Quando a avaliação serve para aprender ciências
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• T I P O S D E A V A L I A Ç Ã O
• M O D E L O G E R A L D E A V A L I A Ç Ã O F O R M A T I V A
• E S T R A T É G I A S - C H A V E D E A V A L I A Ç Ã O F O R M A T I V A
• A V A L I A R P A R A D E S E N V O L V E R O R A C I O C Í N I O C I E N T Í F I C O
• C O M O A J U D A R O S A L U N O S A E L A B O R A R M E L H O R E S E X P L I C A Ç Õ E S C I E N T Í F I C A S
Agenda 2
27-fev-14 Paula Serra
Conceito de avaliação
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NRC (2001). Knowing What Students Know: The Science and Design of Educational Assessment. J. W., Pellegrino et al (Eds.)
Interpretação Observação
Cognição
Triângulo da avaliação
(NRC, 2001)
Cognição- Entendimento específico sobre os
conhecimentos e competências a serem avaliadas
e sobre como se desenvolvem num determinado
domínio.
Observação- Consiste nas diferentes actividades
nas quais os alunos são envolvidos, com vista a
facultar evidências sobre o que sabem e
conseguem fazer. Estas actividades devem ser
cuidadosamente seleccionadas e planificadas,
com vista a permitirem estabelecer as inferências
desejadas sobre as aprendizagens dos alunos.
Interpretação- Envolve o conjunto de métodos e
instrumentos que permitem inferir a partir das
observações que foram coligidas.
27-fev-14 Paula Serra
Tipos de avaliação:
Avaliação formativa e avaliação sumativa
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Formativa
Sumativa
PROPÓSITO
Avaliação…
Recolha de evidências → Interpretação das evidências
Para guiar o processo
de ensino e
aprendizagem
Para sumarizar o
desempenho,
comparar, seriar e
reportar a outros
27-fev-14 Paula Serra
Quando o cozinheiro prova a sopa, é formativo. Quando os convidados provam a sopa, é sumativo.
Robert Stake, citado por Scriven (1991)
Avaliação Formativa
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Como se traduz a avaliação formativa, em sala de
aula? Como se faz avaliação formativa?
Responda, por favor…
27-fev-14 Paula Serra
Evolução do conceito de avaliação formativa
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Concepção inicial de avaliação formativa,
(Bloom, 1971)
Concepção alargada de avaliação formativa
(Allal & Lopez, 2005)
Aplicação da avaliação formativa depois de um
período de ensino
Integração da avaliação formativa nas situações de
ensino
Uso de testes formativos Uso de um variado leque de técnicas de recolha de
dados
Feedback + correcção → remediação Feedback + adaptação do ensino → regulação
Gestão da avaliação formativa pelo professor Envolvimento activo do aluno na avaliação
formativa
Consecução dos objectivos educacionais por
todos os alunos
Diferenciação do ensino e, em certa medida, dos
objectivos educacionais
Remediação beneficia os alunos avaliados Regulação a dois níveis: para os alunos avaliados e
para os futuros alunos (melhoria contínua do
ensino).
27-fev-14 Paula Serra
Avaliação formativa e outros conceitos conexos
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Tradição francófona
(Cardinet, Allal, Perrenoud, Weiss)
Tradição anglo-saxónica
(Black & Wiliam, Sadler , Gipps, Harlen,
Gardner, Shepard , Stiggins , Torrance …)
Palavra chave- regulação associada aos processos internos, cognitivos e
metacognitivos dos alunos, como é o caso do auto-
controlo, da auto-avaliação ou da auto-regulação.
Palavra chave: feedback associado às múltiplas interacções sociais e culturais
que ocorrem nos processos de ensino e de
aprendizagem.
Na literatura anglo-saxónica, a partir de meados dos anos 1990, começaram a surgir as expressões:
• Assessment for Learning (Avaliação para a Aprendizagem) quase sempre como sinónimo de
avaliação formativa. Esta expressão marca a diferença, de forma mais intuitiva, entre esta modalidade de
avaliação e a avaliação sumativa.
• Assessment of Learning (Avaliação da Aprendizagem ) usada como sinónimo de avaliação sumativa.
• Assessment as Learning (Avaliação como aprendizagem), que enfatiza o conceito de aprender a
aprender, através de estratégias mais centradas no próprio aluno, como sejam a autoavaliação e a metacognição.
27-fev-14 Paula Serra
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Conceito de
avaliação
formativa/
Avaliação para a
aprendizagem
Avaliação para a aprendizagem é o processo de “recolher
e interpretar evidências que podem ser usadas pelos
professores e alunos para decidirem onde estes se situam
nas aprendizagens, em que direcção precisam de ir e qual
a melhor forma de lá chegar.” Assessment Reform Group (ARG) (2002)
27-fev-14 Paula Serra
Resultados da aprendizagem/
Progressão
Conhecimento e
competências
profissionais
• metas curriculares
• Conhecimento sobre o objeto de ensino : Substantivo, processual e epistemológico.
• Conhecimento sobre os alunos e seu desenvolvimento
• Conhecimento didático
Nív
eis
de d
esem
pen
ho
Input Input
Esfera do aluno
Aprendizagem
Conhecimento e competências
dos alunos
• Ideias prévias
• Competências cognitivas
• Atitudes e disposições Output
Esfera do professor
Ensino
Modelo geral de avaliação formativa
(Uma abordagem ecológica… porque a sala de aula é um sistema complexo)
Atividades/ Feedback
Output
Interpretação das evidências
Recolher evidências de aprendizagem
Sala de aula
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Avaliação para a aprendizagem: Cinco estratégias chave
Partilhar expectativas de aprendizagem
Elicitar evidências
Feedback
Autoavaliação Avaliação entre
pares
27-fev-14 Paula Serra
Selecionar a
aprendizagem a
avaliar/melhorar
Construção de
explicações baseadas
em evidências
científicas
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Por uma questão prática selecionou-se, como foco de avaliação,
uma aprendizagem transversal, pertinente para qualquer professor
de ciências, em qualquer ano de escolaridade, e com qualquer tipo
de alunos: o raciocínio científico, envolvido na investigação
científica.
Mas o raciocínio científico é, ainda, um campo demasiado
alargado… Chinn & Malhotra (2002) identificaram 6 domínios de
processos cognitivos envolvidos na pesquisa (inquiry) autêntica.
1. Gerar questões de investigação
2. Desenhar investigações
3. Fazer observações
4. Explicar resultados
5. Desenvolver teorias
6. Estudar relatórios de investigação
Porquê? Porque…
• É academicamente relevante;
• É central ao empreendimento científico;
• É uma competência usada no quotidiano.
27-fev-14 Paula Serra
•Promover um esforço de abstração e de raciociocínio lógico que alicerce o
desenvolvimento de competências de simplificar, interpretar e reestruturar a
aparente desordem de informação emergentes da elevada complexidade dos
sistemas biológicos. (Programa Bio-Geo)
•Promover o pensamento de uma forma criativa e crítica, relacionando evidências
e explicações, confrontando diferentes perspectivas de interpretação científica,
construindo e /ou analisando situações alternativas que exijam a proposta e a
utilização de estratégias cognitivas diversificadas. (Orientações Curriculares-3.º
Ciclo)
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1. É academicamente relevante
27-fev-14 Paula Serra
PROGRAMAS
27-fev-14 Paula Serra 14
Relatório Exames 2011- Biologia e geologia (GAVE)
“As dificuldades parecem ter estado relacionadas não tanto com os conteúdos
programáticos, mas com fragilidades de carácter transversal, nomeadamente o
estabelecimento de relações entre conceitos, a interpretação de dados de um suporte e a
aplicação a novas situações”. (p.26)
Relatório Exames Nacionais 2010-Biologia e Geologia (GAVE)
“Mais uma vez se verifica que os alunos apresentam maior dificuldade na mobilização e
na utilização de dados, conceitos, modelos e teorias, particularmente quando associados
à explicação de contexto em análise com base em critérios fornecidos.” (p.20)
Relatório Testes Intermédios 2011- Ciências Naturais
O item com pior desempenho testava o domínio da comunicação, implicando a construção
de um texto expositivo-argumentativo que apelava ao raciocínio causa-efeito. (p. 23)
EXAMES
2. É central ao
empreendimento
científico www.understandingscience.org
15 http://undsci.berkeley.edu/article/scienceflowchart
27-fev-14 Paula Serra
“O aspeto central do
raciocínio científico
consiste na
diferenciação e
coordenação entre
teoria e evidências” (Kuhn, 2002)
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Lidar com
dados
11 February 2011
27-fev-14 Paula Serra
• Kuhn, D. • Lehrer & Schauble • Chinn & Malhotra • Kolowski, B.
O que os alunos conseguem fazer
(perspectiva psicológica e da
didática)
• Gott & Duggan • Dunbar • www.understandingscience.org
O que os alunos poderão conseguir
fazer Perspectiva normativa
(Epistemologia)
ZDP e o feedback devem
localizar-se nesta zona
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Zona de atuação do professor
27-fev-14 Paula Serra
Fatores a ter em conta
no desenho de atividades de ensino
É requerida a integração destas duas perspetivas na construção de
“níveis de desempenho” adequados e para um feedback
verdadeiramente formativo.
• Identificar as principais dificuldades dos alunos quando envolvidos em
tarefas de construção de explicações científicas baseadas em
evidências (perspectiva desenvolvimentista: psicologia).
Conhecimento e
competências
profissionais
• Metas curriculares
• Conhecimento sobre
ciência:
(Substantivo, processual
e epistemológico)
• Conhecimento sobre
os alunos e seu
desenvolvimento
• Conhecimento didático
Nív
eis de d
esemp
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o
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Mas também
• Compreender como “funciona a
ciência”, quando lida com dados e
evidências científicas (perspetiva
normativa : epistemologia da ciência).
27-fev-14 Paula Serra
Principais conclusões de Corinne Zimmerman (2005)
acerca da competência de explicação de resultados/ avaliação de evidências
-A avaliação de evidências é afetada por fatores como as crenças ou ideias prévias, plausibilidade,
tipo de relações causais, exigência da tarefa, número de eventos confirmativos e desconfirmativos
(assim , estes são fatores de dificuldade crescente, que devem ser considerados na planificação das
tarefas de aprendizagem)
- O controlo metacognitivo é importante para o completo desenvolvimento da competência– por ex.,
consciência dos esquemas de raciocínio ou consciência da teoria (assim, o feedback do professor
deve apelar à mobilização de competências metacognitivas).
-Existe variabilidade Inter e intra-indivíduos (os professores devem estar conscientes que o mesmo
aluno pode apresentar diferentes níveis de desempenho em diferentes situações análogas e em
diferentes momentos (a progressão pode ser visualizada através da frequência de eventos de
sucesso)e que no mesmo nível de ensino, todos os alunos são diferentes uns dos outros. Assim, o
que conta é o feedback fornecido em cada situação de aprendizagem, para cada aluno, em cada
momento (diferenciação).
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2. Identificar as dificuldades dos alunos na construção de
explicações a partir de evidências
27-fev-14 Paula Serra
2. Identificar as dificuldades dos alunos na construção de
explicações a partir de evidências
27-fev-14 Paula Serra
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Problema Um exemplo
Questão O mesmo caldo de cana que serve como matéria-prima para a produção de açúcar e álcool servirá em breve, também, para a produção de diesel. O diesel de cana-de-açúcar - além de ser livre de enxofre, o que reduz o impacto sobre a poluição urbana - é renovável em relação ao carbono que emite para a atmosfera, o que reduz o impacto sobre o aquecimento global. A exemplo do que já ocorre com o etanol, o CO2 que sai do escapamento é reabsorvido, via fotossíntese, pela nova cana que está brotando no campo. Quando a cana é colhida, o carbono é convertido novamente em combustível, reemitido, reabsorvido e assim por diante.
In http://www.biodieselbr.com
Aponte duas desvantagens ambientais resultantes da produção industrial de biocombustível, a partir da cana-de açúcar.
As crenças ou ideias prévias
do aluno (a sua teoria),
levam-no a ignorar ou
mesmo contrariar as
evidências fornecidas.
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O que é que os cientistas procuram nos dados?
Padrões Valores significativos Relações Tendências Anomalias
Construírem explicações, através de
raciocínio que, para além das
evidências, mobilizam também
princípios teóricos.
Para quê? Responda, por favor…
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1. Compreender como “funciona a
ciência”: Análise de dados
1. Compreender como “funciona a ciência”: A
estrutura de uma explicação científica
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Afirmação + Evidências + Raciocínio = Explicação
27-fev-14 Paula Serra
Por exemplo…
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Pergunta:
O que acontecerá à população de tubarões se o fitoplâncton morrer?
Resposta/Explicação
A população de tubarões irá morrer (Afirmação). Os tubarões comem outros peixes, como o peixe lanterna que, por sua vez, se alimentam de animais menores, tais como camarões e copepedes. Os camarões e os copepedes alimentam-se de fitoplâncton (Evidências). Todos os organismos da rede alimentar dependem do fitoplâncton, mesmo que não se alimentem diretamente dele. Os seres vivos são afetados por outros seres vivos, mesmo que não estejam diretamente ligados a eles (Raciocínio).
In McNeill (2011)
27-fev-14 Paula Serra
Questão Resposta
Dificuldades dos alunos na construção de explicações com
base em evidências
Três grupos de sapos foram mantidos em três temperaturas diferentes: 5ºC, 15ºC e 25ºC. O gráfico abaixo foi construído a partir das medidas das quantidades de gases trocados entre os animais e o ambiente em cada uma dessas temperaturas.
“Nos sapos, os papéis relativos da pele e dos pulmões na respiração mudam durante o ano.” Fundamente a afirmação, com base nos dados do gráfico.
De facto, os papéis relativos da pele e dos pulmões, na respiração, mudam ao longo do ano. O gráfico mostra que a 5ºC (meses mais frios), a pele é a principal responsável pela troca dos dois gases (O2 e CO2); a 15ºC (meses de temperatura intermédia), a pele troca mais CO2 que os pulmões, mas estes são os principais responsáveis pela troca de O2; a 25ºC (meses mais quentes), esta tendência acentua-se, sendo a pele a superfície que efetua mais trocas de CO2 e os pulmões, a superfície que efetua mais trocas de O2. Assim, no Inverno, os pulmões têm um papel preponderante e em meses mais quentes esse papel é partilhado: pele troca + CO2; pulmões trocam + O2.
Afirmação
Evi
dên
cias
Raciocínio (Causa-efeito com 3
variáveis(Temperatu
ra., superfícies,
gases)Comparação,
generalização)
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27-fev-14 Paula Serra
Exemplo 1 Análise
Exemplos de respostas
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Evidência verdadeira, mas não relevante e
insuficiente: compara trocas gasosas totais no Verão
e no Inverno e não o papel das duas superfícies
respiratórias, ao longo do ano.
Não inclui a afirmação.
Premissa/Princípios teóricos
Raciocínio não liga evidências aos princípios para
suportar a afirmação.
27-fev-14 Paula Serra
Exemplo 2 Análise
Exemplos de respostas
Raciocínio (neste caso uma generalização)
Evidências (suficientes, uma não apropriada)
Afirmação
Princípio teórico
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27-fev-14 Paula Serra
Exemplo 3 Análise
Exemplos de respostas
•Não apresenta afirmação. •Não recorre às evidências fornecidas. •Não apresenta raciocínio, (alguns princípios teóricos incorretos, fazendo afirmações não sustentadas nem pela teoria, nem pelos dados)
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27-fev-14 Paula Serra
O P R O F E S S O R D E V E E N V O LV E R O S A L U N O S N A S S E G U I N T E S
Q U E S T Õ E S :
P a r a o n d e v o u ?
O n d e e s t o u a g o r a ? O q u e f a z e r p a r a l á c h e g a r ?
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Como ajudar os alunos a construir melhores
explicações e a raciocinar cientificamente?
Avaliação para a aprendizagem: Cinco estratégias chave
Partilhar
expectativas de
aprendizagem
Elicitar
evidências Feedback
Autoavaliação Avaliação
entre pares
27-fev-14 Paula Serra
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Para onde
vou?
Partilhar expectativas de aprendizagem
Metas de aprendizagem
27-fev-14 Paula Serra
Para onde vou?
27-fev-14 Paula Serra
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Explicitar quais são as aprendizagens-chave do ano, da unidade de
ensino;
Explicitar o que se pretende que aprendam com cada tarefa em que os
alunos são envolvidos;
Explicitar, quando pertinente, o que se pretende com cada questão ou
solicitação.
No caso das explicações…
Modelar como é “fazer bem”, como é uma boa explicação científica
(afirmação+ evidências+ raciocínio= explicação)
analisar bons e maus exemplos de respostas/explicações.
Partilhar expectativas
de aprendizagem
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Onde estou
agora?
Elicitar evidências de
aprendizagem
Envolver os alunos em
tarefas apropriadas
Questionamento
27-fev-14 Paula Serra
Tipos de questões 36
As questões formuladas pelos professores servem para:
Elicitar ideias dos alunos: questões que ajudam os alunos a expor as suas ideias acerca do que
fazem e de porque o fazem. São exemplo de questões com essa função as seguintes, “O que
esperas que aconteça?”, “Todos concordam?” ou “Porque é que estás a usar isso?”.
Monitorizar a aprendizagem dos alunos e interagir com a turma de modo mais equilibrado:
questões que servem para verificar se a turma está, ou não, a acompanhar os trabalhos e a realizar
aprendizagens.
Dar feedback : questões que exigem que o aluno explique uma resposta que não é a mais
correcta, que refaça a resposta ou que consiste numa reformulação de uma questão anterior, que
originou respostas incorrectas, para tentar que os alunos compreendam melhor, o cerne da questão.
CLASSIFICAÇÃO DE MONK & DILLON (1996)
27-fev-14 Paula Serra
Onde estou agora?
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Elicitar
evidências
Atividades de ensino que apelem à elaboração de explicações com base em evidências
Análise de dados resultantes de investigações de natureza diferente (descrições,
comparações, experimentações, modelação)
Análise de dados em suportes diferentes (texto, tabelas, esquemas, gráficos, mapas).
Construção de explicações que recorram a diferentes tipos de raciocínio (relações causais,
dedução, indução, generalização, analogia), dependendo dos dados fornecidos e do tipo de
problema em causa.
Perguntar por exemplo: “ Onde está a informação relevante?”; “ Queremos relacionar o quê,
com o quê?”; “É possível encontrar um padrão de resultados?” “Onde te baseias para fazer essa
afirmação?”; “Como é que as evidências se relacionam com a teoria?”
Questionamento que leve o aluno a explicitar o raciocínio e as dificuldades sentidas
(metacognição).
Pedir ao aluno para explicar o que na tarefa lhe causou confusão ou dificuldade.
Tipo de atividades e questionamento
27-fev-14 Paula Serra
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O que fazer
para lá chegar?
Uso de referenciais de avaliação/critérios de qualidade
Feedback
27-fev-14 Paula Serra
Oito maneiras de responder ao fedback…
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Feedback
Dylan Wiliam, 2012
E apenas duas são positivas!
Os recetores podem responder de
quatro maneiras principais
Se o feedback indica que o
desempenho está abaixo do
esperado, o aluno pode
responder …
Se o feedback indica que o
desempenho excede o esperado,
pode responder …
Alterando o comportamento Com esforço acrescido Com menor esforço
Modificando o objetivo Com redução da aspiração
Com aumento da aspiração
Abandonando o objetivo Decidindo que o objetivo é
demasiado ambicioso
Decidindo que o objetivo é
demasiado fácil
Rejeitando o feedback Ignorando o feedback Ignorando o feedback
O bom feedback é…
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• Fornecido de forma suficiente, tanto em frequência, como em detalhe.
• Centra-se no desempenho dos alunos, nas suas aprendizagens em vez de nos próprios
alunos e nas suas características e em acções que estão no âmbito do controlo dos
alunos.
• Oportuno, sendo fornecido aos alunos enquanto ainda é importante para eles e a tempo
do professor poder ter em atenção uma informação complementar ou possibilitar mais
assistência.
• Apropriado para a finalidade do ensino e aos critérios de sucesso estabelecidos.
• Compreendido pelos alunos, no que respeita ao que devem mudar para fazer melhor.
• Aceite pelo aluno, que lhe dá atenção.
• Tem impacto nas aprendizagens futuras.
Gibbs & Simpson (2004)
27-fev-14 Paula Serra
Feedback
O bom feedback… 41 Feedback
1. Foca-se na tarefa e não no sujeito.
2. Foca-se em aspetos que estão ao alcance do aluno. Tem que ser
autêntico, mas útil. Não basta dizer que tem que “ser mais sistemático”,
mas sim “como ser mais sistemático”.
3. Requer mais trabalho do aluno do que do professor. Se o feedback
disser tudo o que está errado, nada resta ao aluno para fazer. Dylan Wiliam, 2012
27-fev-14 Paula Serra
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Afirmação
Uma frase ou
conclusão que
responde à questão
original
Evidências
Dados científicos que
suportam a afirmação. Os
dados precisam de ser
suficientes e apropriados
para suportar a afirmação.
Raciocínio
Uma justificação que relacione os dados
com a afirmação. Mostra que os dados
contam como evidência, usando
princípios científicos apropriados e
suficientes. N
íveis
de
desem
pen
ho
Não faz uma
afirmação ou faz
uma afirmação
incorreta
Não fornece
evidências ou fornece
evidências
inapropriadas
Não mostra o raciocínio ou faz um
raciocínio incorreto.
Faz uma
afirmação
correta, mas
incompleta
Fornece evidências
apropriadas, mas
incompletas. Pode
incluir algumas
evidências
inapropriadas.
Mostra raciocínio que conecta as
evidências à afirmação. Pode incluir
alguns princípios teóricos ou
justificação do porquê das
evidências suportarem a afirmação,
mas de forma insuficiente.
Faz uma
afirmação correta
e completa.
Fornece evidências
apropriadas e
suficientes para
suportar a afirmação.
Mostra raciocínio que liga as
evidências à afirmação. Inclui
princípios científicos apropriados e
suficientes para explicar porque é
que as evidências suportam a
afirmação.
Ref
eren
cia
is d
e a
va
lia
ção
: E
xplic
açõ
es c
om
bas
e em
evi
dên
cias
27-fev-14 Paula Serra
Feedback
43
Dêem-me o vosso feedback…
1- O que gostaram mais? O que acharam maçador e desnecessário?
Foi demasiado complexo? Demasiado “básico”?
2- Foi útil? Ajudou a sistematizar ideias? Ou sentiram que nada
acrescentou ao que já sabiam e já fazem, em sala de aula?
3- Que dificuldades antevêem na implementação de estratégias de
avaliação formativa (partilhar metas de aprendizagem, elicitar e
interpretar evidências, dar feedback)?
4- Tencionam usar os referenciais de avaliação de “explicações
científicas” para ajudar os alunos a construírem/escreverem melhores
explicações?
5 - Outros comentários…
FIM
27-fev-14 Paula Serra