Projeto De Volta ao Lar

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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA SUBSECRETARIA DE ESTADO PARA ASSUNTOS DO SISTEMA PENAL DIRETORIA GERAL DE RESSOCIALIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO SISTEMA PENAL SUB-PROJETO DE VOLTA AO LAR PREPARANDO A SAÍDA SEJUS/DIRESP/NASSP VITÓRIA-ES 2009 01- IDENTIFICAÇÃO 01- TÍTULO: DE VOLTA AO LAR - PREPARANDO A SAÍDA 01.2 – COORDENAÇÃO: NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO SISTEMA PENAL 01.3 - LOCAL: PENITENCIÁRIAS DO ESTADO DO ES 01.4 - AUTORES: 1

Transcript of Projeto De Volta ao Lar

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOSECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA

SUBSECRETARIA DE ESTADO PARA ASSUNTOS DO SISTEMA PENALDIRETORIA GERAL DE RESSOCIALIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL

NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO SISTEMA PENAL

SUB-PROJETO

DE VOLTA AO LARPREPARANDO A SAÍDA

SEJUS/DIRESP/NASSP VITÓRIA-ES

200901- IDENTIFICAÇÃO

01- TÍTULO: DE VOLTA AO LAR - PREPARANDO A SAÍDA

01.2 – COORDENAÇÃO: NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO SISTEMA PENAL01.3 - LOCAL: PENITENCIÁRIAS DO ESTADO DO ES

01.4 - AUTORES:

1

Diretora de Ressocialização: Quésia da Cunha Oliveira

Coordenadora do NASSP: Maria Jovelina Debona

Chefe de Departamento de Psicologia: Vensely Monserrato Masioli Barbosa

Promotora de Justiça: Luciana Gomes Ferreira de Andrade

Promotor de Justiça: Cezar Ramaldes

01.6 – COLABORADORES:

PSMA I – Thiago Moulin – Psicólogo

PSMA II – Lorena Marques Silva – Assist. Social

Silvia Mara Simões Pappone – Psicóloga

PSME I - Leila de Oliveira Correia – assist. Social

Satina Priscilla Marcondes Pimenta – Psicóloga

PSME II - Carla Neves Marson – Psicóloga

Talita Cavalcante de Morais – Assist. Social

PEF - Alonye V.P. Oliveira – Assist.Social

Denise Machado- Psicóloga

CASCUVI – Carine Ferreira Zumach – Psicóloga

Nívea Giselle Chagas de Souza – Assist. Social

PRCI - Fernanda Barbosa Anselmo – Assist. Social

PSMECOL – Fernanda Mota Gonçalves – Assist. Social

Vânia Gobbi Pissimillo – Psicóloga

PRBSF - Iara Rocha

Susie-Fhane Machado Mota02 - INTRODUÇÃO:

A Secretaria de Justiça vem desenvolvendo ações para o fortalecimento

de políticas públicas voltadas à reintegração social das pessoas privadas de

liberdade, possibilitando-as desenvolver valores e atitudes para o convívio social.

O sistema penitenciário capixaba abriga uma população de mais de 6.000

presos, que apresentam um perfil de elevada exclusão social medida pela baixa

qualificação profissional, baixa escolaridade e de estreita relação com a violência e

oriundos de lares desajustados.

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São observadas dificuldades de encaminhar os egressos ao convívio

social, em função da fragilidade do vínculo familiar, do distanciamento social com

relação a esse público, do estigma da prisão, da subjetividade do preso, da falta de

oportunidade, além das condições físicas e estruturais das unidades prisionais

dentre outros.

A profissionalização dentro e fora dos presídios é um dos mais efetivos

mecanismos de promoção das condições sócio-produtivas ao sujeito. Resgata

ainda, os valores sociais e culturais, amplia as habilidades produtivas, e

conseqüentemente, aumenta auto-estima e promove a inclusão social.

Neste sentido, e analisando de forma critica, buscamos desenvolver ações

e atividades em parceria e em rede de forma responsável e colaborativa para a

mudança efetiva da realidade que temos nos presídios hoje.

A secretaria de justiça em articulação com o Ministério Público, Defensoria

Pública, empresas, sociedade civil organizada, municípios, conselhos de classe

participam neste projeto para o fortalecimento da reintegração e reinserção social do

egresso do sistema penal corroborando para a diminuição da reincidência criminal.

03 – JUSTIFICATIVA:

A população prisional apresenta em sua maioria o seguinte perfil: jovens,

baixa escolaridade, baixa qualificação profissional, com indicativo de

desestruturação familiar, moradores de bairros com pouca infra-estrutura e

cobertura social.

O encarceramento além de levar a uma ruptura social, provoca também,

inegáveis malefícios a esses sujeitos. Há uma ruptura da vida civil. O apenado

perde ou vê fragilizados os papéis que representa no mundo social e sua

identidade sofre uma despersonalização, efeitos da prisionização1. 1 ¹ Prisionização está caracterizada por: perda da identidade e aquisição de nova identidade; sentimento de inferioridade; empobrecimento psíquico; infantilização, regressão. O empobrecimento psíquico acarreta, entre outras coisas: estreitamento do horizonte psicológico, pobreza de experiências, dificuldade de elaboração de planos a médio e longo prazo. A infantilização e regressão manifestam-se, entre outras coisas, por meio de: dependência, busca de proteção (religião); busca de soluções fáceis; projeção da culpa no outro e dificuldade elaboração de planos. (Alvino Augusto de Sá) ²Considera-se egresso o liberado definitivo, pelo prazo de 1 ano a contar da saída do estabelecimento e durante o período de prova do livramento condicional (art. 25, I e II, da LEP).

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Ao ser posto em liberdade, sente dificuldade em exercer seu direito à

cidadania. A saída gera sentimentos de angústia e ansiedade e sem as condições

necessárias, o mesmo sente-se fragilizado frente ao novo, o que requer uma

preparação para esta liberdade.

O Serviço social e psicológico geralmente não é informado em tempo hábil

da liberação do preso, o que dificulta tomar as providências necessárias como ex:

localizar a família, viabilizar passagem, hospedagem, etc.

Por outro lado a Lei de Execução Penal em seu artigo 25 impõe ao Estado o

dever de promover a ressocialização, preparando a pessoa privada de liberdade

para a harmônica integração social prevista na assistência ao egresso ² .

Pioneiramente, visando preencher a lacuna entre a restrição da liberdade e a

própria condição de egresso, mister se faz contemplar o período que antecede a

liberdade com atenção diferenciada, denominando este estágio de “pré-egresso”.

Para tanto, considerar-se-á “pré-egresso” a pessoa privada de liberdade que

estiver no período de 06 meses a 01 ano antecedentes ao alcance de requisito

objetivo para concessão da liberdade.

Esta Sub-Projeto trabalhará em rede integrando Estado, família, sociedade

civil, criando as condições por meio das quais, o egresso possa superar as

dificuldades inserindo-o no contexto social.

04 - OBJETIVO GERAL: Preparar o pré-egresso para o retorno à sociedade por meio do trabalho

articulado entre os órgãos estatais, entidades não-governamentais e a sociedade

civil.

04.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Preparar o (a) pré-egresso (a) para o retorno à sociedade por meio de

trabalhos técnicos e integrados que produzam valores éticos e sociais;

Identificar parceiros para absorção dos egressos em cursos

profissionalizantes e outras políticas de reinserção;

Trabalhar ações diferenciadas para o preso jovem no fortalecimento do

vínculo familiar inserindo valores éticos e sociais;

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Fortalecer e ou resgatar vínculo familiar do egresso, preparando sua família

para o seu recebimento, de forma a compreender a sua condição de co-

responsável quanto às normas impostas pela justiça ao egresso;

Resgatar a cidadania da pessoa em privação de liberdade através da

regularização da documentação civil;

Criar e manter “kit” cidadania, composto do mínimo necessário para egressos

que comprovadamente necessitar, exemplificando: vestuário, calçado,

encaminhamento a albergue meio de transporte ao local de domicílio; etc...

Mobilizar os familiares dos presos na elaboração de ações e proposições de

alternativas para minimizar as causas e efeitos da criminalidade;

Estimular os familiares ao acompanhamento dos egressos aos projetos

propostos pelo programa;

Articular o trabalho em rede entre município e Estado de forma que o egresso

e suas famílias sejam inseridos nos programas sociais em execução;

05 – POPULAÇÃO-ALVO

Pessoas privadas de liberdade, na condição de pré-egressos, que estiverem

no período de 06 meses a 01 ano antecedentes ao alcance de requisito objetivo

para concessão da liberdade.

06 - METODOLOGIA: A assessoria jurídica manterá um cadastro atualizado junto ao Ministério

Público dos presos que poderão receber beneficio no decorrer de um ano. A equipe

técnica comporá o grupo de pré-egressos que será trabalhado por quatro meses,

podendo ocorrer, conforme a necessidade, até quatro grupos ao ano.

No primeiro mês os técnicos do serviço social e psicologia trabalharão com

os pré-egressos e a família individualmente para informá-los sobre o programa.

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Serão trabalhados de forma mais intensiva os que poderão sair em seis meses e os

de seis meses, um dia a um ano de forma gradativa.

Serão realizadas visitas domiciliares às famílias que necessitem de

intervenção.

Cada grupo será composto por no máximo 10 (dez) presos (as). Os

encontros terão a duração de no máximo 01 hora e 30 minutos, quinzenalmente,

por um período de três meses antecedendo a sua saída. Paralelamente, serão

realizadas reuniões mensais com o grupo de familiares. O local dos encontros será

no presídio onde se encontra o preso (a) e nos casos de transferência, o mesmo

será integrado ao grupo da unidade atual.

Em cada encontro será trabalhado tema relevante à demanda dos presos

(as), apresentada durante os atendimentos aos técnicos do sistema prisional.

Os encontros serão avaliados pelos participantes e pela equipe

interdisciplinar sucessivamente que elaborará um relatório para o Núcleo de

Assistência Social do Sistema Penal e a Diretoria Geral de Ressocialização

Penitenciária. A cada dois encontros a equipe técnica fará uma avaliação individual

do preso para subsidiar estratégia de intervenção.

A princípio, os presídios que farão parte deste projeto são de regime semi

aberto.

Serão utilizados recursos materiais citados abaixo, bem como técnicas de

dinâmica de grupo com o objetivo de sensibilizar e despertar vivências simbólicas e

reflexões relativas aos temas.

Através de estudo de caso, consulta ao prontuário, entrevista e observação

durante os grupos, a equipe apresentará os presos que necessitem receber apóio à

sua saída.

O conteúdo programático será sistematizado da seguinte forma:

1º ENCONTRO

Tema: Direitos e Deveres do preso e do egresso.

Objetivo: Informar e discutir sobre a LEP (progressão de regime), importância de

se obedecer à legislação e padrões sociais.

Responsável: equipe técnica.

Procedimento: Dinâmica de integração (nome e expectativas), (15 min.)

6

Explanação sobre o tema (min.);

Dinâmica: A Porta, anexo 01 (01 h)

Avaliação (5 min)

2º ENCONTRO:

Tema: Família e vínculos familiares.

Objetivo: Discutir sobre vínculos familiares e a importância da família.

Responsável: equipe técnica.

Procedimento: Aquecimento (10 min.)

Explanação sobre o tema do encontro (15 min.);

Dinâmica: A Árvore da vida, anexo 04 (60 min.)

Avaliação (5 min.)

3º ENCONTRO

Tema: Resiliência e empoderamento

Objetivo: Refletir sobre resiliência e empoderamento e como os conquistamos.

Responsável pelo tema: Psicólogo e equipe técnica.

Procedimento: Explanação sobre o tema do encontro (15 min);

Dinâmica: A parábola da águia e a galinha, anexo 02 (01h)

Avaliação (5 min)

4º ENCONTRO

Tema: O resgate da Cidadania

Objetivo: Discutir sobre a importância do trabalho e o que e cidadania.

Responsável pelo tema: Assistente Social e equipe técnica.

Procedimento: Explanação sobre o tema do encontro (15 min);

Dinâmica ........................anexo 03 (01h)

Avaliação (5 min)

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5º ENCONTRO:

Tema: Desatando nós

Objetivo: Discutir sobre ética, valores e atitudes (preconceito, estigma) e qual é a

visão do egresso para a sociedade.

Responsável pelo tema: Psicólogo e equipe técnica.

Procedimento: Explanação sobre o tema do encontro (15 min);

Dinâmica...........................anexo 05 (01h)

Avaliação (5 min)

6º ENCONTRO:

Tema: A liberdade que eu quero.

Objetivo: Discutir sobre perspectivas e expectativas da liberdade.

Responsável pelo tema: Psicólogo e equipe técnica

Procedimento: Explanação sobre o tema do encontro (15 min);

Dinâmica..............................anexo 06 (01h)

Avaliação (5 min)

7º ENCONTRO:

Tema: Reintegração social (rede de apoio da comunidade)

Objetivo: Discutir sobre os encaminhamentos recursos de assistência existentes

na comunidade.

Responsável pelo tema: Assistente Social e equipe técnica.

Procedimento: Explanação sobre o tema do encontro (15 min);

Dinâmica.......................anexo 07 (01h)

Avaliação (5 min)

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ENCONTROS COM A FAMÍLIA:

1º ENCONTRO:

Tema: Direitos e Deveres

Objetivo: Informar e discutir sobre a LEP (progressão de regime), importância de

se obedecer a normas e padrões estipulados pela sociedade. Trabalhar ética,

valores e atitudes na família.

Responsável: equipe técnica.

Procedimento: Dinâmica de apresentação (30 min),

Explanação sobre o projeto e discussão do tema (60 min);

2º ENCONTRO: Tema: Família e vínculos familiares.

Objetivo: Discutir sobre vínculos familiares e a importância da família.

Responsável: equipe técnica.

Procedimento: Aquecimento (10 min.)

Explanação sobre o tema do encontro (15 min.);

Dinâmica: A Árvore da vida, anexo 04 (60 min.)

Avaliação (5 min.)

3º ENCONTRO:

Tema: Fortalecendo a Família

Objetivo: Restabelecer, estimular a criação de vínculos familiares.

Responsável pelo tema: Psicólogo e equipe técnica.

Procedimento: Explanação sobre o tema do encontro (15 min);

Dinâmica................................................. (01h)

Avaliação (5 min)

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4º ENCONTRO:

Tema: Acolhimento

Objetivo: Preparar a família para receber o egresso, bem como orientá-los sobre

responsabilidades do mesmo.

Responsável pelo tema: Assistente Social e equipe.

PROCEDIMENTO: Explanação sobre o tema do encontro (15 min);

Dinâmica................................................. (01h)

Avaliação (5 min)

07-META: Implantar o projeto no segundo semestre nos presídios.

08 – CRONOGRAMA:

ATIVIDADES GERAIS DO PROJETOElaboração do sub-projeto Maio 2009Levantamento dos presos (as) condenadas prestes a receber o alvará dentro de um ano

Maiol/2009Atividade constante

Contato com os presídios onde o sub-projeto atuará Junho de 2009Preparação da equipe que atuará nos projetos Junho de 2009Implantação nos presídios Julho de 2009Avaliação do sub-projeto Dezembro de 2009Avaliação final do sub-projeto Dezembro de 2010

9 –RECURSOS: 09. 1 -RECURSOS HUMANOS:

01 assistente social,

01 psicólogo,

01 advogado,

02 agentes penitenciários.

Estagiário de serviço social

09.2 - RECURSOS MATERIAIS PARA CADA EDIÇÃO: Materiais de Consumo:

10 Canetas

10 lápis de escrever

05 cx de lápis de cor

10

05 borrachas

01 Resma de papel A4

05 réguas

02 pinceis atômico

01 cartucho para impressora

10 tesouras sem ponta

10 papéis cenário

15 bolas de soprar

01 rolo barbante

04 colas

04 cx canetinhas coloridas

01 rolo de durex

01 fita crepe

01 CD virgem.

10 transparências

11

09.3 - MATERIAIS PERMANENTES: Televisão

DVD,

Retroprojetor

Micro system

Sugestão: Disponibilização de carro para visitas. Espaço físico adequado.

10 - DURAÇÃO PREVISTA PARA CADA EDIÇÃO DO SUB-PROJETO: Este projeto acontecerá de forma permanente nos presídios, tendo como

duração mínimo seis meses para cada grupo.

,

11 - AVALIAÇÃO:

11.1 – Avaliação I

Ao final de cada encontro será distribuídos três perguntas sobre o tema e cada participante responde individualmente.

Escreva o que você achou de cada encontro.

1° ENCONTRO – TEMA: O que você achou do encontro:

O que você não gostou:

Que sugestões você daria para discutir esse tema?

11.2 – Avaliação II

No final do último encontro, os participantes responderão um breve

questionário, que segue abaixo:

Muito bom Bom Ruim

Quanto à idéia do projeto

Quanto às dinâmicas utilizadas

Quanto ao tema abordado

Quanto à carga horária

Quanto à organização

Quanto ao cumprimento dos horários

pré-estabelecidos

Quanto aos dias pré-estabelecidos

Comentários_________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

11.3 - Avaliação III A equipe reunirá após todos os encontros para avaliação considerando os pontos levantados pelos grupos.

Índice de adesão entre os participantes; Assiduidade e pontualidade no comparecimento aos encontros (controle

de freqüência nos encontros); Satisfação pelas temáticas abordadas por cada participante; Relatório de observação dos técnicos, onde será registrado o desempenho

dos participantes em cada edição, sendo, posteriormente, discutido com toda a Equipe Técnica da unidade, em suas reuniões semanais, visando à necessidade de uma possível reformulação das propostas do projeto e a validade do mesmo.

ANEXO 01

PORTAS(Içami Tiba)Se você encontrar uma porta à sua frente, você pode abri-la, ou não.Se você abrir a porta, você pode, ou não, entrar em uma nova sala.Para entrar, você vai ter que vencer a dúvida, o titubeio, ou o medo.Se você venceu, você dá um grande passo: nesta sala, vive-se.Mas, também, tem um preço: inúmeras outras portas que você descobre.O grande segredo é saber: quando e qual a porta deve ser aberta.A vida não é rigorosa: Ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos, quando com eles se aprende

Não existe a segurança do acerto eterno.A vida é humilde: Se a vida já comprovou o que é ruim, para que repeti-lo?

A humildade dá a sabedoria de aprender e crescer também com os erros alheios.A vida é generosa: Na sala em que se vive, descobrem-se outras tantas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.Mas a vida pode ser também dura e severa: Se você não ultrapassar a porta, você terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação. É a monotonia diante da multiplicidade das cores do arco-íris.

É a estagnação da vida!Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1. Qual o significado no texto para a palavra “PORTA”?

2. O que você leva em consideração na hora de escolher uma “PORTA”?

3. Que “PORTAS” estão ao seu alcance, e você consideram que não vale a pena abri-las e nem conhecê-las?

4. Que “PORTAS” estão ao seu alcance, e você consideram que vale a pena abri-las e conhecê-las?

5. Escreva em poucas linhas o significado deste texto para sua vida.

Anexo 02

“PARÁBOLA DA ÁGUIA E DA GALINHA”

Certo homem, enquanto caminhava por uma floresta, encontrou um filhote de águia, machucado e desprotegido. Levou-o para casa, colocou no seu galinheiro, onde ele cresceu e aprendeu a se alimentar como as galinhas e a se comportar como elas. U m dia, um biólogo que ia passando por ali, perguntou-lhe por que uma águia, a rainha de todos os pássaros, deveria ser condenada a viver no galinheiro como as galinhas. “Depois que lhe dei uma comida de galinha e a eduquei para ser uma galinha, ela nunca aprendeu a voar – replicou o dono. – Comporta-se como uma galinha, portanto não é mais uma águia.” “Mas – insistiu o biólogo – ela tem coração de águia e certamente poderá aprender a voar.” Depois de falar muito sobre o assunto, os dois homens concordaram em tentar mudar o comportamento da águia. Cuidadosamente, o cientista pegou a águia nos braços e disse: “Você pertence aos céus e não à terra. Bata bem as asas e voe!” A águia, entretanto, estava confusa; não sabia quem era e, vendo as galinhas comendo, pulou para ir juntar-se a elas. Inconformado, o biólogo levou a águia no dia seguinte para uma alta montanha. Lá, segurou a rainha dos pássaros bem no alto e encorajou-a de novo, dizendo: Você é uma águia. Você pertence ao céu e a terra. Bata bem as asas, agora e voe! A águia olhou em torno, olhou para o galinheiro e para o céu. Ainda não voou. Então o cientista levantou-a na direção do sol e a águia começou a tremer e, lentamente, abriu as asas. Finalmente, levantou vôo para o céu. Pode ser que a águia ainda lembre das galinhas, com saudades: pode ser que ainda, ocasionalmente, torne a visitar um galinheiro. Mas até onde foi possível saber, nunca mais voltou a viver como galinha. Ela era uma águia, embora tivesse sido mantida e domesticada como galinha. Será que sendo águia, muitas vezes não estamos vivendo entre galinhas e agindo como galinhas?

Anexo 03“ÁRVORE DA VIDA”

Objetivo: Proporcionar a evocação de lembranças familiares e de entes

queridos, levando-os a explorar sentimentos como carinho, afeto, amor, amizade e

etc. Refletir sobre dificuldades e cuidados nas relações interpessoais.

Material: Folhas de papel fantasia ou cartolina nas cores verde, marrom,

amarelo e azul; e fita adesiva.

Procedimentos: Preparar, previamente, um tronco de árvore com a folha

marrom, um regador com o papel amarelo, gotas com a folha azul e folhas de árvore

com a verde. Inicialmente, colar na parede o tronco da árvore, perguntando aos

participantes: “Como esta árvore está? O que falta nela?” Aguardar as respostas. Ao

constatarem que falta verde, distribuir a cada um uma folha das que foram

anteriormente preparadas. “Estas folhas representam a família ou pessoas

importantes para vocês, pensem quem são essas pessoas e escrevam seus nomes

em sua folha.” Após a execução desta tarefa, pedir que os mesmos colem as folhas

no tronco da árvore. Provoque uma reflexão questionando: “O que esta árvore

precisa para crescer e continuar viva?” Enquanto obtém as respostas, cole próximo

ao tronco o regador. Entregue uma gota para cada participante estimulando-os a

pensar em sentimentos, escrevendo sua resposta na gota recebida. Pedir para que

todos colem sua gota como se estivesse saindo do regador em direção à árvore.

Depois de concluída a tarefa, solicite aos participantes que se aproximem e

observem o resultado do trabalho.

Fechamento: Formar um círculo incentivando-os a falar sobre suas

respostas, refletindo sobre os sentimentos despertados e sobre a convivência

familiar, dificuldades e cuidados nas relações interpessoais.

Anexo04 “Um conto sobre liberdade”

Liberdade. Depois de 48 anos, liberdade. Todos os dias a mesma história, o mesmo padrão. Aliás, já são 26 anos em que a rotina era a mesma todos os dias. O despertador tocava, eram apenas cinco e quarenta e um. Ainda estava escuro. Para ser sincero, quando o despertador tocava, eram cinco e trinta e cinco. Seis minutos adiantado.

Um movimento, ainda dormindo, quase instintivo e o despertador parava. Parava, pelo menos, por cinco minutos, para tocar novamente, com a mesma força e intensidade. Agora, sim, hora de levantar. São cinco e quarenta. O despertador marca cinco e quarenta e seis.As mesmas atitudes, a mesma rotina, todo dia. Por 26 anos seguidos, depois de 48 anos de clausura. Na verdade, a sensação de clausura começou havia pouco tempo. Cerca de oito ou nove anos. Pouco tempo se comparado com 48 anos, dos quais 26 anos foram exatamente iguais, com a mesma rotina.

Liberdade. Nem acreditava. Depois de 48 anos, dos quais 26 anos na mesma rotina. Depois, principalmente, de oito, ou seriam nove anos, em que ansiava pela libertação. Finalmente, estava livre. Liberdade.

Não precisaria levantar cedo. Aliás, somente agora percebeu que o despertador tocou em vão. Sem motivo. Não precisava acordar cedo. Estava livre. O dia era todo dele. O primeiro dia do resto de sua vida. Liberdade. Liberdade?

Aos poucos, a sensação de liberdade foi mudando. O que fazer com essa sensação. Nunca entendeu essa história de relatividade do tempo. Mas agora, tinha uma vaga noção. Antes, todos os seus dias passavam rapidamente. As horas pareciam minutos, os minutos, segundos. Mas hoje, tudo era mais lento. Não tinha passado nem metade do seu primeiro dia de liberdade, mas já parecia uma eternidade. Os segundos pareciam minutos, os minutos, horas. Aliás, começava a questionar quantos dias iria durar o seu primeiro dia de liberdade.

Bem, depois de quase cinqüenta horas, o primeiro dia de liberdade chegava ao fim. Já era tarde. Antes, hora dessas, já estaria dormindo com certeza. Mas hoje, parecia que o sono não vinha. Parecia que seu corpo ainda agüentaria pelo menos mais umas quinze horas de liberdade. Liberdade de primeiro dia. Liberdade depois de 48 anos, dos quais 26 anos com a mesma rotina, dos quais, oito ou nove foram marcados por muita ansiedade. Enfim, dormiu.

Dormiu, mas somente depois de tomar uma resolução: daria um fim a isso tudo. Não agüentava a sensação de liberdade. Na verdade, não sabia o que fazer com ela. Depois de 48 anos de clausura, 26 anos na mesma rotina, oito ou nove anos desejando, ele não sabia o que fazer com sua liberdade.

Mas agora estava decidido, amanhã cedo voltaria a sua rotina. Acordaria às cinco e quarenta e um, quer dizer, cinco e trinta e cinco. Desligaria o despertador pela primeira vez. Cinco minutos depois, no segundo toque do despertador, levantaria. Repetiria toda sua rotina. Tomar banho, escovar os dentes, preparar o café. Comer. Cuidar do cachorro, limpar a gaiola do passarinho. Todas as coisas que ele tem repetido nos últimos anos. Nos últimos anos de clausura.

Enfim, pegaria o ônibus. Duas horas de viagem. Nos últimos anos tem levado sorte. Em alguns dias, raros, mas acontecia, existia uma alma caridosa que cedia o lugar para sentar. Afinal, aos 65 anos, não era fácil agüentar de pé duas horas no ônibus.

Enfim, estava decidido. Experimentou a liberdade e não gostou. Amanhã voltaria à sua rotina. Rotina de 48 anos de trabalhador. Voltaria à clausura. Trabalharia oito horas por dia, de segunda à sexta, mais quatro horas no sábado. Números, balanços e toda papelada do escritório eram sua sina.Quando acabava a contabilidade de um mês, começava a contabilidade do outro. Ao final de um ano ou exercício financeiro, balanços e balancetes fechados, começava outro exercício financeiro, digo, ano. Aliás, estava tão acostumado com sua rotina, que não comemorava mais a passagem de ano, mas a mudança de exercício financeiro.

Estava decidido, amanhã acordaria cedo e depois de duas horas de ônibus, voltaria a trabalhar. Mas, e se não deixassem trabalhar? Se não deixassem entrar? Lembrou: aposentou-se. Na verdade, foi aposentado pela empresa, que estava cortando pessoal.Aliás, este era seu plano desde o começo. Há dez anos começou a juntar dinheiro. Fez uma bela poupança. Com o dinheiro extra que ganhou do programa de demissão da empresa, tinha dinheiro mais que suficiente para viver até os cem anos. Quem sabe até poderia comprar um carrinho. Mas queria voltar a trabalhar. A sensação da liberdade não era boa. O que ele iria fazer sem ter alguém para dizer-lhe o que fazer?

Estava decidido, voltaria a trabalhar. E se não deixassem? Se não deixassem sequer entrar na empresa? Bem, então teria que viver com a liberdade? Não, isso definitivamente não. O que fazer?

Dinâmica da árvore: O facilitador levará preparado em folha de papel cartão marrom

três formas de tronco onde em cada uma delas será trabalhado um sub-tema

relacionando a família e o tempo de permanência da presa no sistema prisional. Os

participantes receberão três pedaços de papel cartão verde em forma de folha, onde

responderão às questões do sub-tema: Como minha família era antes da prisão? Como

ela está hoje? Como eu a quero após o cumprimento da pena? Após os participantes

responderem as perguntas, as folhas serão coladas em seus respectivos troncos. Logo

após, abre-se um momento de discussão e reflexão sobre o que queremos enquanto

família e o que podemos fazer para atingir este objetivo.

Dinâmica de aquecimento: o facilitador entrega para cada participante um

balão (serão utilizadas duas cores de balão). Ao som de música, o facilitador

pede para que brinquem com o balão, jogando uns para os outros sem parar;

ao interromper a música, solicitará aos participantes que, de uma só vez,

estourem os balões. Dentro dos balões estará escrito num pedaço de papel,

“você fará parte do Grupo I” ou “você fará parte do Grupo II”. Assim ao

estourarem o balão e pegar o respectivo papel, saberão que estão divididos em

2 grupos para a dinâmica que se seguirá (5 min).

Dinâmica Normas e valores: Objetivo: propiciar a reflexão acerca dos valores e

normas que permeiam o cotidiano.

Divididos em GI e GII, conforme determinou a dinâmica de aquecimento, o

facilitador entregará para cada grupo uma folha de papel chamex e solicitará que

discutam e escrevam, na folha, os valores e normas vigentes dentro de uma

prisão e em seguida, os valores e normas vigentes na sociedade. Feito isso, o

facilitador levantará, com os participantes, quais desses valores e normas são

transgredidos e por quê. Solicitará, ainda, que os membros dos dois grupos elejam

um representante para falar pelo grupo. Posteriormente, o facilitador fará um

apanhado do conteúdo elaborado pelos dois grupos, enfocando, de forma breve,

se houve concordância, ou não, entre os valores elencados pelos grupos (40 min).

Dinâmica do Barbante: Contribuir para a construção de alternativas que favoreçam

o seu reingresso ao meio social e familiar.

Procedimentos: Cada participante segura uma ponta do barbante, verbaliza uma

dificuldade que acredita que encontrará no retorno ao meio social e familiar e

assim, sucessivamente, até que todos participem. No final, terá se formado uma

teia no meio do círculo que representará a teia de dificuldades do grupo. Na

seqüência, cada participante apresentará uma alternativa para solução do

problema levantado, desfazendo a teia. O facilitador estará fazendo um apanhado

geral das dificuldades e alternativas colocadas pelo grupo.

Conto “A águia e a galinha” seguido de momento de reflexão (Anexo 1)

ANEXO 3

Texto “Acreditar e Agir”

Um viajante ia caminhando em solo distante, às margens de um grande lago de águas

cristalinas. Seu destino era a outra margem.

Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um

homem de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio oferecendo-se para transportá-lo.

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois

remos de madeira de carvalho.

Logo seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os

pés empoeirados dentro do barco, o viajante pôde observar que se tratavam de duas palavras,

num deles estava entalhada a palavra ACREDITAR e no outro AGIR.

Não podendo conter a curiosidade, o viajante perguntou a razão daqueles nomes

originais dados aos remos. O barqueiro respondeu, pegando o remo chamado ACREDITAR e

remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava.

Em seguida, pegou o remo AGIR e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em

sentido oposto, sem ir adiante. Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos,

remou com eles, simultaneamente, e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou

através das águas do lago, chegando ao seu destino. Na outra margem, então o barqueiro disse

ao viajante:

Esse porto se chama autoconfiança.Simultaneamente, é preciso ACREDITAR e também AGIR para que possamos alcançá-lo!

ANEXO 2Exposições Temáticas Específicas

Texto: MILHO DE PIPOCA

Objetivo:

Conscientizar o grupo, no início da prisão, sobre suas transformações, qualidades,

força de vontade e querer.

Tamanho do grupo: 25 (vinte e cinco) reeducandos.

Tempo exigido: 1 hora aproximadamente.

Ambiente físico:

a) uma sala suficientemente ampla, com cadeiras, para acomodar todos os

participantes;

Procedimentos:

O facilitador inicia, dizendo que todos nós passamos por transformações no curso de

nossas vidas e, seguramente, todos nós temos que estar preparados e abertos a estas

mudanças. Para isso, trabalharemos com o texto: “Milho de pipoca”, que não passa pelo fogo

e continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente...

As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é a representação da vida, quando ela nos lança

numa situação nunca imaginada: sobrevém a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, um

filho, o pai, a mãe, o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: o pânico, o medo, a

depressão ou o sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar

o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação,

também.

Imagino que a pobre pipoca, dentro da panela fechada, cada vez mais quente, pense

que chegou a sua hora: vai morrer. Os grãos, dentro de suas cascas duras, fechadas em si

mesmas, não podem imaginar um destino diferente para si. Não podem imaginar a

transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo do que é capaz. Aí,

sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: Bum! E ela aparece

como outra coisa completamente diferente, algo que nunca havia sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, recusa-se a mudar. A presunção e o medo são a casca dura do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria a ninguém.

 

Rubem Alves, Ed. Papirus

ANEXO

TEXTO 03OS SAPINHOS

SE NÃO TIVER SABEDORIA, DE NADA VALE O CONHECIMENTO.

Carlos Magno.

Era uma vez uma corrida de sapinhos. Eles tinham que subir uma grande

torre, e atrás havia uma multidão, muita gente para vibrar com eles. Começou a

competição e a multidão dizia;

- "Não vão conseguir. Não vão conseguir"...

Os sapinhos iam desistindo um a um. Aì, a multidão aclamava:

- "Não vão conseguir. Não vão conseguir..."

E os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que subia

tranqüilo. Ao final da competição, todos desistiram menos aquele. Todos ficaram

curiosos para saber o que tinha acontecido. Quando foram perguntar ao sapinho

campeão como ele conseguiu chegar até lá, ficaram sabendo que...

ELE ERA SURDO !!!

RM/2004

LISTA DE PRESENÇA

Dia: ____/______/________

Local: Horário inicial: ________________ Horário Final: ________________

Tema:_____________________________

Grupo:_______________________________

Quant. Nome01020304050607080910

111213141516171819202122232425