

Tabela 1. (continuação)

opyj ‘deixar’

ot ‘pegar (singular)’

otet ‘cozinhar’

pesek ‘apertar’

pinir(i/a) ‘beliscar com a unha’

pipãram ‘costurar’

pitik ‘esvaziar’

pyotagng ‘ajudar’

pyp ‘tecer’

seka ‘espremer’

soko´i ‘apertar o nó’

sooxa ‘casar’

tak ‘pilar (milho e outros grãos)

ting ‘bater timbó’

top ‘soltar (ex. algum animal de criação)’

yt ‘cavar’

5 PROBLEMATIZAÇÃO

Nesta seção listamos o subconjunto de verbos transitivos que se comportam de modo

diferente aos demais, a saber:

Tabela 2:

kynõ ‘fechar’

kot ‘quebrar’

okop ‘quebrar’

ohok ‘descascar’

oky ‘matar/machucar’

kydop ‘abrir’

‘obm ‘furar’

atat ‘arrebentar/quebrar’

eem ‘sujar’

(5) Verbo kynon ‘fechar’

(a) ∅-pyr-<y>-kynon<y>-n ambi karamã yn

3-ASSERT-<v>-fechar-<v>-NFUT porta da casa eu

‘Eu fechei a porta da casa’

(b) ∅-pyr-<y>-kynon<y>-n ambi karamã

3-ASSERT-<v>-fechar-<v>-NFUT porta da casa

‘A porta da casa fechou’

(c) ambi kamã ∅-na-aka-t i-kynon-t

porta da casa 3-DECL-COP-NFUT NMZ-fechar-CONC.ABS

‘A porta da casa fechou’

(d) ∅-pyr-a-kynon-t ambi karamã

3-ASSERT-PASV-fechar-NFUT porta da casa

‘A porta foi fechada’

(e) *∅-pyr-<y>-m-kynon-<y>-n ambi karamã yn

3-ASSERT-<v>-CAUS-fechar-NFUT porta da casa eu

Em (5a) foi apresentado uma construção transitiva do verbo

kynon, em (5b) e (5c) construções intransitivas derivadas de

(5a). Em (5d), mostramos uma típica construção passiva em

Karitiana que pode ser derivada a partir de uma versão

transitiva. A agramaticalidade em (5e) e a passiva em (5d)

atestam que se tratam de verbos transitivos.

(6) Verbo okop ‘quebrar’ (em duas partes)

(a) ∅-pyr-okop-<y>-n bypan taso

3-ASSERT-quebrar-<v>-NFUT flecha homem

‘O homem quebrou/partiu a flecha.’

(b) ∅-na-okop-∅ bypan

3-DECL-quebrar-NFUT flecha

‘A flecha quebrou/partiu.’

(c) bypan ∅-na-aka-t i-okop-∅

flecha 3-DECL-COP-NFUT NMZ-quebrar-CONC.ABS

‘A flecha quebrou/partiu.’

(d) ∅-pyr-a-okop-<y>-n bypan

3-ASSERT-PASV-quebrar-<v>-NFUT flecha

‘A flecha foi quebrada.’

(e) *taso ∅ -na-mb-okop-∅ bypan

homem 3-DECL-CAUS-quebrar-NFUT flecha

Os paradigmas em (6) e (7) apresentam o mesmo

comportamento que o paradigma em (5). Assim, podemos ver

que esses verbos apresentam uma versão intransitiva (exs.: 6b,

6c, também 7b, 7c) derivada da transitiva (exs.:6a, 7a,

respectivamente. Nota-se também a ocorrência na minioração

complemento da cópula (exs.: 6c, 7c). Essas raízes ocorrem

também em construção passiva (exs.: 6d, 7d). Do mesmo modo

que (5e), (6e) e (7e) são agramaticais ocorrendo com o

causativizador m-, atestando que se tratam de raízes transitivas.

(7) Verbo kot ‘quebrar’ (em mais de duas partes)

(a) ∅-pyr-<y>-ko-dn kop taso

3-ASSERT-<v>-quebrar-NFUT copo homem

‘O homem quebrou o copo.’

(b) ∅-pyr<y>-ko-dn kop

3-ASSERT-<v>-quebrar-NFUT copo

‘O copo quebrou.’

(c) kop ∅-na-aka-t i-ko-t

flecha 3-DECL-COP-NFUT NMZ-quebrar-CONC.ABS

‘O copo quebrou.’

(d) ∅-pyr-a-ko-dn kop

3-ASSERT-PASV-quebrar-NFUt kop

‘O copo foi quebrado.’

(e) *taso ∅-na-mb-ko-t kop

homem 3-DECL-CAUS-quebrar-NFUT copo

6 DISCUSSÃO DOS DADOS

Conforme Alexiadou et al (2005), passivas e anticausativas em inglês diferem em

dois aspectos:

(i) Modificação/controle;

(ii) Restrição do verbo;

Não pretendemos entrar em discussões mais profundas sobre passivas, tais como

aquelas expostas em Jaeggli (1986); Baker; Johnson; Roberts (1989) e Collins

(2005) sobre absolvição de caso, promoção, demoção de argumentos e toda a

discussão presente nessa literatura.

Nota 2:

Outros autores que discutem sobre esse esses fenômenos: Manzini 1983; Marantz 1984; Jaeggli 1986;

Roeper 1987; Baker, Jonhson and Roberts 1989; Levin and Rappaport Hovav 1995; Reinhart 2002;

Chierchia 1989/2004. Ver também Lakoff 1967; 1970; Dowty 1979; Williams 1981;

6 DISCUSSÃO DOS DADOS

(i) Modificação / Controle: construções passivas podem ser modificadas por by-phrases e advérbios

oriantados para agente, enquanto anticausativas não:

(8) a. The boat was sunk by Bill

b. *The boat sank by Bill

(ii) Restrição verbal: Virtualmente qualquer verbo transitivo pode ser passivizado, mas somente um

subconjunto de verbos transitivos podem formar anticausativos:

(9) a. The baker cut the bread b. The bread was cut by the baker

‘O padeiro cortou o pão.’ ‘O pão foi cortado pelo padeiro.’

c. *The bread cut

*O pão cortou

(10) a. Bill broke the glass b. The glass was broken by Bill

‘Bill quebrou o copo.’ ‘O copo foi quebrado por Bill.’

c. The glass broke

‘O copo quebrou.’

Os dados do inglês foram retirados de Alexiadou et al (2005)

6 DISCUSSÃO DOS DADOS

Alexiadou et al (2005): Passivas têm um argumento externo implícito que

pode ser acessado por modificação (by-phrase, agent-orientaded adverbials)

Alexiadou et al (2005): anticausativos não têm um argumento externo

implícito, portanto, modificação e controle são impossíveis.

Todos os verbos transitivos, em Karitiana, podem ser passivizados. No

entanto, o teste de modificação que diferencia passivas de anticausativas

não podem ser replicados nesta língua, pois a língua não permite

construções passivas com by-phrase. Mas, podemos ter outras evidências

morfossintáticas:

6 DISCUSSÃO DOS DADOS

(i) um verbo intransitivo não pode receber o morfema de

passiva impessoal a-;

(ii) No entanto, somente verbos intransitivos podem ser

causativizados por m-;

(iii) Um verbo transitivo pode ser passivizado por a-;

(iv) mas, um verbo transitivo não pode ser causativizado por

m-.

6 DISCUSSÃO DOS DADOS

Com isso, os verbos apresentados na tabela 2 mostram características

peculiares no que diz respeito ao padrão morfossintático da língua, já que

encontramos essas raízes ocorrendo no núcleo do complemento da cópula

(restrito aos intranstivos), apresentando um único argumento nuclear

(intransitivo); não podem ser causativizados pelo morfema m- (restrito aos

verbos intransitivos); ocorrem em passivas que são construções nas quais

são permitidas apenas com verbos transitivos.

É válido notar que, semanticamente, essa subclasse de verbo em Karitiana é

similar à subclasse de verbo que em outras línguas são também analisadas

como anticausativos, por exemplo, ‘kynon’ (ktn) ‘abrir’ (PB), ‘open’ (Ing);

okop/kot (Ktn) ‘quebrar’ (PB), ‘break (Ing)’, etc.

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