Transição Complexa do Cálculo
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Elementos de transição e elementos de ruptura no contexto da
Transição Complexa do Cálculo - TCC Francisco Regis Vieira Alves – [email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará
Resumo
Nesta comunicação científica, trazemos uma análise e discussão de natureza
teórica à respeito do processo de Transição Complexa do Cálculo – TCC. Assim,
a partir da discriminação de certos elementos de ordem histórica,
epistemológica e metodológica, assinalamos e descrevemos os elementos de
transição e os elementos de ruptura, relativamente a um corpus teórico-formal
chamado de Análise Complexa. Evidenciaremos que os primeiros podem atuar
positivamente no processo de ensino/aprendizagem que não desconsidera a
tecnología atual. Por outro lado, um ensino que torna hegemônico um
tratamento formal e estruturante dos conceitos tende a fortalecer os elementos
de ruptura que constituem obstáculos ao entendimento dos estudantes.
Palabras chave: Ensino, Análise Complexa, Tecnologia, Transição Complexa.
Esta comunicação busca indicar elementos atinentes ao contexto da Transição Complexa
do Cálculo - TCC. De um ponto de vista simplista, passamos da variável real para a variável
complexa. Do ponto de vista dimensional, saimos de um espaço vetorial unidimensional para um
outro espaço vetorial, com dimensão dois. Quando imprimos uma análise precipitada, no
contexto do ensino acadêmico, costumamos enfatizar certas diferenças notacionais, quando
tomamos, por exemplo, a mudança de variáveis indicada por 0x x i z x iy . Não
obstante, outros fatores podem ser extraidos, com origem nas mudanças conceituais originadas
num corpus teórico característico da Análise Complexa – AC.
Desse modo, a partir de uma preocupação com o ensino e a aprendizagem, assinalamos os
elementos de transição e os elementos de ruptura no contexto do TCC. Os primeiros podem
atuar positivamente no que concerne tanto ao ensino, como na aprendizagem, todavía, os
elementos de ruptura constituem fatores, elementos, aspectos de natureza variada, que
desempenham um papel complicador e que, até o momento, ainda não receberam a atenção
merecida. Ademais, indicamos determinas possibilidades de explorarmos a tecnología, no
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sentido de evidenciar/distinguir/compreender o papel dessas duas categorias de fatores.
Considerações de ordem histórica e epistemológica
Do ponto de vista histórico, o que hoje chamamos de Análise Complexa na academia,
apresenta seus rudimentos em 1545, com abordagem de Cardano. Conhecemos bem a história
envolvendo o trato pouco preciso com entidades conceituais simbolizadas por 2 21 . Por
outro lado, Needham (2000, p. 2) acrescenta que Lebniz, em 1702, descreveu o símbolo i como
sendo a raíz quadrada de 1 como algo que beirava a existência e a não existencia.
Até o ano de 1770, matemáticos como Euler, grafaram o seguinte resultado 2 3 6
(Bottazzini, 1976, p. 325). Dessa maneira, a questão relativa ao significado de um número
complexo permaneceu, por muito tempo, incomodando os matemáticos da época. Um pouco
mais tarde, “no século XVIII, Wessel , Argand e Gauss reconheceram que um número complexo
forneceria uma representação simples, concreta como pontos (ou vetores) no plano” (Needham
2000, p. 2). Naturalmente, passaram a se preocupar em como efetuar/descrever operações sobre
tais entidades conceituais. Nesse sentido, na figura 1, divisamos operações ordinariamente
exploradas pelos autores de livros (Krantz, 2008) no contexto escolar e universitário.
Figura 1. O problema da interpretação vetorial para os números complexo (Needham, 2000, p. 4)
Needham (2000, p. 3) observa, todavía, que a publicação da interpretação geométrica dos
complexos debido a Wessel e Argand não foi publicada, todavía, a grande reputação de Gauss
assegurou sua disseminação e aceitação dos complexos como pontos no plano (Edwards, 1979,
p. 149). Todavia, menos importante, ocorre que os detalhes desta interpretação (pelo menos em
parte), foi devido ao fato de que agora existe um modo de pensar e fazer sentido dos números.
Nesse parágrafos preliminares indicamos rudimentos bem primitivos do que conhecemos
hodiernamente por Análise Complexa. Com efeito, a mesma constitui área de investigação em
Matemática Pura. Por outro lado, em nossa abordagem, restringir-nos-emos ao contexto de um
curso de graduação em Matemática no Brasil, quer seja uma licenciatura ou um bacharelado.
E, nos compêndios estudados no locus acadêmico, registramos o elevado grau de abstração
e trato estrutural empregado num corpus teórico denso. Com efeito, encontramos certas
recíprocas de teoremas que envolvem argumentos matemáticos sofisticados (Goursat, 1899),
como, por exemplo, o teorema de Loohman Mencof (Freitas, 2004, p. 23) que, a partir da
existência e continuidade das equações de Cauchy-Riemann, verificamos a analiticidade de uma
função na variável complexa. Na próxima seção, indicaremos as mudanças ocorridas quando
passamos da variável real para a variável complexa. Evidenciaremos que a visualização pode
atuar como um componente auxiliar, no sentido de perceber/discriminar/compreender as
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inúmeras diferenças conceituais.
Transição Complexa do Cálculo - TCC
Com origem em um olhar pouco descuidado, quando nos atemos ao papel desempenhado
por simbologias do tipo: 0
( )x xLim f x L , 0
00
0
( ) ( )'( ) x x
f x f xf x Lim
x x
, ( )
b
af x dx e as
comparamos com outras do tipo: 0
(z)z zLim f L , 0
00
0
(z) (z )'(z ) z z
f ff Lim
z z
, (z)
b
af dz
poderiamos depreender que, as diferenças são poucas. De modo perceptível, substituimos
simplesmente o registro ‘x’ pelo registro ‘z’. E, de um ponto de vista global, designamos há
pouco os processos matemáticos de limite de função, derivação e integração.
Não obstante, todo um cuidado é necessário no contexto da transição da variável real para
a variável complexa. Com efeito, as mudanças topológicas e métricas são consideráveis, em
decorrência também do aumento dimensional (Alves, 2013c). As mudanças notacionais também
precisam ser assinaladas. Por outro lado, ao passo que alguns procedimentos analíticos parecem
ser os mesmos, o resultado e o sentido das operações obtidas são sensivelmente diferentes.
Identificamos mudanças conceituais perceptíveis, por exemplo, quando empregamos um
expediente apoiado na visualização. Por exemplo, na figura 1, observar o estudo dos gráficos de
funções na variável complexo. Em termos de conjuntos, que designamos de modo standard por 4( , ( )) ( , ,Re( ( ), Im( ( )))z f z x y f x iy f x iy IR . Notamos que, empregamos a identificação do
conjunto 2IR com o plano complexo. Ora, o que divisamos na figura 1 não se trata do gráfico de
uma função na variável complexa e, sim, o estudo de sua norma ou sua parte real ou imaginária.
Figura 2. Visualização de funções na variável complexa de acordo com Needham (2000)
Reparemos, ainda os seguintes conjuntos 3(x iy,Re( )) ( , ,Re(f(x, y))z x y IR e 3( , ( )) ( , ,Re( ( ), Im( ( )))z f z x y f x iy f x iy IR . Dai, podemos explorar esta interpretação
para significar, do ponto de vista gráfico-geométrico, duas superficies descritar pela parte real e
pela parte imaginária, dada a impossibilidade de visualizar o espaço 4IR . Na figura 2, Needham
(2000, p. 245) analisa o comportamento, em separado, da parte real e imaginária de uma função
na variável complexa. Logo em seguida, na figura 3, ao lado esquerdo, Needham (2000, p. 10)
comenta a interpretação geométrica da fórmula de Leonhard Euler, concebida em 1740.
Por outro lado, na figura 3, ao discutir elementos relacionados com a
convergencia/divergencia de séries de pontências (ao lado direito), Needham (2000, p. 66),
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emprega uma terminología metafórica para significar a noção de singularidades. Por tal
expediente, ao lado direito, com arrimo na perspectiva deste autor, visualizamos dois “vulcões”
correspondentes a duas singularidades de funções na variável complexa.
Figura 3. Visualização de funções na variável complexa de acordo com Needham (2000)
Quando restringimos nosso olhar apenas ao algoritmo-procedural, registramos muitas
regras e formulações que podem sugerir a pouca ou quase nenhuma mudança conceitual. Por
exemplo, quando buscamos derivar a seguinte função
102
( )1
zh z
z
devemos encontrar que
2 18
11
10( 2 ) z'( )
( 1)
z zh z
z
o que se assemelha bastante ao resultado restrito a variável real. Ou ainda,
quando tencionamos avaliar o seguinte limite 2
0 2z
tg zLim
z , que pode ser caracterizado pelo
seguinte procedimento: 2 2
0 0 02 3
2 ( ) sec ( ) sen( ) 1 11 1
2 cos ( ) 1z z z
tg z tg z z zLim Lim Lim
z z z z
.
Contudo, existem muitos elementos desconsiderados nas estratégias analíticas acima,
sobretudo, quando nos atemos aos próprios processos matemáticos formais envolvidos. De fato,
empregamos a noção de limite e derivação. Do ponto de vista topológico, a passagem de um
limite na variável real é bem mais simples do que a passagem de um limite na variável complexa.
Ademais, enquanto que na variável real, acostumamos os recém chegados na universidade, a
ideia de derivabilidade como a possibilidade de descrever uma reta tangente que, realiza uma
aproximação de primeira ordem, na vizinhança de um ponto, já, no caso da variável complexa,
aproximamos que ou quais objetos? Imersos no espaço 3IR ou
4IR ?
Ora, seguindo um raciocínio semelhante ao conduzido por Needham (2000), podemos
imaginar suas partes real e imaginária como superficies e, as funções 2Re( ( , )), Im(f(x, y)) : IRf x y IR definem duas superficies no espaço
3IR e, uma boa qualidade
visual consiste em podermos perceber/identificar a existencia de dois planos tangentes
correspondentes ao ponto. Sendo assim, podemos instigar a produção de sentenças
proposicionais (conjecturas), com origem em um estabelecimento visual dos objetos.
Por exemplo, vamos considerar a seguinte função polinomial
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3(z) z 1 Re(f) Im(f)f z e o ponto (1 i) 0 3f i ou ainda, empregamos a identificação
(1,1) (0,3)f . Assim, com origem nas expressões 3 2Re(f(x, y)) x 3 1xy x e 2 3Im(f(x, y)) 3x y y y . Vamos tomar, pois, as expressões: Re (f(1,1)) 1x e Re (f(1,1)) 6y .
Em seguida, escrevemos a equação do plano tangente à sua parte real, indicado por
1 ( 1) 6 (y 1) 1 (z 0) 0 x 1 6 y 6 z 0 z x 6 y 5x . Com o mesmo
raciocinio, determinaremos um outro plano, correspondentemente à parte imaginária, que passa
pelo ponto (1,1,3) . Agora, avaliamos Im (f(1,1)) 6x e Im (f(1,1)) 1y e, em seguida, teremos
a condição 6 ( 1) 1 (y 1) 1 (z 3) 0 6 2 0x x y z .
Na figura abaixo, com recurso no software CAS Maple, visualizamos dois planos tangentes
que indicamos há pouco por z x 6 y 5 e 6 2 0x y z , que passam em dois pontos
respectivos sobre cada superfície. Assim, podemos conjecturar a diferenciabilidade de cada
função correspondentes às partes real e imaginárias da função 3(z) z 1f z (fato necessário
para a diferenciabilidade complexa). Ademais, assinalamos que alguns dos procedimentos
analíticos empregados no parágrafo anterior são semelhantes, na condição em que identificamos
o 2IR com o plano complexo, ao que empregamos no Cálculo em várias variáveis reais. Quando
exploramos procedimentos como esses, readaptamos regras e algoritmos estudados em contextos
de ensino já vistos no início de estudos acadêmicos, em um novo universo conceitual.
Figura 4. Visualização de dois planos tangentes às superficies correspondentes a parte real e a parte
imaginária da função na variável complexa (elaboração nossa) com recurso so CAS Maple
Na próxima seção, aprofundaremos uma sistemática de perspectiva e análise que tende a
envidar esforços no sentido de apontar elementos que se mostram recorrentes e invariantes, não
importando o ambiente conceitual, bem como outros elementos que sofrem mudanças e, até
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mesmo podem ser negados, no que concerne à sua manifestação, na condição em que
consideramos a mudança dimensional e a mudança do sistema de representação semiótica.
Elementos de transição e ruptura
Nessa seção, assinalaremos uma perspectiva de análise semelhante a um olhar que
desenvolvemos no contexto da Transição Interna do Cálculo – TINC (Alves, 2011). Nesse
primeiro contexto, temos acentuado que no periodo que envolve o primeiro ano de estudos
académicos no Brasil, até, aproximadamente, o segundo e terceiro ano, os estudantes vivenciam
mudanças radicais, quando submetidos ao ensino sistematizado de certas teorías formais.
Em nossos trabalhos (Alves, 2014a; 2014b; 2014c; 2012), temos nos referido as
modificações impostas ao estudante quando consideramos a seguinte mudança dimensional nIR IR , com 2,3,4n . Nossa escolha é condicionada tendo em vista as nossas intenções
didático-metodológicas que visam acentuar a visualização como componente cognitivo
facilitador do entendimento das modificações e significações atreladas a cada conceito.
Mas, no caso do que chamamos de Transição Complexa do Cálculo – TCC e que, em
termos de variáveis, indicamos 0x x i z x iy . Resumidamente, assinalamos certos
elementos de ordem epistemológica: (i) mudanças no sistema representacional semiótico no
contexto do TCC; (ii) resultados que podem ser generalizados tendo em vista a mudança
dimensional; (iii) resultados que não podem ser generalizados tendo em vista a mudança
dimensional; (iv) interpretações geométricas semelhantes no contexto da mudança
0x x i z x iy ; (v) interpretações geométricas não semelhantes no contexto da mudança
0x x i z x iy ; (vi) interpretações topológicas semelhantes no contexto da mudança
0x x i z x iy ; (vii) interpretações topológicas não semelhantes no contexto da mudança
0x x i z x iy ; (viii) regras operatórias de inferencias semelhantes na variável real e na
variável complexa; (ix) regras operatórias de inferencias não semelhantes na variável real e na
variável complexa; (x) teoremas válidos em um contexto e não válidos em outro contexto.
Ora, na extensa lista acima, grosso modo, indicamos elementos de ordem lógica e
epistemológica que apresentam certa invariancia, a pesar de qualquer mudança ou modificação.
Nao obstante, ocorrem também elementos que se modificam, com origem na elevação
dimensional. Os primeiros temos chamado de elementos de transição, enquanto que, a segunda
classe, foi nomeada por nós como elementos de ruptura.
Com origem nesta classificação, assinalaremos agora determinados fatores de ordem
metodológica, psicológica, axiológica e filosófica que são, na verdade, uma consequência dos
elementos assinalados acima. Nossos comentarios serão fundamentados em alguns exemplos
particulares. Por exemplo, do ponto de vista algorítmico, empregamos numa seção passada que
0
sen( )1 1 0z
zLim i
z , o que em muito se assemelha ao caso da variável real
0
sen(x)1xLim
x . Não obstante, lidamos, do ponto de vista gráfico-geométrico, com funções
completamente diferentes. Por outro lado, na figura 6, visualizamos uma superficie (sem
“vulcões”) correspondente à parte sen(x, y)
Re( )x iy
indicando o valor do limite como sendo 1.
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E, quando visualizamos a parte sen(x, y)
Im( )x iy
, depreendemos que ( , ) (0,0)sen(x, y)
Im( ) 0x y
x iy
. Na
figura 5 exibimos as expressões analíticas delas obtidas com o CAS Maple.
Figura 5. Obtenção das partes real e imaginária da função na variável complexa com o CAS Maple
Figura 6. Visualização das superficies “suaves” correspondentes às partes real e imaginária e a
interpretação do limite na variável complexa e do comportamento do limite (elaboração nossa).
Do ponto de vista operacional ainda, vamos desenvolver uma análise do
comportamento da função 4
1
( )0 se z=0
zef z
. Com auxílio do CAS Maple, obtemos:
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8
4 2 2 4 3 3
2 2 2 24 2 2 4 3 3 4 2 2 4 3 3
4
4 2 2 4
2 24 2 2 4 3 3
6 4 4
1 6 4 4 6 4 4
6
3 3 36 4 4
2 24 2 2 4 3 3
4 4 4cos
6 4 4
x x y y x y xyi
x x y y x y xy x x y y x y xyz
x x y y
x x y y x y xy
e e e
x y xy x ye isen
x x y y x y xy
3
2 24 2 2 4 3 3
4
6 4 4
xy
x x y y x y xy
Por outro lado, observamos que 44
11
( , ) ( ,0) ( ,0)xzf x y e f x e u x
e
41
(0, ) (0, ) yf y v y e
. Dai, vamos analisar as condições de Cauchy-Riemann na origem, do
seguinte modo: 4
1
0 0 0
(0 ,0) (0,0) ( ,0)0,0 lim lim lim 0
x
h h h
u u h u u h e
x h h h
. E. de
modo semelhante, temos a derivada parcial indicada por
4
1
0 0 0
(0,0 ) (0,0) (0,h)0,0 lim lim lim 0
h
h h h
u u h u u e
y h h h
. Com isso, depreendemos
que suas derivadas sempre existem no plano complexo e são nulas (Freitas, 2004, p. 17-18). Em
seguida, analisamos a seguinte expressão ( ) (0)
0
f z f
z
. No artigo de Gray & Morris (1978,
p. 247) mencionam o teorema de Looman-Menchof, que envolve a verificação de uma recíproca
de um teorema standard abordados nos compêndios especializados.
Para a verificação final nesse exemplo, tomamos
4 4 44 4
1 1 11
( ) ( ) ( 1)4 (z) e e ei ii r e r e r rz r e f e
. Logo, teremos o seguinte
comportamento 0( ) (0)
0
zf z f
z
. Ora, como isso, concluimos que sua derivada não existe na
origem. Observamos que, com recurso ao software, poderíamos ter buscado avaliar o seguinte
limite
4 2 2 4
2 24 2 2 4 3 3
6 0 0
3 36 0 0 4 4 0
( , ) (0,0) 2 24 2 2 4 3 3
4 0 4 0cos 0
6 0 0 4 0 4 0
x x
x x x y x
x y
x xLim e
x x x x
o que envolvería maiores procedimentos analíticos fastidiosos a serem empregados.
Dada a quantidade de itens elencados no início desta seção, finalizaremos por
comentar alguns deles. No que concerne ao ítem (x), recordamos rápidamente o Teorema do
Valor Médio conhecido no contexto da variável real e, no caso da variável complexa, temos
apenas a desigualdade referente ao mesmo teorema. Ora, no que concerne ao ítem (v), por
exemplo, estamos acostumados a interpretar a derivada de uma função (x)f , na variável real,
como o o quociente formal descrito por '(x)df
fdx
ou ainda '(x)dxdf f . Com origem na
figura 7, acentuamos a interpretação vetorial explorada por Needham (2000, p. 195). Um pouco
mais adiante, o autor emprega o mesmo expediente dinâmico para a significação da derivada no
contexto da variável complexa, que indicamos pelo produto dos vetores '(z)dzf . Dessa maneira,
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quando adotamos uma mediação que preserva o valor heurístico de interpretação da derivada do
ponto de vista geométrico, assinalamos um elemento de transição atinente a tal processo. Por
outro lado, quando fortalecemos apenas sua descrição formal e estrutural, tendemos a produzir
situações que tendem a proporcionar dificuldades ao entendimento dos aprendizes vinculadas ao
processo matemático de derivação complexa. Assim, teremos um elemento de ruptura no
contexto do TCC, pois, o mesmo, poderá funcionar como um complicador ao entendimento.
Figura 7. Visualização da noção da diferencial e da derivada de uma função na variável real em uma
interpretação vetorial segundo Needham (2000).
Com base na figura 7, depreendemos que, do ponto de vista geométrico, a diferencial
de uma função consiste em tomar o produto formal '(x)dxf de dois vetores no espaço IR . Mas,
nesse caso temos apenas duas possibilidades: '(x) 0f ou '(x) 0f . Assim, o vetor final obtido
é resultado de uma rotação de 0º ou 180º graus. Todavia, no caso da derivada de uma função
(z)f , quando interpretamos o símbolo '(z)dzf , do ponto de vista geométrico, o mesmo pode
ser descrito como a composição de dois movimentos rígidos, a saber, uma rotação seguida por
uma homotetia (Alcides Neto, 1993, p. 245). Needham (2000) fornece um esquema mnemónico
abaixo, no sentido de auxiliar o entendimento quanto às não semelhanças entre o processo
derivação no caso da variável real e no caso da variável complexa (ver figura 8).
Quando estruturamos situações que possam conduzir ao estudante a perceber as
mudanças geométricas da noção de derivada, fortalecemos um elemento de transição, na medida
em que, do ponto de vista intuitivo, quando significamos a figura 8, depreendemos que em
ambos, as derivadas consistem em “girar” e, logo em seguida, “multiplicar” um vetor, embora os
movimentos no caso da variável real sejam de 0º ou 180º. Robinet (1984, p. 3) observa o perigo
das definições que evocam, em certos contextos, uma interpretação do sujeito. O fato é que a
multiplicidade de interpretações em Matemática pode não parecer fortuito e interesante para os
matemáticos, não obstante, para o aprendiz, as significações que podem ser extraidas da figura 8
funcionam no sentido de auxiliar a discriminação do processo de derivação para ambos os casos.
Figura 8. Discriminação da noção de derivação no caso da variável real e no caso da variável complexa
sugerida por Needham (2000, p. 195-196)
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Johnston & McAllister (2009. p. 544) assinala que o problema do entendimento das
mudanças conceituais envolvendo a derivação de expressões do tipo (z)f mereceu a atenção de
matemáticos como Augustin-Louis Cauchy, Pierre Simon Laplace e Bernhard Riemann. A
atenção maior foi devida aos manuscritos publicados por L. Euler em que o mesmo manifestava
certos insights no que concerne a demonstração de certos fatos que hoje conhecemos como
teoremas clássicos em AC. Desse modo, no que concerne aos itens elencados, podemos esperar
determinados obstáculos epistemológicos que, são superados, na medida em que os modelos
mentais evoluem a alcançam patamares superiores de complexidade e sistematização.
Para concluir, sabemos que uma função :[ , ] [ , ]f a b a b contínua, admite um ponto fixo.
Ou seja, garantimos que existe ( , )c a b de modo que (c) cf (Hairer & Wanner, 2008). Ora,
quando lidamos com funções na variável complexa, observamos que o mesmo teorema continua
válido, todavía, quando aliamos a tecnología, costumamos descrever o “Teorema do Vetor Fixo”,
O apelo geométrico aquí é extraido a partir da construção dinâmica que exibimos com o
GeoGebra abaixo. O aluno poderá explorar as posições possíveis e, além disso, inspecionar o
comportamento de uma homografía do tipo ( )az b
T zcz d
, com , , ,a b c d C e, por fim, divisar
que existem apenas dois vetores (na cor amarela ao lado esquerdo) em que 0 0( ) zT z .
Formalmente, sabemos que toda homografía ou transformação de Möbius possui, no máximo,
dois pontos ou vetores fixos (Arnold, 2008; Tauvel, 2006). Na figura, mostramos alguns
comandos básicos que produzem a dinamicidade desta construção envolvendo homografías.
Figura 9. Visualização do “Teorema do Vetor Fixo" em AC com o GeoGebra (elaboração nossa).
Considerações Finais
Nessa comunicação científica, trazemos elementos de ordem teórica, que buscam
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indicar/demarcar um contexto ainda pouco considerado e investigado por especialistas no Brasil
(Alves, 2011). Tal mudança é nominada em nossos trabalhos publicados de Transição Complexa
do Cálculo – TCC no Exterior (2014a; 2014c; 2013a; 2013b). Como acentuamos nas seções
passadas, com origem em apenas no caráter notacional ou ainda formal, quando passamos da
variável real para a variável complexa, não registramos nítidamente as modificações, alterações e
as novas habilidades ontológicas cognitivas impostas aos aprendizes na academia.
Ademais, quando nos atemos a figura do professor expert, que atua em nossas
universidades brasileiras, não descuidamos, também, da novas exigencias, no que concerne a
elaboração/estruturação de cenários de aprendizagens que permitam uma mediação diferenciada
dos conceitos em Análise Complexa - AC. Sendo assim, elegemos a tecnología (uso dos
softwares GeoGebra e o CAS Maple), como um elemento que torna exequivel a exploração de
determinados conceitos, teoremas clássicos e propiedades matemáticas, muitas vezes, pouco
reveladas pelo método axiomático formalista (Kline, 1953; Russell,1956).
Por outro lado, em nosso trabalhos, mencionamos elementos que podem atuar como
facilitadores e/ou impulsionadores de um novo aprendizado (Alves, 2012), bem como elementos
que podem atuar como entraves/obstáculos à evolução progressiva do tirocinio dos estudantes
(Alves, 2011). Os primeiros, foram chamados aquí por elementos de ruptura, enquanto que
outros (elementos de transição) desempenham uma função natural de facilitadores/catalisadores
de aprendizagem, na medida em que os sujeitos readaptem seus saberes científicos adquiridos em
etapas universitárias anteriores, quando em contato com a AC. Certamente que tal readaptação
dependerá em maior ou em menor instancia da mediação do professor e do livro adotado.
Nos elementos indicados nas figuras, exploramos os softwares Geogebra e o CAS Maple,
com o intuito de evidenciar a visualização como elemento promotor da concientízação relativa às
mudanças, quando atuamos no contexto da AC. Assinalamos que seu uso permite o
estabelecimento do vinculo metafórico, costumeiramente explorado nos cursos iniciais de
Cálculo Diferencial e Integral. O entrave consiste na não manutenção de ideias metafóricas e
intuitivas introduzidas no primeiro ano universitário (ver figura 4) (Alves, 2012a; 2011).
Alertamos ainda o carater epistemológico complexo de varias noções estudadas em AC e
que possuem raizes nos conteúdos de Análise (Robinet, 1984). Não obstante, quando
priorizamos apenas a ação algorítmica sobre as simbologías padrões deste sistema de
representação, em muitos casos, encobrimos muitos significados e sentidos intrínsecos de cada
conceito matemático. Ora, o ensino acadêmico tem recebido críticas há décadas nesse sentido
(Grenier; Legrand & Richard, 1986). Assim, apontamos que a visualizão e a percepção podem
promover via promissora para uma mediação diferenciada em sala de aula. E, por tal via,
vislumbramos diferentes expedientes de exploração didático-metodologica (Alves, 2013a).
Por fim, assinalamos a importância de discutirmos os objetivos das abordagens de certos
conteúdos reconhecidamente complexo na academia. Ademais, precisamos manter a vigilancia
no que concerne à evolução da tecnología atual e, de que modo a mesma pode atuar
promissoramente no processo de aprendizagem. Há décadas, observamos críticas ao sistema de
ensino acadêmico que torna hegemônico os modelos matemáticos mais avançados e estruturantes
(Ávila, 200 Grenier; Legrand & Richard, 1986). Por outro lado, temos enfatizado em nossos
escritos que situações históricas (Robinet, 1984) envolvendo o nascedouro dos conceitos atuam
positivamente no processo de ensino. Com tal preocupação, a tecnología se apresenta também
como uma poderosa aliada.
Escriba aquí el título de comunicación o taller
Escriba aquí modalidad: Comunicación o Taller XIV CIAEM-IACME, Chiapas, México, 2015.
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